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Um Estudo Sobre o Vinho na Bíblia

Lc 7.33,34: "Porque veio João Batista, que não comia pão nem bebia vinho, e dizeis: Tem demônio.
Veio o Filho do Homem, que come e bebe, e dizeis: Eis aí um homem comilão e bebedor de vinho, amigo dos
publicanos e dos pecadores.

VINHO: FERMENTADO OU NÃO FERMENTADO?

Segue-se um exame da palavra bíblica mais comumente usada para vinho.


A palavra grega para "vinho", em Lc 7.33, é oinos. Oinos pode referir-se a dois tipos bem diferentes de suco de uva:

(1) suco não fermentado, e (2) vinho fermentado ou embriagante. Esta definição apóia-se nos dados abaixo.

(1) A palavra grega oinos era usada pelos autores seculares e religiosos, antes da era cristã e nos tempos da igreja
primitiva, em referência ao suco fresco da uva (ver Aristóteles, Metereologica, 387.b.9-13).

(a) Anacreontes (c. de 500 a.C.) escreve: "Esprema a uva, deixe sair o vinho [oinos]" (Ode 5).

(b) Nicandro (século II a.C.) escreve a respeito de espremer uvas e chama de oinos o suco dai produzido (Georgica,
fragmento 86).

(c) Papias (60-130 d.C.), um dos pais da igreja primitiva, menciona que quando as uvas são espremidas produzem
"jarros de vinho [oinos]" (citado por Ireneu, Contra as Heresias, 5.33.3 - 4).

(d) Uma carta em grego escrita em papiro (P. Oxy.729; 137 d.C.), fala de "vinho [oinos] fresco, do tanque de
espremer" (ver Moulton e Milligan, The Vocabulary of the Greek Testament, p. 10).

(e) Ateneu (200 d.C.) fala de um "vinho [oinos] doce", que "não deixa pesada a cabeça" (Ateneu, Banquete, 1.54).
Noutro lugar, escreve a respeito de um homem que colhia uvas "acima e abaixo, pegando vinho [oinos] no
campo"(1.54).

Para considerações mais pormenorizadas sobre o uso de oinos pelos escritores antigos, ver Robert P. Teachout: "0
Emprego da palavra 'Vinho' no Antigo Testamento". (Dissertação de Th.D. no Seminário Teológico de Dallas,1979).

(2) Os eruditos judeus que traduziram o AT do hebraico para o grego c. de 200 a.C. empregaram a palavra oinos para
traduzir varias palavras hebraicas que significam vinho.
Noutras palavras, os escritores do NT entendiam que oinos pode referir-se ao suco de uva, com ou sem
fermentação.

(3) Quanto a literatura grega secular e religiosa, um exame de trechos do NT também revela que oinos pode
significar vinho fermentado, ou não fermentado.

Em Ef 5.18, o mandamento: "não vos embriagueis com vinho [oinos]" refere-se ao vinho alcoólico.

Por outro lado, em Ap 19.15 Cristo é descrito pisando o lagar.


0 texto grego diz: "Ele pisa o lagar do vinho [oinos]" ; o oinos que sai do lagar é suco de uva (ver Is 16.10 nota; Jr
48.32,33 nota).
Em Ap 6.6, oinos refere-se as uvas da videira como uma safra que não deve ser destruída.
Logo, para os crentes dos tempos do NT, "vinho" (oinos) era uma palavra genérica que podia ser usada para duas
bebidas distintivamente diferentes, extraídas da uva: o vinho fermentado e o não fermentado.

(4) Finalmente, os escritores romanos antigos explicam com detalhes vários processos usados para tratar o suco de
uva recém-espremido, especialmente as maneiras de evitar sua fermentação.

(a) Columela (Da Agricultura, 12.29), sabendo que o suco de uva não fermenta
quando mantido frio (abaixo de 10 graus C.) e livre de oxigênio, escreve da seguinte maneira:
"Para que o suco de uva sempre permaneça tão doce como quando produzido, siga estas instruções:
Depois de aplicar a prensa as uvas, separe o mosto mais novo [i.e., suco fresco], coloque-o num vasilhame
(amphora) novo, tampe-o bem e revista-o muito cuidadosamente com piche para não deixar a mínima gota de água
entrar; em seguida, mergulhe-o numa cisterna ou tanque de água fria, e não deixe nenhuma parte da ânfora ficar
acima da superfície.
Tire a ânfora depois de quarenta dias. 0 suco permanecera doce durante um ano" (ver também Columela:
Agricultura e Arvores; Catão: Da Agricultura).
0 escritor romano Plinio (século I d.C.) escreve: "Tão logo tiram o mosto [suco de uva] do lagar, colocam-no em
tonéis, deixam estes submersos na água até passar a primeira metade do inverno, quando o tempo frio se instala"
(Plínio, Historia Natural, 14.11.83).
Este método deve ter funcionado bem na terra de Israel (ver Dt 8.7; 11.11,12; SI 65.9-13).

(b) Outro método de impedir a fermentação das uvas é ferve-las e fazer um xarope (para mais detalhes, ver a parte 2
deste estudo.
Historiadores antigos chamavam esse produto de "vinho" (oinos).
0 Conego Farrar (Smith 's Bible Dictionary, p. 747) declara que "os vinhos assemelhavam-se mais a xarope; muitos
deles não eram embriagantes".
Ainda, 0 Novo Dicionário da Bíblia (p. 1665), observa que "sempre havia meios de conservar doce o vinho durante o
ano inteiro".

O USO DO VINHO NA CEIA DO SENHOR.

Jesus usou uma bebida fermentada ou não fermentada de uvas, ao instituir a Ceia do Senhor (Mt 26.26-29; Mc
14.22-25; Lc 22.17-20; 1 Co 11.23-26)?
Os dados abaixo levam a conclusão de que Jesus e seus discípulos beberam no dito ato suco de uva não fermentado.

(1) Nem Lucas nem qualquer outro escritor bíblico emprega a palavra "vinho" (gr. oinos) no tocante a Ceia do
Senhor.
Os escritores dos três primeiros Evangelhos empregam a expressão "fruto da vide" (Mt 26.29; Mc 14.25; Lc 22.18).
0 vinho não fermentado é o único "fruto da vide" verdadeiramente natural, contendo aproximadamente 20% de
açúcar e nenhum álcool.
A fermentação destrói boa parte do açúcar e altera aquilo que a videira produz.
O vinho fermentado não é produzido pela videira.

(2) Jesus instituiu a Ceia do Senhor quando Ele e seus discípulos estavam celebrando a Páscoa.
A lei da Páscoa em Ex 12.14-20 proibia, durante a semana daquele evento, a presença de seor (Ex 12.15), palavra
hebraica para fermento ou qualquer agente fermentador.
Seor, no mundo antigo, era freqüentemente obtido da espuma espessa da superfície do vinho quando em
fermentação.
Além disso, todo o hametz (i.e., qualquer coisa fermentada) era proibido (Ex 12.19; 13.7).
Deus dera essas leis porque a fermentação simbolizava a corrupção e o pecado (cf. Mt 16.6,12; 1 Co S.7,8).
Jesus, o Filho de Deus, cumpriu a lei em todas as suas exigências (Mt 5.17).
Logo, teria cumprido a lei de Deus para a Páscoa, e não teria usado vinho fermentado.

(3) Um intenso debate perpassa os séculos entre os rabinos e estudiosos judaicos sobre a proibição ou não dos
derivados fermentados da videira durante a Páscoa.
Aqueles que sustentam urna interpretação mais rigorosa e literal das Escrituras hebraicas, especialmente Ex 13.7,
declaram que nenhum vinho fermentado devia ser usado nessa ocasião.

(4) Certos documentos judaicos afirmam que o uso do vinho não fermentado na Páscoa era comum nos tempos do
NT.
Por exemplo: "Segundo os Evangelhos Sinóticos, parece que no entardecer da quinta-feira da última semana de vida
aqui, Jesus entrou com seus discípulos em Jerusalém, para com eles comer a Páscoa na cidade santa; neste caso, o
pão e o vinho do culto de Santa Ceia instituído naquela ocasião por Ele, como memorial, seria o pão asmo e o vinho
não fermentado do culto Seder" (ver "Jesus". The Jewish Encyclopedia, edição de 1904. V.165).

(5) No AT, bebidas fermentadas nunca deviam ser usadas na casa de Deus, e um sacerdote não podia chegar-se a
Deus em adoração se tomasse bebida embriagante (Lv 10.9 nota).
Jesus Cristo foi o Sumo Sacerdote de Deus do novo concerto, e chegou-se a Deus em favor do seu povo (Hb 3.1; 5.1-
10).

(6) 0 valor de um símbolo se determina pela sua capacidade de conceituar a realidade espiritual.
Logo, assim como o pão representava o corpo puro de Cristo e tinha que ser pão asmo (i.e., sem a corrupção da
fermentação), o fruto da vide, representando o sangue incorruptível de Cristo, seria melhor representado por suco
de uva não fermentado (cf. 1 Pe 1.18,19).
Uma vez que as Escrituras declaram explicitamente que o corpo e sangue de Cristo não experimentaram corrupção
(Sl 16.10; At 2.27; 13.37), esses dois elementos são corretamente simbolizados por aquilo que não é corrompido
nem fermentado.

(7) Paulo determinou que os coríntios tirassem dentre eles o fermento espiritual, i.e., o agente fermentador "da
maldade e da malícia", porque Cristo é a nossa Páscoa (1 Co 5.6-E).
Seria contraditório usar na Ceia do Senhor um símbolo da maldade.
i.e., algo contendo levedura ou fermento, se considerarmos os objetivos dessa ordenança do Senhor.
Bem como as exigências bíblicas para dela participarmos.

Jo 2.11: "Jesus principiou assim os seus sinais em Cana da Galiléia e manifestou a sua glória, e os seus discípulos
creram nele. "

O VINHO: MISTURADO OU INTEGRAL?

Os dados históricos sobre o preparo e uso do vinho pelos judeus e por outras nações no mundo bíblico mostram que
o vinho era:

(a) freqüentemente não fermentado;

(b) em geral misturado com água.


0 capítulo anterior, aborda um dos processos usados para manter o suco da uva fresco em estado doce e sem
fermentação.
0 presente estudo menciona dois outros processos de preparação da uva para posteriormente ser misturada com
água.

(1) Um dos métodos era desidratar as uvas, borrifa-las com azeite para mante-las úmidas e guardá-las em jarras de
cerâmica (Enciclopédia Bíblica Ilustrada de Zondervan, V. 882; ver também Columella, Sobre a Agricultura 12.44.1-8).
Em qualquer ocasião, podia-se fazer uma bebida muito doce de uvas assim conservadas.
Punha-se-lhes água e deixava-as de molho ou na fervura.
Polibio afirmou que as mulheres romanas podiam beber desse tipo de refresco de uva, mas que eram proibidas de
beber vinho fermentado (ver Polibio, Fragmentos, 6.4; cf. Plínio, História Natural, 14.11.81).

(2) Outro método era ferver suco de uva fresco até se tornar em pasta ou xarope grosso (mel de uvas); este processo
deixava-o em condições de ser armazenado, ficando isento de qualquer propriedade inebriante por causa da alta
concentração de açúcar, e conservava a sua doçura (ver Colurnella, Sobre a Agricultura, 12.19.1-6; 20.1-8; Plínio,
Historia Natural, 14.11.80).
Essa pasta ficava armazenada em jarras grandes ou odres.
Podia ser usada como geléia para passar no pão, ou dissolvida em água para voltar ao estado de suco de uva
(Enciclopédia Bíblica Ilustrada, de Zondervan, V. 882-884).
É provável que a uva fosse muito cultivada para produção de açúcar.
0 suco extraído no lagar era engrossado pela fervura até tornar-se em liquido conhecido como "mel de uvas"
(Enciclopédia Geral Internacional da Bíblia, V. 3050).
Referencias ao mel na Bíblia freqüentemente indicam o mel de uva (chamado debash pelos judeus), em vez do mel
de abelha.

(3) A água, portanto, pode ser adicionada a uvas desidratadas, ao xarope de uvas e ao vinho fermentado.
Autores gregos e romanos citavam varias proporções de mistura adotadas.
Homero (Odisséia, IX 208ss.) menciona uma proporção de vinte partes de água para uma parte de vinho.
Plutarco (Symposiacas, III.ix) declara: "Chamamos vinho diluído, embora o maior componente seja a água".
Plínio (Historia Natural, XIV.6.54) menciona uma proporção de oito partes de água para uma de vinho.

(4) Entre os judeus dos tempos bíblicos, os costumes sociais e religiosos não permitiam o uso de vinho puro,
fermentado ou não.
0 Talmude (uma obra judaica que trata das tradições do judaísmo entre 200 a.C. e 200 d.C.) fala, em vários trechos,
da mistura de água com vinho (e.g., Shabbath 77; Pesahim 1086).
Certos rabinos insistiam que, se o vinho fermentado não fosse misturado com três partes de água, não podia ser
abençoado e contaminaria quem o bebesse.
Outros rabinos exigiam dez partes de água no vinho fermentado para poder ser consumido.

(5) Um texto interessante temos no livro de Apocalipse, quando um anjo, falando do "vinho da ira de Deus", declara
que ele será "não misturado", i.e., totalmente puro (Ap 14.10).
Foi assim expresso porque os leitores da época entendiam que as bebidas derivadas de uvas eram misturadas com
água (ver Jo 2.3 notas).
Em resumo, o tipo de vinho usado pelos judeus nos dias da Bíblia não era idêntico ao de hoje.
Tratava-se de:

(a) suco de uva recém-espremido;

(b) suco de uva assim conservado;

(c) suco obtido de uva tipo passas;

(d) vinho de uva feito do seu xarope, misturado com água; e

(e) vinho velho, fermentado ou não, diluído em água, numa proporção de até 20 para 1.

Se o vinho fermentado fosse servido não diluído, isso era considerado indelicadeza, contaminação e não podia ser
abençoado pelos rabinos.
A luz desses fatos, é ilícita a pratica corrente de ingestão de bebidas alcoólicas com base no uso do "vinho" pelos
judeus dos tempos bíblicos.
Além disso, os cristãos dos dias bíblicos eram mais cautelosos do que os judeus quanto ao uso do vinho (ver Rm
14.21 nota; 1 Ts 5.6 nota; 1 Tm 3.3 nota; Tt 2.2 nota).

GLÓRIA DE JESUS MANIFESTA ATRAVÉS DO VINHO.

Em Jó 2, vemos que Jesus transformou água em "vinho" nas bodas de Caná.


Que tipo de vinho era esse? Conforme já vimos, podia ser fermentado ou não, concentrado ou diluído.
A resposta deve ser determinada pelos fatos contextuais e pela probabilidade moral.
A posição desta Bíblia e Estudo é que Jesus fez vinho (oinos) suco de uva integral e sem fermentação.
Os dados que se seguem apresentam fortes razoes para rejeição da opinião de que Jesus fez vinho embriagante.

(1) 0 objetivo primordial desse milagre foi manifestar a sua gloria (2.11), de modo a despertar fé pessoal e a
confiança em Jesus como o Filho de Deus, santo e justo, que veio salvar o seu povo do pecado (2.11; cf. Mt 1.21).
Sugerir que Cristo manifestou a sua divindade como o Filho Unigênito do Pai (1.14), mediante a criação milagrosa de
inúmeros litros de vinho embriagante para uma festa de bebedeiras (2.10 nota; onde subentende-se que os
convidados já tinham bebido muito), e que tal milagre era extremamente importante para sua missão messiânica,
requer um grau de desrespeito, e poucos se atreveriam a tanto.
Será, porém, um estemunho da honra de Deus, e da honra e glória de Cristo, crer que Ele criou sobrenaturalmente o
mesmo suco de uva que Deus produz anualmente através da ordem natural criada (ver 2.3 nota).
Portanto, esse milagre destaca a soberania de Deus no mundo natural, tornando-se um símbolo de Cristo para
transformar espiritualmente pecadores em filhos de Deus (3.1-15).
Devido a esse milagre, vemos a glória de Cristo "como a glória do Unigênito do Pai" (1.14; cf. 2.11).

(2) Contraria a revelação bíblica quanto a perfeita obediência de Cristo a seu Pai celestial (cf. 4.34; Fp 2.8,9) supor
que Ele desobedeceu ao mandamento moral do Pai: "Não olhes para o vinho, quando se mostra vermelho... e se
escoa suavemente", i.e., quando é fermentado (Pv 23.31).
Cristo por certo sancionou os textos bíblicos que condenam o vinho embriagante como escarnecedor e alvoroçador
(Pv 20.1), bem como as palavras de Hc 2.15: "Ai daquele que da de beber ao seu companheiro!... e o embebedas"
(cf. Lv 10.8-11; Pv 31.4-7; Is 25.7; Rm 14.21).

(3) Note, ainda, o seguinte testemunho da medicina moderna.


(a) Os maiores médicos especialistas atuais em defeitos congênitos citam evidencias comprovadas de que o
consumo moderado de álcool danifica o sistema reprodutivo das mulheres jovens, provocando abortos e
nascimentos de bebes com defeitos mentais e físicos incuráveis.
Autoridades mundialmente conhecidas em embriologia precoce afirmam que as mulheres que bebem até mesmo
quantidades moderadas de álcool, próximo ao tempo da concepção (c. 48 horas), podem lesar os cromossomos de
um óvulo em fase de liberação, e dai causar sérios distúrbios no desenvolvimento mental e físico do bebê.
(b)Seria teologicamente absurdo afirmar que Jesus haja servido bebidas alcoólicas, contribuindo para o seu uso.
Afirmar que Ele não sabia dos terríveis efeitos em potencial que as bebidas inebriantes tem sobre os nascituros é
questionar sua divindade, sabedoria e discernimento entre o bem e o mal.
Afirmar que Ele sabia dos danos em potencial e dos resultados deformadores do álcool, e que, mesmo assim,
promoveu e fomentou seu uso, é lançar duvidas sobre a sua bondade, compaixão e seu amor.
A única conclusão racional, bíblica e teológica acertada é que o vinho que Cristo fez nas bodas, a fim de manifestar a
sua glória, foi o suco puro e doce de uva, e não fermentado.

Pr. Nilton Bernini

www.bibliotecagospel.hpg.com.br

Todas as citações bíblicas são da ACF (Almeida Corrigida Fiel, da SBTB). As ACF e ARC (ARC idealmente até 1894, no
máximo até a edição IBB-1948, não a SBB-1995) são as únicas Bíblias impressas que o crente deve usar, pois são boas
herdeiras da Bíblia da Reforma (Almeida 1681/1753), fielmente traduzida somente da Palavra de Deus
infalivelmente preservada (e finalmente impressa, na Reforma, como o Textus Receptus).

(Copie e distribua ampla mas gratuitamente, mantendo o nome do autor e pondo link para esta página de
http://solascriptura-tt.org)

A Bebida Divina
Abençoado por deuses, o vinho atravessa a história com um lugar de destaque no altar de várias religiões.
Acompanhe sua trajetória sagrada

por Marcelo Copello

Em época de festas cristãs, como o Natal, lembramos da densa carga religiosa do vinho, acumulada através de sua
longa e rica história. O nobre fermentado teve papel importante na evolução das tradições, valores intelectuais,
morais e espirituais do homem. Não há religião sem culto, e toda liturgia necessita de gestos e de símbolos. A videira
e o vinho estiveram presentes nos principais rituais, sagrados ou profanos, e em quase todas as celebrações, desde
os primórdios da civilização. Dos deuses egípcios e greco-romanos ao extremo oriente; da Bíblia dos judeus e
cristãos ao Islamismo; do protestantismo à Santa Inquisição; da Revolução Francesa à Lei Seca, o vinho sempre
esteve em evidência quando o assunto foi religião. Mas como e por que este suco de uva fermentado se
transformou em símbolo messiânico para alguns, em instrumento de Satã para outros, ou até, em alguns casos, em
uma crença em si? Para entender a raiz deste fenômeno é preciso analisar o ciclo da videira, a elaboração do vinho e
como eles eram vistos pelos antigos. A cada inverno as vinhas minguam, perdem suas folhas e aparentemente
morrem, para renascer esplendorosamente na primavera, enquanto o vinho sobrevive a aparente morte da árvore
que lhe deu origem. No Egito, este fato era reforçado pela cheia anual do Nilo, quando suas águas ficavam
avermelhadas (como vinho), por causa do aluvião ferroso que corria por um de seus afluentes. Tais fatos tornaram a
videira e o vinho símbolos da imortalidade e da ressurreição.

Outro aspecto é a fermentação. O mosto da uva passava por um processo totalmente desconhecido, só definido por
Louis Pasteur no século XIX. A fermentação alcoólica é aparentemente violenta, exala calor e o líquido borbulha,
como se estivesse possuído por algo de outro mundo. Para completar, o fator mais importante, tão inexplicável
quanto surpreendente, era o efeito psicotrópico do fermentado. Esperava-se, no êxtase provocado pelo vinho,
aproximar-se dos deuses.

O vinho é também o símbolo da revelação, da verdade. A embriaguez era considerada, ao mesmo tempo, um delírio
inebriante que paradoxalmente trazia lucidez. Não por acaso, o dramaturgo grego Aristófanes disse: "Rápido!
Tragamme vinho para que eu umedeça a minha mente e diga algo inteligente". A máxima enófila in vino veritas (no
vinho, a verdade), ilustra esta crença e a de que, ao beber do cálice de outra pessoa, descobrimos seus segredos, a
verdade.

Outra conotação, mais mundana, assumida pelo vinho foi a fertilidade. Como afrodisíaco, relaxando as barreiras
morais, a ligação entre vinho e sexo acabou tornando- se uma associação entre vinho e fertilidade. A mitologia
egípcia conta, por exemplo, que a deusa Ísis teria engravidado simplesmente por ter comido uma uva. Em algumas
civilizações da Antigüidade, moças, ao namorar, ofereciam ao futuro marido uma taça de vinho, considerandose, a
partir daí, firmemente comprometidas.
reprodução do original de Caravaggio
O deus romano do vinho, Baco, retratado por Caravaggio

Outras plantas têm ciclos semelhantes ao da videira, assim como outras bebidas provocam igual embriaguez. Não
está claro o porquê do fermentado de uvas ter recebido maior status. Talvez por seu teor alcoólico, superior ao da
cerveja e de outras bebidas da época, ou por suas qualidades como bebida, ou, ainda, por suas propriedades
terapêuticas, já reconhecidas desde então.

O vinho tornou-se, assim, um dos principais símbolos de quase todas as religiões pagãs da era pré-cristã. Era o
sangue da terra, o elixir da vida e a bebida da imortalidade. Foram erguidos templos, criadas festas e cunhadas
moedas com imagens de uvas ou parras. Sacrifícios, libações e oferendas em vinho incorporaram-se à cultura.
Algumas das principais divindades da Antigüidade eram deuses do vinho.

O cultivo da vinha era uma atividade sagrada. Muitos dos vinhateiros eram os próprios sacerdotes, que
determinavam, todos os anos, o dia sagrado da colheita e o dia em que se poderia beber o vinho novo. Juramentos
feitos com uma taça na mão tinham caráter divino. Bebia-se vinho à saúde dos amigos ou ao êxito nos combates. Ao
sorver a bebida sagrada com um inimigo, ele se tornava inatacável. Na China antiga, o vinho era usado como
remédio, assim como em rituais de sacrifício durante as dinastias Chang e Chou, cerca de 1100 anos a.C. Os chineses
conheciam o fermentado da uva antes do saquê. No taoísmo, o elixir da imortalidade levava, entre outras coisas,
ouro e vinho. Escritos ancestrais da Índia, de 2000 a.C., mencionam que o vinho era louvado como deus e remédio.
reprodução do original de Leonardo da Vinci
Na Última Ceia, Jesus Cristo escolheu o vinho como símbolo de seu sangue

A primeira civilização de grandes vinicultores foi, contudo, a egípcia. Há 6 mil anos este povo já considerava divino o
fermentado, uma dádiva de Osíris, deus da vida, da morte e do vinho.

Manual de Casamento Judaico


Tipo: WebSite Owned By: Anonymous Hacker Group / Autor: Redação do Portal Atos Dois
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Introdução: É importante entendermos que o casamento é uma ordenança de Deus, e, Ele cobra isso do homem que
foi feito à Sua imagem e semelhança. A Bíblia nos ensina que a instituição familiar é um projeto de Deus (Gn 2:18;
21-25 “Disse mais o SENHOR Deus: Não é bom que o homem esteja só; far-lhe-ei uma auxiliadora que lhe seja
idônea... Então, o SENHOR Deus fez cair pesado sono sobre o homem, e este adormeceu; tomou uma das suas
costelas e fechou o lugar com carne. E a costela que o SENHOR Deus tomara ao homem, transformou-a numa
mulher e lha trouxe. E disse o homem: Esta, afinal, é osso dos meus ossos e carne da minha carne; chamar-se-á
varoa, porquanto do varão foi tomada. Por isso, deixa o homem pai e mãe e se une à sua mulher, tornando-se os
dois uma só carne. Ora, um e outro, o homem e sua mulher, estavam nus e não se envergonhavam”).

O casamento passou por algumas alterações no decorrer dos tempos, muita coisa mudou. Coisas como valores
morais, princípios e deveres, que são os papeis desempenhados pela família, inclusive a própria cerimônia do
casamento em si, mudou. Hoje as igrejas evangélicas adotaram o modelo instituído por Roma e adotado pela igreja
católica. Onde o noivo entra primeiro e espera a noiva no altar

O QUE DEUS CONSIDERA COMO CASAMENTO BÍBLICO.

1- Deus apenas enxerga como casamento quando o casal é casado legalmente pelas leis civis do país.
2- Um casal é casado aos olhos de Deus quando eles tiverem algum tipo de cerimônia religiosa de casamento,
efetuado por um sacerdote ordenado e autorizado para isso, inclusive pelas leis civis.
3- Deus considera um casal como casados, quando há a consumação da relação sexual após a celebração legal da
cerimônia.
4- O casamento bíblico deve ser o chamado “casamento civil-religioso”. Onde os noivos dão entrada no cartório de
registros civis e pedem a certidão de habilitação do cartório para ser celebrado na igreja por um sacerdote.
O cartório deve liberar uma certidão chamada de “certidão de habilitação” que deve ficar em posse da igreja e
arquivada como documento legal de prova do casamento, e, a igreja deve passar os dados da certidão para um livro
chamado de “termo de casamento religioso” que contém duas vias iguais. Uma é destacável e após ser assinada no
ato da cerimônia pelos: sacerdote celebrante, os noivos e as testemunhas, deve ser levada ao cartório onde se deu
entrada, para ser legitimada e substituída pela certidão de casamento.
É bom lembrar que os noivos têm até trinta dias (30) após a data da celebração religiosa para apresentar ao cartório
o termo de casamento religioso, após esta data, o casamento religioso será anulado senão for apresentado o termo
de casamento religioso.
5- O casamento que não for antes registrado, reconhecido e liberado pelo juiz de direito para ser celebrado por um
sacerdote, não será considerado um casamento bíblico. Porque Deus respalda as leis de uma nação. Só a cerimônia
religiosa, sem o reconhecimento civil não tem validade para Deus. Portanto, em nosso ministério não celebraremos.
6- Quando estes princípios são respeitados pelo marido e esposa em boa harmonia como crentes nascidos de novo,
tem-se um casamento bíblico.
7- O conceito bíblico de casamento é o de unidade entre dois indivíduos, essa unidade é uma representação da
unidade do relacionamento de Cristo com Sua igreja.
TENDA (SUKÁ= Hebraico).
• Os noivos devem se casar em baixo de uma tenda, que pode ser armada dentro da igreja e enfeitada com as cores
da ornamentação. De preferência com duas cores apenas.
A origem da Suká: Este era um costume nos tempos antigos. Plantava-se um pinheiro quando nascia uma menina, e
um cedro quando nascia um menino. Quando eles se casavam, fazia-se a suká (uma espécie de tenda de ramos)
entrelaçando os galhos dessas duas árvores. Era símbolo de dois seres que cresceram separadamente, e, pelo
casamento, unem-se num só.

O USO DO VÉU PELA NOIVA.


• A noiva pode usar um véu durante a cerimônia. A tradição tem origem na história de Rebeca que se cobriu com um
véu, quando viu e aproximou-se do futuro marido, Isaac. (Gênesis 24:65)

A CERIMÔNIA RELIGIOSA.

1- PALAVRA PASTORAL DE BOAS VINDAS AOS CONVIDADOS.


O pastor deve saudar a igreja e desejar boas vindas a todos os presentes. Dizer que estão ali não apenas para
assistirem a uma cerimônia de casamento, mas para abençoarem aos noivos (deve falar os nomes).

2- ENTRADA DOS PAIS E PADRINOS (MÚSICA DE FUNDO).


Os pais e padrinhos devem entrar primeiro, trazendo os elementos simbólicos em vasilhas especificas preparadas
para este fim. Devem ir até o altar e entregar ao sacerdote que já estará no altar para cumprimentá-los e receber os
elementos e levá-los a mesa que estará preparada para isso. Assim que o sacerdote pegar cada elemento em suas
mãos, deve falar sobre o significado de cada um.

- O SIGNIFICADO DO PÃO: (Trazido pelos pais do noivo).


1- O pão e o vinho, sobretudo na antiguidade, foram a comida e bebida mais comum para muitos povos. Jesus Cristo
ao instituir a Santa Ceia se serviu dos alimentos mais comuns para simbolizar sua presença constante entre as
pessoas e em especial em um lar.

2- A instituição da Santa Ceia foi feita por Jesus, quando ofereceu o pão e o vinho aos seus discípulos dizendo:
"Tomai e comei, isto é o meu corpo... Isto é o meu sangue...".
3- O pão e o vinho são mais que um símbolo. É a presença real e verdadeira de Cristo junto ao seu povo, para perdão
vida e salvação. Sendo assim, ele representa a presença constante de Jesus nesta nova família que está sendo
formada.
4- Simbolicamente ao oferecer o pão, os pais estão entregando como herança eterna, aos noivos, a presença de
Jesus sempre em seu novo lar.
5- Na santa ceia, Jesus ensinou que os seus discípulos estivessem em comunhão constante, e em estreita amizade
com Ele e com o Pai. Portanto esse ato celebrava o inicio de uma Nova Aliança entre o homem e Deus.
6- No casamento o pão também representa o estabelecimento de uma nova aliança entre as duas famílias (a do
noivo e a da noiva), que estão sendo unidas pelo casamento dos seus filhos e a aliança entre os noivos e Deus.

- O SIGNIFICADO DO VINHO: (Trazido pelos pais da noiva).


1- O vinho é uma simbologia de liberdade, alegria e redenção mencionadas na Torá (livro que contém o Pentateuco,
que é composto pelos cinco primeiros livros da Bíblia. Entre os judeus é chamado de “Torá”, uma palavra da língua
hebraica que significa ensinamento, instrução, ou especialmente Lei).
2- O vinho dentro do casamento significa regeneração, perdão e restauração da família, caso algo desagradável
venha atingi-la. Ele representa o amor e o perdão de Deus através do sacrifício de Cristo dentro do casamento.

- O SIGNIFICADO DO AZEITE: (Trazido por um casal de padrinhos).


1- O Azeite é um símbolo de força espiritual e luz (provável analogia pelo fator combustível do azeite nas lâmpadas e
por ser uma das mais importantes fontes nutritivas do passado).
2- Na Bíblia, o azeite é utilizado como o símbolo da presença de Deus e do Espírito Santo
3- No casamento é um símbolo de santidade e pureza entre o casal. "Então Moisés tomou o azeite da unção, e ungiu
o tabernáculo, e tudo o que havia nele, e o santificou;" Levítico 8:10. Um lar cristão deve ser santo.

- O SIGNIFICADO DO LEITE: (Trazido por um casal de padrinhos).


1- O leite é um alimento que aparece simultaneamente ao nascimento de cada mamífero incluindo o homem. Em
cada fase da vida o leite é essencial, porque ele possui propriedades únicas e naturais, importantíssimas para
atender às necessidades específicas do organismo humano.
2- Biblicamente conclui-se que o leite, desde os primórdios, representa bem mais que um alimento, sendo o
primeiro contato do ser humano com o mundo e uma das principais fontes de alimentação para o seu
desenvolvimento.
3- Neste momento da vida dos noivos, o leite representa esse começo de vida nova a dois. Onde ambos estarão
iniciando em um novo mundo (o casamento), mas, assim como as novas crias crescem e se fortalecem sendo
alimentados pelo leite materno, o casal crescerá e se fortalecerá como família, criando seus filhos com saúde, beleza
e vigor.

- O SIGNIFICADO DO MEL: (Trazido por um casal de padrinhos).


1- O mel é um símbolo de coisas doces e agradáveis na vida. É o contrário do amargor, do dissabor que muitas vezes
tem sido experimentado pelo ser humano. Portanto o mel tem esse ato profético de representar apenas os
momentos prazerosos na vida da família.
2- O mel representa mais do que doçura por si só. É um dos atributos da terra de Israel que é descrita na Bíblia
como: “a terra do leite e mel”. Deste modo, o mel na mesa de uma família cristã, é uma simbologia do amor e
suprimento de Deus.
3- O significado do mel neste momento da vida dos noivos é o simbolismo de um "novo tempo doce". Doce significa
bom, precioso, agradável, satisfatório, sereno, seguro e que traga coisas prazerosas para o casal.

- O SIGNIFICADO DO SAL: (Trazido por um casal de padrinhos).


ATENÇÂO: O significado do sal só deve ser dito depois dos votos dos noivos, na hora do pacto do sal.
1- O sal está presente em rituais religiosos de diversas épocas e civilizações. Foi usado por gregos, romanos, asiáticos
e árabes. Nas crenças populares, ele é um ingrediente obrigatório para afastar energias negativas e mau-olhado. Em
várias culturas, acredita-se que o sal tem o poder de afastar espíritos malignos e as energias negativas. Por essa
razão, era oferecido aos deuses para afastar os demônios e muitos sacerdotes utilizavam-no nos rituais e nas
cerimônias religiosas. Entre os gregos, hebreus e árabes o sal é símbolo da amizade e da hospitalidade porque é
compartilhado e da palavra dada porque o sabor é indestrutível.
2- O sal como símbolo de incorruptibilidade, a aliança de sal descrita na bíblia, designa uma aliança entre Deus e o
homem que não pode se romper ou corromper (Lev 2:13).
3- Simbolicamente na Bíblia, quando diz que o sal é bom, o contexto refere–se às qualidades boas do sal que é de:
conservação, temperar, dar sabor, sarar feridas, impedir de putrificar. Também representa comunhão amigável e
boa hospitalidade, limpeza e fertilidade.
4- A aliança que Deus lembra em Levítico 2:13, é àquela que foi confirmada com sal com os sacerdotes em Números
25.12, 13. Quando o povo dava as ofertas e, quando os sacerdotes receberam tais ofertas, o sal junto às ofertas
significava que Deus lembrava a Sua aliança do sacerdócio perpétuo. Também lembrava os sacerdotes da
benignidade de Deus de estabelecer tal aliança de paz com eles. O sal no casamento representa a aliança de Deus
com o sacerdócio da família. Onde o marido é o sacerdote do lar.
5- A Bíblia exorta-nos a ter sal nas palavras (Colossenses. 4.6) ou nas nossas vidas (Marcos 9.49,50). O ensino é para
nos restringirmos àquilo que preserva boas maneiras, morais e virtudes na sociedade e nos relacionamentos.
Devemos ter sempre boas palavras para dizer ao nosso cônjuge, aos nossos filhos.
6- Devemos ser vigilantes para não deixar as influências externas extrair de nós essas belas qualidades virtuosas de
sermos bons cristãos. O casal deve ter sempre “sal” em seu relacionamento conjugal e nunca perder o sabor um do
outro.
7- O sal também significa unidade entre o casal. Agora eles são uma só carne. Um pertence ao outro. Significa que o
corpo do homem pertence à mulher e o corpo da mulher pertence ao homem e que não podem negar- se um ao
outro, salvo por consentimento mútuo.

- O SIGNIFICADO DA MENORA (CANDELABRO): (Trazida pela dama ou casal).


1- Não só para os Judeus como para algumas religiões cristãs. Cada vela da menorá simboliza um dos espíritos de
Deus descritos em Isaías 11.2,3 os quais são: o espírito de sabedoria, de entendimento, de conselho, de fortaleza, de
conhecimento, de temor ao Senhor e de prazer no Senhor.
2- Tanto no Judaísmo quanto no Cristianismo, o número sete representa a perfeição de Deus.
3- A luz da “Menorá” representa o Espírito Santo e a sua unção de consolador. (João 16: 7) e a presença constante da
glória de Deus (no hebraico Shekinah) na casa.
4- “Yeshua” (Jesus) é o candeeiro, pois Ele é a luz do mundo. E o número sete indica a perfeição do seu ofício de
iluminador do mundo. (João 1: 9) “A luz verdadeira que ilumina a todos os homens, estava vindo ao mundo.”
5- Na família não podem faltar a presença dos sete espíritos de Deus; a presença do Espírito Santo e a luz da
presença de Jesus.

- O SIGNIFICADO DO TRIGO: (Trazido por um casal de padrinhos).


1- Na bíblia o trigo é símbolo da prosperidade, da abundância, da fertilidade e da riqueza.
2- O trigo também indica sucesso no trabalho e conquistas na vida; representa autoridade e governo; colheita farta.
3- A família foi instituída por Deus para abençoar e ser abençoada na terra (Gn 12:3). Portanto o trigo presente no
ato do casamento é um símbolo profético importante.

3- LOUVOR (2 MÚSICAS CONGREGACIONAL).


Deve se cantar no máximo duas músicas congregacionais, para não estender muito a cerimônia.

4- ENTRADA DA DAMA COM A MENORÁ (caso tenha-usar uma música de fundo).


A dama deverá entrar com a menorá à frente da noiva. A dama pode entrar só ou com um par. E ambos devem ir até
ao altar, cumprimentar o sacerdote entregar a menorá e assentar-se em cadeiras antes reservadas para eles. A
menorá deverá estar com as velas acesas.

5- ENTRADA DA NOIVA (MÚSICA DE FUNDO).


1- A noiva deve entrar só e caminhar até ao altar e cumprimentar o sacerdote. Ela representa a igreja e na bíblia, é a
igreja que se atavia para esperar o noivo e não o noivo que se prepara para receber a noiva. Por isso a nova vem
antes do noivo.
2- Quando a menorá levada pela dama, entra na frente da noiva até ao altar, isso representa a plenitude de Deus,
um sinal profético de que a noiva está sendo conduzida ao altar pelo Espírito Santo de Deus para receber o noivo
escolhido por Ele para ela.

6- EXPLICAÇÃO: O PORQUÊ DA ENTRADA DA NOIVA ANTES DO NOIVO.


O sacerdote deve explicar aos convidados, a razão porque a noiva entra antes do noivo, uma vez que eles estão
acostumados com o modelo de casamento tradicional romano.

7- ENTRADA DO NOIVO (Deve ser com o toque do Shofar anunciando a chegada do noivo).
1- A entrada do noivo deve ser triunfal porque ele representa a pessoa do Senhor Jesus Cristo que vem buscar a sua
noiva- a igreja. Ao ouvir o toque do Shofar, a igreja deve aplaudir e dar brados de jubilo ao ver o noivo entrando e
caminhando até ao altar.
2- Quando o noivo estiver mais ou menos no centro da igreja ou salão, a noiva que está no altar, sai ao encontro do
noivo (Mt 25:6), simbolizando o encontro da igreja com Jesus nos ares. Ao se encontrarem a noiva beija o rosto do
noivo e este beija-lhe a mão e olhando para a noiva, o noivo dá três voltas em redor da noiva.

8- O SIGNIFICADO DAS TRÊS VOLTAS


1- O sacerdote deve explicar o que significa as três voltas. Para cada volta que noivo der em redor da noiva, o
sacerdote deve explicar o significado uma por uma. O noivo deve esperar o sinal do sacerdote para então dar a
próxima volta.
2- Após as três voltas os noivos seguem até ao altar, a noiva à direita do noivo (Sl 45:9;13-15). Isso significa que
assim como a igreja é legitima em sua autoridade e governo na terra, assim a esposa é legítima em sua autoridade e
autenticidade como esposa. Ela passa a ser única na vida do noivo.
3- Os noivos devem se sentar em cadeiras ao lado do altar à direita do sacerdote e de frente para o publico.

1- A VOLTA DO AMOR
A- Significa que o amor deve ser o vinculo maior entre o casal. Assim como Cristo amou a igreja e se entregou por ela
(Ef 5:25), assim o marido deve amar a sua esposa e cuidar dela. O marido deve envolvê-la com o seu amor, com o
seu carinho e afeto.

2- A VOLTA DA FIDELIDADE
A- A fidelidade entre o casal deve ser um pacto inviolável. Assim como Cristo é fiel a Deus e a sua igreja, o marido
deve ser fiel a sua esposa em todos os aspectos. A fidelidade envolve sinceridade, transparência, compromisso,
verdade, honestidade e firmeza de caráter. Se existe isso na família, esta estará protegida e consolidada.
3- A VOLTA DA PROTEÇÃO E CUMPLICIDADE
A- A família precisa estar coberta e bem protegida. Deus protege a igreja como a menina dos Seus olhos, assim
também o marido deve proteger a sua esposa. Mas a proteção dentro do casamento deve ser mútua, ambos tem a
responsabilidade de proteger um ao outro, isso é cumplicidade entre o casal. Os cônjuges não devem descobrir o seu
lar por nada.

9- A DANÇA DOS NOIVOS (opcional – um casal pode dançar ou mesmo uma ou duas moças).
É importante que haja este momento, embora não seja uma obrigação na cerimônia. Mas nos casamentos judeus
sempre há a dança dos noivos, feita pelos próprios noivos.

10- MENSAGEM (opcional porque as explicações de cada símbolo já é uma boa mensagem)

11- ENTRADA DAS ALIANÇAS (uma pessoa ou casal pode entrar com as alianças -música de fundo),
As alianças devem ser entregues ao sacerdote, que deverá ungi-las com o óleo da unção.

12- DECLARAÇÕES E VOTOS DOS NOIVOS.


1- Após a entrada das alianças, o sacerdote chamará os noivos a ficarem em pé diante dele, tomará as alianças e
entregará a aliança da noiva na mão do noivo e perguntará à noiva se ela está disposta a receber o noivo por seu
legítimo esposo?
2- Então o sacerdote pedirá para que o noivo repita com ele as seguintes palavras: “Este anel é o símbolo da minha
aliança, do meu amor e fidelidade para com você (deverá dizer o nome da noiva). Ele é o meu penhor diante de
Deus, do sacerdote e das testemunhas presentes. Através dele eu a tomo por minha legítima esposa para viver com
você segundo o que foi ordenado por Deus na santa instituição do casamento, e, prometo amá-la, honrá-la, consolá-
la e protegê-la na enfermidade ou na saúde, na prosperidade ou na adversidade e me manterei fiel a você, enquanto
nós dois vivermos” e colocará a aliança no dedo esquerdo da noiva.
3- Em seguida o sacerdote entregará a aliança do noivo à noiva e perguntará ao noivo se ele está disposto a receber
a noiva por sua legítima esposa?
4- Então o sacerdote pedirá para que a noiva repita com ele as seguintes palavras: “Este anel é o símbolo da minha
aliança, do meu amor e fidelidade para com você (deverá dizer o nome do noivo). Ele é o meu penhor diante de
Deus, do sacerdote e das testemunhas presentes. Através dele eu o tomo por meu legítimo esposo para viver com
você segundo o que foi ordenado por Deus na santa instituição do casamento, e, prometo amá-lo, honrá-lo, ajudá-
lo, respeitá-lo e cuidar de você na enfermidade ou na saúde, na prosperidade ou na adversidade e me manterei fiel a
você, enquanto nós dois vivermos” e colocará a aliança no dedo esquerdo do noivo.
5- Então o sacerdote pode pedir que o noivo beije a noiva, como um símbolo do selo desta união.

13- PACTO DO SAL (LV 2:13)


1- Este é o momento em que o sacerdote chamará os noivos e colocará um pouco de sal em duas vasilhas pequenas
e transparentes de preferência, e entregará uma para cada um dos noivos. Então pedirá que juntem as porções em
uma só. Isso significa que ambos agora, são uma só carne, e, então explicará o significado do sal.

14- CEIA E QUEBRA DA TAÇA.


1- Depois do pacto do sal, o sacerdote ministrará a ceia para o casal e seguirá a ordem seguinte: Primeiro o noivo dá
o pão e o vinho para a noiva e depois ela faz o mesmo com ele.
2- Durante a ceia os noivos bebem da mesma taça de vinho e o noivo esmaga a taça com o pé (ou quebra com um
porrete) após beber o vinho, enquanto os convidados desejam felicidades e podem aplaudir.
3- A interpretação deste ato é que a quebra da taça simboliza um rompimento com a vida passada dos noivos. O
casal ingressa no casamento sem quaisquer sentimentos de culpa que poderiam prejudicar seu relacionamento.
Esquecimento de qualquer outro relacionamento que porventura tenham tido antes de se conhecerem e decidirem
unir-se pelos laços do casamento.
4- Este ato de quebrar a taça, significa fechar as brechas na vida do casal e em sua aliança, que nenhuma outra
pessoa poderá beber naquela taça (nenhum outro homem e nenhuma outra mulher poderá entrar neste
relacionamento para desfazê-lo).

15- ORAÇÃO E BENÇÃO SACERDOTAL SELANDO O CASAMENTO.


1- Então o sacerdote pedirá para que os noivos se ajoelhem um de frente para o outro e ministrará sobre eles com
imposição de mãos, ungindo-os com o óleo da unção. Abençoará e selará a união diante de Deus.
2- Ele poderá chamar também outros sacerdotes presentes para abençoarem a união do casal.
3- O sacerdote deve chamar os pais dos noivos também para liberarem palavras de bênçãos e o sacerdote pode falar
e eles repetirem palavras anulando toda e qualquer maldição, que porventura existam sobre os seus filhos. Pois é
muito importante que neste momento, os pais liberem a vida e abençoem seus filhos publicamente para a nova vida
que eles estarão iniciando.

16- ASSINATURA DO LIVRO.


1- Depois da oração, o sacerdote pedirá que os noivos se levantem e assinem o livro do contrato do casamento, pois
eles só serão considerados casados legalmente diante da lei, quando assinarem o livro de contrato do casamento.
2- Após a assinatura de todos, então o sacerdote se voltará para os noivos e congregação e dirá: com a autoridade
que me é concedida por Deus, pela lei do nosso país e pela igreja do Senhor Jesus Cristo: “Eu os declaro marido e
mulher, casados para sempre”!
3- O sacerdote dirá aos convidados que fiquem de pé porque os noivos sairão e receberão os cumprimentos deles
após o término da cerimônia.

17- A OFERTA COMO SEMENTE PARA A NOVA FAMÍLIA


1- É costume entre os judeus darem uma oferta como semeadura para a nova família que está iniciando. Eles
acreditam que quando ofertam como semeadura para uma família que se inicia, a benção do Deus que criou a
família virá sobre eles (Gn 12:3). Eles traziam seus presentes para a nova família.
2- Antes de saírem, os noivos devem estar com uma cesta na mão e cada convidado que quiser semear e receber a
benção da nova família, deve vir a frente e deixar a sua oferta dizendo: “Eu os abençôo”! E os Noivos devem dizer:
“Nós o abençoamos com a benção do Deus de Abraão”!
3- Depois que recolherem a oferta os noivos devem entregar para uma pessoa de sua confiança que deverá contar o
dinheiro e entregar-lhes no momento oportuno. Isso substitui a “simpatia” do pedaço da gravata que não tem nada
de benção.

18- SAÍDA DOS NOIVOS E BENÇÃO FINAL.


Quando os noivos estiverem depois do meio da igreja, o sacerdote deverá chamá-los pelos nomes e dirá: “AQUILO
QUE O SENHOR UNIU HOMEM NENHUM O SEPARE” VÃO NA PAZ DO NOSSO BOM DEUS!

19- OS NOIVOS RECEBEM OS CUMPRIMENTOS DOS CONVIDADOS.


Os noivos podem cumprimentar os convidados nas mesas para não tumultuar o ambiente, uma vez que todos
querem falar e tirar fotos etc.com os noivos

ROTEIRO DE CASAMENTO BÍBLICO (JUDÁICO)

1- ENTRADA DOS PAIS E PADRINOS (MÚSICA DE FUNDO)


- PÃO: os pais do noivo
- VINHO: Os pais da noiva
- AZEITE: Padrinhos
- LEITE: Padrinhos
- MEL: Padrinhos
- SAL: Padrinhos

2- PALAVRA PASTORAL DE BOAS VINDAS AOS CONVIDADOS.

3- LOUVOR (2 MÚSICAS CONGREGACIONAL)

4- ENTRADA DA DAMA COM AS PÉTALAS DE ROSA (caso tenha- música de fundo)

5- ENTRADA DA NOIVA (MÚSICA DE FUNDO)

6- EXPLICAÇÃO: O PORQUÊ DA ENTRADA DA NOIVA ANTES DO NOIVO


7- ENTRADA DO NOIVO (MÚSICA DE FUNDO)

8- EXPLICAÇÃO SOBRE O PORQUÊ DAS TRÊS VOLTAS


1- A VOLTA DO AMOR
2- A VOLTA DA FIDELIDADE
3- A VOLTA DA PROTEÇÃO E CUMPLICIDADE

9- A DANÇA DOS NOIVOS (opcional – um casal pode dançar ou mesmo uma ou duas moças)

10- MENSAGEM (opcional porque as explicações de cada símbolo já é uma boa mensagem)

11- ENTRADA DAS ALIANÇAS (uma pessoa ou casal pode entrar com as alianças -música de fundo)

12- DECLARAÇÕES E VOTOS DOS NOIVOS

13- PACTO DO SAL (LV 2:13)

14- CEIA E QUEBRA DA TAÇA

15- ORAÇÃO E BENÇÃO SACERDOTAL SELANDO O CASAMENTO

16- ASSINATURA DO LIVRO

17- A OFERTA COMO SEMENTE PARA A NOVA FAMÍLIA

18- SAÍDA DOS NOIVOS E BENÇÃO FINAL (“AQUILO QUE O SENHOR UNIU, HOMEM NENHUM O SEPARE”)

19- OS NOIVOS RECEBEM OS CUMPRIMENTOS DOS CONVIDADOS

PROVIDENCIAR:

1- VINHO
2- UMA TAÇA VIRGEM
3- UMA TOLHINHA PARA ENVOLVER A TAÇA
4- UM PORRETE DE MADEIRA (PARA QUEBRAR A TAÇA)
5- 2 VASINHOS E UM POUCO DE SAL
4- CD COM AS MÚSICAS
6- MENORAH (CANDELABRO – OPICIONAL)
7- TRIGO
8- PÃO
9- UMA MESA PARA COLOCAR ESSAS COISAS NO ALTAR
10- LIVRO DE TERMO DE CASAMENTO
11- UMA CANETA ESFEROGRÁFICA PARA A ASSINATURA DO LIVRO
12- PROVIDENCIAR UMA “TENDA” (SUKÁ)

O Cristão e o Vinho
Autor: Walter Andrade Campelo

"Portanto, quer comais quer bebais, ou façais outra qualquer coisa, fazei tudo para glória de Deus. Portai-vos de
modo que não deis escândalo nem aos judeus, nem aos gregos, nem à igreja de Deus." (I Coríntios 10:31-32 ACF1)
Introdução
Muito se tem falado sobre o uso de bebidas alcoólicas por parte dos cristãos. Alguns têm defendido ardorosamente
que "um pouco" de álcool de modo algum é prejudicial, e que beber com moderação é recomendado pelas
escrituras. Já outros se posicionam em campo oposto, rejeitando completamente o uso de bebidas alcoólicas, mas
por vezes ficam desarmados frente a várias passagens bíblicas que, frente a um exame superficial, autorizariam o
uso do vinho.

Este grave problema que se põe, a aparente contradição das escrituras que ora repudiam e ora enaltecem o uso do
vinho, faz com que passagens bíblicas possam ser interpretadas de acordo com propósitos colocados nos corações
daqueles que as lêem, não levando em conta o propósito divino com que foram escritas, propósito este que deve ser
devidamente obtido através do contexto teológico, histórico, gramatical, usando-se assim de perfeita exegese
bíblica.

Frente a esta caótica situação vem este estudo se propor a analisar profundamente a questão do vinho nas
escrituras sagradas e sua influência na vida dos cristãos.
Os problemas causados pela ingestão de bebidas alcoólicas

Inúmeros são os problemas causados na vida das pessoas pela ingestão de bebidas alcoólicas. Estes problemas
afetam desde o convívio social do indivíduo até a manutenção de sua vida e de pessoas próximas. Existem
estatísticas alarmantes sobre o desastre causado na vida das pessoas pelo consumo do álcool, que o tornam o
inimigo público número um, chegando a matar 25 vezes mais que todas as drogas ilegais juntas!

O álcool pode atingir todos os tecidos do organismo célula por célula, pelo fato de ser completamente miscível em
água, causando com isto inúmeras desordens físicas e psíquicas. O uso do álcool pode provocar aumento de peso,
dependência química, impotência sexual, vários tipos de câncer e pode estimular o surgimento de outras doenças
físicas graves, como por exemplo, úlceras, cirrose hepática, hepatite alcoólica e a esteatose hepática.

Foi comprovada uma relação direta entre o aumento do número de homicídios e o aumento do consumo de bebidas
alcoólicas no Brasil. Segundo o IBGE, o consumo de cerveja passou de 25 litros por habitante para 48,4 litros por
habitante entre 1979 e 1999, havendo um aumento do número de homicídios por 100.000 habitantes em
quantidade proporcionalmente equivalente. Segundo o Núcleo de Estudos da Violência da USP a receita mais
comum para um assassinato é uma arma na mão e alguns goles de qualquer bebida alcoólica na cabeça. Segundo o
mesmo estudo, 40% dos assassinatos ocorrem sob a influência de bebidas alcoólicas.

Além disto, o álcool está envolvido em 65% dos afogamentos, 22% dos acidentes domésticos, 77% das quedas, 40%
dos assaltos, 35% dos crimes sexuais e em 30% dos suicídios.

O uso de álcool está também estreitamente ligado às mortes por acidentes de trânsito. Segundo estudos feitos a
partir de dados obtidos no Instituto Médico Legal do Estado de São Paulo no ano de 1999, foi constatada alcoolemia
positiva em 47% das vítimas fatais de trânsito, e deste total, 96,8% estavam com um teor alcoólico em seu sangue
acima de 0,6 g/litro (limite máximo estabelecido pelo Código Nacional de Trânsito).

Nos Estados Unidos, os custos financeiros causados por acidentes envolvendo indivíduos alcoolizados somaram em
1994 a exorbitante quantia de 45 bilhões de dólares, havendo mais de 13.560 mortos e 1,73 milhões de feridos!

Dados indicam também que uma em cada quatro famílias tem em seu seio problemas relacionados ao uso do álcool,
como crianças com deficiências mentais, divórcios, violência no lar, doenças, crimes e mortes.

São números impressionantes, e levam à conclusão que a ingestão de bebidas alcoólicas é um dos mais sérios
problemas da humanidade e tem causado o infortúnio e a derrota de milhões de pessoas.
Origem e significado da palavra vinho

Hoje a palavra vinho passou a ter um único significado, qual seja o líquido resultante da fermentação etílica da uva,
ou de outras frutas, conforme pode-se observar pela definição encontrada no dicionário Michaelis:

Líquido alcoólico, resultante da fermentação do sumo da uva ou ainda de outros frutos.


Licor fermentado que se extrai dos vegetais.
Mas, cabe aqui uma análise mais profunda sobre a origem da palavra "vinho", isto porque esta palavra não teve
sempre este único significado, como fazem supor alguns.

A palavra vinho origina-se da palavra latina vinum, que por sua vez tem origem na palavra grega oinos. Retirando-se
os sufixos tem-se os radicais de cada palavra:

oin(os) = oin
vin(um) = vin
vin(ho) = vin

Nota-se assim a clara ascendência etimológica da palavra vinho, e fica patente sua origem na palavra latina vinum
que tem o mesmo significado da palavra grega que a originou: oinos.

Segundo o léxico de latim de Lewis & Short, os significados da palavra "vinum" são:

Uvas. Vinum pendens (vinho pendente), conforme encontrado na obra de Márcio Plauto, Trinummus
Videira, vinha
Vinho feito de uvas, vinho frutado.

A primeira e a segunda definições fazem a própria fruta, a uva, e a planta, a videira, serem também vinho.

No Thesaurus Linguae Latinae tem-se as definições da palavra "vinum" suportadas pelo conteúdo das obras de
diversos autores clássicos. Entre estas definições duas chamam atenção: Aigleuces vinum ("vinho doce") e Defrutum
vinum ("vinho fervido"), ambas são descritas como vinhos não fermentados (não alcoólicos).

Já o Phraseologia Generalis define a palavra latina "mustum" (mosto) como "vinho novo", e a frase vinum pendens
como "vinho ainda no pé". Vale aqui ressaltar a definição atual da palavra mosto, conforme o dicionário Michaelis,
qual seja:

Sumo da uva, antes de se completar a fermentação.


Suco, em fermentação, de qualquer fruta que contenha açúcar.

Mosto virgem: sumo que corre das uvas e outras frutas, antes de serem pisadas.

Também se nota na palavra mosto a perda do significado original que seria "o suco fresco de uvas".

Aristóteles em seu livro Metereologica informa o sentido da palavra oinos (vinho) ao definir glukus, um suco de uvas
adocicado, da seguinte forma: "embora chamado vinho (oinos), ele não tem os efeitos do vinho, apesar de ter o
sabor do vinho ele não intoxica como o vinho comum". Em outra passagem Aristóteles diz o seguinte: - "Alguns tipos
de vinho (oinos), como por exemplo o mosto (gleukos), se solidificam quando fervidos".

Na Septuaginta, tradução do Velho Testamento do hebraico para o grego, os tradutores com grande freqüência
traduziram a palavra hebraica "tirosh" que significa suco de uvas fresco como oinos (vinho) sem qualquer
adjetivação, mesmo havendo uma palavra que alguns poderiam afirmar ser "uma melhor tradução" para o suco de
uvas fresco, no caso gleukos (mosto). Estes fatos indicam de forma inequívoca a qualquer que se proponha a estudar
de forma séria esta questão que a melhor tradução para "suco de uvas recém espremido" em grego é mesmo oinos
(vinho).

Assim temos demonstrado que as palavras que deram origem à palavra "vinho" devem ser interpretadas tanto como
suco de uvas não fermentado, quanto como suco de uvas fermentado.

Sob esta ótica, a palavra "vinho" deveria ter este mesmo significado. Mas, o que se observa é a palavra vinho
significando somente o suco de uvas com fermentação etílica. Deduz-se desta forma que em algum ponto do nosso
passado houve uma mudança no significado original da palavra. O Dicionário luso-brasileiro Lello Universal traz
várias definições para o vinho, sendo uma delas a do "vinho abafado" como sendo: "o vinho doce proveniente de
uma fermentação parcial do mosto, sustada pelo calor, ou pelo anidrido sulfuroso ou por outro processo que não
altere o valor higiênico do vinho, mas em que não intervenha a alcoolização." Este dicionário apesar de indicar o
vinho como sendo "bebida alcoólica que se obtém da fermentação, total ou parcial, do sumo de uvas frescas
(mosto)" traz uma exceção, o vinho abafado, que é um vinho não alcoólico, bem como resgata o significado original
de mosto: "sumo de uvas frescas".

No dicionário Melhoramentos de 1970 e no dicionário Globo de 1956 tem-se basicamente a mesma definição de
vinho encontrada hoje no dicionário Michaelis, o que indica a necessidade de posicionamento da pesquisa ainda
mais no passado:

O Dicionário Prático da Língua Nacional (J. Mesquita de Carvalho) de 1945 incrivelmente não traz a descrição da
palavra vinho, tão somente a da palavra vinha, indicando contudo o vinho como sendo seu cognato.
O Dicionário Etimológico da Língua Portuguesa por Antenor Nascentes de 1932, indica a origem da palavra vinho
na palavra latina vinum, e indica vinho como sendo, entre outros, sinônimo de videira.
No Diccionario da Lingua Portugueza de José da Fonseca (por J. I. Roquete) de 1848 encontra-se a seguinte
definição de vinho: "liquor extrahido da uva". Procurando-se no mesmo dicionário a definição da palavra liquor tem-
se as seguintes definições: "1. Substância fluida e líquida; 2. Bebida espirituosa".

Desta forma a definição original da palavra vinho na língua portuguesa é:

Substância fluida e líquida extraída da uva.


Bebida espirituosa extraída da uva.

Significado da palavra hebraica yayin

A palavra hebraica yayin tem rigorosamente o mesmo significado da palavra latina vinum e da palavra grega oinos,
como pode ser visto pelos seus radicais:

(ya)yin
oin(os)
vin(um)
yin = oin = vin

A Encyclopaedia Judaica de 1971 apresenta uma descrição dos diversos usos da palavra yayin, entre eles cabe
destaque a alguns que permitem que seus diversos significados fiquem claros:
yayin mi-gat O vinho recém espremido antes da sua fermentação (vinho novo)
yayin yashan O vinho fermentado do ano anterior (vinho velho)
yashan noshan O vinho fermentado com três anos ou mais (vinho muito velho)

Tem-se que a palavra yayin a exemplo de oinos e vinum tanto pode ser utilizada para referenciar vinho com
fermentação etílica quanto vinho não fermentado.
Traduções da Bíblia

A tradução da Bíblia de João Ferreira de Almeida foi desenvolvida no decorrer do século XVII, e a este tempo a
palavra vinho ainda mantinha o seu significado original, ou seja, suco de uvas fermentado ou não, tal qual as
palavras que estavam sendo traduzidas do grego e do hebraico, oinos e yayin, respectivamente.

Não cabe, portanto, qualquer argumentação sobre a palavra vinho significar, na Bíblia, somente o suco de uvas
fermentado, pois como ficou demonstrado, esta palavra é utilizada para definir todos os líquidos obtidos a partir da
uva.
O Vinho no Velho Testamento

Neste ponto é importante verificar como o Velho Testamento trata a questão do vinho, tanto com relação ao vinho
fermentado quanto ao não fermentado.
O vinho fermentado
Não há dúvida que com grande freqüência a palavra yayin é utilizada referindo-se ao vinho fermentado no Velho
Testamento. Mas invariavelmente, quando ocorre com este significado, diz respeito aos efeitos maléficos resultantes
do uso do vinho e à sua conseqüente condenação divina.

A primeira referência aos efeitos causados pelo uso do vinho fermentado está em Gênesis 9:20-21 (ACF):

"E começou Noé a ser lavrador da terra, e plantou uma vinha. E bebeu do vinho, e embebedou-se; e descobriu-se no
meio de sua tenda."

Um pouco mais adiante na história da humanidade a Bíblia relata o caso das filhas de Ló quando após a destruição
de Sodoma e Gomorra embebedaram o pai para deitarem-se com ele:

"Vem, demos de beber vinho a nosso pai, e deitemo-nos com ele, para que em vida conservemos a descendência de
nosso pai. E deram de beber vinho a seu pai naquela noite; e veio a primogênita e deitou-se com seu pai, e não
sentiu ele quando ela se deitou, nem quando se levantou. E sucedeu, no outro dia, que a primogênita disse à menor:
Vês aqui, eu já ontem à noite me deitei com meu pai; demos-lhe de beber vinho também esta noite, e então entra
tu, deita-te com ele, para que em vida conservemos a descendência de nosso pai...E deram de beber vinho a seu pai
também naquela noite; e levantou-se a menor, e deitou-se com ele; e não sentiu ele quando ela se deitou, nem
quando se levantou" (Gênesis 19:32-33,35 ACF)

Já a passagem a seguir mostra a completa desaprovação de Deus ao uso do vinho, claramente referindo-se ao vinho
fermentado com sua coloração resplandecente e suave escoar:

"Para quem são os ais? Para quem os pesares? Para quem as pelejas? Para quem as queixas? Para quem as feridas
sem causa? E para quem os olhos vermelhos? Para os que se demoram perto do vinho, para os que andam buscando
vinho misturado. Não olhes para o vinho quando se mostra vermelho, quando resplandece no copo e se escoa
suavemente. No fim, picará como a cobra, e como o basilisco morderá. Os teus olhos olharão para as mulheres
estranhas, e o teu coração falará perversidades. E serás como o que se deita no meio do mar, e como o que jaz no
topo do mastro. E dirás: Espancaram-me e não me doeu; bateram-me e nem senti; quando despertarei? aí então
beberei outra vez." (Provérbios 23:29-35 ACF)

O Rei Salomão, inspirado por Deus, apresentou acima vários resultados ruins decorrentes do uso do vinho, mas faz
especial menção ao vício, pois apesar da pessoa saber que sofreu graves conseqüências devidas à embriaguez, torna
a ter o firme propósito de repetir a carraspana.

Vários são os alertas sobre os resultados do uso do vinho fermentado no Velho Testamento:

O vinho causa excitação:

"Então, o Senhor despertou como de um sono, como um valente que o vinho excitasse." (Salmo 78:65 ACF)
O vinho faz cambalear:

"Andam e cambaleiam como ébrios, e perderam todo o tino." (Salmo 107:27 ACF)
O vinho é zombador:

"O vinho é escarnecedor, a bebida forte alvoroçadora; e todo aquele que neles errar nunca será sábio."
(Provérbios 20:1 ACF)
O vinho leva à indigência:

"O que ama os prazeres padecerá necessidade; o que ama o vinho e o azeite nunca enriquecerá." (Provérbios
21:17 ACF)
O vinho faz com que o que bebe se fira:

"Como o espinho que entra na mão do bêbado, assim é o provérbio na boca dos tolos." (Provérbios 26:9 ACF)
O vinho faz com que se rejeite a obra de Deus:
"Ai dos que se levantam pela manhã, e seguem a bebedice; e continuam até à noite, até que o vinho os esquente!
E harpas e alaúdes, tamboris e gaitas, e vinho há nos seus banquetes; e não olham para a obra do SENHOR, nem
consideram as obras das suas mãos. Portanto o meu povo será levado cativo, por falta de entendimento; e os seus
nobres terão fome, e a sua multidão se secará de sede." (Isaías 5:11-13 ACF)
O vinho faz errar:

"Mas também estes erram por causa do vinho, e com a bebida forte se desencaminham; até o sacerdote e o
profeta erram por causa da bebida forte; são absorvidos pelo vinho; desencaminham-se por causa da bebida forte;
andam errados na visão e tropeçam no juízo." (Isaías 28:7 ACF)

Em todos os casos fica patente o alerta divino sobre os malefícios causados pelo vinho etílico, vemos que a Palavra
de Deus dá claras ordens com relação à não utilização deste tipo de vinho, cabe então ao homem obedecer ou não à
vontade de Deus.
O vinho não fermentado

Referências ao vinho não fermentado não são tão claramente documentadas na Bíblia quanto as condenações ao
intoxicante vinho fermentado. Mas, é sempre possível chegar-se ao verdadeiro significado das palavras utilizadas
através do contexto em que se encontram.

Nas passagens a seguir a palavra "vinho" tem o significado óbvio de "vinho não fermentado", vejamos:

"Ele amarrará o seu jumentinho à vide, e o filho da sua jumenta à cepa mais excelente; ele lavará a sua roupa no
vinho, e a sua capa em sangue de uvas." (Gênesis 49:11 ACF)

Apesar desta ser uma passagem profética, as figuras apresentadas são verídicas. Nesta passagem Jacó está
abençoando a seus filhos e Judá irá amarrar o seu jumentinho à vide e lavará a sua roupa no vinho.

Fica claro que não haveria como Judá extrair vinho fermentado diretamente da vide. E mais, a construção "sangue
de uvas", em hebraico, é sinônima de vinho, e sangue de uvas é sim suco de uvas recém espremido, ou em outras
palavras, vinho não fermentado.

"Então Abigail se apressou, e tomou duzentos pães, e dois odres de vinho, e cinco ovelhas guisadas, e cinco medidas
de trigo tostado, e cem cachos de passas, e duzentas pastas de figos passados, e os pôs sobre jumentos." (I Samuel
25:18 ACF)

Nesta passagem Abigail preparou grandes provisões para entregar a Davi que vinha para vingar a afronta recebida
de Nabal, marido de Abigail. O que chama a atenção na passagem acima é a disparidade entre as quantidades de
mantimentos e os dois odres de vinho. Esta grande diferença de quantidade surge como clara indicação de que o
vinho estava em forma de suco de uva concentrado (fervido), o qual para ser bebido deveria ser reconstituído com
água. Este era um método muito comum de preservação do suco de uvas na antigüidade. Pode-se ver a mesma
discrepância de quantidades na passagem a seguir:

"E passando Davi um pouco mais adiante do cume, eis que Ziba, o servo de Mefibosete, veio encontrar-se com ele,
com um par de jumentos albardados, e sobre eles duzentos pães, com cem cachos de passas, e cem de frutas de
verão e um odre de vinho." (II Samuel 16:1 ACF)

"Naquele dia haverá uma vinha de vinho tinto; cantai-lhe. Eu, o SENHOR, a guardo, e cada momento a regarei; para
que ninguém lhe faça dano, de noite e de dia a guardarei." (Isaías 27:2-3 ACF)

Esta é outra passagem profética, sobre uma vinha cuidada diretamente pelo Senhor. A palavra hebraica traduzida
aqui como vinho tinto é rmx (chemer) que significa literalmente vinho puro ou vinho ainda por ser fervido, clara
referência ao suco fresco de uvas.

"Já se consumiram os meus olhos com lágrimas, turbadas estão as minhas entranhas, o meu fígado se derramou pela
terra por causa do quebrantamento da filha do meu povo; pois desfalecem o menino e a criança de peito pelas ruas
da cidade. Ao desfalecerem, como feridos, pelas ruas da cidade, ao exalarem as suas almas no regaço de suas mães,
perguntam a elas: Onde está o trigo e o vinho?" (Lamentações de Jeremias 2:11-12 ACF)
Nesta passagem o menino e a criança de peito desfalecendo no regaço de suas mães perguntam pelo seu alimento
costumeiro, qual seja, pão e vinho. Não se pode de maneira alguma aceitar que este vinho seja o intoxicante vinho
com fermentação etílica, mas sim, e sem qualquer dúvida, o puro suco da vide.

Na passagem que se segue o vinho é claramente um produto da terra e uma benção dada àqueles que servem a
Deus. É interessante notar que os lagares, que são tanques nos quais se espremem e reduzem a líquido as uvas,
venham a transbordar de vinho, que sendo suco de uvas recém espremidas é por conseguinte vinho não
fermentado:

"Honra ao SENHOR com os teus bens, e com a primeira parte de todos os teus ganhos; e se encherão os teus
celeiros, e transbordarão de vinho os teus lagares." (Provérbios 3:9-10 ACF)

O Velho Testamento coloca o vinho não fermentado, seja o suco concentrado de uvas, seja o suco fresco de uvas,
como uma bênção aos que temem a Deus e fazem a Sua vontade.
O Vinho no Novo Testamento

A crença popular de que Jesus Cristo, apesar de não ter sido um beberrão, tinha o hábito de beber moderadamente
vinho alcoólico, e não só isto, mas que tenha também produzido deste vinho em grande quantidade nas bodas de
Caná, tem moldado a opinião e a forma de agir de muitos cristãos quanto ao hábito de tomar bebidas fermentadas
ou destiladas. A posição é esta: - "Se Cristo fez, recomendou e tomou vinho alcoólico, os cristãos devem seguir o Seu
exemplo".
As bodas de Caná (João 2)

Ao analisar esta passagem é importante ter em mente qual o objetivo de Jesus ao realizar o milagre da
transformação de água em vinho, qual fosse manifestar a Sua glória como Filho de Deus e despertar a confiança dos
seus discípulos na Sua capacidade de salvar o seu povo do pecado:

"Jesus principiou assim os seus sinais em Caná da Galiléia, e manifestou a sua glória; e os seus discípulos creram
nele." (João 2:11 ACF)

Partindo deste princípio, crer que Jesus, sabendo que os convidados já "haviam bebido muito" (v.10), criou vários
litros de vinho alcoólico (entre 383,28 e 574,92 litros) desrespeitando desta forma a clara vontade de Deus, é algo
além da mais desvairada imaginação:

"Não bebereis vinho nem bebida forte, nem tu nem teus filhos contigo, quando entrardes na tenda da congregação,
para que não morrais; estatuto perpétuo será isso entre as vossas gerações; e para fazer diferença entre o santo e o
profano e entre o imundo e o limpo, e para ensinar aos filhos de Israel todos os estatutos que o SENHOR lhes tem
falado por meio de Moisés." (Levítico 10:9-11 ACF)

"O vinho é escarnecedor, a bebida forte alvoroçadora; e todo aquele que neles errar nunca será sábio." (Provérbios
20:1 ACF)

"Não olhes para o vinho quando se mostra vermelho, quando resplandece no copo e se escoa suavemente"
(Provérbios 23:31 ACF)

É inimaginável o Senhor Jesus iniciar seu ministério contrariando de tal forma a vontade do Pai, e contribuindo
decisivamente para a embriaguez das pessoas presentes àquela festa:

"Ai daquele que dá de beber ao seu companheiro! Ai de ti, que adiciona à bebida o teu furor, e o embebedas para
ver a sua nudez!" (Habacuque 2:15 ACF)

Os modernos pesquisadores estão alertando a respeito da síndrome fetal do álcool, que é um grupo de defeitos
físicos e mentais no nascimento, resultantes do consumo de álcool durante a gravidez. Estes defeitos incluem atraso
mental, déficit de crescimento, mau funcionamento do sistema nervoso, anomalias cranianas e desajustes de
comportamento.
Segundo a OMS2, a cada ano, no mundo, nascem 12.000 bebês com a síndrome fetal do álcool. Alguns sintomas
podem não tornarem-se óbvios até que o bebê atinja uma idade entre 3 e 4 anos, contudo, seus efeitos são
irreversíveis.

E sendo Jesus Cristo o Filho de Deus, não seria questionar sua divindade, sabedoria e discernimento entre o bem e o
mal afirmar que Ele teria servido vinho intoxicante em uma festa de casamento?

Fica claro aqui que o que Cristo fez foi sim o bom e puro vinho, isto é, o natural e saudável suco de uvas.
Os odres novos

"E ninguém deita vinho novo em odres velhos; de outra sorte o vinho novo romperá os odres, e entornar-se-á o
vinho, e os odres se estragarão; mas o vinho novo deve deitar-se em odres novos, e ambos juntamente se
conservarão. E ninguém tendo bebido o velho quer logo o novo, porque diz: Melhor é o velho." (Lucas 5:37-39 ACF)

Esta passagem, bem como suas correlatas em Mateus 9:17) e em Marcos 2:22), trazem em si um grande problema
de interpretação. Um problema não só teológico, mas também técnico.

Uma interpretação comum é a de que somente odres novos suportariam a pressão causada pelos gases gerados pela
recém iniciada fermentação do vinho novo. Isto seria devido ao fato dos odres velhos não terem mais a necessária
elasticidade, rompendo-se sob pressão.

Seguindo esta linha de raciocínio, Jesus estaria sugerindo com veemência o consumo do vinho velho (com
fermentação completa) por ser este melhor que o vinho novo (com fermentação incompleta), o que concorda com a
maioria dos modernos enólogos.

Porém o fato é que nenhum odre, seja novo ou velho, suportaria a enorme pressão causada pelos gases gerados
durante o processo de fermentação do vinho. Para este fim eram utilizados grandes jarros cerâmicos.

Uma aproximação tecnicamente correta do problema é a da utilização de vinho não fermentado. Neste caso,
deveriam ser utilizados odres novos besuntados com mel para o armazenamento do vinho novo, filtrado ou fervido,
sendo hermeticamente lacrados logo a seguir. Considerando se tratar de vinho novo não fermentado, caso fossem
utilizados odres velhos, por mais limpos que estivessem, sempre haveria em suas paredes pequenas quantidades de
matéria orgânica em decomposição, e isto seria o suficiente para iniciar um violento processo de fermentação do
vinho o que com certeza romperia o odre devido à grande geração de gases.

Outra teoria é a de que o vinho novo a que Jesus se referiu seria o vinho em que o processo de fermentação estaria
próximo do final, o que permitiria ao odre novo suportar a pressão gerada. Mas, neste caso, também o odre velho
poderia ser utilizado pois da mesma forma suportaria a pequena pressão gerada neste ponto da fermentação.

Fica tecnicamente provado que Jesus estava falando de vinho não fermentado. Mas, se este é o caso, o que o Mestre
estava tentando dizer (v.37 e 38)?

Os discípulos de Cristo são como o vinho novo e, claro, não fermentado; Sendo assim necessitam de um odre
novo. Não pode haver renovação sem que sejam abandonados as tradições e procedimentos fermentados
praticados até então pelos judeus. Uma nova formulação necessita ser implantada, e Cristo veio ao mundo
precisamente com este objetivo. Assim para que haja renascimento espiritual é necessário arrependimento dos
pecados, entrega total da sua vida ao Senhor e a conseqüente mudança na vida do pecador. Assim, para um novo
vinho (novo espírito) é necessário um novo odre (novo homem).

O versículo 39 traz um problema ainda maior. Este verso, se analisado de forma precipitada, traz uma aparente
contradição com relação aos versos anteriores, além de aparentar estar completamente fora de contexto. Esta idéia
é ainda mais reforçada quando se vê que nos textos encontrados em Mateus e Marcos não há referência alguma a
esta passagem. Porém na Palavra de Deus nada está escrito por acaso, nada está fora de contexto e não há qualquer
contradição.

O primeiro ponto a ser analisado é quem está dizendo que "Melhor é o velho". Jesus? - Não. Quem diz "melhor é o
velho" é aquele que já tenha bebido do vinho envelhecido. Isto se deve ao fato do ser humano ao experimentar o
vinho fermentado querer mais dele. Este é o princípio básico do vício, pois, mesmo tendo ciência dos efeitos
negativos do uso da substância que vicia, a pessoa quer mais.

Mas, sendo o texto uma parábola, tem um sentido além do seu sentido imediato e direto já apresentado. Qual seja:

Jesus, como profundo conhecedor da natureza humana, sabe que é um processo trabalhoso ao homem a
aceitação de mudanças. Os fariseus, a quem Jesus estava falando, tinham grande dificuldade em deixar suas velhas
tradições fermentadas e desprovidas de fé, e aceitar a nova proposta feita por Cristo. Preferiam eles permanecer em
seus rituais e tradições, a procurar experimentar um novo nascimento, um nascimento espiritual, o que lhes faria
novos homens, vinho novo em odres novos. Daí dizerem: - melhor é o velho.

A Santa Ceia do Senhor

"Porque a vida da carne está no sangue; pelo que vo-lo tenho dado sobre o altar, para fazer expiação pelas vossas
almas; porquanto é o sangue que fará expiação pela alma." (Levítico 17:11 ACF)

No Velho Testamento os pecados do povo de Israel eram expiados através de um sistema de sacrifícios onde o
sangue de animais era vertido com esta finalidade. Porém, ao contrário do que muitos pensam, o sistema de
sacrifícios não foi abolido no Novo Testamento, o que ocorreu foi uma alteração neste sistema. Ao invés do sacrifício
de animais, tem-se agora um sacrifício muito mais excelente, um sacrifício definitivo, um sacrifício capaz de remir os
pecados não apenas do povo de Israel, mas de toda a humanidade: O sacrifício de Jesus, o Cordeiro sem mácula, o
Filho de Deus, que verteu o seu sangue como expiação pelos pecados do mundo.

A Santa Ceia foi instituída por Jesus Cristo como um memorial a este sacrifício definitivo, e neste cerimonial foram
instituídas as figuras do pão e do cálice.

Na instituição do cerimonial, Jesus nos informa que o conteúdo do cálice é o fruto da vide:

"E, tomando o cálice, e dando graças, deu-lho, dizendo: Bebei dele todos; porque isto é o meu sangue; o sangue do
novo testamento, que é derramado por muitos, para remissão dos pecados. E digo-vos que, desde agora, não
beberei deste fruto da vide, até aquele dia em que o beba de novo convosco no reino de meu Pai." (Mateus 26:27-29
ACF)

O problema posto aqui é: Qual é na verdade o fruto da vide ao qual Jesus se referiu? Vinho fermentado ou vinho não
fermentado?

Pesquisas no Velho Testamento não nos ajudam a responder a esta questão, pois nada é dito sobre qual bebida deve
ser utilizada para libação nas instruções sobre a ceia de Páscoa. Tem-se referências ao cordeiro, ao pão não
fermentado (ázimo) e às ervas amargas, mas, nenhuma referência à bebida utilizada como acompanhamento desta
refeição.

Porém, a Palavra de Deus nos dá as indicações necessárias para que saibamos, sem sombra de dúvidas, qual foi a
bebida utilizada por Jesus na última ceia:

Moisés, sobre a comemoração da Páscoa, instrui o seguinte:

"Sete dias comereis pães ázimos; ao primeiro dia tirareis o fermento das vossas casas; porque qualquer que comer
pão levedado, desde o primeiro até ao sétimo dia, aquela alma será cortada de Israel." (Êxodo 12:15 ACF)
O fermento, nas escrituras, está associado ao pecado e às falsas doutrinas3:

"Não é boa a vossa jactância. Não sabeis que um pouco de fermento faz levedar toda a massa? Alimpai-vos, pois,
do fermento velho, para que sejais uma nova massa, assim como estais sem fermento. Porque Cristo, nossa páscoa,
foi sacrificado por nós." (I Coríntios 5:6-7 ACF)

"E Jesus disse-lhes: Adverti, e acautelai-vos do fermento dos fariseus e saduceus." (Mateus 16:6 ACF)
"Então compreenderam que não dissera que se guardassem do fermento do pão, mas da doutrina dos fariseus."
(Mateus 16:12 ACF)
O vinho fermentado, sempre alcoólico e intoxicante4, não condiz com o pão ázimo (não fermentado), e não condiz
com a instrução de Moisés sobre o fermento, e não condiz com a pureza necessária para que simbolizasse o sangue
de Cristo.
O vinho fermentado não é um fruto da vide. É um subproduto obtido através de um processo químico de
fermentação5 que atua sobre as moléculas de açúcar do suco, alterando suas propriedades e gerando álcool etílico e
dióxido de carbono. Assim o vinho fermentado não é mais o fruto da vide, é agora o fruto modificado em algo
diferente, um subproduto. E como símbolo do puro e incorrupto sangue de Cristo um subproduto modificado não
seria a melhor escolha, e certamente não foi a opção de Jesus em momento algum. Desta forma chega-se à seguinte
conclusão: - O puro e natural suco de uvas, este sim um fruto da vide, foi o líquido utilizado para representar o
sangue do Nosso Senhor na instituição da Santa Ceia.
O apóstolo Paulo ao dar instruções sobre a ceia do Senhor à Igreja em Corinto, alerta:

"Examine-se, pois, o homem a si mesmo, e assim coma deste pão e beba deste cálice." (I Coríntios 11:28 ACF)

Paulo deixa claro que a ceia do Senhor não é um momento festivo, mas um momento de séria reflexão, um
momento solene no qual se faz necessária sóbria introspecção. Não cabem nesta hora a glutonaria e a bebedice que
estavam ocorrendo naquela igreja. Por esta razão o apóstolo Paulo coloca a ceia do Senhor em sua real perspectiva,
qual seja, um memorial em que cada pessoa deve examinar-se frente ao sacrifício que o Filho de Deus fez na cruz
como paga por nossos pecados. Em um momento como este o vinho fermentado, intoxicante e alucinógeno não é
uma opção aceitável.

Por todas estas inequívocas indicações dadas pela Palavra de Deus, tem-se que o fruto da vide ao qual o Senhor se
referiu é o próprio fruto espremido, o puro suco de uvas, o vinho não fermentado. Este é o cálice da ceia do Senhor.
Paulo instrui Timóteo a tomar um pouco de vinho

"A ninguém imponhas precipitadamente as mãos, nem participes dos pecados alheios; conserva-te a ti mesmo puro.
Não bebas mais água só, mas usa de um pouco de vinho, por causa do teu estômago e das tuas freqüentes
enfermidades." (I Timóteo 5:22-23 ACF)

Paulo instrui a Timóteo que não beba somente água, mas acrescente um pouco de vinho, por razões de saúde.

Alguns pontos devem chamar a atenção:

Timóteo era abstêmio, pois tomava somente água.


Paulo o instrui no verso 22 a conservar-se puro.
A palavra "vinho" pode significar tanto o vinho alcoólico como o vinho não fermentado (suco de uvas).
Paulo em I Timóteo 3:3, diz que o bispo (Timóteo era bispo), deve ser sóbrio.

Somando-se todas estas informações a conclusão é direta: - O vinho recomendado por Paulo a Timóteo era o vinho
não fermentado. E como pode ser visto abaixo no item "Valor medicinal do vinho não fermentado", este tem mais
valor medicinal que o vinho alcoólico.
Beber vinho é permitido desde que não escandalize um irmão

"Bom é não comer carne, nem beber vinho, nem fazer outras coisas em que teu irmão tropece, ou se escandalize, ou
se enfraqueça." (Romanos 14:21 ACF)6

Este capítulo de Romanos trata das liberdades do cristão, não das instruções e proibições encontradas em outras
passagens. E dentro do que é livre temos o beber moderadamente vinho não fermentado.

Mas, se a passagem trata de vinho não fermentado, por que alguém se escandalizaria com o fato de alguém bebê-
lo?

Deve-se ter em mente a época em que foi escrita esta epístola, e o destinatário da mesma. Em Roma nesta época
era muito comum o oferecimento de comida aos ídolos, daí a recomendação para o não comer, e da mesma forma
era comum em cultos pagãos beber-se muito vinho não fermentado, em verdadeiras odes de glutonaria. Daí a
recomendação para não beber o vinho não fermentado, evitando assim ser confundido com os que praticavam o
paganismo.
Instruções sobre a bebida alcoólica

A palavra de Deus dá instruções específicas quanto ao uso de bebidas que contenham álcool. Porém antes de
analisar as instruções bíblicas, seria conveniente apresentar alguns parâmetros seculares de modo a ilustrar e a
tornar mais fácil a análise da palavra de Deus.
Ponto de embriaguez

A partir de que ponto uma pessoa pode ser considerada como estando embriagada? A taxa de álcool no sangue varia
de acordo com o peso, altura e condições físicas de cada indivíduo. Porém a tabela a seguir pode ser utilizada como
um parâmetro médio:

Quantidade de álcool por litro de sangue (em gramas)* Efeitos


0,2 a 0,3 g/l - equivalente a um copo de cerveja, um cálice pequeno de vinho, uma dose de uísque ou outra bebida
destilada. As funções mentais começam a ficar comprometidas. A percepção da distância e da velocidade são
prejudicadas.
0,3 a 0,5 g/l - dois copos de cerveja, um cálice grande de vinho, duas doses de bebidas destiladas. O grau de
vigilância diminui, assim como o campo visual. O controle cerebral relaxa, dando sensação de calma e satisfação.
0,51 a 0,8 g/l - três ou quatro copos de cerveja, três copos de vinho, três doses de uísque. Reflexos retardados,
dificuldades de adaptação da visão a diferenças de luminosidade, superestimação das possibilidades e minimização
de riscos e tendência à agressividade.
0,8 a 1,5 g/l - a partir dessa taxa, as quantidades são muito grandes e variam de acordo com o metabolismo, com o
grau de absorção e com as funções hepáticas de cada indivíduo. Dificuldades de controlar automóveis,
incapacidade de concentração e falhas na coordenação neuromuscular.
1,5 a 2,0 g/l Torpor alcoólico, dupla visão.
2,0 a 5,0 g/l Embriaguez profunda
5,0 g/l Coma alcoólica

* Fontes: Secretaria Municipal de Transportes de São Paulo e médicos.

O mais importante a se notar nesta tabela é que mesmo um pequeno cálice de vinho já compromete as funções
mentais, com prejuízo para a percepção.
Valor medicinal do vinho não fermentado

Dois estudos separados, um sobre os mecanismos de ação e outro sobre resultados clínicos, recentemente
publicados em jornais de pesquisas cardiovasculares, mostram os benefícios de se tomar o suco de uvas.

Na edição de 12 de junho de 2001 do jornal Circulation, órgão oficial da Associação Americana de Cardiologia, os
pesquisadores mostraram que beber o suco de uvas não somente tem um efeito direto em importantes funções
biológicas como a coagulação sangüínea, mas também aparenta aumentar o nível de antioxidantes enquanto
diminui a produção de radicais livres.

"Este estudo nos dá uma nova visão sobre como o suco de uvas pode melhorar a função cardiovascular", explica a
Dra. Jane E. Freedman, M.D., professora assistente de medicina e farmacologia na Georgetown University e uma das
líderes do estudo. "O que nós estamos vendo pela primeira vez é que a substância ativa do suco de uvas age de duas
formas relacionadas: Primeiro, ela tem um efeito protetor sobre a vitamina E e sobre outros antioxidantes,
permitindo que eles permaneçam ativos por mais tempo, enquanto que ao mesmo tempo diminui a produção do
radical livre superóxido-a. Segundo, esta substância ativa também parece ter um efeito direto, positivo em um
grande número de funções biológicas como a produção de óxido nítrico e a inibição de plaquetas, ou células que
causam coágulos, ambos também importantes fatores de proteção."

Na edição de maio de 2001 do Atherosclerosis, pesquisadores compararam os efeitos de beber suco de uvas, vinho
tinto e vinho tinto desalcoolizado em ratos de laboratório. Eles descobriram que o suco de uvas, quando comparado
com o vinho tinto e com o vinho tinto desalcoolizado, foi no mínimo tão efetivo quanto estes ao:

Baixar o colesterol total


Diminuir a taxa de lipoproteínas de baixa densidade (tipo de colesterol danoso)
Reduzir a arteriosclerose
Aumentar os tempos de defasagem das lipoproteínas de baixa densidade

"Este estudo nos diz algumas coisas importantes", explica Joe A. Vinson, Ph.D., professor de química da Universidade
de Scranton, e líder do estudo. "Primeiro, que o suco de uvas ofereceu um significativo benefício de proteção
cardiovascular nos animais testados, incluindo o combate à instalação da arteriosclerose, um efeito que nós não
havíamos visto antes. Segundo, ele sugere que o papel desempenhado pelo álcool na melhora de funções
cardiovasculares pode não ser tão significativo quanto se pensava antes."

Outro estudo conduzido pelo Dr. John D. Folts, Ph.D., F.A.C.C., trata dos mecanismos que aumentam ou diminuem a
atividade de plaquetas e da incidência da trombose coronária mediada por plaquetas. Em estudos preliminares nos
anos 70 ele desenvolveu um modelo de estudos, ao vivo, da formação da trombose em constrição de artérias com
danos ao endotélio. Em 1974 ele primeiro demonstrou que a aspirina podia reduzir a incidência de trombose
coronária de modo significativo. Atualmente, ele está estudando a propriedades anti-plaquetas e antioxidantes dos
componentes encontrados no vinho tinto, em sucos de frutas e no chá.

Estes componentes parecem ser melhores inibidores de plaquetas que a aspirina. O foco atual é na funcionalidade
de alimentos como o suco de uvas e a cebola, os quais tem propriedades anti-plaquetas e antioxidantes, e melhoram
a função do endotélio permitindo uma melhor dilatação arterial. Os estudos foram feitos tanto em animais quanto
em voluntários humanos, estes, tanto com fatores de risco quanto pacientes com comprovadas moléstias
cardiovasculares. Os estudos com voluntários humanos demonstraram que tanto a aspirina quanto o vinho tinto
reduzem as plaquetas em 45%, enquanto que o suco de uvas as reduz em 75%. Isto mostra que os benefícios do
vinho não se encontram no álcool, mas na uva, e que os resultados são potencializados quando se utiliza
diretamente o suco de uvas. A dosagem diária recomendada foi determinada como estando entre 220 e 280 gramas
(aproximadamente, um copo).

"Seus dados são extremamente convincentes", diz o Dr. Arthur L. Kastsky do Centro Médico Permanente de Oakland,
CA. sobre o estudo do Dr. Folts. O Dr. Kastsky tem se dedicado a estudar se há benefícios para o coração na ingestão
de álcool.

Todos os estudos até agora realizados demonstraram que o suco de uvas, o vinho não fermentado, é superior ao
vinho alcoólico em suas funções medicinais, e sem conter qualquer toxidade.
Significado de embriaguez

A palavra embriagado vem do latim êbrïus que significa intoxicado, bêbado, saturado.

O sinônimo mais importante nesta análise é intoxicado. Intoxicação, conforme o dicionário Michaelis, é a introdução
de uma substância tóxica no organismo.

Assim, passa-se a estar embriagado no momento em que ocorre a introdução de uma substância tóxica no
organismo.

O álcool é uma substância tóxica que pode até causar a morte imediata do indivíduo, dependendo da quantidade
que for ingerida e das características específicas do álcool ingerido.

Desta forma o estado de embriaguez se estabelece no exato momento em que se ingere a primeira dose de
qualquer bebida que contenha álcool.

Alguns alegam que partindo-se deste princípio, a primeira garfada de alimento constituir-se-ia em glutonaria. Cabe
aqui, uma análise com bom senso desta alegação. Faz-se antes de mais nada necessário se distinguir o alimento, algo
necessário para a vida, do tóxico álcool, tomado sem qualquer objetivo vital. Mas, vamos entender exatamente o
que é glutonaria. Conforme o dicionário Michaelis, glutonaria é:

Qualidade ou vício de glutão.

Esta definição nos leva à necessidade de saber o significado da palavra glutão, que conforme o mesmo dicionário é:
Que, ou o que come muito e com voracidade.

Sem qualquer dificuldade vê-se que o glutão (o que comete a glutonaria) é alguém que come além do necessário
para sua subsistência, com voracidade e por vício. Sendo pecado claramente condenado pelas Escrituras, bem como
assim também o é, o pecado da bebedice. (ver Gálatas 5:21)
Passagens bíblicas que instruem sobre a ingestão de bebidas alcoólicas

"Para quem são os ais? Para quem os pesares? Para quem as pelejas? Para quem as queixas? Para quem as feridas
sem causa? E para quem os olhos vermelhos? (30) Para os que se demoram perto do vinho, para os que andam
buscando vinho misturado. (31) Não olhes para o vinho quando se mostra vermelho, quando resplandece no copo e
se escoa suavemente. (32) No fim, picará como a cobra, e como o basilisco morderá. (33) Os teus olhos olharão para
as mulheres estranhas, e o teu coração falará perversidades. (34) E serás como o que se deita no meio do mar, e
como o que jaz no topo do mastro. (35) E dirás: Espancaram-me e não me doeu; bateram-me e nem senti; quando
despertarei? aí então beberei outra vez." (Provérbios 23:29-35 ACF)

Este texto é direto e incisivo: Não olhes, e obviamente não bebas, o vinho quando se mostra vermelho,
resplandecente no copo e escoando-se suavemente.

"Porque as obras da carne são manifestas, as quais são: adultério, prostituição, impureza, lascívia, idolatria,
feitiçaria, inimizades, porfias, emulações, iras, pelejas, dissensões, heresias, invejas, homicídios, bebedices,
glutonarias, e coisas semelhantes a estas, acerca das quais vos declaro, como já antes vos disse, que os que
cometem tais coisas não herdarão o reino de Deus." (Gálatas 5:19-21)

A bebedice é condenada como uma obra da carne e quem a comete vai para o inferno. Muitos entendem como
bebedice, que é sinônimo de embriaguez, somente com o estado de depravação completa causado pelo álcool, mas,
como ficou demonstrado acima no tópico "Significado de embriaguez", o primeiro gole de qualquer bebida alcoólica
é bebedice.

"E não vos embriagueis com vinho, em que há contenda, mas enchei-vos do Espírito;" (Efésios 5:18 ACF)

A passagem é translúcida: Não vos embriagueis com vinho. E novamente entra aqui o que se entende por
embriaguez, e que como apresentado, não são somente os abjetos estados finais de intoxicação com álcool, mas
todo o processo, iniciando-se pelo o primeiro gole.
(Embriaguez é o nome dado ao torpor e intoxicação causados pelo consumo excessivo de algumas drogas, sobretudo
o álcool.)

"Convém, pois, que o bispo seja irrepreensível, marido de uma mulher, vigilante, sóbrio, honesto, hospitaleiro, apto
para ensinar; não dado ao vinho, não espancador, não cobiçoso de torpe ganância, mas moderado, não contencioso,
não avarento; que governe bem a sua própria casa, tendo seus filhos em sujeição, com toda a modéstia" (I Timóteo
3:2-4 ACF)

Nesta passagem a expressão "dado ao vinho", quer dizer não obcecado pelo vinho, que não o procura com
insistência. Como já foi demonstrado existem dois tipos de vinho, o fermentado e intoxicante e o não fermentado.
Como no texto a palavra sóbrio foi traduzida da palavra grega nephaleos que tem dois significados: comedido e em
ausência de álcool, fica claro que o pastor (que deve ser exemplo para o rebanho) não deve tomar qualquer
quantidade de bebida alcoólica e ainda procurar ser comedido, não dado ao vinho não fermentado, evitando assim a
glutonaria.

Apesar do texto ser específico ao referir-se diretamente ao pastor, as características expostas são esperadas de
qualquer cristão. Seria de se admitir que um cristão fosse repreensível, polígamo, desatento, desonesto, inóspito,
inapto para ensinar, espancador e cobiçoso de torpe ganância? A resposta é não. E porque então a resposta seria
sim ao se tratar a questão da bebida e de ser dado ao vinho? A resposta continua sendo não. O cristão deve ser
sóbrio e não deve ser dado ao vinho, assim como o pastor.

"Os velhos, que sejam sóbrios, graves, prudentes, sãos na fé, no amor, e na paciência;" (Tito 2:2 ACF)
Nesta passagem (como na passagem anterior em I Timóteo 3:2), a palavra sóbrio foi traduzida da palavra grega
nephaleos. Desta maneira, o idoso é instruído para que se mantenha ausente do álcool (sóbrio). E isto também vale
para os jovens. Pois, pode o jovem cristão estar embriagado? Esta instrução é para que os idosos sirvam de exemplo
aos mais novos, e para que nenhum deles se utilize do álcool!

"Sede sóbrios; vigiai; porque o diabo, vosso adversário, anda em derredor, bramando como leão, buscando a quem
possa tragar;" (I Pedro 5:8 ACF)

Esta passagem a exemplo da anterior instrui o cristão a ser sóbrio. Mas, além disto instrui o cristão a vigiar, porque o
diabo está atento e pronto a tragar a quem possa. No tópico "Ponto de embriaguez" acima, ficou estabelecido que o
primeiro gole de uma bebida alcoólica já compromete as funções mentais. Como, pois manter-se vigilante com as
funções mentais comprometidas?

"Ou não sabeis que o vosso corpo é o templo do Espírito Santo, que habita em vós, proveniente de Deus, e que não
sois de vós mesmos? Porque fostes comprados por bom preço; glorificai, pois, a Deus no vosso corpo, e no vosso
espírito, os quais pertencem a Deus." (I Coríntios 6:19-20 ACF)

Cada um é mordomo de seu próprio corpo, não o dono, mas simplesmente o mordomo. Deve-se então grande
cuidado para com sua manutenção. Já que este corpo pertence a Deus aquele que o intoxica é contrário à instrução
divina. Não está, portanto, sendo um mordomo fiel deste valioso bem que Deus lhe confiou.
Conclusão

Àquele que foi resgatado pelo sangue do Nosso Senhor Jesus Cristo é exigido que não se intoxique com nenhuma
substância alcoólica, mesmo que em muito pequena quantidade. A tolerância da palavra de Deus para este tipo de
bebida é nenhuma, nenhuma mesmo. As pessoas que tentam encontrar base bíblica para a ingestão de bebidas
alcoólicas, seja em que quantidade for, estão apenas tentando encontrar base para a satisfação de seu desejo carnal
ou de seu vício, e de forma alguma estão fazendo a verdadeira vontade de Deus.

E a vontade de Deus é:
Nenhuma bebida alcoólica. Não há senão e não há talvez..

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Bendito o fruto da vinha e o vinho da fruta

Breno Lerner *

Muito temos escrito aqui no Papo de Cozinha sobre comida e sobre o passado. Hoje vamos escrever sobre bebida e
sobre o presente, porque precisamos, urgentemente, corrigir uma injustiça grave que há anos é cometida.
Crescemos, todos nós, atribuindo a pecha de vinho sem qualidade, sem cepa, sem categoria, ao vinho casher. Que
grande injustiça cometemos! Que grande confusão fizemos! Não apenas nós aqui no Brasil, mas os judeus de quase
o mundo inteiro, à exceção de Israel, cometeram esta mesma injustiça, fizeram esta mesma confusão.
Com minha proverbial mania de contar histórias vou tentar explicar este “imbróglio”: A história do vinho quase que
se confunde com a história do povo judeu e, com a terra de Israel. A primeira citação bíblica é na passagem de Noé,
que não só fala do vinho como da embriaguez. Daí em diante o vinho é citado em todos os livros da Bíblia por mais
de uma vez com exceção do Livro de Jonas.
Apenas na Torá são mais de 250 citações entre vinho e vinhas. A vinha, como base da economia juntamente com o
óleo e o cereal é citada 16 vezes.
A canção de Isaias (Isaias 5:1,2) é uma verdadeira ode e manual de como plantar videiras. Já naquela época, sabia-se
que a localização do vinhedo numa encosta de altitude com grandes mudanças de temperatura entre o dia e a noite,
fazia a uva amadurecer mais lentamente e, portanto produzir vinhos mais finos. Já Ezequiel (Ezequiel 17:6,8) nos
ensina a plantar videiras em treliças e aumentar sua produtividade.
Arqueólogos têm encontrado prensas de vinho por toda Israel da Galiléia ao Negev. Ânforas e jarras de transporte
de vinho estão entre os achados mais comuns no país. Curiosamente, nota-se que as ânforas costumavam registrar
detalhes como onde o vinho foi fabricado, por quem foi fabricado e até o ano em que foi fabricado, obviamente
indicando que, já na antiguidade, a origem do vinho era importante para o consumidor.
Sabemos que faraós do Egito costumavam importar os “afamados” vinhos de Canaã. A produção de vinho era uma
importante indústria durante o período do primeiro e segundo templos e os reis de Judá e Israel tinham vastos
vinhedos e monopólio de lojas de vinho. O rei David chegou a ter um ministro para os vinhedos e um outro para as
caves.
A colheita, em épocas bíblicas, era uma estação de festas. O “amassamento” das uvas era feito no gat ou no arevah;
gat era um pequeno cubo feito de pedra escavada e o arevah era um mesmo cubo, porem móvel, feito de madeira
polida. O mais usado era o gat, que era fixo no local. De um ou de outro, o mosto (a uva pisada, o suco) era coletada
para o yekev, uma espécie de barril para transporte. Era depois filtrado e levado às cisternas de pedra ou barro.
Era então guardado em ânforas que eram seladas com “rolhas” de madeira, pedra ou barro. Para transporte mais
longe, as “rolhas” eram ainda envolvidas em pano e embebidas em barro. Uma vez que as ânforas recém fabricadas
tendiam a absorver até 20% do vinho, havia uma enorme valorização do vasilhame usado. Um grande avanço foi a
descoberta da cortiça.
Estes vinhos tinham teores alcoólicos altíssimos e nenhuma estabilização. Assim, era quase impossível uma ânfora
ser igual à outra. Misturava-se água, ou ervas, e até uvas cozidas por longo tempo (uma espécie de mel), para torná-
los mais apetecíveis.
Embora consumido largamente pela população, havia (e ainda há) regras claras sobre o que deve ser reservado do
bom vinho para as libações no Templo: um quarto de hin (um hin é aproximadamente 6 litros) com um cordeiro, um
terço com um carneiro, meio hin com uma vaca (Num15:3,10).
Também o dízimo já era estabelecido sobre o vinho novo (Deut 12:17). Plantadores de vinhedos tinham isenção do
serviço militar e a vinha, as uvas e suas folhas eram ilustrações freqüentes de frisas, selos, brasões e moedas.
Com a destruição do Templo, o vinho foi integrando-se às cerimônias do dia-a-dia, Brit Milá, casamentos, Shabat,
festas, especialmente o Pêssach onde tomamos 4 copos de vinho.
Durante a dominação romana a indústria vinícola expandiu-se para o sul da Palestina para aproximar-se dos portos
de Ashkelon e Gaza para serem exportados por todo Mediterrâneo, norte da África e parte da Europa.
A conquista muçulmana eliminou a indústria vinícola, permitindo apenas pequenas produções de vinho sacramental.
Durante os séculos XII e XIII os cruzados ainda tentaram reviver a indústria do vinho em Jerusalém, mas chegaram à
conclusão que seria mais fácil e mais barato importá-lo da Europa.
No século XIX, Sir Moses Montefiori (cuja esposa, Lady Judith, escreveu em 1846 o fantástico Jewish Manual, um
completo manual de culinária e higiene para os primeiros desbravadores da Palestina) e iniciou um projeto com os
primeiros pioneiros para o plantio dos vinhedos. O primeiro novo vinhedo surgiu em Jerusalém em 1848 e pertencia
ao Rabi Itzhak Schorr. Já o Rabi Tepperberg fundou o vinhedo Efrat, em Jerusalém Velha, em 1870, assim como a
Escola Agrícola de Jaffa, que começou experiências com plantio de uvas européias na Palestina.
Também nesta época, o barão Rothschild, proprietário do famoso Chateau Lafite, começa um projeto em Rishon le
Tzion visando produzir vinho casher para exportação em escala mundial. Fez experiências com uvas Bouchet,
Clairete, Grenache, Muscat e Semillon nos vinhedos de Rishon le Tzion (1882) e Zichron Ya’ akov (1890) no Monte
Carmel. Infelizmente, ambas as colheitas foram destruídas pela phyloxera, a praga que é o terror dos plantadores de
uvas. A revolução russa, a proibição nos EUA e o banimento de bebidas importadas no Egito restringiram os grandes
mercados visados por Rothschild, fazendo-o desinteressar-se pelo projeto e doar as terras aos empregados
formados na cooperativa Carmel Mizrachi em 1906.
Somente na década de 70, com tecnologia vinda da Califórnia, ocorre a grande revolução do vinho em Israel.
Centralizada nas colinas de Golan, uma série de boas vinícolas começam a produzir vinhos de qualidade
internacional, culminando com a safra de 2003, considerada a melhor de todos os tempos e premiadíssima no
mundo inteiro.
Os vinhos de Israel começam a ser cotados, com excelentes notas por guias respeitáveis como Robert Parker, Wine
Spectator e outros. Daniel Rogov, o mais respeitado crítico enológico de Israel lista as 5 melhores vinícolas de Israel:
Golan Heights Winery, Castel, Flam, Amphorae e
Margalit. Assim como os vinhos que, em diversas degustações ganharam acima de 95 pontos em 100 possíveis
(2004): Golan Heights Winery, Cabernet Sauvignon, Elrom Vineyard, Yarden, 2001; Castel, Grand Vin Castel, 2001;
Margalit, Cabernet Sauvignon, Special Reserve, 2002;
Margalit, Cabernet Franc, 2002; Recanati, Special Reserve, 2001; Zauberman, Cabernet Sauvignon, Limited Edition,
2001.
Estes, são vinhos que já são bastante conhecidos na Europa e Estados Unidos, de qualidade muito alta, alguns deles
casher e já com preço bastante alto.
E agora falemos das injustiças e das confusões. Por anos, quem dominou o mercado de vinhos casher foram os
gigantes americanos Royal Wine (Kedem e Baron Herzog) e Manischewitz e a israelense Carmel também conhecida
como Palwin – Palestinian Wine Company (no Brasil temos a Guefen). As três empresas utilizavam (ainda utilizam)
para seu vinho de kidush, as uvas Concorde e Labrusca, uvas extremamente ácidas, que exigiam a adição de açúcar
ou mosto, formando a conhecida mistelle, para tornar o vinho palatável.
O resultado é que passamos a associar vinho casher com vinho ruim, como associamos, em nossa infância, disco de
má qualidade com disco colorido (aqueles de histórias), quando nós mesmos estragávamos o disco.
Na verdade, o vinho casher tem tudo para ser um ótimo vinho. Casher quer dizer puro e, nada melhor que pureza
para um bom vinho. Vejamos:
1- Shomer Shabat: apenas judeus observantes, principalmente do Shabat, podem ter contato com a fabricação do
vinho.
2- Apenas utensílios e ingredientes casher podem ser utilizados.
E aqui terminam as obrigações para o produtor de vinho casher fora de Israel (Eretez Há’ Kodesh) a Terra Santa . Em
Israel ainda há que:
3 - Orlah: Só colher as uvas no quarto ano de produção, durante os três primeiros as inflorescências são removidas
para não frutificar.
4 - Schmittah: O descanso do ano sabático — a cada sete anos a terra deveria descansar. Por motivos econômicos,
uma licença especial é dada ao produtor que “vende” sua terra por um ano a um não judeu.
5 - Kilai Há’ Kerem: Proibição bíblica de plantação de 2 espécies numa mesma área. Por questões de qualidade, os
produtores sérios já não fazem isto há anos.
6 - Terumot e Ma’aserot – Uma certa porção da produção é jogada nos campos na presença de rabinos e crianças
para lembrar o dízimo pago na época do templo.
Há ainda a observância de Casher para Pêssach, quando o vinho não pode ter contato com nenhum tipo de fermento
ou produto fermentado e Casher le Mehadrin que seria uma total e restrita observância das regras da Cashrut.
Um último costume ortodoxo, este potencialmente prejudicial à qualidade é o Yayin Mevushal, ou seja, vinho cozido
ou pasteurizado. A idéia é que, levando-o à temperatura de 80°C, isto o tornaria imune e poderia, por exemplo, ser
manuseado por um não observante, sem deixar de ser casher. Obviamente esta temperatura pode alterar algumas
propriedades organolépticas do vinho, assim alguns produtores desenvolveram uma pasteurização extrarápida,
aprovada pelos rabinos. Nem todos os produtores de Israel fazem vinhos mevushal, embora, se quiserem entrar nas
grandes redes de supermercados, o vinho tem de ser casher.
Bem, esta aí reparada a injustiça. O vinho casher pode ser e é de excelente qualidade. Algumas importadoras
começam a trazer parcas e boas amostras de excelentes produtos israelenses, americanos e franceses para o Brasil.
Se você tiver dúvidas consulte guias e sites especializados ou escreva para esta coluna e desfrute do bom vinho que
começou a ser produzido por Noé e nos acompanha até hoje.

* Breno Lerner é editor e gourmand, especializado em culinária judaica. Escreve para revistas, sites e jornais. Dá
regularmente cursos e workshops. Tem três livros publicados, dois deles sobre culinária judaica.

O Vinho na Bíblia
21:54

Introdução

A finalidade deste estudo é pesquisar no Livro Santo para saber o que ele tem a nos dizer sobre o uso do vinho.

Se a Bíblia não se pode contradizer em seus ensinos, como iremos harmonizar declarações aparentemente
contraditórias como estas: o uso da vinho é uma maldição, o uso do vinho é uma bênção. Essa aparente contradição
escriturística levou os editores de O Novo Dicionário da Bíblia a afirmarem: "Esses dois aspectos do vinho, seu
emprego e seu abuso, seus benefícios e sua aceitação aos olhos de Deus e sua maldição estão entrelaçados na trama
do Antigo Testamento de tal modo que o vinho pode alegrar o coração do homem (Sal. 104:15) ou pode fazer a
mente errar (Isa. 28:7). O vinho pode ser associado ao regozijo (Ecl. 10:19) ou à ira (Isa. 5:11); pode ser usado para
descobrir as vergonhas de Noé (Gên. 9:21) ou, nas mãos de Melquisedeque pode ser usado para honrar a Abraão
(Gên. 14:18)."

Se estas duas possibilidades antagônicas provêm do vinho é fácil concluir que a Bíblia apresenta duas espécies
distintas de vinho. A primeira espécie seria o vinho não fermentado, o puro suco de uva que pode ser uma bênção. A
outra espécie é o vinho fermentado, intoxicante, causador de muitos problemas sociais como discórdia, miséria,
destruição da vida, por isso vários escritores bíblicos o condenaram com veemência.

O que diz a Bíblia? O que dizem os exegetas e os comentaristas sobre este problema?

O Vinho no Velho Testamento

Três vocábulos distintos são empregados no Antigo Testamento para designar três espécies de vinho.

1º) Yayin – Gên. 9:21.

É o mais usado, porque aparece nada menos de 140 vezes. Esta palavra é empregada indistintamente sem
considerar se o vinho é fermentado ou não.

2º) O segundo vocábulo é Tirôsh, empregado 38 vezes. Ao contrário da palavra anterior, esta indica que o vinho não
é fermentado! Algumas vezes é traduzido como vinho novo ou "mosto". Deut. 12:17.

3º) Shekar é a terceira palavra usada. Tem a conotação negativa, normalmente é traduzida por bebida forte. Os
escritores do Velho Testamento a empregam 23 vezes. Prov. 31:6 – "Dai bebida forte (shekar) aos que perecem, e
vinho (yayin) aos amargurados de espírito."

Seria interessante saber que na Septuaginta (tradução do hebraico para o grego, feita por setenta sábios judeus) a
palavra "oinos" foi empregada para traduzir as hebraicas Yayin e Tirôsh, mas nunca para shekar ou bebida forte.

O Seventh-day Adventist Bible Dictionary, pág, 1.150 declara com muita propriedade:

"Arão e seus filhos, os sacerdotes, foram estritamente proibidos de beber vinho ou bebida forte ao entrarem no
tabernáculo para ministrar diante do Senhor (Lev. 10:9). Os nazireus eram igualmente proibidos de unir vinho
enquanto estivessem debaixo do voto (Núm. 6:3, 20; confira Juízes 13:4-7). Os recabitas viveram um exemplo digno
de nota de abstinência permanente do vinho, aderindo estritamente ao mandamento de seu ancestral, Jonadabe,
para abster-se dele (Jer. 35:2, 5, 8, 14). O livro de Provérbios está repleto de advertências contra indulgência com o
vinho e bebida forte (veja capítulos 20:1; 21:17; 23:30, 31; 31:4 etc.). O vinho zomba daqueles que o usam (cap.
20:1), e os recompensa com ais, dores, lutas e feridas sem causa (cap. 23:29, 30). 'No seu fim morderá como uma
serpente, e picará como um basilisco' (v. 32). O profeta Isaías declarou: 'Ai dos que do heróis para beber vinho, e
valentes para misturar bebida (Isa. 5:22). Daniel e seus compatriotas deram um digno exemplo pela recusa de beber
o vinho do rei (Dan. 1:5, 8, 10-16). Ao jejuar posteriormente, Daniel absteve-se de carne e vinho (cap. 10:3)."

Não é possível terminar esta parte do comentário, sem enfatizar mais uma vez: existem no Velho Testamento as
mais variadas advertências dos grandes perigos advindos do uso do vinho e bebidas fortes. Dentre estas
advertências as que mais se agigantam são as apresentadas por Salomão no livro de Provérbios (20:1; 20, 21 e 30).

Vinho no Novo Testamento

As referências ao vinho nesta segunda parte da Bíblia são mais escassas do que as encontradas no Velho
Testamento.
Os escritores do Novo Testamento também empregaram três vocábulos gregos, que podem ser traduzidos para a
nossa língua por vinho: oinos; sikera; gleulos . Destas três a mais usada éoinos (aparece 36 vezes), tendo o mesmo
sentido de Yayin no hebraico, e que na Septuaginta, como já vimos traduz também o hebraico Tirôsh. A palavra
sikera aparece apenas uma vez em Luc. 1:15 – "João Batista não bebia vinho (oinos) nem bebida forte (sikera)." De
modo idêntico o vocábulo gléukos só foi usado uma vez em Atos 2:13. Outros zombando diziam: "Estão cheios de
mosto (gléukos)."

O principal problema no estudo do vinho é este: embora a 1íngua grega seja especialista em empregar palavras
distintas para idéias diferentes, ela não possui uma palavra para vinho com álcool e outra para vinho sem álcool. O
Novo Testamento emprega oinos tanto para o vinho fermentado como não fermentado.

O Vinho Usado por Jesus na Última Ceia

Podemos afirmar com certeza que o vinho usado por Jesus nesta ocasião não era fermentado. Esta afirmação é
conclusiva da Bíblia pelo seguinte:

Na cerimônia da páscoa não devia haver fermento em nenhum compartimento da casa, desde que este é o símbolo
do pecado. Se os pãos asmos não continham fermento como o próprio nome indica, é fácil concluir que o vinho
também não podia conter fermento. A leitura das seguintes passagens nos levam a esta conclusão: Gên. 19:3; Êxodo
13:6-7; Lev. 23:5-8; Luc. 22:1. Tanto o vinho da ceia como o das bodas em Caná da Galiléia não era fermentado,
porque Jesus jamais aceitaria partilhar daquilo que é tão fortemente condenado na Bíblia. Todas as igrejas cristãs
tradicionais conservam o costume de usar o vinho sem fermento para simbolizar o sangue de Cristo, oferecido por
nós na cruz, para remissão de nossos pecados.

Estudo de Duas Passagens

I. I Tim. 3: 8. – "Não inclinados a muito vinho."

Embora este conselho de Paulo seja difícil de ser explicado, se pensarmos bem sobre ele, e se o pesquisarmos em
fontes sadias, concluiremos o seguinte:

O termo grego usado é oinos, empregado em O Novo Testamento, como já vimos, para o vinho fermentado e não
fermentado. Se Paulo aqui se refere ao vinho fermentado, ele está em contradição com suas próprias declarações
quanto ao cuidado do corpo (I Cor. 6:19 e 10: 31) e em oposição à orientação geral da Bíblia no tocante a bebidas
intoxicantes (Prov. 20:1; 23:29-32; João 2:9). Como bem pondera o Comentário Adventista, se sua referência era ao
uso do suco de uva não havia necessidade desta advertência.

Neste conselho Paulo adverte aqueles que exercem liderança dentro da comunidade cristã para não incorrerem
neste vício, porque este os incapacitaria para o correto desempenho de sua tarefa.

Estas e outras passagens correlatas seriam bem compreendidas quando se pondera no seguinte: Deus deseja o
nosso afastamento das bebidas com álcool, mas o ser humano, muitas vezes, se afasta desta orientação, daí a
constante advertência dos mensageiros de Deus para que os seus filhos o evitem.

II. A Problemática Passagem de I Tim. 5:23.

Os defensores da abstinência total têm se preocupado muito com esta passagem. Se o verso de I Tim. 5:23 for
analisado no seu contexto ele jamais deverá ser usado para liberar o uso do vinho fermentado.

The Interpreter's Bible, vol. XI, pág. 445 comentando este verso declara:
"Sendo que na ocasião o vinho era considerado como útil na medicina indicado na cura de uma variedade de
doenças, a prática da abstinência total significa renúncia ao vinho não apenas como uma bebida, mas também como
um remédio. Esta prática é prejudicial, diz o autor: Tendo Timóteo um estômago fraco ou por causa de suas
freqüentes enfermidades, ele não devia hesitar em usar um pouco de vinho."

"O verso ilustra muito bem o senso comum, o ponto de vista moderado do autor. Ele não defende nenhum vinho
como prazer. A religião é demasiado séria para isto. Mas quando ela chega a recusar remédio, ele traça-lhe um
limite.''

O SDABC apresenta sobre esta passagem os seguintes esclarecimentos:

"Alguns comentaristas crêem que Paulo aqui defende o uso moderado de vinho fermentado para propósito
medicinais. Chamam a atenção para o fato de que aquele vinho assim tem sido usado através dos séculos. Outros
sustentam que Paulo se refere ao suco de uvas não fermentado, arrazoando que ele não daria conselho
inconsistente com o resto das Escrituras, que advertem contra o uso de bebidas intoxicantes (veja Prov. 20: 1; 23:
29-32)." vol. VII, pág. 314.

O estudo da passagem de 1 Tim. 5: 23 nos leva à conclusão de que neste caso Paulo está tratando de um caso
isolado e especial – um problema de doença. Em suas demais epístolas ele sempre defendeu total abstinência do
vinho, como nos comprovam Rom. 14:21 – ". . . é bom não beber vinho..." Efésios 5:18 "... Não vos embriagueis com
vinho. . ."

Não é justo alguém apoiar-se nesta passagem para defender o uso do vinho com álcool.

Do excelente folheto "Vinho", de autoria de Walter G. Borchers, destacamos estas judiciosas palavras concernentes
a este verso:

"Os que querem beber vinho que contém álcool, não obstante a proibição bíblica, no seu desespero lançam mão,
por último, de um só texto (eu diria dois, sendo o outro I Tim. 3:8), a saber, I Tim. 5:23. Mas, vamos ao texto.
Descobriremos logo que o jovem pregador Timóteo, que conhecia as Sagradas Escrituras desde a sua infância, era
um consciencioso e rigoroso abstêmio; também, que ele tinha a infelicidade de não andar bem de saúde, tendo
estômago fraco e sofrendo freqüentes indisposições; e que S. Paulo lhe aconselhou o uso de um pouco de vinho,
como remédio, por causa dessas suas enfermidades.

"Se olhássemos para o texto pelo prisma dos apologistas do vinho, diríamos: parece que Paulo, como algumas
pessoas de hoje, que não acompanham a ciência moderna, pensava que o uso de 'um pouco de vinho', como
remédio, embora fermentado, talvez fizesse bem.

"Notemos, porém, que o termo 'oinos', usado neste texto, sendo empregado, às vezes, no sentido de vinho doce,
não diz com clareza se era vinho novo e doce ou fermentado, o que Timóteo devia usar; mas mesmo que fosse vinho
fermentado, existe muita diferença entre o uso de um pouco, no caso de doença, e o beber vinho fermentado de
preferência ao novo e doce, sob uma infinidade de pretextos fúteis, desprezando assim a Palavra de Deus, que, no
Velho Testamento, proíbe, em 134 textos diferentes, o uso do vinho fermentado, e, no Novo Testamento, coloca na
categoria de libertinos, idólatras, maldizentes, adúlteros, ladrões e assassinos, os bebedores de vinho dessa
qualidade (I Cor. 6:9 e 10; Gál. 5:19-21; etc., etc.), deixando bem claro que os bêbados não herdarão o reino de
Deus." – págs. 9 e 10.

Quais Seriam as Razões Fundamentais Indicadas pela Palavra de Deus para que Seus Filhos se Abstenham de Bebidas
Alcoólicas?

Uma resposta segura e abalizada se encontra no artigo O Consumo de Vinho do Ponto de Vista Bíblico de L. E.
Froom, de onde extraímos os seguintes passos:

"Transportando agora todos os tipos e figuras, que alguns poderiam minimizar, passamos à plena admoestação de
Deus sobre o cuidado e a proteção que devemos dedicar ao nosso corpo, e à razão relativa disso. Descobrimos que
de nosso corpo é declarado ser o 'templo de Deus' três vezes e a habitação do Espírito Santo. Não devemos
contaminar este templo com bebidas e alimentos proibidos, mas conservá-lo santo, para não sermos destruídos
quando todos os maus forem exterminados. Paulo enuncia isto em 1 Coríntios: 'Não sabeis vós que sois santuário de
Deus e que o Espírito de Deus habita em vós? Se alguém destruir o santuário de Deus, Deus o destruirá'. I Cor. 3:16,
17.

"No sexto capítulo declara que somos 'templos do Espírito Santo', o qual não tem qualquer parentesco com o álcool
e a embriaguez. Devemos glorificar a Deus com este corpo que é redimido em virtude do sangue de Cristo: o nosso
corpo deve ser cuidado como lugar de habitação de Deus. I Cor. 6:19, 20.

"Enfim, o apóstolo Paulo repete a admoestação divina afirmando que nós somos o templo de Deus vivente, no qual
Ele faz morada. Por isso devemos ser separados como o eram os nazireus da antigüidade. Não devemos tocar aquilo
que é impuro, mas antes purificar-nos de toda imundícia e aperfeiçoarmo-nos na santidade. Agora e para sempre
devemos ser possessão divina, pois é o que Deus espera de nós – Ver II Cor. 6:16-17." – O Atalaia, Maio de 1977
págs. 6 e 7.

A sábia orientação divina consiste em advertir-nos, seriamente, para os perigos e as nefastas conseqüências das
bebidas. Os apreciadores de vinho não deviam ingeri-lo, justificando este desejo com exemplos bíblicos. Em vez de
assim fazê-lo deviam meditar bem que esta fraqueza poderá levá-los à embriaguez, que está arrolada na Bíblia entre
as obras da carne, que nos excluem do reino dos céus. (Gál. 5:21; I Cor. 6:10).

As Escrituras o condenam com veemência em muitas passagens, como os versículos 29 e 35 do capítulo 23 de


Provérbios, por conseguinte, tocas as bebidas alcoólicas, logo ninguém deve ingeri-las escudado na Palavra de Deus.

Conclusão

Diante da exposição feita a única conclusão a que devemos chegar deve ser esta:

A sábia lição aos sacerdotes no santuário: o edificante exemplo dos nazireus; as ponderadas advertências de
Salomão; e a orientação divina no caso de João Batista; as oportunas exortações do apóstolo Paulo com respeito a
ser o nosso corpo o templo do Espírito Santo; a moral elevada que deve ser seguida na vida dos verdadeiros cristãos,
tudo nos leva a afirmar: a abstinência do vinho ou de qualquer bebida alcoólica é o caminho seguro e o ideal
proposto por Deus para os seus filhos em todas as idades e através de todas as épocas.

Conquanto o uso do álcool como bebida não seja condenado per si na Bíblia, os princípios de saúde esboçados nas
páginas sagradas e os horríveis exemplos, tais como os de Nabal, dão autenticidade ao conselho dado por Ellen G.
White de que "a única atitude segura é não tocar, não provar, não manusear". – A Ciência do Bom Viver, pág, 335.

Ela acrescenta que "a total abstinência é a única plataforma sobre que o povo de Deus pode conscienciosamente
firmar-se." – Testimonies, vol. 7, pág. 75. – Comentário da Lição da Escola Sabatina, 21-5-1983, pág. 120.

DUAS EMBARAÇANTES PASSAGENS RELACIONADAS COM O VINHO

"Esse dinheiro dá-lo-ás por tudo o que deseja a tua alma, por vacas, ou ovelhas, ou vinho, ou bebida forte, ou
qualquer cousa que te pedir a tua alma; come-o ali perante o Senhor teu Deus, e te alegrarás, tu e tua casa." Deut.
14:26.

"Dai bebida forte aos que perecem, e vinho aos amargurados de espírito." Prov. 31:6.

Limitar-nos-emos ao que diz o Comentário Adventista e a uma ligeira alusão de Adão Clark.
O que escreveram os teólogos e comentaristas adventistas sobre Deut. 14:26.

"Bebida forte. O vinho e a bebida forte aqui mencionados eram ambos fermentados. Em tempos passados Deus
freqüentemente tolerava a grosseira ignorância responsável por práticas que Ele nunca pôde aprovar. Mas
finalmente veio o tempo quando, em cada ponto, Deus ordenou a todos os homens que se arrependessem (Atos
17:30). Então aqueles que persistissem em suas práticas, a despeito do conselho e advertência não mais teriam uma
desculpa para seu pecado (João 15:22). 'Se eu não viera, nem lhes houvera falado, pecado não teriam; mas agora
não têm desculpa do seu pecado.' No seu procedimento anterior eles não tinham pecado e Deus não os considerava
totalmente responsáveis, embora suas obras estivessem afastadas do ideal. Sua longanimidade é extensiva a todo
aquele que não sabe o que está fazendo (Luc. 23:34). Como Paulo que perseguia a Igreja ignorantemente na
incredulidade eles podem obter misericórdia."

Depois de falar que Deus suportou a escravatura e a poligamia, coisas contrárias aos princípios divinos, o SDABC
assim conclui:

"Assim foi com o 'vinho' e 'bebida forte'. A ninguém era estritamente proibido beber, exceto os engajados em
deveres religiosas e talvez também na administração da justiça (Lev. 10:9; Prov. 31:4). Os males do 'vinho' e da
'bebida forte' foram claramente indicados, o povo aconselhado a abster-se deles (Prov. 20:1; 23:29 a 33), e uma
maldição pronunciada sobre aqueles que induzissem outros a abusar da bebida (Hab. 2:15). Mas Paulo coloca diante
de nós o ideal declarando: 'Portanto, quer comais, quer bebais, ou façais outra coisa qualquer, fazei tudo para a
glória de Deus.' (I Cor. 10:31), e informa que Deus destruirá aqueles que desonram seus corpos (I Cor. 3:16-17).
Coisas intoxicantes destroem o templo de Deus e seu uso não pode ser considerado um meio de O glorificar (I Cor.
6:19-20; 10:31). Paulo abandonou o uso de cada coisa prejudicial ao seu corpo (I Cor. 9:27). Não há desculpa hoje
para o argumento de que não há nada intrinsecamente errado no uso de bebidas intoxicantes, baseando-se no fato
de que uma vez Deus as permitiu. Como já foi notado, Ele também permitiu uma vez a escravatura e a poligamia. A
Bíblia adverte que os bêbados não herdarão o reino de Deus (I Cor. 6:10)."

Sobre Prov. 31:6 este mesmo Comentário tece as seguintes considerações:

"Pronto para perecer. Sem o conhecimento de narcóticos possuído pelos médicos hoje, os antigos tinham
freqüentemente apenas várias misturas de bebidas intoxicantes e preparações de ervas narcóticas com as quais
insensibilizavam as dores de doenças fatais. Àqueles que eram crucificados, no tempo de Cristo, ofereciam-lhes uma
mistura de vinagre e fel. Nosso Senhor recusou beber aquela mistura. Ele desejava uma mente clara para resistir à
tentação de Satanás e conservar forte Sua fé em Deus."

Adão Clark apresenta esta mesma idéia sobre Provérbios 31:6, apenas usando vocabulário diferente:

"Dai bebida forte para aquele que está morrendo. Já temos visto que bebidas embriagantes eram
misericordiosamente dadas aos criminosos condenados, para torná-los menos sensíveis às torturas que
enfrentariam na morte. Isto é o que foi oferecido a nosso Senhor, mas Ele recusou."

Do matutino paulista "O Estado de São Paulo" de 22-1-1984, retirei a seguinte nota:

"A História nos cientifica que no tempo de Napoleão a pobreza da farmácia não oferecia muitas possibilidades de
aliviar os sofrimentos dos feridos. Não lhes era oferecida senão uma esponja embebida em suco de ópio para sugar."

Link

Fonte: Pedro Apolinário - Explicação de Textos Difíceis da Bíblia

O vinho - beber ou não beber?

por Flávia Hadad


Será que o vinho faz bem à saúde? A ingestão de bebida alcoólica, diariamente, é o melhor remédio para manter,
por exemplo, o colesterol em níveis normais? Até hoje, não existe nenhuma pesquisa científica que comprove os
benefícios do vinho no combate ao colesterol. O mesmo acontece com o suco de berinjela com laranja. Os
resultados de novas pesquisas sobre a influência dos alimentos no controle (ou aumento) do colesterol dão origem a
dúvidas ainda maiores. Vamos falar do vinho que, seja tinto, branco, seco, semi-seco, rosado, espumante, suave ou
fortificado, está sempre em alta, principalmente, no inverno.

Alguns estudos mostram que o consumo de vinho, especialmente o tinto, protege o organismo de doenças do
coração. Na França, onde existe o hábito de se beber uma ou duas taças de vinho por dia, a incidência de problemas
cardiovasculares é pequena em relação aos países industrializados (apesar de não apresentarem fatores de risco
menores, como obesidade, nível de colesterol no sangue, tabagismo, pressão arterial e sedentarismo). A ligação
entre o consumo moderado de álcool e a redução de risco de ataque cardíaco pode ser em parte explicada pela
relação do álcool no aumento do nível de HDL (colesterol bom). O efeito protetor do vinho tinto deve ser
considerado, mas não devemos esquecer os seus outros efeitos como a embriaguez e as mudanças de
comportamento, entre outros.

Alguns pesquisadores afirmam, ainda, que o suco natural de uva, este sim, combate o colesterol, mas o vinho, por
ter álcool, aumenta a pressão arterial e é contra-indicado para os hipertensos. A relação da uva com o coração
sempre despertou curiosidade. No final da década de 70, um estudo feito em vários países relacionou a mortalidade
por doenças nas artérias coronárias, que irrigam o coração, com o vinho tinto. No entanto, os grandes amigos do
coração são os flavanóides - substâncias que agem diretamente no fígado, inibindo a síntese de colesterol. Estes
flavanóides atuam também como agentes antioxidantes, que diminuem a oxidação das moléculas do organismo,
desacelerando os processos de envelhecimento.

Segundo a American Heart Association (Associação Americana do Coração), para quem deseja prevenir doenças
cardíacas, não existe nada melhor do que ter uma dieta saudável, fazer exercícios físicos regularmente e ter o peso
adequado. Portanto, não há motivo para se recomendar uma bebida alcóolica para diminuir os riscos dessas
patologias.

Atenção: As informações contidas nesta matéria têm caráter informativo e não devem ser utilizadas para realizar
autotratamento ou automedicação. Em caso de dúvidas, consulte o seu médico.

Para que você fique melhor informado, entrevistamos o Dr. Carlos Eduardo Domingues, cardiologista e mestre em
saúde pública, um defensor da medicina baseada em evidências.

O consumo de duas taças de vinho ao dia diminui os riscos para as doenças do coração?
O consumo moderado de vinho pode realmente reduzir a incidência de doenças coronarianas, como tem sido
demonstrado por diversos estudos nos últimos 30 anos. Podemos considerar a ingestão de duas taças de vinho
como um exemplo de consumo moderado. Mas temos que ter muito cuidado ao abordar o assunto. Ainda não há
justificativas concretas para a recomendação do uso de vinhos como estratégia de cardioproteção. A American Heart
Association, por exemplo, recomenda que a ingestão de bebidas alcoólicas seja um item de discussão particular
entre o paciente e seu médico.

O vinho pode ajudar uma pessoa com problemas de colesterol alto?


As doenças cardiovasculares estão diretamente relacionadas aos fatores de risco, como hipertensão arterial,
tabagismo, diabetes mellitus e dislipidemias (alterações do colesterol). Entre esses fatores de risco o vinho tem seu
principal efeito nos níveis de colesterol, em particular na elevação do colesterol HDL, conhecido como colesterol
"bom".

Qualquer tipo de vinho combate o colesterol? Quais são os vinhos indicados?


Dr. Carlos Eduardo: Devemos destacar que ainda não está definido de forma clara se o efeito cardioprotetor do
vinho decorre de substâncias existentes somente nos vinhos ou se decorre da presença do etanol (álcool), o que
transferiria a todas as bebidas alcoólicas esse possível efeito. Mas os vinhos provavelmente tem lugar de destaque
entre as bebidas alcoólicas. Durante a produção dos vinhos tintos centenas de produtos químicos são extraídos das
cascas das uvas. Muitos autores associam os benefícios do vinho a algumas dessas substâncias. Vale a pena lembrar
que na produção dos vinhos brancos as cascas das uvas são desprezadas, portanto esse tipo de vinho não teria o
mesmo efeito que o vinho tinto.

E quanto ao suco natural de uva?


Provavelmente o suco de uva também tem o mesmo efeito cardioprotetor que o vinho tinto, já que o mesmo
também utiliza as cascas das uvas na sua elaboração.

Existe alguma pesquisa científica que comprove os benefícios do suco de berinjela com laranja?
Não que eu conheça.

Qual é o melhor remédio para manter o colesterol bom (HDL)? E para manter o colesterol ruim (LDL)?
As estatinas, drogas inibidoras de uma enzima conhecida como HMG-CoA Redutase, são os medicamentos mais
indicados para o controle dos níveis de colesterol, tanto para o colesterol HDL como para o colesterol LDL. Entre as
estatinas existem pequenas variações em suas caracterírsticas, mas nenhum estudo demonstrou superioridade
absoluta de qualquer uma delas. Por outro lado, uma estatina utilizada em vários países do mundo, como Brasil e
Estados Unidos, a ceruvastatina, foi retirada recentemente do mercado devido aos seus efeitos colaterais. Portanto,
mais uma vez devemos ter cautela. Novos medicamentos devem ser suficientemente avaliados, laboratorial e
clinicamente, antes de se tornarem uma indicação definitiva. Eu, particularmente, sigo os conceitos da medicina
baseada em evidências e prefiro esperar estudos mais completos e bem elaborados antes de indicar uma nova
droga.

Referências Bibliográficas:
Castelli WP. How many drinks a day? JAMA, 1979.
Friedman GD & Klatsky AL. Is alcohol good for your health? N.Engl. J. Med. 1993.
Penteado de Castro CE. Vinho...alimento e remédio. Revista do Vinho, 1993.
Saint Leger AS, Cochrane AL, Moore F. Factors associated with cardiac mortality in developed countries with
particular reference to the consumption of wine. Lancet, 1979.
Santos, Paula. O paradoxo francês. Revista do Vinho, 1992.
Santos, Paula. Vinho e Saúde. In: Vinho e Cultura. Ed. São Paulo: Melhoramentos, 1989.
Schoereder OB. Vinho, alcoolismo, medicina - Iniciação ao vinho. Florianópolis: Ed. da UFSC, 1985.

O Cristão pode beber vinho?

Este é um assunto muito polêmico, pois a maioria dos cristãos acham que quem defende o ingestão de vinho, está
querendo mesmo é beber cerveja, queridos… não estou aqui para defender ou não o ato de se beber vinho, mas
para esclarecermos este assunto pois vivemos em meio a uma sociedade e devemos estar sempre prontos para
responder aos questionamentos desta sociedade. Antes de mais nada vejamos alguns versículos … Mateus, 11:19
“Veio o Filho do homem, comendo e bebendo, e dizem: Eis aí um comilão e bebedor de vinho, amigo de publicanos
e pecadores. Entretanto a sabedoria é justificada pelas suas obras.”

Lucas, 7:34
“veio o Filho do homem, comendo e bebendo, e dizeis: Eis aí um comilão e bebedor de vinho, amigo de publicanos e
pecadores.”

Estas passagens mostram que Jesus bebeu vinho, mas não que ele se embriagasse de vinho, naquela época era
costume geral se beber vinho em festividades e ceia. e não há passagem bíblica que condene o ato de se beber vinho
exceto em dois casos que veremos abaixo.

Romanos, 14:21
“Bom é não comer carne, nem beber vinho, nem fazer outra coisa em que teu irmão tropece.”
O primeiro é o que vemos nessa passagem. Mesmo sabendo que o fato de beber vinho não influencia em nada na
minha, somos aconselhados a não fazer quando isso implica em escândalo a alguém, ai cabe o bom senso para os
cristãos, sempre é bom se abster para não entrar em contenda com os outros irmãos, sempre que possível ser o
pacificador na discussão
Efésios, 5:18
“E não vos embriagueis com vinho, no qual há devassidão, mas enchei-vos do Espírito,”

O segundo ponto é este. A pessoa beber no intuito de embriagar-se é considerado como pecado assim com exagerar
ao comer (gula), no versículo acima podemos ver que é na embriaguês com vinho que há devassidão, quando
evitamos a embriaguês evitamos a devassidão e assim evitamos o pecado
1º Timóteo, 3:8
“Da mesma forma os diáconos sejam sérios, não de língua dobre, não dados a muito vinho, não cobiçosos de torpe
ganância,”

Aqui nos podemos ver que era costume mesmo daquela época o beber vinho. Paulo citando as características dos
que virem a exercer o Diaconato deixa claro quando diz “não dados a muito vinho” que o exagero é condenado
principalmente aos que exercem cargos na igreja pois devam ser exemplo dos fiéis, mas note que ele não diz para
não beber, mas para não usar de exagero pois sabe que o exagero o deixará embriagado e é pecado.

1º Timóteo, 5:23
“Não bebas mais água só, mas usa um pouco de vinho, por causa do teu estômago e das tuas freqüentes
enfermidades.”

Aqui Paulo diz a Timóteo para que beba um pouco de vinho por causa de sua enfermidade. Naquela época o vinho
por ser fermentado era usado até mesmo em ferimentos para lavar e livrar de se ter uma infecção.

Conclusão: Beber vinho não é pecado. Eu não bebo, (nem estou escrevendo isso para justificar um futuro alcoolismo,
rsrsrs), mas fiz questão de escrever isso para esclarecer o assunto, pois conheço muita gente que leva a dois
extremos , os que chamam os que bebem vinho de Cachaceiros (lembrem se Jesus bebia vinho…) e arrumam até
teorias que o vinho que Jesus bebia não era alcoólico, e o que ele multiplicou não era alcoólico, sinto muito
decepcioná-los, era alcoólico sim… E outros que defendem o vinho, pois é a coisa mais fácil de comprar no mercado
e de se embriagar em casa, longe dos olhos “preconceituosos” dos irmãos. Cuidado queridos, esta pode ser uma
porta para que venham outras bebidas, e não precisamos ser Cristãos para saber que bebida alcoólica pode matar. Á
pouco fiquei sabendo que um irmão que considero muito como um homem trabalhador na obra de Cristo, começou
a beber vinho, e hoje ele e seus filhos estão dominados pelo vício do alcoolismo. Sejamos de pouco vinho e se
formos de “nenhum vinho” não faz diferença nenhuma.obrigado Daniel – DF pelos versículos

Qualificações dos Presbíteros: Não Dado ao Vinho


Juliano Heyse (editor)
É necessário, portanto, que o bispo seja irrepreensível, esposo de uma só mulher, temperante, sóbrio,
modesto, hospitaleiro, apto para ensinar; não dado ao vinho 1 Tm 3:2-3

Porque é indispensável que o bispo seja irrepreensível como despenseiro de Deus, não arrogante, não
irascível, não dado ao vinho Tt 1:7

Introdução

Esta qualificação aparece nas duas listas. O termo grego é um só e identifica uma pessoa que tem uma
relação especial, idolátrica e de dependência com o vinho. Vejamos os comentaristas.

Grego

• Em 1 Timóteo e Tito παροινοζ - paroinos

Strongs - dado ao vinho, bêbado

Rienecker e Rogers - alguém que senta-se por muito tempo com o seu vinho, escravo da bebida, dado ao
vinho

Outras versões

Outras traduções do mesmo termo em português:

Almeida Revista e Atualizada (ARA) não dado ao vinho / não dado ao vinho
Nova Versão Internacional(NVI) não deve ser apegado ao vinho / não apegado ao vinho
Almeida Revista e Corrigida(ARC) não dado ao vinho / não dado ao vinho
Nova Tradução na Linguagem de não pode ser chegado ao vinho / não deve ser chegado ao
Hoje(NTLH) vinho
Tradução Brasileira(TB) não dado ao vinho / não dado ao vinho

Comentários

• Broadman – (-)

• D. A. Carson Então, versículo três, "não dado a muito vinho". Isso não significa só estar livre de
embriaguez mas também livre da dependência. O servo de Jesus Cristo não deve ser escravo de qualquer
outra coisa.

• Jamieson, Fausset e Brown (Tm) O grego inclui além disso, "não dado à violência", conduta violenta em
relação a outros, que provém de ser dado ao vinho.

• João Calvino – Pela palavra παροινοζ que é usada aqui, os gregos denotam não somente a embriaguez, mas
qualquer intemperança em beber vinho avidamente. E, realmente, beber vinho excessivamente não só é
muito impróprio em um pastor, mas geralmente traz consigo muitas coisas ainda piores; como brigas,
atitudes tolas, conduta imoral e outras coisas que não é necessário descrever. (...) A interpretação correta é a
de Crisóstomo de que homens com uma disposição de bebedice e ferocida deveria ser excluídos do ofício de
bispo.

• John Gill Alguém que não senta para beber, ou que está continuamente bebendo e é imoderado no uso da
bebida; caso contrário é permitido que pessoas em tal ofício bebam vinho, e às vezes absolutamente
necessário; veja 1 Tm 5:23. Significa alguém que não é dado a muito vinho, como em 1 Tm 3:8; não é
viciado ou um seguidor do vinho; a versão siríaca diz: "que não transgride em função do vinho", ou vai além
dos limites devidos no seu uso, que não é imoderado nisso; a versão arábica diz: "não insolente por causa do
vinho", já que alguém que está aquecido com ele é feroz e furioso e encrenqueiro e briguento, e
freqüentemente muito perverso e ofensivo; e este sentido é seguido por alguns.

• John MacArthur (Tm) É mais do que uma mera proibição contra a bebedice. Um presbítero não pode ter
uma reputação como um bebedor; seu julgamento nunca pode ser enevoado pelo álcool (cf. Pv 31:4,5; 1 Co
6:12), seu estilo de vida deve ser radicalmente diferente do mundo e levar outros à santidade, não ao pecado
(Rm 14:21). (Tt) Aplica-se a beber qualquer bebida alcoólica em qualquer forma que embote a mente ou
subjugue inibições (cf. Pv 23:29-35; 31:4-7). Por aplicação, também indicia qualquer outra substância (por
ex., drogas) que obscureça a mente.

• Matthew Henry (Tm) Os sacerdotes não deveriam beber vinho quando iam ministrar (Lv 10:8-9), a fim de
que não pervertessem a lei. (Tt) não há maior reprovação a um ministro do que ser um bebedor de vinho,
alguém que ama isso e se concede, desta forma, liberdade imprópria que continua com o vinho ou a bebida
forte até que o inflame. O uso apropriado e moderado, como em outras boas criaturas de Deus, não é
irregular. Usa um pouco de vinho, por causa do teu estômago e das tuas freqüentes enfermidades, disse
Paulo a Timóteo, 1 Tm 5:23. Mas o excesso nisso é vergonhoso em todos, especialmente em um ministro. O
vinho arrebata o coração, transforma o homem em um selvagem. Aqui o mais apropriado é aquela exortação
do apóstolo (Ef 5:18), E não vos embriagueis com vinho, no qual há dissolução; mas enchei-vos do Espírito.
Aqui não há excesso, mas no com o anterior muito facilmente pode haver. Tome cuidado, portanto,para não
ir muito perto da borda.

• New American Commentary – (Tm) A primeira qualificação negativa exige do líder eclesiástico controle
sobre sua sede dele por álcool. A palavra descreve alguém que é viciado em vinho. Não proibe uso
medicinal de álcool (1 Tim 5:23). Em nossa sociedade americana saciada da sede por álcool, a prática de
abstinência total pelos cristãos poderia restringir os efeitos destrutivos que o alcoolismo trouxe a nós. (Tt)
Paulo desqualifica um bêbado de servir como um presbítero. O presbítero "não deve ser dado a muito vinho"
(tradução do autor). Até mesmo levando em conta outros comentários de Paulo relativos ao abuso de vinho,
a pessoa não pode ser dogmática de que ele requer abstinência total no presbítero. Porém, considerando as
qualidades viciadoras do álcool, qualquer cristão (presbítero ou não) deveria considerar seriamente as
declarações de Paulo relativas às responsabilidades do "forte" em relação ao "fraco". Permanecer inocente
em qualquer situação que gera ofensa deveria ser a regra dominante com respeito a qualquer prática
questionável permitida contudo não encorajada pela Bíblia.

• William MacDonald (Tm) A expressão "dado ao vinho" significa viciado em bebidas alcoólicas. O bispo
não deve ser um homem que se entrega ao vinho e provoca brigas e escândalos. (Tt) Em nossa cultura, isso
parece tão elementar que dificilmente precisaria de menção. Mas devemos lembrar que a Bíblia foi escrita
para todas as culturas. Em países nos quais o vinho é usado pelos cristãos como bebida comum, há o risco de
abuso e de conduta desordeira. Destaca-se aqui a falta de autocontrole.

A Bíblia distingue entre o uso do vinho e o abuso dele. O uso com moderação como bebida era permitido
quando Jesus transformou água em vinho nas bodas de Caná (Jo 2:1-11). O uso para propósitos medicinais é
receitado por Paulo a Timóteo (1`Tm 5:23; cf. tb. Pv 31:6). O abuso do vinho e da bebida forte é condenado
em Provérbios 20:1; 23:29-35. Embora a total abstinência não seja exigida literalmente, há uma situação na
qual se requer moderação; por exemplo, quando a ingestão de vinho ofenderia um irmão mais fraco ou
levaria a tropeço (Rm 14:21). Essa é a principal consideração que leva muitos cristãos nos Estados Unidos a
se absterem completamente do álcool.

Com relacão ao presbítero, a questão não é a total proibição do vinho, mas seu uso excessivo, que conduz a
brigas.

Conclusão

O perigo do vinho e da bebida alcoólica em geral está sempre presente. O seu uso não é condenado pela
Bíblia, mas ele tem potencial para tornar-se facilmente um ídolo. Em nossa sociedade altamente química, em
que o uso de drogas é corriqueiro, o uso da bebida alcoólica é generalizado e extremamente facilitado. Os
comentaristas mais antigos, como Calvino, Gill e Henry não são tão contundentes, mas o New American
Commentary, MacArthur e MacDonald são mais exigentes e chegam a insinuar a importância da
abstinência. Nenhum deles ousa dizer que a abstinência é exigida, mas usam diversos argumentos que
conduzem a ela.

O que podemos concluir é que qualquer homem que tem problemas com bebida, ou qualquer outro tipo de
substância viciadora e/ou entorpecente (como aponta MacArthur) seja por dificuldade de se controlar ou por
dependência, não é adequado para o ofício de presbítero.

Próximo Artigo: Não violento, porém cordato

Fontes

Comentário Bíblico Popular – Novo Testamento – William MacDonald – Ed. Mundo Cristão
The Broadman Bible Commentary – Broadman Press
The MacArthur Bible Commentary – Thomas Nelson Publishers
Bíblia OnLine 3.00 – SBB
Definindo o que são presbíteros – artigo de D.A.Carson - http://www.bomcaminho.com/dac001.htm
The New American Commentary – Broadman Press
Chave Linguística do Novo Testamento Grego – Ed. Vida Nova

Tradução (onde necessário): Juliano Heyse


É PECADO OU NÃO TOMAR VINHO

Postado por EV- ADRIANO MEIRA em 11 dezembro 2009 às 13:25


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A MUITAS DENOMINAÇOES CADA UMA COM SUA IRARQUIA UMAS DISSE QUE É PECADO OUTRAS DISSE QUE NÃO É
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Essa pergunta ai é complicada , espero q tds participem e tirem as duvidas de nossos irmãos, utilizando de textos
biblicos se possivel ou apenas citando a palvra de DEus..
Muitas igrejas permitem o beber vinho com prudência usando de argumentos biblicos, outras preferem ser
cautelosas com medo de seus membros confundirem e voltarem aos velhos costumes, outras são radicais
condenando tal ato.

Mateus, 11:19
"Veio o Filho do homem, comendo e bebendo, e dizem: Eis aí um comilão e bebedor de vinho, amigo de
publicanos e pecadores. Entretanto a sabedoria é justificada pelas suas obras."

Lucas, 7:34
"veio o Filho do homem, comendo e bebendo, e dizeis: Eis aí um comilão e bebedor de vinho, amigo de publicanos
e pecadores."

Estas passagens mostram que Jesus beu vinho, mas não que ele se embriagasse de vinho, naquela época era
costume geral se beber vinho em festividades e seia. e não á passagem biblica que condene o ato de se bber vinho
exeto em dois casos que veremos abaixo.

Romanos, 14:21
"Bom é não comer carne, nem beber vinho, nem fazer outra coisa em que teu irmão tropece."

O primeiro é o que vemos nessa passagem. Mesmo sabendo que o fato de beber vinho não influencia em nada na
minha, somos aconselhados a não fazer quando isso implica em escandalo à alguem. Por motivo de consideração eu
nõ posso fazer por saber muita gente não penssa assim e isso irá escandalizar o meu irmão.

Efésios, 5:18
"E não vos embriagueis com vinho, no qual há devassidão, mas enchei-vos do Espírito,"

O segundo ponto é este. A pessoa beber no intuito de embriagar-se é considerado como pecado assim com
exagerar ao comer (gula), Em pequena dosagem e de forma sadia não há problema.

1º Timóteo, 3:8
"Da mesma forma os diáconos sejam sérios, não de língua dobre, não dados a muito vinho, não cobiçosos de torpe
ganância,"
Aquí nos podemos ver que era costume mesmo daquela época o beber vinho. Paulo cintando as características
dos que virem a exercer o Diaconato deixa claro quando diz "não dados a muito vinho" que o exagero é condenado
principalmente aos que exercem cargos na igreja pois devam ser exemplo dos fiéis, mas note que ele não diz para
não beber. más para não usar de exagero pois sabe que o exagero o deixará embriagado e é pecado.

1º Timóteo, 5:23
"Não bebas mais água só, mas usa um pouco de vinho, por causa do teu estômago e das tuas freqüentes
enfermidades."

Aquí Paulo diz a Timóteo para que beba um pouco de vinho por causa de sua enfermidade. Na quela é época o
vinho por ser fermentado era usado até mesmo em ferimentos para lavar e livrar de se ter uma infecção.

Conclusão: Beber vinho não é pecado, mas devemos fazer de forma sadia a não escandalizar e nem usar de
exagero.

Eu não bebo vinho, não gosto. Mas não me escandaliza saber que alguém que se diz cristão bebe socialmente,
pois eu sei que o fato de se tomar vinho não o deixa impuro.

Afinal, 18 - Respondeu-lhes ele: Assim também vós estais sem entender? Não compreendeis que tudo o que de
fora entra no homem não o pode contaminar,

19 - porque não lhe entra no coração, mas no ventre, e é lançado fora? Assim declarou puros todos os alimentos.

20 - E prosseguiu: O que sai do homem , isso é que o contamina.

21 - Pois é do interior, do coração dos homens, que procedem os maus pensamentos, as prostituições, os furtos,
os homicídios, os adultérios,

22 - a cobiça, as maldades, o dolo, a libertinagem, a inveja, a blasfêmia, a soberba, a insensatez;

23 - todas estas más coisas procedem de dentro e contaminam o homem.

Marcos : 7

A paz do Senhor Jesus.

Cerveja sem álcool – mata a sede sem muitas calorias


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Nos quentes dias de verão vale antes de tudo a regra: beber muito! Em temperaturas elevadas o corpo sua mais, e
com o suor são excretados minerais importantes para a vida. Já em temperaturas normais deveríamos beber
diariamente de 1,5 a 2 litros; no verão devem ser adicionalmente 1 a 2 litros de bebida que contenham minerais,
para compensar as perdas. Quem quer se alimentar de modo saudável e consciente das calorias, – levando em conta
que deve ter sabor – não tem a vida fácil.

A cerveja sem álcool é a bebida ideal para o verão. Ela preenche todas as exigências dos especialistas em nutrição – a
cerveja (sem álcool e normal) contém substâncias minerais em abundância, que podem ser rapidamente assimiladas
pelo corpo. Adicionalmente: a cerveja quase não contém açúcar e apresenta muito poucas calorias e, além disso, é
um produto natural rico em vitaminas, produzido sem a adição de qualquer produto químico.
Na tabela de calorias da obra "Dicionário de valor nutricional e calorias" (*) a cerveja sem álcool está cotada como a
número um. Com 52 quilocalorias (kcal) ela vence a limonada (84 kcal) assim como o suco de maçã, que apresenta
98 kcal. Bem distante está o refrigerante sabor cola, com 122 kcal.

Teor calórico em 200 ml:

Cerveja sem álcool: 52 kcal

Limonada: 84 kcal

Cerveja pilsen: 84 kcal

Suco de maçã: 98 kcal

Refrigerante sabor cola: 122 kcal

(*) Dicionário de Valor Nutricional e Calorias - Schlütersche Verlagsgesellschaft, 2003

Fonte: DBB

Traduzido e Adaptado por Matthias R. Reinold

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