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UNIVERSIDADE DO CEUMA

PRÓ-REITORIA DE GRADUAÇÃO

CURSO DE DIREITO

ABRAÃO TEIXEIRA MOREIRA – CPD 103680

DAVID JOSÉ MONTENEGRO DE SOUSA – CPD 104261

LUCAS ARAÚJO FERREIRA E FERREIRA – CPD 103453

THIAGO IVIS VELOZO BRITO DE MORAES – CPD 103331

VITTÓRIA COSTA BRASIL – CPD 101030

ÉTICA PROFISSIONAL DO ADVOGADO: UM ESTUDO DE CASO FILOSÓFICO

São Luís
2019
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ABRAÃO TEIXEIRA MOREIRA – CPD 103680

DAVID JOSÉ MONTENEGRO DE SOUSA – CPD 104261

LUCAS ARAÚJO FERREIRA E FERREIRA – CPD 103453

THIAGO IVIS VELOZO BRITO DE MORAES – CPD 103331

VITTÓRIA COSTA BRASIL – CPD 101030

ÉTICA PROFISSIONAL DO ADVOGADO: UM ESTUDO DE CASO FILOSÓFICO

Trabalho entregue a Prof.ª Leuzinete da disciplina


de Filosofia Geral e Jurídica, como forma de
obtenção de nota referente a primeira avaliação.

São Luís
2019
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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 04

2. RESUMO DO CASO ............................................................................................. 05

3. FILOSOFIA E FILOSOFIA JURÍDICA .................................................................. 06

4. A FILOSOFIA JURÍDICA E O DIREITO ATUAL .................................................. 07

5. O JURÍDICO E O MORAL .................................................................................... 07

6. AXIOLOGIA JURÍDICA ........................................................................................ 08

7. CONSIDERAÇÕES FINAIS .................................................................................. 10

REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 11
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1. INTRODUÇÃO

A análise de um caso jurídico com uma perspectiva filosófica impulsiona o


aprendizado e a reflexão crítica acerca de uma situação que pode ser cotidiana na
vida de qualquer profissional, não apenas o da área jurídica, uma vez que ética
profissional é um pilar em qualquer carreira.
O estudo do caso de conduta antiética contemplará conceitos e analogias
sobre a filosofia, filosofia jurídica, direito atual, o jurídico e o moral e a axiologia
jurídica, explanando a importância desses temas na realidade encontrada no conflito
em questão.
Sendo, portanto, um molde para analisar outros casos futuros de uma
perspectiva diferente, englobando uma ideia a ser utilizada em qualquer área da vida
profissional e pessoal. É muito enriquecedor ver algo além do que a primeira
impressão, desenvolvendo o senso crítico.
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2. RESUMO DO CASO

O caso real retirado do Correio Forense do site Jusbrasil aconteceu em


2005, onde um advogado que orientou testemunha a produzir alegação falsa em juízo
(mentir sob juramento), sob o argumento de que isso levaria o autor de reclamação
trabalhista à vitória, foi condenado a 1 ano, 4 meses e 10 dias de reclusão, em regime
inicial aberto, além de 12 dias-multa, pela prática do crime tipificado no art. 342 c.c.
art. 29, do CP.
Art. 342. Fazer afirmação falsa, ou negar ou calar a verdade como
testemunha, perito, contador, tradutor ou intérprete em processo judicial, ou
administrativo, inquérito policial, ou em juízo arbitral: (Redação dada pela Lei
nº 10.268, de 28.8.2001) (CÓDIGO PENAL, 1940)
Art. 29 - Quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide nas penas a
este cominadas, na medida de sua culpabilidade. (Redação dada pela Lei nº
7.209, de 11.7.1984) (CÓDIGO PENAL, 1940)
Ao modificar decisão de 1º grau, a 1ª turma do TRF da 3ª região assentou
que, no delito de falso testemunho, é possível em algumas hipóteses a coautoria ou a
participação. É o caso, por exemplo, de alguém que instiga ou induz alguém a prestar
um depoimento falso.
Quanto a conduta antiética, a prática se deu em ação movida perante o
juízo da vara do Trabalho de Porto Ferreira/SP, em julho de 2005. O reclamante,
ouvido na fase policial quanto à conduta criminosa, confirmou que seu advogado
orientou a testemunha a realizar afirmações falsas na audiência de instrução.
A testemunha, também denunciada, aceitou a suspensão condicional do
processo nos termos do art. 89 da lei 9.099/95, e declarou, também na fase policial,
que o advogado o instruiu a narrar fatos inverídicos no curso da instrução trabalhista.
O juízo de 1ª instância absolveu o advogado adotando a tese de que o
crime de falso testemunho é de mão própria, isto é, não admite coautoria ou
participação de outra pessoa. Nessa linha de raciocínio, a conduta do advogado, que
“apenas se limitou a orientar a testemunha”, sem oferecer ou prometer vantagem,
poderia ser considerada antiética, mas não criminosa.
Sobre a conduta de caráter criminoso, o relator para acórdão,
desembargador Hélio Nogueira, afirmou que doutrina e jurisprudência sedimentaram
o entendimento quanto à possibilidade da participação no crime de falso testemunho.
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Segundo o desembargador Hélio Nogueira “a alegação do apelado de que


não conversou com a testemunha M. V. antes da audiência trabalhista não encontra
respaldo probatório, estando isolada nos autos, além de restar infirmada pelos demais
elementos colhidos. Diante do exposto, de rigor a condenação do apelado pela prática
do crime de falso testemunho.”

3. FILOSOFIA E FILOSOFIA JURÍDICA

Antes de opinar sobre o caso em questão deve-se compreender o conceito


de filosofia e filosofia jurídica.
A filosofia vem do grego onde significa “amor à sabedoria”. Estuda os
problemas essenciais, básicos, indispensáveis que tenham relação com a existência,
verdade, conhecimento. Tem como objetivo questionar sempre, duvidar, investigar,
analisar, pensar, refletir, chegar ao conhecimento verdadeiro através da lógica.
Segundo Paulo Nader, a filosofia é "o método de reflexão pelo qual o homem se
empenha em interpretar a universalidade das coisas."
Enquanto a filosofia jurídica é o ramo da filosofia que estuda o direito, ou
seja, tem como objeto de investigação, análise do direito, onde através das reflexões
e questionamentos busca obter decisões mais justas, tentando igualar ao máximo a
definição entre direito e justiça.
Após um breve passeio nos conceitos de filosofia e filosofia jurídica tem-se
condições de desenvolver uma crítica mais elaborada e, mais profunda sobre o caso
em questão.
Ao orientar a testemunha a realizar um falso testemunho para tentar
garantir a vitória do seu cliente, o advogado em questão agiu de forma ardilosa
utilizando todo seu conhecimento de maneira contrária a verdade, aplicando de
maneira maléfica todos os conceitos de filosofia (que sempre busca a existência da
verdade), na intenção de ludibriar a justiça para que saísse de forma vitoriosa, o que
caracteriza uma conduta antiética infringindo várias regras de convívio social.
Felizmente a verdade veio à tona e o advogado foi descoberto e condenado
perante a justiça. Pronto, tudo resolvido? Não. Abriu-se precedente para outros tipos
de questionamentos, chegou o momento de refletir sobre a metodologia utilizada para
que se chegasse a essa pena de condenação do criminoso. Será que o direito e a
justiça conseguiram achar um ponto justo na hora de punir? A decisão foi justa?
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Pois bem, vamos aos fatos:


Primeiro quanto a conduta antiética, após ouvir o reclamante e a
testemunha em audiência de instrução que realmente foram induzidos pelo advogado
a narrar fatos inverídicos. Em 1ª instância o juiz absolveu o advogado por considerar
que o crime de falso testemunho não admite coautoria de outra pessoa. Como o
advogado “apenas se limitou a orientar a testemunha”, sem oferecer ou prometer
vantagem, poderia ser considerada antiética, mas não criminosa.
Segundo quanta a conduta criminosa, da análise dos autos, o relator para
acórdão, desembargador Hélio Nogueira, afirmou que doutrina e jurisprudência
sedimentaram o entendimento quanto à possibilidade da participação no crime de
falso testemunho.

4. FILOSOFIA JURÍDICA E O DIREITO ATUAL

Para emitir alguma posição sobre o ocorrido deve-se de antemão


compreender o conceito de filosofia jurídica e o direito atual.
De forma conjunta podemos afirmar que a filosofia jurídica tem a função de
esclarecer o que é o direito e a justiça, tendo como objetivo a própria ciência jurídica,
que por sua vez, busca através da pessoa do juiz dizer "se uma relação jurídica está
ou não de acordo com a lei" que é o ocorre no caso. Entretanto, temos que ter em
mente que o que é justo em uma sociedade poderá ser injusto em outra. É um dos
efeitos que a própria filosofia causa, o pensar, o questionar.
Ao refletirmos sobre o caso em questão, percebemos que a mesmo, ao ser
investigado, mostra-se relativo, uma vez que o advogado que era para promover a
justiça e fazer com que a lei seja cumprida de maneira correta, infringe a mesma. Isto
é afirmado analisando os argumentos das partes envolvidas que, consequentemente
divergem entre si.
Em busca da verdade o juiz do caso exerceu seu papel, analisando e
refletindo sobre cada demanda judicial de forma racional, imparcial e desinteressada,
com o auxílio da filosofia, vislumbrando um único objetivo, qual seja, alcançar a justiça
e fazer valer o direito positivado, mediante a decisão crítica e avaliativa que foi tomada.

5. O JURÍDICO E O MORAL
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Em sua origem, a palavra moral vem do latim “morales” que tem sentido de
“relativo aos costumes”. Moral seria então uma regra de conduta, comportamento,
posta pela a sociedade. Neste contexto, cada povo, cada época, cada âmbito da
sociedade possui seu próprio modelo, sua própria moral. Mas para interpretar o que
seria a moral, teríamos que adentrar no campo da ética.
A ética surgiu do grego “ethos” que reflete o modo de ser do costume ou
hábito. Ética é a ciência da conduta humana, a teoria e reflexão sobre o
comportamento moral das pessoas na sociedade. A ética procura a compreensão
racional das ações ou atitudes dos indivíduos.
Já no âmbito do jurídico, em seu significado, está associado com o direito
e com as normas sociais que procuram apresentar ou alcançar um ideal justo,
controlando a vida em sociedade. O filósofo Thomasius tentava diferenciar o direito e
a moral, dizendo que, a moral pertencia ao foro íntimo e o direito ao foro externo.
Tanto a moral como o direito possuem conteúdos éticos, isto é, o sentido de
agir. A ação, ou mais amplamente a conduta, pode ser ética ou jurídica. Com
muita frequência, ação amolda-se ou contrária tanto a moral como o direito.
Moral e direito possuem, por conseguinte, um fundamento ético comum, tanto
que antigo direito romano os dois fundiam-se. (OLIVEIRA, 2016)
De acordo com o caso apresentado, em que o advogado realizou um ato
no sentido de favorecer o seu cliente, orientando a realizar afirmações falsas na
audiência, foi de fato uma prática considerada antiética e imoral sobre os valores
morais. É considerada criminosa, pois em seu ofício o advogado deve possuir um
caráter ético e de direito.

6. AXIOLOGIA JURÍDICA

Conforme Paulo Nader leciona: “O ato de viver implica em valorar”. Logo,


pode-se dizer que a norma jurídica será constituída de acordo com os valores sociais
de determinada sociedade, entretanto o que é justo em uma sociedade poderá ser
injusto em outra. Essa dualidade é permanente no ato de valorar, pois implica em
julgamentos empíricos inerentes a determinada sociedade. Além disso, pode variar
de pessoa para pessoa.
De forma clara, podemos citar o exemplo seguinte, em que se pergunta
alguém qual valor tem uma cadeira de rodas para ela, a depender do grau de interesse
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e necessidade, poderemos obter um valor de juízo positivo ou negativo, ou seja, para


um cadeirante terá valor e uma extrema necessidade incomensurável, porém para um
adulto em plena forma física não terá valor algum e nenhuma necessidade.
Assim, paralelamente, ao ramo do direito, o legislador procurará entender
quais tipos de valores são ideais para sua sociedade. Entretanto, até essa
identificação corre o risco de distorções ideológicas, a depender, por exemplo, do
partido em que tal deputado faz parte o que internamente poderá sofrer pressões
impregnando sua visão e erroneamente se propagando.
Recentemente, por não existir lei que regulasse a criminalização da
homofobia, o STF em decisão inédita decidiu por criminalizá-la de maneira análoga
ao racismo. Alguns travestidos de preconceitos, tentaram argumentar do ponto de
vista jurídico vislumbrando uma certa legislação por parte do STF em detrimento do
Poder Legislativo o que invadia a esfera de competência desse poder constitucional.
Destarte, vê-se de forma clara que o Direito pode ser utilizado a favor de interesses
particulares desde que tais valores correspondam a esfera individual de cada um.
Portanto, legalizar a maconha e o aborto são questões intrínsecas entre o
direito e os valores. Nessa seara, vislumbra-se de modo claro atuação por
desembargador Hélio Nogueira a construção e sedimentação de um entendimento
valorativa da conduta de falso testemunho, admitindo a coautoria e participação sob
a argumentativa de atitude antiética.
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7. CONSIDERAÇÕES FINAIS

O trabalho em questão objetivou explorar o tema da ética profissional,


relacionando com a área filosófica e assuntos específicos para demonstrar como uma
situação simples pode ser abordada ou entendida de forma diferente apenas por ser
analisada de uma outra perspectiva.
O advogado analisado no caso teve uma conduta antiética e criminosa no
caso, onde ele não respeitou o caráter transparente e fidedigno do sistema jurídico,
ocasionando em uma situação de condenação merecida por sua falta com a verdade.
Deixar impune tal conduta seria um péssimo exemplo para qualquer situação futuro
que pudesse levar a fim piores, onde um inocente poderia acabar sendo condenado.
A importância da ética profissional não é só uma conduta moral do
advogado, mas uma conduta social que deve reger todo o sistema judiciário para que
não haja mais erros nos tribunais, além de outras áreas para certificar a segurança
nos processos e procedimentos de todo e qualquer meio em sociedade. Pois sem
ética, o ser humano sempre estará a mercê de “tirar vantagem”.
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REFERÊNCIAS

CORREIO FORENSE. Advogado é condenado por orientar testemunha a


mentir. Jusbrasil, 2015. Disponível em: https://correio-
forense.jusbrasil.com.br/noticias/214657958/advogado-e-condenado-por-orientar-
testemunha-a-mentir?ref=serp. Acesso em: 31 ago. 2019.
JUSBRASIL. Art. 29 do Código Penal - Decreto Lei 2848/40. Disponível em:
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10636919/artigo-29-do-decreto-lei-n-2848-de-
07-de-dezembro-de-1940. Acesso em: 04 set. 2019.
JUSBRASIL. Art. 342 do Código Penal - Decreto Lei 2848/40. Disponível em:
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10595822/artigo-342-do-decreto-lei-n-2848-de-
07-de-dezembro-de-1940. Acesso em: 04 set. 2019.
OLIVEIRA, Adeilson. Moral e Ética. Jusbrasil, 2016. Disponível em:
https://adeilsonfilosofo.jusbrasil.com.br/artigos/236659547/direito-e-moral/amp.
Acesso em: 03 set. 2019.

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