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Instituto Federal de Ciência, Educação e Tecnologia do Piauí

Campus Teresina Zona Sul

ESTRUTURAS EM MADEIRA

Prof. Helder Pontes


1.1 – GENERALIDADES

A madeira por ser material natural apresenta como características uma beleza própria pois apresenta diferentes
cores, cheiro, textura, de origem vegetal encontrada em florestas naturais e em florestas artificiais resultantes de
reflorestamentos. Existe na sociedade brasileira um preconceito quanto à durabilidade e à resistência da madeira, que foi sendo
formado ao longo do tempo, principalmente porque as indústrias do aço e do concreto, investiram em pesquisas e divulgação dos
resultados, acompanhados pela atualização de suas normas de cálculo.
Entretanto a madeiras brasileiras quando analisadas do ponto de vista estrutural, em comparação com o concreto e
aço, apresenta grande resistência mecânica e possui um peso específico muito menor que o aço e o concreto. O concreto
armado apresenta um peso especifico de 2500 Kgf/m3, o aço aproximadamente 8000 kgf/m3 e a madeira 1000 Kgf/m3.
No Brasil devido a um desenvolvimento desordenado das indústria madeireira e também devido a preferência do meio
técnico por materiais como concreto e aço, o primeiro texto da norma brasileira para estruturas de madeira, a NBR 7190 –
Cálculo e Execução de Estruturas de Madeira foi editado pela primeira vez por volta de 1950 e foi atualizada novamente por
volta do ano de 1997. (CALIL et al ,1999)
A madeira pode ser considerada um material estrutural muito resistente quando utilizamos uma espécie adequada na
classificação, associado a um sistema estrutural apropriado. A característica estrutural da madeira mais importante é chamada
de anisotropia. A anisotropia é responsável por diferentes comportamentos de acordo com a direção de aplicação da carga em
relação às fibras
A durabilidade da construção em madeira depende diretamente do projeto arquitetônico, como uso de beirais largos,
formas de proteger a madeira do contato direto com a umidade do solo, deixar a madeira respirar, etc... podem garantir uma vida
útil de 50 anos ou mais.
Muitas pesquisas foram realizadas nas últimas duas décadas no Brasil e com isso realizou-se a revisão da norma
brasileira para estruturas de madeira com grande contribuição da Escola de Engenharia da USP/ São Carlos e o LAMEM que
resultou na aprovação da atual norma brasileira para projeto de estruturas de madeira, NBR 7190:1997. Muitas pesquisas
precisam ser realizadas para o desenvolvimento da tecnologia da madeira no Brasil e a parceria entre as indústrias e as
instituições de pesquisas, gerando publicações e criando um melhor envolvimento de arquitetos e engenheiros.
1.2 - FISIOLOGIA E CRESCIMENTO DA ÁRVORE

Segundo CALIL et al (1999) o principal crescimento principal da árvore ocorre verticalmente. Na direção vertical o
crescimento é contínuo e a fibra apresenta uma maior densidade. O crescimento do tronco é demarcado a cada ano pelos
anéis de crescimento, pois além do crescimento vertical ocorre o crescimento de camadas periféricas chamadas de
cambio.

Em uma analise da tora da árvore pode ser identificado os seguintes elementos: A medula ponto mais central (
pode apresentar defeitos); O lenho definido como o conjunto dos anéis de crescimento recoberto por um tecido chamado
casca; entre a casca e o lenho existe uma camada extremamente delgada, conhecida por câmbio.

Segundo CALIL et al (1999)

“As seivas brutas, retiradas do solo, sobem pela camada periférica do lenho, o alburno, até
as folhas, onde se processa a fotossíntese produzindo a seiva elaborada que desce pela
parte interna da casa, o floema, até as raízes. Parte dessa seiva elaborada é conduzida
radialmente até o centro do tronco por meio dos raios medulares. As substâncias não
utilizadas pelas células são lentamente armazenados no lenho. A parte do lenho modificada
por essa substância é designada como cerne, geralmente mais densa, menos permeável a
líquidos e gases, mais resistentes ao ataque de fungos apodrecedores e insetos, apresenta
maior resistência mecânica. Em contraposição, o alburno, menos denso, constituído pelo
conjunto das camadas externas do lenho, mais permeáveis a líquidos e gases está mais
sujeito ao ataque de fungos apodrecedores e insetos, além de apresentar menor resistência
mecânica.”
Figura: Anatomia do Tecido Lenhoso
Fonte: CALIL (1999)
1.3 - PROPRIEDADES FÍSICAS DA MADEIRA

As principais propriedades físicas da madeira que podem influenciar significativamente no desempenho e


resistência da madeira como material de construção :

 Umidade
 Densidade
 Retratibilidade
 Durabilidade natural • Resistência química.

A característica estrutural mais importante da madeira é o fato da madeira ser um material anisotrópico, isto é,
apresenta diferentes comportamento em relação à direção de crescimento das fibras e a direção do esforço atuante. Ao
longo do tempo foi sendo identificado três direções principais com comportamento estrutural semelhantes: longitudinal, radial
e tangencial.

A propriedades estruturais na direção longitudinal apresentam


diferenças consideráveis em relação as propriedades estruturais nas
direções radial e tangencial. A NBR 7190:1997 norma define as propriedades
na direção paralela as fibras ( longitudinal) 0º e para propriedades no sentido
perpendicular às fibras (radial e tangencial) a 90º.
A) TEOR DE UMIDADE

A umidade da madeira é determinada pela seguinte expressão:

Onde:
m1= massa úmida em gramas
m2= massa seca em gramas
w= umidade (%)

Na árvore, a célula da madeira apresenta água de duas formas, água livre contida nas cavidades das células
(lumens), e água impregnada contida nas paredes das células. No momento que a árvore é cortada tende a perder a água
na forma livre rapidamente enquanto que a água na forma de impregnação é perdida lentamente. A umidade da madeira
tende a encontrar um equilíbrio com a umidade e temperatura do ambiente em que se encontra.

Segundo Calil et al (1999)


O teor de umidade corresponde ao mínimo de água livre e o máximo de água de impregnação é denominado de “ponto de saturação das
fibras”. Para as madeiras brasileiras esta umidade encontra-se em torno de 25%. A perda de água na madeira até o ponto de saturação das
fibras se dá sem a ocorrência de problemas para a estrutura de madeira. A partir deste ponto a perda de umidade é acompanhada pela
retração (redução das dimensões) e o aumento da resistência, por isso a secagem deve ser executada com cuidado para se evitar problema na
madeira.

Para as aplicações na construção civil a madeira é considerada seca quando seu teor de umidade estiver entre
de 12% a 15%. Este teor de umidade depende do local da obra.
B) RETRATIBILIDADE

A retratibilidade é definida como sendo a


redução das dimensões em uma peça de madeira pelo
processo de secagem, devido a saída da água de
impregnação. A retração ocorre em porcentagens
diferentes nas direções tangencial, radial e longitudinal. A
retração longitudinal ocorre com valores de 0,5% de
variação dimensional, a retração tangencial ocorre em
valores de até 10% de variação dimensional, podendo
causar problemas de torção nas peças de madeira. A
retração radial ocorre com valores da ordem de 6% da
variação dimensional, podendo causar problema de
rachaduras nas peças de madeira.
C) DURABILIDADE NATURAL

A durabilidade da madeira, com relação a biodeterioração, depende da espécie, das


características anatômicas de onde a peça de madeira foi retirada e do projeto arquitetônico.
Algumas espécies apresentam uma grande durabilidade natural ao ataque de fungos, em geral
madeiras nativas como por exemplo o ipê, o jatobá, a cupiúba, enquanto outras espécies como
as madeiras de reflorestamento apresenta uma pequena durabilidade em relação ao ataque de
fungos e bactérias e geralmente precisam ser tratadas.

A diferença na durabilidade da madeira também é diferente de acordo com a região da


tora da qual a peça de madeira foi extraída. o cerne apresenta durabilidade natural, e o alburno
é mais vulnerável ao ataque biológico. O cerne é mais resistente ao ataque biológico, devido ao
deposito de resinas que são depositadas no cerne ao longo dos anos.

O projeto arquitetônico é um fator decisivo na durabilidade da construção, pois pode


permitir uma arquitetura onde a durabilidade da madeira será muito maior como grandes beirais,
levantar a construção do solo e deixar a construção de madeira respirar.
D) ANISOTROPIA DA MADEIRA

Outra característica da madeira, e que a torna um material bastante diferente de outros


materiais tradicionais da construção civil, é a de ser um material anisotrópico, ou seja, cujas
propriedades variam com a direção considerada. Como a madeira é constituída por fibras de
lignina orientadas longitudinalmente com o eixo de crescimento da espécie vegetal original, e
formando anéis concêntricos depositados ao longo da vida do vegetal, resultam três direções
distintas em que se pode medir propriedades mecânicas: a direção longitudinal, ao longo das
fibras; a direção radial, normal às fibras; e a direção tangencial, tangente à formação dos anéis de
L

crescimento. L: direção longitudinal


R R: direção radial
T: direção tangencial

T
E) DEFEITOS DA MADEIRA

Ao serem extraídas das diferentes espécies vegetais disponíveis na natureza e próprias


para o uso nas estruturas, as peças em madeira apresentam um potencial muito grande para
apresentar uma série de defeitos, sob o ponto de vista de uso estrutural. Dentre os principais
defeitos, tem-se as fendas, ou fissuras existentes entre as fibras, o abaulamento, resultante do
processo de perda de umidade para o meio-ambiente da madeira, e os nós, resultante do
processo de crescimento das árvores. Estes defeitos foram grandemente contornados com o
advento das madeiras industrializadas (ver adiante), aumentando, no entanto, e uma vez mais, os
custos de produção.
F) CLASSIFICAÇÃO DAS PEÇAS DE MADEIRA DE ACORDO COM A NORMA NBR 7190/1997

Primeira categoria: são peças cujas características mecânicas são iguais a, pelo menos, 85%
das obtidas em pequenos corpos de prova isentos de defeitos. A madeira é de qualidade
excepcional, sem nós e retilínea.

Segunda categoria: apresenta características mecânicas iguais a, pelo menos, 60% dos valores
correspondentes aos obtidos em ensaios com pequenos corpos de prova isentos de defeitos. A
madeira é de qualidade estrutral corrente, com pequenas incidências de nós firmes e outro
defeitos.

Terceira categoria: madeira de qualidade estrutural inferior, com nós em ambas as faces.
G) PRODUTOS ESTRUTURAIS DE MADEIRA

Estruturalmente, o projetista pode especificar vários tipos de produtos de madeira a


serem empregados, podendo-se classificá-los em dois grandes grupos: as madeiras maciças e as
madeiras industrializadas.
As madeiras maciças podem ser subdivididas em madeira bruta; madeira falquejada e
madeira serrada. A madeira bruta seriam simplesmente troncos de árvores cortados para o uso,
principalmente, em estacas de fundação, pilares, escoramentos, etc. A madeira falquejada
seriam troncos que são cortados de forma a apresentarem seções transversais retangulares,
principalmente quadradas. Já a madeira serrada seria a forma comercial mais comum,
originando uma variedade de produtos (caibros, pranchas, sarrafos, etc.), aproveitando-se melhor
o espécime vegetal cortado.

Madeira bruta Madeira falquejada Madeira serrada

Dentre as madeiras industrializadas, para fins estruturais, se tem a madeira laminada e


colada. Este produto apresenta grande qualidade pois, através de controles industrializados
rigorosos, permite obter produtos com dimensões especificadas e praticamente sem defeitos.
H) ENSAIOS EM MADEIRA

Para a determinação das propriedades mecânicas das diferentes espécies de madeira,


pode-se lançar mão de uma série de ensaios de laboratório. Dentre os mais comuns, tem-se, por
exemplo, o ensaio de compressão simples. Neste ensaio, ilustrado a seguir, corpos-de-prova
prismáticos são levados a ruptura, obtendo-se a resistência à compressão média, fc, e, com o
auxílio de instrumentos de medição de deslocamentos (extensômetros), pode-se obter também o
módulo de elasticidade médio na compressão, Ec.
P 2 N P
A 0 = 5 x 5 cm
σc= =
A A0

Pu
fc =
A0

fc
L0
15 cm

tg α = E c

∆L
α ε =
L0
Este mesmo ensaio pode ser conduzido de maneira a se obter os mesmos parâmetros,
porém relativamente a corpos-de-prova um pouco mais curtos (10 cm de comprimento) e cortados
perpendicularmente à direção de suas fibras. Assim, com o ensaio, obtém-se a resistência à
compressão média normal às fibras, fcn, e o módulo de elasticidade médio na compressão normal
às fibras, Ecn.
Outro ensaio importante é o ensaio de tração simples. Neste ensaio, corpos-deprova são
usinados de maneira que possam ser convenientemente colocados em máquinas de tração.
Levando-se os corpos-de-prova à ruptura, pode-se obter a resistência à tração, ft, da madeira
ensaiada. O módulo de elasticidade na tração não costuma ser medido, bem como não se realiza
este ensaio para a obtenção de propriedades medidas normalmente às fibras, pois tais valores
tendem a ser muito baixos, sendo desprezados.
P
N P
σt= A
=
A0

ft

L0

∆L
ε = L0
Ter que se usinar o corpo-de-
prova de tração para que ele fique com
uma forma muito peculiar torna a
realização do ensaio de tração uma h P

h = 5 cm
tarefa um tanto complicada. No
h
entanto, a resistência à tração das
L = 105 cm
espécies vegetais é um parâmetro
M
muito importante a ser medido. Assim, +

uma alternativa interessante que se


PL
M =
tem, ao invés de se obter a resistência M 4

à tração, ft, diretamente do ensaio de M u

tração simples, é a obtenção de um


M u
6 M u
resultado equivalente, a resistência à fM =
W
=
bh
2

tração indireta por flexão, fM, conforme


δ
é ilustrado na figura a seguir.
Um último ensaio bastante importante também é o ensaio de cisalhamento. Neste
ensaio, amostras da madeira a ser ensaiada são cortadas de forma que a carga a ser aplicada
gere uma solicitação cisalhante num plano pré-definido de área A0 medindo 5 x 5 cm2 (ver figura).
Assim, a carga de ruptura, Pu, pode ser utilizada para a determinação da resistência ao
cisalhamento média, fv, da madeira.

P
2 cm u

5 cm
6 ,4 cm

5 cm
5 cm
I) PROPRIEDADES MECÂNICAS DE PROJETO DA MADEIRA

Conforme visto anteriormente, através de alguns tipos de ensaios mecânicos de


laboratório, pode-se obter as principais propriedades mecânicas das espécies vegetais, sejam
elas: a resistência à compressão média, fc; o módulo de elasticidade na compressão médio, Ec, a
resistência à tração média, ft; e a resistência ao cisalhamento média, fv. No entanto, como estes
valores representam a média de resultados obtidos em laboratório, os resultados para uma
estrutura poderiam ficar aquém destas médias, o que seria um problema.

Para corrigir isto, deve-se trabalhar com valores característicos que, estatisticamente,
teriam uma chance de 95% de serem superados pelos valores efetivamente atuantes numa
estrutura. Assim, ao longo dos anos, as diferentes espécies vegetais foram classificadas de
acordo com as suas resistências à compressão características em classes de resistência,
conforme a tabela a seguir.
Tabela – Classes de Resistência dos Materiais

Para a obtenção dos valores característicos de resistência à compressão das diferentes


espécies vegetais, a partir de valores médios, têm-se a seguinte relação:

fck = 0,7 fc
No caso de se ter, também, os valores médios de resistência obtidos nos ensaios de
tração (direta ou indireta) e de cisalhamento, seus respectivos valores característicos seriam:

ftk = 0,7 ft

fvk = 0,54 fv

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