Averiguação de paternidade

.
Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por MARIA CARMEN DE HOLANDA CAVALCANTE e Tribunal de Justica do Estado do Ceara, protocolado em 26/10/2018 às 16:09 , sob o número WEB118106358020
fls. 161
EXCELENTÍSSIMA SENHORA DOUTORA JUÍZA DE DIREITO DA 7ª

VARA DE FAMÍLIA DA COMARCA DE FORTALEZA-CE
Para conferir o original, acesse o site http://esaj.tjce.jus.br/pastadigital/pg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 0077315-50.2009.8.06.0001 e código 3F40AD5.
AÇÃO DE AVERIGUAÇÃO DE PATERNIDADE
PROCESSO Nº 0077315-50.2009.8.06.0001
AGOSTINHO JOSÉ SOARES FREIRE, brasileiro,

casado, servidor público federal, residente e domiciliado na Rua Tenente Wendel
Quaranta, 1371, apto. 702, Suissa, Aracaju-SE, CEP 49.052-260, vem perante
Vossa Excelência, por meio de seus advogados cujo instrumento de procuração
segue anexo, EXPOR e REQUERER o seguinte.
1. RESUMO DA DEMANDA
A hipótese é de averiguação de paternidade ajuizada

por Karla Michele Gurgel Bentes em desfavor do ora peticionante e de seu irmão
Flávio Vinicius Soares Freire.
Rua Dr. Gilberto Studart nº. 55, sala 1006, Torre Sul, Duets Office Tower, Bairro Papicu, CEP: 60.442-510, Fortaleza –
Ceará, PABX: (085) 3239-2827, Cel: (085)98892-6675, email: eliane@mattosmattos.adv.br
.
fls. 162
Diz a requerente, no abono de sua postulação que
nasceu em 31 de dezembro de 1980, e que é filha biológica de outro irmão dos
réus, Sr. Carlos Michel Soares Freire, falecido em fevereiro do mesmo ano.
Aduz que seus pais mantiveram um relacionamento

estável por cerca de dois anos, mas que, antes de ela completar um mês de vida,
seu genitor veio a óbito em razão de acidente de carro, não tendo tido antes,
contudo, a oportunidade de registrá-la civilmente como filha.
Narra que, a despeito disso, seus (supostos) avôs

paternos (pais dos réus), Srs. Iraci Soares Freire e José de Moura a acolheram
conviveram até sua fase adulta, azo em que também vieram a falecer,
respectivamente, em 04 de abril de 2007, e em 06 de maio de 2009.
E arremata que, com a morte de seus (supostos) avôs,

buscou contato com os seus (supostos) “tios” (aqui requeridos) na intenção de
obter o reconhecimento formal e voluntário do estado de filiação cuja declaração é
objeto deste processo. Eles, no entanto, recusaram qualquer aproximação com a
indigitada sobrinha, e também não se dispuseram a admitir os seus supostos
direitos sobre a herança de seu pai.
Sob essas considerações, a autora pediu autorização

para a realização de exame de DNA, pugnando, no mérito, pela procedência da
demanda, com a expedição de mandados para averbação de sua filiação civil em
suas certidões de nascimento e casamento.
.
fls. 163
Em atenção ao despacho inicial, o primeiro réu, Flávio

Vinícius Soares Freire foi citado pessoalmente, conforme mandado cujo retorno
aos autos ocorreu em _____/_____/____.
Já em relação ao segundo réu (aqui peticionante), esse

Juízo determinou inicialmente que se procedesse com sua citação por carta
precatória para a comarca de Aracaju-SE.
O expediente foi devolvido sem cumprimento, no

entanto, com certidão do oficial indicando que não achara o endereço indicado
pela autora na peça de abertura.
Ela, a autora, então, informou novo endereço e este

juízo remeteu nova carta precatória, a qual foi novamente devolvida, com o
apontamento de que o peticionante se mudara do respectivo local havia
aproximadamente um ano.
Em face disso, a autora renovou o pedido citatório,

requerendo a citação do réu em seu domicílio de trabalho, na filial da Petrobras,
em Aracaju-SE (Em anexo, cadastro do empregado com data de admissão na
Petrobrás em 01/02/2006). No entanto, apesar de esse Juízo ter deferido o
requerimento, o expediente respectivo, por engano, foi encaminhado para a cidade
de Acaraú, no Ceará, de onde retornou com nova certificação de não cumprimento.
Intimada a se manifestar, a autora requereu que a

citação do réu fosse feita por meio de edital, ponderando, a propósito, que
envidara todos os esforços possíveis para localizar seu endereço, mas que não
.
fls. 164
obteve sucesso, fato suficiente, em seu entender, para autorizar a incidência do

art. 222, alínea f, c/c o art. 231, II, do CPC revogado.
Esse juízo, com efeito, deferiu o pedido, e determinou
a expedição da edital, mas sem assinalar o respectivo prazo de vigência. A
Secretaria, por sua vez, publicou o expediente com prazo de 30 dias, durante cujo
lapso, todavia, o requerido não se apresentou, nem nada requereu.
De conseguinte, esse Juízo decretou a revelia do

peticionante, e lhe nomeou curador especial, o qual, depois de intimado,
apresentou contestação ao pedido, pugnando a negação geral dos fatos, na forma
do art. 341, § único, do CPC/2015.
Não obstante, o ora peticionante, teve ciência informal

da presente demanda, e, em razão desse fato, vem apresentar-se para tecer
ponderações indispensáveis à realização de um julgamento justo e adequado.
2 – NULIDADE DA CITAÇÃO POR EDITAL.
2.1. NÃO-ESGOTAMENTO DOS MEIOS POSSÍVEIS PARA A LOCALIZAÇÃO

DO PETICIONANTE
A citação por edital consiste em meio excepcional de

chamamento do réu ao processo, e tem lugar nas situações em que o réu for
incerto, ou em que este se achar em local inacessível, ou ignorado.
.
fls. 165
Tal, com efeito, é a dicção do art. 256, I e II do novo

CPC, cujo § 3º, ademais, considera o réu em local desconhecido, quando
infrutíferas as tentativas de sua localização, inclusive mediante requisição, pelo
juízo, de informações sobre o seu endereço nos cadastros de órgãos públicos, ou
de concessionárias de serviços públicos.
De se inferir da norma acima, pois, a modalidade

editalícia justamente por se tratar de uma ficção legal, constitui medida extrema,
somente aplicável nas hipóteses em que, a despeito de empreendidos todos os
esforços possíveis, entre os quais, a realização de consultas externas por
determinação do próprio juízo, a parte demonstrou a impossibilidade material de
apontar a verdadeira localização do réu.
Tal realidade, no entanto, em absoluto se evidenciou

no caso presente. Na espécie, a saber, nem o peticionante jamais esteve em local
incerto, ignorado ou inacessível, nem a autora, muito menos, se desincumbiu dos
meios devidos para demonstrar o contrário.
A título de corroborar essa afirmação, alguns

apontamentos se fazem importantes, senão veja-se:
• O ora peticionante reside há vários anos em

Aracaju-SE, onde desde 2005 trabalha como
funcionário efetivo da Petrobrás. A autora tanto desse
fato, que expressamente o declinou em sua petição de
fls. 71, quando requereu que a citação fosse feita no
domicílio funcional do réu;
.
fls. 166
• A ordem de citação endereçada ao local de
trabalho do peticionante somente não obteve êxito
porque o respectivo expediente foi, por engano,
remetido não para cidade de Aracaju-SE, mas para o
Município de Acaraú, no interior do Ceará. De efeito,
para se localizar o réu, bastava, já naquela
oportunidade, que se tivesse procedido com a correção
do endereçamento, mas a promovente assim não o
requereu;
• O simples e só fato de o réu ser servidor ou

empregado público – circunstância, aliás, de amplo
conhecimento da autora - já afasta a suposição de que
o ora peticionante estivesse em lugar incerto ou
desconhecido. A simples expedição de ofício ao setor
de pessoal do órgão ou da entidade, com ordem para
informasse a lotação funcional do réu, seria suficiente
para localizá-lo;
• A autora conhecia e conhece o endereço do co-

réu. Tanto que conseguiu que ele fosse citado em sua
residência, que é a mesma desde o início do processo
até hoje. Ora, se ela sabia onde localizar o outro
requerido, era só pedir ao juízo que o intimasse para
que ele fornecesse informações atualizadas sobre o
irmão.
.
fls. 167
De um modo ou de outro, Excelência, a situação de

aqui versada, em absoluto, configura hipótese suscetível à opção pela via da
citação editalícia.
A saber, a autora, sem embargo das tentativas

frustradas de citação postal, ou pessoal, dispunha, sim, de vários outros meios
para obter o endereço pessoal ou profissional do aqui peticionante, invés de
prematuramente invocar o requerer o chamamento processual ficto.
Antes de “concluir” que o peticionante estava em local

incerto e desconhecido, ela poderia renovar o pedido de expedição de ofício ao
escritório da Petrobrás em Aracaju-SE (onde o expediente inicial não chegou por
erro da secretaria do Juízo), ou mesmo, quiçá, requerer a intimação do co-réu,
para informasse o endereço pessoal do irmão.
E isso, por sinal, sem falar na possibilidade de ela

provocar o juízo a buscar essa informação por meio de diligências junto aos órgãos
públicos, ou concessionárias de serviços públicos, com os quais o peticionante
eventualmente mantivesse algum vínculo ou relação jurídica.
Enfim, até que se esgotassem todas as alternativas de

citação real, ainda havia um longo caminho pela frente, que a autora, por
comodidade e conveniência, se eximiu de percorrer, optando, na ocasião, por
tomar o trajeto que lhe pareceu mais curto, enveredando pelo indevido atalho
processual previsto no art. 221, III do CPC revogado.
.
fls. 168
Sob esse enfoque, tendo em vista que, na situação em

análise, a autora não exauriu as possibilidades de localização pessoal do réu
peticionante a citação editalícia ordenada às fls. _____ resultou nula de pleno
direito, resultando insuscetível de operar os efeitos que seriam próprios do mesmo
ato. Nesse sentido, confira-se a orientação jurisprudencial pertinente:
PROCESSO CIVIL. EMBARGOS À EXECUÇÃO.

CITAÇÃO POR EDITAL. EXAURIMENTO DOS MEIOS
HÁBEIS PARA A LOCALIZAÇÃO DO RÉU. NÃO
OCORRÊNCIA. NULIDADE. SENTENÇA CASSADA.
1. A citação por edital, medida excepcional, só deve
ser promovida se comprovado o exaurimento dos
meios hábeis para a localização do endereço da parte
ré. Não esgotadas todas as tentativas de localização,
a citação por edital é nula.
2. Recurso conhecido e provido (TJDF - APC. nº
20140111441777APC, Relator: SILVA LEMOS,
Revisor: MARIA IVATÔNIA, 5ª TURMA CÍVEL, Data de
Julgamento: 18/11/2015, Publicado no DJE:
11/12/2015).
Citação por edital. Impossibilidade. Não esgotamento

dos meios para a localização do devedor. Citação do
réu antes de esgotados todos os meios para a
localização do réu. Nulidade da citação e dos demais
atos subseqüentes. Recurso Conhecido e provido.
Anulação da sentença. TJBA. APC nº 0132594-
.
fls. 169
82.2008.8.05.0001. Rel. Desa. Joanice

MariaGuimarães de Jesus. Terceira Câmara Cível. DJ:
27/02/2018.
Mais especificamente no que toca à hipótese dos

autos, em que o peticionante é empregado público, e sua ocupação funcional é
conhecida pela autora, a alegação de que ele se ache em lugar incerto é
sobremodo descabida, consoante é o entendimento que reprodução abaixa se
transcreve:
AÇÃO DE INVESTIGAÇÃO DE PATERNIDADE.

CITAÇÃO EDITALÍCIA. INOBSERVÂNCIA AO
DISPOSTO NO ART. 232, DO CPC. CERCEAMENTO
DE DEFESA. 1. Somente quando já exauridas as
diligências para a busca do co-réu, é que este pode ser
declarado em lugar incerto e não sabido, ensejando a
citação através de edital. 2. A citação ficta constitui
medida excepcional, e somente é admissível quando
impossibilitada a localização do réu. 3. Deve ser
evitada, tanto quanto possível, a ocorrência de prejuízo
para a parte demandada, pois o não chamamento real
implica limitação ao direito de defesa, que é, em si,
uma garantia constitucional. 4. Se o réu é aposentado
de órgão federal e recebe seus proventos,
certamente seu endereço não é ignorado,
justificando-se a expedição de ofício ao órgão
pagador e, sendo o caso, à agência bancária,
solicitando informações acerca do endereço
.
fls. 170
residencial. Recurso provido. (Agravo de Instrumento

Nº 70053217097, Sétima Câmara Cível, Tribunal de
Justiça do RS, Relator: Sérgio Fernando de
Vasconcellos Chaves, Julgado em 14/02/2013) (TJ-RS
- AI: 70053217097 RS, Relator: Sérgio Fernando de
Vasconcellos Chaves, Data de Julgamento:
14/02/2013, Sétima Câmara Cível, Data de Publicação:
Diário da Justiça do dia 19/02/2013).
Na esteira dessas razões, pede-se a Vossa Excelência

que, admitindo a presente alegação, reconheça a nulidade do chamamento
processual editalício, restaurando o prazo legal do ora peticionante para
apresentar sua defesa e requerer a produção das provas que julgar de bom alvitre.
Não sendo essa a orientação, contudo, o que admitir-

se-ia, ad argumerntandum, que passe Vossa Excelência ao deslinde da próximo
tópico.
2.2. NÃO OBSERVÂNCIA DA REGRA PREVISTA NO ART. 257, II, DO CPC
Relativamente ao tema, o dispositivo legal em alusão

estabelece que, nos casos em que for necessária a citação por edital, deverá o
respectivo expediente ser publicado, pelo menos, no site do Tribunal ao qual esteja
vinculado o Juízo, e na plataforma de editais do Conselho Nacional de Justiça,
sem prejuízo da possibilidade, a critério do juiz, de publicação em jornal de grande
circulação.
.
fls. 171
Cuida-se, portanto, de requisito de validade da citação

por edital, sua publicação “(...) na rede mundial de computadores, no sítio do
respectivo tribunal e na plataforma de editais do Conselho Nacional de Justiça,
que deve ser certificada nos autos no sítio do respectivo tribunal e na plataforma
de editais do Conselho Nacional de Justiça, que deve ser certificada nos
autos(...)”.
Na situação em análise, todavia, o expediente

editalício de fls. 119 só foi publicado no Diário Oficial de Justiça, e afixado no
átrio do Fórum Clóvis Beviláqua, conforme indicam as certidões de fls. 120 e 121.
Nesse sentido, e mesmo que se considere que a

disponibilização física do edital na sede forense substitua a obrigação de que ele
seja publicado no site do respectivo Tribunal de Justiça, não houve, na hipótese,
divulgação oficial do documento na plataforma de editais do CNJ.
Tal circunstância (ausência de publicação do edital na

plataforma de editais do CNJ) prejudicou a ampla publicidade do instrumento,
vulnerando, nesses termos, a previsão normativa expressa e de observância
obrigatória.
De conseguinte, à míngua de tal submissão, isto é,

face à não publicação do edital citatório em plataforma do CNJ, o ato de
chamamento processual em questão se eivou de nulidade formal objetiva,
devendo, como tal, ser reconhecido e declarado conforme de direito.
.
fls. 172
2.3. NULIDADE DO DESPACHO QUE DETERMINOU A CITAÇÃO POR EDITAL

(POR AUSÊNCIA DE FIXAÇÃO DEM PRAZO)
Reza o antes citado art. 257, mas em razão de seu
inciso III, que, entre os requisitos de validade da citação por edital, está a
obrigatoriedade de o juiz, no despacho autorizativo, fixar prazo, de 20 a 60 dias
para a duração do período de chamamento. A propósito:
Art. 257. São requisitos da citação por edital: (...)III - a

determinação, pelo juiz, do prazo, que variará entre
20 (vinte) e 60 (sessenta) dias, fluindo da data da
publicação única ou, havendo mais de uma, da
primeira;
No caso concreto, todavia, o despacho que ordenou a

citação não indicou o respectivo prazo de vigência. Esse juízo simplesmente
ordenou que o chamado fosse feito pela via excepcional, mas não disse, nem
esclareceu de quanto seria o lapso temporal do instrumento.
De se observar que, consoante prescreve o

supracitado art. 257, III, do CPC, a designação do prazo do edital é incumbência
do juízo, não cabendo à Secretaria Judiciária substituir-se em tal atribuição à
míngua de determinação específica.
Em situações como tais, duas possibilidades se

abrem: ou o oficial devolve os autos ao juiz para que supra sua omissão; ou,
.
fls. 173
senão, não havendo determinação judicial expressa, o edital deve ser publicado
no prazo máximo (de sessenta dias).
Nenhuma das soluções, contudo, foi presentemente
adotada. Na espécie, embora o juízo não tenha feito nenhuma menção de tal
ordem na decisão concessiva do pleito de citação ficta, o edital foi publicado com
prazo de trinta dias, não tendo havido nem a correção do vício formal (ausência
de fixação no despacho), nem ampliação necessária para o máximo do prazo de
duração respectivo.
Nesse contexto, a publicação do edital com prazo de

30 dias, sem que houvesse decisão anterior que assim determinasse importou
em nulidade, tanto por violação à regra do art. 257, III, quando por cerceamento
ao direito de defesa.
2.4. NULIDADE DA CITAÇÃO POR EDITAL PELA FALTA DA ADVERTÊNCIA

PREVISTA NO ART. 257, IV, DO CPC
Igualmente no rol dos pressupostos para que a

citação editalícia seja tida como válida, o art. 257, IV, do CPC exige que, no
expediente, conste a advertência de que, em caso de revelia, será, ao réu,
nomeado um curador especial.
Tal advertência, no entanto, não constou no edital de

fls. 119. A propósito, pelo que se infere do documento, a sanção ali apontada
para o caso de ausência de contestação, era, não outra, senão a presunção de
veracidade dos fatos respectivamente alegados.
.
fls. 174
Nesse aspecto, pois, a citação por edital se mostrou
nula, por duas razões, no mínimo: primeiro porque, a presunção de veracidade
dos fatos alegados constitui efeito da revelia, o qual, todavia, não se aplica às
causas que versem sobre interesses indisponíveis, como é o reconhecimento da
paternidade (art. 345, II, CPC).
Segundo porque, a lei, ao tratar da citação ficta, não

fala em presunção de veracidade fática. O que art. 257, IV, exige é que conste do
edital de citação a advertência de que, na ausência de defesa, ao réu será
nomeado um curador especial.
Dito isso, e considerando, como assentado, que tal

admoestação não integra o expediente de fls. 119, a própria citação por edital se
afigurou nula, impondo-se que assim Vossa Excelência o reconheça, sob os
consectários de rigor.
3 – PEDIDO
Em face de tudo o quanto aqui exposto, requer o

peticionante de Vossa Excelência que reconheça a nulidade da citação por edital
cujo expediente descansa às fls. 119, acolhendo quaisquer das teses suscitadas
nos subitens 2.1 a 2.4, e que, de conseguinte, revogue a decisão que decretou
sua revelia, restituindo-lhe o prazo para a apresentação de sua defesa, que
deverá fluir a partir da data da audiência de conciliação a ser novamente
designada, e apenas na hipótese de não haver resolução consensual da
demanda.
.
fls. 175
São termos em que
Pede e espera deferimento
Fortaleza, 26 de outubro de 2018.
MARIA ELIANE CARNEIRO LEÃO MATTOS

OAB/CE 5.305
LINCOLN MATTOS MAGALHÃES

OAB/CE 15.053
MARIA CARMEM DE HOLANDA CAVALCANTE

OAB/CE 16.136
WILBER AUGUSTO SILVEIRA DE SOUZA

OAB/CE 26.279
MARIA CECÍLIA PINHEIRO NOGUEIRA

OAB/CE 32.523

Averiguação de paternidade

Caricato da

Informazioni sul documento

Descrizione originale:

Titolo originale

Copyright

Formati disponibili

Condividi questo documento

Condividi o incorpora il documento

Opzioni di condivisione

Hai trovato utile questo documento?

Questo contenuto è inappropriato?

Copyright:

Formati disponibili

Averiguação de paternidade

Caricato da

Copyright:

Formati disponibili

.

EXCELENTÍSSIMA SENHORA DOUTORA JUÍZA DE DIREITO DA 7ª

AGOSTINHO JOSÉ SOARES FREIRE, brasileiro,

A hipótese é de averiguação de paternidade ajuizada

Diz a requerente, no abono de sua postulação que

Aduz que seus pais mantiveram um relacionamento

Narra que, a despeito disso, seus (supostos) avôs

E arremata que, com a morte de seus (supostos) avôs,

Sob essas considerações, a autora pediu autorização

Em atenção ao despacho inicial, o primeiro réu, Flávio

Já em relação ao segundo réu (aqui peticionante), esse

O expediente foi devolvido sem cumprimento, no

Ela, a autora, então, informou novo endereço e este

Em face disso, a autora renovou o pedido citatório,

Intimada a se manifestar, a autora requereu que a

obteve sucesso, fato suficiente, em seu entender, para autorizar a incidência do

De conseguinte, esse Juízo decretou a revelia do

Não obstante, o ora peticionante, teve ciência informal

2 – NULIDADE DA CITAÇÃO POR EDITAL.

2.1. NÃO-ESGOTAMENTO DOS MEIOS POSSÍVEIS PARA A LOCALIZAÇÃO

A citação por edital consiste em meio excepcional de

Tal, com efeito, é a dicção do art. 256, I e II do novo

De se inferir da norma acima, pois, a modalidade

Tal realidade, no entanto, em absoluto se evidenciou

A título de corroborar essa afirmação, alguns

• O ora peticionante reside há vários anos em

• A ordem de citação endereçada ao local de

• O simples e só fato de o réu ser servidor ou

• A autora conhecia e conhece o endereço do co-

De um modo ou de outro, Excelência, a situação de

A saber, a autora, sem embargo das tentativas

Antes de “concluir” que o peticionante estava em local

E isso, por sinal, sem falar na possibilidade de ela

Enfim, até que se esgotassem todas as alternativas de

Sob esse enfoque, tendo em vista que, na situação em

PROCESSO CIVIL. EMBARGOS À EXECUÇÃO.

Citação por edital. Impossibilidade. Não esgotamento

82.2008.8.05.0001. Rel. Desa. Joanice

Mais especificamente no que toca à hipótese dos

AÇÃO DE INVESTIGAÇÃO DE PATERNIDADE.

residencial. Recurso provido. (Agravo de Instrumento

Na esteira dessas razões, pede-se a Vossa Excelência

Não sendo essa a orientação, contudo, o que admitir-

2.2. NÃO OBSERVÂNCIA DA REGRA PREVISTA NO ART. 257, II, DO CPC

Relativamente ao tema, o dispositivo legal em alusão

Cuida-se, portanto, de requisito de validade da citação

Na situação em análise, todavia, o expediente

Nesse sentido, e mesmo que se considere que a

Tal circunstância (ausência de publicação do edital na

De conseguinte, à míngua de tal submissão, isto é,

2.3. NULIDADE DO DESPACHO QUE DETERMINOU A CITAÇÃO POR EDITAL

Art. 257. São requisitos da citação por edital: (...)III - a

No caso concreto, todavia, o despacho que ordenou a

De se observar que, consoante prescreve o

Em situações como tais, duas possibilidades se

Nesse contexto, a publicação do edital com prazo de

2.4. NULIDADE DA CITAÇÃO POR EDITAL PELA FALTA DA ADVERTÊNCIA

Igualmente no rol dos pressupostos para que a

Tal advertência, no entanto, não constou no edital de

Nesse aspecto, pois, a citação por edital se mostrou

Segundo porque, a lei, ao tratar da citação ficta, não

Dito isso, e considerando, como assentado, que tal