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Índice
1. Artigo Correlato
1.1. Os acordos celebrados "por mera liberalidade" e a incidência de contribuições previdenciárias.
2. Jurisprudência Correlata
2.1. STF - RE 343446 / SC.
2.2. STF - RE 556664/559882/560626 / RS.
2.3. STF - RE 559943 / RS.
3. Leia!!!
3.1. A Decadência e a Prescrição nas Ações Previdenciárias.
3.2. O princípio da anterioridade mitigada nas contribuições social-previdenciárias instituídas ou
modificadas por medida provisória, à luz da jurisprudência do STF.
4. Simulados
1. ARTIGO CORRELATO
Autor: José Vicente Santiago Junqueira - Procurador Federal. Especialista em Direito Público pela
Faculdade de Direito de Vitória - FDV. Pós-graduando em Hermenêutica e Prática Judicial pela
Universidade Federal do Espírito Santo - UFES.
Data: Agosto de 2010.
RESUMO: O que se pretende analisar nas linhas que seguem é a validade e as conseqüências jurídicas dos
acordos celebrados na Justiça do Trabalho em que as partes declaram que as verbas são pagas "por mera
liberalidade", ou seja, sem que haja o reconhecimento da relação de emprego ou mesmo a existência da
prestação de serviços de natureza autônoma por parte do reclamante. O estudo tem por enfoque as
conseqüências previdenciárias desses acordos, notadamente se sobre os valores pagos haverá ou não a
incidência de contribuições previdenciárias.
1 INTRODUÇÃO
Prática que tem se tornado comum nas lides trabalhistas é a celebração de acordo pelas partes em que se
estipula que o pagamento da quantia avençada se dá "por mera liberalidade", ou seja, sem que haja
qualquer reconhecimento da contraprestação de serviços.
Normalmente, tais acordos são celebrados quando a parte reclamante vindica o reconhecimento de
vínculo empregatício, mas, no momento em que ocorre a composição, além de não se reconhecer a
Desta forma, pretendem as partes que, ante a ausência do reconhecimento de qualquer espécie de
prestação de serviços, não seriam devidos os pagamentos das contribuições previdenciárias, uma vez que
não haveria a ocorrência da hipótese de incidência tributária.
Neste ponto, então, surge a seguinte indagação: seria válida a referida discriminação ou a mesma teria
por escopo unicamente a elisão das verbas previdenciárias incidentes sobre o valor do ajuste?
É precisamente a resposta de tal questionamento que procuraremos desvendar no breve estudo a seguir.
Art. 195. A seguridade social será financiada por toda a sociedade, de forma direta e indireta, nos termos
da lei, mediante recursos provenientes dos orçamentos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios, e das seguintes contribuições sociais:
a) a folha de salários e demais rendimentos do trabalho pagos ou creditados, a qualquer título, à pessoa
física que lhe preste serviço, mesmo sem vínculo empregatício;
Nota-se que Carta Magna não exige, para a configuração da hipótese de incidência previdenciária, que
exista a relação de emprego, bastando que tenha ocorrido um pagamento como contraprestação do
trabalho.
Assim, a constituição autoriza que o legislador ordinário institua a cobrança das contribuições
previdenciárias sobre os valores pagos em forma de retribuição do trabalho autônomo. Valendo-se da
autorização concedida pelo legislador constituinte, foi conferida a seguinte redação ao art. 22, III, da Lei
8.212/91:
Art. 22. A contribuição a cargo da empresa, destinada à Seguridade Social além do disposto no art. 23, é
de:
(...)
III - vinte por cento sobre o total das remunerações pagas ou creditadas a qualquer título, no decorrer do
mês, aos segurados contribuintes individuais que lhe prestem serviços;
Desta forma, celebrado acordo pelas partes, mesmo sem o reconhecimento de vínculo empregatício, em
que se convenciona o pagamento de verbas por eventuais serviços prestados, certamente caracterizada
estará a hipótese de incidência previdenciária.
Nesse exato sentido do que ora se expõe, é o teor da Orientação Jurisprudencial nº 368 da SDI-1 do TST:
Além da alíquota de vinte porcento, deverá ser realizada a obrigatória retenção de onze porcento dos
valores pagos ao reclamante, uma vez que o mesmo, como prestador de serviços, se enquadra na
hipótese descrita no art. 4º da Lei 10.666/03, verbis:
Assim, ainda que o acordo celebrado pelas partes se dê sem o reconhecimento do vínculo empregatício e,
uma vez caracterizada a prestação de serviços de natureza autônoma, restará caracterizada a hipótese de
incidência das contribuições previdenciárias, sendo cabíveis as alíquotas de vinte porcento a cargo do
tomador e onze porcento a cargo do prestador de serviços.
Quando as partes convencionam que em determinado acordo as verbas são pagas "por mera
liberalidade", pretendem que seja reconhecida a inexistência de vínculo de emprego ou de qualquer outra
forma de prestação de serviços.
Entretanto, soa no mínimo estranho que a empresa concorde em pagar determinada quantia ao
reclamante sem que haja uma mínima correlação com as verbas postuladas e com a causa de pedir. Seria
o mesmo que admitir que a reclamada, sem qualquer motivo, resolvesse doar valores àquele que contra
ela ajuizou uma demanda trabalhista.
Com efeito, o ordenamento jurídico repudia os atos simulados, havendo a prevalência, nos negócios
jurídicos, da vontade real das partes, em detrimento das manifestações que têm por objetivo exclusivo a
ocultação de uma relação jurídica dissimulada.
Quando tal relação jurídica que se pretende encobrir constitui hipótese de incidência tributária, estar-se-á
diante da figura conhecida como evasão fiscal, conduta essa que deve ser veementemente repudiada pelo
Poder Judiciário.
Assim, não é possível conferir validade a um acordo trabalhista em que se convenciona o pagamento de
verbas, mas sequer é reconhecida a existência de uma relação jurídica entre as partes, devendo ser
declarada nula a cláusula que estipula que o pagamento se dá "por mera liberalidade", atraindo, por
conseguinte, a incidência da norma constante no art. 43, parágrafo único, da Lei 8.212/91, que tem o
seguinte teor:
Art. 43. Nas ações trabalhistas de que resultar o pagamento de direitos sujeitos à incidência de
contribuição previdenciária, o juiz, sob pena de responsabilidade, determinará o imediato recolhimento
das importâncias devidas à Seguridade Social.
§ 1o Nas sentenças judiciais ou nos acordos homologados em que não figurarem, discriminadamente, as
parcelas legais relativas às contribuições sociais, estas incidirão sobre o valor total apurado em liquidação
1. O Tribunal Regional decidiu não ser devida a incidência da contribuição previdenciária sobre o valor do
acordo homologado em juízo, em face da aplicação do princípio da autonomia da vontade e em razão da
inexistência de declaração no ajuste acerca da relação jurídica havida entre as partes. 2. Não obstante o
entendimento proferido pelo Colegiado local, a atual jurisprudência deste Tribunal Superior se orienta no
sentido de que a autocomposição ajustada perante a Justiça do Trabalho pressupõe, no mínimo, o
reconhecimento da existência de prestação de serviços, porque não é razoável admitir que o demandado
retribua o demandante com pagamento por mera liberalidade, sem reconhecer nenhuma prestação de
serviços. 3. O art. 195, I, a, da CF/88 determina o recolhimento previdenciário por parte do empregador
ou entidade equiparada sobre -a folha de salários e demais rendimentos do trabalho pagos ou creditados,
a qualquer título, à pessoa física que lhe presta serviço, mesmo sem vínculo empregatício-. 4. No caso,
presumida a existência de uma relação de prestação de serviços entre as partes, conclui-se que o valor
estipulado no acordo tem natureza jurídica remuneratória, devendo sofrer a incidência da contribuição
previdenciária. 5. Recurso de revista a que se dá provimento. [01]
Desta forma, o julgado acima transcrito deixa claro o atual entendimento do TST de que a homologação
de acordos trabalhistas pressupõe o reconhecimento da existência da prestação de serviços, sendo
inviável a aceitação de acordos celebrados "por mera liberalidade", de modo que se presume que os
valore ajustados visam a remunerar o labor, ainda que eventual, de modo a ensejar a incidência das
contribuições previdenciárias.
Por outro lado, deve-se ter em vista que, se a ação, de fato, tivesse por objeto o pagamento de valores
completamente estranhos à prestação de serviços, a Justiça do Trabalho sequer deteria competência
material para apreciar o pedido, devendo a mesma ser ajuizada perante a Justiça Comum.
4 CONCLUSÃO:
Pela exposição acima realizada, conclui-se ser inviável a homologação de acordos na Justiça do Trabalho
nos quais se convenciona que os valores são pagos "por mera liberalidade", ou seja, sem que se
reconheça a prestação de serviços por parte do reclamante.
Tais acordos, por se tratarem de negócios jurídicos simulados, que somente têm por objetivo afastar a
incidência das contribuições previdenciárias, não podem contar com a chancela dos magistrados
trabalhistas, sob pena de se institucionalizar judicialmente mais uma forma de burla à Previdência Social.
Desta forma, conforme vem se manifestando o Tribunal Superior do Trabalho, havendo a celebração de
acordo entre as partes, ainda que não seja reconhecida a existência de relação empregatícia, serão
devidas as contribuições previdenciárias incidentes sobre o valor das verbas pactuadas, não possuindo
validade jurídica a cláusula que declara que as mesmas são pagas "por mera liberalidade".
Notas
1.RR-198100-04.2002.5.02.0048, rel. Min. Fernando Eizo Ono, Data de Julgamento: 30/06/2010, 4ª
Turma, Data de Publicação: 06/08/2010
Fonte: http://jus.uol.com.br/revista/texto/17232/os-acordos-celebrados-por-mera-liberalidade-e-a-
incidencia-de-contribuicoes-previdenciarias
2. JURISPRUDÊNCIA CORRELATA
Ementa:
Ementa:
Ementa:
3. LEIA!!!
Na vida tudo tem um tempo e uma hora certa para se fazer as coisas; e quando eles chegam, não se
deve perder um segundo sequer. Para exercer direito a revisão de aposentaria, ou qualquer benefício
pago pelo INSS, também é assim. Isso, no direito, chama-se decadência e prescrição.
A Lei 8.213/91, em seu artigo 103, diz que é de 10 (dez) anos todo e qualquer direito ou ação do
segurado ou beneficiário para a revisão do ato de concessão de benefício, a contar do dia primeiro do mês
seguinte ao do recebimento da primeira prestação ou, quando for o caso, do dia em que tomar
conhecimento da decisão indeferitória definitiva no âmbito administrativo.
Em outras palavras, se, por exemplo, a aposentadoria foi concedida em dezembro de 1999 e o segurado
recebeu seu primeiro pagamento da Previdência Social em 10 de janeiro 2000 (data em que teve ciência),
havendo erro no cálculo da sua aposentadoria, terá até o dia 1º de fevereiro de 2010 para ingressar com
o pedido de revisão. Se não fizer isso, ocorrerá a "decadência" e não poderá mais exercer o direito de
pedir a revisão.
Contudo, se ele tiver feito o pedido de revisão antes do prazo dos 10 (dez) anos no INSS, a contagem da
perda do seu direito é interrompida e só recomeça quando o esgurado receber a comunicação da
Previdência Social.
Se o pedido de revisão for feito no último dia, o cidadão receberá a diferença desses 10 (dez) anos?
Infelizmente, não. Ele terá direito a receber a diferença relativa aos últimos 5 (cinco) anos, acrescidas de
juros e correção monetária. Será recalculado o valor de seu benefício desde o início (caso tenha erro) –
pelo exemplo anterior, a partir de 1999 – mas, só receberá dos últimos 5 (cinco) anos (no exemplo, de
janeiro de 2005 até a data da decisão final do processo). Quanto mais tempo passar, menos o beneficiário
receberá de atrasados.
O direito de receber apenas os 5 (cinco) últimos anos chama-se "prescrição" e está disciplinado no
parágrafo único do artigo 103 da Lei 8.213/91.
A regra da decadência dos 10 anos surgiu a partir de 27/06/1997 (para alguns estudiosos, a partir de
05/02/2004), pois até então não existia lei que regulamentava prazo para reclamar erros do INSS.
"É de dez anos o prazo de decadência de todo e qualquer direito ou ação do segurado ou beneficiário para
a revisão do ato de concessão de benefício (...)" (g.n.)
É importante voltar no tempo e relembrar como era a legislação antiga. Antes da modificação provocada
pela MP 1523-9/1997, na Lei 8.213/91 não existia previsão de prescritibilidade ou caducidade do direito
do segurado da Previdência Social de postular a revisão do ato de concessão e da fixação da Renda
Mensal Inicial (RMI) de seu benefício previdenciário [1] [1].
A redação original do art. 103 da Lei 8.213/91 dizia que "sem prejuízo do direito ao benefício, prescreve
em 5 (cinco) anos o direito às prestações não pagas nem reclamadas na época própria, resguardados os
direitos dos menores dependentes, dos incapazes ou dos ausentes".
Assim, observa-se que o RGPS não contemplava hipótese de "prescrição de fundo de direito"
relativamente à revisão do ato de concessão de benefício previdenciário, pelo que prevalecia tão-somente
a previsão contida na súmula n° 85 do C. STJ.
Art. 103. É de dez anos o prazo de decadência de todo e qualquer direito ou ação do segurado ou
beneficiário para a revisão do ato de concessão de benefício, a contar do dia primeiro do mês seguinte ao
do recebimento da primeira prestação ou, quando for o caso, do dia em que tomar conhecimento da
decisão indeferitória definitiva no âmbito administrativo.
A partir daqui, no que se refere a decadência, o legislador começa a confusão, pois ora estabelece a prazo
de 10 (dez) anos, ora de 5 (cinco) anos.
Dessa maneira, em 23/10/1998 a MP 1663-15, convalidada na Lei 9.711/1998, reduziu o referido prazo
decenal para 5 (cinco) anos.
Entretanto, antes que o qüinqüênio da referida lei tivesse transcorrido, contado da primeira previsão de
prazo decenal, foi editada outra MP (a de nº 138, de 19/11/2003), restabelecendo aquele prazo
decadencial em 10 (dez) anos, hoje determinado pela Lei 10.839, de 05/02/2004.
– até 27/06/1997 – não havia previsão legal de prazo decadencial, ou de prescrição de fundo de direito,
para a revisão dos atos de instituição dos benefícios previdenciários;
– de 28/06/1997 a 20/11/1998 – tais revisões passam a estar sujeitas a prazo decadencial de 10 (dez)
anos;
– a partir de 20/11/2003 – tais revisões voltam a se submeter a prazo decadencial de 10 (dez) anos.
Sendo assim, surge o aparente conflito de normas a ser necessariamente solvido pelas regras de direito
intertemporal.
O STJ, assevera que os efeitos da Lei 10.839/2004 retroagem à data de 27/06/1997 (edição da MP 1523-
9), razão pela qual, desde então, o prazo decadencial é de dez anos.
Deve-se abrir um parêntese aqui. O TRF 2ª. Região já estabeleceu cristalinamente o prazo decadencial de
Os posicionamentos dos julgadores tem sido os mais variados, destacando-se, porém três situações: 1º)
Há decadência tanto para situações anteriores, como posteriores a nova lei; 2º) A contagem do prazo
decadencial começa para situações anteriores a partir da nova lei; 3º) Não há prazo decadencial para
situações anteriores a nova lei.
1º) Há decadência tanto para situações anteriores, como posteriores a nova lei. Para essa corrente, os
efeitos da lei nova aplica-se para todos. Essa tese encontra-se superada há muito tempo pelos pretórios,
mas defendida "com unhas e dentes" pelo INSS.
2º) A contagem do prazo decadencial somente começa para situações anteriores a partir da nova lei.
Conhecida como corrente moderada, tem sido acatada por alguns tribunais (de forma minoritária).
Por essa tese, quem teve seu benefício concedido antes de 27/06/1997, vai iniciar sua contagem a partir
da nova lei. Por exemplo, se alguém se aposentou em 1985, não tinha prazo decadencial quando se
aposentou. Com a nova lei, a contagem dos 10 (dez) anos para pedir a revisão começaria em 27/06/1997
e terminaria em 2007 (para aqueles que entendem que conta-se a partir da Lei 10.839/04, o prazo
terminaria em 2014).
Assim, todos os benefícios concedidos após 27/06/1997 têm prazo decadencial de 10 (dez) anos, mesmo
aqueles concedidos entre 20/11/98 e 19/11/2003.
O STJ já tem como consolidado, quanto ao tema, que o prazo decadencial do direito à revisão da renda
mensal inicial dos benefícios previdenciários concedidos antes do ano de 1997, não atinge os benefícios
concedidos anteriormente à edição da MP 1.523-9/97.
REVISÃO DA RENDA MENSAL INICIAL. PRAZO DECADENCIAL. ART. 103 DA LEI 8.213/91. MP 1.523/97.
INOCORRÊNCIA. INCIDÊNCIA DO ENUNCIADO Nº 83 DA SÚMULA DESTA CORTE SUPERIOR DE JUSTIÇA.
1. A jurisprudência deste STJ firmou-se no sentido de que o prazo decadencial do direito à revisão da
renda mensal inicial dos benefícios previdenciários concedidos antes de 1997, cujo ato concessivo fora
instituído pela MP 1.523/97, convertida na Lei nº 9.528/98 e alterado pela Lei 9.711/98, não alcança os
benefícios concedidos antes de 27 de junho de 1997, data da nona edição da referida MP. (...). 4. Agravo
Regimental improvido. (STJ – AgRg no REsp 863325/SC – 6ª Turma – Rel. Min. Hamilton Carvalhido –
publicado no DJ em 07.04.2008) (g.n.) - Fonte DVD Magister, versão 29, citado na ementa 14250863,
Editora Magister, Porto Alegre, RS)
Na mesma esteira tem sido o entendimento da Turma Nacional de Uniformização dos Juizados Especiais
Federais, acompanhando a posição do STJ:
REVISÃO DE RENDA MENSAL INICIAL DE APOSENTADORIA POR TEMPO DE SERVIÇO, COM BASE NA LEI
Nº 6.423/77. 1. Não se aplica o instituto da decadência do art. 103 da Lei n. 8.213/91, com a redação
dada pela Lei n. 9.528/97, a fatos anteriores a sua vigência. O instituto só atinge relações jurídicas a
partir de sua vigência. 2. Segundo o entendimento do STJ, Súmula 7 do TRF/3ª Região e Súmula 2 do
TRF/4ª Região, a correção monetária dos salários-de-contribuição, relativos a benefícios previdenciários
concedidos antes da Lei n. 8.213/91, deve ser calculada pela variação da ORTN/OTN, a teor da Lei n.
6.423/77. 3. Honorários advocatícios em 20% sobre o valor da causa, corrigidos desde o ajuizamento da
ação (art. 55 da Lei n. 9.099/95). 4.Recurso a que se nega provimento. (TNU – RECURSO CÍVEL nº
200241007002573 – 1ª Turma Recursal - RO – Rel. Selmar Saraiva da Silva Filho – publicado no DJ em
09.09.2002) (g.n.)
Assim, quem teve seu benefício concedido (ou negado) antes da referida data, pode pedir a revisão a
qualquer tempo, mas só receberá a diferença dos últimos 5 (cinco) anos. Quer dizer que se alguém
aposentou em 1978, por exemplo, e quiser pedir a revisão hoje, pode.
Infelizmente, o INSS tem brigado para fazer o contrário e, tristemente, alguns juízes têm seguido a
posição da Previdência Social. Porém, as instâncias superiores, quando a elas se recorre, têm interpretado
em favor do beneficiário.
Com relação a prescrição, tanto a redação atual como a anterior do art. 103 da Lei 8.213/91 estabelecem
a chamada prescrição de "lustro", isto é, o beneficiário somente recebe os últimos 5 (cinco) anos ao seu
requerimento.
A Lei do RGPS anterior à Lei 8.213/91 ao silenciar sobre a questão da prescrição, ou seja, havendo
omissão legal, o juiz deveria decidir baseado nos princípios gerais de direito, devendo atender aos fins
sociais por ela colimados, não deixando de observar que na ausência de previsão legal específica que
limitasse o direito do segurado de buscar a revisão do seu benefício, o que ainda se justificaria pelo
princípio in dubio pro misero, pelo caráter alimentar dos benefícios e pelos princípios de sobredireito
orientadores, aplicava-se o disposto no enunciado nº 85 da Súmula do STJ ("Nas relações jurídicas de
trato sucessivo em que a Fazenda Pública figure como devedora, quando não tiver sido negado o próprio
direito reclamado, a prescrição atinge apenas as prestações vencidas antes do qüinqüênio anterior à
propositura da ação").
Sendo assim, a lei atual, nos termos do parágrafo único, do art. 103, da Lei 8.213/91, estabelece que a
prescrição não atinge o "fundo do direito", prescrevendo apenas as parcelas vencidas antes do qüinqüênio
anterior ao ajuizamento da ação.
Mas uma exceção sempre foi observada no tocante a prescrição: quando se tratar de incapazes não
haverá limitação temporal para recebimento dos atrasados e nem há que se falar em decadência.
O preceito contido no artigo 79 da Lei 8.213/91 impede também o curso dos prazos de prescrição e
decadência contra menor, incapaz ou ausente.
É importante destacar, porém, que há uma proposta de Projeto de Lei do Deputado Marco Aurélio Ubiali
que pretende o fim da prescrição contra os idosos - PL 6505/09.
A referida proposta altera o parágrafo único do art. 103 da Lei 8.213, de 24 de julho de 1991, para dispor
sobre a prescrição de ação para haver prestação vencida ou restituição ou diferença devida pela
previdência social.
Segundo a referida proposta, o parágrafo único do artigo 103 da Lei 8.213/91 passaria a incluir os idosos
(juntamente com os menores, incapazes e ausentes na forma do Código Civil) dizendo que os idosos
teriam direito a toda e qualquer ação para haver prestações vencidas ou quaisquer restituições ou
diferenças devidas pela Previdência. Nos demais casos a prescrição continuaria sendo de 5 (cinco) anos.
(para ver mais detalhes sobre a proposta do Projeto de Lei, acesse
http://www.bachurevieira.com.br/noticias1.asp?codigo=2455).
IV - Conclusões finais
Como visto, a discussão acerca da decadência e da prescrição quando se trata de concessão ou revisão de
benefícios previdenciários é polêmica e acirrada.
Embora o posicionamento majoritário seja no sentido de que para benefícios concedidos antes de
27/06/1997 inexiste decadência (cabendo a ressalva de que há quem entenda que a data é 06/02/2004),
os profissionais do direito devem ficar atentos, pois muitos julgadores (sobretudo os de primeira
instância) têm extinguido ações com base no art. 269, IV do CPC.
Cabe ao beneficiário, através de seu advogado, demonstrar que a decadência inexiste para os casos em
que a lei silenciava sobre o assunto. Afinal, de contas, como se demonstrou, dentre os princípios basilares
do direito está que a nova lei não pode prejudicar direito a algo que até então não existia.
Procure a ajuda de um especialista para garantir seus direitos. Quanto mais tempo passar, mais o cidadão
acaba perdendo.
(Fonte: www.bachurevieira.com.br)
BIBLIOGRAFIA
- BACHUR, Tiago Faggioni. Teoria e Prática do Direito Previdenciário. 2ª edição. Ed. Lemos e Cruz. 2009.
- BACHUR, Tiago Faggioni. Como conseguir sua aposentadoria e outros benefícios do INSS mais
rapidamente através do mandado de segurança. Ed. Lemos e Cruz. 2010.
- www.bachurevieira.com.br
- GUARNIERI, Bruno Marcos. A decadência no Direito Previdenciário brasileiro. Jus Navigandi, Teresina,
ano 8, n. 365, 7 jul. 2004.
- PEREIRA, Hélio do Valle. Prescrição e Decadência no Direito Previdenciário. IN: Revista de Previdência
Social, v.23, n.226, p. 751-763, set. 1999.
- ROCHA, Daniel Machado da; BALTAZAR JUNIOR, José Paulo. Comentários à Lei de Benefícios da
Previdência Social. 3ª edição. Porto Alegre: Livraria do Advogado, 2003.
NOTAS
[1] - No regime previdenciário estatutário, porém, sempre se reconheceu a prescrição do fundo de direito
de postular revisão dessa espécie após transcorrido qüinqüênio do ato de instituição do benefício, com
base no Decreto n° 20.910/32.
Fonte: http://www.lfg.com.br/artigo/20100408100213546_a-decadencia-e-a-prescricao-nas-acoes-
previdenciarias--tiago-faggioni-bachur-e-fabricio-barcelos-vieira.html
Quanto à possibilidade de Medida Provisória de instituir ou majorar tributos, as alíneas "a" e "b" do inciso
III do artigo 150 da Constituição Federal falam que a lei [3] é a instituidora ou majoradora de tributos, tal
preceito decorre do Princípio da Legalidade, insculpido no inciso I do artigo 150 da Carta Magna, e
também, no artigo 97 do CTN. Todavia há exceções a tal princípio, inicialmente a jurisprudência[4] , e,
após, com o advento da Emenda Constitucional n. 32/2001, que alterou o artigo 62 e possibilitou
Agora, se houver alteração substancial na MP pelo Congresso Nacional, o prazo de noventa dias do art.
195, § 6º, da CF, será contado a partir da data da publicação da respectiva lei de conversão e não da data
que tenha sido edita a medida provisória, trata-se hipótese de conversão parcial, é o entendimento
emanado pelo STF no RE 169.740-PR [9].
Caso a MP não seja convertida em lei no prazo normal, de 60 dias, conforme art. 62, § 3º da CF, e ocorra
a sua prorrogação, com posterior conversão em lei no prazo de 120 dias - art. 62, § 7º da CF -, haverá a
incidência da contribuição social-previdenciária no 91º dia a contar da data da primeira publicação da MP.
Aprofundando melhor o tema, o eminente doutrinador Eduardo Sabbag [10] , propôs com maestria alguns
casos práticos conforme a jurisprudência dominante do STF, que demonstraremos resumidamente,
vejamos:
- MP que institui ou modifica contribuição-social previdenciária é rejeitada pelo Congresso Nacional (art.
62, §10, CF), antes de completados 90 dias para a incidência do tributo, a MP não produzirá efeitos.
- Seguindo o exemplo acima, agora com alteração substancial no texto original da MP - "conversão
parcial" -. O tributo incidirá normalmente no 91º dia da publicação da MP, sendo que os efeitos da
incidência permanecerão provisoriamente válidos, havendo solução de continuidade, com a conversão
parcial em lei, esta data será o termo a quo para uma nova contagem de noventena, suspendendo-se a
incidência até o seu término. Assevera-se que as relações jurídicas de partes rejeitadas da MP, no ato de
conversão, devem ser disciplinadas por decreto legislativo, pelo Congresso Nacional, em sessenta dias
após a rejeição. Não editado tal instrumento normativo, as relações jurídicas decorrentes da data da
incidência e da conversão parcial da MP conservar-se-ão por ela regidas .
- MP que institui ou modifica contribuição social-previdenciária, foi prorrogada, não foi votada pelo
Congresso Nacional dentro do prazo de prorrogação. Transcorreram dois períodos de sessenta dias, sem a
conversão da MP em lei. Haverá incidência do tributo majorado no 91º dia a contar da publicação da MP,
sendo que, os efeitos de incidência permaneceram válidos entre o 91º dia e o 120º, este que é o termo
ad quem para conversão da MP em lei. Assim, as relações jurídicas da MP não convertida em lei, que
produziu efeitos entre o 91º dia até 120º, deverão ser disciplinadas pelo Congresso Nacional, por decreto
legislativo, no prazo de sessenta dias da data da perda da eficácia da MP. Ademais, as relações jurídicas
constituídas entre a data de incidência e a perda da eficácia da MP, conservar-se-ão por estas regidas
(art. 62, § 11, CF).
Notas de Rodapé:
1.O Princípio da Anterioridade Anual determina que os entes tributantes (União, Estado, Municípios e
Distrito Federal) não podem cobrar tributos no mesmo exercício financeiro em que tenha sido publicada a
lei majoradora ou instituidora do tributo. (SABBAG, Eduardo, Manual de Direito Tributário, p., 60/61, São
Paulo: Saraiva, 2009)
2.SABBAG, Eduardo, Manual de Direito Tributário, p., 73/75, São Paulo: Saraiva, 2009.
4.RE n. 138.284/CE-1992.
5.SABBAG, Eduardo, Manual de Direito Tributário, p., 37/50, São Paulo: Saraiva, 2009.
7.SABBAG, Eduardo, Manual de Direito Tributário, p., 87, São Paulo: Saraiva, 2009.
8.SABBAG, Eduardo, Manual de Direito Tributário, p., 87/88, São Paulo: Saraiva, 2009 e LENZA, Pedro,
Direito Constitucional Esquematizado, 11a ed., rev., atual., ampl., p. 409/424, São Paulo: Método.
9.SABBAG, Eduardo, Manual de Direito Tributário, p. 88, São Paulo: Saraiva, 2009.
Referências Bibliográficas:
- LENZA, Pedro, Direito Constitucional Esquematizado, 11a ed., rev., atual., ampl., São Paulo: Método,
2007;
- MACHADO, Hugo de Brito, Curso de Direito Tributário, 29a ed., rev., atual., ampl., São Paulo: Malheiros
Editores, 2008;
Fonte: http://www.lfg.com.br/artigo/20090623133913646_o-principio-da-anterioridade-mitigada-nas-
contribuicoes-social-previdenciarias-instituidas-ou-modificadas-por-medida-provisoria-a-luz-da-
jurisprudencia-do-stf-daniel-vogt.html
4. SIMULADOS
4.1. Com relação aos contribuintes da Previdência Social, analise as afirmativas a seguir:
I. Os órgãos e entidades da administração direta, indireta e fundacional são considerados empresa, para
efeitos da legislação previdenciária. Dessa forma, os empregados públicos e os servidores ocupantes,
exclusivamente, de cargo em comissão, de livre nomeação e exoneração, são segurados obrigatórios do
Regime Geral de Previdência Social, cabendo àqueles órgãos e entidades as mesmas obrigações das
empresas em geral.
II. O Município que contratar cooperativa de trabalho ou de mãode- obra deve contribuir para o Regime
Geral de Previdência Social com 15%, incidentes sobre o valor bruto da nota fiscal ou fatura de prestação
de serviços, relativamente a serviços que lhe são prestados por cooperados.
III. O servidor contratado pela União, Estado, Distrito Federal ou Município, bem como pelas respectivas
autarquias e fundações, por tempo determinado, para atender a necessidade temporária de excepcional
interesse público, é segurado obrigatório do Regime Geral de Previdência Social na qualidade de
empregado.
IV. Os Municípios que instituírem Regime Próprio de Previdência Social para os seus servidores titulares
de cargos efetivos não são contribuintes obrigatórios do Regime Geral de Previdência Social em relação a
esses. Entretanto, o Regime Próprio de Previdência Social deve assegurar, pelo menos, aposentadorias e
pensão por morte previstas no art. 40 da Constituição Federal.
V. O servidor titular de cargo efetivo do Município, amparado por Regime Próprio de Previdência Social,
4.2. Acerca do Seguro Acidente de Trabalho (SAT), assinale a opção correta com base no entendimento
do STJ sobre a matéria.
a) A modificação introduzida pela Lei n.º 9.732/1998, que instituiu o adicional do SAT, destinando uma
parcela da contribuição sobre a folha de salários para o financiamento da aposentadoria especial,
desvirtua a natureza da contribuição social, revestindo-se de ilegalidade.
b) Decreto do Poder Executivo que estabeleça conceito de atividade preponderante da empresa e seus
correspondentes graus de risco — leve, médio ou grave — exorbita de seu poder regulamentar,
afrontando o princípio da legalidade, pois haverá, nesse caso, definição da base de cálculo do tributo por
ato normativo que não a lei.
c) A responsabilidade da empresa pelo seu autoenquadramento, prevista no Regulamento do SAT, impede
a repetição dos tributos pagos com base em alíquota superior à devida.
d) A alíquota de contribuição para o SAT é aferida pelo grau de risco desenvolvido em cada empresa,
individualizada pelo seu CNPJ, ou pelo grau de risco da atividade preponderante quando houver apenas
um registro.
e) Segundo a legislação vigente, os valores indevidamente recolhidos a título de SAT podem ser
compensados com débitos relativos a outros tributos.
4.3. A alíquota da contribuição para o SAT deve corresponder ao grau de risco da atividade desenvolvida
em cada estabelecimento da empresa, individualizado por seu CNPJ. Possuindo esta um único CNPJ, a
alíquota da referida exação deve corresponder à atividade preponderante por ela desempenhada.
( ) Certo ( ) Errado
4.4. Acerca dos institutos de direito previdenciário e da jurisprudência relacionada ao tema, assinale a
opção correta.
a) Ao indivíduo que tenha sofrido acidente de trabalho e implementado todos os requisitos necessários à
concessão de aposentadoria por invalidez, mas não possua salários-decontribuição no período básico de
cálculo, será concedida aposentadoria por invalidez com renda mensal no valor de um salário mínimo.
b) Antes do Decreto Legislativo n.º 4.682, de 24/1/1923, conhecido como Lei Eloy Chaves, não existia
nenhuma legislação em matéria previdenciária no Brasil. Por esse motivo, o dia 24 de janeiro é
considerado oficialmente o dia da previdência social.
c) trabalhador rural, na condição de segurado especial, está sujeito à contribuição obrigatória sobre a
produção rural comercializada, que lhe garante, entre outros benefícios, aposentadoria por invalidez,
aposentadoria por idade e aposentadoria por tempo de contribuição.
d) A partir da Lei n.º 10.839/2004, que deu nova redação ao art. 103 da Lei n.o 8.213/199, prescreve em
dez anos, a contar da data em que deveria ter sido paga, toda e qualquer ação para haver prestações
vencidas ou quaisquer restituições ou diferenças devidas pela previdência social.
e) É vedada a filiação ao RGPS, na qualidade de segurado obrigatório, de pessoa participante de regime
próprio de previdência, ainda que servidor ocupante exclusivamente de cargo em comissão declarado em
lei de livre nomeação e exoneração.
GABARITO:
4.1 A.
4.2 D.
4.3 CERTO.
4.4 A.
4.5 A.