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lOMoARcPSD| 3311727
Quer isto dizer que o critério não é material. Não é por ser um caso que envolva direito
substancial administrativo que se tratará do mesmo no âmbito de tribunais administrativos.
Nem todas as questões de direito administrativo cabem na jurisdição administrativa.
A segunda parte leva uma resposta negativa. Os tribunais poderão resolver litígios
relativos à atividade administrativa, aindaque estes incluam aspetos de direito privado – por
exemplo: contratos privados da administração e ações de responsabilidade civil extracontratual
da administração.
Esta aceitação conforma-se cada vez mais com a crescente utilização de instrumentos
privados, por parte da administração, para exercício da função administrativa. Portanto, existe
competência dos tribunais administrativos para dirimir litígios fora do âmbito da 212º/3 da CRP.
A intenção do legislador foi a de consagrar uma jurisdição própria. A ideia foi a de deixar
de encarar os tribunais administrativos como tribunais facultativos, o que acontecia por força
do nosso atual 209º (na versão pré-revisão de 1989).
Além disto, são várias as normas da CRP que atribuem questões administrativas a outras
ordens jurisdicionais. Veja-se:
O âmbito da justiça administrativa deve ser então, também, delimitado com base no
recorte que seja dado à justiça administrativa
Existe portanto uma numeração positiva e outra negativa dos litígios que cuja resolução
compete ou não aos tribunais administrativos.
Quando é que uma ação deve ser proposta perante a jurisdição administrativa e não
perante um tribunal judicial?
O artigo 1º/1 do ETAF necessitava de ser articulado com o 212º/3 da CRP pois remetia
para este artigo. Diz este artigo que os tribunais administrativos e fiscais são competentes para
dirimir litígios emergentes de relações jurídicas administrativas e fiscais.
Hoje o problema já não se coloca porque o artigo já não remete para a CRP, remetendo
diretamente para o artigo 4º/1 do ETAF.
O artigo 212º/3 da CRP vem agora incluído no preceito legal do ETAF. Caberão à
jurisdição administrativa os litígios respeitantes a situações jurídico-administrativas e fiscais.
Ressalva-se ainda que a competência dos tribunais administrativos dependerá da não atribuição
do litígio à competência dos tribunais judiciais, por via de norma especial. Atente-se que caberão
igualmente a estes tribunais todos os casos, ainda que não versem sobre matéria administrativa,
que não sejam atribuídos por lei especial aos tribunais judiciais (atenção às remissões indiretas
feitas pelo ETAF através de normas restritivas).
O preceito constitucional não estabelece uma reserva material absoluta, sendo passível
de derrogação. É apenas uma delimitação genérica que visa estabelecer, de grosso modo, uma
dualidade de jurisdições. O núcleo essencial da jurisdição administrativa não prejudica a
capacidade da sua conformação por parte do legislador ordinário. Metodologicamente, haverá
competência jurisdicional dos TAF se:
Havendo jurisdição, o caso será entregue aos tribunais fiscais ou aos tribunais
administrativos. Já estaremos portanto a ver a competência em razão da matéria.
Alínea a)
Alínea b)
Alínea c)
Será tomado contrato administrativo aquele que se insira no âmbito do artigo 1º/6 do
CCP. Porém, na al. c) do artigo 4º/1 do ETAF não é só aos contratos administrativos que se faz
referência, para efeitos de apuramento da jurisdição dos tribunais administrativos.
Entram no âmbito de jurisdição dos tribunais administrativos, por via do artigo 4º/1 al.
c) do ETAF, os contratos que sejam administrativos nos termos do artigo 1º/6, 3º e 8º do CCP.
Também entram por esta via quaisquer outros contratos celebrados por entidades coletivas de
direitos público ou por outras entidades adjudicantes, desde que essa celebração se tenha dado
nos termos do direito público.
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Portanto, há contratos que, embora não sejam administrativos nos termos do CCP,
entram no âmbito de jurisdição dos TAF. Para efeitos de delimitação do âmbito jurisdicional,
releva não só o critério do ccp como também o da submissão do contrato a regras de
contratação pública.
Logo à partida, ficarão submetidos à jurisdição dos TAF os contratos que se tenham
como contratos administrativo por preencherem um dos quesitos do artigo 1º/6 do CCP. Ou
seja, entram aqui três grandes grupos:
Contratos administrativos por determinação legal // ainda que não tenham natureza
administrativa, a lei opta por qualifica-los como contratos administrativos – a) // São os
contratos administrativos típicos do CCP e os demais contratos administrativos nominados
previstos em legislação avulsa.
4º/1 al. e) do ETAF// contratos que a lei submeta a regras de contratação pública.
Portanto podem ser quaisquer contratos, ainda que não sejam administrativos. E podem ser
contratos que não tenham sido celebrados por pessoas coletivas de direito público – como
sejam entidades privadas que fiquem sujeitas a regras procedimentais em matéria pré
contratual.
Trata-se do tipo de contratos a que é feita referência no 6º/1 al. d) do CCP. O que os
tornaria naturalmente contratos sujeitos à jurisdição administrativa. O critério do ETAF é todavia
mais amplo do que o do CCP. Isto porque basta que a formação do contrato esteja submetida a
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regras de contratação pública – ou seja, mesmo que ele não entre no critério do CCP, todas as
questões que dele resultem serão dirimidas em tribunais administrativos.
Isto acaba por ser quase o mesmo que dizer (como já diz o CCP) que todos os contratos
de aquisição e locação de bens móveis bem como os contratos de aquisição de serviços por
contraentes públicos são contratos públicos e, portanto, ficariam sujeitos ao âmbito de
jurisdição dos tribunais administrativos.
Alíneas f) e g)
4º/3 al. a) – fica de fora o controlo da legalidade por atos praticados na função política
e legislativa. Mas atenção, os danos causados pelos titulares desses órgãos, pessoalmente, e no
âmbito do exercício das suas funções enquanto tal ainda entram – pela al g) do 4º/1.
4º/1 al. h) – Quer isto dizer que a distinção entre gestão pública e gestão privada
continua a ter relevância no plano processual (não para as pessoas de direito público) mas sim
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para as pessoas de direito privado, quando a lei lhes confira a titularidade de prerrogativas de
poder público ou cuja atividade é regulada (parcialmente) pelo direito administrativo.
Os problemas de competência levantam-se apenas neste terceiro plano. Resta ver então
em que termos é que o ETAF distribui a competência em razão da hierarquia.
24º/1 al. b) e f) // competência para conhecer em primeiro grau dos processos eleitorais
e das ações de regresso fundadas em responsabilidade por danos, que sejam intentadas contra
juízes do STA e dos TCA, bem como dos magistrados do MP
Os TCA são competentes para conhecer em primeiro grau das ações de regresso
fundadas em responsabilidade por danos resultantes do exercício das suas funções, que sejam
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intentadas contra juízes dos tribunais de círculo bem como da ação dos magistrados do MP que
exerçam funções junto desses tribunais – 37º al. c) e d) do ETAF.
Identificado o ponto de referência, temos que ver qual é o tribunal que abrange aquele
local em concreto. Aqui, ter em conta a lista do D.L. 182/2007 de onde também resulta a área
de jurisdição de cada um desses tribunais.
O critério de distribuição territorial que vigora como regra geral é o do artigo 16º -
residência habitual ou sede do autor ou da maioria dos autores (não havendo a maioria, pode
ser qualquer um deles).
Artigo 17º // bens imóveis, urbanismo, edificação e utilização de prédios (não abrange
apenas direitos reais sobre imóveis mais também direitos pessoais de gozo). Também envolve
ações que tenham o direito sobre imóvel apenas como objeto mediato – exemplo: impugnação
de atos sobre bens imóveis como atos de embargo ou expropriação.
21º/2 – quando forem cumulados pedidos* para cuja apreciação forem competentes
tribunais diversos – o autor pode escolher qualquer um. Quando haja dependência ou
prjudicialidade de pedidos – a ação deve ser proposta no tribunal do pedido principal **
A legitimidade processual
O quadro legal prende-se com uma construção do pressuposto não num sentido
subjetivo (em função da pessoa do demandado ou do réu) mas sim em função do tipo concreto
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de ação. Portanto, um sujeito poderá ou não figurar como parte de uma ação consoante o objeto
da mesma. Portanto, temos diferentes requisitos de legitimidade nos diferentes tipos de ação.
Nestes casos especiais, temos muitas vezes legitimidade de quem não é sujeito na
relação material controvertida (portanto, legitimidade além do 9º/1). Ex. legitimidade para um
sujeito impugnar uma to administrativo que o afeta. Ele é interessado mas, antes do ato, não há
qualquer relação jurídica.
Conjuga-se assim uma dimensão subjetiva com uma dimensão objetiva // eu posso ir
aos tribunais administrativos defender os meus próprios direitos mas também posso defender
o interesse público. Tal como o Ministério Público.
Salvo disposição em contrário, tem legitimidade quem alegue ser parte na relação
jurídica de onde advém a situação material controvertida.
O direito de ação popular processa-se nos termos previstos na lei – 9º/2. O conceito de
legitimidade para estas ações vem então referido nos artigos 2º e 3º da Lei 83/95.
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Pode impugnar um ato que tem interesse direto e pessoal – tem interesse direto e
pessoal, nomeadamente quem tenha sido lesado nos seus interesses e direitos legalmente
protegidos. 220
Por referência a atos administrativos, podemos ter quatro tipos de pretensões. Dois
desses tipos de ações reconduzem-se à impugnação de atos administrativos no sentido do artigo
50º/ 1 – a anulação e a declaração de nulidade de atos administrativos.
Os requisitos de validade dos atos administrativos são impostos por lei. Se um ato é
inválido, então ele poderá ser contestado e a administração terá que fazer o necessário para
repor a situação que existiria caso esse mesmo ato não tivesse sido praticado (em alguns casos,
isto pode descambar numa ação condenatória(?))
Os atos podem ser então nulos ou anuláveis // Os atos só são nulos quando a lei o diga
– ou seja, a regra é a da anulabilidade. Portanto a impugnação em sentido estrito pode
reconduzirse à declaração de nulidade e anulação de atos administrativos – 50º/1.
O regime da nulidade vem determinado no 161º CPA // sendo nulo, o ato é ineficaz
desde o início, pelo que não pode ser objeto de atos de segundo grau. A nulidade pode, em
regra ser invocada a todo o tempo, a título principal ou incidental e por qualquer interessado
Portanto, até lá, há efeitos. Até à anulação o ato produz efeitos e gera dever de
obediência e de execução. Esses efeitos são produzidos é a título precário – podem ser
destruídos desde o seu início, caso o ato seja de facto anulado.
O ato pode ser anulado mediante sentença ou mediante anulação administrativa por
órgão superior.
Quando se fala de objeto não é o objeto em sentido técnico processual. É o quid sobre
o qual se vão projetar os efeitos da sentença.
É por isso que o tribunal tem o dever de se pronunciar sobre todos os vícios alegados –
95º/3 // evita-se que o tribunal, anulando um ato com base num vício e que a administração
venha a renovar o ato com um segundo vício que já tinha sido alegado.
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Pelo mesmo motivo, eu posso recorrer de uma sentença que, embora tenha invalidado
um ato, tenha dito que um determinado vício não existia – 141º/2 e 3
Portanto o autor tem o ónus de alegar todos os possíveis vícios que possam recair sobre
aquele ato e de que tenha conhecimento superveniente – podendo para isso interpor
articulados supervenientes – 86º // quer isto dizer que não poderá depois voltar a pedir a
anulação do ato com base em motivos que não invocou no primeiro pedido de anulação. O não
invocado ou não procedido – preclude!
Só nas situações de invalidade é que temos um ato administrativo, nos outros casos,
não havendo ato, não temos o que anular.
A impugnação tem em vista a aferição da validade de um ato que colocou em causa uma
situação jurídica detida pelo impugnante // a declaração de inexistência destina-se a fazer o
A existência e validade dos atos têm requisitos. Ou seja, não preenchendo os requisitos
de existência, o ato não existe. Preenchendo os de existência mas não os de validade, o ato
existe mas é inválido – tem um vício.
A forma de processo é a forma comum – 37º. Mas há dois tipos de ação: as que querem
condenar a administração à prática de um ato administrativo e aquelas que visam apenas obter
a realização de uma prestação (por exemplo a entrega de uma coisa), que por si não envolva a
prática de um ato administrativo.
Os pressupostos são diferentes: ver 41º e 69º) // Uma coisa é eu querer estabelecer
uma relação de autoridade entre poder público e particular / outra coisa é eu querer ver
satisfeito, por exemplo, um crédito que tenho resultante de uma relação paritária com a
administração.
Por conseguinte, quando o particular parte para a ação já com um direito, que por si não
dependa de um ato unilateral a praticar pela entidade obrigada, então aquilo que se está a pedir
não é a prática de um ato (que é o que constitui o direito, que por si já existe) – nem de
concessão nem de indeferimento – eu estou apenas a pedir a condenação da administração à
prática de um ato que já me é devido.
66º/2 – ainda que a prática do ato devido tenha sido anteriormente recusada, o objeto
do processo é a pretensão de prática do ato e não o ato de indeferimento. A pronuncia
condenatória por si encarrega-se de eliminar o ato de indeferimento. Ele não discute um ato
negativo, discute uma situação positiva subjetiva.
A condenação não incide apenas pelo aspeto formal de prática do ato mas sim sobre o
conteúdo material da situação que o ato envolve.
Assim, se um requerimento tiver sido indeferido pela administração com base na falta
de um requerimento prévio, o tribunal pode ultrapassar isso e conhecer logo da questão de
fundo. Portanto, o autor tem op ónus da alegação dos factos constitutivos da situação que quer
ver concretizada através da prática do ato pedido. O objeto do processo não se cristaliza no
tempo.
concedida à luz do quadro normativo + o novo quadro não teria o alcance de colocar em causa
a situação jurídica pretensa.
Artigos 50º e ss. // Só tem por objeto a anulação ou declaração de nulidade. Na ação
de declaração de inexistência, o objeto é precisamente a negação da existência de qualquer ato
suscetível de ser sequer impugnado, pelo que fica de fora do âmbito da ação impugnatória.
51º/1 – as pretensões impugnatória têm por objeto um ato administrativo. Logo, temos
de considerar o conceito de ato administrativo. Havendo um ato administrativo ele é, em regra,
impugnável.
Por isso, pode haver um ato administrativo praticado por uma entidade que não se
integra na administração pública em sentido formal. Podendo assim ser essa uma entidade
privada que atua no âmbito de disposições de direito administrativo.
Quanto aos sujeitos privados, é importante realçar que é decisiva a relevância do critério
da atuação no âmbito da normas de direito administrativo. Ou seja, normas que imponham
deveres ou sujeições especiais por razões de interesse público. É por isso que entram no âmbito
do 51º os atos inseridos no âmbito de procedimentos pré-contratuais (nesse sentido – 100º/2);
bem como os de estabelecimentos de ensino privados no exercício de prerrogativas conferidas
pelo direito administrativo.
sentido das condutas a adotar. Não pode ser um ato que emita uma opinião ou uma
declaração de ciência – exemplo: pareceres não vinculativos. Mas isto desperta uma atenção
necessária.
É que não são só os atos finais dos procedimentos administrativos que têm conteúdo
decisório. Há atos dentro do decorrer do procedimento que também têm conteúdo decisório
(definem, ainda que parcialmente, a vida dos interessados) e que, sendo atos, podem ser
impugnados. Chamam-se decisões interlocutórias e fazem caso decidido formal, no âmbito do
procedimento.
O ato deve ter eficácia externa. Ficam de fora os atos que tenham eficácia interna. São
atos com eficácia interna aqueles que sejam praticados no âmbito da própria relação
interorgânica da administração.
Mas há atos internos com eficácia externa. Há atos internos com eficácia externa
praticados fora dos procedimentos administrativo (ex. ordens de serviço) // atos internos
praticados no âmbito de procedimentos administrativos – neste caso, só são internos os atos
entre órgãos da mesma entidade – apenas vinculando os próprios. Se definirem a situação dos
interessados (ainda que parcialmente) – deixam de ser atos internos – ex. a ordem que um órgão
superior dá a outro para instaurarem um processo disciplinar a um funcionário // ato que ordene
a demissão.
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Atos administrativos não dependem de forma – decorre desde logo do 268º/4 da CRP –
garante-se a impugnação de atos administrativos, independentemente da sua forma. E portanto
pode haver um ato administrativo inserido num ato legislativo ou regulamentar – com
fundamento em qualquer tipo de vício.
Mas pode haver atos legislativos com disposições administrativas que devem ainda
assim ser qualificados como atos legislativos. São aqueles que exprimam opções primárias, com
conteúdo inovador. Ou seja, a expressão de uma opção primária da comunidade política – que
é a característica essencial da função legislativa.
Nos outros casos, podem estar, por exemplo, uma opção administrativa, num ato
legislativo, mas tomada com base em ato legislativo anterior. Ou seja, os pressupostos da opção
já existiam – estão apenas a ser concretizados. A opção aqui recai sobre aspetos secundários e
já circunscritos. Ou seja, é um papel condicionado e subordinado – como sendo a concretização
prática de um interesse já definido.
O ato confirmativo não pode ser usado para reabrir um litígio. Logo, não pode ser
impugnado. E assim, quem tinha o ónus de impugnar o ato anterior e não o fez dentro do prazo
também não pode impugnar o ato confirmativo. É por isso que o artigo 53º/2 remete para o
59º.
Mas isto quer dizer que o ato confirmativo, quando o ato principal não tenha sido
publicado ou o interessado não tenha sido notificado quanto ao mesmo, pode ser impugnado –
59º/2.
Mas os atos de execução de atos anteriores vêm sempre acrescentar alguma medida de
poder de definição jurídica e contribuem sempre para a definição jurídica da situação do
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particular – ex. acto que vem determinar um prazo para cumprimento de uma obrigação fixada
por ato anterior sob pena de execução.
Este ato tem sempre algum ato inovador – logo, é um ato administrativo de conteúdo
decisório que pode assim ser impugnado.
Portanto, na parte em que reitera a decisão proferida no Âmbito de ato anterior, este
ato não é impugnável – a menos que o ónus de impugnação não tenha surgido por falta de
publicação ou de notificação o ato exequendo – 59º/2 e 3 // Na parte em que o ato de execução
acrescenta novos efeitos jurídicos, ele tem conteúdo decisório e inovador, logo, pode ser
impugnado – podendo até ser alegado o facto de este extravasar o conteúdo do ato exequendo
– 53º/3.
Quem é destinatário de um ato ou por este seja afetado tem o ónus de o impugnar para
proteger os seus interesses e direitos legalmente previstos. E pelo menos a impugnação fundada
em anulabilidade está sujeita a prazo. Depois do prazo não pode impugnar o ato nem as
atuações subsequentes da administração.
- 51º/3 os atos que não põem fim ao procedimento // ou seja, atos dentro de
umprocedimento mas dele autonomizáveis // mas eu posso sempre reagir contra estes
indiretamente, impugnado o ato de decisão final do procedimento. Portanto é uma faculdade
mas não um verdadeiro ónus. Isto assim não é, ou seja, eu não posso atacar um ato
indiretamente, quando: ato de exclusão do interessado do procedimento; quando a lei diga que
o ato tenha que ser tempestivamente impugnado o ato procedimental sob pena de preclusão;
O 51º/4 determina que o juiz deve convidar o autor a substituir a PI. Se não o fizer – ARI.
O intuito aqui é o de aproveitar a propositura tempestiva da ação. É um afloramento da regra
do 87º/7 – que diz que a não sanação das exceções dilatórias leva à ARI.
Não havendo condições de eficácia, a questão resume-se a saber se, ainda assim, eu
posso reagir contra o ato administrativo. O requisito da eficácia não é absoluto e é por isso que
existe o artigo 54º - há situações em que pode haver interesse em agir mesmo não havendo
eficácia do ato administrativo.
54º/2 al. b) – ameaça de lesão causada pelo ato (ainda) ineficaz – ameaça de efeitos que
resultarão do próprio ato ou da sua futura execução.
Mas o cpta, só por si não afasta as leis que impõem a impugnação como sendo
necessária. Portanto, a regra geral é a de que, salvo norma em sentido contrário, deve entender-
se que os atos administrativos são diretamente impugnáveis.
Sempre que o legislador o preveja, o particular tem que recorrer a este mecanismo e no
prazo previsto para o mesmo, sob pena de preclusão do acesso aos tribunais. É um requisito
adicional, além daquele que decorre da lei geral. É o que acontece nos casos previstos no 185º/2
do CPA. O artigo prevê a possibilidade de a lei e só a lei determinarem a necessidade de
utilização da impugnação necessária.
Tempestividade da impugnação
Anulabilidade – MP tem um ano (58º/1 al. a)) contado pelo 58º/6 // Nos restantes casos,
o prazo é de 3 meses – 58º/1 al. b).
58º/4 – as partes legítimas podem impugnar, mesmo depois do prazo (situações em que
a impugnação dentro do prazo não era exigível mesmo a um cidadão diligente).
ato de uma norma (sentido do 52º/3). O juiz deve interpretar isto num sentido de abrangência
– artigo 7º.
Mas isto é apenas uma das situações em que pode ser deduzido um pedido de
condenação à prática de ato – 67º/1. É a situação do interessado que fez um requerimento à
administração.
Mas este não é um único caso em que se pode deduzir ações de condenação à prática
de atos. Esta pode igualmente acontecer nos casos em que há um ato de conteúdo positivo mas
que vai em sentido contrário ao da pretensão material do interessado. O interessado age em
reação a um ato de sentido positivo. E portanto a conformação do interesse em agir substancia-
se com a mera existência de um ato que infere na esfera do interessado – não é preciso um novo
requerimento.
E portanto esta ação engloba os casos de pura inércia, os casos de reação a ato de
conteúdo positivo e os casos em que há reação a atos de sentido negativo.
O MP pode, nos termos do 68º/1 al. b), lançar mão desta ação quando o dever de
praticar o ato resulte da lei. Portanto, há um dever de agir objetivo resultante de lei, e a
administração viola esse dever legal. Quando assim é, o MP pode intervir no âmbito da defesa
de direitos fundamentais, interesses públicos e de qualquer um dos valores referidos no 9º/2
do CPTA. Nestes casos, também não se exige requerimento prévio. Ou seja, o MP não tem que
previamente fazer um requerimento dirigido à prática do ato nem esperar pela resposta ao
mesmo para pedir a condenação da administração. Tem 1 ano sobre a passagem do momento
de agir – 69º/1.
Trata-se do caso de incumprimento do dever legal de decidir – 13º CPA. Embora não
haja dever de resposta por parte da administração quando já tenha havido decisão quanto a um
pedido igual em menos de dois anos. Mas, ainda assim, isso não impede o interessado de ir
reagir a esta recusa em tribunal, com base na não observação dos requisitos do 13º/2 do CPA –
defendendo que havia dever de decidir.
Isto seria um indeferimento tácito (109º) nos termos do CPA, que tomaria o silêncio
como ua to de sentido negativo. Agora passa a ser uma omissão pura e simples – é por isso que
não se fala em indeferimentos. Portanto, derrogou-se tacitamente o 109º do cpa (?). Agora a
situação do indeferimento tácito vem regulada no 128º e 129º do cpa de maneira diferente.
1.
129º - é onde se diz que a falta decisão possibilita a reação através dos meios de tutela
jurisdicionais.
A administração indefere uma pretensão que tenha sido deduzida perante ela através
de um requerimento. O interessado não tem que fazer um pedido de declaração de nulidade ou
anulatório – o objeto é a pretensão material – 66º/2.
O ato de indeferimento é declarativo – não muda nada na ordem jurídica. É um ato que
se recusa a introduzir uma mesma alteração. É um ato porque tem conteúdo decisório. Mas a
eliminação deste ato tem um papel secundário – o que verdadeiramente se discute é a
pretensão sobre a qual ele se pronunciou. O ato pode perfeitamente ser posto em causa por um
processo de objeto mais alargado do que os processos de natureza cassatória – que vai ter como
consequência, eventualmente, a remoção do ato de indeferimento, constituindo a
administração no dever de emitir uma nova pronuncia.
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Artigo 67º/1 al. b) // isto quer dizer que pode haver lugar a este tipo de ação como forma
de reação a dois tipos de situações – a adm emitiu um ato negativo quanto ao mérito da
pretensão ou contra o próprio requerimento que tinha em vista a pretensão. Pode ser uma
recusa com motivos de ordem formal ou uma recusa com motivos relativos à conveniência da
oportunidade de decidir.
Mesmo quando não houve a apreciação material da pretensão, o que vai a juízo é essa
mesma pretensão.
67º/1 al. c) – ex. atribuir um subsídio mas em montante inferior ao que foi pedido // na
parte desfavorável, o ato é encarado como um ato de indeferimento.
Nos casos de inércia // um ano a partir do momento em que expirou o prazo de resposta
ao requerimento. *Não é um prazo de impugnação. É uma norma de caducidade do direito de
ação – 69º/1
No caso das omissões puras – o prazo para o MP também é de um ano – para que ele
possa agir nos termos do 68º/1 al. b). São atos que em face da lei a administração devia praticar
independentemente de requerimento.
Havendo ato de indeferimento // 69º/2 prazo de três meses – 58º/1 – é o mesmo prazo
que se estabelece para a impugnação., E o mesmo se aplica às recusas de apreciação.
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69º/3 – quando esteja em causa um ato nulo, o prazo é de dois anos contados da data
de notificação do indeferimento, do ato de recusa de apreciação ou do ato que o particular quer
ver substituído.
Se for um ato positivo – sendo nulo – posso impugnar normalmente sem prazo* 321
CPTA agrega, nos termos do artigo 72º e ss – disposições relativas a processos que
tenham por objeto a declaração de ilegalidade de normas emanadas ao abrigo de disposições
de direito administrativo – 72º/1.
Quanto à legitimidade (pág 233) // artigo 73º - determina que pessoas é que têm
legitimidade para pedir a declaração de ilegalidade de normas regulamentares.
Tem legitimidade para pedir a declaração com força obrigatória e geral quem alegue ser
prejudicado ou quem alegue poder vir a sê-lo pela aplicação da norma.
O prazo para se impugnar, em regra, não existe – 74º/1. Mas o 144º/2 do CPA diz-nos
que, quando um regulamento enferme de ilegalidade de natureza formal e procedimental +
quando essas ilegalidade não acarretem a inconstitucionalidade do regulamento, os mesmos
regulamentos só podem ser impugnados ou declarados inválidos no prazo de 6 meses. É o caso
do 74º/2.
Para se condenar a administração a emitir uma norma (artigo 77º) – não há prazo. A
ação pode ser proposta a todo o tempo, a partir do momento em que se verifique a existência
de uma situação de omissão ilegal. 322
Seja qual for o ramo do direito onde os efeitos das normas se projetem, serão normas
regulamentares caso as normas que regulam a sua produção (competência, forma, etc…) seja
normas de direito administrativo.
Quando um particular é objeto de uma decisão concreta que lhe aplica uma norma
regulamente que aquele considera ser ilegal, ele poderá reagir contra a aplicação dessa norma
– ou seja, contra a decisão concreta.
É o caso do artigo 73º/3. Apesar de isto ser uma norma que regula parcialmente a
questão da legitimidade para impugnar a decisão, não devemos tomar isto como uma regulação
parcial, dizendo que o regime geral para impugnar está no 55º (relativo à impugnação do ato
administrativo).
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Pode haver lesão de destinatários sem que haja uma decisão concreta que aplique a
norma regulamentar em questão.
É o caso das normas que impõem uma proibição absoluta, que fixam determinados
horários, que que tabelam preços etc… Nestes casos, pode haver uma impugnação direta da
norma, ainda que não tenha havido um ato que a aplique – 73º.
Mas a restrição do 72º/2 só se aplica à declaração com força obrigatória geral. Quer isto
dizer que, se for sem força obrigatória geral, o tribunal pode dizer que aquela norma viola a
constituição.
Ela pode ser pedida a todo o tempo – pelo MP + por quem seja prejudicado pela sua
vigência ou possa vir a sê-lo + pessoas do 9º/2 + pessoas por presidentes de órgãos colegiais em
relação a normas emitidas pelos mesmos. É uma legitimidade mais extensa do que a prevista no
artigo 55º/2.
Artigo 74º (+ 144º do CPA) – regime das situações que não se traduzam na
inconstitucionalidade, na preterição absoluta de forma legal ou na preterição de consulta
pública exigida por lei. Nestes casos, o prazo não é ilimitado mas é sim de 6 meses.
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Artigo 76º - em princípio, a decisão tem eficácia retroativa. Ficam ressalvadas pelo 76º/4
as situações consolidadas que correspondem aos casos julgados e aos atos administrativos que
já não sejam suscetíveis de impugnação. Todavia, estas duas exceções cedem sempre perante o
princípio da aplicação retroativa da norma sancionatória mais favorável – 76º/4 parte final.
Atenção ao 76º/2, que pode ter efeitos modeladores sobre a retroatividade, em colisão
com o interesse do autor em que haja retroatividade para ver os efeitos lesivos da norma serem
eliminados pelo efeito retroativo.
MAA – deve ser uma responsabilidade por facto ilícito – pois a limitação da
retroatividade não torna lícito aquilo que era ilícito mas que não foi apagado porque o juiz quis
limitar a retroatividade. Logo, não vai impedir os interessados de impugnarem aqueles atos que
ficaram de for do chapéu da retroatividade. A desaplicação nada tem a ver com a declaração de
ilegalidade. É este o sentido do 76º/3.112
101º afasta os prazos do 58º // as ações devem ser intentadas no prazo de um mês a
contar da data da notificação dos interessados. Não havendo notificação, o prazo conta a partir
da data do conhecimento do ato
O artigo 101º não distingue o prazo em relação ao sujeito ativo. Portanto, o ministério
público não beneficia de um prazo maior – o prazo é de um mês.
O prazo parece valer tanto para as ações de anulação como para as ações de declaração
de nulidade do ato impugnado.
Mas o código dos contratos públicos prevê prazos mais curtos para a impugnação
administrativa (273º e 274º do ccp) // ou seja, o prazo contencioso vai sempre perdurar além
do prazo de impugnação administrativa.
E atenção aos casos de impugnação necessária – o prazo nem sequer começa a contar
enquanto não for utilizada a impugnação administrativa.
A remissão do 101º quer dizer que se podem aplicar os prazos do 55º/3 – em que
portanto é três meses para interessados e 1 mês para MP?
Passado o prazo de resposta (10 dias), o interessado tem 20 dias para interpor o pedido
de intimação.
Mas eu posso não querer fazer logo a intimação e continuar à espera de resposta.
Havendo resposta de indeferimento ou de satisfação apenas parcial – posso fazer o pedido com
base nisso, num prazo de 20 dias após a resposta.
109º/1 // só é possível quando não seja possível pedir uma providência cautelar. Ou
seja, é subsidiário.
Ambas fazem uma apreciação material. Quando é que é possível pedir a título provisório
e não a título de intimação?
É uma opção processual e não material – ou seja, não se prende com a eventual
apreciação do mérito da causa. Se o juiz olhar para um pedido e achar que, caso tenha que haver
decisão concordante com aquela pretenção, ela deve ser proferida a título provisório, então
falha um pressuposto da ação de intimação.
Cada tipo de ação tem uma forma de processo // e há vários tipos de ação.
Erro na forma de processo – pode ser sanado pelo juiz – aplicação analógica do 193º do
CPC
Erro quanto ao tipo de ação – uma determinada pretensão tem um determinado tipo
de ação. Caso do 51º/4. O juiz pode convidar o autor a substituir a ação. S e a petição for
substituída, há lugar à repetição do praticado.
Pode haver cumulação de pedidos aos quais não corresponda uma mesma forma de
processo – artigo 5º e 21º e mesmo que a ação seja da competência de tribunais distintos.
Eu cumulo pedidos que não podem ser cumulados – juiz dá-me a escolher qual é que eu
quero ver apreciado // 4º/3. Quanto aos demais – ARI
Se eu não escolher, ARI em relação a todos sem hipótese de renovar a instância – 87º/7.
Tem que haver uma relação de prejudicialidade. O ato inválido terá de ser um ato
necessário ao ato sequencial para que possa invalidar este último.
Mas atenção, só haverá nulidade se houver a tal relação de prejudicialidade. Caso disto
é quando o ato pré-ordenado tenha o poder de influenciar o conteúdo do segundo.
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Havendo isto, devemos ter em conta que os atos só se devem manter na estrita medida
do interesse dos contra-interessados. Portanto, a reconstituição da vida jurídica determinada
pela anulação do ato incluído no procedimento deve atender a interesses – o dos contra
interessados e o dos terceiros de boa fé.
Se o ato for anulado por vício de forma, nada impede a administração de vir a praticar
um ato com o mesmo conteúdo, em sede de execução de sentença – o que afasta a anulação
dos atos subsequentes. Conjugar o CPA com o 173º/3 e 4 do CPTA.
Exige-se uma conexão jurídica entre o ato ou a sua omissão entre o ato e o regulamento,
que constitui o ato final desse procedimento. – o primeiro deve ser um ato suscetível de
prédeterminar a existência, o sentido ou o conteúdo do segundo
Atenção que tem que haver anulação do ato. A mera anulabilidade não tem um efeito
transmissivo. Logo, a sanação no tempo, determina a sanação do regulamento.
Nota para a proteção da boa fé dos destinatários – sobretudo quando as normas visem
conformar o exercício de direitos fundamentais ou de interesses e outros direitos legalmente
protegidos.
55º/2 é objetivismo
Caderno de encargos não pode servir apenas para afetar a concorrência – caderno de
encargos é uma norma
Pode haver legitimidade sem haver interesse em agir – o MP não atua propriamente
num âmbito de um interesse.
Mas a forma comum atual segue diferentes especificidades consoante cada um dos
objetos. Ou seja, há várias formas especiais dentro de uma forma comum.
Ver o 77º - A
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