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LUIZ CESAR DE MORAES *; JOSÉ ANTONIO PEREIRA SALGADO **; JÚLIO CEZAR DE MELO CASTILHO *;
MARI ELI LEONELLI DE MORAES*
*
Departamento de Cirurgia, Periodontia e Radiologia - Faculdade de Odontologia de São José dos Campos – UNESP – 12245-000 – São José dos
Campos - SP
**
Aluno do Curso de Pós-Graduação em Odontologia - Área de Concentração em Odontologia Radiológica (Nível de Doutorado) - Faculdade de
Odontologia de São José dos Campos – UNESP – 12245-000 – São José dos Campos – SP
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ment. The obtained results allow to end that there was a mean dentário ou pelas extrações dentárias como parte
increase of the nasolabial angle in the group with extraction do tratamento ortodôntico, levando a um grande
108,00o of the beginning treatment for 116,77o in the end tre-
atment, with estatistically significant difference at 5% and in aumento no ângulo nasolabial, podendo causar efei-
the group without extraction of 111,88 o beginning of the tre- tos antiestéticos no perfil facial1 e com o seu valor
atment for 113,81o in the end treatment, without estatistically aumentado significantemente após tratamentos or-
significant difference at 5%. Comparing with extraction and todônticos, pode causar desarmonia no perfil faci-
without extraction there was difference significant estatistics
al e a possibilidade de rinoplastia deve ser discuti-
at level of 5%. It can be concluded that treated patients with
premolars extractions, presented a larger angle than the agre- da com o paciente antes do início do tratamento
ements without extraction. So much patient with or without ortodôntico1,11.
dental extraction there was increase of the nasolabial angle,
changes of the nasolabial angle translate alterations of the É propósito deste trabalho, verificar a altera-
upper lip, probably in response to the dental retraction and ção que ocorre no ângulo nasolabial antes e após o
caution should be had in treatments where there is indication tratamento ortodôntico, em pacientes tratados com
of dental extraction, informing the patient, the increase of ou sem extração, dos dentes pré-molares.
the nasolabial angle.
Genecovet et al.7 (1990) utilizaram radiografi-
as cefalométricas laterais de uma amostra de 64
UNITERMS indivíduos não tratados (32 indivíduos de Classe I
Nasolabial angle; facial profile. e 32 indivíduos de Classe II de Angle - esquele-
tais, para ambos, sendo 16 do sexo masculino e 16
do sexo feminino). Vinte e cinco parâmetros fo-
INTRODUÇÃO ram avaliados na dentição mista (média de idade
de sete anos e seis meses), na dentição permanente
Atualmente, os profissionais de ortodontia e
recém erupcionados (média de idade de 12 anos e
ortopedia facial, além de se preocuparem com o
cinco meses) e adulto jovem (média de idade de
alinhamento dos dentes e equilíbrio funcional,
17 anos e dois meses). Uma das conclusões foi que
também o fazem com a busca de harmonia de toda
o ângulo nasolabial mostrou tendência para dimi-
a face do paciente procurando pelos mais diver-
nuir de 3 a 4 graus nos dois sexos, sem diferença
sos meios a perfeição de formas, onde o belo tem
estatística entre as amostras.
aparência agradável, perfeita e desperta prazer es-
tético. 2,8 Fitzgerald et al.6 (1992) procuraram desenvol-
ver um método de construção do ângulo nasolabial
O total desequilíbrio facial é facilmente obser-
que poderia também permitir a avaliação da incli-
vado, mas o desequilíbrio ou assimetria facial sub-
nação da borda (margem) do nariz e o lábio supe-
clínico é um desafio para o ortodontista.2,5,8 Várias
rior. Utilizaram telerradiografias laterais de 104
análises foram desenvolvidas na tentativa de qua-
indivíduos, sendo oitenta homens e 24 mulheres,
lificar e quantificar o perfil facial estético. A ava-
com oclusão de Classe I de Angle, com perfil faci-
liação das medidas do perfil facial atuam como um
al agradável e média de idade de 24 anos. Encon-
importante fator auxiliar no planejamento ortodôn-
traram valores médios e desvio padrão para o ân-
tico, permitindo o melhor discernimento a respeito
gulo nasolabial de 114 + 10o, não estatisticamente
dos problemas dento-esqueléticos que cada paci-
significante. Nas mulheres observaram discreto
ente possa apresentar.1,2,5,8,11
aumento no ângulo nasolabial.
O ângulo nasolabial é conhecido como o “cen-
Arnett & Bergman2 (1993) verificaram que o
tro estético da face” e é objeto de discussões sobre
tratamento dentário, tanto ortodôntico ou procedi-
o seu valor, variações e modificações.1 Esse ângu-
mento cirúrgico ortognático, para corrigir a mor-
lo pode mudar acentuadamente com certos proce-
dida pode influenciar na estética facial. O tratamen-
dimentos ortodônticos ou cirúrgicos, que alteram
to do desarranjo oclusal baseado em análises de
a posição ântero-posterior ou inclinação dos den-
modelos ou em cefalometrias padrão sem exame
tes anteriores da maxila.3,8,10
da face pode produzir resultados não favoráveis,
Mudanças do ângulo nasolabial ocorrem devi- indicando que a oclusão e face agradável são rela-
do a alteração do lábio superior pelo movimento tivamente interdependentes, apesar de ser o ângu-
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lo nasolabial muito variável, dependendo da raça, medidas cefalométricas poderemos quantificar os
postura da cabeça, lábios relaxados ou tensos, tipo desequilíbrios e o grau de desarmonia esqueletal e
de crescimento e outros fatores. dental. A correção da oclusão por si só, pode não
promovê-lo, mas pode, sim, prejudicá-lo ainda
Arnett & Bergman3 (1993) comentaram que o
mais. Na opinião dos autores o ângulo nasolabial
ângulo nasolabial pode mudar com o tratamento
tem um valor médio entre 90,00o e 110,00o, sendo
ortodôntico ou procedimentos cirúrgicos que alte-
influenciado pela inclinação da columela do nariz
ram a posição ântero-posterior ou inclinação dos
e a posição do lábio superior.
dentes anteriores da maxila. Verificaram a influên-
cia da retração dos dentes anteriores com tratamen- Margolis9 (1997) fez estudo facial dos pacien-
to ortodôntico e cirúrgico. A posição desejável do tes focalizando a simetria, a proporção e o equilí-
ângulo nasolabial é de 85o a 105o, sendo mais ob- brio facial, por meio de análise da forma da face,
tuso em pacientes femininos. com visão frontal e de perfil. Observou que uma
importante avaliação da estética do perfil é o ân-
Czarnecki et al.4 (1993) desenvolveram estudo
gulo nasolabial que foi em média de 100o em seu
para se verificar qual seria o perfil ideal das silhu-
estudo. Este é uma medida importante no plano
etas para a estética facial, tanto no sexo feminino
ortodôntico, no movimento de retração dos incisi-
como no sexo masculino. Os perfis assim elabora-
vos superiores deixa este ângulo mais obtuso.
dos foram analisados por 545 profissionais da odon-
tologia, que classificaram em uma escala de atrati- Dainesi et al.5 (2000) avaliaram as alterações
vidade dento-facial. Comentaram que alguns do perfil facial tegumentar, baseado no crescimen-
tratamentos, poderiam ser feitos sem a opção de to horizontal da face, pela análise cefalométrica,
extração dentária, porque esse procedimento influ- entre as idades dos seis aos 18 anos e em pacientes
encia no resultado de medidas lineares e angulares braquifaciais. Verificaram que os planejamentos
do nariz e queixo, sendo necessário um planeja- ortodônticos com extrações dentárias em ambos os
mento de tratamento adequado, para indicar ou não arcos devem ser realizados com cuidado nestes jo-
a extração. Os autores obtiveram o valor médio do vens, durante o crescimento, pois pode-se prejudi-
ângulo nasolabial de 105o, nas silhuetas dos perfis car o perfil, devido ao aumento do apêndice nasal
das teleradiografias laterais. presente nesse tipo de crescimento da face. Uma
Morris10 (1994) comentou que a cefalometria é das conclusões dos autores foi que das alterações
usada para predizer mudanças do crescimento a angulares, somente se observou diminuição signi-
curto e longo prazo e no tratamento das estruturas ficativa no ângulo nasal (ângulo N’.Prn.Sn, cor-
esqueletais e dento-alveolares, bem como a apa- responde ao ângulo formado pelas retas que pas-
rência do perfil do tecido mole. Em seu estudo uti- sam pelos pontos: násio tegumentar, pronasal e
lizou telerradiografias laterais nas quais mediu os subnasal) decorrente do aumento em espessura do
traçados cefalométricos de pacientes de idade 6 nariz e obtiveram para o ângulo nasolabial medi-
meses à 18 anos. Depois do material ter sido avali- das angulares 110,17 + 12,55o aos 6 anos e 105,75
ado por ortodontistas, o autor verificou que perfil + 12,42o aos 18 anos, não significantes estatistica-
convexo, posição e angulação dos incisivos supe- mente.
riores e inferiores, são importantes no equilíbrio Abdo et al.1 (2000) realizaram um estudo com-
estético e no perfil de tecido mole. O autor encon- parativo dos ângulos nasolabial e nasofacial antes
trou um ângulo nasolabial médio de 113,52o e des- e após o tratamento ortodôntico, de 14 pacientes,
vio padrão de 8,08o, podendo ser alterado pelo tra- Classe II Divisão I de Angle, tratados com extra-
tamento ortodôntico com a retração dos incisivos ções de pré-molares tendo sido o ângulo nasolabi-
superiores deixando-o mais obtuso. al dividido em duas variáveis, consideradas inde-
Jacobson & Vlachos 8 (1995) comentaram que pendentes, lábio superior e base do nariz. Para
a simetria e equilíbrio natural são facilmente nota- analisar qual delas seria mais influenciada pelo tra-
dos assim como o desequilíbrio facial, não sendo tamento ortodôntico: se o lábio superior, a base do
todavia de fácil observação quando se apresenta nariz, ou ambos. Concluíram que pacientes Classe
subclínico. Nesses casos, somente por meio de II Divisão I de Angle, tratados com extrações de
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pré-molares apresentaram modificações considerá- b. folhas de papel de acetato Ultraphan (Aceta-
veis no perfil facial, principalmente no que tange to Ultraphan - 3M / Unitek) medindo 17,5 x
ao lábio superior, devido à retração dos incisivos 17,5 cm;
superiores. O crescimento nasal, apesar de promo-
c. fita adesiva (3M);
ver supostas alterações no perfil facial e até mas-
cará-las em certos aspectos, não demonstrou sig- d. máscara de papel cartão preto para facilitar
nificância estatística (no início do tratamento um a demarcação do traçado anatômico;
ângulo médio de 106,25 + 11,06o e no final do tra-
e. lapiseira 0,3 mm (Pentel P 203);
tamento de 111,03 + 11,50o). O ângulo nasolabial
sofre alterações no lábio superior e não na base f. régua milimetrada (Bandeirante);
nasal, provavelmente em resposta à retração den- g. esquadro (Bandeirante);
tária, sendo que alguns casos pode-se indicar rino-
plastia para a finalização do tratamento. h. transferidor (Labra) de 180 o.
Shinozaki11 (2000) concluiu em sua revisão da
literatura, que o ângulo nasolabial é influenciado MÉTODO
pelo tratamento ortodôntico, pela movimentação
dos incisivos superiores por sua íntima relação com Foram utilizadas duas telerradiografias cefalo-
o lábio superior e seu valor varia de 85o a 124o, métricas de cada paciente, referentes às fases ini-
sendo a média entre 100o e 110o aceito para um cial e final do tratamento, com os lábios em repou-
perfil facial agradável. so e os dentes em oclusão cêntrica.
Em seguida, de cada telerradiografia foram copia-
das todas as estruturas anatômicas para compor o de-
MATERIAL E MÉTODO senho do traçado cefalométrico e demarcadas apenas
Material as grandezas e as medidas de interesse para o trabalho,
de acordo com critério: desenho anatômico (o traçado
A amostra para a execução deste estudo, per- das estruturas anatômicas na folha de papel acetato
tencente ao arquivo do Curso de Especialização Ultraphan) e os pontos no perfil tegumentar, que são:
de Ortodontia e Ortopedia Facial, da Disciplina Cm (“columela”) que é o ponto anterior da “colume-
de Ortodontia, da Faculdade de Odontologia, de la” nasal, Sn (subnasal) é o ponto situado na confluên-
São José dos Campos, consta de 52 telerradio- cia entre a margem inferior da “columela” nasal com o
grafias cefalométricas em norma lateral, inicial filtro labial (ponto no qual a “columela” funde-se com
e final do tratamento ortodôntico de cada paci- o lábio superior no plano médio sagital) e o ponto Ls
ente, totalizando 26 pacientes, do sexos femini- (lábio superior) que corresponde ao ponto superior do
no, leucodermas, todos portadores de má-oclu- vermelhão do lábio superior sendo o ponto mais ante-
são Classe II Divisão 1, de Angle, sendo 13 rior da convexidade do lábio superior (Figura 1).
pacientes tratados com extrações de pré-mola-
res e 13 pacientes não submetidos a extração dos Foi realizado o traçado do ângulo nasolabial
dentes pré-molares. (Figura 2), formado por duas linhas, isto é, uma
tangente a columela do nariz e uma tangente ao
O material para o traçado cefalométrico cons- lábio superior passando nos pontos Cm.Sn.Ls,
tou de: (Morris, 10 1994; Jacobson & Vlachos, 8 1995;
a. negatoscópio; Dainesi et al. 5 ,2000.
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FIGURA 1 - Desenho anatômico das estruturas esqueléticas, dentá- FIGURA 2 - Ângulo nasolabial situado no perfil de tecido mole (de
rias, tecido mole e pontos anatômicos. interesse para o trabalho).
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Na Tabela 2, podemos observar a análise esta- tatístico da comparação dos tratamentos com ex-
tística de Teste t pareado, analisando os ângulos tração versus sem extração.
antes e depois do tratamento, com e sem extração
Quanto à idade, em meses, podemos verificar
dos primeiros pré-molares.
os resultados obtidos na Tabela 4.
Na Tabela 3 podemos observar o resultado es-
TABELA 2 - Resultado obtido para a variável ângulo naso-labial, antes e depois do tratamento ortodôntico,
com e sem extração dos pré-molares.
n Média DP
TABELA 3 -Teste t e intervalo de confiança dos resultados com extração versus sem extração.
N Média DP
TABELA 4 - Média dos resultados da idade, em meses, da amostra tratada com e sem extração.
n Média Idade mínima Idade Máxima
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DISCUSSÃO bem como a posição do lábio superior. Assim como
Czarnecki, et al.4 (1993) que desenvolveram gaba-
Pelos resultados obtidos podemos verificar na
ritos feitos com as silhuetas dos perfis das telera-
Tabela 1, de nossa amostra que o menor valor para
diografias laterais dos pacientes obtiveram o valor
o ângulo nasolabial foi de 87,00o, correspondente
médio do ângulo nasolabial de 105o e enfatizaram
ao início do tratamento e que o maior valor de
a necessidade de um correto plano de tratamento
132,00o corresponde ao final do tratamento. Am-
para indicar ou não a extração. Shinozaki11 (2000)
bos pertencem ao grupo tratado com extração. Na
comentou a influência do tratamento ortodôntico,
Tabela 4, que corresponde à idade em meses, po-
pela movimentação dos incisivos superiores. Seu
demos verificar que a menor idade foi de 116,00
valor varia de 85o a 124o, sendo de 100o a 110o o
meses, do grupo sem extração, no início do trata-
valor médio aceito para um perfil facial agradável,
mento e a maior idade de 207,00 meses, do grupo
sendo que Margolis9 (1997) também verificou o
com extração, correspondendo ao término do tra-
ângulo nasolabial com valor de 100o em média,
tamento.
apesar de Arnett & Bergman (1993) referirem que
Na Tabela 2 verificamos que do início ao térmi- o ângulo nasolabial é muito variável.
no do tratamento do grupo com extração a média do
Fitzgerald, et al.6 (1992) avaliando a inclina-
ângulo nasolabial aumentou, com significância es-
ção inferior da borda (margem) do nariz e o lábio
tatística a nível de 5%. No grupo sem extração, ob-
superior, bem como suas relações um com o outro,
servamos que o ângulo nasolabial permaneceu se-
no ângulo nasolabial, obtiveram média de 114o e
melhante, não havendo aumento significativo a nível
desvio padrão de + 10o dessa amostra, não estatis-
de 5%. Comparando o grupo com extração e o gru-
ticamente significante entre homens e mulheres ,
po sem extração (Tabela 3) observamos que entre as
mas as mulheres tem ângulo nasolabial maior,
médias o grupo com extração teve maior ângulo
quando comparado com o sexo masculino. Arnett
nasolabial do que o grupo sem extração e diferem
& Bergman3 (1993) verificaram que o valor do ân-
estatísticamente em nível de 5%. O ângulo nasola-
gulo nasolabial deve estar entre 85,00o e 105,00o
bial do grupo tratado com extração após o tratamento
sendo mais obtuso em pacientes do sexo feminino,
ortodôntico foi maior do que o ângulo nasolabial do
fato esse que não foi analisado neste trabalho. As
grupo tratado sem extração e há diferença estatisti-
situações onde ocorrem extrações devem ser com-
camente significante a nível de 5% (Tabela 3), ape-
paradas com procedimentos sem extrações. Com o
sar da média de idade entre os dois grupos ser se-
que concordamos, pois a amostra aqui estudada
melhante, conforme a Tabela 4.
mostrou que o ângulo nasolabial aumentou no gru-
Morris10 (1994) sugere cuidadosa consideração po com extração, com diferença estatisticamente
para o posicionamento dos incisivos durante o tra- significante à nível de 5% (Tabela 3). Se o ângulo
tamento. Obteve uma média para o ângulo nasola- nasolabial é aberto deve ser evitada a retração dos
bial de 113,52o e desvio padrão de 8,08o, sendo que dentes anteriores ortodonticamente e cirurgicamen-
teve o valor máximo do ângulo nasolabial de te no plano de tratamento, pois pode ocasionar
130,00o e valor mínimo de 93,00o. O ângulo naso- maior proeminência do nariz3.
labial ficou mais obtuso, por causa da nova posi-
Abdo et al.1 (2000) verificaram para o ângulo
ção dos incisivos superiores que foram retraídos.
nasolabial a média no início do tratamento de
Os resultados desse autor são semelhantes aos ob-
106,25o, com desvio padrão inicial de 11,06o e após
tidos com esta pesquisa conforme a Tabela 2, quan-
o tratamento a média de 111,03o, com desvio pa-
do observamos que o grupo com extração, no final
drão de 11,50o, obtendo uma diferença das médias
do tratamento teve média maior que o grupo sem
inicial e final de 4,78o, com teste t (5%) de 2,314.
extração.
Pela apreciação das médias do ângulo nasolabial
Jacobson & Vlackos8 (1995) relatam que o ân- na amostra, pôde-se verificar que houve uma alte-
gulo nasolabial mede ao redor de 90,00 o para ração estatisticamente significante a nível de 5%,
110,00o e essa média tem sido descrita como nor- com um aumento médio de 4,78o e desvio padrão
mal sendo que este ângulo é influenciado por am- de 7,73o entre os valores pré e pós-tratamento or-
bos os fatores: a inclinação da columela do nariz todôntico, portanto, correções ortodônticas inclu-
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indo extrações dentárias provocam alterações no varam no sexo feminino na média da idade de sete
perfil facial. Em nosso estudo, como já comenta- anos e seis meses um ângulo nasolabial de 113,4 o
mos, encontramos alterações entre as média antes + 8,4 o, entre 12 anos e cinco meses de 109,1o +
e após tratamento com extração, estatisticamente 9,6o, entre 17 anos e dois meses de 109,2o + 10,6 o.
significantes à nível de 5% (Tabela 3). Em nossa amostra o ângulo nasolabial no grupo
com extração, ao início do tratamento, obtivemos
Dainesi et al.5 (2000) analisaram o ângulo
a média de 108,00o, com desvio padrão de 11,42 o
nasolabial em telerradiografias de uma mesma amos-
e para o grupo sem extração, ao início do trata-
tra aos 6 anos de idade e verificaram uma média de
mento de 111,88 o com desvio padrão de 9,48 o,
110,17o, com diferença de padrão 12,55o e aos 18
conforme Tabela 2.
anos uma média do ângulo de 105,74o, com diferen-
ça padrão de 12,42o, sendo não significantes a nível
de 5%. Das alterações angulares, somente observa- CONCLUSÃO
ram diminuição significativa no ângulo nasal, for-
mado pelo ângulo N’.Prn.Sn (ângulo dos pontos: Tendo em vista os resultados obtidos neste tra-
násio tegumentar, pronasal e subnasal), decorrente balho, podemos concluir que:
do aumento em espessura do nariz. Esse detalhe não - pacientes Classe II Divisão I de Angle, trata-
foi objeto deste estudo tendo sido avaliado apenas o dos com extrações de pré-molares, apresentam au-
ângulo nasolabial cujos valores estão na Tabela 2 . mento considerável e estatisticamente significante
Genecov et al. 7 (1990) utilizaram radiografias do ângulo nasolabial em relação a pacientes que
cefalométricas laterais de uma amostra de indiví- foram tratados sem extração.
duos não tratados de Classe I e Classe II – esque-
letais e verificaram que o ângulo nasolabial mos-
AGRADECIMENTOS
trou tendência para diminuir aproximadamente 3
à 4 graus nos dois sexos (p = n.s.), da idade de A Professora Doutora Lúcia Teramoto pela co-
sete para 17 anos, apesar de não observar dife- laboração na realização do trabalho e ao Professor
rença entre as amostras de Classes I e II. Obser- Ivan Bauducci na análise estatística.
4 CZARNECKI, S. T. et al. Perceptions of a balanced facial profile. 10 MORRIS, W. An orthodontic view of dentofacial esthetics, Com-
Am Orthod Dentofac Orthop, v.104, n.2, p.180-7, 1993. pend Contin Educ Den, v.15, n.3, p.378–90, 1994.
5 DAINESI, E. A. et al. Estudo das alterações do perfil tegumentar 11 SHINOZAKI, E. B. Análise facial. São José dos Campos, 2000. 137f.
em jovens braquifaciais. Rev da Assoc Paul Cir Dent, v.45, n.5, Monografia (Especialização em Ortodontia) – Faculdade de Odonto-
p.409-16, 2000. logia, Universidade Estadual Paulista. São José dos Campos.
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