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ARGUMENTO
c * DO

NOVO TESTAMENTO.
1
palavra Teftamtnto he palavra Latim , com que
tralada a palavra Gre;a sDií-thèke, d’a qual os
Êí Traduétores Gregos ufaó pera exprimir a palavra
Hebrea Berith, ifto he, Concerto ; E entendeíe
propriamente por ella o Concerto meímo , que
Deus com os homens feito tem, pera fob certas condiçôens f•

a vida eterna lhes dar: Efte Concerto pois he dous laya, a >

faber o Velho e o Nove. O Velho he o que Deus com o


primeiro homem antes d’a caida feito tem , em que a vida
eterna fob condição d’a perfeitiflima obediência e obíervan-
cia d’a Ley fe promete : poloque le chama o Concerto da
Ley. } o que Deus outra vez a os Ifraêlitas propofto tem,
peraque d’ali aprendeflem (porquanto eíla condição de to­
dos os homens traspaflàda he , e de nenhum agora fe com-
prir pode) de buscar fua íalvaçaõ em outro Concerto, que
fe chama o Novo, e coníifte ’nifto , a faber , que Deus a
íèu Filho por Medianeiro ordenou , e a vida eterna com
condição que ’nelle creámos prometeu •; e fe chama o Con­
certo da graça} O que taobem , em quanto a íuas diverfas
adminiftraçoens, Velho e Novo fe chama, O Velho he a
at’ miniftraçao d’efte Concerto antes d’a vinda d’o Media­
i neiro , que a Abraham e a os defeendentes de fua femente
>
prometido, e por varias ceremonias, que Moyfes eferevéu,
prefigurado he. O Novo he a Adminiftraçaô d’o mesmo
Concerto despois que o Filho de Deus o Medianeiro d’efte
Concerto ’na carne vindo he , e a reconciliação d’os ho-
/

. *<2 - mens

.1.

v
mèns com Deus effèítuadotem. Eíles dous Concertos, em
quanto a fua effencia, bem faõ hum, vifto que em ambos o
perdaõ d’os pecados, a falvaçaõ, e a vida eterna ,* fob con­
dição d’a fé em o Medianeiro , íe promete , todavia em
quanto a fua admimftraçaõ fe differenciaô, que em o Novo
mais clara he, íem figuras , e fe eftende a todos os povos,
E o Velho bem íe pode chamar oTeftamento d’af rcmeila,
e o Novo o Teftamcnro d’o comprimento. Akm'd’ifto
comúmcnte pelo Velho e Novo Teftamento também íe en­
tendem os livros em que o eftabelecimento e a adminiftra-
çamd’o Concerto íedeícrévetn, e’nefta fignific ram as pa­
lavras í Wtfw Tegumento aqui ’no titulo fe tomaõ, ? poêtn
fe contra os livros d'os Sanftos Prophetas , cm que o Me­
dianeiro d’o Concerto fe promete , e íe defcréve de que
geraçaõ , e quando homem feito feria , que faria e padece­
ria pera a os homens com Deus reconciliar, e a lalvaçaõ
eterna lhes alcançar , e aplicar. E como ’nas Eícrituras d’o
Velho Teftamento d’antes dito e prefigurado foy , que o.
Meflias ou Medianeiro, que a os homens com Deus recon­
ciliaria j o unigénito Filho de Deus, o eterno e verdadei­
ro Deus, juntamente com o Pae e com o Eípirito Sando,
feria. T^4f.8. tfíio: i. lfay.9' f. Jer. 2?:ó. €33: 21
Mich. f: 1. Mal, 5: í. E que ’na plenidao d’o tempo a ver­
dadeira natureza humana de huã mulher ê Virgem, Gen.^: if.
l/i? 7* >4- d’a geraçaô de Abraham, Ifaac, Jacob , Juda e
David tomaria. Gen, 21:12. ^22:18. <? 4.9:9 io. 2 Sam,7t\2,
’Je[. 11:1. Jer. 23: f Que ’na cidade de Betblehem nacido
íèria Mich, p; 1. quando o cetro de Juda fe tiraria Gen 49:1 o.
Ifay. 11: i. T)an. 9:24 Que fendo nacido para Egypto fu­
giria Ofe. 11:1. Erri Nazareth criado feria , Jef. 1 »•: c a
Elias por feu precurfor teria, o qual’no deíerto pregaria,
eo caminho lhe prepararia 3. Mal, y. 1. ^4:5.
Qu e o Eumgelho em Galilea a pregar começaria 23.
e fua doutrina com muytos milagres continuaria
jéF ÍC f- Qae *ua entrada em Jerufãkm cavalgando fobre.
huã burra fatia. Tf.ivft: 25. Zach.^.y, Que de hum de
feus Difcipuios trahido, Tf. 41:10, e ; 14. por trinta dl-
nheiros de prata vendido , Zach. 11; 12. açoutado , efcar-
necido, colpido, Je/. yo; 6. e como malfeitor tratado íeria.
y./Z.fj: 12. Que por amor de noflbs pecados os mais grau*
des anguftias em íua Alma padeceria. 3 4. 1J,
Tf 22: 2. Que crucificado, cDeut. 21: 23. Pt22: 17. e
*na cruíg efcamecido , e com vinagre e fel abeberado feria.
Tf. n: 8. e6$i 22. Que a íorte íobre íeus veftidcs fe lan­
çaria, Tf, 22.^19. e feus oílos fe naô quebranrariaõ. Exod, 12; 46.
Tf ;4.t32.U£Que violenta morte morreria, Jef. 3 : 8,
T)an.9^26. E d’hum riço fepultado feria. Jej 9 Que
’no fepulcro a podridão naó veria , Tf 16: io. mas a o rer-
ceiro dia d’os mortos refufeitaria. Jef 52:10. lon, 1: 17,
e 2: ío. Que a occo fobiria, á maó direita de Deus fe afíèn-
taria, Tf.&à'. 19. e 110:1 E d’ali a feu Efpirito Sanéto cn-
viaria. loél. 2:28. Afli em as Efcrituras d’o Novo Tcfta-
:mento pelos San&os Euangeliftas e Apoftolos fe teílifica,
■ que tudo em fefi Chrifto Senhor e Salvador r oflo compri­
do he. O Argumento pois d’os livros d’o Novo Tefla-
mento he , que ^iclles principalmente â Peflba e o Cffi.ciò
de 'Jefii Chrift# Salvador noflõ le deferéve. Em quanto a
íua Teffnn , teflifica fe ’nelles que elle he verdadeiro Deus
c verdadeiro e jufto homem em unidade de peflba. De íua
natureza divina fe teflifica , quando ie lhe atribuem os no­
mes de Deus, como fá>Jehovaht unigénito Filho de Deus,
Princepe d’a. vida , Senhor íobre tudo , Juiz d’os vivos e
; d’os mortos, RLey d’os Reys e Senhor d’cs senhores ; Se-
; melhantemente as propriedades divinas, como laô Infinida­
de, Eternidade, Ommíciencia , e Omnipotência } Como
tambémasObrasdivinas, comoíamaCriaçameconfirvaçam
de todas as criaturas , aEleiçam pera a vida eterna, a mfti-
' tuiçam d’o mimflerio hcdefiaflico e d’os Sacra mentes, o
da; ,d’o Eípirito Sando, a regencraçam, a livtaçam d’ó po­
der
der d’o Diabo, a refuícitaçam a’os moTos,’ ó juízo aéioau
e mundo , e o aflentar á maô direita de Deus , para que
também ferve a defcripçam d’os milagres que abundanremen-
te por fua própria virtude feito tem. E ultimamente tam­
bém a honra e o íèrviço divino , a faber , que nos ’nelle
crér, a elle adorar e em feu nome bautizados fér devamos.
Sua natureza humana fedeferéve, quando fe declara qued’o
Eípirito Sanfto concebido, d’a Virgem Maria, d’ageraçam
de ‘David, nacido foy, que verdadeira Alma e verdadeiro
corpo humano juntamente com todas as propriedades natu-
raes d’elles tem ; a faber, que fome e fede teve que co-
méu e dormiu, que fe cançou , que chorou, perturboufe,
dores fentiu , fe irou e entriftecéu. Em quanto pois a feu
Officio para que de feu Pae a o mundo enviado foy, efte
íegundo feu fobrenome Chriftv, iftohe, Ungido, tres laya
fe deferéve , a faber, feu officio Prophetico , Sacerdotál e
Reál. O Trophetico adminiftrou affi por fi meímo como
porfeus Diícipulos, principalmente pelos doze , que para
Apoftolos efeolhéu. Elle meímo o Euangelho pregou , en-
íinando que o prometido Meffias e Salvador éra, e que os
que Calvos ferám , ’nelle crér e a Deus converter 1c devem.
É para efte fim também a Ley declarou e d’as falfas explica-
çoens d’os Efcribas e Pharifeos purifkou. Dtspois de fua
afeenfaó a o Ceo, a feus Apoftolos em todo o mundo en­
viou, que o Euangelho c a converíam a Deus a todos os
ppvos pregáraõ , affi com lua boca e viva voz , como por
feus Eícritos e Epiftolas, que a grande parte d’as Efcrituras
d’o Novo Teftamento fazem. Seu Officio Sacerdotal ad-
miniftrou, quando aqui ’na terra por nos em leu Corpo e Al­
ma o caftigo padecéu, que nos por noílos pecados merece-
rámos, e lendo’no madeiro d’a cruz morto, emiàcnficio de
reconciliação a Deus íèuPae afi mesmo por nos fe offerecéu,
e ’no Saneio d’os Sanctos , ifto he, ’no ceo entrou, e ali
á maõ direita de feu Pac affcntado por nos roga. Seu Offi~
fio Real adnuniftrou, quando d*o poder de noflos inimigo*
por fua morte nos rcfgatou, e contra o mesmo nos defende 'ê
guarda , como também quando provas d*ellc déu , lançan­
do fora a osDemoniosd’os endemoninhados, e d’o Templo
a os que vendiaõ e comprávaõ ’nelle, e como Rey em Jc-
ruíalem entrando. Mas agora lá riba ’no ceo o adminiftra,
d’a!i a fua igreja por fua Palavra e Efpirito governando, e
contra o poder de feus inimigos defendendo, caftigando os
pncamente e pondo os por eícabello de ícus pês} Pois per-
fcitiffimamente o executará, quando vindo ao juizo perfeita­
mente a fua Igreja glorificará, e a feus inimigos juntamente
com todos os impios ’na morte eterna lançará. Eftc he ò
Sumario d o que ’nas Efcrituras d’o NovoTeftamento efcri-
to e comprenaido eftá. E eflàs Efcrituras d’o Novo Tefta*
mento bem e dircitamente em dous laya de livros íè repar­
tem ; Vifto que em alguns alguãs hiftoriasfe defcrévem, c
cm outros alguns pontos d’a Religião Chriftaã íe propoêm»
E ainda que em os livros hiftoncos as vezes alguns pontos
d’a doutrina fe declarem, e em os outros alguás hiftoiias fe
relátem , toda via affi fe differenciaõ por via d’a mais prin­
cipal couía que ’nelles fe trata. Os livros prôpheticcs d’o
^íovoTeftamento tracaõafli d’as coufas ja acontecidas como
d’as que ainda acontecerfehaõ. As coufas ja acontecidas dou*
laya le defcrévem, a faber,que feitas làm d’o Senhor le/u Chrifto
mcfmo, e em os quatro Euangelhos d’os quatro Euangeliftas
Mattheus , Marcos , Lucas, Joaõ efcritas eftáõ ; ou d’os
San&os Apoftolos, e que Lucas em os A&os d’os Apofto-
losefcrevéu. As coufas que ainda acontecerfehaõ ’no Apoca-
lipfe deJoaõ fe defcrévem, em que o eftado d’a Igreja des-
pois d’a afceníâó de Chrifto até a confumaçam d’o mundo
fe prediz e defcrévé. Os livros que os pontos d’a doutrina
propoêm, íàó ásEpiftolasJosS.dpoftoíos, adi d’o Apoftolo
Paulo, como de outros alguns. O Apoftolo Paulo emdi-
verlãs ocafiocns catorze Epíftolas eícrcvéu , alguás a buas
Igrejas particulares, a âber, a os Romanos, a os Corin-
.............. thio?
thics duas, a os Gaiatas, a osEphefios, aosPhilíppeníês,
-a, os Colofíèníês, e a os Theflaloniceníès duas; Outras a
peíToas particulares, todavia de tal maneira que oargumen-
to a toda a Igreja-toque , a Timotheo duas, a Tico , e a
Philemon. Ê a’efias a Epiftola a os Hebreos íe junta, d’a
qual alguns, ainda que íem razam, duvidaõ, fepeloApõ-
ftolo Taulo cícrita leja. Outros alguns Apoftolos também
alguãs Epiftolas a as Igrejas efcrevéraõ, comojacobo , Pe­
dro duas, Joaõ tres , e Judas. Eftas fam as Eícricuras d’o
Novo Teftamento , que todas efcritas efláõ, pera que, co­
mo o Euangelifta Joaõ declara , Cap. 20: p, nos ereffetnps
que J es u s he o Chr. is t o , 0 Filho de ^eusy e pera que»
crendo, tivejjèmos vida em feu nome.
~ _____ ___ / * - ■ ' - - - .. - -rr

ÍNDICE
©e todos w Livros, Capituhs e Vagmas sLo

NOVO TESTAMENTO.
Cap. Pag. CZat. Pag,
XXVIII Euangelho de S- Mattheus. I VI. I. A-Timotheo. 469
XVI. Euangelho de S» Marcos. 69 IV. II. A Timotheo. 47I
XXIV. Euangelho de S. Lucas. 114. III. A Tito. 4K
XXI. Euangelho de S.Joaô. 18$ I. A Philemon. . 4$ 9
XXVIII. Aâosd5os Apoftolos. 245 XIII, Aos Hebreos, 49*

t~As Epijlolas deS.Taulo. As Epiftolas Univerfaes.


XVI. Aos Romanos. 322 V. Epiftola de StJago. . 51I
XVI. I. Aos CoTinrhios. 357 V. I.Epiftola de S-Pedro. 517
XIII. II. Aos Corinthios. 3*0 IIL II. ÉpiftoladeS. Pedro. 53$
VI. Aos Gaiatas. 412 V. I. Epiftola de S. loaõ. 544
VI. Aos Ephefiosr 424 L IL Epiftola de S-Ioaõ. 5S4
IV. Aos Philippenfes. 437 L IIL Epiftola de S.Ioaô* 555
IV. Aos Coloflenfes. 440 •I. Epiftolade S.Iudas, 50
V. L Aos Theffalonicenfes. ■w XXII. Apocalipfc de S. loao. 557
III. II. Aos Theffalonicenfes. 464

o S A N C T O

E U A N G E L H O
De noíTo
SENHOR
J E S U C H R I S T O,
SEGUNDO

S. M.A TTH EU S.
Capitulo I.
I A Linhagem de JESU CHRISTO d‘os Paes fegftndo a carne-desde
Abraham, até Jofeph. iS Sua conceição d?o EJpirito Sanão > e nacimento d’a
Virgem Maria. 11 Como feio Jdropheta predito fora.

I Ivro d’a geraçaõ de Jefu Chrifto, filho de a David, a .


) filho de Abraham. 31.3*/
2 b Abraham gerou a Iíâac. e c Iiaac gerou a Jacob. b Genixti.
e Jacob gerou a Judas, e a fêys irmaôs. c Gen- *
I234551
3 e EJudas gerou de Thamar a Phares e a Zara. e
. —gerou a Efrom. g e Efrom gerou a Aram.
/Phares 19 *
4 E Aram gerou a Aminadab. e Aminadab gerou a Naaflon. ft eGen. 3S:
Naaflon gerou a Salmon. ,17,29
F f E Salmon gerou de Rachab a Booz. e Booz gerou de Ruth AfRutb. 4?
Obed. e Obcd gerouajeflè. li' .
6 Eh Jeffe gerou a o Rey David. e o Rey David gerou a Sala- I-Chrm-2^
maó d’a .que nalher] de Urias. • * ..
7 Ei Salamáõ gerou a Roboam. eRoboam gerouaAbia.e Abia* ‘
gerou a Aíã. ixfr»».*:
5 E Afa gerou a Jofaphat. e Jofaphat gerou a Joram. e Joram 9-
gerouaOzias, A 9
l.Sam.tfr.L I. Chrop.T. l<i. rlijiS. 11.5^.11:43 **’
* o s. EUANGELHO s

9 E Ozias gerou a Joatham. e Joatham gerou a Achaz. e Achaz


gerou a Ezechias.
10 E Ezechias gerou a Manafie. e MánaíTe gerou a Amon. e
Amon gerou a Joíias.
E •* Jofias gerou a Jechonias, e a feus irmaõs ’na transporta-
♦* '*■ çaó Babylonica..
11 E defpois d\jransportaçaó Babvlonica /Jechonias gerou a ./•

*7- Salarhiel, e « Salathiel gerou a Zorobabel. >


xE/ar.^.z. . jg g Xorobabel gerou a Abiud. e Abiud gerou a Eliacim.e Elia-
cim gerou a Azor.
14 E Azor gerou a Sadoc. e Sadoc gerou a Achim. e Achim ge­
rou a Eliud.
!5 E Eliud gerou a Eleazar. e Eleazar gerou a Matthan. e Mat­
than gerou a Jacob.
E Jacob gerou a Jofeph, o marido de Maria , d’a qual nacéu
Jefus, dito o Chrifto.
17 De maneira que tod-as as geraçoens desde Abraham até David
Jaí] catorze geraçoens, e desde David até a transportaçaó Baby-

. oniqa catorze geraçoens , e desd’a transportaçaó Babylonicá até
Chrifto catorze geraçoens.
»Liíí.i:i7« 18 E o nacimento de Jefu Chrifto foy afli; » que eftando Maria
34* fua maé defpoíada com Jofeph, antes que feajuntafiem, foy achada
prenhe d’o Eipirito Sancto.
Entaójoleph feu marido, como éra jufto , e publicamenteá
naó quiiefle infamar, quila deixar fecretamente.
E intentando elle ifto , eis que o Anjo d’o Senhor lhe apare-
céu em fonhos, dizendo, Jofeph , filho de David , naô temas re­
ceber a Maria tua mulher , porque o que ’nella eftá gerado, d’o 4

Eipirito Sanébo he.


fLtic.v.p- 21 E parirá hum filho, e o chamarás ftu nome JESUS : por-
«^.4,12. que p elle faivará a feu povo de feus pecados.
Tudo ifto acontecéu , para que fecumpriffe o. de que o Se­
nhor fallou pelo Propheta , que difle:
- 7/3^7:14. -3 1 Eis que a virgem conceberá, e parirá hum filho , e chama-
Tcc? rás íeu nome Emmánuel, que traduzido, he, Deus com noico.
' 24 E delpertando Jofeph d’e lòno , fez como o Anjo d’o Senhor
lhe mandara, erecebéu a fua mulher.
E naô a conheceu até que pariu a efle feu filho o primogeni-
r i. to» é r pós lhe por nome J E S U S,
Ca*
SEGUNDO S, MATTHEUS. Cap.lL
CâPITULoII,
I Vémot Magos d’o Oriente ajerufahm. 2 Vergwitqõ acertei tfoReydosluclees nt~
vamente nacido. 4 E beminfortnados acerca fi.lr<rar de feunacimeuto> em Bcthle- d» -
hemo achais e adoras. 12 Tornas fi fera fua terra" ÍJ Fd£e Jojefh como menino ■
fara Egyfto. 14 Herodes manda matar a os meninos. 39 Torna Je jo/eok fara •
judea. 22 Mas temendo a Archelao, retira fe a Galilea, e habita em Mazareth.

I Jp Sendo Jefusja « nacido em Bethlehem dejudea, em dias à,claLuc.i:4.


'RevHerodes, eis que vicraõféawx] Sábios d'o Oriente a Jeru-
faletn. ■
1 Dizendo, Aonde cftá o Rey d’os Judeos [novamente] nacido?
Porque vimos fua eftrella em Oriente, e viemos a o adorar.
3 E ouvindo cl Rey Herodes [ifa>] turboufe , c eom elletoda
Jerufalcm.
4 E congregados todos os Princepesd’os Sacerdotes, e os Eícri-
bas d’o povo , perguntou lhes a onde o Chrifto avia de nacer.
■i E eiles lhe difleraó: Em Bethlehem de Judea, porque afiieftá
efcrito pelo Propheta: '
0 b E tu Bethlehem, terra deJuda, em maneira nenhuá es ame-
nor entre os Princepes de Juda, porque de ty fairá, 0 Guiaque Jeã. 7:22.
a meu povo líraêl ha de apacentar.
7 Herodes entaô, chamando fecretamentea osSábios, informou
fe diligentemente d’elles [acerca] d’o tempo que a eftrella [ihesj
aparecera.
8 Eenviando os aBethlehem, difie: Ide,eperguntaediligente-
mente polo menino, e como 0 achardes denunciaem’o, paraquecu
também venha e o adórc.
9 E avendo eiles ouvido a el Rey, fóraó fc. E eis que a eftrel- '
la, quetinhaô vifto em Oriente, h ia diante d’elles, ateque, che-
. gando, fe pós fobre aonde eftava 0 menino.
10 E vendo-elles a eftrella, alegráraófemuy to com grande alegria.
ii- E entrando ’na caíã, acháraó a o menino, com fua maê Ma­
ria, c poftrandofc o adoráraô. E abrindo fcustheiouros, lhe offe-
recéraô dons, ouro, eencenfo, emirra.
12 E fendo por Divina revelaçaó avifados em fonhos quenaó tor-
naflem a Herodes, partiraó fe para íira terra por outro caminho.
13 E partidos eiles, eis que o Anjo d’p Senhor aparece a Jofeph
em fonhos, dizendo, Levantate, e toma a o menino, e a fua
m^é, e foge para Egypto, e fica te lá até que eu t’odiga. Porque
Her odes ha de buicar a o menino para o matar.
i4 E defpertando elle, tomou a o menino, e a fua maé de noite
e foy fe para Egypto.
is E eftéve lá até a morte de Herodes, para que fe cumprifle o
t Uof.iv.i. de que o Senhor fellou pelo «Propheta, quedifle: DeEgypro cha-
. mei a meu Filho.
entaó Herodes efcarnécido d’os Sábios, •* indignoufe
^rr-de™ em ranta maReira, que mandou matar a quantos meninos [m] em
maneira. Bethlehem, e em todos feus' termos,- de [idade <&] dous annosabai-
e mandou, xo , conforme a o tempo que d’os Sábios diligentemente inquirira.
e matou, a 17 Entaó (e cumpriu o que foy dito pelo Prophetajeremias,que diflè:
toiasos 18 «Huã voz fe ouviu em Rama, lamentaçaó, choro, e grande
pranto: chorava Rachel feus filhos, e naó quis fér confolada, por-
^er-3i;I^ que ja naô faó.
19 Porém morto Herodes, eis que o Anjo d’o Snor aparece em
Egypto a Jofeph em fonhos,
10 Dizendo; Levantate, e toma a 0 menino, eafuamaé, evae
f Gr.4«2- te pera terra delfrael, que mortos faó ja osqucprocurávaõaj-mor-
ou « te a o menino.
vídad’» zi Entaó fe levantou elle, e tomou a o menino, eafuamaé, e
menino. veyOfe pCra terra de Ifraèl.
ai E ouvindo que Archelao reynava em Judea, em lugar deHe­
rodes feupae, receou ir pera lá; mas, amoeftado por Divina reve-
laçaó cm fonhos, foy fe para as partes de Galilea.
13 E vindo [a/i] habitou em a cidade chamada Nazareth ; para
0 lfiy.iv.i.apç fe cumprifle o que pelos eProphecas foy dito; que Nazareno fc

Capitulo III.
I Prega 'joaoRautifia Penitencia. J Seu offcio , veftido, ecomido. 5 Bautizacom
. grande concorrência de povo- 7 Reprende a os Phàrifeos e Sadduceos. II Mojlra
a dignidade d’a peffoa e d’» bautifmo de Chrijlo, a jaew bautiza , e de juem t
Pae desd’o ceo teffifica jer Jeu muy amado filho.
aM.:re.\-^, j •p ^aquellesdias^veyoJoaõBautiftapregandohiodeíèrtodcJudea.
v 3- 2 E dizendo. * Arre pendei vos. porque chegado he o Rev-

Lm. 4. d’o Senhor, enderençae fuas verédas.


Joã. 1:2^. 4 E tinha efte Joaó icu vcfiido c de pelos de camelo, c hum cinto de
SEGUNDOS.MATTHEUS.Cap.IV. <-
eouro a o redor de feus lombos, e feu fuftento éra gafanhotos e, va
mel * d’o mato.
5 Entaó fahia a elle Jerufalem, e.todajudea, e toda a província
d’o redor d’o Jordaó. *«*> -

6 </ E éraó d’elie bautizados em o Jordaó, confeflàndo feus pecados,


7 E vendo elle a <? muytosd’osPharifeos, ed’os Sadduceos, que
vinhaó a feu bautifmo, dizia lhes: /Raça de biboras, quem vos 34,.
■j- enfinou a fugir d’a ira que eftá para vir. • e 2.3:3 3.
8 g Dae pois fruitõs dignos de converíâô. fOu.ww-
9 E naó prefumaes, dizendo em vos mesmos, h> A Abraham te- frau\t
mosporpae. Porque eu vos digo , que até d’eftas pedras pode Deus? ‘
despertar filhos a Abraham. • ’ . . , t
10 E ja agora eftà também o machado pofto á raiz d’as arvores 3 19,
affi que i toda arvore que naó dá bom fruito cortafe, e lançafe ’no fogo. loã. 1$: í.
11 Bem vos bautizo eu com agoa para converíaó ; k mas aquelle^ Afaw.i?.
que após my vém, mais poderofo he que eu, cujos alparcas naó fou i•
digno levar. Efte vos bautizará com Efpirito SanÁo e com fogo. Ioa‘.F •
12 Cujapátemjaemfuamaó, ealimparáfuaeira,e’nocelleirore-j. _
colheráleu trigo, e a palha queimará com fogo que nunca fe apague, /núí*
. 13/Entaó veyo Jclus de Galilca a Joaó a0Jordaó-, para d’elle eiç: 4.
fér bautizado. /M»rr.i:9.
14 Mas Joaó lhe refiftia muyto, dizendo; Eu heimifter fér bau- £»«•. 3:21.
tizado de ty, c vens tu a my? mlfiyii*
15 Porém refpondendo Jefus, diffelhe: Deixa por agora, porque **
affi nos convém cumprir toda juftiça. Entaó elle o deixou. , A.
16 E fendo Jelus bautizado, fubiu logo d’a agoa. E eis que os
ceos fe lhe abriraó, e viu m a o Efpirito de Deus, que defcendia Matt. 12;
como pomba, e vinha fobre elle. 18.
17 E eis huâ voz d’os ceos, que dizia: » Efte he o meu amado
Filho em quem me agrado. 2 P«ii:i7
ttz Ca/. 1513»
Capitulo IV.
1 AvendoChrifojeiumado‘noãefert» quarenta dias, atentado Xo Diabo 11 Os anjos
ofervem' lzE deixandoISaaareth vaefe a habitar em Capernaum. 17 Começa apre-.
gar. 1S Chama «Pedro e a André. 21 Afacobo e a Joaò que deixando tudo ■> ofe­
guem. 2p£ rodeando a Galilea 3 e enfinando^nas Synagogas.fora toda enfermidade,
i p12jitaô a foy Jefus levado d’o Efpirito a 0 deferto, para d’o Dia- a More, ii
bo ler atentado. ' n.
2 E avendo jejumado quarenta dias e quarenta noitesj porderrai
deiro tevê fome. ' Ai 3E
(J O S. EUANGELHO ■
3 E chegandofe a elle o Atentadór, difle : Se tu es Filho de
Deus, dize que efta^pedras fe façaô paés. ♦

± Porém refpondendo elle difle : Elcrito eftá; ^Naõcomfóo


paó viviráo homem, mas com toda palavraque d’a boca de Deus fae.
5 Entaó o levsu o Diabo com figo á íanéia cidade, e o pós io-
_ bre o pináculo d’o Templo.
* E dhTelhe: Se tu esFilho de Deus, lança te a baixo,
t P/.çui. porque eícrito eftá, ‘ que a feus Anjos mandará acerca de ty, e ’nas ♦
IX’ tnaóstetomaráó, para quenuncacom teu pétropécescmpedraalguã.
D^eut. 6 . 7 jefus. Outravez efiá eferitój Naó atentarás a o Se­
nhor teu Deus.
8 < ?utra vez o levou o Diabo com figo a huna monte muy alto ,
e moftroulhe todos os reynos d’o mundo, e fua gloria d’elles.
t Dtut- 6; 9 E diflelhe: Tudo ifto te darei, fe poftrado me adorares.
13. io Entaó lhe difle Jefus: Arredate Satanás, que eferitoeftá: eA
* 10; 10. o Senhor teu Deus adorarás, e a elle £6 ferviras.
i« Entaó 0 deixou o Diabo, e eis que fe chegáraõ os Anjos, e
o ferviaõ.
fMart. 1: I2 Mas ouv;nflo Jefus que fJoaõ eftava * prefo, tornouíe g para
lJoÍ:u.GaliIea- ,
• <3,., 'eZJ. ‘ 13 E deixando a Nazareth, veyo ehabitou emCapernaum, [à-
tregue,» marítima, ’nos confins de Zabulon, e Nepthali.
Jaber, em *4 Para que fe cumprifle o que foy dito pelo Propheta Iíãyas, que
pri/ao. difle;
í Lw.4:i6. 15 h A. terra de Zabulon, e a terra de Nephtali, a o ca-
1^4-41 minho d’o mar, d’a outra banda d’ojordaó , a Galilea d’as gentes,
áipy.8:23. 16 O Povo aflentado em trevas viu huá grande luz , e a os aflen-
$ >: 1. tados em regiaô e fombra de morte a luz lhes apareceu.
i More, i: 17 Desde entaó começou Jefus a pregar3 e adizer : iArrependei
if- vos, porque chegado he o Reyno d’os Ceos.
■ Marc-1 • 18 k E andando Jefus junto a o mar de Galilea, viu a dous ir-
I°* maós, [a pberji a Simaõ dito Pedro , e a André feu irmaó, que
lançávaó a rede a o mar, (porque eraó pescadores.)
19 Ediflelhes: Vinde após my , c farvos hei pescadores de ho­
mens.
20 Entaó elles deixando logo as redes, o feguiraô.
*1 E paflando d’ali, viu a outros dous irmaós [a faber~) a Jacobo
[ Filhe] de Zebedco , e a Joaó feu irmaó , em [h/tm] barco J com
Zebcdeo feu Pae, que conccrtávaó fuas redes, e chamou os.
22 E
SEGUNDO S. MATTHEUS. Cap. V. >
n E elles logo deixando o barco, e a feu pae, o feguiraõ.
x j E rodeava Jefus toda Galilea , enfinando em fuas Synagógas,
e pregando o Euangelho d’o Reyno, e curando toda enfermidade,
e toda fraqueza entre o povo. «
E corria fua fama por toda a Svria, e traziaõ lhç a todos os
quefeachavaõ mal, alcançados de diverfas enfermidades e tqrnfen*
tõs, e a os endemoninhados, ealumádos, eparalyticos, ecuravaos.
*5 E feguiaô o muytas companhas de Galilea, e de Decapolis, e;
de Jerufalem, ede Judca, e d’álem do Jordaõ,

C A P I T U t 0 V.
X EmfinaChrisio 9no monte quemfe^aõos verdadeiros bemaventurados. IJ Compara*
feus difiipulos com ofal, com a luz>e com a cidade poliafebre hum monte. I? Declara
em como veyo a cumprir aLey. 21 Contradiz a perverfd explicaçaõ d os antigos
acerca d9o Jeifto mandamento, VJ D’o fétimo-> e d’a carta de desquite, * j D*a
juramento* jS E £a vingança, 40 Manda ter paciência* 42 £ ujàr de be»
ifignidade e verdadeiro amor até com os inimigos,

x T? vendo as companhas, fubiuahummontei caflêntaa-


Xjdol'e, chegáraó fe a elle feus Difcipulos.
t E abrindo lua boca, enfinavaos, dizendo5
5 « Bemaventurados os pobres de cfpirito, porque d’elles he o aLuc.C^-
Reyno d’os Ceos.
4 í Bemaventurados os triftes, porque elles feráó confolados. áLw.ás*1-
$ ‘ Bemaventurados os manfos , porque elles herdaráõ-a terra. ePj.37:lp
6 « Bemaventurados os que haõ fome e lede Juliiça , por-
que elles feráó farros.
7 Bemaventurados os mifericordiofos, porque elles alcançaráõ
mifericordia.
8 e Bemaventurados os limpos de coraçáó, porque elles veráõ a t Pf 1?: *»
Deus. «14:4’
9 Bemaventurados os pacíficos , porque elles feráó chamados fi- IX *
lhos de Deus. fz&r 4
♦♦

1® t Bemaventurados os que padecem perfeguiçaó por cauíà d’a


jufiiça, porque d’elles he o Reyno d’osCeos.
ii Bemaventurados iois vosoutros, quando vos injuriarem, e v.Pe^r.ii
perfeguirem , e contra vos todo mal fallárem , s por minha caulà, ’4-
mentindo. g i.P^.4»
u AGozac ealígraefwj] que grande [/>?] voflôgalardaó
em os ccos: porque afii perfeguiraó aos Frophctas que antes de vosb v' ‘ ’*
outros féwwl íí í Vos
1 Man. j • i ? i Vos fois o fal d’a terra: pois Tc o fal fe * desbotar , coá que
5° fe falgará ? para nada mais prefta, fenaõ para fc lançar fora, ,c d’os ♦
»"?14^4, homens fe pifar. r
»ar'en}bf- 14 Vos a mundo: Naõ fe pode cfconder a cidade fo- *

7à_c>LL._ bre o monte * fundada.


fnderjei^ >5 k Nem fe acende a cande'a, e fe poêm de. baixo d’o alqueire,
jahóT. mas ’no candieiro, e alumia a todos quantos em cafa [eãài. J
* |6 / Affi refplandeça vofiaduz diante d’os homês, para que voflàs •
k Marc. 4: jjOas obras vejann, e a voflo Pae, que eftá ’nos ceos glorifiquem.
r ,7j. Tz 17 Naó cuideis que vim a defliar a Ley , ou os Prophetas: naõ
11:33." viin a [^3 defàtar , fenaó [/•'] cumprir.
Pedr.z ’ iS Porque em verdade vos digo, ”> que até que
li. jpaflem o
12. ceo e a terra, nem hum jota, nem hum til fc paflará dá Ley, que
m Luc. 16: tudo [ na» ] aconteça.
o 19 ” De maneira que qualquer que hum d’eftes mais pequenos
o. mandamentos defliar, e afli a os homens cnfinar, menor ferá
châmado ’no.Reyno d’os Ceos : Porém qualquer que fizer c
eníinar, efle ferá chamado grande ’no Rfybo d’os Ceos.
io Porque vòs digo, quefevoflàjuftiçanaófobrepujafad’osEfcrir
bas e Pharifeos , em maneira nenhuá entrareis ’noReynod’os Ceos.
íExW.io; 11 Ouviftesquefoy dito [/j os Antigos: «Naõ matarás5 mas
13. qualquer que matar, ferá reo de júizo.
Deut y, 17. 22 Porem eu vos digo, que qualquer que contra feu irmaó fem
razaõ fe indignar, ferá reo de juizo. E qualquer q.ue a feu irmaó
difler Raca, ferá reo d’o Supremo Confelho. E qualquer que [lhe j
difler louco, ferá reo d’ofogod’o inferno.
23 Por tanto fe teu prefente a o altar offerecércs, e ali te lem­
brares que teu irmaó alguã couíã contra ty tem:
24 Deixa ali teu prefente diante d’o altar, e vae, reconcilia te
primeiro com teu irmaó, e entaó vem, e offeréce teu prefente.
u. 15 p Concordate afinha com teu adverfario, entretanto que com
r 0. ’ elleeftás’no caminho, porque por ventura o adverfario te naó entregue
pph. 4:26. a o Juiz, c o Juiz te entregue a o Miniftro, c te lancem ’na prilàó.
*Exfd.io: 26 Em verdade te digo, que em maneira nenhuá fairás d’ali, até
14 . naõ pagares o derradeiro ceitil.
17 Duviftes que foy dito os Antigos: 5 Naó adulterarás,
p/119-37 i8 ^or^m cu vos digo 2 que qualquer que r atentar para
íMatt iS:8*, mulher, para a cobiçar, ja com ella adulterou em feu coracaô-
■Merc.y.43. a? n^rtantofetcuolho direito te efeandalizar,arrancao,clançao
O
de
WPt.
Kl
SEGUNDO S. MATTHEUS Cap.V. i
&
4
detyj que* melhor te he que hum de teus membros fe perca, 1
4
que todo teu corpo feja lançado’no inferno. < t tDeut. 241 1
< <»
3° Efetuamaõ direita te efcandalizar, corta a, e lança adetyj 1. J
quemelhorte heque humde teus membros, fe perca, do que todo if&tti.f j
>

3
teu corpo feja lançado’no inferno. •
31 Também foy dito: t Qualquer que deixar fua mulher, dé ' ]
I ca-wdedtfquite. . Jíírs. .
32 Porem eu vos digo, que-qualquer que deixai* fua mulhertora t ^.710. 1
de caufa de fornicaçaó, faz que ella adultere 3 e qualquer que com a x
deixada fe cafar, adultera. 7.
33 Outrofi, Ouviftes que foy ditoQ?jo.s Antigos: x Naó te per- £«^.19:12
jurarás, mas pagarás a o Senhor teus juramentos. ? jfí'.11'
34 Porem eu vos digo, y que em maneira nenhuâiureis, nem polo 1
Ceo, porque heoThrono de Deus. p,/ . ..
35 Nem pola Terra, « porque he o efcabello defeuspés: nem por * 4SW?'
Jeràfalem, «sporqueheacidadedograõRey. walP>he. P
3 <5 Nem por tua cabeça jurarás, pois nem hum cabello branco^ou ^xod. zi-
í
preto, fazer podes. ’ 24.
37 Mas fejavoflofàllar, fi,fi,naó,naÕ5 porque0 quediftopalia, Lev24:20. Jl
,b_
* de mal procede. Deut. 19;
Deut. 19;
J

38 Ouviftes que 1 foy dito: Olho por olho, e dente por dente. XI.
/P/^v.24:
39 .Mas eu vos digo, c que naó.reíiftaes a0mal5 antes a qualquer 2?. j
que te der em tua face direita, viràlhe também a outra. . PW 111x7 I
4j E a o que com tigo preitear quifer, e tua roupeta te tomar, lar­• I Cor 6: 7.
ga lhe também a capa. I Thes. 5: ]
41 E qualquer que te obrigar a caminhar huã legoa, vaecom elle jS- 1
duas. vi I Peck 3* 9. 1
dDetâ.Vft I
■ 42 d Da a quem te pedir, e a quem de ty tomar empreftado quifer 8.
naõte desvies. £^.6:35;
43 Ouviftes que foy dito: e Amarás ateu proximo, e aborrecerás a eLev. 19: I í;

teu inimigo. 18.


p *8.
44 Pois eu vos digo: /Amae a voífosinimigos, bendizei a os que j
r vos maldizem, fazei bem a os que vos aborrecem, e g rogae polos |:.2a 1
que vos *mal trataÕ, evos perfeguem. * 3’
45 Para que fejaes filhos de voflô Pae que nos ceos: porque
faz que feu foi faja fobre maos e bons, e chove fobre juftos e in-1
juftos. xP«Z.2:2j
. 45 h Porque fe amardes a os que vos amaõ, quegalardaõ avereis? * Ca~
Naó fazem os publicanos também o mefmo ? 1TT11
r B 47 Efe*to<6-H
I
___ 3

**
i® J
O S. EUANGELHO
47 E fe fomentefoudardesavofiosirmaõs, quefozeisdemais?Naõ
fazem os publieanos também affi ? 4
48 Sede pois vosoutrosperfeitos, como vofiò Pae, que [efid\ nosr
-d»* ceos, he perfeito.
■*.
t
CapitvloVI.
í EsytrítChrifieMiefihadedarefiuefa. ç Orar. 16 Jejiniiar, 19 Gfitaéstbejitf-
res «jsmtar. 22 Cesna a itdexdÒBeistofèba de governar. 24 Csxib a dcittfivkores t
firDirlencteyede. 25 fifitea Dess/èba de deixar 0 cuidado das caxjds d efia vida.
jj E frâaeira 9 Reyn» de Itens bufiar.
i !l tentae que naõ feçaes voflà efinola perante os homens, para que
■^o^Uesfejaes vifios: d’outra maneira, naõ avereis galardaô a-
cerca de voíTo Paeque [<?#«] ’nos ceos.
12.’ 2 ^Portanto quando fizeres efinola, naõ foças tocar trombeta diante
8. dcty, como fozem’nas Synagogas, e ’nas ruas os hypócritas, para
dos homens ferem honrados: Em verdade vos digo, que ja tem leu
galardaô.
3 Mas quando tu fizeres efmola, naõ fotba tua [j»^j ezquerda o
que foz a tua direita.
4 Para que tua efmolafejaem oculto, e teuPae que ve em oculto ,
Luc, 14;
elletó b renderá em publico.
14. y E quando orares, naõ fejas como os hypócritas j porquefolgaõ
deorarerapé’nasfynagogas, e’n os cantos das ruas, paradoshomens
feremviftos. Emvercladevosdigo, .quéjatemfeugalardaõ.
1 Rey. 4: 6 Mas tu, quando orares, c entra em tua camara, e cerrando tua
3- porta, ora a teuPae que \eftá\ em oculto, e teuPaeque vé em oculto
t4ã. 10:4. elle tó renderá em publico.
1 jRç.lS: 7 E orando, <^naõ * paroleeis como os gentios, que cuidaõ que
28. por feu muyto foliar haõ de fer ouvidos.
ray. I:l$.
Óu, jé- 8 Naõ vos foçaes pois femelhantes a elles ; que voflò Pae fobe o
'.cs fro~ que vos he neceflàrio, antes que vos lho peçaes.
xcs. 2 Vos outros pois orareis afii: «Pae nofiò , que [efids] ’nos ceos,
L«úíi;2. fonctifi cado feja o teu nome. I *•

10 V enha 0 teu Reyno. Seja feita a tua vontade * [ajfi\ ’n a terra


Oto como ’no ceo.
0 j rio ceOj 11 O paõ noflo de cadadia nos dá hoje.
iffi] tam-
•m n»
12 E perdoanos noffas dividas., ajflfi como nos perdoamos aosnofo
rra. fos devedores.
Matth.1l 13 E naõ nos metas em tentaçaõ, maslivranosd’o/malino: por­
12- que I

s
A

4
■ SECUNDO S. MATTHEUS. Cap. VI. W'. J
. ). » . f" 1
que teu he o Reyno, e a potência, e a gloria , para todofcmpre^ •
Amen. .
14 g Porque íè a os homens perdoardes íuas offenfas, tambemvoflò^itfwí.Hr^J
Pae celeítial vos perdoará a vos. •
i$ h Mas fe a os homens naõ perdoardes fuas ofFehíàs, taõ pouco vos -
perdoarávofloPaevoflàsoffeníàs. —
16; E quando jej úardes, naó vos moftreis triftonhos, como os hy-; j. |
poçritas: porque desfiguraõ feusroftos, para aos homens parecerem MattLy.
quejejúaõ. Emverdadevosdigo, quejatemfeugalardaõ. 14-
17 Porem tu, quando jejuares, unge tua cabeça , e lava teu Marc.v.ii-
rofto.
18 Para a oshomens naõ pareceres que jejuas, fenaõateuPaèque :
efi/\ em oculto: e teu Pae que veem oculto, elle to renderáem pu- ’ j3
' """ *1 • . J
s1
ii
J9 *Naõvosajunteisthefouros’n a terra, aonde a traça e a feriu-•*?<,
gem [Wtfj gafta, e aonde os ladroensminaõeroubaõ. '
1
10 ZMasajuntaevosthefouros’noceo,aondenematraçanemafer- lac. 5:1.
l
rugem nada gafta, e aonde osladroensnaõminaõnemroubaõ. ILuc.ií:
1
21 Poraue aonde voíTo thefouro eftiver, ali eítará também voflò 33* \
coracaõ. x 12W*>
11 A candeá do corpo heo» olho: Afli quefe teu olho for fincero, mLac. n:
todo teu corpo fera luminofo- 34.
13 Porem fe teu olho for malino, todo teu corpo ferá tenebrofo.
Afli que fe a luz que em ty ha, trevas faó 5 quantas as [mofinas} tre-
vas feraõ.
14. » Ninguém pode ferviradousíênhores: pois ou hade aborrecer •1
*•4'1
a 0 hum, e amar a o outroj oufehadechegara o hum, edefprezar 13. *• i
a o outro. Naõ podeis fervir a Deus e a * Mammon. , *querdi-. i
e .1
17 o Portanto vos digo, naõ eftejaes folicitos por voflã vida, que zer^Ripe*
aveis de comer, ouqueaveisdebeber; nem por voflo corpo, com que S<2X*
vos aveis de veftir. Naõ he a vida mais que o mantimento, e o corpo
[ww] que o veftido?
16 f Olhaeparaasavesdoceo, quenemfemeaõ, nemfegaõ, nem
ajuntaõ em celleiros 5 e [com tudo} voflo Pae celeíhal as alimenta. p^/,
Naõ fois vos muyto melhores que ellas? i Tim. &8*
17 Mas qual de vos outros poderá com [todã} fua folicitidaõ acre- ifWr.57.
centar hum covado a fua eftatura? f dob 39; 3.
18 Epoloveftido, porque eflaes folicitos ? Atentae para os lyrios ;
do campo, comocrecen: Nem travalhaõ, nemfiaõ. 1

B 1 19 E
íi •»
OS. EUANGELHO
297E digo vos, que nem ainda Salamaô, em toda ftia gloria, foy
veftido como hum delles.
3» Poísí fe Deus siTivefte aerva docampo, quehojehe, eáma-
nhaâfe lança no fonjoj Naôvos [ye^ird} muyto mais a vós, \h»me»s\
depouca fe.
Naõ eíLcjaes pois folicitos, dizendo, Que comeremos, ou que
beberem os, ou com que nos veftiremos ? 9
3 2- Porque todas eftas coufas bufcaõ os Gentios: que bem fabe voflo
Pae celefiial que de todas cftas coufas neceffitaes.
33 i Masbufcae primeiro o Reyno deDeus, efuajuftiça, e todas
eftas coufas vos feraó acrecentadas.
34 Naó eftejaes pois íòlicitos polo d’ámanhaãj porque á manhaá
tera cuidado * de fimefma. Baftaa[i®/«]diafeumal.

Capitulo VII.
I Evfina Ctrlsto<J mais comofe ha dejulgar do proximo, e refrendelo. 6 Que ssaofe devem
dar ascoufas Saxò&saosdeffresoadores. 7Quefedeve^Jlarrsaoraçaõ, 12 Comofe
deve tratar com ofroximo. IJ Da forta ejlreita e larga. 1$ D'o evitar os faljos
Propbetas* 2a Que nao todos os, que exteriormente a Deusfervem, fe hao deJalvar*
24 E que nao fomente a palavra de Deus devemos ouvir, mas também for obra apor*
£ a KJ Aó julgueis, peraque naó fejaes julgados.
~ 2 b Porque com ojuizo que julgardes, ícreis julgados •, e
cora a medida que medirdes, vos tornaram a medir.
3 c‘E por que atentas tu pera oargueiro que \_e(ld~] no olho de teu ir-
m aó, e a trave naõ enxergas que em teu olho [effá] ?
4 Ou como diras tu a teu innaó: Deixame tirar de teu olho efte ar-
guciroj e eis aqui hua trave em teu olho ?
5 d. Hypocrita, tira primeiro a trave de teu olho, e entam atentarás
em tirar o argueiro do olho de‘teu irmaó.
6 í Nam deis as coufas íltnctas aos caens,’ nem lanceis voílàs pérolas
d i ante dõs porcos, para que porventura com feus pees as naó pifem, c
virandofe, vos defpedacem.
7 Pedi, f e darvosham ■, bufeae, e achareis $ batei, e abrir vos-
: •»
11 t• 111. ;
Sporque qualquer que pede, recebe5 eoquebufca, achas c
a O que l fe lhe abre.
J ■* vos he 0 homem, que, pedindo lhe feu filho paó,
9 ..« J » •

11
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X11 <. Cr/í
lo J
4

II
SEGUNDO S. MATTHEUS Cap.VII. vW"'’
11 Poisfevos, h fendo maos, fabeis dar boas dadivas a voífosfi^os: hÇen. 6:5.
quanto mais dar ávoílòPae, que nos ceos, bens a os que Hiosqie- e S:IJ>
direm. ’ " ;
12 í Por tanto tudo oquevósquiferdesqueoshqmésvosfaçaõ,^
zeilhovos também affi: porque eftaheaLey, e osProphetas. ” «
»
13 i Entrae pela porta eftreita: porque larga he a porta, eeípa
ó caminho, que levaá perdição•, e muytos fam os que por elle en­
tram. lAa. 14;
14 / Porque eftreita he a porta, e apertado 0 caminhe, que leva á 22.
vida: e poucos há que o acham. . 1 mDeut.l 3:
15®^ ’ ------
Porem guardae vos dos fãlfosProphetas-, que vem avos outros 3.
11 d:
com veftidcs 7 dhas, , mas
de.ovelhas : por dentro íàm lobos arrebatador^ ' ler^y.u.
16 Por feus fruitos___ 1
os conhecereis, . Por ventura colhemfe uvas dos Mattis. 24.
eípinheiros, ou figos dos abrolhos ? * '*"> . m

*7 « Affi toda boa arvore dá bons fruitos: mas a * má arvore dá maos


tybej'.<&/■
fruitos. ( C0/. x;8.
i 8 Naõ pode aboa arvore dar maos fruitos: nem a má arvore dar llcac4:
bons fruitos.
19 Toda arvore que naõ da bom fruito, fe corta, e fe lança no fogo. 10.
20 Affi que por feus fruitos os conhecereis. e 12:33:
21 0 Naõ qualquer que me diz, Senhor, Senhor, entrara’noRey- Mm. II t
110 dos ceos: mas aqueile que faz a vontade de meu Pae que [ejiá1 ’n os Lu\ *3-
3:8.
ceos. /*■ *
* Ou ? cor-
22 í Muytosmediram’naqueile dia: Senhor, Senhor, nao pro-
phetizamos nos em teu nome? Eem teu nome lançamos fora os De- podre.
monios? Eem teu nome ficemosmuytas*Maravilhas? -oMattb»
23 ? E entonces claramente lhes direi: Nunca vos conheci: r A- 25;y-
partae vos de my, * obradores de maldade. •
24 / Por tanto qualquer que me ouve eftas palavras, e as faz,: oom-
paraloei a o varam prudente, que edificou fua caía fobre penha. ° Kws.a.ij*.
2f Edeccoachuva, evieramrios, eaífopraraõ ventos, *recom- iac. 1:22.
bateram aquella cafa, e naõ cahio, porque eftava fundada fobrepíer 14; 14
penha. w re2Â:1^z
26 t Mas qualquer que me ouve eftas palavras, enaó.asffiaz, com- #
paraloeiaovaraõ parvo, que edificou fua caíafobre area. ‘ ,r*
27-E deceo a chuva, evieramrios, eaífopraram ventos, ecom-qprai 0:9.-
bateram aquellacafa, e cahio, efoygrandefuacaida.- Matth.iy.
B 3 - 28 E 12.
Xw.l3t2Ç,27. rMatts. 23:41. Luc. 13:25 j 27. * Ou que oíraes pervi-rpdade. JJfr.17: 8.
Xac. 6:47- •Sw®. 2:13. lac. 1; 27. *Ou} e deretc com ímpeto naqneUa caja. E aíji no verje 27.
jgzech.jj: II, Eom. 2; 13 lac.1:2].
. 14 0 S. EVANGELHO
iS E aeonteceo que, acabando Jefus eftas palavras, pasmavam'
as companhas de fua doutrina.
19 Porque os enfinava como tendo autoridade, e nam como os-
Tp /*•!'** ♦
merinas.

C a p 1 t u i o VIII.
I 'Purifica Chrijio a hum leprefi. 5 Sara ao moço do CenttrriaÕ. A figraclc Pedro.
16 e ainda a outros wuytos. iS Mffnifejtajitatoírez.aahumEfiribay que o queria
figuir II Lmxndaaoutroquejimdilaiçaõo figa Ij ApLca atempeíiaae iio-r/ar,
1$: Lança aos Demonics fora de doxs endemoninhados j e permito lhes entrarem as
porcos.

1 p decendo elle do monte, feguiraó 0 muytas companhas.


a Marc. I: 1 « Ecis que vejo hum leprofo, e o adorou, dizendo, Senhor,
40. fequiferes, bem me podes alimpar.
Luc. 5:12. q Eeftendendojelusamaô, tocou o, dizendo, Quero, íe limpo :e
logo Ç&J Iepra limpo ficou.
bLuc 5:14. 4 Êntamlhe diífe Jefus: Olha que a ninguém o digas: mas^vae,
c Lw. 13:2 moftrate a o Sacerdote, e oífereceo preíènte que< Moyfes mandou,
e 14:2. pera que lhes * confte.
* Ou ? feja
cm tejii- 5 *’E entrando Jefus em Capernaum, veyo [a elle] 0 Centuriam,
muwho. rogandolhe.
d Luc«7 < !♦ 6 Edizendo,Senhor, omeumoçojazemcazaparalytico, grave­
mente atormentado.
7 EJefus lhe diífe: Eu virei,-e 0 curarei.
s Erefpondendo o Centuriam, diífe: Senhor, naõ fou digno de
ePfih ic7; qUC entres de baixo de meu telhado 5 mas * dize fomente huã palavra,
20.
e meu moco farará.
9 Porque também eu íou homem de baixo de potefrade, etenho
de baixo demy foldados5 edigoaefte, vae, evaej eaoutro,vem,
e vem e a meu fervo, faze ifto, e falo.
fLxc.iy, 10 É ouvindo Jefus [;/</] maravilhoufe, e diífe a os que íè-
29. guiam: Em verdade vos digo, que nem ainda em Iíraêl achei tan­
gMatib^l ta fé.
“ai
tj • 11/Mas eu vos digo, que muytos viram do Oriente, edoOcci-
bMattk I? dente, eaífentarfehaõámefacom Abraham, elfaac, ejacob, em
41.
«11:1?. 0 Reyno d’os Ceos.
*14:51. 11 gEosfiilhes do Reyno feram lançados nas trevas exteriores: ^ahi
Luc ij;iS. fera o pranto, e 0 ranger de dentes. I

13 En-
13 Entonces diíTeJefusaoCenturiam: Vae,eafficomocreíLe,te
feja feito. En^aquellamefma hora faroufeu moço.
14 i E vindo-Jefus a cafa de Pedro, vioa fuafogra deitada, ecom *
febre.
15 E tocoulhe a maó, e a febre a deixou : e levantoufe, efcr- Çji_
via os. .*
16 E como jafoytarde, trouxcrao lhemuytosendemoninhadose '•
lançou lhes fora os Efpiritos Qwtówj com a palavra, e curou a todos
os Gtte mal fe achavaõ.
»7 Pera que fe cumpriffe o que eftava dito pelo Propheta Ifayas,
que diíTe: Â Elletomou ] noílasenfermidades, e levou klfiy.Wi-
doenças. j'
iS E vendo Jefus muytas companhas a o redor de fi, mandpuque .
paíIaíTem da outra banda.
19 'EchegandofehumEfcribaaeile,diílelhe: Meftre, aonde quer ILtw.tf
que fores te feguirei.
ao E Jefus lhe diíTe: As rapoíàs tem covis, e as aves do ceo ninhos:
mas 0 Filho do homem naó tem aonde encofte a cabeça. ’ -
21 Eoutro defeusDifcipulos lhe diíTe: zSenhor, permite me que
va primeiro e enterre a meu Pae.
22 Porem Jefus lhe diíTe : Seguemetu, e ® deixa a os mortos en-
terrar feus mortos.
23 » E entrando elle no barco, feus Difcipulos 0 feguiram. nMan.^.
24 E eis que fe levantou huãtaô grande tormenta 110mar, que o. 3F
barco fc cubria das ondas ■, porem elle dormia. X«c8:22.
25 E chegando'feus Difcipulos, 0 acordaram, dizendo, Senhor
íàlvanos, que nos perdemos! oloh^ú-u
26 E elle lhes diíTe: Porque temeis [homens] de pouca fe? «Enton- pj^iof-.
ces, levantandofe, reprendeuaosventos, eaomarj e ouve grande
bonança. 1/4751:10.
27 Éaquelleshomensfcmaravilharaõ, dizendo, *Quemheefte? *Ou,fW.
que até os ventos e o mar lhe obedecem! _
2S p E como paffbud’a outra banda, á província dos Gergefenos,
vieraõ lhe a o encontro dous endemoninhados, que fahiaó dos fe- ‘c-
pulcros, taõ ferozes, que ninguém podia pafiâr por aquelle ca­
minho.
29 E eis que clamaraõ, dizendo, Que temos com tigo, Jefus Filho
deDeus? Viefteaquianosatorméntarantesdetempo?
Viefte aqui a nos atormentar antes de tempo?
30 Eeftavahuâ* manada de muytos porcos longe d’ellespacendo. *Ou3v4?»
■A s1 E
31 E os Diabos lhe rogaraõ, dizendo, Senoslançaresfora,permi-
tenos que entremos naqella manada de porcos.
3* Ediflelhes :Ide. Efaindoelles, entraram na manada dos porcos:
e eis que toda aquella manada de porcos fe precipitou nomar, emor-
Ç reraô ’n as aguas. •
. 33 E os porqueiros fugiraõ 5 evindo á cidade, denunciaraó todas
[éfiâs] coutas, e o que [atontcccra] aos endemoninhados.
34 E eis que toda aquella cidade fahio ao encontro a Jefus, e vendo
jztô. 16? Oj rogaraóqueferetirafledefeustermos.

• Capitulo IX.
V
I Sarando Chrzfio a hum paralytico j moflra que tem poder pera perdoar os pecados,
I
9 Chama a ddattheus j e corne cora ospublicanoc. I? Defende Jeus difitpulos de que
naõjeiumawaõ. 2o Cura ahuawítdber de hum fluxo de jangtte. 23 Refafcitaa fdha
de huraCenturiao. 27 Ddvifta a dous cegos, 32 Lançafraa kwn Ddmordo^udo,
3 5 Prega > e fura a muit os enfermos. 3 ó £ exherta a psdir obreiros para ajega.

I"P entrando no barco, pafioud’a outra banda, e veyo â fuacida-


aJtfdrc&j ■*"* de. a E eis que lhe trouxeram hum paralytico deitado em huã
s:is. can)a>
^.9-33 • a E vendo Jefusfuafèd’elles, difTea o paralytico: Tem bom ani­

ÍPfal^Z^ mo, filho, teus pecados te fam perdoados. *


3 E eis que alguns dos Eícribas diziaô entre fi: b Eile blaffema.
4 E vendo Jefus feus penfamentos, .diffe: Porque peníaes mal em
voflps corações ?
5 Porque qual he mais fácil, dizer, pecados te íàmperdoa­
dos? Ou dizer, Levantate, eanda?
<5 Hora pera que faebaes que o Filho do homem tem autoridade
’n a terra pera perdoar os pecados, (diffe entonces a o paralytico) Le­
vantate, toma tua cama, evaeteparatuacafa.
7 E levantando fe, foife perafuacafa.
S‘E vendo as companhas \_ifio j maravilharaÕ fe, e glorificarão
4'
á Deus, que tal autoridadetiveífe dadoaos homens.
cMarc.2: 9 •'Epaílàndo Jeíúsd’ali, vioahum homen afientadonaalfànde-
t.14 _ S2» chamado Mattheus5 ediífelhe: Segueme. Elevantandofeelle,
Ltic. 5:27. fegyio Oí
*0” & acon£eceo 9ue eftando Jefus aífentado á em cafa
ros "eu rd-!víattl:eiis'} e£S 1ue vieraõ muvtos * publicanos epecadores, efeaífen-
'&L. ‘ taraôjuntamentecom Jefus, e feusDilcipulos.
SEGUNDO S. MATTHEUS. Cap. IX. 17 * 1
■d

li E vendo [»A] os Pharifeos, diflèram a feus Difcipulos: Por- 1

• que come voflo Meftre com os Publicanos, e pecadores.


ii Porem ouvindo [o] Jefus, diflelhes: Os que eftaõ íàõs naõ
neceflitaõ de medico, fenaó os que eftaõ doentes.
13 Mas ide, eaprendei, quecoufahe: dMiferícordiaquero, e®íL .
naõ facrificio. e Porque eu naó vim a chamar juftos, fenaó pecado- :T,'.
res â converfaõ. 7. * '
** 14/Entonces vieram aelle osDifcipulosdeJoaó, dizendo, Por-ej&OT.2;
que nos e os Pharifeos jejumamos muytas vezes/ e teus Difcipulos 17.
naõjejumam? Hw. 5:31.
E Jefus lhes diflè: Por ventura podem g os * que eftaõ debo-
das andar triftes, emquantooeípofo comellcseftá? Mas dias viram, 1"™'***?
quando o efpofo lhes for tirado, e entoncesjejumaram.
0» iS***
16 Também ninguém deita remendo de pano novo em vefti- r.^ 5-33 j
do velho: porque o tal remendo rafga o veftido, efazfepeyor ro-^aCor.u; q
tura. 2. . .
17 h Nem deitam o vinho novo em odres velhos, d’outramaneira *.PTj
os odres fe rompem, e 0 vinho fe derrama, eos odres fedanam: 1
mas deitam o vinho novo em odres novos, e ambos juntamente fe 1
confervaõ. ‘ *
18 Dizendo lhes elle eftas coufas, í eis que veyo hum Principal, IMarc. 5:
c adorou o, dizendo, Minha filha faleceo ainda agora: mas vem, 21.
c poem tua maõ fobre ella, evivirá. £«.8:48^
iy E levantandofe Jelus/feguiao, [«&J e feus Difcipulos. 15: J
20 a (E eis que huá mulher enferma de humfluxo de langue, doZe m-? r I
annos avia, vindo a elle por de tras, tocou a borda de feu veftido. Lw.8:43.*
21 Porque dizia entre fi: fe eu tam fomente tocar feu veftido, fi- iMarc. 5:
carei faâ. ' 34-
21 EvirandofeJefus, evendoa, diífe: ^Tem bom animo, filha, ^“c-8:48.
tua fé te falvou. Edefdameíma hora ficou a mulher faá.) 2»
«
23 WE vindo Jefus a cafad^aquelle Principal, e vendo os gayteiros, y-J*
e a companha* que razia alvoroço: '
24 Diflelhes: Retiraevos, porque a menina naõ eftá morta j masw«Zí»W».
» dorme. Eriamfedelle. «IoaSii;
2J E como a companha foy lançada fora, entrou, e pegou lhe . 1Jí
pela maõ, e a menina fe levantou.
26 E lahio efta fama por toda aquella terra.
27 E paflando Jefiis d’ali, fcguiramo duos cegos clamando , e
dizendo, Temcompa&aódenos, filhodeDavid.
y- Q £
4

4
IS OS. EUANGELHO
iS E como veyo a cala, vieraó os cegos a elle. Ediflelhesjefus: ■
Credes vos que poflo fazer ifto? DiíTeraõ lhe elles: Si Senhor. *
19 Entonces lhes tocou os olhos, dizendo, Conforme a voílà fé fe
4? vos faça. ,
Ma 30 Ê os olhos fe lhes abriraõ. «EJefus os ameaçou, dizendo, O-
[2. • /* i

aic. $ 14. ^ae Que ninguém o laeba,


Matth.J* 31 í Mas laidos elles, divulgaraõ fua fama por toda aquella terra.
V- ? E faindo elles, eis que lhe trouxeraõ hum homen mudo [e j
Matth. endemoninhado.
12:22. 3? E como 0 Diabo foy lançado fora, fàllou 0 mudo: E as com­
uc li: 14 panhas fe maravilharaõ, dizendo,. Nunca tal fevio em Ifraêl.
Matth.
12: 24, 34 Mas os Pharifeos diziam: r PeloPrincepe dos Demonios lança
tare. 3.22 fora a os Demonios.
««.11:15. 3$ h, jeius rodeava por todas as ciuaaeseai
35 j/EJefusrodeavaportodasascidadesealdeas, enfinandoemfuas
Man 4,6 Svnagogas, e pregando 0 Euangelho do Rey:no, e curando toda en-
uc 13:22 fermídade, e todo mal entre 0 povo.
t e vendo as companhas, moveofe âintimacompaixaódelias,
ler 231 porqueandavaõdefgarradas, e derramadas, » como ovelhas quenaó
zech 34 2 tem paftor.
Lite. iu:2. 37 Entonces difle a feusDifcipulos: «Grandeheemverdadeafc-
ío<254 35ga, porem poucos os obreiros.
1 Thes 3: 38 y Por tantorogae a o Senhor da fega, que*empuxe obreiros á
, fua fega.
*
i
»
Capitulo X.
I Da Chrifto poder afeus'Apoftolos fera fazer milagres. 2 Seus nomes* Manda os a
pregar o Euangelho entre o povo de Jfrael. 8 Enfina os como *n eHe mitnifteriofe avia#
de aver. 16 Que trabalhos lhesfucederiao > e comque nifiofe aviaò de confolar* J2 Que
galardaõ aleançarao ofjue confiantemente 0 confefidrem. 40 epara comfeusfervos he~
nignos fe mofirarem.
Mm 3: 1 « p chamando afia feus doze Diícipulos, deu lhes poder fobre
,13 • os efpiritos immundos, pera fora os lançarem, e toda enfer-
-vc l3-midade e todo mal curarem.
€9,1‘ 4 Hora os nomes dos doze Apoftolos, faóeftes: Oprimeiro, Si-
maõ, dito Pedro, e Andréfeuirmaó: JácoboofjíZ&iJ doZebedeo,
e Joaõ feu irmaõ.
3 Philippe e Bartholomeu: Thome, eMattheusopublicano: Ja«
coboojjíZéoideAlpheo: cLebbeo, porfobrenomeThaddeo.
„r\ A Sí-^
' 3% <L
o
4 SimaõCananita, ejudaslfcariota, o *mefmo que ò entregou.
1 5 A eftes .doze enviou Jefus, e lhes mandou, dizendo, Pelo ca-
Jninho das Gentes naõ ireis, nem em cidade [a/gtá] de Samaritanos hAã 3:26.
entrareis.
6 b Mas ide antes ás ovelhas perdidas dacafa delfraêl. 9:4«.
' . 7 Eindo, fprégae, dizendo. Chegado he o Reyno dos ceos. dLuc.wí
8 d Curae a os infermos , alimpae a os leprofos, refufcitae a os c ■***•81
mortos, lançae foraaQsDemonios, «de graça recebelies, daeode
graça _ _ , ■ „
9 f Naõ pofluaes ouro, nemprata, nem [dinheiro de] cobre em vof- ezz-.tf.
fas f cintas. tOu,W-
10 Nem alforges pera o caminho, nem duas túnicas, nem ai- fa-
parcas, nem bordam j g. porque digno he o obreiro de feu ali- & I9’
mento.
n h E em qualquer cidade, oualdea, que entrardes, informae- J4/
vos de quem mellaíèjadigno, e ficae ali até que fayaes. *25:4.
12 E quando entrardes em [a/çu-] caía fiaudae a. 10:7.
E lê a cafa for digna, venha fobre ella voflà paz: porem íê1 CWí ?•'*
digna naõ for, torna fe voíTapaz a vos outros. 4- forne 2^
14 > E qualquer que vos naõ receber, nem voflàs palavras ouvir,
faindo daquella cafa, ou cidade, k facudi o pó de volfos pés. jo3
15 /Em verdade vos digo, que mais tolerávelmente feraó[r ratados] Lue.9-.4-
os da terrà de Sodoma e Gomorrha nodiado juizo, do queíalaquel- íio;S._A.
la cidade. iMarc. «
i') m Vedes aqui eu vos envio como a ovelhas em meyo dos lobos: Jx<
por tanto féde prudentes como ferpentes, e íimples como pombas.
17 Porem guardaevos dos homens: n porque em Concílios vos A' ’*
entregaram, e em fuas Synagogas vos açoutaraõ. < tiS-ó.
18 0 E até ante Preíidentes e Reys ferèis levados por caufodemy, IMarc 6-xl
para que a elles, e a os Gentios lhes confie. Lucgify.vz,
191 Mas quando vos entregarem, naõ eftéjaes folieitos de como, m^uc.io. 3
ou que aveis de foliar: porque naquellamefma hora vos fera dado o
que aveis de foliar. Lkm-xz,
40 Porque naõ fois vos os que follaes, mas oEípiritodevoflòpae, ioaèi^zó.
que em vos folia. e 16; z.
41 7 E o irmaõ entregará à morte a o irmaõ, e o pae a o filho: 4:io.
c os filhos fe levantaraó conm os paes, e os mataráõ. . 0 AãA4-.z.
44 E de todos lêreis aborrecidos por caufa de meu nome: rmas
CÍ aqueUe-0^13’
Luc.iz:tt.. e2i:i4. JAc.zi:16. rMatihZ4.1$. Luc.z1-.19,
*• OS. EUANGELHO
aquelle que pefeverar ate o fim, efle fera falvo.
Mattb 2: H J Affi que quando vos perfeguirem ’n efta cidade’, fugi pera a
i; <?4l2r 0Utra
outra: porque em verdade vos digo, que naó acabareis [de correr] as
cidades de Iiraèl, quenaõ venha o Filho do homem.
r9:zç 24 t Naó he o difcipulo mais que o meftre, nem o fervo maisque
€ 14: feufenhor.
Lsr.6:4o 25 Baftelhe a 0 difcipulo fer como feu meftre, e a 0 fervo como
oab 1316. feu fenhor : » Se a o pae de famílias chamaraõ Beelzebul, quanto
115:2°, mais a feus dcmefticos ?
26 x Afii que naó os temaes: j porque nada ha encuberto, que fc
H naó aja de deícubrir e [nada] oculto, quefenaóajadefaber.
€ I2;24.
:2i: 17 O que * vos digo em trevas, dizei t . luz: e 0 que ouvirdes a
o em
o ouvido, pregae o fobre os telhados. »

28 z E naó temaes a os que mataõ o corpo, e naó podem matar


alma: temei antes aquelle que afii a alma como0corpo, noinfer-
ler 1:8. no deftruir pode.
1^12:22 29 Naó fe vendem dous paflàrinhos por hum ceitil? Enem hum
/íarc 4; 22
\,uc. 8:17
delles cairá em terra fem voflo pae.
e 12: 2. 30 a E ãtesós cabellos de vofla cabeça todos contados eftaõ.
ler. I; S. 31 Naó temaes pois: mais valeis vos que muytos paflàrinhos.
jitC- 12.4* 3 a ^Por tanto qualquer que me confeflàr diante dos homens, tam-
i.w.14: bem eu o confeflarei diante de meu Pae que [efid] ’n os ceos. k

45. -
33 Porem qualquer ..
que me negar diante dos .
. homens , também
8:
eu o negarei diante de meu Pae que eftá ’n os ceos.
?s-
^.9:26: 34 c Naó cuideis que vim a meter paz ’na terra5 naó vim ameter
ci2;S. paz, fenaó cutelo.
Tbn.zill 35 d Porque eu vim a pôr em difleníàõ a o homen contra feupae,
12:51 e £ filha contra fua maê; fo&ra.
’ , e á nora contra fua fogra.
,
M/ch fló
36 e ~E os inimigos do homem, feus domefticos (jíwj
37 /Quem maè, mais
/ <s)uem ama pae, ou maê, : __ a my, naó he digno
que ~ de
LsVviS myj e quem ama filho, ou filha, maisque a my, naó hedigno*3emy.
Luc. 14: 38
■ g Ê quem naó toma fua cruz, e fegue a pos my, nàohedigno
26. de my.
Matth. 39 h Quem achar fua * vida perdelaha ; e quem perder fua vida,
16:24. por caufa de my, achalaha.
■larc. 8.34 ~
.40 i Quem a vos recebe, a my me recebe j e quem a my me re«.
pi^ 27.’ cebe, recebe a aquelle que me enviou. »

lAatth. , 141 k Quem recebe Propheta em nome de Propheta, galardaó de


16:2. Pro-
to-í.8.3$ L«f.9t24. <? 17-33» íwn;25. *Gr.«Ãw, il*e. ivifrltíSirMí kiRev.if,
SEGUNDO S. MATTHEÚS Cap.XI. M
Propheta receberá j e quem recebe juftoemnomedejufto, galardaó
de jufto receberá
4a qualquer que fomente der hum púcaro de [agu] Iria a hum Z
deftes pequenos em nome de Difoipulo, em verdade vos digo que
em maneira nenhuã naô perdera fou galardaó. Wri. .

Capitulo XI.
I BUando Joaõ Baptlfia na prifitò, manda dous difiipulos aChrifio. 4 A osquaes
Chrifio por fitas obras e doutrina prova > que ellehe 0 Nlejfias prometido. 7 Ba
aopovo^ humexcellenteteíiemunho de Joaõ e feuofficio. 16 A os Judeos deita
emroftofua dureza. 20 Polo que também a as cidades de Chorazim^ Bethjaida >
e Capernaum com grandes caftigos ameaça. 2$ E.em contrario opcem a boa von- -
tade de JeuPaeemenfinar a os pequenos, 28 Convida a fi a todos os canfadospe-*
cadores j e alivio lhes promete.

t P fucedeo que acabando Jefus de dar mandamentos a feus doze


Difcipulos, fe foy d’ali a enfinar e a pregar em fuas cidades d’
elles.
a a E ouvindo Joaõ na prifaõ as obras de Chrifto, mandou a Lw.7.18
dous de feus Diícipulos. -
3 Dizendolhe, Es tu aquelle que avia de vir, ou efperamos a outro?
4 E refpondendo Jefus, diffelhes: Ide e tornaea denunciara Joaõ
as coufasque ouvis, e vedes: , .
5 l> Os cegos veem, e os mancos andam: os leprofos faõ limpos, e b
os furdos ouvem: os mortos faõ refufcitados, e a os pobres he denun- ^35;^
ciado o Euangelho. e 6i:i'
6 E bemaventurado he aquelle que em my fe naô efcandalizar. Lm 4 is.
7 '«E idos elles, começou Jefus a dizer de Joaõ a as companhas:c L-mjzj..
Que íàiftes a ver a o deferto ? Huã cana que fe abala com o vento ?
8 Mas que faiftes a ver? Hum homem veftidocom veftidos bran­
dos? Vedes aqui que os que trazem* [veSidesJ brandos, nas caías dos
Reys eftaó. '
9 Mas que faiftes a ver? Propheta ? Também vos digo, emuyto
mais que Propheta.
10 Porque efte he aqíille, de quem efta efcrito: ^Eis que diante fMrttk..
de tua foce envio a meu Anjo, que aparelhará teu caminho diante x. ’5-
de ty. s ^Aan. iii» .
.w Em verdade vos digo, que d’entre os de mulheres nacidos, Lee. 7:27.
fe naõ levantou mayor que Joam o Baptifta: mas aquelle
C 1 que
c dd-4
que em o Reynodos ceos he o menor, mayor he que elle.
'Lw.i6.-i6 12 e E desdos dias de Joam o Baptifta até agora, fe faz força a o
Reyno d’os ceos, e os violentos o arrebatao.
** 1? Porque
~ todos os Prophetas
~ ,, e a Ley, ate Joaõ propheti-
x záraõ. *
'Mal 4:5, 14. E/fe p] quereis receber, efte he [0] Elias que avia de vir.
Lite 1:17. 17 Quem tem ouvidos para ouvir, ouça.
flw, 7:31 i<> Mas com quem compararei efta geraçaõ ? g Semelhante he a
meninos que fe aífentao ’nas praças, e chamam a feus compa-
os men
hMatth. pinheiros, J

4’ 17 E dizem: Tangemos vos com gayta, e nao balhaftes: canta­


Man 1:6. mos vos lamentaçoens, e naõ pranteaftes.
* Ou,Z^f- iS/j Porque veyo Joaõ, quenaócomia, nem bebia, edizemDe-
lor àe vin­
ho monio tem.
19 Veyo o filho de homem, que come e bebe, edizem : Vedes
Lxvr.i] aqui hum homem comilaõ, *e bebarram, amigo de publicanos e
pecadores: Mas a fabedoria foy jultificada de feus filhos.
1V"1J 20 i1 Entonces começou elle a deitar em rofto a as cidades em que
,0 a5 mais defuas maravilhasfefizeraõ, quenaó fetinhaóarrependidoj I

eijr.i. r [dizentfoj.
"
iMatth.lo 21 Ay de ty Chorazin, ay de ty Bethfaida: porque fe em Tyro e
em Sidon foraõ feitas as maravilhas que em vos fefizéraõ, muytoha
'nMaith que k fe ouveraõ arrependido com faco e com cinza.
lo: 15. 22 lPorem eu vos digo, que mais toleravelmente feraó [fratafa]
iLnc lo:
21. os de Tyro e Sidon, em 0 dia do juizo, do que avos outros.
12. 23 E tu Capernaum, que até os ceos eftas levantada, ate os infer-
ifay 29 14 nos feras abatid ’ la: porque fe em os de Sodoma foraó feitas asmara-
Luc 10.21 vilhas que em ty fe fizeraô, até o dia de hoje permaneceram. »

iCorlu?. •24. ~~Porem eu vos digo, w que mais tolerável fera [0 dangojaosde
e~: 8* Sodoma _. ' i, em 0 dia de juizo, do que a ty.
* Ou, foy 25 n Naquelle tempo, reipondendo Jeíiis, diflè: Graças te dou,
zcsito dian­
te de■ ty<‘an~ Pae, Senhor do ceo e da terra, 0 que efcondefteeftas coufasaosfa-
t> Matth. bios e entendidos, easrevelafte a os meninos.
tMaith.
28:18 26 Affi he ó Pae, porque afií * foy w boa vontade diante dç
Luc io 22. ty.
I
I

27 p Todas as couíãs me eftam entregues de meu Pae: q e ninguém


7 lodõ 118 conhece a o Filho, fenaõ o Pae5 nem ninguém conhece a o Pae,.
* Ou* ale- ^ena^ 0 Filho, e a quem o Filho o quifer revelar.
viarei aS Vinde a my todos os que eftaes canfados, e carregados, e eií
vos * farei defcaníàr. :29- To.
SEGUNDO S. MATTHEUS. Cap. XII. ij
: a 9 T omae íobre vos meu jugo,' e aprendei de my, que fou t man- T 4$:
fo e humilde de coraçaõ•, /e achareis deícanfo para voiTasalmas. r .
30 t Porque o meu jugo he brando, e leve ã minha carga.

Capitulo XII.
X EfcufaCkriJlo afeus Apojlolospor em fabado andarem arrancando efpigas. 9 Sara a
u hum homem de hua maoJeca emfabado , efufienta fer licitofazelo afl[L 14 DesviaJè
* das ciladas dos Pharijeos e cura toda forte de enfermidades, 16 O que prckibe 0
naõ defcobrir > pera a/Ji a prophetia de Jfayas cumprir, 21 Lança hum demonio
f fora de hum cego e mudo 3 e refuta a blasfémia dos Pharijeos. 31 Rala do pe~
cado contra 0 Efpirito fanffo, 36 E da conta que 0 homem ha de dar de toda pa^
lavra ouciofa 38 Pdao dd a os Pharifeos outro final fenao 0 dejonas, 41 O-
poem a fua contumácia 0 exemplo aos de Ninive e da Rainha do Sul, 43 En-*
fina pela parabola dos Ejpiritos immundos que lançados fora > e'entrar tornao, 0 aDeut,2\\
que a elles lhes fucederia, 46 E quem feu verdadeiro irmão > irmaa» emaefeja, 25.

1 *"Wa(lue”e temP° hiajelusporhuns * paens em Sabbado: eíeus Luc,6\ l


Diícipulos aviao fome, e comecaraõ a arrancar efpigas, e a *Ou5 /e*
comer.
i E vendo p/?»] os Pharifeos, diíTeraólhe: Ves ahi teus Difci^-^’^'20,
pulos fazem b o que naõ he licito fazer em Sabbado. . Samí,.
3 Porem elle lhes difle: Naõ tendes lido o que fez David quando &
teve fome, elle e os que com elle [efiavac.?] dExod. z?:
4 Como entrou na cafa de Deus, e comeu c os paens da propo- 33<
íiçaõ, que a elle lhe naõ era licito comer, nem tam pouco a os que Lev.zw.
com elle [e/tavaU J d íènaõ fó a os Sacerdotes ? e Ntm‘
5 e Ou naõ tendes lido na Ley, que’n os Sabbados, em o Templo, 6
profanaõ os Sacerdotes o Sabbado, e íam inculpáveis? "jg.
6 Pois eu vos digo, que/mayor que o Templo eftá aqui.
7 Mas fe vos foubereis que coulâhe, ^Miferícordia quero, enaõ Mich.6.<S,
facrificio $ naõ condenaríeis a os inocentes. Matth 9t
8 k Porque atè do Sabbado he o Filho do homem Senhor. ,
9 * E partindofe d’ali, veyoafua fynagogad’elles. hMudlit
10 E eis qué avia ali hum homem que tinha hua maó íèca : e jg. ’
perguntaraõ lhe, dizendo, 6 He também licito curar em Sabbados? L»s. 6: ç
(perao acuíàrem). âMbv.jíi.
ii E elle lhes difle: Que homem de vos outros averá, que tenha
huâ ovelha, e l& a tal cair em huã cava em Sabbados, naõ lance maó
delia, e a levante?
ia w Pois quanto mais vai humhomem, quehuâovelha? Afli que ndtAZ-A»
licito he fazer bem emSabbados. 13 En- mGeaiAj
M OS. EUANGELHO
13 Entonces difle a aquelle homen: Eftende tua mao 5 e elle a
eftendeo ^ foylhe reftituida faam como a outra.
eiVU.' I4- E faidos os Pharifeos, tiveram confelho contra elle de como
eisnrj. omatariaó.
• Mas fábendo M Jefus, 0 retiroufe d’ali: e feguiraõ o muytas
23. companhas, eatoaosos curou.
p Matfh.91. 16 p E ameaçava que o naó manifeftafiem.
x3- 17 Peraque ie cumpriffe o que eftava dito pelo Propheta IfayasX
Luc-^- quedifle: F F
18 ? Vedes aqui meu fervo a quem efcolhi, meu amado emqueip
’3* minha alma fe agrada: Sobre elleporei meu Efpirito, e a as Gentes
el7’. ç denunciará juizo.
NWi:ii Naó contenderá, nem clamará: nem ninguém fua voz pelas
Col1:13. ruas ouvirá.
iPe<Z.i:i7. 20 A cana trilhada naó quebrantará, e o pavio quefumeanaó
apagará, até que a o juizo tire em vitoria.
21 Ê em feu Nome eíperaraõ as Gentes.
f Matth.9: 22r Entonces lhe trouxeraó hum endemoninhado, cego, e mudo:
33- e de tal maneira o curou, que o cego e mudo fàliava e via.
Luc 11:14. 23 E todas as companhas palmavam, e diziaó: J Naô he ’efte o
Filho de David?
íwrfè.9: Mas ouvj(jo os pharifeos [^1, diziaó: t Efte naó lança fora
322 o5 Demonios, fenaó por Beelzebul, Princepe dos Demonios.
Laoiiãs. Porem entendendo Jefus feus peníamentos, difielhes: Todo
Reyno contra fi mefmo diviíõ, he aúòlado: e toda cidade, ou ca-
fa, diviíà contra fi mefma, naõfubfiftirá.
lí Efe Satanás lança fora a Satanás, contra fi mefmo eílá divifo:
como fubfiftirá logo leu reyno ?
27 E fe eu por Beelzebul lanço fora a os Demonios, porquem os
lançaó logo voflos filhos? Portanto elies feraó voflos juizes.
2S Mas fe eu pelo Efpirito de Deus lanço fora a ôs Demonios,
chegado he logo avos outros 0 Reyno de Deus.
29 Ou como pode alguém entrar em caíà d’o valente, e laquear
*9Uj/w* feu feto, fe primeiro naó amarrar a o valente j e entonces faqueará
* fua cafa.
30 Quem comigo naó he, he contra my: e quem comigo naó
t apanha, derrama. -
* 2^^ 31 “Por tanto eu vos digo: Todo pecado e blafphemia<fe perdoará
Lw. iz-.io.a os homens 5 mas a blafphemia contra o Eipirito naó fe. perdoará a
ilo«5:ió os homens.. 3a XS>
SEGUNDO S. MATTHEUS. Cap.XII. tf . .
3» x E qualquer que fàllar palavra contra o Filho do homen,
fer lhe haperdoado .7 mas qualquer que fàllar contrao Efpirito Sandio, x-«
naó lhe ferá perdoado, nem neftefeculo, nem no vindouro. . $«.'
33 z Ou fazei a arvore boa, efeufruitobom 5 ot>fàzeiaarvoremá,itofff:i4
efeufruito mao: porque pelo fruitofe conhece a arvore. zMatth.^:
34 a Raça de biboras, como podeis vos boas coufas fàllar, fendo
maos ? b Porque dá abundancia d’o coraçaó falia a boca. a
35 O bom homem tira boas coufas d;o bom theíourode ]jê»Jco-
raçaó, e 0 mao homen do mao thefouro tira más coufas. 11/
f 3 6 Mas eu vos digo, í Que de toda palavra ouciofa que os homens ia;, á; 45.
fàllarem, d’ella daraó conta d em o dia do juizo. f Eph, 5 • 4-
37 «Porquepor tua§palavras feras jufiificado, e por tuas palavras dEccl.ii:
feras condenado. '
38 / Entonces refpondéraóhunsd’osEfcribased’osPharifeos, di- l6 ' ‘
zendo, Meftre, quiferamos verdetialgumíinal. - fMatt. 16:
39 Masellerefpondeo,ediflelhes: Amágeraçaõeadulterinapede is
final: mas final fe lhe naó dará, fenaó o final de Jonas o Propheta. Marc.i:ii,
4® g Porque como Jonas efieve tres dias e tres noites ’no ventre
. w affi efiaráo Filho do homem tres dias e tres noites’no co- glon.l:V,.
da balea:
raçao da terra. ei: 10.
4.1 A Os de Ninive fe levantaraõ em juizo com eftageraçaÓ, ea.hLuc.n-.
condenaraõ: porque icom aprégaçaô deJonasfearrependerão. Eeis 32.
quemais que Jonas efta aqui. «to. 3:
42 A A Rainha do Aufiro fe levantará em juizo com efta geraçaÕ, I-R<?7Io:
eacondenarà; porqueveyo dos fins daterra aouvirafabedoriadeSa- n
lamaó. E eis que mais que Salamaõ eflá aqui. 'luí.uÂi,
43 !■ Quando porem 0 efpirito im mundo fe tem faido do homem , lLuc.11:
anda por lugares fecos bufcando repoufo, e naõ 0 acha. 24.
44 Entonces diz: Tornarmehei a minha cafa donde íàhi. Evindo,*Pu,w-
acha a * desocupada, * barrida, e adornada. ’
45 Entonces vae,e toma com figo outros fete efpiritos * peyores que i>a/^r^a
clle; ™ e entrados, moraõ ali: e faõ as couíàs derradeiras do tal homé barrida.
peyores que as primeiras. Afliacontecerátambemaeftamágeraçaõ. *Ou,w»
45 » E fàllandoelleaindaa as companhas, eis que eftavaó fua maé-w^ww.
e feus irmaôs fera, que procuravaó fàllar lhe. m blsbr. 6:
47 Ediflèlhehum: Ves ali eftaó fora tua mae, eteusirmaõs, que 4>5-
procuraô fàllar te. ^ped^íà
48 Porem refpondendoelle, difiê ao que ifio lhe dizia: Quemhe”^"
3:
minhamaé? Equejaô meusirmaós? 31.
D 49 EU8;ífc
OS.EUANGELHO
loati I$t 49 E eftendendo fua m aô fobre feus Difcipulos, difle: Vedes [ajw]
14. minha maé, emeusirmaõs.
50 « Porque qualquer que fizer a vontade de meu Pae que [efál
faZ. ç: íf
aos ceos, efle ne jaeu irmaõ , e irmaa, e maé.
e6:lÇ.
'»/. II.
C A P I T U L O XIII.
* Prapcem Chrtâo a feus ouvintes diverfas parabolas 4 dasquaesapremeira ke a do.
Semeador > cuja femente em diverfos lugares cae. lo "Declara a feus difcipulos ara* _
zaS porque per parabolasfala. 18 declara a fobre dita farabola a feus difápulos.,
14 JE ctcrecetâa a parabola da zizania entre 0 trigo. 31 A do grao da mofarda^
jj E a do fermento > 36 Declara a parabola dazizama. 4-4 E acrecenta apa~
rabolado thefiuro efcondido. 4$ A do mercador que bufa boas pérolas. tf A d&
rede. 52 E a do Efirtba quede [eu thefouro tira coufas novas e coufas velhas. Ç4
Toma fi a Jua Patria* aonde naohe muy eflimado.

Marefú i * T? Saindo Jefus de caía aquelle dia, aífentou fe junto a o mar;


.«c.8:4^. 2 e chegaraõ íè a elle tantas companhas, que b entrando
em barco, fe aíTentou [nelle]; e toda a companha eftava na
praya,
i, í É fàlloulhes muytas coufas por * parabolas, dizendo, Eisque
impara- 0 Semeador lahio a femear.
oens. ’ 4 E femeando elle, cahio huâ parte [da femente] junto a o cami­
nho, e vieraõ as aves, ecoméraõa.
í E outra [parte] cahio em pedregaes, a onde naõ tinha muyta
'Qibfahio terra, elogo j-naceo, porque naõ tinha terra funda.
6 Mas íàindo o foi, queimoufe ; e porque naõ tinha raiz, fe-
coufe.
7 E outra [parte] cahio em efpinhos, e os efpinhos crecéraõ, e
4
afogáraõa.
8 E outra [parte] cahio em boa terra, e deu fruito, hum cento,
outro feífenta, e outro trinta.
More 4:10 p Quem tem ouvidos pera ouvir, ouça.
r p’ 10 c E chegandofe a elle os Difcipulos, difleraõlhe: Porque lhes
!4 3■ íàllas por parabolas?
.afere. 11: 11 Erefpondendo elle, diífelhes: d Porque a vós vos he dadoía-
2$. ber os myfterios do Reyno dos ceos, e mas a elles naõlhes hedado.
■Mstth-i^ n /Porque a quem tem, ferlhe ha dado, e terá em abundancia:
i9< mas a quem naõ tem, até aquillo que tem lhe ferá tirado.
a r.4.i4> por pOr parabolas; paraque vendo , naõ vejaõ,
Li~-, St 18. e ouvindo, naõ ouçam, nemtam pouco entendam.
■etO-2< *4 E
SEGUNDO S. MATTHEUS'Cap.Xin. i7
' 14 E’neUefe cumpre aprophetiadelfayas, que diz.- ? De ouvi-£
do ouvireis, enaõ entendereis; e vendo, vereis, enaõ * enxer- ^«r*4a»
garêis. • , . Wi»
*5 Porque o coraçaô deite povo eítá engroífadp, e pefadamente 3^
dos ouvidos ouviraõj e feus olhos fecharaõ; pera que por ventura
naó vejaó d’os olhos, e ouçaõ dos ouvidos, e entendaódocoraçaô, *Ou,«fcw-
e íe arrependam e eu os cure. . tareis.
, • 16 Z>Mas bemaventurados voíTosolhos, porquevém5 evoflòsou- hLuc.w,
vidos, porque ouvem. a|-
/ 17 Porque em verdade vos digo, / que muytos Prophetas ejuífos jp^pg*
defejaraó ver o que vos vedes, e naó [0] viraõj e ouvir o que vos iipejr,
ouvis, e naó [»J ouviraõ. 10.
18 k Ouvi pois vos outros a parabola dó Semeador.
19 Ouvindo alguém a palavra do l Reyno, e naó a entendendo, I3-
vem omalino, e arrebata o que em feu coraçaô foy femeado j eíie "
he o que foy lemeado junto a o caminho. ‘T '
20 Porem 0 que foy femeado em pedregaes, eíie he o que ouve a *'
palavra, e logo a recebe com gozo.
21 Mas naó tem raiz em íi mefmo, anteshe temporal: e vinda a
affliçaõ, ou a perleguiçaó pola palavra, logo fe offende.
22 m E o que foy femeado em efpinhos, eíie he o que ouve a pala- mMatth,
vra, e 0 cuidado deite.mundo, e o engano das riquezas afogam a 19:23.
palavra, e Faz fe infrru&fcra. ■^í-IO:
23 Mas. o que foy femeado em boa terra, efte he o que ouve e^J^jg
entende a palavra, e o que da e produz fruito, hum cento, e ou- j
irofeflênta, e outro trinta.
24 Outra parabola lhes propôs, dizendo, O Reyno dos ceos he
femelhante a o homem, que femea boa femente em feu campo.
25 E dormindo os homens, veyo feu inimigo, e femeou zizania
* entre o trigo, e foy lê. *Ou, eu?
16 E como a erva creceo, e fruito produzio, entonces apare-
ceo também a zizania. *
27 E chegandofe os fervos do Pae de famílias, diflèraõlhe: Senhor, e .
naó femeafte tu boa femente em teu campo ? D’ onde * lhe vem logo u’
a zizania?
28 E elle lhesxdiífe: O homem inimigo fez iíto. E os fervos lhe
differaó: Queres logo que vamos, e a colhamos?
29 Porem elle lhes diflê: Naó, porque colhendo a zizania, naó
aranqueis por ventura também com ella o trigo.
D2 30 Dei-
18 OS. EUANGELHO
30 Deixaeoscrecer ambos juntos, até a fega; e a o tempo dlr"
fega direi a os fegadores: Colhei primeiro a zizania , e atae a em
«JítfífA j: molhos, pera a queimar : n mas o trigo ajuntae 0 ’no meu cellei-
Iz ’* ro. . .
31 Outra parabola lhes propos, dizendo, 0 O Reynodós ceoshc
L»í.i?:íS. femelhantea ograõdamoftarda, que tomando 00 homem, ofemeou
eift feu campo.
34 O qual, em verdade, he 0 menor de todas as fementes: mas 4
crecendo, he 0 mayor de [arfas] asortaliças •, efazfe [tamanha] ar­
vore, que vèm as aves do ceo, e fe aninham em fuas ramas.
5 20'21' Outra parabola lhes difle: f Semelhante he 0 Reyno d’os ceos
aoformento, que tomando o a mulher, o efconde em tres medidas
de farinha, até que tudo efteja levedado.
j Marc 4:. 34 ? Tudo ifto fallou Jeíus por parabolas a as companhas, e fem
33- parabolas lhes naõ filiava.
■Pfl 3í Peraque fe comprifle 0 que foy dito peloPropheta, que diflè:
Ar em parabolas minha boca abrirei j Coufas efcondidas deída funda-
çaõ do mundo produzirei.
36 Jefus entonces, despedidas as companhas, foyfe pera caía. E
chegaraõfe feus difcipulos a elle, dizendo 5 Declaranos a parabola
da zizania do campo..,
37 E refpondendo elle, diífelhes: Oqueíègaeaaboafemente, he
o Filho dehomem.
38 E o campo he o mundo 5 he o boa femente eftes íaõ o< filhos
do Reyno j e a zizania faõ os filhos do malino.
'Wsiij. 3? E o inimigo, quealèmeou, he o Diabo 5 ea/fegaheofim do
14: mundo j e os fegadores faõ os Anjos. •
*5- 40 De maneira que como a zizania he colhida, e queimada *á
f°S0’ a^ ^era ,na C0Id"umacam d’efte * mundo.
ou,/ec«z». 4( j\janjara 0 homem a feus Anjos, e colherão todos os
Matth. 8:. efcandalosde feu Reyno, e a os que iniquidade fazem:
II. 4- E lançalosham ’no forno do fogo: j ali ferá o pranto e o ranger
e22:ij. de dentes.
e2x:$I. 43 » Entonces refplandeceraõ os juftos, comoó foi, em o Reyno
e2$: 30. de feu Pae. Quem tem ouvidos pera ouvir, ouça.
•Dax13:28.
u- 44 * k-em: Semelhante he o Reyno dos ceos a o thefouro eícon-
Cor^c-42 didoem [hm] campo, que achando 0 homem, [ojefcondeo; edo
Ou, oútrógozodelle,xvae,evendetudoquantotém, e compra aquelle campo.
? 4' Item: Semelhante he 0 Reyno dos ceos a o homem tratante,
3.7. que buíca boas pérolas. ♦» Que
SEGUNDO S. MATTHEUS. Cap.XIV.
46 Que achando huá pérola de grande valia, foi, evendeotudo
quanto tinha, e comprou a.
47 Item: Semelhante he o Reyno dos ceos á rede lançada ’no ,.
már, e que de toda forte [ de peixes ] colha
48 Que eftando cheya, pefendsresí a puxaõ ápraya-, e aíTentã-
dofe colhem 0 bom em [feus ] vafos porem o roim lançaô fora.
4? Affiferá’naconfumaçaodosfeculos 5 íairaõ os Anjos, efepara-
,raô a os maos d’entre os juftos: - ”
- 5 o E lançalosham ’no fornó do fogo: j ali fera o choro, e o ranger yVev. 42.
|e dentes.
51 E diífelhes Jefus: Entendeftes todas eftas colifas? differaÕ lhe
elles: Si Senhor.
51 E elle lhes diffe: Portanto todo EfcribadoutoemoReyno dos
ceos, hefemelhante a hum Pae de famílias, que de feu thefouro coufas
novas e velhas produz.
5? zEaconteceo que acabando Jefus eftas parabolas,fe retirou d’ali. xMdre.fá.
54 E vindo á fua Patria, enfinava os em fua Synagoga d’elles > de I4lá.
tal maneira que pasmavam, ediziaó: a. D’onde [Me a efteefta
Sabedoria, e eftas Maravilhas ?
55 h Naó he efte o filho do caipenteiro? Enaõ fechama fua maê
Maria? EfeusirmãosJacobo e Jofes, eSimaôe Judas?
5*> E naõ eftaõ todas fuasirmáas com nofco? D'onde£/Z» vem Jlo-
go a efte tudo ífto ?
57 E efcandalizavaõ fe’nelle. Masjefus lhes diffe: rNaohapro- cMarc6:4*
pheta fern honra, fenaô emfuapatria, eemfuacafa. Luc 4'W
5$ E naõ fez ali muytas maravilhas, por caulà de fua incredulidade
(Pelles.

Capitulo XIV.
I -4 opiniaSde l&erodes a cerca de Chrifio. 3 Relatafi como Jotâ Baptifta foiprefi e
degolado d petição da filha de Herodias 13 O milagre dos cinco paens. j e doas peixes. a Marçf &
22 Vem afeus difiipulos (que3no mar eftavao em perigo) andandofobre as agoas 28 CÀ. J4.
mo também Pedro mandandolho elle 5 porem temendo o vento . fe começa a afundar e 0 9 * 1*
Senhor ojalva. 32 Aquietando 0 Senhor atormenta he conhecido por filho de Deus. *OibP?in~
34 JE tornandofeaterrade Genefareth /ara a muytos enfermos. cePs
temàriOi ou
1 a M aouelle tempo ouvio Herodes, o * Tetrarcha, a fama de0 i^pojj^
^Jefus.
a E diffe a feus criados: Efte heJoamBaptiftaj refucitadohedos ^^X^
mortos, e por iflô obram eftas maravilhas nelle. õ® p«w.
3° OS. EUANGELHO
Mm, tf; 3 <5 Porque Herodes prendera a Joaõ, e o avia liado, e pofto trç
V- prifaõ, por caufa de Herodias, mulher de feu irmaõ Philippe.
Lv.c J.19.
4 Porque Joaõ lhe dizia: c Naõ te he licito tela.
>Lev iS;
16. 5 E querendo q matar, temiafe do povo, d porque o tinhaõ por
iMatth.n Propheta. ►

26' 6'Poremjelebrandofe
<' e 0 dia do nacimento deHerodes, dançou
3 Gen. 4o: a filha de Herodias ’n o meyo;, e agradou a Herodes.
2o. "
7 f Poloque com juramento lhe prometeo dar tudo o que pe-<
Mm. difle:
8 Eella, inftruida primeiro de fuamaê, difle: Dameaqui’nhui^
prato a cabeça de Joaõ Baptiíla.
9 E el Rey fe entrifteceo j mas polo juramento, e polos que
[nn eUe~\ eftavaõ [.átaefa].) mandou que fe \jke} defle.
10 E mandou e degolou a Joaõ na prifaõ.
ti Efoyfua cabeça trazida em hum prato, edada á menina j e
cila a levou a fua maé.
i* E vieram feus Difcipulos, e tomáraÕ o corpo, e enterráraõ
o 5 e foraÕ, e denunciarão o a Jefos.
gMatth. 13 g E ouvindo [0] Jefus, retiroufe d’ali em hum barco á hum
Ii:IS lugar deferto aparte 5 e ouvindo [oj as companhas, ièguiraõoapé
Marc 6:31. Jas cidades;
h 14 h E faindoJefus, viohuá grande companha, i e moveofe âin-
; 9: t^ma compaixaõ d’elles: e curou a os d^elles [av±J enrermos.
36. ’ I5' k E vinda ja a tarde, chegaraõíéa eile feus Difcipulos, di-
kMarc.6: zendo, O lugar he deferto, e o tempo he ja pafiàdp; despede a as
?S- companhas para que fe vaõ pelas aldeas , e comprem para fi de co-
^w-9:ii. mer.
16 Mas Jefus lhes difle: Naõ tem neceflidadedefeiremj daelhes
vos outros de comer.
17 Porem elles lhe diflcraõ: Naõ temos aqui fenaó cinco paens,
e dous peixes.
iS Eelle difle: Trazeim’os aqui.
19 E mandando a as companhas que fe aflèntaflêm fobre a erva,
e tomando os cinco paens, e os dous peixes, e levantando os olhos
Zi Sam 9- a 0 ceo’ Zbenzeo e partindoos paens, deu osaos.Difcipulos,
13. ’ e os Difcipulos a£s companhas:
ao E comeraõ todos, e fartáraõ fe. E levantáraó do que fo-
bejou dos pedaços, doze alcofas cheas;
21 E os que comeraõ, foraõ quafi cinco mil varoens, a fora.as
mulheres e os meninos. ® ®E
r - 11 % E logo Jefus coníhangeo a entrar no barco àfeus Discípulos, w Mate, (>:
• e que foífem diante delleperaa outra banda, entre tanto quedelpe- 45-
dia as companhas. Ua* 6:
zj » E defpedidas as companhas, fubio fó a o mqnte a parte a o- »Man>6í.
rar. E vinda ja a tarde, eftavaalifó.
24 E ja o barco eftava ’no meyo do mar atormentado das ondas: 1°“° 6»
porque o vento era contrario.
2-5 Mas á quarta vela da noite deícendeo Jefus a elles andando íb-
\ e ò mar.
aaí E vendo o os Diícipulos andar íòbre o mar, turbaraó íe, di-
jrendo, phantaíma hé, e clamaraõ de medo.
V Mas Jelus lhes fàllou logo, dizendo, * Tende bom animo,
eu fou, naõ ajaes medo.
18 E refpondeo lhe Pedro, ediffe: Senhor, feestu, manda me
vir a ty fobre as agoas.
19 E elle diílè: Vem. E, decendoPedro do barco, andoufobre
as agoas, pera vir a Jefus.
30 Mas vendo o Vento forte, temeo e começandofe a affundar,
clamou, dizepdo,"Senhor, falvame.
31 E Eftendendo Jefus logo a maõ, pegou d’elle, e diflelhe: *Ou , va»
mem\ de pouca fé, porque * duvidafte? cillafie,ou,
31 E como fobiram no barco, o vento fe aquietou. tMeafie,
33 Entonces vieraô os queeflavaõ no barco, eadoráraÔo, dizen­
do, Verdadeiramente Filho de Deuses.
34 o E paflãndo d:a outra banda, vieraô á terra de Genezareth. °^arc-
35 E como os varoens d’aquelle lugar o conhecerão, mandaraõ
por toda aquella terra a o redor, e trouxeraõ lhe todos os que mal
ie achavaõ.
36 E rogavaô lhe que fomente tpcaflèm a borda de feu veftido j
e todos os que [a J tocavaõ, faravaô.

Capitulo XV.
I Defende Ckrif.o a os Difiipulos da acufatad das 'Pharifèos e Eferibas, per come»
remfem fe lavarem as maSs, reprende fica kypocrijia, c regeita astradiçoens de
homes. 10 Enfina, que £0 efiandolo tomado, fe ndo devefazer cafo, e que he
0 que a 0 homem verdadeiramente contamine. 11 Livra do Demmào a filha de
kl-:a mulher Cananea. 30 Efaratodaenfermidade, gl Q milagre dosfete paens,
e hums poucos de feixes,
'3* 0 S. EUANGELHO
2 Porque teus Difcipuios trafpaflaõ a tradiçaõdos anciaõs? pois Te
naõ lavaõ as maós quando comem pam.
3 Porem relpondendo elle, diflelhes: Porque traípafíaes vos tam-
SExod 2o<bem 0 mandamento de Deus, por voíTa tradiçaõ?
ri * 4 ^Porque Deus mandou, dizendo, Honra a teu pae, e a [fua] maé:
Dent.-y ió. e, «quemmaldiflèr a opae, ouá máe, morrade morte.
■n H n <-> zí « rv o- r» • /"Vinl rmav mia rt ’ z-m-i *4 <'v»<n a rliíTo»»

•0u, 7tó 7 Hypocritas, bem Prophetizou Ifayas de.vos outros, dizendo,


minha of- 8 e Efte povo com fua boca fe achega a my, e com os beiços me
feria a ty te honra: mas feu coraçaó efta longe de my.
ferinas [«]/man-

i° g E chamando a companha a fi, di(Telhes: Ouvieentendei,


ii ^Naõ [he] o que na boca entra, [«] que ahomem contamina:

eijay 29: 12 EntonceschegandolefeusDbcipulosaelle, diíTeraólhe: Sabes


3 i- que os Pharifeos, ouvindo efta palavra, fe efcandalizáraõ ?
Ezc-cè. 33: Masrefpondendo elle, dirfe: «Toda pranta que meu Paecele-
ftial naó prantou, ferá delarraigada.
14 Deixae os, & guias faô cegas de cegos : E fe o cego a o cego
tirivas e gUiar, ambos na cava cairao.
mandamen- i) ‘ E relpondendo Pedro, diffelhe: Declaranos efta parabola?
tos: 16 Porem Jeíus difle: Até vos outros eftaes ainda iem entend
fMarc 7: mento?
f 7- 17 Naõ entendeis ainda, que tudo o que na boca entra-, a ovei
!.Z'L‘ trevae, e na privada fe lança ?
iQ Z* f 1 1 1 1 4 /I 1

g Marc. 7: 18 Mas o que íae da boca , do coraçaó procede eifto ao homem


14. contamina.
hAfi 10: if» Porque do coraçaó procedem maos peníàmentos, mortes,
15 adultérios, fornicaçoens, furtos, falfos teftimunhos, blasfémias.
Ãí.w 14:17 2o Eftas coulas laõ as que a 0 homem contaminaój mas comer
fem lavar as maós, naõ contamina a 0 homem.
Ttt. 1:15
i loaè 15 ;2 21 n E partindofe Jeíus d’ali, foyfe pera as partes de Tyro, *e de
klfaw. Sidon. ■ '
aa E
Ln«.6; 39. IMotc.t.Y]. zsGew.ájy.eS:!!. Pwv.6:I4Ltíw.I7<2- aM<wc.7.'24«
SEGUNDO S. MATTHEUS Cap.XV. «
a» Eeis que huãmulherChananea, que tinhaíàidod’aquellester­
mos, clamoulhe, dizendo: Senhor, FilhodeDavid, temmifcri-
cordia de my ; [ jw] minha filha eftá miferavelmente endemoni-.
nhada. •

nos outros. Jr
l 14 E refpondendo elle , difle: »Eu naó fou enviado fenaõ a as oMatth.
«velhas perdidas da cafa de Ifraêl. lo'6- .
<15 Entonces veyo ella, e adorou o, dizendo, Senhor, ajudame. 1
Porem refpondendo elle, difle: Naõ he razam tomar o paõ dos •
filhos, e lançalo a os cachorrinhos.
*7 E ella difle: Si Senhor: Porem também os cachorrinhos comem
das migalhas que caem da meia de feus Senhores. 1
aS Entonces refpondeojefus, ediflelhe: O mulher, grande \_he ] 1
tua fé, fàçafe te como queres. E íãrou fua filha desd’aquella mef- 1
ma hora.
ap í E partido Jefus d’ali, veyo a o mar de Galilea j e fobindo a
[hum] monte aflèntou fe ali. 31. ’
30 5 E vieram a elle muytas companhas, que tinhaÕ com figo j Ifay. 2$:
mancos, cegos, mudos, aleijados, e outros muytosj e lançaraó 18.
os a os pees de jefus, e curou os. '
31 De tal maneira que as companhas femaravilhavaÕ, vendofàl-
lar a os mudos, faós a os aleijados;, andar a os mancos, e ver a os
cegos ; e glorificavaõ a o Deus de Ifraêl.
3» r E chamando Jefus a fi feus Diícipulos, difle: Tenho intima rMatth.
compaixaõ da companha, porque ja tres dias [ ha que] comigo per- 14:14. j
fevéraõ, e naõ tem que comer: e deixalosirem jejum, naõ quero, 4£jw.8:x,' .
porque naó defmayem no caminho.
33 E feus Diícipulos lhe diflêraõ: Donde viriao J a nos tan- ’
tos paens’no deferto, para tam grande companha fartar?
34 EJefuslhesdiflè: Quantospaenstendes? Eellesdiflêraõ;Sete,
e huns poucos de peixinhos.
E mandou a as companhas que fe aflentaflèm * pelo cham.
36 E tomando os fete paens e os peixes, e/dando graças, par-
tio os, e deu os a feus Diícipulos, e os Difcipulos á companha. j, ' ’
37 E comeraõ todos e fàrtaraõ fe j e levantáraõ d’o que fobejou '
dos pedaços, fete ceílos cheyos.
38 E eraó os que tinhaõ comido, quatro mil varoens*, a fora as
amlljeres e os meninos. 39 E
»
54 OS. EUANGELHO
39 E, defpedidas as companhas, entrou em [Zo?]barco, cveyo a
os termos de Magdala.

. Capitulo XVI.
I Pedem osPharifioseSadduceosaChrifto algumfinal-, maselleosreprende, e lhes dá
0 final definas, q Avifi a jeus Dijcipulos quefe guardem dofermento dosPharifeos.
13 Das diverfasopinioens que 0 povo deUe tinha. 15 Da confifiaõ de Pedro acerca de
fiapeffoa, do que 0 Senhor 0 louva e lhe promete as chaves do Reyno dos ceos. 21 Pro
phetiza fia morte e refireiçaõ , e regeita 0 perverfi con/elho de Pedro. 24
como ovemos de feguir aChrifio e falvar nojfi alma. V] E da vinda díChrijlo
fia gloria. "

aMatth, i a "D chegandofeosPharifeoseosSadduceosaelle, atentando [ o],


12; 38. •*-*pedirãolhe, que lhes moftrafle algum final do Ceo.
r * Mas refpondendo elle, difieihes: ^Quando ja a tarde he vinda,
Viz- 549 dizeis: bom tempo 3 porque o ceo fe envermelhece.
1^6:30. 3 Epellamanhaã: Hoje [averd] tempeftade; porque o ceo fe en-
f>L,uc 12: vermelhecetrifte. Hypocritas,bem fabeis vos fazer differença’na face
54- do ceo; e ’nos finaes dos tempos naõ podeis ?
- Mcrí^.12 4 c A má geraçaõ e adulterina pede final; e final lhe naõ ferá
V dado, fenaõ 0 final de d Jonas 0 Propheta. È deixandoos, foyfe.
? É vindo feus Difcipulos á outrabanda, aviãofeefquecido de to­
mar [comfgo] pam.
e Marc< S: 6 <? E Jefus lhes diífe: Olhaebem, eguardaevosdoformentodos
b Pharifeos e Sadduceos.
Luc. 12: i. 7 E elles arrezoavaõ entre fi, dizendo, [j/o] he, porque [com-
no/co] paõ naó tomamos.
* Gr. fi- 8 * E entendendo [o] Jefus, diflèlhes: Que arrezoaes entre vos
hendo. mefmos, [homens'} de pouca fé, que [com vofco~\ paõ naõ tomaftes?
f Matth.14 9 f Naó entendeis ainda, nem vos lembraes dos cinco paens d’os
17. cinco mil [homense quantas alcofas levantaftes?
Marc.6vfi.
'Luz. 9: IJ. 10 g Nem dos fete paens d’os quatro mil, e quantos ceftoslevan-
Ioao6:v taftes?
5 Wiattb. «i Como naõ entendeis, que naõ polo paõ vosdiflè, que vos
15:34. guardafleis do tormento dos Pharifeos e Sadduceos?
12 Entonces entenderão, que naõ difíera, que fe guardaflem
do formento do paõ, fenaõ dadoârina dos Pharifeos e Sadduceos.
h More. 8: 13 Z> E vindo Jefus a as partes de Cefareade Philippo, perguntou
a feus Difcipulos, dizendo, Quem dizem oshomensque íou cu, o
**■9,1 ‘ Filho do homem?
*♦£
SEGUNDO S. MATTHEUS Cap.XVL 33fy II

14 E elles diíferaõ: AlgunsJoaó Baptifta, e outros Elias, e outros


• Jeremias, ou algum dos Prophetas. i
15 Diífelhes elle: Evos outros, quem dizeis que eu fou? firaai&Éí'
16 ^ErefpondendoSimaõ Pedro, diíTe: TuesoÇhrifto,oFilhodo ' * J
Deus vivente. í
17 E refpondendo Jefus, diffelhe: Bemavênturadoestu, SimaÕ *Qn> filho "
*Bar-Jonas 5 porque carne, e fangue t’ naõ revelou, masie finas.
eu Pae que.[e//J’nos ceos. < iMotth.v. ■
18 z®E também eu te digo, que tu es Pedro, efobre » efta pedra
íhcarei minha Igreja; e 0 as portas do inferno nao prevalecerão
ontra ella. ■ v 1^51:43.
19 f E a ty te darei as chaves do Reyno dosceos; e tudooquelia- nlfay.zZ:
res’na terra, ferá liado’n os ceos; etudo o que defliares na terra, t.6. j
ferá defliado n’os ceos. iCor.y.ii.
ao 7 Entonces mandou a feus Diícipulos, que a ninguém diflèíTem 0lJ^ m. |
que elle era Jefiis 0 Chrifto. pMatth.
W Desd entaõ começou Jefus a moftrarafeus Diícipulos, que lhe 18: is.
importava ir a Jerufalem e padecer muyto dos Anciãos, edosPrin- loai20^2. \
cepes dos Sacerdotes, e dos Efcribas, eíèr morto, e a o terceiro q^tth. \
dia refufcitari , ■
ai E tomando 0 Pedro com figo, começou oareprender, dizen-
do, Senhor, [íew] compaixaó de ty; por nenhum modo te acon-
tecerá ifto. - e 10:33.
a3 Porem virandofe elle, difleaPedro: Arreda te de diante de Lm. 9:32. j
my,Satanás, r[^wjefcandalome es: porquenaõ*comprendesas e 18-31.
couíàs que fio de Deus, fenaõas que fió dos homens. .
M Entonces diífe Jefus a feus diícipulos: /Se alguém quiíèrvirar
pos my, negue fe a fi rncfino, e tome fobre fi fua cruz, e figame. «Ou/àfe. 1
25 * Porque qualquer que quifer falvar fua vida, perdelaha; po- fMatth.
rem qualquer que por amor de my perder íiia vida, achalaha. 10:38.
26 « Porque, que aproveita a o homem, fe grangear todo o mun- Mm.8 34.
do, e perder fua alma? Ou * que dará o homem em recompenfi.deLuc-
fua alma? tMatth.
27 7 Porqueo Filho do homem virá em "a «gloria de íèu Pae com Ia. $0.
feus Anjos; e a entonces renderá a cada hum íegundo *fuas obras, jtfan&ft, j
28 b Em verdade vos digo , J alguns ha dos que aqui eftaõ, Luc. 9-24.
que nao goíiaraó a morte, ate que naóveiaõvirão Filhodohomem **7‘‘33‘^
em feu Reyno.
E 2 Ca-*1"235*
stPJâI.49‘9. Marc.&tf. ^Math. 24: jo,e2^:jT,e26:^4. zlUatth>2^: 31. alob^ll^
ÍJal.(a.:13.Romi2',&t *Q\hfe»feito, b More, %l,Lst.9', 27.
9
0 S. EUANGELHO

C APITU LO XVII. . •

I Transfigmfi ChriUo em hum monte diante defeusDifiipulos, aonde desdo ceoforfilho


de Deus he declarado. $ Enfina que Joao he o Elias que avia de vir. 14 Sara hualua*
do a quem os Dificifulos naSpodiaofiarar. 20 Relata a virtude dá fé e da oracao.
22 Revela fia morte e refireicao. 24 E for fi e por Pedro 0 tributo paga.

$ Marc 9:2 ■’E a defpois de íeis dias tomou Jefus com figo a Pedro eajacobo,
Luc 9:28. ^e a Joaõ feu irmão, e levou os a hum monte alto a parte. J
2,fWi:27. 2 E transfiguroufe diante d’elles e refplandeceo feu rofto comi
0 foi, e feus veftidos fe tornavaô brancos como a luz. ’
? E eis que lhes apareceraó Moyles e Elias fallando com elle.
4 E refpondendo Pedro, difieajefus: Senhor, bom he eftarmos
nos aqui ■> fe queres, façamos aqui tres cabanas, paratyhuâ, epa­
ra Moyfes huá, e huã para Elias.
< Fitando elle ainda fallando. eis one huã nuvem resnlandecentC

Marc.mi. 6 E ouvindo os Difcipulos [j/s], cahiraõ fobre feus roílos, ete-


<■9:7. meraó em grande maneira.
£«03:22. 7. E chegando fe Jefusaelles, tocouos, ediflè: Levantaevos, c
nao temaes.
8 E levantando elles os feus olhos a ninguém viraõ, fenaô fó a
Jefus.
:Dcnt. iS: 9 a E como decenderaó do monte, mandoulhes Jefus, dizendo,
19. A ninguém digaes a vifaõ, até que o Filho d’o homem dos mortos

10 e E preguntaraõ lhe feus Difcipulos, dizendo, Porque di-


eMm 9 • zem ^°S° os El'ci"ibas, que he neceflario que f Elias venha primei*
u’ ‘ ' ro? " . . / .
fMalt-.s 11 E refpondendoJefus, diífelhes: Em verdade Elias vira primei-
Mattk.iy. ro, e reftaurará todas as couíàs.
14 12 Mas digo vos que ja veyo Elias, e naõ o conhecerão 5 antes fizé-
Man 9:11. ra' (j’ejje tuc[0 0 qUC quiferaó. Affi padecerá tambémdelleso Filho
do homem.
>3 Entonces entenderão os Diícipulos, que acerca} dejoam
i$ Senhor tem mifericordia de meu filho, que he aluado, e pa­
dece muyto mal: porque muytas vezes cae ’no fogo, e muytasve- /
zes ’na agoa.
16 E trouxe o a teus Difcipulos, e naõ o puderam curar.
17 E refpondendoJefus, difle: O geraçaõ incrédula, eperverfa!
ate quando com vofco hei de ainda eftar? Ate quando vos hei ainda de
fofrer? Trazeim’o aqui.
■x 18 E reprendeo o Jefus, e fahio 0 Demonio delle, efarouome- *

Vino defd’aquella hora.


i19 & Chegandofe entonces os Difcipulos a Jefusaparte, difleraó:
rorque 0 naõ pudemos nos lançar fora?
20 E Jeíus lhes difle: Por voflá incredulidade : i porque em ver- iMatth 11:
dade vos digo, que fetivefleis fé como hum gram de moftar- _
da, aefte monte direis: Paflãte d’aqui pera acolá, e paflàrfehia; 17:6'
e nada impoflivel vos feria. >• .
16:11,
21 k Mas efte genero naõ fae, fenaõ por oraçaõ e jejum. elo: 18.
21 E andando elles em Galilea, diflelhes Jefus: O Filho do ho-
/
mem ferá entregue em mãos dfos homens. «9:31.
13 E mataloham e a o terceiro dia refufcitará. E elles fe entri- e Io;33-
ftecéraõ em grande maneira. Luc.9: í‘í'
24 E como entraram em Capernaum , viéráõ a Pedro os que co-
bravaó as didragmas, ediflèraõ:Naõpagavoflòmeftreasdidragmas?, ,
27 Difíèelle: /Si. Eentrando em cafa, Jefusfe lheanticipou, di-1 ■22:
zendo, Que te parece, Simaó? De quem cobraõ os Reys da terra .13:7,
os tributos, ouocenfo? De feus filhos, ou dos alheyos ?
lóPedro lhe diflè:Dos alheyos.DiflelheJefus:Logo livres faó os filhos?
27 Mas porque os naõ efcandalizemos , vae a o mar, e lança 0 * huãmoe-
enzol, e 0 primeiro peix e que fubir, toma [ 0 ], e abrindolhe a boca, da, q«e va.
acharás hum * eftatero 5 toma 0, e dalho por my e por ty. bajè», oa
/^i '\7"T 7TTT
Capitulo XVIIL.y z
1 Enfina Clorifto com o exemplo de hum çpenino quem o mdjórfijanoReynodosceos*
6 J)e que ca^igojdò dignos os que a algum ejcandali^aõ, 8 O muyto que nos devemos
guardar de nao ef^andalizar a os pequenos _> dos quaes até os mefinos Ânjos cuidado tem$
II .E Chrijlo veyoa os [alvar 9 como a[[i o declara pela paratola de ovelha perdida,
V$De como nos avemos de aver na correição fratema3equalfejanefta matéria a obriga*
fao e autoridade da Igreja* I9 j$uam efficazJeja a oraçao dos fieis em comum. 21 ®ite
Jempre e§emps prefres pera perdoar ; oquejè declaracom aparabola de hm Rey > que
contas com feusfervosfez,. - •
* * ^a^e^amefi>»horafed>^íraôos DifcipulosaJefus, dizen-4 ^ri‘9,
, do, Quemhe hora o mayor em o reyno dos ceos? Luc 9:46.
z, E 3 2 E «22:24.
38 OS.EUANGELHO
iMatth i E chamando Jefus ale hum menino, polo ’no tneyod’e!les,
I?:I4<
X Cor. 14: 3 E difle: Em verdade vos digo , que »fe vos naó tornardes, e fi­
Xo. zerdes como meninos, em maneira nenhuá entrareis ’noReynodos
ceos.
_k

d Mate» 9: 4 c Afli que qualquer que Te abaixar como efte menino, efte he o
v 37- mayor em o Reyno dos ceos.
loao 13:20.’ 5 à E qualquer que a hum tal menino receber em meu nome, a
eJfefcrr. 9; ’ my me recebe. X
42. 6 e Mas qualquer
...que eícandalizar a hum d’eftes pequenos que edr
Zja-. 17:2. mycrem, melhor lhe fora que huá * mó de ata:tona a o peíco®
* Ou Ama fe lhe pendurara, e ’no profundo do mar fe anegâra.
afcsrici. , q do mundo por caufa dos efcandalos: f porque neceííario
fiCor 11: qUe ver/na5 efcandalos: g Mas ay d’aquelle homem por quem o
rMíttb. efi^dalo vem.
* 2^.44' 8 Portanto fe tua maõ, ou teu pé, te eícandalizar, corta os, c
^.2:23. lança. ] de ty: Melhor te he entrar manco, ou aleijado na vida,
e 4: do que tendo duas maõs, ou dous pees, fer lançado ’nofogo e-
tsDent. 13 'terno.
6 , . 9 E fe teu olho te eícandalizar, arranca 0, e lança 0 de ty. Me-
> ,^’lhor te he entrar com hum olho na vida, do que, tendo dous olhos,
Zí^9:43 . ^er lanÇado ’no fogo do inferno.
tPfciwS- 10 Olhae naó desprezeis a algum deites pequenos; porque eu vos
kLuc. 19: digo, i que fempre fcus Anjos ’n os ceos veem a face de meu Pae
10. que [efáj ’n os ceos.
ILm. i5-3- 11 k Porque vindo he 0 Filho do homem a falvar o que fe tinha
wLtv.ip: perdido.
írôv 1T’ 1 QPe vos Parece- Se algum homem tivefle cem ovelhas, e
Io ' huá d’ellasfedesgarrafle, naó iria pelos montes, deixandoasnoven-
Z.w. 17:3. ta e nove, em bufca d’a desgarrada?
I<?r$:<9> 13 E fe aconteceflèachala, em verdade vos digo, quemaisfegozá
tNw 35: d’aquella, que das noventae nove que desgarrado fenaótinhaó.
3°" . M Afii naó he a vontade de voflo Pae que [efiá] ’n os ceos, que
Deut'^‘ hum deftes pequenos fe perca.
W8: J7- m Porem fe teu irmaó pecar contra ty, vae, e reprende o en-
aCcAj3:i.tretyeellefÓ5 fe te ouvir, a teu irmaó ganhaíte.
Porem fe {/e] naó ouvir, toma ainaa comtigo hum ou dous,
2S. »pera que em boca de duas, outres teftimunhas, confifiatodapa-
* 2.7W-3:lavra. \
♦n4 ferf- 17 & fe ouvidos lhes naó der, 0 dize o a * Congregaçaõ 3 e fe
j* » X
bÉGUNDO S. MATTHEUS. Cap.XVIIT.
tàmbem á Congregaçaõ ouvidos naõ der, p * temo por hum Gentio í iCw.ç».
• e Publicano. -21%^ 3;
18 í Em verdade vos digo, que tudoo que liardes ’naterra, ferá #(í4 r.
liado ’no ceo ; e tudo o que defliardes ’n a terra, ferá defliado ’n o
CC0‘ i ^13 qMatth.
19 E, digo vos, que fedous de vos outros fe concordarem na ter- 16:19.
ra, fobre qualquer coufa que pedirem, lhes ferá feito por meu Pae 1^020:23
:wue [e$a] ’nos ceos.
V20 r Porque a onde dous ou tres eftiverem congregados em meu r ^MC' W
ame, ali eftou eu’n o meyo d’elles.
*21 Entonces Pedrochegandofe a elle, diífe: Senhor, até quan­
tas vezes pecará meu irmaõ contra my, e eu lhe perdoarei?/Até-/
fete?
22 Jefus lhe diflê: NaÓ te digo eu até fete, mas r até fetenta ve- tMatth. 6:
zesfete. 14.
23 Polo que o Reyno dos ceos fe compara a hum certo Rey, que Man'I1:
. quis fazer contas com feus fervos.
24 E começando a fazer contas, foylhe aprelentado hum, que lhe °. **
devia dez mil talentos.
25 u E naõ tendo elle com que pagar, mandou o feu Senhorven-
der[«efc], e afuamulher, e filhos, com tudo quanto tinha, e
que [a divida} fe pagafiê.
26 Entonces aquelle fervo, poftrandofe, adorava o, dizendo,
Senhor, fé longanimopera comigo, e tudo te pagarei.
27 E movido 0 Senhor d’aquelle fervo a intima compaixaõ, foltou
0, e quitou lhe a divida.
28 Saído porem aquelle fervo, achou hum defeusconfervos, que
lhe devia cem dinheiros; e lançando maôdelle, affogava [o] , di­
zendo, Paga me o que [me} deves.
29 Entonces feu confervo, pollrandofe a feus pees, rogavalhe,
dizendo, fé longanimo pera comigo, e tudo te pagarei.
30 Mas elle naõ quis; fenaó foy, e lançou o na priíaõ, até que
pagafiê a divida.
31 Vendo pois feus confervos o que paflàva, entriftecéraõfemuy- íl
to; e vindo, declaráraõ a feu Senhor tudo o que paflara. J

32 Entonces chamando o feu Senhor a fi, diflêlhe: Servo mal­ I


d
vado; toda aquella divida te quitei, porquanto me rogafte:
33 Naõ te convinha aty também termifericordiadeteu confervo,
comoeu também tive mifericordia de ty ?

-Z uE
I
4
4o O S. EUANGELJIO
34 E indignado feu Senhor, entregou o a os atormentadores,
M ... .. até que pagafle tudo o que lhe devia.
14. 'S'' «Affi vos fará também meu Pae celeftial, fe| de coraçaÓ naó
Mwe.11: perdoardes cadathum a feu irmàõ fuas offenfas.
16.
Ttw.il* Capitulo XIX.
I Sara Chrifo a wuytos doentes. $Refiponde aperguntaãacartadedejqnite. ^Enfina
quenao he licito aos cofiados dejquitarfie j fialvofor caufiadeforntcaçaÕ. 11 E que A
todos 0 dom de continência fienaodd 13 Manda vir afiy os meninos > e os abendiçtf
16 Rs/ponde a pergunta de hum mancebo de que bem avia de fazerfera alcançar a
eterna. 23 De quam difficilmente entrara 0 rico no Reyno dos ceos. V] E que galardK
receberai os que 0fieu ? for amor de Chrtflo > deixarem.

^Mwí.io;1 T?aaconteceoque, acabando Jefus eftaspalavras, pafloufedeGa-


1. ■^lilea, e veyo a os termosde Judea, dalemd’oJordão,
a E feguiraó o muytas companhas, e curou os ali.
3 b Entonces chegaraõ fe a elle os Pharifeos, atentando o, e di-
zendolhe: He licito a o homen defpedir, por qualquer caufa, afua
mulher?
tGmvxj. 4 Porem refpondendo elle, diflelhes: Naó tendes lido, que'o
èGen.zzAt. que [»] fez a o principio, macho e femea os fez?
5:31. y d E diífe: Portanto deixará o homem pae emaé, e achegarfeha
elCw.ó: a fua * mulher,
- " - os dous emhuã
e e feraó ■ - carne.
16. 6 Affi que naó faõ mais dous, fenaó huã carne: /Por tanto o que
fl Cor. T.
lo. Deus ajuntou, naó [o] aparte o homem.
g Deut. 24« 7 Difleramlhe elles: g Porque mandou logo Moyfes dar \jhe~\ carta
de defquite, e deixala?
lerem. 3:1. 8 DiíTe lhes efle: pola dureza de voffios coraçoens vos permitio
Moyfes deixar a voíTas mulheres: Mas a o principio naó foy affi.
h Matth. 9 h Porem eu vos digo, que qualquer que deixar a íúa mulher,
__ _ por
falvo _ _____ _____
cauíà de ___________
fornicaçaól, e com_ outra
______fe caíâr, adultera: eo
Lwió-iS que comadeixadafecaíâr, \tambem\ adultera.
- ... _ . , . >

I Cot .7:10 10 Diflèram lhe feus Difcipulos: Se affi he o negocio do homem


com a mulher, naó convém caíàr fe.
í 1 Cor. T- 11 Porem elle lhes difle: i Nam todos comprendem efta palavra,
7.17. fenaó aquelles aquem he dado.
ii Porque ha caftrados que dó ventre d’a maé affi naceraó, e ha
caftrados que pelos homens caftrados foraó, e ha caftrados que a fi
mefinos por cauíà do Reyno dos ceos fecaftraraó. Quem com-
prenderpode, comprenda [<?].
13
'to

SEGUNDO S. MATTHEUS. Cap.XlX. 4i


13 i Entonces lhe trouxeram [á/gmj meninos, peraque pufeflè,
‘ as maós fobre elles, e oraflej e os Difcipulos os reprendiaõ. *
14. Mas Jefus diffe: Deixae os meninos, e naóos impidaes devir Xw»i8nç;
a my j l porque dos taes he o Reyno d’os ceos.
M Eavendopoftofobre elles as maós, partiofe d’ali.
xá m Eeisquechegandofeaellehum, diflèlhe: Meftrebom,
bem farei pera haveria vida eterna? *® xcw-w
to 17 E elle lhe diflè: Porque me chamas bom? Ninguém habom, 20.
Wnam hum, \_convema fabet\ Deus. Porem fe queres entrar’navida, iPe.Z.2:2,
«jarda os mandamentos.
18 Diflèlhe elle? Quaes? E Jefus diflè: [e/ei], »Naó matarás, wMwí.ioj
naó adulterarás, naófurtarás, naó darás falfo teftimunho. + J7-
19 Honra a teu pae, e a[mw] maé: E «Amarás a teu proximo
como a ty mefmo. 12. '
10 Diflelhe o mancebo: Tudo iftoguardei defde minhamocidadej.pe^;i~,
que me falta ainda ? .- Rom. 13:9.
11 Diflelhe Jefus: Se queres fer perfeito,p vae,vendeo quetens, oLev.19:
5edáoaospobres,eteráshumthefouro’noceojevem,[e Jlegueme. x7-
22 E ouvindo o mancebo ella palavra, foyíè trifte j qorquetinha
* muytas poflefloens. M^c.12:
23 E diflè Jefus a feus Difcipulos: Em verdade vos digo, que 31.
r dificilmente entrara o rico’no Reyno dos ceos. Gal. 5:14.
M E outra vez vos digo, que mais fácil he paflàr hum camelo pelo a; 8.
olho de huá agulha,. do que entrar o rico ’no Reyno de Deus. í li:
ay O que ouvindo feus Difcipulos, efpantaraó fe muyto, dizen-
do, Quem fe pode logo falvar? íiMii
aí E olhando jefus [pera elle/} diflelhes: Acerca dos homens, im- 19.
poflivel he ifto 5 /mas acerca de Deus, tudo he poflivel. ilWti?.
27 t Entonces, refpondendo Pedro, diflelhe: Ves aqui tudo dei- *Ou;wy-
xamps e te feguimos 5 que * averemos logo ? fazenda'.
28 E Jefus lhes diflè: Em verdade vos digo, que vos que me fe- r iI:
guiftes na regeneraçaô , quando o Filho do homem fe aflèntar em Io.
o throno de fuagloria, # também vos outros vos aflèntareis fobre doze 23.'
thronos, * pera julgar a as doze tribus de Ilrael. • Luc 18:24.
29 » E qualquer que ouver deixado cafas, ou irmaõs, ouirmaãs,/^42:2*
ou pae, ou mãe, oumulher, oufilhos, ou terras por amor de meu 3a x7»
nome, y cem vezes tanto receberá," eavidaeterna herdará. vt?
s Porem.muytos primeirosferaó derradeiros 3 e [nsay^l derra-
deiros, primeiros. F CA-tMattb.*
10 2,8 *18:28.* Ou, «ofJãcederá.uLuc. 12:^0. *Oa,jsf^side.xOetó.
31. £«.13:30.
| - ... A.íltttíá tíMj ■$ iile jíá-í? 4fA9tfta<n,v.

to
41 O S. EUANGELHO
Capitulo XX.
I Rela parabola dos trabalhadores alugados 3 d vinha a trabalhar enviados 3 e no
Jalariç igualados ? çnfina Chrifio como na outravidahadefalariar aos que nefta o
fervirao. V? Prophetiza ainda fua paixao ? morte > e refurreifdo. 2o Re[ponde
d petição da mae dos [ilhós de Zebedeo< 24 Amoefia afeus Difcipulos quefi guar­
dem da ambiçaí e do Dpm^nio mundano. 29 E dá vijla a dous cegos perto da cidade
de Jericho. 1
1 P orque femelhante he o Reyno dos ceos a hum homem pae àt
* fàmilias, que fahio de madrugada a alugar trabalhadores pelt
fua vinha.
a E concertandofe com os trabalhadores por hum dinheiro a o dia,
mandou os á fua vinha.
• Ou,«»íí 3 E faindo perto da hora terceira, vio outros queeítavaona pra*
cdatarde. ça ouciofoS>
Proce e diflelhe-: Ide vos outros também a vinha, e darvos.hei o que
fidade de forJ^o .E forao.
hor^s do 5 Samdo outra vez perto da hora lexta e nona, tez o meímo.
differente 6 E faindo perto da hora * undécima, achou outros que eftavaõ
cojiume de oucioíbs, ediflelhes: Porque eftaes aqui todo o dia ouciofos?
as contar 7 j)ifleraó lhe elles: Porque ninguém nos alugou. Difle lhes
ent™ tios e ejje; vos outros também à vinha, e recebereis o que for jufto.
°Porlueei>S' 8 E vinda ja'atarde, difle o Senhor da vinha a feu Mordomo:
qumdo vos Chama a os trabalhadores, e pagalhes o jornal, começando dos
pela ma»- derradeiros até os primeiros.
had conta- p E vindo os de perto da hora undécima, receberão cada hum*
mos asjhs, ^um dinheiro.
contavao^ Io e vindo os primeiros, cuidaraõ que aviaõ de receber mais 5 c
1/e “uando e^es recebéraó cadahum hum dinheiro.
wsaome«o 11 E tomando [o] murmuravaó contra 0 pae de famílias.
dia conta- 12 Dizendo, Eítes derradeiros trabalharaõ [mais que j huâ
mosasdoze, hora, e igualafte os com nofco, que levamos a carga e a calma do /

co7itavao (jja.
ellesasfeis-, poremreípondendo elle, difle a húm delles: Amigo, naõte
íew &Ç° agravo 5 naõte concertafte tu comigo por hum dinheiro ?
«X S' *4 Tomao teu, e vaete j Euquero dar a efte derradeiro [tairto]
confeguinte.£Gfà& %^y*
aRom.9;2i. iy a Ou naõ me he a my licito fazer do meu o que quiíer? Ouhe
teu olho mao, porque eu fou bom?
..... SEGUNDO S. MA.TTHEUS. Cap.XX. 43
t Afli feraô os derradeiros primeiros5 c os primeiros derradei- iMattb'.
ros: «porque muytos faó chamados, porem poucos efcolhidosg; rc}»
17 rfE fobindo Jefus a Jerulãlem, tomou com figo a os dozeOifi- r‘‘Io:
cipulos aparte’no caminho, e diflelhes: . ' Luc.1y.10.
18 Vedes'aqui fobimos a Jerufalem, e 0 Filhodo homem feráen- cMact.iAt
tregue a os Princepès dos SaceBotes, e a os Efcribas, e a morte o 41.
condenaráó. dMarc. 10:
. 19 e E a as gentes o entregaraõ, peraque delle eícarneçaó, eo
\coutem, e crucifiquem: e a 0 terceiro dia refufcitará. 24-7 *
J20 f Entonces fe chegou a elle a maé dos filhos do Zebedeo, com
feus filhos, adorando p], e pedindolhe alguá coufa. 27:2.'
21 E elle lhe difle : Que queres? .Diflelhe ella: Dize que eftes Luc.íy.i.
meus dous filhos fie aíTentem, hum á tua [mrí] direita, e outro á 18:28.
tua ezquerda em teu Reyno. I1'.
- 22 Porem refpondendo Jefus, difle: gNaõ íãbeis o que pedis $ *3,
podeis vos beber o copo que eu hei de beber 5 e fer bautizados h cõ' ‘
o bautifmo com que eu fou bautizado ? Difleraó lhe elles: Pode- ^Rom.s-
mos. 26.
23 E diflelhes elle: Em verdade que meu copo bebereis, e com hLuc. 12:
o bautifmo com que eu fou bautizado, fereisbautizados 5 masaflèn- 5°’
tarfe á minha [nas] direita, e a minha ezquerda, naõhemeudalo, .
fenaô a os que / de meu pae eftá aparelhado.
24 E como os dezouviraõ [ç/fo,] indignárao fe contra os dous ir- ' ’
maós.
25 Entonces, chamando os Jefiis a fi, difle: kBem fabeis que os *
Princepes das gentes íe enfenhofeaõ fobre ellas, e os Grandes uíaõ fo- 41 •
bre ellas de poteftade. *
26 l Mas entre vos outros naó ferá afli 5 mas qualquer que entre £
vos outros fe quifer fazergrande, feja voflo miniftro. wMarc.p;
27 m E qualquer que entre vos outros quifer fer 0 primeiro , feja .
voflò fervo. ‘ B£,X*2x:
28 n Como o Filho do homem naó veyo a fer fervido, fenaõafer- 27.
vir, e a dar ° fua vida [w] refgate por muytos. Icaõiy.14.
29 í E íaindo elles de Jericho, feguio o grande companha. 2:7-
3° E eis que dous cegos aflèntados junto a o caminho, ouvindo o I; 7-
queJefus paliava, clamaraó, dizendo, Senhor, filho de David, tem*?
mifericordia de nos. /jfcw.io:
E a companha os reprendia, para que fe calaflem 5 mas elles 44/ *
clamavaótantomais, dizendo, Senhor, filho de David, tem mife-Zw.jS.qy»
ricoidia de nos. F 2 32 E
de

t
4* 0 1EUANGELHO
E parando Jeíus, chamou os , e difle f Que quereis que vos
faça?\
33 Difleraõlheelles: Senhor, que noflòs olhos fejaô abertos,
34 E movendofe Jeíus a intima compaixaõ d’elles, tocoulhes os
olhos5 e logo feus olhos viram, eíe^uiraõo.

Capitulo XXL
I Entra Ckrijloem Jerufalem affentado [obre bua burra* IX Lança fora do Templo tá
os que nelle vendiatí e compravaS. 14 Efora ali a cegos e a coixos. I $ Defende o djt
mar dos meninos contra a inveja dos Princepes dos Sacerdotes. 19 Amaldiçoa hua
guelra > que logoJefeca. 21 Moftraaforçadafé. 23 Rejponde dpergunta dos Pni9
cepes dos Sacerdotes > edos Anciãos do povo de com que authoridadeifiofazia, fa-
zendolhcs outra pergunta acerca dfbautijmo dejoao. 28 Convence de iua desobe­
diência com huãpavabola de dous filhos, 33 E ameaça os de jua total deffruiçao
com a parabola dofenhor de hua vinha, cujos fervos e filho os lavradores maltra^
taraõ e matarao.

P* como chegáraó de Jerufalem, evieraõaBethphage,


i- a o monte aas oliveiras j entonces mandou Jefus dous Difci-
pulos j dizendolhes,
a Ide á aldea que defronte de vos e logo achareis huã bur­
ra liada, e hum poldro com ellaj defliaea, etrazeim’os.
3 Efe alguém vosdifler alguãcouíâ, direis: Que o Senhor os ha
mifter, e logo os enviará.
4 Ora tudo ifto aconteceo, paraque íè cumprifle o que foy dito pelo
, r - Propheta, que difle:
& 1^.62: 5 £ Dizei á filhade Siaó: VesaquiteuReytevemmanfo, eaflèn-
ZmI 9:9. tado fobre huãburra, e hum poldro, filho de [ burra de ] jugo.
Ioaíiz;!^. 6 E indo os Difcipulos, e fazendo como o Jeíus lhes mandara,
ciRey. 9: 7 Trouxeraó a burra e o poldro, «e puíeraõ lobre elles feus ve-
13; ftidos, e d aflentaraó o fobre elles.
4ÍIW12: ’s E armais d’a companha eftendiaõ pelo caminho feus veftidos, c
14.
pp, outros cortavaõ ramos das arvores, e efpalhavaó os pelo caminho.
**/•.* 9 E as companhas que hiaó diante, e as quefeguiam, clamavaõ,
2^, 2Ó»
dizendo, Hofanna a o filho de David $ e bendito o que vem em o
nome do Senhor, Hofanna em as alturas.
fDeut.14» 10 E entrando elle em Jerufalem^ todaacidadefealvoroçou, di-
zendo, Quem he efte?
Mwr.i . 11 E as companhas diziaõ: Eítehe Jefus, o Propheta de Naza»
Lw. Í/.45-ret-h de Galilea.
24- w / E entrouJefus’no Tcmplo.de Deus, e lançoufora atofosos
SEGUNDO S. MATTHEUS. Cap.XXI.
quevendiaõecompravaõ’noTemplo, etraftomouasmeíàsdnscam-
* biadores, e as cadeiras dos que vendiaõ pombas.
- ________ _______ :á: £ Minhacafa,cafadeoraçaóferácha-
í? Ediflèlhes: Efcritoeftá: £ Minha caía, ca
'**
mada \ mas vos outros a tendes feito cova de falteadores. jfay. $4;7.
14 E vieraõ a elle cegos è cojxosa o Templo, ecurouos. ler 7:n.
15 b VendoentamosPrincepesdosSacerdoteseosEfcribasasmara- Luc.19^6.
pilhas que fazia, e os meninos clamando’no Templo, e dizendo, Ho» bMtniit
ina a o filho ae David, indignáraõ fe. 17’

t fo E diíTeraõlhe: Ouves 0 que eftes dizem? EJefuslhesdiflè, Si:


unca 1 eftes: i Dabocados meninos, e dos que mamaô
reiçoafte o louvor?
aper- iPJ&tll.

17 E deixando os íàhioíe fora da cidade pera Bethania, e paflou


alia noite.
18 k E pela manhaã, tornando pera a cidade, teve fome.
19 E vendo huá figueira perto do caminho, veyo a ella, enaõ
achou nella fenaõ folhas fomente. Ediflelhe: Nunca de tymaisna-
ça fruito pera fempre. E logo a figueira fe fecou.
ao E vendo os Diícipulos maravilharaófe, dizendo, Co­
mo fe fecou logo a figueira?
ai PoremreípondendoJefus,diflelhes:Emverdadevosdigo,7[7«e] lMutt.iix
fe fé tivéreis, e naó duvidareis, naófó.iftoáfigueira faríeis, masfe zo.
atéaeftemontediffereis: Alçate, e lançatenomarj fàrlehia. Lm. 17:6.
zz m E tudo o que na oracaõ pedirdes, crendo, [<?] recebereis.71
z? » E como veyo a o Templo, chegaraôa elle, cftando ja enfi- TT.
liando, osPrincepesdos Sacerdotes, e os Anciaósdòpovo, dizendo,
0 Comque autoridade fazes iíto ? E quem te deu efta autoridade? Luc. 11:9.
Z4 Erefpondendojefos, diíTelhes : Também eu vos preguntarei Iaj. 14:13.
huá palavra5 a qual íe m’a diflèrdes, também eu vos direi com que «I^M-
autoridade ifto foço.
z? O Bautifmo de Joaó donde era? Do ceo, ou dos homens? E
periíàvaõ em fi mefinos, dizendo, Se djfiermos do ceo, dirnosha: 27. '
Porque pois o naô creftes ? Xm.zo:I.
16 Efe diflèrmos, dos homens, tememos a companha: f Porque oExeã.z’,
todos tem a Joaó por Propheta.
zy E refpondendo a Jefus, diflèraõ: Naó íàbemos. E elle lhes
Afife: Nemeutampoucovos*direicomqueantoridadeiftofàço.
zS Mas que vos parece ? Hum homem tinha dous filho®. 5 eche- ç '
gandofe a o primeiro, diflè: Filho, vae hoje a trabalhar á minha jMàrcj6â»i
vinha.
F 3 *9 Po-
4S OS. EVANGELHO f

29 Porem refpondendo elle, diffe: NaÕ quero; edespois, arre­


pendido, foy.
30 E chegando fe a 0 fegundo, diíTe'/£«] damefmamaneira: E
tâzech.w refpOndendO e]jeí diffe: i Eu, lenhor [w,] e naô foy.
81 Qyal dos dous fez a vontade de_pae ? dizemlhe elles; O pri-
rPf. So:'9. meiro. Diz lhes Jeíús: Em verdadevos digo, que os publicanos e
ifay. 5:1. asfolteiras fe vos vaô diante a o Reyno de Deus. o .
r«rt»z2:2i. 32 r Porque veyo avos outros Joaõ, por via dejuftiça, e naõ o.
«12:10. creftes; mas os publicanos, e as folteiras o creraó : Porem vofoiw
Mw«.i2.:i. tros? vend0 [/fio], nem despoisvosarrependeftespera o crer. v
Luc 20:?, Ouvi outra parabola./"Houve hum homem pae de familias, 9
*Ou,«w« qual Prantou húa vinha, e cercou a com valado, e * fundou nella
hum lagar, e edificou húa torre, e arrendou a ahunslavradores, e
t2Chr.24:partiofe pera fora [£aterra\.
21. 34 E chegandofe o tempo dos fruitos, mandoufeus fervosaosla-
« Pjal. 2:8. vradores, pera receberem feus fruitos.
Hebr. i-,2. E os lavradores tomando a feus fervos, a hum feríraó, eaou-
xGw.37: tr0 matáraõ, e a outro * apedrejáraó. »

** V •

Pfil. 2:1. 36 Outra vez mandou â outros fervos mais que os primeiros, e
A Z*4 *■ <■ /x 1 «■ <♦■<<•-Z*k rx J

Matt.26'.$. fizeraõ lhes o mesmo.


e 27:1. 37 E por derradeiro lhes mandou a feu filho, dizendo, teraõre-
Iom n.53. fpeito a meu filho.
yPfal.113: 38----- Mas os lavradores vendo a 0 filho, diíferaô entrefi: u Efte he
22. o herdeiro, x vinde, matemolo, efiquemos nos com íua herdança.
^.8:14. 39 E tomando,c lançáraõ ] fora da vinha,' e matárao
e28:I6.
Marc, 12: 40 Pois, quando vier o Senhor da vinha, que fará a aqueUes la­
lo. vradores ?
Luc. 10:17. 41 Dizem lhe elles: A os maos má morte dará, e a vinha a ou-
^ff.4:11. tros lavradores arrendará, que os fruitos a feus tempos lhe dem.
1 42 Diz ^
41 ies Tefus: Nunca leftes nas Efcrituras: y A pedra que
lhes
— _
z£w.3i:os edificadores regeitáraó•- * , efta -
- foy feita por cabeça - * n
da efquina?
Matt3-12. P^Pelo0 Senhor foy feito ifto, e he maravilhoíb em noífos
nofiòs olhos.
aifay y^. 43 43 Portanto vos digo, » que o Reyno de Deus fe vos tirará a vos
blfay S:i$. outros, * e fe dará a gente que feus finitos renda.
Z«cAi2:3. 44 ^E quem cair fobre efta pedra, ferá quebrantado; «eíòbrequem
I.®c.2o:iS. ella cairesmiuçaloha.
/Lw i:^4 45 E ouvindo os Princepes dos Sacerdotes, e os Pharifeos eftas
w.10. £uas p-y-afioks, entenderão que delles fàllava.
£«« 7:16. E procurando prendelo, temcraõ ás companhas $ porquanto o
Íwí7:4o. tinhaõ e por Propheta. £a*
SEGUNDO S. MATTHEUS Cap.XXII. I

ir
'■á

.•4'
Capitulo XXII.
j A parabola das bodas a que os primeiros convidados vir recujao. 8 Polo que outros
a ellas emfeu lugar convidarfe manda. II Entre os quaes vindo humfiem veftido de bo­
dos o lançai)ford. 1$ Rejponde Chriffo apergunta dos Pharifeos, e Herodianos 3fe era
•1

licito dar tributo a Cejar. 23 E rejpondendo a pergunta dos Sadduceos > acerca
da mulher que fete maridos tivera 3 lhes prova e confirma arejurreiçaõ aos mortos.
35 Declara qual [eja mayor mandamento daLey. 41 E queo Mejfias he^ naS
'■jk/omente filho de David, porem também Jeu fenhor.

up refpondendo Jefus, tornoulhes a fallar por parabolas, di-


■^zendo,
2- «■ Semelhante he 0 Reyno dos ceos a hum certo Rey, que fez almc.ik
bodas a leu filho. I6-
3 E mandou a feus fervos, quechamaflemaosconvidadosaasbo-yí^,l9’7*
das, e naó quiferaô vir.
4 Outra vez [pois ] mandou outros fervos, dizendo, Dizei a os
convidados: Vedes aqui meu jantar tenho aparelhado, meus bois
e cevados ja [efiam] mortos, è tudo [efid] ja preparado, vinde aas
hodas.
5 Porem elles naó fazendo cafo, foraõfe, hum a feu campo, e
outro a fua mercancia.
6 E outros tomando a feus fervos, afrontáraõ [«], e matáraõ
W-
7 E ouvindo oRey indignoufej emandandoíèusexercitos,
deftruhio a aquelles homicidas, e posa fogo fua cidade.
8 Entonces diífe a feus fervos: Em verdade aparelhadas eftaõ as
bodas, porem naó eraó dignos os convidados.
9 Ide pois a as fahidas dos caminhos, echamaea asbodas a tantos
quantos achardes.
10 E faindo os fervos pelos caminhos, ajuncáraõ a todos quantos
acháraô, afii maos como bons j e as bodas le enchéraó de [convidados]
á meíâ afientados.
11 E entrando o Reyaveraos [convidados] á meíà aífentados, vio
ali hum homem [que] naó [efiava] veftido com veftido de bodas.
12 Ediflelhe: Amigo, como entrafteaqui, naótendo veftidode
bodas? Eerâudeceo.
13 Entonces difle o Rey a os fcrvidores: Amarrae o de pees e de bMattbà*
maós, [e] tomae o, e lançae [0] nastrevas exteriores; b aliíêrá
0 pranto e o ranger de dentes. e24;5i*
d
J <4 Por-iw.n.^
+8 O S. EUANGELHO
>Matt.iv, m Porque«muytos faõ chamados, porem poucos efcolhidos.
ió. if rfEntonces, idos osPharifeos, tiveraóconfelhocomoo *apa-
nhariaõ em palavra.
Lw 20'20. 16 Ê emviaraõ lhe Teus Difcipulos, juntamente com os Herodia-
*Óa^la- pos* dizendo, Meftre, bem fabemos que es verdadeiro, ecomver-
rariaõ. dade o caminho de Deus éníinas, e de ninguém fe te dá, porque
*Ou> jef- naõ atentas para a * aparência de homens.
(òa, ouface. 17 Dizenos, pois, que te parece? He licito dar tributo a Cefai^
ou naó ? t
18 Mas Jeíus entendendo fua malicia, diíTe:
19 Porque me atentaes hypocritas? Moftraeme a moeda do tri­
buto. E elles lhe trouxeraó hum dinheiro’
ao E elle lhes difle: Cuja he efta imagem e \_e(laJ inícripçaõ?
e 21 Dizem lheelles: De Cefar. Entam lhes difle elle. «Daepois
Rom.iv.y.a Cefar 0 que he de Cefar, e a Deus o que he de Deus.
21 E ouvindo elles ifto, maravilháraõfe, e deixando o, foraóíê.
fMan. 12: f Aquelle mefmo dia chegáraõ a elle os Sadduceos, que dizem
iS. naõ aver refurreiçaõ, e preguntáraó lhe,
24 Dizendo, Meftre, g Moyfes diflè, fe algum morrer naó tendo
^•13:8 filhos, cafarfehafeu irmaõ com fua mulher, e levantará femente a
SDeutgzy. pcu irmafi.

ay Houve pois entre nos outros fete irmaõs, e cafando fe o pri­


meiro, morreo, e naõ tendo femente, deixou fua mulher a feuir-
maó.
26 Da mefina maneira também o fegundo, e o terceiro, até
os fete.
27 Por derradeiro despois de todos morreo também a mulher.
28 Na refurreiçaõ, pois, cuja dos fete ferá a mulher? Porque to­
dos a tiveraó.
29 Porem reípondendo Jeíus, difíèlhes: Erraes, naÕíabendoas
eícrituras, nem a potência de Deus.
3® Porque’na refurreiçaõ, nem fetomaõnemfedaõemcafomen-
b Hoaoy.1. to: h mas faõ como os Anjos de Deus no ceò.
31 E acerca da refurreiçaõ dos mortos , naõ tendes lido o [je]
queDeus vos tem foliado, que diz:
32 í Eu fou o Deus de Abraham, e oDeusdelfoac, e o Deus de
Jacob ? Deus naõ he Deus dos mortos, mas dos viventes.
*’7; 35 ouvindo \jfto} as companhas, pasmavam de fua dou­
trina.
SEGUNDO S. MATTHEUS Cap.XXHI.
14 ?E ouvindo os Pharifeos, que avia tapado a boca a os Saddu>
ceos, ajuntáraóíê â huã.
3f « E perguntouhum delles, Doutor d* a Ley, atentado o , c „ 'X0í
dizendo, • »Deut,twt
16 Meftre, qual he o mandamento grande na Ley? «10:12.
17 EJefus lhe diflc: » Amarás a o Senhor teu Deus com todo teu *3« 6.
• coraçaô, e com toda tua alma, e com todo teu entendimento. ly-io:zy.
36 Efte he o primeiro, e grande mandamento.
I 39 E o fegundo, femelhante a eíie [&]: »Amarás ateuproximo M*r‘ n,
xomo aty mefmo. »i'
40 Deftes dous mandamentos depende toda a Ley e os Prophe- £««,13:9.
tas. Gak 5:14,
+1 P E congregados os Pharifeos, Jefiis lhes perguntou,
41 Dizendo, quevos parece doChrifto? Cujo filho he? Elleslhe ht"‘f9,
ii&ni-. De David.
Diflè lhes cllc: ComorDavid em cípíritoo chama Senhor, di- *
XCndo«| Lií^42iO*4I«
44 ^Diffe o Senhor a meu Senhor: Aflentatéá minha [ma<Q direi-
ta, até que ponha a teus inimigos por .efcabello de teus pés. xíff.a: 34,
4) Pois fe David o chama Senhor, como he feu Filho? 1 26^*
45 E ninguém lhe podia relponder palavras nem ouíòu ningué
desd’aquellc dia amais lhe perguntar. *lo: 1 *

Capitulo XXIII.
1 Chriflo feus ouvintes^ a que guardem tudo 0 que conforme a Moy/esen*
finao os Efcribas e Pharifeos» mas que conforme fuas oiros naõ façam. f Defere»
ve fua hjpocrifia e ambiçao. 8 E amoefiaosfius» aquediffofeguardem» ehúmíL
desfer procurem» 13 Encarece per oito vezesa miferia dos Pharifeos eEfiribas » n
caufa defuas diverjãs maldades» convém ajaber» por quanto 0 Rejno dos ceos a ot
homescerravaõ»l4^scafas das viuvas enguliao» 15 Maosprofeljtosfauiao. lóPer-
verfamentepolo Templo , aditar eCeo a jurar enfocavam. 23 ads coufaspequenas de-
túmavab» ornais gravedaLeydeixando. 25 Afonpawíõ 0que efia de fora» e naS
0 coraçao. 27 Sendo affifemelhantes a os fepukhros cajados. 29 Edificavas os fi*
pukhros dos Prophetasantigos» eaos modernos matar procuravam» 37 gueixa fo
tombemde contumácia da cidade dejerufakm» e Prophetixafuatotal deformpeõ»
50 OS.EUANGELHO
Deut-i7i 5 3, Afti quetudo 0 que vos differem que guardeis, guardae e
I
419. fazei [ 0 ]: mas naô fàçaes fegundo íuas obras ; c porque dizem, e
? <7???. 2'^9* m^o iazem.
ifay.to-i- 4 d Porqueliaôeargaspefadas, e difficeis de levar, e poem as fo-
,»í.n:4^bre os ombros dos homens $ porem ellesnê [ainda] com feudedoas
tó.ifiio. querem mover.
$ g todas fuas obras fazem « pera ferem viftos dos homens: por-
?X2:12. . . j alarcaó o íuas */' phylaéterias
r j >, e eftendem as bordas de feus ve-<
*
Oll
iwiaes , e <> ,?■ E amaõ os primeiros affentos ’nas ceas, e as primeiras cadeiras.
ponta- ’nas Synagogas.
lentvs dos 7 g as faudaçoens ’nas praças, e ferem £ chamados dos homens
r<?c<?zí<w Rabbi, Rabbi.
^ra-°a' 8 vos outrosnaó vos chameisRabbi 5 porque hum hevoflò
vjagta Meftre, [afaber J o Chrifto: e todos vos outros loisirmaõs.
■Marc. 12: 9 E naô chameis ’na terra voffo Pae a ninguém ; i porque hum he
3^39. voffo Pae, [a /dber] o que [eftd] ’nos ceos.
Lw. 11:4.3. 10 Nem vos chameis Meftres; porque hum he voffo Meftre, [<»
«2.0:46. 0 Chrifto.
mV A 11 & E°rem 0 mayor de vos outros, feja voffo fervidor.
;f L1 ‘. i 11 E que a fi mesmo fe levantar, ferá humilhado 5 e que a fi meff
26. 20, mo fe humilhar, ferá levantado..
7^.22.29. l2 Mas ay de vos outros Efcribas ePharifeos, hypocritas; por-
rVw.i?: que cerraes o Reyno d’os ceos diante dos homens; porquanto nem
23. vos outros entraes, nem a os que entraõ deixaes entrar.
kw-i4:ii. 14 n Ay de vos outros Efcribas e Phariieos, hypocritas; porque
e ií>: 14. Comejs as caras das viuvas, e f í.'~o] com pretexto de * larga oracáô;
t pej - por iffo recebereis mais grave juízo.
wLkc.ii: Ay de vos outros Efcribas ePharifeos, hypocritas; porquero-
52. deães 0 mar, e a terra, por fazerdes hum * Profelyto ; e quando
tMarc. 12: ja he feito , fazeilo filho do inferno, em dobro mais que a vos
4o. outros.
L»c.20:47 15 Ay de vos outros guias cegas, que dizeis: Qualquer que ju-
n/r ii” rar P°*° Templo , naô he nada; mas qualquer que jurar polo ouro
»Óu,m7-d’o Templo, devedor he. _-
to^vAurga- 17 Loucos e cegos; porque qual he mayor, o ouro, õtroTem-
mente orar, pio que fanâifica a o ouro?
*ou/«ac- 18 Item, Qualquer que jurar polo Altar, naó he nada; mas qual-, A
<•

^uer HueJurar Pol°PrePente que [e&d] fobre elle, devedor he.


- X9
. ;; t' m
9
SEGUNDO S. MATTHEUS Cap. XXIII. 5t
19 Loucos e cegos; Porque qualhemayor, oprefente, óuó»AI-*í^19:.
târ que fanétifica a o prefente? '37*
ao Por tanto o que jurar polo Altar, jura por elle, e por tudo o *1®‘
que fobre elle . xchrm.Ct
. ai t E o que jurar polo Templo, jura por elle, e polo que ’nelle x.' ’
rtabita. q^Chron.
n ? E o que jurar polo Ceo, jura polo Throno de Deus, e polo <ft33*
oue iobre elle aflentado eftá. Vay- *-
I r Ay de Vos outros Efcribas e Pharifeos, hypocritas: porque Matth. 5*
dezimaes a ortelaá, e o endro, e o cominho, /e deixaes o mais gra-
ve da Ley, \_convem » faber~\ o juizo, e a mifèricordia, ea fé: t Ifto rLuc. h;*
era neceflario fazer, e naó deixar o outro. 4Z.
14 Guias cegas, que coaes o mofquito, e engolis o camelo. fiSam.iyi
15 ® Ay de vos outros Efcribas e Pharifeos, hypocritas: porque a- 22-
limpaes o exterior do copo, ou do prato x mas de dentro eftáó che- „
íps de roubo e intemperança. J tMatth^
15 Phariíeo cego, alimpa primeiro * o que \_eftá \ de dentro do ij.
copo, e do prato, pera que também o exterior delles limpo fique, eir.7.
17 Ay de vos outrosEfcribasePharifeos, hypocritas; porquefois®^-1^
femelhantes 7 a os íêpulchros cayados, que por de fora, em verdade, $?•
parecem fermofos, mas por de dentro eftaó cheyos de oflbsdemor- x
tos, e de toda immundicia. J • 3*íí
18 Afli também vos outros, por de fora, em verdade, pareceis
juftos a os homens, porem por de dentro eftaes cheyos de hypocrifia
einiquidade.
19’» Ay de vos outros Efcribas e Pharifeos, hypocritas; porque 2 ^uc- IX:
edificaes os fepulchros d’osProphetas, e adomaes os monumentos 47-
dos juftos: aAãqz^t.
30 E dizeis: Se fôramos em os dias de noflòs Paes, com elles’no1 Thej.a;
íângue d’os Prophetas naô ouveramos comunicado. .
3 < Afli [co&fra] vosmefmosteftificaes, ® que fois filhos d’aquelles b
que'a os Prophetas mataraõ. ’
3.1 Enchei [jw] vos também a medida de voflòs Paes. ' 49. *
49.
33 ^Serpentes, raça de biboras, como eícaparieis vos d’a conde- d MattM*
naçaõ d flinfemo ? 16.
34 c Portanto vedes aqui ^vos mando Prophetas , e Sábios, e , -
Efcribas; e d1elles hms j matareis e crucificareis, e d’elles
outros j e em voffas Synagogas açoutareis, e de cidade em cidade „ 3^;^
perfeguireis. 17. *
G1 35 Pera-.48.5:49.
®S. EUANGELHO
3$ Peraqne venha fobre vos outros todo 0 fangue jufto, ^qutjby
S. derramado fobre a terra, fdefdoíànguedeAbelo jufto, ategofan-
• gue de Zacharias, filho de Barachias 7 a o qual matàftes entre 0 Tem»
j iChron.
24:21. pio e o Altar. •
bLi-c. 13: 3 6 Em verdade vos digo, que tudo ifto virá fobre efta geraçaõ.
34» 37. h Jerufalem
- . matas a os Prophetas, e i ape-
,- .Jeruialem,- que
~
íMatt. ii: drejas a os que te faõ enviados. *’ Quantas ; vezes quis eu ajuntar teus 9

«19:4.
36 filhos, como a galinha ajunta a feus piãLàõs debaixo de
tP/. 17:8. e nag quífeftes.
38 - Z Vedes
• aqui vofla cafa fe vos deixa deferia.
...........r
afas

f
ÍPf, 69:26.
pj.i;7- 39 Porque eu vos vos digo, quedefd’agora [mais] me nao vereis,
ter. 7'. 34. até que digaes: Bendito aquelle que vem em o nome d’o Senhor.
91ichy.ll.
A&. i: 20. Capitulo XXIV.
»p/:ii8: Chriflo a deffruiçaõ do Templo e de jerufalem> relatando os trabalhos e fi* *
26. 1 Profetiza
naesqueaifio aviao de preceder^ epor aquelle tempo aviaide acontecer. iq Apon^
tando aprofecia de Daniel acerca d a mejma defruição 3 e exhortandojuntamente afi
aparelhar a huaaprejfada fugida^ para afid" efta grande affliçaoefcapar. 23 ^vij*
nos que nos guardemos do engano dosfalfis Chriffos^ efaljos Prophetas 29 Prophe*
tiza ainda 0fim do mundo, ejua derrodeira vindaa 0 Juízo $ cuja gloria e certeza
defereve^ apontando osfinaes * queeniam aviao de acontecer. 36 Ndm findo 0 dia
nem a hora a ninguém notorio^finaofó a Deus, yi Compara os tempos dejlavinda com
os tempos de Noe antes de Diluvio. 42 PoloqueexhortaavigiarcomaparabolaaJfiA
pae defamílias ,• 45 Como dofiely edo maofervo.

(■Mairf.ij. j ■p/IfaindofeJefushiafed’oTempIo: echegaraõfeaellefeusDifoi*


Lm. 21; ç. cipulos, pera lhe moftrarem os edificios do Templo.
$ 1 Pey. 9: 1 E aiffelhesjefus: Naó vedes tudo ifto? Em verdade vos digo,
7.8. h [que\ naó ferá deixada aqui pedra fobre pedra, que naó feja aer-
Vhtó.3:i2. ribada.
^•I9:!+ 3 c E afientandofe ’no monte das oliveiras, chegaraó fe a elle os
I3-Difcipulos a parte, dizendo: d Dizenos quando feraõ eftascoufàs,
e 9ue final [ avmf] de tua vinda, e d’a confumacam d’o mundo?
iAã ré. + E refpondendo Jefus, diffelhes: e Olhae que ninguém vos
fíer.29:S. engane.
fyhef.y.6. 5 f Porque viraó muytos emmeunome, dizendo, EufouoChri»
nrr lto’ e a muytos enganarao.
t 6 ouvireis de guerras, ede rumores de guerras: olhae naó vos
cie>14:14 janteis 5 porque heneceflario que tudo aconteça; mas ainda
.23:5 naó he o fim.
r<wê s;43, J fPo*
SEGUNDO S. MATTHEUS. Gap.XXIV.
7 g Porque fe levantará gente contragente, eReynocontraRey- gljtyiyjLi
noj eaverá fomes, epeftilencias, e terremotos em diverfoslugares. bMattoa*
8 Mas todas eftas coufas \fa«fmnente\ principio de dores. j. I7:
9 h Entonces vos entregaraõ * pera íèrdes afífigido»e matarvos haõj' ,141:11 •
<• * 1 «Sb 1 *3 /■*

14 E pregarfe ha efte Euangelho d’o Reyno em todo o mundo em zz.


teítimunho a todas as gentes, e entonces virá o fim, 4fo*. 13:
15 w Portanto quando virdes a abominaçaõ d’o alTolamento, de _ I3*
que foy dito por » Daniel o Propheta, que eíiá ’no lugar fanâo,
(quem lé, advirta.) *7*
16 Entonces os que eftiverem em Judea, fujaó pera os montes. «3 fio.
17 O que eftiver fobre o telhado, naõ deça a tomar alguã coufa mAfarc.ijt
de fua cafa. *4.
18 E o que eftiver’no campo, naõ ~ *-•"■**

19 Mas ay das prenhes, ed’asque’naquelles dias* criarem. « Qa, dai


*a Orae porem que voflà fugida naõ aconteça em inverno, nem de mamar»
«erffde Sabbado. o^ã.mz»
ti t Porqueaverá entonces grande affliçaõ, qual nunca houve des-
d’o principio d’o mundo até agora, nem taõ pouco averá.
zz E fe aquelles dias naõ rolem abreviados, nenhaá carne fe
falvaria; mas por caufa d’os eícolhidos, feraõ abreviados aquelles
dias.
*3 Entonces fe alguém vos difler: ? EHaqui [efídl oChrifto, ou jTtfow.íj:
ali, naõ [.*] crcaes. XI»
M r Porque fe levantaraõ.fàlíòs Chriftos, e fallos Prophetasj e
taõ grandes finaes e prodígios faraó (que fe pofiivel fora) até a os Xw * **
eícolhidos enganariaõ. a 2%^ a»
15 Vedes aqui volo tenho dito d’antes. ir
a<5/Aífiqueíevosdiflèrem: Eiloaquieftá’nodeferto, naõfiiyaesj/L**. *7»
Eilo aqui em as camaras, naõ j creaes.
*7 Porque como o relampago que íàe d’o Oriente , e aparece
<4 OS. EUANGELHO
* **•
até o Occidente, affi ferá também a vinda d’o Filho do homem.
í7oí,39:33. 28 t Porque a onde quer que eftiver o corpo morto, alife ajunta»
Luc. 17.37.
Vlfay.y.tO.
raô as aguias.
Ezech. 327
29 E ® logo defpois d’a affliçaÔ d’aquelles dias, o Sol fe efcurecerá,
7. e a Lua naô dará feu reíplandor, e as Eftrellas cairáô d’o ceo , e as
Ioel. i: 31. forças d’os ceos fe commoveraõ.
e 3:1$. 30 x Entonces aparecerá ’no ceo 0 final d’o Filho d’o homem homem 3 e
r> J 4C. . . •! ________ . T-V11 _ JL 1 ...____
Ma>c. 13; entaõ y todas * as tribus da terra lamentarão, ea 0 Filhodohomeip
L«r24« veraô
42i 25 vera ° j, q
que vem fobre as nuveis do ceo com grande potência e gl4-
ue vetn glo­
ria.
Io/ 31 E mandará a feus Anjos com » grande v^ide trombeta, e a-
Matth. 16: juntaráô a feus efeolhidos defd’os quatro ventos ,*deíd’o cabo
27. dos ceos até o outro.
«25:30. 32 a E d’a figueira aprendei a comparaçaõ 5 quando ja feus ramos
e 26:64*; fe enverdecem, e as folhas brotaõ, fabei que ja o veraô [ej?d] per­
Març^ 13: to. fti .
26.
e 14:62. 33 Affi também
f vos outros,
z - quando
* virdes todas eftas coulâs, lã»
Luc .21:27. bei que ja eftá [&?^J perto ás portas, »

i: II. 34 Em verdade vosdigo, naôpafiàráeftageraçaõ, ate que


2 Theff. I: todas eftas couíàs naõ acontecaõ.
Ip. 35 b O ceo e a terra paflaram , mas minhas palavras em maneira
ApnA i:7- nenhuã paflaraõ-.
*Ou^xge-
raçoens > ou
3< c Porem d’aquelle dia e hora, ninguém [ej íabe, né os Anjos
wiçoens* do ceo, lenaõ fo meu Pae.
yAj>oc.lt~* 37 d E como [foraõ] os dias de Noê, affi-ièrá também a vinaado '
z 1 Cw.15: Filho do homem.
_ .___ _ _ _ _ ......................J

52. 38 Porque como em os dias antes do diluvio * andavaõ comendo,


iTw#.4= e bebendo,, cafando, e dando em cafamento, cate o dia-que Noê
« Man r:na arca entrou-
* 39 E naõ 0 conhecerão, atéqueveyo o diluvio, e os levou a to-
Luc ii:’9» dosj Affi ferá também a vinda do Filho do homem.
bPJaliot: 40 /"Entonces eftaraõ dous’nocampo, o humferá tomado, eo
27- outro ferá deixado. c
ifay. 5-1 <5. puas eftaráo moendo a [faml moinho, a huâ ferá tomada, e
a outra ferá deixada.
Hebri-n. & & Vigiae pois, porque naõ fabeis a que hora hade vir voflò
13: Senhor.
31. 43 Apo-
Aã.!: 7 dGez. 6:2. Luc. 17:26.1 Pedr. 3:20.2 Pedr. 2.5 * Ou, era#. e Geth 7:7.fLuc. IT-M»
r 2/;ey> .4; 17. 25:13. Af<zrí. 13:33.Lw.i2:4Q.e2i:3ú.
SEGUNDO S. MATTHEUS. Cap.XXV. tf
43 b Porem iffeo fabei, que fe o pae de Famílias foubeífea que vela hLuc.vL'.
da noite o ladraó avia de vir, vigiaria, e fua cafa minar naô deixaria. 39 •
4| Por tanto também vos outros eftae apercebidos, porque áho-
ra que naóçuidaes ha o Filho do homem de vir. • rV
45 í Quem pois he o fervo fiel e prudente,' aoqualfeuSenhorpos *j£
fobre feus fervidores, pera íuftento a feu tempo [ lhes ] dar. ;
4<> Bemaventurado aquelle fervo, a o qual, quando feu Senhor 21.
vier, achar fazendo affi. £«1.1242.
'47 Em verdade vos digo, que fobre todos feus bens 0 porà.
Porem fe aquelle fervo mao em feu coraçaõ differ: Meu Senhor
tâxla em vir;
*49 E começar aa[/?«í] confervosefpanquear, eacomer, eabe-
ber com os borrachos: •
50 Virá o Senhor d’aquelle fervo o dia que naó eípéra, e á hora
que naô fabe.
51 Efeparaloha, e fua parte com os hypocritas porá; aliferáo kMathl'.
pranto, e o ranger de dentes. »•
*13:42.'
Capitulo XXV.
I Velafarabola dascinco Virgens avifadas> e das cincoparvoas> torna Chriffo a exbor* Lucã$
tar a boa vigia ter acerca defua vinda, 14 E feia parabola dos fervos que defeu
Senhor recebido tinhdo os talentos fora com elles negociar 4 exhorta a fielmente
nfar a os dons ? que Deus a cadahum difribue. 31 Entam dejireve Jua derra­
deira vinda a 0 jidzO; afefaraçaÕdas ovelhas d*entre os cabroens.a ultima fenten-
ça af dos hunscotno dos outros * efua execução»

1 E ntonces 0 R-eyno d’os ceos íèrá femelhante a dez virgens, que


tomando fuas lampadas, fahiraô a o encontro a o Elpofo.
2 E cinco d’ellas eraô prudentes, e cinco parvoas.
3 As que [eras] parvoas, tomando fuas lampadas, naótomaraô
azeite comfigo.
4 Mas as prudentes tomaraó azeite em feus vafos com fuas lampa­
das.
5 E tardando o Efpofo, tosquenejaraõ todas, e adonneceraô fe.
<5 E á meya noitefe fez hum clamor, dizia], Eifaqui vem o
Eípofo, íàhilhe a o encontro.
7 Entonces todas aquellas virgens fe levantáraô, e aparelháraô
fuas lampadas.
8 E as parvoas diflèraó a as prudentes; Daenos d’o vofiò azeite,
porque as aoflãs lampadas fe apagaõ.
# OS. EUANGELHO
9 Mas as prudentesrefponderaõ, dizendo, [E» nuntírn nmhua]3
fOaJafa. pera que por ventura naó nos * falte a nós nem a vós 3 ide antes aos
que [0] vendem, e comprae pera vos outras.
10 E idas ellas a j comprar, veyo o Efpofos e as que [efavaíj
1* •

... aparelhadas entráraõ com elle a as bodas, e fechou fe a porta.
'Aj?

•j
.... *\

..V\ ’
11 E defpois vieraó também as outras virgens, dizendo, Senhor,
'* *w

. Senhor, abre nos.


: «a E refpondendo elle, diíle: Em verdade vos digo, « que naâ
43:15 vos conheço.
Lwí4éi$.
bMatt.W. 13 b Vigiae pois, porque naó fabeis o dia, nem a hora , em qije
41. o Filho d’o homem ha de vir.
Marc.iy. M c Porque [tâo he] como hum homem, que partindofepara fi>
33>31* ra d’a terra", chamou a feus fervos, e entreaóulhes leus bens.»

fL^.íj: ’ cinco
<5 E a o ’hum deu • -* talentos,
’ s
e acToutro ’
dous, e a o ter­
11.
•valia hum ceiro hum, a cada hum conforme a fua* poffibilidade, epartiofelo-
sSZgo P«a longe.
pmt fià- 16 Entaõ foy o que tinha recebido cinco talentos, e negociou
tenros cr»- com elles, e grangeou outros cinco talentos.
nados 17 Semelhantemente também, o que [tinha recebido1] dous, gran-
* faculdade. gC0U também outros dous.
Ou} ca- jg Ma, o que tinha recebido hum, foy, e * enterrou o ’nochaõ,
wewífr- c rfcondeu 0 dinheiro je feu Senhor.
19 E defpois de muyto tempo, veyo o Senhor d’aquelles fervos,
e fez contas com elles.
E chegando o que tinha recebido cinco talentos , trouxelhí
outros cinco talentos, dizendo, Senhor, cinco talentos me deite,
eifaqui outros cinco talentos tenho grangeado de mais.
iMatt.Ht 21 E feu Senhor lhe difle: Bem[//z/j, bomfervoe fiel: ^fobre
45. pouco folie fiel, fobre muyto te porei 3 entra em o gozo de teu
L«í.n^. Senhor.
11 E chegando também o que tinbarecebido dous talentos, diflê:
Senhor, dous talentos me entregafte , eilaqui outros dous talentos
tenho grangeado de mais.
13 Seu Senhor lhe diflè: Bem [efá], bom fervo e fiel: fobre
pouco folie fiel, fobre muyto te porei 3 entra em o gozo deteu Se­
nhor.
14 Porem chegando também o que tinha recebido hum talento,
difiè: Senhor, eu te conhecia que es homem duro, quefegasaonde
naó femeafte, e apanhas aonde naó denamafte;
*sE
SEGUNDO S. MATTHEUS Gap.XXV. j7
ã? E atemorizado, fuy, e efeondi teu talento, em terra; veíà-
quitensoteu. • làfcxr
26 Porem refpondendo feu Senhor, diflelhe: Servomalinoene- i'
gligente, fabias que fego aonde naõ femeei, e apanho aonde naô MarifM,
derramei. Z.^j8:i8.
Z« í4B:i8
27 Portanto te convinha dar meu dinheiro a os cambiadores, e í.
vindo eu, receberia o meu com uíura. ftòatttâ
f MaftM*,
■■■

28 Tiraelhe pois o talento, e dae oa o que os dez talentos tem. e íj:42.


29 e Porque a qualquer que tiver, ferlhehadado, eteráemabun- e22:13.
dancia; porem a o que naõ tiver, até 0 que tem lhe ferá tirado. e 24:51.
• 3® E a 0 fervo inútil, lançae [0] nastrevas exteriores: /aliferáo Luc. 15:28. S
pranto, e o ranger de dentes. g Matt.16".
31 S E quando o Filho do homem vier emfua gloria, e todos os /♦
fanétos Anjos com elle, entonccs fe affentará fobre h o throno de fua e 25: 64.
14:
gloria. , _
62/
32 E feraó ajuntadas diante delle todas as gentes, * e apartalosha r,«t2i:z7.
a huns dos outros, como aparta o paftor as ovelhas dos cabroens. Aã. 1: 11.
, 3 ? E porá as ovelhas á fua [ j direita, porem os cabroens a [fia j 1 T^jT- 4:
ezquerda. *6,
34 Entonces dira 0 Rey aos que [ Ativerem] áfua [maõ] direita:1 X*
Vinde benditos de meu Pae, pofiui por herança o Reyno * que amc.v.i:
defd’a fundaçaõ do mundo vos eílá aparelhado. hMatt.iyi
35 z Porque tive fome, edefteímede comer; tive fede, edeftef- 28.
me de beber 5 ® fuy eítrangeiro, e recolheftes me. itizeek^'.
j6»Nuo, eveítiíiesme; enfermei, e vifitaftes me; 0 eftive na a.I7j20-
prifaõ, e vieítes a my.
37 Entoncçj osjuftos lhe refponderaõ, dizendo, Senhor, quan- ao.
do te vimos feminto, e [a?J fuíientamos; ou fedento, e Fr<?j de- 2,3.
mos de beber? Jfarr.io:
38 E quando te vimos eítrangeiro, e recolhemos; ou nuo, 4o.
c te veíiimos ?
3? E quando te vimos enfermo, ou na prifaõ, e viemos atyt^^ 'lS‘
4° E reípondendo o Rey, dirihesha: Em verdade vos digo,miie6r.i‘':
<• que em quanto [0] fizeítes a hum deites de meus minimosirmaós, 2.
a my [0] fizeítes. nlfiy.ffirfi
41 Entonces dira também a os que [efiivererf] á. [w?] ezquerda: I^-2:i5j
ç Apartaevos de my, malditos, a o*-fogo eterno, para o diabo e *6.
feus Anjos aparelhado. H 42 Por-9
pPm'.!?: 17- Io:42. More 9:41, aCír.çjó» 6:9. 7:2$.
£«£,13:25,27. rlfay.30:53. Apoc» 19:2a.
58 O S. EUANGELHO
42- Porque tive fome, e naó me deftes de comer; tive fede, e
ttaó me deftes de beber.
$ W* 4? Foyeftrangei.ro, e naó me recolheftes 5 nuo, enaõ meve-
ftiftes 5 enfermo», e na prifaõ, e naó me vifitaftes.
44 Entonces também elles lhe refponderaõ, dizendo, Senhor,
quando te vimos faminto, oufedento, oueftrangeiro, ounuo, ou
fPrw« 14:
enfermo, ou na prifaõ, e naó te fervimos ?
4? Entaõ lhes refponderá, dizendo, Em verdade vos digo, /que **

emquanto a hum deftes minimos naó fizeftes, nem a my [/]


Z: 8. fizeftes. í
P D^.IX;1W■ 46 t E iraõ eftes a 0 tormento eterno, porem os juftos á vida ê-
1^'5;
• terna.:

Capítulo XXVI.
X Profetiza Chrifio fiia morte. 3 Sobre a qual os Anciãos do povo tomdõ confelho.
6 Unge o hua mulher em Bethania. 10 Cujo feito defende e louva. 14 judas
vende a Chrifio. 17 Chrifio manda, aparelhara Pafihoa, come a comfeia Difii*
fulos j e prediz a treiçcÁ de Judas. z6 Infiituefua fagradaCea. 31 Prediz a
feus Difcipulos 0 averem de Jer derramados > e a Pedro fua caída. $6 Começa
jiia paixao em hua horta com grande angufiia e ardente oraçaõ, exhortando jun-
tumente a feus Difcipulos, que ja dormindo efiavao a vigiar e a orar. 47 jfu~
das 0 entrega com hum beyp > e os J-udeos 0 prendem. $1 Reprende aPedro que
a 0 fieryo de Summo Pontífice hua orelha cortava. 57 He levado aCajaphaspe-
rante 0 confelho. 5 9 Falfas. tefiimunhas 0 acufai. 6 3 Confiefia que elle he 0 Chri­
fio. 65 Polo que como Blafphemo he condenado 1 e vilmente maltratado. 69 Nega
0 Pedro. jq Mas tomando emfy > chora amargamente fua caída.

1 P aconteceo que como Jefus teve acabado todas eflas palavras,


tií difle a feus Difcipulos:
I. I<,: a a Bem fabeis que d’aqui a dous dias he a Pafchoa, e 0 Filho do
■£.w'ai:I homem ferá entregue pera fer crucificado.
loas l 3 j j* 3 b Entonces os Princepes dos Sacerdotes, e os Efcribas, eosAn-
jJfil.i:z, ciaõs do povo fe ajuntaraó ’nafalado Sumo Pontífice, oqualfecha-
°ad II- mava Cayphas.
lJr» ~ __
4; 2.7. 4 E comultaraõ hunscom os outros de com cautela por a Jefus
,rí'prenderem, e matarem.
?•
Lw,*7: 5 Porem diziàõ: NaÓ ’na feftaporque fe naó faça alvoroço cn-
♦?7
tre o povo.
JL12- 3.1 »ni Jefus em Bethania, em caía de Simaõ o Leprofo:
E eftando
JWe»*, 7 c Veyo a elle huã mulher * com hum vafo de alabaftro de un­
guento
SEGUNDO S. MATTHEUS. Cap.XXVI. ??
guento de grande preço, e.derramoulho fobre a cabeça, eftando
«Ue aflentado w#]. .
8 E vendo ] íeus Difcipulos, indignaraó fe, dizendo, De que
[ferve] efta perdição? ,
9 Porque efte unguento fe podia vender por muyto, edarfelodi-
nheirõja os pobres. *~
10 Porem entendendo [o] Jefus, diflèlhes: Porque Jmoleftacs a
• efta mulher? pois me fez huã boa obra.
n d Porque a os pobres, fempre com vofco os tendes 5 porem [« dDent.m
wy] fempre me naó tendes. 1’1,
• 12. Porque derramando ella efte unguento fobre meu corpo, para
[preparafaõ de] meu enterramento o fez.
13 Em verdade vos digo, que aonde quer que efte Euangelho
em todo o mundo for pregado, também o que efta fez feráditope- j
ra fua memória. i
14 « Entonces hum d’os doze, chamado Judaílfcariota, fe foy a eMarc. 14: I
os Princepes dos Sacerdotes. _ Io-
1$ E diflè: Que me quereis dar, eeuvolo entregarei? E elles j
lhe aflinalaraõ/trinta [«W»] de prata. fZach,ll*
16 E defd’entonces bufeava oportunidade pera o entregar. I2«
17 g E o primeiro [dia dd fefia] dos h [paensJ afmos vieraó os Dif- zMan.14,♦ .
cipulos a Jefus, dizendolhes, Aonde queres que te aparelhemos pe-_ n;
ra comer aPafchoa? hSk
18 Eelle diflè: Ide á cidade a hum tal, edizeilhe: OMcftrediz: 17. ' 4
Meu tempo cftá perto j comtigo farei a Palchoa com
meu» Diicipulos.
19 Eos'Dífcipulosfizera5comoJefuslhesmandára, eaparelhá-
raó aPafchoa.
20 i E vinda a tarde, aflèntoufe [dimfa] com os doze. iJfm.14: |
21 E comendo elles, diflè: Em verdade vos die o, que k hum de r 1
Tos outros me ha de tratiir. WiiátT 1
11 E entriftecendofeelles em grande maneira, começou cadahum 4 ^1,-17*
delles a lhe dizer: Porventura iou eu, Senhor? . ■ 1
23 E refpondendo elle, diflè: ZO que comigo a maó ’no prato i?/.41119. j
molha, eflè me ha de trahir. j
24 Em verdade 0 Filho do homem vae como d’clle eferito eftá: ZmSi3:18. !
mas ay d’aquelle homem por quem o Filho do homem he trahido 5 i
bom lhe fora a o tal homem fe naó ouvéra nacido.
25 E reipondendojudas, o que ©traída, diflè: Porventurafoueu,
Rabbi? Edlclh^^è: Tuodiflèfl». H2 *6 »E

%
6® O S. EUiANGELHO
js.jf4rc.14: xá » E comendo elles, tomou Jefus 0 paô, e bendizendo partio
22. o, c deu o a os Difcipulos, ediffe: Tomae, comei, iftoheomeu
Lvc. 22:19. corpo.
27 Etomandtfo copo, e dando graças, deulh’o, dizendo, Be-
rÊw.24:beid’elletod?s-
S. ’ 28 Porque ifto he 0 meu fangue, « o [/wgw] donovoTeframen-
to, oqualpormuytoshe derramado, pera remiflaódos pecados.
29 Edigovosque deíd’agora naó beberei deíie fruito de
vide, até aquelle dia quando com vofco o beber novo em 0 Reyno
de meu Pae.
fMart-H'. 30 0 E avendo cantado ohymno, fahiraõfe a o monte das Oliveiras.
26. 31 Entonces Jefus lhes difíe: Todos vos outros vos eícandalizareis
Luc.zv.iy. cm my cita noite 5 porque eferito eítá: Ferirei ao paftor, easovel-
^Zeihi'" bas do rebânbo Ferao derramadas. •
t h ’ ’ 82 1 Mas defpois=do eu aver refufeitado, irvosei diante a Galilea,
lea. 16:32. 83 Porem relpondendo Pedro, diífelhe : r Ainda que todos em ty
j Man. 14: fe efeandalizem, eu nunca me efcandalizarei.
28. 34- Diífelhe Jeíus:/Em verdade te digo, que neítamefma noite,
* 16:7.. antes que o galo cante, me negarás tres vezes.
rLuc. 22. Diífelhe Pedro: Ainda que com tigo morrerme importe, em
/Im 13: maneita nenhuã te negarei. E todos os Difcipulos difleraõ d’a mef-
" ma maneira.
t IVUrc. 14= 36 f Entonces veyo Jefus com elles a hum lugar chamado Geth-
32. femane, e difíe a os Difcipulos: Aífentae vos aqui, até que vá, e
iw.22^9. aji ore
jíá. iS: 1. tf g tomando com figo a Pedro, e a os dous filhos doJZebedeo,
começoufe a entriftecer e a anguftiar em grande maneira.
9 iz: 3S « Entonces lhes difíe: Minha alma eftá* totalmente trifte até a
* ***
morte; ficaevosaqui, e vigiae comigo.
to­ 39 E indofe hum pouco mais a diante, poítroufeíòbrefeuroíto,
das as ban-
orando, edizendo, x Pae meu, fehepoffivel, pafle de myeile
^xLuc.zz: y copo: z Porem, naó como eu quero, mas como tu [<pere/].
41. '40 E veyo . e achou os dormindo, e difíè a Pe-
. a feus Difcipulos,
.
y Matt. 20: dro: Bafta que nem huã hora comigo pudeftes vigiar ?
7 22,23- 4-r Vigiae, eorae,
41 t
e orae, pera que naó entreis em tentaçaÕ: a o efpi-
zlet-6:38- rito em verdade [<?#«] preftes, mas a carne ffe?] fraca.
42 [£] tornado fegunda vez, orou, dizendo, Paemeu, fe naô
pede efte copo paífar de my, fem que eu o beba, fàçafe a tua von­
tade.
43 m
SEGUNDO S. MATTHEUS Gap. XXVI. &
43 E vindo [«eller], achou os outra vez dormindo, porque feu*
olhos eftavaõ carregados.
44 E deixando os, tornou, e orou terceira vez, dizendo asmef-
mas palavras. «
47 Entonces veyo a feus Difcipulos , ediflelhes: Dormi jaedef-
canfaej Vedefaqui chegada he a hora, e 0 Filhod’ohomemheen­
tregue em maôs dos pecadores.
46 Levantae vos, vamos nos, vedes aqui chegado he o ’ que me
trahe.'
47 E fàllando elle ainda, eis que vem Judas, hum d’os doze, *-««»*• **
e%omellehuâ grande companha, comefpadasebaftoens, [de porre]
dos Princepes. dos Sacerdotes, e dos Anciaós do povo. fcí. 18:1.
48 E o que o trahia lhes tinha dado final, dizendo, a 0 que eu
beijar, efle he, prendei o.
48 E logo chegando a Jefus, difle: Ajasgozo, Rabbi, e^bei- c3,Sa»M'.
jou o. 9*
5® Porem Jefus lhe difle: Amigo, a que vens aqui ? Entonces
chegáraõ, e lançáraõ maõ de Jeíus, e prenderão 0.
5> E eis que hum dosque [eftavaõ] comJefus, eftendendoamaó,
puxou de fua efpada, e ferindo a o fervo do Summo Pontífice, cor-
toulhe hua orelha.
5* EntoncesJefuslhedifle: Toma tua efpada a feu lugar: </por-^^M-9:í*;
que todos os que efpada tomarem, á efpada pereceráõ.
53 Ou cuidas tu que naõ poífa eu agora orar a meu Pae, e elle Io*
me daria mais de doze legioens de Anjos ?
? 54 Como pois e fe cumpririaó as Efcrituras, [ape dizem] que afii ePf.iA* 7.
convém que fe faça? e «9:1,1®.
55 ’Naquella mefma hora difle Jefus a as companhas: Como a
fidteador laiftes com efpadas e baftoens a me prender: cadadia me
afíentavacom volco, enfinando ’no Templo, e naõ me prendeftes.
fó Mas tudo ifto fe fez, pera que as Efcrituras dos Prophetas fc
cumpraõ.’/Entonces todos os Difcipulos fugiraó, deixandoo a elle/pr 88:9.
57 g E os que prenderão a Jefus, trouxeraop] aCayphas,o Summo g MLw.14:
Pontífice, aonae osEícribase os Anciaós eftavaõ congregados. 53.
58 E Pedro o feguia de longe até a íâla do Summo Pontífice: c I^‘(£'2’1:54>
entrando dentro, aflèntoufe com os criados, para ver o fim.'
59 h E os Princepes dos Sacerdotes, e os Anciaós, etodooCon- Í*X4Í'
cilio buícavaõ [a&m] falfo teftimunho contra Jefus, pera o pode- ‘6tt,;'
yem matar, e naõ M achavaó. ' '
Hl í» E
62 OS. EVANGELHO
60 E ainda que muytasfalfasteftimunhasfe aprefentavaõ, [eomfudol
naõpj achavaõ. .
. 61 Mas por derradeirovieraóduasfalfas teftimunhas, e difleraõ:
? m. . 9’E.ftediflej i Eu»poflo derribar 0 Templo de Deus, e edificai© em
tres dias.
kMarc.w. 6i k ElevantandofeoSummoPontifice, diflelhe: Naõrefpondes
5?-
_ p- nada? Que teftificaó eftes contra ty?
Matth. v]\ ZPorem Jefus calava. Erefpondendo oSummoPontífice, dif-
12,1^/‘ felhe: Efconjuro te polo Deus vivente, que ,nos digas, fe tu es o
Chrifto, 0 Filho de Deus ?
^P/hlCl 64. Jefus lhe difle: Tu 0 diífefte. m Porem digo vos, que defd’agoft
I.
vereis a 0 Filho do homem aflentado a [wãj direita da potência
Matih. 16; [ de Deus, ] e vir em as nuveis dó ceo.
*7- 65 Entonces 0 Summo Pontífice rasgou feus veftidos, dizendo ,
*14:30. Blafphemou, que mais ncceflitamos de teftimunhas? Vedes aqui
Marc. 14; agora ouviftes fua Blasfémia.
_ 6i
á**-. 66 Que vosparece? Erefpondendoelles, difleraõ: » Culpado hc
7a2.2??9' de morte.
Rmi4:xo. 67 Entonces lhe cofpiraõ ’no roflo, e lhe deraõ de punhadas.
I The/f. 4: 63 0 E outros lhedavaõ de bofetadas, dizendo, jp Prophctizanos,
16. o Chrifto, quem he 0 que te ferio?
^p^c, I; 7, 6? 7 E Pedro eftava aflentado fora ’na fala -3 e chegoufe
v a elle huâ
»Lcv. 24; criada, dizendo, Também tu eftavas com Jefus o Galileo.
1 V» i70 Mas elle 0 negou diante de todos, dizendo, Naõ fei 0 que
I/^.5O:6.
*Iril6:lo. izes.
I 5 ♦ • 71 * E faindo á anteporta,
1 vioo outra, A ali,■ *- ••
‘ J e diflèaosque
f Luc. ia: Também efte eftava com Jefus 0 Nazareno,
64- [dizendo, ] NaÕ conhe-
71 E negou 0 outra vez com juramento, [íikw,
f Marc- J4: ço a [e^êj homem.
r 66\. 73 É ali a hum pouco chegando os que ali eftavaõ, difleraõ a
E d’’ãli
Toa'is-il ’Pedr°-‘ Verdadeiramente também tu delles es: porque tua falia te
manifefta.
*Ouj<mZ- 74 Entonces Qe] [/?] começou clle a * anatematizar, e a jurar,
diçoar. [dizendo,]
[ dizendo > ] Naõ conheço a [effe ] homem.
rM.Jrt.Z6: 75 E logo o galo cantou. E lembrou fe Pedro dapalavradeJefus,
<54 que lhe diflèra: rAntesque o galo cante, me negarás tres vezes. E
More, 14:
faindofe pera fora chorou amargofamentc.
21:61.
JM.I3.5i.
SEGUNDO S. MATTHEUS. Gap.XXVII.

Capitulo XXVII.
I Entregao os Judeos Chrifto a Pilatos. 3 Arrependido Judas lanpa 0 Unheiro
‘no Templo, e enforcafe. 6 Com oqual dinheiro comprai 0 campo do Oleiro, como
predito fora. II Examina Pi latos a Chrifto acerca das acufápSes que contra elle
Jetraziai. 19 Sua mulher 0 avifa. 20 Deslara a Chrifto por inocente eprocura
Jeltalo. 24 0 que nao aproveitando lava as maós, eâ inítancia dos Judeos-, 0
entrega a os Soldados, pera fercrucificado. 27 Oj quaes avendo 0efiarnecido, 0
levai a crucificar. 32 E a Simao Cyrenio olrigao a quefua truz lhe ajude a levar,
35 CrucificaiaChrifio. 38 E a dous falteadorescomelle. 39 Oj qwpajfaã, ao
injuriai, edeUe zombai 45 Vem trevosJobreferra, dai lhe a beber fel, e!/ra-
tdando em fua extrema anguíliaa feu Pae, dá 0 efpirito. 51 Sucedem diverfat
maravilhas a 0 temqo de jua morte. 54 Polo queo Centuriaí polo filho de Deus
0 confejfa. JoJephdeArimatheaofepulta, e heofepulchroâ petipaídosPriu^
cepes dos Sacerdotes, com guardas fortalecido.

1 a Eviflda a manhaá,tomaraó juntamente confelho todos os Prín- 4 P/àZ. 2:1,


4"4 cepes dos Sacerdotes e Anciãos do povo, contrajefus, pera
0 matarem. • Xw.22:^
2- E amarrado 0, levaraó o, e entregáraõ 0 a b Poncio Pilatos, o i 8%s
Preíidente. y jfâ.yiè
3 Entonces Judas, 0 que 0 avia trahido, vendo que jaeftava con­
denado, tornou, arrependido, as trinta [w^ZaiQ de prata aos Prin-
cepes dos Sacerdotes e a os Anciãos :
4 Dizendo, Pequei, trahindo o fangue innocente. Porem eHe$
diíTeraô: Que nos toca [ iflo] a nos? Ve o tu.
5 E lançando elle as [moedas] de prata ’no Templo, partiofe, e
j foy, e * enforcou [fè], czSamAp;
6 E os Princepes dos Sacerdotes, tomando as [moedas] de prata,
difièraõ: Naóhe licito polas’no cofre das offertas, porquanto pre-
ço de fangue he.
7 E tomando juntamente confelho, compráraõ com ellas o d caxa- humbarapo.
podo Oleiro, para iepultura d’os eftrangeiros. dA3.v„i%
8 Polo que foy aquelle campo chamado, campo defangue, até o
dia de hoje.
9 Entonces fe cumprio o que foy dito e pelo Propheta Jeremias, eZach.Ti*,
que diflè: E tomáraô as trinta [moedas] de prata, precodoapreça-
do pelos filhos de Iíraél, a o qual elles apreçáraô. ° )T1J
10 E deraô as polo campo do Oleiro, íêgundo o que o Senhor me
* mandou. 2. *
u/EJefus ellevc diante do Preíidente, e o Prefidentepergun-í.w.23:
■, . toa,

1
OS. EUANGELHO
■ . 9
tou, dizendo, Es tu o Rey d’os Judeos? E Jefus lhe difíe: Tu[«'J
dizes.
u E fendo acufado pelos Princepes d’os Sacerdotes e Anciaõs,
V nada refpondeú.
íSlaft.zè: Pifotos entonces lhe difíe: Naõ ouves quantas [atufa] teftifi-
caó contra ty?
b ifaj. $3: 14 h E naõ lhe refpondeo nem huá fó palavra, de maneira que o
, Prefidente fe maravilhava muyto.
iMarcM' * E’na fefta coftumava o Prefidente foltar hum prezo a o povo,
6 ‘ ’ qual que quifeflem.
Lue.'23:17, k E tinhaõ-entonces hum prefo bem conhecido chamado Ui-
Im. 18:39. rabbas.
èMarc.iy. 17 Juntos pois elles, Diflelhes Pilatos: Qual quereis que vos
_ 7J folte? a Barabbas, ou a Tefus, que he chamado Chriíto?
lea.'18- 4o lS P°rque fabia que por enveja o entregarão.
19 E eftando elle aflèntado no Tribunal, fuamulher enviou a elle,
dizendo, Naõ tenhas que fazer com aquelle juftoj porque hoje pa­
deci muytas coufas em fonhos por amor d’elle.
iMem. 15* 20 z Mas os Princepes dos Sacerdotes e os Anciaõs períuadiraõ ás
11. companhas que pedifle a Barabbas, e a Jefus matafièm.
Lw.a^iS. 11 E refpondendo o Prefidente, diflelhes: Qual d’eftesdous que -
l«a. iS:4o. rejs qUe vos folte? E elles diflei-aõ: A Barabbas.
^.3:14. Pilatos lhes difíe: Que pois farei Jefus, quehechamado
Chriíto? Diflèraõ lhe todos: Seja crucificado.
23 Porem o Prefidente difíe: Pois que mal tem feito ? E elles cla-
mavaõ mais, dizendo, Seja crucificado.
24 Vendo pois Pilatos que. nada aproveitava, antes fe fazia mais
alvoroço, tomando agoa, lavou as maõs diante da companha, di­
zendo, Innocente eftou do íãngue defte juflo: Vede ovos outros,
25 É refpondendo todo o povo, difíe: ® Seu fatigue \_veuba J fo-
28.
bre nos, e fobre noffos filhos.
26 Entonces foltoulhes a Barabbas: porem avendo açoutado a
„ , Jefus, entregou 0 pera fer crucificado.
x^r.*5. & Entonces os íòldados do Prefidente, * levando a Jefus com-
Iw. 1'9:2. figo á audiência, ajuntaraõ a elle toda a quadrilha.
*Óuj to- E defpindoo, cobriraõ 0 com huá capa de gráa.
wmàn 29 E tecendo huã coroa de efpinhos, puferaõ ihafobre a cábeca,
ehuá cana em fua («rfJ direita, e poftrandofe de iuelhosdiante delle,
*0iU>e«í zombavaõ delle, dizendo, * Ajas gozo, Rey uõsJuoços.
; , ormdé-l' <*’ 30 E
SEGUNDO S. MATTHEUS.Cap.XXVlI.
30 E cofpindo nelle, tomaraó a cana, edavaó lhe ’jná ‘
cabeça.
31 E desque 0 ouveraó efcarnecido, defpiraôihp a capa, c veíti-
raõ 0 com íeus veftidos, e levaraó o a crucificar. v^ían^^t
32 «Efaindo, ácharaõ a hum homem Cyreneo, por nome Simaõ: ^ 31* ,
a efte conftrangeraõ a que levafle fua cruz. p,*^*2^'
33 f E chegando a 0 lugar chamado Golgotha, que fe diz 0 lu-4^9^*
gar da Caveira: M’
34 Deraó lhe a beber vinagre mefturado com fel 3 egoftandof/], 1^.23:33.
naõ {/] quis beber. loa, 19:17.
* 35 1 Edefqueo ouveraócrucificado, repartiraó feusveftidos, lan-?
çando fortes: peraque fe çumpriffe 0 que foy dito pelo propheta: ,
tEntre fi meus veftidos repartiraó, efobre minha túnica fortes lan- rprZz:i^
çaraó. ./15:
36 E aflentado fe, guardavaõ o ali. 26:
37/ E puferaó por em cima de fua cabeça fua * caufa efcrita: Lm 23:38.
ESTE HE JESUS, O REY DOS JUDEOS.
38 t Entonces foram crucificados cómelle dous faiteadores, hum °Ují®ítw;,
a [iwí] direita, e outroá ezquerda.
39 « E os que paflàvaó blafphemavaõ d’elle meneando fuas cabe- 12. 5‘
Ças, uty22‘.t.
40 E dizendo, »Tu, que derribas o Templo, eemtresdiasf/] *69:21.
reedificas, falvate a ty mefmo. Se es Filho de Deus, defcende da ÍAan- J5:
cruz. _
41 E <ra mefina maneira também os Princepes dos Sacerdotes x £
cornos Eícribas, eAnciaôs, ePharifeosefcamecendod’ellediziaó: 61."
I
41 A outros falvou, a fi mefmo naó fe pode falvar. Se he o Rey loa. 2:19.
de Ilrael, defeenda agora da cruz, e creloémos.
43 y Confiou em Deus, livreoagora, fe [km] lhequer. Porqueyty22:9»
difle: Filho de Deus fou. ~
44 E 0 mefmo lhe lançavaó também em rofto os íalteadores que
com elle eftavaó crucificados.
4j » E defda hora feifta, ouve trevas fobre toda a terraaté a hora
nona. z2S13-44.
46 E perto da hora nona * clamou Jefus com grande voz, dizen-. pr 22- 2.
do, ELI, ELI, LAMA SABACHTHANI: iftohe,Deus^.5:7.
meu, Deus meu, porque me defemparafte?
47 E alguns d’os que ali eftavaó, ouvindo [«}, diziaó: A Elias
chama efte,
l *
4ME
ujjwraní&
I

66 OS.EUANGELHO
6P/,69:22- 4.8 b E logo correndo hum delles, tomou huã efponja, eencher.-
loa. 19:29 do [«] de vinagre, póla em huã cana, e davalhe de beber.
49 Porem os outros, diziaó: Deixa, vejamos fe Elias vemali-
vralo. v
e Lw< 23; 5° c E Jeíus clamando outra vez com grande voz, deu o efpirito.
.<
4 51 d E eis que o véo do templo ferafgou em dous de riba até baixo,
d 2 Chron,
3.14.
e a terra tremeo, e as pedras fe fendéraõ. t I

Marc. 1$: 51 E os fepulcros fe abriraõ, e muytos corpos de fanâos , que


38. dormirão, foraó refufeitados.
Zr/ZÍ. 23:45. E faidos dos fepulcros, defpois de * fua refurreiçaõ, vieraô á
53 __
en • 1 1 * . f 4
fanífo cidade, e apareceraó a muytos. k
S&tâor. E 0~ Centuriaô, e~ os que cõ elle a Jeíus guardavaõ, vendo o
54 e. T?
eMarc. 15:
’* ' terremoto, e as couíàs que aviaô fucedido, temeraõ em grande ma-
3?-iy.47. ne,rai dizendo,’ Verdadeiramente Filho de Deus era efte.
Luc.
fàlarc. 15: 55 JE eftavaó ali muytas mulheres g olhando de longe, as quacs
40 defde Galilea aviaô feguido a Jefus, h fervindo o.
56 __
Entre as quaes eftava Maria Magdalena, e Maria maé deJaco-
|^/38:i2< e cje Jofe^ e a maê dos filhos de Zebedeo.
iMarc. 15: 57 «E vindajaatarde, veyo hum homem rico de Arimathea, por
42.
nome Jofcph, o qual também era Difcipulo de Jefus.
Lw. 23::5o. 58 Èfte chegou a Pilatos, e pedio o corpo de Jefus. Entonces
loa. I9Z;38. Pilatos mandou que o corpo fe [7/v] deflè.
59 E tomando Jofeph o corpo, embrulhou o em hum limpo len­
çol fino.
k N.an.vy. 60 k E pôlo em feu fepulcro novo, que tinha lavrado em huã pe-
r ,. nha j e revolvendo huã grande pedra á porta do fepulcro, foy fe.
»í23 53- £ eftava ali Maria Magdalena, ca outra Maria, aflentadas
defronte do fepulcro.
61 E 0 feguinte dia, que he deípois da preparaçaõ ajuntaraô fe
os Princepes dos Sacerdotes, e os Pbarifeos a Pilatos,
63 Dizendo, Senhor, lembramosnos que aqueÚe enganador,
IMatt. 16: vivend0 ainda diffe: l Defpois de tres dias refufcitarei. k
21. - - ...
64 Manda pois que o fepulcro fe íegure até o dia terceiro, por-
e 17:13.
e2o’i9 que por ventura naôvenhaõteus Difcipulosde e o furtem, e
noite,- tviuiMíiu,
.. .........................
digaõ a o povo, [?»e] dos mortos refufeitou: e ferá o derra-
11«34: deiro erro peyor que o primeiro.
Lm. r22. guarda tendes 3 ide fegurae o como o en­
65 Diffelhes Pilatos: Aguardam
e 18: 33. tendeis.
e24;ó. tá E indo elles, feguraraô o fepulcro com a guarda, fellando a
pedra. C a p i-
t . -■.........
f
SEGUNDO S. MATTHEUS. Cap.XXVIIL 47
\

Capitulo XXVIII.
I Vem as mulheres a o fefulcro. 2 Informa as o Anjo que doJetoskro apedra revok
vèra> acerca de fua rejfurreiçao, 7 Vam a dar as novas a /eis Difeipulos* 9 A-
fiarecelhes Chrijio ne caminho. II Dam os guardas as mejmas novas a os Vrin^
cepes dos Sacerdotes > forem fubomados com dinheiro* divulgaò quefeus Dífiifi^ •-
los do fefukro 0 furtdrao. 16 Aparece a feus Difeipulos em Galilea, 19 £
manda os a pregar e a bautfaar a todas as gentes, ao Prometendolhesfua conti-
nua aftftencia.

1 '•‘pá tarde [de/tois"] do Sabbado quando ja * começava efelarecer » Marc.it’.


* pera o primeiro da femana, veyo Maria Magdalena, eaou- x.
tra Maria, a ver o fepulcro. Z«í i4:i-
a E eis que fe fez hum grande terremoto; porque o Anjo do Se- *qu2°^_
nhor defccndendo do ceo, chegou, e revolveo a pedra da porta e retia,
eflava aflêntado fobre ella.
3 E feu afpeóto era como hum relampago, e feu í veftido branco
comoneve. Aã.iw».
4 E de medo delle ficaraõ os guardas muy aflòmbrados, c toma-
raõ fe como mortos. ' cMarc id*
5 Porem rcfpondendo o Anjo, diflè a as mulheres: Naó temaes 6 ' *
vos outras, cporque eu íei que bufcaes ajefus, o que foy crucifi- 1^24:4.
cado. dMatt.n,
d Naõcftáaqui, d porquejareíufcitou, como diflè, vinde, vede m. -
o lugar a onde jazia o Senhor. ei7»M«
7 E ide preito, dizei a feus Difcipulos , que ja refufcitou d’os
mortos 5 e vedes aqui, vos vae adiante a Galilea, <?alio vereis. Ve-
des aqui volo tenho dito. e 10:^4.
S f E fáindo ellas aprefuradamente do fepulcro, com temor e gran- Luc. 9:22.
de gozo, correram a denuncialo a feus Difeipulos. * 18:33.
9 E indo ellas a denuncialo a feus Difeipulos, eis que £ Jefus lhes íjd"6'
fae a o encontro, dizendo, Ajaesgozo. E chegando ellas, pegáraó eJ™ft‘2°^' i

defeiwpees, e adoráraó o. / MJrZi*?.


10 Entonces Jefus lhes difle: Naotemaes, ide, denunciaeameuspiíázciá:
irmaós, que vaó a Galilea, h e lá me veràó. $.
11 E indo ellas, eis que hunsdaguardaviéraõá cidade, e denun- ** aoiiS*
ciárao a os Princepes dos Sacerdotes todas as couíàs que tinhaó 3.-£^are‘li:
contecido. 14
ia E congregados elles com os Ançiaôs, e tomado confelho entre
fi, deraó muyto dinheiro a osfeldadosj e 13.-31.
I 2 13 Di-10.15:5.
6t OS. EUANGELHÓ
Dizendo, Dizei: SeusDi(cipulosviera5denoite,eofurtaraõ,
* Ou cm- dormindo nos outros.
tentaremTc. I+ Efeifto vier a ferouvidodoPreíidente, noso * perfuadiremos,
* Ou, fora e * feguros vos faremos.
Ae cuidado ’5 E elles tomando o dinheiro, fizeraõ como eílavaô inftruidos.
vá çore- E foy efte dito divulgado entre os Judeos até o dia de hoje.
ió E os onze Difcipulos fe foraô â Galilea, a o monte í aonde •
’^í i6:Jefus lhes tinha ordenado.
17 E como 0 viraó, adoraraõ 0, porem alguns duvidavao.
28.'
28. ' E chegando Jefus a elles, fàlloulhes, dizendo, k Toda pote-
k PjàL S: 7. ftade me he dada ’no ceo e ’na terra. 9
Matih.ii: 19 ZPor tanto ide, eníinae a todas as gentes, bautizando as em w

27- ‘ nome do Pae, e do Filho, e do Efpirito Sancto: Enfinandolhes que


Luc: 10:22. guardem todas as coufas que vos tenho mandado.
10 wEvedefaquieueítoucomvofcotodososdiasatéaconíujhaçaô
icor.iy. do mundo. Amen.
27.
Éfhef. 1: 22, HeZr.2;$, ZMm, 16: iy lWl$: 16. mItaõ 14:it.

O SAN-

9
EUANGELH/O
De noíTo
SENHOR

JES U C H R I ST O
SEGUNDO
S. M ARCO s.
Capitulo I.
j Começa 4 pregaçdb do Euangelho com oMiniJlerio de foao que no deferto prega e
bautiza com grande concorrência do povo. <f Christohe delle bautizado 3 e do Ce»
fe lhe dá teEimunho que o muy amado Filho de Deus he. 11 He atentado ’n»
deferto. 14 Prega em Galilea. 16 EchamaaSimaoeaAndré. 1$ Comotam-
bem a Jacobo e foao. 21 Enfina em Capemaum. li Lança fora hum efpirito
immundo. 29 Sara da febre a fogra de Pedro. 32 E a. toda forte de enfermos >
e endemoninhados. 35 Retira fe a hum lugar deferto a orar. 3S Saedaliapre-^
gar pelas aldeas vizinhas. 40 Purifica ahumleprofo, manda 0 calar emofirar'
fe ao facerdote.

1 W "W rincipio do Euangelho de Jeíu!Chrifto, Filho de Deus.


2 Como.eltá efcrito em os Prophetas: a Eis que eu envio a 3:1;
«*- meu Anjo diante de tua face, que teu caminho diante de
ty preparará. , Luc.r.if
3 b Voz do que clama em o deferto: Aparelhae o caminho dó bifayivi.
Senhor, * endéreçae fuas veredas.
4 ‘ Eftava Joaõ.bautizando ’no deferto, e pregando o Bautifino de L*g 3; 4.
* converfaó pera remifíàô dos pecados.
5 « E fahia a elle toda a provinda de Judea, ens de Jeruíâlem 3 f
e eraõ todos bautizados d’dle ’no rio Jordaó, confeflàndo feus pe- #qu'
enia.»
I3 6 E
mento. csAatth.^-.i.Luc.i:^ Ioaoi:^. dlKatth.y.<ç.1ac 3:7,
lR7r.í.7° 0 S. EUANGELHO
ígtt 3:4. 6 f E Joaó * andava veftido de pelos de camelo, e com hum cinto
O\i,efta~ de couro a o redor de feus lombos 3 e comia f gafanhotos, e mel
d’o mato. \
Lev.iv.
2^ 7 o e xpregava*
D ' dizendo, Apos my vem 0 que he mais forte gue
■ Matth j:eu ’ a 0 9°^ eu naõ f°u digno1 de encorvado aefatar a correadéíuas
n. ’ alparcas.
Swr. 3:16. ;8 _h Be vos tenho eubautizadocóagoa, masellevosbautizaráréom
^1:27. Efpirito Sanéto. I

tMatth. 3: 9 “E aconteceo ’naquelles dias, queveyo Jefus de Nazarefh.de


11. Galilea,. e foy bautizado de Joaó no Jordaõ.
Aã. 1: 5.
íir.iá. •o h E logo, fobindo da agoa, vio abriremíe os ceos, e a oEfpii
eI9t4 rito, que, comòpomba, defcendia fobre elle.
i ljay 44:3. 11 E * ouvio fe huá voz d’os ceos [ que dizia J: l Tu es meu amado
loel 2:28. Filho, em quem me agrado. k

Aã.i 4: 12 m E ' logo o -----


Efpirito 0 empuxou a 0 deíèrto.
e II: 1$. 13 E efteve ali no deferto quarenta dias, atentado de Satanás 5 e
t^r^.3: L_A J ~~..... r*“---- -------------------------
_____ /*_ _ 4 •
_z ’ eltava com as reras, e os Anjos 0 lerviao.
/• •

------ ~
Luc. 3: ai* 14. U » E defpois que Joaó foy entregue, veyo Jefus a Galilea pre-
loaõ1:32 gando 0 Evangelho do Reyno de Deus : I
I

*Ou>fezfe, 15 E dizendo, O tempo he cumprido cumprido , e o Reyno de Deus eftá


IP/.zvl perto j «Arrependeivos, e crede a o Euangelho.
tó f E _ andando junto„ - a-- o mar --de— Galilea, vio” ”a■ --Simaó
„ - , _ e a André
<w,_,
e 17-517 ^eu irma5> 9ue ianÇavaó a rede a o mar (porque eraó peícadores). I

Marc. y.y. '17 E diífelhes Jefus: Vinde apos my, e farei que fejães peícado-
Luc. 3:22.íes ? dehomens. I

«9-35- 18 r E deixando logo fuas redes, o feguiraó.


Col. 1:13. 119 /E paflando d’ali hum pouco mais a diante, vio a Jacobo
2 de ~ '
’ Zebedeo >, e a Joaõfeuirmaó, que [e/foWj no barco con­
u
m Matth. certando - redes.
J - fuas
4:1.
Luc 4t I. - os chamou 3 e elles deixando a feu pae Zebedeo no "
20 E logo
’*?* barço co^^ros. fcraó^eue.►
21 t E entráraó em Capemaum j e logo emoSabbado, entrando
Luc. 4? 14» H<1 Synagoga, enfinava.
1^4:43. 22 u E efpantavaó fe de fua doârina, porque os enfinava como
tendo autoridade, e naõ como os Efcribas.
f Matth.4\
- l8IS. 23 *Eefeva em fua Synagoga defies hum homem com hum eípí-
a Iere;n.i6- rito immundo, E clamou,
16. 24 Di_
£zeí.47’.lo. rMatth. 19-27. 10:28. Luc.5:11. elS:2St
L«f.4:3i. «M<«Z>.7:a8,i,#c.4:32. xL*c.4',ft.
>■

SEGUNDO S. MARCOS. Cap.I.


24Dizendo, Ah, que temos com tigo, Jefus Nazareno ? Viefte
a deftruir nos? * Bem fei quem es, ó Sanéto de Deus. * Otistex-
25 Ereprendeoojefus, dizendo, cala te, efaeyd’elle. tepte.
16 E defpedaçando o o eípirito immundo, e clamando com gran­
de voz, fahio delle.
2 7 E de tal maneira fe efpantaraõ todos, que perguntavaô en­
tre fi, dizendo, Que he ifto ? Que nova doârina he eíla? Que .
' com poteftade até a os efpiritos immundos manda, e lhe obede­
cem? -
28 E logo fua fama fahio por toda a Província d’o redor de Ga-
t íiea. . 4 _•
297 E faindo logo d’aSynagoga, vieraõacafadeSimaõ, edeAn-«
dré, com Jácobo e Joaõ. 14.
3° E a fogra de Simaõ eftaya deitada com febre, e differaõ lheZ**.4:$8.
logo d’ella.
31 Entonces, chegando fe a ella tomou a pela maõ, e levantou a,
elogo a febre a deixou, e fervia os.
3- »E vinda a tarde, quandoja o folie punha, traziaõlheatodososxJjftrfrtJ;
que fe achavaó mal, e a os endemoninhados. ií.
33 E toda a cidade fe ajuntou á porta. Lw. 4:40.
34 E curou a muytos que fe achavaó mal de diverfas enfermida­
des} e lançou fora muytos demonios 5 e naô deixava fàllar a os de­
mónios, porquanto o conheciaõ.
35 * E levantandofe muy de manhaá, ainda bem de noite, fahio, 4Z.«c,4:4i-
e foyfe a hum lugar deferto, l> e ali orava. ‘ ^sÁa.tt.1^,
3° E feguio o Simaó, e os que com elle [efiavaf\ j
37 E achando 0, differaõ lhe: todos te buícaõ.
38 E elle lhes diffe: c Vamos a as aldeas vizinhas, peraquepregue fZjM'4J.
também ali, porque para iflõ fahi. dlfay.cr.
39 E pregava em íuas Synagogas delles por toda Galilea, e lan- » s
çava fora a os Demonios. «4- •
4» e E veyo hum leproíò a elle, rogandolhe, e poftrandofe de -
juelhos diante d’elle, e dizendoíhe, Se quiferes, bem me podes 2.
alimpar. um-.iz.
41 EJefus movido de intima compaixaõ, eftendeo a maõ, e to­
cou o, ediífelhe: Quero, fé limpo.
42 E avendo elle dito logo a lepra fe foy d’elle, e ficou
limpo.
43 E ameaçando o, logooddpediodefi.
44 E
7i O S. EUANGELHO
44 Ediflelhe: Olhaquenadaaninguetndigasi fenaóvae, mofira-
fLr.;ij:a.te a o Sacerdote, e offcrece por tua limpeza o que/Moyfes man-
A14’-*' dou, peraqueihes*confte.
tm rafcw. Mas elle àhido, começou a apregoar muytas coufas, e a di-
vulgar o negocio 5 de maneira que ja naó podia entrar publicamen-
te 5na cidade, mas eftava fora em lugares defertos, e de todas as
partes vinhaõ a elle.

C A P I T U I> O II,
I Prega Chrifto m Capernaum com grande concorrência do povo. 3 Trazemlhe
hum paralytico a quem os pecados perdoa e 0 fiara , provando afli contra os tf-
cribas 3 que lambem autoridade tinha para os pecados perdoar, 13 Chama a Mat-
theus da Alfandega. Come e bebe com os pMicanos j 0 que Jêrlhe licito prova,
18 Da razao i porque fieus Dificipulos entonces nao jejumavao, como os deJoaSj
e os dos, Pharifieos faziao. 23 E andando os Difiipulos arrancai efipigas ernSab-
bodo > Chrifio os defende contra a calumnia dos Pharifieos.

aMatth ?:, p «defpois de [algum] dias entrou outra vez em Capemaum, e


Luc ç 17 *^ouvio fe que eftava em caía.
1 E logo fe ajuntáraõ tantos, que nem ainda , ’nos lugares jun­
to á porta cabiaó: e fallavaihes a palavra.
bMatth 9: j b E vieraó a elle que traziaõ hum paralytico , ás cofias
T E de quatro
Luc. 5: to. 4 g na- p0denc|0 chegar a elle por caufa da companha, defeobrí-
raó o telhado de adonde eftava, e fazendo hum buraco, deceraõ
[per elle] o leito, em que o paralytico jazia.
5 E vendo Jefus fuafé, difle a o paralytico: Filho, teus peca­
dos te faô perdoados.
6 E eftavaó ali affentados alguns d’os Efcribas, que arrezoavaõ em
feus coraçoens, [dizendo]
*Pfi&^ 7 Porque falia efte affi blasfémias? ‘ Quem pode perdoar pecados,
fenaô fó Deus ?
i/*m3:js 8 E conhecendo logo Jefus em feu eípirito, que affi entre fi arre-
zoavaó, diffelhes: Porque arrezoaes d’eftas coufas em voflòs cora­
çoens ?
9 Qual he mais fácil? Dizer a o paralytico: ] pecados te faõ
perdoados? Ou dizer [ZfoQ: Levantate, e toma teu leito, canda?
xo Pois peraque faebaes que o Filho <tfo homem tem poder na ter­
ra pera perdoar pecados, (diflè a o paralytico):
11 A lí£j Levantate, e toma teu leito, e vaete pera
tua caía. ,x E
SEGUNDO S. MARCOS. Cap.II.
n E logo fe levantou, e tomando o leito, íàhio fe em prefença
de todos 5 de talmaneira que todos íe eípantáraõ , e glorificáraõ a
Deus, dizendo, Nunca tal vimos. /
13 E tornoufe a fair pera 0 mar, e todaacompanhavinhaaelle,
eenfinavàos.
14 E paflàndo elle, vioaLevi, \j> filho] dejAlpheo, aflèntado
na Alfândega, ediflèlhe: Segue me 5 e levantando fe, feguioo.
15 E aconteceo que eftando élle aflèntado p mefa] em lua caía,
muytos publicanos e pecadores eítavaõ também aflèntados [âtoe/â]
com Jeíus e íèus Difcipulos 5 porque eram muytos, e o tinhaõ fe-
jfuido.
i<í E os Efcribas e os Pharifeos, vendo o comer com os publica-
nos e pecadores, difleraõa íèus Diícipulos: Que [quer dizer] que
come e bebe com os publicanos e pecadores ?
17 E ouvindo [0 3 Jeíus, diflèlhes: Os íaõsnaõneceflitaõ de me­
dico, íènaó os que eitaõ doentes: e Eu naõ vim a chamar a os juftos, eMattl&i
fenaõ a os pecadores â converfaõ.
18 JE os Difcipulos de Joaõ, e os d’os Phariíeos, jejumavaõ 5 e
vieraõ, e diflèraó lhe: Porque os Diícipulos de JoaÔ e os dos Pha- e /y? ■'
•riièos jejumaõ, e teus Difcipulos naõ jejumaõ? it/wj-is.
19 E Jeíus lhes diflè: g Podem por ventura os filhos de bodas je- fhÁatth.y,
jumar em quanto o Efpofo com elles eftá? Entre tanto que tem com
figo a o Elpofo, naõ podem jejumar.
ao Mas dias viraõ, quando o Efpofo lhes for tirado 5 e entonces.^^jj.’^
’naquelles dias ieiumaraõ.
ai E ninguém * deita remendo de pano * novo em veftido velho j * u 4 cyre\
d’outra maneira 0 mefmo remendo novo rompe o velho, efàzfepe-
yor rotura.
aa h E ninguém deita vinho novo em odres velhos 5 d’outra ma- h Matth.^
neira 0 vinho novo rompe os odres, ederramafeo vinho, e os odres J7-
íèdanam: mas o vinho novo em odres novos fe ha de deitar.
a? í E aconteceo que paflàndo elle * por huns paens em Sab-*®*®*"2^'
bado, e, indo feus Diícipulos andando, começáraõ a arrancar eípi-

a4 E.difleraõ lhe os Pharifeos: Ves [fâ] ? Porque faze & o que * Ou,felos
em Sabbado naõ he licito ? femeados.
*5 E elle lhes diflè: Nunca leites l o que ‘fez David, quando k Exod. ao:
teve neceflidade, e fome, elle c os que com elle [fiM] ? .
26 Como entrou ’nacaíàde Deus, emtcmpodeAbiathar Summo g4®*
K Pon-
74 O S. EUANGELHO
Pontífice, e comeo os paens da propofiçaõ, quenaõhe licito co-
w Lcv. 14; mer? w fenaô a os Sacerdotes, e também deu a os que com elle
9* eftavaô? \
27 E dizialhes; O Sabbado por caufa d’o homem foy feito, naô
. o homem por caufa d’ 0 Sabbado.
* s‘r J2,: 2S « Am que 0 Filho d5 homem até do Sabbado he Senhor.
. 6: $.
Capitulo III.
I Chrisia a bmt beme de bua nwe feca, efrm que 0 Sabbado com a talo-
bra fevao profana, 6 Tem os Pharifeos e Heroaianos contra elle conjelho, de cu­
jos ciladas fe efcapa, e acode a eSe bua grande multidão de todas as bandas ■> ie
que a muitos fira, e lançando a os Demoxiosfora , lhes defende, que 0 naÕ ma- '
nifedem. 13 Elege doze alpofiolos, 16 Cujos nomes fe relatam. II Seus pa­
rentes por fora de fi 0 tem. 22 Blasfemao os EJcribas de feus milagres, dizen­
do, que por Beelzebul os fazia, 0 que com diver/as parabolas refuta. 18 Enfina
que a blasfémia contra oEfpirito Saneio nuncaperdoadajerá. JI £ declara quem
Jua Mae, feus irmãos, e fuas irmaSs fejai.

aMattit'. i a p entrououtra vez em a, Synagoga: e eftava ali hum homem


. 9 que tinha huã maõ feca.
6 6. » g atentavam para elle, fe em Sabbado o curaria, pera o acu-,
farem.
3 E difle a o homem que tinha a maõ feca: Levantate ’no meyo.
4 E diflelhes: He licito fazer bem em Sabbado, ou fazer mal?
Salvar huá peífoà, ou matala? E elles calavaõ.
5 E olhando pera elles a oredorcomindignaçaõ, condolecendoíê
d’a dureza de feu coraçaõ, diífe a o homem : Eftende tua maõ:
b i Rey.iy. E elle a eftendeo: b e foy fua maõ reftituida fàã como a outra.
6. 6 c E faindofeosPharifeos, tiveraõ logo confelhojuntamente com
r I2: os Herodianos contra elle, como o matariáo.
loa. 1039 7 E retiroufe Jefus com feus Difcipulos para o mar: d E íèguio
e ii; 53. 0 huá grande multidão de Galilea, e de Judea.
dMatt.4-. 8 E de Jerufalem, e de Idumea, e d’alem do Jordaõ j e grande
25 multidaõ d’os de perto de Tyro e deSidon, ouvindoquam grandes
Luc. 6:17. coufas fàzia, vieraõ a elle.
9 E difle a feus Difcipulos que o barquinho de contino perto d’el-
le eftivefle, por caufa d’as companhas5 porque naô o oprimiflem.
10 Porque tinha curado a muytos, de tal maneira que todos quan-
tos tinhaõ mal [algum], cahiaõfobre elle, polo tocar.
n E os efpiiitosimmundos, vendo o, fe pofiravaõdianted’elle,
. ' è cla-

4
SEGUNDO S. MARCOS. Cap. III. 15
e clamavam, dizendo, Tu es o Filho de Deus.
E elle * os ameaçava muyto, que o naó manifêftaffem. *Ou, Ibes
ij e E fubio a o monte, e chamou a fi a os que auis, e vieraó
a elle. /
14 E ordenou a os doze, pera que eíliveíTem com elle, e peraos
mandar a pregar: .tottM.
*5 E pera que tiveflem poder pera curarem as enfermidades, e 6:7.
lançarem fora a os Demonios. Lw. <$: 1 j.
10 Jeber\ a Simaó , [4 J pos por £/eárel nome
Pedro.
^17 E a Jacobo [fâf] de Zebedeo, e a Joaõ irmaõ de Jacobo, e
pos lhes por [fèíre] nome Boanerges, que he , filhos do trovão.
15 E a André, eaPhilippe, e a Bartholomeo, eaMattheus, e
a Thomas, e a Jacobo filho'} de Alpheo, e a Thaddeo, ea SimaÔ
o Cananita.
19 E a Judas Ifcariota, o que também o trahio.
ao E vieraó pera caia, e outra vez fe ajuntou acompanha, detal
maneira /que nem ainda podiaó comer paõ. fMatc.fr.
t ’ E como ifto ouviraó os feus, fairaõ a pegar delle > porque di- 31*
ziaõ: Eftá fora de fi.
E os Eícribas que aviaõ defcendido de Jeruíàlem, diziaó :
g A Beelzebul tem, e pelo Princepe d1os Demonios lança fora a os S^att^
Demonios.
E chamando os afi, diflelhes por parabolas: Como pode Sa-^jj-ó
tanás lançar fora a Satanás ? iOa. 8:48.
44 E fe algum Reyno contra fi mefino eftiver divifo, naõ pode o h Ma.tt.vz-.
tal Reyno fubfiftir. a5«
45 É fe alguâ cafa eftiver divifa contra fi mefina, naó pode a tal *qtd. aca-
cafa fubfiftir. bafe.
26 E fe Satanás fe levantar contrafimefmo, e eftiver divifo, naõ ia»
pode fubfiftir, porem*tem fim. *7-
47 í Ninguém pode roubar * o fato d’ovalente, entrandoemfua 0i
cafà, ^fe antes naó amarrar a o valente: e entonces roubará ^kcei.zti^.
cala.
a8 Em verdade.vos digo, lque todos os pecadosferaõ perdoados 25.
a os Filhos d’os homens, e toda forte de blasfémias com que blas- Matth.11:
femarem: 3L
49 ® Porem qualquer<jue blasfemar contraoEfpiritoSanâo, pera * ;**'
fempre naó tem perdaój mas culpado he do eterno juizo. miioa e
K a 20 Por- ix.
7t OS. EUANGELHO
3» Porque diziaõ: Efpirito immundo tem.
vMatt.iv; 31 » Vieraõ pois feus írmaõs efuamaêj ceftandodefora, *man-
46- dáraõ o chamai
*Ou. eX. 31 ^.a compra eftava affentada a 0 redor dMIej e diflèraólhe:
graiaelle'e Ve&qui tua maé, e teus irmaõs te bufcaõ lá fora.
chameraèr M E elle lhes refpondeo, dizendo, Quem he minha maé, ou
meusirmaós?
34 E olhando d’o redor pera os que a o redor d’elle aflentados efta-
el4>«õ i5: vaÕ, diíTe: Vedes aqui minha maé, e meus irmaõs.
14. 35 0 Porque qualquer que fizer a vontade de Deus, efle he meu
zco-,$■: irmaõ, e minha irmãa, e \minha\ maé. ♦
16., 17.
Capitulo IV.
1 DeclaraChriJlo com diverfas parabolas o eflado do Reyno dos Ceos, primeíramen-
te com a dofemeàdor, cujafementecahioemdiverfos lugares, lo Da razaõpor­
que por parabolas fala, 14 E explica em particular a feusDiJcipulos aprecedente
parabola. 21 Dejpoiscom adacandea, que fe poemfibreo candieiro. 24 Cedia
da medida com que fe mede. 26 Com a da femente que pouco a pouco madurece.
30 E com a do graõ da moftarda. 3$ Rafa com feus Difcipulos 0 mar, e dor-
miúdo elle no barco, 0 dejpertao, e aplaca atormenta.

1 1 * p começou outra vez a enfinarjunto a 0 mar, eajuntoufe aeHe


Lmc. 8:4. grande companha, de tal maneira que entrando em hum
barco, fe affentou ’no.mar j e toda a companha eftava em terrajun­
to a o mar. 7.
1 E enfinavalhes por parabolas muytas couíàs? e dizialhesemíúa
doârina: •
3 Ouvi, Vedes aqui o femeador fahio a iemear.
4 E aconteceo que femeando elle, cahiohvâfparte da femente jjun­
to a 0 caminho, e vieraõ os paílàros d’o ceo, e comeraõ a.
5 E outra cahio em pedregaes, onde naõ tinha muyta terra j elo-
go naceo, porque naõ tinha terra funda.
6 Mas faindo o foi, queimoufe 3 e porque naõ tinha raiz, fe-
coufe.
7 E outra cahio entre efpinhos, e crecéraõ os efpinhos e afoga-
raõ a, e naõ deu fruito.
8 E outra cahio em boa terra, edeufruito, quefobio, ecrcceo:
£ c deu hum trinta, e outro feffenta, e outro cento.
bMatt-W. 9 E diffelhes: Quem tem ouvidos pera ouvir, ouça.
lo.
Lite. 8:?. 10 h E quando efteve fó, perguntaraõ lhe os que jtmto a elle
SEGUNDO S. MARCOS. Cap. IV. 77
[ejtavao], com õs doze, acerca da parabola.
11 E diflèlhes: «Avosoutroshedado'feberosmyfteriosd’of jfew.ni
Reyno de Deus: d mas a os que [ejtâ] de fora, todas eftas coufas 24.
por parabolasfe [Zfe] * dizem. * zCorjni.
n e Pcraque vendo, vejaõ, e naó advirtaó ; e ouvindo, ouçaõ,‘*1_Cffr'3:
è naó entenaaõi porque por ventura fe naó convertaó, e lhesfejaó
perdoados os pecados. tag. ’
1? E diflèlhes: Naó fabeis efta parabola ? E como entendereis e ifay. 63.
todas as parabolas? Matth.iy,
O femeador [ he 0 jw] femea a palavra. M
115 E eftes faó os de junto a o caminho, em os que a palavra fe ~uc',
femea j mas avendo a ouvido, vem logo Satanás , e tira a palavra
qúe em feus coraçoens foy femeada.
16 E femelhantemente eftes faó os que em pedregaes fe femeaõi/MÍtt.13:
os que avendo ouvido a palavra, logo com gozo a recebem. !?•
17 Eemfimeímosraiznaótem: antesfaótemporaes. Deípoisle-Z-w-8:1X.
vantando fe tribulacaó, ou perfcguiçaó por caufe da palavra, logo
fe efcandalizaó.
18 E eftes faó os que fe femeaõ entre efpinhos, Jàber] os que
ouvem a palavra:
19 g E os cuidados defte mundo, e o engano das riquezas, e ass ^f*-1**
cobiças acerca das outras coufas, entrando, affogaó a palavra, e MJ‘ .o.
ncR inítructitera.
20 E eftes faó os que foraÕ femeados em boa terra i os que ouvem Luc. 18:24.
a palavra, e a recebem, edaófruito, hum trinta, e outro fcífen-1 Ttm.6',9»
ta, e outro cento. . hMatth.r.
21 h E diflèlhes: Vem por ventura a candea pera fe pór debaixo
do alqueire, ou de baixo da cama? Naó [vem artes] pera fe pórfo- Luc, 8-i&
bre o candieiro ?
22» Porque naó ha nada encuberto, que naó aja de fermanifeftoj
nem nada fe fez [/ara] encuberto [fear] : mas para a defcuberto Io:

23 Se alguém tem ouvidos pera ouvir, ouça. «12:2.


24 E diflèlhes: Olhae o que ouvis: k Com a medida que medir- k Matih-f:
des, vos mediraó j e fer vos ha acrecentado avofoutros, os que 2.
ouvis. ÍKc.á:j8*
25 /Poroueaoquetem, ferlhehadadoj e a o que naó tem, ate
o que tem lhe ferá tirado. «25:2?.
2Ó E dizia: Affihe o Reyno de Deus, como fe o homem lancaflè s-
fcmcnte’na terra. 27 E «i%.26.
O S. EUANGELHO
17 E dormifle, e fe levantaífe noite e dia, e a femente brotafle,
e crecefle, naô fabendo elle como.
18 Porque dedi mefma fruétifica a terra, primeiro erva, deípois
efpiga, deípois graó cheyo ’na efpiga.
u----- moftra, logo lhe envia a fouce,

mMatth. 3 o ?»E dizia; A que aífemelharemos 0 Reyno de Deus ? ou com


13 31. que parabola o compararemos ?
Luc. 13:18. ji çom o gram da moftarda, que quando fe femea em terra, he
o mais pequeno de todas as fementes que ’na terra [èa].
31 E fendo ja femeado, fobe, e fazfe amayor de todas as hor«
taliças, e cria grandes ramas, de talmaneira que os paflàrosd’oceo
debaixo de fua fombra aninhar fe poflaõ.
53 n E com muytas taes parabolas lhes fallava a palavra, fegundo
34» o que ouvir podiam.
34 E fem parabola naÓ lhes fàllavaj mas a feus Difcipulos decla-
ido em particular.
E diífelhes aquelle dia, vinda ja a tarde: Paífemos á outra

E deixando a companha, tomaraõ 0 com figo, como eftava


no barco, e avia também com elle outros barquinhos.
XI E levantoufe huã grande tempeftade de vento, e davaõ as on­
das por cima do barco, de talmaneira que ja fe enchia.
3 8 E elle eftava ’na popa dormindo fobre huá almofada, e def-
pertaraó 0 , e diíferaõ lhe: Meftre, naõ fe te dá de que nos per­
demos?
flob.ic: 36 E deíperto elle, t reprendeo a o vento, e diflè a o mar:

40 E [aeSeí] lhes difle: Porque fois tam timidos ? Como, naõ


tendes fé ?
41 E teméraõ com grande temor, ediziaóhunsaos outros: Mas
quem he efte, que ate 0 vento e o mar Jhe obedecem ?
SEGUNDO S. MARCOS. Cap.V. 79,
Capitulo V.
X Lmça Chrifio fira de hum homem hua legião de Demonios. 12 E permitelhes
entrar nos porcos. 13 Os quaes todos fe affogao no mar. ítfDe que os fafio*
res dao avifo â os Gadarenos* 17 Oj quaes lhe rogao que He feus termos fe vd.
18 O que logo faz s e a 0 que dos Demonios liwjára manda que ali fe fique 5 e
efte beneficio manifefie. 21 Vae Chrifio com fairo a fararfua filha, 24 Livra
de caminho a hua mulher de hum fluxo do fangue* que avia doze annos padecida»
36 Lrefufcita a filha de fairo.

1 tt p vieraõ á outra banda do mar, á província d’os Gadarenos. «


* E faindo elle do barco, logo lhe íàhio a o encontro hum 28.
hBmem das fepulturas com hum efpirito immundo, Lw.
I Que tinha [/«*] manida ’nas fepulturas, e nem ainda com ca-
deas o podia ninguém liar.
4 Porque muytas vezes fora liado com grilhoens e cadeas, e as
cadeas foraõ por elle feitas em pedaços, e osgrilhoens em migalhas,
e ninguém o podia amanlar.
5 Efempre dia e noite andava clamando pelos montes , e pelas
fepulturas, e ferindofe com pedras.
6 E como vio a Jefus de longe, correo e adorou 0.
7 E clamando com grande voz, diífe: Que tenho eu comtigojè-
iús, Filho do Deus Altiffimo? Elconjurote por Deus, que naô me
atormentes.
8 (Porque lhe dizia: Sae d’efte homem, eípirito immundo.)
9 E perguntoulhe: Qual he teu nome ? E reípondeo, dizendo,
Legiaó meu nome he: porque muytos fomos.
10 E rogavalhe muyto que os naô enviaflè fora d’aquella pro­
víncia.
II E eftava ali junto a os montes huá grande * manada de porcos * Ou
pafcendo.
11 Erogaraõ lhe todos [aquelles] Demonios, dizendo, Mandanos
a aquelles porcos, pera que nelles entremos.
13 E permitiolho logo Jefus. E faindo aquelles eípiritos immundos,
entráraô ’nos porcos: e a manada fe lançou d’o alto abaixo’no mar:
(e eraô quafi dous mil) e affogaraõ fe no mar.
14 E os que apalcentavaó os porcos fugiraó, e derao avifo ^ci­
dade, e nos campos j e íairaó a ver que era aquillo que tinha acon­
tecido.
<5 E vieraõ a Jefus, eviraó a o endemoninhado aflèntado, eve-
fhidoj eemfeufifo, a o que tivera a legiaó: eteméraó.
16 E V *-
OS. EUANGELHO
16 E contaraó lhes os que aquillo tinhaô vifto, o que acontecé-
a o endemoninhado, e {jambem~\ acerca dos porcos.
17 £ E comeháraô a rogarlhe, que fe fofle de íeus termos.
18 c E entrando elle ’no barco, rogavalhe o que fora endemoni­
nhado, que [ 0 Jeixafe] eftar com elle.
19 Mas Jefus naõ lho permitio, fenaó difielhe: Vaete a tua caía
a os teus, e denuncia lhes quam grandes coufas o Senhor te fez,
e [como ] de ty mifericordia teve.
ao E foy fe, e começou a denunciar em Decapolis, quam gran­
des coufas Jefus lhe fizera: e todos fe maravilhavaô.
/L«r.S:4o- 21 d E paífando Jefus outra vez em hum barco pera a outra baí- ,
da, ajuntoufe a elle grande companha; e elle eftava junto a 0 mar.

L»c.8:41. E rogavalhe muyto, dizendo, Minha filhinha eftá’na extre­


midade, [rogoe] que venhas, e ponhas as maós fobreella, pera que
fare e vivirá.
24 E foy com elle , e feguia 0 grande companha, e aper-
tavaõ o.
fLev. 15: 25 fE huá certa mulher que tinha fluxo de fangue, doze annos
ífor -zo av’a’
43° 26 E av^a padecido muyto de muytos médicos, e gaftado tudo
quanto tinha, e nada lhe aproveitara, antes lhe hia peyor.
27 [Efia] Ouvindo de Jefus, veyo entre a companha por detrás,
e tocou feu veftido.
28 Porque dizia: Se taÕ fomente tocar feu veftido, fararei.
29 E logo a fonte de feu fangue fe fecou j e fentio em cor­
po que ja d’aquelle açoute farára.
«Lutátiy. 30 E conhecendo Jefus logo em fi meímo ga virtude que delle
faira, virandofe’na companha, difle: Quem meus veftidos tocou?
31 E difleraõ lhe feus Difcipulos: Vês que a companha te aperta,
e dizes: Quem me tocou?
32 E elle olhava a 0 redor por ver a que ifto fizera.
33 Entonces a mulher temendo, e tremendo, fabendo o que em
fi fora feito, veyo, e poftroufe diante delle, e difielhe toda a ver­
dade.
tMatth.y. 34 h E elle lhe difle: Filha, tua fé tefalvou, vaeteempaz, efá-
‘ ra defte teu açoute
M.src.10: u
n »mivanuo elle ainda fallando, yieraó dó Princepe da
iLw. 8:49.
SEGUNDO S. MARCOS. Cap.VI.
Synagoga, dizendo, Tua filha he morta> peraque enfadas mais
oMeftre? t
$6 E Jeíus logo em ouvindo efta palavra que fe, dizia, diíTe a
Princepe dTSynagoga:. Naõ temas, cré fomente.
37 E naõ permitiç que alguém o feguifle, fenaõ Pedro, eja.ee
bo, e Joaõ o irmaõ de Jacobo.
38 E veyo á cafa d’o Princepe d’a Synagoga, e vio o alvoroço
’ os 9ue muyto choravam e pranteavaõ.
3? E entrando, diffelhes: Porquevosalvoroçaes, echoraes?
menina naõ he morta, mas dorme.
* 4°E riaõ fe d’elle, mas elle avendo os lançado a todos fora, to
mou comfigo aopae, e á maé da menina, e a os que cÕ elle [«/c
wõ']} e entrou a onde a menina, eftava deitada.
41 E tomando a maõ da menina , diflèlhe: Talitha cumij que
traduzido he , Filhinha, (aty [rejdigo) levantate.
41 E logo a Filhinha fe levantou, e andava, porqueja era de dozi
annos: e efpantáraó fe com grande efpanto.
43 E mandou lhes encarecidamente que ninguém o foubeflè: <
diíTe que de comer lhe deflèm.

• •
C A P 1 T U L O VI.
J

1 Enfna Chrisio em fua fatria» aonde he deffrezado. Envia feus Difiifulos 1


fregar^ e a com milagres fua Doutrina confirmar* 14 Das diverfas ofinioes a-
cerca de Chrtâo> afii dos Judeos^ como dê Herodes* quefor JoaobautiUa 0 tem
V] De quemâefiaoccafiaõi fe conta a frifão degolaçao > e enterro. 30 Tornaiot
Afoftolos a Chrifto* que com elles a hum lugar deferto fe vae* 33 Aonde huÁ
grande multidão de até cinco mil homens 0 fegfie» e com cincofaens^ e dous feixe*
osfarta, 4$ Paz embarcar afeus Difiifulos» e ora entre tanto no monte. 48 Vem
desfois a elles de noite andando fibre mar> e aflaea 0 vento. 54 JS chegando a
terra»fara toda forte de enfermidades*

1 * T? partio fe d’ali, e veyoá fua Patria, e feguiraõ o feus Difci-


pulos.
* E chegado o Sabbado, 'começou a enfinar ’na Synagoga $ e
ínuytos, ouvindo o, fe efpantavaõ, dizendo, Donde lhe a
efte eflas coufas? E que íabedoria he efta que lhe he dada ? E tacs
/maravilhas que per fuas maõs fe fazem.
3 Naõ heefteo carpenteiro, filho de Maria, e irmaõde Jacobo,
1 edejofes, e de Judas, edeSimaõ? Enaõeftaó aqui com nofco fuas
kmaás? E efcandalizavao fe ’nelle.
L 4E
SEGUNDO S. MARCOS. Cap.VI. sr
Synagoga, dizendo, Tua filha he mortas peraque enfadas mais a
o Mellre ?
36 E Jefus logo em ouvindo efta palavra que fe dizia, difie a o
Princepe dá Synagoga: Naó temas, cré fomente.
37 E naó permitio que alguém o feguilfe, lenaô Pedro, cJaco­
bo, e Joaó o irmaó de Jacobo.
38 E veyo á cafa d’o Princepe d’a Synagoga , e vio o alvoroço,
[/] os que muyto choravam e pranteavaó.
39 E entrando, diflélhes: Porque vos alvoroçacs, cchoraes?
menina naó he morta, mas dorme.
40 E riaõ fe d’clle, mas elle avendo os lançado a todos fora, to­
mou comfigo aopae, e á maé da menina , e a os que cõ elle
vaõ] j e entrou a onde a menina, eftava deitada.
41 E tomando a maó da menina, diílelhe: Talitha cumij que,
traduzido he, Filhinha, (a ty [tejdigo) levantate.
4t E logo a Filhinhafe levantou, eandava, porque ja era de doze
annos: e eípantáraó íe com grande efpanto.
43 E mandou lhes encarecidamente que ninguém o foubefie : c
dilTc que dc comer lhe defiem.

Capitulo VI.
I Enfina Chrifto em fua patrza j aonde he de[prezado. 7 Envia feus Diftipulos a
pregar 3 e a com milagres fua Doutrina confirmar, 14 Das diverfas opinioes a-
cerca d-e Cbrido, afi dos fudeos 3 como de Herodes 3 queporjoao bautislaotem
17 De quem d eftaoccafiaÕ 3 fe conta aprifaõ, degolaçao , e enterro. 50 Tornao os
Apofiolos a Chriflo, que com elles a hum lugar dejèrto fe vae. 33 Aonde huã
grande multidão de até cinco mil homens 0 fegue3 e com cinco paens e dous peixes
osfarta. 4^ Faz embarcar a feus Difcipulos 3 e ora entre tanto no monte. 4S Vem
despois a elles de noite andando fobre mar 3 e aplaca 0 vento. E chegando a
terra 3 fara toda forte de enfermidades.

1 * 17 partio fe d’ali, e veyoá fua Patria, e feguiraó o feus Difci- à Matt.x,:


pulos. 53.
2 E chegado o Sabbado , 'começou a enfinar ’na Synagoga 5 c Luc, 4;i^‘
muytos, ouvindo o, fe efpantavaó, dizendo , Donde lhe [vem] a
efte eftas coufas? E que fabedoria he ella que lhe he dada ? E taes
maravilhas que per fuas maõs fe fazem.
3 Naó heefte o carpenteiro, filho de Maria, e irmaóde Jacobo, 42,,
ç de Jòfes, e de Judas, e de Simaó ? E naó ellaó aqui com nofco fuas
irmaãs? E efcandalizavaÕ fe ’nelle.
I 4 E
Si O S. EVANGELHO
13; 4 g Jeíus lhes dizia: «Naõ ha Propheta fem honra, ienaõem tua
„ K- _ Patria, e entre [/èw] parentes, e em fua cafa.
S «?E naó pôdiaalifazernenhuãmaravilha5 fenaõ, pondoasmaõs
rfNLr«.ii;fobrehuns pouêos de enfermos, os curou.
?S. 6 E eilava maravilhado de lua incredulidade. * E rodeava as aldeas
«MoríZ-.s: d’o redor, eníinando.
?*• 7 f E chamou a íi a os doze, e começou os a enviar de dous em
- m^'22’ dous: e deulhes poder fobre os efpiritos immundos.
z stt. 10. g g mandoulhes que naó tomaflem nada pera o caminho, fenaõ
L»c’6: 13. fomente hum bordaõ, nem alforge, nem paó, nem dinheiro na
«9:1. cinta. ♦
lAtt. iz:8. 9 g Mas que calçaífem alparcas 5 e naó fe veftifièm de duas tu-
hAiatt.io: njCas.
I4- 10 Edizialhes: Aonde quer que em caía algua entrardes, ficae
iAãiv. a^’ até 9ue d’ali fayaes.
rj . ’ 11 h E quaes quer que vos naó receberé, nem vos ouvirem 5 fain-
elS.-ó'. do d’ali, í facudi o pó que eftiver debaixo de voffos pees, emtefti-
*1Ou>áíi7«. munho * contra elles. k Em verdade vos digo, que mais tolerayel-
k |0- mente feram '[tratados os deJ Sodoma ou Gomorra ’no dia d’o juízo,
do que aquella cidade.
Lie. lo:IX.
llac. 5:14. 12 E, faindo elles, prégavaó que fe arrependeflèm.
m MattK 13 E lançavaó fora a muytos Demonios, l e ungiaó com azeite a
14 ■ I. muytos enfermos, e curavaõ os.
Luc. 9 :7. 14 z» E ouvio el Rey Herodes (porque ja feu nome era noto-
*Gr. w "•rio), edifle: Joaõ, o que bautizava, refufcitado he dos mortos j e
tudes, ou ,
‘ portanto eílas * maravilhas obraõ ’nelle.
poderes, ou,
forças 17 Outros diziaõ: Elias he j e outros diziaõ: Propheta he, ou
como algum d’os Prophetas.
?. ]16 Porem ouvindo Herodes, diffe: Eftehejoaó, o que eu de-
Lu\ 19. golei: reiufcitado he dos mortos.
^9:9 17 n Porque o mefmo Herodes enviara e prendera a Joaõ, eo ti­
•Lev. 18: nha liado ’na prilaõ, por caufa de Herodias, mulher dq Philippe
16.
p2o: 21
feu irmão, por quanto com ella íè cafára.
*Ou. 0 tra­ 18 Porque Joaõ dizia a Herodes: « NaÕ te he licito ter. a mulher
zia de olho, de teu irmaô.

vu, lhe ar­ 19 E Herodias o * efpiava, e o queria matar, enaõ podia.


mava cila­ 20 Porque Herodes temia a Joaõ, íâbendo que p era varaó juíto
das. e fanfto, e *eftimávao, e ouvindo o, fazia muytascouíãs, e ouvia
p Matt 14:
0 de boamente. n £
\ 11.16. * Ou , tinha lhe refyeito.
SEGUNDO S. MARCOS. Cap. VI. w
ar E vindo hum dia oportuno, emqueHerodes, y 'nodia de feu ?<?«». 4®
nacimento, dava huá ceaa feus Grandes, e Tribunos, e aosprin- **
cipaes de Galilea: • >
; m E entrando a filha da mefma Herodias, edarfçando’,-e agra­
dando a Herodes, e aos que juntamenté £a mefa ] eftavaõ ; diflè el Rey
a menina : Pedeme quanto quiferes, e dart’ohei.
23 rEjuroulhe: Tudo o que me pedires te darei, até a metade 11 t
| demeuReyno. 3o’
14 E faindo ella, difle a fua maé: Que pedirei ? E ella difle: A
cabeça de Joaõ Baptifta.
*2-5 E entrando ella logo aprefuradamente ael Rey, pedio [lha,']
dizendo, Quero que agora logo me des em hum prato a cabeça*de
Joaõ Baptifta.
26 E entriftecendo fe el Rey muyto : [ftà w] por caufa dos
juramentos, e dos que juntamente á mela eftavaõ, naõ lha quis
negar.
a7 / E logo el Rey, enviando o execu tor, mandou trazer ali fiia fMatt, 14:
cabeça. E indo elle degolou o ’na prifaõ. 10.
2? E trouxe fua cabeça em hum prato, e deu a á menina ; e a
menina a deu a fua maé.
29 E ouvindo {/] feus Difcipulos, vieraÕ, e tomáraófeu corpo,
é puíèraõ o em hum fepulcro.
30 t E os Apoftolos fe a ajuntar a Jefus, e denunciáraõ tLuc 9:10.
lhe tudo, afli 0 que tinhaõ feito, como"0 que tinhaõ enfinado. «Man.3;
31 E elle 1 hes difle: Vinde vos outros aqui á parte a hum lugar de-
ferto, e repoufae hum pouco: porque avia muytos que hiaô, e*
vinhaõ, « e naõ tinhaó lugar de comer. L«c‘y. 10.
32 « E foraõfe em hum barco a hum lugar deferto á parte. loa. 6; 1. ’
, ? 33 E viraó os ir as companhas, e muytos o conhecerão; e con-y7á«rr. 9;
corréraôláapédetodasascidades, evieraóante$ que elles, eche- 36-
gavaõfe a elle’. ' zi**1**
$4 E íàindo Jefus, y vio huá grande companha, e moveofe a m-
tima miíericordia delles 5 » porque eraô como ovelhas que naõ tem a *
paftor, « e começoulhes a enfinar muytas coufas. «Lw.9:ijC
E * como ja o dia foflê muy entrado , vieraõ feus Difcipu- bMatt.14*
/los a elle, e diflèraõ: O lugar hc deferto, e o dia he ia muy en-
trado: . 9:

36 Defpedeos, paraquevaóaoslugaresealdea$d’oredor, ecom-


prem pera fi paó: porque naõ tem que comer. jafaffèmn
« L4 37 Po-.w.
4
84 0 S. EUANGELHO
37 Porem refpondcndó elle, difíèlhes,: Daelh.es vos outros de co­
mer. E elles lhe difleraõ : Iremos j e compraremos duzentos
dinheiros de paô, e dar lhes hemos de comer ?
14; js E elle lheydiíTe: Quantos paens tendes?; Ide c vede [4,} -t- E
- I7\ elles fabendo 0, diíTeraõ: Cinco, e dous peixes.
6- j? 53 E mandou lhes que fizeffem affentar a todos por ranchos fobre
a erva verde. ■;
4» E aflèntaraõ fe repartidos dexento em ççnto, ;ie. de dncoenta I
emcincoenta. * i v '.
•Oulâ&àíú 41 E tomando elle os cinco pa,ens c os dous peixes, 4 * levantou
» os olhos a 0 ceo, e benzeo, e partio os pàésr e dcuosa feus Diíõit
tea. pulos, paraque diante lhos pufeflèm: Ê ôs dous peixes repartioa-
exs«s.9.-todos. ; ..... ,
13. 41 E coméraôtodos, efàrtaraôfe. ‘ ;
45 E levantaraõ dos pedaços doze céftos cheyos, c dos peixes

44 È eraó os que os paens coméraô, quafi cinco mil homens. -?'■


fMatt. 14: logo conftrangeo a feus Difcipulos a fobir ’no barco, eir.
j "Â diante à outra banda em [Jrwte 4é~\ Bethfaida, entre tanto que elle
defpedia a companha. '
14: 46 g E avendo os defpedidô1, foyfè ao monte a orar.
T 47 b E vinda a tarde, eftava obarco ’no meyo do mar, e dle fá
bMatt.W,em tOTa- ' . ' -
23 ’ 48 E vio que fe fedigavaô muyto remando, (porque o vento lhes
lea-6: k. era contrario): e perto da quarta vela da noite, veyo a elles andan­
do fobre o mar, é queria pafíàr por elles [de fogo.]
49 E vendo 0 elles andar fobre ornar, cuidaraõqueeráfàntafina,
c deraó grandes gritos. . •
5° Porque todos 0 viaó, e turbaraõ fe: e logo fallou com elles,
edilTelhes: Tende bom animo, eu fou, naôtemaes.
51 E fobio a elles ’no barco, e o vento quietou* e tanto mais
entre fi fe efpantavaõ e fe maravílhavaô;
51 Porque [aMa] naó tinhaõ entendido [0 folegre] d’os paens:
porque feu coraçaõ eftava endurecido. .
vMatt.14: 35 ;E quando jaforao da outra banda, vieraô aterra de Genncza-
r reth, e * tomaraô ali porto. *
girai aiij 54 E faindo elles d’o barco, logo o conhecerão. y
55 [ê] correndo toda a terra d’oredor, começaraõ a trazer os V
que mal fe achayaô, cm camas, aonde quer que ouviaó que eftava. 1
5<í E
.s

SEGUNDO S, MARCOS. Gap.VIL


$6 E aonde quer que entrava,, em lugares, ou cidades, ou aldeas,
Eunhaõ nas praças a os enfermos, erogavaõlhe qué fó tócaflema’
orda de feu veftido; e todos os que o tocávàõ, fáravaõ.

Capitulo VIL
> Reprendem os Pharifeos e Efcribas a òs Difcipulos de Chrifiòpor comerem com
mads for lava*. '6 A bs quaesChtifio defende / e reprende a kyfocrifia dos Pharifeos *
em fuas exteriores lavaduras. 9 Regeita as tradiçoens humanas j prwcipalmen*
te na explicação do quinto mandamento. 14 Enfina que he 0 que propriamente a
o homem contamine ou nao. 14 Lança a hum D emonio fora da filha de hua
Slher Syrofhenifa. JI jS fara a hum furdo e tartamudo* yj Polo que hemuy
vado.

1 ' * T? ajuntáraõ fe a elle os Pharifeos, e alguns dos Efcribas, que


■*“* tirihaõ vindo de Jerufalem. *•
2- E vendo que alguns de feus Difcipulos comiaõ pam-com maõs
comuas (ião he por latvar), reprendiaõ [w,]
3 Porque os Pharifeos, etodosos Judeos, retendo a tradiçaõ d’os
Antigos, fe muytàs vezes fe naó lavaõ oynaós, naó comemv ■f
■4

4 E [tornando] da praça, fe naó fe lavarem, naó cõmem: e ou­


tras muytas coufas ha que tomaraó pera guardar, [/<w] olavard’os
çopps, e d’os picheis^ e dos vafos de metal, ed’as camas.
5 Defpois lhe perguntaraó os Pharifeos e os Efcribas: Porque
teus Difcipulos naó andaõ conforme á tradiçaõ d’os, Antigos ? mas^jy^;^.
comem paõ com as maõs por lavar? ij.
6 Porem refpondendo elle, diflèlhes: Bem profetizou Iíàyas de £^.33:
vos outros hypocritas, como eftá efcrito: b Efte povo com os beiços 3L
me honra, mas fcu coraçaó longe eftá de my.
7 ‘ Porem em vaómehonraõ, enfinandb, doutrinas, man- c?i\. ,•
damentos de homens. ao.
8 Porque deixando o mandamento de Deus, retendes a tradiçaõ Kí.i: 14.
dos homens:1 £«?»<?] o lauar dos picheis, e d’os copos, e fazeis ou- dExod.n* ,
eras muytas cauíàs iemelhantes a eftas. Ia-
9Eaizialhes: Bem invalidaes o mandamento de Deus, pera voffa .
tradiçaõ guardardes. ■ ffíS:
10 PorqueMoyfesdifle: ^Honraateupae, eatuamae. Eequem 17.'
o pae, ou á maé maldiflèr, de morte morrerá.
11 Porem vos outros dizeis: Se o homem diflèrao pae ou ámaé: Deut-W-
Corban (ifto he, offhia)tudo o que de my aproveitar te puder, „ .
Sfatírtigado jSwl. Prmaei
* M JaE
ss Õ S. EUANGELHO
ii E aaõ lhe deixaes reais nada fazer por feu pae, ou pot ÍUa
maé.
fMatt. IV
6. /Invalidando a. palavra de Déus por voíTa tradiçaó, que
. vos ordenaftes e muytas coufas fazeis femeihantes a eftas.
2 Tim J 2. 14 g E chamando a fi toda a companha, diflelhes: Ouvi me todos,
gMatt.iv e entendei: I

IÒ «7 h Naõ ha fora do homem nada que ’nelle entre, que 0 poflà


bAéi. io:: contaminar; mas o que delle fae, iflo he 0 que a o homem conta­
15. mina.
Roni. 14:
I7j2O<
ió Se alguém tem ouvidos pera ouvir, ouça.
Tit. I;IÇ. 17 í E entrandoíe d’acompanha em cafa, perguntaraõlhefeusBi-
iMatt IÇ: fcipulos 2[ <2 cerca J da parabola.
1$. 18 E elle lhes difle: Tam ignorantes fois 'ainda? Naõ entendeis
que tudo o que de fora entra no homem, naó 0 pode contaminar?
19 Porque naõ entra em feu coraçaõ , fenaõ ’no ventre, e fae á
privada purgando todas as comidas.
10 E dizia: O que do homem fae, iflo contamina a o ho­
mem.
iGer> 6:5. 2l k porqUC de dentro do coraçaõ dos homens faem os máos pen-
Fw^-ia famentosí âdulterios, as fornicaçoens, os homicídios,
17.Í).* 12 Òsfurtós, as avarezas, asmaldades, oengano, adifloluçaõ,
o maò ólho, a blasfémia, afoberba, á louquice.
23 Todos eftes males de dentro procedem , e contaminaõa 0
homem.
IMatt. 15: 14 Z E levantandofé d’ali, foyfe a os termos de Tyro e de Sidon;
e entrando em hua cafa, naó quis que ninguém o foubeflè, e [ro-
<Uvia\ naõ fe pode efeonder.
ij Porque huá mulher, cuja filhinha tinha hum efpiritoimmun-
do, ouvindo delle, veyo, e lançoufe a feus pees.
26 E era efta mulher Grega, Syrophenifla de naçaó; e rogava-
lhe que lançafle fora de fua filha a o Demonio.
27 Mas Jefus lhe difle: Deixa primeiro fartar a os filhos; porque
iiaõ he bem tomar 0 paõ dos filhos , e lançalo a os cachorrinhos.
28, Porem ella refpondeo, e diflelhe: Si Senhor : mas tam­
bém os cachorrinhos comem, debaixo da mefa, das migalhas dos
. filhos. 1
29 Entonces lhe difle elle: Por efta palavra, vae, jao Demonio’
fahio de tua filha.
30 É vindo ella a fua caía, achou que ja o Demonio era fâido, e
à filha deitada fobre a cama. 51 » É
SEGUNDO S. MARCOS. Gap. VIII. v
31 « É tornando elle a ir dós termos de Tyro e deSídon, veyoa mMatth.
ó mar dé Galilea, por meyo dos termos de Decapolis.
» E trouxeraó lhe hum furdo * que dificilmente falava, e ro- *
garaõ lhe que pufefle a maõ Cobre elle. • ' Lwjria»'
33 E tomando 0 da companha, aparte, meteo lhe ieus dedos ’nos *tàrtamu~
ouvidos, ecoípindo, tocoulhe a lingoa. da.
34 E levantando os olhos a 0 ceo, fofpirou, edifie: Ephphata,
ifto he, abrete. ’
E logo feus ouvidos fe abriraõ, e a atadura d’a lingoa fe lhe
foltou, e falava bem.
“ E mandoulhes que a ninguém odifleflcm; mas quanto
lh’o mandava, tanto mais o divulgavaÓ.
37 E Cobre maneira muyto fé eipantavam, dizendo, 0 Tudo bem 31.
fèzj e a os furdos faz ouvir, e a os mudos fallar.

Capitulo VIII.
I Dd Chrifio de comera quatro mil homeiis comfetepaensebunspoucos.de peixinhos*
II Refuja dar a os Pharifeos final algum do ceo. 14 Avifa a feus Difcipulos
que Je guardem do fermento dos Pharijeos e do de Herodes. 22 Dd viffaahuw
cego. 27 Diverfas opinioes dos Judeos a cerca de Chrifto, e a confijfao de Pedro*
de como Jefus era 0 Chrifio. 31 Prophetiza fua paixao 4 morte * e refurreiçaí,
J2 Reprende a Pedro, pqjo querer defuiar de padecer. 34 Rxhortaatodos os que
Jeguir 0 quiferem4 a que fua cruz jobrefi tomem * afimejmos fe neguem > e* por
temor nenhum j d1*3elle* nem de Jua doutrina fe envergonhem.

1 45^Jaquelles dias, avendo muy grande companha, e naó tendo


~ que comerem, chamoujefus a feus Difcipulos afi, e diflè- u,'
lhes:
» A intima mifericordia da companha, me movo, porque ja ha
tres dias quieftaô comigo, e naô tem que comer. .
' 3 E fe os deixar ir emjejum perafuas cafas, defmayaraõ ’no cami­
nho; porque alguns delles tem vindo de longe.
4 E léus Difcipulos lhe refponderaõ: Donde poderá alguém fartar
a eftes de pam aqui ’no deferto ?
5 E perguntoulhes: Quantos paens tendes ? e elles diflèraô:
Sete.
. 6 E mandou á companha que fe aflèntaflem pelo cham. E to­ e

mando os fete paens, e avendo dado graças, paitio os, e deu os


A ieus DiCcipulos, para que diante lhospufeflêm, cpuferaóosdian-
Xte á companha.
r 7 E.
< 4 ' t * ’•
ss
’ ! * ’
OS.EUANGELHO
* ».

7 E tinhaÕ huns poucos de peixinhos ; e, avendó dado graças?


diíTe que também diante lhos pufeflem. . . .
ii 8 Ecomméraõ, efãrtaraófe; elevantáraõ do fobejo dos peaa>
ços, fete àlcõfás. ' • . , -
9 E eraó os que coméraõ quafi quatro mil ; e defpedió os.
LMatt.vfr io è E logo entrando ’no barco com feus Difcipúlos, veyo a as
39- partes de Dalmanutha. .
c 11 E fairaõ os Pharifeos, e começaraô a porfiar com elle, <pe- I
e i6: i. dindolhe final de ceo, atentando o. *
Lae.ii;!?. 11 E *fufpirando elle profundamente em feu efpirito, diflè: Pm>pJ-
^.6:30. que pede final efta geraçaõ? ^Em verdade vos digo , que finaríe
* Ou, gt- nag dara a efta geraçaõ.
13 E deixando os, tornou a entrar ’no barco, e foyfe pera a ou-
m tanda.
14 E [feus Dfcipuios~\ fe tinhaõ efquecido de tomar paõ, e naõ ti»
nhaõ fenaõ hum paõ comfigo ’no barco.
íATrfrt.iá: Emandoulhes, dizendo, «Olhae, guardaevos d’o formento
6. d’os Pharifeos, e do formento de Herodes.
Lm. 12:1. 16 E arrezoavam huns com os outros, dizendo, [lft<)he~\porque
naõ temos pam.
17 E entendendoojeíus, diflelhes : Quearrezoaes, quenaóten-
fMtrc.6'. des paõ? Naõ confideraes ainda, nem entendeis? / Ainda tendes
51 - voffo coracaõ endurecido ? ____

18 Tendo olhos, naõ vedes? E tendo ouvidos, naõ ouvis?


g Matt.HX 19 E naõ vos lembraes, g quando parti os cinco paens entre os
cinco mil, quantos ceftos checos de pedaços levantaftes? Dizem lhe
Mm. 6:' elles: Doze. *
L 38’ ío E h quando fjwtQ os iete entre os quatro mil, quantas alco-
loa. 6'9. fas cheyas de pedaços levantaftes? E elles difleraõ: Sete.
hMattãK 21 E ................
~elle lhes diífe - : Como
~ naõ entendeis ?
& 37- u E veyo á Bethíâida, e trouxéraõ lhe hum cego, erogaraõlhe
que o tocafle.
2?. E tomando *a o cego pela maõ, tirou o fora ;da aldea., ie
Z0 cego, cofpindo lhe ’nos olhos, e k pondo lhe as maós em cima, pergun-
•.Marc.y. toulhe, fe via alguá couíã?
• 24 E levantando elle os olhos, difiè: Vejo os homens; porqua
7. vcjo qUe como arvores. y
25 Defpois tomou lhe a pór as maós fobre os olhos, efez lhosle- \
yantar, e ficou reftaurado, e vio de longe e claramente a todos. \

5 hWW *

e
SEGUNDO S. MARCOS. Cap.VIII.
aí E mandou o pera fuacafa, dizendo, Naô entres ’na aldea,
nem ’na aldea o digas a ninguém.
17 1E fahio Jefus e feus Diícipulos para as aldeas de Cefarea de l
Philippe. E ’no caminho perguntou afeus Diícipulos, dizendolhes, T^\
Quem dizem os homens que eu fou?
z8 E elles refponderaõ; m Joaõ baptifta 5 e outros Elias > e outros
algum dos Prophetas. xMattj.6:
| a? E elle lhes diíle: Porem vos outros, quem dizeis que eu fou? 16.
i E refpondendo Pedro, diflelhe: » Tu es 0 Chriíto.
30 E ameaçou os que d’elle a ninguém [aquiUo j difleflem. oMatt. 16:
^^31 0 E começou a enfinar lhes, que importava queoFilhodoho- dj*'
mem padeceífe muyto, e foíTe reprovado d’os Anciaõs, ed’osPrin- eao-18*
cepes d’os Sacerdotes, e d’os Eícribas, e foíTe morto, e deípoisde Marct-.ii
tres dias refufcitaíTe. «10:33.
32 E livremente dizia efta palavra. E tomando Pedro comfigo Luc.y.ii.
começou 0 a reprender. . «18:31.
33 Masvirandofe elle , e olhando pera feus Diícipulos, repren- ,
deu a Pedro, dizendo, Arreda te de diante de my, Satanás: por- ■
que naô comprendes as coufas que faó de Deus , fenaõ as que faó q mJíí.io:
dos homens. 38.
34 E chamando a fi á companha [ iimtamewte J com feus Diícipulos, «16:24.
diííe lhes: j Qualquer que quifer vir apos my, neguefea fi mefmo,Luc- 9:23’
c tome fua cruz, e figame. zmIwiÓ-
35 r Porque qualquer que quifer falvar fua vida, perdelahá; mas
qualquer que perder fua vida por amor de my, e d’o Euangelho, f i6;2$.
eflè a íãlvará. L««. 9:24.
36 Porque, que aproveitaria a 0 homem, fe grangeaíTe todo o «i7-33-
mundo, e perdeífe fua alma?
37 Ou que dará 0 homem f por * refgate de fua alma? *(> /$
38. t Porque qualquer que ’nefta geraçaõ adulterina e pecadora tura3w>rê- ♦

demyede minhas palavras fe envergonhar, também o Filho do compenfi.'


homem d’elle fe envergonhará, quando em a gloria de feuPae com t Matt. xo:
os fanâos Anjos vier. 32.

/ M


o S. E U A N G E L H O
%
C A P I T U L O IX.
I Transfigura fe Cbrifio no monte em prefinçaãe Mofes e Elias > edáfeteftmsmhr
de como elle he Ç Pilho de Deus. II Enfaa que Joaò bapttfia he o Elias que
avia de vir, 14 Lança fora a hum Demonio mudo efado. 18 0 que feusDi-
fiipulos fazer naÓ puderdó. 28 A caufa porque vao. 3 1 Prophetiza fuapaixao,
morte * e refareiçao. 33 Exhorta a feus Difcipulos d humildade > com 0 exem-
pio de hum menino, 3S AW quer que impidam a hum 3 que em feu nome lan~
çava fora aos Demonios, 41 Promete galardaõ a os que a os feus 0 minimo bene- |
feio fizerem* 42 Ameaça com grandes cafigos aos que a algttemefcandalizarem* .
43 Enfna que tudo evitar devemos quanto nos pode efcandahzar > e a falva* >,
çam impedir. Ço JS amoefia a em nos mefinos fal termos a e paz os hwns cotn^jff^
outros.
1 a FYizialhes também: Em verdade vos digo, que alguns ha dos
que aqui eftaõ, que a morte naõ goíiaráó, até que vifto naõ
íó.ajam que oReyno de Deus com potência vem.
2S. 2 h E feis dias defpois, tomoujefus com figo a Pedro, eajacobo,
L«r. 9:27 e a Toaó, e levou os a partefoos ahummonte alto: e transfiguroufe
d elles. F _ °
Tm. p z?: $3 E feus veftidos
veitidos fe tornaraõ refplandecentes, muy brancos como
a neve, quaes lavandeiro'os naõ pode branquear na terra.>
4 E * apareceu lhes Elias com Moyfes, eê fallavaô com Jefus.
5 E refpondendo Pedro, difleajefus: Meftre, bom he que nos
* Ou ,/ày eftejamosaqui, e fiiçamos ficamos tres cabanas, pera ty huã, e pera
perâ Moy-
delles vifto fes huã, e pera Elias huã.
**Ou ffrora' 6 Porque naõ fabia o que dizia, que eftavaõ * aflombrados.
de ff ou > 7 E * aeceo huã nuvem que os cobrio com fua fombra, e veyo
muy atemo­
rizados.
huã voz .d’a nuvem que dizia: c Efte he o meu amado Filho i d&
*Gr% elle ouvi. I

feito. , n8 E olhando logo a o redor, naõ viraõ mais a ninguém fenaõ


c ifay./,T.\.íó a Jefus com elles.
Matt.y.17. i9 e E decendo elles d’o monte, mandoulhes que a ninguém contas-
f l1- fem o que tinhaõ vifto, fenaõ quando o Filho do homem dos mor- * z

Warc _ íZ-í
Luc. 3:22. tos refulcitaffe.
f 9 3V. 10 E elles retivéraõ * o cãfo entre fi, perguntando hunsaosou-
Col I:13. tros /S, que feria aquillo, refufeitar dos mortos ?
2P6ÀKI7. 11 E perguntarão lhe, dizendo, Porque dizem os Eícribas,/que.
a Deut. 1$ ‘ he neceflàrio que Elias venha primeiro ? \
19. n E - ........................
“ refpondendo elle, dâfelhes... : Em verdade primeiro Elias
eMatth, vira, e todas as coufas reftaurará, [*], £ como d’o Filho d’oho-
a 17/ . 9-
y. 7
mem \
Luc. 9:36.
f Ou,afalavra. fMal.<: II*. X: Dm. %&
SEGUNDO S. MARCOS. Cap. IX. n
mem eítá efcrito, [tmm ] que muyto padeça, e aniquilado feja.
Porem eu vos digo, que ja Elias ne vindo, efizeraólhe tudo
o que quiferaó, h como d’elle eftá efcrito. hMal. 4;
*4 È como veyo a os Difcipulos, vio grande companha ao redor -
d’elles, e [afame} Efcribas que com elles porfiavaõ.
15 E logo toda a companha, vendo 0, feefpantou, e correndo
a elle íàudaraô o.
E perguntou a os Efcribas: que com elles porfiaes ?
17 »Erefpondendo hum d’a companha, difle: Meftre, trouxe te» ^«.17;
meu filho, que tem hum eípirito mudo. I4»
8 E aonde quer que o toma, odefpedaça, e efcuma ío ], ^*í,89:37'
e range os dentes, e fe vae fecando: e difle a teus Difcipulos, que $ ‘
o lançaflem fora, e naó pudéraó.
19 Ereípondendo lhe elle, difle: O geraçaó incrédula! até quan­
do eftarei ainda com vofco ? Até quando vos hei ainda de foffer ?
Trazeimo.
a» E trouxeraó lh’oj ^ecom00vio, logo o eípirito o*defpeda- .1:
çou, e caindo em terra, efpojavafe efcumando [feia boca}.
ai E perguntou a feu pae: Quanto tempo ha que ifto lhe fobre-
veyo? E elle lhe difle: Defde meninice.
ti E muytas vezes 0 lançou também ’no fogo, e ’na agoa, pera
o deftruir; mas fe podes alguá coufa, ajuda nos, movendo te ain-
tima mifcricordia de nos.
iJ E Jefus lhe difle: Se podes crer, l a o que cre tudo he pof^j^T?/.’
fivel.
14 E logo 0 pae d’o menino clamando, com lagrimas, difle:
Creyo, Senhor, ajuda minha incredulidade.
25 E vendo Jefus que a companha concorria, reprendeuao eípi­
rito immundo, dizendolhe, Eípirito mudoefurdo, eu te mando ,
íae d’elle, e naó entres ’nelle mais.
26 E clamando, e defpedaçando o muyto, íàhio; e ficou [1
nixo} como morto, de tal maneira que muytas diziaó que
ÍDOITO.
27 E tomando o Jefus pela maô, ergueu o, e elle fe levantou. _ *17» 2*.
28 í» E como entrou cm cafa, feus Difcipulos lhe perguntáraó á «20:18.
marte: Porque o naó pudemos nos lançar fora? Marc.S-f.
F 29 Ediflelhes: Eftegenero, com nada pode fair,fenaó com ora- €l®: 33*
yçaõe jejum.
/ 30 n £ partidos d’ali, caminháraó por Galilca, c mç queria que
> alguém o foubeflè. M* 31 Por-
OS. EVANGELHO
31 Porque enfinava a feus Difcipúlos, e dizialh.es: O Filho do ho­
mem ferá entregue em maôs dos homens , e mataloaô •> e morto el-
le, refufcitará a 0 terceiro dia.
31 Mas elles*naô entendiaô eíta palavra, e temiam perguntar
lhe.
18:1. 33 E veyo a Capernaum, e entrando em cafa, perguntoulhes:
^•9*46. Que arrezoaveis entre vos- outros pelo caminho ?
e^:i4. 34 Mas elles fe calaraõ 5 porque os huns com os outros aviaõ con- 1
tendido pelo caminho de qual [d’elles] o mayor [avia de fer}.
? Matt, 2o*v. 3f E fentandofe elle, chamou a os doze, e diflelhes : / Se a™~
V* guem quifer fer 0 primeiro, o derradeiro de todos ferá, ede todos
Marc. lo*
o miniftro.
A43’
f Mr.77.Io* 36 E lançando maó de hum menino, pôlo ’no meyo d’elles, f e l
16. tomando 0 entre feus braços , diflelhes:
Maith 37 r Qualquer que em meu nome a hum d’os taes meninos receber,,
, ^s’
a my [me] recebe j e qualquer que a my [me] receber, naô [me]
^■9:48. recebe a my, fenaó a 0 que me enviou.
■fo*. 13:20.
í"Luc.
■ 3s /E refpondeulhe Joaõ, dizendo, Meftre, temos viâoahum,
s‘49* que em teu nome lançava foraaosDemonios, oqualnaónos fegue;
n e defendemos lho, porque nos naô fegue.
ix; í porem Jefus difle : Naô lho aefendaes 5 porque ninguém
ha que faça * milagre em meu nome, e logo de mymalfallar
poflà.
40 Porque quem naóhe contra nos, por nos he.
“ 41 Porque « qualquer que hum púcaro de agoa cm meu nome a
42. beber vos der, porque [ty/fyufoe] de Chriíto fois, em verdade vos
digo que nam perderá feu galardaõ.
x/íitf.iS: 41 x E qualquer que efcandalizar a hum deites pequenos, queem
Lut iy 1 my crem > melhor lhe fora que a o pefcoço huã * mó lhe puferaô,
-Ou,pedra e 9iue ’no mar lançado fôra.
de moer. 4?}' E fe tua maó te efcandalizar, corta a; melhor te he entrar
yDeut.iy. ’na vida aleijado, do que tendo duas maós, ir aoinfemo, ao fogo
6.
z que nunca fe apága.
44 »Aonde feu bicho naó morre, e feu fogo nunca fe a-
X 66: FT r

24. 4f E fe teu pé te efcandalizar, corta o 5 melhor te he entrar nat


vida manco, do que tendo dous pés, fer lançado ’no inferno, ’no\
fogo que nunca fe apaga. ' \
46 Aonde feu bicno naó morre, e o fogo nunca fe apaga. \
47 E
SEGUNDO S. MARCOS. Cap.X.
47 E fe teu olho tej/sfcandalizar, lança o fora j melhor te he en- -—
trar ’no Reyno de Deus com hum olho, do que tendo dous olhos,
fer lançado no fogo d’o inferno. ,
48 Aonde feu bicho naó morre, e o fogo nunca fe apaga.
49 Porque cadaqual ferá falgado com fogo, » e cada facrificiofe- «LevA;
rá falgado com fal. ij»
$0 b Bom he o falmas fe o fal enfoflo fe tornar, com que 0 a-
dubareis ? c Tende fal em vos mefmos, e paz os huns com os ou-
Í-1"OS1 cRom.iz\
18.
CapituloX.
14» °
I Refponde Chrifoápreguntados Pharifeos> fe era licito ao homem despedir afua
mulher. I; que a elle os meninos deixem vir > e abençoa os, V] Refpon*
de a hum mancebo rico, que lhe perguntava ? que avia de fazer fera pojfuir a
vida eterna, 1% E enfina quam difficilmente os ricos entraó no Reyno dos ceos,
13 Promete a os que por amor £elle tudo deixao 3 temporal e eterno galardao*
32 Prophetiza fua paixaõ 3 morte > e refurreiçaí 35 Re/ponde a petição dosfi**
lhos de Zebedee acerca de a fua mao direita e ezquerdafe ajfentarem * exhorta os
a padecerem e fe humilharem* 46 E dd vifia a 0 cego Bartimeo*

1 » p levantandofe d’ali, foyfe a os termos deJudeapord’alemd’o,í•íí^•


Jordaô j e tornaraó as companhas a aju.itar a elle, e tornou I?:
os. a enfinar, como de coliume tinha.
a E vindo a elle os Pharifeos, perguntaraô lhe, fe era licito a o
homem deixar a [/»«] mulher? atentando o.
S Mas refpondendo elle , diffelhes: Que vos mandou Moy-
fes?
4 E elles differaó, £ Moyfes permitio efcrever carta de def- bDeitt.W,
quite, edeixala. i. /
5 Ereipondendojeius, diíTelhes: Pola dureza de voffos coraçoés 3‘ *• /
vos efcreveo elle eífe mandamento.
6 c Porem deld’o principio da criaçaõ, macho e femea os fez
Vtua. dGen,l*14«
.. 7 ^Poriffo, deixará o homem a feu pae c a [Jm] maé, e ache- i
*garfeha a fua mulher. E^h, 5: 3*.

M a I E
94 OS. EUANGELHO
8 E feraõ os dous huá carne: affi que ja naõ faõ dous,
. ; fenaõ huã carne.
* 1-ío‘7 9 e P°rtant0 0 9ue Deus ajuntou, naõ [»] aparte o homem.
fMatth.y. 10 E em cafa*lhe tornáraó os Difcipulos a perguntar ácerca d’iíto
32. mefmo. '
«19:9. 11 Ediflelhes: Qualquer que deixar a fua mulher, e fe cafar
Luc.i6:is.com outra, contra ella adultera.
1 f5‘7:l0’ 12 /E fe a mulher deixar a feu marido, e fe cafar com outro, a-

£«<■,18:15. x3 S E traziam lhe meninos, peraque os tocafíe; e osDifcipulos


* Ou , in- reprendiaó a os. que lhos traziaô.
£gwu/i. 14 Porem vendo Jefus, * tomou 0 muyto a mal, ediflelhes:
hMatt.iZ-, Deixae vir os meninos a my, e naõ os impidaes : h porque d’os
iSc«/914 taes 0 Reyno de Deus.
15 Em verdade vos digo, que qualquer que naõ receber 0 Rey-
1 P^r,2!2.110 de Deus como menino, em maneira nenhuã nelle entrará.
iMatt. 19; 16 »E tomando os entre feus braços, [<? j pondo as maõsfobreel-
15. les, os abençoou.
^".9:36. 17 k E faindo elle a 0 caminho, correu a elle hum; epondofedc
i*rí,l9:juelhos diante delle, perguntoulhe: Meftrebom , que farei pera
Lwi8*xS herdar a vida eterna?
18 E Jefus lhe difle: Porque me chamas bom? Ninguém ha bom
fenaõ hum, [a faber] Deus.
iExoi.x<i\ 19 Os mandamentos fabes; /NaÕ adulteraras, Naõmataras, NaÓ
e ii: 12 furtaras> Naõ daras falfo teftimunho, Naõ defraudaras a ninguém,
Deut'y, i7> Honra a teu pae, e a [t«a] maê.
Rom,20 Porem refpondendo elle, diflèlhe: Meíire, tudo ifto guar­
dei defde minha mocidade. ...
21 E olhando Jefus pera elle, amou o, e diflèlhe: w Huã coufa
T I9* te falta; vae, vende tudo quanto tens, e da 0 a os pobres, eteras
hum thefouro’no ceo: E vem, fegueme, tomandofobre[*y] a
iTtml1- cruz-
z‘ 22 Mas ellepefarofod’eftapalavra,foyfetrifte; porquetinhamuy-
tas poflèflòens.
23 Entonces Jefus, olhando a 0 redor, diflè a feus Difcipulos:
•frw.ii:* Quam difficilmente entraráõ os que tem fazenda ’no Reyno de»
Deus! \
Mttth.iy. 24. E osDifcipulosfe efpantaraô d’eftas fuas palavras: Mastor- \
r3Vt. fiado Jefus a refponder, diffelhes: Filhos, quam difficil he cntrãr \
SEGUNDO S. MARCOS. Cap.X. M
*no Reyno de Deus os que em fazenda confiaÕ.
25 Mas facil he paíTar hum * camelo pelo olho de hua agulha, *Ou,caUa-
do que entrar o rico ’no Reyno de Deus. aa> *-
aó E elles fe efoantavaó ainda mais, dizendo huns para os outros,marra‘
Quem pois fe poderá falvar?
57 Porem olhando Jefus pera elles, difle: Quanto a os homens,
impoflivel he•, mas quanto a Deus, naõ: «porque todas as coufas
faõ pofliveis quanto a Deus.
28 / E começou Pedro a dizerlhe: Vefaqui nos outros tudo dei- j. ’ '
xamos, e te feguimos. fMatthÀt
Erefpondendo Jefus, difle: Em verdade vos digo, quenaõha 20.
ninguém que aja deixado cafa, ou irmaós, ou irmaás, ou pae, ou «19:27.
maé, ou mulher, ou filhos, ou campos, poramordemyed’o.E-i,®í-f:I1’
uangelhoj «18:28.
3° Que naõ receba cem vezes tanto, agora ’nefte tempo, caías,
eirmaós, eirmaás, emaés, e filhos, e campos, com perfeguiçoens,
e ’no feculo vindouro a vida eterna.
31 f Porem muytos primeiros feraõ derradeiros, e[mytos] deixa-
deiros, primeiros. 3®
32 r E hiaõ de caminho, fubindo a Teruíàlem; e Jefus hia diante «2o:l6-
elles, e efpantavaÕ fe, e leguiaõ o atemorizados. tornando a rMattLi:
tomar com figo a os doze, começoulhes a dizer as coufas que lhe 2I ’
aviaõ de fobrevir: e 17:22.
33 [Díze^J, Vedes aqui fubimos a Jeruíàlem, e 0 Filho d’o eto:iS,
homem íèra entregue a os Princepes d’os Sacerdotes, e a os Eícri-
bas, á morte o condenaram, e a ás gentes 0 entregaráó.
34 E eícarneceioam, e açoutaloam, e nelle colpiraõ, e matalo-
haój e a o terceiro dia refulcitará. «24’7.*
35/Evieraõaelle JacoboeJoaó, filhos de Zebedeo, dizendo, fMmt.20:
Meftre, [fem] quileramos que nos fizeflês 0 que pedirmos. 20.
36 E elle lhes difle: Que quereis que vos faça?
37 E elles lhe difleraô: Danos que, em tua gloria, nos aflènte-
mos, hum á tua direita, e outro á tua ezquerda?
3® Mas Jeíus lhes difle: NaÕ íâbeis o que pedis 5 podeis vos be­
ber o copo que eu bebo, e fer bautizados com 0 bautilmo t cem que t Mati* 20*
çuíòubautizado? 22
1 39 E elles lhe diflèraõ: Podemos. Porem Jefus lhesdifle: Em
verdade, o copo que eubebo, bebereis; ecomobautifinocomque
eu bautizado iôu, bautizados lêreis.
40
,6 OS. EUANGELHO
40 Mas afTentar fe à minha [maí] direita, ou áminha ezquerda,
uMatt 25: naõ he meu d alo, fenaõ « a os que aparelhado eftá. >

34. 41 x E como os dezouviraô ifto, começáraóa* de Jacobo ejoaó


x Matt 2o:
muyto a mal 0* tomarem.
24. 41 Mas chamando os Jefus a fi, difièlhes: Jafabeisyque os que
* Ou 3 in-
dignarje fe eftimaõ das gentes Princepes fer d’ellas fe enfenhoreaô: E os
contra. Grandes d’elles fobre ellas de autoridade ufam.
y Matt 20: 4i z Mas entre vofoutros affi naó ferá: antes qualquer que entre
- 2l>- 'vos
-o grande
----- - quifer fer,, voffo
1--------- miniftro ferá.-
...... ..................
~ 1 CpZj 44 E 9ue de vofoutros 0 primeiro Ter quifer, de tod
’ fervo ferá.
3. , 45 Porque também naó veyo o Filho d’o homem a a fervido fer,
*Ioa. 13:
14. fenaó a fervir, e b dar fua * vida [em] refgate por muytos.
ThiL 2:7. 46 í E vieraó a Iericho. E faindo elle, e feus Difcipulos, e huá
*Gr.grande companha, de Jericho, eftava Bartimeo o cego, filho de
í Eph. 1 -.7. Timeo, aflentado junto a 0 caminho mendigando.
4-7 E ouvindo que era Jefus 0 Nazareno, começou a clamar, ea
27/2’14 ’^zer: Jeibs, Filh° de David, tem mifericordia de my.
tMatt. 20: 48 E inuytos 0 reprendiaó, para que íecallafie: mas clleclama-
29. va tanto mais: Filho de David, tem mifericordia de my.
Lw.iS;3$. 49 E parando Jefus, diíTe que 0 chamafiem 5 e chamáraô a 0 ce­
go, dizendolhe: Tem bom animo, levantate, [que] te chama.
50 E lançando elle [de/] fua capa, levantoufe, e veyo a Jefus.
51 E refpondendo J efus, diflelhe: Que queres que te foça ? Eo
cego lhe difie: *Rabboni, que veja.
d E Jefus lhe difle: Vae tej Tua fé te falvou. E logo vioj e
22> ’ feguia a Jefus pelo caminho.

Capitulo XI.
I Faz Chrifto fua entrada em Jerufalem affentado fobre hum afho. 8 He aceotm-
panhado erecebido com parabéns do povo, como Mefllas. 12 Amaldiçoa hua fi­
gueira por nao ter fruito. 15 Eança fora a os que no Templo vexdiao ecompra-
vaõ. 20 Louva a força da fé. 24 Amoefia a que orando creamos, eaoproxi-
mo perdoemos. 27 Rejponde á pregunta dos Efcribas , acerca de com que au-
thoridade aquellas confias fazia ■, pergpmtandolhes 0 que do Bautifmo de fatié
fentiaõ.
1
oMatth 1 a F, Como ja chegaraó perto de Jerufalem, em Betphage e Bca
^thania, a o monte das oliveiras, mandou dousdefcusDifci-X
Luí. 19:29. pulos,
» E
SEGUNDO S. MARCOS. Cap.XI.
2 E diflelhes: Ide á aldea que em fronte de vos eftáj e logo, em
’nella entrando, achareis hum poldro liado, fobre 0 qual nenhú
homem fe tem affentado j foltae o, e trazei 0.
3 Efe alguém vos difler: Porque fazeis iíTo ? Dizei, que o Senhor
0 ha mifter, e logo 0 mandará para cá.
4 E foraó, e acháraõ 0 poldro liado á porta, fora, entre * dous •>
caminhos, efoltáraõo. ncnwll».
5 E alguns dos que ali eftavaõ lhes difleraõ 5 Que fazeis foltando ria‘
a o poldro?
6 Porem elles lhes difleraõ, como Jefus tinhamandado, e
xteixáraó os ir.
7 E trouxeraÕ o poldro a Jefus, e lançáraó c fobre elle feus ve- èioa.izt
ftidos, e affentoufe fobre elle. 14,
8 E muytos eftendiaó feus veftidos pelo caminho, eoutros corta- czRey. 2:
vaõ ramos d’as arvores, eefpalhavaõ os pelo caminho. I3-
9 E os que hiaõ diante, e os que feguiaô, clamavaõ, dizendo,
Hofanna, bendito 0 que vem em o Nomed’o Senhor. *
10 Bendito o Reyno de noífo Pae David, que vem em o Nome *
d’o Senhor 5 Hofanna em as alturas. - -
n « E entrou Jefus em Jerufalem, e’noTemplo $ eavendovifto eMatt.n;
tudo a o redor, e fendo ja tarde, fahiofe pera Bethania com os _ I2j I4-,
doZC. |
i- /E 0 dia íêguinte, faindo elles de Bethania, teve fome.
13 E vendo de longe huá figueira que tinha folhas, veyo [a wj 18.
íc nella alguá coufa acharia: E chegando a ella, naõ achou fenaõ
folhas j porque náó era tempo de figos.
14 E refpondendo Jefus, diílelhe: Nunca de ty coma ninguém
mais fruito pera iempre. E ifto ouvrraó feus Difcipulos.
15 E vieraõ a Jerufalem: z e entrando Jefus’noTemplo, come-S
çou a lançar fora a os que ’no Templo vendiaõ e comprávaõ: e w-
traftornou as mefas dfoscambiadores, eas cadeiras d’os quevendiaõ
pomoas. hMatt.il; 1
16 E naõ confentia que alguém vafo [algum J pelo Templo levaflè. 13. '
17 ®E enfinava, dizendolhes, Naõ eftá efcrito, f Minha caía, Lm. 19:46.’
caía de oraçaó fera chamada de todas as gentes? h Mas vos outros a iiRfy 8; !
tendes feito cova de fâlteadores. r»
18 E ouviraõ os Efcribas e os Princepesd’osSacerdotes, c
/ íbufcavao como o matariao? porque o temiao, porquanto toda a
companha citava eípantada acerca de fua doutrina.
N 13 E
4

4»-
f
9i OS. EUANGELHO
19 E como ja foy tarde, fahio fe fora da cidade.
20 E paflanao pela manhaã, viraõ que a figueira eftava feca des-
das raizes.
a. thMg- *
lre, 21 E lembrandofe Pedro, diflelhe: *Rabbi, vefaqui a figueira,
que amaldiçoafte, fe fecou.
■ Ou 22 E reípondendo Jefus, diflelhes: Tende fé * em Deus.
ip? Porque em verdade vos digo, que qualquer que diíTer a efte
’’ monte; Alçate, e lançate ’no már: e naó duvidar em ieu coraçaõ,
mas crer que fe fará o que diz, tudo o que difler, fe lhe fará.
24 Portanto vos digo, » f^»? j tudo 0 que orando pedirdes, cre-
? 1^.29: de que recebereis, e* vir vos ha.
12. 25 - --
- * eftiverdes
JL L» —4 -Z

E quando orando, «perdoae, fo tendes alguá cou-


Viíítt^\ 7,
\uc. 11:9. ■ fa contra alguém, peraque voífo Pae, que [efiá] ’nos ceos, voflas
'oa. 14:13’ * oírenfas vos perdoe.
*15:7. 26/> Mas fe vos outrosnaõ perdoardes, também voflo Pae, que
e 16:24. ’nos ceos, voflàs offentas vos naó perdoará.
27 ? E tornáraõ a Jerufalem: E andando elle pelo Templo, vie-
: loa. 2 raó a elle os Princepes dos Sacerdotes, e os Efcribas, e os An­
' Gr. farje ciãos.
2S Edifleraõ lhe: rCom que autoridade fazes eftas coufas? E
Ou , 'VOS quem te deu efta autoridade, pera eítas coufas fazeres?
^lerdes a 29 Mas reípondendo Jefus, diflelhes: Também eu huã palavra
'■rur. vos perguntarei, e refpondei mej e [então'] vos direi cõ que auto-
- eftas cowas faço:
______ _________________________ ______ - J
I

3» O Bautifmo de Joaõ era d’o ceo, ou d’os homens? Reípon-


o2«/AdejTme. » •

>z^aiS: 31 E elles arrezoávaô entre fi, dizendo, Se difíermos d’o ceo,


35- dir ha: Porque pois o naó creftes?
r Malt 2i: 32 Porem fe diflermos d’os homens, tememos a o povo: /porque
todos * tinhaõ de Joaõ, que verdadeiramente era Propheta.
L»c.so: 1. 33 E reípondendo, difleraõ a Jefus: Naó fabemos. E reípon -
*Exod. V,
14. dcndo Jefus, diflelhes: Também eu vos naó direi com queautori-
4a.4:7. dade eftas coufas faço.
* 7-2 7.
rMatt 14:
5-
capi-
SEGUNDO S. MARCOS. Cap.XII.

Capitulo XII.
I Com a parabolada vinha arrendada a hums lavradores > que a os ferves e filho
do Senhor delia maltratai e mataõ, denuncia ChrisloaosjhdeosJua reprovação,
e total ruyna, 13 Refponde á pregunta, fe era licito a Cefar tributo dar. 18 Co­
mo tombem á dos Sadduceos, acerca da mulher que fete maridos tivera > e prova
contra elles, a verdade da refurreiçao dos mortos, 28 Declara- qual[eia omayor
mandamento da Ley. 35 Enfina que 0 Nlsfas he. nao fo Pilho porem também
Senhor de David. 38 aivija a feus ouvintes que fe guardem da ambiçaõ ehy-
pocrifia dos Efinbas. 41 E louva a pequena ejmola da hud pobre viuva.

' rf T? Começoulhes per parabolas a dizer: b Prantou hum homem alAatt.iV.


^huã vinha, e cercou a com valado, e cavou [ Zé.» j hum lagar, 23.
e edificou [ lhe ] huã torre, e arrendou a a huns lavradores: E par- Lucsw. $>.
tio fe pera fora d’a terra. bPfio'.9.
I E chegado o tempo, mandou hum fervo a os lavradores, pe-
raque d’os lavradores ao fruito d’a vinha recebefle. l0‘
3 Mas elles tomando 0, ferirão [0], e mandaraõ [a] vazio.
4 E tornou a mandarlhes outro fervo > e elles apedrejando o, fe­
rirão [»] ’na cabeça, e [tornárai 0] a mandar afrontado.
5 E tomou a mandar outro, e áquelle matáraõ > e a outros muy-
tos, e a huns feriraõ, e a outros matáraõ.
6 Tendo pois elle ainda hum feu filho amado, mandou lhes tam­
bém por derradeiro a efte, dizendo, Polo menos a meu filho re­
ceitaram.
7 Mas aquelles lavradores difíèraô entre fi: c Efte he 0 herdeiro, a: 8.
/vinde, matemolo; e ferá noflà a herança. dGen,37:
8 E pegando d’elle, matáraõ £0J, e lançaraõ [oj fora da vinha. JLa*.*
9 Que pois fará 0 Senhor d’a vinha? Virá, e a os lavradores de- J<M, II; &
ftruirá, e a vinha a outros dará.
ío Nem ainda efta efcritura tendes lido? c Apedra que os edifica- ePf.itS;
dores reprováraõ, efta por cabeça da eíquina foy feita. 12.
II Pelo Senhor foy feito ifto, e he coufa maravilhofa em noflos l/àyi&tâ
olhos. Mattb.ttt
n E procuravaõ prendelo, mas temiaõ acompanha5 porque en- y ^a,n.T7-
tendiaõ que d’elles dizia aquella parabola : E deixando o, fo-
raófe. 9:33. z
i?/E mandaraõ lhe alguns dos Pharifeos, edosHerodianos, pe-iPe/r.z;<5.
raque o apanhaffem em [a/guã] palavra. fMatt.w -t
14 E vindo elles, difíèraô lhe: Meftre, [bem\ fàbemos que es ;;
N » *ho- f2,*‘ .
ioo O S. EUANGELHO
*Ou, ver-* homem de verdade, e naõ fe tc dadeninguem, porquenaõaten-
Madeiro, tas pera a aparência dos homens, antes com verdade enfinas o ca­
minho de Deus: He licito dar tributo a Cefar, ounaõ? Daremos,
ou naõ daremos?
15 E entendendo elle, fua hypocrifia, diíTelhes: Porque mea-
tentaes? Trazeime amoeda, peraque [aj veja.
J. w* •

16 E elles [>] trouxeraõ. E diíTelhes: Cuja he efta imagê, c


a infcripçaõ? E elles lhe differaõ: De Ceíar.
sMatt.i?: 17 E refpondendo Jefus, diíTelhes: ^Dae poisa Cefar o que
25 he de Cefar, e a Deus o que he de Deus. E maravilháraõ fe

çaõ; e perguntaraó lhe, dizendo,


Luc 20:27. *9 ! Meftre, Moyfes nos efereveo, que fe o irmaõ de alguém
Xc7.23:8. morreíTe, e deixafle mulher, e filhos naõ deixafie, que feu irmaõ
'Deut.25; fua mulher tomaíTe, e femente a íeu irmaõ defpertaíTe. .
2o Houve pois fete irmaõs, e o primeiro tomou mulher, e mor­
rendo , naõ deixou femente.
Tomou a também 0 fegundo, e morreo 5 e nem efte deixou
femente; e o terceiro d’a mefma maneira.
22 E tomáraõ a [rodos] os fete, e tampouco deixáraõ femente:
Finalmente, defpois de todos, morreo também a mulher.
2J Na reíurreiçaõ, póis, quando refufeitarem, mulher de qual
d’eftes ferá ? porque os fete a tivéraõ por mulher.
24 E refpondendo Jefus, diíTelhes: Por ventura naõ erraes vos
outros, porquanto naó íãbeis as Efcrituras , nem a potência de
Deus ?
2; Porque quando refufeitarem d’os mortos, nem fe cafaráõ ,
ç nem em cafamento fe daráõ; mas feraô como os Anjos, que ’nos

’1’ ’ 25 È acerca dos mortos, que ajaõ de refufcitarj naõ tendes lido
’no livro de Moyfes, como Deus lhe fallou em a çarça, dizendo,
lExod. 3 -.6.1 Eu fou o Deus de Abraham, e o Deus de Iíaac, e o Delis de

^✓^2 (T J 2 **•
Hebr ii: 9UC muyto erraes.
' 28 »E vindo a elle hum dos Efcribas, que os ouvira contender, íà-
viMatti,. bendo que lhes tinha bem refpondido, perguntoulhe: Qual de todos
. 22:34. he 0 primeiro mandamento ?
* SEGUNDO S. MARCOS. Gap. XII. wi
• -

i? E Jefus lhe refpondeo: O primeiro de todos os mandamentos,


[&J: » Ouve Ifraêl, o Senhor noflo Deus he o unico Senhor. »Deut.6:4,
30 Amarás pois a 0 Senhor teu Deus de todo teu coraçaô , e de * wia.
toda tua alma, e de todo teu entendimento, e de todas tuas forças: I<W>IO’«27 •
Efte he o primeiro mandamento. . '
31 Eofegundo, a [eite] femelhante [fo] efte: 0 Amarás a teu 0 Le-v. 19:
proximo como a ty mefmo: Naô ha outro mandamento mayor que l8>
eftes.
I 32 E 0 Efcriba lhe difle: Muy bem, Meftre, [e] com verdade R j,.?i
diflèfte, que hum fo Deus ha, e outro naõ ha fenaô elle.
33 E [7
Goís- 14.'
amálo de todo coraçaô, e de todo entendimento, e iac.v.S.
de toda a alma, e de todas as forças, e amar a 0 proximocomo afi
mefmo, mais he que todos os holocauftos e facrificios.
34 E vendo Jeíus que aviarefpondidofabiamente, diflelhe: Naõ?M4«2a;
eftás tu longe do Reyno de Deus. E ja ninguém lhe ouíàva mais 41.
perguntar. fprníí’
35 p E refpondendo Jefus dizia, enfinando ’no Templo : Como '
dizem os Efcribas que 0 Chrifto he Filho de David ? ! éor/15:*
36 Porque 7 0 mefmo David difle pelo Efpirito Sandio: Difle 0 25.
Senhor a meu Senhor, aflentateáminha [matí] direita, atéquepo- £T^r.i:i3«
nha a teus inimigos por eícabello de teus pés. «10:13.
'7 Pois David mefmo [/eu ] Senhor o chama, como he logo feur
filho ? E a multidaô da companha 0 ouvia de boa vontade. xljira?.
38 rE dizia lhes cm fua doutrina: Guardae vos dos Efcribas, que ’
folgaô de andaré * veftidosa comprida, edasíàudaçoensnaspraças: * Ou', ens
39 E das primeiras cadeiras ’nas Synagogas, e dos primeiros af- wtâidos
fentos ’nas ceas. compridos.
4® /'Que devóraô as caías d’as viuvas, e [iffo J com pretexto *1*
fàzeremlargaoraçaõ. Eftesreceberão maisgrave condenaçaô. T 14
41 t E eftando Jefus aífentado de fronte *d’o * cofre do thefouro, z
atentava como a companha lançava dinheiro no cofre do thefouro: Tit. 1: ii.
■e muytos ricos lançavaô muyto. tLw ii'1-
41 E vindo huã pobre viuva, lançou dous minutos que faÕ dous* Ou.
reys.
43 E chamando [jfofc] a fi feus Difcipulos, diflelhes: Em ver-*2*^*12’
dadevos digo, que*efta pobre viuva lançou mais, que todos j.
que ’ao cofre d’o thefouro lançáraõ. 12»
44 Porque todos [*«&] do que lhes fobeja lançáraó-, mas efta,*Ou,^»A4>
de fua* pobreza, lançou (_W*j tudo o que tinha, todofeufuôento.«#»»«^;
Ní C A- \
O S. EUANGELHO
Capitulo XIII.
v
A ■Prophetiza Chriflo a defiruiçao do Templo e da cidade de Jerufalem. Acre*
tentando os trabalhos efinaes que antes e perto d\aquelle tempo aviao de acontecer•
Io Confolando entre ta?ito os feus com o profpero fucejfo de Evangelho* e ajuda
do EJpirito Santro , e exhortando os d perfiverancia, X 4 Aponta lhes a prophe-
tsa de Daniels e acconfelha os a com tempo fugir > e a defia grande afftiçao efea-
par, 2o Avifaque fe guardem dos enganos e milagres dos falfas Christos ePro-
phetas9 2.4 Defcreve os finaes do fim de mundo e de fua vinda a o juizo; Cujo*
a Matth dia } fo a jeu pae notorio he% 33 Poloque a continuamente vigiar , e orar j
24;i« exhorta,
Luc, xi:
vlRpy.y. j 4 E Caindo elle d’o Templo diflelhe hum de feus Difcipulos:
7>S.
Mich,^: f X- Meítre, olha que pedras, e que edifícios!
19-44’
2 ■E refpondendo Jeíus, aiflelhe: Ves eftes grandes edifícios ? b Nao
</rfw.'.24; ferá deixada pedra íobre pedra, que naó feja derribada. »

3' 3 * E aflentandofe elle’no monte das oliveiras, em fronte do Tem­


Luc.21-7. plo, perguntáraõ lhe a parte Pedro, ejacobo, ejoaõ, eAndre:
d Alt 4-«Dizenos, quando feráó eftas coufas j e que final averá de quan­
* Ou > con-
fumar. do todas eftas couías fe haó de * acabar.
e ler 29: $• 5 Erefpondendolhesjefus, começou a dizer: «Olhac quenin-
Ephef y6. guem vos engane: I
I

2 ThejJ 2: ó Porque vYraõmuytosfem meu nome, dizendo eu fou [o chrifto^i


M- e a muytos enganaráõ.
I loa 4' I- 7 E quando ouvirdes de guerras, e de rumores de guerras, naõ
fler 14 14*
* vos turbeis; porque emportafazerfe: Mas ainda naó feráo
e 23:21.
gljdy.19: fim.
2. A gente fe levantará contra gente,
8 g Porque _ e Reyno contra Rey-
hMatt 10: no, e averá7erá terremotos de lugar em lugar, e averá fomes, e alvo­
17- roços. Princípios de dores íeraó eftes.
€ 24.9’ 9 h Mas olhae por vos mefmos; porque vos entregaráõ em Con-
IjUc. 21:12.
í ‘ cilios, e em Synagogas: Sereis açoutados, e ante Prefidentes e
1^.15:19.
e 16:2.7 Reys fereis aprefentados, por amor de my, para que lhes confie.
4pw.2:iQ. 10 E entre todas as gentes importa fe pregue primeiro o Euan-
iMatt.io', gelho.
i9- ii «Porem quando a entregar vos levarem, naó eftejaes dantes íò-
Lw.12.11. ijcjtos do que aveis de dizer, nem o penfeis: mas o que naquella
hora vos for dado, iflo fàllae. Porque naõ fois vos os 'que fallaes,
3^:21. fenaõ o Eípirito Sanâo.
Mitkv: 6. 11 k E o irmaõ a o irmão a morte entregará, e o pae a o filho:
ele-
SEGUNDO S. MARCOS. Cap.XIII. io?
e lej^antarfehaõ os filhos contra os paes, e matalos haõ. <’
J3 E fereis aborrecidos de todos por amorde meu nome; /Mas ZM^íaic;
quê perfeverar até 0 fim, efie ferá falvo. 'ai*
14 m Affi que quando virdes a abominaçaõ do aíToíamento , que A*
foy dito pelo » Propheta Daniel, que efta a onde naó deve, (quem a.
le, advirta) 0 entonces os que eftiverem em Judea, fujaõ] para os i0,
montes. mMatth.
1$ E 0 que eftiver fobre o telhado, naõ defcenda a cafa, nemen- 44:t$.
I tre a tomar alguã coufa de fua cafa. £w.. 21:20..
i<5 E o que eftiver ’no campo , naõ torne a tras, a tomar feu .f**9
. .Szíí
17 Mas ay das prenhes, e das que * criarem naquelles dias. n,
18 Orae porem que naõ íuceda vofía fugida em inverno. *Ou,<»tó-
19 Porque feraõ aquelles dias de tal affliçaõ, qual nunca foy des- t«r derem.
do principio da criaçaõ das ccufas que Deus criou, até agora, nem
tampouco ferá.
40 E fe 0 Senhor naÕ abreviaffe aquelles dias, nenhuá carne fe ,
falvaria: Mas por caufa dos efcolhidos, que efcolheo, abreviou a-/*""*,
quelles dias. _ , L^iní.
41 f E entonces fe alguém vos difler: Vedes aqui eftá 0 Chrifto 5 ^Deut.iy.
ou vedelo ali eftá, naõ 0 creaes. 1.
22 ? Porque fe levantaráõ falfos Chriftos, e fàlfos Prophetas, e fa- 4 ^>eJT 4’>
raõfinaesé prodígios, pera enganai-, fepofiivel fora, até aos [«gíi»;] ¥•
efcolhidos.
43 Mas vofoutros olhae, vedes aqui tudo d’antes dito vos tenho, Ezech.
24 r Porem naquelles dias, defpois d’aquella affliçaõ, o foi feefcu- 7.
recerá, e a lua feu reíplandor naõ dará.
2J E as eftrellas d’o ceo cairáõ, e as forças que [ejfá] ’nos ceos *3' iy.
abalaram. - Matth.z4',
26 / E entonces a o Filho d’o homem verám vir em as nuvens,
com grande potência e gloria. , Jipoc.ó-iz,
27 E entonces enviara feus Anjos e ajuntará feus efcolhidos dos/ja»», 7; ' ..
quatro ventos, des do cabo da terra, até o cabo do ceo. 10,
28 t E da figueira aprendei a femelhança: quando ja feu ramo fe
vae fazendo tenro, c brota folhas, bem íabeis que jaoveraõeftá *7.
‘ *24:20;
perto. I4J
29 Affi também vofoutros, quando eftas coufas fuceder virdes, 6i>‘
fabei que ja * efta perto a as portas. LacÀvxft
30 Em .á&jtifci;
1:19.^91.117. t* A/aber* oRepedeDefê
ÍC4 os. E U A N G E L H O
3° Em verdade vos digo que naó paífaráeftageraçaõ, atequeto-
. das eftascoufas naõ aconteçaõ.
tfP/4/.Tot: kq ceo e a terra paffaráô, .mas minhas palavras em maneira
W40-.S. nenhuá paffaraó.
3a «Porem daquelledia, ehora, ninguémfabe, nem os Anjos
Hctr.i-.n. que eftaó no ceo, nem 0 Filho, ienaó o Pae.
x Matt.24'. 5 j y Olhae, vigiae, e orae 3 porque naõ fabeis quando ferá 0
J6- tempo. *
^Vatt t4- Como 0 homem que, partindofe para fora da terra, fua caía 1
7 42 * deixou, e a feus fervos autoridade deu, e a cada hum fua obra, e
«25:13 a o porteiro mandou que vigiafle. >
Lw. i2;4<>. 35 Vigiae pois, (porque naó fabeis quando virá 0 Senhor dacafaj
tarde, fe á meya noite, fe a o canto da galo, fe pela ma-
XlW5:í»nhaã)
36 Porque naõ venha d’improvifo, e vos ache dormindo.
37 E as coufas que a vos outros vos digo, a todos [es ]digo:
▼ 7* * A .
Vigiae.

Capitulo XIV.
1 Bufcao os Printepes dos Sacerdotes e os Efcribas oportunidade para matar aChrt*
fio. 3 Urge o huã mulher em Bethania 3 o que em fèu favor Chrifto defende,
lo Judas 0 vende por certaforna de dinheiro a os Princejps dos Sacerdotes. U Faz
aparelhar a PafchGa» e juntamente comfeus Difápuloscome. IS Defcobre a trei-
çao de Judas, 22 Infitue fua Sanfâa Cea. 31 Prediz a feus Difcipulos feu
efpargeinento > e a Pedro fua caida* 3 2 Começa fua paixao com grande angustia
em hud horta j e ora a feu eterno Pae. 37 Èxhortando juntamente a feus Dh
fcipulos a vigiar. 43 Judas 0 entrega com hum fingido beijo. 46 E os Judeos 0pren­
dem. 47 Polo que Pedro a orelha a hum d’elles corta. $0 He dos feus defem-
parado. 53 Perante 0 conjelhodos Judeos levado. 56 Defalfostejlimunhosac-
cu/ddo' 60 Do Summo Pontífice examinado. 63 Como hum Blasfemo d morte
condenado ? e injuriofamente tratado. 66 Pedro tres vezes 0 nega^ e amargoja-
mente fua caiada lamenta.
a Matth.
26:2.1 1 * J7 d’ali a dous dias era a Pafchoa, e [afefta dos paens] afmos>
Luc. 22: L ^e bufeavaô os Princepes dos Sacerdotes e os Efcribas [modo em]
loa. 11:55* como (poncom cautela o prenderiaõ e mataríáõ.
4’i3;Í. 2 Diziaó porem : Naõ na fefta3 porque por ventura naófe faça
bMattb. alvoroço entre o povo.
26:6^ 3 bÊÉ eftando elle em Bethania em cafa de Simaó o Leprofo, af-
I^irz" fcntado C* veyo huã mulher que tinha hum vafo de alabaftro
. xa., de unguento de nardo puro de muyto preço, e quebrando o vafo
de alabaftro ? derramoulho Àobxe a cabeça. ‘ . $E
SEGUNDO S. MARCOS. Cap.XIV. io?
4 E houve alguns que \d’MuíUo~\ emfimelmos fe indignáraó, edif-
ferao: Peraque fe fez eíta perdição d o unguento-’ .
4 5 Porque [tem] fe podia ifto vender por mais de trezentos dinhei- :
ros , e darfe a os pobres. E bramávaõ contra ella.• • •
6 Porem Jefus difle: Deixae aj porque a moleftaes ? Boa obra
me tem feito.
7 c Que pobres, fempre cõ vofco tendesj e quando quifer- cDeut.i^,
des, lhes podeis fazer bem: Porem a my, fempre me naõ tendes. JI*
I 8 Efta, o que podia fez: A Ungir meu corpo fe adiantou, pera
T_freparaçao de miwha~] lepultura.
9 Em verdade vos digo, que aonde quer que em todo o mundo
efte Euangelho fe pregar, também o que efta fez, emfuamemória
dito ferá.
10 Judas Ifcariota, humdosdoze, fefoya os Princepes àôsdMatt.tá
Sacerdotes pera lh’o entregar. '
it E elles ouvindo [o], folgáraôj e prometerão de lhe dar di- w*2,2,4’
nheiro ; e bulcava como a tempo oportuno o entregaria.
ii.«E o primeiro diafd’os Çpaeas] afmos, quando íàcrifiçávao
cordeiro da\ Pafchoa, feus Difcipulos lhe diflèraõ: Aonde queres
que vamos aparelhar pera comeres a Pafchoa? " fExodii'
iv E mandou dous de feus Difcipulos, e diflèlhes: Ide ácidade, j?t ’
e,encontrarvos há hum homem , que leva hum cantaro de agoa, 1
fegui o.
14 E a onde quer que entrar, dizei a o Senhor da caía: O Meftre
diz; Onde eftá o apoufento a onde hei de comer a Palchoa com
meus Difcipulos ?
E elle vos moftrará hum grande cenáculo, ernado, ] apa­
relhado 5 ali nos aparelhae.
i6. Eíãiraô feus Difcipulos, eviéraó á cidade, e acháraó como
lhes tinha dito, e aparelháraô a Pafchoa.
17 g E vinda a tarde, veyo com os doze. gMatt aó:
18 E como íè aíTentaífem [d mefa->'\ ecomefiem, diíTe Jefus: Em xa-ij.,
verdade vos digo, ^que hum de vos outros, que comigo come,
me ha de trahir. . . ^£1:17.*
19 E elles fe começáraõ a entriftecer, e a dizer lhe hum apos ou­
tro: Por ventura 1’ou eu? E outro: Por ventura fou eu?
19 Porem refpondendo elle, diffelhes: Hum dos doze [6? J, que
comigo’no prato molha. i - I
-i Em verdade o Filho d’o homemvae como d’ellecfcrito eftá: '* 4 j
•j
O mas
w OS, EVANGELHO
mas ay dPaqttelle homem porquem 0 Filho do homem he trahido:
Bom Hiê fora a 0 tal homem naô aver nacido.
?.i i E comendo elles, tomou Jefus 0 paôj ebendizendo, partio
o, e deu lho, e«diífe: Tomae, comei, ifto he 0 meu corpo.
23 E tomando o copo, edádo graças, deu lho5 e bebéraõ delle
todos.
24 E diflelhes: Illo he o meu Cangue, [0fingue"] d’onovoTefta-
menta, que por muytos he derramado.
25 Em verdade vos digo, que naõ beberei mais d’o fruito de * *
vide , até aquelle dia, quanao novo o beber em o Reyno de
Deus.
26 E como cantáraô 0 Hymno, fairaó íe a 0 monte das Oli­
veiras.
kMitt.zó: 27 £ E Jefus lhes diffe: Todos vos outros efta noite em my vos
jl» __ J.v___ _________
efcandalizareis 5 porque > a - __________________ __
efcrito eítá: ZAopaíior ferirei, e as ovelhas
Ics 16: H
l Zacht 1, 3; derramadas feram.
7- 28 m Mas des que aja refufcitado, vos irei diante a Galilea.
m Mfitth. 29 E Pedro lhe diffè: Ainda que todos fe efcandalizaflem, naõ
26: 32. porem eu.
e 28* Io. 30 n Ediffelhejefus:. Em verdade te digo, que hoje, ’nefta noite,
nMatr 26:l antes que 0 galo duas vezes cante, me negaras tu tres.
31 «Mas eíle muyto mais dizia: Se com tigo morrer me impor-
34>
■' 1, em maneira neríhuã te negarei. E todos diziaõ também da
jUc.22.-34- tara
loa I3.38. mesma maneira.
oloa 13: 32 ' E vieraõ a 0 lugar, cujo nome era Gethfemane, edifleafeus
37- Diícipulos: AíTentaevos aqui até que ore.
pMart.16: 33 E romou com figo a Pedro, e a Jacobo, e a Joaô, e come­
36
jUc22:J 9. çou a fe elpavorecer e a muyto anguftiar.
loa.1%: 1. 34 E dilTe lhes: 5 * Totalmente eftá minha alma trifte até a morte.
y los. 12: Ficae vos aqui, e vigiae.
37 f E indofe hum pouco mais a diante, poftroufe em terra 5 e
♦Ou, orou, que, fe foífe poffivel , paílàflè d’elle aquellahora.
teMs as 36 Edifié: Abba, Pae, todas as couíàs te faô poffiveisj Tras-
banâdi,
yLm 22:
pafla de my efte copo 5 j Porem naô o que eu quero, fenaóo que tu
41. f jw/êrer. J
floa ó jS 37 t E veyo, e achou os dormindo s ediflèa Pedro: Simaõ, dor-
t Matt. 26 mes ? Huâ hora vigiar naô podes ?
r.,0-,. 5S Vigiae, e^orae, paraque naô entreis em tentaçaõ :* o efpirito
em verdade prómpto masacarne j fraca,
* 6 *5, '* 39 E
SEGUNDO S. MARCOS. Gap. XIV. A$7
g> E tornandofe a ir, orou, dizendo as mefinas palavras., ; >
40 E tornando , achou os outra vez dormindo j porquefcusolhos .
eftávaõ carregados, e naó fabiaõ que refponder lhe. >
41 E veyo a terceira vez, e diflclhes .\ Dormi jaê defcanfae. Ba­
ila, vinda he a hora. Eis aqui o Filho d’ò homem he entregue em
maõs dos pecadores.
41 Levantae vos, vamofnos: Eis que o que me trahe, cftá
perto.
42 xE logo, fallando elle ainda, veyo Judas, que era hum dos xMattifc
doze, e com elle muyta companha, com efpadas e baftoens, de 47. .
parte d’os Princepes dos Sacerdotes, e dos Efcribas, e d’os

44 E o que o trahia, lhes tinha dado hum comum final, dizendo,


A o que eu beijar, efie he: prendei o, e levae 0 a bom recado.
45 E como veyo, foy fe logo a elle, édifielhe: Rabbi, Rabbi,
,e beijou o. / t !*Sam'
45 E lançáraõ fuas maõs’nelle, e prendéraó o. 'ao‘°‘
♦7 E hum dos que aliprefenteseftávaõ, puxando da eípada, ferio
a 0 fervo d’o Summo Pontífice, e cortoulhe a orelha.
48 Erefpondendo Jefus, diflèlhês: Como aíàlteador, comeípa-
das e baftoens, a prender me faiftes?
4<? Cadadia com vofco ’no Templo enfinando eftava, e naó me
prcndeftes $ mas [afifi faz ] z pera que as Efcrituras fe cumpraÓ. z pr ia; 7.
5® “ Entonces deixando o todos fugiraó. eósr.io.
5' E hum certo mancebo o feguia, envolto em hum lençol fo- £«^.'24:1$.
bre o nuo. E pegáraõ d’elle os mancebos. «1^19:
52 E elle, largando’o lençol, fugio d’elles nuo.
53 £ E leváraõ a Jefus a o áummo Pontíficej e ajuntáraó fe a elle fartai*
todos os Princepes dos Sacerdotes, e os Anciaõs, e os Efcribas. *7> ’
54 E Pedro o feguio de longe até dentro d’a fala d’o Summo Lw.n:^.
Pontífice, eeftavaaflgntadojuntamentecomosfervidores, caquen-
tandofe a o fogo. 24. >
55 f E os Princepes d’os Sacerdotes, e todo o Concilio bufcávaõ f w#-2^
teftimunho contra Jefus, pera o matarem , e naó [0] a-
chávaó. • ■ 3»>t
Porque muytos teftificáyaõ fàlfamente contra elle, mas os te-
ftimunhos naõ'eraõ conformes.
57 E levantandofe huns teftificávaõ fidfamcntc contra elle, di- ?
sendo,
O2 5* Nos
I0g o S. EUANGELHO
áMarc, 58 Nos lhe ouvimos dizer: d Eu derribarei efte Templo feito de
22. màõs, e.eni tres dias edificarei outro, feito fem maõs.
loa. 2; i$>. Sí E nem afli era feu teftimunho conforme. "
e Matt. 2.^
62. 60 e E levantandofe o Summo Pontífice ’no meyo, perguntou a
flfo 53: Jefus, dizendo, Naõ refpondes nada ? Que teftificaõ eftes contra
7- ty?
jtâ. 8:32, 61 /Mas elíe calava, e nada refpondeo. O Summo Pontífice lhe
* ■♦ tornou a perguntar, ediflelhe: Es tuoChrifto, oFilhodo [Deus
Mattb.
bendito?
2/. 6z E Jefus difle: Eu o fou: g E vereis a o Filho d’o homem af-
«*24:30. fentado á [aw] direita d’a potência [de Dew], e vir em as nuveis
é'2$:3i. d’o Ceo.
21:27, '63 E raígando 0 Sumo Pontífice feus veftidos, difle: Que mais
i; 11. neceflitamos de teftimunhas ?
1 64 Ouvido tendes a blasfémia 5 que vos parece ? E todos o conde-
16.
2^1: náraó por culpado de morte.
lo. 65 E alguns começáraó a cofpir -lnelle, e a cobrir lhe o rofto, e
ApGC, I;7. a h dar lhe de punhadas, e dizerlhe: Prophetiza, E os fervidores
b lob. 16; lhe davaó de bofetadas.
Io. <56 i E eftando Pedro em baixo ’na fala, veyo huadas criadas d’o
W- 50:6. Summo PontíficesJ
19:3. 67 E vendo a Pedro que fe eftava aquentando, atentou pera elle.
z Matt. 26;
58,69 ’ e difle: Também tu eftavas cõ Jefus o Nazareno.
68 Mas elle o negou, dizendo, naõ conheço, nemfei oque
loa. iSiló; dizes. E faniofe fora a 0 * alpendre j e cantou 0 galo.
69 k E a criada vendo 0 outra vez, começou a dizer a os que ali
* 9u.5íí eftávaó: Delles he efte.
te jala.
7° Mas elle o negou outra vez. E pouco defpois difleraõ os que ali
k Matt.26*.
r-T
/ 1•
eftavaõ outra vez aPedro: Verdadeiramente delles esj pois também
12x8, es Galileo, e tua falia he femelhante.
.22
loa 10:25., 71 E elle [íe ] começou a*anatematizar, eajurar, [dizendo], Naõ
l- conheço a eflé homem que dizeis.
di coar. 71 É cantou 0 galo a fegunda vez. E Pedro fe lembrou da pala­
I Matt. 1G: vra que Jefus lhe tinha dito: l Antes que o galo duas vezes cante,
34.75. me negarás tu tres. E retirando [/«] d’ali, chorou.
Luc.zz^ól
loa. 13 sSc
^18:17.

C API-
SEGUNDO S. MARCOS. Cap.XV.

Cai i-Tu jl o XV. Jí "


I Entregai es Judeos Chrifto a Pilatos ? e perante elle oacufao* folrreo quefen*
do examinado* naõ refamde, 6 Procura Pilatosfoltalo\ mas d Maneia dopovof
folta a BarMas * e entrega a Cbrifio * fera fer crucificado. 16 Os foldados o
cfcarnecem e afrontao. 24 JE a Simaõ Cyreneo obrigaõ , a quefua cruz leve. 23 Dao
lhe de beber vinho mirrado. 24 He crucificado com dous fialteadores. 29 £ dos
que fajfiao blasfemado, 33 Vem trevas fobre terra. 34 Bradando Chrifto a feu
Pae * he efcarnecido, 30 £ aprefimtando lhe vinagre* da 0 efiirito. 38 Gvéo
do Templo rafga* 40 Alguas mulheres efie fiucejfo de longe vendo efiao. 42 E
Jofeph de Arimathea a 0 Senhor fepulta.

I r* Logo em amanhecendo tiveraõ confelho os Sumos Pontífices aTfal.v.i.


^cô os Anciaós, e có os Efcribas, e cõ todo o Concilio ; e á-
marrando a Jefus, [»] levaraó, b e entregáraó a Pilatos. Luc.ri-.66
a «E perguntoulhe Pilatos: Es tu o Reykdos Judeos? E refpon- .
dendo elle, difíelhe: Tu o dizes. 1
3 E acufavaó o os Princepes dos Sacerdotes de muytas [coufis ] c Marti 17:
porem elle nada refpondia. n.
4 í/E perguntoulhe outra vez Pilatos, dizendo, Naõ reípondes Lac.zjjj,
nada? Olha quantas ] teftificaó contra ty!
5 Mas Jefus nada mais refpondeo j de maneira que Pilatos fe ma-*
ravilhava. 14/19:10.
6 e E ’no aTa] feita lhes loltava hum prefo, qualquer queel- eMatt.iT.
les pediflein. 15.
7 /E avia hum chamado Barabbas, prefo com [outros] * amotina- !>«/. 33:17-
■dores, que em hú motim * huã morte aviaô cometido.
8 E a companha, dando gritos, começou a pedir, [luefixefe]
como fempre lhes tinha feito. Lúczvif.
9 E Pilatos lhes refpondeo, dizendo, Quereis que vos folte a o loa. 18:40.
Rey d’os Judeos? . *Ou5í<w-
10 (Porque bem fabia elle, que porenveja o entregáraó os Prin-P^-
cepes d’os Sacerdotes). .
11 g Mas os Princepes dos Sacerdotes incitáraô acompanha, que
lhes foltafle antes a Barabbas. 20. *~7’
. i» E reipondendo Pilatos, diflelhes outra vez: Que pois quereis
que faça d’o que chamaes Rey dos Judeos? loa. 18:40.
E elles tornáraôaclaiçar: Crucificao. ^.3:14*
( 14 MasPilatos lhes difle: Pois que mal fez? E elles clamavaõ
tanto mais; Crucifica 0.
O 3
no OS. EUANGELHO
è 15 b Querendo porem Pilatos fatisfazer á companha, foltoulhes á
2íí. Barabbas, e entregou a Jefus açoutado, peraquefoflecrucificado.
loaiy.i- 16 i E os íoldados 0 leváraó dentro á fala, que he a Audiência 5 e
zM^t.27. convocáraó toda a quadrilha.
27 17 E veftiraõ o de purpura, e tecendo huã coroa de eípinhos,
loa. 1p: 2.
puferaó lha \na cabeca j.
18 E comcçáraõ a faudálo : [DizenJo] Ajas gozo, Rey dos Ju-
deos.
7Ím/()
pnwf} *9 É feriaó 0 ’na cabeça cô huã cana, e cuípiaõ nelle, e poftra-
-n.uA dos de juelhos, adorávaó o.
1
20 E avendo 0 efcarnecido, defpiraó lhe a purpura, e vefti­
raô o de leus proprios veftidos, e leváraó o fora , pera ó crucifi-
k Matt.iy
• çarem.
Luc.itf/.
2t k E conftrangéraó a hum Simaõ Cyreneo, que [/w alQ pafla-
lMalt.iT. —, e vinha do campo, 0 pae de Alexandre e de Rufo, quelevafie
33- fua cruz.'
£#',23 3 j* 22 Z E leváraó 0 a o lugar de Golgotha, que traduzido, hc, O
loa. 19:17. lugar dá Caveira.
d me- ,23 E deraó1 " lhe
" a beber vinho * mirrado: mas elle naõ to­
ft arado com
mirra,
mou.
m Matth. 24 m E avendo o crucificado, » repartiraõ feusveftidos, lançan­
W 3f- do lortes fobre elles, que levaria cada hum.
L/tf.23 34. 25 E era a * hora terceira, e crueificaraó 0.
loa. 19:23. 26 0 E o titulo de fua cauia eftava por em cima [£tHe j eferito:
l' ** — — •“ “■

*?<22 T° REY DOS JUDE-OS.


* Ou. d$ 27 .
E crucificáraõ com elle dous falteadores, hum á fua di­
TWve horas
antes do reita, e outro á ezquerda.
meyo dia. 28 p E cumpriole a Eícritura, que diz: E com os malfeitores foy
» Áíatt. 27: contado.
i

37- 29 j E os que paíTavaõ d’elle blasfemavaô, meneando fuas cabe-


Lm 23:38. çaSj e dizendo, r Ah! tu que 0 Templo derribas, e em tres dias
loa 19:1?
19-19 o edificas:!
12. 30 Salva te a ty mefino, e defcende da cruz.
L«í22-37- 31 E da mefma maneira também os Princepes d’os Sacerdotes,
yjy. 22:8. com os Efcribas, diziaó huns pera os outros, zombando: A outros
I

e69:21 falvou
f 2 . 1, a fi melmo falvarfe naó pode.
e 109:2$. 32 O Chrifto, o Rey de Ifraèl, defeenda agora da cruz, pera
Mattel'*
que o vejamos, e [<?] creamos. Também os que com elle eftavaõ
Lw 2'2:3$.crucificados, o injuriavaó.
rl«* Z;1?. 3? TE
SEGUNDO S. MARGOS. Cap. XV. ni
3? /E vinda * a hora fexta, foraõ feitas trevas fobre toda a terra,
até a * hora nona. : _ 4^'...
?4 E á hora nona exclamou Jefus com grande voz, dizendo,*^, *a l
rELOI, ELOI, LAMMA SABACHTHANI 4 que
* traduzido, he, Deus meu , Deus meu , porque me defempa-»Óu, ds
rafte? tresdatar-
3? E ouvindo [0] huns d’os que ali eftávaô, diziaó : Eis que a^'
Elias chama. . ,
3á u E correo hum, e encheo de vinagre huá efponja, epondo a1
emhuácana, davalhe de beber, dizendo, Deixae, vejamos fe vi- *Ou'dec!a-
rá Elias a tirálo. rada, quer
37 EJeíus, dando hua grande voz, eípirou. . ' diw.
38 x Eovéo do Templo le rafgou em dous d’alt’abaixô. uPf6wz.
39 7 E o Centuriaó que ali em fronte d’elle eftava, vendo queafli ííW«*9'2’9«
clamando efpirára, diife: Verdadeiramente Filho de Deus eraefte*4,.^2*
homem. Mattb.vjt
40 z E também ali eftavaõ [ alyãs j mulheres a olhando de longe, 51.
entre as quaes eftava também Maria Magdalena, e Maria maê de Ja- Luc.zwÇ*
■ cobo o menor e de Joies, e Salome. yM.att.Z']',
41 As quaes também, teftando elle em Galilea, o feguiaõ, e í o
ferviaõ, c outras múytas*, que com elle tinhaófobido a Jerufalem. ^^«17:
4i ‘ É vinda ja a tarde, porquanto era a preparaçaõ, queheo*” '
anteSabbado: Z«r.aj4».
43 Veyo Joíephde Arimathea, Senador honrado, que também a Pf.tf-.iz.
efperava o Reyno de Deus, e ouíàdo entrou a Pilatos, e pedio qI>Luc.^:z>
corpo de Jeius. m’ •
44 E Pilatos fe maravilhou de que ja foífe morto. E chamandoc
a fi a o Centuriaó, perguntoulhe fe ja era morto muyto avia.
45 E avendo o entendido d’o Centuriaó, deu 0 corpo a Joíèph. Jm.i? 38.
45 O qual comprou hum lençol fino, e,tirando o [da cruz]) en­
volveu o ’no lençol fino, d e pôlo em humfepulcro lavrado em huã/MtfAií:
penha, e revolveo huá pedra a porta do fepulcro. 4°.
47 E Maria Magdalena, e Maria [wêjdejofes, olhavaôaonde
o Punhaõ. .
0 S. EUANGELHO

Capitulo XVI.
I Vem as mulheres a o fepulcro a upgir a o Senhor, 4 Achai a pedra revolvida.
5 Hum Anjo ds informa como ja dos mortos refufcitára. 2 Aparece a Maria
Magdalena. Io A^ual da as novas a os Dijcipulos 3 porem elles naõ 0 crem»
12 Aparece também a dous delles no caminho. , 14 E finalmente também a os onze y
a os yuaes manda a pregar e bautizar por todo 0 mundo, 17 Promete qv,e a os
crentes vários Jinaes feguiriao. 19 Sobe a 0 ceo, 1Q E executaõ os Aptâolof
projperamente 0 aue Chrifto lhes mandara..

1 a p paliado o Sabbado, Maria Magdalena, e Maria [wae] de


11 ^Jacobo, e Salome, compráraõ efpeciarias, pera virem, e
2.4'20-1* 0 unsirem-
' ’ 2 E muy de manhaã, o primeiro dafemana, viçraõa o fepulcro,
faindo ja o foi.
3 E diziaõ huas ás outras: Quem nos revolverá a pedra da porta
do fepulcro ?
4 (E atentando, víraõ que ja a pedra revolta eftava) porque era
muy grande.
íM4ímS: $ entrando ’no fepulcro, viraõ hum mancebo aflentado da
io/z.20- j2 direita, veftido de huâ roupa comprida branca: E efpan-
tarao fe.
5. <5 Mas elle lhes diíTe: Naõ vos efpanteis 5 bufcaes a Jefus Naza-
Lw.24-.5-. reno crucificado: Ja refufcitou, Naõ efta aqui: Eis aqui o lugar a
d Atí. 1; 3 onde o puféraõ.
iCw 7 Porem ide , dizei a feus Difcipulos, e a Pedro, que elle d vos
e Mat?26-vac ^ante a Galilea j ali o vereis, e como elle vos diíTe.
12. 8 fE faindofe ellas aprefuradamente, fugiraó do fepulcro j.e te-
.28:10. mor e efpanto as avia tomado j e naõ diziaõ nada a ninguém, por-
M*rc. 14: que temiaõ.
2S» 9 E como refufcitou pelamanhaã, 0 primeiro d’a femana,
28: g primeiramcnte apareceo a Maria Magdalena, da qual rinha lan-
Luc 24- Çad° ^ete Demoni°s'
ioa.’2o;Ij ‘ 10 Eftaindo, denunciou0 a os que aviaõ éftado com elle, os
<z<74.2o: * quaes eftavaõ triftes e chorando.
14,16. 11 E ouvindo elles que vivia, e. delia avia fido vifto, naõ o
2’Lw. 8:2, créraõ.
.Lwí.24: ií i E defpois fe manifeftou, em outra forma, adousdelles, que
hiaõ de caminho para o campo.
13 E indo eftes, denunciarão o a os outros 5 porem nem ainda a
eftes créraõ. J4 k Fi-
SEGUNDO S. MARCOS. Cap.XVi;
_ * w- .

i4 i Finalmente femanifeftou a os onze, eftandoellesiuntamente^X^í^

.*5 E diflelhes: lIde por todo o mundo, prégae o Euangelho a 1S>,’


toda criatura. loa.1y.16.
J-6 Quem crer e for bautizado, ferá falvo: m mas quem naõ crer,wioa.y.t.
ferá condenado. ' e 11:48.
17 E eftes íinaes feguiráo a os que crerem: n em meu -nome lan- ® Io*
çaráõ fora a os Demonios, «fellaráô novas lingoas, AEt\\ 16»
18 jp Tiraráó fer pentes 5 e fe beberem coufaalguãmortifera, naõ J
lhes ferá dano nenhum > 1 Sobre os enfermos poraõ as maõs, efe- ei6:i8.
rarám. eiy.iz.
19 O Senhor pois, deípois de lhes aver fellado, r foy * recebido m'-
a riba ’no ceo. e aíTentoufe a f mail direita de Deus. 010:46.

fMI» ■oíã.1.9- *Ou}tomadoio»,enlevado, fdã, l^lTtm.y.16. fafã»I4:3:Heér.z.4.


114

JESU CHRISTO
SEGUNDO

S. LUCAS.
Capitulo I.
I O prologo de Lucas tocante a feu Evangelho 5 A linhagem e vida de Zacha­
rias e Elifibeth. 8 Aparece hum Anjo aZachariasino Templo, 13 O qual lhe
ptediz a conceição e nacimento de Joaoy cujo minifierio defireve, 18 Emmudece
Zacharias em pena- de fia incredulidade* 14 Concebe Elijabeth. XÓ Denuncia
0 Anjo Gabriel Á virgem Maria que por obra do EJpirito San&o a 0 Pilho deDeusc
conceberia e pariria. J 9 a Elijdbeth que com alegria a recebe3a louva3e a bendiz.
46 Da Maria graças a 0 Senhor com hum Cântico de louvores* Pare Elifi­
beth hum filho A 0 qual circuncidado » chamaõ Joao 64 Defemmudece
o Zacharias e canta a 0 Senhor hum Cântico , Prophetizando do Minifterio de
Chrifto, e de Joaoy feu Precurfir. 80 Que nodefirto crece^ e em EJpirito he
co?/firtado*

1 orquanto muytos emprendéraô pór em ordem a relaçaÕ das


coufas que entre nos tivéraó fua inteira certeza,
A- 1 Como nos entregàraó os mefmos que defdo principio
as viraô , e miniftros d’a palavra foraõ: ‘ .
3 Pareceome também a my bem, avendome des d’o principio ja
de tudo muy bem informado, eforeveFas por ordem a ty 5 ó ex-
cellentiflimo Theophilo.
* Ou, àf~ 4 Peraque conheças a certeza das couíàs3 de que ja efláis * in-
firuido. formado,
5 Hou-
SEGUNDO S. LUCAS. Cap.I.
? Houve em os dias de Herodes, Reydejudea, hum Sacerdotes aiç&i».
por nome Zacharias, * da * ordem de Abiasj e fua mulher, dasfi- Mea­
lhas de Aaron, è [era] feu nome Elifabeth. , *Ou,we>
6 E eram ambos juftos diante de Deus, andando em todos os
mandamentos e direitos do Senhor fem reprehenfaó. ’
7 E naõ tinhaõ filhos, porquanto Elifaoeth era efteril, e ambos
eraõ ja vindos em altos dias.
8 E aconteceo, que adminiftrando elle o Sacerdócio diante de
Deus, em ordem de lua vez,
9 Comformc a o coftume Sacerdotal, lhe cahio emforte £ entrar 9:
em o Templo do Senhor a <■■ offerecer 0 perfume. “■ ,
10 E toda a multidão do povo eftava fora orando , á hora doc ’ $0:
perfume. .■ , LrJ.16.17.
11 E apareceulhe 0 Anjo do Senhor, eftando da [faida] direita
d’o altar ao perfume.
ii E turboufe Zacharias vendo [»], e cahio temor fobre elle.
13 Mas o Anjo lhe difle, Zacharias, naõ temas, porquetua ora-
çaó foy ouvida, e tua mulher Elifabeth te parirá hum filho, e^ cha- dLuc.r.6o.
warís íêu nome JoaÕ.
14 E teras gozo e alegria, e muytos e& alegraráõ de feu naci-«^w.i,5?.
mento.
15 Porque ferá grande diante do Senhor, e f naõ beberá vinho, 3; 4.
nem cidra,' e ferá cheyo do Efpirito San&o , até defd’o ventre de
íiia maé.
ió E í a muytos dos filhos de Ifraèl converterá a o Senhor feu g Mal,4:6,
Deusdelles. Math.ir.
17 E h irá diante delle em o efpirito e virtude de Elias, í pera ,
converter os coraçoens dos paes a os Filhos , e os rebeldes á pru- A
ctencia d os juftos 5 pera preparar a o Senhor hum povo [ to? j aper- j
cebido.
18 E difle Zacharias a o Anjo: Em que conhecerei ifto ? & Pois i Ge®. 17:
cuja fou velho, e minha mulher vinda em altos dias. 17-
19 E refpondendo o Anjo, diflelhe: Eu fou Gabriel, que aífifto
diante de Deus, e fuy mandado a fallar te, e a dar te eftas alegres.
novas.
z“ E eis aqui que callado te ficarás, e fallar naó poderás, até o
dia em que eftas coufas acontéçaõ, porquanto naõ creftc a minhas
palavras, as quaes a feu tempo fe cumpriráõ.
z - E o povo eftava efperando a Zacharias, e maravilhávaõ fe de
que tanto tardava ’no Templo. P 2 ia E
iiá OS. EUANGELHO
xx Efaindoelle, naó lhes podia fellar : e entenderão que tinhi
vifto alguã vifaó ’no Templo. E * j por acenos, e ficou
mudo.
23 E fuceded que, cumpridos os dias de feu minifterio, veyoíe
pera fua cafa.
2-4- E defpois' d’aquelles dias concebeo fua mulher Elifabeth, e
. encubriafe por cincó mezes, dizendo,
* Ou> Afi as * Porque ifto me fez 0 Senhor em os dias em que atentou l em’
tiíbu Sanbc-r tirar minha aftronta entre os homens.
2 í E ’no feifto més foy 0 Anjo Gabriel enviado de Deus a huá cidade
/5°.
de Galilea, chamada Nazareth:
IJày 4? I. 27 & A huã virgem_ defpofada com hum varaõ, cujo nome era Jo-
m ^Utt. l; feph, da caía de David •, e o nome da virgem era Maria. I

is. as r E entrando ; em graça aceita,


____ •.. 0 Anjo a-ella, diíTe: .* Gozo ajas
Senhor [fej com tigo, bendita'tu entre as mulheres. ►

-9 E vendo [oj ella, turboufe muyto de fuas palavras, e confi«


íaudaçaó feria efta.
derava que íaudaçaõ
I3° E diflelhe 0 Anjo: Maria, naó temas, porque achafte graça
diante de Deus.
«VA 7:14. 31 » E veíàqui conceberás em 0 ventre, e parirás hum filho, e
0 fiíjtth 1;
21, 0 chamarás feu nome Jefus.
32 p Elte ferágrande, eFilhodo Altiflimo ferá chamado 3 E-’dar-
r" [''“?■’)4 $•
1 J/í/77 7; lhe ha 0 Senhor Deus 0 trono de David feu pae.
14’ 33 r E reynará em a cafa de Jacob eternamente, e de feu Reync
p/ 332II naó averá fim.
Ijar. 9:6. 34 E difie Maria a 0 Anjo: Como fe ferá ifto? porquanto varaó
r I Cbron.
21: Io. naó conheço.
PZ 45:7. 35 E reipondendo,0 Anjo, diflelhe: O Eípirito Sandto fobre ty
e 89 37 virá, e a virtude do Altiflimo comfua fombra te cobrirá. Polo que
ler 2^. $. também 0 fanéto que de ty ha de nacer, Filho de Deus chamado1
7:14-ferá.
* r» — - — ■»

i *
36 E vefaqui Elifabeth tua prima também tem concebido hum
(

* 4 4 « ~ < «í >1 • 4T

„f' 11 filho em fua velhice 3 e efte he o feifto més d’aquella, que a efteril
Xl rOT» l. u . 1 / x u
/iâí4i-2. chamada éra.
era.
ler. 3 2:17. 3 7 / Porque nenhuã coufa ferá a Deus impofllvel.
Z.;<-AS:6 3 8 Entonces difle Maria: Eifaqui a ferva ao Senhor 3 * cumprafe
19 26 cm my fegundo tua palavra. E 0 Anjo íe partio d’ella.
*o’Jf27' ElevantandofeMarianaquelles dias, foyfe aprefuradamentc
Ou- fa^a montanhas a ^uã cidade de Juda.
E
SEGUNDO S. LUCAS. Cap.f. u7
■40 E entrou em caía de Zacharias, e fundou a Elifabeth.
44 E aconteceo que como Elifabeth ouvio a laudaçaô de Marí*f
faltou a criança em feu ventre, e foy Eliiabeth chea d’o Efpirit» s

Sanâro. . • •/ '
4a E exclamou com grande voz, e diífe: Bendita tuentreas s-

mulheres, e bendito 0 fruito de teu ventre. \ < ■


\ ?•••-<

4? Edonde me ifto a my , que a maé de meu Senhor.a *


, <. t
/•
s. £•• a «i’'X
» 9 • . í-* •• 2 ♦
íny venha! ' . * 9*
'*
. 4 . .
. ». *
44 Porquevefaquique em a voz de tua faudaçaó chegando ameus -t .»

ouvidos, faltou a criança de alegria em meu ventre.


45 t E bemaventurada que creo •, pois-le haó de cumprir as t L«s. 11:
coufas que fiara] d’o Senhor lhe foraó ditas. 18.
46 E diflè Maria: Minha alma engrandece a 0 Senhor:
4? E- meu elpirito fe alegra em Deus meu Salvador.
48 Porquanto pera a baixeza de fua ferva atentou : pois eiíaqui
deídagora bemaventuradatodas as geraçoens me chamaram.
49 Porque grandes coufas me fez 0 Poderofo , e fanéto feu No-
me [•>].
5° K Ê lua mifericordia he de geraçaõ em geraçaó, pera com os ” k/ ’ '
que o temem. ' e 51:10.
5 ’ x Com feu braço valerofamcnte obrou , [t] a os foberbos do /
penfamento de. feu coraçaõ 7 difiipou. 1 Peur.s 5.
51 Dos tronos a os poderoíos tirou, e» a os humildes levan-
tou. . pf.iiví
5j a A os famintos de bens encheò, e a os ricos vazios enviou. /p/. 14:11.
54 * A Iíraêl feu fervo * alçou,, lembrandofe de [/ua] mife-* Ou >/à-'
ricordia, como.
55 (Como fallou a noflos pacs, ^aAbraham> eafuafemente)pe-
ra fempre. 18.
$5 E ficoufe Maria cô ella quaíi tres mefes ■, e tornoufe perafua
ra/â e54.5. .
57 E a Elifabeth fe lhe cumprio o tempo de parir, e pario 10.
hum filho. cGev.171 :
58 E ouviraõ os circunvezinhos, e léus parentes, que tinha Deus 19.
ufado de grande mifericordia com ella5 e ?alegraraõfe com ella.
59 E aconteceo que e a o oitavo dia vieraõ pera circuncidarem a
o menino 5 e chamavaô 0 do nome de feu pae, Zacharias.
e refpondendo fua maé, diíTc: Naô, fenaô/Joaô ferá cha- u.' *
ffiado. Zev.
Pi íi
OS.EUANGELHO
61 E difleraó lhe: Ninguém ha em tua parentela, que deftcno­
me fe chame.
* Ou 9 Aie- 61 E * fallaraõ por acenos a feu pae, como queria que lhe cha-
iwrtii* maflèm ?
63 E pedindo elle a taboinha de efcrever, efcreveo, dizendo,
Joaõ he feu nome. E todos fe maravilháraõ.
64 E iogo a-bocafe lhe abrio e alingoafe lhe [jòltou] 5 e fallava,
louvando a Deus.
^5 E veyo hum temor fobre todos feus circunvezinhos 5 e em to­
das as montanhas de.Judea foraó divulgadas todas eftas coufas.
66 E todos os que ouviaõ, [«j punhaõemfeus coraçoensj
dizendo: Quemíerá ora efte menino? E a maõ do Senhor era co
elle.
67 E Zacharias feu pae foy cheyo do Efpirito Sanéto, êprofeti-
*Ou.- /^zou, dizendo
u, yiLvuyJj

redemçao 68 Bendito 0 Senhor Deus de Ifraèl, porque vifitou e *redemio


de a feu povo.
& PJ-131: 69 £ E nos levantou 0 corno da falvaçaõ, ’na cafa de David feu
17- fervo. '
jZày 40. IO.» 70 h Como fallou por boca de feus fanótos Profetas, que defdo
ler 6, principioipio d
do
’o mundo
*3o:\o. 71 [ de noffos inimigos livraria, eda maõ de todos os
Han wj. qUe nos aborrecem.
i Gen. 22; 71 ~Pera mifericordia a noífos paes fazer, e de feuíànéto concerto
16» fe lembrar:
FZio5:$>.
Zer. 31:33 73 i [e j do juramento que a Abraham noflo pae jurou, que nos
íwr.ó.IJ j avia de dar:
17. 74 * Que libertados d’a maõ de noíTos inimigos, fem temor oíèr-
kHebr.y: viríamos,
14. 75 l Em fanctidade e juftiça, diante d’elle, todos os dias de nof-
11 Pedr. 1: £a vjJa
— v —----- 4

m *5 7<5 » E tu, ó menino, Propheta d’o Altiffimo ferás chamado:


m Mal 4 ç
L»7r *7.* porque diante d’a face d’o Senhor has de ir a feus caminhos apa-
nl.uc 3:3. relhar.
O Mal. 4: Z. 77 » Para a feu povo conhecimento da falvaçaõ dar, em remifTaõ
*Ou,e/cZ«- de feu$ pecados.>
recer. - ■
,78 Pelas entranhas d’a mifericordia de noflò Deus, com que o
^/í,9-1’ 9 Oriente do alto nos vifitou.
_ _ __ _ _____ _____ . »

,*42-7> 79 í Pera * aparecer a os que em trevas, e em fombra de morte


*49 9.
' r 60:1. aflen-
SEGUNDO S. LUCAS. Cap.II. n<
...pelo caminho
aflentados eftaó 5 pera endereçar noífos pés . da paz.
. ..í,.'*-.-.:''■
.80 ?E<
,.8« ‘
Oj E crecia o menino, r
e era confortado • •
em Efpirito. -
E elteve aLucMP-
em os defertos até 0 dia em que a Ifraêl fe moftrou. -• * :
s

:C &

C A P I T U L 0 II.
» *.*£■ •'

I Nace Chrijlo em Bethlehem. 8 E he/eu nacimento per htimAnjo a os pastoref '- 4V


b

denunciado. 13 Polo que os exércitos celeftiaes a Deus com httm cântico louvai). I?
Pajfaí ns pafores ate Bethlehem a ver a 0 menino; e divulgando 0 que lhes fora,
dito > fe torniao. 21 He 0 menino circuncidado > chamado JESVS, 22 E W
Templo aprefentado. 25 Aonde Simeiõ em feus braços 0 toma, e louvando a Deus*
Jelle prophetiza. 36 Como também'Anna a Prophetijfa. 41 VaeChrtâo > fen­
do de idade de d’>ze annos , com Jeus paes a fenfalem. 45 Achai 0 entre tem
os Doutores ‘no Templo. 51 Toma fe aNazareth, eftajugeito a feus paes 3 e
vae crecendo em fabedoria> em eft atura , e em graça,

1. p aconteceo ’naquelles dias, que íàhio hum mandado de parte de


“^Cefar Augufto, que todo o mundo fe matriculafle.
2 (Efla primeira matricula foy feita fendo Prefidente d’a Syrijt
Cyrenio.)
3 E hiam todos a fe matricular, cada qual a (ua própria cidade.
4 E fobio também Jofeph de Galilea, da cidade de Nazareth â
Judea, “ á cidade de David, quefe chama b Bethlehem 3 (porquan- a lM- W’
to era da c cafa e * familia de David.) hiSam,if>’
5 Pera fe matricular com Maria fua mulher, com elle delpofada, c rí,
a qual eftava prenhe,
prenhe. *0u3?^-
6 E aconteceo que , eftando elles ali, fe cumprirão os dias em çao,o«> H* 1
que avia de parir. nhagemj>u>
1 d E pario a feu filho 0 primogénito, e envolveo o em cueiros,parentela. 11

1 •
e deitou o ’1na manjadoura
• ’ " lugar na dMatth,!'
porque naó' avia pera elles
eftalagê. 25.
S E avia paftores maquella mefma comarca, que eftávaõ’no cam­
po, e guardavaó as vigias da noite fobre feu rebanho.
9 E eis que o anjo do Snor veyo fobre elles, ea gloria doSenhoir
os cercou de refplandor, e teméraô com grande temor.
10 E o Anjo lhes diflè: Naotemaesj porque, vedes aqui vos dou
novas de grande gozo, que ferá para todo o povo:
11 Que hoje vos he nacido o Salvador, que he Chriftoo Senhor,
’na cidade de David.
12 E ifto vos ferá £/><”■] final: Achareis * o menino envolto cm
cueiios, deWonainanjadowsL
ii E
r^‘ »•
O S. EUÁNGELH.O
j; E ?no rnefmo inftante houve com o Anjo ehuá multidão dí
• j0. - -- , que -louvavaó- a Deus
f,exércitos celeftiaes ~ “:
e diziaõ
cu *■< Gloria em as alturas a Deus, /e na terra paz, [e] a os ho­
ftyy-vr*
19. mens boa vontade.
Ephef. 2: j 5 E aconteceo que como os Anjos fe partiraõ delles para o ceo,
í diíTeraõ os paftoreshunsaosoutros: Pafièmos pois até Bethlehem c
* Gr. efla vejamos * ifto que fucedeo, e o Senhor nos notificou.
f alvura. 16 E vieraó aprefuradamente, e acháraõ a Maria, eajofeph, e
a 0 menino deitado ’na manjadoura.
17 E vendo jj], divulgáraó a palavra que acerca d’o menino lhes
avia fido dita. ‘ -
18 E todos os que a ouviraõ, fe maravilháraõ d’o que os paftores
lhes diziaõ.
19 Mas Maria guardava todas eftas palavras, conferindo [<w]em
feu coracaó.
___

ao E tornaraó fe os paftores glorificando, e louvando a Deus,


por todas as coufas que ouvido e vifto tinhaô 5 como lhes avia fido
dito.
gGen. I;: ii Eí cumpridos os oito dias pera circuncidar a o menino, foy
12. h feu nome chamado Jefus j 0 qual d’o Anjo * lhe foy pofto antes
Lev. 12: 3.
22. que ’no ventre foífe concebido.
h Nlatth 1: ai E cumpríndofe os dias de íua ; purificação d’ella , fegundo
T
21. a Ley de Moyles, trouxeraôoajerufaicm, perap] apreíèntárem
Luc.v. 13» a o Senhor.
s Ou > d-a- ai (Como è em a Ley d’o Senhor eftáe.forito: Todo machoque
mado foy. abrir a madre, lerá chamado fanéto a o Senhor.)
iLev.li:6.
kExod.1%* i.V E pera darê a offerta, fegundo o que em a Ley d’o Senhor
1, eftá dito, / hum par de rolas, oudous pombinhos.
Num. 3:13. E eis que avia hum homem em Jerufaiem, cujo nome era
í ’

eS; 10.17. Simeao, e era efte homem jufto, e a Deus temenre,, e eíperava a
ZLfui2;8» conlolaçaô de llraelj e o Eípirito Sanéto <eíta^a obre elle.
16 E
________ feita divina reveiacaó
fora lhe____ . s poio
, Ei
_ piritoSancfo, que a
morte naÕ veria, antes que viífe a o Chrifto d'o Senhor.
Templos e como os paes introdu*
27 E veyo pelo Eípirito a o .Templou introdu­
zirão ao menino Jefus pera com elle fegundo ocoítume da Leyfa­
zerem :
- ,z. aS Entonces o tomou elle em feus braços, e louvou a Deus, e
™46'diíTe:
•Ou, dei-. Agora * m defpedes, Senhor, empazateufervidor, fegundo
xesir. a tua palavra^ 3® Pois
3*p Luz pera illuminaçaõ das gentes, e pera gloria de teujjovo

34 E Simeaõ os abendiçoou, e difle a fua maé Maria: Vés aqui ?V«j.8;14.


que j efte he pofto pera queda, *>l«»vanMmí»ntn<1í»mtTwtnc*im Tfi~iXi. Rom. 9:31.
e pera final r què contradito ferá. rA&'iÍ~'
35 (E também huã efpada tua própria alma trafpafiàrá), peraque
de muytos coraçoens fe manifeítem os peníãmentos.
36 É eftava ali Anna Prophetiflà, 'filha de Phanuel da tribu de
Afer; Eíta tinha j a vindo em grande idade, e avia vivido com [/««J
marido fete annos defde fua virginidade.
37 E era viuva de quafi oitenta e quatro annos, e naõ fe apar-
tavad’0 Templo emjejuns, eoraçoens,/fervindo [a Deus] denoi--'
te e de dia. 2S‘
38 E fobrevindo eíta em a mefma hora, confeflàva juntamente a
o Senhor, e fàllava delle a todos os que efperávaó aredemçaó em
Jeruialem.
39 E como acabáraô de cumprir todas as coufas que fegundo a
Léy do Senhor£/ê devi™ faz.er~\, tomáraó fe a Galilea, perafua ci­
dade de Nazareth. •
4» t E crecia o menino, e era confortado em eípirito, e cheyo rLw.irS©.'
de fabedoria j e a graça de Deus eftáva íobre elle.
4J E hiaó feus paes todos os anos a Jeruialem, á feita da « Pa-
fchoa. _
4i E fendo ja de doze anos, fobiraô a Jeruialem, fegundo ó co-
ítume do dia da feita:
43 E acabados jaaquelles dias, tornandofe elles, ficou fe 0 me­
nino Jefus em Jeruialem, e naó o foube Jofeph nem fua maé.
44. Porem cuidando elles que vinha de caminho na companhia,
andáraõ caminho de hum dia: ebufcávaô o entre os parentes, cen­
tre os conhecidos.
' 4j E como naó o achaflèm, tornáraõ em bufca delle a Jeru-
falem. xMgth.n
46 E aconteceõ que, defpois de tres dias, 0 acháraõ ’noTemplo
afiêntado ’no meyo dos Doutores, ouvindo os, e perguntandolhes. ri<r
47 x E todos os que 0 ouviaô pafmavam de feu entendimento e 32. ’.'
Q. 48 Ejm.7JI5.
Jw OS. EUANGELHO
í 8 E vendo o elles, eípantáraó fe ; e diífelhe fua maé : Filho,
porque affi com nofco o fizefte? Vefaqui teu pae, e eu, que com
ancia te bufcavamos.
49 E elle lhes difle: Que [fa], porque me bufcaveis? Naó fa-
bicís que cm os negocios de meu Pae me convém eftar ?
y Luc.íaS' 50 j E elles naó entenderão as palavras que lhes dizia.
*18:34. <;i E defcendeo có elles, e veyo a Nazareth, e eralhes fugcito?
E lua maé guardava todas eítas coufas em feu coraçaô.
~ 2^” *" creciajefus em fabedoria, e emeftatura, e emgraça pera
Lar/i So. com Deus, e os homens.

Capitulo III.
I D* tempo em que Joaí Baptijla começou a pregar e a bautizar. J A matéria
de fua pregaçaÕ. 7 Exhorta a converfao a todos os que fahiaoadelle ferem bau^
tizados. lo Refponde a pergunta das Companhas > dos Eublicanos e dos Soldados ,
acerca dlo que deviam fazer: 1$ Dotefimunho que da» de Chriflo 4 e de fe#
Bautifmo. 19 Sua prijaõ. II Bautiza Joao a Chrifio. 23 E relata fe fua
linhagem dejde Jofeph até Adam,

1 P ’No anno quinze do império de Tiberio Cefar, fendo Poncio


Pilatos preíidente de Judea, e Herodes Tetrarcha de Galilea,
c feu irmaô Philippe Tetrarcha de Iturea e da Província de Tracho-
nite, e Lyfania Tetrarcha de Jibylenia 5
* Ou, Sob. 2 * Sendo » Annás e Caiphas Sumõs Pontífices, foy feita palavra
* de Deus a Joaó, filho de Zacharias, em 0 deferto.
3 £ E veyo por toda aterra d’o redor doJordam, pregando o bau-
wlarc. i; 4. tifojQ je converfaõ, pera perdaó dos pecados.
< lfy 4.0:3. + Como eftá efcrito no livro das palavras * do Propheta Lfeyas,
Màtt. 3:3. que diz: Voz d’o que clama em o deferto 5 Aparelhae o caminho
^erc-1:3- d’o Senhor, enderençae fuas veredas.
Ca1- 23. 5 Todo vale fe encherá, ,e todo monte, e outeiro feabaixaráj e
os ^cammhos~\ torcidos fe endircitaráó 3 e os caminhos afperos fe a-
prainaráô.
98:2. 6 d- E verá toda carne a fãlvaçaõ de Deus.
7 Dizia pois a as companhas que fahiaó a d’elle ferem bautízadan
ÍT ■ Rasa d.e bibons « «• * “fi~»1 da **
•Ou, mo- Pera vir?
Jfrou. 8 Dae pois fruitos dignos de converfaõ, e naó comeceis a dizer
fMatt 3 9. em vos mefmos: f Por Pae temos a Abraham. Porque eu vos di-
iw. S: 39. g0 j que até deitas pedras pode Deus defpertarfilhos a Abraham.
.26. 9 g*
SEGUNDO S. LUCAS. Cap.m. 123
9 gE também ja o machado eftá pofto á raiz das aiTores; por .3 i
tanto toda arvore que naõ dá bom rruito, fe corta e lança ’no-
fogo. í7’1^
10 E as companhas lhe perguntávaó, h dizendo, Que fàreíBós
logo?
>1 E reípondendo elle, diflelhes: i Quem tiver duas tunicgs,4I3’
parta com o que naó tem; c quem tiver alimentos, faça d’amefma *5*
maneira. h
12 E viéraõ também [arfe] os publicanos pera ferem bautizadosj
e diíféraó lhe: Meftre que faremos ?
13 E elle lhes diífe: Naó peçaes mais do que vos eftá ordenado.
14 E perguntáraõ lhe também os foldados, dizendo, Enofoutros
que faremos? E elle lhes diífe: Naó tra,teis mal a ninguém, nem a
ninguém defraudeis ; e contentaevos com voífos foldos'
15 E eftando 0 povo efperando, e imaginando todos de Joaó em k
feus coraçoens, fe por ventura o Chrifto foflè; 11.
16 Rcípondeo Joaó a todos, dizendo; i Bem vos bautizo eu com
agoa, mas [/a] vem quem mais forte que eu he, a quem eu naõ
fou digno^defatar lhe a correa das alparcas; ''Efte vos bautizará com '
Efpirito Sancto e com togo. ei9‘4.
*7 Cuja pá eftá em fua maõ, e alimpará íua eira, e ajuntará 0 71/4/44:3,
trigo em íéu celleiro, porem a palha queimará com fogo que nunca loelz-.tâ.
fe apague. 2:4.
18 Afli que amoeftando também outras muytascoufas, denuncia-
va 0 Euangelho a o povo. ,
19 » Porem fendo Herodes Tetrarchad’ellereprendido, porcau-
íà de Herodias mulher defeuirmaõPhilippe, e por todas as [demais] 14:3-
maldades que Herodes feito tinha,
20 Acrecentou ainda ifto fobre tudo 0 de mais, que a Joaó ’no iMatth 3:
cárcere encerrou. J3-
21 0 E aconteceo que como todo o povo fe bautizava, e Jefus
[também] bautizado foffe, eoraífe, oceoíeabrio:
E defcendeo o Efpirito Sanctofobre elle em forma corporal,
como pomba 5 e fez fe huã voz do ceo que dizia: p Tu es o meu Mm.y. 7-
amado filho, em ty muyto me agrado. Lw.9.37.
2 3 E o meímojeíús começava a fer como de trintaannos, fendo c°l- I:I3;
(como fe cuidava, ? filho de Jofeph, [e Joftfb] de Heli. 8 r‘I:
24 [e fíel/J de Matthat, [e Matthat] de Leví, [ílw] de Mel- Matt.t-3'.
chi, Mrtóz] de Janna, de Jofeph. 7 55. "
<42 a5 [E loa. 6: 4&
124 o S. EVANGELHO
[E Jofiph'] de Mattathias, [<? Mattathias] de Amos,, [e Amos j
de Naú, [> Ná] de Effi, [e de Naggai. ' . . 1

26 [e A^ggiw] deMaath, \j>Maath]deMattathias, \_e Mattathiqs].


■de Semei, Semei] deJofeph, [e Jofiph] de Juda.
•27 [e Juda] de Johanna , [e Johanna] de Rhefa , [ e Rhe/à] de
Zorobabel, Ce Zorobabel ] de Salathiel, Salathiel] deNeri.
28 [e New] deMelchi, [e Mekhi] deAddi, {e Addi] deCofamj
[e ce/áw] de Elmodam, [e Elmodam] de Er. . .
29 [E Er] dejofe, [ejofe] de Eliezer, [e Eliezer] de Jorim,
Jorim ]deMatthat, [e Matthat] de Levi.
30 [e Levi] deSimeon, [e simeon] de Juda, [e >&]dejofeph,
Ce J°fifh] de Jonan, £e Jenan ] de Eliacim.
31 [e Eliacim] de Melea, [e Melea] de Mainan , [e Mainan\ de
Matthatha, [e Matthatha] de Nathan, [e Ndtean] de David.
32 [e David] de Jefle, [e Jefe] de Obed, [e Obed] de Booz,
[e Booz] de Salmon, [e Salmon} de Naaflon.
33 [E Noagim] de Aminadab, \_e Aminadab] de Aram, [e Aram]
deEfrom., [e Efrom] de Phares, [e Phares] de Juda.
-J34r [[JCr
eJ Juda]J defacob, [e Jacob] delfaac, [e Ijaac] deAbraham,
rGc-n. II: l~e Abraham~\ ’ Thâre,, [e Thare] de Nàchor.
] r de
10, é’í-
3" £ E Nachor] de Saruch , [e Saruch] de Ragau, Çe Ragau] de
Phalegh, [e Phalegh] de Heber, [e Heber]de Sala.
36 [e Sala] de Cainan, [e Cainan] de Arphaxad , [e Arphaxad]
de Sem, [e Sew] de Noè, [e Nee] de Lamech.
37 [e Lamech] de Mathufala, [_e Mathujàla] de Henoch, [eHe-
»och] de Jared, [e Jared] de Maleleel, [e Maleleel] de Cainan.
. ?8 £e Cainan] deHenos, fe H.enosJdeSeth, Seth]Jde Adam,
•*Gen' ' f <? Adam] de Deus.

Capitulo IV.
I Jejuma Chrfâo quarenta dias ’no deferto > e he atentado do Diabo. 14 Toma
J'e a. Galiiea, e enfina em Nazareth provando com cap.61 de JJayas que elle era
0 Mejfias prometido 25 J2 mefira com os exemplos àe Dha e Elijeo a razaÕ
porque ali nab fazia milagres. 28 Do que os ovintes irandofi 3 proiuraímatãlo.
31 Enjina em Capernaum em os Sabbados. 2} jE lança ali fora a hum Demó­
nio 33 Sara da febre a fogra de Pedro, e a outros muytos enfermos e endemoni­
nhados. 42 Sae £ali e prega também em as outras cidades de Galilea.

aMatth.^ i J7 * Jefus cheyo do Efpirito Sanâo, tomouíè do Jordão, e foy


!• levado pelo Efpirito a o deferto.
Jfow.I;I2. z z g
SEGUNDO S. LUCAS. Cap. IV. nç
a E quarenta dias.foy atentado do Diabo: b E naó comeo couíà í £^434t
nenhuã naqúelles dias; e acabados elles, finalmente teve fome.
3 E diflelhe o Diabo : Se tu es Filho de Deus, dize a efta pedra, *
que fè Faça pam. - . •
4 E Jeius lhe refpondeo, dizendo, e Efcrito eftá, que naó ccS»/-D«<í.Sq.
ío paõ vivirá o homem , mas com toda palavra de Deus. V 4» 4-
11

7 E levando o o Diabo a hum alto monte, moftrou lhe todos os 11

Reynos do mundo em hú momento de tempo. 11


6 E diflelhe o Diabo: A ty te darei todo efte poder, efua gloria:
porque a my me eftá entregue, e a quem quero o dou.
7 Portanto fe tu me adorares, tudo ferá teu.
5 E relpondendo Jefus , diflelhe: Arredatedemy Satanás; por­
que elcrito eftá: A o Senhor teu Deus adorarás, e a elle ló fervirás. oi
9 E levou o a Jerufalem, e polo fobre o pináculo do Templo, e
diflelhe: Se tu es o Filho de Deus, iançate d’aqui a baixo. . xeSa^ ?!
10 Porque efcrito eftá, e que a feus Anjos mandará acerca de ty, ep/puii.
que te guardem.
11 E que ’nas maõs te tomaráó , pera que nunca tropeces com
teu pé em alguá pedra.
E refpondendo Jefus, diflelhe: Dito eftá: /Naó atentarás ao fDeut. 6:
Senhor teu Deus. I6«
i ? E acabado o Diabo toda a tentaçaõ, fe foy d’elle por algum
tempo.
14 g E tornoufe Jefus, em virtude do Efpirito, pera Galilea, eS™*#.#
fahio fua fama por toda a terra d’o redor. A/mj-i4<
i? E enfinava em fuas Synagogas, e de todas era louvado. 104.4:43/
16 h E veyo a Nazareth, aonde fora criado,- c entrou, fegun- ^3.10'37.
do feu coftume, hum dia de Sabbado, na Synagoga; i e levantou h Mow.i3:
fealer. . . 54-
17 E foy lhe dado 0o livro do Propheta Ifayas; e como abria 0o li- 11
vro, achou o lugar aonde eftáva efcrito:
- — - - “ I
I

18 k£ O Efpirito do Senhor [e/4] fobre my, portanto me ungio; 6>* *


iS
V l pera euangelizar a os pobres me enviou, pera curar a os contritos klfày£i-x.
coracaõ;;
de coracaõ IMatt.YE
19 w Pera apregoar alforria a os cativos, e vifta a oscegos, pera 5->■ i
enviar em liberdade a os quebrantados: Pera pregar o annoàgradá-
vel do Senhor. 7*
a» E cerrando o livro, e tornandooadaraoMiniftro, aflèntou-
fe; e os olhos de todos os que ’na Sy nagogaVftávaõ fitos ’nelle. ■ . d

A a- e i
d

i
íl
—.........126 OS. EUANGELHO
21 E começoulhes a dizer: Hoje fe cumprio efta eferitura em
voflos ouvidos.
*í'feí0-4. 22 E todos lhe davaó teftimunho, « e fe maravilhávaõ das pala-
Ms®íj5.i£ vras jc graça que de íúa boca fahiaô: e diziaó, 0 Naô he efte ofi-
44’ lho de Jofeph ?
Luc^:47. E e^e ^es : Sem duvida efte provérbio me direis : Me-
«itía.642. dico, cura te a ty mefmo■> [de] todas quantas coufasouvimos f fo-
?Mattb.4: ram feitas em Capernaum, faze também aqui [rigadt] em tua
13- patria.
? ^M3: 24 E difle: Em verdade vos digo, f que nenhum Propheta he a-
57- gradavel em fua patria.
Mare, 6*. 4.
loa. 444, 25 Porem cm verdade vos digo, r que muytas viuvas avia em
ri Rey.I?'. Ifrael em dias de Elias, quando o ceo fe cerrou por tres annosefeis
rt mefes; de modo que em toda a terra houve grande fome.
26 E a nenhuã delias foy enviado Elias, fenaôaSareptadeSidon,
a huã mulher viuva.
A Rey. $: 27 E/ muytos leprofos avia em Ifrael, em tempo do Propheta E-
14. lifco5 e nenhum delles foy limpo, fenaó Naâman o Syro.
28 E todos fe enchéraõ de ira, na Synagoga, ouvindo eftas
couíâs.
29 E levantandofe, lançáraÕ o fora da cidade, e leváraõ 0 até o
cume do monte,em quefuacidadeeftavaedificada, pera d’ali d’alt’a
baixo 0 lançarem.
3° Mas paífando elle por meyo delles, foyfe.
tMatth^. 31 / E defeendeo a Capernaum, cidadedeGalilea; e [aã] osen-
J3- finava em os Sabbados.
M>rc.i:2i. 31 « g pafmavam de fua doutrina, porque fua palavra era com
* 29 autoridade.
Marci-22, x E eftava na Synagoga hum homem que tinha hum eípirito de
x 1: hum Demonio immundo, e clamou com grande voz,
23. ’ 34 Dizendo, *Ah; que temos com tigo, Jeíus Nazareno? Vie-
* Gr. Dei. fte a nos deftruir? Bem fei quem esj 0 Sanâo de Deus.
**• 3f E Jefus 0 reprendeo, dizendo: Cala te, efaetedelle. Eder­
ribando o o Demonio ’no meyo, fahioíc delle, fem lhe fazer dano
algum.
36 E veyo elpanto fobre todos 5 c fallávaõ entre fi huns com os
outros, dizendo, Que palavra hc efta ? que até a os eípiritos im-
mundos manda com autoridade e potência, e faem ?
37 E fua fama fe divulgava em todos os lugares d’o redor d’aquel-
la comarca. 30 E
. í
SEGUNDO S. LUCAS. Cap.V. 127
> 8 _y E levantandofe [?<?/»*_"] da Synagoga, entrou em caía de
maój ea fogra de Simaô eftáva * enferma de huá grande febre, e
rogaraô lhe por ella.
1? E inclinandofe Cobre ella, reprendeo a febre > e*>_
deixou. E levantando le logo, íervia os. màda.
40 sE pondofe ja 0 foi, todos os que tinhaõ enfermos de variasicMaiiivi

4í E também os Demonios íahiam de muytos, clamando, e *


dizendo, Tu es o Chrifto, o Filho de Deus: E reprendendo esâjAf.
elle, naó os deixava fallar, porque fabiaõ que elle era o Chrifto. b Marc.r.
41c E fendo ja de dia, fahiofe, e foyfe a hum lugardeferto j eãs 34
companhas o bufcávaô, e yieraó até [chegar aj elle: e detinhaõ 0, e 3>u-
que delles fe naó foflè.
43 Porem elle lhes difle: Também he neceffario que a outras ci-
dades denuncie 0 Euangelho do Reyno de Deus 3 porque pera iffo
fou enviado.
44 E pregava ’nas Synagogas de Galilea.

Capitulo V.
I Enfina Ckftslo ás companhas defd‘o barco de Pedro, 4 E defpois de hua mira-
culoza pefia de peixes, lhe promete a elle e a feus companheiros faxelos pescadores
de homens. 12 Purifica a hum leprofi. yj Sara a humparalytico, e a/jt prova
que tinha poder pera perdoar os pecados, 27 Chama a Mattheus ‘«a alfandega.
29 Come com elle e com outros publicanos. E diffò dá a razaô. 3 3 Defen­
de contra os calumniadores a fetts Difiipúlos corri divefjas parabólas t acerca de
nao jejdarem.

aconteceo que, derribando fe as companhas fobre elle, por^^f^-

a E vio eftar dous barcos junto f á prava"] do lago : é àvendo qs


pefcador-es dcfeendido d’elles, eftávaólavando as redes;
3. E entrando em hum d’aquelles barcos , qúe era o de Simaô,
pediolhe que o desviaflè hum pouco de terra: caflcntandofe, énfi-
náva as companhas desd’o barco.
_ 4 E como deixou de fellar, diftê-aSímaô': Levacmaltómasrj cbloa.zrJh
lãnçae voflàs redes pera pefcar.
í E refpondendo Simaô, diflêlhe : Meftre , averidò trabalhado
ns .OS, EUANGELHO1
«Ou,iflo, 6 E Fazendo * o affi, colherão grande multidão de peixes, efíiá
rede fe rompia.
7 E capeáraõ a os companheiros que eftávaô’no outro barco, que
vielTem ajudar. E viéraõ, e enchéraõ ambos os barcos, de tal mo»
do que quaíi fe hiaõ a pique.
*Gr* jue- 8 E vendo Simaõ Pedro [íjfo], derribouíe a os * pês de Jefus;
lhos.
dizendo: Saete de my, Senhor, que fou homem pecador.
9 Porque efpanto o tinha tomado, e a todos os que com elle eftá-
vaõ, pola prefa d’os peixes que tomáraõ.
to E femelhantemente também a Jacobo e a Joaõ, filhos de Ze-
bedeo, que eraõ companheiros de Simaõ. E diflc Jefus a Simaõ:
íler*l6l Naõ temas') «Defd’agora tomarás homés.
16. 11 E como leváraó á terra os barcos, deixando tudo, fegui-
Ezech.4.7: raõ o.
9.
M^r.4:i9 12 <■ E aconteceo que eftando em huã d’aquellas cidades, eis
Mw.i:i7. hú homem cheyo de lepra, e vendo a Jefus, poftroufe fobre o ro-
tlMatth.í'. fto, e rogoulhe, dizendo, Senhor, fe quiferes, bem me podes
20, alimpar.
e 19:27. 13 E, eftendendoelleamaõ, tocou 0, dizendo, Quero, fé lim­
Man. lo: po. E logo a lepra fe foy delle.
2$.
14 E mandou lhe que 0 naõ difleífe a ninguémi masvae,
e^iatth.Z: m°ftrate a o Sacerdote, e offerece por tua limpeza, /como mandou
x. Moyfes lhes ** confte.
peraque lhes
Moyfes,, peraque confte.
M<z« i:4o. 15 Porem fua fama andava tanto mais: e ajuntáraõ fe muytas
fLeu.iy.i. companhas a [<?] ouvir, e a por elle ferem curados de fuas enfer-
Matt 8'4 midades.
* Ou ,feja 1(5 Mas elle fe retirava a os defertos, e orava.
emtefii- E aconteceo hum d’aquelles dias, que eftava enfinando, e
mur.ko. eftávâõ aflentados Pharileos e Doutores d’a Ley, que tinhaõ
vindo de toaas as aldeas de Galilea, e de Judea, edejeruíàlemj c
a virtude d’o Senhor eftava pera os curar.
gMatt.y.i. 18 g E eisaqui £ hum j homens que traziaõ em huã cama a hum
Man.2:3. homem, que eftava paralyticoj e procurávaõ levalo dentro, e pô-
9:334 io diante delle.
19 E naõ achando por onde dentro o poder levar, por cauíà da
companha, fobiraõ em cima do telhado, e pelas telhas o abaixáraõ
com o catre a 0 meyo, diante de Jefus. .
20 E vendo elle fua fé delles , diflêlhe : Homem, teus pecados •
te faõ perdoados.
21 E
SEGUNDO S, LUCAS. Cap.V. .
ai E os Efcribas e os Pharifeos começáraó a * imaginar $ dizen- *OuJ(w>.
4o, Quem he efte que fãlla blasfémias? b Quem pode perdoar pe- «X
cados íênaó fóDeus? . I&S-t
Porem conhecendo Jefus feuspenfamentos, refpondeo, cdif- * í‘
Telhes: Que imaginaes em voífos coraçoens?
aj Qual he mais facil, dizer: Teus pecados te faõ perdoados ?
Ou dizer: Lcvantate, eanda?
14 Ora pera que faebaes que 0 Filho do homem tem poder pera
’na terra perdoar pecados, (diífe a 0 paralytico:) A ty te digo , le-
vantate, e tomando teu catre, vaete pera tua caía.
15 E levantandofe elle logo diante delles, tomando o em
que deitado eftava, foyfe pera fua cafa glorificando a Deus.
aft Etomou efpantoa todos, e glorificavaõ a Deus j eforaócheyos
de temor, dizendo, Hoje vimos coufas incríveis.
17 i E deípois deitas coufas, fahio fe •> e vio a hum publicano, i Mattw»
por nome Levi, aílèntado * na alfandega, ediíTelhe: Segueme. ^«2:14.
E deixando elle tudo, levantoufe, e feguio o.
29 E fez lhe Levi hum grande banquete em fua caía; k e eftava
F muyta companha de publicanos, Je de outros que com elles^ncgs '
[ á meCa J aífentados eftávaó. tributos»
30 E murmuravaõ feus Efcribas delles, e os Pharifeos, contra k Matt.x
feus Difcipulos, dizendo, Porque comeis e bebeis com publicanos Io-
c pecadores ? a:iç»
3’ E refpondendo Jefus, diífelhes: Os que eftaõ íàós, naõnecef- W,15SI«
fitaó de medico, fenaó os que eftaõ enfermos.
32 l Naó vim eu a chamar a os juftos, fenaó a os pecadores ácon- nsAattb. 9:
verfaõ. 13.
33 m Entonces lhe difteraõ elles: Porque osDifcipulosdeJoaõje- ImWo.
jumaõ muytas vezes, e fazem oraçoens, como também 4^12^.1:15.
Pharifeos porem os teus comem e bebem ?
3 i- Mas elle lhes diflê: » Podeis vos outros fazer jejumár a os que n
eftaõ de bodas, em quanto o efpoío com elles eftá? 2 Cor.11a'.
35 Porem diasviráó, quando o efpofo lhes íèrá tirado, enton­
ces ’naquelles dias jejumaráõ.
3^ E dizialhes também huáparabola: Ninguém deita remendo de
pano novo em veftido velho; d’outra maneira, o novo rompe £« •
wZfo]; eao velho naó convém remendo do novo.
37 E ninguém deita 0 vinho novo em odres velhos; d^>ntra®M«#-j5
maneira romperá o vinho novo os odres, e derramarfehá [0 vinho 1, 17
e os odres lê daúaràõ. R 38
r3. O S. .EU AN GE LHO
38 Mas 0 vinho novo, em odres novos fe ha de deitar5 e ambos '
juntamente fe confervaõ.
39 E ninguém que 0 velho beber, quer logo 0 novo.5 porque diz :
Melhor he o velho.

Capitulo VI. •
.ArrMWÍ os Difcipulos efpitas em Sabbado y e Chrislo os defende contra os J?hari*:
Jeos, 6 Sara a hum homem de feita maò feca em Sabbado 3 e defende jeu feita.
IX Ora na montanha , e elege dentre feus Difcipulos doze ^pofolos. 17 Sara a
aiverfos doentes e endemoninhados. Xo Enfina quem feiao os bemaventurados *
e quem nao. 27 Encomenda a caridade até para com os mefmos inimigos 36 Co­
mo também a mijericordia e benignidade > prohibindo juntamente os juizos teme­
rários, 41 Enfna que antes que a outros reprendamos para nos mefinos atentemos»
4] E que pelos fruitos fe conhece a arvore, 46 Einalmente com a parabola da
cafa jobre rocha, ou fobre area edificada> enfina também, que nao bafta confef
falo fó com a boca> mas que também fua vontade fazer devemos.

gDeur.2y.i a y aconteceo que paíTou por huns * paens, o fegundo Sabbado


Matt i2’i. primeiro, e hiaô feus Difcipulos arrancando efpigas, e co-
3tor*2:23'tnendo, esfregando as com as maõs.
*Ou,/ez/.'f- 2 E alguns aos Pharifeos lhes diíTeraõ: porque fazeis b o que naõ
«z/w. he licitojfazer em Sabbados?
^£W2o; 5 E refpondendo lhes Jeíus, diíTe : Nem ainda ifto leftes, [^ue
Io- o que c fez David quando teve fome, clle, e os que com elle
eltávao.
4 Como entrou na cafa de Deus, e tomou e comeo os paês da
propofiçaó, e deu também a os que eftávaô comelle: os quaes naõ
d Lev. 24: he licito comer, 7fenaô a fós os Sacerdotes?
9. 5 E dizia lhes: «■ O Filho do homem, até do Sabbado he Senhor.
eMottli: 6 f E aconteceo também em outro Sabbado, que entrou na Syna-
S. goga, e eníinava: E eftava ali hum homem, que tinha a maõ di-'
reita feca.
y. 7' E atentavaó
---------- os Efcribas
—----------- e os---------
----------- ---- rparaelle, fe em Sabbado
Pharifeos
d^arc. 3; 1. L01 curaria: Por acharem de que o acufar.
8 Porem bem fabia elle feus penfamentos ; e diflè.a o homem que,
tinha a maõ feca: Levantate, e poem te empe no meyo. E levan-
tandofe elle, pés fe em pé. .
9 Entonces JefuslhesaiíTe: Huãcoufavos hei de perguntar: Que'
he licito em Sabbados? Bem fazer, ou mal fazer ? Salvar húapef-
foa, ou matála? i
IO E
SEGUNDO S. LUCAS. Cap.VI. 131
•ío E olhando pera todos a 0 redor, diflè a 0 homem : Eftende *
tua maô. E elle 0 fez affi: ge foy lhe a maó reftituida faam como S * R&Wj
a outra. #qu
11 E ficáraó cheyos de * louquicej e praticávaó juntamente huns r„
com os outros, que fãriaõ a Jeíus.
11 h E aconteceo que ’naquelles dias fe fahio a 0 monte a orar > e hÍAatt.i4‘
paliou a noite * orando a Deus. 13*
13 i E como jafoy de dia, chamou afia feus Difcipulos, eeíco- *Gnew»«-
Iheo doze d’elles, a quem também chamou Apoftolos. rofaoae
14 [Convém a /aber} a Simaô, a o qual também chamou Pedro, e Ie.
a André feu irmaó 5 ajacobo, eajoaõj aPhilippe, e a Bartho-
lomeo. M?ro.3:i3*
15 A Mattheus, e aThomas, ajacobo de Alpheoj ea efr.7.
Simaõ, chamado Zelote. Luc. ?;!•
16 A Judas de Jacobo, e a Judas Ifcariota, omefino que
o trahidor foy.
17 k E deícendendo com elles, parou em hu lugar praino, e kMatta.4'
[com elle] a companha de feus Difcipulos, e grande multidão depo-
vo de todaJudea, e de Jerufalem , e da coáa marítima de Tyro, *
e de Sidon.
18 Que tinhaô vindo a 0 ouvir, e a fer curados de íúas enfermi­
dades, como também os atormentados de efpiritos immúdos, e ,
erao curados. -0
19 E toda a companha procurava tocaio 5 / porque làhia d’elle ' ,
virtude, e curava os a todos. wMaW.5»
ao w E levantando elle os olhos pera feus Difcipulos, dizia: Be- ff 6g»
maventurados vos pobres, porque voífo he 0 Reyno de Deus. 13. *
11 » Bemaventurados vos, os que agora tendes fome, porque íè- olfaj.61:
reis fartos. 0 Bemaventurados vos, os que agora choraes, porque 3.
rireis. eiásto.^
w f Bemaventurados fereis quando los homens vos aborrecerem, tt
1 x

e quando vos fepararem, evos injuriarem, evoffonome, como mao


regeitarem, por amor do Filho d’o homem.
*3 ? Gozaevos’naquelledia, ealegraevos,porquevedefaquigran- ey.14.
de he ’nos ceos voflo galardaô 5 r porque afli faziaõ íèus paes a os «4114-
Prophetas. ? :
»4 /Mas ay de vos outros ricos, porque ia tendes voífa confo-
hçaó. . ,j
*5 t Ay de vos outros, os que eftaes fartos, porque avereis fome. !
R» Ay de 13,-
.■‘Á 'j

•• -a •. a’ ,
«
.13* OS. EUANGELHO
Ay de vosoutros, os que agora rides, « porque lamentareis, echò-

4 4 at> Ay de vosoutros, quando todos os homens de vos outros bem


Ejw.iç: difíerem 5 porque aífi faziaõ feus paes a os falfos Prophetas.
2I- V Mas a vos outros, os que (j/foJ ouvis, digo: x Amaeavoflos
w
44. inimigos, fazei bem a os que vos aborrecem. I

L2 „ Ç? ‘EBendizei
?ô^»zí:»zaí «a «n
os que vos m«1! À í <r Arn , iae ..y /->•»-
maldizem orae.polos que vos * vio-
20.
I Cor 4:12. lentaó.
yLá'^<> • ~ A o que te ferir em huá face, offerecelhe também a outra j
34- e a o que te tirar a capa, nem a roupeta [ lhe ] * impidas.
7. 6o. •« E a qualquer que te pedir, dá j e a 0 que 0 teu te tomar,
* Ou 3 Ca- naõ [ lho J tornes a pedir.
h-nniaQ,
z iCor^.j ?i £ E como vos quereis que vos façaõ os homens, fàzcilhesvos­
* t U 3 pro- outros também d’a rnefma maneira.
hibtS* 3 - c E fe amardes a os que vos amaó, que grado tereis ? porque
e D.ut, 15: também os pecadores amaõ a os gue os amaó. »

7. ' 33 E fe bem fizerdes a os que bem vos fazem, que grado tereis?
JJW.Ç42 porque também os pecadores fazem o mefmo.
b Mait.
34 d E fe empreftardes a aquelles de quem efperaes tornar a rece­
12.
C Màt. ber, que grado tereis? porque também os pecadores empreftaõ n
45. os pecadores, pera outro tanto a receber tornarem.
/ Deut. 15: 3$ Amae pois a voílos inimigos, e fazei bem, eempreftae, fem
8. diffo nada eíperar 5 e ferá grande voífo galardaõ, e f fereis filhos do
42* Altiffimoi Por9ue he benigno [tâ] pera com os ingratos e maos. j
—- —■ — — — ■ — —• | --- - .... i — - - -w ■— "V» “ «L wr- -y -v' • £

eMaíi. 5; gecje pOjs mjfericordiofos, como também voffo Pae he mifc-


4$-
fMatt.i 1. ricordiofo. _
jRow.zíi. 37/E naõ julgueis, e naõ fereis julgados5 naõ condeneis, enao
1 Cor.4:5 fereis condenados $ foltae e foltarvosham.
{Pm ia: 38 gDae, efervoshadado, medida boa, recalcada, facudida, e
a2- tresbordando vos daraõ em voflo regaço: h Porque com a rnefma me-
h^àtt1 dida 9UC medirdes, vos tornaráõ a medir.
Man^iL 39 E dizia lhes huá parabola: i Pode por ventura o cego guiar a
ilfay.^C' 0 ceg°? Naó cairáó ambos na cava?
i 9’ 40 k Naõ he o Difcipulo fobrefeuMeftre j mas perfeito feráqual-
fáatth 15: quer que como feu meflre [f rj.
14. 41 l E porque atentas tu para 0 argueiro que-eftá no olho de teu
t Matt 10: irmaõ j e a trave que eftá em teu proprio olho, naõ advirtes.
ím. n i<5. 41 Óu como, Poces cizerateu innaõ: Irmaõ, deixame tirar oar-
e k 310 ’ gueiro que eftá em teu olho j naõ atentando tu mefino para a trave
SEGUNDO S. LUCAS. Gap. VIL í33 -
vueemteu olho eftá ? Hypocrita, w tira primeiro fora a trave dew®r<®.ií;
/
teu olho, e entonces atentarás em tirar o argueiro que eftánoolho I7-2 3 4
de teu irmaó. ' . ». /
43 n Porque naõ he boa a arvore que dá mao ffuito, nem má a” * •
arvore que dá bom ffuito. e »,£
44 Porque cada arvore fe conhece por feu proprio ffuito: ° que 0 Mattk.j',
naõ colhem figos dos elpinheiros, nem vendimaó uvas dos abrolhos. 16.
45 p O bom homem, do bom thefouro de feu coraçaô tirão bem
e 0 mao homem, d’o mao thefouro de feu coraçaô tira 0 mal í .
j porque da abundancia d’o coraçaô falia fua boca. 7 ***• •
46 r E porque me chamaes Senhor, Senhor, e naô fazeis o que
digo? ' Matt.J-.lt.
47 /Qualquer que a my vem, e minhas palavras ouve, e as Faz j «25.- n.
eu vos moftrarei aquem he femelhante. Lac. 13:25.
. 48 Semelhante he a o homem que edificou huá caía, e cavou, e®flw l:IJ«
abrio bem fundo, e pós o fundamento fobre penha 5 e vindo a cn_/^ «l1-.
chente , deu a corrente com impeto ’naquella cafa, e naõ a pode-'
abalar, porque eftava fundada fobre penha.
49 Mas o que as ouvir, e [«]naó fizer, femelhante he a 0 ho­
mem que edificou caía fobre terra ièm fundamento, ’na qual
a corrente deu com impeto, c logo cahioj e foy grandeacaidada-»
quella cafa.
Capitulo VII.
1 Sara Chriflo a 0 fervo £0 Centuriao f cuja fé fobre a de todos louva, II Reju-
feita dos mortos a o filho de huã viuva. 18 Refponde á pergunta dos Difclpuloc
de joao, e prova com fua própria doutrina, e obras que ellehe oMeflias» 24
hum exellente teftimunho acerca dapefibaeminifterio de Joaõ. 29 O que ouvindo
0povo, louva a Deus, mas os Pharifeos regeitaí oconjelhode Deus. JI Deita
a os Judeos em rostofuaimpenitenciacom a parabola dos meninos‘naspraças 36 Co­
me com SimaÕ 0 Pharifeoemfuacafa, aonde buapecadora lhe rega os péscomfuat
lagrimas -, d’oaue SimaÕJê ejeandalixa-, porem Chrifio a defende com a parábola do
dous devedores.

1 TJdefpois de acabar todas fuaspalavras em ouvidos do povo, *en-


trou em Capernaum.
2 E eiiando 0 íervp de hum certo Centuriaõ, aquemmuytoeflâ-
mava, enfermo, hiafeja morrendo. *
3 E, comoouviodc Jefus , envioulheosAnciaósdosJudeos,
gandolhe que viefle, e curaflè a leu fervo. /
4 E vindo elles a Íeíus, rogáraó lhe encarecidamcnte, dizenãoy .
que digno he de ifio lhe concederes. S Por-
334 OS. EUÁNGELHO
5 Porque a noffa naçaó ama, e elle mefmo a Synagoga nos edi­
ficou.
6 E foy Jefus com elles como ja naó eftiveífelonge da caía, man-
-V
doulhe 0 Centuriaó [ huns ] amigos , dizendolhe , Senhor , naó
tomes trabalho, que naó iou digno que entres debaixo de meu
telhado-.
7 Polo que nem ainda me tive por digno de a ty vir 5 mas dize
huâ [/«] palavra, meu criado íarará.
* Ou, con-
8 Porque também eufou homem * fugeito ápoteílade [deoutros],
^l^^que tenho de baixo de myfoldados, e digoaefte, Vae, evaej ea
Ca'. eitourro, Vem, evemj e a meu fervo, Fazeiílo, e falo.
9 E ouvindo Jefus ifto, maravilhoufe d’elle 5 e virandofe, diífe á
companha que o feguia: Digo vos, nem ainda em Ifraél tenho
achado tanta fé.
10 E tornandofe pera cafa os que foraõ enviados, acháraó faó a
o fervo enfermo.
11 E aconteceo 0 [dia] feguinte , que hia a huã cidade chama­
da Nain, e hiaó com elle muytos de feus Difcipuios, e grande
companha.
12- E como chegou perto da porta da cidade, eis que levávaõ hum
defunto, filho unigénito de fua maé, que [era] viuva: e [avia]
com ella grande companha da cidade.
x? E vendo a o Senhor, moveu fe a intima compaixaô delia, e
diffelhe: Naó chores.
x+ E chegandofe, tocou a tumba 3 (e os que a levávaõ pararaõ) e
r zSí4' ~ •'JMancebo,, a ty te digo, t> levantate.
19. 15 ~
\ E o defunto fe aífentou, e começou a fallar: e deu o a fua
loa 4:19. mae. I

<?$: 14. 16 E tomou temor a todos, e glorificavaõ a Deus, dizendo,


59:17 c Grande Propheta entre nos fe levantou, e Deus a feu povo vi-
d í.ai‘,1:6S:
- ; íitou.
17 E fahio efta fama delle por toda Judea, e por toda a terra
•Ou^Wd’° redor-
•* z*
»
••

denunãa- 18 e E * os Difcipulosdejoaólhedenunciaraõ todas eftas couíàs.


raõjeusDí- 1 9 E chamando Joaó a certos dous de feus Difcipuios , mandou
/apulos de os a Jefus, dizendo, Es tu aquelle que avia de vir, ouefperamcsa
todas efi as o?
toujas. 20 £ como aquelles varoens a elle viéraó, difleraó: Joaó o Bau-
tifta nos mandou a ty, dizendo, Es tu aquelle que avia de vir, ou
eíperamos a outro ? 21 E
SEGUNDO S. LUCAS. Cap. VII.’
ai E na mefma hora curou a muytos de enfermidades, e males,
e efpiritos maos, e a muytos cegos a vifta deu. •"
’2i Erefpondendojefus,diflelhes: Ide, erenunciaeajoámascou- ;
fas que tendes vifto, e ouvido, [ convém a faber ] fQue os; cegos veem, flfay. 275,
os mancos andam , os leproios faó limpos, os íurdos ouvem , os 18. "
mortos refufcitaõ, a os pobres iedenuncia o Euangelho.
25 E bemaventurado aquelle, que em my fe naô efcandalizar. e ’ *’
24 g E como ie foraó os meniageirosdejoaó, começou a dizerdes Matt.n-,
Joaô a as companhas: Que faiítes a ver a-o deferto ? Alguãcanaque 7-
d’o vento he abalada?
25 Mas que íaiftes a ver? Algum homem veftido de veftidos bran­
dos? Eis que os que com preciofos veftidos, e em delicias andam,
nos paços Reaes eftaô ?
26 Mas que faiftes a ver? Algum Propheta? Também vos digo,
c muyto mais que Propheta.
27 Efte he aquelle, de quem efcritoeftá: 6 Eis que a meu Anjo dian- bMal.y.1.
te de tua face envio, o qual teu caminho diante de ty aparelhará. Marc.v.z,
28 Porque eu vos digo, que entre os nacidos de mulheresnaô ha
mayor Propheta que Joaó o Bautiftaj mas o menor em o Reyno d’os
ceos, he mayor que elle.
29 E ouvindo [»] todo o povo, e os publicanos que com obau-
tifmo de Joaó foraó bautizados, juftificáraó a Deus.
30 Mas os Pharifeos e os Doutores da Ley, regeitaraõ o confelho
de Deus contra fi mefmos, naó fendo bautizados delle.
31 i E difle o Senhor: Aquem pois compararei os homens defta/Mtfír.n:
geraçaó ? E a quem femelhantes lam ? ■ ■
32 Semelhantes íaó a os rapazes aftentados na praça, e huns a os
outros clamam, e dizem : Tangemos vos com ffautas, e naó ba-
lhaftes; cantamos vos lamentaçoens, e naó choraftes,
33 * Porque veyo Joaó o Bautifta, que nem comiapam, nembebia :4-
vinho, e dizeis: Demonio tem. .
34 Veyo 0 Filho do homem, que come e bebe, e dizeis: Vedes-
aqui hum homem comilaó, e bebedor de vinho, amigo de publi­
canos e de pecadores.
35 Mas de todos feus filhos foy a íabedoria juftificada.
36 l E rogoulhe hum dos Pharifeos que comeífe com elle 5 e en- ZM^ír. 26:
•trando.em cafa do Phariíeo, aflentoufe [4 «e/4.J 6.
J37 E eis huã mulher que ’na cidade era pecadora, entendendo
que eftava [4 mtja] em cafa d’o Pharifeo, trouxe hum vafo de ala- xà*x**
baftro de unguento, 58 £
OS. EVANGELHO
38 E eftando de tras afeus pees, começou, chorando, a regar
lhe os pés com lagrimas 5 e alimpavalhos com os cabellos de íua ca­
beça; e beijava lhe os pees, eungialhos com o unguento.^
mmki & como [ijro] vio o Pharifeo que convidado o tinha, fàllava
' com figo, dizendo, « Se eíte fora Propheta, bem íoubera qucnr,
c qual he a mulher que 0 toca : porque pecadora he.
40 E refpondendoJelus, difielhe: Simaó, huá coufa tenho que
, r te dizer; eelledifie: Dize i Meftre.
41 [ Dize Jefiis J Hum cerro acredor tinha dous devedores 5 0 hum
[ lhe] devia quinhentos dinheiros, e o outro cincoenta.
E naó tendo elles com que pagar, quitou lhes [a JMa]
a ambos. Dize pois, qual deites 0 amará mais ?
43 E refpondendo Simaó , difie : Para my tenho que aquellea
quem mais quitou. E elle lhe difie: [Bem e j direitamente julgafte.
44 Evirandofe pera a mulher, diffeaSimaõ: Ves tu eíta mulher?
Em tua cafa entrei, ] agoa a os pees me naõ deite ; e eíta os
pees com lagrimas meregou, e com os cabellos de fuacabeça
alimpou.
4) Beijo me nam deitej eeíia, defdequeentnou, demebeijaros
pees naó ceifou.
45 A cabeça com oleo me naó ungiíte, e eíta os pees com un­
guento me ungio.
47 Polo que te digo, que feus muytos pecados perdoados [lhe]
faó , porque muyto amou -: Mas . a o que pouco ie perdoa, pou­
co ama.
2. 48 E a ella lhe difie: » Teus pecados [te J iâm perdoados.
h 49 E os que juntamente aflêntados eítávaõ, começá-
tMati V,. raó a dizer entre G: 0 Quem he efte, que também perdoa pecados?
3,4. 50 E difie á mulher: Tua fé te falvou; vaete em paz.
SEGUNDO S. LUCAS. Cap.Vin.
*
Capitulo VIII.
I Anda Chrfào portodas as cidades è aldeas pregando o Euangelho acompanhado
de alguds mulheres , que com fias fazendas o [erviao, 4 Propoem á companha
d parabola do femeador cujafèmente emdivcrfas lugares cae, 9 Eparticularmente
a explica a fius Difiipulos. 16 Compara Júa palavra com dcandea,. que, para
alumiar fobre 0 candieiro je poem. 18 Enfina, que q qualquer que tiver, mais
ainda lhe fera dado. 19 Como tombem quem fejaofuamaêefeus irmaSs. 22 A-
- placa a tempeflade no mar. 16 Lança fora hualegiáõ de Demonios. $1 E perz
mite lhes entrar em huns porcos. 41 Pde com Jairo a remediar fua filha. 43
Sara no caminho a hua-mulher de hum fiuxo defangue. 49 £ vindo âcafa de
Jairo, refufcita cTos mortos a fua filha.

I "D aconteceo defpois difto, que andava de cidade em cidade, e


de aldea em aldea, pregando e denunciando o Euangelho do
Reyno de Deus; e os doze [eftavao] com elle.
a a E [também] alguás mulheres que aviaõ fido curadas de eípiri- aMatt.ipi -
tosmalinos, e de enfermidades, [comvem afaber] Maria, chamada S5»5fi.
Mágdalena, b da qual íete Demonios fàiram. JMwc.16:
3 E Joanna a mulher de Chufas, * Procuradorde Herodes, e
Sufanna, e outras muytas, que com fuas fazendas lhe ferviam. jeire[
4 t E ajuntandoíe huâ grande companha, c vindo a elle de todas cMatt.i^:
as cidades, diífe por parabola: . 3.
5 Sáhiohum femeador a femear fua Temente: e Semeando elle,».
cahio huâ f parte] junto a o caminho., e foy pifada, e as aves doceo
acoméraô dMatt.iV.
6 Eoutra[/wrfc]cahiofobrepedra 5 enacida, fecouíe, porquan-
to nao tinha humidade. , eiCorA^.
7 É outra [/>«*«] cahio entre eípinhos, enacendoosefpinhosjun-fMííí.n:
tamente, affogáraô a. 25.
8 E outra [parte] cahio em boa terra, e nacida deu fruito a cen- 2 ^.3:14.
to por hum. Dizendo elle eftas coufas, .clamava : Quem tem ou-^^Z'
vidos pera ouvir, ouça. X * ’
9 dEfeus Difcipuloslhe perguntáraô, dizendo, Que parabolap^th. 13:
heefla? 14.
10 Edifieélle:.«A vòsoutros vos hedadoentender osmyfteriosJfm.4:i2»
do Reyno de Deus: f más á os outros por parábolas, gperaqueven- 12;4Z’
do naó vejaõ, e ouvindo naõ entendam , R^irS*
w h Elia he póis a parabola: A femente he a palavra de Deus.. . f^1^131-
12 E os de junto a o caminho, cfles íaç os quç ouyem ? deípois jg. . ■
S ' *’; ■ ' . ............. ' veni
»jt O $. EV ANGELHO
vã .vem o Diabo9 e tira lhes a palavra d’o coraçaõ, para que crend»
" 'fe naõ falvem.
xj i E os de fobre pedra» eftes faõ os que ouvindo, recebem *
P^avra com gozo» e eftes naõ tem raiz, que por hum tempo crem,
5:
i»ie a o temP° «* tentaçaô fe defviaõ.
’ 14 E o que cahio entre eípinhos, eftesfaõos queouviraôj eidos,
iUm.ic: £ fe aftogaô com os cuydados, eriquezas, e deleites da vida, enaõ
aj» daô (/««#• ] em perfeiçam.
Lsr.18.14. E o que em boa terra [cabia, ] eftes faõ os que 'ouvindo a pa-
1 róK.6;!?. |avra em ijUm honefto e bom coraçaõ a retem, e daô fruito em
* perfeverança,
15 ZE ninguém, acendendo a candea, acobre com algum vafo,
15. ou a poem de baixo d’a cama5 mas poem a no candieiro, peraquè
j)ían.4H os que entraõ vejaó a luz.
Lw.i 1:33. 17 m Porque naõ ha cou<âoculta, que naõ aja de fer tnanifeftaj
wí^.12: nem couia efeondida, que íenaô ajade faber, e a publico vir.
Matth io* 18 Olhae pois como ouvis: » porque a qualquer que tiver, ferlhe
26. ‘ ’ ha dadoj e a qualquer que naõ tiver, até o que lhe parece que tem,
Marc.^n. lhe ferá tirado.
Luc 12:2i 19 0 E vieraõ a elle fua maé, e [fiu] irmaõs, e naõ podiaõ che-
zMatt.13: gara elle por caufa d’a companha.
I2- 20 E foylhe denunciado fwr dizendo, Tuamaé, eteus
»2S:29. • ' nJ r lxô -j 1 *
Marc 41 <• irmaos e“am ™ra’ 9ue te 9uerem ver-
lX.Ío*2óÍ 21 Porem refpondendo elle, difielhes: f Minha maé e meus ir»
♦ Matt. i2; maõs, faõ aquelles que ouvem a palavra de Deus e a fazem.
4<s. 22 ?E aconteceo num daquelles dias, que entrou em hum barco,
[effe] efeus Difcipulosj edifíèlhes: Paffemos da outra banda do la-
go. E partiraõ fe.
. E navegando elles, adormeceofe: e defcendeo huã tcmpefta-
j Matttâ'. de de vent0 no lago, e enchiao ie I de agaa\^ e pengavao.
23. " ’ 24 E chegandole a elle, defpertáraõ o, dizendo, Meftre, Me-
Marc.^, ftre, que perecemos. E levantandofe elle, reprendeo a o vento,
36 - e ás ondas da agoaj e ceflaraõ, e fez fe bonança.
2t Ediflèlhes: Que de voífa fé ? Mas temendo elles, maravilha-
riob 26:12. raó fe, dizendo huns a os outros: r E quem he efte? que até a os
PA io7 z$> ventos,' e á agoa manda, e lhe obedecem?
8: 2Ó / E navega raó pera a terra dos Gadarenos, que eftá de fronte
deGalilea.
‘ 27 E laindo elle â terra, vejo lhe da cidade a 0 encontro hum
r homem
SEGUNDO S. LUCAS. Ca^.Vm. r
homem, que ja 4« muytos tempos a tras, * tinha os Demonios [w
arpo}, e naõ andava yeítido, e nam parava em caía nenhiiá, feaaô^'*^
pelas fepulturas. ’
’ 18 E vendo ajefiis, e exclamando, poftroufe diante delle, e
diffe com grande voz: Que tenho eu com tigo , Jefus, Filho do
Deus Altimmo ? Peço te que me naó atormentes.
i? Porque mandava a o efpirito immundo que íahifie d’aquelle
homem j porque ja de muytos tempos atras, o arrebatava. Eguar-
davaõ o prefo com cadeas e grilhoens $ mas quebrando elle as prifoens.
era empuxado do Demonio a os delertos.
E perguntoulhe Jefus, dizendo, Qual he teu nome? Eellediffe;
Legiaõ ■, porque muytos Demonios tinhaõ entrado ’nelle.
31 Erogavaôlhe, que os naõ mandaífe ir pera o abyfmo.
3Z E avia ali huá manada de muytos porcos, que pafcia no mon­
te j e rogáraõ lhe, que lhes concedefle entraré nelles: E conce-
deulh’o.
33 E íàidos os Demonios daquelle homem, entráraõ’nos por­
cos; e a manada fe arrojou * de humdefpenhadeironolago, eaffo-
goufc. ãiaixe.
34 E vendo, osqueospafciam, 0 que acontecera, fugiraó: E in­
do, o denunciáraô na cidade, e ’nos campos.
37 Eíairaõ a ver 0 que acontecera, e vieraó a Jefus 5 e acháraõ
a o homem, do qual tinhaõ faido os Demonios, veftido e em feu
fifo, aflèntado a os pés de Jefus; e teméraó.
36 E contaraó lhes também os que o.tinhaõ vifto, como aquelle
endemoninhado avia fido falvo.
37 E toda a multidaó da terra d’os Gadarenos a o redor lhe rogá­
raõ, t que d’ellesferetiraffe; porque grande temor tomado os tinha.
E entrando elle no barco, tomoufe. 3/
38 « E aquelle homem, do qual aviaó faidoosDemonios, lhero- nMarc.^,
gou que com elle eftar pudeffe: Mas Jefus o defpedio, dizendo, 18.
39 Tornate pera tua cafa, e conta quam grandes coufas Deus te
fez. E elle fefoy apregoando por toda a cidade, quam grandes Cou­
fas Jefus lhe tinha feito.
4® E aconteceo que tornando Jeíus, a companha o recebeo; por­
que todos o eftavaõ eíperando.
4r x E eis que veyo hum varaó, cujo nome era Jairo, eeraPrin-
cepe da Synagoga, e derribando fe a os pees de Jefus, rogavalhe 1S-.
que catraflè em íúa cafii. ;
S* 4i Por- ?

àj
140 ’ OS. ÈÚANG ELH O _ ,
4t Porque huãfilhá uniça tinha, còmo de doze annos, e efàp
MaUi r. vaVa áa morte.
mortc' É *nd° file
E indo flle apertávaó o as companhas.
4? / E huã mulher que tinha hum » fluxo de íàngue doze annoj
Mxtc.^- av*a> a 9ual ja com médicos todo feu alimento gaitado tinha, e de I

z Lru 15: nenhú avia podido fer curada,


44 Chegandofe a elle por detrás, tocou a borda de feu veftidoj e
logo o fluxo de feu langue eftancou.
4? E diflc Jefus: Quem he o que me tocou ? E negando todos,
diífe Pedro, e os que com elle eftavaõ: Meftre, as companhas tc
apertaõ e oprimem, e dizes: Quem he o que me tocou?
4<» E diífe Jefus: Alguém me tocou j porque bem conheci que
de my virtude fahio.
4? Vendo a mulher entonces que naõ íè lhe ocultava, veyo tre­
mendo, e poftrando fe diante delle, declaroulhe diante de todo p
povo a cauíà porque o avia tocado, e como logo fãrára.
48 E elle lhe diíTe: Tem bom animo filha, tua fé te fàlvou > vae
em paz.
fM/m 49 « Eftando elle ainda fallando, veyo hum d’oPrincepe d’a Sy-
K. nagoga, dizendo lhe, Tua filha he ja morta, naõ moleítes a o
Meftre.
5° Porem ouvindo pjjefus, refpondeulhe, dizendo: Naõ temasj
cré fomente, eferá falva.
5» E entrando em cafa, a ninguém deixou entrar , fenaó a Pe­
dro, e a Jacobo, e a joaõ, c a o pae^ e á maê da menina.
*Gr. batizo E choravaõ todos, * e pranteavaõ a: E elle diífe: Naõ cho»
'nos peitos reis, naõ he morta, mas dorme.
por etfa. 53 E riam fe delle, bem fabendo que mortaeftava.
b loao ii:
54 Porem lançando os elle a todos fora, e travando a da maõ.
II.
clamou, dizendo, Levantate, menina.
çç E tornou feu efpirito, c logo fe levantou: e mandou que lhe
deífem de comer.
56 E feus paes fe efpantavaõ, c elle lhes mandou que a ninguém
diireífem o que aviafõeedido.
SEGUNDO S. LUCAS. CapJJX.
• X

C A P I T U L 0 IX. A
X EwiaChrlffo feus Apoftolos a pregar, e w infirma como fe ajao deaverpeloca*
minho, 7 Oíí^Wb Herodes filiar de Chrifto> procura velo. Io Tornaò os Ar
foftohs. II Da Chrijto de comer a cinco mil homens com cincopaens e dous peixes <
1% A opiniam que o povo e os Apostolos acerca de fia pefloa. tinhao, . 22 Pw- •

phetsza fia morte e refirreipao. 23 jE exhorta a perfeverar *na confijfiodefia


fé* 28 Transfigurafe 3no monte diante de tres defèus Apoftolos j e emprefenfa
de Mofes e Elias* 3 7 Lança fora a hum cruel efpirito immundo* 46 Enfina *

qual dentre fins Dijcipulos firia 0 major, 49 Prohibelhes que nào impidiffem a
hum que emfeu nome lanhava fira a os Demonios. 51 Indo caminhando para fe-
. rufalem > os Samaritanos lhe negaò poufada > do que^Apofilos querendo tomar win^
gança* 0 Senhor d*ifios reprende, yp E a tres que feguiro queriaS dd fiade^
vida e particular repofta,
a MdsttMl
1 * p convocando feus doze Difcipulos, deulhes virtude e poder x.
fobre todos os Demonios, e para curarem enfermidades. Man g:ij.
»■ £ E mandou os a pregar o Reyno de Deus, e a curar a os en- ‘ 7.
formos. LttC-6: *3*
3 E diflelhes: c Naõ tomeis nadacom vofco pera0 caminho, nem *
bordoens, nem alforge, nempam, nem dinheiro, nem nenhumc^‘at^ w.
de vos duas túnicas tenha. 9.
4 E em qualquer cafa que entrardes, ficae ali, e íãhi d’ali. Man.fr,l.
5 E quaesquer que vos naó receberem , íàindovosd’aquella ci-LK.22-.j7.
dade, até o pó facudi de voífos pés, em teftimunho contra elles.
6 E íàindo elles, paffavaô por todas as aldeas, denunciando oE-
uangelho, e curando [4 os enfermos ] em todas as partes. X»c.io:ii*
7 «E ouvia Herodes o Tetrarcha todas ascoufasquefazia; eella-
va em duvida, porquanto alguns diziaó, que Joaô dos mortos refu- t iS; 16.
feitára. eMatt. 145
8 E outros, que Elias avia aparecido 5 e outros, quealgumPro- E •
pheta dos antigos avia refufeitado.
9 E diffe Herodes: Ajoaõ, eu o* degolei, quem pois he efte, J "
de quem taes coufas ouço? E procurava velo. fjnârc^G*
to fE tornados os Apofiolos, contaraó lhe todas as coufas que 30.
tinhaó feito, g E tomando os com figo, retiroufe â parte a humlu-f
gar deferto dá cidade chamado Bethfaida. .
11 E entendendo p] as companhas feguiraôo: eclleosrecebeo, ,
e lhes foliava do Reyno de Deus5 e a os que de cura neceffitávaõ,
curava. , 15.
E ja o dia começava a declinar $ c chegandofe a elle os
S 3 dozel*«.&f» 1
’ 0 S. EVANGELHO
doze, difleraolhe: Defpede a companha, pera que indo aosluga-
res e aldeas dó rede/, feagaíàlhem, e aichem que comer j porque
aqui eftamos em lugar deferto.
’ 14’ i? > Porem elle lhes difle: Daelhes vosoutros de comer. E eíjes
difleraó: Naó temos mais que cinco paens, e dous peixes 5 falvo
loa. 6-,9’ irmos nosmejmos j a comprar de comer pera todo efte povo.
14 Porque avia ali quafi cinco mil homens. Entonees difle a feus
Difcipulos: Fazei os aflentar por ranchos, de cincoenta em cin-
coenta.
í 1 Sam.% 15 £ fizeraÕ o afli, e a todos aflentar [w] fizeraó.'
, I(5 E tomando os cinco paens e os dous peixes, olhando para
’ 4aceo, k benceo os, e partio os, e deu os a feus Difcipulos, pera
diante de companha [wj pórem.
17 E coméraó todos, e fartáraó fej e levantáraõ do que dos pe-
14:2. daços lhes fobejou, doze ceftos.
* loa. 6:69. 18 l E aconteceo que eftando elle fó orando, eftavaó com elle os
oitatt.16'. Difcipulosj e perguntoulhes, dizendo, Quem dizem as companhas
e 17-22 queeufou?
Martâ/i. 19 E refpondendo «lies, difleraó: m \_Algtmsj Joaõ oBautifla; e
*9:31? outros, Elias 5 e outros, que algum Propheta dos Antigos reíu-
*10:33. feitou.
18:31. 20 E diflelhes: E vosoutros quem dizeis que eu fou? E refpon-
Zí?7, dendo Pedro, difle: » O Chrifto de Deus.
28^ 10 11 E ameaçando os elle, mandoulhes que a ninguém o difleflèm:
eid: 24 11 Dizendo, 0 Neceflàrio he que o Filho do homem muytascou-
7iforc.*8'.34.fas padeça, e feja reprovado dos Anciaõs. e dos Príncepes dos Sa-
Lw.14.27. cerdotes, e dos Efcribas 5 e feja morto , e a o terceiro dia refii-
f Mjtf.io: feite.
23 E dizia a todos: /> Se alguém quer vir a pos my, neguefe a fi
mefmo, e tome cadadia fua cruz, e figame.
L«rii7'33 24 ? Porque qualquer que quifer falvar fua vida, perdela ha5
loa.12525. porem qualquer que por amor de my perder fua vida, efle a íal-
r Matt.io; vará.
25 Porque, que aproveita a o homem grangear todo o mundo,
^arc.S 38. perdendo fe a fi mefmo, ou a fi mefmo perjudicando?
26 r Porque qualquer que de my, e dê minhas palavras fe enver­
27?w.2:I2.
gonhar, do tal fe envergonhará o Filho do homem, quando em fua
X 7o*. 2:23. *»
/MãrP/ió" gloria, e [m a~] do Pae, e dos íanótos Anjos vier.
28. 27 /E digovos em verdade, que alguns ha dos que aqui tíftaó
M>rc. HI. i
qu
SEGUNDO S. LUCAS. CapJLX.
que a morte naõ goftaráõ, até que o Reyno dtWeus vejam. : X,
. íU r E aconteceo que quafi oito dias defpois dqftas palavras, com
figo a Pedro, e a Joaõ , e a Jacobo tomou, e a o monte a orar _*•
fobio. J£«re.t:a«
*9 E eftando elle orando, a aparência de feu rofto. fe transfigu­
rou, e feu veftido branco (/] muy refplandecente \je terwv].
3® E eis que dous varoens eftavaõ fàllando com elle, queeraõ
Moyfes e Elias.
31 Os quaes * aparecéraó em gloria, efàllavaõ [^Jfuaíãida, a-*Gr.j^w«
qual avia de cumprir em Jerufalem. vtfiat»
< •

3a E Pedro e os que com elle [eflavaõ,] eftavaõ carregados de


fono j e como deípertáraô, viraõ fua gloria, e a aquelles dous va­
roens , que com elle eftavaõ.
33 E aconteceo que apartandofe elles delle, difle Pedro ajefos:
Meftre, bom he que nos eftejamos aqui, e foçamos tres cabanas,
para ty huã, e para Moyfes huã, e huápara Elias: naõ íàbendo o
que dizia.
34 E dizendo elle ifto, veyo huã nuvé que com fua fombra os
cobrioi etemeraõ, indo elles entrando’na nuvem.
35 « E veyo huã voz da nuvem que dizia: Efte he o meu amado
Filho •,* a elle ouvi. , Matt.yxj.
36 E * dada aquella voz, Jefus foy achado ío: e elles fe caláraõ,
e por aquelles dias naõ contáraõ a ninguém nada do que tinhaõ e^-j‘ *
vifto. Lw.y.iz,
37 y E aconteceo odia feguinte, que defcendendo ellesdomonte, Col, i: 13,
he fahio huã grande companha a o encontro. * Peia.17.
3S E eisque hum homem da companha clamou, dizendo , Me-
he, peço te que vejas a meu filho, que [/»] tenho unigénito.
i 39 E eis aqui hum efpirito o toma, e de repente clama, e odef- ♦oufjKfci.
' pedaça até f/eZ» foca] efcumar, e apenas fe aparta delle , quebran- y
Itandoo. 14.
. 40 E roguei a teus Difcipulos que fZfoQ lançaflèm fora, e naõ
yuderaõ.
51 41 E reípondendo Jefus, diflè: O geraçaõ incrédula eperverfa,
adequando eftarei ainda com vofco, evosiofrerei? Traze aqui teu
jfiho.
4- E como ainda elle] vinha chegando, o Demonio o defeon» MT

jintou, e defpedaçou j mas Jefus reprendeu a oeíjpirito immimdo,


e curou a o menino, e tornou o a feu pae.
43 E
f 144 <0 S. EVANGELHO
43 E todos fe efilantaVam polâ magnificência de Deus. E ma»
ravilhandofe todo^de todas as coufas que Jefus fazia $ difle afeusDi-
fcipulos: '
~ Mutt.vjx 44 Ponde vosoutros em voíTos ouvidos eftas palavras; z porque
A.12” o Filho do homem ferá entregue em maõs d’os homens.
Ur rw" * Mas elles naõ entendiaô efta palavra, e era lhes tam encu-
^18:34. berra5 que a naõ comprendiaô: e temiaõ perguntar lhe acerca deita
palavra.
í Mxzí.iS: 46 t> E levantoufe entre elles huã conferencia, a faber, de qual
1. - • delles feria 0 mayor ?
47 Mas vendo Jefus o penfamento de feus coraçoes , tomouahum
^■223 4-menino, e polo a par de fi.
t Matf.ii: c g diffelhes: qual quer que receber efte menino em meu no-
, mc’ a my me recebe: d e qualquer que a my me receber, recebe a
loa. 12 -20'0 que me enviou: e Porque 0 que entre todos vosoutros o menor for,
d Lite. 10: efle 0 grande ferá.
16. 49 fE relpondendo Joaõ, difle: Meftre, temos vifto a hum,
7^.13:20, qUe em tcu nome lançava fora a os Demonios, e defendemoslho,
2Fporque com nofco [rej naõ legue.
Luc i4-ii. 50 L Jefus lhe difle: Naõ lho defendaes j g porque qué náõ he
e 18: 14. * contra nos, por nos he.
fMarc.^: 51 E aconteceo que h cumprindofe os dias de fua aflumpçaõ,
38. * endereçou feu rofto a ir a Jerufalem.
£ Matt.u'. $2 E mandou menfageiros diante de fua face > E indo ellesentrá-
3o- raõ em huã aldea de Samaritanos, pera \_ali $oufada~\ lhe prepa-
h Marcló-rarcm-
I9 ‘ ’ 53 E naõ 0 recebéraõj * porquantofeu roftoera [jwwájwemjhia
aJerufalem.
iTzw.j:i<S. 54 E vendo feus Difcipulos Jacobo e Joaõ diflèraõ : Se-
• nhor, queres que digamos, que defeenaa fbgo d’o ceo, eos con-
fuma, coma também Elias fez ? 1 •
jeurojoem Porem virandofe elle, reprendeuos, edifle: Vosoutrosna©
770/4:9. fabeisde que efpirito fois. . 1
iz Rey. 1: 5^ 1 Porque 0 Filho do homem naõ vejmadeftruirasalmasdosho-'
10,12 mens, mas a falvalas. Eforaõfeâ outra aldea.
Z7/Ô73.17. 57 m Eaconteceo que indo elles pelo caminho, lhe difíè hum:
*Il:47- Senhor: aonde quer que fores, te leguirei.
mMatt Z-. E diflelhes Jefus: As rapofas tem covis, eas aves do ceo n>
lf' nhos j mas o Filho do homem naõ tem aonde recline a cabeça.
59
59 » E difle a outro: Segueme. Porem ell^diflè : Senhor . dei- ® 2?_ '
xame que va, e enterre primeiro a meu pae. ’ oMaith.Z-.
60 o Mas Jefus lhe difle: Deixaaos mortos enterrar a feus mortos; tz.
porem tu yae,. e denuncia o Reyno de Deus. /> i Eey.19 :
61 E difle também outro: Senhor, eu te feguirei5 f mas deixa- à
me defpedir primeiro dos que em minha cafa eftaó. jPrw. 20J
6* E Jefus lhe difle:-^Ninguém que fua maó do arado lançar,
paratras olhar, heábil para o Reyno de Deus. “ hX.6:5*
iPédr.ll
CAPlTULoX. % 10. '
1 Envia Ch-ifto ainda Jetenta Difciptilos a pregar > e os informa de temo para o ca-
minho fe hao de aparelha?; e para com os ouvintes aver. IJ .Ameaça com gran­
des caftigos ds cidades de Chorazjm» Bethfaida e Capernaum , por caufa de fita
incredulidade. 17 Tornati os alegresfetenta contando o que fizerao: e o Senhor lhes
enfina o de que muyto mals alegrar'fe deviam* 21 Da graças a feu Pae 5 e en-
fina de quem a fdlutariafciencia proceda. 2$ Refponde a pergunta de hum Doutor
da L.ey; acercado que fãzer devia para pojfuir a vida eterna. 29 Dâ outra >
de quem fojfe feu proximo com aparabolade hum y queemmaos defalteadorescaira^ yoa^^*
. e hum Samaritano o focorrêra. 38 He hofpedadode duasirmaas y Martha e Ma- (y ^TheíTÁz
ria i e louva wais a devaçam de Maria« do que 0 cuydado de Martha.
x p defpois d’ifto ordenou o Senhor ainda outros fetenta, e man- *^1 *°*
dou os de dous em dous diante de fua face, a toda cidade e dMatt.w,
lugaraonde elle avia de vir. 9Uo.
a E dizialhes: a Grande he em verdade a fega, mas os obreiros Man.6:8.1
faõ poucos; b portanto rogae a o Senhor da lega, que empuxe obrei-
rosa fua fega. ,
3 c Andae; vedes aqui vos mando como a cordeiros em meyo de i9;
lobos. fMatt.io:
4 d Naó levei» bolíà, nem alforge, nem alparcas; e c a ningué n.
faudeis pelo caminho. ’ Marc.6-.io..
5 /E em qualquer cafa que entrardes, dizei primeiro: Paz [feja] -
'hefta caía. Lev i 9t
6 E fe ali algum filho de paz ouver, voflà paz fobre elle repoufa- l2t’
rá; e íe naó, a vos outros lê tornará. Pe«f.24:
7 s E ’na mefma cafa vos ficae, comendo, e bebendo do que i4*
tiverem: h Pois digno he o obreiro de feu falario. Naó vos paflêis
de cafa em caía. . * ;Mpé,.ao:
;
) S E em qualquer cidade que entrarde"s, evos receberem, comei s c^.
o que diante vos puferem. i4‘. *
T 9 E iTid&li.
M £) S. EUANGÊLHO
9 E eurac os enfejmos que’nella ouver, edizeilhes: Chegado he
a vosoutros 0 Reyfto de Deus.
’ Io: 10 i Mas em quaíquer cidade que entrardes, e vos nao receberem,
Mart 6-11 &’n^° Por ^USS ruas5 dizei:
Zar. 9- 5- 11 0 P° Que vo^a cidade nos pegou, facudimos íobre
i^.13': vosoutros: Ifto todavia fabei, que ja 0 Reyno de Deus avos outros
51. chegado he.
ei8:6. 12 E digo vos, que maistoleravelmente feraõ [tratadas] ’naquel-
le dia [w de] Sodoma, do que aquella cidade.
13 Ay de ty Chorazin, ay de ty Bethíàida j que fe em Tyro e em
ÍMatt. Io‘.
'Sidonforaõ feitas as maravilhas, que em vosoutras feitas foram,
40.
Man.y.W..ja muyto ha que aífentados em faco e em cinza fe ouveraõ arre-
/sa u -20.pendido.
m 1 Thtíf. 14 Portanto Tyro e Sidon feraõ mais toleravelmente [tratadas],
4:8. em 0 juizo, do que vos outras.
v ^poc, 12: 15 E tu Capernaum, que até 0 ceo eftás levantada, até 0 infer­
?.’9‘ no feras abaixada.
4> SLríC I 0
’l8. 16 / Quem a vosoutros ouve, a my me ouve j e quem a vosou-
ZLT
íVA► 2S: ttos engeita, a my me engeita $> m e quem a my me engeita, en-
xod. 32:geita a o que me enviou. I

17 E tornáraõ os fetenta com alegria, dizendo. Senhor, ate os


ijay. 4:3. Demonios fe nos fugeitaô em teu nome.
12. I. 18
•7 -
,5 E r)í íTzallxan :• ^Bem
X7 diflelhes ín Çotun/í
via eu na Satanás,
Trín que comorayocahia
4» J
fMatr.il:^0 ce0‘
_ — - - ►

15. 19 0 Vedes aqui vos dou poder para íòbre fèrpentes e efcorpioens
r 1M 3:12.pifar, e fobre toda a força do inimigo , e nada dano algum vos
IJay;29J4. fará,
itor. 1:19. 20 Mas naô vos alegreis de que os efpiritos fe vos fugeitem 5 ân-
e 2: /jS. tes muyto mais ■ vos alegrac
’ p de’ que voíTos nomes eftaó - -
~ - cícritos ’nos
20.3:14
* Oll foy „
ceos.
aceito diawr ? Naquella hora fe alegrou Jefos em efpirito, e diíTe : Graças
te de ty, te dou, o Pae, Senhor do ceo eda terra, rqueefcondcíieeftascou-
(Pf, 8:7. fas a os fabios e entendidos, e as revelafte a as crianças $ afli he, o
Ioa 3 • 3$• Pae, porque * affi foy [ tua] boa vontade diante de ty.
22 / Todas as coufas me foram entregues de meu Pae? e ninguém
I Cor, 15:
27.
fabe quem íeja o Filho, fenaõ 0 Pae, nem quem feja o Pae, iènaõ
; ,y/;. 2~ . i0> o Filho j e á quem 0 Filho o quifer revelar,
P/x
ffròis. ' E virandofe para feus Difcipulos, difle
23 aparte: *Bem-
v. 18. aventurados os olhos que vem o que vos vedes. .
íó:4|. 24 X Por-
SEGUNDO S. LUCAS. Cap.X. i47
24 xPorque vos digo, quemuytosProphetaseReysdefejáraõver
o que vos vedes, e naô 0 viraô $ e ouvir 0 que «uvis, e naô 0 oú-
viraõ.
a5 E eis que hum certo Doutor da Ley fe levantou , atentando $
o, e dizendo, Meftre, que coufafazendo, herdareiavidaeterna?
16 E elle lhe diíTe: Que eftá eícrito na Ley? Como lés?
27 E refpondendo elle difle: y Amarás a o Senhor teu Deus ’
todo teu coraçaó, e de toda tua alma, e de todas tuas forças, ede .
todo teu entendimento; « e a teu proximo como a ty mefmo. 19:
18 Ediflelhe: Bem refpondeíte fazeiflo, evivirás. iS.
29 Mas querendo fe elle juítificar a fi mefmo, difle a Jefus: E W $■
quem he meu proximo ? . ’ Gal.y.14.
3® E refpondendo Jefus, difle : Hum homem defcendia dejje-
ruíálem a Jericho , e cahio em [matis de~] falteadores, os quaes
também o deípojaraõ, e dando [lhe muytas] pancadas foraô fe, dei­
xando [»] meyo morto.
31 E a cafo decendeo hum certo Sacerdote pelo mefmo caminho,
c vendo o, paflou de largo.
31 E femelhantemente também hum Levita, chegando junto a
aquelle lugar, veyo, e vendo f«J páflou de largo.
33 Porem hum certo Samaritano, que hia de caminho , veyo fc
junto a elle, e vendo o, moveófe a intima compaixaó.
34 E chegando fe, atoulhe as feridas, deitandolhe’nellas azeite
e vinho 5 e pondo 0 fobre fua cavalgadura, levouoahuãeftalagem,
c teve cuydado d’elle.
35 E partindofe a 0 outro dia, tirou dousdinheiros, edeuosao
hoípede, e diflèlhe: Tem d’ellc cuydado 3 e tudo o que de mais
gaitares, quando tomar, t’o pagarei.
36 Quem pois deftes tres te parece que. foy 0 proximo daquelle
que em f dos J falteadores cahio ?
37 E elle difle: Aquelle que com elle ufou de mifericordia. Po­
lo que Jefus difle: Vaé, e faze da mefma maneira.
38 Eaconteceo que indoellescaminhando, entrou em huaaldeaj
e hua certa mulher, por nome Martha, .0 reçebeo em fua cafa.
39 Efta tinha huá irmaã, chamada Maria: aqual, «aflentandoíè
também a os pees de Jefus, ouvia fua palavra.
40 Martha porem andava muy ocupada em muytos ferviços: e f,
* fobre vindo, difle: Senhor, naô fe te da de que minha irmaáme *Ou
deixe fervir a my fó? Dizelhe pois que me aj
T» 4x Re-
i43 OS. EUANGELHO
41 E refpondendo Jefus, diífelhè: Martha, Marcha, cuydadofa
c fadigada andas coto muytas coufas.
42 Mas huà coufa he neceífaria: Porem Maria efcolheo a boa par-
íPfW.4' te, b a qual lhe naô ferá tirada.

Capitulo XI.
x PmcWff Chrifto a feus Difcifulos o formulário de orar. Ç E cor» as faraíolas
de hum amigo j e de hum faeh enfna. que Deus ouve a os que em orar ferjèveram.
14 Dança fora a hum Demonio mudo» e reprçnde a blajçhemia d'os que diziao9
que em virtude de làeelzebul fora o lançara. Z4 Propoe o miferavel eflado d'a-
quede em quem o efpirito imundo a entrar torna* zy Aclama hua mulher for
bemaventurado o ventre que a o Senhor trouxe* 29 Declara o Senhor que a os
Judeos fera dado ofinaldèjonas. 31 Contrapõem lhes â fuacontumácia o exem-
fio da Rainha.do Sul» e. o dos de Ninive. JJ Enfina com a parabola da can-
dea> que a luz do Euangelho fe nao deve çncubrir* y] Refrende a hypocrifia*
ambiçaí > e crueldade de que os Efcribas e Pharifeos ufavatí contra todos osPro*
fhetas e Açoftolos > e os ameaça com o castigo de Deus* 53 Polo que os Phari?
feos novas ciladas lhe cmao*

i J7 âconteceo que eftàndo elle orando em hum certo lugar , como


ceifou, lhe diílé hum de feus Diícipulos: Senhor, enfina nos
a orar, como támbem Joam a feus Diícipulos eníinou.
* E elle lhes diífe: * Quando orardes, dizei: PaenoíToque[^?J
’nosceos, fan&ificado feja o teu nome: VenhaoteuReyno: Seja
feita a tua vontade, affi na terra como ’no ceo.
3 Da nos cadadia noífo paõ cotidiano.
iKd'i<- 4 E perdoanos noífos pecados, pois também nos perdoamos a
zas. qualquer aue
oualauer emtentacaói mas livra-
que nos deve. E naónos * metas emtentaçaõj livra»
nos do malino.
5 Diífelhes também: Qual dé vosoutros hum amigo terá, e a
elle á meya noite irá, c lhe dirá: Amigo, empreftame tres paens.
6 Porquanto amigo meu a my de caminho veyo, enao
b M/tft 7:
/ “
tenho que lhe aprefentar.
e 11: ZZ. 7 E elle de dentro, refpondendo, diga: Naô me dés moleíiia,
11: ja a porta eftá fechada, e meus filhos eílaô comigo ’na recamara,
24. naô poflò levantar me a dar t’os.
loa. 14:13. 8 Digo vos, que ainda, que fenaõ levante a lh’os dar, por fcr ’
' com tudo- por fua importunação fe levantará,
amigo j; com*tudo,
feu amigo levantará» e tudo
Ide 1 • $/. 4uant0 ouver mifier lhe dará.
1 / -.*3:í2. 9 E eu vos digo a vosoutros: í Pedi, edarfcvos ha: Buícae, è
15:14. achareis: batei, e abrir fe vos hat x» Po-»
SEGUNDO S. LUCAS. Cap.XIL w
«o Porque qualquer que pede, recebe •> e quem bufca«chaj ea - '*?!•

quem bate, Te lhe abrirá. .. .


■*«.1 . •

li c Eque pae de vosoutros, a quem o filho paõ pedir, lhe daráv^^^' T.‘

huãpedrar Ou, fe também peixe, por peixe,lhedaráhuãferpente? ^í"'


l„ ••
u Ou fe também pedir hum ovo, lhe dará hum efcorpiaó? -
w ,
•'

13 Pois fe vosoutros, fendo maos, fabeis dar boas dadivas a vóf-


fos filhos, quanto mais dará \yoflo~\ Pae celeftial 0 Efpirito Sandio
a aquelles que lh’o pedirem? ,
14 ^E eiiava lançando fora a hum Demonio, e era 0 tal mudo.
‘ E aconteceo que, faido 0 Demonio, 0 mudo fallou, e as compa-
nhas fe maravilháraõ.
15 Porem alguns delles diziaõ : e Por Beelzebul, Princepedosí^^1?'
Demonios, lança fora a os Demonios. 34»
16 E outros, atentando [0], f pediaô lhe final do ceo.
17 Mas conhecendo elle feus penfamentos, diífelhes: g Todo
Reyno divifo contra fi mefmo, heaflolado, e cae a cafa contra fii. '
mefma [<£vi/â]. gMatt.iz*,
18 E fe também Satanás contra fi meímo eftá divifo, como fub- a5-
fifiirá fcu Reyno ? Porquanto dizeis, que por Beelzebul lanço fora 3
a os Demonios.
19 E íè eu pòr Beelzebul a os Demonios fora lanço 5 vofíos filhos
por quem os lançaó? Portanto elles feráõ vofíos juizes., .
ao Mas fe eu polo dedo de Deus lanço fora a os Demonios, cer­
tamente chegado he a vosoutros o Reyno de Deus.
2.1 Quando 0 valente armado guarda feu paço, empazeftafWo j
quanto tem. ,
aa h Mas íobr evindo outro mais valente que elle, e vencendo o,toma b Coto# %
[&] toda fua armadura em que confiava, e reparte feus defpojos.
a? i Quem comigo naõ he, contra my he$ e que comigo naõ
[ panha, derrama. 3®*
I a4 k Quando 0 efpirito immundo tem faido do homem, andapor kMaíí.u:
lugares fecos, bufcando repoufo j e naõ [y] achando, diz: Tor» 43»
narmehei a minha caia d’onde fahi.
aç E vindo acha a barrida e adornada.
a5 Entonces vae, e toma com figo outros fete efpíritos peyores n
que elle, e entrados, habitaõ alij l e &ô do tal homem as coulas
derradeiras, peyores que as primeiras» siOk?
17 E aconteceo que, dizendo elle eftas cou&s, huã mulher dá
| companha, levantando a voz, lhe diflê: Bemaveaturado o ventre it»' iy-
í «ptóte trouxe, e os peitos que munáfte. «8 Mas . >*

f
Ho OS. EVANGELHO
Matt.’]'. 18 Mas elle diíTe: m Antes bemaventurados os que ouvem a pala-
ea 6-i9 V1'a ^eus> c a guardaõ.
J9 E ajuntandoíe as companhas, começou a dizer : Malina he
j<?á i:i7. efta geraçaô-, final bufca, e final lhe naó ferá dado, fenaó » o final
t a; 10. de J onas 0 Propheta.
30 Porque como Jonas foy final para os Ninivitas, affi [«J ferá
também 0 Filho do homem para efta geraçaô.
31 A Rainha do Sul fe levantará em juizo com os homês defta
i i
! geraçaô, e os condenará 5 « pois até nos fins da terra veyo *
i.
. ouvir a fabedoria de Salamaó: E eis que mais que Salamaõ eftá
l Chrw, 9:
I ' aqui.
Mãtth. n; 32 Os homens de Ninive fe levantaráõ emjuizo comeftageraçaô,
42. e a condenaráõ 5 pois com a pregaçaóde Jonas fe converterão: E
çlon. 5: j. eifaue mais que Jonas eftá aqui.
4. * 1 '

33 ? E ninguém, acendendo a candea, f a] poem em [lugar J 0-


Jfarc. 4:21
culto, nem de baixo
« . •
do alqueire j fenaó ’no candieiro, paraqué os
*•

Luc. 8: ió.' que entyare, a luz vejam. ►

rMattb.fc '34 r A candea do corpo . he 0 olho. Sendo _pois teu olho fiíhple,
11. também todo teu corpo ferá luminofo: Porem fe formão 5 também
[todo] teu corpo ferá tenebrofo.
Olha pois
35 Olha que aa luz
pois que em ty
que em
luz que ty ha,
ha, naó
naô fejaó efcuridades.
fejaó efcuridades.
CMan.y^ ■/ 36 Affi que lendo teu corpo todo luminofo, naó tendo parte al- •
t fcura} todo ferá luminofo, como quando a candea com [/tu
gU5ã cefeura, j
[[iu]
rJ t- refplandor te alumia. I

37 Eeftandoelle [aMa] fallando,


faltando, rogoulhe húhu Pharifeo que vief-
rantes, fe a jantar com elle 3 e entrando aflèntoufe [4 mefi],
38 E vendo 0 Pharifeo, maravilhoufe, /.de quenaõfe lavar*
Dan. 4.- antes de jantar.
»

39 E ó Senhor lhe difle: t Agora vosoutros, osPharifeos, oex-


y 13: terior do copo e do prato alimpaes» Porem voíTo interior, de ra­
*3- pina e maldade eftá cheyo.
22. : 40 * Parvos, o que fez o exterior, naó fez também o interior?
OJe .6:6 41 Porem dac de efmola o que tendes 5 e eis aqui tudo vos ferá
■Mdch. 6: s limpo.»

41 y Mas ay de vosoutros Pharifeos, que dezimaes aortelaam, e


. V?’’7, a arruda, etodaortaliçaj « c pelo juizoe caridade de Deus [de largo]
t Matt.z- ■ —- - ■
6. paífaes. Èftas coufas importava fazer, e as outras naó deixar.
fôarc. 11; 43 « Ay dcíy-vos outros Pharifeos, que amaes os primeirosaflcn-
38. tos ’nas Synagogas, e as faudaçoens nas praças.
'lífc.í9;46. 44 í Ay
SEGUNDO S. LUCAS. Cap.XI. <51
44 í Ay de vosoutros Eícribas e Pharifeos hypocritas, que fois cor..^^^j:
mo as fepulturas que naõ aparecem, e os homens, que fobre elles
daó, o naó fabem. . _ ' Wm®
4‘ E refpondendo hum dos Doutores da Ley, diflelhe:
quando dizes ifto, também a nós nos afrontas. .
4'> í Porem elle diífe: Ay de vosoutros também Doutores da Ley,
que carregaes a os homens com cargas difficeis de levar> e vosmef-
mos nem ainda com hum de voíTos aedos as [ ditas ] cargas tocaes. ”
47 Ay de vosoutros, queedificaesosfepulcrosdos Prophetas, e
matáraõ os voflos paes. z91 ‘
48 Bem teftificaes pois que também * confentis ’nás obras de vof- * Ou, vos
fos paes: porque elles os matáraõ, e vosoutros feus fepulcros edi- «&v&es
ficaes. d'as obras.
4? Portanto diz também a fabedoria de Deus: f Prophetas e A-« M*tt. 10;
poftolos lhes mandarei j e delles, a [ mataráõ, e a [outros]
fora lançar áõ: ^uc-10: 3*
5° Paraque deita geraçaó feja requerido 0 fanguedetodososPro- 1 ^L^‘
. phetas, que defda fundaçaõ do mundo derramado foy. Hebr.11-
fi /Desd’o fangue de Abel, faté o íangue de Zacharias, que jç."
foy morto entre o altar, e a cafa [de Deus: ] affi vos digo, fera defta fGen.4\ 1.
geraçaó requerido. Hebr.v.^
h Ay de vosoutros Doutores da Ley, que tomaftes a chave da£2 chron.
fapiencia5 vos mefmos naó entraftes, e a os que entravaó impe- >,
diftes. . A^.23.
13.
53 Edizendolhes cilas coufas, os Efcribas e os Phariíèos comc-
çaraõ a forremente o apertar, e a de muytas coufas 0 fazer fàllar:
54 Armandplhe ciladas, e procurando çaçar algua coufa de fua
boca, pera o poderem acufar.
20 O S. E U A N G E L H Ó

JiXXX-X *-»'
Capitulo XII.
• Awija Chrifio afeus Difiipulos quefe guardem dof'mento dos PharifeõS. 4 En*
Jí -. fina a quem mais devemos temer» 6 Exhorta a confiar na providencia de Deus)
f- e afeu Nome ccnfejfart e avifa nos que nos guardemos da blafphemia contra 0 Efpirito
0* 13 Reftfa fer Juiz de herança algua entre irmaís* 15 Com a parabola de hum
ff, rico que queria acrecentar fieus ceUeiros^ nos avifa que da avareza nos guardemos,
* a Enfina com 0 exemplo dos corvos 4 e dos lirios > que encomendando 0 cuydado
dejia vida a Deus bufiquemos febre tudo feu Reyno. 33 Exhorta a dar esmola,
Ea vigiar efperando fua vinda, 41 Defcrevé 0 ferviço e galardao de hum
jervo fiel,. 45 Cgmo também 0 ferviço e cafiigo do infiel. 49 Diz que veyo a
padecer.. s a fogo na terra meter. 54 Reprende a os Judeos de que para otem*
po de fua vifitaçao nas ate%távaõ< E exhorta a com 0 adverfario fe recon*
ciciar.

'1 <* JJ^juntandofe entretanto muytos milhares d’a companha, tan-


to que huns a os outros fe atropeiavao, começou a dizer a
feus Difcipulos: Primeiramente, guardas vos d’o fermento dos Pha-
, Ir rifeosj que he hypocrifia.
* 22í 2’ 2 E nada ha encuberto, que naõ aja de fer deícuberto 3 né 0*
Matth, io: cu^° j Que naõ aja de fer íabido.
16. * 3 Portanto tudo 0 que em trevas difièítes, á luz ouvido fera: c
o que a o ouvido nas recamaras íallaftes, lobre os telhados fc
Luc. 8:17. pregará.
4 & digovos, amigos meus, enaó temaes a os que o corpo ma-
tam 5 e defpois na° íem ™is Que &zer P°ffam.
2g/ 5 Mas eu vos moítrarei a quem aveis de temer 5 temei á aquelle,
que deípois de matar, -também tem poder pera ?nq inferno lançar:
21. Affi vos digo, a eíie temei.
e i Sa».i4:‘ 6 «/ Naõ fe vendem cinco paflàrinhos por dous ceitis? e nem hum
4)- delles eftà efquecido diante de Deus.
1 Sam. 14: 7 e E [ atida J até os cabellos de vofla cabeça todos eftaõ conta-
1 Rey 152 ^os • Naõ temaes pois ■, mais valeis vos outros que muytos paflà-
Luc. 2i;iS,rinhos.
fMatt. 10: 8 f E digovos, que todo aquelle que me confeflâr diante dos
31. homens, também 0 Filho do homem o confeffará diante dos Anjos
çMatt.w. de Deus.
. e 9 S. Mas quem me negar diante dos homens, ferá negado diante
£7^; dos Anjos de Deus.
27jw.2:i2.' 10 E a todo aquelle que palavra J contra o Filho do ho-
iioa.vj^, mem
f-

SEGUNDO S. LUCAS. Cap.XlL,


tncm difier, ferlhe ha perdoado: h Mas a 0 què blasfemar contra q
Eípirito Sancto, naó lhe ferá perdoado. —
ii i E quando vos trouxerem aas Synagogas, e £ a] os MagiS^^
■dos e Poteftades, naó eftejaes folicitos, como, ou que em defení^
[votfa'] ajaesdedizer, ou que ajaesde fallar. " .... £•
» Porque ’na mefina hora vós enfinará o Efpirito Sanâ» o qué í*^^
convenha foliar. ;-OBfe
13 Ediflelhe hum da companha: Meílre, dize a meu irmaó que
parta comigo a herança. . /
14 Mas elle lhe diífe: Homem, quem me pós a my porjuiz, oa ■./
partidor fobre vos outros ?.
If Edíflelhes: Olhae, e guardaevos k da avareza; por que * naó *
confifte a vida de ninguém na abundancia dos bens que poffue. 7^ ”a°
16 E propôs lhes huã parabola, dizendo, A herdade dehumho-
mem rico avia bem fructificado. _ (-,a> „tíe ai_
17 E arrezoava entre fi, dizendo, Que farei? que naó tenho aguem de
onde ajuntar meus fruitos. Jeus bens
18 Édiflé: Iftoforei; meus celleiros derribarei, emayores[<wj
edificarei, e ali toda eíta minha novidade, e eftes meus bens ajun­
tarei. ?
«9 E a minha alma direi: Z Alma, muytos bens em depofito, ZEícZii:».
pera muytos annos tens; defcança, come, bebe, j/J folga. iCw.ij:
a® Porem.Deus lhe difle: ™ Louco, efta noite te pediráó tua al- 35-
ma; e o que tens aparelhado, » cujo fera?
21 Affi 'he ] o que para fi enthefoura, e naó he rico em Deus. ú*
, 22 E diffe a feus Difcipulos: « Por tanto vos digo , naó eftejaes npf.iy. 7"
folicitos por voílâ vida, que comereis; nem polo corpo, que' ve- «^55:23.
íiireis. Matt.&.Vi*
23 Mais he a vida, o que fuftento, e o corpo, que o veftido. Phil.4:6*
24 / Confiderae os corvos, que nem íemeaó, nélegaó; nem tem I Tim.4:s-
I Pedr.ffl»
defpenfa, nemcelleiro; e Deus os alimenta: Quanto mais valeis .
r*os outros, que as aves? P/ii47:9.
pf. 147: 9.
25 j E quem de.vosoutros pode, com fua folicitidaõ, acrecentar q jdatth.6t
a fua eftatura hum cóvado ? 27,
2-6 Pois fe nem ainda 0 que he menos podeis, porque eftaes foli-
citos polo de mais ?
27 Confiderae os lirios, comocrecem: naó trabalhaó, nemfiaó; ' *'*4

e digovos que nem ainda Salamaó, em toda fua gloria, fe


a veflir como hu delles. 4

V 2S E '■ae&

2-2>. ,IM &


0 S. EVANGELHO
Capitulo XIII.
I Com as novas que a o Senhor daí j de como PHatos o fungue de alguns Galidefó
com Jeus facrificios mefiu^dra 3 e com o exemplo dos dezoilo , fòbre os quaes a tor­
ve de Siloé caíra > toma o Senhor ocafiao de ás companhas á penitencia exhortar^
i E propoe também a efte fim a parabola da figueira fiem fruito, lo Sara em
Sabbado a hua mulher > que dezoito annos avia tinha hum ejpirito de enfermidade,
14 O que por bem feito defende contra humPrincepe da Syvagega. 18 Compara
0 Reyno dos ceos com 0grao damoslarda^ e como formento, 23 Perguntado hum
Je Jao poucos os que fe jalvao > ex horta a entrar peia porta efireita > 31 Refpon-
de a os Pharifeos > que 0 avijàvaí, que de Herodes je guardajfe. 34 Queixafe
d1a crueldade e contumácia dos d-' Jerufalem, e prophetiza jua de&ruiçaít
* Ou, de. j -p ’naquelle mefmo tempo eftavaõ ali prefentes alguns, que lhe
nunc^vac^ Xj* contavag [acena] dos Galileos, cujo fanguePilatôs comfeus
íãcrificios mefturára.
1 E refpondendo Jefus, diífelhes : Cuidaes vosoutros que eftes
Galileos ajam fido mais pecadores , que todos [demais J Galileos,
por tal padecido averem?
^u.5/93” 3 Naõ,vos digo; antes fe vos naõ * arrependerdes; todosfeme-
}kanteinente perecereis.
4 Ou aquelles dezoito, fobre os quaes a torre em Siloé cahio, e
os matou cuidaes que mais devedores foffem , que todos quantos
homens em Jerufalem habitaõ?
5 Naõ, vos digo; antes fe vos naõ arrependerdes, todos feme-
Ihantemente perecereis.
6 E dizia efta parabola: Tinha hum certo [ tomem J} prantada hua
figueira em fua vinha, e veyo a ella a bufear fruito, enaõ
achou.
7 E diífe a o vinheiro: Vésaquitres annos ha que venho a buf­
ear fruito a efta figueira, e naõ [y] acho: Corta a, porque ainda
ocupa inutilmente a terra.
S E refpondendo elle, diffelhe: Senhor, deixa a [atoda] efte an­
uo, até que eu a efeave, e a efterque.
2 Efe der fruito [deixa a ficar}, quando naõ, cortalahás dcípois.
10 E enfinava em huã das Synagogas hum Sabbado ; '
n E eis que eftava ali huã mulher que avia dezoito annos que hum
efpirito de enfermidade tinha ; e andava corcovada e em maneira
nenhuã endereitar fe podia.
ia E vendo a Jefus, chamou a a fi, c diffelhç: Mulher, livre
eflás de tua enfermidade.
JJ E
SEGUNDO S. LU,CAS. Cap. XIII. 157
x? 'E pós as maôs febre ella, e logo fe tornou a éndereitar, egloe ; ’
rifiéava a Deus. _ _
X4 E refpondendo 0 Princepe da Synagoga, * indignado de queJe-íWwfe 4#
fus ouveflè. curado em Sabbado, diífe a companha : » Seis dias w.
em que obrar he mifter: Neftespois vinde, e curar vos deixae,
naó em dia de Sabbado. Pí«ai’,í.
15 Porem 0 Senhorlhe refpondeo, e diífe: Hypocrita, £ naó de- f,^^;
ília em Sabbado cadahum de vos outros feuboy, ou aíno, da 11.
manga doura < e a lhe dar de beber f o~l leva? /Exo&fyt
16 * E nao convinha foltar d’eíta liadura em dia de Sabbado a efta S- ,
que he filha de Abrahaó, a qual, eis, que Satanás a avia liado já*' ©«*«*«4».
dezoito annos ha? *
17 E dizendo elleeftascoufas, todos * feus adveríàrios fe confun- et}(.aUe€-
diaõ 3 e todo o povo fe alegrava de todas as gloriofas couíàs, que iha X A-
por elle eraó feitas. hrahamhe,
18 c E dizia: A que he femelhante o Reyno de Deus? e a que 0/ eis ,<jue
compararei? Satanás, j*
19 Semelhante he a 0 gram da moftarda, que tomando o 0 ho-
mem, o lançou em fua horta $ e creceo, e fez fe arvore grande, c
as aves dos ceos em íuas ramas íe aninháraõ. ní>i
ao E diífe outra vez: d A que compararei o Reyno de Deus? convinha
ai Semelhante he a o fermento, que tomando 0 a mulher, o efcon- áesla lira-
deu em tres medidas de farinha, até que tudo fe levedarfe. dura em dia
aa e E andava de cidade em cidade, e de aldèa em aldea enfinan-
do, e £/&] caminho pera Jerufalem endereçando. * q'
a? E diffelhe hum: Senhor, lãó também*poucos os que fefalvaó? a
E elle lhes diífe:
a4 /Porfiae por entrar pela porta elireita: Porque (eu vos digo), c
que muytos procuraráô entrar, e naó poderáó. 31-
a 5 [como quando] avendofe o pae de familias levantado, jiga porta •M’rí4:3o»
cerrar, ea_ae fora começardes a eítar, e /porta baterf""dizendo,
Senhor, Senhor abre nos 3 erefpondendoelle, vosdiflêr: Naõvos
conheço («w fii] b donde fejaes: 3^
*6 Entonces começareis a dizer: Em tua prefença comido e be-
bido avemos, e cm noífas ruas enfinado tens. * fMatth.%
27 i E elle differ: Digovos que naó vos conheço {nem fií] donde
fejaes: k Apartae vos de my, vos todos os obradores de iniquidade.
^8 l Ali ferá o choro, e o ranger de dentes: m Quando virdes ã
Abrahaó, ealíaac, eajacob, eatodososProphetas’noReynode a ▼

Deus 3 porem a vosoutros lançados fora. l2»E n, *


4 ^#.7:23. kfyfyMrthiyJMU 13:42.1-24:51, mMat.iai, / á
a átie í-*; tielc "A
is? OS.EUANGELHO
f Ipiv. . w » E viráõ do oriente, e do occidente, e do norte} e do fui,'
MaL I: ii, e aíTentaríehaó [<í mefe] ’no Reyno de Deus.
Matt .8;n.
30 0 E eis aqui que derradeiros ha, que feráõ primeiros, e pYi-
i? Matt, 19:
meiros ha, que feráõ derradeiros.
5°* 31 Aquelle mefmo dia chegáraÕ huns Pharifeos, dizendolhe :
e 2o: 16.
Mxsrc io: Sae te, e vae te d’aqui 5 porque Herodes te quer matar.
3i< 32 Ediffelhes: Iue, e dizei a aquella rapofa: Eis aqui lanço fora
Demonios, e effeituo curas, hoje, eámanhaa, e ao terceiro
fou confumado.
33 Porem importa que hoje, e á manhaâ, e 0 [<&»] fegúinteca-
p Matt; minhe: Porque naó fucede morrer Propheta algum fora de Jeru-
37. falcm.
^P/ayiS.
/9I.*4. 34 v Jerufalem, Jerufalem, que matas aos Prophetas, e apedre­
rP/. 69:26. jas a os que te faõ enviados 7 quantas vezes quis eu ajuntar teus
ljay. 1:7. filhos, como a galinha feus pintaõs debaixo de fuasafas, e naõqui-
ler. 7: 34 feftes ?
M^3:I2 35 f Eis aqui voíla cafa fe vos deixa deferta. E digovosem verda­
Matth, 23
de, que naõ me vereis, até que venha [0 quando digaes:
28.
V2O<
/Bendito aquelle que vem em 0 nome do Senhor.
JPfal.nZ
26. Capitulo XIV.
I Sara. Cbrifio em Sabbado a hum hydropico > o que contra os Rharifeof.por bem
feito defende. 7 Reprende a ambicao dos que nos convites os primeiros ajfentos
precuravaõ, e exhorta a humildade e beneficencia para com os pobres* 1$ Coma
parabola de huã grande cea, a que os convidados fe efeufárao de vir» deita a os
Judeos em rojlofua ingratidão > e prediz feu regeltamento» e a vocaçao dos Gen­
tios em feu lugar, 25 Enfina que quem feu Dijcipulo quifer fer, a fi mefmo e a
tudo quanto tem j deve renunciar. 28 Com 0 exemplo do que edificar hud torre
quer, e 0 de hum Rey que fazer guerra a outro Rey intenta, amoeda afsusT)i~
jcipulos a d1*345antes bem Juas contas fazer. 34 E enfina que 0 fal enfojfoperana-
da prefía*

1 p aconteceo que entrando clle hum Sabbado a comer pao em


cafa de; hum dos Princepes dos Pharifeos , elles o eftavaô
cfpiando.
a E eifque hum certo homem hydropico eftavaali diante d’elle.
3 E refpondendo Jefus, faltou a os Doutores da Ley, e aosPha­
rifeos, dizendo, He licito íarar em Sabbado?
4 Porem elles calárao; E tomando ellc, curou o ? c de/pc-
dio
5 E
SEGUNDO S. LUCAS. Cap.XIV. 159
$ E refpondendo lhes, difle: <*De qual devosoutros cairá, o 4'E*rá2|*
afno, ou 0 boy em algum poço , que logo em dia de Sabbado-oA 5. <
naõ tire ? , ~Deut.w,À'
í E nada a eftas coufas lhe podiaÕ replicar. . «.13:15.
7 E difle a os convidados nuá parabola, atentando como eíco- •
lhiaõ os primeiros aílèntos, dizendolhes 5
S Quando de alguém a as bodas fores convidado, naõ te aflentes • ■

no primeiro aíTento-, porque por ventura outro mais digno que ty


delle convidado naõ eíteia: ’
9 E vindo o que a ty e a elle te convidou, te diga : Dá lugar as­
cite ; e entonces com vergonha comeces a * te ficar com oderradei-
ro lugar. ívifaf
10 b Mas quando fores convidado, vae, e aflèntateno derradeiro bPnv.zv.
lugar: paraque quando o que te convidou, vier, te diga: Amigo, 6,7.
fiibe mais pera riba. Entonces fer je ha honra diante dos que com-
tigo aflentados eftiverem.
11Porquê qualquer que a fi mefmo fe exalçar j ferá humilhado; 29 '
e aquelle que a fi mefmo fe humilhar, ferá exalçado. Pzw.29:
11 E dizia também a o que 0 tinha convidado: d Quando fizeres 23.
hum jantar, ou huã cea, naõ chames a teus amigos, nem a teus -^«6.23:
irmaõs, nem a teus parentes, nem a vezinhos ricos 5 para- 12,‘
que também elles em algum tempo te naõ tornem a convidar, e te (
* íeja * recompenfado. x Luaíáio,
13 Mas quando fizeres convite, chama a os pobres, aleijados, ip^.s-Z
mancos, cegos.
14 E feras bemaventurado, porquanto naõ tem com que t’o re- Prw.3.28.
compenfar: Porque recompenlàdo te ferá em a reíurreiçaõ àas*^x'fett*
juftos. '
E ouvindo ifto hum dos que juntamente [ d me(d~\ aflentados
cftavaó, diflèlhe: Bemaventurado aquelle que em 0 Reyno de Deus
pam comer.
16 Porem elle lhe difle: « Hum certo homem fezhuã grandecea, íÍÃ,.2$:í.
e convidou a muytos.
17 E á hora dá cea mandou a feu fervo a dizer a os convidados:
Vinde, que ja tudo eftá aparelhado. *
iS E â huã [/è] começaraó todos aefcufar. O primeiro lhedifle:
Comprei hú campo, e importa me íair a vel’o $ rogoteque me ajas
por efcutado.
J9 E outro difle: Comprei cincojuntas de boys, cvouaproválosj
rogote que me ajas por efeufado^ 20 E
OS. EUAttGELHO
2.0 E outro difíe: Efpofei me com huá mulher , e portanto naõ
poífo vir.
ái E tomando aquelle fervo, denunciou eftas coufas a feu Snõr.
Entonces indignado o pae de familias, diífe a feu fervo: Sae afinha
pelas ruas, e bairos da cidade, e traze aqui a os pobres, c aleija­
dos, e mancos, e cegos.
22 E diífe o fervo: Senhor, feito eftá como mandafte j e ainda
ha lugar.
•Ouj/êwn 23 E difle o Senhor ao fervo: Sae te pelos caminhos, e* valados,
e força os a entrar, peraque minha cafa fe encha.
M Porque eu vos digo, que nenhú daquelles vároens, que con­
vidados foram, minha cea goftará.
25 E muytas companhas hiaõ com elle 5 e virando fe, diífelhes:
fDeut.ii: 26/Se alguém a my vier, e a feu pae, e maé , e mulher, e fi-
6- # lhos, e irmaôs, e irmaãs, e ainda também fua própria vida naõ a-
Mauh ^ borrecer, naõ pode fer meu Difcipulo.
' 1’ g E aquelle que fua cruz ás cofias naõ trouxer, e a pós my
f Matt.io', [xm?] vier, naõ pode fer meu Difcipulo.
38. z8 porque qual de vosoutros, querendo edificar huã torre, íè
e 16:24. naó afienta primeiro a fazer as contas dos gálios, fe tem com que a
: 34. acabar ? -■ .
^.$>•23. Porque por ventura defpois de aver poíio o fundamento, c
naõ podendo acabar, naõ comecem todos os que o viremadel-
le efcarnecer,
3® Dizendo , Efte homem começou a edificar, e naõ pode
acabar.
31 Ou qual Rey, indo á guerra-a contra outro Rey pelejar , fe
naõ aflenta primeiro a confultar, fe com dez mil a o encontro pode
fair, a o que com vinte mil contra elle vem?
32 D’outra maneira, eílando o outro ainda longe, manda [lhe}
embaixadores, e polo que á paz \_anmem lhe} roga.
33 Affipois, qualquer de vosoutros que a tudo quanto tem naõ
renuncia, naõ pode ler meu Difcipulo.
hMafth.y. 34. h Bom heofalj Porem fe o falfe desbotar, com quefeadubará?
35 Nem pera a terra, nem pera 0 monturo prefta: Fora o lan-
Marc ' r\ r .j r r
“ ’ çao> Quem tem ouvidos pera ouvu-, ouça.

Cam-
SEGUNDO S. LUCAS. Cap.XV; . íd

Capitulo XV." ■“
I Murmurao os Pharlfeos de porque Chrifio a os pecadores recebe* 3 O que Chrh
fio contra os Pharifeos por bem feito defende > com a parabola d’a ovelha defgar-
rada. 8 Com a dd arachma perdida. II E com a do filho predigo j que tornando
arrependido 0 pae com alegria 0 recebe. 25 O que por bem feito defende contra
a murmurando do irmão mais velho.

I « P chegavaõ fe a elle todos os publicanos, e pecadores a o* M«?r&$,


t '■ ouvir. • * l0‘; .
4 E murmuravaõ os Pharifeos, e os Efcribas, dizendo : Efte a
os pecadores recebe, e com elles come.
3 E elle lhes propôs efta parabola, dizendo,
4 b Que homem de vosoutros tendo cem ovelhas, e perdendo huã/^^-iSi
delias, naô deixa ’no deferto as noventa e nove, e após a perdida lz*
fe vae, até que a achar a venha? f
5 Eachandoa, a.[xae] ponha fobrefeusombrosgozofo?
6 Evindoacafa, [xaõ] convoque a os amigos, evezinhos, di-
zendoihes, alegraevos comigo , porque ia minha ovelha c perdidac 1 ^421
achei? Io.«
10
7 Digo vos, que afii averá [mais] alegria ’no ceo por hum peca- ,
dor que fe arrepende, do que por d noventa e nove juftos, que de* ttC
. arrependimento naô neceffitaó.
8 Ou que mulher tendo dez drachmas , fe a hua * drachma per- *a.d. hm
der, naô acende a candea, e barre a caía, e [a] bufqua com dili- real de
gencia até acha f <? ] ? prata, o»,
9 E achando Ta, mõ] convoque as amigas e as vezinhas, dizen- Jus v;n~.
j
oo, ai
Alegraevos • J porqueja
Lcomigo, a i_
• a drachma j-j
perdida i •
achei.
• I» AÚi vos digo, que ha alegria 'diante os Anjos de Deus, por dw
hum pecador que fe arrepende.
ii Edíífe: Hum certo homem tinha dous filhos.
ia E diílè o mais moço delles a o pae: Pae, dáme a parte da &-
zenda que [me] pertence $ e elle lhes repartio a fazenda.
13 E defpois de naômuytos dias, ajuntando o filho mais moço tu­
do, partíolè para huã terra [miy] longe, e ali defperdiçou fuá fa­
zenda, vivendo difiolutamente. ■
14 Eavendo elleja tudo gaftado, houvehuâgrandefomeiiaquêl- -
la terra, e começou a padecer neceflidade.
15 Efby, eachegoufeahumdos cidadaós d’aquella terra j e man­
dou o. ateus campos a òs porcos apacentar.
■" ' -
A ‘
JT
~, A . . X 16 E
♦ 4- - u
lói OS. EVANGELHO
*Ou,à»fo- 16 E defejava encher Teu ventre * d’as mondaduras que comiaõ os
lhelho, ouj porcos, e ninguém lhas dava.
/la vianda, £ tornando em fi, diíle: Quantos jornaleiros de meupaetem '
lotas “S abundancia de paô, e eu pereço de fome.
18 Levantarme hei, e irme hei a meu pae , e dirlhe hei: Pae,
contra o ceo, e perante ty pequei.
19 E ja naó fou digno de fer chamado teu filho: Fazeme como a
t „ . hum de teus jornaleiros.
1° E levantandofe, foyfe afeu pae. E e como aindaeftivefle de
í;, ' ij longe, vioofeupae, e moveu le a intima compaixaõ 3 ecorrendo,

lançou fe lhe a o pefcoço, e beijou 0.


21 E 0 filho lhe difle: Pae,.contra 0 ceo, e perante ty pequei3
e ja naõ fou digno de fer chamado teu filho.
22 Mas 0 pae difle afeusfervos: Trazei [me aqui} 0melhorvefti-
do, e veftilho •> e dae [ lhe ] hum anel para fua maó, e alparcas pa-
- ra-pés.
_Uu^/òZ- 23 E trazei o bezerro cevado, e matae 0 3 e comamos, e*aie-
** gremos nos.
2+ Porque efte meu filho morto era, e reviveo 5 tinha fe perdi­
do, ehe achado. E começaraõ fe a alegrar.
25 E feu filho o mais velho eftava no campo e como veyo, c
chegou perto da cafa, ouvio a mufica, e as danças.
16 E chamando a fi a hum dos fervos, perguntoulhe, que era a-
quillo?
27 E elle lhe difle: Teu irmaõ he vindo 5 e teu pae o bezerro
cevado matou, porquanto laõ e laivo 0 recuperou. —
28 Porem elle le indignou, e naô queria entrar. Affi que faindo
^fao, O pae, * rogavalhe [que entrajfe}.
29 Mas refpondendo elle, difle a o pae: Eiíãqui, tantos anos £ ha
que} te firvo, e nunca teu mandamento trafpaflèi, e nunca hum ca­
brito me defte, peraque com meus amigos me alegrafle.
30 Porem vindo efte teu filho, que com mudanas tua fazenda
deiperdiçou, o bezerro cevado lhematafte.
31 E elle lhe difle: Filho, tu fempre comigo eftás, e todas mi­
nhas coutas tuas faõ.
32 Polo que alegrar fe, e folgar convinha 5 porque efte teu irmão
morto era, e reviveo3 e tinha le perdido, e he achado.

Cx ..
SEGUKDO S. LUCAS. Cap.XVI.

Capitulo XVI. .
1 Pe/a parabõla íá prudência dl o injufto mordomo enjina Cbri/lo a grangear dtóigof
com o injufio Mamon, IJ EaMamonnaõfèrvir* 14 Reprende a avareza > hy-
pocrifia^ e jòbería dos Phari/èos. 16 Enjina que a Lev eosProphetas ate ^0ao
durado tem * e que ate 0 minimo til delia comprir fe deve. l8 Trata d3o divor­
cio* 1? E propoem a parabola do Rico avarento > e do pobre Lazaro* eodiffe»
rente efiado de ambos 5 affi 3ncfta* como 3na outra vida.

2 P dizia também a feus'Difcipulos: Avia hum certó homem rico,


o qual tinha hum mordomo $ e efte foy perante elle acuíàdo,
como que de feus bens diflipava.
a E chamando o elle, diflèlhe: Comoifto de ty ouço? Dá con­
ta de tua mordomia 5 porque ja naô derás fer mais mordomo.
3 E difle o mordomo entre fi: farei, pois meu Senhor a mor­
domia me tira? Cavar naó poflo endigar tenho vergonha.
4 Eufei 0 que hei de fazçc, 4 eraque quando d’a mordomia, def-
apoíTado for, em fuas cafas me recébaó.
5 E chamando afia cadahum dos devedores de Teu Senhor, difle
a 0 primeiro: Quanto deves a meu Senhor ?
6 E elle difle: Cem* almudes de azeite. E diflèlhe: Toma teu *Ou}vafit.
conhecimento, e aflentandote efcreve logo cincoenta.
. 7 Defpois difle a outro: E tu quanto deves ? E elle difle : Cem
alqueires de trigo. E difle lhe: Toma teu conhecimento, e ef-
creve oitenta.
8 E louvou aquelle Senhor a 0 injufto mordomo por prudentemen­
te aver feito: porque mais prudentes fam os filhos defte mundo» _ ,
d’o que » os filhos da luz, em feu genero. 7*^ ’
9 E eu vos digo: b * Grangeae amigos com o injufto Mammon,^^^z!’ I

peraque quando vos faltar, vos recébaó em os eternos taberna- I9/'


éulos. e 19:21.'
10 Quem he fiel no mínimo, também’no muytohe fiel $ e quem iT3m.6-.i9-
’no minimo he injufto, também ’no muyto injufto he. *Gr.Faxei
11 Pois íé’no injufto Mammon fieis naó foftes 5 quéo verdadeiroIa™ ws*
vos confiará?
12 E fe ’no alheyc fieis naó foftes? quem o voflo, vos dará?
1? c Nenhum fervo pode fervir a dousifenhores 5 porque ou hade
aborrecer a o hum, e amar a outroou fe ha de achegar a o hum, Já*
e defprezar a o outro. Naó podeis fervir a Deus, eaMammon. ...qj
14 E todas eftas couías ouviaó também os Pharifeos, d que eraó
avarentos, e mofavam d’elte. , X 2 x? E *4r .
f 1
< . 1
5M , o S. E,u A N G E L H 0
17 E diflelhes: Vosoutros fois os que avos mefmos diante dos ho-
I/.7*. to. mens vos juftificaes: e mas Deus conhece voflos coraçoens. f Porque
:iSam.i6; o que entre os homens he fublime, he perante Deus abominaçaõ.
7- ió g A Ley, e os Prophetas atéjoaõ \_<hrárao~\: deíd’entonceshe
o Reyno de Deus denunciado, e quemquer força lhe faz.
E raa’s paflãr o ceo e a terra, d’o que cair hum til
i7. ' da Ley. , ■ • ,
iS t Qualquer que fua mulher * deixa, e cõ outra fecâíâ, adulte­
ra ■, ez qualquer
1 J com á do marido deixada fe cála , L.frWewj
que .U a-
dultera.
19 Avia porem hum certo homem rico, eveftia fede purpura, c
dc linho finiflímo, e cadadia vivia regalada e esplendidãmente.
9* ♦ Avia também hum cer_ mendigo, por nome Lazaro, o qual
jazia á fua porta cheyo de chà^g

ai E defejava fartarfe das j khas que da meíâ do rico cahiaôj


vinhaõ porem também os cat mbiaó lhe as chagas.
20 iç .otiarepa- 22 £ aconteceo que morreo o mendigo ^“e foy levado pelos An
e 34- ló. *A fe o 2 0 * reSaÇ° Abraham.
loa 5 39. u’ ‘’ a3 E morreo também o rico, e foy fepultado. E levantand
.^<3.17.11. ellcs foffe, arrependerfehiaõ. infe
ge,
"w
-4
my
a jj
^^'0:44. 2
Zlpí '21: bef
SEGUNDO S. LU CAS. Cap. XVII. W
.. ji, Porem [aMim] lhe diife :■ Se a Moyfes e a os Prophetas
naõ ouvem 5 tampouco perfuadir fe deixaráõ, ainda que alguindos
mortos refufcite.

Capitulo XVII. » . •*
I Enfina o Senhor 5 qua?ito importe evitar os efcandalos. $ E a 0 irmão perdoar
quàntas vezes Je arrepender. 5 "Pedem os Difiipulos que afé lhes acrecente > cu­
ja virtude eforça defireve. 7 Pela parabola dofèrvo que do campo torna^ enfina, que
nada diante de "Deus merecemos fazendo 0 que devemos. II Sara adezleprofos»
dos qaaes fé hum Itío agradece. 2o Enfina 0 modo da vinda de feu Reynò. 2.6
E defcreve os últimos tempos j comparando os com os de Noé. e de Lot*

1 ** E a os Difcipulos: * Imp ei he que eícandalos naõ aAfatt.lS:


venhaôj mas ay pqfquem vierem. 7.
i Melhor lhe fora, porem lheaj^eícoço huã mó de atafona, e
fer lançado no mar, do quea deites pequenos efcandalizar.
. 3 Olhae por vos outroáMlsfe teu irmaó contra ty pecar, repren- yf1*
. de05 efelhepefar, perdoalhe. íLev.ir.
4 c E fe fete vezes contra ty a 0 dia pecar, e fete vezes a o dia a 17.’
ty tornar, dizendo, pefame, perdoarlheás. Prov.17:
$ E difíèraô os Apoftolos a o Senhor, Acrecentanos a fé. Io<
í E diíTe 0 Senhor: d Se [ tanta J fé como hum graõ de moílarda
tivefleis, a efta moreira dirieis: Defarraegate daqui, e prantate’no .
mar, e obedecervos hia. íM#? 18:
7 E qual de vosoutros terá hum fervo, que lavrando, ouapacen- u.
tando [gafo] ande, que tornando do campo, logo lhe diga: Che- dMatt.17'.
ga, e Çá meja~\ te aíTenta. 2.0»
. 8 E naõ lhe diga antes: Aparelha me que cear., e arreman-
gate, e ferveme até que comido, e bebido ajaj e deípois, come e
bebe tu. - *
9 Por ventura dá graças a 0 tal fervo, porque fez o que manda­
do lhe fora? Cuido que naõ.
1® Affi também vos outros, quando fizerdes tudo o que manda­
do vos for, dizei: Servos inutiles fomos $ porque [fimente] o que
deviamòs fazer, fizemos.
u E aconteceo que indo elle a Jeruíàlem, paflòu por meyo de
Samaria e Galilea. ■4 f

ti E entrando em huã certa aldea , fairaõ lhe a o encontro dez


166 O S. EUANGELHO
13 E ievantàraõ a voz, dizendo, Jefus, Meftre, temmifericol•-
dia de nos. *
#Lwi3:2, 14 E vendo os elle, diflelhes: Ide, e moftrae vos e-aosSacerdo-
J/4'?' tes. E aconteceo que indo elles, ficáraõ limpos.
Luc\- íí 1<Í E vendo hum delles que eftava fam , tornou, glorificando a
u' ’' ** Deus â grande voz.
I4*

16 E derriboufe fobre rofto afeuspees, dandolhe as graças:


c era cfte Samaritano.
17 E refpondendo Jefus, difle: Naó foraõ dez os limpos? Eaon-
de eftaõ os nove. «.
18 Naó fe acháraõ nenhums que a dar gloria a Deus tornaflem,
1 245 fenaó efte eftrangeiro ?
Marc iv 19 Ediflèlhe: Levantat^e vaete5 tua fé te falvou.

2I' ’’ 20 E perguntado dos Phari\os, quando o Reyno de Deus avia de


L«. 21:7, vir
ceu,5 refpondeulhes,
comiaó, bebiaô, e difle: eyno de Deusprantavaõ,
compravaó,vendiaõ, naó vem com apa-
|/]edi-
8. rencia exterior.
______ - T w 4
_
xAr.íz.24: 2I k Mas diraó:
20 Nem o dia em/Eilo eilo afl^fahio,
Lot deouSodoma
que aqui, porque
fogoeis equeoReyno
enxofre do
23- . de ceoDeus entre
choveo , evos os eftá.
outros
a todos confumio.
aw.tj: 30 E
21 Affi feráa [tamkm}
difle os Difcipulos
’no :diaDiasviráõ,
em que 0 Filhoquando homem ver
d’odefejareis hum
fe hade
hM.tt.16'.d°s dias do Filho do homem, e naó [<>J vereis.
X«,4'íi.manifcftar.
2!.' ' 23 g E dir voshaó: Eilo aqui, ou eilo ali eftá
• lud.yer.']. ‘f ,(f naó vades, nem
e 17:22. figaes.
eio: 18. 24 Porque como 0 relampago, relampagueando, desd’ahuá[j>4r-
M.íre,s.31.^2 je baixo do ceo, ate a outra de baixo do ceo replandece, affi
ferá também 0 Filho do homem em feu dia.
L^\ó-22. 18 Mas primeiro convém padecer muyto, e ferreprovadodefta
#18:31. geraçaõ.
SEGUNDO S. LUCAS, Gap.XVII. j#
jr ’Naquelle dia, oqueeftiver ’no telhado, e fuas alfayas ©mZÇw.i?:
cafa, naô defcenda a tomalas: E o que no campo, femelhantemen-
te a o que a tras [fa] naó tome. wWAiot
3z ZLembraevos da mulher de Lot. e 16:2c.
3 ? m Qualquer que procurar falvar fua vida, perdelahá ; e qual- Mw*S:3 5.
quer que a perder, * falvalahá. *
34 » Digovos, que ’naquella noite eftaráõ dous em huâ caffia, o l»a. 12:2$,
hum lerá tomado, e o outro ferá deixado. * Gr. e»
35 Duas eftaráõ juntas moendo, e huã ferá tomada, e a outra lè- '^‘iaa c,°*“
ri deixada. J , ÍS.»
Dous eftaráõ no campo; 0 humferáfornado, e o outro ferá a
deixado. rj. '
37 Erefpondendo, difleraólhe: Aon^Senhor? EellelhesdiGe: »Atòr.:4;
0 Aonde o corpo eftiver, alide aiuntamo as aguias. 4<Mt.
* 0 iThef.41
C A P t T o XVIII. (IX3J.
I EnfinaChrifio com a parabola cte rua viuva 3 e hum iniufto Juiz anecejfdadede 33*
9na vraçaòperfeverar. 9 E com outra de hum Pharijeo e hum Publicayso 3 que ^AatthdHX
Deus ouve e iuftifica a 0 pecador penitente > e naó a os que em feus merecimentos
confiam. 15 Manda que a os meninos a elle vir deixem. 18 Refponde dpergunta
de hum Prinçepe 3_ acerca do que faria para alcançar a vida eterna ? e apontalhç-
a guarda d os mandamentos 24. E enfina quam difflcilmente os ricosfi falvardm*
- 28 Promete 3nefia e na outra vida galardoo a os que tudo por amor delle deixa-
rem. 31 Prophetiza fua paixaó morte > e refurreiçaõ. 35 E dd vifia a hum
cego junto a feriehí.

1 p;jjãflèJhes também huã parabola: a [ácena] dequefempreim-iz:


pòrta orar, e nunca desfalecer. I2«
1 Dizendo, avia hum certo Juiz em huã cidade, que nem a Deus
temia, nem a homem nenhum refpeitava. 7Tkelf^
3 Avia também ’naquella mefma cidadehua certa viuva, e a elle1* 34567d.' *
vinha, dizendo, Fazeme juftiça acerca de meu adverlario.
4 E por [fíwyta] tempo naô quis : Mas defpois difto , diflè
entre fi .- Ainda que nem a Deus temo, e a homem nenhum
reípeito:
5 Todavia, porque efta viuva me he molefta, lhe hei de fizer
juftiça: Porque em fim naó venha, e me quebre a cabeça.
6 E difle o Senhor: Ouvi o que diz o injufto Juiz.
7 l> E naó firá Deus juftiça a feus efcolhidos, que dia e noite a
elle clamaô, ainda que longanúno para com eUefeja? Mí,"
.......... 8 Di-
o S. EUANGELHO
, fff-f 8 Digovos que uupuu».
VJ VjWV depreffajuftiça ferá. Porem
lhes XAJd.
JUXklUft XUUJ quando V0 Filha
XV1UUA kjUAÃXMV A JUUUU
Gr* do homem vier, achará por ventura fé na terra? d ■

feul'as.
C 9 &E difle também a huns, que de fi mefmos que eraô juftos con-
t/y^.i:i5'fiavaó, e a os outros em nada tinhaõ, efta parabola: ►

eçSx 10 Dous homens fobiraô a o Templo a orar, ohú


«° 0 hú Pharifeo,
Phariíèo, eo e0
^/w.ji^outro Publicano.
_ _____ . - — - J

21: 11 O Phariíèo eftando em pé, orava entre fi * d’efta maneira :


c 6 Deus, graças te dou, que naõ fou como os de mais homens,
* 29’ ’ cóDeus,
Pnw.2?'- roubadores, injufto», adúlteros5 nem ainda como efte Publicano.
_ 12 Jejuo duas vezes çna femana, dou dizimos de tudo quanto
Matth. a3 - pofluo.
Ia- 13 -EoPublicano, eftando em pé de longe, nem ainda queria
Xaí.14-11”"levantar os olhos a.oceo,
lac,^:6A°^ .r . , batia em feu peito, dizendo, óDeus, ’
i Pear.f.S ■tem miíencordia de my peca
eMatt. 19: *4 14 Digo vos que [mais] ju ju ado defcendeu efte a íua caía , do
13. que aquelloutro: Porque qual ue a fi meimofe exalça, ferá
Marc.^'- humilhado j e qualquer que a fi mefmS huuiilha , ferá exalçado.
13. >5 e - • - --lhe também meninos, peraque os tocaflèj e ven-
E traziaó
do [ oj os Difcipulos, reprendiaõ os.
3 16 Mas chamando Jefus a os [mewiwcs] afi, difle: Deixaeviramy
10.14: a os meninos, e naõ os empeçaesj /porque d"os taes he 0 Reyno de
................
20. Deus.
IPMí.2 2
2- 17 Em verdade vos digo , que qualquer que 0 Reyno de Deus
£ _5r,I9: como menino naõ receber, naõ ha nelle de entrar.
16.
Marc, IO- 18 g E perguntoulhe hum certo Princepe, dizendo, Bom meftre,
17- que fazendo, a vida eterna herdarei? ■ o.
h ExoclM' 19 EJefus lhe difle: Porque me chamas bom? ninguém ha bom
13 fenaõ hum, Jaber] Deus.»
/ »•

Deut.^.iy. 20 Os “ mandamentos fabes: h Naõadulterarás, naõmatarás, nao


Rm 1 y 9. furta;rás na5 darás felfo teftimunho; > Honra a teu pae:, e á tua
iEph. 6:2. ’ 1
Col. j; 20. maé. ' -
k Matth 6 * 21 E difle elle: Todas eftas coufas tenho guardado defde minha
19. mocidade. •
e 19: 21. 22 Porem ouvindo Jefusifto, diffelhe: Ainda huã coufe te feita:
ir»-.6.i9-« Vende r 1 tudo 1 quanto tens, pobres, e terás hum
i, e reparte 0 entre os pobres
IPro^. íi: thefouro ’no ceo 5 e vem, íègueme.
28.
i&út. 19; 23 Mas ouvindo elle ifto, ficou totalmente trifte, porque era
muy rico.
Marc. lo; 24 E vendo Jefus que totalmente trifte ficára, difle: ^Quam dif­
23. ícil-
VJ*
* • »
* M
SEGUNDO S. LU.CAS. Cap.XVHI. io
ficilmentc entraráõ ’no Rcyno de Deus os que fazenda tem! v'
15 Porque mais fácil coufa he entrar hum camelo pelo olho dc
huá agulha, do que entrar hum rico ’no Rcyno de Deus.
16 E, os que \jfio'] ouviraó, difleraó: quem fe pode logo falvar.
17 E elle difle: m As coufas que acerca dos homens faó impoffi- mlob.&A',
veis, pofliveis faô ácerca dc Deus. xifr. 13:47.
18 n E difle Pedro : Eiíàqui que tudo deixamos, e ireavemos
feguido. £ }7‘
19 E elle lhes difle: Em verdade vos di V 0 que ninguém ha,n
que cafa, ou paes, ou irmaós, ou mulh ou filhos, polo Rcyno «19:17.
de Deus aja deixado, Mm. 10;
3» /> Que muyto mais ’neftc tempo n^ aja de tornar a receber, 28 •
e ’no ícculo vindouro a vida eterna. Ew. ? •n*
311E tomando com figo a os do , diflèlhes: Vedes aqui fobi- 9
mos t Jerufalem, c cumprirfcha ’ Filho d’o homem r tudo o que
pelos Prophetas eferito u,
31 /Porque ás gentes règuc ferá, e efcarnecido, e injuriofa- jMáW.ió;
mente tratado, e cofpido. u-
33 Eavendc relaçoutado, mataloháó: Eaoterceiro dia refu- eI7 2i*
feiurá. .
34 E elles nada delias coufas entendiaõ, e efta palavra lhes era e9-
encuberta: E naõ entendiaôo que fe [/Áeí] dizia. «10:31.
35 ' Eaconteceo, que chegando elle perto de Jericho, eflava Luc. 9
hum cego aflentado junto a 0 caminho, mendigando. e24‘. 7>
36 E ouvindo eftepaflar a companha, perguntou que era aquillo ? Ç V22''7'
37 E * difleraó lhe, que Jefus Nazareno paflãva. fMat.i-j'
tf Entonces clamou, dizendo, Jefus, Filho dcDavid, tem mi- 4. ' 7‘
fericordia de my. Z«í.23«r.
19 E os que hiaó paflàndo 0 reprendiaó, peraquecalaflc: Porem fo*. 18.18.
elle clamava tanto mais, Filho de David, tem mifericordia de my. •^•3í I3-
40 Jelus, entonces, parandofe, mandou o trazer afi: echegan-í^/,íí*20:
doelle, perguntoulhe, mX.iw
41 Dizendo, Que queres que te faça ? E elle difle : Senhor,
que veja. *011. de-
4* E Jefiis lhe difle: Vé, tua fé te falvou. lutuciárttí.
43 Elogovio, efeguiao, glorificando a Deus. E veado todoo
povo [?/»], dava louvores a Deus.

*
Y Ca pi” »•.
0 S. EVANGELHO
Capitulo XIX.
X Procura Zacheo vir a Chrilto. 6 Recebe 0 em fia cafa. 8 Dá mcifiras de fia
emenda, e 0 Senhor 0 confiola. II Pela parabola d’a repartiçaõ das minas en~
fina que os dons que cada hum tem, os deve empregar em com edes efipiritualmente
negociar. 29 Faz fia entrada em Jerufialem > affientado fiobre hum afino» 37
E as cohspgnhas com aplaufio 0 recebem. 41 Chora fiobre a cidade de Jerufialem,
e Prophet (fi dejlruiiao, 45 Lançafora do Templo os que nelle vendias e cent"
prdvae. 41 E osf) dos Sacerdotes e os Eficribas procuraõmatalo.

s J7 entrando [ icho.
2 E eis que avia allhum varaô chamado por nome Zacheo
e erâ efte Princepe dos pumicanos, e era rico.
? E procurava ver a Jefus^guem foífe, e naó podia, por cauíã
da companha, porquanto era queno de eftatura.
*Oc,ahum 4 E correndo diante, fobio ^huã figueira brava, perao ver3
jjcomtrt). porque avia de paflar por ali. _
5 E como Jefus chegou a aquelle lugar, olhando para riba, vi@
o, e difielhe: Zacheo aprefía te, e defeendej porque hoje meim-
* Ou?^»r. porta * poufar em tua cafa.
6 E apreflandoíè, defeendeu, e recebeu o gozofo.
7 E vendo todos [t/to], murmuravaô, dizendo, Que entrara i
poufar com hum homem pecador.
? E* levantandofe Zacheo, difie a 0 Senhor: Senhor, eis aqui
a metade de meus bens dou a os pobres j e fe em alguã coufa a al­
guém defraudei, o rendo cô os quatro tantos.
< Lí#. ;
y< 9 E Jefus lhe diífe: Hoje houve falvaçaó ’nefta caía, porquanto
* Mart.lQ: também <? efte he filho de Abraham.
& 10 b Porque o Filho do homem veyo a bufear, e a falvaro que fe
ei$ 24. avia perdido. > X

f iS: II, ;11 *E


2 ouvindo
2 ellcs eftas couíàs, proífeguio, e difle huã parabola,
^•13:4<s; porquanto eftava perto de Jerufalem, e cúidavaô que logooReyno
C i4?í'2' - de Deus fe avia.demanifeftar.
i\iarc.iz; 11 c Diífe pois: Hum certo homem nobre fe partio a huã terra
34- [”*9’1 iongc a tomar * para fi hum Reyno., e tornar.
‘O^we- 1? E chamando a dez fenos feus, deulhes dez * minas, c difiè-
íer- lhes: Negoceae ate que eu venha:
14 E feus cidadaôs 0 aborreciaõ j e mandáraô a pós elle embaixâ-
ve»> afir ^ores > dizendo, Naó queremos que efte fobre nos outros reyne.
E.aconteceo que tornando elle, avendo tomado 0 Reyno,
w *
SEGUNDOS. LUCAS. Cap. XIX. Vi.
'difle que lhe chamaflem a aquelles fervos. a quem avia dado o di- . ’
nheiro, pera faber o que cada hum, negoceando, ganhado avia.
16 E veyo o primeiro, dizendo, Senhor, tua mina tem ganhado
outras dez minas. : ■ .
17 E elle lhe difle: [E5«]bem, bom fervo ; pois ’no minimo ■
fofte fiel, fobre dez cidades tem poteftade.
18 E veyo 0 fegundo, dizendo, Senhor, tua mina gradou cin­
co minas.
19 E também a efte difle: E tu eftá [
dades.
a« E veyo outro, dizendo, Senhor, aqui tua mina, que em
hum lenço * guardei. . •OaJe®r
11 Porque tive temor de ty, quew memriguroíò, que tomas
o que naó pufefte, e fegas 0 que na^Femeafte. ou , aq>oji~
aa Porem elle lhe difle: <^Serv alino, portua boca te julga- Sem
rei? fabias que eu era hojm rofo, que tomo 0 que naó pus, e 16. ' *
que fego 0 que naó femeen Matth.ni
2> Porque pois naô defte meu dinheiro a o banco; e vindo eu, 37-
o. demandara com onzena?
M E difle a os que com elle eftavaô: Tiraelhe a mina, e dae a a
0 que as dez minas tem.
4 25 E elles lhe difleraó: Senhor, dez minas tem.
16 e Porque eu vos digo, que a qualquer que tiver, ferlhehada- e Matf. ijí
do; mas a o que naó tiver, até o que tem lhe lerá tirado. 12‘
*7 Porem a aquelles meus inimigos, que naó quiferaó que eu
fobre elles reynaflê, trazei [w J aqui, e matae [wj diante de my.
-S Editoifto, hia caminhando diante, fobindo a Jerufalem.
29 / E aconteceo que chegando perto de Bethphage, e de Betha- f yiatK aI,
aia, a 0 monte chamado das Oliveiras, mandou a dous de feus Di-7 1.
ícipulos, AfarMi-r. .
3° Dizendo, Ideáaldea, que de fronte eflá; aonde, entrando,
achareis hum poldro liado, em que homem nenhum ja mais fe af-
fentou, foltae o, c trazei [<Q.
31 E fe alguém vos perguntar, porque foltaes ? dirlheheís
afli: Porque o Senhor o ha mifter.
E indo os que aviaÓ fido mandados, acharaõ como lhes
difle.
33 E foltando 0 poldro, íèus * donos lhes difleraó: Porque foi- Se±
tacs Q poldro ? táores»
Y» 34E
4
i7i OS. EUANGELHG
34 E elles diíTeraó: O Senhor o ha tnifter.
xIm.h: 5$ £ E trouxeraõ o a Jefus: h E lançando feus vefiidos fobre o
*4- t poldro, puferaõ em cima a Jefus.
* 9' 35 E indo elle andando, cfiendiaõ feus veíiidos de baixo [Me]
.■ pelo caminho,
orno ja chegafle perto da decida do monte das Oliveiras,'
começou\oda a multidaó dos Difcipulos, gozandoíe, acómgran-
, — , .w m. . - or todas as maravilhas que vifto tinhaó,
*k lLi-14* Dizendo, i Benc^o 0 Rey que vem em 0 nome do Senhor,
£/>Z>. 2:14. * I’az no ceo i e Gloria as alturas.
39 E alguns dos Pharlèos da companha lhe difièraõ : Meftre,
reprende a teus Difcipulo’
40 E refpondendo elle, èlhes: Digo vos que fe efies fe cala-
iHab 2:11. rem, l logo as pedras clamará
4> E indo ja chegando, c v< a cidade, chorou fobre ella,
•Ou/w. 42 Dizendo, Ah fe também , a 0 menos’nefte teu
* Ouj te a- dja 0 nUC â tua paz [períewe! J Mas agora ante teus olhos encuber-
pertarae.
4? Porque dias fobre ty virão, em que teus inimigos com * tran-
w 1 Rey.9. queiras te ccrcaráó, e ao redor te fitiaráô, c de todas as banda#
1= 8. * em * eftreito te porám.
AZzcZq::!. 44 m E a ty, e a teus filhos em ty, â terra te derribarão > e pe- 4

Mtítth. 24: jra f0’Dre pedra em ty naõ deixaráõ, porquanto naõ conhecefte o
tempo de tua vifitaçaó.
£«r.2i;6. & E entrando ’no Templo, começou a lançarforaatodósosque
»1 Rey, 8- ’nelle vendiaó e compravaõ:
29, 46 Dizendolhes, » Efcrito eftá: Minha cafa, caía he de oraçaó:
56:7. Mas vosoutros cova de falteadores feito a tendes.
í?7/11’. 4? E enfinava cadadia ’no Templo : 0 E os Princepes dos Sacer-
®^.2i; jotes e os Efcribas, e os Princepes do povo, procuravaó matalo.
Marct II; ' E naõ achavaó que lhe fazer , porque
48 _ todo o poro
_ ♦ pendi»
17. d’elle, ouyindoo.
* Mar/. II:
18.
Iw.7;i5;
• 8:37.
* Ou, e/la-

fi> &c- Cají-


SEGUNDO S. LUCAS. Cap.XX. *7£
Capitulo XX.
I Tefguntando 9$ Efcribas a o Senhor com que authóridade aquellas couzasfaziaire/pen'*
delhes j perguntandolhes d'ondeobautifmodejoao era. 2 Com a parabala da vi­
nha arrendada a huns lavradores que a os criados de feu Amo maltratdrao e a
9 filho matáraõ^ os ameaça com o cafiigo de Deus, Zo Refponde d pergunta de
je licito era tributo a Cejar dar., Refpondendo a pergunta dos Sadduceos a-
cerca de fete irmaós que a bua mefina mulher hum apos outro por mui
prova pela Ley de Moyfes a refurreiçao dos mortos» 41 Propoem rfquefiao^ de
como 0 kAefiias filho de Davidferpoffd.^ chamando 0 Da^i ir, 45 %a-
vifa a 0 povo> q Je guarde da ambiçaoe hypocrifi. EJcribas.
I * p aconteceo hum d’aquelles dias, è eftando elle enfinando»Matt.zv,
’no Templo a 0 povo, e denunciAdo o Euangelho, fobrc- 23»
vieraõ.os Princepes dos Sacerdotes , eo»Efcribas com os Anciãos. ^ían‘IJ*
a E fallaraólhe, dizendo, Dize , com que autoridade eftas
çoufas fazes? Ou quem he o que efífautoridade te deu? *7:»7t
3 E refpondendoelle, difTel r Também eu vos perguntarei huã
palavra; e dizei me: _
4 O bautifmo de Joaõ era do ceo, ou dos homés ?
5 E elles arrezoavaõ entre fi, dizendo, Se diífermosdoceo; dir-
nos ha: porque pois o naô creftes ?
<5 Efedifíermos, Dos homens; todo o povo nos apedrejará: Pois
por certo tem que Joaó era Propheta.
7 E refpondéraô, que naô fabiaó d’onde [era. j
8 E Jefus lhes diflè: Nem taõ pouco eu vos direi, com que au­
toridade eftas coufas faço.
9 b E começou a dizer a o povo efta parabola: Hú certo homem l Pf.ta- %
prantou huã vinha, e arrendou a a [iiwr] lavradores, e partio fe2/»*.5:i.
para fora da terra por muyto tempo. z: lI-
10 E a [/r«j tempo mandou hum fervo a os lavradores , peraque A1*!1*'
lhe deflèm do fraito da vinha; mas efpanqueando o os lavradores, **4 *
£«j| mandáraõ vazio. jfcnumi*
11 E tomou ainda a mandar outro fervo: mas elles efpanqueando
e afrontando tambê a efte, [«] mandáraõ vazio.
n E tomou ainda a mandar a o terceiro: mas elles ferindo tam­
bém a efte, lançáraó fora. ePfate.v$>
13 E difle o fenhor da vinha: Que farei? Mandarei a meu filho Heír.r. a*
amado; por ventura vendo o, [«] reípeitaráó. rffí/».37J
14 Masvendo o os lavradores, arrezoáram entre fi, dizendo, cEfle pÁ*t
he'oherdeiro, Avinde, matemolo, paraque a herdade nófla feja. hatt.iód»
15 E lançando o fora da vinha, matáraõ [»]. Que pois lhes fitfá ei^i.
o fenhor da vinha? ¥ 3 16 Viráj««,n;53.
174 OS. EUANGELHO
ió Virá e a eftes lavradores deftruirá, e a vinha a outros dará-
♦Ou, 7í/E ouvindo elles Çí/o] differaõ: * Guarda! >

nMaja.tu, ’ .............................. " '


.47 Mas olhando elle para clles, diííe : Que pois he ifio que efcri-
DeUS 72QS i
to e eftá? A pedra que os edificadores reprováraó, efla por cabeça
da efquina foy feita.I
22. il itOualqúer que fobre aquella pedra cair, ferá quebrantado ;
W.S:i4.< e aque fobre quem ella cair, efmeuçalohá.
' os Princepes dos Sacerdotes, e os Efcribas, de
MattK 21;' ’i , mas teméraõ a,o povo;
41.
porque [hem] enteijdér^ó que contra elles efta parabola diíféra.
Mm. 12: 20 £ E trazendo [0] dlfobre olho, mandaraóeípiasquefefingif-
lo.
Aã, 4:11.(fem „juftos,...pera em palatwa 0 apanharem, e a 0 Senhorio
Row.9-.33.eP0(^er do Prefidentc 0 en
1 Pedr.2‘4, 2i E perguntaraô 11he, diz^jdo, Mefire, nós fabemos que bem
.7- e direitamente falias, e enfina £ que para a _ap«7enci» Jaj pefiòa
na5 atentas,, antes com verdade inho de Deus enfinas.
«D^.4^4 22 He nos licito dar tributo a naó?
h M»tt.22\? 23 E entendendo elle íua afiucia, diífelhes: Porque me aten»
i<5. ’taes?
Mure, 12; 24 Moftraeme huã moeda; de quem tem imagem, ea inferip-
çaÕ ? E refpondendo elles, difieraõ: De Cefar.
iMatt, 17: 2 5 Entonces lhes difle: Dae pois a Cefar o que [he ] dcCeíar, c
25- a Deus o que de Deus. .
ezz:2l. 26 E naó o pudéraõ apanhar em palavra alguâ diante do povo ;”fma-
.4- Mar^.22: ravilhados de fua repofta, caláraõíe.I
27 E chegandofe lhe alguns dos Sadduceos, que contradizendo
naó aver refurreiçaô, perguntaraô lhe,
xs. __ ~
28 Dizendo, Mefire, __ _ f____
Z Moyfes r__ _,y , quefe o irmaõ de
nos efereveo
algum falecer, tendo mulher , efemfilhos morrer; tome
‘ feu irmaõ a mulher, e a feu irmaõ femente defperte.
29 Houve poisfete irmãos, etomou o primeiro mulher, c mor-
reo fem filhos.
30 E tomou a 0 fegundo; e [Wm>] efie morreo fem filhos.
31 E tomou a o terceiro, e afii mefmo também os íete, e naó
«ieixáraõ filhos, e morréraõ.
32 E por derradeiro defpois de todos, morreo também a mu­
lher. ’ ' ; •
3 3 Em a refurreiçaõ pois, mulher dc qual çlellcs ferá ? Pois <®
fete por mulher a tiveraó,
34 £•
í '
SEGUNDO S. LUCAS. Cap.XX > 27J-
?4 E refpondendo Jefus, diílèlhes: Os filhos deite feculo íe ca-
fàõ, e fe daõ em cafamento.
35Masosquepordignosavidosforemdeaquellefeculo,eare-
furreiçaó dos mortos alcançarem, nem fe haóde cafar, nemferda­
dos em cafamento.
36 Porque ja naõ podem mais morrer5 porque faó m iguaes a os« WsJSj»
Anjos. E faó filhos de Deus, pois faó filhos da refurreiçaõ>
27 E que os mortos aiaó de refufcitar; também Mo " junto ao
çarçal 0 moftrou, quando » a 0 Senhor cham eus^le Abraham, .3 !&•
e Deus de Ifaac, e o Deus de Jacob. , ,
3S Ora naõ he Deus de mortos, mas de vivos; porque I(f
todos vivem a elle.
39 E refpondendo hus dos Efcribas ifiéraô : Medre, bem 14.
difleíte. Mzw.ii:,
40 E naõ oufavaô perguntarlhe: (ã alguã. 3J-
410 E elle lhes difie: Com em que 0 Chrifto he filho de «A- n
David? . ' . viddiz.
41 * Dizendo 0 mefmp.David’no livro dosPfalmosj ? Difie0Se-ppfna-xi
jfiior a meu Senhor, aífentate á minha [wíj direita, ^5.2:34.
43 Até que a teus inimigos ponha por efcabello de teus pees. ICor-15:
44 Aífi que David 0 chama Senhor; e como fie feu ,
filho? Heèr.l^i
4? q E ouvindo 0 todo o povo. difie a feus Difcipulos: - Matt.xn
46 Guardaevos dos Efcribas,. que querem andar veftidos á com- 5, 6.
prida; e amaõ as faudaçoens ’nas praças, e as primeiras cadeiras Mate. 12:
Tias Synagogas, e os primeiros aflentos ’nos convites. JM*»
47 r Que as caías das viuvas devóraó, e em aparência de larga ora-
çaõ ufaõ. Efies receberão roayor * condenação. ri
14.
Mwaijí
4o.
íTík. ,
Tit.l-.ll.
*Pu^fSff
Y
OS. EUANGELHO
Capitulo XXI.
1 Leuva 0 Senhtr « pequena offerta de hua pobre viuva. 5 Propketizaa defirui-
çatido Templo e dia cidade de Jerufalem, 7 JE relata os finaes que lhe aviai de
preceder, 12 E as perjeguiçoens que a os feus aviai defobrevir, contra asquaes
z os confola com fita ajuda e, defenfa. 1q Ãconfelha j que vendo a Jerufalemcer-
fyjai apreffiadamente 9 pera tamanha desaventura evitar, 2$ Prediz os
Çtnaes debita ultima vinda > e com a parabola das arvores que brotai> exhorta a
obfierválck\ erdla com temperança > vigia j e oraçoens* yj Enfii#
também a 0 povo cada ’no Templo*
9-
Marc. 11: 1 * E °^an<^° e^e, v4a os r^cos lan?ar ^uas offertas ’no cofre <!’•
41.
b 2 Cor* s; thefouro.
IX» 4 E vio também a huá re viuva lançar ali dous minutos..
*Gr.falta, ? E difle: Em verdade vò\digo, b que mais que todos lançou
e Matt. 24: efta pobre viuva.
1» ’
.4 Porque todos aquelle _ j £s íobeja lançáraõ pera as of-
fertas (je £)eus: mas eíbu dc '1iua * za tudo quanto fuftento

Lw.i9:4,4. 5c E dizendo alguns d’o Templo, que com fermoíàs pedras cda-
eier.29; 8 divas adornado eftava, diíTe:
Afatt.24.-4. 6 Eftas coufas que vedes: </diasviráõ, em que íè naõ deixará pe-
Ep/?í/ç:6. dra fobre pedra, que naõ ieja derribada.
C'^ii-1.8, 7 Eperguntáraó lhe, dizendo, Meftre quando pois feráõ eftas
cou^as^> E que final averá, quando eftas coUíãs ajaõ de acontecer?
* Ou. dei- 8 e Entonces difle elle: Olhae que naõ vos * enganem, f porque
xeis ew^-viráó muytos em meu nome, dizendo, Eu íbu ebrifioj. E ja o
tempo eftá perto: Portanto naõ vades apos elles.
per.14.14. 9 E quando ouvirdes de guerras, e de fediçoens, naõ vosefpan-
< 'M.’ te^s- P°r9ue neceflàrio he que eftas coufas aconteçaõ primeiro $
i Mtill'' mas netn l°g° [fe™H 0
17 ‘ °‘ 10 Entonces lhes difle: g Levantaríèhá gente contra gente, e
e 24:9. Reyno contra Reyno:
Marc.im, n E averá em vários lugares grandes terremotos e fomeS , e pe«
Iw.i6:x. ftilencias: averá também coufas efpantofas, e grandes'finaes do
^x;/°ceo.
1* * Mas antes de todas eftas coufas, maõ de vosoutroslançaráó, -
eix:^ e [w3 perfeguiráõ, entregando [wjemSynagogas, eíprifoens,
e 16:24. íf j trazendo vos* diante de Reys. ePrcfidcjjtcs* poramordemeu
í^a>7: Nome.
. .13 E
SEGUNDO S: LUCAS. Cap.m
5; E fobrevir vos ha [//?« J por teftimunlio. - Iô:
14 / Proponde pois em voifos coraçoens de naó premeditar comío
£* em voffa defenfa j ajaes de refponder. 11,
15 w Porque boca e fabedoria vos darei, a que contradizer nem *Ou> ftr
refiftir poderáó todos quantos fe vos opuferem. ,* ‘ ajaes., s
rvos
> 16 n E até de paes, e irmãos, e parentes, e amigos fereis entre-
guesj e \_algms J de vos ° mataráó. m Exod<4i
*
12.
17 p E de todos fereis aborrecidos por amor de meu nome. ifayJW
18 f Mas nem hum cabello de voífa cabeç>pâfecerá. Matth. Io;
19 Em voflà paciência vofíàs almas pofiu». 19.
ao r Porem quando a Jeru&lem de exercitos cercada virdes, fabei <fc io»
>

cntonces que ja fua aflolaçaó chegada he. ’ * nMich.7\6*


uMích.r.ó.
oA&q.y),
21 Entonccs os que eftiverem em Jud ía, fu jaó a os montes j eos elt:2.
que em meyo delia eftiverem, fayaô 2e-> eos que’nos campos, nel-A}^£i0.
la naô entrem. . 22.
22 Porque dias de vingança!? j^eftes: /para que todas as coufas, Marj.iy.
que cftaõ efcritas, fe cuflípfSo. IJ» .
23 Mas ay das prenhes, e das que ’naquelles dias criarem : Por- ‘TíSaml4*
que grande * aperto na terra averá, c ira fobre efte povo. x..
24 E a fio de cfpada cairáó, e por todas as gentes cativos os le- irJ
varáó: EJerufalem pifada dos Gentios lerá, t até que os tempos dos iReyJw.
Gentios fe cumpraõ. Matth. io;
25 » E averá finaes’no Sol, e[«w]Lua, efwj Eftrellas: e’na 3°>
terra aperto de gentes pola çonfufaó, bramando o mar e as ondas:
26 Delmayando os homens por caufa do temor, e da efpéra das a^>'
coufas quc;á redondeza d’a terra fobreviráó. Porque as forças d’o j,.
ceo fe abalaráô. 14.
27 * E entonces a o Filho do homem vir em huâ nuvé veráõ com [Dan. 9:
grande poder e gloria.
28 Ora quando eftas coufas começarem a acontecer, olhae para M«#w.24:
riba,elcvantaevofrascabeças,yporquantopertovoiraredemça5eftá. I?.
29 s E diflêlhes huã parabola: Olhae a figueira, e todas as ar- I4>‘ 5‘
vores: «Ou, ne-
3° Quando ja brotam, evos £0] vedes, de vos mcímosíabeis que »$&</<?.
ja o veráó perto eftá. r
Affi também vos outros, quando eftas coufas acontecer
virdes, fábei que ja o Reyno de Deus perto eftá. 8 .7
3* Em verdade vos digo, que naó paflârá efta geraçaó, até que
tudo naô aconteça. Z 3? *JE .
loeLv. ji.« 3:15.Matth.24í 29.Mm. 13:14.Apt&tt,.xDan. 7: ia, Jtoi.l6.17. é243*. /
e 25:31. eK4. Mmtí. 15:24, e 14:62 5.1.'12.2m©. ^«.1.7./S33. a Jíí». 24J
*7* . OS. EU AN GEL HO
wP/ioi: ? 3 « O ceo e a terra paíTaráõ, mas minhas palavras em maneira
27. nenhuã paíTaráõ.
lfal- 5 is 6. j4 b E olhae por vosoutros, que por ventura voflòs coraçoens fe
M*^24’naõ carreguem de glotonaria, e borrachice, e dos cuidados defta
Hebr vn.v^ai e ^'°^re vosoutros d’hnprovifo aquelle dia venha.
ÍR»m. id 35 c Porque como hum laço ha de vir fobre todos os que * habi-
taó fobre a face de toda a terra.
xHíejf.y.6. 36 </ Vigiae pois em todo tempo, orando que fejaes ávidos por di-
1 Pf^r.47» gnos de evitar tocfc eflas couíàs que haõ de acontecer, ede eíiarem
c 1 Thtfl.y. p£ diante d’o Filho do homem.
aiWrii ?7 e E en^nm entre dia’noTemplo; Poremfaindo ásnoites, as
■^^• 3* 3 "paífava no monte chamado 0 das Oliveiras.
eií: 15. 38 E todo 0 povo vinha pela manhaâ cedo a clle a 0 Templo, a
* Gr. efiM o ouvir.
«ffmtados.
dMatt.Z4,\ C AH T V XXII.
41. I Confulttâ os Princepes dos Sacerdotes e os EJcrtbas como a o Senhor matariaSi
*15:13.
Marc. 10: 3 Concerto de Judas com elles para lho entregar. 7 Mwda Chriflo aparelhar
33- a Pafchoa 14 E come a comfeus doze Apofiolos. 19 Inflitue defpoisfia San&t
jLã". I2:4o. Cea. zl Prediz a treiçao de Judas. 14 Amoefta a feus Difcipulos a fe guar­
dar da ambiçaõ e domínio mundano. 1S Prometendolhes a comunicação dejeu Reyz
^len. 8:2. no. 31 Avifa a os Apostolos e principalmente a Pedro contra a tentaçaõ de Sa­
tanás. 34 E prediz lhe fia cuida > e a todos os outros > os trabalhos j que ajjc
a elle> como a elles» em breve os efperavam. 39 Ora no monte das Oliveiras*
e em fia major anguffiapor hum Anjo he confortado* 45 Exhorta a feus Di-
fcipulos que dormindo eliavao^ a vigiar > e a orari 47 Judas 0 trahe com hum
beijo ? e os Judeos 0 prendem* $o Cura a orelha cortada a hum fervo. 54 He
levado a cafa d "o Sumo Pontífice , aonde Pedro tres vezes 0 nega 6l Sobre 0
que olhando 0 Senhor para eíle chora amargamente fua caida* 63 He 0 Senhor
mal tratadoe perante 0 Concilio dos Judeos aprefentado , confejfafer 0 Filha
a Exod. 12: de Deus.
13.
Matt.26n. 1 < p eftava perto a fefta dos [p*ens] afmos, chamada a Pafchoa.
bPf vt*1* 2 E os Princcpes dos Sacerdotes, e os Efcribas, procu*
iea\ 1.47. ravam como o matariao: Porque temiaô a o povo.
Afi.4'. vi '. 3 c E entrou Satanás em Judas, o que tinha por fobre nome Ifca-
eMatt.26'. riota, qual era do numero dos doze.
5 E foy, e fallou com osfPrincepes dos Sacerdotes, e J os
Capitaens, de como lho entregaria.
I J°n.-27. $ 6 * 9uacs f°lgáraõ, e concertarão de lhe dar dinheiro.
♦ Ou; e í 2 E prometeu \lh 10, e bufeava oportunidade pera lh’oentregar
fol&ai. fcmalvorogo. 7 fE
SEGUNDO S. LUCAS. Cap.XXII. w
5? JE veyo o dia dos [faem] asmos, em que importava facrificar</M<tf£2í;
• cordeiro [/] aPafchoa. . i7«
8 E mandou a Pedro, e a Joaõ, dizendo: Ide, aparelhae nos
{«wá/roZ] a Pafchoa, peraque [o] comamos.
9 E elles lhe diíTeraó: Aonde queres que [«] aparelhemos?
10 E elle lhes diflè: Eiíque como na cidade entrardes, vos en­
contrará hum homé que leva hú cântaro deagoa: fegui o até acafa
aonde entrar. »
11 E direis a o pae de fàmilias da cafa: O Meftre te diz; Onde
eftá o apoufento , aonde com meus Difcipulos a Pafchoa hei de
comer?
12 Entonces elle vos moftrará hum grande cenáculo ja preparado;
aparelhae a ali.
13 E indo elles, acháraó como lhes tinha dito ; e aparclháraõ a
Pafchoa. ...
14 «E vinda a hora, aflentoufe [á mefil. e com elle os doze A-e
poftolos. . .
15 Ediflèlhes: Muyto defejti de com vofco efta Pafchoa comer, j?*
antes que padeça. 7'
itf Porque vos digo, que delia mais naô comerei, até que no
Reyno de Deus fe cumpra.
17 E tomando o copo, e avendo dado graças, diflc: Tomae o,
e reparti [»] entre vosoutros.
18 Porque vos digo, que do fruito de vide naõ. beberei, até que
0 Reyno ae Deus naõ venha.
19/E tomando o pam, [/javendo dado graças, partioo, e âeufMatt. 2&
lho, dizendo, Ifto he o meu corpo, que por vosoutros he dado;
fazei ifto em memória de my. I4*
to Semelhantemente também o copo, defpois d’a cea, dizendo, x Co‘ lv
Efte copo [&] 0 Novo Teftamento em meu fangue, que por vos- 23,24*
outros he derramado.
ai g Porem vedesaqui a maõ do que me trahe, comigo á meSigMartAí*.
[e/Z]. 23.
22 E bem vae o Filho do homé, t> fegundo o que determinado
eftá: Porem ay d’aquelle homem por qué trahido he. 18, . .
a; Começáraõ a perguntar entre fi, Qual delles feria o que ifto
avia de fizer? ioíii-iú
24 E houve também entre elles contenda, de qual delles parecia^#.
iSo OS. EUANGELHO
25 E elle lhes difle: i Os Reys das gentes fe enfenhoréaó delias^
25» c os que fobre ellas tem poteftade, fao chamados bemfeitores.
Mm:. lo: 26 k Mas vosoutros naó afli: l Antes o mayor entre vosoutros, íèja
Jfy - —
k como 0 mcnor> e 0 quc precede, como 0 que ferve.
’ LHC 9.43' 27 Porque qual he mayor? 0 que [J aw/âj fe aflenta, ou 0 que
mMatt.20: ferve ? Porventura naó heoque [á wefa] icaífenta? mPoremeulou
28. entre vosoutros, como aquelle que ferve.
194.13:14, *8 E vosoutros fois os que comigo em minhas tentaçoensperma-
Vhil. 2:7. nec[d0 tendes.
71 Lttâa 12»
32. 29 n E eu vos ordeno o Reyno, como meu Pae m’o ordenou.
Mt.ly. 30 Peraque cm meu Reyno à minha mefacomaesebebaesj ccfo»
28. bre tronos vos aíTenteis, julgando a as doze tribús de Ifrael.
^ífec. 3:21. 31 Difle também 0 Senhor: Simaó, Simaój vedes aqui queSa-
piPea 5:8» tanás vos pedio muyto, pera como a trigo vos joeyrar.
32 Mas eu roguei por ty, que tua fé naó desfaleça j e tu quando
algúa vez te converteres, conforta a teus irmaós.
33 E elle lhe difle: Senhor, aparelhado eftou peracomtigo até á
prifaô, e á morte ir.
* Matt.16*, Mas ejje ? pC(jr0} jjg0 tc qUC nag cantará hoje o galo,
antes que tres vezes negues, que me conheces.
n0' ’ 35 Eaellesdifle: r quando vos mandei fembolfa, e \Jèm]alfor-
íoa. 13:3 8. ge, e [jm ] alparcas, porventura faltou vos.alguã coufa ? Edifleraõ:
rMati.io: Nada.
9- $6 Diflelhes pois: Agora porem o que bolfa tem, tome a, como
IWârc. 6: 8. também 0 alforge} e 0 que naó tem, vendafeu veíiido, e compre efpada.
9: 3.
37 Porque vos digo, que ainda importa que em my fe cumpra
12. aquillo
. que eftá efcrito: /E com os malfeitores foy contado. Por-
que o_que de my [eSá efirito feu} nm tem.
>

is. 38
• Eellesdifleraó
“ " : Senhor, eisaqui duas eípadas. E elle lhes
difig:_ Bafla,i
3é. 39 íElâindo, foyfe, comofohia, ao monte das Oliveiras 5 efe-
Man. 14:
32. guiraó o também feus Difcipulos.
loa. s: I. 4° E como chegouaáquellelugar, diflelhes: Orae, quenaóen­
e IS: I. treis em tentaçaó.
uMatt.lG: 41 « Eapartoufe delles como hum tiro de pedra. Epondoife dejoe­
39- lhos, orava,
Marr. 14: 42 Dizendo, Pae, fe queres, paflaeftc copo demyj poremnaó
?$• fe faça minha vontade, » fenaó a tua.
x 294.6:38
43 E apareceo lhe hum Anjo do ceo, que o confortava.
44 yE
».

V ■
S E G V N D O S. LU C A S. Gap. XXII. Ui
'44 yE pofto em agonia, orava mais intenlãmente. E fez fe íèu
fuor como gotas grandes de fangue, que corriaõ até o chaó. 5
Hebr. 517.
45 E levantandofe da oraçaó, veyo a feus Difcipulos, e achou os
dormindo de trifteza.
45 Ediífelhes: Que eftaes dormindo? Levantae vos, c orae,
para que naó entreis em tentaçaõ.
47 * E eftando elle ainda falíando , eiíãqui a companha ; e hum
dos doze, que Judas fe chamava, hia diante delles, e chegoufe a ^7-
Jefus, para o beijar. 4,’
48 EJefuslhe diffe: Judas, com beijo ao Filho do homem trahes? 3'.
49 E vendo os que com elle eftávaó 0 que avia de fuceder, difiè-
raó lhe: Senhor, feriremos á efpada?
f 0 a E hum delles ferio a 0 fervo do Princepe d’os Sacerdotes, e,«‘Mattj.í:
cortou lhe a orelha direita. 5 *•
51 EreípondendoJefus, diffe: Deixaeosaté aqui: E tocando 14‘
lhe a orelha, curou 0.
51b E diffe Jefus a os Princepes d’os Sacerdotes, eaos.Capitaens
do Templo, eaos Anciaõs, que contra elle tinhaô vindo: Como 4
a falteador, com efpadas e baftoens faiftes? 48^*
55 Eftando com vofco cadadia’no Templo, contra my as maõs
naó eftendeftes: Mas efta he a voffa hora, e a poteftade das
. trevas.
54 c E prendendo0, trouxéraõ emetéraõo emcafadoPrin-
cepe dos Sacerdotes. E Pedro [«] feguia de longe.
É avendo acendido fogo ’no meyo da fala , e affentandofe **
juntamente, affentouíè Pedro entre elles. iS.-ia,
56 E vendo o huã certa criada eftar áffentado a o fogo, e poftos 24-
«solhos nelle, diffe: Tambémefté comelleeftava. AMattzfa
57 Porem elle o negou, dizendo: Mulher, naó o conheço.
58 E hum poucodefpois, vendoooutro, diffe: Tambemtudel-
leses. Porem Pedro diffe, Homem, naôfou. itliSíiá,
59 E como ja quafi huã hora paflàda, affirmava outro, dizendo, 45. "
Verdadeiramente também eftc eftava com elle, porque também he
Galileo.
6® E Pedro diffe: Homem, naõ fei o que dizes. Elogo, eftan- eMattel
do elle ainda fàllando, cantou o galo. 57«
íi E virandofe o Senhor, olhou para Pedroj e Pedro íê lem- I4i
brou d’a palavra d’o Senhor, como lhe tinha 4dito: e Antes que 0
galocaâtc, me negarás tres vezes. ‘ g
Z 1 72 E
OS. EUANGELHO
62 E faindo Pedro para fora, chorou amargofamente.
63 f Eoshomés quetinhaô [fre/ò] ajefus, zombavaõd’elle, gfe-
67. rindo [o] j
Marc. 14* ó4 E cobrindo o, feriaô o ’no rofto; e perguntávaó lhe, dizcn-
X lob. 16/ . do, Prophetiza quem he o que te ferio ?
v lo. 65 E outras muytas coufas contra elle diziaó, blasfemando.
lfiy»59»6*, 66 h E como ja foy de dia, ajuntáraõ íe os Anciaós do povo, e
iM.i2:3 -osPrincepes dos Sacerdotes, e os Efcribas, c trouxeraó o a feu
hPftzyi. Concilio,
—-------------- ---- _ J

Mattel' 67 Dizendo, Es tu o Chrifto ? Dize nolo. E diffelhes: Se volo


Marc*l^*
Ia?. 18:28» diíler, naôocrereis:
*Ou. 63 E também fe vos perguntar, naõmerefpondereis, * nem foi-
i Dan.y: 9* tareis. >

Matth.l6\ 69 i Defdagora fe affentará o Filho do homem á[&aõj dereita da


27. potência de Deus.
e 24:30. 7® E différaó todos: Es tu logo o Filho de Deus? Eellelhesdif-
<25:31.
el6» 64»
fe: Vosoutros dizeis que eu fou,
Marc, 14: 71 E différaó ellcs: Que mais de teftimunho neceffitamos ? Pois
Ó2. nos melmos de fua boca o ouvimos.

Capitulo XXIII.
Apoc 1*7.12 Chrifto perante Pilatos levado 5 perante elle acufado» e delle por innocenta
declarado. 7
declarado» aual delle
Herodes» 0 qual
1 Envia 0 Pilatos a Herodes, efcarnece^ e a Pilatos*
d3elle efiarnece^
mandar 0 toma» 13 0 O qual procurafoltalo
procurafoltalo 3 mas a inftancia do povo ,> filta a
Earrabbas» e entrega a Chrifto pera fer crucificado. 16 Simao Cyreneo leva fia
cruz após elle* 27 As mulheres de Jerufalem 0 lamentam» a as quaes prediz a
4M/ÍÍ/.27: *jfôsao ÍU* a e^as e 1 ftusfilhos avia de fobrevir. 32 He crucificado entre dons
10. filteadores e ora por fius inimigos. 35 He blafphemado e efiarnecido na cruz»
Marc.iy.1. 38O titulo da cruz. 39 Hum dos falteadores delle blajphema» e 0outroJecon*
loa.lS-.lS. verte» e elleo coufola. 44 Vem trevas fibrea terra* O veo do Templo fe rafga»
b M-tfí.i;; e Chrifto efiira* 47 O Centuriao^ como também a companha» oconfejfaoporju*
a5- fto. 50 Jofeph de Arimathea 0 Jepulta* 54. E as mulheres vêm aonde 0 poem?
*22:21. e compram efpecierias para 0 ungir»
Man, 12;
17. 1 * y levantandofe toda a multidão delles, leváraô o a Pilatos.
Luc. 2O.*2$. E começáramfacuíàlo, dizendo, A efte avemos achado,
2 _______
^«*.13:7. qUe perverte a naçaó, e b prohibe dar tributo a Cefar, t dizendo,
que e^e me^mo he Chrifto [0] Rey.
ji, X7' 3 d E Pilatos lhe perguntou, dizendo, Es tu o Rey dos Judeos?
Marc.i$z. E refpondendo lhe elle diflè; Tu o dizes, «
2m,iS 33. 4 E
2- A
SEGUNDO S. LUCAS. Cap. XXIII. >«3
4 E difle Pilatos a os Princepes dos Sacerdotes, e ascompa-
nhas: Culpa nenhuâ acho nefte homé.
5 Mas elles tanto mais infiftiam, dizendo , alvoroça a o povo,
enfinando por toda Judea, começandodefde Galilea até aqui.
6 Entonces Pilatos, ouvindo de Galilea, perguntou, fe aquellè
homem era Galileo ?
7 * E entendendo que da jurdiçaô de Herodes era , remeteu
o a Herodes: O qual também ’naquelles dias eftava em Jerufalem.
8 /E vendo Herodes a Jefus, folgou muyto: porque aviamuyto
que o defejava ver, porquanto d’elle muytas coufas ouvia: e elpc-
rava que algú final fazer lhe veria.
9 E perguntavalhe com muytas palavras, mas elle nada lhe re-
ípondia:
E eftavaó os Princepes dos Sacerdotes, c os Efcribas, acu- ,
íando o * com grande vehemencia. wtmn.
u E Herodes, com feus foldados, defprezandoo, e d’elleefcar- te,
necendo, o veftio de huã roupa refplandecente, e o tornou a enviar
a Pilatos.
n g E ’no mefmo dia fe fizéraó Pilatos e Herodes entre fi ami- gJSja?.
gos: porque d’antes em inimizade hum contra o outro andavaô.
13 E convocando Pilatos a os Princepes dos Sacerdotes, e a os bMatt.i?}
, Magiftrados, eaopovo, diflelhes:
14 Aveis me aprcfentado a efte homem, como que * perverte a
o povo: E vedes aqui, examinando pj eu em voflà prefença,j8.
nenhuã culpa, das de que o acufaes,’nefte homé acho. eiy.4.
15 E nem ainda Herodes5 porque a ellevosremeti: eeiíàquique * Ou,def-
nenhuá couíà digna de morte tem feito. «fc»
Caftigálohei pois, efoltálohei.
17 1E era lhe neceflàrio foltarlhes a hum pela Feita. IMatt.iH
18 Porem toda a multidão clamouâhuã, dizendo: k Forad’aqui *1* .
com efte, e foltanos a Barrabbas.
19 O qual por huã fediçaó na cidade feita, e por huã morte ’na
prifao lançado fora. •Ou?«2«-*
♦Ou.»
*Fallou [Zfcw] pois outra vezPilatos, querendofoltaraJefus.awp&rJ.
ai Mas eftes clamavaó em contra, dizendo, Crucifica [o], cru­
cifica o.
“ E elle lhes diflê a terceira vez: Pois que mal fez efte ? Ne-
nhuã culpa de morte ’nelle achei. Caftigálohei pois, e folta-
e -

lohei.
*3 Mas
"í84 OS. EUANGELHO *

a? Mas elles inftavaõ com grandes gritos, pedindo que foflecrú-


* Ou, cificado. E feus gritos, e [<mj dos Princepes dos Sacerdotes, * fe
esforçavaô [mais.
IMatt.lT* '•W I Entonces julgou Pilatos que fe fizeífe * o que pediaÕ.
l tá
'• 'itiarc. IS’ as E foltoulhes a o que na priíaó por huá fediçaó e morte lança­
*15* do fora, que [«■/] o que pediaõ: Porem a Jefus [ lb€s^ entregou s
loa, 19.’ fua vontade.
* Ou j fe 16 m E indo o ja levando, tomáraó a hum Simaõ Cyreneo, que
tiçaS. vinha do campo, c puféraó lhe ás coftas a cruz, pera que apos Je­
fus a levafle.
Marc. 15* 17 E feguia o grande multidaô de povo, e de mulheres, asquaes
também * batiaõ’nos peitos e o lamentavaõ.
* Ou > che- aS E virandofe Jeíus para ellas , diífe: Filhas dejerufalem,
vavatí. naõ choreis por my, mas chorae por vos mefmas, e por voffos
nl/ayZW* ------ filhos.J ’
Porque vedes aqui, que dias vem, em que diram : Bema-
venturados as efteriles, e os ventres que naõ parírao, c os peitos
«lfr.25.-29. que naocnarao.
1 PeZ4:l7. 4o ■ n Entonces começaráõ a dizer a os montes: Cahyfobrenosou-
f>Ioa I?: tros 5 e a os outeiros: Cobrinos.
iS. _ 3 < 0 Porque fe ifto a 0 madeiro verde fazem, a 0 feoo que fe
?m«w.27: ----- «
33.38- 32 f E leváraõ também outros dous, [m] malfeitores, a matar
15:
22. cõ elle.
1^.19:18» 33 ? E como vieraõ a 0 lugar, _ chamado a Caveira, cruciScaraõ
rAít. 7:60. o ali, e a os malfeitores, hum a r[maí] direita, e_ outro
_ ___ ______ i__ _ .__ ál ez-
1 -“ *
ror1*™ quetda.
/p/;22:i?.
34 E Jefus dizia: rPae, perdoalhes, porque naõ fabem o que
Meti, 2":
fazem. / E repartindo leus vertidos, lançáraõ fortes.
35-
Marc. i$: 35 E 0 povo eftava olhando: E tzombavaõtambémdelle osPrin­
14« . ,juntamente com elles,dizendo,
cepes . A .outros íàlvou, falvefeago-
1mi 19: i,- ra a fi mefmo, fe he o Chriflo, o efeolhido de Deus.►
tMatf.tf; 36 E efcarneciaõ d’elle também os foldados, chcgandofe a elle,
39- c aprefentandolhe vinagre;
More. 15:
37 E dizendo, Se tu es 0 Rey dos Judeos, falvate a ty rnelmo.
19.
u Mttt.TJX; 38 » E eftava também por em cima delle hum rotnlo eferito com
’ letras Gregas_, e Romanas, cHebraicas: ESTE HE O REY
Mm.lj: DOS JUDEOS.I
26. 37 E hum dos malfeitores, que pendurados cftavaõ, blasfemava
Zm. 19:19. d.cUc
SEGUIDO S. LUCAS. Cap.XXin. ^Sf í
1

áelle, dizendo, Se tu es o Chrifto, falvate a ty mefmo, canos---’


outros. ■' ' - . •
■40 Porem reípondendoo outro reprendiao, dizendo) Nenvaindv :v

'.
•J < F- •

tu a Deus temes, eftando ’na mefma condenaçaõ?


' 41 E nosoutros em verdade juftamente: Porque o que noflos fei­
tos mereciaó, £ iffò j recebemos 5 mas eíte coufa nenhuá indecente fez.
42 E difíeajefus: Senhor, lembrate de my quando vieres em 4

teu Reyno. cr

43 Ejefuslhe difle: Em verdade te digo, que hoje eftarás co­


migo ’no Parayfo.
44 x E era ja quaíi a hora fexta, e houve trevas em toda a terra, até x
a hora nona. ‘ 45.
45 EoSolfeeícureceo, 7eovcodoTemploíeraígou[^ZoJ meyo.-MwMS?
46 E clamando Jefus com grande voz diffe: «Pae, emtuasmaós 33»-
encomendo meu efpirito. E avendo dito ifto, efpirou. .fW*
■ 47 « E vendo o Centuriaó 0 que avia acontecido, deu gloria a
Deus, dizendo, Verdadeiramente jufto era efte homem. 38. ’
48 E todas as companhas que a efte efpeétaculo le ajuntáraõ, ven-sF/jiií.'
do o que avia acontecido, fe tornavaõ, batendo ’nos peitos. • Jto^.27;
49 E efiavam de longe todos feus conhecidos, e as mulheres, que 5°
juntamente defde Galilea 0 aviaô feguido, vendo eílas coufas. *M5:
50 Z E eis que hum varáópor nomejoíeph, Senador, homem de
bem e jufto, . 4IVWÍ.271
5» (Que [sew] em feu confelho, nem em [fás] feitos avia con- 54.
fentido) de Arimathea, cidade dos Judeos, e que também 0 Reyno M«w.i5:
de Deus efperava. 39»
* 5* Efte, chegando a Pilatos, pedio 0 corpo de Jefus. • ,
53 E avendo 0 tirado, envolveu o em hum lençol fino, c e polo
em hum fepulcro lavrado em huã penha-, aonde ainda nunca nin-
guem avia fido pofto. Ioa.19: jS-
54 E era o dia de Preparaçáô, e o Sabbado efclarecia. cMatt. 12:
55 E também as mulheres d que com elle de Galilea viéraõ, [0 J : 4?»
feguiraõ, e o fepulcro víraô, e como feu corpo foy pofto. í2^*I2<
z5Í E tornadas eUas ,aparelháraóelpecieriase unguentos 5 erepou-
' íaraóo Sabbado, conforme a o mandamento. 4^

/ -V
116 O S. EUANGELHO r 0

CAPITULO XXIV.
I Vem as mulheres a o fegulchro e achai o vazio t 4 Dons Anjos lhes denunuaS
j

a refareiçao de Ckrifa 9 D'o que as novas a os Agoftolos, e a os de mais Di-


Jcigulos a dar vm, gorem elles 0 naocrem. 12 Corre Pedro a 0 jegulcbro. IJ
Aparece Chrifto a doas Dijcigulos > que hiao a Emaus e "no partir do gam 0 co­
j

nhecem. 3 MlA quem 0 mefao Senhor aparece ? as maos e os gês lhes mofíra 5 e
em fa prefazcia come. 44 O Jentido das Efcrituras lhes abre , e por fas tefti-
munhas entre todas as gentes os confiitue> e Jeu Efgirito Sanfto lhes promete.
jE abençoado os? dlellesfe defgede^ e ao ceo fobe.

tMatt 2S; 1 * I? O primeiro [<&»] da femana, muy de madrugada foraó a o


1. 'L' fepulchro levando [<w» figo j as efpecieriás que aparelhado ti-
Mm-.ión. nhaó, e alguãs com ellas.
loa. to-, 1. 2 g acháraó a pedra ja revolta do fepulcro.
3 E entrando, naõ acháraô o corpo do Senhor Jefus.
4 E aconteceo que eftando ellas difto perplexas) eis quedousva»
roens fe paráraõ junto a ellas com vertidos refpíandecentes.
5 E eftando ellas muy atemorizadas, e abaixando o rofto para o
chaó, lhes difleraõ elles: Porque a o vivente entre os mortos buf-
caes ?
INatt^ 6 Naõ eftá aqui, porem jarefufeitou. b Lembraevos de como vos
21.
ei?:!!. íàllou, eftando ainda em Galilea:
*20:18, 7 Dizendo, Convém que o Filho do homem feja entregue em
maos de homens pecadores e r^e] fejacrucificado, eao tercei­
*9:31. ro dia refufeite.
* 10:33. 8 E c lembráraõ fe de fuas palavras.
JL//f. 9:9, 9 d E tornando do fepulcro, denunciáraõ todas eftas couíàs a os
22»
*18:31. onze, e a todos os de mais.
C loa^Z',,21. 10 E eraõ Maria Magdalena,
— - e Joanna,
- e Maria [mae]
_ de Jaco-
áaAA ho, e as de mais [g-w] com ellas [e/tavam], as que eftas coufas a os
8. Apoftolos diziaõ.
Jtâarc.16* n E a elles [fe j pareciaó como deívarios fuas palavras: E naõ
lo* as créraõ.
* loa. 2o: 12 e Porem levantandofe Pedro, correo a o fepulcro5 eabaixan-
3** dofe, vio foos os lençoes poftos [_ahuã bmda\; e foyfe maravilhado
fMatt. 16: entre íi defte fuceffo.
___________ ... I

12. 13 /E eis que dous d’elles hiaõ o mefino dia a huã aldea , qu^_
* vem eftava dejeruíalem feflènta * eftadios j cuja nome era Emmaus:
* jer duas 14 E hiam fàllando entre fede todas aquellas couíàs, que avia#*'
^uas e
íucedido. J5 E
»
j __
SEG.UNDO S. LUCAS. Gap. XXIV. . 9
rt? 11

’ ■ Sj E aconteceo que indo elles entre fifàllando, e perguntandofe ■


hum a o outro, g o mefmo Jefus fe [/fa] achegou, e com elles
hia. - <*o*
16 Mas feus olhos eraõ reteudos, para que o naõ conhecefiem^•? Luc.z^í.
17 E diffelhes: Que praticas íàô eftas que, indo andando, entre
vosoutros trataes, e trines eftaes?
18 E reípondendo o hum, cujo nome era Cleophas, diflelhe:
Tu fó es peregrino em Jerufalem, e naó fabes as coufas que ’nelia ,
eftes dias íucedido tem'? h Lta>7:i6..
19 E elle lhes diífe: Quaes? E elles lhe difleraõ, As tocante aIoa- 4*. *9»
Jefus Nazareno, h o qual foy varáõ Propheta, poderofo em Obras
e em palavras diante de Deus, e de todo o povo.
ao E como os Princepesdos Sacerdotes, enoflosPrincepesacon- s.
denaçaõ de morte o entregáraô, e o crucificáraó: Marc. 16:
ai E nosoutros efperavamos que elle era í o que a Ifraêl avia de Io« ,
redemirj Porem ainda de mais de tudo ifto, hoje he ja o terceiro Jr^20'?!*
dia deíde que eftas coufas fucedido tem. /«-V *
22 k Ainda que também alguãs mulheres d’entre nosoutros nos e- 71
ípantaram, as quaes de madrugada a 0 fepulcro foraó: Hebr. 1 v.z.
23 E naó achandofeucorpo, viéraó, dizendo, Quetambemtin-iíW*i:ií*
haõ vifto vifaó de Anjos, que dizem que vive. «Gev.3:
24 E foraó alguns dos que com nofcoeftam a o fepulcro, eacháraó $
OJ affi como as mulheres tinhaõ dito: Poremaelle, naõ[«]víraõ. *2gi, *
2)' E elle lhes diflè: Onefcios, e tardios de coraçaô , pera crer e 49*10.
a tudo o que os Prophetas felláraó! Deut. 18:
26 Z Por ventura naõ convinha padecer o Chrifto eftas coufas, e 15.
£4/?] em fua gloria entrar? «P/.I32I
27 m E começando de Moyfes, e » de todos os Prophetas, lhes j/1!,..;
declarava em todas as Efcrituras o que delle [e/criío] eftava. eyi *
chegáraó á aldea a onde hiam 5j e elle fe houve como que f 4'0:10;
28 E chegáraõ
[^]_hiamais
hia mais longe. Iir.23.-5.
29 0 EcllesoconftrangéraÕ, dizendo, fFicatecõnofco5 porque *33.14.
javaefendo tarde, eja e ja o dia fe abaixou: E entrou pera com elles ^zech.
^•zec^-34í
34
fe ficar. a]_*
i*. _,
3° E aconteceo queeftandocom elles [á mefa} aflèntado, toman- z4j
do o paó, [o] benceoj e partindo [»], lho deu. Mkh.j'??*
j 31 E os olhos fe lhes ahriraô, e conhecerão 05 e elle fe lhes de- oQm.ry.^
* fàpareceo.
32 Ediziaó hum a o outro: Por ventura naó eftava nofio cora- i
Aa» ;
*
I8f - O S. E U À N G L L H 0
çaó em nos ardendo, quando pelo caminho nós foliava, ,e quando;
as Efcrituras nos abria r . .
53 E levantandofe na mefma hora, tornáraõ fe a Jerufalem, e.
acháraõ congregados a os onze, e a os que com elles eftávaô.
riCor.iç.- 34 Quediziaô: Verdadeiramente o Senhor refufcitou, jejaá
’* Simaõ apareceu. ,
35 E elles contáraõ as coufas que no caminho [Zhr ficetimtò}: e
como delles ’no partir do pam conhecido fora.
r Mmti6; 35 r g foliando elles d’ettas coufas, 0 mefmoJefus no meyo d’elles .
r fe pós, e lhes diffe: Paz feja com vofeo.
icêÂijjZ 37 E efpantados elles, e muy atemorizados, penfávaõ que viaó
algum efpirito.
38 E elle lhes diffe: Porque eftaes turbados, eporquefobem[^J
penfamentos em voffos cõraçoens?
39 Vede minhas maõs, e meus pees, que eu mefmo fou. Apal« Apal-
paeme, evede, que o efpirito naõ tem carne nem ofíòs, como vos
[loa. 21: vedes que eu tenho.
lo. moítrou as maõs,
40 E dizendo ifto, lhes moftrou maôs, e os pees.
*0Uj 41 E naõ 0 crendo elles ainda de gozo, e maravilhados, dtflè»
1

lhes: /'Tendes aqui alguá coufo que~comer?


42 Entonces elles lhe * aprefentáraó parte de hú peixe afiado, c
21. de hum fovo de mel. ______ ......

e iy:22. 43 O que elle tomou, e diante de feus olhos [c J comeu.


*2c: 18.
M?rí.8:ji 44 E diffelhes; t Eftas foõ as palavras que vos diffe, eftando ainda.
* 9:31.f ’ com vofco: que convinha fe cumpriffem todas as coufos que na Ley
10:53. de
e^10:33. ' Moyfes, e [wj Prophetas, e [wj Pfolmos, de my efcritas
_/*l / «

L™> 9:22. eftáo.


____ _ ______ _ _ J

e 18: 3.1 • <W Entonces lhes abrio o fentido, pera que as Efcrituras enten-
* deilem.
«P/Ç12:7. e affi convinha que o Chrifto
Aã. 17; ■3 ‘ 4-6 E diffelhes: « Affi eftá efcrito, 1
xAã. 13. padeceffe, e a o terceiro dia dos mortos refufcitaffe:
I
-- ______ __ r

48. 47 E em feu nome arrependimento * e remiflàõ de pecados em


11^2:12, 2, todas as gentes fe prégaflè 5 y começando de Jerufalem. I

y Aã.2:4. 48 E deftas coufas fois vosoutros teftimunhas.


z loa. 14: 49 a E vedes aqui, a promeflà de meu Pae fobre vosoutros envio:
26.
e 15:26. a Porem vosoutros ’na cidade de Jerufalem vosficae, até que do alto
<^16:7" com potência reveftidos fejaes. %
Aã. 1:4. 50 í> E levou os fora até Bethania 3 e levantando fuas maõs, os\_
a AS. i; 8. abendiçoou.
k Ati.V.11.* > 51 «E
5
/
z
SEGUIDO S. LUCAS. Cap.XXIV... i!?
çi t E aconteceu que, abendiçoando os elle, deUes fe apartou,. * ACw.
e foy recebido a riba ’no ceo. ' ’
51 £ adorando o elles, tornáraõ fe com grande gozo a Jerú- •’IJ?‘
falem. ‘ .
5? Eeílávaô*fempre’no Templo, louvando e bendizendo a Deus. *Ou, tod»
Amen. »t-em$o,
'*

Fim do Sanfâo Euangelho Segundo S* Lucas»

O SANCTO
l’U A N G E L H O
De noflo
SENHOR

JESU CHRIS TO
'SEGUNDO

S. J O A o.
— - - ... - - " 11 " "' t>——

Capitulo L
1 Defcreve fe a fejfoa de Chrifio» e moftra fe fer elle a eterna Palavra de Deus»
• verdadeiro Deus » Criador de tudo» e a vida e luzdoshomes» frincifalmente dos
que 3neUe crem, 14 E de comoefia Palavra encarnou^ IÇ DdfoaoBauti&a t&*
fiimunho da dignidade de fua fejfoa ejofcio. 23 Como também defaafrofria vo~
• caçoio* 29 Moftra ainda como Chrifo he 0 Cordeiro, e 0 Filho de Deus» 32 O
que fe lhe notificou feia defcença do Effirlto SanBo fobre elle. 37 Por cujo íefâ-
rnunho doas Difiifulós de foaoofeguem* 41 Dos quaes André > hum delles» tam~
bem a Slmaofeu irmaõ a Chrlfto traz. 43 O qual 0 nome de Pedro lhe da. 44
E chama a Philiffe» q a Nathandel lhe traz^ Ndthanaél for Filho de Deus 0
cosfeffa^ e 0 Senhor for fèu Difiifulo 0 aceita*

t * XT o principio era a Palavra, e a Palavra eflava ^apardeDeus,


* e a Palavra era Deus. <■
Aa i a Efta#xi««i:i,
190 OS. EVANGELHO
tloa 17:ç. 2 t Efta eftava ’no principio a par de Deus.
dGen. 1:3. * d Por efta foraô feitas todas as coufas, e fem ella íè naõ fez couíá
d Ge7-, ItJ»
17. 33 :6- nenhuá do que feito foy.
EfbeJ.W, 4. e ’Nella eftava a vida, e/a vida era a luz dos homês.
Col. 1: 6,
Hebr. i; 2* _ z 5 g- E a luz nas trevas refplandece: e as trevas naó a comprehen»
e 100,^:26. deiao.»
6 b Houve hum homem enviado do. Deus*, cujo nome era Joaõ.
floa. 8:12. 7 Efte veyo por teftimunho, peraquedaluzteftificaflè, pera que
e 9:5. todos por elle creffem.
e 12:46. 8 Naõ era elle a luz: fenaõ peraque da luz teftificafie.
g loa. 3:19. 9 i eraa luz verdadeira, que a todo homem, que’no mundo
h Mal. 3; I
Mait. 3: j.vem,
x. alumia.
Marc. i: 2> i° ’No mundo eftava, * e por elle foy feito 0 mundo j eo mundo
4. o naó conheceo.
Luc. 3:3. 11 A 0 [/& j proprio veyo, e os íèus 0 naõ recebéraõ.
€7:27. 12 l Mas a todos quantos o recebéraó , lhes deu poteftade de
ilol^iz f^rem feitos filhos de Deus, [anwem ajaber'] a os que em feu nome
f9;‘5* crem.
e 11:45. *3 Os quaes naõ faõ gerados de fangue, nem de vontade de cár-
i í/e^-.ri. ne, nem de vontade de varáõ, fenaõ de Deus.
e 11:3. 14 m E aquella Palavra * encarnou, e entre nos habitou: » fefua
gloria vimos, gloria como do unigénito
^everiadZ ? do Pae) 0 cheyo de graca '

G^Z. 3:26. '5 P Joaõ delle teftificou, e clamou, dizendo, Efte eraaquel-
1 ioa. 3:1. le de qué eu dizia: O que após my vem, antes de my he : porque
m i/ay. 7; primeiro que eu éra.
14. 16 E í de fua plenidaõ recebemos todos também graca por
zír u graça‘
' '5 17 r Porque a Ley por Moyfes foy dada: A graça e a verdade,
* Ou * foy Por Jef"u Chrifto foy feita.

feita came. '
18 /A Deus, nunca ninguém 'o
o vio; o unigénito Filho # queeftá
»Matt.17’. ’no regaço do Pae, elle [no/o] declarou.
2r» x9 È efte he « o teftimunho de Joaô, quando os Judeos alguns
2 Pfi/r.í: Sacerdotes e Levitas dejerufalemmandáraõ, que lhe perguntai!èm:

o Coloff. i: Tu quem es?


19. ao Exconfeflou, e naõ negou 5 econfeflou, EunaôfouoChri-
e 2: 9. fto. V
fMatth.y. 20 EV
li. Marc. i:7. J: 16 loa* II2& 30.7CoL 2: TÚrExod.24*U&t.fExod.33:2o» A
4:12i loa. 6:46.1 T;m. 6; 16. iloa^l UJMatt. xu 27. a loa. 5:3* xloa. 3; 28,
SEGUNDO S. JOAO.Cap.T. ' t9i
ii E perguntáraõ lhe: Quepois? EstuElias? E diflè: NaÕfou.vIW.i8:
Es tu y o Propheta ? Erefpondeu: Naó.
22 Diflèraó lhe pois: Quetnes? pera que demos repofta a osque
nos enviáraõ: Que dizes de ty mefmo ?
a? Diflè: » Eu fou a vóz do que clama ’no deferto 5 enderéçae 0
caminho do Senhor, como diflè 0 Propheta Iíãyas. Jifow f*/*
t-4 E os enviados, eraó dos Pharifeos. L»r, 3:4/
25 E perguntáraõ lhe, ediíTeraõ lhe: Porque pois bautizas, fe
tu naó es 0 Chrifto, nem Elias, nem a 0 Propheta? aDext. 18:
26 Joaõ lhes refpondeu, dizendo, b Eu bautizo com agoa 5 mas A * ,..
em meyo de vosoutros eftá, quem vosoutros naó conheceis. ri ’5*
27 Efte he aquelle que após my vem, 0 qual ja antes de my foy, Maré. 1: 7.
do qual eu naó fou digno de a correa da alparca lhe defatar. Luc. 3:16,
28 Elias coulas acontecéraõ em Bethabara, dadalem doJordaó,
aonde Joaõ bautizando eftava. ‘
29 Õ feguinte dia vio Joaõ a Jefus a elle vir, e diflè: c Vedes a- ta9*Í1.
qui o Cordeiro de Deus, que 0 pecado do mundo * tira. ’’
30 Efte he aquelle d’o qual eu difte: Após my vem hum varáõ, 1^/1; 36.
que ja antes de my foy: Porque ja era primeiro que eu. * Õujobr»
31 E eu naó o conhecia j mas paraque a Ifraêl manifefto fofle,/*^»
por iíTo vim eu bautizando com agoa.
32 d E Joam teftificou, dizendo , Eu vi a 0 Eípirito como pom- dMatth.%:
ba defcender do ceo, e íòbre elle * repoufou.
33 E eu naõ 0 conhecia, mas aquelle quecomagoaa bautizàrme •Mwr.in®,
I mandou, eflè me diflè: Sobre aquelle que a 0 Eípirito defcender
vires, e fobre elle repoufar, <?eflè he o que com Eípirito íànâo e
bautiza. e
34 E eu f^jvi, e teftificado tenho , que efteoFilhode Deus he.
35 O feguinte dia, eftava outrá vez [ ali\ Joaõ, e dous de feus
Difcipulos.
36 E vendo Qw «Zr] andar a Jefus, diflè: f Vedes aqui oCordei-/J&W.i2s
rode Deus.- 3.
37 E ouviraõ [Z«e] os dous Difcipulos dizer e feguiraõ
* Jefus. tí/?1»29*
38 Evirandofe Jefus, e vendo os feguir, diflèlhes: ‘
39 Que bufcaes? E elles lhe difleraõ: Rabbi, (que traduzido,
r dizer, Meftre) aonde moras?
£ 40 Diflèlhes elle: Vinde, e vede [®], Viéraõ, e víraõ aonde
orava, e ficáraó fe com eÚe aquelledia: Eja era quafi ahorade- .
cima. 42 E- '
192 OS.EÚANGELHÔ
41 Era André, 0 irmaõ de Simaô Pedro, hum dos dous quèâS
quillo de Joaó ouviram e feguido 0 aviam.
42 Efte achou primeiro a feu irmaóSimaõ, ediflelhe; Ja achamos
a o Meffias, que traduzido, he 0 Chriíto.
4J E levou 0 a Jefus. E olhando Jefiis para elle, diffe: TuesSi-
X Matt Il5‘ maó 0 filho de Jonas tu ferás g chamado Cephas, que fe interpreta,
Pedro.
44 O dia feguinte quiz Jefus ir a Galilea, e achou a Philippe, e
diffelhe: Segueme.
!:loa. 112:
">' 45 h E era Philippe de Bethfaida , d’a cidade de André e de
21.
; loa. 21 *.2 Pedro.
k Gen.f.is, 46 Philippe achou a i Nathanael, e diffelhe :_Achado avemos [<s-
«221*18. ^ueUe~\ k de quemMoyfesna - - - _ '
'Leyefcreveo, • e osProphetas,
~ [afaber~\j
«26:4- :a Jefus, 0 filho de Jofeph, de Nazareth.
e 49: lo. 47 E diffelhe Nathanael: Pode de Nazareth aver coufaalguãboa?
Deut.1%’. Diffelhe Philippe: Vem, evé[oj.
l8x
2 Sam. 7. 48 Vio Jefus vir a fi a Nathanael, e diffe delle: Vedes aqui ver-
12. dadeiramente hum Ifraêlita, em quem engano naõ ha.
lj ay. 4: 2. 49 Diffelhe Nathanael: Donde me conheces tu a my? Refpon-
e 714. deu J efus, e diffelhe: Antes que Philippe te chamara, effandõ tu
*9:5. de baixo da figueira, te vi eu.
e4o:lO)H« 50 Refpondeu Nathanael, ediflelhe: Rabbi, tu es o Filho de.,
néu
___ S tu es o Rey de Ifráêl.
j,
^.23:5. •ueus
5» Refpondeu Jefus, ediflelhe: Porque te diffe: De baixo da fi-
EswZ>.34: gueira te vi, crés: Coufas mayores que eftas verás.» ♦
33. 52 Ediflelhe: Em verdade, em verdade vos digo, /que d’aqui
lte.9:24í em diante vereis aberto 0 Ceo, e a os Anjos deDeusfubiredefcen-
Z^.6:i2. (jer fobre 0 Filho d’o homem.
?9:9»
IGen. 28:
12, Capitulo II.
* Muda Chriffo ’nas Mas de Cana de Galilea a agoa em vinho. II filue he •
pritscipio de feus milagres. 12 Voe a Capernaum. 13 E d’ali a Jerujalem a
Festa da Pafihoa. 14 Lança fora do Templo a os que ’ne’de vendias 3 e a os
cambiadores. iS "Pedem lhe os Judeos final, e elle lhes dá a desfeita e refinara-
çaõ do Templo de feu cerpo. 23 Vendo muytos jeus milagres crem'nelle. 24 Ido-
rem dlelles Jenad confia, porque bem os conhecia.
1 p a o terceiro dia fe fizeraõ huãs bodas em Cana de GalilSy
e eftava ali a maé de Jefus.
2 Efoy também convidado Jefus, efeusDifcipulos, a as bodas.
t. E

Kr
SÈG.UNDÒ S. JOÀ# Cap.íí.
3 E faltando [o] vinho, a maé de Jefus lhe diíTc: Vinho naói.
tem.
4 Diflelhesjeíus: Que tenho eu com tigo, mulher? Ainda mi­
nha EÕra naõ he vinda.
5 Difle fua maé a os fervidores: Tudo quanto elle vos difler
fazei.
6 E eftavaõ ali poftas feis talhas de pedra, a conforme á purifica-
çaó dos Judeos, em cada huã \_dasquaes'] cabiam dous ou tres al-
mudes.
7 Diflelhes Jefus: Enchei cftas talhas de agoa. E enchéraõ as
até riba.
8 E diflelhes: Tiraeagora, ca oMeftrefala as Ievae. Eapre-
íentáraõ [&«].
9 E como o Meftrefala goftou a agoa feita vinho (e naó fabia d’on-
de era, porem os fervidores, que a agoa aviaó tirado, o fabiaó)
chamou o Meftrelàla a o efpofo:
10 Ediflelhe: Todo homem póem primeiro o bom vinho, e
quando ja tem bem bebido, entonces o fomenos: [w] ,tu guar-
■dafte o bom vinho até agora.
11 Efte principio de finaes fez Jefus em Cana de Galilea, e ma-
aifeftou fua gloria f e créraõ feus Difcipulos ’nelle.
n Defpois difto defcendeu a Capemaum, elle e fua maé, efcus£Jf4«.ai:
irmaôs, e feus Difcipulos, e ficáraõ ali naõ muytos dias. n.
i? E eílava perto a Pafchoa dosJudeos, e fobio Jefus a Jeru-Marc~I1:
falem.
14 b E achou ’no Templo a os que boys, c ovelhas, e pombas « qUi
vendiaô, e a os cambia dores aflentados. â,, re_
15 E feito hum açoute de cordéis, a todos fora do Templo oslan- ou-,
çou, [cowo] também as ovelhas, e os boysj e o dinheiro doscam- mercancia.
biadores derramou, è as mefas traílornou. cP/.69:10.
16 E a os que vendiaó as pombas difle: Tirae d’aqui iflo, e naõ
fãçaes caía de * venda, a cafa de meu Pae. eió-x
17 Elembráraõfe feus Difcipulos, que eftá efcrito: «O zelo de
tua caía me comeu. Lsr. 113.9.
18 Refpondéraõ-pois os Judeos, edifleraõ lhe: ^Que final nos 1^6:30.
spoflras de que eftas coufas fazes?
? 19 ReípondeuJefus, Ediflelhes: DerribaecfteTemplo, eem
^jes dias o levantarei. Marci4‘
t Difleraõ poises Judeos: fBw] quarenta cfeis annosfoy efte «g*
, > .■ Bo Tem-
■T' i i ií '
!94 0 S.EUANGÈLHO
Templo edificado, e levantalohás tu em tres dias?
21 Porem elle fallava do Templo de feu corpo.
S. 22 Portanto, quando dos mortos refufeitou, f fe lenibráraó feu£
Ou: Jeus
f iSam.ifr, Difcipulos que ifto lhesavia dito5 ecréraó áEfcritura, eá palavra,
7-
que Jefus [ lhes ] diflera.
lCbrox.1%: 2? E eftando elle em Jerufalem polaPafchoa, ’no da\ Feita
9. créraó muytos em feu nome , vendo * os finacs que fazia.
íy-7.'io. 24 Mas o mefmojefus afimefinodelles fenaó confiava, porquan.
f 103:14 t0 a tojos os conhecia.
ler. 11:204
e 17:10 25 E naó neceífitava de que alguém do homé teftificafie,
r2o:ll. g porque bem fabia elle o que ’no homem avia.
l$a>ó: 64.
Capitulo III. 1
I Chriflo a Nicodemus acerca da neceffidade e maneira da regeneração. $ E
reprende o de fua ignorância. 14 Com o exemplo da ferpente enfina j que em
necejfario fer elle levantado, pera falvar a todos os que 'velle crerem* iS Eque
todos osque^elle naxt crerem > ferdõ condenados * 22 Bautiza eSe e Joaonomef^
mo tempos 25 Indignao fe os Difcipiclos de Joao por verem que todos concorriai
a Chrtâo. %'j’ E a efla ocafiao lhes mostra fiwõ a differença entre elle^ eCfcri-
foÁe fia dignidade* tá E que ke 0 que* affi fieis > como infiéis A de Chrifo-
tem que efperar.
a loa,
39-
r? i Ca 0,
■E avia hum homem dos Pharifeus, cujo nome era a Nicodemus
Prince-pe dos Judeos.
e 19:59. 2 'o Efte veyo
. a Jefus de noite,- e diflèlhe: Rabbi,- bem„ fabemos
9:16, que Meftre es de Deus vindo: porque c ninguém pode fazer eftes
3E 1
finaes que tu fazes, fe Deus com elle naó for.
d Aã. Io: 3 Refpondeu Jefus edifielhe: Em verdade, em verdade, te digo,
3S* que aquelle que naó tornai- a nacer, naó pode ver o Reyno de
*CjT.fenao
for que al­ Deus.
guém tor­ 4 Difielhe Nicodemus: Como pode o homemnacer, fendo jj^rj
nar velho ? Por ventura pqde tornar a entrar ’no ventre de fua mae, e
nacer ?
«lír.rs. 5 Refpondeu Jefus: Em verdade, em verdade te digo, ?quea-
qnelle que de agoa e de Efpirito naó nacer, naó pode entrar ’na
Reyno de Deus. v.
fRw-S:',. 6 fO que he nacido de carne, carne hej e o que he nacido agi
Efpirito, Efpirito he.
7 Naó te maravilhes, de que te diffe; Necefiârio vos he tomar
a nacer.
.10
>■
•í h-

Segundo
s. joao cap.ffi: ' .
.%’• O vento a d’onde quer fopra, e ouves feu foido 3 Porem naô fa­
lses d’onde vem, nem pera onde vae 3 affi he todo aquelle que he
■Uacido do Efpirito-
JoVAMv VdLVZ i-F j-*1 F-* 1 1 ÀUv|

9Refpondeu Nicodemus, e diffelhe: g Como fe podeiíto fazer?*


10 ReYpondeu Jefus, e diffelhe: Es tu Meftrc dc* lfraêl, e iíb ,
— *- “ — . - — )

$aõ fabes? h’ Joao.


" 7J
11 h Em verdade, em verdade te digo, queo quefabemos, [ffi] 16,
e 8 i 18.
falíamos 3 e o que vifto remos, [i/j] teírificamosj c naô aceitaes *12;49«
iioflb teílimunho. e 14: 24.
12 Se coufas terreaes vos diífe, e naõ credes 5 como crereis feas; Joaõ. 3 1
celeftiaes vos differ? 32.
13 E k ninguém a 0 ceo fobio, fenaõ o que d’o ceo defcendeuj k
0 Filho d’o homem, que ’no ceo eítá. -- 62.
---
>4 ZE como Moyfes levantou a ferpente’nodcferto., m alu imnrv. fe. ?*
aflí impo. Z1.
-ta que o Filho do homem levantado feja. '* **’ I
15 Peraquetodoaquelle que ’nelle crer, naô pereça, «mas a aK^iS:4.
-vida eterna tenha. mjoaa. 81
16 0 Porque de tal maneira amou Deus a o mundo , que deu a 2S-
•feu Filho unigénito 3 ? pera que todoaquelleque’nellecré, naópe- j
jeça-mas a vida eterna tenha. 34^°* J j
17 í Porque naó mandou Deus a feu Filho a 0 mundo, peja que 0; 5. 1
a o mundo condenaífe; mais peraque o mundo por elle falvo fone: eS .■ 31.
18 r-Quem ’nelle crer, naô he condenado3 mas quem naõ cré, i^W.4:9.
ja ellá condenado; porquanto naõ creu 5no nome do unigénito Filho 2 F«t. 19:
de Deus. .
19 E/*efta "he a condenaçaõ , que a luz veyo a o mundo, e os j
homens amáraõ mais as trevas que a luz 5 porque eraô más fuas iOi * * 1
obras. ^Luc.y.^6.' i
20 Porque todo aquelle que malfaz, aborrecealuz, e naó vem á >«.5:3?.
luz, paraque fuas obrasnaõfejaó redarguidas. e 22:47• i
21 f Mas quem obra verdade, vem á luz, para que íúasobras &- ■
jaõ manifeftas, que faõ feitas em Deus. zlíVtó’
22 Despois d’ifio, veyo Jefus coriffeus Difcipulos â terra de Ju-
• <deaj e eltava fe ali com elles, « ebautizava. *20:31.
23 « E bautizava também Joaõ emEnon, junto aSalim, por-/ 5.
■Quanto avia ali muytas agoas 3 c vinhaõ [•& J e eraõ bautizados. *£^.5:12.
j 24 y Porque ainda Joaõ nao fora lançado na prifaõ. Um" lí14
s 25 Houve poisqueftaôd’os Difcipulos de Joaõ, comj^arc.
‘^sjudeos, fobreapurifiçaçaõ. ^«r.3; 5
Bb i6 ~ E yJUaiíJ,^, d
Í0 , OS. EUANGELHO
t Matt, 3 *. i(> t E viéraô a Joaõ, e différaó lhe: Rabbi, aquelle que coffltU
u- go dalém do Jordaó eílava, a o qual tu teftimunho défte, ves aqui
1 ió' bautiza, c todos a elle vem.
joà i • 15. 27 Refpondeu Joam, e difle: Naó pode o homé coufa alguá re»
J16. i±. ceber, fe d’o ceo dado lhe naó for.
«Jw.i.io. 18 Vosoutros mefinos me fois teftimunhas, que difle: «Eu naó
b Mal, jr. fou 0 Chrifto; b mas que diante delle fou enviado.
Mítth. ir. 2? Aquelle que a efpofa tem, he 0 efpofo j mas 0 amigo do efto-
Af10, fo, que [_lbê\ aflifte e 0 ouve, com alegria fegozapolavozdoeípo-
: 17. Aflipois ja efte meu gozo he cumprido. . .
e’j- 27. 3° A elle convém crecer, porem a my diminuir.
Joa. í :ii. ?x * Aquelle que de riba vem, fobre todos he 5 aquelle que d#
23. terra [vem.] da terra he, e da terra fàlla. Aquelle que vem do ceo,
{fobre todos he.
32 d E aquillo que viu e ouviu, iflo teftifica3 c nínguem íéu te-
e 8: 16. ftmiunho aceita.
*12:49- 33 Aquelle que feu teftimunho aceitou, efle fellou e que Dm
e 14: io, verdadeiro he.
54 Porque aquelle que Deus enviou, as palavras de Deus faUa>
t 7 > Por9ue fna^ \Jhe\ dá Deus o Efpirito por medida.
’IIe 35 O Paeama ao Filho, g e todas as coufas em fua mao [Z^Qdeú,
*28:18. h Aquelle que’no Filho cre, vida eterna tem $ mas aquelle
Lucaq:h. 9ue a 0 Filho defobedece, a.vida nao verá, mas a ira de Deus fobre
^.5:22* eile*eftá.
£ 17 Hebr, 2: 8. h Joa. 3:16. * 6: 47, • Joa. 5: lo. * Gr< permanece*

Capitulo IV.
I Faz * bautlza Chrifto em Judea mais Difiipulos que Joao. VaeJi JtaU a
Galilea paffando por Samaria e canfido do caminho defeanja a par dahua fin*
te. 7. Pede de beberaSamaritana» e trata com ella da agoaviva. 16. Mofira lhe-
como de fia vidapajfida[abe > donde ella concbie» fer elle Propheta* 2o. JS elle
a informa acerca da verdadeira adoraçam. 2{u JE de como elle era 0 Meftias que
avia de vir. 28« Do que ella ddparte a os moradores de fia cidade , que hgp a
elle fihem. ji. Declara a fèus Difiipulos qual era fia principal comida» e
. que ja o tempo da efpiritual féga chegando vinha. 39. Muytos dos SamaritanOS
cremnelle •> polo palavra da mulher ? porem principalmente pola fia própria.
43* Torna fe a Cana de Galilea^ aonde da fiude a 0 filho de hum Regulo. S

1 Como G Penhor entendeu que os Phariíèos ouvíraõ, quç


26. *^Jefus fazia e bautizava 4 mais Difcipulos qué Joaõ: ’
* (Ainda
SEGUNDO S. JOAO.Cap.IV. <9?
' i" (Ainda que Jefus mefmo naó bautizava , fenaó íèus Bifei*
jpulos)
? Deixou a Judea, e foyfe outra vez a Galilea. .■ V*

4 E era mifter que paflaflè por Samaria.


y Veyo pois a huá cidade de Samaria, chamada Sichar, juntoá ,
í herdade que Jacob deu a Joíeph feu filho. b y*’ ” *
6 E eftava ali a fonte de Jacob. Jefus pois canfado do caminho, e
fe aflentou afli junto á fonte: Era ifto quafi á hora fexta. 31’
7 Veyo huã mulher de Samaria a tirar agoa: Diflè lheJefus: Da
me de beber.
8 (Porque feus Difcipulos eraõ idos á cidade, a comprar de co­
mer.) . - &
9 Diflè lhe poisimulher Samaritana: Como, fendo tujudeo, me <
pedes a my de beber, que fou mulher Samaritana? «porque os Jude-
qs naó fe communicaõ com os Samaritanos. « *3-
10 Refpondeu Jefus, e diflèlhe: Se tu o dom de Deus conhece- ‘
ras, e quem he o que te diz, Da me de beber-•, tu [a ette\ lhe pe­
dirias , e elle 7] agoa viva te daria.
11 d Diflè lhe a mulher: Senhor, d tu naó tens com que [«J tirar ^djerem.v.
e o poço he fundo: d’onde pois a agoa viva tens? J3-
Es tu mayor que noflopaeJacob, que 0 poço nos deu? e elle
mefmo delle bebeu, e feus filhos, e feu gado?
13 Refpondeu Jefus, e diflèlhe: «Qualquerque d’efta agoa
ber, a ter fede tornará:
14/ Porem aquelle que beber da agoa que eu lhe der, para fem-
pre fede naó terá, £ Mas a agoa que eu lhe der, fe fará nelle fonte « 6: 17.
de agoa, que falte pera vida eterna. 3544.
15 Diífe lhe a mulher: Senhor, da me [ZJeflàagoa, peraque^ÍM,7:38’
[wJy] fede naó tenha, nem aqui a tirar [«] venha.
15 Diflè lhe Jefus: Vae, chama a teu marido, e vem cá.
17 Refpondeu a mulher, e diflè: Naó tenho marido. Diflelhe
Jefus: Bem diflèfte, Marido naó tenho.
18 Porque cinco maridos tivefte, e o que agora tens,, naóhe teu
marido 3 ifto com verdade diflèfte.
19 Diflèlhe a mulher: Senhor, h vejo que Propheta es.
. 1° Noflospaes’neftemonteadoráraô, evofoutrosdizeis, queem «24:19!
íjerufelem he o lugar, aonde adorar importa. ^.6:14.
t at Diflèlhe Jefus: Mulher, creme, que a hora vem, quando m
nem ’açfte monte, nem em Jerulãlem, a o Pae adorareis. |
Bb;
4
í iRey.vr. a k Vosoãtros adoraes o que naõ fabeis; nos òutros adoramos 3
29. quefabemos: l Porque a falvaçaõ, dos Judeos * vem.

’ e 1 ,1 ? radores a o Pae adoraráõ em efpirito e em verdade: Porque também.


? 26 -4.0 ^ae a raes bl,fca 9ue ° adorem.
fíehr.7-ii. 24 m Deus he Efpirito , e osque 0 adóraõ, em efpirito e em ver,
* Gr. he. dade importa que [y] adórém.
2. Cer. 3: 25 Diflelhe a mulher: Eu fei que 0 Meflias vem, (que 0 Chriítâ
17» fé chama;) quando ellc vier; todas as coufas nos denúciará.
«hw.o:??; 2(5 Diflelhe Jefus: » Eu fou, o que com tigofallo.
27 E nifto viéraõ feus Difcipulos: e maravilháraõ fe de que com
huã mulher falafle: Toda via ninguém [&] difle : Que pergun­
tas? ou, Que com cila falias?
*Ou > aCS 2$ Deixou pois a mulher feu cântaro, e foy á cidade, e difle * á
ksmeus. gente
29 Vinde, vede hum homem , que me difle tudo quanto feito
tenho; Naõ he efte porventura o Chrifto?
3° Sahíraõ pois [os] d’a cidade, e viéraõ a elle.
31 E entre tanto lhe rogavaõ os Difcipulos, dizendo, Rabbi, cóme.
ji Porem èlle lhes diffe: Huã comida tenho que comer, que vos-
outros naõ íàbeis.
?3 Diziaõ pois os Difcipulos huns a os outros: Porventura trou-.
xelhe alguém de comer?
34 Diflelhes Jefus: Minha comida he, que a vontade faça d’a-
quelle que me enviou, e fua obra cumpra.
* Ou .. e Naõ dizeis vosoutros. aue ainda ha quatro meíès * até que a

•Matt/i. 9-tcrras» 0 9UC ja eftaô brancas pera a féga.


37, ' ’ 36 É o que féga, recebe galardaõ, e ajunta fruir0 pera vida eter-
Luc. xo: 2. na; pera que ambos fc gozem, afli 0 que feméa, como o que féga.
37 Porque’nifto he 0 dito verdadeiro; que hum he o que feméa,
e outro 0 que féga.
3S Eu vos envieiafegar [0] em que vosoutros naõ trabalhafles 5 ou­
tros trabalháraõ, e vosoutros em feu trabalho entraftes.
3 9 E muytos dos Samaritanos d’aquella cidade créraõ’nelle pola pa­
lavra da mulher, queteiiificava, dizendo, Tudo quanto tenho fejjo
jme difle.
40 Vindo pois os Samaritanos aelle, rogáraólhequeíèficaflècoía
sUcs; c ficou fe ali dous dias.
é É GUN D 0 S. JO A ÔT Gap. IV. W
! 41 E créraõ ainda muytos mais por fua palavra d’elle..
42 E diziaõ á mulher: Ja naô cremos por teu dito 5 /> porque nos?^4,1^'’^
mefinos [«] temos ouvido, e fabemos que verdadeiramente efte hc
o Chrifto o Salvador d’o mundo.
4? E defpois de dous dias, partio dali, e foyfe a Galilea.
44 Porque 0 mefrno Jefus teftificou, $ que naõ tem 0 Prophetaf^^í*
lionra em fua própria patria.
45 Vindo pois a Galilea, os Galileos o receberão, viftastodas as 14,
coufas que em Jerufalem ’no [dia] da Fefta fizera 5 porque também
clies a 0 da Fefta fóraõ. -
4Í Veyo pois Jefus outra vez r a Cana de Galilea, aonde da agoa r Im.
fizera vinho. E eftava ali hum regulo,. cujo filho eftava enfermo ll’
em Capernaum.
47 Ouvindo efte que Jefus de Judea a Galilea vinha, foy tercona
elle, e rogavalhe que defcendefle, e a feu filho curaflè, porque ia
á morte eftava. ;
48 Difle lhe pois Jefus: /Sefinaes e milagres naõ virdes , naõ/i Car,ii
aveis de crer.
49 O regulo lhe difle: Senhor,. defoende, antes que meu filho
morra.
50 Diflèlhe Jefus: Vae, teu filho vive. E creu 0 homem a a pa­
lavra que Jefus lhe difle, e foyfe.
51 E defcendendo elle ja , feus ferros lhe faíraõ a 0 encontro, c
denunciáraô , dizendo, Teu filho vive.
52 Perguntou Ihès pois, a que hora melhorfe achara: Edifleraó
lhe: Honté a as fete horas o deixou a febre.
5? Entendeu pois o Pae que aqucllaeraa mefinahora, em que Je­
fus lhe difle: Teu filho vive. E creu elle, e toda fua cafa.
54 Efte fegundo final tornou Jefus a fazer, quando de Judea a Ga­
lilea veyo.

,Jr»'

z
t) 1 EVANGELHO
CaPITULoV.
1 Torna fe Chrifto a Jerufalem^ e fara em Sabbado a hum hóme que avia trinta e
oitoannos que eflava enfermo. 3 E tomando elle fua cama efaindo Jecom ella> coma
a Senhor lhe mandara > os Judeos o reprendem^ do que elle com Chrilio fe defende»
16 * Polo que a Cbriffó matar procurai como aquelle que o Sabbado quebrantava> ea
Deus igual fe -fazia, 19- Defende o Senhor feu feito , e teffifica como em todas
fuas obras he igual a feu Pae j como em dar a vida» 22 Em julgar, 23 JEto
divina honra aceitar. 24 Em falvar. 25 E em aos mortos refufitar. 31 Apela
a o teffimunho de feu pae. 33 Ao de Ioao, $6 Eaode fuas maravilhas. 38 Re-
frende a incredulidade dosludeos. 39 E remite os a que asEfcrituras esquadri­
nhem» 4$ Até a as d’o mefmo*Moyfes»

Tjespois d’iílo, era [hum dia dê] «Feita dos Judeos, e fobio Je-
Dwr.ión. "^fus a Jerufalem.
* Ouj vi­
veiro.
I E ha em Jerufalem á das ovelhas hú * tanque, que em
* Ou > ca- Hebreo fe chama Bethefda, [e J tem cinco * alpendres.
maras» 3 Neftes jazia grande multidão de enfermos, cegos, mancos, [«■]
deflecados, aguardando o movimento da agoa.
4 Porque hum Anjo defcendia a certo tempo a o tanque, e re­
volvia a agoa j e o primeiro que nelle defcendia, defpois do movi­
mento da agoa, farava de qualquer enfermidade que tiveflè.
5 E eítava ali hum certo homem, que avia trinta e oito annos que
enfermo eítava.
6 Vendo Jeíus a eíte deitado, efàbendo que ja avia muyto tem­
po que [ali] jazia, difielhe: Queres fárar?
7 Refpondeu lhe o enfermo: Senhor, naó tenho homem nenhum,
que quando a agoa íe revolve, no tanque me meta: E em quanto eu
venho, outro antes de my defcende.
s Diflèlhe Jefus: t> Levantate, toma teu catre, eanda.
r 9 E logo aquelle homem farou 5 e tomou feu catre, e hiafe. «E
c loa 9:14.cra -Sabbado aquelle dia.
dExoj.10'. 10 Diíféraô pois os Judeos a aquelle que curado fora: Sabbado
10. ’ he, naó te he licito levar 0 catre.
Dear.$:ij. 11 Refpondeulhes elle: Aquelle que me curou, eflêmedifle:
ler. 17: ii. Toiua tcu catre, e anda.
II Perguntáraó lhe pois: Quem he homem que te diflê: Togia
Luc.6:í teucatre e anda? %
13 E o que curado fora naofábia quem foflej porquejefusfeavia
^retirado, porquanto’naquelle lugar avia huâ [gn&de] companha.
14 Defpois achou ojefus’no Templo ediflèlfyp: Vefaquija eítás
ÍAÕ‘,
:z. <•*
'SEGUNDO rjOAO. Cap.V. W
^o| ? naó peques mais, porque te naó íuceda alguá coura peyor. -* Malt‘
15 Foyaquelle homem3 c denunciou a os Judeos, que Jetusera
'O que o curara. . , J »-
16 E poriflo perfeguláÕ osjudeosajefus, c procumvaÕ matàlo,
porque fazia eftas coufas em Sábbado.
17 EJefus lhes xefpondeu,- /Meu Pae ate agora obra® eeup<«®- fjo^m
iem\ óbro. So.
18 g Porifto pois tanto mais procurava© os Judeos matálo, por-
;.que naó fó quebrantava o Sabbado, mas também dizia, que Deus *
■feu proprio Pae era, fazendofe igual aDeus.
19 Relpondeu pois Jefus, ediffelhes : Em verdade, em verdade hioaM*.
vos digo , que hnaõ pode 0 Filho couíã alguá de per fi mefmo fà- eS:.3 S,
zer, fe o naó vir fazer a 0 Pae: i Porque tudo quanto elle faz, o *9: 4-
faz também íemelhantemente 0 Filho. * IMtá»
20 Porque o Pae ama a o Filho, e k todas as coufas quefàz, Ihe2^1®/0*
moftra: e mayòres obras que eftaslhemoftrará, para que vosoutros ee *
vos maravilheis. kloa. 1:2*
ai porque como aJPae a os mortos refuscita , c vivifica 3 affi ^3: 35.
lambem o Filho, a os que quer, vivifica. «7: 6-
22 Porque também 0 Pae a ninguém julga , 1 mas todo 0 juizo a 8: 28.
Filho deu. iMatt I»
23 Pera que todos honrem a 0 Filho , como honraõ a o Pae. j® ‘‘2Í ’
Quem naõ honra a o Filho, naó honra a 0 Pae, que o enviou. jea. 3:35-
M * Em verdade, em verdade vos digo, que quem ouve minha m
palavra, e cre a 0 que me enviou, tem vida eterna, e «naõ virá em 23
condenação, mas paflòu da morte á vida.
25 Em verdade, em verdade vos digo, que á hora vem, eago-
ra he , f quando os mortos ouviráõ a voz do Filho de Deus , e os *~s'.
que a ouvirem, viviráó. o 7*1.1:
z6 Porque como o Pae tem vida êm fi mefino, afii deu também 43.
a 0 Filho que tivefiè vida em fi mefmo. ‘ t Eptef. zt
*7 E deu lhe poder para juizo fazer , por quanto o Filho do ho- J« f•
memhe.
t8 Naó vos maravilheis difto: Porque á hora vem, f em que to-2
I<5.
dos os que em os íèpulcros eflaõ, fua voz ouviráô.
/ 9 f £ fàiráõ os que fizéraó bem, á refurreiçaó de vida 5 e os
que fizéraó mal, á cefurreiçaó de condenaçaõ. Mtftó.25:
30 Naó pqíiõ cu de per rny mefmo alguá couíà fazer. Como
PUÇ09 julgocmeu juizo he juftoj /porque naõ bufeo/y^*6’^*
Cc mmha
ií 0 M X
loí OS. EUÀNGELHO
minha vontade, mas a vontade do Pae que me enviou.
w.!: 14. 1 ; Se eu de my meíino teftifico, meu teftimunho nao he ver­
dadeiro.
Matth. J ; P u Outro ha que de my teftifica, e fei que 0 teftimunho, que
17. ' de my teftifica, he verdadeiro.
TI7: 5. 33 x Vos outros enviaftes a Joaõ , e elle teftimunho á verdade
deu.»
19,27, 34 Porem eu naõ tomo teftimunho de homem : Mas digo ifto,
•v
f * pera que vos falveis.
z loa* iq;
25.
35 Elle era huá candea ardente e refplandecente: e vosoutros vos
quifeftes por hum pouco de tempo em fua luz alegrar.
36 v Mas eu tenho mayor teftimunho que [/) de Joaó. «■ Porque
as obras que o Pae me deu que cumpriffe , as mefinas obras que eu
fàço, teftificam de my, que o Pae me enviou.
?■' 37 a E 0 Pae que me enviou, elle meímodemyteftificou. Nun­
17. ca fua voz ouviftes, b nem feu parecer viftes.
fiTJS* 3• S E fua palavra em vosoutros permanecente naõ tendes > por-
que a 0 que elle enviou, a effe vosoutros naô eredes.
I

e): /• 39 c Efquadrinhae as Efcrituras porque vosourros cuidaes que


Lz;f. J : 22. >
nellas a vida eterna tendes, d e ellas faõ as que de my teftificaó.
f9: 35- 4® E naô quereis vir a my, pera que vida tenhaes.
loa. I: 33.
e 6 : 27. 41 Honra de homens naõ tomo:
e 8 I 18. 4- Mas bem vos conheço, que o amor de Deus em vos mefmos
2. Pedrt i: nao tendes.
....... - a

17. 43 Eu em nome de meu Pae vim, e vosoutros me naõ aceitaes 5


£ Exod. 33- fe outro em feu proprio nome vier, a effe aceitareis.
2 o.
Df^r.4-’í2
44 Como podeis vosoutros crer, honra huns dos outrostoman-
7,7 do? e a honra que de íó Deus he, naõ buscaes?
1.1^2.4:12. 45 Naõ cuideis que para com 0 Pae vos aja eu de acuíàr : o que
34:16. vos ac <mufa he Moyíes, em quemposoutros esperaes.
i>cif:29. 4'* Porque fe vosoutros a Moyfes crêreis, [tombem] a my me cre­
^.17:1 *• ríeis: /Porque de my efereveu elle.
dDeut. 18: 47 Porem íe a feus eferitos naõ credes, como a minhas palavras
iS.
Lftc.24‘27-
, crereis?
loa. i; 4í. ? loa. u*. 4J. fGen. J-. 15. e zz; IS. ez6:4. el8; 14. e IS : it, 1

Capí-
SEGUNDO S. JOÁÕ. Gap.VI.- M'
/

Capitulo VI.
1 Parta Chrifo com ctnco paens e dons peixes a cinco mil homens* 14 por ijfb
por Rey levantar o querem* porem elle fe retira» 16 Vem de noite a pé [obre o
mar a fins Difcipulos a o barco. 21 A companha o busca j e em Capernaum o
acha. %6 A qual amoefta que a comida incorruptível busque * que jó pela féfi
acha, 41 Do que os Judeos murmura*» 43 E refpondendo Jefus * que a fé
''melle de feu Pae vem * enfna que fua carne he a verdadeira comida * e feu
fangue a verdadeira bebida que comer e beber fe deve 5 pera alcançar a
vida eterna, 59 Da doutrina rmtos de feus Difcipulos em Capernaum fe
afcavdalizati, 61 Polo que & Senhor 0“ verdadeiro fentido de fuaspalavras lhes
explica» 66 Muytos de feus Difcipulos 0 deixao, 67 Pedro e os de mais Apo~
fidos fe ficao com elle ? e confeffao que elle tem as palavras de vida» y* De­
clara porem que hum dlelles era Diabo,

i TX espois diílo partiu fe Jefus da outra banda do mar de Galilea,


U que he pj de Tibcrias.
a E feguia o grande companha 5 porque viaõ os finaes que ’nos
enfermos fazia.
3 E fobio Jefus a 0 monte, e aflentoufe ali com feus Difcipulos.
4 EjaaPafchoa, a aFeftadosJudeos, pertoeftava. «EW.ia:
$ b Levantando pois Jefus os olhos, evendo-quehua grande com- 1S-
panha a elle vinha, difle a Philippe: D’onde paens compraremos, f•
pera que eftes comaõ ? * *
6 (Mas iílo dizia atentando o 5 porque bem fabia elle o que avia Deitt.i6-.i.
de fazer.) b Matt. 14:
7 Refpondeulhe Philippe: Duzentos dinheiros de paõ lhes naô 14. '
baftaràõ , peraque cada hum delles hum pouco tome. Jí®rc.«34.
8 DilTelhe hum de feus Difcipulos, [4 Jíber4] André, o irmaõ de Lhc‘ 1
Simaô Pedro:
9 Hum menino eítá aqui, que tem cinco paens de cevada, e
dous peixinhos5 mas c que he ifto entre tantos? ci,
10 E diflê Jefus : Fazei aflentar os homens 5 e avia muyta erva 43.
naquelle lugar. Afièntáraó fe pois os homens como numero de cin­
co mil.
E tomou Jefus os paens, e avendo dado graças, repartioos
.a os Difcipulos, e os Difcipulos a os queaffentaúos eíiavam j feme- I»’
lhantemente também dos peixes, quanto queriaõ.
Ecomo ja eíth éraó fartos,- difle a feus Difcipulos: Recolhei
os pedaços que lobejaram, pera que nada fe perca»
C c *— 13 Re-’ 4
^04 ■ 0$. EUANGELHÕ
1
13 Recolherão os pois, e enchéraó doze ceftos dos pedaços (Pc£
cinco pacns de cevada, que a os que comeram fobejáraó.
14 Vendo pois aquelles homens, 0 final que Jefus fizera, diflerao-í-
! Luc 7:16. e Ep Ede he verdadeiramente o Propheta que a 0 mundo avia de vir.
c 24:19. 15 Sabendo pois Jefus que avíaó de vir, e arrebatálo, para o
í 19. fazer Rey, tornou fe elle fo a retirar a o monte.
fmU! 16 / E como ja fe fez tarde, defeendéraó feus Difcipulos a o mar..
22 17 E entrando no barco, viéraó da outra banda do mar a Caper»
r.,?T... -
•^'U‘47. naum. E era ja efeuro, e [àú] Jefus naó tinha- vindo a ellcs.
18 E 0 mar fe levantou porquanto hú grande vento íoprava.
19 E avendo ja navegado quafi vinte e cinco, ou trinta eftadiosy
viraó a Jefus [wrj andando fobre 0 mar a e chegaadoíe a 0 barco „
e teméraô.
20 Mas elle lhes difTe: Eu fou, naó temaes..
21 Elles pois 0 recéberaõ de boa mente no barco 5 elògo o barco
zr*
hegou á terra a onde hiaó.
22 O dia feguinte vendo a companha , que effava da outra banda
do mar, que naó avia ali mais que hum barquinho , em que feus-
Dilcipulos enrráraõ 5. e que Jefus naó entrara com feus Difcipulos
’naquelle barquinho, mas Jjw] feus Difcipulos,- fós fe aviaó ido :
23 (Porem outros barquinhos viéraó de Tiberias perto do
lugar aonde 0 paó comerão avendo 0 Senhor dado graças.)
24 Vendo pois a companha que Jefus ali naó eftava, nem feus
Difcipulos, entráraó elles tambem’nos barcose viéraó a Caper- '
naum em bufea de Jefus.
-5 E achando-o da outra banda do mardifictaõ lheRabbiy
quando cá chegafte?
26 Reipondeulhes Jefus, e diflè : Em verdade , em verdade vos;
*Ou.por- digo, que me bufcaes, naó polos finaes que viíies, mas *polopam
<pedos que comeltes, e vos fàrtaftes.
faensco- 2? s Qbrae naó comida que perece,, mas QwJ comida que-
Pera v^a eterna permanece,. ac-ual o Filho do homem vos dará2
íPorque a efte lellou Deus Pae._
16: 40. 28 Difléraó lhe poisQue faremos para obrarmos as obras de Deus ?
44. a9 Refpondeu Jefus, ediffelhes:«Efia he a obra de Deus, qpe
h NMt. 3: creaes’naquelle que elle enviou.
17- 30 DiíFéraó lhe pois : *Que final pois fazes tu, peraqueo vejamos,
e 17 ’ 5 • e te creamos ? Que obras ? • 21/ Nof.
7. I» 3.12. 37..eítlí. 2 .Pe&.litj. i

/:2£tfAIZ:38. ffldíL CtovlíM..

SEGUNDO S. JOAÕ. Cap. VI. w
’?i l NoíTos paes coméraó o Mafia’no deferto, comoeftlefcriEo:/^^-^;
® Pam do ceo a comer lhes deu. . - 4; 14.
J* Diffe lhes pois Jeíus: Em verdade, em verdade vos digo, que
naõ vos deu Moyfes o paó do ceoj mas meu Pae vos dá overdadei-’”^7^;24i
ropaõdoceo. ,
33 Porque 0 paõ de Deus he aquelle que d’o ceo defcende, ea
mundo vida dá.
• 34 Dífléraó lhe pois: Senhor, dá nos fempre efte pam.
35 E Jefus lhes diflc: Eu fou o paõ da vida j » quem a my vem,®^/.^;
em maneira nenhuá terá fomej e quem em my cré, nunca terá fede. 10a* 4:14.
3 <5 Mas ja vos tenho dito, que também, mcviítes, enaócredes. 87*
37 Tudo o que o Pae me da, a my virá 5 c a 0 que a my vem,
em maneira nenhuá fora o lançarei. M
38 Porque eu defcendi do ceo, »naõ para minha vontade fazer, Z ;*
fenam a vontade d’aquelle que me enviou. Marè. i± .
19 E efla he a vontade do Pae que me enviou, p que de tifdo 36.
quanto me deu, nada perca, mas que’no ultimo dia o refufcite. £»r.ia:4x.
40 E efla he a vontade d’aquelle que me enviou, q que‘ todo t ?o.
aquelle que a o Filho vé, e’nelle cré, vida eterna tenha j e eu o *•10 •
reíufcitarePno ultimo dia. ■ e 17:11
41 Murmuravaõ pois d’elle os Judeos, porque diflera: Eu fou 0 ^iSs
paõ que d’o ceo defcendeu.. g 1^3:15*
41 E diziam: r Naõ he efte Jefus, 0 filho de Jofeph, *cujospae e‘4: 14,
e maé nosoutros conhecemos ? Como pois diz eíie: D’o ceo def- : ;
cendido tenho ? •
43 Refpondeu pois Jeíus, e diflelhes: Naõ murmureis entre vos- '3:
outros. ■■ ■ • ' Man.6:3.
<4 /Ninguém pode vir amy, fe o Pae que me enviou, o naõ
puxar: e eu o refufcitarei ’no ultimo dia.
45 Efcrit-o eftá’nos Prophetas: rEferáõ todos enfinados de Deus.
Affi que, todo aquelle que do Pae ouvio, e aprendeu, eflè a * Wt
my vem. . leriiiiv
4$ « Naõ que alguém a o Pae viflc, fenaó aquelle que de Deus
hej eflè a o Pae viíio tem. A
47 Em verdade, em verdade vos digo,, * que aquell^ém my cré,»
tefa vida eterna. *
48 Eu fou o paõ da vida.
, 42 j Voflòs pacs coméraó o Mana’no defeito, c morréraõ. .* asJ
Cc 3 Efle*
x Jm, j; Ifi: j Exod, Já *4, Hfagsli: 7, tyk* 7Í; 24,
*

Õ S. EUANGELHO
50 Èftelie ó para que d’o ceo deícendc, pera que 0 homem delle
oóma, e naó mórra.
11: 51 Eu íou 0 paõ vivo, que d’o ceo defcendeu; z fe alguém defte
. Paó comer, para fempre ha de viver. « E 0 paõ que eu hei de dar9
* he minha carne, aqual hei de dar pola vida do mundo.
Contendjaó pois os Judeos entre fi, dizendo, b Como nos
pode efte dar [/»«} carne a comer?
_ $ 3 Jefus pois lhes diflè: Em verdade, em verdade vos digo, que
fo a carne d’o Filho do homem naó comerdes, e feu langue (JwcQ
beberdes, naõ tereis vida em vos meímos.
i loa. 3:16. 54 c Quem come minha carne, e bebe meu fangue , tem vida
rn.: 14. eterna, e eu o refufcitarei’no ultimo dia.
»6: 27. 55 Porque minha carne verdadeiramente he comida 5 c meu iam
4»'' gue verdadeiramente he bebida.
56 Quem come minha carne , e bebe meu fangue, em my per­
manece, e eu’nelle.
57 Como 0 Pae vivente me enviou , e eu vivo pelo Pae j [afí]
quem a my me come, também por my ha de viver.
dloa.y, 13. Efte he 0 dpaõ que do ceo defcendeu. Naócomo voííospaes,
que coméraó 0 Mana, emorréraó; quemeíte paõcomer, parafem-
pre ha de viver.
59 Elias couíàs diflè elle’na Synagoga, enfinandoemCapernaum.
60 Muytos pois de feus Diícipulos, ouvindo difleraó:
Dura he cita palavraquem a pode ouvir?
61 Sabendo pois Jefus em fi mefmo. que feus Diícipulos diíto
murmuravaô, diflèlhes: Ifto vos eícandaliza?
tMarc.16; 6z e feria] pois fe vifleis a o Filho do homem fobir a onde
J9- cílava primeiro?
Luc. 24:50. 63/O Efpirito he o que vivifica, a carne para nada aproveita j
Aã r 9 Pafovras flue"cu vos digo, efpirito e vida faó.
Efeeffe-S. <$4 Mas alguns - . . ha,- que
de vosoutros . naó crem. g Porque bem
fi.Cor.y.6.fobiaJefus jadesdo principio, quem eraó os que nao cnao, b e
floa.izif. quem era o que 0 avia de entregar.
b loa. 13: 65 E dizi, fe i Por
íia- • ~ vos tenho dito, que ningué a mypode vir,
- iffo
. J1, fe de meu Pae lhe naò for dado.
íhe naõ «,
fite. 6:44. 66 Desd’entaõ fe tornaraó muytos de feus Diícipulos a tras, e ja
naó andavaõ com elle.
I , Alfi que diflè Jcfos a os doze: Por ventura quereis vos vosou-
67
tros umbeía ir ?'l
' $ Refposft
SÉGUNDD S. JÕ AO. Cáp.VII. io/
Refpondeulhe pois Simaõ Pedro : Senhor, a quem iremos ? .
Tu as palavras da k vida eterna tens. ‘ kAíi^t.,
69 Eja nos outros cremos, e conhecemos, lque tu es0 Chriíto,
0 Filho do Deus vivente.
70 Jefus lhes refpondeu: m Naô vos efeolhi eu doze e hum de
vosoutros Diabo he ?
7í E [ifiõ] dizia elle de Judas de Simaõ Ifcariota 5 porque eíte #>£^.6:15,
0 avia de entregar, 0 qual era hum dos doze.'

C A P I T U I/O VI f;
X Andado lefius em Galilea amoefao o feus irmãos 5 que a lerufialem â Fefia das
Cabanos va* 6 O que por entonces recufia. Io Mas Jegue defpois de alguns dias
em fègredo. 14 Enfina no' Templo * e defende por boa fita doutrina * como tam­
bém fieu milagre feito emSabbado. 25 T)as diverfas opinioens que 0 povo delle
tinha. 50 Polo que alguns procurao prendélo 3 mas nao podem. 32 Mandam
os Princepes dos Sacerdotes«, e os Pharifios > feus fiervidores a 0 prender. 33 Ame-
. aça a os incrédulos Judeos^ que defpois 0 naè achariao. yj Convida afia todos
gs fiedentes 5 e promete 0 EJpirito Saneio a os quenelle crerem. 40 t>o que na
companha-diffenfiai nace. - 45 Tornaò fie os fervidores fiem prefio 0 trazer* elou-
vdõ fua doutrina. 47 Indignados d?isto os Pharifieos* injuriai a Chrifto* e a a
povo. 50 Nicodemus os contradiz > e avendo diffimfiao e&tre elles * vaõ fie.

I T7 despois d’iíto, andava Jefus em Galilea > que ja naô queria


■*“'andar em Judea, por quanto os Judeos procuravaõ matálo.
» E eítava ja perto, a Feita das a Cabanas dos Judeos.
3 Difleraõ lhe poisfeus irmaõs: PaíTa te daqui, evaeteaJudea,
pera que também teus Difcipulos vejaó * as obras que fazes. Oiuím.
4 Que ninguém, que procura fer foliado, fàz alguã coufo em
oculto. Se eílascoufos fozes, manifeíta te a o mundo.
5 Porque b nem ainda feus irmaõs ’nellecriaõ. bMarc. j»
.6 Diífelhes pois Jefus: Meu tempo ainda naõ he chegado j mas aI»
voffo tempo íempre eílá preíles.
7 Naó vos pode o mundo aborrecer a vosoutros, mas a my me ciaa.14-.1y.
aborrece, porquanto d’elle teiiifico, que fuas obras d iaô más. «1$: iS.
£ Vosoutros fubi a efta Feita: Eu naô íubo ainda a eíta Feita, «
« porque ainda meu tempo naô he cumprido. elM-ísa*
p E avendolhes dito iiro, ficoufe em Galilea. ,
10 Mas avendo ieus irmaôs ja fubido, entonces fubiuellc também-
JLFeita, naõ manifeftamente, mas como em oculto.
.u Biúcávaõo pois osJudeos’naFefta, ediziaõ: /Aonde eftáelle?fj^if4fe
jj-í E -•
Us O S. EUANGTLBO ■
fiw.piió- ii g E avia grande murmuração d’elle’nas companhas. Algqns
e io: 19 ■ diziaõ: b Bom he $ e outros diziaõ: Naõ, antes engana a comi*
^r-w: panha.
Lm ’7-16. ’ ’ T°da via ninguém fãllava cTelle abertamente, i com medo dos
loa. 6 : 14. Judeos.
e 7: 40. i4 Porem ’no meyo da Fefta fobiu Jefus a o Templo,e enfinava;
i loa. 9:11. *5 E maravilhava© fe os Judeos, dizendo, Como íabe cite *as
e 11:41. Efcrituras, naó as avendo aprendido?
191 38. I(5 Refpondeulhes Jefus, e diífe: Minha doutrina naõ he mi-
f Uj e~ nha, fenaó d’aquelle que me enviou.
17 Se alguém quifer fazer fua vontade, da doutrinacon-
e 8 • 28. hecerá, fe de Deus he, ou fe eu de my mefmo fàllo.
e 12' 49. 18 Quem fãlla de fi mefmo, fua própria honra bufeaj mas quem
e 14: io. buíca a honra d’aquelle que 0 enviou, efie he verdadeiro, e naóha
24- ’nelle injuftiça.
ZExo.20.1. *2 / Naõ vos deu Moyfes a Ley, c ninguém de vosoutrosaLey
ei4: 3. faz ? » Porque me procuraes matar?
^.7: $3. 10 Refpondeu a companha, e diífe : # O Demonio tens; quem
wAtor-12, te procura matar?
.Mm 3'6 21 E-efpondeu Jefus,.e diífelbes: Huâ obra fiz, e todos vos ma-
7^-vis’, ravilhaes. , . ■
e 10:59. 12 Por iífo Moyfes vos 0 deu a circuncifaõ (naõ porque deMoy-
e 11:53. fes feja, mas f dos paes) e em Sabbado a o homem circuncidaes.
t! Joao. s, i? ge 0 homem em Sabbado a circuncifaõ recebe, peraqueaLey
4S> 5*- de Moyfes quebrantada naó feja 5 indignaes vos comigo, porqueem
Sabbado a todo hum homem curei?
p Gen. 17; 24 ? Naó julgueis fegundo a aparência, mas julgae jufto juizo.
10. ’ a? Diziaó pois alguns dos delerufalem: Naó he efie a o que-pro-
7 D«/a 1; curaó matar?
l6j 17- 26 E eifaqui livremente falia, e nada lhe dizem: Porventura fâbê
P? w. 24; verdadeiramente os Princepes, que efte o Chrifto he?
27 r Mas e^e’ bem fabemos d’onde he: Porem quando o Chri-
rMatt xy vier, ninguém faberá d’onde he.
55. 28 Clamava pois Jefus’no Templo, enfinando, e dizendo: Ea
Tifm. c: 3.my me conlfeceis, e d’onde fou ftbeis ? E/eu de my mefmo naó
Luc- 4 22. vim j t mas aquelle que me enviou, he verdadeiro, a o qual vós-
/?**J:4’ ‘ outros naõ conheceis.
„ 2’ Porem « eu o conheço, porque d’elle fou, e clleme en*
ta.Ví.™11-
SEGUNDO S. JOAÓ.Cap.VII.
?o -x Procuravaõ pois prendélo, mas ninguém d’elle maõ lançou3 xMm.ni
porque ainda y fua hora vinda naó era. -q.
31 » E da companha muytos ’nelle créraó, e diziaõ: Quan- I‘uc^9'47‘
do 0 Chrifto viér } fará ainda mais finaes do que os que eftefeito
tem? . fS; 37.
31 Ouvíraõ os Pharifeos que a companha d’elle eftas couíàs mur- y loa. 8 :2 o.
murava: emandaraõ os Pharifeos, e os Princepes dos Sacerdotes,~ • 3«<
fervidores a prendélo.
3 3 Diffe lhes pois Jeíus; « Ainda hum pouco de tempo com vofco aloaj. ftà,
eftou, e [extao] me irei a aquelle que me enviou, , ’
34 l> Bufcarmeheis, e naó [mQ achareis j e a onde eu eftou, vos- íloa.Z-.it.
outros vir naõ podeis. ^3*3 3»
35 DiíTéraó pois os Judeos huns para os outros: Aonde feira efte,
■que naõ o acharemos ? Porventura ir fe ha a os elpargidos entre os
Gregos, e a os Gregos enfinar?
36 Que dito he efte que difle: Bufcarmeheis, c naõ (w] acha­
reis 5 e aonde eu eftou, vosoutros vir naõ podeis?
37 E ’no c ultimo e grande dia dá Feita, ie pós Jeíus empe , c c Levita
clamou, dizendo, i Se alguém tem fede, venha a my, ebeba. 36.
38 Quem cré em my, como e a Efcritur a diz , rios de agoa viva
de feu ventre manarao. * ^4™ 22:17'
39 (E ifto diflè elle / do Efpirito que avlaõ de receber aquelles e £^.12: 3.
que’nelle creífem. Porque ainda o Efpirito íàncionaõ era /7^44:3..
por quanto ainda Jeíus naõ era glorificado. loil. 1:
40 Afli que muytos da companha, ouvindo efte dito , diziaõ: 2: *7*
g Verdadeiramente efte o Propheta he.
41 Outros diziaõ: h Efte he o Chrifto: E outros diziaõ: Virá L*’*
pois de Galilea 0 Chrifto ? s 14.
41 Naõ diz a Efcritura, que i da femente de David, e da aldea/, 7^4 41-
de / Betlehem, [/] onde era David, ha de vir 0 Chrifto ? iloa. M7«
43 Afli quê avia diflenfaõ’na companha por amor d’elle, kPjàl. 13*.
44 E alguns d’elles o queriaõ prender, mas ninguém maõ delle
J.2UÇOU-Í M/rtt
45 Viéraõ pois os fervidores a os Pontífices e Pharifeos j e elles ,
lhesdifleraó: Porque o naõ trouxeftes ?
46 Rcfpondéraõ. os fervidores: Nunca homé nenhú afli filiou,
como efte homem.
47 Relpoadéraó lhes pois os Pharifeos : Eftacs vosoutros também
enganados?
Dd «Por
4
íta OS. EUANGELHO
rtfiy. 33: 48 m Por ventura creu’nelle algum dos Princepes, ou dos PhaA
rifeos?
49 Senaõ efta companha, que naõ fabe a Ley, maldita he.
' e í- 8.' Diflclhes Nicoaemus, o que » a elle de noite viera, que er<
»Ica. 3 :*2. hum delles.
«19.39. 5l 9 Porventura julga noífa Ley a o homem * fem primeiro o
eE.w.23.1. ouvir, e o que faz entender?
^<5- ’9 ’• 51 Refpondéraó elles, e difleraõ lhe: Es tu também de Galilea?
Veiamy. Efquadrinha, evé, que nenhum Propheta de Galilea fe levantou»»
e 17: 8. 5 3 E foy fe cada hum para fua caza.
Capitulo VIII.
J Enfina Ckriflopelamanhaã cedo ’no Templo, 3 Aonde os Escribas e Pharífèo^
huã mulher achada em adultério ll:e trazem. 7 Porem elle os confunde escreven-
do 'no chao , e amoefbando á mulher, a despede, 11 Enfnafer elle a hisadirrmmdos.
Ií E defende fe contra os Pharifeos, affi com Jeit proprio tcfimmho-, como corfz
0 de fu Pae, 2í Protesla a os judeosque de balde 0 bufcaraò, e que em fiut
pecados morreráõ, fi{nelle naô crerem, 2$ Aloitra de quem he*. e de quem en­
viado. 31 Promete a os quenellie crem a noticia da verdade , e a liberdade da
Jervidaí dopecado. 37 Prova que os incrédulos fudeos vnjufamente fe gioriaS
de filhos de Deus e de Abraham ferem-, e lhes denuncia* que flhos- do Demonio
jàm, porquanto- (etts defèjos cumprem. 46 Eteprende fua incredulidade. 4o. So­
bre 0 que os fudeos 0 sn]uria3, chamando lhe de Samaritano , e de. que 0 De—
monio tinha. 49. O que elle nega e refuta, vo E teflif.ca* que Abraham fets
dia vira, e que ja antes delle era, 59 Polo que apedrejar 0 querem,.

s T> orem Jefiis fe foy a 0 monte das Oliveiras.


A 2 E pelamanhaá cedo tornou a o Templo ,, e todo 0 pov©;
veyoa elle: e aflentandofe, cnfinava os.
3 E trouxéraó lhe os Efcribas e Pharifeos huâ mulher tomada em
adultério:
4 E pondo a’no meyo, difleraõ lhe: Meflre, efia mulher foy to-
mada’no mefmo feito , adulterando.
« tw. 20: s a E ’na Ley nos mandou Moyfes ,que as taes apedrejadas fejaó >
10- Tu pois que dizes ?
22 ’ 6 E iflo diziaõ elles, atentando o, para que tivefle de que o acu»
far. Mas inclinando fe Jefus, eícrevia com 0 dedo em terra.
7 E como perfeveraflem perguntandolhe, endereitoufe,e diflé»
bDeut.vp: lhes: b Aquelle quede vosoutros fem pecado eftá, Ljtyf!a primei»
xo que pedra contra cila atire»
.« E

* «*
SEGUNDO S. J0AÕ1 Cap. VIII. í-5

j E tomandofe a inclinar, efcrevia em terra.


^9 Porem ouvindo elles e redarguidos da confciencia, íãi-
faõ fe hum a hum , começando dos mais velhos até os últimos > e
■* ficou ló Jefus, c a mulher que’no meyo eftava. Ou, áí-
10 E endereitando fe Jefus, enaô vendoaningué mais que a mu-
Jher, difíelhe; Mulher, aonde eftaó aquelles teus acufador es ? Nin- Gr.fa
guem te condenou? -deixada
11 E difle «lia: Ninguém, Senhor. E difle lhe Jefus: Nem Jo Jefus.
eu também te condeno; vae te, e c naÕ peques mais. cl<w.y4»
iz Falloulhes pois Jefus outra vez, dizendo, d Eu fou a luz do dlfaijfat
mundo; quem me feguir, naó andará em trevas, mas terá lume . .
<1C VÍdíL ^2 ;
M Diflerao lhe pois os Pharifeos: Tu de ty teiefmo teftificasj e12:35;
teu teftimunho naó he verdadeiro. 36.
14 Refpondeu Jefus, e diífelhes: e Ainda que eu démy mefmo
teftifico, meu teftimunho he verdadeiro j porque fei d’onde vim,
•e para onde vou : porem vosoutros naó íabeis donde venho, neta
para onde vou.
15 Vosoutros fegundo a carne julgaes , eu haõ julgo a ninguém.
16 Efe eu também julgo, meu juizohe verdadeiro: Porque naó
fou eu fó, mas eu, e 0 Pae qué me enviou.
17 f E também em voflà Ley eftá efcrito, que o Teftimunho de/Mw. jç!
dous homens he verdadeiro. 3®- ,
iS Eu fouo que de my meímo teftifico,e [tombem] de g my tefti- j/
fica o Pae que me enviou. ' Natth.ill
i9 Diflerao lhe pois: Aonde eftá teu Pae ? Refpondeu Jefiis: 16."
i> Nem a my me conheceis, nem a meu Pae: i Se vos a my me co- t.Cw.ijiiJ
ríhecéreis, também a meu Pae conheceríeis. H^.ioa8-
ao Eftas palavras fàllou Jefus junto a o cofre d’o thelòuro, enfi- £ dUatt. 3-
aando ’no Templo 5 ^-e ningué o prendeo , porque ainda foa hora *?*
naó era chegada. «Mwxii.
21 Diflèlhes pois Jefos outra vez: l Eu mevou, e buícarmeeis, e e 9,: 7.
«m voflò pecado morrereis: Aondeeuvou, naópodeisvosoutrosvir. Luc.3
a Diziaó pois os Judeos: Porventura ha fe de matar a fimefino, e?•35*
que diz: Aonde eu vou, vosoutros naó podeis vir? loa.n 33*
23 Edizialhes: » Vosoutros fois de baixo, eu fou de ribas vos- \
©utros fois d’efte mundo, eu naó fou d’cfte mundo. V jM
. 24 Por iflô vos diffe, » que em voflòs pecados morrereis > porque iju, 14Í9;
Dd 2 fe ^«.7:3^
IJuqX J4* 113113. mJoa.3:31. « jfa.Sraj»
Hi O S. EUANGELHO
fe naó crerdes que eu fou, em voflos pecados morrereis.
23 Difleraò lhe pois: Tu quem és ? Jefus lhes díflè : Oíquq»
desdo principio também vos digo. J
25 Muytas coufas tenho que dizer e julgar de vosoutros: Mas
»'lotj-, 2$. 0 verdadeiro he aquelle que me enviou 3 p e eu 0 que d’clle tenho
Rom. 3:4. ouvido, iflo fatio a 0 mundo.
pleç.l: !$♦ 27 [mcí] naó entenderão que lhes fallava do Pae.
Num. 21: 2S Diflélhes pois Jefus: 7 Quando levantardes a 0 Filho do ho-
, entaó entendereis que eu fou, e [?>&] nada faço de my me-
4* fmo: r Mas iflo digo como meu Pae m’o enfinou.
Jo&* J ' -4- 29 /E aquelle que me enviou, comigo eftá. Naó me tem o> .
e< 12:32. Pae deixado fó, porque fempre faço 0 que lhe agrada.
Faltando elle eftas coufas, t créraó muytos’nelie.
<f7- < • f)jz;a pois Jefus a os Judeos que [’»} elle criaô: Sevosoutros
f12:42
t14^ IQ<j em rainha palavra permanecerdes, verdadeiramente meus Difcipu-
24. ios fereis.
Jjoa, 14: 32 E a verdade entendereis, « e a verdade vos libertará.
lo, 33 Refpondéraô lhe: * Semente de Abraham fomos , e nunca t
JI6JJ2, ninguém íervimosj; como dizes tu Libertos fereis ?
f0(2.y I I.
u Rom> 6 : 34 Refpondeu lhes Jefus : Em verdade, em verdade vos digo,
18. que todo aquelle que pecado fàz, y íèrvo do pecado he.
Galat.^\ I, 35 E 0 fervo naô fica em caía para fempre, 0 Filho pera fèm-
l.Pedr. 2: pre fica.
, — — -------------- --

Ió. 36 » Afli que, fè o Filho vos libertar , verdadeiramente libertos


xMatt.y.9. fêreis.
y Rom. 6:
2q.
37 Bem fei que femente de Abraham fois3 Porem procuracs ma-
&Ped.2:i9. tarme, porque minha palavra em vos naó cabe.
z Row.$:2. 3$ *Eu, o que junto a meu Pae vi,[z/èj falloj evosoutros, o
4 Jíw.jjii. que também junto a voflb pae viftes, [iflo] fazeis.
e 7 : 16. :39 Refpondéraô, e difleraò lhe: Noífo pae he Abraham. Difle-
*íi:4.9 lhes Jefus: b Se filhos de Abrahamfôreis ':, as obras de Abraham
e 14:10 £zereis.
24- -
4» Porem agora procuraes matarme, homem c que vos tenho
28. ’ fallado a verdade, que de Deus ouvido tenho : Naó fez iflo
«9:7. Abraham.
4Jw.j7.-17. 41 Vos outros fazeis as obras devoflo pae. Difleraò lhepois: Nos-
outros naó fomos nacidos de fornicação > hum Pae temos, [a/â&r]
Deus.
42 Difle lhes pois Jefus: Sc DcusvoflbPaefoia, verdadeiramon-
SEGUNDO S. JOAÕ. Gap. VIII. u,
te me amaríeis: Porque eu de Deus fahi, e venho $ i que de my
mefeo naó vim r porem elle me enviou. «7: ***
^Porque naó entendeis minha lingoagem ? Porquanto minha
palavra ouvir naó podeis.
44« Vosoutros de pae Diabo fois, e os defèjos de yoflb pae fa-evite-j:**
zer^ quereis: f Elle homicida defdo principio foy , e g na verda-yGen. j: t»
de naó permaneceo $ porque’nelle verdade naõ ha $ quando falia z.-Cor.iKJ-.
mentira, d’o Teu propriofalia: Porque he mentirofo , e pae d’a
[mentira.]
45 Porem a my, porque [w/J digo a verdade, naó [me] credes. *■
46 Quem de vosoutros me convence de pecado ? E fe a verdade
digo, porque me naó credes ?
47 h Quem de Deus he, as palavras de Deus ouvej portanto £»] hIm.6.í7-
naó ouvis vosoutros,. porquanto de Deus naõ fóis. e lo:s’*
48 Reípondéraó pois osjudeos, e diíTéraó lhe: Naó dizemos nos V'
bera, que Samaritano es, ico Demonio tens? -,íat
49 Refpondeu Jefus t Eu naó tenho Demonio,. k antes honro a e ic.-10.
meu Pae 5 e vosoutros me deshonraes. k loa 7: 18»
50 Eu porem- minha gloria naõ busco •> ha qué a bufque,. e a
julgue.
51 Em verdade, em verdade vos digo , l que fe alguém minha Hm. 5:14.
palavra guardar, para fempre a morte naó verá. eiI»25«
52. Dmeraó lhe pois os Judeos: Agora conhecemos que o Demo­
nio tens. Morreo Abraham,. e os Prophetas > e dizes tu : Se al­
guém minha palavra guardai', para fempre a morte naó goftará?
Es tu mayor que noflo pae Abraham, m o qual morreo?
Heér. 11 •
morréraó os Prophetas: Quem te fezes a ty mefmo ? ’
54 Refpondeu Jefus: Se eu a my mefmo me glorifico, nada mí-
nhagloria he? meu Pae he o que me glorifica, o qual vos dizeis
que he voffo Deus.
55 E vos outros naõ o conheceis, mas eu o conheço: efedifler,
que o naó conheço , ferei,. como vosoutros, mentirofo 5, mas conhe­
ço, o, efua palavra guàrdo.
56 Abraham voffo pae faltou de prazer'por » ver meu dia 5 e viorQ*,
e.alegrouíè 17»
57 DhKraõ lhe pois os Judeos : Ainda naõ tens cincoentaannos,
e viíie a Abrahaô ? 11 *
58 Diflelhes Jefus :Emverdade,em verdade vos digo,quean-
tes queAbr^iamfcdre, fou eu.
Dá? tf •
OS.EUANGELHO
lo/j4;29' 59 ° Tomáraõ pois pedras para lhe atiraré. Masjefus fe escondeo,
j9° 31' efahio do Templo, atraveífando por meyo delles, eaffifefojó

Capitulq IX*
Uniando Chrifoem Sabbaào com lama os olhos de hum cego ãenacimento y
dandolhe.s lavar nas aguas de Siioé > lhe dá vifia. 8 O que o cego a feusiffizt-
nhos pontualmente conta. 13 Como também a os Phavijeos a quAi levado foy*
ió Polo que de Chrifio blasfémac como de quebrantador do Sabbado e daTeguei-
X Ta d'efie cego duyidae. 18 £ a efia caufia a os paes do cego chamaõ > os quaes
bem confeffiao que cego nacera > porem no de mais a 0 tefiimunho de [eu filho fie
remitem» 24 A quem outra vez chamao > e 0 examinao. 27 E elle lhesrefipon-
de. e por efiao bra lhes teftifica \ que Chrifio nao he pecador > fienaí de Deus
vindo. 34 Polo que ajfrontofiamente fora 0 lançao. 35 Sendo 0 cego ainda mais
claramente por Chrifio informado ’nelle créy e 0 adora. 40 Denuncia Chrifio a
£s Pharifieos, que espirrtualmente fao cegos j e que em feu pecado permanecem >
por ajji 0 nao corfejfiarem.

* P indo \Jefa] paflando, vio a hum homê cego defde naci-


mento.
2 E perguntáraôlhe feus Difcipulos, dizendo, Rabbi, quem
pecou? efte, ou feus paes, pera que nacefle cego ?
• 3 Refpondeu Jefus: Nem eftepecou, nem feus paes $ «mas
[<?/F he] peraque as obras de Deus’nelle fe manifeftem. ’
*í<w-5:i9. 4 A my me convém obrar as obras d’aquelie que me enviou,
entretanto que de dia he : a noite vem, quando ninguém obrar
. pode.
gm quant0 ’no mundo eftou, c do mundo eu a luz fou.
Joa 1 - 5 9* 6 Ifto dito > d cofPio em terra» c fe2 lodo do cufpo, e untou
e S : *i2.com aquelle lodo os olhos a o cego.
^12:35’ 7 Ediflelhe: Vae, lava te’no tanque de Siloe, (que Enviado fe
46. interpreta.) Foypois, e lavoufej e * tornou vendo.
^.13:47. 8 Affi que os vizinhos, e os que d’antes o viraô que era cego,
dMatt. 8; diziam; Naõ he efte aquelle que aflèntado eftava, e e mendigava?
9 Outros diziaó: Eftehe. E outros: Parece fe com elle. Elle
*OlbWV0. r
2’2 1OU.
' 10 Diziam lhe pois: Como fe te ábríraô os olhos?
11 Refpondeu elle ediflê: Aquelle homem chamado Jefiis, fez
lodo, e me untou os olhos, emedifle: Vae a o tanque de Siloé,
clavate. Efui% elaveime, eví.
12 DiíTéraó lhe pois: Aonde eftá elle? Diflê elle; Naó 0 feí.
A
SEGUNDO S. JOAÕ. Cap.IX. írf *

ij Leváraõ o Qw] a os Pharifeos, [afaber\


faber\ a o d’antes cego.
14 f E era Sábbado quando Jefus o lodo fez, e os olhos lhe abriu.
15 Tornárao lhe pois também os Pharifeos a perguntar, como M
vira? E elle lhes diíTe: Pós me lodofobre os olhos, elaveime, evejo..
i(5 Affi que alguns dos Pharifeos diziaó: Efte homê naô he de foa. 5; ?,
Deus i pois o Sabbado naõ guarda. Outros diziaó. g Como pode g 704.3:1.
hum homem pecador taesfinaes fazer? E avia difíenfaõ entre elles. *9‘- 33«
17 Tornaô Qw] a dizer a o cego: Tu , que dizes d’elle, pois os hjoa.7-.1z.
olhos te abriu? E elle difie; i Que be Propheta.
18 Afli que os Judeos dfelle naô criaó que cego ouvefíè fido , e
[agcra] vifle 5 até que chamáraó a os paes do que pgora] via.
19 E perguntáraó lhes dizendo, He efte voflo filho, aquelle que e 6i 14»
dizeis que cego naceu ? Como pois agora vé?
10 Refpondéraõ lhes feus paçs, e difleraô: fabemos que efte noffo
filho he, e que cego naceu:
11 Mas como agora veja, naõ [0J fabemos 5 ou, que lhe aja
aberto os olhos, naô [yj íabemos -, idade tem, perguntaelhe a elle
mefmo, elleporfi mefmo fallará.
11 Ifto diíferaõfeus paes, k porque temiaõ a os Judeos. I Por- hloa,7\\\.
quanto ja os Judeos a huã concluído tinhaó, que, íe alguém coh- .
fefiaffe fer elle o Chrifto, lançado da Synagoga fofie.
13 Por iffo diíféraô feus paes: Idade tem, perguntaelhe a elle
mefmo.
14 Chamáraõ pois fegunda vez a o homem que cego fora, e dif-
féraó lhe: Dá gloria a Deus j nos íabemos que efte homem he mJpfiiê.T»
pecador. 19>
15 Refpondeu pois elle, e difie: Se he pecador, naõ ofeij buá
couíà fei, que, avendo eu fido cego, agora vejo.
16 E tornáraó lhe a dizer: Que te fez ? Como os olhos te abriu ?
47 Rcfpondeulhes : Ja volo tenho dito, e ainda o naõ ouviftes:
que quereis tornar aouvir ? Por ventura quereis vos também
feus Difcipulos?
18 Affi que o injuriáraõ, e difleraõ: Tu feuDifcipulo fejasj que
nosoutros Difcipulos de Moyfes fomos.
29 Bem íabemos nosoutros que Deus a Moyfes faltou j mas efte
nem de donde he íabemos.
30 Refpondeu aquelle homem, ediffelhes: Na verdade que ma-
ravilhofa coufa he efta 1 que vosoutros naõ fábeis de donde efte fcja I
e a my os olhos me abriu.
31» £
41
i-rts O S, EVANGELHO
n 31 » E bem fabemos que Deus a os pecadores naõ ouve 5 mas íc
29. alguém he temente .a Deus, e fua vontade faz, a efte ouve,
128: 9. 3- Des de {W»/J os ieculos fe naõ ouvio, que alguém os olhos
Ifai.i» 17. abrifle a hum que cego naeeu.
Mich. 3:4 33 Se efte dê Deus vindo naõ fora, nada fazer pudera.
24 Refpondéraõ elles e difleraõ lhe: Empeçados cstodonacido,
e nos enfínas a nos? E lançáraô o fora.
35 Ouvio Jefus que fora lançado o aviam, e achando o, |diflèlhc:
\ Cres tu’no Filho de Deus?
3 6 Refpondeu elle, ediflè: Quemhe, Senhor, peraque hielle
crea?
<7^4:16. 37 E diflelhe Jefus: Ja 0 tens viflo 5 0 e 0 que com tigo falia,
•efle he.
38 Eelledifle: Creyo, Senhor; e adorou o.
t 3:17. 39 E diftè Jefus: p Eu pera juizo a efte mundo vim , ? peraque
> «■ ii: 47. os que naõ vém, vejaõ; e os que vém, ceguem.
iMatt. 13: 40 £ ouvíraó ifto dos Pharifeos, que com elleeftavaõ;
e difleraólhè: Somos nosoutros também cegos?
41 Diffelhes Jefus: Se cegos fôreis, pecado naõ tivereis j mas
agora dizeis: Vemos; por tanto voffo pecado permanece.

Capitulo X
£ Com a pardbola das propriedades do fiel pafior prova Chrifto^ que elle he 0 w*
dadeiro fafior de fuas ovelhas. 7 Como também a verdadeira porta do curral.
12 E naõ jornaleiro» 14 Pois fua vida por fuas ovelhas voluntariamente poem*
I ? Polo que dijjençao entre os Judeos ha. 22 Eftando Chrifio em Jerufalem
na fefta da renovação do Templo ? os Judeos 0 rodeao » e lhe perguntao 4 fe
■elle era 0 Chrifio. 25 O que per fuas obras tefiifica a e invencivelmente prova.
26 Diz que "nelle nao crem» por quanto de fuas ovelhas naofao. 27 Masque
fitas ovelhas'nelle crem , e que elle» e feu Pae para a vida eterna as guardao*
31 Querem 0 os Judeos como a bldfphemo apedrejar. 34 Porem tom a Efcrltu^
ra 3 e com fuas obras fe defende j provando que justamente Filho de Detts fi cka-*
mou. 39 E faindofe de fitas maõs fe retira a 0 Jordam*

s C m verdade, em verdade vos digo , que aquelle queVio curral


*^das ovelhas pela porta naô entra, mas por outra parte fobe,
iadraó he, e falteador.
2 Mas aquelle, que pela porta entra, 0. paftor das ovelhas he. x
3 A efte o porteiro^ e as ovelhas lua voz ouvem, £ afuasovelhas
nome por nome chama, c fora as leva.
4E
/ •
SEGUNDO S. JÒA(5. Cap.X. #7
4 E quando fora fuas ovelhas tira, diante cFellas vae, e/as ovelhas
■o feguem, porquanto fua voz conhecem.
5 Mas a o eftranho em maneira nenhuá feguiráõ, antes d’elle fo-
giráó; porquanto a voz dos eílranhos naõ conhecem.
6 Eftaparabola lhes diflèJefusj porem elles naõ entenderão, que
era o que lhes fàllava.
7 Tomoulhes pois Jeíús a dizer : Em verdade , em verdade vos
■digo, que eu a portadas ovelhas fou.
8 Todos quantos antes de my viéraõ, ladroens e lãlteadores faõ ;
mas naô os ouvíraõ as ovelhas.
Eu fou aporta 3 Se alguém por my entrar , falvarfeha:
entrará, e fairá, e pafto achará.
k> O Ladraô naó vem fonaõ a roubar , e matar, t de&ruir: eu
vim pera que tenhaõ vida, e abundancia tenham. jtói
ii i Eu fou o bom Paftort, o bom Paôor, polasovelhas íiiavida b
poem. _ ’ Ewch.W'.
n« Mas o jornaleiro , e que naõ he o paftor, cujas náõ faõpro- aj.
prias as ovelhas , vé vir a o lobo, e deixa as ovelhas, c foge: e o Bxlrr-13 :
lobo as arrebata, e as ovelhas diflrpa. **:
13 Eo jornaleiro foge, porquanto jornaleiro he, e das ovelhas ♦
cuidado naõ tem. *
14 Eu fou o bom Paftor, d-t as minhas conheço , c d’as minhas -fim. k
conhecido fou. 19.
15 e Como o Pae me conhece a my, (^jconheço eu também a o e Matt, n»
Pae: e minha vida polas ovelhas ponho. a7.
16 Ainda tenho outras ovelhas, que defte curral naõ íãô -a eftas „
também me convém trazer, e ouviráõ minha voz, /e ferfeha*huâ,r<’'*,^:4$.
grey, M hum paftor. , . /■*£&?’'
>7 Por iflo me ama o Pae, porquanto g minha vida ponho, para u
tomála a tomar, *^£«1»
18 Ninguém m’a tira a my, mas eu de my caefmo a ponho:
J poder tenho para a pór, e poder tenho pera a tornar a tomar. Efte S Vty. 5 j.'
mandamento de meu Pae recebi. y ,
19 i Tornou poisaavcrdiflènfaõentreosjudeos, porcaufadeftas^j^;1?»
palavras. . • , . *91*6*
ao Emuytosd’ellesdiziaõ, *O Demoniotem,e eôáfora de fis/jío<7.x.*
pera que o ouvis? * s: 48,
m Diziaó outros: Eftas palavras naó íaõ de endemoninhado $
1 pode porventura o Demonio abrir os olhos a os cegos ? p/?/^ ‘ l«
Ee ía E
0 '• ' -S1S<
218 OS. EVANGELHO
22 E era a Feita d’a renovaçaõ Tem^lõ] emlcrufalem, e erain-'
verno.
£ andava Jefus pafleando ’no Templo,, m ’no alpendre de Sa«
íít. j: ii. lamao.
«5: 12. 24 Rodeáraô o pois os Judeos, e difleraõ lhe: Até quando em
fufpenfo nofla alma terás ? Se tu esoChriílo, dizenolo lfvremente ?
25 Refpondeulhes Jefus, dito volo tenho ja, e naô o credes.
® As obras que eu em nome de meu Pae faço, eíTas teftificam derny.
26 Mas vosoutros naõ credes, porque de minhas ovelhasnaôfois,
J* como ja dito volo tenho.
27 0 Minhas ovelhas ouvem minha voz, e cu as conheço , e ellas
me feguem.
* ts -U 1S E eu Jttes dou a vida eterna, p e pera fempre naó perecerão,
e ninguém as arrebatará de minha maô.
iea. 5; l9. 29 Meu Pae que m’as deu , mayor que todos he 5 e ninguém as.
114: 9. pode arrebatar da maô de meu Pae..
e'lT. 5. ?o 7 Eu c 0 Pae hum fomos.
V^.8:$o. ?i r Tornáraõ pois os Judeos a tomar pedras, pera 0 apredejaré;
e11S 8. 32 Refpondeulhes Jefus: Muytas excelentes obras de meu Pae
moftrado vos tenho 5 por qual obra d’eítas me apedrejaes ?
33 Refpondéraõ lhe os Judeos, dizendo, Por boa obra
flss. 5:18. te naô apedrejamos, J fenaõ pola blasfémia> e porque lendo- tu ho­
mem, a timesmo te fàzes Deus.
tVfil-lí.6. 34 RefpondeulhesJefus i Naõ eftá em voífa Ley eferito, rEw
difle, Deufesfois?
35 Pois fe [a Ler] Deufes a aquelles chamou, a quem a palavrade
Deus endereçada fòy, e a Efcritura quebrantado naõ pode fer:
uloac-ij. 36 « a quem o Pae fànétificou, e a o mundo enviou
dizeis vosoutros, Blasfemas5 * porque difle,. Filho de Deus fou?
2415' S7 y Se as obras de meu Pae naõ faço, naó me creaes.,
c loa. 14: 38 Porem fe as faço, e a my me naô credes, crede a as obras?
11, pera que conheçaes e creaes , * que o Pae efiá em my, e eu’nelle.
17: 21. ?9 a Procuravaõ pois outra vez prendélo 5 c elle fe fahio de fim
4’29. maõs.
S ’49‘ 40 L tornou fe a ir d’aoutra banda do Jordaó, 10 lugar £ aonde
• 2^ J°am primeiro bautizava j e ficou fe ali.
*’ ’ 41 E muytos vinhaô a elle , e diziaõ : Em verdade que nenhum
final fez Joaõ 3 mas tudo quanto Joaõ deite difle,. era verdade.
42 E muytos ali ’nellc créraã.
•< C-A».
I
SEGUNDO S. JOACT. Cap.XI. Hf

C A P I T V L O XI.
*4

2 Eazaro enfermo em Bethania. 3 Suas irmaas mandao avifer a-o


Senhor. 7 §ue a Gatilea vau II Entretanto falece Lazaro. 17 E vae 9
■Senhor a Bethania a refuscitálo. lo Aonde Martha ao encontro lhe fae^ ecom
ella trata da refurreifao de jeu irmão\ e dd dos demais fieis* 28 Segue também
Jogo apos ella Maria. 35 Chora 0 Senhor > e vem d Jèpultura. 39 Acha. 0 •/>
de qnatro dias enterrado. 41 Invoca a feu eterno Pae, e refuscita d 4$ Polo
quernuytos^nellecrenz. 46 E outros daÕ as novas a os Sumos Pontífices, 47
a efia coufa feu Concilio congregao. 50 Aonde Cayphas > fem faber 0 que di~
zia> profetiza do fruito da morte de Chrifio. 53 JS concluem matdlo* 54 Po*
vem elle fe retira d cidade de Ephraim. $5 Bufcaõ onaPefla daPafchoa. 57 Eoc
Princepes dos Sacerdotes 3 daí mandamento de que fe alguém foubejfe aonde efiava 9
e denmiajfe*

x "p efiava enfermo hum certo \homm> rfomfe] Lazaro, deBetha-


nia, da aldea de Maria, e de Martha fua irmaã.
a « (E era Maria a que a o Senhor com o unguento ungiu, ecom a Matt.iSt
feus cabellos os pés lhe alimpou; cujo irmão Lazaro era o que en- &
fermo efiava.) Marc.i^
3 Enviáraõpoisfuasirmaãsaelle, dizendo, Senhor, vés aqui
aquelle que amas, enfermo eftá. 7 • • *
4 E ouvindo Jefus difíè: Efia enfermidade naõ he para mor­
re j & mas para gloria de Deus ; paraque o Filho de Deus por ella bjca.yii^
glorificado íeja. eii;4o«
5 E amava Jefus a Martha, e a fua irmaã, e a Lazaro.
6 Ouvindo pois que efiava enfermo, ficoufe entam ainda dous
dias ’no lugar aonde efiava.
7 Defpois difio * tomou a dizer a os Difcipulos: Vamos outra *Ou*
vez a Judea. ■ fi mats^
8 Dizem lhe os difcipulos, Rabbi, c ainda agora fjwtcoha] te c Im.8: w-
procúravaô os Judeos apedrejar j e tornas te para Tá? txa;jiÊ>
2 Reípondeu Jefus: Naõ ha doze horas’no dia ? Se alguém de
dia anda, naõ tropeça, por quanto a luz defie mundo vé.
ia Mas fe alguém de noite anda, tropeça ; p®rquanto’nelle luz
naõ ha.
ii Ifto fallou ; e diflèlhes defpois: Lazaro, noflò amigo, dor- iMrtt.i;
me; mas vou a do fono o despertar. t .
í* Difleraõ pois feus Difcipulos: Senhor, fe dorme, felvo fera,
x? Mas pjfoj diziaJefus de fua mortej porem elles cuidavaõ que «
filiava do * repoufo d’o dormir. ãormir d ♦
m O S. EVANGELHO
14 Entonces pois lhes difle Jefus claramente: Lazarohe mortoC
15 E folgo, por amor de vosoutros, que eu Ia aaô eftivefle,pa­
ra que creaes.: porem vamos ter com elle.,
iá Difle pois Thomas, chamado o Didymo, aos eondifcipulos:
Vamos nosoutros também, pera que com elle morramos.
17 Vindo pois Jefus, achou que ja avia quatro, dias que ’nafepul-
tura eftava.
iS (E Bethania eftaya corno quaíi quinze eftadios de Je-
rulalem.)
19 E muytos dos Judeos tinhaô vindo & Martha, ç â. Maria, *.
conlolálas acerca de feu irmaõ.
io Ouvindo pois Martha que Jefus vinha , fehio lhe a o encontro $
mas Maria fe ficou aflèntada em cafa. -
Difle pois Martha a Jefus: Senhor, fe tu aqui effivéras , nao>
morréra meu irmaõ.
12 Porem tambcmjèi agora, que tudo quanto a Deus pedires s
t’o dará Deus.
23 Diffelhe Jefus: Teu irmaõha de refufcitar.
*4 Martha lhe difle: Eu fei que ha dc refufcitar , t hiarefurrei-
Líic. 14:14. çaô, em 0 ultimo dia.
a.

5: ^9- zj Diflelhe Jefus: f Eu fim a refurreiçaõ, e a vida 3, g quem em


f Joa 1:4 my er£, ainda que morto efteja, ha de viver.
6 2,6 h E todo aquelle que vive, e. emmycré,. parafemprenaõ-
r íL. 3:1 <5. ha raorrer- Crés ifto ?
36. 27 Difle lhe-ella, Siíenhor; ‘ Jacríquetues oChriifto j oFilho
e 6: 47- de Deus , que a o mundo avia de vir;
1 loa y.io. is E dito ifto, foyfe , e chamou em fegredolaMaria fira irmaí,
hioa.f> yi. dizendo, Aqui eftáo Meftre, e re chama.
IÓ* *9 Ouvindo, ella logo, fe levantou, e fby ter com elle.
3* (Que ainda ]eíus naô era chegado á aldeaj mas eftaya ’no lu~
L,uc. 9:20. §ar, aonde Martha a o. encontro lhe feira.)
Jfití. 6:69- 31 Vendo pois os Judeos, que com ella em cafaeftavaõ, eacon-
folavaó, que Maria apreíuradamente fe levantara, efefea, feguí-
raõ a, dizendqvrfepuhura vae, a lá chorar.
32 Vindo pois Maria aonde Jefus eftava , e vendo o, derriboufe
afeus pees, dizendolhe, Senhor, fe tu aqui eflâvéras, naó mor­
réra meu irmaõ.
3 3 V endo a pois Jefiis chorar , e a os Judeos que com eHe {jww-
ttm} chorando vinhaói moveu fcmuyto em cfpirito, c turbou fe
em fi melino., 14 ®
SEGUNDO S. JOA01 Cap.XI. mi
34 E diíTe: Aonde o pufeftes£ Difleraó lhe: Senhor, vemevé o.:-
35 * p) chorou Jefus.
3<í Difleraó pois os Judeosr Vedíe como o amava! .
37 E alguns d’elles difléraõ: Naô. podia efte> l que os olhos toi^H ?•' <•
cego abriu, fazer que também eíle naô morrefle ?
?S Movendo fe pois Jefus outra vez muy to em fimesmo,. veyo a;
fepuitura: e era huá cayerna, e eíiava huá pedra, lobre ella.
pofta..
39 Difle Jefus: Tirae apedra. Martha, a irmaa do defunto, lhe- .f
difle: Senhor, ja féde, que ja he de quatro dias. «C
40 Jefus Uie difle , Naô te tenho dito,. que fe creres,, a gloria-
de Deus veras.
4» Tiráraô pois a pedra d’onde o defunto jazia. E levantou Je­
fus pera riba os olhos, e difle: Pac, graças te dou} que ja ouvida
me tens. t
4.1 Porem bem fabia eu, que fèmpre me ouves; m mas por amor
da companha , que a o redor eflá, QQ difle; pera que creaõ que tu 30.
me- enviáfte.
43 E avendo dito ifío , clamou com- grande voz: Lazaro, fee
fora.
44 E fehio o defunto liadas as maôs e os peescom feyxas, e íèú
. rofio envolta » cm. hum fiidario.. Diflêlbes Jefus t Defliae o» edei-”
xaeoir.
45 Polo que muytos dos Judeos , que a Maria tinhaô vindo, c <►
que Jefus fizera aviamviílo, créraó’nelle.
. .46 Mas alguns d’elles foraõ a os Phariíêos, e difleraó lhes o* que
Jefus tinha feito.
47 0 Òs Pontífices pois , e os Pharifeos,. ajuntáraó o Concilio
diziaô:: p Que faremos? que efte-homem fez muytos finaesl uT
48 Se affi o deixamos, todos ’nelle- creráô , e viráô os Romanos, 22
e tomamos haô afli o lugar como a naçaó. ^5.4:27.
49 E Cayphas, humd’elles,. que Sumo Pontífice d’aquelle anno ploa. 11:19.
era» lhes difle: Vosoutrosnadafebeis:
50 Nem confideraes ? que nos convém, que hum. homem polofl»*
povo morra, e toda a naçaó naô pereça. M*.
51 E ifio naôdifle elle de fimeímoy. fenaó, qiiecomo-eraoSum-
mo Pontificed’aquelleanno , prophetizou, que polo povo aviaJefus.
de morrer.
$a E naa fomcntc por aquclle povo, mas também peraque r
Ee 1 hum
222 OS. EU AN GE LHO
hum ajuntafle a os filhos de Deus, que espargid-os andavaõ.
K Aíu que defd’aquelle dia confultavaõ juntos de o matarem.
5+ Damaneira que ja Jeíus naõ andava mais manifeftamente entre
os Judeos, mas foy fe dali á terra, junto a o deferto, a huã cidade
chamada Ephraim j e ali andava com feus Difcipulos.
5- E eftava perto a Pafchoa dos Judeos, e muytos d’aquella terra
fobiraõ a Jeruíalem antes da Pafchoa y pera fe purificarem. •
fjoa.y.n. tf / Buícavaó pois a JefuSj e diziaõ hunsa os outros eftando’no
Templo: Que vos parece? Que a Fefta naô virá?
dr S- E os Pontífices, e os Pharifeos, tinhaõ dado mandamento,
que fe alguém foubelíe aonde eftava, 0 notificafíè, pera que pren­
der 0 puílefiem.

Capitulo XII.
* Ckriílo com Lazaro á mefa ajfentado. J Marta 0 mifuel 4 Do que
Judas a reprende. 7 Mas Chrifto a defende. 9 Muytos Judeos vem a ver a
Lazaro. 10 Polo que também os Princepes dos Sacerdotes 0 procurai) matar.
12 Entra Chnsio cavalgando [obre hum ajho enljerufalem , e da companha com
alegria e parabéns , como a Rey de Ifraél, ke recebido. 2o E dejèjaõ alguns
Gregos de aChrifto ver , fobre 0 que a Philippe faliam. 23 Do que Chriíio oca~
fiai toma de do fruito de Jua morte tratar , comparando ay com 0 graõde trigo.
27 Turba fe em fita almay ora a feu Pae , e com huã voz do ceo he clarificado. ■
16 Informa de novo , a companha dcerca do fruito e maneira de fita morte , -e
amoefia a em fua lua, andar. $1 Do que os Judeos mais fe endurecem, como por
lfavas predito efiava. 42 Porem muytos dos Princepes 'nelle crem , mas mu fe
atrevem a confifalo. 44 Mmoefia de novo á fé, et confiffaõ delia. >
tAl 0
»Matt.t6;i * X7ey° poisjefus feis dias antes da Pafchoa a Bethania, aon-
<*• * de Lazaro o que falecera eftava, a quem dos mortos refu-
^Luc-^ - ditara.
7«4.ír£ 1 Fizéra5 lhe pois ali huã cea, e Martha fervia $ e Lazaro era
' hum dos que juntamente com elle [d me/aj eftavaõ aflèntados.
J Tornando pois Maria hum arratel de unguento de nardo puro
de muyto preço, ungiu os pees a Jeíus, e alimpou lhe os peescom
feus cabellose encheo fe a caía do cheiro do unguento.
4 Entam diífe Judas de Simaô Ifcariota, hum de feus Difcipulos,
o que o avia de trahir:
• Ou, reys. 5 b porque fe naó vendeo cite unguento por trezentos * dinhci-
b Marc.Í4; ros, e fe deu a os pobres?
5* » E ifto difle elle, naô polo cuidado que dos pobrestivcfièj mas
por-
SEGUNDO S. JOAÕ. Cap XII. nj
porque era ladraó , c e tinha a bolfa, e trazia o que rWh]fe<ÍM.ij:z>.
lançava.
•j1 Diffe pois Jefus: Deixa a; para d o dia de meu enterro guar- d Marc.14:
dou iftoi
8 Porque a t os pobres fempre com vofco os tendes, porem amy «Dtaw.
fempre me naõ tendes. xs‘
9 Entendeu pois muyta companha dos Judeos, que elle ali efta- Ma».. a(J:
va:eviéraõ, naó fomente por amor de Jefus, mas também por
ver a Lazaro, f a quem dos mortos refufcitára. /•
10 E confultáraó os Princepes dos Sacerdotes de também aLaza-
ro matarem.
11 Porque muytos dos Judeos por amor d’elle hiaõ , e em Jefus
criam.

14 £ achou Jefus hum afninho, e aflêntoufe fobre elle , como


e&í efcrito:
í Naõ temas ó filha de Siaó ■, eisaqui teu Rey vem affentado * Ifo- &:
fobre o poldro de huã afna.
Porem ifto naõ entenderão feus Difcipulos a o principio: mas ffí ’ ' * *
íèndo Jefus ja glorificado, entoncesfelembráraó que ifto d'elle efta- *
va efcrito, e ifto lhe fizérao.
17 A companha pois que com elle eftava, teftificava que d’a fe-
pultura a Lazaro chamara, e dos monos o refulcitára.
18 Polo que também a companha a o encontro lhe fahio, por
quanto ouvira que efte final fizera.
19 Differaó pois os Pharifeos entre fi; f Vedes quenada aprovei- i ii*
taes? Eis que o mundo a pós elle fe vae. 47*
ao E avia alguns Gregos d’os que fubido aviaó a ’na ($*)deFefta
adorarem:
ai Eftes pois viéraó a Philippe, m que era de Bethíàida de Gali- « 1í
lea, erogáraólhe, dizendo, Senhor, queríamos ver a Jefus.
n Veyo Philippe, ediffe o a André j c André entame Philippe,.
o differaó a Jefus.
<3 Porem Jefus lhes refpondeu, dizendo, Vinda he a hora, «que njta. 13i

M Em tJ7s
«4 OS. EVANGELHO
«i.O-iS: 24 Em verdade, em verdade vos digo, «Se 0 graõdetrigo, que
$6- ’na terra cae, naó morrer., elle £Ó fe fica; porem fe morrer, muy-
f to fruito dá.
37 • 2> p Quem fua vida ama, perdelaha; e quemWfle inundo fua
e 16= 25. vida aborrece, para a vida eterna a guardará.
-24 16 Se alguemme ferve, figame; é 5 aonde eu eflivér , ali eftará
também meu fervidor. £ ic alguém me fcrvir, o Pae o ha de
€f 17=33
vi * tS* r a
~ica. 143. h°nran
nL 17:24. 17:24. 27 r Agora eftã turbada minha almas eque-direi? Pae, íàlvame
w: d’efta hora: Mas por ifib a efta hora vim.
27.38:3%
27 3^39. 18 Pae, glorifica teu Nome. Ve-yò pGÍshuãvoz d’o ceoj
Narc. 14:^1
Man. 14; g ja pj tenho glorificado, e mitra vez [*] glorificarei.
i«c 3422’44 29 A-companha pois que ali efiava > e {y] ouviu, dizia, Qgeavia
XX.22:44-.
'
J jw.n:42. fi^
: 0 trovaó. Outros díziaõ: Algum Anjo lhe tem foliado.
J* Vd, fty 3° Refpondeu Jeíiis e diflè: j Naó *veyo eftavoz por amor de
feita. J my , fenaófenao por amor de vosoutros.
tjoa. 16 t 31 t Agora he d’efte mur.do o juízo.’ «< agora ferá lançado fora o
II© Princepe d’efte mundo.
* Ou > fo? 32 x E eu, quando d’a terra levantadofor, * a todos a mytrarei
tfidos a ray 33 (E iíto dizia fignificando de que morte avia de morrer.)
puxarei. 34 Refpondeulhe a companha; D’a Lcy temos ouvido , y -que
íí 14: pera fempre 0 Chrilfo permanece; e como dizes tu queconvem que
30. 0 Filho do homem feja levantado? Quem he efte Filhodo homem?
CWs/zní. Diíle lhes pois Jefus : Ainda por hum pouco de tempo 2 eftá
*A*^lI,comvofcoaluz; « andaeem quanto luz tendes, peraque as trevas
2 Rev 1S4 vos na° apanhem. E quê em trevas anda, naó fabe a onde vae.
loa-z: 14. Em quanto luz tendes, crede na luz, peraque filhos da luz
e8; aS.fejaes. Efias coufos foliou Jefus, e indo fe, eícondeufe d’elles.
y 2 Sam- 7: 37 E ainda que perante elles tantos finaes tinha feito , nem [pw
16- tjjo] ’nelle criaó.
i .ChrmXK 38 Paraque fe cumprifle a palavra d’o Propheta Ifoyas que diflèr
p/?’ 7 ^Senhor, quemnoflàpregaçaócrco? eaquemobraçodoSenhor,
e 89; 37. avelado foy?
11 iò: 4. 39 Por iffo naó podiaõ crer, porquanto outra vez Ifoyas diflè-:
ifay- s; 5- 4° c Os olhos lhes cegou, e o coraçaõ lhes endureceu; paraque
2w.a3-. 6»dos olhos naó vejaõ, e de coraçaõ [naé] enteadaó, efeconvertaó,
£zecA.37: e0 cure. 4t d Ift©
20.
44. e7sl4. 27. AficMi 7' Bw.nl *S íI2. «9:5. e12 ; 46.
* «ter. 13: t6. Ephe/.y.S. l.Theíf.^-.A. cTfay.Ctí».
Eztck.irn. Attít. IJ; 14. 4:12,L#f.S: 1©. ^5.28:26. jRvw.ll: 8.
SEGUNDO S. JOAO. Cap.XIII.
41i Iílo diflç Ifayas, quando fua gloria vio,e
dellefallou. 1
421 Comtudo ainda até dos Princepes créraõ muytos também e^7^3.-,
’nelle: mas naó 0 confeflavaó por amor dos Pharifeos 5 f por da
Synagoga naó ferem lançados. . * * |
43 s Porque amavaô mais a gloria dos homens, do que a gloriai:.44» |
de Deus. , r ,
44 E clamou Jefus, edifle: Quem em my cré, naó cré em my,
z fenaô’n aquelle-que me enviou:
45 h E qué a my me vé, vé a aquelle que me enviou. /, i
46 i Eu fou a luz que a omundo vim, para que todo aquelle que 30. '«£ |
em my cré, em trevas naó permaneça. 1 e 14« |
47 E íc alguém minhas palavras ouvir, «H naó crer , naó o * W«42:«. 1
julgo cu. k Porque naó vim a julgar a 0 mundo, mas a 0 mundo : * j
íálvar. S
48 l Quem a my me engeitar, e minhas palavras naó receber, ja e9 *. - j
quem o julgue tem j w a palavra que fidlado tenho, effa 0 ha dejul- «ii- 35. 1
gar’no ultimo dia. , ^<5.13:47. |
49 » Porque naó tenho eu fàllado de my mefino: porem o Pae^J^M'’!?, 1
que me enviou, elle me deu mandamento do que hei de dizer, e 9 :3’* I
ao que hei de fàllar. 7^-3:18. .1
$0 E fei que feu mandamento he vida eterna. Affi que o que cu- Maâ I
&llo, como o Pae.dito m’ pj tem, affi pj fallo. 16. * * I
nDeut. 18:18. «5.20. «7:16. «8:28. «14:10.24* el6i 13.
Capitulo XIII.
1 Levantando ft Cfarifio da cea, cinge fe> e lava ts feu a feus Difiifulos. 6 4
que Pedrono frincifio recafa» forem desfois confeute* 12 Exorta os a figutrem <
efie exemflo de fua humildade e fabmiJfaS. 18 Prediz lhes que hum delles •
avia de trahir? contra o que os confola» 22 E mofíra a Joai com hum bocado
molhado > que era Judas a quem o dava» T] O qual» avendo o Diabo3neUe em-
trado» fe fae. jl Fala o Senhor desfois com fedi de mais Difáfulos acerca de fua
gà/rificafoô. 34 Exhorta os a huns a os outros fe amarem. yj E blafonando
Pedro, que fua vida for elle foria 9 0 Senhor lhe frediz » que tres vexes o ne<* .
gararia.
%
t'

1 E *9®*^4 ^efta da Pafchoa, íàbendo Jefiis que ja fua hora era „ M/rtt
vinda, peraque defte mundo paffaffe a o Pae , avendo amado 2. * ’ .
a os feus, que’no mundo eftavaô, até o fim os amou. A&r«.i4:i.
* E acabadaa Cea í (avendo ja o Diabo mctido’no coraçaó deju-Xw. 22 *1. I
das de Simaólfcariota, que o trahifle,) AXar.22.^. I
Ff 3 1 1
4
2ZÍ OS. EUANGELHO
‘Matt. ii: 5 Sabendo Jefus c que ja o Pae todas as coufas em as maós dad»
*7* lhe tinha, <^e que de Deus avia faido, e a Deus fe hia,
4 Levantouíe da Cea, e tirou os veftidos, e tomando huá toa»
28. lha, cmgiofe:
5 Despois deitou agoa em [w] bacia, e começou a lavar os pees
a os Difcipulos, e alimpar com a toalha com que cingida
e Matt e^avâ-
14, ’ * 6 Veyo pois a Simaõ Pedro 5 e elle lhe difle: Senhor* * tu a my
< me lavas os pees ?
Jp 7 Refpondeu Jefus, e difle lhe : O que eu faço , naõ o íàbes tis
agora; mas defpois 0 entenderás.
S Diflelhe Pedro: Nunca jamais os pees me lavarás. Refpondeu
lhe Jefus: Se eu te naó lavar, parte comigo naó terás.
9 DiíTelhe Simaó Pedro: Senhor, naó íq meus pees, mas ainda
as maós e a cabeca...
ô ~—
ío Diflelhe Jefus: Aquelle que eftá lavado, naó neceflita fenaã
fl9a. i3. de lavar os pees, mas todo eftá limpo, f E vosoutros limpos eftaes,
porem naó todos.
gl9«.ó:^4. 11 g Porque bem fabia elle quem o avia de trahir: por iíTo difle 5
todos limpos naó eftaes.
h 11 Affi que avendo lhes lavado os pees, c tomado fleus veftidos,,
8-tornou fe~affentar R meJá\ e diflèlhes: Entendeis 0 que vos tenha
!• O / £♦* ó teitG?
f 1
f xX * 2
J3 h Vosoutrosme chamaes Meftre, e Senhor, cbem dizeis»
> Gal 6:1,2’ que eu [0] fou :
k í.Pcár.i: 14 Pois fe eu, 0 Senhor , e o Meftre, vos tenho lavado os pés,,
ai. i também vosoutros vos deveis lavar os pees huns a os outros.
. i.ioa. 2:6. 15 k Porque exemplo vos tenho dado, paraque como eu vos tenha
iMatt-10: feit0 facaes vosoutros também.
Lkj 6 - 40. 10 verdade, em verdade vos digo, l naó heofervo ma»
Ií>7i$; 2o. yor 9ue feu Senhor; nem o embaixador mayor, que aquelle que •>
wP/.4i:io. enviou.
â/áíí. 26: 17 Se eftas coufãs íâbeis, bemaventuradõs fereis, fe as fizerdes.
18 Naõ digo de todos vosoutros; bemfeieuaosqueefcolhid®
i.io«2:i9. teujjQ. mas peraque fecumpra a Efcritura, m Oqueco-
7 migO'Come, contra my len calcanhar levantou.
«16: 4. 19 n Desd’agora, antes que fe faça, volo digo, peraque, qiian»
iMatt.w. do fe fizer, creaes que eu [o] fou.
4?- 10 Em verdade, em verdade vos digo, «fe alguemreceber
L?í.iõ;ií.
SEGUNDO S.JOAO. Cap.XlII. n?
'/CU J
?, o que/renviar, a my me recebe: e quem a my me receber, recebe 3$.
aquelle que me enviou. .. ..
21 f Avendo Jeius dito iíio, turbou fe emefpirito, e teftificóu,^™^16,
c diflè: Em verdade, em verdade vos digo, que hum devosoutros j..
me ha de trahir. . is’
** Polo que os Difcipulos fe olhavaõ huns para os outros, duvi- Lucm'.zi>
dando de quem [íjti] dizia. ^ff.14.17.
23 ? E hum de feus Difcipulos, a quem Jefus amava, eftavaaflen-
tado recofiaiõ^ ’no regaço de Jefus. 1
24 A efte pois * fez final Simaõ Pedro, que perguntaflè , quem 4o/V
era aquelle de quem dizia? * Ou,^'-
ay E derribando íè elle a o peito dejcíus, diflèlhe : Senhor,
quemhe?
*6 Reípondeu Jefus: Aquelle he, a quem eu o bocado molhado
der. E molhando o bocado, deu o ajudas de Simaô Ifcariota.
x7 E após o bocado, entrou’nelle Satanás. Diflè lhe pois Je­
fus : O que fazes, faze o depreífa.
*8 E nenhum dos que aflentados eflávaõ entendeu a que
[prefo/íto] lh’o difiera.
2.9 Porque alguns cuidavaõ, ? que por quanto Judas tinha a bolfa,
lhe dizia Jefus: Compra o que pera [o í/wj da Fefia nos he necefiã-
rio: ou, que alguâ coufa a os pobres deflè.
' 3o Avendo elle pois tomado a.bocado, logo feíãhio. Eera ja
noite.
3x Saido elle pois, diflè Jefus: Agora heo Filho do homem glo­
rificado , e Deus glorificado’nelle he.
32 Se Deus’nelle he glorificado, também Deus o glorificará em
£ mefmo, f£ logo 0 ha de glorificar. t
33 Filhinhos, ainda hum pouco eílou com vofco. t Bufcarme- e, j ‘
heis 5 e, como aos Judeos difle, Aonde eu vou, naõ podeis vos-
outros vir: [aí]i\ volo digo eu agora também. ei: 2t.
34 « Hum mandamento novo vos dou, que vos ameis huns a os uLev. iy:
outros: Como eu vos amei a vos, que também vos huns aos outros 1S-
vos ameis. 22:
35 * ’Nifto conhecerão todos que meus Difcipulos íòis, fe amor j, . I4j
huns entre os outros vos tiverdes. Ephefs- i.
16 Diflèlhe Simaô Pedro: Senhor, aonde vas ? Reípondeulhe iyrhejfay.
Jefus: Aonde eu vou, me naõ podes tu agora feguir > y porem defpois
me feguirás. Ff 2 37 Difle- 3°** 3 •
#4; 21, âfi.^«.2:5. «4:2c, y ^«*.21: 18. a.Pftfai; 14»
^8 O S. EU AN GE LHO
?7 Diffelhe Pedro : Senhor, porque agora te naó poflo leguir?
zMatt.it , % porty minha vida porei.
Aiarc 14. • 38 Refpondeu lhe Jefus: Por my tua vida porás ? a Em verdade,
29‘ *' em verdade te digo, que o galo naó cantará, ate que trcs vezes me
Lw.2z:j^.naõ negues.
aMatt.26.
34. C a p i t u l o XIV.
Marc. 14:
e 30. Confola Chrijlo a feus Difcipulos acerca de fua ida a 0 Pae com aprome/fa de em
X^i34. a cafa ie fcu Pae lugar lhes ir aparelhar. 5 Declara, a Thomê que elle he >
caminho, a verdade, e a vida. 7 E a Philippe que quem a elle vê, 0 Pae vê»
12 Prometelhes ■> que grandes milagres fariam > e 0 que em fiu nome pedijfem^
alcançariam. 16 E que a 0 Espirito Sanff0 Confilador receberiao. 21 Exhor­
ta os à [eu amor e a obediência de feus mandamentos > com promejfa de que elle
e feu Pae com elles morariam. 26 E de que 0 Efpirito fanffo tudo lembrar lhes
fria. 27 Deixalhes a fua paz. 28 Declara lhes que' por a 0 Pae fe ir > fe
deviam alegrar* 30 Mojlra fua promptidao em > ate *no padecer a 0 Pae
obedecer*

I aó ie turbe voflo coraçaó: credes em Deus, crede também


em my.
2. Em cafa de meu Pae muytas moradas ha 5 quando naó, eu vo-
lo diria; a vos aparelhar lugar vou.
3 E quando eu for, e lugar vos aparelhar, outra vez virei, eco-
*Joa. vi: migo vos tomarei, “■ peraque aonde eu eftiver, vosoutros também
*4 eftejaes.
«17:24. 4 Ejafabeis aonde vou, eo caminho fabeis.
5 Diflelhe Thomas: Senhor, naó fabemos aonde vas 5 e com®
0 caminho podemos faber?
bHebrç.S. 6 Jejus lhe difle: h Eu fou o caminho, «e a verdade, / e avida.
cloa.lzij-
d loa. I ;4-
« Ninguém vem a 0 Pae fenaô por my.
7 Se vos a my me conhecereis, também a meu Pac conheceríeis >
ejaj.rç; g.eja desdagora 0 conheceis, e vifto o tendes. >

DiflelhePhilippe:
S Difle lhe Philippe: Senhor, moftranosaoPae, ebaftanos.
Jelus lhe difle
9 Jefus {m aue\
djlie: Tanto tempo {ha auej com vofcoeftou,
~ ~ e {afo-
~_
f Joa. io: 2 conhecido ’ Philippe? f Quem a myviftome
me naó tens; Philippe?/Quem my vifto me tem,
tem,
ja tem vifto a o Pae ; e como dizes tu ; Moftranos a o Pae ?
gfoa. IO ; 10 Naó cres tu s que eu {ejfou] ’no Pae, equeoPae eftáem my ?
JS. h As palavras que eu vos fàllo, naó as fàllo de my mefmo, i mas o
íloa.y.lê.
Pae que em my eftá, elle {he 0 as obras faz.
e$: 28
e íc:38.
u Crc-
114: 24. « I<; *1* e 17‘ **• %
SEGUNDO S. JOAÒ. Cap.XIV. ll9
ii Credeme que’noPae[efiou,] e {j#/]o Paedtáemmy: equan- >.
do naó, crede me polas mefmas obi’as. kMatívr
u k Em verdade, em verdade vos digo, que aquelle que em my • it> * *
cré, as obras que eu faço, também elle as fará: e mayores que eftas l«. 17: k.
fará. Porque eu a meu Pae vou. A&. 5: ix,
1? E tudo quanto em meu nome pedirdes, eu 0 farei: peraque el9'- jt:
o Pae em o Filho glorificado feja. Zter.a9:i2.
14 Se alguá coula em meu nome pedirdes, falahei. Matt 7,7<
15 Semeamaes, meus mandamentos guardae. Ma™ 11'
16 E eu rogarei a 0 Pae, e elle vos dará outro Confolador, pe- *"<k
raque para fempre com vofco fique: Luc. 11• 9»
17 A 0 Efpirito de verdade, aquemo mundo receber naó pode 15 7.
porque nam 0 vé, nem o conhece 5 mas vosoutros o conheceis, *I6:a4»
porque com vofco habita, e em vosoutros hade eítar. í*
18 n Orfàós vos naó deixarei) [outra vs&\ a vos virei.
19 Ainda hum pouco, emaisomuudomenaóverá: masvosou- 21.23.*
tros me vereis: porquanto eu vivo, e vosoutros vivireis. «15:10;
20 Naquelle dia conhecereis que em meu Pae [eftou* ] c vosou- i»l««.5: 3>
tros em my, e eu em vosoutros. vMatt.zi*
21 Quem tem meus mandamentos e os guarda, elfe he o que me
ama: e quem .a my me ama, ferá amado de meu Pae, e eu 0 ama­
rei, e a elle me manifeftarei.
22 DiíTe lhe Judas, naó o Ifcariota: Senhor, que ha, porque a
nosoutros te has de manifeftar, e naó a 0 mundo?
23 Reípondeu Jefus, ediflelhe: Se alguém me ama, minha pa­
lavra guardará, e meu Pae o amará, e a elle viremos, e com elle
morada faremos.
24 Quem me naó ama, minhas palavras naó guarda. ° E a pala- «Zm.?: 17;
vra que ouvis, naó he minha, fcnaõ do Pae que me enviou. e8: 18.
25 Eftas coufas vos tenho dito, eftando [anuía] com vofco. eI1-49.
26 P Mas aquelle Confolador, o Efpirito fànãõ, a o qual o Pae
em meu nome hade enviar, 9 effe tudo vos enfinará, c tudo quanto j r.w.
dito vos tenho, lembrar vos fará. 49. ’
27 r A paz vos deixo, minha paz vos dou: naó como o mundo 1^.15:24.!
p] dá, vola dou. Naó ie turbe voflò coraçaõ nem fc atemorize. 7.
28 / Ja ouviftes que dito vos tenho: Vou, e venho a vosoutros.4*
Se me amáreis, verdadeiramente vos gozaríeis, porquanto dito J
tenho, a o Pae vou: pois mayor he meu Pae que eu,
230 OS. EUANGELHO
ílw.i3‘.T9. 29 E ja agora volo diíTe antes que fe faça, t peraque quando fe
: \ fizer, [«j creaes.
” ? U ’ 30 Ja com v°fc° muyto naó fallarei 5 » pois ja 0 Princepe d’efte
ei&: 11.mundo vem, e nada em my tem.
Ephefv.2. 31 Mas pera que 0.mundo faeba, que eu a 0 Pae amo; e como
x joa. 10:0 Pae me x mandou affi faço. Levantae vos, vamos nos d’aqui.
18.
ZWr.io:?.
Capitulo XV.
Compara Cbrifio a ji mefmo com hw videira i e a feus Apoflohs com as vides
que efiando’nelle por elle muyto fruito dao. 9 Teftifica lhes feu efpecial amor
para com elles, e exhorta os a jèus mandamentos guardarem > e a huns a os ou­
tros fe amarem. IJ JE/?e feu amor lhes mofira com fua vida por elles por > e
por feus amigos e eleitos os nomear. 18 Confola os contra a inveja do mundo ,
com feu exemplo. 22 Moftra que por fua palavra e obras fe tira a os fudeos
todo pretexto de escufa. 26 E que ãffi o Efpirito Sanfioj como também feus
Apoflolos d'elle tefiificaríaÕ.

P u fou a verdadeira vide, e meu Pae he o lavrador.


2 a Todo íàrmento que em my fruito naó dá tira o: e todo
. o que dá fruito, alimpa o, para que mais fruito dé.
bjoa. i?. h ja vosoutros eftaes limpos pela palavra que fallado vos tenho.
4 Eftae em my, e eu em vosoutros: como o farmento de G meí-
mo dar fruito naô pode, fe’na vide naó eftiver, affi taô poucovos­
outros , fe em my naó eftiverdes.
5 Eu fou a vide, vosoutros os íàrmentos: qué em my eftá, e eu
’nelle, eífe muito fruito dá; porque fem my nada podeis fazer.
Ezcch.iV- 6 e Se alguém em my naó eftiver, fora felança, como ofarmen­
x. to, efecafe: e colhem os, e lançaó os’no fogo, e ardem.
dMatt. 3: 7 Se vos em my eftiverdes, e minhas palavras em voseftiverem,
lo. e tudo o que quiferdes pedireis, e fer vos ha feito.
?7 -8 ’Nifto he glorificado meuPae, em que muyto fruito deis; e
Colojf.v.2.^ meus Difcipulos fereis.
'm/mi*'!- 9 Como o Pae me amou, também eu a vosoutros vosamei, eftae
f 21:22. ’nefte meu amor.
dtlarc. H: 10 f Se meus mandamentos guardardes , em meu amor eftareis. '
24.. como eu (também) os mandamentos de meu Pae guardado tenho,
Luc. ii :9- e em feu amor eftou.
loa.W. 11 Eftas coufas vos tenho dito, peraque meu gozo em vos efte-
ja, c volfo gozo cumprido feia.
- «íEfte.
I4> ffoa.l4H<j.2l,2j. 3.
I
SEGUNDO S. JOAO. Cap.XV. ip >
ii g Efte he meu mandamento, que vos ameis huns a os outros
afli como eu vos amei.
J 3 h Ninguém tem mayor amor que efte, que por amor de feus. 5
amigos alguém fua vida ponha. hw.i j:j4.
14 • Meus amigos fois vosoutros, fe o que eu vos mando, fizerdes. Ephef.y. z.
15 Ja vos naó chamo mais fervos j porque o fervo naó fabe o que 4í
feu Senhor faz : Mas tenho vos chamado amigos, * porque tudo 9« I

quanto de meu Pae ouvi, vos tenho feito notorio. " i.Pe«M;». I

16 l Naó me elegeftes vosoutros a my, porem eu vos elegi a vos- 1


outros, e vos tenho pofto, m peraque vades, e fruito deis> evoflo
fruito permaneça ; peraque tudo quanto a o Pae em meu nome pe- Efhfá-. !
dirdes, elíe volo dé. . i
17 Ifto vos mando, para que huns a os outros vos ameis. . iMattxzx.
18 n Se o mundo vos aborrece, fabeique, antésqueavosoúsros, f?- >
me aborreceu a my. 2*i6. * ’
19 » Se vós do mundo fôreis, o mundo a o feu amaria: mas por-
quanto do mundo naó fois, antes eu do mundo vos elegi, por ifto eí: 15.
vos aborrece 0 mundo. Colojf. 3 :
20 Lembraevos da palavra que dito vos tenho: p Naó he o fervo u-
mayor que feu Senhor. ? Se a my me perfeguíraó, também a vós \
vos perfcguiráó j fe minha palavra guardáraó, também a voífaguar-
daráo. w Matt.zZ*,
ti t Mas tudo ifto vos faráõ por amor de meu nome: porquanto
naó conhecem a aquelle que me enviou. 16 si
22 f Se eu naó viera, nem foliado lhes ouvéra, pecado naó tcriaô j i
mas ja de feu pecado agora efcufa naó tem. Colojf.ii o-
23 Quem a my me aborrece, também a meu Pae aborrece. «i.Zm.3»
*4 t Se eu entre elles obras naô fizera, quaes nenhum outro fei- B
to tem, pecado naó teriaôj mas agora ja as tem vifto, c a my, e 14. *
a meu Pae aborrecéraô. Galai 1:10*
25 Porem [tflo Ae,j peraque fecumpra a palavra que em fua Ley tMatt.iw
eftá efcrira: « Sem caufo me aborrecéraô.
26 » Mas quando viér o Confolador, 7 que cu d’o Pae vos hei
dt enviar , Jaber] àquelle Efpirito de verdade , que do Pae foc, -
/
elle de my teôificará. 9.
27 « E também vosoutros teftificareis, pois comigo defd’oprin-
cipio eftiveftcs. T.

yzm. 16:3. «5:2». rjÍM.lo:37. «*PM*Pfalm 35:19. eeíy:


6f; ç-
rlájy. -<£5: 32. j Lua,24: 49. 46 8.21. «y*.^2< |
0 S, EUANGELHO

Capitulo XVI.
Tropbetiza Chrifto a feus Difcipulos que perfe^uidos feriai, 5 E confola os com
a promejfa do Efpirijo Saneio > que a 0 mundo de pecado •> jufiiça > e juizo re-
darguiria^ 12 E a elles em toda verdade os guiaria ? 16 Declara que cedo
delles tirado (iria > mas que pouco tempo despois a ver 0 tornariao, 20 E que
frefia fua trifteza^como as dores da mulher despois de parir > em gozo fe tornaria.
23 Exhorta os a em feu nome orarem 3 com promejfa de ouvidos ferem, 28 JE
abertamente > e (em parabolas declara > que a 0 mundo deixa, 31 Avifa os de
que espargidos feriam > e fua paz lhes promete.

V fias coufas vos tenho dito, peraque vos naõ efcandalizeis.


• J~j 2 a Lançarvos haõ fora das Synagogas : antes a hora vem,
í4' quando qualquer que vos matar, cuidará a Deus
, 4ell.ít
"rc 3 » E eftas coufas___ /' __
vosr.faraó, _ __ _ nem a o Pae, nem amv
porquanto
me conhecerão.
í.Co.-2:S. 4 « Porem ifto vos tenho dito, peraque quando aquellahora vier,
r Jea. 13: diflo vos lembreis, que ja dito volo tenho: mas ifto vos naõ difle
i9- eu desd’o principio, porquanto com vofco eftava.
? 14-9 • e agora vou a aquelle que me enviou j e nenhum devosoutros
me pergunta: Aonde vas?
6 Antes, porque eftas coufas dito vos tenho, trifteza vofio cora-
çaõ encheo.
7 Porem a verdade vos digo, que vos convém, queeumevá:
2i.porque fe eu me naõ for, a vosoutros o Confolador naõ virá j <^po-
42. rem fe eu me for j hei volo de enviar.
iM.14:26. 8 E vindo elle, a o mundo ha de convencer de pecado, edeju-
e íÇ." 2í. ftiça, e de juizo.
9 De pecado, porquanto em my naõ crem:
10 Eaejuftiça, porquanto a meu Pae vou, e mais me naõ aveis
dever:
* ‘ÇuIX' 11 E de juizo, e porquanto ja o Príncepe d’efte mundo eftá jul-
e 14* 20 §ado.
-her-z-z '. 12 Ainda tenho muytas couíãs que vos dizer, mas agora
Colojf. 2: as naõ podeis foportar.
13 Porem quando aquelle Efpirito de verdade vier, f ellevos
f J<>^ 14: guiará em toda verdade, g Porque de fi meímo naõ ha de fallar j
26« mne ~ ™ie Quyy- falirá.: e as coufas que ham de vir, vos ha

Elle
SEGUNDO S. JOAO. Cap. XVI. 1 H?
14 Elle me ha de glorificar, porque d’o meu ha dé tomar, evo.'
Io ha de denunciar., • '••áa
15 A Tudo quanto o Pae tem, meuhe : por iflò dilFe, que d^^ i7-
mèu ha de tomar, e volo ha de denunciar. •' 1©.
'■6 i Hum pouco, e naó me vereis; e outra vêz, hum pouco, 3^
vérmeheis: porquanto a 0 Pae vou.
17 Difleraõ pois de feus Difcipulos huns a os outros ; Que
heiíto que rios diz ? Hum pouco, e naó me vereis; e outra vez:
Hum pouco, e vérmeheis e, porquanto a o Pae vou ?
is Affi que diziam; Que he ifto que diz? Hum pouco? Naó fa-
bemos o que diz.
19 Conheceu pois Jefiis que lhe queriaó perguntar, ediíTél
Perguntaes entre v-osoutros acerca a’ifl:o, que difle : Hum pouco,
e naó me vereis; e outra vez: Hum pouco, e vérmeheis?
20 Em verdade, em verdade vos digo, que vosoutros chorareis,
e lamentareis, e o mundo fe alegrará, e vosoutros triftes eftareis:
Mas em gozo vofla trifteza fe tornará.
. 21 i A mulher quarto pare , trifteza tem , porquanto fua hora , T/. ,
Vinda he: mas avendo^BS&^a criança, ja daanciaíe nao lembra,
polo gozo de que hum hdméin?’ho mundo’tiãcido aja.
21 Afli que também vosoutros agora ’ná verdade trifteza tendes:
mas outra vez vos verei, / e gozar fe ha voflo coraçaó, e ninguém /
voflo gozo de vosoutros tirará. Vo.
23 E’naquelle dia nada me perguntareis.« Em verdade, em ver- mjer. 29:
dade vos digo , que tudo quanto a meu Pae em meu nome pedir- lz-
des, volo ha de dar. 7'^'
Ui Até agora nada em meu nome pediftes > pedi, erecebereis, :.T j
peraque voflo gozo fe cumpra.
25 Eftas couíâs por paranoias vos fàllei: porem a hora vem quan- L»f. n: 9,
do por parabolas mais vos naó fellarei 5 mas abertamente acerca do lw.14:13.
Pae vos denunciarei. eifi 7.
2(5 ’Naquelle dia em meu nome pedireis; e naó vos digo, queca-1™1!^*
. por vosoutros a o Pae rogarei. et-14*
^27 Pois o mefmo Pae vos ama, porquanto vosoutrosmeamaftes, nioa i7»s.
™ e que de Deus fahi creftcs. ©1^13:3.
28 « Do Pae fahi, eaomundovim; outravez ao mundo deixo,
e ao Pae vou.
A

\ 29 Diflèramlhc feus Difcipulos: Eisaqui abertamente agora Fal-


Jbs, c nenhuâ parabola dizes.
Cg 30 Agora
«
OS. EVANGELHO
Pji7.11' Agora fabemos p que todas as coufas fabes j e naó has mifier
que ninguém te pergunte. Por iflb cremos que de Deus faifie.
31 Refpondeulhes Jefus: Agora credes?
? 13• . 32 ? Vedes aqui a hora vem , e ja he vinda., quando cada hum
por feu [cabo] espargidos fereis, e ló me deixareis. E r [Con> tudo] fá
,' ‘: naô eftou > pois comigo 0 Pae eftà.
Marc. 14: ccu^as vos tenho dito, /peraque em my paz tenhaes:
_7; ‘ em 0 mundo affliçaõ tereis 3 porem bom animo tende» ja eu a o
7 .mundo venci.

Capitulo XVII.
I Preparandofi Chriflo> como.nojfo Sumo Pontífice i para fita morte e paixaSd £
Jeu Pae roga, que o glorifique > paraque a os que o conhecem > a vida eterna d£>
4 Relata quam fielmente > e com que gozo, a obra cumprira que encomendado fi
lhes tinha. 9 Ora a oPae por fèus Apoftelos, que os conferve na uniac dacari-
dade* Do malino os guarde* 17 £ em fua verdade os fan&ifique. 2q Orfi
também por todos os de mais que por fua palavra dellesnelle aviaí de crer*
Faraqne todos hum fejaG* 24 E com elle efejao aonde elle eSiver > para^
que Jua gloria vejao*
*
1 pilas coufas jfallou Jefus, e levantou feus olhos aoCeo, edifie:
e y.u. íi : *JPae, a vinda he a hora, glorifica a teu Filho, peraque tam-
2?« bem teu Filho te glorifique a ty.
t n/T 2 Como íobre toda carnepoderlhe defie, peraque a tudo quan-
* PJ&. 8: £o Ihe defie ? a yida eterna ]hes d£
Watt, ii: ? E. efta he a vida eterna, que te conheçaõ a ty íb Deus verda-
i7: deiro, e a Jefu Chrifto a quem enviado tens.
e2S: 18. 4 Ja eu ’na terra tc glorifiquei, e confumado tenho a obra que
L«c. 10:22. me deite, que fizefle. z
7^-3:35. E agoraglorificametu, oPae acerca detymefmo, comaquel*
1 cL iY- Ia f <lue acerca de ty tinha, aantes que o mundo fofiè.
'2$. 6 Ja teu nome manifefiei a os homens, que d’o mundo me defie,
py.i; io. Teus eraó, e tu m’os defie , e tua palavra guardáraó.
Hebr. 2:8. 7 Agora ja Conhecido tem, que tudo quanto me defie, de ty he»
< ifiy. 53: s Porque as palavras que me defie, lhes tenho dado a elles, e
ja elles as recebéraô, g e verdadeiramente tem conhecido , que dc
2^* 9: ty faido tenho, e créraó que me enviafte. i
djoa. 13: 9 Eu*
. <14:13. elw.4;j4; ei?; f iw.I?l»»»e 1«:
SEGUNDO 'S. JOAÓTCap.XVIT.' tjy
$ Eu por elles rogo > naó rogo polo mundo, fenaõ póraquellès <
que me defte, porque teus faô. ' ■jy ....
10 EA todas minhas coufas, faõtuasj e tuas coufas foõ *’ *
e ’nelles lòu glorificado. ' ’
11 E eu ja’no mundo naó eftou: porem eftes [ainda] ’no muncío
eftaõ, e eu a ty venho. Pae fanéto, guarda os em teu nome, p
faber] a aquelles que me tens dado, peraque hum fejaõ > como [tam­
bém] nos.
12 i Quando eu ’no mundo com elles eftava, em teu nome eu o
guardava, k A aquelles que tu me defte, guardado os tenho j e ne
nhu d’clles fe perdeu, fenaõ o filho de perdição, peraque / a E 9*
tura fe cumpra. I/^.SnS:
i? Mas agora venho a ty, e folio ifto’no mundo, peraque em fi ¥faL iq;:
tnefmos cumprida minha alegria tenhaó. s.
M Tua palavra lhes dei, » e o mundo os aborreceu, porquanto mjoa. 15 •
dqmundo naó foõ, como eu do mundo naó fou. !?•
*5 Naó rogo que do mundo os tires, fenaõ que * do malino os * Ou ? **
.guardes. mau
ifi Naó foõ do mundo, como eu do mundo naó fou.
17 Sanâtifica os em tua verdade; n tua palavra he a verdade. a Im. 8 *4®»
is 0 Como tu a o mundo me enviafte , [*$] eu a o mundo os 0 Joa, ao«
enviei. 21.
19 ? E por elles a my mefino me fonétifico, para que também
elles em verdade íanétificados fejaõ. .
ao E naó fomente por eftes rogo, fenaõ também por aquelles ‘
que em my, por fua palavra, haõ de crer.
21 Paraque todos 7 hum fejam 5 como tu, (W] Pae, em my: e f 10 *
eu em ty, que também elles em nos hum fejaõ: paraque o mundo 1Ie
uea que tu enviado me tens. Galat'y.
22 E eu a gloria que a my me defte, lhes tenho dado a elles: pa- 28.
raque hum fejaõ , como nos [também] hum fomos.
t? Eu’nelles, e tu em my j para que perfeitos em hú fejaõ: e
para queo mundo conheça que tu me enviaftea my, e a elles ama-
Jlto os tens, como a my me amafte. r 12 ■'
' M r Pae, aquelles que me tens dado, quero que aonde eu eftou, atf.
eftejaÕ elles comigo também; para que vejaõ minha gloria que me <14: ?•
tens dado, pois tu me amafte desd’antes da fundaçaõ do mundo.
■% a? Pae jufto, /o mundo te naõ tem conhecido 5 mas eu conhe-
’çjdo te tenho, t c eftes conhecido tem que tu a my me enviafte. j7*
Gg1 2-5 E <17*.
0 S. .EVANGELHO
: aí E eu teu nome notorio lhes fiz, e notorio [Mo]ferei; peivu
que 0 amor com que me amafte, ’nelles efíeja, c eu’nelies.
- .<:.<• ’ z -

Capitulo XVIIL
« / ■>? Chnjlo com fèv$ Dijápulos # /w horta, a onde fadas, com hum efouadra^
a prendelo vem. 4 -S cora a palavra de Chtifoocae em terra o esquadrada l&Pe-
dt e corta a orelha a Malco , do que Cbrift-o o reprende. 12 He Chrifto prefo»
* primeirameiite 'levado a Mnnas ■> e despois & Cayphas* 1$ Pedro- 0 fegue e
0 nega, 19 Cayphas 0 examina acerca de feus Discípulos e doutrhsa. 22 Hum
dos criados 0 fere e elle diffo 0 reprende, 2$ Nega 0 Pedro ainda duas vezes*
28 He levado a Audiência a cajd de Pilatos^ que ^acerca de fua acufaçaõpergunr
e aofoizo dos fadeos entregar 0 queréf* Jq Pergunta lhe acerca de fiti
no i 0 auai 0 Sesihor te&ifica que d'efie innndo nao he* ?S Por innocente *
daliira j e como talfoliar 0 quer, 4o Mas os judeos a Baralhas pedem.

JL aA vendo Jefus dito eftas coufas, fahiofe com Teus Difcipulos


*** d’alem do ribeiro de Cedro , aonde eftava huã horta , em
que entrou elle e feus Difcipulos.
*
2 E também Judas, o que o trahia, íàbia aquelle lugar; por­

quanto muytas vezes fe ajuntara ali Jtfus com feus Difcipulos..
3 ’’ Judas pois tomando ó efquadraõ [de foldaãos,] e [alguns Ar]
'Gít : miniftros dos Pontífices e dos Pharifeos, veyo ali com lanternas,, e
fachas, e armas.
14: 4 Sabendo pois Jefus todas as coufas que fobre elle aviaô de vir,
Lutzi-Ji- *fe adiantou, e lhesdilTe: A quem bufcaes ?
•Grji&£
*r: 5 Refpondéraó lhe: A JefusNazareno. DifielhesJefus: Eufou.
E Judas, 0 que o trahia, também com elles eftava.
6 Como pois lhes difte: Eu fou, tornáraópera tras, ecairaõem
terra.
7 Tornoulhes pois a perguntar: A quem buícaes ? E elles difie-
raõ: A Jefus Nazareno.
t loa. 6:39. 8 Refpondeu Jefus: Ja vós tenho dito que eu fou. Por tanto fe
e 10:18. a my me bufcaes, a eftes, ir deixae.
e 17:11. ? peraque fe cumprifle a palavra, que dito tinha: c Dos que me
SI uefte, a nenhum d’elles perdu
jlrc'. 14: 10 Simaó Pedro, pois que tinha efpada, puxou d’ella, e ferio
47. ao fervo do Pontífice, e cortoulhe a orelha direita. E era o nome
X«c.22.'5<>. d0 fervo Malco.
eAian.io: u Diflc pois Jeíiis a Pedro: Mete tua eípada na bainha: eNaó j
2Z beberei eu o copo que o Pae dado me tem? ’
1 ’ a0
SEGUNDO S. JOAÕ. Gap.XVIII. .237
ri O efquadraõ pois, e 0 Tribuno , e os fervidores dosjudeõs
juntamente a Jefus tomáraõ e amarráraõ o. ■ ■
1? / E leváraô 0 primeiramente a „ Annás , porque era fogro dciO^'1^'
Caiphás, 0 qual era Pontífice d’aqueilc anno. 14 •
14 h E era Caiphás 0 que a osJudeos aconfelhára, que convinha * ’•
que hum homem polo povo morrefie. lÚcm: 54.
ri í EfeguiaaJefus Símaô Pedro, e outro Difcipulo. E era^Laí.3:2
efte Difcipulo conhecido do Pontifice , e entrou com Jefus na fala -

do Pontifice. 5»
16 E Pedro eftava fora á porta. Sahiu pois o outro Difcipulo
que era conhecido do Pontifice, e fallou á porteira, e meteu deii
tio a Pedro. ♦
17 Diífe pois a .criada porteira a Pedro : Naô es tu também do
Difcipulos d’efte homem? Diflè elle, Naô íou.> kMattMt
18 E eftavaõ£aS] os servos,, e os miniftros, que aviaõ feito bra- 59’
fas, porquanto fazia frio, e aquentavaô fe. £tsmbeni\ com
Eftava {tatnbtm\ *
elles Pedro e aquentava !è. LtK&v.Vy
. 19 Perguntou pois o Pontífice a Jefus acerca de feus Difcipulos,.;
de fua doutrina.
io Jefus lhe refpondeu: / Eu abertamente a o mundo fallei; eu IIm-t* *6*
fempre’na Synagoga e’no Templo enfinei, aonde os Judeosde
todos os lugares fe ajuntaõ, e nada em oculto fallei. m ler-20:2.
21 Que me perguntas amy ? Pergunta aos que o ouvíraó? que he
o que fallado lhes tenha ? vés aqui eftes fabem que he o que dito tenho.®
22 E dizendo elle ifto, hum dos miniftros, que ali eftava, ® deu j..
ajefushuá bofetada, dizendo. Afli refpondes ao Sumo Pontifice?
13 Refpondeulhe Jefus j Se mal fallei, dá teftimunho do malj £«£.2254.
c fe bem, porque me feres? oMatt.m
24 n pois marrado o mandara Annás a o Súmo Pontifice , 7i«
Caiphás:)
2$ 0 E eftava Símaô Pedro ali, e aquentavafe: difleraó lhe pois: Tu,
Naô estu também defeusDifcipulos? INegoueUe, edifiè: Naõfou.^j‘oa. jjj
26 Difle hum dos fervos do Pontifice, parente d’aquelle a quem 38.
^edro a orelha cortara: Naô te vi eu na horta com elle ? j Mattflqt
27 Negou pois Pedro outra vez, t e logo o galo cantou. J-
28 q Leváraô pois de Caiphás a Jefus á Audiência. E era pela
manhaâ: e naô entráraõ na Audiência, r pornaôfecontaminarem, j*
Spas que pudefièm comer a Paíchoa. r ^8. ‘Jq j
/ *9 Sahiu pois Pilatosaellesfora, cdiflc:Queacufiçaócontraéftc 28.
j homem trazeis? Gg 3 3o Re- <js: 3 »
a?s O S. EVANGELHO '
Refpondéraó, e diíTéraó lhe: Se efte malfeitor naófora, naõ
t’o entregaríamos. ■
Ji Diffélhes pois Pilatos: Tomae 0 vosoutros, e fegundo voffa
ley o julgae. DiíTéraó lhe pois os Judeos: A nos naõ nos he licito
a alguém matar.
3* / Para que fe cumpriffe a palavra de Jefus, que tinha dito»
fignificando de que morte avia de morrer.
loa.li: J2..
33 t AflT que Pilatos tornou a entrar ’na Audiência , e chamou a
t Matt. 27:
efus, e diffélhe: Es tu 0 Rey dos Judeos.
34 Refpondeulhe Jefus: Dizes tu iffo de ty mefmo, ou diíTéraó
L ■'Jjo outros de my?
Pilatos refpondeu: Por ventura fou eu Judeo ? Tua gente, e
s Princepes dos Sacerdotes a my te entregaraó, que fizefte ?
3^ RefpondeuJefus: « Meu Reyno naõ he d’efte mundo: Semeu
1. Tim. 6: Reyno d’efte mundo fora, meus fervidores pelejáraõ , peraque eu
-3’ a os Judeos entregue naõ foíTe: porem agora meu Reyno d’aqui
naõ he.
37 Diffélhe pois Pilatos: Logo Rey es tu? Refpondeu Jefus: Tu
dizes que eu Rey fou. Eu pera ifto founacido, e pera ifto a o
mundo vim, pera dar teftimunho á verdade. Todo aquelle quehe
da verdade, minha voz ouve.
38 Diffélhe Pilatos: Que couíàhe verdade? E avendo dito ifto,
x Matt.ri.tornou a a os Judeos, e diffélhes 5 * Nenhum crime ’nelle
24, ‘ acho.
Luc.zy.4. 39 Mas vosoutros tendes y por coftume, que eu hum pelaPa-
y Matt.xy, fchoa vos folte. Quereis pois que a o Rey dos judeos vos k>lte ?
*5 40 Tornáraõ pois todos a clamar, dizendo, s Naõ a efte, fenaó
j „ a Barabbas. o É era Barabbas hum falteador.
Kí/f.23:17.
MS.pyaMatt.rj-.lS. Marc. 15 : y. Xw.23; 19.

9
SEGUNDO S. JOAO. Gap.XIX.
r

Capitulo XIX. . r'


* • ;.s-v
’j Mania Pilatos a o Senhor açoutar > e os fióldados d'elle eficameceme o maltra­
tais 4 Ajfi a os Judeos he mofirado. 6 Os Princepes dos Sacerdotes Ihe^
bradai que o crucifique! mas Pilatos por innocente o declara, 7 Os Judeos a
fiua Ley apelai. 8 Polo que Pilatos a Jefus mais efireitamente examina. 12 E
outra vez procura faltálo , mas os Judeos 0 ameaçao com 0 disfavor de Cefiar,
16 Polo que a Cbrifio entrega pera fier crucificado. 17 Leva ás cofias fiua cruz.
18 He crucificado em meyo de dons Jàlteadores. I$> O Titulo da cruz. 13 Re­
partem os fioIdades fieus vefitidos. 45 Encomenda fiua mae a oDificifuio, aquertt 1 i
qpava. 18 Tem fiede, e dao lhe a beber vinagre. 30 Efipirana cruz. 31
braõ as pernas a os fialteadores. 34 Abrem 0 lado a Cbrifio. 38 E Joje
Arimathea e Nicodemos. com permififiao de Pilatos. 0 enterrao.

1 A fli ^uc a entonccs tom°u Pilatos a Jeíus, e açoutou [0 J aMattaj'.


i E entretecendo os foldados huã coroa de efpinhos, pufé- 26.
Marc. 15:
raõ lha fobre a cabeça, e veílíraô o de huã vefte de graâ.
3 E diziaó: Ajaes gozo, Rey dos Judeos. E davao lhe de bo­
fetadas.
4 Sahio pois Pilatos outra vez fora, e diflelhes : Vedes aqui
volo trago fora, peraque faebaes que nenhum crime’nelle acho.
5 Sahio pois Jefus fora, levando a coroa de efpinhos, e a veíte
de graâ. E diflelhes [pilatos: ] Vedes aqui o homem.
6 Vendo 0 pois os Princepes dos Sacerdotes, eos íèrvidores,
clamáraô, dizendo, Crucifica [«,] Crucificap-] Diflelhes Pilatos:
Tomae o vosoutros, e crucificae f®:] porque eu nenhum crime
’nelle acho.
7 Refpondéraó lhe os Judeos: b Nosoutros temos Ley, efegun-^^.M.
do nofla Ley deve morrer: ‘ porque Filho de Deus fe fez. t* . s
8 Como pois Pilatos ouvio efta palavra, ficou mais*atemorizado.f *
9 E entrou outra vez na Audiência, e diflè a Jefus: D’ondc cs 4 3 ’’
; tu? Mas Jefus naó lhe deu repofta.
10 Difle lhe pois Pilatos: A my me naó Falias ? Naó fabes que
j tenho poder pera te crucificar, e tenho poder pera te foltar?
Kefpondeu Jefus: Nenhum poder contra my terias, fe deri-
rba dado te naó fofle j por tanto-o que a tyme entregou, mayor pe­
cado tem.
k 11 Desd’entonces procurava Pilatos foltálo; mas os Judeos cla-
^aavaó, dizendo, Se a efte íôltas, de Cefar naó es amigo 3 ^qual-^^»1^
>}uer que Rey fe faz, a Cefar contradiz.
t Ofi—
. OS. EUANGELHO
13 Ouvindo pois Pilatos efte dito, levou fora a Jeíus, eaflèn-
toufe ’no Tribunal, ’no lugar chamado Lithoftrotos, e em Hebrai­
ca Gabbatha.
. E era a preparaçaÕ da Pafchoa, e quafi á hora fcxta, e diffe
a os Judeos: Veaesaqui voffo Rey.
ij Mas elles bradáraõ: Tira, tira, crucificao. DiíFelhes Pila­
tos : A voffo Rey hei de crucificar ? Refpondéraô os Princepes dos
?49:Sacerdotes: « Naõ temos [tmtre] Rey, fenaó a Cefar.
lo.
Io' ' 16 f Entónces lho entregou, pera que foflè crucificado. E to-
fMatt.
26. áraó a Jefus, e leváraõ [«.]
Ma g É levando elle ás coftas fua cruz fahiu a o [bgar] chamado a
Cáyeira, que em Hebraico fe chama Golgotha.
Luc 23:24. is Aonde 0 crucificáraó,. e com elle outros dous, de cada banda
, m tt xr hum>e a Jcfus’no mey°-
*J *, ’ 7' j 9 h E eícreveu também Pilatos hútii * rotulo, e pólo em cima da
ç-cruz, e eftava PweZfe] efcrito: JESUS NAZARENO, REY
22: DOS JUDEOS.
Luc.z^,z6. 20 Léraõ pois muytos dos Judeos elle rotulo ; porque o lugar
33- aonde Jefus eftava crucificado, era perto da cidade; e eftava efcrito
h Mati.27; em Hebraico, em Grego, em Latim.
Marc iç: 21 Diziaó pois os Princepes dos Sacerdotes dos Judeos a Pilatos:
25' ‘Naõ efcrevas, ReydosJudeos, fenaõ que diffe: Reyfoudosju-
Lw.23:j8.deos.
,* Ou. /?- ai Refpondeu Pilatos: Oqueefcrevi, efcrevi.
treiro. ; Avendo pois os foldados crucificado a Jefus, tomáraõ feus
iMatt. 27: veftido$, (e fizéraó quatro partes, a cada foldado huã parte) e a
Marc it • túnica. E cra a túnica fem coftura, toda tecida defde riba jj#/
24.*
L»r.23:34. 24. Différaõ pois huns a os outros: Naõ a partamos fenaõ lancemos
' fortes fobre ella, cuja ferá: Paraque fe cumpriffe a Efcritura, que
iP/ai.22: diz: k Entre fi partírâõ meus veftidos, e fobre minha vefte lançá-
raô fortes. Ifto pois fizéraó os foldados.
iMatt. 27: 25 7 E eftavaõ junto á cruz de Jefus, fua maé, e a irmaã de lua
5S- maé, Maria [xuMer] de Cleopa, e’ Maria Magdalena.
frlarc.
15: 26 E vendo Jefus a maé, e a o Difcipulo a quê amava ;:que y
4Q. ali eftava, diffe a fua maé: Mulher, vás ahi teu filho. 'j
27 Despois diffe a o Difcipulo: Vés ahi tua maé. E des d’aquella J
hora a recebeu o Difcipulo cm fua [ct/ZQ f
2Í Despois fabendo Jefus que ja todas as coufas eftavaõ cumA
. , pridas, V
SEGUNDO S. JOAO.Cap.XIX. - - 4^,
pridas, «paraque a Efcrit ura fe cumprifle, difle: Sede tenho.
t9 » Eftava pois ali hum vafo cheyo de vinagre, e huá efponja ax*
dg vinagre enchéraô, c envolvendo a com hyfopo, chegáraõ lha *
áboca. . « ’ .
30 Comb pois Jefus tomou 0 vinagre, difle; • Confúmado he; í7í<’-17:4*
e abaixando a cabeça, deu o Eipirito.
31 Os Judeos pois, porque os corpos nao ficaflem 0 Sabbado’na
cruz, porquanto entaõ era a preparaçaõ, (porque era 0 grande dia <
do Saboado) rogáraó a Pilatos, que fe lhes quebraflem as pernas., e
foflèm tirados. ' .
31 Viéraó pois os foldados, e ’na verdade quebrárao as pernj*»K**^^^
o primeiro, c a 0 outro que com elle fora crucificado. .
33 Mas vindo a Jefus, [?] vendo 0 ja morto, naó lhe quebráraõ
as pernas. _
34 Mas hum dos foldados lhe furou com huá lança 0 lado, e lo­
go? íahio langue e agoa.
35 E b que ilto vio, oteftificou; e feu teftimunho he verdadei- • *
ro, e fabe que verdade he 0 que diz, paraque vosoutros também
creaes. f
i6 Porque eftas coufas acontecéraó, ? paraque fe cumpriflè aEf-
critura \_que di&\ ] Oflò d’elle quebrantado naõ fera. 4$' ■
37 E outra vez diz outra Efcritura: r Veráô a o quetraspaflaraó.
3S /E despoisrogouaPilatosJofeph de Arimathea, (que eraDi- Io.'
fcipulo de Jefus, porem oculto t por medo dos Judeos) quepudefle/^«. 27:
tirar o corpo de Jefus > e Pilatos permitio. Veyo pois e tirou 57.
o corpo de Jefus. Man' :
3? E * veyo também Nicodemos, (aquelle que d’antes de noite a 4®*
Jefus tinha vindo) trazendo húcompofto demyrrha ealoes,de quafi t •
cem arrateis. ' 3^_
40 Tomáraó pois o corpo de Jefus, e envolverão o em lençoes njea. 3.-i«
com as efpeciarias, como hecoftume dos Judeos fepultar. e? '.
4t E avia huá horta ’naquelle lugar, aonde fora crucificado s e
’na horta hum fepulchro novo, em que ainda nunca alguém avia
JHo pofto.
41 Ali pois (por caufa da preparaçaó [dj frjlfaí] dos Judeos, e
4
porque aquelle fepulchro eflava perto) puféraõ a Jefus.
OS. EVANGELHO

Capitulo XX.
I Vaè Maria Magdalena a o fepulchro , e achando o vazio > dâ as novas a Tedn
e a Joaô. 3 §£xe ambos juntos a 0 fepulchro correm , e affi, 0 achao. 11 VI
Maria 'no fepulchro a deus Anjos, 14. Chrislo lhe aparece , e as novas de fua
refurreipaõ a fius Difcipules dar lhe manda- 19 A os qu-ies também á tarde
aparece. 22 Da lhes 0 Efptrito Saneio f e poder pera os pecados perdoare e re­
ters. 24 A 0 que Thomé naõ quer dar credito ■> por íe nao aver achado prefen-
te. 26 Ate que oito dias despois a Chrijlo vé , e 0 cw.feffa, 30 E declara
Joaõ, porque de muptos outros finaes > fò esses efritos e/iai.

0 primeiro [dia] da femana veyo Maria Magdalena de madru-


x. fc^^gada, fendo ainda efeuro, a o fepulchro j è viu a pedra jado
Mart.ió.i.Tepulchro tirada. . -
f‘?’ 24‘2 Correu pois, e veyo a Simaõ Pedro, e a outro Difcipulo b a
bjoa. 13: guern jefus amava , e diffélhes, Do fepulchro a o Senhor tomá-
e 21:7 20.ram’ e naó fabemos aonde 0 puferaõ.
í Lee, 24: 1 c Sahiu pois Pedro e o outro Difcipulo, e viéraõ a 0 lèpulchro.
12. 4 E corriaõ eftes dous juntos: e o outro Difcipulo correu diante
mais depreda que Pedro, e veyo primeiro a o lèpulchro.
d "loa. i": T E abaixandofe, vio d eftar os lençoes: toda via naõ entrot:.
40. 6 Veyo pois Simaõ Pedro feguindo o, e entrou’no fepulchro, e
vio eftar os lençoes.
a loa .11 .-44. 7 E 0 o fudario que fobre fua cabeça fora [pofo, ] naõ [ o vio] eftar
com os lençoes, fenaó envolto em hum lugar á parte.
8 Entonces pois entrou também o outro Difcipulo, que primei­
ro a o fepulchro viera, e vio, e creu.
fVfal. 16: 9 Porque ainda naõ fabiaõ/a Efcritura, que era neçeflàrio que
io- dos mortos-refufcitafTe.
Aã. 2:2c. io Tornáraõ fe pois os Difcipulospara * caía.
J1 v - 11 S L Maria eftava fora chorando junto a o fepulchro. Eftando
* Gr. « e^a P02S chorando, abaixoufe a o fepulchro.
yê»j. 12 E vio a dous Anjos [veftidos] de branco aflèntados, hum a *ca-
• Gr. ca- beceira, e o outro a os pees, aonde o corpo de Jefus jouvéra.

14 h E avendo dito ifto, viroufe pera tras, e vio eftar a Jefus, c

9. cuidando que era o hortelaõ, diffelhe: Senhor, fe tu o levafte, di- \


Mars.ió:?, zeme aonde o pufeíte, e eu o levarei.
SEGUNDO S.JOAÕ? Cap. XX.
id Diflelhe Jefus: Maria? Virandofe ella diífélhe : Rat)bonÍ/ i
que fe diz Meftre.
17 Diflelhe Jefus: Naõ me toques; porque ainda naõ fubia meu
Pae: porem vae í a meus irrnaõs, e dizelhes: k Subo a meu Pae, lí'
e a voflo Pae; p] meu Deus, é £«] voflò Deus. a8<
IS l Veyo Maria Magdalena, e denunciou a osDifcipulos, que j0’ *
ao) Senhor ettas coufas
bennor vira, e jjwj eltas diflcra.
lhe omera.
couias me
ip m Vinda pois ja a tarde o primeiro dia da femana, e cerradas as k joa. 16:
portas, aonde os Difcipulos por medo dos Judeos- fe tinhaõ ajunta- 28.
do, veyo Jefus, e pás
ao, fe’no meyo, e diflelhes: Paz ajaes.
pós fe JtoA2S:S.
20 E dizendo ifto, moftrou lhes luas
ao fuas maôs, ve f[/?«J lado, n Afli
gozáraó,, vendo a o Senhor.
que os Discípulos fe gozáraó
21 Diflelhes pois Jefus outra vez:. Páz ajaes
ai ajaes; «como o Pae me <5.
enviou, afli vos envio eu a vosoutros.
22 E avendo dito ifto, foprou [yôír? diflelhes: Recebei L«r. 24:5 5.
íànâo.
o Efpirito fancho. i.Cw. 15:
23 /> A quem quer qúe perdoardes os pecados, lhes faõ perdoa- * ,
dos5 [e] a quem quer que os retiverdes, [lhei] faõ reteúdos.
24 EÈ Thomé, hum dos doze , dito o Didymo , ;naõeftavacom^;^
clles quando Jefus veyo. Matt. 28:
25 Difleraõ lhe pois os outros Difcipulos: A o Senhor vimos, ip.
Porem elle lhes difle: Se em íúas maôs o final dos cravos naõ vir, Man- 15:
e meu dedo’no lugar dos cravos naõ meter, e èm feu lado naõ me- r ,
i8.
ter minha maõ, em maneira nenhuá [«J crerei. '
aá E oito dias despois, eftavaõ feus Difcipulos outra vez dentro, ,
pj com clles Thomé; c veyo Jefus, fechadas ja as portas, epósfe io.
’no meyo, e difle: Paz ajaes. eiStií.
.27 Despois difle aThomé: jChega teu dedo aqui, evémi- jt iM 1:1.
nhas maôs; e chega tua maõ , e mete a cm meu lado 5 e naó fejas * Ou,cr«r-
incredvlo, fenaõ*fiel. . fc.
aS Ê respondeuThomé e diflelhe: Senhor meu, e Deus meu.
29 Diflelhe Jefus: Porque me vifte, (») Thomé, crefte; rbema-ri
venturados aquelles que naó virem, e crérem. ••
«$0/ Outros muytos finaes fez Jefus também ainda em prefença/j^-wc
de feus Difcipulos, que’nefte livro efcritos naó eftaõ:
31 Porem eftes eftaõ efcritos, peraquecreaes que Jefus heoChri- Z1 íí Q

fto, 0 Filho de Deus 5 eperaque , crendo , teúhaes vida em feu


nome.
U4- O S. EUANGELHO
*» ♦ •

Capitulo XXL
I Estando alguns d"es Difcipulos pefiando > o Senhor lhes torna a aparecer, 6 E
■com Jua bençaõ alcançao huãí grande preja de peixes > por onde o conhecem, 7 Lan­
ça Jè Pedro a 0 mar y pera a elle ir j e os outros com 0 barco 0 feguem* 9 Jan­
ta com elles. E a Pedro tres vezes pergunta fie o ama > e que fuas ovelhas
apafcente lhe encomenda, 18 Profetiza lhe a morte comque a Deus avia de glo­
rificar. 20 Refrende Jua pergunta acerca de Joao. 24 E conclue 0 Euangelijt*
Jua hilloria Eu angélica.

1 DeíPois difto í"e manifeftou Jefus outra vez a os Difcipulos junto


’*‘ya 0 mar de Tiberiasj e manifeftou [fe J afli.
«Jw.i:45. i Eftavaó juntos Simaõ Pedro, e Thomé, dito o Didymo, a c
b Matt. 4: jqathanaél, o de Cana deGalilea, b e os [/Zfor] doZebedeo, ebu-
lilnv 19 tros d°us de feus Difcipulos.
j 5 Diflelhes Simaõ Pedro: Apefcarvou. Dizem lhe elles: Tam-
hiras, bem nos vamos comtigo. * Foraó , e fobíraõ logo, ’no barco 5
e aquella noite nada tomáraõ.
4 E fàzendofe ja manhaâ, Jefus fe pós napraya: poremosDífci-
pulos naó íabiaõ que era Jefos.
* Ceváuto- 5 Affi que Jefus lhes difie: Filhinhos, tendes [alguã enja] *que
comer? Refpondéraõlhe: Naó.
’ ó E elle lhes difie: ‘ Lançae a rede da banda direita do barco, e
achareis. Lançáraó a pois, eja a naõ podiaó tirar pola multidão
JJoa. ird°s peixes.
7 Difie pois aquelle Difcipulo, a quem Jefus amava, aPedro:
120: 1.0 Senhor he. Ouvindo pois Simaõ Pedro que era o Senhor, cin-
giuie 0 capote, (porque eftava nuo,) e lançou fe a o mar.
8 E os outros Difcipulos viéraõ com o barquinho, (porque naõ
eftavaó, íenaõ como duzentos covados, longe de terra) trazendo
[apifc Ji~\ a rede de peixes.
9 Como pois defeéraó â terra, viraó ja as brafas poftas, e hum
peixe pofto’nellas, emaispam.
»Lw. 14: 10 e Diflelhes Jeíus: Trazei dos peixes que agora tomàftes. . w
4Ã* 11 Sobiu Simaõ Pedro, e puxou pola rede a terra, cheya de cen­
to e cincoenta e tres grandes peixes} e fendo tantos, a rede naó fe
rompeu. ‘
ia Diflelhes Jefus: Vinde, jantae. E nenhum dos Difcipulos
lhe oufava perguntar, Tu quem es?. fabendoque crao Senhor.
í| Afli

1
*

' SEGUNDO S. JOAÕ. Cap. XXI.


tj Afli que veyo Jefus, etomouopam, e^deulhoj efcmelhan** *’ *'
temente do peixe. -
u E efta era ja a terceira vez que Jefus a feus Difcipulosfemani-
feftou, despois de dos mortos aver refufcitado.
Ávendo elles pois jajantado, difle Jefus a Simaõ Pedra: Si-
maó [/í/Ao] de Jonas, amas me mais do que eftes ? Diflelhe elle:
Si Senhor, tu fabes que te amo. Diflelne : Apacenta meus cor*
dcíros.
ió Tornoulbe a dizer a fegunda vez Simaõ, [filho] de Jonas, *
amas me? Difle lhe: Si Senhor, tu fabes que te amo. Diflelhe:
Apacenta minhas ovelhas.
17 Diflelhe a terceira vez: Simaõ, [filho] de Jonas , Amas me?
Entrifteceufe Pedro de que ja pela terceira vez lhe diflefle : Amas
me? E diflelhe: f Senhor, tu iabes todas as coufas, tu fabes que euyjr9iJ
te amo. Difle lhe Jefus: Apacenta minhas ovelhas. j0. '
xS g Em verdade, em verdade te digo, que quando eras mais gjoa. 1».
moço, tu mesmo te cingias e andavas por onde querias 5 mas
quando ja velho fores, tuas maós eftenderás, e outro te cingirá, e, 12: 3.
aonde tu naõ quileras, te levará. ^Pedr.it
19 h E ifto difle fignificando com que morte a Deus ávia dé gto- , ,
rifle ar. Edito ifto, diflelhe: Segue me. 5 r,X’
10 E yirandofe Pedró, vio í que QQ feguia aquelle Difcipulo ai .
quem Jefus amava, o que também ’na cea * a feu peito fc recoftá- 23.
ra, ediflera: Senhor, quem heoquetehadetrahir? ' eioraj
ai Vendo Pedro a efte, difle a Jefus: Senhor, e efte que?
22 Diflelhe Jeíús: Se eu quero que elle fique até que eu venha,
que te importa a ty? Segue me tu. tátou**
23 Sahio pois efte dito entre os irmaõs, que aquelle Difcipulo
naõ avia de morrer. Jefus naõ lhe difle, que naõmorreria, fenaõ,
Se eu quero que elle fique até que eu venha, que te importa a ty ?
24 Efte he 0 Difcipulo, que deftas coufas teftifica, e eftas çoú-
fas efcreveu > e íàbemos que feu teftimunho k he verdadeiro.
25 l Ainda porem ha outras muytas coufas que Jefus fez, que fc 35.
clda huâ de por fi fe efereveflem, nem ainda o mesmo mundo,1 T***» i
cuido que comprendcr poderia os Hvros, [áríájjcfcritos. AmcQ,
A ' ' •
••

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A C T O S
/

DOS

S. APOSTOLOS
ESCRITOS
PELO EU ANGEL1ST A
S. LUCAS.
Capitulo L
I de 8* Lusas com que efte [eu fegwtdo livro a feuEuangelho une* J Avtit*
do Chrifio refiijcitado dos mortos » wnverfa cem jeus Apofolos quarenta dias*
4 Manda lhes que em Jerujalem a miffaõ do EfiíritoJan&o esperem* 6 Re-
fion.de lhes a pergunta de quando e Revno a Ifiael reftauraria* 9 A vífla
díelles* a tf Ceo fo&e., 10 O que dous Anjos tefôifcaõ , predizendo também fia
tornada, II Tornaõ fe os Apofiolos a Jerufalem. 13 Rerfeverao concordemen-
te em oraçoens > com alguas mulheres 5 e eom a mae de Chrifio^ 15 Relata Ptf-
dro a predicçao acerca de Judas -> e feu fim, Z1 E exhortando a ordenar outro
em [eu ligar > dous para ij[o [ao aprefentados, 24 JS avendo feito orapaõ he
Matthias por fortes ? eleito Apoftolo,

primeiro livro o Theophilo , fiz eu, acerca de todas as couíàs


que Jefus começou affi a fazer como a enfinar:
»'Marc.t6: 1 “ Ate o dia em que a riba recebido foy, despois de pelo Elpi-
I?. rito fanéto b aver.daao mandamentos a os Apofiolos que eícolfiera.
Lvc. ? :$r. 5 c A os quaes também, despois de averpadecido, feaprefentsu
!• Tm. j: v-yo com múytas [V} infalíveis provas5 fendo d°elles viflo por qua-
. 2^ renta dias, e fallandó* {lhes das ceufas} que a o Reyno de Deus per-
b Joa. lo: 3 . ■* 3 *
JaI tencem.
2^. i6; 4 d E ajuntado os, lhes mandou que fe naó apartaflem de Jeru_
14, ^.í-o: 19. ezi: I. l*Car. 15:54 dlatc.24:48.49. *
falem
S. A P O S T O L O S. Cap. I. 147 . - ■
Pdeín, mas que efperaíTem a promefla do Pae, e que (diífe) de my e joa. 14:
ouviíPes. ' , 26.
5 f Porque bem bautizou Joaô com agoa, % porem vosoutros fe- ’
reis bautizados com o Efpirito fanâo , .naõ muytos dias despois rfJL/ Zi
d’efles. .
6 Aquelles pois que ajuntado fe aviaõ, lhe perguntáraô, dizen- Man.i
do, h-Senhor, refiaurarás tu’neíte tempo o Reyno a líraél ?
7 E diflelhes : í Naõ he voífo iãber os tempos , ou as * fazoés,loa-1: <
que 0 Pae em (eu proprio poder pós. atífãúzí»
S k Mas recebereis a virtude do Efpirito Pando , que Pobre vos- rVVtfr
outros ha de vir; / e Permeheisteftim unhas aíli em Jeruialem, comoy^Ta^
em toda Judea, e Samaria, e ate o cabo da terra. • Aã. 2 '.4.
9 m E avendo dito eflas coufas, vendooelles, foylevantado em eit.ti?..
alto; e huã nuvem o tirou de feus olhos. foWr.24:
10 E eíiando elles com os olhos poftos’no Ceo, entre tanto que . Jb
ellc \_fobinào~\ hia, eis que dous varoens « cm veítidos brancos, jun- * **
to a elles Pe puféraõ. * ôu^wr-
11 Osquaestambémdifleráó: VaroensGalileos, que eftaesolhan- tunldades,
dt> pera 0 ceo ? 0 Efte Jefus que de vosoutros a riba a o ceo toma- ««>
do foy, affi virá como a o Ceo ir o viftes. osns'
11 Entonces tornáraõ Pe a Jeruíâlem do monte que fe chama das
Oliveiras, o qual eftá perto de Jerufalem, diftante caminho de hum
Sabbado. 48. 7*
13 E entrando, fobíraõ a 0 cenáculo, aonde fe ficáraó, [comvem loa. 1$: 27.
afâer] Pedro e Jacobo, e Joaô, e André, Philippe e Thomé, 2 :32.
Bartholomeo e Matheus , {/] Jacobo |jíZ!wJ de Alpheo , e Simaó
Zelotes, e Judas [irmaí] de Jacobo. . 19\
Í4 Todos eftes perfeverávaô concordemente em orações e fapli-ãM«ítr 28*
caçoens, com as mulheres, e Maria a maé de'Jefus , ecom
feus irmaôs. ' • .
1 y E levantandofe Pedro, ’naquelles dias, em meyo dos Diíci- Man. 24 •_
pulos, diífe: (e era a companha junta como de quafi cento e vin- 3°* '
te peffoas.) *
16 Varoens irmaôs, convinha que fe cumprifle efta Efcritura,
« que o Efpirito fanâo pela boca de David prediffe acerca deJudas, 1.7^^
r que foy o guia d’aquelles que a Jefus prendéraó. 10.'
17 f Porque com hosco contado.foy, e forte * ’nefte minifterio
alcançou. iS Efie
(Matt. 5Ç/ÍÍ4IÍJ0. Matt. i6: 23. iS. r £fatt.26i 47. 1v
Á&we. 14:43. y<w.lS;3./Jfc#.lo;4. .âfarí.3:39. Lm. 6-. 16, *Gi,íeSt»
í48 . A Ç/T O S D 0 S
n.l/w.17: iS Efte pois 0 campo do galardaõ de iniquidadeaquirio, te pre-
23. cipitandòíe, pelo meyo arrebentou, e todas fuas entranhas fc der-
ramáraó.
19 E 'foy notorio a todos os que em Jerufalem habitam j de manei-
kMatt.z’;'. ra que aquelle campo » ie chama, em fua própria lingoa , Acelda-
8. ma , 1ÍI0 he, campo de fangue.
x Vfal. 69-. ao Porque ’no livro dos Pfalmos eftá eícrito : * Sua habitaçao
z6. deferta fe faça> e quem’nella habite naõ aja. y E Outro feu bif»
, ytfal.ioy. pad0 tome.
?_ 21 » He pois neceflario, que d’os varoens, que com noíco conver-
faraó todo 0 tempo, em que 0 Senhor Jefus entre nosoutros entrou
efahio,
tA!t-1! 9. 22 Começando defdo bautifmo de Joaó, ate o dia em que » de
nos a riba recebido foy, fe faça hum d’elles com nofco teílimunha
de fua refurreiçaó,. ■
bAtl.E aprefentáraó dous, ajofcph, chamadoBarfabas,queti-
nha por fobrenome Jufto, eaMatthias.
24. E orando, diíféraó: c Tu Senhor, dós corações de todos Co-
7« nhecedor, moftra aqual d.’efl:es dous efeolhido tens.
1. ,ron.z • pera que a porte tomc (pefl.e minifterio e Apoftolado, do qual
e 29:17. Juí^as fe defviou, para a feu proprio lugar fe ir.
Tfal.7.10. 16 E lançáraó lhes as fortes 5 e cahio a forte fobre Matthiás. E
ler. 11:20. por voto commum [detojís] cornos onze Apoítelos contado foy.
e 17:10.
FIO’ IZ» TT
Capitulo II.
j Qom fenaes fe derrama o Efpirito Ianelo *no dia de Pentècofie^ fobre os
Apofiolos, 4 Ox quaes cheyos de feus dons3 as grandezas de Deus em todas as
lin^oas faliao. $ Do que em Jerufalem entre todas as naçoens grande conffab
refidta: huns maravilhandofe ? e outros efcarnecendo* 14 Redargue Pedro a os
zombadores > e mofira que afii fe compria a profecia do Propheta JoeL 2Z Pro­
va com os Pfalmos de David que lejus > a quem crucificado aviai> dos mortos re-
fufcitdra » d mao direita de Deus fe afientára ; e de Id efies dons derramara»
36 E que portanto 0 Mefilas prometido era» 37 D'0 que os ouvintes compungi­
dos^ e por Pedro a penitencia amoejrados* tres mil tfeltesfam bautizados» ap^JDs
quaes ’na doutrina dos Apeftolosy 9no exercido do culto Divino , e da caridade
perfeverando j todos fens bens entre fi comuns tem» 47 E a Igreja cada dia
multiplicando fe vae»

» Lev. 23: j p cumprindofe o dia « de Pentecofte, eftávaõfodos 1> eencorde-


^16:9. mente * juntos. »B,
í^<9.r.i4. *0u> em hum*
á
I . . ,

S. APOSTOLO S. Cap. II.


i E de repente fe fez hum foido do ceo, como de hum vento ve-‘;*
hemente [«] impetuofo, e encheo toda a cafa aonde aflentados efta-
vaõ.
3 E foraõ d’elles viftas lingoas repartidas como de fogo, e fobre
cada hum d’elles fe pós.
4 c E foraõ todos cheyos do Efpirito faníbo , e começáraõ a fal- c Matt, 3:
lar‘j’em outras lingoas, como 0 Efpirito fanâo lhes dava que fàllaflem. H.
5 E avia Judeos, que cm Jerufalem habitavam, varoens religio- ^arc &
. fps, de toda a gente aos que de baixo do Ceo eftáõ. loTpr -tí-5
6 E feita efta voz, ajuntoufe a multidaô; e eftáva confufa, por-
que cada hum os ouvia rallar em fua própria lingoa. e ió: 13.
7 E todos pasmávaó, e fe maravilhávaó, dizendo os huns aosou-
tros j Vedes aqui, naô faõ todos eftes, que fàllando eftáõ, Galileos ? *16: 6.
8 Como pois os ouvimos cada hum em nofiãpróprialingoa, em-
que nacidos fomos?
9 Parthos e Medos, eElamitas, e os que habitamos em Mefo- * ‘
jpotamia, ejudea, eCappadocia, Ponto, e Afia.
E Phrygia, e Pamphylia, Egypto, e partes de Libya, que
£?/?«] junto a Cyrene, c Romanos cftrangeiros, affi Judeos como
Profelytos,
11 Cretenfes e Arábios, os ouvimos em noflàs próprias lingoas
as grandezas de Deus, fàllar.
12 E todos pasmávaó e fuspenfos eftávaõ, dizendo os huns para
os outros, Que quererá ifto [vir 4] fer.
13 E outros zombando, diziaó: Cheyos de vinho doce eftáõ.
14 Porem Pedro, pondofe empe com os onze, levantou fua voz,
efaloulhes, [dizento]9 Varoens Judeos, e todos os que em Jerufa­
lem habitaes, feja vos iftonotorio, e minhas palavras em vofiõs ou­
vidos ponde:
15 rorque eftes naô eftáõ bêbados, como vosoutros pera vos „
tendes,. fendo [oMi] a * hora terceira do dia. m-
16 Mas ifto he o que foy dito pelo ProphetaJoêl: vetorará*
17 « E feráem os últimos dias, [<&& que/de meu Efpirito tMnhaã.
. r<ft>re toda carne derramarei, e vofiõs filhos e g voflãs filhas pro- e
fetizaráõ, e vofiõs mancebos vifoens veráõ, e vofiõs velhos fonhos Euch. 11 -
fonharáõ.
isE também fobre meus fervos, e fobre minhas fervas, ’naquel-^í^J*aj‘. ‘
Jçs dias, dc meu Efpirito derramarei, e profetizaráõ.
Ii 19 E 10.
^•7:38-/ ^.io; 45. g Lw.z; 35. Jã.ti; 9.
f
À4 •
250 A C T 0 S -D O S
s 9 E prodígios a riba ’no Ceo darei, e finaes. a baixo ’na terra,
fangue, efogo, e vapor defumo.
i° O foi fe converterá em trevas, e a lúa em fangue, antes que
q dia grande e illuftre do Senhor venha.
h 1'j'élir h Eferá, que todo aquelle que onomédoSenhorinvocar-
Bwa.ioiij. pcrá falvo.
n Varoens Ifraelita$, ouvi eftas palavras: Jefus o Nazareno, va-
raó entre vosoutros de Deus aprovado com maravilhas, e prodígi­
os, e finaes, que Deus por elle em meyo de vosoutros fez, como
também vos meimos bem iabeisc
»^S-4'iS. Efte, fendo entregue í pelo determinado confelho e prefcien-
cia de Deus, k tomando [o] vosoutros, por maós dos injuftos *QQ
* °*’[?* cruçificaftes, e mataftes.
«J 14 l Ao qual Deus refufcitou,foltas as dores da morte; porquan»
t0 P°®ve^ naô era> 9ue d’ellareteúdo foíTe.
VQI16 ■ Porque delle diz David: m Sempre diante de my a o Senhor
í, ’ via, porque á minha [maõ] direita eftá, paraquecomovido naófeja.
*t if> Polo que meu coraçaó alegre eftá , e minha lingoa fe goza,
* Ouu , /?- e ainda minha carne ha de repoufar em efperança.
f:<id i o. 17 pojs minha * alma ’no * inferno naó deixarás, nem ateu fancto
entregarás, paraque corrupção veja. x
28 Os caminhos da vida notorios me fizefte: com tua face de go­
zo me encherás.
29 Varoens irmaõs, licito me he dizervos livremente acerca do
* 1. Rey. 2: Patriarcha David , n que morreo , e foy fepultado , e [ainda ] fua
fepulturacomnofço até 0 dia de hoje eftá.
^“.13:36. Affi que fendo Propheta, e fabendo 0 que com juramento lhe
* i. Sam. 7; avja Deus jurado, que ao fruito de feus lombos , quanto á carne,
p 1 a 0 Chriftô levantaria , para fobre feu trono [0] aflentar;
u 1’2, 31 Vendo d’antes, fallou da reíurreiçaó de Chrifto , p que
Lttc. i; fua alma naõ aja fido deixada’no inferno, nem fua camecorrupçaõ
^.13:i3. vifto aja.
1:3. 32 A efte Jefus refufcitou Deus 5 í do que todos nosoutros tefti-
i.7-’w.2-,8. munhas fomos. *
: 33 Aífi que exalçado ja pela [mm] direita de Deus, e /rece-
bendo do Pae a promeflà do Efpirito fanéto , t derramou ifto que
agora vedes’ e ouvis:
i7, ‘ ‘ 34 Porque naó fobiu David a os Ceos j aates diz: « Diflè o Se-
«fti: s. nhor
^•5:31. Philip. 2:9. f Í -iáS.10: 45, » Pjàl.lrihl. l.Cfr.i1): 25,
Et>bef. I; 20. Hebr. I: IJ.
\ ' £: '" ■

I
S. A P 0 S T 0 L O S. Cap.II. i?x
nhor a meu Senhor, Aflentate á minha [««?] direita:
H Até que a teus inimigos ponha por efcabello de teus pés.
36 Saeba pois certamente toda a cafa de Ifraêl, que Deus Senhor
e Chrifto o fez, [a jaher\ a efte Jefus, que vosoutros crucificaftes.
37 * E ouvindo elles coifa>] foraô compungidos de cora-
çaó, e difleraô a Pedro, e a os de mais Apoftolos: y Que faremos 5 xZach. Ii;
10.
varoés irmaós ? Luc.3: io.
E Pedro lhes diflè: Arrependeivos , e bautizefe cada hum de Aã •); 6. ~
vosoutros em o nome de Jefu Chrifto, pera perdaó dos pecados j e y Aã. 16:*
oodom
domdodoEfpirito fanétorecebereis.
Efpiritofanéto recebereis. ■*
• 39 Porque a vós vos pertence a promeflà, e a voflos « filhos, e s ^'/anS.
a todos « os que longe eftaó, a tantos quantos Deus nofío
noíTo a Ephef.i:
a fyhef-
Senhor chamar. 13«
40 E com outras muytas palavras teftificava, e [w] exhortava,
dizendo, Salvaevos defta pervería geraçaó.
41 Afli que os que de boamente recebéraó fua palavra, foraô
bautizados, e acrecentáraõ fe n’aquelle dia [á Igrefi] quafi tres mil
almas.
41 E perfeverávaó ’na doutrina dos Apoftolos, è ’na comunhão, e
• ’no partir do paó, e ’nas oraçoens.
43 E em toda alma temor avia , e b muytas maravilhas e fi-^Marc.iíí
naes pelos Apoftolos fe fàziaõ. ' J7-
44 c E todos ós que criaó juntos eftavaô, e todas as coufas cõ-
muas tinhaó. .
4j E [fias J pofleflbens e fazendas vendiaó, e « com todos as re- ^g.4; 31.
partiaó, fegundo cada hum mifter avia. dijay.^t
46 E e perfeverando cada dia concordem ente’no Templo, epar- 7.
tindo o pam de cafa em cafa • comiaó juntos com alegria, e com Aã. 4:3? ♦
fingeleza de coraçaó.
47 Louvando a Deus, e tendo graça pera com todo o povo. fTL
acrecentava 0 Senhor cada dia á Igreja aquelles que fe íalvavam. Ai;ai.

«•

Ca.
4V

Í3 a

l
ACTOSDOS

C AP I T U L O III.
I Indo Pedro i Joao a o Templo. > jarao a hum coixo de nacimento. J D» que
espantandofi o povo e concorrendo t 11 Pedro o informa que aquillo naõ por fua
virtude} fenaõ por fó a virtude de Christo feito fora. 14 Aquem elles morte
íinbaõj porem elle dos mortos refascitdra. V/ Confilaos > e exhorta que Je emen
dajfem. 2o Pera conforme 0 tejtiinuubo de Mofjes , e de todos os Prophetas
a benpdõ de Abraham rcaberem.

1 p fobiaó Pedro e Joaó juntos a 0 Templo á hora da oraçaó$


• Z ás (que éra) * a nona.
t>-es horas 2 « £ traziaó a hum certo varaõ, que era coixo defdo ventre de
o- íua maê, a 0 qual cada-dia punhaõ á porta do Templo , chamada a
*

loa 9:8 *erm°la> * pera pedir eímola a os que no. Templo entravao.
0u,J?Z 3 Oqual vendo aPedro e ajoaó, que *vinhaõentrando’noTem-
#

vaõ pa. pio , pedio que * lhe deíTem huã efmola.


ra entrar 4. E fitando Pedro com Joaó ’nelle os olhos, difle : Atenta pera
w ifc. nós.
’rífí* 5 E pós olhos] ’nelles, efperando receber d’elles alguâ çoulà. .
e»e' 6 E difle Pedro .* Prata e ouro naõ tenho j mas o que tenho iflo
te dou: « Em o nome de Jefu Chrifto o Nazareno te levanta, e
anda.
7 E tomando o pela maôdireita, levantou [y], elogofeus pees e
artelhos fe affirmáraõ.
8 E faltando elle, pós fe em pé, e andou, e com elles’noTem-
plo entrou, andando, e íàltando, e a Deus louyando.
9 E todo o povo 0 vio andar, e a Deus louvar.
10 Econheciaóo, que era o que á efinola aporta fermolâ do Tem­
plo fe affentava ; e ficáraó cheyos de paíino, e de efpantopolo
que lhe acontecera.
11 E apegandofe o coixo, que curado fora, de Pedro e de Joaó,
todo o povo concorreu atonito a elles a o alpendre, que fe chama de
Salamaó. ’ •
E vendo Pedro iflo, refpondeu a o povo: Varoens Ifraelitas,
porque difto vos maravilhaes ? Ou porque para nos tanto atentaes
•Ou/wp». como fe por noflà própria* virtude, ou fanctidade, a eíie andarfi-
zeífemos ?
1; O Deus de Abraham, edelíàac, e de Jacob , oDeus denoflòs
paes a feu filho Jcfus glorificou, a o qual vosoutros cntrcgaíies, e
d pvnnix
S. A P OS T OL O S. Cap. III.
«/perante a face dePiíatos 0 negaftes, julgando elle quefolto ouvera^^MT’
defer. *0,
H Mas vosoutrós a 0 foncto, e a 0 jufto negaftes, e pediôes que ’•
hum homem homicida fe vos dèfTe. Lhcm:i3.
17 E a 0 Princepe da vida mataftes, a 0 qual Deus dos mortos 7w.1S.-4a.
rcfuscitou, e do que nós teftimunhas fomos. eAU, 1:8.
16 E pela fé em feu nome confirmou feu nome a efte que vedes e ei' 3*»
conheceis e a fé que por elle he, deu a efte efta perfeita faude
em prefença de todos vosoutros. '
17 E agora, irmaós, eu lei que por ignorância o fizeftes, como
também voflos princepes.
18 Mas Deus cumprio afli o que /ja d’antes por boca de todos fify
íèus Prophetas avia denunciado, que 0 Chrifto avia de padecer. «5$: 5.
*9 g Emendae vos pois, e arrependei vos, peraque voflos peca- Luc.14'17.
dos fejaõ * apagados, quando os tempos do refrigério da prefença i-^2-3. •
do Senhor viérem: «X”*"
20 E elle enviar a Jefu Chrifto, que ja d’antes prégádo vos foy.
21 A 0 qual convém que o Ceo * receba até os tempos d’a reftau- • qu refe~
raçaó de todas as couíàs, que Deus por boca de todos feus fonétos
Prophetas, dcfde [><&] feculo foliou.
ia Porque a os Paes diflè Moyfes: h Dc voflos irmaós vos levantará h Deui.it:
o Senhor voflò Deus hum Propheta como a my, a elle ouvireis, i$-
foliar.
em tudo quanto vos fàllar. • ■ ' t
23 E ferá que toda alma que a efte Propheta naõ ouvir, do
naó ouvir, dopo-
po­ 1?
vo defarraigada
vo defàrraigada ferá.
ferá. 7'37<
24 E também todos os Prophetas defde Samuel, e * em diante, *Oú,«fef*
todos quantos foliado tem, também d’antes eftcs dias denunciáfaõ.
25 Vosoutros íois os filhos dos Prophetas, ;, e do Concerto que '
Deus com noflòs Paes contratou, dizendo a Abraham,Abraham , / Emtua
Em tua*<?«**: 22 22:
femente ferám benditas todas as * famílias dà terra. ’ 18. ‘ '
J fiáa: 8»
16 Refufcitando Deus a íeu Filho Jefus, primeiro a vos o # Quj
_ **-
enviou para que ’nifto vos bendiflèflè, que a cada qual vfswtrfs] ott
de voflàs maldades vos desviafle.

i
*4

I *

li 3 CA-

!
Vi A CTO S D O S
f

Capitulo IV.
X Encarcerai os Princepes dos Judeos a Pedro e Joaõ. $ Ajuntafie todo o Con-
fielho, examinando os fiobre a cura feita acerca do coixo, $ Teftifica Pedro que
fora feita em o nome de Jefius 3 e acrecenta/que effe he a Pedra reprovada dos
edificadores 3 e o único Salvador» 13 O Confielho ? ainda que convencido3 lhes
manda, com rigourofias ameaças 3 de nao pregar mais em 0 nome de Jefius e larga
os» 20 Reldtaoy 9 que lhes acontecia > a os fieus 3 que unanimes pedem a defenfia
e bençaõ de Deus fiobre. a pregaçaô da palavra, 31 E ouve os Deus com terre­
moto» 32 A concordia e caridade dos fieis 3 que vendem fiuas pofifefifioes para*
■ foftento dos necefitados, 36 Pelo também Barnabas*

1 p citando ejles fallando-a o povo, viéraófobre elles osSacerdo-


tes, e 0 Capitaó do Templo, e os Sadduceos:
- Muy enfadados de que a o povo enfinaflèm, e em [s wmê\ de
Jefus arefurreiçaô dpsmortos denunciaffem.
3 E lançáraó maô d’elles, e puieraó os em guarda até o dia &•
guinte, porquanto ja era a tarde.
4 E muytos dos que a palavra ouvíraó, créraõ: e fez fe o nume­
ro dos varoens quafi até cinco mil.
$ E aconteceu o dia leguinte que feus Princepes , e Anciaós, e
Efcribas, fe ajuntáraó em Jerufalem:
6 E Annas, o Sumo Pontífice, e Cayphas, e Joam , e Alexan­
dre , e todos quantos da linhagem Pontifical avia.
aExed.i; 7 E pondo os no meyo, perguntáraõ [&i:] Com què poder,
i4« ou em cujo nome fizeftes ifto ?
Matt. 2i; 8 Entonces Pedro, cheyo do Efpirito fancto, lhesdifie: Prince-
V- _ pes do povo, e vosoutros Anciaós de Ifraél:
*Ou exa- $ P°is <lue k°je juridicamente * demandados fomos acercad’obe-
minados. neSGi° a hum homem enfermo [/«w, ] * como curado aja fido:
• Ou,cm- 10 Seja vos notorio a todos, e a todo o povo de Ifraêl, que em
yte. o nome de Jefu Chrifto, o Nazareno, aquelle que vosoutros cruci-
ficaltes, a o qual Deus dos mortos relufcitou , ’nelle eftá 'efte pe­
rante vosoutros íàõ.e làlvo.
í P/â/.uS: 11 Efte he a pedra que de vosoutros b os edificadores deprezlda
22. foy, aqual por cabeça da efquina foy feita.
iy^.28:i6. i2 c E em nenhum outro ha íalvaçaó: Porque também nenhum
Matt. 21: outro nome ha debaixo do ceo, entre os homens dado, em que
. ,41' falvos fcr devamos.
w7oc;11 ’ 13 Ven-
Lw.2o; 17. :3 ;• I. Pdr 1:7.* AÉ#. I: «♦ AS.10: 43. J. Tto, 4: f♦
» 7
s. apostolos. Cap.iv. ms
13 Vendo elles entonces a oufadia de Pedro, e dejoaó, e infor- .
mados de que eraó homens fem letras e idiotas, maravilháraõ fe: e
bem os conheciaõ, que com Jefus eílado aviaô.
14 E vendo eftar com elles a 0 homem, que curado fora , nada
em contrario que dizer tinhaô.
j 5 E mandando os íàir fora do Confelho, conferiaõ entre fi,
16 ’ Dizendo, d Que hemos de fazer a eftes homens ? Porque que ífot, ii:
hum notorio final por elles foy feito, manifeíio he a todos os que 47*
em Jerufalem habitaõ, e naô o podemos nega?.
17 Mas para que de mais em mais entre .a povo fe naó divulge, ^***"*~
ameacemolos eftreitamente, que á homem algum ’nefte nome mais
naó fàllem.
18 E chamando os, difleraó lhes, que totalmente [mais] naôfàl-
lafiem, nem enfinaflèm, em o nome de Jefus.
19 Porem refpondendo Pedro, ejoaó, difleraó lhes: e Julgae e
vós fe he jufto diante de Deus, ouvirvos maisavos, do que aDeus?
20 Porque naó podemos deixar de fallar o que vifio e oúvido te­
mos.
21 Mas ellesainda mais os ameaçáraõ, nada achando * porque os
caftigar e ir os deixáraó, f por caufa do povo: porque todos a Deus/-4^4^’
glorificávaô acerca do g que acontecera. & 3* 7*
4* Porque de mais de quarenta annos era o homem , em quem
efte * milagre de faude, fe fizera. Gr./W.
23 E foltos elles, h viéraó a os feus, e contáraó [lhes] tudo quanto 14 •*
os Princepes dos Sacerdotes, e os Anciaôs lhes difleraó.
14 E ouvindo elles levantáraó unanimes a voz a Deus, c
difleraó: Senhor, tu es o Deus que fizefte o Ceo, e a terra, eo
mar, e todas as coufas que nelles ha.
25 Que pela boca de David teu fervo diflefte : i Porque bramáó
as gentes, e os povos penfáraõ coufas vans?
26 Os Reys da terra [ * hua] fe levantáraó, e os Princepes em hum
ajuntáraó contra o Senhor, e contra feu Ungido.
27 h Porque verdadeiramente contra teu Sanâro Filho Jefus, a oh Matt.zfc
quattu ungifte , fe ajuntáraó afli Herodes como Poncio Pilatos, 3-
com as Gentes e os povos de Ifrael.
28 Pera fazerem tudo o que tua maó, e teu confelho, iad^antes T^' .'
tinha determinado, que fe avia de fazer.
29 Agora pois, o Senhor, * poem os olhos em. fuas ameaças, e*oajíj^r
dá a teus fervos que com toda oufadia tua palavra faUem. farafitas
3‘ aneafaf» r
*9* *
!

t
/

255 A C T O S D O 5
iMarc, 16'. 30 l Eftendendo tua maõ para curas, e que finaes, e prodígios
17.
fe façaõ pelo nome de teu Sanéto filho Jefus.
•m Aã. 16 ;
31 E avendo orado,« moveu fe 0 lugar em que ajuntados eftavaõ,
26.
e foraó todos cheyos do Efpirito Sancto, e fallavaó á palavra de
„ Deus com oufadia.
1 Petfrvs' $1 234* E da multidão dos que criaõ, era »hum coraçaó e [huã] al-
............. ma 5 e ninguém dizia fer feu proprio coula alguá ao que tinha,
mas todas as coufas lhes eraõ comuas.
~ E os Apoftolos davaó teftimunho da refurreiçaõ do Snor Je-
íus com grande esforço j e em todos elles avia grande graça.
3+ Porque também nenhum neceflitado entre elles avia 5 porque
todos os que pofluiaó herdades
herdades, ou caías, vendendo as , traziaõ-
o preço do vendido, e depofit
dcpofitávaó a os pees dos Apoftolos.
vpottoios.
jfaj .58:7.
•ff Jfij s$-’7> 35 3$ 0 E a cada hum íê neceflidade tinha.
fe repartia fegundo cadaqual neceflidadetinha.
tf Entonces Jofes, dos Apoftolos por fobre nome chamado Bar-
nabé (que traduzido , he filho de confolaçaô) Levita,
Levita, natural de
Cypro.
37 Como [tombem] tivefle huá herdade, vendeo £»], e trouxe 0
xf preço, e depofitou 0 a os pees dos Apoftolos.

Capitulo V.
1 Reprende Pedro a os dous hypocritas > Ananias e Sapphira» e Delis cafiiga a am­
bos com a morte repentina. i2 Fazem os Apoftolos muitos milagres e •> lan­
çados na prizao» foraífoltos por hum Anjo. 21 Envia o Conjelho àcs fudeos
a trazêlos y mas achac o cárcere vazio» 26 LevaS os do Templo perante oCon-
felho. Z? E ali fe defendem» etefiificaõ deChrifío e de fua refurreiçaõ. 33 Con-
fulta o Confèlho pera os matar. 34 Porem folta os â advertência de GamaUeh
fendo primeiro açoutados. 40 Alegrão fe elles fobre ifo» e9no pregar oufadame#*
te adiantao.

1 p hum certo varaó por nome Ananias, com Sapphirafua mulher,


vendeo huá poflèflãõ.
• Omreíí- a E * defraudou do preço, fabendo [y] também fiia mulher j e
veM.tirou. írazend0 huá parte , depofitou a os pees dos Apoftqjos.
3 Edifle Pedro: Ananias, porque Satanás teu coraçaó encheo,
peraque a o Eípirito fanóio mentiflès, e do preço da herdade de-
fraudafles ?
4 Ficando [fe te9] naó fjí] te ficava? E vendida, em teupoder
naõ eftava? Que ha que em teu coraçaó propufefte ? iNaó mentifte
a os homés, fenaó a Deus. jE
-
r •
\

5
S. APOSTÒLOS. Cap.V, '
j E oUvindo Ananias eftas palavras, cahio, c efpirou. E vèyo
hum grande temor fobre todos os que o ouvíraó.
á E levantandofe os mancebos, tomáraô o, e levando [«] fora,
fepultáraô
7 E paíTado ja efpaço como de tres horas, entrou também fua
mulher, naõ fabendo o que avia acontecido.
$ E Pedro lhe * diflè: Dizeme, vendeftes por tanto aquella her-* Gr. ríx.
dade: Eelladifle: Si, portanto.
9 E Pedro lhe diflè : que ha que entre vós vos concertaftes ’
o Efpirito do Senhor atentar? Vés aqui aporta os pés dos que ateu
marido fepultáraô, e [também] a ty te levaráõ.
10 E logo a feus pces cahio, e efpirou. E entrando os mance­
bos, acháraõ a morta; e fora a leváraó, e junto a feu marido £«]
fepultáraô.
11 E veyo hum grande temor em toda a Igreja, e em todos os
que eftas coufas ouvíraó.
ii « E por maôs dos Apoftolos fe faziaõ muytos finaes e prodi-
*ios entre o povo. E eftavaó todos unanimes’no alpendre de Sá-4 1^rc'1S‘
Í amaó.
i? E dos de mais, ninguém fe oufava a ajuntar com elles; porem
o povo em grande eftima os tinha.
14 E a multidaõ dos que * em o Senhor criaõ , affi de varoés co- *Gr.«».
mo de mulheres, fe augmentava de mais em mais.
15 De maneira, que a os enfermos ás ruas traziáõ, e em camas
e catres os punhaô, peraque, vindo Pedro, a o menos também
fombra a algum d’elles cubrifle.
ió E até das cidades circumvizinhas concorria a multidaõ ajeru-
falem, trazendo enfermos, b e atormentados de eípiritos immun- b Man. 16:
dos s os quaes todos eraô curados. 17-
17 E levantandofe o Sumo Pontífice, e todos os que com elle Si
eftávaõ, (que era a Seéta dos Sadduceos) enchéraô fe de inveja. e y‘.
1S Elançáraõ maô d’osApoftolos, epuféraõ os na priíãôpublica. e <•
ií> t Mas o Anjo do Senhor abrio de noite as portas da prifaõ, e c atâ- »:
tifando os fora, diflè:
m> Ide, e pondovos empé, fàllae’no Templo a o povo todas as íl6‘ *-
palavras d’efta vida.
u E ouvindo elles fí&Q j entráraópelamanhaãcedo’noTemplo,
eenfinávaó. Vindo porem o Sumo Pontífice, e os que com elle
eftavaó, convocáraó o Concilio, e a todos os Andaós dos filhosde
Kk lfracl,

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/
«
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Ifrael, e mandáraõ a o cárcere, peraque os trouxeflem. J

22 Mas como lá viéraõ os Servidores} naó os acháraó na prifaó 5


e tornandofe, denunciáraó [feV].
23 Dizendo, Bem achamos nos b cárcere com toda fegurãça
fechado, e as guardas que dé fora ás portas eftávaô, mas como
abrimos, a ninguém dentro achamos.
24 Ouvindo entaô eftas palavras o [SáíwtQ Pontifice, e 0 Capitao
d’o Templo, e os Princepes dos Sacerdotes, duvidávaó d’elles, d’ó
-^^qimquillo a- fer viria.
25 E vindo hum, denunciou lhes, dizendo, Vedes aqui os varoens
que na prifaõ pufeftes, eftáõ’no Templo, e enfinaõ a o povó.
26 Entonces foy o Capitaó com os Servidores, e trouxe os, Ç/w-
ÀM,Jtt.tv. rem~\ naó com violência, (7 porque a 0 povo temiaó de queapedre-
26. jados naó foliem.)
^.4:21. 17 E como os trouxéraó , aprefentáraõ os a o Concilio. E o
Sumo Pontifice lhes perguntou, dizendo,
t Act.&.S. 18 e Naõ vos denunciamos nos encarecidamente-, qué [«««]
’nefte nome naó enfinaffeis? E vedes aqui ja a JerufalemJdefta.vofla
doutrina encheíles, e fobre nosoutros o fangue d’efte homem tra­
zer quereis.
/W.4:i9. 29 Porem refpondendo Pedro, e os Apoftolos, difieraó: /Mais
importa obedecer a Deus, d’o que a os homens.
gAti.f. íy. 30 £ O Deus de noffos Paes refufeitou a Jeíus , a 0 qual vosou-
h Deut. 21: tros mataftes, h pendurando [0] ’no madeiro.,
3’’ *1 & e^e z exal?ou Deus com fua [tó] direita [/w] Princepe e
e 13:2% Salvador , pera a Ifrael dar converfaó e remiflaó de pecados;
1. Pedr. 232 E nosoutros k fuas teftimunhas acerca d’eftas palavras fomos ,
24. e também 0 Eípirito íancto, o qual Deus l tem dado a aquelles
iAã.v.i\ que lhe obedecem. c
e 3: B. 3^ E ouvindo elles [//?»], arrebentávaõ , e confultávaô
Z 7o« 1 -9’ os matar- ■
~ ' 3+ Levantandofe porem ’no Concilio hum certo Pharifeo por
Z^<?,2;4. nome Gamalièl, Doutor da Ley, de todo o povo venerado, man­
dou que hum pouco fora a os Apoftolos levaflem. *
Ediflelhes: Varoens Ifraèlitas, olhae por vosoutros, que
acerca d’eftes homens aveis de fazer.
m Porque antes d’eftes dias fe levantou Theudas , dizendo,
$8. que algo era j a o qual,numero de quafi quatrocentos homés,feache­
gou i O qual foy morto , e todos os que ouvidos lhe deram foraó
diffipados, e em nada tomados. -JyDes-
S. A P O S T O L O S. Cap. VI. &
& Deípois d’efte fe levantou Judas o Galileo, cm os dias darna-^ •/*!»

tricula, e perverteu muyto povo após fi : e pereceu também efte,


c todos os que ouvidos lhe déraó diflipados foraõ.
3S E agora,. digovos, dae de maó a eftes homens, c deixae
os 5 n porque fe de homens efte confelho, oueftaobrahe, desfàr- «Prov.zii
fehá. r/°S-T
39 Mas fe he de Deus, naó a podereis desfazer: porque porven-J^. x ®;
tura achados naõ fcjaes °que também a Deus repugnaes. x.‘ ’
40 E déraó lhe ouvidos. E chamando a fi a os Apoftolos, c aw^tí. 9: $.
do açoutado, mandáraõ [lhes] que em 0 nome de Jefus : 9.
naó faiaflêm 5 e deixáraõ os ir.
41 Foraó fe pois de diante da face do Concilio, ígozoíos de que IJ*
fòílèm ávidos por dignos de por feu nome affronta padecerem.
41 E todos os dias ’no Templo, e pelas cafas, naó ceflavaõ de en-
finar, e aJefu Chrifto denunciar.

Capitulo VI.
I Efiolbe 4 j fola murmuraçaS dos Gregos > fite Diáconos y que feio*
ftyoflolos fe confirmai. 7 dai fe a Igreja também Sacerdotes. 8 Efte-,
•vai , hum dos Diáconos, faz muitos milagres# e os da Synagoga dos Libertinos
e outros fe levantao contra elle* lo Pois como nao podiaõ refislir a feu Efpirito
e fabedoria, levai 0 perante 0 Confelho* IJ E fobomao falfas te^imunhas, que
acufao 0 de blasphemias contra 0 Templo e a Ley* 15 Refplandece feu rofo co~
mo o de hum Axfh

1 P ’naquelles dias, multiplicando fe os Difcipulos, houve huã •


murmuraçaõ. dos * Gregos contra os Hebreos, de que fuas q.
viuvas eraõ defprezadas’no minifterio quotidiano. . dfAju-
4 E convocando os doze a fi a multidão dosDifcipulos, difleraó: deós que
“ Naó he razaó que nosoutros a palavra de Deus deixemos , e ás entre ot
meíâs firvamos.
3 b Olhaepois irmaós, porfetevaroens d’ent»cvosoutros, de que
[hw] teftimunho aja , cheyos do Efpirito fan&o e de íàbédoria, a Greú
o>quaes fobre efte importante negocio, conftituamos. nfávao»
4 Nos porem ’na oraçaó, e ’no minifterio da palavra perfeve- »Exed3&t
rarémos. in1 *3457' -
5 E contentou efta palavra a toda a multidaó, eelegéraóàEfte-^^^í ’
váõ, varaó f cheyo de fé e do Efpirito fanéto, d e a Philippe, e a
Kk 4 Pro- >
l.Ttm-y.7, i AS. 11:24. d AS. XV, S«
16o A C T O S DOS
Prochoro, eaNicanor, e aTimon, eaParmenas, eaNicolao
o profelyto de Antiochia.
A osquaes ? aprefentáraõ ante os Apoftolosj c orando eftes,
T e^Yj.fpuféraóasmaósfobreelles. ’
i. n-». 4 : 7 g E crefcia a palavra de Deus , e o numero dos Difcipulos fe
14. multiplicava muyto em Jerufalem , e grande companha dos Sacer-
* 5: m. dotes á fé obedecia.
8 E Eftevaó cheyo de fé, e de potência, fazia prodígios, efinaes
* ao* l^^wndes entre o povo. ;
9 E levantáraó fe huns, que daSynagoga, chamada a d’o$
Libertinos, e Cyreneos, e Alexandrinos, e d’os que eraó de Cili­
cia, e de Afia, e com Eftevaó contendiaõ.
bExtá.4* 10 h E naó podiaô refiftir á fabedoria, e a o Eípirito, com que
11. fallava.
Wsw- 11 i Entonces * fobornáraõ a huns homens, que diflèflcm : Pa-
H*IÇ "*
í Matt.2óJafras blasfemas lhe ouvimos fallar contra Moyfes, e [ovani]
59. Deus.
• Ou, »»- ii n E * commovéraó a 0o povo , e a os Anciaõs, e a os Efcri-
rreOTeíé-bas. e arremetendo effe] arrebatáraó o, e leváraõ M aoCon-
taq*
cilio.
* Ou 5 tur-
hâraõ. 13 E aprefentáraõ teftimunhas fàlfas, que diziaõ: Efte homem
naó ceifa de fallar palavras blasfemas contra efte fanéto lugar, e
£ccwtra] a Ley.
14 Porque nos lhe ouvimos dizer, que efte Jeíus Nazareno hade
deftruir efte lugar, e mudar os coftumes que Moyfes nos entre­
gou.
15 Entonces todos os que ’no Concilio áflèntados eftávaõ, pon­
do ’nelle os olhes, viraó feu rofto como o rofto de hú Anjo.
S. A P O S T O L O S. Cap.VIL W
-
C A p I T v L O VIL
I 'Relata Rfievaf em fuadefenjab perante o Confelho, de come Deus fézfua afianço
com Abraham e fua fomente > prometendo lhe a terra de Canadn-, 9 E de com»
fofeph em Egypto fby vendido y e Jacob com fita linhagem fe partia para lá> e
fua defcendencia ali Je multiplicou , e cruelmentc^tratou. lo De como Moyfes
«acido j regeitado , e tomado e criado da Filha dePkarao em toda fabedoria dos
Egypcios) vijitou a feus irmãos , e matou a 0 Egypcio , que a hum d’elles agra­
vava. V} O qual fe lhe deita ‘no rolio ? e porijfò foge para Madian > aonde
Deus ‘nhum çarçal ardente lhe aparece > e envia a Egypto a livrara feu pem»^^
37 prophetiza de Christo, e recebe a Ley, 39 De como fe jaz 0 bezerro
de ouro j e com ijfo , e juntamente tombem com lAoloch fe comete idolatria?
44 Èe come 0 Tabernáculo Je levantou» e efieve entre elles até os tempos de Sa-
lamaO) que edificou 0 Templo. $1 Da lhes tombem‘no rufio » que emcontuma-
tia» e crueldade fab iguaes a feus Paest 54 Amargaõ fe contra elle fobre ijfo»
e 0 apedréjab; mas elle vendo a ceo aberto » encomenda fua alma a Chrifio» roga
por elles} e ejpira»

I TJ diflè o Princepe dos Sacerdotes: Como, he ifto affi?


1 Eellediflè: Varoens irmaõs, epaes, ouvi: AnofloPae
Abraham apareceu o Deus da gloria, eftando [ainda] em Mefopo-
tamia, antes que em Charran habitaflè. .
3 E diflè lhe: a Sae te de tua terra, e de tua parentela, e vem
á terra que eu te moftrarei.
4 Entonces fe fahio da terrados Chaldeos, e habitou em Charran.
, E d’ali, despois que leu pae faleceu, o traípaffou a efia terra, em
que agora hanitaes.
5 E naõ lhe deu ’nella herança, nem ainda a pegada de hum pé 5 * ■
& e prometeu [lhe] que em pofleíTaó lh’a daria, e a fuafcmente des- ***. j'’
pois d’elle, naó tendo elle [ainda] filho. . cGen.15;
6 E fàllou Deus afli 5 c Que fua femente em terra alhea peregri- 13.
na feria, e em fervidaõ a fogeitaríaó, e d [per] quatro centos annos d Ge». 15:
a maltratariãó. - I<!;
7 E a gente a quem ferviré, eu a julgarei, diflè Deus. * E des- 11 {
pois difto fe fairáô, f e nefte lugar me lerviráó. Ga[ j.
> E deulhe o Concerto g da ciruncifaó 5 e afli h gerou a Ifaac, e e Ge* 15:
a o oitavo dia o circuncidou j e Iiãac i a Jacob , c Jacob a 16.
i os doze Patriarchas. fExod. 31
9 E l invejofos os Patriarchas, » venderão a Jofeph para Egypto ; *2*
e Deus era com elle. Kk 3 i«E^
» Gen. 21 : 2. i Gen. 25: 26. h Gen. 19 : 32. e 30 : f. e tf 33'
lGe»»17l4.U. ns Ge* tf; 18. PJalm icfy 17»
ita A C T OS D OS
10 E o livrou de todas fuastribuláçoens, e lhe deu graça e íàbe-
»Gí??.4i!4.doria diante de Pharao , Rey de Egypto, « e o pós por Governa-
105: dór fobre Egypto, e toda fua cafa.
11 0 E veyo fome em toda a terra de Egypto, edeChanaan, e
Si 4' ’ grande * tribulaçaõ j e^nolTos paes naõ achávaó alimentos,
•OuJ.ivr- 12 f P°rem ouvindo jacob que em Egypto avia trigo , mandou
to. 1 r^j a noíTos paes a primeira vez.
^Jal. 105; 13 ? E ’na fegunda foy Jofeph de feus irmãos conhecido, e foy
^^Bmifefta a Pharao a linhagem de Jofeph.
pGw.42.-T. J4 g enviou Jofeph, e mandou chamar a feu pae Jacob, eatoda
rdX 46 4" ^lia Parentéla , fetenta e cinco almas [for todos~\.
■ 49; 15 r E defcendeu Jacob a Egypto , e f morreu, ellc, e nofios
J" Gen.
paes.
t Gen. 50; 16 t E foraô traspafiados a Sichem, e poítos na fepultura » que
13. _Abraham
____ ____ por_________
certa foma de dinheiro comprou d’os filhos dé Em-
13: mor, je Sichem-
Ww. 32
17 Mas como ja fe chegafle o tempo dapromefia, que Deus a
» Gen, 23 .’ Abraham jurado tinha, x creceu o povo , e multiplicou fe em
16. Egypto.
18 Até que fe levantou outro Rey, que a Jofeph naõ conhecera.
^ W.I.7. , y Efte,, ufando
19 luauuv de aivuuia com xxwAia
aftucia W
mi
nofla linhagem,
^^
xxxxxíci xxx«x*.x«ww «nvi
5 maltratou
xax
anof-’
jai. 105: pos paeSj at' lhes fazer éngeitar fuas crianças, peraque naõ * £/*]
•Outf«r. multiplicaflem.
fem, ou, 201 ’No qualtempo naceuMoyfes, e era* muy fermoíò, efoy
em vida criado tres mefes em cafa de feu pae.
fuaffem. 21 E fendo engeitado, a filha de Pharao o tomou, e para fi por
Kjr.aDeus fcu filho 0 C1Í0U.
fermofi. 2j fi, foy Moyfes inftruido em. toda a fabedoria dos Egypcios j e
y e6'Í. Cra P°derof° em dit0S e feito.s- -
Uum’ 16: 23 s E como fe lhe cumpriu o tempo de quarenta afios, veyolhc
49‘ ao coraçaó irvifitarafeusirmaõs, os filhos de Iíraêl.
1.PW23: 14 a E vendo agravar a hú [/«fe], defendeu 5 e vingou a
13. 0 agravado, matando a 0 Egypcio.
Hebr. ii.- 2^ E elle cuidava que feus irmaõs entendeflem, que Deus lhes
2^’, avia de dar liberdade por fua maõ 5 porem elles naõ o entenderão.
s ‘ * 16 6 E o dia feguinte, pelejando elles, foy delles vifto , econ-
1: ftrangia os á paz, dizendo, Varoens, irmaõs fois 5 porque hum a
11. o outro vos agravaes ?
b Exod. 1: 27 E 0 que a feu proximo agravava, o rempuxou, dizendo,
*3- «Quem

I
S. _ A P O S T 0 L O S. Cap. VII.
e Quem te pés a ty por Princepe e Juiz, fobre nosoutros? «Emíz-.
is Queres me tu [também] matar a my, como hontem a o Egyp- ,,14*
ciomatafte? ^*aI*
29 E a eftapalavrafbgiu Moyfes, e foy peregrino em terra de ab.\\ 7.
Madiam, aonde gerou dous filhos. . ; *7:*35-
. 3© d E cumpridos quarenta anos, o- Anjo do Senhor lhe apare-
ceuno deferto do monte de Sina , em huâ flama de fogo de hum
çarçal. -
31 Entonces Moyfes vendo , maravilhoufe da vifaõ 3 e ch^^**
gandofe a ver, a voz do Siror lhe foy feita,
32 [Dizendo], e Eu fou o Deus de teus paes, o Deus de Abraham, eExod 3:6.
e.o Deus de Ifaac, e 0 Deus de Jacob 3 e Moyfes todotremendo, Matt, zz:
naõ oufava atentar. 3X-
Edifle lhe o Senhor: /Descalça asalparcas deteuspeesj por-®—* II:
que 0 lugar em que cftás, terra fanéta he. flof\•
34 * Atentamente vifto tenho a affliçaõ de meu povo, que em
Egypto eftá, e feu gemido ouvi, e.defcendi a os livrar 3 agora pois tenho^vijlo
vem, enviartehei a Egypto. tenho,
35 A efle Moyfes [pois J, a o qualnegado aviaõ, dizendo, Quem
por Princepe e Juiz te põs ? A efle enviou Deus por Princepe , e
Libertador, por maó do Anjo, que ’no çarçal lhe aparecera.
3<S g Efle fora os tirou, fazendo prodígios e finaes na terra de£
Egypto, e ’no Mar vermelho, h e ’no deferto, [por] quarenta £
anos.
37 Efle he aquelle Moyfes, que a os filhos de Ifraêl difle: í Hú hExod.i6-,
Propheta vos levantará o Senhor voflo Deus d’entre voflbs irmaós, 1,
como a my, k a elle ouvireis. Deut.i:^
38 / Efle he aquelle que efteve’na congregaçaó [de povo] em QtDeut.iSt
. deferto, « com 0 Anjo que lhe fallava’no monte de Sina,
noflos paes 3 o qual as palavras viventes recebeu, para anos nolas dar.
59 A o qual noflos paes naó quiféraó obedecer 3 antes [<Q eagei- iMatw
táraô, e de coraçaó a Egypto fe tornáraó. 5.
40 Dizendo a Aaraó: « Fazenos Deufes , que diante de nos vaô. IEx°d. 1?:
Porqne [punto] a efle Moyfes,. que fora da terra de Egypto nos ti- 3* ,c

rou , naõ íabemos que lhe aconteceu. X

41 E’naquelles dias o bezerro fizéraó, efàcrificioaoldolooffere- ’


céraó, e*nas obras de fuas maós fe alegráraô. . t. <

42 E Deus [/<?] tornou, e os entregou a que a 0 exercito doceo /


ferviflêni, como eflá eferito no livro dos Prophetas: » Qffereceftes- 9 jmos 5:
me 25.
*64 A C T O S D O S
me por ventura viótimas, e facrificios ’no deferto, por quarenta
anos, [»3 ca^a de Iíi*ael?
/ ^fmos. 5: 43 p Antes 0 tabernáculo de Moloch [a os ombros] tomaftes, e i
16.17. cftrelia de voffo Deus Remphan, figuras que vôsfizeftes, peraad®»
ralas 5 trafportar vos hei pois pera d^alem de Babylonia.
44 ’No deferto eftava entre noflosPaes 0 tabernáculo do teftiinu-
nho , como aquelle ordenara, que a Moyfes difle, que o fizeflè
j fegundo a forma que vifto tinha.
4> '*^•47 r O qual recebendo 0 também noflòs Paes com Jefus o levá»
jr ?’ raó apofleflàó das gentes, que Deus [de diante] d’a face de noflòs
j i^Sam 16: Paes lanS0U > até os dias de David.
1. 4í s O qual achou graça diante de Deus, e t pedio que achaflc
P/)/.S9:ii. * tabernáculo para 0 Deus de Jacob.
yííí.ijni. 47 u E Salamaô caía lhe edificou.
^O^mora- 48 x ^as o Altiffimo naõ abita em templos feitos demaô, como
“^-oProphetadiz:
s 2.Sam'-i • 4? ? ceo he o meu trono, e a terra o eftrado de meus pés; que
t> ’7 ’ cafa me edificareis? diz o Senhor 3 ou qual he 0 lugar de meu re-
I.PW17; poufo? '
1. 50 » Naõ fez por ventura minha maó todas eftas coufas?
Pyâ/.i3i;5. 51 a Duros de*pefcoço, e incircuncifos de coraçaõ, edeou-
«i.Rfg. 6;yj^Qs. fempre vos a 0 Efpirito íancto refiftis 3 como voflos Paes
I.P^Zjy: M tambem vos outros-
j. 52 A qual dos Prophetas naõ perfeguíraõ voflos Paes? E matáraõ
ai.Reg. S.-a os que d’antes denunciáraõ a vinda do Jufto, do qual vosoutros
27. agora os trahidores e homicidas foftes.
^.17:24. 53 b Qye a £ey por difpofiçaõ dos Anjos recebeftes, e naõ pj
? 2. Par. 6; guardaftes.
Ifm.66:1. & ouvindo eftas coufas, rebentávaõ em feuscoraçoens, eran-
jGXr.vu" £Ía° os dentes contra elle.
«23:21. 55 Mas elle eftando cheyo do Efpirito íânâo, [*] poftosos olhos
z Gen.ui. no Ceo, vio a gloria de Deus, e a Jefus que eftava a [moo] direita
aNehem.9’idc Deus.
16: 17. £ diíTe: Eis que os Ceos abertos vejo, e a o Filho do Ifemc
*o7; rii <?ue eftá a W direita de Deus-
ri/o. 57Poremelles,clamandocomgrandevoz,tapáraófeusouvi-
lExoii?; dos, e arremetéraó unanimes contra elle.
?• 58 f E lançando o fora da cidade, apedrejávaó J Eastefti-
*M:?- munhas
loa. 7; 19. Qai' (I, 11; I3. Lite, 13: 31. <10; 15. d xí&22; *0.
5. A P 0 S T 0 L O S. Cap.Vltr. :
hiunhas *puféraó íeus veftidos a os pees dc hum mancebo', chama­
do Saulo. . \
59 E apedrejáraõ a Eftevaõ, invocando elle, e dizendo: e Se-epfcl3}'6'
mor Jefus, recebe meu efpirito. Luc.zy,46i
áo E pondoíe de juelhos, clamou com grande voz: f Senhor, fbArtt.
naó lhes imputes efte pecado. E avendo dito ifto, adormeceu.
34-
/-1 -_TTT . hCor.fWr
C A P I T V L O VIII. _
He ferfèguida 5 e espargida a Igreja de Jerufalem» Z E Ejlevao fepultadú
? Ajfola Saulo a Igreja» 5 Prega Philippe-em Samaria ? ç faz muitos Jinaes,
5^ Embelecára ali Simao for fua arte Magica a o povo > ajfí que todos penàiae
delle» pois pelas pregações de Philippe muitos crem e Je bautizao > até 0 mesmo
Simao. 14 Enviai Je Pedro e Joaõ a Samaria $ 15 Por cuja oraçao j e impo-
Jtcaõ das maõs » os crentes recebem e Espirito fancio. 18 ®ue poder Simaa
quis' comprar com dinheiro» 2o Mas reprende 0 Pedro rigurolamenie^ eamoefia
o para converfao. 26 Manda Je Philippe a 0 Ethiope » que > ajfentado em feu
carro» lia a 0 Propketa IJayas> e fendo inftnâdo de Philippe j e avendo feita
confjfao de Jua fé > foy bautizado. 39 Arrebatou 0 EJpirito do Senhor a Phi-
Uppey e fe ache# em Azoto»

1 J7 a. * confentia também Saulo em fua morte. E ’naquelle dia 22 ♦


foy feita huâ grande perfeguiçaó contra a Igreja, que em Je- 20.
rufalem eftava 5 b e. todos espargidos foraô pelas terras de Judea, *Ou, t»-
c de Samaria, excepto os Apoftolos. mava
z E varoéns pios leváraó juntos [a enterrar] a Eftevaó,b .
c e fizéraó fobre elle grande pranto. ‘
5 Saulo aflòlava a Igreja, entrando pelas ca&s j c puxando ^^',23:1.
pqr homêse mulheres, entregava os na prifaó. eyo; 10.
4 Os que pois espargidos andávaó, e hiaô paflàndo pela [ftww J a- Sam. 3:
e * denunciando a palavra. ;
5 E defcendendo Philippe á cidade dc Samaria, pregavalhes a “ j
Cnruto. ez6i 9*
6 E as companhas eftávaõ concofdemente atentas ás coufas que j.cw.is:?.
Philippe dizia, porquanto ouviaõ, e viaô os finaes que fazia. Gai.i: 13.
?•/ Porque os efpiritos immundos fahiaõdemuytosqueostinhaõ,
clamando-ágrande voz 3 c muytos * paralyticos e eoixos eraó cura-
dos. * A
S É avia grande gozo’nhquella cidade-. * ’ "í;
9 Eaviahumcertovaraõ, por nome Sitnao, qued^ntcshtaqueHa aj - *
L1 cidade
fitortaiW' flí:lS, eijtiz.
ACTOSDOS
& Mav.6. cidade g da arte magica, ufára, e a gente deSamaria, embelecado.
* Ou, mifa av ja dizendo de fi, fer * algum grande.
a£ua' 10 D’o qual todos pendiaó, desdo mais pequeno até ornais gran­
de, dizendo, Efte he a grande virtude de Deus. ,
n E pendiam d’elle, porque com [/av] artes magicas os aviaja
de muyto tempo embelecado.
ii Mas como créraó a Philippe, que o Euangelho do Reyno de
Deus, e nome de Jefu Ghrifto lhes denunciava, bautizávaõ fe afli
woens, como mulheres.
13 E até o mefmo Simaõ creu; e fendo bautizado , ficou fe de
contino com Philippe: e vendo os finaes, e as grandes maravilhas
que fe faziaõ, eftava atonito.
14 Ouvindo pois os Apoftolos, que eftávaó em Jerufalem , que
Samaria a palavra de Deus recebera, enviáraõ lhes aPedro e ajoaó.
15 Os quaes avendo descendido , oráraó por elles, pera que o
Efpirito Sanéto recebeflem.
16 (Porque ainda iobre nenhum d’elles defeendéra, mas fomen­
te eraó bautizados em o Nome do Senhor Jefus.)
é^<?. 6:6. 17 Entonces puléraõ as maõs iobre elles, e receberão o Efpi-
f ío • / Sanéto.
i.I7« 4 i4. 18 E como Simaóvio, que pela impofiçaô das maõs dos Apofto-
e 5.- 22. los fe dava o Efpirito Sanéto, offereceu lhes dinheiro,
2,Tíib.i;6. 19 Dizendo, Daeme também a my efte poder , que fobre qual­
quer que eu as maõs pufer, o Efpirito Sancto receba.
» Matt io- 20 P°rem Pec^ro difle: Teu dinheiro feja com tigo para per-
g, ’ °‘diçaô, > que cuidas te que 0 dom de Deus por dinheiro fe al­
cance.
21 Naõ tens tu parte nem forte ’nefta palavra; Porque teu cora-
çaõ naó he reéto diante de Deus.
22 Arrependete pois d’efta tua maldade, e óra a Deus, íè por
ventura efta imaginaçaó de teu roraçaõ fe te perdoe.
23 Porque em fel de amargura, e em travadura de mal­
dade , vejo que eftás.
i Num. 21: 24 Refpondendo porem Simaó, difle: i Orae vos outros pojjmy
7* ao Senhor, para que nada d’o que difleftes fobre my venha.
25 Avendo elles pois teftificaao e fàllado a palavra do Senhor,,
tornáraõ fe a Jerufalem jy-e fem] muytasr aldeas dos Samaritanos o
Euangelho denunciáraó.
*6 E 0 Anjo do Súor foliou a Philippe, dizendo, Levantate, e
vae
1 S. APOSTOLOS. Cap.VIII.
vs& pera a banda do Sul, a o caminho que deícende de Jerufalem
pera Gaza, a qual he deferta.
17 E levantou fe , e foy, e eis hum varaó Ethiope, Eunucho, #o „
■■* Mordomo môr de Candace, Rainha dos Ethiopes, o qual eftava
pofto fobre todos feus thefouros, l* e a Jerufalem a adorar viera: tuita est}
18 E tornava fe, e adernado em feu carro, lia a o Propheta fodtrofi. -
Iíãyas. I ioa.i azo.
29 E difle o Efpirito a Philippe : Chegate, e ajuntate a efte *Ou>?»«.
carro.
g o E correndo Philippe, ouvio que lia a o Propheta Ifayas, e
difle: Entendes tu também o que lés ?
31 E elle difle: E como poderia, fe alguém me* naõ enfinaflè? * Ou >oca-
E rogou a Philippe que fobiflè, e com elle fe aflentafle. mmhome
31 m E o lugar d’a Eícritura que lia, era efte : Como ovelha á 2®*“
o matadeiro foy levado, e como 0 cordeiro diante do que o tofouia
mudo eftá, affi fua boca naõ * abriu. 7. *
33 Em feu abatimento foy feu juizo tirado j e fua geraçaõ quem *Oukí&v.
a contará? porque da terra he lua vida tirada.
34 E refpondendo o Eunucho a Philippe , difle: Rogote, de
quem diz ifto o Propheta? Deli mefmo, ou de outrem alguém?
? 7 É abrindo Philippe fua boca, e começando d’efta Efcritura,
» euangelizou lhe ajefus. nLuc. 24:
* MM
E indo elles * caminhando, chegáraó a huã certa agoa 3 e 45«
M «MM 1 1

difle o Eunucho: Eifaqui agoa, ° que me empede fer bautizado?


37 E Philippe difle: Se de todo coraçaõ crés, licito he. E re- oAcí. io:
ípondendo elle, difle: Creò que Jefu Chrifto he o Filho de Deus. 47-
38 E mandou parar 0 carro: e decéraó ambos á agoa , affi Phi­
lippe, como o Eunucho 5 e bautizou o.
39 E como fobíraó da agoa, o Efpirito do Senhor arrebatou a
Philippe, c naõ o vio mais o Eunucho porque fe foy feu caminho
gozofo.
40 Mas Philippe fe achou em Azoto j e indopaflândo, [pe/a tem]
denunciava o Euangelho J todas as cidades, até que a Cdàrea
veyç.

LI » Ca ‘t
á! A C T 0 S D OS
< J , ,

C A P 1 T U L 0 IX.
i farte fe Saulo para Damasco , para também ali perfegutr a 'os fieis. 3 He ter~
cado no caminho de hum refplandor de hz do ceo , lançado no chao , e do mes"
isto Chrifio reprendido , e com cegueira ferido. lo Envia 0 Senhor a AnaniaS.
a elle. que, no principio temendo ir, despóis foyfe, fez 0 tornar a ver, inslrue
0, e bautiza 0. 23 fréga Saulo a Chrijlo , e os Judeos ciladas lhe armai,
j«e escapa, guindado da muralha ’nhum cefto. 16 Vem a fervfalem, e Dorna,
bé 0 leva a os Apofolos, e prega ali também a Chriclo. 30 farte fe a Tar­
jo , pera evitar as ciladas dos fudeos. 31 As Jgrejas tem paz e crecem,
33 Chega fedro a Lydda , e fára a Enêas , como também emfoppe aTabitht
■ dos mortos refuscita. 42 folo que muitos crem.

i "p a Saulo afloprando ainda ameaças e mortes contra osDifcipu-


4 Aã. 8: 3. "Mos do Senhor, foy a 0 Princepe dos Sacerdotes.
e 21:4.
e 16 ; 9. 2 E pediulhe cartas pera Damafco, para as Synagogas, pera que
I.Cor, 15 ; fe achaffe alguns, * d’efl:e caminho, affi homens como.mulheres
9. [o/j trouxefle prefos ajerufalem. •
GW. I :i;. 3 b E indo ja de caminho, aconteceu que chegou perto de Da­
1. Tim. i: mafco , t fubitamente o cercou d hum relplandor de luz do ceo.
11.
4 E caindo em terra, ouvio huã voz, que lhe dizia: Saulo
j-eãa. Saulo, porque me perfegues?
b Aã, 22: 5 E elle difle: Quem es Senhor ? E difle 0 Senhor: Eu fou Je-
6. fus a quem tu perfegues. e Dura coula te lie dar couces contra os
íi.oas-- aguilhões.
8.
6 E elle tremendo, eatonito difleSenhor, /que queres que
2 Cor. 12:2.
*Aã. 26:
faça ? E 0 Senhor lhe [f>feQ Levantate, c entra ’na cidade, c
7 **
2r
dir fe te há [«//] 0 que fazer te convé.
t ^7.5:39. 7 g E os'varoens que de caminho hiaõ com elle , fe paráraõ ato-,
^£^.3:10, nitos, ouvindo bem a voz, porem naõ vendo a ninguém.
Aã. 2:37. 8 E levantou fe Saulo da terra, e abrindo feus olhos, naõ via a
e ló: 30. ninguém. E guiando 0 pela maó, leváráó o a Damaíco.
{P^.107.
9 E efteve tres dias fem vér 5 enaõcqmeu, nem bebeu.
)<> E avia em Damafco hum certo Difcipulo, pornome Ananias5
e difle lhe 0 Senhor em vifaô : Ananias. £ elle reípondeu :'Eis
me aqui, Senhor.
n E 0 Senhor lhe ] Levantate , e vae á rua chamada 2 ,
b Aã, 21:
Direita, e pergunta em cafa de Judas por hum, chamado Saulo,
h de Tarfo 5 porque vesaqui que óra,
39-
e22: 3< í» E

•c
S. A P O s T o L O S. -Cap' IX. '
, 12 E tem vifto em vifaó., quehum varaó por nome Ananias en- ■
trava, e íòbre elle a maõ punha, pera que a vér tornaíTe.'
13 E refpondeu Ananias: Senhor, a muytos d’efte varaó ouvi,
í quantos males tem feito ã teus fanétos em Jerufalem. * * 11»
14 E aqui poder dos Princepes dos Sacerdotes tem, paràprendera
todojs os que teu nome invocam.
15 Porem o Senhor lhe difiè : Vae, k porque vaíò efcolhido me n. * *
he efte, pera meu nome levar diante das gentes , e dos Reys, e kAã.vxtò
dos filhos de Ifraêl. , <22:21.
161 Porque eu lhe moftrarei quanto por meu nome padecer deva. 1 •r»
17» E foy Ananias e entrou na caia, e pondo as maós fobre elle,
difiè: Saulo irmaõ,j o0 oennor.jconvem faber Jefús
Senhof (convém aaiaoer que ’nocami-
jeius,, que no cami-£ e * ,
nho, por onde vinhas, te apareceu,) me enviou, peraque a vér
tornes, e cheyo do Efpirito fancto fejas.
-o T? 1___ í 11- __/ J _ 11 . _ _____
18 E logó lhe caíraõ dos olhos como efeamas, e d’improviíõ a 21;
vér tornou, e levantandofe, foy bautizado. ii.
19 E* como comeu, ficou confortado. E ' efteve Saulo alguns a-c^n:
dias couros Difcipulos, que em Damafco eftavam. ° x?-
mAã.22;
20 E logo’nas Synagogas pregava a Chriíio : que aquelle era 0 ia.
Filho de Deus. * Ou, tg*
21 E todos os que 0 ouviaó, eftávaó atonitos, ediziaõ: Naõhe mando al-
efte aquelle que em Jerufalem aflolava a os que efte nome invòcá- guS ctmi-
vaó? e a iflo aqui vevo, pera prefos os levar a os Princepes dos Sa­ mida>6u,
nfeiptí.
cerdotes?
22 Mas Saulo muyto maisfe esforçava, e confundia a os Judeos,
que em Damafco habitavam, provando que aquelle o Chrifto era.
43 E como paflaraõ muytos dias, tiveram os Judeos entrefi cõn-
felho, para 0 matarem.
24 Mas fuas ciladas * viéraõ á noticia de Saulo ; ® e ellcs guarda- * q ?
vaõ, afli de dia como de noite, as portas, pera matar 0 poderem.
25 Porem tomando o os Difcipulos de noite, «[«j guindáraô pe- n2.c0r.in
lo muro abaixo em -hum ccfto. 32.
26 E como Saulo veyo a Jerufalem, procurava ajuntarfe com os0 y°faé 2:
Difcipulos; porem todos d’clle fe temiaó, naô crendo que Diíci-
pulofoffe.-
*7 f Mas tomando o Bamabé com figo , trouxe p] a os Apo-*^’ n
ftoíos, e contóú lhes como’no caminho a o Senhor vira, elhe fab-
lára, e comò em Damafco fàllára.oufadamente em o nome deJefus.
?i E andava com eiles entrando , e faindo em Jerufalem. - *
Lh 27 E
■W A C T 0 S D O S
19 E fallando oufadamente em o nome do Snor Jcíus; fallava e
difputava também contra os Gregos, porem elles procurávaó ma-
tálo. ‘ /
30 Entendendo [0] porem os irmaõs, acompanháraó 0 até Ce-
farea, e enviáraó 0 a Tarfo.
31 As Igrejas pois por toda Judea, eGalílea, eSamaria, paz
tinhaó , e edificadas eram; e andando em o temor do Senhor, e
[ 'na ] confolaçaó do Efpirito fanéto, fe multiplicávaó.
32 E aconteceu que paflando Pedro por * todas fartes J, veyo
*0u, To> também a os íânétos que em Lydda habitávaó.
dos. 33 E achou ali a hum certo homem, por nome Enéas, que avia
oito annos que em huá cama jazia, qual era paralytico.
34 E diífélhe Pedro: Enéas, Jeíu Chrifto faude te dá, levanta-
te, e faze tua [mw]. E logo fe levantou.
35 E viraõ 0 todos os que em Lydda, e Sarona habitávaó, os
quaes a 0 Senhor fe convertéraõ.
36 E avia em Joppe huá certa Dilcipula, por nome Tabitha,
*®.dcor- que traduzido, fe diz * Dorcas. Efta citava cheya de btJas obras,
ça^ OU) ca- e efmolas que fazia.
37 E aconteceu ’naquelles dias, que enfermando ella, morreu j.
c avendo a lavado, puiéraõ a ’no cenáculo.
38 E como Lydda eftava perto-de Joppe, ouvindo os Difcipu-
los que Pedro ali eftava, mandáraôlhedous varoens, rogando [/fe]
que naô fe detivefle em a elles vir.
39 E levantandofe Pedro foy com elles 5 o qual como chegou,
leváraó o a cenáculo, e todas as viuvas o rodeai aó, chorando, e
moftrando \_lheJ as túnicas, e os vellidos que Dorcás fizera
quando com ellas eftava.
40 Porem lançando as Pedro fora a todas, pós fe de juelhos, e
orou; e virandoíê para 0 corpo, diflè: Tabitha, levantatej Eella
abriu feus olhos, e vendo aPedro, aflèntoufe.
41 E dandolhe elle a maõ, levantou a$ e chamando a os íânétos,
e ás viuvas, aprefentou [lhã\ viva.
41 E fòy \jjla ] notorio por todo Joppe, e créraõ muytos cm o
Senhor.
43 E aconteceu que fe ficou muytos dias em Joppe, com hum
certo Simaõ curtidor.
S. A P O S T O L O S. Cap. X. 174
• 4

Capitulo X.
I Aparece hum .Anjo a Cornelio > o Centuriaõ, em Ce/àrea} ocupado em jejums e
orapao, e manda lhe chamar a Pedro de Joppe, fera d’elle fer instruído. 1 Que
envia feus Cervos. 9 Pedro entretanto for hua vifaí , d’hum lençol, com toda
forte de animaes > aft mundos como imundos > do ceo defendido, e for falia ceie-
Jlial . he infiruido . que a diferença entre os Judeos e Gentios era tirada.
17 Chegai os fervos de Cornelio a Pedro, que . amoefiado de Deus * fojfi com
elles a Cerarea. 14 Aonde Cornelio efiá ajuntadoj com feus farentes. e o rece­
be com grande reverencia. 18 Relata Pedro 0 que. Deus lhe revelára . como
também faz Cornelio. 34 Préga Pedro a Cornelio e a os feus a Christo. 44 E
todos recebem 0 Effirito Sanão. 46 Bailai lingoas efranhas. 47 E bauti-
zaÔ fe.

I ~p avia hum certo varaõ em Ceferea, por nomeCornelio, Cen-


turiaó, * do esquadraõ. chamado o rtaliano. ♦ Ou. r>.
a Pio, é temente a Deus, com toda fua caía, e que fazia muy- gftment».
tas efmolas a o povo, e de contino a Deus orava.
3 [Efie j vio claramente em viíaó , quafi á hora nona do dia, a
hum Anjo de Deus, que a elle entrava, e lhe dizia: Cornelio.
4 E elle poftos ’nelle os olhos, e muy atemorizado, difle: Que
he Senhor? E diífélhe: Tuas oraçoens, e tuas eímolas, tem lo-
bido em memória diante de Deus.
5 Envia pois agora [alguns] varoens aJoppe, e manda chamar a
Simaõ, que tem por fobrenome Pedro.
6 Eiíe poufa em caía de hum Simaõ curtidor, que tem [fua] ca-
fe junto a o mar j efte te dirá o que deves fazer.
7 E ido o Anjo, que com Cornelio fellava, chamou a dous de
feus criados, eahumloldado pio, d’os que decontino *lheaffiftiam. *Ou, cont
8 E avendo lhes contado tudo, enviou os a Joppe. elleefiá.
9 E ® dia feguinte, indo elles ja de caminho, e chegando per-
to da cidade, a fobio Pedro a o * terrado a orar, quafi áhorafcxta.
10 E tendo elle fome, quis comer 5 eftando [[lho] aparelhando,
cahio fobre elle hum arrebatamento de fentidos. *qu,
11 E vio o ceo aberto, e que defcendia a elle hum certo vafo, rodo.
como hum grande lençol atado pelas quatro pontas, e abaixando fe
a terra. , ;i
n Em que avia de todos os'[«»w«] da terra de.quatro pés, e
feras, e reptiles, e aves do Ceo.
13 Efoy lhe feitahuá voz: jLpvantate Pedro., mata, ecome.
Po-
A CT0 S DOS
ZLmr.n: 14 Porem Pedro diífe: Em maneira nenhuã, Senhor 5 l porque
coufa nenhuã comua, nem immunda, comi nunca.
eMarf '• 15 tornou^e a voz fcgunda vez [a dizer] ;• í O que Deus purifi-
11'.' ’ cou, naõ o faças tu comum.
^om’ 14 : 16 E aconteceu ifto por tres vezes5 e tornoufe o vafo a recolher
17.20. aribaao ceo.
r.7?w. 4:4. 17 E eftando Pedro duvidando entre íi, que feria aquella vifaõ,
Tu. a: 15. que vira, cis que os varoens Cornelio enviados foraô
guntando pela cafa de Simaõ, á porta paráraó.
iS E chamando perguntáraõ, fe Simaõ, quetinhaporfobreno-
me Pedro, ali poufava?
19 E penfando Pedro ’naquella vifaõ, diífélhe 0 Efpirito: Eis
que tres varoens te bufcaó.
• •
ao 5 porque eu os enviei.
21 E defcendendo Pedro a os varoens, que de Cornelio lheforaó
enviados, diífe : Eis que, cu fou 0 que bufcaes 5 qual hc a caufii
porque aqui eftaes ?
22 E elíes difleraô: Cornelio 0 Centuriaõ, varaójufto, e temente
*0ufm.a Deus, e que [bom] teftimunho de toda.a* naçaõ dosjudeos tem,
ou, gente. por divina reveiaçaô foy de hum fancto Anjo amoeftado que a fua
cafa chamar te mandafle, edety [«] palavras [defávafao] ouviffe.
25 Chamando os pois dentro , recebeu os em cafa. Porem o
dia feguinte fe foy Pedro com ellesj e foraô com elle alguns dos ir­
mãos de Joppe.
24 E 0 dia. feguinte vieram ã Cefarea. E Cornelio os eftava eípe-
rando . avendo ja convocado a feus parentes, e a os amigos mais

25 E fucedeu que entrando Pedro, Cornelio *0 fahio a receber,


e derribandofe a [fius] pés, adorou [y].
26 Porem Pedro 0 levantou, dizendo, e Levantate, tam-
e 14; bem eu mcfmo homem fou.
14. 27 E fallando com elle, entrou j e achou a muytos que fe
■^«.9:10. ajuntaram.
,2 9- 2S E diífélhes: /Bem íàbeis vosoutros, como naõ he licito a
■23:hum varaóJudeo ajuntarfe, ou achcgarfe a eftrangeiros: aporem
S. AP OS TOLOS. Cap.X.
19 Polo que fendo chamado, vim fem contradizer. Affi qu e per­
gunto, porque razaõ chamar me mandaftes?
30 E diffe Cornelio: Quatro dias ha que até èftas horas em me^
jejum eftava, e á hora nona em minha cafa orava.
31 E eis que hum varaõ fe pós diante de my h com hum veftido h Mati.il;
refplandecente, e diffe: Cornelio, tua oraçaõ he ouvida, e*tuas 3-
cfmolas tem vindo em memória diante de Deus. Marc.1611.
31 Envia pois aJoppe, e manda chamar a Simaõ, que tem por
fobrenome Pedro ; efte poufa em cafa de Simaõ o curtidor, junto
a o mar; o qual vindo, te foliará. fe
33 Affi que logo a ty enviei; e bem fizefle em aqui vir. Agora lembrtu.
pois eftamos todos prefentes diante de Deus, pera ouvir tu­
do quanto de Deus te he mandado.
34 E abrindo Pedro a boca, diflè: Por verdade acho i que Deus IDeut.is'.
aceitador \je aparência] de peffoas naó he. 17.
35 k Senaõ que aquelle que em toda naçaó o teme, e de jufti-x ^‘*r I?:7-
ça obra, lhe he agradavel. “
i6 [Efta he] "apalavra que a os filhos de Ifraél enviou, l denun-
ciando a paz por Jeíu Chrifto: Efte o Senhor de todos he. Ephef.è;^
37 Bem íabeis vosoutros a palavra que por toda Judea veyo, Colojfyi-$.
9 começando defde Galilea, despois do bautifmo que Joam pregou. i.Pedr. 1;
38 [Jcerca de] Jefus de Nazareth, « como Deus com o Eípirito
fouéro, e com virtude o ungiu: o qual \_pela terrã] andou, bem fo-*^/?/*^-
zendo, e a todos os do diabo violentados curando; porque Deus
com elle era. -- Paa,\2'3.
3? E nos teftimunhas fomos de todas as coufas que fez a£G em a Rom. 5:1.
terra de Judea, como em Jerufalem; a 0 qual matáraó, penduran- Calojf.iAo.
do QJ de hum madeiro. Ifcy- ® ♦
40 « A efte refufcitou Deus a o terceiro dia, e * fez que mani-
fcfto foffe:
41 Naó a todo o povo, fenaõ a as teftimunhas que Deus dantes jJ
♦ ordenara; [4 fabe?] a nosoutros, que juntamente com elle comemos, 38. 39.
e bebemos, despois que d’os mortos refufcitou. lmc.4:14,
41p E nos mandou a o povo pregar, e teôificar que elle he aquelle
que f de Deus ordenado foy [pw] Juiz dos vivos edosmortos. 7 *^'4
43 r A cfte dam teftimunho todos os Prophetas, fque todos os «
Mm que Mí ‘

f Matt. 1$ tI9 161 !$• 1$ Z16* j AS. 17:31. r *


< 22: 18. e 15: 4. * 49 • lo- P 18: Pfalm* 132: J/iy.4: 2. • -
<7: 14. *9;5. <40; 10- ^^23:5 *37: 24* P40.9; 24. Mrá. 7; 2^
174 ACTOSDOS
que melle crerem por feu nome perdaó de pecados receberão.
r^?.S:i;. 44. 1 E fallando Pedro ainda eftas palavras, cahiu 0 Efpirito
lancho fobre todos os que a palavra ouviaõ.
45 E os fieis que eraó da circuncifaõ, tantos quantos tinhaõ vin­
do com Pedro, fe efpantáraó de que também fobre as gentes o dom
do Efpirito fanélo fe derramafíe.
aMarc. 16: 46 « Porque em lingoas \_e^ranhas~\ os ouviam fallar, e a 'Deus
17. magnificar. Entonces refpondeu Pedro :
xAEts36 4-7 * Pode por ventura alguém a agoa impedir, que naó fejaõ
eii~. ly.bautizados elies, que também como nos 0 Efpirito fanétorecebéraõ.
48 E mandou que foífem bautizados ern o nome do Senhor. En-
tam lhe rogáraô que com [rife] por alguns dias fe ficafie.

Capitulo XI.
I Pedro a ‘ferufalem ? e > fendo ali avifado de que communicdra com os
tios > fe defnde ? e relata tudo o que em quanto a iffo acontecia. -IS Accepta
/e fea defenfao. I? Pregão os feis espargidos a Chrifto em. Phenicia > e Cypr#
até Antiochia* 21 Polo que muitos crem» 22 Entendendo o a Igreja defeçu-
falem , envia a Parnabè para Antiockia pera conforta los. 2$ ®ue fe parte a
Tarjo j em buscar aSaulo > e achando o\ traz, o aAntiochia» Aonde os Difci~
pulGs primeiramente fe chamaí Chriftaos» 27 Prediz Agabo a carejlia^ 29 pu~
lo que os lrmaos por Saulo e Earnabê /ocorro enviaõ a os irmãos em jerufalem»,

1 "O ouviraô os Apoftolos e os irmaós que eftávaô em Judea, que


'Lí também as gentes a palavra de Deus recebéraó.
2 E fubindo Pedro a Jeruíalem, contendiam contra clle os que
eraó d’a circunciíàõ,
23: ? Dizendo, a A varoens que tem prepucio entraíie, c com elles
32. comefte.
e 34:15- 4 Porem começando Pedro, contou lhes [?«<&] Por ordem, di-
JeaTs-7’2*6'2en^°’
Pfif" 5 b Eftando eu orando em a cidade de Joppc, vi, arrebatado
9 dos fentidos, huã vilão, [* faber\ hum certo valo que como hum
grande lençol delcendia, pelas quatro puntas des do ceo abaixado,
e até junto á my vinha.
6 ’ÍNo qual pondo eu os olhos, confiderei, e vi [wfe.rer]d’a terra
de quatro pés, e feras, ereptiles, e aves do ceo.
7 E ouvi huã voz que me dizia: Levantate Pedro, mata, ecome.
íLw i 1:4. 89 Porem eu diífe: Em maneira nenhuá, porque nunca r coufa
z>«U4-’7?alguã comua, nemimmuada, em minha boca entrou.
9 Mas
S. APOSTÒLOS. Cap.XL a7?
9 .Mas a voz fegunda vez me refpondeu do ceo: O que Deus put­
rificou, naõ o faças tu comum.
10 E fucedeu ilto por tres vezes j c tomoufe tudo a recolher a
riba a o ceo.
11 E eis que’na mefma [fora] tres varoens, enviados a my deCe-
farea, junto á cafa aonde eu eftava paráraõ.
ii E o Efpirito me diflè, que com elles me fofle, naõ duvi- dAã. io r
dando, e também eftes feis irmaóscomigo-foraõ, e em caía d’aquelle 12.
varaõ entramos. e 15: 7.
i 3 E contou nos como vira eftar hum Anjo, em fua cafa-, e lhe
différa: Envia [alguns] varoés a Joppe, e manda chamar a Simaõ,
que tem por fobrenome Pedro.
14 O qual te faliará palavras, com que tu, e toda tuacafa te
falves.
>5 E como comecei a fallar, cahiu 0 Efpirito fancto fobre elles,
como também a 0 principio fobre nosoutros.
16 E lembrei me do dito do Senhor como diíTéra: * Bem bauti-e Mitt.i ;
zou Joaõ còm agoa, fmas vosoutros lereis bautizados com o Efpi- ps
rito fancto. . j6‘
17 g Afli que fe Deus IhesAeu igual dom, como também a nos- ioa]i •
outros, que ja em 0 Senhor Jefu Chrifto avemos crido j quem era Aã. 1: 25.
cu pois, que a Deus eftorvar pudeflè? ex-‘4?
18 E ouvidas eiras coufas, apaziguáraõ fe, e glorificáraóaDeus, eI? •
dizendo, De maneira que também á as gentes deu Deus arrependi-/•w*
mento para vida 1 2.
19 Eos que eíparzidos foraó por caulà da opreílãõ, que por^^jç^.
via de Eftevaô fucedeu, paflaraõ [feia terrã] até Phenicia, eCypro,/,^íí?.S:I-
e Antiochia, naõ fallando a ifinguem a palavra, fenaô a fós os Ju- 4- •
deos. . .
20 E avia d’elles huns varoens Çypríos, e Cyrenenfes, os quaes
entrando em Antiochia, falláraó a os Gregos, denunciando a o
Senhor Jefus.
ar í E a maó do Senhor com elles éra, e muyto numero creu,2:47-
c a o Senhor fe converteu. e5♦
22 E chegou a fàma d’elles a ouvidos da Igreja que em Jerulalem
eftava5 e enviáraô aBarnabé, que [feia terra] até Antiochia paflàflê.
aij O qual como ,[la] chegou, eagraçadcDeus viu, gozouíe j
k e a todos os exportou, que com propofito docoraçaõ cm 0 Snor 4-^
permaneceífem.
Mm a *4 Por-
i7d ACTOSDOS.
lA8.4-.tf. 24 Porque era homem de bem, e l cheyo do Efpirito fanâo, e
e 6 • 5 • de fé i e muyta companha a ò Senhor fe achegou.
m 9 ’ 2 5 Kt E partiufe Barnabé a Taríò, a bufcar a Saulo 5 eachandoo,
trouxe o a Antiochia.
aó E fucedeu que todo hum anno ’naquelia Igreja, fe congrega-
raó , e á muyta companha eníináraõ j e que os Dilcipulos primei­
ramente em Antiochia Chriftaôs fe chamáraó.
ay E naquelles dias deicendéraõ de Jerufalem Prophetas
a Antiochia.
vAft. 21 • a8 E levantandofe hum d’elles, por nome n Agabo, dava a en­
xó. tender, pelo Efpirito, que avia de aver huá grande fome em todo
o mundo: a qual também vcyo em tempo de Cláudio Ceíãr.
,* Ou, [al- a9 E cada qual d’os Dilcipulos determináraó de cada hum, con-
go] pam forme a 0 que pudelfe, * algo mandar para ferviço d’osirmaós, que
em Judea habitávaõ.
*7* 3° O que também fizéraõ, «enviando 0 a os Anciaós por mai
* '11 ‘ de Barnabé c de Saulo.
2>

Capitulo XII.
I Perfegue Uerodes a Igreja, 2 Mata afacebo. 3 Encarcera a Pedro, e mafr
da 0 guardar cem forte vigia. 5 A Igreja roga a Deus par eBe. 7 E eHe*
encaminhado milagrofamente do cárcere per hum Anjo , II Chega á cafa de
YAaria. bate á porta, fe lhe abre , e entra eile , relatando jua livraçaí a os
gue ali congregados eftávaí. 18 Heredes manda fazer inquirição jurídica das
guardas e leva os prefos, e parte fe para Cefãrea. J© Faz paz cem os de Tyre
e Sydon. 21 E, ferido em JuaJòberba por oAnjo, he comido de bichos. 3J Ear-
nabé e Saulo fe tomai a Antiochia.

i P por aquelle meíino tempo pós el Rey Herodes as maos emal-


■*“* gus da Igreja, pera os maltratar.
aMatt. 4: 2 E matou a Jâcobo, • o irmaó de Joaó, á efpada. .
2I- ? E vendo que ifto a os Judeos agradara, paflou a diante , pera
também aPedro prender, (e eraó os dias d’os [paens] asmos.)
ai: 4 b D’oqual também pegando, lançou o na prifaô , entregando
H a quatro quatrenas de foldados , que o guardaflèm 5 querendo
tirálo a o povo despois da Paíchoa.
5 Affi que Pedro era guardado na prifaó. Porem a Igreja conti­
nua oraçaó por elle a Deus fctia,
S. APOSTOLO S. Cap.XII.
6 E quando Herodes o avia de tirar , aquella mefma noite cftava .
Pedro dormindo entre dous foldados, com duas cadeas liado i e as
guardas diante da porta a priíam guardávaó.
7 c E.eis que fooreveyo o Anjo do Shor, e huã luz * ’na pri-

8 E diflelhe o Anjo: Cingete, e átate tuas alparcas j e feio afli.


E diflelhe: Lança ás cofias tua capa, e fegueme.
9 E faindo, feguia o; e naó fabia que foffè verdade o que pelo
Anjo fe fazia, mas cuidava que alguá viíàó via.
10 E como a primeira e fegunda guarda paflaraó, viéraó á porta

E fahidos paflaraó huã rua, e logo o Anjo d’clle fe apartou. 2“*


ii E tornando Pedro em ii, difle: Agora vêrdadeiramente fei
e que o Senhor feu Anjo enviou , e d’a maó de Herodes me li-
vrou, e de tudo o que o povo dos Judeos, [atena de wy] espe­
rava. . ;
ia Econfiderando clle , ffoyfe á caía de Maria, a maé
Joaó, que tinha por fobrenomc Marcos, aonde muytos juntos, c
orando eftávaõ.
i? E batendo Pedro á porta do páteo, fahiu huã * menina por *Oib<w-
nome Rode* a efcutar.
14 E conhecendo a voz de Pedro , de gozo, naó abriu a porta
d’o páteo, fenaó correndo para dentro, denunciou quePcdroefla-
va fora á porta d’o páteo.
15 E difleraó lhe: Eftás fora de ty. Mas ella affirmava que affi
era. E diziaô: Seu Anjo he.
16 Porem Pedro perfeverava em bater $ e como abríraó, víraõ
o, e efpantáraô fe.
17 E g acenando lhes clle com a maó, quecalaflem, contoulhesg JS. 131
como o Senhor d’a priíàó o tirara j é difle: Denunciae ifio a Jaco- «4. - > A
bo e a os irmaôs. E faindo fe, partiufe para outro lugar.
i8Efàzendofe jade dia, avia naó pouco alvoroço entre os íòlda- *
dos, que fe ouveflè feiro de Pedro. . : ’
i? E como Herodes o bufeou, e naó o achou , feita inquirição
jurídica d’as guardas, mandou os levar prefos. E partindo-fe de ■
Judea para Cefarea, ficoufe [alí}. *~
aq E intentava Herodes fazer guerra a os de Tyro, e
X7S A C T O S D 0 S
de Sydon; porem vindo elles de hum comum acordo a elle, e per-
fuadindo a Blaíto, que era o Camareiro del Rey, pediaópaz;
porquanto fua terra d’a d’El Rey fe fuftentava.
21 E hum dia affinalado, veftindofe Herodes de veílidos Reaes,
e aflentado ’no tribunal fez lhes huâ pratica.
12 Eo povo aclamava: Voz de Deus, e naõ de homem.
23 E ’no mefmo inftante o Anjo do Senhor o feriu, porquanto
a gloria a Deus naó deu; e comido de bichos efpirou.
ilfiy- 55 •’ b E a palavra de Deus crecia, e fc multiplicava.
Aã 6- 7. E Barnabé e Saulo, avendo cumprido aquelle ferviço, fetor-
' náraõ de Jerufalem, tomando também comíigo ajoaõ o que ti­
nha por fobrenome Marcos,
f

, Capitulo XIII.
I Envia oEspirito/d Saulo eBarnabêa pregar o Euangelho a os Gentios* 4
defendendo a Seleucia 9 e dali navegando para Cypro 4 em Salamlna e Papho
prêgaÕ, 7 Aonde o Proconful Sérgio Paulo quer ouvllos. S O que procurando
Bar Jefas o Encantador estorvar > de Paulo com cegueira he ferido 3 e o Procon­
ful convertido» I j Dali vêm aPergos e despois aAntiochia èmPlfidia. 1$ Aon­
de > pregando Paulo em Synagoga y relata os benefícios de Deus a os Ifraelitas
feitos atè TtDavid» 2J E prova que a promejfa a a femente de Davld fe cum-
prio em Jefu Chrifto 3 que em Jerufalem foy crucificado > e d9os mortos refufçita-
do > como de Davld predito fora. 38 JÈ que por elle fe junifiquem todos os que
*nelle crem» 4^ Alguns dos Judeos crem? mas outros contradizem. 46 Polo
que elles fe tornao a as Gentes > d"as quaes crem todos aquelles que pera a vida
eterna ordenados eftávao* 50 Os Judeos levantaõ perjègulçao contra Paulo e
Barnabé 3 que facudem 0 pó de feus pês 4 e fe retlraS a Iconio»

1 p avia a em Antiochia n’a Igreja que [WQ eftava, alguns Pro-


* 12*4 ’ phetas e Doutores [«faber"\ Barnabé e Simeaõ, chamado Ní­
ger, e Lucio Cyreneo, e Manahen, que com Herodes o Tetrar-
cha criado fora, e Saulo.
2 E fervindo elles a o Senhor , e jejumando, difle o Efpirito
, fanéto : l> Apartaeme a Barnabé, e a Saulo, pera'a obra peraque
*22:21/ chamados os tenho. . ;
Rm 1: i.’ 3 * Entonces jejumando, e orando, e e pondoíobre ellesasmaõs
Gal. 1:15. despedirão os.
«2:8. 4. Eftes pois enviados pelo Efpirito fancto, defcendéraõ a Seleu-
Ephef3:8. cja} e (Paij navegáraõ para Cypro.
2 1' E cheSados a Salamina, denunciávaô a palavra de Deus em as
11 ' Syna-
cfilett. 9: 38. Rkí, 10:15. Hs&r.m. áAã.6:6.eS:l^. e A8.1W&
S. A P O S T O L O S. Cap.XIII.
Synagogas dos Judeos e tambcm a fJoaó por miniftro tinhaó. f Aã.rit.:
6 E avendo atraveffado -a ilha até Papho, acháraó a g hum certo
* encantador, fallo Propheta, Judeo, cujo nome era Bar-Jeius. £
. 7 O qual eftava com o Proconful Sérgio Paulo, varaó * pruden- L; â‘
te. Efte chamado afiaBarnabé, eaSaulo, procuravamuytoou-*Qvifeiti-
. vir a palavra de Deus. ceiro.
8 h Mas refiíHalhes Elymas o encantador, (que affi fe interpreta* Ou, en-
feu nome) procurando apartar d’a fé a o Proconful. tendido. *
9 Porem Saulo, (que também [fe chama'] Paulo) cheyo do Efpiri- 1*
tolanélo, e pondo’nelle os olhos, diíTe: ' 2,.TndvÍ*
i° O filho do Diabo cheyo dètodo engano e de toda malicia, ini-*“
migo de todajufiiça, naô cefiàrás de perverter os reétos caminhos
do Senhor?
ii Agora pois vés aqui a maõ do Senhor contra ty, e cego feras,
naô vendo o foi por algum tempo. E’nomefmoinftantecahio’nelle
efcuridade, e trevasj e andando a o redor, bufcava quem pela maó
H guiafle.
n Entonces vendo o Procunful o que avia fucedido, creu, pas­
mado da doutrina do Suor.
13 E partidos de Papho, Paulo, e os que com elleeftávaó, vié-
raõ aPerges [cidade] de Pamphylia. i Porem Joaó , apartandofeixíÃiyií.
d’elles tornoufe a Jerufalem. -
14 E elles paflàndo de Perges, viéraô a Antiochia f cidade J de Pi-
fidia j e entrando ’na Synagoga hum dia de Sabbado, aflèntá-
raõ fe.
E despois da lição da Ley e dos Prophetas, os * Princepes*OmM-’-
da Synagoga enviáraó a elles dizendo: Varoés irmaós, fe em vos- Horaes‘
outros [a/gsid] palavra de confolaçaó pera o povo ha, fallae. kAS. ia:
16 E levantandole Paulo, k e * feito filencio com a maó , diflè: J7- ,
Varoens Ifraêlitas, e os que a Deus temeis, ouvi: etrlp*
17 O Deus d’efte povo dejfraél a nofiosPaes l elegeu, eaopcvo*^
exalçou, fendo elles eftrangeiros em terra de Egypto, e com braço ‘-
levantado d’ella os tirou. . ZExafaíi»"
j8 *i E por tempo de quafi quarenta annos, feus coftumes ’no «SxaZ 14;
deferto foportou. ..... _ 35* _
i9 E a fete gentes ’na terra de Chanaan deftruindo, « por forte
íua terra lhes repartiu. ’ ' . ¥ •
ao E despois d’ifto, quafi quatro centos e cinçoenta annos
zes [ZteJ deu o até o Propheta Samuel.
iSo ACTOSDOS
t1. Som. i: 2 r /> E desd’entonces pedfraó Rey, e deulhes Deus a q Saul, filho
5- de * Cis varaó d’a tribu deBenjamin, Qw efpa^o de_ quarenta annos.
tirãdo a efte, levantoulhes rpor Rey a David 5 a o qual
® também teftimunho deu} e difle : > A David de Jefle achei,
e 10:1. varaó conforme a meu coraçaó, que toda minha vontade fará.
•Omita. 2S D’a femente d’efte, conforme á promefla, levantou Deus a
t i.s<?».i6.Jefus por Salvador jie Ilraèl.
r 24 r Avendo Joaõ primeiro, antes de fua vinda, a todo o povo
el'ndõ pregado o Bautifmo de arrependimento.
n&n»ix* z<> Mas comdjoaõ {/»<»] carreiracumprifle, difle: Quemcuidaes
l4t ’ J’vós que eu fou? « Eu naõ fou o [cW/Aj,' mas eis que após myvem
PAZ. 8 9:2i.aquelle, x a quem eu as-alparcas d’os pees naõ fou digno delatar.
-#2.7:45. 26 Varoens irmaõs, filhos d’a geraçaõ de Abraham, c os que
. entre vosoutros a Deus temem, y a vosoutros he enviada a palavra
Man. 1; 1. cj’e£j-a falvaçaõ.
lõa 1 • 21 17 P°r<pe x naõ conhecendo os que habitávaõ emJerufalem, nem
v lèa.i: 20 ^eus Princepes a efte5 condenando [0], affi as vozes dos Prophetas,
sc Matt. 3; que todos os Sabbados , fe lém, cumprirão.
11. iS a E cauía nenhuã de morte achando, pedíraõ a Pilatos que.
y Matt. 10: morto fòfle.
a9 E avendo elles cumprido todas as couías que d’elle efcritas
e rs • 46 e^avaó j tirando [«} d’o madeiro, ’na fepultura l®] puféraó.
s hw. 16:3! 3° Porem Deus, d’os mortos o refuscitou.
Aã. 3: 17- 3l c O qual por muytos dias vifto d’os que com elle de Galilea
i.Ctr. 2:8. a Jerufalem fubiraõ, * e fuas teftimunhas para com o povo lãô.
i.Ttm.wi- 32 E nosoutros vos euangelizamos d a promefla, que a os Paes
«Matt. 27:foy fejta} a qUal Deus ja nos cumpriu a nosoutros feus filhos ajefui
Afi0, . refuscitando.
1Z‘S " 3 Como também ’no e Pfalmo fegundo eícrito efta: Meu Filho
6>s tu, hoje t-gerei.
bMatt.iH-. 34 E que d’os mortos refufcitafle pera nunca mais â corrupção
6- tornar, affi o difle: f As * fieis beneficencias de David vos darei.
Marc.16:6. 55 Polo que também em outro [Pfadw] diz: g A teu íãncto naõ
e i 6 • aras Para qUe corruPÇao veja.
14 ‘ 3<>£ por-
Jw.2o:i9. e2l:X. -#<2.1:3. I.Cw. 15:5. .*Ou, dGes. % t If. «22; 1S. «26; 4-
e49= 10 Dfirf.lS:15. i.Sam.y: 12. II. lfày.4: 2. «7:14.
e 9: Ç. e40 • 10' ferem. 23 :5. <? 33 14. Ezech. 34: 23. e 37:24. D» 9:
24-2$. ePyÂZ.2:7. Jffeír.I;5. <5:4,yjjf/v. 55:3. *Ou,JíriwJ'. fÇAZ«lí:Ít.
-<<5.2:27.31,

t
S. APOSTOLO S. Cap. XIII. " âSi r
gí h Porque na verdade, avendo David em feu tempo a o confe-1
lho de Deus fervido, dormiu, e junto a feus paes poílo foy, e Jo.
corrupção vío. ^.2:29»
37 Mas aquelle que Deus relufcitou, corrupção nenliuã vio.
3$ Seja vos pois notorio, Varoens irmaós, > que por eíte remis-»Luc. 24:
faõ d’os pecados fe vos denuncia. . M '
3? k E \_que~\ de tudo o de que pelaLey de Moyfes juítificados^,^:i2
fer naó pudeftes, l ’nefte he juftificado todo aquelle que cré. ’
40 Vede pois que fobre vosoutros naó venha 0 que ’nos Prophe- e g‘; j,
èasditoeftá: . Gai.z-.ts:
41 «Vede, ó dêfprezadores, eadmiraevos., e efvaeceivos; por-^7.7:19.'
que obra cm voffos dias obro, obra que naó a crereis, fe alguém
vola contar. «í^y.28:
42 E faidos da Synagoga os Judeos, rogáraó as gentes,
que o Sabbado feguinte as mcímas palavras fe lhes falaífem. ‘ ‘.í
4? E acabada aSynagoga, muytosd’os Judeos, e dos Religiofos
profelytos, feguiraó a Paulo e a Bamabé; os quaes fàllandolhes,
w os amoeíiávaó que ’na graça de Deus permaneceífem. nAã. 11 •
44 -E 0 Sabbado feguinte ajuntoufe quafi toda a. cidade, a ouvir 23.
a palavra de Deus. e x4:2£«
45 Porem vendo os Judeosas companhas, enchéraó fe de inveja?
e contradiziaõ a 0 que Paulo dizia, contradizendo, e blasfemando.
. 46 Mas Paulo e Barnabé, uíàado de ouíãdia, difleraô : ° A vos- o
outros era miíter,. que primeiro a palavra de Deus íè vós fallaflè ? 6.
pmas pois a engeitaes, e d’a vida eterna dignos vós naó julgaes, JJ Kí.’
vedes aqui que ás Gentes nos tomamos. p1
47 Porque affi nolo mandou o Senhor [ífiaísá#] : ?Por luz d’as^ ^"‘S22
Gentes te pus, peraque por íàlvaçaõ fofíès até o cabo d’a terra.
4S E ouvindo [>ÁJ as Gentes, alegráraõfe, eglorificávaó a pa-
lavra do Senhor? e créraô todos quantos pera a vida etemaordena- «21:43»
dos cftávaô. 10
49 E divulgava íè a palavra do Senhor por toda aquella província. *9*
50 Mas os Judeos incitáraó alguãs mulheresreligiofasehonradas,?
e a os principaes da cidade, r e levantáraó perfeguiçaõ contra Pau- £^2:322
lo e Barnabé., e fora de feus termos os lançáraó. rxisauji
51 Porem facudindo contra elles o pó de feus pcés, viéraó íè a 11.
Iconip.
52 E enchiaó íè os Difcipulos de alegria, e do Efpirito íãnâo.
t
ACTOSDOS
Capitulo XIV.
I Pregão Paulo e Bmabè , e fazem prodígios em Iconio, e muitos ajf Gentio?
como Judeos crem- 4 Devantafe fobre iffo grande difíenfao e revolta > e elles a
Eyftra e Derbes fe acolhem. 8 Sara Paulo em Lyftra a hum coixo. II Polo
^ue o povo por Deufes os teve j ,e quer lhes facrlficar * o que * anunciandolhes a
converjao a o Deus vivo > apenas impedem, 19 Mas fobrevindo huns Judeos
de Antiochia e Iconio perfuadem a multidão 3 que apedrejem a Paulo. 20 Mas
elle levantafe e parte ['e com Barnabé pera Derbes. zç Exhortaõ a os irmãos a
— perfeveranpa. 2 3 E elegem Anciãos em todas as Igrejas, 24 E paffados ja
alguas terras e cidades* 26 ToruaÕ fe a Antiochia* vp E reldtab 0 que Deus
por elles fizéra.
*
*0u. que1 p aconteceu * em Iconio que juntos’naSynagogados Judeos en-
«7» icmio, Xj tráraó, e de tal maneira falláraó, que huá grande multidão
creu, adi de Judeos, como de Gregos.
2 Porem os Judeos incrédulos, incitáraó e irritáraõ os ânimos
ò’as Gentes contra os irmaós.
3 Detivéraó fe pois pZQ muyto tempo fàllando oufadamente em
tMarc. 16: o Senhor, « o qual dava teftimunho á palavra de fua graça , dan-
20. do que finaes e prodígios por fuas maõs fe fizeílèm.
9:11. 4 E á multidão d’a cidade fe dividiu 3 e os huns eraó polos Jude-
Heh- 3:4. os, e os outros polos Apoftolos.
5 E fazendo fe huá revolta, aíli d’os Judeos como d’as Gentes,
[ju?aamente] com feus Princepes, pera os afrontará, eapedrejarem:
* 6 * Entendendo o elles, t> acolhéraó fe a as cidadesdeLycaonia,
derando. Lyftra, e Derbes, e a província d’o redor.
íAZá«.io; 7 E ali o Euangelho denunciávaó.
y,^'s, 8 E hum certo varaó em Lyftra, c eftava aflêntado, impotente
dfãffi ^oSpés, coixo defd’o ventre de fua maé, que nunca tinha andado.
3 ’ ' 9 Efte ouviu fàllar a Paulo j o qual pondo os olhos ’nelle, even-
* Ou fer do que tinha fé pera * farar,
j

■falv0- 10 Difle com grande voz: Levantate direito febre teus pés:
^1/^.3 5:6- d E elle faltou, e andou.
11 E vendo as companhas o que Paulo fizera, levantáraô fuas ■
vozes, dizendo em lingoa Lycaonia, <? Os Deufes fe tem feito fe-
eyí5.28:6. melhantes a os homens, e a nosoutros defcendéraó.
* ou,a/>«- ix £ a Bamabé chamávaó Júpiter > e a Paulo Mercúrio, porque
^/^fte era 0 que * fallava.
praticafa~ L 0 Sacerdote de Júpiter , que diante de fua cidade eftava,
zia. .

\
S. APOSTOLOS. Cap.XIV. -x28i;_
trazendo touros e grinaldas á * entrada d’a porta com ascompanhas*Õu5<»?e-
focrificar [ZGw] queria.
I í4 Porém ouvindo [yj os Apoftolos Bamabé e Paulo, feus vefti-
|dos rasgáraó e entre a companha faltaram, clamando,
' 15 E dizendo, Varoens; /porque eftas coufas fazeis ? Também/10:
•nos homens fomos, como vos outros, ,ás mefmas paixões fugeitos, .
e vos denunciamos que d’eftas vans [coujas\ vos convertaes a o Deus
vivo, g que fez oCeo, e a terra, e 0 mar, e tudo quanto’nelles ha. g^» g.
16 h O qual ’nos tempos paflados deixou andar a todas as GentesêGen. 1: t,
[da huS~\ em feus caminhos a?ellas. iy«Z33-‘<í-
*7 ’* Ainda que com tudo a fimefmo fem teftimunho fenaõdeixou, « 124:8.
bémfazendo desd’o ceo, dando nos chuvas e tempos ffuétiferos, [e] /p/7 «p
enchendo de mantimento e de alegria noflos coraçoens. '
18 E dizendo ifto, apenas detivéraó as companhas, que lhesnaõ;^«.i:i?>
focrificaflèm.
19 Porem fobreviéraó [tina] Judeos deAntiochia, edelconio, e ).
períuadiraó a multidão, e * apedrejando a Paulo, trouxéraó [jQ
raítrando fora d’a cidade, cuidando que era morto. 25'
20 Mas rodeando o os Difcipulos, levantoufe, e entrou ’na cida­
de > e o dia feguinte fo fahiu com Bamabé para Derbes.
21 E avendo denunciado 0 Euangelho á aquella cidade, e foito
muytos Difcipulos, tornáraô fe a Lyftra, e a leonio , e a Antio-
chia:
22 Confirmando * os ânimos d’os Difcipulos, l exhortando os a*^**^*
que ’na fé permaneceflem, » e [adwtlndo os J que por muytas tribu- ‘ a
laçoens nos importa entrar ém o Reyno de Deus. ’
23 E avendolhes, * por comum confentimento eleito Anciaõs'
em cada Igreja, orando com jejums, encomendáraó os a 0 Senhor
em o qual crido aviaó. 38.
24 E paflando por Pifidia, viéraõ a Pamphylia. 16:24.
25 E avendo foliado a palavra em Perges, defeendéraó a Attalia. Lw-Wtâ
26 E d’ali navegáraõ » para_Antiochia, d’onde á graça de Deus 32
encomendados foraõ, pera a obra que jacumprjdo aviaó. *Ou t>el»
zj E como viéraõ, e a Igreja ajuntáraó,relatáraôquamgran- levantar
des coufas Deus com elles fizera 5 e * como a as Gentes a porta da fas maõs»
fé abrira.
28 E ficáraó fe ali naó pouco tempo cornos Difcipulos, -
• . •
A C T O S D õ s

Capitulo XV.
I Houve diffenfao 'na Igreja de Antiochia acerca da guarda da Ley e circuncifii
de Moyjès, 2 Sobre o que Paulo e Barnabê a Jerufalem fao enviados. 3 Aon-
de relátao a converfao das Gentes e o effiado de contrcverfa. 6 Declara Pedra
na congregação dos Apoflolos e Anciãos > que nao convenha encarregar ds gentes
com o jugo da Ley. 13 O mesmo vota Jacobo j e 0 confirma com a Escritura
Sagrada. 19 £ conclue que nao Ibes convenha impor fenao quatro coufas neces-
Jarias, 11 O que toda a Congregação avendo achado por bem efcreve a as Igre­
jas e por Barjãbas e Silas 4 enviados juntamente com Paulo e Barnabê > lhes
notifica* JI 6}ue ijfo com alegria aceitarao. 36 Chegando Paulo e Barnabê
em contenda por amor de Joao de Marco 9 apartaõ fe hum do outro, 39 Bar-
nabé e Marco para Cypro j e Paulo com Sylas para Syria e Cilicia*

eGal.^ji ■p alguns que de Judea aviaõ defcendido enfinávaõ aosirmaõs3


1

te Gen. ]/. ♦
9
[c/zzw^j,« Se conforme aob ufode Moyfesvosnaôcircunci- '
10. . vós
dar des, naô . podeis......
falvar. -
LevitAl'^, i Feita pois por Paulo e Barnabê naô pequena refiftencia e con-
£ Gal♦2 Z tenda contra ellesj, ordenáraó c que Paulo, e Barnabê, e alguns
outros d’elles, a os Apoftolos, ce a os Anciaós a Jerufalem fobre.
queftaõ íubifíem.
eíla queftaó fubiffem.
3, Affi que acompanhados elles f*Zg«í» tatrtõ] da Igreja, pafiaraô
paflaraô
por Phenice , e Samaria, contando a converfaó d’as Gentes: e gran-'
* Ou, fa- de alegria a todos os irmaõs * davaõ.
**“*• 4 E vindos a Jerufalem, foraó recebidos da Igreja,'e dos Apo-
ftolos, e dos Anciaós; e denunciáraó lhes quam grandes coufas
Deus com elles tinha feito.
$ Porem alguns dafecta dosPharifeos., que crido aviaó,
felevantáraó, dizendo, Que he neceffario circuncidálos , eman­
dar [ibt:j que a Ley de Moyfes guardem.
6 E congregáraó fe os Apoftolos, e os Anciaós, pera ’nefte ne­
gocio atentarem.
7 E avendo grande contenda, Pedro fe levantou, e lhes difle:
/ AH. 10: Varoens irmãos, bem fabeis como ja vae por muyto tempo, que
20. Deus entre nos [w/| elegeu, paraque por minha boca as Gentes a
t ii; palavra do Euangelho ouviíTem, e creflem. .
« j. Ptral. s E Deus, * que os coraçoens conhece, lhes deu teftimunho ,
aí; 9. dandólhes o Éfpirito fancio, como também a nosoutros.
»±9:17. 9 f £ nenhuã difterença fez entre nosoutros e cilas, purificando
pela fé feus coraçoens. :: Ago-
«17:10. ezo: n. f AS. lo: 34.44.dv,
S. A P 0. S T 0 L O 1 Càp. XV.
io, Agora pois, porque > Deus atentaes g hum jugo fobre. o pe* g
fcóço dos Difcipulos pondo, que nem noffos paes, nemnosoutros 4,
levar pudemos?
ii h Antes cremos que pela graça do Snor Jefu Chrifto falvos fe- bfybcf.ti'
remos, como também elles. 8...
xi E toda a multidão calou j e ouvíraõ a Barnabé e aPaulo, que «4? '
contávaó quam grandes finaes e prodígios, Deus por meyo d’elles
entre as Gentes fizera.
13 E avendo fe eftes calado, refpondeu Jacobo, dizendo, Va-
roens irmaós, ouvime.
14 Simeaó contou como primeiro Deus as Gentes vifitou, pe­
ra hum povo pera feu nome tomar.
E com ifto concordaõ as palavras d’osProphetas, como eferí-
toeftá:
16 i Despois d’ifto tornarei, e 0 tabernáculo deDavid, que cai-j^w.
do eftá, reedificarei, e reedificarei fuasruiiias, e a levantar o tor- ja,
narei: \ •
17 Peraque o reílo d’os homens a o Senhor busque, e todas as
JJéMww] Gentes, fobre as quaes meu nome invocado he, diz o Se­
nhor, que todas citas coufas faz.
18 Notorias faõ a Deus desd’ab eterno todas íuas obras.
19 Poloque julgo, que os que d-as Gentes à Deus fe convertem J
naõ devem fer perturbados. ,
zc Senaó clcreverlhes, que íe abftenhaõ £d’as contaminaçoens 2$
d’os idotos, e /de fornicaçaô, e de affogado, m e de íãngué. 3-
ax Porque Mòyíes, defdos tempos antigos, em cada cidade ^fíf***
quem o pregue tem , c ’nas Synagogas cada Sabbado lido he. liMe/T.#
zi Entonccs pareceu bem a os Apoftolos, c a os Anciaós, com' ’
toda a Igreja, d’elles varoens eleger, e com Paulo cBama-^c^^
bé a Antiochia os enviar: [a fabtr~] a Judas, que tinha por fobre
nome Baríàbas, e a Silas 5 varoens * principaes entre os irmaós. *0u
zj E eíerevéraó com elles o [figiãae]; Os Apoftolos, e os An-
ciaós, e os irmaós, a os irmaós das Gentes, que cm Antiochia, c &aares*
Syria, e Cilicia cftaó, faude. - ■ •
14 Por quanto ouvimos » que alguns, que d’entre nosoutros faí-
raó? com palavras vos perturbáraó, evoflàs almas titubear fizéraõ, 4»
dizendo circuncidar vos, e a Ley guardar deveis 5 a os quaes
naõ mandamos:
£5 Pareceu nos bem de concojdemente ajuntados varoens
ACTOSDOS
eleger, e enviarvolos com noflos amados Barnabé, e Paulo.
• AK. 13: 26 Homens o que ja fuas * vidas polo nome de noíTo Senhor Jelit
5 o- Chrilto * entregáraó.

*On'fvfé- Porque a o Efpirito fanào, e a nosoutros, pareceu


T ao >011 a.r~ nenhuã mais carga vos impor fenaõ eftas coufas neceífarias:
risedraõ. f [convém a fdber~\ Quevos abftenhaes das coufas a osidolos fa*
f Exod. ío: crificadas, q e de fangue, e de affogado , e r de fornicaçaô 5 das

«G?®.9:4* 3° Defpedidos pois elles, viéraõaAntiochia,eajuntandoamul-


Iev.i7;i4.tidam, entregáraó a carta.
riTheJJ.4: 3 1 E lendo alegráraó fe acerca d’a confelaçaõ.
Silas, como também eraó Prophetas, com muy-
tas palavras a os irmaõs exhortáraõ, e confirmáraõ.
3 i E detendo fe [d'i\ algum tempo, os deixáraó os irmaõs a os
Apoftolos em paz tornar.
34 Porem a Silas lhe pareceu bem ficar fe ali.
3)' E Paulo e Barnabé fe eftivéraó em Antiochia, enfinando e
euangelizando, com outros muytos, a palavra d’o Senhor.
36 E defpois de alguns dias, difle Paulo a Barnabé : Tornemos
nos a vifitar a noflos irmaõs por cada cidade , em que ja a palavra
do Senhor denunciamos, [a vér] como eftáõ.
/ Aã. n .• 57 E Barnabé aconfelhava que ajoaõ, chamado * Marcos, com
12,2$. figo tomaflem.
Cokff'410. Mas a Paulo lhe parecia razaõ que com figo aquellenaótomaflfem ,
2. Tím. 4: que defde Pamphylia d’elles le apartara, e com elles a aquella obra
naõfôra.
vers‘u Houve pois [mfreeffes'] tal azadume, que hum do outro fe
e 5 4’ apartaram : e tomando Barnabé com figo a Marcos, navegou para
Cypro.
40 Porem Paulo efeolhendo a Silas, partiu fe, encomendado dos
irmaõs á graça de Deus.
41 E foy paflàndo por Syria e Cilicia, confirmando as Igrejas.

Ca-
Capitulo XVI. ». J

I CircuncidaPaido3 chegado a Derbes e Lyftra* a Timotheo^ e toma a cõmfigo 9na


viagem, 4 E entrêga a as Igrejas > que pajfa } as ordenanças d'os Apofiolos
fera as guardarem* 6 He impedido do Efpirito Saneio de pregar 0 Euangelho
. em Afia e Myfia. 9 £ por vifaS para Macedonia chamado. 13 'Prega fora
da cidade de Philippos > aonde Lydia» ouvindo 0» crê emChrijlo > e com fiafami*
lia fe bautiza, 16 Lança fora a hum Espirito adevinhador de bua ferva, 19 Pz?»
lo, que eUe e Sylas à'os Senhores da ferva perante 0 Magifirado forao acufados.
21 E polos do Governo açoutados e ’na prizaõ lançados, 2^ dia noite com
terremoto fi abrê, T] Polo que 0 carcereiro acordado quer matar a fi mesmo;
18 Mas pella advertência e inftruiçao de Paulo crê em Chrifio > com os feus fi
bautiza e lhes moPtra toda amizade. Os de Governo mandao por feus alcai­
des foltdlos ; YJ Mas Paulo teftifieando que era cldadao da cidade de Roma quer
delles mesmos fer tirado> 39 O que despois fucede* efairao fe da cidade»
•_W

I "D veyo até Derbes eLyftra: e eis que eftavaali hum certo Difci-
pulo, por nome Timotheo, filho de huã mulher Judea fiel,
mas de pae Grego.
1 a D’o qual davaõ [W] teftimunho os irmaõs que eftávaõ em aAã.fr. j,
Lyftra, e em Iconio.
3 Efte quis Paulo que fofle com elle: e tomando o, circuncidou
o, por caufa dos Judeos que ’naquelles lugares eftávaó: porque bi.Cor-9 :•
todos feu pae conheciaõ, que era Grego. lo-
4 E indo paflândo pelas cidades, lhes entregávaõ as ordenanças
c que pelos Apoftolos e Anciãos emjerufalem, determinadas foram , c Aã, 15:
peraque [«] guardaflem. ’ atj •
5 Afli que as Igrejas eram confirmadas ’na fé, e cada dia em nu­
mero íe augmentavãm.
6 E paflândo por Phrygia, e pela província de Galacia, impediu
fe lhes pelo Elpirito fanéto fallarem a palavra em Afia.
7 pj como viéraó a Myfia, intentávaó ir a Bethynia j e naó
lh’o permitiu o Efpirito.
S E paflândo [de iar°o a] Myfia, ddefcendéraó a Troas. di.Cor.i'.
9 E viu Paulo de noite huã vifaõj [e] foy que hum varaó Mace- M*
donio [dfatel fe, Rfe/l pôs, rogando lhe, edizendo: PaflâaMa-
cedonia, e ajudínos.
ío E como a vifaô viu, logo procuramos partirperaMacedonía,
concluindo [da£] que Deus nos chamava, pera o Euangelho lhes
damncúnuos.
li Na-,
ií8 1
ACTOS D OS
it Navegando pois-desde Troas, viemos correndo caminho di­
reito a Samothracia, e o feguinte a Neapoles.
12 E dali a Pnilippos, que he a primeira cidade d’efta parte de
Macedonia , huá Colonia : e eftivemos ’naquella cidade al­
guns dias.
' i? E o dia do Sabbado fàhimos fora da cidade a o rio, aonde fe
coftumava fazer a oraçaó: e aífentandonos, falíamos a as mulheres
que [alí\ fe ajuntáram.
14 E huã certa mulher, por nome Lydia, vendedora de purpu­
ra , da cidade de Thyatira, que a Deus fervia, [sm] ouviu, oco-
raçaó da qual o Senhor abriu, peraque eftiycfle atenta a o que Pau­
lo dizia.
i) E como foy bautizada [ella] e fua caía, rogou [«o/J, dizendo,
Se aveis julgado que cu a o Senhor fiel feja, em minha çafaentrae,
* * c ali ficae. e E conftrangeu nos.
eGeMT-3- i(j E aconteceu que indo nosoutros á oraçaÕ, nos fahiu a o en-
í?3tn-contro huã moça/que tinhaefpirito *Pythonico: aqualg comade-
’19 ’ vinhar grande ganancia a íèus Senhores trazia.
Lftr.24:i9. 17 feguindo a pós Paulo e a nosoutros, clamava, di-
j-Mr.i^i.zendo, Eftes homens faô fervos do Deus Altiffimo, que 0 caminho
/i.to.2S;da falvaçaõ nos denuncíaõ.
7- 18 E ifto fazia ella por muytos dias. Porem defcontentàndo \ífiõ\
* a Paulo, virou fe, e aifle a 0 efpirito: Em nome de Jefu Chrifto
*^*"-te mando, que d’ellafayas. h E’namefmahorafahiu.
19 E. vendo feus Senhores que a eíperança de fua ganancia era
* ç47 ’ ida, i pègáraô de Paulo, e de Silas, e levaram os á * Praça, pc-
k os Mayoraes. . '
17- 20 E aprefentando os a os-Capítaés, diíTéraô: k Eftes homens
alvoroçaô nofla cidade, [mo obfiantej ferem Judeos.
diencia. 2I g prégaõ * ritos que naô nos he licito receber, nem fazer; vi-
/ Xís‘:fto <lue Romanos fomos.
\7{' ' 22 E a companha fe levantou juntamente contra elles 5 erasgan-
Aã. 17:6. dolhcs os Capitaens os veftidos, l mandáraõ os açoutar.
•Ou,o/ri, 25 E avendolhes dado muytos açoutes, lançáraõ osnaprifãÕj
o» coftu- mandando a 0 Tronqueiro que feguramente os guardafle.
««. . l4 q qual recebido hum tal mandamento, lançou os’nocarceré
x‘11 • de mais a d’entro, e fegurou lhes os pés ’no * tronco.
i.The/r.i-.i. E perto d’ameya noite «orando Paulo e Silas, fiaDeushym-
* Ou[c'exo.‘ nos cantando escutávaó os os [ww] preíòs.
S. A P O S.TOL O S. Cap.XVI.
16 E de repente hum taó grande terremoto fe fez, que os ali-
ceflès do cárcere fe moviaó : » e logo todas as portas.fe abríraõ,
as prifoens de todos fe foltáraó. e Ix • 7»
27 E acordando o Tronqueiro, e vendo abertas as portas da pri-
fàõ, tirando da efpada, fe ouvéra de matar, cuidando que ja os pre-
fos fugidos éraõ.
Porem Paulo clamou com grande voz i dizendo, Naõ te fa­
ças mal nenhum, que todos eftamos aqui.
* 29 E pedindo luz, faltou dentro, e grandemente tremendo,
tf peei] de Paulo e Silas fe derribou.
50 E tirando os fora, diffe: «Senhores, que me he neceflàrio «Z.w.3.10;
fazer, para me (alvar? ^.2:37.
V E elles difleraõ: f Cré em 0 Senhor JefuChrifto, e e9‘. 6.
falvarteas, tu, e tua caía. ’
32 E falláraó lhe a palavra do Senhor, e a todos os que em fua l A
cafaeftávaõ.
33 E tomando os elle comfigo, ’naquella mefma hora da noite,
lavou [Z&eí] os * açoutes, e logo foy bautizado e todos os *Ou,w_
fcUS. ' gõee.
34 Elevando os a (ha cafa, 9 pós a mefa j e gozoufe de
que com toda fua cafa a Deus crefle. «1 ?: í.
3j E fendo ja de dia, mandáraó os Capitaens a os quadrilheiros,
dizendo', folta a aquelles homens.
36 E o Tronqueiro denunciou eftas palavras a Paulo, ,
Mandado tem os Capitaens que vós foltem: affi que agora íàhi, e
em paz vos ide.
37 Porem Paulo lhes difiè: Açoutando nos publicamente, e íém
íèntenciados fer, fendo homens Romanos, nos lançáraó’na prifaõ,
e agora encubertamente fora nos lançaó ? Naó [ha de Jèr] afti, fenaõ
venhaô elles mesmos, e fora nos tirem.
38 E tomáraó os quadrilheiros a dizer a os Capitaens eftas pala­
vras: c teméraô, ouvindo que eraó Romanos.
3? E vindo rogáraó lhes, e tirando os fora, t pedíraÕ lhes que r
da cidade fe faiflèm. .34.
49 E faiado da prifaó, entráraõ cafa] de Lydia, e. vendo a
os irmaõs, confoláraó os5 e [4» Me] fe faíraó.

Oo » Ç A-
A C T O S D 0 S

Capitulo XVII.
X Prega Paulo a Chrijlo m The/falonica, 4 Alguns Judeos e ffltiytos Gregos cremi
5 Outros alvoroçai contra elles , e arrebátaó a Jafon ante os Magistrados da
cidade» 1 o Porem Paulo e Sylas escapai e fe fartem a Berea 3 aonde também
prégao9 11 E muytos > esquadrinhando diligentemente as Escrituras 3 crem* IJ Os
Judeos de Thejfalonica também ali o perJeguem, alvoroçando a opovo, 14 Mas
os irmãos levno a Paulo até Athenas, Ió Aonde perturbado fobré a idolatria
disputa com alguns Philofophos dos Epicureos e dosEjloicosy e escarnecido d'elles 3
he levado á Audiência e ali im ua doutrina» 21 Poloque os infírue
da vaidade dos idolos e da conhecimento e culto do Deus verdadeiro > que criou e
governa 0 ceo ea terra , a quem > fem 0 conhecer ? kvantârao hum altar*
jo Amoefta os entaô para converfaõ e fé em Cbriflo 3 que dos mortos refuscitou 5
* por Juiz do mundo determinado he» 32 O que huns zombavas e alguns criai á
entre os quaes erao taobem Dionyftá Areof agita e Damaris»

P [/?« ] caminho por Amphipolis e Apollonia tomando , viéraõ


a Theílàlonica, aonde huá Synagoga de Judeos aviai
a E entrou Paulo a elles, como de collume tinha , e por tres
* Ou .> tra~ Sabbados com elles pelas Efcrituras * disputava.
trava. 5 * Declarando [<«], e propondo [/te], a que convinha que o
* Ou, A- Chrifto padecefle, e dos mortos refufcitaífe : e que elie Jefus he o
Chrifto, que eu [</«;» vos denuncio.
aPjal. 2X; 4 g alguns d’elles créraó, e com Paulo e Silas fe ajuntáraõ j e
Matt 16: d’°s Gregos Religiofos grande multidaó j e mulheres principaes
21. * naõ poucas.
Luc.24',46. 5 Porem os Judeos desobedientes movidos de inveja tomáraó com
í AS. 28: figo alguns homens malinos d’os maganos, e ajuntando a o povo,
24» alvoroçáraó a cidade : e acometendo a cafa de Jafon , procurávaô
tirálos a o povo.
6 E naõ os achando, trouxéraõ [r<?w viehscsã} a. Jafon, e a alguns
irmaôs, a os Mayoraes da cidade, clamando, t Elles que a omun»
9 AS. 16 :do alvoroçado tem, W aqui viéraó também.
to. 7 A os quaes Jafon tem recolhido, e todos elles contra osmadaa-
dos de Celar fazem, d dizendo , Que ha outro Rey, [« Jelus
líAX?: II. [cèamaõ].
8 E alvoroçáraó a companha , e a os Mayoraes da cidade, que
eftas coutas ouviaõ.
9 Porem recebida fatisfàçaó de Jafon, c dos de mais, foltá-
raó os.
10 E
S. A P Ó S T O L O S. Cap.XVII.
10 E logo os irmaõs enviáraõ e de noite a Paulo, e a Silas,
Berea: os quaes chegando lá, foram feá Synagoga dos Judeos.
11 E foraô eíles mais nobres que os [fwfax] , que em TheíTalo-
nica eftávaó, [“«"j aquelles que a palavra com toda * boa affeiçaô * Ou
recebéraõ, fefquadrinhando cada dia as Efcrituras, fe eftas couíàs^Wtó**
aflieraõ.
u Afli que tnuytos d’elles créraó, c d’as mulheres Gregas hoae- ’4*
ftas, e d’os varoens, naõ poucos. Luc-iS: 29.'
13 Mas como os Judeos de Theflàlonica entenderão que também Jm. 5:39.
cm Berea por Paulo a palavra de Deus denunciada era, viéraó te
também lá, g e comovéraô as companhas. *
14 Porem ’no mesmo inllante mandáraó os irmaõs a Paulo, que I4"
fe fofle como a o mar: Mas Silas e Timotheo fe ficáraó ali.
iy E os que a Paulo acompanháraõ, até Athenas o leváraõ; e
recebendo mandado pera Silas e Timotheo, que vieffem a elle o 18 5
mais cedo fepartíraõ.
M E emquanto Paulo em Athenas os esperava, feu efpirito fc
encendia ’nelle, vendo a cidade tam dada â idolatria.
17 AÊi que difputava ’na Synagoga com os Judeoe, e com os Re-
ligioíos 5 é ’na praça * cada dia, com os que [lhe] occorriaó.
18 E alguns d’os Philofophos Epicureos, e Eftoicos, conten- *• >K'
diaó com elle: e huns diziaó: Qué quer dizer efte Paroleiro ? E
outros: Parece que he pregador de Deufes eftranhos, porquanto a
Jefus, e a refurreiçaõ lhes evangelizava.
19 Etomando o, trouxTaô [«J ao *Areopago, dizendo, [l&S]
poderemos faber, que doutrina nova feja efta de que falias ?
ao Porque a os ouvidos couíâs eftranhas nós trazes: queremos
pois faber, que ifto quererá [w fer. díaui*
11 (Entonces todos os Athenienfes , e os hofpedes eftrangeiros, myor.
cm nenhuá outra coufa fe ocupávaô, fenaô em dizer, e em ouvir ,
couíà alguá de novo).
v E eftando Paulo ’no meyo do Areopago, difte: Varoens A-
thenienfes, cm tudo vos vejo como mais * Rcligiofos. * 0a»Á-
23 Porque paffando eu [pela cidade^] c vendo voflòs Sanâuaríos,
achei também hum altar, em que escrito eftava: AO DEUS "*
NAO CONHECIDO. A efte pois que vosoutros naõ conhe­
cendo fervis, £« ejfe] vos denuncio cu. íSew.1 í r
241 O Deus que fez o mundo, e todas as couíâs que ’nelle ha5x c^r«.>
Oo 2 efte, ?«. *
JP/wkjj; 6. <114: S. e tf. Ifá. «tf; X. ^-14:15. 7.
19 i ÀCTOSDOS
2/&714!. efte, fendo Senhor do Ceo e da terra, k naô habita em templos fei­
tos de maós.
2$ Nem tam pouco por maós de homens fervido he j [como] de
Ge». 2:7. coufa alguã neceílitando: l pois elle fó a todos a vida, earefpira-
. . coufas
caó J, _e todas - dá. 4 tf 4 4 tf tf. 4

26 E de hum fangue toda a geraçaó dos homens fez, pera fobre


oDeut.^v. toda a face da terra habitarem, » determinando os temposja d’antes
8. ordenados, e os termos de fua habitaçaõ.
27 Peraqueao Senhor bufcaflem, fe porventura apalpar é achar o
pudefiem: ainda que naõ eftá longe de cada hum de nosoutros.
2S Porque ’nelle vivemos, e nos movemos, e fomos j como
— A. n ■w|> * * 5 a >** f .

tas difleraó : Porque também

k ££<••. 4e: 29 n Sendo pois geraçaó de Deus, naó avemos de cuidar que a.
i£. Divindade feja femelhante â ouro, ou â prata, ou â pedra efculpi-
da por artificio e imaginaçaó de homens.
• Líí. 24; ,0 qUe * diífimulando Deus os tempos de ignorância,» ago-
* cL' c ra denuncia a todos os homens, e em todo lugar, que fe arre-
faud» ' pendão.
'Deusiio- 3* Porquanto tem eftabelecido hum dia, em que jultamente a
fa tem- o mundo ha de julgar, por [a^ueffe] varaõ , /> que [para ijfo]
tem ordenado ; dando [cfijjo j certeza a todos, refufeitando 0 dos
10 •’ mortos.
32 E como ouviraó da refarreiçaó dos mortos, alguns zomba»
vaó; e outros diziaó: Outra vez acerca d’ifto te ouvirémos.
33 E affi fe fahiu Paulo d’o meyo d’elles.
34 Porem achegando fe alguns varoens a élle, créraô: entre os
quaes fov também Dionyfio o Areopagita, e huã mulher por nome
Damaris, e outros com elles.

Ca*
S. APOSTO LOS. Çap. XVIII.

Capitulo XVIII.
X Vem Paulo a Corintho j acha.ali a Aquila e PriJdUa e poufa com elles fazenda
tendast 4 Enfina 9na Synagoga que Jefus he 0 Chrijio, 6 Sacude 0 pó de
feus veflidos contra os blasfemadores. 7 Crispo e muytos Corinthios crem e fi
kautizaõ» 9 O Senhor em vifaõ amoefia a Paulo de ficar fe áli, 12 AcufaÒ a
os Judeos perante 0 Proconjul Gallio , porem em vao. 17 Ferem os Gregos a
Softhenes diante do tribunal, 18 Parte Je Paulo para Syria j chega a Ephejo y de~
fpois a-Antiochia, 23 Atravejfa por toda a Provinda de Galada e Phrygia,
24 Enfina ApoÚos 0 bautismo de Joao em Ephefó > e fenda mais pontualmente ±
inilruido de Aquila e Prifdlla j parte fe para Achaya> e prova das Escrituras:
que Jejus he o Chrisio,

1 17 defpois d’ifto fe partiu Paulo de Athenas, e fe veyo a Co-


rincho.
i E achando a hum certo Judeo, por nome a Aquila, natural de ifr:
Ponto, que avia pouco que tinha vindo de Italia , e a Prifcilía fua ?•
mulher, (porquanto Cláudio mandara que todos osJudeosdeRoma ií:
fe iahiflem) veyofe a elles. J?*
3 E porque era do mefmo officio, ficoufe com elles, c b traba-
ihava: porque tinhaó por oífacio fazer tendas.
4 E difputava’na Synagoga cada Sabbado j e a Judeos, e aGre- i.Cor.4:ii.
gos \_áfé~\ perfuadia. 2.0.11:7.
5 Ecomo Silas e Timotheo c de Macedonia deícendéraô , foy

• •
Paulo conftrangidodo Efpirito, teftificando a os Judeos que Jefus
o Chrifto éra. _ Tk,fr ,
6 Porem refiftindo, e blasfemando elles, facudio [/<?] d os vefti- VJ‘ ■
dos, e difle lhes: Volíofangue fobre voflàcabeça fejaj Limpoeftou ^5.17:15;
eu: e defdagora á as Gentes me irei. «/jltoAi©:
7 E partindo d’ali, entrou em cafàdehum, pornomejufto, que -M.
a Deus fervia, cuja caia a par d’a Synagoga eftava. 12:^1,
S E.Crífpo, oMayoral d’a Synagoga , creu a o Senhor com ei.Cer.H
toda fua cafaj e ouvindo-[5j muytos dos Corinthios, créraó, e fo-
ram bautizados.
9 f E difle oSenhor em vifaó denoiteaPaulo: Naó temas, fenaõ/^* 1
feUa, e naó cales. 1Ia
i« Porque comtigo eftou eu, e níngué de ty [miQ lançará pera
mal te fazer: porque muyto povo ’nefta cidade tenho.
i* E ficou fe [«fjhum anno e íeis mefes, enfinandoentre elles â
palavra de Deus.
•- ■ ?’»•
Oo ? >' •
n Po-
. . ■ • í rx.
-* *•
A CT O S DOS
«■ Porem fendo Gallió Proconful de Achaya, fe alevantáraó os
Judeos concordemente contra Paulo, e trouxéraó o a o Tribunal,
i ? Dizendo, Eíte a os homens perfuade a contra a Ley a Deus

t4 E querendo Paulo a_abrir a boca, difle Gallió a os Judeos;


£ 2$ ♦ um agravo, ou crime enorme ouvéra, ó Judeos, com ra-
JJ.
A ' zaó vos fofrería:
15 Mas fe a queftaõ he de palavras, e p/] nomes, e T^Jqueen-
tre vos ha Ley , vede 0 vos mesmos: porque d’efiãs coufas naó que­
ro eu fer juiz.
16 E lançou os do Tribunal.
17 Porem tomando todos os Gregos a Soíthenes, o Mayoral d’a
Synagoga, feriaó [oj diante do Tribuna] j e a Gallió nada de ne-
nhuã deitas coufas fe lhe dava.
18 E ficandofe Paulo ainda ali muytos dias, defpediu fe dos ir-
maós, e dali navegou pera Syria j e com elle Prifcillae Aquila:
bXim. 6: avendo fe [primeiro'] h tofquiadoacabeçaemCenchras, porque tinha
18. [ feito] VOtO.

Synagoga, difputavacom os Judeos.


2o E rogando \Jhe] elles que com elles por mais algú tempo fc
* Ou, nao ficaífe, * naó veyo ’niflò.
yás, ou, 21 Antes fe defpediu d’elles, dizendo, Neceflàrio me he cm to-
«á» con- d0 cafo ter a feita que vem emjeruíàlem: Mas outra vez, i queren-
fenttu. Deus, a vosoutros tornarei5 e * partiufe de Ephefo.
* 11 E vindo a Cefarea, fubio [4 Jervfatem\y e faudando a Igreja,
*w f defcendeu a Antiochia.
eíiando algum tempo, partiufe, paíTandoa reyo pela
* Ou, deu província de Galacia e Phrygia, confirmando a todos os Difcipulos.
á vela. 24 E chegou a Ephefo hum certo Judeo, por nome k Apollos,
èi.Cor.v. natural de Alexandria, varaó eloquente, poderoío em as Efcri-

2$ Eíte era ja inftruído’no caminho do Senhor; e fervente de


efpirito, fallava e enfinava diligeatemente as coufas do Seúor: fa-
bendo fomente 0 bautifino de Joam.
26 E começou eíte a fàllar ouíàdamente ’na Synagogaj 6 ouvin­
do o Prifcilla e Aquila, tomáraó o com figo , e decláraó lhe mais
pontualmente o caminho de Deus.
a; E querendo elle pafiar a Achaya, cxhortando os irmaõs,
CÍCrC-
S. APOSTOLO S. Cap. XIII. tof •
eferevéraó a os Difcipulos que o recebeflèm j o qual vindo, l apra- Zi.Cor.j
veitou muyto a os que pela graça criaô.
18 Porque com grande vehemencia publicam ente aos Judeoscon- * ~
vencia, * moftrando pelas Elcnturas, que Jefus o Çhrifto era.
Vailde.

Capitulo XIX.
I Chega Paulo a Ephe/b e acha ali doze Difiipulos que erao bautizados ‘xo bau*
ftsmo de Joal. 6 Impõem lhes ele as mais e recebem os donsdoEfpirito Sanão,.
8 Enfina ali mais que dous axnos afii ‘na Synagoga como ‘na Efcola deTyramto .
confirmando fita doutrina com fingulares prodígios > que fie fazãao até por fetts len»
files. 13 Sete filhos de hum Sceva, Judeo> Princepe dos Sacerdotes , esconju»
rondo pelo Home de Jefus a huns endemoninhados , d?os Espíritos matinos JaÓ
enfenhoreados e feridos. 18 Muytos confefiando fius feitos , trazem e ajuntai
os mefinos livros de fitas vaãs artes e queimai os. II Paulo propôs de partir
fe para Jerufalem» 23 Pois Demetrio, hum ourivez, (uEentando fe pelo fazer
de Templnhos de Diana 3 levanta hum alvoroço contra ele. JO Paulo quer
fair a 0 povo pera apazigualo, mas fi lh’o de/uade. 33 Alexandre, querendo
fazer defenfix. nao he ouvido, porquanto era Judeo. 35 Porem 0 Efcrivaõ da
Cidade ultimamente apaziguou effa fidipaõ»

I T? em quanto » Apollos em Corintho eftava, fucedeu que,ai.Cor.is


avendo Paulo paíTado por todas as [regíoetís J fuperióres , veyo Ia’
a Ephefo: e achando [z.à] alguns Discípulos,
2 DiíTélhes : Recebeítes vós ja o Eípirito lânóto quando creftes ?
E elles lhe diâeraój Antes-nèm ainda ouvimos, fe aja Eípirito
íancto.
? E elle lhes diífe: Em que poisfoisbautizados? E elles différaó :
5No bautiímo de Joaó-
4 Porem Paulo difle: Bem bautizou Joaõ [yom] & o bautiímo de l Meti. 5*
arrependimento, dizendo a o povo, que creiTem em 0 que a pós ii,
elle avia de vir, ifto he, em Jefu Chrifto. 12*457
5 E os que ouvíraõ, foraõ bautizados em o nome do Snor ***♦ 3 <7.
Jeíus. AQ.iti.
<5 r E impondo lhes Paulo as maõs, veyo fobre elles o Eípirito
fanâo, e em lingoas [efronha J fallávaó, c profctizávaôr cActS: 17»
7 E eraõ todos efies como até doze varoens. * 11; Jf»
S E entrando elle ’na Synagoga, íàllava oufadamente poreípaço
de tres mefes, diíputando, e perfuadindo as coulas do Reyno de
Deus.
9 d Mas
190 ACTOS DOS
/i.lklí 2 d Mas endurecendofe alguns, e naõ obedecendoí e perante
i5- a multidão d’o caminho [do Se^or] mal fallando, desvioufe d’ellesi
e apartou a os Diicipulos, difputando cada dia ’na efcola de hum
certo Tyranno.
* Ou,y«íf. j0 £ # durou ifto por efpaço de dous annos; de tal maneira que
deu* todos os que em Afia habitávaó, apalavra d’o SenhorJefus ouviraó,
aífi Judeos, como Gregos.
r Marc.16'. u e g fazja Deus maravilhas extraordinárias por maós de Paulo:
Jct' • 11 De tal maneira que até os lenços e cendaes de feu corpo fe le-
• I4-í< vavam p0}jre os enfermos, c d’eiles as enfermidades fehiaõ, e osef-
piritos malinos fe fahiaô.
;k u, , $ £ alguns exorei fias dos Judeos, vagabundos, intentarão * in*
Viçar,
vocar o nome do Senhor Jefus fobre os que efpiritos malinos tinhaó,
dizendo, Por Jefus, que Paulo prega, vós eíconjuramos.
14 E eraô fete filhos de Sceva, Judeo, Princepe dos Sacerdotes,
os que ifto faziam.
i) Porem refpondendo 0 efpirito malino, difle: A Jefus conhe­
ço, e bem fei Paulo [be]; porem vosoutros quem fois?
16 E faltando.’nelles o homem em quem o efpirito malino efta-
va> e enfenhoreandofe d’elles, pode mais que elles j de tal manei­
ra que nuos, e feridos, dtaquella caía fugíraô.
17 E foy ifto notorio a todos os que em Ephefo habitávaó, aífi a
Judeos como à Gregos 5 e temor fobre todos élles cahiuj c [4^]
cr a engrandecido 0 nome do Senhor Jefus.
f Matt.y.S- 18 / E vinhaô muytos dos que criaó, confeflândo, e *publican-
* Ou de- do ieus feitos.
j

mmetando. Também muytos dos que curioíàs * íèguiaó, [feus 1 li-


átávao vroS trouxerao, e em prefença de todos os queimarao 5 e Iançarao
a conta de feu preço, e acháraó montava] cincoentamil[we#d
de prata.
w g Afli crecia, e prevalecia poderoíamente apalavra do Senhor.
II. 1 > £ E cumpridas eftas couíàs, propôs Paulo em Efpirito , de
hRom. 15: paffando
~ por
_ Macedonia,
■* e Achaya, irfea Jerufalpn, dizendo,
irfeaJerufalpm,
Deíde quê lá ouver eftado, me importa também vér a Roma.
GaL 2 ;X. 21 E enviando a Macedonia dous d’aquelles que o ferviam,
fa&er] a Timotheo c a Erafto, fe ficou elle por [ tempo
em Afia.
ízCor r $ ; Porem ’naquelle mefino tempo houve hum alvoroço naõ pe-
• queao acerca do caminho [</’« Senhor 1
24 Por-
S. A P O S T O LO S. Cap. XIX. ^7
"24 Porque hum certo ourivezda prata, pornómeDemetrio, que
ide prata templos de Diana fazia, 4 dava a os artífices naó poucai ,
ganancia. ifi.
ay A os quaes, avendo os ajuntado com os officiaes de fcmelhan-
tes coufas, diífo: Varoens, bem fabeis vos que d’cfte * oflicio nofia^u^í»,
prosperidade temos.
26 E bem vedes, e ouvis, que efte Paulo, naó fomente em
Ephefo, mas até quafi em toda Afia, perfuadido e apartado tem
huá grande multidaó, dizendo , que naó faõ Deufes os que l com up
as maós fe fazem. * .
17 E naó fomente ha perigo de que * ifto em defprezo fe 7^™*'
torne, porem também que o [íw/feQ templo da grande Deu- «oíiTej?^
fa Diana em nada cftimado feja 5 e que fua Mageftade, a quem ^rre,
toda a z4fia, e o mundo [wwwr/ò J venera, a for deftruida venha.
28 E ouvindo [eftas «w/w], enchéraó fede ira, cclamáraõ, di­
zendo , Grande he a Diana d’os Ephefios.
29 E toda a cidade fe encheu de confuiãó, e unanimesarremeté-
raó a o Theatro, arrebatando com figo a m Gayo , e a Ariftarcho,» Aã. 20:
Macedonios, companheiros de Paulo ’na viagem. 4.
30 E querendo Paulo *£air ao povo, os Difcipulos lh’o naó per- ’•
mitíraó. ■. *Ou"ez
31 E também alguns d’os * Mayoraes de Afia, que eraô feus ami-
gos, enviáraó aeile, rogando*^], que ’no Theatrtf foaprefen-* Gr.lá/P»
tafie. archoi.
32 Clamávaõ pois, \_huvs de i>«d] outros de outra maneira: -Por- 4-
•que o ajuntamento era confufo j e os mais naó íabiaó porque cauíã
fcajuntáráõ.,
33 E tiráraõ fora d’a Companha a Alexandre , empuxando o os
Judeos-para diante: e acenando Alexandre com a mâó , queria dar
*razaóao povo.
34 Porem entendendo que era Judeo, * levantoufe huá voz de f%,s~
todos , clamando por quafi efpaço de duas horas, Grande he a Dia-
na dos Ephefios. re *
35 E apaziguando o Efcrivaó Cidade] a companha, diflè: Vi- houve»
roens Ephefios, e qual he o homé que naó faeba, que a cidaded’os
Ephefios he a guardadora do Templo da grande Deuíâ Diana, e
da] que * do Ceo defcendeu.
V Afli que pois ifto naó pode fer contradito, convém que vós Fter,;_
aplaqueis, e que nada temerariamente fàçaes.
, .. 4 ' ' 37 Por-
iss ACTOS DOS
37 Porque trouxefies aeíteshomens, que nemíãõ facri-
legos, nem de vofia. Deufa blasfémaõ.
38 Que fe Demetrio , e os artífices que com elle eftáõ, contra
alguém [algum] negocio tem} Audiências fe dam, eProconfulos
ha, huns a os outros fe acufem.
39 E fe algo de coufas outras alguãs demandaes, em legitimo
ajuntamento fe averiguará.
40 Que perigo corremos de que por hoje de fediçam açufados
fejamos: naó avendo caufa nenhuã porque d’efte concurfo alguã ra-
zaó dar podamos. E avendo dito ifto, deípediu a o ajuntamento.

Capitulo XX.
í Parte fe Paulo para Macedonia e Grécia com alguns de Afia. 6 Pafla alem de
Philippos para Troas. 7 Aonde prega e parte 0 paõ ’no primeiro dia da femana
com os Difcipulos, efiendendo feu firmai até a meya noite. 9 Hum mancebo
por nome Eutycho polo (ono cae da jauella a baixo morto . e por Paulo he re-
juscitado. 13 Porfegue Paulo fua viagem para "ferufalem . e chega a Mi-
leto. 27 Manda chamar ali comfigo os Aaciaõs de Ephefo. 18 A os quaes
propoem fua fieldade e feus trabalhos em feu minifierio entre elles. 22 Prediz 0
que lhe fobreviria em Jerufalem. lá E teftifica yue lhes denunciara todo o con-
felho de Deus. 28 Amoefia os de atentar a 0 rebanho, 29 E de vigiar con­
tra os lobos cruéis , que fe levantartái entre elles. 32 Toma fua despedida com
elles, teflifitâpdo que com fuas mais a fi, e a os feus> fusientára. 36 Enjuelhae
ora com elles, que acompanhao 0 com grande trifieza até 0 navio.

1 p despois de o alvoroço fe aplacar, chamando Paulo a fi os


tl.Tim-r. Difcipulos, e abraçando os, a fahiu fe pera a Macedonia fe ir.
3- 2 E avendo andado por aquellas partes, e exhortando os com
muytas palavras, veyo a Grécia.
3 E paflando [aH] tres mefes, e fendo lhe pelosJudeos poftas ci-
* Ou, foy ladas, avendo de navegar para Syria, * fe determinou a tornar por
de pare- Macedonia.
w, cu, 4 E acompanhou o até Afia Sopater Beroenfej edosTheflàloni-
^^^■cenfes í Ariltarcho, e Segundo, e c Gayo Derbeo, e^Timotheoj
bAH. 19: e dos Afianos e Tychico, e f Trophimo.
25>’. , 5 Eftes, indo fe diante, nos efperáraó em Troas.
CoioíTw- 123*6 E despois dos dias dos asmos, navegamos dePhilippos,
r Aã 19 •c em c’nco dias viemos ter com elles a Troas, aonde fete dias eHi-
vemos.
1.cor. 1:14. 7 E 0 primeiro d’a femana, ajuntandofe os Difcipulos a partir o
dAa.l6:i.
tEphef. ó ; 21. Colojf. 4:7. f Aã. M: 2J. X Uw.4: t;? i-
S. APOSTOLO S. Cap.XX. ’
pam, praticava Paulo com elles, avendofe de partir odiafeguintej
e alargou a pratica até a meya noite.
8 E avia muytas luzes em o cenáculo, aonde juntos eftavam.
9 E eítando hum certo mancebo, por nomeÈutycho, aflêntado
cm huâ janella, tomado de hum fono profundo, como Paulo [«W*
lhes] eftivefle largamente fallando, foy derribado do fono , e cahiu
defdo terceiro fobrado a baixo, e levantáraó o morto.
10 Porem defcendendo Paulo, g derriboufe fobre elle , e abra-gjj^f?;
çando [o] diflè: Naó vós alvoroceis, que [atida] fua alma ’nelle ai.
ciiá. Re?! 4 :
11 E [tornando] a fubir, e partindo e goftando o paõ, e fallando
lhes largamente até a alva do dia, affi fe partiu.
t* E a o moço vivo trouxéraó, c naó pouco confolados foraõ.
*3 Porem adiantandonos nosoutros a o navio, navegamos até *
AíTon, d’onde aviamos de receber a Paulo $ porqueaffio ordenara,
c elle avia de ir a pé.
14 E como com nofco em Affon fe ajuntou, tomamólòcomnos-
co, e viemos a Mitylene.
15 E navegando d’ali, viémos o [<fe»]íèguinte em fronte de Chio,
e a o outro [dia] nós aportamos a Samo; eficandonòs em Trogyl-
lio, o feguinte viémos aMileto.
16 Porque ja Paulo avia determinado de paflàr mais a diante de
Ephefo, por em Afia o tempo naó gaftar. b Porque fè aprefurava a h Aã. 21;
(fepoffivellhefoffe)odiadePentecofteemJerufalemeftár. 4«i2.
17 Enviou porem dcfde Mileto a Ephefo, e [mandou] chamar os
Anciaôs d’a Igreja.
18 E como a elle viéraõ , diflelhes: Bem fabeis vós i defdo pri- i W
meiro dia que em Afia entrei, o modo como todo tempo 10*
com volco eftive:
19 Servindo a o Senhor com toda humildade, e com muytas la­
grimas , e tentaçoens, que pelas ciladas dos Judeos fobrevindo
me tem.
20 Como nada, que util £®w J feflè, deixei de publicamente, e J
pelas caías, vós denunciar, e enfinar.
21 Teftificando, affi a Judeos, como a Gregos, £ a converfàõ
Deus, café emnoflôSenhorJeíuChrifto. Mtn.itif,
a E agora, eis que liado eu d’o Eípirito , me vou a Jerufidem,
liaõ íàbendo o que lá me ha de * acontecer: tn^ao
a3 Senaó que o EipiritoSoâo de cidade em cidade [fflejteftifi-
Pp * ca, Jààr.
300 ACTOSDOS
ca, dizendo, que prifoens, e tribulaçoens me efpéram.
jíti. 21: 24 l Mas de nenhuã couta faço cafo , nem minha vida por preci-
1 ?. ofa tenho, peraque com alegria minha carreira cumpra, e 0 minifte-
i-1. r’° 9ue m d° Senhor Jefus recebi, pera teliificar do Éuangelho da
-á.i: 3. graça de Deus.
2$ E agora vedes aqui que bem fei, que todos vosoutros, por
quem pregando o Reyno de Deus paflèi, mais meu rodo naõ vereis.
Ou,te?;- 26 Por tanto o dia de hoje vos * protedo, que d’o fangue de to-
dos [_'vosòutrós~\ limpo edou.
27 Porque naõ deixei de vos denunciar todo o confelho de
Deus.
■i.Pedr.y. 28 n Por tanto atentae por vosoutros, e por todo o rebanho,
Ou alctn {"°kre 9ue 0 Efpirito Sanéto por Bispos vos pós , pera apacentardes
JZca^ a Igreja de Deus, aqual com feu proprio fangue * 0 aquiriu.
recatou. 2 9 Porque ífto iei eu, que, deipois de minha partida, entrarao
Ehtf. 1: entre vosoutros p lobos * cruéis, que a.o rebanho naõ perdoaráó.
7. 30 ? E que d’entre vosoutros mesmos fe levantaráó homens, que
'oh]f 1 : faliejn couiàs perverfas, pera após fi a os Discipulos atraherem.
. 14»
p 4‘ . 31 Por tanto vigiae, lembrando vos como , por efpaço de tres
" .A r'1 ’ anos, noite e dia naõ cedei de a cadahum de vosoutros, comlagri-
; 9> mas [w ] amoedar.
>2.íWr.2; 8 2 E agora irmãos., a Deus, e á palavra de fua graça vos enco-
1. mendo j que poderofo he pera vos fobreedificar, e herança entre
*Ou , tra- todos os fanâificados dar.
bainofis , 33 r De ninguém a prata, nem o ouro, nem o vedido cobicei,
ouy pen- vos mesmos fabeis que , pera o que a my, e a os que
pejtà* ’ comig° eftamneceflario me era, s me fervíraó edas maós.
- pjn .!. 3$ Em tudo modrado vós tenho que trabalhando affi , he neccf-
10. iario íobrelevar a os enfermos : e lembrar fe das palavras do Snor
Matt. 26: Jefus, que diiTe : Mais bemavcnturada coufa he, dar, do que rc*
ceber.
1:17- ?6 E avendo dito ido , t pondo íe de iuelhos, com todos elles
1.1042:19. ' ’ r J ’
r I. Cor. 9 • °r0U-
j2 37 E houve hum grande pranto de todos 5 e derribandofe fobrc
2. Cor. 11: o pefcoço de Paulo , beijávaó o:
9. 38 Entridecendo femuyto, mayorm ente pola palavra que diflera,
e 12:13. que mais feu rodo naõ veriam: e até o navio 0 acompanháraó.
1.C«mux xr^/3: 9.
*•
\
S. APOSTOLO S. Cap.XXI. 301
C a p i t u l o XXI.
I Parte fe Paulo de Mileto* para Syria e vem a Tyro. 4 Defuadem lhe ali et
Difcipulos a viagem de Jerufalem» parem em vao. 5 Profegue Jeu caminho pa­
ra Ptolemaida e dali para Cejdrea, aonde ficafe huns dias em cafa de Philippe f
Ruangelifta^ cujas quatro filhas prophetizávao.- lo Prediz lhe Agabo fuasata­
duras em Jerufalem polo que também os irmãos com lagrimas lhe rogao que nab
fubijfe para ld. 13 Mas entendendo que eftava prefies também pera morrep
por amor de Chrifio^ fobmetem fe d vontade de Deus. 1$ Chega elle a ferufà-
lem poufando em cafa de Mnafom iS Despois vaé a Jacobo e conta lhe, e a os
Anciãos} 0 que Deus por elle fizéra. lo Por cujo confielho entrdno Templo y jun­
tamente com quatro varões-, que fobre fi tinhao feito voto ? fanffificando fi -com
eUes\ vy Aonde he vifio de huns Judeos de Afia, que alvordfao a todo 0 po­
vo e buscaõ de matdlo» 30 Mas he livrado peito Tribuno Romano e levada a Q
Arrayal-, achando d’elle licença pera faliar a 0 povo.

1 p como aconteceu que cfclles nos arrancamos, e navegamos,


fomos correndo caminho direito e viemos a Coos , e o
feguinte aRhodas, e d’ali a Patara.
2 E achando hum navio que paffava a Phenice, embarcamos nos
’nelle, epartimos.
3 E indo ja á vifta de Cypro, e deixando a á [maõ] ezquerda,
• /
navegamos pera Syria, e viémos a Tyro j porque o navio avia de
defcarregar ali fua carga.
•4 E ficamos nos ali fete dias , achando a os Difcipulos; os quaes „
pelo Elpirito diziaó a Paulo, a que a Jerufalem naó lubifle. a ‘20 ‘
5 Eavendo [íz/í] paflàdoaquellesdias, faimosnos, eíèguimos
noflocaminho, acompanhando nos todos com [fèas] mulheres e
filhos até fora da cidade 5 e polios de juelhos na praya oramos.
6 E faudando nos huns a os outros, fubimos a o navio; eelles
fc tomáraô para íuas caías.
7 E nosoutros, acabada a navegaçaôdeTyro, viémos a Ptolemai-
da 3 e avendo íàudado a os irmaôs, ficamos nos com elles hum dia.
8 Eo ieguinte, partindofe d’ali Paulo, e nos os que com
elle eftavamos, viémos a Cefarea ; e entrando em caía de Philip- 5-
pe, oEuangelifta (que era J/wJ dos * íete), ficamos nos com elle.«
9 E eíie tinha quatro filhas j donzellas,«queprofetizávaõ. fr^ginf
10 E ficandonos [aãJ por muytos dias, deícendcu de Judcahum fiuDúc»-
Propheta, por nome d Agabo: w>s <?xeot
11 E vindo elle a nosoutros, e tomando a cinta de Paulo, e li- s
Pp 3 andofe .
* tsnrao»
d Aff>
jox ACTOSDOS
t AS. lo.-andofe os pés e as maós, difle: Ifto diz o Efpirito fan&o: *Affilia-
a3< ráõ osJudeos em Jerufalem a o varaó cuja efta cinta he, e em maós
e21‘ 3 3 das gentes o entregaráõ. •
12 E ouvindo nosoutros ifto, [lhe} rogamos« affi nos como
os que d’aquelle lugar eraó, que aJerufalem naófubiflè.
20: jj Porem Paulo refpondeu: f Que fazeis chorando, e magoan-
dome o coraçaó ? Porque eu, naó fó a fér liado, mas ainda a mor­
rer em Jerufalem eftou preftes, polo nome do Senhor Jefus.
i4 E como perfuadir fe naó deixou, aquietamos nos, dizendo,
f Mett. 6 :g Façafe a vontade do Snor.
Io* is E despois d’aquelles dias, apercebemos nos, efubimos aje-
L«r.ii:2.rufa]ein
el2'+2,‘ i6 E foraõ também com nofco [alguns} d’os; Difcipulos de Cefa-
rea, trazendo [eom figt>} a hum certoMnafon, Cypro, Difcipuloan-
tigo, com o qual aviamos de poufar.
l7 E como chegamos a Jerufalem , os irmaõs nos receberão de
muy boa vontade.
is E o [dia} feguinte entrou Paulo com nofco ajacobo, e to-
* Ou, de dos os Anciaós ali viéraó.
f»Kto em 19 E avendo os faudado, contou [Ihs ] * por meudo o que Deus
foato. entre as gentes por feu minifterio fizera.
E ouvindo elles, glorificáraó a o Senhor; e difleraólhe:
Bem vés irmaõ, quantos milhares de Judeos ha que crém: e todos
zeladores da Ley faó.
21 E ja acerca de ty informados foraó, que a todos os Judeos,
que entre as gentes eftám, enfinas a de Moyfes íe apartarem, di­
zendo, que naó haõ de circuncidar £/««] filhos, nem andar fegun-
do os coftumes [da Ley} .
12 Que ha pois ? Em todo caio he neceflârio que a multidaó fe
ajunte; porque ouviráó que vindo es.
i; Faze pois ifto que te dizemos: Quatro varoens temos, que
♦ Ou > ««.voto fizéraó.
tribuewm 14 Toma com tigo aeftes, fanftificate com elles, e * fàze com
eZ/«. elles os gaftos , pera que a cabeça fe rapem, e todos faebam que
naó ha nada do que acerca de ty informados foram, mas [jwjtam-
hAS. 15 :bem tu mesmo a Ley guardando andas.
'Ex^d 20 Porem quanto a os que das gentes crém , h ja nosoutros ave-
1 . ' mos escrito, c por bem achado, que nada d’ifio guardaflèm; Zfe-
i.Cer. 1:$. naó que fomente fe guardem do que a os idolos fe íàcrifica , e & de
h Gev- 2; 4. langue, e de affogado, e de fòrnicaçaó.
En-
S. APOSTOLOS. Cap. XXI. W
t<51 Entonces tomando Paulo com figo a aquelles varoens,
fanftificado com elles o dia feguinte, entrou ’no Templo, denun­
ciando ferem ja cumpridos os dias da lanâificaçaó, [ficando
até por cada hum d’elles a offerta fe offerecer.
27 E indo fe ja os fete dias acabando , vendo o os Judeos de Afia
’no Templo, alvoroçáraó a todo o povo, e lançáraó maõ d’elle:
*8 Clamando: Varoens Ifraêlitas, acudi 5 Efte he 0 homem,
que por todas as partes a todos contra o povo, e [cautrã] a Ley, e
[contra] efte lugar enfina; e de mais d’ifto também ’no Templo a
os Gregos introduziu, e efte fanóto lugar profanou.
29 Porque d’antes tinhaó vifto com elle ’na cidade a wTrophimo mAã. 20;
0 Ephefio, a o qual penfávaó que Paulo ’no Templo introduzira. 4-
30 E toda a cidade fe alvoroçou , e fez fe hum concurfo do po- *•
voj e pegando de Paulo, trouxéraó 0 para fora do Templo: e lo-
go as portas fe fecháraó.
31 E procurando elles matálo, veyo a nova a 0 Tribuno d’o es­
quadram, que toda Jerufalem eftava em confufaõ.
32 O qual, tomando logo com figo foldados eCenturioens, cor­
reu a elles. E vendo elles a o Tribuno, e a os foldados, ceflaraõ
de a Paulo ferir.
33 n Entonces chegando o Tribuno, prendeu o, e mandou n AS.zii
amarrar com duas cadeas: eperguntoglhe quem era, e que tinha feito?
34 E ’na companha clamávaó [_hms desta > e] outros de outra ma­
neira : porem como por cauíà d’o alvoroço ’nada de certo íàber po­
dia, mandou o levar a o arrayal.
35 E chegando ás efcadas, fucedeu que por cauíà d’a violência
d’a companha o leváraó ás coftas os foldados.
36 Porque a multidão d’o povo o feguia, clamando: • Fora oLuc. 23:
com elle. . l8*.
37 E avendo de levar a Paulo a o arrayal, difle a o Tribuno
He me licito fàllarte alguá coufa? E elle difle: Grego fabes? ,2a‘
38 Naó es tu por ventura aquelle Egypcio, que antesd’eftesdias
huã fediçaó levantou, e.a o deferto os quatro milíâlteadoreslevou?
39 Porem Paulo lhe difle: ’Na verdade que hum homem Judeo
fou, cidadam ídeTarfo, cidade naó pouco celebre de Cilicia 5 pAãjiii»
rogote porem, que me permitas a o povo fàllar.
40 E avendo permitido, pondo fe Paulo empe ’nas efcadas,
fez final com a maó a o povo j c feito grande filencio , fãllou lhes
cm fingoaHebrea, dizendo:
X
*•4 ACTOSDOS

Capitulo XXII.
J Defendefe Paulo perante o povo. 3 E relata que era Judeo, criado a os pés de
Gamaliel. 4 E que, zelando pola Ley, perfeguiua os Chriftaos até Damasco,
6 Acrecenta pois quam maravilhofamente de Chriflodo ceo he chamado e converti­
do, e de Ananias, fendo d’e!le mais pontualmente informado de Jua vocatai a 0
Açoitolado, bautizado. 17 E como ChriSto outra vez lhe apareceu em vifaó
‘no Templo e enviou a os Gentios. 22 Ouvindo os Judeos ejfas palavras de no­
vo alvcroçávaõ > clamando que nao convinha que mais viveffe. 24 Polo que 0
Tribuno 0 manda liar peraque açoutado fofle. 2$ Mas porquanto fe apella a fiu
juro de fer cidaddo de Roma, ijlo fe deixa . e he aprejentado perante 0 Concilio
dos Judeos.

1 \7 aroens irmaós, e Pacs, ouvi agora minha defcníâ para com


’ volco.
2 (E como ouvíraó que em lingoa Hebrea lhes fallava, tanto
mais filencio lhe déraóE diífe:)
j <7 Quanto a my, varaõ Judeo fou, em Tarfo de Cilicia nacido,
*21'39 e ’nefta cidade aospees de b Gamaliel criado, conforme a mais puro
11: modo da Ley Paterna enfinado, [e] de Deuszeladór, como todos
bAP.,e4. vosoutros hoje [<?] fois.
cAn. 4 c Que até a morte efte caminho perfeguido tenho, affia va-
e 9 .• 1. roens, como a mulheres amarrando, e em prifoés entregando,
e 26: 9. 5 Como também 0 fumo Pontífice me he teftimunha , c todo o
rcjr. 15:51 Confelho dos Anciaôs: dos quaes ainda tomando letras para os ir-
^Thn V- ma5s’ fuy a Damasco a também amarrados a Jeruíalem trazer a os
*13. ' que ali eftiveflèm, peraque caítiga^os foflém.
d AH 9:3. 6 Porem aconteceu me, que, indo eu ja de caminho, eperto
~e i.Cor. 15: de Damasco chegando, quafi a o íineyo dia, e de repente me rodeou
8- huá grande luz do Ceo. t
2,Cor.ir,2 7 E em terra cahi, c huá voz ouvi, que me dizia: Saulo, Sau-
lo, porque me perfegues ?
8 E refpondi eu: Quem es Senhor ? E diflème: Eu fou Jefos o
Nazareno, aquem tu perfegues.
9 E os que comigo eíiávaô, em verdade a luz víraõ , fc muito
fe atemorizáraó: porem-a voz do que comigo fallava, naó ouvíraó.
10 E diffe eu: que farei, Senhor? E o Senhor me difle: Levan-
« Qa , tg tate, e vae a Damasco, e ali *fe te dirá tudo o que fazer te he cr-
falfaráo de denado.
íudo&C' n £
S. APOSTO LOS. Cap.XXlI. W
E como eu ja naô via, por caufa da gloria d’aquellaluz, fuy *
levado pela maõ d’os que comigo eftávaó , e aDamafco vim.
n g E hum certo Ánanias, varaópio, conforme a Ley, qué^^.j:;;.
tinha [ísw] teftimunho de todos os Juaeos que [a/t] morávaõj
i? Vindo a my, e aprefentandofe [w], me difle: Sauloirmaó,
recobra a vifta: E’naquella mefma hora o vi.
14 E difle : O Deus de noflos Paes d’antes te ordenou peraque.
fua vontade conheças, e aquelle Jufto vejas, e a voz de fua boca
ouças.
15 Porque teftimunha para com todos os homens lhe has de fer,
dó que vifto, e ouvido tens.
16 E agora, porque te detens ? Levantate, e bautizate, e la-
va teus pecados, o nome d’o Senhor invocando. .
17 h E áconteceume, tornando a Jerufalem, que orando eu no
Templo, fuy arrebatado fora de jmy.
lS Evio, que me dizia, i Date preflà, e fae te aprefuradamen- íMutt. 10:
te de Jerufalem: porque teu teftimunho acerca de my naô rece-
beráô.
*9 E eu difle: Senhor, bem fàbem elles k que eu em prifamlan- kAã. 11:
çava, e’nas Synagogas açoutava a os que cm ty criam. 4-
ao. I E quando o langue de Eftévaõ, tua teftimunha, íê derra- lAS-ys^
mava, também eu prefente eftava, e em fua morte coníèntia, eos <8:i,
veftidos dos que o matáyaô guardava.
11 E difle me: Vae, m porque longe á as Gentes te hei de en-«» AS. 5»
viar. 15-
22 E ouvíraõ o até efta palavra, e levantáraõ a voz, dizendo, „ VF
» Fora da terra com tal \ homem J 5 porque nao convém que viva. 2.«
23 E clamando elles, e lançando de fi os veftidos, e pó pera o
ar deitando, i.7?w.2;7-
14 Mandou o Tribuno que a o arrayal o levaflem, dizendo, que 4
com açoutes o examinaffem, pera faber porque caufa contra elle »1*1
affi clamávaó. ‘ • 3"*
2$ E cftando o amarrando com correas, difle Paulo a o Centu-
riaô, que ali eftava: He vos licito açoutar a hum homem Romano,
fem [jmmeãv] fer condenado? >

2Ó E ouvindo o Centuriaó [tâo j, foye denunciouoaoTribuno,


dizendo, Olha o que has de fazer: porque eftchomem he Romano. .
17 E vindo o Tribuno, diflelhe: Dizeme, cs tu Romano? E
çllc difle; &
Q,q E
< A CTOS DOS- .
20 E reípoudeu o Tribuno : Com muyta Íomma [de dinheiro] al­
cancei eu o direito de cidadaó d?eíta cidade. E Paulo diíTe: E cu
o fou de nacimento.
29 Affi que logo d’elle fe apartárao os que 0 aviao de examinar :
e até 0 Tribuno teve temor, entendendo que era Romano , e que
liado 0 avia.
30 E 0 dia feguinte, querendo faber de certo a caufa porque dos
Judeos acufado era, foltou 0 das priloens, e mandou vir a os Prin-
cepes dos Sacerdotes, e a todo feu Confelho $ e trazendo a Paulo j
aprefentou f/j diante d?ellesfc

Capitulo XXIIL
► 1 Patilo começavcdo fua defenfio 1234*no Concilio j por mandado d3o Summo Pontífice
ferido. 3 Polo que elle effcazmente o reprende 3 nao fabendo que era 0 Sumo?
Pontífice* 6 E vi$o que 0 Concilio confiava de Sadduceos e Pharifeos^ declara-
elle que&ra Pharifeo y e fora acufado por cauza da refarreiçao dos mortos. 7 Polo-
que ambas as partes em contenda vem 3 e elle dos Pharijeos por inocente he de-
clarado 3 e do Senhor esfolado. J2 Confpiraõ quarenta varões contra Paulo»
maldizendo a fi mefmos que naõ comeríaõ nem beberidÕ atê que 0 mataffem*
16 O que Paulo 3 advertido difio por feu fobrínho» notifica a 0 Tribuno» .2$ ffiie
acompanhado de Soldados» envia de noite para Cefarea a o PrefidentePelix»
iõm~fud caria em quèTa caufa fe relata* 34. Felixlida a carta manda guardar &
Paulo na Audiência de Herodes*

1 p pondo Paulo os olhos ’no Confelho, diíTe: Varoens irmaõs,


*Att. a.. a com toda boa confciencia tenho andado diante de Deus até
16. o dia de hoje.
L1 «9r.11: 2 b Porem o Sumo Pontífice Ananias mandou a os que com elle
24 eílávaõ, que ’na boca o feriílem.
Jer 20:2. j Entonces Paulo lhe diíTe Ferirtehá Deus, parede cayada:
íDexi P-' Eftás tu tambem aílèntado para conforme a Ley me julgar j
Ç' ' 7 ‘e contra a Ley ferir me mandas?
4 E os que ali cítávaô différaó : A o Summo Pontífice de Deus
injurias ?
$■ E Paulo diíTe: Naô íàbia, irmaõs, que o Sumo Pontífice éra.
dExoJ.iv. Porque eferito elU: d A o Princepe de teu povo naô maldirás.
a?- 6 E fabendo Paulo, que a huá parte era de Sadduceos, eaou-
e Aã. 14-tra de Pharifeos, clamou’noConfelho: Varoensirmaõs, <-euPha-
2I- rifeo fou, filho de Pharifeoi pola eíperanca e reíurreiçaó dosmor-
e 26: 6. tQS pou ju]gado»
P&Z 3: 5. 1 ô ? g
S. APOSTOLO S. Cap. XXIII. 307
7 E avendo dito ifto, houve diíTençaó entre os Phariíeos e os
Sadduceos: e a multidaô íe dividiu.
S f Porque os Sadduceos dizem quenaõharefurreiçaõ, nemAn-f^^-w-
jo, nem Efpirito: mas os Pharifeos confeflaó ambas as coufas. 23-
í E fez fe huã grande grita 5 e levantandofe os Efcribas da parte 11 ♦
dos Pharifeos, contendiaõ dizendo 5 % Nenhum mal achamos’nefte £OT2*o;
homem: e fe algum Efpirito, ou Anjo, ■ lhe fàllou, naõ repugne- £ À&. *2, 1
mos a Deus. 25.
10 E avendo grande diíTençaó, temendo o Tribuno que Paulo *1631.
por elles naó fofle defpedaçado, mandou defeender a foldadesca,
c arrebatálo do meyo d’elles, e leválo a 0 arrayal.
H h E a noite feguinte aprefentandofe lheoSenhor, difle: Tem hAci.ú:^,
bom animo Paulo; porque como de my em Jerufalem teílificafte ,
afli te importa teftificar também em Roma.
12 í E vindo o dia, fizeram alguns dos Judeos huã confpiraçaõ,*-^- a;;
conjurarão, dizendo, que nem comeriaõ, nembeberiaõ, até
:que a Paulo naó mataflem.
13 E eraõ mais de quarenta os queefta conjuração fizéraõ.
14 Os quaes fe foraô a os Princepes dos Sacerdotes, e a os An-
;ciaôs, edifleraõ: Conjurando nos conjuramos, que nada goflaré-
mos, até que a Paulo naõ matemos.
15 Agora pois vosoutros, [juntarnente] com oConfelho, fazei íà-
ber a o Tribuno que á manhaã volo traga, como qúe defeusnegó­
cios alguã couía mais [certa] quereis íàber 5 e antes que chegue,
aparelhados eftamos pera o matar.
16 E ouvindo o filho da irmaã de Paulo eflas ciladas, veyo, cen­
trou ’no arrayal, e denunciou o a Paulo.
17 E chamando Paulo á fi a hum dos Centurioens, difle: Lev*
efie mancebo a o Tribuno, porque tem que lhe denunciar.
iS Tomando o elle pois, levou [«] a o Tribuno, e difle: Cha-
mandome á fi o prefo Paulo, [w J rogou que te trouxeflè efte *
mancebo, que tem que te dizer.
19 E o Tribuno, tomando o pela maó, eapartandoíê a huã ban­
da, perguntou : que tens que me denunciar?
20 Eelledifle: OsJudeos^íèconcertáraõderogarte,queáman-í^íS.2?:
haá a Paulo a o Confelho leves, como que d’elle ajaõ de inquirir
alguã coufa mais [certa].
21 Porem tu naõ os créas. Porque mais de quarenta homens
d’ellcs o andaó armando ciladas, os quaes fob pena de maldiçaô fe
A CT O S D0 S
obrigaram a nem comerem nembebéré, até que morto o nao ajam ?
e ja apercebidos eftam, efperando de ty a promefla.
21 Entonces o Tribuno defpediu a o mancebo, mandando [Zk]
que a ninguém mais difíeífe, que aquillo lhe manifeftára.
13 E chamando a fi a certos dous d’os Centurioés, difle: Aper­
cebei duzentos foldados que vaõ até Cefarea, e fetenta de cavalo,
‘ Ou > Fre- e duzentos * archeiros, para * as tres horas d’a noite.
cheiros. 24 E aparelhem cavalgaduras, peraque pondo ’nellas a Paulo, o
Ou, a ho~ ievem em falvo a Felix 0 Prefidente.
w terces- Efcrevendo [ZAeJ huã carta, que [em Suma'] ifto continha:
26 Cláudio Lyfias, a Felix, potentiffimo Prefidente, faude.
' Aã. 21: 27 / Prefo efte varaó pelos Judeos, e eftando ja em ponto de o
matarem, íobrevim eu com afoldadesca, e tomei [fá'o] informado
* que era Romano.
28 E querendo faber a caufa porque o acufávaõ, leveilho a feu
Confelho.
29 O qual achei que o acufávaó de alguas queftoens de fua Ley;
mas que nenhum crime digno de morte, ou de prifaó, contra elle
avia.
30 E fendome notificado que os Judeos a efte varaô ciladas aviaó
O armar] ? logo t5o enviei: mandando também a os acuíadores,
que perante ty digam o que contra elle tiverem. Bem ajas.
31 Tomando pois os foldados,'como mandado lhes fora, aPaulo,
trouxéraõ o de noite a Antipatris.
32 E o dia feguinte, deixando ir com elle aos de cavalo, torna-
raófe a o arrayal.
33 Os quaes como chegáraó a Cefarea, e a carta a o Prefidente
entregáraô, aprefentáraó lhe também a Paulo.
34 E o Prefidente, lida a [carta] perguntou , de que Província
eraj e entendendo que de Cilicia ,
" 35 Ouvir te hei, difle, quando também aqui teus acufadores
•* 5 vierem. E mandou que 0 guardafícm * ’na Audiência deHerodes.
& APOS TOLOS. Cap. XXIV.

C A P I T U L 0 XXIV.
I Comparece o S&mo Sacerdote Ananias, juntamente com os Anciãos do povo e o
'Orador TertuBo ante o Prefidente Eelix contra Paulo. $ Levantai graves acu-
façoens contra elle. 10 EUe fe defende fazendo juntamente confifiaõ de fua fé e
religião, li Dilata Felix a caufa até a vinda de Lyfias > dando lhe entretan-
, to mayor liberdade. 14 Paulo inflrue a Feltx e a jua mulher em hrnis artigos
da fé. 16 E muytas vezes fe chama d’elle esperando que Ibe algum dinheiro .
daria j ty E deixou 0 pre/o pera comprazer a os Judeos.

I. pcincodias despois, defcendeu «o Sumo Pontífice Ananias,


com os Anciaós, e hum certo Orador Tertullo j os quaes '
çomparecéraô ante o Prefidente contra Paulo.
a E fendo citado, começou Tertullo a [«] acufor, dizendo, «
3 [Como afiifija] que tanta paz por ty tenhamos, c que-por tua
prudência, a efte povo [muytos e] louváveis ferviços íe façaó, to­
talmente e em todo lugar, o potentiffimo Fclix, com todo agra­
decimento o * reconhecemos. * ece!~
4 Porem porque muyto te naó detenha, rogo [íe] que breve- tamos‘
mente, conforme a tua equidade, nos ouças.
$ Porque temos achado que eíie homem he huâ peite, c levan-
tadór de fediçoens entre todos os Judeos, pelo [u&verfo] mundo,
ê o principal defeníor da feéta dos Nazarenos.
<5 b O qual também a 0 Templo profanar intentou: aoqualtam- lAã. 11 • •
bem prendemos, e conforme â noíla Ley julgar [«] quifemos. 18.
7 Porem fobrevindo o Tribuno Lyfias, com grande violência
d’entrc as maós nolo tirou:
8 Mandando a feus acufodores, que a ty vieflem: doqualtumef-
mo, examinando [*], poderás entender tudo ode que oacufamos.
9 E também os Judeos [ nifio] cenfentíraó, dizendo ferem efias
couíâsaffi.
10 Paulo porem, fazendo lhe o Prefidente final que fallafle, re-
fpondeu: Porquafito bem lei que ja vae por muytos annos que d’efta
gentejuiz es, com tanto melhor animo por my refpondo.
11 Pois bem podes entender, que naó ha mais de doze dias que
ájerufalem a adorar fubi:
11 c E nem com alguém ’noTemplo foliando me acháraó, nan {aç.
’nas Synagogas, nem ’na cidade, * a o povo amotinando. 8 4

Qq 3 13 Nem e
• Ou, entre 0povo alguã unjpiracaõj'awsdo.
jra A C T O S DOS
13 Neta taô pouco provar podem as coufas de que agora ms
acufaó.
14 Ifto porem te confeffio , que conforme a aquelle caminho, a
que Sedia chamaó, affi a o Deus dos paes firvo, crendo tudo quan-
to’na Ley e’nos Pròphetas eftá efcrito.
*Oil owe iy Tendo em Deus efperança, * como eftes meímos também
tjies &c. efpéraô que hade aver refurreiçaô d’os mortos, affi dos juftos, co­
mo dos injuftos.
iAãxt,:i. 16 d E’nifto me exercito, em que, affipara com Deus, como
para com os homens, fempre huã confciencia lem offenfa tenha.
í Aã. ii: j7 porem muytos annos despois, vim e a fazer efmolas e offertas
- .a minha naçaõ.
25. 5 * 1S / ’Nifto ja fanâzificado ’no Templo me acháraõ, naõ com
*^Aã. xi: gente , nem com alvoroço, huns certos Judeos de Aíia.
17. 12 Os quaes convinha, que perante ty [ aqul ] prefentes eftiveflem,
ê [wí] acufaflem, fe alguâ couíà contra my tiveffem.
xo Ou digaô eftes meímos, fe em my iniquidade alguâ acháraõ,
quando perante o Confelho eftava.
21 Senaó fó d’efta palavra, [cm] que, entre elles eftando, cla-
*2ÍS.2;:o. mej. g poja refurreiçaô dos mortos fou eu hoje de vosoutros jul-
e 28:2°- gado.
xx Entonces avendo Felix ouvido eftas couíàs, pós lhes drlaçaõ,
* Ou, Ten- dizendo, * Avendome melhor d’efte caminho informado, quando
do melhor 0 Tribuno Lyíias defcender, de voflbs negociosinteirano-
notuia tjcja tomarei.
hAã ir? 23 E mandou a o Centuriaõ que a Paulo guardaflem , e com
í 28:16^ liberdade eftiveflè, h e que a ninguém dos feus prohibiffe
fervilo, ou á elle vir.
24 E alguns dias despois, vindo Felix com Druffila fiia mulher,
que era Judia, mandou chamar aPaulo, e ouviu o acerca d’a fé em
Chrifto.
25 E tratando elle d’a Juftiça, e d’a temperança, e'[c/’o] Juízo
vindouro: efpavorecido Felix, refpondeu: Vaete por agora j e,
em tendo oportunidade, te chamarei.
25 Efperando também juntamente que Paulo lhe deflè '[dgii'] di­
nheiro , paraque o foltafle: Poloque também muytas vezes o man­
dava chamar, e com elle íãllava.
27 Porem cumpridos dous annos, teve Felix por fuceflor a Por-
i Aã. 2$: cio Fefto. E i querendo Felix comprazer a osjudeos, aPaulopre-
■H- fo deixou, Ca-
S. APOSTOLO S. Cap.XXV.

roga o > que a Paulo para Jerufalem vir faça y pois com intento de matãlo 3no
caminho. 4 Mas Besto quer que juntamente com figo a Cefarea defcendao. 7 0
que fazem 3 e acufui 0 gravemente > porem fem prova* 9 Paulo entendendo que
Pejio inclinava pera enviar lhe a Jerufalem > apella aCefar, IJ Chegaõ osReys Cf
Agrippa e Bemice a Cefarea> e Fefto 0 negocio de Paulo lhes relata^ 11 Agrip~
pa quer ouvilo 3 e ouve 0 0 dia feguinte» 14 Relata Fefto 0 que 1na cauza
de Paulofizéra3 e como culpa nenhua 3nelle achara^

I, T? ntrando pois Fefto ’na Província , fubiu d’ali a tres dias de


Cefarea a Jeruialem.
2 E comparecéraó ante elle o Suíno Pontífice, e os prinçipaes
dos Judeos, contra Paulo, erogáraó lhe,
3 Pedindo contra elle Favor, paraque o fizeflê vir a Jerufalem j
armando ciladas, para ’no caminho o matarem.
4 Porem Fefto refpondeu , que em Cefarea eftava Paulo gu­
ardado e que elle prefto [para lá J fe partiria.
5 Os que pois, difie, d’entre vosoutros podem , defcendaõ jun-
tamente [imigiQ, e fe ’nefte varaó coufa alguá indecente oúver,
acufem o. -
f> E naõ íè avendo entre elles detido mais de dez dias, defcendeu
a Ceíãrea > e aflentandofe ’no Tribunal o dia feguinte, mandou
que trouxefiem a Paulo.
í E vindo elle, ródeáraõ os Judeos, que de Jerufalem aviaó
defcendido j trazendo contra Paulo muytas e graves acuíaçoens,
que naô podiaó provar.
. 8 Polo que em [fia J defenfa difie, * Eu, nem contra a Ley dos<*-^<J-M
Judeos , nem contra o Templo , nem contra Cefar, em couíaal-- I2>
guã pequei. «2S,IJ
9 Porem querendo Fefto a os Judeos. comprazer, refpondendoa
Paulo, difie: Queres tu fubir a Jerufalem, e fer lá perante my acer­
ca deftas couias julgado ?
10 E Paulo difie: Perante o Tribunal de Cefareftou, aonde con­
vém que julgado feja: a os judeos nenhum agravo lhes fiz , como
também tu muy bem o fabes.
11 b Porque fe agravo algum fiz , ou coufa alguá digna de mor- í Aã. iS
te cometi, naô refufo morrer': Porem fe nada das coufas de que 14.
cftes me acufaô, ha, ninguém por lhes comprazer a elles entregar
'X .

•<

ACTOS DOS
ia Entonces, avendo Fefto fallado com o Confelho, reípondeuí
A Cefar apellafte ? A Cefar irás.
. 13 E paliados alguns dias, viéraó el Rey Agrippa, e Bernicc,
a Cefarea a faudar a Fefto.
e 114 E como ali fe detivéraõ muytos dias, contou Fefto a el Rey
24: os negocios de Paulo, dizendo, c Hum certo varaó foy deixado por
*j ♦
Felix prefo: ' - -
15 Por cuja via, eftando eu em Jerufalem, os Princepes dos Sa­
cerdotes, e os Anciaõs dos Judeos [perante my] compareceram,
pedindo contra elle fentéça condenação J.
-16 A os quaesrefpondi, naõ fer coftúme dosRomanos d de por a
alguém comprazer, a homem [a%un] á morte entregar, antes que
o.acufado prefentés feus acufadores tenha , e lugar aja de da acuía-
çaõ fe defender.
17 Afli que, chegando elles juntos aqui, fem dilaçaõ alguá fa­
zer , 0 [dia] feguinte, afléntado’no Tribunal, a 0 homem mandei
4
trazer. ■
18 D’o qual osacufadores [apd] prefenteseftando, nenhuácoufa
apontáraõ a’aquellas que eu fufpeitava.
* Ou 5 teli- 19 Tinhaó porem contra elle alguâs queftoens acerca de fua * fu-
&a°* perfliçaó e ae hum certo Jelus defunto, que Paulo aflirmava viver.
20 Ê duvidando eu acerca da inquirição d’efta cauíà, diftê, fe
queria ir a Jerufalem, e lá acerca d’cftas coufas fer julgado?
21 E apellando Paulo a fer refervado a o conhecimento de Au-
gufto, mandei que 0 guardaflêm, até que a Celâr 0 enviaflê.
12 E diftê Agrippa a Fefto : Bem quiléra eu também a eflê ho­
mem ouvir. E elle diftê : A manhaã o ouvirás.
23 Afli que o dia feguinte, vindo Agrippa, e Bernice, com
muyto aparáto, e entrando’no Auditório com os Tribunos, eva-
roens mais principaes d’a cidade, trouxéraó por mandado de Fefto
a Paulo.
24 E difle Fefto: Rey Agrippa, e todos os varoens que [ayú]
eom nofco prefentes eftaes, aqui vedes aquelle, de quem toda a
multidão dos Judeos, afli em Jeruíàlem , como aqui, fãlladome
tem, clamando, que naõ convém que mais viva.
f^<?23t9. 2y Porem achando eu «que nenHuâ coufa digna de morte fizera,
< 26:31. e apellando elle mefmo também a Augufto, tenho determinado en-
viarlho.
26 D’o qual naõ tenho çotífa tlguá certa que a 0 Senhor efcreva,
polo
S, A P OS TOLO S. Gap. XXVI.’
polo que perante vosoutros o trouxe j e mormente perante ty , ó '
Rey Agrippa, peraque, feita informàçao, coufa alguá que cfcre*
ver tenha.
37 Porque contra razao me parece, enviar a hum prefo, e junta­
mente as acufaçôes contra elle naô notificar.

Capitulo XXVI.
1 Paulo tendo ja licença fera fe defender , relata perante el Rey Agriçpa e toda
a congregação fia vida antes de fia converfao ; II E juntamente a hifioria de
fua converjao e vocaçac a 0 Apoffolado* 19 E também fia vida detpois de fia
eonverfiot ao O que fez, padeceu> e doutrinou. Z4 iefo ouvindo aquella de~
fenfao julga que Paulo tresvalie , 0 que Paulo nega. V] Agrippa por pouco he
perfiadtdo, a que fe faça Chriftatj. 30 E juntamente com todos julga que elle
innocente he, 31 Como tombem que filtar fe podia fe a Cefir afeitado nai
ouvêra*

1 P difle Agrippa a Paulo : Permitefe te por ty meíino fallar. I

f - Paulo entonces eftendendo a maó, [«$? j em fua defenfa res­


pondeu:
■ 2 Por venturofo me tenho, ó Rey Agrippa, de que perante ty
me aja hoje de defender de todas as coufas de que d’os Judeos acuía-
do lou.
3 Mormente fabendo eu, que noticia tens de todos os coftumes,
e queftoens que entre os Judeos ha: poloque te rogo que com pa­
ciência me ouças. 'S

4 Minha vida pois até defda mocidade, qual defdo principio en­
tre os de minha naçaó em Jerufalcm aja fido, todos os Judeos
fabem:
y aquelles que ja de muyto antes me conhecerão (fe [he
que J teftificar o querem), que conforme á mais perfeita fcâa de noflã
Religião, [jempre'] vivi Pharifeo:
‘ 6 E agora « pola cfperança da promefla, que de Deus a os Paes*^®?"?*
feita foy, £^»ijeftou, e julgado fou. elz: lS*
■ 7 A a qual iioflàs doze Tribus, fervindo continuamente de dia e
de noite [4 Drw],eípéraó chegar zPolaqualeíperança, óReyAgrip- •
pa, fou eu dos Judeos aciifado.
8 Que? julgafe por caufa incrível entre vosoutros, que Deus a os 2. 7:
mortos refuícite? w*
^.4:1. #7:14. *9:^*4®: 10. 7«r.ij‘,54 #33:14. £««^34; 13. •
t. #37:24. £«#.9:24*
*
3U ACTOSDOS
*A%.T>‘. 3. 9 í Bem me tinha cu imaginado, que contra 0 some de Jefua
í9 Nazareno devia eu muytas contrariedades ufar.
. lc O que também em Jerufalem fiz 3 e avendo recebido poder
‘ç * dos Princepes dos Sacerdotes, a muytos dos Sandios em prifoens en-
Gal. 1:13• cerrei: e quando os matávaõ, [também] eu meu voto dava.
1. Tim. l : 11 E caftigando os muytas vezes por todas as Synagogas, a blas-
íj- femar os forcei. E enfurecido demafiadamente contra elles, até
5nas cidades eítranhas os perfegui.
a A o que indo ainda a Damasco, com poder e comiílàõ d'os
Princepes d’os Sacerdotes:
•^.9:3. 13 ’Na metade do dia, vi’no caminho, óRey, thuáluz doceo,
que a 0 refplandor do foi fobrepujava, e a my, c a os que comigo
hiaó, com fua claridade rodeou.
14 E caindo nos todos em terra, ouvi huã voz que me fallava, e
em lingoa Hebraica dizia : Saulo, Saulo, porque me perfegues ?
Dura coufa te he dar couces contra os aguilhoens.
15 EdiíTeeu: Quem es, Senhor? EellediíTc: Eufoujefus, a
quem tu perfegues.
16 Mas levantate, e poemte fobre teus pees, porque para iífote
apareci, pera por miniftro e teftimunha te pôr, afli das couíàs que
ja tens vifto, como d’asemque [*Ma] te hei de aparecer:
17 Livrandote d'efte povo, e Gentes, aquem agorate en­
vio.
7/Sy. ío: ig para £ os olhos lhes abrires, e das efeuridades á luz, e dopo-'
der de Satanás a Deus converteres: peraque, remiíTaó dos pe­
cados , e forte entre os fanârificados em my pela fe recébaó.
19 Poloque, óReyAgrippa, á vifam celeftial desobediente naõ
fuy :
t A8 9:19- 20 e Antes primeiramente a os que em Damasco, e em Jerufalem ,
2S. e por toda a terra de Judea eftáó, e a as Gentes denunciei que fe
f12:I~ emmendaffem, e a Deus fe converteffem, fazendo obras dignas de
2I* converfaó.
f Aã. 11: 21 Por caufa difto f pegaram de my os Judeos ’no Templo , e
[me] procuráraó matar.
ai Porem, alcançando focorro de Deus, ainda até o dia de hoje
permaneço , teftificando, affi a pequenos, como a grandes: naó
dizendo nada de mais do que osProphetas e Moyfes difieraô que
avia de acontecer.
23 [cenvem afaber] que o Chrifto devia padecer, e o primeiro
da
S. APOSTOLO S. Cap. XX VI. ÍXf
1

á’a refurreiçaó dos mortos fendo, a luz a efte povo, e a as gentes,,


avia de denunciar.
24 E dizendo elle ifto em [fia] defenfa, difle Fefto em alta voz:
Treívalias, Paulo, as muytas letras te fazem tresvaliar.
25 Porem elle: Naó tresvalio, difle, ó potentiffimo Feftoj po­
rem fallo palavras de verdade, e de hum faaó juizo.
26 Porque el Rey, a quem ufando de oufadia fallo, íàbe [ muy bem ]
d’eftas coufasj pois naó creyo que nada d’ifto fe lhe oculte: s queí7M-í
naó fe fez ifto em algum canto.
17 Crcs tu, ó Rey Agrippa, a os Prophetas ? Bem fei que os
crees.
28 E difle Agrippa a Paulo : Por pouco me * perfuadirás a que * Gr. /«r- -
me faça Chriftaó. z fiades,
2? E difle Paulo: h * Prouvera a Deus que , ou por pouco, .ou $ x«
por muyto, naó fomente tu , porem também todos quantos hoje # q' B
ouvindo me eftáõ, excepto cftas cadeas, taes, qual eu fou, vos wèáraeM
tornareis. fara com
jo E dizendo elle ifto, levantoufe el Rey, e o Prefidente, e j>eus
Bernice, eos que com elles aflentados eftávaó.
31 E apartandofe a huâ banda, fallávaó huns com os outros ,
dizendo, í Nada efte homem faz, de morte, ou de prifoens*1;••
digno. ^25:25.
qx E difle Agrippa a Fefto: Bem fe podia efte homem foltar, fe
a Ceíãr apellado naó ouvéra.
r
jtá A C T O S D 0 S

Capitulo XXVII.
1 Leva o Centuriai Julio a Paulo juntamente com outros prefos pera Roma; 2 E>
embarcado com eUesem hua nao Adramytina e acompanhado de Ariftarcho > chega
a Sidon, 4 E pajjdndò d baixo de Cypro vem a Myra. ó Navégaõ dali
com huã nao Alexandrina j paffaõ apenas em fronte de Cnido e a baixo,
de Creta > e chegao a os Bons portos» 9 Aonde Paulo aconfelha a o Cen-
turiao de invernar pela importunidade do tempo» n Mas o Centuriaô daiuto
wais credito a o Mestre, e Piloto navega mais avante» ij Pajfaõ a Creta achai
hua grande tempestade 3 e andaõ cofleando a Ilha que fe chama Clauda. 1? JS
confrangidos pela tempefiade lanpdõ da nao a armapady 21 Amoefta Paulo a
todos de ter bom animo > porquanto Deus por hum Anjo lhe avifado tinha que
nenhum d^lles pereceria. 29 Lançaõ da popa quatro ancoras» 30 Procuraõ
tos marinheiros fogir da nao com 0 batel. 51 0 que Paulo impede 5 e exhortA
a tsdos que comejfem algud couza^ como também fazem. 58 LançaÕ 0 trigo a 0
mar. 41 A nao perece. 42. Oj foldados querem matar a os prefos * 0 que £
Centuriaô impede: 43 E todos nadao para terra e fe falvcdL

1 p como fe determinou, que aviamos de navegar pera Italia, en-


*”* trègáraó a Paulo, c a alguns outros prefos, a hum Centuriaô ,.
por nome Julio, do esquadraó Imperial.
«2.0.11; a a E embarcandonos em hu navio Adramytino, avendo de nave-
->■ gar por junto a os lugares de Afia, nos partimos, cftando [juwía-
iuevtecom nofco Ariftarcho, o Macedonio de Thefiàlonica.
i Acf. 24: 3 Ê o [.<&»] feguinte chegamos a Sidon: E Julio £ tratando hu-
a? manamente a Paulo , permitiu \_lhe] que fofie a os amigos , para
*28; ió< cuidado £/«•«»].
4 E partindo d’ali, fomos navegando a baixo de Cypro, por­
quanto os ventos eraó contrários.
5 E avendo paliado o Mar d’o longo de Cilicia ePamphylia, vie­
mos a Myra em Lycia.
6 E achando o Centuriaô ali hú navio Alexandrino, que para
Italia navegava, nos fez ’nelle embarcar.
7 E indo ja por muytos dias vágarofamente navegando, e aven-
lo a penas em fronte de Cnido chegado, naô nolo pçrmitindo e
vento, navegamos a baixo de Creta, em fronte de Sahnone.
8 E apenas cofteandoa, chegamos a hú certo lugar, chamado
os Bons portos, perto do qual eftava a cidade de Lafea.
p E paliado muyto tempo, edfcndo a navegaçaõ ja perigofa, por
quanto também ja o jejum paliado era ? Paulo os amocliava,
jo D1-.
S. A P O S T Q L o s. Cap. XXVII. f tf.
10 Dizendo lhes: Varoens, bem vejo que com incomodo, e
muvto dãno, naô fó d’a carga, ed’o navio, porem também de no(*
fas vidas, averá de fer a navegaçaõ.
11 Porem o Centuriaó cria mais a o Piloto e a o Meftre, do que
a 0 que Paulo dizia.
ix E naô lendo aquelle porto acomodado pera invemar, foraõ
os mais de parecer de ainda d’ali paliar, a ver fe a Phenix chegar pu-
deífem, a invernarem ali, que he hú porto deCreta que atenta pa­
ra a banda do vento Africo , e do Choro.
i? E ventando ja brandamente o fui, pareceu lhes que ja tinhaõ
o que intentávaõ , e dando á vela, foraõ de bem perto cofteande
á Creta.
«4 Porem naõ muyto despois deu ’nella hum * pé de Vento, cha-
mado Euroclydon.
i$ E fendo o navio d’elle arrebatado, e naó podendo navegar
contra o vento, dando de maõ a tudo, nos [_deixamt>s j ir á tóa.
16 E correndo a baixo de hua pequena ilha, chamada Clauda,
apenas pudemos ganhar o batel.
17 O qual tomado a riba, uláraó de [Wwj os remedios, cin­
gindo o navio, e temendo darem á cofta em Syrte, amainadas as
velas, fe [ deíxdraõ ] afli ir á tóa.
iS E andando ja vehementemente balanceados, de huã tempe-
fiade, o dia feguinte aleviáraõ [imvío~\.
19 Eao terceiro nos mefmos com nolTas próprias maõs
lançamos d’o navio a armaçaó.
20 E naõ aparecendo ainda foi nem eftrellas ja muytos dias avia,
c oprimindo huá tempeftade naõ pequena, jatoda acíperan-
ça de a iàlvamâjtto irmos fe nos tirou.
xi E ãveado ja muyto que fe naõ comia, cntonces pondofe Pau­
lo em pé no meyo d’elles, diflè: Em verdade que razam ouvera
lido, ó varoens, averme ouvido a my, e naõ partir fede Creta, e ■
evitar [ ./■z] efte incomodo, e ella perdiçaõ.
22 Porem agora vos amoéfto que bom animo tenhaes $ porquene-
nhuâ perda averá da vida [dea/gum] devosoutros, fenaõ fomente .
d*o navio. 1
23 Porqe efta mefma noite efteve comigo o Anjo d’o Deus, cujo >
fou, e a quem firvo, \
14 Dizendq, Paulo naõ temas: Jmporta que a Cefar fejas apre-
fentado: c vâfaqui Deus te tem dado a todos quantos comtigo na-
♦ yégaõ. x 4* Ea
Rr 1 a< Pqj>. *
3i8 ACTOSDOS
xy Portanto, ó varoens, tende bom animo ; porque a Deus
creyo, que afli ha de fer, como a my dito me foy.
tAB.zV.i. 16 Porem he necefíario que c vamos dar em huá ilha.
17 Vinda pois a catorzena noite, fendo ’no mar Adriático, d«
huâ para a outra banda a toa lançados, lá pela meya noite fuspeitá-
jaó os marinheiros que alguâ terra fe lhes chegava.
2.8 E lançando o prumo, acháraó vinte braçasj e paílàndo hum
pouco mais a diante, tornando a lançar 0 prumo, acháraó quinze
braças.
29 E temendo ir dar em alguns lugares afperos, lançáraó da po*
pa quatro ancoras, defejando que ja o dia vieífe.
?o Procurando porem os marinheiros fogir do navio, eguindan­
do 0 batel a 0 mar, como que queriaô largar as ancoras da proa,
» 31 Diífe Paulo a 0 Centuriaó, c a os foldados: Sc eíles’no navio
naó ficarem, naó vos podeis vosoutros falvar.
32 Entonces os foldados cortáraó os cabos do batel, c deixáraõ
o cair.
33 E entre tanto que o dia vinha, exhortava Paulo a todos que
comeífem *alguâ couíà, dizendo: Hoje heja o catorzeno dia que
ainda efpcrando, *fem comer permaneceis , naó avendo nada *pro«
minto. vado.
, Ou, em por tant0 amoefto vos que alguâ coufa coniaes, pois para
♦Ou v°A'a ^aut^e importa 3 que ne d hum cabello da cabeça de nenhum
‘ ou> ’ffe_ de vosoutros ha de cair.
>
fiado. ° 3S E avendo dito ifto, e tomando o paó, e deu graças a Deus
dMatt.iv. em prefénça de todos: e partindo comecou a comer.
3o- 36 E tendo ja todos com animo, puféraõ fe também a comer.
• L Sam'9: 37 E éramos por todos, ’no navio, duzentas e fetcnta c feis al-
mas*
38 Eabaftadosja de comer, aleviáraõ o navio, lançando o trigo
ao mar.
39 E vindo ja o dia, naó conheciaó a terra: cnxergáraó porem
huã enfeada qúe tinha praya, ’na qual foraô de parecer, fe pudcs*
fem, de com o navio irem dar.
40 E levantando as ancoras, deixáraô o ir a o mar , largando
também as amarras dos lemes, e alçando a velamayor a 0 vento,
foraó fe a dar com elle ’na praya.
/t.Cer iv. 41 f Dando porem cm hum lugar de dons mares, cncalháraó ali
?S«. o navio: e fixa a proa, ficou únmovcl, porém a popa lê abria com
a força das ondas, & Eu-
S. APOSTOLO S. Gap.XXVIII, 3Xf
41 Entonces fby o confelho dos foldados, que a os prefos inatas*
ícm, peraque nenhum eicapando â nado, fugiíTe.
43 Porem querendo o Ccnturiaó falvar a Paulo , eftorvou lhes
efte intento : e mandou que os que pudeílèm nadar 9 primeiro •
wr] íe lançaffem, e a terra faiflèm.
44 E os de mais, huns em taboas, e outros em coufas d’e navio*
E aili aconteceu, que todos em terra fe falváraõ.

Capitulo XXVIII.
Paulo com fieus companheiros [alvamente a Ilha que fe chama MeRtà J
X Chega “
aonde todos humanamente faõ recebidos. 3 Sahiu do fogo acendido bua hibora^
acometeu a mao de Paulo * ficou dependurada dlella * pois5 facudindo elle a befta
9no fogo* nao padeceu nenhum mafi 6 Polo que os da Ilha 3 admirando fe* tem
0 por Deus. 7 Sara Paulo a 0 pae de Publio de febres e defienteria* e a muytos
dos da Ilha de finas enfermidades♦ 12 Sendo pois ali tres mefies bem agafialho*
dos > navegaõ para Italia alem de Sqracufia * a Regio j a ali a Puteolos e pajjan*
do a praça de Appio e a das tres Fendas * chegao a Roma. 16 Aonde Paula
a 0 Geral dos exercitos he entregado e de hum Soldado guardado, 17 Convoca
elle a os Principaes dos fiudeos e conta lhes porque affi prezo a Roma enviado
era. 21 Elles nao avendo d1*3456*i[fio recebido novas nenbuds 4 defiejao de entender
feu parecer da. Religião. 23 O que Paulo em grande congregação dos Judeos*
desde pela manha# até atarde * declara y provando de Moyjes e dos Prophetas
que Jefius era 0 Chrifio. 24 O que huns crem e outros nao. 2$ A os quaes
Paulo com a palavra de Deus reprende e lhes prediz que fieriao engeitados e os
Gentios em fieu lugar aceitados. 30 Ricafie Paulo ali dous annos pregando oufi&*
demente e Jem impedimento algum a doutrina do Senhor Jefius Chrifto.

1 P avendo efeapado, entonces entenderão que » a Ilhafe chama- * ^5, •


va Melita.
x E ufáraô os Barbaros com nofco de naõ comua humanidade.
Porque acendendo hum grande fogo, nos recolherão a todos, por
caufa d’a chuva que fobrevinha, c por amor do frio.
5 E avendo Paulo achegado cantidade de vides, e pondo as ’ne
fogo, faindo da quentura huá bibora, lhe acometeu ámaó.
4 É vendolhe os Bárbaros a beíta dependurada da maó, diziam
huns a os outros: Certamente homicida he efte homem, a o qual
d’o mar efeapando, a vingança viver naõ deixa. ' .
5 Porem lacudindo elle abefla ’nofogo, i> nenhum mal padeceu. /Mtrt.lCi
6 E elles efperávaó que fé avia de inchar, ou cair morto de re- iS.
pente. Porem avendo ja eíperado muyto, e vendo que nenhum ioi 9‘
incomodo lhe fobrevinha, mudados c diziaõ, que era* Aã- 14í
Deus. 7 E 1J'
I

7 E ali perto d’aquelle mefmo lugar tinha huãs herdades o prín«


®ipal d’a ilha, por nome Publio 5 0 qual lios recebeu , e por tres
dias benignamente nos hofpedou.
dMatt.l; s E aconteceu que eftava o pae de Publio de cama, ^enfermode
14. febres, edeíenteria; a 0 qual Paulo entrou5 e avendo orado, pós
as maós fobre elle, e curou o.

tinhaó enfermidades, e faráraõ.


10 Os quaes também nos honráraó commuytashonras: eavendo
de navegar, provéraó das coufas neceflarias.
’ n E tres meies despois, nos partimos em hú navio Alexandri­
no, que ’nailha invêrnára: a qual tinha por infignia, Caftor, e
Pollux.
12 E chegando â Syracufa, ficamos nos tres dias.
>3 D’onde indo cofteando, viemos a Rhegio •> e hum dia despois
* Ou,"»’»-* ventando 0 fui, viemos 0 fegundo dia'a Puteolos.
ityoufei- 14 Aonde achando [a/guw] irmaós, rogáraõ nos que por fete dias
t0, com elles nos ficaffemos, e aífi a Roma viemos.
_ * - A M A

1$ E ouvindo os irmaós novos de nosoutros, desde lá a o encontro


nos faíraõ até a praça de Appio, e a as tres Vendas, e vendo os
Paulo , deu graças a Deus, e tomou animo.
e AS. 24: íó É como chegamos a Roma, entregou o Centuriaõ os prelos
1 ’■ ., ao Geral dos exércitos: eporem a lhe permitiu morar
e 27 •’3- r ______ _______________i ______ _
s' bre fi â parte, com 0 foldado que o guardava.
a

17 E aconteceu que, tres dias despois, convocou Paulo a os que


os principaes dos Judeos eraõ $ e juntos elles, diílélhes: Varoeqs
/ AS. 24 : irmaós, /naõ avendo eu feito nada contra o povo, ou contra os

’■ 'maós dos Romanos.


18 Os quaes, avendome examinado, [me] queriaó foltar , por
em my nenhú crime de morte avér.
19 Porem contradizendo [0] os Judeos, me foy forçofo apellar
a Cefar: naó [porem] como que tenha de que aminhanaçaó aoular.
20 Affi que por efta cauía a my chamado vos tenho, pera [wj
•AS 23:6. vér e fallar: g porque pola efperança de Ifrael eftou eu dVfia cadea
e 24: ii. rodeado.
21 Porem elles lhe difleraõ : Nosoutros nem deJudea cartas al-
guãs acerca de ty recebemos, nem vindo aqui algum dos irmaós,
denunciou nem fidlou.
ai Po-
1

S. APOSTO LOS. Çap. XXVIII.


22 Porem bem quiferamos ouvir de ty o que fintes: porque *
quanto a efta fedia, notorio nos he, que em todo lugar fe lhe con?
tradiz.
. 25 E avendolhe elles affinalado hum dia, viéraõ a elle muytos á
poufada j aos quaes, teftificando oReyno de Deus, declarava,
e á fe de Jefus perfuadilos procurava, «affi pelaLey de Moyfes,^ :
como Prophetas, defde pela manhaã até a tarde. •
24 i E bem criaó alguns o que fe dizia $ porem os outros naõ **x:.x*‘
criam. ■ f49:ic"
25 E como ficáraõ entre fi difcordes, defpediraÕ fe, dizendo Deut. 18 ♦
Paulo efta palavra: Que bem fallou o Efpirito Sanóto por Ifayas o iç.
Propheta a noífos paes, 7•
26 Dizendo: k Vae a efte povo, e dize: De ouvido ouvireis, e
em maneira nenhuá entendereis: e vendo, vereis, e em maneira^*
' nenhuá enxergareis. . 4:2.
27 Porque engroffado eftá d’efte povo o coraçaõ, e dos ouvidos «7; «7: *14^
i4-
pefadamente oúvíraó, e os olhos fechãraõ; paraque nunca d’os olhos e$>: $.
vejaò, nem d’os ouvidos ouçaó , nem d’o coraçaó entendaõ, e fe e 40:10.
convertaó, e eu os cúre.
28 Scia vos pois notorio, que a as Gentes he enviada efta íàlvaçaõ
de Deus $ e ellas [/J ouvirão. 23.
29 E avendo elle dito ifto, foraõ fe os Judeos, tendo entre fi ^7124;
muyta contenda. Das. 9:24.
30 E Paulo fe ficou dous annos inteiros em feu proprio aluguer: Mkh.'p, 20;
c recebia a todos quantos a elle vinhaô: *
31 Pregando 0 Reyno de Deus, e enfinando com toda oufadia^A .
as coiríàsao Senhor Jefu Chrifto pertencentes, fem impedimento Eze^
alguma'< * • 2.
Matt. 13; 14. Jfare.4: 12. Lw.Sllo. Jaa.12: 49’ 2iow.II: 8.

’ Fim dos ASos dos faisSos Afoficias.

. §f
*

E P I S T
D O

APOSTOLO 4

A O S
ROMA NOS.
■*(

Capitulo!
3 A introdução defia Ppiftola ? em que fi declara 4 que he o Escrivão della^ a
faber Paulo 4 que feu ojficio^ vocaçaí > e a doutrina da peffea de Chrilto. breve*
mente aponta» 6 As peffoas a quem efcreve e o louvor de fua fé delias ? q Sua
affeiçao pera vir a eies, e lhes pregar oEuangelho também como a outros 3 fera
confirmdlos e deDes fer confirmado, 16 Despois propoem a verdadeira doutrina
da pufiificaçao dos homens diante de Deus pela fé 3 provando a com hum paffe
da E/critura Sagrada» 18 Redargue a perverfd opinião de outros 3 e prova que
os Gentios pelia luz de natureza nao poffao fier yuPtificados diante de Deus».
I? Porquanto oprimem a efifa luz 3 e o conhecimento 3 que de Deus tem , para
idolatria abufao. 24 Polo que fao entregados em hum fintido perverjb, 2$ E
efiao cheyos em feu viver de todas as abominapoens * que em huã longa indica
relata' XífUi Zoíí^O
» Aã. 9:1 l"! aulo fervo de Jefu Chrifto, chamado Apoâolo a lêparado
a o Euangelho de Deus,
Gal\-il •*" 2 (Que d’antes por feus Prophetas cm as fan&as Efcri.
jGf’Situras avia prometido).
is- ? Acerca defeuFilho (quefoy feito«dafemente de Davidfeguado
e21:18. a carne:
*16: 4- 4 [£] declarado «'Filho de Deus em potência, íègundo o
e-i9 ’<>• Efni.
jr 2. Som. 7: 12. Ijay.412 «7II4- '9:5. *4otI©. ferem,
ej; 14 E«ec^J4:iJ. «57^4. £>«*.9 24. Mkh.y.ztí. ciAatt.v. 1. I&c.y^z.
Í12.2J. 2. 7/ZÍ42.8. 9.5. e 5*4» 5* 21 19*
Hem.d; 5. l.foa.?;2«k
A O S R O M A N O S. Cap. I.
Efpirito de fanótificaçaó, pela refurreiçam dos mortos) [convim 4
faber] Jefu Chrifto Senhor nofío.
y (Pelo qual recebemos a graça, e 0 Apoftolado, pera a obediên­
cia da fé entre todas as gentes, por feu nome.
e Entre as quaesfois vos também, [w] chamados de Jefu Chrifto.)
7 A todos os que eftaes eín Roma, amados de Deus, [?] e chã- ei.Cw.lii.
mados fanâos: Graça e paz de Deus nofío Pae, e do Senhor Jeíii Efbefiti.
Chrifto ajaes. * Pre~
8 Primeiramente dou graças a meu Deus por Jefu Chrifto acerca
de todos vosoutros, [deJ que vofía fé he * denunciada em todo o
mundo. godo.
9 Porque / minha teftimunha he Deus, g a quem firvo em meu fRom.y. 1.
efpirito ’no Euangelho de feu Filho, como fem ceflàr de vos me 1.0.1:13.
lembro.
10 h Rogando fempre em minhas oraçoés, fe porventura em al-
gum tempo boa ocafiamfe me dé, gela de vontade de Deus, avos- i^helfis.
tros [foder] vir. gi.Tcm.lt
11 i Porque defejo de vos vér, k pera algum dom efpiritual vos 3.
repartir, peraque confortados fejaes. Z>.Rw».iç:
n Ifto he, peraque juntamente com voíco coníolado feja, pela .
fé mutua, affi vofía, como minha. z t.TheJJ.y
13 Porem irmaôs, naó quero que ignoreis, Zquemuytas vezes
propus de a vosoutros vir (fuy porem até agora eftorvado), peraque '
também algum fruito entre vosoutros tivcflè, como também cnxxeiijhejf.it
as de mais Gentes. 18.
14 ® Affi a Gregos como a Barbaros, afíi a lábios como a naó mi.Cw.9i
lábios, devedor fou.
15 Afli que, quanto a my, preftes eftou, pera também a os que
em Roma eftaes, o Euangelho vos denunciar.
16 n Porque naó me envergonho do Euangelho de Chrifto,4®:
0 pois he a potência de Deus para falvaçaó * de todo aquelle que cré l0,
9 i.Tcm.T. S.
d’o Judeo primeiramente, e [tombem] d’o Grego. ol.Cw.lt
17 ? Porque ’nelle fe defcobre a Juftiça de Deus de fé em fé: co­ 18.
mo eftá efcrito: q Mas o jufto vivirá d’a fé. eiç: 1.
18 Porque a ira de Deus fe manifefta d’o Ceo íobre toda a impie-*-^^^*
dade c injuftiça dos homens, que a verdade em injuftiça de tem. í Rom’ 3•
19 ' Porquanto o que de Deus conhecer fe pode, ^ellesmanifefto-^J*
eftá: porque Deus Jh’o manifeftou. «iw«i;
Sf1 20 j Por-2 4,
3:3 <5. Gel. 3: II. Hebr. lo: 3$. r 48.14:17.
í
EPISTOLA DE S. PAULO
: 20 s Porque fuas coufas invifiveis, affi fua eterna potência, com®
z: fua divindade, pelas criaturas, défda criaçam do mundo, fe enten­
dem , e claramente fe vém, peraque inexeufaveis fiquem.
u Porquanto conhecendo a Deus, como a Deus naõ glori-
antes em feus difeurfos fe
Xo- céraó, e feu necio coracaõ fe entenebreceu.
21 * Publicando fe por fabios, fe tornaraó loucos.
icjjanào i? M p, mn<Hár«n a oloria d’o Deus incorruptível em femelhança

"27 ' quatro pees, e de reptiles.


24 Polo que também Deus os entregou ás concupifcenciasdefeus
coraçoens em immundicia, pera feus corpos entre fi envilecerem.
25' [cemo] aquelles que mudáraó a verdade de Deus em mentira,
w e honráraó e fervíram a a criatura mais que a 0 Criador, que ben­
dito deve fer eternamente, Amen.
.vL?wí.iS: 26 Polo que Deus os entregou « a afteétos * infames. Porqueaté
■« n2‘ 21" ^uas mulheres mudáraó 0 ufo natural, ’no contrario á natureza.
* Ou j,ííes- 27 g femelhantemente também os machos, deixando o ufo natu-
Mneftos. mujher, fe acenderam em fua fenfualid com os
*0u «is/?- outros, cometendo torpeza machos com machos, e a * recompen-
ia, que a feu erro convinha, em fi mesmos recebendo.

'maldade: chey os de inveja, homicidio, contenda, engano, ma­


lignidade.
;o Malfins, detractores, aborrecedores de Deus, injuriadores,
foberbos, prefuntuofos, inyentores de males, desobedientes a
paes e a maes:
31 Sem entendimento, quebrantadores de concertos, femafiè-
cto natural, irreconciliáveis, femmilêricordia.
32 Que fabendo o juro de Deus, ([4 Jaber] que os que tacs cou-
fas fazem, fam dignos de morte,) naõ fomente as fazem, j mastam-
7 tLtf.7:3 • bem d’os que as fazem fc agrádaô.
AOSROMANOS.Cap.il ?tj

C A P I T TJ L 0 II.
I Redargue Paulo a os que poriffo fe eftimávaõ jufios 3 porquanto taes abomina*
çoens publicamente naõ cometiao^ mas em outros coitdendwaÓ. 3 E a os quecui*
dávdõ que ’na graça de Deus > efidvaõ porquanto Deus lhes bem fazia 3nefie mun*
do» 5 Declara a 0 contrario 5 que Deus Jem aceitaçao de pejfoas a todos os ho­
mens ha de julgar 3 nai fegundo 0 exterior aparecer ou eftado^ mas fegundo fuc&g
obras affi externas como internas. II £ iftonau fomente a os Judeos que tinhao
a Dey efcrita j mas também a os Gentios que a nao tinhao* I? Nega que os
Judeos pelo conhecimento da Ley e informação dos ignorantes 3nella ? ou pela
circuncifaõ e outras prerogativas externas feriaojufíificados. 2,8 Enfnando quaes
fejaòos verdadeiros Judeos e a verdadeira circuncfaõ.
X ■p ortanto inexcufavel es, ó homem, quemquer que fejas, que
A [aos outrosJ julgas. « Porque n’aquillo que a o outro julgas a at.Satn.12'.
ty mesmo te condenas) pois tu que [aos outros! julgas, as meíinas í* • fgr

coufas fozes. " fS-ç.


2 E bem fabemos que o juízo de Deus hefegundo verdade, íò-
bre aquelles que taes coufas fozem.
5 E cuidas tu, ó homé, que a os, que taes coufas fozem, julgas,
que, fazendo as tu , d’o juizo de Deus escaparás ?
4 Ou defprezas tu as riquezas de fua benignidade, e paciência,
e £ longanimidade, c ignorando que a benignidade de Deus *'aarrc- íxPe^.g;
pedimento te encaminha ? 15.
5 Mas fegundo tua dureza, eteucoraçaõ impenitente, ^teathe-*^?^»-
fouras ira para o dia da ira, c da manifcftaçaó do jufto juizode ff™' *
Deus. c JÇp 30:
6 e O qual rccompenfará a cada hum fegundo fuas obras:
7 A faberaosque,comperfevcrançaembemfàzer,gloria, ehon- ia.
ra, eincorrupçaó procúraôj a vida eterna: eljal.621
8 / Mas a os que fam contenciofos, e desobedientes á verdade, K*.
e obedientes á injuftiça j indignaçaõ, eira. jer.17-.io.
9 Tribulacaô e anguíiia fobre toda alma d’o homem que o mal da^ltí*
obra, d’ojúdeo primeiramente, e d’o Grego:
10 Porem gloria, e honra, c paz a qualquer que o bem obra: a Rom. 14 *
9 Judeo primeiramente, e [tamíem] a o Grego. m.
n £ Porque naó ha aceitaçaó de pcífoas acerca de Deus. x*c®'* 3:
11 Porque todos os que femLey pecaram, fem Ley também pe-
teceram: e todos os que de baixo da Ley pecaram, pelaLeyjulgados^^**
leram, Sfj 13 A Por-
f 2. Thef. 1:8 g Deut. lo i 17. 1. Parai, 1917. 34 i X,. 43. lo: 34*
Gal.2-.G. Efloe/.6t$. l.Pedr.l-.xy.
3iS EPISTOLA DE S. PAULO
7: jj h (Porque naó os ouvidores d’a Ley fam juítos diante de Deus:
Xl- Mas os obradores d’a Ley haõ de fer juítificados.
*jõa‘v7 14 P°rclue ^^do as Gentes, que naó tem a Ley, fazem natu-
* *'7' ralmente as coulãs que fam da Ley; eftas, naó tendo Ley , pera fi
meímas Ley fam.
if \como J aquelles que a obra da Ley, em feus coraçoens efcrita
moftraõ, teftificando juntamente fua confciencia, e acufandofe ,
ou também efcufandofe entre fi [7è«r] peníãmentos.)
iMatt. 25: 1(5 ’ ’No dia em que Deus ha de julgar os fecretos. doshoméspor
31. Jefu Chrifto, fegundo meu Euangelho.
kRom.y.4. *7 Ves aqui tu te chamas por ibbrenome Judeo , * e te repoufas
na Ley, e em Deus te glorias:
* Oih&M- 18 E [fua J vontade fabes, e as couíàs discordantes * provas, fen-
viinas. do pela Ley inftruido.
19 E confias que es guia dos cegos, luz dos que em trevas eftam:
10 Inftruidór dos necios, Meftre dos ignorantes, [*] que tens
a forma d’a fciencia, e d’a verdade ’na Ley.
ar O que pois enfinas a outro, a ty mesmo te naó enfinas ? O
que pregas que naó fe ha de furtar, furtas?
21 O que dizes, que naó fe ha de adulterar, adulteras ? O que
os idolos abominas, íãcrilegio cometes ?
23 O que’na Ley te glorias, pela transgreflâm d’a Ley, aDeus
deshonras?
24 Porque blasfemado he o nome de Deus por caufâ de vosoutros
llfa.yX- entre as Gentes, l como eftá efcrito.
Ezech- 36; Porque bem he a circuncifaó proveitofa, fe tu a Ley *guar-
2? dáres: porem fe tu daLey transgreflor es, em prepucio tua circun-
*Ou5^"cifaõ fe torna.
26 Pois fe 0 prepucio os direitos da Ley guardar, naó ferá por
ventura feu prepucio por circunciíàm reputado ?
27 E fe o que de natureza he prepucio, a Ley cumpre, [»aê‘]
te julgará por ventura [ay ], que pela letra c circuncifam trans-
greflbr da Ley es?
mlw.Srjp. 18 m Porque naó hejudeo, o que em publico ohej nem circun-
Rom. f; 7.cifaó, a que em publico 0 he ’na carne:
n Deut. 10: 29 Mas Judeo he, o que em oculto 0 he, n e circuncifam, a que
i6- . decoraçaõ, em elpirito, [f] naó [w] letra 0 he: cujo louvor
lerem 4:4 na§ dos homens, fenaó de Deus.
PAzZj- 2.3. u J .
AOS ROMANOS, Cap.IIÍ.
C A n T V L 0 III.
í Moftra a Apoftolo a avantagem que os Judeos tem* J JS rejponde a alguas
blasphemas objeipoens >. que por ventura alguém de fua antecedente doutrina tirar
poderia 9 E prova com claros teftimunhos do Velho Teftamento 3 que bem e dir
reitamente dijfe > que também os mesmos Judeos JaÕ grandes transgrejfores da^Ley
de Deus. 2a Por ijfò conclue que ninguém pelas obras da T^ey fera jujlificado
diante de Deus» 21 Mas que Deus em fua palavra revelou outro modo de jufii*
fcaçaOi 22 Afaber a juftificaçao de graça pela fé em Chrifto Jefu > que por
féu fangue he feito noffd reconciliação com Deus. T] Polo que a gloria fao he
excluidai 29 Afji pera os Judeos» como também pera os Gregos ou Gentios»

1 Qual he logo a avantagem d’o Judeo ? Ou qual a utilidade d’a


v"\£ircuncifaó ? <
2 Muyta em toda maneira: Porque,« quanto a o primeiro, as pala- a
vras de Deus confiadas lhes foraõ.
3 Pois que ? Se alguns foraõ incrédulos , aniquilará fua incre- • 4*
duUde iií de Deus? *^-x»s
4 * Em maneira nenhuá: c Seja Deus antes verdadeiro , J e todo R . 6;
homem mentirofo > como eftá efcrito: e Paraque fejas juftificado 2 ríw.' 2:
em tuas palavras, e venças quando julgares. 13.
5 E fe nofía injuftiça a juftiça de Deus encarece , que diremos? *OuJZ)tw
Será por ventura Deus injufto trazendo irafobre [nos ]? (Comoho- Wi bar».
memfàllo.) /
6 Em maneira nenhuá: d’outro modo , como julgará Deus a o .
mundo? / rfP/áS
7 Porque fe a verdade de Deus, por minha mentira, para fua u.
gloria mais abundante foy, porque ainda também como pecador
julgado fou?
8 E naó [dizemos nos antes~\^ (como blasphemados fomos, e como
alguns dizem que dizemos:) Façamos males, peraque venham
bens? cujacondênaçaô he jufta.
9 Pois que? Somos nos mais excellentes ? em maneira nenhuá}
porque ja d’antes acufado temos , affi aJudeos , como a Gregos,
/ que todos debaixo de pecado efláó: '
Jt» Como eftá efcrito : g Naó ha jufto, nem ainda hum. Mt
n Naô ha ninguém que entenda, naó ba ninguém que a Deus 5-
busque. «51* 4»
it Todos fe apartáraõ, [ej juntamente foram feitos inúteis: naó
bem faça, naó ha nem [mú J até hum.
EPISTOLA DE S. PAULO <*
I

í Tfil. <>'. *3 Sepulcro aberto he fua garganta : Com fuas lingoas trataõ
io- enganofamente: i Peçonha de afpides eftá debaixo de feus beiços:
iPfal. 14°’> m k Cuja boca eftá cheya de maldiçaó e amargúra.
4- . 15 l Seus pees fam ligeiros pera derramar fangue.
I<’ Deftruiçaõ e miferia ha em feus caminhos.
1^59:7. *7 E 0 caminho de paz nao conheceram.
mPM 36 - lS m Naó ha temor de Deus diante de feus olhos.
a. 19 Ora nos fabemos que tudo 0 que a Ley diz, a os que eftám
♦ OuzC/íZ- debaixo d’aLey o diz, peraque toda boca fe tape, etodoomundo
* condenável [diante^ de Deus feja.
»G<?/.2.i . 2o n p0i0qUC nenhuã carne lerá juftificada diante d’elle pelas
hJ^Ís" °bras d’a Ley. » Porque pela Ley he 0 conhecimento d’o pecado.
? Rom. 1: 21 Mas agora /> fe manifeftou a juftiça de Deus fem a Ley, ten-
w 17. do teftimunho d’a Ley, e d’os Prophetas.
Ihil-i: 9- 22 Convém a faber a juftiça de Deus pela fé de JefuChrifto, pe­
ra todos, e fobre todos os que creem: porque naó ha differença.
2? Porque todos pecaram, e d’a gloria de Deus deftituidos eftám.
24 <1 Sendo juftificados *■ gratuitamente porfuagraça, pelare-
* Ou, De demçam que em Chrifto Jeíu eftá:
p™rntda, ? A o qual De.us propôs s [pw] reconciliação pela fé em feu
riCor- 5: fangue, pera demoftraçaó de fua juftiça, pela remifiàm dos pecados
19. ' d’antes cometidos, fob a paciência de Deus.
Cclojf.vio. 26 Pera demoftraçaó de fua juftiça ’nefte prefente tempo, pera-
Hebr.^.16. qlie ellejufto feja, e 0 que juftifica a o que d’a fé de Jeíus he.
1. Joa. 4: Aonde eftá logo a jactancia? Excluída he. Por qual Ley ?
p1®*, Das obras? Naó: fenaó pela Leyd’afé.
27 ‘ ’ 28 t Affi que concluímos, que 0 homéhejuftificadopelafé, fem
t 13: as obras d’aLey.
3S. 29 He Deus por ventura fomente [Dm] d’os Judeos ? E naó 0
Pow.8:3«he também d’as Gentes? certamente que também d’as Gentes [«A*].
GaL 2:16. Porquanto hum fó Deus ha, o qual d’a fé acircuncifaójuftifi-
^"'f^^cará, e pelafé a 0 prepucio.
31 Desfazemos logo a Leypela fé? Em maneira nenhuã: Antes
a Ley, cílabelecémos,
** 4 QX.RO MAN OS. Cap.iv, 32?

Capitulo IV.
I Adianta o Apoftolo e prova que o homem fe ju&ifique pela fé com o exemplo de
Abraham. 6 E o exemplo e teítimunho de David. $ Declara pela circunfian­
dado tempo em que Abraham recebeu o final dd circuncifaõ^ que nao fomente
et osJudeos y mas taobem a os Gentios a jufíifa. fe imputa pela fé. 1] Prova
também o mesmo d3a origem e firmeza d9a promeffa feita a Abraham 3 que feria
herdeiro d3o mundo. V? Defcreve despois a virtude e as propriedades d3a fé de
Abraham, 22 E teftifica que a jufiiça^ por efta fé lhe foy imputada, ij E
que fegundo (iu exemplo também imputarfeha a os que por Chrifio em Beus
crerdÕu

i /Yue diremos logo, * que Abraham noífo pae fegundo a carne »ifa. \ t -
xalcançou? 2.
2 Porque fe Abraham pelas obras juftificado foy, gloria tem, mas ♦
naõ acerca de Deus.
3 Porque, que dizaEfcritura? t Ecreu Abraham a Deus, e foy 15:6.
lhe imputado por juftiça. Gai- 3 •
4 Ora a aquelle que obra, naõ lhe heogalardaõ imputadofegun- I^A.23.
do graça, mas fegundo divida.
5 Porem a aquelle que naõ obra, mas cré n’aquellcque a oimpio
juftifica, fua fé lhe he imputada por juftiça.
6 Como também David por bemaventurado pronuncia a o homem,
a quem Deus imputa a juftiça fem as obras:
7 [ Dizendo], ‘ Bemaventurados aquelles, cujas maldades faõper- rp^zp;i’
doadas, e cujos pecados fam cubertos:
8 Bemaventurado o homem, a quem o Senhor 0 pecado naóim­
puta.
9 Pois eftá efta pronunciaçaõ de bemaventurança ] ’na
circucifaõ, ou também ’no prepucio? Porque dizemos que a fé foy
imputada por juftiça a Abraham.
10 Como pois [lhe ] foy imputada ? eftando ’na circuncifaõ, ou
’no prepucio ? Naó ’na circuncifaõ, fcnaõ ’no prepucio.
11 d E recebeu o final d’a circunciíãó [por] iello d’ajuftiça d’a^ffí». 17;
fé, aqual [imputada lhe foy], peraque foffe pae de todos os que crém 11.II.
eftando ’no prepucio, a fim que também a juftiça imputada lhes
feja:
12 E Pae d’a circuncifãm, £« faber ] d’aquelles que naõ fomente
fam d’a circuncifãm, mas que também andam em as piladas da fé de
noflo pae Abraham, que ’no prepucio fora.
Tt 13 Por»
n* EPISTOLA DE S. PAULO
i? Porque naô pela Ley a Abraham, ou a fuafemente [fw-
ta~] a promeffa que herdeiro do inundo feria, mas pelajuftiça
d’a fé.
?GaliS. 14. e Porque fe os que fam da Ley, herdeiros faõ , esvaecida hc
logo a fé, e aniquilada he a promeffa.
15 Porque a Ley óbra ira. f Porque aonde naô ha Ley, também
t naó ha tranfgreffaó.
s°" Portanto he pela fé, peraque feja fegundo graça j a fim quea
<?«/• ?: 1'9. promeffa firme a toda a femente feja, naó fomente a a que he d’a
(ipiy. 51: Ley, mas também a a que d’a fé de Abrahamhe, s 0 qual hePae de
2. nos todos: , •
hGe», 17: I7 (Como eftá efcrito: t> Por Pae de muytas gentes te pús) pe-
4" rante aquelle a o qual creu (aber\ Deus, que a os mortos vivifica,
* e a as coufas que naó fam chama, como que feja foffem.
18 O qual contra efperança, com efperança creu, que Pae de
muytas Gentes feito feria : conforme a o que dito fora: iAffi
ferá tua feméte.
19 E naófe enfraquecendo’na fé, perafeupropriocorpoja amor­
tecido naó atentou, pois ja de quaficemannosera, tampou­
co que a madrede Sara ja amortecida eftava.
k Joa. s : 20 k E naó duvidou d’a promefla de Deus pordefconfiança: Mas
5 5. foy esforçado ’na fé, dando gloria a Deus:
Hekr. 11: 2i l E eftando certiflimo de que o que prometido tinha também
/p1/1/poderofo era pera o íàzcr.
115.1 21 pojQ qUe tam5em imputado por juftiça lhe foy.
w Se». 15: a3 m Ora na-ó fó por elle efcrito eftá, que imputado lhe foffe:
6* 24 Mas também por nos, a os quaes \j«mbem\ imputado ferá ,‘
[afaber] a os que creem ’naquelle, que d’os mortos a Jefus noflo
Senhor relufcitou.
25 O qual foy entregue por noffos pecados, e refufcitou pera
ncffajuftificacaô.
A O S R 0 M A N 0 S. Cap. V. m
Capitulo V.
1 £0^04 Paulo , que fruitos precedem em nos feia fastificaçao d9a fé , afaber*
faz com Deus j paciência efperança e certeza fo amor de Deus* q Declara
4
despois os fundamentos dlefía efperança e certeza a faber * 0 tefiimunho d’e
DJpirito Saníio em nojfos coraçoens e a meditaçaS que Deus entregou a Chrifia
\a morte por nos y fendo nos ainda inimigos, 9 ÚEdiffo conclue que devamos g
eftar certificados de nojfa ferfeverança e que pojfamos delia gloriar em Deus,
12 Faz despois hua contrapofiçao entre Adam e Chrifto3 e tefifica 3 que como
pela transgrejjao de Adam 0 pecado e a morte viérao fobre todos os homens 5 ajfi
também a fifiiça e a vida virão fobre muytos feia obediência de Chrifto* 20 Fi-
nalmente declara for qual fim a Ley he dada.

i * Çendo poisjuftificados pela fé, temos paz pera comDeus por a


u noffo Senhor Jefu Chrifto.
* í Pelo qual também temos entrada pela fé a efta graça, em
qual c firmes eftamos, e d nos gloriamos ’na efperança da gloria dtEpkfz-.i jt
DeUS. bloa*lQ*.%
j E nao fomente [/£*], emas também nos gloriamos ’nastribula-
çoês: fabendo que a tribulaçaõ obra paciência: z 24
4 Ea paciência expcriencia, ea expcriencia efperança: w;
5 E a efperança naõ confunde , porquanto o amor de Deus eíta Hebr* 10:
derramado em noffos coraçoés pelo Efpirito Sanâro que nos he dado.
6 f Porque Chriílo , eftando nos ainda infirmos y morreu a feuc ^^51
tempo polos Ímpios. _ ^#6.
7 Porque apenas morrera alguém por num jufto: porque polo eiaco^ã.v'.
bom poderá fer que alguém oulará também morrer. fEphêf. z;
8 Mas Deus * encarece lua charidade pera com nofco , em que i.
Chrifto g por nos morreu, fendo nos ainda pecadores. Cehjfafy
9 Logo muyto mais agora , fendo ja juftificados em feu langue, Heír.9;i$.
ferémos por elle laivos da ira. *• i•
10 Porque fe fendo nos [anula] inimigos, fomos reconciliados
com Deus pela morte de feu Filho $ muyto mais, fendo ja reconci- s * '
liados, ferémos laivos por fua vida. i.pãr- 3:
u E naó fomente [{/M, mas também nos gloriamos em Deus is.
por noflò Snor Jefu Chrifto: pelo qual agora a reconciliação alcan- * Ou, ant-_
çamos.
ia Poloque, como *por humhome entrou o pecado’no mundo, .
e pelo pecado * a morte, * affi também a morte paliou a todos
EPISTOLA DE S. P A U LO 7
ij Porque até a Ley} eftáva o pecado ’no inundo: porem o pe*
cado naó he imputado, naó avendo Ley.
14 Mas a morte reynou defde Adam atéMoyfes, atéfobreaquel-*:
les que naó pecáraõ á femelhança d’a transgreffam de Adam, o
qual he figura d’aquelle que avia de vir. '
1$ Mas naó he 0 dom. gratuito, como a offeníà. Porque fe pe­
la offenfa de hum muytos morréraó , muyto mais a graça de Deus,
e 0 dom pela graça, que dehum homem Jefu Chrifto he, fobremuy-
tos abundado tem.
E naó he 0 dom como [a ofiz/à] por hum que pecou. Porque
bem he a culpa de huã fó [offenfa] pera condénaçaó : Mas o dona
gratuito he de muy tas offenfas pera juftificaçaó.
17 Porque fe pela offenfa de hum, a morte por aquelle hum rey-
nou; muyto mais os que recebem a abundanciad’agraça, edodom
da juftiça , reynaráó em vida por eftoutro hum, [convém a fakr]
Jefu Chrifto.
15 Affi que como por huá offenfa [wje a culpa] fobre todos osho-
, mens pera condénaçaó , affi também por huã juftiça [vem a grafa]
fobre todos os homens para juftificaçaó de vida.
ip Porque como pela delbbedienciad’aquellehum homem , muy­
tos foram feitos pecadores j affipela obediênciadcftoutrohum, muy­
tos ferám feitos juftos.
15: 20 k Porem de mais d’ifto entrou a Ley, peraque a offeníà abun-
22. daffe: /Mas aonde o pecado abundou, [*ti] fobreabundouagraça.
4: 21 Peraque como o pecado reynou pera morte, affi reynaflètam-
• 19 bem a graça por juftiça pera vida eterna, por Jefu Chrifto Senhor
'lLuc.^7. n°ff°‘
AOS ROMANOS. Cap.VI. m

Capitulo VI?
I Enfiãa 9 Apoftolo desd’aqui for diante , que os que feia fé em Chrifto fdo jufti-
ficados também fe renovem e fdnftifiquem pela virtude d*a morte e refurreiçao
de Chrifto, provando o feia ftgniftcaçao de noffo bautismo^ 5 Como tombem por
noffa união com Chrifto , polo que fomos mortos a 0 pecado com elle j e rejuscita-
dos fara hua vida nova. 9 Teftifica alem dliftoy que 5 como Chrifto morreu fo-
mente hua vez e for Adiante fempre vive em gloria, nos também afft, fe cre­
mos 5 morremos a 0 pecado > fera por adiante viver Jdnãamente. 12 Tira dfijfo
hua exhortaçaõ. comum > a (aber ? que 0 pecado naofe deva enfenhorearfobre nos 3 mas
nos Jobre 0 pecado. 15 E declara que a graça de Deus e a liberdade , em que
eftâmos > também fara ifjo mover nos deva, 21 Einalmente conforta efia faa
amoefiaçaõ^ feia meditaçao do fruito d’o pecado, que he a morte \ e dlo fim d"a
fanfiificaçao, que he a vida eterna > nosfde graça for Chrifio dada.

1 Oue diréroos 1°£° ? Permaneceremos em pecado , peraque a *


'^graça abunde ?
2 Em maneira nenhuá. Nos que à o pecado mortos eftamos ,
como ainda ’nelle vivirémos ? a Galat, j ;
3 Ou naó fabeis a que todos quantos cm Jefu Chrifto fomos bau- */•
tizados em fua morte bautizados fomos ? Colsf. 2 ;
4 d» Affi que eftamos fepultados com elle pelo bautifrno’na morte: g
peraque como Chrifto c refufcitou d’os mortos pera gloria d’oPae,
afti d andemos nos também em novidade de vida. í i<
5 e Porque fe com elle huá meíma pranta feitos fomos ’naconfor- dEp/af^-z
midade de fua morte, também [W conformidade de fua} refurreiçao 0 23-
ferémos. Colaf. 3;
6 Sabendo ifto, que noflb velho homem f com [^1 crucifica- t/,0' .
do foy, peraque 0 corpo do pecado desfeito feja: Paraque mais a jjp^ 2;fc
o pecado naó firvamos. <pKm8.ir.
7 g Porque 0 que ja he morto, juftificado eftá d^opecado. Colojf çu
8 h Ora fe ja com Chrifto morremos, cremos que também com
elle vivirémos.
9 í Sabendo que avendo Chrifto refufeitado d’os mortos, ja mais ‘
naó morre: ja a morte d’elle mais fe naó enfenhoréa. ’ ‘
i« k Porque que morreu, a 0 pecado hua vez morreu: e que vi-4.
ye» a Deus vive. 1.
n Afti também vos outros, fazei conta que em verdade ja a o h i.Tim. 2:
«ecado mortos eftaes: Mas a Deus vivendo em Jefu ChriftoSenhor n-
Joflô.
TM izPorH^A:
334 EPISTOLA DE S. PAULO
ii Por tanto nam reyne o pecado em voíTo corpo mortal, pera
lhe obedecer em fuas concupifcencias.
i? Nem tampouco aprefenteis voíTos membros a o pecado por
ZLw.i:74- inftrumencos de iniquidade: /Mas aprefentaevos a Deus, comofen-
jRow.ii: i. do de mortos [feíios] vivos, e voflòs membros por armas de juftiça
Galai, 2 . a Deus [a-prefintae].
*?• 'to. 14 P°rAue 0 pecado naõ fe enfenhoreará de vos outros 5 pois naõ
1 Pedríii- e^aes de baixo d’a Ley, fenaó de baixo d’a graça.
15 Pois que ? Pecaremos, porquanto naõ eíramos de baixo d’a
Ley fenaó de baixo d’a graça? Em maneira nenhuã.
«Io4.S:34. Nam fabeis vos, m que a quem vos aprefentardes por fervos
2. Pear. i. pCra ^e] obedecer, fois fervos d’aquelle a qué obedeceis, ou d’o
I,‘ pecado pera morte, ou d’a obediência pera juftiça?
17 Porem graças a Deus que [tem] éreis vos fervos d’o pecado:
Mas [pte agora] de coração obedeceflTes a a forma d’a doutrina, a
que entregues eftaes:
»iw.S.-j2. is » £ fendo libertos d’o pecado, fervos d’a juftiça feitos efttes.
Gpejr ‘i ’' 19 Como homem íàllo, pola fraqueza de vona carne. Que co-
' Z ‘ ’ mo aprefentaftes voflòs membros [pera] ferviré á immundicia e á
maldade pera maldade: Afli aprefentae agora voflòs membros
fervirem á juftiça em fanétificaçaõ.
34- i0 0 Porque quando éreis fervos de pecado, livres eftáveis d’a ju-
ftica.
« Pois que fruito tinheis entam d’as coufas de que agora vos en-
vergonhaes ? Porque o fim d’ellas hc a morte.
22 Mas agora, libertos d’o pecado, efeitos íèrvos de Deus, ten­
des voflò fruito em íãnétificaçaó , e [por] fim á vida eterna.
/ Gfw.2-.17. 13 p Porque o falario d’o pecado, he a morte: q Mas ó dom gra-
Rom. 5:12. tuito de Deus, he a vida eterna, por Jeíu Chrifto Senhor noflò.
I.Cor. 15:21. JW.mç.

Cul."
AOS ROMANOS. Cap.VIL- 33?
C A PI T U L O VII.
X Avendoja o Apofolo 3no Capitulo precedente declarado y que o pecado naS mais
fe enjenhoree Jobre os que em Chriíto efiaõ 5 como fe ewfenhorea Jobre osqueejlaõ
de baixo dd Ley^ prova ijfo pelo exemplo d3a Jo.ltura de hua mulher d>o Senho*
rio de Jeu marido pela morte d9o marido. 4 E aplica o a os regenitos* 7 Enjina
taobem por qual fim ferve a Ley ? e prova que a Ley nao he caufadora do pe*
cado em os irregenitos » ainda que o pecado Je enfenhoree febre elles pela Ley*
14 Defcreve dejpois a batalha entre a carne eoEfpiritoà e moftra o poder que o
refío d3a carne tem ainda contra o Espirite em os fieis. 24 Conclue efa decla*
raçaò tom queixa e defeco de totalmente fer livre defia batalha * dando junta*
mente graças a Deus pola redemçaõ ja feita.

1 Na° vos, irmaós, (porque com os que a Ley entendem


fallo) que a Ley fe enfenhorea d’o homê todo o tempo que
vive ? ♦
a a Porque a mulher que fob o marido eftá, vivendo o marido, a i.car. n
eftá lhe b obrigada pela Ley: porem morto o marido, livre eftá da 59.
Ley d’omarido. bi.Cor.y',
3 «Affi que vivendo o marido, ferá chamada adultera, fe de ou- 4-10-
tro marido for $ mas morto o marido , livre eftá d’a Ley : de ma-c Matt‘ :
neira que naó ferá adultera, fe de outro marido for.
4 Aflique, irmaós meus, d também vós mortos a a Ley eftaes dGaLv.19.
pelo corpo de Chrifto, peraque d’outro fejaes, [«jaber~\ d’aquelle Ptdr4'.i‘
que d’os mortos refufeitado foy, peraque a Deus frutifiquemos.
5 Porque quando ’na carne eftávamos, os affetos d’os pecados,
que faó pela Ley , em noflòs membros obrávaó, pera para a morte
frutificarem.
<5 Mas agora livres d’á Ley eftamos, fendo mortos a aquella, em
que reteudos eftávamos: aíli que firvimos*em novidade de Efpiri-1 Rm- m
to, e naó [m] em] velhice de letra.
letra 29
7 Que diremos logo ? He a Ley pecado ? Em maneira nenhuá: i*Cír^- ‘
f Antes eu naô conheci 0 pecado, íènaó pela Ley. Porque taópou- fR^m. 2 *
cofoubéra eu [^ejconcupifccncia^Woíw], feaLeynaódiflera? 2O< 2 ♦
g Naó cobiçarás. flebr.yttâ.
8 h Mas o pecado, tomado ocafiam pelo mandamento, em my g
toda concupifcencia obrou. Porque fem a Ley morto eftá o pecado.
9 E fem a Ley , vivia eu * algum tempo: Mas vindo o manda-
mento reviveo o pecado, porem eu morri. 4.2..' ’ *
J® E Remi* 15;
f 5: 20. Gal.$1?. * Ou, aniigamexte. ou3 9 tempo faffddo<
4

33Í EP-IS.TOLÀ .DE S; PAULO


io E o mandamento que era pera rida, me foy achado^pfira
morre.
n Porque o pecado tomando ocafiaó pelo mandamento, me en­
ganou, e por elle [w] matou.
í Afli que a Ley fandta he, e o mandamento fanéto, e jufto,
e bom.
13 Logo tornoufe me o bom em morte ? Em maneira nenhuá.
Mas o pecado me tomou em imrrtê^t peraque fe moftrafle [/èr] pe­
cado , obrandome a morte pelo bem : a fim que o pecado, pelo
mandamento, fe fizefíe exceflivamente pecante.
14 Porque bem fabemos que a Ley he efpiritual: Mas eu foucar-
kljay. « :nal, k vendido debaixo de pecado.
3- 15 Porque o que faço, naó o * aprovo. I Pois o que quero iflo
, ~u3 c0~ naó faço; mas o que aborreço, iflo faço.
ZgJ/vi" 16 É fe o que naó quero faço, confinto com a Ley, que he boa.
* /- 17 De maneira que agora ja eu mais aquillo naó faço, fenaõ o
pecado que em my habita.
w Ge». 6: 18 ™ Porque eu íei que em my, iftohe em minha carne, naóha-
5. bita bem algum : porque 0 querer em my eftá: porem effeituar o
eS: 21.bem, naó o * alcanço.
* Ou., acho. porque 0 bem que quero naó o faço 5 mas 0 mal que naó que­
ro , efle faço.
20 Ora fe eu o que naó quero faço, ja eu 0 naó fàço, fenaõ 0
pecado que em my habita.
21 Affi que efta Ley *7] acho, que quando 0 bemfazerque-
* Ou, eftá ro, o mal * me he proprio.
apegado.. ix » Porque prazer ’na Ley de Deus tenho fegundo 0 homem in-
*£péf/.3:terior.
#GaZ$:i7. 23 9 Mas vejo outra Ley em meus membros, que batalhacontra
* Ou\ani.a Ley de meu * entendimento, e me prende debaixo d’a Ley d’o
mo. pecado, que em meus membros eftá.
24 Miferavel homem de my 1 Quem me livrará d’o corpo d’côa
morte?
aç Graças dou a Deus por Jefu Chrifto Senhor noflò.
* Ou > a»i- 2<J Afli que eu mefmo com o * entendimento firyo a a Ley de
«0, Deus, mas com a carne a a Ley d’o pecado.

; Ca -
AOS ROMANOS. Çap. VIIL
Capitulo VIIL
I D*as coufas ate agora declaradas tira o dpojlolo tâa confolacfo 4 a faber 9 que
nenhuã condenauiõ ha fera os fieis. 4 E amoefia os com aiverfis motivos de
que nac andem fegundo a carne ? mas fegundo o Espirito* 17 Declara que a forte
dos fieis he padecer com Chrifto 3nefla vida 3 mas juntamente conforta os com a
grandeza da gloria que despois ha de feguir, iq E propoem lhes o exemplo de
toda criatura» a qual tem defejo natural delia. 23 Conjola os taôbem com a
ejperansa que elles mesmos delia tem. 16 E com a ajuda d3o Efpirito Sanélo
3na oraqao* 28 E juntamente com a certeza que y nab obftante fuas paixoens,
tem defiua eleicao 3 vocaçao > juftificaçab^ e glorificação. 5I Conclue efia con-
folaçaõ com a gloriaçaò em Chrifto contra toda a atufacaõ e impedimento. $7 E
os ajfegura que em tudo hao de vencer por Chrifto.

1 que a£ora nenhráí condenação ha pera os que em Chrifto ç -


xJefu eftam , que naô andaõ fegundo a carne, mas fegundo o
Efpirito. 21/ ‘
2 a Porque a Ley d’o Efpirito de vida, em Chrifto Jefu, me li- Galat r.
vrou d’a Ley d’o pecado, e d’a morte. l> Aci.13 :
3 h Porqueoque era impoffivel a a Ley, porquantopela carnein- 39-
firma eftava, enviando Deus a feu Filho em femelhança de carne?^^,^'
de pecado, e polo pecado, f condenou a o pecado em a carne.
4 Peraque o juro a’a Ley fe cumprifle em nos, que naô andamos 19.' *
fegundo a carne, mas fegundo o Elpirito. 11. Car^:
5 d Porque os que fegundo a carne iam , as coufàs d ’a carne * ima- «.
ginaô: mas os que fam fegundo 0 Efpirito , as coufas d’o Efpirito. 3/3*
6 Porque a * imaginacaó d’a carne, he morte 5 mas a imagina-
çaô d’o Efpirito , he vida e paz.
7 Porquanto a imaginação d’a carne he inimizade contra Deus: ♦ Ou,
Pois á Ley de Deus fe naô fugeita: porquanto também naô pode. tem.
8 Portanto os que 5na carne eftáõ, a Deus agradar naô podem. ♦ Ou ,yã-
9 Porem vosoutros naô eftaes ’na carne , lenam ’no Efpirito', fe ^7™*
he que 0 Efpirito de Deus * cm vos habita. Mas fe alguém o Efpi- e **
rito de Chrifto naô tem, o tal naô * he feu. « oa’5
10 E fe Chrifto em vosoutros eftá, morto em verdade eftáocor- pertence.
po por caufa d’o pecado 5 mas o Elpirito he vida por caufa d’a iu-fRom.6:4>
Éiça. 5»
n E fe o Efpirito d’aquellc que d’os mortos ajefusrefufcitou em
vos habita 5 f aquelle que a Chrifto d’os mortos refufcitou, também ’ ’
a volfos corpos mortaes rcíuscitará, por feu Elpirito 9 que cm vos
habita, Vv 12 Deo/í/ani
3?s EPISTOLA DE S. PAULO
11 De maneira, irmaós, que devedores fomos, naóaacarne,
pera viver fegundo a carne.
13 Porque fe fegundo a carne viverdes, morrereis: Mas fe pelo
Efpirito as operaçoens d’o corpo mortificardes, vivireis..
g Gaiata $: 14 g Porque todos quantos íam guiados pelo Efpirito de Deus,
iS* fam filhos de Deus.
£ I.Ctfr. 2 : 15 h Porque nam recebeftes 0 Efpirito de fervidam, para outra
I2« vez em temor [efar] 5 i porem recebeftes o Eípiritode adopçaõem
J*
Hlhos, Pe^° qual comamos , Abba, Pae. »

Qalat.$ :26.
16 k Ò meímo Efpirito teftifica com noffo efpirito , que fomos
e 4: 5.0.’ filhos de Deus.
^2.Cor. 1: 17 E le fomos filhos, fomos logo também herdeiros 5 herdeiros
F- de Deus, e coherdeiros de Chrifto: /fe porem com [eifej padece-
e5! S- . mos, peraque também com [eZfej glorificados fejamos.
I

tybef. I : iS m Porque para my por certo tenho que as affiiçoés d’efte pre-
*3-
f 4 ,* 20j fente tempo naó faô * pera contrapefar com a gloria que revelada
Iz. rirn. z:nos ha de fer. I

11. u. :19 Porque efperando , [mm] com cabeça levantada, espéraacri-


«Matt. 5: atura a manifeitacaó d’os filhos de Deus.
12. zo ~ ’
Porque a criatura .........................
fugeita á vaidade eftá, naó porfuavontade,
2. Cor< mas por caufa d’o que [_á wí^eja fugeitou.
37- 2 1 Com efperança que também a mefma criatura ferá liberta d’a
Thilip*
20. ’ fervidam de corrupção , pera a liberdade d’a gloria d’os filhos de
I. Pedr. 4: Deus.
13. 12 Porque bem fabemos que toda a criatura â hua fufpíra, ejun-
i.loa. 3:1. tamente até agora Qamv] com dores de parto eftá.
n _ 23 E naó fomente [effa j, mas também nos mefmcs , que as pri-
m’c^as h'o Eipirito temos , nos meímos [^gaj em nos mefmos lus-
tlóría&c, piramos, efperando a adopçaó em filhos [«wiw 41 faber J » aredem-
ou j çam de noffo corpo.
tmqarar 24 Porque em efperança falvos fomos. Ora a efperança que fe
vé, naó he efperança: Porque o que alguém vé, porque também
sLkí. 21: 0 efperará?
2 ' 25 Mas fe o que nam vemos esperamos, com paciência oefpe-
ramos.
26 E d’a mefma maneira também o Eipirito a noflàs fraquezas
e Matt.zo: ti^tamente] ajuda: 0 Porque naó fabemos, como convém, o que
n ‘ orar devemos; Mas o meímo Efpirito por nos com fuípiros ineffa-
Jacob. 4: j. veis intercede.
»7 E
AOS ROMANOS. Cap.VIII. W
27 E o que os corações efquadrinha, fabe qual a intenção d’o
Elpirito feja: Porquanto polos fanctos, fegundo Deus, intercede.
is E bem fabemos, que a os que a Deus amaõ todas as coufas
juntamente em bem ajudam , [mhw aa os que fe-
gundò [_/?«j propofito fam chamados.
29 Porque a os que d’antes conheceu, também os predeftinou,
para conformes a a imagé de feu Filho íerem , peraque p 0 primo- fCotyF* tf
genito entre muytos irmaõs feja.
30 E a os que predeftinou, a eíTes também chamou: e a os que
chamou, a efiès também juftificou: e a os quejuftificou, a cfiès tam­
bém glorificou.
31 Pois que á eftas coufas diremos? j Se Deushe por nos, quem j*.
ferá contra nos ? 8.
32 Aquelle que nem até a r íêu proprio Filho perdoou, antes por r Ge», ti­
nos todos o entregou: Como também com elle todas as coufas nos J*.

34 Quem he o que condenará ? Chrifto he o que morreu, e ofijàvw.s.


que mais he, o que também refuícitou: também á f mai
rei ta de Deus : 10 que também por nos intercede. *'•
3$ Quem nos apartará d’o amor de Chrifto ? Tribulação, ouan- '*
guftia, ou perfeguiçam, ou fome, ou nueza , ou perigo , ou
çfpada?
3 6 (Como eftá efcrito: «Porque por amor de ty todo 0 dia fomos uPfil. 44:
-4^ * õ * J

” 37 Antes em todas eftas coufas iomos mais que vencedores, por i-Cor- 4:9-
aquelle oue nos amou. 2 Cer 4:11.

nem Principados, nemPoteftades, nem o prefente, nem o por vir.


39 Nem altura, nem profundeza, nem alguá outra criatura apar­
tar nos poderá d’o amor de Deus, que em Çhrifto Jefu Senhor
noffocftá.

Vri Ca-
EPISTOLA DE S. PAULO

Capitulo IX.
* Teftifica t Apofiolo fia grande trijleza fibre o endurecimento d’os fudeos contra
Chrifio e fua doutrina, antecedente. 4 E relata a avantagem que Deus lhes deu
3no Velho Teflamento fobre outras nações ; 6 Prova que as prometas de Deus
toda via nao faõ inefficazes 3 porquanto nao a os filhos d’a carne > mas a os d’a
promeffa ? ifio he j a os eleitos > Jaõ feitas: provando o primeiramente com o
exemplo de IJmael e Ifaac., Io £ despois com o de Efau e Jatob. 14 Declara.
C. pelo exemplo de Moyfes e pharaõ > que Deus 3 elegindo a hum e regeitando a
outro > jempre he jufio. I? Refponde a huas objeiçoes &a carne > e mofira com
a femelhança de hum oleiro que Deus tem poder pera affi fazer. 24 Declara
juntamente que estes eleitos também efficazmente fe chamao de Deus , a/fi dfos
fudeos j como principalmente d’os Gentios. 25 E prova ifio por diverfos tefii-*
munhos d"os Prophetas. 30 Einalmente explica a próxima caujd por que osGen-
fios alcanpárao a jufiica pelo Meffas e a mor parte dlos Judeos d9ella alienados
fito.

aRom.I; a T^erdade digo em Chrifto, naóminto, (dando memihhacon-


2.Cor.I;22. ’ fciencia juntamente teftimunho pelo Efpirito fancto).
eir.31. 2 Que grande trifteza e continuo tormento em meu coraçaó tenho.
Ga/at.r.20. 3 b Porque [bem] defejára eu mcfmo de Chrifto feparado * fer
Philip.por meus irmaós, que meus parentes fegundo a carne lâm: »
I

l.Thefft-. 4 c Que * '


fam . ........................
11 raêlitas, d’os quaes he a adopçaó em filhos, e a
5- gloria , d e os concertos, e a data d’a Ley, e 0 culto £ divino], e
eS : 27.
bExod. 32:
1 as promeflas:
32. 5 D’os quaes . fam os paes . , e d’os quaes
. he Chrifto quanto á
Eom 10: n carne, i «c, e o qual he Deus fobre todos bendito eternamente : Amen. Atnen.
*O\i3Ana- 61 [o fie] porem naõ [^J/como fe a palavra de Deus descahi-
thtma. da ouvefie : \ Porque nem todos os que faó de Ifrael,
tDeut.-j;6.------
ifrael fam.
--------- ------- ----- 4

Rom. 2:17* 7 t>' N em por femente de Abraham ferem , por iflò todos filhos
e$ : 2. fam: i mas, em Ifaac te ferá chamada femente.
dEphef. 2;
12» 8 Ifto he, naõ os filhos d’a carne, fam os filhos de Deus: i mas
e Jer. 2 3 os filhos d’a promefla, por femente contados fam.
Joa. 1:1. '9 Porque efta he a palavra d’a promefla: /Perto d’efte tempo vi-
• 01______ 11_ /
^.20:28. rei, e Sara hum filho terá.k
Rom. 1:4. 10 E naó fomente 2 ® mas também Rebeca jjm»
Hebr. 1:8 quando de hum concebeu , fabtr de] noflo pae Ifaac.
9.10. 11 Porque naó fendo ainda ««ráw-j nacidos, nem bem j nem
fJHim 13:
19. mal
Rom. 3 • J.2. 77w.2::lJ-_g7M.8:;9. Rn» 2:28- h GaL-t-4"23. iGen.lisii. Ga/-$:if.
Jiebr. II: 18. k G«/. 4; 28» l Gew. 18; lo. » Gen. 25 ; 11,
A - AOS ROMANOS. Cap.IX. Ht
mal ãvendo feito , peraque o propofito de Deus, que he fègundo
a eleiçaô , [firme] ficafle , náó pelas obras, mas por aquelle que
chama:
12 Lhe foy dito : » O mayor fervirá a o menor. vGe». 2$ t
13 Como eftá efcrito: » A Jacob amei, e a Efau aborreci. .
14 Pois que diremos ? p Que há injuftiça acerca de Deus ? Em °^ae • '
maneiranenhuá. 1 „ p^r.3«
15 Pois a Moyfes diz ■ q Compadecer me hei d o que me compa- 4
decer, e mifericordia terei d’o que miíericordia tiver. 2.CZw»i>‘
16 Aflique naó d’o que quer, nem d’o que corre, fenaó 7*
de Deus que fe compadece. jW.34:w.
17 Porque a Efcritura diz a Pharaó : r Para ifto mefmo te levan-
tei, para em ty minha potência moftrar, e para que meu nome emf 9|
toda a terra denunciado feja. lo. * *
•18 Afli que d’o que quer fe compadece, e ao que quer endurece.
J9 Dirme has logo: Porque [pew] ainda fe queixa? Porque quem
a fua vontade r ejSíhio ?
20 Mas antes, ó homem, quem es tu, que contra Deus conte- flfqW-91
fies? J Porventura dirá a coufa formada a o que a formou, Porque 6.
afli me fízefte?
21 Ou naô tem o oleiro poder fobre o barro, pera de huá mes­
ma mafla fazer t hum vafo pera honra, e outro pera desh < r.u? t2.Tim,2',
12 E fe Deus, querendo moftrar [/«*] ira, e aar a conhecer fua ao*
potência, fuportou com muyta paciência os vafos de ira, pera per­
di çam preparados :
23 E para dar a»conhecer as riquezas de fua gloria ’nos valos de
mifericordia, que para gloria ja d’antes meparou?
2j. A os quaes também chamou, *í'aber\ a nos outros,
naó fomente d’entre os Judeos, mas também d’en^as Genres? «rjffyittíi
25 Como também em Ofeas diz : «Ao que meu povo naó éra *í
meu povo chamarei: e a a que amada naó era, amada [wtój. **
26 E fera , que ’no lugar, aonde dito lhes foy: * Vosoutros * p{Jr
meu povo naó fois, ahi filhos d’o Deus vivente chamados, feráó. ‘ ’ *
27 E também Iíãyas clama acerca de Uraèl: 7 Aindaqueonumc-yj/aj. 10:
ro d’os filhos de Ifraêl como a area d’o mar foflê , o reftante laivo 22.
ferá. •Osncwtó,
«8 Porque o Senhor dá fim., e o negocio em jufiiça * abrevia: ctr~
Pois hum negocio * abreviado fobre a terra íàrá.
a? E como lfayas d’antes diflê: «Se o Senhor *Zebaothfemente
VV 3 nos exeràti»,

EPISTOLA DE S. PAULO
tGetí. 15:nos naó deixara, « comoSodoma feitosforamos, e a Gomorrha fe-
M- melhantes feriamos..
^«7.13:19. pQ-s gUe tirámos ? Que as gentes que a juftiça naõ bufeávaó,
4*^ ' ajuftiça alcançáraó? [í/.] Porem a juítiça que he pela fé.
.Ezeckió: Mas Ifraêl, b que aLey d’a juftiçabuscava, a aLey d’a juftiça
46. naó chegou.
bRom. io: 31 Porque? Porque [4 bufiávaõ] naó pela fé, mas como pelas
2- obras d’a Ley: porque ’na pedra de tropeço tropeçáraó.
P/’1*7/* s- Como eftá eferito : « Eis que em Siaõ ponho a pedra de tro-
f 22 11 PeÇ° j e a rocha de efcaadalo : todo aquelle que ’nella crer,
J/ây. 8:14. confundido naõ fera.
ez8;ió. M»tt.2j;42. l.Pedr. 2: ff, d Pfil, 2;izi Prov. íffllo. Ifiy.l$;l6. Jer,!?;1],

CaPITULoX.
I Despois que « Apcf.ola teliificou de fia boa affeiçaô para os Judeos >.trata rnais
largamente à’a próxima cauza de fia contumácia d‘elles contra Chrifto, $ Pro­
põem então com a mefina palavra de Mmfes a differença entre a justiça d’a
Ley, que os Judeos abraçavasj e a juftiça d’a fé, que regeitávai , e defereve
a a ambas com fias propriedades, 12 Declara'que Deus agora chamtgpela pre­
gação d’o Euangelho, em todo 0 mundo, á fé em Chriíio, affi os Judeos , como
cs Gregos. 16 Mas que a mór parte d’os Judeos eras desobedientes, e os Gentios
a 0 contrario obedientes a efte chamamento. Ij E prova que ilto affi pelos Pra-
phetas predito era.

1 T rmaos, [ quanto á boa affeiçaô de meu coraçaó, e á oraçaó


oAãti-i Aque a Deus por Iíraél [pfí], pera fa^açaó he.
EÕm'r. 31. z Porque teftimunho lhes dou, de que a zelo de Deus tem, mas
Galat.4:i7. naõ com entendimento^
•Oufigei- 3 Porque n^ conhecendo a juftiça de Deus, e procurando fua
tos naõ própria juftiçOfcabelecer, a juftiça de Deus * fe naó fugeitaó.
, ^a0- 4 b Porque o fim d’a Ley he Chrifto, pera juftiça de iódoaqueL
' le que cré.
xaÍ3:iS. í Porque Moyfes defereve á_ juftiça que he pela Ley [dizendo;]
2. cor. 3 O homem que eftas coufas fizer, por ellas vivirá.
13. 6 Mas a juftiça que he pela fé, diz affi: d Nam digas em teuco*
Galat 3:24.raçaó, quem a o Ceo fubirá? iflb he [de riba] a Chrifto trazer.
7 Ou, quem a o abysmo defeenderá? iflb he d’os mortos aChri-
u. " fto a trazer tomar.
Galat y.12: 8 Porem que diz ? Junto a ty a palavra eftá em tua boci e em teu
dDeui. jo.coraçam. Efta he a palavra d’a fe, que pregámos,
ix. J ' 9 Lf
1 (í *
AOS ROMANOS. Cap. X. *
9 Se com tua boca a c Senhor Jefus confeíiares, eem
teu coraçam creres, que Deus d’os mortos orefuícitou, falvoferás.
10 Porque com o coraçaó fe cree pera juftiça, e com a boca fe
fàz confiffam para falvaçam.
n Porque a Efcritura diz: f Todo aquelle que’nelle crer, con-*Z/2j. zj*
fundido naó ferá- I“*
11 f Porque naó ha differença, nem de Judeo, nem de Grego: ' **'
Porque hum mefmo he o Senhor de todos , rico pera com todos os/Jíff.iç.-j.
que o invócaô. ’
ij g Porque todo aquelle que invocar o nome d’o Senhor, ferá g loelA^i*
falvo,
. 14 Como invocaram logo [a aquelle’] em quem nam creram ? E
como creram [ ‘m^ueUe’] de quem naõ ouvíraõ? E comoouviráó fem
[w] quem [/w] pregue? •
E como pregaráó fe enviados naõ forem ? Como eílá efcrito:
b Quam fermofos fam os pés d’osque a paz denunciaó, d’os que as^Z/fy.?*:
couias boasrdenunciaó! 7*
16 Mas naó todos a o Euangelho obedecéraõ: Porque Iíãyas diz: Na™‘I:
>Senhor*, quem a noffapregaçaõ creu? ,•IJay.^j;i,
17 Affi que a. fé he pelo ouvir, e o ouvir pela palavra de Deus. Jmaa-.Ís.
18 Mas digo: Porventura naó [*] ouvíraó ? Antes certo k por bPjàí.i^
toda a terra feu foydo fahiu, e fuas palavras até os cabos d’o
mundo.
iv Mas digo: Porventura naó [«] conheceu Ifráel ? Primeira- iDeut. ji»
mente Moyíes diz: l A ciúmes vos provocarei com [apielies] que n.
povo naó [/Lê:] com gente ignorante â ira vos provocarei. mlfay. 651
10 E Ifayas fe atreve, e diz: m Achado fuy d’os que me naõ bufcá-
vam: manifefto fuy a os que por mim naõ perguntávaõ. »
11 Mas contra Ifraèl aiz : » Todo o dia minhas maõs cftendi á
hum povo rebelde e contradizente.

Ca*
EPISTOLA DE S. PAULO
os naturaes fam, em fua própria oliveira enxertados feráó.
25 Porque naó quero, irmaôs, que efte fegredoignoreis, (perá-
que fabios em vos mefmos naõ fejaes:) [afaber] que 0 endureci-
»L,w. 21: mento em parte fobre Ifraêl veyo , »até que a plenidam d’as Gen-
tes éntre.
pP/<?/.i4:7. g aq’ tojo jfragi fajvo fer£ ? p como eftá efcrito : De Siaô d
ijay. vy. 9. Lij,erta(j^r vir£ ? e as impiedades de Jacob desviará.
27 E e’^e Para com e^es meu coberto [/erá] , quando eufeus
32.33.34. pecados tirar.
t.cor.^ió. 28 Afli que, quanto a o Euangelho, inimigos , por
Hebr. 8:8. caufa de vosoutros: mas quanto a a eleiçaó, amados, por caufa
«10:16. tj’os Pae$. ,
29 Porque os dons gratuitos, e a vocaçam de Deus, fam fem
• arrependimento.
30 Porque afli como vosoutros também antigamente a Deus des­
obedientes fofl.es, porem agora mifericordia pela desobediencia
d’efl:es alcançaftes :
31 Afli também agora eftes desobedientes foraõ , pera também
mifericordia, por vofla mifericordia, alcançarem.
tfGaht. 3: 32 cj Porque Deus encerrou a todos debaixo d’a desobediencia,
22. pera de todos mifericordia aver.
33 O profundidade d’as riquezas afli d’a fabedoria como d’afcien-
rPfal.%6^. c^a de Deus! r Quam inexcrutaveis fam feus juizos, c imperve-
ítigaveis feus caminhos!
fijay. 40: 34/ Porque, quem o intento d’o Senhor entendeu ? Ou quem
*3- feu confelheiro foy?
1 Ou Quem a elle primeiro lhe deu, e ferlhe harecompen-
z7^.41.-. fado ?
* Prov, 16: 3Ó « Porque d’elle, e por elle, e pera elle todas as coufas fam:
4. A elle [pois Jèja~y a gloria eternamente: Amen.
r cor° S ;6.
C A P I T U L O XII.
J Avendo ja o Apoftolo 3nos Capítulos precedentes tratado c?os princlpaes pontes
d3a doutrina d3a Religião Chriftaã* agora 3 fegundo fua coftwnada ordens 3 'na
mór farte de fuas EpífMas > começa aquella parte que confifie em exhortaçoes
para hua vida pia e Christaa; e a primeira he j que nos offereçamos-asos a nos
mesmos a Deus 3 e nao nos conformemos com efte mundo. 5 Entaò encarecida*
mente exhorta a os que mintflerios públicos e dons particulares na Igreja tinhao >
que nau fe enfoberbeçaò 3neUes» mas fielmente os adminidtrem e empreguem pe­
ra major edificação da Igreja, 6 Affi a 05 minitiros dia palavra > como a os
Anciãos e Diáconos» 9 Acrecenta diverfas amoestaçoes pera toda forte de vir­
tudes Chrijlads j a faber > pera fincero amor irmanai, II Ardente zelo pera
% honra de Deus, II Paciência 3 Oraçao ? Efperanca» 13 "Liberalidade, I4 Man-
fidaõy 15 Compaixao, ló Unanimidade Humildade. 17 Tolerância, IS Ardor
de paz, 19 Depofiçaõ de vingança, 11 £ constância *no bem. ♦
1 Rogo vos pois, irmaós, pelas compaixoés de Deus, «quevos-«UWr:i:
vfos corpos em facrificio vivo, fancto, a Deus agradavel <•
b aprefenteis, [pe he~] vofiò divino culto racional. *
1 c E naõ vos conformeis com efte mundo, masreformaevospe-flyBa j.
larenovaçaódevoíToentendimento, ^peraque*experimenteis qual'
fejaaboa, e agradavel, e perfeita vontade de Deus. dEfhef.n
3. Porque pela graça, e que me he dada, a cada hum d’entre vos- 17.
outros digo; /que mais naô faeba d’o que faber convém : Mas que
faeba com temperança, g conforme Deus a cada hum a a medida de
cf • * * veis,
fe repartiu. £R i

4 Porque h como em hum corpo muytos membros temos, e to- fEphef.4:


dos os membros a meíma operaçaó naô tem: 7.
5 * Affi muytos hum corpo em Chrifto fomos : mas cada qual^i.cw.iz:
membros huns d’os outros. ~ a7-
6 Demodo que tendo k differentes dons, fegundo a graça que
nos he dada. ii *
7 £ Em^regemolos como «wwwl, feja l prophecia , fogundo a * me- Ephef.- 1 •
dida a’a fé: m Seja minifterio , em adminiftrar: Seja que alguém 13.
enfine, emenfinar: .?4: 1S.
8 Seja que alguém exhorte, em exhortar: o que reparte, » em *’a3;
fimplicidade: o queprcfide, com cuidado: o que mifcricordiaCe^'“ 1 :
exercita, »com alegria. aXi::
Xx a 9 O '
I.P^4tIo. k I.Cor. 11:4. I l.O.X2:X0« ♦Ou.jRign»,
oaj^MZ^* m l.ttdr.4119. g « Detit. is »

í
jíS EPISTOLA DE S. PAULO-
ypfal. 97: 9 q anior feja naó fingido, p Aborrecei o mal, e apegaevos a
stç & bem.
?Fphef.4’. 10 ? Huns a os outros cordialmente vosamaecom fraternalcari-
21 dade; r Prevenindovos com honra huns a os outros.
Hebr.i3:i. n ’No cuidado naó fejaes * vagarofos. Sede ardentes de efpi-
1. Pear. 1: rito. Servi a o Senhor;
*a-. 12 /'Gozaevos ’na efperança, t Sede pacientes ’na tribulação,
p 2 •’7-» Perfeverae’na oraçaó.
1 Pedr\^'. x Comunicae a as neceífidades d’os fanâtos: y Segui a hofpe-
* Ou jper~ dagem.
gíi^e/ò.\ 14 & Bendizei a os que vos perfeguem; bendizei, e naó amaldi-
[Rom. 15 ;çoeis.
1 r 'f.\ • l<i Alegraevos com os que fie alegram: e chorae com os que choí
96.' • rao.
tELebr.W ,
iá a Sede * unanimes entre vosoutros. b Naó affe&eis coulâs al­
i6' ' c : Mas acomodaevos a as baixas. Naâ fejaes lábios, em vos
tivas
ei2: j.meimos. I

lacob. 17 «Naó torneis a ninguém mal por mal. / Procurae as coufes


honeíias perante todos os homés,
Epkef. 6 ; -18.- e Se ~ < for
- rpoffivel - , quanto em vos he, com todos os homens
18. ’ , -
Co!ojJ\4\ 1. P^ tende. »

19 /Nam vos vingueis a vos mefinos, amados , antes dae lugar


I7‘ a a ira. Porque efcrito eílá : g Minha [fej a vingança: eu ©> re-
1 •
#1.0.16:1. compenfarei, diz o Senhor.
------ > —— J - - - -— - . J

ííf"r-13;
y7 Htbr- 13 • 2O 10 h p or tant0
Por fome ,} dalhe de comer
tanto ffee teu inimigo tiver fome comer:: fe tf-
ti-
2* ‘9 ver-
I P<?</r.4 ,'UÍ fede, M«uv de beber. ‘Porque
dalhe HV W '1>"“ fazendo ifta,í braíàs de fogofo-
-----
' ‘ bre a cabeça lhe amontoaras.
--------- ’ 3 ’ ------- ------ - --------- a

44-
44.
24 ■
Naó * te deixes vencer d’o malMas vence a o mal com o
i Cor.4:n bem. -
Pfo7>tti; ej:i6» T.P/JSij:?.*Gtb & Pum mefino fentido.
bProv. 3:7. lfay.^.llu c Prov.2o:H. l.Cor.6‘.y, rJBfeejiÇi íJ.
dl. Cor. 8: zi. l.Pedr.z\ it. oMarc %-5°- &*bt. UC14, fAiatíJfây Luc.b iy.
oDeut.^Z'.^, Hfír.I«:30» j&PwÀ2j:M. *Ou> Sejas venci’
I Amoefla o Apoflelo a os fieis 3 que com devida obediência a os Superiores Jí
geitem ? porquanto de Deus .ordenados faõ, e os que lhes desobedecem caj
jòbre fi tra&ém > e fuas confidencias agrdvao* 6 Manda por i£b também
. pagar tributo, e mostrar toda reverencia. '8 Então amoelta osfiexercitar a
dade irmanai 3 e propoem os mandamentos dafiegunda taboa da hey. II J
nalmente. ex horta a que > porquanto a noite da ignorância hepafidda 3 e o dí
Evangelho he chegado > fie guardem da borrackice. •> fornicação? odio â p&
cias e femelhantes pecados. 14 JS que por ede fim fie vifiaõ d9o Senhor
Chrifilo? deixando 0 cuidado, d3a carne para defiejoz

1 » T oda alma efteja fugeita a as Poteftades fuperiores. C Poi


* A naó ha Poteftade , fenaò de Deus $ e as Poteíiades que
ordenadas de Deus fam .
i Poloque quem refifte á PoteÀade, a a ordenaçaõ de' Deus
fifte: e os que [zfe] refiítem, fobre fi mefmos*condenaçaótra
Sul* d’as boas ob
3 Porque os * Magiftrados naó faó para temor
fenaó d’as más. Qàeres tu pois aPoteftade naó temer? faze o b
e d’ella louvor terás.
4 Porque fervidora de Deus he, pera teu bem. Mas fe mal;
res, ‘ teme: porque de balde a efpada naó traz. Porque íervidoí
Deus he, [e] vingadora, para cafiigo d’o que mal fàz.
5 Portanto neceflàrio he eftar íugeitõs, naó lbmenie polo í
go, mas também pola confciencia.
6 Porque por iflò também tributos pagaes: porque miniftrt
Deus fam,’nifto mefmo perfeverando.
7 « Portanto dae a cadahum o que deveis: Aquem tributo,
buto: Aquem renda, renda: Aquém temor, temor: Aquem
ra, honra.
8 A ninguém nada devaes, íènaó que buas a osoutrosvosat
d Porque quem á outro ama, a Ley cumpriu.
9 Porque ifto: e Naó adulterarás: Naó matarás:, Na© fijrt
Naó dirás falfo tèflimanho: Naó cobiçarás: E fe outro al
mandamento ha, ’nefta palavra fumariamente fe comprende, j
itr J ’nefie, / Amarás a teu proximo como a ty mefino.
s io A charidadc naó hz mal a o proximo. Affique ocumpri
to d’a £.ey hc a çharidade.
M Eiâqfa*ta MfrJ* sfièendo o tempo, que já heqra d
Xx i
Iaaté.l: íi.
EPISTOLA DÉ S. PAULO
fono nos despertarmos: porque mais perto eílá agora de nos aialva-
çaô, d’o que quando [primeiro] cremos.
Í1.TMI5: 12 h A noite he paliada, e o dia he chegado, i Lancemos pois
1* '„■ as °^ras d’as trevas, e viftamos nos d’as armas d’a luz.
i.Coiojj.y. q k Andemos honeftamente, como de dia: l Naò em glotona-
. rias, nem em borrachices: «Naó em * camas, nem em diffolu-
Çoens: JNao em pendências, nem em inveja:
/L«í.2i 34. *4 0 Mas veftivos d:o Senhor leíu Chrifto 5 P c naõ tenhaes cui-
i.rM<5:6- dado d’a carne em \juasj concupifcencias.
m I. Cor. 6 : lo. Ephefi 5: n lacob. 3 ; 14. * Ou> recamaras* 0 Galat. 3 :27*
p l.Pedr.Z*. II.

Capitulo XIV.
t ftae I "Enfina o Apoftolo ? como os fieis fie kavetn de aver pera com os fracos ? que ct
doutrina da Uberdade dos Chrifiaõs ? principalmente tocante a differenpa dos
manjares e dias > ainda bem nao entendiao 0 a faber y que devem aceitar a
rol fracos > nem por via d3i**5estas confias contender com elles j e que os fracos nao de~
I i m vaò_julgar a os outros. 5 Que convinha , que afii os fracos como os fortes 3 te-
nhaõ 0 mefimo fim y a faber ? pera com ijfio d Deus fiervir* q Cuja honra fiem-
pre 3na vida e 'na morte procurar devemos. 9 Como também Cbriiio por ijfo
morreu e refuscitou> pera que a edey como a nofio Senhor e Juiz> daríamos conta '
de todas nofias obras. 13 Vigiem pois os fortes §ue nenhum efcandalo dem a os
fracos. 14 Porque ainda que a diferença d'os manjares e dias agora em verda­
de bem cefie > contudo esta Uberdade nao fie deve ufar pera entrijiecer e enfra­
quecer a outros > por quem também Chriffo morreu. 17 Vfâo que a Religião
e Chriftaã nao con ffle em comida ou bebida. 19 Que 'rifio fempre devamos pro-
fieguir a paz* 20 E antes nao comer nem beber o que a os fracos eficandalizar
poffa* 22 3No de mais que nem os fracos nem os fortes 3nifio aviao de fazer
algua confia. com confidencia duvidofa^ porque ifio pecado he*

i Ara 9uant0 a 0 9ue enfermo ’na fé, recebei o, [forem] naõ


em contendas de difputas.
1 Porque o hum cré que de tudo comer fe pode, e o outro, que
he enfermo, come * ortaliça.
* C»u .Er- 3*0 que come, naó defpreze a o que naó come: E o que naõ
ws. Ou, come, naó julgue a o que come : Porque Deus [por feu] o tomou.
lesmes. 4 b Quem es tu, que a o fervo alheyo julgas ? Para leu proprio
* Z! Senhor empé eftá, ou cae: porem afirmado ferá 5 porque podero*
bfb 4.' ^eus Pera 0 affirnMr-
5 c Bem faz o hum differença entre dia, e dia, mas o outro todos
os
c Galrt. 4; Io- Cohff". X 2 Itf.
AOS ROMANOS. Cap. XIjsx
es dias eftima. Cadahum em feu proprio animo inteira­
mente feguro efteja.
6 Aqueile que caio d’o dia faz, pera o Senhor o faz ; e o que
cafo d’o dia naó faz, pera o Senhor o naó faz. O que come, pera
o Senhor come, d porque graças a Deus dá: e o que naó come, /i
pera o Snor naó come, e dá graças a Deus. :
7 t Porque nenhum de nos para fi vive : e nenhu pera fi morre.1,1
8 Porque feja que vivamos , pera o Senhor vivemos : feja que e
morramos, pera o Snor morremos. Aflique feja que vivamos, fe-
ja que morramos, d’o Senhor fomos.
9 Porque pera ifto também Chrifto morreu, e refufcitou, e a 3
viver tornou, para áffi d’os mortos, como d’os vivos fe enfenho- 1,1
relr.
10 Mas tu, porque julgas ateu irmaó? Ou tu também, porque
defprezas a teu irmaó ? f Porque todos ante o Tribunal de Chrifto fA
avemos de fer aprefentados.
íi Porque efcrito eftá: g Vivo eu, diz o Senhor, que todo jue-
lho diante de my fe dobrará: e toda lingoa a Deus confeflará. •
íi h De maneira que cada hum de nos de fi mefmo a Deus conta Pí
dará. • ■ 1
13 Affi que mais huns a òs outros nos naó julguemos : mas antes
iftojulgae, afaber, «quenenhum tropeço, ou elcandalo a oirmaó le>
ponhaes.
14 k Eu fei, e certo eftou em o Senhor Jefus, que nenhuâ couíã
de fi mefma immunda he, fenaó ] para aqueile que alguâ cou- Re
fa immunda fer eftima, para efle immunda he. u(
<5 Mas fe teu irmaó por amor d’a comidafe contrifta, jaconfor-
me a a charidade nam andas. I Naódeftruas com tua comida aquel- J
le porquem Chrifto morreu. J
16 Naó feja pois voffo bem blafphemado. ii
17 w Porque o Reyno dé Deus naó he comida nem bebida 5 fe-
naõjuftiça, e paz, e alegria pelo Efpirito Sanóto.
18 Porque quem ’nifto a Chrifto ferve , a Deus agradavel he, e *J
a os homens * aceito.
19 Sigamos pois as coufas que para a paz, e para edificaçaõ d’os j
huns pera com os outros [jensem
10 Naó deftruas a obra de Deus por amor d’a comida. » Ver-
dade he que todas as coufas limpas iam, mas mao he para o homem
que com * cfcandalo come. a i Bom m
«Gr. aprovado. » Ifr. i:I$. • Ou, tropeço.
544 EPISTOLA DE S. PAULO

Capitulo XI.
i Avendo o Apoflolo fallado d'o regeitamento d'os Jfudeos e d'o chamamento Jos
Gentios enfina que efie regeitamento nao he univerfal de todos os Judeos, o
que provo com feu proprio exemplo. 1 Como também com a immutabihdade d’a
divina eleição, e com o exemplo d’os tempos de Elias, Porem que os quedelles
fe falvaf naopor juas obras mas pela graça, fe fa Ivem. 7 Eque os outros por
feu endurecimento pereçaõ. 8 O qual fe prova da Efcritura, 11 Defpois amo-
efta a os Gentios que nao fe exal em contra os Judeos , porquanto feu regeita-
mento cfelles , deu ocafiaÕ a 0 chamamento dl os Gentios pelo qual os Judeos
«
também, feguindo 0 exemplo d’os Gentios , feráõ despertados pera crer juntamen­
te com elles, porquanto pertencem a 0 concerto. 17 qual os Gentios , antes
que fe chamavaõy eraÕ alienados, Jendo de pura grasa chamados a elle. 19 Polo
que os Gentios bem devem atentar . que também nao fejao regeitados por amor de
fu a desobedienaa. 2$ Para mesmo fim revela elle hum myflerio , a faber que
despois d’a converfam d’os Gentios também os Judeos convertidos Jerám confir­
mando 0 pela Escritura Sagrada , e pelo amor que Deus ainda tinha pera com
elles por via dos paes. 30 Alfi que effemefino Deus que fez grasa a os Gentios,
quererá também faze la aos Judeos. 33 Einalmente fe espanta d’a profunda
Jabedoria de Deus que refplandece em Jeu governo acerca dá falvatao dos ho­
mens. 36 Cuqo principio y proceflo e fim lhe fó fe atrtbue.

aJerein.yG 1 T)ig°P°is> * Porventura regeitou Deusa feu povo? Em manei-


37. ^ra nenhuã: porque também eu fou Ifraèlita, d?a fementede
bi.Cor.iv. Abraham, d’a tribu de Benjamin.
22» 2 Deus naó regeitou a feu povo, a o qual d’antesconheceu. Ou
Philip.^.1)’ na- fobeis o qUe a Elcritura de Elias diz? Como á Deus contra lf-
raèl falia, dizendo,
ei.ReytAy. 3 c Senhor, a teusProphetas matáraó, e a teus altares derribáraó:
e eu fó fiquei, e * a morte me procúraó.
♦ Gr. mt- 4 Mas qUe yic diz a divina reporta ? d\_Ainda~] fete mil varoés
Ywcaõ me rc^erveb 9ue os juelhos diante de Baal naõ dobráraõ.
d 1 Reys, 5 e Afli que também agora ’nefte tempo ficou hum reftante, fc-
19 : 18. gundo a eleiçaõ d^a graça.
e Rom. 9: 6 fE fe he por graça, ja pelas obras naó he : d’outra maneira ja
27« a graça naó he graça. E fe he pelas obras , ja naó he [por] graça:
fDeut.y.áf. d’outra maneira ja a obra naó he obra.
g Rom. 9 : 7 Pois que? g O que Ifraèl bufea, naó o alcançou : Mas os elci-
31. tos o alcançáraõ, e os outros endurecidos foraó,
hífiy. 29: 8 (Como eftá eferito : h Deulhes Deus Efpirito de profundo fo-
10. no;
AOS ROMANOS. Cap. XI. 34?
no : 2 olhos pera nam veré , e ouvidos pera naó ouviré) até o dia 7AV-
de hoje. 'Ezích.w.z.
9 E David diz : k Sua meia fe lhes torne cm laco, c emarmadi- A’‘ '• '
lha, e em tropeço, e por lua retribuiçam.
10 Seus olhos fe eícuréçam pera naó verem, c as coílas continu- S:io*
amente lhes encorcóvem. Ioa. 12:40.
11 Digo pois: Porventura tropeçáraó peraque cayflem ? Em ma- ^.28:26.
neira nenhuã: mas por fua cayda ]veyo] a íalvaçaõ a as Gentes, pe- O-:
ra a ciúmes os provocar. 2P
12 E fe fua cayda a riqueza d’o mundo he , e fua diminuição a
riqueza d’as Gentes, quanto mais * fua plenidam? *
13 Porque com vofco fallo, Gentes, / por em quanto d’as Gentes to. enchiwen-
Apoílolo fou , meu miniíterio * illuftro. lA&.y. IÇ.
14 [Per ver] fe em maneira alguã a [w &] minha carne a ciúmes e 13:2.
provocar poíla, c á alguns d'elles falvar. eii :2f.
1$ Porque fe feu regeitamento he d'o mundo a reconciliação,
qual fera o recebimento, fe naó vida d'entre os mortos? ei: 2S.
16 E fe as primicias fam fanélas , também a maífa ] he : efe?^' 5'
1. Titn. 2: 7.
a raiz he fancta, também os ramos [0] fam. 2. Tim, i :
17 E fe alguns d’os ramos quebrados foraó , e fendo tu azambu- 11.
geito, em [fagar] d"elles enxertado folie, e d’arayz, e d’agroífu- *
ra w d’a oliveira participante feito: rifico.
18 Naó te glories contra os ramos: E fe contra [fZ/fí] te gloria- m 7^ •
res ) naó es tu o que a raiz * fuílentas, lenaó a raiz a ty. *Ouá'(õi
19 Dirás pois: Os ramos foram quebrados pera que eu enxertado tra_
folie. , zes.
20 Bem ; por incredulidade quebrados foram , c tu por fé em­
pe eftás: Naó prefumas, mas teme.
21 Porque fe Deus a os ramos naturacs naõ perdoou , [olha] que
porventura também a ty te naó perdóe.
22 Olha pois a benignidade e feveridade de Deus : \_fua] feveri-
dade fobre os que caíraõ, porem [fua] benignidadefobre ty, fe ’na
benignidade permaneceres: d"outra maneira também tu cortado
lerás.
23 n Porem também elles, fe’na incredulidade naõ permanecerem, ^2. Cor. 3:
enxertados feráõ : porque poderofo he Deus pera os tornar a en- Ié>
xertar.
24 Porque fe tu d'o natural azambugeiro cortado folie, e con­
tra natureza, ’na boa oliveira enxertado j quanto mais éíles, que
X x Q§
34» EPISTOLA DE S. PAULO
p Pfal. 97 t 9 O amor feja naó fingido, p Aborrecei o mal, e apegaevos a
io. o bem.
qpphef.4'. to q Huns a os outros cordialmente vos amac com fraternal cari­
1. dade: r Prevenindovos com honra huns a os outros.
Hebr.iy.l. - it ’No cuidado naõ « fejaes _ * vagarofos.
_ Sede ardentes de efpi-
i. Pedr. i; rito. Servi a o Senhor:
22. i1 / Gozaevos ’na efperança. t Sede pacientes ’na tribulaçaó.
e 2 :17- « Perfeverae ’na oraçaõ.
v Phil.i’. 3- x Comunicae a as necefiidades d’os fanólos : y Segui a hofpe-
I Píí/r,5'.5.
* Ou > per- dagem.
guiçe/os. 14 ~ Bendizei a os que vos perfeguem: bendizei, e naõ amaldi-
[Rom. 15: coeis.
G- 19 Alegraevos com os que fe alegram: e chorae com os quecho-
i.r^s:ra5,
tYíelr io’ a Sede * unanimes entre vosoutros. b Naó affeóteis coufas al-
tivas : Mas acomodaevos a as baixas. Naó fejaes fabios em vos
tu: i.melmos.
Iccob. 5:7. I7< Naó torneis a ninguém mal por mal. d Procurae as coufas
uLuc.i8‘.\. honeftas perante todos os homés.
6 ‘ 1S e Se pofiivel for , quanto em vos he , com todos os homens
J^4u.Pazte;^Te- . . f . , .
1. Theff. 5: 19 t Nam vos vingueis a vos meímos, amados , antes dae lugar
17. a a ira. Porque eferito eílá : g Minha a vingança : euore-
xx.Cor.]6'A. compenfarei, diz o Senhor.
20 h Por tanto fe teu inimigo tiver fome, dalhe de comer: fe ti-
3’, ver fede, dalhe de beber. Porque fazendo ifto, brafas de fogofo-
l.Pedr,4',q.
21V„tt ~ . 1bre a cabeça 1 ir «.
lhe amontoaras. / ô
44. . 21 Naõ * te deixes vencer d’o mal : Mas vence a o mal com o
1 C(?r,4:i2 bem.
aRom. 15:5. I.Cor. I: To. Phil. 2 t 2. e 3 : 16. I. Pedr. 3:8.* Oib de hum mefmo fentidi»
bProvy.y. lfay-S'21. c Prov.20: 22. 1.Cor.6:7. 1 .Thefa*. tf*
d2.Cor.8:11. i.Pedr. 2112, e Marc 7: 50. Hebr. 12: 14. Luc.6 29.
g Deut. 32:35. Hebr. Io: 30. h Prov. 25 : 21. Matt. : 44. * Ou > Sejas •vend­
ei0 d0 mai.

Ca-
AOS ROMANOS. Gap. XIII. 349

Capitulo XIIL
I Amoefia o Apoflolo a os fieis que com devida obediência a os Superiores fie fir
geitem, porquanto de Deus ordenados fiao , e os que lhes desobedecem cafitgos
fobre fi trazem ■> e fu as confidencias agrávao. 6 Manda por iffio também lhes
pagar tributo, e modrar toda reverencia. 8 Então amoeda os exercitar a cari­
dade irmanai> e propoem os mandamentos d'a fegunda taboa da Ley. II E fi­
nalmente exhorta , que > porquanto a noite d a ignorância hepajfiada , e o dia do
Euangelho he chegado fie guardem d’a borrachice , fornicafaó, odio . pendên­
cias e fiemelhantes pecados. 14 E que por efte fim fie vifiaõ d'o Senhor Jefiu
Chrifloy deixando 0 cuidado d'a carne para defiejos.

1 a T” oda alma eíleja fugeita a as Potcílades fuperiores. b Porque a Tit. 5: re


X naó ha Poteftade , fenaó de Deus 5 e as Poteílades que ha, i.P^. 2.
ordenadas de Deus fam. D-
2 Poloque quem refiíle á Poteftade , a a ordenaçaõ de Deus re-b P™v' ' :
fifte: e os que [/Zv] reíiítem, fobre íi mefmos*condenaçaó traráó.
3 Pçrque os * Magiítrados naó faõ para temor d’as boas obras
fenaó d’as más. Queres tu pois a Poteííade naó temer ? faze o bem,
e d^ella louvor terás.
4. Porque fervidora de Deus he, pera teu bem. Mas fe mal fize­
res, teme: porque de balde a efpada naó traz. Porque fervidora de *Ou>P™?-
Deus he, [e] vingadora, para caítigo d^o que mal faz. cepes.
5 Portanto neceílàrio he eftar fugeitos , naó fomente polo caíli-
go, mas também pola confcicncia.
6 Porque por iflò também tributos pagaes : porque miniílros de
Deus fam, ’niílo mefmo perfeverando.
7 c Portanto dae a cadahum o que deveis: Aquem tributo, tn-c Matt. 22:
buto: Aquem renda, renda: Aquem temor, temor: Aquemhon- 2I"
ra, honra.
8 A ninguém nada devaes, fenaó que huns a os outros vos ameis: dGalat.^'-
4 Porque quem a outro ama, a Ley cumpriu. M-
9 Porque iílo: e Naó adulterarás: Naó matarás: Naó furtarás:
Naó dirás falfo teílimunho : Naó cobiçarás: E fe outro algum
mandamento ha, ’nefta palavra fumariamentefe comprende, [aJa- Leut.qw^.
ber] biefte, / Amarás a teu proximo como a ty mefmo. Matt. 19 :
10 A charidade naó faz mal a o proximo. Aílique ocumprimen- «8
to d’a Ley he a charidade. fLevit
11 E ilio \janto mais\^ g fabendo o tempo , que ja he ora de d’o
Xx 3 fono
Marc. 12:31. Galat. $ ; 14. Ucob* 2:8. g Ephefi 5:14» i.Tirn- 5 ; <5 ’
Kz - EPISTOLA DE S. PAULO
ri.Cor. 8; ii e Bom he carne naõ comer, nem vinho beber, nem [coufa m-
12" tra alyií fazer] em que teu irmaó tropece, ou fe efeandalize, 'ou
enfraqueça.
11 Tens tu fé? Em ty mefmo diante de Deus [f j tem. Bema-
* OibjXií4, venturado aquelle que a íi mefmo, em o que aprova, fe naõ *con-
dena, 4
23 Mas 0 que duvida, fe come, ja condenado eftá , porque por
fe naõ [come]: E tudo o que naó he de fe, pecado he.

Capitulo XV.
5 Amoefla 0 Apofiolo a os fortes acomodarfe á fraqueza de Jeus irmaís 3 3 Peh
exemplo de Chrifto-> que nao fe buscou a fi mesmo ? porem nojjo proveito y o gue
confirma pelas Escrituras do Velho Tèfiamento que também forao escritas para
nojja conjolaçao* $ E fervir concordemente a Deus e a o Senhor Jefu Chriflo*
7 Declara mais largamente o exemplo de Chrtâo> como minifirou ajji a os
deos j 9 Como a os Gentios y o que também dias mesmas Escrituras prova» 31 Acre-*
tentando hum voto que vao crecendo em todas virtudes Chrijlaas* e canhecimen-
+& to. 14 Despois dlfto começa+concluir efta carta efcufando fua liberdade 1no efcre-
ver» ly E relatando quam efficazmente Deus Abençoou feu minifterio ? e quam
fielmente elle o adminifirou. 21 Promete que partindofi pera Efipanha d Rom#
virá. 1$ E da a entender que primeiro partirfe haparajerufalem^ pera Ule~
var as esmolas £as Igrejas de Macedonia e Achaya. 30 Pede que queirao orar
por elle> e por [eu minifierio. j j E de/eja que Deus lhes dê tudo bem.

<a t Cor. 9 ; I « ILf as nosoutros, que fomos fortes , devemos fuportar as fra-
22. ■*’VAquezas d’os * fracos, e naõ a nos mefmos nos agradar.
Galai.6' I« 2 Portanto cada qual de nos a [fa] proximo em bem agrade,
* Ou j im- pera edificaçaó.»
pofiantes. 1 3 “ Porque também Chrifto a fi mefmo fe naõ agradou 5 mascomo
, , A? 7 o 1 ♦ • • J5 _____ __ __ ** • _ ♦ _ / _
bpfal, 69: eTcrito eftá : b Sobre my as injurias d’os que te injuriam caírao.
IO. 4 c _Porque todas as coufas que d’antes efcritas foraõ, pera noíle
• enfino efcritas foraõ: Peraque por paciência e confolaçam d’as Ef- -
5-
c Rom.A.l^ crituras, efperança tenhamos.
24- 5, Ora _ . o. Deus de paciência
4 e confolaçaõ
„ vos dé d que entre vos
dRom. 12 :huã mefma coufa fintaes^ fegundo Chrifto JefiL
16. (6 Pera que concordamente com huá boca glorifiqueis a 0 Deus
1 Cor. t: 10. ç pâe c|e noffo Senhor Jefu Chriflo.k
Philip.l'. 1. 7 Portanto recebei huns a os outros, como também Chrifto nos
f]: ií• recebeu pera gloria de Deus.
TPedr- $ :
s. ? Digo pois, qucChriftoJefu$foymioiftrod’açircoíiciiàó,por
caufa^
I
1 1
ÂOS ROMANOS. Qp,XVK 3Í3
caufa d’a verdade de Deus /pera ratificar as promeflàs a ospacs

$ E [/mm $w3 as Gentes por caufa d’a miferícordia a Deus glori­


fiquem $ como eftá efcrito: ‘ Portanto entre as Gentes te confeflà-
rei, e a teu nome * Pfalmodearei. pJzrSxo
10 E outra vez diz: fAlegraevos Gentes com feu povo. .
11 E outra vez: g Lòuvae a o Senhor todas as Gentes, e ceie-
brae o todos os povos. tarei.
12 E outra vez diz Ifayas : h [hua] raiz de Jefic ha de aver, cfDeut.^zz
[humque fealevantará pera as Gentes reger: ’nelle as Gentes es- .43•
peraráó. gPJaLuil
V3 Ora o Deus de eíperança vos encha de todo gozo, epaz, em
* a fé, peraque em eíperança abundeis pela virtude d’o Elpirito ££ /
ianéto. f
14 Porem, irmaõs meus, certoeftoutambém devosoutros, que / 22:16.
também cheyos de bondade eftaes , recheyos de todo conhecimen- *Oa>e*rcr.
to, M poderofos [fos] para também hús a os outros vos amoe-
ftardes.
15 Mas, irmaõs, em parte mais atrevidamente vos efcrcvi, como
trazendo vos outra vez [fá] á memória, pola graça que de Deus
me foy dada:
16 Peraque feja miniftro de Jefu Chrifto entre as Gentes, admi-
niftrando o Euangelho de Deus, peraque a offertad’as Gentes agra-
davel feja, pelo Efpirito Sanéto fanétificada.
17 Affi que gloria em Jefu Chrifto tenho, ’nas couíãs que aDeug
pertencem.
18 Porque naõ ou&ria algua coufa dizer, que Chrifto pormy
feito naõ tenha, pera obediência d’as Gentes, por palavra e por
obra:
19 Com potência de finaeseprodígios, [«■] pela virtude d’oEípi-
to de Deus: de maneira que defdelcruíalem, e elas terras ] d’o re­
dor, até Illyrico, o Euangelho de Chrifto cumpri.
20 E afli aftèâuolâmente me efforcei a 0 Euangelho denunciar ,
naõ aonde Chrifto nomeado fe ouveffe , peraque iobre fundamento
alheyo naõ edificafle: ?
21 Antes, como eftá efcrito j i Os aquem d’elle denunciado naózíA?' 51-
foy, o veráój e os que o naõ ouvíraó, o entenderam. ‘ .
22 Polo que lambem muytas vezes h impedido fuy de avosoutros* ’
vir. ' i.ThtfK
\ Yy 23 Mas ií-
"EPISTOLA DE S. PAULO
tj Mas agora, ’neítas partes mais lugar naõ tenhoj ejaportnay*
IRom 1:10. tos annos Zgrande deiejo de a vosoutros vir tive:
24 Quando para Efpanha me parta, a vosoutros virei: porque
1 To 3: efPer0 que de paflagem vos verei, e para lá de vos outros acompa-
i,.Tn» 14 nhadoferei, despois de primeiro em parte devoflá[;w/«z.-4] me fartar. -
10 Aã. 19: a5 m Mas por agora á Jerufalem me vou, *[para.ld J a os íànétos
2t. adminiârar.
«24:17. 26 Porque a [m de] Macedonia e Achaya pareceu bem, fazerem
* Ou, a os fruã contribuição pera os pobres d’entre os ian&os, que em Jeru-
fZÍI faleraeftáó.
^flrandõ. Porque beTn lhes Pareceu, [«] também devedores lhes
»i. Cor. "y. íàõ. K Porque fe as Gentes foraó participantes de feus [bens] efpirjr
11. tuaes > também lhes devem adminiftrar os carnaes.
GAat.&ó. ig Affi que concluído ifto, e avendo lhes eftefruitoconíignado,
de lá, por vosoutros [)>«/«»&], á Efpanha irei.
«Zfe.r.ii. 2ç 0 E bem fei que a vosoutros vindo, com plenidam d’a bendi-
çam d’o Euangelho de Chrifto virei.
?o E rogovos, irmaós , por noflb Senhor Jeíu Chrifto, e pela
JUJ AVJ^VWO AA AAÂCiWa AAVAALS UVIIUVl |V1U V>AIA A14V V,

? 2 Cor. i: charidade d’o Eipirito , p que em oraçoês a Deus comigo por my


combataes.
? 2 Tkeff*3: V ? Peraque livre feja d’os rebeldes que em Judea eftáó, eque
2. efta minha adminiftraçam, que a Jerufalem [faço] aceita a os fan-
ctos feja.
i: p r Peraque , pela vontade de Deus, com alegria a vosoutros
Io. venha, e com vofco * recrear me pofla.
* Ou y m
33 E o Deus de paz feja com todos vosoutros. Amen.
recree.
C A PITU LO XVI.
I Enpomenda 0 Apoãole a Phebe d Igreja de Roma , e falda por nomes a hunt
dfa principaes irmaós e irmaSs ifeãa Igreja , louvando fua piedade ctelles.
17 Ãmoefia os Romanos qve fe guardem d’os authores £as diffençoens e d’os
efandalos 3 e que fejao fabios em o bem, 20 Prometendo que Deus pifaria a
Satanás de baixo áe feus pés. 21 Sonda a Igreja por parte de alguns irmaÕs
que comfge eãdvaô. 24 E ultimamenre conclue esta eptfiola com bom defèjo^ e
com louvor de Deus pola abundante revelaçaõ do Euangelho.

*Ov fervi-1 T? encomendovos a Phebe noflà írmaã, aqual he * miniflra d’a


dora. ou, Igreja que em Cenchrea eíiá.
dsacdnejã. 2 Peraque em o Senhor a reccbaes, como a os fanctos convém j
c
L
r

AOS ROMANOS. &j>. XVI. ff;


e lhe afiíftaes em qualquer couíà que de vos neceffitar. Porque * a » Ou > de
muytos hofpedado tem, como também a my mefmo. muytos
3 a Saudae a Priícilla, e a Aquila, meus cooperadorcs cm Chri-
íto-'íu: . . JaTs-
4 Que feu pefcoço por minha vida puféraó ; a os quaes naõ fó eu a i6t *
as graças dou, mas também todas as Igrejas d’as Gentes.
$ [saudae] também a a Igreja em fua cafa [efá]. Saudae z

a Épeneto meu amado, que he as primícias de Achaya em Chrifto.


6 Saudae a Maria, que muyto por nos trabalhou,
7 Saudae a Andronico , eajunia, meus parentes, e meus com­
panheiros ’na prifam, que infignes entre os Apoftolos faô, e tam­
bém antes de mim em Chrifto foraõ.
$ Saudae a Amplias meu amado em o Senhor.
, 9 Saudae a Urbano noffo cooperadór cm Chrifto, e a Stachys
meu amado.
10 Saudae a Apelles, aprovado em Chrifto. Saudae a os que [yâí
da famílíã] de Ariftobulo.
11 Saudae a Herodiaó, meu parente. Saudae a os que [fabda
família] de Narciffo, [afaber] a os que em o Senhor eftáõ.
ia Saudae a Tryphena, eaTryphofa, as quaes em o Snortra-
balhaõ. Saudae a Pérfida, a amada [írmad], a qual muyto em o
Snor trabalhou.
13 Saudae a Rupho o eleito em o Senhor, e a fua maé e minha.
14 Saudae a Aíyncrito, aPhlegoiite, aHermas, aPatrobas, a
Hermes, e a os irmaós que com elles eftáõ.
15 Saudae a Philologo e ajulia, aNereo, eafuairmaã, ea
Olympa, e a todos os fandos que com elles eftáõ.
16 b Saudae vos huns a os outros com fando beijo. As Igrejas de bi.ConMt
Chrifto vos faudam. ao*
17 «E rogo vos, irmaós, que atenteis polos que diffençoés e 2‘ c"r' *
12.
cícandalos fazem contra a doutrina que [dews] aprendeftes, </e x
d’elles vos desviae. ’ jg,
18 Porque os taes nao fervem a noffo Senhor Jefu Chrifto, e fc-i.Pafr." 5 :
naõ a feu ventre: E com íiiaves palavras e lifonjas f os coraçoés 14-
d’os fimples engánaõ. tColoffal.
19 Porque chegada he voflà obediência a conhecmemto de] todos. : Io"
Aífi que me gozo de vosoutros 5 g e quero que fejacs íàbios em o
bem, porem fimples cm 0 mal. 4Matt jg;
. Yy 1 10 E 17.
aJtee/jií. %• Tm.3; 5< e Êbiiifâ:!<?. fEztcb. Ij• Iíj f Jlfyfi.Io> lí, hOr!4:20.
EPISTOLA DE S. PAULO
to E o Deus de paz quebrantará prefto a Satanás debaixo de vos-,
fos pés. A graça de noíTo Snor Jefu Chrifto feja com vofcò.
Amen.

iTheíTri. 9,1 EuTercio, que carta efcrevi, vos faudo em o Senhor,


i.Tím.v'2* 2i Gayo meu hofpede, e de toda a Igreja, vos íãuda. m Erafto
«-<4<!?.iq;i.o * procurador d’a cidade vos fauda, e mais Quarto o irmaõ.
14 A graça denoflòSenhor Jefu Chrifto feja cçm todos vosoutros.
Iab.uqa. Amen.
mAS. ijí Qra a aauepe Que poderofo he pera vos confirmar fegundo
meu Euangelho , e [fecundo \ a pregaçam de Jefu Chrifto , » con-

deifc. calado fov:


# Ephej. i: 26 Mas agora fe manifeftou, e pelas Efcrituras Propheticas, fe-
9- gundo o mandado d’o Deus eterno , pera obediência d’a fé, entre

Fim à'a Efifiola dlo Apcftolo S. Paulo a os RommoSi


' ' ’4
3Í7

PRIMEIRA EPISTOLA
D O

AOS

% A*

Capitulo I.
1 3Na introdução > que fe eflende até o verfo decimo > poem o Apofiolo *no princi­
pie feu nome como efcrivao defia carta e juntamente o nome dlaquelles a quem
efcreve com as coftumadas Jàudaçoes <4pojÍoUcas. 4 Dd graças a Deus polos
beneficies que ja a esta Igreja feito tinha. 8 E os ajfegura d3a fieldade de
Ckrifio no cumprir cfe fua obra começada. Io Pajfa então a a mesma çau/a , e < ,
tefiffica como entendeu que avia dffenw entre elles 3 e que hum dizia , Eu fou. cjtt &
de Paulo à e outro Eu fou de Cephas* &c. IJ Polo que os reprende com di- *
verfts razoens 3 e mofira que pera fina! da união fomente em o Nome de Chrifa
bautizados fora$t 18 Trata então contra os que Je gloriava# 3na eloquência mun­
dana e declara que Deus naè por ella > finao pela fingeleza d3a pregaçao d1o
Christo crucificado potentemente obrara entre elles. 2,6 E que efia potência fe
manifefidra 'no çonvertim^nto nao de muytos fabios e poderofos entre elles * mas *
dos yils e loucos [egundo o mundo. 2.9 Peraçftp naofe gloriarem em fi mesmos > ^5
mas unicamente em Christo > em quem tmhaòtudo quanto he neceffario pera falvaçao»

* Hl au^° chamado Apoftolo de Jefu Chrifto pela vontade dc


Deus, e o irmaô Softhenes:
i A a Igreja de Deus que cftá em Corintho , a a os íàn- ajog. ij:
ctificados em Chrifto Jeíu, chamados fanâos, *com todos os 19.
que em todo lugar invocam o nome de noffo Senhor Jefu Chrifto, 15:9.
[ .WwJ d’elies, e noflò: I-2MÍ4;
3 à Graça e paz de Deus noffo Pae, e d’o Senhor Jefu Chrifto b jj*
aiâes- ,, \ Wiií
Yyj 4 Sem-f.
t 7. i.Cir.V,i. EfheJ.r.t. l.Pedr. 1:2. «*♦
4 Sempre a meu Deus graças dou por caufa de vosoutros , acer­
ca dá graça de Deus que vos he dada em Chrifto Jefu.
eCdb#j:9. <? Que em todas as coufas enriquecidos ’nelle eftaes, em toda
palavra, e em todo conhecimento:
6 Como o teftimunho de Jefu Chrifto entre vosoutros confirma­
do foy.
fpL'/7 De maneira que nenhum dom vos falta, f efperando a mariife-
tví.V: jj ftaçaó de noífo Senhor Jefu Chrifto.
ei.Thejf it - £ E [Dm] também até o fim vos confirmará, [?^a] irrepre-
ia. henfiveis [Jirdes'} em o dia de noflo Senhor Jefu Chrifto.
* 5: zj. 9 h Fiel he Deus, por quem chamados foftes a à i comunham de
A. 1.Cor. 10 :fcu Filho Jefu Chrifto noflo Senhor'.
1 77 V ■ 10 vos Porem ? irmaõs, pelo nome de noflo Snor Jefu
• 5 - Q)r;p.o j, g . „ todos huã mefrna coufa falíeis, e diflençoés entre
íyerem.tz.vos outros naó-aja: antes conjuntos cftejaes em hum mefmo fentido,
40. e em hum mefmo parecer.
1^.15: 5. it Porque, irmãos meus, de vos me foy notificado pelos [/a fa-
Galat. z : milia^ de Chloés, que contendas entre vosoutros ha.
Eiftodigo, que cadahum de vos diz: l Eu fou de Paulo , e
íkRom- ix 12::eu m Apollos, e eu de Cephas, e eu de Chrifto.
U. U. Eftá Chrifto [porventura]
— _ divifo? Foy
- Paultfporvosoutroscru-
. .
e 15 .• ç. cificado ? Ou foftes vos outros em nome de Paulo bautizados ?
Phil. 2:2. 14 Graças dou a Deus, que a nenhum de vos bautizei, fenaó a
e 3:16. » Crifpo, e a 0 Gayo.
I.Pfí/r $:S,
h.Cor.y^. 15 Peraque ninguém diga, que eu em meu nome bautizado aja.
mAét.lZ : 16 Porem também a fàmilia de p Eftephanas bautizei: ’No de
24. mais naó fei fe a outrem alguém bautizado -aja.- -------
1. Cor. 16: 17 Porque Chrifto naó me-enviou arbautizar, fenaó a Euãngeli-
12. zar: 7 Naó com iabedoria de palavras, peraque a cruz de Chrifto
» Aã. 18 ; fe naõ esvaeça.
—. - —_ - - —
£
- . - —r - ~

3*
9 Rot?!* 16: 18 Porque bem he a palavra d’a cruz loucura pera os que pere­
cem : r mas pera nos os que fe falvam, he potência de Deus.
*!•
f I.Cor IÍ: 19 Porque efcrito eftá: 7 A íapienciad’osfabios deftruirei, eain-
If. 17. teliigencia d’os entendidos aniquilarei.
7 I Cor. 2: 20 rQu’hedo Sabio ? qu’hedo Efctiba ? qu’hedo Inquiridor d’efte
1.4* feculo ? Porventura naó enlouqueceu Deus a iabedoria d’efte mun­
2. Pear. I: 5
16.
ir » Porque pois,’na fabedor ia de Deus, o mundo por iabedoria
rtj^b\vÍa Deus naó coníieceu, agradou a Deus falvar a os crentes pela lou- .
ifay 29:14.cura d’a pregaçaô: aa Por-í
(IJàj. 3$: l8< u11;*5. L*c. lo:«. x
AOS CORINTHIOS. Cáp. II>
ii Porquanto x os Judeos final pedem, eos Gregos fabcdoria x Afazr.u?
buscaó. 38- ,
23 Mas nosoutros pregamos a Chrifto crucificado , Para 7^ fjg
os Judeos bemhe efcandalo, e pera os Gregos loucura. yMatt.iv,
24 Porem a os que fam chamados, afll Judeos como Gregos, ‘ *
[lhes pregamos nos] a Chrifto potência de Deus, zefabedoriadeDeus. Joa.6'. óoj
25 Porque a loucura de Deus, he mais íabia que os homens: e a 66.
fraqueza de Deus, mais.forte que os homés he. zColoff
26 Porque bem vedes, vofla vocacaõ, irmaós, «que naó L/ôwl al°a-7.4o.
muytos fabios legundo p carne, nem muytospoderolos, nemmuy- ’
tos nobres.
27 Mas Deus efcolheu o louco d’efte mundo, pera a os fabios
confundir : e o fraco d’efte mundo efcolheu Deus, pera confundir
a o'forte.
18 E o vil d’efte mundo, e o desprezívelefcolheuOeus, e o que
naó he, pera a o que he aniquilar.
29 Peraque nenhuã carne perante elle fe glorie. . '
30 Mas drelle fois vos em Jefu Chrifto, b o qual de Deus feito^
nosfoy fabedoria, e juftiça, e fanfrificáçaó, e redemçam: 794.17:19.
3 1 Peraque, como eíia efcrito $ ‘ Aquellc que fe gloria, cm 0 «• ifif 65 s
Senhor iè glorie. 16
0 Jer 9 :»?•
C A P I T V L O II. ,M.
2. Moftra 0 Apofolo um feu exemplo 3 que 0 Euaitgelho de Chrif», gaocom fapien"
cia eu eloquência humana, mas com jingelexa e virtude efpiritual propòrjedeva^t
6 Declara tombem qual [sbederta celeBial‘nelle comprehendida efiá. lo E co-
raoj^pelo Efpirito de Deus e naõ pela prudência humana revelada he 13 Tor- ■—-
' na a dizer com que palavras pronunciar fe devaf 14 E como fe ndê pojfa di-
Jcemir nem julgar d‘a homem animal>fenao d’o efpiritual.
ai.Cdr.lt
I p eu irmaós, quando a vosoutros vim, « naó vim com excel- 17.
lencia de palavras , ou defabedoria, denunciando vos o tefti- e~' 4»
munho de Deus. ^yíff.iSn.
1 Porque naó propus coufa alguá entre vosoutros faber, fenaó a cA318 3.
. Jefu Chrifto, e efle crucificado. a Cor 10:
3 b E com vofco eftive eu « em fraqueza, c cm temor, e em Io*
muyto tremor. di.cor.it
4. E minha palavra , e minha pregaçaõ , d naó foy em palavras r
perfuaforias de fabedoria humana, mas cm demofiraçaó de efpiri-
jío F. EPISTOLA DE S. PAULO ,
ti.Cor. 4: Peraque voílà fé naõ fofle em fabedoria de homens, e mas em
27; potência de Deus.
J 21 ’18: ó / E fabedoria entre os perfeitos falíamos: Porem huá fabedoria
3 naõ d’eíle mundo , nem d’os Princepes d’efte mundo, ^quefe
ij. 'aniquilaõ:
h i.Cw.iç; 7 Mas falíamos a fabedoria i de Deus, k em myfterio efcondida,
14- aqual Deus antes d’os feculos pera noíTa gloria ordenou.
iRvm. 16: § z Aqual nenhum d’os Princepes d’efte mundo conheceu, m Por-
t ic'or 4- ^Ue fe a conheceram,. nunca a 0 Senhor d’a gloria crucificáraõ.
~l9 Mas como eftá efcrito: n Ascoufas que olhonaó vio, eouvido
23. naõ ouvio, e em coraçaõ de homem naó fobíraõ, [feo] as queDeus
7:48. pera os que n amam preparou. .
•âã. 13:27. 10 0 Porem Deus nolas revelou por feu Efpirito. Porque oEípi-
x.Cor.3.14.rit0 efquadrinha todas as coufas , até as profundezas de Deus.
mloa.16-. 3. j 1 porqUC quem d’os homens fabe as coufas que d’o homem fam ,
e n-27'fena5 0 efpirito d’o homé que ’nelle eftá? Aíli também ninguém as
j. ,coufas de Deus fabe, fenaõ o Efpirito de Deus.
13. ’ 12 Porem nos naó recebemos o efpirito d’o mundo, ? mas o Efpi-
»ifay. 64 ;rito que he de Deus: peraque faebamos as coufas que de Deus dadas
4- nos faõ.
• Matt. 13: 1 j As quaes também falíamos, r naó com palavras que a íàbedo-
iCor -iS r*a humana eníina, fenaõ com [«] que 0 Efpirito íànéto enfina,
fPrvv 27’ as coufas efpirituaes a as efpirituaes * acomodando.
I?.' ’ i4 Mas o homem * animal naó comprehende as couíàs que fam
Jer. 17 • 9. d’o Efpirito de Deus. Porque loucura lhe íàm : e naõ as pode en-
7 Row. 8:tender, porquanto efpiritualmente fe difcemem.
*5 • i j / Porem o efpiritual bem todas as coufas diíceme, masielle de
rnCír’i: ninguém difcernido héL
t Porque quem a intençaô d’o Senhor conheceu, paraque in-
2. Peèlrii: ftruir 0 poftà • Nos porem a intençaô de Chrifto temos.
14. *Ou, comparando, ou, apropriando. * Oihnatural ffywvA&j, tlfay.^aZ 13.
Rom.II.‘ 24.
AOS CORINTHIOS. Cap.III.
1

Capitulo III,
1 Da^o Afoftolo ainda outras razoens , forque o Euangelho entre eUes em toda
fingeleza pregou » a faber ? porque erao meninos no conhecimento é carnaes em
Juas contendas, 5 Declara também qual refpeito fe deve a os Doutores e decc-
mo 0 louvor de jua obra nao fe deve atribuir a os que frantao e regao 5 fenao a
Deus j que dá 0 crecimento, Io Que Jeu 0ffcio he edificar fobre Chrifio ofun*
damentOj nao fenoj falha > ou madeira 4 mas ouro* prata, e pedras freciofas»
13 que a obra de cada hum feio fogo fera provada , quando receberão golar- a
dao fegundo a natureza d'ella. 16 Que 0 Templo de Deus por diffençoens naS
profanar fe deve. 18 Porquanto a fabedoria humana he louquice diante de Deus,
il Polo que ninguém fe deve gloriar *nos homens j porquanto nos de Chritlo
fomes.
44
1 Eeu’ *rmaós’ naó vos pude fallar como a efpirituaes, masco-
mo a carnaes, como a meninos em Chriíto. aHebr <♦
1 a Com leite vos criei, e naó com manjar j porque [ainda] naó £ r’ ’*
podieis j nem tam pouco ainda agora podeis. iJW-a».
3 Porque ainda carnaes fois. í Porque como entre vosoutros b i. Cor. i:
[aâida] inveja, e contendas, e diíTençoés aja, porventura carnaes il
naó fois, e [ainda] fegundo * os homens andaes? Galat. 5:
4 Porque dizendo o hum: < Eu fou de Paulo: e o outro, Eu de 16t
Apollos, porventura naó fois carnaes ? *OuJ^
5 Quem pois hé Paulo, e quem he d Apollos, fenaó miniftros wew.
pelos quaes créftes, e [ffi] conforme o Sfior a cadahum deu? ci.Cw. i:
6 Eu prantei, e Apollos regou : mas Deus ó crecimento deu.
7 Poloque nem o que pranta he algo, nem o que rega: Senaó 1 *
Deus que o crecimento dá. i.Cw.nii.
8 E o que pranta, e o que regarhum famj /mas cadahum rece- ' eií/n.
berá feu galardaô fegundo feu trabalho. e AS, 18:
9 Porque ícooperadores de Deus fomos: vosoutros ha Mavourade
Deus, de Deus o edifício fois. ’
10 Segundo a graça de Deus que dada me foy, pús eu como fâ--' 2:
bio architcdo o fundamento ; e outro fobre elle edifica: Mas olhe ler^ ;
cadahum como fobre elle edifica. jo.
11 Porque ninguém pode pór outro fundamento, mais] d’o ^31:19.
que * ja pofto eílá, o qual he Jefu Chrifto. Matt. 16;
ia Efe alguém fobre efte fundamento edificar ouro, prata, Pe* s
dras precioías, madeira, feno, palhiço. ei4:’n.
2 1? A ^Çfj.
Galat'6^. Afec.i‘.i$. e 22:12. gi.C0r.6ll. bEfbef.iliÇ. Colojfa,-.'].
í. £«^2:5. i ifiy. 1S:IÓ. Jtíatt. 16: IS.
i

361 I. EPISTOLA DE S. PAULO


k Ify- 8: ij A obra de cadahum Tc manifeíiará ; k Porque o dia a declara*
2o- . rá-, porquanto por fogo íe defcobre: equal a obra de cadahum he,
o fogo a prova fará.
j.Pedr.v-j 14 Se a obra de alguém, que fobre elle edificou, permanecer j
e 4; 12 galardaô receberá.
is Se a obra de alguém fe queimar detrimento padecerá: falvar-
fehá porem o tal, todavia como por fogo.
h.Cer.6^, 16 ^Naô fabeis vos, que o templo de Deus foisj e [^joEfpiri-
i?- to de Deus em vos habita?
a.cW:i6. j7 Se alguém o templo de Deus violar, [também} Deus a o tal
^epr.'2 6 v^°lara: Porque o templo de Deus fanéto he, o qualvosoutrosfois.
nPrn r IS w Ninguém fe engane a fi mefmo : fe alguém entre vosou-
J ’’’ tros ’neíte mundo cuida fer fabio, façafe louco,. peraque fabíó
Jty. 5:11. feja.
19 Porque a fabedoria d’efte mundo he loucura acerca de Deus.
»lob.y.xi- Porque eferito eftá: * A os fabios em fua aftucia apanha.
#p/âZ 94: 20 E outra vez: »Conhece o Senhor os difeurfos d’os fabios, que
"l f a r **
vaoslao.
21 Polo que ninguém em homens fe glorie: porque tudo voífohe.
Seja Paulo , feja Apollos , feja Cephas , leja o mundo 5 feja
a vida, feja a morte, feja o prefente, feja opor vir 3 tudohevoífo:
*3 Porém vosoutros [yforjde Chriíio, e Chriíio deDeu^

Capitulo IV.
1 E?sfina 0 Apostolo como fi devem effimar os miniffros dd Igreja eque fi reque*
re d^ elies, 3 Bem pouco effima 0 juizo dfos homens 3 e mofira com fiu exemplo
que prijicipalmente dardo conta de fiu minifierio a Deus, 6 Amoefianaò fomen­
te a os Doutores t mas também a todos os fieis fintir temperadamente de fi mes^
mos, 7 Pífio que Deus os diferve- por fius dons e wac elies por fi mejmos*
8 Boem hua diferença entre 0 grande fintimento que elies tinhao de fi mesmos »
e 0 vil e mifirawel efiado dlos últimos Apofiolos "nefiemundo, 14 Eern que
também por effa comparaçao tivefiem menor Jentimento de fi mesmos, Vj Tejli-
fica que lhes também por efie fim enviara a Timotheo. 18 Reprende outra vez
fia arrogancia» e os ameaça com fua vinda, 2.0 Pera que a bom tempo de fi o
mal tirafiem > e a vara escapafiem.

efíi-1 A ffi nos * eftimem os homens a com© a minifiros de Chriíio, e


’ „e ito-' defpenfeiros d’os myftcrios de Deus.
wfw. E
AOS CORINTHIOS. Cap. IV.
2 E ’no demais, requerefe ’nos deípcnfeiros, h que cadahum fiel b Luc. 12:
fe ache. 41-
3 Porem a my, muy pouco fe me dá de de vosoutros julgado fer,c Exo^ M2
ou de juizo algum humano: nem eu tampouco a mymefmomajulgo.
4 Porque em nada culpável me finto: c masnépor iffo juftificado p^/,
eftou: antes 0 que me julga, o Senhor he. 2.
5 d Affi que nada antes de tempo julgueis, até que 0 Senhor ve- dMatt.TX.'-
nha, e o qual também â luz trará as coufas ’nas trevas ocultas, e os Idom.t: i-
confelhos d’os coraçoés manifeftará: e entonces cadahum louvor
de Deus terá. ífor'^‘
6 E eftas coufas, irmaõs, me acomodei eu, por femelhança, a ‘
my e a Apollos por amor de vosoutros : peraque em nos aprendaes fpro'vy,^.
prefumir mais d’o que efcrito eftá: Peraque hum por amor Xem.it: 3.
dfoutro, o hum contra o outro vos naô incheis. *
7 Porque quem te difcerne a ty ? g E que tens tu que recebido gjoa. 3:27.
naõ ajas ? E fe 0 recebefte, porque te glorias, como fe recebido KI7-
o naô ouvéras ? -
8 Ja eftaes fartos, ja eftaes ricos, fem nosreynaftesj eoxalarey-
neis, peraque também nos com vofco reynemos.
9 Porque para my tenho, que Deus a nós que os últimos Apolio-
los fomos, á moftra pofto nos tem, hcomo ja a a morte condena* 44*
dos: pois i espeótacuio feitos eftamos ao mundo, e a os Anjos, e _ 's, g.
aos homens. S4.11*
10 b Nos loucos por amor de Chrifto, mas vos fabios em Chri- iHebr. 10:
fio: Nos fracos, mas vos fortes: vos * illuftres, mas nos viis. 31.
11 Até efla prefente hora fome e fede padecemos , e nuos efta- & í.Cor.^t
mos, e/apunhados fomos, e certapouíãdanaô temos.
12 m E trabalhamos, obrando com naftas próprias maós: fomos
injuriados, e «bendizemos: fomos períeguidos, efofremolo:
13 Somos blasfemados, e rogamos: Somos feitos como 0 cisco
d’o mundo, [/J como a rapadura de todos, até o prefente. e 20:34.
14 Naô elcrevo eftas coufas pera vos envergonhar: mas«como a i.The]f.z:9.
meus amados filhos [w] amoéfto. t. Thejp 3:
5 Porque ainda que dez mil ayos em Chrifto tivéreis, com tu-
do muytos paes naõ t Porque eu em Chrifto Jeíupelo*™****
Euangelho vos gerei. iJcáuS-
16 Portanto vos amoeôo, j que meus imitadores fejaes. «23:34.
Zz2 17 Por 7:6o-
2: 11. f ^0.18: II. Galat.4’. 19. PHlem. vm 1Q< líiiob.i:
jl.Cír.JlU. l.lhef.li é. l.Tfyfalf.
3Ó4 I. EPISTOLA DE S. PAULO
17 Por efta caufa vos mandei a Timotheo , que he meu amado
e fiel filho em 0 Senhor : o qual meus caminhos em Chrifto vos
lembrará, como por todas as partes em cada Igreja enfino.
*Ou>E/?<íb. 18 Mas alguns * inchados andam, como fe eu a vosoutros naõ
ouvgfle de vir.
rAtt-18: 19 Porem prefto a vosoutrosvirei, r feoSenhorquifer: e[entaf]
21 • entenderei, naó as palavras, fenaô d’osaue inchados andaó, avir-

fiCor42-4 20 ^Porque 0 Reyno de Deus naõ [unfijte} em palavras, fenaõ


i.Thrf.i-.em virtude. f
$. 21 Que quereis ? Virei a vosoutros com vara, ou comcaridaaç e
&Pedr. i; efpirito dç manfidam?

Capitulo V.
1 Adianta 0 Apoftolo e prova d*as faltas _> que aindafe achavao 3na Igreja dte
At Corinthios ? que elles tinhaò mayor razaofhumilbárfe * d'o que gloriarfe e exal­
çarfe 3 e primeiramente porquanto tolerárao entre fi o incesto. 2 Amoefta os
vlgurofamente que a o que o cometia tiraffem de feu ineyo > e a Satanás o entre-
&a!í- m, 6 Polo que ufa de varias razoens -> e em particular de hua tomada d'o
fermento 3 o qual em celebrar d:a Pafchoa 3no Velho Testamento fe ' avia de alim­
par, 9 Defpois inftrue os mais largamente acerca d"os quaes efta dtfciplina Ecle-
fiaftica fe avia de exercitar* 11 A faber acerca d?os que fe chamaõ irmãos ? o
entretanto femelhantes efcandalos davaô * 12 Deixando a os que eftávaí for*
d9a Igreja à o juizo de Deus,

i Totalmente fe ouve [^ej entre vosoutros fornicaçaõ [Zw] , c


tal fornicaçaõ, qual nem ainda entre as gentes. íe noméa: de
ã Lev. 18: maneira que hum a á mulher de feu pae tenha.
S. - E [aivja] inchados eftaes, enaõvos entrifteceftes^ [a»r«j muy-
De&í. 17: to maisf.pera d’o meyo de vosoutros fe tirar, o que tal feito co-
2o- meteu ?
í> Coloff. 22 3 Porem eu como de corpo aufente, mas de efpirito prefente,
5. ja como fe prefente determinei, que o que tal affi come-
«Ou, com teu,
o força. 4. Eftandovosemeuefpiritojuntos, em nome de noflò Senhor
Jefu Chrifto, * em virtude de noflò Senhor Jefu Chrifto,
ci.Tim.v 5 cDe a o tal a Satanás, entregar, peradeftruiçaõd’acarne,
20. peraque o efpirito falvo feja em o dia d’o Senhor Jefus.
JGal. 5:9. 6 Naõ he boa voflà jaoancia. d Naó fábeis que hum pouco de
formento toda a maffa levedar fez?
A O S C O R I N T H I O S. Gap. V.
7 Alimpae pois o velho formento, peraque nova mafla fejaes,
como fem formento eíiaes. Porque e ChriftonoflàPafchoa, pornos^M?:"
facrificado foy. icòl
8 Poloque f feita foçamos, naó em o $ velho formento, nem em fdxòí.ili
o formento de maldade, e de malicia, fenaó em [paew] asmos de7 , j/
finceridade e de verdade. gDeut< ifc
9 Ja ’na carta escrito vos tenho, h> que com os*fornicadores vos J-
naó mefturasfeis: hDeut.T^
to Naó porem de todo com os fornicadores d’efte mundo, ou^^* íS:
com os avarentos, ou com os roubadores, ou com os idolatras: 2 cor-^n
Porque d’outra maneira neceflario vos feria d’o nlundo fair. Èphefá-.ui
w Mas agora vos e fere vi, que naó vos meftureis, dizer] z,Thèffi$í
que, fe algum, chamándofe irmaó, fornicador, ou avarento, ou 14-
idolatra, ou maldizente, ou bebarraó, ou roubadór for, »com*-N»w’i%:
o tal nem ainda comaes. e I4*
ia Porque , que tenho eu também que julgar d’os que de fora * 15 *
eftam ? Naó julgaes vos d’os que eftam de dentro ? t TbelT.V.
13 Mas a os que de fora eftáõ, Deus os julga, k Tirae poisd’en- 14/ *
tre vosoutros a efle mao. 2hw.w.io.
kDg/ttãfâ*
Capitulo VI.
9

I Redarguo o ApolMo aqui ainda alguas faltas entre os Corinthios d3as quaes a
primeira he que as demandas que fe achávao entre elles fobre as coufas munda­
nas nao ajufiávao amigavelmente entre fi 5 mas que as traziaõ perante os Magi-
firodos infiéis,, 2 Prova que iiio nao convinha a os fieis ? porquanto o mundo e
os Anjos por elles julgados JeriaS, 7 Aponta despois a origem donde ejfas de-
mandasprocediao > afiiber > d1a falta de charidade^ tolerância ejufiiça* 9 Tefiifica
que os injufios e outros efiandalofos nao haõ de herdar 0 Reyno d9os ceos. II E>
que lhes era indecente igualar fe por adiante a elles , porquanto pelo Rfpirito de
Deus d0 Senhorio defies pecados livrados fóraõ, 12 Redarguo ainda hua outra
falta 3nelles» confifiindo 9neabufo d3os mancares ede outras coufas tocantes 0ven­
tre ? mas principalmente reprende a fornicação. 1$ Prova com mnjtas razoes
quam indecente ella he para os Chriftaos* 19 Cujos corpos Jao Templos doE/jpi-
rito SauSo » que caros comprados foraõ j e que devem glorificar a Deus em fe»
corpo c Efpirito*

1 Qufa algum de vosoutros, tendo algum negocio contra outro,, ^<T?.


*“a juízo perante os injuítos ir, e naó perante os iãnâos? 28. ’ *
> « Naó &o£is vos que os laniâos a o mundo ham de jujgar ? E
Zzi fe
I. EPISTOLA DE S. PAULO
* O«, & fe o mundo por vos julgado he, fois porventura indignos * de jul-
Tninwios _ 1 r 1 • • *' •» * ° J .
iwzw &ar °c cou^as mínimas ?
J * J Naó fabeis vos que a os Anjos avemos de julgar ? Quanto mais
as coufas a efta vida pertencentes ?
4 Affi que fe negocios de juizo tiverdes a efta vida pertencentes,
ponde ’na cadeira a os que de menos eftima ’na Igreja fam.
í Pera vos envergonhar [«] digo. Naó ha pois entre vosoutros
febio , nem ainda hum, que entre feus irmaós julgar pofia?
6 Mas irmaó com irmaó a juizo vae, e ifto perante infiéis.
7 Affi que totalmente ja entre vosoutros ha feita, pois entre vos
♦Ou. jui- * demandas tendes. £ Porque naó fofreis antes a fem razaó ? Por-
que naó fofreis antes o dano ?
iProv.20: 8 Mas vos fez eis a fem razaó, e o dano fazeis, e ifto a
JUttt •? °s írmaõs.
Rom vivrj. 9 Ou na° fabeis que os injuftos naó ham de herdar o Reyno de
i. ne/.s:Deus ?
15. 10 Naó erreis: t nem os fornicadores, nem os idolatras, nem
i.P?</r.3:9 osadulteros, nem os affeminados, nem os que com machos fedei-
* Ga^at' 5 '• tam, nem os ladroes, nem os avarentos, nem os bebarroens; nem
os maldizentes, nem os roubadores haõ de herdar o Reyno de Deus.
Jpoc '221 11 E ifto éreis alguns: Mas eftaes e lavados, masf^J
iç’ eftaes fanéiificados, mas eftaes juftificados em o nome d’o Se-
dEphefn nhor Jefus, e pelo Efpirito de noffo Deus.
2. 14 / Todas as coufas me fem licitas, mas nem todas as cóufes con-
£>/<>/: j: 7. vsm. tOdas as coufas me fem licitas, porem eu a o poder de nin- •
V 3 guem fugeitar me naó deixarei.
13 Os manjares iam pera o ventre, e o ventre„pera os manjares:
fi.Cor. 10: mas Deus os aniquilará, affi a o hum, como a osoutros. Porem o
23. corpo naó he pera a fornicaçaó, fenaó para o Senhor, e o Senhor
pera o corpo.
I Rom. s: 14 g Ora também Deus a o Senhor refuscitou, e por
li- fua potência a nós nos refufeitará.
i"Ctfr*4"'i4 15 Naó fabeis vos que vofios corpos membros de Chrifto feó?
Tomarei pois os membros de Chrifto, e feios hei membros de huá
folteira? Tal naó aja.
, _ . 16 Ou naó fabeis que o que com a folteira fe ajunta , hum corpo
jT 1' [(mf eSal he: h Porque os dous, diz, huá [mejma] carne feráô.
'7 Mas 0 que com o Senhor fe ajunta, [com eSeJ hum [mefmo j
Marc.108. Efpirito he.
£^.5:31. fugi
AOS CORINTHIOS. Cap.VII. • •»» .
*

18 Fugi d’a fomicaçaô: Todo pecado que o homem fizer, fora


d’o corpo he : mas o que fomica, contra feu proprio corpo pécà.
19 Ou naó fabeis, í que voíTo corpo he templo d’o Eipirito fan-
íto, o qual em vosoutros eítá, 0 qual de Deus tendes, e íi.Cw. 3;
volfos proprios naó fois ? *6.
20 á Porque caros foítes comprados • glorificae pois a Deus em
Voffo corpo, e em vofío efpirito, os quaes lam de Deus. deèrift.
ltPedr,2,’,$. k 1.0^7:23. Galat.y.v^. HUr.9lU.

Capitulo VII.
X Responde 0 ApoJMo d pergunta t fi he bom tomar mulher. 3 Manda a os cafa"
. dos que naõ defraudem hum a o outro > 5 Se naõ for por mutuo confentiment9
de ambos ? por algum tempo» pera fi ocuparem em jejum e orafaõ* 8 Declara *
os folteiros e a as viuvas » que he bom ficarfe femiafar» a faber pera ófrtaes *
que tem 0 dom para ijfo e nao pera outros. Io Ordena a os cafados que nao fi
apaitem hum de outro. 12 Nem ainda os fieis d'os infiéis > a faber feeffes eslao
contentes em ficar fe com os fieis* 15 Mas fe os infiéis fe querem apartar » te-
fiifica » que os fieis em tal cafo naõ esido fugeitos a firvidao. 18 Declara
também que cada hum com 0 efiadò em que foy chamado á Chrifio fi deve con­
tentar) afji os circuncidados como os que esiaõ 3no prepucio. 21 Ãjfi os firvos
como os livres. 25 Trata despois £as virgens que efido fob poder de outros, e
molira em que cafo he bom de as cafar ou nao* 30 Acrecenta a iffo hua amoesía- —**
paõ geral» de como o matrimonio e outras coujas d3efíe mundo devem fir ufadas*
32 E que avantagem os folteiros tem fobre os cafados pera melhormente a 0 Se­
nhor fi ajuntar. 36 Toda via nao pecaò que cafao fias virgens* $9 E declara
outra vez que os cafados efiejao liados hum a outro todo o tempo que vivem.

x ra tocante ás coufas de que me eícreveftes, bom he a o ho-


mem naó tocar mulher.
a Mas por caufa d’as fornicações, tenha cada hum fua própria
mulher, e cada huâ feu proprio marido tenha.
3 4 Pague o marido a a mulher a devida benevolencia, efeme-^i-^-J*
lhantemente a mulher a o marido. 7* .
4 A mulher naó tem poder fobre feu propriocorpo, fenaó o ma­
rido : e também, d’a mefma maneira, o marido naó tem poder fo­
bre feu proprio corpo, fenaó a mulher.
5 b Naó vos defraudeis hum a o outro, íènaõ for por confenti- hittlitâi
mento ambos} por algum tempo, peraque vos desocupeis para v
o jejum, e para a oraçaõ: e tornae vos outra vez a ajuntar, pera­
que Satanás vos naó atente, por caufa de voflà incontinência.
6 Iíto porem digo por permiflàm, naó por mandado.
7 <Poc-
368 I. EPISTOLA DE S. PAULO
• AR. 16 : 7 c Porque quiféra que todos os homens como eu mefmo foflém •
,
aMatt.IÇ'. n-mas cadahum tem _ n. rproprio
feu 1 dom de Deus,’ o hum em verdade
n ain, porem o outro ain.
i.cor. ii: 8 Digo porem a os folteiros, e a as viuvas, que bom lhes he, fe
11. como eu fe ficarem. '
ti-Tim. 5: 9 e Mas fe conter fe naõ podem, cafemfe: Porque melhor heca-
I4- farle, que abrafarfe.
fMalach.i: 10 Porem a os caiados mando, naõ eu, fenaõ o Senhor, f que a
*4- mulher d’o marido fe naõ aparte.
Matt 532. j j e fe apartar, por cafar fe fique, ou com o marido fereconci-
Marc 10 • e <lue 0 mafido á mulher naõ deixe.
u* ’ 12 Mas a os outros digo eu, naõ o Senhor: Se algum irmaómu-
L»í.i6;i8. lher infiel tem, e ella confente em com elle habitar, naõ á deixe.
13 E fe alguá mulher marido infiel tem, e elle confente em com
* ellehabitar, naõ o deixe.
'4 Porque o marido infiel he fanétificado pela mulher: e a mu­
lher infiel he fanétificada pelo marido. Que d’outra maneira feriaõ
voflos filhos immundos: porem agora fam íànétos.
iy Mas fe o infiel fe apartar, apartefe. Em tal [caft] o irmaõ,
ouaimaá naõ eftáõfuj eitos á fervidam: mas Deus nos chamou â paz.
I i.Pedr. j: 16 g Porque, que íâbes tu mulher, fe a o marido falvarás? Ou
t’ que fabes tu marido, fe a a mulher íàlvarás?
17 Porem cadahum como Deus lhe repartiu, cadahum como o
Senhor o chamou, affi ande: eaffiem todas as Igrejas ordeno.
18 He algum chamado eftando ja circuncidado ? naõ eftenda
prepucio']- He algum chamado eftando ] ’no prepucio ? naõ fe
circuncide.
19 A circunciíãõ nada he, e o prepucio nada he fenaõ a guar­
da d’os mandamentos de Deus.
h Efhef. 4: 20 h Cadahum fe fique na vocaçaõ em que chamado he.
_/• íi Es chamado fendo fervo ? naõ fetedé (Wâj; mas fe também
c / j?’1-17* £°rrar te P°des * procura J mais.
i.Thefv P°rclue 0 9UC em 0 Senhor he chamado fendo fervo, forro he
12. *d’oSnor: d’a mefma maneira também, o que he chamado fendo
• Ou, ufa. livre fervo de Chrifto he.
íi.Car.6; 23z Caros foftes comprados, naõ vos fàçaes fervos d’os homens.
20. 24 Irmaós, cadahum acerca de Deus, ’naquilio fe fique, em que
JS^n9:i2. chamado he.
1 ’1: ®ra tocante a as virgens, mandado d’o Senhor naõ tenho5
dou
AOSCORINTHIOS. Cap. VII. & \
dou porem [meu] parecer, como aquelle que mifericordia d’o Se­
nhor alcançado tenho pera fer fiel.
*6 Tenho pois ifto por bom, porcaufad’a neceflidade inftante,
que bom he a o homem eftárfe afli.
27 Eftás liado â mulher? naó busques foltura. Eftás folto de
mulher, naõ busques mulher.
28 Mas fe também te cafares, naõ pecas: e fe a virgé íe cafer,
naó peca. Toda via teraó os taes ’na carne tribulaçam. Porem eu
vos * escufo.
29 Ifto porem digo, irmaós, que 0 tempo, querefta, hebreve:
para que também os que mulheres tem, fejam como fe as naó ti-
veflèm:
30 E os que choram, como fe naó choraflemj e os que folgam,
como fe naõ folgafle 5 e os que compram, como fe naó pofluiflèm,
31 E os que d’efte mundo ufaõ, como fe [d'elle] naó abufaílé. *
Porque a aparência d’efte mundo paflà. k Ijày. 40;
32 E bem quiféra eu, que fem cuidado eftiveflèis. IO * folteiro 6»
tém cuidado d’as coufas d’o Senhor, como a o Senhor hade agra- lacei-M°‘
j 0 ^4:14-
dÀrí j Pedr I ♦
33 Mas 0 que he cafado, tem cuidado d’as coufas d’o mundo, ' 24.
como á mulher hade agradar. _ i.Z«a2:I7«
34 A mulher caiada, e a virgem eftaõ divifas. A por cafar tem li-Tim. JZ
cuidado d’as coufas d’o Senhor, pera fer fanéta, afli d’o corpo 5- *
como de Efpirito: mas a calada, tem cuidado d’as coufasd’o mun-
do, como a 0 marido ha de agradar. J0T ^1,
3$ Ifto porem digo pera voflò proprio proveito 3 naó para laço f
vós lançar, fenaõ pera [vos guiar] , a o que decente e conveniente
he. pera fem alguâ diftraiçaõ bem a 0 Senhor vos apegar.
36 Mas fe alguém lhe parece que indecentemente com fua virgem
trata, fe a flor d’a idade paflar, e affi convém fazer fe: faça 0 tal
o que quifcr, naó peca, cafemíe.
37 Porem o que firme ^m coraçaó eftá, neceflidade naõ
tendo, mas poder fobre fua própria vontade tem, e ifto em feuco­
raçaó determinou, de fua virgem guardar, bem &z.
38 Afli que o que em cafamento dá, bem fez: Mas 0 que em
cafamento a naó dá, melhor fez.
39 m A mulher cafada pela Ley liada eftá todo o tempo que feu »2?í®.7.2-
marido vive: mas íc feu marido falecer, livre fica, pera, com
V® I. EPISTOLA DE S. PAULO
quem qujfer, fe caíarj com tanto [que] em o Senhor
4o Porem mais bemaventurada he, ie affi fe ficar, fegundo meu
pi.Ttyfc' parecer. E também cu cuido, » que o Efpirito de Deus tenho.

Capitulo VIII.
I tíefponde o Apoftolo d outra pergunta , tocante o comer d'as coufas facrificadas a
os ídolos i e ncoffra que para iffb nai basta que fabemos que o ídolo nada he»
5 E que naó temos mais que hum fó Deus e Senhor, 7 Porquanto muytos fra-
Àa cos hao_j que por caufa d iffo padeceriai efcandalo. Io E feguindo feu exemplo
d‘elles, facilmente tomariai liberdade pera com maa confciencia fazer o mesmo t para
fua própria perdição- 12 Teffifica que os taes pecai contraChrifioi Porque
a ninguém convém efcandalizar a feu irmaõ por ufo de algum comer.

/~^ra tocante a as coufas a os idolos facrificadas : [Bem] fabemos


• que todos fciencia temos. A fciencia incha , mas a caridade
edifica.
2 E fe algum cuida couíà alguáfaber, ainda nada conhecido tem ,
como convém conhecer.
3 Mas fe algum a Deus ama, o tal d’elle conhecido he.
»Bom. 14 *• 4 a Afii que quanto a o comer d’as coufas a os idolos facrificadas 5
14. [ Bem 3 fabemos b que 0 idolo nada he ’no mundo,c e que naó ha ou- ■
b 1.t.or. 10: tro algum Deus, fenaô hum.
1?- , 5 Porque ainda que também [algus] aja, que Deufes fe chamem ,
f Deut. 4■ feja >no ceo feja ,Qa terra (conao muytos Deufes e muytos Senho-
'Ephef.4'. 6. ha).
IMalachz: 6 d Toda via nos [nam] temos [mais que] hum [fo] Deus, oPae,
10. e do qual [fiõ] todas as coufas, e nosoutros pera elle: f e hum [JóJ
Tphf.4: (>■ Senhor Jefu Chrifto , pelo qual [fam] todas as coufas , e nos por
eJtem. H:eHe.
3^ j, . 7 Mas naó em todos fciencia ha: g alguns porem até ago-
' j* ’ ra com confciencia d’o idolo comem , como jjZe toufas] a os idolos
iXor12:3.facrificadas: e fendo fua confciencia fraca, fica contaminada.
phil.v. 11. S h Ora o manjar naó nos faz agradaveis a Deus. Porque feja
f i.Cw.io:que comamos, nada de mais temos 5 e feja que naó comamos, na-
2S„ da nos falta.
1Po,». 14. ? ■ Mas oihae qUe efte voffo poder, naó feja em alguã maneira
iGa/at. 5 ; efcandalo para os fracos.
*3. 10 Porque fe algum te vir a ty, que [effa3 fciencia tens, [d mefa]
’no templo dos idolos affentado, naó ferá a confciencia d’o que he
fraco
AOS CORINTHIOS, Cap. IX. 37X
fraco * induzida a comer d’as coufas a os ídolos facrí&ada$ ? edifi-
11 k E perecerá afti, por tua fciencia, o irmão fraco , polo qual tada.
Chrifto morreu? 14*
u Porem afli contra os irmãos pecando, e fua fraca confciencia
ferindo contra Chrifto pecaes.
13 / Poloque, fe o manjar a meu irmaó elcandalizar, nunca jaZ/tow. W
mais carne comerei, peraque a meu irmaô naó efcandalize.
2 Cor. II í
Capitulo IX.
2 Propom o Apofldlo feu proprio exemplo a os Corinthios pera, melhormente tra­
zelos a ligitimo ufo das coufas inctifferentes > e per efie fimjuntamente aqui tra-
. ta d’o foFtento dos mimfiros da Igreja > e tefifica que também elle tomo outros
Apoftolos tinha poder de tomar /ostento. 7 Produz diverfas razoes pera pro­
var iffo> tomadas dos que fervem ’na guerra que prantao a vinha 5 e apacentaõ
0 gado. 9 D> 0 bop que trilhaII D'o femeador* IJ D’os que admindirao o
Templo ou Altar. Todavia declara que naó ufou > nem também ainda quis
ufar dejra poteftade j porquanto julgava que isto entre elles naõ ferviria para
edificafao , e que naõ convinha abufar jua potejiade. 19 Mas que em coufas
í indifferentes fi acomodou a os fracos Chrifiaõs> afli a Judeos como Gentios» pe­
va melhormente ganhálos. 24 Exhorta finalmente afli por feu proprio exemplo £
como pelas comparaçoens > dos que coarem em 0 corro * e combatem ou lutab > pera
temperança e diligente adiantamento *na piedade*

s N a° f°u eu ‘oer,tura~\ Apoftolo ? Naõ fou livre ? « Naó vi a AS 9:3.


^eu a iefu Chrifto Senhor nofiò ? b Naó iois vosoutros minha « 22:14.
obra em o Senhor? 18-
2 Se para os outros naõ fou Apoftolo, a o menos para vosoutros t I|*
ofou. Porque vos fois o lello de meu Apoftoladoem o Senhor. ijcwn-i
3 Efta he minha dctenfa pera com os que * me condénaõ. íi. Cw^*
4 « Naó temos nos poder de comer e de beber? 15.
5 Naó temos nos poder de [ummojco ] huá mulher irmaá trazer , *Ou*««bí
como também os de mais'.Apoftolos, e os irmaós d’o Senhor, e
4/Cephas? ciCr *
6 Ou ió eu, e Bamabas, naó temos poder de naó trabalhar? ' 9*
7 Quem «jamais a feu proprio foldo milita ? f Qué a vinha pran-
ta, e de feu fruito naó come ? Ou s quem o gado apacenta , c d’o2.r«e^i;’
leite d’o gado naó come ? V-
8 Digo eu ifto fegundo.os homens? Óu naó dizaLey também o 8:
mefmo?
4.i> sPor-'^"^
37x I. EPISTOLA DE S. PAULO
hDeut.iy. 9 Porque ’na Ley de Moyfes eftá efcrito ; h A. 0 boy qúe trillia
A a boca naó liarás. Porventura tem Deus cuidado dos boys? ,
í.i^.5.1 . Io qu totalmente por nosoutros [ojdiz? Porque por nos èftá
[i(io] efcrito: porquanto o que lavra, com efperança deve lavrar;
e 0 que com efperança trilha, de lua esperança participante [dè-
. w ] ler.
i Rom. 15: ui ge nos as coufas efpirituaes vos femeamos, he muyto que as
Ga/a't z 6 vo'®'as carnaes feguétnos?
ii Se outros a’efte poder fobre vos participantes faõ, [/orpre]
20: na-õ tanto mais nosoutros? k Mas nos d’efte poder naó ufam os: antes
33. ' tudo foportamos, peraque algum impedimento a o Euangelho dc
a-c«M 1:9. Chrifto naõ demos.
.-r/1?1*/- l3 Naõ fabeis vos, /que os que as coufas íàgradas adminiftraõ,
d’o fagrado comem ? pte] os que junto a 0 altar de contino
eftám, com 0 altar participam ?
f»Lev. 19:' 14 m Affi ordenou também 0 Senhor, a os que 0 Euangelho de-
Deut. 24: nunciaõ, que d’o Euangelho vivaó.
14. 15 Porem eu de nenhuâ d’eftas coufas ufei; E nem ifto efcrevi,
e2$;4. peraque affi comigo fe faça : Porque melhor me fora morrer, d’o
i0; que alguê efta minha gloriaçaô esvaecer.
Io- 16 Porque fe o Euangelho denunciar, para my gloriaçaô naõ he,
í-w. lo.- 7. n pQjs nece^jajc me jfee impofta. E ay de my, feo Euangelho naõ
« Kow 1 •’ denunciar. ’
J4*’ ‘ 17 Porque fe de boamente o faço, prémio tenho: Mas fedemá-
mente, [toda via] a difpenfaçaô me he confiada.
18 Que prémio tenho logo? faber efie] que Euangelizando,
* Cu J o Euangelho de Chrifto * de balde proponha, pera de meu poder
gr.'p' ’no Euangelho naó abufar.
19 Porque eftando eu de todos livre, fervo de todos me fiz j por
[aixdd] a mais ganhar.
10 0 E fiz me a os Judeos, como Judeo, por ganhar a osjudeos:
e is. a os que eftáõ debaixo d’a Ley, como fe de baixo d‘a Ley eftives-
íXI :23. fe, por ganhar a os que de baixo d’a Ley eftám.
f Gafat. 2; 11 ? A os que eftám fem Ley como fe fem Ley eftivefie (naõ eftan-
3. do [/orem] para com Deus fem Ley; mas para com Chrifto debaixo
d’a Ley) por ganhar a os que fem Ley eftám.
11 ■? Fiz me como fraco a os fracos, por a os fracos ganhar: tudo
1. io; a rocjos me £z? pera por t0(ias as vias a alguns vir a falvar.
6- 25 E ifto faço eu por caufad’o Euangelho, peraquetambémd’el«
‘L le participante feja. M Naó
AOS COR IN T H I O S. Cap. X. ?7J
i4Naó fabeis vos que os que em o r corro correm, todos em ver- rGalat.i&;
dade correm5 mas hum 0 prémio leva? Correi de tal manei-
ra, que alcanceis. * z.íídw'
2$ / E todo aquelle que [p»r prémio] luta, de tudo fe abfte: Affi ,
que aquelles, por fó huá coroa corruptível receber, [0 fazem]: po-ft..Tm,y.4.
rem nos [pr] huã f incorruptível. n 2íw.4 S.
26 Corro pois affi, naõ como á coufa incerta: affi combato, naõ
como a 0 ar ferindo.
47 Antes meu corpo fojugo, e a fervidam 0 redúzo , peraque a
os outros prégando, eu mclmo em alguá maneira reprovado naó
fique.

Capitulo X.
X Declara o Apofiolo que todos os' Ifraelitts 9no déferto 3na nuvem e ^no mar bau-
tizados forao. } £ que todos de hum mesmo manjar e beber efpiritual comêrad
e beberão. 5 Mas que toda via de Deus caStigados forao ; 7 Quando em ido­
latria ou fornicação cairaõ _> e d Chrifio atentárao » ou contra ede murmurdrai.
11 Testifica que ifio ferve para noffo avifo > fera naõ cometer taes pecados.
13 Promete a ajuda de Deus 3nas tentações > e juntamente a boa falda. 14 Ex-
horta os outra vez a fugir d3a idolatria. 15 Porquanto pelo ufo da SanftaCea
tem comunbaí com 0 corpo e fangue de Chrifto , mas pela idolatria com os Dia­
bos cujas mefas poriffo avem de evitar 5 22 Nem de baixo denenhua capa irri- ísfõ
tar a Deus > ou efcandalixar a feu proximo. 25 Toda via permite de fim fe in­
quirir comer de tudo 0 que fe vende 3na carniçaria, KJ E que fe lhes» convida­
dos dlo infiel» nameza aprefcnta» fe naofor que algum 0 notificar. E con-
clue eSle negocio com amoefiaçao univerfal de fazer tudo pera honra de Deus
« edificação de noffo proximo.

. . . . j a Exod, IJJ
O ra, irmãos, nam quero que ignoreis, * que noflospaes todos XI<
de baixo d°a nuvem eftivéraô, e h todos pelo marpaffáram: Num.9.18*
1 E todos em Moyfes 5na nuvem, e 5no mar bautizados forao: JDe^i:33>
5 ' E todos de hum mefmo manjar efpiritual comeram: Neh.qiit,
- 4 d& todos de hum mefmo beber efpiritual beberam. Porque
bebiam d’a pedra efpiritual que ] feguia $ e a pedra era Chrifto.^y
5 Mas d’a mayor d°elles fe naõ agradou Deus: * porque^Exodl^
cm o deferto poftrados forao. 22.
6 E eftas coufas em exemplos feitas nosfõraô, peraque couíaslc/^nj,
roins naõ cobicemos, còmo/elles cobiçáram.
A aa 3 7 jtcExod. i6:
dExod.i7i6> íírauo:n. ^7.71:15. fJto«Ix:4J3t
PJal.lQó, 14
374 I. EPISTOLA DE S. PAULO
7 E naó vos façaes idolatras, como alguns d’elles, como efiá
gExod. jt: efcrito: g Aífentoufe o povo a comer, e a beber , e levantáraófe a
íjLw. «>>pr.
j i E nam forniquemos, h como alguns d’elles fornicáram, e em
Efal. icó; hum dia vinte e tres mil caíraõ.
29. !> E naó atentemos a Chriflo, * como também algús d’elles
íNxm. ii; atentáraó, e peias ferpentes perecéraó.
pA 06 • 10 £ na° murmure’s ? * como também alguns d’elles murmurá-
j“‘" 10 ’raó, e pelo deftruidór perecéraó.
14-
kExod.16'. 11 E todas eftas coufas em figura lhes fobrevíéraõ, /e eíhmeícri-
io. tas pera * avifo noflò, m em quem ja os fins d’os íèculos chegados
e 17:2. íãm.
Num- 14: ii O que pois cuida que empe eftá, olhe que nam caya.
pj/ oó • Naó vos tomou tentaçaó , fenaó humana : porem » fiel he
■*' 10 ' Deus, que mais d’o que podeis vos naó déixará atentar, antescom
iRom 15 4.a tentaçaó também a íàyda dará, peraque foportar a poflaes.
i.Cor.y.io. >4 Portanto, meus amados, fugi d’a idolatria.
* Ou , a- 15 Como a entendidos fallo: Julgae vos [mefmor] o que digo.
moefta. 16 O copo de bendiçam , aoquaí [dundo graiw] bendizemos,
m Philip. 4: naó hg porventura a comunham d’o fangue deChriílo ? O pam que
10 • Part’mos naó he por ventura a comunham d’o corpo de Chrifto ?
2^’ ’ 17 Porque hum pam [Ae] , afii nosmuytos 0 hum corpo
n i,o.i:8.f°®os: porquanto todos de hum pam participámos.
i.TA/3: 18 Vede a lírael fegundo a carne: Naó íãm porventura-, os que
24. os facrificios comem, d’o altar participantes ?
iPedr.T.'). i9 Que digo logo? p Que o idolo couía alguâ he ? ou que o lã-
cr*®c*° idolatrico coufa alguá feja?
' ' 20 Antes [digo] ? que as couíâs que as Gentes íâcrificaô, 7 a os
p 10.8:4. Demonios as facrificaó , e naó a Deus. E naó quero que d’os De-
j Lev.i 7:7. monios participantes íêjaes.
Deut. 32: 2i Naó podeis beber 0 copo (To Senhor, e o copo d’os Demo-
l7- nios: Naó podeis fer participantes d’a meíà d’o Snor, c d’a mela
d’os Demonios.
22 Ou irritamos a 0 Senhor? Somos nos mais fortes que elle?
r i.ío- oi 23 r Todas as couíâs me íàm licitas, mas nem tod-asascouíãscon-
12* vem : todas as coufas me íãm licitas, mas nem todas as couíâs edi­
ficam.
f1.cor.x3: 24 /Ninguém buíque o feu proprio, antes cadahu o que he d’o
5. outro.
RbilipA:^-. De
AOS CORTNTHIOS. Cap.XI. ?7J '
27 De tudo quanto ’no açougue fe vende, comei, fem vos inqui­
rir por cauía d’a conlciencia.
2ó t Porque d’o benhor he a terra, e [tufa] Tua plenidam. tExod. 19;
27 E fe alguém d’os infiéis vos convidar, equiferdes ir, » comei ~ j
VV4.JUV4

detudo. oque diante devoslè pufer, femvosinquirir xpor cauía 1__ i._ d’a ‘ 5°: 12.I#
conlciencia. , u Luc, io;
28 Mas fe alguém vosdiíTer: Ifto facrificio idolatrico he , naõ 17.
Icomaes, por caufa d’aqueile que [wfo] advirtio, e [par cau/a] d’a« 10.8:7.

conlciencia. Porque d’o Senhor he a terra, e [toda] fua plenidam.y R°m-14 «


29 Digo porem a conlciencia, naõ tua, fenaó a d’o outro. Por- ff
que pois minha liberdade de outra conlciencia julgada he? iUfl»«4,j.
50 Efe eu, por graça [dfa.omfafa] participo, porque blafphemado
fou’naquillo7de.que graças dou?
31 » A111 queleja que comaes, feja que bebaes, ou que qualquer •
[outra] coufa fàçaes , tudo pera gloria de Deusfãzei. aRom. 14:
32 a * Sede [ taes] que efcandalo naó deis, nemajudeos, nem ij*
a Gregos, nem a a Igreja de Deus,
33 Como também eu a todos em tudo agrado, naõ bufcando
* minha própria comodidade, fenaõade muytos, peraque afli ^fal- *a r
ajudeos*
var ie poffaõ. nwh &£•
* Ou j meu proprio proveitfa b 1. Cor. 2: tz.

Capitulo XL
j Amoesta o Apojiolo a os Corinthios de ferem /eus imitadores j louvando os que
Juas ordenanças guardâvaô» J Emmenda alguns abufos que em Juas congregações
Je achavaò $ primeiramente , que os varões em orar e prophetizar Juas cabeias
cobrirão, e as mulheres as dejcobríraô. 4 O que prova Jer indecente» afji a os
varões , porquanto J'aõa cabeia £as mulheres como a as mulheres que» por-
quanto eftdò de baixo £0 varao » pera fnal d*i(Jo » devem cobrir Juas cabeças»
ou de outra maneira ambos deshonrao Juas cabeias. 14 £ fazem contra a natu­
reza» 18 E despsis que ha dijfemoes em Juas congregações» 2o E alem d9ijfoy
que a Cea £0 Senhor naÕ (i celebrava entre elles direitamente » porquanto os ri­
cos d’antes faziaõ convites em particular» polo que alguns bêbados d Cea feache-
gdvaõ» 23. Pois pera emmendàr ejfes abufos propoem a inftituiçao e fgnificaçao
d'a Cea» 16 E enfina pera qual fim, e de como» a Cea fe deve celebrar. 29 E z
cajtigos avemjde esperar, e ja enviados foraõ de Deus Jobre alguns que naõ
ujávaõ bem dleUa. 33 Einabnente enjina comoavem de emmendar ejfes abafos» l^'íe

* 4 S€^e meus imitadores, como eu também de Chrifto. 41.Ctr.dr


2 E louvo vos irmaôs, de que em tudo de my vos lcmbraes,
• e L’®!* PM 3: i7>
?7í I EPISTOLA DE S. PAULO
e [ttíxíaj'] ordenanças retendes, affi como volas entreguei,
lEftef. s: Mas quero que faebaes , b que a cabeça de todo varaó heChri-
,,g fioj e a cabeça d’a mulher, o varaó; < e a cabeça de Ch riflo, Deus,
ii^-v 4 Todo varaó que ora , ou profetiza tendo fobre a
e cabeça, lua própria cabeça deshonra.
5 Mas toda mulher que ora, ou profetiza, com a cabeçadescu-
berta, fua própria cabeça deshonra: porque o mefmo he que fe fe
rapafle.
d Nkk. s • 6 Porque fe a mulher fe naô cobre, tofquie fe também : </mas fe
1S- para a mulher coufa torpe he tofquiarfe, ou raparfe, cubrafe.
G 7 Porque o varaó naó deve cubrir a cabeça, e pois a imagem e a
f *z * gloria de Deus he: mas a mulher he a gloria d’o varaó.
t i. s /Porque naô * vem o varaó d’a mulher, fenaó a mulher d’ova-
w r 9 í 6. Tclo.
fGert.f.\l. 9 Porque também naó foy o varaó criado por amor d’a mulher,
211 fenaó a mulher por amor d’o varaó.
uu^g«- Io portanto deve a mulher fobre a cabeça final de * poderio ter,
•por caufa d’os Anjos.
ii Toda via nem o varaó, he fem a mulher, nem a mulher fem
* Ou, lx. o varaó, em o Senhor.
ii Porque como a mulher d’o varaó * vem, affi he também o va-
raõ pela mulher: porem tudo de Deus [w*].
<3 Julgae vos entre vos mefmos: He decente que a mulher a
Deus descuberta ore ?
14 Ou naó vos enfina a mefma natureza, que trazer o varaó ca­
belleira, ignominia lhe he?
1 77» 6 • ^as que trazer a mu®er cabelleira, lhe he honra, porquan-
4 ' ,0 ’to a cabelleira por cubertura dada lhe he?
16 g Porem fe algum contenciofo íér parece, nos tal cofrume naó
temos, nem as Igrejas de Deus.
17 Ifto porem [wj denuncio, que naó [iw j louvo de que,
naó para melhor, fenaó para peyor vos ajuntaes.
18 Porque primeiramente, quando’na Igrejavos ajuntaes, ouço
h Matt.iV. que diflençoés entre vos ha: e em parte o creyo.
7« 19 h Porque até heregias importa que i entre vosoutros aja, pe-
17:1. raqUe os qUe * finccros làm, entre vosfe manifeftem.
“ ao A® Aue quando em hum vos ajuntaes, naô he aCead’o
iJa 10: Senhor comer.
?0. 21 Porque cadahum, comendo d’antes lua própria cea toma; e
1 hum tem fome, c outro eflá bebado,s
22 Por-
*

AOS C.ORINTHIOS. Cap. XI. 377


22 Por ventura naó tendes caías pera comer c pera beber ? Ou
á Igreja de Deus desprezaes ? e a os que naó tem envergonhaes ?
Que vos direi? Louvarvos hei? ’Nifto naó [w j louvo.
2i Porque eu d’o Senhor recebi, o que também vos entreguei,
k que o Senhor Jefus ’na noite em que foy trahido, tomou o pam: í Mati.26*
24 E avendo dado graças , o partio, e diffe: Tomae, comei:
ifto he o meu corpo, que por vosoutros he partido: fazei ifto em ** ♦
memória de my. '
Semelhantemente também, despois de cear, 0 copo,
dizendo $ Efte copo he o novo.Teftamento em meu íângue. Fazei
ifto todas as vezes que j beberdes, em memória de my.
. 26 Porque todas as vezes que comerdes efte pam, e beberdes efte
copo, a morte d’o Senhor denunciae l até que venha.
27 1» Affi que qualquer que comer efte pam, ou beber efte copo
d’o Senhor indignamente, ferá culpado d’o corpo e fangue d’o 13. ’
Senhor. jha.ó.-ft,
18 » Portanto provefè o homem a fi mefmo, e affi coma d’efte <53 • ^4-
pam, e beba d’efte copo. íI3:27-
29 Porque 0 que indignamente come e bebe, para fi mefmo jui- *• 11:
zo come e bebe,- naó difcemindo o corpo d’o Senhor. 4 cir.n»
30 Por etta caufa muytos fracos e doentes entre vos ha, e muy- 5.
tos dormem. ,
31 0 Porque fe nos a nos mefmos nos julgáramos, julgados naó 5-
feriamos.
32 Mas quando julgados fomos, * reprendidosd’o Senhor fomos j
peraque com o mundo condenados naó fejamos. 0Uí cast£
33 Portanto, meusirmaõs, quando ácomer vos ajuntaes, húsa
os outros [w j esperae.
34 Porém fe algum fome tiver, em [A*] cafa comaj peraque * Ou >cm-
para * juizo vos naó ajunteis. Quanto as de mais coufas, quando
viér, as ordenarei.

6bb
57» L EPISTOLA DE S. PAULO

, Capitulo XII.
I Repr&de o Apofiolo a diflençaõ entre os CorMios, procedida d*a diverfidade
dos dons espirituaes > e dos mini$erios ecclefiafticos, e enfina que for amordfel-
les naõ fie devem enfoberbecer , nem desprezar á outros> porquanto todos d'antes
forao Gentios , e d’o Espirito San fio os recebiaõ. 4 Gjue 0 mesmo Efpirito obra
eftes dons diverfdmente 4 e em os hum menos > e em os outros mais > fegundo
Jua vontade, á -fim que fe empreguem para 0 ufo commum, e utilidade de toda a
Igrej a $ os quaes dons relata até nove. 12 Explica ifio pela comparaçao dos di~
verjòs membros de hum corpo , com que enfina , que os minimos dons também
fua utilidade e neccfildade tenhao» e que por ifio os que receberão os mais excela
lentes dons , naÕ aviaò de desprezar a os que tem os menores. 25 Mas que
cada qua^feus dons para proveito de outros e de todo 0 corpo d*a Igreja empre~
gar deva. iS §}ue Lhiís proveu d /ua Igreja affi de dons > como de mwfierios*
diverfos. 31 Porem que cada qual deve procurar os melhores dons.

1 p tocante a os [</««] efpirituaes, naõ quero, irmaós, queigno-


*“* rantes fejaes.
2a Bem fabeis vos que Gentios ereis, a os idolos mudos empuxa
empuxa-­
dos , fegundo guiados ereis. »
« Mã?e>
?' ?3 Por ifiò iffo notorio vos faço , «e que ninguém pelo Efpirito de
39- Deus fallando , a JefusJelus anathema chama: e ninguém dizer pode
g, <aw< j*. Jefus l> o Senhor [_he ], fenaõ pelo Efpirito fanéto. I

B- 4 c Õra variedade de dons ha: porem o mefmo Efpirito he.


1. Cor.S:^ í E variedade ha de adminiftraçoens: e o mefmo Senhor he.
Rom. 12:6. 6 E variedade ha de operaçoés : porem o mefmo Deus he, que
1, PeJr. 4: tU(jo era t0(jGS obra.
10’ 7 Mas a cadahum he a manifeftaçaõ d’o Efpirito dada, pera o
* Ou, util. que * decente for.
8 Porque á hum he dada, pelo Efpirito, palavra de fabedoria: e
á outro palavra de fciencia, pclo^o mesmo Espirito.
9 E á outro fé pelo rnelino Efpirito: eá outro dons de curas,
* Qa,ni:la- pe]0 mefmo Efpirito :
,, . to E á outro operaçoés de * maravilhas: e á outro profecia: e á
, ‘ ’ outro [0 dom de] a os efpiritos difeernir: e á outro variedade de lin-
Epfe/47. goas: E á outro interpretação de lingoas.
e 1. Cor. 7: ii d Mas todas eftas coufas obra hum e o mefino Efpirito e repar-
7- tindo particularmente á cadahú como quer.
2. Cor. 10: n y porque como o corpo he hum, e tem muytos membros, e
t . todos os membros d’efte hum corpo, fendo muytos, £rerfiwjhum
4*5 [/»] corpo fam; affi [o fe] também Chrifio. *
£/>fe/.'4:ió. 13 Por-
\
AOS CORINTHIOS. Cap.XIL 375»
1? Porque também todos nosoutros em hum Efpirito, pera hum
corpo bautizados fomos, xquer Judeos, quer Gregos, querfervos,g<?^. 3:
quer livres j e todos pera hum Efpirito abeberados eftámos. i8>
14 Porque também o corpo hum [foó j membro naó he, fenaó
muytos.
15 Se o pé diflcr: Pois que maó naó fou , d’o corpo naó fou 5
Por iflo d’o corpo naó he ?
16 EfeaorelnadiíTer: Pois que olho naófou, d’o corpo naó fou j
Por iflo d’o corpo naó he?
17 Se todo o corpo olho fofa, aonde [eftarta] 0 ouvido? Se todo
[fora] ouvido, aonde [eãaría] * 0 olfato?
. 18 Mas agora pós Deus a os membros ’no corpo a cada qual d’el- n.
les como quis.
19 Quefetodoshum membroforaõ, aonde [efoaría] ocorpo? •
ao Mas bem ha agora muytos membros, porem [fomente ] hum
corpo.
ai E nam pode o olho a a maó dizer; Neceffidade de ty naó te­
nho : ou ainda a cabeça a os pees ; Neceffidade de vos naõ tenho:
22 Antes até os membros d’o corpo, que os mais fracosfer [ww]
parecem [muyto mais] neceflàrips faô.
23 E os que cuidamos que d’o corpo os menos honrados fàó, a
efles muyto mais honramos: e os noflos * mais feos muyto mais ata- *Ou3 We-
vio tem. cetâefXMi,
24 Porem os noflòs fermofos d’ifto neceffidade naó tem: de menor
decoro»
mas [afofo] Deus o corpo conjuntou, muyta mais honra dando a o
que falta [Ma] tinha.
25 Peraque diviíàõ em o corpo naó aja, porem que os membros
huns d’os outros igual cuidádo tenhaó.
16 E feja que hum membro padéça-f ]_ps membros junta­
mente padecem: feja que hum membro he honrado, todos os
membros juntamenté fegozaó.
17 /> E vos fois o corpo de Chrifto, e membros em particular. w*
28 E Deus a huns ’na Igreja pós, i primeiramente Apoliolos,Ephef. 1;
ifeguadamenteProphetas, tcrceiramenteDoutores: despoisPo- 23.
teftades, despois Dons de curas, Socorros, Governos, Variedades «4: it«
de lingoas. *5? ***
29 Sam porventura todos Apoítolos? Saô todos Prophetas ? Saó
todos Doutores? Saô todos Poteftades ? t p^ej.4»
30 Tem todos Dons de curas ? Faliam todos [varias j lingoas, kEphef.i:
Interpretam todos? Bbb* 31 Pro- 20.
tf* ■
SSo L EPISTOLA DE S. PAULQ
31 Procurae porem affe&uofamente os mdborçs úqijs j ç eu vos
moftro ainda 0 mais exççlleiite çamip.hp?

Capitulo XIII.
I O que o Apoftolo ’no fim d*o Capitulo precedente prometeu a os Corlnthios» a]a»
ber i que lhes mojlraria ainda hum caminho mais excedente j iffo faz ’nefíe Ca»
pctulo j enfinando que a caridade he o excellenti//lmo dompera os Chrifiaõs * o que
provx pela comparaçao de outros grandes dons j como faõ j diverfas lingoas *
prophecia> /ciência, fazer prodígios > /ocorrer liberalmente a os pobres e padecer
animofamente a morte por nome de Chrifio ,• E mo/lra que todos e/jes e Jeme»
lhantes dons fem a caridade aproveitaò nada, 4 E louva a caridade por via
de fuas excelientes propriedades e Operações. 8 Como também porquanto fempre
ha de durar e permanecer 3 pois que os outros dons haò de ce/far. 9 Porquanto
faõ imperfeitos 3ne/la vida. I© O que declara com as comparações d!o conheci»
mento de hum menino e adulto > e d a vifia 9nhum espelho e 3na face mesma,
£ fnalmente porquanto a caridade he maqor e mais excellente que a fé e es*
perama.

x A inda que eu as lingoas d’os homens, e [*/] d’os Anjos follafle,


e caridade naó tivefle, como o metal que tine ou comoa cam­
painha que retine leria.
a Mattel - a E ainda que dam J de profecia tivefle, e todos os myfteri-
21.
os, e toda a fciencia foubefle : e ainda que toda a fé tivefle, de tal
JR.om. 12*. 7.
bMatt. 17:'.maneira que b os montes trafpufefle , c caridade naó tivefle, nada
20. íeria.
e 21* 21. 3 E ainda que toda minha fazenda pera mantimento __td’osfoira\
Marc. ii: deftribuifle, e ainda que meu corpo a queimado fer entregafle, e
13. caridade naó tivefle, nada me aproveitaria.
JLaic. 17 ’ 6.
4 c A caridade he * longanime : he benigna: a caridade naó hc
c Prov. lo:
12.
envejofa: a caridade naó trata levianamente, naôfe incha.
l Pedr.4',%. . $ Naó trata indecentemente: d naó fe bufca a fi meíina: naó fe
* Ou Jofr^ ■irrita: mal naó cuida.
da>QU*pa*. 6 Naó folga d’a injuftiça: e porem d’a verdade folga.
ciente. 7 Tudo encobre, tudo cré, tudo efpéra, tudofopórta.
ál.Cor.w. 8 A caridade nunca * fe perde: Porem fejaó profecias, aniquila­
14. das feráó: Sejam lingoas, ceflàráô: Seja íciencia, aniquilada ferá.
Phil. Z: 4.
tZ. Joa. S> Porque em parte conhecemos, e em parte profetizamos:
vers 4. .10 .Mas quando o perfeito viér, cntonces o que em parte he,
* Ou,fere- aniquilado ferá. » .

à Quando cu era menino, foliava como menino, fentia como


menino,
AOS CORINTHIOS. Gap. XIV.
menino, discorria como menino: mas como homem me fiz, o que
de menino era, aniquilei.
/Porque agora vemos por eípelho em enigma, mas entaó ca-/i. Cer. j i
ra a cara [ veremos ]: Agora em parte conheço, más entaó conhece- ti*
rei como também conhecido fou.
13 E agora permanece a fé,. a efperança, a caridade eflas
tres; Porem a mayor d’eftas a caridade he.

Capitulo XIV.
I Concluindo 0 Apo&olo a exhortacao precedente pera caridade j adianta e enfina
que os que apetecem os dons efpirituaesJ principalmente devem apetecer 0 dom depro-
pheciai 5 Toda via que 0 dom d3as lingoas ePiranhas naõ he pera desprezar
* mas que fe deve ufar com interpretação d elias. 7 O que prova com as [eme-
lhanças frãuta 3 citara t e trombeta, lo E mostra guehg contra a natureza > «r
e 0 mejmo como fé fadaffemos com os barbaros. 13 Enfina também que oremos ♦
nao fomente com 0 espirito mas também com 0 entendimento. 16 Eorgue d3ou­
tra maneira 0 que a lingoa efiranha nao entende , d tal oracaõ nao pode dizer
Amen 18 Confirma ifio com [eu proprio exemplo > e am cesta de imitdlo. 21 E
prova d3a Escritura que as lingoas efiranhas fao as vezes mais caftigo £0 que
dom» 23 Enfina também que feria pera zombar 3 fe todos 3na congregação fal­
iajfem com lingoas estranhas > mas pera edificar fe todos prophetizaffem. 26 Des-
pois poem alguas regras , que fe devem (èguir 3no ufo d3os dons tra[ordinários 9
a faber que tudo fe faça para edificaçaó. 27 Que outro interprete 0 que fe
falia em lingoas efiranhas. 29 Que 0 prophetizar fe faia por vezes» %2 E
que os outros Prophetas julguem dijjo» 34 as mulheres calem Je 3na congre* —
gasaõ. yj Que efeasfiuas ordenanças Jaò mandamentos do Senhor. 40 Final- —
mente que tudo façafe honeftamente e com oraem 3na Igreja»

1 C egui a carid ad e, e apetecei os [ dons ] efpirituacs: porem mayor-


*•'mente que profetizeis.
2 Porque o que lingoa í eíhrmka \ falia, a os homés naó fàlla, fe-
naõ á Deus : porque ninguém [<»] entende , porem em Efpiríto
fàlla myfterios.
3 Mas o que profetiza, a os homens fàlla [M4] edificaçaó, c
exhortaçaó, e confolaçaó.
4 O que lingoa J 611a, á fi mefmo fe edifica: mas o que
profetiza, á Igreja edifica.
5 E bem quero cu que todos vosoutros lingoas fàlleis,
mais [ mais que profetizeis : porque o que profetizahe ma­
yor que o que lingoas [effrsmha’ ] fàlla, ‘fe naó for que [jinoamaitej
interprete, peraque a Igreja edificaçaó receba.
Bbb 3 ÍE
3Si T. EPISTOLA*DE S. PAULO
6 E agora, irmaõs, fe eu a vosoutros viefle lingoas [eftranhas]
fallando, que vos aproveitaria, fe ou por revelaçaó, ouporfcien-
cia, ou por profecia, ou por doutrina vos naó fallaílê?
7 E de feito [até] as coufas inanimadas, que foydodam, feja
frauta, feja citara, fe diftinçaó de fons naó dérem, como íefabcrá
o que com a frauta, ou com a citara fe tange?
8 Porque também fe a trombeta foydo incerto dér, quem pera a
guerra fe aperceberá ?
9 Afli também vosoutros, fe com a lingoa palavra bem fignifi-
cante naó derdes, como fe entenderá o que fe diz ? porque a o ar
* Ou tomo eftareis.
«contece. 10 * ^or exemP^°» tantos generos de vozes ’no mundo ha, cne-
• Ou j fim n^Ua delias * muda he.
falia. • n Pois fe eu a força d’a voz naó fouber, barbaro a o que falia
• ferei: e o que falia barbaro a my [ me ] ferí- .
iz Affi também vosoutros, pois [tanto] os dons elpirituaes ape­
teceis, procurae de [WZw] abundar, para edificaçaó d’a Igreja.
i? Poloque o que em lingoa [ejtomht] folia, ore que interpretar
poflã.
14 Porque fe eu em lingoa [ ejlranha J orar, [tem] meu elpirito
ora, mas meu entendimento fem fruito fica.
ij Que ha pois? Orarei com o elpirito, mas também orarei com
a Efkefi $; o entendimento: a Cantarei com o efpirito , mas também cantarei
19. com o entendimento.
Colo]f.i-.i6. i6 D’outra maneira fe tu com o elpirito bendifleres, como o
*Otbe»che. gUe ]Ugar je idiota * ocupa fobre tua bendiçaõ Amen dirá ? Pois o
que dizes naó íãbe.
17 Porque bem cm verdade tu graças dás i mas o outro edifica­
do naó he.
18 Graças dou a meu Deus, que mais lingoas [effMgfat] que to­
dos vosoutros folio:
19 Porem [mais ] quero eu ’na Igreja cinco palavras com meu en­
tendimento foliar, peraque também a os outros inftruir poflã, d’o
que dez mil palavras em lingoa [ejlranha.]
íMatt. 18: 10 b Irmaõs naó fejaes meninos ’no entendimento, mas fede me-
?• ninos ’na malicia, e ’no entendimento * adultos.
E Vr 11 c Em a Ley eftá eferito: Por gente de outras lingoas, ^e por
4: outros beiços a efte povo faUerei: E ainda afli me naó ouviráó, diz
•Ouí^-oSenhor.
feitos.
e Deut, 18:49. lfay. 28: II,
AOS CORINTHIOS. Cap.XIV. 3*3
22 Affi que as lingoas [eftrMhat] por final fam, naó pera os cren­
tes, fenaô para os infiéis: e a profecia naô para os infiéis, fenaó
para os crentes.
ij Se pois toda a Igreja a huã fe ajuntar, e todos em lingoas
[ffiranhas] fallárem, eidiotas, ou infiéis [afam] entrarem, naódi-
rám porventura que desvariaes ?
14 Mas fe todos profetizarem, e algum infiel, ou idiota entrar,
de todos he convencido, [e] de todos he julgado.
27 E affi os fecretos de feu coraçam manifeftos ficaõ, e affi lan-
çandofe fobre [fo] rofto, a Deus adorará , * publicando que ver- «Ou, de-
dadeiramente Deus entre vosoutros eftá. wmãen-
*6 Que ha pois, irmaós ? Quando vos ajuntaes, tem cadahum d».
dêvospfalmo, tem doutrina, tem lingoa [eftrnha]) tem revela-
çaô, tem interpretação, tudo pera edificaçaó fe foça:
27 E fe algum lingoa \_eftranha\ foliar, [f»fafe por dous,
ou a o mais por tres, e por vezes, e hum interprete.
28 Mas fe interprete naõ ouver, cale fe ’na Igreja , fàlle porem
comfigo mefrno, e com Deus.
29 E foliem dous ou tres Profetas, e os outros julguem.
30 Porem fe a outro, queaflenjado eftiver, \_couf» alguaj revela­
da for, cale fe o primeiro.
31 Porque todos hum após o outro profetizar podeis, peraque
todos aprendam, e todos confolados fejaó.
31 E os efpirítos d’o$ Profetas fugeitos a os Profetas eftám.
33 Porque Deus naó he de confufám, fenaó de paz, co­
mo em todas as Igrejas d’os fanéfos.
34 d Voflàs mulheres calem fe ’nas Igrejas: Porque naó lhes he duTtm.1'..
permitido foliarem, mas [fwQ iugeitaseftejam: comotam- 12.

caía perguntem: porque coufa fea he foliarem as mulheres ’na

mente á vos chegou?


37 Se algum cuida que he Profeta, ou efpiritual, reconheça que
as coufas que vos efcreyo, mandamentos d’o Senhor fom.
38 Porem fe algum ignora, ignore.
39 Portanto, irmaós, apetecei o profetizar, cnaó impidaesocm
lingoas [ eftrmkas j fàllar.
49 Façafe tudo deccntemcnte, c com ordem.
Ca-
3’4 I. EPISTOLA DE S. PAULO
Capitulo XV.
X Prova o Apofolo a verdade d3a refutreiçao d’os mortos com muytas firmes ra-
zoens5 a primeira he tomada d3a refurreicaõ de Chrifio, que confirmada fumma
de fua doutrina, que fegundo as Escrituras lhes propofio tinha. 4 E d3os tefii-
munhos de Pedro, 6 Demais que quinhentos irmaõs. 7 Deja^bo^ e de todos
os Apofiolos. 8 E de fi mesmo. IJ Conclue que doutra maneira Chrifio tam­
bém nao fora refifcitado. 14 O que prova ferabfurdo, porquanto com ijfo feria»
aniquilados Jeus tefiimunhos ? os fundamentos d9a fé Chrifiaa > e a esperança
dos ChrifiaÕs. 11 Enfina que Chrifio he 0 que refufcitará a os mortos > e que
ifio acontecera em fua vinda, quando desfará a todos feus inimigos 4 e tudo fin­
ge itarã ã Deus. 19 Que d3outra maneira também 0 bautismo polos mortos de­
balde ufado he. jo Que os fieis , como também elle mesmo, tantos perigos em
vaÒ padeceffem 5 e que os Epicureos razao tiveffiem* 35 Despois enfina que os
fieis mortos refiuscitarão com os mesmos corpos 5 porem vefiidos de qualidades
espirituaes afiaber^ da incorrupçaô ? gloria ? e immortalidade.. tf E que os
fieis terão corpos nao como Adam tinha mas como Chrifio 0 Senhor têm depre-
fiente. 51 Revela também hum myfierio^ que os vivos 3na vinda de Chrifio
nao morrerão mas transformados fierdÕ. 54 £ que entonces a morte ferã traga-
~~ da : fobre que triumpha , e a Deus agradece* 58 Com hua amoefiaçaô a os
Corinthios que queirao ficar confiantes 3na fé.

aGal.v.u. 1 *T,ambem, irmaõs, vos notificòV) Éuangelho, a que ja denun-


"*■ ciado vos tenho, o qual também recebeftes, em o qual tam­
bém eftaes.
também falvos fois, íè ’naquella maneira o retiver-
•l:£l des, em que denunciado volo tenho: Se naõ he que em vam cre-
ftes.
f ^753:7. 3 Porque priméiramente vos entreguei o que também recebi,
Dan. 9.14.c que Chrifto morreu por noffos pecados, fegundo as Eforituras:
16 • 4 E que foy d fepultado, e que a o terceiro dia « rcfuscitou , fe«
*‘£*7 7.’ £undo as Efcrituras:
‘ Çd' * * J E Aue foy vifto de Cephas, /despois d’os doze.
' r '% huã vez de mais de quinhentos irmaõs, d’o$

17.7 5 j: 9. mem.
Jon 1:17. 7 Despois foy vifto de Jacobo, despois de todos os Apoftolos.
Man, n8 g pOr derradeiro de todos, como de hum abortivo, b também
epS.i6:demyvift°foy.
10. 9 Por»
Ify-H :S.Mat.iuífl fLw.24:i4 glu.2e:19* *O^~,(itèe^rejentcTejig:
AOS CORINTHIOS. Cap.XV. . jSjr
, Porque eu i o menor d’os Apoftolos fou, que naó fou digno de ityhef.tf.
Apoftolo chamado fer, porquanto á Igreja de Deus perfegui. ^^.8:3.
10 Mas pela graça de Deus fou o que iou : e fua graça para co- * 4
migo, vaã naó foy : l Antes muyto mais que todòselles trabalhei:
toda via naó eu, fenaó a graça de Deus que comigo eftá. Galat.mz,
11 Afiique, fejaeu, íejam elles, aíli pregamos, e affi Créftes. i.Tim. t:
n Ora fe fe prega que Chrifto d’os mortos refufcitou, como di- 13.
zem alguns d’entre vosoutros, que refurreiçaô d’os mortos naó ha. Cor.iv.
13 E fe refurreiçaô d’os mortos naó ha, também Chrifto naó fe-
fufcitou. ' * eW:IIt
14 E fe Chrifto naó refufcitou, vaã he logo nofla pregaçaõ, e
vaã he também vofla fé.
‘ 1$ E aíli fomos também achados falfas teftimunhas de Deus: pois
de Deus teítificamos , que a Chrifto refufcitou , a o qual [jwnw]
naó refufcitou, fe ’na verdade os mortos naó refufcitam. *
16 Porque fe os mortos naó refufcitam, também Chrifto naó re­
fufcitou. '
17 E fe Chrifto naó refufcitou, vaá he voflã fé, [*] ainda em
voffos pecados eftaes.
18 Como também perdidos faõ os que em Chrifto dormíraó.
19 Se’nefta vida fomente em Chrifto efperamos; osmaismifera-
veis de todos 0$ homês íomos. zar.Pe^l;
20 m Mas agora [ja] Chrifto d’os mortos refufcitou, «aspri- ?•
micias d’ós que dormíraó foy feito. ' »cw*1:
11 Pois porquanto » a morte [ veyo~\ por hum homem, também *8*
por hum homem a refurreiçaô d os mortos [_jey° J ■ et; 6.
11 Porque afli como em Adam todos morrem, affi também em r», 5:12.
Chrifto todos vivificados feráõ. ‘" 18.
23 Mas cadahum em fuaordem? Chrifto as primíciasDefpois, «6: 23•
os que fam de Chrifto, em fua vinda.
14 Despois ferá o fim, quando a Deus, e a o Pae oReyno entre- P1 Cor.2-.6.
gar, [ej quando todo império, e toda poteftade, e força p ani-
quilar. , ^z?2*84
25 ? Porque convém que reyne até que a todos os inimigos de- Et>b 1'2»
baixo de feus pés pofto aia. , Z/3:i.
26 O ultimo inimigo, que aniquilado ferá, [^jamorte. £^.1:13.
27 r Porque todas as couíãs debaixo de feus pés fugeitou. Po- *10:12.
rem quando diz 9 que todas as couíãs fugeitas [Zkj eftám, claro rí/*/.8:7.
Ccc eftá^;u:
Ep^/l’,22, H^r.2;8,
I. EPISTOLA DE S. PAVLO
cftá que fe exceptua aquelle que todas as coufas lhe íugeitou.
18 E quando todas as coufas fugeitas lhe forem , entam também
o mefmo Filho a aquelle fe fugeitará., que todas as coalas lhefugei-
tou, peraque Deus tudo em todos feja.
29 D’outra maneira, que faraó os que polos mortos fe bautizaó,
*Ou.tam- fo totalmente os mortos naô refufcitam ? Porque * pois polos mor-
tos fe bautizaó ?
30 Porque também nos â toda ora em perigo eftámos?
31 Cada dia morrendo ando por noíTa gloriaçaó, a qual em Chrí-
fto Jefu Senhor noflo tenho.
* °a ,fe- 31 Se* como homem em Ephefo contra as beftas combati, que
gunãoo mc aprovejta fe os mortós naórefufcitam ? /Comamos ebebamos,
Mm™ * . . -
amanham * morreremos.
33 Naó erreis. . As más converfaçoens corrompem os bons co-
t ftumes.
*Ou,*w- 24 Despertae juftamente, e naó pequeis: Porque [ainlaj alguns
remos. naó tem 0 conhecimento de Deus. Para vergonha voílà o digo.
3 5 Mas dirá alguém : t Como refufcitaráó os mortos ? E com
tlLzech.iT & • ,
* que corpo virão?
36 Louco, »o que tufemeas, naó hevivificado, fe [primeiro]
* Ou ^al. naô morrer.
u Joa. iz: 37 E 0 que femeas, naó femeas 0 corpo que ha de fair, fenaõ 0
24. graó nuo, * como o de trigo, ou de outro qualquer
*Ou fcgtin- 3 g Mas Deus lhe dá o corpo como quer, e a cada femente feu
ao aion- proprjo corpo.
f 39 Toda carne naó he a mefma carne: mas * huâ he a carne d’os

?.as. outra a d’as aves.


40 E corpos celeftiaes, e corpos terreaes ha: mas huã he a glo­
ria d’os celeftiaes, e outra a (Tos terreaes.
41 Outra he a gloria d’o Sol, e outra a gloria d’a Lua, e outra
a gloria d’as Eftrellas : porque [ huf\ eftrella differe em gloria
eftrella.
x ptn. 12: 42 x Aífi também ha de fer a refurreiçaó d’os mortos. Semea fe
3. [0 corpo] em corrupção, relufcitará em incorrupçaõ.
flatt. 13: 43 Semea fe em deshonra, refufcitará em gloria. Semea fe em
fraqueza, refufcitará cm força.

45 Afil
AOS CORINTHIOS. Cap.XV. . 387.
. 4j Affi eftá também eícrito : y O primeiro homem Adam emal-
ma vivente feito foy: O ultimo Adam em efpirito vivificante.
45 Mas naô he primeiro 0 Eípiritual, fenaó 0 animal, despois o
efpiritual.
47 O primeiro homê d’aterra, terreno: Ofegundo homem,
he] 0 Senhor, d’o Ceo J.
48 Qual [6e] o terreno, taes ftambém os terrenos: E qual
oceleftial, taes também os celeftiaes.
49 E » como a imagem d’o terreno trouxemos, também a si.Cer.4t
imagem d’o celeftial traremos. *x* .
50 Porem ifto digo, írmaps, * que a carne e o fangue o Reyno a^oa- I:IJ*
* de Deus herdar naó podem, nem a corrupção herda a incor-
rupçaó.
51 Vedes aqui, hum Myfterio vos digo: & Nem todos em verdade ° 'i-ThejjA
dormiremos: porem todos * transformados ferémos. *Ou J/«-
51 Em hum momento , em hum abrir e cerrar de olhos , ( a a Mos.
ultima trombeta: Porque a trombeta íoara, e os mortosincorrup- cMatt.24',
tiveis reíufcitaráó, e nos transformados ferémos. 31.
53 Porque convém que ifto corruptível vifta a incorrupçaõ, e i.lí^4;
ifto mortal d a immortalidade vifta. 16-
54 E quando ifto corruptível veftir a incorrupçaõ, e ifto mortal * nCtfr.5.4.
a immortalidade veftir, entonces fe cumprirá a palavra que eftá
cícrita: « Tragada he a morte em viétoria. e (/^r.25 8.
55 Aonde eftá, ómorte, teuagulhaó? xlondeeftá, ó * inferno, ^X1^14*
tua viétoria?
5<5 Orá o agulham d’a morte he 0 pecado : e a força d’o pecado ?
he a Ley.
57 / Mas graças a Deus, que nos dá viétoria por noflo Senhor
Jefu Chrifto.
58 Afíi que, amados irmaõs meus, fede confiantes, immoveis, [e]
fempre abundantes em a obra d’oSenhor, fabendo que voflo traba­
lho cm 0 Síior vaõ naó he.

Ccci
L EPISTOLA DE 5. PAULO

Capitulo XVI.
I Exhorta o Apoflolo d Igreja ae Corintho de fazer colheita fera os pobres fieis
cm Jerufalem^ jegundo o exemplo d3as Igrejas^de Galacia. 2 Mofira lhes come
— 'no primeiro dia da Jèmana bem fe podia pazéja» % E por quem fer enviada pa­
ra lá* aprejentando a ijfo Jeu proprio fervi çf\ $ Promete que por Macedonia vird
a elles > e fe ficará por algum tempo com elles. 8 Da razab porque ficarfeha
em Ephefo até o Penteccfie. Io Amoefia os que hum (mamente a Ttmotheo-
recelaf e permitab partir]e > e que ajav por bem que Apollns pouco dilata lua
vinda. 13 Acrècenta a ijfo hua univ-rjal am^ePtaçaõ > pera perfeverar '&a fé
e caridade, 15 £ particularmente > que a família de Effephanas em eftima ajao *
porquanto elJe juntamente com Fortunato e Aciiaico muyto feu espirito recreara.
19 Sauda a Igreja de Càriniho d'a parte d3as Igrejas de Afia ? e eipeciabnente
de Aqtiila e PrifciUa» %i Sauda os também com fua própria maõ 22 Denuncia'
a to os os que nao amao verdadeiramente a Chrifio j a maldipaè. 23 Dejeja a
9 os fieis a graça de Deus 3 e promete lhes fua caridade.

1 ra tocante a colheita, que pera os fanébos [ fe faz}, fazei


vos também como a as Igrejas de Galacia ordenei.
li j 1 a Cada primeiro [<&?] d’a lemana ponhacadahum de vos \_alguS
29. cnfo} * a parte, entheíòurando (_Paia i.t/'>} conforme a profperidade
i.c»-2:4- que alcançado tiver, paraque, quando eu viér, entam as colheitas
«9’-1- fe naô taç«itn.
* uu,»- $ £ quando eu viér, a osqueporcartas ap ovardes, a eflèsenvia-
■>l0' rei, para que á Jerufaíem voflà dadiva levem.
4 E fe neceífario fór que eu també vá , comigo irám.
iz.Cer.v. $ b Virei porem a vosoutros, avendo por Maccdonia pafiàdo:
15* (Porque por Macedonia hei de paflàr.)
<5 E bem pode fer que com vosco me ficarei, ou também inver-
narei: peraque me acompanheis aonde quer que eu fór.
7 Porque naô vos quero vér agora de paflagem: mas efpéro ficar
com voico algum tempo , té o Senhor o permitir.
8 Ficarei porem em Ephelo ate o Pentecofte,
9 Porque huá grande e efficaz porta fe me abriu , e muytos ad-
verfarios ha.
10 E fe Timotheo viér, olhae que fem temor com vofco cfteja:
porque também, como- eu, a obra d’o Senhor óbra.
i; Portanto ninguém o despreze : mas acompanhae o em paz,
peraque a mv venha: porque com os irmaós o eipéro.
12 E acerca d’o irmaó Apollns, muyto lhe roguei que corn os
irmaós a yosoutros viefle: mas totalmente vontade naô teve de por
agora
t ;•

AOS CORINTHIOS. Cap.XVI. . 3*5 'l

i...
. -<•■< *■

agora vir: porem, offerccendofe lhe boa ocafiaó, virá.


13 Veiae j ’n a fé Jcftae, varonilmente vos avei, fel. vos*
esforçae.
14 Todas vofias coufas em caridade fe façaõ.
15 Rogovos porem, irmaós, fwis j fabeis que acafa de Eftepha-
nas as primícias de Achaya he, e que a 0 minÚterio d’os fanótosde­
dicado fe tem ;
16 Que também a os taes vos fugeiteis, ea todo aquelle quejun­
tamente obra e trabalha.
<7 Folgo porem d’a vinda de Eftephanas, e deFortunato , e de
Achaico-, pois eftes fupríraó 0 que de voflá [pane me] faltava.
18 Porque recrearam meu efpirito, e [também] o voíTo. Reco-
llhecei pois a os taes.
19 As Igrejas de Afia vos faudam. Saudaó vos affeâuofamente
em o Senhor, Aquila e Prifcilla, com a Igreja que em lua caía
cftá.
Todos os irmaós, vos faudam. e SaudaevoshunsaosoutrosíHew-ió:
com fanéto beijo. 1<í-
21 Saudaçaó de minha [própria] maô, de Paulo. a.Cer. 13:
22 Se alguém a o Senhor Jefu Chrifto nam ama, * anathema ..
Maranatha feja. zf>. ' ‘
23 A graça d’o Senhor Jefu Chrifto feja com voíco. i.PeXr.ç:
24. Minha caridade feja com todos vosoutros em Chrifto Jefu. 14
Amen. * Ou> mal-
dttí i OU 4
A primeiraF.piftola a osCorinthios^ foy eícrita dePbilippos, temaUito.
por Fftephanas 3 Fortunato 3 Achaico ? e Timocbeo.
Fim Ja primeira EfifioU £a Apoftolo S, Paufo a os Corinthios*
4

Ccc 1 SE-
3,o

SEGUNDA EPISTOLA
DO

APOSTOLO S. PAULO
AOS
CORINTHIOS.
.1 -■ L J - . - - • ,

Capitulo!.
I Desptis A’a coslumada inferi?çaÔ da Epiflola* j Agradece 'Paulo a Deus pt>la
confolaçaõ > jae por Cbrifio em toaas juas afflipoens recebia a outros por exem­
plo. 8 E entaõ vem a contar a grande perfeguiçaõ que em Afia lhe fobrevinha-.
Io D‘a qual todavia por ficas oraçoens d'elles livrado era. 11 Teftifica que fin~
ceramente’no mundo > mas principalmente entre elles, converfára, 1$ E que também
fincero propofto tomara de tornarfe a eUes. 17 Ainda que iffa até agora nai
fizéra. 18 Nao porque fua palavra era Si e Nao. lo Sendo todas as pro-
mefias de Deus em Chrifto Si e Amen , xl E pelo Efpirito Sanão em nos con­
firmadas ; 23 Mas teftifica com juramento que nao dilatdra fua vinda fenai
pera poupálos. ...

i ITA aulo Apoftolo de Jefu Chrifto, pela vontade de Deus, e


afhíl,i'. i', t** a 0 irmaó Timotheo, a a Igreja de Deus que cm Corintho
bRom.nq. JÊ- eftá, com todos os fanctos que em toda Achaya eftáõ:
i. Cor. 1:3. i b Graça e paz de Deus noíTo Pae , e d’o Senhor Jefu Chrifto.
Ephef.v.i. 3 c Bendito feja o Deus e Pae de noflo Senhor Jefu Chrifto a o
I*T^’ J\* I2*Pae d’as mifericordias, e o Deus de toda confolaçaõ.:
iPedv%' 4*6d Qye em t0<^anoí^a tribulaçaónos confóla, peraque também
* Ou toda* os que em tribulaçaó *alguá eftivérem confolar poflàmos, com a
•a, 'qual- confolaçaõ com que nos mesmos de Deus confolados fomos.
quer. $ e Porque como em nos as affliçoens de Chrifto abundam, affi
dx.Cair.q^. abunda também por Chrifto noffa confolaçaõ.
6 Porem feja que atribulados fejamos, he para voflà confolaçaõ
AOS CORINTHIOS. Cap. I. s?i
c falvaçaÕ, f a qual fe obra ’na tolerância d’as mefmas affiçoensf1*
que nos também padecemos: feja que confolados fejamos \tambem] J7»
para voíTa confolaçaó e falvaçaõ
7 E noífa efperança de vosoutros he firme , como bem fabendo,
que como participantes d'as affliçoens fois, afii tàmbemd’» v»

confolacaó.
8 Porque , irmãos, naõ queremos que ignoreis nofia tribula­
ção, g que em Afia nos fobrevevo, que íobre maneira agravados fo- ,
mos, mais d’o que fuportar podíamos, de tal modo que até d’a vidas j».’
cm grande duvida eíiivemos.
9 Em tanta maneira, que ja em nos mefmos a fentença de mor­
te tínhamos, h peraque em nos mefmos naõ confiemos, fenaó em h ler.17: ç.
Deus, que aos mortos refufcita: 7»
10 i O qual de tamanha morte nos livrou, e \_amdaw>s] livra;ii.Cer.15*
cm o qual efperámos que também ainda [w] livrará: 31. *
11 ^Trabalhando vos também juntamente com oraçaõ por nosk Rom. 1$:
outros, / peraque pela mercê, que por muytas peffoas [n»s foj feita] 30.
por muytas [rWw] fejam dadas graças por nos. Pbil 1:19.
12 Porque eíta henoffa gloriaçaõ, [a /áíer] , o teftimunho de nos- Cor- 4:
fa confciencia, que com fimplicidade e finceridade de Deus, naó
com fabedoria carnal, mas com a graça de Deus, * nos ouvemos *Oa,axJa-
em o mundo, e mayormente com vofco. tratamos*
13 Porque nenhuás outras coufas vos efcrevemos, fenaó as que
ja * fabeis, ou também reconheceis: e eípero que também até o
fim as reconhecereis. *OuJedet.
14 Como também ja em parte reconhecido nos tendes, quevofla
gloriaçaó fomos, w como também vos a noífa fois ’no dia d’o Se- mThilifA:
nhorjelus.
15 » E com efta confiança quis primeiro vir a vosoutros, pera-
que huã íegunda graça tiveíTeis: . . nM6:
16 E por vosoutros panar a Macedonia ■> e de Macedonia vir ou- r.
tra vez a vosoutros 5 e de vosoutros a Judea * guiado fer. *Oihacem-
17 Afli que deliberando ifto, ufei porventura de leviandade? Ou fanhad»
0 que delibero , porventura fegundo a carne o delibero, peraque fer*
•em my aja Si fi, e Naó naó?
18 Antes Deus he fiel, que noflâ palavra para com vofco* naó 0 Matt.5:
foy Si e Naó. 37-
19 Porque 0 Filho de Deus JefuChrifto, que por nos entre vos-
outros pregado foy, por my, eSilvano, c Timothco,
naó foy Si c Naõ, mas foy Si ’nellc. Por»
W II. EPISTOLA DE S. PAULO
10 Porque todas quantas promeflàs de Deus ha, ’nelleSi, e’nelle
Amen , pera gloria de Deus por nosoutros.
n Mas o que com vofco em Chrifto nos confirma, e o que nos
he Deus'
2.cor ^s• zz ? ® <lua^ tam^em nos íèllou, e as arras d’o Efpirito em noíTos
coraçoes [mu] deu.
e 4:30. 13 í Porem a Deus por teftimunha fobre minha alma invoco, que,
f Row.,i:9. por vos * escufar, até agora a Corintho naõ vim.
1 cX' • 14 r Naõ 9ue vofla fé nos enfenhoreémos j poré de voflo go-
31. 20 cooperadores fomos : Porque pela fé Lempé] eftaes.
Gelat.I:io. Philip. i; S. I. Theff. 1: 5. I.Tim,5:11. 2. Tim. 4; I. * Ou, perdwr, ou'
poupar . r I, Pedr. ?! 3.

Capitulo II.
i Adianta o Afofiolo 9no declarar (Pas razoens forque até o frefiente Jua vinda di~
latára, a fiaber> forque nao com trifieza mas com alegria com elles eftar queria»
4 Protesta que o que d1 2345antes d3o incefiio lhes eficrito tinha 5 com lagrimas e for
caridade fizera. 6 Matsfit que for caufa de fiiu fezar outra vez o recébaô e
confiolem > fera que for^hafiada tristeza em defiejferaçao nao caya. 12 Relata
também como fio o Evangelho em Troas \ e desfois em Macedonia ? fregara. 14 E
teSifica que fiua fregaçaõ em toda farte he juave cheiro a Deus 9 afifii em os que
fie fialvac > como em os que fie ferçao* Porquanto em toda farte finceramente
0 frofoem.

1 p orem ifto comigo mesmo deliberei, de mais a vosoutros com


* trifteza naõ vir.
2 Porque fe eu vos contriftar, quemferá logo o que me alegra­
rá , fenaõ aquelle que por mim contriftado foy ?
3 E ifto mesmo vos efcrevi, paraque quando [//] vier, trifteza
**• ""‘^nao tenha d’osque me avia de alegrar: a de vos todos confiando,
Galat.5:10. *5ue meu gozo de todos vosoutros p]he.
4 Porque em muyta tribulaçaó é anguftia de coraçaô com muy-
tas lagrimas vos efcrevi, naõ peraque vos contriftaflèis , mas pera-
que a caridade entendefleis, que em abundancia pera com vofco
tenho.
5 Porem fe alguém [ me~] contriftou, naõ me contriftou
fcnaó em parte a vos todos, paraque o tal~^ naõ agrave.
I i.Ctr- 5: 6 (> Bafta [fóej a o tal efta reprenlãó por muytos
3- 7 De maneira que antes, a o contrario, [fóe «wWej perdoar,
e confolar, para que d’a demafiada trifteza o tal cm maneira alguá
devorado naõ feja, S Po-
AOS CORINTHIOS. Cap. III. W
1 Poloque vos rogo que pera côm elle a caridade confirmeis.
9 Porque também para iflo vos efcrevi, péra vofla provaçaó ía»
ber, fe em tudo obedientes fois.
10 Eaoque coufa alguã perdoardes, também eu \Jheperdoo:
Porque fe também eu [torfa ./gua] perdoei, aquem perdoado
tenho, por amor de vos em preíènça de Chrifto Qojí»} : Paraque _
* de Satanás vencidos naõ fejamos. JV
11 Porque feus * penfamentos nao ignoramos. noswd»
ia ’No demais, c como a Troas vim pera o Euangelho de Chrifto ganhe.
, e abrindoíe me porta em o Senhor, em meu eípirito re- * Ou, ar-
poufo naó tive, por a Tito meu irmaô naõ achar. dys.
, 13 Porem defpedindome d’elles, me parti pera Macedonia. í^.ió:8.
14 E gradas a Deus , que fempre cm Chrifto triunfar nos foz,
de por nosoutros em todo lugar o cheiro de feu conhecimento ma- dColofioV.
nifefta. *7-
ij Porque para Deus hum bom cheiro de Chrifto fomos, em os
que fe falvam, c em os que fe perdem.
e Para eftes certamente cheiro de morte, pera morte : mas
para aquelles cheiro de vida, pera vida. E pera eftas coufas quem
he* idóneo?
17 Porque, como muytos, a vender a palavra de Deus naõ tra- ?1
zemos, antes como de finceridade, antes como de Deus, em pre»
fença de Deus, em Chrifto a foliamos.

Capitulo III.
I Da 0 Afoliolo razao.» forque o ministério £o Euangelho *no fim £o Cafitula
frecedente affi exalçara > e afella frimeiramente a exferiencia £os mesmos Co-
rinthws> que for efle [eu minifierio convertidos forao. 5 jE acrecenta, que esta
virtude naõ fora de fij mas de Deus. 6 O que frova feia comparaçao d3o mi-
nidierio de MoyfeSy 0 qual chama letra matante j imfrejfa em taboas de fedras >
v e ministério de condenação^ que naõ fermanece, E £0 miniferio £os Apostolas*
0 qual chama minijlerio do Ejpirito , da vida e juSifa que Jemfre fermanece^
13 Declara que Jobre a face de Moyfes efiava hum vêoy e tombem 3na lição £a
I*ey> ajfi que os Judeós 0 fim dlella naõ entendiaõ. 16 Pois efie véo Je tirará
£eHes y quando a Deus convertidos ferem. 17 ^as 0 miniderio d*o Novo jímto
Te!lamento he* tlaro 9 e 0 meyo feio qual 0 Ejftrito £0 Senhor efíá eficaz, fera ' &
nojfa renovaçao.

l» forneçamos por ventura a [parajm vtfio} outra vezanosmes- tt.Ccr- Ç i


.mos nos louvar ? Ou hecefiitamos como alguns, de cartas „
Ddd de
II. EPISTOLA DE S. PAULO
de recomendação pera vosóutros, ou de fecomendaçaó de vps-
outros?
‘ 2 Vosoutros noíla carta fois, em nofios coraçoés escrita, conhe­
cida c lida de todos os homens.
3 Como ja manifeftos eftaes, que a carta de Chrifto fois, admi-
íF.xoà. 14; niftrada por nos, [«] efcrita, naô com tinta, íenaó com 0 Efpiri-
12. to d’o Deus vivente, naõ b em taboas de pedra, ‘ fenaó em taboas
*34: i. de carne d’o coraçaó.
e 7er- 31; 4 E tal confiança temos por Chrifto pera com Deus.
f 5 Naõ que idoneos fejamos pera penfar alguâ coufa de nos , co-
~i9. * mo de nosmefmos, «/mas que idoneos fomos , de Deus [»« vem]-.
136: ig. 6 O qual também idoneos nos fez [para] e miniftros f d’o Novo
d Philip. 1: Teftamento [fer] , naõ d’aLetra, fenaó d’o Efpirito. Porque a
y- Letra mata, mas 0 Efpirito vivifica.
ri.cor, 7 E fe 0 minifterio de morte em letras, f em pedras impreíTo,
ffí.ei>r s-r Para S^or’a f°Y > h maneira que os filhos de Ifraêl * os olhos ’na
' § ‘ -5, face de Moyfes fitar naõ podiam, por caufa da gloria de leu rofto,
í£wXi,:<]iie aniquilada avia de fer:
12. ’ S Como naõ ferá tanto mais para gloria 0 minifterio d’o Efpi-
f 34: ti. rito ?
kr' j° *’ y P°r9ue 0 minifteriode condénaçaõgloriafoy, muytomais
l>E^d.^: fo]jrepU;â em g]orja 0 minifterio de juftiça.I
t(?°- 10 ri?___ também
Porque °_.i__________ ?„
o que glorificado Foy 5ncfta parte glorificado
„ face^ na® f°Y? Por caufa d’efta excellente gloria.
Moyfes dg í I Porque fe 0 que fe aniquila, para gloria foy, muyto mais o
perto 0- em gloria o que permanece.
ihar,o\.\, li Affi que tendo tal efperança, de muyta ouíàdia ’no fàllar uíà-
«tentar rOOS.
xaÕ poai- 1 $ E naó [fazemos] > como Moyfes, [7#?] hum véo fobre fua fà-
iExod 54- ce Punba, paraque os filhos de Ilfaêl os olhos naófitaíTcm k ’nofim
,3. ' d’o que fe aniquila:
Ir ot.!o;4. 14 ' Porem feus lentidos foraõ endurecidos. Porque até [odíade]
llpy-6:io. hoje fica o mefmo véo por defcubrir ’na liçaô d’o Velho Teftamen-
Ezech. h -.iQ^ o qual por Chrifto he aniquilado:
.A 15 Antes até [ 0 dia de] hoje, quando Moyfes he lido , eftá ovéo
°n" * P°^re feu coraçaõ pofto.
^7.28.^ )6 m Porem quando a oSenhor fe converterem, [e»W] o véo fe
Ror». 11; s’ tirará.
wMatt.11. f 17«Ora
ji. ’ 1: Io.
Rom. II: 23. 1. Cor. " "
AOS CORINTHIOS. Cap.IV. 3?5
» Ora 0 Senhor he 0 Éfpirito: e aonde o Efpiríto d’o Snor» ^^14.
cftá, ahi liberdade ha. *1.0.13:
18 ° E atentando nos todos com cara descuberta, como em hum x _.7
eípelho, para a gloria d’o Senhor de gloria cm gloria transforma- * '''*
dos fomos, \Jegnub\ á mefma imagem, como pelo Éfpirito d’o
Senhor.

Capitulo IV.
I Teftifica 0 Apostolo que fincera eiaramente propoem t Evangelho àe Chrilto a.
as confidencias de todos os homens, 3 Ajft que Jè a alguém ejlá encuberto > encu*
berto eftá a os que perecem > e cujos fentidos oftatanás cegou $ 5 Que toda via efta
virtude naô he d*os minislros > mas de Cbrifto e de Deus > que alumia os cora»
çote, S Que também e(ia virtude maravilhofamente (e mawifefla em os mesmos
Apoftolos de Chrifto 3 W vencer de qualquer tribulações 4 qut lhes cada dia fo» 4
brevinhao* 13 Despois poem varias razoes de eonfolaçoes a com que a ft mes~
mos e a outros confortaõ 3 tomadas d3o exemplo de David^ 14 D3a falutaria
re/urreifaÕ; 15 D ’a gratidao por toes livramentos ; 16 D’a renova po 10 ho­
mem interior $ 17 E ultimamente da grandeza d3a gloria eterna q: < a ifto ha
de feguir^

1 polo que efte minifterio tendo, fegundo a mifericordia quefei-


x ta nos foy , naó desfalecemos.
1 Antes ja as cuberturas de vergonha regeitamos, » naõ andando44-^, a;
com aftucia, nem a palavra de Deus falfificando, mas £ pela mani-^^
feftaçaó d’a verdade gratos a nos mesmos nos fazendo a toda con- .
fciencia de homens, em a prefença de Deus. ”15.
3 Porem fe também noífo Euangelho eftá encuberto, para os 2. Thefl:
t que fe perdem encuberto eftá: 10.
4 Em os quaes o Deus d’efte feculo d os entendimentos cegou,
[<* f«íer mJ d’os incrédulos, peraquelhes naó refplandeça a illumi- 4°‘
naçaõ dVEuangelho d’a gloria de Chrifto, «que a imagem dep^’**£’
Deushe. , , . Colojf. 1:
5 Porque naõ nos pregamos a nos mesmos, fenaõ aChrifto Jefu, 15.
o Senhor: e a nos mefmos, [voflos iervos , por amor de JelusfWr. 1:3.
[/W].
6 Porque o Deus f que dilTe, que d’astrevasaluzrefplandcceflc,1:5-
hcf o que cm noflos coraçoés refplandeceu , pera illuminaçaó
conhecimento d’a gloria de Deus em a face de Jefu Chrifto. zlècr. 5:
7 Porem efte theiouro h cm vafos de barro temos, peraque a ex- Ia
cellencia d’a cfficacia feja i de Deus, e naó de nos. i i.cerx.K-
Ddd 1 I [C*.
ÍI. EPISTOLA DÉ S. PAULO
3 [Cww] aquelles que em tudo atribulados fomos , porem nana
eftreitados: duvidofos, porem naô desmayados.
9 Perfeguidos, porem naô defemparados; abatidos, porem naô
perdidos:

iinlat 6:>7. Ata


Phil. j: io. corposfc manifefte. .
2. Tím, z: 11 z' Porque fempre nos, os que vivemos, por amor de Jefus en-
ii. n. tregues a a morte fomos , m peraque também a vida de Jeíus em
i. Pràr. 4: noffa carne mortal fe manifefte.

49. 1 14 o Sabendo que o que a o Senhor Tefus refufcitou , também a

que a copiofiffima graça, pelo fàzimento de graças de muytos, para

f 2.Cor. í*i" Por iffo naô desfalecemos: antes, aindaque noífo homem ex-
ii. terior fe corrompa, todavia o interior de dia em dia fe renova.
ç PA jo; 6. 17 7 Porque noífa leve e momentânea tribulaçaó, hum pefoeter-
Ro de gloria excellentiffima nos * produz.
Hom. S:i8» js Porquanto naô atentamos para as couíàsque fevém , fenaôpa-
ra as °*ue na^ v^m • Por(lue as couíàs que fe vém fam temporaes;
^oare. as qUe pe na- y'mj etcj-naes.

Cá-
AOS CORINTHIOS. Cap. V.

Capitulo V.
I Adianta o Afofaolo ‘na defcripçaõ d’a efperança da fàlvaçao, feia qual fomos
ajjegurados3 que fe efte corpo , que he o tabernáculo terreftre> fe quebrantaste-
mos hua habitaçao eterna em o ceo. 4 Com que deféfamos de ferem fabreveSiidos i
® que até quando habitamos ‘nefte corpo, peregrinamos d‘o Senhor, 9 Sefat
pois cadaqual diligente pera lhe agradar. Io Vifio que nos todos devemos com­
parecer perante 0 tribunal de Chrifao, 11 Por iflo também tefiifica jua dili­
gencia entre elles, 12 Naõ pera louvar a fi mesmo , mas pera lhes dar matéria
de gloria{aõ contra os falfas Apoftolos, 15 Enfana que Chrifao por todos mor­
reu e refafaitou, peraque todos lhe vivefem, 16 Poloque a ninguém per adiante
conhece mais fegundo a carne, YJ Mas fegundo a nova criaçaõ, que he de Deus
em Chrifao. 19 Paraque elles> como 'Embaixadores de Deus, faSufados} pera
'as homens com Deus em Chrifao reconciliar.

i porque bem fabemos que, fe nofíâ a caía terreftre d’efte taber- 42.C4r.47.
x naculo fe desfizer, hum edificio de Deus temos, huã cafa naó
feita de maós, [porem] eterna em os ceos.
I Porque por iflò também gememos, defejando fobreveftidos b Rom. S :
fer de noflà habitaçaó que d’o ceo he. 23-
3 c Se também vellidos, naõ nuos, achados formos. c A-poc. 3:
4 Porque também nos, os que’nefte tabernáculo eftamos, decar- _
regados gememos: porquanto naó defpidos, fenaõ fobreveíiidos dRom.ítix.
ícr queremos: peraque o mortal, d’a vida devorado feja. j. cor. 15 •
$. Ora o que para iflo mefmo nos preparou, he Deus, e 0 qual... 33.
também as arras d’o Efpirito nos deu. «JimSní.
6 Poloque fempre bom animo temos, c fabemos que ’no corpo p
habitando d’o Senhor * aufentes andamos.
7 f (Porque por fé andamos [e] naó por vifta.) * *Ou,pere’.
8 Porem bom animo temos, e mais nos apráz fora d’o corpo pe- grinamõs.
regrinar, c com o Senhor habitar. fiCor.1%:
9 Poloque também muyto defejamos, de , ou prefentes, ou au-
fentes, agradaveis lhe fermos. 4 18*
10 g Porque todos devemos * cõparecer ante o Tribunal deChri- .
fio, h pera que cada hum ’no corpo leve fegundo o que feito tiver, 32.'
ou bem, ou mal. jRw».i4«<
II Afii que fabendo 0 terror d’o Senhor, aos homens á féperfua- *Ou.w»j-
dimos, e a Deus manifeftos fomos: porem também efpero que em feftosfir,
voflâs confciencias manifeftos eftamos. hPfal.tóA,
DddS i=.Por-
«32:19. Matt. 16:27» Rom.V.C, «14:12. i.C«r> 3:$. Gata.C'.^. Apoc.V.
23. 422:12. •
II. EPISTOLA DE, S. PAULO
£.ír 3',i. is / Porque para com vofco outra Vez nos naõ encomendamos:
tio: Mas damos vos ocafiaõ de de nos vos gloriar: peraque tenhaes [jw
refpender~\ a os que ’na face, e naó [Wj coraçaó fe gloriam.
13 Porque feja que trefvaliemos, para Deus feja
que em bom filo eftejamos, para vosoutros [0 eftámw].
14 Porque a caridade de Chrifto nos conftrange.
Tendo ifto por refolvido, que fe hum por todos morreu, Io-
14: g° todos morréraó. E por todos [0 taQ morreu , k pc-
raque os que vivem, naó vivaó mais pera fi, fenaó pera aquellequc
^^.2:20. por elles morreu e refufcitou.
1 Thejf-^’ 16 l Affi que d’aqui por diante a ningué fegundo a carne conhe-
10. cemos, e aindaque também a Chrifto fegundo a carne conhecido
ajamos, todavia ja agora [fegundo a cerne o~\ naõ conhecemos.
iMatt- • i7 que fe alguém em Chrifto eftá, nova criatura he: wjaas
* 14 coufas velhas paffáraó, eis que tudo feito novo eftá.
^.7.5:6' 1S L tudo de Deus, » o qual por Jeíu Chrifto com fi-
fó: *5- go nos reconciliou, e 0 minifterio d’a reconciliação nos deu.
» Porque Deus eftava em Chrifto com figo a 0 mundo recon-
& ’ ciliando, feus pecados naõ lhes imputando 3 e em nos a palavra d’a
r<._ reconciliação pós.
^coiolf-1 • 20 A® 9UC ? embaixadores d’a parte de Chrifto fomos, como íè
” 20/ Deus por [weyo] nofiò rogafle : Rogamos [w/w] d’a parte dc
1. ioa. 2:2. Chrifto, que com Deus vos reconcilieis.
e 4: io- xi ? Porqueaoque pecado naõ conheceu, ''pecado por nos pjfez:
* ' Pera9ue nos ’nelle juftiça de Deus feitos foflemos.
Colejf. 1 : 2o f2.Cor.^’6. q Ifiy-SZ :9- l.Pedr, 2',22. r
Rom. S ; $. Qalat* 3 ; Ij.

Capitulo VI.
I Amoe&a Paulo a es Corinthios > que a graça > que com» Embaixador de Chri-
ffo7 lhes denunciara 7 em vaõ recebido naõ ajaõ. 3 E relata quam fielmente»
*220 mryo também de todas as molefíias e aflições 7 feu miniflerto compríra 7 6 E
juntamente com que virtudes e eflficacias d:o Efpirito feu trabalho acompahado
fora. 12 "Declara também fua grande affeiçaõ pera com eltes. 13 £ pede a
&efma delles pera com figo, 14 Amoejla os que naõ fe ajuntem em jugo com os
infleis. 16 Nem tenhao communicaçaocomts idolos 7 porquanto os fieis templo dc
Deus faõ. 17 Mas que fe apartem d'elles+ iS Porquanto Deus hepae deites j
e elles faofeus filhos*
tVCoryy
b Hebr.Ui ~p nos [cw»«3 * c°® [effej obrando, [w] rogamos que a gra-
ça de Deus cm vaórcccbidp naó ajaes. ? (Por«
AOS CORINTHIOS. Cap.VI. 199.
2 c Porque diz: Em tempo agradavel te ouvi, e ’no dia d’afalvay 1/7.49:8.
çaó te focorri j vedes aqui agora 0 tempo agradavel, vedes aqui
ágora 0 dia d’a falvaçaó :
3 <7 Efcandalo nenhum em coula a'guã damos, paraque o mini-^E<»». 14:
Serio vituperado naõ feja. í?•
4 Antes e em tudo como miniftros de Deus aprazíveis nos faze- 10 5
mos, f em muyta tolerância , emaffliçoés, em neceffidades, «nel C^.r -
anguftias. fz. Cor.ii;
< Em* açoutes, emprifoés, em revoltas, em trabalhos, em 25.
vigílias, em jejuns. . *
’ 6 Em *pureza, emfciencia, em longanimidade, em benigni-*Áf4®*
dade, em Efpirito fancto, em caridade naó fingida. dadt'
7 Em palavra de verdade, em potência de Deus, por armas de
juftiça, ás direitas, e ás ezquerdas.
8 Por nonra e ppor deshonra, por infamia e por boa fama: como
ror honra
ganadores,, e [toda
enganadores [i via] verdadeiros:
9 Como ignorados, e [todavia] conhecidos: g como morrendo,gjyàZiiS:
e. vedes aqui vivemos: como caftigados, e [aMa] naó mortos. 18.
10 Como contriftados, porem fempre alegres: como pobres, 1/7.26:19.
porem a muy tos enriquecendo: como nada tendo, e [todavia] tudo
pofiuindo.
11 Para com vofco, ó Corinthios, eftá aberta nofla boca, noffo
çoraçaó dilatado eftá,
12 Em nos eftreitos naõ eflaes, mas eftaes eftreitos em vofiàs en­
tranhas.
ij Ora em recompenía d’ifto, (£ como a filhos fàllo) vos dila-M.Cor.4:
taevosóutros também. *4.
14 ' Naó * vos ajuntei em outro jugo com os infiéis. * Porque 7Dr«r.7:2.
que participacao tem a luftica com a ínjuítiça? E que commumca-
çao tem a luz com as trevas. puxeis
1$ E que conveniência tem Chriíio com Belial ? Ou que parte outroju-
tem o fiel com o infiel? go, &c.
16 E que * confentimento tem 0 templo de Deus 7 com os idolos?** -Sam. 5;
m Porque vosoutros fois o templo d’o Deus vivente, como Deus I 2-
difle: »’Nelles habitarei, e entre andarei: e euleuDeusíè-1-^^-’1"’
rei, e elles meu povo feráó. i.Cor 10 •
17 Poloque 0 d’o meyo d’elles fahi, e vos apartae, diz o Snor /
coufaimmunda naó toqueis, e eu vos * aceitarei. E/Ay: 11.
iS?E*Ouj«»-
11.Cor.to:7.14. ml.Cor.Jtií. «6:19. JEíAlitr. He&r.f.S. x.Tdedr.z j.
nExod.Z9'.4^ Levit.Z6:ll. Ezech. 37:16 01/7.52:11. atyoc. 18:4. *Ou,
receberei.
4» II. EPISTOLA DE S. PAULO
tler. 31:1. IS p E eu vos ferei por Pae, e vos por filhos c filhas me fereís,
diz o Snor Todopoderofo.

Capitulo VII.
I Tira 0 ApoStolo d'as precedentes promejjds de Deus huâ nova exhortaçati para
fanãificaçaõ. z E terna a defender fica converfapao entre elles. 3 Testifica
fica fingular affeiçao para com elles , ‘no meyo também de todas as tribulações,
ajfégurando \untamente a fi mefmo de fica pera com figo, 6 E neste leu pa­
recer com a- vinda e teftimunho de Tito confirmado he. 8 E ainda que os por
fica rigurofa reprenfaõ /antes contrifidra, com tudo confejfia que esta trifiezafo­
ra tristeza fegundo Deus. Io O que prova dosfruitos defia trifteza. 13 E
d3a alegria de Tito despois de fica tomada. 14 O qual tudo affi em elles expe­
rimentara, como 0 Apofiolo d’elles confiara.

1 O raama^os? P°is tacs promeflas temos, alimpemos nos de to-


♦Ou,Ckw- da contagiam d’a carne e d’o efpirito, * aperfeiçoando afan-
en»^d,ou3dtificaçaó em o temor de Deus. .
acabando, z Dae nos lugar j a ninguém agravámos, a ninguém corrompe­
mos , de ninguém noflo proveito buscámos.
az.Cor.6i 3 Naó digo pera [w/à] condénaçaõ. Porque jaa d’an-
11.11.13.tcs difle, que em noflos coraçoés eftaes, pera juntamente morrer
e viver.
4 Muyta confiança pera com vofco tenho 5 muyta glcriaçaõ de
b Matt. 5 ;vos tenho; cheyo de confolaçaô eftou j b fobreabundo de gozo em
11. todas noíTas tribulações.
^í<s.5:4i- 5 Porque até quando á Macedonia viemos, nenhum repoufo
ei'P I7’n°Hà carne teve: c antes em tudo atribulados fomos: combates por
V. 1 f°ra> temores por dentro.
cAa 16: 6 d Mas Deus, que a os abatidos confóla, cofi a vinda de Tito
19.23. "nos confolou.
dz.Cor.1:4, 7 E naô fomente com fua vinda, mas também com a coníòlaçaõ
com que acerca de vos confolado foy, contando nos voflãs íàuda-
des, voflo choro, [e] voffo zelo por mim, de maneira que tanto
mais me gozei.
8 Porque aindaque com a carta vos contriftei, naó me arrepen­
do: Aindaque me arrependi; porque vejo que aquellacarta, pofto
que por pouco tempo $ vos contriftou.
9 Agora folgo, naó porque foftes contriftados, mas porque para
converfaó contriftados foftes. Porque foftes contriftados fegundo
Dcusj
AOS CORINTHIOS. Cap. VIII. 4«i
Deus 5 de maneira que em coufa nenhuã dano algum por nos pa-
deceftes.
io e Porque a trifteza fegundo Deus, obra converfaó perafalva- ei.Sam,iíj

foftes, quanta diligencia em vos obrou? ainda defenfaó, ainda *in-


dignaçaõ, ainda temor, ainda faudades, ainda zelo , ainda vin- gosto-
gança: em tudo vos moftraftes puros eftár ’nefte negocio.
ii Afli que aindaque vos efcrevi, naó [forJ por caufa d’o que o
agravo fez, nem por coufa d’o que o agravo padeceu j mas para-
que nofla diligencia por vosoutros, diante de Deus, manifefta vos

13 Portanto confolados fomos acerca de voflaconfolaçaó: emuy-


to mais nos alegramos acerca d’a alegria de Tito, de que feu efpi-
rito de todos vosoutros recreado foy.
14 Porque fe em alguá coufa pera com elle de vosoutros me glo­
riei, envergonhado naó fiquei: antes como tudo com verdade vos
diflemos; afli também nofla gloriaçaô [de paracomTito [ufeí]
verdadeira fe achou:
15 E fuas entranhas mais abundantes pera com vofco eftáó, lem­
brando fe d’a obediência de todos vosoutros, de como com temor e
tremor o recebeftes.
i<5 Afli que me gozo, de que em tudo de vosoutros confiar me
poflò.
Capitulo VIII.
I Propoem Paulo a os Corinthios 0 exemplo d'a Igreja de Macedonia, que fxéra
ejmola liberal a os pobres feis em Jerufalem. 6 E declara, que a Tito ordem
déra pera com elles tombem promover huã tal efmola. 9 Propoem lhes tombem
0 exemplo de Chrifto que empobreceu pera com fua pobreza nos enriquecer. Io E
amoefta os de bem cumprir t 0 que pafado hum anuo bem comepáraõ. 13 Porem
vm asfi, que outros fejao aleviados e elles mesmos atropelados , mas que
abundsnáa dêm pera encher a falta de outros s 15 Como ‘no colher á’o maxna
acontecia. 16 Testifica tombem que Tito fe partia para elles pera transportada.
IS Juntamente com outro irmaiy dia Igreja para ijfo elegidos 10 Pera prevenir
toda calumnia. i.i E tombem com outro terceiro , cuja feidade muytas vexes
provado fora > affi de fi mesmo, como d’a Igreja.

I *T ambem, irmaõs, feber fazemos a graça’de Deus} dada a as


* Igrejas de Macedonia.
Eee
4« II. EPISTOLA DE S. PAULO
•2. Que em muyta provaçaó de tribulaçaó redundou a abundan-
cia de feu gozo, e lua profunda pobreza, em riquezas de íuabene-
ficencia.
3 Porque fegundo [feu] poder (o que eu [mesmo] teílifico), e
ainda fobre [feu] poder , voluntários fóraó.
ii : 4 « Pedindonos com * muytos rogos, que aceitaíTemos a merce e
29. a comunicaçaô d’efte ferviço, que pera os fanétos [fe fazia].
ç g naõ ^j9mente'] como nos efperavamos [fizéraõ] , mas a íi mes-
’n-i' mos *"e déraõ, primeiramente a 0 Senhor , e [defjws] a nosoutros,
* Pe^a vontade de Deus.
tasamae- 6 De maneira que a Tito exhortamosque, afli como d’antes
ftaçaís. começara, afli também elta mercê entre vosoutros acabafle.
7 Portanto afli como em tudo abundaes, em fé, e em palavra, e
em fciencia, e em toda diligencia , e em vofla caridade pera com
nofco$ [olha?] que também ’nefta graça abundeis.
S Naõ digo como mandando: Senaô também pela
diligencia d’os outros, a íinceridade de vofla caridade provar. .
íLw.J SS- 9 Porque ja íabeis a graça de noflo Senhor Jeíu Chriflo , 4 que,
fendo rico, por amor de vos pobre fe fez: peraque com fua pobre­
za enriquecefleis.
10 E ’nifto [meu] parecer dou: Porque ifto vos convém , como
On,ofa- aqUe]]es ? qUe naõ fomente * a fazélo, mas também * a querelo,
*Ou%.w-ja ^ei^° anno Pad~ad° começaftes.
r/fr“ i' Agora porem acabae também 0 * ja começado : peraque afli
*Ou,o/à-como o animo foy prompto em o querer, aflio feja também em,
zer,o'd> «d’o que tendes, o acabar.
ja feita. 12 c Poraue fe primeiro promptidam de animo ouvér , ferá al-
larc-i2.gUm acéito fegundo o que tem , [?J naõ fegundo o que naô tem.
r 45’ ., *3 Porque naõ [digo ifto] peraque outros alivio tenhaõ, e vosou-
rfX. 3:tros * opreflam:
aS. ' ' Mas [perante] igualmente, ’nefte tempo prefente, voflaabun-
í.PíVr. 4:dancia a falta d’os outros [fupra] , peraque também fua abundancia
* 10. [jufra] voíTa falta, peraque igualdade aja.
jy Como efrá efcrito: e O que muytõ [eetteu], naõ teve mais: e
rc,oui:r.-o gue p0UC0? nag teve menos.
e£x’í’l6;. 16 Porem graças a Deus, que pór vosoutros a mefina diligencia
fg ’no coraçaó de Tito * pós:
* Ou, deu. > 7 Pois a exhortaçaô aceitou, e muy diligente para vosoutros
voluntariamente fe partiu. , ’
18 E
■; -1 \ '■C'^ H<> T
li
AOS CORINTHIOS. Cap.VIII. 4oj _
’ IS E [tombem] com elle enviamos a o irmaõ , que louvor ’no
Euangelho por todas as Igrejas tem.
19 E naó fomente , mas também foy efcolhido d’as Igrejas
por companheiro de noflà viagem com eita merce, que por nosou-
tros he adminiítrada pera gloria d’o mefmo Snor, e promptidaó de
voffo animo.
20 Evitando ifto, que ninguém nos vitupere ’nefta abundancia,
que por nos adminiítrada he.
21 f Como aquelles, que o que honefto he procuramos, naó £o-fRom. n:
mente diante d’o Senhor, mas também diante d’os homens. 12347-
22 Com elles enviamos também a nofíò irmaõ, a o qual muytas
vezes em muytas coufas ja provamos, que he diligente, eagora
ainda muyto mais diligente pola muyta confiança que para com
vofco # '
23 Seja [/>»«] Tito, meu companheiro e cooperadór pera com
vofco he : Sejam noíTos irmaós, embaixadores d’as Igrejas, £<? j
gloria de Chriíio fam.
24 Portanto, a prova de voflà caridade , e de noflà gloriaçaó
acerca de vos, perante a face d’as Igrejas, para com elles moiirae.

Capitulo IX.
1 Teftifica 0 Afojlolo que ajjaz. eãâ ajjegurado d’a affeiçab d'os Corinthios fera
fremover efia colheita. $ E dá razaô forque os ditos irmãos adiante enviou t
a faber , Perague_ todos em Jua vinda preftes efiàrem. 6 Amoejia os a dar
liberal e voluntariamente com diverfiis razoensi tomadas dia liberal bençab 3 ca-
, ridade e graça de Deus fobre os que liberalmente jemearáo. li E d’as graças
que [e por amor diffo darài a Deus d'os que Jeraõ farticifantes de Jua liberali~
dade. 14 E dias oraçoes, que elles faráí a Deus for elles.

1 0 porque d’a adminiftraçaó que pera os íànétos [fefaz]^ naó aAQ. n:


A neceffito, eferevervos. 19.
2 Porque bem fei a promptidaó de voflo animo, d’o qual para Bmis.-is.
com osMacedonios acerca de vos me glorio, que ja Achaya deldo 1
anno. paíêdojprelies efláj e o zelo que de vos [começou J a muytos **
provocado tem».
3 Porem a eftes irmaós enviei 3 paraque noíTa gloriaçaó acerca de
vós ’nefla parte vaá naó íeja: peraque (como ja difle) preíics cftar
poflaes.
4 Paraque fe a cafo comigo os Macedonios vierem, e dcfaperce-
Ec c x bidos
4o4 II. EPISTOLA DE S. PAULO
bidos vos acharem, naó nos envergonhemos a nós, (por avos naõ
dizer) ’nefte firme fundamento de gloriaçaó.
5 Portanto tive por coufa neceflaria exhortar a eftes irmaõs, que
primeiro a vosoutros vieflém, e primeiro vofia bendiçaô, ja d’an-
tes denunciada aparelbaffem , peraque preftes efteja aífi como ben-
_ diçaõ, e naó como efeafieza.
bProv.n: % jprQ pOrem , b que o que efcafíàmente feméa, também
Galat 6.-.efeaflamente fegaráj e o que em bendiçoens feméa, também em
cDeut. i^bendiçoés fegará.
7 7 Cada qual [fapa] como em [fêu] coraçaõ propóé, «naó com
Rom.n: S.trifteza, ou *por neceffidade. d Porque Deus ama a o dador alegre.
*OtbC(w- s j? poderofo he Deus pera toda graça em vos fazer abundar ,
/'^peraquefempre, em tudo, toda fufficiencia tendo, em toda boa
J obra abundeis.
e •'S; S. 9 Como eftá eferito: «Derramou, a os pobres deu: fua juftiça
e TJal. 112: permanece pera fempre.
9. 10 Ora aquelle que a femente a o que feméadá, tambémpam pe-
*Oib <■»»-ra * comer [wj] dé, e vofia fementeira multiplique, e os fruitos
°Uj de vofia juftiça augmente:
wtnit- n peraqUC em tuc;0 enrique çaes em toda beneficencia, a qual
* 0Qfor Por nos °°ra graças a Deus \_fe dém\.
«os para lz Porque a adminiftraçaó d’efte ferviço , naõ fomente a falta
tom Deus &os fanótos fupre, mas tambê * abunda em [$ue] muytas graças a
fazzwzrfoDeus [fe ddm~\.
de grafas Xj Porquanto pela prova d’efta adminiftraçaó a" Deus glorifiçaó
*C0u tm acerca d’a bibmiíTaó de vofia confiflãó a 0 Euangelho dé Chrifto , e
beneficencia d’a communicaçaõ pera com elles e pera com
fazimen- todos :
tos degra- U E por fua oraçaó por vosoutros , tendo de vos íàudades, por
faspara caufa d'a excellente graça de Deus fobre vosoutros.
com Deus 15 Ora graças a Deus por feu inefíàbil dom.
*bundx.
AOS CORINTH IO S. Cap. X. , W s

Capitulo X.
I Paulo 9 pcr caufa que alguns falfis Apojlelos entre elles diziatf que fiu efirever
era bem autoritativo t mas Jua prefença de bem pouca autoridade>• J Trata d*a
potefôade Apo&olica, que Deus lhe dera 5 pera conftranger a os desobedientes em
fia Igreja. 4 Pois nao por armas cama.es mas espirituaes > que para ijjo fao
eficazes por Deus. 8 Porem que efta potejlade lhe fora dada para edificação enaõ
para defiruiçao» l^f^ue naô fomente efiando aufente por cartas mas também
efiando prefinte por obras moílrard. II Que fortificado d’efia potefade 0
Èuassgelho até ali dilatara* 1$ Aonde outros dantes nao trabalharao. 16 E
que ilio ainda cuidava fazer nao fó entre $es , para confortdlos 3 mas tombem
"nas terras alem delles fituadas. 17 Pois que diz ijlo nao pera a fi mefmo fi-
nao pera gloriar a graça de Deus entre elles»

1 A lem cu Paul° mefmo, pela manfidam e benignidade de 9


Chrifto, vos rogo, que prelente em verdade entre vos baixo
fon, porem aufente pera com voíco atrevido:
i Rogo pois, que quando prefente eftiver, atrevido naó venha
a fercom a confiança Ge que oufadamente * eftimado fou ufar com*Ou,c«*&£
alguns, que nos eftimaó como fe fegundo a carne andaflemos. fneufi.
3 Porque andando em a carne , naó militamos fegundo a carne.
4 Porque as armas de nofla' milícia naó fam carnaes , fenaó po- »EfheC
deroíàs por Deus, pera deftruiçaó de fortalezas.
í Pois deftruimos confelhos, e toda alteza que contra o conheci- bJer-i“ *
mento de Deus fe levanta, e a obediência de Chrifto á todo enten-
■ dimento prefo levamos.
6 E eftamos preftes para toda defobediencia vingar, quando ja
vofia obediência cumprida for.
7 Atentaes vos para o que diante d’os olhos eftá ? Se alguém de
fi mefmo confia que de Chrifto he, penfe o tal outra vez iífo com
figo mefmo, que como elledeChriftohe, affi nos também deChri­
fto fomos. t
5 Porque fe eu também ainda mais gloriar me quifer de couíà al-
guá de nofíò poder, o qual o Senhor ‘ pera edificaçaó nos deu, c c x Cw.ij:
naó pera vofia.deftruiçaó, naó me envergonharei:
9 Peraque naó pareça como fe por cartas espantar vos quiféra.
ío Porque as cartas (dizem) fam em verdade gravesefortes, mas
a prcfença d’o corpo he fraca, e a * palavra desprezível. **
11 Ifto penfe o tal, que quaes fomos em a palavra por cartas au-
fcntes, tacsfomos também por obra prefentcs.
Ecea » «/Por-
& II. EPISTOLA DE S. PAULO
<ft.Cer.pi. 11 A Porque naó oufamos a nos * contar, ou comparar com al-
e $: u. guns, que a fi mefmos fe louvam: mas naõ entendem eftes que a fi
♦ Ou, en- melmos com figo mefmos fe medem , e a fi mefmos com figo mes-
tiemeter. mos fe COnipáraÓ.
tEphef.p 13 Porem nos naó gloriaremos fora de medida: « fenaó que, con-
7' forme a a medida d’a regra d’a medida que Deus nos repartiu, tam­
bém até vosoutros chegámos.
14 Porque naó nos eftendemos a nos mefmos mais d’o que con­
vém , como fe até vosoutros naó ouveflemos de chegar : pois tam­
bém ja até vosoutros, em 0 Euangelho de Chrifto, chegamos.
15 Naó nos gloriando fora de medida em trabalhos alheyos: an­
tes tendo efperança, que, vindo voíTa fé a crecer abundantemente
entre vosoutros engrandecidos feremos conforme â noflã regra: .
16 Pera o Euangelho denunciar ’nos que d’alem de.vos-
, outros eftáõ: [ e ] naõ para em regra alheya nos gloriar acerca d’e
que ja aparelhado eftá.
flfy. 65: 17 / Porem 0 que fe gloria, em 0 Senhor fe glorie.
vJ 9'2? ’8 £ Porquenaó 0 que a fi rnefmo fe louva, fenaó o a quemlouva-
rOr.i ju 0 Senhor, efie o aprovado he.
g Prov*
x. Capitulo XI.
I Tefi*ifica 0 Apoftolo feu zelo acerca dos Corinthios pera conferválos *na fimplici^
dade que em Chrifto eftá. $ E os amoefta que naõ fe deixei desviar delia
— como Eva pelo Satanás enganada he* 4 Porquanto nao Jomente nenhuns falíos
Apofiolos» mas também nenhum outro Apoftolo deChrifto» lhes denunciar podia
algua outra couza que dlelle recebido naõ tinhaõ, 6 Porque nao? tomo eftes ? a
fi mesmo entre elles gloriara» mas humilhara e nem ainda Jofcnto tomara^ como -
todavia de outras Igrejas fizera» II Pois ifio naõ fizéra como fie nao tivera amor
pera com elles y 12 Mas pera privar os falfos Apoftolos de fua gloria çao» que
fe transfigurdvaÕ em Anjos d3a luz» l4 E ainda que a demafiada gloriaçaõ naò
convenha com a fabedoria^ 18 Com tudo prova que ninguém d'eftes de coufa al-
gua gloriar fe poffa» d3a qual elle tambémfe gloriar nao poderia» 24 Antes 9no
padecer e trabalhar por cauza de Chrifio a todos pajfava* 28 Alem £o cui~
dado que tinha de todas as Igrejas» 32 E d3as moleftias que 9no principio de
feu minifterio em Damas ço /uportára » aonde febre os muros d9a cidade 3nhum
cefio efcapara»

1 O uxa^ hum Pouco em necedade me fuportareís: po-


w rem fuportaeme ainda.
2 Porque zelofo eftou de vosoutros com zelo de Deus. Porque
tLevit.ii; preparado vos tenho para » [woJ a huâ virgem pura» a hum ma-
rido
AOS CORINTHIOS. Cap. XI. < . .À
rido [wrj aprefentar, [amem a faher'] á Chrifto. -. -
3 Mas temo que b como a ferpente com fua aftucia a Eva enga-ZGí»>Jí^
liou, também aflí em alguá maneira voffos fentidos fe naó corrom- Jta-8
pam, [defoiandefe] d’a fimplicidade que em Chrifto eftá. .
4 c Porque fe aquelle que vem , a outro Jefus prégafle que nos<G<“‘,#’1, *
naó pregamos, ou outro efpirito recebefleis que naó recebeftes: ou
outro Euangelho que naó aceitaftcs, com rezáó fofferíeis.
$ Porque penfo que em nada inferior fuy a os mais excellentes
Apoftolos. -
6 E fe também * rude em a * palavra fou, com tudo naó o fou
’nafcienciai mas .em tudo ja totalmente entre vos manifeftos efta-
mos. *
’ 7 Pequei porventura humilhandome a my mefmo, peraque vos
exalçados folieis? Porquanto d de graça o Euangelho de Deus vos de- di.CorJh
nunciei? Ix‘
; 8 Outras Igrejas despojei eu, [#eUas~\ falario recebendo , pera
a vós vos fervir : e eftando com vofco prefente , e tendo neceffida-
j • • - 4í- r e Ach
<ie, e a ninguém * em cargo ruy.
9 / Porque minha falta fupríraó os irmaõs que de Macedonia vié-t n
raõ: e em tudo me guardei de pelado vos íêr, e [ainda affi me ]guar- ’i,.
darei. a
«o A verdade de Chrifto em my eftá, que eftagloriaçaõ’naspar- 9-
tes de Achaya impedida me naó ferá. *■ "'3
ir Porque? Porque vos naó amo? Deus o fabe. *Ou,wZ?-
’11 Mas o que faço, ainda o farei, para a ocafiam cortar a os que ^5qU^_
ocafiaõ querem : peraque, ’naquillo em que fe gloriaó , comõ nós fadofiy.
achados fejam.
i j Porque taes fàlfos Apoftolos fam obreiros fraudulentos, trans­
figurando fe em Apoftolos de Chrifto.
14 E naó he maravilha: porque o mefmo Satanás em Anjo de luz
fe transfigúrâ.
15 Affi que naó he muyto, fe também feus miniftros fe transfigú-
raõ? como [fi] miniftros de juftiça [ffoa] : d’os quaes o fim con­
forme a luas obras ferá.
16 Outra vez digo, que ninguém cuyde que nefcio fou: Ou,fe-
naó, como a nefcio me recebei, peraque também hum pouco mc
glorie.
17 O que digo, naó fegundo o Senhor o digo 5 fenaó como por
necedade, ’aefte firme fundamento de gloriaçaô,
18 í PoíS
■ 4c8 t II. ,E PI s T O L A D E S. P A U L O
<r i.cor.io*. is g Pois muytos fegundo a carne fe gloriaó: também eu meglo-
J3’ , riarei.
- eiM • 1? porqUe de boamente a os necios toleraes, porquanto fabios
fois.
io Pois toleraes fe alguém em fervidam vos poem, fe alguém
[w] devora, fe alguém [coufa alguã vos] toma, fe alguémfe exal­
ça ? fe alguém ’no rofto vos fere.
u Por afronta [0] digo 5 como fe fracos ouveflemos fido: dan­
tes ’no que outro atrevido he (neciamente fallo), também eu atre­
vido fou.
iAã.xx-.Z' n Sam Hebreos? * também eu: Sam Ifraêlitas ? também cu:
Sam femente de Abraham ? também eu.
kl.Cor.Vy 2] Sam miniftros de Chrifto? (neciamente fallo) k eu mais [$ae
lo. elles]: l em trabalhos, muyto mais: em pancadas, mais que elles:
lAã.9:l6 ■emprifoens, muyto mais: em\_pefigo a?] morte, muytas vezes.
ell '11 14 D’os Judeos mcinco quarentenas [de açoutes ] menos hum, rc-
1- Cor. 6:4-
m Deutij'.. cebido tenho.
3* 25 » Por tres vezes com vergas acoutado fuy- , 0 huá vez fuy. apc-
-
» yíJ?. 16 •' drejado , p tres vezes naufragio padeci, huá noite e hum dia ’noI
n. abifmo paflci.
9 Aã. 14 • ió Em viagens muytas vezes, em perigos de rios, em perigos
19. de falteadores, em perigos dos d’a naçaó, em perigos d’a$ Gentes,
/> Aã. 17:
9.41. em perigos ’na cidade , em perigos ’no deferto , em perigos ’no
mar, em perigos entre fàlfos irmaós:
17 Em trabalho e fadiga, em vigílias muytas vezes, cm fome c
em fede, em jejuns muytas vezes, em frio e nueza.
a AH. 20: 28 Sem as coufas de fora, cadadia 7 0 cuidado de todas as Igrejas
18. mefobrevem.
r 1. Cor. 8: 29 r Quem enfraquece, que eu também naó enfraqueça ? Quem
13. fe efcandaliza, que eu me naó queime?
30 Se gloriarfe convém, das couíãs de minha fraqueza me glo­
riarei.
fRom. 1:9. 31/O Deus e Pae de noflo Senhor Jefu Chrifto, que etcrnamen-
e 911- te bendito he, fabe que naó minto.
Ga/at1 20 $1 # Damafco tinha o Governador de parte d’el Rey Aretas de
Phii i • 8,’ cerco a cidade d’os Damafcenos, querendo me prender
í.Thejf.i:^. 33 E em ^um ceftp i por huã janella, d’o muro decido fuy: e
tAít.y. 14 [<#] de fuas maós efcapei.

Ca*
AOS CORINTHIOS. Cap. XII. 4%
' Capitulo XII.
I ® ^foãoh querendo mofirar quam grande razao tem fera, gloriar fòbre outros &
relata como foy arrebatado a o terceiro ceo ? e ah ouviu o que nenhum homem
fronunciar fode. 7 ^ue for iffo hum Anjo de Satanás Ih^fara fua humilha­
do dado fora 3 que. lhe dava de funhadas ,• 8 Contra quem tres vezes orara a
Deus» e cobrára refoflaquea grafa de Deus lhe bafiante avería de fer* io
for ijfo antes gloriava çm fua fraqueza e humildade* II Dxcufa a Ji mejmoque
tornava a gloriar dias verdadeiras marcas de feu Afoftolado entre elles. 12 gue
toda via elles em verdade baftantemente exferimentdraÕ. 14 Tefica que ago­
ra a terceira vez vira a elles fem fer lhes em maneira nenhua em cargo*
16 Como outros dfelle enviados > nem também Tito > em coufa nenhua lhes em
cargo foraõ. 2o Avifa os finalmente que as faltas de contendas 9 altiveza, for-
gricaçao> &c. entre fi emmendem antes de fua vinda j fera que fera feu fezar
naõjeiá necesfitado de ufar fobre os taes de fua foteflade Afofiolica*

x p tn verdade que gloriar me naõ convém. Porque virei ás vi-


*^foens e revelaçoens d’o Snor.
2 a Hum homem em Chrifto conheço eu, que, antes de cator- a Aã. 9: j.
ze annos (fe ’no corpo, naô o íei: íe fora d’o corpo, naõ o fei: etx: 17*
Deus 0 labe) foy arrebatado até o terceiro Ceo. i^r.15: &
3 E fei que o tal homem (fe ’no corpo, fe fora dfo corpo, naõ a
fei: Deusofabe):
4 Foy arrebarado a o parayfo, e ouvio palavras inefíaveis, que a
o homem nao he licito fallar.
5 De hum tal me gloriarei eu, mas de my meímo naóme gloria­
rei, fenaõ em minhas fraquezas.
6 Porque fe gloriar me quiier , necio naõ ferei: Porque a ver­
dade direi: Porem * deixo [oj, porque ninguém demycuidemais * Ou,escu~
d’o que em my vé, ou de my ouve. J° W-
7 E porque pela excellencia d’as revelações me naó exalçafiè, me
foy dado hú efpinho ’nacarne, [a feferj hum Anjo de Satanás,
k pera me abofetear, peraque me naó exalçaffe. &
8 Sobre o que tres vezes a o Senhor orei, para quede myfedes-
viaflè.
9 E difle me: Minha graça tebafta: porque minha potência em
a fraqueza fe cumpre. A£G que de melhormente antes em minhas
fraquezas me gloriarei, peraque a potência de Chrifto em my habite.
10 Portanto prazer tenho cm fraquezas, em injurias, em neceffi-
dades, em perfeguiçoés, cm anguftias por amor de Chrifto. Por­
que quando éftou fraco, cntonccs poderofo fou. i
v Fff u Necio
4io II. EPISTOLA DE S. PAULO
n Necio fuy em me gloriar: vos me conítrangeítes; que dc
Cl.Câf.T. y: vosoutros avia eu de fer louvado , c pois em coufa nenhuá inferior
lo fuy a os mais excellentes Apoílolos, ainda que nada fou.
dl.Corj’-1' íz d Effeituadas foraó entre vosoutros em toda paciência as mar­
cas de Apoftolo, comfinaes, prodígios, e maravilhas.
el.Cor.?: 13 Porque que ha, em que ásoutras Igrejas inferiores folies, efe-
IX. nao ] que eu mefmo em cargo vos naô fuy, perdoaeme elte
Z, Cer<H'9>
aeravo.
*4 Vedes me aqui preítes eftou pera a terceira vez a vosoutros
r V .c T» -*1 r rr* r
fAZ. 20: vir5 e em cargo vos naô fereí. /Porque naó bufco o voíTo , fenaó
3?. a vós. Porque
avós. " Jdevem
-----naó os filhos entefourar
------------------------ pera os paes , fenaó
r---------------------- r
os paes pera os filhos.
15 Eu porem de muy boamenre gaitarei, e por voflas almas ga-
gt.Cor. ('■ liar me deixarei, ainda que g amando vos tanto mais , íeja amado
i5>
1?’ menos.
16 Porem feja afli, que em cargo vos naô fuy : mas como era
*0u,/>«»- aftuto, por engano vos * tomei.
<ií. l7 Porventura, por algum d’os que vos enviei, de vos me apro­
veitei.
*8 A Tito roguei, e com elle a 0 irmaõ enviei; porventuraTito
de vosfe aproveitou? Porventura naô andámos em o mefmo efpiri-
to? em as melmas pifadas?
outra I9 Qjjdaes * ainda que com voíco nos deículpámos? Perante
w5í' Deus em Chrifto foliamos : E tudo iíto, ó amados, pera volfaedi­
ficação.
10 Porque temo que quando viér, vos naô ache em maneira al-
guã taes, quaes eu quiiéra : e eu de vos achado íeja tal, qual vos­
outros naó quifereis: para que em maneiraalguâpendências, enve-
jas, iras, porfias, detraeçoés, mexericos, inchaçoens , e fedi-
çoés naó
zi Paraque outra vez, quando viér, me naô humilhe meu Deus
■ pera com vofco, e chore por muytos d’os que d’antes pecáraó, e
[«Wí ] fe naó arrependerão d’a immundicia, e fornicaçaõ , e des-
honeítidade, que cometéraó.
AOS CORINTHIÓS. Gap.XIII.

Capitulo XIII.
1 Tipifica a Apopolo outra vez> fie os pecados precedentes nao fe emmiKdcm-> que
Jem algua dilaçao pera cafigar a os obradares delies virá. J E pera por obras
lhes mauifeslofazer quam efficaz Chrifio 'nelle estava. 5 Ãmoefa os^ que es­
quadrinhem a fi mefrnos Je Chrifio "nelles efiá, 7 Dezeja outra vez que com
betn fazer 0 cjfiigo prevenhao, 9 E declara que entonces d’elles fe gozaria.
10 fôítoque jua potefade deve fervir naopara defrvdçaÕ, Jenao para 'edificação.
11 Conclúe entaò a Epistola com hua amosfiapaõ pera diverfas virtudes Christaasj
Xz Comi a cofumada Jaudaçaò > j J Ecom a orapaõ por elles aDettsPae» Filho»
e Ejjpirito Sanáto.

1 Efta a te>"ceira vez a vosoutros venho : a Em boca de


duas ou tres teftimunhas coníiltirá toda palavra. ' Deutáf-6.
J Ja d’antes tenho dito, e d’antes como prefente a fegunda vez e i9; jç.
o digo, e agora aufente o ef. revo a os que d’antespecáraó, e ato- Matt. 18 ;
dos os de mais, que fe outra vez venho, naó [lhes j perdoarei: ió-
i Pois prova bufcaes de Chrifto que em my falia , o qual em vos l°a- ’ :I7«
fraco naó he, antes he poderofo entre vosoutros. Hebr.io*
4 Porque ainda que por fraqueza crucificado foy, com tudo vive ‘
pela potência de Deus. Porque també nos’nelle fracosíomos, po­
rem com elie vivirémos peia potência de Deus em vosoutros.
í b Esquadrinhae vos a vos me imos, fe ’na fé eftaes: provaevos a
vos meímos. Ou naó vos conheceis a vos mefmos, que Jefu Chrifto
em vos eftá? Senaó he que ja em maneira alguâ reprováveis fejaes.
'6 Elpero porem que entendereis que reprováveis naó fomos.
*-«* VZ A ** *** ** W VAU SjV*W A W JJ9
A V » •*> • V-ÀU **** V *"V ***
. íl", t 1 i \ / -rc~ 1 t 1
7 * E bem folgara eu de Deus[abancar] , que nenhum mal fà-
‘çaes: naó peraquc aprovados achados fejamos, mas peraque vos o Deus df^
Dem façaes, e nos como reprováveis fejamos. Jejo.
5 Porque nada contra a verdade, lenaó pola verdade podemos.
9 Pois nos gozamos quando fracos eftamos, e vos fortes ellaes:
E ifto também delejamos, [* ] voífa * confummaçaó. * Gr. Re-
jo Por ifib efcrevo eiras coufas aufente: paraque eítando prefen- fautapai.
te de rigor naó uie, iegundo o poderc que o Senhor dado me tem,
para edificaçaõ, e naó para deftruiçaõ.
11 ^Nodemais, irmaõs, gozaevos, fede perfeitos, eftae confola-
dos, i/fede de hum [mesmo] parecer, <? vivei em paz, e o Deus de
caridade e de paz com volco fera. .
Fffi
hPedr.pl. eRw.litrt. Uebn 12:14.
4t4 EPISTOLA DE S. PAULO
x9 E a nenhum outro d’os Apoftolosvi, fenaó ajacobo, oir-
fHom v <? ma° d’° Senhor.
19: i. * lo ^ra d’as coufas que vos efcrevo, eis que o diante de Deus [tw
i Cor.i:23. teílífico^ que naó minto.
e 11:3 . 21 Despois ás partes de Syria e de Cilicia vim.
22 E naó era conhecido de * vifta d’as Igreias de Tudea, que em
I. 'hm. 5; Chrifto eftám.
iTfwíi 23 Mas fomente tinham ouvido [z/ízerj: Que aquelle que d’antes
* Outono. nos Per,eguia, agora a fé denuncia, a qual d’antes afloláva.
24 E a Deus em my glorificavaõ.
•J

Capit ulo II.


* 'Relata o Afoltolo que em ferupilem com es frincipaes Apojlolos^ facoboy Pe-
dro y e'Joaõ> fobre fia doutrina conferira > eque ellesa. em todas fitas partes apro-
fim tirar d3eda ou acrece&tara ella confia algua. Que a Tito contra os
falfios irmaõs defendera} pera que naõ foffe circuncidado* os Apoftolospara
final d3a uniaõ na doutrina 3 a elle e a Darjzabê a dextra de parçaria dér#o+
9 Com condição que elles entre as Gentes > e os outros Apoftolos entre os Judeos
prega/Jem. Io Somente que entre as Gentes d3os pobres Jadeos cuidado tivejfem*
12 Tefiifica também que despois em Antiochia a o Apofiolo Pedro reprendeU} '
porque avendo antes entre as Gentes ujade dd liberdade Chrifiaa 3 por amor de
alguns Judeos o deixou > e affi com Jeu exemplo os Gentios a o fudazsmo levou.
13 Despois prova que 0 homem nao he yujtificado peias obras d*a Ley > fendi
pela fé de Cbrifio^ 17 Pois que Chri(to por ijfi nao fe faz minifiro de pecado;
19 Porquanto a fé em Chrifto também enfina e requere a mortificação d3os pe­
cados e a vida nova. 21 £ prova também que fie a juftiça foffe pelaLey, Cbri*
fto de balde morto feria.

lAfatfA T)Efpois, pagados catorze annos, a outra vez a Jerufalem com


^Barnabé fobi, tomando também comigo a Tito.
M<?.i9:ií.' 1 E f°bi b por revelaçaõ, e propus lhes o Euangelho que entre
as Gentes prego , e particularmente a os que em eftima eftavaó :
peraque em maneira alguã em vaô naó correge, ou corrido ouvefle.
cAã 16:3- 3 c Porem também nem ainda Tito, que comigo eftava, fendo
i.Cor.9.11. Grego, foy conftrangido a circuncidárfe.
d AO. 15: 4 É por caufad’os faifosirmaôsqueentremetidoíêtinhaõ,
24. e fecretamente fe entraraõ a efpiar nogàliberdade, que em Chrifto
Jefus temos, para em fervidam nos porem.
5 A os quaes nem ainda por huâ hora com fugeiçaõ alguã cede­
mos, peraque a verdade d’o Euangelho em vosoutros permaneceftè.
AOS GAL ATA Sz Cap.II. 4if.7_
6 E d’aquelles que em eftimaeftávaõde coufaalguã. ferem, quaes
antes ajam fido , naó fe me dá > e Deus naó aceita a [aparência d’a\ tDeut.lot,
peflòa d’o homem: porque os que em eftimaeftávaó, nadamecon- .
Z. "l • * i i ' 2, Chr. 19 í
tribuiram. •
7 Antes a o contrario, como viraó que o Euangelho d’o prepu-
cio confiado me eftava, como a Pedro o d’a circuncifam: ^,10:34..
8 (Porque aquelle que em Pedro com efficacia ’no Apoftolado d’a 2:11.
circuncifam obrou , /effe obrou também com efficacia por my en- Efhef. 6:9.
tre as Gentes).
9 E como jacobo , e Cephas, ejoaõ , que em eftima de as co- *'1 *
lunas ferem eftavam, a graça que dada me era conhecerão, a my e f
a Barnabé a [ direita de * parçaria déraó: peraque nós a ? 13: 2.
ás Gentes, e elles á circuncifaó [nos fofímos]. 022 :2l.
. io Somente pedíraò] que d’os pobres nos lembraflemos: g o Galat.r.16.
que também com diligencia fazer procurei.
11 E vindo Pedro a Antiochia, em a cara lhe refifti, porquanto u’cmj
oe reprehender era. .
12 Porque antes que alguns de parte de Jacobo viéífem, também s j0.
com as Gentes comia : mas como viéraó , retirou, e [d'eUes~\ e 14127.
fe apartou, temendo a os que d’a circunciiam éram. R<M!- 15 í
13 E também os outros Judeos com elle fimulavaó , de maneira Xl>-
que até Barnabé levar fe deixava de fua fimulaçaô. 2 Cer 1*
14 Mas quando vi que bem e direitamente conforme á verdaded’o ' e ‘
Euangelho naó andavaô, diflé em preíénça de todos aPedro: h Se h ^3. i0;
, tu, fendo Judeo, vives como Gentio, e naó comojudeo, porque 28-
ás Gentes * conftran^es a como Judeos viverem ? * Om a fa­
ie; Nosoutros de naturezaJudeosfomos, e naó pecadores d’entre
âs Gentes: . c^aa-
16 i Sabendo [porem] que 0 homem naó he juftificado pelas obras j,.
d’aLey, fenaõ pela fé de Jefu Chrifto ; também em Chrifto Jefu -g.'
crido avemos, peraque juftificados foífemos, pela fé de Chrifto, Rom. 3- 28.
e naó pelas obras d’a Ley: 4 porquanto pelas obras d’a Ley nenhuá e 8:3.
carne juftificada ferá. Hefr.yitâ.
J7 Mas fe nos, os que em Chrifto procuramos juftificados fer ,* Rom‘ 1 •
também nos mefmos pecadores achados fomos , he por iffo Chrifto
miniftro de pecado? Em maneira nenhua.
.á Porque fe as coufas que ja deftrui, as mefinas a edificar tórno,
a my melmo por tranlgreflÓr me conftitúo.
19 l Por-
4
4* EPISTOLA DE S. PAULO
19 ^or<lue Pe^a Ley a Ley morto eftou , m peraque para Deus
Vl\íl.
1 Cot 20 Cotn Chrifto ja crucificado eftou. E vivo, naõmais eu, mas
I Thejf- 5: Chrifto vive em my: e o que agora ’na carne vivo, pela fé d5o Fi-
’ Io. ’ lho de Deus o vivo , « o qual me amou, e a fi mefmo por my fe en-
tregou.
A graça de Deus naô aniquilo : porque, *fea juftiça pela
nGaht i!4. £ey fre, logo d.e balde Chrifto morreu.
Ephej^.z- J
Tit 2: 14*
Capitulo III.
I .Despois de huS aspera reprenfao d1os Gaiatas, prova o Apoftolo que o homem nat
he pcslificado pelas obras d3a Ley3 fenao pela fé em Chrifto. 2 Porquanto elltf
mesmos experimentaraô > que os dons dl o Efpirito naô pela Ley s jenaó pela fé
receberão. 6 Prova o também pelo exemplo de Abraham 3 que he o pae de to*
dos os crentes} lo B por alguns claros teslimunhos dia Escritura Sagrada*
13 Teftifca que Chrifto da maldiçaô d3a Ley nos resgatou 3 e a bendiçaÔ nos al­
cançou, I5 Que a Ley por efta doutrina naÔ Je desfaz 3 nem fe invalida 3 nem
contra a promejfa de Deus he.> 19 Mas que ella 0 pecado nos moftra , 24 E
como noffo Ayo a Chrifto nos leva. 25 Despois enfina de como a Ley de Moy-
fes 3 por Chrislo polos fieis desfeita he, 28 Sem diferença d3as nações ou qua­
lidades ; 29 Filio que iodos ejfes a Jemente de Abraham fai.
t
*Ou /«-1 OGalatas * *'em ’ 4 9uem vos enfeitiç011 Pera a verdade
varinos. naô obedecerdes? a os quaes Jefu Chrifto ja d’antes perante
«G./«í 57 os olhos retratado foy, entre vos crucificado fendo.
2 Ifto fó de vos aprender quiíéra 5 Recebeftes vos o Efpirito pe- *
las obras d’a Ley, ou pela pregaçaõ d’a Fé?
j Tam fem fifo eftaes, que avendo começado com o Eípirito ,
agora com a carne acabaes ?
4 Tanto em vaõ padeceftes? Se£&} que também emvaô
5 Logo aquelle que o Efpirito vos dá, e maravilhas entre vos
obra, [fa/o] pelas obras d’a Ley, ou pela pregaçaõ d’a Fé?
i Gen-iV-6- 6 b Como Abraham creu a Deus, e foy lhe imputado â juftiça.
4:3- 7 que bem entendeis ja, que os quefamd’afé, filhos de
>•1; 2Abraham faó.
8 E vendo a Efcriturà d’antes, que Deus pela fé as Gentes avia
«Gf»n 3de juftificar, d’antes oEuangelhoáAbrahamdenunciou, [zfejeWoj,
* xr 18 c r^'0l^as a8 gcntes em ry benditas feráô.
ei6 • 4. p Afli 9ue OSHUC faõ d’a fé, benditos faó com o crente Abraham.
149:10. 10 Porque todos quantos d’as obras d’aLey faó, debaixo de mal-
/4S. 3.15. diçaó
AOS GALATAS. Cap. III. 4V. /
diçaó eftáõ. Porque efcrito eftá: d Maldito todo aquelle que na.õ d Deut. 2.7
permanecer em tudo quanto eftá efcríto ’no livro d’a Ley, pera o aí»
fazer.
11 t E que pela Ley ninguém diante de Deus juftificado feja, he e Rm. 3;
manifefto: f porque o jufto pela fé vivirá. i0-
12 Porem a Ley naó he d’a fé: g mas o homem que eflas coulâs
fizer, por ellas vivirá. * . ac,ii
i? h Chrifto nos refgatou d’a maldiçaó d’aLey, feito por nos
maldiçaó. Porque efcrito eftá: > Maldito rodo aquelle que cm ma- Heér. 10:’
deiro pendurado fór. ' ' 3S.
J4 Peraque a bendiçaõ de Abraham a as gentes em Chrifto Jefu gL«s»í.i8:
viéflè, peraque nos pela fé a promeflad’o Efpirito recebeflèmos. _
•jç Irmaõs, como homem fallo: Htéo*concerrode hum homem ,
ja confirmado, ninguém o aniquila, ou [tóe] acrecenta.
ií / A Abraham pois, e á íua femente, foraó as promeflas ditas. hRm.lt 3.
Naódiz: Eásfementes, como de muytos , fenaó como de hum: i.Ow.çar.
E â tua,femente, aqual he Chrifto. iDsxt.zi*
17 lfto porem digo, o concerto d’antesporDeusemChri-
fto confirmado, pela Ley que » quatrocentos e trinta annos despois ** *
veyo, invalidado naó he, pera a promeflã aniquilar. *OtbTeff+.
18 » Porque fe a herança pela Ley he, ja naó he mais pela pro- mento.
meflâ: porem Deus pela promeflã a Abraham gracioíâmente a deu. IGaUt.^t.
19 Peraque pois he a Ley ? 0 Ordenada fòy por caufa d’as trans- mGe». 15 j
greffoés, até que viefle a femente, á quem a promeflã íc fez 5 íc
pelos Anjos em a maó ? d’o Medianeiro foy * pofta. Ex°*11 •
to E naó he de hum o Medianeiro, Deus porem he hum.
u He logo a Ley contra as promeflas de Deus? Em maneirane- ^0/0.43'4.
nhuãj porque fe a Ley fora dada para podér vivificar, verdadeira- ojte. 15:
mente pela Ley a juftiça fora. ti.
ta r Mas a Efcritura tudo debaixo de pecado encerrou, peraque K»
a promeflã a os crentes > pela fé de Je!'u Chrifto, dada fofle. *7 ■ 8
23 Porem antes que a fé viéfle, eftavamos guardados debaixod’a.^‘.'^
Ley, e encerrados até aquella fé que fe avia de manifeftar. 5/ *
14 y De maneira que aLey foy nofloayo pera aChrifto fDútjtç.
peraque pela fé juftificados foflemos: Joa. 1:17.
Mas vinda a fé, ja debaixo de ayo naó eftámos. -Aã.T. jS,
16 t Porque todos filhos de Deus fois pela fé cm Chrifto Jefii.
Ggg 17 “ Por'
tRai.y^. *n:32 /Jifaw.çriy. jRws,loi4. 4
4is EPISTOLA DE S. PAULO
zj «Porquetodos quantos em Chrifto bautizados foftes', ja de
Chrifto vos veftiftes.
18 ’Nifto nem Judeo nem Grego ha j naõ ha fervo nem livre 5
xJoa. 17: nam ha macho nem femea. x Porque todosvosoutros foishum em
íI- Chrifto Jeíu.
11 ? E & deChriftofois, logo femente deAbraham fois, e, con-
ff. 7.f°rmeápromeíTa, herdeiros.
Hebr. 11 :
18, Capitulo IV.
I Declara 0 Aposiolo 0 que precedente d!aLey> como denoffb Ajo ^difléra, com
a comparacaõ tomada do menino que ainda de baixo dos tutores efid* 4 E tefi-
fica que nos agora feia vinda do filho de Deus 3na carne dos tutores e da fervi»
daò d?a Ley resgatados fomos* 6 Affi que agora fomos filhos de Deus , que fen­
do feitos adultos pefbalmente nojfa herança pojfuir podemos* 8 Redargue a os
Gaiatas, que fendo jaconvertidos da idolatria dos Gentios > tornavaÕ de darfi
a a fervidao das ceremonias exteriores 12 Amoefia os que perfevérem 3no zelo
e em a boa affeiçao pera com figo j com que primeiro a 0 Euangelho receberao,
17 Avifando os do perverjò zelo dos falfos Doutores* 19 Amanfa desfois
Jua reprenfaõ com bua Juave falia > tefiificando que bem queria efiar com elles*
22 Prova também da Ley mejma, que â fua Jervidão na0 mais Jugeitos efiamos *
nem for ella jufiificados fer podemos , pela aplicaçaô das figuras d'os dous filhos
de Abrakam > a faber» de IJaac e Ismael e de Juas maes Sara e Agar*
24 Como também do monte de Sina e da cidade “de Jerujalem 4 poloque os
dous concertos fe fignificao* 2 8 Enfina que a herança com Ifaac pela promeffa do
Euangelho fe alcança , aind^que com períegui^ao. 30 E que os que pela Ley
buscaõ a falvarfe com Ijmael da herança regeitados ferao*

2 TVgo porem , que todo 0 tempo que o herdeiro be menino 9 em


U nada differe d’o fervo, aindaque de tudo Senhor feja.
2 Mas eftá debaixo de tutores e procuradores, até o tempo d’an-
tes pelo pae determinado.
3 Affi também nosoutros : quando éramos meninos , â fervidao
*Qu>prtn- re3uzidos eftávamos debaixo d’os primeiros * enfinos d’o mundo.
cipios. 4 a vindo a plenidam d°o tempo , enviou Deus a feu Filho,
lo feito de mulher, b feito lugeito a a Ley:
Dan. 9:24. 5 Peraque a os que eftavaó debaixo d’a Ley redemifle: c [*3 n^s
b Matt. 5: a adopçaô de filhos alcançaífemos.
17- 6 d E porquanto filhos fois, enviou Deus o Eípirito de feu Fi*
<7^.1112. ih0 em vo(pos coraçoés, o qual clama. Abba, Pae.
Ga/a^t 3 . 7 qUe ja tnajs fervo^ fena5 filho; £ íe filho, também
d Rom. s : herdeiro de Deus por Chrifto,
ic. 8 Porem
AOS GALATAS. Cap. IV. 41*
í Porem quando d’antes a Deus naõ conhecíeis, a os e quede na-? 1'^.8:
tureza Deufes naó fam fervíeis.
9 E agora, a Deus conhecédo, antes muyto mais de Deus co­
nhecidos fendo j f como- outra vez a os primeiros fracos e pobres
enfinos vos tornaes, a os quaes outra vez * de novo fervir quereis?*0-
10 g Guardaes dias, e meles, e tempos, e annos. *Ou,í»s«
11 Temo de vosoutros, que em maneira algua em vao para com ou j ^sle
vofco trabalhado naó aja.
ii Sede como eu : porque também eu fou como vosoutros 5 ir-gRow. 14:
maós, rogo vos: nenhum agravo me fizeftes. 5.
1 v E vosoutros íàbeis, que com fraqueza de carne primeiro o
Euangelho vos denunciei:
’ 1+ Eatcntaçaó, que em minha carne ], naõ regeitaftes hM^JacbA'
nem desprefaftés: antes b como a hum Anjo de Deus, i [e 1 como a ,■
[a wf/w-»] Chriliojefu, merecebeftes. 40. * "
i) Qual era logo a eftima devoflàbemaventurança? Porque tefti- Ioa.ii,i9,
munho vos dou, de que, fepoffivcl fora, voflos olhos arrancaríeis,
e mós daríeis.
16 Fiz me logo voflo inimigo, dizendovos a verdade?
17 k Como convém, de vos zelo naó tem: Mas a nos excluir nos
querem, peraque vos d’elles zelo tenhaes. 2 cêr u •
iS Bom he porem lémpre em bem zelo tér: e naõ fó quando com ’
vofco prefente eftou: *
is> l Meus filhinhos, d’os quaes de parto a eftar torno , até que /l- ír-4:
Çhrifto em vos formado feja. rfálvtM.
ao Bem quifera eu porem agora com vofco prefente eftár, e mi- iacafa ’ii.
nha voz mudar: porque de vos, em duvida eftou.
Dizeime, os que debaixo d’a Ley eftar quereis 5 naó ouvis
vosoutros a Ley ? mGex. id;
« Porque efcrito eftá, que Abraham do us filhos tinha, «®hum ?5-
d’acriada, ne hum d’alivre. n*ãri.'
1? •> Mas o que d’a criada era, fegundo a carne naceu, porem o \ j.
que era d’a livre, pela promefla. 11. *
14 O que por * allegoría fe entende: porque eftes os dous con- ojoa^-. 39.
certos Iam: hum d’o monte de Sina, gerando pera fervidam, que®»w-9:7*
he Agar. * AA
25 Porque efta Agar ] Sina, hum monte em Arabía , e qua-
dra com a que agora he Jerufalem, e ferve com feus filhos. noutr» *
t Mas a Jerufalem que a riba eftá, eflâ livre he; aqual he a faMo.
maé de todos nosoutros. Ggg * íj Por-ji^auia^*
4i®. EPÍSTOLA DE S. PAULO
' 4 . «

flfiy.Wi. 27 Porque efcrito eftá: q Alegrate efteril, a que naó páres: Es-
forçate e clama tu , que de parto naô eftás : porque muytos mai»
faõ os filhos d’a folitaria , que [«j d'a que marido tem.
rnm.y.y. 28 ?■ Nos porem irmaõs, como Ifaac, filhos d’a promefla fomos.
. 8. 29 Porem como entonces, aquelle que fegundo a carne gerado
/Gíw.zi:?. £ora, yperfegU2a a o que fegundo 0 efpirito [gerado erãj, aífi pe]
também agora.
í Gen. zi; jo Mas que diz a Efcritura? t Lança fora a criada, e a feufilho,
l0‘ porque em maneira nenhuâ o filho d’a criada com o filho d’a livre
herdará.
31 De maneira, irmaós, que naô fomos filhos d’a criada , fenaõ
d’a livre.

Capitulo V.
X Avindo 0 Apoflolo declarado e provado a liberdade d’os CbriffaBf £0 fugo £t
I^ey 3 amoefia a os Gaiatas que "nefia liberdade permaneçao j e perfeverem.
2 §ue doutra maneira Chrifio lhes naô he proveitofo > $ E que a jusiiça.nao
fe alcança fènao pela fé operante pela caridade. 7 Erotefia que a opinião dos
falfas Doutores na o de Deus he -> fenao como o fermento: e que de Deus' codtlça-
dos fèráò, li Que também inqufiamente d9o nome d’o Apofiolo ufàvao, 13 JEw-
fina que d3efta liberdade fe deve ufar com caridade do proximo fem contenda,
16 Amoefia os que as cóncupifcencias da carne pela virtude do Efpirito ven-
paõ. 17 Defireve por iffo a batalha da carne contra 0 Efpirito. em os fieis*
I9 Relata os fruitos d3d carne , 22 E d’o Efpirito. 24 flofirando que effes
faõ os verdadeiros Chrifiaos que a carne pelo Espirito vencem*

1 a p &ae Poís firmes ’na liberdade com que Chrifio- n^s libertou,
i.íedr. z: e naó torneis aí* embaraçar com o jugo de íèrvidam.
16. z Vedes aqui, eu Paulo, vos digo, *que fe circuncidar vos
l Ifay. 9'i- deixardes, nada Chrifio vos aproveitará.
•Ou. der- | E a proteftar torno à todo homem que circuncidar fe deixar,
xar pren- ^ue * oj,riga(Jo a toda a Ley * guardar.
- 4 Vazios eftaes de Chrifio, os que pela Leyjufiificar vos
*Ou,'^ve- d’a graça cahido tendes.
dl he. 5 Porque pelo efpirito d’a fé a eíperança d’a juftiça * aguarda-
•Ouj/^sw. mos.
• Ou. «ff- 6 d Porque em Chrifio Jefii, nem acircuncifam temalguávirtu-
ramos. . ^e, nem 0 prepucio: Senaó a fé, que e obra por caridade.
dMatt. iz: Corríeis bem j /quem vos impediu de á verdade naó obede-
iJ°5i4.cerdes? s.*&ia
»I.C«r.7»9. a- <•/ í. 17. GaUt, Cl1$. Gtbf.}: II.' tL TbefT. l: 3. fGafat. 3; 1.
A 0 S G A L A T A S. Cap. V. 4u.
8 *Efta perfuafam naõ [vem] d’aquelle que vos chama. *Ou,E/?e
. 9 g Pouco formento toda a maífa leveda. fewtido.
w h Confio de vos em o Senhor , que nenhuã outra couíà fenti-|r^r^:í;
reis: Mas aquelle que vos inquieta , o juizo levará, fejaellequem- 2,
quer que for. _ . Jã; al(
11 Eu porem , irmaõs, fe ainda a circuncifam prego, porque
logo perfeguido fou? i Aniquilado eíiá ja logo oeícandalo d’acruz.*LCír*l!
li k Oxalá também cortados fofiem os que inquietando vos andaól^^V .
13 Porque vosoutros irmaõs, â liberdade chamados foftes: l So- ‘
.mente d’a liberdade naõ [«/&] para ocafiaô á carne [dar], porem/.i.Cor-8:
por caridade huns a os outros vos fervi. 9.
14 Porque toda a Ley em huã palavra fe * cumpre5 [ai-Pedr. 2:
fober] ’nefta5 » Amarás a teu proximo como a ty mefmo. ■
15 Porem ® fe huns a os outros vos mordeis , e fwr j devoraes,
olhae que também huns a os outros vos naó confumaes. j 3*
16 Digo porem, f andae em Efpirito. E a concupifcencia d’a *oUjfaf/r.
carne naó cumpraes. ra.
17 ? Porque a carne cobiça contra o Efpirito, e o Efpirito con- •'Leo. 19:
tra a carne: e eftes hum a 0 outro fe opoem; de maneira que o que 18,
queríeis nao raçaes. ** *
18 Porem fe pelo Efpirito guiados fois, debaixo d’a Ley naõ I2 .
eftáes. 31. '
19 r Ora manifeftas fam as obras d’a carne, quefam adultério, Uwb. 2:8.
fbrnicaçaõ, immundicia, * difloluçaõ, 02.Cor.12:
20 Idolatria, * empeçonhamento, inimizades, porfias, emu- 201
Iaçoês, iras, pelejas, diflènçoês, heregias, flíws.iji
21 Envejas, homicídios, bebedices, glotonarias, e couíàs íè-j
melhantes a eitas : / d’as quaes d’antes vos digo, como ja também n.
d’antes vos diflê, que os que taes couíàs fazem, o Reyno de Deus j Smyuç.
naõ herdaráó.
22 t Mas o fruito d’o Efpirito he caridade, gozo, paz, longani- rl-Cor-V*
midade, benignidade, bondade, ie,’manfidam, temperança. ? 3-
23 u Contra os taes naô he a Ley. #0U’
24 x Porem os que de Chriílo iáô, a carne crucificáraõ com [fius J fiivia.
affeâos e concupiícencias. ‘ ‘
25 Se em Efpirito vivemos, também cm efpirito andemos. f«w«-
26 Naô íejamos cobiçofos de vaá gloria , huns a os outros ini-^C*
taado, huns d’os outros enveja tendo. _I.®> ...
Ggg» «
Ap«.22:.Tf. tEphef.^tyi x£w,6:& «13:14.
l.Pedr.l:11,
fct EPISTOLA DE S. PAULO

Capitulo VI.
I 'Exhorta o Apoftolo a os Gaiatas para diverfas virtudes Chrisfaãs , a faber, pa­
ra mavfidab ’no reprender d’os que por fraqueza pecaõ; 1 para mutua tolerais-
áa ; 3 Para exame e fentimento humilde de ji mesmos > 6 Para foftentaçao
d9os fafiores 5 7 Pera atentar a 0 que femeamos > 9 E para liberalidade a
os pobres > principalmente a os fieis* II Despois cPijio conclue a carta f moftran»
do como os ama e eftima, 12 £ avifando os d?os faIfis Apojiolos , cuiaambi-
fao e hypocrifia defcreve , 14 E Jeuproprio exemplo lhes opoem. If Enfina
brevemente em que confife 0 verdadeiro Chrifiianifmo, e 0 que effe tem por ejpe~
rar. 17 Amoefia que ninguém £aqui por diante lhe enfade > 18 E acaba com
a cofiumada faudaçao.

'I rmaõs, fe também algum homem em offenfa alguã fobrefal-


*• teado fór,, vos que efpirituaes fois, a o tal com e(pirito de
I cor 9'1 manfidaó encaminhaé $ atentando para ty meíino, porque também
, ' 2’atentado naõ fejas.
a*w,1I: z b Os huns as cargas d"os outros levae: e affi a Ley de Chriíio
Ia». 13:14. cumpri.
Hm x$; i’ 3 Porque fe alguém coufa alguã fer cuida, nada lendo, a fi mef>
1. Thejf 5: mo em * [fua~\ fantafia fe engana.
# M. 4 Mas cadahum fua própria obra prove, e entoncesem fi lo meí-
yu, feu mo gioriaçaó terá e naõ em outro.
«»;w».ou, $ c porque cadaqual fua própria carga levará.
r^otT/i* E o 9ue ’napalavrainftruido he, de todos [fius] bens reparta
com aquelle que [«] inftrue.
pw, ou, 7*Naõ erreis: Deus naõ fe deixa efcarneccr: fporque [t*do]
opiniaô. o que 0 homem femeár, iílb também fegará.
£P/6i; 13. 8 Porque o que em fua carne femeár ; d’a carne corrupção fega-
Jer.x-; 10. r£: porem o que em o Efpirito femeár ; d’o Efpirito a vida eterna

: 9 g Porem ’no bem fazer, naõ desfaleçamos, porque a feu tem-


Jlws. i: (5 po W fegárémos, fe nos naõ * deleixarmos.
e14 11. w Affi que entre tanto que tempo temos , a todos bem fàça-
1. Cor. 3:8. mos: porem h mayormente a os domefticos d’a fé.
i.Ctfr.5:10. jj Ôlbae quam larga carta de minha maó vos eícreví.
Apoca.'.!^, n qpojos os qUe em a carne boa aparência molirar querem, eflés
, *12: 11‘.a vos circuncidar vos conftrangem, por lomente , a caufa d’a cruz
15. de Qy.jfl.Q perfeguidos naó ferem. 13 Por­
te l.Cw.y:ii,ei.C®r.6.io. fLw.iíiaç. *0u> enfraquecermos. ii.Tsm.yir
A O S G A L A T A S. Cap. VI.
ij Porquê nem ainda os mefmosque fe circuncidaô, a Ley guar­
dam: mas querem que vos circuncideis, por em voffa carne feglo­
riarem.
Mas longe efteja de my gloriarme , fenaó em a cruz de nóflò
Senhor Jclu Chrifto, pelo qual o mundo me he crucificado a my,
' c eú a o mundo.
i) i Porque em Chrifto Jefu, nem a circuncifaó virtude alguá; ia.
tem, nem o prepucio
ió £ E todos quantos conforme a efta regra andáré , paz e miferi- loa. 15:14.

Eícrita de Roma a os Gaiatas.


Fim d’a Efistoú do Apofiolo S, Paulo a os Gaiatas,
SU
EPISTOLA
DO®
APOSTOLO S. PAULO
AOS
EPHESIOS.
Capitulo I.
X Defpois d’a eoffumada iitfcripçao □ 3 Agradece 0 Afoftclo a Deus for todas as
bendiçoes efpintuaes com que em Chrijio abençoados Jwnos* 4 A faber 3 que
9nelle desdlabaterno eleitos 5 E pera adopçaà ew filhos predestinados $. 7 E>
for feu fangue com Deus reconciliados fomos. 8 §ue pelo Eue<ngelho nos cb&~
mou> lo E que todos os efcolhidos por elle em hum ajuntados Atáã, a/fi os que em
es cees > como os que efiad em a terra. 1 3 ®pe também os 'Ephefios que crêm
em Chrifto entre elles eftdõ^ avendo ? pera certeza -d ififo > recebido as arras d*o
Efpirito, 15 Roga então a Deus que 9nijfo de mais em mais feu entendimento
illuminar queira ? 19 E por /eu Espirito dar a fentir qual feja a força £a po~
tencia de fua eferaçac em tudo ifio^ 20 ^ue he a mefma pela qual a Chrifto
d*os mortos refufcitado e a fua d?extra exalçado tem* 22 Fera Jer a cabeça de
fua Igreja.

«Rw:;. 1 T^aulo Apoftolo de Jeíu Chrifto pela vontade de Deus 5 O


i.Cor. 1*2. L# os íanótos que eftáõ em Ephefo, e fieis em Chrifto Jeíu:
£I: L’ 3- 1 b Graça e paz de Deus nofio pae * e d’o Senhor Jefii
f*'Chrifto ajaes.
tJWhix 3 Bendito feja «oDeus e Pae de nofio Senhor JeíuChrífto, o
f 1. Cor. 1: qual nos bendiflc com toda bendiçaó efpiritual em o Ceo cm
3* Chrifto.
i Pedr.i'.^ 4 </ Como ’nelle nos elegeu antes d’a ftmdaçaó d’omundo , e pe-
* * raque foffemos fanâos e irreprehenfiveis diante d’elle em caridade.
a. Tfo». 1 - 5 £ nos .predeftinou em adopçaó de filhos por Jeíu Chrifto em
i9. * ' fi mcfmo, lègundo o beneplácito" de íua vontade.
eLuc. i:7Ç. jPcia
k Cofofiiiil. j. Trí.i ;ia.

o
AOSEPHESIOS. Cap. I.
6 Pera louvor d’a gloria de fua graça, pela qual a fi agradareis
nos fez f em o Amado. fMatt- ? t
7 g Em o qual temos redempçaó por feu fangue [afakr,'] a rc- *7* t
miflam d’as offenfás, fegundo as riquezas de fua graça: * xj *’
S Com aqual em nos abundou em toda fabedoria e prudência. ctóZCi.14.
9 Notificandonos h o myfterio de íua vontade fegundo feu bene- fab. 9: u.
placito, o qual em fi mefmo propuféra. i.Ped-v.iS.
10 Pera em a * difpenfaçaó i a’o complemento d’os tempos em 19-
Chrifto todas as coufas tornar a congregar, affi as que ’nos Ceos, bRom. 16:
como as que ’na terra •'
11 ’Naquelle em quem * k também herançafeitos fomos, avendo C(7/J; 1‘*
fido predeftinados conforme aopropoíito d’aquelle que todas as cou- • 26-
íàs obra fegundo o confelho de íua vontade. i.Tim.i' 9*
11 Peraque pera louvor de fua gloria foflemos, nos os que pri- Tit. 1
meiro em Chrifto esperámos. 1 1♦
13 Em quem vos também [efíaes], defpoisque a palavra d’a ver- # *?• r(_
dade ouviftes, [a faber] o Euangelho de voífa falvaçaõ • em quem ^^Lg.
também, avendo crido, lcom o Efpirito fanéio d’a promefià fella-40:
dos foftes. ' 10.
14 O qual * as arras de nofla herança he, até m a * redempçaó al- Pm. y.i4.
cançar, pera ......................................
louvor de íua gloria. Gflaf.4:4.
Galat. 4:4.
15 » Poloque ouvindo eu também a fé, que ’no Senhor Jefus en­ * Ouiforte
temes*
tre vos há, e a caridade pera com todos os fanâos:
ió Naó ceifo de por vosoutros graças [a Deus j dár, lembrando iRom&iS*
me de vos em minhas oraçoês: 2tCar^:22.
17 Peraque o Deus de noflò Senhor Jeíu Chrifto, o Pae d’a glo­ «V 5- ‘
ria, vos dé o Efpirito de fabedoria, e de revelaçaô em feu conhe­ Efh. 4:30*
cimento : * Ou3 ofe-
18 [Afakr] illuminados olhos de voflo entendimento, peraque nhor.
faebaes qual feja aefperança de fua vocaçaó, e quaes as riquezas d’a
í-
gloria de fua herança em os lanctos: Deut. 7: 6»
19 E qual feja a íobreexcellente grandeza de fua potência em nós £ 14 *
os que cremos, 0 fegundo a operaçaó d’a força de fua potência: e iS.
áo AqualemChriftoobrou, refufcitando0 d’os mortos 5 pe a i-P^.2:9.
fua [wmôj direita em os Ceos o collocoa. . Uow»S:i3.
" "£
21 Muy mais alto que todo Principado , e Poteftade, e Poten-
cia, eSenhorio, e que todo nome que fenoméa, naófomente
’nefte mundo, fenaó também’no vindouro.
Hhh
t.lheff'. 1:1.1. Theff". K 3. 0 Colofl. 5412.; P/? 1 lo: I. Aã. 1:34. I. Cor. 15; 25.
fio: 12. l.Pedr, 3:2».
4^ EPISTOLA DE S. PAULO
jPp: 7. 11 1 E todas as coufas a feus pees fugeitou , e por cabeça fobre
Matt. 28: todas as coufas á Igreja 0 deu.
18.
1.0 15 : 23 r Aqual he feu corpo , [e] 0 * cumprimento d’aquelle , que
27. em todos tudo * cumpre.
Hebr* 2; 8♦ r Rom, 12; 5. I.Cor, 12:27. Ephef4:16. e5:23 ♦ * Orn Enchimento» * Ou>enchei

Capitulo II.
I 0 Apostolo pera mofirar a grandeza d3o beneficio que Deus nos faz em nojfa re-
stauraçao » relata 0 mi/eravel efiado £0 qual livrados fomos* 4 JE declara que
Deus » de pura graça 5 efiando nos ainda mortos em pecado 5 ]untamente com
Chrilío nos vivificou» e em os ceos ajfentar fez, 8 Que pois falvos fomos pela
fé» e naa pelas obras, Io Mas que Deus nos em Christo pera obras boas criou*
II Tefiifica também que os Gentios fora ddo concerto de Deus efiávao e fetnefpè-
■ rança d3a fàlvaçao, 1$ Mas que agora emChrifio ? que a parede d9o aparta­
mento e a Ley d3as ordenanças tirou, dlefia graça participantes erao, 17 Polo
que affi os Judeos como os Gentios pelo Euangelko fe chamao, e por hum Efpi-
rito a Deus entrada tem, 19 D’onde conclue que elles juntamente fobre 0 fun­
damento d3os Prophetas e Apofiolos edificados ]aõ9 cuja pedra de esquina Chrifia
he, 21 E ijfo para hum Templo e habitafaõ de Deus*

4Hem <-6-1 a P. ™ vivifau] eftando vos mortos em offenfas e peca-


Colof. 2 : dos,
12. 2 b Em que d’antes andaftes fegundo o feculo d’efte inundo, fe-
b 1. cor. 6: gundo o c Príncipe d’a poteftade a’o ar , d’o efpirito que agora em
u- . os filhos de deíobediencia óbra.
7‘ 3 Entre os quaes também todos nos outros d’antes andavamos em
cioa u Vi os defejos de nofla carne, fazendo a vontade d’a carne e d’os pen­
ei 4: 20. famentosj e de natureza éramos filhos de ira, como também os de
p 16:11. mais.
Eph. 6:12. 4 Porem Deus, que he rico em mifericordia, por fua muyta ca­
ridade, com que nos amou,
iíKsw-6.8. Eftando nos ainda mortos em [nofas"] offenfas, /juntamente
ep ”• com Chrifto nos vivificou, (e de graça falvos eftaes).
M/-?*1- £ juntamente [aos] refufcitou , e aíTentar fez em os
e Aã. 15: Ceos * em Chrifto Jefu.
n. 7 Pera que ’nos feculos vindouros as abundantes riquezas de fua
3: $. graça moftrafle, por [fua] benignidade pera com nofco em Chrifto
*Ou, jwz-jefu.
tamente 8 porque de graça eftaes falvos pela fé, e iftonaódevosj f[fut]
lomCim- ^om cje £jeus j^aõ
sto jejti
f Aiatt. 16:17. Ephef I; I?.
AOSEPHESIOS. Cap.II. 427"^
9 Naõ por obras, g peraque ninguém fe glorie. g 5‘
10 Porque feitura fua fomos, h criados em Chriíio Jefu pera boas 27.
obras, as quaes Deus preparou peraque’nellas andidTemos. i»Cor. 1:
11 Portanto lembraevos de que vos, que d’antes Gentios em a 1. .
carne ereis, e chamados prepucio d os que em a carne fe chamao 17>
circuncifam, que com a maó fe faz: Efhe/.v.^
u Que ’naquelle tempo fem Chriíio eftaveis, alienados d’a re- *4:24-
publica de Iíraêl, e eftrangeiros *d’os concertos d’as promeífas, rzr-2:14.
naó tendo efperança, e íem Deus em o mundo. tRom.^.^.
. ij Mas agora em Chriíio Jefu, vos qued’antes longe eftaveis,
ja pelo fangue de Chriíio perto chegaítes.
*4 k Porque elle he nofla paz, que d’eítes ambos hum fez $ e
•* derribando a feparaçam d ’a parede d’entre m eyo,
•5 Em fua carne asmimizades desfez, a Ley d’os man-
damentos, tradições : pera em fi mefmo a os ê; 1’
dous em hum novo homem criar, fazendo a paz: OZo/hae,
16 E a ambos, pela cruz, com Deus em hum corpo reconciliar, * Ou >que-
’nella as inimizades matado. brando.
17 l E vindo elle, a paz vos Euangelizou, a vos os que longe,
e a os que perto eftávam.
iS m Porque por elle ambos entrada temos por hum [mefeo] Efpi- 1 57:
ritoaoPae. . ■ ‘ Eph.t-n.
19 Affi que ja nem eftrangeiros nem forafteiros fois, fenaõ con- „j0a. io •
cidadaósd’os fanâos, e ® domefticos de Deus. 9.
20 0 Edificados f fobre o fundamento d’os Apoftolos, e d’osPro- e 14:6.
phetas, 5 de que Jelu Chriíio a fumma pedra d’a efquina he. Row- 5: 2.
21 r Em quem todo o edificio bem ajuftado, /pera templo fancto 3; IX-
em o Senhor crece. 10 ♦
22 Em quem também vos juntamente edificados eftaes pera mo- n g.
rada de Deus em efpirito. j0>
01. Cor. 3: 9. lo. p 1/y. 2$ i 1(5. Matt. 16:18. I. Cor, 3: 10. dj>oc. 21: .
fl.f««r.2.'4 rEphefa-,16* fl.Ctr.6t 10- 2.Cw56:i6»

Hhh 2 Cà-
4iS EPISTOLA DE S. PAULO

/ Ca pi t-u l o III.
I Testifica Paulo que por tanja de fua constância sna doutrina dia wocaçaó gratui-
ta d‘o$ Gentios prefd eftava 4 3 pela particular revela çaõ de Deus tinha.
5 E que ella 9 nos feculos precedentes de tal maneira a os homens nunca notificada
éra, 7 Que por minifiro d"a Euangelho conftituido fora pera a mefina doutrina
entre os Gentios denunciar, lo E pela Igreja notificar a multiforme fabedoria
de Deus > até a osmejmos An\os d'os ceos. 13 Amoefia os que nao fc desmayem
em fuas aflições > 14 E roga a Deus que de mais em mais os conforte > 17 Pera
que Chrifio por fé em feus coraçoes habite s iS E a largura , longura 5 pro-
fundura e altura d efta graça e amor de Chrifio t comprender pojfao. 20 £ con-»
clue com agradecimento a Deus»

a AS. 21:1 por efla caufa eu Paulo * o prifioneiro de Jefu Chrifto,


3;.
n- A por vosoutros os Gentios.
Ephefi:!. 2 Se porem tendes ouvido a difpenfaçao t> d’a graça de Deus,
Philip. 1:7. c que para com voíco me foy dada:
13.1416.
Coloffi 4; 3
3 O qual ^por revelaçaó * efte myfterio me notificou, (como
2» TimA '.~.
d5antes em breve efcrevi:
Pkilem. 4 D’o que lendo entender podeis minha fciencia’nefte myfterio de
vers I. Chrifto),
b P<om 1: 5 5 O qual efti outros feculos a os filhos d’os homens notificado nao
r foy • /como agora pelo Efpirito revelado he a feus fanétos Apofio-
i0Sepr0pheCaS.
* 17 zi 1 6 t"4 faber'\ •> 9ue as Gentes coherdeiras, e de hum mefmo corpo
ei6; 16. ^am’ e conídrtes de fua promeffa em Chrifio pelo Euangelho:
17.' 7 De que feito miniftro íou pelo dom d’a graça de Deus , que
Galat.vxi. dado me foy g íegundo a operaçaô de fua potência.
12. 8 A my, b o minimo de todos os fanâos , he dada efta graça,
t Rom. 16: para i entre as Gentes pelo Euangelho as imperveftigaveis riquezas
-z}’ .de Chrifio denunciar :
’ '10 ’ 9 E a todos alumiar \j>tra que entender poffao~\ qual fcja a commu-
«■EpÃe/i: nhaõ k d’o myfierio, que defae [todos] os feculos escondido efieve
* 19. em Deus, o qual /por Jefu Chrifio todas as coufas criou.
ColoJJ'. 2 : » » Peraque agora , pela Igreja a os Principados e Potefiades
12. em os Ceos notificada fcja a multiforme fabedoria de Deus:
hi.Cw.ty. 11 Se-
eiy.t. ei2:2i. Galai. 1-.16. e2:S. 115» 2; 7. 2.15».I:II.
’ * ’’ kRom. 16:25 Efhef.i:'). Colofl'.l‘.l6. 2. Tim. 1: ro. UAIiS. i.P«fr.i:*O-
l Gen. 1; j. P/altn. 33:6. Joa. I; 3. Colojf 1:16. Hebr. 1:2. m t, Pedr. K !*•
b
AOS E P H E SIO S. Cap. III. <*9" "
i r Segundo o eterno propofito, que em Chrifto Jefu Senhor
noflo fez.
ix n Em o qual temos oufadia e entrada com confiança pela
’nelle.
’3 0 Portanto [w] peço, que naõ desfaleçaes em minhas tribu- ^ph-ziis'.
laçoés ? por vosoutros', que vofla gloria he. *l0 j
<4 Por efta caufa dejuelhos me ponho perante o Pae de noflb 1?.
Senhor Jefu Chrifto $ 0 Philip. 1:
15 D’o qual * todo o parentefeo em os Ceos, e em a terra feno-
méa: iWj*
16 Paraque, fegundo ás riquezas de fua gloria, vos dé que com . .
esforço ? corroborados fejaes por feu Efpiritoem o homem interior.
• 17 Peraque por fé Chrifto em voflos coraçoens habite: e vos em *OtiJtoda
caridade r arraigados e fundados eftejaes: a ftmilu.
is Peraque por em cheyo com todos os fanéhos comprehender 1 ^eF 6:
poflàes, qual feja a largura, ealongura, e a profundura, eaal-^1®-

19 E conhecer a caridade de Chrifto, que [<» todo J entendimen- '*


tofobrepuja: peraque cheyos fejaes de toda plenidam de Deus.
20/Ora a aqueiie, que poderolò he para tudo muy mais abun-/jew .
dantemente fazer d’o que pedimos ou penfamos, íegundo a poten- 25.
cia que em nos obra,
21 A elle feja a gloria em a Igreja, por Chrifto Jefu, em todas
as gerações para todo fempre. Amen.

Hhh 3 C
4?e E PISTOLA DE S. PAULO

Capitulo IV.
X Despois que o Apoftolo *nos tres Capítulos precedentes a Doutrina d*o Euange-
lho brevemente propofio tinha} propoem, fegundo feu cofiume em todas íuas Epi-
fiolas y a amoeffaçaõ para piedade: e ex horta os primeiramente em geralpera hua
vida feu chamamento decente >• 2 £ fegundamente em particular pera tolerância
3na caridade ; 3 E terceiramente pera paz e concordia; e ejfa amoeftaçao com \
muytas razoes confirma. 7 Testifica então que Chrifio despois de fua ajcenjac a
0 ceo, a os homens vários dons deu ,* 11 E diverjos officios 3 como os de Sipofio-
los 3 Erophetas 5 Doutores 3 &c. infiituiu; 12 Mas que todos firvaò para edi­
ficação d1a Igreja e confervaçaõ ddella 3na unidade d3a fé centra todos os erros $
16 Que toda via efla filutaria virtude de Chrifio , como da cabeça □ em todos
os membros emana* 17 Torna então a as amoeffaçoes geraes > e avija os que
nao andem como cofiumavao quando ainda Gentios forao *, 22 Mas queje desptyem
dao Kelho ? 23 E fie visiaõ (To novo homem* 2$ Que tamb<m deponha d as
mentiras > 26 Nem deixem que 0 foi fe ponha Jobre fua ira$ 2S Que nao
furtem 5 29 Que evitem 0 torpe fadar 3 polo que 0 Efpirito Sandio Je eutrifie*
ce. 31 E toda Jòrte de malícia } 32 Mas que perdoem huns a os outros j co~
mo também Deus em Chrifio nos perdoou^

«Gen.XT.i.1 R ogovos pois, eu o prelo em o Senhor, a que andeis como dt«


i.Cor 710. gno he a’a vocaçam com que chamados fois:
Vhil. i; i7", 2 Com toda humildade e manfidam : com longanimidade, fu-
Coloff.v.vi' portandovos huns a os outros em caridade:
1. Thejf, z; 3 Procurando guardar a uniaó d’o Efpirito pelo vinculo d’a paz.
12 • 4 Hum corpo e hum Efpirito ha, .como também chamados fois
*Coloff. 1: á huá [_mefina\ efperança de voflà vocaçaó:
II.’. . 5 «Hum Senhor, huâfé, humbàutifmo.
!• ThèjT. 5 ■ 6 Hum Deus e Pae de todos, o qual lobre todos, e por todos,
14. " e em todos vosoutros eftá.
t Deat. 4; 7 Porem a cadahum de nos he dada a graça fegundo á medida
39. d’o dom de Chriíto.
Maiach. 2: $ Pcloque diz: «Ao alto fubindo, cativa a catividade levou , e
J®" a os homens dons deu.
6 5 f Ora ift° Sue fabiu , que he, fenaó que também primeiro ás
dRom. 12: ma^s baixas partes d’a terra deícendeu.
é. ” io Aquelle que defcendeu, he também o meímo, que muy mais
x.Cor. 12: alto que todos os ceos fubiu, para todas as coufas cumprir.
ii. ii g E o mefmo deu a huns para Apoftolos, e a outros para Pro-
2. cor. io: p}jCtas c a outros para Euangeliftas, c a outros para Paftores e
pJ .. Doutores. 1* Para
t. Pear.4• . , _
. lo. fjot.yiy e6;Ó2> gi.Cw. njiS.
AOS EPHESIOS. Cap. IV. 4?i \
12 Para complemento d’os fanétos, para a obra d’o minifterio ,
para a edificaçaó £ d’o corpo de Chrifto.
ij Até que todos venhamos á unidade d’a fé, e d’o conhecimen- x.c<>r‘Ia5
to d’o Filho de Deus, em varam perfeito, á medida d’a eftatura a7-
d’a plenidam de Chrifto. , è ♦’ ,V
14 í Paraque mais meninos naõ fejamos fluâuantes, e a 0 redor coloíf.rA4.
levados com todo vento de doutrina pelo engano d’os homés com ii.Cor.14',
aftucia, pera cautelofamente a 0 erro atrahéreni: 20.
15 Antes feguindo a verdade em caridade, creçamos em tudo kMatt.iv,
’naquelle he/a cabeça, [amem a faber em~\ Chrifto. ip\f
16 m D’o qual todo 0 corpo bem ajuftado e affirmado juntamente ■£*■'***
por todas as conjunéturas d’a fubminiftraçam , fegundo a operaçaõ CoZ»/. 1:
de cadaparteq^/jw] medida, augmento de corpoalcança, parafua 18.
mefma edificaçaó em caridade. wl?o«ffi2:
17 Affi que ifto digo » e teftifico em o Snor, 0que naõ andeis £
mais como as outras Gentes andaó em a vaidade de feuíèntido:
1S Entenebrecidos’no entendimento , alheyos d’a vida de Deus _ 77 .
f pela ignorância que ’nelles ha, pela dureza de feu coraçaó. 7^ *
Os quaes tornando fe infenfiveis, fe entregáraó â difloluçaõ, KRom.r.?
pera affeâradamente toda immundicia cometérem. oRom. 1
20 Mas vós afli a Chrifto naó aprendeftes. iS.
21 $e porem.ouvido 0 tendes, e por elle enfinados foftes, como Uedr.M.
a verdade em Jefu eftá:
22 [_Ajàber\ , que quanto a o trato paflado 7 vos defpojeisd’o qColo/r.z'.
velho homem, que pelas concupifcencias d’o engano fe corrompe: „ ’ *
22 E vos renoveis em o efpirito de voílo fentido : Hebr.ir.t-.
24. r E vos viftaes d’o novo homem, que fegundo Deus he criado i.PeJr.ru
cm verdadeira juftiça e em fanâidade. , rRoip.6t4,
25 Poloque a mentira deixae,/e a verdade cadahum com feu pro- c°tyllkW9.
ximo follae: porque membros huns d’os outros fomos.
26 1 Iraevos, e naõ pequeis: naó fe ponha o foi fobre voffa ira. J *
27 « Nem a 0 diabo lugar deis. tPf.4'. ç.
28 O que furtava, naó fiirte mais: « antes trabalhe, obrando u lacebjt?.
com fuas maõs o que he bom, pera que tenha que repartir com o t« Pe/r. $;
que neceffidade tiver. . % .
29 De voflã bocanenhuá palavra torpe faya: fenaõ a que boa fór *"“*2,0 •
pera utilidade de edificaçaó 5 peraque graça dé a os que a ouvem. s
E *11. ’
5
.z
A "í * •, - / <
2. 5:8.12. y SAetit. 12:36. f. 3.4,
4ji EPISTOLA DE S. PAÚLO
& Row. 8. j0 £ na- contrifteis a o Efpirito fanâro de Deus , z pelo qual
i. cõr. i: eftassfellados pera o dia « d’a redempçaô.
21. Toda amargura, eira, e cólera, e grita, e blasfémia fe
tire de vos outros, com toda malicia.
Ephej. i : 32 c Antes fede hunspera com os outros benignos, mifericordio-
J3- fos, d perdoandovos huns *a os outros , como também Deus em
-^.2i:Chrifto vos perdoou.
Ro0.8:23. Ephef. 1: 14. b ColojT. 3 : 19. t Phil. 11. ColoJ/".^', 11. d Matt.6; 14,
■Mm. II: 25. Cró/3 : 13.

Capitulo V\
I adianta 0 Apostolo *nas exhortaçoes ? e primeiramente para^mutua caridade^
fegundo 0 exempla de Deus € de Chrifio» 3 Amoeiia os lambem de dar de mao
a toda deshenefiidade > avareza , que he idolatria , chocarrice <&c. e declara
j

que os taes 0 reyno dos ceos naò pojfuiráo, 8 E porquanto elles agora *na luz
esiaõ3 que andem como filhos d9 a luz*, II New? mais com as obras d9as trevos
comunhão tenhao ? mas antes as reprendaõ. 1$ ^jue andem prudentemente » apra-
veitandofe como fabios d’o tempo» Io Que naõ fe embebedai) d"o vinho ? mas
enchaofe d’o Efpirito. 2o Que cantem e pfalmodiem a 0 Senhor» 21 Èxhor-
ta geralmente que huns a os outros fe fugeitem em 0 temor de Deus» 22 Mas
efpecialmente as mulheres a feus maridos j como a Igreja a Chrifio fe fugeita»
25 Semelhantemente exhorta a os maridos > que amem a faas mulheres £ como_
Chrifio amou a fua Igreja? 28 E como alguém a feu proprio corpo ama. 29 Pro­
va também dia inftituiçao de Deus 4 que marido e mulher faÔ hua carne , apli­
cando 0 juntamente a Chrifio e a fua Igreja, 33 E conclue com huS amoefia*
paõ a marido e mulher.
• J

1 C ede pois imitadores de Deus como amados filhos:


t^oa. ti: ° 2 a E andae em caridade l como também Chrifto nos amou,
34- c e a fi mefmo por nos fe entregou em ofíerta e facrificio a Deus,
«15:12. em fuave cheiro.
l.Theff.A'.
3 ) Mas fornicaçaó e toda immundicia, ou avareza , nem ainda
9-
l.Jea. entre vos fe nomée, como a fanâos convém;
23- 4 Nem * torpezas, nem parvoíces, nem chocarrices, qqenaó
: 21. convém: mas antes fazimentos de graças.
èGalat.Zt 5 e Porque bem ifto fabeis, que nenhum fornicario, ou immun-
20 do, ou avarento, queheidolatra, temberançamoRcynodeChri-
14 fio e de Deus.
18. 4/Nm-
Heír.S.J. epi I4« d Marcai 11» Eptef 4*1% * Oiu Deshozefiidade*
e i.Car.6;io.
A O S E P H E S I 0 S. Cap.V. 431
6/Ninguém vos engane com palavras vâas 5 porque por eftas/íír,l9i *'
coufas vem a ira de Deus fobre os filhos de defóbediencia. wln irs*
7 Portanto feus companheiros naó fejaes.
8 g Porque d’antes trevas éreis, mas agora fois luz em 0 Senhor: cgi'oí[.í:4.
andae como filhos de luz : 18-
9 (Porque o fruito d’o Efpirito em toda bondade, e juítiça, e a.
verdade [confi/te}. 3-
10 Provando o que hc agradavel a o Senhor. * ^r’ Txí
11 i E naó comuniqueis com as obras infruéiuoíàs d’as trevas, mas^’ ’
antes também as redargui. 5;
i* Porque 0 que cites em oculto fazem j torpe coufa he támbem
dizélo. • iMatt. iti
13 k Mas todas eftas coufas»fe manifeítaõ, d’a luz redarguidas i7- .
fendo : porque tudo o que [coa/â algtZ\ manifefta, luz he. i.C^. •
14 Poloque diz: ZDefperta tu 0 que dormes, elevantate d’os
mortos, e Chriito te esclarecerá. Tí}err. j 1
15 m Portanto olhae como prudentemente andeis, naó como ne- ’ ,4, ’
cios , fenaó como fabios. k loa. 3 :io.
ló Redimindo o tempo: porquanto os dias fam maos. 11.
17 Poloque naó fejaes imprudentes , » mas entendei qual feja a^^- *31
vontade d’o Senhor. . Th/r.^
18 j> E naó vos embebedeis com vinho, em que ha difíoluçaó, ’*6'e"'
mas encheivos d’o Efpirito: mCoMTit
19 7 Fallando entre vos compiàlmos, e hymnos, e cânticos efpi- 5.
rituaes: cantando e pía.lmodiando a 0 Senhor em vofio coraçaó. »13:
10 r Dando fempre graças por todas as coufas a Deus e u-
Pae, em o nome de noflò Senhor Jefu Chriílo: «Jícw.ií:
21 Sugcitandovos huns a os outros em o temor de Deus. jjLp 4*
/Vos mulheres iugeitaevos a voflòs proprios maridos, como
a o Senhor: fPíU.23:
13f Porque 0 marido he a cabeça d’a mulher, « como também 29.
Chriílo a cabeça d’a Igreja : e elle [mefaoJ he 0 Salvador « d^o 1/7. 5:H»
corpo. 2X’
24 Affi que como a Igreja fugeita a Chriílo eftá, affi Po efíejw'] aColoT-li
também ás mulheres a feus proprios maridos em tudo. ‘
2.5 v Vos maridos amae a voflãs próprias mulheres, como também 3:
lii ■ Chri- V.
I.Tie/ç;i8. [Gex.y. l6- l.Ctr. 14:34. Ctlo^.y. if. i.Pedr^t 1.
ri.Ccr.li:?. #i:«4M5- Colof.v.iS. xRom.l%‘,Y l.Cor.12.27.
Ephef.l:*!- «4: 11. CíAj/.lfM- yCsloJf. 3 .19,
434 EPISTOLA DE S. PAULO .
zGalut.v. Chrifto afua Igreja amou, seafimefmo por ellafe entregou:
4- . 26 Peraque a lánctificaíTe, « purificando com 0 lavatorio d’a
21 agoa pela palavra.
1. pèJr.j: 27 Pera a fi mefmo a aprefentar Igreja gloriofa, quema-
21. cuia, nemruga, nem coufa femelhante tiyeííè: Mas fancha e irre-
bCola/J". 1: prehenfivel fofle.
22. 18 Afli devem os maridos amar a fuas próprias mulheres, como
a feus proprios corpos. Qué a fua própria mulher ama, a fi mef-
mo fe ama:
# 29 Porque ninguém jamais fua própria carne aborreceu, antes
Ou, con- a alimenta e * foítenta, como também 0 Senhor á Igreja.
3° c Porque membros de feu corpo, de fua carne ,e de feus os-
I. Cor. 1Z; fomos. , .
tf, 31 d Portanto deixará o homem a feu pae e a íua maé, e * ajun-
d Ge». 2: tarfeha com fua mulher ' E feraó os e dous em huá carne.
24- 32 Grande he efte myfterio: porem digo [em re/ba&~l de
Chrifto, e d’a Igreja.
*Ou^a»e- S? Affi também vosoutros cadahum em particular, cada qual a
earíè ha a ^ua própria mulher como a fi meímo ame, e que a mulher a o ma-
"juamu- rido tema.
iher. e~Í.Ceryfi\Xf>t

Capitulo VI.
I Procede f Apostolo d devida obrigaçaõ d’os filhos acerca de Jèusfaes» 4 E d?os
faes acerca de feus filhos. 5 Então d1 23os fervos acerca de feus Senhores ? 9 E
dos Senhores acerca de feus fervos. Xo Exhorta os finalmente em geral de fe*
rem fortes em 0 Senhor, 12 E defereve a astúcia e potência de Satands > con*
tra quem elles a batalha tem 13 Arma os contra elle com toda a armadura
de Deus > relatando a pontualmente* 18 Amoefta os alem d^ijfo à continua ora*
fao. 19 E iflfo também for elle fara que em fua cadea 0 Euangelho liyremen^
te faliar poffa. 21 Tefiifica que para ijfo mefmo u Tyckico envia para todos
feus negocies lhes notificar. 2$ E conclue a Efijlola com defejo de faz e carida-
de > com fé e graça.
a Coloff. 3:
?O 1 a T7osoutros filhos fede obedientes a voflbs paes em o Senhor:
h Exod.1Q\ v porque i£to he jufto.
12. 2 b Honrae a teu pae, e [atuaj maé (que he o primeiro manda­
Deut.^iG. mento com promefla).
^27:16.
3 Peraque te vá bem, e vivas muyto tempo fobre a terra.
^fan.7; 10, r
■**v-
ÍE
AOS EPHESIOS. Gap. VI. W
4 E vos paes naó provoqueis á ira a voflos filhos, < mascriaFos^TW.á:?.
em a * doutrina e amoeftaçaó d’o Senhor. 10,
5 Vos Cervos obedecei a [w/w] Senhores fegundo a carne,
com temor e tremor, em fimplicidade de voflo coraçaó , como a
Chrifto. e2 j; ij,
6 Naó fervindo a o olho, como a os homens comprazendo, fe- *Oa,difci-
naó como íervos de Chrifto, fazendo de coraçaó a vontade de
Deus. dColoff'.} :
22.
7 Servindo de boa vontade a o Senhor, e naó a os homens.
8 Sabendo que cadahum receberá d’o Senhor todo o bem que
(
'
nzer, feja fervo, feja
fizér, íejaiervo, leja livre. i.P^r. 2 :
. 9 e E vos Senhores fazei o mefmo pera com elles, deixando as 18.
is.
ameaças 1 fabendo também que »vpflo Q rx-t» ea or\ feu, ’nos Ceos
rrzxíTÀx *áfc Senhor f""' Ano oCfílnlT
eColojf^zA.*
eftá , e [^ue j A pera com elle aceitaçaó de pefloas ~ naó- ha. I- ♦
10 ’No de mais,.irmãos, meus, esforçae vos em o Senhor, eem ♦ Onsuoffi
mefino Se»
a força de fua potência. nhor^o^
11 s Veftí vos de toda a armadura de Deus, peraque [/m«] eftár 'gs^or
poflaes contra as aftutas ciladas d’o diabo. de vos
11 Porque naó temos a luta contra carne e fangue, fenaõ contra mesmos*
os principados, h contra as poteftades, contra os poderofosfdieut.ia'.
mundo, d’as trevas d’efte feculo, contra as malícias efpirituaes em ’?♦
os*áres. ' 2-^I9:
13 Portanto tomae i toda a armadura de Deus, peraque em o dia
mao refiftir poflaes, e avendo tudo effeituado, ficar [frmer]. ^ts.1044.
14 Eftae pois [Jfrwex], cingidos voflòs lombos com a verdade, JR«».2:11.
I e veftidos com as couraças dejuftiça: Gala. 2:6.
15 E calçados os pés com a promptidaõ d’o Euangelho de paz. CttÍ0U' 3 •
16 Tomando fobre tudo o efeudo d’a fé, com o qual todos os t
dardos inflamados d’o maligno apagar poflaes. 17. *
17 m Tomae também o capacéte d’a falvaçaõ, » e a efpadad’o ^Coioff^x
Efpirito, que he a palavra de Deus: 12.
iS Orando 0 em todo tempo com toda [forte de] oraçaó, e fupli- 5:
caçaô em Efpirito, e velando ’nifto com toda perfeveranca, e fu- ,
plicaçaô por todos os fanâos: " *00 ^
«9 E /> por my, peraque palavra dada me feja em abertura de mi-
nha boca com confiança, pera notorio fazer o myfterío d’o Euan- 4.
gelho. Iii 2 20 <1 Po- klMc. 12 ;
Zí^.59:i7. 2.C*r.6:7. mlfay.^r.17. l.Tbeff.fâ. nHeír.f.il.
^Poc,Z‘.i6. oLuc.lt ;1. jRm,12;i2. Cdo/fim, l.Tbeff.W-l» f ■dQ.q.i’).

4
EPISTOLA DE S. PAULO
f i. Cor 5: xo Polo qUe embaixador fou r em huã cadea: peraque d’elle

F "10' 2S * 11 E peraque também vosoutros meus negocios faber poflaes >


fcoiojr. 4 • M 0 9ue faÇ° ’ tudo 1 Tychico, o irmaô amado e fiel miniftro em
j/' ' o Senhor, vos notificará:
t Aã. 20: 11 O qual pera o mefmo fim « vos enviei, paraque noflos nego-
4- ciosíaebaes, e eile voffos coraçoens confóle.
Coliff. v-7. 23 Paz [fiia j com os irmaós, e caridade com fé , àc [parte de]

14 A graça [fija], com todos os que a noflo Senhor Jefu Chrifto


em incorrupçaõ amaô. Amen.

Efcrita de Roma a os Ephefios, [e enviada] por Tychico»

Vim d?a Epi/fola £0 Aftftol» S, Pault a ti Ephefas.

EPIS
EPISTOLA
D O

APOSTOLO S. PAULO
A O S

Capitulo L
I Despois d’a inftripçao dfefla Efiftola j * cofiumada Jaudaçatà j J Declara 0
Apojlolo) que a Deus por caufa d'a comunicação dlos Philippenfes tom o Euange~
lho agradeça» 6 Confiando que 9nella» como também em todas as virtudes Chri*
fiaãs» de mais em mais aviaò de crecer, 12 Defireve Juas affliçoes e prijoes 9
que por amor d'o Evangelho padecia» e o frusto delias. 15 Enfsna que 0 Euan-

enveja e contenda para Jeu agravo em Juas prifi&i I? Porem confia que ifio
para Jua falvaçaõ e engrandecimento de Chrifto rejultard » /eja por vida ou
por morte« 21 Tefiifica que afii á hum como á outro aparelhado e&d» porquan*
to 0 hum e 0 outro proveitojo êra» o efidr *na vida, pola Igreja ,• 0 morrer» por
Js mejmo* 2$ E qtfe espera que por algum tempo ainda na vida ficara para
fervifo dd Igreja* 27 Acrecenta outra vez hua amo fia pê pera uniaí» perro
animefidáde e paciência nas affliçoes^ 30 Seguindo Jeu exemplo.

1 T"k au^° e Timorheo , fervos de Jefu Chrifto, a todos os fan-

Iii 3 4 lâo 3‘
43? EPISTOLA DÊ S. PAULO
' 6 Ifto mefmo confiado, que aquelle que em vos c a boa obra co«
\.ThfjjA.‘i. meçou, a o cabo levará até o dia de Jefu Chrifto:
7 Como por jufto tenho, que ifto de vos todos finta, porquanto
. cm coraçaó retenho, que affi ««'cm minhasprifoés, como [e»
Á- i. ' min^a~\ defenfa e confirmaçaõ d’o Euangclho, todos também dc
Ctloff’.4:3. minha graça participantes foftes.
is. 8 e Porque Deus me he teftitnunha d’as muytas faudades que de
i. Tim. i:S. todos * vos tenho, com entranhavel affeiçaó de Jefu Chrifto.
* £««.1:9. 9 E ifto [a Deus] peço, que vofía caridade ainda demaisem mais
[ cm reconhecimento e em todo fentido abunde.
31* 10 Para as coufas diferepantes provardes, peraquefincercs fejacs,
Ga/at.i:zo. c fem efcandalo algum dardes até 0 dia de Chrifto :
i.rhef-z: 11 Cheyos de fruitos dejuftiça, que por Jefu Chrifto pera glo-
5-e ria e louvor de Deus fam.
1. Tm. s: ix "E quero irmaós, que faebaes, que as coufas que me [tamtecè-
raí,] pera [tmto] mayor promoçam a’o Euangelho * foraó:
2r 13 De maneira que minhas prifoés em Chrifto manifeftas foraó
jaudades eín t0“a a Audiência, e a todos os demais:
tenho. 14 fE a mayor [farte] d’os irmaós em o Senhor, confian-
* Ou > vié- ça com minhas prifoens tomando, mais abundantemente, fem te-
rai>- mor, a palavra fallar oufaó.
fEphej.i: yerdade he que também alguns por inveja c porfia a Chrifto
r 2J f». . pregaó, mas outros também de boa mente.
*'. 1J' ’ 16 Huns cm verdade a Chrifto por porfia denunciaó, naó pura­
mente, cuidando a minhas prifoens affliçaõ acrecentar: .
17 Mas outros por caridade, fabendo que pera a defenfa d’o Euan­
gelho pofto eftou.
* Ou, pre- '8 Pois que ? Todavia em toda maneira, ou com * fingimento ,
textot ou em verdade, Chrifto denunciado he: c ’nifto me gozo, e tam­
bém me gozarei.
li.Cor. 1; J9 S Porque fei que ifto me refultará em falvaçaó por voflàora-
11. çaó, e pelo focorro d’o Efpirito de Jefu Chrifto ;
20 Segundo minha intenfaexpeâaçam, e eíperança, />quc cmna-
'* ’ da confufo ferei: antes com toda confiança, como fempre ,
também agora Chrifto em meu corpo engrandecido íera, feja por
vida, feja por morte.
21 Porque o viver me he Chrifto, e o morrer [«<? j he ganançia.
22 Mas fe o viver, em a carne util me feja, e que he o que efeo-
Iher deva, naó o fei.
» *3 Por-
ij Porque de ambas.[as bandas] apertado eftou, tendo defejo de
fér defliado , e com Chrifto eftár. Porque he ainda muyto .
melhor.
Mas ficar em a carne, he mais necefíàrio por amor de vosou-.
tros.
15 E ifto confio é fei, que [ainda] ficarei, e com todos vosou-
tros perfeverarei, pera vofla promoçam, e gozo d’a fé.
16 Peraque voflà gloriaçaó em Chrifto Jefu em my abunde, por .
[com j minha prefença a vosoutros tornar.
•i? í Tam fomente dignamente vos avei, [como] a o Euangelho
____ _____________
de Chrifto [convém]: peraque, feja que venha, que> ~1.0.7:20,
e vos veja, ou___ ~
aufente efteja, de voffosnegociosouça, iquéem hum^/W " jÊfpi-
Z _
fito eftaes, comhum mefmo animo juntamente pela fé d’o Euange­ 10.
lho combatendo. l.Thejf.t:
18 E que em coufanenhuã d’os que refiftem vosefpantaes? oque n.' ...
para elles em verdade * indicio de perdição he, mas para vosoutros €4:1.
ue falvaçaó e ifto de Deus [ * Ôu
WjOU j
i? Porque a vosoutros em o negocio de Chrifto gratuitamente juÍZO*
dado vos foy, naó fomente de ’nelle crér, mas também de por
clle padecer:
30 O mefmo combate tendo, qual ja em my vifto tendes, eago-
ra em my ouvis.
4
<

Capitulo II.
I Exhorta o Apofiolo a os Philipfenfis muy tenramente fera concordia. 3 E pera
humildade e mutuo obfequio* 5 Propondo lhes for ijfo 0 exemplo d’o Senhor Je­
fu Chrifio i 6 O qual fendo 0 verdadeiro Deus» de tal maneira fe aniquilou 9
que tomou nojfa natureza humana e por nos na cruz morreu ; 9 E desfois muy
eminentemente exalçado foy, 12 Acrecenta a iffb hua amoeffaçao geral para
obediência temor de Deus e qualquer virtudes Chrijiaas* Pera como lu­
minárias entre mçyo d'os infiéis fe moftrdrem. 17 Declara > fe em Roma ave-
ria de fer morto que febre iffbfe alegraria e que convenha que elles 0 mesmo
fizejfem* 19 Promete de prefio a Timotheo lhes enviar. 24 E espera de mes­
mo vir a elles* 25 Encomenda lhes muy intenfadamente Jiu pafior Efaphrodito
que efta carta lhes levava* 26 Teftifica que 0 mefmo muy doente ejlivêra j po­
rem que outra vez cPo Senhor confortado fora* 29 Amoefta a os Philippenfes
que alegremente 0 recebao 9 viSo que por amor de feu fervifo ’no perigo de fia
vida eÈivéra^

1 A quc & alguá coníòlaçaó em Chrifto, fe algum ♦ alívio de *Ou,í«.


caridade, fe algua comunicaçaó de Eípirito, fe alguns entra-
nhaveis afícâos e compaixoésàa. > Meu
44® EPISTOLA DE S. PAULO
éRom. 12: z Meu gozo cumpri, em que a o mefmo fintaes, amefmacarída-
16,
Iá* detendo, de hum mefmo animo {/endo, el huá mefma coufafén-
, C$r«
I rí\í I *’tindo.
UXUMV» 1

io.
io. 3 Nada por contenda, ou por vaã gloria [facaes-J
Nadapor [/àpw]:: bí màs porhu-
Phil.y.u. mildade hum a o outro por mais excellente que a fi proprio eftime.
i. ?ed.\. 8.> 4< ‘ Naô atenteis cadahum para o que he feu, mascadaqual [atar-
í Row. ii; te ] também para o que d’os outros he.k
io. , ~ ~ ~
f d Porque {wwvem que] eíte fentido em vos aja, o qual também
ll.Cor\í em Chrifto Je:iu.
24. 6 e Qne fendo em forma de Deus, por rapina naô teve, igual a
eij: 5. Deus fér: •
iMati.iy. 7 f Mas a íi mefmo fe aniquilou, g tomando formade fervo, fei-
to íemelhante a os homens:
8 h E achado em forma como homem, a fi mefmo i fe humilhou,
1 21r'1 * ^end° obediente até a morte, e {efa] morte de cruz.
1. W2:6- 9 k Poloque também Deus fupremamente o exalçou, e / hum
e z.Cer 4:4. nome lhe deu, que fobre todo nome he.
Co/ff/Ir.ij. 10 » Peraque a o nome de Jefus todo juelho fe dobre d’aquelles
Hebr t: 13. que ’nos Ceos, e’na terra, e debaixo d’a terra eftaó:
fpfai.v.ó. 11 n E toda lingoa confeífe que Tefu Chrifio o Senhor he, pera
* ^ít2o: gloria de Deus Pae.
is>Âij 14. 11 Affique, amados meus, como fempre obedeceftes, naó ío-
hàebr. 2: mente em minha prefença, mas muyto mais agora em minha au-
14.17. fencia, {afli também] com temor e tremor vofla falvaçaô obrae.
e 4:15. ij 0 porque Deus he o que em vos obraafli o querer, como o
»í/fír.2;j. cffeituar, fegundo [_/ua] boa vontade.
4 Aã 2 Todas as coufas q fem murmurações e contendas fazei.
iHebr va. Plaque irreprehenfiveis e fincéros fejaes, filhos de Deus, in-
mculpáveis em meyo de huá geraçaó * aveflá e perveríà: «■entre os
23. quaes como luminárias’no mundo refplandeceis.
Rom. 14 : 16 Levando diante a palavra d’a vida, /por gloriaçaó minha em
™" 0 dia de Chrifto, de que em vaõ/corrido nem trabalhado tenho.
» joa. 13; 17 £ he qUe tambem por offerta de afperfam fobre a offerta e
1. C «■ s • 6 ferviÇ° de v°ffa fé offerecido for, t folgo, e comvofco todos me
c Ix • J gOZO.
• 2. c»r. 3: J 8 E vós também d’o mefmo vos gozae, e também comigo vos
s- alegrae. i9 E
f«w®.I2: j pe</r, t. n 1. P#/r. 4: 9. * Ou, torcida. rProv.^H. Matt.y.lA-
f i. Cor. 1; 1^. l.Tbefl.lil?, tl,Cor<T.4*
•»
*> A
AOSPHILIPPENSES.Cap.il 41*
19 E em o Senhor Jefus espero de prefto u a Timotheo vos man-
dar, peraque também eu bom animo tenha, voíTos negocios en- Re™‘ 1 *
tendendo. i.T^/3:
a® Porque a ninguém de taõ igual animo tenho, que finceramen- z.
te de voffbs negocios cuide.
xi x Porque todos o feu bufeam, naõ o de Chrifto Jeíu. xi.Cw.io:
11 Mas bem fuaprovafabeis, que, como 0 filho a opae, comigo *4-
’no Euangelho ferviu. eUH.
13 Affi que bem a efte logo enviar [w] efpéro, em a meus ne­
gocios provido avendò.
14 Porem em o Senhor confio , que também eu mefmo em breve
wj] virei.
15 Mas por neceflàrio tive mandarvos a Epaphrodito, meu ir-
maó, e cooperadór, e comguerreiro, e voffo * enviado, e admi- * OtfMi?*-
niftradór de minha neceflidade:
a<5 Porquanto muytas faudades de vos todos tinha, e muy angu-
ftiado eftava, de que ouvido tiveffeis que doente eftivéra.
»7 E de feito doente até á morte eftéve : Porem Deus d’elle íê
apiedou, e naó d’elle fomente, mas também de my: peraque eu
trifteza febre trilteza naó tiveffe.
18 Affi que tanto mais depreflà o enviei,. peraque vendo o, a re­
gozijar vos torneis, e eu tanto menos trifteza tenha.
29 Recebei o pois em o Senhor com todo gozo: y e a os taes em 9 t-^r*9:
eftima tende. Galat. 6
30 Porque pola obra de Chrifto até bem perto d’a morte che- 1.7^5;
gou, d’a vida cafo naó fazendo, por para comigo a falta de voflòfer- iz.
viçoluprir. i.7íw.5:I7.
Jlebr. 131
44^ EPISTOLA DE S. PAULO
C A P I T U L O III.
I Avifa 0 Apoliolo « os Pbiiipfenjes contra 0 engano dl os falfos Doutores , que t
Ley e oEtiangelko mejlurávaõ. 3 E enfina a 0 contrario que a circuncifaõ exte­
rior nao he necefaria para jalvaçao 5 fenaõ a intenór , 4 O qual com Jeu pró­
pria exemplo e fe confirma. 5 -2 para efie fim relata^ que também as mesmas
avantages tinha-, d'as quaes elles fe gloriávai, 7 Mas que efias coufas na» elti-
mava, nem 'nellas confiava, porem fomente em Cbriftoi 9 Naõ efiribando em
fua própria ff iça , que d’a Ley he , fenaõ em a juftiça de Chrifio , a qual
com feus fruitos de/créve. II Confiefa toda via fua imperfeição , naõ obfiãnte
que muy ardentemente a perfeição profeguia- 15 E amoefta a os Philippenjes
que também fiaçai 0 mefimo^ fegundo efía regra, e fegundo feu exemplo. 18 Re­
darguindo a os que 0 contrario fiaziaó e denunciandolhes a eterna perdição. 20 Con-.
jóla pois a os verdadeiros fieis com a gloria, até £0 mefmo corpo, que 0 Senhor
(dhrifio nos dará.

a PbilA'. 4-1 D efta, irmaõs meus, a em o Senhor vos gozeis. Eícre-


1.2. ver vos as mefmas coufas molefto me naó he, e a vósoutros
1. PíWr.4: he feguro.
I2‘ 2 e x1 * Guardae vos d5’c _
osw caens, guardae vos d’os maos obreiros,
52. guardae tos d5a * cortadura.
.3 c Porque a circuncifarn fomos nos, d os que a Deus em Efpiri-
tae fd.ri to fervimos, e em Chriftojefu nos gloriamos, e ’nacarnenaôcon­
05 iaenr' 0 fiamos:
OU ? 4 Aindaque também tenho de que em a carne confiar: Se outrem
Tende alguém cuida que em a carne tenha de que fe confiar, e eu ainda
Jeiítide
‘nos caes mais :
5 Circuncidado a 0 oitavo dia, d’a linhagem de/Ifraêl, d’a
♦(òu,í«wrz'- tribu de g Benjamin, Hcbreo de Hebreos, iègundo á Ley h Pha-
fiam.
r rifeo:
c Deut. IO ; 6 Segundo ozelo, i perfeguidór d’a Igreja: Segundo a juftiça
16. que ’na Ley ha, irreprehenfivel fendo.
6. 7 k Mas o que pera my ganancia éra, por perda, por amor de
lerem. 4: 4 .
Kwz.2;2?.Cnnftq, 0 tive.
Colofwc, I8 E ’na verdade também todas as coufas por perda tenho, l pola
dloa.q o.Jt. excellencia d’o conhecimento de Chrifto Jefu Senhor meu, por
ej.Or.ii;amor d’o qual pOr perda todas eftas coufas contei, e por cftcrco
fie irastcnh°’ paraquea Chriftoganharpoflâ:
^•1* 9 E
22.
{Gczr. 4j ; 27. h A&.il: 6. iAíi. 8: 3. *9:1. ellt3.4' Galat. i: TJ. I.TJw.Itlj*
* èMatt.ll; 44. I lfay.qy,ll, Jcrem.9: 1$. Joa.iq'^. Colofz-.z.
A OS PHILIPPENSES. Cap.ITL 44S
9 E ’nelle achado feja, naó tendo minha juftiça que he d’a Ley,
mas a que pela fé de Chrifto he, [ «faber] a juííiça m que de Deus n? Rom* 11
he pela fé: 17.
10 Pera o conhecer [« elle] , e a virtude de fua refurreiçaó, » e
a comunicaçaô de fuas affliçoés, â fua morte * conformado: n Rom. S:
17.
11 [>W<]fe em maneira alguâ [4^] á refurreiçaó d’os mortos 1, Cor, 4 *
chegar poífa : io*
ia Naó que ja alcançado o tenha, ou que ja perfeito feja: mas 2. Tim. 2 •
profigo ver] fe aprehender o poflo, para o que também dc II. 12»
Chrifto Jefu aprehendido eftou. l< Pedr. 4.:
13 Irmaós para my naô tenho que ja aprehendido o aja. confi­
♦ Ouj
14 Porem huã coufa [fap> J, efquecenaome d’as coufas que a tras gurado*
ficam, e *adiantandome ás que a diante eftám,»profigo até o alvo, * Ou>efien-
a o prémio d’a foberanà vocaçaô de Deus em Chrifto jefu. dei^ome,
ij Poloque todos-quantos ja perfeitos fomos., ifto [mejmo] finta- »i-í5r. 9:* I

mos: e fe coufa alguâ d’outra maneira fentirdes, também Deus 24.


volo revelará. 2. ZM4Z7*
16 Porem ’naquillo á que ja chegamos, } fegundo a mefma regra
andemos, ? e o mefmo fintamos.
A ma -J a. a a. x-x z»

qRom> 12 5
17 Sede também r meus imitadores, irmaós, e tende fentido 16*
’nos que afli andam, como /por exemplo nos tendes. *1$:
18 t Porque muytos andam [ímara mà^ira], d’os quaes muytas ve­ l.Cor, I*
zes vos diflé, e agora também chorando digo, que inimigos d’a Io.
cruz de Chrifto fam. Philip 2:2,
I. Pedr. 3:
19 Cujo fim he a perdiçaó, cujo Deus he o ventre, e p«>]glo- 8.
riavem fua confufaó [jonfijbe] : os quaes coufas terrenas imaginam. rI. Cw.4:
20 » Mas noflo trato he em os Ceos, * d’onde também a 0 Salva- jg.
dór efperamos, [4 faber] a o Senhor Jefu Chrifto: eii: i«
n 7 O qual noflo corpo * abatido transformará, peraque con- *■ Theff'. 1:
forme a feu corpo gloriofo feja, fegundo a efficacia, pelaqualtam- . “L, -
bem a fi todas as coufas fugeitar pode. eU l‘
l.Redr.^: 3. t Rtm. 16 • 17. u Hebr,l$ .-14. xl.Cw. IJ7- I.Thejf. 1: lo,
Tit. 2: j-3. y 1.Cer. 15; jl, Celojf.3: 4- Ujea. 3:2. * Ou, humilde.
444 EPISTOLA DE S. PAULO
C A P I T U L O . I V.
1 Exborta » ApoSiolo a os Philippenfes fera con$ancia 3na fé ■ 2 E a duas mu­
lheres entre edes pera coucordia; 4 ‘No de mais pera gozo Chriftao, 5 Equi-'
dade t 6 Dejcanço do animo , 8 E fera outras diverjas virtudes Chrijtaãs*
lo Despois agradece a os Philippenfes polo [oftento que por Epaphrodito lhe ev
viarao. il Que iffo por avareza nao tomara, porquanto aprendera padecer ne-
tesfidade. 14 gw ‘mjfo bem fizéraõ , e mais que todas as oOtras Igrejas.
18 Que bem de Epaphrodito 0 recebera, 19 E que Deus 0 galardoaria. 2o Pi-
nalmente conclue ef« Epistola com louvores a Deus , costumadas faudacoes, e
dejejos.

1 A ffi que meus amados e muy queridos irmaõs, minha alegria •


4 Idrhejfa: ■“ a e coroa, affi firmes em 0 Senhor eftáe, amados.
1% 2. Amoefto a Euodias e amoefto a Svntycho < que o meíino em
o Senhor fintam.
3 E peço te também a ty, [meu] verdadeiro companheiro, que
ajudes a eíTas [mulheres], que comigo ’no Euangelho combatéraõ,
como também com Clemente, e [«?,•«] os de mais meus cooperadó-
res, cujos nomes b ’no livro d’a vida [estdõ].
31-
P/ 69:29. 4 c Regozijaevos fempre em o Senhor: Outra vez digo , rego-
« •

Jf/w. V$. zijaevos.


b •

e2o:i2. <; Seja vofla * modeftia a todos os homés notoria. d Perto o Se­
e*i: 27. nhor eftá.
* Gr« equi­ 0 e De nada folicitos eftejaes : antes em tudo vofías petições a
dade.
ç l.TbeJJ'.^ Deus notorias fejam, por oraçaõ, e íuplicaçaó, com fàzimentode
16. graças.
dl.Cer.W, 7 / E a paz de Deus, que todo entendimento fobrepuja, voíTos
II. coraçoés e voflos fentidos em Chrifto Jefu guardará.
flebr. Io* 8 Refta, irmaós, [que] tudo o que he verdadeiro, g tudo o ho-
2ç. neíL,, tudoojufto, b tudo 0 puro, tudo o amavel, tudo o que
?P/55.’13 ‘ * bem tóa, fe alguã virtude, e íe algum louvor ha, iflo penfae.
^r/.ó!25
j. Tim. 6: 9 O que também aprendeftes, e recebeftes , e ouviftes , e em
8.17, my viftes, iflo fazei ;e o Deus de paz com vofco feri.
I Per/r.57. 10 Ora grandemente em o Senhor me gozei, de que finalmcnte
fjoã. 14: vos reverdeceftes »em de my vos lembrardes: d’o que também vos
*7, lembraftes, mas a oportunidade naó tiveftes.
Epk 2’'14' 11 Naó que diga em refpeito de [alguã] neceffidade: por-
rXo'm'i2: que ja k aprendi a com 0 que fou me contentar.
íj. - u E
RuMIàjí 4-5- *Qxs,detomnomt>ou,famuhé, i%.Cor. ilsp. ki,'íte.6:6t
Z l^cliL 2,‘
AOS PHILIPPENSES. Cap. IV. 44$
ii E bem fei l eftár abatido , {/] também fei tér abundancia: 4
em toda maneira, e em todas as coufas inftruido eftou , affi a eftár 1Z
farto, como a fome tér: affi a tér abundancia, como a neceffidade *
padecér.
13 Todas as coufas poflo em Chrifto, que me fortaléce.
14 Todavia bem fizeftes de a-minha affiiçaô comunicar.
H « E bem fabeis vos também, Philippenfes, que a 0 principio m2C0r.ll:
d’o.Euangelho , quando de Macedonia parti, nenhuã Igreja, em 9<
razaó de dár e recebér \_coufa alguã] me comunicou, fenap fós vos-
outros.
16 Porque também, a Theflàlonica, o neceflàrio, huã c outra
yez me mandáftes. ’
17 Naó que dádivas procure, mas procuro o ffuito, que á voflà
conta abundante he. •
18 Mas tudo recebido tenho, e abundo; cheyo eftou, deÈpa-
phrodito recebendo o que de voflà parte [enviado mefoy, n em]chei-
ro de fuavidade, e facrificio a Deus agradavel e aprazível.
19 Porem meu Deus, fegundo fuas riquezas, toda voflà neceffi­
dade em gloria, por Chrifto Jefu, fuprirá.
io Ora a noflo Deus e Pae íeja a gloria pera todo fempre.
Amen.
*1 Saudae a todos os fanâos em Chrifto Jefu. Os hmaõs , que
comigo eftám, vos faudam.
* Todos os fanctos vos faudam, e mayormente os que d’a cafa
de Cefar Iam.
23 A graça de noflo Senhor Jefu Chrifto feja com todos vosou-
tros. Amen.
Efcrita de Roma a os Philippenfes [« enviada] por Epaphrodito,
Fm d?a Epijlola d'o Apofolo S. Paulo a os Philippenfes.

Kkk S
146

E PI S TO L A
DO

APOSTOLO S. PAULO
AOS

C O.L O S S E N S E S<
Capitulo I.
I Despois d’o esfumado titulo ? 3 Agrade:e Paulo a Deus -> que os Colojfenfês
a fé em Çhrifio receberão3 5 Pela pregaçaõ d'o Evangelho j que agora em todo
0 inundo >• 7 Como também entre elles > fruffificava, fegundo 0 tefihniinho de
Epaphra feu fiél Doutor. 9 Roga a Deus que em todas as virtudes Chriffaas
de mais em mais corroborados Jejuo» 12 Pem despois a tratar dia doutrina, e
declara como dia potefade d*as trevas pelo fangue de Chrifio livrados foras -
15 Cuja pejfoa dejcréve > a faber, que he a imagem de Deus invifvel, 16 Que
todas as coujas por elle criadas forao : 18 Que elle he a cabeça d345*a Igreja í
20 âíf Pe^ fan£ue d* fau cruz tudo quanto 9no ceo e ’na terra effd reconciliado
he. 25 Amoefia os de perfeverar nefia fé; 24 Polo qúe tdmbem a paixao de
Chrifio per elles cumpre > 25 Porquanto he chamado pera entre os Gentios efie
myfferio denunciar, 28 E a todos os homens em fo Chriffo perfeitos aprejentar
fegundo a operapuo de Deus em elle.

1 | A aulo Apoftolo de Jefu Chrifto pela vontade de Deus, eo


1-* irmaóTimotheo:
<»l»»i-. -B- i A os fan&os e fieis irmaõs em Chrifto, que em Colof-
Gal. 1 • l.’ eftáô: “ Graça e paz ajaes de Deus nofio Pae, e d’o SenhorJe-
Ethêf.i: t. fu Chrifto.
i.Pedm. 3 b Graças damos a 0o Deu Deus e Pae de noflb Senhor Jefu Chrifto,
t Epb.i :i 5. femprc por vosoutros orando:
— J ~ ------------ ---- -------- l , J .

~
PMip.V.}. _4 Porquanto - em Chrifto Jefu ouvimos e d’a caridade
de voffà fé
t íár que Pera com todos os fanctos [rmfe J: >
I
.

3- 5‘ Pola efperíBça
"r cque cm qs ccos depofitada vos eftá, d’a qual
fi.Pel.r4. A .
-* >
d*
1*
antes
\ *■

A OS COLOSSENSES. Cap.L 447
* cPantes ja ouviftes pela palavra d’a verdade d?o Euangelho.
6 O qual ja a vosoutros chegou, como também em todo o mim-
do ; d e ja frutificando vae , como também em vosoutros, defd’o
dia que a graça de Deus em verdade ouviftes e conheceftes: Philem.
7 Como também aprendeftes de e Epaphra noffo amado confer- vm a?»
vo, que para vosoutros hum fiel miniftro de Chrifto he: eCokff. 4;
8 0 qual também nos declarou vofla caridade em o eípirito. u-
9 f Portanto também deíd’o dia que o ouvimos, naó ceifamos de'
por vosoutros orar, e pedir g que fejaescheyos com o conheci- * •
mento de fua vontade, em toda fabedoria e intelligenciaefpiritual: . ’
10 h Peraque dignamente em o Senhor andarpoílàes, * agradan- i. Cw. 7:
dolhe em tudo, ifrutificando em toda boa obra, e crefcendo em o ao.
conhecimento de Deus. Ppbef-4'
11 Corroborados em toda fortaleza, fegundo a força de fua glo- '
ria, em toda paciência e longanimidade com gozo: ' '*
ii Dando graças a 0 Pae , que idoneos nos fez para parte [tér} *Ou.èwt<r
’na herança cros lanéios em a luz. da grafa*
1? O qual d’a poteftade d’as trevas nos tirou, ea 0 Reyno ld’o o\},emt<r
Filho de feu amor nos transportou. doapra-
14 Em o qual temos a redempeaõ « por feu fangue , f faber} a
remiflàó dos pecados. iSSl
1$ » O qual he a imagem d’oDeus invifivel, » o primogénito de x.Theff.i'.
toda criatura. n.
16 p Porque por elle foraó criadas todas as coufas que ’nos Ceos, iMatt. 3;
e que ’na terra ha, vifiveis e invifiveis , fejam thronos, fejam do- *7»
minaçoés, fejam principados, fejam poteftades : todas as coufas * *7*
.0

por efle, e pera elle criadas foraô: A r‘1*


17 E elleante todas as couíashe,e todas as coufas por elle confiftem.w^.2o:
JS q E elle he a cabeça d’o corpo <l’a Igreja, fendo o principio 18.
r [e] o primogénito d’os mortos, peraque entre todos *0 primado Ephef. 1-7.
tenha. Heér.p:i4.
19 Porque o bom prazer Pae~] foy, qué/toda plenidam ’nel- 1«
lehabitaflé: ' 19- 4i
»z.Cer
t E que avendo por elle « feito a paz pelo langue de lua cruz, 1 * *
\JPor elle todas as coufas com figo mefmo reconcjliafle , feja as que Ptó^>,2;i.
nia terra, feja as que ’nos ceos eftam. He»r. i.- ?-

f Gta-1:3. P/SZ. 33 t6. foa. 1:3. Epi. 3: 9. Heír. 1:2. q Eph. 1: 14.
e4> 15. e?: *3- r I. Cor. 15 20. Apoc. i; 5 • Ou > o'prmeiro jeja\
- [Joa I; 14.16. Coloff.z-,9 íl Cor ^i 18. l.$M 4: 10. u 4*
Jea. U; 33. AS. |0: 3Ó. Eom. 5: I. Ephef. 2:14.
E PISTOLA DE S. PAULO
21 E a vos que d’antes alienados eftáveis e ’no entendimento ini­
migos éreis, em obras más, todavia agora vos reconciliou:
A'L«í.r.75. gm 0 Corpo de fua carne, pelamorte, x pera [por] fanétos, e
irreprehenfiveis, e inculpáveis perante íi vos aprefentar:
2 tíw.Y-o Porem permanecerdes fundados e firmes ’na fé, e naô vos
Tír. i: i. moverdes d’a efperança d’-o Euangelho, que ouvido tendes, o qual
y /jXiç: ó. pregado he entre toda criatura que debaixo d’o Ceo ha: d’o qual
ki.Cw ;;4. eu Paulo feito miniftro eftou:
•Ou, mi- 24 z [e] agora me gozo em * 0 que • por vosoutros padeço , e ■
nhasjf cm carne 0 refto d’as affiiçoés de Chrifto cumpro, b por feu
corpo, que fie a Igreja:
P/7/.2 17 2 5 D’a qual eu feito miniftro eftou fegundo a difpenfaçaó de
1 .Tim-.io, Deus, c que pera vos dada me foy, pera a palavra de Deus cumprir:
iRom. íi; 26 [Convém a [ater] o myfterio que defde [todos] os feculos e defde
t [todas] as gerações oculto foy: « mas agora a feus fanétos mani-
1. cor.ii'. fefl.o feito he. j
~ x7’ . 17 « A os quaes Deus aoporio fazer quis, quaes fejaó as riquezas
: 23.'d’a gloria d’efte myfterifrentre os Gentios, que entre vosoutros he
tRom. 16: Chrifto, / a efperança d’a gloria:
25. 28 A o qual denunciamos, amoeftandoatodohomé, e enfinan-
Kpírf1 :$>• do a todo homem, em,toda fabedoria : peraque a todo homem,
f 3: em Chrifto Jefu, perfeito aprefentemos.
2, hm. 1: 29 Em o que também trabalho, combatendo fegundo fua * effi-
cacia, que em mym com potência obra.
I.Pedr.1:20. dMatt.ll',11. «2.Cír.2; 14. • Ou, Operapai,
A 0 S C O L 0 S S E N S E S. Cap. II. W

Capitulo II.
Teff/jíca o jfyoftolo qttam filiàto hl acerca d'os Colejjenjes e outros, a os quais
nunca pregara 9 peraque de mais em mais em o verdadeiro conhecimento.de Deus
e de Chrifto* em quem todos os thefouros de fapiencia ejcondidos effda, corrobo­
rados fojfem. 4 Amoefia os que por nenhua aparência d3as razoes defia recebi­
da doutrina enganar fe deixem* 8 Avifa os que e&a doutrina com nenhua phi~
lofiphia y nem outras tradições, da Ley mefurem ; $ Porquanto toda a divin­
dade corporalmente em Chrifto habita* 11 E nos também em elle efpiritualmen-
te circuncidados fomos; 11 E o bautismo d'ijfo o fello he, IJ ViHo que Chri-
fio também a Ley d'as cerimonias * como cédula 'na cruz* desfez > e 9neUe também
fobre o Satanás triunphou, Ió Trata também contra a dijferença dos manjares
e tempos* 18 Contra o fervifo d3os Anjos \ 2Q JS contra todas as tradições dos
homens e culto voluntário. 1

1 p orque quero que faebaes quam grande combate por vos terfho,
x e polos que emLaodiceaeftám, e [pwj quantos meuroftocm
carne naó viram:
t Peraque feus coraçoês confolados fejam 5 e juntos em caridade 1
eftejam, e \jffo] em todas as riquezas d’a inteira certeza de intelli-
gencia, * pera conhecimento d5o myfterio de Deus, e de Pae, e a 53:
de Chrifto: Jer-r-H-
J Em quem todos os theíòuros de fabedoria e de noticia escon- j.
didoseftám. ■ p&Vip.^s»
4 Eiftodigo, «peraque ninguém vos engane com palavras em 4 t.cw. i:
em aparência perfuaforias. o 14-
5 Porque ainda que cóm * corpo aufente efteja, todavia com o«
efpirito com vofco eftou, gozandome e vendo voffa e ordem, e a cf‘°"A'ã '
firmeza de voffa fé em Chrifto. •0u?2
6 Como pois a o Senhor Chrifto Jefusrecebeftes, também
’nelle andae: _ etC«r.i4:
7 f’Nelle arraigados e fobre edificados, e ’na fé confirmados, 40.
como ja enfinados foftes, g ’nella abundando com fàzimento àefEpbi-^
graças. gi.C0r.1-
8-é Olhae que ninguém vos fobréfalteye por Philofophia, e vaó 1Z;.
engano, fegundo a tradiçaó d’os homens, fegundo os primeirosb
enfinos d’o mundo, e naó fegundo Chrifto. Helr.-iy?.
9 i Porque ’nclle habita corporalmente toda a plenidaõ d’a divin-
dade. cotiff. \ •
10 k E perfeitos eftaes ’nelle j 0 qual he a cabeça de todo princi- 19.
padoc potcftade: Lll 11/Em*?’*1'#
4^o EPISTOLA DE S. PAULO
'Deut. io: n i £m 0 qUa] tambem circuncidados eltaes com huã circunciíào *
„Ió' feita fem maó , em o defpojamento d’o corpo d’os pecados d’a car-
Rom. f. 29. ne, Peia circuncilao de Chriíto:
Phí/.y.v 11 m Sepultados com elle em o bautifmo, em quem também com
mRom.b\ refufcitaftes » pela fé d’a operaçaó de Deus, que d’os mor-
4- tos o refufcitou.
Galat. J 1 13 0 E eftando vos mortos em oíenias e [wj prepucio de voflà
27. carne, juntamente com elle vos vivificou, -perdoandovos gratuita­
Ephtl : 19-
mente todas offenfas.
*3
tEpb. 2:1. 14 Avendo riícado a * cédula que contra nos emordenançasavia,
* Ou > co- aquala em alguã maneira contraria nos éra, e d’o meyo a tirou,
vhecimen- encravando a ’na cruz.
— - — - — . - - 4

to. 15 f [e j defpojádo a os principados e poteftades, publicamente


»
Arftr. 12: a *% vereonhaç. os pós,
r . ’ e’nella d’elles triunfou. . ,
16 5 Portanto ninguém vos julgue em comer, ou em beber, ou
Li ca 1:11. em refpeito r dia J de fefta, ou de lua nova, ou de Sabbados.
leã. 12:v- T7 Que fam/a fombra d’as couíàs futuras, mas o corpo hcdc
eió:ii. Chrilto.
* Ou, mo- 18 t Ninguém [foú j a feu prazer vos fenhoreye em humildade e
lre‘ . fervico de Anjos , metendofe em coulas que nunca viu, debalde
A» 4

Rom. 14:2. inchado * d o íentido de lua carne.


19 E naó retendo a cabeça, d’aqual todo o corpo , pelas con-
rI>i>.2V2. junturas e liaduras provido e conjunto, em augmento divinocréce.
JHeír.^. 20 Se pois a os v primeiros enfinos d’o mundo mortos com Chri-
fIo: i-ftoeftaes, porque ainda, como fe’no mundo viveflcís, de tradi-
M4«244.«°eS */oscarreSa2?
Etó</. 5:6. 11 L Com1> •> J nao * pegues, nem goftes, nem toques.
2- Thtff.i". 21 As quaes coufas todas pelo [ rnefaõ\ uío perecem, íntroduzi-
das J fegundo os mandamentos e doutrinas d’os homens.
í.loã. 4:1. 2J y As quaes em verdade alguã aparência de fabcdoria tem, em
# voluntária devaçam , e humildade , c [ em] a o corpo naó per-
« doárem > na° fam [?ergm3 de alguã. * eftima [/omõjo] para fartu-
*Ou>carre~ d a carne.
£ar vos deixais > xlfay.ty'^. Mattl^‘.<y. Tit.l\l4. * Ou « ctrnas. y l.Tim.4‘%.
9 Ou, voluntário culto [divào]. • Ou, volia. zl.Tirfc 5; *3. -

Ca-
os çolossenses, çap.ni,

Capitulo III*
I Avendo o Apoftolo fegundo feu coftume até ali os fundamentos da dcutrina pro-
P°fo> vémemos dous Capítulos feguintes a as amoeflaçoft pera piedade £ e fo­
bre tudo amoesta os em geral que o que 3no ceo eftd busquem. 3 D3o qual agora
bem tem alguns princípios, mas a perfeita pojfejfaõ 3na manifefiaçao de Chrifto
espéraõ, 5 Propoem lhes despois 0 caminho que a iffo encaminha > a faber >
a mortificação d3o velho homem com feus membros > ou impiedades 3 que rela­
ta ; 10 Ê 0 veftir dlo Novo homem j que fegundo a imagem de Deus criado
he y com fuas virtudes efpirituaes. 16 Acreconta alguns meyos proveitofos
Para iffb y como fao3 a rica habitaçao da palavra de Deus em elles i o cantar *
dos Pfalmos , e Jemelhantes outros mais» 17 Amoefta os que tudo dirifaí J
para honra de Deus. iS fô?n despois a as obrigações particulares > a-faoery
das mulheres e maridos entre fi> lo D’os filhos acerca de feus paes 3 e d’os
paes acerca de feus filhos* TL E ultimamente dos ferves acerca de feus Ser
nhores* _

I portanto fe ja com Chrifto refufcitaftes, bufcae as coufas que


A a riba eftáó, a aonde Chrifto eftá aflêntado a [mm] direita dea^‘1:“^
Deus.
2 *Nas coufas queariba eftáó peníàe, naó’nas que’naterraeftám., .4J
3 Porque mortos eftaes ja, e voflà vida com Chrifto ‘ efcondi-
da em Deus eftá. t.Cor.fd-
4 Quando Chrifto, que noflà vida he, fe manifeftar, dPhilif-y.
entonces também vos com elle em gloria vos manifeftareis. 21.
5 <? Mortificae pois fvoflos membros, que fobre aterra eftáó, !• 1^X3:2.
[a /i&rj fornicação, immundicia, * g apetite [^fer^aJo,] roim £ •E^;4:t2‘
concupifcencia, e avareza, b que he idolatria.
' 6 i Polas quacs coufas vem a ira de Deus fobre os filhos de desobe-
diencia: ‘ , z *Ou,w-
7 k ’Nas quaes também d’antes andaftes, quando ’nellas vivíeis. Uáe.
8 /Mas agora despojac vos também de todas eftas coufaá, [a gi.The/4:
falir, de] cólera, ira, malicia, maledicência, torpes palavras oe J»
voflà boca. f1
9 f» Naó mintaes huns a os outros, pois ja vos deípiftesd’o velho *lo * *
homem com feus feitos: GO.^: 19.
, 1® » E de novo vos veftiftes, que para conhecimento fe renova, 5:
• fegundo a imagem d’aquellc que o criou: 1Ç.
LI la
xi»
Efbef.ltt. 79.3:3. IEfhef.4J22. Hebr. 12;i. Jactlf.llil. l.Pedr.teJ*
-a>Ep£.4;»5. • fí«».i:2<. «5:1. o;é. i.C#r.n:7.
45» EPISTOLA D E S. P A U L O "
* fGd.3-.23. 11 ?Em que naó ha Grego, nem Judeo, [»«»] circuncifaó,
e$:6- nem prepucio, [wewj Barbaro, Scytha, [nem] ? fervo,
livre: mas Chrifto he tudo, e em todos.
í’x ’ n r Por iflb veftivos (/ como eleitos de Deus, fanétos, e ama-
rEf 'hef.4: d°s) de entranhas de mifericordia, benignidade, humildade, man-
31. fidaó, longanimidade:
e 6: 11. 13 Suportandovos huns a os outros, t é perdoandovos huns a os
fi.Theff.t-. outros, fe algum contra outro queixa [a/gad] tiver: aflicomoChri-
4- fto vos perdoou, afli [0 fazei] vos também.
tMatt. 61
J U « E fobre tudo ifto, [veftivos dè] caridade, que k fie o vincu-
I4-
Marc* II • lo de perfeição.
*5- 15 E a paz
- de Deus em voffos coraçoês fenhoréve- , a aqual tam-
J2. bem em hum corpo chamados fois: e agradecidos fede.
16 A palavra de Chrifto em vos-abundantemente em todafabedo-
34- ria habite; y eníinandovos e amoeftandovoshúsaosoutroscomPfal-
e
jK^e/5:2. mos, Hymnos, - e Çanticos efpirituacs, cantando a o Senhor com
i.Theffv graça^em voffo coraçao. I ■ ■ ■ '■

9- . 17 E tudo quanto.por palavras ou por obras fizerdes,


I J0/.3 23. tudo em nome d’o Snor Jçfus, « dando graças a Deus e a o Pae
^4* 21. por elle.
xEfh.yfc. iS a Vos mulheres fede fugeitas a vofíbs proprios maridos, xomo
yE^Í9. convem em 0 Penhor.
C
_________ _ „________________ „ _ ............ » .

zEphef.y. 19 b Vos maridos amae a voflas mulheres, e naó vos irriteis con­
20. tra ellas. . ' ■v '
I. Theff. y. 20 c Vos filhos obedecei em tudo a [vofôs] paes: porqueifto.be
1S. aprazível a 0 Senhor. .
< Ge».j:i6. 21 Vos paes naó irriteis a voíiosfilhos, peraqueoanimonaóper-
X. Cor. 14: caõ. ,
34;
Eph. 5:’12. 22 d Vos fervos obedecei em tudo a £voffos] Senhores íègundo a
carne, naó íervindo a 0 olho, como para a os homens comprazer,
lEedr.^i. mas com fimplicidadc de coraçao^ temendo a Deus.
bEphtJ.s'. '
23 E tudo quanto fizerdes, fazei ode coraçaó,‘ comoaoSenhor,
*5- e naó a os homens.
c Epb* 6: 1.
24 Sabendo que d’o Senhor aveis de receber o galardam d*a he-
j. Tim.6:i. rança •* porque a Chrifto o Senhor fervís. » ‘ - •

7fr.2:9. 25 Porem quem


_ agravo
_ fizer, o agravo que fizer levará: e excep-
1. Pedr. »: çam de peffoâs naó ha^
xí. 4 ■
' f-

A OS CODOSSENSES’ r.

r.
i

. ,o —v1 .,.,\
Ca p i t u■■’i■■■' J ♦.•<, ... V
..... <v.
t
’1
t

1 Esthorta o Apoflolo a os Senhores », UtEc-


cadaqual á perfeverança ’naorafaõj J £ çftecialmenteforelle-> peraqíi for
Juas côdeas em a obra d’o Euangelho naô impedido feja, ;^~AmoeftqofMe jd~ -
bifcimente andem e\ foliem pera com os que faô de fora. f Teflijica que a Ty-
chico e Onejimo lhes envia pera confolólose de todos feusíiegocios hijirigr.- Io Saú­
da os dia farte de Ariftarcho, e outros muytos> ■cujòdsèlopdr ellès Sneoa» i< Man­
da que a os lrmaos em Laodicea faudem f é fapaô ijúe'tombem dtâL-s. ejfa tarfd.
je léoi 17 £ digaÓ çrArchippo que fedminiftenoõumpta-i- 18 £
carta com fua própria faudapaè. '

.1 » l^os Senhores, [fazei] o jufto e de razaõ para com1 [w/fa] *'*


’ fervos,; fabendo que também hum Senhòrem osceóstendes.
* b * PerfeveraeÀ em òraçaó , velando ’n3lia <ccra Cimento de &
.graças: „ /. > ... * E
3 Orando tãmbem juntamente por nios 9 peraque Deus nos abra
a porta da palavra, c pera fallar d’o myfterio de Chrifto, polo qual
também f prefo eftou: - *
4 Peraque o manifefte, como me convém fali ar.
. 5-^ Andâ^com fabedoriapera com os que de fora [eõdo], e o tem-*
po oportuno redimindo. ' »i
6 f Vofl^t palavra feja fempre * aprazível, com fal adubada , pe- j
raque làémes como a cadahum reíponder vos convenha.
7 S Todos meus negocios vos fará faber Tychico o amado irmáó,e
e fiel miniftro, e confervo em o Senhor:
8 Ao qual peraomefmo fim vos enviei, peraque devoffosnego- f
cio$ faeba, e voflòs coraçoés conlole: ' *
'9 [Jwttamente] com h Onefimo, o fiel e amado irmão, qued’os
voflòs he, elles faber vos faraó tudo o que por cá páflã.
10 Saúda vos 1 Ariftarcho que comigo prefo eflá, e * Marcos o
fobrinhò de Barnabé, acerca d’o qual ja mandamentos recebeliesj
fc a vosoutros viér, recefiey o: £
11 E Jefus dito Jufto, os quaes íàm d’a circuncifaô: elles fés *
cooperadóres cm o Reyno de Deus fam, [e] pera my con-
folaçaôféraô. .6
*i Saúda vos ? Epaphras, que d’os voflòs he , fervo de Chrífto,
combatendo fempre por vosoutros em oraçoés, 'peraque fiqueis
mcs, perfeitos, e * confumados em toda a vontade de Deus. *
. Eli s *1 Por-{
iCobff.iijtThihtiSíVtni^ ^Qa»cbejK»&&^cimopridtíiG&sthMfo.
A OS COLOSSENSES. Gap. IV 453

Capitulo IV
t f
I Exhorta o Apofíole a os Senhores á equidade acerca de feus fervos 2 E<
cadaqual á perfeverança na oraçaÕ> J E efpecialmente por elle ■> peraque por
Juas cadeas em a obra d’o Eaangelho naõ impedido feja. 5 Amoefa os que fa-
bitamente andem ef faliem pera com os que jaó de fora. 7 Tefifica quC a Ty-
chice e (Snefime lhes envia pera conflálos e de todos feus negocios inf ruir. io Sau~,
di os d’a parte de Arijlarcho, e outros muytos, cujo zelo por elles louva» i<j Man­
da que a os Irmãos em Laodicea faudem , e façaò que também d’elles efa carta
je léay 17 E digaÕ 0 Archippo que Jeu miniflerio cumpra. 18 E conclue efa
carta com Jua própria faudaçaõ.

1 4 Vos $enh°res 5 [fazei] 0 ju^° c de razaõ para com [vojfos] aEpb.6*?,


¥ fervos, fabcndo que também hum Senhor em os ceos tendes.
2 b * Perfeverae em oraçaõ , velando ’nella com fazimento de
graças ■ Rom.n*i2.
3 Orando também juntamente por nos, peraque Deus nos abra i.^he/f.^}
a porta da palavra, c pera fallar d'o myílerio de Chrifto, polo qual 17.
também * prefo eítou : * Ou> in-
4 Peraque o manifefte , como me convém fallar.
5 d Andae com fabedoriapera com os que de fora [eftáõ]^ e o tem-
po oportuno redimindo. *Ou liado'
6 f Vofla palavra feja fempre * aprazível, com fal adubada , pe- s
raque faebaes como a cadahum refponder vos convenha. j<j.
7 g Todos meus negocios vos fará faber Tychico o amado irmaõ,<? Eph. 5 :
c fiel miniftro, e conlervo em o Senhor:
8 A o qual peraomefmo fim vos enviei, peraque devofiòs nego-/ Marc. 9 ‘
cios faeba, e vofios coraçoés conlóle : * Ou eu
9 [ Juntamente j com h Onefimo , o fiel e amado irmaó, que d'os graçadat
vofios he, eLles faber vos faráó tudo o que por cá páfià. ou, em
10 Saúda vos i Arifiarcho que comigo prefo eftá , e Marcos o aprazi-
fobrinho de Barnabé , acerca d"o qual ja mandamentos reccbeftes j mento.
fe a vosoutros vier, recebey o: gAã.io.»4-
11 E Jefus dito Jufto, os quaes fam d’a circuncifaó : cíles fós 11 *
[wíwí] cooperadóres em o Reyno de Deus fam, [e] pera my con- ’
folaçaó fóraó. f, philem.
12 Saúda vos / Epaphras, que d’os vofios he , fervo de Chrifto, wriio.
combatendo fempre por vosoutros em oraçoés, peraque fiqueis fir- * ^7.27:2.
mes, perfeitos, e * confumados em toda a vontade de Deus. *
3 13 Por" 2.Wupn-
ZColoff, 1:7. Ehilem» vers 23. # Ou j cbeyts , ou > cumpridos > ou > plenos,
4f4 I. EPISTOLA DE S. PAULO
i? Porque eu lhe dou teftimunho, de que por vos grande zele
tem, e polos que em Laodiceà, e polos que em Hierapolis eíláó.
14 saúda vos m Lucas o medico, o amado, e»Demas.
Saudáe a os irmaôs que em Laodicea eftáô, eaNympha, e.
* 4 * ISrc.ía 9ue cm fua ca^a e^a-
16 E quando efta Epiftola entre vosoutros lida for, fàzei que
também ’na Igreja d’os Laodicenfes fe léa, eque a quedeLaodicea
aléaes também vosoutros.
17 E dizei a Archippo.: Atenta para o miniílerio que em o Se­
nhor recebefte $ paraque o cumpras.
»2.nef,y. 9 Saudaçaõ de minha maó, de Paulo. í Lembraevos de mi-
fihasprifoés. A graça feja com vofco. Amen.
. EfcrifâdeRemaaosColoflènfes, \_emvUnW} porTychico4 eÓnefimo.
Ejm d’t Efiflolt £t Apofteli S, ?«ulo t is CfltJJèuJes,
* 1

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PRIMEIRA EPISTOLA

AOS

C A P I T V L”o I. '+
l Despois da cofiumada hfcripçaõ, 1 Agradece o Apostolo a Deus febre fita fé ,
caridade, e efperanfa d‘elles em Chrifto-, 4 Affegurando fe que Jua eleição dfel-
les éra de Deus- 5 O que prova <fa ejjúacia que Deus por Jeu Efpirito com a pa­
lavra ajuntou, 6 E de fita obediência a 0 Êuangelho. 8 O qual também em
todo lugar divulgado eftáy 9 E ainda cadadia fe divulga, como elles dos ídolos
«
a 0 Deus vivo convertidos foraõ} lo Pera a 0 Filho de Deus , que nos redi­
miu tfo ceo e/perttr.

1 1Í ""l aulo, e Silvano , e Timotheo, á Igreja d’os Theffaloni-


cenfcs, em Deus o Pae, e em 0 Senhor Jefu Chrifto [twi-
«L gregada]: o Graça e paz ajaes de Deus noffo Pae, e d’o Se­ A Hl
nhor Jefu Chrifto. <. Efh
1 ^Sempre graças a Deus damos acerca de todos vosoutros, fa­ i.Pé
zendo mençaó de vos em noflàs oraçoés. bE}
3 Lembrandonos fem ceffar«d* 3a obra de voffa fé, e d’o trabalho *
1*
d’a caridade, e d’a tolerância d’a efperança em noffo Senhor Jefu Thu £?
Chrifto, diante de noffo Deus e Pae: a. 2
4 Sabendo, amados irmaós, voflàdeiçaó de Deus: 3
5 d Porque noffo Êuangelho entre vosoutros naó foy fomente em c lo,
palavras, mas também em potência, e em Efpirito fanéto, e em dl.
\ muyta certeza: « como bem íãbeis quaes entre vos, por amor de 45
vosoutros, fomos. j
6/Evosimitadores noflbs, ed*oSenhor,feitosfoftes, recebédo * J
apa-/t
e 11; I. J17.. l.Tbejfii l 9. 1
primeira epistola
D O

APOSTOLO S. PAULO
AOS

THESSALONICENSES.
Capitulo I.
I Despois da cofumada infcrippao > 2 Agradece o Apoftole a Deus Jobre fua fé ,
caridade . e ejperança d’elles em Chrislo-, 4 Affegurando fe que fua eleiçaò d’el-
les éra de Deus- $ O que prova d’a efficacia que Deus por feu Efpirito com a pa­
lavra ajuntou. 6 E de fua obediência a 0 Euangelho. 8 O qual também em
todo lugar divulgado cff 9 E ainda cadadia Je divulga _> como elles d os ídolos
a 0 Deus vivo convertidos foraõ; lo Pera a 0 Filho de Deus , que nos redi­
miu , d’o t eo e/perar.

I aulo , e Silvano , e Timotheo , á Igreja d’os Theífaloni-


ceníes, em Deus o Pae , e em o Senhor Jefu Chriílo [con-
gr gad. ] : a Graça e paz ajaes de Deus noífo Pae, e d'o Se­ a Rom.lty.
nhor Jefu Chrilto. Ephefl'. 2.
1 b Sempre graças a Deus damos acerca de todos vosoutros , fa­ l.Pedr.v.u
zendo mençaó de vos em noflas oraçoés. bEphef I;
j Lembrandonos fem ceifar * d’a obra de voífa fé, e d’o trabalho 16.
Phil T: J.
d'a caridade , e d’a tolerância d’a efperança em noífo Senhor Jefu Colo ffA\ 3.
Chrifto, diante de noífo Deus e Pae: 2 Theff i;
4 Sabendo, amados irmaõs, voífa eleiçaó de Deus: J-
5 * Porque noífo Euangelho entre vosoutros naõ foy fomente em c iod.6:i<),
palavras, mas também em potência , e em Efpirito íanóto, e em dl. Cor* K
muyta certeza : * como bem fabeis quaes entre vos , por amor de 4-
e4\ 2 o.
vosoutros, fomos. el.Theff.z
.6 / E vos imitadores noífos, ed’oSenhor, feitos foíles, recebédo I.
a pa- fi.Cor.4*
0 II; I. Philip. 3; 17. 2. Theff 3: %
;?>
41» I. EPISTOLA DE S. PAULO
a palavra em muy ta tribulaçaó, com gozo d’ó Efpirito Sanétoi
7 De maneira que para todos os fieis em Macedonia e Achaya
exemplos foftes.
8 Porque por vosoutros foóu a palavra d’o Senhor, naó fomente
em Macedonia e Achaya , mas também ja em todo lugar vofla fé
pera com Deus de tal maneira faido teta, que ja [a’ella] nos naó he
neceflario cóufa álguã fallar. : ‘ '
9 Porque elles mefmos de nos denunciaó qual entrada para com
vofco temos, e como d’os idolos a Deus vos converteftes, pera a
o Deus vivo e verdadeiro fervir:
£ AR i.ii, io g E pera d’os ceos efperar a feu Filho, a quem d’os mortos re«
P&/ 3:20. fufcitou rctnvem a faber\ a Jefus, que d’á ira futura nos livra.
lo. '■ ................................... -
Atas, 1:7;
* '* tAí A
CaPITULoII. O •
I Adianta Paulo ,no_declarar defua finceridade e conãanciaem denunciartfoEuan-
gelho entre elles; 6 Nenhuã honra humana ou proveito pera com elles bufcan*
do , ainda que, como Apoftolo de Chrifto , bem lhes, em carro lér podia. Io Pro-
poem lhes quam humana e fanRamente com elles tratara, pera movélos a vida de­
cente a 0 Euangelho. 13 E de como fua palavra . nac como a palavra, de ho­
mens 1 mas como a palavra de Deus receberaõ , 14 Sendo feitos imitadores d’a
Igreja em Judea > que também d‘os Judeos pertindces feus concidadoens perfegui-
dos fao. 15 E ejfes 'fudeos^ avendo matado a Chrifto 3 feus pecados cumprem t
e fobre elles a ira de Deus até 0 cabo vinda he. Teflifica defpois feu gran­
de de/èjo de os outra vez vér3 19 Porquanto elles fua gloria e coroa} em a vin­
da de Chrislo fao. ,

ai.TheJf.D x « porque’òem iabeis vos mefinos, irmãos, que noflâ entrada


# pera com vofco , vaâ naó fuy.
bAR. i6; t Antes, aindaque em b Phiiipposja d’antes padecemos, etam-
c AR 17 ■ bem agravados fomos, como vosoutros [bem] fabeis, ufâmos [com
i.é-c. Wo] deoufadiaemnoflbDeus, pera c com grande combate o Euan­
gelho de Deus vos fallar.
3 Porque naó foy noflâ exhortaçaó com engano, nem com ím-
mundicia, nem com fraudulência:
4 Mas como provados de Deus fomos, peraque ò Euangelho
dGalat. i: confiado nos fofle, afG falíamos 5 d naó como a os homens compra-
zendo, fenaó a Deus que noflos coraçoens prova. *
. 5 Porquenuncadepalavraslifongeiras, como bem fabeis, ufâmos,
eRom.x\% nem de pretexto de avareza: e Deus he rcftimunha.
e9'1. 6 Nem
z. Cor. 1: 23. e XI: 31. Galat.l Phil,11 $< 1, Zfe».5 UI. Z.Uw.f;I»

1
> ...X-

, AOSTHESSALONICENSES.Cap.il. 1
6 Nem gloria de homens, nem de vos, nem de outros buscan­
do, faindaque carga fér [wl podiamos , como Apoftolos dc/i.C»Msj.
Chrifto: 2* Thefl'. J •'
7 Antes entre vosoutros brandos fomos, como a * ama queafeus .
filhos cria. , *Ou>^.
8 Affi que, citando vos nos tam affeiçoados, de boa vontade
. comunicar vos quiíeramos, naõ fomente o Euangelho de Deus,
mas também até noíTas próprias almas, porquanto [ruí] queridos I

nos éreis.
9 g Porque bem vos lembraes, irmaós, de noífo trabalho e can-
feira: pois de noite e de dia trabalhando , por a nenhum d’entre
vos peiàdos iér, o Euangelho dc Deus vos pregámos.
10 Vos, e Deus teftimunhasfois, de quamfancta, ejufta, e
irrcprehenfivelmente pera com vofco, os que créftes, nos odre- .
mos.
n Como bem fabeis como a cadahum de vos, como o pae a feus
filhos, [wj] exhortávamos e confolávamos,
11 E protefiávamos h que dignamente andafleis- para com Deus,
que pera feu Reyno e gloria vos chama. JSàWxi ■.
i? Poloque também, fem ceifar, a Deus graças damos, de que, j?
avendo de nos recebido a palavra d’a pregaçaó de Deus, a rece- Cohfijfl».
beftes, naó a palavra de homens, mas (como em verdade o
he) [mwoj â palavra âe Deus, aqual também em vosoutros, os
quecrédes, obra.
14 Porque vós, irmaõs, imitadores feitos fois u as Igrejas de
Deus, que cm Judea eftám, em Chrifto Jefu: porquanto também 41
de voflòs í proprios cidadaõs as meímas coufas padeceftcs, como * :
também elles d’os Judcos. f«x3*
i$ k Os quacs também a o Snor Jefus matáraõ, l e a feus proprios 5a.
Prophctas, c a nós nós perfeguiraó, c a Deus naó agradam, e a
todos os homens contrários fam. _ 37*13*34
itf m E nos impédem que ás Gentes fàllemos, peraque falvar fe m
poífaó: pera fempre feus pecados encherem. E vinda ii,‘ ’
he ja fobre elles a ira até o fim.
17 Mas, irmaõs, fendo nos por hum momento de tempo, de
vifta, naó d’o coraçaô, de vosoutros privados, tanto mais procu- •
rámos de com grande defejo voflb rofto vér.
18 « Poloque bem quifemos nos a vosoutros vir (polo menos cu » Sm 1:
Paulo) huãe outra vez; mas impediu noloSatanás. *?• *
Mmm 19»Por- el?*ní
45o I. EPISTOLA DE S. PAULO
oi.Cor.i' »9 «Porque qualhénofla efperança, ou gozo, ou coroa de glo-
14 riaçam ? Porventura naô 0 fois também vosoutros diante de noflo
PW.t-ió. Senhor Jefu Chrifto em íua vinda?
i» ao Porque vós noffa gloria e gozo fois.

Capitulo III.
X Declara 0 Apoflolo que , effando felicite por elles, enviara a Timotheo > pent
confortdlos 'na fé> J E eonfolar ’nas affipoens j a que os fieis pofios estai*
6 Pois que pela tornada de Timotheo fe alegrara muyto > entendendo fua con-
fancia e profperidade d‘edes, 9 Polo que agradece a Deus > e roga que fera aper­
feiçoar (úa fé Deus lhe dé ocajiao de outra vez a elles chegar. II E conclde
efie Capitulo e parte primeira d’a Epistola com fervorofa oraçaÔ a Deus^ que em
caridade e fanSificapaõ, 'na vinda de Chrijlo com todos feus Saneiasabundem'

i oloque naô 0 podendo mais fofrer, de boamente nosquifemos


*• deixar ficar fós em Athenas:
É«w i6 'r' 2 aviamos a «Timotheo noflo irmaó, eminiftro de Deus , e
Phil.i'. 19. nol^° cooperadór em o Euangelho de Chrifto., pera vos confortar,
íe vos exhortar acerca de vofla fé:
PM 1:14. ? b Peraque ninguém ’neftas tribulações fc mova: Porque vos
ízíí?j4:Z2. mefmos fabeis, « que pera ifto ordenados eftámos.
». Tm. 3: 4 Porque também quando comvolco eftávamos, vos predizíamos
w* que affligidos aviamos de fér, como também [a/fi] fucedéu, e vos
o fabeis.
5 Portanto também eu, naó podendo mais fofrer, mandei a
de vofla fé faber, fe porventura o Atentadór vos naó atentafle, c
noflo trabalho a fér em vaõ viéfle.
6 Porem tornando Timotheo agora de vosoutros a nosoutros, e
trazendonos boas novas acerca de vofla fé e caridade , e de como
fempre boa lembrança de nos tendes, defejando muyto vér nos,
como também nos á vosoutros:
7 Poloque, irmaós, nos confolámos acerca de vos em toda nofla
affliçaõ e neceffidade, por vofla fé:
8 Porque agora vivémos, fe ’no Senhor [írw] eftáes.
9 Porque, que fazimento de graças podemos nos a Deus, por
vosoutros retribuir, acerca de todo 0 gozo, comque diante de
, . noflo Deus, por vofla caufa, nos gozamos:
*».i. 0. Io Qrancj0 abundantemente de noite e de dia, peraque voflô
e 15:23.rofto vér poflàmos, e 0 que a vofla fé falta fupramos?
2 14. m Ora
A OS THESS ALONICENSES. Cap. IV. 4ÍX <

■ it Ora nofio mefmo Deus e Pae, e noflp Snor Jefu Chrifto,


noflà viagem a vosoutros encaminhe.
n E o Senhor vos augmente, e abundar faça em caridade huns
pera com os outros, e pera com todos, como também pera com
Vofco £ abundámos J ;
13 e Pera voflos coraçoés confortar, peraque irreprehenfiveis em e i.Cor-ià.
fanétificaçam fejaes diante de noflo Deus e Pae, ’na vinda de noflò *•
Senhor Jefu Chrifto com todos feus lánétos. The]fy

Capitulo IV.
I AmoeUa os o Apofiolo em geral d vida pia , 3 E em particular a cafiidade é ■■
•honestidade t 6 A juftiça em feus negocies > 9 A caridade irmanai, II A
viver quieto» e aj>_fazer de*feus proprios negocies. 13 Amoejia os também de
moderar fua triftêza Jobre os que falecéraÕ; 14 Porquanto por Chrifto refufei-
.tados feráo. 15 Que d’o ceo com grande clamor e voz d‘oArchanjo defcendçA,1 *
pera primeiro rejufeitar a os que rnortos fóraS» 17 E pera despois arebatálos
comfgo » juntamente com os outros que ainda ’na vida efiaráb»
■'' ' *

í Aflique, irmaõs, ’no de mais vos rogamos e amoeftamos em o


■Senhor Jefus, queafficomo de nos recebeftes, *como vos*”Therl''
convenha-andar, e a Deus agradar, affi [nifo] mais abundeis. ' '
i Porque bem fabeis vos que mandamentos vos demos pelo Senhor
Jefus.

•»
3 b Porque efta he a vontade de Deus, [afaber j vofTa fanâifica-h R°m‘12
çaõ, que vos abftenhaes de fornicaçaô : . Eoh.vn «

4 Que cadahum de vos faeba pofluir feu vafo em fanétificaçaõ e phíi.4‘. 8


»

honra:
5 Naó em fenfualidade de concupifcencia, como as Gentes, , _
•»

c que a Deus nao conhecem. ..


6 Ninguém oprima nem engane em negocio algum a feu irmaô: Eph.4'. 18

Porque vingador he o Senhor de todas eftas coufas, como ja tam-


bem d’a'ntes dito e teftificado vólo temos. „
«•

7 Porque naó nos chamou Deus â immundicia4 d fenaó â fancti- 17


ficaçaó. r.» n . i.Cw.iia
*

8 e Poloque quem Lí^«J engeita, a homem nenhum engeita,* £«r,io


»»

fenaó a Deus, /o qual também feu Efpirito fanâo * nos deu. i*.
• 9 s E quanto á caridade fraternal, naó neceffitaes de que [deSa] f1, Cor-7
vos efcréva: porque ja vos meímos de Deusinftruidos cflaes, ahuns «q0,
aos outros vos amardes. Mm ma - 10 Por-
t Levit. 19:18. Matt.n; Jj. M m; 34. e 15; i2. Epb 5; X L Pcdr. 4 J S.
462 I. EPISTOLA DE S. PAULO
*0u?* 10 Porque também ja vos * afli 0 fazeis pera com todos ós irmaós
mo fazeis, que em toda Macedonia eftám. Exhortamos vos porem, irmaós ,
b Z.The(f.y. que ainda mais abundeis:
7. Izí íi áE procureis de quietos andar, e voífos proprios negocíos fa­
i Aã. 20;
U zer , í e com voflas próprias maós trabalhar, como ja mandado vo-
Ityh. 4:18. lo temos:
11 Peraque honeftamente andeis para com os que de fora elUó,
e dc coufa nenhuã neceffiteis.
ij Naó quero porem, irmaós, qi^e ignorantes fèjaes acerca d’os
k Lev. I?: que ja dormem; k paraque vos naó entrifteçaes, como também os
2$. de mais, que efperança naõ tem.
Dmli4:i. 14 Porque fe cremos quejefusmorréu, e refufcitou, aílitaaibens
2. Sam. 12: a os que em Jefus dormem, Deus com elle a trazer os tornará.
20.
15 Porque ifto pela palavra d’o Senhor vos dizemos, ?quenos-
■*Z» JI« ou^os os que vivos pera a vinda d’o Senhor reftarmos, a os que
dormem naó precederemos.
w Matf.24: 16 m Porque o mefmo Senhor com * algazáres, e com voz dê
Archanjo, e com a trombeta de Deus d’o ceo defcenderá: e os
1 Cor. is: que em Chriílo morréraó, primeiro refufcitarám:.
5i. 17 Defpois nos outros, os que vivos ficarmos, juntamente com
t 77y/ I •
'T elles em as núveis arrebatados ferémos [/díodo] a o encontro a 0 Se­
* OU ; íÁ?- nhor em o ár: e afli fempre com 0 Snor eftarémos.
W.-7?- de ex- is Afli que huns a os outros cora eftas palavras, vos confolae.

Capitulo V.
I Enjina 0 Aposlolu qfte Chriflo de improtiifo a 0 juizo vira, como 0ladraode noi“
te j e como as dares de farto fibre a mulher. 4 Amoefia os por tffb de fempre
efiarem alertas e fibrios. 8 E armados da couraça cPafé, e d’a caridade, e
d‘o capecéte d’a efperança d'a falvaçaô. 11 Roga que a os que fibre elles pre*
fidem em honra tenhaõ. J4 Amoeíta os pera diverfas virtudes Chrisiaas ;
c I7 Também pera orar e agradecer; lo E observar d'o Efiririto ■, e d’as propheci-
át os, pera reter 0 que hebom, 21 Roga entoo a Deus que os irreprehenfiveis até
a vinda de Chrifto guarde, com promejfa que elle também o fará. 2q Amoesta
os que rogoem porelíe e luns a os outros faudem. V] E efionjura os que eSa
Epistola je léa perante todos.

1 porem, irmaós, acercad’os tempos ed’asfaêzoés, naõ neceffi-


, taes de que fe vos efcréva.
Matt lá- 2 Potque vos mefmos íàbeis muy bem, a que o dia d’o Senhor,
* * 4' afli como o ladram de noite, virá. 3 Por-
^.Redr.y. IQ. ^pw.3.3.
A'os THESSALONICENSES. Cap. V, W
3 Porque quando diíférem, paz, e fegurança [A*] j b entonces^1-^^1 '■
repentina deftruiçaó lhesfobrevirá, comoas dóresdeparto aaquel- 9*
la que prenhe eftá, e em maneira-nenhuâ escaparáó..
♦ t Mas vos, irmaós, ja (ftn trevas naó eftaes, peraque aquelle dEp^*-. g’
dia como ladram vos apanhe. eRm. ij:
5 Todos vosoutros d filhos d’a luz, e filhose d’o dia íbis: nem nos u/
d’a noite, nem d’as trevas fomos. ' fRom. ij:
í /Affi que naô dórmamos, como os demais j mas £ velemos e n. 13.
h fobrios fejamos. EpM:t4>
7 Porque os que dormem, de noite dormem; e os qué íc embe- $ Lu.'2 ‘
bédam, de noite fe embebedam. j,
8 Mas nós que d’o dia fomos, fobrios fejamos, * veftindo nos d’a cou- 34,,
«raçad’afé, e a’a caridade, e capecéte., aefperançad’afalvaçaó. iljay. $9 •
9 Porque Deus naô nos tem ordenado pera ira, fenaó pera*aqui- 17-
riçaõ d’a íâlvaçaó por noíTo Snor Jefu Chrifto: , Epbr&Uy
i« O qual por nosoutros morreu, k peraque, quer velemos , * aj_
quer dórmamos, juntamente com elle vivámos. .
11 Poloque huns a os outros vos exhortae, c hus a os outros vos kRom.xd-'/.
edificae j como também o fazeis. * z.Cor.y.íS-
i* l E rogamos vos, irmaós, que reconheçaes a os que entre vosou- Galat z-.zo.
trostrabalham, e*fobrevosemoSenhorprefidem, e vos amoeftam: i-Pedr-QZ..
U'E eftimae os em muyto com caridade, por caufa de fu* obra.'
Sede pacíficos entre vosoutros. - í Or.ç.-n.
14 Rogamos vos também, irmaós, que a os defordenadosamoe- e ig/is.
fteis, a os de poucq^nimo coníòleis, a os fracos fuftenteis, J Gaht.6',6.
pera com todos longanimes fejaes. Phsl.ztz9<
15 w Ôlhac que ninguém a * outrem mal por mal torne, mâsfempre i- Tm* 5 <
obemfegui, affi os hunsperacom os outros, como pera coijj todos.
16 n Sempre vos regozijae. '
17 « Sem ceifar orae. *Ou,w/w
18 f Em tudo [4 Deus] graças dae. Porque efta he a vontade de defenjá-
Deus em Chrifto Jefu pera com vofeo. w > ou >
19 ? O Efpirito naó apagueis. frsteSè-
1. As prophecias naó delprezeis.
ai r Todas as coufas provae: o bom retende. 18>
, a» /De toda aparência de mal vos a&ftende. prí®.' »© :
*31E o mefino Deus de paz cm tudo e toulmente vos finâifi-
Mmm J que ei4:J7»
5:39. Rffw.ir.l7. tCw.fijy. I.Peàr.}:).
Rom. li. :iz. Etíl.414. eLuc.líil. Rum.la:II. Cobff.4‘.z.
pEfh.ftio. j 1.Cflr. 14:30. rl.W. 411./PM4*S« tl.Cur.lt l.Rhil.4t9> •
l.Tbe/. ^t li.
* j
W TI. EPISTOLA DE S. PAUlÍL

que: e todo voflò, fincero eípirito, e alma, e corpo, feja confer-


vado irreprehenfivel em a vinda de noflo SenhorJefu Chriflo.
u I. Cor. IS 24 # Fiel he o que vos chama, o qual também o fará.
9* 15 Irmaôs, por nosoutros orae.
e lo:IJ» 26 x A todos os irmaôs com fanébo beijo faudae.
Z.Cór.i:i8. 27 Polo Senhor vos efeoniuro, que a todos os fanétos irmaôs efta
’.»/-S-EpilWaftléa. J.
xlimn. 16'. 2S A graça de noflo Senhor % Jcfu Chrifto feja com vofeo. Amen.
16. J. Cor. 16; 20. t.Cor. 13:12. 1.Pedr.5:14.
A primeira [£/></?«&] a os Theflalonicenfes foy efcríta de Athénas.
Fim d’a primeira Epiftola do Apoftolo S. Paulo a os Thejfaloiiicenfes. •4

DO

APOSTOLO S. PAULO

Capitulo I.
I Despois d’a cosiumada inftripçaõ , 3 Agradece 0 ApoSMo a Deus febre feu
abundante crecer delles na fe'> caridade, e pacienda^as affiiçoens. 6 Teftifica
que Deus a feus opreffbres caftigará , mas a elles livrará e repoufi dará ’no dia
da gloriofa vinda de Chrifto, que largamente dejeréve. II JRtfg* a Deus quede
mais em mais, em 0 que he bom, os corrobore j 12 Peraque 0 nome de Ckrifte
tanto mais glorificado feja. »

j “Ti aulo, c Silvano, e Timotheo , á Igreja d’os Theflaloni-


l-< cenfes [«ej em Deus noflo Pae, e cm o SenhorJefu Chri-
floeflá:

. e
^j)0S THESSALONICENSES. Cap. L, 4%
t ■ ,y t

• * 4 Gracá e pâz f ajaes^ de Deus noflò Pae, e d’o SenhoFjefirrfi.^w.tt


■ Chriftò. 3«
3 b Sempre a Deus dar graças devemos por vosoutros, irmãos,
como [_tamhem~\ he razàó , porquanto vofla te grandemente crécè, t
e a caridade de cadahum de vos todos, de huns pera com os outros fgph. iJe*
abunda: , - ' jfâl i: 3.'
• 4 De maneira que nos mefrnosf de vos nos gloriamos em as Igre- Celojf i; 3.
jas de Deus, por coufa de vofla paciência e fé, em todas voflásper- i-Thejf.it
feguiçoês e * affliçoens que fuportaes. *• t
‘ Prova clara d’o jufto juyzo de Deus, peraque fejaes ávidos c1,
por dignos d’o Reyno de Deus, e polo qual também padeceis;
6 / Pois jufto he diante de Deus, pagar com tribulaçaó a os que yZFr/ou»
vos atribulaó:
7 E a vos os que atribulados fois, refrigério [jiintamente~\ com f^et.
nofco, £ em a revelaçaód’oSenhorJefus, defd’o ceo com os Aqj«
de fua potência, ei.Thejjzt
s h Com lavaréda de fogo , tomando vingança í d’os que a Deus fzach.a:8-
naõ conhecem, e d’os que a o Euangelho de noffo Senhor Jefu »i.The^
Çhrifto naó obedecem: 16.
9 k Os quaes * por caftigo padeceráõ a eterna perdiçam, desd’a hi.Te&.y.
face d’o Snor, ea’a gloria de lua força: . 7-
10 / Quando viér a em feus fanâos glorificado fér j e a ’naquelle
dia èm todos os que crém admiravel le fazer, (porquanto noffo te-
ftimunho entre vosoutros crido foy). kljayi-.v).
h Poloquetambemíempreporvosoutrosrogamos,quenoffoDeus lÂãitii.
dignos de [/«•*] vocaçaó vos faça, e todo o bom prazer de £jua] i.TheJJ.i;
bondade, eaobrad’afé, * poderofàmente wm J cumpra.
u Peraque o nome de noffo Senhor Jefu Chrifto em vos glorifi- 1:7*
cado feia, e vos ’nclle, iegundo a graça de noffo Deus, e d’o Se- .JLlT'
nhor Jefu Chrifto. p
W ll EPISTOLA DE 3. PAUL

Capitulo II.
j Declara 0 Apoflolo que a •vinda de Chnfio a 0 juízo nao acontecerá tao de freffa
tomo alguns a perfuadir lhes bufcavaõ 3 Mas que a Apofiafia e 0 Antichrifio
fintes WML.de •vir , tujas marcas defcreve. $ Te(tifica que ijfo ja dantes lhes
differa j como também 0 que era 0 que 0 retinha. 8 Declara que despois certa­
mente •virá, e ficará até que 0 Senhor 0 dcfiruird. 9 lAvifa os dlaefficaciade feu
engano em os que perecem, li E ifto por 0 jufio juizo *de Deus9 jobre a ingra­
tidão d3os homens. IJ Affegura pois a os Thejfalonicenjes de fua eleição para,
fabvaçao em fé e Jan&ifcaçaõ. 15 Amoefia os de 'nififio firmes efiár > ló E
roga a Deus que os confile e conforte.

> D ogamos vos porem, irmaõs, pela vinda de noffo Senhor Jefu
4’x Chrifto, e noffo recolhimento a elle,
a .Qye facilmente d’o entendimento vos naô movaes, nem pcr-
Afarr.i4:4. turbeis, nem p,or efpirito, nem por palavra, nem porEpiftola co-
tyh. 5:6. mo de nos [efaita], como fe o dia de Chrifto ja perto eftivéra.
co/ij/ 1: 3 Ninguém vos engane em maneira nenhua: porque
2, ■„ até que primeiro a * apoftafia naô venha, e fe revele o homé de
b Ahtfl- Pecad° 5 0 fi^o de perdição.
2j. ’ 4 O qual fe opoem, e fe levanta fobre tudoo que Deus chama,
i.rxw.4:i. ouftwDtw] fe adora; aflique, como Deus, ’no templo de Deus
ijW.ihí. fe aífentará ,. « * fazendo fe parecer Deus.
•Ou,rntL 5 Naô vos lembra que, citando eu ainda com vofco, eftas cou-
ou, fas vos dizia?
descaída >
6 E agora [fe»] fabeis vos que he o que retenha, peraque
©U> apar­
tamento. a ícu proprio tempo fe revele.
cDan. II t 7 Porque ja o myfterio de injuftiça fe obra : fomente o que ago­
36. ra o retém, [0 reterá] até que d’o meyo [tirado] feja.
♦ Ou^dando 8 E entonces fe revelará aquelle irijufto, a 0 qual o Senhor pe-
'
»entender ]0 Efpirito de fua boca desfará ., e pêlo aparecimento de fua vinda
rD ‘f“ 0 aniquilará •
T'-*
he , ou j
dando mo-
9 Aquelle [digo] , cuja vinda he efegundoa cfficacia de Sata­
nás, /'com toda potência, e finaes, e prodígios de mentira.
(fuff I® E com-todo* engano de iniquidade g em os que perecem: por-
mefmo he quanto 0 amor d’a verdade naô recebéraó , pera fe falvárem. .
Deus. 11 h E por tanto Deus efficacia de error lhes enviará, è peraqueá
9. mentira créam.
ifay. 11:4. iz Pera-
»Zo«8:4I- . ,
>.Or.4:4- Ifh.f.i.» fDttí.mi. IJ» f*1$. f4í3>
i 1, Iinh 4 • X»
' 4Í

>eS THESSALONICENSES. Cap. 11 4^


12 Peraque condenados fejam todos os que a verdade naó créraõ,
antes prazer’na iniquidade tivéraó. 4^y
ij Mas fempre graças a Deus dar devemos por vosoutros irmaós,
que d’o Senhor amados fois, de que Deus defd’o principio pefa^fal-
vaçaó vos elegeu, em fanétificaçaõ d’o Efpirito, e fé d’a verdade:
14. Para o que por nofío Euangelho vos chamou, pera aquiriçaõ
d’a gloria de noíTo Senhor Jefu Chrifto.
15 Poloque, irmaós, [£«««] eftáe, k e as tradições retende, ki-Tktffy.
que enfinados vos fór-am, íejapor palavra, ou por Epiftola nofíà. d.- ,
16 E nofío Senhor lefu Chrifto mefmo , e noíToDeus ePae, que
nos amou, e huã eterna confolaçaõ, e boa efperança em graça nos
deu,
17 Voffos coraçoés coníole, e em toda boa palavra e obra l vosh.Tbejfát
conforte. __

Capitulo III. « I

I Amoefia o Àpoftolo a os Theffalonicenfes que orem por èlle } E tefàfica fua


confiança que o Senhor os confortarás $ Roga a Deus por eHesi 6 E manda
que fe apartem de todo irmab que anda d^sordenadamente. 7 Prova ccm Jeu «
proprio exemplo que cadaqual deve trabalhar pera a fi fofientar 5 lo Ou que
doutra maneira comer naõ deve, IJ Amoefia os que em bem fazer na o desfaid-
fam , 14 Mas antes notem e cafiiguem a os que a feu mandamento "nijfo naS
obdecem. 16 Conclue com a cofiumada faudapai 17 Que com fua própria
mai em todas fitas EpijMas afarta*

I ’XJo demais, irmaõs, « rogae por nos, peraquea palavra d’o*^#.9:


u Senhor f/«] curib tenha, e glorificadafeja, comotambem 3?-
entre vosoutr os: CetojT.di
i E para que de homens *diflòlutosemaoslivresfejamos, ‘por- *0^^-
que naô he de todos a fé. denados. /

3 Mas fiél he 0 Senhor, que vos confortará, e e d’o malino b Ram. 15: /

guardará. , JV ■
4 E de vos em o Senhor connamos, que, 0 que vos mandámos,y0^6:4t’
também [<?] fazeis, e fareis. , , .
5 Ora o Senhor voíTos coraçoés enderece á caridade de Deus 9 e ejos, i?
♦»

. á paciência de Chrifto. 15.


6 /'Mandamos vos porem, irmaós, em nome de noflo Senhor]e-fi.Or. 5
A*

fu Chrifto, que vos aparteis de todo irmaô que defordenadamente **J-


Nnn anda.1,*3456 •
J
Tit. i: !»•
4«s II. EPISTOLA DE S. PAULO^ 4

anda, e naõ (egundo g a tradiçaõ que de nos outros recebeu.


*í; 7 porque vos mefmos fabeis h como convém imitar nos : i pois
& i.ur.ii: defoj-denadamente entre vós nos naõ ouvémos:
c Theff". r: 8 k Nem de graça o pam de alguém comemos , mas com traba-
‘ 7. * lho e canleira, noite e dia trabalhando: por a nenhum de vosoutros
; i.Taejf.z'. * pelados fér.
io. 9 /Naó porque authoridade naó tenhamos, fenaõ porque nós
kAS. is 3. mefmos [por j exemplo a vosoutros nos déíTemos, pera [a/fi] nos
/c’.: imitardes-
" ij. * * 10 Porque também quando comvofco e liávamos, ifto vos man-
i,Cor 11:9. dávamos, que fe alguém trabalhar naõ quifér, também naó cóma.
t 11:13. 11 Porque ouvimosque alguns entre vosoutrosdesordenadamente-
i.The]]'.z: andam, naó trabalhando, 1'enaó coufas vans fazendo.
r y • -■12 n A os taes porem, por noffo Senhor Jefu Chrifto, mandamos
”e amíeftamos, que com quietaçaõ »trabalhando, feu proprio pam
/X. Cor, 9 ; ComaÕ^ .
3.6. E vos, irmaós, p naõ desfaleçaes em bem fazer.
i.Tkef.i: 14 Porem fe alguém â nofla palavra, *’nefta Epillola naó
«bedecer , notae a 0 tal, e 7 com elle vos naó meftureis , peraque
w i.c or. 4: vergonha tenha:
, jj. j >5 E como a inimigo naó tenhaes, mas como a irmaõ [0]
pZ1//. 3:17. amoeítae.
x. TbejJ',1-. r Ora. o mefmo Senhor de paz fempre em toda maneira paz
6. vos dé. O Senhor feja com todos vosoutros.
»\.ThefA'- 17 J A faudaçaó de minha própria maó de Paulo, que [m] final
em cada Epiftola he : aíH efcrévo.
> ja/Vç. 18 A SraÇa de noffo Senhor Jefu Chriíio feja com todos vosou-
*Ou,^tros- Amen.
tfia. qMatt.ii-.iq. i.CorA‘9. z.Theff'3:6. rito. 1$; 33. e 16:20 1. Cor. 14:33.
i.Cor.13 ;ir. fhil.4’,9- 1-The]]~5:13. fi.Cor. íó:ax. Colojf.4:11.
A íègunda\_EfiJrola~\ a os Theffalonicefifês foy efcrita de Athénas»
Fim <?a/iguala Epijiola £0 Aoojiolo S, Paulo a os Tkeffaltmkenfes»

PRI-
A

Capitulo I.
X Defiots/o cofiumado titulo, ; Declara o Àpoftolo que a Timotheo em Epheft
aeixdrq , pera tér cuidado, que nenhuS doutrina estranha ou vaã em a Igreja
introduzida foffe. $ Mostra também qual Jèja 0 verdadeiro fim dia Ley*
8 g«e naõ pera os juftos 3 Jenaõ pera os injuftos pofta he. II Pois que lhe 0
Euangelbo confiado fira. 13 Cujo breve fumario propoem^ relatando juntamen~
te a grandiffima graça lhe de Chrifio feita, iq Sobre que a Deus agradece ;
18 E 4 Timotheo encomenda a efiár firme ‘nijfe. 2o Tefiifica que > Hymeneo
e Alexandre, que fizéraó naufragio d'a fé, por ijfo a Satanás entregara*

1 *1”^ aulo - Apoftolo de Jefu Chrifto, ofegundo o mandado de aAS.^g •


Deus noflo Salvador, e d’o Senhor Jefu Chrifto , b efpe- bCol.v-.vq,
J|L rança noflà,
a 0 A Timotheo [«««J verdadeiro d filho em a fé, e graça, mi- cAã iínl
fericordia, paz de Deus noflo Pae, e de Chrifto Jefu Senhor1
noflo. *'c
3 Como, quando f pera Macedonia hia, teamoeftei, queem j-,
Ephefo te ficaífes [afi o faço andaj, paraque a alguns mandes, que eGal. 1:1.
outra doutrina naó enfinem: z.Pedr.in.
A g Nem a fabulas fe dém, nem -a genealogias infinitas, quemais fA&.ioli.
e.
produzem h queftoés, d’o que cdificaçaó de Deus, que ’na fé con-gu7lw-4i
fifte. • 7*
5 i Mas o fim d’o mandamento he a caridade de hum coraçaópu- S/
ro j e huâ boa confciencia, e huã fé naó fingida. ' I<5/* ’
Nnm <> D’o1:14.
tjl $* l> l.Tím*6’t^ iRom*lj'.it Gelat.5',14.' *
. *
47« I. EPISTOLA DE S. PAULO
6 D’o que desviando fc alguns, fe tornaram a vaidade de pala­
vras:
7 Querendo fér doutores d’a Ley , [e] naõ entendendo , nem
o que dizem, nem o que affirmaõ.
kRom.^í. s Bem Cabemos porem k aue a Lev he boa , fe aleuem d’ella Ie-

* Ou> que homicidas:


com ma- io Pera os fornicadores, pera os * fodomitas, perá os ladroes de
homés, pera os mentirofos, pera os perjuros, e fe coufa outra al-
. guã ha á faã doutrina contraria:
m I, Iw».6:
ii Segundo o Euangelho d’a gloria w d’o Deus bemaventurado,
«
»x.Theff.i. confiado me he.
4. ii E graças dou a o que confortado me tem , [a/àéer] a Chrifto
8:3. Jefu Senhor noffo, de que por fiélmeteve, pondo [ne] ’no mi-

fioa. 14 Mas a graça de nofiò Senhor foy ainda mais abundante, com
41. a fé e amor, que em Chrifto Jefu ha.
Zft. 317. Palavra fiel, e de toda aceitaçaó digna, q que Chrifto Jefu 2
q watt. 9: Q mijnd0 Vey0, pera a os pecadores lalvar, d’os quaes eu 0 * prin-
Mau 2U7.CÍPal Í0U-
L».-. ç : 32. 16 Mas por iífo mifericordia feita me foy , peraque Jefu Chrifto
e 19;10.em my, que o principal fou, toda [ /w] longanimidade moftrafle ,
1 bã.y.q. pera exemplo d’os que para vida eterna ?nelle ouvérem de-crer.
* Ou, t7 Qra a 0 Rey d’os feculos, * incorruptível ,invifivel, a o lo
^riuieiro. Deus labio 5 feja honra, e gloria, pera todo fempre Amen.
lS Efte mandamento te encomendo, filho Timotheo, que
r 1 T!-à. 6;fegundo as profecias, que d’antes acerca de ry houve, r’nellasboa
12, milicia milites:
/i.-ar/w.3: 19 /Retendo a fé, e a boa confciencia , a qual alguns regeitan-
9- do, naufragio acerca d’a fé fizéraô.
2: 20 i)’entre os quaes he í Hymeneo, e « Alexandre, «que a Sa-
a tanas entreguei, peraque a [ .w. ] naõ blasfemar aprendaõ.

Ç A*
I

. Capitulo II.
I Manda Paulo que fe fapaS oraçoes por todas es homens , forem particularmente
polos Reys e outros fuperiores. 3 Porquanto ifio a Deus agradavel} e Cbrifta
t Medianeiro de todos heS Manda que os varoens fanítas maõs em todos os
lugares levantem ■> 9 Mas a as mulheres j que em traio honefio > e em filendo >
enfinar fe deixem; IX Naõ permitindo lhes que em publico a outrosenfinem, ou
de Senhorio fobre 0 marido ufem. 13 Porquanto Adam primeiro criado, e a mu­
lher primeiro enganada foy ; 15 Todavia te&ifica que parindo filhos falvarfe-
há pela fé.

1 AmoeftoPoi$antetudo’ Que fe fàçaó deprecaçoés, òraçoés,


x intercefloés , [e] fazimentos de graças por todos os homens:
’ 1 a PoloslÀeys , e [pw] todos os que em eminenciaeftáô, pera- a Ier.i9>7.
raque huã vida quieta e foíTcgada tenhamos, em toda piedade e
honeftidade. **
? Porque ifto he bom e agradavel diante de Deus noíTo Salvador:
4 £ 0'qual quer que todos os homens fe raivem, e a 0 conheci- bEzecb-it:
. mento d’a verdade venhaó. 2?-_ .
, I t Porque hum fó Deus, e d hum fó Medianeiro ha entre Deus, 2'rPí/zj.‘?‘
c os homens, 0 homem Chrifto Jefu: xámri?. j
6 e O qual fe 'deu a fi mefmo [fW] preço deredempçaõ por to- dGal.y.i9.
dos, [para] teftimunho a leu proprio tempo [fr]: Hebr-pif» |
7 Pera d que/ pófto eftou por Pregador e Apoftolo , (g verdade eMatt.zot 1
digo em Chrifto, [e] naô minto) Doutor d’asgentes em fé-e[««j 28.
verdade. Eph. 1:-14
ciíT 7-
8 Quero pois que os varoés A-orem em todo lugar, * levantando
as maôs * fanctas fem ira nem contenda. 7 eij: 2*
9 k Semelhantemente também, que as mulheres fe ataviem de eziyii.
trajo honefto, com vergonha e modeftia, naô com encrespamento Gd. ijiS.
[de cabellos] ou ouro, ou pérolas, ou veftidos preciofos: eZ:8.
10 Mas (como he decente a mulheres que d’a * virtude profiflàó
fazem) com boas obras. , *
11 A mulher aprenda em filencio, com toda fugeiçaó.
12 l Naô permito porein que a mulher enfine, m nem * de auto- e?j1.
ridade íbbrc o marido ufe, mas que *em filencio eftéja. Z>Ií>/.4-.21.
« 13 » Porque primeiro foy formado Adam, í*] despois Eva. *^.134:
Nnn 3 14 « E >•
* Qu limpas > oUopseras. ÀT/Attg. LPei/r.JÍJ. * Oa > de [èrvir a Deus. ■
11.Cor. 14; 34. mGen.y:16. Eph.^-.zq. * OUj /ornando fe enfenhereye.
• Ouj quieta) ouj talada. nGets.l.i']. ez; ZZ.

a 4
^70 I. EPISTOLA DE S. PAULdA*
«Ge». 3:6. 14 «E naó foy Adam enganado : irias a mulher, fendo enganada j
Ou, efté- em tranfgreflaô * cahiu.
Salvarfeha porem filhos * parindo , fe cm a fé, e caridade,
tralcrrl-e fan&ficaçaõ, com modeftia permanecer.
foi foy.
* Ou, ge- Capitulo IIL
rando.
X Declara 9 Afo&olo a propriedade d’o offlcw de hum faftor 5 i £ deftreve as
/TO. virtudes e qualidades que *nelle fe requere > e os vícios de gue ayei de jer livre ♦
S O mefmo faz ddos Diáconos, II E de fuas mulheres, IZ Juntamente taõ~
hem como fuas familias avér fe devem» 14. Mojlra 0 fim forque Iflo a Timotheo
efiréve> 1$ E declara a dignidade dia Igreja de Deus, fendo a coluna e firme-
z>a £a verdade* 16 Comfrehende então fumarlamente os frincifaes myfteriosdd
fé tocante a fejfoa e 0 oficie de (dhridto.

Dalavra fiel: íè alguém * Bispado defeja, cxcellenteobra defeja.


fició de * 1 a Convém pois que o Bispo feja irreprehenfivel, marido
Bifah o^> de huá mulher, vigilante , temperado , honefto , hoipedador,
Vifitador’b apt0 pera enfinar:
ou,^* % Naó dado a o vinho , naõ feridór, naõ cobiçolo de torpe ga«
nancia: mas moderado, naó pelejador, naó * avarento: -
« Tit r.*<5- 4 Ql,e governe bem fua própria cafa , tendo a \jeus ] filhos em
b 2 Tira-fugeiçaô com toda modeftia.
' 14. 5 (Porque fe alguém fua própria cafa governar naõ fabe, como
* Ou>«^' d’a Igreja de Deus cuidado terá?).
fojodedt- 6 Naó noviço: porque, inchandofe, ’na condenaçaó d’o diabo
nheiro» nag caya.
7 Convém também que bom teftimunho tenha d’os que de fora
* Ou des- eftáó, porque em * affronta, e [ew] laço d’o diabo, naõ caya.
prefò. 8 c Semelhantemente os Diáconos, [JejaiJ honeftos , naó de
cAtt.6 '• 3- duas lingoas, naó dados a muyto vinho, naó cobiçoips de torpe
ganancia:
di.Tlm» x« 9 Tendo o myfterio d’afé em huá pura confciencia.
i9. 10 E também eftes primeiro provados fejam , [«] defpois firvaó,
* Oufe * irreprehenfiveis forem.
fave/s- 11 Semelhantemente as mulheres, [fijaSj honeftas, naõ maldi-
* Q\i,dlli- zentes, * fobrias, [e] fieis em todas as couías. *
gentes. n Os Diáconos fejam maridos de huá mulher, que governem
• bem filhos, e luas próprias calas.
tMatt.^r* «Porque os que bem fervírem , pera fi hú bom grao
A T I M O T H E O. Cap. IV. W
aquirem, e muyta confiança em a fé, que em Chrilto Jefu ha.
H Eftas coulas te efcrévo, elperando de bem prefto a ty vir:
15 Mas fe tardar, peraque íaebas como /* andar convém 'em a/1 T/w.K
cafa de Deus, que he a Igreja d’o Deus vivo, a coluna e firmeza *0’.
d’a verdade. . -?Ou,vmr,
16 E fem duvida nenhuã, grande he 0 Myfterio d’a * pie-*oú^X’
dade: g Deus íe manifeftou em a carne, foy juftificadoemEfpirito, tude,.
vifto d’os Anjos, h pregado a os Gentios, crido ’no mundo, i [ej g W.1114.
recebido a riba em gloria. h Epb.p y.
4.
iMarc. IÍJ
Capitulo IV. 19.
X Prediz Paulo a Apoftafia de alguns em os últimos dias j 3 Que 0 matrimonio e
0 ufo de alguns manjares aviaò de prohibir. 6 Exhorta a Timotheo de a wety^
dadeira doutrina propor, e regeitar as fabulas j S E fobre tudo de. exercitarfie
*na piedade e de em todas as injurias fegundo feu exemplo em Deus esperar»
IX Encomenda que Jfja exemplo de todas as virtudes. 13 E que inflando em
lêty I4, Maé defpréze 0 dom que recebeu 15 Mas acrecente e perfevére em
bem. 16 Com promejjd que fazendo ajfi , a ji mefmo e a feus ouvintes falvará»

l a Ç\ Efpirito porem diz exprefiamente , que ’nos últimos tem» alTtm.y»


pos b defcairáó algfis d’a fé , dando fe a efpiritosenganado- I.
~ rcs, e a doutrinas de Demonios. z.Peir.%.y
a Pela hypocrifia de faladores de mentiras, tendo cauterizada lud. vs. j S.
fua própria confciencia: bMatt.W
J Prohibindo cafarfe, [emwdwdo] abfterfe d’os manjares que *
'ZThejfi:^
Deus pera os fieis criou, e para os que a verdade conhecerão, pera
d’elles ‘ com fazimento de graças d ufárem. ,
4 e Porque toda criatura de Deus he boa, e naó ha nada que en- j. còr. io.‘
geitar, tomandofe com fazimento de graças. - 30. *
5 Porque pela palavra de Deus e [pek] oraçaó he fãnâificada.
6 Eftas couiãs a os irmaós propondo, bom miniftro de JefuChri- «?:?•
fio feras, f criado ’nas palavras da fé, e d’a boa doutrina, quelê-
guifte. ; 1
7 s Mas regeita as fabulas profanas e d’as velhas: c exercitate a £^£*7*
ty meimo em * piedade. e j:l4 j£
í h Porque o exercício corporal pera pouco aproveita 5 porem a g
piedade pera tudo he proveitofa, tendo as promeflas d’efta prefen-
tc, e d’a * outra vida.
9pa-i.TMt 4
14t 0
Ti#. 1:14. «5*9, * Ou j vtrtudt. bl.Cthjp%:i|. • Otu/írfwx,
474 I. EPISTOLA DE S. PAULOf/>
$ Palavra fiél, e digna de toda aceitaçaó.
10 Porque para ifto também trabalhamos, e injuriados fomos j
porquanto efperamos em o Deus vivente , que he o confervadór de
todos os homens, raayormente d’os fieis.
11 Eftas coufas encomenda e enfina.
íT/í.iiiç. & i Ninguém despreze tua mocidade ; k mas fé exem pio d’os fieis,
7.em palavra, em trato, em caridade, emefpirito, em fé , j ém
í.Eed.^y pureza.
>3 ’Nolér, exhortar, e enfinár infifte, até que eu venha.
* Ou , te ’4 Naõ * desprezes 0 dom que em ty eftá, 0 qual te foy dado pola
defiuides profecia , l com a impofiçaô d’as maôs d’a Anciania.
«f» dom. 15 Medita eftas coufas , ’nellas te * ocupa : peraque teu apro-
6*veitamento * a todos feja manifefto.
* j» 16 Tem cuidado de ty mefmo , e d’a doutrina : ’neftas coufas
e 19 • (j’ perfevéra. Porque fazendo ifto, te falvarás aífi a ty mefmo, co«
i.Tzw. 5: mo a os que te ouvem.
2.Tmb.i:ó. * Ouj eftá. *Ou,emtudo.

Capitulo V.
I Enfina 0 Afoftolo de come as .amoeftaçoens a as velhos e mancebos fazer fe de­
vem. J Manda honrar a as viuvas verdadeiras. 4 Mas a os filhos e netos
encomenda que a fitas viuvas e paes fiiftentem. 9 Defiréve entaõ a ida­
de e outras qualidades das viuvas que a 0 ferviço d’a Igreja aftas faÓj II Mas
quer que as viuvas moças a i]]o naÓ Je adnsitaõ. 14 E que fie cafiem. 17 Vens
defifois a os Anciãos> e afouta que honra lhes devamos. 19 taóbem acufa*
çoês contra elles nao recebamos fenaõ com teftimunhas* 21 Requeire diante de '
Deus e feus Anyos fanãos que ’nião nada faça por affeifaõ, 23 Quer taí*
bem que naò bêba mais fomente agoa. 24 E concilie com a declara^aõ de como
os Anciacs pcffaõ fêr conhecidos^

• Ou>«w-i a A * os velhos asperamente naõ reprendas, masamoefta


lho. d.xcomo a paes: a os mancebos, como a irmaós:
a Lev. 19; . as ye^as} Como a maés: a as moças, como a irmaás, em
5“* toda pureza.
3 Honra a as viuvas, que verdadeiramente viuvas iam.
, 4 Mas fe alguã viuva filhos, ou netós tivér, aprendam primeiro
10 fi 'a exercitar piedade para com fua própria -caía, « e a recompenlar a
Ma^t 15'4 ^eus Paes- P°rclue ifto he bom e agradavel diante de Deus.
Afárr.7.10. 5 f Ora a 4ue verdadeiramente he viuva , e fó deixada, em
v.fh. 1:1.2. Deus
. —A T I M OT H E Ò. Çap. V. W
Deus espera , e de noite e de dia em fuplicaçoés, rogos e oraçocs
perfevéra.
<5 Mas a que fua fenfualidade fegue, vivendo morta eftá.
7 Encomenda pois eftas coufas, peraque irreprehenfivcis fejaó.
8 e Porem fe alguém d’os feus cuidado naó têpa^eprincipalmen- f
te de [fius] domefticos, a fé negou, e peyor quê infiel hé.
9 A viuva fe elega naó menos quede íeflcntãannos, [r] qucmu-
lher de hum marido aja fido:
10 Tendo teftimunho de boas obras, fe filhos criou, / lê [<fc/i*ft*^*4:
ttamiKte] hofpedou, gfe os pés a os fanctos lavou, fe a os affligi- **
dosfocorreu, fe toda boa obra feguiu. a*
11 Mas às viuvas moças naó admitas: porque avendo fido lasci- £ fr-r. 7 íjí
vas contraChrifto, cafaríequerem: 44.
ia Tendo ja [fia] * condcnaçaó, por [fia] primeira fé aniquila-* Ou / fii-
dò avérem. •
1? E juntamente também aprendem a ouciofas de cala em cafa
andarem : e naó fomente oucioíàs, mas também h paroleiras, e
curiofas, filiando o que naó he decente.
14 Quero pois que & [viuvas] moças í íê cafem, filhos gerem, a » i.C*r<7*‘
cafa governem, fe] nenhua ocafiaó de maldizer, a 0 adverfario
dem.
15 Porque ja alguas após Satanás fe desviáraó.
16 Se algum fiel, ou alguã fiel, viuvas tem, íocorra as, è naó
fe carregue a Igreja , peraque fuftentar poflâ a as que verdadeira­
mente viuvas làm.
17 k Os Anciaõs que bem govemaõ, fejam efiimados por dignos :
de dobrada honra, principalmente os que cm a palavra c doutrina x ££
trabalham. Qda4-.6.
18 Porque a Efcritura diz: Ao boy que trilha, Za boca naó phd.v.i^.
amararás. E, m digno he o trabalhador de feuíàlario. i.Thejfat
19 Contra o Anciaó acuíàçaõ naó aceites, » fenaó com duas ou
tres teftim unhas. *3 *
i° Aos que pecarem, em prefença de todos osredargúe, pera- ,.
que também os outros temor tenhaõ. ± ‘ ’*
ai «Conjuro [te] diante de Deus, e d’o Senhor Jefu Chriíto, i,ç‘or.9:9.
• e d'os Anjos eleitos, que p fem prejuízo [■*&»»] efias couíàs guar- mLev. «?•
des , nada por afíêiçam fazendo. .13.
Ooo ai A Seieí- *♦ :
Luc. 10:7. »Dí«í.I9*I5. «Rflw.lt?. eyit* i.Cff. 1:1?. ™
elf.ít. Gaiat.l'.i«. íhtòp.ill, l.JheJfi.'. 1.IX6
eipus. , *
47« I. EPISTOLA DE S. PAULO
*2 q A ninguém aprefuradamente as maõs imponhas, nemempe-
cados alheyos comuniques : a ty mefmo puro te conlerva.
; 23 Naõ bebas mais [fomente] agoa , mas ufa [também] de hum
‘ pouco de vinho, r por caufa de teu eltamago, e de tuas frequentes
" enfermidades.
. 1: 24 / Mãnifeftos famd’antes de alguns homens os pecados, efe adi-
antaõ para lua condénaçaõ : e em alguns feguem também despois.
Io4: 25 Semelhantemente também as boas obrasd’antes femanifeítaõ :
e as que d’outra maneira lam , efeondér fe naõ podem.

Capitulo VI.
X Amoçfea ff Apofeolo a os fervos que a feus Senhores obedeças. y Defcreve os
Doutores faljos e encanadores e manda fugílos. 6 Exhorta para piedade > con­
tentamento j fugir d’a avareza, II E outras diverfas virtudes Chrifiaas»
Ig Requeire diante de Deus e de Jefu Chrifeo , que ifio afli guarde» 1$ E>
confederando a vinda de Chrifeo a 0 juizo, e a gloria de Deus , exalça os louvores
de Deus. 17 Enfena a os ricos como fe avem de avêr para com Deus e os ho­
mens y lo Avifa 0 outra vez com grande infeancia d''a doutrina falfea e engana­
dora» 21 E conclue a carta com a cosiuma da faudaçaõ»

*Eph.6\$. 1 a fervos tantos quantos debaixo de jugo eftáó, a feus Se-


Coloffe. 3 : nhores por dignos de toda honra ellimem , peraque o no-
,22-. me de Deus , e a doutrina, blasfemados naõ fejaó.
2 E os que Senhores fieis tem , naõ os defprezem , por irmaõs
'jj ’ ‘ferem: antes tanto mais os firvaõ, porquanto fieis e amados fam,
como [também] d’eíle beneficio participantes, lftoenfina e^exhorta.
3 Se alguém doutrina outra [algum] enfina , e com ás faãs pala­
vras de noffo Senhor Jelu Chriílo, e com a doutrina que he confor­
me á piedade, fe naõ conforma:
4. Inchado he, e nada fabe , porem tresvalía acerca de queítoés
# idTim. 1:
. e contendas de palavras: b d'as quaesnacem envejas, porfias, blas-
4 ’ femias, roins fofpeitas.
z.Tifx» 2: 5 f Perverfas contendas de homens corruptos de entendimento ,
23. c privados d’a verdade , cuidando que a * piedade ganancia feja :
Tit. 3 I9<♦ Apartate d’os taes.
< j.Cír.u: 6 d Grande ganancia he porem a piedade com contentamento.
16.
• Ou } vir­ 7 e Porque nada a o mundo trouxemos , e manifcíto hc que nada
tude* d^elle levar podemos.
dYrov. 15: I Tcn-
Utír.iy, tjtb.l-.ll. eV.1% P/ÍZ-49: 18.
À TIMO T II E O. Cap. VI. 4'7
? f Tendo porem fuftento , c * com que nos cubramos , g com *Cu >
cu-
ifio contentes eílejámos. bertura.
9 h Mas os que enriquecer fequerem, caem emtentaçaõ, e
laço, c [rw] muytas loucas enocivasconcupilcencias, que a osho- f p 2j-
mens em perdição e ruina anégam. ^^.6:25*
10 i Porque o amor d"o dinheiro he a raiz de todos os males: o i.p^/r.ç*.?.
que apetecendo alguns d^a fé fedcfviaraó, c a íi mcfmos com muy- ^Prov.n.-
tas dores fe traspafiaraó. 18,
11 k Mas tu, o homem de Deus, foge d'eftas coufas : c fegue a I5*
juftiça , a piedade, a fé, a caridade, a paciência, [ amanlidaó. yaco>, j
ix /Milita a boa milicia d’a fé: lança maõ d’a vida eterna , pera iExod. 23:
aqual também chamado es, e ja a boa confifiáõ diante de muytas 8.
teíbmunhas confeflafte. Detit- 16 \
1? w Mandote diante de Deus, « que todas ascoufas vivifica, ede *9-
Chrifto Jefu, o quediantedePoncioPilatosaboaconfifiáóteftificou : !
14 Que cite mandamento guardes fem macula [ej repreníaó,^2 Tim 2.
até o aparecimento de noíTo Sííor Jelu Chriílo:
15 A o qual a feu tempo moftrará p o bemaventurado e fó pode- lí.Tw. 1:
rofo Senhor, 7 Rey d’os reys , e Senhor d’os Senhores: 18.
16 O qual fó immortalidade tem, e em huã luz inaccefiível habi- $:
ta: r aquem nenhum d'os homens viu, nem vér pode: a o qual feja n^e'ut
honra, e potência fempiterna. Amen.
*7 A os ricos ’neíbe mundo manda, que altivos naó fejaõ, f nem i.Sam, 2:6.
esperança "na incerteza d’as riquezas ponhaó , íenaõ cm 00Matt- z-jx
Deus vivo , que todas as coufas abundantemente , nos dá , para ii«
gozar:
iS Que bem façaõ, em boas obras enriquéçaõ, de boamentere- •
partaõ, [e] comunicáveis fejaõ: ~ qApoc.^x
19 t Enthcíourando perafi mefmos hum bom fundamento pera em
o por vir, paraque a vida eterna alcançar poífaõ. <? 19:16.
20 OTimotheo, guarda o depofito, « tendo horror d"os profanos rtycod. 33:
e vaõs clamores, e d?as opofiçoés d’a falfamente chamada iciencia: 20.
Deut.4'.
xi A qual alguns profelíàndo , d’a fé fe delviáraõ. A graça feja
I.Ioa.4! IX»
comtigo. Amen. f Marc. 4. *
A primeira [Efiftal*'] a Timothco foy eferita de Laodicea que hc IS.
a Metropoli d’a Phrygia Pacaciana. Luc S: 14°
da f rimtira Eptflola do Açoftolo S, Paulo a Timothes- t Matt. 6:
2o.
OO o I S E- LwgH-3?.
f 16 : 9. ul. Tim. 1.4- e 4! 7» 2- Tim. 2 16. ; 14. e 3 ; 9.
SEGUNDA EPISTOLA
oo

APOSTOLO S. PAULO
A

TIMO THEO.

Capitulo!.
I Dtsfois d’a infcripçaS e cejlumadt faudaçaí, J Hecluret » .ApoStole feu grmdè
amor que para com Timotheo tem j e com fuas oraçoes por elle moftra > 4 Como
também a razao porque 0 ama 5 a faber > por amor de fua piedade em que defde
(ua meninice de fua avó e mae criado fora. 6 Amoefia 0 de a feus dons desper­
tar. j E naõ temer ou envergonharfe de oufadamente a 0 Euangelho pregar _> e
t9TAM-d'ifto affliçoenspadecer. 9 Defcreve por ijfoaexceUencia de noffd woca- '
çao e a utilidade d3ejfa doutrina. Iz E também feu proprio exemplo lhe pro-
poem. 13 Amoesta 0 também que a mefma doutrina por exemplo reter, e 3nella
firme effdr queira. 15 Tefiifica que todos os que de Afia em Roma com elle
eftdo fe d3elle apartdrai 4 I^Pois que Onefiphoro fielmente com elle ficara»
fWv *n IS E por ijfo roga a Deus que graciofamente wo galardar queira.

1 í 'l aulo Apoftolo de Jefu Chrifto, pela vontade de Deus, fe-


gundo a promefla d’a vida, que em Chrifto Jefu eftá:
(íGíZ.iij. JU 2 ATimotheo amado filhoj «graça, mifericor-
i.Tw5.i.-2. dia, U j paz de Deus Pae, e de Chrifto Jefu Senhor nofiò.
1 1 Graças dou a Deus, a o qual defde [meus] * antepaflados com
t>~ huã pura confciencia
tsom. 1.9. . ,« , . firvo,7 c como
. • de ty em
fem ceflàr lembrança
» Ou, pre- minhas oraçoes noite e dia tenho.
genitores. 4 Defcjando muyto vér te, lembrandome de tuas lagrimas, pe-
si.The/fv. ra de gozo me encher:
*• . 5 Trazendo á memória a fé naó fingida que em ty eftá, aqual
♦ 5 ♦Io- primeiro em tua avó Loyda, e em tua maé Eunicc habitou: e cer­
to eftou, que também em ty [Mir],
íPola-
A T IMÓTHEO. .Cap.I. ,
6 Pola'qual caufa te lembro, qúe defpertesodomdeDeus, d que dA&, 5: í. |
cm ty eftá pela impofiçaó de minhas maós. »í: 17. t ]
7 e Porque naõ nos deu Deus efpirito de temor, fenaó ] de es- * li •
forÇo , e de amor, e de moderaçaõ. t 6.
S /Portanto naõ te envergonhes d’o teftimunho denoíTo Senhor, ‘ r ,w' 4:
nem de my, g que feu prifioneiro íbu : antes participa em padecer • ai<
affliçoês com 0 Euangelho fegundò a potência de Deus: e Rom. $;
9 k> O qual nos falvou, e com huã fancta vocaçaó chamou: naó ,1Ç.
fegundo noflas obras, mas iegundo feu proprio propoíito, e graça,
que em Chrifto Jefu dada nos foy antes d’os tempos d’os feculos: 21 •
10 i Mas agora be manifefta pelo aparecimento de noflò Salvador t
Teíu Chrifto; k o qual a morte aniquilou5 c a vida e aincorrupçaõ, j, ’
•pelo Euangelho, â luz trouxe. • ,Ço^\ iJ.
i r l Para o que pofto eftou por Pregador, eApoftolo, e Doutor "P-híiem.
d’as Gentes. t <^».»9. ij»
ix Pola qual caufa também eftas coufas padeço : porem naõ me É,'®-_ ‘ I:|*
envergonho. Porque eu fei aquem crí, e certo eftou que podero-1$;
ío he pera meu depofito até aquelle dia guardar. a/
13 m Retem 0 exemplar d’as faás palavras que de my ouvido tens, Eph. 1: 9-
cm a fé e caridade que em Chrifto Jefu eftá. #3: 9-
14 Guarda o bom depofito pelo Efpirito fancto, que cm nosou- Cofof.v.it.
tros habita.
15 [Bem] Sabes ifto, # que os que em Afia eftáõ, de my todos fe 1
apartáraô: entre os quaes he Phygello e Hermogenes.
16 Dé o Senhor mifericordia á cafa de fOnefiphoro 3 porque 2:14-
muytas vezes me recreou, e de minha cadéa fe naó envergonhou: LA8.9. if-
17 Antes vindo clle a Roma, com muyto cuidado me buicou, e f 15: ’ •
[we] achou.
i8~ O Senhor lhe dé que para com o Senhor ’naquellc dia miferi-
cordia ache3 e quanto em Ephefo [»»*] ajudou, melhor o fabes tu. . >.
1. TM. a: 7. w 1. TM 5:14. » Aã. 191 ío. f a’ T/M:19.

Ca*
II. EPISTOLAVDE S. PAULO ♦

Capitulo II.
I Amoefta o Apoftolo a 'Timotheo , que, por homens fieis o PLuangelho promover s
3 £ afiliçoens por amor d3o mefmo padecér queira ; 4 Confolandõ 0 contra eUas
tom a comparaçaô de hum foldado , combatedòr^ e lavrador. 7 Amoefia 0 que
fuas amoefiaçoens bem confiderar» e 0 artigo d3a refurreiçaó d9a carne bem enlinar
queira. 9 Propoem lhe tachem para fua confòlaçao feu proprio exemplo s e o in-
falível galardaõ, que > despois d3a paixao » de Chrifto dado fera. 14 AmoePca
e que a palavra de Deus bem corte > e reprima as contendas em palavras > os
vaos clamores y e doutrinas d3os Apoftáticos ? e especiabnente as de Hymeneo e
Phileto 4 que a refurreiçaõ ncgdvao* 19 Pois ainda que d/gias descayao d3a
fé j todavia teftifica que 0 fundamento d3a eleição eterna firme esldy e juntamen­
te aponta d'onde de nofid eleição certos efíár pojfamos, 11 Amoeda 0 ultima*
mente que fogafl3os defejos da mocidade j d3as queftoens loucas e contendas y e
7 procure diverfas virtudes Chriflaãs que 3nhum Pafiór neceffarias faõ,

1 'yupois, meu filho , esforçate em a graça que em Chrifto Je-


•“■fueftá:
2 E 0 que de myentremuytasteftimunhasouvifte, * *encomen-
* Ou. cotí- da 0 a homens fieis, que fórem idoneos pera também a outros en-
fi» 0. finarem.
3 Tu pois, asaffliçoésfofre, como bom foldado de Jefu Chrifto.
4 6 Ninguém que milita em negocios d’a vitualha fe embaraça,
por agradar a aquelle que para a guerra p] regiftou.
*S- $ E fe também alguém milita, naõ hecoroado, ie legitimam en­
te naó militar.
cl. Cor. „. 6 c Trabalhando o lavrador, entaó primeiro d’os fruitos gozar
Io. deve.
7 Advirte o que digo: dé te porem o Senhor entendimento ern
tudo.
/z. Sam.-]\ 8 Lembrate que Jefu Chrifto d’os mortos refufeitou, o qual he
J1- d’a femente de David , fegundo meu Euangelho :
^xv 1" 9 e Sue as Pr^oens ’ como malfeitor, oprefibés pade-
j^att. r x" Ç° ' mas a P^vra de Deus naó eftá prefa.
Aã. 2: 3o. 10 Portanto tudo por amor d’os efeolhidos foffo, peraque tam-
e 13:23. bem elles a falvaçam alcancem, que cm Chrifto Jefu com gloria
R»m i:3. eterna eftá.
tEfbef^; n pa]avra fiél, < que fe com [?//?] morrermos, também com
rlílir... f vi viremos:
• “‘Se
A TIMOTHEO. Cap.II. VW
ta h Se fofrermos, também com reynarémos: i fe [«J fie- h f:
garmos, também elle nos negará: *7’
* Se infiéis formos, elle fiél fe fica: a fi mefmo negar fe naõ p^/j: 10.
P0(íe. . . , ,, ■ i.JWr.4t
14 Eiras coufas a memória traze, proteftando diante d o Snor, 13.
que contendas de palavras naõ tenhaó, [t/ue]' pera nada aproveitam, iMatt. 10:
[/òmo'] para perveriaó d’os ouvintes. - 3i-
15 Procúra de a Deus aprovado te aprefentáres, [w J obreiro
que naó [tem de ^ue] fe envergonhar, que bem e direitamente a pa-
lavra d’a verdade corta. • ÁjVKw/23:
16 l Mas a os profanos vaôs clamores te opoem : porque 19.
,£i«w<4»2 em [tnuyfa] mais impiedadeprofeguiráó.
17 É fua palavra como câncer comendo irá5 d’entre osquaesíàm . e9!
Hymeneo e Phileto:
18 Os quaes d’a verdade fe defviáraó, dizendo que ja a refufrei- • *4:7-
e 6:1o*
çaó feita he; e,a fé de alguns pervertem. » Tit: i: i4<
19 Todavia 0 firme fundamento de Deus [ewpé] eíW, tendo e 3: 9-
cfte fello : «O Senhor cotjhéceos que fcus fam ; e , qualquer que mloa. lo«
o nome de Chrifto noméa, de iniquidade fe aparte. 14.
20 » Em a grande cafà porem naó fomente ha vafos de ouro e de n Rom. 9 X
prata, mas também de pao e de barro j e huns pera honra, porem
outros pera deshonra.
21 Affi que íè alguém d’eftas coufas fe purifica, ferá vafo pera
honra íhn&ficado e idoneo pera uíò d’o Senhor , [/] pcratodaboa
obra preparado. „ 4.
22 0 Mas foge dos defejos d’a mocidade $ e fegue a juítiça, a fé, ■" ’*•
a caridade, [?] a paz com os que de puro coraçaó a o Senhor in­
vocam.
a? p E regcita as queftoés loucas e fem inftruçaó, fabendo que P1'™1, **
contendas produzem. , e‘í:.
24 E naó convém a 0 fervo d’o Senhor contender: fenaõ manfo Tir 3 >
pera com todos fcr, q apto pera enfinar , [/] a aos maos fuportár:
- 2f r Com manfidaó inftruindo a os que refiftem : íe porventura ».
Deus arrependimento lhes dé pera a verdade conhecerem: r : 1*
E a eípertar wrnárem d’o laço d’o diabo, cm que á fua von­
tade prefos cíiáó.
4U II. EPISTOLA DE S. PAULO
Capitulo III.
I Prediz e Apofiolo quaes homens e enganadores ‘nos últimos tempos fie levantara^ >
e amoefia a "Timotheo 4 evitar d’clles. 5 Enfina de como a os homens e efpeci-
almente a as mulkerinhas enganarão . 8 E que em refifiir a verdade a Jan-
nes e Jambres fimelhantes ferãõ. Io Amoefta 0 pera imitar feu exemplo em-
fuportar dias perfeguiçoeus j que todos os pios tem por efperar ; 14 E pera
ficar constantemente em a doutrina pura, que dtelle aprendido tinha j 15 Apon­
tando juntamente a perfeição , divindade . e multiforme utilidade d’a Efcritura
Sagrada, que desde fita meninice aprendera > ‘na qual e sta doutrina fundada efiá.

a i. Ttm. 4:1 4 T porem faebas, que em os últimos dias fobreviráó tempos


1. • * trabalhofos.
i.Pedr.us. 1 Porque averá homens amadores de fi mefmos, * avarentos,
lud.tf^refuntuofos, fobcrbos, blasfemos, desobedientes a paes e a maês,
T“«Tin^rat0S’ pr°fanos:
XX/Tv 3 Sem affecbo natural, irreconciliáveis, calumniadóres, incon­
tinentes, cruéis, fem amor pera com os bons:
4 Trahidores, temerários, inchados, mais amadores d’os delei­
tes , d’o que amadores de Deus:
* Ou, vir - 5 Tendo a aparência d’a * piedade, mas negando a efficacia d’el-
tuàe. la. b Também horfor d’eítes tem.
b Matt.ii: 6 c Porque d’eítes faó os que pelas cafasfe entram, e cativas levam
J7- . as mulherinhas carregadas de pecados , levadas de varias concupi-
sm 16 . pcencjas. \ -
1. The#.« 7 Que fempre aprendem, e nunca a o conhecimento d’a verdade
6. chegar podem.
Tír. 3:10. 8 E como Jannes e Jambres a Moyfes refiftíraó, affi também
z, íoã.vers cftes á verdade refiftem : homens corruptos de entendimento,
’0, > reprováveis quanto a fé.
c 9 Porem mais avante naó iráó: porque a todos feudefvario ma-
Tir-1:11. nifeíto ferá, como também 0 d’aquelles [0 J foy.
dExod. 7: 10 Porem tu feguido tens minha doutrina, modo de viver, in-
11, tençaó, fé, longanimidade, caridade, paciência:
e Afl. h> 11 ' [Minhas~\ perfeguiçoens, minhas affliçoés, taes quaes
50. "me aconteçéraó em Antiochia, em/lconia, cmgLyftra:
fAH. 14:1, quaes perfeguiçoés padeci 5 h e o Senhor de todas me livrou.
I A&- <4: ii i E também todos os que piamente em Chriíio Jcfu viver qui-
h & 14 ■férem ’ PerícgulSâó padeceráó.
20. 13 Mas
•£.C»r.i:io. ÍMatt, 16 ;%4. Luc.Z^-Zé .Ioã.T}'.14' Aã.1i'.ZZ, .
jr* f A T1MOTHEO. Cap.IV.
ij Mas os homens rnaos, e enganadores, em peyor avante ii’áq j L"
enganando, e enganados fendo. " ''
14. Porém tu ’nas coufas que aprendefte te fica, ef&rftò/}-
inteirado fofte, fabendo de quem aprendido as tens:
15 E que defde tua meninice as fagradas letras íòubefte: as quaes
te podem fazer fabio para falvaçaó pela fé que eni Chrifto Je-
fu ha.
16 k Toda a Efcritura he divinamente infpirada, e proveitoíape- r
ra doutrina, pera redarguiçaõ , pera correiçam , [*] parainftru-
çam em juítiça: *ÒmPr^
17 Paraque o homem de Deus feja perfeito [/] pera toda boa farado,
obra perfeitamente * inftruido. Q^armd»
do*

C A P I T U L O IV. <
I Exhorta Paulo outra vê.z cem grande zele a Timotheo fera fieu officio 4 em te-
das fitas fartes 3 fiel e confiantemente cumfrir♦ J Mofitrando quam necejfiario 0
he for caufa da malícia das homens > que em os temfos vindouros dverá. 6 Pre-
diz que de frefia morto fera, q E conjála a fi mefine com fiwaboa confidencia , e
com 0 galarddõ que elle com todos os de mais fieis do Senhor effêra. 9 Amoefia
0 também de virfe a elle* forquanto alguns 0 deixara õ, II È de a Marcos com
figo trazer, 13 Como taòbem fita maleta e livros. 14 Avifia odhumAlçxan^
dre 0 Latoeiro, que muytos males lhe fizera. 14 Queixa fie dos irmãos que em
fita frimeira defenfia lhe defiemfaráraõ* Y] Mas que 0 Senhor lhe afiifiira e
for esta vez livrara , li Confiando que for diante lhe auxiliaria* 19 E
.mandando faúdar a alguns 9 22 Concluo efia efislola com a cofiumada fauda^ao-.

I * f^onjuro [/e] pois diante de Deus, ed’o Senhor JefuChrífto,*Swz!;I:9'*


v'>que a os vivos e a os mortos ha de julgar em feu aparecimen- í?*,
to c [í?»]feuReyno: ' *
i Prega a palavra, infiftc em tempo e fora de tempo: redargue, e 1*1:31.
reprende, [?J exhorta com toda longanimidade e doutrina.
3 Porque averá tempo quando a faa doutrina naó fofreráõ: antes PtóZ 1x8.
tendo ’nas orelhas comicham, doutores fegundó fuas própriascon- i-Thef.tl
cupifcencias fc amontoaráó:
4 E \Jeus J ouvidos d’a verdade desviaráó, e ás fabulas fe torna- x* ♦ f** ’ *

5 Porém tu véla em todas as couíâs, fofre as affliçoés, cumpre •


a obra de Euangeliíia, jiaze que de teu miniâerio inteira cer-
za.aja.
Ppp ! ' *' < Por-
4?4 H. EPISTOLA DE S. PAULO
6 l> Porque * a my ja agora por afperfam de íãcrificio
14. cem , e ja 0 tempo d^a minha foltura perto eftá.
7 Bom combate combati, a carreira, acabei, [«] a fé guardei.
por ■
s <■ ’No de mais , a coroa de juftiça guardada me eftá, a qual o
*dejacnfi- Senhor, aquellejuftojuiz, ’naquelle dia me dará: e naófomen-»
cio offere- te a my, porem também a todos os que íèu aparecimento amarem.
ciao /òu. 9 Procura de prefto a my te vir.
c I.Car* ?> ♦ 10 Porque d Démas me defemparou», 0 prefente feculo amando,
e a Theflalonica fe foyj Crefcente a Galacia, [e] Tito a Dal-
I Pedr.ç*^
d C-olojj ,4; macia.
14. n e Lucas fó comigo eftá : Toma juntamente a f Marcos, e .
Pi lí0771. com tigo [0] traze: Porque pera o minifterio muy util me he.
vers 24. it ê Mas a Tychico a Ephefo [»J enviei.
etolojT.^X: ij Quando vieres, traze [ccm a maleta, que em Troas em
, I4> cãía» de Carpo deixei, e os livros, particularmente os persami-
c</<^4:io. 14 h Alexandre o * Latoeiro me * ocafionou muytos males: pa-
VtíUm, ' gue lhe o Senhor fegundo fuas obras.
iwi4. 15 D’o qual tu também te guarda, porque muyto a noflàs pala-
f vras refiftiu.
16 Em minha primeira defenfa ninguém * me affiftiu, antes to-
” dos me defemparáraó. [Ouxald j imputado lhes naõ feja.
*OU‘c,;Z- 17 Mas o Senhor me affiftiu, eme esforçou 5 peraquepormy
deireiro. d’a pregaçaõ inteira certeza tiveffe, e todas as gentes [/j ouviífem:
* Ou, e d’a boca d’o leaó livre fuy.
/>w,ou, 18 E o Senhor de toda má obra me livrará, e pera feuReynoce-
fez- . leftial me guardará: a o qual F/*/*! gloria *para todo fempre.
* Otwffíw- Amen.
gee e-.e. J9 gaúda a Z Priíca e a Aquilla, e á caía de Onefiphoro.
íicúlosJe 10 Erafto Ecou cm Corintho, e a Trophimo dixei doente em
Jeculos. Mileto.
íXr7.j8:a. il Procura vir antes d’o inverno. Eubulo, e Pudens, eLino,
Rom. 16:3. e Claudia, e todos os irmaós te faúdaô.
21 O Senhor Jcfu Chrifto com teu Efpiríto feja. A graça feja
com vofeo. Amen.
A fegunda Epiftola t Timotheo (o primeiro Bijpo eleito em Ephefo) foy ef-
• trica de Roma, quiudo Paulo a fegunda vez. a efar hJ ero aprefentado foy«
Fim & figundaFpifalA dt jtyojhh S* a
s âti-Tt ILPIS-
EPISTOLA »

DO - .jz*-"

APOSTOLO S. PAULO
A
T I T O. ✓
t-
A

Capitulo I.
| Desfois d*a infiripçao 3efias em que Paulo a dignidade de feu Apoflohdodestré*
<ve> $ Declara por que fim a Tito 3na Uha de Creta deixara , 6 E defcreve
as qualidades e os dons que fiem bo^ Doutor ou Bispo requerem* lo ^dmeefia
- o que a os fallad&res de vaidades e enganadores refida» e a boca lhes tape. 12 E
que a os Cretenfis > fenda homens maps fegundo o tefiimunho d3hum de Jeus s
froprios- Poetas, rigurofamente reprenda. 14 £ os amoede a fugir 3as fabulas
Judaicas e tradipens humanas > 1$ Principalmente tocantes a diverfidade d3os
tnanjares* ló E deferéve a hypocrifia deães enganadores > {era melhormente
fugilos»

I T""A aulo fervo de Deus, e Apoflolo de Jefu Chrifío, fegundo


B-J a fé d’os eleitos de Deus*, e o conhecimento d’a verdade ,
Jp,. que he fegundo piedade: . . .
a Em efperança d’a vida eterna, a qual Deus, a que mentir naó <2&w.ajt
pode, l> antes d’os tempos d’os feculos prometeu, mas a feu tempo 19-
a manifeftou.
i [ fibcr~\. fua palavra, peia pregaçaô e que confiada me he fe- ‘
gundo o mandamento de Deus nofiò Salvador; A *Tito [me»J ver- Efh.■ 1: 9-
dadèiro filho, fegundo a comum fé:
4 •
«?*• 9‘
4* Graça, miíericordia , [«J paz de DeusPae, e d’o SenhorJé~ Cblfyíi}&
. fu Chrifio, noilò Salvador. I.Pw&ili
5 Por efta caufa te deixei emCreta, peraque profeguifles em boa «a
Pop» ' ordem ***«*♦
rrr u* GaSat.l^
da.C>n«tt. *7:14. «Mjlí* ef/ijíX a.Zíw.i;».
ç ‘Viltluv (•ttwntfa ent cm. « ■

* 4 «

4
4«4 II. EPISTOLA DE S. PAULO
6 Porque * a my ja agora por afpcrfam de facrificio me offerc-
14. ccm , e ja o tempo da minha foltura perto efiá.
O.i3 eu ja 7 Bom combate combati, a carreira acabei , [e] a fc guardei.
agora por
asferjaõ
s í’Node mais , a coroa de juitiça guardada me efiá, a qual o
dejacrifi- Senhor, aquelle jufio juiz, Tiaquelle dia me dará: e naõ fomen­
cio ofere­ te a my , porem também a todos os que leu aparecimento amarem.
cido fou. 9 Procura de preito a my te vir.
c I. Cor. 9 ; 10 Porque d Démas me defemparou, o prefente feculo amando,
15. e a Thcflàlonica fe foy 5 Crelccnte a Galacia , [/J Tito a Dal-
r P<?</r.ç;4. macia.
d Colojj ,4:
14.
11 e Lucas fó comigo efiá : Toma juntamente a f Marcos Marcos , e
Pktlent. com tigo [o] traze: Porque pera o minifierio muy util me hc.
vers 14. “ • • a Ephefo
ix g Mas a Tychico ' Z j] enviei.
enviei,
e Colojf. 4: i? Quando vieres , traze [_com tigo'] a maleta , que em Troas cm
caía dc Carpo deixei 5 c os livros , particularmente os pergami-
1’:nhõs.'
3 /•
14 h Alexandre o * Latoeiro me * ocaíionou muytos males : pa­
Pl:il'em ♦ gue lhe o Senhor íegundo fuas obras.
Tfrr 14. 15 I)’o qual tu também te guarda , porque muyto a noflas pala-
vras refiftiu.
Colnjf. 4; 7. ]16 _Em ______
minha primeira defenfa ninguém * me afiiftiu , antes to-
d°s mc defempararaõ. J imputado lhes naõ feja.
17 Mas o Senhor me afiífiiu , c me esforçou 5 peraque por my
í/e/rezr®. d"1 a pregaçaõ inteira certeza tivefie, e todas as gentes ouviflem:I
* OU; W> e d’a boca d’o leaó livre fuy.
ftrou) ou , 1S E o Senhor de toda má obra me livrará, e pera feuReynoce-
,/í’Z. leftial me guardará: a o qual gloria * para todo fempre,
* ami­ Amen.
go eftéie.
19 Saúda a ? Prifca e a Aquilla, e á cafa de Onefiphoro.
Ou > por
feculos de 20 Erafto ficou em Conntho , e a Trophimo dixei doente em
Jeculos. Mileto.
*zí<?.l8:2. Procura vir antes d’o inverno. Eubulo, e Pudens , e Lino,
Rom.16', 3. e Claudia , e todos os irmaós te faúdaó.
22 O Senhor Jefu Chrifio com teu Efpirito feja. A graça feja
com vofeo. Amen.
A fegunda Epiftola a Timotheo (o primeiro Biípo eleito em Ephefo) foyef-
crita de Roma, quando Paulo a fegunda vez a Jefir N ero aprefentado foy.
Fim dd Jegunda Epiftola d o Apofielo S. Paulo a Timotheo-
EPIS-
ás 5
EPISTOLA
D O

APOSTOLO S. PAULO
A

T I T O.

Capitulo I.
I Despois d’a infcripçaÕ defta> em que Paulo a dignidade de feu Apoflolado descrê-
$ Declara por que fim a Tito 'na Ilha de Creta deixara , 6 E deferéve
as qualidades e os dons que fe em bom Doutor ou Bispo requerem» io Amoefa
o que a os falladores de vaidades e enganadores refisla> e a boca lhes tape. 11 E
que a os Cretenfes » fendo homens maos , fegundo o teflimunho d'hum de feus
proprios Poetas , rigurofamente reprenda. 14 E os amoesle a fugir d’as fabulas
judaicas e rradiçoens humanas . IÇ Principalmente tocantes a diverfidade dos
manjares. ió È deferéve a hypocrifa defies enganadores pera melhormente
fugi los.

I aulo fervo de Deus, c Apoílolo de Jefu Chrifto , fegundo


a fé d’os eleitos de Deus , e o conhecimento d’a verdade ,
que he lègundo piedade:
z Em efperança d’a vida eterna, a qual Deus, a que mentir naó a Num. 23:
pode, b antes d'os temposd'os feculos prometeu, mas a feu tempo 19-
a manifeílou. 2.77^.2:13.
3 [ A 'ab?r~\ fua palavra , pela pregaçaó t que conHada me he íe- *
gundo o mandamento de Deus noífo Salvador: A ^Tito [meu] ver-
dadeiro fiiho, lègundo a comum fé: 9.
4 ' Graça, mifericordia , J paz, de DcusPae, c d’o Senhor Je- Coloff»\-.z6.
fu Chrifto, nofo Salvador. í.Pedr, i*
5 Por eida caula tc deixei em Creta, peraque profeguifles em boa ^^,24
p PP1 ordcm
dlCor.iitz. <*7:14. et;6,ld Galat.ZAy eEph.V.Z, Coloff.i^z, í.Tim.V.Z.
â. Pedr. I; 2.
f z.T;z».i:ordem pôr as coufas que reftam, fc de cidade em ciaade
2, Anciaõs eftabelecefles, como ja te encomendei:
fi.Tim. j! 6 ‘ Se algum for irreprenfivel, marido de huã mulher, que te-
z. nha filhos fieis, que naó poíTaô fer acufadosdedifloluçaó, oudefo-
hedientes.
h Mjtt. i4i 7 Porque convém qy,e o Biípo feja irreprenfivel, h como difpen-
4$. feiro d’a caía de Deus., naó cabeçudo, nam iracundo, «namvino-
ganancia
i ”*' i: 8 Mas Zhofpedadór,amador d’os bons, moderado, juftô, fanâo,
i Lev. io.-?. continente:
E?h. $: x8. 9 Retendo firme a fiél palavra que he conforme a doutrina, pe-
k i. Tím ?: raque íèja poderofo, aífi pera com a faã doutrina amoeftar, como
x. para aos contràdizentes * convencer.
i. Pedr. 5: io m Porque também ha muytos desordenados, falladores devai-
l1. hm. V. -r * *
, ’ ciíam:
* Ôii,«»- 11 A os quaes convém a boca tapar j qúe » as cafas inteiras tras-
futar, ou, tornaó, enfinando o que naó convém, por torpe ganancia.
z* . _ "i i ji i /* t** i x"* \ -
refutar. i2 Dlíle hum d’elles, feu proprio Propheta: Os Cretenfes fem«
wyí<?.i$:i.prC fam mentirofos, beftas roins, ventres priguiçofos.
nMatt.ty. Efte teftimunho he verdadeiro. Portantoredargúeosaípera-
, ,.K mente, peraque fejam faós’na fé:

Colofívii. minados e infiéis nada puro he 5 antes feu entendimento econfcion-


1, Tim. 1:4. cia ambos contaminados eftáó.

• * 'Vr

CAPITULO II. 3^
X Amoefta Eaulo a T/^ que a faa doutrina bem propunha ? e enfine* Z
Velhos ? 3 Velhas. 4 E juntamente por elles a as moças e aos maxcebotfiiSoL
mofe avem de avér j exhortando os para ijfo affi por palavras 4 7 Çaq^^or fídS
Jeu proprio exemplo? em andar e^ viver. 9 Defpois tao bem a os fervos^efs co-*
wa fe avem de avér. 11 E acrecenta razoens que a cada qual pera piedade e fiao
todas virtudes Chriftaas mover devem3 tornadas affi do fim? para que Deus fe#
Euangelho nos manifefiou ? 13 Como d9a efperança d3o galardaO na vindade
Chrrifio? 14 £ da grandeza ? fruito e fim dlos beneficias de Çhrifio fios fiei*
tos j 1$ Querendo que ijlo fervorofamente fade e enfine.
X. .

.1 *T*u, porém , falia o que á faã doutrina convém:


i A os velhos que fejam fobrios, graves, prudentes, íàõs
’na fé, ’na caridade, [e] ’na paciência. ♦ ♦♦
3 A as velhas d’a mefma maneira , « que [axám] em hábito co- 4l jjw 4<
mo a fanétas convém, naô b calumniadoras, naô dadas a muyto vi- $>.
nho, [/wwí] meftras d’obem [fijaw]: ijP^.jíj.
4 Peraque a as moças enfinem a prudentes férem, a feus maridos £ i- Ti”>- 5‘
amarem, a amarem a feus-filhos: *3-
5 A férem temperadas, caftas, * caieiras boas, ‘ fugeitas a feus
maridos : paraque a palavra de Deus blafphemada naó feja. C^n.~
4 Exhorta femelhantemente a os mancebos que moderados fejaô. c GeS.
7 d Em tudo te dá por exemplo de boas obras, em a doutrina i. Cw.14:
[mo/tra'] incorrupçaó, gravidade, finceridade: . 34-
8 Palavra faã {_* J irreprenfivel: * peraque o adveríãrio fe enver-
gonhe, naô tendo mal nenhú que de vosoutros dizer: r jw/vi
9 f Aosfervos que a feus Senhores felugeirem, em tu-
. do agradem , naó contradizendo: n.
10 Naô defraudando, antes toda boa lealdade moftrando: pe- <•
raque em tudo a doutrina de Deus noflo Salvador adornem. ' i.Pafr.21
11 Porque a graça falutifera de Deus fc manifeílóu a todos osho-
wens*.
*i***Atò * ’ fEph. 6'
ia Enfinandonos, xque renunciando á impiedade, e h a as con-^^j.’^
cupifcendas mundanas,, vivamos ’nefte prefentcvmundo fobria, ju- x.
fia, epiamente. ‘ 1.1.
• ’ 3’ Aguardando a bemaventurada efperança, e o aparecimento 1. »*
d’a gloria d’o grande Deus e Salvador noíTo lefu Chrifto: J8;

x Tim, 1 ;■?. b J. Jtí. 2j 14. i 1. Cw. I; 7. Pbi/. 3:2«« -


4?s EPISTOLA DE S. PAULO .1
kG»l. 1:4. *4 £ O qual a fi mefmo por nosoutr.os fe deu , pera de todaini» •
«a: to. quidade nos redimir , e para fi mefmo purificar hum povo * parti-
E/é. $: t. cular , l zelador dc boas obras. ~
•Ou^*ro- btlla, c exhorta, c redargue * com toda autoridade;
' m Ninguém te defpréze.
* OUj em teJa; vertf. m I. Tim 4: 12.

C A P I T V L o III.
IAmoesia aTita > que a feus ouvintes efficazmente enfne > que a os fuperiores oíedé*
çaõ. % De ninguém blasfemem nem pendencio/òs fejaõ ? mas que pera com todos os
homens de ma?fidaò ufem 5 Propondo pera eíie fim 0 efiado corruptoem que an­
tes de fita converfai eftivéraõ* 4 È de como 3 e por qual finr^ tdeUepor Chrtfiç
livrados forao, $ Gpue de veras os amoefie de procurar as obras boas* lo Eaos
homens hereges regeite. 12 Manda lhe de vir a elle a Nicopolis* 13 -S de com
w mtyto cuidado a Zenas acompanhar. 14 ®ue os fieis fe enfinem de procurar as
obras boas, 15 E conclue a epistola com a costumada Jaudapao*

aiWt'':14 A moefbi os que a os Principados ePoteftades fe fugeitem, [Z&w]


' obedéçaõ , [e J aparelhados pera toda boa obra eltéjaó:
1. PeJr. 1: 2 De ninguém blasfemem , pendenciofos naó fejaó, ímo-
J3- deftos, c moftrando toda manfidam pera com todos os homens.
íPhZ.4 5. j « Porque também nos d?antes éramos nefeios, desobedientes,
errados, fervindo a varias concupifcencias e delicias, vivendo em
rft Cor 6 ■ malícia e enveja, aborreciveis, [huns a os outros aborrecendo.
it 4 Mas quando a benignidade e caridade de Deus noffo Salvador
Eph. 2-1. pera com os homens apareceu,
3:7. 5 e Naó pelas obras de juftiça, que ouveffemos feito, fmas fe-
i.Pí^-4 3. g)jrKj0 fua mifericordia t nos lai vou pelo lavatorio d’a regeneraçaó,
0 Rom 2 - n * do rr''; • r íl r
f > • c d a renovaçao d 0 Eipirito fanCto:
<0 .3
ra*? 6 6 A o qual em nosoutros abundantemente derramou por Jefu
e9'; ii. Chrifto noflb Salvador:
eii: 6. 7 Peraque lendo juftificados por fua graça, fejamos feitos her-
x:ií. deiros fegundo a elperança d’a vida eterna.
t: ?• s Palavra fiél , eifto quero que de veras amimes, peraque os
fjfél. 1$: qUC a pcus Crém, procurem de a boas obras fe aplicarem j efias
E»ife *• 4 coufas iaó boas e proveitofas a os homens.
rEph. 1:4. 9 i Mas refifte ás queftoês loucas, e ás genealogias econtenções 9
í.Tim. ij 9. e a os debates d’a Lcy: porque faó inúteis c vaõs.
AEsrrAjí. I® & 0-
= *5. MrW <4.7.
A T I T O. Cap. III.
lo k A o homem herege, defpois de huá, e outra amoefLacaó, i
*regeitao: - »17*’'
is Sabendo que o tal pervertido eílá, epécá, jaemfimefmo
condenado. . - %!■ 3 ‘
** Quando a Artemas, ou a / Tychico te enviar , procura vir. V

te a my a Nicopolis, porque lá deliberei invernar.


13 A Zenas Doutor d’a Ley, c a m Apollo com muyto cuidado
acompanha, para que nada lhes falte. z
n E aprendam os noflos também a aboasobrasfeaplicarem, pe-
ra os ufos neceflarios, peraque infruétuofos naó fejaõ.
iç Todos os que comigo eftáó te faúdam. Saúda tu a os que nos
amaó em a fe. A graça ieja com todos vosoutros. Amen.
a Tito? o primeiro Bifpo eleito d^a Igreja dbsCretenfes?
foy eferita de Nicopolis em Macedonía» 4
Fr» t# Epzfttla df & foulâ a Titi

EPISTOLA
D O I

X ~\aulo «prifioneiro de Chriflo Jefii, e o irmaõ Timotheo,4E?£.j;r.


A a Philemon o amado, c noíTo cooperadór: *4: i.
i Eá amada Apphia, e a £ Archippo noílò companheiro á c*tyT' 4 s
. d’armas, eáIgrejaf que cm ruacafaeflá: 'J£ .
3 Graça e paz ajaes de Deus noíTo Pae,. e d’o SenhorJcfu Chrifto. *
4 4 Graças dou a meu Deus, de ty fempre. em minhas oraçoens i*Ctr. «5:
me lembrando: 5 Ou- i?.
41. Tbef, i:a. t:3.

z
EPISTOLA DE S. PAULO
5 Ouvindo tua caridade, e a'fé que tens pera com o Senhor Je-
fus, e pera com todos ós fanétos:
6 Paraque acomúnicaçaó de tua fé feja efficaz ’na notificação de
todo o bem , que em vosoutros há por Chrifto Jefu.
7 Porque temos grande gozo e confolaçaõ de tua caridade , de
que por ty, ó irmaõ , as entranhas d’os fanéios recreadas foraó.
8 Poloque ainda que em Chrifto grande confiança tenha para o
que te convém te mandar:
5

9 [Todavia te] peço antes por caridade, ainda que tal eu feja, *
faber, Paulo o velho, e também agora o prefo de Jefu Chrifto.
* Co!ef.^ 10 f Peço te por meu filhoOnefimo, fque em minhas pri-
f i.cor.4: foés gerado tenho.
„ '*• iiO qual d’antes inútil te éra, mas agora a ty e a my muy util:
^#.4.19. Q 1 a enyjar rí(?-| torne;.
à '» Tu porem, * como a minhas entranhas, a receber 0 toma:
»'• 13 Bem 0 quiíéra eu comigo reter, peraque por ty ’nas prifoens
d’o Euangelho me fervifie :
14 Porém nada fem teu parecer fazer quis , peraque tua benefi­
cência naõ foflè como por força, mas como de livre vontade.
15 Porque bem pode fér que por iflo elle por algum tempo [/e
jyJ fe apartou, peraque pera fempre 0 retiveífes:
ió Naõja como áfervo, - porém mais que aíêrvo, \_a fiaram» a]
amado irmaõ, particularmente de my , c quanto mais de ty, aftt
em a carne, como em 0 Senhor?
17 Affi que fe por companheiro me tens, como a my mefmo a
rccébe.
*0u, amy 18 E fé algum dano te fez, ou «Ifftf] te deve, * á minha
e imputa, conta o poêm.
* Ou, com 19 Eu Paulo * de minha [frtfri* ] maõ o efereví, eu 0 pagarei:
eftammka _or tc naó dizer, que também ainda tu a ty mefmo a my te me
maOo s 1
deves.
*0u3fw‘- 20 irmaõ, goze eudety efie *prazer em o
t0’ Senhor: minhas entranhas em o SenhoT recréa.
21 Confiado de tua obediência te efereví, fabendoqueaindamais
d’o que digo farás.
lUebr.T.x. 22 E juntamente me aparelha também fpoulãda: porque elpéro *
hPhil.t^. jjç pOr voflàs oraçoens vos hei de fér dado.
iCoiog.^.^ Saúdam te»fepaphras, *mtucompanhciro’napriíãõemChri-
»

APHILEMON. Cap. I. 49v


a4 k Marcos, l Ariftarcho, « Dcmas, « {/] Lucas, meus coo- kA&.ii:
I

peradóres.
25 A graça de nofio Senhor Jefu Chrifto feja com voflb cípiríto. 4

Amen. _
Efcrita de Roma a Philemon, [e wtMii] pelo íervo Oncflmo. /
Vim £a Epiflola £o A^ofiol» S. Paul» » Pbilemt». -r
w ■■■-*'*" *»•

eiyií. C«/o(f.4;lo. wCo/»/’.4:i4 1.TiMUo, nCeleJf.^M^

epistola
<

D O

AOS

C A P I T V L O L
X TeSifica o- Apofilolo que Deus antigametâe hem fafiou peles prophetAS a os poeto
mas que agora nos fafiou a nos por fiiu Pilho» 2 Cuja divindade , magefiiadè 0
offcic hrevemetâe deficréve* 4 Prova despois de vários paffos de Velho Tefia~
menta 3 que a gloria do Pilho muyto a dos Anjos fòbrepafifia, $ ®%e throno
•divino e_ eterno tem, e fiobre todos fièus companheiros untado he. ig Come tam~
hem que 0 ceo e a terra por elle criados fiaõz e fie acabaria» mas que elle naôtem
principio nem fim , ij j£ que fio a dextrA de fie» Pae fio afifienta. 14 Ptirem
que toaos, os Anjos efipiritos adminijiradores fao.

* I vendo Deus antigamente muytasvezes, e em muytas ma- «


nciras, pelos Prophetas a os paes Édlado ) nos fellou a
nos em cites últimos dias pelo Filho;
Qsh *A *
.A "*
l-
49% EPISTOLA DE S. PAULO
i A o qual« por herdeiro de todas as couíàs conílituiu , <5 pelo
38- qual também o mundo fez.
pfcj*'Y.1 f O qual fendo o refplandór de [/««] gloria, e a *expreíTaima-
joS. 1:2. Sem de fua * peíToa, e fuftentando todas as coufas pela palavra de
j': 9_ fua potência , avendo feitópor fi mefmo a purgaçaó de noflos pe-
Ctloff.x: i6. cados, fe aflentou á dextra d’a Mageftade em’ as alturas:
iz.Cor.^^. 4 Feito tanto mais excelente que os Anjos, quanto dmais diffe-
fkil.z: 6. rCnte nome d’ó que elles herdou.
y Porque a qual d’os Anjos difle jamais: «Tu es meu Filho,
marc»in ^°Íe ce*&ere^ ? E outra vez: /Eu pôr Pae lhe fereí, e clle porFi-
frefía. mc fetá.
* Ou, Suè- 6 E introduzindo outra vez ’no mundo a o primogénito, diz :
fijiená», % E adorem o todos os Anjos de Deus. ,
ou.hypo- 7 E quanto a os Anjos, bemdizelle: h Queafeus Anjos eípiritos
? c a feus Miniftros lavaréda de fogo: z ,
p4/ í-9 8 Porem [qiunte} ao Filho [awj: »O Deus, teu thronoporfe-
v culos de feculos , Ceptro de dircitéza he o Ceptro de teu
Hebr. y. 5. Reyno.
A .Sam.-]-. 9 Amaftea juftiça, eaborrecefteainiquidade: Poríflo, oDeus,
14- teu Deus te ungiu com oleo de alegria mais d’o que a teus compa-
x.Chr. i%jnheiros.
$ 10 E : *Tu Senhor, ’no principio a terra fundafte, cos ceos
í P/í 101:4 °^fas de tuas ma-õs faô:
jP/. 45 z7. 11 1 Lhes pereceráõ, porem tu [/êm/re] permaneces: e todosel-
íP/i©a; les como * roupa fe envelhecerão:
26. 11 E como a manta os envolverás, e mudar fc haõ: porem tu es
^7p:«.o mefmo, e teus annos naó ceflàráó. -
a.Pfar.j: E a qual d’os Anjos difle jamais: «Aflentate â minha dextra,
• Ou at^ 9UC Pan^a a teus inimigos pôr efçabello de teus pés?
fiijò. I+ Porventura naô fam todos eípiritos * adminiftradores, envia-
m P/1 io; dos a fervir, por amor d’aquelles que a íalvaçam ham de herdar ?
s' ^5.1:34. l.Cír.l;:í5. Ep/?.l;3o. Híír.lo;!*.
s

Ca*
A 0 S H E B R E 0 S, Cap, II, 413
* á ' <

C A P I T V L 0 II.
I 7fof o Apofiolo j d3a doutrina da excellencia da pejfioa deChrifio^ 9no procedente
capitulo proptâa 4 hum avifo> que nos cuidadofamente para Jua palavra atentar^
devemos. 5 Adianta então e prova primeira mente a humildade » e despois Á
dignidade d3a natureza humana de Christo > com hum pafib do Pfilmo oitavo >
8 E. aplica 0 a Chrifio» II Prova de outros mais lugares d3o Velho Tefiamhntç
que elle dsa mefima natureza e dos mefmos movimentos com nofio participa >16 E
naõ com os Anjos. i? E ifio pera que fiél e miferitordiofiò pontífice por nos
fofe.

. i p ortanto nos convém atentar com tanta mais diligencia para as


' "*• coufas que ja ouvido [íeww j , peraque cín tempo algum a cf-
correr nos naó venhamos.
a Porque fe * a palavrapelos Anjos pronunciada firme foy, e^tc-
da tranfgrcílàm e desobediencia jufta rctribuiçam recebeu: GaZ. 3:19.
3 ‘ Como-efcaparcmos nosoutros, fe para huá tam grande falva- £ Gen. 19:
çaõ naó atentarmos? d A. qual começando a pelo Senhor denuncia-
da íér, confirmada nos foy pelos que ellê] ouvirão; 17 4
4 « Teilificando Deus ainda demais d’ifto juntamente (com c 12:
elles j com finacs, e milagres, e varias maravilhas , e deftribuiçoés 25.
d’o Efpirito fanâto, fegundo fua vontade. jLMstt.
5 Porque a os Anjos o mundo futuro naófugeitou, d’oqual[/ga- J7-
r<r j falíamos. Marc. I:
6 Porem em certa parte teftificou alguém, dizendo, fQue heo 14<
homem, qued’eUc te lembres? ou 0 Filhod’o homem, que o vi- ,0#'
fites? , . Z5.14:3.
7 Hum pouco menor que os Anjos o fizefte, de gloria e de honra #19: u.
o coroáfte, e fobre as obras de tuas maõs o eftabeleceíte.
> g Todas as coufas de baixo d’os pés lhe fugeitafie. Porque por • ?.
em quanto todas as coufas lhe fugeitou , nada deixou que fugeito MaL‘ 1 *
lhe naó feja: porem agora ainda naó vémos que todas as coulàs fu-
geitas lhe eftéjaó: . 27.
9 Vémos porem t> coroado de gloria e de honra a faseHe'] Jeíús, 1:22.
i que hum pouco menor que os Anjos fora feito , por caufa d’a pai- Z>^S.2:2$«
xam d’a morte: peraque pela graça de Deus por todos amortego-
flaíTe. .
10 Porque convinha, que aquelle por cuja cauíà fam todas as *
coufas, e por quem todas as couíãs íaó, á gloria a muytos
Q.qqz filhos,
494 EPISTOLA DE S. PAULO
* Oujíím- filhos trazia, por affliçoês a o Príncipe de íua falvaçaó * confa*
Jumaffe, grafle.
OU í ja?> 11 Porque affi o que fan&ifica , como os que fam fan&ificados,
ãificafie.
k Á&.YJX k todos de hum íãó: Por cuja caufa fe naó envergonha de irmaós os
26. chamar:
lPf.Xl‘.2^. i* Dizendo, / A meus irmaós teu nome denunciarei, ’no mcyo
w P/lS; 3. d’a Congregaçaó louvores te cantarei.
i? E outra vez: m ’Nelle minha confiança porei. E outra vez:
n Eis [ne] aqui a my, e a os filhos que Deus me deu.
14 Affi que por quanto os filhos d’a carne ed’ofangueparticipaó,
olod.i; 15. 0 tambcm elle d'os mesmos participou , /> pcraquc pela morte ani-I*
quilaffe a o que o império d’:a morte tinha, iíto
PMz:7. quilaflca " he,
" a o Diabo:
iy E livraffe a todos os que com medo d’a morte por toda a vida
Hoj. 13:14.. „ fugeitos á fervidáó eftávaõ.
•6 Porque ’na verdade a os Anjos naó toma, mas á femente de
2. nx 1: Abraham toma. » *

1©. 17 r Poloque convinha que em tudo a os irmaós íêraelhantefofiè,


_ •r 1• <”■ '1 n -r-» •
1R(?zt?.S:15. pera mifericcrdiofo e fiel Summo Pontífice fér ’nas coulas que pera.
rPhil.i\7. com Deus~ [fazer fe ~ pera os pecados d-’o povo expiar.
Hebr 4‘ 1$.
/ Hebr. 4 :
15 / Porque ’naquillo que elle mefmo, fendo atentado, padeceu t.
15.16» focorrer pode a os que atentados fórem.

C A P I T U L o III.
* A&ianta » Apofiol» a os ojfiàos àe Cbrislo-, elpectalmenie a oPropheticO e Sia'
cerdotálj toda via de caminho fimta-mente fadando de feu officio Peál 4 e começa
d o Prophetico* enfinando que elles a fita palavra obedecer devem. 1 Compara-
a Qhrifto com Moyfes^ edeclara que efie he tanto mayorque Moyfes j quanto
mats mayçr 0 edificador da cafa hej que a ca[a j $ E 0 filho dd cafa , que 0
fervo. 7 Conforta fua amoefiaçaõ com a igual amoefiaçaÒ de David a os ifraé-
litas d 0 PJalmo xcv. 12 E avifa a os fdebreos que a fius coraçoes também
naó endurécaò-i 14 Mas confiantemente *na féfiquem. 15 Explica 0 pafio ale~
gado do ?Calmo > e a os Hebreos o aplica, 17 E avifa os que. 0 Exemplo de
fua desobediência delles nab figaõ, pera que tachem do mefmo cafiigo com elles
nab participem.

1 poloque, fànébos irmaós, participantes d’a vocaçaó cele-


4: ftial, eonfiderae a o Apoftolo e a Summo Pontífice de noffii
confiffiaó, Chriíto Jeius:
«: • i°' 1 Fiel lendo a o que oconfeuiu, í como tambcmMoyfesemto-
eǑ. jy.dafua caia.
3 Por-
A 0 S H Ê B R E O S. Cap.III. ’ m'
3 Porque eftimado he efte por digno de tanto mayor glória que
Moyfes, quanto mais honra tem, queacafa, aquelleque a edificou.
4 Porque toda cafa por alguém edificada he: «porem o que to- f♦
das eftas coufas edificou , he Deus. í
5 E bem foy Moyles, como íervo, em toda fua cafa fiél, ^em
tcftimunho d’as coufas que [«/e/ptfwj fe aviaó de dizer: 15*18 ’
6 MasChrifto, como Filho, fobrc fua própria cafa j e cujaçaíà e i.Cmi:
nos fomos, f fe tam fomente a confiança, e a gloriaçaó d’a elpe- 16.
rança, firme até o fim retivermos. eá: 19.
7 Portanto, como diz o Eípirito fanâo , giHoie, fe fua voz ou-
virdes: , ;
S Nam endureçaes voíTos coraçoés, £ como em a irritaçaô ,/no^py^.y ■
'dia d’a tentaçaó , em o deferto: - neír. 4:7.
9 Aonde voffos paes me atentáraó: meprováraõ, e minhas obras h Exoã.iy.
. por quarenta annos víraó. «
10 Por onde contra efta geraçaõ me indignei, e difle: Sempre
em feu coraçaõ érraó, e meus caminhos naó conhecerão.
11 »Afli que em rainha ira jurei, * Que em meu repoufo naó en- iNum. 14:
traráó. ai«.
u Olhae, irmaõs,’ que nunca em nenhum de vosoutros hum * -I:34*
mao e infiel coraçaó aja , pera d’o Deus vivo fe apartar : ct? w» *
13 Antes cadadia huns a os outros vos exhortae , entretanto que re^ujà
Hoje-fe noméa : paraque nenhum de vos fe endureça por engano entrarem.
d’o pecado.
14 Porque participantes de Chrifto feitos eftámos, fe porem até
0 fim 0 principio d’efte firme fundamento firmemente retivermos :
15 Entretanto que fe diz: k Hoje fe fua vozouvirdes, naó endu- iHeír.37.
reçaes wfios coraçoês, como em a irritaçaó.
iá Porqueavendoa alguns ouvido, irritáraõ> poremnaó . ,
todos os que por Moyfes de Egypto fahíraô.
17 Mas com quaes por quarenta annos fe indignou? Naó foypor ,
Ventura com os que pecaram, / cujos corpos no deferto cabirao ? <
xí »E as quaesjurou que cm feu repoufo naó entrariam, fenaó a pA0($.ló-
os que desobedientes foram ? 1. Cor. io*
i? E vemos que entrar naó pudéraõ por caufa de fjia j incredu- j0.
• EdadCi M. vs. ç.
mDest.lt
* 31-
Qqq 3 Ca-
i
W EPISTOLA DE S. PAULO

CapitvloIV.
j oidianta o .dpi)(leio ,na exhertaçab pera obediência d'o Etsangelha 5 t ãmfa OS
cem 0 antecedente exemplo d?os Ifraelitas ■> que por caufa de fua desobediencia ’nO
repoufo de Deus »«í entrárai. 4 Prova que 0 paffo d’o Pfalmo XCV. d‘o re­
poufo d'o fetimo dias naê fe entender pode , 6 Nem taõ pouco d‘o repoufo ‘na
terra de Canadn , 9 Porem de outro repoufo , que pelo precedente prefigurada
foy. 12 Conforta fua amoestaçaõy defcrevendo a penetrante effcacia d1'a palavra
de Deus j 13 E a omnifciencia de Christo. 14 E vifio que Chrifio he 0 Filho
de Deus j e 0 grande e fiel Sumo Pontífice j 16 Exhorta os que com ftrtne cenr-
fiança feu acolhimento a elle tomem.

1 Temámos pois que, deixada em algum tempo a promeíTa de


* em feu repoufo entrar, naõ pareça que algum de vosoutros
atrás fe fique.
í Porque também anos euangelizado nos foy, como também a
elles: mas a palavra d’a pregaçaó nada lhes aproveitou, porquanto
com a fé mefturáda naó efláva ’naquelles que-a ouvíraõ.
3 Porque nos , os que ja cremos, ’no repoufo entramos , como
<t Pfiyt'-IL diíTe : « Portanto em minha ira jurei, que em meu repoufo naó en-
traráõ: pofto que ja [fuas ] obras defd’a fundaçaó d’o mundo acabadas
eftiveflêm.
b Gen. 1: 2. 4- Porque aíTi, em certo lugar , d’o fetimo [dia J diíTe; b E re-
Fxod. 20 : poufoú Deus de todas fuas obras a o fetimo dia.
ii- 5 E [ainda] outra vez ’nefte • Em meu repoufo naõ en-
eji:i7. traráó.
6 Affi que pois refta, que alguns ’nelle entraó, e que aquelles,
a os quaes primeiro euangelizaào foy, por cauía d’a defobediencia
naõ entráraó:
7 Outra vez hum certo dia determina, [a faber] Hoje, dizendo
rP/9,-: 7- por David, tanto tempo defpois: (como ditohe) ^Hoje, fe fua voz
*Q-d.fO-
Âi7- ouvirdes: nao endurecaes
__ _ ______

_ . »
voflbs coraçoes.
,

_
. »

/-■
[ue. J 8 Porque fe * Jefus a o repoufo introduzido os ouvéra, deípois
d’iflo de outro dia naõ fallára.
5> Affi que ainda hum repoufo pera o povo de Deus refta.
10 Porque aquelle que em feu repoufo entrou, o mefmo também .
de fuas obras repoufou, como [também j Deus d’as fuas.
11 Procuremos pois de ’naquelle repoufo entrar 5 paraque nin­
guém ’no mefmo exemplo de desobediência cáya.
X2 Por-
A OS HEBREOS. Cap.IV. ■ ( «V
12 Porque a palavra de Deus he viva eefficáz, e mais * pene-* O® ’íír*
trante dd’o que efpada alguâ de dous cortes, e * penétra até adivi- Jg. 7/7 .
faó d’a alma e d’o efpirito , e d’as conjunturas, e d’os tutános, e II(
he juiz d’os penfamentos e imaginações d’o coraçaó. jfiy. 49 • t.
H e E riaó ha criatura alguâ * encuberta diante d’elle : antes to- Eph.i-, 17.
das as coufas nuas e patentes eftám a os olhos d’aquelle com quem * Ou,
0 negocio avémos. »n,ou5«Z-
14/Afii que pois ja hum Summo Pontífice temos, fater j a Je-
fus, o Filho de Deus, que pelos ceos penetrou, firmemente eíta ''
confifiaô retenhamos. vifivel,
15 z Porque [w] Summo Pontífice naó temos, que de noflas fHebr-i-.t.
fraquezas compadecer fe naó poífa : h antes \_btm taí} que , como «s: 10*
nos, em tudo atentado foy, excepto «pecado. i.
16 Cheguemos nos pois com confiança k a o throno d’a graça, e 9. : II.#
peraque mifericordia. alcançar poflâmos, e graça achemos pera
tempo oportuno focorridos íermos. PfàlA'. f*
■ilfiy.^9, x.Cw.$:m. zz. i.foã. j:5. kRom.3:zç.

Capitulo V.
I Avendo 0 Apostolo declarado 0 oficio prophetico de Chridio , adiantei em declarar
fiti oficia Sacerdotal > e relata as propriedades que ’no SumoPontifice Ji neces]i~
tao ; 4 Como ede taibem legitimamente a iffo deve fér chamado. 5 Tejlifict
que Chriflo a ijjo fegundo a ordem de Jtfelchifédec de feu Pae chamado hê. "] E
•que em os dias de fua carne oracoens e fuplicapoens offerecéu. 9 E que afi 0
Autor de nofa falvapaõ, e 0 Sumo Pontífice feito he. 11 E vifto que d*o my-
Herio de Melchtfedec mais largamente tratar queira , desperta para ifb feus co-
raptens dedes'■> 11 Porquanto muytos delles ainda ignorantes éraõ , è tomo me­
ninos mais deleite, que de mantimento firme} como perfeitos, necesfitávao.

J porque todo'Summo Pontífice d’cntre os homens tomado,


* cm lugar d’os homens fe conftitue ’nas couíàs que pera com *
Deus haõ de fazer}, peraque prcfcntcs, dons c facrificios polos i,tTnettt'
pecados offeréça.
a que convenientemente d’os ignorantes e errados compa­
decer fe poflà: pois também elle mefmo de fraqueza rodeado eftá.
3 E por caufa d’efta [fiaquesa] deve elle, « affi polo povo, como < (K?.
também por fi mefmo, polos pecados offcrcccr. : 6;
OjftPTeJKÍrW
4# • EPISTOLA DE S, PAULO
íi.ChrMl 4 E ninguém efta honra fe toma, fenaó o que de Deus he cha­
16- mado , « d’o mefmo modo que Aaron.
tLxook iS;
5 Affi também Chrifto a íi mefmo fe naó glorificou , para Sum-
i.chr. 13; Pontífice ie fazer 5 mas aquelle que lhe uifle : *<.Tu es meu Fi­
ir • lho , hoje te gerei.
^7.1:7. 6 Como também em outro [/»£<«>•] diz : * Tu es Sacerdote eter-
Atf. I namente fegundo a ordem de Melchifedec.
Herr. 11
7 f O qual em os dias, de fua carne offerecendo com grande cla-
s Pf IJo:4.
-- 0-- c fuplicacoés a o que d’a morte livrar o
H^r.7:s7.‘ mor e- ■■lagrimas oracoés
Watt 16: podia , e lendo ouvilo _ac>rca~\
[ de [/«J medo,
y\9. ' ‘
8f g Ainda que o Filho éra [tetíawa] aprendeu obediência pelas ,
e 17:46. coufas que padeceu:k

50. 9 E fendo elle confagrado, cauíã d’a eterna íalvaçaó feito foy a
jca 17:1
’ todos os que lhe obedecem :
10 E nomeado de Deus [pw] Summo Pontífice fegundo a ordem
de Jvlelchifedec.
11 D’o qual temos muyto que dizer, e difficil de declarar: por­
quanto negligentes pera ouvir vos fizeftes.
h í Cor. y. ti h Porque avendo ja de ler meítres, vifto o tempo, ainda ne-
ceffitaes de que a cníinar fe vos torne quaes fejam os primeiros prin­
cípios d as palavras de l^eus. e vos tendes feito , que
de leite neceffitaes , e naó de folido mantimento.
i? Porque qualquer que d’o leite participa, experimenta­
do ’na palavra d’a juíliça naó eftá: porque [aíst/a] menino he.
i* Mas o mantimento folido he d’os perfeitos, os quaes polo
coftume, ia os fentidos exercitados tem, para diftinçaó affid’o bem«
como-d’o mal.

Ca*
tfr

A OSHEBREOS. Cap. VÍt


« ■>
I

C a pi t ulo VJ.
I Teítfica » Apofiolo que á perfeiçai adiantar quere*, e nao tratar tf prifinte -
d?os primeiros princípios d’a doutrina Chrifiaã, sujos principaes pontes breve­
mente relata. J Mas que toda via em outra t:afiai nec deixará d‘e faceio*
4 Porquanto impojfivel he que , os que vem a defcair d‘elles , despois afie os
dons do E/pirito gofiáraõ, outra vez para eonverjaõ renovados fejaõ. 7 O -que
declara pela comparaçaõ dá terra fértil e efieril. 9 Tefiifica qued’os fruites de
fua caridade melhor fentido d‘edes tem. II Porém que ijfo diz pera defpertá- .
los para diligencia, e mais firme ejperança em as promeffas de Deus j lt Por­
quanto Deus nai Jomente as deu por palavras , mas taõbem por juramento a
Abraham , e fua femente , as confirmou, 16 O qual juramento entre os ko~
• mens he 0 fim de toda contradiçaõ, quanto mais pois para com Deus , que men­
tir nao pode. I? Poloque que nos noffa efperanpa , como a ancora dia alma ,
‘no ceo afirmar devemos, lo Aonde Chrifio noffo Summo Pontífice por çosou- **
tros entrou.

I poloque deixando o * principio d’a doutrina de Chrifio, proffi- ^fiospri-


gamos a diante até a perfeição ; naó tornando a pór o funda­ metros
funda­
mento d’a converfaó d’as obras mortas, e d’a fé em Deus : mentos d9#
1 D’a doutrina d’os Bautifmos, e d’a Impoíiçaõ d’as maós, c doutrina.
d’a refurreiçaô d’os mortos, e d’ojuizo eterno. Çhriftaã.
3 E ifto [tombem] farémos, a fe [he que] Deus o permitir. a Aã. li:
4 h Porque impoflivel he, que os que ja huá vez illuminados fo- XI.
raõ, o dom celefiial goftáram, e d’o Efpirito fanôo participantes l.Ccr.W<
Iacefafr1
feitos foraó: éMatíãK
5 E a boa palavra de Deus, e as potências d’o íèculo futuro go-
fiáraó: V-
Hebr, Io *
<5 E a recair vierem, fejam outra vez renovados para converfaó; 16.
pois affi, * quanto a elles, outra vez a o Filho de Deus crucificaô,
* Ou, para
e * a vitupério o expõem.
fi mesrw.
7 Porque a terra que a chuva , que muytas vezes fobre ella vem, •qíw,k^_ I

embébe, e erva acomodada prodúz pera aquelles porquem também camente tf


• lavrada he, a bençaô de Deus recébe. infama*:
8 Mas a que elpinhos e abrolhos prodúz, reprovável , e
perto d’a maldiçaó [ofi* ], cujo fim para a queima he.
• 9 Porém dè vos, ó amados, melhores coufas confiamos, c che­
gados áfalvaçaõ, aindà que affi fãllámos.
í« t Porque naó he Deus injulto, pera de vofíà obra fc esquecer, c pm. j- •
Rrr ed’o 31:
,:, Jf .< •‘ -
Matt. lo; qi. e 25: 40. Man. 9:14. Jm. 13:20 •
"*• T_.
r ■

X /
-«• • v

EPISTOLA DE S. PAULO
c d’o trabalho d’a caridade, que pera com feu nome moftraíles,
cm quanto a os fanéhos miniftraftes, e [ainda] miniftraes.
ii Mas defejamos que cada qual de vosoutros o meímo cuidada
moftre, pera inteira certeza d’a efperança, até o fim:
Oiu froi- ii Peraque * negligentes vos naõ façaes, mas imitadores fejaes
xos 1 ou’ d’os que por fé e * paciência as prorneflas herdam.

í/r.ou, pliçando te multiplicarei.


^ciente 15 E afii, efperando com paciência, a promelTa alcançou.
espéra. I($ pOrque bem iuraó os homens por "algum] mayor T w ífel, e

e x * j
i/*Ern
' -------- o que,
v. j querendo
i Deus mais abundantemente a immuta-

TC ic$: 9. bilidade de feu confelho a os herdeiros d’apromefTa moftrar, fe en* .
Luc. 1:75. trepós com juramento:~
eExod.ií’. fg Peraque por duas coiifas immudaveis, em que he impoffivel
que Deus minta , firme confolaçaó tenhamos, [a fabsr m] os que
noífo refugio tomamos em a propofta efperança reter:
19 A qual como [por] huâ fegura e firme ancora d’a alma temos,,
e que até dentro d’o véo entra:
on Amri,- nnr nnc Mifrrw r^ff] precurfór Jefusf eternamente
C A P I T U L O V11.

I Pelata o Apojlolo primeiramente a hifloria. de Melchijedec • 2 Juntamente cm


alguas outras propriedades em que a o Filhe de Deus femelhante foy* 4 Exalça
ojòbre Abraham porquanto Abraham e por conjeguinte Cai bem Levi dizimos lhe
deu j e tile a Abraham abençoou, 11 Prova que a perfeição em o Sacerdócio Levitico
nao efteve > porquanto Jegundo a Profecia de David 9 outro Sacerdote Jegundo a
ordem de Melchijedec fe avia de levantar, A faber? nojfo Senhor? quenaê
he dd Tfibu de Eevi ? porem dfa de Juda. ió Cuja Ley naô feria fraca nem
mudável 5 mas immudavel e perfeita. 20 Sacerdócio por ijfo taobem com
juramento confirmado foy. 2J JE fempre dura ? porquanto elle' fempre vivei
2$ Polo que taobem a os feus perfeitamente falvar pode. 26 E de tudoifJecQn-
clue a gloria e dignidade de nojfo Summo Pontífice. 2TJ E a perfeição de feu.
• Jdcnficio hua vez festo.

1 * Dorque efte Melchifedec éra Rey de Salem, Sacerdote/d’o àWot. r-4:


Deus altiffimo , o qual a Abraham a o encontro fahiu tor- iS.
nando elle * d’o eftrago d’os Reys, e o abençoou: * Ou> * *
2 A o qual também Abraham os dizimos de tudo repartiu: epri-
meiramente fe interpreta Rey de juftiça j e defpois lambe m Rey
4c Salem, que he , Rey de paz: |
3 Sem pae, fem maé, fem genealogia, nem tendo orinctpio de
dias, nem fim devida: mas fendo feito femelhante a oFhjhodc
Deus, pera fempre Sacerdote fe fica. 1
4 Confiderae agora quatn grande fuy efte, a o qual até Abrahata
o Patriarcha também os dizimos d’o defpojo deu. \
5 Eos qued’entre os filhosdeLevi o Sacerdócio recebem, í bem jj.
tem elles preceito de a o povo fegundo a Ley dezimárem , ifto he, u.
a feus irmaós, ainda que d’os lombos de Abraham fahiíTem. Deut.ifyL.
6 Mas aquelle que [f™ ] genealogia d’elles naó tinha , c a Abraham I4; 4.
dezimou, c a o que as promeílas tinha abençoou. a.cZ>r.?i:y.
7 Ora , fem contradiçam alguâ, o menor d’o mayor bendito he/ M*
8 E bem tomaó aqui os dizimos os homens que morrem : mas lá
aquelle, d’o qual fe teftifica que vive.
9 E, poraffifallar, tambémLevi, que os dizimostoma, cm
Abraham dezimadofoy:
. io Porque ainda elle ’nos lombos d’o pae eftava , quando Mel-
chifedcc a o encontro lhe fahiu.
»i i Affi que fe em verdade a perfeição pelo Sacerdócio Levitico
fora: íporauc debaixo d’clle recebeu o povo a Ley) que mais ne- ai.
Rrr » ceífidade
çol t*" EPISTOLA DE S. PAULO
ceílidade avia de que outro Sacerdote fegundo a ordem de Melchi­
fedec fe levantafle, e quefegundo aordemde Aaronditonaõ foíTe ?
i - Porque mudando fe o Sacerdócio , neceflariamcnte também,
mudança d’a Ley fe faz.
Porque aquelle de quem eftas coufas fe dizem , a outra tribu
eI/i •if Pertence> d’a quai ningué a o altar fe achegou.
ilatt, i- 2 14 Vifto fér notorio, « que noflo Senhor de Juda procedeu , fo-
'J'bre a qucd tribu nada Moyfes d’o facerdocio fallou.
15 E ainda muyto mais notorio he, feoutro facerdpteá fe-
melhança de Melchifedec fe levantar.
16 O quaíl fegundo a Ley d’o mandamento carnal feito naó foy,
fenaó fegundo a virtude d’a vida incorruptivel.
17 Porque [<?//«] tellifica elle : /Tu es Sacerdote eternamente '
tiebr. 5:6. íc Tundo a ordem de Melchifedec.
* Porque a anulaçaó d’o mandamento precedente, por cauíàdc.
fua fra queza e inutilidade fe faz.
f Aa- 13: 19 1 Porque a Ley nenhuâ coufa aperfeiçoou: b fenaó a introdu-
•Ríw. v as Çam ^uá rne^or eípcrança , pela qual a Deus nos chegamos,
eS. , * 10 E por em quanto fem juramento [feita] naó [fiy]:~
a.

Gal. t _• i/ (porquq bem foram aquelles fem juramento Sacerdotes feitos:


b 21 Mas efte com juramento, por aquelle que lhe dilfe: i Juróuo
3:'i. Senhor e naó fe arrependerá , Tu es Sacerdote eternamente fc-
3 /iio;4. gm/do a ordem de Melchifedec).
- De tanto melhor concerto foy Jefus feito fiador.
23 Eaquelles em verdade muytos Sacerdotes foraó, porquanto
pela morte fe lhes impedia o permanecerem:
24 Mas elle, porquanto eternamente permanece , tem hum Sa-
' cerdocio intraníitorio.
k1 r Portanto também perfeitamente íàlvar pode a os que por elle-
c 2: a Deus fe achegam, vivendo fempre k pera por elles interceder.
1-7«^2-i 10 Porque tal Summo Pontífice nos convinha, fan&o, innocen-
’ ’ te , immaculado , apartado d’os pecadores , c feiro mais fublimc
que os ceos:
/ * 27 Que, como os Summos Pontífices, naó neceflitaflè de l ca-
<°ló,
Heitr 6- dadia facrificios por feus proprios pecados primeiramenteofferecér,
*O|U"J! • [ e] defpois polos d’o povo : porque ifto fez elle huá vez offcrecen-
y? ' 7M
dole a fi mefmo.
• 28 Porque a Ley por Summos Pontífices a homens * fracos con-
ílitue: mas a palavrad’ojuramento, quedefpois d’aLey [/í;^/^j,
a 0 Filho [íwtífrftíe J, que pera fempre confagrado foy,
C A*
AOS H E B R E O S. Cap. VIII.

Capitulo VIII.
I 'Relata 9 Apofiolo > dia que ja provado he ■> quAm excellente fymiM Tontifte te»
mos. 3 £ qual facrifitio lhe neceffaria êra. 4 Vrowa que fiu ministério nao
avia de jér eomo 0 d?os outras Sacerdotes , que d fombra aqui 3na terra ferviao 4
mas que avia de eflár :no ceo fegundo a. 0 molde celestial. 6 Defiréve desfois
. a excellençia d’o concerta novo dl o qual eUe Medianeiro he. S £ relata d*o
Cap. xxxi. de Jerem. a inflituipao». e as promejfas dlelle. XJ E ttnclue dlahi
que 0 Velho desfeito he.

1 Q ra a fumma d’o que falíamos he, [ çuej a hum tal SummoPon- „


LU1LC temos,
^tifice LCWUJ y *^que
L|UC aífentado eftá 4á UCAirii
411CHL4UU C1LU dextra d ’o throno
UO LUrOJK) d ’a t^dl
Ql f 4? M*
'Mageftadeem os ceos, «6:20.
2 Miniftro d’o Sanâuario, e verdadeiro Tabernáculo, o qual o «9t 1T*
Senhor fundou, e naó o homem. *
$ Porque todo Sutnmo Pontífice he conftituido pera prefentes e
facrificios offerecér: « poloque neceflârio era que também efte cEfh.^l
veffe coulá alguã que offerecefle. '
4 Porque fe [amda 3 ’na terra eftivefle, nem tam pouco Sacerdo­
te feria , avendo ainda Sacerdotes que fegundo a Ley prefentes of-
fereçaó: .
5 d Os quaes a o exemplar e á fombra d’as coufas celeftiaes ter-d Cofofl\íi
vem, como Moyfes divinamente avilâdo foy, # eftando ja para o V*
tabernáculo acabar. Porque olha, diz , que tudo faças conforme
* á forma que ’no monte fe te moftrou. tExtd.
6 f Mas agora tanto mais excelente minifterio alcançou, quanto I-

Medianeiro he de hum melhor concerto, que em melhores pro- • Ou. ty»»>


meflãs confirmado eftá. ou. «wZ-
7 Porque fe aquelle primeiro irreprehenfivcl fora, nunca lugar .
pera o fegundo fe bufeára. ,.
8 Porquereprendendo [«3 lhes diz: gEis que dias vém, diz oL"
Senhor, e fobre a cala de Ifrael, e fobre a cafa de Juda, hum novo ,
concerto eftabelecerei: .
9 Naô fegundo o concerto que com feus paes fiz ’no dia que pe­
la maó os tomei, pera d’a terra de Egypto os .tirar: porque ’na-
. .quelle meu concerto naô permanecéraô, e eu * para clles naóatcn-
tei, diz o Senhor. ' • uf*
10 Porque efte he o concerto, que defpois d’aquelles dias com a
cafa de Ifrael farei, diz o Senhor: h Minhas Leys cm leu entendi- b
Rrr 3 mento #
•i
K n’.
EPISTOLA DE S. PAULO
* Ou, ia- mento * porei, e em feu coraçaó as cícreverei 5 i e eu por Deus ♦
rei- lhes ferèi, e.elles por povo me feráõ.
/Z^.Sj.8. 11 k E, cada hum a feu proximo naó eníinará, nem cada hum a
k i.Joa^- pcu jrrna§ , dizendo, Conhece a o Senhor : porque todos me co-
x7* nheceráó defd’o menor d’elles até o mayor:
12 Porque para com fuas injuftiças mifericordiofo ferèi, e de feus
pecados, e de luas prevaricaçoens mais me naô lembrarei.
13 Dizendo Novo, a o primeiro envelheceu: ora o que envelhe­
cido foy, e íe envelhéce, perto eítá de fe efvaecér.

Capitulo IX. '


X O Apofiolo pera declarar a excedencia d’o Sacerdócio de ChriHo febre o Leviti*
co t defcreve a forma dl3 o Tabernáculo exterior 5 e d*as coufas que ’neUe eftdvao*
6 Como também o minilierio dlos Sacerdotes 9neUe. S Declara que todas elias
t&fas eraè fombras e figuras 5 como também as purificaçoens que 9nelle fe faziao$
II Mas que Chrifio por feu fatrificio e entrada 3no verdadeiro fan&uario ifl»
cumpriu^ e redempçao eterna effeituou* 15 Te&ifica que por jua morte 0 Nove
Te(lamento confirmado hé. Xó Como a morte d9o Tefiadór a todos os Teftamen-
tos confirma, 18 'Çolo que tao bem 9no Velho Te lamento todas, as coufas com
fangue fe borrifávao3 e fem derramamento de fangue nenhua remiffaõ fe fazia*
23 Horem que as coufas celefiiaes por melhores facrifisios purificar fe aviaô*
24 £lge Chrislo por ijfo 9no ceo entrou j pera ali por 3nos perante Deus compare-
ar > 25 Despois que hua vez 9na terra fe offerecera* z9] JE que tornará d’#
ceo pera livrar a os que a elle efperaõ.

1 Affi<íue ^em tln^a tam^em 0 primeiro * ordenanças de Culto


fica çoes j
teremoni- [dkvino~]9 e 0 fanétuario mundano.
as. 2 a Porque preparado foy o Tabernáculo : [4 faber] o primeiro,
aExod.zfr.vnx que eftava 0 candieiro, e a mefa, e ospaens d?a propofiçaó,
I. que o Sanâuario fe chama.
*36: 1. Mas após o fegundo véo eftava o Tabernáculo’, que o San&o
ÍL^.24:d,osSanâ;osfechama:
eExoi «; 4 Que E^n^a 0 encenfario de ouro, e c a Arca d’o concerto, toda
lo. ‘ao redor de ouro cuberta: em que eftava i a talha de ouro, aonde
jExoi.U: eftava o manna, e * a vara de Aâron, que florecéra , e /as taboas
3J. d’o concerto.
e A'a«. 17: 5 g E de fobre á '[AruJ os Cherubins de gloria, que fombra a*
L. ° propiciatório Faziam 5 d’as quaes coufas agora pontualmente naó
fE*°f34, fallarémos. 4 Ora
X Reys&q. 2* Ckren, 5; lo. $ ExoJ*2^ J22,
A 0 S H E B R E 0 S. Cap. IX. W
• < Ora eftando eftas coufas afii preparadas, h bem a todo tempoAJflws.t?:
entravados Sacerdotes ’no primeiro Tabernáculo, pera os fervi- 3 •
eos («Ww»] -cumprir: '
7 i Mas ’no fegundo fó o Summo Pontífice, huâ vez ’nó annò,íEw^. j®;
naó fem fangue , o qual offerecia por fi mefmo, e * culpas
d’o povo: Lev.i6', u
8 Dando o Efpirito fanóto ifto a entender, k que ainda o cami-
nho d’o Sanctuario deícuberto fe naó tinha, em quanto o primeiro «jQh,^
Tabernáculo ainda * empe eftáva: , ’ r w^ou,
9 O qual figura era para o tempo prefente d’entaõ, emqueíeoffe-
reciaó prefentes, e facrificios, que enrquanto a coníciencia, ían- a,->ou,
étificar naó podiaõ a o que 1 o ferviço fazia. necedades.
• to [Pw?] fomente [«mfifttà] em manjares, e beberes, « evarios k^a' I*:
lavamentos, e juftificaçoês d’a carne, até o tempo d’a correição * Ái,fer
impoftas. > OU, efia-
ii Mas vindo Chrifto, « o Summo Pontífice d’os bens futuros , detinha,
por hum mayor e mais perfeito Tabernáculo , naó feito de maós Lev. n.«
iftohe-, naó d’efta feitura: ' .
n Nem por fangue de bodes e bezerros, « mas por feu proprio m
fangue huâ vez em o SanCtuario entrou, avendo * effeituado huã n.
eterna redempçaó. j,
13 f Porque fe o langue d’os touros e bodes, e a cinza d’abezer- «4:14.
ra fobre os immundos efparzida, pera limpeza d’a carne J fan- e 6i i0-
&fica: eS:i.
14 Quanto mais ? o fangue de Chrifto , r que pelo Efpirito eter- * ** •
no a fi mefmo imaculado a Deus fe offerecéu , voflàs confciencias Epb.r.j.
d’as obras mortas purificará, / pera a ó Deus vivo fervirdes? * Coh/f.in^.
15 E por ifto Medianeiro d’o Novo Teftamento he, t pera que, Hebr. 10;
[entre] vindo a morte,' pera reconciliação d’as transgrefloés que Io-
debaixo d’o primeiro Teftamento avia, os chamados a promeíTad’a *•
herança eterna recebam. jtvvt
16 Porque aonde teftamento ha , neceflario he que a morte d’o
teftadór venha. *Ou3«A«-
17 u Porque o Teftamento ’nos mortos fe confirma: porquanto <fo,ou,*Z-
valido naôhe, em quanto o teftadór vive. unçaio.
. it Poloque também o primeiro fem íangue coníãgrado naó foy.?-^®-16*
&0T~ Mw. 1,4.
fieRT«*4 f ■t.Peãr.l:!?. l.Jeâ.Ttj. rGal.f.4.
Tzt is 14 flM.lt 74. ij. GxZi;!®. i.P«^r.4ia. íJRíot.Jíé.
W EPISTOLA DE S. PAUL 0
19 Porque avendo Moyfes a todo o povo todos os mandamentos
fegundo a Ley pronunciado, o fangue tomoud’os bezerros, e d’os
bodes, com agoa, e laam purpurea, ehyfopo, e affiao mefmoli­
vro, como a todo o povo, aspergiu,
A. i0 Dizendo, xEfte he o fangue d’o Teftamento, que Deus
8. mandado vos tem..
Matt. 26: ai E femelhantemente também a o Tabernáculo, e a todos os
28. vafos d’o ferviço com 0 langue afpergiu.
22 E quafi todas as coufas, fegundo a Ley, com fangue fe-puri­
ficam j e fem derramamento de langue naô íe faz remiflàó.
25 Affi que bem era neceflârio que as figuras d’as coulâs que nos
ceos eftáó, com eftas coufas fe purificaífem 5 porém as mesmas ce-
leftiaes, com melhores facrificios que eftes.
24 Porque Chrifto naó entrou ’no Sanduario feito de maõ , fi-
* gur^d’o verdadeiro j porém ’no mefmo Ceo, pera agora por nos
perante a face de Deus comparecer.
yExedw. Nem também pera muytasvezes a fimefmofeofícrecer, y co-
Let°"i6*2 mo 0 ^ummo Pontífice com fangue alheyo cada anno ’no Sanchuario
‘entra:
Uekr.9'.7- 26 (D’outra maneira nêceílàrio lhe fora muytas vezes defd’a fun-
daçaó d’o mundo padecér) mas agora ’na confummaçaó d’os fecu-
los huã vez fe manifeftou, pera, pelo íàcrificio de fi mefmo, o pe­
cado aniquilar.
27 E como a os homens ordenado eftá huã vez morrer, e delpois
o juizo:
&R«m.y.6. 2S » Affi também Chrifto, offerecendo [/í] huã vez pera os pe-
j. cados*de muytòs tirar, a fegunda vez f£m pecado viftoferád’aquel-
1. PeJr. 3: les que para falyaçaõ 0 efpéraõ.
â OS HEBREOS. Cap. X
C;

C A P I Tm L 0 X

I Declara o Apoftolo que a Ley naõ tinha fenao fombra d9os bens futuros y e pela
multidai de Jeus facrificios cada anno repetidos nenhua couja cenjumar podia♦ 5 P0-
loque David "no Pfalmo xl tefiifica j que Chrifo 9no mundo de vir avia pera a
vontade de Deus fazer » Io E nos pela única oblaçao de feu corpo pera jèmpre
confumar» 15 O que prova outra vez d9o fumario ao Concerto novo , 9na pro­
fecia de ferem* Cap. XXX I. em queo perfeito desfazimento dlo pecado fe promé~
te 9 iS E por tffo conclue que ma is nenhua oblaçac polo pecado necefaria he»
19 Adianta entaõ 0 Apofiolo a outra parte dlefia Epistola y a Jaber» a as arrioe*
fiaçoens de fua devida obriga çao d’elles y e primeiramente amoefia a os Hebreos
pera 9na liberdade d9a fé a Deus achegar pelo caminho que Chrifi0 nos confagrou»
23 Dejpois amoéfia os pera confiancia 3na profifao d9efia efper&npa e invariável
caridade» 2$ Como taõbem pera perfeverança em fitas congrega poens. 2ó Pro»
poem lhes pera effe fm y affi 0 horrível\uizo de Deus que os apoliáticos tem por w
tfperar.i 32 Como fua antecedente tolerância e compaixao com as affligido^ ainda
até com fuas prifoens* 3 5 Juntamente taobem as promeffas que os. confiantes •
hao de levar* Prova ambas eílas coufas com hum pajfo do Cap* II; IV»
de Habacuc» que relata e aplicai

1a p orque tendo a Ley a íorribra d’os bens futuros, nao a mefina aC»loff\
x imagem d’as coufas, nunca pelos inefmos facrificios, que ca- 17-
da anno continuamente fe offerécem, * fanétifícar pode a os que a He^.8:
.elles fe achegam. ~
a D’outra maneira cefíaríaõ de fe offerecer, porquanto, purifi-
cados huâ vez os miniftrantes, mais nenhuã confciencia de pecado
teriam.
3 Porem [^or^J’neftes cada anno recommemoracaõd^s pecados '
[_/*/«. j.
4 * Porque impofEvelhe., que o fangue d’os touros e d’os bodes iLev.-tS^
os pecados tire. i4-
5 Poloque, entrando’no mundo, diz : «Sacrifício e ofterta naó Afew. 9:4.
quifefte, mas ocorpo me preparafte.:
£•
6 Holocauftos e [tM?foês] polo pecado te nao agradáraó: í//.
7 Entonces diílè : Eis aqui venho, (’no principio d’olivro eftá y'^/20.
.efcrito de my:) ó Deus, para tua vontade fazer. Líraos.s11--
8 Dizendod’antes: Sacrifício, eofferta., e holocauftos, e[oé/a-
íoã] polo pecado naó quiieftc, nem te agradáraó: (osquaesfegun-#
do a Ley fe offerécem).
9 Entonces diflè: Eis aqui venho, o Deus, para tua vontade fa-
S ff xer.
EPISTOLA DE S. PAULO
zer. [4^ que} o primeiro tira , pera 0 fegundo eílabelecér.
dHet>r. 9; 10 Em a qual vontade fanâificados fomos d pela oblaçaó d’o cor-
ix* po de Jefu Chrifto huã vez [frita\.
11 É bem affiftia todo Sacerdote cadadia adminíftrando e offere-
cendo muytas vezes os meimos facrificios, que nunca os pecados
riríir nndem •
crificio polos pecados, *eíU

15. 1? Efperando o reftante, até que feus inimigos fejam poítos por
Eph. iuo.efcabello de feus pés.
i’o/r/. 3:1. I4 p01-que com huã oblaçaó * eonfumou pera feinpre a os que

15 E também o Efpirito fanéto nolo teftifica.


i<> Porque despois de avér d’antes dito: fEfte he o concerto que

fler.vi 31. em íeus coraçoés porei, e em feus entendimentos as efcreverei:


32.33-34.. 17 E de feus pecados, e de fuas iniquidades , mais me naó-lem-
Jíw-y. 11:27, brarei
18 Oraaonded’iftoremiflamha, naó ha mais oblaçaó polo pecado.
gltóio:?. 19 Aíli que irmaós, pois ja oufadia temos, g pera pelo langue de

10 Pelo recente e vivo caminho, que elle pelo véo nos coníàgrou ,

21 E 0 grande Sacerdote fobre a caía de Deus [temos]:


22 Acheguemos nos com verdadeiro coraçaó em inteira certeza
de fé5 (/] ja d’a maa coníciência os coraçoés purificados, e o cor«
hEzech.^í’ po com agoa limpa lavado:
25. 23 Retenhamos [firmes] a invariável confiffaód’aefperança: (por­
que fiél he o que o prometéu).
-4 E huns para os outros atentémos, para â caridade e a boas
obras provocarmos:
25 N aó deixando nofía mútua congregaçaó, como alguns ja de
coftume tem: antes amoeftando nos [bas a os outros]: c [sfáJ tan-‘
sNum. 15: t0 mafs quanto vedes que aquelle dia fe vae chegando.
26 i Porque fe, defpois de ja o conhecimento d’a verdade rece­
bido avérmos, voluntariamente pecarmos, ja polos pecados mais
Hebr.(>:4. facrificio naó refta:
2. Ptãr. 2: 27 Senaõ huã horrenda expeéhçaó de juizo, c hum ardor defo-
2o. go > que a os adverfarios ha de devorar.
A OS H E B R E O S. Cap.X.
íS * Quebrantando alguém a Ley de Moyfes, fem mifcricordia *Ou5X»?-
por [/'à o t jitmwaho at j duas outresteftimunhas, morre: quiUndta
*9 De quanto mayór caftigo cuidaes vos, ferá julgado por digno 0Uj ■
aquelle que [a os pés] a o Filho de Deus pifar, e por profano tiver
o langue d’o Teiiamento, com que ían&ificado foy$ eaoEípirito Y
d’a graça agravo fizer? • p/»/i7:<5.
30 Porque bem conhecemos a o que dilTe: /Minha a vingança *19:15.
he j eu a recompenía darei, diz o Senhor. E outra vez: » O Se- Matt. 18:
nhor a feu povo julgará. . ' b6».
31 Horrenda coufa he em as maós d’o Deus vivente cair. • ^^'or [Y!'.
3z Lembraevos porem d’os dias paífados, em que delpois de il-ivYit. u:
luminados fordes, grande combáte de affliçoés fuportaftcs. jy.' *
33 Quando em parte, com vitupérios, e tribulações * a públicos Rom. iz:
theatros tirados folies: e em parte comunicando com os que affi tra-
tadosfóraõ. v . mDeut,p*
34 Porque também « de minhas prifoensvos compad eceftes, e#J®‘ ...
com gozo o roubo de voflos bens recebeíies, bem fabendo que em
vos meítnos«hú melhor e permanecente bem em os Ceos tendes. tros jeítos
35 Naó regeiteis pois voílà confianca 5 que grande remuneracaó folies^
degalardaôtem. : ; ' ; " ' ' “ : ' ■ ■* /is.zi:
36 p Porque de paciência neceffitaes, peraque avendofeitoavon- 33<
tade de Deus a promefiã * alcançar poflaes. • Matt. 5;
37 ? Porque ainda hum poucochinho, [«J 0 que ha de vir, virá ,. J1" .
cnao tardara. 1%
3* r Mas o jufto d’a fé vivirá: e fe [ripem] fe retirar, minha al-
ma’nelle prazer naó tem. ^Abat.v.%,
39 Mas nós naõ fomos d’aquelles que pera perdiçaô fc retiraó,
fenaó * d’aquelles que crém pera a * cohfervaçaô d’a alma. . i-Pedrát
*52X0. rAriic.1‘,4. Rom.iiiy. Gri>%\ll» * On>^ésd’4fefara^c. *Ou>
frivapri. - ■ -
«

Sff
yio EPISTOLA DE S. PAULO;

'
Capitulo XI,
a'

X Q Apoftolo pera melhormente a os Hebreos para constando 'na fé despertar j Jé*-


fcreve lhes a fe com fuas propriedades e operacoens. 4 E pera efte fim propoem
os exemplos da fé d? os Eatriarchas d’o Velho Tefiamento , e primeiramente de
Abel, 5 Enoch, 7 E Noe. S Despois de Abraham. 11 E Sara. 13
com jua femente a promefd da terra de Canaan bem receberaô, porém 0 cumprimento
a ella naõ 3na terra 3 fenao 3no ceo alcançdrao^ 17 Eeldta tdobem 0 exemplo d’a
fé de Abraham 3no oferecer de (eu filho IJaac. xo E de 1/âac3no abençoar dt
(eu filho facob. 21 E de Jacob 3no abençoar d3os filhos de Jofeph > 22 E de
Jofeph eftando pera morrer. 23 Despois rifos Paes de Moyfes. 24 E dfoMoy--
fès mefino 3no desprezar de. fua própria honra e comodidade 3na Corte de Pharad^
27 E no deixar a Egypto > celebrar jfa Sfafihoa •> e pajjar 0 mar vermelho.
30 Despois de Jofue e Rachab’no tomar de Jencho. 33 Como também d1os •
fuizese Reys , que coufas grandes pela fé effeituárao. 35 Despois de alguas
, mulheres, que grandes molefiias pela fé JuportdraÕ. 3 6 Como tao bem outros di- ■
ver/j^frofiíetas e Mártires. 39 Conclue que todos ejfes yna fé morrerão * am*
daque a coufa prometida femnos naõ receberaÕ.
1 O ra a 0 firme fundamento d’as coufas que fe efpéraõ, i_<? J
a prova d'as coufas que fe naó veê.
2 Porque por ella os antigos teftimunho alcançáraó.
4 Gn. 1:1. 3 Por fé entendemos & que o mundo pela palavra de Deus com—
P/-33:6. poftofoyj b de maneira que as coufas que fe.veê, feitas naó foraó>
joã. 1:10. d’as que fe veê.
Epk.^<). 4 por fé c offereçeú Abel mayor facrificio a Deus, d’òqueCaim:
/"ríw •i<', ^e’a â^canÇ0U teftimunho de que jufto.era, porquanto Deus
Coi™T.i-i6 te^bmunho de feus prefentes déu: e * defunto, ainda por ella falia.
c Gen. 4 :4" 5 P°r fé foye Enoch transportado, pera a morte naó vér: eacha-
dMati.iy. do naõ foy , porquanto Deus o tranfportára: porque antes de
5$. iua-tranfportaçam teftimunho alcançou de que a Deus agradava.
*Ou,wr- é Sem fé porém impofiivel he agradar Porque neçeífario
t0- he , que aquelle que a Deus fe achega,. créa que o ha, e que d’.os
<Ge».s.24- gUe 0 bufca5 galardoadór hé.
7 PorféfNoê, divinamente advertido d’as coufas que ainda fe*
JGw.óiij.naõ viam, temeu, pera íalvamento de fua familia a Arca fabri­
cou : pela- qual a o mundo condenou, e herdeiro feito foy d’a ju-
ftiça que he fegundo a fé.
8 Por fé í Abraham, fendo chamado, obedeceu 9 pera a o lugar fair
gGe».i2:4»que por herançaavia de receber je, naõ íabendo aonde viria, fe íahiu.
9 Por fé habitou ’na terra de promiflaó, como em [mt/] alheya ,
• mo-
AOS H E B R E 0 S. Gap; Xt
morando em cabánas com Ifaac e com Jacob, herdeiros com elle ■
d’a mefma promefla.
ia Porque efperava a cidade que fundamentos tem, d’aqual-Deus;
o artífice e o fabricadór he.
n Por h fé recebeu Sara mefma também virtude de fementedár,
i e ja fora d’o tempo de J idade pariu ,• porquanto por fiél A'hGem 171
aquelle teve, que prometido tinha. 19.
11 Poloque tamoem de.hum, e effe ja amortecido , :em- '11 ♦
multidamnacéraó, *como aseftrellas d’oCeo, e como a-ihnuinera-1 "
vel aréa que ’na praya d’o mar eftá. iGewfâ.
13 /Todos eftes ’na fé morréraó as promeflas naó recebendo, fe- »»: 17-
naó, vendo as de longe, e crendo] , e abraçando ,.coàfef- l8,
•fáraó m que eftrangeiros e peregrinos ’na terra éraó. lua.y.^.
14 Porque os que ifto dizem, claramente moftraõ que ^wrfraj pa-mGen" 23*
triabufeaó.
15 E fe d’aquella fe lembráraó , de que faido aviaõ ,"qué*i!empo '* * -
teriam pera [4 Ȓa] ie tornarem.
16 Mas agora defejam huâ melhor, ifto he , a celeftiaE Poloque
também Deus d’elles fe naó envergonha para » feu Deus fe chamar: wExed.v.6.
porque ja huâ cidade aparelhado lhes tinha. Mdtt. 22;
17 0 Por fé offerecéu Abraham a 1 íaac, quando atentado foy 5 e
aquelle que as promeflas recebéra, a [/<?«} unigénito offerecéu >• ■^•7'31-
18 (Sendo lhe dito: p Em Ifaac feméte fe te chamará) confideran-® g^22^1®;
do que poderofo éra Deus para até d’os mortos o refufeitar: ’ ir* *
i? Poronde também em femelhança a cobrar o.tomou.
10 7 Por fé abençoou Ifaac a Jacob e aEfau, tocante ás coufa$ G<«Z 3 :29.
futuras,. 17:
ai r Por fé morrendo Jacob, a cada hum d’os filhos dejofejh 18’^9ê -
abençoou: / e, a a ponta de leu bordam [encostado] adorou. TG<*‘ 48 ‘
i* 1 Por fé, morrendo Jofeph, d’a faida d’os filhos de Iírael men-fQ^, 47*:
çaó fez , e acerca de feus oflos * ordem déu.
13 « Por fé Moyfes, ja nacido, tres mefes por feus paes efcón-1 Gen. 50:
dido foy, porquanto viram que hum fermofo menino era, e o man- M.
damento d’el Rey naó teméraõ. *Ou,w«-
14 Pòr fé Moyfes, fendo ja grande, filho d’a filha de Pharaocha- ^i"eáeu‘»
mar fe refufou: IMa’
15 «Efcolhendo antes com o povo de Deus maltratado fér, d’o „ <♦
que por hum tempo 0 gozo d’o pecado tér. \ 2.
*6. Tendo por mayores riquezas 0 vitupério de Chrifto, d’ò quê 7:
os tefouros * dc Egypto; porque pera a rccompcnfa d’o galardaó *
«coava. Sff l *7 Por
EPISTOLA DE S. PAULO
•27 Por fé a Egypto deixou, a ira d’el Rey naó temendo : Por*
*Ou3/w que * fe esforçou, como a 0 inviâveí vendo.
ExoTvi’ 1S ,j‘ ^or & a ^a'c^oa- * celebrou , e o derramamento de langue,
7 j ’ peraque o deftruidór d’os primogénitos os naó tocaífe.
♦Ou\f«* z9 z P°r fé o mar vermelho, como por [terra] feca pafiaraó, o
zExodi^- que os Egvpcios intentando, fe affogáraó.
ii. 30 a por fé os muros de Jericho caíraó, pòr fete dias rodeados
6; fendo. £
x 20 ' 6 • 31 P°r & Racbab a folteiracom os ^desobedientes naó pereceu,
%’<e ‘ " c em paz as efpias recolhendo.
íacob.i.i^ 32 £ que ma’s direi? Que o tempo me faltará, contando d de
*Ou, incre- Gedeon, e f de Barac , e fàe Sampfon, e g de Jephte , e h de
dulos. David, e i de Samuel, e d’os Prophetas:
ciojué^'.i- 31 Os quaes por fé Reynos vencéraó, juftiça exercitáraó, as pro-
àjuiz. 6 : meflas alcançáraô, * as bocas a os leoês tapáraó :
. 7/ j.< 3+ d’o fogo apagáraô, md’o fio d’a efpada efeapáraõ.-
fimz. 11:s d a fraqueza forças tirarao, em batalha fe esforçarão, cm fugida
24. a os exercitos d’os eftranhos puféraó:
riuiz.iv.i. 35 0 As mulheres por reíurreiçaõ feus monos a receber [torsdraô]:
eiz: 7-ep outros eftirados fóraó , a f oferecidaJ foltura naó aceitando , por
® i,to ’7:huá melhor.refurreiçaõ alcançarem.
/11’V»? ii* 55 E outros efearnios e açoutes, e até q cadeas e prifoés expéri-
jo> ‘mentáraó:
kiuiz. 14: • 3" z Foraõ apedrejados, ferrados, atentados, a o fio d’a eípa-
6. da mortosj f[veítidos] de pelles de ovelhas f/J de cabras andaram j
*■ *7; defemparados, affiigidos, [/] maltratados:
Das 6 2 38 (D’os quaes o mundo digno naó éra) pelos defeitos , emon-
iDan3-15.tes’ ecovas, ecavernas d’aterra* perdidos.
m 1 s«w.io: 3 9 E todos eftes tendo teftimunho pela fé, a promeflâ naó alcan-
i. çáraó: çárao:
1. Heys.19: í40 Provendo Deus alguâ coufa melhor pera nosoutros, peraque
3* # fcm nos aperfeiçoados naõ foffem.
2. Reysy 6 Z
16. n Job.4*' Io- PfaL6t9* tyy* 3S • XI. * X. I?! X$. 1.^ 4: 3$*
p• 2-5'* y Icrtxf*.^ Z 2>« t I. * XI * lj-« J ?>« I * S« 3. 4*
* Ou 2 errantes.

Ca -
A OS H E B R E O S. Cap.XII.

Capitulo XII.
I Amoefla o Apofiolo a os Hebreos pelos exemplos dlo capitulo preceaente pera
perfeveranpa na ejperança Chrifiaa^ e paciência 5nas affiiçoens. 2 Propoem*lhes
pera este fim o exemplo de Chrifio> que por paixoens em fuagloria entrou. 5 Co-
mo taôbem 0 exemplo de todos os filhos legítimos 5 que fiem cajligonaõha. 9 fag
fira ’lhes os fruitos dos castigos. II Desperta os despois em fiua floxidao pera
vigilância. 14 E juntamente pera paz e fanfíidade. 15 Awifa os contra a
Apofiafia > fornicapõ e profanidade com 0 exemplo de Efau,. l8 Polo que "lhes
propoem a dignidade d"d Congregação que está 3no ceo e na terra > a que elles
chegados Jao > com a contrapoficao da terribilidade de todas as cõufas 9no dár
da Lfjy. 25 Avifa os outra vez contra a Apofiafia com hum lugar tomado de
Hagg.ílt VIL 2§ E amoesta os de firmemente reterem a grapa de Deus
propondo 0 castigo que os Apofiaticos fobrevirá*

1 p ortanto nos tambémpois de huã tam grande nu^gp^foje-lfo»^


x munhas rodeados eflamos, a deixemos toda carga, e o peca- a JHom&Ã.
do, que facilmente [wj rodéa , e b corramos < com paciência a fyh- 4: 22.
carreira que propofta nos eftá: Celojfil'. 8.
2 Olhando pera Jefus, * Príncipe e confummadórd’afé: </oqual’’‘
polo gozo que propofto lhe e fiava, a cruz fuportou, a afronta des- bácvr. 9

♦♦
prezando, e á dextra ? d’o throno de Deus fe aífentou. 24.
3 Porque confiderae aquelle que contra fi mefmo huá tal contra- cRom. 12


diçaô d’os pecadores fuportou: peraque naó enfraqueçaes, em vos- I2-
fos ânimos desfalecendo. Hebr. 10:
4 / xàindaaté 0 fangue naõ refifiiftes, contrao pecado combatendo: -« qu’ çk;4
5 E ja d’a exhortaçaó vos esqueceftes que com vofco , como a nayír.
filhos vos falia : g Filho meu, em pouco a * difciplina d’o Senhor clLuc. 24 :
naó eftimes, nem defmayes quando d’elle reprendido fóres. 26.
<5 Porque 0 Senhor a o que amacaftiga, e a qualquer, que por fi- rhd.t’ "•
lho recebe, açouta. j pX'í5
7 Se a difciplina fuportaes, Deus *comoafilhosfevosapreíênta: ‘
(porque que filho ha a quem o pae naócaftigue?)
S Mas fe fem difciplina eftaes, d’aqual todos participantes fei- «811
tos íam, baftardos fois logo, è naó filhos. yi.Cw.io:
9 Também em verdade por caftigadores a os pacs de noflâ carne *£•
tivemos, e reverenciávamoFos: naó nosfugeitarémos [fod
mais a o Pae d os eípiritos, e viviremos? j.-i9.
10 Porque aquelles em verdade, por hum pouco tempo, como
a elles
* Ou j cem» »filhes ves trate > ou. cem» cem filhes cem vofio fi com^ría. ‘ •
J

5M ; EPISTOLA DE S. PAULO * “Y W
a elles bem lhes parecia ? [mu] caftigáraó ; porém eíle para
proveito , peraque de fua.faniftidade participantes fejamos.
• Ou, todo 11 E * toda difciplina em verdade ,5 a o prefente, naó parece fer
eaftigo. [/««Ai de gozo, fenaó de trifteza; mas defpois hum fruito pacifico
h l/ay 35-3 3e iuftica de fi dá a os por ella exercitados.
* Ou >fros~ J12 h• — Portanto as maôs * ~ ,
canfadas, e os -
juelhos * defconjuntados
xas. ,
*Ou,fracos, »levantar tornae: I
I

13 E redas veredas para voíTos pés fazei: peraque 0 que manqueija


iRom. 12.: fe naó torca, mas antes] muyto mais fáre.I

18. -
14 i Segui a paz com todos, e £ a lanctificaçaõ, fem a qual nin- •
a.Tfafc 2: guem a o Senhor verá:
22.
í Atentando que ninguém d’a graça de Deus * desfaleça: que
i
/Ícor‘ó:i.™ ra*z alguã de amargura ^brotando * * [w] naó perturbe, e por
_____ _ _

*Oib* tms cila muytos fe contaminem.


. jigu-e.ninguém fornicador feja, ou profano, f como Efau,
atscaya. qUe pOr hu manjar feu direito de primogenitura * deu.
rnDeutWi
- - J7 porqUe 5em fabeis que ainda defpois a bençaó herdar que
18.
.* Gr. bro­ rendo, regeitado foy: porque lugar de arrependimento naó achou, ■
tar por ri-•. ainda que com lagrimas * a buícou. .
oaa 18 Porque naó chegaftes a 0 monte que tocar fe podia, /e ao
n Aã. 17: fogo encendido, ”J 1, e á efcuridaõ, e ás trevastrevas , e á tempeftade:
>?• 19 E a 0 foydo d’a trombeta, e á voz d’as palavras: a qual os que
GA. 5:12. a ouviaõ, t pedíraõ que * mais fe lhes naó fallaífe.
* Ou, per-
turbaçaò
20 (Porque naó podiaõ fuportar o que fe [/hes] mandava: [ JjJw]
alffia fa.- « fe até huâ befta a o monte tocaflé, apedrejada feria , ou com huã
fa. frecha paflada.
oEph. 5:3. 21 E tam terrível a vifaóéra, ] diífeMoyfes: Todo *asfom-
CW7- s:í- brado e tremendo eftou).
1. T/w.4:^. 22 Antes chegaftes a 0 monte de Siam , e á cidade (To Deus vi­
pGen* 25 Z
vente , x á Jeruíalem celeftial, e a os muytos milhares de Anjos :
35« . l3 Á a univerfal congregaçaó e Igreja d’os primogénitos, que
* UujW
deu* efcritos y ’nos Ceos eftám, e a Deus o Juyz de todos, e a os efpiri-
$ Gen, 27 ; tOS; , d’os ja perfeitos juftos:
S6. 24. E ajefuso Medianeiro d’o NovoTeftamento, eaolangue
* A faber ’» d’o cípargimento, que melhores coufas que j" o de J » Abel falia. •
abençaõ.
é Olhaf
r ExoeC 19:
10, e2o:2I. /Exod.i?:i6. Deut.^Mi, f Exed.M'.T9. e 18 : ití»
*Ou, a palavra mais Je lhes nai endereçaffè* v Exod. 19: 13. • Ou a ate-
norizado. x Qal. 4 : 16. Açoc. 3: 12. e 2J ; lo. <^tí. y Lvc. 19; 29.
xELetr. I»: 22. 1, Pedr, 1:2, a Gen- 4:1». -Heár. 11:4.
AOS H EB RE OS. Cáp-XIII. v 5i< r
í Olhae que ao que falia naó regeiteis: porque fe aquellesquc -> Hebr.i'1
a o que’na terra divinas repoftas dava regeitáraó, naÕ eícapáraój
muyto menos [^/tó^rewwj nosoutros, fe d’aquelle que d^os Ceos
; nos desviarmos: ,
i6 A voz d’o qual entaó a terra moveu : porém agora denunciou^
dizendo, «Ainda huã vez cómmovereí, naó fó á terra, fenaótam-í^f^*-*♦
bem a o Céo. 7-
27 E o que [<&»]: • Ainda huá vez, moftra a mudança d’as cqu-
íàs moviveis, como aquellas que feitas fóraó, peraque as inamoví­
veis permanéçaó. - ,
a8 Poloque recebendo o Reyno immovel, retenhamos a graça, *
/com que a Deus agradavelmente com reverencia e * piedade fir-
Vamos. /í,ou,re-
Porque noíTo Deus he hum fogo confumidór. itgitâ .

Capitulo XIII. /■*


V ' \ . ■ . .

I Exherta os o Apofiolo fera caridade fraternal 9 2 Hofpedàgem > J E alem*


trança d*os prejòs. 4 Declara que o matrimonio entre todos honeíib he» J Avi-
fa os contra a avareza , e amoefta pera contentamento. 7 É propòem lhes 0
exemplo de feus pafiores. 9 Avija os também contra as falfas doutrinas e
em particular contra a dia differença d*os manjares. ío Poloque lhes propoem
e typo d 0$ facrifidos propiciatórios j d*os quaes ninguém comer podia. If Exhor­
ta os pera (acrificios de agradecimento j principalmertte pera confisfaõ £0 nome de
Deus 5 e beneficencia 9 Yf Como taobem pera obediência a feus paftores*
I8 Amoefla os que roguem por eUe pera Jeu livramento* 2 o E roga a Deus que
em toaa obra koa os aperfeiçoe. 22 Conclue a Carta com nova exhortaçaÔ;
23 E promete que prédio a os vêr com Timotheo tomará > e poem alguãs mutuas
faudaçoens*

I * A caridade fraternal permaneça. n:


2 b Naó vos efqueçaes d’a hofpedágem: c porque por ella i®.
hofpedáraô alguns a os Anjos, naó o labendo. £;A.4 :J-
í / Lembraevos d’os preíòs, como fe juntamente prefos eftivé-J* 12*
reis: {«jd’os maltratados, como fendo vos meíinos também ’no j-
*• COrpo [ maltratadas ]. . í4:8.
• 4 * Venerável [&] entre todos o matrimonio, e a camafem ma- bJtom, u-;
cuia:- porém a os fornicadores, e a os adúlteros, Deus os hade jul- • 13. -
gar. i-PaáMt
T11 1Í;IÍ
<Ij:i- Ou, tmnft.
i*
çi« . EPISTOLA DE S. PAULO I

eEW.23: 5 e * vivenda feja fem * avareza, f contentandovos com o


s- prefente. Pois difleí: g Naó te deixarei, nem te defempararei-
Deut. 16 -. é j-j€ maneira que com confiança dizer oufémos: h O Senhor he
-I k •mCu ajudadór, e naó temerei o que o homem fazer me [pp/Zâ]. -
iÉ< ' * 7 Lembrae vos i de voflbs * paftores, que a palavra de Deus vos
* Ou» cofiu. fàlláraó: d’os quaes a fé imitae, para a fahida de [/úa] vivendaaten-
JTie. <! m/■}
rtando. jMB X
* Ou,*w 8 Jefu Chrifto he hontem e hoje.e eternamente o mcfmo..
de dinhei­ 9 i Naõ vos deixeis levar a o redor , com varias e eftranhas dou­
ro.
fPhifáH trinas. , Porque bom he que o coraçaó com graça fe fortifique ,
J. I naõ com manjares, os quaes de nada aproveitáraó a os que * [a el-
Zwjfedéraô. . ■ ,
f Deut^lz 10 Hum altar temos, d’o qual poder naõ tem para comerem os
que a o Tabernáculo fervem. ■
lofié. 1:5.

, m Porque os corpos d’os animaes .cujo íàngue polo pecado a o
Snmmo Pontífice fe trazia, fora d’o arrayal quei­
mados éram.
eilS;6. a Portanto também Jeíiis, peraque a o povo, por feu propri®
tHebr, 13; fangue fan&ificafle 9 » fora d’a porta padecétt
17. j 1 Sayamos pois a elle fora d’o arrayal, feu vitupério levando»
* Ou} Gw-
14 o Porque naó temos aqui cidade permanecente, mas a futura -
OU 2
Guiado"*
bu fcamos.
15 Portanto ofFereçamos íèmpre por elle a Deus facrificio delou-
ijer.lyà, V01> — , ifto he, p o fruito d’os beiços, que feu nome conrefFem.
16 E naõ vos efqueçaes d’a beneficeneia e com municaçao : ^por-
ia : qUe em tae$ facrificios toma Deus contentamento. ►

J7- i? r Obedecei a voflbs * Paftores, e < aelles vosfugeitae. Porque


■fyk. 4:14,
e $ ; 6.
por vofias almas vélaõ, /como aquelles que conta ham de
2 : dar: peraque com alegria o façam , c naó gemendo : porque naõ
VOS [írria ] iflo util.
X» ThejT.iz 18 Rogae por nos: porque confiamos , que boa confciencía
2. temos, como aquelles que em tudo honeftamente tratar queremos.
2< iç> E tanto mais [w] rogo que o façaes, peraque cu tanto
I.jW 4:1.
*Õu?[’awl mais preito reftituido vos feja.
Zrr] vivé- 2o Ora o Deus d’apaz, que pelo fangue d’oTeíhmento eterno, <t,
raâ^ ou, ra0 «
Andáruõi. IJoã.ó'.!)- R9m.14-.17. m Exoi 19114. Líwí. 4.121. #6X30. e lí:27.
Num. 19:23. « J»a. 19111. 9 Philip-3; 20 p O/tas »14:3 ? ^hil. 41 1Í.
rPAiZ.2-.29. 17. ’ou j ffiiaíúrtr.
fEaech-y. JÍ. * 31-
i
A 0 S H E B R E O S. CaptXIII. -
* f a o grande Paftór d’as ovelhas, nofib Senhor Jcíu Ghrifto d’os#í^« '
mortos a trazer tornou: n«
41 Eflè « em toda boa obra vos aperfeiçoe, pera fua vontade fà- 341
zerdes, obrando em vos o que perante elle he agradavel por Ghri- u,
■fio Jefu: a o qual feja a gloria pera todo fempre.‘Amen. . i.P^rx:4*

•»
44 Rogovos porém irmaós, a palavra d’efta amocítaçaô«2.c»r. j
fuporteis: porque em breve vos efereví. ' . . 5.
4 3 Sabei que ja o irmaõ Timotheo íòlto eítá, como qual (fepre- PW.2.:i$«
ílo vier) vos verei.
; 44 Saúdae a todos voflos Paftores, c a todos os fan&os.' Os de
Italia vos íaúdam, - ;
45 A graça £y^] com todos vosoutros. Amen. *
»
Efcrita de Italia * os Hebreos j £ e tnviada ] por Timotheo.
r *

Sim ffa Efifiela d’e Ajwfiolo S. Paula < asHabrees«^ma^^

Ttt 4 • £ *
&
AI

E P I S T. 0 L A

CATHOLICA,ou, UNIVERSAL
DO

APOSTOLO S'. JAGO.


Capitulo I.
jjtefpeisdla tnfcripçaSy 2 Exhorta o Afosioh a os fieis e defialhados JudeOS
de fua fé feia cruz facientemente fufortar ; J Por amor d’os
fruitos que d9 ahi procedem* 5 E enfina a os que efta fabedoria nao tem > qu&
4 a feçaõ fera com Deus 3 6 Pois com fé 3 porquanto d9outra maneira a nao ré*
ceberdol 9 Conjola. a os humildes. • 1 o Amoefia a os ricos fera humildade > for
caufa d9a inconfoncia d9as riquezas 3 e d9a vida. Ij Enfina que fe alguém para
fecado fe atenta > iffo nao vem de Deus 3 mas de fua fropria concupifcencia3 que
e fecado concebe e fdre. 1q Que todo bem de Deus defende 3 e frincipahnente 4
regeneração. Ió Exhorta fera longanimidade , 21 EinanfidaÕ» ZZ E peru
• nao fomente ouvir > mas taõbem fera a palavra de Deus fazer 3 forquantcrdou­
tra maneira' em vaõ fe ouve ,• 23 O que declara com a comfaraçaõ de algueno
que em 0 ejfelho a fi mefao fe vê. 26 Dltimamente enfina que 0 exercido d34
verdadeira Religião frincifalmenté^enr refrear de fua fongua» 27 E exercitar
d’a caridade 3 ejfecialmente acerca d9os orfaís e viuvas } e viver fanão confifie*

*(hiffago.i * Tacobo fervo de Deus e d’o Senhor Jefu Chrifto, ásdoze


*Ou, U- I * tribus a que efpargidos andaõ, faude.
nkagens. 2 b Meus irmaós, tende por grande gozo5 quando em
a Aã 8:1. varias tentações cairdes:
i.iWr.í:1. c Sabendo aue a prova de voífa fé obra paciência.
x( 4 Tenha porem a paciência a obra perfeita 5 peraque perfeitos e
Ka^/5: j. totalmente finceros fejaes, em nada faltando.
i.P^r.iió S E fe algum de vosoutros feita de fabedoria tem9 a Deus a pe*
r Rom.y. 3. ça, que a todos liberalmentc [/] da * e eia rofto [0] naô deita:
UWr.i:^ e e dada lj^e fera.
dProv.2:^
e Jé>r.29:i2. «Po-
HLatt. 7:7. e 11; xx. Mtrc, li; jW. ií; i« 3; ia« 15; 14.
DE St. J AGO. Cap. I. yri
• 6 Porém peça a em fé, naó duvidando: porque o que duvida,
femelhante he á onda d’o mar, que d’õ vento he levada, e d’huã á .
outra parte lançada. -
7 Porque naó penfe o tal homem que coufa alguã d’o Senhor re­
ceberá. ■ .
8 O homem de dobrado coraçam em todos feus caminhos '
inconftante. *Ou, jh-
9 Porém o irmaó * abatido em fua alteza fe glorie. 'milhad».
10 E o rico, em feu * abatimento: porque como a flor d’a erva * Ou. Hii-
fe paliará. mUááe,
H f Porque conf ardór o foi fahiu, e a erva fecou, e fua flor ca-
hiu , e a fermoía aparência de feu aipecto pereceu: -affi também
* rico em feus caminhos íè murchará. '
iz g Bem-aventurado o varaó que a tentaçaõ fofre: porquequan- 24. " ’
do provado fór, h a coroa d’a vida receberá, aqúal i o Senhoreio-
metido tem a os que o amaõ. "^7.
1? Ninguém, fendo atentado, diga 5 De Deus atentado fou:
porque Deus naó pode fer atentado d’os males, c [tam/wco] a nin- *•,
guem atenta.
14 Porém cadahum atentado he, quando de fua própriaconcu-
piícéncia he atrahido e engodado. «.
15 Defpois avendo a concupifcencia concebido, páre o pecado 5 *19:28.
c fendo o pecado confumado, géra a morte. - 2?-
16 Naó erreis, irmaõs naeus amados.
17 k Toda boa dádiva, e todo dom perfeito he d’oalto, que d’ofx'
Pae d’as luzes defcende: l em quem mudança naó la<, nem fom- 27/
bra de vanaçao. *46:1®.
18 m Segundo fua vontade nos gerou elle pela palavra Mafoíh. 3:
d’a verdade: peraque f «wl primícias de fuas criaturas foliemos. „
19 Affique, meus amados irmaõs, »todo homé feiaprompto pa- , ’*
ra ouvir, tardio para rallar, tardio * pera íe irar. '
20 Porque a ira d’o varam naó obra a juôiça de Deus. G<?/.4: ij.
21 0 Poloque regeitando toda immundicia e fuperfluidade de ma- 1. Pedr. j;
licia, recebei com manfidaó a palavra em enxertada , aqual
voflâs almas ialvar pode. - ' »Pm>. 17;
, 2z f E fede obradores d’a.palavra, enaó fomente ouvidores, com £
falfos discurios vos enganando. •O&pâr*
4i í Porque fe alguém d"a palavra he ouvidor, e naó obradór*,
Ttt J fe**K<MS.XJ2
5*° EPISTOLA UNIVERSAL
melhante he a o varam que a o efpelho feu rofto natural confidéra.
*4 Porque a fi mefmo le confiderou, e foy fe, e logo que taléra
fe esqueceu. . ■ -
r Mett. 5: 15 r Porém que bem para a perfeita .Ley de liberdade atenta, e
19” ’niífo perfevéra, naó fendo ouvidor efquecediço, lenaó fazedor d’a
obra: efte tal [</;£«], em feu feito bem-aventurado ferá.
/f/’3 dT4- 16 J Se alguém entre vosoutros religiofo fér cuida, e fua lingua
jacob. y.f^ nag refréa, antes feu coraçaó engana, vaã a religiaó d’o tal he.
” io T'3' 27 A religiaó pura e immaculada pera com [.wtft] Deus e Pae,
he efta: A os orfaõs e ás viuvas em fuas tribulações vifitar, J im-
maculado d’o mundo fe guardar.

1
C A P I T U L O II.'
X Redargue e Apoftolo & aceitarias pejfioas entre os Chrific&s; 2 Nao quis que
per çaufa de fitas riquezas e vestidos precisos fie honre 5 § Nem
o fiel por caifia de fiua pobreza e vefíido fingélo fe despreze. 5 Prova que ifito
naõ he decente por via d9a dignidade d!es' fieis para com Deus » ed*34a perverfida-
de de muitos ricos• 8 E porquanto taõbemiatalha com o amor do proximo^ ea o
hamem transgreffor d a Ley faz^ Io Ainda que-a todos os outros mandamentos
■gu&Tdajfie. Ig Declara que os taes ndo tem por efiperar fienáo juizo fiem mijeri-
cordi«. 14 Enfina entdó > contra os que fie dizem Chrijlaos > que a fé que nao
produz obras boas naõ he fialutifera , 15 a caridade naò he fincera > que
fiomente por palavras e naõ por obres fie moftra. 17 Vsfio que tal fe morta he>
IS E fie moftrar naò pode, 1$ E em çs Diabos fie acha. 2© Polo que testifica
que por eUa naò podemos fier jttfiificados > 0 que prova com os exemplos de Abra-
ham j 25 E de Rachab 5 2ó E com a comparapaõ ao corpo.morto que fiem
X"' tlmaja. fa'. ■ .

Y£eus irmaõs, naó terihaes a fé de noffo Senhor Jefu Chrifto,


I
4 15 ;
[o Sexbr] d’a gloria^ « em aceitaçaõ de peífoas.
15.
Deut, i Porque fe em voífo ajuntamento algum homem com anél de
19. ’ ouro ’no dedo , [e] com veftidos * preciolos entra 5 e entre também
Prov. 14;algú pobre * íingélamente veftido:
*3- 3 E para o que o veftido preciofo traz atentardes, e lhe difler-
Ato/,
Z1: des: Aftentate tu aqui honradamente: e a o pobre diflerdes: Eftá
16,
* Ou, re
tetualiempéj ou, Aftentate a baixo de meu eftrado:
/plande- 4 Por ventura naó fizeftes differença em vos mefmos, e juízes de
centes. maos penfamentos vos fizeftes:
* Ou, ce^? 5 6 Ouvi, meus amados irmaõs, por ventura naó efcolhcu Deus
Tejíiao aos
Vil* íjtfí.7:48. i,Cer.l'tií. &-i. 0 (U<-

DE S-. J A G O Cap. II.
i os pobres d’efte mundo, [(w™}ricos em fé herdeiros
d’o Reyno, que í a os que o amaó promete? : _ cExoi. zo:
Porém vosoutros a o pobre deshonraftes. Porventura naõ vos 6.
* oprimem os ricos com ty rania, e a os tribunaes por vos puxaó ? x’Sam’ 2 •
7 Porventura naó blafphemaóelles o bom. nome que fobre vos-
outros invocado foy ? Mutis-.i',
8 Todavia s fe, conforme á Efcritura, cumprirdes a Ley reál : *Ou,®w-
Amarás a teu proximo como a ty mefmo , bem fazeis: , lentât.
9 Porém fe [X peífoa aceitaes,pecado cometeis,
d’a Ley, como transgreflòres, redarguidos fois. .
10 e Porque qualquer que toda a Ley guardar , e em hum [fi ■ w‘
fauto] offender, culpado de todos he. - Marc. iz:
i ii Porque aquelle que difle: / Naõ cometerás adultério , também.. 31,
difle: Naõ matarás. Pois fe tu adultério, naó cometeres , mas ma- Km.13:9.
táres, transgreflor d’a Ley feito eftás. 5:14/*^
iz Aflifallae, eafliobrae, como aquelles que pela
dade julgados aveis de fér. 1.
13 g Porque juizo fem mifericordia fobre aquelle [virai],que mi-eDtút.iy’;
fêricordia naó fez: e a mifericordia contra o juizo fe gloria. %6t
14 h Meus irmaôs, que aproveita, iè alguém difler que a fé tem ,(?*/. 3:10.
e as obras naó tiver ? por ventura pode o a [m/J féfalvar? ■ /Ex^. zo:
15 i E fe o irmaõ, ou a irmaâ nuos eíiivérem, e falta d''o man-
timento quotidiano tiverem: Aflw < to*
16 E algum de vos lhes difler: Ideem paz, aquentaevos, efar-
tae vos: e as coufas neceflarias pera o corpo lhes naó derdes, que j, ’
proveito [Zfe« ] virá d’ahi? «iSigy,
17 Affi também a fé» fe as obras naó tiver, em G mefmamor- Ma?. n r
ta eftá. r.*\.
18 Porém dirá alguém: Tu tens a fé, e eu tenho as obras: mo-
fira me tua fé * por tuas obras*, e eu te moftrarei minha fé por mi- '
nhas obras. JouLvai.
19 Tu crés que ha hum fó Deus: bem fazes » Hambem os De- iLu.y.ix.
monios o crém, e eftremécem. ’ 1.10^:17.
20 Mas, ó homem vaó, queres tu faber que a fé fem as obras *Out /h»
tóímom? . .
' zt Por ventura naõ foy Abraham noflo pae pelas obras juftificado, ‘
l quando a ícu filho Ifaac fobre o altar offerccéu ? / Qg,.
2* Vés tu j que a fé com luas obras cooperou, e que pelas 4 10.
fibras a fé aperfeiçoada foy? *
5« EPISTOLA UNIVERSAL
2j E a. Efcriturá íe cumpriu a qual diz, » E créu Abraham a •'
Rorn,^'. 3. x^vuj,, efoylhe * contado por juíiiça, e amigo deDeuschamá-
Deus
dofoy.
* Ou 3 Im­
putado d 24 Vedes logo agora que o homem he juftificado pelas obras 5 c
juftifa. nao fomente pela fé ? ‘
nlofué.1.1, 15 E femelhantemente Rachab a folteira , por ventura naô foy
*6:23. também juftificada pelas obras, quando a os menfageiros recolheu*
Hebr. Il; e por outro caminho os despediu ?
26 Porque affi como 0 corpo fem 0 efpirito morto eílá* afii tam­
bém a fé fem as obras eftá morta.
i.

C A P I T U LO III. j

1Redargue 0 Apoltolo taobem a os que como Meftres a outros facilmente refreie*


demy fazendo elles mefmos muytas vezes perverfomente. 2 Enfina que 0 que
^y^^9hfy^li^j^^efrear pode > tachem a todos os outros membros bem governar po*
de, 3 Como os cavallos com freyo 4 E as naos com leme fe governaõ, 5 Mas
fe a lingua naí fe refréa, que entonces he como fogo , 0 qual ainda que muy pe*
queno > toda via grande bo/que encender pode, 7 Que 0 refrear dia lingua muy*
— to mais difficil he ■> que 0 amanfar de qualquer befta fera 3 e que 'a lingua deste*
freâda caufadóra de muytos males he, 9. ^ue n&õ he conveniente 3 que com hua «
e mefma lingua a Deus bendizemos e a 0 proximo maldizemos, 11 Como a fonte
naô deita \untamente agoa falgada e doce 3 nem a arvore fruitos diverfos* 13 Des*
pois amoefta pera manfidaõ e pera depor a enveja e contenda, 15 E defereve
a natureza e propriedade da terrena e celefiial fabedoria, 1S Cpmo taôbem *
fruito que por eUas fe alcança*

1 M J^eus irmaós, naõ fejaes muytos meftres, fabendo que tan-


to mayor * condenaçaó receberemos.;
Lw.í:j7.' 1 Porque todos em muytas coufas tropeçamos. «Sealguém em
•Oujwzo palavra naó tropeça, o tal varam perfeito [fe ], poderoloparatam- *
14. bem todo o corpo refrear.
iMob.v.xò- 3 Vedes aqui nosoutros a os cavalos freyos ’nas bocas pomos,
peraque nos obedéçaó/[<»^j todo feu corpo viramos.
•Ou,??/.- ♦ Vedes aqui também as naos, féndotam grandes, edeimpetu-
tía. °f°s ventos levadas, '[cov com hum bem pequeno leme fe vi-
Jprev x« raó para onde quer que a vontade quifer d’aquelle que as * governa.
iS. 5 d. Affi também a lingoa he hum [fem] pequeno membro, e de •
/: *’ grandes coufas fe gloria. Vedes aqui hum pequenofogoquamgran-
de Uofque encende.
r
< A
✓ +'
D E • S«. J A G O. CapíIIT;

reptiles como de ammaes dJo mar, fc amanla, e pela natureza hu­


mana amanfada foy:
s Mas nenhum homem a lingoa amanfar pode. Hum mal que fe
naó pode refrear: cheya de peçonha mortal.■
9 Com ella a£»e^ J Deus ePae bendizemos, e com ella a osho- . ,
mens, e feitos á femelhançade Deus, maldizemos. - ’ ,
10 De huá mefma boca procede bendiçaó, e maldiçaó. Meus
‘irmãos, naó convém que ifto afii fe faça.
H Por ventura deita alguâ fonte por hum mefmo manancial o
doce, e o amargofo ?
n Meus irmaós, pode também a figueira azeitonasaç^bu a videi­
ra figos produzir? Afli {tambem~\ ne'nhuã fonte agoa falgada, e do­
ce produzir [ptó]?
ij Quem he fabio e entendido entre vosoutros? /Por £/ê«] bom/^M:?»
trato fuas .obras em manfidam de fabedoria moítre.
14 § Porém fe enveja amarga , e contenda cm voflo coraçaó ten- i?;
des, naó vos glorieis nem contra a verdade mintaes.
15 b Naó he efta a fabedoria que d’o alto decende j fenaó terré- b i-
na, animal,ediabólica. . ®
16 i Porque aonde ha enveja e contenda, ahi ha perturbaçaó, e i i.cwjtj.
* toda obra perverfa.
17 Mas a fabedoria que he d’o alto, primeiramente he pura,
defpois pacifica, moderada, traétavel, cheya demifcricordia, e de
bonsfruitos, parcialmente naó julgando, e naó fingida.

ÇXw-» «Atnw>

Vv?
Capitulo IV.
I Relata ff Apffflolo os remedios contra. os pecados precedentes.» e amoefta 0$ queas
concupijcencias carnaes , fendo a origem d^Ues 5 deponhao 3 apontando pera efte
fim os perniciofos fruitos d*ellas , como faõ contendas > 2 Embaraço que nao re-
tébem 0 que defejaõ e pedem» 4 E inimizade contra Deus. 5 O que com as
Escrituras prova. 7 Exhortando queffia DeusJugeitem^ e a 0 Diaborefifaõ.
$ Ajunta a iffo hua fervorofa amoefiaçaò para converfaõ 3 que com juas partes
defcreve. 11 E principalmente pera naõ julgar a fieu próximo , porquanto ifta
a Já Deus compete. 13 Redargue os taõbem que em fiús negocios que começai
naõ confideraõ a providencia de Deus 3 nem a fraqueza d’a vida. 17 E conclua
que 0 que fabe 0 que fazer deve» e iffo naõ faz a mas gravemente peca.

1 D’ondc gucrras e pclejaá entre-vosoutros [w] ? Porventura


naõ [vem] d’aqui, £<z faber] de voffos deleites, “ que em vos-
i. Pedr. 2: fos membuo^guerréam ?
*I# i Cobicaes, e * nada
nada tendes: fois envejofos e*cobiçofos, e al­
*P)u3nao. - vwi^,
* Ou, emu­ cançar naó podeis: combateis e guerreaes, e nada tendes, porque
ladores, naõ pedis.
i Matt.lvt 3 Pedis, e naó recebeis: b porque mal pedis, pera em voíTos de­
11. leites gaftardes. .
Rom.i:i6* 4 Adúlteros, e adulteras, naó fabeis vos que á amizade d’omun-
cl/?/.f 5.19. do ,, he inimizade contra Deus? ‘•'Por tanto qualquer qued’omundo
Gal, i: 10. amigo íér qfifer, por inimigo de Deus fe coniiitúe. I

l.loa.v.l^ 5 Ou '' cuidaes vos que a ~ '* :


Eicritura em vaó~ diz Porventura de-
d Num. 11 _• fejo de enveja tem o Efpirito que em nos habita?
r Prov. 3 i 6 Antes [aMa] dá mayor graça. Portanto diz [a Efiritura]'.
e Deus reíifte a os loberbos, porém <fa graça a os humildas.
54.
I Pedr^S- 7 Sugeitaevos pois a Deus ; / refifti a o diabo, e fugirá de vos»
fEph.4-.17- outros.
l.Pedr 5:9. 8 Chegaevos a Deus, e elle fe chegará a vosoutros. < Alimpae as
t Jfiy-^5- maós pecadores: e vos dobrados de coraçam, purificae os cora»
çoés.
* Ou, Ten- 9 h* Senti voflàsmiferias, e lamentae e chórae: vofrorifofecon-
devos por verta em pranto, e [v«ffb] gozo em trifteza.
níÇra- Jo j pjumilhaevos perante d’o Senhor, e elle vos exalçará.
bM^tt s • 8*11 ^rma®s’ naó íàlleis mal huns d’os outros. Quem de [_/?« J ir»
‘P ' *' maõ mal falia, e a leu irmaó julga, d’a Ley mal falia, eáLeyjuI-
í M.ti 19 ga. E le tu a Ley julgas, ja naó es fazedor d’a Ley , fcnaó juiz.
Prov. 291 ' & Hum
ij. Matt.ii :ja. 14.11. t i.P«fcs;&
D E St. J AGO. Cxp. V.
■ n Hum fd Legifladór ha, que falvar e deftruir pode, k Porém 14:
quem cs tu que a óutro julgas? . . 1l -
. ij Ea pois agora vos, os que dizeis: ^Hoje, ouamanhaá, a 1*
huá tal cidade iremos, c lá hum atíno paflãrémos, e contrataremos,
e ganharemos :
14 Vos, que naó fabeisoque amanhaã.\_»cwteterá~\‘. «Por-
que, que he voffa vida ? Pois hum vapor he, que por hú pouco &•
aparece, e delpois fe efvaéce. ?-Corl-y.
*5 Em lugar que dizer devíeis: » Se 0 Senhor quifer, e vivermos,c£ 2’1®;
ifto ou aquillo faremos. . - ^14 *' * •
»6 Mas agora em voflas * prefunçoés vos gloriaes: todaatalgló- ! 1^2:17.
-riaçaõ he nialína. - nAã.il\
*7 0 Afli que aqucllc, quefazero bem fabe, e naó fáz, *pc- a«-
cado comete. i.Cvr.4.19.
* Ou3 foberbtaS) ou3 arrogancias, o Ilé47« * para tfal lhe he pecado* **
OU 5 péca*

Capitulo V»
* 1 Adianta • Apoliolo *nas exhortaçcens para vivenda Chriftaã * e aponta as
miferias que [obre os ri os vem, 4 A faber , fobre os que a os pobres de feu
jornal frufiraõ, 5 E d3as riquezas abufao pera deleites > 6 Ea os pios oprimem»
•j Amo tfia a os oprimidos pera paciência longanime > com a vi? la de Chrifto j e
som os exemplos d3hum lavrador. Io E d os Prophetas e efoecialmente de Job»
11 Amoejia os de deixar 0 leve jurar* IJ Enfina como nos avémos nos de aver ,
affi *nã profperidade como *na adverjidade, 14 Como taobemo que os doentes
fazer devem* e oque nos lhes fazer devemos principalmente untando os e orando
per elles. 17 Mostrando 'com 0 exemplo de Elias quam efficdza orapaõ d?os fieis
he. 1? E ultimamente amoesta de a os defencaminhados converter 3 e a 0 ver­
dadeiro caminhe levar, lo E enftna quam excedente obra ifto Jeja*

1 * J7a P°is agora? vos ricos, chorae e *pranteaé por voflàs mife- aPnv. ««
rias, que fobre vos haó de vir. 8.
a Voflâs riquezas eftám apodrecidas, e voflos veíiidos comidos ^m0>- £:
• d’a traça eltam:
3 Voflo ouro e prata eitá ferrugento: e fua ferrúgem em tefti- x
munho vos ferá, e voflà carne com fogo comerá: C pera os últimos ‘
dias enthefouraôcs. •*OuJC>!
' ' Vw» 4V«4 ves.
a
klítít.í'.i,. 8». a; 5.
s
z
"t
516 EPISTOLA UNIVERSAL

cLevit.19* Vedesaqui c 0 jornal d’os trabalhadores, que voflàs terras fega-
13. raõ. diminuiu, clama: e os clamores d’os
raõ, [e]j por vos fe [/Zw] diminuiu
Deut. 24. qUc |' <jí J fegáraô em os ouvidos d’o Senhor * Sabaoth entraram.
5 3 Deliciofamente fobre a terra viveftes, e vos deleicaftes : vos-
* Ou, d‘os
■ * f°s coraÇ°cns como em dia de matança cevaftes.
exercites.
6 A o jufto condenaftes [*] mataftes: Qí?J elle vos naò * refiftiu.
13’ 7 Sede pois , irmaós, pacientes até a vindad’o Senhor. Eis aqui
JLwf.15.19.o lavrador o fruito preciolo d’a terra espera, aguardando o com
*5.
’r paciência, até que a chuva temporaá e foródea receba.
* Ou j refi- 8 Vos também pacientes fede, voílos coraçoes esforçae: por­
que ja a vinda d’o Senhor chegando vem.
9 Irmaós, naô fuspireis huns contra os outros, peraque conde-
nados naô fejaes. Eis que o Juiz á porta eftá.
10 Meus irmaós, tomae por exemplo de affliçaó e de paciência
a os Propheus, que [«»] nome d’o Senhor falláraó.
e Matt. f: 11 Vedes aqui * por bem-aventurados temos a os que fofrem.
II. Bem f a tolerância deJob ouviftes, e o fim d’o Senhor viftesj £ que
U.
muy milericordiofo e piedofo o Senhor he.
( Num. 14; 11 Porém fobre tudo, irmaós meus, h naô jureis pelo Ceo, nem
18. ’ pela terra, nem qualquer outro juramento : mas vofiò fi , feja fi,»
P/103: !8. e [w/ê] naô, naó: peraque em * condênaçaó naó cayaes.
h Mutt, ç ; 1$ Eftá alguém entre vosoutros affligido? Ore: eftáalguém con­
tente? *jPiàlmodíe.
fc.C0r.ni7.
18 14 Eftá entre vosoutros alguém doente ? A fi a os Anciaós d’a
* 0tb7w- Igreja chame, e * lobre elle orem, k ungindo o com azeite em o
zo. nome d’o Senhor.
*Ou, P/</- 15 E a oraçaó de fé a 0 doente falvará, e o Senhor o levantará:
mos cante. c fe ouver cometido pecados, perdoados lhe feráô.
ÍEnh.sf.iy. 16 Confeflae [ vofíds ] culpas huns a os outros, e huns polos ou­
côiof 3:
Ió.
tros orae, peraque fareis. Muyto pode a oraçaó efficaz d’o jufto.
* Ou j Por 17 1 Homem era Elias * ás mefmas paixoés que nos, e
elle. orando, pediu que naó choveflè: e fobre aterraportresannos e leis
_ ___ __ * __ / _ . ’
k Mart. 6' meles naô choveu.
n- 18 » E outra vez orou, e 0 Ceo chuva deu, ea terra feu fruitq
Z1.R9tf.17: produziu.I
1. 19 Irmaós, v fe alguém entre vosoutros v’a verdade errado tem, »
*Ou*«?/<•■» C a^8u_CIn 0 £onverter:
»

melhantet iò Saeba [«tal] que aquellc que a hum pecador d’o erro de feu
faixoís. cami-
fu L. Riytf í t í J.,

i
D E St. J A G O. Gap.' V. < /
caminho converter, d’a morte huá alma falvàrá, »çmultidaõ de^Pw.»:
pecados cubrirá. ~ l2*,
X>P*fa0>
¥im tyifiol» ít ApaSolo St. Jtgt. '

primeira epistola

D O

Capitulo L
I Defpois d*o titulo da carta» 5 Agradece 0 Apofiolo a Deus que fera a heran»
fa incorruptível nos regenerou. 5 Como tombem que feia fé fara falvaçaõ nos
guarda> 6 E ’no meyo fas tentaçoens alegra. 8 Polo que taobcm com gozo
o amamos ainda que 0 naõ vemos* to Te[tifica então que a doutrina defia gra*
fa nao he nova nem vil» mas que 0 Efpirito de Chrifio pelos Profhetas antigos
d*etta frophetizou^ iz £ Anjos de 3nella ver defejaõ. IJ Propoem despels
diverfas amoeflaçoens 5 febre tudo fera firme efperança *nejta graça 9 14 Pera
janãidade > <7 £ depofiçaè de toda vaa converfaçM » da qual feio fangue de
Chrifio livrados fomos* 20 Enfinã que Deus a Chrifio fera efte offcio Media*
torio desd3abetemo bem elegeu mas que agora for amor de nosoutrosmanifefiado
foy. 22 Tira dfahi outra vez hua amoeftaçaõ fera mutua caridade fraternal9
23 Porquanto pela incorruptível femente d3o Euangelho fora ijfo regenerados
fanes*

1 "W A edro Apoftolo de JefuChrifio, a os eftrangeiros * em Pon- •Uctí.in.


r* to , Galacia, Cappadocia, Afia, eBythinia espargidos:
A 1 Eleitos fegundo a prefciencia dfc Deus Pae, em fanâi-
* ficaçaôdeEfpirito, para a obediência e^alperíam d’c£àngue de Je-^S^ri:
fu Chrifio: < Graça e paz vos feja d multiplicada. <
Vv vj a *Ben-j
Gr£i;j. JEpÀl;a. Jtxl.itTH. '
*♦. •
I -x , t

I. EPISTOLA UNIVERSAL
Cor.i.-3. j e Bendito feja o Deus e Pae de noflo Senhor Jefu Chrifto , fo
f^Roin 6- flua^ fegun^° ^ua grande mifericordia para huá viva efperança , nos
' z".' ' regenerou , g pela refurreiçaó de Jefu Chrifto d’entre os mortos:
lacob i: iS. 4 Pera a herança incorruptível, e incontaminavel, e que mur-
gi.0.15; char fe naó pode, b guardada em os Ccos pera vosoutros.
i0- 5 Que pela fé em a virtude de Deus guardados eftaes, pera a fal-
kcoio/r.i • vaçaó, ja preftes pera em o ultimo tempo fe revelar.
iRom • 6 ' Em quevosoutrosvos alegraes, k eftandopor agora (fe he que
ItfíoT r i importa) por hum pouco contriftados com varias tentações:
i- Tm. 1; 7 Peraque a prova de vofla fé, muyto mais preciofa que o ouro
ií- que perece, e pelo fogo he provado, fe ache em louvor, e honra,
kHebr. io- c gloria, ’na revelaçaó de Jefu Chrifto.
37. 8 «A o qual naõ o avendo vifto, o amaes em o qual, naõ o*
X» Pedr. y:: vendo agora, porém crendo , com gozo ineffabil e gloriofo vos
lo.
I ifij. 48: alegraes. . .
10. 9 Alcançando o fim de voflâ fé, [4 fáer j a falvaçaõ d’as al­
I. Cor. 3 : mas.
13- 10 [Acerca] d’a qual falvaçaõ «inquirirão e esquadrinháraó os
lacob. I; Prophetas, que d’a graça que [dada] vos [%j, profetizáraó.
I. Pedr. I; 11 0 Efquadrinhando quando , ou em qual tempo, 0 Efpirito de
mjoã.io: Chrifto, que ’nelles eftava , fignificafle e d’antes teftificafle p as I

19. * affliçoés [queJ aChrifto ^aviai de w], e asglorias que [je


a Chrifto [aviai \je Ibeaviai
lhe aviai
n Gcn 49 : de Jêgairj. I

10. ia
ií A os quaes revelado foy, que naõ para fi mefmos, fenaó
íènaó per*
Dáw.r.44 nosoutros, adminiftravaõ eftas couias, que agora denunciadas vos
foraó pelos que,
\ *■ dbraó * f ?7 pelo Efpirito fanéto d’o Ceof enviado, .0 • Euan-
- 1 ’ - -- -- - —---------- ------ - - - _ —-------------- —----------------- - - — - t - - - -------- ------ —-------- — * — — -j

» Dan. 9: gelho vos pregáraó: r para as quaes coutas, até o mais interior, os
14. Anjos olhar defcjam.
fPjn-.j. 13 /í Portanto cingindo os lombos de voflo entendimento, [e]
t;
j fobrios, efperae inteiramente’na graça, que’narevelaçaõ dejc-
•"Gr. pai- pu Qhrifto fe vos offerecéu.
Aã r 4. 14 Como filhos obedientes, naóvos conformando com asconcu-
r Eph. *3: pifcencias, que d’antes em vofla ignorância avia.
10. * j 5 Mas como aquelle que vos chamou, fanéto he, # fede vos ou-
/ Luc. 12 : tros também fanétos em toda [vorfd] vivenda.
35- i6 Porquanto efcrito eftá ; » Sede fanétos, porque eu fou
6:14. fanéto.
DE S. PEDRO. Gap.I. * s
$2?
*7 E fe por Pae invocaes a aquelle * que, fem aceitaçaõ de pes- xDeut.W
[òiLS^ fegundo a obra de cadahum julga ■, em temor * andae o tem- 17-
po de vofla habitaçaó: ' z.chr.
iS y Sabendo que de vofla vaã vivenda, que * por tradiçaõ d’os "r '
paes recebeftes , refgatados foftes, naó com couíãs corruptíveis ,
\_como, cnm~\ prata ou [ torn J ouro : Rfrm.l*. II»
i9 Senaõ * com o prcciolo fangue deChrifto, como dc hum im* GaLz\6.
maculado e incontaminado cordeiro : Eph*6\
ao O qual bem * ja d’antes conhecido foy desd’antesd’afundaçaô 5 '
d’o mundo, porém ’neftes últimos tempos manifefto por amor de , q^' trt_
vosoutros: ' •
ai Que por elle credes, em Deus, o qual d’os mortos o refus- vi.Cnr-6:
• citou, e b gloria lhe deu, peraq ue vofla fé e efperança em Deus efti- ao.
veíTe.' *7=
ai [Pírfáwfo] purificando pelo Efpirito voflàs almas em a obedien- *PU’ “et
cia d’a verdade , < paracaridade fraternal naó fingidaj*amâe vosar- .ats
dentemente huns a os outros de hum puro coraçaó: a" e .
23 d Sendo ja regenerados , naó de ^/emente corruptível, fcnaó z ^fí.20:
incorruptível, pela viva palavra de Ddus, e que para fempre per« - tS.
manece. , Hetr.9».
24 /Porque toda carne he como a erva, e toda a gloria d’o ho- 1
mem como a flor d’a erva. Secoufe a erva , e lua flor cahiu: 1 :
2$ Mas a palavra d’o Senhor permanece para fempre: c efla he a t:f.
palavra que entre vos Euangelizada foy. <3 *
CeloJJ'. 1:26. 2. Tim. I:Til. 1:2. h Aã. 2:33. ?. « &”’»•I<5‘
Eyhef.4'. 3. Hrbr.l$t I. I Eedr.tiiy. d jacob. I: IÍ. el. Jta. 3;
f I/*i- 49 • 6.1. Cer, 7; 31. JW. 1:1®. 14; 14. j. Jtâ 2:155»

Caí
■ -*l

>
*

W l. EPISTOLA UNIVERSAL

C A P I T V L Ô II.
j Amoefla os ainda 9 Apoflolo pera depofipai de diverfos vícios > 2 E pera defe}0
do leite 'd d palavra de Deus que [em engano he> pera 9no bem crecer 9 3 E a
benignidade de Deus gofiar, 4 Exhorta os despois que > como pedras vivas em
Chrifio pera cafa e facerdocioefpiritual edificados fejaõ; 6 Ptiio que Chriftoempe­
dra da esquina de Deus pofio he 9 preciofa pera os fieis ? mas tropeço .pera os
desobedientes* 9 Tefiifica que elles agora ejfa geracao eleita e povo de Deus
Jaó, d9os quaes mifericordia tem, II Polo que os amoefia.pera converfaçaã
fanffia 5 pera por ella a Deus glorificar* 13 Como taobem pera obediência a os
fuperiores* iS E os ferves pera a de feus Senhores 9 aindaque rigurojos*
21 Propoem lhes pera este fim a paixao e paciência de Chrifio > 24 E confola
os com os fruitos defia paixao ? como a caufa de [ua converfaõ d9elles*

1 * T^eixando pois toda malícia , e todo engano, e fingimentos,


3• e cnvejas, e todas murmurações,
Eom* 6:4* 1 Defejae affcâuofamente, como meninos novamente nacidos,
1. or. 14.0 jejtc racional, * naô falfificado, pcraque por elle crecendo va-
Eph. 4: *3- 5’r z
Colof 3:8. 5 Sc porem ja b goflaftcs que o Senhor benigno he<
Hebr, 12:1. 4tAo qual chegandovos, [como a] huã pedra viva, d’os ho-
* Ou incor- mens em verdade reprovada, porém para com Deus eleita [e] pre-
rapto, ou> cjofa:
fem enga- Também como pedras vivas, d[por3 cafà efpiritual e *íanéio
Ppf ... ?Sacerdocio vosedificae, pera/facrificios elpirituaes, aDeusagra-
t £^.2 20. dáveis por Jefu Chrifto, offerecer.
jHebr.y.6. C Poloque também ’na Eicritura fe contem: g Eis que em Siaõ a
e Afoc.r.6. principal pedra d’a efquina, eleita, preciofaponho: e, Quem
fRm. 12: ’nella crer confundido naô ferá.
1. 7 Affique para vos os que credes * preciofa [wj] he: masparaos
Híw-. 11 •# rcbeldes [jí £ A pedra que os edificadores reprováraó eflã
**; 15 Por cabeça d’a efquina feita foy, e por »pedra de tropeço, .e por
ii5t penha de efcandalo:
. jfy. 28 *. 8 [ a faberJ paraaquelles que ema palavra tropéçaó, rebeldes fen-
16. do, pera o que também*ordenados fóraõ.
* Ou > htv- k Mas vosoutros a geraçaó eleita, l o Sacerdócio Reál, agen.
rí)A te fancta, o povo aequirido fois: peraque as virtudes denunci.
* eis d’aquelle que d’as trevas pera fuamaravilhofaluz vos chamou.
. ..»Vos
2». Matt.il: 42. ^.4:11. i Ifay. 1:14.
Deut.ftó, eI4;a. eii.it, E^btlil^, lAftc.lií, e5;lo«
x* » Vos, que d’antes povo naó éreis, mas agora o povo de Deus-» x:
fois: que [dantes] mifericordia naó alcançareis, mas agora miléri- Io-
cordia alcançaftes. ■n#ií2z*
n Amados, como a peregrinos e foraíteiros [<w] amoetto.,^^' ‘
» que vos abílenhaes d’as concupiícencias carnaes, que contra a alma I4. ‘ ? ‘
militam.
a o VoíTa vivenda entre as Gentes honefia tendo : p peraque em oRom. 12:
o que de vos, como de malfeitores, mal faliam , q a Deus, pelas ?.Cer.3;zi.
boas obras que em vos virem, r ’no dia d’avifitaçaó glorifiquem.
13 ] Portanto íugeitaevos a toda ordenaçaó humana por amord’o^,H\’.
Senhor: feja a o Rey, como a Superior : ”16.**
14 Seja a os Governadores , como a òs que d’elle fam enviadosyqMatt. 5:'
*. para caftigo em verdade d’os malfeitores, mas [pera] louvor d’os 16.
que bem fazem. r Lus.ntâ*
' 15 Porque affi he a vontade de Deus, t que bem fazendo, a boca *i9i-44*
á ignorância de homens loucos tapeis: #
16 » Como libertos, è naó como tendo a liberdade por cubertu- \ "j.
ra de malicia, fenaó como fervos de Deus. «lo/s.- tí*
17 x Honraeatodos: y amae a fraternidade: temeia Deus: ahon- Rom.&x iS«
rae a o Rey. Gaí. y. r.
18 a Vosoutros fervos, fugeitaevos com todo temor a [wflis] x&w.lzt
Senhores, naó fomente a os bons e * humanos, mas também a os **;
rigurofos. Jííu j
19. b Porque * coufà agradavel he, fealguem, por caufã d’acon- Ia/
fciencia pera com Deus, moleftias foffe, injuftamente padecendo. Rph. 4: 3-
ao Porque , que louvor he, fe pecando, abofeteados fois, e o Hebr.iy.lt
fofreis? íMas íê fazendo bem, affligidosfois, c*ofofreisj iflb 1-Peifr. 1»
he a Deus agradavel. •
a< Porque pera ifto fois chamados, pois tambémChriftopor nos s
padeceu, ^deixandonos exemplo, peraque fuas pifadas figaes. aEph
22 e O qual naó cometeu pecado, nem engano cm fua boca fe celajf. 3 :
achou. 22.
*3 fO qual quando o injuriavaõ, naó tornava a injuriar: e quan- x.Tm.á:x.
do padecia, naó ameaçava: masaaquelleque juftamentejulga:
remetia. z , vtísoa"
1410 qual mefino noflòs pecados em feu corpo fobre o madeiro, *
Xxx levou ihf,
•Ou, ilie grata he. b Matt.^'.lo. < I. Pe/r* 3114. «4:14* *Ouj faleceis*,
djeã.iyiy Phil.i:y l.joí.z-6. elfay.^y.9. itCer.^iZi. l.beg.y^
fMattaj.lí.
I. EPISTOLA UNIVERSAL
h Ram. 6 ; ievou; h peraque mortos para os pecados, para a juftiça vivamos:
por cuja ferida farártes.
Ezl/lll: P°r9u5' como ovelhas desgarradas éreis: mas agora [j^con-
c. vertidos eíiáes a o Paftor e * Biipo de voffas almas.
Luc. 15:4.
Capitulo III.
X Âmoefia Pedro mulheres fera obediência a fèus maridos. % JE enfeite nao
do homem exterior > mas do interior. 5 Poloque lhes propoem os exemplos
dias matronas janffias do Velho Teftamente , efpecialmente de Sara. 7 Ameefta
taobem a os maridos que diseretamente com faas mulheres habitem. S Torna fe
despois a as amoeliapens pera mutua caridade* 9 E principalmente pera tole*
rancia e paz 3 tom promefjd dia bençao de Deus d0 Pfalmo XXX1 v. 13 Moflra t
que temer naó devem quando fem culpa padecem, e que Jempre pera ddr razaã*
dia e/perança que *nelles ha aparelhados esidr devem. iS Propoem lhes 0 exem­
plo d*a paixaõ de Chriflo e de jua fahida dlella, I£ Como taõbem 0 exemplo
contrario dokcafiigps > d9a desobediencia do primeiro mundo em os Dias deNoe»
e dia livraçao de Noe pela arca, dia ~agpa, quando com paciência a efperdrat
II Cujo correspondente exemplar agora obautismO he^ que nos encaminha â rejur-
reipaõ e gloria de Chrifto.

• Gtn. 3 :1 4 Çemelhantemente [wj mulheres, [fác] fugeitasavoíTos pro-


1 Cor 14 • prios maridos : peraque também fe alguns a palavra naó obe-
*j4 ‘- 'décem, pelo trato d’as mulheres, fem palavra, ganhados fejam,
Eph 5:22. 1 Voflò cafto trato em temor confiderando.
Co/o/f 3 : 3^0 enfeite d’as quaes feja, naó o exterior,' em encrefpamento
18. de cabellos, ou atávio de ouro , ou compoftura de veíiidos;
, 2 :5. 4 Senaó o homem encuberto d’o coraçaó, em o incorruptivel
* [en/è/fíj de hum cfpirito manfo e quieto: que preciofo diante dc
Tn'z-.í. Deushe.
5 Porque affi fe enfèitávaó também antigamente asfanétas mulhe­
res , que cm Deus esperavam, e a feus proprios maridos lugeitas
éraó:
<Ge«. is; 6 c Como Sara obedecia a Abraham, chamandolhe Senhor 5 d’a
qual vosoutras filhas feitas fois, bem fazendo , c nenhum efpanto
temendo.
JEpb 7 Semelhantemente vos maridos, ^habitae com [eUa: ] com enten-
€»/<>£• dimento, dando honraá mulher, como â vafo mais ftaco, como «
j? J, aquelles que juntamente (com eUas'] herdeiros d’a graça d’a vidafois:
peraque voflàs oraçoés impedidas naó fejaó.
8 £
I E finalmente, e fede todos * de hum meímo confentimento^*^^- x*t.
compaffivos, amando a os irmaós, entranhavelmentemifericordio-, .
fos, [íJ affaveis: . • Phil.ttú
9/Naó tornando mal por mal, ou injuria por injuria: antes, e à: 16.
ao contrario, bendizendo: fabendo que a iftochamadosfois, gpe- «Ou.Uím- ‘
raque bendiçaó em herança alcanceis: nimes.
10 h Porque quem a vida amar quér, e os dias bons vér, fua lin- fLev. 19<
goa de mal refréye, e feus beiços, que engano naó fallcm. 18j
II i Aparte fe d’o mal, e faça o bem: bufqueapaz, efigaa. T?10 -
Ia Porque os olhos d’o Senhor fobre os juftos eftáô, e feus ouvi-
dos a fuas oraçoês [ateias]: mas o rofto d’o Senhor he contra osque Mattf.yh
males fazem. Rom. ix : -
11 E qual he aquelle que mal vos fará j fe imitadores d’o bem i7>
fordes?
14 k Mas fe também por amor d’a juftiça padecerdes, bem-aven- * ™
turados fois: l e por temor d’clles nâó temaes, nem «vos turbeis: ,
15 w Antes a o Senhor Deus em voíToscoraçoésfanéiificae: »efem-
pre aparelhados eftae, pera com manfidaô e temor reíponder acada i.2ws,4:S. .
qual que razaõ vos pedir d’a efperança que em vos há. ã 77214:13.
16 Tendo huá boa confciencia, «peraque em o que de vos, co- t
mo de malfeitores, fallaó mal, confundidos fiquem osque de vofio
bom trato em Chrifto blasfémaô. ípy. 1: iíí
17 Porque melhor he que fazendo, bem (fe a vontade de Deus *jos.
o quer) d’e que fazendo mal, padeçaes. versii.
iS ? Porque também Chrifto huá vez polos pecados padeceu , o kMatt. 5:
jufto polos injuftos: peraque a Deus nos levaflè, mortificado em
verdade ’na carne, porem vivificado pelo Elpirito: l
19 ’No qual também indo, a os elpiritos j em prilãm «4* 14.
pregou.
to r Os quaes antigamente rebeldes foraó, J quando a longani- Jer. 1:8.
midade de Deus huá vez em os dias de Noè aguardava, aparelhan- «Itó.iAi.
dofc a Arca: em a qual poucas, t (iftoheoito)almas, peláagoa fe U9:
falváraó. j5 '*
ai » A cujo correfpondente exemplar, o bautifmo também ago-
ra nos falva, naô 0 d’o dcspojamento d’a immundicia * d’o corpo,
Xxx* mas ja.15.
f Rom. $: 6. Heèr. 9: 1$. 18. j 1, Peàr.4‘. 6» r Ge». 5. fGen.6'. 3. 14.
14:37. Luc. i-;2Í, Rom,v,4, a»JMr.a;5. kEpI>A‘.&. •-4

•Ou./íwac.
□ ou3 refurreiçaõ de Jefu Chrifto:
zz x (j qual á dextra de Deus eftá, fendo a o ceo fubido : aven-
«Eph 120 d°felhe os Anjos, e as poteftades, e as potências fugeitado.

Capitulo IV.
X Tira o Açoftolo d’a coufideraçao dd paixaÕ de Chrifto hua dmoeftafao j que na!
fegundo as concupifcencias dd carne ? fenai fegundo a vontade de Deus avém de
viver $ £ enfina que os que o contrario fazem , ou outros a iffio levao, aJDeus
conta dardo, 6 Sendo taõbem por ijjo o Enan^elho a os mortos pregado, 7 Ex*
horta os despois pera fobriedade, oraçao, caridade e outras virtudes» Io Coma
taobem pera o bom empregar d3os dons e adminiftraçoens que cada hum recebido
tem. 12 Enfina outra vez que a forte d9os fieis he , padecer afflfoens , e que
iflo lhes faudavel he ,• I5 Eavifa que ninguém como malfeitor, fènaõcomoChri*
fido padeça , \q Porquanto a ju/zo de Deus de [ua cafa começa» iS Pois
es outros defpoi^ defta vida mais grave \uizo tem por efperar» Is^ocíl dad-

ra pois ja que Chrifto por nos em a carne padeceu, « vostam-


^bem com eftc mefmo penfamemo vos armae, b [a jdber]

7. ' Pera ja o tempo que [ainda] em a carne refta, mais naõ viver
1 c
2, Cor.5: fegundo as concupifcencias d’os homens, fenaõ fegundo a vontade
*5' de Deus. \
Gal 2:20. 3 d Porque bem nos bafta que o tempo paflado d’a vida a vonta-
d’os Gentios cumprimos, e-em difloluçoês, concupifcencias
’ió. 5 borrachices, glotonarias, beberronias , e abomináveis idolatrias
Hehr.? 14. andámos.
rf£pZ>4:i7. 4- O que [em w ««trosj eftranhaõ, por com elles náõ correrdes
’no. mefmo defenfreamento de diffoluçaó, de vos blasfemando:
5 Os quaes conta haó de dar a o que aparelhado eftá pera a os vi­
vos, e a os mortos julgar.
e Lw. 5:25. 6 e Porque para ifto também a os mortos euangelizado foy, pe-
1 P^r. 3; raqUe em verdade fegundo os homens em a carne julgados fofiem,
porém fegundo Deus em Efpirito viveífem.
f Iis^1 * 7 f E ja o fim de todas as coufas eftá perto : g Portanto fede íõ-
r Lv* . brios, .é vigiaé em oraçoés.
> * * * X A4*jq nnti» tnHn hiinc naro r^nm nc nnrrnc
/ , .' ... "■

E S. PEDRO. Cap.IV. »'/‘r '■ '


V.

./ Hofpedaevos huns a os outros, è fem murmurações. ' ' iRem. HÍ


Jl io /Caaahum como o dom recebeu, [«$>] aos outros o admihi- 1J-
ftre, como bons dilpenfeiros d’a varia graça de Deus. Hebr. IJ :,
z.
ii «Se alguém fallar, [fatie] como as palavras de Deus: feal­ k Phil. z:
guém adminiftrar, [ adminiftre ] como d’a [ parte d1as j forças que 14
Deus dá 5 peraque em tudo feja Deus glorificado por Jefii Chri-zp^ ■■tiS.
fto: aquem pertence a gloria e a potência pera todo fempre jamais. Rom.«: 6.
Amen. " z.Cor.iM.
iz Amados, » naõ eftranheis o ardor [^a affliçaõ] , que para vos mJer- J31
atentar vos fobrevém, como fe fatiuícoufa] eftranha vosacoate- .A2* ie
ceíTe: ’ - .1^-
rj Antes afli como ás affliçoésdeÇhriftocomunicaes, [afi. tombemicer.t it.
-nellas] vos alegrae: peraque também cm a revclaçam de fuagloria i.Vedr. 17.
vos gozeis e alegreis.
14 0 Se polo nome de Chrifto fois vituperados, bemaventurados » M*tt. 5
fois: porque o Efpirito d’a gloria e [°] de Deus fobrevos outros Io*
repoufa: 0 qual, quanto a clles, blasfemado he, mas quanto a vos 2*
glorificado. , _
if Porém nenhum de vos padeça como homicida, ou ladram, ôu
malfeitor, ou como o que em negocios alheyos fe entremete:
ió Mas fe como Chriftam [padéce], naó fe envergonhe, antes a
Deus ’nefta parte glorifique.
17 p Porque ja hc tempo que o juizo desd’a Caía de Deus come- pier.z<> Z9<
cc: e fe primeiro de nos [cemepa], ? qual fcrá 0 fim d’aquelles, que Lw.ij-- jt.
a 0 Euangelho de Deus desobedientes faó ? qLuc. 10:
. iS r £ fe o jufto apénas fe falva, aonde aparecerá 0 impio e pe- pu*
cadór? rrr«®«n;
is Portanto também os que fcgúndo a vontade de Deus padé- ’ *
cem, fuas almas, como a 0 fiél criador , [lhe] encomendem, bem
fazendo.

Xix 5
. «

CapituloV.
I Amoefta Pedro a os Anciaès que a o rebanho do Deus bem apacentem. 4 E pa­
ra galardaÕ a coroa d3a gloria lhes promete» 5 Amoefta despois a os mancebos
pera fugeiçao e humildade a q E'a cada qual que feu cuidado fobre Deus deite»
8 Propoem lhes a afiucia e potência do diabo 5 e exhorta os a velar contra elle»
10 Roga a Deus que os conforte» II JE louva o, 12 Declara a raxaõ porque _
em breve lhes efcrevéu. 13 E conclue a carta com mutua faudapaõ e defe\o
dia pax.

I A os Anciãos, que entre vosoutros eftám , amoeíto eu, que


^ juntamente com elles Anciaó fou, e tellimunha d’as affliçoét.
de Chrifto, e participante d’a gloria que fe ha de revelar :
d AS- 10: 2, a Apacentae o rebanho de Deus que entre vosoutros eftá, ten­
2S. do cuidado [tleile"^ naó por forca, mas voluntariamente : ^nem
b 1. Dm. 3: pOr torpe gaftancia, mas de hum animo prompto: k

j __ k

Dt
3 «Nem como fenhorio fobre as herdades [it -
Senhor] tendo,
f2. còr i - fenaó de exemplos a o rebanho fervindo. k

24. 4 E quando e o SummoPaftor aparecer, fí coroa * incorruptível


rf Phil. 3: d’a gloria alcançareis.
____
__

17. 5 Semelhantemente vos mancebos, fede fugeitos a os Anci-


1. Tm. 4: aõs: g e todos huns a os outros fugeitos fede : de humildade vos
12. viftí -
. - • : h• porque Deus - - a os foberbós
refifte -o -
, mas dá graça a os hu-
7?;. 2-7.
e ífo. 40:mildcs-__ _ k

II. 6 i Humilhaevos pois debaixo d’a potente maó de Deus, peraque


Ezech.34: a feu tempo vos exalce: k
»

23. 7 h Sobre elle toda voflã folicitidaó lançando : Z porque elle de


lod. lo; ii. vos cuidado tem.
__ .... _ _ _____ .__ J

tybr. q : ;8 »» Sede fobrios, vélae : n porque voífo adveríàrio , o Dia-


I. Pedr» 2 : k° , anda como Leam bramindo a o redor bufeando
aquém devorar pofia
f I. Cor. $: 9 «A o qual refiftí firmes ’na fé: fabendoqueas mefinas afiSiçoes
em vofiâ irmandade’no mundo fe cumprem.
2.7 zw.4:8.
lacob.V.lZ. ’
4
1© OH
l JWr,l:4t f Ou 4 que murchar fe isao pode? ou^ immurchavel* gRom.YL*ie Phil.2-.*
h Prov. J : j4- 7^.4: 6. ijob. 22; 29. Prov.291 23. Matt.2$ : 12.
, Luc. 14: II. jfcc»À.4: I«. h Pfilm. 23. Matt. 6^2^
Philip 4i6. I Tá>. 6S. 11. Cor.9: 4. Heér. 13: $. m 1. Thefli s: 6.
l.PeJr.r. 13. <437. njtir. 1; 7, Lmc.U;]!. lotoé.^-.J^
DE S. PEDRO. Cip.V. i
■í

io Ora o Deus de toda graça, que em Chiifto Jefii^í^^erna'■&


gloria nos chamou, despois de /> hum pouco padecido a^tóSs, o fHetr. ioí
mefmo vos aperfeiçoe, confirme, fortifique,. [*]* eflabelé^a. 37- .
n A elle íeja a gloria , e a potência pera, fempre jamais. Amen.x* r” n
ia PorSilvano, voífo fiel irmaó, comocuido, brevemente [■era]
eícreví, exhortando [aw] e teíiificando, que eftahc a verdadeira
graça de Deus em que eftaes.
> j Saúda vos a [ igreja ] que coêleita em Babylonia eflá, è Mar-
COS meu filho [tamíemj. . -
M Saúdae vos huns a os outros y com beijo de ca^dade.* Paz*#»,ig
feja com todos vosoutros, os que em Chriíio Jefu eft^. ^jpçn. xí.
a.Ctfr. XJ * 11. ?
Fim ia frimtira ffifiola Afofai» S.ftdro. 32
n>
SEGUNDA EPISTOLA
UNIVERSAL
X

D O

APOSTOLO S. PEDRO.
Capitulo I.
1 0 Apoftolo Pedro despois dd ixfcrtpçai e fauda^ao , j Relata primeiramtvte
quam muy gwnde graca e benefícios Deus a os fieis Judeos para fua falwaçaÕ,
feito tem. $ Polcque os amoefta pera de mais em mais 3na fé e piedade crecer^
ed fita fé outras virtudes acrecentar} 8 Enfinando que entcmces verdadeiramen-
te .frutíferos .. Io E de mais em mais de fua eleição e entrada 'no Reyno de
Cbriflo affegurados ferdê. 12 Declara, que ainda que eUes efcascoufas bem faebam
toda via quis despertâlos por esta amoeftaçaõ , 14 Ifífio que brevemente dtefia
vida tirado feria fegundo a Profecia de Christo s peraque despois de fua morte
difie fie alembraffcm. 16 Teftifíca que a doutrina de Chrifto e de fua vinda
lhes pregada> fabulefa naõ era j mas que elle rnfmo juntamente com dous outros
Apoflolos fua gloria 3no monte vira> e 0 teftimunho d'o Pae d3elle d3o ceo ouvi-
ra9 19 D d qual tabbem pelas Efirituras proféticas fie teftifíca i 2o Gfue pela
Efpirito de Deus infpiradas faÕ.

I imcaô Pedro , fervo e Apoftolo de Jefu Chrifto, a os que

S com nofco igual preciofa fé alcançáraó pela juftiça de noflô


Deus e Salvador Jefu Chrifto:
a Graça e paz vos feja b multiplicada e pelo conhecimento de
?s, e de Jefus noffo Senhor:
3 v...'mo : óa divina potência nos déu tudo o que á vida e * pie­
dade [pertence j ; pelo conhecimento d’aquelle que ágloriaevirtude
*>
„ _ _ nos chamou:
JW

♦ Ou'^ 4 P^as quaés'grandiffimas e preciofas promeflàs dadas nos iam,


/,^’qu <1 peraque por cilas participantes d’a natureza Divina fiqueis, àvendo <
férreo dt efeapado d’a corrupção , que pela concupifcencia ’no inundo ha.
Uni * 5E
dlfy.54:ç. lUa.
DE S. PE D.RO. Cap. I. í
, y Evos outros também ’nifto mefmo toda diligencia pondo,
^crecentaè á vofia fé virtude, e á virtude noticia,
6 E á noticia temperança, e á temperança paciência, eá, pacien- ,
cia piedade, *
7 Eá. piedade amor fraternal, e a o amor fraternal caridade [/><«- fntâuofos,
?a com todos J. ' . ou./t»
8 Porque fe eftas coufas em vosouver, eabundarem, nem oucio- faito.
fos, nem e * efteriles, ’no conhecimento de noíTo SenhorJefuChri-/59:
fto vos deixaráó. ' ,
Porque aquelle em quem eftas coufas naõ ha, fcegohe, dc5^”**11
longe nada vendo, avendofc efquecido d’a purificaçaó-de fcus an- ■ l?‘
tigos pecados.. ‘ .
10 Portanto, irmaõs, tanto mais procurae de firmeypíTavoça- .
"çaô e eleiçaó fazer: Porque fazendo ifto nunca ja mais tropeçareis.
n Porque afli vos ferá abundantemente fornecida a entrada em
0 Reyno eterno de noflo Snor e Salvador Jeíu Chrifto»
11 Poloque naó deixarei de fempre a eftas coufas vosexhortar,
ainda que bem ás laebaes, e ’na verdade preiente confirmados eftc- .
jaes. ....
ij E porjufto tenho, de em quanto ’nefte tabernáculo eftiver, p-x,.
X com * amoeftaçoés vos despertar: 1. ‘
14 h Sabendo que brevemente efte meu tabernáculo hei de deixar, *Ou,«w
i como também noíTo Senhor Jefu Chrifto ja revelado m’o tem. fiaçan.
15 Mas também eu em toda ocafiaó procurarei,' que dcípois de hi.Ttm.4'.
meu tranfito d’eftas couías lembrança tenhaes. . 6,„
16 « Porque a virtude e vinda de noíTo Senhor Jefu Chrifto faber*-'^"*1 ‘
vos naõ fizemos íeguindo fabulas artificialmente compoftas, l mas íécw. i •
nos [we/ww] *fua Mageftade vimos. w•

17 Porque de Deus Pae honra e gloria recebeu, quando huá ^‘.1.4.


vez d’a magnifica gloria enviada lhe foy, ™ Eftc he meu amado Pi- *4: i».
lho, em quem meu bom contentamento tenho. i ‘,
iS E efta voz enviada d’o Ceo ouvimos, cftando nos com ellc
’no monte fanéto. 1
19 E temos a palavra d’os Prophetas, muy firme : a aqual bem»óúÂ/U
fazeis de atentos eftardes, * como a huâluzque em lugar clcuroalu-
mia, até que o dia efclaréça, c»a eftrella d’alva cm voflbs cora- it tejii-
çoés íãya. rnsmíoas Jt
. Yvy ao St-
. mos.
m Matt.iivj, Mjtrc-HU. t9‘>7> Xtfí.jjaa. ej; 55. CíA^.iuj.
vz.Cfr-4.6. »
54* II. E PIS T O L A UNIVERSAL
Sabendo primeiramente ifto, que nenhuã propheciad’aEfcri«
* Ou > fri- tura he de * particular interpretação. ‘
•W-t.ou, xi Porque.naó foy a prophecia antigamente por vontade de ho-
fropria. . mcm ajgUtn produzida, mas os lanchos homens de Deusa fàlláraó,
*? d’° Etpirito fanóto * inlpirados.
* Ou, Mtviaos j ou j empuxados.

Capitulo II.
I Avifd e Apofielo os fieis d'os falfis Doutores > que heregias àe perdição *na Igrefa
introduzirão, e a muytoi enganardõ, J £ fera melhormente fugir dlelles descrê*
ve fu* avareza 5 £ a perdição *na qual por elles levados ferão, 4 O que confir*
ma com os exemplos d"os Anfis que pecãraÕ, do mundo antigo, è d? os deSodóma
e Gomorra^ 7 C*ntr* que po'èm 0 falvamento de Lot , como d*antes 0 de Noe,
Io Aponta taobem a carnalidade, intemperança, enganos, e outros pecados d*efies
enganadores, em que a òs animaes irracionaes femelhantes fao, avendo por ijfode
receber 0 bem merecido galardao ,docafigo; 15 ^omo Bileam^ cuja injuftiça por
hum mudo animal reprendida foy. 17 Compãra os com fontes e nuveis fem agoa*
1S Dejcréve jua arroganãa d elles, e de como a os Chrifiaõs enganao^ e liberdade
lhes prometem , fendo elles mesmos efcravos do pecado, lo Enfina que 0 efiado
dos Chrifiaõs que dlelles enganar fe deixaô peyor he que fe nunca a Chrifio co­
nhecefiem, 11 E compãra os com caens, que le toma\ a feu proprio vomito, e
com porcas lavadas que a 0 espofiidouro do lamaçal Js tornaÕ,

aPeut.13: T
I. 1 P também * falfos Prophctas entre 0 povo houve, t> como tam­
b MattW- bém entre vos faliòs Doutores averá, que heregias de perdi­
II. ção encubertamente introduzirão , ea o Senhor que os comprou
Aéi.w. negaráô, trazendo íobrc fi meimos * repentina perdição.
7 Tim. 2 E muytos luas perdições feguiráó , pelos quaes o caminho d’a
5. j. M:1- verdade blafphemado fera.
* *)»?, *<*
leradnAj-
3 E por avareza, de vosoutros, com palavras contrafeitas mer-
apreffad* ^údoria faraó : *iobre os quaes ja de largo tempo * a condênaçaó
e lud. vs.,4.ouciofa naó eftá, e lua perdição naó tosquenéja.
*Ou}0 jui- 4 Porque fe Deus a os ?Anjos que pecáraó naó perdoou , antes
zo. avendo oí> Vm inferno lançado, a as cadéas de cícuridaõ os entre-
d lud.vs.6.‘ gou, para o juizo refervádos ficando:
Ap*c 20: J. 5 E [rambe^J a o mundo antigo naó perdoou, mas a * Noê oita-
eGen 7-2-V
I. P^r. J . VO , o pregoeiro de juiiiça guardou > o deluvio íobrc o mundod’os
ímpios trazendo:
á E
DE S. PEDRO. Cap.II. ’ T4i
6 E as cidades /de Sodóma e Gomorra â fubvcrfaó coíldenou ^fGe». iç$
reduzindo as a cinza, e pondo por exemplo a os que impia- *4.
mente viveífem : * ■ 19 ‘
7 E a o jufto Lot, x ja d’a diíToluta vivenda d’os * abominareis
homens enfadado, livrou. 1^.50:40.*
8 (Porque, habitando efte jufto entre elles, cada dia h al- Ez.ed3.i6 :
ma jufta affligia , [/iwj injuftas obras vendo e ouvindo). 49-
9 i Afli fabe o Senhor a os pios-d’as tentações livrar, e a os inju- 111
ítos pera o dia d’o juizo refervar , para caftigad os ferem.
Porém mayormente a os que fegundo a carne em concupifcen-
cia de immundicia andam, e as dominaçoés desprézaó, atrevidos, jud. vs.n.
agradandofe a fi mefmos, nam arreceando de d’as dignidades blas-gGev. 19;
femárem:
ii Como querque os Anjos, mayores em for çae potência fendo,
contra cilas parante o Senhor juizo blasfemo naõ * prodúzao. ,
ii k Maseftes, comoanimaesirracionaes, queánatnrezafeguemj j/$, 9‘
* feitos pera prêfos e mortos férem, l blasfemando d’o que naõ en- ij.Cw.io:
tendem, <m fua corrupçaõ pereccráô: 13-
13 Recebendo o galardaó de iniquidade^, [por] prazer as quotidi-*'Qu-,pro-
anas delicias tendo, fendo tachas e maculas, deleitando fé emfeus
enganos, com vofco banqueteando: ~ •Óuíwl
14 Os olhos cheyos de adultério tendo, e nunca de pecar ceflan-
do : as almas inconftantes engodando, o coraçaô em avareza exerci- Hud.Vsjn.
tado tendo', filhos de maldiçaó: -
15 Que, deixando o caminho direito, erráraó, « fcguindo 0 ca-« Nws.a«
minho de Balaam, f//£<>] de Bolor, que o galardaó de iniquidade 7- «•'
amou: IaZw.it.
16 Porém a reprenfaõ de fua [me/ma] transgrefláó teve:
» o mudo [animai] dé jugo, em voz de homem foliando, a íouqui- ®
ce d’o Propheta impediu.
, 17 6 Eftes fâm fontes iem agoa, nuveis dfo redemoinho de vento olaZw.n,
levadas: pera os quaes a efeuridaõ d’as eternamente fe re-
ierva.
tS Porque foliando coufos muy arrogantes de vaidade, com as
concupifcencias d’a carne, e com difíoluçoês engodam, a os que
ja de veras efcapado tinhaó d’aquclles que em error andam:
19 Prometendolhes liberdade, fendo elles mefmos fervos de cor­
rupção. p Porque dfoqueile de quem alguém vencido he, d’o tal?:J4>
também fervo fe foz. Rua.óní.

c*
Yyy* 20 7Por-
i

II. EPISTOLA UNIVERSAL l


çH?ír. 6*. 20 ^Porque fe defpois de ja, pelo conhecimento d’o Senhor e^X
Salvador Jefu Chriíto , d’as çugidades d’o mundo efcapárem , e*v
rMttt. 12: tornando le ’nellas a envolver , vencidos forem r peyores lhes fam
as ultimas, d’o que as primeiras coufas.
ii Porque melhor lhes fora o caminho d’a juftiça nam conhece­
rem, d’o que conhecendo, desviarem fe d’o fanóto mandamento
que entregue lhes fòra.
ai Porém fobreveyo lhes o que por hum verdadeiro provérbio
fPrrv. 16: : y Tornou fe o caó a feu proprio vomito: e A porca lavada ,
ii * a o cspojadouro d’a lama.
* Ou 5 » 9 lamaçal d’o Mo.
*

Capitulo III.
X Declara. & Afyftolo que efta fegunda carta efcrevêu pera despertalos ao guardar
da doutrina dos Prophetas e Apostolos. J E avifa os contra os efcarnecedores j
que em os ultimes tempos 5 a vinda deChrifo a o juízo e a confumaga* d’o mun­
do negarão. $ E refuta os com razoens tomadas d3a criaçao e confervaçao d’o
mundo > 6 E do diluvio. 7 E enfina que como 0 primeiro mundo pelas agoas
perecéu > affi efte pelo fogo perecerá. 8 ^ue a vinda de Chrifio a 0 juízo por
amor d'os eleitos bem fe dilata , Io Mas que de improvifo virá ; Ir D’onde
tira hua amoefiacaô pera procurar a fincera piedade, 13 E enfina que ceo novo
e terra nova e&aráÕ. 15 E tudo ifio confirma com 0 teflimunhe do Apojtolo
Paula » cujas cartas alguns torcem. TJ Einalmente condue com amoeftaçao de
que dos falfos doutores e efcarnecedores fe guardem ? e com glorificaçao de Chrijlo.

• t-feár r1 A ma^os ’ agora efta fegunda carta vos efcrévo, em


ij, ' «s quaes < com [efía] exhortaçaõ voflo fincero animo des­
perto :
2 Peraque vos lembreis d’as palavras que d’antes pelos lanélos
Prophetas foraó ditas, e de noíTo mandamento , que Apoftolos d’o
i 1.7/®.4‘. Penhor e Salvador ijUM.s.
1, rido, que em * os últimos dias efcarnece-
M Ifto primeiro faUtric
1 5: I. dores virám fegundo fuas próprias concupifcencias andando :
lud. : s. 4 E dizendo, * Aonde eftá a promeflà de fua vinda ? Porquedes-
* Ou, #/#- deque os Paes dormíraõ, todas as coufas perfevéraó como defd’o
« os
dí9S. principio d’a criaçaó.
c 5 Porque voluntariamente iftoignóraó, que pela palavra de Deus
IX. ia
I
í
• • *
•’ ■ • r

DE S. PEDRO. Cap.III. 5 <$ •


' * •
jjjí defda antiguidade os Ceosfóraó, J& [tamfa»] aterra, que dWG^i:?»
v^íigoa e’na agoa conflfte. ' 1^24:2.
. 6 e Petos quaes 0 mundo d’entonccs, com as agoas d’o dcluvio cu-e Ge"‘ ? •
berto, pereceu. fpn 102,:
7 t Mas os Ceos e a terra que agora faó, pela mefma palavra en- r „
thefoyrados c-ium, j e pera 0 fogo fé reíervam até odia de juízo, e ify. 51; <?•
d’a perdição d’os homens impios. Hebr.i: 11.
S Porém, amados, huá coufa naó ignoreis, h que hum dia pe- 2- Pe^r- ? i
ra com o Senhor, he como mil annos, e mil annos, como hum -
dia. ; Í!í
9 > Naõ retarda o Senhor [/m] promeflà, (£ como alguns por
tardança [*] tem): /mas longanime pera com nofco he,« naõ; 2:
*♦ querendo que algús fc percaó, fenaó que todos afe arrepender vc- 3.
nham. . ’ , ki.Ptàr^
10 Mas o dia do Senhor «como o ladraõ em a noite virá, ’no *0,
qual os ceos com [grande] eílrondo paflaráó, e os elementos ar- H
dendo fe desfaráó, e a terra, e as obras que ’nella ha, fe quei- / rj’ ,01
maráõ. • 1S.
11 Avendo pois todas eftas couíàs de perecer, quaes vos convém #«®. 2: 4.
a vosoutros em fancios tratos e piedade fér. ^mEzecú.iS:
12 Aguardando eaprefurando [wx] peraa vinda d’o diadeDeus, '
0 em que os ceos encendidos fe desfaráó; e os elementos ardendo le , Ir*
fundirão?,
i 3 Porém, f íegundo fua promeflà, novos ceos, e nova terra, 42 44. ’
em que a juftiça habita, aguardamos. 1. Tkeff. 5:
14 Poloque, amados, aguardando eflas coufàs,. procurae que 2-
d’elle imaculados e irreprenfiveis em paz achados fejaes: ^tyoc. 3; 3.
15 f E tende por falvaçaó a longanimidade de noflo Senhor: co- *!^*
mo também noflo amado irmaó Paulo, íegundo a fabedoria que da- ’ LFd £
dalhe he, voseferevéu: . 8 77
16 Como também r em todas ] Epiftolas d’efta$ couías ’nel- ♦ ijay, 45:
las falia: entre as quaes ha alguãs difficeis de entender, que os in- * 17.
doutos e inconftantes torcem, como também as demais Eícritjiras, *
pera fua própria perdiçaó. ^wr.21:1.
17 Portanto vosoutros, amados, fabendo fia d’antes, guar-^ d”174!*'
dacvos de que, pelo engano u os * abomináveis , juntamente arre-
* batados nam fejaes, e de vofla firmeza [imcj] descayaés: j c«r. 154
i* Antes crêiccí cm a graça e conhecimento de noflo Senhor e 24.
YyyJ Sal-i«TWl$í
jc, .
• MUj
$44 II. EPIST. UNIVERSAL DE S. PEDRO. Cap. III.
Salvador Jefu Chrifto. A elle' feja a gloria, affi agora, como cm o
dia d’a eternidade. Amen. <
Fim d’a fegunàa EpiíWa ttnivtrfcl /o S. Pedrf.

PRIMEIRA EPISTOLA
C ATHOLICA, ou,UNIVERSAL
D O

APQSTOLO S.
Capitulo I.
I Declara 9 Apofiolo que a doutrina que elle denuncia muy certa e excedente he >•
3 E que a propoem pera que os fieis por ella comunhão com Deus tenhao9 e feu
f gozo perfeito fija, q Que com Deus 9 que a luz he j comunhão tiver naõ po­
demos fe *nas trevas andamos« 7 forém que nojos pecados pelo fangue de Chri-
fte fao purificados fe 'na luz andamos, S Que nos imaginar naõ devemos que
pecadores nao fomos» 9 Mas que perante Deus nojos pecados confejdr devémos*
quando de Deus nos perdoados jeráo.

a loa, li I. j
que « defd’o principio éra, o que ouvimos, o que com

O
* Ou, o que
contem­
noflos olhos vimos, o * paraque bem atentamos , ‘c
plamos. noflàs maós tocáraó, d’a palavra d’avida:
ílffZf.14. 2 (Porque manifeftaheja a vida, e nos a vimos, eteftificamos,
2. Mr. 1: e vos denunciamos a vida eterna, que com o Pae eftava, c mani-
I(5. feita nos foy.)
t L»c. 24: , 0 que vimos e ouvimos, iflo vos denunciamos, pe-
r -1 -í” raque também com nofco Gommunhaó tenhaes, e eftanoífacommu-
Ca' '' nhaó também com o Pae, e com fêu Filho Jefu Chrifto [/&].
, 4 E eftas coufas vos efcrevémos, peraque voflo gozo fe cumpra.
$ E efta he a dcnunciaçaó que d’elle ouvimos,, e vos denuncia­
mos,
J

..J?
D E S. J O A O. Cap. 11.
mos, d que Deus he luz, e ’rielle trevas nenhuás naõ ha. f dltâhi
6 Se differmos que com elle communhaó temos, c em trevasan* et: ix.
darmos, mentimos, e verdade naó * tratamos. ' O* 5«
7 Porém íe em a luz andarmos , e como elle em a luz eftá, com- ei*: 3f>
ttiunhaó huns com os outros temos, e o fangue de Jefu Chrifto feu LU Jí<
‘ * OiLjâae»
Filho nos purga de todo pecado.
8 f Se differmos que * pecados naó temos, a nos mcfmos nos cn- eHeír. j:
ganamos, e a verdade em nos naõ eftá. 14.
9 x Se noffos pecados confeíTarmos, fiel e jufto he elle, pera que i**Wr*i:
os pecados nos perdoe, e de toda iniquidade nos purgue. ~
10 Se differmos que naõ pecamos^mentiroío o fazemos , e fiia pa-
lavra em nos naó eftá.
•. Pfil^i2t Exlef.ji2Q* * Om
f ç» Pm\ 28: 13.

Capitulo IL
X Declara 0 dbpoftolo que a promejfia do perdaõ dlos pecados propofio tem y nad
peta cfella abujar para pecado^ fenaoparaconlolaçac dlos pecadores. 3 Ê amoefia .
d os que a Chrifto conhecem que a feus mandamentos guardem ; 7 Enfinando
queifto em diverfõs re/peitos he mandamento novo e velho. 9 Despoisquena
proximo amem» 13 E ejfa amoefiaçao a os paes , mancebos > e filhos aplica»
15 Enfina que os Chriftaõs a 0 mundo, e a 0 que "nede efiá, amar nao devem»
18 Masfe guardar d3o engano d3os falfos Apoftolos e Antichrifios. . 20 Mofira
lhes que a unção dlo Efptrito Sanfto que tem , os guardará ajjl d3as conctcpi-
fcencias dlo mundo , como d0 engano dlos Antichriftos 22 ^ue defereve. 25 Pro-
poem lhes a promeffa d3a vida eterna > 27 E a virtude d3d unçaÒ ao Efpirita
Sanfto, querecebéraõ 3 deferéve. 28 E amoefta os de confiantemente'nadoutrinu
de Chrifto ficar > pera que em feu aparecimento livremente fubfifiir pojfiao *
19 E de exercitar juftipa^ em tefiimunhode fuaregenerapai»
I
i JLf Eusfilhinhos, eftascoufasvosefcrévo, peraquenaópequeis:
1 e íe alguém pecar, « hum Avogado temos para com o Pac,»i. Tm. x:
a Jefu Chrifto o jufto.
2 E elle he a propiciaçaõ por noffos pecados: e naó fomente
polos noflòs, mas também polos c de todo o mundo. xc - *
3 E ’nifto íabemos que conhecido o temos, íe leus mandamentos *, c». 5 :
guardarmos. iS.
4 d Aquclic que diz: Eu o conheço, efeus mandamentos naõ
guarda, 4Z
I.W4-‘I4. /X.lftMiM,
V
%
í# I. EPISTOLA UNIVERSAL
• *
guarda, mentirofohe, e a verdade’nelle naó eftá. _ .
5 Mas qualquer que fua palavra guarda, ’nelle verdadeiramentqJA
t les. 13: 0 amor 4e Deus aperfeiçoado eftá : e ’nifto conhecemos que ’nelle '**>

•Gr jM eftamos..................................... J ,
floa. 13 : 6 Aquelle que diz que ’nelle * eftá, f também andar deve como
elle andou.
I. Pedr. 2: 7 Irmaós, g mandamento novo vos naõ efcrévo, fenaó 0 manda­
XI. mento antigo , que ja desd’o principio tiveftes. Efte mandamento
í 1.7°£ ’• antigo he a palavra que defd’o principio ouviftes.
hjoa. IJ :
8 Outra vez h hum mandamento novo vos efcrévo : [que] o que
34. ’nelle verdadeiro hep também em vos outros [0Jeja]: porqueastre-
J15: n. vas paflaó , eja a verdadeira lu£ alumia.
9 Aquelle que diz que em a luz eftá, e a feu irmaó aborrece, até •
agora em trevas eftá.
11. Joa* 3♦ 10 í Aquelle que a feu irmaó ama k cm a luz eftá, e ^nelle efcan-
I4- dalo naó ha.
* 7»*-
12 • 11 Mas aqútlle que a feu irmaó aborrece, em trevas eftá, eem
35- trevas anda, c pera onde va naó fabe: porque as trevas ps olhos lhe
cegáraó. . •
Iluc.ha’/- ii zFilhinhos, efcrévo vos, porque por feu nome os pecados vos
^í?.4: ii« faó perdoados. .
í‘I3->4. j* paeS) efcrévo vos, porque ja aquelle} conheceftes quedes-
d’o principio he. Mancebos, efcrévo vos , porque jaao malino
venceftes. Filhos, efcrévo vos, porque ja a 0 Pae conheceftes.
*4- Paes, efcrevívos, porque ja [» »quelle} conheceftesque defd’o
principio he. Mancebos, efcrevívos, porque fortes iois , e a pa- .
lavra de Deus em vos eftá, c ja a o malino venceftes.
m Naõ ameis a 0 mundo, nem as coufas que ’no mundo ha:
2. * fe alguém a 0 mundo ama, 0 amor d’o Pae melle naó eftá. -
»Ga/r>o 10 Porque tudo 0 que ’no mundo ha, a concupifcencia
Ucob. 4:4.. (fa carne, e a concupifcencia d’os olhos, e a arrogancia n'a vida,
naó he d’o Pae, mas he d’o mundo.
17 " E 0 mundo paílà, e fua concupifcencia : mas aquelle que
i "còr.q-.ti.a vontade de Deus fez, para fémpre permanece.
1: só- Filhinhos, ja a ultima hora he: p e como ja ouviftes que o
• 4; u. Antichrifto vém, também ja agora muytos Antichriftos teito
1. 'feír 4 fe tem : por onde conhecémos que ja a ultima hora he. <
24‘ .. «9 5 De nos fe feíraó, porém de nos naó craó: porque fe de nos ’
r , * iorao |
I.The^M tPA4D1». JKMip, j
/ 1
9 DE S. J O A O. Cap. II.
íorao nofco fe
fôraó,5 com noíco ficariaó 5$ T'■ mas \jjto
íc ncariao peraque fe manifcftas- M.Cvrni
\jfto ce j pcia^ucÁCHAÂiuicxias-
que nem todos dc nos naófaó. I?>
10 /'Mas vos outros a unçaó d’o Sanóto tendes, e todas as coufas /P/451 ‘ S-
íâbeis.
« Naó vos efereví porque a verdade naõ foubêífeis 5 mas por- j??
.quanto a fabeis, e porque nenhuã mentira d’a verdade he. * * ’
ia Quem he o mentirofo, fenaó aquelle que nega que Jefus 0
Chrifto hé ? Aquelle he o Antichrifto , que a 0 Pae, e a 0 Filho
nega.
t Qualquer que a o Filho nega,, também ao Pae naó tem. tLuc.11».
14 Portanto 0 que defd’o principio ouviftes, cm vosoutros per- *• K». »:
manéça. Se o que defd’o principio ouviíles, em vosoutros per- Il<
• \ manecer, também em 0 Filho e em o Pae permanecereis. .
E efta a promefla he , que elle nos prometeu, [«/ríw] a vi­
da eterna.
M Eftas couíàs vos efereví [acerca] d’os que vos englnaó.
unçaó que vos d’elle recebeftes, em vos fica, e necefii- *
dade naó tendes de que alguém vos enfine: antes como a mefma Heh.S^
unçaó [acerca] de todas as coufas vos enfina, [ajjl] também he
verdadeira, e mentiranaó he; ecomoellavos enfinou, f/#j'’nelle
ficareis. ■
a® E agora, filhinhos, ’nelle permanecei: «peraque, quando fe xMarc.S:

-z w Ljut ent jit juuu , 1 lamaem 1 íuucis, qucuuaiuuci mus.

juíliça * obra, d’clle nacido he.

r
Zzz
X
Capitulo III.
I Aponta o Apoflolo a dignidade d3os fieis > que filhos de Deus fao ainda que fita
gloria nao ferá perfeitamente manifeíta > Jènaô em a vinda de Chrifto* 3 £
oMQefta os que a fi mesmos purfiquem. Pelo qualfim Chrifio fie manifeslou,
7 §die tor efi* coufi3- os fi^os de ®eH5 e °ç filh°s de Diabo fie differenciao,
9 Porquanto os filhos de Deus a 0 pecar nao fie entrega 0» il^Ãmoefia os iai-
bem que huns a os outros amem, 1* E 0 exemplo de Caim fu^ao 14 Enfin*
que a caridade he 0 verdadeiro final que d?a morte livrados fomos ? e que 0 que
a feu proximo aborrece perante Deus homicida he* l6 Propoem 0 amor de,Ckri~ .
fio pera com nosco ? e amoefia nos de imitalo ,• 17 Nao fó com palavras fenai
com obras e verdade > 19 Enfinando que cfahi de mais em mais fie nos. affiegura
que verdadeiros Chrifiabs fomos > 11 E que noffas orafoens de Deus ouvidas
ferdõ, zj efie he ofumario dlos mandamentos de Chrifio 3 crérem elle e a feu.
proximo amar* 24 Nw fazendo ifio temos cõmunbaõ com elle e dfijfo por fèu
Efipirito San fio affegurados fomos •

1 a fVhae quam grande caridade o Pae nos déu, que filhos de


Deus chamados foffemos. Por ifio nos naó conháce o mun­
do, porquanto a elle p ] naó conhece.
í ify. 0; 2 Amados, agora filhos de Deus fomos, c e o que avemos de
5 fér , ainda manifefto naó he. d Porém fabémos que quando elle íè
Joã. x: 12. manifeftar', a elle femelhantes ferémos: porque, afficomohc, o
G«7 ?.*.1J’verémos. , -
fl ? E qualquer que ’nelle efta efperança tem, a fi mefmo fepurifi-
ca, como [««wsíe»?] elle puro he. ■ .
ii. 4 Qual quer que pecado faz, também * iniquidade comete-; ePor-
Rom.t: 18. que o pecado * iniquidade he.
2. Cgr. 4 ; 5 / È bem iabeis que elle fe manifeftou, pera noflos pecados ti-
d pm n • raí ' $ c ,ne^c Pecado naó ha.
2u ' ’ 6 Qualquer que ’nelle permanece, naó peca: qualquer que pe-
Ct.irf. j; 4. ca, nam o vio, nem o conheceu.
*G\i,eley ~ Fiihinhos, ninguém vos engane, h Quem juftiça obra, jufto
trasfagd, he , aíli como elle he jufto.
ou.craír. $ Quem faz pecado, d’o diabo he : porque o diabo defd’o prin-
* ‘7 ?tca- cipio peca. Para ifto o Filho de Deus fe manifeftou, pera as obras
'^•^o diabo desfazer.
*0uír4KÍ_ 9 i Qualquer que de Deus nacido he, pecado naó fez: * porque
£.rfJj ■ õ ad fila
flfy- T?: í1, *♦ J<‘ *5- g 1Z*J«53: ?• 2.C*r. 5; 11. I. Stedr. Z: 22?
i I. W. 2; a i X. J»S, 5; jS, k I« Mr. i; 2j.
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(A,-

f -• x’

DE S. JOAO. Cap. IIT. ■ ' ,


4 '/
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, fua fcmente ’nelle permanécc 5 c pecar naõ pode, porque nadido -- T. ■>

de Deus he.
10 ’Nifto fam os filhos de Deus e os filhos d’o diabo manifeftos.
Qualquer que juftiça naõ obra, e a feu irmaó naó ama, de Deus
naõ he^
11 Porque cila he a denunciaçaõ que defd’o principio ouviítcs, „ „
lque huns a os outros nos amemos. Ifoa.X^.
12 Naó como »»Caim, [?ue] d’o malino éra, e a feu irmaó ma-
tou. E porque caufa o matou ? » Porque fu as obras maas éraó, c x. jog. 3:
as de feu irmaó, juílas. tj.
13 0 Meus irmaõs, naó vos maravilheis fe 0 mundo vos aborrece. «GíM:S-
14 $ Bem fabemos que ja d’a morte á vida paliámos, porquanto ã I1;
. . os irmaõs amamos. Quem a [feu] irmaó naó ama , ’na morteç.' ■
15 Qualquer que a feu irmaó aborrece , homicida hc. 7 E bem.
fabeis vos que nenhum homicida cm fi permanecente a vida eterna * 1. fofas
tem. , , 10.
i<s r ’Nifto a caridade conhecemos, em quefua vida por nos pós: qMitt. 5:
- e. ’nos [também] as vidas polos irmaõs pór devemos. • y- .
. 17 / Quem pois 0 bem d’o mundo tiver, c a feu irmaó vir neceffi-
dade * paliar, e fuas entranhas lhe cerrar, como a caridade de Deus r
’nelleeítá? ' ..‘Èph^'-1'
18 Meus filhinhos, naõ amemos de palavra, nem de lingoà, lc- fDevt.is:
naó de obra e de verdade. 7-
19 E ’nifto conhccémos que d’a verdade fomos, e diante d’elle LX3;I1*
noflos coraçoês affcgurarémos. I^.2.H»
20 Que fc nofío coraçaó [»<w] condena, mayor he Deus que u,>
noffo coraçaó , e todas as coufas conhece.
ai Amados , fe noffo coraçaó nos naõ condena , confiança
pera com Deus temos.
a* rE qualquer coufa que pedimos d’clle a recebemos: porquanto *
feus mandamentos guardamos, c as coufas perante cllc agradaveis »
fcémos.
23 » E efte feu mandamento he, que em o nome defeuFilho Jefu ^ar(t *IX;
Chriíio creâmos, » c huns a os outros nos amemos, como 0 man- 24.
damento nos déu. Luc. 11:9.
24 y E aquellc que feus mandamentos guarda, ’nelle eftá, e elle loí- W1
Zzz 2 ’nelle T
á kâcob»
1 Uflí. ÇiH. » e 17»JÍ x Lev. 19:18. Matt.n: 39. 5:2*
I l,Pr/r.4:8. I.^£4:21. _/Jff/.14:23, 1.^/ 4512, •


I. EPISTOLA UNIVEJtSAL *
’nelle. E ’nifto conhecemos que ellc cm nos eflá, pelo
Efpirito que dado nos tem.

Capitulo IV.
X Avifa o Aptâolo outra vez a os fieis d’os falfos doutores. 2 Que defcrêve
4 E confiola os contra o engano delles com o dom d’a regeneraçaõ que recebéraõ >
6 Amoeftando os de *na doutrina d"os Ap o[tolos canfiantemente ficarem. 7 Des-
pois- outra vez vém a as amoefiações pera mutua caridade , que he 0 verdadeiro
final d'a verdadeira regeneração. 9 E pera este fim lhes propoem 0 exemplo de
Deus e feu mais grande amor pera com nejee. II Enfina qued^ahi por feuEJpi*
rito de nofia cômunkac com Deus afiegurados fomos• 14 Como taõhem quando
confefidmos que Jefus * Salvador d’o mundo e 0 Filho de Deus he. 16 Que pe~.
. la caridade em Deus ficamos > e oufadia em 0 dia de juízo temos. 18 Que ella 0 • *
medo da condenação > e 0 tormento d’o animo > fora de nos lança* 20 Que a Deus
amar na» podemos > fe a nofio proximo nao amamos , 21 Porquanto ambos efiet
mandamentos fontamestte nos dados faõ.

»ler.19 S.1 A maà°s, 6 naó C1'çaes a todo efpirito, b mas provada os efpi-
Mati.24 «. X ritos fe faõ de Deus: c porque ja muytos falfos prophetas ?no
5 •. mundo faido tem.
Cvh/f.i-.it. 2 ’N ifto a o Efpirito de Deus * conhecereis. Todo efpirito que
bM^tt. 7: confefla qUe Jefu Chrifto em a carne veyo , dc Deus he:
. 3 E todo efpirito que naó confefla que Jefu Chrifto em a carne
' ’4* veyo, dcDeusnaóhe: ■’ e* tal he o [e/piríra] d’o Antichrifto, * d’o
29
1. Tr:e/T. 5: qual ia puviftes que ha de vir, e f ja agora ’no mundo eftá.
ii. 4 Filhinhos, deDeusfois, e ja vencido os tendes : porque ma-
:Matt. t4: yor he o que eftà em vos d’o que o que 5no mundo eftá.'
s -4. 5 D’o mundo fam, por iíTo d’o mundo faliam , c o mundo os
2 Pear.2.1 ou,.ç
•Óu4O*'l 6 ' Nosourros de Deus fomos. Aquelle que a Deus conhece,
■e

(r,j ' nos ouve : aquelle que dc Deus naó he, nos naô ouve. ’Nifto co-
di.joái: nheccmos nos a o Elpirito d;a verdade, e a o efpirito dfo error._
ii. 7 Amados, amemos nos huns a os outros : porque a caridade
* Ou, t?f. he de Deus: e qualquer que ama, he nacido de Deus, e a Deus
íI-rw 2'conhece. ■
f r- S Aquelle que naó ama, a Deus conhecido naó tem: porque
Deus caridade he.
<r S :’ 9 h ’Nifto fe manifèftou a caridade dc Deus pera com nofco, que
‘eiozx?' DCUS
h J*S. 3! 16. jíf/s.j; s
DE S. JOAO. Cap.IV.
Deus a feu Filho unigénito a o inundo enviou,- peraque p^eíle
viveífemos. 'í
10 ’Nifto eftá a caridade, naõ que nos a Deus amado ajamos,
i mas que elle a nos [w,] amou , c a ícu Filho k [jw] propiciaçaô
por noffbs pecados enviou. cnr.T*
n Amados, ie Deus affi nos amou, também hús a os outros
amar nos devemos. ■ i.W.zii'.
111 Ninguém a Deus ja mais viu: » fe huns a os outros nosama- lEx«d i j;
mos, em nos Deus eftá,e em nos fua caridade perfeita he. ao.
ij ’Nifto conhecemos que’nelleeftamos, e elle em nos,porquan-
to de feu Efpirito nos déu. •x8,
14 E vimólo,- e teftificamos que o Pae a [/«■«] Filho [/«rl Sal-1*-2”*X:
vador ao munao enviou. t6z 16-
‘ • 15 Qualquer que confefiàr que Jefus o Filho de Deus he, Deus mi.Joí j;
’nelle eftá, e elle em Deus. • M»
i6 E ja conhecemos e cremos o amor que Deus nos tem. Deus
he caridade : e quem em caridade eftá, em Deus eftá , eDeus
’nelle. • ' .
, 17 ’Niftò he a caridade para com nofco perfeita, peraque em o
dia d’o juizo confiança tenhamos y [a jWer jque qual elle he,-
fomos nos também ’nefte mundo. .V

15 ’Na caridade naó ha temor, antes a perfeita caridade ao te­


mor fora lança : porque o temor pena tem , e o que: teme, per­
feito em caridade naó eftá.
i? Nos o amamos a elle, porquanto elle primeiro nos amou.' m.foa. 2:
ao » Sc alguém diz : Eu amo a Deus , e a feu irmaô aborrece , 4.
mentirofo he. Porque quem naõ ama a feu irmão, a 0 qual viu,
como pode amar a Deus, a o qual naõ viu? tLev. 19;
21 «E d’elle efte mandamento temos, que quem a Deus ama, is.
a feu irmaô também ame.
itg. 13134, «15; 12. i.zfe/419. i,P«/r.4.í.

Zzz 1 Ca-*

V
1 EPISTOLA UNIVERSAL
i

Capitulo V»

I Pmw ainda 9 Apoflolo que 0 amor de Deus e dds filhos de Deus fempre
ajuntar fe devem. 3 £ enflna que 0 amor de Deus fe moftra pel0 guardar de
feus mandamentos e vencer dlo mundo > e que os regenerados pela fe cm Jefus
Chrifto fazem. 6 Prova que effe he o Pilho de Deus e Salvador dfo mundo por
deus laya de teftimunhos 3 3no ceo > do dia Trindade ; $ 3Na terra ? /z? d’a
E/pirito 3 da agoa e d’o fangue > 9 E enfna que effes teftimunhos aceitar de­
vemos y ou que d?outra maneira aDeus mentirofo fazemos* II Mas que os que os
aceitaõ por Jefu Chrifo a vida eternatem $ 14 Como tachem a confiança que
por fuas oraçoens de Deus alcanfardõ 3 tudo quanto lhes para Çalvaçaô neceffaria
he. 16 JE ijfo naó fomente pera ft mesmos •> mas taòhem pera feu irmaò s que
pera morte nao peca. 18 Enfinando que os regenerados 'nejte pecado naó cayao,
forquanto hem e direitamente a Deus > e a Jeu Pilho Jefu Qhrifio 3 conhecem e
Jnede efldo. 21 Pinalmente amoefia a os fieis que d’os ídolos fe guardem^
*
aloa.íli^ 1 a npodo aquelle que cré que Jefus o Chrifto he, de Deus he na«
■*■ eido: e todo aquelle que ama a o que gerou, também ama
a o que d’elle nacido he. • '
2 \Nifto conhecemos que a os filhos de Deus amamos, quando a-
mamos a Deus, e feus mandamentos guardamos:
í JoS. 14 3 £ Porque efta he a caridade de Deus , que feus mandamentos
15- guardemos: c e feus mandamentos * difficeis naó fam.
f ■$'Io; 4 Porque tudo o que nacido de Deus he, a o mundo vence : de
i. a vjt01qa qUC a 0 mundo vence, [mw afaber] noflà fé.
* Ou,Li- e Q.uem he aquelle que a o mundo vence, f ícnaó aquelle que
cré que Jefus 0 Filho de Deus he?
ijoa. : 6 Elle he aquelle que por agoa e langue veyo, [afaber j Jefus o
3V Chrifto : naó fó por agoa, fenaõ por agoa e [por] fangue. Eo
e 1-<-£,r-I5- Efpírito he o que teftifica, que o Efpirito a verdade he.
/ 4: 7 Porque tres fam os que teftificam ’no ceo, o Pae, aPalavra, e
f ' 0 Efpirito Saneio : e eftes tres faó hum.
8 E tres fam os que teftificam ’na terra, o Efpirito , e a Agoa,
c o Sangue : e eftes tres * em hum convém.
* Ou, para 9 g Seo teftimunho d’os homens recebemos, o teftimunho de
humjai. £)eus he mayor: porque efte he o teftimunho de Deus, que de leu
{^■S: 37- FiJho tcftificou.
W.3.J6. 10 h Quem ’no Filho de Deus cré, em fi méfmoteftimunhotem:
Rom. S;i6. quem a Deus naó cré, mentirofo o féz : porquanto o teftimunho
Ga/. 4; / nah cr£u qUC j)eus de feú Filho-tcftificou. ’
’ - 21 E
z
I-
DE S. J O A O. Cap. V., _■ /
«
11 E*efie he o teftimunho, , que Deus a vida eterna z .
nos détf: * e efta vida em'feu Filho eftá. . - . >' ije..
12 Quem tem a o Filho, a vida tem: quem a o'Filho de Deus
naõ tem , a vida naó tem.
13 k Eftas coufas vos eícreví f a w ], osque em o nome. d’o Filho * fra. 20t
de Deus credes: peraque faebaes que a vida eterna tendes, e pera 31-
que em o nome d’o Filho de Deus creaes :
14 E efta he a confiança que pera com elle temos , /-que fe aí- Uer.19’^»
guá coufa fegundo fua vontade lhe pedirmos, elle * nola outorga.mm- 7:8.
15 E fe fabemos que tudo o que pedimos nos outorga, eil '•w; '
[tamkm'] fabemos que as petições, que lhe. pedimos, as alcança- 11:
•«DOS. _ ? Jj6C.lT't<9‘
«
16 Se alguém a feu irmaõ pecar vir, pecado [$ee] pera morte 14 :
' naõ [he>a jorará, e a vida lhe dará, a aquelles [digo] qucpera ij.
mortq naó pecarem, m Pecado ha pera morte, polo qual naõ digo ' * 15 • 7*
que ore. . e *Ó!
17 » Toda iniquidade hé pecado: porém pecado*ha [^ue] para j
morte naó{*e]. 22. *
18 e Bem fabemos que todo aquelle que dè Deus nacido he, naó * Ou , %os
peca: mas o que de Deus he gerado, a fi mefmo fe conferva, e o owvel
Malino lhe naõ toca.
19 Bem fabemos [raméem] que de Deus fomos, e que todo -o
mundo * em a maldade jaz.
20 Porém ^taméem] fabemos que ja o Filho de Deus vindo he, Maíft Ii: .
? e entendimento nos déu , pera a 0 Verdadeiro conhecer; e ’no ji.
Verdadeiro cftamos, [a fáer] emfeu Filho JefuChrifto. f Éíie he Marc.^i^
o verdadeiro Deus, ea vida eterna. Z»«.n: io.
ai Filhinhos, guardac vos a vos mefmos * d’as imagens. Amen.
Eir» eta primeira Epifie/a Univerfal /o AptfMo S. Jtai, 2. Peitr. 2-í
»o.
61. Joa.l :<>. *0u, ‘nomaly ou» ’rw malin». p Lite. 24: 45• f ?>%• ? • 5* * I.IrájM»
*44-*4- w. 5:5. I. lím. 21 16. * Oa; > «« >d>-
Jeã.f.il, Rtm.9'.^.
lês* 0Uj femelhaxpas. V.,

a
L'4
SEGUNDA EPISTOLA
D‘ o

APOSTOLO S. JOAO.
i f""\ Anciaó á Senhora eleita , e a feus filhos, a os quaes em
■ ■ verdade amo : e naõ fomente eu , mas também todos os .
X que a verdade conhecido tem :
i Por amor d’a verdade que em nos eftá, c com nofco pera fem-
pre eftará:
3 Graça , ipiíericordia , [ej paz de Deus Pae, e d’o Senhor Je»
fu Chrifto , o Filho d’o Pae, cóm vofco em verdade e caridade
feja. •
4 Muyto me alegrei por achar que de teus filhos em a
verdade andam, como o mandamento d’o Pae recebemos.
«i.Im.í:;. <j g ag0ra } Senhora, te rogo , « naó como eferevendo te hum
, . novo mandamento, mas o que dcfd’o principio tivemos, [afáer]
que huns a os outros nos amemos.
; j.u. ' i* (E eftá he a caridade, que fegundo feus mandamentos andé-
346*10
12
11
Eph. 5 1* mos. Efte he 0 mandamento, como ja defd’o principio ouviftes,
i.r-r/4-9. [«/àíerj que’nclle andeis.
i. Pedr. 4; 7 d Porque ja muytos enganadores ’no mundo entráraó, os quaes
s- naó confcflaó que Jefu Chrifto em a carne veyo. Efte [tó] he 0
Enganador e o Antichrifto.
♦ s Olhae por vos mefmós, peraque o que ja trabalhamos, naõ
d Atozr. 24! Percamos > antes 0 inteiro galardaõ recebamos.
5.24. ' 9 Todo aquelle que * prevarica, e ’ná doutrina de Chrifto naó
t.Pedr.i:i. perfevéra, a Deus naó tem: quem ’na doutrina de Chrifto perfcvé-
1. W4 i ra? 0 tai afli a o Pae, cómo a e Filho tem.
10 e Se alguém a vosoutros vém, e efta doutrina naõ traz, em
difvKK
cafao naó recebaes, * nem taô pouco o faudeis.
9 Rom. 161
11 Porque quem 0 faúda, com fuas más obras communíca., *
r. 9
12 Muytas coufàs tenhoque vos eferever, porém compaptl e tin­
ta
X/LJ. ÀQ.

/
' —” -^ ' • T t '^i. S^,
I • ■ ’ y -
\ • ’■ ■ ■ •' _ "u?^-

t DE S. J O A o. .^/A'
ta naõ quis: mas a vosoutros efpéro vir, e de bocaa^mbá^ w]
fallar, peraque noflo gozo fe cumpra.
jx Õs filhos de tua írrnaá, a eleita, te faúdam. Amen. d

F/w “/< [t&uudfi EftffoU d’o Afofai* S» 'Jtíiz


>
4

TERCEIRA EPISTOLA

. - _■.. ... — - ■ ■ - - . ■. - .... , ■ — ■ ..... — - ..

i Anciaó a o amado Gayo, aquem em verdade amo: ..


3. Amado, ante tudo defejo que bem te vá, e íáúde ”~X

S tenhas, como [também} a tua alma bem lhe vae.


3 Porque muyto me alegrei quando os irmaós viéraó, e de,xpa7
verdade teftificáram , como tu em a verdade andas. ‘r
4 Mayór gozo naõ tenho d’o que ’niíto, que ouço que meus fi­
lhos em a verdade andam.
$ Amado, fiélmente fazes em tudo o que pera com os irmaós,
e pera com os eftranhos fazes.
6 Os quaes de tua caridade em preíènça d’a Igreja teftificáraõ:
a os quaes, fe como para com Deus digno he, [w]acompanhares,
bem farás.
7 Porque por feu nome fe faíraõ , nada d’as Gentes tomando.
t Portanto a os taes receber devemos, peraque cooperadóres d’a
verdade fejamos.
9 Efcrito á Igreja tenho: porém Diotrephes, que entre elles.tér * 0u, om»
o primado * procúra, naó nos recébe. ' ou^efeja.
10 Poloque fe eu viér, á memória * as obras que faz trarei, * ^r J«*s

contra nos com maliciofas palavras palrando :: e naõ contente com OÍTAS,
ifto, a os irmaós naó recebe, e a os que [rectbiris] querem impe­ •,
-

de, e fora d’a Igreja os lança.


Aaaa n Ama-
X
- z
\
ná EPISTOLA UNIVERSAL .
ii Amado, «naó figas o mal, fcnaõ o bem. Quem bem faz
ljày. I : 16.
I, 3:
de Deus he: mas quem mal faz , b a Deus naó viu.
ii.
n Todos a Dcmetrio teftimunho daó , até a mefma verdade e‘
2*5 também nos teftimunhamos, e bem fabeis vos que nofio teftimunho ’
6. verdadeiro he. . \
c 1' Joa* 13 c Muyto que efcrevér tinha, porem com tinta e pena efcrevér
17. ix« te naó quero : -------- -
14 Mas efpéro brevemente vér te, e de boca a boca fallareraos.
15 Paz íeja comtigo. Os amigos tc faúdaó. Saúda a os amigos
[m>me] por nome.

Fim ttrceir» Fpijitla efo .Apojlolo S. Joai.

EPISTOLA UNIVERSAL
D’ O ’

i T udas fervo de Jefu Chrifto , e irmaó de Jacobo, a os ja cha-


I mados, por Deus Pae lãnctificados, e [p»r] Jefu Chrifto
9Ou,g«ár- J * confervados.
2 Mifericordia, e paz, e caridade [wj fejamultiplicada.
3 Amados, procurando eu com toda diligencia de acerca d’a
commum falvaçaó vos efcrevér, por neceífario tive efcrevérvos, e
exhortar [w j a.batalhar poia fé , que huã vez a os fanctos entre-.
gue foy.
tz.Pe^r.z; i2 345a Porque alguns fe introduzirão, b que ja d’antesperaeftames-.
i. ma condênaçaó efcritos eftávaó, homens impios , que a graça de
b í.Pedr.z-, Deus em diflbluçaó convertem, e a o fó Dominador Deus eScnhor
*• . . noflò Jefu Chrifto negam.
i Pear, z; 5 Porém lembrar vos quero , como a os que ja huã vez ifto íã-
5‘ beis,
\
"r' .............. ’■ ' * ■*■■..'?-

DE S. JUDAS. . ' '


beis, que avendo o Senhor a [[’/&»] povo d’a têifaWraE^fpto li­
vrado', * c defpois a os que naó criam deftruiu. '*
- 6 d E a os Anjos que * lua origem naó guardáraõ, antes fua pro-
^priahabitaçaódeixáraó, e debaixo d’aefcuridaó,e cmprifoens eter- (
nas até o juizo d’aquelle grande dia refervou.
7/Como Sodóma e Gomorra, c as cidades circunvizinhas ,
que a o modo d’aquellas avendo fornicado, c após outra carne ido , P/.io6:ií.
por * escaramento propoftas foraó, a penad’o fogocternolevando. i,cw.i«:y,
8 E comtudo também eftes femelbantemente adormecidos,
carne contaminaó , e a Dominaçaó regeitaó, e d’as Dignidades *1d5«dr.x;
blasfémaó. . ♦Ouíy?v
9 Porém f Michaèl o Archanjo, quando com ó diabo contendia,
e d’o corpo de Moyfes tratava, h naó oufou a contra [«>&] juizo
• de * malaiçaó pronunciar : porém difle: i OSenhorteredar- 4-
gúa. ‘ fGe». i,t
10 £ Porém eftes, d’o que naó fabem blasfémaó; ç o que, como 14‘
animaes irracionaes naturalmente conhécem ’niflo fe corrompem. ' e“ ' ■ *
11 Ay tíclles j porque pelo caminho 1 de Caim entráraó , e pelo
« engano d’o galardaó de Balaam ie derramáraõ, « c pela contra- Jer 50:4.
diçaõ de Coré perecéraó. £x«í.i4i;
ix Eftes em voflos convites de caridade «manchas fio, com 49- a»'•
vofco banqueteando, a fi mefmos fem temor fe apacentam : làõ 9^***
p nuveis fem agoa, d’os ventos de huá a outra parte levadas : fió **
como arvores murchas, infruâiferas, duas vezes mortas, {/] de- j~ ♦
(arraigadas: z?.
7 Ondas * feras d’o mar, fuas mefmas confufoens escumando: i
eftrellas errantes , pera os quaes a efeuridaó d’as trevas eternamen- * Ou,exem-
te refervada eftã. t'*-
14 E d’eftes prophetizou também r Enoch, o fetimo defde de^
Adam, dizendo, j Eis que vindo he o Senhor com íeus fanélos f,2:
dez milhai es.
15 Pera contra todos juizo fizer, e a todos os impios d’entre el- hz-Ptar.zi
les*calbgar, por todas fuas obras que de impiedade impiamente ”•
comctéraó, ' e por todas as duras [faiavras ] que contra ellc os im- * ®a>
pios pecadores falláraó. .
*6 Eftes faó murmuradores, de feu eftado queixofos,
Aaaa 2 fuas
J&0..4Í&, í.jfo/. ai. n Num. 16:1. * ■ V

:i$> p z.Ptdr.ztyy. $ rGen 5:18.


JDan.7: i© y/A i: 11. l.Thejf. x; I©. Xe. Ajw.

/j
/

4
_______ __ -___
55? EVIST. UNIVERSAL DE S. JUDAS. #
2: luas concupifcenci.as andando : « e fua boca coulas muy arrogantes
falia : por caufa de proveito as pefloãs admirando.
>7 Mas vosoutros , amados, lembraevos d’as palavras que pelos
**
Apoftolos de noffo SenhorJeiu Chrifto preditas foraõ:
l ff

ou, que iS * Como vos diziaô y -Que ’no ultimo tempo elcarnecedores
20 •avcr^ , que fegundo luas impias concupifcencias andariaó.
, ’ * 19 Eftes fam os que a fi mefmos fe iepáraó , J *fenfuacs,
1. 7iw.4ii.que ° Efpirito naô tem.
2. Tim.y.i. 2o Mas vosoutros , amados, a vosmefmos fobre voffafanctiffima
M: j- fé vos edificae , 'em o Eipirito Sanéto orando.
2.Pear.z:i. XI vos mefmos cm a caridade de Deus vos confervac , a mife-
ricordia de noffo Senhor Jefu Chrifto pera a vida eterna efperando*
tur»es ' 21 E d’os huns affi vos apiedae , * ufando de diferiçaó:
ou , eni- 2* 3 Mas a os outros por temor falvae , e d’o fogo os arrebatae >
maes. e até & roupa d’a carne manchada aborrecei.
* Ou, dif- 24 Ora a aquelle que poderoío he pera de tropeçar vos guardar,
fcrença c C0Jtn a]cgrja perante fua gloria irreprenfiveis vos aprefentar:
fabio Deus noffo Salvador, feja gloria e mlgeftade ,
2- ' ' força c potência, affi agora como pera todo lempre. Amea.
í.Twauiiy.
* *-«•>« _ . ✓> 9 • Z> « 9
Vim d9a univerfal d’o Apoffelo S. Judas*
APOCALIPSE ou.REVELACAÕ
■c
D’ O

O THEOLOGO.

I Avendojoaõ relatado de quem e for quem efta revelaçao recebera 3 3 £ quam


bemaventurados faô os que a lém e guardao > 4 De/eja graça e faz a asJet e
Igrejas em Afa, de Deus, dos fete Efpiritos e de Jefu Chrifio, cuja pejfoa*
■ beneficias 3 e vinda para 0 juizo 3 (com qualefie livro fe acabard) mais largamente >•

dejcréve. 9 Propoem desfeis a revelaçao rnefma > e declara feu nome e aonde
efiava quindo efta revelaçaõ lhe feita foy 5 H E relata a voz daquelle que
e/crever lhe mandou. 12 Defcréve despois a primeira vifaò d"os fete caftiçaes
de ouro s 1$ £ d9a pejfoa de Chrifto cm hua gloriofiffima forma. 17 Relata
Jeu efpanto Jobre efia vifao , e 0 conforto lhe por Chrifio feito* 19 Recebe or­
dem pera efcrever$. 20 £ declarapaô que J^ftlas fete eftrelias e fete cafiipaet
fignifica*
■1 " - —

1 ■ -
!1 evelaçaó de Jefu Chrifio, a qual Deus lhe deu, per* *
feus fervos moftrar as couías que breveméte devem acon-
. tecer: c por feu Anjo as enviou, e a J oaó leu fervo as
♦ notificou:
| 2 O qual d’a Palavra de Deus e d’o tefiimunho de Jefu Chrifio, vifice».
!e de tudo quanto viu, tefiificou.
1 ? a Bemaventurado aquelle que lé, e os que ouvem as palavras * Apoc. 22:
d?efia Prophecia, e guardam as coufàs que ’nella cftam Kl» efcritas: 7-
í Porque o tempo eftá perto. iApoe.22*
4 Joaô ás fete Igrejas que em Afia eftáó : Graça e paz feja com
vefco d’a parte d’aqueile # Quehe eQue éra eQue ha de vir: e d’os t ev<iz «
fete Êfpiritos que diante de feu throno eftám: 14.
14.
5 E de Jefu Chrifio, que he a fiel teftimunha, * o primogeni- Apae J
to d’os mortos, e o Princepc d’ós Rcys d’a terra. A aquelle que *4:í-
Aaaa J noa elf: 17,

* • ‘ i «
& APOCALIPSE
/ AH. 20: nos atnou, e de noífos pecados/em feu fangue nos lavou, >
„1/’ 6 E g Revs e A Sacerdotes para Deus e ieu Pae nos fez : A elle < ,
Hebr 9.12. r • 1 • a
leja a gloria e a potência para todo fempre. Amen.
i.Pedr í:i9. 7 Eisque f com asnuveis vém , e todo olho o verá , até os mes-<
i. loã. 1:7 mos k que o * traspaífáram: c todas as tribus d’a terra fobre elle la-
Ano:, s 9. mentaráó : Si, Amen.
e i.Sedr.i: s l Eu fou o * Alpha e Omega, o principio, e o fim, diz o Se­
9. nhor, Que he e Que éra e Que ha,de vir, o Todopoderofo.
Apoc, 5 ’ j o.
kRom.\2:i.
9 Eujoaó, que também voífoirmaô, e * companheiro fou, ’na
I JW.-.2;$. affliçaó,
“ e’noReyno, e [w] paciência de Jefu Chrifto, eftáva
i Dan-T-U.6. ’na ilha chamada Patmos, pola palavra de Deus, e polo teftim unho
Matt. 24: de Jelu Chrifto.
3°. Jo [£] hum dia d’o * Senhor, w cmefpirito [arrebatado] fuy > e
I
ex5- JT- de tras de my huã grande voz, como de trombeta, ouvi,
X“? iV? : ri. 11 Que dizia: Eu fou o Alpha e Omega , o primeiro c o derra-
j. Io u deiro: ee q
dejpç. Oq Ue v
que 's em
ves hum ]j
em jjyjjj livro fcr^VCí ee £ass fíete
vr0 oo cefereve, ece Igrejas^,
Igrejas, que
que
i.ThíT. 1: em Afia eftáõ o envia, faber~\ a Ephefo, e a Smyrna, e a Perga-l
10. mo,
; eaThyatira, eaSardo, e a Philadelphia, eaLaftdicea.
llíd 14- 12 1 E virei me pera vér a voz que comigo fallára e virandome,
■ Zl _ — —- — — J— - — -- ~ y 9

12: fete caílicaes


_ -
*). de ouro ví:
_ . _ _ ---------- ---------------, — J

10.
i2 E ’no meyo d’os fete caftiçaes hum «ao Filho d’o homem fe-
loa, 19 • 3 7»
* Ou.-tra~ melhante, veftido até os pés de hu veftidocomprido, c »pelospei-
•vejfáraõ.ie tos com hum cinto de ouro cingido:
I ify 4'< 4 14. E fua cabeça e [feus] cabellos éraõ brancos como plaãbranca,
e4r: 6. como a neve: j ê léus olhos como flama de fogo: I
I

Apoc.2\:6. 15 “ E feus pés femelhántes a lataô reluzente, e ardentes como em


fornalha: e fua voz, r como voz de muytas agóas.
lavras fac. 16 E em fua [maó] direita fete eftrellas tinha: ede fua boca/huã
os nomes efpada aguda de dous fios lahia: e leu rofto éra como [guando j o foi
da pri­ em fua força refplandéce.
meira e 17 E quando eu 0 ví, a feus pés como morto cahi: c elle fobre
ti h ima my fua [w«»J direita pós, dizendo me, Naô temas; t Eu lou o pri­
letra do
meiro e o derradeiro :
A>B,C,
Gre^o, is « E o que vivo , e morto fuy: e eis aqui vivo * pera rode
♦ Ou y par­ ÍCBjprê.
ticipante. * Ou5 'Domingo» que S .Paulo I.Cfcr. chama o primeiro di*
d a /emana $ e chamafe domingo (que quer dzzer do Snor) porque *uede o Senhor!
refufcitou. n Ezecfa. 1:16. 71 13. Apoc. 14Z *4- 0 Apoc 15: 6. p Dan, 7:
r q Aooc. 19:12. r Apoc. 14:2. fljay. 49: 2. Eph. 6; 17. Édbr.4U2« Apoc. 2: lá(
ei9:iy« r44:*«. por táh eter*.
rddade*
J ' l ■"* V WV 9 A ’

vifte, e os fere caíliçaes de ouro. As fere eftrellas iam os Anjos* Ou./erre*


y

d’as fete Igrejas: e os íete caiiiçaes que vifte, as fete Igrejas íaõ. .
tftdoí
yAfalachte
Capitulo II.
I Manda Chrijlo a JoaÕ eferever primeiramente a o Anjo (Pa Igreja de Ephefa*
2 Cuja folicitidaõ em naõ jofrindo a os maos, e outras diverfas virtudes, louva»
4 Reprende toda via feu deixar de__feu primeiro zelo e caridade. 7 Promete
pois que a os vencedores dará de comer d'a arvore d*a vida. 8 Segundamente a
0 da de Smyrna, louvando 0 juntamente porviade muytas virtudes Io Porém
avifa 0 d9as affliçaes que lhes aviao de fcbrevir, com promejfa d‘a coroa d3a vida
a os vencedores. 12 Terceiramente a 0 d9a de Pergamo, cuja confiancia9nas af-
fliçoens louva, toda via reprende júa floxidaõ contra os que a doutrina de Bala dm
a d9ps Nicofyitas feguiaÕ; Ij Promete pois a os vencedores 0 mana efeondido 5 e
0 feixinho branco. 18 Qgartarnente a 0 d3a de Thyatira 1 cujo acrecentanrento3no
bem louva 4 2o Porém refrende que a mulher Jezabel profetizar deixava >
22 Ameaçando a com feus difcipulos e filhos com grandes cafiigos» 24 Avifa
despois a os que effas profundezas de Satanás naõ feguiao , que retenhao 0 que
tem 4 16 E promete a 0 que vence que lhe poder fobre as gentes e a eftrella
dia alva dará»
if

i p fcrève a o Anjo d’a Igreja de Ephefo : Ifto diz aqúelle que as


*-* fete eítrellas em fua [_ maê j direita tem, que ’no meyo d’os fete
caftiçaes de ouro andá:
a Tuas obras, e teu trabalho, e tua paciência fei, e que a os
maos fofrer naó podes: e a os que Apoftolos fe dizem fér, c o naõ
faó provafte: e mentirofos os achafte:
3 E fofrefte, e paciência tens: e por meu nome trabalhafte, e
naõ te canfaiie.
4 Porém tenho contra ty, que tua primeira caridade deixafte.
5 Lembrate pois d’onde descaifte, e te arrepende, e as primei­
ras obras faze : e fenaô, prcfto a ty virei, e de feulugar teu caíti-
çal defviareí, fe te naó arrependeres.
6 Ifto porém tens, que as obras « d’os Nicolaitas aborreces, as
quaes eu também aborreço.
7 Quem ouvidos tem, ouça 0 que 0 Efpirito ás Igrejas diz: A*
meiro e o derradeiro, que morto foy , e reviveu:
9 Tuas obras, e tribulaçaó, e pobreza feí, (tu porém rico es) e
a blafphemia d’os que fe dizem Judeos ferem , e naó o fam , fenaó ,
a Synagoga de Satanás.
10 Nada temas d’as coufas que has de padecer. Eis que o Diabo
[afatá] de vosoutros em prifam lançará, peraque atentados fejaés: ;
e tribulaçaó de dez' dias tereis. Sé fiél até a morte , e a coroa d’a
vida te darei,
H d Quem ouvidos tem ouça o que o Efpirito ás Igrejas diz O
que vencer , d’a morte fegunda dano naó receberá.
ii E a o Anjo d’a Igreja que emPergamo eftá, efcréve: Ifto diz
aquelle que e a efpada aguda de dous fios tem :
ij Tuas obras feí, e aonde habitas, \_aj.íber] aonde o throno de
Satanás eftá: <? meu nome retens, e minha fe naõ negafte , até
* Ou mn- ’nos diasemque Antipas minha fiel * teftimunha oqualen-
t,r' tre vosoutros morto foy , aonde Satanás habita.
14 Porém [a/gitâ] poucas coufas contra ty tenho, que lá tens a.
fNum. 21: os gue a doutrina f Balaam tem , o qual a Balac enfináva a tro-
f2'4 14 péç° diante d’os filhos de llraêl lançar, peraque d’os íãcrificiosi
eiv.1. idolatricos comelfem , e fornicafiem. . .
*31:16. 15 Affi tens também a os que a doutrina d’os Nicolaitas tem : 4;
que eu aborreço..
x 1/7.49:1 16 Arrependete: efenaó, a ty prefto virei, e contra ellejf com
EpK. 6.17, a efpada de minha boca batalharei.
-rfV r 16 17 ouv*dos tem, ouça 0 que 0 Efpirito ás Igrejas diz: A
‘ o que vencer, darlhe hei a comer d’o Mana efeondido , e hum iei­
xo branco lhe darei, e ’no feixo hum nome novo eferito , o qual
ninguém conhece, fenaó aquelle que 0 recebe.
, t 18 E a 0 Anjo d’a Igreja que em Thyarira efcréve : Ifto
i-TiV à™ 0 Filh° de Deus, h que feus olhos como flama de fogo tem , c
feus pés femelhantes a 0 lataó reluzente: '
19 Tuas obras, e caridade, e ferviço , e fé, e tua paciência
feí, e tuas obras, e [jw] as derradeiras mais faô que as primeiras. .
ix.Rw.16« 10 Porém [a/guaí] poucas coufas contra ty tenho : que a mulher
;i. /Jezabel, que Prophetifla fe diz, enfinar deixas, e a meus íervos
■J- , DE S. J 0 A O. Cap. III. ' $«í ■■
ii E deí lhe tempo peraqué de fua fcraicaçaõ fe arrependefie, e
naó fe arrependeu.
ji.»Eis que ’na cama a deito, e a os que com ella adultéraó , em
grande tribulaçaó , fe de fuas obras fe naó arrependerem.
2J E a feus êlhos de morte matarei: e todas à’s Igrejas faberáó,
k que eu aquelle fou, que os rins e os coraçoés efquadrinho. / E k i.Sam.16:
a cadahum de vosoutros fegundo voflas obras darei. 7.
14 Mas eu vos digo a vosoutros, e a os de mais que em Thyati- 11 C^r.18»
ra eftám, a todos quantos efta doutrina naó tem , e as profundézas 9-
de Satanás, como dizem , naó conheceram j outra cargavosnaô J
Porci- f . Iw.njao.
24 Porem o que tendes, « ate que eu venha o retende. Alt. 1:14,
16 E a o que vencer, e minhas obras até o fim guardar, » fobre l?f61:13;
as Gentes poder lhe darei: • 17:10.
27 E com vara de ferro as apacentará: como vafos de oleiro
quebrantadas feráó: como também de meu Pae reaebí: tiy ** *
18 E a eftrella d’a manhaá lhe darei. Itaw.i;
Quem ouvidos tem, ouça o que o Efpirito ás Igrejas diz. e 14;ti*
1< Ctr. 5:10. Ga! 6; y. .Âpoc. ie; 11. m Asoc. 3:11. » P/2 • 8»

Capitulo III.
I Manda Ckrijla que a quinta carta a a An]o tfa lgre]a de Sardo fe efiréval
2 A quem desperta pera major vigilância e Jolicitidao. 3 D9outra 'maneira
ameaça de vir a élle como 0 ladrao d1a noite, 4 Promete a os que feus veftidos
contaminados naõ tem > que com eUe andarão e que feus nomes d*o livro ía vida
naõ rifearã, 7 Manda despois a feifia carta a 0 Anjo d:a Igreja de Philadelphia
efcr<ver 1 $ Cuya confiancia louva > 9 E promete que ffudeos virão e diante
de Jéus pés adorarão^ e que elle ofna tentaçaõ guardarei 12 Promete que ao
vencedor coluia em 0 Templo de Deus e morador d9a nova Jerufalem fará,
I4 Manda ultimamente a fettma carta eferever a 0 Anjo de Ldodicea* If Cu*
ja mornidaõy 17 JE vad gloria d9as riquezas reprende* li E aconfelha 0 de
comprar ouro pelo fogo provado j e veftidos e colyrto, 2o Teftifica. qúe bate ã
porta e promete a 0 vencedor que lhe_ de affentar a fua me/a e em Jeu throno
dará,

1 P a 0 Anjo d’a Igreja, que em Sardo eftá, efereve : Ifto diz o


que *osfete EipirítosdeDeus, eías fete eftrellastem: Tuas nApec.xi^,
obras lei; que nome de que vives tens, c morto eftás. X•
1 Sé vigilante, c. confirma o refto que pera morrer eftava; pof«
que tuas obras inteiras diante de Deus naó achei. , Z
Bbbb 3 Lem-> K
: Apor. 3: 3 Lcmbrate pois d’o que recebido e ouvido tens, e guaraa o, e
’9- c te arrepende. Que fenaó velares, Cobre ty </ como ladraó virei,
e a qUC fobrc ty virei, naó Caberás. »
i.Ttef-r 4 P°rém também em Sardo [«/gaãr] * poucas peífoas tens, que1
2 ’ ’ feus veftidos naó contamináraó, e comigo em £ w/wfo j brancas an-
í. Píir. 3: daráó: porquanto dignos iam.
io- 5 O que vencer , de veftidos brancos veftido ferá : e « d’o livro
j^oc- U : d’a vida feu nome em maneira nenhuâ rifeateí, e f diante de meu
• Ou ou ^ae’ c di^te de léus Anjos feu nome confeflareí.
wswms. 6 Qpem ouvidos tem, ouça 0 que o Efpirito ás Igrejas diz:
eExoJ.it: 7 E a 0 Anjo d’a Igreja, que em Philadelphia eftá eferéve 5 Iíto
' jx. diz o Sanéto , g o Verdadeiro , h que a chav-e de David tem : que
P/. 69:2?. abre , e ninguém cerra: e cerra, e ninguém abre:
4:3. s Tuas obras feí: eisque a porta aberta diante de ty te * pús, e
j/ípoc. 10 : ningUcm cerrar a pode: porque pouca força tens, e minha palavra
” guardafte, e meu nome naó negafte.
9 Eis aqui [«/gasrj > d’a Synagoga de Satanás dou, d’os que
Judeos fe dizem fér, e naó o fam , mas mentem : eisque eu farei
Lut. u: 8. que venham, e diante de teus pés adorem, e que eu teamofaebam.
gApoc. 3: 10 Porquanto a palavra de minha paciência guardafte, também
I4; eu te guardarei d’a hora d’a tentaçaó , que lobre todo o mundo ha
11'devir, pera atentar a os que’na terra habitam.
lfny.2f.it 11 Eisque prefto venho: k guarda o que tens, peraque ninguém
x/eciuS.£ua coroa tome.
♦ Ou. 11 A quem vencer, / coluna em o templo de meu Deus 0 farei,
i Apoc.f,^. e d elle mais naó fahirá : e fobre elle m o nome de meu Deus , e o
k Apor. 2 : nome d’a cidade de meu Deus eferevereí, feler, e J » d’anovaje-
2 rufàiem, que d’o cco de meu Deus delcende, e [tambémJ meu no*
'^^'"vonome.
mApocj..f. Quem ouvidos tem, ouça o que o Efpirito ás Igrejas diz:
4. J4 E ao Anjo d’a Igreja d’os Laodicenfes eferéve: lftodiz «OA-
■» Apoc.tr. men , a teliimunha fiel e verdadeira , p o principio d’a criaçaódc
2:10. Deus:
I? Tuas obras feí, que nem és frio , nem quere : ouxalá frio,
€>Ce/o/l;OUAUCnteforas!
r 15/ 16 Afli que, porquanto morno, e nem frió, nem quente és,
de minha boca te vomitarei.
17 Porque dizes: Ricolou, eenriquecido eftou, e de nada fal­
ta tenho; e naóiàbcs que miferavcl, c coitado, e pobre, e cego,
c nuo efíás» 18 Acoa-
DE S. J 0 A (X O». IV. fe
£ * A.
A- . y ■ .*■

v iS Aconfelho te que de my ouro compres, que d’ò fogo prova-


j dovém, peraque te enriqueças : ? c veiiidos brancos , peraque tefiCw.y;
' e a vergonha de tua nuéza naõ apareça: e teus olhos com> 3-
* cdlyrio unge, peraque vejas. '
19 r A todos quantos eu amo, a efles reprendo e caftigo: fé pois J,, j
zelofo, e te arrepende. - • * Ou /««-
10 Eisque á porta eftou , e báto: fe alguém minha voz ouvir , e guento
a porta abrir, a elle entrarei, e com clle cearei, e elle comigo. ePos olhos.
a1*A o que vencer, /darlheheí que comigo em meu throno íe fe r :
aflente : Affi como eu venci,
enci, -c com meu Pae em
™ feu
for throno-me as- Prov
«x u’
i:'■>../
. Jd^or» i *«5«
fentei. ' ;• Mitt. ij:
Quem ouvidos tem, ouça o que o Efpirito ás Igrejas diz. 18.
4
X.C«r.

Cafitulo IV.
1 DestFaqui até o fetlmo capitulo a fegunda vifio fe defrêve a e comprende em fi
a primeira profecia d345*as coujds que for adiante aviai de acontecer, 1 Em que
' fi pnmeiramerte reprefenta a o. Apofolo hum throno real9no ceo aberto 5 $ E
a gloria de Deus que fejobre o throno ajftntava\ 4 Despois vinte e quatro
Anciãos coroados e ofertados a 0 redor dfi throno com trovoens 3 relâmpagos
o tampadas ardentes, 6 E hum mar de vidro e quatro animaes com mujtos
r
Mos e ajas, q Einalmente fe relata a cantiga que os quatro animaes e vinte e
quatro Anciãos a Deus cantdrao.

I T>efpois d’eftas couíãs olhei, e eifaqui huã porta aberta em o


A>ceo:e a primeira voz, que, como Ue huã trombeta, comigo
fallar ouvira, difle: Sobe aqui, eascoufas, quedefpoisd’eftasacon­
tecer devem , te moftrareí.
i E logo em efpirito [wW] fuy: e eisque hum throno ’no
ceo pofto cftáva, e fobre o throno [-hum] afléntado.
V 3 E o que [fobre elle] aflentado eftáva, éra, a o parecêr, feme-
lhante á pedra Jafpe e Sardonia: e o arco celeftc a o redor d’o thro­
no eítáva, a o parecer á cfmeralda femelhante.
4 E a o redor d’o throno avia vinte e quatro thronos : e vi fobre
os thronos vinte e quatro Anciaós aflentados, de veftidos brancos
vcfiidos : e fobre fuas cabeças cordas de ouro tinhaô.
5 E d’o throno relâmpagos, e trovoés, e vozes fahiaó : e fete
lampadas de fogo diante d’q throno ardiam, as quaes o$ fete Elpi-
ritos de Deus Iam. •
Bbbb * í E

*
APOCALIPSE
< Aftc. i$: 6 E diante d’o'throno * hum mar de vidro avia, a o criítalfeme-
a- lhanre. E ’no ineyo d’o throno , e a o redór d’o throno, quatro
animaes por diante, e por de tras, de olhos cheyos. .
7 E éra o primeiro animal femelhante a hum leaó , e o fegundo 1
animal femelhante a hum bezerro, e tinha o terceiro animal orofto
como de homem , e éra o quarto animal femelhante a huâ aguia
volante.
8 E os quatro Animaes cadahum de por fi feis afas a o redór ti-
nhaó , e por dentro cheyos de olhos eftávaô : e repoulb dia nem
t jfcy fc ?• noite naó tem, dizendo, b Sanéto , Sancto , Sandto he o Senhor
Deus, o Todopoderofo, <■ Que éra e Que hee Que ha de vir.
8' 9 E quando os Animaes gloria, e honra, e fàzimento de graças
* ié"; 5* davam a 0 que fobre o throno affentado cftáva, a o que pera todo
fempre vive :
JO [os vinte e quatro Anciaós fe poftrávaó diante d’o que
fobre o throno aflentado eftáva, e a o que pera todo fempre vive
adoravam, e futs coroas diante d’o throno lançavam, dizendo,
dAw- $: ii d Digno es, Senhor, de gloria, e honra, e poteifciarecebé-_
J2- res: porque tu todas as coufas criafte , e por tua vontade fam , e
criadas fóram.

Capitulo V.
I Despeis tl'a deftriptta /o que eftava aflentado fobre » tkronSy relata o Apofle-
lo as propriedades d’o livro fellado que em Jua mao eftáva > g E vifto que ne-
nkud criatura nem 9no ceo nem 9 na terra podia o abrir 3 $ Eis que e lea.o ía
tribu de Juda jo para i]fo digno fe declãva ; 7 ^ue 0 livro de fua maõ toma»
$ Polo que os quatro animaes com os vinte t quatro Anciaós fua dignidade lou-
vaõ. ii Que a multidão d9os Anjos com feu cântico taobemreconhecem. Ij E
todas as criaturas ajji ceo como 9na terra juntamente com elies apróvaÕ,

i P vi ’ita [ J direita d’o que fobre o throno afléntado eftáva,


a bum livro por de dentro e por de fora clcrito, com fere
ro. fellos fellado.
2 E ví hum forte Anjo, com grande voz apregoando, Quemhe
digno de o livro abrir, e feus fellos defliar ?
tTbil.v.io. 3 E ninguém b ’no ceo, nem ’na terra , nem de baixo d’a terra
13. podia o livro abrir, nem [paraj elle olhar.
4 E eu chorava muyto, porque r.ingué digno achado fcra de o
Ikro abrir, nem. de o lér, nem de [fiw] elle olhar.
5 E
i
DE S. JOAO. Cap.V., _
. i fy Ea hum
num du ’os Anciaós
a me diffe : Naó chores j ‘ vèfaqui o Leaõ t Gen. 491
d’a Tribu deJ Juda
T ’ ., a raiz de David venceu, pera o livro «bnr, $>. 10.
, e ígjj^fete fellos deíliar. Àlfay.n*
4 6 E olhei, e eisaqui ’no meyo d’o throno, e d’os quatro ani- w*
maes, e.’no meyo d’os Anciaós, hum Cordeiro que como morto *
eftáva, efete cornos, ee feteolhos tinha: quefam os/feteEfpi-avu. ai ♦
ritos de Deus em toda a terra enviados. k$,
7 E veyo, e 0 livro d’a [maí j direita tomoud’o que fobre o thro- eXaci.}:}:
no affentado eftáva. « 4: J°«
8 E avendo tomado o livro , os quatro animaes, e os vintee
> quatro Anciaós diante d’o Cot-deiro fe poftráraó , tendo cada hum ’
*g harpas, e * falvas de ouro de perfumes cheyas, que £as oraçoés _ x* 14»
d’os íànétos fam. a. *
9 E i hú cântico novo cantávaó, dizendo, k Digno és de 0livro *Oú>x4r-
tomáres, e feus fellos abrires: porque morto fofte, c com teufan-
gue pera Deus nos Zcomprafte, de toda Tribu, e lingoa, e povo, P/Mi:*.
e naçaõ: * iApac.ut
- 10 m E pira noflo Deus Reys e Sacerdotes nos fjzefte: ,.e fobre a k %
terra reynarémos. u.
11 E olhei, e huã voz de muytos Anjos a o redor d’o throno, e l Aã. 20 :
d’os animaes, e d’os Anciaós ouvi: » c éra d’elles o numero mi- as.
lhoens de milhoês, e milhar de milhares.
ia Que com grande voz diziaó : 0 Digno he o Cordeiro, que Syí/*”*
mortofoy, de potência, e riquezas, efabedoria, eforça, ç honra, '< -
e gloria, e fazimento de graças recebér, . i. Pedr. 1 i
rj E a toda criatura que’no ceo eftá, e’na terra, e debaixo d’a ij.
terra, e que ’no mar eftáó, e a todas as couías que ’nellas ha dizer i.faf.i:?.
duví : A o que fobre 0 throno aflèntado eftá, e a o Cordeiro, feja iK
fazimento de graças, e honra, e gloria, e potência, pera t°do ;
femprejamais. *„ ; ’5*
14 E os quatro animaes diziam, Amcn. E os tinte e quatro j. #
Anciaós íe poftráraó, e a 0 que pera todo fempre vive adoráraó. » 7:
10.
JEfrÁri2:22f
•*
O Apat. 4í

Sbbb > c>- -


4

z
?6S apocalipse
e
Capitulo VI. > ■

I Abre fe tf primeiro fello e hum cavallo branco /ê vê > febre & qual
vence ajfentado eftá. J Despois o Jégundo Jello fe abre e hum cavallo verme*
lho fee , febre o qual hum 9 que tira a paz dia terra » ajfentado eslâ*
Ç Abre fe o terceiro fello > e hum cavallo preto fe vé > febre o qual hum
tom hua balança 3na maÕ ajfentado eftâ. 7 Abrefe 0 quarto Jello e hum cavallo
amardlo fae $ [obre 0 qual a morte ajfentada efta. 9 Despois fe abre 0
quinto Jello 3 e as almas de baixo dJo altar a Deus bradaò e Je conjálao.
12 Vltimamente fe abre 0 feitio fello > e grandes finaes affí no ceo como 'na
tirra Jeguem, 15 D3os quaes toda forte de homens fe efeantai e pede que as
rochas d?a ira d’o cordeiro os efcòndaí.

1 T7 avendo o Cordeiro hum d’o$ fellos aberto, olhei, eahum


JU'u,os quatro Animacs ouvi, que como j voz de trovaó di­
zia: Vem, evé.
9; z E olhei, ejsis -»hum cavallo branco : e o que Cobre elleaflen-
u* tadocftava, hum arco tinha: e huã coroa dada lhefoy e viâorio-
fo , e pera que venceífe fahiu.
i E avendo aberto o fegundo fello , a o fegundo Animal dizer
ouvi : Vem, e vé.
4 E fahiu outro cavallo vermelho : e a o que fobre elle aíTentado
eftava íe lhe deu que a paz d1a terra tiraíTe, e que huns a os outros
fe mataílém: e huã grande efpada fe lhe deu.
5 E avendo aberto o terceiro fello, ao terceiro animal dizer ou­
vi: Vem, e vé. E olhei, e eis hum cavallo preto, e o que lobre
elle aílentado eftáva,-; huã voz ’no meyo d’os quatro Animaes ouvi,
*Gr. Cht- que dizia: Huã * medida détrigo por hum dinheiro, e tres medi-
».x. das cevaja pOr Eum dinheiro: e a o azeite c a o vinho nam
danifiques.
7 E avendo aberto o quarto fello, a voz d’o quarto animal ouvi,
que dizia: Vem, evé.
s E olhei, e eis hum cavallo amarello: e o que fobre elle aílèn-
♦ Ou, frt tado eftáva, * tinha por nome, Morte 5 e o Inferno o feguia E
fcunome, deu fe lhes potellade para a quarta [farte] d’á terra matarem , com
efpada, e com fome, e com morte, e com as feras d’a terra.
’ E avendo aberto o quinto fello, debaixo d’o altar vi < as almas
. d’os que por amor d’a palavra de Deus mortos foraó, c<*poramor
íApot-19- d’o teíiimunho que tinham.
Á. .»E
DE S. J O A O. Cap. VII.
io E com grande voz clamávaó, dizendo, Até quando, ólànébo
e verdadeiro Dominador, noffo farrguenaó julgas e vingas d’os que
'■ terra habitaõ ?
i í E dèraó fé lhes a cadahum veftidos brancos compridos j e foy
lhes dito , que ainda hum pouco de tempo repoufauem , até que
também feus conlervos e feus irmáós le cumpriflcm , que [aimtila]
comb elles mortos aviaó de fér.
ií E avendo aberto o fexto fello, olhei, c eisque húgrande tre­
mor de terra fe féz: * e o Sol fe tornou preto como íãco de cilicio,
c a Lua como fangue fe tornou. '
, *3 E as eftrellas d’o ceo fobre a terra cahíraó, como quando a
figueira feus figos verdes de & lança, de hum grande vento abalada.
14 £ o ceo como hum livro que fe envolve fe retirou: e todos os
montes , e ilhas de feus lugares fe movéraó.
15 E os Reys d’a terra, e os Grandes, e os Ricos, eos Tribu­
nos, e os Poderofos, e todo fervo , e todo livre ’nas cavernas, e
’nas rochas d’as montanhas fe escondéraó.
16 E a os montes, e ás rochas diziaó: f Sobre nosoutros cahí, .
d’o rofto d^aquellc que fobre o throno affentado eftá , c d’a ira d’o ^■'eas' V S>
Cordeiro, nos efeondeí:
17 Porque vindo he o grande dia de foa ira: e quem fubfiílir po- f
derá.
I , . -

C a p 1 t v l a VIL
1 Vé faio quatro An^os , 4 quem era dada potestade fera feb reter cfos ventes
a terra dano fazer ; X Eoutço Anjo tendo 0 fello de Deus ? que lhes 0 impede?
ate que todos os fervos de Deus ajjinálados fáraÕ 4 Cujo numero he cento e
quarenta e quatro mil de todas as tribus de ifrael. q Despois vehua multidão
innwrreraveL de todas as naçoens que efiavao -diante d*o throno e do cordeiro»
io 4 Deus louvores cantaô. II O que tacbem os Anjos e os quatro ani»
maes e os vinte e quatro Anciãos com fita cantiga fazem* I3 Jom de hum d?os
vinte e quatro Anciaês informapaô recebe quem fad os que em vejiidos broncos
afareciaõ s iq Ei em que fua bemaventuraufa d3elles conjiffe*

1 "D deípóis d’eftas couíãs quatro Anjos ví eftár fobre os quatro


■Lj cantos d’a terra, que os quatro ventos d’a terra retinhaó, pé-
raque vento nenhum fobre a terra , nem fobre o mar , nem contra
arvore alguá * ventafle. »
a £
•V •
APOCALIPSE
» ©U > d’a i E outro Anjo ví d’a banda * d’o Sol nacente lobir, que o fel- ' /
ftacexfa ]o d’o j)cus vivente tinha, e com grande voz a os quatro Anjos cia- ?
mou, a os quaes poder dado fora pera á terra e a o mar danificar
a .dpoc 9:4, 3 Dizendo, <«Aa terra naó danifiqueis, nem a o mar, nem as
i>Ezech. 9. arvores, ate que a os fcrvos denodo Deus i> em fuas teftas *affinala-
4. do naó ajamos.
* Ou,filia- 4 E o numero d’os affinalados ouvi: « e cento e quarenta e quatro
do- mil affinalados foram de todas as tribus d’os filhos ae Iiraèl.
i^pac. 14: 5 D?a tribu dejuda, doze mil affinalados: d’a tribu de Rubem ,
1' doze mil affinalados: d’a tribu de Gad, doze mil affinalados:
6 í)’a tribu de Aíer, doze milaffinalados: d’a tribu de Ncphtha-..
li, doze mil affinalados: d’a tribu de Manafle, doze mil affinala­
dos :
7 D’a tribu de Simeon, doze mil affinalados: d’a tribu de Levi,
doze mil affinalados: d’a tribu de Ifafchar, doze mil affinalados:
$ D’a tribu de Zabulon, doze mil affinalados : d’a tribu de Jo-
v feph , doze mit affinalados: d’a tribu de Benjamin, doze mil affi-, yfi
nalados. •
9 Defpois d’eftas couíâs olhei, e eisaqui huã grande companha,
* Ou, toda a qual ninguém contar podia, de ♦ todas as naçoés , e tribus e po-
napao, vos, e lingoas, que diante d’o throno , e perante o Cordeiro eftá-
vaõ , veftidos de veftidos brancos compridos, e [com ramos de] pal­
mas em fuas maós.
to E com grande voz clamavaõ, dizendo, a Salvaçaõ feja para
noíTo Deus, que fobre 0 throno aflentado eftá, e [tampem] para o ’
Cordeiro.
u E todos os Anjos a o redór d’o throno, e d’os Anciaós, ed’os
quatro Animaes eftávaõ : e fobre feus roftos diante d’o throno fc
poftráraó, e a Deus adoráraó,
Dizendo, Amen. -Louvor, e gloria, c fabedoria, c fàzi- ;
mento de graças, e honra, e potência , e força feja a noflo Deus,
pera todo lempre. Amen.
13 E hum d’os Anciaós refpondéu, dizendo me , Eftes que de
veftidos brancos compridos veftidos cftám, quem iam, e d’onde
viéraó ?
t 14 Eeulhediffe: Senhor, tuofabes. E elle me difle: Eftes
faó os que de grande tribulaçaó viéraó : e ’no langue d’o Cordeiro
feus compridos veftidos lavaram, c feus compridos veftidos bran-
„«queáraó.
1 15 Por
I v-; • T

1 DE S. JO A õ: Cap. VIII. /Wi


r; J-»<

4 , 1$ Por iflo diante d’o throno de Deus eftáó, e dia e noite em


feu templo o fervem : e aquellc que iobre o throno aflentado eftá,
^onfojfa fombra os cobrirá. ' .t'
''^^«Ncm mais fome,_nem mais fedeteráô j nem «Sói, nem cal- ® 49'
ma alguã [mais] Cobre clles cairá. eF/;i"ii:í.
17 Porque 0 Cordeiro , que ’no meyo d’o throno eftá, /os apa- fpyj jj; j*'
centará, e ás fontes vivas d’as agoas * de Guia lhes fervirá: e Deus * Ou. w
de léus olhos toda lagrima g alimpará.
g Ijay, 25 :8. Afac.2i: 4.

Capitulo VIII. %

4
I Abrefe 0 [etimo fello, e fegue filencio em o ceo. 1 E despois d?efte filencio fete
Anjos cem fete trombetas fe vêm* 3 Aparéce pois primeiro outro Anjo
que perfumes fobre 0 Altar’de ouro junto ás oraçoens d3os Sanãos poém. 5 Em*
che despois 0 thuribulo d!o fogo do Altar e fobre a terra 0 lança. 7 Eeita
ijfo f toca 0 primeiro Anjo a trombeta > S E 0 fegundo « e feguem ccujas
horríveis. lo Despois 0 terceiro Anjo toca a trombeta e hua Ef relia chamada
Abfynthio fae ao ceo 9nas agoas. IX U’ltimamente toca 0 quarto Anjo a trom*
beta e a terceira parte dfo Sol d9a Lua e das eftrellas fe efcuréce. E des~ -
pois dffio outro Anjo brada Ay > por cau/à d3as plagas das tres> feguintes
trombetas.

1 "C avendo aberto 0 fctimo ícllo', filencio emo ceo, quafi por
meya hora, fe fez. / '
2 Eaosfcte Anjos ví, que diante de Deus eftávaó: e fere trom­
betas fe lhes déraó. .
3 E veyo outro Anjo, e junto a 0 altar fe pós , [’ím hum
* thuribulo de ouro tendo: e muytos perfumes fe lhe dérãó , pera * Ou, «»-
[com] a as oraçoés de todos os fanétos os pór fobrc o altar de ou- ceufarío.
ro, que diante d’o throno eftá. *Apoc. 5:
4 b E 0 fumo d’os perfumes [juntammte com] as oraçoés d’os ian- , pSi .
étos, defd’a maó d’o Anjo até diante de Deus fubiu. .j.141.2.
5 E 0 Anjo o thuribulo tomou , e d’o fogo d’o altar o encheu,
e fobre a terra o lançou : e vozes, etrovoens, erclam pagos, c
terremotos fe fizéraô.
,6 E os fete Anjos, que as fete trombetas tinhaô, pérà as toca- -- i >z-
rem fe preparáraó.
7 E o primeiro Anjo fua trombeta tocou, efaraívae fogo meftu-
rado com íàngue houve, e ’na terra lançados fóraó : e a terceir#
[farte] d as arvores fe queimou, e toda a erva verde queimada foy. 1
Cccc • • í'E '
i 9

11 ?>■
572
APOCALIPSE
s E o fegundo Anjo fua trombeta tocou : e [W cw/âj , como
hum grande monte em fogo ardendo ’no mar lançada foy : e a ter­
ceira d’o mar em fangue fe tornou. /
9 E a terceira jjwíe] d’as criaturas que ’no mar vidatínhaó mor-
réu : c a terceira d’as naos fe perdeu.
10 E o terceiro Anjo fua trombéta tocou , e d’o ceo cahiu huã
grande eftreila como huã tocha ardendo , e ’na terceira [parte] d’os
rios , e ’nas fontes d’as agoas , cahiu.
* Ou, Lof- 11 £ o nome d’a eftreila fe chama *Ablynthio, e a terceira [par-
íe3 d’as agoas em Abíynthio íe tornou : e muytos homens pelas
agoas morréraó, porque amargas fe tornáraó.
ia E o quarto Anjo fua trombéta tocou : e a terceira [parte] d’o
Sol, e a terceira [parte] d’aLua, e a terceira [parte] d’as Eftrellas
ferida foy: peraque a terceira efcurecefle, e a ter­
ceira [parte j d’o dia naó alumiaíTe, e femelhantemente £«] d’a
noite.
• ? E olhei, *e a hum Anjo pelo meyo d’o ceo voar ouvi, dizen­
do com grande voz : Ay, ay, ay d’os gue fobre a terfa habitam ,
mais vozes * d’as trombetas d’os tres
tocar.

Capitulo IX.
I Toca o quinto Anjo a trombéta t e hua eftreila d?o ceo cae , que a cbawe d'o
abysmo tem^ X D'onde fumo como o de hua fornalha fóbey E dlo fumo ga-
fanhotos faem, que a os homens 3 que o fedo de Deus na o tem 5 ferem, q Defere*
vefè a forma e armadura d’eftes gafanhotos II E o nome de feu Rey Abad*
don. 13 Desfois toca 0 Jeifio Anjo a trombéta 5 e os quatro Anjos junto a 0
rio de Euphrates fe foltaõ e grande multidaõ d*os de cavallo aparece 3 que *
terceira farte d’os homens mata. 10 Todavia despois dlifto nem ainda os ho*
mens de fua idolatria e outros pecados fe convertem*

1 r o quinto Anjo fua trombéta tocou : e huã Eftreila ví que d’o

i E 0 poço d’o abvfmo abriu: e d’o poço fumo, como o fumo


de huã grande fornalha fubiu: e o Sol, e o Ar, d’o fumo d’o poço

’ g 3 E d’o fumo gafanhotos fobre a terra faíraô: e poder fe lhes


< ~ deu como o poder que os efeorpioés d’a terra tem.
4E
................ ■r"” .......... •. &.. ;’4:' 'V

J t D E S. -J O A Õ~. Cap IX. . .


r 1 4 E foy lhes dito, que bnem a erva d’a terra , fiem verdura d-bApu&S.
guá, nem a arvore alguá danificaíTem : fenaó fomente a os homens,
fuas teftas o * c final de Deus naó tem. ,
5 E foy lhes dado, naó que os mataflem, fenaõ que por cinco í"fsfí*'í:
meies os atormentaíTem: e leu tormento éra femelhantea o tormen-
to d’o cícorpiaó , quando a o homem fére.
ó </ E ’naquellesdias os homens a morte bufearám, e naô a acha- W* i:
ráô : e morrer defejarám , e d’elles a morte fugirá. _,29j.,
7 * E * o parecer d’os gafanhotos éra femelhante a o de cavallos
pera a guerra aparelhados: e fobre fuas cabeças, como coroas, á 0 Ladina.
ouro lemelhantes avia, e feus roftos como roftos de homens éraô. Apoc.6'.i6.
8 E cabellos como cabellos de mulheres tinhaó: e feus dentes t Exod. io;
9 como [der.fíx] de leoés éraó. <•
■. 9 E couraças como couraças de ferro tinhaó : e o ruido de fuas
reteres?
aíàs como o ruido de carros éra, quando muytos cavallos a o com­
bate correm. .
Io E rabos femelhantes a os d’os efeorpioés, e agulhoés em feus
rabos tinhaó : e feu poder éra de pot cinco meies, a os homens
danificarem. ‘
ir E fobre fi, porRey, a o f Anjo d’o abyfmo tinhW^j/j érifAçoc.9:1.
feu nome em HcbreoAbaddon, c em Grego por nome tinha Apol- 1

lyon.
n f Paliado hc ja hum ay 5 eisque ainda, defpois d’ifto, dousx-4?«- 8 •
aysvénn '
13 E o fexto Anjo fua trombeta tocou, e ouvi huã voz d’os qua-
tró cornos d’o altar de ouro , o qual diante de Deus eftáva,
14 Que a o fexto Anjo, que a trombeta tinha, dizia: h A osh Atoe, j:
quatro Anjos iolta, que junto a o grande rio de Euphrates pre-
foseftáó.
15 E foltos os quatro Anjos foram , que preftes pera á hora, e ’
dia, e més, eannoeftávaó, pera a terceira d.’os homens
. marárem,
16 E o numero d’os exercitos d\)s de cavallo.vinte mil dezenas
de dezenas de milhares éra, e o numero d’elles ouvi.
17 E afii a os cavallos ’nefta vilão ví: e os que fobre clles cavai-
gavaó, couraças de Togo , e de * hyacinto, e de enxofre tinham :* Ou, «atf i
e as cabeças d’os cavallos como cabeças de leoés éraó; c de fuas bo- telefte.
cas fogo, e fiimo, e enxofre íahia.
is Por cftcs tres a terceira [parte] d’os homens morta foy, [
CCC 4 Jabcr 3
57^ APOCALIPSE r
pelo fogo', c pelo fumo, e pelo enxofre, que de fuaS boca» (
fahia.
<9 Porque feu poder em fua boca , e em feus rabos ertá-^Por-^
que feus rabos íemelhantes a ferpentes faõ , e cabeças cem ,
cilas danificara.
ao E os de mais homens, que por eftas plagas mortos naó fóraõ,
d’as obras de fuas maõsfenaóarrependéraô, peraaosDemonios, e a
í F/115:4./ os ídolos de ouro , e de prata, e de lataó, e de pedra, c de ma-
$•0-"• deira naó adorarem , quenemvér, nemouvir, nem andar podem:
n g nem de feus homicídios, nem de fuas feitiçarias, nem de
fua fornicaçaó, nem de fuas ladroices, fe arrependeram.

Capitulo X.
I Sendo ja relatadas as plagas que de baixe d‘a feijia trombêta fobre a Chrijlast-
dade d’o Oriente e Poente aviai de vir 3 relata fe ‘nefte Capitulo 0 que para
conjolapai da de baixo d'a mefma trombeta ainda de feguir avia. E pri­
meiramente fe vé hum An\o que tom grande gloria d'o ceo dejcenijp com hum li­
vrinho aberto ’na mai. 3 Que com grande voz brada > e logo fe ouvem feté
trovoens , tj E jura poloque vive pera todo fempre 1 que mais tempo nai ave-
ría despois que as fte trombetas tocado avtaõ. 8 Dá despots 0 livrinho aber­
to a o Apojiolo pera comélo lo O qual em fua boca bem doce , mas em fe»
ventre amargo éra3 ii Declara despois a 0 Apostolo que importava que outra
vez profetizajfe.

1 T? outro forte Anjo ví, que d’o ceo defeendia, de huã nu-
■L' vem vertido : e por cima de • [fua] cabeça o arco celefte
eftáva: c feu rorto como a o Sol éra, e feus pés como b colunas dc
2.
1' 12*4 E em fua maó hum livrinho aberto tinha: e feu pé direito íò-
bre o mar , e o ezquerdo fobre a terra pós.
? E com grande voz clamou, como quando o leaó brama: e
avendo clamado , os fete trovoés fuas v.ozes difleraó.
4 E avendo os fete trovoés fuas vozes dito, eu as ouvera de efere-
eDan S i.6.ver : e huá voz d’o ceo ouvi, que me dizia: « Sclla as coufas que
e 11: 4. os fete trovoés fàlláraõ , e naó as eferévas.
dDan. 11: 5 d E 0 Anjo que fobre o mar e fobre a terra eftar ví, fua ioaó a
7- o ceo levantou,
x 6 E por Aquelle jurou, que pera todo fempre jamais vive^, o
u**qual 0 ceo e as coulas que ’nelle ha, c a terra e as coulas que ’Èc1la
I ha,
i DE S. J O A O. Cap. XI.
j ha,' e mar c as coufas que ’nelle ha criou, t quemaj^ ■tempõnáõe ç*
•averá: _ .
7 Porém [7»#] ’nos dias d’a voz d’o fetimo Anjo, quando fua
tocar, 0 fecreto de Deus fe cumprirá , como a feus fer-
vos os Prophetas [«] denunciou.
Í5 E a voz que eu d’o ceoouvido tinha, comigo a fallar tornou, -
e difle : Vae, e 0 livrinho aberto toma d’a maó d’o Anjo, que
fobre o mar e fobre a terra eftá.
9 E fuy me a o Anjo, dizendo lhe, Dame 0 livrinho. Eclleme
difle: f Toma o, e come 0: e amargo teu ventre-fará , porém em fE%ech. 31
tua boca doce como mel ferá. lt
10 E o livrinho d’a maó d’o Anjo tomei, e 0 comi: e em minha
boca doçe como mel éra: e avendo 0 comido, meu ventre amargo
ficou.
«
11 Eelle me difle: outra vez amuytos povos, enaçoês,
e lingoas, c Reys te importa profetizar.

. Capitulo XI.

I Dafe a 0 Anjo bua cana pera medir o Templo > 2 E nao e patio. $ Dd
Chrifio a fuas duas teftimunhas poder pera profetizar e pligas fobre feus inimi­
gos enviar. p A Befia dlo abysmo fiíbe e ás Tefiimunhas maia ,• f Poloque os
povos fe alégr&õ. 11 Mas despois de tres dias e meyo revificao. 12 E a o ceo
jdbem> IJ E entaõ tremor de terra e dano (obre a cidade grande fegue. 1$ To»
ca o fetimo Anjo a trombeta e os Reynos fe redizem a Deus < Chrifio 16 Pa-
loque os vinte e quatro An iaõs louvaò a Deus ; iS E a ira de Deus fobre as
nafoens vêm > mas o preparado galardaò a os SanSos fe dá< I? E o Templo
de Deus 9no ceofe abre.

1 * T? huá cana femelhante a huá vara [<& medir] dada me foy: e «Exarai
Anjo fe chegou, e difle: Lçvantate, e o templodeDcus, i-
e o altar , c os que ’nelle adoram, mede. ; *4i: 4*»
a Porém de fora deixa a o patio que fora d’o templo eftá, e naó 4?’
o medas: porque ás Gentes dado he: c a fanâa cidade por !> qua- í ijr
renta e dous mefes piíaráó. 5-.
3 E [ poder ] á minhas duas teftimunhas darei, e por mil e duzen­
tos e feflenta dias, de facos veftidos, profetizarão.
4 fEftas faó as duas oliveiras, e os dous caôiçacs, que diante tZoch^
4’oCcus d’a terra cftáó.
Cccc 3
J «
*
Í76 — APOCALIPSE
• 5 Efe alguém * empecer lhes quifer, fogo de fua boca f«irá , c f
gjgum fa. a feus inimjg0S devorará: e fe alguém empecer lhes quifer, affiim-
zer Ices pOrca gue morto feja. '' _ ^X...
JiRey 17: 6 ^Èftes poder tem pera o ceo cerrar, paraque em os dia^fcúíe
i. prophecia chuva naó chova.: e poder fobre as agoas tem pera e em
eE.xòd-7^. fangue as tornarem, e pera a terracom toda forte de plaga ferirem,
9.10.11. todas quantes vezes quilerem.
fDan.7.2.1. 7 como feu teftimunho acabarem , a Befta, que g d’o abys-
mo i guerra lhes fará,. e os vencerá, e os matará.
poc. ?• j £ £cus CorpOS mortos [jgzeráí] ’na praça d’a grande cidade,
b Apoc 17: que eípiritualmente Sodóma e Egypto fe chama, aonde noílo Se«
z. 5. nhor também crucificado foy.
*iS:io. 9 E [ os ] d’os povos, e tribus, elingoas, enaçoés, feus*cor-
* Gr. cor- pos por tres ^35 c meyo veráó, e naó permitiráó que feus corpos
rX mtf~ P°ft°s em fepulcros fejaó.
* io E os que ’na terra habitam, fobre elles fe gozaram , e fe ale-
graráó , e prefences huns a os outros fe mandaráó: porquanto eíies
dous Prophetas, a os que fobre a terra habitam, atorn^entaraó.
11 E defpois d’aquelles tres dias e meyo, ’nelles o efpirito de vi- ■
da de Deus entrou, e fobre feus pés fe puferaó, e grande temor
fobre os que os viraó cahiu.
11 E huá grande voz d’o ceo ouvíraó, que lfies dizia: Subi cá.
E a o ceo em huã nuvem fubíraó: e feus inimigos os viram.
ij E ’naquella mefma hora hum grande terremoto fe féz, e ade-
*Ouj m- cima E/uríf] d’a cidade cahiu , e ’no terremoto fete mil * homens
mes a: ko- de nome mortos fóram : e os de mais muy atemorizados ficáraõ ,
í zfZaí $ • c Sloria a 0 Deus d’o ceo déraó.
ij. ‘ *♦ Paflado he.o fegundo ay: eisque f o terceiro ay prefto vém.
e ?: 11. H E o fetimo Anjo fua trombeta tocou, e grandes vozes ’no ceo
«15; 1. houve, que diziaó: Os Reynos d’o mundo a noflo Senhor, e a feu
Chrifto reduzidos fam, e pera todo fempre ja mais reynará.
16 E os vinte e quatro Anciaós, que diante de Deus em feus
thronos affentados eftam, fobre feus roftos lc poftráraô , é a Deus '
adoráraó,
17 Dizendo, Graças te damos, Senhor Deus Todopoderofo ,
, lAfoc. 1: k Que he e que éra e Que ha de vir, de que tua grande potência
. tomafte, e reynafte:
rtó; c. 18 Easnaçoés leiráraó, ejatuáifa vinda he, e otempad’os
Y, mortos, peraque julgados fejam , c peia o galardam dáres aUéus
J ler-
DE S. TO A a Cap.XII. , < ^7 '<k
fervos os Prophetas, e a os Sanâos, e a os que teu nome temem,
a pequenos e a grandes: e pera deftruir a os que a terra deftruem.
o templo de Deus 5no^ceo / fe abriu 5 e a Arca de feu con- *T5 ♦
certo em feu templo Ce víu: e relampagos 5 e vozes5 ç trovoese 5*
terremotos, e grande faraiva houve.

Capitulo XII.
X Aparece a o Apoficio bua vifaõ de kua Mulher que cem deres de fartojeSd»
3 E de hum Dragcí vermelho que fe farava diante d3ella peraque em parindo
devorafe a feu Filho} $ Mas o filho fera o Throno de Deusarrebatado he, e a
Mulher fera o deferto foge , aonde fe lhe lugar aparelha mil e duzentos e fefen-
4
ta dias. 7 Faz fe batalha *no ceo entre Michael e 0 Dragao. 9 0 Dragaí
pois vencido e em a terra lançado hè, Io E fegue cântico ’no ceo. 13 Per—
fégue 0 Dragao á mulher > que recebe afas de Aguia fera a 0 deferto fugir♦
15 Dança 0 Dragac após ella rios de agoa , que a terra traga. 17 E 0 Dra-
gaó faz guerra contra os de mais de Jua fervente* IS TB&qfodô 3na borda d?o - ~
mar fe para.
M.
1 p hum grande final ’no ceo fe víu: [a faber~\ huã Mulher d’o
Sol veftida, e a Lua debaixo-de feus pés, c fobre fua cabeça
huã coróa de doze eftrellas: - .
1 E prenhe eftáva, e com dores de parto , e ancias de parir gri­
tava. -
j E outro final no ceo fe viu ; e eis que éra hum grande Dra-
gaô vermelho,, que fete cabeças e dez cornos tinha, e fobre luas •
cabeças fere * Diademas.
4 E feu rabo a terceira d’as eitrellas d’o ceo após fi levava, fttt &e~
e fobre a terra as lançou: É o Dragam diante d’a Mulher, que avia Mí*
de parir fe pós: peraque, em parindo, a feu filho devorafle.
♦ 5 E hum Filho macho pariu, * que com vara de ferro todas as y.
Gentes avia deapacentar 5 e feu Filho pera Deus, e [jctw] feu dfoc.vjiT.
« throno arrebatado foy.
ó E a Mulher pera o deferto fogiu, aonde ja lugar preparado de
Deus tinha, peraque lá/ mil e duzentos c íefíenta dias a manti- *

veflena. 3a
Á ."

7 E batalha ’no ceo houve: Michael e feus Anjos contra o Dra-


gambatalhavam : e batalhava [também contra elles^ ° Dragam e feus

8 Mas ■ 4 '

“>■ ■-
T7« APOCALIPSE Ç
t Dãnt i *♦ 8 Mas naÕ prevalccéraõ, «nem feu lugar mais em os ceos Te I. ■
35* achou :
d Lac. io;
18. 9 E^lançado foyó grande Dragaó, a Serpente antiga,
Apct. io:2.^a 0 Diabo c Satanás, que a todo o mundo engana, lançado [J/gêj
cm a terra foy, e [tamkm] feus Anjos com elle lançados fóraó.
10 E huá grande voz’noceo ouvi, quedizia: ja agora a falvaçaõ,
e a força , e o Reyno de noflo Deus , e a potência de feu Chriíto
feita eftá : porque ja o acufadór de noflos irmaõs, que diante dc -
noflò Deus dia e noite os acufava, derribado he.
u E elles pelo fangue d’o Cordeiro , e pela palavra de feu tcíii-
munho o vencéraó , c até á morte fuas vidas naó amáraó."
12 e polo que alegraevos ceos, e os que’nelles habitaes. fAyd’os
z/^y.49 n.qUe ’na terra , e '"no mar habitam j porque o Diabo a vosoutros
f Apoc. ® ^defcendéu, e tem grande ira, fabendo que ja pouco tempo tem.
i? E quando o Dragaó viu que em terra lançado fóra, a Mulher
perfcguiu quea^ macho parira.
" o^Apoc.
* 12:‘ M s E á Mulher duas afas de grande agúia fe lhe déraó, peraque
6.
b Apoc. 12:,a odefertoaleulugarvoaífe, aonde fuftentadahe, per tempo, e
6. ’ a metade de tempo, fora d’a viíta d’a Serpente. - '
15 E a Serpente dc fua boca após a Mulher agoa como {<&}
hum rio lançou, peraque pelo rio arrebatar a fizeífe.
16 E a terra á Mulher ajudou, e a terra fua boca abriu, e a o rio
tragou , que o Dragaô de fua boca lançara.
17 E o Dragam contra a Mulher le irou , e guerra a iàzcr fc foy
contra os demais de fua femente, que os mandamentos deDeus gu­
ardam , e o teftímunho dc Jefu Chrifto tem.
iS E cu fobrc a aréa d’o mar me pás.

c
DE S. JOAO. Cap. XIII. J7S
<■

- C A P I T U L 0 XIII.
Moftrafe a e~ Apostolo em kuã vifao bua Besta com fete cabeças e dez cornos i
3 E huã d'as cabeças ferida de morte fe cura. 4. Adòfa toda a terra d Befta
;). t a 0 Dragaô quarenta e dous mefes. 6 Blasfema a Besta a Deus e feus San-
ãos : e guerréa contra elles. $ E vence a todos os cujos nomes ’no livro d?0
Cordeiro efcritos naõ eftdo. Io Ameaçaôfe os perfeguidores com 0 galardal de
femelhantes cafiigos. II Despcis outra Befla dla terra fobe , avendo dous cor­
nos como 0 Cordeiro , mas fazendo as obras da primeira Besta. 13 Effa faz
grandes (inaes e a os moradores da terra engana > que fazem bua imagem ã quàl
iodos adorar devem, 16 Faz ella taõbem que todos hum final, eu o nome da
Befla , ou feu numero} que he Jeis centos e feffenta e feis. tomem.

1 D d’ò mar * huá Befla fobir ví, que fete cabeças e dez cornos a Da». 7*
tinha, e fobre feus cornos dez Diademas: e fobre íuas cabe- l0-
ças-huiiknome de blasfémia. V»
, t E a Befla que ví, femeihante a o leopardo éra, e feus pés co­
mo de utfò, aifuaboca como boca de leaõ: e o Dfâgaõ fua potên­
cia, è feu thrõno , e grande poder lhe deu.
3 E huá de fuas cabeças como ferida de morte ví-, e fua chaga
mortal curada foy: e toda a terra após a Befla fe maravilhou.
4 E a oDragáó adoráraó que á Befla [/eu] poder dera j e [tom­
bem] á Beflaadoráraó dizendo, Quem b femeihante á Befla he ?bApoc.ili
quem contraella batalhar poderá? iS.
5 E boca le lhe déu, pera grandezas e blasfémias fellar; e poder
fe lhe déu, para [afi] c quarenta e dous mefes o fazer. cApoc.11*,
6 E fua boca em blasfémias contra Deus abriu, pera de feu No­
me ,' e de feu Tabernáculo , e d’os que ’no ceo habitam, blasfe­
mar.
7 E d [poder] fe lhe deu pode guerra a os fanéios fazer, e os ven- d Dan. 7;
cer: c poder fobre toda tribu, e lingoa, e gente fe lhe déu. zi.
8 E todos os que fobre a terra habitaó a adoraráô, * cujos nomes Apoc.u;?.
efcritos naõ eftám ’no livro d’a vida d’o Cordeiro, que f defd’afun-
daçaô d’o mundo morto foy. pj/. 4- 5.
5> Se alguém ouvidos tem, ouça. Ápoc.{\.
io Se alguém em cativeiro leva, em cativeiro ira : gíc alguém «20:11.
á eiijda matar, neceflario he que á efpada morto feja. h Aqui a, e 21:27.
iftwiaia e a fé d’os fanétos eflá. /
Dddd it E
f Gfs.9; é. JtótfíAií.-ya. hApoc. 14:1a.
/

A P 0 C A L I P S E V
iApot.u: n E, outra Befta i d’a terra fobir ví, ,e dóus cornos femelhantcs -
?• a os d’o Cordeiro tinha: e como Dragaó falláva.
k Apor.. 11 E todo 0 poder d’a primeira Befta, k em iua prefénça q^grcí^X* \
20. ta : c faz que a terra, e os que ’nella habitam á primeira befta ad^^
lApoc. 13: reiT), cuja l chaga morta) curada fôra.
3- 13 E faz w grandes íinaes, de maneira que até fogo d’o ceo á ter- / i>
rnlTheff.i:•’ra , diante d’os homens, defeender faz. '
9.
.Apoc, 16 : 14 E » a os que ’na terra habitam , com os íinaes engana , que
em prefença d’a Befta fe lhe déraó que fizeífej dizendo a os que ’na
n Deut.iy. terra" habitam , que a Befta , que a ferida (Ta
J,a eípada recebera ea
clpada recebera,
1. viver [tontára], huã imagem fizeílèm.
24». 15 E foy lhe dado que efpirito á imagem d’a Befta defle , para*
14. # que também a imagem d’a Befta fãllafle, e fizeíTe que todos os que
Apoc. 16
* 0 a imagem d’a befta naó adoraíTetn , mortos foíTem.
J4.
e 19: ao. 16 E fàz que a todos, pequenos e grandes, ricos e pobres , li-
<z4/>w,i9. vres e fervos, phum final em fua maó direita , ou em íuas teftas
ao. * ponha:
Í^poí.19: 17 E que ninguém comprar ou vender pofla, fe naó aquelle
que o final, <j ou o nome d’a Befta, ou o numêrtde feu nome
* 3 áe. - '
A .tiver.
? lS Aqui T a fabedôria: aquelle que entendimento tem , o
r Apac. 17: numero d’a Befta conte : porque numero de homem hej e he feu
o, numero feis centos c feíTenta [e] fcis,
• •
•J
DE S. JOÃO. Cap.XlV.

C A P I T U LO XIV.

I Vê o Apoflolo em kud vifao a o Cordeiro eftando fobre o monte de Siac com


Jèus I44000. ajfinalados♦ 2, Canta fe em0 ceocântico novo que ninguém, fenao
eUes> aprender pode» 4 Efies faó virgens que feguem a 0 cordeiro para onde quer
que for, 6 Evtaô hum An\o pelo rneyo d3o ceo voa, e oEuangelho eterno denuii-
cia* $ E tfegue outro -dLn\o que a caida dld grande Babylonia profetiza, 9 E
0 terceiro que a os que a Befia adóraõ ou feu final recebem com os caftigos eter-
nos ameaça* 12 Exhortaôfe os Sanffios pera paciência e os que emshSewhor
morrem de fua falvaçaõ fe ajfegêraÓ* 14 Despois aparece hum jòbre hua nuvem
branca com coroa }na cabeça e fouce 3na mao > que /e- amoefia lançar fua fouce na
fegada madura, YJ U/timamente ainda outro ^njo alo Templo ^ que.esid. 3n0
ceo > Jde > taõbem com fouce ? que fe amoefia vendimar os cachos d3a terra,
I9 Que os lança 5no lagar da ira de Deus, que fe pifa^ e fae o fungue até os
freyos dos cavallos por mil e fieis centos efiladios*

I p olhei, e eis que o Cordeiro fobre o monte de Siaõ eftava, e


com elle « cento e quarenta e quatro mil, que o nome de feu <» ^>^.7:4.
Pae em fuas teftas eferito tinhaó:
a E huã voz d’o ceo ouvi como * a voz de muytas agoas, e co- Âfoc‘1:
mo a voz de hum grandetrovaõ: c huá voz t de arpiftas ouvi, .que ,■,
cem fuas arpas tangiao.
3 E como d hú cântico novo diante d’o throno, e diante d’os djípec.^.y.
quatro animaes, e d’os Anciaós cantavaó : e ninguém aquèlle cân­
tico aprender podia, ienaô os cento e quarenta e quatro mil, que
d’a terra.comprados foram. • ,
4 Eftes faó os que com mulheres contaminados naõ eftáõ : e por- ei.o.n:
que virgens faó. Eftes fam os que a o Cordeiro feguem para onde 2.
quer que vaé. Eftes fam os que d’entre os homens [/w] primícias
pera Deus , c pera o Cordeiro, comprados fóraõ.
5 f E engano em fua boca fe naó achou : porque g irreprenfiveis fsophn.y.
diante d’o throno de Deus faó. j 3.
6 E outro Anjo pelo meyo d’o ceo voar vi, e o Euangelho eter-g^-5 ‘17*
no tinha, peraque a os que fobre . a terra habitam , e a toda naçaó,
c tribu, c lingoa, e povo [* ] euangelizafle.
7 Dizendo com grande voz, A Deus temei , e gloria lhe daè:
porque vinda he a hora de feu juizo. E, a aquelle adorae, queAo^Gís.ijr.'
a terra, c o mar, e as fontes d’as agoas fez. 33 ■ 6.
I Ddddx S
** 14: 1$. e 17;

4 *
çn APOCALIPSE , V
ii/ay.ivf- s E feguiuoutro Anjo, dizendo, íCaydahe, Cayda heBabylo- >
Jer.51 :$ nia, k aquella grande cidade, porquanto a todas as naçoés d’o vi-
^>w.iS 2. nh0 (Pa jra (jc fua fornicação a beber déu.
kApoc. ti. 9 £ 0 terceiro Anjo os feguiu, dizendo com grande voz , Se aD
e 17:5. guem á Befta e a fua imagem adorar, e 0 final em fu a tefta, ou em
í 1$: ie>. fua maó receber,
•Ou,Jem 10 Também 0 tal d’o vinho d’a ira de Deus, que *puro/’na
txeíiura. taça de fua ira m fe deitou, beberá: e n com fogo e eirSbfre diante
lApoc. 16: d’oí fanétos Anjos, e diante d’o Cordeiro , » atormentado ferá.
j*' g. 11 f E 0 fumo de feu tormento pera todo fempre ja mais fobe : e
™ ' dia e noite repoufo naó tem, os que áBefta e a íuaimagém adóraó,
e íe alguém o final de feu nome recebe.
to. 12 ? Aqui a paciência d’os fanétos eftá: aqui eftáó os que os man-
» Kyoc. 20: damentos de Deus, e a fé de Jefus guardam.
Io- . 13 E huã voz d’o ceo ouvi, que me dizia: Efcréve, Bem-aven-
i>- turados os mort^jj, que desd’agora em o Senhor morrem : Si, diz
\ oc, ip 0 Eípirito: peraque de ícus trabalhos defeanfem ; c fuas obras * os'
leguem. ■ . >•<-
< Ou, com 14 E olhei, e cis huã nuvem branca , e hum, r femelhante a o
elles Filho d’o homem fobre a nuvem aflentado j que fobre fua cabeça 4

_ huá coroa de ouro, e em fua maó huá fouce aguda tinha.


rEíio. 1. £ outro Anjo d’o templo fahiu, com grande voz clamando a
‘Do-’ 7-13.0 quc f°bre a nuvem aflentado eftava : J Tua fouce envia , e féga :
A/>w.i:i?» porque ja a hora de fegarvinda voshc , porquanto ja a féga d’a ter-
floéi. pij.ra madura eftá.
Matt. 13: 16 E aquelle que fobre a nuvem aflentado cftáva, fua fouce á ter-
39' ra enviou , e a terra fegada foy.
v> E d’o templo , que ’no ceo eftá, outro Anjo fahiu, 0 qual
também huã fouce aguda tinha.
18 E d'o altar outro Anjo fahiu, que poder fobre 0 fogo tinha ,
e com grande voz a o que tinha a fouce aguda clamou, dizendo,
Tua fouce aguda envia, e os cachos d’a vinha d’a terra vendima: ’
porque ja fuas uvas maduras eftám.
19 E o Anjo fua fouce aterra enviou, e[« gvar] d’a vinha d’ater-
(^poc. ij; ra vendimou, e ’no grande lagar t d’a ira de Deus as lançou.
15. 2® E « foy o lagar fora d’a cidade pifado , e-fangue d’o lagaraté
” * Uv- *3 ’• os freyos d’os cayallos, por mil c íeis centos eftadios, fahiu,
fK

Hm-
r
V'-?- ...

DE S. J O A O, Cap. XV. Vi

Capitulo XV. -

1 Vèemfe fete Anjos que as ultimas plagas tem$ 2 E hum mar de vidro junta
a o qual os vencedores dia Be(ta com arpas efidvaÕ ; J G£ue hum cântico can~
taõ i e "nelle a Deus e a feus juízos louvaid Ç Despois o' Templo no ceo fe
abre $ 6 D3onde fete. Anjos veftidos de veftidos refplandecentes faem3 7 Que .
de hum dds quatro animaes fete falvas cheyas d:a ira de Deus recebem* 8 En~
taò 0 Templo dl 0 fumo dla gloria de Deus fe enche*

1 E outro Sran(fe e admirável final ’noceoví, [4 Jabtr~^ feteAn­


jos , « que as fete ultimas plagas tinhaó : porque ’nellas a ira * U:
de Deus confum;ada eftá. *4-
a E como húm már de vidro mefturado com fogo ví: e a os que
victoria d’a Befta, e de fua imagem, e de leu final, [. j d’o nume­
ro de feu nome ti véraô, que junto a o már de vidro eftávaó , eas
arpas de Deus tinhaó: K»
3 E o cântico de Moyfes, o fervo de Deus, e 0 cântico d’oCor­
deiro cantavam , dizendo, «Grandes e maravilhofas tuas obrasfaõ, ‘Pf.iir.z»
Sônhor Deus 1 odopoderofo : Juftos e verdadeiros £aõ teus cami- , *.’,39;!4.
nhos, ó Rey d’os fanétos. li *
4 e Quem tenaó temeria, ó Senhor,eteuNomenaõmagnificaría? t
Porque tu fó fanébo es: porque todas as gentes viráó , e diante de
tyadoraráó: porque jateus juizos manifeftos íãm. ,
5 E defpois d*ifto olhei, e eisque f o templo d’o Tãbernaculod’o fAf*c. 11;
teftimunho em o ceo fe abriu, 19.
<í E os fete Anjos, que as fete plagas tinhaó, d’o templo fajíraõ ,
de linho puro e refplandecente vcftidos, eg com cintos de ouro a^^Ww j.
o redór de feus peitos cingidos. 13.
7 E hum d’os quatro Animaes a os fete Anjos fete làlvas de ouro
déu, cheyas d’a ira de Deus, que pera todo fempre jamais vive.
I E o templo com 0 fumo d’a gloria de Deus, e de fua poten- í Êw/4»:
a
cia fe encheu: e ninguém ’no templo entrar podia, até que as fete _ M.
plagas
plagas dd’’os fete Anjos
os fete Anjos fe naó confumaflêm.
fe naó confumaflcm. * ’
#*/•<: 4».

41
04 APOCALIPSE
í
Capitulo XVI.
I Recebem os fobre ditos. Anjos mandado de fias falvas derramar. i E a pri­
meira delias fobre a terra fé derrama. 3 A fegunda em 0 mar. 4 A ter­
ceira em os rios : poloque a jufiiça de Deus com huã cantiga fi louva ; S A
quarta fobre 0 Sol. 10 A quinta fibre 0 throno d?a Besta. toda via os homens
que ‘na terra estáõ nem ainda fi convertem. 11 A fiifta fibre 0 grande rio
Euphrates. 13 Tres ejpiritos immundos femelhantes á raãs fiem a os Reys d’a
terra} a os ajuntar pera a batalha do grande dias 15 Poloque cadahum a ve­
lar despertado he, J7 Vltimamente a fitima falva em 0 ár fi derrama > e to­
das as coufis , atè a mefma grande Babylonia > feu fim tem. II Ê taé despois
hua grande firaiva fobre os homens, que por via d?ijfo a Deus blasfemai.

I phuá grande voz d’o templo ouvi, que a os fete Anjos dizia:
Ide, e as [fite ] falvas d’a ira de Deus fobre a terra derra*
mae.
1 E foy o primeiro, c fua falva fobre a terra derramou : e huã
Ex«Z 9: mal e malina a chaga em os homens fe fez, que bo finald’abefta ti-
?• ’<> ti- nhaó e c que fua imagem adorávaó.
3 E 0 fegundo Anjo lua falva em o mar derramou, é d em langue
cApoc. 13; como de morto fe tornou, e toda alma vivente em o mar morréu.
14. 4 E o terceiro Anjo fua falva em os rios, e ’nas fontes d’as agos
• Exod. 7: derramou, e em fangue fe tornaraó.
.5 E a o Anjo d’as agoas ouvi, que dizia, Juíto és tu, óSenhor,
eApoc. 1: e Que he, e Que éra, e Que ha de ler, que eftas couíâs julgafte.
4.8. 6 Porquanto/o fangue d’os Sanâos, e d’os Prophetas derramá-
f4:8. ra5 5 também tu fangue a beber lhes deíie. Porque d’iíTo di><

7 E a outro g d’o altar ouvi, que dizia : ’Na verdade, ó Se-


g Apoc. 15: nhor Deus Todopoderofo, verdadeiros e juftos fam teus juizos.
3. 8 E o quarto Anjo fua falva fobre o lol derramou : c ie lhe
que a os homens com fogo abrafaffe.
b Apoc. 16: 9 E os homens com grandes calmas abrafados foram, e h d’ono-
n. xi. me de Deus blasfcmáraó , que fobre eftas plagas poder tem: c naó
fe arrependéraó, pera gloria lhe darem.
10 Ê 0 quinto Anjo fua falva fobre o throno d’a Befta derramou,
• Ou >ma- e feu reyno tenebrofo fe fez , e de dór as lingoas * fe merdiaó.
ficava0, 11 E por caufa de fuas dores, e por cauía de fuas
Deus d’o ceo blasfcmáraó: c de fuas obras fe naó arrepcn^rlo.^,.
lavai.
> DE S.JOAO. Cap. XVI. 5 «5
i ií E*o feifto Anjo fua falva Cobre o grande rio Euphrates derra­
mou j e fua agoa fe fecou paraque o caminho d’os Reys d’o Sol na-
Sçénte £t preparaífe.
13 E d’a boca d’o Dragaô , e d’a boca d’a Befta, e d’a boca d’o
falfo Propheta, trcs eípiritos immundos , femelhantes a raâs,
[/ai/-] vi. . : ' .
14 Porque efpiritos deDemonios fam, eífinaes fazem, os quaesii.iWz»
a os Reys d’a terra, e de todo 0 mundo * fe vaó, pera a batalha 9.
d’aqueile grande dia d’o Deus Todopoderofo os congregar. Apoc. 13 i
iy Eisque l como ladraó venho. Bem-aventurado aquclle que vé- *?•
la, e feus veftidos guarda, peraque w nuo naó ande, e fuas ver- 1
gonhas fe [W] vejam. kAntAit
16 E’no lugar, que em Hebreo Armageddon fe chama, oscon- 14. ’
gregáraó. «19:19.
17 E o fetimo Anjo fua falva’no ár derramou : e huá grande voz eio:S.
d’o templo d’o ceo, d’o throno fahiu, dizendo ,^Feito he. lMatt.iv
18 E « vozes, e trovoés, e relâmpagos houve: e hum grande
terremoto fe fez, qual nunca feito foy desde que homens febre a 1, i
terra houve : tal [e_j tam grande terremoto *i.
19 E p a grande cidade em tres partes fe fendeu, eas cidades d’as i. Pedr. 3:
Gentes cairaó: e a grande Babylonia q em memória diante de fe-
Deus veyo, pera r a taca d’o vinho d’a indignaçaó de fua ira lhe 3-3-
dar. F * tC‘V'
ao E toda ilha fugiu, e os montes fe naó acháraõ. nAMc.ii:
E dfe ceo huá grande/faraíva, como de pefo de hum talento
febre os hom ens cahiu: t e por caula d’a plaga d’a faraíva de Deus os« Aík.í,^.
homens blasfemarem : porque fua plaga muy grande era. f S: 5.
. p Apec.lv 8* q Apoc.il; 5. r Jer-l^: 15. Apot.iv f Apoc.lil 1%
t hpoc.là-.q.ll.

4
$86 APOCALIPSE
I
í
Capitulo XVII.
I Eeva hum d* os fite precedentes Anjos a 0 Apoftelo a hum deferto A e wofira
lhe a grande Fornicadora de Babylonia, ajjentada fibre hud Befia vermelha 9
que fete cabeças e dez cornos tevh 4 E defcreveÇe fia vefiidura-3 atavio^ titu­
la e finguinolentia. 7 'Declara 0 Anjo a Joaô» primeiramente 0 myfieno d*a
Befia 4 p Despois 0 de fias fete cabeças e d’o oitavo Rey que avia de feguir^
VI E 0 dlos dez cornos que dffi tantos Reys fio > que fua potepcia d?a Befia to-
mao j 14 6}ue com 0 cordeiro combatem , pois d?elle vencidos faõ. 15 Decla~
ra 0 Pwjo 0 m^fierio dias agoas fobre as quaes a Fornicadora affentada e/ld.
16 E de como os Reys fia potência d"a Befia a tomar tornardõ» 1$ Ultima-
mente explica quem a Fornicadora fèja*

1 P vey° hum d’os fete Anjos, que as fete falvas tinhaô, e comi-
•OiMj«í- go fallou, dizendome, Vem, moftrartehei *a condenaçam
zo. d’a grande Fornicadora , que fobre muytas agoas aífentada cftá:
/ kpoc. 18: 2 a Com a qTO os Reys d’a terra fornicáraó , e os que ?na terra
3* habitam com 0 vinho de fua fornicacaõ fe embebedarão.
3 E em efpirito a hum deferto me levou, c hwã Mulher fobre
b Apoc. 13: huá Befta de cór de graã aífentada ví, que de nomes de blafphc-
1. mia chcya citava, e fete cabeças e dez cornos tinha.
r 17: S« 4 E a Mulher c veftida de purpura e de graã citava, e com ouro.,
cA^.iS: e pedras preciofas, e pérolas adornada , e em fua maó huá taça dc
ouro tinhad’asabominaçoése d’açugidade de fua fornicacaõ cheva:
ix.TheJJ’.ix 5 E em fua tefta eferito o nome, d Myfterio, A grande Babylo-
7. nia, A maé d’as fornicações e abominaçoés d’a terra.
e Apec. iS: 6 E ví que a Mulher eftáva bêbada d’o * fangue d’os Sanctos, e
14. d’o fangue * d’as teftimunhas dejefus. E vendo a eu , comgran-
* Ou,Mar-de admiraçaó me admirei
t,res- ~ E o Anjo me diflè: Porque te admiras? Eu te direi q myfterio
d’a Mulher, e d’a Befta que a tráz, aqual as fete cabeças e os dez
cornos tem.
S A Befta que vifte, éra, e ja naó he: e ha de fobir d’o abyfmo,
fExoá. ?i: c irfe a perdiçaó : e os que ’na terra habitam , (f cujos nomes ’no
$1. livro d’a vida, defd’a fundaçaó d’c mundo eferitos naó eftáô) fe ad-
PM. 4:3 - miraráõ , vendo a Befta, que éra, e ja naó hc, ainda que he.
D É S. J 0 A Ô7 Cap.XVHI. 587
n E [tombem] fere Reys faõ : os cinco fam caydos : e 0 hum ja
he, o outro ainda naô he vindoj e quando vier, convém que hum
^ouco tempo] dúre. , ' -
11 E a Befta que èra, e ja naó he , efta he também o oitavo ?
[r«73, ed’osfetehe, e á perdiçaó fe vae.
11 E i os dez cornos que vifte, dez Reys faõ, que ainda 0 Reyno iDanyzo',
naõrecebéraõ : porém poder como Reys em huahora [juntamente] Ap«c.i3*.i»
com a Befta rcceberáó.
13 Eftes hum.mcfmo intento tem , e fua potência e authoridade
á Befta entregaraó. ' 7" ‘ '
1+ k Eftes contra o Cordeiro combateráõ , e o Cordeiro os ven- kApoc. 16:
cerá : (^porque he o Senhor d’os fenhores, e o Rey d’os I4:
reys) e os que com elle eftàó, os chamados, e eleitos, e fieis [ fam *
15 E difle me m As agoas que vifte , a onde a Fornicadora le ,9 .
aflenta, povos, e companhas, e naçoés, elingoasfaõ. 1^.
16 E os dez cornos que’na Befta vifte-, eftes a rernicadora abor-m Ifay.fy.
receráõ, eaflolada, enuaafaráô: e lua carne comeráó, e » com »Apoc. 18:
fogo a queimtráõ. _ *• -
*17 Porque Deus em feus coraçoês [Zto] déu, que feu intento *Oa>façaS.
* cumpraó, e que hum mefmo intento * tenham, e que feuReyno*^’^^*
á Befta dem , atè que as palavras de Deus * íe cumpraó.
18 E a Mulher que vifte,«a grande cidade he , que o Reyno rTaS **
fobre os Reys d’a terra tem.' t Ápõc.t£t
19-
Capitulo XVIII.
X Defende hum Anjo d’o ceo, t §ue de nove a cayda d’a grande TdabylosuapoT
•via de Jua fornicaçaõ e luxuria denuncia. 4 Poioque 0 povo de Deus de fair
dfella fe amoestà, 6 E de lhe pagar em dobro fe manda. 7 £ aindaque ella
fe gloria que viuva nao ferd , toda via feus cdfiigos juntamente Hôfd fobreviráõ.
q Os Reys d3a terra Jobre fua cayda della prantéaò, II Como tdibem os mer­
cadores > que toda forte de mercancias preciofas‘nella avenderpropuféraõ, 17 Se­
melhantemente taibem os pilotos e marinheiros, lo Porém 0 cee juntamente com
os Sanãos Aposiolos e Urophetas pera gozo fazer fe amoefta. n Lança hum
Anjo forte huã muy grande pedra ’no mar, pera a ultima cayda defta grande
Eafylonia reprefentar. 21 E declara que nenhuns infrumentos de alegria 3nellt
ruais ouvidos Jerdo; 23 Porquanto a todos os povos enganara, e e Janeue dos
SanSos Jnellafi achou.

ifpois d’eftas coufas .outro Anjo d’o ceo defeender ví,


rande poder tinha, e a terra de fua gloria alumiada foy.
jM APOCALIPSE
«l/ty.tvp, 2 E fortemente com grande voz clamou, dizendo, * Cayda he,
Jer «n : S, Cayda he a grande Babvlonia, e feita he £ morada de demonios, c
14:8 * repairo de todo efpirito immundo , e repairo de toda < ave ííi> *
^47.' ‘mundae aborr-ecivel. . . z
e v: 14. 3 Porquanto todas as gentes d’o vinho d’a ira de fua fornicação
Jer, so:$p, bebéraó, e os Revs d’a terra com ella fornicáraó , e os mercadores •
• Ou,g^r- d’a terra d "a força de fuas delicias fe enriquecerão.
4 E outra voz d’o ceo ouvi, que dizia, f Saí d’ella povo meu,
c 34 : para que * de feus pecados participantes naó fcjaes, e para que dc
^^r.I4.fuas plagas naô recebaes.
S, ‘ f Porque ja feus pecados até o ceo fe acumuláraô, e Deus de fuas
tApocj?',!, iniquidades e fe lembrou.
fGen. 19: 6 Rendei lhe como ella rendido vos tem, e conforme a fuas obrás
I2, cm dobro lhe duplicae: ?na taça h em que de beber [vos ] dcU 1 A
Jayp°:1°- ella em dobro lhe dae.
e^i: II.
Jer 51 ;g ’ 7 Quanto ell^je glorificou, e em delicias eftéve , tanto de tor­
45- mento e pranto lhe dae. Porque em feu coraçaõ diz: [y Par] Ray-
i.cȒ-.6.-
J
I 17. nha aiTentada eftou, e viúva naó fou, e pranto neahtm verei.
* O- Uu > com 8 k Pcfrtanto em hum dia fuas plagas viráó , [a fãíerj morte, e
jtus peca­ pranto , e fome, e i com fogo queimada fera: porque forte he 0
dos 7ia*) Senhor Deus , que a julga.
tomun^
tpueis, 9 m E os Reys d’a terra, que comella fornicáraó, e *em delicias
^Apoc. 16 .vivéraó, a choraram-, e fobre ella prantearão, » quando o fumo de
19. feu incêndio virem:
bApoc. 14* 10 Eftando de longe polo temor de feu tormento, dizendo,
lo.
0 Ay, ay d’aquella grande cidade de Babylonia, aquella forte cida-
k iTkf ‘ P°*s Cm kuã hora teu juízo veyo.
8. «1 E Pobre ella choraram e lamentaráõ os mercadores d’a terra,
/ Apoc» 17; porquanto ninguém mais fuas mercancias compra:
16. 11 Mercancia de ouro, e de prata, e de pedras precioíãs , e de
ff! ApOCrIJlX : pérolas, e de linho fino, é de purpura, e de feda, e de graam :
2. le de todo pao odorifero, e de todo vaio de marfim, e de todo vaíô
3/de pao preciofiflimo1, e de lataó, c de ferro, e de mármore:
vy-J, delt- ij E canela, e perfumes, e unguento odorífero, e encenfo,
tias tive-
e vinho, e azeite, e fiór de farinha , e trigo , e cavalgaduras , e
eApoc. is ovelhas 5 e de cavallos, e de * carros , e de corpos, e/ almas de
18. homens,
•V*y\i:
$• 1 - Jer. 51: 8. Ayn. 14:8. * Ou, ctchat $
, DE S. JO AÕ. Cap XV1ÍI. 5*5
14 E o fruito d’o defcjo de tua alma de ty fe foy: c todas as cou«
fas goftofas e excelentes de ty fe fóraó: e mais as naó acharás.
15 Os mercadores d’eftas coufas, que d’clla fe enriquecerão , de
longe eftardó polo temor de feu tormento, chorando e lamentando:
is Edizendo, Ay, ay d’aquella grande cidade, q que de linho fXf®. 17;
fino, e purpura, e graam vcftida cftáva; e com ouro, c [«»]
pedras preciofas, e[í»»] pérolas adornada: porque em huã hora
tantas riquezas affoladas foram.
f

J7 E todo piloto , e todo cm naos navegante,1 e todo marinhei


ro j e todos os que por már contratam, de longe fe puféraô: *•
18 E vendo r o fumo de feu incêndio, clamáraó , dizendo,rIfcy- ?4:
/Que [cidade] femelhante a elta grande cidade [houve] ? *-®‘ ,
19 E pó fobre fuas cabeças lançáraó, e clamáraó, chorando,
lamentando : dizendo , Ay, ay d’aquella grande cidade, em que7 /. * ’ *
todos os que ’no màr naos tinhaõ, de fua * opulência fe enriquece- » Ou> n-
raô: porque em huã hora aflolada foy. ' quezt.
i® Alegratefobre cila, ó ceo , e vos [também] fanétos Apoftolos
e Prophctas: forque ja t Deus d’ella *voflã caufa julgado tem. * 19Í
11 E hum forte Anjo huã pedra, como huã grande mó levantou, _
e’no mar pj lançou, dizendo, «Com tanto ímpetoferáBabylonia,
aquella grande cidade lançada, e mais achada naõ ferá. # yír- èj ♦
12 x E voz de ãrpiíias, c de muíicos, e de gaiteiros, e de 64.
trombetciros, em ty mais fe naó ouvirá: e nenhum artifice de artex/er. 25:
alguã, em ty mais fe achará: c y roido de mó cm ty mais fé naõ Io-
ouvirá. - Ezecb.zfc
23 E luz de candéa em ty mais naó alumiará: « e voz de clpolo .
e dé efpola em ty mais fe naó ouvirá : porque teus mercadores os' 1Q'
Grandes d’a terra éraô , porque por tuas feitiçarias todasMgentes zjer.míi
enganadas fóram. e ió: *
M E ’nella « 0 langue d’os Prophetas, e d’os Sanchos, e de to­
dos os que ’na terra mortos fóraó, fe achou.
6.

Ecec » Ca- 4
APOCALIPSE
*

Capitulo XIX.
I Cantafe 3no ceo Hallelu-jah p»r caufa d3 o juizo d3a grande Fornicadora. Ç E.v-.
horta outra vpzd3o throno a todos os fervos de Deus pera alegria > porque as bodas- '
d’o Cordeiro vindas Jaò 4 e' Jua Noiva com rejflandecente linho fiwfltma fe vefiu.
9 Bemaventurados fe dizem os que a efias bodas chamados Jaõ. lo Lançouíè J
o Apofiolo a os pés d3o Anjo } polo que reprendido he e lhe mandado adorar a '
Deus II Ve Joaõ em nova vi(ao hum cavado branco e hum que jobre elle afl I
fentado ediava^ cuja justiça, olhos de flama, veftido enf"unguentado, nome efcon-
didOi trapas •> efpada > e vara de ferro fe defcréve. 15 EJfe pifa 0 lagar d3a
ira de Deus e he 0 Rey d*os Reys. 17 Chama hum outro Anjo a todas as aves
pera a carne dos Capitaõs j e de todos os outros 3na grande matança de Deus co­
rrerem. I? Que fe ajuntaraõ pera contra 0 que fobre 0 cavalio branco ajfentado
ejláva guerra fazerem» 2o Mas a Be lia juntamente com 0 faljo Fropheta 3 no
lago d3 0 jugo fe lançou > 21 Ê todos feus companheiros d efpada mortos faÕ.

I P defpois dMtas coufas, como huá grande voz de huã grande


■^companha em o ceo ouvi, que dizia, Hallelu-jah: Salvaçaõ,
e gloria, e honra, e potência a o Senhor noflò DeurQ/íf*].
a Apoc. 15: 1 Porque « verdadeiros c juíios feus juizos faó : pois a grande
3• Fornicadora julgou 5 que com lua fornicaçaó corrompida a terra
, s1<: Lccm ..... , » e de lua maô b o langue de feus fervos vingou.
óDtut. ’
’ ‘ 3 E fegunda vez différaó: Hallelu-jah. c E ieu fumo pera fem-
43»
iS :pre jamais fóbe.
lo. 4 E os vinte e quatro Anciaós, e os quatro Animaes fepoftrárao,
e Jjày. 34: c a Deus, ’no throno affentado, adoráraô, dizendo, Amen, Hal-
3®- lelu-jah.
5 E huã voz d‘o throno fahiu, que dizia: Louvae a noflò Deus
' vosoutros todos feus fervos, c vos os que o temeis , affi pequenos
como grandes.
6 E como a voz de huã grande companha, e como a voz de
muytas agoas, e como a voz de grandes trovoés.ouví, que diziaõ:
lApoc. ir.Haílelu-jah: pois ja o Senhor Deus Todopoderofo ^reynou.
17. 7 Gozemos nos, e alegremos noseglorialhe demos: e porq “
e Matt.n‘. vjndas íaõ as bodas d’o Cordeiro, e ja lua mulher fe aparelhou.
2> , 1 E dado lhe foy , que de linho fino puro e refplandccente fe
'veftifle : porque o linho fino as jultificaçoês d’os_Sanâ:os íàm. ,
e 9 E difle me : Efcréve : Bem-aventurados aquellcs, que á cea
fAtc. 11 :d’as bodas d’o Cordeiro chamados i..m, E diflè me:
5» dadeiras palavras de Deus fam. *
^<5, E
*

1
'i*

I; w D E S. J O A O. Cap. XIX? sn

L 10 S E a feus pés me lancei pera o adorar: e elle me diflc: h O- „ iz.


lha que o naó [faças], teu contèrvo fou, e de teus irmaós, que t.
í o teiiimunho de Jefus tem. A Deus adóra. Porque o teftímunho hA&. ie:
de jefus o efpirito de profecia he. ' xá-
11 É o ceo aberto ví j e eis i hum cavallo branco : e o que fobre ‘
elle afléntado eftáva, ie chama Fiel e Verdadeiro , e cm juftiça ; ♦

julga e guerréa.
ia E feus olhos como k flama de fogo éram : c fobre fua cabeça, .
muvtas Diademas avia : c hum nome eferito tinha, que ninguém, x* ‘ ’
fenaõ elle mefmo, fabia. .
■t j E de hú veftido l em fangue tingido veftido eftáva, e feu no-
>•
me, m a Palavra de Deus fc chama. mloã. ifj.
14. E os exercites ’no ceo em cavallos brancos o feguiaõ, de »li- x.W 1; 1.
nho fino branco e puro veftidos.
15 0 E de fua boca huâ efpada aguda fahia, pera com cila ásGen- i-
tes ferir: e p com vara de ferro as apafeentará: elle o lagar pifa
d’o vinho d’o furor e d’a ira d’o Todopoderofo Deus. g .
16 E em f feu] veftido e em iua coixa efte nome eferito tem, iá.
»■ Rey d’os reys, e Senhor d’os fenhores. ei9-.1t.
17 E ví hum Anjo que ’no Sol eftáva: e com grande voz clamou, p P/. 1: 9-
dizendo a todas as aves que pelo meyo d’o ceo voavam , /‘Vinde,yíP°,c,2':27-
e a cea d’o grande Deus vos ajuntae: *
18 Peraquc a carne d’os Reys, c a carne d’osTribunos, c acar- .
ne d’os fortes, c a carne d’os cavallos e d’os que fobre ellesfeaflên- * 10< *
taó > ca carne de todos livres e fervos, c pequenos c grandes co- r I# r?». 6:
f maes. _ _ 15.
1 19 E a Befta, e a os Reys d’a terra, e a feus exércitos juntos ^>«.17:
ví , pera guerra contra o que fobre o cavallo afléntadoeftáva , e I4-
contra feu exercito, fazerem. *
ío E a Befta preia foy, e com ella o fàlfo Propheta, t que diante '
d’ella os finaes fizera, com que enganara a os que o final d’a Befta tDeut. 15;
u recebéraó , e fua imagem x adoraram. Eftes dous y vivos lança- 1.
dos foram em o lago d’o fogo s que em enxofre arde. Matt. Mt
tí E os de mais mortos fóram com a efpada que d’a boca fahia
d’o que fobre 0 cavallo afléntado eftáva, e de fuas carnes todas as
aves ie tartarao. ej6;J4i
« Aytc. I j: 16, x Afot. 13:15. y Dm. 7; 11. u» ao: 10. s Apw. 14 .* !«•

Eece 5 C A* _ *
APOCALÍPS.E

Cápitulo XX.
X Defcende hum Anjo d*o ceo , avendo a chave d3o abysmo 4 e ali d Satanás for
mil anos amarrou. 4 O; Sanãos Mártires e os que a Befta naõ adoraraõy fo­
bre thronos fe affentaõ > e com Chrifio mil anos reynaõ. 5 Os outros pois ’na
morte ficao. 6 Bemaventurados fe dizem todos os que 9na primeira refurreiçaô
parte tem. 7 Sendo os mil anos compridos 3 Satanás fe folta, $ E outra vefy a
os povos engana > e a Gog e Magog pera a guerra desperta. 9 Que a cidade
amada cercão , mas 0 fogo os devora. Io E 0 Diabo 3no lago d3o fogo fe lanpa^
11 Véfe hum throno branco > e hum affentado fobre elle > de cuja face 0 ceo e a
terra foge. 11 Aparecem os mortos ajfl grandes como pequenos diante de Deus >
e os livros faÕ abertos ? e cada hum fegundo fuas obras julgado he. 14 A mor-
te e 0 inferno 3no lago d10 fogo fe lanpaõ > juntamente com todos os que em 0 li­
vro d3a vida naõ eferitos eftãõ.

* Afn. i; 1 p a hum Anjo d’o ceo defcendcr ví, « que a chave d’crAbyfmo,
I®. t f / r —
e huã grande cadéa em fua maó tinha:
l> r.Pedr.i', t E prendeu a o Dragam , a Serpente antiga, que o Diabo e
4- Satanás he, e por mil annos o amarrou. *
■Apec.ii: 9. j E cm o abyfmo o lançou, e alí o encerrou, e fobre elle [/]
t Âp)c.i6;fellou: c peraque mais as Gentes naó engane, até que os mil annos
J4 <6. fe acabaíTem. E defpois importa que por hum pouco de tempo fol-
</Joc 6 •£o feÍa‘
joc' ’ 4 E thronos ví, e fobre elles fe aflêntáraó, e ojuizo dado lhes
eApoc.í-n foy; e e as almas ví d^quelles que polo teftimunho de Jefus, e po-
fApoc. 13: la palavra de Deus degolados fóram 5 e que nem/a Befta, nem a
u- S fua.imagem adoráraó , e que [fiu] b final em fuas teftas, e em
t Apec. 13. fuas maó$ naó recebéraó : » e mil annos com Chrifto viveráô e rey

/ ' ’' 5 Mas os de mais d’os mortos naõ revivéráõ, até que os mil an-
; ; nos fe naó acabáraõ. Efta a reíurreiçaó primeira he.
11. 6 Bem-aventurado e íanâo aquelle , que parte ’na primeira re-
furreiçaó tem: fobre eftes naõ tem a fegunda morte poder: porém
i lfa. 61: de Deus e de Chrifto k Sacerdotes feráó, c com elle mil annos rcy-
6. narám.
1. Pedr. i: ? £ quando os mil annos fe acabarem, Satanás de fua priíãm foi*
9> to ferá.
Apoc. 1:0. j £ a enganar a as gentes fairá, que fobre os quatro cantos d’a
ibucl ?S• terra eftám, / a Gog, e a Magog, pera em batalha m os ajfcntar:

•. < 39:1. rn Apoc. 16; 14»

«
DE 5. J O A O. Cap. XXI.
d’os qtiaes o numero como a aréa d’o mar he.
9 E fobre a largura d’a terra íobiraó, e o arraval d’os fanâos ,
e á cidade amada cercáraó: c fogo de Deus d’o ceo defcendéu, e
os devorou.
10 E o Diabo, que os enganava, »’no lago de fogo e enxofre* 71
lançado foy, aonde «a Befta e o falfo Propheta eftáó: e dia e noi- . n*
te pera fcmpre jamais ? atormentados feráó. A^' 19 *
11 E hum grande throno branco ví, e a o que fobre elle afiènta- ^>«.19;
do eftavaj de cujo roíto a terra e o ceo fogiu, e para elles lugar fe 20.
aaó achou. ' . fAyic.ift
ii E a os mortos, grandes, epequenos ví, que diante de Deus i®>
eftavám : e os livros fe abríraó: e outro livro fe abriu , 4 que o d’a f EW. jat
yidahe: e os mortos julgados fóraó, pelas coulàs que ’nos livros .
efcritas eftávaó, r fegundo fuas obras. Vhikl' 1.
ij E déu 0 mar os mortos que ’nelle avia j e déraó a morte e o 2 f»
inferno os mortos que ’nelles avia: e cadahum fegundo fuas obras e 11:27.
julgados fóraó. • rP/.ó2:i?.
14 E a mory e o inferno ’no lago de fogo fóraólançados: efta a ífr- J7: lo>
morte fegunda he. datt'
1$ E aquelle que naó foy achado efcrito ’no livro d’a vida, em o À £ *1 *
lago de fogo lançado foy.
e 14: iz. x. Cor. 5; 10. Gal. 6l Apoc. 2:2^

Capitulo XXL
í Ve João hum novo ceo , e hua nova terra; 1 Juntamente com a nova Jeru»
falem» ataviada como a Noiva de Chrifto. j Ouve hua voz d3o ceo 3 feia qual
Deus promete» que fira fiu Deus d3elles ? e alimpara toda lagrima defius olhos
e Ihes^ a herdança de todos dará» S Mas ameaça que todos os medrpfbs , e outros
pecadores que fi naõ arrependem 3 terdõ [ua parte 9no lago dlofogol 9 Leva hum
d9os Arifisdl'as fite falvas a Joao a hum monte alto» e mofiralhe mais clara­
mente toda a forma dia Nova Jerufalem 3 a faber^ II Sua gloria > 12 Seu
muro com doze portas ? fegundo os nomes dlos filhos de Ifiraèl» J 4 Seus doze
fundamentos^ fegundo os nomes dos doze kpofiolos, 16 Sua longnra e largura.
• IS Sua matéria de ouro 3 19 Seus doze fundamentos de doze pedras preciojast
21 Suas portas de doze pérolas * 22 Seu Templo que he Deus mefmo e õ Cor­
deiro^ 23 A gloria de Deus 3no lugar d'o Sol e Lua» 24 Seus moradores que
JàS todos os povos bemaventuraáos e taobem os Reys mesmos, 2$ Suas portas
. fimpre abertas efác» zq Mas ninguém que faz immundicia 9nella entra,
hum novo ceo , e huã nova terra ví. Porque ja o primeiro * W* ^5 * *
ceo e a primeira terra paffára 9 eja már naó avia.
2
$94 APOCALIPSE
lApoc.;; i E eu Joaõ ^a fancta cidade ví, a nova Jerufaletn, que de Deus
u- d’o ceo defccndia , adereçada como a efpola pera feu marido ata-
eiI£Io-viada, <„>
c ttch^i: ? E hua grande voz d’o ceo ouvi, que dizia: c Eiíaqui o Taber- t
*’ naculo de Deus com os homens eftá , e com elles habitará, e elles í
feu povo fêrám, e Deus mefmo com elles eftará j/j feu Deus d’el-
les ^^raj.
dl^y. 4 E Deus toda lagrima de feus olhos alimpará 5 e naó averá
s. mais morte ; nem pranto nem clamor, nem trabalho maisaverá t
A/cc.7! 17. porque ja as primeiras coufas paflaraó.
'* Ap»c. 4; 5 e £ o que fobre o throno affentado cftava, diíTe : Eis f que to-
2- das as coufas novas faço. E difleme : Elcrévc 5 porque ellas pala-
f j/«° 41 • vras £ verdadeiras e fieis faó.
j/’ ’* 6 EdiíTemc: Feito he: » Eu fouó Alpha eoOmega, o prin-
2 O 5: i7.cipio e o fim. * Aquem fede tiver, de graça d’a fonte d’a agoa
g kpoc. 19: d’a vida lhe dare^.
9- 7 Quem vencer , todas as coufas herdará: l c eu feu Deus fereí,
hhpoc 16: c c]]e meu £}}j0 fC1-â. •
i 4V4 S Mas a 05 tímidos, e a os incrédulos, e a os abomina-
s veis, e a os homicidas, e a os fornicadores, e a os feiticeiros,' e a
Amo t :$. os idolatras, e a todos os mentirolos, fua parte fera’nolago, «que
e 12 s 13. com fogo e enxofre arde : que a morte fegunda he.
* Vay- SS • 9 E a my hum d’os feteAnjos veyo, 0 queasfetefalvas cheyasd’as
x* . fete ultimas plagas tinhaó , e comigo fallou, dizendo, Vém , {.e}
a elpofa, a mulher d’oCordeiro, temoftrareí.
wíXo ’’i' 10 Ep em efpirito a hum grande e alto monte me levou : e <, a
".f”* grande cidade, a fanóta Jerufalem, que d’o ceo de Deus defccndia,
t. Apoc. 20: me moftrou:
14.15. 11 E a gloria de Deus tinha: e fua luz femelhante era a huã pe-
aApnc. 15: dra preciofiffima, como a pedra de Jafpe, como criftal rcfplanae-,
_ cente.
p Afoc, I : ti E hú grande e alto muro com doze p "is tinha,, e ’nas por»
12;doze Anjos, e nomes 5nellas efcriros1, q^.. 'S £ nomes 3 fam d’a$
22, doze tribus d’os filhos de Ifraèl.
13 D’a banda d’o Levante tres portas tinha, d’abanda d’oNortt
tres portas, d’a banda d’o Meyo dia tres portas, d’a banda
d’o Poente tres portas.
~ t Epkx.io. 14 r E 0 muro d’a cidade doze fundamentos tinha 9 e ’nçllcs os
nomes d’os doze Apoftolos d\. Cordeiro.
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D E S. J'O A O. Gap. XXL . w V U
ív E aquelle que comigo falláva , ./iiua cana de ouro tinha, pe-yx^X',
'’■■
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•.ra a cidade,. e fuas porcas, e feu muro medir. 3. Ka®
ió E a cidade em quadroíituadaeftáva, e-fualongura tantaquan- ^Md K':
ta L/»«] largura éra. E a cidade com a cana até doze mil-eftadios ’ • *\
• *’
.> mediu : e lua longura ,. largurae altura, iguaes éram.
p;.
17 E feu muro de cento e quarenta e quatro covados mediu
gado] medida de homem, que [«] d’o Anjo éra.
18 E a fabrica.de feu muro éra [^I jafpe:. e a.cidade ouro /

puro , a vidr-o puro fcmelhante.


19 E os fundamentos d’ó muro d’a cidade com tt?d apedra preció—
fâ adornados eftávaó. O primeiro fundamento éra.Jafpe : o fegan­
y
do, Saphira : 0 terceiro, Ghalcedonia : o quarto, Efmeralda:
20 O quinto, Sardonix: 0 feifto , Sardio: 0 fetimo, Chryfoli-
to: 0 oitavo, Beryl: o nono, Topázio: o decimo, Chrifoprafo:
k 0 undécimo,. Hyacintho : o duodécimo ,. Amethyfto.
F?
ai E as doze portas doze pérolas éraõ : cadahuã d’as portas de ■
huâ pérola éra: c a* praça d’a cidade dè ouro pu?o como vidro- 0®»»***
transparente.
X
22 E’nella tetpplo naõ vi, porque d’ella 0 Senhor Deus Todo- 'l

. póderofo , e o Cordeiro , 0 templo he.


23 t E a cidade [xem] de foi, né de lua neceffita peraque ’nella tJfay. áei
: porque a gloria dcDeus alumiado a tem, »e.o-Cor- 19-
I - refplandeçam
deiro lua candea.he. Zach.wy,.
24 « E as gentes que fe falvárem, em fua luz andaráô: e■a.£lla;*^l’í*xa:
fua gloria e honra os Reys d’a terra traráó. xlfà 6»l
25 y E .fuas portas de diaíe naó fecharam: » porque noite ali naó ‘
averá. . ylfay.Cn*,
1 2ó E a-ella a gloria,. e honra d’ás gentes traráó. • it.
27 Ecoufaalguã que contamine, e abominaçaõ faça-, e mentiras *^p«C221..
[ ’nella.naó entrará : fenaó os que »’no livro d’a. vida d’oCor- ,
deiro eferitos eíiám. a Xl> ^z‘
p.‘
4
Pf. Ó9; 29. PZ>í7.4 : 5,' AfK. 345. f io: 12

EfXf
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59Í A P 0 C A L IP S E
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Capitulo XXII. ■i
■4

i fâofirafe& 0 Apo/Mo hum rio de agoa d}a vida , em tujas bordas a arvore
•vsda efidva* 3 Defcreve. fe alguas outras propriedades d’os moradores d9a no~
va Jerufalem. 6 Despois disto fe faz a conclufaõ 4 e fe teftifica d3a verdade e.!
firmeza defias vijo.ens e prophecias* 8 Lança fe foaò outra vez a os pés do
Anjo y poloque tao bem outra vez reprendido he» lo Recebe então mandado
de as palavras d3efte livro naÕ fedar ? aindaque alguns d^eUas pera feu major
eafiigo aviaõ de abufar. I.J Declara Chrifio que e-Ue he 0 hlpha e 0 Orneia > e
diz bemaventurados a os que feus mandamentos guardao 1 e malaventurados a os
que abominaçoens cometem, 16 £ tefiifica que a feu Anjo enviou pera -efia re~
velaçaô a faa Igreja fazer. 1J Dejeja a Éjpofa a vinda de Chrifio. 8 £ con-
tide fe efâ revelacac com ameaças contra os quealguacoufa aeUa aviaõ deacre*
sentar ou d’eUa tirar. lo Tefiifica Chrifio outra vez que prefto avia de vir ; <
tone lie Joaõ feu livro tom a jauàaçaõ Apofiolica»
/

* 47:1 C a o rio puto d’a agoa d’a vida me moftrou, claro como criftal
M que d’o throno de Deus , e d’o Cordeiro, procedia.
ddplt.S’ 1 ’No me y° de ^fua
meyo ua P raÇa •>, e d
praça huâ e outra banda d’o rio, õí »a
de£ huá
'"'arvore d’a vida eftáva, que doze fruitos prodúz * de més em níes
*Ou tura.leu fruito dando : e as folhas d’a arvore pera a * íaúde d’as Gentes
j

lam.
3 E nenhuã maldiçaô [tf/j] contra mais averá : e’nella
0 throno de Deus e d’o Cordeiro eftará , c feus fervos o íerviráó.:
4 E feu rofto veráó , c c íeu Nome em luas teftas
ix. 5 d E ali mais noite naó averá, e de candea, nem de luz de.SoI
d Ifiy, fa •
19* ' naô
r neceflitarám
. . - z - o Senhor Deus os alumia: e pera todo
:. porque
*

Z^.14.: 7. lempre ja mais remaram. I

sípte. zi : f> EdifTeme: e Eftas palavras fieis e verdadeiras fam: e o Senhor


-5- o Deus d’os Sandios Prophetas a feu Anjo enviou, / para a feusíer-
? Apoc. 19: vos moftrar as coufas que prefto ham de acontecer.
9’ 7 Eisaqui que prefto venho: g bem-aventurado aquelle que as
f -V Paíavras “>a Prophecia d’efte livro guarda.
r dfc\'.i s E cu Joaó aquelle fou , que eftas coufas ví e ouvi. E avend®
[ajJ ouvido c vifto , poftreime pera adorar ante os pés d’o Anjo
que eftas coufas me moftráva.
à A<?. 10: * 9 E difle me : h Olha que o naó : porque teu confcrvo
16. fou, e de teus irmaós os Prophetas,, c d’os que as palavras d’efte
e *4 U livro guardam. A.Dcus adera. 4
• ;
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% ~ . . ’ . ~ w
■• 4

DE ÍJOAO. Cap.XXH. W
!• E difleme : i As palavras d’a Prophecia d’efte livro naó felles: ‘ '
porque k perto o tempo eftá. _ è^poc.it^
ii Quem * injufto he , ainda injufto feja : equem çujo he, çu-Wu^w-
- gefe ainda: equemjuftohe, ainda juftiâcado feja : e quem fanéto wfa.,
he, ainda fanâificado feja. . -
£ eisque prefto venho, e comigo meu galardaõ ,Zperaa#ca-
• dahum rendér, como fúa obra for. zWáriç. ’j
uj m Eu fou o AlphaeoOmega, o principio e o ftm, » ©primei- %rj7";io. j
ro e o derradeiro. * W»/ «nu*
14 Bem-aventurados aquelles que feus mandamentos * guarúaó, Mapt. ió i
* peraque ’na arvore d’a vida * poder tenhaó , e ’na cidadepelas por- *7- ■
tas entrar pofiam. Rem.i : .
15 s Porém de fora eftaráó os caens, e os feiticeiros, e os forni- j j. j’
cadores , e os homicidas , e os idolatras, e qualquer que mentira
ama e * comete. ~ G*Z.6:5-
16 p Eu Jefus a meu Anjo enviei, pera eftas coufas ’nas Igrejas A/w.i^?* j
vos teftificar: q Eu a raiz e geraçam de David fou, r arefplande- ”»^poci& j
cente eftrella d’a * alva. * . j
‘17 EoElpirito íaEfpofadizem: Vém. E quem 0 ouve, di-Ky^4’J 1
ga : Vém. / E quem fede tem, venha: e quem quifer, de graça 4S;• '12-
d’aagoad’a vida tome. i:í-
IS Porque eu protefto a cada qual que as palavras d’a Prophecia e 1116.
*8
d’efte livro ouvir , [ j fe alguém a eftas coufas acrecentar , Deus * Ou3 fe~
as plaga.xL.; ,«crecentará que ’nefle livro eferitas [efiám]:
19 t Efealguemd’aspalavras d’olivro d’’eftaProphecia*diminuir
efta Prophecia * diminuir, * /S
Deus fua parte » d’o livro d’a vida \}k] tirará, e d’a fan&a cidade > á I. Cor. 6 :
c [^«2 coufas que’nefte livro efcritas . . 10.
»o Aquclle que eftas couíãs teftifica, diz: certamente prefto ve- Eph.yS
hho. Amen. Ora vém Senhor Jefus. Colof.
c ' - 3.: <<
ai A graça de noflo Senhor Jefu Chrifto [yêj«] comtòdos vosou- * O Ou fajís~'-
uj’/

tros. Amen.
qiÇay. n:
IX. Afos. $15. r 2. Peãr. i • 19. fOu,wtó fl/ay-Vi'- I- ia>
7; 37. t Deat. 4.: 2. e IX: 33. Prov. 3* & OiL tirar, # Afoc. IJ; 8. e Ij: S.

Pim jtytcatyfe ou Revela çao Je S. jQAQ^e de todo >


Jfàw Tefiame&tot

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4

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41
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