Entre O Amor E O Poder

Edward e Bella- Entre O Amor E O Poder escrita por BIA BRAZ http://www.fanfiction.com.br/viewstory.php?action=printabl...
Edward e Bella- Entre O Amor E O Poder escrita por

BIA BRAZ
Sinopse: Bella tem uma vida perfeita, não tem problemas com
timidez, é rica, descontraída e resolvida. Edward é um garoto
complexo, inteligente e tímido que se torna sua paixão, porém
diferenças sociais os colocam em extremos.
Bella quer conhecê-lo, mesmo que tenha que tomar todas as

iniciativas.
Bella quer ficar com ele, mesmo que ele diga que não.
ENTRE O AMOR E O PODER é uma estória sobre pessoas com

objetivos diferentes, onde uma luta por amor e a outra luta por
poder e por influência. A estória também relata o relacionamento
de amor entre família, entre pais e filhos e irmãos com irmãos,
além disso, mostra que o destino é quem controla as vidas e o
futuro, dando o livre arbítrio para que cada um decida qual o
caminho a seguir.
Categorias: Saga Crepúsculo, Kristen Stewart
Personagens:
Desafios:
Séries:
Capítulos: Terminada: Sim Palavras: 743501 Leitores:
Publicada: Atualizada:
1. Capítulo 1- Um pouco sobre nós escrita por BIA BRAZ
2. Capítulo 2- primeiro encontro-Um anjinho escrita por BIA BRAZ
3. Capítulo 3-Reencontro infeliz escrita por BIA BRAZ
4. Capítulo 4- Primeiro beijo escrita por BIA BRAZ
5. Capítulo 5-Fim da festa escrita por BIA BRAZ
6. Capítulo 6- O tratamento escrita por BIA BRAZ
7. Capítulo 7- A primeira despedida escrita por BIA BRAZ
8. Capítulo 8- Um ato irresponsável escrita por BIA BRAZ
9. Capítulo 9- Não custa tentar escrita por BIA BRAZ
10. Capítulo 10- Se me quer, fica comigo. escrita por BIA BRAZ
11. Capítulo 11- E a vida volta ao normal escrita por BIA BRAZ
12. Capítulo 12- um mal entendido escrita por BIA BRAZ
13. Capítulo 13- Atração escrita por BIA BRAZ
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14. Capítulo 14- Dona do meu coração escrita por BIA BRAZ
15. Capítulo 15- Telefonemas escrita por BIA BRAZ
16. Capítulo 16- Não quer...Qualquer desculpa serve escrita por BIA BRAZ
17. Capítulo 17-finja que me quer escrita por BIA BRAZ
18. Capítulo 18- Você é minha vida escrita por BIA BRAZ
19. Capítulo 19- um acidente escrita por BIA BRAZ
20. Capítulo 20- Terapia 1 escrita por BIA BRAZ
21. Capítulo 21- Terapia 2 escrita por BIA BRAZ
22. Capítulo 22-desgaste escrita por BIA BRAZ
23. Capítulo 23- Decisões escrita por BIA BRAZ
24. Capítulo 24- Edward Festa escrita por BIA BRAZ
25. Capítulo 25-A Bolha escrita por BIA BRAZ
26. Capítulo 26- Compromisso escrita por BIA BRAZ
27. Capítulo 27- Destino escrita por BIA BRAZ
28. Capítulo 28- SEGUINDO OS PLANOS escrita por BIA BRAZ
29. Capítulo 29- EM FAMILIA escrita por BIA BRAZ
30. Capítulo 30- Não desista de mim 1 escrita por BIA BRAZ
31. Capítulo 31- Não desista de mim 2 escrita por BIA BRAZ
32. Capítulo 32- Essência escrita por BIA BRAZ
33. Capítulo 33-- Festa escrita por BIA BRAZ
34. Capítulo 34- Limpando a mente escrita por BIA BRAZ
35. Capítulo 35-Sem reservas escrita por BIA BRAZ
36. Capítulo 36- Reescrevendo uma história escrita por BIA BRAZ
37. Capítulo 37- Caminhos se abrem escrita por BIA BRAZ
38. Capítulo 38- Turbilhao de pensamentos escrita por BIA BRAZ
39. Capítulo 39- Dignidade escrita por BIA BRAZ
40. Capítulo 40- Lugar dos sonhos escrita por BIA BRAZ
41. Capítulo 41-Uma força ao futuro escrita por BIA BRAZ
42. Capítulo 42-Conceitos formados escrita por BIA BRAZ
43. Capítulo 43- Conceitos formados -2 escrita por BIA BRAZ
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44. Capítulo 44- Convivência escrita por BIA BRAZ
45. Capítulo 45- Ninho de amor escrita por BIA BRAZ
46. Capítulo 46-NOIVOS-1 escrita por BIA BRAZ
47. Capítulo 47- Noivos 2 escrita por BIA BRAZ
48. Capítulo 48-Poder Americano escrita por BIA BRAZ
49. Capítulo 49- Por favor me perdoe escrita por BIA BRAZ
50. Capítulo 50-Possibilidade escrita por BIA BRAZ
51. Capítulo 51- ESCOLHAS escrita por BIA BRAZ
52. Capítulo 52- Escolhas 2 escrita por BIA BRAZ
53. 53- Entre o Amor e o Poder escrita por BIA BRAZ
54. 54- Entre o Amor e o Poder- Parte 2 escrita por BIA BRAZ
55. 55- Entre o Amor e o Poder- Parte 3 escrita por BIA BRAZ
56. 56- Um dia depois de amanhã - Parte-1 escrita por BIA BRAZ
57. 57- Um dia depois de amanhã- Parte 2 escrita por BIA BRAZ
58. 58- Um dia depois de amanhã-Parte 3 escrita por BIA BRAZ
59. 59- Um dia depois de amanhã-parte 4 escrita por BIA BRAZ
60. Nova Fic Flor de Lótus escrita por BIA BRAZ
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Capítulo 1- Um pouco sobre nós escrita por BIA BRAZ

Capítulo 01 - Início...
BELLA POV
Estávamos no escritório do jornal do meu pai em Forks, eu e Emmett, a pedido do

meu pai. Resolvi vir também, porque tinha a idéia de pedir o telefone do Edward para
sua mãe: Esme, funcionária do meu pai. Porém o destino sorriu para mim e as coisas
saíram melhores do que eu pensei. Quando menos esperava, Edward apareceu no
estacionamento com o seu irmão, entrando em seguida no escritório.
Ele cumprimentou sua mãe e não olhou em nossa direção.
Fiquei congelada como estava, somente observando as suas atitudes.
Sua frieza e tratamento era resultado de sermos quem somos.
E quem EU sou?
Meu nome é Bella Cullen. Sempre tive tudo que queria ou o que uma garota precisa.
Meu pai se chama Carlisle Cullen, é presidente e dono de 80% das ações de um grupo
que publica os três maiores jornais dos estados de Oregon, Washington e Califórnia.
Carlisle tinha uma vida muito agitada quando morávamos na Califórnia e cansou-se da
cidade grande, portanto, quando completei doze anos nos mudamos para Seattle,
localizada no Estado de Washington.
Minha mãe não mora com a gente, ela separou-se do meu pai assim que eu nasci.
Somos quatro filhos: Jéssica, Emmett, eu e Alice. Jéssica é a mais velha e Alice a mais
nova. Jéssica é meio desligada de tudo que acontece á sua volta. Alice é muito
manhosa, às vezes ciumenta e é muito apegada ao meu pai. Todos aqui em casa,
menos Alice, têm olhos dourados, da cor dos olhos do papai. Alice tem cabelos pretos
e olhos castanho-esverdeados. Emmett, além de meu irmão, sempre foi meu
amigo. Desde pequenos tocamos juntos.
Meu primeiro amigo em Seattle foi Mike. Ele, além de filho de um acionista da
empresa, tinha muitas aulas comigo. Isso nos aproximou, conseqüentemente viramos
amigos. Resolvi chamá-lo para tocar conosco que, empolgado, entrou na aula de
bateria e arranhávamos sempre que possível no quarto que Emmett pediu para o meu
pai reformar: um pequeno estúdio.
A música fez e faz parte da minha vida.
Eu era completa e feliz. Tinha tudo que uma pessoa queria e precisava para ser
completa: Família, amigos, saúde, dinheiro...
Até conhecer esse garoto, Edward, que com suas atitudes quer mostrar que ter tudo
isso somente me distância da normalidade, conseqüentemente, o afasta de mim.
Após ter nos cumprimentado forçado por sua mãe, Edward deixou o escritório com
cara de poucos amigos e saiu rápido pelo estacionamento, rumo ao carro da Esme.
Eu até que poderia deixá-lo de lado, pois estava sendo uma infantil insistente. Mas eu
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não queria que ele ficasse com uma imagem irreal do que eu sou.
Desde meu aniversário que não nos falamos mais... Desde aquele mal entendido... Eu
não queria que as coisas fossem assim, ou seja, não queria que quando nos
encontrássemos por um acaso em algum lugar, ele virasse o rosto e fingisse que não
me conhece ou que nunca tivemos nada.
Lógico que eu tenho minha parcela de culpa para ter chegado a essa situação. Mas
não foi de propósito. Eu não posso simplesmente chegar às pessoas e me apresentar
assim: Oi, sou Bella Cullen. Filha do milionário Sr. Cullen. Prazer.
Não mesmo.
Primeiro quero conquistar meus amigos para que não surjam à minha volta pessoas
interesseiras. Também quero que as pessoas me conheçam pelo que eu sou, antes de
me julgar pelo que tenho, ou pelo que visto. Principalmente pessoas como Edward.
Entretanto, tem outro fato que fez com que Edward me tratasse assim. Ele pensa que
eu menti... E eu não menti... Não posso evitar que Mike goste de mim. Ele é meu
amigo. Sempre pensou que tínhamos ou que teríamos alguma coisa.
Para explicar o que aconteceu entre mim e Edward, os fatos serão relatados.
continua...
Notas Finais:
Oi!!Comentem please
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Capítulo 2- primeiro encontro-Um anjinho escrita por BIA BRAZ
Notas do Autor:
PRETENDO COM A ESTÓRIA MOSTRA A EVOLUÇÃO DE UMA
AMIZADE, DA CONFIANÇA, DA NECESSIDADE, DO
TEMPERAMENTO, DA PERSONALIDADE E ACIMA DE TUDO A
EVOLUÇÃO DE UM AMOR QUE COMEÇOU JOVEM E SE
CONCRETIZARÁ COM TODAS AS DIFERENÇAS.
Capítulo 2- Anjinho by bia braz
Capitulo 02- Anjinho
Narrado em terceira pessoa.
No ano em que mudou para Seattle, Carlisle decidiu fazer uma festa de
confraternização de fim de ano da empresa e convidou os funcionários representantes
dos escritórios juntamente com suas famílias. Seu objetivo era, além de manter o
intercâmbio entre as empresas, fazer com que os filhos se divertissem e conhecessem
mais pessoas, já que era o primeiro ano na nova cidade.
Coincidentemente, a confraternização caiu no dia do aniversário de Bella, portanto,

Carlisle uniu o útil ao agradável e propôs aos seus filhos que tocassem aquele dia. As
crianças se animaram com a idéia, embora não deixassem de ficar ansiosos.
Já passavam das onze da manhã quando Bella deixou suas irmãs com amigos no
parque e distanciou-se para caminhar um pouco. Ela queria ficar só. Sentia um pouco
de saudade de sua mãe, já que ela raramente aparecia.
Ela passeava despreocupada pelo jardim, inspirando o cheiro suave da manhã,

quando notou um garoto isolado em um banquinho, com as mãos abraçando as
pernas enquanto olhava para o chão. Nossa! Parece uma miragem, pensou enquanto
o observava. O garoto era uma perfeita capa de revista, de pele rosada e lisa, cabelo
penteado de lado cor de bronze, rosto de anjo.
Hipnotizada, continuou observando-o de longe, e ele sempre fitava o chão. Bonito e

com um jeitinho triste, pensou com o cenho franzido. Talvez seja muito tímido, anuiu
com um sorriso.
Bom, Bella não era inibida, pelo contrário, sempre foi motivos de reclamações de
professores por conversar demais durante as aulas. Além disso, por ter sido sempre
muito próxima a Emmett, não tinha problemas em ficar perto de meninos. Ela os
entendia e se relacionava muito bem desde criança. Pensando assim, resolveu se
aproximar.
“Oi.” Cumprimentou-o despreocupada e sentou-se no mesmo banco que ele.
Ele olhou-a de canto de olho, somente para os pés da garota, inspirou profundamente,
internamente irritado pela invasão de espaço, todavia timidamente respondeu: “Oi.”
Ele não queria estar ali. Estava aborrecido porque seus irmãos foram para casa da avó
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em Phoenix, restando a ele a obrigação de vir. Revoltava-o estar no mesmo lugar que
aquele homem. Ainda que tentasse esquecer tudo, a mágoa era imensa pelo
sentimento de proteção a mãe. Ele não entendia a consideração de sua mãe por ele,
senhor Cullen, e o condenava mesmo que este não soubesse o motivo. Edward odiava
tudo que pertencia a ele. Odiava aquela festa, aquele lugar, aquele tipo de pessoas.
Queria ficar bem longe para ver se aquele dia passava mais rápido.
No entanto, Bella estava lá, invadindo sua área de conforto. Não sabia ela onde estava
se metendo. Depois de observar um tempo o semblante hostil do garoto, resolveu
tentar interrogá-lo com sua curiosidade adolescente.
“Não está gostando da festa?” Arqueou a sobrancelha interessada, admirando-o mais

enquanto analisava suas linhas perfeitas. Ele era lindo, admitiu para si.
“Odeio festa. Não gosto de muita gente reunida.” Resmungou, rezando para que a
garota intrometida caísse fora.
“Nunca tinha conhecido alguém que não gostasse de festa.” Comentou

despreocupada, olhando nesse para as árvores à frente.
“Pois é, eu não gosto.” Respondeu ácido.
“E do que você gosta?” Insistiu, não se importando que ele não estivesse interessado.
Ela queria fazê-lo ficar melhor, por isso insistia nisso.
Ele fechou os olhos e suspirou. Nunca tinha enfrentado uma situação parecida. As
meninas não costumavam forçar amizade, uma vez que ele não oportunizava
amenidades, mesmo assim, resolveu responder.
“Gosto de ler e de músicas clássicas.” Respondeu e finalmente subiu o olhar dos pés
de Bella ao rosto. Ela usava um short jeans folgado e um maiô florido. Edward
assustou-se ao notar o quanto a garota abelhuda era bonita, com longos cabelos
chocolates, olhos grandes, boca pequena e rosada. Bella segurou o olhar nele,
notando só então seus olhos verdes penetrantes e lindos. Ambos se encararam uns
segundos, depois desviaram o olhar, embaraçados.
“Por que você não gosta de festa?” Ela tentou de novo com o interrogatório, queria
animá-lo.
Mesmo com a guarda mais baixa, Edward não iria deixar de ser sincero ao expor o que
pensava. Ele odiava quando sua mãe fazia isso com ele, obrigava-o a se socializar, ir
onde não queria estar. Era algo insuportável para ele esse tipo de festa,
principalmente por ser tímido e não conhecer os esnobes perdulários e metidos, como
os tachava.
“Por que é um local onde as pessoas fingem que se gostam, fingem que são iguais,
comem e bebem juntas, fingindo ser amigos, quando na verdade não é assim.” Fitou
suas mãos.” Então eu prefiro não viver na ilusão. Só vim por que minha mãe me
obrigou. Os funcionários morrem de medo de não vir e sofrerem retaliações depois.”
Disse olhando para o chão, depois respirou fundo. “Seu pai ou sua mãe trabalha na
Cullens?”
“Meu pai. Minha mãe não passa muito tempo com a gente. Eles se separaram assim
que eu nasci.” Respondeu simplesmente. “Mas eu sinto falta dela.”
Edward viu sinceridade na espontaneidade da garota, relaxou no banco e resolveu
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falar de si. “Eu queria passar mais tempo com a minha mãe, queria que ela ficasse
mais em casa conosco, mas ela não tem tempo para nada. Esse emprego suga sua
vida.” Apontou com revolta para o centro da propriedade.
Bella notou isso e se sentiu impelida a mostrar o seu lado, mostrar que nem tudo é tão
ruim. “Minha mãe não mora com a gente desde que eu nasci. Há quase treze anos.
Desde então, cuidamos uns dos outros lá em casa. Tínhamos babá, mas não é a
mesma coisa de mãe...” Suspirou. Edward não deixou de notar sua frustração e sentiu
pela garota. Bella continuou. “Minha mãe não nasceu para o lar, acho que ela não
queria ter casado. Ela é bailarina profissional, gosta de viajar, de ser livre.” Disse em
um sussurro.
Ele sorriu com a explicação longa e desnecessária dela, depois balançou a cabeça,
achando interessante que em tão pouco tempo já soubesse muito de uma
desconhecida.
“Você tem irmãos?” Bella perguntou interessada em manter o diálogo, já que percebeu
que Edward não tinha iniciativa.
“Sim, dois, mas eles não estão aqui.” Respondeu indiferente, só por responder. Ela
não ligou para sua indiferença.
“Lá em casa somos quatro, uma escadinha. Quando minha mãe viu que essa vida não
dava para ela, foi embora.” Explicou com uma careta, recebendo um olhar de canto de
Edward. Ela continuou, mesmo que ele não perguntasse. “Tem uns dois anos que eu
não a vejo. Telefonamo-nos semanalmente, mas é só.”
Ele já sorria tímido do tanto que ela conversava, ainda que ele não tivesse o mínimo
interesse em continuar. Mas ela queria vê-lo melhor, queria mostrar que alguém pode
ser feliz ainda que as coisas não sejam conforme os padrões de felicidade.
“Qual a sua idade?” Bella perguntou incapaz de deixar o silêncio imperar. Hiperativa
como era, sentia-se incomodada com o silêncio.
“Faço quinze semana que vem.” Ele respondeu sorrindo para as mãos, vendo o
quanto a garota era persistente e tempestiva. Queria saber quando o surto de
curiosidade iria acabar.
“Fico admirada por um menino com quinze anos já ter uma imagem pessimista da
vida. Eu nem fui criada com a minha mãe e sou feliz mesmo assim. Você ainda pode
vê-la, ficar perto dela e está reclamando.” Seu comentário saiu mais como uma
acusação, mas ela não podia evitar, era sincera demais para deixar sua observação
passar.
Por um instante, Edward pensou no que Bella disse, condenando-se pela impressão
que passou, segundos depois resolveu mudar sua imagem. “Hoje estou chateado não
é por isso.” Explicou e olhou para o horizonte, pensativo. “É por que você não sabe o
quanto a vida, o mundo, tudo é injusto.” Disse com semblante triste e olhou para o
chão.
“Então me fala, quero saber por que você acha que a vida é tão injusta com você.”
Desafiou, contente por tê-lo feito quebrar sua proteção.
Ele olhou-a meio descrente, não acreditando que ela realmente quisesse ouvir, no
entanto, obrigado pelo olhar expectativo da garota ao seu lado, resolveu falar.
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“Acho que a vida é injusta por ter disparidades sociais, por ter pobres e ricos. Muitos
têm tanto e outros não têm nada. Pior sabe, os que têm muito usam ou massacram os
que têm pouco. Hoje mesmo, uma festa onde tem ricos e pobres misturados, patrão e
funcionários fingindo serem amigos. Mas é tudo uma mentira. Ninguém aqui é amigo.
Trata-se de uma classe suprimindo outra.” Disse incapaz de esconder sua revolta.
Bella assustou-se com a resposta comunista do garoto. Não conseguia imaginar o que
a vida fez com ele. Ele era tão novo para ter esse tipo de pensamento. Mesmo que ele
pensasse realmente isso, essa revolta não iria ajudar em nada.
“Mas em que isso te afeta, por que isso importa tanto?” Perguntou com as
sobrancelhas arqueadas.
Ele suspirou e abaixou o olhar, um pouco envergonhado por ter se exposto tanto.
“Não sei dizer, só que eu não consigo parar de pensar isso... Talvez eu seja muito
idealista... Talvez eu quisesse que o sistema, o mundo fosse diferente.” Gesticulou
com desilusão, movendo as mãos.
Ele falava coisas sem sentido para Bella. Para ela, eles eram muito novos e não deviam
preocupar-se com esse tipo de assunto. Bella nunca tinha experimentado o diferente.
Não sabia o que os menos favorecidos necessitavam, por isso não entendia Edward.
“Qual o seu nome?” Resolveu mudar de assunto, já que o assunto anterior ficou um
pouco pesado para sua mente adolescente.
“Edward.” Ele sorriu tímido e se virou para ela novamente. De novo, avaliou o seu
rosto, notando agora os raios de sol em seus olhos. Não entendia porque aquela
garota interessante resolveu interrogá-lo, mesmo assim, não iria deixá-la no vácuo,
por isso, tentando prolongar a conversa, resolveu fazer um comentário.
“Conversamos uns quinze minutos e nem sabíamos os nomes um do outro...” Sugeriu
desajeitado, esperando que Bella entendesse e dissesse seu nome. Como ela não o
fez, ele finalmente perguntou. “E o seu nome, qual é?” Era tudo tão novo para ele esse
tipo de aproximação que não sabia como se comportar.
Bella olhou-o com os olhos cerrados antes de responder. O sorriso encantador dele a
deslumbrava, fazia parceria perfeita com suas bochechas que estavam vermelhas
como resultado do pouco sol que pegavam. Tinha vontade de tocar no seu rosto para
ver se era de verdade. Dizia para si que ele parecia um anjo de tão inocente e tímido
que era.
“Bella.” Respondeu em um sussurro, só então notando que tinha passado tempo

demais observando o rosto do garoto. “Hoje é meu aniversário sabia?” Comentou
animada.
“Parabéns.” Ele sorriu tímido. “Quantos anos?” Olhou-a novamente de lado, avaliando
nesse tempo seu corpo. Parecia uma criança, pensou. Mesmo que sua conversa não
seja tão infantil assim.
“Treze...” Respondeu sorridente. “E sabe que eu tenho direito a pedidos, né?” Piscou
brincalhona. Ele olhou-a atento, achando-a completamente graciosa. Ela continuou.
“Mesmo que tenha acabado de te conhecer, quero um presente.” Disse com um
risinho de canto, como se fossem amigos de velhas datas.
“O que quer?” Ele perguntou intrigado, um pouco assustado com leveza com que ela
sugeriu.
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“Que você sorria o resto da festa.” Disse simplesmente, como se fosse a coisa mais
fácil do mundo. Para Edward não era. Depois ela acrescentou, sincera. “Eu fico triste
de ver alguém triste no dia do meu aniversário. Sorria e divirta-se.” Abriu a mão no ar,
espontânea, apontando depois para o pátio onde estava o centro de diversões.
“Mas eu não conheço ninguém aqui.” Argumentou retraído, uma desculpa para seu
isolamento. “Como vou me divertir?” Perguntou olhando para as mãos. Não se sentia
preparado para o novo, mesmo que aquela garota perspicaz o induzisse com sua
obstinação a querer experimentar o diferente.
“Vou ficar perto de você.” Bella levantou excitada do banco, dando pulinhos animada.
“Depois vou te apresentar a algumas amigas e você vai acabar se soltando.” Avisou,
colocou-se na frente dele e lhe ofereceu sua mão, adorando a sensação de ter
derrubado seus muros.
“Tá, tudo bem...” Ele balançou a cabeça e ignorou a mão de Bella. Depois levantou e
tirou alguma sujeira inexistente da calça. “Já que é um pedido de aniversário.”
Comentou mais para si.
“Então vamos!” Bella chamou dois decibéis acima, pegou em seu braço e o puxou
despreocupada rumo aos brinquedos. De início, ele se sentiu invadido com a mão da
garota em seu braço, depois deu de ombros e aceitou. Essa garota devia ser assim
com todo mundo, pensou.
Eles foram a vários brinquedos. Quando trocavam, pegavam pipoca, algodão doce,
maçã do amor, espetinho de churrasco, lanches típicos de festa em parque. Crescia
entre os dois uma genuína amizade adolescente. Quem os observava, imaginava pelos
sorrisos de Bella que eram amigos de infância. Logo, em meio à diversão, facilmente
deu duas da tarde.
Bella POV
Eu estava satisfeita com o meu novo amigo e acho que ele também. Mesmo que ele
fosse bem tímido, ele sorria de canto para mim, às vezes abaixando o olhar, todavia
uma imagem encantadora.
Como eu estava de maiô e short, perguntei se ele estava de sunga por baixo de sua
bermuda e chamei-o para ir para a piscina. Ele estava. Disse que sua mãe o obrigou a
colocar uma antes de sair de casa. Embora ele fosse retraído, parecia que gostava da
minha companhia. Sorrimos muito, jogávamos água um no outro, brincávamos de
tempo embaixo d´água. Quando finalmente saíamos da piscina, encontrei Alice com
minha bolsa e caminhei até ela.
Comecei a me secar e ela fez a inquirição. “Quem é?” Apontou-o indiscretamente com
o olhar.
“Conheci hoje, o nome dele é Edward.”
“Lindinho.” Comentou, avaliando-o.
“Vou casar com ele.” Brinquei e penteei meu cabelo. Ele observava a piscina de costas
para nós, encostado à grade. “Encontrei meu príncipe encantado.”
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Gargalhamos, eu lembrei que ele precisava se secar e fui até ele com a toalha.
“Vem, vou te apresentar para minha irmã e minhas amigas.” Peguei em sua mão e o
levei. Ele foi bem retraído, parecendo que ia para forca. Eu os apresente, ele as
cumprimentou com um aceno, sorriu para todas, depois ficou calado, enquanto vestia
a blusa.
Alice ainda arriscou: “Você tem irmãos?”
“Sim, mas eles conseguiram escapar para casa da minha avó em tempo.” Disse com
certo descaso e bagunçou o cabelo, secando.
“Não está gostando da festa?” Alice juntou as sobrancelhas e perguntou.

Provavelmente estivesse achando-o esquisito, assim como eu achei horas atrás.
“Não gosto de festas que eu não conheço ninguém, aliás, nunca fui muito fã de festa
nenhuma.” Explicou, depois olhou em minha direção. “Mas agora estou gostando.”
Sorriu para mim e, por um instante, pensei, presunçosa, que poderia ser eu o motivo
de seu contentamento.
Depois de uns segundos silenciosos lá, vi que não ia mais rolar nenhum assunto,
puxei-o de lá e voltamos para o jardim. Sentamo-nos no chão e, no mesmo instante,
lembrei que podia ficar com ele só mais uma hora no máximo porque em breve minha
banda iria tocar, por isso, resolvi passar o tempo conversando.
“Você tem namorada ou coisa assim?” Perguntei curiosa e comecei a arrancar

graminhas do chão. Ele também.
“Não.” Respondeu olhando para a mão. “Nunca namorei. Também nunca gostei de
ninguém. Já tive aquelas quedinhas, de criança, de adolescente, mas como vê, não
sou muito de conversar. Além disso, tenho outros planos... Não pretendo namorar por
namorar.” Sorriu tímido.
“Interessante...” Falei rindo. “Mas você já beijou.” Não era uma pergunta, e eu,
particularmente, não entendi meu repentino interesse.
“Já.” Respondeu sem firmeza, e não me convenceu.
“Com que idade foi seu primeiro beijo?” Perguntei com um biquinho zombeteiro.
Duvidava de sua resposta.
Ele parecia ser muito tímido para tomar qualquer iniciativa, inclusive à de beijar
alguém.
“Hum... Tá, tudo bem, odeio mentira, eu nunca beijei...” Admitiu constrangido e
abraçou os joelhos, envergonhado.
Comecei a rir descontrolada do jeito que ele confessou isso.
“Eu não acho estranho. Tenho amigos que com quinze anos que nunca beijaram. Não
tenha vergonha disso. É legal até! Os adolescentes hoje em dia começam tudo muito
cedo, não se dão tempo para curtir as amizades e a vida. ” Comentei tentando
mostrar que eu era uma menina cabeça.
"É, mas eu nunca beijei por que nunca passei mais de cinco minutos perto de uma
menina para esses fins.” Deu de ombros. “Como eu não fico puxando assunto, elas
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nem ficam perto de mim.”
Eu fiquei feliz dele estar se abrindo comigo, era uma evolução.
“Então vou te confessar uma coisa. Talvez alivie para você. ”Inclinei como se fosse
contar um segredo. “Eu também nunca beijei.” Sussurrei depois sorri. “Mas não foi por
timidez, eu não sou uma menina tímida. Foi por que nunca tive vontade. Nunca
encontrei alguém que eu quisesse ficar assim. Quase sempre sou a amiga confidente
dos meninos, o que impede de rolar algum clima, entende? Além disso, sou bem
decidida, só vou beijar quando eu fizer quinze anos.” Disse convictamente.
Ele olhou os meus olhos, com bastante humor no rosto.
“Você é legal. Não pensei que encontraria meninas assim nesse tipo de festa. Além
disso, você é bem bonita.” Elogiou com um sorriso torto, olhando para o chão. Parecia
estar fazendo o maior esforço para falar. “O dia que você resolver beijar alguém, até lá
já vou ter dezessete, quem sabe eu já tenha experiências, aí você me coloca na sua
lista.” Ele tentava ser descontraído, mas era nítido que estava envergonhado. Não
acreditava que ele tinha evoluído tanto em um dia. De menino tímido e chateado,
passou a me flertar abertamente.
Por milésimos de segundos me peguei me perguntando como tínhamos entrado nesse

assunto, no entanto, após ver o quanto ele estava embaraçado, resolvi quebrar o
clima falando alguma coisa engraçada.
“Olha, vou te avisar, é uma lista muito grande. Nela está o Taylor Lautner, Zac Efron,
Chris Evans.” Respondi entre gargalhadas, enquanto fingia pensar uma lista
imaginária. “Mas eu tenho uma solução.” Dei uma piscada brincalhona. Ele sorriu,
interessado. “Eles, eu não conheci ainda...” Eu não conseguia para de rir. “Mas você
pode reservar sua vaga começando a namorar comigo hoje e a gente só dá o primeiro
beijo quando eu fizer quinze anos. Gosta da idéia?” Brinquei, e, instantaneamente ele
ficou sério, me avaliando.
“Já vi que você gosta de brincar.” Disse torcendo os lábios e abaixou o olhar.
“Não, eu to falando sério!” Insisti sorrindo, observando o sol dentro dos seus olhos
que brilhavam intensamente. “E para provar que eu estou falando sério vou te dar um
selinho. Posso?” Movi-me um pouco sobre meu joelho, só fingindo que ia me
aproximar. Eu estava me divertindo com o jeitinho dele todo cauteloso. Ele não sorriu
e me olhou bem receoso, mas eu continuei com um sorriso despreocupado no rosto.
Resolvi ir em frente. Eu estava bem descontraída e um selinho não custava nada.

Afinal ele era muito lindinho. Cheguei mais perto dele, e ele não se movimentou. Eu
estava sorrindo e ele sério e apreensivo.
Ah qual é? Só um ploc e esse nervosismo todo!
Ele realmente era muito tímido e não acreditava que eu iria ter coragem de dar
um selinho nele. Parecíamos estar em uma cena de filme em que o vilão roubaria a
virtude de alguém. Lobo mal, atacando a chapeuzinho. Mesmo assim me aproximei, e
ele continuou quieto, olhando para o chão. Aff, quanta timidez!
Todavia, foi quando senti sua respiração descompassada que as coisas saíram da
normalidade. A brincadeira inicial, aos poucos, não fez mais sentido com ele sério
daquele jeito. Além disso, estar perto dele mexeu comigo além do que eu contava. Eu
podia sentir o nervosismo crescer em minha pulsação acelerada.
12 de 1595 26/05/2011 20:45

Nesse momento eu soube pela primeira vez o que uma menina sente por um menino.
Fechei meus olhos, segurei seu cabelo em minha mão e aproximei nossos rostos,
encostando lateralmente ao rosto dele, bochecha com bochecha. Por um instante,
curti correntes elétricas percorrerem o meu rosto.
De repente, eu estava em uma batalha interna, sentia sensações maravilhosas só de

estar perto dele, sentindo sua respiração, o perfume que brotava do seu pescoço. Era
um aroma de perfume infantil, cheiro doce. Isso mesmo, cheiro de suavidade, não
fragrância de perfume masculino. Era doce como ele.
Como se estivesse em uma bolha, peguei o seu rosto com as duas mãos e olhei por
uns segundos para cada detalhe. Eram perfeitos, olhos bem desenhados,
sobrancelhas delicadas. Sabia que não precisava daquilo para dar um selinho, mas eu
senti extrema necessidade de tocar no seu rosto, no cabelo. Não conseguia sair dali e
ele continuava imóvel, sem nenhuma atitude, só olhava para o chão, expirando e
inspirando descompassadamente.
Por fim, encostei meus lábios nos dele e me afastei sem graça. Ele piscou várias vezes
como se estivesse acordando, depois sorriu torto.
“Isso foi... interessante.” Comentou tímido, com a voz baixa, depois levou o indicador
aos lábios, provavelmente sentindo o gosto do gloss de morango.
Agradeci mentalmente o fato de ter sido ele a fazer o primeiro comentário. Eu estava
inexplicavelmente nervosa.
“Foi só uma amostra do que pode ser.” Comentei tentando parecer casual. “Dá para
me esperar até eu completar quinze anos?” Perguntei, rindo de novo, tentando
descontrair.
“Eu posso te esperar, e você? Vai me esperar?” Ele perguntou sério, com os olhos
intensos em mim. Ele não parecia estar levando na brincadeira.
Nessa hora meu pai pegou um microfone, que mesmo de onde estávamos dava para
ouvir nitidamente, e disse:
“Boa tarde a todos os nossos amigos, funcionários e famílias de funcionários.
Quero agradecer a presença de todos vocês que compareceram ao nosso evento de

confraternização. Hoje é um dia muito especial para nossa empresa, estamos nos
conhecendo mais um pouquinho. Também é um dia especial para mim, pois minha
filha faz aniversário hoje.
Dentro de meia hora vai haver uma apresentação da banda dos meus filhos, quero
que vocês os conheçam. Peço que vocês fiquem após a apresentação da banda
iremos cantar parabéns para a minha filha e vai haver sorteio de prêmios para todos
os funcionários.
Por favor, se reúnam aqui perto do palco para em meia hora a banda Cullens vai
tocar.
Obrigado!”
13 de 1595 26/05/2011 20:45

“Olha que coincidência, a filha do Sr. Cullen faz aniversário no mesmo dia que você!”
Edward falou com um pouco de desdém.
“A filha do Sr. Cullen...”
“BELLA!!” Alice gritou, interrompendo o que eu ia dizer. “Tem meia-hora que estamos
te procurando!! Vamos!!” Alice já pegava no meu braço e puxava.
"Olha só, tenho que ir, daqui a pouco nos falamos.” Disse sendo arrastada pela
pequena irritante.
“Tudo bem, não vou embora agora, minha mãe ainda tem que puxar o saco um
pouco.” Sorriu e voltou a abraçar as pernas.
Eram seis da tarde e pela primeira vez iríamos nos apresentar em público, em cima de
um palco, com camiseta da banda e tudo mais. O bom de nos apresentarmos naquela
festa era que a maioria dos presentes eram funcionários e amigos, e mesmo que as
pessoas não gostassem, com certeza iriam nos aplaudir, afinal, éramos os filhos do
chefe.
Meu pai chamou mais uma vez o público disperso e nos apresentou: “Com vocês, a
banda The Cullens, Emmett Cullen, Bella Cullen, Alice Cullen e a participação especial
do Mike Newton, filho do Sr. Newton, amigo da família.”
As pessoas aplaudiam, nós subimos e nos colocamos em frente aos nossos

instrumentos. Como eu era a única que não tinha problemas de timidez, fiquei
responsável por cumprimentar o público.
“Boa tarde, gente. Sou Bella e esses são meus irmãos e nosso amigo Mike. É a
primeira vez que nos apresentamos para um público grande assim, onde não tenha só
nossos parentes, então estamos muito nervosos. Peço que vocês nos compreendam
se por acaso houver erros, afinal não somos profissionais.”
As pessoas aplaudiram. Não sabia se para puxar saco do meu pai ou porque gostaram
de mim. Continuei: “Então, cantando solo Alice. No violão elétrico Emmett. Na batera
Mike e no teclado Eu, Bella.” Eu anunciei já me sentindo a vontade.
Enquanto eu falava, cada um que era anunciado dava uma palhinha com o
instrumento, o que despertava gritos e palmas de todos os presentes. Começamos
com uma da Shanaya Twain, depois cantamos Roxette, Maryan, Bon Jovi, U2.
Mesclamos bastante.
Enquanto cantávamos, olhei procurando ver onde estava Edward, e ele me olhava
sério, de longe. Eu sorria para ele, mas ele não sorria de volta. Aquilo estava me
incomodando, porém eu não podia descer do palco.
Continuamos tocando e as pessoas pareciam estar gostando mesmo. Tocamos rock

dos anos sessenta, setenta, oitenta, e com uma hora e meia de músicas, gritos e
dança, estávamos exaustos. Agradeci pelo apoio e eles gritavam pedindo mais.
Todavia, o repertório tinha acabado e estávamos realmente cansados.
Após a apresentação, meu pai assumiu o microfone e pediu que as pessoas cantassem
14 de 1595 26/05/2011 20:45

parabéns para mim. Nessa hora, olhei de novo na direção de Edward e ele me
encarava de um jeito estranho. Mas o que ele tinha? Ele não sorria. Só me encarava
com um semblante obscuro. Mas por quê? Será por que eu não avisei que era filha de
um homem rico, filha do chefe da mãe dele?
Quando desci do palco, muita gente me dava parabéns pelo aniversário e pela banda.
Mas o que eu queria mesmo era ir em direção ao local onde estava Edward. Demorei
uns dez minutos para conseguir chegar lá. Quando cheguei, ele não estava mais no
local de antes. Procurei-o no meio das pessoas, perto do local onde ia ser o sorteio e
nada dele. Fui ao parquinho, perto da piscina e nada. Quando fui chegando perto do
jardim, ele estava no mesmo banco onde o encontrei pela manhã, com um
semblante bem pior do que eu tinha visto antes.
Aproximei-me com ar de felicidade, eufórica pela sensação de ter cantado. Queria

saber o que ele tinha achado.
“E aí? Gostou?” Perguntei sorrindo, para ver se ele sorria de volta.
“Vocês tocam muito bem, o show foi muito bom.” Não correspondeu ao meu
entusiasmo. Nem ao menos levantou o olhar. Fiquei confusa. Será que aconteceu
alguma coisa?
“Você nem me deu um abraço de parabéns.” Comentei sugestivamente, com um olhar

arteiro. Queria que ele voltasse ao normal.
Ele me olhou uns segundos, depois ficou calado por um tempo, com um olhar tão frio
que me gelava por dentro.
“Bella, você não precisa dos meus parabéns. Você tem tudo! Você tem muitos amigos,
platéia.” Comentou baixo, depois olhou desgostoso para mim. “Eu sei que eu não
significo nada para você, então por que você quer os meus parabéns?”
“Por que nós somos amigos e, além disso, agora nós somos namorados.” Comentei
com leveza. Mesmo sabendo que isso era só uma brincadeira, queria descontrair.
“Não, não somos.” Respondeu com a mesma acidez de hoje pela manhã. “Não quero
ser diversão para ninguém. Você deve ser cheia de garotos iludidos te esperando, e eu
não vou ser mais um.”
Boquiaberta, eu olhei-o sem entender o motivo de sua nova hostilidade. Pensei que
tínhamos superado essa fase. “Por que você está falando assim comigo?? O que eu
fiz??”
“Você nasceu!!” Respondeu entre dentes.
“Eu não estou entendendo!!” Minha voz tremeu, não conseguia raciocinar seus
motivos.
O silêncio imperou por segundos, enquanto isso ele enfiava as mãos freneticamente
no cabelo.
“Bella, por que você não me avisou que era filha dele?” Perguntou em um sussurro,
parecendo mais calmo.
“Eu não preciso me apresentar para as pessoas assim ‘Oi, sou filha do Sr. Cullen’.”
Estendi a mão no ar teatralmente. “Qual é?! Sou uma pessoa normal! Você acha que
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eu arrumaria amigos verdadeiros se já me apresentasse assim?” Perguntei irritada.
Ele ficou calado um tempo. “Desculpe, Bella, você não tem culpa.” Explicou
sinceramente. “Mas eu não quero ser seu amigo, e, por favor...” Me olhou suplicante.
“... não quero mais conversar.”
Olhei pasma, sem saber o que estava acontecendo com ele e fui saindo.
“Então tá. A gente se vê por aí.” Despedi e saí lentamente.
Nunca ninguém tinha me tratado assim. Meus amigos sempre gostaram de ficar perto
de mim, sou popular na escola, sempre faço novos amigos. O que será que fiz a ele?
Inconformada, olhei para trás e ele continuava olhando, dei um tchau tímido com as
mãos, mas ele não respondeu.
**
Ao chegar em casa, estávamos todos muito eufóricos, vendo a gravação da nossa

apresentação. Estava boa a filmagem, perfeita. Quando estava indo para o meu quarto
para dormir, o Mike, meu amigão, me parou, segurando minha mão.
“Quem era o menino que você estava conversando no jardim agora à noite?”
“Filho de alguma funcionária.” Dei de ombros, sem interesse em prolongar.
“Bella, você foi perfeita hoje, dá aqui um abraço, parabéns!!” Mike me abraçou um
abraço bem aconchegante. Ele era um amigo perfeito. Lindinho. Se eu fosse namorar,
namoraria ele.
Nossa como eu tenho o coração grande.
“Tchau, Mike, vou dormir.” Dei um beijo no seu rosto e fui para o meu quarto.
Passei horas pensando naquele dia. Como foi longo. Tantas coisas aconteceram.
Queria ter conhecido um pouco mais de Edward. Ele era tão enigmático e tão lindo ao
mesmo tempo. Mas ele não queria ser meu amigo, que coisa! Nem me falou onde
morava ou o telefone...
Continua...
Notas Finais:
espero que gostem...
Não custa mandar reviews...100 pontinhos para vcs.
bjus
16 de 1595 26/05/2011 20:45

Capítulo 3-Reencontro infeliz escrita por BIA BRAZ

Capítulo 3- 15 anos- 1º beijo by bia braz
Bella POV
Faltava uma semana para minha festa de 15 anos. Papai tinha contratado uma equipe
responsável, mas eu escolhia tudo, desde comida até decoração. Seria tudo lilás. Iria
ser uma festa digna de capa de revista, para mais de oitocentas pessoas.
Eu não tinha namorado, nem gostava de ninguém, e Mike era meu melhor amigo,
logo, convidei-o para dançar a terceira valsa, que seria com o meu namorado, se eu
tivesse. Mike era bem legal, e eu sempre soube que ele gostava de mim. Na
verdade era até bom ter ele, porque estamos tocando muito nessas festas juvenis e
quando alguém tentava se aproximar de mim, eu dizia que tinha namorado, e era ele.
Ele ficava muito feliz com isso. Pelo menos era alguma esperança de que poderíamos
ter alguma coisa. Era meio egoísta da minha parte, mas só assim escapava dos
flertes. Eu não estava a fim desses meninos daqui. Além de tudo, Mike era lindinho. Eu
gostava de andar de braço dado com ele, de rir com ele, de tocar com ele. Estar perto
dele era fácil. Até o Mike tinha um sentimento meio que de possessão, como se
achasse que realmente era. Mas eu não ligava. Deixava o menino ser feliz.
Às vezes Emmett pensava que tínhamos alguma coisa por andarmos juntos,
estudarmos juntos, por ficarmos iguais velhas fofoqueiras rindo das pessoas,
criticando músicas, bandas, e por sermos tão carinhosos um com o outro. Morria de
rir do fato do Emmett achar isso. Até ele! Nada a ver.
O tão esperado dia da minha festa finalmente chegou. Eu estava nervosa, no salão de
beleza desde as nove da manhã. Sempre odiei salão. Tudo que precisava fazer tentava
me virar em casa, até pintar o cabelo de chocolate, já que o louro da família me deixa
muito aguada. Porém, no dia do meu aniversário eu precisava pelo menos ir prender o
cabelo em cachos e fazer as unhas. Eu já estava cansada e entediada das revistas e
das mulheres conversando, então pedi para ir para casa. A atendente só pediu que eu
voltasse às dezoito. Eu assenti. Menos tortura para mim.
Chegando em casa, os meninos estavam tocando no estúdio. Papai contratou uma

banda famosa para tocar na minha festa, então não iríamos tocar. Mas eu ainda iria
cantar uma música surpresa em homenagem a ele, por isso passamos a semana
ensaiando a minha música.
Feliz por ter sido liberta do salão, fui para o estúdio para encontrar com a turma.
“Surpresa!!” Pulei em cima do pescoço do Mike que estava em frente a um microfone.
“Bells, você não devia estar se arrumando?” Mike se virou espantado.
“Consegui fugir, vim tocar com vocês, será que eu posso??” Brinquei. “Que música era
essa que vocês estavam tocando? E quem era que estava cantando se a Alice não está
aqui?”
17 de 1595 26/05/2011 20:45

“Era eu.” Emmett respondeu repentinamente, sentado em frente ao meu teclado.

Estava tudo estranho, Mike em frente ao microfone e Emmett tocando teclado, quando
ele era um fominha por guitarra... Sei não.
“Nossa, estava tão diferente.” Refleti desconfiada.
“Por causa da equalização.” Mike se intrometeu com um nervosismo.
“Qual era a música?” Sentei em cima da caixa de som.
“Uma composição minha, na verdade estou trabalhando nela ainda, mas não vou te
mostrar agora, curiosa. Quando ficar pronta eu mostro.” Emmett ainda fazia alguns
acordes no teclado.
“Credo, por que o Mike pode ouvir e eu não? Sou sua amiga há mais tempo que ele!”
Perguntei abraçando o pescoço de Emmett.
“Desencana, Bella, quando chegar a hora você ouve.” Respondeu Emmett, olhando de
canto de olho para Mike.
“Tudo bem.” Concordei fingindo chateação e cruzei os braços.
“Bella, eu queria muito falar com você.” Mike falou, parecia tenso.
“Pode falar.”
“Tchau, crianças” Emmett saiu sorrindo, nos deixando a sós. Desconfiada era pouco
com relação ao que eu sentia.
“Eu queria te pedir uma coisa, promete que não vai ficar com raiva de mim?” Mike
disse meio sem graça, passando a mão em meu braço.
“Pára de drama, Mike! Pergunta logo!” Sorri e sentei em frente ao teclado, fazendo
umas notas. Ele pegou um banco e sentou ao meu lado.
Ele hesitou, parecendo querer se confessar. Eu já sorria mentalmente da situação.
“Bella, nos conhecemos desde que tínhamos doze anos de idade, eu aprendi a tocar
bateria para ficar mais perto de você, sempre fomos amigos, nós três...”
“Desembucha, Mike!” Comecei a tocar a música que estava na partitura, em frente ao

teclado. Era desconhecida, mas tinha uma melodia bonita. Mike estava tão tenso que
parecia arrependido de ter começado. Fiquei tocando para deixá-lo mais a vontade.
“Bella, você gosta de alguém, tem vontade de ficar com alguém?”
“Você sabe que não, se não, não precisava mentir por aí que você é meu namorado
nas festinhas que a gente vai.” Não sabia onde ele queria chegar.
“Já que você não gosta de ninguém, nem está interessada em ninguém, me deixa ser
seu namorado de verdade, pelo menos hoje à noite.”
“Por quê? Qual o motivo?” Parei de tocar e olhei para ele. Não estava entendendo.
“Por que eu quero. Eu adoro você. Você é a melhor amiga que eu tenho. Vocês são os
irmãos que eu não tive. E hoje é seu aniversário. Aniversário de uma pessoa muito
importante para mim. E como eu não sou parente seu, queria ser pelo menos seu
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namorado. E como você não quer namorar ninguém, fica comigo.” Suplicou
desajeitado.
“Mas eu sempre fico com você, só não quero namorar.” Expliquei e levantei. Tinha
algo estranho no ar.
“Pelo menos finja. Não vai custar nada.” Ele implorou, por um segundo tive pena dele.
Realmente, não custava nada. Mas que pedido estranho era esse? Mike parecia que
gostava de sofrer.
“Tudo bem... Mas você sabe que não é.” Dei um murrinho em seu braço. Ele sorriu e
saímos do estúdio.
Passei na cozinha, fizemos um lanche, depois fui para o meu quarto deitar um
pouquinho antes de voltar para o salão de beleza. Já fazia um bom tempo que eu não
pensava em Edward, naqueles olhos frios e distantes. Se eu soubesse onde ele
morava tinha mandado convite. Mas ele nem gosta de festa!
Às 20h00, eu estava pronta para a festa, com os cabelos cheio de cachos e solto,
usando uma maquiagem leve e discreta. Escolhi receber os convidados com uma
roupa de festa roxa, cheia de pedras, uma saia levemente rodada, blusa tomara que
caia e sandália. Nada muito Barbie. Usava uma tiara de pratas com diamantes, estilo
princesinha do papai. Eu ri disso, mas não podia deixar de dar esse gosto para ele. Eu
era realmente a princesinha Cullen.
Chegamos cedo à festa. Os donos da festa deviam receber todos os convidados na

porta. Até então, só tinha chegado o pessoal do cerimonial e uma moça com dois
adolescentes, conhecida do papai. Ele me apresentou, era uma mulher muito bonita,
tinha uns trinta anos, eu acho, e já tinha filhos adolescentes. Era Esme o nome da
conhecida do papai e seus dois filhos chamavam Rosalie e Jasper. A menina devia ter
uns quinze anos e ele uns treze. Muito bonitos os filhos dela, não pude deixar de
reparar, loiros.
A menina tinha um corpão invejável e olhos verdes. O menino parecia um anjo, tinha
os olhos bem familiar, castanhos cor de mel, lindos. Já devia tê-lo visto em algum
lugar pela sensação de familiaridade. Os cumprimentei, saí e aproveitei para dar uma
volta.
O salão de festas parecia um castelo externamente. Eu nunca fui muito ligada nessa
ostentação, mas meu pai fazia questão de festas assim, que saíssem em revistas e
tudo mais. A piscina estava cheia de luzes, com a cascata ligada, um clima de
quietude e luxo com as luzes coloridas. Eu andava e suspirava, um pouco nervosa, um
pouco ansiosa. Observava a decoração, o movimento de manobristas e seguranças,
enquanto isso o tempo passava.
Inesperadamente, vi um vulto perto de uma árvore e algo na postura me chamou a

atenção. Ele parecia querer se esconder.
Reconheci imediatamente.“Edward! É você?” Cerrei os olhos e me aproximei.
“Oi, Bella.” Disse fazendo careta, como se tivesse sido pego no flagra.
19 de 1595 26/05/2011 20:45

“Com quem você veio?” Dei um sorriso contente. “Você faz parte do cerimonial?”
Ele torceu os lábios com desgosto. “Minha mãe foi obrigada a vir, esqueceu? Ela é
funcionária e então, teve que vir.” Respondeu sério e passou a mão no cabelo.
“Por que você veio?” Perguntei me sentindo infeliz pelo seu tom de voz. “VOCÊ não era
obrigado a vir, se não queria!” Disse lutando para manter minha postura firme.
“Por que ela está com um problema no braço e não pôde dirigir.”
“Rá, e o que você estaria fazendo em casa?” Perguntei irônicamente.
“Com certeza coisas muito mais interessantes do que ficar vendo os ricos esbanjarem
poder, jogando dinheiro fora.” Apontou para mim com desdém. “Poderia, por
exemplo, estar lendo e estudando para ter um futuro onde minha família não
precisasse ser obrigada a ir à festa de riquinhos para agradar os patrões.” Disse em
tom de repulsa.
Instantaneamente, abaixei a cabeça, com a garganta cortada, completamente

ofendida com o tom de acusação e desprezo em sua voz. Depois olhei firmemente em
seus olhos e sussurrei. “Você não conhece a gente para falar assim de nós. Meu pai
NÃO é um riquinho esbanjador, e nós somos uma família, toda família faz festa de
suas filhas de quinze anos.” Disse secamente. Ele poderia ser grosso comigo como
quisesse, mas eu não agüentaria ouvir ninguém falar assim do meu pai. Ele é tudo na
nossa casa, mesmo tendo pouco tempo em casa, nos criou com dignidade, com amor
e dos ensinou a amarmos uns aos outros. “Você não devia falar de quem você não
conhece!!” Virei e ameacei sair.
“Eu conheço pessoas como vocês.” Falou com escárnio.
Antes que eu pudesse perceber, estava correndo rumo ao banheiro. Lá, respirei fundo
várias vezes, tentando me convencer que sua opinião não significava nada, depois
voltei para o salão, agindo como se nada tivesse acontecido. Mesmo assim, não
entendia como uma pessoa podia ser tão implicante e amarga assim.
Continua...
Notas Finais:
Oi!!! No próximo capítulo esse menino amansa. rsrsrs bjs Mandem
revuews
20 de 1595 26/05/2011 20:45

Capítulo 4- Primeiro beijo escrita por BIA BRAZ

Bella POV
A música já começara no salão, o que me dava certeza que minhas irmãs deviam estar
me procurando, respirei fundo e me direcionei a porta para receber os convidados.
Com uma capa de serenidade no rosto, recebi e cumprimentei as pessoas que eu não
conhecia, já as pessoas que eu conhecia abraçava e dava pulinhos animados,
principalmente os amigos da Califórnia.
As 22h00 eu já tinha recebido todos os convidados, a banda tocava uma música

ambiente, enquanto isso as pessoas conversavam e comiam.
A cerimônia iria começar em uma hora e iria durar nada mais que vinte minutos. Eu
ainda tinha um tempo antes de subir para me trocar. A ordem era: entrada das damas
e cadetes, minha entrada, entrada do meu pai com o anel e a apresentação da música
que eu cantaria para o meu pai. Foi esse o combinado. Decidi fazer assim para não
cansar os convidados.
Com o passar do tempo, já tinha esquecido totalmente o ocorrido de mais cedo. Eu

sou boa com isso, superar contratempos, então comia e conversava animadamente
com nossos amigos, não importando se Edward estava ou não lá.
Entretanto, depois de um tempo conversando e rindo, percebi Edward me observando

da porta. Fingi não perceber e continuei o que estava fazendo. Porém, em pouco
tempo já estava nervosa por me sentir observada, por isso o olhei de viés, tendo que
me controlar para não ir perguntar qual era a dele.
Tentando ser indiferente, fui falar com uns amigos que estavam perto da porta e,
embaraçada, olhei-o de novo de canto de olho. Ele continuava me olhando. Cada
passo que eu dava, ele me observava com os braços cruzados no peito. Argh, que
situação!
Não consegui disfarçar meu constrangimento, e quase tropecei em meus próprios pés
ao tentar fingir controle. Depois, distraída, olhei novamente para ele, e ele fez um
gesto com o dedo me chamando. Não estava mais tão sério. Até sorriu, quando eu
perguntei surpresa se era eu mesma. Não devia, mas por que eu não tenho amor
próprio, fui mesmo assim.
“Que foi?” Aproximei da porta e perguntei com altivez na voz.
“Não te dei seus parabéns.” Disse com a voz macia. Por um segundo fiquei congelada,
decifrando desacreditada o que ele tinha dito. Depois cheguei a uma conclusão: Ele
era louco, só tinha essa explicação.
“Não precisa, você não queria vir!” Retruquei com um sorriso sarcástico.
“Vamos lá fora para eu falar com você.” Ele sorriu meio torto, parecendo um
menininho querendo mostrar algo.
“Não!” Ofeguei, balançando a cabeça. “É minha festa, tenho que ficar aqui. Além
disso, não vou deixar você me deixar para baixo outra vez!”
“Deixe-me consertar isso.” Pediu carente. “Me dá uma chance.” Sussurrou, e agora eu
estava realmente chocada com o seu comportamento dúbio. Eu questionava
seriamente sua capacidade mental. Ou ele tinha problemas ou só queria me tirar do
21 de 1595 26/05/2011 20:45

sério.
“Cinco minutos.” Impus e saí com ele do salão, atrás dele, me autocensurando pela
falta de orgulho.
Depois de alguns passos, paramos no canto fora do salão. Ele se aproximou, com
olhar diferente e olhou-me com pesar. “Desculpe-me, Bella, você não merece tudo
que eu te falei.” Disse em um sussurro. Ele era bipolar. Só tinha essa explicação.
Devia sofrer de DPM: Distúrbio de personalidade múltipla. Não tinha como uma
pessoa pouco menos de duas horas atrás me tratar de um jeito hostil, depois, sem
mais e nem menos pedir desculpa.
“Você não precisava ouvir aquilo... Eu não queria estragar a sua festa.” Parou um
pouco e passou a mão no cabelo. “Só estou um pouco ansioso. Estou estudando
muito para conseguir umas coisas e isso me deixa tenso. Fico sempre com uma
sensação de perda de tempo.” Suspirou. “Mas já que vim, não quero que você fique
triste comigo. Semana passada, minha me falou do seu aniversário e pediu que eu
fosse a Port Angeles comprar algo. Ela não pode ir, pois nunca tem tempo. Então
quando você receber seus presentes, o da nossa família, família Hale, foi eu que
escolhi.” Ele já sorria espontâneo nessa hora.
“Tá bom.” Respondi desconfiada, ainda esperando o momento em que ele mudaria o
humor de novo e falasse algo rude.
“Não achei que seria obrigado a vir.” Continuou. “Então quando ela disse que eu tinha
que vir, fiquei realmente irritado.” Explicou novamente, olhou nos meus olhos e se
inclinou, com um sorriso torto irresistível, passando no mesmo instante a mão no
cabelo, que não era mais lisinho, era cortado arrepiado. “Mas agora que estou aqui, vi
que foi bom ter vindo. Foi muito bom vir te desejar feliz aniversário, você está linda!”
Disse com um risinho persuasivo e pegou em uma mecha do meu cabelo. No mesmo
instante senti o sangue se acumular em meu rosto, fazia tempo que alguém não me
deixava assim. Nas nossas últimas conversas, esse menino foi tão estúpido
que aquele momento em que ele estava normal foi bem diferente, no mínimo,
agradável.
“Obrigada por ter vindo.” Agradeci sincera e finalmente sorri. Eu não era rancorosa.
“Então estou desculpado?” Perguntou sorrindo torto de novo.
Meu Deus, como ele era lindo. Por um segundo viajei admirando o seu rosto. Ele não
tinha mais o rostinho infantil. Seu queixo ficou mais másculo, o olhar sedutor.
Instantaneamente, lembrei da sensação de eletricidade percorrendo meus dedos ao
tocar seu rosto dois anos atrás. Por um segundo me perguntei se sua pele ainda era
tão macia como antes.
Eu sabia que estava sendo muito fácil. Mas não tinha como resistir aquele sorriso
lindo. Ele parecia sincero no arrependimento, por isso resolvi baixar a guarda.
“Tudo bem. Eu não vou ficar com raiva do meu namorado no dia do meu aniversário.”
Dei de ombros brincalhona, com um risinho de canto.
“Então deixa eu te dar o seu abraço de feliz aniversário.” Ofereceu espontâneo. Eu

hesitei, mas dei um passo a frente. “Vamos esquecer as diferenças.” Abriu os braços e
me abraçou. Era um gesto amigo, daqueles que nos cobrem todinha. Ele não era mais
um menino magro, tinha ganhado corpo, seu peito era aconchegante. Hum... o
22 de 1595 26/05/2011 20:45

cheirinho era tão bom. O mesmo daquele dia. Cheirinho infantil, suavidade, talco,
flores.
Sem que eu percebesse, meu nariz estava em seu pescoço, e, involuntariamente, fui
movendo o nariz até sua mandíbula. Como no dia que o conheci, fui impelida a tocar
seu rosto com a ponta dos meus dedos, enquanto isso ele refazia tranqüilamente os
cachos dos meus cabelos com o dedo.
Estava flutuando. Nunca tinha me sentido assim. O seu perfume me hipnotizava, eu

não conseguia dominar os meus instintos. Queria continuar sentindo aquele cheiro,
tocando aquela pele, sentindo sua respiração. Eu ficaria em seus braços a noite toda.
Depois de um tempo, ele me afastou sorrindo, com o semblante sereno e apertou

suavemente minha bochecha. Cada atitude sua me surpreendia mais.
“Acho que se passaram mais de cinco minutos, Bella.” Lembrou com um sorriso
tímido. “Você não pode ficar fora da sua festa tanto tempo assim.” Segurou meu
ombro e me fitou intensamente.
“Er, é verdade.” Balbuciei, ainda fora de órbita. “Tenho que ir. A gente se vê depois.”
Dei dois passos atrás, andando de costas. “Não vá embora.” Exigi. Ele concordou e
continuou de costas como estava, sorrindo o sorriso mais lindo que eu já vi em minha
vida.
Edward POV
Ainda que eu soubesse que não poderíamos ser amigos, eu estava cansado de tentar
ficar longe. Por dois anos evitei encontrá-la, deixando de ir às confraternizações de
serviço da minha mãe. Porém, não vê-la nunca amenizou o que eu sentia. Desde o dia
em que a conheci, não consegui mais parar de lembrar-me do seu sorriso
deslumbrante. Na menor distração, eu lembrava, com fascínio, do seu jeito
descontraído e do modo como ela agia genuinamente simples mesmo sendo a filha do
Sr. Cullen.
Ao saber que tinha que vir, minha primeira reação foi me esquivar. Eu sinceramente
queria evitar vê-la, por isso tratei-a daquele modo quando nos encontramos. Mas após
ter destilado nela a minha fúria contra o seu pai, senti-me privado de alegria - da sua
alegria. Era como se vê-la indiferente, aumentasse minha tristeza. E com ela
espontânea, eu pudesse ser um pouquinho mais feliz. E por uma tolice minha estava
me privando disso.
Pensando assim, vi que precisava ao menos amenizar a situação, mesmo que eu

soubesse ser utopia qualquer pensamento envolvendo ela em minha vida. Ainda que
fosse só amizade. Sabia que nunca poderíamos ser amigos. Mesmo assim, não
custava deixá-la melhor.
Bella POV
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Voltei para o salão, sentei em uma mesa com uns amigos, depois fui falar com Emmett
que me encarava com cara de poucos amigos há um tempão.
“Quem era aquele cara que você estava conversando lá fora, Bella??” Inquiriu com as
sobrancelhas arqueadas.
“Um amigo.”Dei de ombros e coloquei um chocolate na boca, despreocupada.
“Ele é filho da funcionária do papai.” Disse como se isso fosse repulsivo.
“Como você sabe?” Perguntei curiosa. Era incrível como Emmett sempre observava
tudo.
“Meu pai apresentou uma funcionária para mim e as meninas mais cedo.” Explicou.
“Parece que eles são amigos de muitos anos, e seu amigo está lá sentado na mesa
dela agora. Se ela não é uma papa anjo, ele só pode ser filho.” Apontou com desdém
para uma mesa dos fundos. Eu acompanhei seu olhar e vi Edward sentado com a
mulher e com os adolescentes que meu pai me apresentou antes de começar a festa.
“Ele é só meu amigo, estava me dando os parabéns.” Tentei dar menos ênfase do que
o assunto realmente era.
“Tudo bem, vou te falar uma coisa: não se mistura com esses caipiras, além disso,
não brinca com a cara do Mike. Entendeu?”
“Ai, ai, Emmett! Não tenho nada com o Mike.” Me defendi, aborrecida.
“Não é o que ele acha.”
“Quer saber, não vou falar nada. Tenho que subir e me arrumar.” Dei as costas
impaciente. “Faz favor, avisa para o papai que dentro de vinte minutos o cerimonial
pode anunciar que eu vou entrar.”
“Tudo bem.”
“Ah, Emmett, encontra Alice para mim. Peça a ela que avise todas as damas e aos
cadetes que eu já vou descer em pouco tempo. E fala para ela depois ir lá em cima ver
como estou.
“Tudo bem, maninha linda, fique Bella.” Puxou-me e me abraçou forçado. “Vamos
começar logo essa cerimônia porque isso aqui ta parecendo velório.” Gargalhou.
Falei com mais alguns convidados e subi. No meio do corredor dei de cara com a
minha irmã Jéssica aos amassos com um dos cadetes bombados. Era horrível o
comportamento da minha irmã.
Às 22h55 a cabeleleira do cerimonial dava os últimos ajustes no meu cabelo. Eu

troquei o vestido que usava por um vestido de princesa lilás tomara que caia, com um
tecido transparente na barriga, com pedras nas laterais. Coloquei um colar e um
bracelete que combinavam com a coroa, olhei no espelho e estava pronta para descer.
Fiquei em um local escuro, dentro de uma espécie de gaiola de acrílico e alumínio, só

esperando a hora de descer. De lá, dava para assistir tudo que estava acontecendo lá
embaixo. Começou a música da entrada das debutantes com os cadetes, minhas
irmãs entraram na frente com o meu irmão e fizeram a coreografia, sendo seguidos
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pelos outros.
A próxima era eu. Suspirei, arrumei-me e dei sinal para o pessoal do cerimonial. A
música começou e eu desci lentamente com focos de luz em cima de mim e as
pessoas batendo palmas. Olhei para Edward, seus olhos aumentaram um pouco e ele
sorriu. Eu me senti bonita. Quando cheguei ao chão, o pessoal do cerimonial anunciou
a entrada do meu pai com meu anel, uma música se iniciou e ele entrou, colocando
seguidamente o anel em meu dedo.
Depois da entrada do papai, o cerimonial avisou que tinha uma surpresa para mim e
uma música começou, seguidamente minha mãe entrou. Eu fiquei surpresa, pois ela
disse que não apareceria. Após sua entrada, o cerimonial chamou atenção para
mostrar fotos evolutivas da minha vida, o que despertou muitos sorrisos. Só percebi
ao fim das apresentações que não teve nenhuma foto da minha mãe nas
apresentações.
Depois disso, seria o momento de fazer a homenagem ao meu pai. Eu nunca tive
medo de falar em público, mas estava nervosa, pois iria homenagear meu pai com
minha mãe ao do lado, quando eu tinha muito pouco para falar para ela.
Obriguei-me a pensar rápido e levantar uma solução.
“Boa noite, quero agradecer a cada um dos convidados aqui essa noite. Aos que
vieram por mim, aos convidados do papai, aos amigos da nossa família, aos meus
professores. Obrigada. Agradeço também aos que vieram por obrigação, para puxar
saco do papai.” Sorri, encontrando nesse instante o olhar minucioso de Edward. “Essa
festa não seria nada sem vocês. Aliás, obrigada por fazerem parte da nossa vida.”
Disse sinceramente, e as pessoas aplaudiram.
“Agradeço a você, mãe, a vocês meus irmãos, por existirem em minha vida. Sem
vocês eu não seria quem eu sou. Não seria feliz como sou. Quando falo irmãos, inclui
meus amigos também, tá!!” Olhei para Mike e sorri.
“E enfim, quero agradecer a você, papai: Carlisle Cullen. Você é meu exemplo de vida.
Quando crescer, quero ser igual você.” Sorri e pisquei brincalhona. “Justo, honesto,
trabalhador. Você não é apenas um pai. Você é tudo para mim e para os meus irmãos.
É um exemplo de complacência. EU TE AMO MUITO.” Disse com emoção, todos
aplaudiram.
“Bom, hoje é minha festa de 15 anos e eu escolhi homenagear você.” Murmurei

manhosa, e a banda começou a tocar a introdução. “Essa música é uma composição
nossa: Alice, Jéssica, Emmett e eu.”
Uma virada na bateria e eu cantei.
Você mudou a sua vida. Você viveu pra nos fazer feliz, você me ensinou que o amor,
é maior, do que eu pude imaginar. A minha vida você fez brilhar, como essa luz que
vem dos seus olhos, por isso eu amo ouvir a tua voz, que saber, eu amo você.
É tão difícil achar um jeito pra dizer e falar tudo que penso e sinto por você, eu só sei
que o adoro. Eu aprendi viver e sempre sonha, e não sofrer, quando acordar e não
encontrar o que sempre sonhei. Você é mais que um sonho suave de amor é real na
minha vida, pai.
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Após a minha música, o clima de emoção pairou no ar, logo o cerimonial assumiu e
avisou que a seguir teria a valsa do pai, do padrinho e do amigo. Assim aconteceu.
Dancei com o papai, sendo conduzida seguramente na dança. Por vezes, eu olhei para
a mesa dos fundos e Edward parecia entediado, porém permanecia lá.
Suspirei e percebi que eu gostaria muito de dançar com ele.
Após a dança com o meu pai, dancei com Emmett, que me rodopiou sorrindo pelo
salão. E então, seria a última dança da aniversariante, a qual seria com o Mike, em
seguida todos poderiam invadir a pista, enquanto eu iria subir para me trocar.
Estava dançando com Mike e ele alisava o meu braço, de um jeito muito carinhoso.
“Está gostando?” Perguntou de um modo estranho, parecia querer flertar.
“Melhor, impossível. Estou feliz.” Sorri com convicção.
“Está lembrando que somos namorados?” Perguntou e pegou uma mecha do meu
cabelo. Lá vinha o Mike com essa conversa.
“Não sei por que você quer isso, nada a ver!” Respondi com uma careta.
“É minha vontade, não custa nada.” Insistiu.
“Tudo bem, mas é só na sua cabeça.” Dei de ombros.
“Me deixa beijar minha namorada?” Perguntou e segurou no meu rosto.
“Não!!” Balancei a cabeça e olhei para todos os lados, com medo de alguém, qualquer
pessoa, ter visto. “Esquece essa idéia.” Bati irritada em seu ombro.
Ele sorriu divertido. “Tá, um dia você me beija.”
Revirei os olhos e olhei interessada para o salão. Edward não estava mais em sua
mesa, embora sua mãe estivesse. De repente, há algumas mesas de distância,
Edward apareceu, sorriu torto e fez sinal perguntando se eu dançava com ele a
próxima música. Ainda que eu soubesse que tinha que subir, acenei que sim.
Terminei de dançar com Mike, ele aproximou, apoiou a mão em minhas costas e me
tirou para dançar.
“Você era tão tímido há dois anos, nunca imaginei que gostasse de dançar.” Comentei
admirada com a sua desenvoltura na pista de dança.
“Minha mãe nos obrigou a aprender. Quando ela está de folga, põe música e dança
conosco em casa.”
“Hmmm, legal.” Murmurei e inspirei novamente seu perfume. “Eu tenho que subir
agora e me arrumar.” Avisei chateada.
“Vai trocar de roupa de novo?”Afastou-me e olhou minha roupa. “Mas está tão bonita.”
“Pois é, não dá para dançar até de manhã com essa roupa e esse salto fino.”
Resmunguei, já sentindo uma dorzinha no pé. Mesmo que eu quisesse ficar ali em
seus braços, sentindo aquele perfume, eu não podia. A boate já ia se armar,
exatamente a meia noite. Eu não tinha mais do que vinte minutos para me arrumar e
descer. “Então, tenho que ir mesmo.” Avisei já me preparando para sair.
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“Quando você voltar, não vou estar mais aqui. Então parabéns de novo e até uma
próxima.” Falou e tocou suavemente meu rosto.
Ah, não, não queria que ele fosse embora de novo, podia ser que eu nunca mais o
visse, afinal ele já tinha dezessete e no máximo em um ano, ele já iria para a
Universidade.
“Não vai ainda não, me espera enquanto eu me arrumo.” Pedi carente. “Eu fico aqui
na festa só um pouquinho e a gente foge lá para fora!” Propus com uma piscada.
Ele pareceu surpreso com o meu pedido, depois sorriu parecendo analisar.
“Afinal, hoje é meu aniversário e você me prometeu uma coisa há dois anos.” Sugeri
admirada com o que eu falei, pior, com que eu pensei.
“O que? Não me lembro?” Ele perguntou sorrindo.
“Espere, que eu te falo.” Soltei-o na pista, sem lhe dar chance de pressionar e subi
correndo.
Arrumei-me em um pulo, vesti um vestido de couro preto, colado e tomara-que-caia,

uma bota cano longo, soltei o cabelo e retoquei a maquiagem. Desci correndo e a
banda se preparava para agitar. A fumaça já subia, o jogo de luz foi ligado e a banda
iniciou com anos 60. Adoro!! Todo músico gosta de fhash back, e não seria um
bailinho se não tivesse túnel do tempo.
Ansiosa, olhei em todos os lados procurando Edward. Encontrei-o encostado em uma

pilastra no meio do salão, olhando-me. Fiz sinal com a palma da mão para ele esperar
e ele sorriu. Então, sim! Ele ia me esperar.
Juntei-me aos meus amigos já pulando, peguei os óculos, bracelete e fru fru que
estavam sendo distribuídos, e fui dançar com Alice, Jéssica e os nossos amigos. De
vez em quando eu olhava para o lado e ele continuava lá, de braços cruzados. Dancei
várias músicas, aplaudi a banda, mas estava ansiosa. Eu tinha que conseguir fugir das
meninas para ir para perto dele. Então falei pra Alice que ia ao banheiro e desviei o
caminho. Aproveitei que estava escuro, puxei-o pelo braço e corremos para o jardim.
Chegamos lá jardim ofegando como crianças que se escondem de alguém.
“Então, o que eu te prometi dois anos atrás?” Perguntou logo que recuperamos o
fôlego.
Ai meu Deus! Sempre eu tinha que tomar frente de tudo. Hesitante, pus a mão no
peito e ainda respirava difícil, tentando ganhar coragem para falar. A minha sorte é
que eu sabia o que eu queria. Já tinha decidido. Não ia deixar passar.
“Bella, O que eu prometi há dois anos?” Ele aguçou o olhar, realmente curioso. Será
que ele não sabia mesmo!?!
“Que quando eu completasse 15 anos me daria meu primeiro beijo.” Falei em um

fôlego só. Nem acreditei que falei.
Ele ficou parado, me analisando, parecia que tinha congelado. Nossa, quê que tinha?
Só um beijo! Com certeza ele já tinha beijado alguém nos últimos dois anos.
Ele deu um passo atrás, cauteloso. “Olha, Bella, eu não vou te beijar.” Foi o que ele
respondeu. Como assim? Como um garoto passa minha festa toda me encarando, dá
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o maior mole e agora se esquiva de um beijo!
“Por quê?” Perguntei ofendida pela rejeição. Será que ele tem namorada?
“Tem muitas respostas, mas a principal delas é por você ser filha do Sr. Cullen.”
Explicou e tocou o meu rosto com carinho, provavelmente tivesse percebido a mágoa.
“Não consigo entender o seu ressentimento com o meu pai.” Resmunguei, olhando
para o chão.
“Não vamos falar sobre isso, já vi que você o ama e eu não quero mais estragar o seu
aniversário.”
Eu respirei fundo, derrotada e, por um instante me permiti sentir seus dedos deslizar
em meu rosto. Eu não podia aceitar que terminaria assim. Ele também devia sentir
algum interesse em mim, no mais, não teria ficado me cercando a noite toda. Seria só
por arrependimento? Não creio.
“Você não me deu um presente de aniversário, devia me dar.” Comentei com bico de
criança teimosa. “Quem me deu foi sua mãe.”
“Mas fui eu quem escolheu.” Disse segurando o meu queixo. Se ele não queria me
beijar, por que olhava tanto para a minha boca?
“Mas não foi nada seu.” Acusei, com uma idéia pulsando em minha mente.
“Eu não trabalho, Bella, não tenho dinheiro sobrando para comprar presentes assim.”
Disse meio frustrado, tirando a seguir a mão do meu rosto.
“Eu não quero nada que lhe custe dinheiro.” Dei um passo à frente, ele se afastou e
encostou-se a uma parede. Mesmo assim, me aproximei de novo e olhei-o com
determinação. “Eu quero beijar você.” Sussurrei tentando soar sensual, mas,
inexperiente, não sabia como agir.
Ele me olhou com um olhar de indecisão e ao mesmo tempo de tortura. Então, tirei
proveito do fato dele não poder se afastar, cheguei perto, ao ponto de encostar meu
corpo do seu, peguei no seu rosto e acariciei sua bochecha. Ele continuou parado,
como se não se permitisse sentir, olhando nesse tempo em direção ao chão. Ainda
assim, eu não desisti. Fechei os olhos, levei a mão a sua nuca e encostei nossos
rostos, familiarizando-me com a sensação de dois anos, a eletricidade que percorria
minha pele. Ele soltou uma respiração profunda.
“Eu não estou fazendo nada.” Murmurou baixinho.
Rá! Que isso?! Será timidez, medo do meu pai??
“Eu estou... ponha a culpa em mim...” Disse baixo, na altura do seu ouvido.
Ele fechou os olhos, passou a mão no cabelo e parou de olhos fechados, com a
cabeça baixa, a mão apertando a fronte, parecia estar queimando os neurônios.
Mas eu não ia desistir, não ia deixar de experimentar aquela sensação de novo. Logo,
continuei roçando meu rosto no dele, sentindo o cheiro de sua pele. Eu precisava de
coragem para prosseguir, se me afastasse um pouco, talvez minha determinação se
esvaísse.
Enfim, dei pequenos beijos no rosto, na bochecha, no queixo, perto dos lábios, e ele
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não reagia. Parecia que estava se permitindo usar. Mesmo assim, prossegui, encostei
minha boca na dele, dei uns selinhos, então eu lembrei... Não sabia beijar!!
Nunca aprendi, nunca treinei com a laranja!! O que fazer?? Meu cérebro entrou em
parafuso.
Como por instinto, fui beijando de leve os seus lábios, acostumando-me com a
textura, criando intimidade, todavia ele não abria a boca. Fui me encostando mais ao
seu corpo, ouvi um suspiro longo e senti que ele cedeu, colocando depois uma mão na
minha cintura.
Eu não sabia mais o que fazer, mas lembrei dos beijos de novela, em que as pessoas
abrem a boca, então abri a boca no lábio superior dele e comecei a passar a língua
bem devagar, como se experimentasse um doce.
Teve efeito, pois senti sua respiração aumentar o ritmo.
Continuei tentando, estava bom, os lábios dele eram doce, a respiração gostosa. Aos
poucos, fui me sentindo dona da situação e experimentei partir sua boca com minha
língua, sutilmente.
Em resposta, ele apertou a minha cintura e abriu a boca devagar, como se estivesse
se rendendo a uma luta interna. Seguidamente, já correspondia ao meu beijo,
parecendo que por instinto, sugando meu lábio bem devagar.
Ainda era um beijo muito tímido, ainda assim eu sentia calafrios percorrerem as
minhas costas.
Após uns minutos, ele começou apertar minha cintura e foi aumentando a intensidade
do beijo, sugando meu lábio mais forte, soltando um sonsinho que parecia um
gemido.
Eu experimentei inserir mais um pouco a língua em sua boca, ele recebeu, acariciou-a
com a sua, e eu senti um tremor me invadir da cabeça aos pés, queimando na boca do
estômago. Era como se tivesse um elevador subindo e descendo pelo meu corpo.
Ele começou a me apertar rudemente contra o seu corpo, passando as mãos em

minhas costas. Eu não conseguia controlar a minha mão, passei-as nos seus cabelos,
e em um ritmo que só aumentava, eu queria mais. Eram tão novas essas sensações...
Buscando ar, parei de beijar a sua boca e, sem pensar muito, desviei os lábios para o
seu pescoço. Não era mais hesitantemente, parecia que estava fora de mim, não me
conhecia mais, só pensava em sentir seu gosto em minha língua, explorá-lo, prender
meus dentes em sua pele.
Ouvi um murmúrio bem baixo e sem firmeza. ”Pára, Bella, por favor.” Parecia uma
súplica, mas não era exatamente isso que queria, pois desceu a mão para meu
quadril, apertou-me ao seu corpo, levou os lábios a minha orelha e deslizou sua
língua. Deus, o que era isso que eu sentia? Meu corpo desfalecia e parecia cantar ao
som do seu lábio dançando da minha orelha ao meu pescoço.
Eu correspondi, devolvendo beijos em seu pescoço, e após uma briga por domínio, ele
me afastou, olhou-me com olhos quentes e atacou, faminto, a minha boca. Agora num
ritmo bem diferente, lambendo meus lábios com a ponta da língua e mordiscando,
além de gemer baixinho. Eu me perdi de novo. Não sabia mais o que fazer, depois
resolvi fazer as mesmas coisas e, uau, era extasiante! De repente, minha pele parecia
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pegar fogo. Nada mais tinha sentido. Tudo era correntes e sensações.
Como somente com beijos uma pessoa conseguia sentir tantas coisas?
O beijo se transformou em uma briga sucções e apertos. Nós nos completávamos,

parecíamos experientes, tudo estava sintonizado, sua boca era gostosa, sua língua
gentil, eu mordiscava, sugava, ele buscava a minha língua, segurava a ponta com os
dentes, enquanto isso nossas mãos vagavam um pelo outro, fosse no cabelo, costas.
Foram minutos e minutos sem fim de ofegos, suspiros e ritmo louco. Era extasiante e
a cada minuto eu me sentia ferver. Ofegávamos por ar, mas não nos soltávamos,
como se apegássemos a vida.
Após um tempo, ele pegou a ponta da minha língua, mordeu, ficou suspirando e
mordiscando levemente. Aos poucos, foi se acalmando, respirando mais lentamente,
parou e me abraçou com a cabeça em seu peito.
Continuamos calados por alguns minutos, minha coragem tinha esvaído como ar.
“Que primeiro beijo bom.” Sussurrei, sorrindo em seu pescoço.
Ele ficou calado um pouco, beijando meu cabelo, depois de um tempo sussurrou.
“Foi meu primeiro também.”
“Não precisa mentir.” Censurei. Tinha sido um beijo muito bom para ser seu primeiro.
“É sério. Nunca ninguém teve coragem de me atacar assim.” Sorriu e me afastou para
me olhar. “E eu realmente não preciso mentir.” Me beijou de novo levemente, um
beijo de lábios, gentil.
“BELLA!! TÁ TODO MUNDO TE PROCURANDO LÁ DENTRO!!! QUÊ QUE VOCÊ TÁ

FAZENDO AQUI??”
Sobressaltada, dei um pulo para me afastar dos beijos. Era Emmett gritando.
“Já estou indo.” Respondi desorientada, passando depois a mão no meu vestido
amassado, temendo o olhar que Emmett dava para Edward. “Edward...” Olhei sem
jeito para ele, suplicando com o olhar que ele me esperasse para conversarmos.
Emmett interrompeu.
“BELLA, VEM LOGO!!!” Gritou de novo. Argh, como meu irmão era mal educado.
Parecia o homem das cavernas.
“Então vem comigo, Emmett.” Eu não iria deixar meu irmão sozinho com Edward, ele
podia esmagá-lo.
“Tá!” Respondeu entre dentes e me puxou encarando Edward. “FIQUE LONGE DELA!!”
Apontou o indicador para Edward e saiu me arrastando enquanto eu olhava para trás.
“Edward! Me espere!!” Gritei, já chegando à porta de entrada.
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Ele não respondeu.
Continua...
Notas Finais:
Mandem reviews. 100 pontinhos para vcs
bjus
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Capítulo 5-Fim da festa escrita por BIA BRAZ

Capítulo 4- O tratamento by bia braz
Capitulo 04- O tratamento
Bella POV
Quando entrei no salão, todos tinham parado de dançar. Pareciam estar me esperando
para alguma coisa. Eu não entendi o que estava acontecendo, mas vi que Emmett se
posicionou em frente ao teclado da banda e começou a introduzir uma música.
Será que o Emmett ia cantar a música que ele estava ensaiando à tarde?
De repente, uma voz: “Bella, eu fiz essa música para você. É de coração. Uma
homenagem do seu namorado.”
Sobressaltada, cerrei os olhos em direção a Mike em cima do palco e fiz uma careta de
censura. Por isso aquela conversa de ‘sou seu namorado’.
“Sorri, Bella, disfarça.” Alice falou no meu ouvido.
Preocupada, olhei para trás e vi Edward encostado na porta. Eu não sabia como olhar
para ele, como explicar aquilo. Ele parecia surpreso. Até eu estava surpresa!
A música se iniciou:
Olhe nos meus olhos e verá o que você significa pra mim. Procure em seu coração,
procure em sua alma e quando você me achar lá não irá mais procurar... Eu posso te
dar tudo, ... Nenhum outro poderia te dar mais amor ... Não tem jeito, não há nada
que eu queira mais Sim, eu posso lutar por você, eu tenho caído por você, eu tenho
andado na linha por você, sim, eu morreria por você sabe que é verdade. Tudo que eu
faço, eu faço por você
Enquanto ele cantava, sorriu para mim e me chamou para o palco com o dedo.
“Vai, Bella, não seja difícil, coitado!” Alice disse me empurrando. Às vezes tinha
vontade de matar a minha irmã.
Eu fui, toda desconcertada, sem saber o que fazer. Disfarçando, olhei para a porta e
Edward me olhava inexpressivo.
Quando Mike terminou de cantar, as pessoas gritavam: “Beija, beija!!”
“E aí, Bella, posso beijar você agora?” Perguntou presumido e segurou em meu rosto.
Ah!! Você me paga Mike!! Você armou para mim.
“Você sabe que não somos namorados.” Falei entre dentes, forçando um sorriso para
disfarçar minha insatisfação das pessoas.
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“Você disse uma hora atrás que tudo bem. Então continue fingindo.” Ele disse com
olhar satisfeito.
Eu não podia acreditar que isso estava acontecendo comigo.
“Relaxa, Bella.” Levantou meu rosto e encostou os lábios nos meus. Bem rápido, mas
tempo suficiente para eu me remeter com pesar a minutos atrás.
Todos gritaram após o beijo. Foi horrível! Até meu pai sorria, Alice pulava e assoviava.
No mesmo instante, olhei para a porta e Edward não estava mais lá. Imediatamente,
pedi para o pessoal da banda voltar a tocar e desci correndo para procurar-lo.
Emmett veio atrás de mim, me chamando e eu não dei ouvidos.
Procurei em todos os lugares possíveis, cascata, jardim, lateral, e ele não estava. Por
fim fui ao estacionamento ver. Ele estava perto de um carro, e já ia entrar, somente
esperando pela mãe e pelos irmãos.
Ansiosa, corri para chegar antes que ele saísse.
“EDWARD! NÃO VÁ!!” Pedi, quando me aproximava mais.
“Não temos mais o que fazer aqui.” Respondeu sem olhar para mim. Não parecia estar
chateado.
“Por favor, não vá, eu ainda quero falar com você.” Insisti. Eu precisava lhe explicar.
Ele passou as mãos nos cabelos e olhou-me com os olhos frios. “Bella, não...”
Decidida a não deixá-lo sair sem falar comigo, parei na porta, impedindo-o de fechar,
e não me importei o fato de estar fazendo show.
“Fala com ela, Edward. Não seja mal educado.” A mãe dele pediu.
Ele levantou impaciente, fazendo-me dar um passo atrás, bateu a porta atrás de si,
depois saiu andando pelo estacionamento.
“Me responde, pelo amor de Deus, Bella, qual é a sua?” Perguntou irritado, ainda
sendo seguido por mim. “O que você quer de mim?” Parou e me encarou.
“Me dá seu telefone, ou me fala onde você mora.” Pedi estalando os dedos, tentando
controlar a ansiedade.
“Pra quê?” Pôs a mão na cintura, cético. “Não vê que somos de mundos diferentes,
temos vidas diferentes. Por favor, me deixe em paz! Esquece que essa noite existiu.”
Falou e deu as costas, mexendo nervosamente no cabelo.
“Não!!” Teimei. “Eu não quero esquecer! Você foi a melhor coisa que aconteceu na
minha noite.” Tentei convencê-lo, segurando em um braço seu.
“Mais uma mentira, Bella?" Perguntou sarcasticamente, olhando com repulsa para
minha mão no seu braço "O seu namorado está lá dentro te esperando. Você devia ter
mais consideração por ele depois daquele showzão lá dentro!” Ele se afastou para que
eu o soltasse.
“Ele não é meu namorado!” Grunhi.
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“Vocês se merecem! Ele é um idiota e você uma mentirosa que brinca com a cara das
pessoas.” Murmurou com um ódio inexplicável. “Mas é bom que você saiba: eu não
sou seu brinquedinho.” Disse num tom mais alto.
“Eu não acho isso.” Suspirei derrotada. “Também não menti para você.”
“Não!?” Arqueou a sobrancelha. “Duas vezes só hoje.” Murmurou e deu as costas.

“Mas eu não acreditei em nenhuma delas. Eu não sou tão fácil assim de ser iludido.”
Argumentou com amargura, depois olhou de volta para mim, com acusação no olhar.
“Tudo na sua vida deve ser uma mentira, não é?!”
“Quer saber, você acredita se quiser. Eu não estou mentindo, mas você é muito dono
da razão. Então que se dane!” Bati uma mão na outra e fiz menção de sair. Emmett,
que estava me observando desde que saí do salão, se aproximou e se pôs em minha
frente protetoramente, lançando olhar de ameaça para Edward.
“Eu não falei para ficar longe da minha irmã!!!”
“É ela quem não sai de perto de mim!!!” Edward respondeu na mesma altura,
devolvendo o olhar ameaçador.
Confuso, Emmett me olhou com indagação. Eu afirmei sua pergunta muda, abaixando
os olhos. Ele suspirou. “De qualquer maneira, seu caipira, se eu ver você a menos de
cem metros da minha irmã, você vai sentir as conseqüências!!”
“Pára, Emmett! Não ameace ele!!” Abracei Emmett, empurrando-o com meu corpo,
não queria que as coisas ficassem piores.
“Pode deixar, eu nunca, por minha própria vontade, vou chegar perto dela. E não é
por medo de você, é porque a presença de vocês me faz mal!!” Edward falou em um
tom de repulsa, depois foi embora.
Emmett percebeu que eu estava arrasada e abraçou mais calmo, o meu ombro.
“Eu não estou acreditando nisso, Bella? Você gosta desse caipira esquisito??”
“Não, não é isso. É a situação que é muito chata.” Respondi atordoada.
Emmett beijou a minha testa e continuamos andando rumo ao salão.
“Bella, eu não sei do que se trata, nem quero saber. Só sei de uma coisa, é sua festa e
você tem um papel a cumprir: se divertir. Então lave o rosto e volte para a festa que a
gente vai dançar até amanhecer.” Propôs animado, deixou-me na porta do banheiro e
voltou para o salão.
Quando voltei para a festa, tocava funk e a mulherada estava enlouquecida. Sem mais
nada para fazer, resolvi curtir. A festa bombou até cinco e meia da manhã. Dançar
sugou todas as minhas forças e mágoas. Deu para esquecer momentaneamente os
acontecimentos.
**
No dia seguinte, acordei umas duas da tarde, zonza de cansada. Todos estavam
acordados e esparramados pelo sofá. Meu pai estava sentado em uma poltrona na
varanda, lendo o jornal.
“Bom dia” Dei um beijo nele e sentei em seu colo. “O que achou da festa, papi?”
34 de 1595 26/05/2011 20:45

“Linda, perfeita e emocionante.”
“Cadê a mamãe? Ela não quis ficar aqui em casa?”
“Não. Ela veio com um namorado e preferiu ficar no hotel. Ah, vocês vão sair com ela
hoje à noite, ok? Ela tem que ir embora amanhã.”
“Tudo bem.”
Sentei em uma cadeira perto dele e perguntei uma coisa que estava me deixando
curiosa. “Pai quem era aquela mulher que o senhor apresentou ontem no começo da
festa, a Esme, eu sei que ela é sua funcionária, mas você conhece ela de onde?
Emmett que assistia TV, olhou para mim com indignação. Ele sabia o que eu queria
saber.
“Somos amigos de infância, é uma longa história.” Papai respondeu evasivamente.
“Eu quero ouvir.” Insisti.
“Vou resumir. Tive uma paquera com ela quando éramos adolescentes, depois
brigamos e cada um de nós ficou com um amigo do grupo para provocar um ao outro.
Éramos muito crianças. Eu fiquei com sua mãe e ela com o Phil. Mas aí comecei a
namorar sério com a sua mãe e ela com o Phil. Meses depois ela e sua mãe
engravidaram. Quase na mesma época, ainda no ginásio, com apenas dezesseis
anos.”
“Mas você gostava dela quando ficaram?” Perguntei curiosa.
“Ah, Bella, era coisa de adolescente.” Deu de ombros, notavelmente fugindo do

assunto.
“E depois, como ela veio trabalhar na sua empresa?”
Emmett levantou aparentemente irritado com o meu interrogatório e foi para cozinha.
“Olha só, as duas eram da mesma sala e estavam grávidas. Isso fez com que elas
ficassem muito amigas, afinal, estavam passando pelas mesmas coisas. A diferença
era que Phil era pobre e não gostava de estudar. Mesmo assim, ela casou com ele.
Quando elas engravidaram, eu estava indo para a faculdade na Califórnia e meu pai
comprou uma casa lá para gente. Sua mãe só foi quando a Jéssica estava com dois
meses. Um ano depois que o filho de Esme nasceu, ela ganhou uma bolsa na
Califórnia e pediu para Renée para ficar na nossa casa, porque ela não tinha como
pagar estadia. Nós aceitamos. Não custava nada, e ela era amiga de sua mãe. Ela
vinha mensalmente ver o filho que ficou com a avó, e sempre vinha passar as férias
com o filho e o Phil.
Dois anos depois, sua mãe já tinha o Emmett e estava grávida de você. Aí Esme
engravidou de novo, trancou um semestre e teve o bebê em casa. Assim que
passaram os meses, ela voltou. Ela era muito batalhadora. Trabalhava em uma
lanchonete para mandar o dinheiro para os filhos. Era muito difícil para ela. Phil não
ajudava com dinheiro, vivia com mulheres e só queria saber de jogo e bebida. Então
ela se separou dele.
Sua mãe nessa época fazia artes - dança - e queria muito sair viajando com a
companhia da faculdade. Estávamos infelizes e ela queria ir embora. Eu pedi para o
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meu pai comprar um apartamento para ela, e a Esme foi morar com ela até terminar a
faculdade.
Mesmo assim, eu não perdi o contato com a Esme, porque ela fazia Jornalismo
também, e eu estava cinco semestres a frente dela. Então ela sempre me pedia livros
ou alguma ajuda com a matéria.
Depois me formei e assumi as empresas do meu pai, perdendo assim o contato com
ela por anos. Só há uns cinco anos atrás que ela me ligou me pedindo emprego, aí eu
a coloquei no escritório de Forks como assistente, era a vaga que tinha.
Depois a Sra. Susan se aposentou e, como Esme é muito competente, deixei o

escritório de Forks nas mãos dela. Ela faz um excelente trabalho. Só é ruim porque ela
não tem muito tempo para os filhos. Assim como eu, ela tem que viajar e ir às
reuniões.
É complicado para ela, mas ela tem se saído muito bem.” Explicou satisfeito, depois
olhou estranhamente para o horizonte. “Sabe que só ontem descobri que ela teve
mais um filho?!” Pareceu falar mais para si. “Ela deve ter continuado se encontrando
com Phil mesmo separados.” Completou pensativo.
“Interessante essa história, pai.” Que mundo pequeno - pensei.
“Porque o interesse por ela?”
“Achei-a bonita.” Respondi sugestivamente.
“Ai, Bella, esquece, ela é funcionária.” Disse com um pouco de descaso, mas tinha
algo escondido em sua resposta.
“Mas que preconceito é esse? Você já teve até um romance com ela!!”
“Não é preconceito. Existem coisas que não dá para misturar, são mundos diferentes,
vidas diferentes. Somos adultos agora. Tudo mudou. Ela é... Não sei, funcionário é
funcionário!”
Quando olhei para o Emmett, ele estava sorrindo com a resposta, como se tivesse
gostado de algo no fim da conversa.
Conspirador, Emmett se aproximou sorrindo e disse: “Pai, depois vou contar um

episódio para o senhor.”
Olhei para ele com olhar ameaçador, levantei e voltei para meu quarto. Lá, fiquei
pensando na história que meu pai contou, pensei na noite anterior... Queria tanto
que Edward não ficasse com aquela imagem de mim. Suspirando, passei horas
pensando nos nossos beijos, ao fim, senti uma dor me cortar ao pensar que não teria
nenhuma chance de ao menos conversar.
Continua...
Notas Finais:
adicionem o perfil da fic no orkut, please.http://www.orkut.com.br
/Main?cmm=86113045&tid=5370138326720559629&
start=1#Profile?uid=12750161019526638079
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Capítulo 6- O tratamento escrita por BIA BRAZ
Capítulo Tratamento.
Bella POV
Quase onze meses se passaram desde que vi Edward pela última vez. O tempo passou
rápido. Jéssica começou Biologia em Seattle mesmo. Ela não quis morar sozinha em
outro lugar. Era o ultimo ano escolar de Emmett e em sua formatura iríamos tocar.
Estávamos super empolgados. Alice continuava um bebezão, manhosa e pegajosa.
Aparentemente ela era a que mais sentia falta da mamãe.
Mike continuava vindo aqui em casa quase todos os dias para ensaiarmos. Ele
ultimamente estava mais ousado, vivia dizendo que iríamos nos casar um dia,
resolveu alisar meu rosto, me abraçar mais e vivia tentando roubar beijos. Eu não
estava nem um pouco a fim. Mas se ele gostava de mim, não iria magoá-lo.
Às vezes me pegava pensando em Edward. Já tinham passado meses desde a minha

festa, e eu continuava pensando nele como se fosse no dia anterior. Sabia que não iria
vê-lo mais, afinal ele já devia estar indo para alguma faculdade. Todavia, em qualquer
minuto de distração, ainda sentia o toque dele, seu cheiro, a sensação de estar em
seus braços. Doía saber que não o veria mais.
Em um sábado de manhã, fazíamos o lanche matinal, eu, Emmett e meu pai, quando
algo que meu pai disse chamou minha atenção. “Emmett, preciso que você vá a Forks
hoje para mim. Dei folga para o motorista e não posso ir lá.” Papai pediu e levou seu
café amargo aos lábios.
“Fazer?” Emmett perguntou com a boca cheia de pão.
“Buscar uma pessoa no escritório.”
“Tudo bem.” Respondeu com um dar de ombros.
“Tchau crianças. Até mais tarde.” Carlisle me beijou e levantou da mesa.
Eu continuei comendo, pensando nesse tempo em uma maneira de persuadir Emmett

a fazer o que eu queria. “Emmett, deixa eu ir com você?” Pedi fingindo
despreocupação, enquanto passava nutella na torrada. Ele sabia o que eu queria.
“Pra quê?” Ele não conseguiu esconder a chateação com o meu pedido.
“Passear. Estou à toa hoje.” Respondi com um dar de ombros.
“Nem se anime, não tem a menor chance de você encontrar o caipira.” Censurou. Meu
irmão me conhecia demais e era esperto demais.
“Uai, por quê? Talvez eu pegue o endereço dele com a mãe dele.” Sugeri cinicamente.
“Eu não acredito que você vai procurar aquele cara depois do que eu vi no
estacionamento.” Balançou a cabeça, cético. “Se valorize, Bella!! Você não está com o
Mike?” Acusou indignado.
“Putz, quantas vezes tenho que dizer que não estou com Mike!!” Joguei a mão no ar,
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impaciente. “E eu não vou atrás dele. Quero só sair com você, posso?” Dissimulei e
lancei meu olhar pidão, tentando enganá-lo.
“Acho que eu te conheço muito bem para acreditar nisso. Como você tem mau gosto!”
Já estava cedendo.
“Emmett, dá um tempo! Me espere que eu vou me arrumar.” Falei e sai sorrindo

vitoriosa.
A viagem durou uma hora e meia e, ao chegarmos a Forks, prestei mais atenção na
cidade. Era linda, calma e verde. O escritório do papai era localizado em um dos
únicos prédios modernos da cidade. Lá trabalhavam quatro funcionários. Entramos,
cumprimentamos todos e Esme sorriu para mim de um jeito estranho quando a
cumprimentei. Instantaneamente lembrei-me da cena no estacionamento. Ela
provavelmente nunca esqueceria.
“Oi, Esme, meu pai me mandou buscar alguém aqui.” Emmett disse e foi até o filtro
beber água.
“Espera um pouco que eu vou dar um telefonema.”
Ela saiu, telefonou e disse para nós aguardarmos dez minutos. Ficamos esperando
enquanto assistíamos TV na recepção. Depois de algum tempo, olhei para o
estacionamento e meu coração disparou. Era meu dia de sorte.
O carro da Esme estacionou com duas pessoas dentro. Desceram do carro Edward e
seu irmão caçula, caminhando em seguida em direção ao escritório. Ele entrou no
escritório sorrindo, quando nos viu, fechou a cara e não nos cumprimentou.
“Oi, mãe.” Cumprimentou a Esme e a beijou.
“Oi, Edward. Não vai falar com as visitas?” Apontou para nós.
“Boa tarde.” Nos cumprimentou sem nos olhar.
Ele não esperou que respondêssemos e foi se direcionando a porta para sair. Foi uma
situação muito chata. Não imaginei que depois de quase um ano aconteceria.
“Jasper, pega logo as suas coisas do carro que eu estou com pressa.” Edward falou
ao irmão e foi saindo sem se despedir.
Eu não podia deixá-lo sair assim, e por que eu não tenho orgulho, eu não ia perder
essa oportunidade. Emmett percebeu meu olhar de determinação e me lançou um
olhar reprovador. Eu lancei outro de súplica, então ele revirou os olhos e relaxou.
Edward deixou o escritório com cara de poucos amigos e saiu rápido pelo
estacionamento rumo ao carro da Esme.
Eu até que podia deixá-lo de lado, pois se fosse atrás dele estaria sendo uma infantil
insistente. Mas eu não queria que ele ficasse com aquela imagem de mim.
Desde meu aniversário que não nos falávamos mais, depois daquele mal entendido...
Eu não queria que as coisas fossem assim, ou seja, não queria que quando nos
encontrássemos por um acaso em algum lugar ele virasse o rosto e fingisse que não
me conhece ou que nunca tivemos nada.
Lógico que eu tenho minha parcela de culpa por ter me permitido chegar nessa
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situação, mas não foi de propósito. [...]
"Edward, deixa eu falar com você.” Tentei alcançá-lo, andando rápido assim que deixei
a porta do escritório.
“O que você quer? Já estou mandando um mascote para vocês brincarem!” Falou
entre dentes, e continuou andando.
Eu não entendi.
“Do que você está falando?” Pensei um pouco. “Seu irmão vai para minha casa?”
Perguntei confusa.
“Eu não sei por que minha mãe se presta a isso!” Ele disse chateado, ainda sem me
olhar.
“Edward, abaixa a guarda, aja como uma pessoa normal um minuto. Eu preciso falar
com você.” Pedi já cansada de andar atrás dele.
Ele parou e se virou. “Bella, eu já pedi para você me esquecer. Por favor, me deixa
em paz! Volta lá para o seu reino encantado, lá pro seu príncipe. Me erra!” Falou com
tom de grosseria.
Instantaneamente, me irritei e alterei o tom. “Droga, deixa eu falar, pelo menos!!”
“Eu não quero saber!!” Respondeu na mesma altura.
“Mas eu quero falar!!” Insisti, abaixando o tom.
Ele encostou-se ao carro, aparentemente ansioso e olhou para o relógio. “Tudo bem,
pode falar, um minuto para você.” Disse e pareceu contar o tempo no relógio.
“Tá...” Pensei: E agora? Qual é mesmo o meu brilhante argumento? “Er, era verdade,
você foi meu primeiro beijo.” Balbuciei. Nada a ver começar falando disso, mas eu não
tive outro argumento.
“Essa eu já sei, passa para a próxima mentira.” Disse friamente. “Aliás, não me
interessa! Eu nem quero saber!” Parou me olhou. “Mas você ainda tem quarenta e
dois segundos.” Voltou a olhar no relógio, impaciente.
“Eu não namorava o Mike.”
“Essa também não me interessa. Mas me responde...” Arqueou a sobrancelha. “E

agora, você já namora ele?” Inquiriu sarcástico.
“Ele acha que sim.” Respondi triste.
Ele desencostou do carro e abriu a porta. “Quer saber, Bella, seu tempo acabou e eu
realmente não me importo. Você não precisa ficar tentando se explicar de uma coisa
que nem é importante para mim!”
“Mas é importante para mim que você saiba a verdade!” Revelei, ele interrompeu sua
entrada e ficou um tempo olhando para o chão, depois se virou para mim.
“Eu me pergunto, por que você encarnou em mim? Acho que você é só uma menina
mimada que acha que pode ter tudo o que quer, e está intrigada porque eu não dou a
mínima para você.” Olhou-me de esguelha. “Eu não quero ser seu brinquedinho! Não
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vai funcionar comigo!”
“Eu não estou te pedindo nada. Só quero que você me trate como uma pessoa
normal.” Pedi simplesmente. “Quero que você não vire a cara quando me encontrar.
Quero poder ser sua amiga!”
Provavelmente perplexo, ele pôs a mão na cintura e olhou-me atenciosamente. “Qual

a parte de mundos diferentes que você não entendeu? Quantos amigos caipiras, baixa
renda e filhos de funcionários fazem parte da sua agenda de amigos?”
Ele me pegou de surpresa e não tendo o que responder, abaixei o olhar. Ele ficou
calado, me estudando, depois melhorou o semblante. “Tenho que ir, vou me mudar
em alguns dias e tenho que resolver algumas coisas.” Disse se virando para entrar no
carro.
“Para onde vai se mudar?” Perguntei, tentando absorver a chance de prolongar a

conversa.
Ele se virou para mim e me olhou descrente da cabeça aos pés. “Você não vai desistir
desse negócio de amiga, né!?”
“Não.” Sorri, notando que seus muros não estavam tão altos. “Enquanto eu não
mostrar que não sou essa menina mimada que você pensa que eu sou.”
Ele suspirou e colocou as duas mãos na porta do carro, de costas para mim.
“Tá...” Pausou um pouco. “Respondendo a sua pergunta: eu ganhei uma bolsa

integral, com direito a dormitório e alimentação na Universidade George Washington.
É uma das líderes mundiais em educação e pesquisa. Fica localizada em Washington,
D.C.
Sabia que o campus fica a quatro quarteirões da Casa Branca?!” Me olhou e eu

encostei de lado no carro, mostrando que prestava atenção. “ Vou fazer Ciências
Políticas. Então em poucos dias estou me mudando para lá.” Concluiu orgulhoso.
“Nossa!! Legal!” Falei boquiaberta, exagerando no entusiasmo. Mas ele convenceu.

Teimosa, resolvi fazer ele falar mais um pouquinho, já que ele se soltou nesse
assunto. “Porque Ciências Políticas?” Mostrei bastante interesse.
Ele pensou um pouco e respirou fundo. “Porque eu quero ser alguém muito
importante. Não quero ser só rico. Quero ser influente. Ter poder. E vou ser o
melhor.” Disse com olhos sonhadores.
“Com certeza você vai chegar lá.” Apoiei. Ele sorriu e se virou para mim,
aparentemente rindo da minha expressão.
“Sabe como eu fiz essa escolha?”
“Como?”
Ele me olhou para parecendo que era para avaliar se eu realmente me interessava.
“Um dia estava visitando a Casa Branca com a turma da escola, eu devia ter uns nove
ou dez anos. Então vi uma sala e quis entrar nela. Fui impedido, depois perguntei para
a professora que sala era aquela. Ela disse que era onde ocorriam reuniões com
representantes dos estados, ou seja, era uma sala de reunião de pessoas importantes.
Desde então é isso que eu busco. Vou fazer parte das pessoas importantes que
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comparecem aquelas reuniões.”
“Você é bem determinado...” Comentei admirando-o.
“Sou. Vou acabar com as injustiças no mundo.”
“Você acha que quando chegar lá, não vai ser igual os políticos de lá? Injustos como
você diz.”
“Quero fazer algo exatamente para mudar isso.”
“Sabe o que acho de você? Que devia viver mais. Aparentemente está sempre
estudando muito, sempre preocupado com a sensação de perda de tempo. Acho que
você se preocupa demais com o futuro e não vive o presente.”
“Eu não tenho presente, Bella. O que eu sou?” Apontou para si. “Se eu não lutar,
nunca vou sair daqui. Vou terminar como minha mãe, trabalhando muito, sem bens e
ainda funcionário de alguém a vida toda. Eu não quero isso!”
Aproximei dele e segurei os olhos nos seus. “Eu gosto de você hoje. Assim como você
é. Embora você pareça uma casca dura, eu sei que você é bom. Sei que quando
relaxa, você é alegre.” Disse sinceramente. “Você não tem medo de mudar? De ficar
uma pedra? De perder seu coração?” Perguntei encarando-o firme.
Ele segurou o olhar um tempo, depois ergueu a sobrancelha e cruzou os braços no

peito. “Você me surpreende, Bella. Eu queria saber quem você é. Ou é uma pessoa
boa e perceptiva ou é uma excelente atriz que tenta me iludir.” Disse me analisando.
“E quem está ganhando?” Dei um sorriso fraco.
“Está empatado. Estou em dúvida.”
“Se você me der uma chance, você pode descobrir.” Aproveitei a deixa e lancei a isca.
Ele sorriu torto, levou a mão ao meu rosto e tirou uma mecha. “E como eu vou
descobrir isso?” Perguntou com um sorriso tímido. Eu tive que lutar com todas as
forças para não sucumbir à vontade de esquecer a amizade e acabar roubando um
beijo, o que certamente o irritaria.
“Me dá seu telefone.” Pedi num fio de voz.
Ele balançou a cabeça e tirou outra mecha de cabelo do meu rosto. “Faz melhor, me
dá o seu. Eu vou me mudar e não sei se vou ficar com o mesmo número. Então deixa
que eu te ligo.” Propôs à vontade.
“Então somos amigos?” Estiquei a mão, completamente desconcertada, sentindo seu

olhar queimando o meu rosto.
“Acho que sim.” Me deu a mão, e no mesmo instante senti um arrepio. Ele sorriu sem
graça e só então percebi que estava segurando em sua mão por tempo demais.
“Tenho que ir.”Ele avisou, soltei sua mão e ele abriu a porta.
“Tchau.” Eu disse dando três passos atrás.
“Tchau.” Respondeu entrando no carro.
Sorri daquele momento e tive a impressão que ele também sorria quando virou a
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esquina.
Voltei para o escritório e Emmett me analisava. “Vamos.” Sorri, abraçando, cínica, o

seu pescoço.
“Filho, nada de sol, nem piscina por enquanto.” Esme se dirigiu a Jasper e o abraçou.
“Tá, mãe!!” Respondeu envergonhado com a cena.
“Emmett, depois eu vou ligar para o seu pai para acertar os detalhes.”
“Tudo bem.”
Nos despedimos e saímos.
Jasper foi para nossa casa para tratar de um problema no sangue que os médicos de
Forks não conseguiram identificar. Após perceber que ele não estava melhorando com
o tratamento em Forks, Esme contou a situação para o meu pai e ele se prontificou a
ajudá-la.
Carlisle tem um coração muito bom. Ele não só indicou um bom médico amigo dele,
como pagava todo o tratamento. Como Esme não tinha parentes aqui em Seattle, e
tinha que trabalhar e cuidar da empresa, a nossa casa era o melhor lugar para Jasper
ficar.
Desde que ele chegou a nossa casa, ele passava por uma bateria de exames.
Estávamos revezando para levá-lo á clínica. Eu, Emmett, Jéssica e de vez em quando
o motorista do papai. Eu ainda não tinha carteira de motorista, mas meu pai me
deixava dirigir aqui pela cidade, já que o percurso de casa até a clínica era pequeno.
Estávamos de férias escolares, então quando Jasper não estava no hospital, ficávamos
com ele o tempo todo. O menino era hiper ativo. Tinha quatorze anos, mas parecia ter
dez. Ele nos olhava trocando de roupa pela fresta da porta, amarrava o espelho no
tênis para olhar por debaixo da nossa saia. Era um anjo mau. Mas adorável.
Após duas semanas que Jasper estava em nossa casa, estávamos jogando um game e
resolvi perguntar algo sobre Edward. “Como é o seu irmão?”
“Ele é bicha, não gosta de mulher. Tem um monte de menina a fim dele e ele não dá
nem idéia.” Disse focando o jogo.
“Ele é legal?” Eu queria saber mais.
“Muito estressado e mandão. Gosta de silêncio o tempo todo. Acredita que ele fica
trancado em casa comendo os livros, enquanto poderia estar pegando meninas? Ele é
um maníaco obcecado. Muito organizadinho. Tipo assim: a roupa dele é muito
organizada, dobrada. Entende? Acho que não tem jeito para ele, ele é bicha mesmo.”
Explicou num fôlego só, com os olhos vidrados na tela.
Instantaneamente, comecei a rir. Jasper era terrível.
“É ele quem cuida de vocês?”
“Agora não, mas quando éramos mais novos sim. Ele quem me levava na escola, no
parque, mas ele era muito chato. Depois a Rose começou a me levar também. Pelo
menos ele tem uma vantagem em ser bicha, é ele quem faz a comida mais gostosa lá
em casa.” Parou e gritou. “Tu é ruim hein, Bella!! Ninguém consegue ganhar de
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mim!!!”
Pulei em cima dele e fiz cócegas.
No dia seguinte, domingo de manha, acordei com uma mensagem no meu celular.
Mensagem número desconhecido 8:00AM.
Bella, amanhã vou viajar e provavelmente só volte para casa em seis meses. Eu
queria ver o meu irmão antes de ir, mas não quero ir a sua casa. Tem como você
levá-lo a algum lugar para ele me encontrar?
Escrevi a mensagem e aproveitei para colocar o número dele em meus contatos.
Tem sim. Que horas você vem? Há um local aqui perto, segue o endereço. Envie o
horário. Rua: 1525 2nd.
Suspirei esperançosa e enviei a mensagem.
Minutos depois outra mensagem chegou.
Mensagem Edward 8:10AM
Vou chegar aí às 9hs. Me encontre lá. Obrigado.
Após ler, sentei abobalhada na beira da cama.
Me encontre lá?
Bom, se ele não quisesse me ver, pediria só para eu levar o Jasper, logo ele quer me
ver!!
Notas Finais:
mandem reviews
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Capítulo 7- A primeira despedida escrita por BIA BRAZ

Capítulo 07 - A primeira despedida
Não era apropriado falar de imediato com o Jasper. Do jeito que ele era bocudo, era
capaz dele me entregar.
Meu pai não ia gostar nadinha de saber disso.
O ruim de ter recebido a mensagem cedo, era que eu iria passar o dia todo ansiosa,
pensando em que roupa usar, ou o que vamos conversar.
Aff, cada preocupação, Bella - meu cérebro reclamava.
Desci, lanchei e deitei no sofá.
A vida em minha casa estava bem agitada, então isso ia me fazer esquecer
momentaneamente as ansiedades.
Alice e Jasper pareciam crianças. Eles tinham quase a mesma idade.
Então, ora brincavam, ora brigavam.
Uns pentelhos!!
Jéssica não parava mais em casa, agora que tinha o próprio carro. Como era domingo,
ela tinha saído cedo.
Emmett deitou no sofá a minha frente e colocou um filme de ação. Assim, a manhã se
ia. Em pouco tempo o Emmett irá para a Universidade na Califórnia - UCLA, então, eu
estava sentindo antecipadamente a sua falta. Nunca tínhamos nos separado assim.
Iria sentir muita falta dele: meu irmão grandão e coração mole, ciumento e ao mesmo
tempo compreensivo.
Não existe irmão melhor.
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Estávamos tocando bastante nesses dias de férias. Só assim amenizava a saudade

que sentiremos depois um do outro. Evitávamos conversar sobre o assunto, não
sabíamos o que iria ser da banda quando ele se fosse. Sorte que faltavam três meses,
assim tínhamos tempo para nos curtir.
O Mike, como sempre, todo dia vinha bater o cartão, hoje não foi diferente.
Como ele está ensinando bateria ao Jasper, chegou cedo e ambos subiram para o
estúdio.
Nos primeiros dias que Jasper chegou aqui, ele também pensou que eu era namorada
do Mike. Acho que já viu que não.
**
O dia passou rápido. Ao fim do dia só me restava dormir e esperar.
Acordei com o despertador tocando. Tomei um banho, vesti o roupão e fui ao quarto
do Jasper.
“Jasper, se arruma que nós vamos sair.” Sussurrei, pegando em seu cabelo.
Ele estava sonolento.
“Pra onde, Bells?”
“Para um parque aqui perto.”
“Não vou, estou com sono.” Disse bocejando e se virando de costas para mim.
“Vamos, Jasper, levanta!!” Baguncei o cabelo dele.
“Só se você me beijar.” Fez biquinho.
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Revirei os olhos.
“Vamos! seu irmão vai te encontrar lá, ele veio se despedir.”
“Ah! Você prefere ele, né? Ele é bicha Bella, nem adianta.” Embrulhou a cabeça.
“Jasper, quinze minutos para você. Põe um boné e passa esse protetor solar.”
Coloquei o protetor na cabeceira e levantei da cama.
“Meu Deus! Todo mundo quer mandar em mim!!!” Resmungou.
Voltei para o meu quarto, me arrumei e passei bastante perfume.
Coloquei um short bege, uma camiseta e um tênis.
Eu sabia que precisava avisar alguém para onde estava indo, então fui ao quarto do
Emmett e avisei.
“Pra onde??!!” Resmungou sonolento, levantando um pouco a cabeça.
“Levar o Jasper no parque.”
“Pra que?” Esfregou os olhos.
“Passear, jogar.” Respondi, como se fosse o óbvio.
“Não mente, te conheço, você tá nervosa.” Ele deitou de bruços.
Respirei fundo. Eu odiava mentir.
“O irmão dele vem vê-lo.” Me entreguei.
Ele abriu os olhos, espantado.
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“E você vai lá atrás dele?!” Perguntou indignado.
“Não. Vou levar o Jasper.” Prendi o sorriso.
“Olha, eu não vou falar de novo para você se valorizar. Também não vou falar de novo
que ele não é para você. Se você quer ir...” Deixou um tom de ameaça no ar.
Coloquei a cabeça nas costas dele, de um jeito muito chantagista.
“Por favor, não conta para o meu pai!” Supliquei.
“Só se ele não perguntar.”
“Emmett, eu sempre amei você. Você já foi meu amigo.” Disse manhosa e o abracei.
“Eu me preocupo com você, Bella.” Amoleceu, passando a mão no meu cabelo.
“Eu estou bem. E a gente é só amigo. Não temos nada.”
“Ah, é? E aquele amasso na sua festa?”
“Foi só um feliz aniversário.” Disse cinicamente. Cara de pau era elogio para o que eu
era naquela hora.
Levantei para sair antes que ele falasse mais alguma coisa.
“Tchau, te amo!!” Saí sorrindo.
Meu irmão no fundo era muito fácil de ser convencido.
Preparei uma mochila com duas esteiras dobráveis, protetor solar, toalha, água, frutas
e biscoitos.
Jasper desceu com uma bola na mão.
“Você não vai jogar no sol.” Avisei lembrando os cuidados os quais ele precisa.
“Tudo bem, Bella!”
“Então vamos.” Saímos de casa.
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O parque ficava distante da minha casa uns quinze minutos a pé.
No caminho o pentelho não parou de me perturbar um minuto.
“Bella sabia que todas as meninas dizem que eu beijo bem?”
“Ah é? Bom para você.” Sorri.
“Eu posso beijar você, se você quiser.” Abraçou meu pescoço e fez biquinho de novo.
“Sai fora seu maníaco!” O empurrei sorrindo. “Tô vendo que hoje vou morrer de rir.”
Ele parou, colocou a mão no queixo e olhou para as minhas pernas.
“Você até que dá um caldo. Dá uma voltinha aí!”
Dei um tapa em sua cabeça dele e saí correndo atrás dele para bater.
Ele abraçou o meu pescoço e voltamos a caminhar.
“Fala para mim, Bella, você é a fim do meu irmão, não é?” Perguntou sério.
“Não, só estamos tentando ser amigos.” Respondi sem alterar os tom.
“Eu não sou bobo, já presenciei duas cenas suas com ele, uma no estacionamento no
dia do seu aniversário e outra no dia que você foi me buscar. O modo como vocês
brigam, parece cena de novela mexicana. Qualquer otário percebe que você é a fim
dele.”
“Não é isso, Jasper.”
“Continua negando!!”
É duro negar a verdade.
Me apaixonei por aqueles olhos desde o dia em que os vi pela primeira vez.
Chegamos no parque e faltavam quinze minutos para as nove.
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Era segunda-feira então o parque estava vazio.
Tinha alguns meninos jogando bola na quadra coberta.
Logo o Jasper se enturmou.
Estiquei a esteira no chão, embaixo de uma árvore, e deitei fitando o céu.
De repente vejo Jasper saindo em direção ao estacionamento e o segui com os olhos.
Era uma visão.
Lembrei do menino que eu vi a primeira vez no jardim que parecia um anjinho.
Cada ano que se passou, ele ficou mais lindo.
Ele agora parecia um deus grego e sorria enquanto forçava um abraço no irmão.
Aparentemente ele estava feliz, isso o deixava mais lindo ainda.
Vestia uma bermuda bege, uma camiseta branca e um tênis. Igual a mim.
Coincidência ou ligação de pensamentos?
Não consegui desviar os olhos.
Ele sorriu para mim e caminhou em minha direção.
“Oi, Bella.”
“Oi.”
“Obrigado por ter trago o meu irmão.”
Pensei antes de responder.
“Não foi de graça.” Sorri torcendo que ele tenha percebido a indireta. “Além disso,
estou curtindo o parque.” Voltei a deitar com a toalha em minha cabeça olhando para
o céu. Cruzei as pernas no ar, despreocupada, enquanto eles conversavam.
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Eles sentaram embaixo da árvore que eu estava, e conversaram por um longo tempo.
“Como está o tratamento?” Edward.
“Fiz algumas consultas, alguns exames, mas o resultado não saiu ainda. De qualquer
maneira me mandaram para o nutricionista, hematologista, um monte de 'ista' aí.”
“Como os Cullen estão te tratando?” Se virou em minha direção, olhando de canto,

enquanto abraçava as pernas. Fingi que não ouvi.
“Eles são muito legais, todos. Até o grandão. Lá na casa deles eu fico ocupado o dia
todo, não me deixam sozinho um minuto. Tô até fazendo aula de bateria com o Mike,
aquele que cantou uma música para Bella no aniversario dela, lembra?”
Edward sorriu e olhou novamente em minha direção.
“Lembro.”
“Sabia que eu tenho um quarto só para mim? Acho que eu não vou mais voltar para
casa não, ter que dividir o quarto com homem, aliás, homem não!!” Jasper gargalhou
e Edward revirou os olhos.
“Cara, essa cidade é o paraíso. Como tem mulher bonita!!” Jasper continuo falando
disparado, enquanto Edward sorria das asneiras do irmão.
Depois de um tempo conversando Jasper se levantou.
“To indo jogar! Daqui a pouco eu venho.” Foi saindo.
“Jasper, bebe água e passa mais protetor.” Falei, me virando para pegar a água na
mochila.
51 de 1595 26/05/2011 20:45

“Qual é, Bella!? A quadra é coberta!”
“Mas você está suando e fica toda hora saindo da quadra, além disso, o mormaço
queima.”
Ele voltou, tomou água, sentou e pegou o protetor para passar no rosto.
“Deixa eu espalhar, está todo em um só lugar.” Ajoelhei e espalhei em seu rosto,

depois passei um pouco no pescoço.
“Mais uma achando que eu sou criança.” Jasper disse revirando os olhos, se
preparando para sair.
“Bella, passa aqui na minha barriga também!” Ele levantou a blusa e apontou para a
barriga.
Dei um tapa na cabeça dele e ele saiu sorrindo.
“Edward, cuida aí da minha garota, que eu já volto”
Edward observava sorrindo.
“Obrigado por estar cuidando do meu irmão, ele pensa que é adulto, mas é um
crianção. Tem que ter muita paciência.”
“Eu gosto dele, está trazendo ‘movimento’ a minha casa.” Sorri.
Ele pôs a cabeça nos joelhos e começou a enrolar o cadarço do tênis no dedo. Ambos
estávamos sem assunto. Então resolvi tentar.
“Você vai viajar no carro da sua mãe?” Sentei em posição indiana.
“Não, vou de avião. Tinha muita coisa para trazer, então não dava para vir de ônibus.”
“E quem vai levar ele de volta?”
52 de 1595 26/05/2011 20:45

“Rose veio comigo, ela está com uma amiga dela passeando, ficamos de nos
encontrar quatro horas.”
“Por que você vai começar antes de todo mundo. Emmett só começa daqui há três
meses.”
“Por que esse curso é especial, não são todos os alunos que faz, só as vinte melhores
notas, incluindo todos os cursos. Então é bom para o meu currículo que eu vá. Minhas
aulas começam mesmo depois do Réveillon, em mais de um mês.
“Mesmo assim vai começar antes de todo mundo.”
“É porque eu me matriculei para o curso de inverno de francês e espanhol, vou tentar

ganhar tempo.”
Houve uma pausa de silêncio. Eu estava sem jeito.
“Eu trouxe lanche, você quer?” Mostrei a mochila.
“Veio equipada.” Sorriu.
“Não sabia quanto tempo íamos ficar, e como Jasper obedece uma dieta, me equipei.”
Peguei uma maçã para mim e para ele.
Ele mordeu a maçã e ambos ficamos olhando o Jasper jogando na quadra.
Eu não conseguia pensar mais em nada para perguntar, então estava achando o clima
chato.
“Porque você disse que não era de graça ter trago meu irmão aqui?” Edward quebrou
o silêncio e sorriu torto para mim.
“Hum! Está atento.” Sorri e mordi os lábios, olhando hipnotizada para os lábios dele.
“Eu sei que você tem uma segunda intenção.” Mordeu a maça e desviou os olhos dos
meus.
“Então você já sabe o que eu quero.”
“O quê?” Ele sorriu com cinismo.
“Que você me beije de novo.” Sorri e deitei de novo na esteira, de lado, apoiando a
cabeça no braço.
“Você não muda, né?” Tinha um risinho irônico em sua boca.
“Você gosta.”
“Eu já estou quebrando uma promessa hoje! Eu disse para o seu irmão que não ia
mais te encontrar por minha própria vontade e estou aqui. Eu devia estar á cem
53 de 1595 26/05/2011 20:45

metros de você!!”
“Ah, não liga para o Emmett, ele é legal, até sabe que eu estou aqui.”
“Sério? O que ele falou?”
“Nada que mereça ser repetido.”
“O quê? Que eu não sou para você? Que eu sou um caipira mal educado e esquisito
que não te merece?” Perguntou sem alterar o humor.
“Ele só está preocupado, tem medo que eu me machuque.”
“Acho que você devia ouvi-lo.”
“Nossa, você é pessimista hein!” Sentei para olhá-lo. “Esquece ele. Esquece tudo vai.”
Ele ficou pensativo.
“Você ainda está me devendo.” Disse despreocupada, testando as suas atitudes.
Ele me olhou e sorriu maliciosamente.
“Vem buscar. Eu não vou aí te dar.” Desafiou.
Determinada, me ajoelhei e me aproximei devagar. Peguei seu rosto com as duas

mãos e o levantei, para que ele olhasse para mim.
“Você é muito egoísta, sabia?” Sussurrei. “Sempre sou eu quem tomo as iniciativas.”
Alisei seu rosto, sem tirar os olhos de seus lábios.
“É você quem quer, e eu não estou negando.” Sorriu matreiramente, olhando em

meus olhos.
Encostei o a boca no rosto dele, dando selinhos e continuei acariciando a pele com a
ponta dos dedos.
“Você não quer?” Falei baixo no ouvido dele, a minha respiração fez o pelo do rosto
dele arrepiar.
54 de 1595 26/05/2011 20:45

Ele fechou os olhos e respirou fundo, exalando pausado.
Continuei falando enquanto enchia de beijinhos em sua orelha.
“Acho que você gosta de ser difícil... Mas eu não ligo... Até gosto.”
Arrastei meus lábios alternando entre rosto, orelha e pescoço.
Lentamente.
Apreciando cada respiração que ele dava.
Alisando o seu cabelo.
Queria fazê-lo desejar me beijar.
Minutos se passaram.
E eu continuei.
Ele suspirava, mas continuava imóvel.
Passei a pontinha da língua no canto dos lábios dele, provocando e sorrindo

mentalmente por saber que em poucos segundos eu libertaria a vontade e expulsaria a
timidez dele.
Ele respirou bem fundo, olhou-me perigosamente por minutos e repentinamente me

puxou para os seus lábios.
Foi inusitada a sua atitude. Assustadora até, pois seus lábios sugavam o meu
com fome e me faziam arrepiar. Não era um beijo tímido, como o nosso último foi
inicialmente. Era um beijo intenso e a cada minuto crescia gradativamente para um
55 de 1595 26/05/2011 20:45

beijo feroz.
Sua língua invadiu minha boca com ímpeto e eu apertei seu pescoço, como se me
apegasse a vida. Perdi noção do tempo e do espaço. Meu cérebro se descompactou do
meu corpo, e eu o beijava loucamente, como um faminto em um banquete.
Nesse momento eu descobri que não conseguiria mais viver sem isso, sem seus
beijos. Sem parar de me beijar, Edward foi me deitando de lado, na esteira que estava
esticada no chão, segurando minhas costas. Ele apoiou minha cabeça em seu braço e
instintivamente coloquei minhas pernas entre as suas.
Ainda sugando meu lábio, ele passou levemente a mão nos meus cabelos, descendo
pelo pescoço, braços, alcançando a minha cintura e me apertando contra ele.
Ele ofegava, mas me prendia no beijo.
Senti sua mão descer para o meu quadril, apertando minimamente o nosso corpo.
Então eu forcei o seu pescoço e o puxei, ele ficando por cima de mim.
“Bella... Estamos na rua.” Murmurou, mas novamente encaixou nossas bocas,

deslizando sua língua na minha. Eu me sentia quente, a pulsação e respiração
acelerada, completamente colada em seu corpo. Por um momento esquecemos que
estávamos em um parque. Por um momento esquecemos quem nós éramos. Ali só
existia ele e eu, buscando sofregamente um ao outro.
Pelo meu corpo passavam mil sensações desconhecidas, e minha vontade era
apertá-lo mais, beijá-lo mais. Eu precisava dele, a cada minuto de beijos eu percebia
isso.
Depois de longos minutos, ele me rolou para cima dele, me abraçou forte e beijou
minhas pálpebras, sem ar, enquanto acalmávamos a respiração.
“GENTE EU PENSEI QUE VOCÊS IAM SE ATRACAR AQUI MESMO!!!” Jasper veio
gritando e sentou do nosso lado, procurando algum lanche na mochila.
Sorrimos sem graça.
56 de 1595 26/05/2011 20:45

“Pensei que tu não gostava de mulher!!” Jasper falou com Edward.
“Ele não tinha me conhecido ainda.” Eu disse alisando o cabelo do Edward.
“To fora! Não vou ficar de vela.” Pegou o biscoito recheado e saiu.
Edward me deitou ao seu lado, com uma mão segurando a cabeça e a outro alisando o
meu rosto.
“Ai! Vou contar para o Mike! Ele agora é meu amigo, ela tem namorado viu!!?!” Jasper
falou e saiu rindo.
Edward continuou me acariciando.
“Como vai o namorado?”
“Vai bem.” Respondi sem hesitar.
“Então você tem um?”
“Já te falei, ele acha que é, e eu deixo.” Pensei um pouco. “Ah, mas eu nunca o beijei,
então quem é o meu namorado é você.” Sorri.
“Eu não quero ser o namorado. Prefiro ser o outro.” Sorriu e continuou beijando meu
rosto.
“Mas oficialmente o namorado é você, desde meus treze, eu nunca terminei com
você!”
“Então eu já tenho galhas!?” Fingiu indignação.
“Não, ninguém tem galhas, tá?! Não namoro ele, nem com ninguém. Melhor?”
“E o que somos?”
“Amigos... Ou melhor, você é a pessoa que eu beijo.” O puxei e dei um beijo estalado.
“Tudo bem... Não posso te dar mais do que isso.”
A manhã foi se passando sem que percebêssemos.
57 de 1595 26/05/2011 20:45

Deitados um em frente ao outro.
Ele me olhava estranho e alisava meu cabelo, rosto, braço.
Não tinha palavras que explicasse aquele momento, onde ele era tão livre e
despreocupado.
“Por que você demora tanto a ceder?” Acariciei sua sobrancelha.
“Por que eu não quero me envolver com ninguém... Podemos nos magoar.”
Ele passou o dedo em minha sobrancelha, beijou minha testa, meu olho.
“Continuo dizendo, você se preocupa demais com o amanhã... Eu não estou te

cobrando nada!”
“Não é o fato de você me cobrar ou não, seria mais fácil se fosse assim... Hoje
mesmo, eu queria te ver, mas não devia. Arrisquei vir e crer que você não chegaria
perto de mim. Para minha sorte ou meu azar, você é muito determinada... Então estou
aqui preso a você. Sabe o que é pior? Eu ficaria aqui o dia todo se dependesse da
minha vontade.”
“Então não vá!!” O abracei e sorri.
“É justamente isso Bella... Eu tenho que ir. Sempre eu vou ter que ir...” Disse com
frustração na voz. “Falando nisso, tenho que ir embora, são quase uma da tarde e
tenho que almoçar.”
“Que horas sai seu avião?”
“Quatro horas.”
“Tenho que levar o Jasper para almoçar também.” Falei. “O que vai fazer até as
quatro?”
“Não sei, talvez passear pela cidade.”
Pensei um pouco.
“Vamos pedir comida chinesa e comer aqui?” Sugeri.
“Hum... Pode ser.”
58 de 1595 26/05/2011 20:45

Peguei meu celular, pedi frango xadrez, biscoito da sorte, milk shake e descartáveis.
“Quanto deu?” Perguntou colocando a mão na carteira.
“Vinte, mas eu pago, tá?”
“Não, eu já ia almoçar.”
“Eu também tinha que almoçar.” Retruquei.
“Mas você ia almoçar em casa, não ia ter custo.”
“Não vou deixar você pagar, considere que os seus custos de viagem estão muito
altos.”
“Eu. não. quero. que. você. pague. nada. para. mim.” Foi bem enfático. Ele devia ser
daqueles homens machistas que não gostam que mulheres paguem nada para eles.
“Mas eu quero pagar.” Tentei mais uma vez, já perdendo a paciência.
“Não!” Foi inflexível.
“Tá! Tudo bem, a gente racha!” Desisti irritada.
Ele sorriu, me jogou na esteira e se pôs por cima de mim, apoiado com o joelho entre
minhas pernas.
“Adoro quando você fica brava!!” Sussurrou em meus lábios e beijou leve.
“O que mais que você gosta em mim?” Sorri maliciosa e enlacei os dedos em sua
nuca.
“Adoro quando você me ataca.” Murmurou macio, dando beijinhos de luz em meu
pescoço.
“Hmmm, bom saber...” Deitei o pescoço dando mais espaço. Ele beijava
casto, cauteloso. Depois voltou para os meus lábios, com beijos delicados.
A comida chegou nos tirando dos momentos de carinho. Pagamos e chamamos o

Jasper para almoçar.
Almoçamos, tomamos o milk shake, depois deitamos os três no chão.
Ele na mesma esteira que eu.
59 de 1595 26/05/2011 20:45

Descontente, eu sentia que as horas voavam quando eu estava com ele.
Peguei um biscoitinho da sorte, comi e li a mensagem.
“Guarda.” Entreguei para ele. As pessoas se esquecerão do que você disse e do

que você fez… mas nunca se esquecerão de como você as fez sentir.
“Vou pegar uma para você.” Pegou e me deu. Você é do tamanho do seu sonho.
“Essa devia ser pra você, não pra mim.”
“Mas não é assim que funciona, Bella. Se eu escolhi pensando em você, tem que ser
sua.”
“Você acha que eu sou do tamanho do meu sonho?” Eu queria mesmo saber.
“Não sei... Qual o seu sonho?”
Peguei em seu rosto, sentindo uma dor inexplicável.
“Ficar com você.” Inevitavelmente minha voz soou triste.
“Já falamos sobre isso.” Ele encostou as nossas testas, com o olhar infeliz.
Ele alisava meu rosto com carinho, mas também tinha algo diferente. Ele parecia
gostar de estar comigo, porém, ele estava certo, o que poderíamos esperar desse
relacionamento? Era perceptível que eu estava alucinada por ele, e eu notava que ele
gostava da minha presença, mas era um tipo de ligação que não tinha futuro.
“Acho que eu vou vomitar, vocês são muito melosos!!” Jasper falou e fez careta.
Sorrimos e eu encostei a cabeça em seu peito, sentindo o seu perfume, enquanto

fechava os olhos e aproveitava o instante de aconchego. Só em estar perto dele eu
sentia minhas pernas fracas e sensações extasiantes no estômago.
Queria que o momento durasse a eternidade.
Queria que o tempo não passasse enquanto eu estivesse em seus braços.
60 de 1595 26/05/2011 20:45

Estar com ele era um local de sossego.
“Bella, tenho que ir. A Rose deve estar me esperando.” Sussurrou baixinho em meu
ouvido, me tirando de um breve cochilo.
“Já?” Coloquei a perna dentro da dele. Sentindo os pêlos e o calor de suas pernas.
“Sim, a tarde foi embora.”
“Então tá.”
Nos levantamos e eu organizei minhas coisas.
O abracei, me perguntando por que eu me sentia assim perto dele. Eu tinha uma
necessidade de prolongar tudo, de tê-lo cada minuto mais. Nunca era suficiente.
“Vocês querem carona?” Edward passou a mão no cabelo e eu tive vontade de

acariciá-lo. Queria perder novamente meus dedos em seus cabelos desgrenhados.
Eu não respondi.
Não queria me afastar dele, mas não devia forçar mais.
“Eu quero, estou morto.” Jasper respondeu.
“Então vamos.” Eu disse satisfeita em não ter sido eu a aceitar, e sim o Jasper.
Eu sabia que ele não devia ir muito próximo à minha casa, pois alguém poderia vê-lo.
“Está bom aqui.” Ele parou, eu desci do carro e ele também. Ele veio ao meu
encontro. Um pouco sem jeito e tocou o meu rosto. “Boa viagem.” Eu disse sem saber
mais o que dizer. Eu não devia cobrar, nem nos comprometer. Então tinha que ser
uma despedida leve.
61 de 1595 26/05/2011 20:45

Mergulhei os dedos em seus cabelos e me ergui para beijar seus lábios. Ele
correspondeu inesperadamente com avidez. Segurou forte em minha cintura e me
encostou ao carro. Definitivamente o beijo dele só podia ser a melhor coisa que eu
tinha experimentado. Nossos lábios se encaixavam perfeitamente, nosso beijo tinha
sincronia e o gosto... Hmmm...
Abracei-o forte, sem nunca tirar os lábios de sua boca, sugando lento, passando a
língua em seu lábio inferior, degustando. Era uma despedida, com um beijo dolorido -
pelo menos para mim era - algo que cortava em meu coração. Ele resfolegava e
segurava minha nuca, manipulando o beijo.
Ofegantes, abrimos os olhos, e, com o olhar meio triste, ele encerrou o beijo
com selinhos.
“A gente se vê.” Foi o que ele disse antes de me beijar uma última vez na testa e
entrar rápido no carro.
Sem olhar para trás, corri em direção ao Jasper que estava sentado na calçada,
coloquei o braço no dele e andamos calados até em casa.
Quem sabe em oito meses...
Quem sabe no próximo verão...
Quem sabe...
Notas Finais:
Mandem reviews
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Capítulo 8- Um ato irresponsável escrita por BIA BRAZ

Capítulo 8- Um ato irresponsável by bia braz
Capítulo 08 - Um ato irresponsável
Bella POV
Depois de um dia inteiro no parque, eu estava muito cansada, então, exausta, tomei
um banho e desci para fazer um lanche antes de dormir. Estavam na sala Emmett,
meu pai e Alice
“Oi, Pai.” Beijei-o e sentei ao seu lado.
“Oi, filha.”
“O que você fez que está com o rosto cansado?” Papai ergueu a sobrancelha, com
bastante curiosidade.
“Fui ao parque com o Jasper. Acordei cedo.” Eu não menti.
“Bella, eu também fui ao parque hoje. Sabia?” Emmett disse mordendo despreocupado
uma maçã.
“Fazer?” Rolei os olhos, já sabendo o motivo.
“Nada, só passear.” Continuou assistindo TV, com um sorriso cínico.
“Por que vocês não me levaram?” Alice, que estava fazendo palavras cruzadas, entrou
na conversa. Eu mesma não sabia a resposta, mas pensando melhor, se ela tivesse
ido eu não teria coragem de beijá-lo. Não como foi. Valeu a pena não ter levado a
baixinha.
“Sabe que eu nem pensei Alice. Resolvi em cima da hora. Da próxima vez eu te
chamo.”
Fui à cozinha e peguei um pacote de biscoito recheado. Quando voltei, meu pai já
tinha subido, então era minha chance de conversar com o Emmett. Eu precisava
descobrir o que ele viu.
Fingindo despreocupação, encostei-me ao sofá que ele estava.
“Emmett, que horas você foi ao parque?” Perguntei calmamente, mesmo que estivesse
aflita.
“Umas onze.” Mudou o canal, sem me dar muita atenção.
“Eu não te vi.” Murmurei.
“Mas eu te vi. Deve ser porque você estava bem distraída.” Deu um sorriso de
sarcasmo.
Meu Deus! Ele viu! E agora como ia explicar? Fique calma, Bella, respire.
“Emmett, o irmão de Jasper viajou e só volta no verão.” Expliquei, vendo se assim ele
não fazia uma tempestade. “Isso se voltar.”
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“Ah é?!” Ironizou e continuou olhando para TV.
Impaciente com sua ironia, inclinei-me e busquei sua atenção para mim.
“Sabe, até que ele é legal.” Precisava forçar o assunto para conseguir alcançar a
confiança do meu irmão.
“Imagino o quanto.” Disse debochado.
Vencida, joguei a mão no ar. “Emmett, você não pode falar para o papai!” Suspirei.
“Por que não falaria?” Arqueou a sobrancelha, provocativo.
“Por que você não quer preocupá-lo à toa.”
“Do que vocês estão falando, gente?” Alice se intrometeu. “O que você fez que o
Emmett quer contar para o papai?”
“Nada, Alice.” Queria cortar o assunto. Quanto menos pessoas envolvidas, melhor.
“Credo, você hoje está tão esquisita Bella.” Comentou e voltou para suas palavras.
“Tchau, gente, tô cansada.” Avisei emburrada e subi para pensar.
Uma semana depois...
“Por que você não me acordou para te levar à clínica?” Perguntei para Jasper,
segurando em seu ombro, enquanto nos dirigíamos à cozinha.
“Por que quinta e sexta foi você quem me levou, e você está de férias. Não é justo que
acorde todo dia cedo por minha causa.” Jasper respondeu e abriu a geladeira.
“O que o médico disse?” Sentei, pegando depois um cookie no pote do balcão.
“Ele me deu um monte de papel, passou outra dieta, mandou não fazer esforço físico e
me passou um monte de remédio.” Disse despreocupadamente enquanto tomava um
suco.
“Mas ele disse exatamente o que você tinha?”
“Eu só entendi que é uma espécie de anemia, ele deu anotado, olha aqui...” Pegou o
papel e leu. “Anemia Fanconi, ele disse que se eu não tomar direito os remédios,
poderia desenvolver essa outra doença.”
Com atenção, olhei os papéis e li. Boquiaberta, não conseguia esconder minha
expressão após ter lido, porém, tinha que agir com calma. Não iria mostrar alarde
perto do garoto.
“Ah, mas não vai evoluir, é só você se cuidar.” Recuperei o fôlego e o abracei. “Vamos
à farmácia ver esses remédios?”
“Vamos.”
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**
“Seiscentos, moça.” Respondeu o atendente.
“Tudo bem. Pode embrulhar.” Eu disse e abri minha bolsa, entregando seguidamente
meu cartão.
“Nossa! Bella, meus remédios vão ser sempre caros assim?” Jasper perguntou
preocupado.
“Acho que sim, pelo menos por enquanto.” Dei de ombros. “Jasper, eu queria fazer
um acordo com você, mas teríamos que manter segredo, principalmente das pessoas
da sua casa.” Sorri conspiradora e ele gostou. “Mas antes disso, vamos passar ali
numa loja que eu vou comprar uma roupa para mim.”
**
“Essa blusa ficou legal?” Dei uma volta em sua frente, mostrando a blusa xadrez
creme que tinha escolhido.
“Prefiro com a barriga de fora.” Jasper respondeu olhando de canto de olho para umas
meninas se trocando no provador ao lado
“E a calça?”
“Prefiro saias e bem curtas.” Ele nem chegou a me olhar.
“Você não tem jeito!” Sorri indignada. “Escolhe uma roupa para você também.” Disse
e voltei para o provador.
“Gostei daquela camiseta.” Jasper disse apontando para a vitrine.
“Pode pegar.”
Quando saíamos da loja de roupas, avistei a sorveteria.
“Será que você pode tomar sorvete?” Perguntei preocupada com a dieta que o garoto
tem que seguir.
“Ah não, Bella! Agora vão querer me colocar em um casulo!?” Reclamou.
“Tá, então vamos.” Peguei sua mão e o puxei. Ao entrarmos na sorveteria, eu pedi
milk shake de morango e ele sorvete de creme.
“Bella, qual o acordo que nós vamos fazer? Tô tentando adivinhar aqui... Você tá
querendo me fazer a proposta de ficar comigo e com o meu irmão?” Arqueou a
sobrancelha fingindo pensar. “Se for, eu não ligo, eu também tenho o coração grande
igual o seu.” Sorriu e encheu seu sorvete de cobertura de chocolate.
“Ai, Jasper! Você nunca fala sério?” Sorri, levando o canudo até a boca para tomar o
milk shake.
“Agora eu vou falar sério.” Me olhou bem sério, engrossando a voz. “Sinceramente,
Bella, acho que três é demais, você vai ter que terminar com o Mike.” Sentenciou.
“Eu não namoro o Mike.” Retruquei, revirando os olhos
65 de 1595 26/05/2011 20:45

“Deixa eu continuar o meu raciocínio.” Continuou sério. “Apesar que, o meu irmão,
você só vai ver uma vez no ano. Eu, só quando você for me ver em Forks. Pensando
melhor, não termine com o Mike não. Antes um na mão do que mais dois voando.”
Sorrimos.
“É sério, Jasper, eu não tenho nada com o Mike.” Tentei convencê-lo.
“Mas como, Bella? Quando ele chega na sua casa, vai logo te abraçando. Quando você
senta no sofá, ele deita a cabeça na sua perna. É muito estranho!”
“Ele gosta de mim, mas eu não gosto dele.”
“Ele sabe que você não gosta dele?”
“Sim, mas ele pensa que vai me conquistar.”
“E você com o meu irmão? Se acertaram?”
“É como você disse, vou vê-lo muito raramente.” Resmunguei sem deixar a situação
me abater. “Então não tem o que acertar.” Sorri triste.
“Verdade. Não se desperdice. Se você ficar carente é só me procurar. Tenho garantia

total de satisfação.” Disse batendo no peito. O garoto não gostava de baixo astral e já
tentava aliviar o assunto. Como Jasper me faz bem!
“Tá bom, se eu ficar carente eu te procuro. Mas, agora sério, falando do nosso
acordo: eu sei que os remédios são muito caros para sua mãe arcar. Ela já deve estar
super incomodada com o fato do meu pai estar pagando o seu tratamento, então, vou
te dar o cartão de uma conta poupança que eu tenho e que eu não movimento, e aí
todo mês eu vou depositar o dinheiro para os seus remédios. Você guardaria esse
segredo?”
“Por quê, Bella? Porque você está fazendo isso?” Ele parecia estar sem jeito.
“Por que mesmo você tendo ficado lá em casa menos de um mês, eu já gosto de você
como fôssemos irmãos.” Passei a mão em seu cabelo, pegando em um cachinho louro
seu.
“Meu irmão não pode nem sonhar uma coisa dessas!” Ofegou preocupado.”Você sabe
como ele é.” Revirou os olhos, colocando agora só a cobertura no seu pote vazio. O
garoto era uma formiga para doce.
“Eu sei, por isso eu estou te pedindo segredo.”
“Mas esse dinheiro não vai fazer falta para você?”
“Não. Eu tenho uma mesada de cinco, então um não vai fazer falta.”
“Você vai mandar mil!? Pra quê? E como eu vou explicar esse dinheiro?” Espantou,
erguendo uma sobrancelha.
“Se não gastar tudo, você guarda. E tenta ser discreto, tá? Dá um jeito de sua mãe
nunca perceber que os remédios estão acabando. Ela quase não tem tempo, então
não vai perceber.”
“Bella, você é um anjo.” Afagou minha mão carinhosamente. “Se você quisesse, eu
66 de 1595 26/05/2011 20:45

largaria todas as mulheres do mundo e casaria com você. Hum... pensando melhor,
não. Prefiro ser de todas. Mas você pode ser minha irmã do coração. Você é mais legal
que a Rose.”
“Tá bom, eu aceito.” Sorrimos e saímos da sorveteria abraçados até o carro.
Já estávamos a dois quarteirões da minha casa, com o som ligado alto em Chris
Brown, nós dois cantando empolgados, quando vimos uma viatura da polícia e eu
fiquei tensa.
“Você ainda está dirigindo sem carteira?” Abaixou o som quando passamos por ela.
“Sim, aqui na cidade meu pai deixa. Mas semana que vem é meu niver de dezesseis, aí
já posso fazer o teste.”
“Estou louco para poder dirigir também.” Disse com o olhar sonhador.
Quando chegamos em casa, já estava anoitecendo, descemos, entramos e ele me

olhou meio triste logo que chegamos na sala principal.
“Bella, eu vou embora amanhã.” Ele disse pegando minha mão.
“Por quê?”
“Por que eu não tenho mais o que fazer aqui. Esqueceu? Terminei os exames. Agora
se tiver que vir aqui, é de dois em dois meses.”
“Hum... Mas você vai vir de vez em quando, né?” Perguntei e apertei sua bochecha.
“Sim, e também vou ligar.” Prometeu, como o menino que ele era.
“Que horas você vai?”
“A Jéssica disse que me leva pela manhã. Alice vai junto, vamos também?”
Por um instante, fiquei tentada a ir. Bem que eu queria conhecer a casa e o quarto
deles...
“Não posso, marquei de sair com o Emmett amanhã. Ele quer ver uma guitarra que
um amigo da gente comprou e me chamou para ir.” Resmunguei insatisfeita.
“Por que não vão outra hora?” Insistiu o menino.
“Por que vamos aproveitar para almoçar lá. Vai ter churrasco, piscina... Tenho que ir.
Emmett está meio chateado comigo e estou tentando agradá-lo.”
“Ah, entendi. Vocês ricos são engraçados. Vão fazer festa e churrasco em plena terça-
feira!!”
“Pois é. Você que ir?” Perguntei animada. “Vamos com a gente?”
“Não, Bella, fica pra próxima. Estou mesmo com saudade de casa.” Ele estava meio
para baixo, devia sentir falta da mãe.
“Tudo bem. Estou indo tomar banho e assistir TV no meu quarto. Amanhã você passa
lá e me dá um beijo antes de ir.” Avisei e subi.
67 de 1595 26/05/2011 20:45

“Bella.” Eu virei para ele, já do meio da escada. “Se você quiser eu posso dormir com
você.” Sorriu cinicamente. Revirei os olhos e voltei a subir.
**
Exausta, tomei banho e deitei. Como em todas as noites, assistir TV não estava
afastando os meus pensamentos. Tinha que tentar não pensar tanto assim em
Edward.
Sempre que eu pensava nele, sentia vontade de mandar uma mensagem, ligar, no
entanto, na mesma hora me obrigada a resignar, aceitar a situação... A situação de
que talvez pudesse ficar pelo menos quando ele viesse... Eu me conformaria com isso.
Talvez fosse masoquismo, falta de amor próprio... Talvez...
Não, não era. Eu iria curtir. Ele também. Esse era o melhor jeito de aceitar a situação.
Embora eu quisesse muito mais, nunca deveria sufocá-lo.
**
Chegamos à festa umas dez da manhã. Emmett ficou testando a guitarra, babando e
dizendo que ia comprar uma igual. Eu fiquei apoiando a sua empolgação, uma vez que
eu também adorava instrumentos musicais. Ele tocou meia hora, mas o povo queria
era piscina e azaração. Eu não estava nem um pouco a fim de tomar banho,
então, sem ter o que fazer, testei um pouco a guitarra, tocando alguns hits, depois
cansei e procurei Emmett. Ele já estava paquerando uma menina em um canto.
Eu estava meio só, pois meus conhecidos estavam todos acompanhados. Não demorei
a perceber que a festa estava ruim, eu não estava me encaixando. Deslocada, falei
com o Emmett que queria ir embora, ele concordou sem reclamar, me deixou em casa
e voltou para festa.
Entrei em casa, as meninas já tinham voltado de Forks e estavam almoçando. Curiosa,

encostei-me à porta da cozinha e prestei atenção no assunto que elas estavam
conversando.
“Nossa como ele é lindo!!” Jéssica ofegou deslumbrada. “Não sabia que Jasper tinha
um irmão daqueles. Que pernas! Ainda bem que eu fui lá. Estava precisando de um
colírio para os meus olhos.”
“Ele disse que já conhecia a gente da festa da Bella.” Alice disse, também empolgada.
“Como um cara lindo daquele me passou despercebido!!” Jéssica falou sonhadora, vi

que elas estavam falando de Edward e minha pulsação acelerou involuntariamente.
“Eu não lembro muito dele...” Alice refletiu. Interessante ela não se lembrar dele do
meu aniversário de treze anos, apesar de que, ele mudou muito: de um anjo para um
deus grego.
“Trocamos os telefones!!” Jéssica pulou de satisfação e eu perdi uma batida.
“Ele parece ser bem tímido.” Alice cortou-a, sem dar apoio a empolgação de Jéssica.
“Eu não ligo. Quando pegar ele, ele se solta.”
Ao ouvir isso, imediatamente entrei na cozinha.
68 de 1595 26/05/2011 20:45

“De quem vocês estão falando?” Interrompi a conversa, fingindo desinteresse.
“Do irmão do Jasper. Você conhece ele, né?” Alice perguntou, comendo doce de
laranja em conserva.
“Sim.” Respondi indiferente. Não queria prolongar a conversa.
“Acho que vou ligar pra ele pra gente sair amanhã.” Jessica disse. “Ele me deu o
telefone dele.”
“Legal.” Resmunguei, deixei-a conversando e subi como furacão para meu quarto. Eu
estava abalada demais para fingir estar bem. Eu me perguntava: O que ele estava
fazendo aqui? Ele disse que não iria voltar! E o pior, agora estava dando idéia para a
minha irmã!!
Rá, isso não ia ficar assim.
Resolvida, escrevi uma mensagem e enviei.
Para quem não gosta de patricinhas e riquinhos, está se saindo bem!!
Não sou mal educado. Mas que eu saiba não lhe devo explicações...
Ih, acho que eu fui longe com a minha mensagem. O irritei.
Escrevi novamente outra.
Não posso cobrar que você não tenha outras, mas logo minha irmã?!
Creio que você conhece a irmã que tem.
É verdade, admiti. Se bem conhecia a Jéssica, ela não perdoava ninguém. Devia tê-lo
cercado até conseguir o que queria. E quer saber, eu iria era aproveitar que ele estava
aqui.
Pensando assim, peguei o telefone e disquei o seu número.
“Oi.” Atendeu com a voz rouca e macia. Era a primeira vez que eu ouvia sua voz ao
telefone.
“Oi... Posso ir ai?” Perguntei meio sem graça, por causa das mensagens.
69 de 1595 26/05/2011 20:45

“Enlouqueceu?” Sua voz ficou alarmada, mas não grosseira.
“Não... Quero te ver.” Disse manhosa.
“Você não tem carteira, e se vir de ônibus vai chegar à noite, então, não venha.”
“Você está em casa?” Eu não ia desistir fácil.
“Sim.”
“Então estou indo.” Era só uma aviso.
“Bella, não!” Suplicou preocupado. “Eu não quero problemas com a sua família.”
“Não vou te dar problemas, eu juro.”
“Como você vem?” Parecia querer ceder. Essa estava ganha para mim.
“Não se preocupe, vou dar um jeito. Tchau.”
Desliguei antes que ele pudesse negar.
Sem pensar muito no que estava fazendo, vesti um short balonê creme, uma camiseta
colada e uma sandália de amarrar na perna.
“Jéssica, vou pegar seu carro para ir ao centro.” Somente avisei quando descia as
escadas. Ao centro de Forks, é claro... Isso eu não ia dizer.
“Não demora. Tenho que sair à noite.” Colocou um filme e se jogou no sofá.
Eu concordei, mas instantaneamente lembre que se acontecesse algo, alguém tinha

que saber onde eu estava, logo eu tinha que avisar alguém sobre o meu paradeiro,
nesse caso, a melhor opção era a Alice.
Subi ao quarto dela, encontrando ela debruçada sobre uma revista de fofoca, parei em
frente do espelho e avisei.
“Alice, vou sair agora, estou indo a Forks.” Informei despreocupadamente enquanto
prendia o cabelo em um rabo.
“Com quem?” Nem levantou o rosto para perguntar.
“Só.”
“Fazer?” Perguntou meio desconfiada. Aproximei da cama e sentei.
“Promete que vai guardar segredo e que mesmo que te torturem você não conta?”
Nesse momento olhou para mim, percebendo que provavelmente teria problemas.
“Sim.”
“Vou ver o irmão do Jasper.” Revelei.
“Você tem alguma coisa com ele?” Abriu a boca, extremamente interessada.
70 de 1595 26/05/2011 20:45

“Não posso contar agora, depois eu te conto a história.” Tentei cortar o assunto.
“Mas você vai dirigindo?” Agora ela estava preocupada.
“Sim, não tem perigo.” Respondi com um dar de ombros. Não podia mostrar
apreensão.
“E se meu pai descobrir?” Seus olhos se cerraram, mostrando aflição e medo.
“Só se você contar.”
“Ai, Bella, eu tô com medo...”
“Não vai acontecer nada. Eu vou devagar e volto antes do papai chegar.”
Levantei, tentando mostrar que seria fácil, aliás, tentando não me deixar atingir por
seus receios. Se não, talvez eu desistisse.
“A Jéssica vai morrer se souber que você tem rolo com o irmão do Jasper!” Ela
começou a rir, mas ainda estava meio temerosa.
“Ela supera. Tchau.” Saí sorrindo do quarto e desci apressada as escadas.
Esse era meu.
...
Apreensiva com o que se seguiria, peguei a estrada e olhei para o relógio no painel.
Bom, calculando... Agora eram meio dia e meia. Se eu demorasse muito, mesmo
tendo que pegar quinze minutos de travessia no rio, chegaria lá até as quatorze e
trinta. Então, podia ficar lá até umas cinco que ainda chegava em casa antes do papai.
Perfeito!!
Nunca fui tão irresponsável assim, se meu pai descobrisse seria muita decepção. Bom,
já que estava no caminho, não ia mais voltar. Agora restava cruzar os dedos e rezar
para que não tivesse nenhum policial fazendo blitz.
Enquanto as árvores e estrada se passavam, ainda me perguntava o que iria fazer lá,
ou o porquê de ir. A desculpa era que fui levada pelo fato de ter ouvido Jéssica dizer
que ia ‘pegá-lo’, por isso me deu tanta vontade de vê-lo. Talvez isso tenha me
mostrado que eu não queria deixar ninguém tomá-lo de mim. Essa era a resposta
mais óbvia.
Todavia, o que se passava na minha cabeça para achar que ele era meu? Nem ele
mesmo dava certeza! Por que eu estava me iludindo?
De qualquer maneira, não consegui me controlar.
Uma hora e meia depois, entrei na cidade e procurei o endereço, que, por sorte,
Jasper tinha me dado dias antes. Parei em frente a uma casa, onde atrás dela tinha
uma vista de uma montanha e um rio, e confirmei o endereço. Ela era
simples, aparentemente pequena. Era exatamente o que eu esperava.
Buzinei e, segundos depois, a porta se abriu. Lentamente, meu colírio saiu, de

bermuda e sem camisa. Despudoradamente, olhei-o da cabeça aos pés, medindo-o
de todos os ângulos possíveis. Nunca fui muito de reparar meninos, mas ele tinha uma
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beleza extraordinária. Abdômen naturalmente sarado, pernas torneadas e grossas,

peito definido.
Um deus gredo, e agora era todinho meu - pelo menos por enquanto seria.
Que pensamento promíscuo, Bella - meu cérebro me alertou. Afastei os pensamentos

e voltei a respirar, uma vez que tinha esquecido.
“Você está fora de si.” Disse sem sorrir, colocando nesse tempo as mãos de apoio na
porta. “Entra. Alguém sabe que você está aqui?”
“Alice sabe.” Meus olhos encontraram os seus, e ele não parecia estar irritado, parecia
mais preocupação.
“Estaciona o carro ali ao lado. Uma Ferrari no meio da rua chama muita atenção.”
Disse passando as mãos no cabelo.
Estacionei e ele me esperava na porta. Entramos, eu sentei e ele foi à cozinha. Ele
estava calado e sério.
“Quer água, suco?” Perguntou com o semblante fechado, fazendo com que eu ficasse
sem jeito.
“Não, obrigada.”
Após um tempo sentada, ainda buscava o motivo de ter vindo. Eu estava sem graça,
perguntando-me até que ponto eu cheguei por causa desse garoto. Aff, agi
inconseqüentemente.
Depois de um tempo, Rose apareceu na sala e olhou especulativa para mim.
“Oi” Sorriu educada. Era a primeira vez que conversava com ela, e achei ela muito
parecida com ele. Com olhos verdes escuros e caídos.
“Oi.”
“Uau! Esse carro é seu?” Ele apontou para o carro pela janela.
“Não, da minha irmã.”
“Você já tem carteira?”
“Não.” Falei baixo, me perguntando se ele não iria vir para a sala.
“Alguém sabe que você está aqui?”
“Só minha irmã caçula.” Respondi amuada, sem jeito pela situação.
“Nossa, você está numa fria, hein!” Sorriu.
“Eu volto antes de alguém descobrir.” Forcei um sorriso.
Certamente, Edward não estava a fim de muito papo, passou por nós e foi para o
quarto, deixando-me na sala com a Rose e Jasper, que tinha acabado de chegar da
rua.
“Posso ir lá falar com ele?” Levantei e apontei para o corredor.
72 de 1595 26/05/2011 20:45

“Lógico, a casa é sua. Avisa para o Edward que eu tô saindo.” Respondeu Rose.
“Não liga pra ele, Bella, ele é esquisito mesmo.” Jasper fez uma careta, parecendo
chateado.
“Tá bom. Eu vou lá ver o que ele tem.”
Determinada, respirei fundo, atravessei o corredor e entrei no quarto. Ele estava de

costas e, quando cheguei, ele me olhou de esguelha. Indignada com sua atitude,
encostei-me à porta e olhei inquisitoriamente para ele. “Você está bravo por eu ter
vindo?”
“Não, só estava só me perguntando o motivo?” Resmungou mais para si, mexendo

nesse tempo em um toca CD’s.
Com um suspiro cansado, deixei meus ombros caírem e dei uma varrida com o olhar
no seu quarto. Ele era bem organizado para ser quarto de homem, limpinho, com
duas camas, um guarda roupa, uma TV e um computador. Tinha muitos livros e CD’s.
O quarto cheirava a bebê. Que coisa, será que ele usava perfume de bebê?
Eu precisava quebrar o gelo. Se não, não teria valido a pena o risco de ter vindo, logo,
resolvi conversar.
“Por que você voltou?” Perguntei brandamente.
“Por que como minhas aulas só começam em mais de um mês, minha mãe pediu para
eu voltar.” Explicou e mudou a música, colocando Regina Spektor.
“Mas vocês já sabiam que as aulas só iriam começar em mais de um mês.” Comentei,
lembrando o que ele disse antes de viajar semana passada.
“Sim, mas como eu já tinha resolvido tudo que tinha ido fazer e como todos os
calouros voltaram, eu resolvi aceitar a proposta da minha mãe de voltar e ficar mais
esse mês.” Respondeu ainda de costas, parecendo ler o encarte de cd. Eu supus que
ele estivesse embaraçado com uma menina no seu quarto e tentasse disfarçar sua
tensão.
“Que dia você chegou?” Respirei fundo e cruzei os braços, um pouco chateada com
sua postura distante.
“Ontem à noite.”
Uma pausa de silencio se fez, chegando a me deixar desconfortável. Ele sentou na

cama, olhando para o chão, fechei os olhos e me condenei por ter vindo, já que não
valeu à pena.
“Bella, porque você veio?” Levantou finalmente o olhar, fixando depois seus olhos no
meu.
Vendo sua postura mais resignada, movi mais para perto dele, ficando em sua frente.
“Por que minhas irmãs falaram que você estava aqui... Eu queria te ver.” Disse
sussurrado, envergonhada por me expor assim.
“Mas não precisava ter feito isso.” Murmurou com a voz baixa e reflexiva.
“Eu agi sem pensar.” Aproximei mais um pouco, encostando a perna ao lado da cama.
73 de 1595 26/05/2011 20:45

“Você foi irresponsável.” Sussurrou gentilmente. “E se acontecer alguma coisa? Afinal,

você ainda tem que voltar.” Lembrou enquanto olhava ansiosamente para as mãos,
esticando freneticamente os dedos.
Vendo sua apreensão, segurei seu queixo e o fiz olhar para mim.
“Edward, eu nunca fiz nada irresponsável em minha vida.” Disse carinhosamente. “Eu
nem pensei, não sabia se você ia ficar o resto do mês ou não... Porém, só agi
inconseqüente porque queria muito te ver.” Murmurei manhosa e acariciei seu lábio
com meu polegar. “Também acho que fiquei de sangue quente quando soube que a
Jéssica está beirando você. Pronto. Falei!!” Resmunguei e fiz um bico.
Ele sorriu convencido, levou a mão a minha cintura, puxou-me e me sentou de lado
em seu colo.
“Vem aqui, eu também queria te ver.” Disse com a voz macia e acariciou meu rosto.
“Porque não veio cedo com suas irmãs?”
“Por que eu não sabia que você estava aqui.” Apoiei em seu ombro e acariciei seu
cabelo.
“APROVEITEM, crianças, que eu vou ali ver uma gatinha.” Jasper avisou e saiu rindo
malicioso.
Imediatamente me alarmei. “Nós vamos ficar sozinhos?” Ofeguei, fiz menção de

levantar do seu colo, mas ele me segurou.
“Sim, qual o problema?” Perguntou despreocupado, agora acariciando minhas costas.
“Eu não vou pra cama com você.” Avisei sem graça.
“Você já está na minha cama, querida. Mas, quanto à cama que você quis dizer, não
se preocupe. Não vou fazer isso com você. É só você se comportar bem direitinho.”
Beijou minha bochecha, acariciando depois minha nuca.
Ansiosa e, sem querer perder mais tempo, virei meu rosto e encostei meus lábios nos
seus, segurando seu queixo. Beijei leve, inserindo a ponta da língua.
“Atacadinha hoje...” Comentou brincalhão e recebeu minha língua, prendendo-a nos

dentes. Passei os dedos em seu pescoço, acariciando até a nuca, enquanto isso
brincava em seus lábios.
“Não estou com muito tempo e tenho que fazer valer o risco.” Sussurrei em sua boca,
mudei meu corpo e sentei em seu colo de frente a ele. Por um segundo, ele me olhou
assustado, porém correspondeu aos selinhos que eu não parei de dar.
Aos poucos, evoluímos o beijo para um beijo sensual, deslizando a língua em seus
lábios, degustando, deixando ficar mais urgente a cada segundo.
Como ele tinha o poder de fazer isso comigo? De me tirar de mim. Queria afagá-lo,
apertá-lo.
Minhas mãos percorreram suas costas nuas, analisando cada detalhe. Depois passeei
os dedos por seu peito másculo e ele ofegou. Desviei a boca de seus lábios e beijei-o
do ombro até pescoço, mordendo devagar. Ele me apertou, depois mordiscou meu
rosto, pescoço, ombro.
74 de 1595 26/05/2011 20:45

Depois de um tempo, ele resfolegava em meus lábios e, ainda que eu fosse

inexperiente, percebi excitação em seus gestos. Suas mãos alternaram entre meus
cabelos e costas, me apertando. Levemente ele colocou as mãos dentro da minha
blusa, alisando as costas, depois passou os dedos em volta da minha cintura. Eu arfei
e sensações desconhecidas invadiram o meu corpo com seu toque.
Hesitante, ele subiu lentamente a mão, parecendo estar intencionando acariciar os

meus seios, no entanto, eu as segurei, não queria avançar tanto, depois continuei
beijando a sua orelha e suspirando.
“Quer me enlouquecer?” Disse entre murmúrios, apertando os dedos em minhas

costas, sugando o meu pescoço.
“Nada que você não possa agüentar.” Sussurrei, deslizei a língua em sua orelha e ele
me puxou para frente, criando um atrito entre nós. Retesei ao perceber seu estado
rígido, mesmo assim, fingi não perceber e continuei a brincar com a língua em sua
orelha.
“Você não está quietinha, como combinamos...” Sussurrou de olhos fechados,

gemendo baixinho enquanto me apertava.
Sorrindo com o significado do comentário, voltei a beijá-lo na boca, agora sua língua
ditando o ritmo, sendo sugada, acariciada pela minha. Ele sugou meus lábios com
fome, uma mão mergulhada em meu cabelo e outra em minhas costas, por dentro da
blusa. Eu podia sentir quanto desejo havia em seus lábios. O seu corpo o entregava
quando ele me apertava e arrastava sobre si brutalmente, trazendo alguma ansiedade
em meu estômago... Uma sensação desconhecida.
Ele estava entregue, delirando pela sensação, enquanto seus lábios se moviam,
alternando entre minha boca, pescoço, ombros. Eu deitei a cabeça e ele desceu com
os lábios em minha clavícula, com urgência, chegando ansiosamente ao colo. Ele fazia
sonsinhos roucos e abafados, e continuou me beijando.
“O que você está fazendo comigo, Bella?” Sussurrou e mordeu meu queixo, voltando
depois desesperado para meus lábios.
Ali não havia hora, nem lugar, estávamos a anos luz fora da realidade. Se eu
continuasse ali, me entregaria aos sentidos que me invadiam e às correntes elétricas
que despertavam o meu corpo. Os nossos corpos se atraiam. Viajamos no momento
entre pequenos gemidos e murmúrios. Algo em mim dizia para parar, pois estávamos
a sós, entretanto algo muito maior queria conhecer mais daquilo, queria continuar.
Meu corpo era mais forte que meu cérebro, então me deixei levar por seus beijos, pelo
calor que me queimava no ventre. Ele mostrava o homem que ele era quando
libertado, conduzindo as carícias, e eu gostava do que conhecia.
Depois de um longo tempo nos torturando com esses atos instintivos, Edward mordeu
o meu ombro, ofegante e suplicou. “Melhor pararmos.” Murmurou baixinho e me
abraçou forte, respirando cortado enquanto se acalmava.
Minutos se passaram e nós esperávamos nos acalmar, respirando um no pescoço do

outro. “Bella, fica quietinha aqui, daqui a pouco eu volto.” Pediu e me afastou.
Levantei do seu colo e sentei perto de uma escrivaninha do lado.
“Posso olhar essas fotos?” Tinha um álbum de fotos lá.
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“Pode.”
Edward abriu uma gaveta, pegou alguma coisa e saiu. Enquanto ele estava lá, olhei
umas fotos de quando eles eram pequenos. Eram lindos. Edward e Rose se pareciam
muito desde mais novos. Jasper era um pouco diferente. Talvez fosse a cor dos olhos,
que eram dourados.
Distraída, continuei vendo as fotos, um tempo depois ouvi Edward me chamar. “Bella,
você quer lanchar?” Perguntou da cozinha.
“O que tem?” Fui em direção ao corredor.
“Suco, biscoitos e um bolo.” Cheguei a porta da cozinha e ele apontou para alguns
intes.
“Você quem fez o bolo?”
“Não. Foi a Rose. Quando eu cozinho, faço pratos salgados.”
“Então quero bolo e suco.” Avisei, ele preparou e levou para o quarto lanche em uma
bandeja.
“Tomou banho!?!” Notei que ele estava com o cabelo molhado e tinha trocado de
roupa.
”Sim.” Respondeu meio sem jeito, colocando em seguida o lanche na mesinha.
“Por quê?” Eu estava curiosa em como alguém deixa uma garota sozinha e vai tomar
banho, demorando o maior tempão.
“Estava com calor.” Puxou os lábios em uma careta, como se a resposta fosse óbvia.
“Hum.” Foi o que respondi. Achei estranho. Mas tudo bem.
Despreocupada, sentei e peguei o pedaço de bolo que ele contou.
“Posso levar uma foto sua?” Perguntei enquanto comia.
“Pra que?” Perguntou desconfiado.
“Lembrança, lógico.”
“Tudo bem.” Deu de ombros.
“Vou pegar uma de quando eu te vi a primeira vez.” Levantei e peguei uma que eu
tinha separado, depois guardei na bolsa.
“Esta é sua cama?” Perguntei e me inclinei para cheira a blusa do pijama que estava
no travesseiro.
“É”
“Deixe-me levar essa blusa também?” Pedi manhosa. “Ela tem o seu cheiro.”
“Bella, está ficando obsessiva.” Deu um sorriso torto presunçoso. “Estou começando a
achar que você está gostando demais de mim.”
“Não se iluda meu filho, é só corpo, só beijos.” O abracei, arrastei o nariz no seu,
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depois cheirei, divertida, o seu pescoço.
“Então tá.”
Segurou minha cintura e me deitou em sua cama.
“Quantas mulheres já deitaram nessa cama?” Perguntei brincalhona, rezando

internamente que ele dissesse nenhuma.
“Duas.” Respondeu simplesmente. “Três com você.”
Incapaz de conseguir conter minha frustração pela resposta, deitei sobre o

travesseiro, virei de lado e mudei de assunto, perguntando depois sobre sua infância,
sobre o pai que ele nunca via, sobre o amor que sentia pela mãe, sobre como cuidava
dos irmãos. Ele respondeu tudo animadamente, falou sobre os poucos amigos que
tinha. E assim... Dormimos.
Acordei com a mãe de Edward entrando no quarto e nos pegando deitados na cama.
Levantei assustada e constrangida.
“Oi, Esme, desculpe. Que horas são?"
“Seis e meia.”
“Meu Deus!!” Sentei. “Eu tenho que ir embora!!!’ Falei assustada. “Edward, você não
me acordou!” Acusei impulsivamente.
“Eu também dormi, Bella.” Ele se justificou com a cara amassada.
“Bella, fica calma que você não precisa ir embora agora.” Esme falou tentando me
acalmar.
“Minha irmã vai precisar do carro. Meu pai vai chegar e vai saber que eu saí cedo e
não voltei, aí ele vai descobrir que eu estou aqui!!” Eu estava muito nervosa, falando
atropelado.
“Ele já sabe que você está aqui. Foi ele quem me ligou pedindo para eu vir para casa e
não deixar você sair.” Esme explicou calmamente.
“Como ele estava? O que ele disse?”
“Estava nervoso.” Só informou isso.
Meu Deus!! Tô frita!!
Frenética, procurei meu celular na bolsa e não achei. Levantei inquieta, fui ao carro e
tinha quarenta ligações de casa. Em todo tempo, Edward ficou ao meu lado, me
abraçando e tentando me deixar calma.
“Meu pai vai te matar, me deixar de castigo e depois me mandar morar com a minha
mãe.” Disse aflita.
“Por que ele vai me matar?” Perguntou pensativo.
“Por que ele vai achar que foi você quem me induziu, quem me forçou a vir. O que eu
vou falar pra ele?!!”
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“Fala a verdade.” Sugeriu calmamente.
“E qual é a verdade?” Arqueei a sobrancelha.
“Que somos amigos, que não temos nada e que em breve vou embora.” Disse
enquanto acariciava meu rosto. “Depois prometa para ele que nunca mais vai me ver.”
“Ah, ele não vai acreditar!” Fiz uma careta nervosa. “E não! Eu não vou prometer
isso!!” Teimosa, joguei a mão no ar.
“Bella, você não vê a realidade?” Segurou meu rosto com as duas mãos. “Seu pai não
quer que você fique próximo de uma pessoa como eu.” Apontou para si com
Julgamento.
“Meu pai não é preconceituoso.” Disse sem convicção.
Eu mesma tinha que acreditar nisso, no entanto tinha dúvidas. Também estava com
medo do meu ato irresponsável resultar em problemas para a família da Esme.
“Vamos para o carro ouvir música enquanto ele chega.” Edward sugeriu, pegando em
minha cintura. É, ficar em pé, parada e nervosa não ia adiantar nada mesmo, logo
resolvi o acompanhar.
Ele entrou no carro, ligou o som e me puxou para sentar de lado em seu colo.
“Você é tão linda. Não sei por que cismou comigo.” Disse alisando meu rosto.
“Gosto de usar você.” O beijei leve e sorri. “Agora você é meu brinquedinho. Você
disse que não ia ser, mas agora é.” Dei selinhos em suas pálpebras.
“Então aproveita que seu tempo está acabando.” Me beijou no rosto, mordiscando
depois seguiu para mandíbula.
As palavras dele me pareceram ter duplo sentido, mas eu não quis me importar.
Determinada a não perder tempo, encostei minha boca na sua e o beijei como se
fosse a última vez, sugando seus lábios, acariciando seu rosto.
Eu não sabia o que ia acontecer quando meu pai chegasse, então devia aproveitar
cada segundo saboreando novamente aquele gosto inexplicável, sentindo aquele
desejo desconhecido.
Não desgrudei de seus lábios e esquecemos tudo pelos minutos que seguiam...
Uma hora depois, uma buzina. Levantei em um pulo. Três pessoas desceram do
carro... Meu pai, Emmett e Alice.
Continua...
Notas Finais:
Mandem reviews, vcs ganham pontos com isso.
bjus
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Capítulo 9- Não custa tentar escrita por BIA BRAZ

Capítulo 9- Não custa tentar by bia braz
N/A: Leiam todos os detalhes. Eu não costumo deixar eles longe. Aqui eu exponho a
Bella. Daqui em diante ela decide que o quer para sempre.
Capítulo 09 - Não custa tentar
Bella POV
Ao ver as três pessoas descendo, eu paralisei onde estava. Imediatamente, Edward se

levantou e, solícito, foi até a entrada receber o meu pai. Eu não me movi. Queria fugir,
me esconder, então sentei no carro e fiquei observando eles de longe conversando.
Um minutos depois, Edward apontou para o carro onde eu estava, e meu pai veio
furioso em minha direção. Emmett e Alice vieram logo atrás.
“Bella, SAIA JÁ DAÍ!!” Vociferou. “Ou vou registrar uma ocorrência contra o seu
amiguinho na delegacia por rapto de menor!” Disse sem me dar chance para
pensar. “Quanto a você!!” Olhou ameaçadoramente para Edward. “Fique longe da
minha filha ou você pode sair prejudicado.” Dise apontando o dedo em sua direção.
“Pára, pai... Fui quem quis vir!!” Pedi apavorada, levantei e fiquei perto do meu pai.
“O QUE VOCÊ TEM COM ELE!!?” Gritou fora de controle.
“Nada, sou só amiga dele.” Respondi num fio de voz enquanto olhava triste para
Edward.
“O Emmett acabou de me falar sobre a sua ‘amizade’ com ele.” Disse com descaso.
“Você não vê que ele não é para você, filha!!” Apontou para Edward com olhar de
desdém!
“Vamos embora, vamos, pai...” Eu disse comecei a puxar o seu braço. Queria tirar
meu pai dali antes que ele começasse a falar coisas que viessem a ofender o Edward,
todavia meu pai relutava, estava fora de si.
“Você acha que eu te criei pra isso?!” Censurou com acidez. “Pra ver você fugindo
para se encontrar...”
“PÁRA, PAI!!” Interrompi desesperada. “Vamos embora! Por favor! A gente conversa
em casa.” Supliquei e lágrimas de culpa desceram no meu rosto.
Olhei de canto para Edward, envergonhada por ver meu pai o diminuindo por minha
causa, porém ele estava com o semblante imutável, olhando firme para o meu pai. Os
soluços brotavam incontroláveis em meu peito. Eu não devia ter feito isso com
nenhum dos dois. Fui egoísta e precipitada.
Um tempo desconfortável se seguiu, e ao ver o quanto eu chorava, papai se acalmou

e se virou para o Edward. “Eu não tenho nada contra você, só não quero que se
aproxime da minha filha.” Disse com a voz mais branda. “Bella sempre foi responsável
e seria a última filha a agir assim. Essa ‘amizade’ está fazendo mal para ela. Então, por
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favor, fique longe dela.” Pediu educadamente. Edward não respondeu, mas o olhava
sem vacilar. Papai continuou. “Repito, não é nada pessoal. Só não é certo.”
“Tem certeza, Carlisle, que não é nada pessoal??” Esme saiu fora de casa e perguntou
incisivamente.
“Não, não tenho nada contra a pessoa do seu filho, tudo é com relação à Bella.”
Respondeu meio constrangido. Pela característica do seu rosto, ele mostrava estar
arrependido do que tinha feito minutos atrás. Ele estava acuado.
“Você não quer que a Bella namore meu filho, assim como seus pais...” Esme se
interrompeu, enquanto encarava meu pai.
As coisas ficaram piores do que eu pensei que pudesse ficar. Eles agora iriam discutir,
ela ia ficar desempregada e... Meu Deus! Sem marido, com um filho doente... Eu
nunca iria me perdoar se isso acontecesse!!
“Tudo se resume a classe social, Carlisle. Você se tornou igual ao seu pai, querendo
escolher o futuro dos filhos. Olha o que aconteceu com você?” Apontou com ceticismo
para ele. Parecia que a briga era outra. Ela o afetava e nós só observávamos.
Atordoada, olhei para Edward e ele parecia estar gostando do que estava
acontecendo. Meu pai pareceu esquecer onde estava e o porquê, olhou para Esme e
segurou o olhar. “Foi.você.quem.desistiu.” Falou entre dentes.
Ela o encarava e pareciam estar tendo uma conversa engasgada há muitos anos.
“Lógico, com a pressão dos seus pais, com a Renée dando em cima de você, as
pessoas me olhando torto e me humilhando, como eu não ia desistir?” Eles se
encararam por um longo tempo, depois ela continuou. “Mas pelo jeito você não
aprendeu. Já viu o que as escolhas erradas fizeram com a sua vida?!” Apontou para
ele com julgamento. E automaticamente eu soube do que ela falava. Ela estava
falando da minha mãe. Isso iria machucar muito meu pai.
Respirando fundo, ele me puxou e deu as costas para ela. “Até mais, Esme, e peça
para o seu filho ficar longe da minha filha.”
Eu saí de lá atormentada pela culpa e pela dor. Não consegui olhar uma última vez no
rosto do Edward, antes de sair. Ali eu percebi que era o fim de tudo. Como eu pude ter
chegado a esse ponto por um capricho? Como eu pude magoar a pessoa que eu amo
tanto, que é o meu pai? Isso realmente não tinha chance de dar certo. Só eu não
conseguia enxergar. A vida conspirou contra nós desde o início, eu que fui teimosa em
insistir.
Chegamos ao carro, Emmett pegou a chave da Ferrari e voltou dirigindo. Fomos no

carro com o meu pai, eu e Alice. No caminho, não nos dirigimos uma só palavra.
“Bella, amanhã a gente conversa.” Carlisle disse e subiu apressado para o seu quarto.
Nenhum dos meus irmãos falaram nada, só me olhavam com olhar de acusação. Eles
sofriam porque meu pai foi magoado desnecessariamente. Esme mexeu no seu
passado violentamente, expondo as feridas dele para os próprios filhos. Tocar, mesmo
que sutilmente no relacionamento do meu pai com a minha mãe, mesmo que ele
mostrasse que não, era uma tristeza para ele. Ele é infeliz pela escolha que fez. O que
deu forças para ele não se frustrar com a vida, foram os filhos que ele adquiriu nesse
casamento.E nós, embora não falássemos no assunto, sabíamos disso. Por isso nos
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dedicávamos com tanto amor a ele, em gratidão por ele nunca ter nos abandonado,
como minha mãe fez.
Amanhã, com certeza ele iria chegar em casa com a passagem comprada para me
mandar para o Japão, que era onde minha mãe estava. Tomando nota disso, fui infeliz
para o meu quarto, cair em meus prantos.
“Alice, o que aconteceu?” Perguntei mal humorada e sentei-me à mesa para o lanche
da manhã. Minha cabeça doía pela noite mal dormida. Eu devia estar um caco.
“Não foi por que eu quis. Eu tentei...” Alice explicou, triste também.
“Eu não estou dizendo que foi sua culpa, só quero saber como aconteceu.” Pedi mais
calma.
“Meu pai chegou umas três horas, ele disse que ia tirar a tarde de folga, pois hoje iria
viajar. Quando ele não te viu, perguntou cadê você, aí a Jéssica disse que você saiu
antes de meio dia no carro dela e até aquela hora não tinha voltado. Depois eu liguei
um monte de vez para você vir e você não atendeu. Deu cinco horas e nem sinal de
você. Ele ligou para o seu celular para saber onde você estava, e nada de você
atender. Ele ficou preocupado e pediu para Emmett dar uma volta pela cidade para
procurar, e nada. Então eu tive que contar, porque ele estava dizendo que ia ligar para
o amigo dele da polícia.”
“Então meu pai ia viajar hoje?” Perguntei chateada comigo mesma por ter prejudicado
os seus planos e ainda tê-lo deixado tão triste.
Ela balançou a cabeça assentindo, eu mergulhei a cabeça sobre o meu braço e deixei o
arrependimento me inundar. Esse dia ia ser uma tortura. Nesses quase dezesseis anos
de idade, meu pai nunca precisou chamar minha atenção, pois sempre fomos
responsáveis aqui em casa. Isso tudo podia parecer uma tempestade em um copo
d’água, mas não era. Um ciclo de confiança foi abalado. Isso afetava toda a família.
O restante do dia, passei encolhida no sofá, tensa, esperando pelo pior.
Carlisle chegou mais cedo do trabalho. Ele estava com um semblante melhor. Talvez
as coisas não fossem tão ruins como eu imaginava, logo eu fiquei menos tensa.
“Bella, vamos ao meu escritório.” Subiu as escadas e me chamou. Subi atrás dele,
entrei acuada e sentei. Ele abriu seu notebook e começou. “Filha, eu sei que vocês
sentem falta da mãe, sei que eu não tenho tido tempo suficiente com vocês...”
“Pai, não! Por favor, não se culpe.” Supliquei com uma dor me cortando em ver meu
pai ter que tocar nesse assunto. “O senhor é um pai perfeito.”
“Então por que você está agindo assim?” Ele continuou calmo.
“Eu não sei, foi só um momento.” Murmurei baixinho.
“Então isso significa que ele não é nada para você?”
Pensei um pouco. O melhor era ser sincera naquele momento. “Eu acho ele legal e
gosto de ficar perto dele, mas não é muito importante.” Eu queria acreditar nisso.
“Mas é pior do que eu esperava.” Suspirou de frustração.
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“Mas não temos nada.”
“Bella, ele faz mal para você. Eu esperava isso da Jéssica, não de você. Você sempre
foi a pessoa mais equilibrada, mais decidida aqui de casa. Eu me vejo em você. Eu
acredito que a pessoa que tem a chance de assumir as nossas empresas daqui de
casa é você, pois você tem desenvoltura e atitude. Não tome decisões precipitadas na
sua vida filha! Não deixe a rebeldia de adolescente falar mais alto.”
“Pai, não é rebeldia de adolescente. As coisas aconteceram.” Passei as mãos no

cabelo, tensa. “Realmente não temos nada, mas não é por que eu não queira.”
“Puxa, filha, com tantos rapazes para você sair, você quis um qualquer!!” Apontou
com intolerância rumo a Forks.
“Não fale assim dele, pai, por favor.” Supliquei, sentindo dor pelo preconceito no seu
tom. “Ele não merece. Ele é uma pessoa boa.”
“Filha, isso não tem chance de dar certo. Vocês são de criações diferentes, vidas
diferentes. Você não deve escolher pessoas de um mundo diferente do seu.”
“Eu nunca pensei que o senhor se importasse com classe social das pessoas.”
Balancei a cabeça desacreditada.
“Se fosse só classe social, eu não me preocuparia. Se eu visse que é só uma paquera
com um funcionário, com um segurança qualquer, embora não fosse o que eu queira
para você, eu não me importaria. O problema é que eu sinto que é muito mais que
isso.”
“Então o problema é se eu gostar dele. É isso? Ficar não tem nada? Paquerar não tem
nada?” Perguntei relutante.
“Sim, só que pelo que eu sei, esse ‘paquerar’ tem se aprofundado demais. Eu sei de
tudo, Bella, desde os beijos do seu aniversário, até as brigas que vocês tiveram. Mas o
pior de tudo foi infringir uma lei para ir a Forks atrás dele. Isso é demais para uma
simples paquera.”
Grrrr. Emmett traidor.
“Então agora eu entendi.” Murmurei fracamente. “Posso ficar com rapazes pobres,
mas não posso me envolver. É isso?” Desafiei.
“Hmm... Não que eu goste, sinceramente espero que você evite isso.”
“Por quê?”
“Pelo óbvio, qualquer pessoa que se aproximar de você, que saiba que você é rica,
está interessado em seu dinheiro.”
“O que? O senhor realmente acredita nisso?” Eu estava perplexa com o pai que eu
estava conhecendo.
“Sim, Bella, a vida me ensinou isso.” Tinha algo escondido em sua resposta. Ele
parecia esconder algo.
“Eu não estou acreditando no que estou ouvindo, o senhor está rotulando as pessoas.
Isso é preconceito! Achar que só por que as pessoas são pobres, se aproximam dos
outros por dinheiro!”
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“Existem coisas que não dá para mudar. Temos que nos encaixar no lugar onde fomos
colocados.” Disse melancólico e fitou o vazio.
“Agora o senhor está falando de si mesmo não é?” Olhei-o firmemente. “Deve ter sido
obrigado a se encaixar. Que história foi aquela com a Esme? Ela também era pobre e
seus pais não a quiseram?” Disse sem pensar, quando olhei em seu rosto me
arrependi.
Ele pausou um tempo calado, depois respirou fundo. “Bella, conversar não está sendo
uma boa, então vou impor: fique longe dele.” Disse sério e duro.
“Eu já estou longe dele, pai.” Sussurrei derrotada. “Ele não vai querer me ver depois
do que o senhor falou ontem à noite.” Suspirei.
“Tente, Bella! Aproveite a vida. Procure opções. Você nunca foi de namorar, nunca se
deu uma oportunidade. Então tente com outras pessoas.”
“Vou tentar.” Murmurei vencida.
“Você tem opções, filha, aproveite o que a vida te oferece, saiba escolher o melhor.
Você vai ver que paixonite é normal, temos muitas na vida e não devemos mudar a
nossa vida por causa delas. Essas coisas passam.” Ele me olhava nos olhos
esperançosamente.
Ele estava literalmente me aconselhando a beijar um monte de gente e a ficar com um

monte de gente, desde que fosse da nossa mesma classe social?
Hilário!
Ele não falou abertamente, mas eu entendi. Bom, pelo menos isso era melhor do que
bronca e castigo!
“Tudo bem. Vou fazer o que o senhor me aconselha.” Sorri fraco, tendo uma sensação
de traição ao meu próprio coração.
Ele sorriu satisfeito. “Bella, seu presente de aniversário chegou mais cedo e está lá
fora.” Informou sorridente.
“Presente?” Perguntei desconfiada, depois me lembrei de algo importante. “Pai... O

senhor mandou a Esme embora?”
“Lógico que não, somos profissionais.” Respondeu torcendo os lábios em um risinho

de canto.
Eu sorri, feliz que tudo tivesse dado certo, saí do escritório, e todos me observavam.
Sorri para eles e me direcionei ao jardim. Estava lá, cheia de laços, uma Mercedes
preta conversível. Nossa, eu não levei bronca, ainda ganhei presentes! Meu pai é
demais! Sabe conquistar um filho... Ou seria comprar? Sorri com a dedução.
O clima na minha casa mudou. Meus irmãos viram que tudo acabou bem e saímos
todos para comer pizza.
Após chegar em casa, pus a cabeça no travesseiro e botei o cérebro para pensar.
Realmente eu tinha que acabar com isso, meu pai tinha razão em querer impor. Afinal,
eu não estava tão envolvida assim. Penso que não. O que ele era para mim? Só era
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bonito e beijava bem. Bom, ele não era o único menino bonito no mundo e, como eu
nunca beijei outra pessoa, eu não podia saber se o seu beijo era o melhor. Podia ser
por isso eu que tinha essa obsessão por ele. Explicado. Pelo menos eu tinha que me
convencer disso.
Uma semana depois, era meu aniversário de 16. Eu recebi vários telefonemas de
amigos, entre eles apareceu a ligação de Jasper.
“Oi, Bella, Feliz Aniversário!” Parabenizou empolgado.
“Obrigada!” Agradeci. “Pensei que não ia ligar.” Murmurei manhosa.
“Como eu não ia ligar para minha irmãzinha do coração?!”
Sorrimos.
“Está tudo bem? Está tomando os remédios?”
“Sim, Bella. Er, como ficou as coisas na sua casa depois daquele dia aqui em casa?”
Perguntou o garoto cautelosamente.
“Voltou tudo ao normal. Eu voltei a ser responsável.” Disse sem querer aprofundar no
assunto. “Ganhei uma Mercedes conversível sabia!?! Vem aqui pra gente dar uma
volta!” Disse empolgada.
“Ah, com certeza eu vou!”
“Que dia você vem aqui?” Perguntei com saudade.
“Só daqui a dois meses, que é quando eu vou ao médico.”
“Ah, então, obrigada por ter ligado e um beijo tá?”
“Bella, desculpa me intrometer, mas você não vai mais ligar para o meu irmão, não?”
Perguntou em tom de cobrança.
“Hum... Eu acho melhor não. Eu não quero mais magoar as pessoas que eu realmente
amo.” Mudei o tom de voz, sentindo minha voz estrangulada.
“Engraçado, ele também falou que não quer te ver. Eu tô puto. Acho isso uma
frescura.” Mostrou irritação.
“Não, Jasper, é melhor para gente.”
“Acho que não é melhor pra ele não, porque ele agora ficou bem pior do que já era,
ficou muito mais chato e estressado.”
“É impressão sua, seu irmão, como você fala, já era bem esquisito mesmo.”
“Então tá, Bella, pra mim vocês não deviam ficar assim, deviam se pegar e pronto,
mas se vocês não querem...” Censurou parecendo um adulto. “Eu continuo aqui, caso
você fique carente, pode vir atrás de mim. Se ele não quer, eu quero.” Sorriu,
brincalhão novamente.
“Ta bom, Jasper, pode deixar que eu te procuro. Beijo”
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“Beijo, tchau.”
Desliguei, e algo que Jasper falou me deixou intrigada: ele também não quer me ver?
Melhor assim.
Uma semana depois foi o niver dele. Eu poderia ligar. Mas achava que não tenho
forças para não ir vê-lo. Logo, não devia tentar meu auto-controle, por isso não liguei,
mesmo sentindo saudade.
Dois meses depois.
Faltavam duas semanas para as aulas de Emmett começar, então meu pai nos
convidou para irmos todos juntos à Califórnia procurar um apartamento para ele perto
da Universidade. Enquanto isso, ficamos em um hotel porque a nossa antiga casa da
Califórnia estava alugada para um político.
Depois de muito rodar, finalmente papai encontrou um apartamento para Emmett,

perto da praia. Ele disse que quando viéssemos vê-lo, poderíamos ficar em um lugar
aconchegante.
Quando as pessoas descobriram que estávamos na cidade, começaram a ligar nos

convidando para festas e eventos. Logo, em uma festa no Central Valley, onde tinha
somente a nata da sociedade, conhecemos um amigo do meu pai, um político da
cidade. Ele nos apresentou o seu filho, um lourinho muito lindinho. Jéssica logo se
interessou por ele, porém ele não tirava os olhos de mim. Após criarmos amizade,
resolvemos ir todos dançar.
No salão, tinha dois ambientes de festas. Clássicas e trance. Lógico que escolhemos o
ambiente com trance. Dançamos por horas, ele com todas nós. Jéssica se insinuava o
tempo todo para ele, porém ele continuava me olhando.
“Vamos dançar no outro ambiente?” Se aproximou de mim e perguntou.
Por um instante fiquei indecisa se ia ou não, afinal, não me sentia preparada para
flertar com outro garoto. Mesmo assim, eu poderia fazer alguma amizade, por isso
tomei a decisão de ir. “Espere-me lá, que eu já vou.”
Antes de ir, fui ao banheiro, retoquei a maquiagem e comecei a pensar. Era uma boa
oportunidade para eu tentar. O pai dele era influente, ele era rico e bonito,
interessante. Melhor que isso: eu não o veria mais. Podia tentar. Isso agradaria muito
meu pai.
Entrei no salão onde passavam músicas clássicas e olhei para ele. Imediatamente, ele
veio em minha direção e me tirou para dançar.
“Gostando da festa?” Perguntou enquanto dançávamos.
”Sim.” Respondi meio embaraçada pela proximidade.
“Tem que idade?”
“16.”
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“Não parece.” Olhou-me atenciosamente. “Parece mais velha.”
“Não se deve falar para uma mulher que ela parece mais velha, sabia disso?” Brinquei.
“Mas e você, tem que idade?”
“Dezoito.”
“Você parece ter dezoito. Já está na Universidade?”
“Vou começar agora. Mas não estou empolgado, não é o que eu queria fazer.”
“E o que você queria fazer?” Perguntei e ele me girou, depois me deitou em seus
braços.
“Ciências Robóticas. Eu gosto de pesquisas, descobertas, criações, entende?”
“Sim.”
“Você é bem diferente da sua irmã.” Comentou apertando minha cintura.
Eu me senti desconfortável ao associar suas mãos e a sensação das mãos de Edward

em minha cintura. No mesmo instante algo doeu em mim.
“Como assim? Sou diferente da minha irmã?” Perguntei tentando cortar o clima.
“O seu olhar é doce, o seu jeito é meigo.” Entendi. Ele queria dizer que minha irmã era
oferecida.
Enquanto ele dançava, passava as mãos nos meus cabelos, olhando-me docemente.
Ele tinha um cheiro bom, e eu estava me permitindo sentir. Dançamos bastantes
músicas. Em alguns intervalos, ele buscava alguma bebida, tomávamos, depois
voltávamos a dançar.
Depois de um tempo, ele começou a inspirar perto do meu pescoço, acariciar meu
ombro e passar a mão no meu braço lentamente, enquanto dançávamos. Logo eu
percebi que ele iria me beijar e senti uma dor enorme, uma tristeza. Imediatamente,
percebi que não estava conseguindo. Os braços dele, que eram tão gentis, estavam
me causando aversão. Pra quem eu estava mentindo?
Ele não era Edward.
“Desculpe, eu tenho que sair.” Murmurei, afastei-o e saí a passos rápidos,

desnorteada pelos pensamentos que voltaram de súbito a minha mente. A dor e a
saudade me deixaram sem pensamentos coerentes.
Já na recepção, liguei para o meu pai e avisei que ia pegar um táxi para ir embora,
porque não estava me sentindo bem. Ele concordou, e eu fui embora para o hotel.
Três meses depois...
Cinco meses se passaram, desde que meu pai pediu para eu tentar, e eu não evoluí.
Não conseguia sentir nem vontade de ficar com ninguém. Eu podia até passar horas
conversando com rapazes diferentes, mas quando eles se aproximavam de mim, eu
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travava e não os deixava prosseguir. Estava pensando em aceitar namorar o Mike,

pelo menos escaparia das cobranças do meu pai.
Ultimamente, meu pai achava que estávamos muito só por Emmett estar fora e ficava
querendo conversar com a gente o tempo todo, principalmente sobre meninos. Isso
não era coisa de se conversar com pai, mas ele insistia. Ficava querendo saber se eu
gostei de alguém, se eu me interessei. Aff!
A nossa casa já não era mais a mesma, Emmett estava vindo pouco. Meu pai pediu
que ele viesse todos os fins de semana, mas ele disse que tinha muitos trabalhos e
estava muito ocupado. Então acabava vindo de mês em mês.
Dias depois
Eu aceitei namorar Mike. Além das cobranças do meu pai, a minha vida estava muito
chata e eu tinha que arriscar gostar de alguém. Ele me fazia sorrir. Sempre fez. E eu
estava tentando retribuir a felicidade que ele me dava. Já que eu não conseguia me
interessar por ninguém, aceitei.
Eu gostava de ficar perto dele, de ir ao cinema com ele, na verdade não mudou muita
coisa. Sempre fizemos isso juntos. A única diferença era que namorando eu tinha que
beijá-lo. O que era uma hora muito difícil para mim. E imagino que era ruim para ele
também. Era como se ele estivesse beijando uma parede. Fria e sem vida.
Edward POV
Deitei em minha cama lendo um livro, enquanto lia, meu colega de quarto entrou
rápido e saiu para uma festa.
Mais uma vez eu percebia o quanto a vida era injusta. Meu colega, por ser filho de um
senador, ganhou bolsa integral, mesmo tendo condições extras para pagar, enquanto
muitos não podiam arcar com Universidades daquele porte.
Ele era boa companhia, mas lamentavelmente não aproveitava as oportunidades e o

tempo que tinha. Até que eu não importava em ajudá-lo com as provas e trabalhos,
mas ele devia se preocupar com o seu futuro.
Não, Edward, quem tem que se preocupar com o futuro é você, ele já é filho do
senador. Com certeza já tem o futuro garantido.
Realmente, eu quem precisava me projetar, isso se eu quisesse ter um futuro.

Suspirei e tive a lembrança do último dia que vi Bella em Forks. Se mudar a minha
sorte já era objeto de aspirações, meus motivos se quadriplicaram após ter
sido minorado com altivez pelo repulsivo Sr. Cullen. Percebi mais uma vez não querer
ser um em meio à multidão. O desejo de despontar, novamente fora fomentado em
meu ser com aquele ato dele.
Anseio que ele futuramente desdiga-se com escusa do modo desdenhoso no qual se
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referiu a mim. Designo-me a nutrir-me desse sentimento a fim de emergir. São essas
pequenas abjeções, como a dele, que servem de combustível para que eu cresça. O
sentimento de sobressair e exceder o necessário são os que me impulsionam e me
dão forças para continuar e superar as mais de quinze horas diárias dedicadas aos
estudos.
É certo que com sua filha é diferente... Bella não parece se importar com as
disparidades. Com seus atos, ela demonstra aceitar-me exatamente como sou. Por
diversas vezes já demonstrou isso. É notório que ela não passa de uma menina,
muitas vezes obtusa em suas ações, mesmo assim, embora ela seja
uma garota obstinada e inconseqüente, ela é a pessoa que faz meu peito inflar.
Com ela sinto-me menos áspero, como se não houvesse divergências entre nossas
vidas. Ela faz-me enxergar tudo de um ângulo palpável, menos austero, como se por
instantes não houvesse extremos, não houvesse indigência e poder nos extremando.
Como se nossa exigente conexão fosse provável. Com sua complacência, ela
faz-me sentir nas nuvens, vivo, a passos da realidade que nos assola. Bella me
mostrou que por um momento em nossa vida podemos ser felizes com alguém. E eu
realmente espero que ela tenha superado. Cinco meses foi um tempo propício para o
seu capricho infundado por mim, esvair-se.
Entretanto, inquestionavelmente comigo não foi assim. Certamente não iríamos nos
distanciar se não houvesse acontecido algo brusco. Por mais que eu tentasse
separar-me dela, eu me sentia atraído e preso. Portanto, resta-me hoje lutar contra o
vazio que me invade e contra a dor que me corta.
Bella POV
Dois meses depois... Três dias antes das Férias de verão.
Esses últimos meses se passaram lentamente. Arrastando. Por vezes, me sentia

culpada, pois estava enganando o meu amigo. Eu não sentia nada por ele. A minha
sorte era que raramente ele me beijava. Porém, esse namoro estava me deixando
infeliz. Eu não me sentia mais eu mesma. Precisava ser sincera com ele.
Eu sabia estar sendo injusta com a vida. Tinha tudo para ser feliz, tinha família, saúde,
dinheiro... Mas me sentia apática, como se faltasse algo em minha vida. Bom, Emmett
logo iria voltar para as férias. Pelo menos isso traria alegria e movimento à nossa
casa.
Sábado – Início de férias de verão
Emmett chegou ontem, e como segunda passada foi aniversário de Alice e não
comemoramos, resolvemos fazer uma festa em nossa casa em comemoração. Iria ser
coisa simples. Nada de amigos do papai. Até por que, meu pai viajou ontem para New
York a serviço, então não tinha porque ter adultos presentes. Resolvemos fazer uma
boite. O DJ que contratamos era muito bom, então, passamos a tarde organizando o
salão de festas da casa.
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Jasper não vinha mais aqui desde o dia em que meu pai discutiu com a Esme, mas
ainda me telefonava vez ou outra. Depois de organizar tudo para a festa, resolvi ligar
para ele. De repente ele quisesse vir com a Rosalie, afinal, ele era nosso amigo.
Pensando assim, peguei meu celular e disquei o número dele.
“Alô.” Tremi. Era a voz de Edward.
Inevitavelmente, travei.
“Oi...” Ele falou novamente.
E agora desligo? Covarde, covarde, covarde.
“Oi, Edward, tudo bem?” Tentei soar calmo, mas minhas mãos estavam geladas.
“Tudo.” Disse com a voz fria e baixa.
“O Jasper está?” Fui direto ao assunto. Ele não parecia estar para papo.
“Sim, só um minuto.”
Jasper atendeu.
“Oi, Bella! Bateu saudade de mim?!” Gritou animado.
“Sim, pentelho!” Cumprimentei no mesmo tom. “Também queria te chamar para vir
para o aniversário da Alice hoje à noite. Chama a Rose e vem!”
“Ih, não vai dar. O carro está com problemas, não dá para pegar a estrada.” Explicou
desanimado.
“Vem de ônibus e dorme aqui.” Insisti.
“Não, Bella, obrigado pelo convite, mas Edward chegou e minha mãe quer a gente
reunido. Vamos fazer alguma coisa juntos, entende?”
“Sim, então tá bom. Manda um beijo para sua mãe e para Rose.”
“E para o meu irmão, não vai mandar não?” Sorriu provocador.
“Eu não posso, Jasper, e não me torture.” Resmunguei desanimada.
“Eu estou brincando, Bella. Desculpe.”
“Não, você não tem culpa.” Suspirei, sentindo a derrota nos meus ombros.
“Bella, posso ser um bobo, mas não sou cego. Por que vocês não conversam?”
“Por que não temos o que conversar, aliás, eu acabei de conversar com ele no
telefone. Ele está ouvindo você falar isso?”
“Não, foi para o quarto e bateu a porta.”
“Então tá, depois conversamos.” Eu queria cortar o assunto.
“Bella, nós vamos a uma praia amanhã, você podia ir...” Insistiu.
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“Jasper, não faz isso comigo, eu estou namorando...” Murmurei triste.
“E daí? Olha, ele também é louco por você, mas se vocês querem ficar nessa...” Ele
tentava me convencer.
“Como você sabe disso?” Perguntei, mas realmente não queria saber.
“Eu vejo, qualquer um vê.”
“Como você vê?
“A primeira coisa que ele me perguntou quando chegou de viagem, foi se a gente
ainda tinha contato, eu e você.”
“É normal ele perguntar isso.” Disse, tentando tirar as minhas próprias esperanças.
“Além disso, ele guarda o convite do seu aniversário de quinze anos, um que tem o
seu book. Lembra? Pois é, ele carrega de um lado para o outro na mochila dele. Você
acha que ele não gosta?”
“Jasper, tchau.”
“Tchau, Bella.”
Suspirei e desliguei antes que ele falasse mais alguma coisa que me convencesse o
que eu temia: Que ele sentia minha falta tanto quanto eu dele.
A festa estava bombando. Contratamos uma equipe de buffet e outra equipe com som
e iluminação. Vieram muitos amigos da nossa escola e da faculdade da Jéssica.
Começou as dezoito, então às dez ainda tinha muita festa pela frente.
“Bella, vamos ali que eu vou te apresentar um menino da minha sala.” Jéssica falou
puxando o meu braço.
“Não Jéssica, não tô a fim.” Respondi tentando me soltar.
“Vamos Bella, por favor!! Eu tô a fim de ficar com o irmão dele e ele não sai da cola.”
suplicou.
“Tá, mas vou conversar com ele só um pouco.” Concordei desanimada.
“Tudo bem, é só o tempo de podermos conversar a sós um pouquinho.” Sorriu

vitoriosa.
...
“Mike!! Demorou a chegar, hein!” Disse entusiasmada ao vê-lo se aproximando.
“Quem é esse cara, Bella?” Mike perguntou com cara de poucos amigos, se referindo
ao colega da Jéssica que estava comigo e era bem legal.
“Amigo da Jéssica, da sala dela. Mike, Rick. Rick, Mike.” Eu os apresentei e

fiquei admirada com a expressão do Mike.
Agora só faltava essa! Além de tudo cenas de ciúmes. Imediatamente, pedi licença e
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saímos de lá. Passei o restante da noite chateada, pois Mike estava muito inseguro
com a presença dos amigos da Jéssica da faculdade.
Eu não precisava mais da proteção dele, tinha coragem o bastante para dizer para
qualquer pessoa que eu não estava a fim, inclusive para ele. O que eu estava
esperando? Só adiando? Preferia o Mike como amigo.
Depois de horas pensando em como falar tomei a decisão. “Mike, eu preciso falar com
você.” Disse sentando no sofá da nossa sala. Bem longe da festa.
“Pode falar.” Sentou e pegou minha mão.
Pensei por uns minutos e resolvi ir direto ao ponto. Quanto mais sinceridade, melhor.
“Não está dando... Eu não quero mais te enganar... Eu prefiro ser só sua amiga.”
Tentei soar calma e carinhosa.
“Bella, eu gosto de você.” Relutou ao perceber minha intenção.
“Eu também gosto de você, mas não como namorados.”
“Deixa eu te conquistar, me dá mais um tempo...” Insistiu
“Não é você, sou eu... Eu não quero te magoar futuramente.”
Ele pausou um temo calado, depois respirou fundo.
“Sabe, Bella, eu sei que os seus olhos estão em outro lugar, sempre fico observando
você... Fala quem é?”
“Ninguém Mike, ninguém que eu possa gostar.” Mike não entendeu. Mas meu coração
cortou com a minha declaração. Era a pura verdade. “Boa Noite, Mike.” Subi para o
meu quarto e resolvi deitar, deixando a festa bombando lá em baixo.
Domingo acordei cedo, mesmo tendo ido dormir tarde. Meu corpo ainda estava
acostumado a acordar cedo, por estudar de manhã, então me arrumei e desci para
tomar café.
“Cadê todo mundo, Alice?” Perguntei quando colocava pão na torradeira.
“O Emmett ontem ficou com uma amiga da Jéssica que mora em Forks, e ela os
chamou para fazer trilha hoje, lá. Então saíram de casalzinho.” Alice disse com
descaso, se acabando em sobras do bolo de chocolate do seu aniversário.
Forks é? - Refleti.
Terminei de preparar meu lanche e fui para o meu quarto. Tudo nesse mundo tinha
que me lembrar ele? Por que meu irmão foi a Forks? Por que tinha que surgir a palavra
Forks na minha vida logo de manhã? Logo no dia que eu estava tão sem coragem de
resistir? Logo no dia que meu pai estava viajando? Logo no dia que eu não tinha nada
que me prendesse aqui?
Minutos se passaram e uma batalha interna se travou em minha mente. Eu poderia

pelo menos vê-lo. Eu poderia pelo menos explicar que ele tinha razão, que realmente
somos de mundos diferentes e não temos nada a ver... Mas e se eu não resistir? E se
ele me atrair para perto dele como sempre foi? Eu juro que só quero vê-lo. Só
conversar.
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...
“Oi, Jasper está?” Liguei na casa dele. Foi Rosalie que atendeu.
“Não ele saiu.”
Ela não reconheceu minha voz
“Você tem o celular dele, eu precisava falar com ele.”
“Ele não tem, mas ele está aqui perto, só quinze minutos daqui.”
“Onde?”
“Ele foi consertar o carro com o meu irmão na casa de um amigo, depois ele vai para a
praia da reserva.”
“Como eu faço para chegar lá?” Perguntei em dúvida se eu ia ter a coragem de ir.
“Quando você chegar à reserva, pergunte onde mora o Jake que todo mundo sabe.”
“Ok. Obrigada”
Como se eu soubesse onde é a reserva.
E agora ir ou não ir?
...
“ALICE, SE ARRUMA QUE NÓS VAMOS SAIR EM QUINZE MINUTOS!!” Gritei lá de cima.
“PRA ONDE??”
“SE ARRUMA QUE DEPOIS EU TE FALO. COLOCA TOALHA E BIQUINI!” Gritei

impaciente.
Tomei banho correndo, vesti um biquíni, coloquei um short curto jeans, amarrei um
rabo de cavalo e passei alguma maquiagem. Depois equipei o carro com esteira,
cadeira de praia, guarda sol, toalhas, caixa térmica, água, suco, refrigerante, biscoitos
e alguns sanduíches. Como eu não conhecia o lugar, eu tinha que ir preparada.
Novamente a dúvida me invadiu. Por que eu estava indo? Por que eu queria vê-lo - a
resposta veio rápida. Mas pra quê? Nessa resposta eu não queria pensar...
Nervosa, anotei em um papel : RESERVA. JAKE.
“VAMOS, ALICE!” Eu já tinha buzinado umas dez vezes.
Ela desceu correndo e pulou no carro, eufórica. “Para onde nós vamos mesmo!?”
“Para uma praia em uma reserva de índios.” Tentei soar calma, liguei o carro e saí do
estacionamento lateral.
“É longe?” Ela estava muito ansiosa.
“Quase duas horas de viagem.” Respondi sem empolgação, queria que ela relaxasse.
Eu não queria falar ainda. Com certeza ela ia ficar com medo de alguém descobrir.
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“Você já foi lá?”
“Não, Alice, pare o interrogatório e liga o som!”
Eram nove horas da manhã. Até as onze chegaríamos lá. A capota desceu, coloquei
óculos de sol, amarrei um lenço na cabeça e seguimos rumo à praia. Alice ligou o som
bem alto em músicas do Pusycat Dolls, cantamos mais alto que a música, ríamos de
nós mesmas e a viagem se seguia.
Quando estávamos a poucas milhas de Forks, vi uma placa indicando o caminho para
uma reserva Quileute. Então, era essa placa que eu iria seguir. Era muito improvável
que tivessem mais índios vivendo tão próximos no Estado de Washington.
Chegando a um vilarejo, encontrei um senhor e perguntei onde morava o Jake que

conserta carros. Ele me indicou o caminho e eu segui.
“Quem é esse Jake, Bella?” Alice perguntou desconfiada.
“Uma homem que conserta carros!!” Dei de ombros e sorri inescrupulosa.
Alice percebeu que eu não ia falar e voltou a cantar, agora Beyoncê. Segui pelo
caminho que o senhor me indicou, e de longe, avistei Edward de short e sem camisa,
Jasper e um índio musculoso. Edward era decididamente o colírio que meus olhos
pediram. Uma visão.
E agora, o que iria fazer? Me perguntei, sentindo a pulsação correr.
De óculos de sol e lenço na cabeça, era lógico que eles não iriam me reconhecer, por
isso, tive coragem de me aproximar e parar o carro ao lado deles.
“Moço, onde fica a praia, eu estou perdida.” Encenei com a voz teatral.
Ele olhou o carro, Alice e eu, e apontou com o dedo para uma rua seguindo direto. “É
só descer reto, senhora.” Disse educadamente, provavelmente sem reconhecer o
carro, afinal, ele nunca o tinha visto.
Imediatamente, tirei os óculos e abri a boca, simulando espanto.
“Edward!! Você!?” Falei dois tons acima, fingindo surpresa. “Você está bem?”
“Estava...” Respondeu sem vontade, se virou e voltou a olhar o motor do carro que
estava de capô levantado.
No mesmo instante, Jasper nos reconheceu e veio com um sorrisão. Eu fiz uns gestos
para ele, pra que ele não mostrasse que eu sabia que eles estavam lá.
“Oi, Bella! Que surpresa!” Ele sorria com a maior cara de pau.
“Espera, Jasper, que eu vou desligar o carro e vou descer para te abraçar. Eu estou
morrendo de saudade.”
Desliguei o carro, tirei o lenço do cabelo e desci voando no pescoço dele. Alice
também desceu.
“Estamos sentindo sua falta, seu pentelho!!” Alice disse e o abraçou forte.
“Eu sei que sou gostoso, eu não consigo atender a todas.” Disse convencido. Eu dei
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um murrinho em sua costela, brincalhona. “Tá difícil, tá cheio de mulher atrás de mim
e eu não estou dando conta.” Sorriu e nós duas o abraçamos de cada lado.
Presunçoso, ele segurou em nossa cintura, como se fôssemos dois troféus e nos
aproximamos do seu carro.
Edward continuou de costas, tentando nos ignorar.
“O que estão fazendo aqui?” Perguntei fazendo caras e bocas, para ver se ele
entendia de novo que era pra fingir que eu não sabia que eles estavam lá. Ele
entendeu. O garoto era esperto.
“Os bobões aí estão quebrando a cabeça, tentando tirar o barulho do motor.” Disse
apontando com o olhar para o carro.
Quando ele falou, o índio olhou para mim e sorriu.
“Ah, esse bobão ali é o Jake, essas são MINHAS garotas Bella e Alice.”
Soltei Jasper, direcionei-me ao índio que estava em frente ao Edward e estendi a mão
para cumprimentá-lo, ficando entre os dois. Senti que ambos me olharam da cabeça
aos pés e sorri mentalmente. Juro que o shortinho jeans e o biquíni não foram
intencionais.
“Tudo bem?” Eu disse com a mão esticada.
“Tudo, mas minha mão está suja.” Sorriu escondendo as mãos.
“Eu não ligo.” Devolvi o sorriso, mas abaixei a mão.
“Mas vai sujar sua mão, prefiro pegar nelas depois, e com as mãos limpas.” Sorriu e...
piscou? Como assim?
“Então tá.” Voltei intimidada para perto de Jasper.
“Jasper, vamos com a gente para a praia?” Alice chamou.
“Ah, vou andar no carro novo da Bella pela primeira vez? Com certeza eu vou!!” Falou
e pulou dentro do carro.
“E vocês, não vão?” Virei e perguntei para Edward e Jake.
“Bella, estamos ocupados.” Edward respondeu sem tirar os olhos do carro.
“Daqui a meia hora nós vamos.” Respondeu o Jake e sorriu de novo para mim.
“Então, nós vamos indo, até mais.” Dei um tchauzinho no ar.
Entrei no carro me sentindo, liguei e coloquei os óculos novamente. Alice e Jasper já

estavam dentro.
“Edward!” Chamei-o, ele olhou de canto. “Você pode vir aqui?”
Ele ficou parado uns minutos, parecendo não acreditar que eu o chamava, mesmo
assim veio, andando lento até parar com o braço em minha porta.
“Quero falar com você.” Sorri, levantei a mão e peguei seu queixo.
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Ele abaixou para falar mais perto de mim. “Não temos nada para falar.” Sussurrou.
Ele não estava bravo... Ainda. Quando ele agia assim, com um pouquinho de
grosseria, me descontrolava.
“Eu ainda não terminei com você.” Prendi os olhos nos seus, passando o polegar em
seu lábio.
“Você é louca? Perdeu a noção? Esqueceu do último ocorrido?” Ele falou baixo
e furioso, porém não impediu a carícia de meus dedos em sua boca.
“Te espero na praia.” Finalizei o assunto, beijei meus dois dedos e encostei depois nos
lábios dele. Cinicamente.
“Bella, eu vou à praia, mas não por que você está me esperando.” Disse ainda com
meus dedos em seus lábios.
Encarei-o sorrindo desavergonhada, e tinha certeza que isso o estava deixando mais
bravo. Ele ficou ereto e eu olhei para frente.
“Ok. Que seja. Jake, estou esperando VOCÊ lá!!”
“Tudo bem.” Jake respondeu.
Arranquei sem me despedir do Edward
Notas Finais:
Estão gostando?? Mandem reviewa
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Capítulo 10- Se me quer, fica comigo. escrita por BIA BRAZ

Capitulo 10-Se me quer, fica comigo. by bia braz
Capitulo 10 - Se me quer fica comigo.
Bella POV
Atravessei duas ruas, sorrindo mentalmente da casca raivosa que Edward mantinha, e
então chegamos à praia.
“Não liga pra ele não, Bella. Eu já te contei que ele é bicha?!” O pentelho comentou.
Sorrimos todos. Jasper nos matava de rir. Estacionei o carro e procuramos um local
para colocar as nossas coisas. Sorte eu ter vindo equipada, realmente a praia não
tinha infra-estrutura nenhuma. Após organizar tudo, tirei o short e corremos para dar
um mergulho.
Primeiro mergulhamos, pulamos ondas, saímos do mar e ficamos cavando e

enterrando o Jasper na areia, depois voltamos novamente para o mar. Parecíamos
crianças na praia. O garoto era muito divertido e fazia a gente querer brincar e sorrir.
“Vamos mais para o fundo. Lá é legal de nadar.” Propôs o garoto.
“Não, eu não conheço o local e não é seguro.” Respondi preocupada com buracos de
areia que costumam ter no mar.
Inesperadamente, Jasper nos pegou a força pela cintura e tentou nos levar,
arrastando as duas pela parte rasa do mar.
“PÁRA!! SOLTA!!SOLTA!!” Gritávamos e esperneávamos. Finalmente, ele no soltou.
“Não quero mais ficar aqui com você.” Eu disse fingindo estar emburrada com a
brincadeira de mau gosto.
“Você é muito sem graça, Jasper.” Alice reclamou. Nós estávamos saindo da água e
ele atrás enchendo o saco.
“Brabinhas ficam mais gostosas.” Jasper ria, andando atrás de nós.
“AHHH!!! Eu não agüento!!” Alice rugiu.
“Vamos afogar ele, Alice?” Falei baixo e nos viramos para trás para pegar ele.
Pegamos o garoto pelo braço e tentamos arrastá-lo mar adentro, porém ele era muito
pesado e nosso esforço era em vão.
“Ai, isso tá muito bom!! Duas!! Oh! Sempre sonhei com isso!!” Gemeu,
completamente desavergonhado.
Não tivemos muito êxito e ele conseguiu se soltar. Corremos atrás dele jogando areia
molhada, e sem sucesso e cansadas, desistimos e deitamos na areia.
“Seu atentado!!” Alice gritou e ele sorria.
96 de 1595 26/05/2011 20:45

Quando menos esperávamos, ele chegou com um baldinho de areia molhada e jogou
no nosso cabelo. Grunhimos irritadas e corremos atrás dele.
“Meu cabelo!!! Vai demorar um mês pra sair essa areia!!” Enchemos a mão de areia
molhada e corremos de novo. Não conseguíamos. Ele parava, esperava, fazia gracinha
e depois corria. O menino era um atentado mesmo!!
Determinada, peguei mais areia e corri de novo, quando, inesperadamente, uma

pessoa segurou o Jasper, imobilizando suas mãos nas costas.
“Ele é todos de vocês, meninas.” Era o Jake quem o segurava.
Sorrindo maquiavélicas, pegamos areia e jogamos no cabelo dele.
“Toma!!” Alice disse esfregando o cabelo dele com areia molhada.
Todos ríamos. Mas por que ele é um atentado enviado para atazanar, ele chutou areia
seca, acertando o meu olho, se soltou e saiu correndo.
“AH, SEU *#@!/^`* P. Q. P.!!! NO OLHO!!!! SEU...” Xinguei até a oitava geração.
Ele saiu correndo de novo, e Alice foi atrás, mas eu não tinha como ir, não estava
enxergando nada.
“Jake, faz um favor, me leva pra perto das minhas coisas que meu olho está ardendo
e lá tem água mineral.” Pedi lacrimejando, e, atencioso, ele pegou no meu braço e me
conduziu enquanto eu piscava e lacrimejava.
Perto das minhas coisas, peguei a água mineral e lavei meu olho, jogando a água em
todo o meu rosto, enquanto ela escorria pelo restante do corpo. Abri os olhos, já com
a visão desembaçada, e observei que Edward me encarava a poucos metros de
distância de uma maneira indecifrável. Destemida, eu sustentei o olhar, porém, depois
de um tempo me encarando, ele desviou os olhos, fugindo do meu olhar.
Ele se desprendeu dos meus olhos, mas eu não consegui me desprender do seu corpo
que me chamava a atenção de uma maneira gritante. Ele estava de sunga preta, e
meus olhos percorreram lentamente detalhe por detalhe dele: braços, peito, abdômen,
barriga, pernas. Era tudo perfeito. Tudo em perfeita sincronia. Seu corpo era
musculoso, não aparentemente forjado como o do seu amigo, mas como esculpido a
mão pela natureza. Sem exageros. Temi estar hipnotizada ao ponto de me aproximar
e tentar tocar para ver se era real.
Ouvi risadas distantes, o que foi a minha salvação, me libertando em um estalo

daquilo, trazendo-me de volta à realidade. Olhei de novo em seus olhos, e ele me
olhava de um modo estranho, foi aí que percebi que estava ao lado do Jake e a metros
dele. Desconcertada, sentei embaixo do meu guarda-sol, não olhei mais para nenhum
deles, e esperei um tempinho para ver se eles esqueciam aquele meu momento
de loucura em que eu secava descaradamente Edward.
Alice e Jasper se aproximaram sorrindo.
“Chama o seu irmão para ficar aqui, Jasper.” Sibilei de modo que só ele ouvisse,
depois me virei para o Quileute. “Jake, aqui tem um lugar onde a gente possa tirar o
sal do corpo antes de ir embora?” Perguntei enquanto passava mais protetor no rosto.
“Naquela casa ali o pessoal é meu conhecido. Eu peço para eles e vocês usam a água
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da mangueira.” Respondeu apontando para uma casa próxima.
“Então mais tarde você leva a gente lá?” Alice disse, pegou o protetor em minha mão
e espalhou no seu rosto.
“Sem problema.”
“Vem, Jasper. Deixa eu passar em você.” Chamei e coloquei um pouco de protetor em

uma mão para espalhar em seu rosto e pescoço.
“Você está com desculpa para me alisar.” O atentado gracejou.
“Eu não preciso inventar desculpas para isso.” Brinquei, fiz cócegas em sua barriga e
me ajoelhei para espalhar no seu rosto. Quando terminei de passar, virei o rosto para
o lado e Edward nos olhava. Sorri cínica e movi os lábios para que ele os lesse. “Agora
você.”
Imediatamente, ele balançou a cabeça em negativa. Mesmo assim, peguei o tubo de

protetor e me aproximei dele, ajoelhando ao lado dele.
“Não quero, Bella.” Disse baixo, quando eu levantei a mão para o seu rosto.
“Você vai ficar torrando nesse sol?” Fiz uma careta desaprovando e comecei a
espalhar em seu rosto mesmo assim, sem dar chance dele negar. Comecei da
bochecha, alisando circularmente. “Você pelo menos passou antes de sair de casa?”
Quis saber. Eu juro que só queria ser prestativa. Ele cerrou os olhos e ficou me
encarando, sobrancelha arqueada, com uma resposta na testa assim: É da sua conta
por acaso? Depois fez careta e não disse mais nada.
Sem ligar para sua oposição, comecei a espalhar despreocupadamente pelo pescoço,
próxima a ele ao ponto de sentir sua respiração em minha barriga.
Nossa, o que estava acontecendo comigo? Algo no meu estômago se movia

freneticamente enquanto eu espalhava em sua pele. Tinha correntes elétricas
passando em minhas mãos. A cada segundo eu me sentia viva, corajosa, e minha
vontade era provocá-lo. Estávamos em uma bolha, eu o encarava com a respiração
acelerada e o tórax arfante a centímetros do seu rosto, centímetros mesmo. Ele
segurava o olhar e respirava longamente.
Ouvia risos longe de Alice e dos meninos, mas me concentrava só em nós dois.
Minutos depois, ele abaixou o olhar, fitou o chão, e eu comecei a passar
descaradamente nos ombros e braços, fazendo questão de apertar para ter certeza
que era real.
“Você brinca demais.” Sussurrou entre dentes, ainda olhando para o chão.
“Você gosta.” Retruquei e passeei a mão cheia de protetor em seu peito, descendo
depois para o abdômen.
Ainda que ele não quisesse mais saber de mim, estava ótima a estratégia de tocar o
corpo que minutos atrás eu só pude olhar. Todavia, de súbito, ele segurou meu pulso
quando involuntariamente minha mão desceu para a barriga.
“Chega.” Seus dentes estavam trincados, seus olhos mais escuros. Ele parecia estar
furioso, apertando meu pulso.
98 de 1595 26/05/2011 20:45

“Tudo bem. Obrigado, tá. É assim que se diz.” Puxei a mão da mão dele e esfreguei
meu pulso. Olhei emburrada para ele, e ele não olhou para mim. Mal agradecido -
pensei.
Levantei, tirei a areia do meu joelho e voltei para perto da Alice.
“Tô indo mergulhar para tirar essa areia do corpo, vamos gente?” Disse em pé, ao
lado dos três.
“Espera, vou só terminar de tomar esse iogurte.” Alice respondeu.
Olhei para trás e Edward me olhava. Peguei o bronzeador na bolsa, levantei, mostrei
para ele e fiz gesto para que ele espalhasse em mim. Ele cerrou os olhos e torceu os
lábios em uma careta, depois bufou irritado e virou o rosto com o semblante raivoso.
Sorri comigo mesma do tanto que eu o estava provocando, espalhei bronzeador em
minha barriga, pernas, coxas, então Alice terminou de lanchar e descemos para o mar.
Todos vieram, menos Edward, que ficou sentado mais perto do nosso acampamento.
Ficamos mergulhando perto um do outro: Alice, eu, Jasper e Jake. O quileute ficou se
exibindo, mergulhando rápido até o fundo e voltando.
“Vamos mais pra lá gente, as ondas aqui estão quebrando muito forte, ali é melhor de
ficar.” Jake falou e apontou mais para dentro do mar.
“Eu não vou, eu não conheço esse mar, e é perigoso.” Neguei, já pensando em sair,
caso eles fossem.
“Eu conheço. Eu levo vocês para os lugares que não tem buraco.” Jake respondeu.
“Eu quero ir, vamos, Jasper?” Alice chamou.
“É, né?! comigo vocês não quiseram ir!!” Jasper fez biquinho e cruzou os braços no
peito.
“Por que você não conhece essa praia. Só por isso. Então vamos?” Disse e peguei no
braço dele, puxando saco.
Atravessamos as ondas e entramos mais mar adentro. Não era fundo, como Jake
disse. Não cobria a minha cintura. Além disso, a água era mais calma. Eu conseguia
nadar de costas, sem ter onda batendo no meu rosto.
“Bella, eu vou sair um pouco. Você vai agora?” Alice disse depois de um tempo.
“Daqui a pouco eu vou. Vou ficar mais um pouquinho, porque depois eu não vou
entrar mais.” Expliquei.
“Jasper, vamos comigo?” Ela chamou.
“Tô indo, gente.” Jasper respondeu me olhando estranho.
Eu fiquei boiando de costas. Curtindo o sol. Jake ficou em pé.
“Onde vocês moram?” Ele iniciou um assunto
“Em Seattle. Você mora aqui né?”
“É.”
99 de 1595 26/05/2011 20:45

“Você estuda?” Eu queria manter o diálogo. Odiava ficar sem assunto.
“Sim, estou fazendo Educação Física na Universidade Washington, ganhei uma bolsa
lá, por ser quileute.”
Passamos um tempo conversando e eu resolvi sair. Estava com fome.

Surpreendentemente, Edward estava deitado embaixo do meu guarda-sol. Pelo menos
isso. Não sei como vem para a praia e não entra no mar.
“Alice, estou indo jogar água no meu corpo. Vamos?” Eu chamei.
“Vou da o último mergulho e vou.”
Fui sozinha com o Jake. Ao voltarmos, passei no carro, peguei uma toalha e me
sequei, depois passei creme pós-sol, perfume, vesti o short e uma blusinha leve.
“Para que isso tudo?” Jake apontou para o meu braço cheio de creme.
“Tenho a pele frágil. Se não cuidar, amanhã vou descamar igual uma cobra.”
Comentei e sorrimos, depois voltamos para onde estavam nossas coisas. Sentamos e
eu peguei o lanche para comermos.
“Eu trouxe comida para um batalhão viu. Então comam.” Avisei pegando um suco na
bolsa térmica.
“Nós também trouxemos comida.” Jasper disse.
“Eu já comi, estou só dando um tempinho para voltar para a água.” Alice avisou.
“Então trás que a gente come tudo!” Sorri e o Jasper levantou.
Ele foi ao carro deles e trouxe uma torta de frango e suco dentro de uma caixinha. Me
acabei na torta de frango. Adoro comidas caseiras.
“Muito boa! Quem fez?” Perguntei enquanto comia.
“Edward.” Jasper respondeu.
“Sério? Já pode casar.” Olhei para Edward e sorri cinicamente. Ele me olhou, balançou
a cabeça e virou o rosto. É sério, eu não estava entendendo por que ele estava com
tanta raiva de mim. Vai ver era crise de DPM.
“Vocês se conhecem há muito tempo?” Jake perguntou e pegou sanduíche em minha

bolsa.
“Nossos pais sim, desde que eram moços, mas eu só conheci o Edward quando eu
tinha treze anos, que foi quando começamos a namorar.” Provoquei. Estava querendo
alguma reação, logo tinha que jogar.
“Não liga, ela é louca.” Edward falou sem sorrir, com o queixo encostado no joelho.
“Edward, se você continuar me tratando assim, eu termino com você.” Disse séria,
mas só queria descontrair.
“Bella, dá um tempo!!” Falou e levantou.
100 de 1595 26/05/2011 20:45

Imediatamente, meu sangue subiu. “Edward, se você sair daqui, pode escrever, eu
nunca, nunca mais falo com você!” Falei em um impulso. “Eu não fiz nada para você
me tratar assim e eu estou cansada dessa sua animosidade!!” Encarei-o com olhar
fulminante. “Eu estou tentando levar numa boa, estou tentando pelo menos falar com
você como pessoas normais e você fica com essas suas grosserias!!” Suspirei,
indignada. “Dá um tempo você.”
Ele continuou em pé, de costas, eu virei para falar com o pessoal, que estavam
suspensas. “Desculpa gente, vocês não precisavam ouvir isso.”
“Jasper, vamos ao carro comigo.” Alice pegou na mão do garoto e levantou.

Imediatamente, Jake saiu para dar um mergulho, deixando-nos só.
Por longos minutos, Edward não se mexeu. Ai, meu Deus!! Que vida!!
“Edward, eu não tenho culpa se meu pai é rico, não tenho culpa se vocês não são.
Não tenho culpa se sua mãe teve um romance com o meu pai, eu não tenho culpa de
nada!! Por que você quer descontar tudo em mim?” Pousei o dedo na testa, com
frustração. “Desde que nos conhecemos que eu venho fazendo mil coisas para
esquecer isso, para esquecer as nossas diferenças. Eu queria que fosse só eu e você.
Nada mais.
E sempre, desde que você descobriu quem eu sou, você me olha, me trata como se
eu fosse culpada por tudo. E... A única coisa que eu sei que a culpa é minha e eu não
me arrependo, foi de ter conhecido você. Foi de ter ido falar com você naquela manhã
do meu aniversário.
Naquele dia eu conheci um garoto tímido, mas autêntico, que não tinha medo de ser
meu amigo, que não fazia de tudo para ficar longe de mim só porque eu sou quem eu
sou. Foi bom não ter te falado a verdade aquele dia. Você acha que você teria se
aberto comigo, se revelado a mim como foi, se eu tivesse chegado ‘prazer, sou Bella
Cullen?’” Imitei teatralmente “Você nunca teria se mostrado quem você é se soubesse
que eu era a filha do dono da festa e chefe da sua mãe.” Enquanto eu falava movia
ansiosamente meus dedos, esticando.
“E... Eu queria que você me conhecesse como eu sou: Bella, livre e descontraída...”
Sussurrei. “...Desde aquela época eu não sinto mais você. Eu só vejo uma pessoa que
luta contra si o tempo todo para não revelar os sentimentos e as vontades.” Olhei para
o chão, desenhando na areia. “Sempre que você está perto de mim, eu vejo você
tentando se afastar, se bloquear de mim.”
Ele enfim se virou para olhar para mim com um olhar inexpressivo. Eu o encarei.
“Só pensa! Vê se você está certo nesses anos? Eu não estou falando do último fato
ocorrido. Você acha que eu não percebo? Que eu não vejo? Se eu não fosse quem eu
sou, você me trataria diferente? Essa situação me tortura, porque eu sei que não é
culpa minha. Me responda, eu só preciso saber disso. Depois vou embora e te deixo
em paz. Você não gosta de mim? Você quer mesmo que eu suma da sua vida? Quer
que eu te esqueça? Você acha mesmo que eu sou louca?” Continuei o encarando.
Ele sentou ao meu lado e suspirou longamente.
“Não.” Respondeu baixo.
“Não o que!? Não gosta de mim!? Tudo bem, era só isso que eu queria ouvir.” Me
levantei para sair.
101 de 1595 26/05/2011 20:45

Abruptamente, ele segurou meu pulso. “Espere, Bella.” Sentei novamente e ele fitava
o chão. “Não, eu não acho você uma louca. Pelo contrário, admiro muito você. Você é
muito consciente do que quer. Se eu gosto de você?” Respirou fundo. “Muito mais do
que deveria. Se eu quero que você me esqueça?” Fez uma careta e suspirou frustrado.
“Continua sendo o melhor para nós dois.” Continuou olhando para o chão.
“Pra mim, Edward, se você gosta de mim, anula tudo. Nada mais é importante.”
“Eu não quero gostar de você.” Resmungou. “E eu também não quero que você goste
de mim.” Sua voz era derrotada.
“Mas por quê!? Se você gosta de mim, luta por mim! Namora sério comigo! Enfrenta o
meu pai!!” Implorei.
“Bella, acorda para a realidade. O que adianta brigar com o seu pai agora nas férias? E
os meses que eu for embora?”
“Eu te espero.”
“Não, eu não quero isso. Não quero que você prenda a sua vida esperando por mim.”
“Eu já prendi meu coração, não adianta mais.” Suspirei e coloquei a cabeça encostada
em meus joelhos, vencida.
“Bella, pensa com a razão.”
“Ah, por favor! Não adianta descobrir que você gosta de mim, se você não me quer.”
Ele levantou meu queixo e acariciou, passando depois o polegar em meu lábio. “Eu
quero, e quero muito... Mas eu não posso...” Sussurrou, olhando penetrante para
minha boca.
Eu fiquei sobre meu joelho, sentada em minhas pernas e peguei no cabelo dele.
“Faz um acordo comigo? Ficamos juntos só nas suas férias, depois quando você voltar
para a universidade, você fica livre. Pode sair com quem você quiser. Só fica comigo,
por favor.” Implorei.
“Bella, você não precisa disso. Pare de se humilhar assim...” Encostou a testa na
minha, olhando nos meus olhos, enquanto acariciava minha nuca.
“Eu preciso de você... Você não entende?” Disse abaixando o olhar, massacrando o
meu amor próprio, se é que um dia eu já tive.
Ele fechou os olhos e beijou a minha testa como se fosse uma tortura. Depois alisou
meu rosto e meu pescoço. Ele já não estava mais resistindo e me abraçou forte, me
sentando de lado em seu colo. “Deus, o que eu estou fazendo com a minha vida?” Ele
suspirou e pôs o nariz no meu pescoço.
“Se permitindo estar feliz com quem você gosta.”
Hesitante, ele me afastou, fitou meus olhos intensamente e encostou os lábios nos
meus, tímido, sem aprofundar. Até que enfim eu podia voltar a respirar. Eu só queria
ficar ali. Abraçada com ele.
“Tudo bem, Bella, mas o que devemos esperar desse relacionamento?”
102 de 1595 26/05/2011 20:45

“Não sei, vamos viver um dia de cada vez.”
Ele ficou um tempo calado, cheirando o meu pescoço e alisando o meu braço.
“E então... Estamos namorando?” Pressionei, incapaz de suportar a incerteza.
“Bella, você sabe que não podemos namorar. Não sabemos o que esperar do dia
seguinte. E namoro além de compromisso, é algo com planos de futuro.”
“A vida é assim, Edward, não sabemos o que esperar do dia seguinte.”
“Eu não posso namorar você. Encare assim, sou o cara que você vai ficar para passar
o seu tempo. Até você se cansar de mim.” Ele disse e me beijou levemente, me
abraçando muito. Ele parecia estar matando a saudade.
“Para mim, você é meu namorado, mas vamos esquecer isso. Vamos parar de
conversar sobre isso, porque o seu modo de enxergar a vida e o futuro me magoa
muito.” Desci do seu colo e sentei ao seu lado. “Então vamos viver o momento. E aqui
e agora você é meu.” Concluí e deitei a cabeça no seu ombro. Ficamos em silêncio
calmo, acostumando novamente com a presença um do outro.
“O Jake gostou de você.” Edward comentou depois de um tempo calado, apontando

nesse instante para seu amigo que estava na água.
“Endoidou é? Você tá vendo coisas.” Sorri.
“Ele me falou quando você estava brincando com o Jasper. Ele disse que se eu não te
pegasse logo, ele ia ficar com você.” Sorriu, alisando o meu braço.
“Você ia deixar ele ficar comigo?” Provoquei sorrindo “Ele até que dá um caldinho.”
“Fique à vontade, a escolha é sua.” Continuou descontraído.
“Bobinho, eu realmente posso escolher e eu já escolhi: você.” O beijei estalado na

boca.
“Por quê? Por que eu?” Segurou meu queixo, fazendo com que eu olhasse para ele.
“Você gosta de ouvir né!?” Brinquei. “Mas além dos motivos óbvios aos olhos, você é
legal quando está relaxado. Eu gosto de ver você sorrir, de ficar perto de você.” Ele
sorria enquanto me beijava no rosto, na testa e nos olhos. ”Como está o seu curso?
Está gostando? Já fez amigos?”
“Tantas perguntas!!” Comentou divertido. “Mas o curso está bom, estou gostando e
só tenho um amigo. Ele era meu colega de quarto, mas o pai dele comprou um ap.
para ele. Agora vou ter um novo colega de quarto.”
“E amigas? Tem muita menina bonita lá?” Mostrei despreocupação.
“Até que tem umas meninas bonitas. Mas eu não estou lá pra isso. Preciso tirar notas
boas, porque no próximo semestre eu quero fazer parte da monitoria.” Disse e deitou
meu tronco em seu colo. “E você como está na escola? E como vai o seu namorado?”
“Terminei com ele ontem.” Disse simplesmente.
“Mas você sempre disse que não namoravam?” Lembrou com a sobrancelha arqueada.
103 de 1595 26/05/2011 20:45

“Mas eu resolvi tentar. Dar uma chance pra ele, sabe? Mas não rolou.”
“Não gostou dele?” Estávamos bem à vontade com o assunto.
“Não, Mike é como um irmão. Não tem nada a ver.” Acariciei sua
sobrancelha, satisfeita de como o menino de horas atrás estava tão à vontade comigo
em seu colo. “Você conheceu alguém interessante lá?”
“Até que conheci, saí com uma menina um dia, mas também não deu certo, igual você
e o Mike.”
“Foi pra cama com ela?” Perguntei naturalmente.
“Não!!” Respondeu assustado com a minha pergunta.
“É normal que garotos da Universidade já ‘saiam’ com esse objetivo.” Comentei com
um dar de ombros.
“Mas o meu não foi. Eu sou um pouco mais lento.” Respondeu encabulado, passando
sem jeito os dedos no cabelo.
Hum... Era BV com quinze anos, então com dezoito podia ser VS... Talvez.
“É lento, mas já teve duas mulheres na sua cama?” Comentei um pouco enciumada.
Ele franziu o cenho desentendido. Eu expliquei. “No dia que eu estava lá na sua casa,
você disse que duas mulheres já foram para sua cama.”
“Ah... Isso?” Sorriu e balançou a cabeça. “Eu não disse na minha cama, eu disse no
meu quarto. E essas duas mulheres eram minha mãe e Rosalie, lógico.” Disse como
óbvio. Eu sorri aliviada e me aconcheguei mais a ele.
O sol começou a baixar, dando lugar ao crepúsculo. Isso era sinal que eu deveria ir
embora.
“Tenho que ir.” Respirei fundo, triste em não saber quando nos veríamos de novo. “Eu
te ligo se eu conseguir fugir de novo.” Ele acariciava meu rosto com alguma emoção
escondida. Eu sabia que ele gostava de mim. Tudo que ele tinha era medo de
complicar a própria vida.
Levantei do seu colo, organizei as coisas e ele me deixou na porta do carro. Alice e
Jasper já estavam ouvindo música dentro do meu carro. Ele me abraçou forte, bem
forte, depois me encheu de selinhos no rosto e na boca. Ele era tão estranho. Se eu
não o beijasse de verdade, com língua e apertos, ele não me beijava.
Não o forcei. Queria dar um espaço a ele. “Eu posso te ligar?” Ele perguntou e me
encostou ao carro, com as duas mãos em minha cintura.
Pensei um pouco, calculando se seria uma boa idéia ele me ligar, depois respondi. “Só
se for no celular.”
“Pensando melhor, vou esperar você ligar. Não quero te causar problemas.” Ele me
deu um beijo terno de lábios, regulando, segurando meu rosto em suas mãos, e, cedo
demais, quando eu pensei em forçar passagem, ele se afastou.
Eu fiquei pensando em sua atitude. Ele parecia receoso, suprimindo a vontade que
tivesse de me beijar. Se tivemos alguma evolução em carícias no último dia na casa
dele, ele agora parecia ter muito mais cautela. Pelos seus gestos, ele mostrava estar
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tocando em algo proibido e isso o estava levando a ficar pé atrás.
Entrei no carro, ele acariciou o meu rosto por um longo tempo, e eu saí. Liguei o som
bem e saí cantando bem alto. Tínhamos que correr, pois estava tarde.
“Vocês estão namorando!?” Alice perguntou empolgada.
“Pra mim sim, pra ele não.” Dei de ombros.
“Meu pai não pode nem sonhar!!” Colocou a mão na boca, com olhos espantados.
“É nosso segredo.”
“Adoro te ver assim, Bella, sorrindo de verdade.” Me deu um beijo na bochecha e

voltamos a cantar.
Chegamos em casa e ninguém tinha chegado ainda. Sorte nossa. Subimos, nos
arrumamos e meia hora mais tarde Emmett chegou. Fiquei em meu quarto, evitando
ter que responder perguntas. Tarde da noite, percebi que meu pai tinha chegado e
desci para o receber.
“Oi, Pai! Como foi de viagem.” Voei para o abraço.
“Foi boa, e aqui como foi?”
“Ah, foi muito divertido, teve festa aqui em casa ontem.” Disse e sentei no sofá.
“O Emmett tinha me falado. Porque estão todos vermelhos?” Ele perguntou para Alice,
quando ela sentou em seu colo.
“Passamos o dia fora hoje, fomos à praia. E o Emmett e a Jéssica foram fazer trilha.”
Alice, espertinha, respondeu, pegando o presente que meu pai trouxe para ela. Era
uma boneca de pano. Revirei os olhos diante da puxação de saco dos dois.
Meu pai não se atentou para o detalhe de que não fomos juntos à praia.
“Você está com a cara muito boa hoje, Bella.” Comentou, eu sorri e subi para o meu
quarto. Como há tempos eu não fazia, hoje eu ia dormir com a sensação de alegria.
Segunda-feira, acordei cansada, mas feliz. Foi muito bom ter ido conversar com ele.
Agora sabia que pelo menos ele gosta de mim. Mesmo que ele tivesse pensamentos
pessimistas e atitudes de descrença, ele gosta de mim, e ainda quer me ver nas férias.
Então tá bom, por enquanto.
Desci faminta e encontrei meu pai de roupão na cozinha. A funcionária preparava um

lanche para ele. “Oi, pai, ainda está em casa? Não vai trabalhar hoje?” Sentei ao seu
lado, atacando o pote de cookies.
“Vou tirar duas semanas de folga para viajarmos.” Respondeu lendo um jornal.
Instantaneamente, alarmei. Duas semanas para quem tinha um mês de férias,

era muito tempo.
“Pra onde nós vamos?” Tentei mostrar interesse. Desde o último episódio meu pai
tentava ficar mais próximo da gente, com certeza por isso inventou a viagem.
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“Para a América do Sul. Quando é verão aqui, é inverno lá. Então vamos ao Chile e à
Argentina porque está nevando, depois vamos ao nordeste do Brasil. Dizem que lá faz
sol o ano todo. Então nós saímos daqui amanhã.”
“Que bom, pai.” Resmunguei e levantei para sair
“Nossa, filha, eu queria mais empolgação. Todos ficaram empolgados, menos você.
Eu já falei com o pai do Mike, eu vou levá-lo. Se vocês gostarem de lá, nós podemos
até ficar até as férias acabarem.”
“Eu estou empolgada, só estou bem cansada do dia de ontem.” Sorri forçada e saí.
Não sei... meu pai estava muito suspeito. Será que ele sabia que por ser férias
provavelmente Edward estaria em casa e ele quer me tirar daqui para eu não ceder à
tentação? Prefiro não acreditar nisso.
Terça-feira, arrumei minhas malas, fazendo o cálculo de tudo que ia precisar para
inverno e verão, e olhei para o celular. Tinha que telefonar para Edward pelo menos
para me despedir. “Oi, Edward...” Disse sem conseguir esconder a frustração na voz.
“Oi, Bella!! Tá tudo bem?” Acho que ele percebeu minha voz.
“Mais ou menos.”
“Por quê? Algum problema aí?”
“Não... Acho que o mundo conspira contra nós.” Resmunguei e deitei na cama,
sentindo uma imensa vontade de estar perto dele.
“Por quê?”
“Meu pai arrumou uma viagem. Vamos para a América do Sul passar duas semanas,
no mínimo.” Revelei chateada.
“Que dia vocês vão?” Perguntou solidário.
“Hoje à noite.”
Ele respirou fundo. “Bella, fique bem. Essas coisas sempre vão acontecer.” Ela tentava
me passar calma, sua voz era terna e macia.
“Mas agora quando eu vou te ver?” Relutei como criança emburrada.
“Quando você chegar, você me liga.” Respondeu calmamente.
“Quando você vai embora?”
“Em três semanas.”
“Por que você vai voltar tão rápido, se as férias duram um mês?” Ah, tudo estava
contra mim nesse mundo?
“Por que eu chego uma semana antes para começar a ler os livros que vamos estudar
no semestre. Assim garanto boas notas.” Respondeu cm um sorriso.
“Nossa, Edward, bem que o Jasper falou que você é um maníaco obsessivo!”
Finalmente, eu sorri.
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“Se não for assim, não vou ser o melhor.”
“Pra mim você já é o melhor.” Disse manhosa, ficando de bruços sobre a cama.
“Você não enxerga muito bem o mundo.”
“Não me interessa o mundo que você está falando, porque eu só enxergo você. Você
como pessoa. Não me importo com o que você tenha ou venha a adquirir. Pra mim,
você vai continuar sendo você. Meu namoradinho, de quando eu tinha treze anos.”
Ele sorriu satisfeito. “Você não existe.” Disse carinhosamente.
“Ainda bem que você existe.” Retruquei.
“Estou ficando convencido.” Sorriu relaxado. “Mas eu fico feliz por você existir
também.”
“Então deixa eu explicar melhor: ainda bem que você existe em minha vida.” Fui
enfática.
“Você força, hein, Bella!! Você já sabe... Mas eu vou falar... Sou feliz por você existir
na minha vida.” Sorriu sem graça.
“Consegui!!” Gritei. “ Agora viajo feliz. Pelo menos isso!” Exagerei no entusiasmo.
“Divirta-se, tá?” Ele falou carinhoso.
“Eu vou ter que me divertir mesmo. Não posso deixar meu pai magoado e nem
suspeitando. E já que eu vou estar lá, vou tentar, né.”
“Vão todos vocês?”
“Sim, o Mike também vai.”
“Hum, pensei que vocês tinham terminado.” A sua voz mudou.
“Terminamos, mas ele continua sendo amigo da família.”
“Então tá, boa viagem.” Voltou ao tom carinhoso.
“Não tem ciúmes, né?” Sorri desconfiada.
“Lógico que não, eu sempre fui o outro nesse seu triângulo.” Provocou, mordazmente.
“Você está brincando ou falando sério?” Sentei, não gostando da insinuação.
“Não sei, fala você.”
“Prefiro acreditar que você está brincando, porque nunca existiu triângulo amoroso.
Até que se eu quisesse ficar com ele, era muito mais fácil para mim. Mas eu já escolhi
quem eu quero, e eu quero VOCÊ.” Afirmei incisivamente.
“Eu sei disso.” Sorriu. “É que eu adoro ver você brabinha e argumentando. Eu acredito
em você.” Sussurrou docemente.
“Então vou desligar, porque temos que sair e comprar umas coisas para viagem. Tá?”
“Tudo bem. Então boa viagem de novo e curta bastante.”
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“Obrigada. E dá um tempinho nos livros, viu! O cérebro pode fundir!” Sorri.
“O que mais eu poderia fazer?”
“Saia com o Jake.”
“Até que seria uma boa idéia, ele tem muitas amigas...” Tentou me provocar.
“O importante é voltar para casa.” Sorri despreocupada.
“Eu estou brincando, Bella, e realmente não estou a fim. Se eu resolver, vou a praia ou
fazer uma trilha.”
“Então tá. Procure se divertir. E um beijo.”
“Onde?” Perguntou.
“Quer mesmo saber?” Insinuei maliciosa.
“Sim.”
“No cantinho da boca, para te dar vontade de me beijar.”
“Idem.”
...
Forçadamente empolgada, tentei me divertir. Fomos primeiro para ao Chile, fizemos

esqui na neve e deu para curtir bastante, afinal nunca ficávamos desocupados. Mike
estava meio estranho, meio tenso. Pra mim, não tinha mudado nada. Ele continuava
sendo meu amigo. Mesmo assim, ele parecia me evitar.
Cansamos rápido do Chile e com três dias já queríamos ir para a Argentina. Na

Argentina conhecemos alguns lugares históricos, experimentamos diversos tipos de
vinhos. Ficamos bêbados em uma noite. Assim, mais dias se passaram.
Meu pai estava muito solto e alegre com essa viagem. Mas ficava em todo tempo de
olho em mim e no Mike.
“Bella, por que você e o Mike estão tão distantes?” Carlisle abraçou meu
pescoço quando chegávamos só eu e ele ao hall de entrada do hotel.
“Não sei, pai. Ele quem está estranho comigo.”
“Brigaram?” Chamamos o elevador.
“Não. Estamos bem. Acho que ele não está conseguindo voltar a ser amigo normal de
novo.” Eu não ia mentir para o meu pai.
“Vocês terminaram?” Mostrou espanto e entramos no elevador.
“Sim.”
“Quando?”
“Desde a festa da Alice.”
“Por quê?”
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“Por que ele estava dando crise de ciúmes dos amigos da Jéssica, e por que eu não
gosto dele como namorado.” Expliquei, e descemos em nosso andar.
“Férias e sem namorado...” Refletiu, pareceu pensar alto. “Vocês estão se

divertindo?” Perguntou me deixando na porta do quarto das meninas.
“Sim.”
“Tenta ver se quebra o clima com ele, Bella, vocês sempre foram bem próximos.”
Pediu acariciando meu rosto.
“Não sou eu, pai, mas eu vou tentar mais um pouquinho.” O beijei e entrei para o
nosso apartamento. Meu e das meninas.
A viagem do nordeste foi mais interessante. O sol no Brasil era muito quente. Com
três dias, estávamos todos bem queimados. Mike relaxou depois que conversei com
ele. Agora estávamos nos divertindo pra valer. Conhecemos algumas pessoas na
viagem. Entre eles, uns britânicos, que estavam hospedados no mesmo hotel que nós.
Um bombado brasileiro que a Jéssica estava ficando. Uma britânica que o Emmett
ficou. Logo, todos os dias tínhamos companhias para sair pela cidade.
Meu pai ficava lendo o dia todo. Pouco entrava na piscina do hotel, imaginem no mar!
Como Emmett e Jéssica estavam com ficantes, sempre sobravam eu, Alice e Mike.
Então, só nos restava ficar juntos sempre. Tanto na piscina, no mar, nos quiosques
beira mar. Logo a amizade com o Mike ficou livre de distâncias de novo. Todos os dias
a noite tinha uma turma que fazia luau na praia. Como gostamos de cantar e Alice
gosta de se exibir, todos os dias estávamos lá. Pena que era só voz e violão. Mas era
legal. O mar era lindo.
Praia sempre me lembrava Edward, por isso, sempre suspirava, enquanto Alice
cantava.
Fitava o céu lindo, as estrelas sumindo no mar. Queria muito que ele estivesse
comigo, logo, morrendo de saudade, peguei meu celular e decidi mandar uma
mensagem. Eu não queria forçar nada, só queria que ele soubesse como eu me sentia.
Oi, meu anjinho... Saudade... Queria você aqui.
Suspirei e enviei, torcendo para que mesmo lá sendo quatro da manhã, ele
respondesse.
Era a primeira vez que eu o chamava de anjinho. Um dia ele descobriria o porquê. Era
só por ele ser tímido e certinho. Fui surpreendida quando a mensagem chegou de
volta.
Mensagem Edward 23:55PM
Um dia... Que sabe...
Ele respondeu! Ele me deu esperança! Resolvi aproveitar que ele estava acordado e
escrevi outra.
Estou na praia, olhando as estrelas. Elas são as mesmas daí? Se for, estou jogando
um beijo no ar e ele vai chegar até você. Saudade.
Enviei. Era meloso, eu sei. Mas eu estava carente e queria sentir que ele ainda estava
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comigo.
São as mesmas. Eu recebi. Divirta-se, menina.
Eu queria entender por que ele não era mais romântico, por que ele não me mandava
beijo, por que ele não falava que estava com saudade também. Eu queria tanto saber
o que se passava com ele. Ele parecia sempre estar me dizendo adeus. Sempre
avisando que nós iríamos nos afastar. Suspirei e resolvi voltar para o hotel, deixando
meus irmãos e o Mike na praia.
Com cinco dias, eu estava bem cansada da praia e do sol fervente, então comecei a
ficar só na piscina do hotel. Alice e Mike também.
“Vamos embora amanhã.” Meu pai informou, deitado na cadeira ao meu lado, em
frente à piscina.
“Por quê?” Mostrei chateação com o fato de estarmos indo, mas no fundo eu queria ir
embora.
“Estou cansado. Estou sentindo falta do trabalho e eu sei que vocês já se divertiram.”
“Foi uma viagem muito boa, pai, valeu a pena.”
Ansiosa, minha mente começou a trabalhar com as possibilidades. Se iríamos embora

amanhã, em dois dias estaríamos em Seattle. Isso ainda me dava seis dias para tentar
ver o Edward.
...
Em Seattle, não conseguia sair de casa para ir à esquina sem que Emmett estivesse de
lacaio me perguntando onde eu iria. Meu pai só podia ter combinado com ele. Férias e
não estou namorando o Mike. Realmente eu estava suspeita, por isso a pegação no
meu pé. Ele com certeza estava desconfiado de mim, por isso Emmett não estava nem
saindo de casa. Assim não tinha como eu ir a Forks.
Os dias se passavam e a cada dia se aproximava mais o dia de Edward ir embora. Era
sexta, e faltavam dois dias para ele ir. Acho que isso intensificou minha saudade dele.
Estava frustrada por não estar conseguindo ir vê-lo, por isso não queria nem levantar
da cama. Até que eu tinha ligado para ele, mas à medida que os dias iam se passando,
ele parecia estar começando a me dizer adeus, sempre me preparando para o adeus.
“Bella, acorda!” Alice desembrulhou a minha cabeça.
“Não estou dormindo.” Resmunguei tapando com o braço a luz em meus olhos.
“Jasper ligou e disse que estão vindo aqui em Seattle comprar umas roupas.” Alice
disse empolgada, pegando chocolate em meu pote.
“E daí?” Meu raciocínio estava lento. Eu não estava entendendo a empolgação.
“Bella, acorda, ele e o irmão dele estão vindo aqui. Dããããã!”
Nessa hora a ficha caiu. Sentei e comecei a raciocinar. Eu podia ir vê-lo. Se alguém
ligasse eu estaria perto de casa e poderia voltar. Isso era perfeito.
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“Que horas eles vêm?” Levantei em um pulo e fui para o closet, pensar alguma roupa.
“Saíram de lá há uma hora, ele ligou do caminho, então devem chegar aqui umas dez
horas.” Respondeu sorridente.
“Então vamos nos arrumar e avisar para o Emmett que vamos sair!” Escolhi a roupa e
peguei a toalha, eufórica. Parei de repente. “Mas e se Emmett resolver ir com a
gente?”
Continua...
Notas Finais:
Não custa mandar review.
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Capítulo 11- E a vida volta ao normal escrita por BIA BRAZ

Capítulo 9- E a vida volta ao normal by bia braz
CAPITULO 9 - E A VIDA VOLTA AO NORMAL
Bella POV
Desci as escadas, e Emmett estava esparramado pelo sofá como um gato de hotel.
“Vai sair, Bella?” Perguntou o espião ao me ver descer arrumada. Eu vestia uma
bermuda de crepe preta, uma blusa de alça de seda bege, e uma sandália de salto
médio, combinando com minha bolsa caramelo.
“Sim, nós vamos, eu e Alice. Eu vou comprar um óculos de sol e umas roupas. O meu
óculos arranhou na viagem.” Expliquei, mas provavelmente ele tivesse se atentado
para a explicação longa e desnecessária.
“Nós também vamos ao cinema.” Alice complementou, vindo depois pegar a minha
mão para sairmos. Era difícil conseguir enganar o meu irmão. Ele me conhecia demais.
“Acho que hoje não. Eu não estou a fim de sair e mais tarde tenho compromisso.”
Disse o lacaio sem tirar os olhos da TV.
“Quem disse que você precisa ir? Nós passamos o semestre todinho saindo sozinhas?
Por que isso agora?” Desafiei-o, irritada com a sua implicância.
“Por que você não é muito de confiança.” Insinuou e me olhou sério.
“Só faltava essa! Eu não estou entendendo do que você está falando. Agora você vai
ficar me controlando, é?”
“Não é por que eu quero, Bellinha. É por que você precisa. Em alguns momentos você
fica fora de si. Eu só quero te ajudar. Mas não se preocupe, vai ser só nas férias.”
Sorriu cínico.
“Eu não estou entendendo do que você está falando?” Eu sabia do que ele falava, mas
tinha que dar uma de sonsa.
“Bella, é férias. Eu já sei o porquê de você ter terminado com Mike no dia que
começou as férias. Eu já vi do que você é capaz para ir atrás do caipira.” Disse e me
olhou com olhar de acusação.
“Emmett, aquilo já tem quase oito meses.” Balancei a cabeça, dissimulada. “Se a
gente já não tinha nada naquela época, imagine depois daquela cena?!” Cara de pau
pouca eu tinha muita. Eu não menti. Realmente não temos nada sério.
“Eu que sei que vocês não tinham nada, imagine se tivesse!” Disse irônico, mudando
um canal na TV.
Suspirei. Eu tinha que jogar baixo para fazê-lo sair do meu pé. O único jeito era
fazendo chantagem emocional. Ele até que estava merecendo.
“Sabe, Emmett, até que enfim você tocou nesse assunto. Eu venho engolindo isso há
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meses. Você é um traidor. Você já foi meu melhor amigo e irmão. Eu confiava em
você. Eu não te perdoei ainda pelo que você fez. Eu acho que você devia ficar bem
bonzinho comigo, se você quiser que eu te perdoe algum dia, porque pra mim você é
um traidor e, além de tudo, um espião.” Sentei fazendo drama.
Ele sentou e me olhou como se eu tivesse dado uma facada nele. Rá! Vinguei. Eu não
queria magoar o meu irmão. Só queria que ele pensasse que irmãos se protegem e se
ajudam. Eu não perdoei mesmo não! Vai demorar pra confiar nele de novo.
“Tudo bem.” Baixou a guarda. “Eu posso ir com vocês?” Disse se levantando.
Se eu dissesse que não, ele iria suspeitar. “Pode. Almoçamos por lá e depois vamos ao
cinema.” Aceitei calmamente. Isso era psicologia reversa. Com certeza iria funcionar.
Ele pensou um pouco, olhando para mim, depois deitou de novo. “Podem ir. Não
estou a fim de sair.”
“Então vamos, Alice.” Prontamente peguei a chave do carro e a bolsa no sofá para
sair.
“Bella...” Era Emmett, que me chamou com olhos pensativos. “Você está com raiva de
mim mesmo?” Perguntou magoado. Eu já me aproximava da porta.
“Bom, raiva não, mas não é a mesma coisa entre nós.” Respondi e pus a mão na
maçaneta da porta.
“Bella... Você gostava mesmo dele?” Putz! Quantas vezes mais o Emmett ia me
chamar?
Pensei um pouco antes de responder. Se eu falasse que sim, ele ia ter certeza que eu
não desisti. Se eu dissesse que não, iria mentir. E eu sinceramente queria evitar
mentir.
“Eu não vou responder, quero que você responda. O que você acha?” Deixei que ele
pensasse.
Emmett me encarou por um longo tempo, depois balançou a cabeça em desaprovação

e se deitou no sofá novamente
“Tchau.” Falei e saí.
“Bella, você está ficando bandida, hein!” Alice comentou assim que saímos do
estacionamento.
“Eu não menti, Alice, só usei a oportunidade para falar o que estava engasgado.”
Chegamos ao centro da cidade às dez e meia. Nos dirigimos direto para uma grande
loja de departamentos da cidade, que ficava no centro, próxima a todas as outras
lojas. Resolvi comprar logo o que estava precisando, depois ligaria para os meninos.
Eles com certeza estariam em alguma loja fazendo compras também.
As opções de lançamentos de óculos eram muitas, mas eu ainda precisava escolher.

Logo encontrei o que eu queria. Também encontrei um que ficaria muito lindo
nele...Mas outra hora eu compraria para ele, com certeza ele não iria aceitar meus
presentes hoje.
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Escolhi um Ray Ban lançamento para mim, depois atravessamos a rua e fomos
procurar sandálias e acessórios. Em todo o tempo que andávamos pelas ruas, eu
olhava todos os lados a fim de encontrá-los. Mas foi em vão as minhas tentativas. Eles
não deviam estar por ali.
Eu pretendia almoçar em um restaurante francês próximo ao centro, mas ainda

teríamos que nos deslocar de carro.
“Alice, liga para os meninos agora. Acho que já deu o tempo das compras deles.
Talvez eles queiram almoçar conosco.” Liguei o carro e nos dirigimos ao restaurante.
“Bella, está caindo na caixa.” Informou preocupada.
“Então vamos passar em uma livraria, mas continua tentando.”
À medida que os minutos iam passando, uma aflição foi tomando conta de mim.
Estava com medo de não conseguir encontrá-los. A vida devia mesmo conspirar
contra nós. Se eles terminassem de fazer compras e não nos encontrasse, com
certeza iriam embora.
“Alice, vamos almoçar rápido e depois a gente roda pelo centro para ver se
encontramos o carro da Esme.” Dei a opção depois de várias tentativas de
telefonemas frustradas.
“Tudo bem.”
No restaurante, escolhi sentar perto da janela. Assim teria opção de vê-los, caso
passassem por ali. Pedimos o almoço e em seguida o telefone da Alice tocou. Esperei
ansiosa que ela atendesse.
“Oi.” Alice atendeu e me olhou cautelosamente. “Estamos almoçando no La voir, no

centro... Ainda não... Tá eu peço... Beijo.”
“E ai? Eram eles?” Perguntei esperançosamente.
“Não, era o grude do Emmett. Ele vem almoçar com a gente.” Informou com os lábios
torcidos.
“Tudo bem.” Suspirei frustrada.
Emmett chegou com olhos brilhantes e sentou em nossa mesa. Não consegui
entender sua expressão.
“Fiquei com saudade de vocês, então vim fazer compras com vocês.” Seu olhar era
sincero.
“Já terminamos as compras. Como a cidade está vazia, fomos rápidas.” Eu disse
colocando uma garfada de quiche lorraine na boca.
"Vou ficar com vocês um pouco, depois vou encontrar com uma gatinha.” Sorriu.
“Além disso, tenho que reconquistar outra gatinha.” Disse bajulador e pegou minha
mão.
"Então comece pagando a conta.” Sorri ternamente.
Emmett estava descontraído, ele tentava nos divertir. Eu estava distante, em todo o
tempo olhando para o celular, mesmo assim estava feliz com aquele momento com
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meu irmão. Depois de um tempo conversando, Emmett pegou na minha mão e me

olhou com um olhar de cachorro pidão.
“Bella, você me desculpa por eu ter contado?”
Eu fiquei surpresa com a atitude dele. “Sim Emmett, no fundo eu sei que você quer o
meu bem.” Disse sinceramente.
“Bella... Eu acho que você não gostava dele... Acho que era só um passa tempo.”
“E se eu disser que gostava e gosto, você faria de novo?” Segurei o olhar nele. Se
Edward me quisesse, eu iria enfrentar tudo para ficar com ele.
Ele me olhou cauteloso, depois respondeu. “Eu amo você, Bella, mas não posso
enganar o meu pai. Você sabe disso. Uma coisa é você que está envolvida enganar,
outra sou eu. Eu prefiro não ver e não saber.”
Abaixei o olhar frustrada, colocando, sem fome, mais uma garfada na boca.
“Eu entendo.”
“Mas posso te prometer uma coisa...” Sorriu. “Não vou mais pegar no seu pé.”
Imediatamente, o telefone de Alice tocou.
“Oi... Estamos no centro... A Bella veio comprar uns óculos... Já compramos, estamos
almoçando com o meu irmão... Tá... Tudo bem... É perto daqui... Vou ver com a
Bella... Se resolvermos ir, quinze minutos, no máximo... Tchau.”
“Quem era Alice.” Perguntei tentando esconder a esperança.
“Eram umas amigas da minha sala. A Leah e a Lays. Elas querem sair. Disseram que
em quinze minutos estarão na sorveteria. Você quer ir?” Alice perguntou e piscou.
“Podemos ir, já terminamos com as compras mesmo.” Entendi a piscada, mas tinha
que me mostrar desinteressada.
“Eu vou com vocês.” Emmett disse.
“Não, Emmett! E só mulher!!!” Alice negou irritada.
“Eu vou tomar sorvete enquanto espero minha garota. O quê que tem?”
“Deixe-o ir, Alice. Vai ser legal.” Sorri para ela, e ela entendeu.
“Então tá.” Respondeu por fim. Será que ela não entendia psicologia reversa?
Chegamos à sorveteria, e o carro da Esme estava estacionado bem em frente. Fiquei

nervosa, mas Emmett pareceu não reparar.
“Liga pra elas, Alice, veja se elas chegaram.”
“Oi... Vocês já chegaram?... Já estamos aqui... Meu irmão vai ficar um tempinho com
a gente... Ele vai embora logo... Vamos esperar vocês lá dentro.” Desligou o telefone.
“Vamos? Elas não chegaram ainda, mas estão chegando.” Informou Alice me olhando.
Como minha irmã está ficando mais esperta ainda! Disse nas entrelinhas para s
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meninos sair fora na maior sutileza. Isso que era esperteza.
Entramos na sorveteria, e o lugar estava quase vazio. Olhei todos os lados, e eles não
estavam lá. É, entenderam mesmo a mensagem.
“Emmett, se você quiser pedir o seu, pode pedir, porque eu vou esperar as meninas.”
Alice sugeriu impaciente.
Despreocupado, Emmett pediu banana split.
“Eu também vou pedir o meu. Quero milk shake.” Pedi despreocupada à garçonete.
Será que a Alice não percebia que quanto mais nos mostrássemos à vontade, mais
rápido ele iria embora. Quinze minutos se passaram, e Alice não tirava os olhos do
relógio. Eu lancei olhar reprovador, mas ela não se tocou.
Estávamos no fim do sorvete quando o telefone do Emmett tocou, ele atendeu e se

levantou.
“Gente, não vai dar para conhecer as amiguinhas de vocês. Minha garota chegou.
Tenho que ir. Divirtam-se!” Se virou rápido para deixar a mesa.
“Nossa, e ele não ia mais pegar no seu pé!!” Alice revirou os olhos, irritada, quando
ele deu as costas.
“Alice, você quase nos entrega, hein!” censurei baixo logo que Emmett saiu.
“Bella...” Me Virei assustada. Era o Emmett que mal saiu, e já tinha voltado.
“Fala.”
“Vamos trocar de carro hoje. Me deixa ficar com o seu, por que ele é novo e eu nunca
rodei com ele por aqui.”
“Você é bobo, hein, Emmett!” Peguei a chave na bolsa sorrindo.
“Cuida da minha criança, viu!” Emmett disse se referindo ao seu Jeep.
“Tudo bem, não sei nem se eu sei dirigir aquilo.” Trocamos as chaves e ele saiu
sorrindo.
Ficamos observando-o dessa vez até que ele entrasse no carro e saísse, segundos
depois os meninos entraram.
“Até que enfim!!” Jasper sorriu e nos abraçou pelos ombros, ainda sentadas.
“Pois é, ele encarnou em nós.” Alice respondeu chateada.
“O importante é que deu tudo certo.” Conclui e virei o rosto, encontrando nesse
instante os olhos de Edward. Ofeguei ao vê-lo, eram os verdes derretidos mais lindos
que já vi, e o sorriso mais doce que eu conhecia. Sorri, contente, e levantei para
abraçá-lo. Ele me abraçou forte, me erguendo do chão.
“Senti sua falta.” Sibilou em meu ouvido, dando em seguida um beijo em meu rosto.
Era bom ouvir isso dele, trazia felicidade. Ele sentou ao meu lado, com a minha mão
dentro da sua, pediram o sorvete deles, e eu ainda finalizava o meu milk shake.
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Enquanto conversávamos, ele passava as mãos no meu rosto com ternura, de um

modo até estranho. Parecia uma criança olhando um brinquedo que não podia
comprar em frente a uma loja de brinquedos. Não entendia por que ele agia assim. Eu
já mostrei por diversas vezes que eu o quero, e que ele me tem, se quiser.
“Vamos ao cinema?” Alice nos chamou, entusiasmada.
Sinceramente eu não queria ficar perdendo tempo sentada em uma sala rodeada de
pessoas. “Eu não quero. Prefiro ir para alguma pracinha.” Disse e dei um beijinho na
boca do Edward, sentindo o gosto do seu sorvete. Ele sorriu tímido e olhou em volta,
acredito que conferindo se alguém nos olhava.
“Então você vai comigo, Jasper.” Ela só afirmou.
“Tudo bem. Mas você paga, já que é você quem insiste em sair comigo.” Disse
presunçoso. “Sabe, na próxima encarnação eu quero vir rico e poderoso, porque
nessa eu já vim bonito e gostoso, e tô cansado.” Jasper sorriu descaradamente.
“Jasper! Você tem dinheiro.” Edward lhe chamou a atenção.
“Sim, mas ela tem mais. E ela não é a única mulher que quer sair comigo. É difícil ser
eu, com tantas mulheres no meu pé. Então se quiser que eu vá, vai ter que pagar.”
Continuou sorrindo cínico.
Ofendida, Alice pegou mashmalow e passou no rosto do atentado. No mesmo

instante, ele se preparou para devolver, então ia começar a guerra. Sempre algum
deles tinha que provocar.
“Gente, não comecem!” Falei repreensiva.
“Foi ela.” Jasper acusou.
“Tudo bem, depois você desconta.” Mediei. “Se você descontar aqui, vai estragar
nossa tarde porque ela vai se sujar, vai chorar e já era.”
“Tudo bem. Depois, viu, sua irritante!!” Olhou com olhar ameaçador para a pequena e
sorriram.
Terminamos o sorvete e nos direcionamos cada um para o seu objetivo, combinando

de nos comunicarmos por telefone mais tarde. Fui com Edward para uma praça curtir
o restante da tarde. Lá, era rodeada de árvores e verde. Com saudade, sentamos em
um banquinho e conversamos.
“...E sua avó? Por que ela foi embora?”
“Ah, parece que minha mãe e ela estavam discutindo muito.” Ele sorriu e deitou meu
tronco em seu colo. “Minha avó era daquelas italianas espiritadas e se intrometia
muito na vida da minha mãe.”
“Ah... E seu avô?” Perguntei interessada.
“Minha avó diz que ele era como eu: sério, calado. Ele morreu quando eu tinha quatro
anos.”
“Ele também era italiano?”
“Russo.”
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“Nossa, vieram se esconder no interior de Forks.” Sorri e acariciei seu rosto.
“Desde aquela época as pessoas já eram impedidas de ficar juntas.” Ele suspirou.
“Meus avós vieram para Forks fugidos.”
“Você sabe falar italiano?”
“Sì la mia ragazza.” Disse cheio de charme, eu sorri.
“Meus avós também eram italianos.” Comentei. “Sofreram um acidente quando eu

tinha seis anos.”
Depois de falar sobre nossa família, mudamos de assunto, e ele me falou mais sobre o
curso e sobre objetivos do futuro. Falou que os professores estavam gostando muito
dele e que ele já tinha indicações. Disse mais uma vez que um dia iria ser respeitado e
iria ter poder.
“Eu não entendo, porque você quer tanto isso?!” Perguntei curiosa. Eu realmente não
conseguia entender seus motivos.
“Você não entenderia mesmo se eu explicasse, mas vou tentar. Digamos que é para
ter tudo que eu quiser.” Disse e fitou o vazio, com o pensamento longe.
“Tudo que a gente quer, alcançamos trabalhando.”
“Para você é fácil falar. Você já tem tudo que quer e talvez nunca precise trabalhar.”
Disse com certa discriminação em seu tom. “Você acha que um trabalhador normal,
um assalariado, consegue tudo o que quer somente com o trabalho?” Perguntou
secamente.
“Acho que não todos, mas meu pai conseguiu.”
“Sim, mas seu avô já tinha um jornal aqui no estado de Washington. Seu pai não
começou do zero como eu, ele pegou algo semi-pronto e só expandiu para os jornais
de Oregon e Califórnia.”
“É verdade.” Assenti admirada em como Edward sabia disso tudo. “Mas eu não ligo
para posição social.” O abracei e beijei seu pescoço. “Pra mim, só o que importa é ter
você. Não preciso de mais nada.”
Com expressão estranha, ele me afastou um pouco, depois beijou minha testa. “Você
não pode falar o que você não sabe.” Disse cautelosamente.
“Eu sei o que é importante para mim.” Interrompi-o antes que ele viesse com seus
pensamentos pessimistas. “Mas realmente não podemos falar sobre isso. O que é
importante para mim, não é para você.”
“E o que é importante para você?” Perguntou com o cenho franzido. “E o que você
queria que fosse importante para mim?” Ele segurou o meu queixo, realmente com
expectativa na resposta.
“Você hoje, você amanhã, depois de amanhã e sempre. Isso é importante para mim.”
Eu disse firmemente.
“Você não consegue pensar com a razão porque é só uma criança de dezesseis anos.
Mas eu não te culpo. Você realmente não precisa me entender, pois tudo o que precisa
já está pronto.” Murmurou calmamente, como se explicasse realmente para uma
118 de 1595 26/05/2011 20:45

criança.
“Eu não estou falando do fato de você estudar para ser alguém, Edward. O que me
incomoda é o seu objetivo.”
“Sinceramente eu não estou entendendo.” Balançou a cabeça.
“Tudo bem.” Sentei e segurei seu rosto. “Só ouça de novo. Vou falar mais uma vez.
Presta atenção: para mim, tudo que é importante é você. Entendeu?”
Ele me olhou por um longo tempo, depois fez uma careta e desviou os olhos. “Você
quer me iludir. Com certeza quando eu sair daqui, tem outros caras te esperando
iludidos com essa mesma conversa.”
“Nossa! Realmente não dá pra conversar!” Ri sem humor e encostei minhas costas no
banco, cruzando depois os braços no peito. “Você não acredita em nada que eu falo e
não acredita em mim. Quanto mais eu converso com você, mais vejo que você não
tem esperança em nós, então nem sei por que a gente conversa, já que é só corpo e
companhia mesmo!” Conclui com amargura.
Ele ficou calado uns minutos, depois passou os braços em minha volta.
“Desculpe, Bella, não quero irritar você. É que eu continuo sem entender você. Eu
nunca entendi por que eu... Não sei o motivo da sua escolha. Quando você fala dos
seus sentimentos, eu sempre penso que não é verdade. Penso que continua sendo um
capricho de adolescente. Continuo achando que sou só um brinquedo, e que um dia
você vai cansar e esquecer.”
“Quer saber?! Pode ser isso mesmo.” O abracei brincalhona, tentando tirar a
tensão que pairou no ar. “Pelo menos eu posso brincar agora!” Sorri e o beijei no
rosto.
Durante uns minutos, fiquei meditando em suas palavras, enquanto isso

dava beijinhos suaves em seu rosto, depois resolvi falar o que pensava.
“Sabe, Edward...” Peguei em seu rosto. “Falando sério... Eu sinto que você gosta de
mim, mesmo que tente lutar contra isso. E eu já até acostumei com o seu
pessimismo, mas as suas dúvidas quanto aos meus sentimentos me magoam.”
Enternecido, ele me fitou por segundos, então se inclinou e me beijou no rosto, no

canto da boca e finalmente na boca. Um beijo suave. “Não vou dizer nada...”
Sussurrou em meus lábios. “Só que eu gosto do seu perfume, dos seus beijos, do seu
jeitinho decidido e insinuante. Gosto de pensar que você está apreciando ficar comigo,
e isso é tudo que vai conseguir de mim.” Sorriu, pousando depois minha cabeça sob o
seu queixo.
O sol estava se pondo, e Alice tinha pegado a sessão das quatro, logo devia estar
saindo.
“Vamos voltar. Eles já devem estar chegando.” Chamei e peguei sua mão. Quando
chegamos perto dos carros, Alice e Jasper estavam sentados no chão.
“Demoraram, hein!!” Jasper levantou impaciente.
“Pensei que a sessão de vocês ia demorar mais.” Disse abrindo o Jeep, colocando em
seguida minha bolsa dentro.
119 de 1595 26/05/2011 20:45

“Vamos comer no Mac’Donald!?!” Alice propôs eufórica.
“Tudo bem.” Concordei.
Já na lanchonete, pedi pasteizinhos de salém e ocupamos uma mesa externa. Eu já

sentia saudade do Edward em pensar que não nos veríamos mais até as próximas
férias. Isso se ainda nos víssemos, afinal, nosso futuro era tão incerto. Mesmo com
esses pensamentos, não me permiti ficar triste, pelo contrário, eu iria curti-lo até o
último instante que ele ficasse comigo.
Comemos e então Alice e Jasper quiseram ir para um parque de diversões. Melhor

para mim, pensei, assim eu teria um pouco mais de tempo com ele. Não queria ficar
em um parque de diversões, pois demoraria a vê-lo de novo e eu ainda queria
aproveitar. Desde a praia que ele só me dava beijos tímidos, e eu queria BEIJOS de
verdade, por isso tomei uma decisão. “Alice, vocês ficam no parque que eu vou para o
carro.” Avisei. “Edward, dá a chave do carro da Esme para eles porque se eles saírem
rápido do parque, esperam dentro do carro.” Pedi resolvida, Edward me olhou
surpreso, mas entregou a chave e me seguiu.
“Vamos dar uma volta no carro do Emmett.”Somente informei enquanto nos

dirigíamos ao estacionamento.
"Pra quê e por quê?” Perguntou aparentemente reprovando a idéia.
“Por que ele é grande e aconchegante.” Respondi sem mudar o tom.
“E se ele nos ver?” Perguntou preocupado. “O carro deve ser o único da cidade, então
ele vai saber que é você!”
“Ele não vai nos ver.” Disse seguramente, já desativando o alarme.
Entrei no carro, esperei ele entrar e arranquei. Ele não tirava os olhos de mim
enquanto eu passava as marchas e rodava pelas ruas. O olhar dele em minha direção
me surpreendeu. Tinha um misto de terror e fascínio. Olhei várias ruas e encostei
numa rua escura e sem saída, embaixo de uma árvore.
Desliguei o carro e olhei para ele. Ele parecia surpreso, com um pouco de tensão no
olhar.
“O que foi?” Sorri despreocupada e sentei de lado.
“Você sempre me surpreende.” Comentou e olhou para fora da janela. Nos instantes
seguintes, ele permaneceu calado e pensativo. Eu diria que ele parecia um bichinho
acuado. À vontade, deitei meu banco, que era largo e bem acolchoado, e me encostei
de lado, de frente para ele.
Ele só me olhava, com o olhar desnecessariamente apreensivo. Quando percebi que

ele estava tenso demais e já me deixava sem graça, eu deitei atravessada e encostei a
cabeça em seu peito.
Inventei novos assuntos sobre o pai dele, sobre a separação, sobre a doença de
Jasper e, por fim, ele ficou relaxado novamente. Quando acabou o assunto, virei o
rosto e o beijei no rosto, no mesmo instante que passei os dedos em seu queixo. Ele
só me olhava tímido e passava as mãos em meus cabelos. Fiquei dando selinhos,
inspirando e expirando no seu rosto, carinhosamente, depois desci com beijinhos para
o pescoço de lado e desviei para orelha, dando pequenas mordiscadas.
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Imediatamente, ele enrijeceu o corpo, sentindo minhas intenções, em seguida tentou

me afastar segurando no meu ombro, porém eu não me deixei afastar.
Determinada, como sempre, enfiei meus dedos em seus cabelos e abri meus lábios
nos seus, levemente, beijo de lábios. Ele correspondeu gentilmente, enrolando nesse
tempo os dedos em meus cabelos. Eu mordiscava, dava beijinhos de luz e olhava em
seus olhos feliz em tê-lo. Fiquei acariciando o seu rosto, sugando leve seu lábio
inferior, passando a pontinha da língua.
Alguns minutos se seguiram, e, aos poucos, ele se soltou lentamente, logo abriu a
boca e buscou a pontinha da minha língua. Era um beijo doce, cheio de palavras
escondidas.
Depois de um tempo só com carinhos, finalmente, sua respiração desregulou e ele

apertou os dedos em minha nuca. Não demorou pra que ele tomasse minha língua em
sua boca e o beijo se transformasse em um beijo quente, com nossas línguas se
tocando e suas mãos apertando minhas costas. Apertei sua boca na minha, ansiosa,
feliz com os seus sonsinhos de rendição. Longos minutos se passaram, e nós
queríamos mais... Sempre queríamos mais.
Inesperadamente, ele me puxou e me sentou em seu colo, de frente, sem tirar os

olhos de mim. Eu não sabia se seu olhar era assustado ou admirado, mas, sem perda
de tempo, voltei para os seus lábios, onde ele me beijou intensamente, apertando-me
a si, me proporcionando sensações que há meses eu não sentia. Não era mais os
beijos tímidos que ele estava dando esses dias, eram devastadores.
Sempre depois que ele se liberta, ganha uma aptidão que me deixa fora de mim.
Eu já respirava arfante, todavia não tinha a mínima vontade de me soltar dos beijos. E
como na última vez em sua casa, ele colocou as mãos nas minhas costas, por dentro
da blusa e acariciou lentamente das minhas costas à minha cintura, como se
esperasse algum tipo de autorização.
Ofegante, ele passou o polegar cautelosamente em meu seio, por cima do sutiã,
resfolegando em minha boca, sem soltar-me do beijo.
“Não...” Murmurei em seus lábios, depois desviei a boca para seu pescoço, com a mão
prensando uma sua.
Mesmo assim, ele voltou com as mãos para as minhas costas, enquanto também
beijava meu pescoço, e a cada segundo eu sentia sensações crescentes de calor em
meu corpo. Ele desceu com os lábios, ansioso, pelo meu ombro, mordendo, me
fazendo arfar e arquear o corpo. De repente, me senti solta e ele sorriu
maliciosamente. “Vou levar de lembrança.” Murmurou em meu ouvido,
mordiscando, se referindo ao meu sutiã que ele acabara de tirar.
Assustei um pouco com seu repentino atrevimento, mas como ele continuou
mordiscando meu ombro, eu nem raciocinei no que ele tinha feito. Eu me sentia febril,
estava tonta e não conseguia reclamar. Só fechei os olhos e me permitir sentir as
sensações de sua boca sugando meu pescoço, mandíbula e colo.
Testando minhas respostas, ele desceu a mão que estava em minha nuca lentamente
pelo meu rosto, pescoço, clavícula, e passou levemente a palma no meu seio por cima
da blusa, quase sem tocar, depois subiu e desceu enquanto me beijava ardentemente
no pescoço.
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Eu arfei com o toque, e ele, sentindo-se autorizado, voltou com beijos dóceis para os
meus lábios e me acariciou por fora da blusa no seio. Era uma carícia insegura, de
conhecimento. Mas eu sentia sensações maravilhosas e minha vontade era que
ele acariciasse mais. Por que não? Eu também queria...
Respondi sua pergunta muda aprofundando o beijo, inserindo a língua sem pudor,
gemendo baixinho em sua boca. Determinada a experimentar, projetei meu tronco
para frente, de modo que ele afagasse mais, ele entendeu, libertou a outra mão e
começou a acariciar meus seios com as duas mãos, gentilmente, passando os dedos
em toda a extensão, apertando o bico levemente entre os dedos. Era tão
bom. Choques eram distribuídos por onde seus dedos deslizavam. Tinha uma
ansiedade desconhecida em meu corpo. Nem eu mesma conseguia definir o que eu
queria. Eu só sabia que queria fechar os olhos e me abandonar ao toque, ao beijo, ao
atrito.
Indelicadamente me apertei a ele, ouvindo um pedido instintivo do meu corpo. Ele

soltava uns sonsinhos sufocados em minha boca e isso só me estimulava a querer
mais.
O tempo e o espaço ficaram longe. Meu universo era ele, com sua boca ora em minha
boca, ora em minha orelha, ora em meu pescoço. Eu me sentia mole, feliz. Ele mordia
meus lábios de um jeito sensual e quente, com os olhos intensos em mim, cerrados,
sua mão ainda me afagando.
Porém, antes que eu estivesse satisfeita com aquelas descobertas, ele ofegou
e começou a diminuir a carícia no seio, parando as palmas das mãos em concha.
“Bella... Acho que está na nossa hora...” Resfolegou em minha boca, sem parar de me
beijar, voltando as mãos agora para o meu pescoço e costas.
Eu ainda estava perdida. Só depois de um longo tempo consegui voltar à consciência e

o abraçar, me acalmando lentamente. Era nítido que não era a sua intenção sair dali,
nem a minha, porém, era hora de parar. Sempre tínhamos que parar.
Atordoada, deitei no banco do motorista e fiquei quieta pelos minutos que se seguiam,
ainda sentindo meu corpo em turbulência. Então ele deitou atravessado com a cabeça
em minha perna.
“Bella, vamos conversar. Quais eram as suas intenções?” Ele me analisava, pegando
em uma mecha de cabelo.
“Não entendi.”
“Qual era a sua intenção quando veio para cá? Está tentando me deixar louco de
vez!?”
“Hum... nem tinha pensado nisso, mas acho que era essa a intenção mesmo... Te
deixar louco por mim.” Sorri e deslizei o dedo em sua nuca.
“Não precisa se esforçar...” Disse e beijou minha mão.
“Sério!?” Sorri esperançosa. “Então diz!”
“O quê?”
“O que você falou.” Pedi manhosa.
122 de 1595 26/05/2011 20:45

“Que sou louco por você?” Sorriu levantando uma sobrancelha.
“Uhum.” Mordi os lábios em expectativa.
“Eu...sou...louco...por...você.” Disse com um risinho desavergonhado.
“Repete e vem aqui.” Forcei seu ombro a levantar e ele sentou atravessado em meu
banco. O banco era largo e cabíamos nós dois.
“Sou.louco.por.você.” Sorriu em meus lábios e eu o beijei apaixonadamente,

puxando-o depois para cima de mim. Empolgamos-nos e o beijo se intensificou por
um tempo que nos levou a ofegar.
“Bella, vamos embora.” Sussurrou, apoiado com o braço no banco. “Você não sabe o
que um homem enlouquecido é capaz.” Sorriu torto.
“Tô querendo saber.” Provoquei.
“Ah, você não quer. Se quisesse não tinha me dito não.” Comentou, pausou em
tempo calado, depois encostou a cabeça no vão entre meu seio.
“Mas qual era mesmo a sua intenção? Eu tive dúvidas quando você me trouxe para
esse lugar e ainda deitou o banco. Queria que você deixasse as coisas claras para
mim, assim eu não excedo.”
Pensei um pouco antes de responder. Quando falei, a sinceridade era clara em minha
voz. “Bom, eu só queria ficar com você mais a vontade, entende? Era só privacidade e
conforto.” Apontei para o lugar calmo que estávamos.
“Então desculpe se fui além do esperado, eu não queria te pressionar.” Disse sem
parar de beijar meu colo exposto pela blusa de alça.
“Eu não ligo se você continuar tentando.” Sorri maliciosamente.
Ele sorriu em resposta, depois arrumamos os bancos para sairmos dali.
O parque já estava quase vazio quando voltamos. Alice e Jasper estavam dentro do
carro da Esme. Sabendo que estava tarde, estacionei e desci para me despedir.
“Adorei o dia e a noite, principalmente a parte do louco.” Disse abraçando-o.
“Não sei por que, você já sabia!” Abriu um sorriso largo.
“Mas é bom ouvir. Me dá forças para te esperar, me dá forças para ter esperança em
nós.” Disse com os braços em volta de seu pescoço.
“Bella, eu não quero te prender, você é livre.” Me afastou um pouco, olhando-me

seriamente.
“Eu já estou presa a você, meu coração não é livre, ele já é seu.” Murmurei com a voz
cortante.
Ele percebeu o tom da minha voz e beijou o topo da minha cabeça. “Tudo bem, não
vamos aprofundar no assunto. Eu aceito seu coração. Em troca vou deixar o meu, aí
nas próximas férias a gente decide o que faz.” Disse e beijou novamente minha boca,
segurando o meu queixo. “Agora, tenho que ir.”
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“Então tá, vou lá falar com o Jasper.”
Andamos de mãos dadas até o carro da Esme, despedi do Jasper e chamei Alice.
Sinceramente eu não queria deixá-lo ir. Nos despedimos umas três vezes, e eu
grudava novamente em seu pescoço, o beijava e o impedia de sair.
“GENTE, PELO AMOR DE DEUS!!! ASSIM A GENTE SÓ SAI DAQUI AMANHÃ!!” Era o
pentelho enchendo o saco.
“Bella, eu tenho que ir mesmo.” Segurou meu rosto nas mãos, com lamento o olhar.
Ele me deixou na porta do meu carro, me fez entrar, ligar o carro e se despediu, com
um beijo em minha bochecha através da janela.
**
Logo as férias acabaram e tudo voltou ao normal. Emmett voltou à Califórnia e nós
voltamos a estudar. Esquecer Edward durante as aulas era mais fácil. Sempre eu
estava ocupada com amigos de escola, trabalhos e apresentações. Assim, a vida se
seguia. Este ano eu iria apresentar uma música em um festival de música da
cidade. Então estava trabalhando bastante na música que escrevi.
Com um mês de aula, não estava telefonando muito para Jasper, ele estava bem
sumido. Também não estava falando com Edward. Quando tentava, ele sempre estava
ocupado e falava muito pouco. Se eu passava algum e-mail, ele demorava dias para
responder, então resolvi deixá-lo respirar. Nossa ligação era só nas férias mesmo.
Embora eu ficasse com saudade, quando ele estava lá, parecia que ele não era meu.
Podia ser só impressão, mas era o que parecia.
Estacionei o carro na vaga de sempre e me dirigi ao prédio onde teria as primeiras

aulas. Quando virei o corredor que levava a minha sala, encontrei uma colega de
classe fora da sala. Parecia estar esperando alguém.
“Bella, eu queria muito conversar com você.” Era a Lauren, uma colega minha de
classe.
“Pode falar.” Olhei curiosa, parando para que ela falasse.
“Queria perguntar uma coisa bem pessoal, você me permite?”
“Se eu puder responder...”
“Não vou enrolar, é que... não tenho visto você tão junto do Mike esses dias, vocês
terminaram?” Perguntou sem graça.
"Sim.” Respondi sem mudar a expressão.
“Mas você ainda gosta dele?” Ela estava bem tensa.
“Não, eu gosto de outra pessoa, e Mike é só amigo.” Falei tentando decifrar suas
intenções.
“Bella, então eu não preciso pedir sua autorização para ficar com ele...”
“Com certeza não! Você gosta dele?” Olhei com surpresa.
“Já há algum tempo. Tive coragem de falar com você hoje por que ontem a Lays disse
124 de 1595 26/05/2011 20:45

que vocês terminaram então eu resolvi te perguntar.”
“Lauren, não se preocupe comigo, sinceramente eu quero ver o meu amigo bem. E se
você conseguir fazer isso, eu vou ficar muito feliz com você.” Falei sinceramente.
“Obrigada, Bella, você é legal.” Ela sorriu e entrou na sala.
Eu entrei logo atrás satisfeita e me sentei ao lado da pessoa que eu sentava há anos.
O Mike. Se ele arrumasse uma namorada isso iria melhorar as coisas entre nós. Se ele
se conformasse em ser só meu amigo...
O resto da manhã se passou rápido. Depois de duas aulas tivemos um intervalo e eu

aproveitei para falar com ele sobre assunto.
“Mike, eu conheço uma menina que está a fim de você.” Sentei na mesma mesa que
ele.
“Mas eu não estou a fim de ninguém, Bella.” Respondeu sem querer prolongar a
conversa.
Eu sabia o porquê de ele não está a fim de ninguém, mas eu tinha que tirar suas
esperanças.
“Mike, sabia que eu gosto de uma pessoa desde que eu tinha treze anos de idade... E
eu acho que a gente vai ficar junto, tipo namorar sério?” Eu sabia que isso não era
completamente verdade, mas esse era o melhor modo de fazê-lo abrir os olhos.
“Por que resolveu me falar isso agora?” Me olhou analisando.
“Por que você é o meu amigo, e eu não posso esconder as coisas de você. Também
por que sei que você gosta de mim e eu quero que você tente com alguém. Não tem
jeito para nós dois.”
Ele me olhou uns minutos, para então suspirar. “Quem é a menina?” Perguntou
desinteressado.
“A Lauren. Ela é legal, e acho que gosta de você.” Apontei com o olhar para uma mesa
próxima.
Ele olhou em direção ao local onde a menina estava e sorriu timidamente.
“Eu já tinha percebido que ela me olhava diferente.”
“Dá uma chance pra você, amigo.” O abracei de lado, colocando a cabeça em seu
ombro.
“Tá, vou tentar... Consegue o telefone dela pra mim.”
“Faz melhor, eu vou combinar com a colega dela de sentar com ela hoje. Aí eu falo
para a Lauren se sentar com você. Combinado?” Perguntei eufórica e ele sorriu
assentindo.
Deu tudo certo. Eles sentaram juntos, depois almoçaram juntos e os dias que se
seguiram estavam sempre perto. Fiquei feliz com a minha boa ação.
125 de 1595 26/05/2011 20:45

Em uma segunda-feira, quando já estávamos com dois meses de aula, papai chegou
do trabalho e encontrou eu e Alice estudando na sala de baixo.
“Oi, meninas!! Resolveram estudar aqui?” Apontou para nossos cadernos espalhados
no chão da sala de TV.
“Oi, pai!!” Voamos em seu pescoço e lhe demos um abraço conjunto. “Resolvemos
ficar aqui porque estamos com pouco tempo juntas. Assim a gente estuda e fofoca.”
Eu disse com sorriso e voltei para a mesinha.
“Cadê a Jéssica?” Perguntou se virando para olhar pela casa.
“Ela não pára em casa. Quando chega da facu, já sai de novo.” Alice respondeu
entregando minha irmã voada. Belisquei-a e ela se tocou tarde demais.
Ele deu de ombros. “Já nem ligo mais para o comportamento da Jéssica, ela é
igualzinha a mãe.” Papai sentou no sofá e sorriu da inflexão. Sorrimos também.
Falando em minha mãe, a última vez que ela tinha me ligado tinha sido no meu
aniversário de dezesseis. Quase oito nove atrás... Tudo bem, devia estar bem
ocupada.
“Meninas, vou viajar nesse fim de semana. Vou sair sexta e volto só segunda.”
Informou preocupado. "Estou indo ao Texas, negociar o jornal de lá que quero
comprar. Se eu comprar cada filho vai herdar um jornal.” Sorriu e continuou. “Meu pai
tinha um filho e conquistou um jornal. Eu tenho quatro filhos e preciso de quatro
jornais, no mínimo.” Concluiu orgulhoso. Ele estava muito alegre com a perspectiva de
adquirir novas conquistas. “Provavelmente o Emmett venha passar o fim de semana,
ainda vou confirmar com ele.” Informou com tom apreensivo, como se estivesse
preocupado com a nossa solidão.
“Tudo bem, pai, espero que tudo dê certo no negócio. E não se preocupe com a
gente. A gente fica bem. O importante é que o senhor está feliz por mais essa
realização.” Apoiei e o abracei.
Quinta-feira, estava deitada no sofá assistindo TV quando o telefone tocou.
“Bella, meu pai chegou?” Era a voz do Emmett no telefone.
“Oi, Emmett!!! Fala comigo primeiro!” Cobrei sorrindo.
“Oi!! Tudo bem?!” Sorriu. “É que eu estou tentando ligar para ele há uma hora e o fone
dele está dando desligado. Eu queria falar com ele.”
"Ele não chegou, mas deve estar chegando porque amanhã ele vai viajar.”
“É sobre isso que eu ia falar, ele vai viajar e quer que eu vá pra casa, mas eu vou
tocar aqui com um pessoal no sábado e não tô a fim de faltar.” Explicou receoso.
“Tu é traíra, hein, Emmett!! Não pode ver uma banda que já quer tocar! Esqueceu a
bandinha aqui de casa?!” Descontraí, animada, depois mudei o clip na TV.
“Não, Bella, é sério, eu estou a fim de tocar com esses caras faz o maior tempão, eles
tocam pra caramba! Então fala para o meu pai que eu não posso ir, estou ocupado.”
“Tudo bem, eu não vou mentir. Se ele perguntar, eu falo que é porque você preferiu
uma banda daí a ficar com suas irmãs.”
126 de 1595 26/05/2011 20:45

“Eu não estou fazendo nada escondido, Bella, não preciso da acusação.”
Eu sorri. "Estou brincando, Emmett, pára de ser apelão!”
“Então tchau, irmã que está ficando chata!”
“Tchau, irmão traíra.”
Sorrimos e desligamos.
Cansada de assistir, subi as escadas e fui para meu quarto. Já fazia dias que eu não
ligava mais para Edward. A dúvida e a saudade me inundavam. Por um instante,
pensei na viagem do meu pai, em estarmos sozinhas esse fim de semana. Seria tão
bom se estivéssemos nas férias, assim aproveitaria que nem meu pai nem Emmett
estaria em casa, e poderia passar quase três dias com Edward...
Com esses pensamentos, instantaneamente, sentei eufórica na cama, arfando com a

idéia que me passava. Seria fim de semana... Fins de semana não tem aula... A única
coisa que separava Seattle da capital do país era um avião... Eu tinha documentos e
dinheiro.
Levantei rápido, acessei a internet, depois fui ao quarto da Alice.
“Alice, acorda!! Vou viajar!!” Disse e deitei em sua cama.
“Bella, você virou sonâmbula?” Abriu os olhos e me olhou atenta.
“Não, Alice, estou falando sério. Meu pai vai para o Texas, e eu vou para Virgínia.”
Disse cheia de empolgação.
“Bella, você não vai ter coragem. E se meu pai descobrir? E a Jéssica?” Perguntou
sonolenta, desacreditada.
“Meu pai não vai descobrir, e a Jéssica não vai nem perceber.” Falei confiante.
“Estou com medo, pode sobrar pra mim.” Se encolheu no cobertor.
“Eu prometo que chego em casa antes dele. Ele disse que chega segunda, eu chego
domingo à noite, prometo.” Juntei as mãos e fiz cara de pidona.
“Tá, Bella, que horas você vai? Edward já sabe?”
“Não né, ele nunca vai deixar. Tenho que chegar lá de surpresa.”
“Onde você vai ficar? Já comprou as passagens?”
“A passagem eu acabei de comprar pela internet e quando chegar lá vou ficar em um

hotel. Lá eu vejo.” Dei de ombros.
“Você vai dormir com ele?” Insinuou curiosa.
“Não!!!” Fiquei assustada com a sua dedução.
“Tá, então que horas você sai?”
“No horário da escola. Amanhã é sexta, então saio junto com você. Estou levando só a
mochila da escola com algumas roupas dentro, assim ninguém desconfia. Aí você me
127 de 1595 26/05/2011 20:45

deixa no aeroporto e depois vai para a escola com o carro.”
“Bella, eu não tenho carteira, todos os professores sabem que eu tenho só quatorze
anos.”
“Então, a gente pede uma carona para o Mike até a escola, de lá eu fujo e peço um
táxi. Se o Mike perguntar por mim, fala para ele que eu vim embora e pronto. Por
favor, não complica que eu já estou nervosa demais!” Implorei ansiosa.
“Tudo bem, Bella, espero que dê tudo certo.” Suspirou sem segurança e me abraçou.
No dia seguinte, meu coração era pura aflição com todos os acontecimentos que
envolviam essa fuga. Primeiro driblei o Mike, depois fugi da escola e por fim peguei o
táxi. Respirei aliviada quando meu avião se levantou do chão. Resolvi tentar me
acalmar e encostar a cabeça no vidro, repassando mentalmente tudo que eu iria fazer
assim que o avião pousasse no Aeroporto Ronald Reagan, na Virgínia. Localizado
a quinze minutos da Universidade George Washington, que é onde Edward estuda.
Primeiro irei me hospedar em um hotel perto do aeroporto, depois alugo um carro e

vou a Universidade fazer a surpresa. Esse é o plano. Edward vai morrer! Ou me
matar... Com esses pensamentos, estava muito ansiosa para dormir, então liguei meu
mp4 e coloquei umas músicas para acalmar o meu cérebro. Depois de poucas horas
de viagem, eu pousava no Condado de Airlington.
Próximo ao aeroporto se encontrava vários hotéis. Escolhi um cinco estrelas e entrei,

sendo recebida por uma atendente que me olhou da cabeça aos pés. Eu estava de
calça jeans e mochila nas costas.
“Bom dia, preciso de um quarto, moça?” Eu pedi educadamente.
Ela me olhou de novo, agora mais minuciosamente. “Documentos.” Pediu e eu

entreguei. “Não alugamos quarto para menor aqui nesse hotel.” Disse com certo
descaso.
Sujou. Não me lembrei desse detalhe. “Mais tarde meu irmão vem.” Explique, sem
jeito.
“Sei... Irmão... Não alugamos, moça. Procure outro hotel.” Ela informou desviando o
olhar. Eu saí derrotada e sentei em um banquinho em frente ao hotel.
E agora? O que iria fazer? Edward era maior de idade, ele podia alugar para mim. Logo
o ideal era ir vê-lo logo. Não. Melhor almoçar antes.
Almocei em um restaurante em frente ao hotel Crystal e fui a uma locadora de carros.

Aluguei fácil. Pelo menos para alugar o carro não teve frescura com idade. Só mostrei
a carteira de motorista.
Eu ainda precisava me arrumar, estava muito diferente do que o Edward costumava

me ver. Eu não queria aparecer na universidade dele de jeans e tênis. Não mesmo.
Olhei chateada para os vários hotéis próximos e reclamei. Puxa! Se ao menos tivesse
conseguido um hotel! Será que as pessoas não vêem que eu posso pagar?
É isso!!
Como eu fui ingênua! Eu poderia ter dado um trocado para aquela mulher. Pensando
assim, voltei ao hotel perto do aeroporto e falei com a mesma atendente de mais
128 de 1595 26/05/2011 20:45

cedo.
“Moça, preciso de um quarto.” Disse lhe entregando minha identidade e duas notas de
cem.
“Para quantos dias?” Perguntou sem olhar para a identidade.
“Dois dias.”
“A diária é quinhentos. Cartão ou dinheiro?”
“Dinheiro.” Abri a mochila e peguei o meu dinheiro embolado.
“Duas diárias é o dobro” Levantou os olhos para me olhar sugestivamente. Nossa, ela
queria mais? Mercenária!
Resignada, peguei mil e duzentos na minha mochila e dei em sua mão. Ela começou a
preencher os dados no computador. “Qual o seu nome?”
“Minha identidade está na sua mão moça.” Apontei para a identidade
Ela me devolveu a identidade e me olhou nos olhos. “Qual o seu nome e o nome do
seu irmão?”
Pensei rápido. “Bella Hale e Edward Hale.” Eu não precisava mentir o nome dele,
afinal, ele era maior de idade.
Após o check in, chamei o elevador e enquanto subia refletia no fato de ficar em um
hotel cinco estrelas sozinha com ele. Não déia passar a impressão errada.
Queria beijá-lo muito, é óbvio, mas antes devia deixar bem clara minhas intenções.
Chegando ao quarto, me encantei. Era lindo, perfeito, com tudo branquinho, uma
cama imensa e uma vista linda. O banheiro era imenso, com uma banheira que cabiam
quatro pessoas dentro.
Ansiosa, tomei banho, vesti um vestido de listras rosa claro, de botão, cinto, bolsos na
frente, e calcei uma sandália de salto médio, com florzinhas rosa na lateral. Sequei o
cabelo e passei maquiagem leve. Tinha que aparecer na Universidade apresentável.
Ainda eram duas horas da tarde, então com certeza ele estaria em sala. Nervosa com
o que se seguiria, sentei na cama e comecei a temer. Tinha que planejar um jeito de
entrar lá e encontrá-lo.
Continua...
Notas Finais:
reviews?
129 de 1595 26/05/2011 20:45

Capítulo 12- um mal entendido escrita por BIA BRAZ

Capítulo 12- Um mal entendido by bia braz
Capítulo 12 - Um mal entendido
Bella POV
Avistei um computador no canto do quarto e tive uma idéia. Talvez não ajudasse
muito, mas não custava tentar. Havia o mapa visual do lugar, com imagens reais dos
corredores e salas, logo pesquisei o mapa do campus, li atentamente todas as
informações que me parecessem pertinentes e observei a divisão dos blocos.
Finalmente, desenhei em um papel o caminho que eu deveria seguir, suspirei e me
preparei para sair.
O trajeto era pequeno, nada mais que vinte e cinco minutos. Eu estava tensa demais
para não pensar, logo o medo e a culpa invadiram minha mente. Eu estava
preocupada com o meu pai. Se ele descobrisse, dessa vez não iria me perdoar.
Passei pela guarita de entrada no estacionamento e não houve nenhum segurança

conferindo placa. Depois entrei no campus, me direcionei ao prédio de Ciências
Políticas e estranhei como foi fácil entrar. Era por isso que acontecia os ataques
terroristas em Universidades, não tinha ninguém para perguntar o que eu estava
fazendo ali!
Será que era porque eu parecia uma estudante, uma estudante comum?
Entrei no bloco tentando não parecer perdida pelos corredores e percebi que a
universidade não era como no ginásio, onde tinha monitores o tempo todo te
mandando para a sala e ou te colocando para a detenção. Na universidade as pessoas
ficavam andando pelos corredores, algumas namoravam nos cantos. Era bem
diferente.
Enquanto andava pelos corredores, olhava disfarçadamente para as portas para ver se
em alguma estava escrito Ciências Políticas, segundo semestre. Minutos depois,
percebi que as coisas iam ser mais difíceis do que eu pensava. Ele podia estar em
qualquer um dos cinco andares, em qualquer uma das cinqüenta salas, ou nem
poderia estar ali. Eu estava perdida!
De repente, eu vi uns alunos mudando de sala, foi aí que eu percebi que eles
mudavam de sala toda hora. Então não ia achar uma sala exclusiva do curso dele. O
tempo estava passando e eu vi que algumas salas já estavam vazias. Isso iria
dificultar mais ainda a minha situação
Depois de rodar o prédio todo, a ponto de ficar suspeita, resolvi sentar em um banco
fora da universidade e esperar até as aulas terminarem. Se eu não tivesse a sorte de
encontrá-lo saindo, eu iria ligar pra ele.
Frustrada, olhava em todo o tempo para o portão principal, torcendo mentalmente que
ele aparecesse. Depois de uma hora sentada, alguém se aproximou de mim.
“Oi! Conheço você. É Bella Cullen, não é?” Falou entusiasmado em me encontrar.
“Oi, tudo bem? Eu esqueci seu nome, mas eu me lembro de você.” Disse toda sem
graça por não lembrar o nome dele, e ele lembrar até meu sobrenome.
130 de 1595 26/05/2011 20:45

“Ryan Evans.” Ele não pareceu se ofender.
“Tudo bem? Bom te ver!” Tentei parecer entusiasmada para fazê-lo esquecer a minha
gafe. “Estuda aqui?”
“Sim e você?”
“Eu não. Estou a passeio esperando um amigo.”
“Seu amigo é lá do estado de Washington?” Sentou ao meu lado no banco.
“Sim, somos amigos há alguns anos. Ele é filho de uma funcionária do meu pai. Como
eu vim passear na capital, ele vai sair comigo pela cidade.” Por que eu falei isso tudo
mesmo? Eu me surpreendo!
Houve uma pausa de silêncio, e, nervosa, eu olhava continuamente para a porta...
“Você sumiu aquela noite.” Disse olhando em meu rosto.
“Pois é, eu me senti mal e fui embora.”
“Você vai ficar até que dia?”
“Até domingo.”
“Chama o seu amigo e aparece lá no meu ap, eu sempre reúno uns amigos lá para
conversar e beber.” Chamou atenciosamente.
“Você não quis morar aqui na Universidade, não?” Perguntei pensando em algum tipo
de ajuda.
“Até que eu tenho um quarto aqui, às vezes quando quero descansar durante o dia
vou pra lá. Mas eu preferi comprar um apartamento na cidade, nos dá mais
privacidade. Como eu ia fazer minhas festinhas a noite aqui?” Sorriu.
“Isso é verdade. Me dá seu fone que eu te ligo caso meu amigo queira ir lá.”
Ele pegou meu celular e anotou o telefone dele.
“Eu já vou.” Ele disse se levantando para sair.
“Você podia ficar comigo e dar uma volta pelo prédio, enquanto ele não vem.” No
mesmo instante que falei, me arrependi de ter feito o convite. Será que minhas
intenções soaram erradas?
“Tudo bem, vamos conhecer o prédio.” Não mudou o tom.
Saímos andando pelos corredores e enquanto isso conversávamos.
“Está gostando do curso?” Perguntei não querendo ficar em silêncio.
“Eu falei para você lá na Califórnia que não era o que eu queria, lembra? Na verdade
estou levando nas coxas. Estou inclusive matando aula agora. Se não fosse você, eu
estaria à toa.”
“Mas seu pai não liga de você levar nas coxas?” Perguntei com o cenho franzido.
Nessa hora passávamos por umas salas e eu virava o rosto para olhar.
131 de 1595 26/05/2011 20:45

“Ah, ele já é senador, vai me colocar na política de qualquer maneira.” Deu de

ombros. “Tudo que eu preciso é de um diploma, e isso eu já estou garantindo estando
aqui.”
Que diferença dele para o Edward, pensei. Edward não se conforma só com o
diploma, ele quer ser sempre o melhor.
Ele continuou. “Sabe, tanto faz o meu futuro para mim. O que eu quis eu não pude
fazer. Lembra que eu te falei que queria ser cientista? Pois é, era o meu sonho de
criança. Mas meu pai não deixou. Então, estou tipo me deixando levar.” Ele era meio
descrente. Mas era legal. “Onde você está hospedada?”
“No Crystal, perto do aeroporto.”
“Bom aquele lugar, né!?”
“Pois é, cheguei hoje, nem deu para curtir muito ainda.”
Enquanto conversávamos, eu me distraí procurando algum sinal do Edward e nem

percebi o quanto tínhamos andado. Estávamos no fim de um corredor, que estava
quase vazio pelo horário. Só havia mais uma sala de vidro que ocupava toda a frente
do corredor, mas estava escura.
Estava observando a sala de vidro, que tinha uma luz no final. Agucei o olhar e
pareciam slides sendo apresentados. Repentinamente me senti sendo encostada na
parede, com dois braços na altura do meu pescoço me cercando. Fiquei estática,
impedida de sair e olhei desentendida para Ryan, tentando decifrar suas intenções. Ele
respirava bem próximo ao meu rosto, parecia ter entendido tudo errado.
“Bella, está me devendo algo.” Ele me olhava gentil e determinado, passando a mão
em meu cabelo.
Inerte, eu pensava em um jeito de dar um fora e desfazer de qualquer esperança sem

ser mal educada. “Não me lembro.”
“Ficou quase a noite toda comigo na Califórnia, e na hora que eu ia te beijar, você foi
embora.” Ele aproximou o rosto centímetros do meu, só esperando a minha reação.
Eu estava sem saber o que fazer, mas abaixei a cabeça, ainda criando mentalmente
um jeito de sair de lá.
“Ryan, já gravei a aula, se você quiser pegar logo pra ficar livre...” Uma voz se
pronunciou por trás do Ryan. Aquela voz era conhecida, mas Ryan estava me
tampando.
“Ih, cara! Pede licença, estou com uma garota.” Disse o Ryan em tom de brincadeira,
sem se virar e sem se afastar de mim.
”Todo dia você está com uma garota.” Respondeu a voz conhecida em tom de
escárnio. Era Edward. E agora? Saia ou não saia dali?
“Tu é tosco hein, Edward!!” Ryan se virou para falar.
Eu abaixei o rosto para poder olhá-lo por baixo do braço de Ryan. Mas ele não olhava
para mim, nem percebeu que era eu ali.
“Oi, Edward!” Chamei sua atenção e sorri. Ele cerrou os olhos e me olhou por uns
132 de 1595 26/05/2011 20:45

segundos, parecendo não estar acreditando.
“Vocês se conhecem?” Ryan perguntou e abaixou um braço.
“Sim. Ele é o meu amigo que te falei.” Disse em prontidão, aliviada pela chegada do
Edward. Edward passou a mão no cabelo e não falou nada, nem mesmo me
cumprimentou. “Tudo bem?” Perguntei me preocupando com o surto de ira que se
seguiria, quando ele descobrisse que eu fugi para vê-lo. Ele parecia estar em outro
lugar, fora de órbita.
Contente, soltei-me completamente do Ryan e pulei com os braços em volta de seu

pescoço “Vim fazer uma surpresa!” Sorri, eufórica, e dei um beijo em seu rosto. Ele
não me abraçou de volta, continuou estagnado.
“Edward, me dá o meu ipod e amanhã leva a Bella no meu ap, já combinei com ela.
Até mais.” Ryan pegou o ipod e saiu.
Olhei para Edward que continuava congelado. “O que foi?” Continuei abraçada a ele.
“Eu esperei várias reações quando você me visse, mas ficar parado sem falar nada, eu
não esperava.” Disse calmamente, acariciando o seu cabelo. “Eu prefiro que você
brigue e me chame de louca, do que ficar assim.” Sorri cinicamente me afagando a
ele, encostando minha cabeça em seu peito.
“Bella... São tantas perguntas que nem sei por onde começar.” Sussurrou atônico,
passando as mãos nos cabelos.
“Então vamos lá para fora, vamos sentar em um banquinho.” Despreocupada, puxei

ele para o banco em frente ao prédio. “Eu tenho uma dica de como começar, pergunte
como eu vim parar aqui.” Disse sorridente, acariciando o seu rosto.
“Tá, como você veio parar aqui?” Seu tom não havia raiva, era só choque e
curiosidade.
“Meu pai viajou e eu fiquei com saudade de você, então peguei um avião e vim te ver.”
Contei como se estivesse a coisa mais normal do mundo, dando beijinhos de luz em
seu queixo e mandíbula. Ele segurou o meu rosto nas mãos e me fez parar de beijá-lo.
“Bella, eu não vou nem pensar, não vou desgastar o meu cérebro com isso. Você vai
voltar agora mesmo para Seattle.” Disse calmamente, acariciando o meu rosto com os
polegares.
“Não, eu não vou, já estou hospedada!” Relutei, cruzando os braços.
Ainda bem que eu já tinha me hospedado. Ufa!
“Bella, vou te pedir como amigo, se você tem alguma consideração por mim, por
favor, vai embora. Quando eu voltar a gente esquece que isso aconteceu e tudo volta
ao normal.” Ele passou as mãos em meus cabelos com olhar suplicante.
“Eu não vou. Não cruzei o país à toa.” Emburrei igual criança.
“Bella, querida, por favor, você é menor, eu não vou ficar andando com você. Seu pai
pode mandar me prender. Você já pensou o que isso causaria ao meu futuro?” Sua
voz era cortante, havia desespero escondido em seus olhos. “Seu pai sabe que você
está aqui?” Ele devia estar nervoso, a primeira coisa que eu tinha falado foi que meu
pai estava viajando!
133 de 1595 26/05/2011 20:45

“Não, ele está viajando e eu não vou embora, quero ficar com você.” Continuei de
braço cruzado. Inabalável na convicção.
Ele me olhou sem paciência. “Eu não vou ser culpado por isso. Vou ligar para ele
agora e mandar ele vir te buscar. Aliás, eu vou com você agora no aeroporto, você vai
comprar a passagem e ir embora. Me espere aqui. Vou ao meu quarto guardar meus
matérias e pegar umas coisas.” Levantou ansioso e saiu. Eu sorri, tinha convicção que
ainda iria dobrá-lo.
Vinte minutos depois, Edward voltou estranho, distante e mais calado. “Faz assim,
Bella, você faz o que quiser. Se quiser ficar, fique. Pra mim, tanto faz.” Murmurou
introspectivo.
“Tudo bem, eu vou ficar com você.” Disse colocando os braços de volta em seu
pescoço.
“Eu não vou ficar com você. Fique no seu hotel, depois você compra a passagem e vai
embora.” Falou secamente, tirando sutilmente minha mão do seu pescoço.
“Você não vai ficar lá comigo?” Resmunguei com um biquinho.
“Não.” Sua voz era fria e distante.
“Poxa, Edward, eu não vou ficar aqui perdendo tempo. Já gastei quase dois mil, então
vou fazer valer à pena ter vindo. Não é só você quem eu conheço aqui!” Disse
teimosamente, vendo se ele tinha alguma reação.
“Tudo bem. Pra mim, tanto faz.” Deu de ombros, indiferente.
Insistente, pus a mão em seu cabelo e enfiei os dedos.
“Anjinho, pensa um pouco, eu cruzei o país porque estava com saudade de você,
quero ficar perto de você.” Disse carinhosamente.
“Ah é? Estava com saudade? Não parece...” Sorriu frio e debochado, tirando
educadamente minhas mãos do seu cabelo. Eu não estava entendendo por que não
podia acariciá-lo.
“Fica no hotel comigo. Lá é lindo. Pensa no tanto de coisa que poderemos fazer
juntos. Temos quase três dias para ficar lá. Já está pago... Não posso mais voltar. Eu
já estou aqui, então relaxa e me divirta.” Propus com uma piscada brincalhona.
“Relaxar e se divertir, Bella, é isso que você quer?” Ele me olhou duramente nos olhos.
“Rá! É você quem pede!” Disse uns decibéis a mais que o seu normal.
Ele ainda ficou parado, me olhando estranho uns minutos. Depois balançou a cabeça e
fez uma careta de frustração. Eu não estava conseguindo acreditar que ele estava com
tanta raiva só por eu ter vindo, mesmo assim, tinha certeza que depois que eu o
beijasse ele iria melhorar.
“Vou buscar umas roupas no meu quarto, espera que a gente vai se divertir muito.”
Sua voz foi sarcástica e estranha. Eu não consegui entender o que aconteceu desde
que ele voltou do quarto.
Alguns minutos depois, ele voltou e nos direcionamos ao carro. Durante todo o trajeto
ele não falou mais nada, e nem eu perguntei. O clima estava pesado e eu não estava
134 de 1595 26/05/2011 20:45

entendendo o motivo. Acreditei que depois ele ia melhorar, já que ele resolveu vir.
Estacionamos no hotel e ele estava mais distante ainda, sem ao menos encostar-se a
mim. Meu coração começou a palpitar ao sentir a frieza em seus olhos.
Chegamos ao quarto, ele foi direto para o banho, demorando lá mais tempo que o
normal. Ele saiu de boxer preta e deitou-se na cama, com os braços atrás da cabeça.
Achei tão estranha sua exposição. Geralmente ele era tão tímido.
Eu estava tão envergonhada com a situação que não tive nem coragem de olhá-lo. Se
fosse outra ocasião, eu não perderia um milímetro do seu corpo. Abaixei os olhos e
sentei em uma poltrona, abismada com o que estava acontecendo.
“Vai ficar aí parada? Pensei que você quisesse se divertir!!” Disse sarcástico
novamente, com um olhar esquisito, os dentes trincados. Eu ia ter um colapso se isso
continuasse. Isso era certeza.
“O que você quer que eu faça?” Levantei cautelosa, objetivando amenizar a situação.
Ele sorriu sem humor. “Tome banho!” Disse secamente, como se fosse o óbvio.
Não entendi o porquê disso, mas me convenci de que ele quisesse sair, e por isso eu
deveria tomar banho e me arrumar, por isso segui para o banho.
Minutos depois, saí de banheiro de roupão, e ele nem ao menos olhou para mim. Seu
semblante se transformou em puro ódio, me causando constrangimento. Fui para o
canto do quarto, passei creme nas pernas, perfume, penteei o cabelo, sequei, fiquei
só de calcinha e sutiã, e ele não me olhou em nenhum minuto. Era como se o Edward
que eu conhecia não estivesse presente ali. Aquilo apertava o meu coração.
Vesti uma calça jeans e uma blusinha solta preta. Ele olhou em minha direção e fez tsc
tsc irônico. “Prefiro vestido. Vista o que você estava.” Ordenou sombriamente.
Suspirei, sentindo a pulsação correr.
Estava insegura, mas pelo menos foi uma reação. Sinal que ele gostava de vestidos.
Peguei um outro, um para sair a noite, quase o mesmo modelo do de antes, de
botões, e vesti. Demorei um tempo abotoando e depois fui para frente do espelho.
“Não passe maquiagem, não quero.” Rosnou, sua voz grave.
Algum sinal. Ele estava se revelando. Talvez a raiva estivesse passando. Eu tinha que
crer nisso. “Você não vai se arrumar?” Sussurrei me perguntando por que ele ainda
continuava na cama, se nós íamos sair?
“Pra quê se arrumar?” Franziu o cenho.
Eu inspirei fundo, fechei os olhos, depois exalei pesadamente, buscando calma.
“O quê está acontecendo, Edward?” Sentei na poltrona de canto. “Você me mandou

tomar banho, vestir o vestido... Para quê, se nós não vamos sair para nos divertir?”
“Por que nós vamos nos divertir aqui. Vem aqui.” Bateu a mão na cama. Parecia que
ele estava somente me informando, não me chamando.
Algo em mim alertava que as coisas estavam bem ruins. Eu encostei perto da cama,
acreditando que a qualquer momento ele iria voltar ao normal. Ele se ajoelhou, pôs a
mão em minha cintura e, de repente, eu o senti me jogando em cima da cama, em
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seguida sua boca se aproximou do meu pescoço. Rápido. Muito rápido. Longe do seu
normal.
Ele beijou-me famintamente no pescoço, com mordidas e grunhidos. Foi inesperado,

diferente, mas eu deitei a cabeça e dei espaço para sua boca, no mesmo instante que
minha mão desceu e acariciou o seu peito e abdômen. Ele estremeceu com meu
toque, me olhou com os olhos cerrados e respirou fundo. Em seguida, fechou os olhos
e abriu minha perna com a dele, me assustando quando arrastou a coxa entre as
minhas pernas. Olhei-o desentendida, ele sorriu maquiavélico, pegou rudemente em
meus cabelos e cheirou, enquanto se encaixava entre as minhas pernas, com seu
corpo muito estimulado.
Eu não estava entendendo a sua atitude, pois ele nunca tinha se comportado assim.
Também não estava entendendo a distância que eu sentia dele, e com isso meu
coração palpitava.
“O que você está fazendo?” Perguntei com a voz estrangulada enquanto minha
pulsação corria em frenesi.
“Tem certeza que você não sabe?” Disse com a voz ácoda, me causando arrepios de
dor.
Enquanto ele falava, pegou o meu vestido asperamente e levantou, subindo as mãos
até a lateral da minha coxa. Era bom, mas meu coração doía. Ele parou os olhos em
mim por segundos, tinha conflito em seus olhos. Não resisti e acariciei o seu rosto,
querendo descobrir o que ele tinha. Ele fechou os olhos, respirando difícil quando eu
o acariciava, em seguida tomou ar profundamente, se inclinou novamente e atacou
meu pescoço, com sugadas frenéticas.
Algo me dizia que tinha alguma coisa errada, não parecia ele. Eu queria meu anjinho
de volta. Ele começou a mordiscar minha orelha de uma maneira que em momentos
me causava dor. A mão que estava em minha coxa, subiu para minha cintura, por
dentro do vestido, me acariciando e me apertando contra si.
Meu corpo se erguia não obedecendo ao comando do meu cérebro, que mandava ficar
alerta. Involuntariamente, meu corpo ― gostando do prazer ―, me traia.
Ele mordiscou, como fome, meus ombros, passava a língua em meu pescoço, orelha,
soltando sonsinhos de ansiedade e desejo, no mesmo instante que sua mão acariciava
e apertava minha nádega. Ele mordeu e beijou meu queixo devagar, passando a língua
lentamente. Minha pele se arrepiava e tremia sem que eu deixasse, era como se eu
não tivesse no comando.
Em nenhum momento ele beijou a minha boca, não deixei de perceber, logo, decidida,
tentei puxá-lo para os meus lábios, contudo ele recuava, direcionando a boca para o
meu pescoço. Sua respiração estava bem irregular. Não havia só desejo, havia uma
espécie de raiva.
“Quer se divertir, Bella? Quer curtir o agora?” Disse sarcasticamente e abriu os botões
dos meus vestidos, velozmente, sem cautela. Por segundos pensei que fosse rasgar.
Ele ficou olhando perigosamente para o meu corpo embaixo do dele por minutos,
como um predador, depois passou a mão em minha barriga, subindo lento, passando
por cima do sutiã. Eu não conseguia olhar em seus olhos. Agora estava com medo da
pessoa que estava ali.
136 de 1595 26/05/2011 20:45

Ele tirou meu vestido por completo e deu mordiscadas desde a lateral da minha coxa
até a minha cintura. Eu estava sem cérebro. Porém mais uma vez meu corpo me traiu
e se contorceu com aquele prazer.
Eu queria perguntar o que estava acontecendo, mas ele começou a beijar a minha
barriga coercivamente, lambendo por baixo das laterais da calcinha, e isso estava me
impedindo de falar, pois eu não sabia onde estava minha língua. O prazer que eu
sentia se misturava com tristeza, insegurança e medo.
Ele me deitou subitamente de costas, e passou as mãos por toda a extensão do meu
corpo, apertando a coxa. Ele mordeu as minhas costas de uma maneira que chegava a
me causar dor. “Você não vai mais brincar com um homem, Bella.” Grunhiu.
Eu não queria, mas meu corpo queimava e ao mesmo tempo uma dor me cortava por
dentro. Por não pensar que esse lado dele existia, eu estava com medo. Ele tirou meu
sutiã e começou a passar a língua libidinosamente nos ombros, braços, descendo com
a boca nas costas, devagar, até minha panturrilha. Arqueei e tremi, ele continuou
beijando, subindo a boca na perna, parando e mordiscando um tempo a nádega. Era
tudo contraditório em meu cérebro. Era boa a sensação do corpo queimando, mas ao
mesmo tempo era ruim saber que não estávamos bem e eu não sabia o que estava
acontecendo.
Ele beijou até o pescoço, arrastando o corpo no meu, mostrando a sua excitação. Por
conta própria meu corpo se erguia e ,sem que eu permitisse, gemidos baixinhos saiam
da minha boca.
Ele colocou os dedos em minha peça íntima, fazendo menção de descer, e sua língua
se abandonou em meu ouvido, fazendo com que eu ficasse muito tonta. Ofeguei e,
mesmo com o corpo derretendo, nessa hora eu entendi o que estava acontecendo e o
que ia acontecer.
Ele estava com raiva de mim, embora eu não soubesse exatamente qual era o real
motivo. Ele achava que eu tinha vindo aqui só para me divertir com ele, então ele iria
fazer logo o serviço.
Eu não consegui fazê-lo parar, só sentia os dedos dele dentro da minha calcinha,
passeando da cintura até a região baixa da minha barriga, bem baixa.
A dor que cortou o meu peito me deixou sem ação. Eu não o tinha deixado fazer aquilo
comigo, não permiti que ele me tocasse assim. Infeliz, bloqueei todos os meus
sentidos e me senti uma pedra, fria e dura. Não sei nem se continuei respirando.
Ele continuou beijando minhas costas com um desespero que não me dava chance de
pensar. Eu estava acabada. Nem todo o prazer do mundo valia a dor que me cortava.
Me senti horrível. Ele estava me tratando como uma qualquer. Não teve coragem nem
de me beijar na boca, agora iria me violar naquela posição!
Quando vi que aquilo estava acontecendo comigo, ouvi um soluço distante. Era meu
próprio choro que me assustava.
Repentinamente, Edward parou e sentou ao meu lado.
“Vista-se!” Disse ríspido, jogando o meu vestido na minha mão.
Aquilo doeu mais ainda. Peguei meu vestido, me tampei e corri para o banheiro. O
meu mundo ia acabar em choro. Enchi a banheira e fiquei dentro. Eu queria ficar ali até
137 de 1595 26/05/2011 20:45

amanhecer. Até tirar todo o rastro que ele deixou de saliva em mim. Não queria olhar
no seu rosto. A tristeza me invadia arrancando lágrimas dos meus olhos.
Porque ele estava agindo assim? O que eu fiz? - Eu me perguntava insistentemente.
Devo ter passado umas duas horas no banheiro. Saí cabisbaixa, envergonhada pela
situação, e ele estava arrumado, pronto para sair. Embaraçada, direcionei ao canto do
quarto e vesti um pijama.
“Bella, estou saindo.” Avisou com a voz baixa.
Ao ouvi-lo, arrisquei olhar para ele, encarando-o. Eu não estava com ódio dele, só
queria saber o que aconteceu. Ele sustentou o olhar por poucos minutos e saiu,
batendo a porta atrás de si.
Derrotada, deitei-me na cama, encolhida, e esperei as horas passarem, enquanto isso

as lágrimas desciam. Eu não sabia se ele ia voltar, então sentia meu peito doer, minha
cabeça girar.
Passaram-se algumas horas, a porta se abriu, ele entrou e ele na cama. Eu permaneci
de olhos fechados, não queria olhar para ele. Senti sua mão tirando o cabelo que
estava grudado no meu rosto molhado pelo choro e pelo suor. Ele não percebeu que
eu estava acordada, então abri os olhos.
Imediatamente, ele se retraiu e deitou de novo, fitando o vazio, com expressão dura.
Fiquei por longos minutos o observando. Ele não me olhou de volta. Eu estava infeliz
demais para tentar conversar, então as vagas lembranças da noite invadiram meu
cérebro e eu me virei para deixar as lágrimas cair, enquanto os pensamentos me
invadiam.
“Por que você voltou?” Sussurrei com a voz baixa e trêmula.
“Ainda não sei... Talvez porque não tenha saído realmente para ir embora. Eu só
queria pensar.”
“Sinceramente eu não entendi o que eu fiz...” Me virei para olhar para ele.
“Fui irracional, agi sem pensar, desculpe.” Respondeu sem emoção, como uma
máquina.
“Irracional? Você acabou com uma noite que poderia ser perfeito, e isso foi só ser
irracional!?” Balancei a cabeça, inconformada. “O quê que eu fiz?? Me fala!!”
“Você veio. Esse foi seu primeiro erro.” Disse calmo, mas duro.
“Ter vindo foi um erro tão grande que eu mereci ter sido tratada como uma qualquer,
com você repudiando meus beijos?!” Eu ainda chorava, completamente magoada.
“Você se comporta como uma qualquer.” Disse sem emoção. “Mas desculpe, não
tenho nada a ver com sua vida.” Falou secamente e continuou fitando o vazio.
“EU NÃO ESTOU ENTENDENDO DO QUE VOCÊ ESTÁ FALANDO!!!” Alterei o tom,
incapaz de suportar sua frieza.
“Você está louca!” Sentou alarmado. “Quer que chamem a polícia?”
“Me fala, por favor, o que eu fiz??” Implorei baixinho, tomando fôlego para tentar mais
138 de 1595 26/05/2011 20:45

uma vez.
“Você fez o que você tem feito desde que me conheceu.” Finalmente vi emoção em
seus olhos. “Me usa, acaba comigo e mente para mim. Só isso.”
Eu abri a boca, incrédula com o que ele disse. “Realmente eu tenho que desistir de
você, está me fazendo mal, estou perdendo a dignidade.” Suspirei. “Ainda bem que
você desistiu, se não a humilhação seria muito maior. Você ia me obrigar a ter a pior
primeira vez que alguém poderia ter. Seria a pior noite da minha vida, onde eu fui
tratada como uma vadia, sem ter forças para me soltar.” Solucei com o choro na
garganta. “Estou cansada de você. Você não tem respeito por mim, nem a mínima
consideração.” Sentei borboleta na cama “VAI EMBORA! EU TE ODEIO! EU NÃO
QUERO UMA PESSOA COMO VOCÊ RESPIRANDO O MESMO AR QUE EU.” Vociferava
enquanto as lágrimas desciam do meu rosto.
“Eu vou embora mesmo, Bella.” Levantou e me encarou. “Também estou cansado de
ser ludibriado por você! E para com esse show!! Porque as suas mentiras não me
convencem mais!” Se direcionou até a porta. “Só mais uma coisa: foi um erro o meu
ato irracional, não por você, mas por mim. A minha índole não condiz com a atitude
que eu tive. DESCULPE.” Falou a última palavra com sarcasmo e ódio.
Eu levantei de súbito, encostei-me à porta e fui escorregando até o chão, impedindo

ele de sair.
“Só me esclarece uma coisa antes de ir embora, por favor...” Tentei soar calma. “Por
quê? Eu sei que existe um porquê, mas algo não se encaixa. O que aconteceu que
agora sou tratada como vadia, sou chamada de mentirosa e está dizendo que te uso?”
“Ah, tem muito mais que isso, mas esses estão mais claros.” Continuou sarcástico.
“Tem como conversarmos como adultos?” Implorei. “Você me deve isso, depois você
pode ir que eu não te procuro mais.” Eu estava calma, criei uma parede me
bloqueando das ofensas que ele lançasse contra mim.
“É, você precisa ouvir mesmo. É bom que você saiba que não sou tão idiota como
pareço.” Ele se sentou na cama, eu me levantei do chão e fui sentar na cadeira de
canto.
“Sabe, Bella, você é pior do que eu pensei. É realmente muito pior... Você é o pior tipo
de todas as mulheres que eu já ouvi falar. Mas pior do que você sou eu, que sempre
acreditei em você.” Ele falou como se a pessoa alvo da conversa não fosse eu. “Eu
não pedi para você me enganar, eu nunca perguntei se você tinha beijado ou não, não
precisava mentir para mim! Eu não perguntei se você tinha namorado ou não. Mas
você SEMPRE quis vender uma imagem de boa moça, de puritana, de que ‘nunca beijei
ninguém, não namoro, não fico, não, não pode’!” Ele falava e passava as mãos
nervosamente pelo cabelo. Estava inquieto, como se quisesse esmurrar a si mesmo
por ter acreditado. “Tudo mentira!! Só um papel que você estava encenando para o
caipira aqui, não é? Putz! Eu nunca te cobrei nada!!! Se o seu objetivo é sexo, eu
dou.” Sorriu com deboche e me encarou. “No fundo eu sei quais suas intenções. Fica
dando uma de difícil pra mim, tentando me fazer de bobo, mas sai com qualquer outro
na esquina, inclusive o Ryan.”
Eu estava pasma com tudo que ele tinha dito. Ele não tinha o mínimo respeito e
confiança em mim.
139 de 1595 26/05/2011 20:45

“Não tem nada pra eu falar não é? Sua conclusão está pronta...” Eu disse calmamente
fitando os seus olhos.
“Eu já concluí, Bella, depois que o Ryan disse que passou uma noite com você, sua
máscara caiu.”
“O que?!” Olhei para ele boquiaberta e sem ação.
”Sim, eu perguntei de onde ele te conhecia, e ele disse que da Califórnia e que já
passou a noite com você. Eu sempre desconfiei, Bella, você era espertinha demais
para a imagem que queria vender. Mas sabe, eu não me importaria de saber que você
teve outros homens, outros namorados, eu só queria que você não mentisse tanto pra
mim.” Suspirou, chateado. “Eu vi você aos amassos no corredor com ele, e não quis
ligar, afinal só ficamos juntos nas férias. Mas o que é pior é que quando a gente
conversa, você insiste em dizer que só ‘gosta de mim, só gosta dos meus beijos’. É
muita mentira pra uma pessoa só! Só um otário para acreditar!! E eu fui esse otário!”
Ele parou um momento olhando para as mãos. “Você disse que me odeia... Eu
também odeio você, Bella. Odeio o modo como você me faz sentir pequeno. Odeio
quando você finge que gosta de mim. Odeio tudo em você.”
Conformada, eu entendi tudo, e não adiantava falar mais nada.
“Realmente eu estou desistindo de você, Edward. Você não me merece de um jeito

que me surpreende.” Sussurrei e fitei o chão.
“Rá! Agora sou eu quem não te mereço?” Sorriu cinicamente.
“Nada que eu falar vai mudar o que você pensa, pois sua opinião está formada. Você é
tão inseguro do que você é, que não consegue acreditar que alguém goste de você de
verdade. Se eu disser pela milésima vez que tudo que eu mostro para você é verdade,
você não vai acreditar, então vou poupar o meu argumento. Boa noite.”
Eu disse e deitei na cama, de costas para ele. Imediatamente, ele se levantou para
sair.
“Edward.” Chamei-o, ele se virou. “Está tarde, dorme aqui, amanhã você vai.” Foi o
que consegui falar, depois me virei e me acabei.
Passei a noite quase toda acordada, e por vezes eu ouvia um suspiro. Aparentemente
ele estava sofrendo, mas não mais do que eu. Ele não foi massacrado como eu fui. O
que doía mais agora era saber que podia ter sido tudo um mal entendido. Sim, eu
passei uma noite quase toda com o Ryan, mas foi dançando, nada mais do que isso.
Em alguns momentos na noite, eu cansei e me virei para o lado que ele estava. Ele me
olhava por longos minutos, mas eu não mantinha o olhar. Estávamos acordados,
torturados pela insônia, pela noite, pela distância, pela dor e pelos mal entendidos.
Ambos suspirávamos.
Quando o sol bateu na janela, eu já tinha me rendido ao ardor, fechando os olhos pela
exaustão. Foi quando senti um toque no meu rosto que fez meu coração inflar.
Passou-se longos minutos, ele continuou tocando meu rosto e respirando perto de
mim.
Controlei-me para não puxar o seu pescoço e falar que eu esquecia tudo, e que era
para ele ficar comigo. Quando abri os olhos, ele já estava pegando suas coisas e
saindo. A dor cortou meu peito e novamente me pus a chorar.
140 de 1595 26/05/2011 20:45

Depois de mais algum tempo chorando, pensei: se eu ficar trancada no quarto, o meu
mundo iria acabar. Eu precisava me levantar. Assim, resolvi comprar a passagem e
encarar a realidade. Acessei a internet e só tinha vôo para quatorze horas, então eu
tinha muito tempo até lá, já que ainda era seis e meia da manhã.
Resolvi procurar algum ponto turístico na internet, algum monumento que eu pudesse
visitar, só assim minha manhã passaria. Também decidi que quando desse umas oito
horas eu iria ligar para Alice e avisar que até de noite estaria em casa.
Eu tinha que tentar manter as lembranças da noite afastada dos meus pensamentos se
eu quisesse manter minha sanidade. Quer saber? Eu que não iria sair daqui como
mentirosa. Não era pelo Edward, era por mim. O Ryan ia ter que me explicar o que
aconteceu.
“Ryan, Tudo bem? É Bella. Acordei você?”
“Oi, Bella, na verdade nem dormi. Tudo bem?” Perguntou solícito.
“Mais ou menos.” Suspirei.
“O que foi?” Perguntou interessado.
“Tô com um problema. O que você conversou exatamente com o Edward ontem à
noite?” Tentei ser o mais sutil possível.
“Nada demais, só que eu já te conhecia e que a gente passou uma noite quase toda
juntos na Califórnia.”
“Pois é, Edward entendeu tudo errado.”
“Como assim?”
“Nós dois, eu e ele, tipo ficamos, estamos juntos, aliás, estávamos, porque a gente
brigou feio essa noite e acho que terminamos. Só que eu fiquei como errada, tipo eu
saí como bandida, coisa assim. Ele acha que eu estava de amasso com você ontem à
tarde e acha que nós, eu e você, fomos para a cama na Califórnia, entendeu?”
“Nossa, Bella, que mal entendido, hein!” Ofegou desacreditado.
“Pois é, e eu sei que você é amigo dele, acho que o único aqui da Universidade. Então
eu queria que você fizesse um favor pra mim. Eu não queria que ele continuasse
achando que eu sou assim, entende?”
“Tudo bem. Eu converso com ele.”
“Mas não precisa ser hoje. Deixa para depois, na verdade eu só quero que as coisas
fiquem claras.”
“Tudo bem. Na semana eu falo com ele.”
“Obrigada, Ryan, você é legal.”
“Por nada. Você ainda vai embora amanhã?”
“Eu resolvi ir embora hoje. Vou pegar o vôo das quatorze.”
“Bella... Vocês estavam juntos há muito tempo?” Perguntou curioso.
141 de 1595 26/05/2011 20:45

Sorri. “Era um rolo de anos.” Foi o que respondi.
“Hum... Por que você não fica e vai embora só amanhã? Você devia aproveitar que
está aqui e ir para festa em minha casa hoje á noite conhecer um pessoal.”
“Não. Já comprei a passagem.”
“Vai ao aeroporto trocar.” Insistiu, amistosamente.
“Não Ryan, realmente eu quero ir embora. Essa viagem não foi uma boa idéia.”
“De qualquer maneira, Bella, vou te mandar uma mensagem com o endereço. Assim
você tem a opção, caso decida.”
“Tudo bem, obrigada mesmo. Foi bom te rever.” Desligamos e eu fui me arrumar para
dar uma volta. Eu tinha que tentar levar a vida pra frente. Iria respirar um pouco pela
cidade, depois voltava, tomava banho, almoçava e iria embora. Podia ser que agora eu
aprendesse a lição do destino.
Edward POV
Estava deitado ao seu lado, em uma noite de insônia, cansado da nossa discussão em
que eu disse que a odiava, quando na verdade queria dizer que me odiava por gostar
e por querê-la mesmo assim.
A noite se passou lentamente, com o silêncio sendo rompido somente com os ruídos
dos nossos corpos se movendo no imenso e confortável colchão do hotel. ...Tinha
tudo para ser uma noite feliz de amor... Se não fosse por vê-la com meus próprios
olhos nos braços de outro, e se não fosse por saber que ela mente tanto com relação
a namorados e homens, eu não resistiria. Na verdade, não sei como resisti.
Principalmente depois de quase prová-la, depois de degustar sua pele, conhecer seu
corpo, saber que ela estava pronta para mim... Foi insano tocar o seu corpo de um
jeito tão voraz, quando na verdade eu queria me prostrar e adorá-lo pela sua
perfeição, pela sua textura e delicadeza.
Lembrar-me daqueles momentos me tira o juízo, leva-me a insensatez. Meu corpo

todo reage e fica revolto por não ter prosseguido. Foi sorte ter conseguido parar. Eu
não ia parar. Foi tortura. Uma loucura. Eu amei. Me odiei.
Queria não me sentir dominado assim. Não com ela deitada ao meu lado. O que me
abala é ela insistir em dizer que sou o único a quem ela quer. Rá! Sou o único que ela
quer enganar!
Preciso me alimentar das palavras do Ryan para não tocá-la novamente e para não
falar pra ela que eu a quero mesmo assim, que eu sou viciado nela e que sem seus
beijos não saberia viver.
Em alguns minutos eu ouvi o seu soluço na noite, não conseguia entender o motivo
que ela chorava. Será porque eu descobri? Talvez se ela assumisse e falasse a
verdade, eu não me importaria tanto assim. Ela só precisava parar de mentir, de
tentar me enganar.
142 de 1595 26/05/2011 20:45

As luzes do amanhecer invadiram o quarto, explicitando ser minha hora. Partir e

deixar Bella era uma tormenta pra mim. Mesmo não estando tão perto, o seu perfume
me invadia, a sua pele me hipnotizava e seu corpo me fascinava. Estava há horas
tentando me soltar da cama que me atraía como magnetismo, resolvi tocar seu rosto
pela última vez, aproveitar que ela caiu no sono e me despedir, pois não a veria mais.
Fazendo isso me libertaria. Eu cria nisso.
Ela estava linda, mesmo com o rosto cansado. Eu diria que ela era inocente, se não
soubesse quem realmente ela é. O rosto parecia de uma criança, a pele rosada e
delicada, e o cheiro... humm... Por minutos permiti-me inspirar a mecha de seu
cabelo, fechando os olhos e suprindo a saudade. Minha vontade era abraçá-la, cuidar
do seu sono, beijar seu rosto.
Idiota - meu cérebro gritou.
Consciente do quanto eu a queria e do quanto esse querer era errado por vários
motivos, resolvi sair.
Cansado da noite longa, peguei um coletivo e voltei para o campus. Sábado era vazio
na Universidade, pois muita gente voltava para casa. Satisfeito com o sossego, entrei
em meu quarto e organizei meus livros na escrivaninha, disposto a voltar a minha vida
normal de fins de semana, que se resumia a estudos sucessivos. Hoje não iria ser
diferente.
Era um quinhão ter como colega de quarto Ryan. Como ele tinha o próprio
apartamento na cidade, eu habitava praticamente exclusivo no dormitório
universitário. Isso me proporcionava singular liberdade. Caso fosse diferente, e ele
tivesse sido substituído por alguém dado à bagunça, era capaz de minar surtos em
mim, uma vez que não suporto desordem. A maneira que o Ryan ocupa o quarto não
proporciona incomodo algum: ele guarda seus materiais, às vezes dorme à tarde, e às
vezes toma banho após os exercícios pela universidade, assim, tudo decorre fácil para
mim.
Deitei em minha cama sentindo o peso da falta de sono durante a noite, sabendo ter
sido sensata a atitude de ter me afastado, pois daqui não há magnetismo me
prendendo a ela, e eu posso pensar com a razão. Senti muito tê-la deixado sozinha,
pois contudo, preocupo-me com ela longe de sua casa. Lamento profundamente tê-la
machucado, mesmo que ela merecesse cada palavra dita. Espero que ela supere e que
fique bem.
“O que você está fazendo aqui dia de sábado?” Fui tirado dos pensamentos ao ver
Ryan chegar todo amarrotado, em plena nove horas da manhã.
“Vim buscar umas coisas que deixei aqui.” Respondeu e fechou a porta atrás de si. “E
você? Sua amiga foi embora?”
“Não, ela deve ir só amanhã.” Respondi desinteressado em continuar.
“O que vocês têm?” Perguntou despreocupadamente e abriu seu armário. “Tem

alguma coisa com ela?”
“Nada, só amizade.” Não mudei o tom de voz e peguei um livro ao lado da cama.
“Ela é muito gatinha, se é só amizade me dá o telefone dela que eu vou ligar pra ela
para sairmos hoje à noite.”
143 de 1595 26/05/2011 20:45

“Pode pegar. Anota aí.” Entreguei o telefone para ele anotar. Ele anotou e me entregou
o telefone.
“Sabe, tem uns seis meses que eu a vi pela primeira vez. Foi em uma festa com mais
de trezentas mulheres. Sabe que ela foi a mais encantadora que eu vi. Só que ela nem
olhava para mim, ao contrário da irmã dela que faltava me comer com os olhos.”
Instantaneamente, lembrei da Jéssica. Ela tinha um jeitinho bem intimidador mesmo.
“É, eu conheço a irmã dela.” Comentei querendo ver aonde ele iria chegar.
“Aí eu chamei a sua amiga para dançar e ela timidamente foi. Passamos horas e horas
dançando enquanto conversávamos. Eu já estava cansado de tanto dançar. Ela não
era igual todas as mulheres que eu conhecia. Ela só queria conversar e dançar.
Quando eu comecei a alisar o braço dela mostrando que eu ia beijá-la, ela ficou bem
nervosa e saiu correndo da festa. Nossa foi a coisa mais estranha que eu já vi.” Ele
sorriu com a lembrança.
Algo que ele falou me cortou por dentro. Ele continuou.
“Então eu encontrei ela aqui ontem, e ela estava esperando por você sentada sozinha
em um banco. Eu a reconheci e fui falar com ela. Acredita que ela nem lembrava meu
nome? Eu até me senti ofendido, geralmente as mulheres não se esquecem de mim...”
Disse presunçoso e um turbilhão de emoções fervilhavam em minhas veias.
“...Então andamos pelo corredor e eu encostei ela na parede para ela não fugir de
mim. Até que ela tentou, olhou para baixo, e foi quando você chegou para atrapalhar.
Então já que vocês não tem nada, hoje vou atrás dela. Quem sabe eu consiga até que
enfim beijá-la.” Disse com uma piscada.
Eu estava chocado com a revelação dele. Não estava contendo os sentimentos de

imputação que se formavam dentro de mim.
“Edward, hoje à noite tem uma festa lá em casa, caso você queira ir... Eu vou ligar pra
Bella, vou ver se ela vai. Nem que eu tenha que buscá-la, ela vai.”
“Vou pensar.” Respondi automaticamente, com uma sensação horrível crescendo em

meu peito. Sem conseguir esconder minha aflição, coloquei minha cabeça nas mãos e
perdi a consciência da presença do Ryan no quarto enquanto repassava o que
aconteceu em minha mente.
“Cara, onde você está com a cabeça?” Perguntou depois de um tempo, provavelmente
tivesse falado várias coisas, sem obter respostas.
Respirei fundo e levantei olhar. “Ryan, você não falou que passou uma noite com a
Bella?” Mal consegui ouvir minha própria voz.
“Sim, mais de cinco horas dançando. Ela tem muito pique.” Disse sorrindo, colocando
uns livros nos braços.
Sua resposta caiu como uma bomba em minha cabeça. Céus, o que eu ia fazer? Eu fui
tolo, um idiota, precipitado, inconseqüente... Repulsivamente possessivo e cruel. Eu
precisava tomar uma atitude.
“Ryan, pra onde você está indo?” Sussurrei, pegando minha carteira e levantando.
144 de 1595 26/05/2011 20:45

“Para o Condado de Airlington. Por que? Resolveu sair?”
Eu estava sem ação. Sem palavras. “Estou... precisando... ir lá.” A voz saiu
embargada. Ele percebeu e não me perguntou mais nada.
Eu não sabia o que pensar... Não sabia o que falar... Eu fui rude... Impulsivo,
desnecessariamente cruel. Durante o trajeto eu não disse uma só palavra, algo que
talvez ele estivesse acostumado a vivenciar. Ele me olhou de lado vez ou outra, creio
que interessado em introduzir assuntos. Notavelmente viu minha indisposição em
conversas aleatórias, assim, deixou-me preso às minhas culpas.
Ele me deixou na porta do hotel, despedi-me sem calor e entrei rápido no hall. Estava
me sentindo péssimo. A mágoa a que a submeti, foi exorbitante. Ela não merecia tal
situação.
“Moça, por favor, o cartão do quarto 1011.”
“Seu nome?”
“Edward.”
Ela me entregou. A impaciência me tomou quando tive que esperar pelo tempo do
elevador. Eu queria vê-la. Queria me ajoelhar pedindo desculpas. Mesmo que ela não
quisesse mais falar comigo nunca mais, eu precisava implorar o seu perdão.
Entrei no quarto, e ele estava vazio. Procurei suas roupas e não as encontrei.
Angustiado, fui ao banheiro, ao closet, até que abri um armário e sua mochila estava
lá. Suspirei aliviado, abri a mochila, sentindo-me um delinqüente, e peguei uma blusa
sua, trazendo-a para o meu rosto. Afoguei-me em seu cheiro e deitei-me na cama.
Como eu poderia viver sem ela? Como eu poderia viver sem seu cheiro?
O tempo passou e Bella não chegou. Apercebi ser muita invasão eu estar ali dentro,
então peguei a sua blusa e me dirigi à porta. Sentei-me ao chão, encostado na porta,
até que ela chegasse. Se ela me permitisse entrar, eu entraria.
Bella POV
A manhã se passou rápida. Nada melhor do que compras para nos animar quando
tudo vai ruim. A cidade era mesmo linda, valeu à pena sair para pensar. Decidi que iria
tocar a vida, chegou ao limite viver em função de uma pessoa. Eu irei conseguir.
Como disse o papai: essas coisas passam. Vai passar mais rápido ainda se eu pensar
no tanto que ele me magoou. O segredo será me manter ocupada, principalmente nas
férias. Vou tentar sempre viajar e sair mais com meus amigos. Com certeza isso logo
vai passar.
Decidida, entrei no hall do hotel com as mãos cheias de sacolas, pensando nesse
tempo que só valia à pena subir carregando tudo àquilo porque comprei muita roupa
legal. Alice iria amar! Apertei o botão do décimo e esperei ansiosa a chegada ao meu
andar. Quando estivesse no quarto, a primeira coisa que iria fazer seria tomar um
banho, vestir uma roupa nova e depois descer para almoçar. Iria me permitir curtir um
pouquinho desde agora.
145 de 1595 26/05/2011 20:45

“Edward!!”Ofeguei e interrompi meu caminho. “O que faz aqui?” Ele estava sentado no
chão, na frente da porta do meu quarto.
“Bella, preciso falar com você.” Sua voz foi um murmúrio triste.
Atônita, abri a porta e entrei. Ele continuou do lado de fora.
“Entre!” Segurei a porta para ele entrar.
“Posso?” Como não?! Passou a noite aqui e agora pergunta se pode entrar! “Pode.” Foi
o que respondi, balançando a cabeça.
Sentei-me na cama, coloquei as sacolas na mesa e fiquei olhando para ele. Ele
segurava uma blusa minha. Tão estranho.
“Bella, eu quero te pedir desculpas.” Ele falou lentamente, cabisbaixo, olhando para o
bico do sapato.
“Pelo quê?” Realmente eu queria saber exatamente pelo que.
Será que em tão pouco tempo longe, ele percebeu que eu não era nada daquilo que
ele pensava? Duvido.
“Por tudo que eu falei, principalmente pelo que eu fiz.” Ele parecia envergonhado, sua
voz era sincera.
“Tudo bem.” Eu já tinha resolvido apagar da memória mesmo, então podia

desculpá-lo.
E não era porque ele estava me pedindo desculpas que eu ia me jogar nos seus
braços. Não mesmo. Eu ainda tinha um pouquinho de amor próprio. Além disso, ele só
tinha pedido desculpas. Isso não queria dizer que ele ainda estava disposto a ficar
comigo.
“Senta.” Disse ligando a televisão.
Ele sentou, mas continuou com semblante triste.
“Fique bem, Edward, eu estou bem. Você está desculpado.” Sorri educadamente.
Ele me olhou por alguns minutos, parecendo estar interessado em falar mais
algo.“Amigos então?” Ele arqueou uma sobrancelha, em expectativa.
É, se ele estava me propondo só isso, eu tinha que me conformar. Até porque, eu

também não o queria mais, não é? Não, sim, não! Eu. Não. O. Quero. Mais- Se
convença Bella.
“Sim. Nada mais que amigos.”
Ele melhorou o olhar, mas estávamos sem assunto.
“Então eu já vou.” Ele se levantou e se dirigiu à porta.
Pensei rápido, travando instantaneamente uma briga com meu restinho de amor
próprio. “Não quer almoçar comigo?” Falei num impulso, patética, tentando me
alimentar de mais doses do vício pela última vez.
146 de 1595 26/05/2011 20:45

“Podemos.” Colocou as mãos no bolso e sorriu torto, com os olhos verdes derretidos
em minha direção. “Onde você pretende ir?” Meu anjinho estava de volta, me fazendo
viajar em seus olhos por minutos, em seguida ofeguei.
Eu não deveria fazer isso, mas... “Podemos pedir e comer no quarto.” Disse sem
mudar o tom da voz, tentando não parecer uma obcecada.
“Tudo bem.” Ele sorriu mais satisfeito.
Eu não o queria mais... Tinha certeza. Eu só queria ficar perto mais um pouco, até me
libertar de vez. Eu juro...
Continua...
Notas Finais:
Um review não custa nada. Manda um oi e u tchau.
147 de 1595 26/05/2011 20:45

Capítulo 13- Atração escrita por BIA BRAZ

Capítulo 13-Atração by bia braz
Capítulo 13 – Atração
Minutos se passaram e o silêncio estava presente entre nós, porém o modo como ele
me olhava me reconfortava.
Olha Bella, sinceramente eu acho que é falta de amor próprio o que você está
fazendo. Ele só te pediu desculpas, você nem sabe pelo que, e já fica aí se derretendo
- meu cérebro me alertou.
Ele permaneceu na cadeira onde estava, assistindo TV, enquanto eu pedia o almoço.
Deitei na cama enquanto esperava a comida chegar e estava mentalmente agradecida
por ele estar ali, ainda que ambos não falássemos nada. Patética, estava incapaz de
coordenar idéias e acontecimentos com sua presença, o que me fazia encontrar seus
olhos com certo desconcerto. Não devia, mas estava feliz em vê-lo. Na verdade,
estava mesmo era torturando meu coração. Até quando ele iria agüentar?
Ele também me olhava com os pensamentos longes. Eu queria perguntá-lo

exatamente o que ele estava pensando. Mas estava com medo de ouvir algo que me
machucasse novamente.
O almoço chegou, eu recebi o carrinho na porta e agradeci e trouxe-o para perto da

cama.
“Ponha o seu e come aqui comigo.” Apontei para a cama, tentando deixá-lo mais a
vontade.
Comemos sentados na cama, sem nunca desgrudarmos os olhos da TV. Passava

desenho animado.
Estava uma situação chata, mas eu não queria que ele fosse embora. Estava sofrendo
um pouquinho com a distância, mas nem que ficássemos calados a tarde toda, eu
queria que ele continuasse lá. Isso era masoquismo. Eu sei.
Minutos depois, terminei de almoçar e fui escovar os dentes. “Tem escovas de dente
descartáveis aqui, você quer?” Ofereci, disposta a cortar o clima.
“Quero. Eu não trouxe minha mochila. Obrigado.” Respondeu em tom educado.
Escovei, depois organizei o resto de comida e pulei de volta na cama. Eu estava

cansada pela noite não dormida e pela manhã de passeios e compras, então precisava
descansar.
“Bella, eu já vou...” Disse sem certeza, ficando próximo à porta.
“Fica mais um pouco, depois você vai.” Pedi carinhosa. “Você tem que estudar?”
148 de 1595 26/05/2011 20:45

“Também... É que eu vou deixar você descansar, e eu também estou cansado.”

Hesitou, sem jeito.
“Fica aqui, eu prometo não tocar em você.” Escondi minhas mãos nas costas, fazendo
cara de anjo, depois sorri e bati duas vezes na cama, apontando para que ele viesse.
Ele sorriu tímido, indeciso.
“Fecha as persianas e abaixa a TV, ou melhor, desliga, senão, eu não paro de assistir.”
Sorri manhosamente.
“Tudo bem.” Assentiu e foi fechar as persianas.
Eu deitei encolhida em um canto da cama super king, assim deixaria um bom espaço
pra ele. Ele se deitou no outro canto, olhando depois para o teto.
“Já comprou sua passagem?” Perguntou baixo.
“Sim. Eu tinha comprado pra hoje duas da tarde, mas fui lá e troquei a passagem para
amanhã, às quatro. Acredita que os vôos de amanhã estavam todos cheios e quase
que eu não consigo?!” Balancei a cabeça admirada.
“Por que adiou?” Parecia querer manter um diálogo.
“Por que resolvi sair hoje à noite e aproveitar o passeio mais um pouquinho.”
Respondi sem hesitar.
Se ele já pensava que eu queria só aproveitar, agora que ele ia ter certeza. Uma
mulher querer sair sozinha na cidade grande, na cabeça moralista dele, devia ser um
absurdo. Mas eu não ia mentir, se ele perguntasse. Não tinha nada a esconder. Vou
pra casa do Ryan sim, vai que seja legal.
Uma pausa longa de silêncio se fez, um tempo depois ele o rompeu. “Bella, realmente
eu preciso ir.” Informou e se levantou para sair.
Será que ele se irritou porque eu vou sair? Não. Seria muita pretensão minha achar
isso.
“Por favor, não vá. Fique como meu amigo... Jasper não deixaria uma amiga aqui
sozinha, ainda mais eu.” Sorri tentando convencê-lo.
Complacente, ele sorriu de volta e deitou de lado na cama, de frente pra mim. Foi
fácil... Estranho. Fiquei calada, olhando para ele por longos minutos. Ele me olhava de
volta, com um olhar terno. Meu Edward relaxado e livre estava de volta. Mesmo que
ele estivesse receoso.
Vagas lembranças dos olhos dele na noite passada ainda queriam invadir a minha
mente, fazendo minha garganta cortar, enviando assim umidade aos meus olhos, mas
eu respirava fundo e olhava de novo para ele, me convencendo que aquele era o meu
Edward. Ainda que sua presença fosse uma caridade forçada, ele estava ali e eu
estava feliz. Hum... Acho que estou realmente abatendo o meu amor próprio.
“Bella... Podemos conversar?” Ele perguntou cautelosamente.
Pensei um pouco antes de responder. “Eu prefiro não...” Respondi pensando no que
poderia vir com a conversa. Com certeza seria algo que me magoaria. Ainda que
involuntariamente, me magoaria. Eu ainda não estava pronta para mexer em uma
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ferida. Eu só queria ficar perto dele.
Edward POV
Sacrificava-me mais a cada minuto que ficávamos próximos. Era perceptível que ela
não tinha me perdoado de verdade, queria somente equilibrar a convivência. Eu
lamento não ter forças para afastar-me dela. Se eu fosse forte o suficiente e a
deixasse, tudo seria mais fácil para nós dois.
Depois dessa noite, tenho mais certeza que não é correto me aproximar, assim,
nenhum dos dois sofre com as armadilhas da nossa vida. Porém, recluso, não
consegui me afastar, principalmente quando ela pedia de modo tão persuasivo. Não
consigo lhe dizer não. Não consigo me desprender.
Imputo-me por tê-la julgado, por ter tomado medidas não calculadas e precipitadas.
Estou miseravelmente contrito, desejoso por expor minha falta. Mas ela nega-se a
falar sobre o assunto, mostrando assim, o quão magoada ainda está.
Logo, tive que conter-me e conformei-me em apreciá-la enquanto havia tempo.

Fascinado, admirava seus traços suaves, seu rostinho de criança. Seus olhos
despertavam sonhos em mim sonhos de ser feliz. Olhava-a lembrando dos momentos
nos quais eu fui tão feliz com ela. Ela tem o poder de me deixar tão bem, acreditando
que tudo é possível. Seu sorriso mostra esperança e ele me lança cordas,
prendendo-me todo. E com o seu toque, meu corpo desobedece aos meus comandos
e se torna um dependente. Viciado dependente. Tudo no meu chão treme,
predominando a sua vontade sempre. É perceptível o que se passa entre nós. Tenho a
alma sensível ao seu querer. Não tenho como fugir de perto dela. Ela não descobriu
isso. Mas eu sim.
Queria tocá-la e implorar-lhe pelo seu perdão. Mas de que adiantaria? Temo que
sejamos marcados para nos desentendermos. Assim como nossos pais.
Enquanto meus pensamentos divagavam, ela dormiu, e eu me permiti um duradouro

olhar para seu rosto. Ela suspirou por várias vezes e se moveu inquieta, exprimindo
com meiguice a sua exaustão. Ela não dormia profundamente.
Não devia, mas tirei minha camisa, coloquei-a sobre a cabeceira e trouxe Bella para os
meus braços, a fim de acalentar o seu sono e abafar a imensa saudade que me
invadia. Com o passar dos minutos, sua respiração foi se tornando branda em meu
peito. Esperei que ela se entregasse ao sono tranqüilo enquanto acariciava seu rosto e
seus cabelos com as pontas dos dedos. Além de tornar sereno o seu sono, eu
acalentava a dor enorme do meu coração por tê-la contundido.
Abracei-a forte e permiti-me novamente sentir o seu perfume, tocar sua pele. Por um
longo momento, me afoguei no abraço. Eu não conjecturava a idéia de tê-la em minha
vida, ocupando tanto espaço em mim. Não sou nem longe o planejei ser. Luto para
distinguir as emoções que nasceram em mim após tê-la conhecido, mas não consigo
transpor palavras para tais sentimentos, muito embora eu tenha consciência que devo
sufocá-los.
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Bella POV
Fiquei perdida entre o sono e a realidade. Por diversas vezes senti os lábios do Edward
na minha testa, nos meus cabelos. Mas o torpor e a exaustão não me permitiram
acordar para ver se era real. O quarto estava escuro quando despertei, sem nenhum
sinal de claridade pelas frestas. Devia ser noite, pensei. Por quantas horas dormi?
Deparei-me com o peito de Edward a centímetros do meu rosto. Ele ficou! Estava
perto de mim. Não sabia como fui parar ali, com a boca quase em seu peito nu, mas
não ia me permitir sair. Não, até que me tirassem.
O seu braço estava embaixo do meu pescoço, seu corpo em frente ao meu. Ele estava
dormindo profundamente, eu poderia ficar um pouco mais. Cautelosa, passeei a ponta
dos meus dedos pelo seu peito, só para provar que era real. Era tortura saber que ele
não era meu, não conseguiria viver pra sempre longe de tanta perfeição. Levantei a
cabeça para olhar o seu rosto, conferi se dormia e tive certeza, então encostei meu
rosto em seu peito e me permiti sentir o seu cheiro, a textura, acariciando lentamente
com um toque.
Perdi-me ali por vários minutos, sem me dar conta de ver o tempo passar. Foi quando
senti sua respiração descompassada, sinal que em alguns minutos ele acordaria, ou já
estaria acordado, e pela primeira vez eu tive vergonha do que estava fazendo.
Vergonha de mim mesma por me sentir tão fraca, tão vulnerável, quando eu não devia
estar ali, me permitindo sofrer novamente.
Eu não tive forças, nem coragem para me libertar, pelo contrário, eu não queria só
estar ali com a palma da mão e o rosto em seu peito. Eu queria tocá-lo com meus
lábios, queria beijá-lo, sentir o gosto de sua pele, por isso, fechei os olhos e deixei
meus lábios encostarem-se a sua pele, levemente, com beijinhos suaves. Era
necessidade sentir a temperatura, o tecido.
Senti uma respiração profunda, fazendo seu peito se erguer, depois ele depositou um
beijo em meu cabelo.
“Bella... Está tarde. Você tem compromisso.” Disse acariciando meu cabelo.
“Você tem horas?” Perguntei sem olhar nos seus olhos.
“Oito horas.” Informou com a voz rouca.
“Daqui a pouco eu levanto.”
Eu ainda estava encolhida perto dele. Eu ainda não queria sair dali. Na verdade, queria
me aconchegar mais. Ele cheirava os meus cabelos e pegava mechas. Era notável que
ele estava satisfeito em me ter tão perto. Eu não entendia por que ele se sentia assim,
quando nós estávamos decididos a sermos só amigos.
Mesmo assim, levantei os olhos e toquei em seu rosto, alisando sua pele. Eu não
conseguia me conter, apesar de estar com medo do que aconteceria depois. Meu
subconsciente sensato gritava que eu precisava conversar. Dizia que se
conversássemos, eu ficaria a par de tudo que tinha acontecido. Mas a minha parte
espontânea dizia ser melhor não. Se eu ainda queria desfrutar da presença dele era
melhor ser sábia e me conter. O meu juízo claro provavelmente era provindo do
desejo de permanecer com ele. Adiando a conversa, eu poderia ter direito a passar
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mais algumas horas. Faria a ocasião oportuna durar por mais algum tempo.
“Vamos comigo? Quando terminar eu te deixo no campus.” Tentei prolongar a dose do

vício.
“Para onde você vai?”
“Vou para o ap. do Ryan.” Disse prontamente. Eu não precisava hesitar.
“Er, acho que não dá.” Titubeou. “Eu teria que tomar banho e me arrumar...” Ele não
tinha certeza e essa estava ganha para mim.
Imediatamente, fiquei animada com a possibilidade. “Está cedo ainda, a gente passa lá
no campus para você se arrumar.” Sugeri.
“Tudo bem.” Foi fácil. “Então está na hora de você se arrumar.” Me afastou um pouco.
“Ah... Aqui tá bom.” Nossa como eu era patética. Ao invés de me afastar, fiz foi me
encostar mais a ele.
“Você quem sabe.” Sorriu tímido, puxou mechas de cabelo e enrolou nos dedos.
Carente, queria que ele me abraçasse só mais um pouquinho. Não ligava se estava
sendo fácil e forçona, mas eu queria. “Edward...” O chamei. “Você me dá um abraço
de amigo?” Vergonhoso. Vergonhoso. Vergonhoso. Será que eu o pressionei demais
pedindo isso?
“Claro, Bella.”
Eu já estava deitada em seu braço, ele só fechou o corpo sobre mim e me cobriu toda
com o seu. Instintivamente coloquei minha perna dentro da dele, me aconchegando
mais. Ele me abraçou apertado, mostrando contentamento com a proximidade.
Sem que eu pudesse controlar, os pensamentos da noite anterior invadiram minha

cabeça novamente e eu não pude conter as lágrimas que sem permissão inundaram
os meus olhos. Sem um gemido ou suspiro, eu as deixei rolarem silenciosamente.
Edward as sentiu em seus braços e me afastou para me olhar, com indagação nos
olhos.
“Desculpa, não é nada.” Foi o que consegui dizer e me soltei do seu abraço. Respirei
fundo, limpando as lágrimas dos meus olhos, levantei e acendi a luz.
Recuperada, direcionei-me às sacolas com as roupas novas e escolhi um vestido

justo, tomara-que-caia e verde musgo. Seria casual e discreto para a ocasião.
Caminhei pelo quarto e percebi que hoje ele estava diferente, aonde eu ia, ele
acompanhava os meus passos. Eu queria que a noite anterior não tivesse existido,
assim eu não faria comparações. O olhar dele sobre mim hoje era diferente. Talvez
arrependimento. Mas como uma pessoa se arrependeria tão rápido? Talvez ele não
tivesse arrependido, quem sabe tivesse ficado com remorso por ter me dito tantas
coisas sem ter nada a ver com a minha vida. Poderia ser isso.
Pensativa, tomei banho e vesti o roupão para secar o cabelo. Sequei, passei
maquiagem, e fui vestir o vestido.
“Edward, faz favor. Se eu estivesse em casa, Alice subiria o zíper. E como aqui só tem
você, vai ser você.” Pedi e me virei pra que ele subisse o zíper do meu vestido.
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Eu não esperava, mas os seus dedos encostados em minhas costas me trouxeram

uma série de arrepios. Eu deveria sair rápido dali, mas ele demorou longos segundos
para fazer uma coisa que Alice demoraria só um. Quando ele terminou, eu olhei para
ele, que estava sério.
“Pensei que estava emperrado, eu comprei hoje!”
Voltei para as sacolas e encontrei a sandália, me sentando depois para calçar. Ele não
tirou os olhos de mim. Será que estava me achando feia ou bonita? Talvez fosse a
maquiagem. Ele não gosta de maquiagem... Não, Bella!! Não era que ontem à noite
ele não gostasse de maquiagem, era por que a maquiagem iria borrar. Por isso ele não
me deixou passar ontem! E não era que ele gostasse de vestido, é por que vestido era
mais fácil de tirar para o que ele queria fazer!
Essa epifânia trouxe de volta a dor cortante em meu peito que eu sufocava, levando
minha garganta a embargar e um novo soluço crescer. Imediatamente, olhei para
cima tentando conter a lágrima. Deus, eu precisava esquecer isso se eu ainda queria
ter alguma paz. Pelo menos por enquanto eu tinha que esquecer. Não podia deixar
isso me ofender daquela maneira.
Fiquei sentada, respirando, dominando meus sentidos. Depois de controlada voltei

para o espelho a fim de colocar os brincos. “Edward, tem com fazer outro favor? Vem
aqui...”
O chamei, e ao ver a gargantilha em minha mão, ele me olhou como se estivesse

sendo torturado. Ao ver sua hesitação, dei um risinho manhoso pelo espelho. “Você é
amigo da vez.” Coloquei em sua mão e me virei.
Devagar, ele levantou meus cabelos, olhando meu rosto pelo espelho, e, novamente,
aquela sensação me invadiu quando suas mãos tocaram meu pescoço e sua
respiração quente e descompassada alcançou meu ombro. Eu ia morrer se me
arrepiasse! Olhei para os braços e conferi. Graças. Eu não podia ficar assim a noite
toda. Tinha que me controlar.
Pude sentir o nervosismo em suas mãos que tremiam, ou talvez ele sempre tremesse
e eu nunca tivesse percebido. Ele fechou a gargantilha, inalou profundo e saiu rápido
do banheiro.
“Então vamos?” Saí do banheiro, jogando um pouco de perfume em mim e na roupa,

para tirar o cheiro de nova, e me direcionei a porta.
No elevador, só tinha nós dois descendo. Eu fiquei encostada em um lado e ele no

outro, olhando estranho em minha direção. Em todo o tempo eu sentia que tinha um
elevador dentro de mim, ou melhor, as famosas borboletas. Um frio percorria minhas
costas, fazendo com que eu ofegasse de ansiedade.
Desci na frente e o carro estava no estacionamento interno do hotel. “Você dirige?”

Levantei a chave para ele, quando chegávamos em frente ao carro. “Eu estou cansada
hoje e não conheço muito bem a cidade.” Ofereci, e ele aceitou sem demora.
Durante todo o trajeto, não conversávamos. Mas ele estava bem, eu pude sentir isso.
Eu era quem não estava. Não sabia se ia agüentar o meu coração apertado a noite
toda. E eu nem sabia o porquê. Chegava a ser uma dor mais intensa que ontem, pois
estávamos perto, aparentemente bem e sorrindo, mas era um perto que ao mesmo
tempo estava longe. Tê-lo como amigo iria doer muito mais. Poder vê-lo e não tocá-lo
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era uma tormenta maior. Nunca senti uma dor assim. Imagino que fosse causada
pelas palavras não ditas, as que eu impedi ele de pronunciar com medo de me
magoar.
Covarde. Covarde. Covarde.
Creio não ser forte o suficiente para agüentar a noite toda. Só hoje Bella, depois a
vida vai voltar ao normal - minha parte espontânea e sem amor próprio insistia.
Estava em uma luta interna entre coração e consciência. A qualquer momento um dos
dois poderiam me matar.
Fazia uns vinte minutos que Edward tinha entrado no campus para se trocar. Eu fiquei
aguardando no carro, perdida em meus pensamentos. Nostálgica, estava com a
cabeça encostada na janela, quando o vi andando a metros do carro. Sua presença
nunca passaria despercebida. Ele estava lindo, com o cabelo molhado e espetado,
com uma calça apertada na medida do corpo, com uma blusa preta de mangas longas
e três botões na frente. Tudo se encaixando perfeitamente. Não consegui desviar os
olhos, e, fascinada, o acompanhei passar em frente ao carro, até entrar.
“Prontinho, vamos?” Entrou e engatou a marcha para sairmos do campus. Eu ainda

estava hipnotizada, viajando em sua beleza, admirando o conjunto.
“Er, estou querendo comprar um vinho. Me leva em algum lugar?” Murmurei com a
voz fraca, tentando sair do transe.
“Tudo bem. No caminho tem uma adega. Também vou comprar alguma bebida para
mim.” Disse quando passávamos em frente à Casa Branca. Eu estava deslumbrada
com seu cheiro.
“Nossa! Tomou banho de perfume?” Comentei tentando conter o meu desejo doentio
de voar em seu pescoço e me deliciar em seu cheiro.
“Você gosta?” Deu um sorriso torto, fazendo meus olhos pararem em sua boca
molhada.
“De que?”
“Do perfume?” Sorriu com a minha distração.
“Sim, muito bom.” Balancei a cabeça dos pensamentos.
“Também gosto do seu, é doce.” Disse contente, umedecendo mais os lábios. Deus,
eu precisava me distrair. Não podia dar margem àquela obsessão.
“Mas esse não é o que você usava antes.” Inventei um assunto. “O de antes tinha
cheiro de bebê.” Disse lembrando do seu cheirinho infantil.
“Ah, aquele outro é minha mãe que insiste que eu use. Ela esquece que eu cresci.”
Balançou a cabeça sorrindo. Seu humor estava ótimo. Sorri, morrendo de vontade de
atravessar o banco e deitar a cabeça em seu ombro.
“Qual o nome desse?” Eu queria prolongar a conversa, já que tínhamos encontrado

um assunto.
“Não sei. Nunca olhei.” Deu de ombros.
“Não foi você quem comprou?” Estava curiosa. Como alguém usa um perfume que
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não sabe nem o nome? E como alguém usa perfume de bebê só porque a mãe
manda? Vai entender esse garoto!
“Não. Eu ganhei o perfume.”
“Da sua mãe também?”
“Não, de uma colega de classe... Bella, chegamos. Vamos comprar o vinho.” Avisou e
percebi que ele cortou o assunto do perfume.
Estacionamos e entramos na loja de bebidas. Olhei algumas prateleiras, e escolhi o

vinho.
“Sua amiga que te deu o perfume era de Forks?” Não queria dar a chance do assunto
esfriar.
“Por que você está levando esse vinho tão caro?” Olhou assustado para o preço do
vinho que escolhi.
“Por que meu pai disse que os mais caros são os melhores e não dão dor de cabeça.”
Expliquei com um dar de ombros.
“Não vai levar esse. Com certeza têm outros mais baratos e que não dão dor de
cabeça.” Disse, pegou o vinho da minha mão e voltou para escolher outro.
Teimosa, fui atrás dele e peguei um vinho do mesmo na adega.
“Edward, eu vou escolher, porque sou eu quem vai TOMAR e sou eu quem vai PAGAR.
Se você não quiser brigar agora até por causa de um vinho, não me enche!” Soltei e
me direcionei ao caixa.
Até eu fiquei surpresa com a atitude que eu tive. Não entendi o porquê. Na verdade,
acho que me irritei por ele cortar propositalmente o assunto do perfume. Mas por que
eu estava irritada mesmo? O quê que tem se alguém tiver dado um perfume para ele?
Ele é livre!
Ele me olhou de cima abaixo quando saímos do caixa, com ressentimento. Oh, Deus!
E agora, como resgatar a paz? Em silêncio constrangedor, nos dirigimos ao ap. do
Ryan. Estacionamos em frente a um prédio chiquérrimo e subimos sem trocar uma
palavra.
“Agora você não vai falar comigo por causa de um vinho?” Tentei amenizar o clima no
elevador. Ele me olhou de cima abaixo.
“Não. Eu estou falando com você, quem surtou e não quis mais falar foi você.” Sua
voz foi educada e controlada.
Desconfiada, fiquei olhando para o seu rosto. Não tinha traço de raiva. “Então tá
bom.” Aceitei sem jeito.
“Oi, Bella, que bom que você veio!” Era Ryan quem abria a porta nos recebendo e me
dei um beijo no rosto. “Resolveu vir, Edward?” Olhou-o de canto.
“Pois é.” Foi o que Edward respondeu quando o cumprimentava.
“Edward, você já conhece todo mundo. Vem Bella, vou te apresentar para a turma.”
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Edward ficou cumprimentando um pessoal, e Ryan pegou na minha mão e me

apresentou como amiga deles para os presentes. Depois foi me mostrar o
apartamento, que era imenso, uma cobertura completa. Era por isso que ele não
queria morar na Universidade!
O que me encantou foi uma aparelhagem de som na sala, que parecia ser muito
potente, mas que tocava no momento uma música ambiente. Nessa sala, tinha uma
instalação de jogos de luzes que parecia ser permanente.
“Pra quê isso?” Apontei boquiaberta para o som.
“Como dar uma festa todo fim de semana sem som!?” Sorriu com própria declaração.
“Nossa! você fez até isolamento acústico!!” Ofeguei. “Eu estou admirada. Se meu
irmão ver isso ele pira! Nós temos um sonzinho lá em casa, mas é bem simples.”
Continuei olhando a marca do som, das caixas e o tipo de isolamento que ele fez.
“Foi feito sob medida?” Perguntei ainda embasbacada.
“Sim. Eu controlo o volume todo no computador, assim distribuo o volume para a sala
de estar, cozinha e todos os cantos do ap. A concentração maior de caixas fica aqui,
mas em todos os cantos da casa tem pequenas caixas. Fui eu quem criou tudo.”
“Caramba!!! Que legal!! Faz um desses pra mim!” Eu estava encantada. Um desses
em minha casa ia ser muito bom. Eu iria poder dar mais festas lá também.
“Com certeza eu faço. É só me chamar.” Sorriu. “O que você está bebendo, Bella?”
“Pergunta para o Edward. Ele trouxe o meu vinho.”
Ele pegou minha mão e voltamos para a sala.
“Edward, trás vinho para Bella.” Ryan falou com Edward que estava sentado sozinho
no sofá. Acho que ele não gostou, pois torceu os lábios para mim. Mesmo assim, deu
de ombros e buscou o vinho.
“Você não vai tomar, não?” Perguntei para Edward, ao vê-lo trazer a garrafa dentro de
um vasilhame com um só copo.
“Não. É seu. Você quem tá PAGANDO.” Disse sarcástico e voltou para o sofá.
Nossa, estava vendo que a noite ia ser difícil. O implicante baixou.
“GENTE VAMOS AGITAR ISSO AQUI.” Era Ryan, que já devia estar alto pela bebida,
chamando as pessoas para dançar.
Ai, ai, ai. Eu estava numa fria. Geralmente quando danço por aí é perto das minhas
irmãs ou amigas. Aqui ia ser dose. Só com muito vinho.
Ryan foi receber mais umas pessoas que chegaram por último e me deixou. Na festa,
com as pessoas que chegaram, deviam ter umas quarenta pessoas, aparentemente
todos amigos. Quem chegou por último foram quatro mulheres. Bonitas elas. Elas
saíram cumprimentando as pessoas da festa e chegaram a mim.
“Essa é nova aqui, Ryan. Quem é?” Uma delas, a única loura e mais bonita,
perguntou.
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“É amiga em comum minha e do Edward. Bella o nome dela.” Ryan respondeu,

colocando depois o braço sobre o meu ombro.
“Oi, Bella, conhece esses caras da onde?” Uma das morenas tentou enturmar.
“Um da Califórnia e outro de Washington.” Fui cordial, tentando dar andamento à

conversa.
“Você é rodada, hein? Califórnia e Washington se encontrando aqui!” Pareceu uma

piada. Pareceu ter duplo sentido. Foi a loura quem disse, mas eu resolvi levar na
esportiva.
“Pois é, por coincidência eu morava na Califórnia depois me mudei para Washington.”
“Sorte sua conhecer os gatinhos mais cobiçados do curso.” Outra das morenas quem
disse sorrindo e olhou para Edward, que desviou o olhar. Eu não deveria ter sentido
ciúmes, mas eu senti.
“Pois é, são meus amigos.” Foi o que eu respondi torcendo para encerrar o assunto.
Percebi que uma das morenas não falava nada. Era mais quieta. Todas elas eram
bonitas.
“ENTÃO VAMOS DANÇAR GENTE!! SOLTA O SOM, DJ!!” Era Ryan que me puxou para a
sala de som.
Quase todos vieram. Comecei a dançar trance. Era muito fácil dançar quando se tinha
jogo de luzes. Dancei umas cinco músicas, mas as luzes estavam me fazendo ficar
tonta... Ou, era o vinho.
Sedenta, escapei e fui beber água. Quando olhei para o sofá, Edward estava com duas
das morenas que chegaram à festa por último. Elas estavam sentadas em um sofá em
frente a ele. Agindo como boba, bebi água e direcionei a eles. “Edward, vamos
dançar?” Me joguei no sofá ao lado dele e peguei sua mão, fazendo força para levá-lo
de lá. Eu sabia que não era dona dele, além disso, sabia estar agindo como
criança, porém, era maior que eu. Não queria deixar ele ali.
“Não, Bella, não sei dançar isso!” Ele puxou a mão e se soltou de mim. Não se
movendo do sofá.
“Ih, amiga, já é um milagre ele está aqui. Ele nunca vem! Imagine dançar!” Uma das
morenas tentou manter uma conversa comigo.
“Edward, eu não estou me divertindo. Ontem você disse que eu ia me ‘divertir’ muito.”
O olhei bem nos olhos para ver se a lembrança do divertir e de ontem fazia alguma
coisa com o seu cérebro.
“Bella, eu não sei dançar.” Sussurrou, suplicante. Estava na cara que ia ceder.
“Por favor...” Esqueci que tinha platéia e lancei um olhar manhoso.
“Tudo bem.” Suspirou vencido. “Mas vamos ficar no cantinho, eu não sei dançar isso.”
Ele se rendeu e eu sorri mentalmente da minha chantagem barata.
“Só se solta, Edward, vem!” Peguei sua mão e tirei-o de lá. Talvez elas fossem só
amigas dele, mas eu não consegui me controlar.
157 de 1595 26/05/2011 20:45

Antes de ir para a pista de dança, resolvi colocar mais um pouco de vinho na minha
taça, aproveitando que o vasilhame estava em cima de uma mesinha no meio do
caminho.
“Tome um pouquinho do meu vinho, ele é gostoso.” Levantei minha taça para sua
boca, carinhosamente.
“Eu não vou tomar.” Virou o rosto. “Vou tomar qualquer outra coisa.” Disse
pausadamente e se direcionou a cozinha.
“Nossa, Edward, como você é difícil.” Reclamei quando ele voltou com uma cerveja.
“Foi você quem provocou lá na adega.” Disse com semblante sério. “Vir falar que o
dinheiro era seu e que era você quem está pagando foi absurdamente arrogante. Eu
odeio esnobes esbanjadores perto de mim.” Disse com desdém.
Eu respirei fundo. “Sabe, você devia aprender a arte da convivência.” Murmurei

brandamente. “Devia aprender a perdoar.” Olhei em seus olhos. “Sabia que por
diversas vezes eu te perdôo, mesmo que você não me peça perdão? Sabia que você
faz coisas comigo que me magoam e nem sabe, e eu te perdôo só para ficar perto de
você?” Encarei-o e ele desviou o olhar. Eu estava torcendo que minhas palavras
falassem além do motivo do desentendimento. Ele suspirou e olhou de volta, com o
semblante persuadido. Regozijei em sentir que as palavras tiveram o efeito desejado,
descendo cortando garganta abaixo dentro dele. “Tem como você experimentar o meu
vinho?” Perguntei e ofereci a taça para ele.
Olhando fixo para mim, ele pegou a taça e bebeu.
“É ruim?” Provoquei com um sorriso dançando em meu rosto.
“Não.” Respondeu chateado.
“Agora vamos dançar, é só se soltar.” Peguei sua mão e nos direcionamos a pista.
Espontânea, comecei a dançar perto dele, de uma distância segura e entrei no ritmo
da música, olhando fixo para ele, me sentindo poderosa. Se tinha uma coisa que sabia
era dançar. Ele se soltou, e depois de um tempo sorria quando eu levantava os braços
e, confiante, movia os quadris e tronco. Estávamos nos divertindo. Como amigos,
estávamos nos divertindo.
Para ele foi fácil. Era só se mexer um pouco que as luzes faziam o resto. De repente, o
estilo de música mudou.
“AGORA UMAS LENTINHAS PARA ACALMAR OS ÂNIMOS!” Ryan disse em um

microfone.
Após ouvir Ryan, olhei sem jeito para Edward. “Quer sentar?” Dei a opção.
“Não sei, você quem sabe.”
Por que ele sempre deixava em minhas mãos? Ele não sabia o quanto sou fraca, não?
Era muita tentação e tortura ficar assim tão perto dele.
“Pega mais uma taça de vinho e volta pra gente dançar.” Decidi. Enquanto ele foi ao
local onde estava o vinho, eu observei a mais calada das meninas que falaram comigo.
Ela não tirou os olhos dele. Ele voltou e eu pus o braço em seu ombro para dançar.
158 de 1595 26/05/2011 20:45

http://www.youtube.com/watch?v=9EHAo6rEuas
Tocava Bryan Adams. Please forgive-me.
[...] Ainda estou te esperando. Você ainda é a única. A primeira vez que nossos
olhos se encontraram, os mesmos sentimentos eu mantenho Apenas sentimentos
muito maiores [...]
A música se iniciou, eu pus a mão sobre o seu pescoço e pousei meu rosto sob o seu
queixo. Ele pegou suavemente em minha cintura e moveu os dedos devagar. Eu sentia
mil sensações, mas a maior delas era a dor da distância. Mesmo que estivéssemos
perto, dançando próximos, existia um muro nos separando.
Você ainda tem a chama interna? Então se você se sentir sozinha, não sinta. Você é a
única que eu sempre quis. Eu só quero fazer isso continuar. Portanto se eu gostar de
você um pouco mais do que devia, por favor, perdoe-me, eu não sei o que fazer.
Ele estava quente, sua respiração estava forte em meu ombro nu, e seus dedos
moviam-se gentilmente em minhas costas. Meu elevador particular subia e descia em
meu estômago, fazendo minha respiração descompassar.
Estava em seus braços, com meu corpo junto ao dele e tudo que eu sentia era a dor
me cortando. Ele me abraçou forte e cheirou o meu cabelo, e a dor que me cortava foi
maior por querê-lo tanto e não senti-lo acessível.
Quando senti sua mão subindo por trás da minha nuca, ele encostou seu rosto no meu
e inspirou uma mecha de cabelo que pegava nas mãos, eu perdi o controle da minha
situação. Instintivamente, virei meu rosto e deixei meus lábios tocar leve nos seus.
Por favor, perdoe-me, eu não posso parar de te querer. Não me negue essa dor que
eu estou sentindo. Por favor, me perdoe se eu precisar de você como eu preciso. Por
favor, acredite em mim tudo o que eu digo é verdade.
Ele parou um momento de mover-se e abriu os lábios nos meus, sem pressa,
característica sua. Mas meu corpo já fervia com o resultado do vinho em meu sangue,
não se contendo somente com beijo de lábios. Eu não planejei o meu ato, nem ele
esperava que fosse tão intenso, mas eu puxei o seu pescoço e esqueci que estava em
uma sala cheia de gente, exigindo sua língua com desejo, enquanto puxava os seus
cabelos e passava a mão em suas costas.
Alarmado, ele tentou conter o beijo, segurando minha nuca, todavia eu intensifiquei
inserindo levemente minha língua em seus lábios. Ele cedeu, gemeu baixinho e sugou,
depois apertou minha cintura contra o seu corpo, se deixando entregar a atração que
nos consumia.
A única coisa que eu dependo é de nós permanecermos fortes. A cada palavra e a

cada respiração eu estou rezando. É por isso que eu estou dizendo. Por favor,
perdoe-me, eu não sei o que fazer.
O desejo ardeu em meu corpo, sendo intensificado furiosamente pela resposta ativa
do seu, imprensado a mim. A mão que estava em meu cabelo apertou minha nuca,
conduzindo o beijo. Ofegamos, mas não nos soltamos. Mordisquei seu lábio enquanto
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ganhava ar, para em seguida atacá-lo novamente. Ficamos longos minutos perdidos
nessa paixão, até que ele diminuiu o aperto, respirando com dificuldade.
“Bella, menos.” Murmurou e mordiscou vagarosamente, em seguida beijou lento o

canto dos meus lábios e a pele do meu rosto. Isso só me estimulou a virar o rosto,
buscando os seus lábios, não o deixando escapar de mim. Gentilmente, ele me
afastou um pouco e olhou-me, com os dedos mergulhados em minha nuca. “Bella, são
meus colegas de classe.” Explicou sem jeito. Nesse momento lembrei o quanto ele era
tímido e beijar assim em público já tinha extrapolado em muito o seu nível de
permissão.
“Desculpe, eu esqueci.” Murmurei com embaraço e olhei para os lados, procurando

ver se alguém nos observava. Ele continuou me abraçando e dançando enquanto eu
procurava algum olhar sobre nós.
“Não se preocupe, eles são discretos.” Sussurrou, pegou nos meus cabelos e cheirou
novamente. No seu olhar não havia traços de arrependimento ou censura. Pelo
contrário, tinha um risinho de satisfação em sua boca. Então resolvi não pensar nesse
momento. Só queria estar ali.
“A menina que te deu o perfume está aqui?” Perguntei novamente, consciente que iria
irritá-lo, mas não contive a minha curiosidade.
“Está.” Respondeu naturalmente, uma atitude que me surpreendeu.
“Você mostraria quem é?” Dei a opção, caso ele quisesse.
Ele continuava cheirando meu cabelo e beijando meu rosto. Sinal que estava bem em
ter me beijado.
“Estava sentada comigo quando você me buscou para dançar.”
“Você gosta dela?” Não sabia se queria ouvir a resposta.
“Ela é legal.” Foi o que respondeu.
Ele queria me matar, só podia ser. De curiosidade, é claro.
“Já ficou com ela?” Perguntei calmamente, tentando esconder qualquer sentimento
que estivesse por trás da pergunta.
Ele se demorou tempo demais calado, então eu me afastei para olhar seu rosto.
Queria ver se ele ia responder.
“Não.” Só moveu os lábios.
“Não?” Ergui a sobrancelha, desconfiada.
Ele balançou a cabeça, abraçou-me e continuou dançando. Eu sei que estava agindo
infantilmente, pois não tínhamos nada um com o outro. Mas eu estava insegura
demais, isso justificava minha atitude.
“Poxa, Edward, me dá alguma informação que valha a pena. Ameniza a minha vontade
de saber!” Implorei, matreiramente.
Ele sorriu.
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“Ela foi a fim de mim, não sei se ainda é.” Sussurrou e beijou persuasivamente a pele
perto da minha orelha. “Ryan armou para eu ficar com ela, mas ela não faz o meu
tipo. Não rolou, igual você e o Mike. Ela é legal, mas só como colega de classe.”
Respondeu com uma lentidão deliberada.
“E qual é o seu tipo?” Eu não ia deixar essa escapar.
“Hum... Não sei... Não tinha pensado nisso.” Murmurou em meu pescoço, fazendo um
arrepio descer até a ponta dos pés.
“Não tinha pensado se gosta de algum tipo de mulher específico!” Perguntei

impaciente. “Como disse que ela não é o seu tipo, se você não sabe qual é?” Comecei
a falar muito, o álcool devia estar demais.
Ele me afastou e segurou meu queixo. “Bella, eu gosto do seu tipo, até agora.” Ele
quis encurtar a conversa, mas não me deu nenhuma resposta concreta.
“Eu sei que você não tem certeza.” Teimei, inconformada.
Ele me fez olhar em seu olho, segurando firme meu rosto com uma mão. “Nossa,
agora você fica argumentando com tudo, procurando problema em tudo.” Disse a uma
distância milimétrica dos meus lábios, mas me puxou de novo e voltou a cheirar meus
cabelos.
“Beije-me de novo.” Pedi levantando os olhos para olhá-lo.
“Só se você se comportar.” Impôs e tocou meus lábios com os seus.
“Só eu quem quero o meu mau comportamento?” Provoquei enquanto ele dava
selinhos em meus lábios.
“Eu quero... mas não aqui.” Sussurrou e abriu a boca, inserindo sua língua
astutamente na minha. O frio percorreu meu estômago e novamente ele me tirou do
chão com o beijo voraz. A saudade, a paixão, tudo alimentava o meu desejo,
fazendo-me lutar em apertá-lo. Porém ele controlava, segurando meu rosto. Ainda
assim, não deixou de ser um beijo quente e estendido por longos minutos.
“Deixa um pouquinho pra mim, Edward!” Era Ryan que nos separou e invadiu a frente
do Edward para dançar comigo. “Cara, eu estava preocupado contigo, pensei que
você não gostava da fruta. Vai buscar um vinho pra sua mulher e me deixa dançar
com ela um pouco.” Pediu e Edward saiu sorrindo.
Ryan parecia ser muito amigo de Edward. Se ontem eu tivesse dito para ele desde o
início que estava procurando Edward, teria sido tudo muito mais fácil.
“Se reconciliaram né?” Perguntou Ryan maliciosamente.
“Mais ou menos.” Sorri sem jeito.
“Imagino quando se reconciliarem...” Arregalou os olhos, se referindo ao beijo.

Sorrimos. “Eu nunca coloquei lenta aqui em casa, só coloquei por causa de vocês. Eu
percebi que estavam meio distantes.”
“Obrigada.”
“Fiquei feliz de saber que estão juntos, me senti menos mal pela sua rejeição. Pelo
menos você não me quis por um cara que eu acho demais. Ele é um amigo de
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verdade, sem interesses. É ele quem me ajuda muito naquele curso. O cara é um
crânio.”
“Acho que ele se sente muito sozinho aqui, às vezes me preocupo.” Revelei. Ele me
girou pela mão.
“Ele gosta de ficar sozinho. Estuda muito tempo, e pra isso precisa ficar só. Tirar ele
daquele quarto é uma luta.” Sorriu. “Você gosta dele?” Perguntou interessado.
Eu estava gostando de conversar com Ryan, ele era muito mais legal do que eu
imaginei. Mesmo estando meio alto por causa da bebida, ele era um cara maneiro.
“Sim, e como!” Admiti, encabulada.
“Foi por causa dele que você fugiu de mim naquela festa?”
“Sim. Meu pai não aceita o nosso relacionamento, então eu tinha prometido tentar
com outra pessoa. Você apareceu bem na época, só que eu não consegui.” Fiz uma
careta, me desculpando.
“Que pena...” Sorriu. “Mas meu amigo merece uma garota como você.”
Edward estava com o vinho estendido a alguns metros, e eu fiz sinal para ele vir
trazer. Ele trouxe, eu peguei e continuei dançando com Ryan.
“Bella, aquela vez na Califórnia suas irmãs falaram que vocês têm uma banda, é isso?”
“É, mas agora a gente só toca nas férias.”
“E o que você faz?” Ele me girou novamente e eu sorri.
“Na banda toco teclado, mas eu sei tocar todos os instrumentos, menos bateria.
Também canto, às vezes.”
“Sério??” Ofegou. “Pois você vai cantar agora! Eu tenho um violão elétrico ali. Não é
sempre que eu tenho artista aqui em casa.” Disse entusiasmado.
“Não! Eu nem ensaiei! Nem me preparei!” Neguei preocupada em fazer feio.
“Estão quase todos bêbados. Qualquer coisa que você fizer, a gente aplaude.” Ele
sorriu e piscou.
“Tudo bem.” Aceitei com um suspiro. “Então me dá quinze minutos para eu me

preparar psicologicamente.”
Ele concordou, mostrou onde estava o violão e foi falar com o DJ para dar um tempo
no som. Eu peguei o violão e vi se estava afinado, enquanto isso pensar na música
que iria tocar. Eu tremi com a decisão da música que escolhi, mas tomei coragem. Eu
nunca me deixei faltar desembaraço, não seria hoje, em frente aos colegas do Edward
e em frente à menina que era a fim dele, que eu iria acanhar.
Destemida, preparei minha música e mais umas três. Eu tinha segurança, sempre
toquei em público, sempre tocava para Alice na escola e em eventos, então eu iria,
sim.
“PESSOAS, A MINHA AMIGA DE WASHINGTON VAI CANTAR UMAS MÚSICAS PRA

GENTE. VAI LÁ, BELLA!!” Ryan se empolgou.
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Entornei a taça de vinho e me direcionei ao microfone: “Bom, eu só arranho, mas

como Ryan pediu...”
Cantei três hits que era acostumada a cantar e tocar na escola pra Alice. Foi legal, o
pessoal cantou junto, bateram palmas e eu me animei. Ao terminar, olhei para o canto
e vi Edward com um brilho inexplicável nos olhos, logo eu tive coragem de cantar a
última música.
“Agora eu vou cantar a última música. Esta é uma composição própria que estou
concorrendo com ela no festival de música lá na minha cidade. Eu queria que vocês
ouvissem.” Olhei para Edward. “Essa música eu fiz para você, que é a pessoa que
inspira meu coração.”
Fiz as notas de introdução, iniciei a música, enquanto isso as pessoas só prestavam

atenção. Procurei não olhar em direção a Edward para não perder o equilíbrio
emocional.
Musica Jennifer Love
**********************************************************************
Anjo disfarçado.
Anjo disfarçado, histórias em seus olhos, há amor para cada coração verdadeiro que o
vê.
Foi um dia de sorte que girou para mim de uma maneira.
Ou então isto é o paraíso em frente aos meus olhos.
Você me mostrou todas as coisas, o brilho da meia-lua.
Eu estava cega, mais agora você me ajudou a enxergar.
Eu estava perdida, mas agora me achei.
Essa alegria me cerca e agora descobri que meus sonhos estão virando realidade.
Porque eu vou te querer pelo resto da minha vida e te manter bem seguro no meu
coração. Eu não posso viver sem você, porque minha alma morreria, você sabe que
estou falando a verdade.
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Passarei o resto da minha vida esperando por você.
Não começou deste jeito, aconteceu que um dia você sorriu para mim e eu te vi,
diferente. Agora estou tremendo, apenas por ser uma parte de você, em relação a nós.
Espero ter uma vida que com certeza nunca terá fim.
Porque eu vou te querer pelo resto da minha vida e te manter bem seguro no meu
coração. Eu não posso viver sem você, porque minha alma morreria.
Você sabe que estou falando a verdade,
Passarei o resto da minha vida esperando por você
******************************************************************
Os convidados podiam não entender o que a música estava dizendo, mas Edward
certamente saberia. Eu queria muito ter mostrado a minha música para ele, então ter
agarrado essa oportunidade foi a melhor escolha que fiz. Ao final, terminei lentamente
e agradeci. “Valeu gente.” O clima ficou meio suspenso, eu guardei o violão e me virei.
Inesperadamente, ele veio em minha direção e me abraçou. Eu estava meio tonta por
causa do vinho, mas me equilibrei e me entreguei ao abraço. Eu estava girando pela
adrenalina da apresentação, por estar presa em um abraço que eu não sabia o
significado, mas era perfeito. Tinha um turbilhão de sentimentos presentes naqueles
minutos intermináveis.
“Vamos comer alguma coisa...” Sugeriu depois de um tempo. “Eu acho que estou com
um pouco de fome.” Disse quando finalmente me soltou. O seu sorriso era largo, o seu
rosto bem rosado, irreconhecível.
“Você também está bebendo o meu vinho?” Perguntei admirada com o tanto que tinha
na garrafa.
“Não. Só você.” Sorriu, deixando o braço sobre o meu ombro.
“Então deixa eu aproveitar a última taça, ele é muito bom.” Enchi a taça e fomos à
cozinha procurar algo para comer.Quando chegamos lá, notei a mais calada das
meninas que falaram comigo.
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Ela logo me dirigiu a palavra. “Bonita a sua música.” Disse timidamente e olhou de
soslaio para Edward. Era essa. Tive certeza.
“Obrigada.” Sorri em agradecimento.
Quando ela saiu, eu o encostei ao balcão, pus as mãos em seu pescoço e como ele diz,
o ataquei com beijos molhados, suguei seu lábio com avidez. Sua mão desceu da
minha cintura para o quadril e me apertou. Eu me sentia tonta, vendo estrelinhas e
constelações. Estava eufórica e ao mesmo tempo ansiosa. O beijo cresceu, minha
língua moveu inquieta em sua boca, ele suspirava e acariciava minhas costas.
“Bella.” Interrompeu. “Acho que você já bebeu muito.” Disse ofegante, me afastando
do beijo. Encostei de novo e suguei o seu lóbulo, deslizando minha língua. Ele me
apertou mais, respirando descompassado.
“Dorme comigo hoje?” Sussurrei em seus ouvidos e mordisquei, provocante.
Ele demorou um tempo para responder. “Tudo bem, mas quero que você esclareça
antes de irmos suas reais intenções.” Disse e me abraçou.
“A mesma intenção de sempre.” Lambi atrás de sua orelha. “Eu não estou com a
intenção ainda de ir para ‘cama’ com você.” Suguei seu pescoço e ele gemeu,
apertando mais meu quadril.
“Tudo bem.” Sussurrou. “Eu só queria confirmar. É por que eu falei para você no carro
seu irmão que eu queria sempre que suas intenções ficassem claras, a fim de que eu
não tirasse conclusões precipitadas.” Lembrou e levou uma mão ao meu cabelo,
afagando com carinho.
“Como ontem à noite, né?!” Disse impulsivamente. Hum... acho que o álcool subiu,
deixei escapar essa sem querer. Arrependi no mesmo instante, pois a dor em seu rosto
ficou clara.
No mesmo instante, ele colocou meu rosto entre suas mãos e me fez olhar para ele.
“Bella, eu ainda quero conversar com você sobre isso. Tentei conversar hoje e você
não quis, mas como tocou nesse assunto...”
“Não, Edward!” Interrompi imediatamente. “Agora não, por favor, não estrague a
noite.” Pedi e dei selinhos em seu queixo. “Amanhã, meia hora antes do meu vôo sair,
a gente conversa. É menos sofrimento.” Disse tentando fugir de algo que me magoria
novamente.
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“Tudo bem, mas quero adiantar só uma coisa, por favor, por mim...” Ele suplicou.
“Fala.”
“Eu estou muito mal pela noite passada, e me fere quando você fala dela. Sei que dói
muito mais em você. Mas, por favor, por favor, mesmo, vamos esquecer que ela um
dia existiu. Eu queria que ela fosse riscada da nossa memória, que a gente abrisse
aspas para falar dela amanhã e depois nunca mais nos referíssemos a ela, entende?”
Ele me abraçou aflito.
Eu não tive mais o que falar. O modo como ele se referiu ao futuro após a conversa,
entrou em meu coração de uma maneira que eu não devia deixar. Deixou-me feliz e eu
fiquei com medo. Estava com medo do modo como ele me fazia sentir com uma
simples esperança que me passava. Medo da influência que ele tinha sobre mim.
Edward POV
Despedimo-nos dos meus colegas e direcionamos ao hotel. Mesmo quase ébria,

notoriamente alterada pelo álcool, ela soube se portar com discrição e cordialidade.
Meus colegas não conseguiram perceber seu estado. Eu gostava dela assim, estava
ainda mais quente do que ela era. Se ela não tivesse esclarecido suas intenções, eu
não iria conseguir me controlar.
“Bella, estamos no elevador.” Soltei do beijo e tentei impedi-la de tirar minha blusa,
segurando sua mão.
“O quê que tem?” Disse e continuou passando a mão em meu peito por dentro da
blusa, beijando-me de um modo a deixar qualquer homem são fora do seu juízo pleno.
Estava tentadora demais. Perigosamente quente e a mercê da minha vontade.
“Vem.” A porta do elevador abriu, puxei-a e saí segurando em sua cintura, andando de
costas, beijando-a até entrarmos no quarto.
Mal entramos, e ela me jogou na cama, subindo e sentando em cima de mim. Deus!
Era muita tentação para um homem só. Será que estava pagando pelos meus pecados?
Sua boca invadiu a minha e ela terminou o que tinha começado no elevador, tirando
minha blusa por completo. Tremi, ansioso por me deixar levar, pensando em seu
vestido que era curto e tomara-que-caia. Tão fácil... Vulnerável... Ela já estava sentada
em mim... Prontinha. Céus, para onde foi minha parte pensante?
“Faz assim, Bella.” Busquei ar e a afastei um pouco. “Tome um banho, depois a gente
volta pra cá.” Tinha que conseguir me libertar dela em cima de mim, antes que eu não
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dominasse mais a situação.
“Mas eu já tomei banho!” Retrucou a desgovernada, com o vestido quase na cintura.

Involuntariamente olhei para baixo, dando de olhos com a certeza de que ela era uma
criança, com suas peças íntimas de algodão com coraçõezinhos.
“Mas suou.” Tentei um argumento, abaixando contrariado seu vestido. Sofri em saber
que seu corpo estava protegido somente por uma pecinha íntima de algodão.
Edward, você está pensando nisso depois do lapso de ontem? Meu cérebro chamou
minha atenção.
Certo. Eu tinha que bolar uma estratégia para salvá-la de mim. Ela não estava em sã
consciência, e eu me sentia tentado demais, logo o melhor jeito era não atentar a
sorte.
“Vai, Bella.” Afastei-a de novo dos meus lábios.
“Só se você tomar banho comigo.” Propôs a bebinha. Agora eu estava numa fria. Como
se eu quisesse negar.
“Tudo bem, mas os dois de roupa.” Impus. Se ela quisesse que suas intenções iniciais
fossem respeitadas, era melhor buscar um fio de consciência e aceitar.
“Tudo bem, encha a banheira.” Se levantou zonza pelo quarto e foi para o armário.
Segurei o riso para que ela não percebesse a graça. Nenhum embriagado acha que
está bêbado.
Bella POV
Edward achava que eu estava bêbada, mas eu só estava um pouco tonta. Eu sabia o
que estava fazendo. Ele estava todo cauteloso, e eu queria beijá-lo, apertá-lo, senti-lo.
Peguei um conjuntinho de algodão preto e fiz uma breve avaliação no meu corpo. Achei
que ficou legal. Eu queria estar bem para o banho. Entrei na banheira e a água estava
bem quente. Ele colocou sais e espuma, então o banho ia ser bem relaxante. Ele já
estava lá, parecia que queria rir.
“Que foi?” Perguntei desentendida.
167 de 1595 26/05/2011 20:45

“Nada.” Respondeu prendendo o sorriso.
“Eu estou tão mal assim?” Apontei para o meu corpo, preocupada com as formas no
conjunto de algodão.
“Está linda.” Molhou os lábios.
“Então por que está segurando o riso?”
“Você está engraçada. Andando em câmera lenta, falando em câmera lenta. Mas está
linda mesmo assim.” Disse e me puxou pela mão para sentar ao seu lado.
“Liga a hidro.” Pedi.
“Tudo bem. Mas se passar mal, saia da banheira.”
“Ai, ai, essa é outra vantagem de pagar caro em um vinho. A gente não passa mal
quando o vinho é bom.” Sorri e ele também.
Ele ligou a hidromassagem e sentou perto do controle da hidro. Eu me deixei relaxar,

fechando os olhos e deitando a cabeça na borda.
“Vem pra perto de mim.” Pedi manhosamente, ao perceber que ele não voltou.
“Vem você pra cá, se conseguir.” Gargalhou.
Será que eu estava tão mal assim? Desloquei-me na banheira e sentei ao seu lado, de
lado, apoiando a cabeça no seu braço e as pernas em cima dele.
“Vamos experimentar beijos embaixo d’água.” Propus e mordi seu ombro.
“Hoje não. Acho que você não está legal.” Disse beijando ternamente o meu rosto.
“Eu estou bem!! Só estou feliz.” Retruquei.
“Bella, encosta aqui e relaxa.” Disse, puxou-me para o seu colo e apontou o ombro
para eu deitar. Contrariando-o totalmente, eu sentei de frente e o beijei.
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Edward POV
Respirei fundo, concentrando-me em não cometer uma loucura ao carregá-la nos

braços para cama, e, já com ela deitada, peguei a toalha e comecei a secar seu corpo,
começando pelas pernas. Será que era tortura demais se eu me permitisse secar as
gotas da barriga com a minha boca?
Enrijeci mais que do que já estava, e minha respiração acelerou com o meu
pensamento torpe. Vi que a qualquer momento poderia perder as faculdades mentais
claras. Só em pensar que deveria tirar as peças molhadas do seu corpo, se passou
uma pulsação corrente em minhas veias e meu desejo de tocá-la ficou maior que a
minha obrigação de responder pelas minhas ações.
Vulnerável, ajoelhei-me ao pé da cama e tentei me concentrar enquanto passava a

toalha sobre ela, pensando em alguma maneira de despi-la sem tocá-la... Não tinha
como provar meu domínio assim.
“Bella...” Tentei trazê-la daquele estado de insensibilidade dos sentidos, tocando seu
rosto e chamando seu nome.
“Hum...”
“Você consegue levantar?” Requeri aos céus que ela dissesse que sim.
Ela abriu os olhos.
“Pra quê?” Sua voz era arrastada.
“Para escovar os dentes.” Se eu a colocasse no banheiro, ela poderia se vestir.
“U-hum...”
Peguei a roupa que estava separada e levei Bella ao banheiro, segurando-a pelo braço.
Ajudei-a escovar os dentes com muito trabalho e, no mesmo instante, percebi que ela
não iria conseguir se trocar sozinha.
“Bella, você vai tirar essa roupa molhada agora. Eu vou te ajudar, tá?” Eu precisava do
seu consentimento.
“U-hum.”
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Agora era ficar calmo e levá-la para cama. Putz, eu não sou nenhum maníaco para ter
esses pensamentos com ela nesse estado. Não mesmo. Devo me controlar.
Ofegante, levei-a no colo para cama e encostei-a com a cabeça na cabeceira da cama.
“Tire a parte de cima.” Pedi, ela só baixou com pressa as alças e encostou de novo a
cabeça na cabeceira da cama. Suspirei e vesti sua blusa, não permitindo que meus
olhos a olhassem. Eu não permiti. Juro que não.
“Bella, a parte de baixo agora.” Ela abaixou, e eu fiquei olhando para cima para não ver
aquela cena. Era muita tentação. Muita tentação. Quando percebi que estava em zona
segura, arrisquei olhá-la. Tudo bem, a blusa era longa. Melhor para mim... Ou pior.
“Agora veste a outra.” Entreguei uma peça íntima na mão dela, mas ela estava quase
apagando. Tive que manter a compostura e tentar vesti-la.
Céus! Quanto tempo mais esta tortura iria durar?
Ajoelhei e subi a peça íntima desde os pés dela. Estava irritado comigo mesmo pela
direção que meus pensamentos vis estavam indo. Involuntariamente excitado, olhei
para o seu rosto, tentando manter RIGIDAMENTE a compostura. Assim, subi até sua
coxa, sentindo a pele por baixo dos meus dedos. Continuei olhando em seu rosto
sonolento, sentindo um desejo enorme de acariciá-la e beijá-la. Mas resignado, lembrei
que nunca mais deveria tocá-la assim. Não sem sua expressa autorização e
consciência. Nunca deveria tocá-la de uma maneira tão ignóbil como na noite anterior.
Com os pensamentos vagando, nem notei que tinha terminado de vestir a peça íntima.
Suspirei aliviado, afinal, agora estava mais fácil e menos invasivo. Só faltava
desabotoar a parte de cima que ela deixou para trás e lhe vestir a calça do pijama.
Depois que ela estava vestida e a minha situação estava sob controle, o desejo se foi,
e eu só tinha vontade de rir da minha debilidade. Além disso, tinha que me preocupar
com a minha própria peça que estava molhada.
Continua...
Notas Finais:
Gente comentem por favor.Obrigada por ler
Reviews lhes dão 100 pontinhos...Mandem um oi e um tchau.
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Capítulo 14- Dona do meu coração escrita por BIA BRAZ
Capítulo 14- Dona do meu coração by bia braz
Capítulo 14 - Dona do meu coração
Bella POV
A última lembrança que tinha caía em minha mente como um sonho distante.
Recordava-me vagamente de estar na banheira, sentada no colo do Edward, beijando
sua boca, mas tudo não passava de um apontamento. Ainda brigava com a minha
consciência para saber se foi um sonho ou realidade.
Abri os olhos e olhei para as roupas que vestia, tentando lembrar como foi que eu pus
no corpo. Não estava em minha memória a hora em que as vesti. Levantei-me da
cama e direcionei ao espelho para ver como estava minha situação matinal. Estava
com o rosto cansado, ainda sentia o resultado do vinho que tomei. Não era uma
ressaca propriamente dita, mas um pouco de moleza, como se tivesse tomado algum
calmante.
Olhei para a cama e a imagem a minha frente inundou meu coração de alegria. Ele
estava lá, deitado em minha cama... Balancei a cabeça, tentando imaginar como foi o
restante da noite, mas não conseguia me lembrar de nada.
Dei um tapinha em meu rosto para terminar de acordar, lavei o rosto, escovei os
dentes, penteei os cabelos, passei um pouquinho de perfume e voltei para o quarto.
Feliz, queria acordá-lo para sair e tirar umas fotos. Era meu último dia na capital e eu
queria tirar proveito dele. Animada, peguei minha máquina na mochila e preparei-a
para tirar uma foto dele ali, como estava. Descoberto da cintura para baixo.
Olhando-o curiosamente, analisei detalhadamente a figura a minha frente e...
Comecei a rir... O lençol estava enrolado várias vezes em sua cintura,
proporcionando uma imagem hilária.
“EDWARD!! Você se enrolou tanto no lençol que parece que está de saia!!” Sorri e
tentei puxar o lençol que estava em volta dele.
“Sai, Bella. Não puxa.” Resmungou e apertou o lençol em volta de si.
“Você está parecendo Cristo, enrolado com um pano pela cintura!” Continuei rindo e
tentando puxar.
“Ai, Bella, dá um tempo!” Se enrolou mais e foi para o outro canto da cama.
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“Tem mau-humor matinal é? Deixa eu ver se estamos brigados...” Pensei, colocando

o dedo na testa. “Acho que não, me comportei bem na festa e não estamos
brigados.” Sorri e sentei em suas costas, bagunçando o seu cabelo.
Ele ficou quieto. Eu continuei bagunçando seu cabelo, era domingo, amanhecemos
juntos, eu estava feliz e queria brincar.
“Tá gostando da saia é? Daqui a pouco vai usar meus vestidos também. Bem que
Jasper disse que você é...”
“Depois dessa noite, acho bom você não terminar a frase, porque se não...”
Ameaçou.
“Se não...” Fiz cócegas em suas costas, ele se contorceu e me derrubou na cama de
costas. Eu continuei rindo, nada ia tirar minha alegria.
“Bella, eu estou com sono, dormimos umas três, e não são nem oito ainda... Eu tô
cansado...” Resmungou e foi para o canto.
“Por que você está com sono? Eu não tô!!” Brinquei. Ele não ia tirar meu bom humor
com sua preguiça.
“Não tenho tido boas noites de sono... Essa então.” Murmurou baixinho.
“Edward, você está dormindo o mesmo tanto que eu, nem vem! E levanta que nós
vamos passear.” Disse decidida. Não era minha intenção perder mais tempo ali.
“Dá só mais um tempinho...” Ele suplicou e enfiou a cabeça no travesseiro.
“Eu daria todo o tempo do mundo pra você, se eu tivesse, só que eu não tenho. Eu
vou embora hoje e já são quase oito horas. Você dorme amanhã, dorme outro dia,
mas fica acordado comigo hoje, por favor.” Pedi com carinho, alisando suas costas.
Ele não se moveu.
“Ah não... Eu queria sair, tirar umas fotos... Mas tudo bem, vou assistir TV enquanto
você dorme.” Fiz um bico, liguei a TV e me encolhi, abraçando os joelhos.
“Ai, Bella... Eu estou sem roupa aqui...” Disse com uma voz melhor, mas sem se
movimentar.
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“Eu compro! Na verdade eu queria comprar umas roupas bem legais que eu vi numa
loja ontem pra você, se você quiser.” Sugeri empolgada pensando no tanto de roupa
bonita que eu vi no dia anterior e que ia deixar ele mais lindo ainda.
“Bella, querida, derreteu o cérebro com o vinho? Acho que já percebeu que não
quero que compre nada para mim...” Podia ser brincadeira, mas soou como
grosseria.
“Já quer estragar o dia logo de manhã, é??” Subi em suas costas para tentar
novamente com carinho. “Vamos... A gente vai lá no seu quarto, bom que eu
aproveito e tiro umas fotos lá no campus, vamos, por favor, por favor, por favor!”
Insisti, brincalhona.
Vencido, ele levantou com o lençol enrolado na cintura e foi ao banheiro. O que me
despertou risos de novo. Ainda bem que eu tinha fotografado isso. Sem camisa e de
lençol na cintura, era uma delícia!
Depois de alguns minutos, ele saiu com os pés no chão, de calça jeans, sem camisa e
com a carinha melhor, vindo se deitar com a cabeça no meu colo.
“Edward, você estava com vergonha de ficar de cueca na minha frente? Eu já te vi

sexta-feira.” Brinquei admirada com o porquê de sua timidez, quando já tínhamos
evoluído.
“Eu não lembro nenhuma sexta feira...” Fingiu estar pensando. Ele tinha razão. Na
verdade combinamos de esquecer que sexta-feira existiu. Depois ele me olhou e
sorriu sem graça. “Bobinha, o problema não era a cueca, o problema é que eu estava
sem. Mas é chocantemente difícil ser discreto com você. Você não consegue conter a
sua curiosidade.” Explicou com a voz dramática.
Engraçado, fiquei sem graça.
“Rá!! Enfim a Bella teve vergonha de alguma coisa!!!” Começou a sorrir e me jogou
na cama para me devolver as cócegas.
Lutei para me libertar, até que me vi sem ar de tanto que me contorcia de rir. Ele
parou as cócegas sorrindo, e nos seus olhos havia brilho de humor. Ele se deitou na
cama e me puxou para o seu abraço, beijando contente o meu cabelo. Não tinha
como me libertar por vontade própria de um lugar que me trazia tanto aconchego,
mas se eu não saísse, a gente iria passar o dia ali e eu ainda queria tirar umas fotos
com ele.
“Vou programar a máquina e a gente vai tirar umas fotos na cama.” Avisei e levantei
para colocar a máquina em um local onde tivesse um bom ângulo.
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Fomos a Forks no meu carro. Dirigi para o meu pai e adorei isso. Ele nos deixou na
casa da Esme e avisou que mais tarde nos buscaria após ver alguns amigos. Estavam
em casa somente Rosalie e Jasper, pois Esme estava trabalhando. O garoto estava
deitado no sofá com a aparência pálida.
“Oi, irmão!! Por que está deitado? Nunca vi o pimentinha quietinho assim?” Perguntei e
o abracei. Preocupei-me com o seu semblante. A pele estava sem cor e olhos e meio
caídos.
“Estou cansado. Não estou na rua porque estou sentindo algumas dores.” Resmungou
e deitou a cabeça no meu colo. Estranhei. Ele nunca foi de reclamar de fraqueza.
“Como estão os remédios? Está indo ao médico?” Perguntei preocupada com o

resultado dos exames que eu tinha visto há dez meses, que dizia que a doença dele
poderia virar leucemia.
“Sim, mas minha mãe disse que não estou conseguindo melhorar. Eu também sinto
isso.” Sua expressão estava triste.
“Edward sabe que você está assim?” Perguntei imaginando o motivo do mau humor do
meu anjinho.
“Sabe, minha mãe disse para ele semana passada.”
Minhas suspeitas foram confirmadas. Alice estava conosco, mas estava quieta. Acho
que estava triste de ver o implicante naquele estado.
“O que os médicos dizem?” Acariciei seu rosto.
“Ah, Bella. Os médicos daqui não sabem dizer nada, só sabem que é um problema no
sangue e não estão conseguindo resolver.”
Na sala tinha um vídeo game, e eu o chamei para jogar. Achei melhor não continuar
no assunto para não ficarmos tristes. Ele ficou super animado, devia estar sendo difícil
para ele que era hiper-ativo não poder jogar bola e sair. Jogamos o restante da manhã
e Rosalie ofereceu almoço. Ela tinha feito macarronada. Almoçamos e assistimos um
filme, esparramados no sofá.
Durante todo o tempo, Alice olhava com os olhos tristes e passava as mãos nos
cachinhos de ouro do garoto. Penso que minha irmã sente muito carinho por ele. É
ruim vê-lo no estado em que se encontra, ainda mais quando estamos acostumados a
vê-lo sempre aprontando.
Na metade do filme o telefone tocou, Jasper atendeu.
“Oi, cabeção... Tô bem, estou com duas gatas aqui me alisando... sua mulher e
Alice... Não, ainda não chegou... Deve estar chegando, dia de sábado ela chega mais
cedo... Jogamos, assistimos, agora vamos para o quarto dormir os três
abraçadinhos... Almoçamos... Almoçaram... A Rose fez macarronada... Eu estou bem,
sim, não se preocupe... Tá... Pára de ser bicha!... Pra você também.”
“Bella, quer falar com você.” Jasper me entregou o telefone.
“Oi, Edward.” Atendi e sentei desconcertada no sofá.
“O que vocês estão fazendo aí?” Ele parecia surpreso.
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“Nossa, Edward! Isso são modos de começar a falar com alguém no telefone?”
Brinquei. “Eu não conheço só você nessa casa. Vim visitar o meu irmão. Ele nunca
disse pra você que somos irmãos não? Eu estava com saudade dele.” Disse e sorri
para Jasper.
“Como ele está? Como está a cara dele?” Em sua voz havia excesso de preocupação.
Disposta a falar mais à vontade, peguei o telefone e fui para a cozinha.
“Hum... Acho que não tão bem. Se ele está fazendo algum tratamento, não tem
adiantado. Ele está muito pálido e sentindo dor.” Segundos depois de ter falado,
arrependi de ter sido tão sincera.
Ele ficou um tempo calado, depois quebrou o silêncio. “Eu me sinto mal, Bella, por não
poder fazer algo. Eu não estou conseguindo fazer nada, estou preocupado com ele.”
Disse extremamente chateado.
“Não. Você tem que se concentrar aí. Você tem que tirar notas boas, se não você
perde a bolsa.” Tentei reanimá-lo.
“As minhas notas estão boas, eu é que não estou bem. É tanta preocupação que
minha cabeça vai explodir.”
“Não se preocupe... Aqui vai dar tudo certo.” Queria acalmá-lo, mesmo que eu mesma
estivesse bem preocupada.
“Como não me preocupar, Bella? A minha família não tem ninguém, a minha mãe não
tem tempo. Eu estou de cabeça quente. Dá vontade de desistir de tudo e voltar pra
casa para ajudá-la.” Sua voz estava carregada de dor.
“Não faz isso... Lembra dos seus planos, lembra de quem você vai ser. Isso aqui vai
passar, no final vai dar tudo certo.” Disse carinhosamente. Eu não podia deixá-lo
desistir.
Segundos se passaram, e eu ouvi um suspiro longo.
“Bella... Obrigado por ter ido aí. Agora eu vejo que vocês não são umas riquinhas
mimadas, e... Obrigado por ter me ouvido. Você é a melhor amiga do mundo.” Disse
com uma voz um pouco melhor.
Pelo menos consegui animá-lo um pouco. Só não entendi por que ele disse que nós
não éramos umas ‘riquinhas mimadas.’
“Edward, você nem abriu o presente que eu te mandei...” Comentei manhosamente,

mas depois percebi que não era uma boa hora.
“Bella, não vamos falar sobre isso agora, por favor.” Pediu sem mudar o tom de voz.
“Faz assim, eu já comprei, e é importante pra mim que você use, mas se você não
gostar, dê tudo ao Jasper. De qualquer maneira eu vou deixá-los na sua cama.”
Ele suspirou. “Tudo bem, não quero mais brigar por isso. Você quem sabe.” Ele
queria encerrar o assunto.
“Edward... Estou com saudade...” Murmurei. Ele não respondeu. “Eu vou deitar na sua
cama, abraçar as suas roupas e mexer nas suas coisas pra matar a saudade de você.”
Disse manhosa.
175 de 1595 26/05/2011 20:45

“Você não existe, Bella...” Sussurrou com o ar mais descontraído. “...E eu também
estou com muita saudade de você. De uma maneira quase insuportável.” Disse
sussurrado.
Isso eu sabia que era verdade.
“Fique bem, tá? Aqui vai dar tudo certo... Depois eu vou te ligar. Um beijo.”
“Pra você também.” A sua voz estava melhor. “Bella, manda um beijo para Alice,
estou devendo umas pra ela. Tchau.”
Desliguei e fiquei parada com o telefone na mão por uns instantes. Pensando.
Segundos depois, olhei para trás e Rosalie estava me olhando parecia ter algum
tempo.
“Você gosta dele né, Bella.” Ela afirmou, não perguntou.
“Sim, e muito.” Respondi suspirando. “Rose, eu posso ir ao quarto dele?”
“Lógico. Fica à vontade.”
Dirigi-me ao quarto dele, sentei em sua cama e coloquei os presentes em cima. Era
um relógio, um óculos e um perfume. Eu sei que eu exagerei, não precisava comprar
tanta coisa. Mas é que sempre que vou comprar algo para mim, estou com ele nos
pensamentos, logo lembro algo que ele não tem, ou do que eu não gosto nele, por
isso acabei comprando. Não foi muito caro, não tem motivo para o exagero. O
Ray-Ban comprei porque ele não tem, o relógio porque eu não gostei do dele e o
pólo... Ciúmes não, mas se ele pode aceitar presentes de uma colega de classe, ele
pode aceitar o meu, ou, os meus.
Deitei em sua cama e abracei o seu travesseiro, me entregando a saudade.
“Oi, Bella, seu pai avisou que daqui a pouco busca vocês aqui.” Era Esme, que me
pegou cochilando na cama de Edward. Fiquei sem graça, mas ela foi discreta e agiu
como se eu não tivesse feito nada.
Resolvi fazer amizade com ela introduzindo um assunto que interessava a nós duas.
“Esme, queria falar com você sobre o meu pai.” Sentei na cama e ela puxou a cadeira
para sentar em minha frente. “Sabe, meu pai é bom, ele pensa que aquilo que ele fez
foi para o meu bem.” Comecei.
“Mas ele não deve controlar a vida dos outros como quer fazer com você.”
Esse era um bom momento para aprofundar a conversa, eu precisava defendê-lo.
“Sabe, Esme, ele é meu pai e quer me controlar porque acha que é o melhor para
mim, mas eu estou conseguindo lidar com ele, lentamente, mas estou.” Dei uma
pausa para continuar “Mas agora eu queria falar com você sobre a história de vocês.
Papai me contou que vocês se relacionaram quando jovens...” Parei e organizei
minhas idéias. “Não tem nada a ver eu falar isso, é até egoísmo meu, mas eu fico
pensando que se meus avós não tivessem implicado com vocês e se você não tivesse
terminado com o meu pai, eu não teria Edward hoje, e ele ia me fazer muita falta.”
Disse torcendo que ela entendesse onde eu queria chegar. Não queria que a amiga do
meu pai ficasse com raiva dele.
“Eu percebo que você está dividida né, Bella, entre o amor do seu pai e o que sente
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pelo meu filho.” Ela disse ternamente.
“Eu sei como lidar com o meu pai, com Edward é que às vezes eu tenho dúvidas.”
Murmurei triste.
“Se você gosta do Edward, tenha paciência com ele. Eu sei que ele gosta de você. Ele
se prende assim por minha culpa, talvez eu não tenha mostrado um retrato do amor e
do relacionamento como uma coisa boa para ele.”
“Estou tentando ter... Estou lidando com uma pessoa não se permite se entregar
totalmente, e ele tem que aprender a confiar em mim.”
Esme não disse nada, saiu e eu deitei de novo, abraçando ao seu travesseiro.
Algum tempo depois ela apareceu na porta. “Seu pai já chegou, está lá fora.”
Saí do quarto e meu pai estava na porta da sala.
“Onde estava Bella?” Perguntou com o semblante desnecessariamente agitado.
“No quarto.” Não tinha a intenção de provocá-lo.
“Ele está aqui?” Apontou para o quarto com um estranho nervosismo.
“Não, pai!” Eu só estava deitada na cama dele.
“Estava curtindo a dor de cotovelo.” Jasper comentou divertido e continuou jogando

com Alice. Tinha que ser ele! Olhei-o com olhar fulminante, e ele brincou. “O quê que
tem, Bella? Só por que estava dormindo abraçadinha com o travesseiro do meu
irmão?” Ele gargalhou. Ô garoto bocudo viu!
Meu pai me olhou alguns minutos depois relaxou. Talvez começasse a ver que não
podia fazer nada. Que mesmo Edward estando longe, eu tinha uma ligação forte com
ele.
“Carlisle, senta que eu estou fazendo um lanche.” Esme ofereceu e ele sentou sem
hesitar.
Carlisle ficou olhando para Jasper por longos minutos então perguntou para
Esme: “Como está o tratamento?”
“Parece que está devagar. Os remédios não estavam ajudando e agora os médicos
testam outro. Mas não está fazendo muito efeito também.” Respondeu e sentou-se ao
meu lado.
“Ele ainda está se tratando em Seattle?”
“Não, ele está se tratando aqui em Forks mesmo.”
“Por quê? Todo mundo sabe que os tratamentos de Seattle são de primeiro mundo.”
Papai franziu o cenho.
“Por que ficou muito difícil e caro levá-lo pra lá, então resolvi voltar o tratamento pra
Forks mesmo.”
“Difícil e caro?!” Ele mostrou indignação. “É saúde, Esme! Com saúde não tem isso!”
Retrucou chateado.
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“Sim, mas eu não moro em Seattle e nem tenho como bancar o custo.” Retrucou na
mesma altura. Todos viramos os rostos para eles.
“E da outra vez, você teve que se preocupar com isso?” Ele se levantou nervoso, mas
falando baixo. “Jasper, se arruma que você vai pra minha casa.” Todos nós
assustamos com a sua reação. “Esme, eu pensei que nós fossemos amigos, isso que
você fez é até um pouco de falta de consideração. Eu não me prontifiquei em tudo que
fosse necessário? Custava você ligar? Até as meninas podiam vir buscar ele aqui, se
não tivesse ninguém para levar. Estou te desconhecendo!” Disse indignado.
Esme estava pasma, mas o encarou com aparente sinal de stress nos olhos.
“Carlisle, não fala assim comigo porque aqui é minha casa, e Jasper só vai sair daqui
por que ele está precisando. Você não pode mandar na gente aqui.” Disse calma, mas
sem deixar de encará-lo.
Eles se olharam calados uns minutos.
“Desculpe, é que se fosse um filho meu eu estaria desesperado, então como se trata
de saúde...” Se justificou mais calmo.
Como a Esme conseguiu isso? Já era a segunda vez que eu a via falar com ele, e ele
ficar todo amuado. Que coisa!
Minutos se passaram e os ânimos se acalmaram.
“Como ele está na escola?” Meu pai perguntou quando estávamos saindo.
“Talvez ele perca o ano, está tendo muita falta por estar com dores.”
“Organize a documentação escolar dele para estudar em casa e ir a escola só fazer

provas. Quando uma criança está em tratamento existe um regime escolar especial.
Você já sabia disso, né?” Ela assentiu. “Já devia estar fazendo.” Disse sério e calmo,
em sua voz havia preocupação.
“Sim, mas eu estou sem tempo de resolver essas coisas.”
“Então tire folga. Com certeza tem algum dia na semana que é de menor movimento,
então tire. É seu filho.” Disse sério. Ela suspirou resignada e concordou.
Estávamos cada uma de um lado de Jasper, eufóricas por que ele ia para nossa casa,
então nos despedimos e saímos. Esme ficou com uma expressão diferente, acho que
admirando a reação dele. Eu também o admirei.
Na segunda seguinte, meu pai pediu que o motorista levasse Jasper ao hospital com
um pedido de exame que ele conseguira no domingo mesmo com seu amigo médico.
Eu precisava avisar para Edward que estava tudo bem com Jasper.
“Oi.” Ele atendeu sussurrado após o quarto toque.
“Oi, Edward.”
“Fala rápido, Bella, por que eu estou em aula e saí da sala para te atender.”
“Ah, tá. Meu pai trouxe o Jasper pra minha casa. Ele pediu sua mãe para trazê-lo
naquele dia que eu fui à sua casa.” Disse eufórica, eu queria dar mais um pouco de
esperança para ele.
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Ele ficou calado.
“Está aí, Edward?”
“Sim, Bella.” Assentiu com uma voz sem emoção.
“Hoje ele foi fazer os exames, e ele vai começar outro tratamento aqui com o amigo
do meu pai. Você está mais feliz?”
“Sim... E surpreso. Pensei que o seu pai estava com problemas com a minha mãe e
não faria isso nunca.”
“Eu estou feliz, as coisas estão dando certo, eu não disse que ia dar?” Eu era só
felicidade.
“Sim, você disse.” Concordou com a voz mais leve.
“Vou deixar você voltar para sala. Se você quiser conversar com o Jasper, liga no
telefone residencial, eu vou te mandar o número por mensagem. Ah, se você não
quiser ligar em um horário em que meu pai esteja em casa, é só ligar antes das oito,
tá!?”
“Tudo bem.”
Por um instante, fiquei chateada com o monólogo. “Poxa, eu pensei que você ia ficar
mais feliz, mas você está tão monossílabo.” Era triste ele não gostar muito de
conversar no telefone.
“Bella, eu estou fora de sala, no corredor.” Disse sussurrado. Ele é muito estranho,
nossa, como é possível!?
“Tudo bem, você não vai tirar o meu bom humor. De qualquer maneira, eu estou
contando as horas pra te ver. Vou te dar muitos, milhares de beijos.” Disse sorrindo e
ele finalmente sorriu.
“Eu também.” Respondeu sem jeito.
“Eu também o que? Está contando as horas ou vai me encher de beijos.” Perguntei
feliz de novo.
“Os dois.”
Vi que não ia arrancar nada mais que meia dúzia de palavras, então resolvi me
despedir. “Então beijos e tchau.”
Nos dias que se seguiram a agitação voltou a minha casa. Não como antes, da
primeira vez que Jasper veio, mesmo assim, tinha movimento de novo. O garoto tinha
que estudar sozinho, então eu e Alice, quando chegávamos da escola, ensinávamos
algumas coisas que ele não sabia. Também passávamos muito tempo jogando com
ele. E assim a semana se passava.
A minha música ganhou em 3º lugar no festival de música da cidade, na categoria

romântica. Fiquei feliz. Mas o meu maior objetivo já tinha sido alcançado, que foi
mostrá-la ao Edward.
Com duas semanas que o garoto estava em minha casa, fui ao hospital com Esme
pegar os resultados dos exames e levá-lo para consultar. Após pegar os resultados no
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laboratório nos dirigimos ao consultório do hematologista.
“Bom dia, você sumiu hein, rapaz!” O médico cumprimentou Jasper com um tapinha
nas costas. “Ficou de vir de dois em dois meses e não veio.”
“Pois é, ficou um pouco difícil para mim.” Jasper respondeu se sentando.
“As senhoritas são as irmãs?” Referiu-se a mim e Esme. Lógico que foi uma cantada.
“Não! Eu sou a mãe.” Esme respondeu sem graça.
“Eu sou Charlie, eu quem acompanhei seu filho no inverno passado.”
Cumprimentaram-se e eu observei que o médico era muito charmoso e estava

olhando para Esme de uma maneira diferente. Ela parecia estar sem graça enquanto
conversavam sobre o tratamento do garoto.
“Bom, as coisas agravaram no estado do rapaz aqui. Eu havia dito que os remédios
poderiam adiantar ou não. Nesse caso, acelerou.” O médico falava enquanto
prestávamos atenção. “Vou falar na linguagem técnica, o que ele tem. Caso vocês não
entendam me interrompam.” O médico adotou olhar bem sério. “Ele está com uma
doença que é caracterizada pela produção excessiva de células brancas anormais, que
superpovoam a medula óssea. A infiltração da medula óssea resulta na diminuição da
produção e funcionamento de células sanguíneas normais. Dependendo do tipo, a
doença pode se espalhar para o baço, fígado, sistema nervoso central e outros órgãos
e tecidos, causando inchaço na área afetada. Você esta sentindo dor de vez em
quando Jasper?” Perguntou para Jasper e ele assentiu. “Pois é, por esse motivo. Os
danos à medula óssea resultam na falta de plaquetas no sangue, as quais são
importantes para o processo de coagulação. Isso significa que pessoas com essa
doença podem sangrar excessivamente. As células brancas do sangue, que estão
envolvidas no combate a agentes patogênicos, podem ficar suprimidas ou sem função,
colocando o paciente sob risco de infecções. Por esse motivo todos os cuidados
devem ser dobrados.”
Esme estava sem sangue no rosto e eu estava pasma, boquiaberta.
“Mas há um tratamento?” Esme perguntou desesperançada.
“Há, é um tratamento caro, longo e dependemos muito das respostas do corpo do

paciente.” O médico respondeu cauteloso.
“Qual vai ser o tipo de tratamento?”
“Nós vamos começar com pílulas, elas vão dar enjôos matinais e os cabelos dele
podem começar a cair.”
“Mas é certeza que agora vai melhorar?”
“Todo tratamento depende do organismo do paciente.” Ele fitou-a com bastante

cuidado. “De qualquer maneira ele vai ficar aqui na casa do Carlisle, sim? Por que ele
pode precisar de atendimentos emergenciais.”
Esme começou a chorar, e Jasper ficou sem ação.
“As coisas vão dar certo, Esme.” Abracei.
O médico explicou mais uns cuidados e procedimentos para então nos dispensar da
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consulta.
“Desculpe, doutor, eu não esperava que fosse grave assim.” Ela se justificou e nos
despedimos para sair.
O caminho para minha casa foi tenso. Esme estava nervosa, mas Jasper parecia não
ter entendido a gravidade da situação. Eu sabia o que o médico tinha dito. Jasper está
com leucemia e os comprimidos são quimioterapia. Esme não foi embora, ficou o
restante da tarde com o filho deitado em seu colo. Por horas ela suspirava e deixava
uma lágrima cair. O clima estava muito tenso.
“O que aconteceu, Bella?” Alice me perguntou quando fui à cozinha.
“Ele está com uma doença grave.”
“Nossa! O meu pai podia chegar logo para conversar com ela, acho que ela está
sofrendo muito e conversar com a gente não vai adiantar.” A baixinha comentou
preocupada.
“Já liguei para ele, deve estar chegando.” Respondi e voltei com um copo d’água para
Esme.
Meu pai chegou, viu como ela estava e a chamou para conversar no
escritório. Passaram uma hora lá dentro, depois ela saiu um pouquinho melhor.
“Jasper, você vai ficar aqui mesmo até terminar o tratamento.” Ela informou.
“Tudo bem.” Para ele nada estava mal, ele não tinha se dado conta da gravidade da
situação ainda.
“E sua mãe vai vir ficar com você pelo menos uma vez por semana. Não é Esme?” Ele
tocou em seu ombro como um bom amigo. Gostei de ver a cena.
Mais dias se passaram e Jasper começou a ter enjôos matinais pelo efeito dos
remédios. Também emagreceu, mas o médico avisou que isso seria previsto. Alguns
dias ele ficou febril, trazendo muita preocupação para nós e para Esme, que estava
vindo regularmente por conta do seu estado, mas Jasper não perdeu o bom humor.
Pelo contrário, ele nos dava forças.
O médico vinha sempre que meu pai ligava, mas eu estava percebendo que depois
que ele encontrou Esme em uma quarta-feira, ele começou a vir exatamente as
quartas ver o menino. Penso que ele estava tentando se encontrar com Esme. Talvez
fosse só impressão.
Estávamos conversando na sala eu e Esme, então resolvi verificar se a minha suspeita

era fundamentada. “Esme, é impressão minha ou Dr. Charlie está te... Sei lá... De
olho em você?”
Ela sorriu com a minha pergunta. “Ai, Bella, você é muito observadora, mas eu não
estou interessada, por enquanto. Estou com muita preocupação na vida.”
“Mas você respondeu ‘por enquanto’, sinal que você corresponde ao interesse.”
“Talvez... Talvez eu deva tentar novamente. Estou cansada de ficar só.”
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Curiosa, eu queria perguntar se ela ainda gostava do meu pai, se ela ainda sentia
algo. “Esme... Você sabia que eu passei um fim de semana com Edward na capital?”
Ela disse que não e, se ficou surpresa, disfarçou. “Pois é, Edward me explicou o
motivo de não gostar do meu pai...” Parei para observá-la. Ela pareceu surpresa com
o fato do Edward ter me contado isso, seus olhos arregalaram-se. Tentei continuar
calmamente. “Então... Eu queria saber se você não gosta mais do meu pai, se você
desistiu dele.” Disse preocupada em ter entregado Edward quando ele confiou em
mim.
“ Edward contou tudo?”
“Sim. Que você saiu com meu pai algumas vezes, mesmo depois de terem suas
famílias.”
Ela me pareceu aliviada.
“Bella, eu acredito que eu continuei saindo com o seu pai, gostando dele todos
aqueles anos por me sentir culpada da nossa separação na adolescência e por ter
saído tão rápido com alguém e ter engravidado. Mas hoje eu sei que nunca íamos ficar
juntos, por isso me libertei desses sentimentos que classifico só como culpa. Todo o
amor de adolescente que eu tive por ele foi enterrado.” Disse convicta.
Fiquei surpresa com a declaração e resolvi mudar de assunto. “Esme, Edward sabe da
situação real do Jasper?”
“Não exatamente, achei melhor não preocupá-lo.”
“Eu também acho melhor.” Concluí.
Nos decorrer dos dias, Mike veio regularmente em minha casa. Quando ele estava
namorando a Lauren vinha menos, mas como terminou, voltou ao normal. Ele
ultimamente estava diferente, menos pegajoso comigo. Mas eu não me importava,
sinal que ele evoluiu em sua paixonite por mim.
Mike sempre dava muita atenção ao Jasper. Quando tínhamos tempo, ficávamos no
estúdio e eu tentava ensinar Jasper a tocar baixo. Já que o menino era obrigado a ficar
em casa o dia todo, pelo menos ele tinha alguma coisa para fazer. Mike adorou a idéia.
Ele não queria um concorrente para a bateria.
Acho que Jasper tinha futuro com o baixo, ele era muito dedicado. Todos os dias
quando eu chegava da escola, ele estava com o violão nas mãos tentando
aprender. Se o garoto aprendesse, nós teríamos uma banda completa.
Era mais um dia de aula e eu me arrumava para descer quando entrou no meu quarto
uma figura muito eufórica.
“BELLA!! Eu tenho uma coisa pra te contar que você vai ficar abismada.” Era minha
irmã Jéssica, que estava elétrica e ria de alguma coisa sem parar.
“Conta Jéssica...” Achei tão estranho, ela não era muito de segredos.
“Você não sabe o que eu fiz ontem à noite??!!” Comentou animada demais, como se
tivesse cometido um assalto.
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“Conta logo que está me deixando muito curiosa!!!” Sentei mandando ela ficar
quieta.
“Advinha com quem eu fiquei??” Disse como se fosse uma coisa de outro planeta.
“Não sei!! Fala logo!” Estava impaciente de curiosidade.
“Com o Mike!” Respondeu rindo muito.
“Sério? Mas o menino é dois anos mais novo que você!!” Fiquei admirada.
“Sim, mas o quê que tem? Eu sou uma alma caridosa.” Disse sem parar de rir.
Minha irmã não é normal.
“Me conta, como foi?” Eu queria mesmo saber. Minha irmã mais velha com o meu
amigo era muito estranho.
“Ah, eu estava conversando com ele lá na cozinha, perguntando sobre as namoradas

e se ele ainda gostava de você. E você acredita que eu descobri que ele era virgem???
Então fiquei com dó dele e fiz o favor!!” Gargalhou descontrolada. Eu fiquei admirada.
Meu Deus!! Ela é pirada! Um favor!?! Como está o mundo!!!
“Então vocês não estão ficando, foi só uma noite?” Comentei cética.
“Uma noite nada, quinze minutos!!” Gargalhou de novo. “Mas eu estou pensando em
ensiná-lo, ele é muito gatinho e com o tempo vai ficar bem gostosinho.” Sorriu.
“Credo Jéssica!! Que horror!!” Censurei admirada com a declaração.
“Qual é Bella? Para de ser certinha! A vida passa. A juventude não dura para sempre.
A gente tem que aproveitar!” Sorriu de novo como se estivesse explicando o óbvio.
“Coitado do meu amigo... Foi usado...” Fingi dó.
“Pára de ser boba, Bella, ele gostou.” Sorriu e se preparou para sair.
Antes dela deixar a porta, lembrei de algo importante. “Jéssica, você se cuida?”
Perguntei preocupada com suas saídas.
“Lógico Bella, sou estudante de biologia, se eu não me cuidasse, né!” Rolou os olhos
e saiu.
Mesmo a minha irmã tendo esse jeitinho voado dela, ela é muito legal. Não se
preocupa com nada, não quer nem saber quem passou o verniz na barata, só sabe
que a barata está brilhando. Ela não perturba, não briga, não fala mal de ninguém, não
se envolve em problemas. Na verdade ela é uma alma livre. Falar com ela essa manhã
descontraiu o meu dia.
Fazia mais de um mês que Jasper estava em minha casa e Edward não tinha dado
sequer um telefonema. Nem para mim, nem para o irmão. Isso me deixava indignada.
Cansada da esperar, resolvi ligar. Chamou uma vez e ele atendeu.
“Fala, Bella.”
183 de 1595 26/05/2011 20:45

“Oi, Edward. Por que não ligou para o seu irmão?” Cobrei friamente, sem enrolação.
“Por que liguei para minha mãe e ela disse que ele estava bem.” Respondeu sem
perceber o meu tom.
“Mas ele é seu irmão, você devia ligar para ele.” Continuei a cobrança.
“Mas eu não queria incomodar mais ainda vocês.”
“Realmente, o que incomoda mais é o seu orgulho!” Disse com dureza.
Ele ficou calado.
“Sabe, Edward, eu gosto do Jasper, de verdade, e ele não nos incomoda em nada.
Amo-o como irmão. Todos aqui o adoram, ele alegra a minha casa. Não considere o
que estamos fazendo como ‘um favor’, por que a gente faz de coração. Tem outra
coisa, até sua mãe está se dando bem com a gente, até dorme aqui em casa alguns
dias sem problema. Só você que não esquece as diferenças!! Por favor, liga pro seu
irmão. Se você não quer ligar na minha casa, pode deixar que eu vou comprar um
celular para ele hoje. É isso que você quer?” Disse esperando que ele tenha absorvido
metade do que eu queria falar.
Deu-se uma pausa de silêncio, e eu já achava que a ligação tinha caído, mas então
ouvi um suspiro.
“Bella, pede para Jasper atender lá em baixo que eu vou ligar.” Disse pausadamente.
“Nossa, Edward! Você só pega no tranco! Tchau.” Desliguei sem esperar que ele
respondesse e desci para avisar ao Jasper. Ah, qual é?! Ter que implorar para o cara
ligar para o irmão que está doente!! Só eu mesma para agüentar!
“Jasper, seu irmão vai te ligar daqui a pouco.” Avisei e fui para a cozinha fazer um
lanche. Minutos depois o telefone da sala tocou e Jasper atendeu. Eu ouvi a conversa
sentada no balcão.
“Oi... Tô bem... Um pouco enjoado... Ah, ele me mimam mais que vocês... Todos são
muito bons para mim... Não tem coisa melhor que isso, já acordo ganhando beijo da
tua mulher. Se você não casar com ela, eu caso.” Sorriu. “Ah, o Mike voltou a beirar a
casa, viu! Se eu fosse você cuidava mais dela... Tá bom, tá bom, eu tô me cuidando.
Vou melhorar, pode deixar... Cara! Já te falei que tu é muito gay? Tá bom, também
estou com saudade... Está na cozinha... Vou chamá-la. BELLA!!! QUER FALAR COM
VOCÊ.” Me gritou.
Voltei para sala e atendi com a boca cheia de biscoito. “Fala...” Eu ainda estava
chateada com as frescuras dele.
“Bella, desculpe, eu não estou sendo correto. Obrigado por tudo. Eu sei que você está
dando uma força para minha família. Sei que por trás do gesto do seu pai tem alguma
influência sua. Obrigado.” Disse carinhosamente pausado e porque eu sou fácil, me
desarmou.
“Pode deixar, não faço nada de graça. Eu vou cobrar.” Disse já derretendo.
“Um dia eu pago tudo com juros e correção.” Ele não entendeu minhas segundas
intenções.
184 de 1595 26/05/2011 20:45

“Não é algo que o dinheiro possa pagar.” Comentei insinuante.
“E o que seria?” Sorriu malicioso.
“Daqui um mês você vai saber. Quando mesmo você vem?”
“Eu já estou quase dispensado, alguns professores já me liberaram, mas eu vou

aproveitar e fazer o curso de aperfeiçoamento em língua italiana. Talvez demore mais
de um mês.”
“Ah... Já vou fazer dezessete, estamos completando quatro anos. Podíamos ter uma
comemoração especial.” Sugeri maliciosamente.
“Não vai dar... Vou chegar aí depois do seu aniversário.” Disse chateado.
“Comemoramos no seu então, o seu é uma semana depois do meu.”
“Eu não vou garantir. Não tenho certeza de quando chego.”
“Tudo bem, isso a gente vê depois.” Dei uma pausa. “Edward... Você tem pensado
em mim... Tem sentido minha falta?” Perguntei com voz manhosa.
Ele suspirou. “Até mais do que eu queria.” Disse matreiramente.
“Então tá bom, você já alegrou o meu dia. Mil beijos molhados na sua boca, no seu
rosto, no pescoço, no ouvido...”
“Hum... Onde mais?” Perguntou sorrindo.
“Onde você quiser.” Sugeri brincalhona.
“Maluquinha!” Sorriu.
“Por você. E eu? Não vou ganhar?” Fingi chateação.
“Só um... Não estou me agüentando, estou recebendo mil beijos e é muita coisa.
Então um beijão na boca.”
“Tchau.”
Suspirei e desliguei, com um sorrisão no rosto. Eu me contentava com muito pouco.

Jasper ao me olhar pôs o dedo na garganta fazendo careta, fingindo que ia vomitar.
Sorrimos.
No fim de semana seguinte, Emmett veio passar o fim de semana em casa. No

mínimo devia estar com muita saudade, já que faltava menos de um mês para as
aulas terminarem.
Cheguei da rua com Alice e Jasper e encontrei o meu pai sério, subindo a escada.
“Bella, vá ao meu escritório que eu quero falar com você em cinco minutos.”
“Tudo bem, pai, estou indo.”
“Ih, fudeu.” Jasper brincou ao notar o tom de voz do meu pai.
“Nossa, Bella, o que será?” Perguntou a baixinha medrosa.
185 de 1595 26/05/2011 20:45

“Não sei. Eu não aprontei nenhuma esses dias.” Falei e subi para o meu quarto.
Assim que entrei, percebi que meu computador estava ligado. Alguém havia mexido.
Deixei a bolsa na cama, saí para o escritório do meu pai, e lá estava Emmett e
ele. Qual será o motivo da reunião? – Pensei.
“Bella, hoje nós vamos ter uma conversa sem rodeios e definitiva.” Papai disse.
“Tudo bem.” Concordei sem entender o objetivo.
“Depois daquele dia que eu vi aquela foto no seu computador, fiquei querendo saber
se era montagem ou real, então como Emmett está em casa eu lembrei e pedi para ele
dar uma olhada no seu PC...”Começou, pegou um pen-drive e colocou em seu
notebook.
Furiosa, olhei para Emmett com o fim de encará-lo por ter cometido mais essa
traição, mas ele estava cabisbaixo, amuado. Não consegui entender a sua expressão.
Imediatamente, as fotos se abriram uma a uma. Olhar aquelas fotos me deu vontade
de rir. A primeira foto era a de Edward deitado na cama, com um lençol na cintura, a
segunda de nós dois deitados no quarto do hotel. Olhei para os dois e eles estavam
desconcertados. Naquele instante caí na real. Agora sim, ele descobriu. As fotos foram
se passando devagar e eu estava com a mente perdida, raciocinando o que iria fazer.
Será que meu pai iria prejudicar a vida do menino agora? Será que ele ia fazer alguma
ocorrência policial?
“Bella, eu estou admirado com o que estou vendo...” Meu pai me olhava com uma
expressão de decepção.
Não tinha mais o que esconder. Eu tinha que enfrentar a realidade. Estava até achando
bom que ele tivesse descoberto, no fundo foi para isso que deixei as fotos lá. Porém,
eu tinha que primeiro ouvir aonde ele queria chegar.
“Sabe, filha, o que está me decepcionando é a situação... Você não precisa disso.” Ele
pensava longe enquanto as fotos iam passando. Emmett não teve coragem de
levantar os olhos para mim. Ah, um dia eu mato meu irmão!
“O Emmett tinha me contado que era você quem vivia atrás dele, quem o forçava.
Disse também que viu a briga de vocês na festa, e que o filho da Esme disse que era
você quem ficava atrás dele. Você precisa mesmo disso?” Meu pai me olhava com
misto de preocupação e decepção ao mesmo tempo.
Pronto, agora eu podia arrumar minhas defesas, sabia pelo menos como
começar.“Pai, ele gosta de mim...” Tentei começar assim.
“Você acha mesmo, Bella, que ele gosta de você? Se ele gostasse mesmo de você não
teria permitido as duas vezes que você saiu escondida para ir atrás dele.” Disse
indignado.
“Mas ele não queria, aliás, nessa última vez ele nem sabia!” Tentei defendê-lo.
Ele parou um tempo pensando, apertando o dedo na testa. “É pior do que eu

pensava. O problema aqui não é mais classe social, é amor próprio. Você não está se
valorizando!” Meu pai falava com o tom educado, de quem ensinava.
“Pai, eu gosto dele.”
186 de 1595 26/05/2011 20:45

“Sim, e isso é um problema muito grande. Eu vejo que você gosta demais dele, ao
ponto de estar enfrentando um desejo do seu pai e da sua família. Mas o que ele tem
feito por você?” Ele resolveu jogar baixo.
Abaixei o olhar, triste. “Não há nada que ele possa fazer, pai.” Disse me referindo a
nossa situação atual de distância e de dinheiro.
“Quantas vezes ele já ligou para você? Para a Bella, falar com a Bella?” Tentou mais
uma vez e dessa vez doeu, ele conseguiu me atingir.
Não respondi.
“É isso! É exatamente como pensamos, Emmett!!” Ele olhou para Emmett, e Emmett
torceu a boca, levantou as sobrancelhas e abaixou a cabeça de novo.
Se eu conhecia bem o meu irmão, ele estava sofrendo com a situação. Ele estava
entre o coração e a razão. Eu sou o coração e meu pai a razão. Mas eu não ia deixar
meu pai me convencer.
“Pai... sabia que quando gostamos de alguém, devemos lutar para ficar com ela?
Mesmo que haja adversidades, mesmo que ninguém acredite, devemos lutar? Eu não
quero chegar à velhice frustrada por não ter lutado por algo que eu queria.” Olhei em
seus olhos falando calmamente, torcendo que caísse algum fio de consciência naquela
memória atrofiada pelo tempo.
“Bella, ninguém luta sozinho. Se um não quer, não tem como lutar.” Agora não
parecia estar falando do mesmo assunto.
“Mas quem disse que ele não me quer?”
“Você! Você mesma. Por diversas vezes você tem me dito que se ele te quisesse,
você namoraria com ele. Agora o que eu acho um absurdo é como ele fala que não te
quer e está se aproveitando de você!”
“No que ele está aproveitando de mim?” Arqueei a sobrancelha boquiaberta com sua
insinuação.
“Ficar em um quarto de hotel né, Bella. Eu não nasci ontem.” Respondeu chateado.
Meu pai achava que eu tinha ‘dormido’ com Edward e não me matou, nem me
mandou para uma turnê com a minha mãe?! Meu pai me assusta!
“Pai, o senhor já pensou que eu posso estar aproveitando dele?” Estou mesmo louca.
Como eu posso ter feito uma pergunta dessas?
Bom, já que ele agora queria ser meu amigo e que estávamos conversando
abertamente, não tinha por que não falar assim.
Ele me olhou atônito por longos minutos. “Então é isso. É o ‘ficar’ moderno, sem
compromisso, sem cobranças...”
“Sim, muitas pessoas ficam anos assim... sem cobranças, sem planos.” Joguei.
Ele congelou, provavelmente fazendo uma análise de si. Nossa, eu estou ficando
bandida mesmo. Eu mesma assustei com o meu poder de lidar com a situação. Que
cara-de-pau!
187 de 1595 26/05/2011 20:45

“Tudo bem, Bella, eu só espero que você não sofra com isso. Vou te avisar... As
coisas não mudaram, eu não aceito. E espero não vê-lo, nem pegar vocês dois juntos
por aí. Ou eu não respondo pelas minhas ações.” Ameaçou.
Eu não respondi mais nada. Já tinha enfrentado o bastante, dali em diante, se

continuasse, o magoaria.
“Bella... Mais uma coisa... Não fique com raiva do seu irmão.” Ele olhou com
condescendência para Emmett “Ele faz o que eu peço, e eu sei o que é melhor para a
família.” Passou a mão no ombro do Emmett.
“Tudo bem.” Olhei para Emmett para encará-lo. “Eu já estou acostumada com isso.”
Levantei-me para sair e lembrei de algo. “Pai, você sabe se Esme saiu com Dr.
Charlie? Jasper disse que ela chegou e eu estava procurando ela e não a achei.” Falei
com o intuito de acordá-lo. Se ele ainda tivesse algum pequeno interesse nela, iria
reagir.
Eu sabia onde ela estava.
“Não.” Respondeu pensativo. “Eles estão saindo?” Perguntou admirado.
“Não sei, mas eu vejo que ele não tira os olhos dela. Ela bem que podia namorá-lo
né? Ela é tão sozinha.” Comentei e saí despreocupada, aliviada por ter menos uma
mentira encoberta e por ter colocado a cabeça do homem para funcionar.
Edward POV
Em meio aos livros na biblioteca da Universidade, estava mergulhado em uma dúvida

me assolando. Bom, fui indicado pelos professores como principiante na assistência
política. É um terceiro degrau da escada para onde eu quero chegar. Uma pessoa em
mil é indicada pelo curso, e eu fui escolhido. Não devia ter dúvidas, pois é o caminho
que optei para mim. Só não acreditei que acontecesse tão rápido. Porém, isso põe de
lado meus planos de ir em casa semestralmente, pois me exigiria mais dedicação por
não ter um período de recesso que acompanhe as folgas escolares. Seriam só três
dias na semana à tarde, mas se eu quiser me destacar, terei que dedicar com
exclusividade, buscar ser o melhor.
O meu questionamento se faz por saber que devo sacrificar meus sentimentos. Não é
justo com ela pedir mais isso: Ver-me uma vez por ano, isso se ver, pois a dedicação
aos cursos extras de línguas talvez não me permita mais.
Portanto, concluo que não há esperança para nós, é certeza. Não nesse momento. Só
não sei como me despedir se não consigo lhe dizer adeus. Não com o tanto que ela
significa para mim. Não com as memórias que se fixaram em minha mente. Eu a vejo
em tudo. No meu quarto, em minha cama, nos jardins da Casa Branca, em cada
parque que eu vou, em cada jardim... Sou um fraco e temo ficar louco com essa
obsessão.
Fui tirado da perturbação inconsciente das faculdades mentais pelo som do telefone.
“Edward, Ryan tudo bem?”
188 de 1595 26/05/2011 20:45

“Tudo, e você? O que te faz me ligar em período de férias?” Sussurrei para não
incomodar os estudantes das cabines na biblioteca.
“Estou ligando para o meu amigo, não posso?” Sorriu.
“Pode, é que não é comum.” Fiquei pensando em que motivo o faria me ligar.
“Edward, vou logo ao assunto. Falei de você para o meu pai e ele se interessou muito
em te conhecer. Vem aqui na minha casa?”
“Não posso, estou fazendo um curso extra, termina em duas ou no máximo três
semanas.”
Na verdade não sabia por que devia conhecer o pai do Ryan, quando não queria
apadrinhamento de ninguém.
“Edward, meu pai pode te ajudar em alguma coisa, conseguir um lugar em que você
aprenda muito e se destaque. Cara, tudo ali é indicação. Não pense que vai para o
melhor lugar de lá se você não aceitar um empurrãozinho. Eu sei que é só uma
espécie de estágio, mas você tem que se destacar.” Insistiu.
Ele tinha razão. Um direcionamento ajudaria muito, além disso, o pai dele já era um
senador, com certeza tinha muita coisa para passar.
“Eu vou ver. Se eu resolver te ligo.” Ainda queria um tempo para pensar.
“Edward, eu sei que você não tem como bancar o custo de vir à Califórnia, então vou
pedir para o meu pai para você vir com ele de jatinho. Ele vem toda quarta e sexta.
Decide aí e me liga.” Despedimo-nos e desligamos.
Bella POV
Uma semana depois
Estava trocando de roupa para descer para o café da manhã. Era meu niver de
dezessete anos e eu marquei com a família de sairmos à noite para
comemorar. Convidei Esme para vir, pedi que ela trouxesse Rosalie, mas não sabia
ainda se elas iriam vir, já que a Rose parece que não gosta de vir. Queria saber o
porquê.
Ainda estava de calcinha, sem o top quando uma figura abusada entrou no meu
quarto sem bater antes. No susto, me tampei com as mãos e gritei.
“É louco!! Eu tô quase nua. Bate na porta!! Num tá vendo que eu estou trocando de
roupa?!” Era o atentado, que agora estava careca por causa dos remédios.
Ele nem ligou e se sentou na cama.
“Bella, vim te dar os parabéns.” Continuou sentado. Ai ai, mas era muito abusado!
Praguejando, fui ao banheiro e coloquei o roupão. Ele sorriu cínico, apontando a mão
com desdém para mim. “Eu já enjoei de ver isso. Sabe que eu tô preocupado
comigo... Tô com medo de quando sair com uma mulher e ela for fazer streep pra
mim, eu falar só assim: veste a roupa que isso não me atrai mais. Eu vejo tanta
189 de 1595 26/05/2011 20:45

mulher pelada! É você, minha mãe, a Rose, Jéssica, Alice. Xiii, enjoei!” Ele sorriu
cinicamente. Ô garoto atentado!
Terminei de me vestir no banheiro e fui receber meu abraço de feliz aniversário. Não
tinha como não ficar feliz em ver o meu amigo alto astral.
“Vamos sair agora de manhã para comprar umas coisas pra gente?” O chamei
empolgada.
“Tudo bem, estou com três mil em uma conta e não sei o que fazer.” Ele disse com o
olhar de quem sugeria me devolver.
“Não. Se você não está precisando, guarde. Compre um notebook pra você.” Sugeri.
“E o que você quer de presente? Eu posso comprar alguma coisa pra você com o seu
dinheiro?”
“Pode.” Dei de ombros.
Nos últimos meses Jasper me pediu para não depositar mais o dinheiro, pois meu pai
arcava com todo o tratamento. Então lhe sobrou esse dinheiro que ele não gastou nos
meses passados. Nada mais justo do que deixá-lo aproveitar.
Descemos as escadas e logo vi um buquê de flores na mesa de centro. No cartão

estava o nome do Mike. ‘Para alguém que eu vou amar incondicionalmente a vida
toda... Como amiga.’
Suspirei. Mike estava muito legal, estava mais livre e eu estava gostando de vê-lo
assim. Guardei as flores e saímos, eu, Jasper e Alice. Em três semanas seria o Natal,
então as lojas estavam cheias de gente e de opções. Eu queria muito comprar roupas
para Edward, mas ele não aceitou nem mesmo os que eu já tinha dado.
Andamos de loja em loja, e, à medida que o dia passava, eu estava ficando mais
chateada com ele. Queria ter recebido uma mensagem de aniversário dele logo ao
amanhecer. Não custava nada. Chateada, eu começava a aceitar que tudo que o meu
pai me disse era verdade. Edward realmente nunca ligou para mim. Sempre sou eu
quem o procuro. Talvez eu me cansasse um dia disso.
No decorrer do dia, recebi muitas mensagens e telefonemas dos meus amigos. Deu
sete horas da noite e Edward não tinha me ligado ainda. Eu é que não ia ligar para ele.
Era meu aniversário, poxa! Mais horas se passaram, então me arrumei e deitei no
sofá, esperando dar a hora de sairmos para comemorar. Era sábado e iríamos sair dez
horas para dançar.
Enquanto Jasper jogava com Emmett e Alice, fiquei olhando para o visor do meu
celular o tempo todo, deixando-me oprimir pelas horas que se seguiam, vendo a
esperança dele ligar sendo perdida minuto após minuto. Todos perceberam minha
espera, inclusive o meu pai.
“Oi, Mike! Você vai!?” Falei surpresa quando Mike apareceu arrumado e me abraçou
dando os parabéns na hora que estávamos saindo.
“Lógico! Você não me convidou?” Respondeu o meu amigo sem me soltar do abraço.
“Sim. Então vamos!!” Decidi me animar.
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Antes que chegássemos à porta, o telefone da casa tocou.
“Bella, pra você...” Meu pai atendeu e me entregou com uma careta de desgosto.
“Quem é?” Perguntei sem esperança, pois Edward nunca ligaria no telefone da casa.
“É o filho da Esme.” Disse olhando para Esme que estava perto da porta e me pediu
para depois falar com ele.
Peguei o telefone toda desconcertada e segui para um canto. Ninguém tirou os olhos
de mim.
“Oi.” Falei baixo e sem graça.
“Parabéns, Bella!” Sua voz estava alegre. Esse não era um comportamento normal.
“Por que não me ligou no celular?” Sussurrei desconcertada, com cuidado sobre
aquela atitude singular.
“Por que eu quis que soubessem que eu te liguei. Fiz mal?” Pareceu ter dúvida.
“Não! Só fiquei surpresa. Mas obrigada duas vezes então, por isso e pelos parabéns.”
Relaxei mais, bastante contente.
“Espero que você continue assim: esperta, resolvida, determinada e que não desista
de mim.” Desejou sorrindo.
“Com certeza.” Sorri satisfeita, porém um pouco constrangida pelos olhares sobre
mim.
“Sua mãe está aqui, estão todos aqui na sala me esperando para sair. Ela quer falar
com você.” Disse tentando mostrar pra ele que eu não estava em um bom momento
para conversar.
“Vocês vão sair?”
“Sim, um beijo e eu vou passar para ela, tá?”
“Poxa, Bella! só um beijo?” Insistiu e fingiu chateação.
Creio que meus olhos deviam estar brilhando de felicidade. Geralmente ele nunca agia
assim. Esme já estava ao meu lado para falar.
“Mil.” Sorri, disfarçando. Jasper já fazia careta fingindo enjôo.
“Onde?” Ele estava persistente, devia estar percebendo que eu estava sem graça e
estava gostando disso.
“Não posso falar...”
“Então mil para você, dividido em quatro partes iguais, da cabeça aos pés.”
Gargalhou.
“Acho que prefiro que fique devendo.”
“O quê? Não quer meus beijos, dona beijoqueira?!!” Ele sorria sem fim.
“Não por telefone.” Todos me olhavam boquiabertos, inclusive meu pai.
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“Então põe na minha conta.” Respondeu divertindo-se.
“Vai ficar cara. Está com saldo bem devedor.” Tentei soar séria.
“Em no máximo duas semanas chego aí e pago.” Sorriu de novo.
“Não vai chegar antes do seu aniversário?”
“Acredito que não. Ainda vou ver com a professora de língua italiana. Estamos em
aulas ainda, pode ser que ela me dispense, mas ainda vou ver.” Deu uma pausa. “Eu
queria muito estar com você hoje, estou morrendo de saudades.” Disse
carinhosamente.
Ele estava muito estranho parecia ter bebido, ele não era de se abrir assim sem que
eu forçasse. “O que tem você hoje? Bebeu?” Perguntei desconfiada.
“Não muito, por quê? Só estou feliz. As coisas estão dando certo finalmente, você está
se tornando quase adulta, meu irmão está se tratando, minha vida está andando,
então é isso.” Explicou.
Contente, sentei no braço do sofá. “Faz quatro anos.” Queria ver se ele se lembrava.
“O quê? Que eu me apaixonei por você?” Sorriu. Agora eu tinha certeza, ele devia
estar pra lá de Bagdá.
“Idem.” Sorri desconcertada.
“Estou te atrapalhando, né? Você quer sair... O Mike vai?” Mudou o tom na última
frase. Eu não entendi o motivo da pergunta.
“Sim, todos aqui em casa.”
“Ah...Então pode ir... Parabéns de novo... Até logo, minha Bella.” Continuou amável.
“Até. Vou passar para sua mãe.” Entreguei para Esme e saí saltitante de alegria.
Meu pai não tirou os olhos de mim. Ele que não falasse nada perto da Esme!
Esperamos no carro por ela, enquanto ela conversava.
Primeiro fomos a uma pizzaria expressa, pois estávamos com pressa para chegar logo
a boate. Já na boate, dançamos bastante então fui ao banheiro e Esme foi atrás.
“Bella, Edward não estava bêbado, se ele disse algo, é verdade.”
Sorri sem jeito, mas esperançosa por ele ter feito algo que quebrou as regras. Ele
ligou para mim e disse sem pressão que era apaixonado por mim, além de tudo, que
estava com saudade. Ele está evoluindo. Talvez haja esperança para nós.
“Eu vou acreditar, Esme.” Foi o que respondi.
A noite foi perfeita. Esme, meu pai, Alice e Jasper foram embora umas duas da
manhã. Emmett, Mike, Jéssica e eu, dançamos até cansar.
192 de 1595 26/05/2011 20:45

Continua...
Notas Finais:
Deixe um recadinho please. 100 pontinhosbjsBia
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Capítulo 15- Telefonemas escrita por BIA BRAZ

Capítulo 15 - Telefonemas
Bella POV
Lutei para esconder o pânico em saber que ele poderia ter notado. Era lógico que ele
tinha notado. Estava lá para qualquer um ver.
“Tudo bem pai, pode usar quando precisar.” Tentei esconder o nervosismo, mas eu
sabia que a intenção não foi pedir minha permissão.
“Você quer conversar, Bella?” Seu olhar estava cauteloso.
Alice medrosa sumiu, me deixou sozinha.
Pensa rápido... Pensa rápido! Bom... Não deveria mentir. Isso era certeza.
“Pai... Er... Eu preciso... Eu... Eu não consegui... não estou conseguindo.” Disse
gaguejando, tentando, encontrar palavras para ter aquela conversa.
“Eu sabia que você não estava conseguindo completamente, mas eu acho que você
parou de tentar. Manter fotos de vocês dois, é se iludir.” Não parecia chateado.
Meu pai não se atentou aos detalhes da foto, podia ser que ele nem tivesse aberto a
pasta das minhas fotos.
“Pai... Eu não vou mais tentar...” Disse abaixando o olhar.
“Bella, só vou te falar uma coisa, eu vou ligar para Esme agora e esclarecer que eu
não aceito isso...” Ele ameaçou de alguma maneira, mas eu não entendi onde ele
queria chegar.
“O senhor não acha que já fez muito mal a Esme não?” Encarei-o firmemente.
“O quê? Do que você está falando?” Uma ruga de tensão invadir o seu rosto.
“Só acho que ela não vai ficar feliz em ver o senhor de marcação com o filho dela.
Acho que a amizade de vocês é longa demais para o senhor acabar com uma
implicância em cima de uma coisa tão simples assim.” Esperei que as minhas palavras
falassem mais do que foi dito.
“Você está envolvida com ele de novo? Estão saindo? Eu pensei que era só uma
foto...” Não alterou o tom.
Meu pai realmente não percebeu onde eu estava, então, eu podia continuar
preparando o terreno para a verdade.
“O senhor não iria entender... Mas eu só posso falar que eu gosto dele e ele gosta de
mim. Só até aqui. Não sabemos o que vai ser de nós, só que nos gostamos e eu não
quero mais mentir para você.” Joguei tudo em cima dele e sentei.
“Não. E não é por que eu não queira, eu já falei isso para o senhor.”
“De qualquer maneira, Bella, eu ainda não aceito, não quero ele aqui, você não vai a
casa dele, então não vejo como isso ir pra frente.” Concluiu e se preparou para sair.
194 de 1595 26/05/2011 20:45

“Pai... Eu amo o senhor, e o senhor é um bom amigo, merece saber a verdade. Eu

queria que me entendesse... Se eu perceber que ele me quer, eu enfrentarei tudo para
ficar com ele, eu venceria qualquer preconceito para ficar com a pessoa que eu
escolhi.” Disse a última parte pausadamente para que minhas palavras falassem além
dessa conversa. Esperava que naquele momento meu pai soubesse do que eu estava
falando.
Ele me olhou por longos minutos, me analisando e saiu chateado.
Três semanas depois – O 3º mês do 2º semestre de Edward.
Tinha uns três meses que não falava com Jasper, pois meus dias estava bem corridos.
Desde que voltei da capital, liguei para Edward três vezes. Ele, como sempre, estava
ocupado. O que acalmava a minha ansiedade era saber que em poucos meses ele
voltaria, restando somente tentar mais uma vez acalmar minha saudade com um
telefonema. Deitei em minha cama e mais uma vez disquei.
“Oi, Edward! Saudade de você!” Falei entusiasmada.
“Oi, Bella” Respondeu sério e desanimado.
“Recebeu meu presente?” Eu tinha mandado uns presentes para ele dias antes e
queria saber como ele tinha recebido.
“Recebi e já devolvi, você deve estar recebendo de volta aí.” Sua voz era fria.
“Por que eu não posso te dar presente e a sua colega de classe pode?” Eu sabia que já
ia começar uma briga por telefone.
“Porque eu sei que o presente dela não custou cem e o seu com certeza foi mais de
mil. O preço é o primeiro motivo, o outro é que você sabe que eu não quero que
compre nada pra mim.” Não alterou o tom de voz.
“Foram comprados com carinho, eu vi você em cada um deles. Era importante que
você usasse.” Tentei convencê-lo manhosamente.
“De qualquer maneira, eu já devolvi. Os dê ao seu pai.” Sua frase no fim tinha
escárnio.
“Tudo bem, então até mais.” Chateei e já queria desligar. Eu não precisava ficar
ouvindo piadinhas em relação ao meu pai.
“Bella... Desculpe, estou cheio de trabalhos, de cabeça quente, em semana de prova,

então deixa que eu te ligo depois.” Pediu aparentemente arrependido.
“Edward, você nunca liga...” Disse com a voz triste.
“Eu vou ligar.”
“Não precisa diga algo que não vai fazer. Se é pra me deixar esperando, melhor não
prometer.” Tentei ser carinhosa, mas estava chateada.
“Bella, por favor, não seja difícil.” Ele disse mais carinhosamente.
Suspirei derretida. “Tá... Seu coração ainda está aqui?” Deitei na cama, com o coração
apertado de saudade.
195 de 1595 26/05/2011 20:45

“Enquanto o seu estiver aqui, o meu vai estar aí.” Sua voz estava inanimada.
“Então tá. Estuda! Vê se melhora esse humor, eu estou morrendo de saudade de

você.”
“Eu também.” Sussurrou carinhoso.
“Um beijo, aliás, mil beijos da cintura pra cima.” Voltei ao entusiasmo inicial da
conversa.
“Obrigado, Bella, só você mesmo para alegrar o meu dia... Outros pra você.” Ele
sorriu triste. Meu anjinho estava tão pra baixo... Não entendi o motivo, e não era por
causa dos presentes. Só tendo muita paciência!
Na semana seguinte recebi os presentes de volta pelo Fedex e os guardei. Sabia que
um dia ele aceitaria. Desci e encontrei Alice deitada no sofá da preguiça.
“Alice você tem falado com Jasper?”
Eu estava com um pouco de culpa por não ter ligado para o meu amigo há meses. O
que aliviava é que pelo menos continuei depositando o dinheiro dos remédios como
prometi.
“Falei ontem, ele está doente de novo.”
“Nossa, tem o maior tempão que eu não o vejo, acho que eu vou lá amanhã, é sábado
e eu vou aproveitar para matar a saudade. Vamos?” Sentei no sofá em sua frente.
“E o que nós vamos falar para o meu pai?”
“Eu não vou mentir.” Foi o que eu respondi e deitei para assistir um filme com ela.
...
“Oi, pai!” O beijei e abracei quando ele apareceu na sala, chegando do trabalho.
“Amanhã eu vou a Forks.” Avisei.
Ele me olhou com olhar de desaprovação. De certo imaginou que Edward estava em
casa.
“Bella, nós já conversamos sobre isso...” Me olhou sério.
“Pai, ele não está em casa, está na Universidade, milhas daqui. Eu vou ver o Jasper,
ele está doente de novo.” Informei.
Ele me olhou surpreso.
“Estranho... A Esme nem me disse nada.” Refletiu.
“Vai ver ela não quer mais o incomodar depois daquele último episódio na casa dela...”
Dei de ombros. “Talvez vocês não sejam mais tão amigos como eram antes daquilo.”
Sugeri propositalmente.
“Mas ela me trata normal quando a gente se encontra.” Continuou pensando.
“Lógico pai, amigos, amigos, negócios a parte. Ela na empresa é só sua funcionária e
funcionário é funcionário.” Repeti as palavras dele da nossa última conversa.
196 de 1595 26/05/2011 20:45

Meu querido pai tinha que pensar nas coisas que andava fazendo na vida, tinha que
colocá-lo para raciocinar.
“Bella vou com vocês amanhã, que horas vocês vão?”
“Umas nove saímos daqui.” Respondi desacreditada com o efeito instantâneo.
Meu pai não era de faltar serviço no sábado!
“Eu vou à empresa de Forks, depois vou aproveitar e visitar uns amigos, estou
precisando relaxar.” Explicou satisfeito.
“Isso!! Esse é o meu pai!” Voei em seu pescoço e o abracei.
Fomos a Forks no meu carro. Dirigi para o meu pai e adorei isso. Ele nos deixou na
casa da Esme e avisou que mais tarde nos buscaria após ver alguns amigos. Estavam
em casa somente Rosalie e Jasper, pois Esme estava trabalhando. O garoto estava
deitado no sofá com a aparência pálida.
“Oi, irmão!! Por que está deitado? Nunca vi o pimentinha quietinho assim?” Perguntei e
o abracei. Preocupei-me com o seu semblante. A pele estava sem cor e olhos e meio
caídos.
“Estou cansado. Não estou na rua porque estou sentindo algumas dores.” Resmungou
e deitou a cabeça no meu colo. Estranhei. Ele nunca foi de reclamar de fraqueza.
“Como estão os remédios? Está indo ao médico?” Perguntei preocupada com o

resultado dos exames que eu tinha visto há dez meses, que dizia que a doença dele
poderia virar leucemia.
“Sim, mas minha mãe disse que não estou conseguindo melhorar. Eu também sinto
isso.” Sua expressão estava triste.
“Edward sabe que você está assim?” Perguntei imaginando o motivo do mau humor do
meu anjinho.
“Sabe, minha mãe disse para ele semana passada.”
Minhas suspeitas foram confirmadas. Alice estava conosco, mas estava quieta. Acho
que estava triste de ver o implicante naquele estado.
“O que os médicos dizem?” Acariciei seu rosto.
“Ah, Bella. Os médicos daqui não sabem dizer nada, só sabem que é um problema no
sangue e não estão conseguindo resolver.”
Na sala tinha um vídeo game, e eu o chamei para jogar. Achei melhor não continuar
no assunto para não ficarmos tristes. Ele ficou super animado, devia estar sendo difícil
para ele que era hiper-ativo não poder jogar bola e sair. Jogamos o restante da manhã
e Rosalie ofereceu almoço. Ela tinha feito macarronada. Almoçamos e assistimos um
filme, esparramados no sofá.
Durante todo o tempo, Alice olhava com os olhos tristes e passava as mãos nos
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cachinhos de ouro do garoto. Penso que minha irmã sente muito carinho por ele. É
ruim vê-lo no estado em que se encontra, ainda mais quando estamos acostumados a
vê-lo sempre aprontando.
Na metade do filme o telefone tocou, Jasper atendeu.
“Oi, cabeção... Tô bem, estou com duas gatas aqui me alisando... sua mulher e
Alice... Não, ainda não chegou... Deve estar chegando, dia de sábado ela chega mais
cedo... Jogamos, assistimos, agora vamos para o quarto dormir os três
abraçadinhos... Almoçamos... Almoçaram... A Rose fez macarronada... Eu estou bem,
sim, não se preocupe... Tá... Pára de ser bicha!... Pra você também.”
“Bella, quer falar com você.” Jasper me entregou o telefone.
“Oi, Edward.” Atendi e sentei desconcertada no sofá.
“O que vocês estão fazendo aí?” Ele parecia surpreso.
“Nossa, Edward! Isso são modos de começar a falar com alguém no telefone?”
Brinquei. “Eu não conheço só você nessa casa. Vim visitar o meu irmão. Ele nunca
disse pra você que somos irmãos não? Eu estava com saudade dele.” Disse e sorri
para Jasper.
“Como ele está? Como está a cara dele?” Em sua voz havia excesso de preocupação.
Disposta a falar mais à vontade, peguei o telefone e fui para a cozinha.
“Hum... Acho que não tão bem. Se ele está fazendo algum tratamento, não tem
adiantado. Ele está muito pálido e sentindo dor.” Segundos depois de ter falado,
arrependi de ter sido tão sincera.
Ele ficou um tempo calado, depois quebrou o silêncio. “Eu me sinto mal, Bella, por não
poder fazer algo. Eu não estou conseguindo fazer nada, estou preocupado com ele.”
Disse extremamente chateado.
“Não. Você tem que se concentrar aí. Você tem que tirar notas boas, se não você
perde a bolsa.” Tentei reanimá-lo.
“As minhas notas estão boas, eu é que não estou bem. É tanta preocupação que
minha cabeça vai explodir.”
“Não se preocupe... Aqui vai dar tudo certo.” Queria acalmá-lo, mesmo que eu mesma
estivesse bem preocupada.
“Como não me preocupar, Bella? A minha família não tem ninguém, a minha mãe não
tem tempo. Eu estou de cabeça quente. Dá vontade de desistir de tudo e voltar pra
casa para ajudá-la.” Sua voz estava carregada de dor.
“Não faz isso... Lembra dos seus planos, lembra de quem você vai ser. Isso aqui vai
passar, no final vai dar tudo certo.” Disse carinhosamente. Eu não podia deixá-lo
desistir.
Segundos se passaram, e eu ouvi um suspiro longo.
“Bella... Obrigado por ter ido aí. Agora eu vejo que vocês não são umas riquinhas
mimadas, e... Obrigado por ter me ouvido. Você é a melhor amiga do mundo.” Disse
com uma voz um pouco melhor.
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Pelo menos consegui animá-lo um pouco. Só não entendi por que ele disse que nós
não éramos umas ‘riquinhas mimadas.’
“Edward, você nem abriu o presente que eu te mandei...” Comentei manhosamente,

mas depois percebi que não era uma boa hora.
“Bella, não vamos falar sobre isso agora, por favor.” Pediu sem mudar o tom de voz.
“Faz assim, eu já comprei, e é importante pra mim que você use, mas se você não
gostar, dê tudo ao Jasper. De qualquer maneira eu vou deixá-los na sua cama.”
Ele suspirou. “Tudo bem, não quero mais brigar por isso. Você quem sabe.” Ele
queria encerrar o assunto.
“Edward... Estou com saudade...” Murmurei. Ele não respondeu. “Eu vou deitar na sua
cama, abraçar as suas roupas e mexer nas suas coisas pra matar a saudade de você.”
Disse manhosa.
“Você não existe, Bella...” Sussurrou com o ar mais descontraído. “...E eu também
estou com muita saudade de você. De uma maneira quase insuportável.” Disse
sussurrado.
Isso eu sabia que era verdade.
“Fique bem, tá? Aqui vai dar tudo certo... Depois eu vou te ligar. Um beijo.”
“Pra você também.” A sua voz estava melhor. “Bella, manda um beijo para Alice,
estou devendo umas pra ela. Tchau.”
Desliguei e fiquei parada com o telefone na mão por uns instantes. Pensando.
Segundos depois, olhei para trás e Rosalie estava me olhando parecia ter algum
tempo.
“Você gosta dele né, Bella.” Ela afirmou, não perguntou.
“Sim, e muito.” Respondi suspirando. “Rose, eu posso ir ao quarto dele?”
“Lógico. Fica à vontade.”
Dirigi-me ao quarto dele, sentei em sua cama e coloquei os presentes em cima. Era
um relógio, um óculos e um perfume. Eu sei que eu exagerei, não precisava comprar
tanta coisa. Mas é que sempre que vou comprar algo para mim, estou com ele nos
pensamentos, logo lembro algo que ele não tem, ou do que eu não gosto nele, por
isso acabei comprando. Não foi muito caro, não tem motivo para o exagero. O
Ray-Ban comprei porque ele não tem, o relógio porque eu não gostei do dele e o
pólo... Ciúmes não, mas se ele pode aceitar presentes de uma colega de classe, ele
pode aceitar o meu, ou, os meus.
Deitei em sua cama e abracei o seu travesseiro, me entregando a saudade.
“Oi, Bella, seu pai avisou que daqui a pouco busca vocês aqui.” Era Esme, que me
pegou cochilando na cama de Edward. Fiquei sem graça, mas ela foi discreta e agiu
como se eu não tivesse feito nada.
Resolvi fazer amizade com ela introduzindo um assunto que interessava a nós duas.
“Esme, queria falar com você sobre o meu pai.” Sentei na cama e ela puxou a cadeira
para sentar em minha frente. “Sabe, meu pai é bom, ele pensa que aquilo que ele fez
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foi para o meu bem.” Comecei.
“Mas ele não deve controlar a vida dos outros como quer fazer com você.”
Esse era um bom momento para aprofundar a conversa, eu precisava defendê-lo.
“Sabe, Esme, ele é meu pai e quer me controlar porque acha que é o melhor para
mim, mas eu estou conseguindo lidar com ele, lentamente, mas estou.” Dei uma
pausa para continuar “Mas agora eu queria falar com você sobre a história de vocês.
Papai me contou que vocês se relacionaram quando jovens...” Parei e organizei
minhas idéias. “Não tem nada a ver eu falar isso, é até egoísmo meu, mas eu fico
pensando que se meus avós não tivessem implicado com vocês e se você não tivesse
terminado com o meu pai, eu não teria Edward hoje, e ele ia me fazer muita falta.”
Disse torcendo que ela entendesse onde eu queria chegar. Não queria que a amiga do
meu pai ficasse com raiva dele.
“Eu percebo que você está dividida né, Bella, entre o amor do seu pai e o que sente
pelo meu filho.” Ela disse ternamente.
“Eu sei como lidar com o meu pai, com Edward é que às vezes eu tenho dúvidas.”
Murmurei triste.
“Se você gosta do Edward, tenha paciência com ele. Eu sei que ele gosta de você. Ele
se prende assim por minha culpa, talvez eu não tenha mostrado um retrato do amor e
do relacionamento como uma coisa boa para ele.”
“Estou tentando ter... Estou lidando com uma pessoa não se permite se entregar
totalmente, e ele tem que aprender a confiar em mim.”
Esme não disse nada, saiu e eu deitei de novo, abraçando ao seu travesseiro.
Algum tempo depois ela apareceu na porta. “Seu pai já chegou, está lá fora.”
Saí do quarto e meu pai estava na porta da sala.
“Onde estava Bella?” Perguntou com o semblante desnecessariamente agitado.
“No quarto.” Não tinha a intenção de provocá-lo.
“Ele está aqui?” Apontou para o quarto com um estranho nervosismo.
“Não, pai!” Eu só estava deitada na cama dele.
“Estava curtindo a dor de cotovelo.” Jasper comentou divertido e continuou jogando

com Alice. Tinha que ser ele! Olhei-o com olhar fulminante, e ele brincou. “O quê que
tem, Bella? Só por que estava dormindo abraçadinha com o travesseiro do meu
irmão?” Ele gargalhou. Ô garoto bocudo viu!
Meu pai me olhou alguns minutos depois relaxou. Talvez começasse a ver que não
podia fazer nada. Que mesmo Edward estando longe, eu tinha uma ligação forte com
ele.
“Carlisle, senta que eu estou fazendo um lanche.” Esme ofereceu e ele sentou sem
hesitar.
Carlisle ficou olhando para Jasper por longos minutos então perguntou para
Esme: “Como está o tratamento?”
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“Parece que está devagar. Os remédios não estavam ajudando e agora os médicos
testam outro. Mas não está fazendo muito efeito também.” Respondeu e sentou-se ao
meu lado.
“Ele ainda está se tratando em Seattle?”
“Não, ele está se tratando aqui em Forks mesmo.”
“Por quê? Todo mundo sabe que os tratamentos de Seattle são de primeiro mundo.”
Papai franziu o cenho.
“Por que ficou muito difícil e caro levá-lo pra lá, então resolvi voltar o tratamento pra
Forks mesmo.”
“Difícil e caro?!” Ele mostrou indignação. “É saúde, Esme! Com saúde não tem isso!”
Retrucou chateado.
“Sim, mas eu não moro em Seattle e nem tenho como bancar o custo.” Retrucou na
mesma altura. Todos viramos os rostos para eles.
“E da outra vez, você teve que se preocupar com isso?” Ele se levantou nervoso, mas
falando baixo. “Jasper, se arruma que você vai pra minha casa.” Todos nós
assustamos com a sua reação. “Esme, eu pensei que nós fossemos amigos, isso que
você fez é até um pouco de falta de consideração. Eu não me prontifiquei em tudo que
fosse necessário? Custava você ligar? Até as meninas podiam vir buscar ele aqui, se
não tivesse ninguém para levar. Estou te desconhecendo!” Disse indignado.
Esme estava pasma, mas o encarou com aparente sinal de stress nos olhos.
“Carlisle, não fala assim comigo porque aqui é minha casa, e Jasper só vai sair daqui
por que ele está precisando. Você não pode mandar na gente aqui.” Disse calma, mas
sem deixar de encará-lo.
Eles se olharam calados uns minutos.
“Desculpe, é que se fosse um filho meu eu estaria desesperado, então como se trata
de saúde...” Se justificou mais calmo.
Como a Esme conseguiu isso? Já era a segunda vez que eu a via falar com ele, e ele
ficar todo amuado. Que coisa!
Minutos se passaram e os ânimos se acalmaram.
“Como ele está na escola?” Meu pai perguntou quando estávamos saindo.
“Talvez ele perca o ano, está tendo muita falta por estar com dores.”
“Organize a documentação escolar dele para estudar em casa e ir a escola só fazer

provas. Quando uma criança está em tratamento existe um regime escolar especial.
Você já sabia disso, né?” Ela assentiu. “Já devia estar fazendo.” Disse sério e calmo,
em sua voz havia preocupação.
“Sim, mas eu estou sem tempo de resolver essas coisas.”
“Então tire folga. Com certeza tem algum dia na semana que é de menor movimento,
então tire. É seu filho.” Disse sério. Ela suspirou resignada e concordou.
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Estávamos cada uma de um lado de Jasper, eufóricas por que ele ia para nossa casa,
então nos despedimos e saímos. Esme ficou com uma expressão diferente, acho que
admirando a reação dele. Eu também o admirei.
Na segunda seguinte, meu pai pediu que o motorista levasse Jasper ao hospital com
um pedido de exame que ele conseguira no domingo mesmo com seu amigo médico.
Eu precisava avisar para Edward que estava tudo bem com Jasper.
“Oi.” Ele atendeu sussurrado após o quarto toque.
“Oi, Edward.”
“Fala rápido, Bella, por que eu estou em aula e saí da sala para te atender.”
“Ah, tá. Meu pai trouxe o Jasper pra minha casa. Ele pediu sua mãe para trazê-lo
naquele dia que eu fui à sua casa.” Disse eufórica, eu queria dar mais um pouco de
esperança para ele.
Ele ficou calado.
“Está aí, Edward?”
“Sim, Bella.” Assentiu com uma voz sem emoção.
“Hoje ele foi fazer os exames, e ele vai começar outro tratamento aqui com o amigo
do meu pai. Você está mais feliz?”
“Sim... E surpreso. Pensei que o seu pai estava com problemas com a minha mãe e
não faria isso nunca.”
“Eu estou feliz, as coisas estão dando certo, eu não disse que ia dar?” Eu era só
felicidade.
“Sim, você disse.” Concordou com a voz mais leve.
“Vou deixar você voltar para sala. Se você quiser conversar com o Jasper, liga no
telefone residencial, eu vou te mandar o número por mensagem. Ah, se você não
quiser ligar em um horário em que meu pai esteja em casa, é só ligar antes das oito,
tá!?”
“Tudo bem.”
Por um instante, fiquei chateada com o monólogo. “Poxa, eu pensei que você ia ficar
mais feliz, mas você está tão monossílabo.” Era triste ele não gostar muito de
conversar no telefone.
“Bella, eu estou fora de sala, no corredor.” Disse sussurrado. Ele é muito estranho,
nossa, como é possível!?
“Tudo bem, você não vai tirar o meu bom humor. De qualquer maneira, eu estou
contando as horas pra te ver. Vou te dar muitos, milhares de beijos.” Disse sorrindo e
ele finalmente sorriu.
“Eu também.” Respondeu sem jeito.
“Eu também o que? Está contando as horas ou vai me encher de beijos.” Perguntei
feliz de novo.
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“Os dois.”
Vi que não ia arrancar nada mais que meia dúzia de palavras, então resolvi me
despedir. “Então beijos e tchau.”
Nos dias que se seguiram a agitação voltou a minha casa. Não como antes, da
primeira vez que Jasper veio, mesmo assim, tinha movimento de novo. O garoto tinha
que estudar sozinho, então eu e Alice, quando chegávamos da escola, ensinávamos
algumas coisas que ele não sabia. Também passávamos muito tempo jogando com
ele. E assim a semana se passava.
A minha música ganhou em 3º lugar no festival de música da cidade, na categoria

romântica. Fiquei feliz. Mas o meu maior objetivo já tinha sido alcançado, que foi
mostrá-la ao Edward.
Com duas semanas que o garoto estava em minha casa, fui ao hospital com Esme
pegar os resultados dos exames e levá-lo para consultar. Após pegar os resultados no
laboratório nos dirigimos ao consultório do hematologista.
“Bom dia, você sumiu hein, rapaz!” O médico cumprimentou Jasper com um tapinha
nas costas. “Ficou de vir de dois em dois meses e não veio.”
“Pois é, ficou um pouco difícil para mim.” Jasper respondeu se sentando.
“As senhoritas são as irmãs?” Referiu-se a mim e Esme. Lógico que foi uma cantada.
“Não! Eu sou a mãe.” Esme respondeu sem graça.
“Eu sou Charlie, eu quem acompanhei seu filho no inverno passado.”
Cumprimentaram-se e eu observei que o médico era muito charmoso e estava

olhando para Esme de uma maneira diferente. Ela parecia estar sem graça enquanto
conversavam sobre o tratamento do garoto.
“Bom, as coisas agravaram no estado do rapaz aqui. Eu havia dito que os remédios
poderiam adiantar ou não. Nesse caso, acelerou.” O médico falava enquanto
prestávamos atenção. “Vou falar na linguagem técnica, o que ele tem. Caso vocês não
entendam me interrompam.” O médico adotou olhar bem sério. “Ele está com uma
doença que é caracterizada pela produção excessiva de células brancas anormais, que
superpovoam a medula óssea. A infiltração da medula óssea resulta na diminuição da
produção e funcionamento de células sanguíneas normais. Dependendo do tipo, a
doença pode se espalhar para o baço, fígado, sistema nervoso central e outros órgãos
e tecidos, causando inchaço na área afetada. Você esta sentindo dor de vez em
quando Jasper?” Perguntou para Jasper e ele assentiu. “Pois é, por esse motivo. Os
danos à medula óssea resultam na falta de plaquetas no sangue, as quais são
importantes para o processo de coagulação. Isso significa que pessoas com essa
doença podem sangrar excessivamente. As células brancas do sangue, que estão
envolvidas no combate a agentes patogênicos, podem ficar suprimidas ou sem função,
colocando o paciente sob risco de infecções. Por esse motivo todos os cuidados
devem ser dobrados.”
Esme estava sem sangue no rosto e eu estava pasma, boquiaberta.
“Mas há um tratamento?” Esme perguntou desesperançada.
“Há, é um tratamento caro, longo e dependemos muito das respostas do corpo do
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paciente.” O médico respondeu cauteloso.
“Qual vai ser o tipo de tratamento?”
“Nós vamos começar com pílulas, elas vão dar enjôos matinais e os cabelos dele
podem começar a cair.”
“Mas é certeza que agora vai melhorar?”
“Todo tratamento depende do organismo do paciente.” Ele fitou-a com bastante

cuidado. “De qualquer maneira ele vai ficar aqui na casa do Carlisle, sim? Por que ele
pode precisar de atendimentos emergenciais.”
Esme começou a chorar, e Jasper ficou sem ação.
“As coisas vão dar certo, Esme.” Abracei.
O médico explicou mais uns cuidados e procedimentos para então nos dispensar da
consulta.
“Desculpe, doutor, eu não esperava que fosse grave assim.” Ela se justificou e nos
despedimos para sair.
O caminho para minha casa foi tenso. Esme estava nervosa, mas Jasper parecia não
ter entendido a gravidade da situação. Eu sabia o que o médico tinha dito. Jasper está
com leucemia e os comprimidos são quimioterapia. Esme não foi embora, ficou o
restante da tarde com o filho deitado em seu colo. Por horas ela suspirava e deixava
uma lágrima cair. O clima estava muito tenso.
“O que aconteceu, Bella?” Alice me perguntou quando fui à cozinha.
“Ele está com uma doença grave.”
“Nossa! O meu pai podia chegar logo para conversar com ela, acho que ela está
sofrendo muito e conversar com a gente não vai adiantar.” A baixinha comentou
preocupada.
“Já liguei para ele, deve estar chegando.” Respondi e voltei com um copo d’água para
Esme.
Meu pai chegou, viu como ela estava e a chamou para conversar no
escritório. Passaram uma hora lá dentro, depois ela saiu um pouquinho melhor.
“Jasper, você vai ficar aqui mesmo até terminar o tratamento.” Ela informou.
“Tudo bem.” Para ele nada estava mal, ele não tinha se dado conta da gravidade da
situação ainda.
“E sua mãe vai vir ficar com você pelo menos uma vez por semana. Não é Esme?” Ele
tocou em seu ombro como um bom amigo. Gostei de ver a cena.
Mais dias se passaram e Jasper começou a ter enjôos matinais pelo efeito dos
remédios. Também emagreceu, mas o médico avisou que isso seria previsto. Alguns
dias ele ficou febril, trazendo muita preocupação para nós e para Esme, que estava
vindo regularmente por conta do seu estado, mas Jasper não perdeu o bom humor.
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Pelo contrário, ele nos dava forças.
O médico vinha sempre que meu pai ligava, mas eu estava percebendo que depois
que ele encontrou Esme em uma quarta-feira, ele começou a vir exatamente as
quartas ver o menino. Penso que ele estava tentando se encontrar com Esme. Talvez
fosse só impressão.
Estávamos conversando na sala eu e Esme, então resolvi verificar se a minha suspeita

era fundamentada. “Esme, é impressão minha ou Dr. Charlie está te... Sei lá... De
olho em você?”
Ela sorriu com a minha pergunta. “Ai, Bella, você é muito observadora, mas eu não
estou interessada, por enquanto. Estou com muita preocupação na vida.”
“Mas você respondeu ‘por enquanto’, sinal que você corresponde ao interesse.”
“Talvez... Talvez eu deva tentar novamente. Estou cansada de ficar só.”
Curiosa, eu queria perguntar se ela ainda gostava do meu pai, se ela ainda sentia
algo. “Esme... Você sabia que eu passei um fim de semana com Edward na capital?”
Ela disse que não e, se ficou surpresa, disfarçou. “Pois é, Edward me explicou o
motivo de não gostar do meu pai...” Parei para observá-la. Ela pareceu surpresa com
o fato do Edward ter me contado isso, seus olhos arregalaram-se. Tentei continuar
calmamente. “Então... Eu queria saber se você não gosta mais do meu pai, se você
desistiu dele.” Disse preocupada em ter entregado Edward quando ele confiou em
mim.
“ Edward contou tudo?”
“Sim. Que você saiu com meu pai algumas vezes, mesmo depois de terem suas
famílias.”
Ela me pareceu aliviada.
“Bella, eu acredito que eu continuei saindo com o seu pai, gostando dele todos
aqueles anos por me sentir culpada da nossa separação na adolescência e por ter
saído tão rápido com alguém e ter engravidado. Mas hoje eu sei que nunca íamos ficar
juntos, por isso me libertei desses sentimentos que classifico só como culpa. Todo o
amor de adolescente que eu tive por ele foi enterrado.” Disse convicta.
Fiquei surpresa com a declaração e resolvi mudar de assunto. “Esme, Edward sabe da
situação real do Jasper?”
“Não exatamente, achei melhor não preocupá-lo.”
“Eu também acho melhor.” Concluí.
Nos decorrer dos dias, Mike veio regularmente em minha casa. Quando ele estava
namorando a Lauren vinha menos, mas como terminou, voltou ao normal. Ele
ultimamente estava diferente, menos pegajoso comigo. Mas eu não me importava,
sinal que ele evoluiu em sua paixonite por mim.
Mike sempre dava muita atenção ao Jasper. Quando tínhamos tempo, ficávamos no
estúdio e eu tentava ensinar Jasper a tocar baixo. Já que o menino era obrigado a ficar
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em casa o dia todo, pelo menos ele tinha alguma coisa para fazer. Mike adorou a idéia.
Ele não queria um concorrente para a bateria.
Acho que Jasper tinha futuro com o baixo, ele era muito dedicado. Todos os dias
quando eu chegava da escola, ele estava com o violão nas mãos tentando
aprender. Se o garoto aprendesse, nós teríamos uma banda completa.
Era mais um dia de aula e eu me arrumava para descer quando entrou no meu quarto
uma figura muito eufórica.
“BELLA!! Eu tenho uma coisa pra te contar que você vai ficar abismada.” Era minha
irmã Jéssica, que estava elétrica e ria de alguma coisa sem parar.
“Conta Jéssica...” Achei tão estranho, ela não era muito de segredos.
“Você não sabe o que eu fiz ontem à noite??!!” Comentou animada demais, como se
tivesse cometido um assalto.
“Conta logo que está me deixando muito curiosa!!!” Sentei mandando ela ficar
quieta.
“Advinha com quem eu fiquei??” Disse como se fosse uma coisa de outro planeta.
“Não sei!! Fala logo!” Estava impaciente de curiosidade.
“Com o Mike!” Respondeu rindo muito.
“Sério? Mas o menino é dois anos mais novo que você!!” Fiquei admirada.
“Sim, mas o quê que tem? Eu sou uma alma caridosa.” Disse sem parar de rir.
Minha irmã não é normal.
“Me conta, como foi?” Eu queria mesmo saber. Minha irmã mais velha com o meu
amigo era muito estranho.
“Ah, eu estava conversando com ele lá na cozinha, perguntando sobre as namoradas

e se ele ainda gostava de você. E você acredita que eu descobri que ele era virgem???
Então fiquei com dó dele e fiz o favor!!” Gargalhou descontrolada. Eu fiquei admirada.
Meu Deus!! Ela é pirada! Um favor!?! Como está o mundo!!!
“Então vocês não estão ficando, foi só uma noite?” Comentei cética.
“Uma noite nada, quinze minutos!!” Gargalhou de novo. “Mas eu estou pensando em
ensiná-lo, ele é muito gatinho e com o tempo vai ficar bem gostosinho.” Sorriu.
“Credo Jéssica!! Que horror!!” Censurei admirada com a declaração.
“Qual é Bella? Para de ser certinha! A vida passa. A juventude não dura para sempre.
A gente tem que aproveitar!” Sorriu de novo como se estivesse explicando o óbvio.
“Coitado do meu amigo... Foi usado...” Fingi dó.
“Pára de ser boba, Bella, ele gostou.” Sorriu e se preparou para sair.
Antes dela deixar a porta, lembrei de algo importante. “Jéssica, você se cuida?”
Perguntei preocupada com suas saídas.
206 de 1595 26/05/2011 20:45

“Lógico Bella, sou estudante de biologia, se eu não me cuidasse, né!” Rolou os olhos
e saiu.
Mesmo a minha irmã tendo esse jeitinho voado dela, ela é muito legal. Não se
preocupa com nada, não quer nem saber quem passou o verniz na barata, só sabe
que a barata está brilhando. Ela não perturba, não briga, não fala mal de ninguém, não
se envolve em problemas. Na verdade ela é uma alma livre. Falar com ela essa manhã
descontraiu o meu dia.
Fazia mais de um mês que Jasper estava em minha casa e Edward não tinha dado
sequer um telefonema. Nem para mim, nem para o irmão. Isso me deixava indignada.
Cansada da esperar, resolvi ligar. Chamou uma vez e ele atendeu.
“Fala, Bella.”
“Oi, Edward. Por que não ligou para o seu irmão?” Cobrei friamente, sem enrolação.
“Por que liguei para minha mãe e ela disse que ele estava bem.” Respondeu sem
perceber o meu tom.
“Mas ele é seu irmão, você devia ligar para ele.” Continuei a cobrança.
“Mas eu não queria incomodar mais ainda vocês.”
“Realmente, o que incomoda mais é o seu orgulho!” Disse com dureza.
Ele ficou calado.
“Sabe, Edward, eu gosto do Jasper, de verdade, e ele não nos incomoda em nada.
Amo-o como irmão. Todos aqui o adoram, ele alegra a minha casa. Não considere o
que estamos fazendo como ‘um favor’, por que a gente faz de coração. Tem outra
coisa, até sua mãe está se dando bem com a gente, até dorme aqui em casa alguns
dias sem problema. Só você que não esquece as diferenças!! Por favor, liga pro seu
irmão. Se você não quer ligar na minha casa, pode deixar que eu vou comprar um
celular para ele hoje. É isso que você quer?” Disse esperando que ele tenha absorvido
metade do que eu queria falar.
Deu-se uma pausa de silêncio, e eu já achava que a ligação tinha caído, mas então
ouvi um suspiro.
“Bella, pede para Jasper atender lá em baixo que eu vou ligar.” Disse pausadamente.
“Nossa, Edward! Você só pega no tranco! Tchau.” Desliguei sem esperar que ele
respondesse e desci para avisar ao Jasper. Ah, qual é?! Ter que implorar para o cara
ligar para o irmão que está doente!! Só eu mesma para agüentar!
“Jasper, seu irmão vai te ligar daqui a pouco.” Avisei e fui para a cozinha fazer um
lanche. Minutos depois o telefone da sala tocou e Jasper atendeu. Eu ouvi a conversa
sentada no balcão.
“Oi... Tô bem... Um pouco enjoado... Ah, ele me mimam mais que vocês... Todos são
muito bons para mim... Não tem coisa melhor que isso, já acordo ganhando beijo da
tua mulher. Se você não casar com ela, eu caso.” Sorriu. “Ah, o Mike voltou a beirar a
casa, viu! Se eu fosse você cuidava mais dela... Tá bom, tá bom, eu tô me cuidando.
207 de 1595 26/05/2011 20:45

Vou melhorar, pode deixar... Cara! Já te falei que tu é muito gay? Tá bom, também
estou com saudade... Está na cozinha... Vou chamá-la. BELLA!!! QUER FALAR COM
VOCÊ.” Me gritou.
Voltei para sala e atendi com a boca cheia de biscoito. “Fala...” Eu ainda estava
chateada com as frescuras dele.
“Bella, desculpe, eu não estou sendo correto. Obrigado por tudo. Eu sei que você está
dando uma força para minha família. Sei que por trás do gesto do seu pai tem alguma
influência sua. Obrigado.” Disse carinhosamente pausado e porque eu sou fácil, me
desarmou.
“Pode deixar, não faço nada de graça. Eu vou cobrar.” Disse já derretendo.
“Um dia eu pago tudo com juros e correção.” Ele não entendeu minhas segundas
intenções.
“Não é algo que o dinheiro possa pagar.” Comentei insinuante.
“E o que seria?” Sorriu malicioso.
“Daqui um mês você vai saber. Quando mesmo você vem?”
“Eu já estou quase dispensado, alguns professores já me liberaram, mas eu vou

aproveitar e fazer o curso de aperfeiçoamento em língua italiana. Talvez demore mais
de um mês.”
“Ah... Já vou fazer dezessete, estamos completando quatro anos. Podíamos ter uma
comemoração especial.” Sugeri maliciosamente.
“Não vai dar... Vou chegar aí depois do seu aniversário.” Disse chateado.
“Comemoramos no seu então, o seu é uma semana depois do meu.”
“Eu não vou garantir. Não tenho certeza de quando chego.”
“Tudo bem, isso a gente vê depois.” Dei uma pausa. “Edward... Você tem pensado
em mim... Tem sentido minha falta?” Perguntei com voz manhosa.
Ele suspirou. “Até mais do que eu queria.” Disse matreiramente.
“Então tá bom, você já alegrou o meu dia. Mil beijos molhados na sua boca, no seu
rosto, no pescoço, no ouvido...”
“Hum... Onde mais?” Perguntou sorrindo.
“Onde você quiser.” Sugeri brincalhona.
“Maluquinha!” Sorriu.
“Por você. E eu? Não vou ganhar?” Fingi chateação.
“Só um... Não estou me agüentando, estou recebendo mil beijos e é muita coisa.
Então um beijão na boca.”
“Tchau.”
208 de 1595 26/05/2011 20:45

Suspirei e desliguei, com um sorrisão no rosto. Eu me contentava com muito pouco.

Jasper ao me olhar pôs o dedo na garganta fazendo careta, fingindo que ia vomitar.
Sorrimos.
No fim de semana seguinte, Emmett veio passar o fim de semana em casa. No

mínimo devia estar com muita saudade, já que faltava menos de um mês para as
aulas terminarem.
Cheguei da rua com Alice e Jasper e encontrei o meu pai sério, subindo a escada.
“Bella, vá ao meu escritório que eu quero falar com você em cinco minutos.”
“Tudo bem, pai, estou indo.”
“Ih, fudeu.” Jasper brincou ao notar o tom de voz do meu pai.
“Nossa, Bella, o que será?” Perguntou a baixinha medrosa.
“Não sei. Eu não aprontei nenhuma esses dias.” Falei e subi para o meu quarto.
Assim que entrei, percebi que meu computador estava ligado. Alguém havia mexido.
Deixei a bolsa na cama, saí para o escritório do meu pai, e lá estava Emmett e
ele. Qual será o motivo da reunião? – Pensei.
“Bella, hoje nós vamos ter uma conversa sem rodeios e definitiva.” Papai disse.
“Tudo bem.” Concordei sem entender o objetivo.
“Depois daquele dia que eu vi aquela foto no seu computador, fiquei querendo saber
se era montagem ou real, então como Emmett está em casa eu lembrei e pedi para ele
dar uma olhada no seu PC...”Começou, pegou um pen-drive e colocou em seu
notebook.
Furiosa, olhei para Emmett com o fim de encará-lo por ter cometido mais essa
traição, mas ele estava cabisbaixo, amuado. Não consegui entender a sua expressão.
Imediatamente, as fotos se abriram uma a uma. Olhar aquelas fotos me deu vontade
de rir. A primeira foto era a de Edward deitado na cama, com um lençol na cintura, a
segunda de nós dois deitados no quarto do hotel. Olhei para os dois e eles estavam
desconcertados. Naquele instante caí na real. Agora sim, ele descobriu. As fotos foram
se passando devagar e eu estava com a mente perdida, raciocinando o que iria fazer.
Será que meu pai iria prejudicar a vida do menino agora? Será que ele ia fazer alguma
ocorrência policial?
“Bella, eu estou admirado com o que estou vendo...” Meu pai me olhava com uma
expressão de decepção.
Não tinha mais o que esconder. Eu tinha que enfrentar a realidade. Estava até achando
bom que ele tivesse descoberto, no fundo foi para isso que deixei as fotos lá. Porém,
eu tinha que primeiro ouvir aonde ele queria chegar.
“Sabe, filha, o que está me decepcionando é a situação... Você não precisa disso.” Ele
pensava longe enquanto as fotos iam passando. Emmett não teve coragem de
levantar os olhos para mim. Ah, um dia eu mato meu irmão!
“O Emmett tinha me contado que era você quem vivia atrás dele, quem o forçava.
Disse também que viu a briga de vocês na festa, e que o filho da Esme disse que era
209 de 1595 26/05/2011 20:45

você quem ficava atrás dele. Você precisa mesmo disso?” Meu pai me olhava com
misto de preocupação e decepção ao mesmo tempo.
Pronto, agora eu podia arrumar minhas defesas, sabia pelo menos como
começar.“Pai, ele gosta de mim...” Tentei começar assim.
“Você acha mesmo, Bella, que ele gosta de você? Se ele gostasse mesmo de você não
teria permitido as duas vezes que você saiu escondida para ir atrás dele.” Disse
indignado.
“Mas ele não queria, aliás, nessa última vez ele nem sabia!” Tentei defendê-lo.
Ele parou um tempo pensando, apertando o dedo na testa. “É pior do que eu

pensava. O problema aqui não é mais classe social, é amor próprio. Você não está se
valorizando!” Meu pai falava com o tom educado, de quem ensinava.
“Pai, eu gosto dele.”
“Sim, e isso é um problema muito grande. Eu vejo que você gosta demais dele, ao
ponto de estar enfrentando um desejo do seu pai e da sua família. Mas o que ele tem
feito por você?” Ele resolveu jogar baixo.
Abaixei o olhar, triste. “Não há nada que ele possa fazer, pai.” Disse me referindo a
nossa situação atual de distância e de dinheiro.
“Quantas vezes ele já ligou para você? Para a Bella, falar com a Bella?” Tentou mais
uma vez e dessa vez doeu, ele conseguiu me atingir.
Não respondi.
“É isso! É exatamente como pensamos, Emmett!!” Ele olhou para Emmett, e Emmett
torceu a boca, levantou as sobrancelhas e abaixou a cabeça de novo.
Se eu conhecia bem o meu irmão, ele estava sofrendo com a situação. Ele estava
entre o coração e a razão. Eu sou o coração e meu pai a razão. Mas eu não ia deixar
meu pai me convencer.
“Pai... sabia que quando gostamos de alguém, devemos lutar para ficar com ela?
Mesmo que haja adversidades, mesmo que ninguém acredite, devemos lutar? Eu não
quero chegar à velhice frustrada por não ter lutado por algo que eu queria.” Olhei em
seus olhos falando calmamente, torcendo que caísse algum fio de consciência naquela
memória atrofiada pelo tempo.
“Bella, ninguém luta sozinho. Se um não quer, não tem como lutar.” Agora não
parecia estar falando do mesmo assunto.
“Mas quem disse que ele não me quer?”
“Você! Você mesma. Por diversas vezes você tem me dito que se ele te quisesse,
você namoraria com ele. Agora o que eu acho um absurdo é como ele fala que não te
quer e está se aproveitando de você!”
“No que ele está aproveitando de mim?” Arqueei a sobrancelha boquiaberta com sua
insinuação.
“Ficar em um quarto de hotel né, Bella. Eu não nasci ontem.” Respondeu chateado.
210 de 1595 26/05/2011 20:45

Meu pai achava que eu tinha ‘dormido’ com Edward e não me matou, nem me
mandou para uma turnê com a minha mãe?! Meu pai me assusta!
“Pai, o senhor já pensou que eu posso estar aproveitando dele?” Estou mesmo louca.
Como eu posso ter feito uma pergunta dessas?
Bom, já que ele agora queria ser meu amigo e que estávamos conversando
abertamente, não tinha por que não falar assim.
Ele me olhou atônito por longos minutos. “Então é isso. É o ‘ficar’ moderno, sem
compromisso, sem cobranças...”
“Sim, muitas pessoas ficam anos assim... sem cobranças, sem planos.” Joguei.
Ele congelou, provavelmente fazendo uma análise de si. Nossa, eu estou ficando
bandida mesmo. Eu mesma assustei com o meu poder de lidar com a situação. Que
cara-de-pau!
“Tudo bem, Bella, eu só espero que você não sofra com isso. Vou te avisar... As
coisas não mudaram, eu não aceito. E espero não vê-lo, nem pegar vocês dois juntos
por aí. Ou eu não respondo pelas minhas ações.” Ameaçou.
Eu não respondi mais nada. Já tinha enfrentado o bastante, dali em diante, se

continuasse, o magoaria.
“Bella... Mais uma coisa... Não fique com raiva do seu irmão.” Ele olhou com
condescendência para Emmett “Ele faz o que eu peço, e eu sei o que é melhor para a
família.” Passou a mão no ombro do Emmett.
“Tudo bem.” Olhei para Emmett para encará-lo. “Eu já estou acostumada com isso.”
Levantei-me para sair e lembrei de algo. “Pai, você sabe se Esme saiu com Dr.
Charlie? Jasper disse que ela chegou e eu estava procurando ela e não a achei.” Falei
com o intuito de acordá-lo. Se ele ainda tivesse algum pequeno interesse nela, iria
reagir.
Eu sabia onde ela estava.
“Não.” Respondeu pensativo. “Eles estão saindo?” Perguntou admirado.
“Não sei, mas eu vejo que ele não tira os olhos dela. Ela bem que podia namorá-lo
né? Ela é tão sozinha.” Comentei e saí despreocupada, aliviada por ter menos uma
mentira encoberta e por ter colocado a cabeça do homem para funcionar.
Edward POV
Em meio aos livros na biblioteca da Universidade, estava mergulhado em uma dúvida

me assolando. Bom, fui indicado pelos professores como principiante na assistência
política. É um terceiro degrau da escada para onde eu quero chegar. Uma pessoa em
mil é indicada pelo curso, e eu fui escolhido. Não devia ter dúvidas, pois é o caminho
que optei para mim. Só não acreditei que acontecesse tão rápido. Porém, isso põe de
lado meus planos de ir em casa semestralmente, pois me exigiria mais dedicação por
não ter um período de recesso que acompanhe as folgas escolares. Seriam só três
211 de 1595 26/05/2011 20:45

dias na semana à tarde, mas se eu quiser me destacar, terei que dedicar com
exclusividade, buscar ser o melhor.
O meu questionamento se faz por saber que devo sacrificar meus sentimentos. Não é
justo com ela pedir mais isso: Ver-me uma vez por ano, isso se ver, pois a dedicação
aos cursos extras de línguas talvez não me permita mais.
Portanto, concluo que não há esperança para nós, é certeza. Não nesse momento. Só
não sei como me despedir se não consigo lhe dizer adeus. Não com o tanto que ela
significa para mim. Não com as memórias que se fixaram em minha mente. Eu a vejo
em tudo. No meu quarto, em minha cama, nos jardins da Casa Branca, em cada
parque que eu vou, em cada jardim... Sou um fraco e temo ficar louco com essa
obsessão.
Fui tirado da perturbação inconsciente das faculdades mentais pelo som do telefone.
“Edward, Ryan tudo bem?”
“Tudo, e você? O que te faz me ligar em período de férias?” Sussurrei para não
incomodar os estudantes das cabines na biblioteca.
“Estou ligando para o meu amigo, não posso?” Sorriu.
“Pode, é que não é comum.” Fiquei pensando em que motivo o faria me ligar.
“Edward, vou logo ao assunto. Falei de você para o meu pai e ele se interessou muito
em te conhecer. Vem aqui na minha casa?”
“Não posso, estou fazendo um curso extra, termina em duas ou no máximo três
semanas.”
Na verdade não sabia por que devia conhecer o pai do Ryan, quando não queria
apadrinhamento de ninguém.
“Edward, meu pai pode te ajudar em alguma coisa, conseguir um lugar em que você
aprenda muito e se destaque. Cara, tudo ali é indicação. Não pense que vai para o
melhor lugar de lá se você não aceitar um empurrãozinho. Eu sei que é só uma
espécie de estágio, mas você tem que se destacar.” Insistiu.
Ele tinha razão. Um direcionamento ajudaria muito, além disso, o pai dele já era um
senador, com certeza tinha muita coisa para passar.
“Eu vou ver. Se eu resolver te ligo.” Ainda queria um tempo para pensar.
“Edward, eu sei que você não tem como bancar o custo de vir à Califórnia, então vou
pedir para o meu pai para você vir com ele de jatinho. Ele vem toda quarta e sexta.
Decide aí e me liga.” Despedimo-nos e desligamos.
Bella POV
Uma semana depois
Estava trocando de roupa para descer para o café da manhã. Era meu niver de
212 de 1595 26/05/2011 20:45

dezessete anos e eu marquei com a família de sairmos à noite para

comemorar. Convidei Esme para vir, pedi que ela trouxesse Rosalie, mas não sabia
ainda se elas iriam vir, já que a Rose parece que não gosta de vir. Queria saber o
porquê.
Ainda estava de calcinha, sem o top quando uma figura abusada entrou no meu
quarto sem bater antes. No susto, me tampei com as mãos e gritei.
“É louco!! Eu tô quase nua. Bate na porta!! Num tá vendo que eu estou trocando de
roupa?!” Era o atentado, que agora estava careca por causa dos remédios.
Ele nem ligou e se sentou na cama.
“Bella, vim te dar os parabéns.” Continuou sentado. Ai ai, mas era muito abusado!
Praguejando, fui ao banheiro e coloquei o roupão. Ele sorriu cínico, apontando a mão
com desdém para mim. “Eu já enjoei de ver isso. Sabe que eu tô preocupado
comigo... Tô com medo de quando sair com uma mulher e ela for fazer streep pra
mim, eu falar só assim: veste a roupa que isso não me atrai mais. Eu vejo tanta
mulher pelada! É você, minha mãe, a Rose, Jéssica, Alice. Xiii, enjoei!” Ele sorriu
cinicamente. Ô garoto atentado!
Terminei de me vestir no banheiro e fui receber meu abraço de feliz aniversário. Não
tinha como não ficar feliz em ver o meu amigo alto astral.
“Vamos sair agora de manhã para comprar umas coisas pra gente?” O chamei
empolgada.
“Tudo bem, estou com três mil em uma conta e não sei o que fazer.” Ele disse com o
olhar de quem sugeria me devolver.
“Não. Se você não está precisando, guarde. Compre um notebook pra você.” Sugeri.
“E o que você quer de presente? Eu posso comprar alguma coisa pra você com o seu
dinheiro?”
“Pode.” Dei de ombros.
Nos últimos meses Jasper me pediu para não depositar mais o dinheiro, pois meu pai
arcava com todo o tratamento. Então lhe sobrou esse dinheiro que ele não gastou nos
meses passados. Nada mais justo do que deixá-lo aproveitar.
Descemos as escadas e logo vi um buquê de flores na mesa de centro. No cartão

estava o nome do Mike. ‘Para alguém que eu vou amar incondicionalmente a vida
toda... Como amiga.’
Suspirei. Mike estava muito legal, estava mais livre e eu estava gostando de vê-lo
assim. Guardei as flores e saímos, eu, Jasper e Alice. Em três semanas seria o Natal,
então as lojas estavam cheias de gente e de opções. Eu queria muito comprar roupas
para Edward, mas ele não aceitou nem mesmo os que eu já tinha dado.
Andamos de loja em loja, e, à medida que o dia passava, eu estava ficando mais
chateada com ele. Queria ter recebido uma mensagem de aniversário dele logo ao
amanhecer. Não custava nada. Chateada, eu começava a aceitar que tudo que o meu
pai me disse era verdade. Edward realmente nunca ligou para mim. Sempre sou eu
quem o procuro. Talvez eu me cansasse um dia disso.
213 de 1595 26/05/2011 20:45

No decorrer do dia, recebi muitas mensagens e telefonemas dos meus amigos. Deu
sete horas da noite e Edward não tinha me ligado ainda. Eu é que não ia ligar para ele.
Era meu aniversário, poxa! Mais horas se passaram, então me arrumei e deitei no
sofá, esperando dar a hora de sairmos para comemorar. Era sábado e iríamos sair dez
horas para dançar.
Enquanto Jasper jogava com Emmett e Alice, fiquei olhando para o visor do meu
celular o tempo todo, deixando-me oprimir pelas horas que se seguiam, vendo a
esperança dele ligar sendo perdida minuto após minuto. Todos perceberam minha
espera, inclusive o meu pai.
“Oi, Mike! Você vai!?” Falei surpresa quando Mike apareceu arrumado e me abraçou
dando os parabéns na hora que estávamos saindo.
“Lógico! Você não me convidou?” Respondeu o meu amigo sem me soltar do abraço.
“Sim. Então vamos!!” Decidi me animar.
Antes que chegássemos à porta, o telefone da casa tocou.
“Bella, pra você...” Meu pai atendeu e me entregou com uma careta de desgosto.
“Quem é?” Perguntei sem esperança, pois Edward nunca ligaria no telefone da casa.
“É o filho da Esme.” Disse olhando para Esme que estava perto da porta e me pediu
para depois falar com ele.
Peguei o telefone toda desconcertada e segui para um canto. Ninguém tirou os olhos
de mim.
“Oi.” Falei baixo e sem graça.
“Parabéns, Bella!” Sua voz estava alegre. Esse não era um comportamento normal.
“Por que não me ligou no celular?” Sussurrei desconcertada, com cuidado sobre
aquela atitude singular.
“Por que eu quis que soubessem que eu te liguei. Fiz mal?” Pareceu ter dúvida.
“Não! Só fiquei surpresa. Mas obrigada duas vezes então, por isso e pelos parabéns.”
Relaxei mais, bastante contente.
“Espero que você continue assim: esperta, resolvida, determinada e que não desista
de mim.” Desejou sorrindo.
“Com certeza.” Sorri satisfeita, porém um pouco constrangida pelos olhares sobre
mim.
“Sua mãe está aqui, estão todos aqui na sala me esperando para sair. Ela quer falar
com você.” Disse tentando mostrar pra ele que eu não estava em um bom momento
para conversar.
“Vocês vão sair?”
“Sim, um beijo e eu vou passar para ela, tá?”
“Poxa, Bella! só um beijo?” Insistiu e fingiu chateação.
214 de 1595 26/05/2011 20:45

Creio que meus olhos deviam estar brilhando de felicidade. Geralmente ele nunca agia
assim. Esme já estava ao meu lado para falar.
“Mil.” Sorri, disfarçando. Jasper já fazia careta fingindo enjôo.
“Onde?” Ele estava persistente, devia estar percebendo que eu estava sem graça e
estava gostando disso.
“Não posso falar...”
“Então mil para você, dividido em quatro partes iguais, da cabeça aos pés.”
Gargalhou.
“Acho que prefiro que fique devendo.”
“O quê? Não quer meus beijos, dona beijoqueira?!!” Ele sorria sem fim.
“Não por telefone.” Todos me olhavam boquiabertos, inclusive meu pai.
“Então põe na minha conta.” Respondeu divertindo-se.
“Vai ficar cara. Está com saldo bem devedor.” Tentei soar séria.
“Em no máximo duas semanas chego aí e pago.” Sorriu de novo.
“Não vai chegar antes do seu aniversário?”
“Acredito que não. Ainda vou ver com a professora de língua italiana. Estamos em
aulas ainda, pode ser que ela me dispense, mas ainda vou ver.” Deu uma pausa. “Eu
queria muito estar com você hoje, estou morrendo de saudades.” Disse
carinhosamente.
Ele estava muito estranho parecia ter bebido, ele não era de se abrir assim sem que
eu forçasse. “O que tem você hoje? Bebeu?” Perguntei desconfiada.
“Não muito, por quê? Só estou feliz. As coisas estão dando certo finalmente, você está
se tornando quase adulta, meu irmão está se tratando, minha vida está andando,
então é isso.” Explicou.
Contente, sentei no braço do sofá. “Faz quatro anos.” Queria ver se ele se lembrava.
“O quê? Que eu me apaixonei por você?” Sorriu. Agora eu tinha certeza, ele devia
estar pra lá de Bagdá.
“Idem.” Sorri desconcertada.
“Estou te atrapalhando, né? Você quer sair... O Mike vai?” Mudou o tom na última
frase. Eu não entendi o motivo da pergunta.
“Sim, todos aqui em casa.”
“Ah...Então pode ir... Parabéns de novo... Até logo, minha Bella.” Continuou amável.
“Até. Vou passar para sua mãe.” Entreguei para Esme e saí saltitante de alegria.
Meu pai não tirou os olhos de mim. Ele que não falasse nada perto da Esme!
Esperamos no carro por ela, enquanto ela conversava.
215 de 1595 26/05/2011 20:45

Primeiro fomos a uma pizzaria expressa, pois estávamos com pressa para chegar logo
a boate. Já na boate, dançamos bastante então fui ao banheiro e Esme foi atrás.
“Bella, Edward não estava bêbado, se ele disse algo, é verdade.”
Sorri sem jeito, mas esperançosa por ele ter feito algo que quebrou as regras. Ele
ligou para mim e disse sem pressão que era apaixonado por mim, além de tudo, que
estava com saudade. Ele está evoluindo. Talvez haja esperança para nós.
“Eu vou acreditar, Esme.” Foi o que respondi.
A noite foi perfeita. Esme, meu pai, Alice e Jasper foram embora umas duas da
manhã. Emmett, Mike, Jéssica e eu, dançamos até cansar.
Continua...
Notas Finais:
Seria bom se eu soubesse quem está lendo por aqui...obrigada por
ler.deixem um recado
216 de 1595 26/05/2011 20:45

Capítulo 16- Não quer...Qualquer desculpa serve escrita por BIA

BRAZ
Notas do Autor:
Aqui Edward dá mais um fora, mas coitado, está descobrindo que
gosta dela... Entendam o ponto de vista dele.
Capítulo 16- Quando não quer, qualquer desculpa serve by bia braz
Edward POV
Terça Feira - Três dias depois do aniversário de Bella.
Aula de aperfeiçoamento em língua italiana- 3ª semana- Período integral.
Em sala de aula, sentei à minha mesa e esperei que a Sra. May entrasse enquanto
folheava o livro de língua italiana. Logo que ela entrou, dispensou uma aluna de suas
aulas e se aproximou da minha mesa.
“Sr. Hale, o senhor está dispensado das últimas aulas. Caso queira, pode se retirar a
partir de agora.” Informou.
“Obrigado, Sra. May, mas eu prefiro ficar até completar a semana.” Respondi baixo.
“Não vejo motivo para estar aqui, essa é uma turma para iniciantes. Você já fez esse
curso antes?” Indagou-me pensativa.
“Não senhora, mas eu venho estudando a língua em períodos vagos. Além disso, a
língua falada aprendi com minha avó.” Disse desconcertado por causa dos olhos
especulativos que estavam sobre mim.
“Bom, de qualquer maneira eu não vejo motivo para o senhor estar aqui, fique como
quiser.” Voltou-se à frente da sala.
Passei o resto da manhã entediado por estar estudando algo que eu já li e reli, além de
saber a língua prática. Esperei o horário do almoço e procurei encontrar a Sra. May em
um local onde eu pudesse esclarecer uma dúvida, longe dos olhares curiosos.
“Posso falar com a Senhora?” Parei-a no corredor. Ela assentiu. “Se eu me retirar das
aulas, vou perder os créditos?”
“Com certeza não.”
“E o diploma pelo curso, ainda vou receber?” Estava tentado a aceitar a proposta que
ela fizera.
“Sim, Sr. Hale. Eu estou dispensando o senhor por que não acho necessária a sua
presença até o fim do curso, o senhor já está apto, não vejo por que não lhe conceder
o diploma.”
“Obrigado, Sra. May, então eu aceito ser dispensado. Boas férias.”
217 de 1595 26/05/2011 20:45

Despedi-me e fui para o meu quarto. Bom, era terça-feira, então eu poderia ir à
Califórnia antes de ir para Washington, restava-me ligar para Ryan.
“Ryan, Edward. Tudo bem?”
“Oi, Edward! Resolveu vir?”
“Se não for incomodo, sim.”
“Ah, qual é cara! Aqui é minha casa! Vou falar com o meu pai e te ligo confirmando o
horário que ele sai daí. Nós vamos curtir pra caramba o fim de semana aqui!” Disse
empolgado.
“Ryan, eu não vou ficar o resto da semana, tenho que ir para casa porque em menos
de um mês eu volto.” Avisei.
“Tudo bem. Você vai fazer outro curso é?” Admirou-se.
“Sim, vou só esperar a confirmação do meu nome na lista.”
“Cara, tu tem que relaxar!”
“Ligue-me mais tarde para confirmar. Amanhã conversaremos com tempo.” Finalizei e
desliguei.
A viagem no jatinho de luxo do senador Jonathan Evans foi tranqüila. Ele conversou
em boa parte do tempo com os seus assessores. Saímos da capital às três da tarde,
em duas horas chegamos ao destino. O motorista da família nos recebeu no aeroporto
da cidade. De lá, nos dirigimos à residência.
Ryan nos recebeu e eu fiquei perplexo pela grandeza e beleza do local de sua morada.
Era de um fino acabamento e de decoração arrojada. Ele me levou ao quarto de
hóspedes e se despediu, pedindo que eu descesse para o jantar às sete horas.
Arrumei-me e desci antes.
“Por que não quer ficar o resto da semana?” Ryan insistia na pergunta.
“Por estar sentindo falta de casa.” Argumentei, tomando um drink que ele tinha
preparado.
“Eu podia ir com você, conhecer aquelas bandas.” Sugeriu empolgado.
“Hmmm, creio não ter boas acomodações.” Torci os lábios em uma careta.
“Eu fico no hotel. Você mora perto da Bella?”
“Em Forks não tem hotéis de boa qualidade e eu não moro perto dela. Ela mora a duas
horas da minha casa.” Queria fazê-lo desistir dessa idéia.
“Eu posso ficar na casa dela, ela pediu para eu construir um som pra ela.” Ele mal
terminou a frase e pegou o celular para ligar.
“Oi, Bella!... Tudo... Tem um quartinho sobrando aí na sua casa?... Estou querendo
passar uns dias por ae. Eu estava pensando em montar o seu som... Que bom!!...
Tudo bem, devo chegar aí amanhã a tarde... Não, eu vou saber chegar aí... Beijo!”
218 de 1595 26/05/2011 20:45

Desligou.
“Resolvido. Amanhã cedo saímos daqui.” Disse satisfeito.
Ainda estava me perguntando o motivo de sua ida a Washington, mas não conseguia
responder nem o motivo de eu ter ido à Califórnia!
“Tudo bem. Você vai de carro?” Perguntei preocupado com as horas de viagem que se
seguiriam.
“Sim.” Respondeu e nos dirigimos à mesa de jantar.
A família se reuniu e o jantar foi servido. Eram seis pessoas sentadas à mesa. Durante
o jantar o pai do Ryan falou sobre o andamento de projetos de lei, a perspectiva das
futuras eleições, sobre a faculdade que estudamos, George Washington. Disse que
estudou na mesma, e que lá estudou grande parte dos políticos renomados dos
Estados Unidos.
Bom, eu sempre soube disso. Era esse um dos motivos da minha escolha por ela.
O tema conversado era interessante ao meu ponto de vista. Consegui visualizar

através do ponto levantado o dia a dia no poder americano. Algum tempo depois,
percebi que durante o jantar a irmã do Ryan me fitava insistentemente. Ela estava
sentada entre namorado e o pai, e por mais que eu me esforçasse em mudar a direção
do meu olhar, meus olhos se encontravam com os dela atuando contra a minha
vontade. Ela sorria de canto, me deixando mais incomodado.
Terminamos de jantar e nos dirigimos eu, Ryan e seu pai a uma sala de estar, onde
bebemos e conversamos. Realmente o assunto política não interessava ao meu amigo,
mas ele nos acompanhou. O senador mostrou interesse em meus pontos de vista,
ouvindo minhas idéias e aprovando os meus fundamentos. Após algumas horas de
diálogo, nos despedimos e me dirigi ao meu quarto.
Entrei e fechei a porta, quando me virei, um vulto se jogou em meu pescoço,

encontrando a minha boca e me forçou com a língua. Tentei afastá-la com delicadeza
e ela se apertava mais. Empurrei-a com força, então ela me soltou, caindo ao chão.
Acendi a luz. Era a irmã do Ryan.
“Desculpe-me.” Estendi a mão para levantá-la.
Ela deu um sorriso de canto e se levantou. Nenhum segundo se passou e ela sem falar
me empurrou na cama e subiu em cima de mim, tentando beijar a minha boca. Eu a
segurava, tentando afastá-la e ela apertava forte o meu pescoço invadindo a minha
boca num movimento impetuoso, enquanto puxava os meus cabelos. Por um segundo
ela conseguiu atuar contra a minha vontade. Se eu não tomasse entendimento pelo
qual se afirma a relação de minhas idéias, meu corpo iria me trair.
“Sai!” Empurrei-a com força, ela se desequilibrou, mas parou em pé.
Meu desejo era insultá-la de todos os nomes possíveis, mas controlei a minha fúria.
“Tem como a senhorita dar licença que eu preciso dormir?”
Ela me olhava cinicamente. “Você não gosta de mulher?” Perguntou a individua

impertinente.
219 de 1595 26/05/2011 20:45

“Não... Estou a fim.” Respondi abrindo a porta pra que ela saísse. Se eu dissesse que
o problema era ela, eu não poderia prever a próxima reação.
“Você é gay?” Ela sorriu. “Você e meu irmão...” Interrompeu-se sugestivamente.
“Tem como me dar licença?” Eu já estava perdendo a paciência.
“Eu sei que você não é gay.” Apontou para minha calça, fechou a porta que eu
segurava e tirou a roupa, ficando de calcinha e sutiã, deitando em seguida de lado na
cama, de frente para mim.
A única mulher que tinha presenciado naqueles trajes foi Bella. Tão diferentes... Essa
era bonita, mas Bella tem um corpo que me atrai como ímã, meus olhos se perdem,
meu corpo responde mais que imediato. Será amor o que eu sinto por ela?
Fui acordado daquele questionamento quando senti minha blusa sendo arrancada de
dentro da calça. Imediatamente tomei forças para consegui me soltar dela e saí
rapidamente do quarto, direcionando-me ao banheiro social.
“Ryan, eu estou com um problema, tem como você descer?” Liguei ofegante do
banheiro.
Minutos depois ele apareceu lá.
“Não tem como dormir naquele quarto...” Disse calmamente, passando a mão no
cabelo.
“O que aconteceu? Você parece que viu um fantasma!” Ryan sorria.
“Sua... irmã foi... lá...” Balbuciei desconcertado.
“Rá!! Esqueci de te avisar! Ela sempre faz isso! Mas geralmente ninguém fica assim!”
Ele sorria sem fim.
Eu estava descomposto com a situação, e ele rindo, então me chamou para o seu
quarto.
“Você precisava ter visto a sua cara!! A roupa amarrotada e torta, o cabelo
bagunçado. Estava hilário!!” Ryan ainda sorria.
“Tá, Ryan, que horas sairemos daqui?” Tentei cortar o assunto que estava
constrangedor por demais. Nunca um homem em sã consciência iria fugir como eu
daquele quarto.
“Você achou minha irmã feia?” Perguntou sem responder a minha pergunta anterior.
“Não.”
“Você ofendeu o ego dela. Ela sempre foi cobiçada em qualquer lugar que foi, duvido
se ela vá engolir essa.” Disse refletindo.
“Sorte que não vou vê-la mais.” Sentei-me ao sofá.
“Sabia que meu pai faz tudo que ela quer? Por isso ela é assim, tão geniosa. Acha que
pode ter tudo!” Disse pensando longe.
“Ryan, eu vou dormir aqui, me empresta um travesseiro.” Tentei cortar o assunto.
220 de 1595 26/05/2011 20:45

“Cara, eu estou assustado com você. Está com medo dela?” Gracejou boquiaberto.
“Não, só não estou a fim.”
Ele sentou na cama e me olhou sério. “Edward, você não costuma sair com mulheres
né? É por causa da Bella?” Perguntou me jogando o travesseiro.
“Talvez.” Eu não queria conversar.
“O que vocês sentem é muito forte, né?” Insistiu.
Estaria disposto a falar de qualquer assunto, menos desse, que revelava a delicadeza
no meu relacionamento. “Ryan, me desculpe, mas esse não é um assunto que eu
goste de conversar.” Tentei ser agradável. Esperava que ele entendesse. Ele me
entregou o lençol e apagou a luz.
A viagem que se seguiria, seria de aproximadamente sete horas. Como saímos de

Berkeley – Califórnia- às sete horas da manhã, até às duas da tarde estaríamos em
Washington.
Conversamos quase todo o percurso sobre o curso, que por sinal, Ryan odiava.
Cansei e me permiti encostar a cabeça no vidro enquanto a estrada se passava. Eu
não sabia como seria meu futuro. Pensar, fazia meu peito comprimir. Eu não queria
continuar falhando e estragando tudo, tinha um interesse especial que ela tomasse as
decisões do tempo que havia de vir.
“Edward, você vai a Seattle também?” Perguntou Ryan me tirando do ponto distante
dos meus pensamentos à existência de fato.
“Ainda estou decidindo. Forks localiza-se no caminho de Seattle, talvez eu passe em

casa e pegue o carro.” Disse não estando convencido do que de fato se seguiria.
“Você não devia ir ver sua namorada?” Arqueou a sobrancelha com interesse.
Ele não queria me importunar, só queria conversar. “Não somos namorados. A família
dela não me aceita.” Respondi já me arrependendo de ter entrado nesse assunto.
Ryan pareceu ter consciência do assunto, mas me olhou e tentou aprofundar no

assunto. “Por que eles não te aceitam?” Ele queria mesmo conversar.
“Imagine...” Preferi que ele pensasse.
“Classes sociais?” Ele perguntou, mas já sabia.
“Um dos motivos, mas... Eu realmente não gosto de falar nesse assunto, Ryan.”
Chegamos à minha casa, peguei o carro e nos dirigimos a Seattle. Durante as duas
horas seguintes era um bom momento para pensar no que fazer. Não podia ir a casa
dela, isso era fato, pois já era férias e isso iria prejudicá-la com o irmão e a família.
Porém, já fora mostrado com o último telefonema que não nos afastamos. Logo, eu
poderia ir á casa dela...
Mas, e depois? Ela ficaria só todo o tempo em que eu estivesse fora?
Estávamos a dois quarteirões de sua casa, quando decidi, por fim, ir vê-la. Meu
coração pedia. Tudo em mim pedia. Sentia-me afortunado pela simples sensação de
reencontrá-la. Meu cérebro era invadido pelo êxtase que só a felicidade proporciona.
221 de 1595 26/05/2011 20:45

Uma sensação que ultimamente só a sua presença me tornava oportuna.
Encostei perto do parque, próximo a casa dela e esperei Ryan para conversarmos
antes de irmos.
“Você vai ou não?” Ele encostou o carro ao lado do meu.
“Sim, só que tenho que ligar para ver se é uma ocasião favorável para mim.” Peguei
meu celular no banco, pensando em confirmar antes com ela se era um bom momento
para visitas. Preparava-me para ligar, quando algo que me chamou a atenção no
parque. Na quadra coberta tinha umas pessoas, duas sentadas e duas andando de
patins. Meus olhos logo as reconheceram e a realidade bateu em minha porta. Eram
Mike e Bella, andando de patins despreocupados, e Alice e Jasper sentados próximos
com um notebook nas mãos. Uma imagem real demais para ser confundida.
"Vamos?!” Disse Ryan impaciente, pois ocupávamos a rua.
“Encosta ali e me espera.” Apontei para o local que ele deveria encostar e voltei os
meus olhos para onde me chamara atenção.
Bella estava descontraída ao andar de patins com o amigo. Parecia estar à vontade em
se encontrar ali... No lugar onde deveria estar... Com quem lhe é proporcional...O
Mike... Ele é a pessoa ideal para ela. Se por uma armadilha do destino eu não tivesse
entrado na vida dela, era com ele que ela estaria. Eles apostavam corrida, e ela sorria
alegremente, se entregando a um abraço que por um minuto tive inveja de ser ele e
não eu.
Meu corpo estremeceu com a minha decisão. Uma dor lacerante me atravessou,
mostrando-me que eu deveria ser forte o bastante para vê-la seguir o seu caminho
feliz.
Imediatamente, acelerei o carro e Ryan me seguiu. Paramos em frente à residência

dos Cullens.
“Ryan, eu vou embora. Você liga para Bella e fala que já chegou.” Tentei não mostrar
minha tristeza.
“Você não vai vê-la?” Perguntou Ryan descrente.
“Não. E eu queria te pedir um favor...” Disse sem certeza se era realmente isso que eu
queria. Mas respirei fundo e decidi por fim. “Não fala para ela que eu vim aqui, nem
que eu cheguei ou coisa assim...”
Senti-me um covarde, um fraco. Mas eu não iria conseguir me despedir. Não iria
conseguir explicar os meus motivos, o meu pessimismo, a minha falta de fé. Não iria
conseguir dizer que descobri que a amo de um modo tão grande que não quero vê-la
mais, que quero que ela seja feliz, coisa que ela não tem sido comigo, motivada pelo
meu medo da derrota. Entregá-la de mão beijada ao Mike é perceber que não sou
digno dela, quando ela tem tão próximo alguém que a merece muito mais do que eu.
Alguém que a família dela ama, que faz parte da mesma classe social, alguém que está
sempre presente na vida dela, desde as aulas, até em casa, em seus aniversários,
viajando, tocando em sua banda. Quando eu poderia fazer isso com ela?? Eu não o
odeio, pelo contrário, o admiro pela persistência e o invejo pela proximidade.
222 de 1595 26/05/2011 20:45

Bella POV
Sexta
Estava no quarto do Emmett com Ryan, pois eles estavam projetando um som
para casa. Mais tarde deveríamos sair para comprar acessórios e equipamentos.
Faminta, desci para preparar um lanche, encontrando Esme na sala.
“Oi, Esme! Estão indo para o hospital?” Perguntei e só depois percebi que Jasper
estava com uma mochila nas costas. “O Jasper vai embora??” Assustei.
“Eu vou levá-lo para o fim de semana.” Respondeu aparentemente desconcertada.
“Por quê? Passa o fim de semana aqui você! Bom que a gente sai de novo. Semana
passada foi tão bom. Chama a Rose e vem.” Insisti.
“Tenho umas coisas para fazer.” Esme respondeu muito estranha. Ah se ela queria ir,
tudo bem.
“Edward deu notícia? Queria saber quando ele vem.” Sentei em cima da mesinha de
centro. Estava pensando que quando ele chegasse, com certeza iria trazê-lo em casa,
não iria esconder mais.
“Ele chegou ontem, Bella.” Esme respondeu sem graça e eu olhei admirada para ela.
“Por que ele não veio buscar o Jasper então?” Disse para ela, mas foi um pensamento
alto.
“Não sei.” Não quis prolongar o assunto.
Minha mente vagou sem direção. Não estava entendendo... No meu aniversário ele
ligou, me deu altas esperanças e uma semana depois chega e nem me avisa! Além de
tudo não veio buscar o irmão, que seria uma boa estratégia para me ver. Rá! Com
certeza ele estava bêbado aquele dia... E realmente ele nunca... nunca... Vem...
Atrás... De mim!
Que ódio! Respira, sem pânico.
“O médico deixou Jasper ir?” Perguntei com o tom levemente alterado.
“Eu falei com Charlie que se Jasper passasse mal, ele voltaria. Com Edward em casa
fica mais fácil de locomovê-lo.”
“Mas Jasper vai ficar lá nas férias?” Perguntei chateada, gostávamos demais do garoto
para ficar longe.
“Estou pensando ainda. Ele está melhor esses dias, e como está indo ao hospital só
uma vez na semana, tem como o irmão dele trazê-lo, se preciso.”
“Meu pai já sabe?” Perguntei pensando que ele talvez pudesse impedir isso.
“Sim, eu já liguei para ele.”
Conformada, levantei e fiquei em frente ao meu amigo. “Jasper, se cuida tá.” O

abracei carinhosamente, estava triste porque meu amigo não ia estar mais sob os
223 de 1595 26/05/2011 20:45

nossos cuidados. No instante seguinte, Alice veio se despedir dele com um abraço
também.
“Qual é gente!! Que clima de velório é esse!?! Eu estou indo pra casa!! Vocês agora
querem me aprisionar aqui, é?!” Comentou rindo. O atentado se divertia as nossas
custas.
Chateadas, os deixamos no portão e eles se foram. Instantes depois voltei para a sala
pensativa.
“Bella, Edward chegou e não te ligou!?” Perguntou minha irmãzinha indignada.
“Pois é, eu não consigo entendê-lo.” Respondi desanimada e deitei no sofá.
“Você não vai ligar pra ele né, Bella?!”
“Eu acho que não... Ainda estou pensando... Acho que isso está me cansando
demais.” Respondi infeliz.
“Amanhã é niver dele, né?”
“É sim, vou mandar um telegrama.”
Imediatamente, subi para o meu quarto e encomendei um telegrama com a

telefonista: Feliz Aniversário. Tudo de bom.
Nada mais que isso. Seria frio o suficiente.
Mais tarde, saímos para comprar os equipamentos para a montagem do som e

almoçamos na rua. Passamos o resto da tarde envolvidos em montar o som.
“Bella, Edward acabou de me ligar para ir a casa dele amanhã para o aniversário dele,
você vai?” Era Ryan quem me perguntava. Ah, iria ter comemoração e ele não me
convidou! Mais essa!
Instantaneamente, senti um frio cortar o meu estômago. “Não.” Sussurrei tentando

não deixar transparecer a minha dor.
Saímos à noite para mostrar a cidade para Ryan, e o passeio foi muito legal. Ryan se
deu muito bem com Emmett. Depois saímos para dançar todos de casa, inclusive
Mike. Nos divertimos até, mas voltamos cedo.
No dia seguinte, embora eu estivesse p, eu queria muito ligar. Mas me convenci de

evitar fazer isso, seria uma afronta ao meu amor próprio. O correto era procurar
alguma coisa para fazer, já que o nosso hóspede tinha saído para ‘a festinha’.
“Emmett, hoje o sol tá lindo, vamos sair para fazer uma trilha?” O chamei na mesa do
café da manhã.
“Eu também quero!!” Alice disse saltitando de entusiasmo.
“Não sei... Pra onde vocês querem ir?” Perguntou desinteressado.
“Vamos para a praia da reserva??!” Disse a caçula saltitante.
“Não, lá é longe demais e não tem infra estrutura nenhuma!!” Neguei na hora, era
muita tortura pra mim.
224 de 1595 26/05/2011 20:45

“A gente leva as coisas, Bella!” Alice disse e eu lancei um olhar de poucos amigos.
“Se vamos sair, prefiro ir à praia mesmo, estou cansado e não estou a fim de fazer
trilha.” Emmett disse ainda em dúvida.
“Então vou me arrumar. É praia mesmo, viu, Bella!?!” Alice saiu regozijando.
Deitei sobre os braços na mesa. “Tudo bem.” Concordei desanimada.
“Vou levar o Mike.” Emmett informou com mais empolgação e pegou o telefone para
ligar. Agora era relaxar e curtir.
Levamos um violão e fui tocando enquanto Alice cantava. Jéssica também foi.
Interessante, Mike agora dividia a atenção entre eu e Jéssica. Ele estava uma graça,
com uma amizade impagável. Analisei os dois e me perguntei se eles ainda estavam
ficando. Estavam meio suspeitos.
Chegamos à praia onze horas, estava cheia. Arrumamos um local para ficar e partimos
para a curtição. Fui até umas rochas com Mike, onde caminhávamos e admirávamos a
paisagem.
Após um tempo de passeio, meu telefone tocou.
“Oi, Bella.” Era Edward. Ofeguei de ansiedade.
“Oi.” Falei sem entusiasmo.
“Obrigado pelo telegrama.”
“De nada.” O frio cortava meu estômago.
Um silêncio se fez.
“Está tudo bem?” Perguntou após o silêncio.
“Está, e você?” Eu queria que ele sentisse como era bom conversar com uma pessoa
monossílaba.
“Estou bem.” Respondeu sem graça.
Outra pausa de silêncio.
“Então tá, até mais.” Se despediu.
“Até.” Despedi e desliguei o telefone rapidamente, respirando fundo.
Após uns minutos consegui recuperar o bom humor e fui dar um mergulho com a
turma. Estava adorando a companhia do Mike, ele voltou a ser o mesmo menino
carinhoso comigo. Não como antes, pois eu sentia que não havia mais interesse, hoje
eu acreditava que ele me considerava como sua família.
Paramos para retocar o protetor solar, e Mike espalhava pelo meu rosto.
“Bella!” Era Jake quem passava perto da gente e parou para falar comigo.
“Oi!”
“Perdida por aqui?”
225 de 1595 26/05/2011 20:45

“Não. Vim a passeio com meus irmãos e com Mike.” Apresentei Mike, e ele o
cumprimentou. “Aquelas são minhas irmãs e meu irmão.” Disse apontando para os
outros e levantei.
Ele cumprimentou meus irmãos e Jéssica faltou ter um colapso com a imagem do
quileute à sua frente. Deixei meus irmãos lá e sentei em um canto para conversar com
Jake.
“Aquele dia você sumiu, nem me despedi.” Referi ao meu último dia na praia.
“Pois é, com você e Edward discutindo a relação, a gente tinha que vazar mesmo!” Ele
sorriu. “Tem visto ele?”
“Não. Tem uns meses que não o vejo.” Respondi desinteressada. Eu tinha que sair
desse assunto imediatamente.
“Estou indo para a casa dele daqui a pouco, vai ter uma reuniãozinha de amigos lá.”
“Legal.” Tentei soar descontraída. “A minha irmã ficou interessada em você.” Apontei
para Jéssica. Era a melhor maneira de mudar de assunto.
“Dá o meu telefone para ela, anota aí.” Ele me deu o telefone, se despediu da turma e
foi embora.
O resto da tarde se passou lentamente. Eu estava entediada de estar ali. As

lembranças da última vez na praia pairavam em minha mente e eu me deixei abater
pela tristeza que me rodeava.
“O que foi, Bella? Você ficou pra baixo de repente!” Mike perguntou colocando o braço
em meu ombro.
“Eu estou bem, é impressão.”
Inventei um assunto para conversar com ele, e o tempo foi passando. Ao fim da tarde,
o meu telefone tocou. Olhei o visor e era Edward de novo. Atender ou não atender?
Eis a questão.
“Oi.” Atendi fria.
“Bella, você está na reserva?” Perguntou com a voz animada.
“Sim.” Respondi sem mudar o tom.
“Por que não veio aqui?” De novo um frio percorreu meus estômago ao ouvir sua voz.
“Por quê?” Sorri sem humor. “Talvez por que eu não tenha sido convidada.” Ironizei.
"Foi por isso ou por você estar com Mike?” Devolveu com sarcasmo.
“Talvez seja por isso também.” Queria cortar logo o assunto, estava cansada disso.
Uma pausa de silêncio se fez, ele o interrompeu. “Bella... Eu sei que não é...
Desculpe.”
“Edward, pare de se desculpar por tudo! Você só tem dado fora!” Respirei um pouco.
Ao meu lado meus irmãos me olhavam atônitos. “Olha, esse assunto já encheu, então
esquece e tudo bem.” Concluí.
226 de 1595 26/05/2011 20:45

“Passa aqui...” Ele pediu e eu sentia meu peito arder. Rá! Só faltava essa! Respirar e
pensar.
“Edward... Por que você não me ligou quando chegou?” Perguntei pausadamente, não
contendo a indignação na voz. Ele não respondeu. Eu continuei. “Por que não estava
com saudade de mim, não é?” Dei uma pausa. “Por que eu não tenho tanta
importância assim para você, não é?” Soou seco e triste. Ele não respondeu. “Edward,
eu não vou passar aí. Estou cansada de ficar atrás de você, estou cansada de forçar
uma situação que você não quer. Sinceramente, eu não consigo te entender, então:
eu.estou.desistindo.de.você.” Pontuei enfaticamente as últimas frases. “Parabéns e
até mais.”
Desliguei o telefone, suspirei e todos me olhavam.
Eu não estou nem aí. Não tenho nada para esconder de ninguém. É isso mesmo que
vocês ouviram, acabou!
“Você está bem, Bella?” Mike me abraçou.
“Eu vou melhorar. Obrigada, Mike.” O abracei de volta.
Estávamos nos organizando para ir embora, eu já tinha entrado no carro, quando

encostou ao lado do carro do Emmett o carro do Ryan, com Rosalie sentada ao lado.
“Já vai, gente?” Ryan falou com Emmett. “Tá cedo! Tem um pessoal vindo aqui para
fazer um luau.” Informou empolgado.
“Estamos cansados, acho que não vai dar.” Emmett respondeu sem ânimo.
“Então não vou voltar para terminar de montar o som.” Ryan fez drama e sorriu. “Qual
é gente!! Eu não estou aqui o ano todo! Fica aí, vamos curtir a noite!”
“Vocês querem ficar, gente?” Emmett perguntou para nós.
Eu não respondi. Jéssica e Alice gritaram empolgadas que sim.
“Quem vem?” Emmett perguntou.
“Uns colegas dela.” Disse apontando para Rosalie que não tinha me visto ainda.
“Tá, a gente vai ficar um pouco.” Emmett concordou e falou baixo conosco que
estávamos dentro do carro. “Caramba! O cara mal chegou e já está desfilando com
um lourão desses!”
No mesmo instante, belisquei Alice e tive vontade de sorrir. Minutos depois chegaram
umas doze pessoas com um violão. Entre elas, Edward, Jasper e Jake. Apática, desci
do carro e Mike me ajudou a esticar as esteiras novamente no chão, perto do local
onde o pessoal sentou. Emmett se animou e pegou o violão, não se importando com a
presença de Edward. Fiquei admirada em vê-lo ali, não era bem a cara dele estar lá.
Alice sentou de um lado meu e Mike do outro. Jéssica deitou no colo do Mike.
Cantaram inicialmente músicas antigas do Michael Jackson, então Alicinha exibida se
jogou. Eu não levantei os olhos um minuto para encontrar os olhos de Edward. Já era
tortura demais estar ali. Se meus olhos encontrassem os dele, eu não iria resistir.
Jéssica sentou e começou a encarar Jake. Como eu sou uma boa irmã, passei na hora
o telefone dele para ela, e ela mandou uma mensagem. Logo ele a chamou para sentar
227 de 1595 26/05/2011 20:45

perto dele.
Estava anoitecendo e era noite de lua cheia. O tempo esfriava. Alice chamou Jasper
para sentar ao lado dela. Eu estava com frio, porque estava só de short e biquíni,
então me aproximei mais do Mike, e ele passou o braço em volta mim ao perceber o
meu frio. Deitei a cabeça no ombro dele e o tempo foi passou.
Inesperadamente, meu telefone vibrou no bolso do short, me assustando. Olhei no

visor e era uma mensagem do Edward.
Mensagem Edward 19:55 PM
Pelo amor de Deus, não me torture assim...
Levantei os olhos para fitá-lo, e ele estava mandando outra.
Eu nunca te pedi nada... Eu preciso de você... Fica comigo hoje...
Realmente ele nunca me pediu nada. A não ser no começo para esquecê-lo, para
deixá-lo em paz. Rá! Se ele queria ficar comigo por que não me procurou quando
chegou!?
Escrevi uma resposta.
Acho que não é uma boa idéia... Melhor não...
Recebi outra.
Um beijo e nada mais... Finja que ainda me quer... É meu aniversário...
Suspirei com o frio percorrendo meu estômago. Como eu queria beijá-lo, ele nem
sabia o quanto, mas isso não ia ajudar em nada.
Escrevi mais uma e enviei.
Podemos nos magoar mais...
Mensagem Edward 20:00 PM.
Jipe do seu irmão.
Ele devia estar mesmo a fim. Meu Deus! E agora? Será que eu queria mesmo fazer
isso? Onde estava meu amor próprio em uma hora dessas?
“Me empresta a chave que eu vou lá no carro buscar uma blusa de frio.” Cochichei no
ouvido do Emmett. Ele parou de tocar, enfiou a mão no bolso e me entregou a chave.
“Quer que eu vá com você?” Mike perguntou.
“Não. Por favor, fique.” Olhei nos olhos dele para que ele entendesse. “Eu vou
demorar um pouco.” Falei e saí. Percebi Mike me olhando até o momento em que
chequei ao carro.
Encostei-me ao jipe e esperei Edward chegar. Ele chegou e não disse nada, só me
228 de 1595 26/05/2011 20:45

puxou em seus braços e me beijou violentamente, enfiando rápido sua língua em

minha boca. Ofeguei, e as famosas borboletas começaram a subir e descer em meu
estômago com a sensação de seu abraço e de seu aperto. Ele estava diferente, nunca
foi de tomar iniciativas. Ele apertou o meu corpo rudemente no carro do Emmett, sem
me dar chance de pensar. Eu estava confusa, mas estava gostando de sua iniciativa,
embora se eu pensasse com a razão saberia que era só um momento.
O seu beijo estava faminto, ansioso, enquanto passava as mãos pela extensão do meu
corpo. Meu sangue fervia e meu corpo respondia rapidamente, motivado pela saudade
que nos rodeava e pelo desejo fundamentado pela distância. Eu o queria muito, meus
lábios o pediam e se entregavam de uma maneira arrebatadora. Mil sensações
misturadas passavam pelo meu corpo e pelo meu cérebro, me fazendo perder o ar.
Minutos depois afastei-o em busca de ar.
Sem perda de tempo, ele pegou atrás da minha nuca, me olhou quente e não queria
me soltar. Ele continuou beijando ardentemente minha orelha, inserindo a língua,
mordiscando, passando as mãos em minha barriga, cintura, braços. Eu estava ficando
tonta, vendo estrelinha em todos os lados. Uma mão sua foi para os meus seios, por
cima do biquíni, me apertando, a outra segurava possessivamente no meu quadril, me
moldando as suas formas. Eu estava sem ar novamente, me sentindo mole, mas voltei
para os seus lábios.
Ficamos ali por vários minutos, nessa ânsia um pelo outro. Meu corpo e meu cérebro
só pediam mais.
“Bella!” Me virei em direção a voz enquanto ofegava. Era Emmett. “Eu... Eu vou fingir
que não vi.” Falou e voltou para onde estava o pessoal.
Edward me apertou ao carro e me abraçou forte ao seu corpo.
“Feliz Aniversário, Edward... Você é muito importante para mim.” O afastei para olhar,
sorri e o abracei novamente, apertado, esquecendo por um minuto da distância que
nos separava. Mas antes que eu permitisse, senti a dor da distância me cortar.
“Vamos voltar?” O chamei.
“Tem certeza...” Não era uma pergunta, era um lamento enquanto ele me apertava
mais no abraço. Meu coração estava apertado, eu poderia ficar com ele para sempre
que eu não me sentiria satisfeita... Mas eu não dava conta mais...Eu não agüentava.
Tinha que existir algum orgulho em mim.
“Eu vou indo...” Falei, me soltei devagar e me virei para sair.
Ele segurou minha mão. “Bella... O que você espera de mim?” Seus olhos estavam
implorativos, algo que eu realmente não entendia. Também não entendi muito bem a
sua pergunta, mas o que eu esperava dele? Talvez o que eu esperei fosse segurança,
mas isso ele não conseguiu me dar. Agora talvez eu não esperasse muita coisa.
“Eu acho melhor não conversarmos. Quanto mais conversarmos, mais iremos nos
magoar...” Falei sem olhar para ele. Ele não me soltou, como se ainda esperasse. “É...
Eu queria que você pensasse o que você quer de mim, Edward...” Comecei. “Por que
eu já falei várias vezes o que eu queria de você...” Disse pausadamente. “Isso está me
matando... Eu enfrento meu pai para ficar com você, fu faço mil coisas para ficar com
você... E você não faz nada por mim...” Disse infeliz. “Eu até te esperaria para
sempre, se soubesse que você quer que eu te espere, mas eu não vou mais esperar
229 de 1595 26/05/2011 20:45

em vão...” Respirei fundo. “Foi um choque ontem quando sua mãe disse que você
voltou...Pense comigo: eu te esperei três meses e no dia que você voltou nem um
telefonema você me deu!! Eu não quero isso pra mim! É doentio! Todo mundo percebe
que você não está nem aí pra mim, até Alice pediu para eu não te ligar ontem!
Chega... Eu já cansei! Não adianta eu acreditar na sua mudança, quando você não
muda... Sabe, eu aprendi uma coisa esses dias: ‘quando a gente não quer, qualquer
desculpa serve’. Você vive inventando desculpas... Então eu já sei que você não me
quer... Você é tudo pra mim, mas eu desisto.” Resoluta, não olhei em seus olhos e
voltei para a praia me sentando a seguir ao lado do Mike.
Eu queria chorar, mas o meu restinho de amor próprio não me permitiu. Após isso,
ficamos meia hora na praia, e Emmett resolveu ir embora. Eu fui antes para o carro,
para não ter que me despedir de ninguém. No caminho, todos perceberam que eu
estava mal, inclusive Emmett, que não comentou nada sobre o ocorrido.
Melancólica, deitei no ombro do Mike e segurei pra que as lágrimas não caíssem ali,
mas logo o silêncio do carro enfim se quebrou.
“Até que os caipiras são legais né, gente?” Era Emmett querendo inventar assunto.
“Muitos gatinhos reunidos.” Jéssica se pronunciou sorrindo. “Esses quileutes que

chegaram por último... Uns saradões, né!? Nunca pensei que existissem índios bonitos
assim.” Jéssica tagarelava.
“Bonita é a menina que estava com Ryan, caramba! Que corpo!” Emmett disse e eu
belisquei Alice. Enfim uma coisa que teve graça.
“Pena que é uma caipira né, Emmett!!” Eu tinha que soltar algum veneno.
“Pois é né, Bella, tem gente que gosta.” Disse com escárnio.
“O Ryan gostou, espero que eles fiquem juntos.”
O meu irmão não sabe que ela é a irmã do Edward.
“Se fosse só para ficar, eu ficava com ela também.” Emmett se defendeu.
“Rá! Você acha que ela vai ficar com o filho do senador ou com você? Ryan é muito
mais gatinho e legal!” Provoquei e ele não gostou.
“Bella, querida, é só eu querer! Só que eu não vou gastar tempo vindo nessa
distância.” Retrucou.
“Você se acha! Tomara que ela fique com Ryan! Até por que você não vai vê-la nunca
mais, então abaixa a sua bola de machão que tu não tem nem chance! Ela nem olhou
para você, nem sabe que você estava ali!” Falei! Eu queria descontar a minha raiva em
alguém.
Emmett olhou para trás e percebeu a minha animosidade. Ninguém falou mais nada, e
até que enfim fiquei com vontade de rir. Olhei para Alice e ela se segurava.
Ryan ficou o fim de semana em Forks e veio segunda para minha casa, acompanhado
por Rosalie. Conversamos um pouco e combinamos de sair para comer e ir ao cinema.
“Pronta!” Pulei da escada, depois de arrumada. “Chamei Alice e Mike, tem problema?”
Perguntei, empolgada com o passeio.
230 de 1595 26/05/2011 20:45

“Pra onde vocês vão?” Emmett descia as escadas na hora e perguntou para Ryan.
“Não sei, as meninas querem comer e ir ao cinema.” Ryan respondeu.
“Vou chamar Jéssica e vou também.” Se ofereceu o meu irmão.
Ele devia estar muito sem o que fazer para estar forçando assim. Já no Centro,
lanchamos e assistimos um filme. Do cinema resolvemos ir a um barzinho perto do
lago. Emmett não tirou os olhos um segundo de cima de Rosalie. Rá! Eu estava
achando era bom!!
“Bella, faz favor.” Ryan me chamou em um canto. “O que você tem com esse cara?”
Referiu-se ao Mike. “E o que quê tá rolando entre você e Edward que ele não está
vindo aqui? Que bagunça é essa? Eu me desgastei a toa lá na capital! Vocês pareciam
estar tão bem!” Ryan disparou a falar.
“Eu desisti.” Dei de ombros. “Então acho que acabou. Era só eu quem queria.”
“Por quê desistiu?”
“Por vários motivos, mas o principal é por ele nunca me procurar.”
“Mas você está bem?” Me olhou com interesse.
“Sim, e vou melhorar mais.” Disse com a convicção que eu não tinha. “Eu só preciso
não vê-lo.”
Voltamos para a mesa e nos descontraímos. Eu não tinha dificuldade com isso. Percebi
que Mike saiu da mesa por alguns minutos, então fui dar uma volta com Alice para ver
se o encontrávamos. Encontrei-o agarrado com uma menina perto de uma árvore.
Depois que minha irmã o inaugurou, ele virou um pegador. Devia ser contagioso isso!!
Ryan não estava bebendo muito porque ainda ia pegar a estrada. Antes de sair, ele
combinou de voltar no final da semana para terminar de montar o som.
“Rose, você podia vir no sábado com Ryan. Enquanto eles montam o som, a gente
pega um sol e toma banho de piscina.” A convidei.
“Vou pensar...” Respondeu sem mostrar interesse.
Nossa, o único normal dessa família é Jasper. Que povinho indeciso! Por que será que
ela não gosta de vir aqui em casa? Eles se despediram e voltaram a Forks.
“Emmett, você podia disfarçar! Quase que você baba na mulher! Ainda bem que Ryan
não percebeu.” Alice ironizou e me beliscou.
Meu irmão iria ter um troço quando descobrisse que a mulher que ele estava babando
era uma caipira filha de funcionário, exatamente o tipo de pessoa que ele achava que
não servia para nós. Rezei para que ela viesse sábado!Se ele a visse passeando de
biquíni pela nossa casa iria morrer.
Os dias se passaram rapidamente, e eu estava tentando não me deixar abater. É

lógico que quando ficava sozinha em casa, a primeira coisa que fazia era olhar para o
telefone. Se ele ao menos me ligasse...
Como combinado, sábado Ryan veio e estava lá em cima com Emmett tentando
terminar a montagem do som. Rosalie resolveu vir, colocou um biquíni minúsculo e
231 de 1595 26/05/2011 20:45

nos expomos ao sol, na beira da piscina.
“Rosalie, você está namorando Ryan?”
“Não! É só companhia. Ele é legal, mas não rolou. Não gosto de relacionamentos
impossíveis.”
“Mas por que não daria certo?” Eu queria mesmo saber.
“Por tudo, é só pensar.” Deu de ombros.
“Você é outra que se preocupada com diferenças?” Perguntei desacreditada. Só

podiam ser irmãos.
“Fomos criados acreditando que cada um tem seu lugar, Bella.” Nossa! Só não
conseguiram fazer a lavagem cerebral no Jasper.
“Mas você gostou dele?”
“Bella, eu só gosto de quem eu quero.”
Cada minuto ficava mais boquiaberta. Que personalidade que eles tinham!
“Mas você não sente nenhuma atração por ele?” Insisti.
“Não!” Respondeu como se fosse o óbvio.
O som foi instalado bem mais simples que o do Ryan, mesmo assim em todos os
cômodos tinham pequenas caixas instaladas, com uma concentração maior na sala de
festas. Emmett ficou empolgado e convidou uns amigos para curtir o som novo em
nossa casa. O Ryan ficou.
Percebi que novamente Emmett não tirou os olhos da Rosalie, e, pela primeira vez em
muitas festas, ele não ficou com ninguém. Ela agiu como se ele não existisse. A vida
dá o troco tão rápido...
Uma semana depois era o Natal. Meu pai convidou Esme para cear conosco, mas ela
não veio. Mandei antes os presentes em nome da família: um celular para Jasper, uma
sandália para Rose e uma blusa para Esme. Para Edward mandei um livro sobre a
biografia de Roosevelt. Se ele quiser devolver, que devolva. Foi bom que Esme não
tenha vindo mesmo, não quero que ele culpe minha família também por deixá-lo
sozinho em dia de Natal.
“Bella, Jasper acabou de ligar agradecendo os presentes.” Disse Alice.
“Que bom, eles disseram se gostaram?” Deitei no sofá da preguiça enquanto o jantar
ficava pronto.
“Sim, Jasper disse que adorou.”
“Legal.”
“Você está tão pra baixo, Bella. É por causa dele, né?” Pegou minha mão. Meleca, eu
não queria estar assim. “Mesmo que você esteja querendo esconder, eu estou
percebendo.” Pressionou.
“É só impressão.”
232 de 1595 26/05/2011 20:45

“Eu te conheço. Você não tem sorrido mais como antes, está parecendo um corpo
sem alma.”
“Eu tenho que conseguir, Alice, não vou levar isso a vida toda nas costas.” Suspirei.
“Se você acha que consegue...” Colocou minha cabeça em seu colo.
A noite foi tediosa para mim. Não consegui ficar feliz. Nostálgica, a vontade de desistir
de ficar longe me invadia. Sem fome, jantei e me preparei para deixar a mesa.
“O que você tem, Bella?” Meu pai perguntou, ainda comendo o chester.
“Vou deitar, pai, estou cansada.” Levantei.
“Seu cansaço tem alguma coisa a ver com a família da Esme?” Inquiriu o meu pai.
“Não!” Respondi sem humor e me virei para sair.
“Filha, você é boa demais para ele.”
“Não se preocupe, já acabou.” Murmurei tristemente, de costas para ele.
“Com tantos garotos você foi gostar justo dele...” Eu não entendia a implicância do
meu pai com ele. O fato dele querer continuar conversar com todos presentes na
mesa era muito chato! A minha família toda me olhava com compaixão, mas eu não
precisava que tivessem pena de mim.
“Aconteceu, a gente não escolhe de quem gostar... Boa noite.” Falei desanimada e
subi.
Com baixo astral, telefonei para minha mãe para desejá-la um bom Natal, depois
acessei minha caixa de e-mail. Tinha uma mensagem do Edward de dois dias atrás.
Mensagem Edward 22 de dezembro
Oi...
Bella, eu demoro a me acostumar a ficar longe de você então quando chego

novamente aqui, eu tenho certeza que não vou conseguir. Tenho vontade de desistir
de tudo para ficar com você, mas desistir de tudo seria a arma que nos separaria
futuramente, pois tiraria as minhas chances de um dia te merecer.
Penso e escrevo um monte de coisas, e não escrevo nada, simplesmente porque eu

estou sem chão. Não sei o que pensar... Só não quero te perder.
É injusto esse pensamento, porque não quero perder algo que sei que não é meu. E
não sei o que fazer! Não sei o que te pedir... Eu só queria que esquecesse tudo e
ficasse comigo novamente... E ao mesmo tempo estou lutando para te dizer adeus.
Não sei o que acontece comigo. Na capital, vejo você em tudo, conto as horas para te
ver... Mas quando chego aqui, dou de cara com a realidade de quem você é e vejo
que estou lutando contra o destino.
Eu estou sentindo sua falta, quero muito você.
Eu nunca planejei me casar, ter muitos filhos e ser feliz para sempre como muitos
caipiras daqui, mas quando estou com você esse é o meu desejo, nem que eu
233 de 1595 26/05/2011 20:45

continuasse sendo um caipira baixa-renda para sempre... E é disso que eu tenho

medo. Do que sinto quando estou com você.
E eu não posso perder o foco.
Desculpe...
Edward.
O que eu respondo? O certo será responder sem prolongar.
Não entendi o objetivo da mensagem, mas não importa. Siga os seus planos.
Fui fria e objetiva. Sinceramente eu não estava entendendo qual era a dele. Acho que
ele quis dizer que gosta de mim, mas não quer casar, ou seja, não me quer no futuro
dele.
Quem disse que eu estou pedindo ele em casamento? Ele disse tanta coisa com coisa
que eu não entendi foi nada! Aliás, eu não quero mais entender. Ele deve querer ser
rico, poderoso e SOLTEIRO. É isso! Disso eu já sabia.
Segunda-feira
Dois dias depois do Natal
“Bella, acorda... Vim te dar um beijo.” Era a voz do Jasper que me tirava do sono.
“Oi, Jasper...” Disse sonolenta, descobrindo a cabeça. “Espera um pouco.”
Levantei e fui ao banheiro me arrumar, enquanto ele esperava deitado na minha

cama.
“Pronto! Novinha em folha.” Pulei para o abraço. “O que faz aqui?”
“Vim consultar e passei aqui para ver vocês.” Respondeu sorridente.
“Veio com quem?” Perguntei já imaginando a resposta.
“Com o meu irmão. Ele está lá fora no carro.”
“Humm, já viu Alice?” Queria desviar o assunto.
“Sim, acordei ela também. Ela foi ficar com o meu irmão lá fora.”
Bom, vou perguntar pela Esme, com certeza ela também não está ‘lá fora’ com o
irmão dele.
Continua...
Notas Finais:
Obrigada pelos comentários...bjão
234 de 1595 26/05/2011 20:45

Capítulo 17-finja que me quer escrita por BIA BRAZ

Capítulo 17-Finja que me quer by bia braz
Capítulo 17 - Finja que me quer
Bella POV
“Vamos descer e lanchar?” Perguntei e puxei as mãos do Jasper para descer as

escadas. Encontramos Emmett, que estava se preparando para sair, mas sentou-se à
mesa conosco, fazendo companhia para Jasper. Meu irmão também gosta do
pentelho, todos aqui em casa sentem carinho e preocupação com o seu estado.
“Como estão os enjôos matinais?” Perguntei e coloquei pães na torradeira.
“Bem melhor.” Respondeu o garoto. Ele estava meio pra baixo.
“Mas você está comendo direito, está seguindo a dieta?” Perguntei solícita.
“Pára, Bella... Está parecendo minha mãe!” Sorriu um pouco.
Imediatamente, o abracei, morrendo de saudade do garoto.
“Você podia ter vindo no Natal, minha casa estava tão ruim sem você. Pelo menos
você agita esse lugar.” Disse acariciando seu rosto.
“Você queria ele ou o irmão dele, Bella?” Emmett queria brincar, mas não gostei da
brincadeira.
“Jasper, em tão pouco tempo eu já gosto mais de você do que de um irmão traidor
que eu tenho.” Olhei para Emmett para provocar, mas no fundo eu não sentia assim,
não tinha raiva do meu irmão.
“Eu também gosto de vocês como meus irmãos, vocês são muito bons para mim.”
Seu sorriso estava tão triste que estava me abalando.
“O que há com você hoje? Está sério... Nenhuma brincadeira...” Fiquei o analisando,
desconfiada.
"Estou chateado. Eu pensei que nós íamos ser parentes, mas você e o meu irmão não
se resolvem...” Poxa, ele estava mesmo chateado com isso?
Emmett continuou sentado à mesa sem mudar a expressão. Eu sinceramente não

queria desenvolver esse assunto.
“E você e Alice? Podem namorar.” Tentei descontrair, mas eu nunca percebi nada
anormal entre os dois.
“É doida, Bella! Edward me mata!” Disse de sobressalto.
Mais essa agora! Além de tudo vai se intrometer na felicidade do irmão!? Cada minuto
que se passa Edward me decepciona mais. Será ainda por não gostar do meu pai?
Será por causa de diferenças sociais? Vejo que Edward é mais preconceituoso que
qualquer um de nós!
235 de 1595 26/05/2011 20:45

“Jasper, você é dono da sua vida, você escolhe com quem você quer ficar. Não é por
que o seu irmão é assim que você tem que ser.” Não escondi a raiva da voz.
“Com quem você veio, Jasper?” Perguntou Emmett.
“Com o meu irmão, ele está lá fora.”
“E por que ele não entra?” O traidor teve a audácia de perguntar.
Mas é cara de pau! Só por que sabia que eu desisti fazia essa pergunta.
“Esqueceu, Emmett?! ‘cem metros de distância’ e ‘nunca vou atrás dela?’’’ Ironizei.
Não devia tratar meu irmão assim, mas estava muito irritada. Emmett me olhou
surpreso, como se não esperasse a minha lembrança daquele momento.
“Tchau, gente, tenho que ir.” Emmett subiu as escadas para ir ao quarto dele.
Aquele momento me trouxe uma lembrança do Edward. Ele realmente prometeu ao

Emmett nunca vir atrás de mim no dia em que brigamos na minha festa. Será por isso
que ele nunca veio atrás de mim por conta própria? Mas por que aquela atitude na
praia? Por que enfim ele tomou uma iniciativa? Inclusive a de me beijar sem que eu
tomasse a iniciativa... Não consigo entendê-lo.
Saber que ele estava lá fora era uma tortura. Tudo em mim pedia para ir vê-lo,
encontrá-lo. Eu queria pelo menos vê-lo. Mas não iria lá fora- decidi. Isso era pedir
demais, era mexer com o meu domínio.
“Jasper, espera aqui que eu vou vestir uma roupa, não devo passar o dia de pijama.”
Brinquei e fui ao meu quarto trocar de roupa.
Da varanda do meu quarto avistei Emmett conversando com Edward, mas não parecia
que eles estavam brigando ou discutindo. Achei estranho. Desci e Jasper já estava
jogando.
“Eita vício!” Sentei ao seu lado para jogar. “Leva para sua casa.” Apontei para o game,
pois o da casa dele não era tão moderno.
“Não dá, talvez Edward não fique as férias todas aqui e se ele for embora eu tenho que
voltar pra cá.” Respondeu sem tirar os olhos da tela.
“Quando ele vai?” Perguntei involuntariamente chateada em saber que ele se ia.
“Depois do Réveillon, mas ele não tem certeza ainda. Está dependendo de uma
confirmação de vaga no dia dois.” Explicou e não parou de jogar.
Mesmo chateada, não deixei a tristeza me invadir. Ele tinha que seguir com a sua vida
mesmo.
“Há!! Eu sou o bom!!” O garoto estava melhorando o humor enquanto disputávamos.
“Bella, vai lá fora que Edward quer falar com você.” Alice apareceu na sala e avisou.
Eu não quero ir.- resmunguei internamente e continuei jogando como se ela não
tivesse falado.
“Ele está quase três semanas atrasado.” Disse com acidez e continuei jogando.
236 de 1595 26/05/2011 20:45

Jasper me olhou com olhar de crítica e voltou a jogar. Jogamos mais algumas
partidas.
“Bella, eu já vou.” Jasper se levantou para sair.
“Tá bom, se cuida.” O abracei.
“Você não vai lá fora, não?” Perguntou em tom de cobrança.
“Para o meu bem, é melhor não. Mande um beijo para sua mãe e para Rose.”
“Tudo bem, avisa para Jéssica que eu não fui acordar ela porque Alice disse que ela
chegou quase de manhã.”
“Ela vai entender.” Acompanhei-o até a porta da sala.
Ele hesitou, olhando triste para mim. “Bella, vocês dois vão continuar nesse clima?”
Parecia que ele estava ligando mesmo para a minha situação com Edward.
“Jasper, eu não vou mais insistir.” Expliquei cansada do assunto.
“Ele quer falar com você, ele é doido por você, Bella.” Insistiu, um friozinho percorreu
meu estômago ao ouvir isso.
“Bastava-me saber que ele gosta e me quer, mas não é isso o que acontece. Para ele,
gostar não é o mesmo que querer, e ainda que ele me queira, não é no futuro dele. Ele
é muito fissurado nesse futuro e esquece-se de construí-lo a partir do presente. E se
eu não me encaixo, não vou mais insistir.” Conclui chateada.
“Você podia pelo menos ser educada. Ele não entraria aqui nunca sem a presença ou o
convite do seu pai, então você podia ir lá, já que ele quer falar com você.”
Argumentou o garoto, sério. Onde Jasper atentado arrumou esse poder de persuasão?
Pensei por uns minutos... Eu podia conviver com ele. Eu sou uma pessoa educada e
não tenho raiva dele. Realmente seria falta de educação não ir lá fora. Se eu não
fosse, estaria fugindo, quando deveria enfrentar.
“Tá, você ganhou.” Sorri e saímos abraçados.
Edward estava na rua, encostado em seu carro. Alice conversava com ele, sentada no
meio fio.
“Oi, Edward.” Forcei o sorriso. Eu estou bem, se convença, Bella.
“Oi, Bella.” Disse timidamente, olhando sem jeito para mim.
“Alice, você viu meu boné da Nike?” Perguntou Jasper.
“Sim, vamos lá buscar.” Alice levantou e puxou Jasper de lá.
Ficar sozinha com ele não foi uma idéia boa. Isso não estava planejado. Comecei a
sentir uma dor cortante, que oscilava entre a boca do estômago e meu peito. Algo
dizia que eu não fiz uma boa escolha, estava ferida e minha incisão não cicatrizara
ainda. Estar tão próxima dele não era permissivo, estava despertando um mar de
sentimentos que dentro de casa pensei estar acalmado. Abalada pela sua presença,
encostei-me ao carro, com medo de cair com a depressão que se alojara em meu
237 de 1595 26/05/2011 20:45

peito.
Bom, já que estava no fogo, o certo era me queimar. “Queria falar comigo?” Tentei ser
educada.
“Sim... Só dar um oi e me despedir.” Sua voz foi baixa e controlada.
“Já vai embora para capital?” Estava prolongando o assunto para não deixar o clima
tenso.
“Sim, estou com uma sensação de perda de tempo. Vou tentar fazer outro curso.”
Bem a sua cara Edward! Não dar valor em coisas realmente importantes.
“Ficar com sua família é perda de tempo?” O encarei para acusar.
Queria falar muito mais que aquilo, mas estava despertando uma raiva que eu não
queria sentir, porque atrás da raiva viria a decepção e atrás da decepção viria a
tristeza.
“Não!” Respondeu assustado com a minha pergunta e com o meu olhar. “Mas você
sabe que quanto mais cursos extras eu fizer, melhor para o meu currículo e mais
rápido eu termino o curso.” Se explicou.
“Ah, eu tinha esquecido que você vive no futuro.” Disse sarcasticamente.
Eu devia aproveitar o momento e falar tudo que pensava, mas a minha real implicância
não era com os projetos dele, era com a sua atitude.
“Eu não estou te entendendo, Bella.” Ele me olhou magoado.
“Você não vive o presente, você vive no futuro. Espero que o seu futuro seja tão bom
como você planeja. Espero que quando chegar lá, consiga se satisfazer
financeiramente, familiarmente e emocionalmente, porque hoje, nada disso é
satisfatório para você!” Joguei em cima dele, incapaz de esconder minha frustração.
“Por que você está falando isso?” Ficou de lado no carro, frente para mim, com o olhar
chateado.
“Não sei, só acho que as pessoas devem deixar o futuro acontecer.” Disse
educadamente. Na verdade não sabia nem como tinha chegado naquele assunto. Nem
eu estava entendendo o objetivo do meu argumento.
Uma pausa longa de silêncio de fez, e eu estava me perguntando o que estava

fazendo ali, já que eu não tinha assunto com ele. Ele suspirou, pensativo, passando a
mão no cabelo. “Bella, você quer sair comigo hoje à tarde?” Perguntou com
delicadeza, parecendo hesitante.
Olhei para ele espantada. Ele não se deu conta da parte não dá?! Como ele fica três
semanas sem me procurar e agora aparece me chamando para sair?!?
Respirei fundo, segurei a minha raiva e respondi calmamente. “Não... Não posso, não
quero e não devo.”
“Por quê?” Ele queria mesmo saber? Ele devia estar meio louco, só podia ser!
“Não posso, porque vou ter ensaio pra tocar hoje à noite em uma festa, não quero,
238 de 1595 26/05/2011 20:45

porque não temos mais nada, aliás, nunca tivemos! E não devo, porque não vou me
permitir iludir novamente.” Disse certa da minha decisão, olhando fixamente para
algum ponto na minha unha do pé. Não olhei para ele, era o melhor jeito de me
proteger, não sabia até quando poderia agüentar.
“Então tudo bem, Bella... Eu já vou... Vem me dar um abraço.” Sua voz soou meio
triste e ele me puxou, sem me deixar pensar, para um abraço forte.
Meu cérebro gritou: alerta, ficar assim tão próximo não é tolerável. Não sei quanto
tempo consigo suportar.
“Você vai quando?” Afastei-me do abraço para me proteger novamente.
“Ainda vou confirmar meu nome na internet, mas provavelmente em cinco ou seis
dias.”
“Então tá, você volta daqui a sete meses, né?” Tentei soar amigável.
“Talvez eu não volte em sete meses também... Fui indicado pelos professores para
assistência política e o pai do Ryan vai ver se me encaixa em um lugar oportuno no
Senado. Não sei quando volto.” Finalizou, puxando os lábios em um sorriso triste.
Uma dor cortou meu coração e eu percebi que não ia agüentar. Era isso... Por isso ele
não veio me ver... Em todo o tempo o que ele queria era me dizer adeus.
“Então é isso...” Suspirei, controlando a ansiedade. “Por isso me chamou... Hoje é a

despedida de verdade.” Eu estava sofrendo em pronunciar essas palavras. Até agora
eu estava presa na mágoa e não tinha dado conta de que ele iria, e que eu não o veria
mais tão cedo. Em um ano, quando ele voltasse, eu deveria ir para alguma
universidade na Califórnia, e se dependêssemos do destino, não nos veríamos nunca
mais. Esse realmente era o fim.
Até agora eu ainda sonhava que ele iria simplesmente me procurar, dizendo que
enfrentaria tudo para ficar comigo e que nos iríamos ficar juntos para sempre, mas
então eu descubro que é o fim, que ele em todo momento estava anunciando o fim.
“Sim.” Foi o que ele disse e abaixou a cabeça.
Respirei fundo e tomei forças. “Então tá, sem traumas... Dê notícia de vez em
quando.” Tentei sorrir, querendo expulsar a dor do meu rosto.
Antes que eu pudesse evitar, ele me puxou sem me dá chance de se soltar e me

abraçou forte por longos minutos. Eu não o abracei de volta. Meu coração agitava,
minha garganta cortava, e eu precisava sair dali. Aquilo estava me massacrando,
cortando a minha alma. Estar em seus braços pela última vez era matar meus sonhos
cruelmente. Eu precisava me libertar daquela escravidão.
“Deixe-me ir...” Pedi tentando me soltar, mas ele não soltou.
Eu não queria ser tão fraca assim, mas todo o sentimento era maior do que eu, logo
as lágrimas guardadas há dias invadiram meu rosto sem a minha permissão. Tudo se
acabou em lágrimas de uma maneira insuportável. Eu queria ir embora, mas ele não
me permitia, simplesmente apertava-me ao seu corpo.
“Por favor, me solta...” Respirei fundo e levantei meu rosto para olhar em seus olhos.
Surpreendi-me quando vi lágrimas em seus olhos. Seriam por pena de mim?
239 de 1595 26/05/2011 20:45

“Fique, Bella.” Ele suplicou com a voz cortante e voltou a me abraçar forte, beijando
uma vez meu cabelo.
“Edward, pra quê nos torturar mais se no final você acaba dizendo adeus sempre?”
Forcei seu corpo para frente, mas ele ainda não me soltou.
“Por favor...” Ele implorou. “... Fica aqui comigo.” Sua voz era baixa e de uma tristeza
tamanha. O que eu mais queria era ficar ali... Sempre. Eu queria tanto saber o que se
passava dentro dele, o que o fazia chorar. “Eu não estou pronto pra dizer adeus...” Ele
disse e começou a beijar a minha testa e os meus olhos.
“Então pára de me dizer adeus!!” Alterei o tom, impaciente.
“Como, Bella?” Suplicou e me abraçou forte de novo.
Ele não muda, concluí. Ele inspira pessimismo e falta de fé. Eu queria que ele me
dissesse que eu podia esperá-lo, que um dia ele voltaria, mas ele estava me matando
e eu não conseguia me libertar. Matava-me saber que ele era tão pessimista e que não
acreditava em nós.
Ele ficou uns minutos inalando profundo, depois me afastou pelos ombros para falar
comigo. “Bella, por favor, esquece tudo... Desculpe-me... Desculpe por sempre dá
fora, por ser um inseguro, por não ter consistência, por ter um sentimento ineficaz...
Porque eu sei que o que eu preciso é ficar com você. Eu preciso de você mais do que
tudo.” Ele suplicou pausadamente. Eu fiquei surpresa com a sinceridade que vi em
seus olhos. Eu o sentia desencoberto, livre, enquanto falava.
“Até quando você precisa de mim... Só hoje?” Perguntei triste, eu só queria ter
esperança...
“Bella... Me dá um tempo... Deixa eu organizar a minha vida... Eu quero você pra

sempre... Mas eu não posso te dar nada agora... Nada mudou.” Ele disse
desacreditado.
“Eu não estou te pedindo nada, eu não estou pedindo pra você casar comigo, eu só
quero convicção...” Murmurei vencida, mas em seguida tive uma idéia. “Está na hora
do Jasper comer, você quer almoçar aqui?” Se ele cedesse era um bom sinal, o
orgulho estaria sendo dissipado.
Ele me afastou, aparentemente assustado com a minha mudança repentina de atitude.

“Hoje não, Bella, seu pai não está em casa. Eu queria ir, mas sinceramente eu me
sentiria um delinqüente fazendo isso... Entenda-me.” Pediu contrito.
Eu sabia que ele não iria, mas fiquei surpresa com o fato dele dizer que queria ir. Seria
alguma mudança? Dessa vez ele tinha razão, talvez fosse uma situação humilhante
comer na casa de alguém onde você não é aceito.
“Saia comigo mais tarde.” Ele propôs novamente.
“Por quê? Sinceramente eu não vejo o porquê... Não devemos alimentar mais essa
ferida...” Disse pausadamente, estava cansada de me despedir.
“Eu sei que você não vai entender, mas eu queria ficar mais tempo perto de você. Saia
como minha amiga, como alguém próximo... Eu preciso de você.” Sua voz era
carinhosa e suplicante.
240 de 1595 26/05/2011 20:45

Eu queria jogar novamente na cara dele que ele não veio me ver quando chegou, que
ele não me procurou e agora era tarde demais, todavia minha resistência se esvaía,
minha solidez já não existia e tudo que eu queria era estar ali, apertada em seus
braços, sem forças e sem vontade de me soltar. Presa a ele, e não só pelos seus
braços, mas minha alma estava presa a ele com prazer. Eu não teria vida e alegria de
viver se não fosse naqueles braços, e era exatamente isso que doía.
“Eu não posso, Edward.” Neguei com a voz sussurrada.
Ele segurou meu rosto com as mãos. “Bella, por favor, mente que ainda me quer, finja
que ainda sou tudo pra você e que ainda acredita em nós...” Ele continuava suplicando
com olhos intensos.
“Será que você não vê que isso só me faz sofrer? A nós dois! Se você quer
simplesmente se despedir... É só ir embora.” Disse abaixando o olhar.
Essas palavras doeram em mim principalmente. Mas ele continuou insistindo. “Deixa
eu viver essa ilusão só hoje, deixa eu ter a lembrança que um dia existiu.” Implorou.
Era interessante o fato de, pelo menos uma vez, ele insistir por mim. Isso foi
inusitado, afinal, eu passei uma vida correndo atrás dele.
E eu podia fazer isso por ele, sair com ele... Podia ter o corpo presente, mas não
deixaria meu coração se ludibriar. Não poderia?
“Tudo bem. Então eu vou entrar, me arrumar e depois te ligo.” Murmurei, ainda
desanimada. “Mas sinceramente isso não é uma boa idéia.” Completei, soltei-me de
seus braços com uma sensação estranha, me direcionei à minha casa e virei para
fitá-lo novamente. Senti que ele estava realmente sofrendo. Seria correto nos torturar
mais?
Novamente a aflição de ficar longe dele me invadiu e tudo que estava me bloqueando
de novamente me entregar a um momento de prazer com ele dissipava-se. Eu senti
que eu ainda o queria. Queria lutar por ele, por aquela pessoa complexa que
aparentemente necessitava de mim, assim como eu dele. Mas o que devia esperar?
“Jasper, seu irmão quer ir almoçar, se você for almoçar aqui, avisa lá para ele.” Avisei
e me direcionei as escadas para subir para o meu quarto.
“Tudo bem.” Jasper saiu e Alice subiu atrás de mim para o meu quarto.
“Que cara é essa, Bella?”
“Ele quer sair comigo, mas eu não vejo pra quê... Isso só piora as coisas.” Murmurei e
deitei de bruços em minha cama, a cabeça apoiada no braço.
“Melhora essa cara, vocês sempre curtiram o momento. É melhor você se permitir
ficar feliz enquanto ele estiver aqui... Estou triste em ver você triste assim.” Ela deitou
ao meu lado.
“Vai ser pior quando ele for embora...” Argumentei o meu desinteresse em sair.
"Bella, você sempre soube que ele sempre iria, e se saiu muito bem com isso até hoje.
Todos percebem que o que vocês sentem é muito forte. Você não pode deixar de
tentar, ainda mais sabendo que ele gosta de você.”
“Mas ele não me ligou quando chegou!” Relutei. “Alice, ele foi injusto com a gente.
241 de 1595 26/05/2011 20:45

Perdemos quase três semanas que poderíamos estar juntos e felizes.” Resmunguei
chateada, abraçando a boneca que ganhei deles de aniversário de 15 anos.
“Bella, você já pensou que pelo menos ele gosta de você? Ele dá muito fora, mas
desde o começo você já sabia disso! Foi você quem o escolheu.”
“Eu só queria que ele fizesse alguma coisa por mim...” Resmunguei, com o coação
comprimido.
“Se você olhar bem, ele já fez.” Se levantou para ir se arrumar no quarto dela. “Ah! E
não precisamos voltar para o ensaio, desmarquei com Emmett e ele achou foi bom.
Ele está na casa de uns amigos dele.”
Com movimentos mecânicos, tomei banho, me arrumei sem ânimo e deitei na cama
de novo, querendo ter certeza se era isso mesmo que eu queria. Iria mesmo ficar com
ele mais uma tarde, esquecer de tudo, fingir que estávamos juntos e amanhã a vida
voltar ao normal? Não sei bem se eu quero isso.
Depois de um tempo com a cabeça afogada no travesseiro, o telefone tocou.
“Bella, você está demorando... Você ainda vem?” Era Edward. Já tinha mais de uma
hora e meia que eles tinham saído.
“Ainda estou pensando...” Respondi sem convicção.
Um silêncio desconfortável se fez, eu só ouvia seus suspiros.
“Eu preciso de você... Por favor, vem...” Ele me implorou.
“E por que não me procurou antes?” Disse baixo, com tristeza na voz, e ele não
respondeu “Você só percebe que precisa de mim quando faltam poucos dias para ir
embora?” Essa mágoa estava me cortando.
Ele ficou mais um tempo calado.
“Por favor, Bella... Não sei mais como te pedir... Por mim, venha.” Em sua voz havia
dor.
Eu estava agindo incorretamente ao perceber seu sofrimento, logo resolvi baixar a

guarda.
“Tudo bem, onde vocês estão?”
Eu não deveria me magoar assim, mas eu queria mais um pouco dele, mesmo que
fosse só sua presença, uma despedida... Uma última vez.
Edward POV
Após almoçarmos, percebi que se passaram mais de uma hora e Bella não ligou. A
insegurança me invadiu no momento em que pensei que ela poderia não vir. Assim, ao
entrarmos na sorveteria, persisti em pedir a sua presença. “Bella, você está
demorando... Você ainda vem?” Debrucei ansioso sobre os braços na mesa, temendo
a sua resposta.
“Edward, ainda estou pensando...” Não tinha convicção na resposta.
242 de 1595 26/05/2011 20:45

Meu desejo era implorar-lhe, ajoelhar-me diante dela, pedir que não me deixasse
assim. Dizer que eu queria sentir minha Bella ali novamente, pois aquela estava tão
distante... Fria.
“Eu preciso de você... Por favor, vem...” Eu implorei, com receio de sua rejeição. O
que eu faria se ela dissesse não? O que seria de mim?
“E por que não me procurou antes...” Murmurou baixinho.
Eu senti a dor na sua voz que pairou sobre mim como uma lâmina cortante dando
golpes. Eu não tive palavras. Meu desejo era revelar-lhe o quão fraco sou. Que tomo
decisões egoístas procedendo com demasiada precipitação, quando não tenho forças
suficientes para levá-las adiante.
“Você só percebe que precisa de mim quando faltam poucos dias para ir embora?” Ela
acusou e suas palavras doíam.
Angustiado, eu queria me abrir, dizer-lhe que me lancei em precipício ao tentar me

afastar dela... E agora me sentia caindo em uma cavidade sem fim, onde só seus
olhos poderiam salvar-me da angústia que me atormenta. Dizer que sofro, dia após
dia esperando que ela ainda me salve, que ainda acredite em nós quando eu mesmo
não tenho forças para afirmar.
“Por favor, Bella... Não sei mais como te pedir... Por mim, venha.” Supliquei mais uma
vez.
Introvertido, sabia que tinha milhares de coisas que eu poderia falar para lhe
convencer, como por exemplo: que eu precisava de sua força, de sua vida e de sua
alegria como de sangue em minhas veias; que sem ela o meu mundo se tornava
vazio, sem um fim; que todos os meus objetivos caem por terra, quando estamos
distantes, pois hoje ela é o motivo principal do meu ponto de mira.
“Tudo bem... Onde vocês estão?” Aceitou enfim, com tristeza na voz.
Meia hora depois elas chegaram e eu me levantei para recebê-las. Bella, com toda a
beleza que me encanta, mantinha um brilho triste no olhar. O seu sofrimento caía em
mim como um golpe. Não desejava vê-la assim, era suficiente que só eu sentisse essa
aflição. Doía vê-la no estado em que se encontrava, meu coração era comprimido e
invadido pela minha melancolia.
Ela sentou-se ao meu lado, mas somente seu corpo estava presente ali. Beijei-a várias
vezes na testa, passei os braços em seus ombros, mas ela estava apática. Um corpo
sem vida.
“Bella, o que quer?” Tentei dissipar o clima tenso.
Ela parecia não estar interessada em nada no cardápio, parecia não olhar para o
cardápio. Lembrei que da última vez ela tomou milk shake, então pedi um para ela.
Abracei-a, trazendo-a para mais próximo de mim, depois levantei o seu rosto para
fitá-la. “Fica comigo... Volta a ser você... Estou sentindo a sua falta.” Pedi com
carinho.
Estava me matando aos poucos vê-la assim. Eu queria pedir seu perdão por tanta
coisa, principalmente por isso... Por ser negligente com o nosso amor... Ou mesmo
por não ser suficientemente forte para deixá-la seguir em frente e ser feliz, além de
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tudo, queria pedir perdão por ter descoberto agora que a amava e que era um
sentimento tão grande que era maior do que deveria ser, levando-me a ter atos
egoístas, inclusive o de obrigá-la a ficar perto de mim sem que ela estivesse bem.
“Eu estou aqui, Edward. Era isso que você queria, não?” Me olhou com olhar distante.
Cada palavra sua me cortava em pedacinhos. Eu sabia não ter sido uma boa idéia
prolongar o sofrimento, ainda assim, esperava que ela me perdoasse por não ter
condições necessárias de manter-me longe, por não ter vigor, por estar debilitado
com essa sensibilidade a ela.
Faço esforços para que essa dor ocupe menos espaço em mim, mas só com a sua
presença e serenidade meu coração manifesta contentamento e júbilo, enfraquecendo
a minha dor como alívio. Por isso lhe implorei que viesse. Mas não é razoável mantê-la
aqui, é puro egoísmo meu.
Passamos a maioria do tempo calados, mas eu estava feliz de estar com ela, de tê-la
no meu braço. A dor diminuía quando ela se encontrava comigo. Saímos da sorveteria
e paramos perto do carro delas. Eu não estava pronto para deixá-la ainda. Eu a queria
mais.
Coloquei a minha mão em sua nuca e levantei o seu rosto para

apreciá-la. Torturou-me a sua imagem. Tudo estava fazendo mais mal do que eu
queria que fizesse.
“Desculpe-me. Eu não queria fazer isso com você.” Eu tinha milhares de coisas para
me desculpar, mas o maior motivo eu não me via com firmeza de ânimo de
prosseguir... Era tão difícil revelar-lhe o grau de intensidade do meu sentimento. A
timidez que em mim se instala, toma posse me retraindo, encadeando e obstruindo a
faculdade de falar a totalidade de consciência íntima no espaço em mim. E esse é o
maior motivo de merecer o seu perdão, amar-lhe demais.
“Desculpar pelo quê? Você não tem culpa de existir.” Sussurrou, tocando o meu rosto.
Os seus dedos deixaram um rastro que me queimavam e como raio atingiam o meu
peito. A sensação de ter sua pele encostada em mim trazia júbilo a cada célula do meu
corpo. Abracei-a ao meu corpo fortemente, como se me apegasse à vida nos meus
últimos minutos de respiração. “Mas eu pensei que você quisesse esquecer tudo por
uma tarde.” Murmurou baixinho. “Pensei que era para fingir que está tudo bem.”
Completou.
“Não tem como ficar tudo bem com você assim, você não é a minha Bella.” Abracei-a
novamente. Eu queria prolongar os minutos que passava com ela. Persistia em
prolongar a sua presença como gotas de remédio que acalentam uma dor.
“Eu sei que não devo te pedir isso, mas eu sinto saudade da minha Bella ousada e
cheia de iniciativa.” Disse olhando em seus olhos.
“Eu não vou mais forçar uma situação com você, Edward. Vou agir como você agia
comigo. Se você quiser me beijar, beije.” Sua voz foi um sussurro rouco, seus olhos
não saíram dos meus.
Inicialmente, fiquei chocado com suas palavras, minha vontade foi retroceder e
deixá-la ir. Mas a amava demais e temia não conseguir soltá-la nem agora nem nunca.
Meu maior receio era deixar-me irresistivelmente dominar por essa paixão que sentia,
por esse afeto veemente onde ambos sofríamos danos e prejuízos. Todavia me privar
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desse amor era errar o caminho.
Determinado, tomei forças, olhei seus lábios, que era tão convidativo e que me
atraíam com um sentimento agradável de deleite, e os toquei com os dedos. Raios de
dor e prazer se misturavam, me fazendo fechar os olhos para sentir a carícia em sua
boca macia.
Eu queria beijá-la novamente, ansiava por isso, logo, decidido, encostei meus lábios
nos seus, dei uns selinhos, e languidamente passeei minha língua em seu lábio
inferior, desejando aprofundar o beijo. Entretanto a postura indiferente de Bella me
impediu de prosseguir. Retraído, abracei-a forte e suspirei.
Resolvemos ir ao cinema, estava em cartaz o filme Antes que o dia termine. Ao fim do
romance assistido, percebi que Bella deixou que lágrimas caíssem novamente. Não me
era suficiente a dor contumaz da distância, gradativamente eu sentia partir-me em
estilhaços em cada minuto que se seguia. A sua dor atirava-se a mim, fundindo com a
minha, me matando aos poucos. Não sabia quanto tempo mais poderia suportar.
“Não foi uma boa idéia esse filme.” Sussurrei em seu ouvido, ao ver suas lágrimas.
“Não, eu gostei, achei lindo.” Ela sorriu triste, tentando me convencer. “A história foi
linda.”
“Mas ele morre, então o fim não é tão lindo assim.” Tentei argumentar. Senti que ela
poderia mudar o humor.
“Você não percebeu a mensagem? Ele tinha um dia para ser feliz com a pessoa que ele
amava.” Falou pensativa. “Um dia para ser feliz. O hoje.” Refletiu enquanto
caminhávamos para fora, de mãos dadas.
“Eu já tenho que ir embora.” Ela avisou e me abraçou amistosamente.
Percebi ali que a minha série ininterrupta e eterna de instantes, dissipava-se,

chegando ao fim. E eu não estava preparado para dizer adeus, então devia
suplicar-lhe que não me deixasse, que me aceitasse...Impróprio, desprezível e não
merecedor... E que me salvasse com o seu amor.
Continua...
Notas Finais:
tem maiscomentem please
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Capítulo 18- Você é minha vida escrita por BIA BRAZ

Capítulo 16-Você é minha vida by bia braz
Capítulo 16 - Você é minha vida
Bella POV
Ele me abraçou, e eu estava triste por saber que ele estava tão próximo a mim e que
estávamos tão longe ao mesmo tempo. Estava triste por saber que queria tocá-lo,
queria seu corpo junto a mim e queria ansiosamente cada beijo que ele depositava no
meu rosto, mesmo que não fosse correto. Estava triste por me sentir feliz com cada
minuto a mais que passávamos juntos naquela tarde, ainda que isso massacrasse meu
amor próprio.
Ter assistido a aquele filme, abriu meus olhos mais uma vez para o quanto perdemos
tempo na vida. Eu queria que ele percebesse isso também. Mas pensando bem, o fato
de ele estar comigo, insistindo em ficar perto de mim mesmo eu estando insípida
mostrava que ele queria minha presença em sua vida. Isso era fato.
“Deixe-me ir, Edward.” Pedi, o afastando um pouco, pois tinha que tocar em uma
festinha. Ele me abraçou forte, como se não fosse me deixar mover. Eu deitei a
cabeça em seu peito e senti um pouco de alegria.
“Antes sorria pra mim.” Ele levantou meu rosto para pedir. Eu sorri triste, mas não
queria magoá-lo mais com a minha tristeza. Ele me olhou por longos minutos
enquanto segurava o meu queixo. “Posso beijar você?” Perguntou cautelosamente. Eu
fechei os olhos e deixei que ele entendesse. Ele me beijou ternamente, um beijo sério,
tímido, de lábios, apreciando...
Meu coração sofrido respondeu e acelerou, movido pela saudade. Resolvi desenvolver
o beijo, meus lábios queriam mais. Enlacei minhas mãos em seu pescoço, suguei seus
lábios, acariciei delicadamente sua língua, porém mais cedo do que eu esperava, ele
retrocedeu, me beijou levemente e me abraçou.
“Posso ir com você à sua casa?” Perguntou e acariciou minha nuca.
Sem que eu pudesse evitar, sua pergunta me chocou, deixou-me sem ação. “Pode...
Mas... Meu pai vai chegar e vai te vê, e... Emmett deve estar lá.” Avisei sem certeza se
queria que ele fosse. Já não tinha tanta firmeza, não achava que valia mais a pena
enfrentar minha família.
“Eu não vou entrar.” Avisou e me afastou, olhando em meu rosto. “Não até que eles
me convidem.” Afirmou seguramente.
“A casa é minha também, eu te convido!” Eles não poderiam expulsar de lá um

convidado meu, se eu levasse. Por um minuto, me permiti ficar alegre com o
pensamento de tê-lo dentro da minha casa pela primeira vez.
“Não, Bella, hoje não. Eu te deixo lá, fico um pouco e vou embora. Peça para Alice
levar o seu carro e vem comigo.” Ele me pediu, enlaçou minha cintura e nos
direcionamos ao local onde Alice estava.
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“Hum... Melhoraram a cara!” Jasper disse sorrindo, e nós sorrimos juntos.
Ouvi-lo dizer que ia à minha casa, não se preocupando com o fato do meu pai chegar
ou não, entrou em meu coração me dando um fio de esperança que eu não esperava.
Ele estacionou o carro em frente, entrei em casa, peguei umas maçãs e voltei para
perto dele, encostando depois ao seu lado no carro. Ele segurava um souvenir global
em suas mãos, com uma miniatura da Casa Branca dentro.
“O que é isso?” Apontei o dedo, curiosa.
Ele estava sem graça. “É seu... eu trouxe de presente de aniversário.” Sorriu e me

entregou. “Eu queria ter dar algo que fizesse você lembrar-se de mim. Eu sei que é
estranho, mas você sabe qual é o meu sonho, e eu queria que você olhasse para ele
todos os dias, e... Pensasse em mim.” Disse pausadamente.
“Não precisava, Edward.” Fiquei admirando o globo. “Eu... Achei lindo!” Era uma
perfeição de miniatura.
“Tem outro... É o presente de Natal.” Guardou o que estava na minha mão no banco
e pegou outro, escondendo nas mãos em suas costas. “Eu não tive coragem de
mandar. Você ainda recebe? Eu também trouxe de Washington D.C. Acho que ele vai
significar muito mais para você.”
E me entregou. Era um globinho com a miniatura do parque National Mall, o que

passamos umas horas antes de voltarmos para o hotel. Dentro tinha umas fotos
nossas boiando na água cheia de glitter, lindinhas. Três pequenas fotos de nós dois
sorrindo e beijando.
“Que lindo!!!” Empolguei e pulei em seu pescoço para agradecer.
“Você gosta? Eu mandei fazer este com as fotos que você mandou para mim. Eu
queria algo que significasse para nós, e, como nós dois gostamos de parques e
jardins, eu achei o ideal.” Ele explicou com expectativa na voz.
“Eu achei lindo! Muito significante. Eu adoro presentes assim, que você tenha o
cuidado de personalizar. Obrigada!” Agradeci e fiquei admirando o globo, analisando
os detalhes. “Se você soubesse como eu adorei!” Comentei como criança abobalhada.
Ele sorriu relaxando. Talvez não tivesse o costume de presentear ou tenha ficado
preocupado se eu ia gostar ou não. Bom, estávamos ali, e como ele ficou, o ideal era
arrumar um assunto.
“Você vai estagiar?” Perguntei sobre o fato dele passar uns dias no Senado.
“Não é estágio, é assistência. Em estágio você vai para aprender, em assistência você
é indicado quando é útil, ou seja, eles vão precisar de mim, do meu desempenho.”
Disse orgulhoso. Era nítido que ele adorava falar sobre os seus planos, me agradava
saber que ele estava conseguindo.
“Em que você acha que vai ser útil?” Eu queria prolongar o assunto.
“Hum... Sei escrever discursos, sou tradutor de francês, espanhol, falo fluentemente
a língua italiana, sei muito de história e política. Se eu começar agora, em pouco
tempo serei um ótimo assessor. Mas não é suficiente para mim, são só os primeiros
passos.”
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Ele tinha tanta certeza do que queria quando se refere a Ciências Políticas...
“Mas o que você pretende fazer que eu nunca entendi? Você quer ser senador,
presidente, o quê?”
“Por enquanto nenhum dos dois. Para ser senador tem que ter no mínimo trinta anos.
Pretendo ser um secretário inicialmente, depois um representante internacional ou
embaixador. Pretendo viajar muito... Não sei ainda exatamente o que vai ser do meu
futuro. Só quero conquistar o meu espaço. Depois que você começa, tudo se
desencadeia. Estou lendo o livro que você me deu, de Roosevelt, ele fala algo sobre
isso: Se você é bom no que faz, simplesmente você chega.”
“Então, você já está se infiltrando na nata do poder americano.” Falei para descontrair.
“Eu tenho certeza que você vai chegar lá.” Apoiei e voltei a sorrir sincera.
Não tinha como não ficar bem vendo o quanto esse sonho dele fazia bem para ele,
vendo o quanto ele queria chegar lá. Talvez eu o amasse... Eu sabia o quanto esse
sonho dele o afastava de mim, mas eu queria muito que ele alcançasse. Quando você
abre mão do seu egoísmo para deixar o outro feliz é por que você verdadeiramente o
ama.
“Obrigado por acreditar em mim, Bella.” Ele me puxou e me abraçou com carinho.
“Você é a única e melhor amiga que eu tenho.” Me abraçou apertado.
Nesse momento percebi que tínhamos boas relações de amizade e que não éramos
envolvidos somente pela paixão que nos devastava, mas o nosso sentimento era
encoberto de cumplicidade e harmonia. Introspectivo como ele era, nunca confiou em
ninguém além de sua mãe, no entanto, ele tinha depositado em mim a sua fé.
Após uns minutos abraçados, percebi o carro do meu pai chegando, encostando-se á
frente de casa e, rápido, afastei-me do Edward. Porém, era tarde demais, ele já tinha
nos visto. Meu pai nem chegou a estacionar na área interna da propriedade, parou em
frente ao portão, desceu do carro e caminhou rápido em nossa direção.
Lembrei das palavras que ele dissera na nossa última conversa, quando disse que não
aceitava e que não queria nos ver juntos. Estremeci em pensar vê-lo maltratar Edward
novamente. Principalmente nesse momento que estávamos tão perto novamente.
Ele se aproximou. “Oi, Edward.” O cumprimentou sério e eu lhe lancei um olhar de

súplica. Que ele não fizesse isso que eu estava pensando, que ele não maltratasse
alguém tão importante para mim.
“Oi, Sr. Cullen.” Edward o cumprimentou sério, em resposta.
“Bella, não quero vocês conversando no meio da rua, está anoitecendo e não é bom
para você.” Foi menos mal do que eu pensei, ele estava se preocupando com as
aparências e com minha segurança.
“Já estou indo embora, Sr. Cullen.” Edward avisou.
Meu pai me olhou e provavelmente viu que mudei o semblante ao ouvi-lo dizer que ia
embora.
“Entre, Edward, ou estacione o carro lá dentro, só não quero que fiquem aqui fora.” Eu
o olhei, assustada. Depois trocamos olhares, eu e Edward. Ele ficou sem palavras
diante de tal ação.
248 de 1595 26/05/2011 20:45

“Tudo bem, Sr. Cullen, vou estacionar o carro lá dentro.” Falou por fim. Olhei mais
assustada ainda para Edward. O que ele estava fazendo? Em um dia só, ele estava me
surpreendendo tanto assim!
Edward estacionou na lateral da minha casa e nós encostamos novamente no carro.
“Por que você fez isso?” Perguntei ainda admirada com sua ação.
“Por que ele me convidou.” Respondeu rápido. “E por que eu ainda quero ficar perto
de você.” Disse as últimas palavras como se estivesse me explicando o óbvio.
“Só que nós estamos com um problema.” Torci os lábios em uma careta. “Eu tenho
que sair para tocar hoje.” Falei me chateando.
Ah, já que ele estava aqui, eu queria ficar. Se eu ficasse a noite toda com ele,
conversando pelo menos, eu ficaria feliz.
“Onde vocês vão tocar?”
“É uma festa na casa de um amigo do Emmett.”
“Mas hoje é segunda!!” Comentou admirado.
“Sim, mas é férias e aqui não tem isso, as pessoas fazem festa qualquer dia da
semana.” Pensei um pouco. “É aniversário, você quer ir?” Eu já sabia a resposta. Além
dele não conhecer ninguém, era uma festa de ‘riquinho’. Ele não iria nunca.
“Eu tenho que ir para casa, Jasper passou o dia fora.” Argumentou, mas não parecia
ter certeza se era isso que ele queria.
“Essa sua desculpa está furada, Edward. Aqui também é a casa dele. Está cheio de
objetos dele aqui.” Sorri descontraindo, mas eu não queria forçá-lo a nada que ele não
quisesse.
“Não sei...” Ele pareceu meio instável, o que me deu segurança em insistir.
“Vamos?”
“Mas eu não me arrumei, não tomei banho...” Bom, ele não tinha dito que não.
“Lá é coisa simples, você está bem.” Me aproximei dele e aproximei a boca de seu
ouvido. “De lá podemos fugir...”
Ele sorriu malicioso. “Está de volta! Libertaram minha Bella.” Me puxou e abraçou.
“Tudo bem, eu vou.”
O abracei em resposta e sorri. Meu coração estava melhor, já não sentia mais a dor
me assolar. Permitir-me ficar feliz estava me devolvendo a manifestação do
contentamento.
“Tenho que ir me arrumar, você quer entrar?” Apontei par dentro.
“Hoje não, me dá mais um tempinho...” Pediu manhoso. “Eu prefiro ficar aqui ouvindo
música, tudo bem?” Ele parecia estar pedindo a minha permissão.
Era melhor não pressioná-lo, ele não tinha motivos para entrar em minha casa. “Tudo
bem, em meia hora eu volto.” Soltei do seu abraço, atravessei o jardim e entrei em
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casa.
Meu pai estava sentado no sofá. Eu passei por ele e lancei um sorriso enorme em
agradecimento. Em resposta, ele me fitou sério, analisando-me, depois balançou a
cabeça em negativa. Mesmo assim subi as escadas correndo e satisfeita para o meu
quarto.
Eu não me importava, estava feliz de novo. Se era só um dia, era melhor ficar
feliz. ‘Melhor um dia feliz do que vários dias tristes’. E ele estava aqui, ele também
queria ficar esse dia comigo. Ele estava fazendo alguma coisa por mim. Amanhã... A
gente resolvia depois.
Tomei banho, vesti uma saia cargo verde e uma blusa preta frente única. Em poucos
minutos eu estava pronta e fui ao quarto do Emmett.
“Emmett, que horas temos que estar lá?” Perguntei enquanto terminava de arrumar
meu cabelo no espelho dele.
“Nove.”
“Vou levar os meninos, Edward e Jasper.” Avisei.
“Tudo bem... Eu não quero me intrometer.” Respondeu e eu fiquei surpresa.
De repente as pessoas resolveram baixar a guarda aqui em casa? Estranho...
“Eu vou indo. Leve Jasper e Alice que eu vou dar uma volta antes.” Avisei e me
preparei para sair.
“Bella...” Emmett me chamou e se aproximou de mim. “Eu fiquei preocupado com

você... Você estava tão diferente esses dias.” Ele encostou a palma da mão no meu
peito esquerdo. “...Cuida desse coraçãozinho.” Finalizou e me abraçou.
Senti saudade do meu irmão. Só então eu pude perceber o quão distante nós
estávamos.
“Eu vou me cuidar, não se preocupe.” Disse carinhosamente e saí.
Desci as escadas, eufórica. Jasper e Alice estavam assistindo TV.
“Gente, vocês não vão se arrumar, não?!” Perguntei já do último degrau, vendo que
eles estavam esparramados no sofá da preguiça.
“Eu vou, estou só esperando Jasper ir embora.” Alice avisou.
“Ele não vai, eles vão conosco a festa.” Falei satisfeita.
“Sério! Edward vai?!” Jasper se empolgou pela primeira vez no dia.
“Sim!!!!” Falei alto e pulei no seu pescoço. Sorrimos satisfeitos.
Pedi para irmos no meu carro porque estava calor e eu queria andar de capota aberta.
Ele não se importou. Passamos no drive-tru e eu comprei uns pasteizinhos de salém,
estava desejando comê-los. Ele me olhava contente o tempo todo em que eu comia,
dirigia e cantava uma música da Britney, lançando sorrisos para ele. Estacionei o meu
250 de 1595 26/05/2011 20:45

carro em frente ao lago e terminei de comer.
“Você está com o semblante bem melhor.” Ele pegou em minha bochecha e apertou.
“Estou feliz!” Sorri como se fosse o esperado.
“Por quê?”
“Por que você entrou na minha casa, mesmo que tenha sido no estacionamento, mas
entrou, então já evoluiu!” Disse com a boca cheia, e ele sorriu.
“Por que isso te deixa feliz?” Perguntou pensativo.
“Por quê? Por soar sério e sair a impressão de ficante de rua. Eu gosto da firmeza que
isso trás.” Informei com um sorriso de triunfo. “Estou cansada de ações escondidas,
nunca precisamos disso em minha casa. Toda a vida fomos sinceros uns com os
outros lá.”
Ele ficou calado uns minutos. “Por que seu pai me tratou melhor hoje?” Perguntou
meditando. Deitei-me atravessada, com a cabeça no peito dele.
“Não tenho certeza ainda, mas creio que embora ele não aceite 100%, ele percebe
que eu fico bem quando estou com você.”
“E você fica?” Me afastou para olhar.
“Ai, Edward, você ainda tem dúvidas? O quê que eu preciso falar mais pra você? Você
já é convencido demais!” Fingi indignação.
Ele sorriu satisfeito. Ficamos livres novamente um perto do outro, toda nuvem de
tristeza se foi. Enquanto beijava minha testa, ele passava os dedos pelo meu rosto,
pescoço, braços.
“Por que seu rosto está quente hoje?” Perguntou encostando as costas das mãos no
meu rosto.
“Estou com calor.”
Disse e continuamos curtindo o céu, o vento, a noite... Estar ali era perfeito. O silêncio
que pairava no ar não era de distância, era reconfortante. Palavras não eram
necessárias para mostrar o quanto precisávamos um do outro.
Depois de um tempo, sem aviso, fechei a capota do carro.
“Não estava com calor, Bella?” Ergueu uma sobrancelha sem entender.
“Sim, mas eu quero privacidade, estou com saudade de você.” Disse com olhar
travesso, atravessei o banco e sentei-me em seu colo, com cada perna de um lado
seu.
Ele retesou, ainda se surpreendendo com minhas atitudes, mas em seguida pôs as
mãos em minha cintura.
“Putz! Eu que estava morrendo de saudade de VOCÊ.” Sorriu e me abraçou com um

sorriso malicioso.
“Então me beija logo...”
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Ele encostou de leve os lábios nos meus, dando selinhos lentamente, segurando
minha nuca. Ele estava cauteloso, parecia matar a saudade, como se há meses não
me beijasse.
Impaciente, aprofundei o beijo e inseri a ponta da minha língua, estimulando. Ele

segurou nos dentes e acariciou com a sua. Enfiei as mãos em seus cabelos e ditei o
ritmo, inserindo mais, o apertando contra minha boca, como um sedento que busca
por água.
“Calma Bella...” Me afastou para respirar.
Segurei o seu rosto e beijei cada canto com carinho, cada pedaço, matando a minha
saudade reprimida. Ele se recuperou e voltou com um beijo cálido, sugando com
desespero, apertando minha nuca. Me senti arder, as veias pulsarem e dessa vez foi o
meu ar que faltou.
Soltei-me para respirar e encostei minha cabeça em seu ombro.
“Tá difícil hoje...” Ofeguei.
“É a falta.” Ele me olhou cheio de sentimentos ocultos. “Senti tanta falta de você.”
Afastou-me e beijou meu rosto enquanto eu acalmava a respiração.
“Não parecia, não veio buscar quando chegou.” Eu falei, mas minha ira já tinha ido
embora, foi só uma lembrança retrógrada que eu não queria pensar mais.
“Desculpe-me, Bella. Eu fui um covarde, pensei que iria conseguir viver sem...”
“Psiu!” Encostei o meu dedo em sua boca e não o deixei terminar. “Não quero
conversar agora. Não vamos estragar o clima conversando... Por favor.” Pedi.
Conversar sobre nós não tinha ajudado muita coisa ultimamente, então melhor não.
Encostei de novo meus lábios nos seus e o beijei calmamente. Eu só queria encerrar o
assunto, mas ele estava ansioso demais por mim, um beijo calmo não era a sua
intenção.
Ele aprofundou no beijo, com as mãos descontroladas, apertando as minhas costas

firmemente, vagando pelos meus braços e ombros. Voltamos a nos descontrolar,
queimando de desejo. Nosso corpo dava sinal de falta, saudade, precisão, e cada
mínimo contato distribuía corrente, fazendo com que algo em mim clamasse sempre
por mais. Mais beijos, mais carícias, mais aperto, mais atrito. Ele acariciou a lateral
das minhas pernas subindo lentamente alcançando a minha coxa, sem soltar-me do
beijo molhado.
Os seus dedos deslizavam sobre a minha pele, indo até a minha coxa descoberta pela
saia levantada. Enquanto me beijava, seu polegar traçava o caminho interno das
minhas coxas, subindo lentamente. Eu estava amando a carícia, ansiando por
mais, porém novamente por um fio de consciência lembrando a nossa realidade, não o
permiti avançar mais, colocando delicadamente uma mão sobre a sua, ditando assim
as regras.
Insistente, ele colocou as mãos dentro da minha blusa, acariciando a minha cintura e
barriga. Eu sorria mentalmente. Homem é sempre homem. Ainda que ele fosse um
anjinho tímido, sempre tentava avançar, mesmo que para isso precisasse de
autorização.
252 de 1595 26/05/2011 20:45

Soltei-me de sua boca e encostei os lábios perto do seu pescoço para respirar. Eu
sabia qual a sua intenção com a mão em minha barriga, o polegar já acariciando a
parte inferior do meu seio. Alcancei o lóbulo de sua orelha e mordisquei, alternando
entre pescoço e ombros.
“Vai começar a tortura?” Murmurou e eu me deixei escapar um pequeno gemido

quando sua mão espalmou meu seio por dentro da blusa, eu arfei com a sensação de
pele a pele e o mordi nos ombros.
Ele acariciou num movimento lento, analisando atentamente enquanto beijava meu
pescoço. A sensação nova era extasiante. Fazia com que uma ânsia nova crescesse
em meu ventre, fazendo-me resfolegar e querer sempre mais.
Ofeguei e voltei a beijar sua boca, um beijo molhado, quente, até lascivo, lambendo
seu lábio, fazendo com ele o que eu queria que ele fizesse comigo. Ele me apertava,
com uma mão ainda acariciando leve o meu seio e outra na minha coxa, puxando-me
para sua excitação.
Olhei em seus olhos, e ele estava com os olhos desfocados, controlando a respiração,
então voltou a me beijar, e a outra mão que estava em minha coxa, entrou em minha
blusa e passou a palma levemente no bico, acariciando. Seu beijo foi ficando mais
ansioso e suas duas mãos me apalpavam com uma carícia extasiante, prendendo o
bico nos dedos, apertando-os em suas mãos.
Depois de um tempo, ele direcionou as mãos para o nó em meu pescoço e olhou-me

hesitante. “Posso?...” Sussurrou em minha boca, mordiscando meus lábios.
Sem tirar os olhos dele, o afastei e desabotoei a sua blusa. Ele se surpreendeu com a
minha autorização e desatou o nó da minha blusa lentamente, mas não a deixou cair,
ainda receoso com a permissão. Voltei a beijá-lo, e ele ficou fora de si, com a
respirando ofegante.
A sua indecisão me divertia.
“Fala claramente Bella, por favor...” Murmurou ofegante enquanto me beijava.
“Quietinho...” Voltei minhas mãos para a sua blusa, desabotoando todo o resto e tirei
dele, em seguida passei as mãos em seu abdômen, peito e braços, não me
desprendendo do beijo, e ele suspirava.
Despudoradamente, desci com os lábios em seu pescoço, mordi o ombro, braços,

afastei um pouco e passei a língua em seu peito. Sim, eu queria que ele fizesse isso.
Sua timidez só o permitia ir até onde eu autorizasse, e esse era um novo passo. Ele se
estremeceu, como se estivesse recebendo choques, e eu mordi seu peito. Impaciente,
ele passou a mão novamente na lateral da minha coxa completamente descoberta por
minha saia que tinha subido para minha cintura e me puxou para ele, atritando
novamente nosso corpo, gemendo baixinho.
Novamente, afastei para fitá-lo, e seus olhos estavam queimando. Vendo a sua
indecisão, eu mesma soltei as alças da minha blusa, deixando que elas caíssem,
expondo meus seios para ele. Ele não tirou os olhos dos meus olhos, um pouco
surpreso.
“Resolveu me tirar o juízo de vez?” Murmurou entrecortado e me abraçou, com o

rosto encostado em meus seios.
253 de 1595 26/05/2011 20:45

Decidida, levantei o seu queixo e voltei a beijá-lo. Sua respiração estava irregular e
ele apertava meu quadril, com o bico do meu seio roçando em seu peito livremente.
Em resposta, ele colocou levemente as mãos nos meus seios, sentindo a minha pele.
Eu arfava com cada toque, meu corpo regozijava e estremecia. Ele me beijou no
pescoço, ombros e novamente me afastou, com olhar de rendição, ao mesmo tempo
de fascínio, enquanto acariciava o bico com as costas das mãos.
Eu já era puro prazer, um prazer novo que eu descobri, que me incendiava.

Sentindo-se seguro, ele desceu com a boca pelo pescoço, ombro, até que alcançou os
meus seios com a sua boca. Eu suspendi o ar e sua língua delineou devagar o bico,
chupando leve, o que me fez arrepiar, sentindo o fogo e o gelo crescer em meus
poros. Eu suspirei e gemi, arqueando o corpo para lhe dar mais acesso,
inconscientemente movendo em sua excitação e nos arrancando mais um gemido.
Meus dedos deslizaram em seu cabelo, frenéticos. Ele grunhia em resposta e ficava
cada vez mais ansioso, respirando ofegante.
Ele lambeu toda a extensão lentamente, parecia degustar. Se existissem ainda no

mundo sensações melhores do que essas, meu corpo não iria agüentar. Ele mordiscou
de lado, passeando com a boca por todo o feitio, gemendo rouco. Ele tinha um
cuidado terno, como se eu fosse algo precioso e ao mesmo tempo desfrutável.
Meu corpo queimava, eu queria mais, muito mais...
Eu estava inquieta, não sabia exatamente o que queria, mas no momento, queria que
ele me apertasse, que me mordesse forte, que sugasse. Sem conseguir me conter,
apertei sua cabeça, conduzindo-o a abrir mais a boca. Seus suspiros ficaram mais
impacientes enquanto sugava e apertava levemente o outro com a mão. Eu me movi
novamente sobre ele, em um comando invisível, buscando satisfazer algo
desconhecido em meu ventre. Ele gemeu sofrido, lambendo e chupando forte, agora
com o auxílio dos dentes. Eu já me sentia muito tonta, vendo estrelinhas... Deus, o
que era aquilo? Era tão bom sua boca quente me sugando, fazia-me sentir bonita,
desejada. Ele parecia um faminto degustando de um banquete com avidez. Parecia
estar se torturando pelos rugidos roucos que soltava.
Cedo demais, ele freou, acalmando as sugadas, mas ainda permaneceu com a boca
entreaberta encostada em meus seios, sugando o ar pesadamente. Parecia tentar
controlar-se de um impulso, então me afastou delicadamente, com os olhos fechados.
Depois de uns segundos, ele abriu os olhos, sorridente. “Lindos!” Elogiou e continuou
a passar os dedos levemente, concentrado. Eu queria saber o que ele pensava.
Eu corei diante do seu olhar avaliativo, fiquei surpresa com a minha timidez
momentânea. Depois de uma última mordiscada no bico, ele pegou as alças e as
amarrou lentamente, me olhando e sorrindo.
“Algum problema?” Perguntei encabulada.
Ele me abraçou.
“Daqui em diante é demais pra mim, posso não agüentar, e eu sei que não é o que
você quer.”
Com o corpo ainda em turbulência, sentei no meu banco com a respiração irregular.
“Obrigada por entender... Er, é novo... Interessante.” Sorri sem jeito em falar nesse
assunto com ele.
254 de 1595 26/05/2011 20:45

“Não é fácil... Também é uma descoberta para mim.” Ele sorriu, passando as mãos no
meu cabelo.
“Estamos nos descobrindo juntos...” Comentei embaraçada.
“Sim.”
“Por que você nunca teve ninguém assim?” Apontei sem jeito para nós.
“Em grande parte foi por que eu não quis.”
“Mas já chegou perto?” Eu queria mesmo saber.
“Começou com a curiosidade né?” Vestiu a camisa. “Mas tudo bem, eu não tenho
problema em falar isso pra você. Pensa comigo, eu não me interessei por outra mulher
desde que eu tinha quinze anos, com dezessete anos eu não tinha beijado ninguém.”
Voltou a tocar o meu rosto. “Então com dezenove anos, a única mulher com quem eu
cheguei mais próximo de uma cama foi com você.” Disse e sorriu.
“Você ficou a fim de mim desde quando você tinha quinze anos?!” Perguntei
sorridente, lembrando o telefonema que ele deu no dia do meu aniversário.
Ele sorriu sem graça.
“Bella, na hora em que você começou a conversar comigo na sua festa de treze anos,
eu me apaixonei perdidamente por você, desde então, eu nunca mais consegui
enxergar ninguém.” Parou e pensou um pouco. “Hoje eu resolvi que eu ia ser sincero
com você, então vou falar tudo... Eu não consigo ver ninguém além de você, em tudo
eu vejo você. Eu fico me perguntando se isso é normal, mas eu nunca conversei com
ninguém sobre isso para trocar experiência. Eu acho estranho e não sei conviver com
isso.” Disse pausadamente.
Cada palavra dele entrava novamente no meu peito e se alojava no meu coração.
Droga, eu não devia me iludir fácil, mas vê-lo falar de sentimentos sem pressão
deixava-me tão vulnerável.
Depois de algum tempo ouvindo música, olhei as horas. “Já são quase nove, temos
que ir. Você quer dirigir o meu carro?” Ofereci, mas sabia que ele não iria aceitar.
“Seu pai não brigaria?” Ele perguntou preocupado, mas em dúvida.
Se eu mostrasse qualquer receio quanto a isso, ele não iria dirigir nem agora e nem
nunca mais. Ele leva esse negócio muito a sério.
Pensando assim... Desci a capota do carro, saí e dei a volta para sentar no banco do
passageiro. “É sua.” Disse entregando-lhe a chave enquanto ainda estava do lado de
fora.
Ele ficou pensando por uns segundos com a chave nas mãos, mas relaxou e passou
para o banco do motorista. Qual o homem que não tem vontade de dirigir uma
Mercedes conversível?
“Tem certeza que não tem problema?” Sorriu de canto, com indecisão.
“Sim, o carro é meu.” Falei convicta.
Ele ligou o carro e nos dirigimos à festa. Ele estava satisfeito em dirigir, seu rosto
255 de 1595 26/05/2011 20:45

mostrava isso. Tive que segurar o sorriso para não encabulá-lo.
“Edward, eu tenho duas perguntas para te fazer.”
“Pode fazer.”
“Por que você disse que agora sabe que nós não somos umas riquinhas mimadas no
dia que você ligou e estávamos na sua casa?”
Ele sorriu torto, parecia não querer revelar.
“Fala!”
“Eu sempre tive a imagem de pessoas que tem dinheiro como pessoas soberbas,
altivas. E vocês não. Parece que vocês nem são ricos, eu admiro.” Parou para pensar.
“Sabe aquele dia na praia que você comeu a minha torta de frango? Ali eu me
apaixonei por você novamente, achei você muito natural. Sabe quando você foi tomar
banho de mangueira na casa dos nativos? Eu observei cada movimento seu. Você se
portou tão simples quando eu sei que sua casa é de luxo, que você viaja e fica em
hotéis cinco estrelas. Mas você não se comporta como rica. E por último, naquele dia
que você estava lá em casa, eu perguntei para Jasper se vocês almoçaram lá e ele
disse que a Rose fez macarrão pra vocês! Eu achei interessante vocês terem passado
o dia lá e comido lá, isso me fez admirar mais ainda você e sua irmã.” Concluiu por
fim.
Ele estava se soltando hoje de uma maneira espetacular, declarar assim que admira a
nossa naturalidade foi no mínimo interessante.
“Meu pai nos ensinou a simplicidade.”
“Seu pai não é tão ruim como eu pensava, Bella, pode ser que eu ainda me dê bem
com ele.” Disse e estacionou o carro.
“Gostou?” Perguntei me referindo ao carro.
“A dona me dá muito mais prazer, mas ele é muito bom. Eu nunca tinha dirigido um
carro automático antes, foi uma experiência interessante.” Sorriu satisfeito e me
abraçou.
Descemos e chegamos abraçados na festa. Emmett, Alice e Jasper nos esperavam na

porta. Falamos com eles e entramos. Emmett foi simpático com Edward, ele nos
apresentou aos seus amigos e foi preparar os instrumentos para começarmos a tocar.
“Você vai ficar aqui enquanto cantamos.” Mostrei um banquinho. “Quer que eu
busque algo para você beber?”
“Qualquer coisa.”
“Vou buscar cerveja, foi o que você bebeu lá na capital.” Avisei e fui ao bar.
Quando cheguei ao bar, Mike estava perto e veio falar comigo, me abraçando.
“Mike, vamos ali que eu vou te apresentar uma pessoa.” O puxei para apresentá-lo a
Edward. “Edward, você vai conhecer hoje formalmente meu amigo, amigo da família.
Esse é Mike.” Disse sorridente apontando para Mike.
“Tudo bem?” Edward estendeu a mão.
256 de 1595 26/05/2011 20:45

“Tudo? Você é o filho da funcionária de Forks?” Disse Mike, aparentemente sem

querer ofender.
“Mike! O nome dele é Edward!” Chamei sua atenção, mas ele não parecia ter feito por
mal.
“Que foi, Bella?! Emmett que me disse que você estava com o irmão do Jasper.” Mike
não entendeu o motivo que eu lhe chamei a atenção.
Talvez eu tenha exagerado, mas acho que Edward não gostava de ser apresentado
assim.
“Tudo bem, Bella.” Edward me olhou e me puxou para os seus braços. “Sou filho da
Esme, funcionária do escritório de Forks.” Disse aparentemente bem com Mike.
Edward não pareceu ter ficado chateado. “Você está ensinando bateria para o meu
irmão?” Edward perguntou ao Mike.
“Estava, mas ele agora está aprendendo a tocar baixo com Bella.” Mike respondeu.
Edward me olhou com olhar de admiração e indagação. Mike pediu licença e saiu.
Edward me virou de frente para ele e me beijou no queixo. “Você toca tudo, Bella?”
Perguntou perplexo.
“Nem tudo.” Respondi sorrindo.
“Sou seu fã de carteirinha sabia?” Disse sorridente.
“Está me deixando bem convencida hoje?” Rolei os olhos, divertindo.
“Você é a minha vida, Bella.” Me afastou para falar e sorriu. “Eu preciso te convencer
disso pra que você não me deixe sem viver.”
“Nossa! Que lindo! Enfim falando abertamente dos seus sentimentos!” O abracei
satisfeita.
“Bella, já está na hora.” Alice chamou.
O deixei sentado e fui para o palco improvisado. De lá fiquei o observando, ele me

lançava sorrisos enquanto tocávamos. Alice estava bem à vontade no palco, ela já não
tinha timidez como no começo da banda. Amava tocar com os meus irmãos. Tínhamos
harmonia. Só com um olhar sabíamos o que o outro esperava.
Emmett comprou uma guitarra nova e fazia solos enquanto eu permanecia na base
com o teclado. Depois de uma hora de músicas, percebi Jéssica mais duas amigas
perto do Edward e do Jasper. Edward estava bebendo e elas não tiravam os olhos
dele.
Ele conversava com Jéssica, mas as outras se insinuavam insistentemente para ele.
Eu não estava mais me concentrando nas músicas, queria descer do palco e salvá-lo
de lá. Ciúmes não... Só queria salvá-lo das peguetes.
Enfim, Emmett deu uma pausa. Era ele quem conduzia o nosso tempo. Desci em
direção a Edward, entrei entre os cinco e o abracei, dando um beijo estalado em seus
lábios. Eu só queria mostrar que ele era meu.
“Se divertindo, amor?” Ele me olhou assustado com a minha reação.
257 de 1595 26/05/2011 20:45

“Sim, sua irmã é legal.” Respondeu e eu olhei de esguelha para Jéssica e suas
amigas.
A Jéssica era tão despreocupada e voada que não devia nem perceber que ele era só
meu.
“Que isso que está bebendo?” Perguntei ao vê-lo com um copo de drink.
“Sua irmã que trouxe, acho que é margarita. É doce, experimenta.” Me ofereceu.
Experimentei e vi que era forte. “Edward, não fica misturando bebida, você ainda vai
pegar estrada.” Chamei a sua atenção com carinho.
“Eu estou bem, minha Bella, é bem fraquinho.” Inesperadamente, ele me puxou para
um beijo violento, abrindo com fome a boca na minha. Ops! Acho que a bebida estava
subindo, me beijar assim em público não era comum. Soltei-me do beijo devagar.
“É fraquinho, mas você não é acostumado.” Comentei e imediatamente lembrei da

segunda pergunta do carro que não fiz. “Edward você estava bêbado no dia do meu
aniversário?”
“Bêbado não, eu tinha tomado uma lata de cerveja.” Me abraçou. “Bella, por
favor, não vai de novo não. Eu já estou morrendo de saudade de você.” Me apertou
no abraço. Ele estava tão engraçado, adorei ele assim, livre e solto. Mas ele ainda ia
pegar a estrada e tinha que parar de beber.
“Daqui a pouco termina, me espera.” O beijei carinhosamente em seu rosto e puxei

Jasper no canto.
“Não deixe seu irmão beber mais não, vocês vão pegar a estrada.” Cochichei.
“Pára de ser chata, Bella! Ele bêbado está mais legal. Deixa o cara relaxar!! Tu quer
mandar em todo mundo é?!!” O pentelho sorriu.
Voltei para o palco, preocupada em deixar meu anjinho entre os diabinhos. Tocamos
mais uma hora de músicas e percebi que Edward sumiu. Falei com Emmett que ia
descer e fui atrás dele.
“Jéssica, cadê Edward?” Perguntei logo que a vi.
“Saiu com Jasper, acho que procuravam um banheiro.”
Procurei um banheiro e me informaram que as pessoas estavam usando os banheiros

internos da casa. Encontrei um, e estava de porta fechada. Bati ansiosamente na
porta.
“Jasper você está aí?”
“Sim, o maníaco está mal.” Disse em tom de sorriso.
“Abre!” Pedi e ele abriu.
Edward estava péssimo, ajoelhado, passando mal. Esperamos ele se recompor e

chamei Jasper para me ajudar a levá-lo para o carro. No caminho de casa, ele estava
completamente fora de si. Seria cômico se não fosse trágico. Ele estava acabado.
Chegando em casa, o levamos para a cozinha e preparei uns remédios.
258 de 1595 26/05/2011 20:45

“Chegaram cedo. Cadê os outros?” Meu pai pegou um copo com água e olhou em
direção ao Edward, se assustando com a figura. “O que ele tem?”
“Misturou bebida que não era acostumado.”
Edward tomou o antiácido e um remédio para enjôo. Ele estava de dar dó. “Pai, por
favor, deixa eu levá-los em casa. Ele não tem condições de dirigir e Jasper não tem
carteira.” Supliquei. Eu estava preocupada com eles.
“Não, Bella! De jeito nenhum, está tarde!” Meu pai disse aborrecido.
“Eu durmo lá, por favor, ele não tem condições de ir assim.” Passei as mãos nos
cabelos do Edward que se encontrava com a cabeça abaixada na mesa.
Meu pai ficou calado me observando por longos minutos, enquanto eu lançava olhar
de dó para Edward e alisava seus cabelos.
“Espere aqui.” Pediu e saiu.
Será que ele pensava em ir deixá-los em Forks àquela hora da noite? Mas amanhã ele
trabalharia, se ele fosse lá, só voltaria umas quatro da manhã. Coitado, se ele fosso
nem iria poder trabalhar, além disso, iria ficar com raiva de nós dois por isso também.
Minutos depois ele desceu. “Bella, leve ele lá pra cima que ele vai dormir aqui. Eu
acabei de ligar para a mãe dele e avisar.” Papai disse calmamente.
“Sério, pai? Obrigada.” Falei aliviada e ele subiu rapidamente.
Levei Edward para o meu quarto e Jasper ficou com ele, conduzindo-o até a ducha de
água fria. Jasper o ajudou a tomar banho, xingando-o em todo o tempo, mas com
bom humor. Eu me arrumei para dormir no quarto de Alice.
Até que eu poderia deixá-lo dormir no quarto de hóspedes, mas eu o queria no meu
quarto e na minha cama. Jasper o enrolou com a toalha e o mandou sentar em minha
cama. Ele estava mal e só queria dormir. Lembrei do hotel Crystal, que ele passou a
noite com um lençol enrolado na cintura. Sorri... Fiquei com saudade de lá.
Jasper trouxe umas roupas e o vestiu enquanto eu escovava os meus dentes.
“Até parece que você nunca viu ele sem roupa né, Bella! Eu já sei que você dormiu
com ele no hotel lá na capital. Todo mundo lá em casa sabe.” O atentado tirou sarro.
“Eu nunca o vi sem roupa não, viu!” Falei divertindo-me.
“Hmmm, vocês fazem papai e mamãe no escuro é!?” Sorriu sarcástico. “Ou meu
irmão não gosta de mulher!?!?”
“Ah, eu mato você!!” Saí do banheiro para fazer cócegas no garoto. “Seu bobo!! A
minha vida sexual não te diz respeito.” Olhei para Edward e sorri, enternecida. “Mas
você acha mesmo que eu quero vê-lo nu neste estado?!” Fiz careta apontando para
Edward e Gargalhamos.
Ainda sorrindo, Jasper iria ajudar seu irmão a vestir a camisa. “Deixe-o sem camisa.”
Pedi. Era um desperdício deixar tamanha perfeição escondida. Essa imagem ia ficar no
meu quarto e eu precisava gravá-la em minha mente.
“Além de tudo é tarada! Coitado do meu irmão, estou com dó de deixar ele aqui. O
259 de 1595 26/05/2011 20:45

quê que você não vai fazer quando eu sair?!!” O atentado gracejou.
“Jasper, pelo amor de Deus!! Que mente pervertida é essa!?! Você estava tão
quietinho hoje de manhã! Volta a ficar quietinho vai!” Disse brincando.
“Só se você terminar de novo com o meu irmão.” Ele ficou sério.
“Não foi eu quem terminei com ele.” Expliquei, admirada com a declaração.
“Mas era você quem não queria voltar pra ele. No dia do aniversário dele, ele já queria
voltar pra você, você que não quis.” Argumentou o menino.
“E quando a gente termina você fica triste?” Perguntei analisando.
“Bella, eu sei que o que eu vou falar é meio gay, mas eu adoro meu irmão e adoro
você, eu não gosto de ver vocês dois tristes. Vocês ficam muito mal quando estão
longe um do outro. Qualquer pessoa a milhas de distância vê o quanto vocês são
apaixonados. Você nem imagina o quanto admiro meu irmão, ele é um exemplo pra
mim e eu sinto que ele precisa de você igual de remédio, então vocês deviam parar
com essas brigas e ficar logo juntos de vez.” Ele disse sério.
Gostei do que o meu irmãozinho disse. Edward precisava de mim e todos viam? Muito
bom.
“Jasper, pega escovas de dente novas lá no armário, por favor. Depois você pode ir
para o seu quarto que eu fico com ele.”
Enquanto ele foi ao armário, sentei na cama e passei creme nos braços do Edward,
que estava entre o acordado e o dormindo. Passei creme em seu rosto, analisando
cada detalhe. Mesmo ele estando naquele estado, ele era perfeito, com seu rosto de
anjo, seu peito perfeito. Meus olhos se perdiam nele, estava agradecida por ele estar
no meu quarto.
Deitei minha cabeça em seu peito e dei beijinhos carinhosos.
“BELLA! PARA COM ISSO!! ELE NÃO TEM CHANCE NEM DE SE DEFENDER!” Era Jasper
importunando novamente.
“Você hoje vai tirar a noite pra me encher o saco é? Vá dormir, vai! Vou usá-lo
mesmo, vou aproveitar!! Tu acha que esse ser humano tem condições de ser
usado?!?” Olhamos juntos para Edward, nos olhamos novamente, depois
gargalhamos.
Jasper saiu e me deixou com o meu anjinho doce e difícil de entender, mas que eu
dependia como o ar que eu respiro e como o sangue em minhas veias. Eu não devia
deixá-lo nunca.
O chamei para escovar os dentes com minha ajuda, ele escovou molão, depois aspergi
o meu perfume embaixo do seu braço, no seu peito e no pescoço. Ele ia amanhecer
inebriado pelo meu cheiro - sorri.
Dormi no quarto de Alice. Por horas rolei na cama ao lembrar a nova sensação de mais
cedo dentro do carro. Meu cérebro em determinados momentos jogava em mim
correntes elétricas com a memória dessa noite, espalhando por todo o meu corpo a
sensação de prazer que estava alojada em minha memória.
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Acordei cedo e fui vê-lo, ele ainda dormia. Arrumei-me rápido, olhei o número das
roupas dele e fui ao centro comprar umas roupas, porque as dele estavam sujas, e se
eu o quisesse passando o dia comigo, ele tinha que ter roupas limpas. Bom, pelo
menos era uma chance de comprar roupas para ele. Ele não ia ter como negar.
Comprei duas peças de calças, duas de blusas e um pacote de cuecas boxer. Mas por
que duas peças de cada e um pacote?
De repente eu não queira mais deixá-lo ir. Sorri com o pensamento.
Cheguei ao quarto e ele ainda dormia profundamente. Desci, peguei suas roupas
sujas e pedi que a funcionária as colocasse na máquina, depois peguei as roupas
novas e esborrifei amaciante para tirar o cheiro. Preparei uns remédios para enjôo e
dor de cabeça, juntei com as roupas novas, a escova de dente e uma maçã, e coloquei
no criado mudo, próximo à cabeceira da cama que ele dormia.
Ao fim, escrevi um bilhete me divertindo.
“A nossa noite foi maravilhosa.
Nunca pensei que pudesse ser assim...
...Obrigada.
Você me completa.”
Sorri.
Continua...
Notas Finais:
MEREÇO RECADOS???
261 de 1595 26/05/2011 20:45

Capítulo 19- um acidente escrita por BIA BRAZ

Capítulo 17- Um acidente by bia braz
Capítulo 17 - Um acidente
Sorridente, desci, e estavam assistindo TV, Emmett, Jasper e Alice. Joguei-me no sofá
para assistir com eles e esperar o tempo passar.
“Bella, por que você deixou a gente tocando sozinho e nem avisou que vinha
embora?” Emmett perguntou, parecia chateado.
“Por que Edward estava passando mal.” É óbvio, né, Emmett.
“E você é médica?” Disse com zombaria.
Sacudi a cabeça com incredulidade e sorri. Incrível, Emmett dava um passo para
frente e dois para trás! Só podia ser bipolar, dupla personalidade ou coisa assim.
Ontem mesmo foi cortês com Edward e hoje mudou as ações. Vai entender!!
“Dá um tempo, Emmett. Por que essa implicância com Edward??” Tentei descontrair,
eu não queria brigar. Não queria deixar o mau humor me pegar, tinha muitos motivos
para estar feliz essa manhã, pois o meu ‘dia’ de felicidade ainda não tinha acabado.
Ele parou e pensou um pouco. “Não é implicância, Bella, é que pra mim nada mudou.
Eu continuo não achando a melhor opção para você.” Disse meio chateado. Até que eu
entendia Emmett, em partes. Acho que se eu fosse irmão de alguém na situação
turbulenta que eu estava também ficaria desconfiada.
“E quem é o melhor para mim?” Perguntei e olhei para Jasper, que não teceu nenhum
comentário sobre a discussão e fingia não ouvir.
Queria saber os argumentos de Emmett, mas não mudei o humor. Ele ficou calado uns
minutos.
“Você podia ter pelo menos avisado que ia embora.” Não respondeu à minha
pergunta e mudou de assunto, tentando soar amigável.
“Mas eu avisei que estava saindo, e outra, Emmett, vocês conseguem tocar sem mim.
Não vem com essa não. Já estava quase no fim, então não tem motivo para a sua
cobrança.” Queria soar carinhosa e me levantei para ir à cozinha.
Deixei-me chatear por começar tudo de novo com o meu irmão, pensei que
estávamos evoluindo. Emmett veio atrás e sentou-se em cima do balcão se mostrando
relaxado.
“Bella, e o que você fez com ele?” Pareceu estar forçando amizade, mostrando
interesse. Eu penso que Emmett estava preocupado com a nossa amizade de irmãos,
mas ele me ofendia quando criticava minhas escolhas.
“Eu o trouxe aqui para casa, está lá em cima.” Respondi sossegada e peguei um suco
na geladeira, colocando-o depois no copo e sentando.
“O quê?! Ele está aqui? E meu pai sabe disso?” Perguntou boquiaberto e se sentou
262 de 1595 26/05/2011 20:45

também.
“Sim, foi ele quem falou com a mãe dos meninos avisando que eles iriam dormir aqui.”
Respondi sossegada enquanto estalava os dedos.
Emmett ficou me olhando minutos e aparentemente se sentiu vencido no assunto.
“Sabe que está me devendo uma, né? Odeio tocar sem base.” Mudou de assunto e
fez uma cobrança que soou carinhosa. Pareceu ter sentido realmente minha falta.
“Foi uma emergência, você sabe que eu não costumo te deixar na mão.” Tentei
devolver o som de carinho na voz.
“Sabe, Bella, tocar com vocês não é só um compromisso. Quando toco, eu mato a
saudade que sinto de vocês por morar na Califórnia. Eu adoro fazer isso com vocês,
tocar. Eu poderia tocar para qualquer banda grande e famosa, em qualquer lugar,
como tenho tocado às vezes na Califórnia, mas eu gosto de tocar é com vocês.
Mesmo que seja só nas férias, mesmo que seja em festinhas de fundo de quintal, mas
é o momento em que eu sinto a nossa família unida, e isso é importante pra mim. Não
tem nada mais importância pra mim do que ver minha família sincronizada e feliz.”
Explicou.
Emmett não parecia estar interessado em dizer só palavras com relação à banda, ele
queria dizer muito mais que aquilo.
“Emmett, foi a primeira vez.” Argumentei novamente.
“É isso! A primeira vez... A questão, Bella, é que você fica muito diferente quando
está com ele. Deixamos de ser prioridade na sua vida. Desde que você o conheceu,
você está se distanciando de nós, de mim, principalmente. Nós sempre fomos unidos
e companheiros um com o outro, e eu não sinto mais isso em você.” Aparentemente
ele estava desconcertado e eu tive vontade de sorrir.
“Você está com ciúmes?” Parecia ser ciúmes mesmo...
“Não é ciúmes, acho que é preocupação. Eu nunca vi você assim... Com esse cara
você tem extremos de irresponsabilidade, de chatice, às vezes de tristeza e depois de
felicidade. Eu acho o seu comportamento estranho, isso que você sente é esquisito.”
Concluiu chateado.
“Isso é gostar, Emmett. Você nunca gostou de ninguém e não sabe o que é isso. Eu
gosto dele desde o dia em que o vi, é algo que eu não consigo controlar. Não sei se
você vai entender, mas eu quero muito falar pra você.” Pensei em como falar algo tão
intenso somente com palavras para um irmão que não conhecia o amor. “A nossa
ligação não é só atração. Eu preciso dele, e ele precisa de mim. Eu encaro a gente
como duas partes de uma maçã, uma espécie de almas gêmeas, que quando se
juntam se completam. A gente se gosta de verdade, é um sentimento único e
verdadeiro. Mesmo que haja descontrole, às vezes, somos felizes quando estamos
perto.” Disse pausadamente, tentando ressuscitar a nossa amizade de irmãos, e
levantei os olhos para encontrar os seus.
Ele estava com um olhar de repugnância. “Bom, Bella, como você disse, eu não sei o
que é isso. Na verdade, nem me interesso em saber, por que se for para ficar
desgovernado assim, ao ponto de querer enfiar uma pessoa goela abaixo na garganta
da família, eu prefiro não saber, ou... Prefiro tentar escolher melhor.” Continuou com
seu tom de crítica.
263 de 1595 26/05/2011 20:45

“Emmett, dá um tempo! Acho que você é um frustrado por não ter ninguém assim,
por não sentir isso por ninguém. Me diz, por que você acha que ele não é uma boa
escolha? E por que não gosta dele?” Alterei o tom, esquecendo da minha tentativa
anterior de reconquistar a paz.
“Não é que eu não goste dele, ele pode até ser legal. Eu até acho interessante quando
vocês estão bem, vejo o quanto você fica alegre perto dele, também acho ele um cara
boa pinta e gente boa. O problema são seus outros comportamentos, que eu não
consigo entender, não parece que é você quando vocês estão longe. Você fica
desequilibrada.” Ele falava olhando para as mãos, depois pensou um pouco e balançou
a cabeça. “Mas eu estou vendo que isso está virando um ciclo vicioso. A gente
conversa, conversa e não chega a lugar nenhum, então vamos esquecer isso
momentaneamente e vamos curtir as férias, afinal eu só tenho as férias para curtir
vocês.” Pegou na minha mão e me olhou com carinho. “Eu estou com saudade da
minha irmã e amiga.” Disse pausadamente no fim e se direcionou ao quarto dele.
Acho que Emmett está carente. Sorri.
Não deixei que a nossa conversa me abatesse, resolvi tentar ter paciência com o meu
irmão. Acho que ele além de estar com ciúmes, estava carente. Era bem duro não ter
uma mãe presente, acabava que éramos tudo o que o outro tinha. Meu irmão devia
estar sentindo falta disso, de atenção.
Voltei para a sala e estava passando um clip da Shakira na TV. Não tinha como ficar
parada vendo um clip daquele passando. Eu estava feliz, tinha todos os motivos para
estar feliz. Queria mais era que extravasar.
Aumentei o som da TV e puxei Jasper e Alice para imitarmos a coreografia do clip.

Jasper, atentado, se jogou. Ele adorava quando dançávamos na frente dele. Ficava
revirando os olhos e fingindo estar ofegante, enquanto eu e Alice movíamos os
quadris. O atentado levava jeito nos movimentos, devia passar horas por dia
aprendendo as coreografias, já que estava com muito tempo à toa.
Em nossa casa não gostamos muito da programação normal da TV, então passamos a
maioria do tempo assistindo clips. Quase todas às vezes nos descontrolamos e caímos
na dança. Esse foi o melhor jeito de aprendermos a dançar. Todos aqui em casa
gostam de dançar.
A música contagia a nossa casa.
Quando o clip terminou, estávamos ofegando e sorrindo. Envolvidos pela excitação

que a música deixara. Com o som alto da TV, eu não pude perceber que o meu celular
tinha tocado várias vezes no meu bolso e ainda tocava insistentemente.
“Oi.” Atendi ainda respirando irregular.
“Bella, você pode vir aqui?” Era a voz do Edward, que estava baixa e uniforme.
Sua voz me trouxe à realidade. Ele dormira em minha casa e estava lá. Para a minha
felicidade, eu ia passar um dia todinho com ele, aliás, meio dia, pois já passava de
uma da tarde. Mesmo assim era perfeito ter a continuação do meu dia de felicidade.
“Tudo bem, estou indo.” Respondi e fui até a cozinha preparar um suco, frutas, pão e
água. Ele iria precisar de muita água para hidratar.
Quando cheguei ao meu quarto, assustei com o seu semblante. Em seu rosto havia
264 de 1595 26/05/2011 20:45

sinal aparente de dor e ressaca.
“Como vai?” Lancei um sorriso e fui ao seu encontro, depositando a bandeja de

lanches no criado.
Ele esticou as mãos para conter o meu abraço, provavelmente estivesse sentindo
muita dor e sensibilidade a toques.
“Ai, Bella, vem devagar que minha cabeça está latejando.” Sussurrou.
“Era docinho né?” Disse com ironia. “Não tomou o remédio que eu deixei ali não?”
Perguntei apontando para o remédio que eu vi no criado, onde aparentemente ele não
tinha tocado.
Ele esticou o braço e pegou, encontrando e lendo o bilhete que eu havia deixado. Em
seu rosto passou raios de surpresa e desconfiança. Ele tomou o remédio e encostou a
cabeça no travesseiro lentamente, enquanto me olhava inexpressivo.
“Vou lá fora ver se eu acho um chinelo para você, daqui a pouco eu volto.” Disse e saí
pensando no bilhete que eu tinha deixado e ele leu sem proferir nenhuma palavra após
a leitura. Será que ele ia levar a sério a brincadeira? Será que ele ia perguntar? Creio
que sua retração não o permitirá perguntar sobre o assunto, então posso me divertir.
Voltei minutos depois e ele já tinha levantado, ido ao banheiro e estava olhando as
duas peças de roupas que eu tinha deixado para ele.
“Bella, como entrei aqui?” Ele estava aparentemente desnorteado.
Sorri travessa. “Chegamos tarde e subimos.” Respondi e me aproximei dele, o

abraçando.
Ele estava meio parado ainda, pensando longe.
“Como vou sair?” Perguntou com uma tensão aparente.
“Só está em casa Alice e Jasper, e eles sabem que você dormiu comigo, aliás...” Olhei
para ele com olhar de acusação “...O Jasper sabe de tudo, né? Só que ele pensa que
nós ‘dormimos’ juntos também no Crystal. Foi você quem contou para eles?” Fingi
chateação.
Eu já estava começando a me divertir com a expressão que estava brotando no rosto

dele.
“Eu comentei com a minha mãe que você foi lá e que dormimos no hotel, mas não
nesse sentido que você falou.” Justificou em tom baixo. Acho que a cabeça ele ainda
doía.
“Ah! Pois aqui eu ‘dormi’ muito melhor.” Insinuei “Você não se lembra da nossa noite?”
perguntei maliciosamente, me abanei com as mãos, revirei os olhos e suspirei,
fingindo saudade.
Ele me olhou por uns minutos, aparentemente querendo esconder a frustração e a

surpresa. “Pouca coisa...” Abaixou o olhar.
Eu segurei o riso, se eu sorrisse iria estragar toda a brincadeira. “Faz assim: toma um
banho e veste essas roupas que eu deixei ali, que daqui a pouco eu venho te lembrar
como foi a nossa noite.” Segurei o sorriso, dei um beijo em seu rosto e saí.
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Quando voltei, ele estava em pé de costas, aparentemente olhando o quarto. Ele

estava lindo, notou que eu cheguei e veio ao meu encontro, me abraçando com
carinho.
“Ah, agora você acordou!” Disse e o enchi de beijos. “Tem como tirar a camisa?” Abri
os primeiros botões e beijei o seu pescoço.
Ele sorriu e me puxou para a cama, me deitando de lado com ele, sem tirar a camisa.
Parecia estar um pouco tenso. “Bella... Me fala como foi a noite para você.” Pediu
pausadamente, acariciando meu rosto.
Rá! Ele estava preocupado se eu gostei ou não? Já vi que ia me divertir muito com
essa história.
“Nossa! Foi demais, foi tão bom que mesmo depois que fui dormir ainda senti as
mesmas sensações por todo o meu corpo, a noite toda. Foi muito bom, bom mesmo,
nunca pensei que fosse assim. Eu me sinto realizada.” Expliquei pausadamente, com
ar de felicidade. Ele sorriu, pareceu aliviado. “E pra você? Como foi?” Perguntei
esperando que ele dissesse que não lembrava.
“Ah, Bella, pra mim só importa você, estar com você, independente do que a gente
faça, é perfeito.” Respondeu e me apertou no abraço. Ele se saiu muito bem dessa.
Não mentiu, nem desmentiu. Ele não disse que não se lembrava e ainda tentou me
enrolar com esse assunto.
Soltei-me do seu abraço. “Fica aqui que eu vou lá embaixo buscar comida para nós,
eu não almocei ainda.”
“Você está tão inquieta hoje, vai ficar subindo e descendo o dia todo é?” Ele me puxou
de novo para o seu abraço.
“Temos que comer... Ficar fortes porque vamos ficar trancados aqui no quarto o dia
todo.” Sorri com segundas intenções.
“Vou ser o encarcerado hoje?” Sorriu e me beijou leve nos lábios.
“Vai, posso até usar algemas e chicote.” Sorri maliciosamente.
Ele iria surtar com as minhas brincadeiras.
“O seu pijama é lindo. Dormiu com ele?” Mudou de assunto, enquanto pegava no meu
pijama de ursinhos.
“Não, eu dormi sem nada, não lembra?” Provoquei.
“Não prestei atenção.” Aparentemente ele queria cortar o assunto.
“É, acho que você estava preocupado com outras coisas além da roupa que eu
estava.” Sorri travessa, e ele não devolveu o sorriso.
Ele devia se entregar logo, dizer que não se lembrava, assim a brincadeira perderia a
graça e eu me entregaria. Mas a sua dúvida tentando buscar em suas memórias a
lembrança da noite passada me divertia. Então eu iria prolongar meu prazer.
Levantei. “Feche os olhos que eu vou trocar de roupa.” Fiquei em frente ao closet.
“Aliás, não precisa fechar. Pra quem me viu sem nada a noite toda, umas pecinhas não
significam nada.” Tirei o pijama e desfilei pelo quarto de conjunto de algodão. “Acho
266 de 1595 26/05/2011 20:45

melhor tomar um banho, quer vir?” Sorri. Ele estava sério, indeciso e com um pouco
de nervosismo. “Nossa, você está muito indeciso hoje, nem parece o mesmo de
ontem à noite!”
Escolhi uma lingerie vermelha e me direcionei ao banho. Quando saí, andei de

calcinha e sutiã pelo quarto, despreocupada. Ele acompanhava todos os meus passos
sem tira os olhos de mim, mas não falava nada.
Escolhi um vestido de botão bege e pulei na cama, o abraçando. Ele me deitou no seu
braço e me afastou para olhar-me.
“Já te disse que você é linda?” Pegou em meu rosto, ele estava com bom humor.
“Não lembro.” Fingi tentar recordar colocando o dedo na testa.
“Você é linda, linda, linda.” Beijou várias vezes o meu rosto.
Ele estava tornando o meu dia inimaginavelmente melhor. Tê-lo em minha cama,
alegre e carinhoso era algo surreal, além da minha imaginação. Ele passou as mãos
lentamente do meu pescoço, costas, cintura, quadril, lateral da coxa e me apertou
para si.“Já disse que tem um corpo perfeito? Sem tirar nem colocar?” Sussurrou em
meu ouvido.
“Já... A noite toda, mas não exatamente com essas palavras.” Sorri maliciosamente.
Ele sorriu sem graça. Falar da noite passada estava deixando ele sem jeito.
Alguém bateu na porta e entrou. “Acordou, moça que dorme!!?” Era Jasper que
entrou no quarto com Alice e brincara com o irmão.
“Não. Estou dormindo!” Edward revirou os olhos e sorriu.
Definitivamente ele estava perfeito. Olhei para Jasper e tentei trocar informações com
o olhar. “A roupa do Jasper ficou ótima em você, Edward.” Encarei Jasper para ver se
ele entendia. Se Edward descobrisse que eu tinha comprado roupas para ele, ele iria
ter um surto momentâneo de ira que poderia estragar o nosso bom dia.
“Ficou mesmo, Edward.” O garoto entendeu, ele era esperto. Acho que conhecia o
irmão que tinha.
“Bom que serviu direitinho, eu nunca tinha visto essa aqui, Jasper.” Edward disse e
olhou a marca da blusa. Com certeza ficou tentando associar a marca ao preço.
“Foi a Bella quem me deu, mas como eu emagreci muito esses dias, elas não servem
mais em mim, então pode pegá-las para você.” Jasper inteligente, lindo, fofo. Ele foi
demais, devia agradecê-lo por essa depois.
Edward me olhou por uns minutos com olhar de desconfiança e eu tentei esconder
minha tensão momentânea. Lá, lá, lá - cantava mentalmente.
“Obrigado, Jasper, eu vou aceitar. Ela é bonita.” Edward respondeu e me abraçou

novamente.
“Você comeu alguma fruta? Você tem que beber muita água.” Mostrei preocupação.
“Eu comi uma maçã e estou bebendo bastante água, mais alguma coisa?” Ironizou a
minha preocupação.
267 de 1595 26/05/2011 20:45

“Quer almoçar aqui no quarto ou vai descer?”
“Não, não precisa trazer almoço, eu estou meio enjoado. Pode almoçar lá embaixo
mesmo que não quero sentir o cheiro de comida por enquanto.”
“Tudo bem, então não saia daqui. Fiquem aqui com ele, gente, que daqui a pouco eu
volto.” Disse e me direcionei a porta para sair. “Jasper, faz favor.” Chamei o garoto e
o esperei perto da escada antes de descer. “Não fala para ele sobre o excesso de
bebida não, finge que não sabe de nada de ontem à noite.” Sussurrei.
“Por quê?” Perguntou o garoto desconfiado.
“Estou brincando com ele, uma mentirinha.” Acho que o garoto entendeu, ele tem
muita sintonia comigo, e voltou novamente para o quarto.
Almocei rápido e voltei para o quarto. Jasper e Alice ainda estavam lá. “Quer ver um
filme?” Perguntei escolhendo alguns no armário.
“Acho melhor deixar os pombinhos, Jasper.” Alice o puxou para sair.
“Não façam barulho, viu?! Temos crianças em casa!” Jasper disse com tom de
malícia.
“Tampe os ouvidos!” Sorri.
Ele começou a passar a mão no próprio corpo, imitando som de gemidos. “Hum, Ai,
mais, mais.”
Joguei o travesseiro nele, e ele acompanhou Alice que já estava fora do quarto, se
acabando de rir de suas palhaçadas.
“E não nos incomodem!!!!” Gritei, me divertindo e tranquei a porta, voltando com um

olhar insinuante para Edward. Ele pareceu estar tenso.
Coloquei um filme e deitei. Ele ficou de lado e pôs as pernas sobre mim, beijando vez
ou outra minha mão. O filme estava quase no fim e ele estava distraído com algo.
Aparentemente sua cabeça estava bem longe, não parecia prestar atenção no filme.
Ainda assim, ele passava as mãos insistentemente nos meus ombros, pescoço e
cabelos.
Qualquer casal de ficantes ou namorados normais iriam aproveitar que estavam

sozinhos e com as portas trancadas para se deixar levar, ele, pelo contrário, estava
bem cauteloso e pensativo. Às vezes não consigo entendê-lo.
“Gostou do filme?” Perguntei e virei para olhá-lo. Ele não respondeu. “Onde está essa
cabecinha aí, hein!?”
“Seu quarto é lindo. Você gostou dessa boneca?” Apontou para o presente que a
família dele me deu no meu aniversário de 15 anos. Pareceu estar desviando da
pergunta.
“Sim, adorei. Morro de ciúmes dela.”
“Eu a escolhi por que a achei parecida com você. Olhos mel, cabelos chocolate. Não
chega perto da sua beleza, mas lembra você.” Disse tocando o meu rosto com os
dedos, mas seu olhar continuava longe, havia preocupação ali. “Tenho que ligar para a
minha mãe.” Disse e pegou o telefone dele.
268 de 1595 26/05/2011 20:45

Ih! Acabou a brincadeira. Esme com certeza iria chamar a atenção dele por ter bebido
e ter dormido fora.
“Tá bom, enquanto você liga vou preparar alguma para você comer, já são quatro
horas e você tem que comer alguma coisa mais forte.” Levantei e saí do quarto.
Pedi à cozinheira que fritasse o bife e a batata enquanto eu esquentava o restante da

comida no microondas.
“Prontinho! Seu almoço.” Entreguei o prato a ele, e ele pegou. “Ligou para Esme?”
“Sim.” Respondeu e começou a comer.
“O que ela disse?” Queria saber se ele já tinha descoberto a brincadeira.
“Para eu não ir embora tarde.”
Ele não pareceu ter descoberto. Então eu podia continuar.
“Vamos sair?” Propus.
“Para onde?”
“Para um lugar onde possamos ficar mais a vontade, sem Jasper pra encher o saco.”
Sorri insinuante. Ele não pareceu gostar da idéia e fingiu não perceber as minhas
intenções, ficando calado, estranho e pensativo.
“Prefiro ir ao parque, estou a fim de passar o restante da tarde descansando, ainda

estou meio de ressaca.” Propôs. Parecia estar fugindo de mim, me evitando.
Ele terminou de almoçar, escovou os dentes e saímos a pé para o parque. Ele não
quis ir de carro. Chegando ao parque, eu estendi as esteiras no chão e deitamos, eu
no braço dele.
“Bella, me fala o que você sente quando está comigo.” Edward pediu enquanto
passava as mãos no meu rosto.
“Como assim?” Perguntei sem rumo de como começar a falar.
“Ah, eu queria saber como é para você estar comigo.” Explicou e eu não entendi
perfeitamente. Talvez ele quisesse saber exatamente como foi a nossa suposta
primeira noite e estava com a intenção de me fazer falar sem ter que perguntar
diretamente.
Bom eu podia falar a verdade sobre o que eu sinto quando estou com ele. Não estarei
mentindo. “É a melhor coisa do mundo! Quando você me toca, me sinto fora de mim,
é como se eu estivesse incompleta o tempo todo e quando estamos juntos tudo se
encaixa em seu perfeito lugar.” Disse com convicção.
Esse era o meu pensamento real, a mais pura verdade.
“Bella, você já sentiu isso por alguém?” Indagou pensativo.
Não sei como ele ainda pode ter dúvidas. Eu sempre deixo isso tão claro! Penso que
ele queira saber se até a noite passada eu ainda era inexperiente, mas para estar
pensando isso, só não confiando em mim. Ontem mesmo eu avisei que estávamos
nos descobrindo juntos!
269 de 1595 26/05/2011 20:45

Ele tem que aprender a raciocinar. Pode ser que ele esteja tão preocupado com
alguma coisa, que não está raciocinando direito.
“Não, Edward. Vou falar novamente.” Me virei para encará-lo. “Só beijei de verdade
uma pessoa na minha vida, só permiti que me tocasse uma pessoa em minha vida e
essa pessoa é você.” Deitei de novo. “Mas e você?” Pus a mão em sua barriga por
dentro da blusa e ele a segurou. “Estava se guardando esse tempo todo para alguém?
Você fala que só enxerga a mim, só que todos sabem que com homens não tem isso,
geralmente agem com o corpo, não com sentimentos.” Medi sua reação.
“Eu nunca planejei nada, sempre deixei a vida rolar. Também nunca fui ansioso com
relação a isso.” Respondeu com um pouco de chateação na voz.
Coitado, ele realmente devia estar chateado de ter tido a primeira vez e não lembrar
nada. Ele ficou longos minutos calado, acredito que ensaiando alguma pergunta e
tomando coragem para perguntar.
“Edward, por que você me perguntou isso?” O incitei a desenvolver a pergunta

entalada.
“Hmmm, você usa algum método preventivo?” Ufa! Enfim perguntou. Como ele deu
voltas para chegar a esse assunto!
Talvez essa fosse a preocupação que o estava assolando esse tempo todo em que
estava pensativo. Como meu anjinho é engraçado. Ele realmente me diverte com suas
meias palavras.
“Não, nunca precisei até hoje.” Informei despreocupada.
“Sabe, Bella, acho que a pior coisa que aconteceu na vida dos meus pais foi terem
filhos muito novos, aliás, na vida dos nossos pais.”
Deixe-me adivinhar o andamento da conversa...Ele estava com a intenção de saber

se ele se precaveu, mas não estava com coragem de admitir que não lembrava para
não me frustrar. Rá, era de rir.
“Eu não acho isso na vida dos meus pais. Nem meu pai acha isso, e quer saber? Eu
não ligaria de ter filhos cedo, eu posso criá-los!” Eu era pura diversão. Falava séria,
mas queria muito sorrir. “Além de tudo, meu pai adora criança, e a criança mais nova
lá de casa hoje é Alice. Não vejo por que não dá um netinho para ele. Com certeza ele
ficaria feliz.” Meu sorriso estava engasgado. Ele se enrijeceu de tensão. Não sei por
que não perguntava logo? Parecia receoso em ter filhos. Isso era hilário!
“Bella, você não tem medo de ter filhos?” Perguntou com espanto enquanto me
afastava para me olhar.
“Eu não!” Respondi rapidamente. “Eu gosto de criança, e se fosse nossa então eu iria
adorar!!” Eu era pura travessura. “Já pensou se nós não tivéssemos nascido? Eu gosto
tanto de ter nascido. Ainda bem que na época dos nossos pais não existia a pílula do
dia seguinte. Eu não teria coragem nunca de tomá-la.” Ele me olhava atentamente.
“Sabe, eu tenho tanta dó do espermatozóide. Já é tão difícil para o coitado fecundar o
óvulo, depois de fecundar ainda tem que contar com a sorte do óvulo chegar ao útero,
ele sofre tanto até chegar lá.” Dramatizei desavergonhada. “As chances de não dar
certo são imensas, tadinhos. Sabe o que eu penso? Se alguém engravidou é por que
tinha que engravidar. Vai ver o bebê tem uma missão, já que ele conseguiu alcançar o
útero, ser gerado e nascer.” Falei novamente segurando o riso. Minha idéia não era
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completamente essa, mas tinha um pouco de verdade sim. Continuei. “Já pensou se
sua mãe não tivesse tido você? Ela não seria tão feliz, pois você é a alegria e o orgulho
dela. Eu também não me sentiria tão completa como estou hoje. Por isso eu nunca
interromperia uma gravidez.” Concluí.
A expressão de tortura dele era algo impagável. Ele estava pálido e tenso. Era só ele
admitir que não se lembrava, que eu parava de torturar. Eu ria mentalmente.
“Se você ficasse grávida ia querer casar?” Tinha uma máscara de calma, mas sua voz
foi tensa. Havia alguma pergunta por trás, escondida.
Sinceramente eu não estava entendendo mais. Ele estava com medo de quê
exatamente? Da gravidez, do casamento, do compromisso ou de não lembrar sua
primeira vez?
“Se fosse de você eu te obrigaria a casar comigo!” Respondi sorrindo e o abracei.
Ele não estava conseguindo relaxar, estava com um desassossego sem fim. Resolvi
provocar só mais um pouquinho... Hum, melhor não... E se eu me magoasse com a
resposta?
“Você teria coragem de me pedir para interromper uma gravidez?” Perguntei sem ter
certeza de querer saber a resposta.
Ele me afastou e sentou, aparentemente tentando relaxar. Eu sentei também. Ele

pegou o meu rosto e me fitou por longos segundos. “Bella, eu tenho planos de futuro,
e no meu futuro imediato uma criança não caberia. Eu fui um filho que mal viu o pai.
Não quero fazer o mesmo com o meu filho. Eu quero estar presente na vida dele, em
todas as épocas de sua vida, então ele tem que nascer em uma época apropriada... E
se fosse hoje, eu não saberia o que fazer.” Respondeu pausado e carinhoso.
Entendi. Ele era perfeito e responsável. Queria planejar isso também.
O sol já se escondia e as famílias que estavam presentes no parque se iam. Aproveitei

o vazio e tentei beijá-lo, mas ele estava retraído demais nos beijos. Ajoelhei mais
próximo, intentando aprofundar o beijo. Ele correspondeu calmo, me impedindo
levemente de seguir adiante.
“O que te preocupa, Edward?” Segurei seu rosto em minhas mãos.
“Estou receoso...” Murmurou, beijando as costas da minha mão.
“Com o quê?” Eu já sabia a resposta.
“Com a noite passada, estou com medo de afetar o nosso futuro.” Disse olhando para
o chão.
“Como assim?” Eu queria fazê-lo falar. Ele tinha que aprender a falar abertamente
comigo, sem rodeios.
“De você engravidar.” Sussurrou.
Instantaneamente, comecei a rir, encostando o rosto em seu peito. Enfim, cansei de

sua tensão.
“Por que você não admite logo que não lembra nada, Edward? Já teria perdido a graça
e eu teria confessado.”
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“O que você teria confessado?” Perguntou sem entender.
“Que não aconteceu nada, seu bobinho. Você chegou à minha casa tão bêbado ontem
à noite que Jasper teve que te dar um banho. Conclusão: estamos na mesma. Nada
de primeira noite e nada de gravidez. Eu só queria que você tivesse admitido.” Falei e
deitei novamente na esteira, despreocupada. “Seria horrível se tivesse acontecido e
você não lembrasse, viu!” Fingi chateação. “Então, beba menos. Se eu fosse você
evitaria beber daqui pra frente.” Sorri travessa.
“O que quer dizer?” Ele deitou e me abraçou, devolvendo o sorriso.
“Você entendeu.” Encerrei e ele não perguntou mais. “Mas, me responde, Edward, o
que estava te preocupando mais: opção A, o fato de não lembrar a sua suposta noite
de amor; B, o fato de não saber se usou ou não preservativo; C, o risco de uma
suporta gravidez atrapalhar seus planos de futuro ou D, ser obrigado a casar comigo
por ter me corrompido?” Perguntei pausadamente com diversão na voz.
“Item A, B e C.” Respondeu rápido.
Hum, ele não tinha problema em casar comigo?
O apertei no abraço, enroscando minha perna dentro da dele. “Olha, Edward, eu não
quero atrapalhar o seu futuro em nada, embora eu saiba que ainda vou sofrer pela
distância que nos separa e pelo rumo que podemos escolher. Sei que há uma grande
separação entre o seu sonho e a nossa realidade, mas eu acredito em você, sei que
você vai chegar lá.” Parei para organizar as idéias. “Se existir amanhã para nós dois,
pode deixar que eu vou me preparar. Eu não quero que você seja ligado a mim pela
obrigação que um filho trás, quero que seja por sentimentos, por amor, e eu sei que
se continuarmos como estamos não vai demorar muito pra que se consumar o ato...
O que eu espero para isso é não continuar tendo tanta insegurança com relação a
você.” Sem querer, deixei escapar algo no fim que talvez acabasse com o momento.
“Bella, eu não estou te cobrando nada, não se sinta pressionada.” Alisou o meu rosto.
“Eu sei.”
Olhamos para os lados e já era noite no parque.
“Tenho que ir embora.” Avisou e me beijou no rosto lentamente.
“Tudo bem, mas antes me beija de verdade, por favor, agora que está mais
relaxado.” Exigi.
“Você é muito beijoqueira.” Disse e me beijou lentamente nos lábios, acariciando com
os dedos a minha bochecha.
“Você não gosta?” Já sentia meu sangue começar a agitar nas veias.
“É o que me fascina desde o dia em que te conheci.” Murmurou pausadamente,

mordiscando meu lábio.
“Adoro beijar você.” Inseri minha língua, sendo recebida com sugadas carinhosas.
Movi meu corpo para cima dele, apoiando no chão com os joelhos e comandei o beijo.
Era perfeita a sensação de seus lábios movendo-se contra o meu, e novamente o
nosso corpo respondia mais que imediato. Minhas mãos se prenderam em seus
cabelos, e ele apertou meu quadril, suspirando, me apertando contra ele, resfolegando
272 de 1595 26/05/2011 20:45

em minha boca. Eu desejei não ter planos, não ter caminhos traçados a seguir.
Uma mão escorregou para o botão do meu vestido, a outra me pressionava forte
contra seu corpo, desesperadamente. Ele abriu alguns botões de cima para baixo e
espalmou meu seio, por cima do sutiã, no mesmo instante que deslizava sua língua
em minha boca. Com a outra mão ele levantou a barra do meu vestido, e acariciou a
pele da coxa e quadril. Ele segurava forte, me apertando, me moldando ao seu corpo
viril.
“Acho que é melhor irmos embora, está muito escuro aqui e ultimamente não tenho
conseguido me controlar.” Disse ofegando em meu ouvido, agora com o polegar
deslizando na lateral da minha calcinha.
“Não se controle.” Sorri e voltei a beijá-lo.
Ele dava pequenos gemidos e se mostrava torturado com as mãos ocupadas em

mim.
“Você só fala isso pra se divertir, eu já conheço você.” Continuou me beijando

ansiosamente, depois me afastou. “Mas eu não vou mais me permitir sofrer assim...
Não é você quem sofre depois das sessões amassos!” Sorriu com maldade.
“Como assim? O que vai fazer?” Perguntei curiosa.
“Só me precaver de suas brincadeiras.” Me deitou ao seu lado, me abraçou e beijou

meu rosto.
Eu não entendi muito bem, mas os seus olhos ainda resplandeciam pela excitação. Ele
acalmou a respiração e abraçou minha cabeça ao seu peito.
“Sabia que foi Carlisle quem ligou para Esme avisando que vocês iam ficar lá em
casa?” Comentei despreocupada.
“Interessante... As coisas estão mudando.” Refletiu.
“Meu pai percebe que eu gosto de você, ele pode estar sendo um pouco duro em
aceitar completamente, mas ele não quer me ver infeliz.”
“Você esta tentando me amarrar de todos os lados, hein!” Sorriu.
“Não vou fazer nada que você não queira. Se você não quiser ficar amarrado, não vai
ficar.” Dei a opção.
Ele me segurou com mais força contra o peito, beijando o meu cabelo. Eu pressionei
meus lábios em seu pescoço várias vezes.
“Bella, eu já estou preso a você.” Sussurrou em meu ouvido. “Só você quem não
percebeu isso ainda.”
“Então dorme aqui em casa.” Pedi.
“Não, Bella! Isso já é excesso, um abuso.” Negou, mas afastou meu rosto sorrindo.
“Por que resolveu me aprisionar agora?”
“Por que toda vez que você vai embora, eu perco as esperanças de te ver novamente,
então quero te prender aqui perto de mim, pra ver se o dia não termina.” Mostrei
tristeza. “Sabe, quando você está longe de mim, quer mandar em si mesmo, esquece
273 de 1595 26/05/2011 20:45

que eu sou dona de você.” Sorri triste.
“Eu não pretendo mais me afastar de você, a não ser que queira se afastar de mim.”
Disse com a voz doce.
“Você fala isso agora, amanhã... Aliás, vamos parar de falar nesse assunto de novo,
daqui a pouco estragamos o dia que foi ótimo.” Abracei sua cintura forte. “Eu adorei
você ter ficado ontem e hoje, deu para matar dois meses de saudade. Porém você
ainda está me devendo um mês, se você dormisse lá em casa hoje quitaria a sua
dívida passada comigo.”
Não acreditava que ele realmente fosse, só estava brincando, torcendo para que esse
dia não acabasse. Não sabia o que esperar do dia seguinte quanto a nós dois.
Também não tinha forças para cobrar.
“E o que você falaria para o seu pai?” Tentou me desarmar.
É, realmente eu não teria o que falar. Não tinha que explicação dar sobre nós dois
para o meu pai, quando Edward não me passava segurança. Essa dúvida quanto ao
nosso futuro me matava, principalmente quando tínhamos que nos despedir. Estava
chegando o fim de mais um dia.
Antes que eu tivesse a resposta, meu telefone tocou, era ligação de casa. Sentei para
atender.
“Oi.”
“Bella, Jasper se machucou, está sangrando muito e não está estancando o

sangramento. Eu estou preocupada porque ele está ficando pálido.” Alice disse em um
fôlego só, em sua voz havia desespero.
Tentei diluir a informação lentamente. Perdi a noção do espaço, fui invadida pelo
medo e um turbilhão de pensamentos se processou em minha mente. A lembrança da
consulta que fui com Jasper, onde o médico disse que ele não tinha coagulação
imediata, alojou em meu cérebro me fazendo tremer, pois um simples corte poderia
levar Jasper a ter hemorragia. Respirei fundo e comecei a arfar de nervosismo.
“Bella!! Fala alguma coisa, o que eu faço?!” Alice falava desesperadamente.
Edward sentou ao perceber o meu nervosismo.
“Já tentou torniquete?” Perguntei pausadamente, tentando soar calma.
“Sim!! Mas não pára! Já tem uns cinco minutos que estou tentando parar, mas está
jorrando, não tem ninguém aqui em casa para me ajudar, todos os empregados foram
embora.”
“Onde foi? Como foi?” Perguntei sentindo vertigem.
“Ele foi descer a escada pelo corrimão, então ele se desequilibrou e bateu a perna em
um vaso perto da escada, cortando atrás do joelho. O que eu faço, Bella?!” Alice falou
com desespero na voz.
“Que foi, Bella?” Edward perguntou, ao ver a minha tensão.
Eu estava à beira do pânico, mas tinha que tomar uma atitude com calma. Alice teria
que mover Jasper de casa porque não teríamos tempo de nos locomover até lá. Se
274 de 1595 26/05/2011 20:45

fizéssemos isso, levaria mais de quinze minutos. Eu tinha que manter a calma também
porque Edward entraria em parafuso se soubesse o verdadeiro estado do irmão. A
mãe dele não devia ter contado ainda a real situação do garoto para não preocupá-lo
além do necessário.
“Alice, pega o meu carro e me busca aqui no parque.” Disse pausado, escondendo o
frenesi de tensão. Desliguei o telefone e não contive a tremedeira em minhas mãos.
“O que foi, Bella?!” Edward sacudiu levemente os meus ombros ao me perguntar pela
terceira vez o que aconteceu.
Enrijeci a testa e olhei para ele tentando mostrar calma. “O Jasper se machucou...”
Sussurrei e abaixei para fechar a esteira e colocá-la na mochila.
Ele ficou parado e pensativo. “O que mais, Bella? Se machucou onde? É grave?”
Perguntou nervoso.
Eu continuei calada e o puxei para o estacionamento, com os pensamentos longes.

Em poucos minutos Alice iria chegar.
“Bella, fala o que está acontecendo.” Tentou soar calmo.
“Alice está vindo nos buscar para levarmos ele ao hospital.” Respondi baixo.
Eu queria ver o menino primeiro antes de causar pânico no irmão dele também. Ele
percebeu que não ia tirar nada de mim e ficou calado, um pouco distante de mim. A
minha preocupação era visível.
Alice chegou e Jasper estava sentado no banco detrás. Pedi que Edward dirigisse,
pois eu tinha que entretê-lo de alguma maneira. Ele aceitou e eu fui para o banco
detrás ficar com o garoto. Ele tinha enrolado na perna uma toalha, que agora estava
encharcada pelo sangue. O corte não cicatrizara, fazendo com que o sangue brotasse
abundantemente.
“Dr. Charlie, Jasper sofreu um acidente e está sangrando muito. Eu estou indo com
ele para o hospital, tem algum procedimento a seguir?” Liguei para o médico e
perguntei.
“Há quanto tempo ele está sangrando?”
“Acredito que uns quinze minutos.”
“Em dez minutos eu chego lá, ele deve precisar de transfusão de sangue. Eu vou ligar
no hospital e pedir que preparem uma sala para ele, vá rápido.” O médico aparentou
tensão na voz. As coisas eram piores do que eu imaginava.
“Tudo bem, devo estar a uns dois minutos de lá.” Respondi e desliguei o fone.
Liguei para o meu pai informando o ocorrido, e ele disse que em pouco tempo
chegaria ao hospital também. Fiquei pressionando a perna do garoto, ele estava
ficando de uma cor irreconhecível e começou a perder os sentidos.
“Como ele está?” Perguntou Edward assim que chegamos ao hospital.
“Ele vai ficar bem.” Respondi sem certeza.
Chegamos à emergência e já tinha alguém nos esperando com uma maca.
275 de 1595 26/05/2011 20:45

Receberam-nos, colocaram Jasper na maca e se dirigiram a um corredor.
Meu telefone tocou.
“Bella, é o Dr. Charlie. O estoque de sangue do hospital está baixo, preciso de

doadores. Tem como você levantar doadores de O-? O tipo sangüíneo dele é esse, o
que complica a situação, ele é doador universal, mas só pode receber o mesmo dele.
Veja com os seus amigos e com sua família, é urgente. Eu não sei o quanto de sangue
que ele irá precisar, quanto mais conseguir, melhor.”
“Vou tentar, até mais Doutor.” Respondi atordoada.
Meu sangue era esse, mas para quem mais eu iria ligar? Peguei o telefone e resolvi
tentar na minha família.
“Jéssica, qual o seu tipo sangüíneo?”
“O+, por quê?” Perguntou a avoada da minha irmã.
“Nada não, depois te falo.”
Tentar Emmett.
“Emmett, qual o seu tipo sangüíneo?” Perguntei com tensão na voz.
“Pra quê?”
Eu estava sem um pingo de paciência. “Fala logo que eu tenho que ligar para outra
pessoa! É o Jasper que está precisando de sangue, ele sofreu um acidente!” Disse
bruscamente.
“Onde você está? Fala que eu vou para aí, meu sangue é universal.” Ele foi prestativo.
“No hospital que ele consulta regularmente. Você bebeu ontem à noite?” Eu sabia que
doadores não podiam ter ingerido bebida alcoólica excessivamente.
“Não, Bella, ontem eu só toquei.” Resmungou.
“Então vem logo, por favor, e obrigada, Emmett.” Agradeci sinceramente e me

direcionei ao corredor onde seria a coleta de sangue.
Edward não disse nada, só me observava. Perguntei qual o tipo sangüíneo de Alice e
do Edward. Alice AB e Edward B-. Nenhum dos dois servia.
Fiquei andando de um lado para o outro, enquanto a técnica em patologia preparava

o material para a coleta do meu sangue.
“Moça, você tem que ficar calma, se não quem vai precisar de cuidados é você.” A
técnica se referiu a mim. Ela quis soar agradável, mas me deixou mais tensa ainda.
“Bella, tem como me falar o porquê do seu nervosismo?” Edward me parou e me

segurou pelos ombros.
“Jasper precisa de sangue, ele perdeu muito sangue e no hospital tem pouco do tipo
que ele precisa.” Respondi tentando soar calma.
“Qual o tipo sangüíneo do seu pai?” Ele perguntou focando longe.
276 de 1595 26/05/2011 20:45

“Eu não sei, vou ligar e perguntá-lo.” Disse e abri o telefone para ligar.
Mal disquei e meu pai apareceu no corredor, então o chamei. “Pai, Jasper precisa de
sangue, qual o seu tipo sangüíneo?” Perguntei eufórica pelo nervosismo.
“É universal. Eu posso doar.” Respondeu o meu pai. “O que aconteceu exatamente?”

Perguntou e não cumprimentou Edward, somente acenou com um olhar. Foi
desconcertante, pensei que ele havia evoluído. Não respondi à sua pergunta, virei para
Alice e pedi que ela explicasse.
A técnica me chamou para a coleta. Edward me abraçou e foi comigo até a maca onde
seria feito o procedimento. Ele me olhava atentamente e permaneceu com as mãos
acariciando o meu rosto enquanto o sangue era retirado do meu braço. Em seus olhos
havia preocupação. Embora ele estivesse completamente por fora da gravidade da
situação, era perceptível pelo meu olhar que as coisas eram muito mais graves do que
alguém pudesse imaginar.
Meu pai se deitou na outra cama para fazer a doação. Emmett chegou e também
estava se preparando para doar. Todos com aparente preocupação, pois eles sabiam a
verdade sobre a doença do menino. Edward pareceu não se importar com a presença
deles e continuou acariciando meu rosto, meus braços e minha mão. Ele beijou o meu
pulso e falou baixo: “Obrigado Bella, obrigado por se preocupar com ele.”
Lancei um sorriso triste.
De lá, saímos para uma sala de espera. Meia hora se passou e nenhuma notícia. Todo
mundo sabia que quando se tratava de sangue, tudo tinha que ser muito rápido.
Ficamos na sala de espera, calados enquanto esperávamos. Edward me abraçava
forte, tentando me passar tranqüilidade.
“O senhor falou para Esme?” Perguntei para o meu pai que estava sentado próximo.
“Sim, ela está vindo de táxi.” Respondeu calmamente, nos fitando.
Edward passava as mãos nos meus cabelos, beijava minha testa, e meu pai parecia
estar em uma situação desconfortável. Eu o observei, ele olhava insistentemente para
nós e trocava olhares com Emmett. Eu não me importei, eu queria que ele visse o
quanto somos unidos, que estamos juntos, e acima de tudo, que nos gostamos
reciprocamente. Se ele tinha dúvidas até agora, com certeza iam se dissipar.
Uma enfermeira se aproximou e perguntou se éramos a família Cullen, eu respondi

que sim.
“O paciente está recebendo transfusão de sangue agora. O sangue que tínhamos

disponível. Ele está inconsciente, mas o quadro está estável. Caso queiram ir para
casa, podem ir e voltar amanhã cedo.” Informou.
Troquei olhares com Edward.
“Quando ele vai para o quarto?” Meu pai perguntou.
“Provavelmente em duas ou três horas.” Respondeu a enfermeira.
“Então meninos, vamos em casa e depois a gente decide o que fazer.” Meu pai falou
conosco, mas não pareceu se referir ao Edward também.
277 de 1595 26/05/2011 20:45

“Vamos com a gente?” Falei baixo em seu ouvido.
“Eu não fui convidado.”
“Você vai ficar aqui?”
Ele assentiu com a cabeça.
“Então vamos sair para comprar um lanche que eu fico com você.” Sussurrei de modo
que só ele ouvisse. Ele afagou o meu rosto com carinho e esqueceu que tínhamos
platéia, depositando pequenos beijos carinhosos perto dos meus lábios.
“Hum-hum...” Meu pai fingiu coçar a garganta. “Bella, tem como você vir aqui?” Papai
me chamou e me levou em direção ao corredor. “Bella, aqui é um hospital, vocês
pensam que estão dentro de uma bolha?” Perguntou calmamente.
“Pai, por favor, aqui não é hora e nem lugar para conversarmos isso.” Lancei um
olhar de súplica.
“Tudo bem, mas não é só isso. Eu estou preocupado com você. Estou te observando
desde ontem à noite. Você tem que disfarçar essa sua obsessão por esse rapaz. Você
não se movimenta sem olhar para ele, fica lançando um olhar apaixonado o tempo
todo para ele. Alguém já te disse que uma mulher nunca pode mostrar que gosta mais
de um homem do que ele dela? Eu sou homem, filha, e quando uma mulher mostra
que gosta demais da gente, perdemos o interesse em conquistá-la. Ele não pode ter
tanta certeza assim do seu amor por ele. Eu estou preocupado.” Disse com olhar
intenso e me abraçou. “Eu não quero ver você sofrendo quando ele for embora.”
As palavras do meu pai me trouxeram a tona à realidade em minha volta. Eu não

tinha certeza de nada com relação ao meu amanhã com Edward.
Voltamos para a sala, e Edward estava sentado ao lado de Alice. Eu sentei ao seu lado
e ele segurou as minhas mãos, entrelaçando os dedos nos meus, segurando-os
tranqüilo. Pareceu não se preocupar com a presença do meu pai e nem com a nossa
saída momentânea. Emmett já tinha ido embora.
“Pai, a gente já pode ir embora, né? Eu estou com fome.” Alicinha quando via meu pai
ficava toda manhosa.
“Vamos, Bella?” Meu pai me chamou pensando ter me convencido a deixá-lo.
“Ah, pai, me deixa ficar, depois eu vou. Eu estou de carro.” Olhei com olhos pidões e
ele entendeu o meu recado.
Eu não ia diminuir a intensidade da demonstração do meu carinho com Edward, eu

tinha pouco tempo com ele, cada dia era como se fosse o último, logo eu não deveria
perder tempo.
Edward POV
Percebi que o problema do Jasper era muito pior do que haviam me informado. Parecia
que havia algum segredo que eu estava perdendo... E Bella sabia disso. Eu não quis
demonstrar a minha preocupação para não tornar o seu aparente pré-pânico maior,
278 de 1595 26/05/2011 20:45

mas devia me informar o mais breve possível da real situação do meu irmão.
A família Cullen se mostrava bem prestativa com ele, talvez fossem ligados por um
laço muito maior. Existia afinidade e carinho entre eles, percebia que não era somente
caridade.
A presença do Sr. Cullen não me proporcionava qualquer tipo de desconforto, creio

que já passava da hora de mostrar que não desejava me afastar de sua filha, o quão
importante ela era para mim e que não a deixaria até que ela quisesse. Percebi pelo
modo que ela voltou, que ele com certeza a chamou lá fora para falar algo sobre nós
dois. Ela não pareceu ter mudado a sua convicção e firmeza quanto a nós, embora eu
a estivesse sentindo um pouco mais receosa em conversar sobre o nosso futuro
juntos. Talvez ela tivesse resolvido que essa era realmente as nossas últimas férias
unidos.
Meu corpo estremeceu em pensar nisso, meu cérebro rejeitou qualquer informação a
respeito da nossa despedida e mandou raios de dor imediatamente. Não podia me
separar mais dela. Tínhamos que aprender a conviver com a distância. Se ela gostasse
de mim pelo menos a metade do quanto a amava, ela iria aceitar esse nosso tempo de
prova.
A sua presença torna tudo mais aceitável em minha vida. Não sei como teria reagido
sem a sua aparente estabilidade diante da casualidade não essencial acontecida ao
meu irmão. Ela é incrivelmente sábia. Eu a amo mais a cada segundo que passo com
ela. Não sei se meu coração é suficiente para suportar a intensidade desse amor.
“Edward, vamos lá fora buscar um lanche para as meninas.” O Sr. Cullen se dirigiu a
mim.
Desde quando ele chegou evitou direcionar a palavra diretamente a mim. Fiquei
surpreso com o seu convite de ímpeto. Bella retesou e apertou forte a minha mão.
Pareceu ter ficado tensa repentinamente. Compreendi o motivo do seu estado de
rigidez, mas apertei suas mãos de volta e as trouxe para um beijo na boca, tentando
confortá-la de sua aparente aflição.
Segui o Sr. Cullen calado até a lanchonete do outro lado da rua. Ele sentou-se à mesa
da lanchonete e apontou uma cadeira à sua frente para que eu me sentasse.
“Edward, eu nunca conversei com você de homem para homem sobre a minha filha.
Eu quero que você me ouça.” Sua voz soou calma.
“Tudo bem.” Respondi e não abaixei o olhar.
Tive grande aplicação do espírito à matéria que se seguiria, percebi que o assunto
oscilaria o meu estado presente. Ele estava visivelmente nervoso, os seus dedos
batiam contra a mesa, rápidos e ansiosos.
“Edward, eu acabei de conversar com Bella sobre vocês dois, mas pelo que vejo não
adiantou muita coisa. Não tem adiantado muito as minhas conversas com ela... Eu
vou esclarecer logo o que penso e depois deixo você falar algo.” Esperou a minha
resposta.
Eu assenti.
“Sinceramente eu já tive tudo quanto é preocupação com vocês, primeiro eu me

preocupei com a questão social, mas hoje eu vejo que você é inteligente e esforçado,
279 de 1595 26/05/2011 20:45

e que está trilhando um caminho brilhante. Percebi também que você não está
interessado em nossas posses, porém, hoje eu tenho outra preocupação, e ela é
muito maior.” Parou para me observar.
Os meus olhos estavam no rosto dele enquanto ele falava, medindo a sua reação. A
expressão dele estava composta. Só havia um leve stress em seus olhos.
“Eu vejo a minha filha demasiadamente apaixonada por você, e... ela está meio sem
rumo, ela é muito nova para se apaixonar assim...” Fitou o vazio. Ele estava realmente
preocupado com a filha, mas até o momento eu não tinha entendido o real motivo da
conversa. “Eu sei que você é homem, e como tal... não tem por que não aproveitar da
situação. Mas ela é minha filha, e eu me preocupo com ela. Você é um rapaz novo e
bonito, com certeza existem muitas mulheres interessadas em você na
capital...Er...eu sei que você é sensato e entende o que eu quero falar.” Pausou
sugestivamente. “Ela precisa de uma chance de ser feliz, ela é uma criança, não deve
perder a juventude sendo aproveitada por um homem que a vê nas férias e depois a
deixa aqui sofrendo, enquanto tem outras mulheres à sua espera e à sua disposição.”
Ele suspirou.
Suas palavras se repetiram lentamente em meu cérebro. O Sr. Cullen estava

insinuando que eu usava Bella por ela estar apaixonada por mim, e que quando vou
embora daqui tenho outras mulheres na capital?
Insinuando não, ele afirmou isso!
A princípio eu não tinha entendido o objetivo desse homem e só prestei atenção no

que ele tentava falar. Sua preocupação de início parecia ser com a filha, mas agora ele
levantava uma suspeita infundada sobre mim e agredia assim a minha individualidade
consciente, o que era uma ofensa.
O máximo grau de agitação do ânimo brotou em mim, mas tentei controlar a

manifestação do meu furor. Toda a aversão inveterada e absoluta que já senti por
esse ser, veio à tona ao vê-lo se referir a mim daquele modo, como aquele que abusa
da flexibilidade dos sentimentos de outrem.
Senti o sangue ferver nas veias, mas tentei manter o domínio da minha inoportuna
explosão que almejava transparecer. O encarei intensamente tentando conter o meu
ódio.
“O senhor se refere a mim como imitador dos seus próprios atos?” Disse com acidez
na voz.
“Do que você está falando?” Ele se inclinou mais para frente para me encarar.
“À minha mãe, que você se aproveitou dela por vários anos.” Disse baixo e uniforme.
Não era bem o assunto que eu queria tocar, mas ele me ofendeu com a sua
suposição e eu iria revidar a ofensa. Ele me olhou surpreso por vários minutos, como
se não esperasse que eu soubesse daquilo.
“Edward, ela é uma criança.” Ele disse baixo, mudando de assunto. Não pareceu ter
se ofendido com o meu tom.
Imediatamente, tentei acalmar-me para não piorar a situação. “Sr. Cullen, eu não vou
deixá-la enquanto ela me quiser. Não sei como o senhor vai aceitar isso, mas que
fique claro que enquanto ela me quiser eu vou estar disponível.” Disse e não desviei o
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olhar.
No mesmo instante, ele bateu as mãos ruidosamente na mesa.
“Eu não vou permitir isso!!” Falou por entre dentes.
“Creio que ela não precise mais da sua permissão.” Respondi prontamente, mas já
estava me acalmando, não valia à pena levar a controvérsia adiante, não chegaríamos
a um ponto em comum. Eu não queria provocá-lo mais.
“Eu sou o pai dela, vou proibi-la de sair, vou cortar a mesada. Vocês não vão
conseguir ficar juntos.” Disse baixo, mas com fúria na voz.
“O senhor não vai querer magoá-la tanto assim... Eu sei que quer vê-la feliz.” Falei
mais brando, com a intenção de fazê-lo pensar no que disse. “Mas, me responde uma
coisa: além da suposição de que eu seja um aproveitador cafajeste, você vê algum
outro motivo que fundamente a minha distância de Bella?” O encarei firmemente
incitando a sua resposta.
Ele não respondeu, parecia tremer de nervosismo.
Decidido, eu precisava tirar a dúvida que me incomodava há anos. “É por que eu sou
o filho do Phil, não é? É por eu ter sido o real motivo do fim do romance que teve com
a minha mãe.” Tentei soar calmo. “Sabe, Sr. Cullen, você nunca iria ficar com a minha
mãe. Você tem implicado com Bella, por que ela tem coragem de enfrentar a família e
ficar comigo, coisa que você não teve coragem. Então, se depender de mim, não
vamos nos separar.” Disse pausadamente cada palavra.
Ele me encarou com ironia. “As suas férias não duram para sempre, garoto.” Sorriu
sardonicamente.
Eu abaixei o olhar ao sentir a sensação aguda que suas palavras me proporcionaram.

O som articulado proferido por ele junto com a sua significação deu pancadas em meu
peito me mostrando o conjunto de todas as coisas reais. A existência de fato mostrava
que não convinha enfrentá-lo agora e sofrermos o martírio que o período de tempo e a
desproporção nos arruinavam.
Ele notoriamente percebeu minha mudança de expressão.
“Edward, eu amo a minha filha, por isso estou te pedindo. Eu realmente não tenho
nada contra você, só não quero ver minha filha sofrendo enquanto você estiver longe.
Deixe-a livre, ela vai se curar de você.” Havia súplica em seus olhos.
“Por que, Sr. Cullen?” Eu já estava me sentindo um derrotado.
“Por você não oferecer evidência nem convicção a ela. Eu não vejo futuro em vocês. É
isso.” Ele suspirou.
Eu poderia lhe falar o quanto eu a queria para sempre e que tinha convicção disso. O
quanto tinha certeza do meu amor, porém a intensidade do meu sentimento poderia
assustá-lo mais ainda e o induziria a afastá-la mais de mim.
A sinceridade naquele momento era a resolução daquela dificuldade, por isso,

procurei seus olhos suplicando que ele entendesse além do que eu falasse.
“Sr. Cullen... Em quatro ou cinco dias eu vou embora...” Falei e me entreguei à
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melancolia, sentindo-me um fraco. Suspirei e deixei que ele tirasse as próprias

conclusões. Eu estava praticamente dizendo para ele que só iria ficar com ela mais
quatro ou cinco dias. Eu realmente era um fraco. Idiota.
Ele me fitou por alguns minutos sem acreditar ter obtido o resultado esperado, mas
depois se levantou. “Com licença.” Ele me deixou sentado à mesa e saiu.
Permaneci sentado, pensando por alguns minutos. Eu tinha feito uma tolice.
Praticamente tinha me comprometido a deixá-la. Angustiado, meu coração vociferava
aflitamente a presença de Bella em minha vida. Levantei-me e direcionei novamente ao
hospital.
Quando entrei na sala, Bella fitou-me com olhar ansioso e veio ao meu encontro,
recebendo-me com um abraço forte, com desespero embutido. O seu estado de
ânimo estava perturbado. Devolvi o abraço e a beijei no cabelo, tentando acalmá-la
enquanto ela acalentava o meu coração cheio de tormenta. Eu precisava
incessantemente dessa brandura e dessa suavidade que ela me dispunha.
O Sr. Cullen nos olhou com aparente frustração. Será que era tão difícil assim
entender o grau de intensidade do sentimento que nos rodeava?
Minha mãe já se encontrava na sala conversando com o médico, aparentemente o

médico do Jasper. Segurei a mão de Bella e me aproximei dela e do médico para
cumprimentá-los e me interar no assunto discutido.
“Como ele está?” Perguntei para o médico.
“Ele está bem, mas está sedado. Em meia hora ele virá para o quarto. Ele cortou uma
artéria e perdeu sangue excessivamente. Se o socorro não tivesse sido dado em
tempo, ele não teria resistido. Agora ele está com o quadro estável, mas precisa ser
assistido. Hoje ele necessita permanecer no hospital, amanhã terá alta na metade do
dia se tudo correr como esperado.” O médico informou. “De qualquer maneira, Esme,
é bom que ele fique aqui na casa do Carlisle, ele tem que ficar próximo. Necessita de
observação por um período de tempo.” O médico finalizou, se despediu dos presentes
na sala, depois se aproximou da minha mãe, pegou a sua mão e disse algo inaudível.
Observei a sua linguagem corporal e os seus olhos em direção a ela. Percebi interesse
ali.
Creio não ter sido o único a perceber tal atuação.
“Esme, você vai dormir lá em casa?” Sr. Cullen perguntou. Como é o ser humano...
Interesseiro. Devia intentar possuí-la, já que se sentia ameaçado. Rá! E sou eu quem
uso a filha dele!
“Vou ficar aqui no hospital com Jasper.” Respondeu e sentou-se ao meu lado no sofá.
Bella interveio. “Eu fico com ele, Esme, você deve estar cansada e tem que trabalhar
amanhã.” Falou docemente. Era encantador o seu cuidado com o meu irmão e agora
com a minha mãe.
“Não, filha! Você vai dormir em casa.” O Sr. Cullen mostrou tensão.
Bella estava ao meu lado em pé, eu peguei a sua mão e a sentei delicadamente em
meu colo, sussurrando depois em seu ouvido.
“Pode deixar, eu durmo aqui. Amanhã eu vou te ver.”
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O Sr. Cullen me olhou com olhos incrédulos. Seguidamente, virei para falar com
Esme. “Mãe, pode dormir lá que eu durmo aqui. Eu fico com Jasper, não vou embora
hoje.” Beijei-a na mão, tentando acalmá-la um pouco.
Eu estava com duas mulheres que eu amava, uma em meu colo e a outra ao meu
lado, com a mão dada a mim. Eu medi cada reação do Sr. Cullen. Se eu estivesse no
lugar dele teria inveja de mim. Ser amado por duas mulheres que são parte da vida
dele... Sorri com o meu gênio.
Bella se levantou do meu colo e foi abraçar o pai. “Por favor, pai, me deixa ficar.” Ela
implorou.
Eu tinha certeza que ele ia impedir veemente isso, mas para a minha surpresa ele
mostrou dúvida ao olhar para minha mãe e para Bella. “Você vai dormir com ele?”
Perguntou com maldade, descrente.
“Pai... É um hospital, vamos só fazer companhia para Jasper.” Disse aparentemente

desconcertada pela dedução do pai.
Ele me encarou por longos minutos e eu sustentei o olhar, depois ele assentiu,
fazendo uma careta. Ele a amava muito, era perceptível. Não conseguia negar o
querer de sua filha. Além disso, não pareceu querer mostrar descontentamento com a
minha presença em frente à minha mãe.
Senti-me regozijado em ter certeza que meus dias com Bella seriam esticados em não
somente dias, mas noite. Essa ação não calculada de Bella pretendendo agradar-me
ou ser útil me trouxe um prazer inesperado de satisfação e felicidade.
Ela soltou os braços do pai e sentou novamente em meu colo, como uma criança no
colo, me abraçando com carinho e sorrindo alegremente. Todos a nossa volta, se
quisessem, poderiam ver a aura de felicidade que pairava sobre nós.
“Edward, vou em casa tomar banho e pegar uns objetos para nós dormirmos aqui.”
Disse baixo em meu ouvido. “Depois você fala para sua mãe que é para ela ir embora
cedo no carro, porque mais tarde eu vou lá para a sua casa deixar você. Caso ainda
queira ir embora...” Ela sorriu alto e chamou a atenção do pai novamente para nós.
Ele estava perto da porta, conversando com a minha mãe. Bella parecia não ter a
intenção de me deixar ir embora mesmo. Eu ficaria com ela para sempre e não me
sentiria satisfeito. Ouvi-la dizer que iria dormir comigo trouxe alegria e prazer a minha
alma. Cada minuto que passava a mais com ela me trazia vida e rejuvenescia as
células do meu corpo.
“Você não vai me soltar mesmo?” Perguntei em uma altura audível aos presentes na
sala.
O Sr. Cullen me lançou um olhar hostil, tornando proveitoso o fato da Esme estar de
costas para ele. Eu juro que não queria provocar.
“Não! Vou tirar o mês de atraso que você está me devendo e o próximo mês que o
seu curso vai me roubar.” Disse alto, despreocupada, beijando o meu rosto
carinhosamente.
Novamente o assunto ir embora me causou choque. Eu já não tinha tanta certeza

nem vontade de ir. Se eu pudesse adiar mais a nossa despedida... Eu a queria mais
dia após dia enquanto pudesse tê-la.
283 de 1595 26/05/2011 20:45

Trouxe-a para mais perto desejando falar baixo em seu ouvido. “Tudo bem, vamos à
sua casa, depois voltamos e dormimos a noite toda abraçadinhos. Mas antes você tem
que me prometer que não vai tentar a sorte essa noite, estamos em um hospital...”
Ela sorriu com olhar traquinas e chamou a irmã para irmos embora. Despedimo-nos
do Sr. Cullen e da minha mãe e nos retiramos da sala.
Acredito que eles estavam discutindo questões financeiras e isso era algo que
admirava no Sr. Cullen. Mesmo sem saber de nada, ele cumpria com o seu papel,
redimindo-se pelos anos que não foi presente.
Alice estava distante, calada e aparentemente triste. Será que era por preocupar-se
com o meu irmão? Conto que esse afeto que envolve os dois seja movido somente
pela amizade.
Chegamos à casa de Bella, estacionei, desci e não entrei. Instantaneamente, lembrei

de algo que deixei passar o dia todo e puxei Bella para os meus braços, fitando o seu
rosto enquanto o acariciava. “Bella, você hoje mentiu para mim...” Murmurei. Ela
arregalou os olhos, confusa. “Não é com relação à nossa noite anterior... Quero que
você pense e me fale, não precisa ser agora... Eu não estou chateado com você, nem
vou ficar, até achei engraçada a sua performance, mas não quero que haja pequenas
mentiras entre nós.” Disse e a abracei firmemente, depositando beijos em seu rosto.
Ela desconcertou por uns minutos, então esqueci o assunto e pedi que ela trouxesse
água, desinfetante e um pano, pra que eu tirasse o excesso de sangue seco dos
bancos do carro dela.
Ela saiu calada para buscar o que eu pedi. Sorte que os bancos eram de couro preto.
Bella subiu, demorou nada mais que vinte minutos e desceu, linda e perfumada,
segurando dois travesseiros e uma bolsa grande nas mãos. Recebi-a em meus braços,
onde é o seu lugar, e a ajudei com os objetos.
“Prontinho, vamos só passar no Mc Donald’s para comprar um lanche e umas

tortinhas de maçã porque eu ainda estou com fome.” Colocamos os objetos no banco
traseiro e ela se sentou no banco do passageiro.
“Agora sou seu motorista particular?” Pisquei, sentei e a puxei para mais perto de
mim. Ela sorriu, assentindo. Em todo o tempo ela encheu meu rosto de beijos,
lançando sorrisos. Parecia uma criança cheia de alegria. Em seu semblante havia
felicidade estampada. Estávamos invadidos pelo êxtase que só a alegria trás.
Prolongar os minutos com ela, mesmo que motivado pelo infortúnio ocorrido com o
meu irmão, me trazia paz. Amo-a por tudo, principalmente pela serenidade e alegria
que trás á minha vida, que mesmo sem ela saber, me dá forças para enfrentar tudo
que é obstáculos que se opõe a minha frente.
Continua...
Notas Finais:
Gente eu quero avisar que esse tipo de doação e transfusão feita na
hora, não acontece. (por causa dos exames, testes)Mas aqui é a
Terra do Nunca e aqui acontece.
Fic é cultura!!!
284 de 1595 26/05/2011 20:45

Bjus
Oi!!amanhã posto mais.bjão.deixem um recadin please
285 de 1595 26/05/2011 20:45

Capítulo 20- Terapia 1 escrita por BIA BRAZ

Capítulo 20- Terapia 1 by bia braz
Capítulo 20 - Terapia-1
Edward POV
Compramos um lanche e voltamos para o hospital. Jasper já estava no quarto. Ele

estava com o estado fisiológico caracterizado pela insensibilidade dos sentidos, fato
esse, que algum remédio lhe proporcionara a fim de mantê-lo em repouso. Sua
aparência era de que tinha enfraquecimento das faculdades intelectuais, não
completamente fora de si, mas com a mente vagando.
Observei-o por alguns instantes, enquanto Bella esticava o lençol que trouxe na cama
para visitas. A cama era uma espécie de sofá-cama, ficou em um tamanho favorável,
depois de armado. Com certeza teríamos uma noite confortável.
Ela me entregou a roupa que eu dormi na noite passada, escova de dente e chinelos.
Vejo com admiração a sua cautela antecipada. É extraordinário o fato dela sempre
pensar em tudo. Sempre precavida e completa. Cuidadosa e perfeita.
“Tome banho e se apronte que estou esperando.” Pediu e tirou a roupa lentamente, a
fim de vestir-se com o pijama que pusera sob a cama.
Fiquei parado, observando-a. É incrível como ela é livre de embaraços, não tem
receio e nem se retrai em tirar as peças em minha presença. Eu incorreria em uma
pena de castigo se não tivesse a possibilidade de apreciar o seu corpo livre de roupas.
Suas atitudes enlevam os meus sentidos, me atrai, me cativa, me prende e me desvia

de toda outra qualquer influência. Bella tem uma força absoluta que atrai meus olhos
como magneto. Eu me senti perdido em suas formas somente de peças íntimas de
algodão. Perdi a faculdade de me orientar.
“Edward, vai ficar a noite toda aí?” Bella disse a centímetros do meu rosto.
Sua respiração bateu em meu rosto e meu corpo desestabilizou, motivado pelas
ondas de cobiça repentina que oscilavam os meus sentidos. Ela percebeu o delírio dos
meus olhos em seu corpo e beijou minha boca ardentemente, encostando o seu corpo
no meu.
Enquanto a beijava, impedi minhas mãos de tocá-la, embora eu desejasse

ansiosamente por isso, aliás, por tê-la em minha boca novamente. Os seus atos
impensados me surpreendem. Essa proximidade não era tolerável, era martirizar os
meus sentidos e arruinar o meu controle quando estou tentando manter-me longe de
cometer tolices. Lamento ser eu o indivíduo responsável pelos seus atos.
Libertei-me de seus beijos ansiosos e a abracei, permitindo-me tocar suas costas

nuas com as pontas dos meus dedos.
“Bella, por favor... Não faça isso de novo... Se você soubesse o quanto eu estou
vulnerável a você.” Supliquei e me soltei do abraço, dirigindo-me seguidamente ao
banho.
286 de 1595 26/05/2011 20:45

Estava me sentindo com menos força do que a regular. Sentia um desejo impetuoso,
intenso, de modo que estava a beira de perder a sã consciência. Necessitava atenuar
essa ambição por ela, só assim não cometeria atos impróprios que impugnem os
limites impostos por ela. Devia retrair-me para que os seus planos fossem seguidos,
como prometi.
Com a auto-satisfação durante o banho, a gravidade da situação foi diminuída, assim

eu poderia voltar para o quarto. Bella, já estava deitada na cama, sorrindo ao
encontrar os meus olhos. Havia contentamento em seu semblante.
“Vem...” Abriu os braços e me chamou.
Era uma riqueza abundante ser chamado para os seus braços, em tê-los estendidos
em minha direção. Deitei-me em cima dela, segurando o meu peso nos braços e na
perna que separava as suas. O seu corpo me aqueceu. Sua pele era quente, mesmo
por dentro do pijama, permanecendo confortável e aconchegante. Abracei-a e deitei a
minha cabeça levemente entre os seus seios enquanto ela acariciava os meus cabelos
com os dedos.
“Sabia que essa é a primeira noite que dormimos juntos, em que estamos sóbrios e
bem?” Bella disse pensativa.
“Como assim?”
“Na primeira noite na capital estávamos brigados, e na outra noite eu estava bêbada.”
Novamente a lembrança daquela primeira noite... Eu preferia que ela nunca tivesse
existido.
“Espero que ainda existam muitas outras noites em que estejamos bem e sóbrios
para dormirmos abraçadinhos.” Respondi imediatamente e a abracei mais.
Estar ali era como estar em um paraíso distante e sonhado. Algo que eu iria almejar
incessantemente quando estivesse longe e não tivesse mais os seus braços.
“Senti tanto a sua falta, Edward... Queria tanto ter ficado bem desde o dia em que
você chegou.” Bella disse distante.
Eu me senti cortado, mas ela não pareceu ter falado para me ofender. Queria ter o
poder de voltar no tempo e resgatar todo o nosso tempo perdido. Talvez ela ainda me
perdoasse se eu fundamentasse o real motivo da distância inicial. Mas até o momento
ela não tinha me dado abertura para dialogarmos sobre o assunto. Talvez esse tema
lhe trouxesse feridas, e ela ainda não estivesse preparada para conversar. Trazia dor a
lembrança de ter ficado longe dela, senti-me em um estado perdido, com uma tristeza
profunda e duradoura. A sensação de perdê-la para sempre me transformou em um
decadente a beira da ruína.
“Sonhei muito com esse dia... Estar bem com você... Passar uma noite todinha
abraçada a você.” Disse carinhosamente e continuou a passar os dedos
insistentemente em meus cabelos, com um afeto reconfortante.
Saber que fazia parte dos seus sonhos trazia alegria infinita ao meu coração. Ela não
sabia que em seus braços era o lugar que eu queria estar sempre, era o lugar que me
trazia abrigo e bem estar. Eu queria ter facilidade em falar tudo que penso e sinto por
ela, mas não tenho forças, nem coragem. Não encontro palavras para dizer o que
sinto, só sei que é inexplicável a grandeza do sentimento que me rodeia e que
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comporto em mim.
Não devia, mas ainda me sinto tímido perto dela. Ela é perfeita e resolvida, sensitiva e
perspicaz. Ainda me sinto pequeno diante da sua grandeza de pessoa, isso me retrai.
Mas eu a amo, e tudo o que quero é ficar perto dela.
Deitei do seu lado e fui ao encontro do seu rosto, beijando cada cantinho seu, queixo,
pescoço, pálpebras, testa. Beijei cada pedaço que eu amo como se fosse a própria
vida. Ela me abraçou fortemente, colocando a perna entre as minhas, acomodando o
seu corpo em mim. Agora, com o desejo acalmado, tudo que eu ansiava eram sua
presença, seu abraço e sua ternura.
“Pára gente!!! Eu vou traumatizar... Respeitem o moribundo!!” Uma voz sonolenta e

baixa se pronunciou. Era Jasper que lutava contra a falta de solidez para iniciar a
conversação.
Bella levantou-se da cama em um pulo ao ouvir sua voz e se posicionou próximo a

cama que ele estava deitado, abraçando-o carinhosamente. “Oi irmãozinho!! Você está
bem?” Disse mimando-o, afagando o seu rosto.
“Ai, Bella... Assim o maníaco descobre tudo sobre nós... Você tem que disfarçar...” A
voz de Jasper era arrastada. Sorrimos com seus gracejos.
“Você me deu um baita susto, seu garoto inquieto! Você tem uma formiguinha no
bumbum te incomodando é? Por que tu foi descer as escadas pelo corrimão?!” Bella
divertia a todos nós.
Não sei quem era a pessoa mais criança dos dois, acredito que a proximidade tinha os
contagiado, ou, talvez a semelhança de personalidade fosse sucessão lógica. A
conformidade dos pensamentos deles chamava minha atenção, será que a aliança que
os mantinha era aquela que ia além da amizade? Talvez... Da minha casa ele é o que
tem a individualidade consciente mais diversa.
Aproximei-me da cama e o observei de perto. Sua cor e pele voltavam ao normal

gradativamente. Designei-me analisar o corte que ele sofrera. Um corte pequeno...
Não entendi o motivo da hemorragia. Se a sua falta de saúde era motivada somente
por anemia, por que uma incisão minúscula causou derrama excessiva de sangue?
A falta de solidez estava estampada no rosto do menino, sua fragilidade lhe exigia
repouso, talvez ainda estivesse sob forte efeito dos remédios.
“Jasper, descansa, amanhã vocês conversam mais.” Despedi-me do meu irmão e

deitei na cama.
Bella ficou sentada na cama dele passando os dedos em seus cabelos. Era nítido o seu
afeto pelo meu irmão.
“Bella, vem... Estou cansado.” Chamei-a.
“Não façam isso que estão pensando em fazer, tem uma pessoa em estado difícil no
quarto, tenham respeito.” A voz arrastada importunou mais uma vez, mas já estava
entregue a sonolência.
Bella veio e deitou-se sobre o meu peito, depositando pequenos beijos que faziam
minha pele arder e distribuíam pequenas correntes de desejo. Um desejo controlado
fisiologicamente, mas que meu coração não controlava.
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Tinha ambição por ela incessantemente, não só pelo seu corpo, mas por tudo que ela
me proporcionava. Busquei-a para os meus lábios e a apertei a mim, sentindo cada
curva coberta pelo fino pano de suas vestes. Sua pele quente trazia conforto.
Passei as mãos por toda porção de espaço em suas costas, parei-a no quadril,
adaptando-a ao meu viciado corpo de um jeito possante. Beijar seus lábios e tê-la em
meus braços era a melhor das experiências que já vivi. Nenhuma sensação que já
experimentei trazia esse efeito ao meu ser.
Amo-a de uma maneira tão entorpecente, que um simples beijo seu lança chamas em
todo o meu corpo e me desperta de uma maneira inexplicável.
“Vamos dormir, Bella... Não está lembrando o que combinei com você?” Soltei-a e
beijei seu rosto, enquanto nossas respirações se equilibravam.
“Foi você quem me puxou...” Sorriu satisfeita e acariciou meu peito.
“Mas você podia ajudar, foi você quem fez planos...” Minhas mãos já estavam dentro
de seu pijama e minha boca degustava seu pescoço.
“É, mas foi você quem prometeu que ia segui-los.” Ela se divertia com isso.
“É isso que estou tentando fazer, seguir os seus planos, então vamos dormir...” Disse
e abracei-a apertado. Ela virou-se e nos posicionamos para dormir, eu, ainda muito
estimulado.
Como ela disse, era a primeira noite sóbrios e unidos, devíamos apreciá-la. Dormimos
duas outras noites juntos até hoje. Na primeira, eu estava possuído pela insegurança,
pelo ódio e pelo medo de amar. Na segunda noite, ela estava tentadoramente fora de
si..
Tento rotineiramente apagar do meu cérebro a lembrança da primeira noite no hotel. A

culpa que ainda me domina é o que neutraliza o meu impulso diante do desejo
arrebatador de possuí-la. O seu corpo tem me dado comandos de que está pronto,
fazendo-me saber que ela precisa de mim, tanto quanto eu dela. E o meu corpo deseja
obedecer, acendendo-se instintivamente somente em vê-la. Mas é conveniente que eu
execute o que prometi e abrande a intensidade do que sinto, ou, fuja do martírio.
“Por que já temos que dormir?” Sussurrou depois de um tempo calada e encaixou-se
mais a mim, fazendo-me desejar incessantemente aquele contato em seu quadril. Às
vezes Bella age como se eu não fosse homem, acho isso incrível. Ela não se importa
se sou eu quem sinto dor ou não pela frustração.
Seria tão mais fácil se eu confessasse minha fraqueza, se eu dissesse logo que eu
necessito dela de uma maneira inadequada para o momento, que estremeço de alegria
em ter seu corpo tão próximo ao meu e que anseio por ela como um faminto.
“Por que estou com sono, por que está tarde, por que estamos em um hospital,
porque tem um rapaz em repouso ali, por que se não dormir esqueço que estamos em
um hospital, por que a qualquer hora pode entrar uma enfermeira aqui, por que esses
beijos me enlouquecem e porque nossos suspiros estavam muito altos... Quer mais
algum por quê?” Sorri explicando pausadamente e beijando a sua nuca.
“Tudo bem...” Enfim, sossegou.
Queria saber como iria anestesiar-me dela quando ela não for mais presente em
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minha vida e o meu mundo real me chamar. Não tenho certeza se consigo...
...
Fui tirado do sono quando a porta se abriu e uma enfermeira entrou. Embaraçado,
cobri o meu peito com o lençol que estava somente em Bella ao perceber que a
enfermeira fitava insistentemente minha direção com olhar especulativo.
“Bom dia.” Sorriu e virou-se em direção ao soro que alimentava a intravenosa do meu
irmão.
Aproveitei que ela estava de costas e direcionei-me ao banheiro para vestir uma blusa
e uma calça, pois me senti constrangido com o seu olhar. Lavei o rosto, passei os
dedos nos cabelos, escovei os dentes, calcei os tênia e peguei a chave do carro que
estava em cima da mesinha próxima a cama.
Jasper estava acordado, completamente consciente, analisando a moça da cabeça aos

pés.
“E aí, melhor?” Perguntei ao meu irmão e preparei-me para sair.
“Ô! E como!!” Respondeu com os olhos direcionados as formas da enfermeira, que

estava de costas para nós, preparando algo em uma bandeja.
“Estou indo comprar algumas coisas, daqui a pouco eu volto.” Avisei.
“Aonde você vai essa hora? São sete da manhã!” Perguntou admirado.
“Fala baixo que Bella ainda dorme! Vou sair.” Sibilei.
A enfermeira olhou-me de um modo atencioso demais, de maneira a me deixar

descomposto. Saí.
Procurei um supermercado 24 horas. Com certeza iria encontrar tudo que eu

precisava naquela manhã. Comprei suco de caixinha, achocolatado líquido, pães de
queijo, pãezinhos doces, descartáveis, mini bolo, duas maçãs e só faltava um item
que eu ainda tinha que procurar. Rodei umas ruas e encontrei o que procurava em um
jardim de uma casa.
Uma rosa.
Uma luta interna se travou em mim. Delinqüir por causa de uma rosa? Para a minha
sorte uma senhora esticou uma mangueira e posicionou-se para molhar o jardim.
Aproximei-me vagarosamente e procurei juntar força para pedir que ela cedesse à
rosa a mim. Ela cedeu.
Tenho quebrado barreiras em meu ser. Não havia em minha memória sequer um dia
em que eu tivesse me comportado assim. Mas a rosa era tão significante nesse
momento!
Abri a porta lentamente. Bella ainda dormia um sono profundo e tranqüilo. Jasper
estava tomando café e observou-me enquanto eu lavava as maçãs na pia. Eu não
esperava que ela comesse, era só enfeite.
“Tá feliz, né? Tá tirando o atraso!” Ironizou o meu irmão.
“Não enche!” Respondi baixo.
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“Cara, tu viu aquela enfermeira?! Ela não tirou os olhos de você! Coragem eu tenho,
só não tenho é sorte. Ah! Mas eu pegava! Pegava mesmo!!” Começou as asneiras. Ele
devia estar bem recuperado. “Quando eu chegar a sua idade e ficar saradão igual
você, vou pegar todo mundo, não vejo a hora!!” Sorriu.
Com certeza voltou ao normal. Se ele soubesse que eu não lembrava nem mesmo
como era o rosto da enfermeira a que ele se referia... Não despertou um mínimo de
interesse em mim. Peguei a bandeja de inox do lanche do Jasper, passei um
guardanapo e organizei o que trouxe em cima dela.
“Putz! Cada dia mais eu me convenço... Num faz isso não cara! Isso é coisa de gay!
Por favor, homem tem que ser é bruto!” Ele queria tirar o meu sossego com suas
brincadeiras torpes, mas nada abalaria o meu bom humor.
A alegria imensa que me invadia não era abalável. Ver Bella, como uma criança
inocente diante dos meus olhos, irradiava o meu dia.
“Dorme vai...” Falei sorrindo com o meu irmão.
Depositei a bandeja em uma mesinha próxima a cama e afastei os cabelos de Bella

para beijá-la na nuca e pescoço. Ela dormia de lado, abraçando o corpo.
“Bom dia, Bella adormecida...” Sussurrei em seus ouvidos.
Ela se virou e se cobriu.
“Acorda, vida, estou me sentindo morto sem você aqui.” Tentei mais uma vez.
“Deita aqui... Vem dormir mais...” Resmungou se encolhendo.
“Eu trouxe lanche, vem me acompanhar...” Encostei-me junto ao seu corpo,

abraçando-a por trás e tirei lentamente o lençol que a cobria.
Ela não se moveu.
“Vem, Bella... Por favor... fica comigo.” Supliquei.
“Então feche os olhos que eu vou lavar o rosto e pentear os cabelos. Não quero que
me veja bagunçada assim.” Impôs.
Revirei os olhos. “Tudo bem.” Fingi tapar os olhos e observei-a levantar-se

cambaleando e esfregando o rosto.
Sorri da cena. Ela saiu do banheiro minutos depois e pulou em meu colo, enchendo
meu rosto de beijos.
“Ai! Nojento! Nem escovaram os dentes!” Ele ironizou. Eu joguei o travesseiro no

Jasper. Como uma pessoa tirava o dia para perturbar o outro assim!?
“Eu escovei!!” Bella levantou o dedo e se defendeu, depois olhou para a bandeja com
o mini café da manhã que eu preparara. “Quem trouxe?”
“Eu... É seu, aliás, meu e seu... Eu estava te esperando... A maçã é só enfeite, não
coma.” Informei desconcertado.
“Por que comprou se não é para comer?” Perguntou e pegou pães de queijo.
291 de 1595 26/05/2011 20:45

“Por que é simbólica.”
“Como assim?” Perguntou com a boca cheia.
“Em primeiro lugar, sei que você gosta, em segundo, simboliza nós dois. Você é meu
fruto proibido, pois o destino vem conspirando contra nós e continuamos juntos
mesmo assim.” Falei e abri o achocolatado para tomar com o pão de queijo.
“EU VOU TER QUE FICAR OUVINDO ISSO?” Jasper revirava os olhos e falava sozinho.
Não nos importamos com a sua presença.
Bella me olhou intensamente, ensaiando algo para falar. “Edward, quando o destino
quer cumprir alguma coisa, ele não consegue fazer isso sozinho, temos que construir
a ponte até a pessoa que escolhemos. A estrutura dessa ponte é recheada de
conquistas diárias, concessões, lutas e acima de tudo de sentimentos. Você vê tudo
de uma maneira diferente. Hoje eu vejo que o destino sempre quis nos unir, não nos
separar. E nós dois estamos construindo a ponte que nos liga um ao outro. Não é
fácil, ainda temos muitas coisas para enfrentar, mas se quisermos, vamos conseguir.
Eu não sou seu fruto proibido, eu fui feita, escolhida, designada, escrita e predestinada
a você.” Disse pausadamente com um brilho incomparável nos olhos.
Suas palavras foram tão profundas que me causaram choque. Com a sua meiguice e
sabedoria prematura ela tinge o meu coração pessimista com cores de esperança.
“CARAMBA! EU ME CONVERTO! EU ACEITO! SIM! SIM! SIMMMMM!! QUE RELIGIÃO É

ESSA AÍ QUE ELA DEFENDEU?!” Jasper levantava as mãos para o céu e gritava.
Não ligamos para os seus surtos de loucura matinal. Ele era tão inquieto que não
conseguia ficar com a língua dentro da boca.
“E a rosa? Também simboliza alguma coisa?” Perguntou com um brilho de curiosidade

nos olhos.
Peguei a rosa e soltei duas pétalas. “A rosa significa você: rosinha, cheirosa, macia,
desejável e veio para enfeitar o mundo.” Mordi uma pétala.
“E você vai despetalar e comer a rosa no café da manhã?” Sua pergunta pareceu ter
duplo sentido, mesmo assim ela sorriu encabulada e me beijou nos lábios. “Adorei
acordar com você quando o seu humor está assim.”
Comemos quase tudo sobre a bandeja. Olhei em direção ao meu irmão, estranhando
o fato dele estar calado a mais de cinco minutos, e ele estava sorrindo para nós.
“Que cara de bobo é essa, Jasper?” Bella observou o seu sorriso.
Nós sorrimos com a sua expressão. “Meus dois irmãos do coração estão juntos e
felizes novamente. Vou me machucar mais vezes para proporcionar outras noites de
sexo selvagem para vocês no hospital.” Tinha que vir alguma tolice após uma
observação vinda dele. “Ah Bella!! Eu vi você trocando de roupa ontem a noite viu,
vocês pensam que eu estava dormindo mas eu não estava. Vi o meu irmão babando
em você também. CARA TU TEM QUE SE CONTROLAR!! Eu nem ligo mais, vejo elas
assim quase todos os dias, até já enjoei.” Definitivamente ele ia tirar o dia para
atazanar. “Mas vou te contar, TU TÁ PASSANDO BEM, HEIN BICHONA!! Minha
irmãzinha é boa!”
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Sorrimos todos. Bom, já que íamos passar a manhã com esse disparate, tínhamos que
preparar os ouvidos. Ele estava de bom humor e eu estava feliz em saber que meu
irmão estava bem. Com certeza o pequeno acidente não iria deixar seqüelas.
Deitei de lado, puxei Bella para os meus braços e ligamos a TV em desenhos,

esperando o tempo passar.
“Vai ficar o dia de pijama? Está linda, mas aqui entra enfermeiras e médicos o tempo
todo.” Avisei.
“Não quero sair daqui...” Se aconchegou mais a mim.
Mordisquei sua orelha e a senti arrepiar-se. Meu corpo respondeu rapidamente ao

perceber seu mamilo enrijecido abaixo da fina blusa. A vontade de colocar minha mão
por dentro ficou quase irresistível. Abracei-a, descansando os meus braços sob sua
pele enrijecida.
Entreguei-me aquele pequeno prazer involuntariamente me proporcionado. Se Bella

conhecesse o meu cérebro desvirtuado com certeza se assustaria. Sorri da minha
perversão depois a afastei.
“Vai, Bella, troque de roupa.” Empurrei-a levemente, salvando-a de mim.
Ela pegou uma roupa na bolsa e se direcionou ao banheiro para trocar-se. Vestiu-se
com uma calça jeans e uma camiseta de manga longa. Talvez fosse melhor que ela se
vestisse com roupas resistentes a mim.
“Está com frio?” Esperava não ter denunciado a minha frustração.
“Pode deixar, mais tarde eu visto um vestido.” Respondeu maliciosamente.
Ela era muito esperta, será que as minhas preferências estavam tão explícitas assim?
“GENTE TENTEM DISFARÇAR ESSA TARA DE VOCÊS!! EU SÓ TENHO QUINZE ANOS!

SOU DE MENOR!! CARAMBA!! VOCÊS SÓ PENSAM NAQUILO! JÁ PASSARAM NOITE
MIANDO AÍ NA CAMA IGUAL GATO! DÁ UM TEMPO!! ISSO MATA!!” Jasper disparou a
rir. “EU VOU RECLAMAR DE VOCÊS, VOCÊS NÃO SÃO BONS ACOMPANHANTES NÃO!
ESTÃO ME DEIXANDO MAIS DOENTE!!” Ele só sorria.
Caímos na gargalhada. Não tinha como ficar com raiva dele, ele só nos divertia. O
telefone de Bella tocou e interrompeu a diversão.
“Oi... Acordou... Que horas você vem?... Trás um vestido para mim... Aquele preto,
de malha, tomara que caia e curto... Beijo.”
Ela me olhou com sorriso travesso, deu uma piscada e sorriu.
“TÁ MORTO, IRMÃO!!” Jasper sorriu.
Tentei não pensar no que se passava na cabeça dela e voltei meus olhos para a TV.
“Edward, enquanto Alice não chega, eu vou ao centro.” Se levantou e foi arrumar o
cabelo.
“Eu vou com você.” Levantei e me prontifiquei a ir.
“Não, eu vou só. Você fica com Jasper. Alice ainda vai demorar.”
293 de 1595 26/05/2011 20:45

Sentei contra a minha vontade. Ela não me deu a opção de argumentar.
“O que vai fazer?” Perguntei contrariado.
“Comprar uma sandália para usar no Réveillon.”
“Ah, Bella, vamos depois! Antes de irmos para Forks a gente passa lá.” Insisti mais
uma vez. Ela se aproximou, ajoelhou na cama e beijou-me levemente nos lábios.
Sabia que ia me vencer.
“Espera aqui. Eu volto logo.” Ela levantou e saiu sem me dar chance de questionar
novamente.
Bom... Esperar né... Estava viciado nela. Senti-me frustrado pelo vazio que ela deixou.
Alice chegou e sentou-se na cama ao lado do meu irmão. Não pareciam ter nada mais
que amizade, mas o comportamento do Jasper mudou com a sua presença. Era
preocupante o carinho e a união que os mantinha.
Bella chegou após duas horas fora, com umas sete sacolas de lojas.
“Não era só uma sandália?” Perguntei ao recebê-la com um abraço.
“Sim, mas resolvi fazer outras pequenas compras.” Ela falava de compras como se
fosse algo do domínio de todos. Perguntava-me quanto em dinheiro ela gastou com
essas ‘pequenas compras’.
“Bella, estou arrependido de ter dito que você não é uma patricinha esbanjadora.”
Brinquei e puxei-a para o meu colo.
“Não comprei nada desnecessário, podemos ir? Alice, você trouxe minhas coisas?”
Organizei o quarto, pegamos as sacolas de compras dela juntamente com a bolsa de

roupas que ela trouxe de casa e nos direcionamos ao carro.
“Edward, você prefere almoçar aqui ou em Forks?” Perguntou quando entramos no

carro.
“Bem, são onze horas agora, vou ligar e ver se Rose faz algo para nós. Eu prefiro
almoçar lá, porque assim você não vem embora muito tarde.” Avisei, liguei para a
Rose e avisei que almoçaríamos em casa.
Bella pediu que eu dirigisse o seu carro até Forks. Aceitei. O prazer de dirigir seu carro
na estrada era indefinível. Ela passou quase todo o percurso ouvindo músicas altas e
cantando mais alto que as músicas. Ela me divertia.
Entramos em Forks e estávamos a uns cinco minutos da minha casa, quando ela pediu
para tomar a direção do carro. Embora eu não tivesse entendido o porquê, não
perguntei. Encostei o carro na lateral da pista, entreguei a chave a ela e sentei-me no
banco de passageiro.
Senti um gênio travesso em seu olhar, mas não importei, não sabia o que ela poderia
fazer... Ela sorriu, acelerou forte alguns metros, virou de uma vez o volante e puxou o
freio de mão, fazendo o carro frear bruscamente e rodar na pista. Abruptamente, senti
o meu corpo ser jogado para frente e para trás, procurei seus olhos, preocupado, e
ela sorriu com maldade.
294 de 1595 26/05/2011 20:45

“O que foi isso?!” Ofeguei assustado.
“Uma coisa que você nunca teve coragem de fazer, mas vai fazer hoje.” Sorriu e
ditou.
“É doida, Bella! Toda hora passa polícia aqui!” Balancei a cabeça. Ela acelerou de
novo e fez a mesma manobra. Um carro passou por nós na pista.
“Bella, pára com isso!! Acaba com o carro!!” Eu estava perdendo a paciência.
“Vou parar, por que agora quem vai fazer é você!” Ela deu a ordem e encostou o
carro. Um absurdo!
“Eu não vou fazer isso! Não começa não!” Virei o rosto para o vidro.
Ela deixou o banco do motorista e veio de joelhos para cima de mim, me beijando em
seguida em plena rodovia, a exatamente uma hora da tarde. Essa mulher é louca!
Sentou em meu colo e beijou meu pescoço e minha orelha de uma maneira a levar
qualquer homem são a perda total do juízo. Pior ainda no estado hormonal que eu
estava. “Vai, Edward... Eu vou te ensinar...” Pegou uma mão minha e cobriu seu seio
em concha. “Pára de ser certinho... Encare como uma terapia.” Murmurou, enfiando
os dedos em meus cabelos. “Eu sou a psicóloga e eu estou trabalhando na sua
personalidade.” Senti meu corpo em ebulição e coloquei minhas duas mãos dentro da
blusa.
“Bella... Não...” Não estava achando um meio eficaz de dizer não, meus sentidos
estavam abalados, sendo invadidos pelo seu querer.
“Você tem que fazer coisas erradas...” Passeou a língua lascivamente em meu
pescoço e ouvido.
“Você em cima de mim aqui na rodovia já é uma coisa errada...” Não tinha como
raciocinar com a sua língua invadindo minha orelha.
Bella não era normal e agora me transformava em um inconseqüente também.

Atordoado, afastei-a, para recobrar a consciência...
“Quem te ensinou a fazer isso?” Perguntei enquanto ela voltava para o banco de
motorista.
“O Emmett! Ele que me ensinou a dirigir e aproveitou para ensinar a fazer Drifting,
conhecido popularmente como cavalinho de pau. Não é legal!?!” Ela estava eufórica,
imaginando que estava me convencendo.
“Vou fazer mais uma vez... Presta atenção...”
Segurei-me ao banco e ela acelerou rápido, mais forte, fazendo o pneu do carro
cantar, então, girou o volante todo e puxou o freio de mão. Dessa vez ela não virou o
volante de volta, e se não fosse o cinto de segurança, eu teria sido jogado do carro
quando ela rodou 360º. Fiquei admirado pela sua performance. Será que alguém
naquela família era normal? Pensei. Era a companhia deles que deixava meu irmão tão
inconsequente assim! Como alguém poderia ter ensinado isso a uma mulher?!!
Ela encostou o carro e seu rosto era puro êxtase, parecia uma criança fazendo
travessura, rindo muito alto.
295 de 1595 26/05/2011 20:45

“VAMOS EDWARD!! SÓ UMA VEZ!! VOCÊ VAI GOSTAR!! ... Prometo te recompensar...”
Sorriu maliciosa e veio ajoelhada para o meu banco beijar minha boca novamente.
Imediatamente, perdi a capacidade de raciocinar, não resistindo ao seu querer. Não

conseguia dizer não, ela mandava e desmandava em mim com essa confiança que ela
tinha e que invadia a minha razão.
“Ok, Bella.” Passei para o banco do motorista, não acreditando que estava fazendo
aquilo. Como eu podia deixá-la me dominar assim?
“Tá... Você acelera muito, depois vira o volante todo e puxa o freio de mão, quando
começar a rodar, você vira o volante de volta, assim o carro não capota.” Explicou
lentamente.
Meu sangue pulsava nas veias de uma maneira a me fazer tremer. Não era o medo do
ato em si, mas das responsabilidades que me rodeavam. Imediatamente, senti o
nervosismo e adrenalina presente.
“NÃO PENSA! Vamos! Todo homem sabe fazer isso, vamos!” Ela falava disparada e
eufórica.
Bella era o anjo mau que assolava minha consciência. Acelerei o carro sem sair do
lugar, só testando a potência. Ela me olhava ansiosa. Deixei o carro sair, acelerei
forte, rodei o volante todo, puxei o freio de mão e o carro rodou, no mesmo segundo
voltei o volante e nossos corpos balançaram de um lado para o outro.
“IUP!! DEMAIS!! Perfeito!! Vamos de novo!?!” Ela gritava e ofegava, parecia criança em
um parque de diversões.
A sensação foi extasiante. Eu já imaginava como fazia, mas nunca tive coragem de
experimentar, afinal, o carro da minha mãe era 1.0.
“VAMOS!! DE NOVO! DE NOVO!!” Ela gritava e me sacudia.
Suspirei, acelerei e fiz a manobra novamente. Ela gritou pelo êxito. Ela adorava fazer
isso comigo: corromper os meus bons costumes. Eu sorri com ela.
Entretanto, ouvimos um som de uma sirene.
“Rápido! Vem para o banco do passageiro, sem perguntas!” Ela pulou por cima de
mim e eu me afastei para sentar no banco do passageiro sem entender o motivo dela
ter me mandado para lá. Além disso, a culpa logo auferiu espaço. Estava chateado por
ter que passar por isso. O policial aproximou-se do carro.
“Carteira e documentos do carro, senhorita.” Ele nos olhou enquanto observava o

carro e esperou que Bella tirasse os documentos da bolsa.
“Algum problema seu policial?” Bella perguntou educadamente.
“Uma denúncia. Você é a dona do carro? É Bella Cullen?” Perguntou e olhou em minha
direção duramente.
Eu estava furioso comigo mesmo. Estava me transformando em um inconseqüente e

ainda deixava que uma menor tomasse as responsabilidades pelas ações!
Desconheço-me totalmente!
“Sim, meu nome está no documento.”
296 de 1595 26/05/2011 20:45

Ele olhou para ela alguns minutos.
“Você é filha do Carlisle?” Ele sorriu.
“Sim. O senhor o conhece?” Perguntou aliviando a tensão.
“Estudamos juntos no colegial. Era você quem estava brincando com o carro?”
Perguntou e olhou em minha direção. Não pareceu acreditar que uma mulher seria
capaz de fazer manobras bruscas com um carro. Nem eu acreditaria! Mas do que ela
não era capaz?
“Era. O senhor quer ver?” Perguntou inocentemente. Eu balancei a cabeça

desacreditado de sua coragem em perguntar isso a um policial.
“Não precisa. Vá para casa e dê lembranças do Júlio ao Carlisle. Até mais.” Entregou
os documentos dela e saiu. Eu fiquei quieto, pensativo. Como eu consegui chegar a
essa situação?
“Vamos de novo!?” Provocou cinicamente, com real intenção no rosto traquino.
Revirei os olhos e respondi: “Vamos para casa, Bella!”
“Edward, relaxa!! Pare de ser tenso! Fui eu quem comecei, eu tinha que assumir as
responsabilidades.”
Chegamos em casa e cumprimentamos a Rosalie com um beijo no rosto.
“Pensei que ia morar lá igual o Jasper! Estou vendo que só eu quem não vou mudar
para lá.” Rosalie brincou.
“Bem que eu queria aprisioná-lo lá, mas ele é teimoso em fugir de mim.” Bella me
envolveu com um abraço.
“O almoço está pronto, é lasanha, podem almoçar.” Rose informou. “Eu estou saindo.
Divirtam-se!” E saiu.
Almoçamos e deitamos no sofá, Bella na minha frente, deitada no meu braço.
“Edward, posso tomar banho aqui? Estou com a roupa que estava no hospital, queria
trocar.”
“Pode. Você tem toalha na bolsa, né?”
“Sim, pega lá as coisas que eu te espero no banheiro.”
Abri sua bolsa, peguei a toalha e um nécessaire, depois bati na porta para
entregá-las.
“Entra.”
Entrei e coloquei os itens em cima da pia.
“Quer vir?” Perguntou de dentro do box.
“Lógico que não né, Bella.” Lógico que quero. Ow, não quero. Balancei a cabeça e
expurguei os pensamentos sem me dar chance de levantar o rosto para fitá-la.
297 de 1595 26/05/2011 20:45

“Pode olhar para mim, eu estou vestida. Fica aqui.” Ela gostava disso, só podia ser.
Levantei os olhos e ela estava molhada, de conjunto de algodão rosa, transparente,

passando o sabonete pelo corpo... Pior, no meu banheiro.
Essa imagem iria me torturar pelos dias que se seguiriam. Meu corpo despertou com a
paisagem a minha frente. Minha mente vagou, imaginando-a comigo de várias formas.
Balancei a cabeça e libertei-me da visão. Frustrado, saí para pegar uma cadeira e
sentar-me à porta do banheiro.
“Bella, você percebe o que você faz? Você está consciente?” Perguntei olhando para as
minhas mãos.
“Fala claramente, Edward, aprende a conversar comigo.”
Quando ela falava assim, a primeira reação que tinha era a vontade de retroceder,
mas não podia me acovardar assim, então, tomei firmeza de animo e
tentei exteriorizar o que tinha dificuldade.
“Bella, eu não sou tão forte como você imagina que eu seja, esses dias então, eu não
estou em condições favoráveis para presenciar suas tiranias. Está demais para mim.”
Fiquei de cabeça baixa enquanto falava e torci que ela tenha entendido, para não ter
que falar de um modo mais claro que esse.
“Tudo bem, mas você vai ter que ficar aqui comigo.” Ou ela não entendeu nada, ou
ela entendeu tudo e gostava de me massacrar. Depois de uns minutos, ela terminou o
banho e pediu a toalha. Entreguei e direcionei-me à sala a fim de esperá-la vestir-se.
Ela apareceu na sala com o vestido que pediu para Alice: de malha, curto e tomara
que caia. “Senta aqui, Bella.” Apontei para o sofá e ela sentou. Em seguida coloquei a
cabeça em seu colo. Sabia que não devia deitar com ela usando um vestido tão
corrompido, mas estar com a cabeça em suas pernas não estava ajudando, pois
inconscientemente virava o rosto para sentir o cheiro por baixo do pano,
conjecturando que gosto teria em minha língua. Argh, meu cérebro estava a mil. Eu
tinha que conseguir salvar Bella de tamanha torpeza. Ela era um ser completamente
puro, adorando suas pequenas descobertas e eu querendo pular etapas!
“Por que a gente não fica no seu quarto? Eu não estou a fim de assistir TV, podíamos
ouvir música e ficar deitado lá.”
Olhei atentamente para ela buscando encontrar um sinalzinho de consciência ali. Ou

ela não tinha noção pra saber a gravidade da situação, ou ela realmente queria me
levar à demência.
“Vamos, Edward.” Afastou a minha cabeça de suas pernas e se direcionou ao meu

quarto.
Cheguei ao quarto e ela estava procurando uma rádio, encontrou e depois pegou uns
travesseiros colocando-os na cama.
“Vai ficar aí na porta? Você está tão lento hoje!” Deitou e apontou o lugar ao seu lado
para eu deitar. Eu deitei de bruços, me protegendo de tamanha tentação.
“Você devia tomar banho também... Pra ver se ficar melhor.” Tive a impressão que as
palavras dela tiveram dupla intenção.
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Não me mexi. Então ela sentou em minhas costas e tirou minha camiseta devagar,
depois começou a beijar as minhas costas, subindo com a língua sem pressa até o
meu pescoço. Fechei os olhos e deixei por alguns minutos que a sensação de sua boca
deslizando em minhas costas me queimasse. Não era novidade que eu estivesse
desejando mais. Sempre mais. Respirei fundo e me virei para olhar nos olhos daquele
anjo mau que me atentava. Seus olhos eram pura diversão e ela continuou sentada
em cima de mim, com o vestido cobrindo nada. Tá, evitei olhar. Eu juro.
“Bella, você está brincando... Você não devia me tentar assim...”
Nem fechei a boca e ela me invadiu a boca voluptuosamente, não se dando conta do
mal que fazia me atormentando assim. Deixei-me levar pelos seus beijos quentes,
seguros e eficazes em seus objetivos pelos minutos que se seguiam. Meu corpo se
agitava com os beijos, ela tinha o poder de me fazer entrar em efervescência. Subi as
mãos em suas coxas e percebi que eu estava fora de domínio, eu a queria
imediatamente.
Não era mais o ser humano que já fui, existia um instinto inadequado habitando em
mim e eu não conseguia me controlar. Instintivamente, virei nossas posições na cama
e me coloquei por cima, com uma nuvem de desejo nos meus olhos. Ela sorriu e se
mostrou feliz com minha resposta. Seus olhos flamejavam com a nossa temperatura
elevada, e ela me puxou para um beijo lúbrico, pelo cabelo, abriu a perna naquele
minúsculo vestido e puxou meu quadril, quase que desesperada. Céus, era muita
tentação, muita tentação. Minhas mãos por vontade própria apertaram suas coxas,
modulando-a em mim, tortuosamente separados por nossas roupas. Eu queria
despi-la, abaixar seu vestido, tomar seus seios em minha boca novamente, beijar
cada canto. Mas eu sabia que não conseguiria mais parar. Dessa vez não estávamos
em um carro no meio da rua. Dessa vez estávamos em casa e sozinhos. Eu não devia
tentar meu domínio assim.
Ela continuou com seus lábios impetuosos e respirava descontroladamente, ansiosa

por algo, enquanto me apertava inquieta ao seu corpo. Por um segundo, soltei seus
lábios, beijei seu colo e olhei para baixo para ter um vislumbre de sua calcinha.
Testando-a, movi um pouquinho e o estremecimento que Bella deu abalou minhas
estruturas. Foi demais para mim. Percebi que nosso desejo era maior que o meu
controle, então... Impedir a continuação dos movimentos era a solução, pois eu
precisava sustentar minha palavra.
“Bella, eu vou tomar banho.” Refreei de súbito e a deixei respirando ofegante na

cama. Foi horrível fazer isso, mas eu sabia que se ela me olhasse com aqueles olhos
eu não resistiria, por isso, direcionei-me ao banho e, de novo, acalmei a ânsia do meu
corpo. Um vício incontrolável para um adulto como eu.
Minutos depois, voltei para o quarto e ela me olhou minuciosamente.
“O que foi?” Perguntei ao observar o seu olhar.
“O banho resolve o seu problema?” Disse com um sorriso no rosto.
“Gelado sim.” Só sendo muito inocente para não saber que não era o banho.
“Então já temos a solução.” Disse ingenuamente.
“Ah é, mas só resolve momentaneamente.” Observei.
“Então a gente beija dez minutos e você vai tomar banho, a gente beija de novo e
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você toma banho.” Brincou.
“Muito fácil resolver, né?” Ironizei.
“Você vai ter que se acostumar. Eu adoro beijar você e mesmo que não queira me
beijar, se quiser ficar comigo vai ter que se acostumar a me beijar muito. Credo! Eu
nunca vi isso! Parece que você não gosta de me beijar! Se eu não te pressionar, você
não beija, que coisa!”
Ela tinha entendido tudo errado. Parecia não entender do que se tratava. Talvez a sua
inexperiência fosse a responsável pela aparente inocência que estava sobre ela.
“Mas eu também adoro beijar você...” Como eu ia explicar isso pra ela? “O problema
é que é instinto, eu estou muito sensível! Consegue entender isso?” Perguntei sem
ânimo de explicar.
“Como assim? Por que você não fala abertamente? Por que você está evitando me
beijar desde ontem? Sinceramente eu não consigo entender.”
“Bella, você lembra que eu te prometi respeitar o seu tempo quando estávamos lá no
parque? Lembra que eu prometi isso por causa daquela noite no hotel? Pois é, eu me
sinto fraco. Falando como homem, estou obcecado por você, você está irresistível
para mim ao ponto de me causar dor física. Por isso eu estou te evitando. Eu não
estou conseguindo me controlar. Você lembra de ontem no parque, quando eu disse
que não ia mais deixar você me torturar assim? Pois é, era com relação a isso que eu
estava falando. Eu estou a beira do pânico, estou me sentindo horrível com isso,
nunca imaginei que a presença de uma pessoa deixasse o outro tão descontrolado
assim. Me sinto realmente um maníaco obsessivo.”
Inesperadamente, Bella gargalhou espontânea. “Adorei ouvir você se abrir assim, mas
agora eu estou com dó de você!!” Ela continuou sorrindo travessa.
“Por quê?” Eu não entendi o motivo do comentário.
“Porque eu pensava que me evitava por não gostar de me beijar, ou por que era
tímido demais, mas saber que é por que você me deseja demais e está descontrolado,
me deixou convencida e me dá mais poder sobre você... Se você achava que eu te
torturava, agora que você vai ver!!” Ela sorriu e aproximou-se, sentando em seguida
no meu colo, segurando firmemente o meu rosto a fim de me beijar.
“Sabia que você tem que ir embora? Já passam das quatro e você não deve chegar
tarde.” Informei antes que ela obtivesse êxito.
“Está querendo se livrar de mim?” Perguntou chateando-se e sentou-se ao meu lado.
“Lógico que não, só estou preocupado.” Deitei-a na cama e a trouxe para o meu
braço.
“Vou ficar só mais um pouquinho, prometo me comportar.” Se aproximou mais a mim.
Minha intenção era cultivar a sua presença por dias, se possível, mas o horário não
estava ao nosso favor. Disposto a não perder tempo dela, passeei os dedos em seus
braços, pescoço e rosto, abraçando-a e beijando os seus cabelos, curtindo os
mínimos minutos que eu pudesse ter dela.
300 de 1595 26/05/2011 20:45

Continua...
Notas Finais:
tem mais...comentem please
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Capítulo 21- Terapia 2 escrita por BIA BRAZ
Notas do Autor:
Contem cenas quentes... leia por sua conta.
Capítulo 21- Terapia 2 by bia braz
Capítulo 21-Terapia 2
Edward POV
Em seu rosto havia um brilho imensurável de satisfação e felicidade, que se atirava a

mim trazendo conforto ao meu coração. Ficamos ali abraçados e a tarde se ia. Ela não
parecia preocupar-se em ir embora.
“Bella, podíamos conversar sobre nós...” Propus sentindo que uma tensão poderia nos
invadir.
“Não, por favor, eu não quero. Melhor ficarmos calados.” Ela relutou. Aparentemente
conversar sobre nós lhe causaria dor.
“Você não quer saber o que seu pai queria comigo?” Insisti.
“Prefiro não, acredito que quase a mesma coisa que ele disse para mim.” Tentou
cortar o assunto.
“Fale-me o que ele te disse, eu queria saber.” Pedi.
“Só me pediu para diminuir a intensidade do meu sentimento e disse que está
preocupado comigo.” Ela não queria prolongar no assunto.
“Você acha que ele tem razão?” Perguntei cauteloso.
“Eu não quero achar nada, não é algo que eu possa diminuir a intensidade assim, não
é um botão que liga e desliga, mas eu sei lidar com o meu pai.” Respondeu
impaciente.
“Ele é muito bom pra você, né?” Perguntei afirmando.
“Sim, eu sei que o problema dele comigo é só preocupação e amor...” Ela amava o
pai, era claro, e temia magoá-lo.
“Eu também me preocuparia se você fosse uma filha minha.” Fitei o vazio, pensando
nas palavras do Sr. Cullen na noite anterior.
Bella me afastou e entendeu perfeitamente o que eu disse. “Edward, não fale assim
de você mesmo, não há razão para ele se preocupar. Eu conheço você, eu te entendo,
eu sei que você é bom e vai ser o melhor no que é. Acima de tudo, você é um ser
admirável, não há razão para apoiá-lo nessa opinião dele.”
Bella sempre me surpreendia com suas palavras, sentia-me grato em receber a sua
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afirmação sobre mim.
Mais tarde, abracei-a forte, me apegando aos últimos minutos que estaríamos
juntos.
“Melhor você ir... Depois eu te ligo.” Eu disse carinhosamente.
“Não precisa me prometer o que você não vai fazer.” Suas palavras me cortaram.
Quando ela tocava nesse assunto, sentia-me partido novamente.
“Você não acredita em mim?” Perguntei com a voz cortada.
Ela levantou os olhos. “Eu acredito no que você sente hoje, quando está perto de
mim. Eu não vou me permitir sofrer esperando algo que não vai acontecer.”
Sentei-me com o intuito de levar a conversa adiante, precisávamos falar sobre

nós.“Mas quando você fala isso, está dizendo nas entrelinhas que não acredita mais
em mim, nem em nós.” Disse e deixei a insegurança se apossar de mim.
Tudo por culpa de um ato impensado que a afastou tanto. O que eu fiz? Um momento
de covardia tirou a confiança total dela em nós. Se eu pudesse voltar no tempo, três
semanas atrás...
“E você, Edward, você acredita que exista amanhã para nós?”
Ela não tinha mais certeza sobre o quanto me queria, era perceptível... Talvez fosse
isso... Talvez ela não acreditasse mais em nós... Talvez ela não estivesse mais
disposta a esperar... Talvez ela quisesse somente curtir esses últimos dias de férias
comigo... Talvez cada um de nós viesse a escolher rumos diferentes na vida... Talvez
ela quisesse viver a sua própria vida... Talvez...
Meu cérebro rejeitou energicamente essas suposições, fui invadido por uma
inquietação tamanha. A sensação aguda que a dor trazia, arranhou o meu peito me
fazendo suspirar ao pensar no afastamento e na renúncia a este amor. Senti-me
fulminado, abafado e deixei-me arruinar pela tristeza que batia às portas do meu ser.
“Oi, crianças!!” Esme chegou e entrou no quarto.
Levantei-me para lhe cumprimentar. “Oi, mãe!” Dei-lhe um beijo em seu rosto e
Bella se levantou para cumprimentá-la também.
Esme fitou-nos por uns minutos, acredito que observando o nosso semblante que
mudou após o último assunto conversado, e se direcionou ao seu quarto. Chamei
Bella para a sala.
“Edward, cadê a Rose?” Esme apareceu na porta e perguntou.
“Saiu depois do almoço e não disse para onde ia.” Respondi e puxei Bella,
aproximando-a de mim. Ela estava com os pensamentos longes. Não podia ficar longe
dela. Meu coração doía em saber que ela tinha que ir. Ainda mais sabendo que ficamos
distantes depois do último assunto.
“Edward, eu vou dormir em Seattle, pois Carlisle deu recesso coletivo de Ano Novo.
Eu vou ficar lá amanhã e volto só depois de amanhã para passar o Réveillon com
vocês, tudo bem?” Esme avisou e eu assenti.
“Você vai dormir na minha casa?!” Bella levantou-se e perguntou com uma pequena
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mudança na expressão, aparentemente euforia. Não entendi o motivo.
“Sim, vou ver como está o meu filho, ficar um pouquinho com ele. Eu nunca tenho
tempo!” Ela respondeu e voltou para o quarto, aparentemente estava com pressa.
Bella segurou a minha mão e puxou-me para o quarto da Esme. “Então eu vou dormir
aqui, Esme! Meu pai não vai ter coragem de brigar se você chegar lá e falar que eu
resolvi dormir aqui. Embora ele vá me encher o saco depois. Mas enquanto você
estiver lá, ele não vai ter coragem de brigar.” Bella empolgou.
Eu fiquei perplexo com a sua mudança repentina, e feliz em saber que ela desejava
prolongar minuto por minuto do nosso tempo juntos.
“Eu aviso. Mas por que você tem tanta certeza assim que eu falando ele não vai
brigar?!” Esme perguntou curiosa.
“Por que quando ele está perto de você, ele fica todo bonzinho, amuado. Já presenciei
isso duas vezes.” Bella sorriu pela revelação.
“Então tá.” Esme respondeu e continuou arrumando a bolsa de roupas.
“Bella, tem como você me esperar lá na sala um pouco.” Pedi e ela retirou-se do
quarto. “Mãe, estamos precisando conversar... Vocês estão me escondendo alguma
coisa em relação ao Jasper e eu não estou gostando disso.” Falei e uma tensão em
seu rosto, mas ela tentou disfarçar.
“Pergunta para Bella, eu quero sair logo para não chegar lá muito tarde.” Respondeu
fugindo da pergunta. Tudo bem, ela conseguiu escapar dessa.
“Então tá, depois eu pergunto para ela. Mas eu tenho outra pergunta e dessa você
não vai escapar... Eu vi um certo médico em um hospital parecendo estar muito
interessado em você. Você percebeu isso?” Perguntei sorrindo.
“Sim, ele até já conversou comigo.” Respondeu sem mostrar interesse no assunto.
“E?” Insisti.
“Eu não sei, estou pensando ainda.” Respondeu e me olhou impaciente.

Provavelmente quisesse cortar o assunto.
“Mãezinha querida, eu estou tentando conversar, me dá cinco minutos seus.” Pedi

carinhosamente. Ela sentou desistindo de fugir. “Você não está dormindo com o Sr.
Cullen, né?” Perguntei preocupado com esses dias que ela vinha dormindo lá.
“Não, Edward!” Respondeu prontamente, mas em seu rosto havia frustração.
“Esme, você não esqueceu ele?” Censurei.
“Edward, até que quando eu estou longe dele eu não sinto nada, mas quando estou
perto... eu não sei... Torço para ele me chamar.”
“E ele não tem chamado?” Perguntei surpreso.
“Não. Na casa dele não. Lá ele se comporta como amigo.”
“Você não disse que tinha esquecido ele? Não disse que o amor de adolescente tinha
morrido?” Perguntei cauteloso.
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“Eu pensei que sim... Mas depois do que eu vi e estou vendo ele fazer pelo Jasper,
depois de ver que ele é bom para mim, independente do que tenha acontecido entre
você e Bella, eu percebi que o meu Carlisle está lá.” Suspirou vencida.
Alterei o ânimo em saber que iria começar tudo de novo. Como Esme ainda
alimentava esse amor platônico que sentia por aquele homem que não a merecia!?
“Mãe, ele não gosta de você! Você tem que se dar uma chance... Tente com o médico
do Jasper... Você vai perder mais tempo na sua vida ainda?!” Tentei soar calmo e falar
com carinho. Isso já me trouxe tamanha infelicidade por toda a vida. Ver minha mãe
presa a ele sem que ele desse nada em troca do seu amor era algo penoso.
“Eu vou tentar, Edward, amanhã mesmo eu vou ligar para Dr. Charlie e aceitar o
convite de sairmos para jantar.”
Eu a abracei. Sabia que não era o que ela queria fazer, mas ter visto minha mãe
sofrendo a vida toda por ele, e ainda sofrer, me trás um sentimento de reprovação.
“Mãe... Aquele homem não merece você.” Tentei novamente.
“Filho, lembre-se que aquele homem é o pai da Bella.” Me soltou do abraço. “E vocês,
como estão? Por que estavam com aquela cara quando eu cheguei?”
Minha mãe era minha amiga de vários anos. Desde o dia em que vi Bella pela primeira
vez era com ela que eu contava para conversar sobre nós dois.
“Eu não sei... Eu não sinto tanta firmeza mais nela. Antigamente ela lutava por mim.
Agora, parece que ela só quer viver o hoje e acabou. Parece que ela desistiu de um
futuro comigo. Ela não quer mais conversar sobre a gente.” Resmunguei e
entreguei-me à insegurança.
“Você ainda vai embora daqui a quatro dias?” Esme perguntou.
“Eu não tenho certeza, mas acho que não... Não estou conseguindo me soltar... Mas
só não vou se ela quiser que eu fique.” Murmurei descrente.
Ela percebeu a minha angústia e me abraçou. “Filho, é lindo o que você sente por ela.
Eu espero que vocês consigam vencer os obstáculos da vida. O seu único defeito é
que você não gosta de se expressar, talvez você tenha que aprender a conversar com
ela abertamente.” Aconselhou-me.
“Mas ela não quer mais conversar...” Expliquei desgostoso.
“Fica calmo, filho, vai dar tudo certo, ela gosta de você. Só o fato de ter enfrentado o
pai ontem à noite para dormir com você e hoje estar comprando briga de novo para
dormir aqui, mostra que ela quer ficar perto de você, então não percam o tempo de
vocês com pequenas distâncias, fique feliz!”
“Ai, mãe, eu amo você. Você realmente é incrível.” Abracei-a e a deixei no quarto para
que terminasse de se arrumar.
Bella estava sentada no sofá conversando com a Rose, que chegara e lhe fazia
companhia. Conversar com Esme ajudou-me a enxergar esperança. Um pouco mais
confiante, sentei-me no sofá e trouxe Bella para o meu colo. Imediatamente, ela
percebeu a minha mudança de humor e sorriu.
305 de 1595 26/05/2011 20:45

“Bella, você pode dormir na minha cama.” Esme avisou. “Ela é grande e confortável.
Edward, depois você troca os lençóis para ela.” Pediu e dirigiu-se à porta para sair. De
onde Esme tirou essa idéia de Bella dormiria na cama dela? Ela iria dormir no meu
quarto e na minha cama!
“Obrigada, Esme, pode deixar que eu durmo lá.” Bella respondeu.
“Então, crianças, estou indo.” Esme se despediu e saiu.
Assim que ela saiu, chamei Bella para saiu. “Vamos na rua comer alguma cedo porque
amanhã vou te levar em um lugar e tem que ser cedo.” Avisei.
“Eu não quero dormir.” Sussurrou. “Vou passar a noite acordada com você. Pra que
dormir se vamos ter que acordar?” Brincou e piscou. “Melhor não dormir.” O bom
humor era novamente externado em suas atitudes e ela beijou-me no rosto. Sorri e
encostei-a no meu peito.
“Bella... Você não está preocupada com o seu pai não?”
“Só um pouco, estou achando um milagre ele não ter ligado ainda.” Comentou e ficou
pensativa.
“O que quer comer?” Perguntei.
“Acho que pizza, pode ser?”
“Pode. Então vamos sair que eu vou mostrar a cidade. Vou mostrar onde eu estudei e
onde eu brincava. Vamos?” Propus e ela pareceu não se interessar.
“Não estou a fim de sair não, a cidade aqui é meio fria e eu estou com preguiça de
andar.”
“Credo Bella, você é muito sedentária, pior que perto de você eu fico igual.” Reclamei.
“O tempo todo ficamos deitados. Vamos sair!? Vamos passear em alguma praça!?”
Insisti.
“Eu sei o que você quer, tá? Pode pedir algo que nós vamos comer aqui e depois
pode deixar que eu vou dormir.” Impôs, saiu do meu colo, sentou no sofá e cruzou os
braços.
“Mas não são nem oito horas e você já quer dormir?” Perguntei surpreso.
“Você disse agora a pouco que tínhamos que dormir cedo porque amanhã sairíamos
cedo, então vou dormir!” Ela mudou novamente o humor.
“O que foi, Bella?! Por que essa mudança de atitude?” Perguntei boquiaberto. Como
uma pessoa oscilava as ações assim?!
“Eu sei que você quer me evitar! Já estou arrependida de ter ficado!” Ela disse com
aparente frustração e birra manifesta. Rá! Fazendo tempestade em um copo d’água.
Puxei-a e sentei-a em meu colo novamente, beijando seguidamente sua
boca calidamente por longos minutos. Afastei-a, quando senti seu ar faltar.
“Mais calma?” Perguntei sorrindo enquanto ela suspirava.
“Você tem que parar de questionar, só obedecer! Eu não quero sair, eu quero ficar
deitada com você, curtindo segundo por segundo da nossa noite. Dá pra entender!?”
306 de 1595 26/05/2011 20:45

Sorriu e me beijou de novo.
Após comermos a pizza que eu pedi, organizei o resto e lavei as louças enquanto Bella
procurava uma rádio no mini system.
“Ai, ai! Não passa uma música que preste nas rádios daqui essa hora! Tem algum cd
bom aqui?!” Perguntou meio impaciente.
“Eu só tenho de músicas clássicas.”
“Piano? Orquestra?” Perguntou fazendo careta.
“Sim.” Respondi sorrindo. Com certeza ela me via como o seu oposto.
“Ai, Edward, eu quero rock, rap, pop, trance, agitação, qualquer coisa desse tipo!”
“Eu tenho um cd que eu ganhei. É da Madonna. Não gostei muito não, você quer
ouvir?”
“O NOVO DA MADONNA?!? É lógico que eu quero ouvir!” Empolgou de um jeito a me

fazer revirar os olhos. Busquei o cd e entreguei a ela, depois terminei de secar as
louças. Ela estava enlouquecida com as músicas, lendo as letras no encarte
e cantando alto. Era estranho ter alguém tão hiper-ativa em meu mundo.
“QUEM É SOPHIA?” Gritou, pois a música estava muito alta. Ela segurava o encarte
nas mãos e com certeza tinha visto a dedicatória de aniversário no encarte.
Abaixei o som antes de responder. “A pessoa que me deu.”
“Quem é ela? É do seu curso? Ela deu nesse último aniversário, né? O cd é
lançamento...” Atropelou em perguntas.
“Sim, é uma daquelas colegas do curso que você conheceu lá na casa do Ryan.”
Respondi e continuei organizando a cozinha.
“Mas você não passou seu aniversário lá!!” Ela queria prolongar a conversa com a sua
curiosidade.
“Ela me deu um mês antes. Por que tantas perguntas?”
“Ela é aquela que estava na cozinha? A mais quieta de todas?” Continuou.
“Sim.”
“A mesma que te deu o perfume?! A que é a fim de você?!” Insistiu em perguntar.
“Bella, qual o problema?”
Ela mudou o semblante, jogou o encarte na mesa bruscamente e foi ao carro pegar
todas as suas coisas. Ela ficou estranha e distante repentinamente e não direcionou
mais o olhar nos meus olhos quando voltou. Depois foi para o quarto da Esme e
fechou a porta. Não consegui entender a reação. Fiquei parado como estava, só
observando de braços cruzados.
Quando eu vou entender essa mulher? Cada reação inesperada! A cada dia que passa
duvido mais da sua sanidade.
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Minutos depois, ela tomou banho, saiu ainda emburrada e encostou a porta do quarto.
Eu terminei de arrumar a cozinha, tomei um banho, vesti um short e fui ao quarto dela
vê-la e dar boa noite. Sentei na cama para observá-la, e ela estava coberta da cabeça
aos pés.
“Bella...” Chamei-a. Ela não respondeu. “O que aconteceu?”
Ela continuou deitada e coberta. “Edward, eu tenho uma coisa para te confessar... Eu
menti para você e não desejo mentir mais...” Sussurrou, inexplicavelmente calma.
“Você ontem disse que sabia que eu tinha mentido para você e mandou-me pensar e
te falar... Então eu vou logo confessar.”
“Tudo bem.” Esperei que ela desenvolvesse.
Ela sentou-se e não se descobriu do lençol. “Por que eu não posso comprar coisas pra
você?!” Perguntou manhosamente. “Por que a sua amiga da capital pode te dar
presentes e eu não?! Ela é mais importante do que eu?!” Fez um bico com olhar
chateado.
“Eu aceitei um presente seu, inclusive estou lendo e gostando.”
“Não foi um presente só meu!” Reclamou contrariada. “E eu nem acredito que nós
vamos ter essa conversa novamente.” Cruzou os braços sobre o lençol e torceu os
lábios, magoada. “Poxa! eu compro com carinho, você devia ter mais consideração
por mim...” Murmurou olhando para o chão.
Imediatamente, aproximei-me dela e tentei trazê-la para perto, com o braço em volta
do seu ombro. “É desproporcional, Bella. O que eu posso te dar perto do que você
comprou pra mim? Aqueles óculos são um Ray-Ban, o relógio Adidas original, o
perfume Pólo, tudo é muito caro! Isso é desproporcional. Chega a ser constrangedor.”
Expliquei tentando amenizar o motivo da minha rejeição.
“Você já pensou que o que é caro para você, pode não ser para mim?” Olhou-me por
baixo dos cílios. “Tudo bem, então encare assim, é um investimento, um empréstimo,
um dia, se ainda estivermos juntos, você me dá algo proporcional, me enche de ouro
se você quiser assim... Mas, por favor, aceite...” Suplicou carinhosamente.
“Bella, não...”
“Edward, eu já comprei, você devia usar se tem consideração por mim, você gosta de
me ver infeliz?” Ela me torturava agindo assim.
“É lógico que não.” Disse e acariciei seu rosto.
“Pois você me deixa muito infeliz com as suas preferências pelos presentes de sua
amiga e rejeição aos meus.” Disso ofendida. “É tudo presente. Vai ver ela não é uma
simples colega de classe...” Fez beicinho e virou o rosto. “Tenho sérias suspeitas... Já
que dela você já aceitou dois e de mim nada!”
“Bella, quieta... Eu não tenho nada com ela.” Passei os dedos no seu rosto tentando
acalmar o surto de tensão.
“Eu não me importo com o que você tem com ela. Só que você gosta mais dela do
que de mim!” Dramatizou, jogando a mão no ar.
Eu não acreditava que ela está irritada com isso, fazendo comparações entre
308 de 1595 26/05/2011 20:45

sentimentos por causa de presentes!
“Eu não gosto dela, pare com isso!”
“NAO PARECE!!” Disse e deitou, emburrada, embrulhou-se até a cabeça e ficou

calada.
Respirei fundo várias vezes, pensando em um jeito de amenizar a situação. “Tudo

bem. Eu uso os seus presentes.” Disse contrariado.
“Então passe agora o perfume que eu te dei!” Ela exigiu, piscou com um sorriso e
sentou. Eu não consegui lhe dizer não. Fui ao meu quarto, abri a embalagem do
perfume e borrifei em todo o meu corpo. Sentia-me um dominado, não tinha mais
desejos próprios.
Voltei para o quarto onde ela estava, entrei e ela estava de roupa íntima, com várias
roupas em cima da cama. Decidido, não prestei atenção nela para não cair em
tentação, fiquei somente olhando para as minhas mãos, consciente que precisava
conversar para amenizar a distância que nas últimas horas estava lutando em
permanecer.
“O que você ia confessar, Bella?” Perguntei ao lembrar que ela começou o assunto
anterior dizendo que ia confessar algo.
“Edward, as roupas que você estava ontem não eram do Jasper, eu as comprei pra
você ontem de manhã porque as suas estavam sujas. Eu não quero mentir nunca mais
para você, então para que eu não tenha que dizer que achei essas roupas aqui no lixo,
aceita logo, por favor, as roupas que eu comprei hoje pra você.” Ela disse disparado e
eu levei algum tempo para processar a informação.
Depois que raciocinei, olhei atentamente para cama e vi: duas calças sociais,
uma xadrez fino e uma risca de giz... Três camisas... Dois ternos completos com
gravatas e cintos... E... Um sapato 24 horas.
Instantaneamente, senti meu sangue ferver e uma explosão de ira estava a caminho.
Ela devolveria tudo!
“Bella, você enlouqueceu de vez!?!” Disse entre dentes, tentando controlar meu tom
de voz.
“Não, são presentes.” Respondeu com um brilho cínico no olhar que mr desequilibrava
emocionalmente.
“Tá me achando com cara de michê!?” Não consegui controlar a fúria em minhas
palavras.
“Você prefere que eu minta?” Manteve-se instável, e seu arzinho de falsa inocência
estava me tirando do sério.
Fiquei com as mãos na cabeça por alguns minutos, tentando manter a calma. Estava
descontrolado com a grande irritação. Queria fazer mil coisas com aquilo. Devolver,
tocar fogo, jogar no lixo, atirar no rio...
Ela se aproximou lentamente e encostou a cabeça no meu ombro. “Edward, eu

comprei com carinho...” Murmurou baixinho.
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“Dá um tempo, Bella! Melhor não conversarmos.” Interrompi antes que a magoasse.
“Você vai precisar, você vai trabalhar no Senado e vai precisar de ternos e roupas
sociais. Por favor, eu estava sonhando em ver você dentro deles...”
“Putz! Precisava desse exagero!! Eu não preciso que compre coisas para mim! Olha
esse terno!!” Apontei contrariado.“ Marca italiana, Bella!!”
“Você é o melhor, então merece o melhor.”
“Meu Deus! Você é louca!” Balancei a cabeça e passei as mãos nervosamente em

meus cabelos.
“Edward, não briga... Aceita, por favor.” Sussurrou ignorando minha impaciência e
deitou na cama. “Tem mais presentes para você.” Em sua voz havia cinismo, estava
me deixando a ponto de explodir.
“Tudo bem, a devolução vai ser maior.” Continuei de cabeça baixa.
“Tem certeza que vai devolver? Eu já estou usando...” Virei os olhos, enfurecido e
deparei-me com ela apontando para sua lingerie branca... De renda... Com laçinhos...
Fitinhas atravessando de um lado ao outro... Transparente... Era um pequeno
shortinho de renda embaixo e um sutiã lindo em cima... Com fitinhas caindo pela
barriga e pelas laterais.
Senti-me hipnotizado com a imagem a minha frente.
“Quer mesmo que eu devolva?” Mordeu os lábios maliciosamente. “É seu, é para

substituir aquele embaixo do seu travesseiro... Você podia vir pegar...” Apontou para
o sutiã provocando. Ela era maligna. Estava despertando o meu desejo de apreciar a
imagem e abrandando a minha fúria. Era uma criatura astuta e confiante. Minha dona.
Ela sabia como iria me vencer.
“Vai ficar com o presente?” Ela puxou as laterais da peça do corpo e soltou
bruscamente, fazendo barulho com o encontro do elástico ao corpo.
“Por que está fazendo isso comigo...” Suspirei ao me sentir fraco assim, já sentindo o
comando entre as minhas pernas.
“É uma terapia... Sou sua psicóloga... Está vendo a roupa branca?” Ela sorriu
despudorada.
“Terapia para me enlouquecer, é isso!” Resmunguei.
Seu corpo me atraiu como ímã, meus processos mecânicos foram adormecidos.
Ajoelhei na cama, não resisti e aproximei-me, olhando-a convidativa a minha frente.
Sem que eu pudesse conter, levei a mão ate sua coxa e permiti-me passear as mãos
pela lateral, apreciando a beleza exagerada que suas curvas exibiam.
“Edward, vai ficar só olhando?” Perguntou intimidadora. Ela hoje iria transformar meu
cérebro em frangalhos. Certamente, sua idéia era me enlouquecer de vez.
“O que quer que eu faça...” Murmurei, vencido, ouvindo o desejo em minha voz.
“Que me beije, é claro.” Afirmou convicta.
Rendido, aproximei-me para beijá-la, sem permitir ao meu cérebro imaginar as peças
310 de 1595 26/05/2011 20:45

de roupas que ela estava.
“Não... Na minha boca agora não...” Me conteve com a mão em meu peito.
“Onde quer que eu beije?” Perguntei sem rumo, a respiração ofegante.
“Em todas as partes descobertas.” Insinuou e mordeu os lábios.
“Bella... Não... Por favor...” Olhei para sua barriga e senti o gosto em minha boca. Ela
se afastou e puxou novamente o elástico lateral do sutiã com um olhar travesso.
“Só você quem perde... Não quer o presente?” Murmurou maliciosa.
“Eu quero você toda.” Suspirei, me sentindo um obcecado.
“Pensei que você disse que não ia me pressionar...”
Imediatamente, eu retrocedi com suas palavras. Tão vulnerável como estava, não
tinha como não pressionar. Ela se cobriu e eu deitei ao seu lado, olhando para o teto,
com as mãos atrás da nuca.
“Sabia que você está me devendo algo?” Ela inseriu um assunto.
“O quê?”
“Mil beijos divididos em quatro partes iguais do meu corpo. Você prometeu no dia do
meu niver e não me deu até hoje. Boa hora para pagar.”
“Não faz isso comigo... Por favor...” Supliquei ao sentir suas intenções. Será que ela
não sabia que a qualquer momento eu poderia perder a sensatez e aquelas pecinhas
transparentes não me impediriam de possuí-la?
“Vamos colocar o cd da Madonna?” Ironizou e descobriu-se, colocando uma perna em

cima de mim. Sem forças para me impedir, passeei os dedos em suas pernas. “Faz
assim, eu vou dividir melhor para você. Cem do joelho para baixo, trezentos do joelho
até a cintura, trezentos da cintura ao pescoço e trezentos do pescoço pra cima. É
pegar ou largar.” Negociou travessamente.
“E o que eu ganho com isso?” Sorri sem humor de a sua inclinação maquiavélica.
“Você está devendo, não tem como ganhar nada. Além disso, só depois que me pagar
que vai levar o seu presente.” Ela falava inocentemente, como se o assunto fosse
dinheiro ao invés de teste de resistência.
Senti-me estremecer de prazer só de pensar em beijar o seu corpo.
“Quem vai contar?” Sussurrei roucamente, me rendi e procurei sua boca para um beijo
suave, enquanto eu era embebido pelas gotas de martírio que se derramavam sobre
mim.
“Eu conto... Quero ter certeza que vai pagar um por um...” Sussurrou em minha boca
sedutoramente.
Eu já estava enlouquecido de desejo, entregue à sensação e seqüência de tortura que

iria sofrer. “Por onde quer que eu comece?” Minha voz tremia.
“Dos pés.”
311 de 1595 26/05/2011 20:45

Respirei fundo, ajoelhei, peguei os seus pés e beijei lentamente. Ela sorriu e se
contorceu de cócegas.
“Está contando?” Perguntei ao vê-la sorrir sem parar.
“Sim.”
Depois de uns minutos descontraindo, ganhando o controle da minha situação, subi

lentamente para o joelho, medindo a sua reação. Depois subi para coxa, arrastando
meus lábios em sua pele, beijando cantinho por cantinho descoberto. Tentei
desconectar o meu cérebro pra que ele não soubesse o que eu estava fazendo, mas a
dificuldade de manter-me anestesiado aquele momento era imensa e meu corpo
descobrira, mandando correntes elétricas para todo o resto, me fazendo tremer e
ofegar.
Como se não bastasse o meu próprio querer, o corpo dela começou a responder ao
meu toque e ela se contorcia e suspirava alto, erguendo o corpo ao toque dos meus
lábios. Aquele prazer se atirava a mim, duplicando o meu próprio em algo
incomensurável.
Subi lentamente da coxa à barriga e a senti tremer em minhas mãos. Eu não estava
preparado para isso, era algo imenso, sem limites conhecidos. Apreciei a textura, o
paladar, tudo, não tinha como medir.
Virei ela de costas e afastei os seus cabelos, para beija-lhe na nuca, pescoço,
enquanto minhas mãos vagavam pelas suas curvas laterais. Ela arfava e se
estremecia, dando pequenos gemidos que estavam levando a minha sã consciência a
beira do abismo.
“Bella... a Rose... Menos...” Sussurrei, tentando contê-la.
Levantei e liguei o som. Ela estava ofegante, e eu me sentia realizado em fazê-la

sentir-se assim. Ela estava bela, perfeita, linda em cima da cama, coberta pelos
cabelos e com os olhos fechados. Uma imagem exótica e pura. Permiti-me apreciá-la
durante longos minutos, assim eu acalmava o meu desejo e proporcionaria um longo
tempo de deleite aquela insensata e amada que eu tinha à minha frente, que me
enlouquecia com as suas extravagâncias.
Depois de minutos, senti-me mais calmo e encostei ao seu lado.
“Quantos?” Perguntei tentando manter a concentração no objetivo.
“300.” Respondeu sem a mínima certeza e com o olhar anuviado.
Sorri, puxei-a novamente para mim, e ela estava sem consistência, entregue aos
meus beijos.
Voltei meus lábios para suas costas e não me interessei em contagem, eu só queria
estar ali, desfrutando dos detalhes enquanto ela não decidia por completo. Lancei-me
naquele delírio, sentindo-me cair, perder forças e consciência. Desci por ombros,
laterais das costas, dando pequenas mordiscadas, arfando de prazer ao senti-la
quente como brasa.
Segui mordiscando até seu quadril e entrei em loucura real quando beijei sua
nádega. Meus olhos perderam o foco ao ver o shortinho minúsculo em suas formas,
permitindo uma visão alucinante, de modo que eu mordi, apertei. Respirei fundo e a
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virei bruscamente, arrastando depois meus lábios indelicadamente de sua barriga até
a boca.
Eu precisava de seus lábios ansiosamente, e ela me devolveu um beijo quente,

molhado, intenso, abandonando sua língua inquieta em minha boca. Deus, eu queria
fazer tanta coisa com seu corpo quente. Queria tocá-la intimamente, acariciar,
degustar, prová-la toda. Queria lhe proporcionar o prazer de várias maneiras. Porém,
sentia-me restrito por seus planos de continência, e tinha consciência não conseguir
parar, logo isso me deixava de mãos atadas.
Apertei-a ao meu corpo, moldando suas formas a mim, desejando-a gravemente.

Meu corpo necessitado insistia em pedi-la, pulsando, contorcendo em mim. Negar era
como nadar contra a força de uma correnteza feroz.
“Posso pegar o meu presente?” Murmurei e parei para controlar-me, eu estava à beira
de uma súbita e violenta fragmentação do meu corpo.
“Se aceitar esse, tem que aceitar e usar todos...” Sussurrou. Ela era um ser
maquiavélico, oportunista, astuta, e eu a amava por isso também.
Sorri com a sua tendência para o mal. “Quantos faltam?” Perguntei
“Perdi as contas, vamos ter que começar tudo de novo.”
Suspirei verificando se ainda tinha algum controle. “São todas as partes descobertas?”
Eu precisava de certezas.
Ela não respondeu, e sempre que ela fazia isso ficava cheio de dúvidas. Ela tinha que
se conscientizar que estávamos juntos nisso. Eu só iria onde ela permitisse. Ela se
virou, intentando conduzir-me onde eu queria chegar, desencaixei o seu sutiã e tracei
o caminho de suas costas novamente com a língua.
Eu já beijei suas costas em outra ocasião, ocasião esta que eu bloqueava da minha
lembrança. Hoje tudo era novo, cada toque era novo, cada sentido era novo, o gosto
era novo.
Virei-a novamente e ela puxou-me para os seus lábios, me apertando rudemente

contra si. Com as pernas abertas, encaixando-me em seu calor. Seus lábios quentes
estavam insaciáveis e inquietos, me levando a um ponto distante, além da realidade.
Eu estava em nível alto de excitação, perdendo o controle e o senso de consciência.
Sua boca sugava minha língua. Meu corpo exorava por liberação, por atrito, por
atenção. Desejava ter minha excitação no lugar da minha língua e ser toda a pequena
parte que estava sendo sugado por ela como faminta. Imediatamente, expulsei os
pensamentos lascivos e entreguei-me aos beijos, inconscientemente arrastando-me
em sua feminilidade, recebendo gemidos ansiosos de aceitação.
Acariciei com as mãos trêmulas, pelo desespero e o medo de não conseguir parar, a
lateral do seu corpo, alcançando receosamente os seus seios perfeitos. Eu adorava a
idéia de poder tocá-los. Era tão novo, tão extasiante. Eles tinham o tamanho ideal,
com gosto apelativo. Ela soltou os meus lábios e ergueu o corpo estremecendo ao
toque, de olhos fechados.
Continuei afagando-a, mas a indecisão me invadiu ao vê-la entregue em meus braços.

Eu queria saciar-me, usufruir de cada pedacinho seu, mas eu não me sentia seguro e
me contive em somente apreciá-la, enquanto apertava seus seios, esperando nesse
tempo a minha respiração acalmar, com a boca encostada na sua.
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Analisei os seus olhos, os seus suspiros ofegantes e me senti um homem completo.

Ela era linda. Depois de uns segundos, ela abriu os olhos e olhou-me com olhos
escuros.
“Edward, você é indeciso demais... Eu já deixei...”
“Eu sei, mas não posso mais que isso...” Murmurei, sentindo-me latejar, agora com
um pouquinho de dor.
“Não é por você... Eu quero.” Sussurrou.
Ouvi-la dizer que desejava aquilo me deu forças em prosseguir com aquela tortura que
tudo me proporcionava, então, voltei a beijar sua boca e mordisquei libidinosamente
seus lábios.
Soltei-me dos beijos e desci lentamente pelo queixo, pescoço, alcançando depois a
lateral dos seus seios. Movi a língua devagar, sentindo a superfície, o feitio, a
temperatura, o gosto... Lentamente... Enquanto meu corpo ardia em chamas que eu
tentava controlar.
Movi meus lábios para o centro, delineando o bico e mordisquei leve, observando-a
gemer e erguer o corpo em resposta ao meu toque. Vê-la assim dissipou o meu juízo
e os toques de conhecimento com os lábios não eram mais suficientes. Meu corpo
estremecia e eu perdi o domínio.
Abri a boca no mamilo, sugando, passando de leve os dentes, lambendo toda a

extensão. Ela se projetava, pedindo em silêncio por mais, o que só me dava poder em
continuar chupando forte, mordiscando, sem conseguir conter os sons dos meus
próprios gemidos de fome, de prazer, de ansiedade e ao mesmo tempo de luxúria.
Éramos dois corpos se conhecendo, se atraindo, se buscando. Minha boca se
apossava dela, se fartava do seu gosto, registrando minuciosamente as sensações em
meu cérebro.
Ela estava descontrolada, arfando compulsivamente e puxando os meus cabelos.

Raios de prazer eram espalhados por todo o meu corpo, meu cérebro estava sem um
ponto fixo, perdido no espaço.
Não eram suficientes pequenas sucções, eu os queria de uma maneira e de uma

quantidade indeterminada, sem fim. Há muito tempo eu não era mais dono da
situação. Eu não queria parar.
Voltei para os seus lábios e a apertei contra mim de uma maneira brusca, ela
instintivamente se movia e me acomodava a si, abrindo as pernas. Eu sofria de aflição
em estarmos separados por roupas, ainda assim, beijei-a num ritmo instantâneo, sem
reservas, movendo-a em mim, segurando seus quadris. Ela estremeceu e gemeu com
as unhas em minhas costas. Eu deixei-me aos poucos ser levado pelo prazer que me
invadia, me arrebatando. Descontrolado, não pude mais conter o clímax que crescia
em espiral em meus poros ao ouvi-la grunhir. Meu cérebro foi invadido por densidade
e todos os sentidos se iam lentamente, fazendo-me ofegar, deixando-me um corpo
perdido no espaço, com pequenos choques e dormência em alguns pontos... Minutos
de deleite sem fim.
Finalizei o beijo lentamente, enquanto nosso corpo ainda tremia. Beijei seu rosto
lentamente e agradeci aos céus por tê-la ali, toda minha. Linda e perfeita.
Queria dizer que a amava... E que ela sempre seria tudo pra mim...
314 de 1595 26/05/2011 20:45

Continua...
Notas Finais:
E Ae??gostaram??coitado...sofrendo nas mãos dessa
mulher...comentem please
315 de 1595 26/05/2011 20:45

Capítulo 22-desgaste escrita por BIA BRAZ

Capítulo 22- Decisões by bia braz
Capítulo 22- Decisões
Fitei o teto pelos minutos que se seguiam com ela em meus braços. Cobri-a e acariciei
a sua pele. Ela continuava entregue, sua pele ainda estremecia ao meu toque. Se ela
soubesse o quanto queria satisfazê-la realmente... Suspirei e abracei-a forte a mim.
Eu precisava tomar banho, mas deixá-la naquele momento não era a minha intenção.
O meu conhecimento sobre uma mulher era muito pouco, mas a sua temperatura e os
seus olhos revelavam que ela estava pronta para muito mais que aquilo.
Beijei-a várias vezes no rosto, nos olhos e na testa. Tirei o cabelo emaranhado do seu
rosto e observei a sua pele que ainda fervia. Bella não devia nos massacrar
assim. Para a minha sorte, tenho como atenuar os sentidos, mas não conheço um
modo de aliviar-lhe sem tocá-la intimamente. Então isso restringe o meu querer em
suavizar o seu desejo, não me sinto autorizado a tocá-la assim, embora os meus
sonhos estejam lá. Tudo bem que a fricção pode ajudar, mas não satisfazê-la
completamente, por isso creio que ela não se satisfez.
Ela devolveu o abraço, aparentemente se recuperando. A música alta estava

perturbando a minha audição, não sabia quantas dezenas de vezes o mesmo cd tocara
durante aquelas longas horas aprazíveis que nos permitimos usufruir.
“Bella, vou para o banho...” Murmurei em seus ouvidos.
Eu queria permanecer ali, mas sentia-me incomodado pela situação. Um efeito que
trazia constrangimento, não gostava de permitir-me chegar a esse ponto. Era violar os
meus conceitos completamente. Mas ela não tem me dado a chance de me controlar,
quando vejo por mim, já perdi o domínio total do espaço e o instinto invade querendo
saciar-me.
“Você já tomou banho...” Sussurrou com rouquidão. Com certeza ela não percebeu.
Sorri da sua inocência.
“Mas você não disse à tarde que agora iam ser dez minutos de beijos e em seguida
banho? Acho que estou com uns cinqüenta banhos acumulados!” Descontraí.
“Vou com você...” Fui surpreendido mais uma vez pelo seu modo de proceder. Mas
no momento a demonstração de intenção era tolerável. De roupas, é claro.
“Então vamos.” Assenti e ela levantou-se vagarosamente, parecendo um pouco tonta.
Abaixei o som e procurei uma rádio. À uma hora da manhã tocavam músicas
românticas. Não acreditava que Bella quisesse ouvir músicas agitadas àquela hora.
Entreguei-lhe sua toalha e ela enrolou-se.
Direcionei-me ao banheiro, intencionado a adiantar-me, e em seguida ela entrou,

desenrolando-se despreocupada e com os reflexos meio lentos. Não conheço uma
mulher e não sei o que aquilo no quarto lhe proporcionara, mas adorei cada segundo.
Ela estava calada e entrou no chuveiro sem se importar com a minha presença. Cada
316 de 1595 26/05/2011 20:45

dia que passa me surpreendo mais com a demonstração de suas atitudes. Ali, eu me
sentia com cinco anos de idade, onde você toma banho com seus irmãos e não se
importa. Ela simplesmente me abraçou e deixamos a água cair sobre nós. Meu Deus,
como eu amo essa mulher! Queria eternizar esse momento em minha mente, em que
não éramos corpo, éramos cumplicidade.
Não eram necessárias palavras para mostrar o quanto cria efetivamente na existência
de atração de vidas, na incrível dependência e no singular amor que atrai uma pessoa
a outra.
A água caía cobre nós e o calor de seu seio encostado a mim ameaçava despertar-me
novamente. Abracei-a forte e não permiti que o roçar do bico em minha pele fizesse
minha boca desejá-lo novamente. Era muita tentação. Principalmente com ela usando
o shortinho de renda branco molhado. Céus! Tinha que controlar meus pensamentos.
Embora fossem pensamentos que só me trouxessem felicidade.
Lembrei-me que antes de conhecê-la, naquela manhã ensolarada de seu aniversário,

onde minha vida era vazia e sem importância. Tudo me dava tédio. A vontade de viver
diariamente se dava pelo zelo de proteger minha família, cuidar e trazer-lhes um
futuro melhor. Conhecer Bella foi como o raiar do sol em minha vida, seu sorriso
cativante me encantou.
Pena após conhecê-la, ter sido abatido pela realidade que nos afastava. Senti-me
como uma criança que após ganhar algo de muito valor, ser lhe tomado novamente...
Minha alma encolheu. Quando soube quem realmente ela era, senti-me preso às
armadilhas do destino que a vida armou para minha família e, conseqüentemente,
para mim. Vi a história da minha mãe se repetir na minha vida —um Hale apaixonado
por um Cullen—, e tive grande medo... Logo, afastei-me pertinazmente da atração
entre nossas vidas.
A promessa de reencontrá-la em sua festa de quinze anos trouxe oscilações ao meu

ser. Eu queria vê-la, era atraído pelo desejo de encontrá-la, mas algo em mim lutava
contra. Porém meus olhos precisavam do equilíbrio que sua presença podia trazer à
minha vida, da alegria que poderia completar o meu ser... Foi quando fui compelido a
ir.
Vê-la naquele dia foi como abrilhantar uma noite cheia de trevas. Meu coração estava
frio, sozinho, distante, encolhido... Quando a vi e fui tocado por ela, senti-me
completo novamente, e, mais uma vez, o destino nos separou. Eu não sabia quantas
vezes o destino iria nos separar e estava fraco em sofrer as dúvidas que me
invadiam.
Convenci-me que o melhor era manter distância total desse ser que me completava e
me destruía. Mas éramos atraídos e afastados pelo destino, manipulados pela força da
atração que só algo além do imaginário poderia explicar.
A doença da pessoa em comum a nós nos aproximou novamente, e Bella, que é muito
mais forte do que eu em nos unir, buscou incessantemente a nossa união. Hoje resolvi
entregar-me, após lutar contra, embora tenha dúvidas de qual o tempo que realmente
ficaremos juntos de verdade.
Abracei-a mais forte, seminua, sem palavras, apaixonado por cada cantinho seu,
amando cada centímetro do seu corpo me aquecendo. Eu me apegava a ela como à
vida que após conhecê-la melhorou significantemente. Não vivo mais por viver, vivo
diariamente almejando o dia que irei merecê-la e tê-la por toda a vida para mim.
317 de 1595 26/05/2011 20:45

Ela me deu sua amizade e aceitação naquela manhã há quatro anos e esta se estende
até hoje. Ao longo dos anos deu-me sorrisos, sentimentos genuínos, palavras de
confiança, perdões e sua fé em mim depositada. O meu coração é ocupado
densamente ao aceitar o tanto que sempre a amei e a amo.
“No que pensa, Edward?” Acariciou languidamente meu peito.
“Bella, você acredita em atração de vidas?”
“É só o que tenho acreditado ultimamente... Não vejo como explicar essa minha
necessidade de você, essa minha obsessão pela sua presença.”
Ela continuava abraçando-me, enquanto a hora estava incorrendo lentamente e a

água caía sobre nós. Eu gostaria que ela pudesse ler meus olhos e se convencer que
eu sou dela. Não queria que ela tivesse dúvidas dos meus sentimentos e do quanto a
quero em minha vida.
“Bella, esses dias eu li um livro, FEITOS UM PARA O OUTRO, do Thomas Ulrich, eu li

por um acaso. Estava estudando em uma biblioteca de um templo ecumênico e a capa
do livro chamou minha atenção. Comecei a folheá-lo e vi o quanto às idéias se
encaixavam a nós. Sabe o que eu percebi no livro? Que as pessoas que se atraem
como nós, um dia ficam juntas definitivamente, mas há o tempo certo para que isso
aconteça...” Comentei e, no mesmo instante, ela afastou-me para medir minhas
palavras.
“O que quer dizer?” Aparentou uma tensão.
“Não sei se você vai entender... Só que eu penso que hoje tudo é muito difícil para
nós.” Lembrei-me por um segundo das palavras de seu pai na lanchonete. “Embora eu
queira muito você, eu não me sinto capaz de te ter hoje... Talvez exista um tempo
determinado para que fiquemos juntos... Tipo assim, fomos feitos um para o outro,
mas temos que esperar o tempo certo pra que nossas vidas se juntem.”
Ela olhou-me longos minutos, analisando-me, depois me soltou do abraço, pegou a

toalha, enxugou-se e saiu do banheiro rapidamente. Provavelmente eu tivesse
estragado o clima e a noite sem intencionar.
Terminei o meu banho, arrumei-me e direcionei ao quarto em que ela estava a fim
chamá-la para dormir no meu quarto. Minha vida era muito vazia sem ela. Entrei no
quarto da Esme e ela estava chorando, deitada de lado e coberta. Senti vontade de
esmurrar-me por ter falado algo que a magoou. Devia ter medido minhas palavras.
Não devia mais falar no nosso afastamento, quando eu mesmo não queria acreditar na
nossa distância.
“Bella, conversa comigo... Por que chora?”
“Por saber que preciso de você e você sempre está me dizendo adeus...” Lamuriou, e
meu peito doeu.
“Mas eu não disse e nem estou te dizendo adeus.” Murmurei, tirando o cabelo do seu
rosto molhado.
“Lógico que está!” Ela me encarou “Eu decifro tudo que você diz. Quando você disse
que não se sente capaz de me ter hoje, eu sei do que você quis falar... Sabe, Edward,
eu queria que você se visse como eu te vejo... Fomos feitos um para o outro,
necessitamos um do outro, e você não precisa ser alguém, ser rico, para me merecer.
318 de 1595 26/05/2011 20:45

Isso é complexo de inferioridade! Pessimismo! Você para mim, é simplesmente minha

outra parte, uma parte igual a mim. Eu sei que quando você fala que vai me merecer,
está se referindo a status e a dinheiro. Isso não é importante para mim... E isso me
magoa, porque eu queria que você simplesmente me enxergasse como pessoa e não
colocasse quem eu sou entre nós.” Suspirou frustrada. “Mas eu estou cansada de
conversar sobre isso, me desgasta e você não muda. Estou me sentindo vencida, não
estou conseguindo alcançar você... Passamos o dia juntos hoje, e eu estava crente
que você estava acessível a mim, no entanto, agora você vem e fala isso! Você só é
difícil para mim...” Soluçou. “Eu passei o dia pensando em como te dar aqueles
presentes, fiquei calculando a todo o tempo a hora que seria oportuna, até que eu
descubro que de uma pessoa ‘qualquer’, que você diz não ter nada, você aceita
ganhar presentes, mas de mim, que você diz que quer, e que faço tudo por você, não
aceita. Eu tenho que me desdobrar para você aceitar. Você sempre está sendo injusto
comigo e ainda vem com essa de que um dia vai me merecer! Qual é? Tudo bem que
um dia você vai alcançar tudo que sonha, mas e o tempo perdido que vai ficar para
trás?! Já pensou em quando chegar à influência? Já pensou a longa caminhada que vai
percorrer até chegar lá? O Poder é tão mais importante assim pra você que você vai
deixar o Amor pelo caminho? Por que eu pareço não ter importância para você.” Parou
e sentou, respirando ofegante. “Eu não quero que deixe de sonhar, eu só queria que
você me colocasse no seu presente, nos seus sonhos... Assim como o os seus planos
estão.”
“Mas você está nos meus sonhos e nos meus planos...” Argumentei, sincero.
“Estou, para um dia... Isso é que dói, eu não sou prioridade em sua vida. Eu sei que
você não vai entender... Mas eu não quero que você pare de estudar, que pare de se
dedicar, eu só queria saber que sou tão importante quanto os seus planos. Eu tenho
inveja dos seus planos! Eu queria ser o seu plano! Eu queria que você falasse em nós
com tanta fé e alegria que fala dos seus planos de futuro.” Respirou fundo, olhando
fixamente para as mãos enquanto chorava. “Você me mandou um e-mail falando que
comigo sente vontade de casar, ter filhos e ser feliz para sempre, mas que seus
planos não poderiam deixar de ser seguidos... Era isso que eu queria...” Ela soluçou,
com a voz embargada, de um modo que me machucava “...Eu queria que você
escolhesse a mim... Assim, eu não teria essa grande frustração em ser o décimo
plano.”
“O que você está dizendo? Eu não estou conseguindo entender. Bella, você é mais
importante do que qualquer coisa nesse mundo.” Tentei nervosamente, passando
nesse tempo a mão no cabelo.
“Não sou! Se eu realmente fosse, estaria em primeiro lugar na sua vida!”
“O que eu preciso fazer para mostrar que é o primeiro lugar em minha vida? Largar o
curso? Ficar aqui? Ser sustentado pelos seus presentes comprados com o dinheiro que
você ganha de mesada do seu pai? Esperar que você se canse de mim?” Joguei as
mãos no ar, exasperado, enquanto andava de um lado ao outro.
Ela olhou-me duramente nos olhos, com frustração e fúria no olhar. “VOCÊ NÃO
ENTENDEU NADA!!” Ela alterou o tom.
“Então explica! Eu não estou conseguindo entender...” Eu esfregava as mãos

ansiosamente em meus cabelos. Como chegamos nesse assunto? Era por isso que ela
estava evitando conversar sobre nós... Não conseguimos nos entender.
“Vou dar exemplos de que sou o milésimo plano... Primeiro: você não veio me ver
319 de 1595 26/05/2011 20:45

assim que chegou... Outro exemplo: ficou quase três semanas sem me procurar e
veio me ver faltando pouquíssimos dias para ir embora, milésimo plano... Quer mais
exemplos? Você aceitou sem problemas presente de sua amiga e os meus só depois
de muita insistência, então milésimo plano. Quer mais exemplos? Não me convidou
para o seu aniversário, mas quis meus beijos quando viu que eu estava disponível e
vulnerável lá na praia, um décimo plano. Quer mais exemplos?” Seu tom estava
carregado de sarcasmo e amargura. “Mas quer saber? Eu já tinha até esquecido... Se
não fosse pelo seu comentário no banheiro de que não é capaz de me ter hoje... Você
é muito mais preconceituoso do que qualquer pessoa que eu já conheci! Quando eu
penso que você evoluiu, você desanda!”
Estávamos sofrendo demasiadamente com essa conversa, depois de uma noite de

imensas alegrias, uma tempestade rodeava a nós dois.
“Bella, eu não faço coisas boas por você não? Por que pelo jeito só ficam em suas
memórias coisas ruins que eu tenha feito... E nada é como você está dizendo. Pra
tudo tem uma explicação, eu posso te explicar?”
“Não. Sinceramente não... Eu cansei de ouvir o que pensa de nós. Você acha que eu
só quero ficar com você momentaneamente, você acha que eu só quero aproveitar,
você acha que eu sou uma menina birrenta que cismou com você, você não acredita
em mim, você pensa que só vai ser compatível a mim quando tiver dinheiro! O que
mais você precisa falar para magoar os meus sentimentos?” Suas palavras faziam-me
retroceder e fechar-me em meus pensamentos. Todo o desejo que tinha de externar o
que sentia, caía , e eu me via preso, encadeado pela insegurança.
Passavam-se das três da manhã e novamente estávamos nos desentendendo. “Bella,

boa noite.” Deixei-a no quarto da Esme e voltei para o meu quarto.
O clima estava pesado demais e ficar perto dela não estava adiantando. Deitei e tentei
associar cada palavra que ela dissera. As palavras de rancor quanto ao fato de não ter
aparecido eu conseguia entender nitidamente, mas as anteriores eu não consegui
diluir. Será que Bella queria que eu desistisse de tudo por ela? Será que ela não via
que isso só nos afastaria mais e mais? Meu coração era triturado em saber que ela
estava no outro quarto e que estávamos distantes novamente. A madrugada se
passava e eu suspirei infinitas vezes.
“Edward... aonde você vai me levar?” Bella apareceu no escuro com uma voz baixa e
triste, depois deitou- se em meu peito.
“Você ainda quer ir?” Perguntei em dúvida e a abracei forte em meus braços,
satisfeito por ela ter vindo.
“Sim... Vou aproveitar antes que o nosso dia termine.” Murmurou. Ela falava em
despedidas... Sentia-me tremer de dor.
“Não conseguiu dormir?” Perguntei enquanto passava minhas mãos em seus cabelos.
“Não. Senti sua falta.” Ela estava triste e distante.
A longitude insistia em se apoderar de nós, mas sentíamos muita falta um do outro.

Ao mesmo tempo em que algo tentava nos separar, uma força maior nos unia
novamente.
“Eu queria que fosse comigo ver o raiar do sol na reserva, mas acho que hoje não é
um bom dia, não conseguimos dormir... Você está longínqua.”
320 de 1595 26/05/2011 20:45

“Eu vou ficar bem... É só umas oscilações que eu vou tentar controlar.”
“Por que está assim?”
“De novo não.” Murmurou. “Eu acho que não faz bem para nós conversarmos.” Eu
acendi a luz e sentei, mostrando que eu queria ouvi-la. Ela respirou fundo e deitou-se
em minha perna. “Sabe, Edward... Eu sempre me achei bonita, sempre achei que se
eu quisesse namorar com quem fosse, bonito ou feio, rico ou pobre, eu namoraria.
Mas você está me fazendo me perguntar se realmente eu valho a pena para alguém, e
isso está acabando comigo... Às vezes eu acho que você não me quer por que não
sou tudo que você queria, e eu nunca fui insegura assim. Isso está levando-me a
tomar atitudes desconhecidas por mim, me levando a tentar te seduzir com o meu
corpo, pelo menos para ter você próximo a mim, porque é o que parece que chama a
sua atenção, o meu corpo. E eu acho isso ruim. Eu queria sentir que você gosta de
mim pelo que eu sou. Queria que você cedesse sem que eu precisasse ficar me
oferecendo para você. É lógico que eu quero o que nosso corpo deseja, mas eu não
queria que fosse assim, por insegurança. Eu fico me olhando no espelho para ver se o
problema sou eu... Por isso estou com essas oscilações de comportamento, porque
você está me deixando muito insegura, tudo me deixa insegura. O meu pai e Emmett
falam coisas sobre você que vem se instalando em mim, e embora eu tente bloquear
os pensamentos, eles martelam em minha mente, me fazendo pensar se é realmente
isso.”
O que eu podia falar para amenizar a sua insegurança quando eu mesmo estava em
um movimento semelhante? A única coisa que tinha certeza era dos meus
sentimentos, mas isso não era suficiente diante de todas as dúvidas.
“Bella, eu não entendo o porquê da sua insegurança. Você sabe o que eu sinto por
você.” Acariciei seu cabelo.
“Sei? Você nunca expressa os seus sentimentos sem que eu force! Você é muito
introvertido, eu tenho que ficar supondo e adivinhando os seus pensamentos... Como
não ficar insegura se eu não sei o que você está pensando?” Suspirou. “Mas o que me
desanima mesmo é o fato de quando você abre a boca para falar alguma coisa, é algo
de quem vê sempre as coisas pelo lado pior.”
“Você sempre soube que eu era assim...” Olhei para o teto, frustrado.
“Sim, mas você devia se esforçar!”
Suspirei, ansioso em falar o quanto a amava. Mas de que adiantaria lhe dizer que a
amava quando disse para o seu pai com meias palavras que iria deixá-la?
Ela continuou: “Mas chega de conversar, se vamos assistir um nascer do sol juntos,
acho que temos que nos arrumar.” Bella mudou o humor repentinamente e sentou.
Definitivamente eu tinha que conhecer essa mulher.
“Vamos ficar na praia ou pretende vir embora rápido?” Perguntou com o semblante
completamente recuperado.
“Eu acho que hoje está meio frio para tomarmos banho lá, vamos ficar lá um pouco e
voltamos, acho que vamos precisar dormir. Não conseguimos dormir essa noite.”
“Tudo bem. Eu não sabia que aqui estava tão frio assim, será que a Rose me
empresta um casaco?”
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“Eu pego um da Esme. Não vou acordar a Rose essa hora.”
Arrumamo-nos e nos dirigimos à praia. O vento estava muito frio, ainda era noite na
reserva, então decidi que ficaríamos no carro e estacionaríamos perto do penhasco.
Trouxemos cobertor, travesseiros e não baixamos a capota do carro. Busquei por um
ponto onde o sol nasceria de um ângulo melhor. Torci que as nuvens se dissipassem e
que o raiar do sol fosse perfeito. Assim... Acontecia lentamente.
“Por que me trouxe aqui?”
“Por que eu acho lindo o nascer do sol, e aqui então, é perfeito... Pense... Depois de
uma noite escura e fria, com um clima de melancolia e solidão, onde o escuro externo
representa a dor interna, e o frio representa a ausência e a saudade, de repente vem o
sol dissipando toda a escuridão e aquecendo o frio.” Recitei pausadamente.
“Hum... Às vezes você é tão poético.” sorriu carinhosa. “Mas tem algum fim especial
ter me trazido aqui...” Bella era muito perceptiva, me conhecia. Ela sabia que era algo
significante que desejava falar.
Eu queria diminuir a distância que lutava em nos afastar, então coloquei os

travesseiros em seu colo e deitei-me atravessado, com a cabeça nos travesseiros em
seu colo.
“Bella... Imagine uma noite, longa e fria... Minha vida é assim quando estamos
distantes... Não é do espaço de um ponto ao outro que falo, é a distância dos nossos
pensamentos, nos nossos corações. Eu me sinto noite quando estou longe de você, e
minha vida só vira dia novamente quando estamos bem... Quando te sinto perto de
mim.” Ela fitava longe, calada e distante. “As suas oscilações de atitudes esses dias
tem me deixado desesperado, eu não sei mais o que fazer para mostrar que você é
importante pra mim e o quanto preciso de você.”
“Você precisa ter atitude... Mostrar que gosta de mim.”
“Mas que atitude que eu posso ter? É tendência da minha personalidade dirigir para o
interior as emoções e sentimentos. Você podia tentar entender. Externar meus
pensamentos é algo embaraçoso para mim, mesmo assim, eu venho lutando contra
isso para poder falar e fazer coisas por você.”
“Sabe, Edward... Eu só estou tentando me proteger... Estou tentando não me iludir

mais... Por isso, para mim agora tudo é sempre um dia que pode terminar a qualquer
momento... Na capital você disse que eu era a dona do seu coração, e eu me iludi
achando que estávamos juntos. Eu até ia te levar na minha casa, eu cheguei a admitir
para o meu pai que eu estava com você, todavia meses depois você agiu como se não
me conhecesse...”
Sentei-me no banco do motorista para olhar em seus olhos.
“Bella, pelo amor de Deus, você nunca vai esquecer isso? Eu sei que errei, mas você
insiste em tocar nesse assunto insistentemente. Você acha que foi só você quem
sofreu? Você não sabe o que se passou nem o que se passa comigo por ter feito
aquilo.”
O clima não ia se ajustar mais entre nós. “Não tem como eu saber, você não sabe se
expressar!” Em sua voz havia mordacidade, e isso estava me matando.
“Você não me deixa falar! Eu venho tentando conversar, e você não deixa!” Alterei o
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tom com a sua provocação.
O clima pesou novamente, saí do carro e bati a porta. Deixei o vento bater em meu
rosto enquanto meus pensamentos vagavam. Em menos de vinte e quatro horas
tivemos climas tensos mais de quatro vezes... As coisas estavam ficando
incompatíveis para nós. Nem em Washington D.C. tivemos tantos problemas
assim. Ela agora estava fria e indiferente, de modo a causar-me frio espinhal. Estava
sentindo-me sem energia, privado do calor. Mas não devia insistir, sua decisão estava
tomada, não valia mais argumentar.
Voltei ao carro e ela estava congelada em seu lugar, inexpressiva. O sol subia
vagarosamente e as horas se passavam à nossa frente. Aquele silêncio estava
fulminando-me, extinguindo-me lentamente. Ela tinha razão em todo o tempo, não
deveríamos manter diálogo sobre nós, quem sabe assim teríamos nos resguardado.
Ela surpreendeu-me novamente quando se sentou em meu colo e encostou a cabeça

em meu peito. Sua atitude me chocou, mas abrandou o meu coração. Era evidente
que não íamos conseguir ficar longe um do outro.
“Eu estou com fome e sono, acho melhor irmos embora para dormirmos. Meu
temperamento está alterado e eu acho que é por isso.”
Sorri e a abracei forte. Eu esperava realmente que fosse por isso, porque estava me
desgastando emocionalmente. Estava cansado dessa Bella melancólica que se instalou
de umas horas pra cá.
“Tudo bem, vamos passar em uma lanchonete e tomar café da manhã, depois vamos
para casa dormir um pouco.”
Ela voltou ao seu banco, embrulhou-se e encostou-se no travesseiro.
“Não dorme... Vamos comer primeiro.” Estiquei minha mão e toquei seu rosto, mas
Bella já era caracterizada pela insensibilidade dos sentidos. A sonolência se apossava
dela.
Mulher tem essas oscilações de humor quando estão com alguma necessidade? Estou
pagando por todas as transgressões cometidas ontem à noite na cama, só pode! Após
torturar-me o corpo, resolveu torturar-me a vida pelo dia que se segue.
Comprei um bolo e pães, mas não seriam mais tão necessários no momento, Bella
dormia no carro um sono pesado e profundo. Já em casa, levei-a em meus braços
para a minha cama, lanchei e deitei ao seu lado, observando-a ressonar docemente.
Contudo... Era primoroso estar ali abraçado a ela, com seu corpo quente e macio me
aquecendo. Imergi meu rosto em seus cabelos e fiquei ali, sentindo seu perfume
acolhedor enquanto era invadido pelo estado especial e característico da necessidade
de dormir. Rendi-me ao sono.
Bella POV
Acordei com muito calor, apertada nos braços de Edward, deitada de conchinha. Ele
ainda dormia, soltei dele devagar, levantei e fui ao banheiro me arrumar. Estava
faminta, havia um buraco em meu estômago. Pudera, se passavam das duas da tarde!
323 de 1595 26/05/2011 20:45

“Oi, Rose!” Cumprimentei-a ao passar pela cozinha.
“Oi, quer que eu prepare um lanche pra você?”
“Se você puder...” Sentei em uma mesinha no canto da cozinha e esperei que ela
preparasse. Ainda bem que ela estava lá, pois seria muito chato ter que invadir a
cozinha dos outros. Rose era muito na dela, nem parecia irmã do Jasper, aliás, ela só
parecia ser irmã do Edward. Discreta e calada.
“Tem notícias do Ryan? Ele ligou alguma vez para você depois que foi embora?”
Tentei arrumar um assunto.
“Não.”
Hum, ia ser um monólogo.
“Bella, vou deixar o almoço pronto e vou sair, avisa para o meu irmão.” Entregou-me
o achocolatado e direcionou ao seu quarto. Comi e voltei para o quarto do Edward.
Em um frio daqueles, ele dormia sem camisa e descoberto. Sentei, o cobri e fiquei
analisando os detalhes do meu anjinho. Só de pensar que tinha que ir embora ficava
com saudades. Não devia abusar da boa vontade do meu pai. Ele devia estar odiando
furiosamente Edward por esses dias. Gostaria de saber o que eles conversaram, mas
algo me dizia que era melhor não.
Acariciei seu cabelo e deitei novamente em sua frente. Ele me abraçou forte e me
aconchegou a ele, colocando sua perna em cima de mim.
“Edward... Acorda... Vem ficar comigo.” Apertei sua mão para acordá-lo.
Ele me apertou mais a si, com a cabeça encaixada abaixo do meu queixo. Eu estava
cansada da noite que foi bem exaustiva, fui desgastada emocionalmente e fisicamente.
Mas psicologicamente já estava bem renovada. Uma característica minha é saber
relevar os contratempos e aliviar as emoções. Agora, devia curtir meus últimos
momentos. Nada melhor que um bom sono e um lanche para nos fazer esquecer
qualquer adversidade ao nosso querer.
“Eu estou com saudade de você, acorda vai.” Beijei sua testa, enquanto acariciava
seu cabelo.
“Ai, Bella, tô morto...” Resmungou e beijou meu colo.
“Tudo bem. Daqui a meia hora vou embora.” Informei carinhosamente.
Depois de um tempo acariciando seu cabelo, afastei-me, levantei e fui ao quarto da

Esme organizar as minhas coisas. Coloquei todas as roupas dele nas sacolas em um
canto e fechei a minha bolsa para levá-la ao carro. Edward entrou antes que eu saísse,
com cara de morto.
“Fica mais um pouco, ainda não são três da tarde...” Pediu e deitou de lado na cama.
“Ai ai! Ontem você me mandou embora a tarde toda, agora quer que eu fique!” Eu
estava de bom humor, não queria magoá-lo.
“Vai umas cinco, aí você não chega lá muito tarde.”
“Hum... Pode ser.” Vesti um vestido e passei um creme nas pernas. “Então, você
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devia experimentar as roupas que eu te dei, já que eu não vou te ver vestido nelas na
capital...” Sugeri sem intenção de provocá-lo, mas o seu rosto mudou. Ele não
respondeu e deitou-se de bruços com o rosto virado para o outro lado.
“Tudo bem.” Decididamente eu perdi a paciência total! Calcei uma sandália e peguei a
bolsa. “Onde está a chave do carro?”
“Você não disse que ia esperar?” Virou- se e me olhou surpreso.
“Pra quê? Pra ficar vendo você aí morto! Eu não! Vou procurar uma roupa para usar
amanhã no Réveillon. Vou ver se acho alguma loja aberta.”
Inesperadamente, ele levantou a mão, me puxou para a cama e me prendeu em seus

braços, com a perna sobre mim.
“Não vai não. Vai ficar comigo.” Só informou, brincalhão. Se ele soubesse como eu
queria ficar aqui. “Bella, o que Jasper realmente tem?”
Hum, será que eu podia falar? Bom, acredito que ele não iria dar nenhum surto. Não
era bom que ele ficasse por fora do que acontecia em sua casa.
Continuou. “Eu perguntei para Esme e ela disse que era para eu perguntar para você,
que você falaria.”
Ah, se a Esme liberou. “O que você acha que ele tem?” Ele precisava raciocinar.
“Era anemia... Evoluiu?” Perguntou desconfiado.
“Por que você acha que ele está usando boné o tempo todo? Você acha que ele teria
rapado aquele cabelo de anjo só para parecer sexy?”
Às vezes Edward é tão devagar... Ele afastou para olhar para mim, com olhos
surpresos, depois sentou.
“Como eu não percebi isso?” Caiu a ficha.
“Vai ver você estava com a cabeça em outro lugar.” Disse despreocupada.
“Mas ele não tem sintomas, está sempre bem...” Ficou tenso.
“Ele não tem sintomas agora, mas no começo ele tinha muitos enjôos e sonolência,
agora ele já acostumou com os remédios.”
“O que é exatamente? Como chegou a esse ponto? É genético? Os médicos sabem

explicar?” Tinha nervosismo nos gestos pelo modo como pegava nos cabelos.
“Relaxa, Edward, ele agora está bem. Olha só, era uma anemia fanconi e os remédios
não serviram para melhorar, pelo contrário acelerou e evoluiu a doença para leucemia.
Jéssica queria até levar o caso dele para a faculdade para estudar o motivo, se é
genético ou coisa assim, mas para isso teria que ter o estudo com o pai dele, e vocês
não sabem onde está Phil. Mas ele está respondendo bem aos remédios. Em março,
ele vai fazer uns exames na Califórnia, mas eu acredito que ele está melhorando. Até
voltou a engordar esses dias.”
“Por isso todos vocês estavam tão nervosos com aquele corte...” Era uma afirmação.
“É, todos lá em casa sabem que ele não pode se cortar, a coagulação dele é muito
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lenta e então se ele perde sangue precisa de transfusão.”
Ele ficou calado uns minutos, digerindo a informação. Depois virou em minha direção
com a expressão composta, aparentemente bem, deitou na cama novamente e me
abraçou.
“Não precisavam ter escondido de mim... Mas, estou feliz que estejam cuidando
dele... Eu acho interessante o seu pai, a sua família. Vocês não são nada nossos, seu
pai é um simples chefe da minha mãe, e estão fazendo isso pelo meu irmão.”
“Edward, você já pensou que o meu pai pode gostar da sua mãe e não sabe como
falar ou se expressar? Talvez ele ache que ajudando seja uma maneira de mostrar que
ele se importa com ela, além disso, o seu irmão é sensacional, ele se dá bem com
todos lá em casa, inclusive com o meu pai. Ele tira onda com o meu pai na alta! Todos
gostam da companhia dele lá. Com ele não tem tempo ruim, ele é de bem com a vida,
completamente alto astral.”
Edward ficou pensando longe. “Igual você...” Falou baixinho, parecendo desatento.
Eu sorri com a comparação, levantei e sentei. “Então, agora eu já vou.” Informei

ao notar as horas. Ele levantou para me acompanhar.
Eu queria perguntar várias coisas, queria saber se ainda iria vê-lo antes dele ir
embora. Bem que ele poderia passar em minha casa, já que o aeroporto que ele pega
o avião é em Seattle... Mas eu não queria mais insistir... Acreditava que esse fosse o
fim mesmo e não iria me deixar abater. O certo era respirar fundo e seguir adiante,
esse era o lema.
Ele levou minhas coisas até o carro e me puxou para um abraço. Era um abraço de
despedida mesmo, mas eu estava muito melhor. Até que foram bons esses nossos
últimos dias juntos, não estava arrependida de ter saído com ele na tarde de segunda.
Teria sido pior se eu não tivesse ido, já que foram bem prolongados os nossos dias.
Embora tenham tidos altos e baixos, valeram a pena.
Não posso negar o quanto gosto dele, mas chega um momento que temos que
enxergar a realidade das coisas. Não podemos viver de desculpas sempre. Ele já
decidiu o que quer... E eu também estou decidindo.
“Então tchau. Você vai embora domingo?” Perguntei despreocupada. A idéia de ele ir
embora não me afetava mais. Eu queria acreditar nisso.
“Provavelmente... Ainda tenho que confirmar meu nome em uma lista. Eu estava
querendo ir embora sábado, dia primeiro, pois como é feriado não pego o aeroporto
muito cheio. Odeio aglomeração de pessoas. Mas ainda vou decidir... Mesmo que o
meu nome não esteja na lista, talvez eu vá mesmo assim, às vezes alguém desiste e
eles encaixam alguém da espera.”
“E qual curso vai fazer agora?”
“Um avançado em língua italiana.” Beijou minha testa e cabelos.
“Mas você já não fala italiano?” Ofeguei surpresa.
“Sim, mas eu preciso do diploma.” Sorriu. “Sabe, é ruim aprender muitas línguas
quando não temos como treinar a conversação, pois além de aprender temos que
treinar. Eu só tenho aquela colega de classe, a Sophia, que fala outras línguas. Às
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vezes conversamos em francês, espanhol, mas sabe quando não tem assunto
suficiente para conversar com uma pessoa?”
Ah, eu sei... Não tem o que conversar com a amiga que dá presente e é a fim dele... O
que será que ele tem com ela?
“Ela também adianta esses cursos como você?” Queria saber se ela iria estar lá
quando ele voltar.
“Não. Ela faz particular. Não são todos os alunos que voltam das férias quase dois
meses antes para fazer um curso.” Fez uma careta.
“E por que você volta antes, se os outros alunos não voltam?” Perguntei sabendo a
resposta... Ganhar tempo no futuro.
“Eu já falei. Por que nos últimos semestres, enquanto os outros alunos ainda estarão
estudando introdução a línguas estrangeiras, eu vou falar fluentemente. Além disso,
posso ser dispensado de algumas aulas futuramente. Isso é ganhar tempo.”
“Hum... Então tá, deixe-me ir embora que está tarde.” Esse assunto de futuro não me
interessava mais.
Ele não queria me soltar do abraço, mas eu não queria mais estar ali. Despedir era
muito triste, e eu não me permitiria ficar aflita. Queria manter meu bom humor.
Devagar, soltei-me do abraço, entrei no carro e abaixei a capota. Aparentemente ele
estava triste, mas não havia o que fazer. Se ele quisesse ir à minha casa, ele poderia
ir. Podia até ser comigo agora, aproveitando que a mãe está lá. Eu é que não iria mais
ficar aqui, chega de sacrifícios por ele.
Ele encostou-se ao carro, pegou em meu cabelo e olhou-me por longos minutos,
inexpressivo. Parecia ter algo para falar, mas não desengasgou.
“Boa viagem, Edward, espero que se saia bem.” Segurei as emoções para não me
permitir embargar a voz. Respirei fundo, prendendo as palavras que queriam sair de
minha boca, ciente que eu tinha que me conter... Não iria pedir que ele fosse me ver
antes de viajar. Isso era demais. Era uma afronta ao meu amor próprio. Dessa vez eu
tinha que conseguir me libertar de vez. Não adiantava acreditar que precisávamos um
do outro e que eu fui predestinada a ele, se ele não queria...
Eu não vou mais sofrer com isso... Iria repetir isso até acreditar.
“Obrigado.” Sussurrou. Na hora que eu precisava que ele dissesse alguma coisa, ele
não falava, esse monossílabo!
“Tchau.” Dei um sorriso forçado, arranquei o carro e saí sem olhar para trás.
Todas as vezes que tentei afastar-me dele eu estava motivada por alguma força
externa a mim... Uma vez o meu pai pediu, outra vez estávamos brigados no hotel e
dessa última vez, por ele não ter vindo me ver... Hoje eu decidi que é o correto.
Consegui enxergar que realmente não dá. Eu não posso viver assim para sempre,
massacrando-me, sempre preocupada com o dia seguinte, se ele vai aparecer ou não.
...
Ao chegar em casa, encontrei com Esme e Jasper na sala. “Oi, Esme. Oi, Jasper.”
Cumprimentei os dois. “Vai sair, Esme?” Perguntei ao observar que estava bem
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arrumada.
“Vou. Ficou tudo bem lá em casa, Bella?”
“Sim... Para onde você vai?” Eu queria desviar o assunto. Quanto menos falasse dele
nos próximos dias melhor.
“Vou jantar com Charlie.”
Hum... Meu pai é um mole mesmo.
“Bella, vem aqui no jardim conversar comigo um pouco.” Esme pegou em minha mão
e me conduziu até a área externa da casa, sentando-se em um banquinho. “Como
estão você e Edward?”
“Estamos bem.” Eu não iria demonstrar minha frustração.
“Bella, você sabia que desde o dia que vocês se conheceram ele fala de você pra
mim? Eu não sei como vocês estão, mas eu acho que vocês deviam ser fortes e se
manterem unidos. Vocês se gostam, ele sempre gostou de você.”
Quantas vezes eu vou ter que repetir para as pessoas que gostar não é o mesmo que
querer?
“Obrigada por se importar, mas gostar não tem sido suficiente pra mim...” Eu estava
firme. Ela queria conversar, mas eu não iria me descompor da convicção. “Olha,
Esme, eu já estou cansando de enfrentar tudo por ele, eu enfrento até ele mesmo para
ficar com ele. É difícil lidar com o seu filho. Eu sei que ele gosta de mim, mas é
complicado entendê-lo quando se refere a nós.”
O Dr. Charlie chegou, graças a Deus. Eu não queria levar essa conversa adiante.
“Então, depois conversamos mais.” Ela se despediu e saiu.
Ao subir as escadas, encontrei Emmett saindo do quarto dele. “Lembrou que tem
casa?” Me abraçou e brincou.
“Pois é.” A essa altura meu rosto já devia ter sido invadido pelo efeito que a conversa
da Esme causou em mim.
“Bella, eu tenho dois convites sobrando para o Réveillon, meu pai ganhou o suficiente
aqui para casa e mais três. Para um eu já arrumei o destino, o outro eu vou dá para
uma conhecida da Jéssica, você quer dá um para a irmã do Jasper? Ela nunca veio
aqui, de repente ela quisesse...” O Emmett bebia! Se eu fosse trazer alguém de lá eu
traria Edward, não Rosalie. Ele nem imaginava que a irmã do Jasper era a lourona que
ele estava babando na praia.
Pensei... Eu poderia dar uma chance dele vir aqui, uma chance de ficarmos juntos de
novo. Ah, é Ano Novo, só uma vez. Eu sempre digo isso...
“Emmett eu vou dar um telefonema e te aviso.”
Falei e direcionei ao meu quarto, já discando o numero do Edward no caminho. “Oi,

Edward.”
“Oi.” Respondeu surpreso. “Chegou bem?”
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“Sim. Você tem algum lugar para ir amanhã?”
“Não sei ainda, geralmente fico em casa. Vou ver quando a Esme chegar se ela quer ir
a algum lugar.”
“Tem uma festa em um clube e amanhã, se você quisesse vir, eu conseguiria o

convite... É uma festa da nata de Seattle, vai ser muito boa, só ganham convites
pessoas importantes da cidade. Vem?” Por que eu falei demais?
Ele ficou calado algum tempo. Era lógico que ele não iria vir, Bella, pra que se iludir!
“Eu não sei... Eu não gosto desse tipo de festa.”
Putz! Ele não entende que não é a festa, é ficar perto de mim!
“Tudo bem, não vem mesmo, não!” Disse impaciente. “Melhor cada um no seu
espaço. Não foram três dias de amassos que vão mudar a nossa realidade!!” Meu tom
de voz aumentou e se transformou em dureza.
“Bella, pára com isso! Se controla!”
É... Realmente devia me controlar. Os meus surtos de cobrança não iriam mudar a
realidade. Respirei e deixei a sensatez me invadir. “Você está certo.” Respirei fundo.
“Não tem o que fazer aqui. É melhor não vir mesmo... Melhor pra nós dois... Foi só
um surto momentâneo, mas tudo bem. Até mais.” Desliguei o telefone sem lhe dá
chance de argumentar.
Capítulo 20- Decisões by bia braz
Capítulo 20- Decisões
Fitei o teto pelos minutos que se seguiam com ela em meus braços. Cobri-a e
acariciei a sua pele. Ela continuava entregue, sua pele ainda estremecia ao meu toque.
Se ela soubesse o quanto queria satisfazê-la realmente... Suspirei e abracei-a forte a
mim.
Eu precisava tomar banho, mas deixá-la naquele momento não era a minha
intenção. O meu conhecimento sobre uma mulher era muito pouco, mas a sua
temperatura e os seus olhos revelavam que ela estava pronta para muito mais que
aquilo.
Beijei-a várias vezes no rosto, nos olhos e na testa. Tirei o cabelo emaranhado
do seu rosto e observei a sua pele que ainda fervia. Bella não devia nos massacrar
assim. Para a minha sorte, tenho como atenuar os sentidos, mas não conheço um
modo de aliviar-lhe sem tocá-la intimamente. Então isso restringe o meu querer em
suavizar o seu desejo, não me sinto autorizado a tocá-la assim, embora os meus
sonhos estejam lá. Tudo bem que a fricção pode ajudar, mas não satisfazê-la
completamente, por isso creio que ela não se satisfez.
Ela devolveu o abraço, aparentemente se recuperando. A música alta estava

perturbando a minha audição, não sabia quantas dezenas de vezes o mesmo cd tocara
durante aquelas longas horas aprazíveis que nos permitimos usufruir.
“Bella, vou para o banho...” Murmurei em seus ouvidos.
329 de 1595 26/05/2011 20:45

Eu queria permanecer ali, mas sentia-me incomodado pela situação. Um efeito

que trazia constrangimento, não gostava de permitir-me chegar a esse ponto. Era
violar os meus conceitos completamente. Mas ela não tem me dado a chance de me
controlar, quando vejo por mim, já perdi o domínio total do espaço e o instinto invade
querendo saciar-me.
“Você já tomou banho...” Sussurrou com rouquidão. Com certeza ela não
percebeu. Sorri da sua inocência.
“Mas você não disse à tarde que agora iam ser dez minutos de beijos e em
seguida banho? Acho que estou com uns cinqüenta banhos acumulados!” Descontraí.
“Vou com você...” Fui surpreendido mais uma vez pelo seu modo de proceder.
Mas no momento a demonstração de intenção era tolerável. De roupas, é claro.
“Então vamos.” Assenti e ela levantou-se vagarosamente, parecendo um pouco

tonta.
Abaixei o som e procurei uma rádio. À uma hora da manhã tocavam músicas
românticas. Não acreditava que Bella quisesse ouvir músicas agitadas àquela hora.
Entreguei-lhe sua toalha e ela enrolou-se.
Direcionei-me ao banheiro, intencionado a adiantar-me, e em seguida ela

entrou, desenrolando-se despreocupada e com os reflexos meio lentos. Não conheço
uma mulher e não sei o que aquilo no quarto lhe proporcionara, mas adorei cada
segundo.
Ela estava calada e entrou no chuveiro sem se importar com a minha presença.
Cada dia que passa me surpreendo mais com a demonstração de suas atitudes. Ali, eu
me sentia com cinco anos de idade, onde você toma banho com seus irmãos e não se
importa. Ela simplesmente me abraçou e deixamos a água cair sobre nós. Meu Deus,
como eu amo essa mulher! Queria eternizar esse momento em minha mente, em que
não éramos corpo, éramos cumplicidade.
Não eram necessárias palavras para mostrar o quanto cria efetivamente na

existência de atração de vidas, na incrível dependência e no singular amor que atrai
uma pessoa a outra.
A água caía cobre nós e o calor de seu seio encostado a mim ameaçava
despertar-me novamente. Abracei-a forte e não permiti que o roçar do bico em minha
pele fizesse minha boca desejá-lo novamente. Era muita tentação. Principalmente com
ela usando o shortinho de renda branco molhado. Céus! Tinha que controlar meus
pensamentos. Embora fossem pensamentos que só me trouxessem felicidade.
Lembrei-me que antes de conhecê-la, naquela manhã ensolarada de seu

aniversário, onde minha vida era vazia e sem importância. Tudo me dava tédio. A
vontade de viver diariamente se dava pelo zelo de proteger minha família, cuidar e
trazer-lhes um futuro melhor. Conhecer Bella foi como o raiar do sol em minha vida,
seu sorriso cativante me encantou.
Pena após conhecê-la, ter sido abatido pela realidade que nos afastava.
Senti-me como uma criança que após ganhar algo de muito valor, ser lhe tomado
novamente... Minha alma encolheu. Quando soube quem realmente ela era, senti-me
preso às armadilhas do destino que a vida armou para minha família e,
conseqüentemente, para mim. Vi a história da minha mãe se repetir na minha vida
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—um Hale apaixonado por um Cullen—, e tive grande medo... Logo, afastei-me
pertinazmente da atração entre nossas vidas.
A promessa de reencontrá-la em sua festa de quinze anos trouxe oscilações ao

meu ser. Eu queria vê-la, era atraído pelo desejo de encontrá-la, mas algo em mim
lutava contra. Porém meus olhos precisavam do equilíbrio que sua presença podia
trazer à minha vida, da alegria que poderia completar o meu ser... Foi quando fui
compelido a ir.
Vê-la naquele dia foi como abrilhantar uma noite cheia de trevas. Meu coração
estava frio, sozinho, distante, encolhido... Quando a vi e fui tocado por ela, senti-me
completo novamente, e, mais uma vez, o destino nos separou. Eu não sabia quantas
vezes o destino iria nos separar e estava fraco em sofrer as dúvidas que me
invadiam.
Convenci-me que o melhor era manter distância total desse ser que me
completava e me destruía. Mas éramos atraídos e afastados pelo destino, manipulados
pela força da atração que só algo além do imaginário poderia explicar.
A doença da pessoa em comum a nós nos aproximou novamente, e Bella, que é

muito mais forte do que eu em nos unir, buscou incessantemente a nossa união. Hoje
resolvi entregar-me, após lutar contra, embora tenha dúvidas de qual o tempo que
realmente ficaremos juntos de verdade.
Abracei-a mais forte, seminua, sem palavras, apaixonado por cada cantinho seu,
amando cada centímetro do seu corpo me aquecendo. Eu me apegava a ela como à
vida que após conhecê-la melhorou significantemente. Não vivo mais por viver, vivo
diariamente almejando o dia que irei merecê-la e tê-la por toda a vida para mim.
Ela me deu sua amizade e aceitação naquela manhã há quatro anos e esta se
estende até hoje. Ao longo dos anos deu-me sorrisos, sentimentos genuínos, palavras
de confiança, perdões e sua fé em mim depositada. O meu coração é ocupado
densamente ao aceitar o tanto que sempre a amei e a amo.
“No que pensa, Edward?” Acariciou languidamente meu peito.
“Bella, você acredita em atração de vidas?”
“É só o que tenho acreditado ultimamente... Não vejo como explicar essa minha
necessidade de você, essa minha obsessão pela sua presença.”
Ela continuava abraçando-me, enquanto a hora estava incorrendo lentamente e

a água caía sobre nós. Eu gostaria que ela pudesse ler meus olhos e se convencer que
eu sou dela. Não queria que ela tivesse dúvidas dos meus sentimentos e do quanto a
quero em minha vida.
“Bella, esses dias eu li um livro, FEITOS UM PARA O OUTRO, do Thomas Ulrich,

eu li por um acaso. Estava estudando em uma biblioteca de um templo ecumênico e a
capa do livro chamou minha atenção. Comecei a folheá-lo e vi o quanto às idéias se
encaixavam a nós. Sabe o que eu percebi no livro? Que as pessoas que se atraem
como nós, um dia ficam juntas definitivamente, mas há o tempo certo para que isso
aconteça...” Comentei e, no mesmo instante, ela afastou-me para medir minhas
palavras.
“O que quer dizer?” Aparentou uma tensão.
331 de 1595 26/05/2011 20:45

“Não sei se você vai entender... Só que eu penso que hoje tudo é muito difícil
para nós.” Lembrei-me por um segundo das palavras de seu pai na lanchonete.
“Embora eu queira muito você, eu não me sinto capaz de te ter hoje... Talvez exista
um tempo determinado para que fiquemos juntos... Tipo assim, fomos feitos um para
o outro, mas temos que esperar o tempo certo pra que nossas vidas se juntem.”
Ela olhou-me longos minutos, analisando-me, depois me soltou do abraço,

pegou a toalha, enxugou-se e saiu do banheiro rapidamente. Provavelmente eu tivesse
estragado o clima e a noite sem intencionar.
Terminei o meu banho, arrumei-me e direcionei ao quarto em que ela estava a

fim chamá-la para dormir no meu quarto. Minha vida era muito vazia sem ela. Entrei
no quarto da Esme e ela estava chorando, deitada de lado e coberta. Senti vontade de
esmurrar-me por ter falado algo que a magoou. Devia ter medido minhas palavras.
Não devia mais falar no nosso afastamento, quando eu mesmo não queria acreditar na
nossa distância.
“Bella, conversa comigo... Por que chora?”
“Por saber que preciso de você e você sempre está me dizendo adeus...”
Lamuriou, e meu peito doeu.
“Mas eu não disse e nem estou te dizendo adeus.” Murmurei, tirando o cabelo
do seu rosto molhado.
“Lógico que está!” Ela me encarou “Eu decifro tudo que você diz. Quando você
disse que não se sente capaz de me ter hoje, eu sei do que você quis falar... Sabe,
Edward, eu queria que você se visse como eu te vejo... Fomos feitos um para o outro,
necessitamos um do outro, e você não precisa ser alguém, ser rico, para me merecer.
Isso é complexo de inferioridade! Pessimismo! Você para mim, é simplesmente minha
outra parte, uma parte igual a mim. Eu sei que quando você fala que vai me merecer,
está se referindo a status e a dinheiro. Isso não é importante para mim... E isso me
magoa, porque eu queria que você simplesmente me enxergasse como pessoa e não
colocasse quem eu sou entre nós.” Suspirou frustrada. “Mas eu estou cansada de
conversar sobre isso, me desgasta e você não muda. Estou me sentindo vencida, não
estou conseguindo alcançar você... Passamos o dia juntos hoje, e eu estava crente
que você estava acessível a mim, no entanto, agora você vem e fala isso! Você só é
difícil para mim...” Soluçou. “Eu passei o dia pensando em como te dar aqueles
presentes, fiquei calculando a todo o tempo a hora que seria oportuna, até que eu
descubro que de uma pessoa ‘qualquer’, que você diz não ter nada, você aceita
ganhar presentes, mas de mim, que você diz que quer, e que faço tudo por você, não
aceita. Eu tenho que me desdobrar para você aceitar. Você sempre está sendo injusto
trás?! Já pensou em quando chegar à influência? Já pensou a longa caminhada que vai
deixar o Amor pelo caminho? Por que eu pareço não ter importância para você.” Parou
e sentou, respirando ofegante. “Eu não quero que deixe de sonhar, eu só queria que
você me colocasse no seu presente, nos seus sonhos... Assim como o os seus planos
estão.”
“Mas você está nos meus sonhos e nos meus planos...” Argumentei, sincero.
“Estou, para um dia... Isso é que dói, eu não sou prioridade em sua vida. Eu sei
que você não vai entender... Mas eu não quero que você pare de estudar, que pare de
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se dedicar, eu só queria saber que sou tão importante quanto os seus planos. Eu
tenho inveja dos seus planos! Eu queria ser o seu plano! Eu queria que você falasse
em nós com tanta fé e alegria que fala dos seus planos de futuro.” Respirou fundo,
olhando fixamente para as mãos enquanto chorava. “Você me mandou um e-mail
falando que comigo sente vontade de casar, ter filhos e ser feliz para sempre, mas que
seus planos não poderiam deixar de ser seguidos... Era isso que eu queria...” Ela
soluçou, com a voz embargada, de um modo que me machucava “...Eu queria que
você escolhesse a mim... Assim, eu não teria essa grande frustração em ser o décimo
plano.”
“O que você está dizendo? Eu não estou conseguindo entender. Bella, você é
mais importante do que qualquer coisa nesse mundo.” Tentei nervosamente,
passando nesse tempo a mão no cabelo.
“Não sou! Se eu realmente fosse, estaria em primeiro lugar na sua vida!”
“O que eu preciso fazer para mostrar que é o primeiro lugar em minha vida?
Largar o curso? Ficar aqui? Ser sustentado pelos seus presentes comprados com o
dinheiro que você ganha de mesada do seu pai? Esperar que você se canse de mim?”
Joguei as mãos no ar, exasperado, enquanto andava de um lado ao outro.
Ela olhou-me duramente nos olhos, com frustração e fúria no olhar. “VOCÊ NÃO
ENTENDEU NADA!!” Ela alterou o tom.
“Então explica! Eu não estou conseguindo entender...” Eu esfregava as mãos

ansiosamente em meus cabelos. Como chegamos nesse assunto? Era por isso que ela
estava evitando conversar sobre nós... Não conseguimos nos entender.
“Vou dar exemplos de que sou o milésimo plano... Primeiro: você não veio me
ver assim que chegou... Outro exemplo: ficou quase três semanas sem me procurar e
veio me ver faltando pouquíssimos dias para ir embora, milésimo plano... Quer mais
exemplos? Você aceitou sem problemas presente de sua amiga e os meus só depois
de muita insistência, então milésimo plano. Quer mais exemplos? Não me convidou
para o seu aniversário, mas quis meus beijos quando viu que eu estava disponível e
vulnerável lá na praia, um décimo plano. Quer mais exemplos?” Seu tom estava
carregado de sarcasmo e amargura. “Mas quer saber? Eu já tinha até esquecido... Se
não fosse pelo seu comentário no banheiro de que não é capaz de me ter hoje... Você
é muito mais preconceituoso do que qualquer pessoa que eu já conheci! Quando eu
penso que você evoluiu, você desanda!”
Estávamos sofrendo demasiadamente com essa conversa, depois de uma noite

de imensas alegrias, uma tempestade rodeava a nós dois.
“Bella, eu não faço coisas boas por você não? Por que pelo jeito só ficam em
suas memórias coisas ruins que eu tenha feito... E nada é como você está dizendo.
Pra tudo tem uma explicação, eu posso te explicar?”
“Não. Sinceramente não... Eu cansei de ouvir o que pensa de nós. Você acha
que eu só quero ficar com você momentaneamente, você acha que eu só quero
aproveitar, você acha que eu sou uma menina birrenta que cismou com você, você
não acredita em mim, você pensa que só vai ser compatível a mim quando tiver
dinheiro! O que mais você precisa falar para magoar os meus sentimentos?” Suas
palavras faziam-me retroceder e fechar-me em meus pensamentos. Todo o desejo
que tinha de externar o que sentia, caía , e eu me via preso, encadeado pela
insegurança.
333 de 1595 26/05/2011 20:45

Passavam-se das três da manhã e novamente estávamos nos desentendendo.

“Bella, boa noite.” Deixei-a no quarto da Esme e voltei para o meu quarto.
O clima estava pesado demais e ficar perto dela não estava adiantando. Deitei e
tentei associar cada palavra que ela dissera. As palavras de rancor quanto ao fato de
não ter aparecido eu conseguia entender nitidamente, mas as anteriores eu não
consegui diluir. Será que Bella queria que eu desistisse de tudo por ela? Será que ela
não via que isso só nos afastaria mais e mais? Meu coração era triturado em saber que
ela estava no outro quarto e que estávamos distantes novamente. A madrugada se
passava e eu suspirei infinitas vezes.
“Edward... aonde você vai me levar?” Bella apareceu no escuro com uma voz
baixa e triste, depois deitou- se em meu peito.
“Você ainda quer ir?” Perguntei em dúvida e a abracei forte em meus braços,
satisfeito por ela ter vindo.
“Sim... Vou aproveitar antes que o nosso dia termine.” Murmurou. Ela falava em
despedidas... Sentia-me tremer de dor.
“Não conseguiu dormir?” Perguntei enquanto passava minhas mãos em seus

cabelos.
“Não. Senti sua falta.” Ela estava triste e distante.
A longitude insistia em se apoderar de nós, mas sentíamos muita falta um do

outro. Ao mesmo tempo em que algo tentava nos separar, uma força maior nos unia
novamente.
“Eu queria que fosse comigo ver o raiar do sol na reserva, mas acho que hoje
não é um bom dia, não conseguimos dormir... Você está longínqua.”
“Eu vou ficar bem... É só umas oscilações que eu vou tentar controlar.”
“Por que está assim?”
“De novo não.” Murmurou. “Eu acho que não faz bem para nós conversarmos.”
Eu acendi a luz e sentei, mostrando que eu queria ouvi-la. Ela respirou fundo e
deitou-se em minha perna. “Sabe, Edward... Eu sempre me achei bonita, sempre
achei que se eu quisesse namorar com quem fosse, bonito ou feio, rico ou pobre, eu
namoraria. Mas você está me fazendo me perguntar se realmente eu valho a pena
para alguém, e isso está acabando comigo... Às vezes eu acho que você não me quer
por que não sou tudo que você queria, e eu nunca fui insegura assim. Isso está
levando-me a tomar atitudes desconhecidas por mim, me levando a tentar te seduzir
com o meu corpo, pelo menos para ter você próximo a mim, porque é o que parece
que chama a sua atenção, o meu corpo. E eu acho isso ruim. Eu queria sentir que
você gosta de mim pelo que eu sou. Queria que você cedesse sem que eu precisasse
ficar me oferecendo para você. É lógico que eu quero o que nosso corpo deseja, mas
eu não queria que fosse assim, por insegurança. Eu fico me olhando no espelho para
ver se o problema sou eu... Por isso estou com essas oscilações de comportamento,
porque você está me deixando muito insegura, tudo me deixa insegura. O meu pai e
Emmett falam coisas sobre você que vem se instalando em mim, e embora eu tente
bloquear os pensamentos, eles martelam em minha mente, me fazendo pensar se é
realmente isso.”
O que eu podia falar para amenizar a sua insegurança quando eu mesmo estava
334 de 1595 26/05/2011 20:45

em um movimento semelhante? A única coisa que tinha certeza era dos meus
sentimentos, mas isso não era suficiente diante de todas as dúvidas.
“Bella, eu não entendo o porquê da sua insegurança. Você sabe o que eu sinto
por você.” Acariciei seu cabelo.
“Sei? Você nunca expressa os seus sentimentos sem que eu force! Você é muito
introvertido, eu tenho que ficar supondo e adivinhando os seus pensamentos... Como
não ficar insegura se eu não sei o que você está pensando?” Suspirou. “Mas o que me
desanima mesmo é o fato de quando você abre a boca para falar alguma coisa, é algo
de quem vê sempre as coisas pelo lado pior.”
“Você sempre soube que eu era assim...” Olhei para o teto, frustrado.
“Sim, mas você devia se esforçar!”
Suspirei, ansioso em falar o quanto a amava. Mas de que adiantaria lhe dizer que
a amava quando disse para o seu pai com meias palavras que iria deixá-la?
Ela continuou: “Mas chega de conversar, se vamos assistir um nascer do sol

juntos, acho que temos que nos arrumar.” Bella mudou o humor repentinamente e
sentou. Definitivamente eu tinha que conhecer essa mulher.
“Vamos ficar na praia ou pretende vir embora rápido?” Perguntou com o

semblante completamente recuperado.
“Eu acho que hoje está meio frio para tomarmos banho lá, vamos ficar lá um
pouco e voltamos, acho que vamos precisar dormir. Não conseguimos dormir essa
noite.”
“Tudo bem. Eu não sabia que aqui estava tão frio assim, será que a Rose me
empresta um casaco?”
“Eu pego um da Esme. Não vou acordar a Rose essa hora.”
Arrumamo-nos e nos dirigimos à praia. O vento estava muito frio, ainda era
noite na reserva, então decidi que ficaríamos no carro e estacionaríamos perto do
penhasco. Trouxemos cobertor, travesseiros e não baixamos a capota do carro.
Busquei por um ponto onde o sol nasceria de um ângulo melhor. Torci que as nuvens
se dissipassem e que o raiar do sol fosse perfeito. Assim... Acontecia lentamente.
“Por que me trouxe aqui?”
“Por que eu acho lindo o nascer do sol, e aqui então, é perfeito... Pense...
Depois de uma noite escura e fria, com um clima de melancolia e solidão, onde o
escuro externo representa a dor interna, e o frio representa a ausência e a saudade,
de repente vem o sol dissipando toda a escuridão e aquecendo o frio.” Recitei
pausadamente.
“Hum... Às vezes você é tão poético.” sorriu carinhosa. “Mas tem algum fim
especial ter me trazido aqui...” Bella era muito perceptiva, me conhecia. Ela sabia que
era algo significante que desejava falar.
Eu queria diminuir a distância que lutava em nos afastar, então coloquei os

travesseiros em seu colo e deitei-me atravessado, com a cabeça nos travesseiros em
seu colo.
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“Bella... Imagine uma noite, longa e fria... Minha vida é assim quando estamos
distantes... Não é do espaço de um ponto ao outro que falo, é a distância dos nossos
pensamentos, nos nossos corações. Eu me sinto noite quando estou longe de você, e
minha vida só vira dia novamente quando estamos bem... Quando te sinto perto de
mim.” Ela fitava longe, calada e distante. “As suas oscilações de atitudes esses dias
tem me deixado desesperado, eu não sei mais o que fazer para mostrar que você é
importante pra mim e o quanto preciso de você.”
“Você precisa ter atitude... Mostrar que gosta de mim.”
“Mas que atitude que eu posso ter? É tendência da minha personalidade dirigir
para o interior as emoções e sentimentos. Você podia tentar entender. Externar meus
pensamentos é algo embaraçoso para mim, mesmo assim, eu venho lutando contra
isso para poder falar e fazer coisas por você.”
“Sabe, Edward... Eu só estou tentando me proteger... Estou tentando não me

iludir mais... Por isso, para mim agora tudo é sempre um dia que pode terminar a
qualquer momento... Na capital você disse que eu era a dona do seu coração, e eu me
iludi achando que estávamos juntos. Eu até ia te levar na minha casa, eu cheguei a
admitir para o meu pai que eu estava com você, todavia meses depois você agiu como
se não me conhecesse...”
Sentei-me no banco do motorista para olhar em seus olhos.
“Bella, pelo amor de Deus, você nunca vai esquecer isso? Eu sei que errei, mas
você insiste em tocar nesse assunto insistentemente. Você acha que foi só você quem
sofreu? Você não sabe o que se passou nem o que se passa comigo por ter feito
aquilo.”
O clima não ia se ajustar mais entre nós. “Não tem como eu saber, você não
sabe se expressar!” Em sua voz havia mordacidade, e isso estava me matando.
“Você não me deixa falar! Eu venho tentando conversar, e você não deixa!”
Alterei o tom com a sua provocação.
O clima pesou novamente, saí do carro e bati a porta. Deixei o vento bater em
meu rosto enquanto meus pensamentos vagavam. Em menos de vinte e quatro horas
tivemos climas tensos mais de quatro vezes... As coisas estavam ficando
incompatíveis para nós. Nem em Washington D.C. tivemos tantos problemas
assim. Ela agora estava fria e indiferente, de modo a causar-me frio espinhal. Estava
sentindo-me sem energia, privado do calor. Mas não devia insistir, sua decisão estava
tomada, não valia mais argumentar.
Voltei ao carro e ela estava congelada em seu lugar, inexpressiva. O sol subia
vagarosamente e as horas se passavam à nossa frente. Aquele silêncio estava
fulminando-me, extinguindo-me lentamente. Ela tinha razão em todo o tempo, não
deveríamos manter diálogo sobre nós, quem sabe assim teríamos nos resguardado.
Ela surpreendeu-me novamente quando se sentou em meu colo e encostou a

cabeça em meu peito. Sua atitude me chocou, mas abrandou o meu coração. Era
evidente que não íamos conseguir ficar longe um do outro.
“Eu estou com fome e sono, acho melhor irmos embora para dormirmos. Meu
temperamento está alterado e eu acho que é por isso.”
Sorri e a abracei forte. Eu esperava realmente que fosse por isso, porque
336 de 1595 26/05/2011 20:45

estava me desgastando emocionalmente. Estava cansado dessa Bella melancólica que

se instalou de umas horas pra cá.
“Tudo bem, vamos passar em uma lanchonete e tomar café da manhã, depois
vamos para casa dormir um pouco.”
Ela voltou ao seu banco, embrulhou-se e encostou-se no travesseiro.
“Não dorme... Vamos comer primeiro.” Estiquei minha mão e toquei seu rosto,
mas Bella já era caracterizada pela insensibilidade dos sentidos. A sonolência se
apossava dela.
Mulher tem essas oscilações de humor quando estão com alguma necessidade?
Estou pagando por todas as transgressões cometidas ontem à noite na cama, só
pode! Após torturar-me o corpo, resolveu torturar-me a vida pelo dia que se segue.
Comprei um bolo e pães, mas não seriam mais tão necessários no momento,
Bella dormia no carro um sono pesado e profundo. Já em casa, levei-a em meus
braços para a minha cama, lanchei e deitei ao seu lado, observando-a ressonar
docemente. Contudo... Era primoroso estar ali abraçado a ela, com seu corpo quente
e macio me aquecendo. Imergi meu rosto em seus cabelos e fiquei ali, sentindo seu
perfume acolhedor enquanto era invadido pelo estado especial e característico da
necessidade de dormir. Rendi-me ao sono.
Bella POV
Acordei com muito calor, apertada nos braços de Edward, deitada de conchinha.
Ele ainda dormia, soltei dele devagar, levantei e fui ao banheiro me arrumar. Estava
faminta, havia um buraco em meu estômago. Pudera, se passavam das duas da tarde!
“Oi, Rose!” Cumprimentei-a ao passar pela cozinha.
“Oi, quer que eu prepare um lanche pra você?”
“Se você puder...” Sentei em uma mesinha no canto da cozinha e esperei que
ela preparasse. Ainda bem que ela estava lá, pois seria muito chato ter que invadir a
cozinha dos outros. Rose era muito na dela, nem parecia irmã do Jasper, aliás, ela só
parecia ser irmã do Edward. Discreta e calada.
“Tem notícias do Ryan? Ele ligou alguma vez para você depois que foi embora?”
Tentei arrumar um assunto.
“Não.”
Hum, ia ser um monólogo.
“Bella, vou deixar o almoço pronto e vou sair, avisa para o meu irmão.”
Entregou-me o achocolatado e direcionou ao seu quarto. Comi e voltei para o quarto
do Edward.
Em um frio daqueles, ele dormia sem camisa e descoberto. Sentei, o cobri e

fiquei analisando os detalhes do meu anjinho. Só de pensar que tinha que ir embora
ficava com saudades. Não devia abusar da boa vontade do meu pai. Ele devia estar
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odiando furiosamente Edward por esses dias. Gostaria de saber o que eles
conversaram, mas algo me dizia que era melhor não.
Acariciei seu cabelo e deitei novamente em sua frente. Ele me abraçou forte e
me aconchegou a ele, colocando sua perna em cima de mim.
“Edward... Acorda... Vem ficar comigo.” Apertei sua mão para acordá-lo.
Ele me apertou mais a si, com a cabeça encaixada abaixo do meu queixo. Eu
estava cansada da noite que foi bem exaustiva, fui desgastada emocionalmente e
fisicamente. Mas psicologicamente já estava bem renovada. Uma característica minha
é saber relevar os contratempos e aliviar as emoções. Agora, devia curtir meus
últimos momentos. Nada melhor que um bom sono e um lanche para nos fazer
esquecer qualquer adversidade ao nosso querer.
“Eu estou com saudade de você, acorda vai.” Beijei sua testa, enquanto
acariciava seu cabelo.
“Ai, Bella, tô morto...” Resmungou e beijou meu colo.
“Tudo bem. Daqui a meia hora vou embora.” Informei carinhosamente.
Depois de um tempo acariciando seu cabelo, afastei-me, levantei e fui ao quarto

da Esme organizar as minhas coisas. Coloquei todas as roupas dele nas sacolas em
um canto e fechei a minha bolsa para levá-la ao carro. Edward entrou antes que eu
saísse, com cara de morto.
“Fica mais um pouco, ainda não são três da tarde...” Pediu e deitou de lado na
cama.
“Ai ai! Ontem você me mandou embora a tarde toda, agora quer que eu fique!”
Eu estava de bom humor, não queria magoá-lo.
“Vai umas cinco, aí você não chega lá muito tarde.”
“Hum... Pode ser.” Vesti um vestido e passei um creme nas pernas. “Então,
você devia experimentar as roupas que eu te dei, já que eu não vou te ver vestido
nelas na capital...” Sugeri sem intenção de provocá-lo, mas o seu rosto mudou. Ele
não respondeu e deitou-se de bruços com o rosto virado para o outro lado.
“Tudo bem.” Decididamente eu perdi a paciência total! Calcei uma sandália e

peguei a bolsa. “Onde está a chave do carro?”
“Você não disse que ia esperar?” Virou- se e me olhou surpreso.
“Pra quê? Pra ficar vendo você aí morto! Eu não! Vou procurar uma roupa para
usar amanhã no Réveillon. Vou ver se acho alguma loja aberta.”
Inesperadamente, ele levantou a mão, me puxou para a cama e me prendeu em

seus braços, com a perna sobre mim.
“Não vai não. Vai ficar comigo.” Só informou, brincalhão. Se ele soubesse como
eu queria ficar aqui. “Bella, o que Jasper realmente tem?”
Hum, será que eu podia falar? Bom, acredito que ele não iria dar nenhum surto.
Não era bom que ele ficasse por fora do que acontecia em sua casa.
338 de 1595 26/05/2011 20:45

Continuou. “Eu perguntei para Esme e ela disse que era para eu perguntar para
você, que você falaria.”
Ah, se a Esme liberou. “O que você acha que ele tem?” Ele precisava raciocinar.
“Era anemia... Evoluiu?” Perguntou desconfiado.
“Por que você acha que ele está usando boné o tempo todo? Você acha que ele
teria rapado aquele cabelo de anjo só para parecer sexy?”
Às vezes Edward é tão devagar... Ele afastou para olhar para mim, com olhos
surpresos, depois sentou.
“Como eu não percebi isso?” Caiu a ficha.
“Vai ver você estava com a cabeça em outro lugar.” Disse despreocupada.
“Mas ele não tem sintomas, está sempre bem...” Ficou tenso.
“Ele não tem sintomas agora, mas no começo ele tinha muitos enjôos e
sonolência, agora ele já acostumou com os remédios.”
“O que é exatamente? Como chegou a esse ponto? É genético? Os médicos

sabem explicar?” Tinha nervosismo nos gestos pelo modo como pegava nos cabelos.
“Relaxa, Edward, ele agora está bem. Olha só, era uma anemia fanconi e os
remédios não serviram para melhorar, pelo contrário acelerou e evoluiu a doença para
leucemia. Jéssica queria até levar o caso dele para a faculdade para estudar o motivo,
se é genético ou coisa assim, mas para isso teria que ter o estudo com o pai dele, e
vocês não sabem onde está Phil. Mas ele está respondendo bem aos remédios. Em
março, ele vai fazer uns exames na Califórnia, mas eu acredito que ele está
melhorando. Até voltou a engordar esses dias.”
“Por isso todos vocês estavam tão nervosos com aquele corte...” Era uma
afirmação.
“É, todos lá em casa sabem que ele não pode se cortar, a coagulação dele é
muito lenta e então se ele perde sangue precisa de transfusão.”
Ele ficou calado uns minutos, digerindo a informação. Depois virou em minha
direção com a expressão composta, aparentemente bem, deitou na cama novamente
e me abraçou.
“Não precisavam ter escondido de mim... Mas, estou feliz que estejam cuidando
dele... Eu acho interessante o seu pai, a sua família. Vocês não são nada nossos, seu
pai é um simples chefe da minha mãe, e estão fazendo isso pelo meu irmão.”
“Edward, você já pensou que o meu pai pode gostar da sua mãe e não sabe
como falar ou se expressar? Talvez ele ache que ajudando seja uma maneira de
mostrar que ele se importa com ela, além disso, o seu irmão é sensacional, ele se dá
bem com todos lá em casa, inclusive com o meu pai. Ele tira onda com o meu pai na
alta! Todos gostam da companhia dele lá. Com ele não tem tempo ruim, ele é de bem
com a vida, completamente alto astral.”
Edward ficou pensando longe. “Igual você...” Falou baixinho, parecendo

desatento.
339 de 1595 26/05/2011 20:45

Eu sorri com a comparação, levantei e sentei. “Então, agora eu já vou.” Informei

ao notar as horas. Ele levantou para me acompanhar.
Eu queria perguntar várias coisas, queria saber se ainda iria vê-lo antes dele ir
embora. Bem que ele poderia passar em minha casa, já que o aeroporto que ele pega
o avião é em Seattle... Mas eu não queria mais insistir... Acreditava que esse fosse o
fim mesmo e não iria me deixar abater. O certo era respirar fundo e seguir adiante,
esse era o lema.
Ele levou minhas coisas até o carro e me puxou para um abraço. Era um abraço
de despedida mesmo, mas eu estava muito melhor. Até que foram bons esses nossos
últimos dias juntos, não estava arrependida de ter saído com ele na tarde de segunda.
Teria sido pior se eu não tivesse ido, já que foram bem prolongados os nossos dias.
Embora tenham tidos altos e baixos, valeram a pena.
Não posso negar o quanto gosto dele, mas chega um momento que temos que
enxergar a realidade das coisas. Não podemos viver de desculpas sempre. Ele já
decidiu o que quer... E eu também estou decidindo.
“Então tchau. Você vai embora domingo?” Perguntei despreocupada. A idéia de

ele ir embora não me afetava mais. Eu queria acreditar nisso.
“Provavelmente... Ainda tenho que confirmar meu nome em uma lista. Eu

estava querendo ir embora sábado, dia primeiro, pois como é feriado não pego o
aeroporto muito cheio. Odeio aglomeração de pessoas. Mas ainda vou decidir...
Mesmo que o meu nome não esteja na lista, talvez eu vá mesmo assim, às vezes
alguém desiste e eles encaixam alguém da espera.”
“E qual curso vai fazer agora?”
“Um avançado em língua italiana.” Beijou minha testa e cabelos.
“Mas você já não fala italiano?” Ofeguei surpresa.
“Sim, mas eu preciso do diploma.” Sorriu. “Sabe, é ruim aprender muitas

línguas quando não temos como treinar a conversação, pois além de aprender temos
que treinar. Eu só tenho aquela colega de classe, a Sophia, que fala outras línguas. Às
vezes conversamos em francês, espanhol, mas sabe quando não tem assunto
suficiente para conversar com uma pessoa?”
Ah, eu sei... Não tem o que conversar com a amiga que dá presente e é a fim
dele... O que será que ele tem com ela?
“Ela também adianta esses cursos como você?” Queria saber se ela iria estar lá
quando ele voltar.
“Não. Ela faz particular. Não são todos os alunos que voltam das férias quase
dois meses antes para fazer um curso.” Fez uma careta.
“E por que você volta antes, se os outros alunos não voltam?” Perguntei
sabendo a resposta... Ganhar tempo no futuro.
“Eu já falei. Por que nos últimos semestres, enquanto os outros alunos ainda
estarão estudando introdução a línguas estrangeiras, eu vou falar fluentemente. Além
disso, posso ser dispensado de algumas aulas futuramente. Isso é ganhar tempo.”
340 de 1595 26/05/2011 20:45

“Hum... Então tá, deixe-me ir embora que está tarde.” Esse assunto de futuro
não me interessava mais.
Ele não queria me soltar do abraço, mas eu não queria mais estar ali. Despedir
era muito triste, e eu não me permitiria ficar aflita. Queria manter meu bom humor.
Devagar, soltei-me do abraço, entrei no carro e abaixei a capota. Aparentemente ele
estava triste, mas não havia o que fazer. Se ele quisesse ir à minha casa, ele poderia
ir. Podia até ser comigo agora, aproveitando que a mãe está lá. Eu é que não iria mais
ficar aqui, chega de sacrifícios por ele.
Ele encostou-se ao carro, pegou em meu cabelo e olhou-me por longos minutos,
inexpressivo. Parecia ter algo para falar, mas não desengasgou.
“Boa viagem, Edward, espero que se saia bem.” Segurei as emoções para não
me permitir embargar a voz. Respirei fundo, prendendo as palavras que queriam sair
de minha boca, ciente que eu tinha que me conter... Não iria pedir que ele fosse me
ver antes de viajar. Isso era demais. Era uma afronta ao meu amor próprio. Dessa vez
eu tinha que conseguir me libertar de vez. Não adiantava acreditar que precisávamos
um do outro e que eu fui predestinada a ele, se ele não queria...
Eu não vou mais sofrer com isso... Iria repetir isso até acreditar.
“Obrigado.” Sussurrou. Na hora que eu precisava que ele dissesse alguma coisa,
ele não falava, esse monossílabo!
“Tchau.” Dei um sorriso forçado, arranquei o carro e saí sem olhar para trás.
Todas as vezes que tentei afastar-me dele eu estava motivada por alguma força
externa a mim... Uma vez o meu pai pediu, outra vez estávamos brigados no hotel e
dessa última vez, por ele não ter vindo me ver... Hoje eu decidi que é o correto.
Consegui enxergar que realmente não dá. Eu não posso viver assim para sempre,
massacrando-me, sempre preocupada com o dia seguinte, se ele vai aparecer ou não.
...
Ao chegar em casa, encontrei com Esme e Jasper na sala. “Oi, Esme. Oi,
Jasper.” Cumprimentei os dois. “Vai sair, Esme?” Perguntei ao observar que estava
bem arrumada.
“Vou. Ficou tudo bem lá em casa, Bella?”
“Sim... Para onde você vai?” Eu queria desviar o assunto. Quanto menos falasse
dele nos próximos dias melhor.
“Vou jantar com Charlie.”
Hum... Meu pai é um mole mesmo.
“Bella, vem aqui no jardim conversar comigo um pouco.” Esme pegou em

minha mão e me conduziu até a área externa da casa, sentando-se em um banquinho.
“Como estão você e Edward?”
“Estamos bem.” Eu não iria demonstrar minha frustração.
“Bella, você sabia que desde o dia que vocês se conheceram ele fala de você
pra mim? Eu não sei como vocês estão, mas eu acho que vocês deviam ser fortes e se
341 de 1595 26/05/2011 20:45

manterem unidos. Vocês se gostam, ele sempre gostou de você.”
Quantas vezes eu vou ter que repetir para as pessoas que gostar não é o
mesmo que querer?
“Obrigada por se importar, mas gostar não tem sido suficiente pra mim...” Eu
estava firme. Ela queria conversar, mas eu não iria me descompor da convicção.
“Olha, Esme, eu já estou cansando de enfrentar tudo por ele, eu enfrento até ele
mesmo para ficar com ele. É difícil lidar com o seu filho. Eu sei que ele gosta de mim,
mas é complicado entendê-lo quando se refere a nós.”
O Dr. Charlie chegou, graças a Deus. Eu não queria levar essa conversa adiante.
“Então, depois conversamos mais.” Ela se despediu e saiu.
Ao subir as escadas, encontrei Emmett saindo do quarto dele. “Lembrou que

tem casa?” Me abraçou e brincou.
“Pois é.” A essa altura meu rosto já devia ter sido invadido pelo efeito que a
conversa da Esme causou em mim.
“Bella, eu tenho dois convites sobrando para o Réveillon, meu pai ganhou o
suficiente aqui para casa e mais três. Para um eu já arrumei o destino, o outro eu vou
dá para uma conhecida da Jéssica, você quer dá um para a irmã do Jasper? Ela nunca
veio aqui, de repente ela quisesse...” O Emmett bebia! Se eu fosse trazer alguém de lá
eu traria Edward, não Rosalie. Ele nem imaginava que a irmã do Jasper era a lourona
que ele estava babando na praia.
Pensei... Eu poderia dar uma chance dele vir aqui, uma chance de ficarmos
juntos de novo. Ah, é Ano Novo, só uma vez. Eu sempre digo isso...
“Emmett eu vou dar um telefonema e te aviso.”
Falei e direcionei ao meu quarto, já discando o numero do Edward no caminho.

“Oi, Edward.”
“Oi.” Respondeu surpreso. “Chegou bem?”
“Sim. Você tem algum lugar para ir amanhã?”
“Não sei ainda, geralmente fico em casa. Vou ver quando a Esme chegar se ela
quer ir a algum lugar.”
“Tem uma festa em um clube e amanhã, se você quisesse vir, eu conseguiria o

convite... É uma festa da nata de Seattle, vai ser muito boa, só ganham convites
pessoas importantes da cidade. Vem?” Por que eu falei demais?
Ele ficou calado algum tempo. Era lógico que ele não iria vir, Bella, pra que se
iludir!
“Eu não sei... Eu não gosto desse tipo de festa.”
Putz! Ele não entende que não é a festa, é ficar perto de mim!
“Tudo bem, não vem mesmo, não!” Disse impaciente. “Melhor cada um no seu
espaço. Não foram três dias de amassos que vão mudar a nossa realidade!!” Meu tom
de voz aumentou e se transformou em dureza.
342 de 1595 26/05/2011 20:45

“Bella, pára com isso! Se controla!”
É... Realmente devia me controlar. Os meus surtos de cobrança não iriam mudar a
realidade. Respirei e deixei a sensatez me invadir. “Você está certo.” Respirei fundo.
“Não tem o que fazer aqui. É melhor não vir mesmo... Melhor pra nós dois... Foi só
um surto momentâneo, mas tudo bem. Até mais.” Desliguei o telefone sem lhe dá
chance de argumentar.
Notas Finais:
comentem please
343 de 1595 26/05/2011 20:45

Capítulo 23- Decisões escrita por BIA BRAZ
Notas do Autor:
Contem cenas hot leia por sua conta e risco. Bia
Capítulo Decisões
Bella POV
Desliguei o telefone sem lhe dá chance de argumentar. Meu estômago revirava de

ansiedade. Deixei a tristeza me invadir por um tempo, depois me arrumei-me e fui ao
quarto do meu pai vê-lo.
“Oi, pai. Estava com saudade.” Deitei em sua cama e o abracei, ele estava vendo TV.
Ele me observou atentamente, e com certeza percebeu o meu semblante. Se alguma

bronca estava armada, ele não iria ter coragem de brigar agora.
“Oi, Bella. Está tudo bem?” Me analisou.
“Sim, só estou cansada.”
Ele ficou em silêncio.
“Pai, posso te fazer uma pergunta? O senhor me responde sinceramente?” Sentei na

cama.
“Sim.”
“O senhor não gosta de ninguém? O seu coração é vazio?”
Ele sorriu. “Bella, com o passar do tempo temos visões diferentes do amor. Meu
coração é ocupado com o trabalho e com vocês.”
“Mas o senhor não tem necessidade de mulher?”
“Às vezes eu saio com algumas.” Deu de ombros.
“Sim, mas de uma mulher para conversar, para dividir as coisas, para contar com ela.
Não essas moças que o senhor sai, que só estão interessadas na sua posição. O
senhor nunca vai trazer uma mulher para sua vida de novo, não?”
Ele suspirou. “É difícil arrumar alguém que você queira trazer em casa, sabia?
Algumas são muito novas e inexperientes, não servem para trazer em casa; outras
são adultas, mas quase sempre tem filhos. Eu não quero juntar famílias assim. Vocês
estão muito bem e eu não quero estragar.”
“O senhor tem que parar de pensar só na gente. Um dia todos nós tomaremos outros
rumos e o senhor pode ficar em casa sozinho, já pensou nisso?”
“Sim, aí será uma boa época para arrumar alguém.” Disse convicto.
“Mas e o tempo perdido na vida pai? A vida passa. Daqui uns dias você não tem mais
tanta vida assim.” Ele olhou-me por longos minutos, aparentemente admirado com o
assunto levantado. “Pai... Esse é meu último ano, eu não tenho nenhum plano
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específico de carreira para a Universidade. O senhor quer me sugerir algo?”
Ele me olhou animado e sentou. “Você podia ir aos sábados para o escritório aqui de
Seattle para ver o que você gosta de fazer. De repente você goste de jornalismo
também, ou administração, marketing, departamento pessoal. Talvez você encontre
algo na empresa que te chame a atenção.” Sugeriu com brilho de satisfação.
Meu pai tinha vontade que seus filhos se interessassem pelos jornais, mas Jéssica
escolheu Biologia e Emmett foi para área de computação. Eu... Como não tenho nada
em vista, prefiro acreditar que tudo que fizer vou me sair bem, então vou satisfazer
um desejo do meu pai, deixar que ele me ajude a escolher o futuro.
“Tudo bem, assim que começar o mês de janeiro vou visitar a minha mãe com Alice,
que está em uma companhia de dança na Alemanha, e quando voltar, vou começar a
freqüentar o escritório. Vai que eu seja a próxima administradora.” Disse
descontraindo.
Meu pai me abraçou. “Isso ai, garotinha.”
Eu ainda tinha que tentar mais uma vez abrir os olhos do meu pai para a vida dele, ele
não podia deixar a vida passar assim em frente a ele. “Pai, o Dr. Charlie tem filhos?”
“Tem. Por quê?”
“É por que a Esme está saindo com ele. Vai ser até bom para o Jasper se eles
casarem, porque ele vai morar na casa do médico que cuida dele.” Comentei sugestiva
e olhei para ele para medir a sua reação. Uma ruga de tensão apareceu em sua testa.
Bingo! Eu continuei. “Teria sido legal se você tivesse casado com a Esme. É lógico
que ela não teria filhos sensacionais como , Jasper e Edward, mas eu acho que teriam
sido felizes. Ela é uma boa mãe, uma pessoa bem viva e determinada. Eu a admiro.”
Ele fitava longe. “E você e o filho dela? Já se decidiram?”
“Pai, não tem o que decidir. Eu não vou esperá-lo mais, pode despreocupar-se.”
“Mas você gosta dele.” Era uma afirmação preocupada.
“Isso é algo que eu não consigo mudar. Mas dá para conviver.”
“Você estava triste quando entrou aqui por causa dele?” Ele pareceu interessado
realmente em conversar.
“Pai... Ele não é uma pessoa má. Ele gosta de mim, só que ele tem que ir sempre.”
“Então vocês vão parar de se ver de vez.” Pareceu aliviado com sua afirmação.
“Acredito que sim...”
O brilho da realidade bateu em meu rosto, e eu deixei-me abater novamente. Eu

prometi não deixar isso me magoar tanto assim, mas estava muito recente e enquanto
a vida não voltasse ao normal, eu não teria forças completas para lutar. Ele percebeu
minha mudança repentina e me abraçou.
“Vou ficar aqui com você, pai...” Deitei encolhida na cama dele. Nada melhor que a
caminha do papai.
Acordei na cama do Carlisle, mas ele não estava mais no quarto. Senti-me renovada
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com mais um amanhecer. Com certeza ainda tinha alguma loja aberta para comprar
alguma roupa para a festa, então me arrumei e desci.
“Alice, Jasper e Esme, vamos os três ao centro comprar roupas para hoje à noite!”
Avisei, empolgada.
“Eu não vou ficar, Bella, tenho que dar atenção aos meus outros filhos.” Esme disse e
beijou Jasper.
“Então vamos pelo menos ao centro almoçar e me ajudar a escolher algo para mim.
Jasper você tem terno? É obrigatório o uso de terno lá.”
“Tenho não... Que saco! Tem que ir igual pingüim?”
“Seria pingüim se fosse smoking, mas é só terno, bobinho. E vamos que você vai
ficar muito gatinho de terno. ADORO homem de terno, igual o meu pai gatão.” Eu
estava com o humor a mil.
Caminhei elétrica, de loja em loja, decidindo o que ia usar. Tinha que decidir logo por
que as lojas fechariam às duas da tarde. Enfim decidi. Era um conjunto branco de um
pano fininho. A blusa branca frente única de babados e quase curta na barriga, e a
saia de babados, um palmo acima do joelho, com alguns detalhes prateados nas
pontas dos babados.
Chegamos em casa, nos despedimos da Esme e ela foi embora. Passamos a tarde nos
arrumando, Alice ajudou-me a pintar e fazer cachos nos cabelos. Na nossa casa
estávamos todos animados, as festas nesse clube eram muito boas.
Às dez e meia, decidimos ir somente no carro do Emmett e da Jéssica. Era Réveillon e

se alguém excedesse em bebida, traria o outro para casa. A festa estava bombando, a
decoração era perfeita, tinha muita comida e muita gente bonita reunida. Havia dois
ambientes: músicas românticas, outra de ritmos quentes. Estávamos muito animados,
e o ambiente de músicas agitadas nos chamou a atenção.
“Só tem dois homens e três mulheres, vamos ter que revezar.” Emmett avisou.
“Tudo bem, enquanto vocês dançam vou buscar algo para bebermos.” Avisei e saí.
Deixei Alice dançando com Jasper e Emmett com Jéssica, dei uma volta no clube e
observei meu pai em uma rodinha de amigos, com uma moça muito bonita perto dele.
Será que meu pai não aprendeu!?
Passei por uns rapazes e eles não tiraram os olhos de mim. Fazia um tempo que eu
não observava alguém querendo flertar comigo. Talvez só enxerguemos o queremos
ver, e eu estava querendo elevar a minha auto-estima. Voltei para a pista de dança
para esperar os meninos dançarem com as minhas irmãs e parei em um canto. O
ritmo que tocava só permitia dançar acompanhado.
“Oi. Quer dançar?” Um dos rapazes que me encararam quando passei se aproximou e
perguntou.
Eu sorri. Hoje eu estava legal, eu podia me dar a oportunidade de conhecer novas

pessoas. “Mas eu nem te conheço.” Disse descontraindo.
“Brandon Routh. Qual o seu nome?” Ele era bem gatinho, com cabelos pretos
lisinhos, olhos azuis, pele clara, porte forte, vinte e dois anos, no máximo e um
346 de 1595 26/05/2011 20:45

jeitinho de Super-Man.
“Bella, Bella Cullen.” Sorri e apertei sua mão.
“Filha do Sr. Cullen?” Perguntou divertido.
“Sim.”
“Bella, você é muito bela.” Deu uma piscada.
Sorri. “Essa é velha.” Eu estava descontraída e ele era legal, forçou um pouco, mas
era legal.
“Então dança comigo?” Estendeu a mão.
“Eu danço muito bem, você tem um minuto para mostrar que sabe dançar, se não eu
te deixo na pista.” Dei a opção e ele sorriu.
“Tudo bem, eu aceito o desafio.”
Ele segurou-me firmemente na cintura e rodou comigo pelo salão. Ele dançava bem,
eu sorria enquanto dançava. Definitivamente não tinha nada melhor nesse mundo do
que música e dança.
Com o passar dos minutos, ele passou a me puxar de um jeito estranho, e quando
passávamos perto dos seus amigos, ele lançava um olhar convencido... Como se eu
fosse um troféu.
“Está acompanhada?”
“Com minha família.” Respondi.
“Vamos lá fora?” Convidou com olhar sugestivo. Ele olhou minha boca e aproximou do
meu rosto de um jeito anormal, rápido demais. Eu não era acostumada com aquilo. Eu
podia até continuar tentando esquecer Edward, mas deixar que as coisas
acontecessem rápido assim, não daria certo. E ir lá fora definitivamente estava fora de
questão, com certeza ele ia querer ficar comigo e eu não estava preparada ainda.
De canto de olho, vi que Mike chegou e, embora eu odiasse fugir assim das pessoas,
eu tinha que inventar uma desculpa e sair dali. Eu podia até pegar o fone dele e
quando eu estivesse melhor ligar, mas hoje e agora não ia rolar.
“Eu tenho que ir, meu namorado chegou.” Avisei e o soltei rapidamente.
“Me dá seu telefone.” Pegou na minha mão me impedindo de sair.
“Tudo bem, anota.” Dei o número depois fui ao encontro do Mike. Estava com
saudade do meu amigo.
“Está tão linda!” Mike me deu um abraço que me levantou do chão.
“Você também ficou perfeito de terno, dá até um caldinho.” Sorrimos. “Eu estava
esperando meu parceiro para dançar!” Dei uma piscada.
“Então, não está mais.” Pôs a mão nas minhas costas e direcionamo-nos à pista.
Dançamos salsa, mambo. Ele me jogava de um lado para o outro, e eu sorria. Estava
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livre e feliz com minha família e meu amigo. Definitivamente eu iria conseguir, eu não
iria mais sofrer.
10, 9, 8, 7, 6, 5, 4, 3, 2, 1...
FELIZ ANO NOVO!!!
Todos nos abraçamos assim que o ano virou.
“Por que está assim?” Perguntei quando vi o semblante do Jasper, ele estava
encolhido em um canto.
“Nada, estou sentindo falta da minha família.” O humor do garoto estava caído.
“Qual é, Jasper! Você viu sua mãe hoje! Vamos nos divertir.” O abracei e peguei
champanhe que estava sendo distribuído pelos garçons. Hum... docinho.
O estilo de música mudou e agora começaram a tocar Beyoncê, Rihanna... Agora

dançaríamos de turma, nos divertiríamos em grupo. Jasper ficou mais animadinho
depois da virada. Eu iria beber todas as taças de champanhe que passassem perto de
mim, estava com calor e aquele líquido docinho tinha efeito mágico.
Começou a passar Pusycat Dolls. Dont’cha.
“Iup!! Vamos fazer a coreografia!! Essa a gente sabe!” Alice avisou eufórica, ela adora
Pusycat Dolls.
N/A Quem quiser visualizar melhor copiem e colem
http://www.youtube.com/watch?v=EjT6uVJbSdg
Nos juntamos, eu, Alice e Jéssica e nos posicionamos para iniciar a seqüência de
passos.
“Eu sou a Nicole!” Avisei e comecei a andar com as meninas de um lado ao outro,
mexendo os ombros, cintura e quadris, sentindo o ritmo da música. Passávamos as
mãos no corpo, descendo do pescoço à perna, com olhar insinuante e um sorriso no
rosto, no ritmo e na coreografia. Os meninos adoravam quando fazíamos isso.
Uma rodinha se abriu em nossa volta e os meninos continuavam fazendo os passos

em volta, mexendo com as mãos e ombros, como um raper. Mexíamos o corpo
descontroladamente, a música invadia a nossa cabeça e o efeito do champanhe nos
liberava. Estávamos nos divertindo pra valer.
Minutos depois, começou a outra música, do Pusycat Dolls também, Buttons. Essa era
muito melhor. Enlouquecia a mulherada.
348 de 1595 26/05/2011 20:45

**********************************************************************
N/A: Se querem imaginar o que o Ed sentiu assistam o clip da música, é de

enlouquecer.
http://www.youtube.com/watch?v=lgdj10LbMp0
**********************************************************************
Precisávamos dos meninos em nossa frente, perto de nós pelo menos inicialmente.
Então, Jéssica se posicionou em frente ao Emmett, Alice em frente ao Jasper, que
revirava os olhos em nos ver dançando assim, e eu em frente ao Mike, que estava
muito gatinho. O Mike imitava o raper e eu dançava mexendo com os ombros e
quadris pertinho dele, ele só sorria. Ele estava diferente ou o champanhe estava me
fazendo ver coisas?
“Está malhando, Mike?” Perguntei e continuei dançando encostada a ele.
“Tem um ano, Bella.”
“Por que não me contou?”
“Por que queria esperar fazer efeito.” Hum... Só hoje eu vi o efeito.
Afastei-me dele para dançar perto das meninas. O restante da música era uma
seqüência de passos em grupo. Uma roda se abria em volta de nós e outras meninas
juntavam-se para seguir a seqüência de passos conosco. Demais!
Em alguns momentos da música, passávamos as mãos na barriga, girávamos o

quadril rapidamente, descíamos até o chão e assim a música se seguia. No fim da
música estávamos eufóricas, e por mim colocaria de novo! Alice adorava essas
músicas e a pequena de olhos escuros estava com um brilho de alegria imenso no
olhar.
“Demais!!” Alice gritava e pulava.
“Puxa! Pensei que não íamos conseguir, estou morta. Faz tempo que a gente não
dança assim! Haja coxas para agüentar isso!” Eu arfava enquanto falava.
“MUITO BOAS!! ESTOU NO PARAÍSO! TANTOS TRASEIROS MEXENDO JUNTOS ASSIM!

É DE MATAR!!” Jasper gritava e sorria.
“Ainda bem que colocaram uma mais lenta, assim recuperamos.” Jéssica disse.
“Eu não vou deixar a pista um minuto. Esse DJ é bom demais!” Disse e puxei Mike
para dançar a música mais lenta. Beyonce. Mike pôs a mão em minha cintura e
dançamos.
349 de 1595 26/05/2011 20:45

Sabia que eu tinha muita chance de esquecer Edward? Eu estava bem. Com certeza
ele estava em casa trancado curtindo a solidão que ele tanto aprecia, e eu estava me
divertindo. Se bem que esse champanhe estava me ajudando muito, mas eu iria
conseguir. Era como meu pai e meu irmão disse: ele não serve para mim.
Sabe que Mike está totalmente em questão... Podia ser que um dia eu desse uma
nova chance para ele. Depois que ele ficou com Jéssica, ele ficou mais... Homem. Será
que estou vendo coisas? Não sei... Ele está até mais bonito, mais másculo, num
palavreado bem popular... Mais gostoso.
Tá louca, Bella!! É o champanhe...
Se eu tentasse com ele novamente, dessa vez não seria por pressão do meu pai, ou
porque ele não sai do meu pé... Seria por que eu quero tentar seguir com a vida.
Quando namoramos, eu não queria esquecer Edward, eu estava sendo pressionada a
isso... Agora eu realmente quero mudar esse quadro.
Essa nova música da Beyonce era linda, me envolveu completamente. Fazia tempo
que não me sentia livre assim. Hum... Mike estava completamente cheiroso, se eu
bebesse mais um pouquinho...
“O irmão do Jasper não veio, Bella?”
“Não.” Putz, Mike tinha que tocar nessa pessoa logo agora!
“Não estão mais ficando?”
“Não, ele vai embora de vez.” Respondi e tinha que encerrar o assunto antes que eu
me abatesse.
“É dele que você gostava desde que tinha treze anos?”
“Eu te falei isso?” Arqueei a sobrancelha, um pouco tonta.
“Sim, no dia que você queria que eu ficasse com a Lauren.” Ele sorriu.
“Ah... É ele mesmo.” Fiz uma careta.
“Gosta muito dele?”
“Poxa, Mike! Você quer estragar minha noite?” Era perceptível pelos meus olhos que o
assunto me incomodava. Imediatamente, a música mudou para trance. Ufa!! Eu
precisava extravasar. O DJ estava fazendo uma salada, mas ele estava certo, Beyonce
foi só para dar um tempo para as pessoas tomarem fôlego e água. Eu não pretendia
sair da pista tão cedo e enquanto tivesse companhia eu dançava.
Jasper foi sentar. Alice, Jéssica e Emmett continuaram na pista, e Mike não largou
mais de mim. Aparentemente ele gostou do fato de saber que Edward não estava mais
na área, começou a me olhar diferente de novo, e... sabe que eu estava
gostando! Esses dias, estava me sentindo tão mal amada, que saber que ainda era
vista por alguém massageava meu ego.
“Mike, eu vou ao banheiro e depois vou beber água. Daqui a pouco eu volto.”
Estava meio zonza com essas luzes da pista e as pessoas em volta, mas com certeza
eu conseguiria chegar ao banheiro. Antes, peguei uma bolsa com Alice, depois busquei
uma garrafinha de água mineral no bar e segui para o banheiro. O local próximo ao
350 de 1595 26/05/2011 20:45

banheiro era meio escuro, mas eu fui fácil. O champanhe fazia efeito, mas não era
tanto assim.
Lavei o rosto, passei novamente lápis, batom, sombra e estava novinha em folha. Saí
de lá e segui o caminho do salão quando, inesperadamente, senti uma pressão em
minha cintura e uma boca invadindo a minha. Relutei, mas a força era maior que eu, e
me puxava bruscamente, sem soltar os meus lábios. Eu já ouvira falar que em festas
as pessoas beijavam outras desse jeito, sem permissão, mas nunca tinha acontecido
comigo.
Tentei resistir, mas estava bom aquelas mãos possessivas em mim, segurando minhas
costas sem me deixar soltar. Por um instante, permiti-me tentar, depois eu não o veria
mais mesmo... Cedi, embora eu não tivesse noção de quem era. Pelo menos agora eu
sabia que podia experimentar outros beijos. Agora que, supostamente, me libertei do
Edward, todos os beijos deviam ser bons.
Aquela pessoa me empurrou com nossas bocas ligadas para uma parede e continuou
beijando-me famintamente, desesperadamente. Será que era o álcool que estava
fazendo isso comigo? Estava queimando, e não me importei quem fazia isso comigo.
Eu simplesmente me abandonei e me deixei ser beijada.
Devia estar ficando mesmo louca! O gosto era o mesmo, o cheiro era o mesmo, o
beijo era o mesmo...A consc iência foi entrando lentamente em meu cérebro... Céus,
eu não iria conseguir me libertar. Em tudo eu via ele, agora até um estranho me
beijando eu pensava que é ele! Isso era doentio.
Ele não me dava chance de respirar, e eu senti que estava sendo cortada lentamente,
um misto de dor e prazer. Estava bom, mas eu me sentia doer. Uma lágrima brotou
em meu rosto, e eu consegui empurrá-lo, saindo de uma vez.
Atordoada, voltei para a pista de dança.
“O que foi, Bella? Resolveu passar batom no rosto todo?” Emmett perguntou ao me
ver chegar.
Distraída, passei a mão na boca e, tentei, desconcertada, limpar o excesso de batom

espalhado. “Nada. Aquele canto perto do banheiro é escuro demais, mal consegui
enxergar a entrada do banheiro.” Desviei o assunto com um comentário incoerente e
sentei próximo ao Jasper. “Vai ficar aí sentado na cadeira o resto da noite?” Perguntei
para o garoto.
“Calma, nunca ninguém morreu por descansar, e eu estou descansando...” Brincou.

“E você e o meu irmão, Bella, o que aconteceu?” Perguntou o garoto.
“O de sempre, ele vai embora e não me pediu para esperar, ou melhor, ele não me
pede para namorar, é isso.” Dei de ombros. Indiferente.
“Mas vocês não namoravam não? Poxa, vocês são uns pervertidos mesmo! Aquele
sexo todinho era sem compromisso?” Tinha que ser Jasper para me fazer sorrir.
Mike veio em minha cadeira e me puxou. “Não vou deixar você deprimir, Bellinha,
pode vir dançar.” Mike era legal, ele percebia que eu estava sofrendo. Voltei a dançar
com ele, mas meus pensamentos estavam longe. Mesmo assim ele ainda pegava em
minha cintura, encostava-me a ele e me jogava para os lados.
Distraidamente, olhei para a porta e percebi uma pessoa me olhando há algum tempo.
351 de 1595 26/05/2011 20:45

Talvez eu estivesse meio alta, mas parecia muito com Edward... Eu queria acreditar
que era ele.
“Mike, espera aqui um pouco.” Soltei ele e fui em direção a porta. Será que eu estava
ficando mesmo louca e agora tinha até visões? Pisquei para conferir se a imagem era
real... E, inexplicavelmente, era ele que estava em um ponto iluminado da porta. Mas
como ele entrou se não tinha convite?
“O que faz aqui? Como entrou?” Aproximei-me sem acreditar.
“Eu tinha o convite.” Respondeu se esquivando.
“Por que não me avisou que vinha?”
“Queria fazer uma surpresa, mas eu fiquei surpreso.” Resmungou, desgostoso.
“Com o que?”
“Com a sua ‘amizade’ com Mike.” Disse o nome do Mike com desdém.
“É uma festa, eu estava dançando.”
“Aquilo não parecia uma dança.” Apontou para a pista.
“Não pode me cobrar nada.” Ele só podia ter enlouquecido, crise de ciúmes do Mike!
“Eu sei.” Retraiu-se.
“Você não ia falar comigo?” Perguntei contrariada.
“Talvez depois.” Disse sem certeza. Não sabia pra que veio se não gostava desse tipo
de festa e se não iria falar comigo.
“Por que veio?” Perguntei com a mão na cintura.
“Estou me perguntando isso.” P.Q.P! Ele não dava uma dentro!!!
Mas eu ainda ia dar uma chance. “Espera aqui que eu vou falar com o pessoal que
estou com você e já volto.”
“Não, Bella, eu já vou, está tarde.” Interrompeu meu caminho, e olhei-o

fulminantemente nos olhos.
“Quer saber? Então vá! Vá com Deus! Feliz Ano Novo!” Saí sem olhar para trás. Ah,
qual é!! Vou ficar insistindo! Quer ir, vá! Voltei para a pista e Mike me abraçou para
dançarmos.
“Você está com o semblante carregado, Bella, mudou de um tempo pra cá.”
Olhei para a porta e Edward continuava lá. “Mike... Sabe o irmão do Jasper... Ele está
aqui... E eu estou lutando contra mim para não ir atrás dele.”
“Bella...” Pegou em meu rosto. “Eu não perderia meu tempo... eu iria.”
“O que?!” Olhei assustada para ele.
“Bella, como seu amigo, eu te aconselho a ir... É perceptível o quanto você gosta
dele. Eu já presenciei isso várias vezes.” Aconselhou e fiquei diluindo uns minutos
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suas palavras. Ele era um amigo e tanto.
“Obrigada Mike.” O beijei no rosto e saí da pista.
Andei rápido em direção a porta, mas ele não estava mais lá. Saí do clube para ver se
o encontrava, e o vi sentado em um banco, então me aproximei.
“Edward, eu não estou conseguindo entender você... Você fala que não vem e vem,
agora disse que ia embora e não foi. Quer me deixar louca?”
“Eu que estou ficando louco... Não estou agüentando...” Resmungou com o semblante
transtornado, passando as mãos nervosamente pelos cabelos.
“Com o quê? Se expressa, por favor!” Falei sem paciência.
“Essa roupa, esses caras te olhando, o seu amigo dançando colado com você, tudo
isso está me deixando louco.”
“Ciúmes?!” Perguntei incrédula, nunca imaginei que ele pudesse algum dia ter ciúmes
de mim. “Olha só... Eu estou tentando me divertir, viver, você entende? Eu queria
estar vestida para você, queria estar dançando com você, mas você não quis vir
quando eu liguei!”
Ele continuou calado. Se ele aprendesse a se comunicar...
“Eu vou te dar mais uma chance, você quer se divertir comigo? Quer dançar?”
Perguntei e estendi a mão, chamando-o.
“Bella, eu não sei dançar essas músicas.” Olhou para minha mão, indeciso.
“Ninguém sabe, todo mundo finge que sabe, e você já dançou comigo na casa do
Ryan, tem desenvoltura, vem?”
Ele ficou calado e sem certeza. Decidida, peguei seu braço e o puxei rápido para o
salão. Quando entramos nos salão, ele me parou repentinamente e me beijou
levemente.
“Que foi isso?” Perguntei sem entender o motivo dele me parar quase na porta assim
e me beijar na boca em público.
“Saudade de você.” Sorriu tímido.
Eu balancei a cabeça e levei-o para perto da mesa do Jasper e Alice. Ele os

cumprimentou e conversou um pouco com Jasper. Procurei o restante das pessoas no
salão e vi Emmett em um canto conversando com uma menina, Jéssica em outro e
Mike sumiu.
Direcionamos-nos ao centro da pista e comecei a dançar segurando em seu pescoço.

Seu olhar estava anormal, diferente, ele apertava a minha cintura, possessivamente,
com os olhos brilhando e um sorriso de canto. O que será que se passava na cabeça
desse homem?
“Que foi, Edward? Está tão estranho...” Tentei analisá-lo. Ele sorriu maior e me beijou
calidamente no meio do salão de dança, abandonando a língua em minha boca. Não
era da personalidade dele fazer isso e não parecia que ele tinha bebido nem uma gota
de álcool.
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Tudo bem que o beijo estava bom, mas ele estava me apertando de um jeito que
parecia querer quebrar-me em pedacinhos. Seu corpo mostrava excitação desde que
ele encostou a mim. Eu estava achando muito estranho. Cautelosamente, soltei-me do
beijo.
“O que foi?” Perguntei sem entender sua atitude.
Ele sorriu. “Só queria demarcar território.”
Eu não entendi. “Como assim?”
“Ai, Bella, pensa... Tinha um monte de homem te olhando e sou eu quem beija você.
Você é minha.” Estava com um sorriso de triunfo e continuou tentando me beijar.
Rendi-me novamente aos seus beijos sem saber se era tolerável aquele tipo de beijo
no meio de um salão. Ele subia alucinadamente as mãos em minhas costas até a nuca
e depois descia de novo. Aquilo estava me tirando do chão.
“Vamos para outro lugar?” Sussurrou em meu ouvido, recuperando o ar.
“Qual o motivo desta atitude sua? Você nunca age assim.” Comentei desconfiada.
“Tudo você questiona, Bella... Vamos?” Insistiu e me apertou, fazendo-me arfar com
o tanto que ele estava viril e irresistível. Indecisão... Eu quero ir...
Repentinamente, ele me puxou pelo salão e saímos por uma porta lateral que daria
para o estacionamento, mas, sem aviso, ele me levou para o lado contrário, atrás do
salão. Mal chegamos lá, cobriu minha boca com a sua, empurrou-me contra a parede
e subiu as mãos pelas laterais da minha perna, enquanto me beijava violentamente.
Rápido, muito rápido.
Ops! Ele nunca age assim. Só me lembro de atitudes assim outras duas vezes em
nossa vida.
Ele não estava me deixado pensar, ele parecia ter dez mãos, elas estavam em vários
lugares ao mesmo tempo. O meu ar faltava, e ele não parava de me beijar. Ele estava
desesperado, faminto, enlouquecido. Era alucinante aquilo. Suas mãos invadiram a
minha blusa e me apertavam nos seios, me fazendo erguer o corpo.
Ele abriu minhas pernas com a perna dele e apertou-me de uma maneira não
adequada ao seu comportamento comum, então desceu a boca pelo meu pescoço,
ombros e abriu, sem minha autorização, o nó da minha blusa, deixando a blusa cair.
Ele estava selvagem, desconhecido e desceu com a boca, sugando, mordiscou do

seio até a barriga e voltou para o seio, sem me deixar pensar. Eu gemi de prazer com
seu jeito possessivo chupando o bico, grunhindo enquanto o apertava. Outro prazer
novo. Conhecia outra face do anjinho. Um anjo com atitude, sem reservas.
Estava delirando e muito confusa com suas atitudes. Em poucos instantes eu poderia
ficar sem roupas e ser tomada sexualmente que não iria perceber. Ele voltou para a
minha boca e apertou minha coxa, sem soltar-me do beijo, erguendo uma perna
minha para moldar a sua excitação. Ele passou os dedos pela lateral da peça íntima e
eu arfei, estava irremediavelmente perdida.
Inesperadamente, sua mão invadiu minha calcinha e me tocou intimamente, sem

pudor. “Ai, Bella.” Gemeu, eu estremeci, e ele iniciou movimentos lentos com dedos.
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Engoli o ar e travei os dentes, suprimindo um grunhido que queria escapar. Ele

deslizou na umidade e gemia sofrido em minha boca. “Tão... quente...” Sussurrou
enquanto acariciava. Eu estava entregue, perdida, não podia lhe negar, eu era sua
agora, de uma maneira inigualável. Céus, suas mãos era o paraíso! Não pensei que
pudéssemos chegar a esse ponto tão rápido, eu faria agora o que ele quisesse.
“Bella... Por favor... Faz amor comigo...” Sussurrou entrecortado e voltou para os
meus lábios.
Eu não conseguia raciocinar, não imaginava nem onde estava. Estava difícil pensar
com sua língua invadindo a minha boca, uma mão em meus seios e a outra insistindo
em escorregar incentivos em minha intimidade.
Senti minhas pernas perderem as forças e um prazer inigualável crescia em meu

ventre, fazendo-me projetar o quadril em ansiedade ao encontro de sua mão. Há dias
eu sentia essa ansiedade. Agora, com sua mão me tocando, eu descobri o que sempre
quis. Era completamente novo e sem controle aquele desejo.
‘Mais forte’. Pensei.
Como se tivesse ouvido meus pensamentos, ele obedeceu o comando invisível,

movendo mais forte, mais rápido, lambendo sem pudor a minha boca, enquanto isso
olhava atento o meu rosto.
Minutos depois, um tremor me percorreu, fogo explodiu em meu ventre e eu gritei,

sendo abafada por sua boca apertando a minha, impedindo o grito de sair.
Fiquei fora de órbita uns segundos, desvanecia-me lentamente. Meu cérebro era
como uma esponja que se enrijecia. Eu me perguntava o que tinha acontecido com
meu corpo, pois eu me sentia muito úmida e fervente. Sem respostas, curtia o torpor.
Depois de um tempo, ele abriu mais minhas pernas com a mão, continuou me
acariciando e eu senti algo pressionando minha entrada, talvez seus dedos. Continuei
recebendo seus beijos, entontecida. Meu ar faltava, eu não conseguia formular
respostas, já não havia argumentos, não tinha o que protestar, eu já era dele... Pelos
minutos que se seguiam...
Um fio de consciência, impróprio para a ocasião, alertou o meu cérebro. Putz!

Amanhã ele ia embora e eu estava praticamente consumando as vias de fato em uma
parede de um clube!! Tudo bem... Eu desisto... Mas aqui não... Isso devia ser
especial, não?
Pensava, pensava, e não conseguia raciocinar. Estava muito boa a pressão na entrada
e a carícia de seus dedos. Não imaginava o que ele fazia, mas me entreguei ao
momento. Deitei minha cabeça para trás e ele novamente abocanhou meus seios,
sugando, mordendo.
“E... Preservativo?” Murmurei procurando ar.
Ele parou todos os movimentos, ofegou e mordeu o meu queixo, enquanto acalmava
a respiração.
“Não...”
Ele acariciou uma última vez e livrou-me de sua mão lentamente. Ainda ofegando
muito, ele amarrou minha blusa.
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“Depois... Eu estava te devendo isso.” Sorriu, e eu não entendi. “Quer dormir comigo
hoje?” Sugeriu.
Eu poderia ir... “Você me deixaria pagar?” Eu não queria ofendê-lo, mas sabia que ele
não podia gastar o dinheiro que tinha com um local para dormirmos.
“Fica aqui só um pouquinho, Bella.” Disse e saiu.
Estava escuro ali, ele foi para o outro lado e demorou um pouco, aparentemente
pensando.
Minutos depois ele voltou.
“Pronto, você não vai pagar nada pra mim.” Ele estava com um sorriso de um canto
ao outro. Não entendi de novo.
“Tudo bem, mas eu tenho uma contraproposta.” Eu disse, acariciando seu cabelo.
“Qual?” Voltou a beijar meus lábios docemente.
Cadê o homem impaciente e selvagem que tinha aqui agora a pouco?
“Dorme comigo na minha casa.”
“Como? Seu pai não vai aceitar.”
“Fácil, finge que está bêbado, aí meu pai vai se preocupar com o fato de você ir
embora igual segunda. Mesmo que ele não goste de nós dois juntos, ele não vai deixar
o filho da Esme em perigo.”
“Mas ele vai achar que além de aproveitador, sou um homem dado à embriaguez.
Meu conceito com ele vai à zero.”
“Pelo menos eu ‘dormiria’ com você...”
Ele sorriu. “Não sei... Talvez não precisemos mais ter pressa hoje...” Se virou de
costas para mim sorrindo, e eu o abracei por trás.
“Como assim?”
“Mais para frente eu mato as suas curiosidades... Vamos voltar para o clube?” Em seu
rosto havia divertimento.
Passamos nos banheiros e voltamos para o salão. Pegamos umas taças de

champanhe e entramos na pista de dança.
“Você já bebeu alguma coisa hoje?” Eu queria mesmo saber.
“Não.”
“Nadinha? Nem uma gotinha?” Insisti, sem acreditar, sendo conduzida por ele na
pista.
“Não.”
“Então por que você agiu assim hoje?” Falei com relação às atitudes diferentes que
ele tomou como me beijar sem que eu pressionasse, beijar em público estando sóbrio,
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me jogar na parede daquele jeito e avançar sem pedir autorização. Geralmente ele é
tão receoso.
Ele não pareceu que ia falar, estava com um sorriso cínico estampado no rosto.
“Fala! A gente tem que se comunicar!” Insisti.
“Agora não, depois eu te falo com tempo.”
“A gente não tem muito tempo... Você vai embora amanhã.” Murmurei.
“Engano seu... Eu não vou amanhã.” Me beijou novamente um beijo quente,

passando as mãos pelas minhas costas.
Soltei-me. “Por quê?”
Ele sorria e segurou em meu queixo. “Porque eu não consigo te deixar. Já que por
uma atitude insensata minha, perdemos quase um mês, eu nos darei quase dois para
reparar o erro.”
Contente, entornei a taça de champanhe e aceitei seus beijos. Nos minutos seguintes,
sorriamos e dançávamos pelo salão. Meu pai e Emmett estavam a metros de nós nos
observando. Não me importei com a presença deles porque os olhei algumas vezes e
eles não ofereceram olhar hostil, estavam só nos observando. Fiquei feliz! Edward fez
algo por mim...
Ele fez a primeira escolha Entre o Amor e o Poder. Ele escolheu a mim.
Continua...
Notas Finais:
Se Gostaram comentem por favorBiaBjão
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Capítulo 24- Edward Festa escrita por BIA BRAZ
Notas do Autor:
Contem cenas hot. leia por sua conta e risco.
Capítulo 24- by bia braz
Capítulo 24- Edward Festa
Edward POV
Às cinco da tarde do dia 31, a dúvida e o vazio que ela deixou se instalava em minha
casa. Eu sofria com a sua falta, tinha acordando com ela os últimos três dias e estava
viciado nela, portanto precisava de uma tratamento de choque para me libertar.
Eu ainda me questionava o que faria sem ela daqui para frente. Era Reveillon, e eu iria
embora no dia seguinte. Decidi que esse era o melhor caminho para a desintoxicação
rápida, embora me machucasse muito.
“Oi, mãe! Jasper está bem?” Recebi-a na porta, no momento em que ela chegava da
casa dos Cullen.
“Sim. E você está bem?” Minha mãe enxergava além de mim, bastava olhar em meus
olhos ela adivinhava tudo o que se passava comigo.
“Estou.” Respondi sem convicção.
“Você e Bella terminaram de vez?”
“Nós nunca começamos...” Respondi descrente.
“Pode ser que pra você nunca tenha começado, mas para ela acabou agora.” Disse
andando para o seu quarto. Fui atrás.
“Como você sabe disso?”
“Pelo jeito como ela está agindo. Ela está decidida a continuar com a vida. Ela é muito
forte, está desistindo de você.” Informou enquanto desfazia sua bolsa de roupas.
Suas palavras me cortaram em pedacinhos. Embora eu soubesse disso, ouvir me

estilhaçava.
“Melhor pra ela.” Resmunguei, encostei em sua cômoda e me entreguei à melancolia,

respirando fundo de amargura.
“E você? Desistiu dela?” Ela olhou-me duramente nos olhos.
Pensei por uns minutos o que seria viver para sempre sem ela... A pessoa por quem
eu sinto uma profunda atração magnética. A pessoa que me é motivo de alegria. O
que eu faria sem a pessoa que eu vejo nitidamente que somos um, que ela é a
pequena partícula do que sou, do que falta em mim, que preciso dela para sobreviver
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como de ar para respirar?
Mas eu não posso tê-la ainda... Um dia eu volto e a encontro, se ela ainda me quiser,
poderemos ficar juntos e unir nossas vidas, mas agora...
“Filho, não deixe a vida passar... Viva o hoje. Não deixe para resolver daqui há vinte
anos, que é quando você vai arrepender-se de ter deixado a vida passar. Até chegar
lá, as coisas não serão mais tão fáceis de resolver. Existem palavras que precisam de
ser ditas hoje.” Disse e colocou a mão em meu ombro. “O pai da Bella conversou
comigo, ele disse que ela passou a noite mal por causa de vocês. Embora ela
estivesse elétrica pela manhã, é perceptível que ela usa uma máscara tentando
esconder o quão triste está com relação a vocês.”
Como eu poderia desistir dela? O resumo dos nossos dias juntos, dos nossos
inúmeros momentos felizes, mostra que nossas vidas completam somente quando
estamos bem. Não tem como desistir de alguém que me é tão importante.
Pensando assim, decidi ir aquela festa de Réveillon, afinal tinha o convite desde
segunda. Até hoje eu não tinha decidido ir, mas sentia-me obrigado a decidir a minha
vida com relação à Bella. Não devia mais viver nessa indecisão, eu a queria, e se ela
quisesse a mim, iríamos construir o nosso futuro juntos. Iria pedir que ficasse comigo,
que superasse a distância e que me esperasse.
Se ainda houvesse esperança, se ela ainda acreditasse, mesmo que minimamente em

nós, ela iria aceitar. Eu não queria pensar em como, eu só queria me manter ligado a
ela.
O convite designava o traje de passeio completo. Para minha sorte, Bella era perfeita,
parecia sentir a minha futura necessidade para este dia e deu-me aquelas roupas que
causaram discórdia, mas que hoje são meus passaportes para reencontrá-la.
Meu coração regozijava-se em saber que eu iria, que a decisão foi tomada. Eu iria nos
dar mais dois meses de possibilidade de vivências juntos, talvez me acampasse em
frente à sua residência, mas eu iria ter a sua presença.
As onze da noite, cheguei ao clube onde seria a festa e avistei os carros do seu irmão
e o de sua irmã. Com certeza estavam todos lá. Eu estava deslocado, creio nunca ter
ido a uma festa desse porte, uma festa da nata da sociedade, logo sentia-me um peixe
fora d’água.
Sentei-me próximo ao bar, em um local que proporcionava vista a quase todos os

ambientes do local e logo a vi. Ela estava linda, perfeita. Talvez a saia estivesse um
pouco curta, mas era bem o seu estilo de roupa. Ela virou-se e as costas estavam
completamente de fora. Aquilo era mesmo uma blusa? Parecia um pano fino amarrado
no pescoço. Era bonito, é claro, mas eram poucas roupas, não?
Fiquei observando-a, e ela saiu de perto da família. Quando ela passou por um grupo
de rapazes, eles não desgrudaram os olhos dela. Imediatamente, tive um sentimento
possessivo e inseguro a despeito dela não ser exclusivamente minha, ainda.
Avistei suas irmãs e o grupo de adolescentes que estava próximo a elas. O estilo de
roupas das pessoas freqüentadoras daquele lugar era parecido. Alice também estava
de vestido curto e com abertura nas laterais da parte de cima, e Jéssica usava um
vestido que na parte de cima só cobriam os seios, ligado por umas fitinhas.
Estranho... Talvez um dia eu acostumasse.
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A música que tocava era uma espécie de salsa, e Bella estava sozinha na pista. Eu
não sabia dançar aquilo, mas eu queria ficar perto dela, por isso, levantei-me para
aproximar-me. Entretanto, quando olhei em direção à pista de dança, um dos rapazes
que a observava minutos atrás, estava próximo a ela e a tocou, aparentemente
chamando-a para dançar.
Esperei que ela não aceitasse. Ela aceitou.
Ele pegou-a pela cintura e aproximou-se dela, chegando a encostar o corpo no dela.
Ela sorria para ele, e eles conversavam. Tudo me incomodava de uma maneira a não
conseguir ficar parado. Eu queria aproximar-me.
Vi a figura do Mike, o amigo, passar por mim e ir em direção ao salão. Ao avistar

Mike, ela soltou-se rapidamente o companheiro de dança e correu ao encontro do
amigo, lançando-se em um abraço, e ele a rodou. Instantaneamente, aquela imagem
me torturou como naquele dia no parque, e um turbilhão de dúvidas voltou a se
instalar em minha mente, logo, retraí e sentei-me novamente no bar, para observar e
pensar.
Começaram a dançar, ela e Mike, perto de sua família, inclusive meu irmão. E ,
frustrado, perguntei-me o real motivo de ter ido ali... Eu precisava ir embora. Eu não
iria agüentar por muito tempo ver isso, porém, não conseguia levantar.
Na hora da virada, ela estava alegre e feliz. Estava viva, tentando ser feliz, e eu
estava acabado em cima de uma cadeira, preso e sem forças de retirar-me dali.
Outras músicas foram tocadas e ela não saía da pista de dança um minuto, dançava
com a família e com ‘ele’, Mike, aquele que atormentava a minha segurança, aquele
para quem eu a deixei e que me arrependi dias depois ao vê-la com ele na praia.
Aquele dia eu senti que a tinha perdido realmente, e que a qualquer momento ela o
escolheria de vez, com grande possibilidade de felicidade para os dois. Mas eu não
agüentei perdê-la assim, igualmente como não tolero até o momento. Não suporto
vê-la distribuindo sorrisos para ele.
Meu desejo é retroceder novamente, como da outra vez, mas hoje eu colho o que
plantei com aquele ato covarde que realizei ao deixá-la. Foi por causa daquele
momento que ela está desistindo de mim, foi por eu não ter uma postura desejável e
por não demonstrar intenção. É o meu modo de proceder que a tem afastado de mim.
As músicas seguintes estavam tirando o meu juízo completamente. Vê-la dançando

daquele jeito, despertava-me como homem, despertava várias sensações de uma vez.
Senti-me um alucinado, possessivo. Eu era invadido pelo desejo de tê-la só para mim,
vendo-a dançar daquele jeito e com aquela roupa, que agora representava muito
menos com o modo que ela rodava e abaixava.
Quando ela levantava as mãos, a sua região abdominal ficava exposta e eu já me

sentia um louco obsessivo, lutando contra mim para não buscá-la e escondê-la, de
modo que só eu a visse. Era uma verdadeira estupidez deixar-me apossar desses
sentimentos, mas estava ficando fora de mim.
Vi os olhos de outros sobre ela, então me senti um destruído, porque assim seria para
sempre se eu fosse embora, sempre outros olhos estariam sobre ela. Talvez esse
sentimento que me atormentava fosse movido pela distância que nos separava, não
por vê-la exatamente assim. Talvez fosse um receio de que naquele momento ela não
fosse minha. Isso corroia e me fazia sentir pequeno. Eu precisava fazer algo por ela.
360 de 1595 26/05/2011 20:45

As músicas que me martirizavam tiveram seu fim. Graças! Mas não foram suficientes,
agora Bella abraçou o amigo e dançava colada com ele pelo salão. Eu não devia
permitir-me ficar assim... Eu precisava ir embora.
Irresoluto, aceitei a lembrança da sua voz, dos carinhos, do seu jeito adorável, e me
senti com forças de esperar uma oportunidade... Será que já era tarde demais? Será
que hoje Bella decidiria pelo amigo? Como posso ter essa inquietação, se ela diz que
só vê a mim? Se eu sei que ela entregaria a sua vida a mim?
Instantes depois, percebi que Bella se soltou do amigo e caminhou em direção ao bar.
Parecia meio zonza, mas continuava linda e desejável. Ela pegou uma água e
caminhou em direção ao banheiro.
Essa era a hora oportuna para a minha aproximação, embora eu tivesse perdido
diversas oportunidades por causa da minha covardia. Esperei-a, e ela saiu do banheiro
calculando os próprios passos, tive vontade de sorrir.
Eu queria beijá-la, queria sentir que ela era minha, que seus beijos pertenciam a mim,
por isso, determinado, puxei-a sem lhe dar chance de se soltar e invadi sua boca com
a língua em um beijo impetuoso, desesperado por ela. Eu precisava daquilo para
sobreviver, da sua saliva, do seu gosto.
Os seus lábios quentes e com gosto de champanhe ferviam em minha boca, sua pele
era pura brasa e meu corpo respondia mais que imediato à nossa proximidade. Não foi
suficiente um simples beijo, eu queria sentir as suas curvas, o seu corpo em mim.
Empurrei-a até a parede e me senti novamente seu dono, acariciando suas curvas. Ela
apreciava aquele momento, sugando famintamente minha boca. Meu corpo ardia e se
eletrizava.
Os pensamentos invadiam a minha mente, meu cérebro trabalhava incansavelmente

mandando imagens dela minutos atrás, movendo-se na pista, à minha mente. Eu a
queria. Estava descontrolado com a adrenalina da ocasião, com o medo de perdê-la,
estava extasiado com a imagem do seu corpo, dominado pelo desejo de ser seu dono.
Sentia-me um alucinado, ambicioso e cheio de cobiça por ela.
Mais cedo do que eu previa, ela me empurrou e saiu assustada, e eu não tive tempo
de lhe falar o quanto precisava dela. Ela voltou para perto de sua família, e eu me senti
vazio novamente. Senti como se algo tivesse sido arrancado. Não era só o meu
coração que despedaçava, o meu corpo sentia uma dor como se tivesse extraído um
pedaço de mim.
Desisti.
Direcione-me à porta, mentalmente tomando forças para sair daquele lugar. Porém, eu
sentia-me recluso, preso, impedido de sair. Meus olhos prendiam-se nela, eram
atraídos, mesmo vendo-a nos braços de outro. Desejei dar murros em mim pela
minha fraqueza, pela falta de progresso. Minutos se passavam e eu continuava lá,
parado, sem forças de sair...
As probabilidades de surgirem alguma outra chance ainda aquela noite eram mínimas,
mas como que por magnetismo ela olhou em minha direção e veio caminhando,
aparentemente desacreditada da minha presença. Desejei sair para não ter que admitir
o quão desesperado estava por ela, o quanto me sentia fraco pela sua existência em
minha vida, mas meus pés estavam presos.
361 de 1595 26/05/2011 20:45

“O que faz aqui? Como entrou?” Perguntou sem acreditar.
Eu vim te ver, Bella, eu preciso de você permanentemente em minha vida. Será que
ela não sabia que fui eu quem a beijei??
“Eu tinha o convite.” Foi o que respondi.
“Por que não me avisou que vinha?”
“Queria fazer uma surpresa, mas eu fiquei surpreso.”O ciúme estava me corroendo.
“Com o que?”
“Com a sua ‘amizade’ com Mike.” Aquele nome me causava repulsa, aliás, o nome
não, o que causava repulsa era a minha fraqueza e o quanto eu me sentia ameaçado
pela sua presença na vida dela.
“É uma festa, eu estava dançando.”
Eu não deveria lhe cobrar, mas estava possuído pela insegurança.“Aquilo não parecia
uma dança.”
“Você não pode me cobrar nada.” Ela lembrou.
“Eu sei.” Suas palavras devolveram a realidade em minha face.
“Você não ia falar comigo?” Seu semblante mudou.
A dúvida se instalou em mim... Ela me beijou e não percebeu que era eu! Ela poderia
estar beijando qualquer outro que seria a mesma coisa!! Definitivamente ela desistiu
de mim.
“Talvez depois.” Se eu tivesse força de ânimo, firmeza e perseverança, sim.
“Por que veio?”
Eu até sei por que vim, não consigo é explicar o porquê de não conseguir sair.
“Estou me perguntando isso.”
“Espera aqui que eu vou falar com o pessoal que vou ficar com você e já volto.”
Não sabia se era o que eu queria, não podia mais atrapalhar a sua vida quando ela
não me queria mais.
“Não, Bella, eu já vou, está tarde.”
Ela olhou-me duramente. “Quer saber? Então vá! Vá com Deus! Feliz Ano Novo!”
Saiu e eu me senti congelado, privado de ar, sem forças para me desprender. Ela
aproximou-se do amigo novamente e voltaram a dançar. A tortura em meu coração
parecia choque, algo nunca vivido por mim. Vê-la nos braços dele me enlouquecia, e
eu sentia-me à beira de ruínas.
Libertei-me daquele martírio quando ele passou a mão em seu rosto, era o fim para
mim. Nada mais importava. Saí daquele salão e sentei-me, destruído, em um
banco, pensando em nossos últimos momentos juntos.
362 de 1595 26/05/2011 20:45

Fechei os olhos e joguei a cabeça para trás. A imagem dela duas noites atrás pairava
em minha mente, com ela entregue em meus braços, seminua, dada,
absorta, revelada a mim, com suas fragilidades expostas, onde eu sabia que se
intencionasse a possuiria, pois ela estava livre e confiava em mim.
Desejava-a agora, de novo. Desesperadamente eu precisava dela. Ela tinha se dado

inteiramente a mim, o seu amor, a sua vida...
Voltei à existência de fato quando sua imagem parou em minha frente.
“Edward, eu não estou conseguindo entender você... Você fala que não vem e vem,
agora disse que ia embora e não foi, quer me deixar louca?”
O destino deu-me mais uma chance e eu precisava confessar ali a minha fraqueza e a
minha necessidade por ela.
“Eu que estou ficando louco... Não estou agüentando.”
“Com o quê? Se expressa, por favor!”
Tudo, tudo em você me enlouquece, principalmente o fato de não estar comigo agora.
Sinto-me um desequilibrado, sem juízo são, sem constância, um demente sem você.
Todos os anos buscando equilíbrio emocional se esvaem e o homem que está em mim
agora é irreconhecível.
“Essa roupa, esses caras te olhando, o seu amigo dançando colado com você, tudo
isso está me deixando louco.”
“Ciúmes?!” Esse era o nome mais pobre dado a esse sentimento horrível que me
invadia, além de insegurança.
“Olha só... Eu estou tentando me divertir, viver, você entende? Eu queria estar vestida
para você, queria estar dançando com você, mas você não quis vir quando eu liguei!”
Suas palavras trouxeram um fio de esperança, ela queria estar comigo, ela pensava
em mim.
“Eu vou te dar mais uma chance, você quer se divertir comigo? Quer dançar?”
Estenteu-me a mão para tirar-me do buraco.
“Bella, eu não sei dançar essas músicas.” Eu queria ir, mas não me sentia capaz.
“Ninguém sabe, todo mundo finge que sabe, e você já dançou comigo na casa do
Ryan, você tem desenvoltura, vem?”
Ela salvou-me de mim mesmo quando eu não acreditava em mim e levou-me de volta
para o salão. A satisfação brotava em mim, porque ela era mais forte do que eu em
nos salvar. Entrei no salão e não resisti ao desejo de apreciar os seus lábios
novamente, aquele do qual eu necessitava, que me trazia energia intensa.
“Que foi isso?” Ela ofegou, soltando de meus lábios.
Preciso ter certeza de que você ainda é minha.
“Saudade de você.”
Direcionamo-nos a mesa que se encontrava o meu irmão e sua irmã, conversei com
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eles, depois ela levou-me para a pista que há pouco dançava, massacrando-me. Ela
encostou seu corpo ao meu para dançarmos e a música pouco importava, o que eu
precisava era senti-la próxima a mim.
Fitava os olhos nela, acariciando o seu rosto, apreciando sua beleza que a mim
pertencia e que seria para sempre minha. Não devia deixá-la nunca- Sorri com a
minha afirmação.
A mulher que horas atrás era vista e cobiçada por outros olhos, nesse momento era
minha, seus olhos eram meus, seu coração era meu, seu corpo era meu. Apertava
possessivamente seu corpo junto ao meu, torturando-me com o calor que ele me
proporcionava e beijei-a, deliciando do seu gosto.
“O que foi?” Ela arqueou a sobrancelha, surpresa.
“Só queria demarcar território.” Só queria mostrar para os presentes aqui que você é
minha.
“Como assim?”
“Ai, Bella, pensa... Tinha um monte de homem te olhando e sou eu quem beija você,
você é minha.” Voltei a beijá-la calidamente, não queria desprender-me de seus
beijos. Fui privado por longas horas e agora o que eu mais queria era saciar-me dela.
Minhas mãos eram donas de si, elas não se controlavam em apenas segurá-la. Todo o
desejo da noite acumulava-se e me invadia, de modo que não me importei com os
olhares e beijei-a, desejando-a ardentemente, sentindo cada pedacinho do seu corpo
colado a mim. Não bastava um simples beijo, eu queria tomá-la toda para mim, eu
queria estar dentro dela.
“Vamos para outro lugar?” Eu quero você. Se fosse preciso em imploraria.
“Qual o motivo desta atitude sua? Você nunca age assim...”
“Tudo você questiona, Bella... Vamos...” Eu preciso desesperadamente de você.
Ela vacilou e era disso que eu precisava, da mínima incerteza. Eu sabia que ela queria
tanto quanto eu. Senti-me um homem forte, a adrenalina misturava-se ao desejo, ao
meu amor, à saudade, a possessão e eu levei-a de lá. Eu era um ser incontrolável,
nem eu mesmo sabia qual era o fim. Eu tinha pressa, meu corpo pedia
incessantemente pelo seu.
Era consciente que ela tinha que decidir-se antes de nos dirigirmos a um local
apropriado e ainda precisava prepará-la para receber-me em seu corpo. Era segurança
que ela queria, não era? Eu decidi. Hoje eu podia dar, sou seu para sempre, a partir de
agora seria irrevogável, definitivo.
Beijei-a impetuosamente, encostando-a em uma parede. Estava alucinado, já não

conseguia conter-me pela paixão que me invadia. Eu queria inebriar-me do seu cheiro,
do seu calor, queria encostar-me em seu corpo que fervia, queria apreciar cada
cantinho seu, antes de tomá-la para mim.
Minhas mãos percorreram toda a extensão do seu corpo, com vida própria, tomando,
se apossando, tornando-me dono dela. Estava enlouquecido como nunca tive antes,
sentia-me um enjaulado gritando para sair.
Abri suas pernas com a minha, desejando sentir à parte quente do seu corpo naquele
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pano fino. Beijei o seu pescoço e toquei os seus seios com as mãos dentro de sua
blusa... Eles estavam soltos, prontos para mim... Como os desejei essa noite!!!
Ela com seus suspiros ofegantes me tirava o juízo, desapegando-me do chão. Por um
momento esqueci onde estávamos e tirei sua blusa, desejando despi-la
completamente. Eu devia domar aquela situação, não devia adiantar-me até o ponto
que não agüentasse mais. Era a sua decisão que eu precisava acatar, por isso
envolvê-la de desejo.
Meus lábios pediram a sua pele e eu desci deliberadamente com a boca apreciando o
gosto do seu pescoço, seios, me deliciando, me sentindo seu dono, tomando posse,
mordiscando, sugando ferozmente os seus seios rijos e virginais. Ela me devolvia
gemidos que enlouqueciam qualquer homem são, tanto mais um louco, obsessivo,
apaixonado e cheio de desejo como eu.
Não me conformei em sentir o seu corpo coberto, eu precisava tocá-la, não me era
suficiente acariciar as laterais de sua roupa íntima, eu queria mais, sempre mais...
Toquei-a levemente por dentro do tecido, sentindo o calor, a textura, a maciez, era de
uma umidade e aconchego sem fim. “Ai, Bella.” Gemi, fechei os olhos e senti-me fora
de órbita, eu desejava estar ali. Tudo rodava, e ela arfava em meus ouvidos me dando
prazer duplo em vê-la naquele instante, desejando-me, ansiando, pedindo por mim o
quanto eu pedia por ela.
A acariciei tentando controlar a minha ansiedade, manipulei-a de modo que seu corpo
estremecia em minha mão, ela se erguia e instintivamente se movia. “Tão... quente.”
As Palavras saiam incoerentes da minha boca. Ouvi um murmúrio dela pedindo por
mais pressão, sorri e movi os dedos mais forte, no ponto que ela mostrava mais
prazer.
Explorei-a, e meu juízo se foi quando ela gemeu, ergueu-se, gritou em minha boca e
se entregou completamente ao prazer, umidificando minhas mãos. Gemi soberbo,
lambendo sua boca. Ela tinha alcançado seu primeiro orgasmo em minhas mãos, sem
ao menos saber o que lhe aconteceu.
Inocente.
Eu estava em descontrole, queria aprofundar, queria conhecer o lugar dos meus

sonhos. Percebi com as carícias que ela estava pronta, úmida, que abriria o caminho
para mim. Ainda havia o receio de invadi-la e causar-lhe dor, aquele não era o local
nem o momento para isso. Mas meu corpo a pedia insistentemente ali, e ela me
respondia com o seu que sim.
“Bella... Por favor... Faz amor comigo...” Eu queria implorar-lhe por aquilo, eu sentia
dor pelo prazer acumulado que batia às portas, o descontrole era total, meu raciocínio
se foi e eu só precisava de sua autorização.
Voltei os lábios para a sua boca, eu a queria de uma maneira a tornarmo-nos um só,
queria possuí-la, torná-la minha. Invadi sua boca com a minha língua e ela sugava
sem reservas, sedenta, me ocasionando prazeres incalculáveis. Era um beijo sem
castidade, e eu desejava que como minha língua, meu corpo estivesse dentro do seu,
aconchegado no seu calor.
Continuei com a mão em sua região íntima, acariciando. Por todo o meu corpo havia
raios de prazer. Ela gemia ao meu toque e eu ansiava em aprofundar. O seu silêncio
era um consentimento de que eu deveria prosseguir. Continuei tocando-a,
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preparando-a por mais alguns minutos... Fui convencido de que ela estava pronta e
disponível e, sem soltar-me de seus beijos, preparei-me para possuí-la, abrindo o
zíper e tocando meu membro, que já exalava prenúncios, sabendo que em pouco
tempo estaria nela.
Ela mordiscava minha boca, insaciável, e eu voltei com o dedo

levemente, reconhecendo o caminho, sendo recebido pelo seu estremecimento. Já me
sentia em delírio total, só de pensar que em segundos entraria todo nela. O meu corpo
regozijava pela ansiedade que seria satisfeita, pelo prazer de encontrá-la, de me
aconchegar a ela.
Ergui minimamente sua perna e encostei-me lentamente, arfando só com o simples

toque de nossos corpos. Eu não sabia exatamente como fazer, mas o instinto me
conduzia. Ela estava molhada, quente, eletrizante, e de nossos lábios gemidos
sôfregos eram arrancados. Ela parecia não perceber, ainda assim, o ser primitivo e vil
em mim queria continuar arrastando em sua entrada.
“E... Preservativo?” Murmurou enquanto arfava de êxtase.
Dúvida, dúvida, dúvida.
Planos, futuro, filho, distância...
Imediatamente, retraí-me e mordi o seu queixo, acalmando nesse tempo a

respiração.
“Não...” Nunca andei com preservativos.
Putz. Recompus-me, fechei o ziper e me senti latejar. Soltei-a completamente de

minhas mãos e fitei seu rosto, havia calma e satisfação. Senti-me soberbo por isso.
Ela foi minha por essa noite, ela será minha para sempre, ela se entregou a mim.
Levantei as alças de sua blusa e as amarrei. Fiquei satisfeito em ter lhe proporcionado
esse prazer que tanto desejei naquela noite. A junção dos nossos corpos... Ainda
podia esperar.
“Depois... Eu estava te devendo isso.”
Ela olhou-me desnorteada, dando certeza a mim que ela não conhecia o próprio
corpo. A minha intenção inicial era só prepará-la e obter o seu assentimento, ela me
disse sim... Se eu tivesse preparado, o sim seria a partir de agora... Então ela já se
decidiu.
“Quer dormir comigo hoje?” Sugeri.
Ela pensava e eu continuei beijando-a no queixo, pescoço, lóbulo da orelha. “Você

deixaria eu pagar?”
Eu não podia, sinceramente não devia. Eu que deveria lhe proporcionar isso, era uma
afronta à minha dignidade aceitar. Sabia que ela não agia por mal, ela pensava em
mim, mas eu queria levá-la ao melhor, embora não tivesse condições de ir onde ela
merecesse, então... Talvez hoje não fosse o dia.
O desejo se reprimia e uma dor se instalava forte em mim, eu precisava aliviar-me.
“Fica aqui só um pouquinho, Bella.”
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Incomodado, retirei-me de sua presença e segui para um canto. A auto-satisfação

não era a melhor atitude do mundo, chegava a ser constrangedora, principalmente tão
perto dela. Mas ela era muito inocente ainda, e eu não me sentia à vontade de lhe
expor a isso. Talvez um dia, quando ela conhecesse a real necessidade de um homem,
eu me sentisse mais a vontade.
Minutos depois voltei. “Pronto, você não vai pagar nada pra mim.” Sorri. Precisava
descontrair com a situação. Além da timidez que ainda podia se instalar, eu tinha que
manter o clima leve depois daqueles meus momentos de atitudes surreais.
Agora eu tinha vontade de rir. Sinceramente eu nunca pensei que fosse capaz de agir
impulsivamente assim. Várias emoções me invadiram desde que cheguei a esse lugar.
Primeiro era movido pelo desejo de reencontrá-la, depois tive um choque em vê-la
perfeita e desejada aos olhos de outras pessoas. Então a insegurança me invadiu
quando vi que podia perdê-la, em seguida o desejo motivado pelo ciúme que se
instalou e me atormentou, e por fim, a falta de embaraço junto com a decisão de
tomá-la para mim.
Bella faz de mim um homem diferente que eu mesmo desconheço. Nunca me imaginei
tendo essas atitudes impulsivas e descontroladas. Por isso eu amo essa mulher.
“Tudo bem, mas eu tenho uma contraproposta...” Propôs e voltei meus lábios para a
sua boca, desfrutando do seu gosto inigualável, passeando com a língua em toda a
sua extensão, saboreando delicadamente.
“Qual?”
“Dorme comigo na minha casa.”
Assustei-me com a sua proposta, pois não tinha certeza que ela estava realmente
decidida. Pensei que sua decisão de se entregar a mim, tivesse se dado só por causa
do momento de desejo que tínhamos vivido.
“Como? Seu pai não vai aceitar.”
“Fácil, finge que está bêbado, aí meu pai vai se preocupar com o fato de você ir
embora, igual segunda. Mesmo que ele não goste de nós dois juntos, ele não vai
deixar o filho da Esme em perigo.”
“Mas ele vai achar que além de aproveitador, sou um homem dado à embriaguez,
meu conceito com ele vai à zero.”
“Pelo menos eu ‘dormiria’ com você...”
Sorri com a sua resposta, ela estava mesmo certa do que queria, sem pressão, sem
estar movida pela incoerência que a excitação trás. Mesmo satisfeita de seus desejos,
ela ainda queria a mim. Sentia-me completo com isso. O que ela me proporcionava era
incomparável. Essa confiança que ela detinha em mim, mesmo que eu ainda não
tivesse lhe oferecido nenhuma garantia era algo impagável.
Entretanto, fosse melhor esperar o tempo planejado por ela... Talvez eu a tivesse
pressionado. “Não sei... Talvez não precisemos mais ter pressa hoje...” Virei-me e
sorri da lembrança de seu rosto extasiado momentos atrás.
Ela abraçou-me. “Como assim?”
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Ela não se conhecia. Pela sua calma, já não havia mais entusiasmo. Sou inexperiente
com mulher, mas com ela é nítido, aconteceu o óbvio, ela teve um clímax.
“Mais para frente eu mato as suas curiosidades... Vamos voltar para o clube?” Sorri
de sua inocência.
Voltamos para o salão, e antes fomos cada um de nós aos banheiros. Encontrei com o
seu irmão no banheiro, ele foi muito agradável. Avisou que em poucos minutos o pai
iria embora e perguntou se eu levaria Bella em casa, caso ele resolvesse ir também.
Eu assenti e saí.
Emmett é um bom irmão. Ele conversou comigo segunda-feira fora da casa de Bella.
Pediu desculpas por alguns fatos ocorridos no passado, pediu que eu não magoasse a
sua irmã e que eu me esforçasse para fazê-la feliz. Além de ter feito outra coisa por
mim... Graças a ele eu pude me decidir por Bella hoje.
Voltamos para a pista e resolvemos beber champanhe. Se íamos executar um plano,

tínhamos pelo menos que ser vistos bebendo algo.
“Você já bebeu alguma coisa hoje?” Entendi a pergunta e o olhar de Bella, ela estava
curiosa quanto ao meu comportamento. Ela imaginava que só agi assim porque eu
bebi.
Se ela soubesse que ajo assim quando tenho medo de perdê-la, e que ao sentir isso,
outro homem brota dentro de mim! Assim aconteceu na capital, quando eu fui
invadido pelo medo dela ter tido outros homens, aconteceu também na praia quando a
vi nos braços do Mike, e hoje, quando não suportei vê-la desistindo de mim.
Sorri. Eu queria muito falar-lhe tudo isso, mas admitir uma fraqueza coagia o meu
respeito adquirido.
“...Fala! A gente tem que se comunicar!” Ela insistia na curiosidade. Meu desejo era
sorrir de mim mesmo por aquela estupidez. Não me arrependia das atitudes geradas
por aquele sentimento repulsivo do ciúme, pois foi ele quem me libertou e me instigou
a lutar pelo que queria.
“Agora não, depois eu te falo com tempo.” Será que eu iria ter coragem de abrir meus
sentimentos mais indignos assim? Ciúmes é um sentimento pobre, repulsivo, mas
existe um porque dele ter se instalado e se apoderado de mim: insegurança e medo,
algo que não pretendo ter mais, afinal, serei seu namorado.
“A gente não tem muito tempo... Você vai embora amanhã.”
“Engano seu... eu não vou amanhã.” Beijei-a, resgatando todas as horas que fui
privado de seus beijos.
Ela afastou-me, sem entender.
“Por quê?”
Sorri e segurei seu queixo. Existem milhares de porquês, pensei sorrindo, mas o
maior deles é te amar demais.
Ainda que eu não me abrisse, ela aceitou-me e eu beijei-a. Estávamos invadidos por
aquela sensação que só a plenitude e abundância de alegria trazem.
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Ela seria minha completamente... Seríamos um... E pelo seu próprio querer. Eu não
suportava mais a nossa distância, a falta de certezas. Ela iria me esperar, sabia que
ela já tinha decidido por mim. Ficaria com ela estes dois meses, enfrentaríamos o Sr.
Cullen e manteria a convicção e a certeza que um compromisso trás. Não podíamos
nos separar e ela não iria se negar ao meu amor.
Continua...
Notas Finais:
Oi Gente!!Obrigada pelos comntários!!podem encher,se
quiserem.bjãocomentem!!
369 de 1595 26/05/2011 20:45

Capítulo 25-A Bolha escrita por BIA BRAZ

Capítulo 22 - Compromisso
Bella POV
Continuávamos dançando na pista, o salão já estava mais vazio. O meu pai fora
embora com minhas irmãs, ele não falou comigo antes de ir. Talvez ele soubesse que
eu ia com Edward, ou talvez tivesse combinado do Emmett me levar, já que ele estava
a metros de nós.
As dúvidas queriam me invadir... mas eu lutava para prolongar o máximo que eu

pudesse a minha felicidade momentânea.
Dançar com ele depois de uma noite em que vários acontecimentos se fizeram, era
incrível. Não pensei que ainda seria possível encontrá-lo depois do último telefonema
entre nós... não esse ano...
Pensei que ele se ia amanhã.
Vê-lo na porta foi como um sol a meia noite. Embora eu não quisesse admitir no
momento, meu coração desejava a presença dele aflitamente e não estava
conformado em ser enganado com a presença de outra pessoa.
Não pensei que pudesse acontecer... sou grata por ter acontecido.
Embora não saiba ainda o que será, me conformo com o mínimo que ele me dá, pois
não há certezas, são sempre possibilidades.
Será que isso é falta de amor próprio? Será que é gostar mais do que deveria?
Ele trouxe várias alegrias ao se mostrar presente aqui: a primeira foi o fato de ter
vindo, pois quebrou uma barreira em si comparecendo a uma festa que não é do seu
costume e vontade; a segunda foi por que usou o terno que eu comprei, ultrapassou
mais um limite seu, de sua personalidade. Isso me trás esperanças de mudanças; a
terceira, e que massageou o meu ego foi saber que ele sente ciúme de mim, pois já é
uma manifestação de algum sentimento, mesmo que seja esse, que às vezes não faz
370 de 1595 26/05/2011 20:45

bem a um relacionamento. Porém, já é uma reação.
Ciúme está relacionado a medo de perder, e se ele tem medo de me perder é por que
eu tenho algum valor.
Mas o que trouxe mais alegria mesmo foi o fato dele ter escolhido a mim... mesmo
que momentaneamente, mesmo que por dois meses... ele escolheu a mim. Ele iria
expandir o nosso tempo juntos...
O ruim é nunca ter certezas entre nós, pois ele pode simplesmente chegar amanhã e
resolver não vir mais... é péssimo pensar assim, mas não consigo mais confiar.
Não podia deixar esses pensamentos enraizarem em minha mente. Não essa noite.
“Edward, pega um drink de morango para mim. Acho que eu já tomei tanto
champanhe hoje, que meu corpo criou resistência.”
“Você está com intenção de embebedar-se?” Analisou-me, segurando meu queixo.
“Não, é só para relaxar enquanto o tempo passa.” Saí da pista e sentei em uma mesa.
Edward voltou com uns drinks.
Eu estava feliz em tê-lo próximo. Estava feliz pela noite. Talvez com um pouco em
dúvida por suas ações, mas estava feliz por ter ele. Provavelmente ele estivesse mais
mudado do que eu imaginava.
Ele me entregou a taça e voltamos para a pista.
“No que está pensando, Bella? Ficou tão pensativa de uns minutos para cá...” Colocou
uma mão atrás da minha nuca e olhou-me.
Eu não queria estragar o momento, então eu tinha que aliviar a minha tensão. “Como
você conseguiu o convite?”
371 de 1595 26/05/2011 20:45

“Seu irmão me deu segunda-feira, lá na sua casa.”
“Sério?” Olhei em direção a Emmett e ele estava beijando a garota que a pouco
conversava.
Como ele não tinha me falado isso? Por isso ele ofereceu o convite para a irmã do
Jasper e não para Edward. Meu irmão estava realmente tentando me agradar.
Mas por que aquela conversa do Edward não servir para mim, não ser o melhor?
Ele deve ser bipolar mesmo, tem duplas atitudes. Apesar que, ele pode estar sendo
pressionado pelas vontades do meu pai e pode estar dividido, talvez essa seja a
resposta para a sua variação de atitudes.
“Bella, como é o nosso plano? Que horas pretende sair daqui?”
O plano... hum... eu queria... mas eu não tinha planejado isso para agora... estava
um pouco receosa... talvez pela inexperiência. Lá fora eu estava aturdida, invadida
pela incoerência dos sentidos, movida por uma paixão arrebatadora. Mas agora, o
efeito do álcool passava, e eu era invadida pelos pensamentos que importunavam a
minha mente ultimamente.
“O que você tem? Está pensando longe... algum problema?” Ele pôs meu rosto em
suas mãos.
“Edward, me beija.” Ele beijou-me carinhosamente, muito doce e gentil.
Eu precisava levar a minha coragem à frente. Eu cheguei até aqui e devia seguir
adiante.
Soltei-me levemente do beijo, era perceptível por seus olhos o que ele sentia por mim.
Isso me trazia sossego, pelo menos ele gostava de mim.
“Esse drink é de que?” Referi-me ao copo que estava em sua mão.
372 de 1595 26/05/2011 20:45

“Abacaxi, quer experimentar?” Levantou até minha boca. Experimentei... nossa, esses
drinks eram muito bons.
Minutos depois eu senti novamente a animação do álcool queimar o meu sangue. O

gosto da fruta, misturada com os lábios doces do Edward, me tiravam do chão e eu
queria sentir aquele gosto por horas, enquanto dançávamos.
“Se continuarmos bebendo assim podemos ficar bêbado.” Refletiu receoso.
“É só continuarmos dançado que o álcool evapora. Relaxa, Edward, é Ano Novo. Ainda
não são três da manhã. Vamos dançar mais uma hora e podemos ir. Faz assim, vai lá
e pede para o garçom preparar os drinks e nos servir aqui.”
“Bella, eu não vou fazer isso... daqui a pouco não paramos em pé, além disso, eu não
vou pedir para o garçom nos servir aqui se eu posso ir lá.”
Talvez ele não estivesse acostumado com esse tipo de festa, era essa a explicação
para seu jeito encabulado...
“É só pedir que ele vem, não se preocupe é o trabalho deles. E esses drinks têm mais
açúcar e gelo do que vodka, não vamos ficar bêbados.”
“Eu não quero pedir isso, se você quiser eu vou lá dez vezes e volto.” Relutou.
“Meu futuro embaixador dos Estados Unidos da América, você acha que quando tiver
poder, vai buscar seus próprios drinks? Já que você gosta de viver no futuro, vamos
viver de agora, aprenda a pedir. Um dia você vai ser servido e tem que começar a se
acostumar, embaixador.”
Um brilho brotou em seus olhos, e ele sorriu. Ele realmente gostava de falar no futuro
dele. Então ele saiu, buscou mais dois drinks e aparentemente conversou com o
garçom.
“Você tem que aprender a se comunicar e a pedir, meu embaixador. Sempre vai ter
pessoas trabalhando com você e para você, não vai poder fazer tudo sozinho. A
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propósito, o senhor está muito elegante com esse terno.” Descontraí passando as
mãos em seu peito, por cima do terno.
Ele desconcertou.
“Aliás, elegante não, desejável, bonito, gatão mesmo!” Sorria com a sua timidez
expressa no rosto.
Aproximei o nariz de seu pescoço e aspirei ao seu perfume profundamente.
“Adorei que tenha usado o relógio e o perfume. Gostou do sapato?”
Ele ficou sério.
“Bella... eu gostei de tudo, não tem do que não gostar, obrigado... eu sinceramente
não sei como agradecer, embora eu fique constrangido com o fato de realmente
precisar.”
“Não precisa agradecer, não foi de graça... e só o fato de estar usando já é um dos
meios de pagar.” Beijei o seu pescoço insinuantemente.
“E como mais eu vou pagar?” Sorriu malicioso e procurou meus lábios.
“Em primeiro lugar um dia vai me encher de ouro.” Gargalhei e tudo girava ao meu
redor, o drink já fazia efeito. “E hoje à noite... você começa a pagar de outro jeito.”
Olhei travessa e deixei nossos lábios se encontrarem.
“Hum... você não respondeu qual é o plano para hoje.” Afastou de meus lábios e
mordeu meu queixo.
Definitivamente eu continuava o estranhando, ele estava livre. Sem timidez aparente.
Eu não podia vacilar na minha determinação, mas uma pequena parte do meu cérebro
mandava perguntas insistentes para mim... e a insegurança? Vai trocar o seu corpo
374 de 1595 26/05/2011 20:45

pela presença dele? Não foi anteontem que você disse que não ia mais fazer isso:
tentar prendê-lo com a sede que ele tem do seu corpo?
Um gole imenso de drink, só assim eu calava aquela voz inoportuna que me

atormentava.
“Chegando em casa, você dorme no meu quarto, então eu me arrumo para dormir
com Alice, mas vou dormir com você.” Eu mantinha um sorriso traquino no rosto.
“Tem certeza?” Será que minhas dúvidas estavam tão aparentes assim?
Responder não iria lhe dar toda a convicção que eu queria mostrar, por que essa eu
não tinha, então, melhor era deixar meu corpo falar por mim, ele não obedece meu
lado sensato mesmo!
Beijei-o sentindo-me rodar, e ele devolvia o beijo freneticamente, me enchendo de

chamas borbulhantes em minhas veias. Fui invadida pela ardência da bebida misturada
à nossa paixão que é inconsumível.
Os minutos seguintes foram preenchidos pelos nossos beijos e nossos sorrisos pelo
salão.
**
“Bella... Bella...” Ouvia uma voz muito longe... era a voz do meu pai que chamava...
ai... minha cabeça doía...
Abri os olhos e a imagem a minha frente me encheu de alegria. Edward estava sem
camisa, com o cabelo todo bagunçado, sem cinto, a calça semi-aberta, e dormindo
comigo.
Sentia meus reflexos lentos, mas passei as mãos em seu abdômen e seu peito,
apreciando pelos minutos que se seguiam. Via-o em câmera lenta a minha frente e o
admirava. Mesmo com a dor na cabeça, sorri daquela imagem, era livre de defeito,
único.
375 de 1595 26/05/2011 20:45

“Hum! Hum!” Alguém coçou a garganta e levantei os olhos. Assustei quando vi a

minha frente cinco pessoas nos olhando: Jasper com um meio sorriso cínico
estampado no rosto; Alice com cara de assustada e com um remédio estendido para
mim; Jéssica com olhar acusador tipo danadinha; Emmett parecendo preocupado; e...
meu pai, que me olhava com olhar fulminante, ele queria me matar.
Em câmera lenta, olhei de volta para mim, tomando consciência naquele segundo de
onde estava. Eu estava no sofá, além disso, sem a minha blusa, cobrindo-me somente
com um lençol. Corei pelo constrangimento.
Decididamente isso nunca seria aceito em qualquer família, por mais liberal que fosse,
era inaceitável um ato daquele, ainda mais tendo crianças de quatorze e quinze anos
como Alice e Jasper em casa.
Sentei-me rapidamente, desviando os olhos do olhares especulativos.
“Pai... desculpas... como vim parar aqui?” Disse em um som quase inaudível e tomei o
remédio e a água que Alice segurava nas mãos.
“O Emmett trouxe vocês e o carro da Esme.”
Olhei em direção ao Edward e me toquei que ele dormia descomposto, sem camisa e
com a calça semi-aberta, o que para a ocasião era completamente desconfortável...
Então peguei em sua calça e fechei o botão, esquecendo que havia olhares sobre mim.
Novamente, com os reflexos alterados, viajei naquele pedaço do seu corpo, na região
baixa do seu abdômen. Eu nunca tinha prestado atenção, nunca tinha me permitido
viajar o olhar ali, era lindo, uns cabelos lourinhos...
Eu já tinha sonhado tanto com ele dentro da minha casa, imaginei deitado no meu
sofá. Isso era perfeito, estonteante, completo e estava ali.
Eu decididamente era louca por ele e o queria em todas as manhãs possíveis. Eu

precisava dele, precisava acreditar em nós.
“Bella...”
376 de 1595 26/05/2011 20:45

“Ah pai... desculpa.”
Levantei os olhos novamente e o atentado estava para explodir de rir em silêncio.

Olhei de volta para Edward e toquei seu rosto para acordá-lo.
“Edward... acorda...” Passei as mãos com carinho em seu rosto, agradecida por ter
ele mais um dia comigo, com probabilidade de durar até dois meses.
Todo o tempo que me é dado com ele não é suficiente para conter a sensação de falta
que tenho, a vontade que tenho de tê-lo pra sempre.
Ainda que se passassem anos, eu nunca acostumaria com a beleza do seu rosto, da
sua pele. Ele dormia com os lábios semi-abertos, mas continuava perfeito. Passei os
dedos no seu rosto, matando a minha saudade que nunca tem fim. Fazia um tempo
que não viajava mais no seu rosto assim, nos traços de sua boca, sobrancelhas,
olhos... era hipnotizada pelo grau de excelência exposto em seus traços. Feliz, dizia
para mim mesma: ele é meu. Por enquanto é meu.
“Hum, hum, acorda, Bella.” Nossa! Eu ia ficar distraída assim o dia todo!
Não sabia o que estava acontecendo comigo, será que ainda era efeito do álcool?
“Edward, acorda.” Disse baixo, ele abriu os olhos semicerrados e me puxou, me

encostando em seu peito.
Aquele movimento brusco fez a minha cabeça dar uma pontada, mas aconchegar-me
em seu peito era fantástico. Eu não imaginei que ficaríamos mais juntos então tê-lo
era uma dádiva. Era esticar meus dias de alegria.
Lembrei que tínhamos platéia e que nos encolhermos em uma bolha não era o
aconselhável naquele momento, pior ainda naquela forma em que fomos encontrados.
Sentei-me desconcertada novamente.
377 de 1595 26/05/2011 20:45

“Edward, acorda...” Continuei passando os dedos em seu rosto.
“Oi, Bella...” Sua voz era de uma rouquidão sem fim.
“Acorda...”
Ele esfregou os olhos e abriu, assustando-se quando olhou em volta e percebeu as

pessoas da minha casa em nossa volta. Ele sentou-se desconcertado, olhando para os
lados, provavelmente procurando a camisa, mas não encontrou.
Depois ele olhou em minha direção e viu que eu me enrolava com um lençol. Percebi
passar em seu rosto várias expressões de perguntas, dúvidas, receios...
Avistei a sua blusa no chão, peguei em câmera lenta, pois parecia que tinha algo solto
dentro da minha cabeça, e lhe entreguei. Sem olhar em direção aos olhos do meu pai
ele vestiu a camisa e passou as mãos nos cabelos. Depois ele balançou a cabeça e
levantou os olhos.
Meu coração gelou, eu temia o que meu pai falaria a ele.
“Sr. Cullen... eu estou... er... desculpe por estar assim... como isso aconteceu? Eu...
não lembro como vim parar aqui.” Balbuciou envergonhado.
“Emmett trouxe vocês.” Meu pai respondeu com toda a paciência do mundo. Se tinha
fúria minutos atrás ele tentou esconder.
“Por que dormimos aqui no sofá?” Perguntei para Emmett, que estava aparentemente
desconfortável e preocupado.
“Você não quis subir, Bella. Vocês estavam tão fora de si que estavam...” Ele desviou
o olhar com embaraço. “Nem esperaram subir. Eu tentei, mas vocês não se soltavam,
então deixei vocês aqui e torci para que ninguém descesse. Hoje quando cheguei
joguei o lençol em cima de vocês.” Explicou pausadamente, olhando para as mãos.
Eu queria sorrir de nervosismo. Rá! Ser encontrada em uma situação daquela era
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hilário.
Olhar para Jasper e vê-lo com aquele sorriso e aquela cara de deboche só me dava
mais vontade de rir. Mas eu tinha que me controlar, era uma situação muito
deprimente. Via nos olhos do Edward que ele queria se esconder.
“Desculpe, eu lamento por esse ocorrido.” Edward disse baixo, olhando para o chão.
“Estou saindo para almoçar com as crianças, arrumem-se e encontrem-me em meu

escritório às 14h00.” Carlisle avisou e foi para a cozinha.
Levantei, tentando cobrir-me mais com o lençol, e todos continuavam com os olhos
em nós, com semblantes de horror.
Edward continuou sentado, desnorteado, passando as mãos nervosamente nos

cabelos.
“Vem...” Estiquei as mãos e o levantei.
Jéssica voada revirava os olhos, segurando o riso. Os mais preocupados pareciam ser
Alice e Emmett.
Puxei Edward escada acima, e, pela primeira vez, ele subia as escadas da minha casa
em quase sã consciência... Contudo, eu estava satisfeita.
Ele sentou-se na cama.
“Que situação hein, Bella...” Não havia chateação, talvez muita vergonha.
Ah, já passamos pelo pior, agora era tentar relaxar, pensei.
“Vou tomar banho tá? Fica deitado por enquanto. Esteja à vontade, você já conhece o
quarto.” Sorri ao lembrar a situação.
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“Ai, Bella, não estou achando nada engraçado, estou muito mal... não sei como você
ainda consegue ficar com esse humor.” Disse e se deitou, olhando para o teto.
Definitivamente ter um homem mal humorado no meu quarto não iria dar certo. Soltei
o lençol do corpo, tirei a saia e me enrolei na toalha. Aproximei-me dele, ajoelhei na
cama e sentei em cima dele, com cada perna para um lado.
“Já estamos aqui, agora é relaxar e esperar o que meu pai tem para falar com a
gente.”
Ele assustou-se com a minha atitude, mesmo assim alisou as minhas pernas do
tornozelo até a coxa e sorriu. Pronto resgatei o humor do homem.
Homens, homens...
Dei um beijo rápido nele, levantei e direcionei ao banho, levando o conjuntinho de

algodão que usaria.
“Bella, por que você nunca teve receio de ficar de peças íntimas na minha frente?”
Perguntou sorrindo, assim que eu saí do banheiro e fiquei desfilando pelo quarto.
“Por que para mim é como biquíni, como você já me viu de biquíni, então é a mesma
coisa. E eu ainda acho meus biquínis mais chamativos do que essas peças de algodão
com esses elásticos na cintura.” Respondi despreocupada e sentei-me na cama para
vestir a calça.
“Vai ficar de calça?” Fingiu chateação.
“Hum... não. Vem escolher uma roupa para eu usar.” Puxei as mãos dele e o levei ao
closet.
“Nossa, Bella, pra que isso tudo?” Referiu-se à quantidade de roupas separadas por
cores.
380 de 1595 26/05/2011 20:45

“Eu uso tudo.” Sorri de sua expressão.
Ele pegou em várias roupas, escolhendo sempre os mais claros, depois escolheu o
óbvio, um vestido com botões.
“Edward, vou pegar suas roupas para você tomar banho.” Terminei de me vestir e
penteei os cabelos.
“E eu tenho roupa aqui?”
“Sim.” Ele não sabia que tinha comprado mais peças de roupa terça-feira.
“E qual é?” Ergueu uma sobrancelha.
“Eu peguei suas roupas sujas de segunda e coloquei para lavar, além disso, quando
comprei aquelas roupas de terça, eu comprei duas peças de cada e um pacote de
cuecas. Então você tem acessórios completos para se hospedar aqui em casa pelo
menos dois dias.” Mantive o sorriso no rosto. Agora que a dor de cabeça tinha
passado, estava de muito bom humor.
Em seu rosto passou raios de surpresa. Será que ele ainda ia dar surtos por causa
disso? Pensei.
Ele me puxou para o seu colo e beijou meu rosto. “Bella, me promete uma coisa...”
Começou beijar meu pescoço de um modo muito persuasivo.
“Pode falar.” Fechei os olhos para sentir os seus beijos.
“Promete não me dar mais presente? Eu não preciso mais de nada, por favor, já é
suficiente, já te satisfez na vontade de me dar coisas, então se você não quer me ver
sem graça e até infeliz, por favor, não me dê mais. Olha, eu até agradeço, eu sei que
você comprou exatamente o que você percebeu que eu precisava. Foi ótimo você ter
me dado o terno, se não eu não teria ido ontem a noite, mas, por favor, chega, não
faz bem para mim, eu me sinto mal... eu já disse, eu não posso te dar nada em troca
que chegue nem perto do valor do que você me dá.” Sua voz era suplicante e
pausada.
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Até que meu desejo de compras para ele estava diminuído, acho que tudo que ele não
tinha eu já tinha dado, então, podia prometer por enquanto, não podia? Sim, com os
dedos cruzados atrás, é claro.
“Eu não vou prometer que não vou comprar mais... prometo não ser exagerada. Mas
saiba que eu gosto de comprar coisas pra você, não pode me impedir disso, é uma
manifestação de carinho, você entende?” Afaguei o seu rosto com as mãos.
“Eu entendo, e esse é o problema, é um carinho que você me dá que eu não posso
retribuir.”
“Eu já te disse para encarar assim... um dia, se você quiser, se ainda estivermos
juntos, você me dá.”
Ele ficou sério com alguma coisa que eu falei. Desentendida, o beijei no rosto e
levantei para pegar as coisas dele no armário. Depois desci para pegar chinelos e
aproveitei para pegar frutas.
Eu já estava com fome. Subi comendo uma maçã e entreguei uma para ele. Ele comeu
e em seguida foi para o banho.
Peguei escova de dente e toalha, e levei até ao banheiro, ele já me esperava lá sem
camisa. Ele abraçou-me por trás, em frente ao espelho com um sorriso largo no rosto.
“Está querendo me amarrar aqui, Bella? Têm cuecas, escova de dente, roupas, qual a
sua intenção? Quer me obrigar a casar?” Sorria e me beijava no pescoço com olhar
glorioso.
“Ainda não. Pra isso ainda temos que namorar, e pelo jeito...” Mordi a língua para não
estragar o momento. Às vezes esqueço que o nosso relacionamento é sem planos e
sem cobrança. “Mas eu já te disse, vou te prender aqui porque longe de mim você
quer mandar no próprio nariz, então, vou a sua casa buscar todas as suas roupas para
você não precisar mais voltar lá e ficar aqui preso no meu quarto esses dois meses.”
Ele me virou, pegou o meu queixo e beijou-me suavemente, sugando leve meu lábio.
Era muito bom tê-lo ali, no meu quarto, no meu banheiro, me beijando.
382 de 1595 26/05/2011 20:45

Inesperadamente, ele me levantou e me sentou na pia, se encaixando entre as minhas

pernas, no mesmo instante em que colocava as mãos dentro do meu vestido, até a
coxa. Os beijos foram ficando quentes e minhas mãos deslizavam em seu peito. Ele
suspirou, me apertando, então, depois de alguns minutos me desceu e se afastou,
sorrindo torto.
“Bella... já que estamos aqui no seu quarto, de portas fechadas, sozinhos e você já se
decidiu, você podia vir me dar banho.” Disse pausado, com um brilho de excitação no
olhar, enquanto tirava a calça e ficava só de boxer. Tensa, não tive coragem de
olhá-lo. Não era da minha personalidade sentir vergonha, mas naquele momento me
senti amuada e precisava lutar para ele não perceber isso. Sempre era eu quem
decidia algo sobre nós ou tomava as iniciativas... até ontem. O seu modo de falar e de
agir agora estava me chocando.
Eu já tomei banho com ele em outra ocasião, mas eu sabia que não iria rolar nada, por
que ele não avançaria. Mas agora ele age diferente, e eu estou com receio, ainda
estou insegura, e em sã consciência é difícil manter a minha decisão.
Mas eu não posso voltar atrás, eu já aceitei. Embora isso frustre o meu planejamento.
Eu precisava de certezas, de segurança, e, além disso, de obedecer à data que eu

estipulei para mim. Hoje ele não me oferece nada disso, a única coisa que tenho é a
promessa dele de ficar comigo mais dois meses. E depois?
Isso era importante para mim... assim como o meu primeiro beijo que teve uma data
planejada, eu queria seguir os meus planos. Mas creio que não vou conseguir, não
com o modo que nossos corpos precisam um do outro.
Tentei forçar um sorriso no meu rosto. “Cadê aquele menino tímido que eu conheci?”
Disse tentando descontrair.
“Você tem me enlouquecido ultimamente, estou perdendo a personalidade, mas...”

Ficou de costas, fechando o box. “Não precisa vir, Bella... eu estou brincando.” Ele
sorriu, e abriu o chuveiro. Creio que percebeu as dúvidas que invadiram meus olhos.
Eu não podia me deixar agir assim, eu não podia prendê-lo com o desejo que ele tem
pelo meu corpo. Porém, também não podia voltar atrás agora. Eu sempre fui decidida,
e eu já disse sim.
383 de 1595 26/05/2011 20:45

“Então tá, outra hora, sem a preocupação de alguém chegar ou não, eu tomo banho
com você.” Inclinei na pia e peguei uns cremes de rosto. “Você não está preocupado
com o que Carlisle vai falar não?” Mudei de assunto.
Ainda bem que o box era escuro, isso tirava a minha vontade de virar o rosto. Ele
demorou um tempo antes de falar.
“Bella... e se seu pai disser de novo que não é para nos vermos? E se ele disser que
não aceita mesmo que a gente insista?”
“Aí eu vou para a capital morar com você.” Sorri, tentando tirar a tensão que poderia
nos invadir.
“Bella, passa creme dental na escova para mim.” Passei e encostei no box, abrindo um
pedaço para entregar a escova a ele.
Ele pegou, olhou em meu rosto e sorriu. “Está com vergonha?!! Eu estou vestido!
Você já me viu assim! É como uma sunga!” Havia diversão em sua voz. “Sabe que até
que eu gosto de ver você tímida, me dá menos medo de você!” Ele gargalhava e
voltou para o chuveiro.
Ele fez uma pausa de silêncio, após o momento de descontração.
“Bella, vamos viver de quê se você for para Washington D.C?” Havia preocupação em
sua voz.
“Vou trabalhar em uma lanchonete e tocar a noite em um bar.” Respondi

despreocupada. Mas eu não pensava assim, eu não magoaria meu pai a esse ponto.
Ele saiu do banho e se enrolou em uma toalha, depois ficou em frente a mim e
encostou-me na pia de novo. “Você é muito mais importante do que qualquer coisa na
minha vida e só de pensar nisso, eu morro lentamente. Eu NUNCA deixaria você fazer
isso. É mais fácil eu não te ver nunca mais. Iria doer, mas doeria muito mais ver você
em uma situação dessas.” Segurou meu queixo e olhou profundamente em meus
olhos.
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Senti-me tão querida. Suas palavras sinceras mostraram o quanto ele se preocupa
comigo e me quer bem acima de tudo.
“Então tá bom, se ele não deixar eu ficar mais com você, vou casar com Mike então.”
Eu só queria brincar. Já que ele tinha mostrado ciúme do Mike ontem à noite, eu
queria provocá-lo.
Ele olhou duramente em meus olhos, apertou o meu queixo que já estava em suas
mãos com uma força que estava longe de carícias e encostou o corpo em mim. Depois
ele soltou o meu queixo e segurou as minhas mãos, levantando-as e colocando-as no
seu pescoço, lentamente, sem tirar os olhos de mim.
Ele apertou minha cintura bruscamente com os dedos, e eu fiquei assustada com o
seu rosto... aquele olhar eu conhecia...
Aquilo estava mexendo comigo, a proximidade me queimava, e minha respiração

descompassou. Foram longos minutos em que ele me encarava, respirando próximo
ao meu rosto com o queixo trincado, então meu coração acelerou e ele me puxou
forte pra frente, ajustando o meu corpo contra o dele, que gritantemente tinha
consciência da proximidade.
Ele assim era... de enlouquecer.
Ele mordiscou o meu queixo lentamente, indo da linha da mandíbula até a orelha,
apertando-me. Depois subiu uma mão para os meus cabelos, enfiou-a sob o cabelo,
de uma maneira impaciente, e eu já me sentia queimar. Será que toda a vida ele ia
despertar instintos em mim sem precisar me beijar?
Os lábios dele desceram pelo meu pescoço de um modo brusco e calculado, e eu

percebi que ele me atormentaria e que não estava nem perto de acabar...
desequilibrou o meu controle e meu corpo respondia inesperadamente,
revolucionando os meus sentidos.
Eu não queria estar tão fraca assim, eu não queria ser tão fácil assim, mas estava sem
ar só de tê-lo beijando o meu pescoço. Eu não resistia e queria implorar-lhe pelos
seus beijos.
Tinha uma pequena parte do meu cérebro que lutava contra a outra. Uma feliz,
dizendo que estávamos a sós e que ele estava só de toalha, e outra dizendo que era
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sem compromisso e que ele iria me deixar.
Conforme ele me apertava, a parte sensata se esvaia lentamente, e eu iria implorar-lhe

que me beijasse e que suprisse os desejos do nosso corpo.
Ele abriu dois botões do meu vestido, olhando-me, medindo a minha reação, eu
somente suspirava, depois ele desceu os lábios verticalmente do meu pescoço até o
local onde o terceiro botão se encontrava.
Meu coração corria e batia possuído de frenesi, aquilo era coerção, eu já queria
suplicar-lhe que abrisse o restante dos botões, que fizesse comigo as mesmas coisas
que ele tinha feito na noite anterior. Tentava manter minha cabeça equilibrada e estava
falhando com a eletricidade que percorria meu corpo. Ofeguei, ele me afastou e
fitou-me com um sorriso dominante em seu rosto.
Tentei entender o motivo daquilo e olhei em seus olhos buscando decifrar a emoção
que ali brotava. Ele, com o seu rosto perfeito estava com um brilho de satisfação e
glória.
Antes que eu recuperasse o fôlego ele alcançou os meus lábios, não era mais com
atitudes bruscas, era um beijo cheio de sentimentos e de posse, me deixou sem
fôlego mais uma vez, os lábios dele estavam ferventes.
Eu estava com a cabeça mais equilibrada quando ele moveu os lábios em direção aos
meus ouvidos, beijando levemente, e sussurrou com a respiração abalada. “O Mike faz
isso com você?”
Ele mantinha beijos coercivos, apertando-me, desequilibrando e fazendo-me perder a

linha do raciocínio. “Vai casar com Mike, Bella?”
Consegui limpar meu cérebro e entender sua atitude. “Não! Não! Eu não consigo viver
sem você! Só você faz isso comigo!” Sorri, mostrando rendição.
Ele sorriu e em seu rosto havia manifestação de contentamento, depois se virou e

direcionou-se ao quarto.
“Não vá, se não eu caso com ele.” Brinquei de novo. Ele sorriu, pegou as roupas em
386 de 1595 26/05/2011 20:45

cima da cama e direcionou-se ao closet.
Continua...
Notas Finais:
Oi
Obrigada por ler!!
Obrigada pelos comentários, eu adoro lê-los.
Comentem please.
387 de 1595 26/05/2011 20:45

Capítulo 26- Compromisso escrita por BIA BRAZ

Capítulo 26- Compromisso
Bella POV
“Qual dessas quer que eu vista? Já que quer mandar em mim.”
Saí do banheiro e ele estava vestido com a boxer branca que eu comprei, aquilo era
perfeito. Tentei desviar o olhar para não entregar a minha obsessão, mas era demais
para os meus olhos. Aquele corpo era feito sob medida, uma dádiva.
Mostrei a roupa nova. Era lógico que eu queria que ele vestisse aquela, se não, não
teria graça comprar. Sentei na cama e o esperei.
O som do Jipe do Emmett avisava que chegaram e que em pouco tempo estaríamos
no escritório do meu pai.
A calça ajustou-se perfeitamente, adoro homens com calça jeans de lycra.
Ele me deitou na cama, tocando meu rosto ternamente. “Bella, falando sério... eu
tenho tido reações inesperadas quando você está perto do Mike, não estou gostando
de me sentir assim, então, não brinque mais assim novamente, por favor... eu quero
você só pra mim.” Beijou-me ternamente, deitando ao meu lado. Ouvi-lo dizer que
sentia ciúme de mim me deixava lisonjeada.
“Ih... apaixonou é? Nem adianta que eu não vou casar, estou muito nova.” Descontraí
e ele sorriu.
“Se uma pessoa louca e obsessiva for apaixonada, então eu estou.” Abraçou-me
apertado, entrelaçando nossas pernas na cama.
Minutos depois.
“Bella, arruma um desodorante para mim. Você falhou nisso, não tem desodorante
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masculino aqui, e eu não quero passar aquele seu creme.” Falou sem graça.
“Tá, eu vou pegar do Emmett. Até que eu poderia pegar um do seu irmão, mas lá é
uma bagunça. Como você pode ter um irmão assim? Tão bagunceiro! Pode deixar que
da próxima vez vai ter um kit completo para você com desodorante, perfume, chinelos
só seus, bermudas, camisetas e etc...” Sorri, dando beijinhos em seu peito.
“Não exagera.” Acariciou meu cabelo.
Me afastei para olhar para ele.
“Sabe que eu estou muito feliz hoje, você está despreocupado. Segunda você estava
tenso, hoje não, está livre, e eu adoro quando você está assim.”
“Sabe o que é, Bella, eu tenho motivos de estar mais livre hoje. Eu não sou mais tão
mal-vindo aqui. Não tenho mais receios com relação ao seu pai, pois eu já conversei
com ele e sei que ele só quer o seu bem, além disso, ele é uma pessoa educada e não
vai mandar me matar, mesmo depois daquela cena lá embaixo, e também seu irmão
se retratou por tudo que disse para mim, então não vejo o porquê de não ficar a
vontade.”
Fiquei atenta ao que ele disse no fim. “O Emmett te pediu desculpas?” Perguntei
boquiaberta.
“Sim, e no mesmo dia me deu o convite para a festa de Ano Novo, além de ter pedido
para eu não magoar você.”
Soltei-me do seu abraço e liguei a TV.
“Come mais alguma fruta enquanto eu vou lá buscar o desodorante, daqui a pouco eu
volto.” O deixei deitado em minha cama e saí. Ele estava tão despreocupado, parecia
não se importar com o que meu pai falaria.
Abri a porta do quarto do Emmett e entrei. “Emmett, empresta um desodorante para o

Edward.” Pedi ao entrar em seu quarto.
389 de 1595 26/05/2011 20:45

“Pega ali.” Apontou para o balcão no closet. Andei em direção ao closet e peguei,
depois me virei para Emmett, que tocava violão na sacada.
“Emmett, por que não me disse que tinha dado o convite para ele?” Eu estava
agradecida por ele ter feito isso.
“Por que não precisava, eu queria que fosse surpresa, também pedi para ele não falar
que foi eu que dei.”
“Obrigada.” Disse baixo e sem jeito. “O que aconteceu ontem à noite?”
Flashback - Emmett POV
Estava ficando com uma garota, as coisas estavam esquentando, senti que dali
iríamos direto para o motel. O negócio iria render.
Decidi levá-la para o flat que meu pai mantém no centro desde quando morávamos na
Califórnia. Ele servia para quando meu pai precisava vir aqui, a negócios, agora ele
ainda o mantinha para continuar com os seus encontros casuais.
“Vamos sair daqui?” Perguntei apertando-a mais contra a parede.
“Pra onde?”
“Para o meu flat.” Mulheres adoram quando um cara fala que tem ap, que mora só ou
coisa assim.
Continuamos com os amassos então ela apontou para a pista. “Nossa, olha só aquele
casal!”
Olhei em direção à pista e quase tive um troço. O casal na pista dançava, sorria e se
beijava como uns loucos. A mulher estava descalça, e dançavam mesmo quando a
música parava. Procurei não me importar, mas resolvi ficar por ali mesmo, pois caso
as coisas saíssem do controle, eu estaria ali.
390 de 1595 26/05/2011 20:45

“Você conhece aquele pessoal?”
“Sim, mas esquece.” Eu estava movido pela preocupação, mas voltei a ficar com a
garota.
Minutos depois levantei os olhos novamente e o casal não se agüentava em pé,

sorriam e se beijavam loucamente, de um jeito que deviam proibir em público. Tive a
impressão de que iam cair e transar ali mesmo.
Virei o rosto e deixei quieto. Minutos depois olhei de novo e tinha uns rapazes filmando
a cena com o celular.
Eu não poderia deixar uma coisa daquelas continuar, afinal, aquilo poderia ir para o
youtube, além disso, se tirassem fotos, poderia sair na capa de alguma revista de
fofoca que a filha de empresário se atracava em salão de festas publicamente com o
namorado.
Eu não podia deixar isso acontecer com a minha família.
“Faz assim, você está de carro? Eu tenho que resolver um problema e você podia ir
me seguindo para me dar uma carona.”
“Eu te sigo então.”
Isso era bom, geralmente a minha casa causava boa impressão nas meninas.
Aproximei-me do casal. Embora eu tivesse prometido não me intrometer mais, aquilo

era demais para mim. Meu sangue estava quente. Minha irmã era uma descontrolada,
desequilibrada e paga vexa. Naquele momento toda a aceitação breve que eu tinha
com o caipira se transformou em pura raiva. “Edward, cadê a chave do seu carro?”
Ele olhou-me desnorteado e entregou a chave.
“Vamos embora, Bella!” Peguei nos braços dos dois e ela começou a tentar dar murros
no meu braço.
391 de 1595 26/05/2011 20:45

“Pára, Emmett, eu vou dormir com ele hoje!”
Não me importei e os arrastei de lá.
“Não me leva! Eu não quero ir!”
Depois que chegamos ao carro, os dois se atracaram no banco de trás, se agarravam

iguais dois gatos. Eu tinha que passar por aquilo? Puta que pariu! Minha irmã!
Chegamos em casa.
“Emmett, nem vem que eu vou dormir com ele, e eu não vou dormir agora, vou ficar
um pouco aqui.” Sua voz era alta e descontrolada.
“Fala baixo, Bella!” Eu estava tão puto que minha vontade era esmurrar a minha irmã.
Se ela não parasse com o escândalo poderia acordar todos dentro de casa.
Eles começaram a se pegar na minha frente no sofá e eu torci que Carlisle não
descesse.
Ela tirou a blusa dele rápido, e eu tive vergonha de ficar ali, fui ao meu quarto e fiquei
bufando de raiva e preocupação. Se meu pai descesse e visse aquilo, iria ter tiros.
Pior que o caipira parecia não ter atitude, além de não ter boca para falar, esse mudo!
Era minha irmã quem o atacava.
Eram cinco da manhã e a garota me esperava lá fora. Resolvi sair logo, passando pela
sala sem olhar em direção ao sofá. Fui para o flat, fiquei com ela e voltei para casa às
dez horas. Sorte que ninguém tinha acordado ainda. Quando cheguei à sala e os vi
naquela situação, fui ao meu quarto correndo e peguei um lençol. Pelo menos tinham
que estar cobertos quando alguém os visse.
Fim do flashback.
392 de 1595 26/05/2011 20:45

Bella POV
“O que aconteceu ontem à noite, Bella?” Fez uma careta e deitou o violão em seu colo.
“Bom, vocês ficaram bêbados na festa, se agarrando... Imagine como...” Balançou a
cabeça e eu desviei o olhar. “Eu percebi que Edward não iria conseguir trazer você em
casa, então peguei a chave com ele e vim trazer vocês. Só que vocês não quiseram
subir e ficaram no sofá. Depois eu saí de novo e quando cheguei hoje vocês estavam
dormindo, aí eu vim aqui, busquei um lençol e joguei em cima de vocês.” Explicou
pausadamente.
“E hoje?”
“Bom, depois que eu cobri vocês, fui para o meu quarto tomar banho e me vestir,
depois desci para lanchar. Quando cheguei lá em baixo o meu pai já estava, e te
chamava várias vezes, mas você parecia que estava morta. Depois Jéssica desceu e a
primeira coisa que ela disse foi assim: agora pode trazer homem pra casa assim, é?
Meu pai bufou né, imagine. Então Alice desceu e ficou aflita, querendo vestir a blusa
em você, mas enfim meu pai conseguiu te acordar.”
“Emmett, você está decepcionado comigo? Ou com raiva de mim?”
“Agora já passou, mas no início fiquei.” Ele deu de ombros.
“Emmett, você acha que... fizemos alguma coisa?” Perguntei desconcertada.
Ele olhou atentamente, como se não acreditasse que eu tinha feito aquela pergunta.
“Eu acho que não... ele estava bêbado demais, um pouco parado. Você que estava
ligadona, então acho que... não sei... acho que não. Mas por que a pergunta? Ia ser
só um dia a mais!” Ele estava debochado.
“Emmett, isso não aconteceu até hoje.” Era chato conversar isso com um irmão, mas
ele antigamente era o meu melhor amigo e eu queria voltar a confiar nele.
Seus olhos aparentaram surpresa. “Sério, Bella? Tantas noites dormindo juntos e o
393 de 1595 26/05/2011 20:45

caipira... nada?” Ele se divertiu às custas do Edward, estava com o olhar insinuando
impotência.
“Não é por esse motivo, seu bobo. É que não rolou, estávamos nos acertando ainda.”
Ele olhou-me por longos segundos e sorriu desacreditado. “Vocês se gostam muito,
né?” Não era uma pergunta, era uma afirmação.
“Acho que dá pra perceber, pelo menos do meu lado.”
“Não, Bella, eu também vejo o lado dele. Pelo modo como ele te olhava e te tratava no
hospital, é nítido que ele é ligadão em você.”
“Emmett... ele é legal, dá uma chance pra ele. E... por favor, não chama ele de caipira
não, se você soubesse o quanto ele é inteligente.”
“Eu admiro o modo como você gosta dele. Ele tem que ser muito legal mesmo para
você gostar dele assim. Eu acho você muito forte, muito decidida, e mesmo com o
que aconteceu essa noite, estou começando a admirar vocês. Acho interessante o
tanto que vocês tem se esforçado para ficarem juntos mesmo com essas diferenças,
as quais imagino que nem signifiquem mais nada para vocês.”
“Obrigada, Emmett, você é o meu melhor amigo de novo, eu amo você.” O abracei
longos minutos e ele aparentava satisfação com aquele momento nosso.
“Bella, eu quero te ver feliz... só que eu me preocupo com o meu pai...”
Entendi. Realmente era como eu imaginava. Como meu irmão ele queria me ver bem,
mas como único filho homem, ele queria apoiar as decisões do meu pai.
“Eu te entendo, Emmett, no seu lugar eu faria o mesmo.” O beijei no rosto e saí.
Voltei para o meu quarto, e Edward estava deitado, com as mãos atrás da cabeça.
394 de 1595 26/05/2011 20:45

“Trouxe o desodorante.” Entreguei. “Emmett disse que fizemos um show ontem na

festa, acho que quase nos pegamos na pista.” Disse sorrindo e deitei na cama
enquanto ele passava o desodorante em pé.
“Ele está chateado com você?”
“Eu acho que agora não, mas imagine, ele deve ter ficado P da vida com a gente.” Ele
voltou a deitar na cama junto comigo e colocou o braço embaixo da minha cabeça.
Virei o rosto e inspirei o cheiro do desodorante, aproximando o meu nariz no seu

braço. Ele se retraiu. “Pára, Bella, faz cócegas.” Sorriu e puxou o braço.
“Adorei.” Coloquei o braço dele de volta embaixo do meu pescoço e me aconcheguei

de novo.
“Edward, tem certeza que não está preocupado com a conversa?”
“Não.” Respondeu prontamente. “O máximo que ele vai dizer é que sou um
aproveitador e que quer me ver longe de você.”
“Você vai embora para o seu curso se ele fizer isso?”
“Não.”
“Promete?”
“Sim.”
O abracei feliz e encostei a minha cabeça em seu peito, enquanto ele passava as mãos
nos meus cabelos com calma tamanha, assim, deixei o sossego entrar. Estava com
medo do meu pai estragar a minha felicidade momentânea, mas se Edward disse que
não ia embora, então eu tinha que ficar bem.
Entramos no escritório do meu pai no horário marcado, eu de mão dada com Edward.
395 de 1595 26/05/2011 20:45

Carlisle direcionou o olhar direto para as nossas mãos com olhar

insatisfeito. Sentamos e eu senti meu coração bater na boca. Eu estava com medo do
que se seguiria.
Meu pai nunca chamou nós dois para conversarmos e talvez hoje fosse uma conversa
definitiva da parte dele.
Carlisle direcionou o olhar para mim, ele parecia tentar bloquear a imagem do Edward
ali.
Falta de educação quando ele fazia isso.
“Bella, o que vocês têm? Qual o tipo de relacionamento de vocês?”
Essa foi difícil. O que eu ia responder para o meu pai? Eu já disse uma vez que era um
ficar sem compromisso, mas isso não parecia mais ser resposta suficiente para ele, ele
queria ouvir muito mais ou muito menos que isso.
“Nós somos amigos.” Melhor resposta quando não se tem uma. “Amizade colorida.”
He He. Sorriso amarelo. Putz, Bella, cinismo e cara de pau! É isso agora?!
Raios de fúria passaram pelos olhos do meu pai em minha direção. “Amigos!! Vocês
são encontrados seminus no meu sofá e são amigos?!!”
“Pai... eu já expliquei uma vez...” Olhei com olhar suplicante.
Estávamos esquecendo a presença do Edward, que só nos observava calado.
“É isso que você quer para você, filha? Você vai se prestar a esse papel?”
Eu estava constrangida com o modo que meu pai estava se referindo a nós. A
qualquer momento ele iria ofender Edward.
396 de 1595 26/05/2011 20:45

“É o que eu quero.” Tentei parecer firme.
“Você acha que vale a pena? Você vai se prender a uma pessoa que te vê nas férias e
pronto? Você não sabe o que acontece quando você não está...”
O que o meu pai estava dizendo? Ele estava insinuando que Edward tem outras? Olhei
em direção ao Edward e ele estava com nervosismo.
“Pai, eu não me importo... é o que eu quero... o senhor não precisa ter dúvidas do
quanto.”
“Filha, não tem garantia nenhuma nisso...” Seu olhar era de compaixão, ele se
preocupava com a situação.
“Pai, não existe garantias em lugar nenhum, com ninguém.”
Eu queria muito ter segurança, mas eu não podia mostrar essa minha carência para o
meu pai. Ele sentiria incerteza e então poderia cobrar algo do Edward, e eu não queria
meu pai pressionando ele, isso estragaria nossos dias.
“Então você se conforma com essa situação.” Era uma reflexão frustrada,
acompanhada de um vinco na testa
Eu abaixei o olhar, qualquer um perceberia que eu tinha que me conformar com o

pouco que eu tivesse. “É o que eu posso ter no momento.” Involuntariamente minha
voz soou triste.
“Então eu não tenho o que perguntar para o seu amigo, já que você se conforma com
tão pouco e já que você não se importa de ser algo disponível por aqui nas férias e
depois deixar seu amigo ficar livre...” Na voz do meu pai tinha tristeza, decepção e
sarcasmo. “Eu só espero que tenham responsabilidade com suas ações, embora me
entristeça muito ver uma filha minha viver uma vida dessas.” Meu pai fingia que
Edward não estava lá.
Edward POV
397 de 1595 26/05/2011 20:45

Eu contava que o Sr. Cullen fosse ter uma conversa envolvendo nós três. Se ele queria
conversar só com a filha, por que não me dispensou de passar por constrangimento.
Percebi pelos olhos de Bella que toda essa situação lhe era deprimente. Com o
desenrolar da conversa fui me sentindo pequeno, um indigente, sendo tratado como
ninguém, em um local onde era como se não estivesse presente. Eu precisava manter
a calma antes que sentimentos íntimos fossem manifestados pela minha fisionomia ou
por gestos. Estava agitadíssimo internamente, como ocorrera na nossa última
conversa, quando ele insinuou que eu tenho outras, quando na verdade não tenho. Fui
dominado de inquietação ao ouvi-lo falar daquele jeito, ocasionando tristeza
momentânea a Bella.
Eu ainda não tinha conversado com ela, propondo-lhe compromisso, isso a levava a
responder incertamente, gerando mais dúvidas no pai ao nosso respeito.
Controlei a manifestação da minha agitação e canalizei para o meu objetivo. Eu

precisava de uma oportunidade para me exprimir.
“Então você se conforma com essa situação.” Ela abaixou o olhar e eu senti-me
cortado com tudo aquilo. Eu não queria que ela passasse por isso.
“É o que eu posso ter no momento.” Sua voz soou triste e distante.
“Então eu não tenho o que perguntar para o seu amigo, já que você se conforma com
tão pouco e já que você não se importa de ser disponível nas férias e depois deixar
seu amigo ficar livre.”
O tom de sua voz irritou-me profundamente, ele desrespeitava-me quando se referia a

minha pessoa daquele jeito. Segurei-me na cadeira para controlar-me.
“Eu só espero que tenham responsabilidade com suas ações, embora me entristeça
muito ver uma filha minha viver uma vida dessas.”
Ele encerrou o assunto, aparentemente queria que saíssemos de sua sala.
“Sr. Cullen, posso falar?”
398 de 1595 26/05/2011 20:45

Ele se virou em minha direção, parecendo notar aquela hora que eu estava ali. O
encarei firme sem me deixar retrair da convicção.
“À vontade, Edward, pensei que era mudo.” Ele queria me provocar, mas eu iria
manter a minha voz controlada e calma. Não queria ofender Bella.
“O senhor pode conversar comigo claramente o que disse a Bella? Se queria conversar
só com ela por que me fez ter o trabalho de vir até aqui?” Devolvi a provocação em
um tom calmo.
Percebi Bella se agitar na cadeira, tentando alcançar meus olhos, mas não desviei o
meu olhar do Sr. Cullen, que me fitava com semblante expectativo.
“Tudo bem, já que você quer participar da conversa...”
“Se eu não quisesse não teria vindo.” Respondi com a voz controlada e uniforme.
“Edward!” Era Bella e não olhei em sua direção.
O Sr. Cullen respirou fundo e aliviou o semblante. “Tudo bem, Bella, vamos conversar
de homem para homem...Eu já disse para você, Edward, que eu não vejo segurança
em você, já disse que o problema hoje é esse relacionamento que vocês mantêm sem
ajustes. Eu sou um homem moderno, mas pelo modo como eu vejo as coisas, eu sei
que Bella força uma situação com você, e você não a quer do mesmo modo que ela.
Isso me trás preocupação, porque ela é mulher, está com um sentimento que mais
parece com obsessão, e eu vejo que com você é diferente, até por que você é
homem, e deve ter outras mulheres a sua disposição.”
Tentei controlar a minha respiração e a minha voz, uma vez que o nervosismo se
apossava de mim e lutava para retrair-me.
“Sr. Cullen, o senhor está enganado. Bella é correspondia da mesma altura ou mais.”
Toda a fúria caia, eu precisava mostrar para aquele homem— que a amava tanto
quanto eu—, que ela era importante para mim, e que eu não a queria mal.
399 de 1595 26/05/2011 20:45

“Mas não há segurança do mesmo jeito.”
“Não há segurança porque no momento não posso oferecer. Estou trabalhando para
isso. Na classe social de vocês, uma pessoa não pode oferecer segurança quando não
tem vida financeira abastada... o senhor entende o que quero dizer...” Olhei para o
chão.
“Mas ela diz que são amigos, então além de não ter segurança, não tem
compromisso.” Relutou insistentemente.
“Há sentimentos mútuos, ligações de vidas, isso é mais que compromisso.”
Olhei de volta para ele e o seu semblante estava mais calmo.
“Você tem outras garotas?”
Fiz questão de encará-lo.
“Não, Sr. Cullen, desde que eu tinha quinze anos Bella sempre foi e ainda é a única
mulher da minha vida.” Disse pausadamente.
Torci para que ele entendesse essa parte. Ouvi os suspiros de nervosismo de Bella,
mas não desviei o olhar do seu pai. Ele continuou me encarando calado por alguns
minutos.
“Então eu estou subestimando a ligação de vocês.” Suspirou.
“O senhor não sabe o quanto.”
“Então qual o plano de futuro de vocês?”
Olhei em direção a Bella. Ela estava aflita, mas eu não entendia mais o motivo, pois a
400 de 1595 26/05/2011 20:45

conversa estava se desenrolando.
“Nós decidimos viver um dia de cada vez, e esperamos que isso não termine nunca.”
“Então não são só amigos, são namorados.” Não era uma pergunta era uma reflexão.
Seu olhar era completamente diferente.
“Resumindo, essa é a palavra certa.”
Ele continuou olhando-me por longos minutos, pareceu compenetrado.
“Você se parece muito com sua mãe...” Ele lançou um olhar acomodador e eu
senti-me aliviado por ter conseguido. “Bella, eu trouxe almoço para vocês, se
quiserem é comida chinesa.” Informou com o semblante completamente diferente,
uma leve aparência de humor.
Bella ainda estava tensa e distante.
“Vem, Edward.” Estendeu as mãos para mim, sem expressão no rosto.
“Com licença, Sr. Cullen.” Levantei-me para sair.
“Edward...” Olhei para trás. “Pode me chamar de Carlisle.”
Descemos calados e todos os irmãos de Bella estavam sentados embaixo. Pareciam

meio apreensivos, mas olhavam para um clipe que passava na TV. Bella desceu séria e
puxou a minha mão até a cozinha de sua casa. Ela colocou a comida no microondas e
comemos calados. Tentei alcançar seus olhos, mas ela desviava o olhar. Sinceramente
eu já estava me perguntando o que fiz.
Terminamos de comer e ela chamou-me para a sala. Percebi que sua tensão não
passou.
401 de 1595 26/05/2011 20:45

Sentamo-nos separados, pois só havia duas poltronas desocupadas. Olhei para Jasper
admirando a demasiada familiaridade dele lá. Cada um dos filhos estava esparramado
nos sofás grandes, inclusive ele.
Eu já me sentia incomodado com a distância e a falta de palavras de Bella.
“Edward, faz favor...” Até que enfim, ela pegou em minha mão e levou-me ao seu
quarto.
“O que eu fiz, Bella, que você está com essa cara?” Perguntei ao entrarmos no quarto.
“Edward... eu já tinha resolvido, por que você foi se intrometer?”Havia dureza em

seus olhos, ao ponto de causar-me frio.
Eu não conseguia entendê-la, ela sempre quis segurança e no dia que eu dei, que
resolvi falar com o seu pai, ela agia assim.
“Por quê? Deve ser por que eu estava lá né. Eu não era nenhum enfeite. E ele chamou
foi nós dois para conversarmos.” Joguei as mãos no ar e sentei na cama.
“Por que se intrometeu se você ia mentir?” Ela mudou o tom para tristeza e isso me
cortou.
“Você acha que era mentira?” Arqueei uma sobrancelha.
“Do meu lado é verdade, do seu não.”
Fiquei contrariado.
“Deve ser então... acho que você não me conhece!” Disse secamente.
“Não devia me dar esperança sem ter.” Caminhou nervosamente pelo quarto.
402 de 1595 26/05/2011 20:45

“Bella, dá um tempo, está falando besteira, não estrague o momento!” Estava

impaciente em pensar que seus surtos eram iminentes.
“Você não precisava ter mentido, eu já tinha resolvido, ele já tinha entendido que era
sem compromisso, ele já tinha aceitado. Eu não quero mais enganar meu pai, eu tive
a oportunidade de jogar limpo e você faz isso!” Ela falava atropelado.
“E se eu tiver falando a verdade?”
“Que verdade? Você nunca quis isso!! Só por que foi colocado na parede agora quer!
Eu não quero assim! Eu não quero que você se sinta pressionado a assumir nada
comigo. Ficamos como estamos. Depois você vai embora e se quiser voltar, você
volta. Melhor do que saber que é por pressão do meu pai ou de terceiros.” Alterou o
tom.
“Pára, Bella, você faz drama por tudo! Desde que você tinha treze anos que falava que
era minha namorada, agora que eu falo que sou, você age assim.”
“É diferente. E não é drama, acho que você não vai entender, mas resumindo, eu não
quero que você assuma nada comigo por causa do Carlisle. Eu quero que seja por
vontade própria, por gostar de mim!”
Quando ela começa com essas histerias a vontade que tenho é de calar. Eu não devo
discutir algo que já está feito. Tudo bem que eu devia ter conversado com ela antes,
mas agora não precisa desse drama.
“Bella, posso entrar?” Era a voz de Alice. “Meu pai mandou avisar que vamos sair para
jantar todos juntos. Edward vai?”
“Não, ele não foi convidado.” Disse secamente, e Alice saiu rapidamente ao perceber o
clima.
Só tendo muita paciência. Ela estava furiosa e de braços cruzados.
Até que eu tinha motivos de ficar chateado, mas não ia deixar um pequeno
403 de 1595 26/05/2011 20:45

contratempo acabar com o momento. Puxei-a pelo pulso, a trouxe para mim e
beijei-a, impedindo-a de se soltar.
Bella POV
Ele puxou-me para os seus braços e beijou-me com ousadia. Eu tentei me soltar, mas
ele me prendeu, desarmando-me completamente, me incapacitando e acabando com
a minha determinação.
Eu não conseguia mais lembrar o porquê de estar chateada, eu não lembrava o porquê
de não estar o beijando há mais tempo, eu só o queria para mim.
Ele sentou-me em seu colo e se desprendeu de mim, se livrando do beijo e sorrindo.
Mas ele já tinha me despertado e mais que imediatamente desabotoei os botões de

sua blusa e a tirei, empurrando o seu corpo na cama e descendo com ele.
Voltei a beijar sua boca, que era o meu lugar de satisfação, enquanto ele fazia o
caminho das mãos em minhas pernas. Soltei-me de seus lábios e desci para o seu
pescoço, sua orelha, e ele imediatamente colocou as mãos nos meus quadris, após ter
subido o meu vestido.
Desci beijando o seu ombro, peito, braços, eu sentia-me poderosa em saber o quanto
ele aspirava por mim. Impaciente, ele me puxou de volta para os seus lábios e
começou a abrir os botões do meu vestido...
“Bella, posso entrar?” Era a voz do meu pai e ele já abria a porta.
Sentei rapidamente fechando o botão, tentando disfarçar. Edward sentou

desconcertado e pegou a blusa rapidamente, mas não se vestiu, só colocou em seu
colo.
“Oi, pai.” Disse sem graça, sem olhar para ele, arrumando o cabelo.
“Bella, Edward... nós temos crianças em casa, vocês deviam ser mais... respeitar.” Ele
404 de 1595 26/05/2011 20:45

nos chamou a atenção, mas aparentemente não estava bravo.
“Desculpas, Sr. Cullen, não vai mais acontecer.” Edward falou acanhado.
“Não vai acontecer...” Resmungou. “Vocês deviam descer e assistir TV lá embaixo.”
“Ah, pai... todos os sofás estavam ocupados e nós estamos cansados da festa,
estamos meio de ressaca.” Tentei argumentar carinhosamente.
“Sei... cansados...” Ele direcionou-se à porta, desconcertado e sem graça. Eu estava

tão nervosa que estava com medo de ter uma crise de riso. “Ah, eu estava
esquecendo o que vim fazer aqui, Edward, nós vamos sair para jantar, você janta
conosco?”
Demorei um tempo para processar as palavras do Carlisle. Ele estava convidando

Edward para jantar?! Que mudança brusca foi essa?
Pena que Edward não ia aceitar, ele não ia ter condições de ir aos locais que meu pai
freqüenta e, além disso, não ia querer que ninguém pagasse nada para ele.
Olhei em direção ao Edward e ele estava calado, aparentemente pensando.
“Sim, eu vou, Sr. Cullen.” Respondeu e sorriu torto para mim.
O que estava acontecendo com o mundo? O que eu estava perdendo?
“Ok, eu chamei a sua mãe. Acabei de mandar Emmett ir buscá-la com a sua irmã.”
Mas o que estava acontecendo aqui?! Eu ia ter um ataque! Estava acontecendo alguma
coisa com as pessoas em volta de mim e eu estava perdendo algo.
“Que bom.” Edward sorriu para o meu pai, e este lhe sorriu amigável.
405 de 1595 26/05/2011 20:45

Talvez as coisas melhorassem realmente, talvez enfim houvesse esperança para a

nossa vida juntos e, conseqüentemente, para a nossa família.
“Até mais.” Papai fechou a porta e saiu.
Fiquei com o semblante pasmado e Edward virou-se para mim. “Que cara é essa
Bella?” Levantou meu queixo, aparentemente me avaliando.
Ontem eu não pensava que as coisas poderiam resolver tão rápido assim... será que
eu podia ter esperança? “Estou achando tudo estranho... meu pai... você... o modo
que vocês estão agindo... ele mandando Emmett buscar Esme... tudo muito
esquisito.”
Ele puxou-me pela cintura para o colo dele, abraçando-me. “Bella, despreocupe-se.
Permita-se ficar feliz, agora a pessimista aqui é você. Não vê que as coisas estão se
encaixando?” Beijou minha testa.
Fiquei pensando, enquanto ele me afagava com carinho. Será que enfim teríamos um
descanso? Será que enfim eu poderia acalmar o meu coração?
Ele afastou-me para olhar-me. “Bella, eu não sei você, mas eu estou feliz agora que
sou o seu namorado.” Acariciou toda a extensão do meu rosto.
“Você não vai ser meu namorado até que você me peça, você não me pediu. E tem
que ser por vontade própria, sem pressão.” Tentei descontrair, dando beijinhos
carinhosos em seu rosto.
Eu estava começando a acreditar nas suas mudanças e intenções.
“Quer que eu me ajoelhe?” Tentou me levantar do seu colo e eu não deixei.
“Não!!”
Ele segurou o meu queixo e hesitou uns minutos, ensaiando o que falar, mas sorriu e
determinou-se com um semblante esplêndido. “Bella, por favor, acalma o meu
406 de 1595 26/05/2011 20:45

coração, eu sou apaixonado por você desde que eu tinha quinze anos, nunca parei de
pensar em você um dia. Eu sempre quis ser o seu namorado e não tinha forças para te
ganhar, mas graças aos céus você me escolheu, então, por favor, namora comigo,
porque eu não sei mais viver sem você.”
Em seus olhos havia um brilho magnífico de contentamento e sublimidade. A sua

alegria e convicção invadiu o meu coração. Permiti que cada palavra sua entrasse em
mim, trazendo alegria e júbilo.
Sorri, sustentando o olhar. “Hum... eu vou pensar... até depois do jantar eu te

respondo... não pense que eu sou tão fácil assim viu!” Me diverti. Ele me abraçou e
deitamos na cama.
“Pode pensar. Se aceitar é definitivo. Não vou mais sair do seu pé.” Abraçou-me forte
e eu me aninhei em seu peito.
Éramos invadidos por uma unidade de sentimentos, um momento de felicidade única

que ocorre entre nós.
Onde nos comunicamos com os olhos.
Onde uma aura de alegria paira sobre nós e é expressa no nosso semblante.
Onde as nossas almas entram em concórdia, cumprindo com o objetivo do nosso

destino... nos unir.
Notas Finais:
Comentem please!!
bjão
obrigada por ler
407 de 1595 26/05/2011 20:45

Capítulo 27- Destino escrita por BIA BRAZ

Capítulo 27 - Destino
Bella POV
Fui tirada do sono por um barulho de porta se abrindo e uma pessoa entrando no
quarto.
“Vocês acharam que eu ia deixar passar essa, seus tarados!!” Era Jasper que entrou e
nos acordou.
Edward dormia comigo, com a perna em cima de mim, abraçado a mim.

Decididamente não tinha coisa melhor nesse mundo, do que dormir a tarde abraçada a
ele.
“Que é, Jasper? Pára de ser sem educação, não vê que a porta estava fechada e que
estávamos dormindo?” Fiquei de olhos fechados, fingindo que ele não estava lá.
Edward se aconchegou mais a mim, virando-me de lado e me apertando ao corpo

dele.
“Ai, gente, que cara de pau a de vocês, isso é muita falta de vergonha. Eu estou
HORRORIZADO com a cena que eu vi de manhã! Vocês estão ficando mais pervertidos
do que o normal, agora fazem sexo explícito. Quem já foi o meu irmão?!”
“Ai, Jasper, não perturba!” Continuei com os olhos fechados, mas estava de bom
humor.
“Não, gente! Vim falar como irmão, vocês são os alvos das fofocas lá em baixo.”
“Então fala aí, RÁDIO FOFORKS, o que estão falando de nós?” Resolvi dar assunto
para o garoto.
“Ah, que vocês são uns depravados, que não respeitam mais ninguém, que você é
uma devassa, perdida da vida, que meu irmão é um pobre coitado nas suas mãos. Ah
mas essa eu já sabia! Que você é uma ninfa sexual. São tantas coisas que eu tenho
até vergonha de falar.” Ele tagarelava e sorria.
408 de 1595 26/05/2011 20:45

“Ah e você tem vergonha de alguma coisa?”
“Liga não, Bella, quanto mais você der idéia, mais ele vai torrar.” Edward me virou e
encostou minha cabeça em seu peito, fechando os braços sobre mim, a fim de me
esconder.
“Credo, irmão, pára com isso! Eu vim ficar com vocês e vocês estão me isolando
desse jeito!” Fez voz de carente.
“Então pára de mentir... senta aqui e fala quais são as fofocas reais que rolam lá
embaixo.” Virei-me de volta para olhá-lo, enquanto ele sentava em uma cadeira de
canto.
“Ah, Bella, você conhece seus irmãos, eles são muito discretos, eu que sou o
fofoqueiro daqui. É um saco! Eu estou doido para fofocar e ninguém dá nem assunto.”
“Mas não falaram nem um pouquinho? Nadinha? Nenhuma fofoquinha?” Queria

instigá-lo com seus papos, eu me divertia.
“Não. Eles ficaram com cara de preocupados quando vocês foram para o escritório e
desceram com aquela cara, mas quando o seu pai desceu e disse que íamos jantar
juntos, e que era para Alice vim avisar, todos relaxaram. Mas o mais engraçado foi
quando Alice chegou lá e disse que Edward não ia porque não foi convidado, aí o seu
pai, em pessoa, veio aqui na hora chamar Edward, logo todos ficaram calmos e
perceberam que estava tudo bem. Então, galera, TÁ LIBERADO!! Podem fazer sexo
selvagem agora em qualquer lugar da casa! Meu Deus! Não se fazem mais pais como
antigamente... eu que NUNCA vou deixar uma filha minha...”
“Putz!! Vou ter que ouvir isso!! Dá um tempo, cara!” Edward estava ficando impaciente
porque Jasper depois de alguns minutos conversando como gente normal, ele surtava
de novo.
“AH VAI TER QUE OUVIR!! MAS VAI MESMO! SE NÃO FOSSE POR MIM, VOCÊS NEM
ESTAVAM MAIS JUNTOS HOJE, TÁ??”
“Por quê?” Edward perguntou relaxando, ele queria mesmo ouvir.
409 de 1595 26/05/2011 20:45

“É só pensar, sou eu quem promove quase todos os encontros amorosos de vocês.

Pensa só, vocês só reconciliaram quando eu fiquei doente e Bella foi lá me buscar com
Emmett, LEMBRA? Outra, você fingiu que vinha me ver aquela vez antes de viajar, só
para ver Bella, VOCÊ ACHA QUE ME ENGANA. Mais uma, se eu não tivesse ligado para
Bella ir a praia aquele dia, ela não teria ido lá para vocês reconciliarem de novo, tá!? E
graças ao seu irmãozinho aqui, você teve que vir aqui essa semana. Você tava
MORRENDO de dor de cotovelo em casa e não tinha coragem nem de ligar, SEU
BUNDÃO! Aí, eu armei. Como tinha que vir no hospital, obriguei você a vir aqui,
inventando que tinha que pegar umas coisas. E por último, se não tivesse me
machucado essa semana, vocês não tirariam o atraso no hospital e depois lá em casa
TÁ! Então, SEU MANÍACO, se você está tendo uma marmitinha para o café, almoço e
janta, é graças ao seu irmãozinho aqui VIU!! VOCÊ TÁ ME DEVENDO, E MUUUITO!!
PORTANTO, VOU FICAR AQUI PERTURBANDO VOCÊS!!” Ele saiu da cadeira e se jogou
em cima de nós dois na cama.
“SAI, JASPER!!! Vai quebrar minha cama!!”
Caímos na gargalhada. Ele não se conformou em subir, ele queria deitar entre nós.
Tudo bem que a cama era solteirão, mas ficou bem apertado. Como um moleque
podia ser tão fofo, esperto, chantagista e cheio de argumentos assim.
“Eu mereço!” Edward sorriu e deitou de barriga para cima, com as mãos atrás da
cabeça.
“Então tudo bem, já que está carente e quer conversar, põe pra fora, somos todos
ouvidos.” Sorri.
“Pô, Edward! Abaixa esses braços se não num dá! PÁRA DE SER FOLGADO!!”
“Jasper, é você quem está no lugar errado.” A voz do Edward era calma e paciente.
“Faz assim, Jasper, se quer deitar com a gente, me deixa ficar aí perto dele, que eu
fico mais próxima e sobra espaço para você.”
Levantei e fiquei deitada entre os dois. Edward me abraçou apertado, colocando as

pernas em cima de mim e o nariz nos meus cabelos para cheirar.
410 de 1595 26/05/2011 20:45

“Então tá, aqui é o meu divã, vou colocar TUDO pra fora.” Sorrimos de suas palavras
maliciosas. “Eu estava pensando profundamente... raciocinem comigo... minha mãe,
já teve um rolo com o seu pai quando eram crianças... eu tenho que ficar aqui...
Edward namora você... já pensou se nossos pais namorassem de novo? A nossa
família não ia mais se separar!”
“Tá louco, Jasper! Minha mãe tá em outra! Nem toca nesse assunto.” Edward se
portou de uma maneira desnecessariamente agitada.
“O quê que é, Edward?! Qual o problema disso se eles quisessem? Vai mandar na vida
de sua mãe é?!” Virei para olhá-lo me chateando.
“Bella... você sabe...” Abaixou o tom e vacilou.
“Sei o quê, Edward?” Encarei-o e ele ficou calado.
“Ih... Briga de novela mexicana, tava bom demais para ser verdade, tô fora
benzinhos.” Jasper saiu.
Eu queria mesmo conversar sobre isso com Edward. Se meu pai quisesse se relacionar
com Esme, eu iria ficar muito decepcionada se Edward fosse contra. Ele não tinha
mais motivos para relutar.
Hoje ele não odiava mais meu pai, além disso, não podia ficar se intrometendo na
felicidade dos outros.
“Vamos, Edward, eu quero saber por que eles não podem ficar juntos, se quiserem? O
que você ainda tem contra isso? Qual a desculpa? Você já conhece o meu pai, sabe
que ele é um homem bom. Ele tem demonstrado isso por diversas vezes, então
vamos, fale. Eu quero ouvir.” Tentei conversar amigavelmente.
Ele olhava para o teto sem a mínima intenção aparente de responder.
“Eu não quero brigar por isso também, não quero estragar o nosso momento, mas eu
quero que você pense. Não seja injusto, não seja duro. Dê uma chance pras
411 de 1595 26/05/2011 20:45

pessoas...” O abracei e puxei seu rosto para olhar para mim, ele estava com olhar
pensativo.“Edward, eu não quero ficar brigando com você por tudo, por favor,
conversa comigo.” Disse carinhosamente tentando resgatar a paz. “Olha, Edward, eu
não estou pedindo para você apoiar, só quero que dê a chance de o destino cumprir o
que tem que fazer, só deixe acontecer...”
Ele não respondeu nada e minha paciência estava indo a zero.
“Tudo bem, prefere ficar brigado? É a ultima chance...” Toquei em seu rosto. Por que
a mulher tantas vezes tem que ser o equilíbrio da relação?
“Vou lá embaixo, quer ir comigo lanchar lá ou prefere que eu traga algo pra você?”
Sentei-me, calçando a chinela para sair.
“Não precisa trazer nada para mim, não estou com fome.” Disse pensativo.
Virei para olhá-lo. “Tudo bem. Estou descendo... espero que quando voltar, você
esteja com a carinha melhor.” Inclinei e dei um beijo em seu rosto.
“Espera, Bella.” Segurou meu queixo. “Não fica chateada não...”
Deitei de novo na cama de frente para ele.
“Eu não estou chateada, só acho que temos que aprender a conversar... fala para mim
qual o problema... eu entendo os seus motivos antigos de não gostar do meu pai, mas
hoje, você tem uma certa obrigação de tentar gostar dele, por que se você gosta de
mim, e sabe o quanto eu amo o meu pai, então, você devia tentar gostar dele
também, independente dele ter algo com sua mãe ou não...”
“Bella, eu não tenho nada mais contra o seu pai...”
“Então por que você agiu daquele jeito quando Jasper disse aquilo?”
“É só um sentimento retrógrado que eu vou lutar para tirar.”
412 de 1595 26/05/2011 20:45

“Então promete para mim que não vai se intrometer, e que vai deixar o destino fazer o
que tiver que fazer.” Encostei a cabeça em seu peito e ele me abraçou.
“Prometer?” Levantou uma sobrancelha, em dúvida.
“Sim, por favor... se estamos hoje juntos é graças a força que une a nossa vida e a
nossa família, apenas aceite o que tiver que acontecer. Tudo que está escrito, está
escrito.”
“Tudo bem, prometo não me intrometer.” Afastou-me e beijou-me carinhosamente

nos lábios. “Até porquê, estou muito grato por você estar em meu caminho, traçada
em minha vida, então vou deixar as coisas acontecerem, tem minha palavra.”
“Pensa comigo, Edward, se eles casassem...”
“Bella, eu não estou pronto para conversar sobre isso. Aceitar é uma coisa, mas
discutir isso ainda não, me dá mais um tempinho.” Interrompeu e beijou minha testa.
Tudo bem, se ele não estava pronto eu não tinha por que forçar. Meu anjinho tosco já
estava mudando, o importante era isso.
“Você ainda vai tomar banho antes de irmos jantar?”
“Acho que não. Ficamos deitados a tarde toda.”
“Vou buscar um suco porque estou com fome.” Avisei e me soltei do abraço. Se não
saísse rápido dali, ele não me soltaria e eu não queria me soltar.
Desci e Jasper me acompanhou até a cozinha. “Ai, Bella, como você agüenta meu
irmão, às vezes ele é tão chato!”
“É meu suplício!!” Sorrimos. “Jasper, irmãozinho, você podia me fazer um favorzinho.”

Segurei em seu braço o adulando.
413 de 1595 26/05/2011 20:45

“Só se for favor trocado HÁ! HÁ, HÁ!”
“Ó Céus!! Que mente pervertida!” Dei um tapa no braço dele.
“Fala, Bella, já sei que quer aprontar alguma e precisa de um cúmplice. Fala qual o seu
plano maligno.” Ele encostou-se na mesa, cruzou um braço e colocou uma mão no
rosto, fingindo aguardar o plano.
Pensei um pouco. “Bom, é uma coisa sua que eu quero que você empreste para o seu
irmão.”
Será que eu vou entrar numa fria por isso? Será que Edward vai surtar, achando que é
uma armação minha?
“Desembucha, Bella!! O que você quer que eu empreste para ele? A minha garantia de
satisfação?”
“Ai, Jasper, espera! Deixa eu explicar... olha só, o seu irmão não tem computador no
quarto dele, então, ele deve perder o maior tempão nos computadores públicos da
universidade, quando ele deveria estar no quarto, sem barulho e relaxado. Então, eu
queria que você o convencesse a levar o seu notebook, porque o seu é de última
geração e é muito bom. Além disso, pensando em mim agora, o seu pc tem web e vai
me ajudar a matar a saudade dele quando ele estiver lá. Fora que ele vai ganhar muito
tempo né, imagino que computadores de universidades devem ser sempre lotados de
gente na espera, também, a internet de lá deve ser muito lenta por causa do número
de usuários. Então, por favor, vai... empresta...”
Ele ficou parado pensando, aparentemente ele nunca tinha pensado nisso.
“Ah, ele é quase seu mesmo, eu comprei com o dinheiro que você me dava.”
“Não, Jasper, eu não quero que você empreste para ele por isso. Por enquanto, eu
vou deixar o meu com você. Como eu tenho um pc no meu quarto, eu uso pouco o
meu notebook. Mas quando Edward esquecer, eu vou te dar outro, eu prometo. Eu
dou um até melhor. Eu só não quero que tenha obrigação, é um favor, é algo que vai
ajudar o seu irmão, entende? Além de ajudar a sua irmãzinha aqui.” Sorri no fim.
414 de 1595 26/05/2011 20:45

Ele sorriu. “Bella, você é muito esperta na arte de ganhar o meu irmão. Eu adoro isso
em você. Pode deixar comigo... Bandida!!”
“Ah, ele está aqui né? Entrega para ele hoje. Assim que tiver uma oportunidade você
oferece. Aliás, implora para ele levar. Please!” O abracei e subi com uns sucos e pães
de queijo.
Sorte que ainda tem Jasper que tem coragem de sair para comprar lanche e arrasta
Alice junto. Feriado e sem funcionários, não tinha nada para comer aqui.
Lanchamos e novamente deitamos. Iria dar para enrolar a fome por mais uma hora.
Emmett devia estar quase chegando de Forks. Sorte eu ter ligado para Esme em
tempo...
Emmett POV
Vir a Forks hoje, não foi um sacrifício, embora eu estivesse cansado por não ter
dormido na noite passada.
Não tive dúvidas ao cumprir o pedido do meu pai. Apesar de que, eu me pergunto qual
é a dele. Qual o motivo de levar Esme para lá? Será que ia obrigar a minha irmã a
casar por ter sido encontrada daquele jeito na sala?
Seria uma boa se eu abrisse os olhos do meu pai antes, com certeza ele ficaria
admirado pelo comportamento dos dois. Dormir juntos várias vezes e não fazer nada!
Só tendo a cabeça muito no lugar, no caso dele, ou fora do lugar, no caso do outro...
HÁ HÁ!
Ele é um cara de boa, muito na dele, aparentemente boa pessoa.
Tenho pensado muito em Forks... eu conheço aquela loura de algum lugar, queria
revê-la. Como uma perfeição daquela está escondida em um lugar desses, fim de
mundo, frio pra carai! Aquela pele branquinha deve ser quente...
PÔ!! Emmett! Tu nem conhece a mulher e fica tendo esses pensamentos com ela!
415 de 1595 26/05/2011 20:45

Bom, vou rodar um pouco pela cidade antes de ir à casa da Esme, vai que a gatinha
está por aí andando com as amigas, pelo menos eu a veria.
Cara, acho que estou ficando doido! Vou logo buscar Esme. Encostei na rua da
Esme devagar, lembrei que a garota devia ser vizinha dela, pois no dia que apareceu
na praia estava com Ryan e com os meninos. Olhei em várias direções e as ruas
estavam praticamente vazias. Até que tinha um grupinho de meninas conversando em
uma esquina, mas aquele lourão eu reconheceria de longe.
Buzinei assim que estacionei e desci do carro para receber Esme que tinha fechado as
janelas e veio com duas malas. Agora esse povo vai morar lá em casa é?
Aproximei-me dela para ajudá-la.
“Oi, Esme, feliz Ano Novo! Como foi de virada?” Dei um beijo em seu rosto para
cumprimentá-la e peguei suas malas, colocando-as no compartimento de trás do Jipe.
“Feliz Ano Novo. Eu passei em casa, estava sem carro, mas foi bom, descansei.”
“Então sua comemoração é praticamente hoje, né?”
“Pois é. Emmett, têm como esperar um pouco porque minha filha ainda estava
terminando de escovar o cabelo?”
“Tudo bem, vamos esperar no carro que aqui tá frio.”
Entramos no carro, liguei o aquecedor e coloquei uma música do U2.
Continuei olhando pelas ruas, na esperança de pelo menos ver aquela garota
misteriosa, que nem olha na minha direção. Por que será que ela não gostou de mim?
Sou muito mais bonitão do que Ryan!
“Emmett, abre pra ela.”
416 de 1595 26/05/2011 20:45

Destravei as portas e a irmã dos meninos entrou com um perfume que inundou o
carro.
“Boa noite.” Cumprimentou com uma voz rouca e educada ao entrar no carro.
“Boa noite.” Respondi e dei partida, saindo distraído, ainda olhando pelas ruas.
“Emmett, você foi legal ao dar o convite ao Edward. Eles estão bem?” Esme iniciou um
assunto.
“Eu acredito que estão. Ele está lá em casa.”
“A Bella me ligou hoje, mas não deu para conversarmos. Carlisle, está pegando no pé
deles?”
“Não, o meu pai conversou com eles hoje no escritório, acho que as coisas se
acertaram.”
“Que bom.”
A viagem se seguia e nós não tínhamos muito assunto, então aumentei o som e curti a
música.
Estávamos a uns quinze minutos de casa, então Esme falou com a filha dela, que por
toda a viagem eu nem lembrei que estava lá.
“Rosalie, me empresta o batom?”
Esse nome era conhecido, era um nome incomum, mas eu já tinha ouvido em algum
lugar. Podia ser que Jasper tivesse me dito que o nome da irmã dele é Rosalie.
“Emmett, onde acende a luz?” Esme perguntou.
417 de 1595 26/05/2011 20:45

“Acende a minha também, por favor.”
Apertei os botões e liguei as luzes internas direcionadas para cada um dos rostos.
Um cabelo louro e cheio chamou a minha atenção pelo retrovisor. Ajustei o retrovisor
para tirar a dúvida. Cara! Será que eu estou ficando alucinado ao ponto de ver coisas!?
Olhei para trás para ter certeza.
Assustei, a imagem atrás parecia uma sereia, de vestido verde, com os olhos verdes e
um batom vermelho.
Me toquei que estava secando a menina por que as duas me olharam assustadas.
Caramba! E agora o que eu vou falar.
“Tem como ajustar a luz para a direção que você quiser, tá? E tem um espelho aí
também, é só baixar isso aí.” Apontei para o espelho traseiro. Menos mal, deu para
disfarçar.
Fiquei nervoso, nunca uma menina me desestabilizou assim. Olhei para frente focando
a pista. Como eu não me toquei que ela era a irmã do Jasper que nunca aparecia?!
Por isso ela estava com o Ryan. Ela era a menina de cabelos louros de dois anos atrás
na festa da Bella, só que ela estava de cabelo preso!
Os olhos são os mesmos do Edward, como isso passou despercebido? Eu estava

implicando tanto com Bella que esqueci de associar as coisas em nossa volta.
Olhei de novo pelo retrovisor e meus olhos encontraram os dela, ela sustentou o olhar
e eu, pela primeira vez na vida, desconcertei perto de uma mulher, abaixando o olhar.
Eu tinha que acalmar. Os olhos dela eram verdes e dava um contraste com o cabelo.
Caramba! Que mulher bonita!
418 de 1595 26/05/2011 20:45

Para ser a mulher que perturba os sonhos eróticos de um homem, só faltava ter uma
pinta próxima à boca. Levantei os olhos novamente, fingindo que olhava somente o
retrovisor, ela olhou, sustentou o olhar e afastou para sentar no canto do banco,
aparentemente se escondendo do meu olhar. Meu primeiro fora. Então... arrumar um
assunto.
“Rosalie, tem tido contato com Ryan?”
“Não, nunca mais falei com ele.”
E agora, o que ia perguntar?
“Você nunca mais veio aqui em casa?” Essa foi besta.
“Não tinha o que fazer aqui.” Não pareceu uma falta de educação, pareceu ser a
resposta mais óbvia para ela. Tudo bem, não ia desistir.
“Podia ter vindo para sairmos, como da outra vez, além disso, seu irmão está aqui,
você podia vir vê-lo de vez em quando. Nossos pais são amigos, devíamos ser amigos
também.” Caramba! Como eu posso ter falado tanta baboseira assim? Tô ficando
retardado.
Esme sorriu.
“Eu saio pouco de casa. Só saio com uma amiga que tenho, inclusive ela conhece
você, ela estuda com a sua irmã aqui em Seattle.”
Puta merda! Ela conhece aquela menina que eu fiquei da escola da Jéssica! Desviar o
assunto. “Qual sua idade?”
“Faço dezessete no dia treze de fevereiro.”
“Então esse é o seu último ano?”
419 de 1595 26/05/2011 20:45

“Sim.”
Hum... parece que não queria dar assunto ou talvez fosse sempre objetiva em suas
respostas.
“Já decidiu o que fazer?” Insisti.
“Não sei ainda, depende do curso que conseguir bolsa.”
Eu estava muito insistente, provavelmente estivesse dando na cara que estava

forçando com ela.
“Mas tem algum curso específico que você tenha vontade?”
“Não.” Ela queria cortar. Talvez fosse a minha hora de parar.
“Ela tem vontade de fazer psicologia, Emmett, mas ela acha que é um curso caro e
difícil de conseguir bolsa.” Esme interveio.
“Ah...” Melhor parar com a forçação. Eu estava nervoso, estava dando muito na cara e
ela não estava dando a mínima.
Chegamos em casa. Elas desceram do carro e a loura passou a minha frente. Me perdi
em seu corpo, quase caí, segurei meu queixo para não babar. O vestido era justo e o
seu traseiro era de enlouquecer, redondo, perfeito. Demais!!
Cara! Estou fissurado nessa mulher. Ela andava suavemente, um lado, o outro, um
lado, o outro. Imaginei aquele corpo por baixo daquele vestido... Delícia! Como uma
mulher podia ser tão difícil e gostosa assim? Deixei-as na sala e subi. Tinha duas
coisas muito importantes para resolver.
Edward POV
Já estava cansado de ficar deitado. Se namorar muitos anos com Bella, com certeza
420 de 1595 26/05/2011 20:45

vou virar um gato gordo de hotel.
Bella desceu fazia um tempo, sentia sua falta, mas era uma falta diferente. Estava
sentindo algo melhor desde que resolvi assumir um compromisso com ela. Era como
se meu coração acalmasse. Toda a ansiedade da presença dela e a dor que cortava
minuto após minuto nesses últimos meses, se acalmaram.
Talvez isso fosse amor de verdade.
Amor é um sentimento sereno, sem pressa, que alcança o outro com inteligência.
Curva-se diante da vontade do outro, cede, entende, perdoa... e eu a amo.
Espero demasiar-me de sua presença, para levá-la comigo em minhas lembranças,

quando enfim, se fizer necessário que eu vá. Só assim, espero sentir menos sua falta.
“Por que demorou?” Perguntei assim que ela entrou no quarto com a bandeja de
lanche e colocou no criado ao lado da cama.
“Ai, Edward, eu não demorei vinte minutos lá embaixo.” Sentou-se na cama. “Está
muito viciado em mim.” Sorriu, e seu sorriso era convidativo. Eu era mesmo um
viciado nela. Deitei-a na cama, posicionando-me por cima dela e a beijei no rosto e
boca levemente, eu só queria senti-la. Carecia suprir a falta que ela me fez em dias
atrás.
Beijá-la por meses, não supriria a privação que passei.
****
“Acho que Emmett chegou Edward, talvez devêssemos nos arrumar e descer...” Disse
baixo, abandonada naquele momento. Não era a sua vontade, nem a minha sair dali.
Meu desejo era permanecer com ela...
“Vamos ficar, vai...” Supliquei, eu só queria sentir os seus lábios doces e amáveis, por
horas e horas. Desci para sua garganta e pescoço, calmamente, apreciando o gosto,
depois desci para a clavícula, ombros... deliciando-me, sentindo com os lábios.
421 de 1595 26/05/2011 20:45

Cada vez mais estava sendo atraído a descer, principalmente para a parte do busto
que os vestidos deixam descobertos. Era como ímã, meus lábios pediam, não se
conformavam em não se aproximar e sentir a textura dessa pele, o sabor... é um lugar
que me propicia um prazer suave e prolongado. Eu não era vivo antes de tê-la para
mim.
“Ai, Edward... eu acho que... talvez seja... ruim se não formos...” Ofegou, quando
afastei o vestido e delineei o bico. Ela se entregava ao pequeno prazer proporcionado.
Inconformado e querendo mais, abri um botão.
“Edward, eu queria lhe implorar por isso... mas acho que temos que ir... e alguém
pode entrar aqui de novo.” Sua voz era um murmúrio, e eu amava vê-la assim,
absorta aos meus carinhos.
“Vamos ficar, Bella...” Mordisquei-a, lambendo devagar, ela ergueu o corpo e

retesou-se.
“Edward, é um compromisso...” Suas palavras pareceram ter objetivos duplos.
“Fala que já tinha feito um compromisso de ficarmos sozinhos aqui, antes dele nos
convidar...” Fechei os botões e voltei para os seus lábios, divertindo-me com sua falta
de certezas.
“Ai, Edward, não faz isso... você está tão... persuasivo... é lógico que eu quero ficar,
mas, é nossa família juntas... isso é uma coisa boa para nós... aceitação.” Ela ainda
estava desestabilizada.
Deitei, colocando a cabeça sobre os seus seios. Abraçando-a. Sinceramente estava

me perguntando o porquê desse jantar e o porquê da Esme ter vindo. Será para
aproximar mais as famílias? É certo que de agora em diante seremos próximos.
Eu tenho certeza que quero Bella para a vida inteira. Pensando assim... pode ser que
seja uma boa idéia a aproximação de nossas famílias.
“Bella, licença.” As pessoas dessa casa não batem na porta, elas já chegam
abrindo.“Desculpa, gente.” Era a voz do Emmett e estava bem eufórica.
422 de 1595 26/05/2011 20:45

Saí de cima de Bella e deitei-me ao seu lado.
“Fala, Emmett, que foi?”
“Por que você não me disse que aquele lourão que andava com Ryan, era a irmã dos
meninos?”
“Você não perguntou?” Bella aparentemente queria sorrir, não entendi o motivo.
Emmett olhou-a desconfiado. “Por que não disse, Bella?” Pressionou mais uma vez.
Bella sorriu cínica. “Bom, agora que estamos de bem posso falar... você lembra a
palavra funcionário e Forks? Eu pensei que nada disso te agradava, por isso não falei.”
Seria indiscreto prestar atenção na conversa deles, então atentei meu olhar para a TV
e tentei desviar os ouvidos.
“Edward, sua irmã tem namorado?” Emmett dirigiu-se a mim após um tempo.
Olhei em direção ao Emmett surpreso com a pergunta. Por que o interesse?
“Não que eu saiba, eu nunca vi.” Respondi sem tirar os olhos da TV.
Qual era a do irmão de Bella? Perguntar se minha irmã tem namorado!
“Vocês dois vão ter que me ajudar!” Sentou-se impaciente na cadeira de canto.
“Não entendi. Ajudar em quê?” Virei o rosto em direção ao Emmett, intencionado a

examinar melhor o que acabara de ouvir.
423 de 1595 26/05/2011 20:45

“Ai, Edward, às vezes você é tão lento. Ele é a fim de sua irmã e quer ajuda para ficar
com ela.” Passou as mãos carinhosamente em meu rosto e sentou encostando as
costas em mim.
Demorei uns minutos para refletir as palavras de Bella. Imprimi agitação com os
pensamentos que me invadiam. Putz, essa família vai perseguir a minha agora? Bella
encarou-me, medindo a minha reação, depois aproximou os lábios do meu ouvido e
sussurrou: “Disfarça... você prometeu deixar as coisas acontecerem...” Continuou
com os lábios próximo ao meu ouvido, beijando-me o rosto.
Levantar ou apresentar impedimento, como fiz há poucas horas quando opus-me às

idéias de Jasper, iria suscitar reações em Bella que dissiparia o ato de conviver bem.
Então me restava não estampar no rosto a insatisfação com essa intenção de seu
irmão, mesmo que preocupasse a minha percepção intelectual.
“Lembre-se... tudo que tem que ser... é... ou... será.” Disse docemente em meu
ouvido.
Ela lança feitiços sobre mim, me capturando para si, desarmando-me e me tornando
escravo de suas vontades. Sua voz devolveu-me à realidade e a sensação de
contentamento e a gratidão por ter essa Cullen em minha vida se apossou de mim.
A recordação de tê-la lutando por mim, quando eu não merecia, a lembrança de seu
crédito em nós, quando eu não tinha fé, invadiu o meu coração. Estar ali com ela
trazia sublimidade ao meu ser. Ela me alcançou, e hoje meu amor por ela transborda
os limites conhecidos por mim. E se hoje estamos unidos é por sua pertinácia em
confiar em nós e nos dar possibilidades.
Não devo reter meus pensamentos ao conjunto de regras que trazem dúvidas ao se
calcular o número de causas favoráveis ou contrárias à produção de certo
acontecimento: o acontecimento de alguém da minha família ser infeliz por causa de
um Cullen. Devo deixar o destino tornar provável a felicidade que estiver traçada,
assim como foi para mim.
“Emmett, o que quer da minha irmã?” Levantei, sentei e puxei Bella para próximo a
mim.
“Ah, por enquanto só conhecê-la.”
424 de 1595 26/05/2011 20:45

“Edward, conversa com ele que eu vou tomar um banho para me arrumar.” Bella
levantou-se e direcionou-se ao banheiro.
“Tudo bem, vou descrevê-la para você. Ela é decidida, organizada, responsável, não
costuma namorar, não fala muito, se retrai quando está perto de estranhos,
estudiosa, boa filha, não gosta muito de sair de casa, somente para a casa de uma
amiga, que é a única que ela tem e anda desde criança.”
“Então sua irmã se parece muito com você.” Observou.
“Difere pouca coisa.”
“Que armação da vida hein, Edward! Você já pensou nisso? O meu pai já namorou a
sua mãe, você namora Bella, e eu, quero muito, muito mesmo, como eu nunca quis
ninguém, a sua irmã. Você pode achar meio exagerado, mas eu nunca senti isso por
mulher nenhuma, é como se meus olhos fossem atraídos em direção a ela, e mesmo
sem conhecê-la, ela poderia ser a única mulher do mundo, que eu me conformaria
com ela. Por favor, fala mais dela pra mim... do que ela gosta?”
Fiquei pensando nas palavras do Emmett. Agora que eu conheço sobre atração e
amor, vejo do que ele está falando e sinto-me feliz em ajudar.
“Ela gosta de filmes, música, acho que só sei disso.”
“Quais tipos de música? Tem um cantor específico?” Emmett estava realmente

interessado.
Eu achei estranho isso em um cara como ele, aparentemente esses homens machões
que não se importam com o que mulher gosta ou quer, mas ao mesmo tempo eu o
entendi.
Conhecia o que ele estava sentindo. Se existe atração de vidas mesmo, então, ele
estava sofrendo essa atração e estava aceitando... coisa que eu não fiz... aceitar a
atração.
425 de 1595 26/05/2011 20:45

Mas graças aos céus, tive a minha chance nessa vida ainda.
“Ela gosta de músicas românticas, tipo Jason Mraz, Shanaya Twain, varia, até Elvis
Presley ela curte. Também gosta de jazz, geralmente músicas mais calmas.”
Bella saiu do banheiro enrolada na toalha e eu queria encerrar o assunto, pois ela em
poucos minutos iria exibir-se em peças para mim.
“Ajudou muito. Valeu cunhado! Tô te devendo uma.” Bateu em meu ombro e saiu.
Cunhado é?
Tudo bem.
Bella sorriu esplêndida de onde estava, deixou a toalha cair e expôs suas peças de
roupas íntimas, que não eram de algodão, eram vermelhas... e eu... tranquei a porta
antes que outro entrasse sem bater.
Senti-me preso em seu rosto presunçoso, ela tinha esse poder. Uma música ambiente
tomou conta do quarto, mas não foi Bella quem ligou, o som saía em umas caixinhas
espalhadas pelo quarto, talvez o som que Ryan veio instalar e provavelmente Emmett
tivesse ligado.
Tocava antigas da Shanaya. Primoroso para o momento. Ela sorriu e desfilou,

exibindo-se lentamente até closet para escolher as roupas. Ela sabia prender meus
olhos e gratificar-me com a sua imagem. Ela é brilhante, usa seu domínio em mim
como magia e me causa fascinação.
Uma mostra perfeita. O conjunto escultural caía como uma obra de arte recebendo a
luz.
Os cabelos longos no meio das costas, fazendo contraste com a cor de sua pele, em
sintonia perfeita, um corpo desenhado, esculpido na medida certa. Pernas torneadas,
cintura perfeita e pele...
426 de 1595 26/05/2011 20:45

Aproximei-me em delírio com aquela imagem e encostei meu lábio lentamente em seu
ombro. Ela se entregou ao meu toque, inclinando o pescoço, então afastei os seus
cabelos, sentindo o cheiro do sabonete, do seu perfume e do seu cabelo. Desci com
os dedos pelos ombros, braços, até alcançar a lateral de sua coxa, ela suspirava, e se
erguia ao meu toque, arrepiando toda a pele.
Senti-me vaidoso ao fazê-la sentir-se assim, o seu prazer era o meu prazer. Passeei
os dedos pela sua barriga e sua pele tremeu, eu queria conhecê-la, queria saber sobre
a mulher que eu amo. Subi com os dedos em direção a parte exposta do seu sutiã,
apreciando a sinuosidade e ela arfou. A cada minuto tinha mais certeza do quanto a
queria para sempre.
Virei-a para estudar o seu rosto, seus olhos estavam fechados, enquanto ainda
acariciava levemente a sua nuca, ansiando por ela ardentemente. Beijei-a no pescoço
e na orelha lentamente, alternando, enquanto deslizava com os dedos pelas suas
costas, por toda a extensão, detalhadamente, sentindo suas curvas, desejando-a.
“Bella, eu quero você agora...” Disse com desejo e convicção que não pensei ter.
Todo o meu corpo respondia a sua presença.
“Me beija...” Murmurou e ofereceu-me os lábios. Beijei-a, controlando o meu cérebro,

que já estava a mil, eletrizado. Ela colocou as mãos dentro da minha blusa, subindo
pelo abdômen, até o meu peito. Ela queria ditar as regras, pedindo a carícia.
“Sou seu dono, Bella... agora faço o que quero.”
Desabotoei o seu sutiã e desci com os lábios pelo seu pescoço, ombros, descendo
lentamente, sem alcançar os seus seios. Ela arfava, suspirava alto, e eu afastei-a para
contemplar o seu rosto. Aquilo era magnífico, era completar-me como homem lhe
proporcionar esse prazer que ela mostrava em seu semblante.
Passeei as costas das minhas mãos lentamente sobre os seus seios, avaliando sua
reação, eu queria admirá-la, queria desfrutar dos detalhes dela, tudo que eu pudesse
ensaiar. Voltei para os seus lábios, que estavam ansiosos e desejosos em aprofundar.
Ela iria implorar por mim.
Virei novamente o seu corpo e desci beijando suas costas lentamente. Encostei-a
sobre um balcão e moldei-me a ela, abraçando-a, apertando-a, enquanto acariciava
427 de 1595 26/05/2011 20:45

seus seios, sua cintura, beijando suas costas, orelha e pescoço.
Abaixei o olhar para visualizar aquela cena e quase perdi a totalidade de consciência.
Era estonteante. A peça íntima tornou-se diminuta após alguns minutos em que ela
encostava-se a mim. Era a imagem que sempre sonhei... precisava dela urgentemente
ali, naquele momento, e desci lentamente as laterais de sua peça íntima...
Ela segurou minhas mãos levemente, impedindo-me de continuar. Virei-a e voltei a

beijá-la nos lábios que estavam quentes molhados e aconchegantes... como o lugar
dos meus sonhos.
“Por que não, Bella...”
“Temos que ir...” Murmurou sem certeza.
“Vamos ficar...” Sussurrei, mordendo seu lóbulo.
Ela afastou-me e olhou-me com olhar desfocado, anuviado. “Edward... eu vou deixar
com você... você quer mesmo ficar?” Encostou a cabeça em meu peito, rendida.
Deixar em minhas mãos foi golpe certeiro. “Temos tempo depois, né...” Suspirei
frustrado.
“Sim... temos muito tempo.” Suas palavras soaram com duplicidade de sentido. Sentia
que Bella aparentemente ainda tinha dúvidas.
Não quando ela está envolvida de desejo, mas quando um fio de consciência lhe
invade.
Devo deixá-la mostrar sua decisão claramente.
Soltei-a dos meus braços, com o desejo diminuindo lentamente.
“O correto é você vestir-se e não ficar expondo-se mais pra mim, se não, eu não vou
428 de 1595 26/05/2011 20:45

mesmo.” Sorri e lhe entreguei a peça que se encontrava no chão.
Fui a banheiro e quando voltei para o quarto Bella estava com um vestido vermelho,
justo e tomara que caia.
“É festa?” Ergui uma sobrancelha.
“É um dia importante e sonhado, então fecha logo isso pra mim.” Virou-se pra que eu
fechasse o vestido e ela não usava a peça que lhe entreguei.
Não fechei e a virei subitamente de frente para mim. Abaixei lentamente o vestido e
sorri de sua expressão surpresa, depois direcionei meus lábios aos seus seios
lentamente e deliciei-me ali com sugadas. Ela não reclamou e puxou os meus cabelos
forte, procurando ar. Definitivamente ela adorava isso e eu também. Não eram mais
carinhos de reconhecimento, eram carinhos de posse, domínio, meus, irrevogável.
“Edward, você está me matando, resolveu se vingar agora?” Bella arfou e puxou-me
para os seus lábios. “Tudo bem, eu me rendo...” Deixou o vestido cair.
Usufruí mais alguns minutos, apertando, sugando, então, contra a minha vontade,
libertei-a de meus beijos, abraçando-a em meu peito. Satisfeito por tê-la.
“Ah... realmente temos que ir...” Rendi-me.
Ela sorriu, levantou rápido o vestido que estava no chão, virou-se para eu fechar e
sentou-se para calçar as sandálias.
“Me deixa calçar.” Peguei nos seus pés, acariciando-os e coloquei as sandálias.
“Credo, Edward, estou ficando convencida, você está muito estranho.”
“Espero que fique convencida mesmo para aceitar ser minha namorada.” Eu já tinha
certeza da sua aceitação.
429 de 1595 26/05/2011 20:45

“Hum... ainda estou pensando... acho que vai ter que me convencer que vale a
pena... vai ter que mostrar o que você pode me oferecer...”
Levantei-a e a abracei forte.
“Bom, você aceita namorar e ganha, como diz Jasper, ‘garantia total de satisfação’.
Quer fazer o teste antes de aceitar?” Subi o vestido rápido até sua coxa, sorrindo.
“Óh!!! Eu libertei um maníaco!!! O que será de mim agora?” Ela sorria e se

movimentava tentando escapar de minhas mãos.
Bella POV
O que a vida preparou para nós, não pensei que esse momento representaria tanto
para mim.
“Vamos descer, estou pronta.” Avisei após terminar de passar brilho pela terceira vez.
“Me deixa tirar de novo? Tem um gostinho tão bom de morango.” Edward se
aproximou e me encostou na parede novamente, procurando meus lábios.
“Edward, eles devem estar esperando a gente.”
Como ele estava... hmmm muito melhor do que um dia eu sonhei...
Já sentia saudade dele... era uma pena ter que ouvir a razão.
“Tudo bem, então vamos treinar. Me dá a mão.” Pegou a minha mão e abriu a porta.
Dirigimo-nos as escadas e nossa família esperava lá embaixo, alguns em pé,

aparentemente ansiosos que chegássemos. Senti algo inexplicável, uma sensação que
busco há tempos. Segurança, felicidade, esperança. Meu coração repousava, pois
Edward poderia até ir, mas agora ele era meu de verdade e eu o podia esperar.
430 de 1595 26/05/2011 20:45

Descemos as escadas de mãos dadas e sorrindo, sim, Edward sorria aquele sorriso
torto de anjo que ele tem, e só agora eu pude entender o que ele disse no quarto
sobre treinar... ele pensa nisso! Todos nos olhavam, era perceptível a qualquer olho a
felicidade que habitava em nós naquele momento. Sentia-me pisando nas nuvens em
cada passo que eu dava escada abaixo. Era uma alegria sem fim. Parece exagero, mas
eu sempre sonhei com ele aqui, livre dos seus preconceitos, livre de suas idéias
desfavoráveis e os conceitos formados antecipadamente e sem fundamento com
relação à minha família e ao meu pai.
Nossos irmãos se encontravam espalhados pelos sofás. Esme conversava em um

canto com o meu pai.
“Oi, Esme, feliz Ano Novo!” Beijei o seu rosto depois me direcionei a Rose para
cumprimentá-la também.
“Pô isso foi demorado hein!” Jasper observou malicioso.
“Só faltava nós dois?” Perguntei para o meu pai.
“Era. O que querem comer crianças?” Papai pai deu a opção para todos.
“Pizza.” Respondi e voltei para perto do Edward, que estava de braços cruzados
próximo a escada, encostado em uma coluna.
“Eu, sanduíche.” Alice.
“Pra mim tanto faz.” Para Jéssica era sempre tanto faz.
“O que o senhor quiser.” Emmett é puxa-saco, faz tudo que meu pai quer.
“Bom, eu não sei se acho uma boa chamar Esme de tão longe para comer essas
coisas que vocês querem. Esme, o que prefere?”
“Ah, Carlisle, quem convidou foi você, você decide.” Respondeu sorrindo.
431 de 1595 26/05/2011 20:45

Ops! O que foi isso? Esme deu um olhar carinhoso para o meu pai! Olhei nos olhos do
Edward e ele estava com humor, aproximei meu rosto do dele e ele me encheu de
beijos no rosto, abraçando-me e fechando-me em seu corpo.
“Sabe de uma coisa... acho que esse está sendo o dia mais feliz da minha vida...”
Sussurrei em seu ouvido.
Ele levantou meu queixo e tocou meus lábios com os dedos.
“Mais tarde eu digo se foi o melhor dia da minha.” Seu comentário foi insinuante.
Eu não precisava mais obedecer a data, eu tinha ele, segurança, certeza dos seus
sentimentos por mim, certeza que vamos ficar juntos.
“Então, para não acontecer o que aconteceu nessa madrugada, temos que comprar
aquele negócio que vai garantir o cumprimento dos seus planos, porque eu, você sabe
que não ligo, eu até quero muito.”
“Ai, Bella, é nessa hora que eu vejo como você é menina. Pra que você quer um filho
agora? Olha a sua idade?!”
“Eu quero tudo que você puder me dar.”
Ele esqueceu-se que estava na sala e levantou meu queixo para beijar-me, fechando
os braços sobre o meu pescoço e me aninhando ali, sem soltar do beijo que era muito
carinhoso e cheio de sentimentos.
“Né, Bella e Edward?” Meu pai se dirigia a nós com alguma pergunta.
Soltei-me sorrindo do beijo, e Edward não estava sem graça, ele se sentia bem. Não
teve receio de beijar-me perto dos nossos familiares. Embora fosse um beijo calmo,
mas era um beijo. Estava feliz com esse Edward!
“Ai, ai, eles ficam em uma bolha o tempo todo... não respeitam mais nem os pais.”
432 de 1595 26/05/2011 20:45

Quem podia ser? Aquela pessoa atentada e linguaruda que estava esparramada no
sofá.
Olhei em direção a ele com olhar de desaprovação pelos seus comentários e ele olhou
de volta movendo os dedos em um teclado imaginário. Putz, que menino terrível!
Chantagem! Ele mostrou que se eu brigasse, ele falaria do notebook.
Sorri de sua nova façanha. “Que foi, pai? O que o senhor perguntou para nós?”
“Resolvi ir a um lugar que tenha tudo. É um pouco mais simples, mas vai ter pizza
para você, sanduíche para Alice, batata frita para Jasper e um bom vinho para os
adultos.” Direcionou o olhar para Esme, que desconcertou. As coisas estavam indo
bem.
Fomos em três carros, eu e Edward no carro do meu pai com Esme, Jéssica sozinha
no seu, pois ainda iria sair, e as outras pessoas no carro Emmett. Fiquei imaginando
as artimanhas da vida. Meu pai namorou Esme e se separaram, graças a isso eu tenho
Edward, e hoje, após estarmos unidos, eu e Edward, eles dois podem voltar a
acreditar no amor. Afinal o destino já cumpriu com o seu objetivo.
Será que sou egoísta pensando assim? Acho que não, espero que eles compreendam
isso.
Apertei as mãos do Edward, enquanto viajava em pensamentos, olhando em minha

frente o meu pai e Esme. Naquele carro, havia um encontro entre o passado e o
presente... quem sabe o futuro. Edward percebeu a viagem nos meus olhos e
abraçou-me forte, sorrindo do meu rosto.
No restaurante estávamos eufóricos. Como o clima estava bom, ficamos na parte

externa do restaurante, onde tocava música ao vivo. Na mesa, só Jéssica que estava
desacompanhada. Espero que a minha irmã um dia arrume alguém, embora ela não
pareça interessada em aprofundar relacionamentos. Emmett estava forçando
bastante, mas até que às vezes ele ganhava algum sorriso da Rosalie. Esme
conversava algo com Carlisle e jantavam. Eu comia a pizza que pedi com Edward.
O jantar seria muito calmo se não fosse...
“Pára, Jasper!” Alice reclamou ao recebeu uma azeitona no cabelo.
433 de 1595 26/05/2011 20:45

“Ah, tá todo mundo muito quietinho, eu quero diversão!” Preparou outra azeitona na
colher para jogar.
“Não faz isso!” Avisou Alice com tom ameaçador.
“ADORO quando fica brabinha. Joga você aqui na minha boca, vai!” Abriu a boca para
Alice jogar azeitona.
Ela gostou da idéia, então sorriu e jogou, acertando na boca dele. Todos sorrimos na
mesa. Depois os dois ficaram tentando acertar um a boca do outro com azeitona e
pedaços de pizza.
“Jasper, estamos em um restaurante...” Esme disse baixo e desconcertada, chamando

a atenção do filho. Provavelmente estivesse com vergonha do local, mas nada a ver.
“Quem liga!” Respondeu o atentado. Aparentemente foi falta de educação.
“Jasper!” Edward chamou atenção do menino e todos olhamos em direção a ele. “Fale
direito com a minha mãe!” Sua voz foi controlada e calma, porém energética e com o
olhar firme.
Primeiras palavras do Edward na mesa e todos ficaram pasmados com o efeito. Jasper
pediu desculpas para a mãe e parou com a brincadeira, ficando amuado.
“Por que isso?” Perguntei carinhosamente no ouvido do Edward. “Deixa eles

brincarem. Alice também estava brincando e ninguém brigou com ela.”
“O problema, Bella, é o modo como ele falou com a Esme.” Respondeu no meu ouvido
aliviando o semblante.
O clima ficou meio chato na mesa. Jasper e Alice ficaram quietos e isso era inaceitável,
pois era o menino que alegrava qualquer ambiente. Decidida a me divertir, vi que tinha
um carrinho de pipoca na rua e pedi para o garoto comprar umas pipocas para mim.
434 de 1595 26/05/2011 20:45

“Jasper!” Ele virou-se em minha direção ainda meio desatento e chateado. “Abre a
boca!” Joguei pipoca doce nele e ele não se importou com a presença do irmão e abriu
um bocão, com um sorrisão de criança arteira no momento em que faz o ato.
Joguei várias pipocas e ele movia-se para pegar, sem deixar cair uma. Meu pai agiu
como se nada estivesse acontecendo, pois ele sabia que nós éramos exatamente isso,
inquietos assim, mas Edward e Esme estavam tensos, creio que preocupados com o
ambiente.
Alice animou-se e começou a jogar também na boca do moleque, nós duas de uma
vez. Ele estava extasiado em aprontar alguma, e em poder pegar as minhas e as de
Alice.
Gargalhávamos com ele, e Edward estava sério. Até que Alice virou-se em direção ao
Edward intencionada a jogar nele. Ah... com ela ele não iria brigar.
“Abre a boca, Edward, pelo menos para comer pipoca!!” Ultimamente tinha muita
gente implicando com o fato dele não conversar.
Ela jogou e ele virou o rosto, ignorando Alice com o rosto sério.
Que horror!
Sorte que Alice não ligou para a falta de modos dele, mas eu fiquei chateada com o
modo como ele a tratou.
O que custava entrar na brincadeira?
“Edward, relaxa e divirta-se. Somos uma família.” Tentei carinhosamente.
“Não sou criança.” Disse com indelicadeza.
“Ah, mais devia ser de vez em quando, já que nunca foi uma.” Olhei duramente para
ele devolvendo o tom.
435 de 1595 26/05/2011 20:45

Fechei o tempo. Como era difícil conviver com essa pessoa!
O clima pesou, mas minutos depois que aprontou ficou todo sonso, puxando minha
cadeira para perto dele. Era bom que consertasse o que fez. Podia ser até criancice da
minha parte, mas ele tinha que mudar esse modo sério de encarar a vida. O que tinha
se estávamos em um restaurante? Escolhemos a área externa justamente para
ficarmos a vontade!
“Mas o que estamos comemorando hoje que a nossa família está junta?” Jasper
perguntou para Carlisle, cheio de êxtase, mastigando pipocas.
“O primeiro dia do ano.” Carlisle respondeu com se fosse o óbvio. “E então crianças,
peguem os refrigerantes de vocês e vamos brindar.” Xiií! Meu pai parecia estar mais
alegre com o vinho.
“Ao quê?” Emmett se interou no assunto, saindo do pé da Rosalie um pouco. Coitada!
“Cada um de nós expõe o que quer brindar.”
“Ok! No meu caso é um pedido: QUE AS NOSSAS MULHERES NÃO MORRAM VIÚVAS!!
Kkkkkkkkk!!” Jasper levantou o copo bem alto e deu um gole grande, fazendo uma
careta, fingindo ser uma bebida forte.
Era um atentado mesmo, como pôde desejar que suas mulheres morressem antes
dele?! Todos riam na mesa de sua expressão.
“Tudo bem, eu quero brindar à beleza e à perfeição agradável à vista.” Emmett ergueu
copo e encostamos o copo no dele.
“Nossa, Emmett!! Falando difícil.” Brinquei, deixando ele sem graça.
“Quem mais?” Carlisle.
“Se ninguém vai eu vou de novo! Que os meus filhos tenham um pai rico e mães
gostosas!!! ”
436 de 1595 26/05/2011 20:45

“Jasper!!” Esme desconcertou-se com a atitude do filho.
Todos gargalharam. Edward estava relaxando. Se ele não tivesse enchido

anteriormente, eu poderia até fazer o brinde e seguir os meus planos para hoje, mas
como ele me irritou, ia ficar esperando.
“Mais alguém?”
“Eu vou! Que Deus abençoe os homens bonitos. Os feios só se tiver muito tempo.”
Alice levantou o copo e deu língua para Jasper, que jogou uma azeitona nela.
Estava muito divertido.
“Tudo bem crianças, vamos brindar sério. Eu quero propor um brinde ao futuro. Já
que estamos no primeiro dia do ano, espero ter um futuro próspero e feliz.” Meu pai
levantou o copo e encostamos o copo no dele.
Agora sim, todos iriam ter que falar algo. Eu sinceramente ia brindar somente ao ano
novo. Desencostei-me do Edward, ficando longe. Estava descontraída por causa das
brincadeiras na mesa, mas ele percebia que eu estava um gelo. Esme levantou e
ficamos atentos. Como ela era formada em jornalismo, com certeza devia ter muita
desenvoltura ao falar.
“Eu quero propor um brinde, mas antes eu quero falar uma coisa; bom, todo início de
ano dizemos para nós mesmos, esse ano vai ser diferente, vou fazer isso, aquilo, e
chegamos ao fim do ano e não mudamos nossas vidas. Não cumprimos com nada que
tenhamos planejado. Eu quero propor um brinde à força que comanda às nossas
vidas, ao plano perfeito, que não se frustra, que é o plano dos céus, por que é Ele
quem rege às nossas vidas, é quem dá rumo aos nossos planos.”
“Uau!!” Gritei e bati palmas sorrindo para Esme.
Todos bateram palmas e ergueram os copos. Ela falou lindo! Jéssica levantou o copo e
preparou para falar.
437 de 1595 26/05/2011 20:45

“Ah, eu não vou falar bonito não, vou fazer um brinde rapidinho por que eu tô saindo,
eu quero brindar à vida, e à liberdade de escolha e expressão, isso é algo muito
importante pra mim.” Batemos palmas e erguemos os copos.
E... silêncio na mesa.
Faltava eu, Rose e Edward. Era bom que esquecessem, não iria sair nada mais dali.
Dois mudos e uma que não estava a fim de falar. Eu não queria falar nada, tinha um
arquivo guardado para um momento desses, mas me faltava vontade. Um clima chato
se apossou da mesa, acredito que esperavam por nós. Eu estava tediosa, pensativa.
Também esperava alguma coisa... fiquei olhando para as minhas mãos, depois
arrisquei procurar os olhos do Edward. Fazia um tempinho que não olhava para ele.
“Então...” Carlisle quebrou o silêncio. “Ainda querem brindar a alguma coisa?”
Alice levantou de novo.
“Eu quero, pai! Agora falando sério, eu quero brindar a saúde do meu amigo e a
amizade que temos, também quero fazer um brinde às duas famílias, que elas nunca
se separem, que a amizade dure muitos anos.” Ela olhou para o atentado, é nítido que
ela sofre com o problema de saúde do garoto.
Edward POV
Início dos brindes
O clima na mesa estava divertido, consegui relaxar depois do momento de tensão

inicial, mas Bella estava fria, com certeza chateada com alguma atitude minha. Os
brindes se seguiam e toda a minha coragem de falar algo era retraída.
Putz, eu ia perder uma oportunidade de falar, de brindar, por causa de timidez!
“Então... ainda querem brindar a alguma coisa?” O pai de Bella perguntou.
Pelo jeito os brindes chegavam ao fim, e embora eu tivesse mil palavras ensaiadas
438 de 1595 26/05/2011 20:45

sobre o que gostaria de brindar ali com a nossa família reunida, sentia-me impedido,
principalmente motivado pela distância de Bella. Encontrava-me sem firmeza de ânimo
para prosseguir.
Abaixei a cabeça, olhando para a mesa, e esperei o tempo passar, indignado com a
minha falta de atitude. Senti os olhos de Bella sobre mim e levantei os olhos,
encontrando os seus. Eles estavam distantes, pensativos, todo o brilho de humor que
havia ali minutos atrás se ia, dando lugar a um desapontamento, aparentemente uma
ilusão perdida.
Sustentei o olhar buscando encontrar ali o que ela esperava de mim.
“Eu quero, pai! Agora falando sério, eu quero brindar a saúde do meu amigo e a
amizade que temos, também quero fazer um brinde às duas famílias. Que elas nunca
se separem, que a amizade dure muitos anos.” Alice olhou para o meu irmão com
carinho.
Céus! Que seja só amizade.- Roguei.
Agora, com certeza tinha chegado ao fim aquele momento.
“Edward...” Carlisle olhou em minha direção e eu demorei a entender o que ele queria.
Ele esperava que eu falasse algo. Privei os meus movimentos, direcionando o meu
olhar aos objetos sobre a mesa. Todos na mesa direcionaram os olhos em minha
direção e eu continuei imóvel pelos minutos que se seguiam.
“Desiste, pai...” A voz de Bella continha tristeza e acidez.
Olhei em seus olhos e ela deu um sorriso penoso de canto que me cortou, depois olhei
em direção a minha mãe e ela lançou um olhar denotando desaprovação. Senti-me um
covarde, falido e desalentado.
“Então, gente, levantem os copos.” O Sr. Cullen pediu e levantou o copo para
encostarmos os copos todos juntos.
E se esse fosse o discurso de minha vida? Como posso não me retrair em falar diante
de um auditório para desconhecidos, como no meu curso, e hoje, com a minha família
439 de 1595 26/05/2011 20:45

agir assim? Bella não vale mais a pena do que qualquer outro desígnio para mim?
“Eu quero brindar a alguém.” Falei de ímpeto, e todos abaixaram os copos, em

expectativa, olhando em minha direção. “Eu quero propor um brinde à mulher que tem
mudado a minha vida, que tem mudado a minha personalidade e as minhas crenças.
Quero propor um brinde à Bella, que é a mulher da minha vida.” Disse pausado e
baixo, satisfeito por ter que fragmentado essa barreira em mim.
“Até que enfim abriu a boca!!” Jasper gritou e bateu palmas.
Bella olhou-me e sorriu satisfeita colocando seguidamente a mão na minha perna. Ufa!
Acho que finalmente podia respirar!
“Tudo bem, agora sou eu...” Bella começou a falar e olhou em minha direção, com um
olhar entusiasmado. “Todo mundo sabe que eu falo pelos cotovelos né, então
preparem os ouvidos por que o que vou falar é muito grande.” Todos sorriram. “Bom,
Esme já brindou por uma coisa muito parecida com a minha, mas mesmo assim eu
quero falar.” Havia muita emoção em sua voz, e eu estava ficando tenso com o que se
seguiria. “Eu quero brindar ao destino e ao tempo. E podem relaxar os ouvidos que
agora vai sair um monte de coisa com coisa.” Ela sorriu. Nunca tinha visto Bella assim,
parecia que a voz estava meio embargada, mas ela aparentemente estava feliz,
olhando alternadamente em minha direção e em direção ao pai. “Às vezes queremos
fazer o nosso próprio tempo, não deixando a vida seguir o seu. Mas depois
percebemos que o destino prepara tudo, ele tem o seu próprio tempo. Tudo tem a
hora certa de acontecer. Não devemos ficar ansiosos e atropelar as etapas da vida,
querendo burlar o tempo, embora nossas fraquezas em esperar nos levem a isso.
Ficamos questionando, qual o tempo certo? Quando irá acontecer? E de repente as
coisas acontecem e nos surpreendem, tudo na hora certa, um plano perfeito. Hoje,
com as nossas famílias aqui reunidas, podemos perceber o quanto os destino é
responsável por tudo, tudo em seu tempo.” Ela respirou fundo. “Não está nem perto
do fim!” Bella parou e todos sorrimos de sua descontração. “Existe um pensador que
diz que há tempo para tudo, agora eu vou trazer os versos do pensador para o meu
caso. Há tempo de encontrar, tempo de separar, tempo de reencontrar, tempo de
lutar, tempo de sofrer, de duvidar, de chorar, de ter esperança... Bom... eu sei que
cada um de vocês que estão aqui, das duas famílias, nesses últimos tempos
presenciaram a minha vida e a do Edward. Nós tivemos o tempo para cada uma
dessas coisas que citei acima, e agora, eu quero que vocês compartilhem conosco a
nossa felicidade, por que esse é o nosso tempo de ajustar, tempo de compromisso.”
Ela virou-se somente para mim e meu coração inflou. “Embora eu saiba que nosso
relacionamento ainda vai passar por muitas provações causadas pelo tempo e pela
distância, pior ainda sabendo que você vai amanhã... o que conforma, é saber que
somos ligados por algo muito maior, a vontade de ficar juntos e a força do destino em
nos unir. Mesmo que tenhamos que esperar o tempo certo para dividirmos os nossos
dias e as nossas vidas, não vamos nos separar... eu vou ser o seu porto aqui, sua
amiga e sua namorada. Quero ser a mulher que vai te apoiar no seu futuro e que vai
fazer parte dele. Quero que você me escolha principalmente quando estiver lá... assim
vou estar dando a chance do destino cumprir o seu querer.” Ela voltou-se para o
440 de 1595 26/05/2011 20:45

restante da família e eu suspirei com a força de suas palavras. “Então, o meu brinde é
ao tempo e ao destino, que são aliados eternos.”
“CARAMBA, BELLA!!!! EU ACEITO MAIS UMA VEZ!!! SIM! SIM! SIIIIIIM!!! NOSSA,
BELLA, EU VOTO EM TU. TU FALA DEMAIS! MINHA FILHA EU ACHO QUE A POLÍTICA
DA FAMÍLIA AQUI TEM QUE SER VOCÊ!!” Jasper se divertia com a mão levantada
para cima.
Bella já estava apertada em meus braços, não consegui conter o êxito e sublimidade
que brotavam em mim, tive certeza mais uma vez, que era essa a mulher que eu
amava, a mulher que foi escrita pra mim e a mulher que sempre vou amar.
A nossa família sorria e batia palmas. Mas algo que ela disse sobre ir amanhã, eu não
entendi. Porém depois eu esclareceria...
Pergunto-me: como uma menina tão nova consegue ter essa carga de palavras e
experiências, sendo que ainda não viveu suficiente pra isso?
Bella POV
A noite foi perfeita. Voltei para os braços do Edward, que não me soltava um minuto.
“E ai, namorado, acho que você tem que comprar alguma coisa, lembra? Ainda quer
uma noite perfeita?” Sibilei em seu ouvido.
“Eu vou embora com Esme, está tarde.”
“Acho que não vai.” Sussurrei.
“Bella, é muito chato isso, é muita folga.” Referiu-se a dormir em minha casa.
“Vamos, crianças.” Percebi que o meu pai saiu e fez o pagamento no caixa. Ele é um
gentleman, não quis constranger ninguém com a conta na mesa. Adoro o meu pai.
Saímos do restaurante.
441 de 1595 26/05/2011 20:45

“Edward, você dirige o meu carro?” Meu pai perguntou. “Bebi um pouco e se a polícia
parar é um transtorno, vou ter que ligar para um e para outro, então é melhor não
passar por isso.
“Tudo bem.” Edward pegou a chave.
Estava tudo dando certo, como sempre sonhei. Edward dirigindo a Mercedes do meu
pai era perfeito.
“Esme, você não vai embora hoje não, né? Está tarde e amanhã é domingo.” Meu pai
conversava com Esme no banco detrás.
“Não sei... o que você acha, Edward?” Apertei as mãos dele e ele sorriu torto para
mim.
“Você quem sabe, mãe.”
Que ódio!
“Esme, fique! Você tem roupas lá em casa, e lá tem mais três quartos vazios, por
favor!” Supliquei e Edward sorria disfarçado.
“Tudo bem, vou só ver com a Rose quando chegar lá, mas acho que ela não vai se
opor.”
“Edward, vamos passar em uma farmácia por que cortei meu dedo e quero comprar
um Band-Aid.”
Ele olhou em minha direção, me estudando e sorrindo torto.
Lindo, perfeito, e... meu.
Continua...
442 de 1595 26/05/2011 20:45

Notas Finais:
Oi!!
Estou muito feliz com a atenção que estão me dando.
obrigada mesmo gente.
sou nova aqui, mas já apaixonei por vocês.

obrigada por ler.
comentem mais, eu preciso de vcs.

bjs
443 de 1595 26/05/2011 20:45

Capítulo 28- SEGUINDO OS PLANOS escrita por BIA BRAZ
Notas do Autor:
ELES ESTÃO SE CONHECENDO GRADATIVAMENTE... ENTÃO,

CONTEM CENAS QUENTES. LEIA POR SUA CONTA E RISCO.
Capítulo 28 - Seguindo os planos
Bella pov
Eu estava ansiosa com o que se seguiria no restante da noite, mas precisava esconder
a minha tensão.
Chegamos a nossa casa e o carro de Jéssica já estava, mas ela não se encontrava na
sala. Provavelmente estivesse deitada. Será que ela achou o jantar tão ruim que ficou
entediada e foi dormir?
Espalhamo-nos pela casa.
Alice, Jasper, Emmett e Rosalie ficaram no jardim. Emmett pegou o violão e foi tocar
para Alice cantar. Talvez ele estivesse conseguindo ser uma boa companhia para
Rosalie.
Meu pai e Esme ficaram perto do bar conversando. Será que eles tinham tanto
assunto assim? Pensei. Apesar de que os dois trabalham na mesma empresa, então
podia ser que tivessem muito assunto sim.
Vi que era muita cara de pau subir para o quarto cedo daquele jeito, então resolvi
colocar um clipe de clássicos e ficar na sala, enquanto as pessoas não iam dormir.
Deitei no sofá com a cabeça no colo do Edward. Ele estava calmo, mas eu estava
nervosa com o que estava prestes a acontecer. Estava com medo. Acho que é normal,
não, ter medo da primeira vez? É, acho que é.
Ele passava as mãos em meus cabelos sem tirar os olhos de mim, acredito que
medindo a minha reação. Tentei parecer calma e sorrir de ver em quando, mas estava
444 de 1595 26/05/2011 20:45

sem assunto. Era melhor não falar sobre isso para o meu nervosismo não ficar
aparente, era melhor deixar que no quarto meu corpo ajudasse, pois ele estava bem
interessado.
Até que se a Jéssica estivesse acordada eu iria perguntar umas coisas para ela... eu
devia ter perguntado há mais tempo, mas até ontem à tarde eu não pensava que as
coisas iriam acontecer tão rápido assim, afinal, nem conversando com ele eu estava.
Se não fosse ele ter aparecido na festa do Réveillon, eu iria me manter na mesma. Por
isso não me preparei.
Bom, ele também era inexperiente e não iria esperar muito de mim, além disso,
estávamos indo muito bem nas preliminares, logo as coisas deviam sair bem.
“Edward, espera aqui um pouco que vou ao quarto da Jéssica. Vou falar algo
importante com ela.”
“Tem certeza que vai me deixar aqui sozinho?” Olhou com semblante carente.
“Só um pouco, prometo.” Beijei o seu rosto e levantei. Subi as escadas e tentei abrir
sua porta “Jéssica... tá acordada?” Perguntei ao ver que a porta estava trancada.
“Espera, Bella.” Sua voz estava bem acesa para quem estava dormindo.
Uns minutos.
Jéssica abriu a porta com o rosto meio vermelho.
“Posso entrar? Queria falar com você...”
“Entra.” Ela estava agitada e sem vontade... estranho.
Jéssica foi ao banheiro apagou a luz e voltou, aparentemente com um pouco de

impaciência. Eu estava desconcertada em iniciar o assunto o qual vim falar. Com
certeza ela iria morrer de rir, pois todos aqui em casa acham que eu já tenho vida
sexual ativa com Edward desde que viajei para a capital.
445 de 1595 26/05/2011 20:45

Fiquei ensaiando como começar esse assunto. Geralmente eu não sou tímida, mas
nessa parte, como eu sou completamente leiga, eu fico meio embaraçada.
“O que quer, Bella?” Estudou o meu rosto com olhar curioso.
“Bom... o Edward vai dormir aqui e... nós dois vamos dormir juntos.” Disse dando
mais força na palavra chave.
“E...?”
“Vamos ‘dormir’ juntos, é a primeira vez.” Tentei falar com o olhar, mas ela
aparentemente não entendeu.
A Jéssica é tão voada.
“E...?” Continuou perdida.
“Hoje vai rolar, Jéssica, é a nossa primeira vez.” Estava perdendo a paciência.
“Primeira vez o quê, Bella? Que vocês vão dormir juntos? Eu não estou entendendo do
que você está falando. Você não já dormiu com ele outras vezes?”
“Tudo bem, hoje vamos transar pela primeira vez, sexo, entendeu?” Perdi a calma
total.
Ela sorriu, aliás, gargalhou.
“Hoje é a primeira vez de vocês?! Ainda bem que eu não fiquei com ele, ele é muito
devagar!! Por que não?! Tanto tempo e... nada!!” Fez gestos obscenos com a mão e
sorria como se fosse a coisa mais engraçada do mundo.
Eu fiquei quieta. Na verdade eu não precisava ter vindo falar com ela, foi burrice
446 de 1595 26/05/2011 20:45

minha, eu podia simplesmente deixar as coisas acontecerem. Depois, Edward iria

saber o caminho, não tinha nada que aprender.
“Tchau, Jéssica.” Virei-me para sair.
“Espera, Bella. Desculpe. O que você veio fazer aqui mesmo? Você não veio só
informar o que ia fazer. O que você queria?” Ela percebeu que eu não estava gostando
e tentou consertar.
“Nada, Jéssica. Esquece.” Eu não estava chateada com ela, era comigo por ter me
exposto assim.
“Bella, desculpe, eu não queria ofender. É que eu não imaginava mesmo. Venha, sente
aqui.” Voltei e sentei. “Você quer saber algo biologicamente falando?” Tentou parecer
profissional por estudar biologia.
“Não. Biologicamente eu já aprendi na escola... eu queria que você me falasse um

jeito de ser melhor... mais fácil... não ser dolorido... coisa assim.” Eu estava muito
sem chão de ter essa conversa.
Ela olhou ternamente em meu rosto um tempinho.
“Desculpa mesmo, Bella. É nessa hora que eu vejo como uma mãe faz falta. Apesar de
que, coisas importantes as mães não vão falar nunca, né.” Sorriu tentando
descontrair. “Tudo bem... hum... como vocês estão? Como está? Está quente?” O
modo como ela estava falando estava engraçado. Fez-me parecer realmente um
aprendiz.
Pensei...
“Acho que sim.”
“Você já pegou nele e ele em você? Como que estão as intimidades?”
“Ai, Jéssica, deixa pra lá. Eu acho melhor deixar as coisas acontecerem.” Desisti de
447 de 1595 26/05/2011 20:45

conversar sobre isso, era muito constrangedor mesmo que ela tentasse deixar as
coisas leves.
“Tá, Bella, me deixa falar só uma coisa importante, o resto é no momento. Tente tirar
o nervosismo. Você precisa estar bem preparada, bem a fim para não sentir
incômodo.”
Pensei um pouco.
“Na verdade, Jéssica, eu queria que você me falasse era um jeito de ser bom para
ele.”
“Bom, então vou te falar como eles funcionam (......10 minutos......). Mas não se
preocupe, só de você conseguir relaxar, vai ser bom pra ele, entende? As respostas
do seu corpo agradam o parceiro, então se for bom para você, vai ser bom para ele.
Entendeu?”
Entendi, eu acho, mas ela não me deu nenhuma informação realmente muito clara. Eu
continuava nervosa.
“Eu entendi alguma coisa, mas está bom. Vou aqui ao seu banheiro, estou apertada.”
Avisei e me direcionei ao banheiro.
“Não, Bella!” Jéssica veio em minha direção.
“Por quê? Eu tô apertada.” Continuei andando.
Ela parou na minha frente me impedindo e ficou calada uns dois minutos enquanto eu
esperava uma resposta.
“Bella... o Mike está aí.” Disse sem graça.
Eu fiquei abismada.
448 de 1595 26/05/2011 20:45

“Como assim? O que ele faz aqui? Estão ficando?”
“Ai, Bella, é uma longa história... a gente fica de vez em quando... mas é só amizade.
Eu estava me sentindo só hoje, aliás, tem uns dias que eu estou me sentindo assim.
Então eu o chamei. Na madrugada do Réveillon ele também veio aqui pra casa.”
“Que horas? Quando ele saiu você ficou!” Lembrei de ter visto Jéssica lá quando Mike
foi embora.
“Ele saiu na frente enquanto eu dava um tempinho e me esperou lá fora, aí eu deixei a

chave do meu carro com o meu pai e vim com ele. Inclusive quando ele foi embora
hoje de manhã, você estava com os seios à mostra lá embaixo com o seu namorado.”
Ela sorriu no fim.
“Mas e o carro dele?”
“Ele deixou na casa dele e veio a pé.”
Eu fiquei boquiaberta.
Bem que a Jéssica podia ficar com ele de verdade. Ele ia ser da família do mesmo
jeito.
“Então tá, deixa um cheiro pra ele. Jéssica... por que você não vai para um local
próprio pra isso? Por que você prefere que ele fique escondido aqui em casa?”
Ela sorriu desconcertada.
“Por que eu gosto de ter ele aqui no meu quarto, é mais familiar, aconchegante,
entende? Ele é fofinho, a gente dorme abraçado. Ele é um amigão, é seguro ter ele.”
449 de 1595 26/05/2011 20:45

Amigão... a Jéssica está tendo uma caída pelo Mike ou é impressão minha? Além
disso, que negócio é esse de seguro? Será que ela não usa... não é da minha conta.
“Então me deixe descer. Obrigada.”
Desci e Edward estava entediado em frente à TV.
“Vamos para o quarto?” Cochichei em seu ouvido.
“Seu pai acabou de falar qual o quarto que eu vou dormir.”
“Pode deixar que eu falo com ele, e vai ser agora, na frente da sua mãe.” Sorri.
Levantei e fui até o meu pai.
“Pai, o Edward vai dormir em meu quarto. Eu posso dormir com ele?” Cara de pau
pouca eu tinha muita.
“Não, Bella. Aqui não.” Era desaprovador o seu olhar, mas ele disse calmo.
“Pai, eu já dormi com ele em outros lugares, o que quê tem dormir aqui também?”
Perguntei carinhosa. Muito cinismo, Bella. Ah, não custava tentar.
“O quê tem é que aqui é sua casa, e ninguém trás companhias para cá, então você
não vai dormir com ele aqui.” Explicou o óbvio já conhecido por mim.
“Ele não é um ficante qualquer, ele é meu namorado. Eu acho que as suas regras
deviam ser mudadas quanto a isso. Realmente trazer uma pessoa qualquer para
dormir é uma coisa, mas uma pessoa realmente importante acho que não tem
problema.” Tentei falar além da discussão. Ele também tinha que quebrar as suas
regras com relação à Esme. O abracei, e isso o comovia. Rá, Rá, Bella bandida. “Pai,
eu não quero fazer as coisas escondidas de você, por favor, de qualquer maneira eu
vou dormir com ele.” Por que os pais preferem não ver as coisas? “Se ele dormir no
quarto de hóspedes, mais tarde eu vou pra lá dormir com ele do mesmo jeito. Por
favor...” Ele não pareceu que ia ceder, estava com o semblante composto, sem a
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mínima variação. Pensei um pouco. “Tudo bem, então eu vou dormir naquele flat que
o senhor às vezes dorme.”
Soltei-o do abraço e me virei.
“Bella, não precisa sair de casa.” Aparentemente ia ceder.
“Então posso subir...” Não foi uma pergunta. Ele fez cara de insatisfação e virou o
rosto sem responder. “Te amo, pai, boa noite.”
Beijei ele e depois a Esme.
Ele ficou contrariado. Mas o que ele preferia? Que eu dormisse na rua?
Peguei nas mãos do Edward e saímos em direção ao quarto. Edward estava sem graça
e não levantou os olhos em direção ao meu pai antes de subirmos.
Eu sabia lidar com Carlisle. Sorri.
Entramos e Edward estava pensativo e calado demais.
“Tome banho.” Pedi carinhosamente e ele nem cogitou ir.
Ele sentou na cama.
“Bella, o que você quis dizer hoje à noite quando disse que eu vou embora amanhã?”
Hum, ainda não tínhamos conversado sobre isso.
Aproximei-me dele e sentei em seu colo de lado pegando em seu rosto, sentindo
muito pelo que eu ia falar. “Você vai.” Afirmei. Eu já tinha certeza disso.
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“Como assim? Não combinei com você de ficar dois meses para suprir um?” Em seu
rosto tinha milhares de perguntas e desconfiança.
“Sim, Edward, naquele momento que disse aquilo, estávamos vivendo só no presente.
Até ali, eu era a sua ficante, e ficante vive no presente. Agora sou sua namorada, e
namorados pensam em futuro, e eu não quero atrasar o nosso futuro juntos. Se você
for agora, você vai dois e adianta seis, eu ganho esses seis futuramente, entende?”
Ele ficou calado e pensando com o olhar distante.
“Mas eu também não estou conseguindo ir...” Abraçou-me e colocou a cabeça em

meu peito.
“Sabe, Edward, isso dói muito em mim, mas você tem que ir. Você tem que voltar
para sua luta, não adianta adiar. Uma hora você iria ter que ir de qualquer jeito... mas
é como eu disse, nós estamos juntos agora, não há duvidas, eu vou estar sempre
esperando por você e quando eu tiver oportunidade, vou lá passar um fim de semana
com você. Se te sobrar tempo, você também pode vir aqui passar o fim de semana
comigo. O importante é que vamos estar unidos por um laço mais forte que a
distância que vamos enfrentar.”
“Mas você não quer que eu fique?” Abraçou mais forte, parecia estar realmente triste.
“Você não sabe o quanto eu quero que você fique.” Levantei o seu rosto e o beijei
ternamente nos lábios. “Se eu for pensar pelo meu lado egoísta, Edward, você não iria
nem agora nem nunca mais, eu te obrigaria a ficar aqui para sempre comigo. Eu tenho
certeza que você é o homem da minha vida, eu já te escolhi. Mas será puro egoísmo
meu se eu não deixar você ir. Você sabe que nós somos ricos, minha família tem
muito dinheiro, e eu poderia simplesmente te pedir para ficar e matar os seus sonhos
lentamente, afinal, o que é meu, vai ser seu também. Mas eu sei que você quer muito
mais que dinheiro, você quer ir em busca de um sonho, então não é justo que eu
frustre ou lute contra os seus sonhos.”
“Você é mais importante que o meu sonho, então eu posso adiá-lo dois meses.”
“Não sou, Edward, você não pode ter certeza disso porque ainda não alcançou o seu
sonho. Talvez você não entenda, mas eu só vou saber se realmente sou importante
para você, quando você estiver lá e mesmo assim você me escolher. Homens
poderosos têm milhares de coisas e mulheres a sua disposição. Se você ainda me
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achar importante e me escolher quando for um desses, é por que realmente significo
algo para você.”
“Bella... eu já planejei ficar... nós merecemos isso.”
Segurei em seu rosto com as duas mãos.
“Fazemos assim... vamos deixar nas mãos do destino. Você disse que ia sair uma lista
no dia dois com os nomes contemplados para o curso, né? Se o seu nome estiver na
lista você vai, se não estiver, aí sim, temos dois meses para nós.” Tentei dar essa
esperança a mim também, não era meu completo agrado que ele fosse.
Ele deitou na cama e me deitou em sua frente.
“Logo agora que somos namorados, podemos até dormir no mesmo quarto...”
Resmungou, em seu olhar tinha tristeza.
Olhei para ele com uma firmeza que eu não tinha, mas que eu precisava mostrar.
“Cadê o Edward que tem forças para ir atrás do que quer?”
“Eu estou aqui, Bella, só estou sofrendo por antecipação.”
“Então vamos esquecer e curtir o restante da noite.” Aninhei-me em seu peito,

tentando segurar a minha convicção.
Edward POV
Bella é muito mais adulta e altruísta do que um dia eu pensei. Ela poderia
simplesmente me segurar aqui, se quisesse. Eu sou escravo de suas vontades
mesmo. Mas ela prefere sacrificar-se, abrindo mão do nosso tempo juntos em favor
de um sonho meu. Como não escolhê-la sempre? Ela acredita em mim quando não
sou ninguém. Não olha para o que tenho ou sou, simplesmente acredita em mim e em
nosso amor.
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É convicto para mim que meus planos são importantes e almejados, mas é o seu
apoio que me devolve à realidade da minha luta. Afinal, ainda tenho que romper
obstáculos e conquistar espaço.
Então, devo preparar meu espírito para voltar. Para deixá-la aqui.
Abracei-a forte ao meu peito sentindo o início da dor da despedida, sofrendo

antecipadamente. O certo era aceitar. Tudo será mais fácil se permitir-me enxergar do
seu modo, que somos ligados por uma força que excede em quantidade a distância
que iremos encarar. Se os nossos corações estiverem unidos, o nosso amor não vai
esfriar.
Obrigo-me a dar algo em troca a ela. Assim como ela não quer frustrar meus planos,
não devo frustrar os seus.
“Por que está tão caladinho?” Analisou meu rosto, acariciando com os dedos.
Meu coração foi comprimido de repente. A vontade que eu tinha de abraçá-la, de me

apegar a ela como se fosse os nossos últimos instantes juntos, me afligia. Deixá-la,
era como deixar um pedaço de mim aqui, a parte viva do meu corpo, era como
separar-me da minha alma.
Será que todas as vezes que nos deixarmos será assim?
Esse era um instante exato para refletir. Era hora de olhar para trás e analisar tudo o
que passamos, e olhar a frente e ver que o importante é que agora estamos juntos.
Além disso, tínhamos que analisar o que ainda vamos enfrentar.
Nos últimos tempos, passamos muitas tristezas e conflitos, mas, felizmente, tivemos
bons momentos, de alegrias e de cumplicidade. Vivi todas as emoções possíveis a um
ser, mas a maior delas foi ter certeza do quanto eu a quero pra mim. Devo esquecer
os obstáculos que se impuseram em nosso caminho e olhar para frente.
A minha gratidão por ela me impulsionar adiante é incalculável, por ela me dar forças
para prosseguir sempre, por me ajudar a enxergar o mundo de um jeito melhor, por
me ajudar a ver as dificuldades com olhos de gigante, por acreditar no meu sonho e
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enfim, por investir em nosso amor e futuro. Isso que ela faz é algo impagável.
Era hora, mais do que nunca, de valorizar a pequena mulher a minha frente e
agradecer por sua sabedoria sem fim. Pensando assim, deitei-a na cama e afastei-me
para olhar em seus olhos, desejando conseguir falar tudo que penso e sinto. Talvez,
se expusesse os meus sentimentos trouxesse mais segurança e firmeza a ela.
“Bella, eu queria te falar mil coisas, mas em primeiro lugar eu queria te agradecer por
isso, por ser assim e por pensar sempre em mim...” Beijei-a no rosto.
Ela olhou-me com o olhar mais enternecido e aconchegante que já senti em minha
vida.
Creio que não é possível amar e venerar um ser mais do que eu.
“Agora, eu preciso conversar com você... eu acho que temos conversado pouco sobre
nós... tem ficado dúvidas pelo caminho... você quer conversar? Prometo que não vou
te magoar.”
Ela assentiu com o olhar meigo.
“Você tem que me deixar falar, por favor, eu preciso te falar palavra por palavra do
que eu vou dizer. Mesmo que agora tudo tenha mudado entre nós e que haja
compromisso, existem palavras passadas que precisam ser ditas, para não haver
resíduos de dúvidas em nosso caminho. Não quero que existam segredos entre nós e
eu vou tentar me abrir mais com você. Eu sei que o fato de não conversar e não expor
meus pensamentos te incomoda, então eu quero tentar a partir de agora. Mas antes,
você tem que me conhecer intimamente e profundamente, e para isso, é bom que
saiba algumas coisas que eu senti nesse último mês.”
“Posso tirar o vestido antes? Está me apertando.” Sentou-se na cama e afastou-se pra
que eu movesse o zíper. Depois abaixou o vestido e deitou-se novamente somente
com a parte de baixo, com o travesseiro sobre os seios. Sorri com a sua disposição
em tirar meu juízo claro.
“Cubra-se, você quer é tirar minha concentração.” Peguei um lençol e coloquei

lentamente sobre ela. Apaixonado pela obra a ser coberta. Ela sorriu travessa. Deitei
minha cabeça entre os seus seios, sentindo aconchego e ventura ali. Mas não devia
perder o ponto. “Bom, em primeiro lugar eu queria te pedir desculpas pelo que
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passamos logo que cheguei. Pela minha insegurança, pela falta de fé...”
“Edward, não... é passado.” Afastou-se olhando nos meus olhos com olhar suplicante.
Bella tem medo de conversar e se machucar, ou de mexer em feridas. Mas os

problemas têm que ser enfrentados, se eles aparecem, as soluções também
aparecem.
Eu deitei em frente a ela.
“Bella, existem palavras que precisam ser ditas, nós temos que aprender a conversar.
Você não pode simplesmente querer empurrar os ocorridos para o espaço, e depois,
em outra ocasião ressuscitar. Na quinta feira lá em casa, vez ou outra você trazia
assuntos não resolvidos à tona. Tudo isso motivada pela não solução. Por isso
precisamos conversar. Eu preciso conversar sobre cada uma das coisas que
aconteceram. Não me importo se eu vou embora amanhã e se vamos perder tempo, o
importante é que devemos conversar.” Tentei convencê-la pausadamente e
carinhosamente.
“Tudo bem.” Aceitou a contragosto.
Respirei e deitei fitando o teto.
“Então, voltando ao assunto... quando eu saí da capital, ainda estava indeciso quanto
a nós, eu queria você, mas eu não tinha certeza quanto ao nosso futuro. Mesmo assim
eu vim te ver, no mesmo dia que Ryan veio...”
“Sério? Por que não foi na minha casa? E por que não me ligou?” Interrompeu, mas
estava compreensiva.
Eu sabia que esse assunto despertava nela sofrimentos ocultos, por isso eu precisava
falar.
“Por que eu fui fraco, eu achei que você ficaria mais feliz com Mike, por ter visto você
em uma praça com ele, por isso resolvi ir embora. No dia seguinte, eu fiquei com uma
espécie de raiva de você por tudo, então liguei para Ryan convidando-o para minha
casa, eu queria te ofender com aquilo. Tive ciúme de você, e em resposta tive aquela
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atitude infantil.”
Tudo isso precisava ser dito, eu queria derramar-me em lágrimas pelo nosso tempo
perdido e por tê-la magoado tanto. “No meu aniversário, quando recebi o seu
telegrama, senti uma dor lacerante. Vi que estava te perdendo e que com minhas
atitudes egoístas eu te afastava cada vez mais de mim. Passei a manhã angustiado,
lutando contra mim para te ligar, então eu te liguei... e... você foi fria. Naquela hora eu
queria dizer tanta coisa, estava com elas na boca, mas me acovardei. Mais tarde Jake
chegou lá em casa e disse que você estava fazendo carinho no rosto de um garoto na
praia, então senti ciúme de novo e te liguei. Eu não tinha por que cobrar, mas eu
queria ligar... e suas palavras em resposta jogaram em meu rosto a minha fraqueza
mais uma vez... mas eu queria você mesmo assim... e não tinha forças para ir te
pegar... então, pedi para Jasper falar com os colegas dele, chamando-os para praia,
também pedi que Ryan fosse na frente e te pedisse para ficar porque eu precisava
falar com você...”
Ela estava atenta e calada, mergulhada em pensamentos, e eu, estava me sentindo

melhor em abrir o meu coração.
“...Quando eu te vi abraçada ao Mike na praia, eu tive inveja dele, eu queria abraçar

você, eu queria te aquecer daquele frio, eu queria tirar aquela tristeza do seu rosto...
eu queria implorar, eu me sentia outro, eu queria te levar dali... eu estava alucinado,
imaginando você em tudo, te desejando só de te ver...”
“Por isso você chegou daquele jeito? Passando a mão em mim daquele jeito.”
Sorri.
“Passar a mão era o mínimo que eu queria fazer.” Descontraí.
“Então quando você tem ciúmes de mim, você age impulsivamente.” Era uma
afirmação.
“Bom, quando tinha insegurança sim. Agora eu espero não ter mais, você é minha.”
Abracei-a e ela procurou meus lábios, ansiosa.
“Terminou?”
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“Nem perto.” Soltei-me de seus lábios.
“Depois daquele dia na praia, eu fiquei bem pior com tudo que você me disse. Cada
dia mais eu me sentia inútil, chateado com a vida por ter nascido de uma família
simples. Eu não me achava no direito de querer você. É como você mesma diz, eu
sempre fui mais preconceituoso que você. Acho que eu me importo com isso muito
mais do que você sempre se importou. Mas é diferente pra você, você já tem tudo,
por isso a sua auto-estima é elevada e segura. Imagine eu... eu preciso manter meus
pensamentos no futuro para equilibrar-me psicologicamente. A minha vida foi muito
resignada, tive que manter o equilíbrio sempre. Mesmo que não tivesse forças pra
isso, eu tinha que me manter estável desde criança. Então isso me ensinou a pisar no
chão da realidade a minha volta. Por isso eu não achava no direito de querer você, não
agora. Eu queria futuramente vir te buscar para mim, por isso eu fui injusto conosco e
passei o restante do mês sem vir te ver... mas no fim, eu estava morto, entregue à
desilusão, caindo cada vez mais em uma melancolia indefinível. E ao perceber o seu
sofrimento pela nossa distância, a minha dor duplicou.”
“Por isso você chorou aquele dia à tarde?” Bella sempre surpreende com suas
perguntas inusitadas. Essa parte era complicada de explicar.
“Ah... eu não sei explicar... eu não consegui te ver daquele jeito... era uma dor que se
fundia à minha, sua dor era a minha dor. Eu também queria você, e estávamos
dizendo adeus... eu estava despedaçado.”
“Tudo bem. Agora é a pergunta principal.” Ela ficou séria. “Por que mudou? Quando
mudou? E o que mudou?”
“Mudou ontem à tarde quando minha mãe me perguntou se eu iria esperar vinte anos
como ela para resolver a vida. Ela disse que existem coisas e palavras que tem que ser
ditas e feitas no hoje. Então eu resolvi ir à festa e conversar com você. Porém, eu já ia
desistir de novo quando vi você com Mike. Mas eu não consegui sair. Fiquei preso,
esperando uma oportunidade de falar com você.”
“Então foi você quem me beijou perto do banheiro.” Não era uma pergunta.
“Eu não. Você beijou outro cara! Foi bom para você?” Descontraí.
“Foi. Agora eu sei que todos os beijos são iguais.” Sorriu.
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Beijei-a nos lábios e ela abraçou o meu pescoço.
“Edward, eu sei que foi você. Quando saí daquele escuro e voltei a dançar com Mike,
fiquei olhando em todos os lados, imaginando que a pessoa que tinha me beijado era
você, mas eu ainda estava confusa em como você tinha entrado, então, quando eu te
vi tive certeza. Não tem beijo igual ao seu.”
Voltei a beijá-la docemente, acariciando sua nuca.
“Então você agiu daquele jeito atrás do clube, querendo roubar a minha inocência, por
que estava com ciúme de novo?” Ela sorriu.
A lembrança daquela noite me trazia dúvidas naquele momento. Por causa daquele
sentimento, fui motivado a avançar e quase estragaria o que para uma mulher deve
ser algo especial. Por milésimos de segundos e por um pequeno fio de consciência em
Bella, eu não concretizei ali. Ela, estava movida por álcool e paixão. Eu, por ciúmes,
desejo e possessão.
Não seria a melhor decisão a seguir.
Algo interessante é que naquele momento em que o álcool intensificava o seu desejo
veemente, ela se preocupou comigo, ela sempre pensa somente em mim. Ali, ela iria
abrir mão dos seus planos e projetos por um momento, pensando em mim, e ao
mesmo tempo abriu mão do desejo, pensando nos meus planos de futuro.
“Bella, eu tenho uma resposta para você com relação ao que você está fazendo
comigo...”
“Do que você está falando?”
Eu não devia tirar a concentração dela na conversa. Mas descobri-a para analisar e ter
certeza do que eu ia falar. Talvez eu não tivesse tanta certeza assim, mas eu deveria
lhe dar a opção.
Imaginei-me um faminto em um banquete, pronto para saciar-me e de repente a mesa

ser levada. Senti-me próximo a algo muito sonhado e muito desejado, e na hora em
que ia pôr em uso, aquilo era tirado das minhas mãos... afastando-se lentamente, e
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eu me via parado, vendo afastar, até se perder no infinito.
Apreciei as curvas de seu corpo em cima da cama, passando os dedos. Ela se

estremeceu ao meu toque, o que fez nascer em meus poros cobiça e desejo. Era
brilhante e admirável a sua soltura e desenvoltura diante dos meus olhos. Ela me
encantava com o seu jeito livre e alegrava meus olhos com a sua formosura infinita.
Acariciei toda a extensão, das pernas ao pescoço e respirei fundo, sentindo-me

queimar.
Fechei os olhos, tentando concentrar-me e não ceder a vontade de tomá-la

lentamente com toda a fúria do meu corpo.
Resoluto, deitei-me em sua barriga, abracei o seu quadril e encostei meu rosto em sua
pele quente. Se eu ia voltar a torturar-me, deveria enfrentar o meu martírio.
Eu estava em um ponto, que me sentia perder os sentidos só de simplesmente estar

ali. Parece-me que quando algo nos é privado, volta a ser muito mais desejável, nos
causa muito mais ímpeto.
Tentado, não resisti e passeei com a minha língua pelas laterais da sua cintura. Deixei
meu corpo dominar a minha mente e subi lentamente com os beijos, prendendo-me
ao gosto, buscando satisfazer-me antecipadamente dela.
Eu queria saborear detalhes, então ela arqueou e suspirou, mostrando a extensão de

seu desejo. Subi para os seus lábios e a beijei avidamente, sugando seus lábios. Ela
tirou a minha camisa lentamente, olhando em meus olhos, sem parar de me beijar.
A sua confiança em mim me enchia de felicidade.
Seus olhos brilhavam, e eu estava em um estado de excitação pulsante, porém

precisava controlar-me se queria chegar ao meu alvo.
Minha respiração estava alterada contra a minha vontade e ela beijava-me

ansiosamente, sem me dar chance de pensar.
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Apertei-a a mim, ela afastou-me, em seguida desabotoou as minhas calças, sem

soltar-me do beijo. Olhei-a admirado pela vivacidade nela, onde não se importa com
censuras.
Senti o corpo estremecer quando sua mão acariciou minha barriga, eu estava em
descontrole. Livrei-me da calça e voltei com a boca para o seu pescoço, ouvido,
ombros. Gemi baixo, mordiscando lentamente enquanto pequenos tremores invadiam
o seu corpo.
Suspirei e lutei com a consciência para domar a situação. Vi o desejo em seus olhos,
nos lábios entreabertos e ansiosos, nos pequenos suspiros. Precisava prolongar, lutar
contra o meu próprio desejo de ir ao fim, para proporcionar-lhe o máximo de agrado
possível.
Desci lentamente do pescoço abaixo. Pequenos espasmos moveram-na quando passei

a língua buscando e me deliciando nos pontos mais sensíveis de seus seios. E céus,
era muito bom tê-los em minha boca. Eu não poderia mais viver sem.
Estava à beira da insanidade quando os seus gemidos mostravam sofreguidão, então

determinado desci as mãos para o quadril, intencionado a livrá-la de sua peça íntima
sentindo-a enrijecer-se ao meu toque.
Era um nervosismo exposto.
Livrei-a da peça e voltei paciente para os seus lábios, deixando-a relaxar.
“Não precisa ter medo, Bella...” Sussurrei.
Sua respiração ficou completamente instável, enquanto eu acariciava com as mãos a

lateral de sua cintura, quadril, coxa.
Era nítido que ela tinha ficado tensa.
Continuei com beijos calmos, de lábios e desci com as mãos para suas coxas,
entreabrindo-as, sem soltar seus lábios. Ela ofegou em meu ouvido e eu intensifiquei o
beijo, de um jeito veemente, ávido, enquanto minha mão encontrava sua região
íntima. Arfei, e pelo meu corpo se passou um estremecimento em tocá-la, sendo
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recebido com correntes elétricas, calor e umidade.
Ela se entregou ao meu toque, jogou a cabeça para trás e arquejou, no instante que
eu sugava possessivamente seus seios. Gemi, perdendo o controle lentamente em
estar com a mão ali.
Eu arfava e ela correspondia aos toques com beijos que enlouqueciam. Mesmo com
todos os nossos momentos juntos, nada me anestesiava a ela. Voltei para seus lábios
e todo o desejo era renovado e intensificado com os seus suspiros ofegantes e com as
sugadas que dava em minha língua, me levando a loucura total.
Intensifiquei os meus toques ao perceber que alcancei um ponto em que ela ofegava
com mais força. Percebi que seu momento crescia, seu ápice anunciava, quando ela se
deixou levar por tremores e a sua respiração parou por uns instantes, voltando em
seguida com ofegos descontrolados.
O seu prazer fora alcançado e eu me vi perder o são juízo, necessitando

impetuosamente saciar-me.
Porém consumar o ato não era o aconselhável naquele momento, eu não tinha
controle da situação e poderia causar-lhe incômodos. Além disso, essa não era a
minha real intenção.
Esperei o seu tempo natural prolongar-se enquanto domava os meus sentidos, ainda
beijando seus lábios, seu queixo.
Olhei em seu rosto e ela ainda estava entregue, a respiração diminuía o ritmo e
suavizava-se.
Sentei-me, intencionado a ir para o banho.
“Por que não quis?” Perguntou com a voz baixa.
“Depois...”
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Ela sorriu e olhou-me penetrante ao ver-me sentar.
“Eu já sei do que você precisa...”
“Do que?”
“Deixa eu ajudar...” Disse colocando a mão em minha cintura, olhando insinuante para
minha coxa.
Retraí desacreditado de suas intenções.
“Me ensina...” Ela olhou-me sorrindo, passeou os dedos lentos pelo meu abdômen, e
desceu, sem tirar os olhos de mim, tocando-me levemente por fora da peça que eu
usava. Retesei, segurando sua mão.
“Não...” Censurei-a, mas ela me olhava apaixonada, inocente e atrevida, agora

apertando o comprimento em sua mão.
Não tinha como resistir a algo tão aprazível. Suspirei com um simples toque.
Ela segurou o olhar, e moveu a mão para dentro da peça, acariciando-me por dentro
da boxer. Fechei os olhos e um gemido involuntário brotou dos meus lábios.
Ela ousou, envolvendo-me e tentou mover, porém ela era desajeitada e não sabia
tocar-me. Mas só a temperatura de sua mão e o toque diferente, trouxe de volta as
correntes elétricas que invadiam o meu corpo incessantemente.
Ainda retraído, deitei-me novamente, de costas para ela, e ela continuou com a mão
ali, tencionada a ficar.
Eu duvidei se realmente estava acontecendo.
Era extasiante.
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Ainda receoso por esse novo momento e pela sua coragem repentina, abaixei mais a
boxer, coloquei minha mão sobre a dela e movimentei lentamente, mostrando o
caminho.
Ela encostou-se em minhas costas, e com a boca dava pequenas sugadas e

mordiscadas, aumentando meu prazer. Eu ofegava com o toque de sua boca, seu
calor, e com sua mão conduzindo-me lentamente ao prazer.
Soltei sua mão e fechei os olhos, entregando-me por completo aquele momento de
infinito deleite. Ela continuou e insistentemente mordiscava-me nos braços, costas,
lateral... tudo tornava mais primoroso aquele momento.
Depois de minutos, minha respiração acelerou e instintivamente peguei em sua mão e

acelerei, soltando-a novamente. Ela continuou no novo ritmo.
Senti que todo o meu corpo respondia, cada fio de cabelo estava pronto para aquele
passo.
Uma explosão se fez dentro de mim e distribuiu o mais intenso prazer. Ofeguei
compulsivamente enquanto espasmos invadiam seqüencialmente meus poros.
Entreguei-me totalmente a liberação do meu corpo.
**
Peguei minha blusa no chão e me virei de volta a ela para limpar suas mãos. A sua
inexperiência fez com que sujasse mais que o normal.
Eu tinha vontade de rir.
Eu tinha vontade de me esconder.
Tudo era muito desconcertante, e ela simplesmente me avaliava.
Beijei-lhe o rosto, depois conduzi a blusa aos meus fruídos, a fim de tirar o excesso.
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Sentei-me desconcertado... precisava de um banho.
Todo esse tempo de relacionamento não nos deu uma intimidade assim.
Era fácil tocá-la, conhecê-la, mas não tinha me permitido apresentar assim, motivado
pelo fato dela não ter experiência suficiente.
“Adorei.” Quebrou o silêncio, deitando-se de lado na cama com um sorriso largo.
“Eu... também.” Respondi sem intenção de continuar com o assunto. Ainda não.
“Ow namorado, por que você está tímido? Acredita que eu aprendi hoje que você faz
isso? Por que não me disse ontem que você precisava disso? Não precisava ter ido
fazer escondido.” Sorriu me deixando sem jeito.
Tudo bem que eu não devia aviltar nesse momento, mas a minha personalidade é
retraída, então, existem resquícios de timidez sempre.
E às vezes, a falta de embaraço de Bella trás acanhamento a mim.
“Quem disse que eu fui fazer isso?” Continuei sem graça.
“A Jéssica hoje me disse umas coisas e eu comecei a associar a algumas atitudes

suas.” Gargalhou descaradamente. “Quando você vai para o banheiro após os nossos
beijos, você vai fazer isso.” Continuou rindo e isso estava me deixando constrangido,
a timidez voltando a se instalar.
“Deita aqui, meu anjinho.” Puxou-me e eu deitei em frente a ela. “Sabe que eu gosto
de você de qualquer jeito? Sem vergonha, carente, tímido, assanhado, com atitude ou
sem atitude. Você é a melhor coisa da minha vida, e eu adorei isso que você fez
comigo e que deixou eu fazer com você. Não fique tímido. Você não disse que sou sua
dona? Então, sou dona de tudo, inclusive dessa parte aí.” Ela ainda sorria.
E eu não tinha mais o que falar, somente sorri diante de sua desenvoltura em sair de
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uma situação.
Beijei seu rosto.
“Bella, vou tomar banho. Daqui a pouco temos mais coisas para conversar.”
“Posso ir junto?”
Pensei...
“Pode.”
**
Chuveiro... água caindo sobre nós... seminus e abraçados.
Eu não queria, nem devia perder um minuto dela, pois amanhã nesse horário podia
não estar mais aqui, por isso devia aproveitar até o simples banho.
Mas por que ela é a Bella, ela não parou e despertava-me, beijando quente meus
lábios, esfregando os seios em mim, libertando a paixão novamente.
“Bella... espera... vamos dar um tempinho...”
“Não temos muitos tempinhos...”
“Temos uma vida pela frente e... é sobre isso que eu quero conversar com você.” Ela
continuava me beijando, sem me dar animo para iniciar uma conversa.
Devolvi os beijos, encostando-a na parede, pensando em uma maneira de salvá-la do

meu desejo insaciável. Por diversas vezes ela salva o meu futuro, primeiro ontem,
naquele momento de loucura na festa, se ela não tivesse aberto os meus olhos
466 de 1595 26/05/2011 20:45

resgatando a minha consciência, eu teria arriscado meus planos.
Depois hoje, quando decidiu a minha volta para o curso. Ela sacrifica o nosso tempo
presente, investindo no nosso futuro.
É incrível como na hora em que sou consumido pelo desejo, o insensato sou eu.
Ela tem uma percepção eficaz e pensando em mim, busca satisfazer-me, quando ela
mesma já está satisfeita.
Bella continuava me tirando o raciocínio com seus beijos convincentes. Então ergui
uma perna sua e me encaixei minimamente a ela, separados somente pela
insignificante peça íntima que eu e ela usávamos. Senti-a retesar. Éramos dois
extremos, quando me retraia ela avançava, quando avançava ela se retraia.
Beijei o seu pescoço lentamente, descendo para a clavícula.
“Vou te dar uma chance: você quer mesmo isso aqui.. é o que você planejou e sempre
sonhou?” Desci mordiscando até o seio, amando o livre acesso, principalmente a
textura de seu corpo molhado. Ela respondeu como o esperado, tensa, diminuindo a
intensidade dos suspiros. Decidido, abracei-a. “Então vamos terminar o banho e voltar
para o quarto que eu preciso conversar com você.”
Sequei-me, vesti uma boxer que ela comprou e deitei.
Bella colocou um pijama.
“Tire vai... é meu último dia aqui e ver você a noite toda coberta assim é um
desperdício de colírio para os meus olhos, depois eu posso sofrer com a falta de
visão.”
Bella voltou ao closet e colocou um conjuntinho de short e top de algodão.
Por mim ficava sem nada, mas, menos mal.
467 de 1595 26/05/2011 20:45

Ela deitou-se e eu permaneci sentado. “Bom, lembra que há duas horas eu ia começar
outro assunto e não dei andamento?”
“Uhum.”
“Você lembra que disse no meu quarto, lá na capital, que tinha planos com relação a
sexo também, que não era só eu quem tinha planos na vida?”
“Sim, mas não importa mais. A gente já está bem avançado, e eu não tenho mais por
que esperar.”
“Mas me responde, por favor, eu quero saber. Qual era o seu plano? Ele envolvia o
quê? Estar namorando sério? Noiva? Casada? Ter segurança? Uma data? Era o que
exatamente?”
“Hum... envolvia uma situação e uma data.”
“Não precisa falar o que era, mas...”
“Edward, isso não importa mais, você já tem dezenove anos e não tem vida sexual
com ninguém, eu não posso ser egoísta assim.”
“Eu sei, mas eu percebo que você só tem pensado em mim ultimamente, só tem dado
valor aos meus planos. Então não é justo só os seus serem sacrificados, por menor e
insignificante que seja para você, ele merece ser seguido.” Afastei-me para encontrar
seus olhos. “Assim como você em relação aos meus planos, esse seu dói, dói muito
em mim, não sabe o quanto, mas eu quero fazer isso por você, pelo menos isso,
afinal, eu não posso fazer nada por você.”
Ela ficou pensativa, sinal que oscilava em suas convicções como eu imaginava.
“Sabe, Bella, lá na festa, atrás do clube, quase aconteceu e você não percebeu. Foi
por pouco, graças ao destino não foi ali. Agora imagine como seria ruim para você ter
isso na parede de um clube. Iria estragar a história da sua primeira vez. E você
merece muito mais que isso.”
468 de 1595 26/05/2011 20:45

Ela continuou pensativa enquanto eu acariciava o seu rosto com os dedos. Eu mesmo
não tinha certeza da loucura que estava fazendo, mas era perceptível que ela tinha
dúvidas.
“No meu quarto na universidade, você disse que queria que as coisas acontecessem
devagar, que queria me conhecer e queria que a nossa intimidade aumentasse
gradativamente enquanto nos conhecíamos como pessoa. Lembra?”
“Sim, mas esse era meu pensamento daquela época, pois era muito cedo na minha
cabeça.”
“Tudo bem, só me responde, quando mudou sua convicção? Quando você resolveu se
entregar a mim?”
“Ontem à noite... atrás do clube... quando você me tocou daquele jeito.”
“Então... você não estava dotada de raciocínio. Você estava aturdida pelo álcool em
suas veias e pela paixão por mim. Não estava com as faculdades mentais conscientes.
E agora? Por você... é o que você quer? Não quero que pense em mim. Agora, com o
seu corpo saciado, ainda é o que você quer?”
Ela estava vacilando, era perceptível que não queria voltar atrás por mim.
“Sabe, Bella, eu percebo que você não se conhece como mulher e está ficando muito
tensa quando pensa que eu vou efetivar o ato. Então, eu acho que você precisa se
conhecer para não ficar tão nervosa como ficou hoje por duas vezes. Eu sei que eu
avancei quilômetros de ontem para hoje na nossa relação, por isso vou deixar em
suas mãos de novo, igual era antes, você decide quando. Não precisa me falar a data,
só espero que não demore dois anos como do ploc que me deu ao primeiro beijo, se
não eu desisto agora e abro as portas oficiais hoje!” Sorri tentando descontrair o
momento que estava um pouco tenso. “Só quero que me avise quando estiver perto,
pra que eu tome as iniciativas na hora H, afinal eu sou o homem, né. Você pode fazer
suas brincadeiras a vontade, eu sei que você gosta de me torturar.” Beijei seu rosto
lentamente. “Eu só quero que quando chegar a hora você me avise, por que eu quero
que seja muito especial para você.”
Ela continuou sem palavras e pensativa, mas era visível que oscilava.
“Tudo bem, já que vamos começar a nos conhecer, vou começar com as curiosidades.
469 de 1595 26/05/2011 20:45

Por que você não continuou hoje? Por que não quis... você sabe...?”
Hum... como explicar isso?
“Bom, quando eu comecei a te beijar, eu não tinha a intenção de consumar o ato, eu

só queria te apreciar para ter certeza da proposta que eu ia te fazer. Mas depois eu
fiquei descontrolado e queria usufruir, só que eu não podia consumar o ato, por que
eu sei que eu não agüentaria muito. Eu tinha que ter me preparado antes, por isso eu
desisti. E no banheiro, se fosse lá, com certeza eu iria te causar dor, porque pelo
pouco que eu conheço você não estava pronta... mas isso eu te explico mais pra
frente com detalhes.” Deitei em sua barriga. “Então está feito o acordo? Eu sigo com
os meus planos e você segue com os seus?” Eu estava sendo um herói, o que era
uma pena para o meu pobre e necessitado corpo.
“Vem aqui e me abraça, Edward.” Chamou-me para deitar ao seu lado e subiu em
cima de mim, apoiando a cabeça em meu peito. “Obrigada... eu não estava ligando
mais para esse meu plano bobo. Mas vou te confessar. Sinceramente eu não sou uma
pessoa cheia de projetos e de planos. As únicas coisas que eu planejei na vida, foram
a data do meu primeiro beijo e a data da minha primeira vez. Eu acho legal que você
esteja me ajudando a obedecer pelo menos isso que eu planejei para mim. Imagine,
eu não planejei nem que carreira seguir na universidade, inclusive é o meu pai vai me
ajudar a escolher o que cursar. Nunca planejei nada, sempre quis que as coisas
acontecessem conforme a vida levasse. Mas já que eu planejei isso, eu queria seguir,
e se você não se importa...”
“Realmente eu me importo, assim como você se importa que eu viaje amanhã.” Sorri
aliviando o assunto. “Mas como você está fazendo algo por mim, eu quero fazer isso
por você. É lógico que nós dois vamos ter que ter limites se quisermos chegar aonde
você planejou. Sempre um vai ter que pensar com a razão, e eu não estou muito a fim
de pensar não... além disso, estou muito viciadinho em você.” Passei os dedos na
sinuosidade dos seios. “Sou apaixonado por você toda, mas essa parte é meu desfrute
total. E vou logo te avisar, daqui pra trás eu não volto, tudo que eu faço até aqui, não
vou parar de fazer, inclusive saciar-me aqui.” Ela sorriu. “Então fechamos? Você segue
com os seus planos e eu sigo com os meus?”
“Uhum.”
Bella bocejou, devia estar entregando-se ao cansaço.
“Sono?”
470 de 1595 26/05/2011 20:45

“Uhum.”
Deslizei minhas mãos sobre o seu corpo que tanto desejo e que me leva a loucura
desejando prostrar-me e beijá-lo todo pela sua perfeição. Acariciei-a até que ela
dormiu.
Coloquei-a sobre a cama e sorri ao analisar o seu rosto sendo invadido pelo sono.
Eu a observaria a noite toda, só para não perder nenhum segundo seu.
Suspirei, apreciando-a. “Como sentirei sua falta.” Sussurrei.
continua...
Notas Finais:
OI GENTE!!!
OBRIGADA PELOS REVIEWS!!

EU AINDA VOU RESPONDER...
É QUE ME ENROLEI.
BJÃO
OBRIGADA PELO CARINHO.
ESPERO QUE CURTAM.
COMENTEM.
471 de 1595 26/05/2011 20:45

Capítulo 29- EM FAMILIA escrita por BIA BRAZ

Capítulo 29 - Em família
Edward POV
Fiquei ali, observando-a, gravando a visão de seu rosto perfeito. Pensamentos felizes
pareciam passear em sua mente iluminando seu semblante. Enquanto seus sentidos
estavam longe, eu a observaria a noite inteira, feliz com esse momento. Eu me
perderia aqui pra sempre, observando-a, por que o mínimo segundo que passava com
ela era magnífico e único.
Abracei-a forte, expulsando toda e qualquer vontade de me entregar ao sono. Porque

sentia sua falta desde agora, então não queria perder momentos seus.
Ficar com ela em meus braços era como se o mundo fosse perfeito, como se fosse
escrito, como se fosse planejado. Eu não consigo conter toda a emoção que me
envolve ao saber que estamos tão perto, em seu quarto, juntos, felizes, prontos para
enfrentar as barreiras da vida.
Sentia as batidas do seu coração, então eu agradeci aos céus por tê-la me
presenteado e por estarmos juntos, porque o que eu quero é estar com ela para todo
o sempre.
Eram duas horas da manhã e uma sede enorme me invadia. Estava indeciso se descia
para tomar água ou não, pensando ser muita invasão ir à cozinha dos Cullen. Todavia,
a sede era maior que meus receios.
Deixei o quarto e fechei a porta lentamente atrás de mim, pensando em um jeito de

chegar à cozinha sem me perder. Não foi difícil encontrar, embora fosse imensa a
casa. Como eu tinha almoçado lá mais cedo, o caminho ficou mais claro.
A casa era suntuosa e moderna, mas eles parecem não ligar para a ostentação que
trás.
“Esme, o que faz aqui há essa hora?” Assustei-me ao encontrar minha mãe na
cozinha.
472 de 1595 26/05/2011 20:45

“Vim tomar água... não consegui dormir.” Ela estava pensativa.
“O que aconteceu? Que cara é essa?”
Ela hesitou. “Vamos lá para o meu quarto que eu te falo.”
Calados, direcionamo-nos ao quarto de hóspedes que ela estabelecia-se.
“Fala mãe, por que está assim?”
“Edward, Carlisle me chamou hoje e eu não fui.” Em seu rosto estava traçado um
misto de receio e aparentemente desilusão consigo.
Minha vontade era manifestar o meu querer e apoiar a sua decisão, mas era nítido que
ela não fez o que realmente queria. “E por que você não foi?” Perguntei chateado com
a minha própria pergunta. Eu não queria apoiá-la nisso.
“Por que eu não queria ser tão fácil assim.” Resmungou. “Eu não queria só ir para
cama com ele como em todos os anos que eu já fui.”
Abracei-a. Agora estava tão fácil entender a minha mãe. Todos esses anos eu não
conseguia entendê-la completamente, agora eu sabia o que se passava.
“Mas qual foi a desculpa que deu para ele?”
“Que estava saindo com Charlie. Mas você sabe que não deu certo com Charlie, não
vai dar certo.”
“E ele deixou passar assim, sem mais e nem menos?”
“Ele não é de insistir. Tentou me beijar quando me deixou no quarto de hóspedes,

depois perguntou se eu queria dormir com ele, e como eu disse que não, ele não
insistiu.”
473 de 1595 26/05/2011 20:45

Afastei-a para olhar em seus olhos. “Esme, como seu filho Edward, eu não queria falar
isso, mas como seu amigo, eu vou te dizer as mesmas coisas que você me disse
ontem. Você quer esperar mais vinte anos para fazer e dizer as coisas certas? Por que
você não fala para esse homem que você é apaixonada por ele? Vai esperar o tempo
passar mais ainda?” Nem eu mesmo acreditei que eu ia falar isso, então suspirei e
enfrentei a mim mesmo para conseguir falar. “Eu sei que fui eu quem te aconselhei a
nunca falar para ele desse seu sentimento, mas eu estava errado, você tem que falar.
Não precisa ser tudo, mas pelo menos que gosta dele e que não quer só uma noite.
Hoje eu sei o tanto que é ruim guardar um sentimento assim conosco, sem ter como
mostrar e expressar. Então fale para ele, e não aceite dormir com ele sem ter uma
resposta aos seus sentimentos. Vocês são adultos, não tem por que esconder.” Ela
ainda estava indecisa quanto ao fato de ter que expor seus sentimentos, talvez fosse
difícil para ela, talvez ela se conformasse em somente dormir com ele. “Vai dormir
com ele. É o que você quer. Você deve ser especial para ele. Você mesma disse que
ele não trás mulher em casa e que ele nunca te convidou aqui na casa dele. Se ele fez
isso hoje, é porque você é importante para ele. Vai, Esme!” Segurei-a pelos ombros e
a sacudi levemente, porque ela se encontrava mergulhada em reflexões.
Ela olhou-me admirada por vários minutos e sorriu. “Eu estou orgulhosa de você.” Me
abraçou forte, e eu sorri feliz.
Não era o único que merecia a felicidade.
“Agora vou voltar para a minha vida.” Beijei-lhe a testa e despedi-me a fim de sair.
“Edward, você vai embora amanhã, né?” Perguntou, soltando-me do abraço.
“Eu acredito que sim. Como sabe?”
“Bella me ligou e mandou trazer todas as suas coisas. Livros, malas, tudo. Disse que
você iria embora direto daqui. E como eu sei que você não passaria nem uma semana
aqui, quanto mais dois meses, então eu tive certeza que ela iria te colocar para ir
embora amanhã. Você está bem com isso?”
“Agora estou, está doendo um pouco a saudade antecipada, mas é como ela disse, o
importante é que estamos juntos. Ela vai lá de vez em quando...” Disse chateado.
“Filho, eu pago para você vir também.”
474 de 1595 26/05/2011 20:45

“Não mãe, eu não quero. Já basta o custo que eu dou para manter-me lá. Não quero
mais isso.”
“Tudo bem, mas em julho, nas férias, você vem. Nem que seja para um fim de
semana, já que não vai poder vir passar as férias todas.”
Só de pensar que eu viria somente em julho meu coração vociferou aflitamente a

presença de Bella.
“Tudo bem, mãe, vai resolver sua vida que eu não quero perder um segundo mais
longe dela. Ah... eu ainda tenho uma chance de ficar, se meu nome não estiver na
lista eu não vou, então vou acessar a internet agora do quarto de Bella. Com certeza a
lista já deve estar no site, então... está nas mãos do destino.” Beijei-a novamente e
voltei para o quarto.
Acendi a luz e fiquei satisfeito com a vista. Bella estava encolhida, descoberta e
agradável. Ajoelhei-me no chão e deslizei minhas mãos naquele corpo ousado, que me
atiça, que me leva a loucura e que me deixa com mais vontade de amar. Um corpo
que a mim pertence, que desperta os meus segredos e que ainda assim, há purezas
escondidas, proporcionando-me diversas formas de amar.
Libertei-me dos delírios, ansiando por ela, não a ânsia do corpo, mas a da alma que já
sofria a dor da despedida. Deitei na cama e abracei-a, aconchegando-a a mim. Ela
estava entregue ao sono doce e profundo, e eu não podia perdê-la em um segundo
qualquer. Assim, vi minuto por minuto daquela hora passar, mantendo a luz acesa,
com os meus pensamentos longes.
O curso tem a duração de quatro anos, se adiantar matérias em todos os semestres,

posso terminar em três anos... posso...
Mas isso seria só o início... só o curso. Até chegar onde aspiro é muito tempo...
Será que ela vai me esperar?
Não devo sofrer por antecedência, se não volto ao estado zero.
475 de 1595 26/05/2011 20:45

Esperançoso, levantei-me e direcionei-me ao computador. Lá, bati os dedos

ansiosamente sobre a mesa, preocupado com o que se seguiria, esperei
impacientemente pela inicialização e, enfim, a página abriu...
...Bom... respirar fundo e seguir em frente... estava nas mãos do destino e... ele
decidiu.
Suspirando, tomei as providências necessárias para seguir o meu caminho e resolvi

dormir. Eu precisava estar renovado para aproveitar o meu dia com Bella. Deitei e
examinei com atenção o seu semblante, o sono profundo ainda estava ali.
“Bella... eu te amo... por favor, me espere... eu amo você mais do que qualquer coisa
nesse mundo... e já estou morrendo de saudade de você.” Sussurrei em seu
ouvido, sabendo que ela não ouvia, mas o seu subconsciente registraria. Seu rosto
abrandou-se e um sorriso brotou em seu sono.
Desliguei o abajur e nos cobri com o lençol, aninhando-a em meu peito, sendo
invadido pelo sono.
Bella POV
A luz que irradiava da janela invadiu o quarto e perturbou o meu sono, fato
ocasionado por ter esquecido de puxar as cortinas na noite anterior. Fiquei deitada
com o braço no rosto, tentando cobrir meus olhos, para o incômodo da luz ser menor.
Algo lutava para voltar a minha consciência, talvez um sonho. Senti uma perna entre
as minhas, um corpo quente aconchegado a mim e olhei para trás. Meu coração
palpitou. Era sublime tê-lo ali, no meu quarto, na minha cama, uma noite toda
comigo... era um donativo da vida.
Levantei e puxei as cortinas para não atrapalhar o seu sono, ele dormia um sono
pesado e eu não quis despertá-lo.
Beijei o seu cabelo, sorri para o seu jeito de anjo. Fui para o banho e me arrumei, em
seguida deixei-o no quarto e desci. Emmett se encontrava sentado à mesa, com o
semblante bem pra baixo.
476 de 1595 26/05/2011 20:45

“E aí? Como foi com Rosalie?” Preparei um misto e sentei-me a mesa, ao seu lado.
“Não rolou, ela é muito fechada. Me deu um fora na alta. Disse que temos o nosso
lugar no mundo. Acredita nisso?”
“Mas você chegou a falar alguma coisa com ela? Sei lá, pedir para ficar com ela?”
“Quando todos foram dormir, eu fiquei lá fora com ela um pouco. Ela disse que não
namorava com ninguém e eu pedi pra ela ficar comigo, fiz altas promessas, só que ela
disse que não. Mesmo assim, eu beijei ela sem que ela quisesse, depois ela cedeu e
correspondeu. Então eu pensei que estava ganhando e passei a mão na bunda dela, aí
a mulher surtou e me deu um tapa na cara, você acredita?”
Emmett é muita cara de pau, como ele passa a mão na bunda de uma mulher que ele
mal conhece!?
“Emmett, ela não é como as meninas que você conhece da cidade grande. Ela é
reservada e você cometeu o maior erro da sua vida fazendo isso. Imagine só, na
cabeça dela você já é um riquinho aproveitador, e como você fez isso, você provou
para ela que é!”
Lembrei do Edward, quando ele dizia que eu era uma riquinha que só queria brincar
com a cara dele.
“Mas o quê que tem? Toda menina deixa!” Emmett não estava entendendo.
“Sim, mas é questão de personalidade. Ela não é fácil.”
“Bella, ela é muito diferente, adora filmes de Walt Disney, adora a Bela e a Fera, adora
aquele filme A Encantada. Acho que ela deve acreditar em príncipe encantado também,
e pior, acho que ela é daquelas meninas que querem casar virgem, ter filhos e ser feliz
para sempre. Então o que eu faço? Me ajuda a conquistá-la.” Meu irmão estava
desnorteado, completamente apaixonando pelas características da Rosalie.
Eu não a imaginava assim, aparentemente é tão durona, mas no fundo uma mulher
normal, uma sonhadora.
477 de 1595 26/05/2011 20:45

“Bom, se ela gosta desses filmes, ela deve ser uma pessoa romântica. Mesmo que não
confie nas pessoas. Então eu acho que você tem que mostrar para ela que não é um
aproveitador intencionado a usá-la, e isso só o tempo para mostrar. Acho que você vai
ter que lutar para conquistá-la. Insistir, dar presentes, ir atrás. Nenhuma mulher
resiste a isso.”
Cada vez mais eu vinha aprendendo com a vida. Quem diria que eu iria aconselhar o
meu irmão em como ganhar uma ‘caipira’. Sorte que não tenho ressentimentos, mas a
vida é muito justa. Ele está apaixonando justamente por uma caipira, filha de
funcionário e que ainda mora em Forks. Rá!
“Oi, cara! O que você faz aqui?!” Emmett perguntou ao ver Mike passando pelo jardim.
Eu tinha que pensar rápido para proteger meu amigo e minha irmã.
“Ah! Ele veio trazer um cd. Ouviu a música que eu te disse, Mike?” Ele olhou sem chão
pra mim.
“Er... ouvi, Bella.” Gaguejou nervoso, mas depois seu semblante aliviou e ele entrou
na cozinha. O bobinho tinha saído pela saída de funcionários e esqueceu que passaria
em frente à cozinha.
“Lancha com a gente?” Ofereci e ele sentou.
Ele estava sem assunto.
“Tchau, vou comprar uma coisa.” Emmett levantou para deixar a mesa.
“Vai onde, Emmett? Hoje é domingo, as lojas estão fechadas.” Emmett ia comprar o
quê?
“Vou comprar umas rosas para minha caipira e pedir desculpas.”
“Emmett, não exagera. Elesnão gostam de exageros. Compra uma rosa simples,
478 de 1595 26/05/2011 20:45

manda fazer uma embalagem bonita e pronto. Quando você chegar, me dá que eu
coloco no quarto dela.” Era até engraçado ver meu irmão grandão e machão ter
atitudes românticas.
“Tudo bem, maninha.” Beijou-me e saiu, me deixando com Mike.
**
“Valeu, ella. Tô te devendo.”
“Mike, vocês estão ficando sempre? Você e a Jé?” Disse baixo e ele ficou sem graça.
“Às vezes. Sua irmã é legal, ela não enche o saco por nada.”
“E por que vocês não ficam juntos de vez?”
“Por que ela não quer.” Respondeu como se fosse o óbvio.
“Ela não ficou com ciúmes de você dançar comigo a noite quase toda daquele jeito
não?”
“Não. Ela que me pede para disfarçar. Além do mais, ela fala que somos livres, ela não
me cobra nada.”
“Mas você está a fim dela? De ficar sério com ela?” Fiquei interessada, estava achando
uma boa idéia.
“Às vezes sim... mas depois ela fala que é para eu procurar outras e curtir a vida
porque eu sou um nenê, aí eu tenho certeza que é só uma companhia mais segura.”
Disse chateando-se.
“Como assim, segura?” Era a segunda vez que ouvia um deles falarem sobre isso.
479 de 1595 26/05/2011 20:45

“Você não iria entender. E você? Se acertou com o irmão do Jasper?”
“Sim, estamos namorando.” Sorri.
“Mas você não disse que ele vai embora?” Se mostrou interessado.
“Sim... mas agora eu posso esperar por que estamos juntos de verdade.” Pensei um
pouco. “Mike, no Réveillon você não tinha a intenção de ficar comigo não, né? Por isso
você disse para eu ir atrás do Edward.”
“Mais ou menos. Eu não tinha a intenção de ficar mais com você, até por que já tinha
combinado cedo com Jéssica de vir pra cá, mas eu mandei você ir atrás dele porque
há muito tempo eu já sei que você gosta dele. Quando você me disse que gostava de
um menino desde que tinha treze anos, eu me lembrei dele. Eu vi você na tarde
daquele seu aniversário com ele. E desde então eu vi várias vezes você com ele e
percebi que era dele que você gostava. Então, como seu amigo, eu tinha que te apoiar
a ir atrás de quem você gosta.”
Levantei e abracei Mike. “Obrigada, Mike, eu te adoro como meu irmão. Tomara que
você acerte uma hora com ela, por que pra mim, você vai ser sempre família.” Ele
apertou-me no abraço. “Fica aqui. A casa está tão cheia hoje. Para completar a
felicidade da família só faltaria você.”
“Bella, eu amo sua família e amo muito você. Você é a amiga mais perfeita do mundo.”
Me abraçou de novo e eu fiquei satisfeita pelo fato do amor do Mike não ser com
interesse em ficar comigo.
Era amizade mesmo. Amor de irmão.
“Eu também amo você, Mike.”
“Bom dia.” Soltei-me do abraço do Mike, e Edward, Jéssica e Jasper estavam na porta.
“Oi!! Bom dia!!” Pulei no pescoço do Edward e o beijei no rosto. “Senta que eu vou
preparar o seu lanche.” Eu estava elétrica. Desci do seu colo e olhei para os outros.
“Oi, Jéssica! Oi, Jasper!” Meu humor estava a mil.
480 de 1595 26/05/2011 20:45

Todos responderam ao cumprimento.
“Jéssica, Mike vai almoçar aqui.” Avisei e coloquei misto e suco para Edward.
“Hmm, e quem vai fazer o almoço?” Jéssica perguntou com desinteresse.
“A gente pede qualquer coisa.” Respondi e olhei nos olhos do Edward. Seu olhar
estava distante.
“Jasper, faz seu lanche porque eu não vou fazer.” Coloquei o misto do Edward no
prato e pus em sua frente. “Por que está calado hoje?” Perguntei desconfiada para o
garoto que estava a mais de cinco minutos sem falar nada.
“Por nada.” Respondeu com o humor alterado.
“Credo, amanheceu de mau humor é?”
“Bella, vem aqui...” Jasper saiu da cozinha e me chamou para um canto da copa. “Que
amasso foi esse com Mike essa hora da manhã? Você estava dizendo que ama ele!”
Ele estava sério.
“Nada a ver, Jasper! Está com ciúmes é? Meu coração é grande!” Encostei nele, o
abraçando.
Era domingo e eu estava feliz então ia fazer a terapia do abraço nas pessoas.
“Não é ciúme, Bella. Você começou a namorar meu irmão ontem, e depois de uma
noitada já estava corneando ele!” Nossa nunca vi o moleque assim.
Gargalhei.
“Ai, Jasper, você só me faz rir.” Eu estava desacreditada do que estava ouvindo.
481 de 1595 26/05/2011 20:45

“Pois é, nós três assistimos a cena.” Ele estava muito sério. “E eu já entreguei o meu
pc para o Edward, viu!” Disse e foi saindo.
“Jasper! Espere.” Ele olhou de volta. “O Edward aceitou numa boa? Que horas você
deu?”
“Em primeiro lugar eu não DEI pra ninguém.” Enfim ele estava voltando ao normal.
“Mas eu fui lá acordar ele agorinha e já levei para oferecer. Ele só perguntou quem me
deu e aceitou.” O garoto respondeu com o semblante melhor.
“Quem você disse que te deu?”
“Disse que juntei o dinheiro e comprei.”
“Ele acreditou?”
“Ele deve imaginar que quem deu o dinheiro foi vocês, mas não questionou. De
repente ele desconfie.” Deu de ombros.
“Obrigada, tá... e eu não estava aos amassos com Mike, ele é só meu amigo, eu juro.
Você sabe o quanto eu gosto do seu irmão.”
“Tudo bem, mas você que tem que se explicar é para o seu namorado.” Sorriu com o
semblante mais leve.
Será que Edward ia surtar de ciúme do Mike? Tudo bem, eu conto a verdade. Não
tenho nada para esconder.
Voltei para a cozinha e Edward estava quieto e sério. Jéssica estava perto do Mike.
“Jéssica, se vocês querem manter o rolo de vocês às escuras, você tem que acordar
Mike mais cedo. Quase que Emmett pega ele aqui hoje né, Mike?” Torci que Edward
entendesse o que eu tinha falado.
482 de 1595 26/05/2011 20:45

“Pois é.” Mike disse sem graça, provavelmente com a presença do Edward.
“Não se preocupe, Edward não vai entregar você, né?” Peguei no rosto do Edward,
inclinei, o beijei e ele sorriu. Acho que entendeu a mensagem. “Vamos.” Puxei a mão
do Edward e subimos.
Cheguei ao quarto, vesti um short curto e uma blusa de alça. Edward ficou sentado na
cama me olhando trocar de roupa. Terminei de me arrumar e sentei em seu colo.
“Por que está meio sério?” Perguntei analisando o seu rosto, enquanto passeava com
os dedos em sua sobrancelha.
“Por que a lista saiu e meu nome está nela.” Informou inanimado.
Foi um baque. No fundo eu ainda tinha um fio de esperança. Porém, agora eu não
podia deixar-me abater, tinha que deixá-lo ir e tinha que fazer isso com toda alegria do
mundo, pois se mostrasse dúvidas ele podia perceber e voltar atrás por mim.
“Que bom! Ganhamos seis meses no futuro. Então podemos ficar juntos em menos
tempo ainda!” Eu não estava com essa satisfação toda, mas eu precisava mostrar.
“Eu já comprei a passagem pela internet, é pra hoje cinco horas.” Informou com
excesso de tristeza no rosto.
“Edward, anime-se, estamos juntos nessa. Vamos lá, seu embaixador! Com esse
semblante você não vai conquistar nem a sua namorada para a cama. Então se anime!
Não é por que você arranjou um namorico que a vida vai parar!” Tentei descontrair.
Ele me olhou como se estivesse em choque.
“É um namorico pra você?” Seus olhos estavam tristes e agonizantes penetrando os

meus.
Pus seu rosto em minhas mãos. “Não entenda tudo errado, anjinho. Eu estou
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brincando. Você é meu namorado, meu eterno namoradinho de treze anos. Eu só

quero que você fique bem, que você vá feliz. Não vai ser difícil. Conversamos os dias
que der para você pela internet. Jasper me disse que te emprestou o notebook dele,
então vai nos ajudar. Eu sei que você quase não vai ter muito tempo, melhor ainda
que tudo passa mais rápido. Vai ser fácil, nós vamos tirar de letra!” Eu tentava
esconder a dor que queria me sufocar. Minha vontade era abraçá-lo e me entregar.
Mas isso não iria ajudar em nada, só nos traria mais sofrimento.
Ele deitou-me na cama e se aconchegou em cima de mim, apoiado em suas pernas e

braços. “Obrigado, Bella... você é tudo que qualquer homem sonha em ter em uma
mulher.” Olhou-me enternecido. “Uma mulher que nos apóia em algo que
aparentemente é inalcançável, mas mesmo assim, me ajuda a ter fé. Eu nem sei como
eu fui agraciado assim com você.” Ele beijou-me ternamente e deitou em cima de
mim, apoiando a cabeça entre os meus seios.
Ficamos ali um tempo, abraçados e calados, depois descemos e Carlisle estava

sentado no sofá com Esme, próximos.
“Cadê o restante do povo?” Perguntei após beijar o meu pai e Esme.
“Estão espalhados. Tem uma turma na piscina e outros por aí.” Meu pai respondeu.
Sentei no sofá grande e deitei cabeça na perna do Edward.
“Pai, vamos comer o quê? Podíamos comer em casa, já que estamos parecendo uma
família normal.”
“E quem vai pra cozinha?” Perguntou desinteressado.
“O senhor poderia enfrentar a churrasqueira e eu iria para a cozinha.” Olhei para

Edward avisando com o olhar.
“Você na cozinha, Bella! Melhor pedirmos comida.” Meu pai ironizou.
“Pai, eu vou ser ajudante de cozinha. O cozinheiro vai ser Edward.” Informei e Edward
olhou-me desacreditado.
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“Sendo assim posso pensar em tirar as teias da churrasqueira. Vou pedir para Emmett
acender e para Jasper busca carne fresca.” Ele animou-se e levantou.
Coincidentemente, o garoto correu pela sala todo molhado.
“Jasper, faz favor aqui.” O moleque veio. “Busca umas carnes pra mim.” Tirou umas
notas do bolso e entregou para ele.
“Só se eu for no seu carro, eu não vou trazer coisas em sacolas, e pode dar mais
dinheiro que o troco é meu.” Gargalhou. O pentelho tratava meu pai como tratava a
nós.
“JASPER!” Um coro se fez nas vozes do Edward e da Esme.
“Que é! Ele é meu bro! Já ouviram falar do Tio Patinhas? Aqui é a fonte que nunca
seca.” O atentado abraçou meu pai pelo ombro, sorrindo.
Carlisle sempre sorri de suas brincadeiras, todos aqui adoram o menino.
Esme e Edward ficaram desconcertados.
“Bella, ele sempre é assim?” Edward sussurrou no meu ouvido.
“O tempo todo e com todos, sem se importar com o fato de ser o meu pai ou não. Ele
brinca o tempo todo.” Dei de ombros sorrindo de seu espanto.
“Meu Deus, ele nem parece que é meu irmão. Ele tem desequilíbrio, só pode.” Edward
comentou abismado.
“Se você passar um dia todinho aqui, você pira ou sorri o tempo todo. Mas não se
preocupe, ele só brinca, ele não pega dinheiro do meu pai.”
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“Então quem deu aquele notebook suspeito pra ele? Minha mãe eu sei que não foi.”
Olhou-me desconfiado.
“É uma longa história, uma hora te conto. Mas para adiantar, tem minhas mãos sim
como você pensa. Mas é dele. Ele comprou tem quase um mês com o dinheiro dele.”
Ele aceitou a minha resposta momentânea, mas eu não tinha intenção de esconder se
ele aprofundasse em perguntas.
Esme acompanhou meu pai em direção a área externa, ela estava com um semblante
feliz.
Direcionei a cozinha, e Edward estava retraído em fazer algo ali. Ele não conhecia a
cozinha e estava meio perdido. Era incrível como ele falava pouco fora do quarto.
Pelo menos ficava o tempo todo perto de mim, olhando-me e acariciando o meu rosto.
Sempre distribuindo sorrisos em minha direção.
“O que vamos ter?” Perguntei e o abracei por trás enquanto ele cortava bacon, muito
calado.
“Bella, como você me coloca em uma fria dessas?” Sussurrou.
“Ah, eu adorei a sua torta de frango na praia, seu tempero é muito bom, então eu
achei que era uma boa ter meu pai na churrasqueira e você aqui, talvez isso
aproximasse mais vocês. Fiz mal?”
“Não, só que eu não conheço nada aqui.”
“Se isso te consola, eu também não conheço.” Sorri.
“Mas vai ter que se virar, ajudante. Pode arrumar temperos e óleo para mim.”
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“Só se me beijar antes.” Virei e dei beijinhos em sua boca.
Ele estava preocupado com a chegada de alguém, ou a passagem de alguém pelo

jardim lateral, então estava meio esquivo. Depois ele viu que ninguém ia aparecer,
relaxou e aceitou meus beijinhos.
Sentei no balcão e quando ele passava despercebido eu o puxava e o beijava

novamente, enlaçando as minhas pernas em sua cintura.
“Bella, se controla.” Tentou soltar-se dos meus beijos.
“Não vê que eu estou feliz. Sabe que pra mim lugar de homem é na cozinha. De
preferência de avental e sem camisa. Hum... delícia.” Puxei-o e beijei sua orelha.
“Seus pensamentos são muito avançadinhos. Assim eu não vou terminar hoje.”
Soltou-se da minha perna e voltou para o fogão.
“Não gosta que eu seja avançadinha? Já estou arrependida. Podíamos estar no quarto
trancados.” Desci do balcão e o abracei por trás levantando a sua camisa e colocando
minhas mãos dentro. Sorri e dei beijinhos em suas costas.
“Ah! doidinha!!” Ele não parava de rir envergonhado. E eu adorava isso!
“Assim a comida não sai hoje.” Meu pai e Esme entraram na cozinha e nos pegou
brincando.
Papai estava com muito bom humor, nem chamou a atenção ou coisa assim. Edward
desconcertou e virou sério para o fogão, mexendo seguidamente no arroz.
Mais tarde, Carlisle nos chamou para almoçarmos na mesa próxima a churrasqueira.
Estávamos todos reunidos, inclusive Mike. Não deixei de observar Esme olhando
ternamente para o meu pai durante o almoço todo.
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“Bom, crianças, eu tenho um comunicado para fazer... como sabem, eu e Esme já

tivemos um relacionamento quando jovens e... agora... resolvemos nos dar uma nova
oportunidade de tentar.” Meu pai comunicou e tocou o rosto da Esme com os dedos.
“AÊÊÊÊ!!” Jasper bateu palmas sozinho enquanto o restante de nós ainda associava a
informação.
Olhei em direção ao Edward para avaliar sua reação e ele estava estável, com o
semblante calmo, logo eu podia relaxar.
“Que bom pai!” Fui a primeira a me manifestar.
Depois todos os meus irmãos apoiaram.
Almoçamos e tudo foi perfeito.
Finalmente eu pude ver depois de muito tempo as coisas no lugar na minha casa.
mbora eu estivesse em meu mundinho fechado com Edward, eu percebi que estavam
todos felizes.
Como a mudança em uma história afetou toda a família. Jasper mostrava verdadeira
felicidade e liberdade em estar com as duas famílias, era perceptível o quanto o garoto
é apegado a nós. Emmett mostrava interesse real por Rosalie, meu pai assumindo
Esme, e eu...
Estava muito feliz, embora sentisse a dor do adeus se instalando à medida que as
horas se passavam. É muito difícil ficar longe de alguém tão importante assim.
Voltamos para o quarto e ele tomou banho, aprontando-se para ir. Eu tinha que
mostrar-me forte, mesmo sentindo meu coração pequeno.
Ele se organizou por completo e deitamos abraçados, esperando as horas seguirem,
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enquanto assistíamos TV e distribuíamos carinhos um no outro. Mais tarde me

arrumei, forçando alegria, para deixá-lo no aeroporto, pois o seu avião sairia em duas
horas.
Quando estava pronta, Edward iniciou, hesitante, um assunto: “Bella, lembra que nós
vamos conversar qualquer problema que tivermos?” Eu assenti, com interesse na
conversa. “Você me explicaria Mike na sua vida?” Edward estava pronto para sair,
sentado na cama.
“É meu amigo, estuda comigo, toca comigo e agora é ficante da minha irmã.”
Sentei despreocupada em seu colo, de frente.
“Você gosta muito dele?”
“Muito, ele é quase um irmão. Por que Edward?” Será que o ciúme dele pelo Mike
ainda queria se instalar? “Saiba que o que sinto por você é incomparável a amor de
irmãos, de amigos. É muito maior. É tão grande que eu não consigo dar um nome.”
Disse e encostei minha testa na dele.
Ele sorriu e me abraçou, um sorriso tímido e torto.“Não é nada comparado ao que eu

sinto.”
“Você está fazendo comparações de sentimentos?” Fingi indignação, cruzando os

braços.
“Não. Só que eu só tenho certeza do que eu sinto, do que você sente não.”
“É engraçado, pois comigo é a mesma coisa! Qual a pessoa que não expressa
sentimentos aqui!?” Eu não queria cobrar nada. Já tinha me acostumado com ele
assim.
“Mas é mais fácil acreditar em mim com os meus poucos sentimentos expressos do
que em você com o seu coração povoado de amores.” Foi uma brincadeira, mas eu
não gostei.
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“Edward, você está me magoando falando isso.” Falei séria, fazendo uma careta de
descrença.
“Desculpe, é que eu queria ouvir...” Murmurou e forçou um abraço em mim.
“O quê? Que você é minha vida, é meu tudo, é a razão da minha vida, é o meu futuro,
é quem eu quero, quem me dá alegria, é o pai que eu queria que meus filhos
tivessem, o que mais?” Beijei levemente seus lábios.
Ele ficou calado uns minutos, aparentemente ensaiando algo. “Bella, eu quero ouvir
que você me ama tanto quanto eu te amo.” Sussurrou.
“Hum... repete...” Joguei-o na cama e deitei em cima dele. Eu não ia perder essa.
“Eu... te... amo. Eu não consigo mais carregar isso dentro de mim.” Seu semblante
estava magnífico.
“Eu também amo você. Muuiito. Mais do que você possa imaginar. Uma prova disso é
que estamos juntos. Se eu não te amasse tanto assim, talvez tivesse morrido a
esperança de que um dia você iria me amar.”
“Quando descobriu?” Apertou-me forte no abraço.
“Eu sempre soube. Foi amor à primeira vista. Desde que eu te vi no parque, amei cada
detalhe seu, até sua timidez. De lá pra cá só amadureceu. E você?”
“Eu descobri há muito tempo, mas só aceitei nesse mês, quando eu achei que ia te
perder pra sempre. Mas graças aos céus você me ama e me aceitou!” Ele sorria
glorioso, em seu semblante tinha uma alegria incomparável.
Ele me tirou de cima dele e me deitou na cama, beijando-me ternamente, um beijo

cheio de significados e sentimentos.
Não era possível estar mais feliz do que eu estava. Longos minutos se passaram e ele
me beijou sem fim... com um amor quase que incomparável, que nos cobria e nos
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dava forças para seguir em frente e enfrentarmos juntos os mínimos detalhes da vida
que nos esperava.
Continua...
Notas Finais:
Mandem um oi ae
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Capítulo 30- Não desista de mim 1 escrita por BIA BRAZ
N/a:Leiam o POV dos outros personas. Eles são importantes para a família.
Assistam o clip, ele importante.
Capítulo 25 - Não desista de mim
Carlisle POV
Bom, minha satisfação era que ela viesse, mas observo que como em toda a vida, ela
seguiu em frente, ela toma um rumo, coisa que eu nunca consegui.
Mesmo tendo outras à minha disposição, sempre maquinei sua presença, objetivando
tê-la próximo a mim.
Nunca consegui desprender-me completamente dela, mesmo sabendo que seus

sentimentos se foram e que ela conseguiu reconstruir um novo amor em sua vida,
restando entre nós somente amizade e lembranças de uma juventude feliz.
Pelo menos é o que eu suponho que represente.
‘Lembranças de uma juventude feliz’.
Lamento comigo ter sido diferente... nunca vivi novamente um sentimento tão
intenso, tão envolvente e vivo como o da nossa juventude. O modo de gostar mudou
daqueles anos para hoje, mas ela continua sendo a única que me faz sentir daquele
jeito; jovem, vigoroso e cheio de vida.
Nossas lembranças ainda me fazem sorrir.
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Quando a conheci, ela era a ruiva mais séria e bonita do colegial.
Todos a queriam, e eu a consegui. Éramos um casal apaixonado, onde não

escolhíamos um lugar próprio para amar. Lembro-me das diversas vezes em que
estávamos em sua casa, com seus pais dentro de casa e nós dois na garagem,
encostados no meu carro, ela de short folgado ou saia curta, amando-me. Jovens e
irresponsáveis.
É uma afronta ao meu desejo tratá-la como uma simples funcionária quando o que eu
queria era lhe dar tudo o que eu tenho. Cobri-la das jóias que ela merece. Mas ela não
aceita. Não é de sua personalidade aceitar.
Ao longo de todos esses anos, tenho me desdobrado para conseguir ajudá-la de

alguma maneira, pois sei que se ela souber que eu contribuo mesmo que
minimamente, ela não aceitaria. A única vez que ela concordara em aceitar algo
oferecido por mim foi no tratamento do seu filho mais novo. Talvez somente por se
tratar de uma doença.
Sempre quis ouvir que sou, mesmo que pequena quantidade, importante para ela, e
que não é somente uma noite de carícias. O meu desejo era ser para ela tudo que ela
representa para mim...
Com ela eu posso usar o termo fazer amor. Ela me faz voltar à essência, esquecer que
o tempo passou. Dou um mergulho em uma máquina do tempo quando estamos na
cama.
Continua a mesma coisa... é sempre como se fosse a nossa ‘primeira vez’ naquela
quadra de esportes, é como se fosse o primeiro toque.
Lembro-me de tudo. Ela ainda acende o mesmo fogo em mim...
Naquela época Renée me cercava em todos os lugares, em minha casa, na escola, em

qualquer lugar em que Esme não estava presente. Em alguns momentos ela tentava
me beijar, algumas vezes eu neguei, uma vez eu aceitei, o que foi o meu erro. Pois a
única mulher que despertava paixão em mim, era Esme.
À noite em que ela sussurrou que me amava, foi o dia mais marcante da minha vida,
porque foi nessa noite que tudo aconteceu... estávamos sofrendo com a perseguição
da minha família que queria nos separar, que a humilhava e que ameaçava a sua
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família, pedindo que eles se mudassem de Forks. Então eu tomei uma decisão, propus
Esme de termos um filho juntos. Era o meu sonho ter um filho com ela, seria a
concretização do nosso amor... só assim a minha família a aceitaria.
Era minha formatura e eu tinha reservado um quarto de hotel para dormirmos.

Naquela noite iríamos pela primeira vez, deixar os métodos preventivos de lado.
Iríamos consumar o amor projetando um filho nosso.
Quando ela disse que me amava, eu decidi ali que mesmo que minha família dissesse
não, que me expulsassem, eu iria viver o nosso amor. Eu não me importava de perder
a herança que minha família possuía. O que me importava era tê-la como minha
mulher, como a mãe dos meus filhos.
Ela tinha dezesseis anos, mas era a pessoa mais madura que eu já tinha conhecido na
vida. Dançávamos pelo salão e Esme foi ao banheiro. Minutos depois Renée chegou
me beijando, eu empurrei-a, mas ela tentou de novo e conseguiu, eu estava meio alto
por causa do uísque e me deixei levar pelo beijo.
Esme não voltou mais, ou se voltou eu nunca soube... meia hora depois, deixei o
salão e resolvi procurá-la... encontrei-a no estacionamento, beijando Phil. Amigo
nosso, capitão do time de beisebol e garanhão da escola.
Foi uma decepção.
Phil até que era boa pinta, mas era o cara mais sacana do colegial. Ele ficava com
todas.
Eu amava Esme, e sei que ela também me amava. Nunca entendi o porquê de tudo,
principalmente do beijo.
Agi de impulso, dominado pelo sentimento de traição e deixando-me invadir por um

ódio mortal, resolvi devolver o ato. Então, naquela noite, voltei indignado para o baile
e chamei Renée para ir ao local que eu tinha reservado para dormir com Esme.
Fiz sexo com Renée e vi minuto por minuto daquela noite passar.
Depois do prazer, instalou-se em mim um vazio enorme e arrependimento sem igual.
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Eu não sabia o que tinha acontecido realmente e sentia-me culpado. Nada se

encaixava.
A Esme era muito reservada e mesmo que os rapazes dessem em cima dela, ela nunca
tinha ficado com ninguém. Eu fui o seu primeiro beijo, primeiro homem e
aparentemente o primeiro amor... eu não a entendi e fiquei magoado com sua atitude.
Dois meses depois desse fato, eu a procurei, mesmo namorando Renée. Propus
fugirmos de Forks, irmos embora só nós dois... mas ela não aceitou. Ela era amiga da
Renée e soube antes de mim que a Renée estava grávida. Então, assumi a Renée
contragosto.
Nunca me apaixonei por ela.
Assumi-a por consideração aos seus pais, que eram amigos dos meus.
Meu pai comprou uma casa para mim na Califórnia e eu comecei a faculdade.
Soube que Esme tinha problemas com Phil. Ela, além de muito estudiosa, tinha
condições de ter um futuro brilhante, caso conseguisse ajuda. Eu sempre soube que
ela queria fazer jornalismo como eu, então usei o nome da minha família e consegui
uma bolsa na para ela na Califórnia. Creio que ela nunca soube que teve a minha ajuda
naquilo. Conseqüentemente ela foi morar na minha casa. Afinal, ela era amiga de
Renée. Tudo planejado por mim, eu queria pelo menos tê-la perto de mim.
Depois de uns anos, entrei em crise com Renée e elas se mudaram da minha casa.
Esme sempre estava próxima, pegando livros ou tentando reconciliar-me com Renée.
Até que em um momento de carência meu, eu a beijei. Inicialmente ela se retraiu, mas
depois aceitou. Nessa época ela já estava separada do Phil.
Fazia quatro anos que eu me sentia morto, que não fazia amor novamente. Ela tinha
quase vinte e um, e seu corpo não mudou, mesmo tendo dois filhos. Ali percebi que
eu sempre precisaria dela. Depois desse dia, continuei procurando-a, mesmo que ela
sentisse culpa por ser amiga de Renée. Mas eu estava separado e ela não devia sentir
culpa. Então, eu inventava que queria conversar sobre Renée, e ela ia. Eu a seduzia
novamente, e ela não conseguia desprender-se de mim.
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Depois de um tempo, ela sumiu e eu perdi o contato completamente, pois as

empresas do meu pai cresceram e eu as assumi. Além das empresas, eu tinha os
meus filhos em casa, que necessitavam do meu tempo e atenção. Logo, o tempo nos
separou.
Mesmo assim, eu me preocupava com ela, pois sabia que ela tinha dois filhos e que
Forks não é um bom lugar para empregos. Entrei em contato com sua mãe e comprei
uma casa em Phoenix para os seus pais, pedindo que deixassem a casa de Forks para
Esme, em seu nome. Também mandei mensalmente dinheiro para ela, por meio de
sua mãe. Eu sabia que Phil tinha a deixado, então eu mandava uma quantia e pedia
que sua mãe repassasse, de modo que Esme não percebesse que eu estava por trás.
Tinha que ser uma quantia moderada, pois se eu exorbitasse no valor, geraria
suspeitas.
Era ruim, porque na verdade eu queria simplesmente cobri-la do que era meu. Anos
depois, abri uma vaga na empresa de Forks, pedi que sua mãe avisasse a ela e falasse
para ela me ligar... a mãe dela sentia gratidão por mim e conhecia a filha que tinha.
Então, ela não falava das minhas atitudes, pois essas poderiam ofender sua filha.
Dias se passaram e ela não ligou. Eu já estava perdendo a esperança, até que um dia
ela ligou e eu lhe dei o emprego. Bom, eu tinha uma oportunidade de pelo menos vê-la
novamente, pois pelo menos uma vez a cada dois, três meses, eu vinha a Seattle e
depois ia ao escritório de Forks. Mas ela nem levantava os olhos em minha direção
quando eu ia a Forks.
Tive certeza de que o grande amor da vida dela foi Phil, ela ainda devia ser apaixonada
por ele. Mas eu a queria, sempre quis. Precisava de uma oportunidade de tê-la nos
meus braços novamente. Fazia mais de sete anos que eu a tinha tocado pela última
vez e eu desejava senti-la de novo.
Aconteceu a minha chance quando a Sra. Susan aposentou-se e eu resolvi mudar para
Seattle. Esme assumiu a empresa de Forks por competência, mas melhor que isso,
quando a empresa de Forks precisava de representante, ela tinha que viajar.
Começamos a viajar juntos a negócio e eu voltei a tê-la para mim. Prendi-me a ela e
aproveitei cada oportunidade que a vida me deu de tê-la, de dar asas as minhas
lembranças novamente. Embora ela tenha mudado a sua entrega.
Percebi que quanto mais os anos se passaram, mais ela ficou fechada quanto a nós. O
que para mim era uma recordação e uma saudade amenizada, para ela parecia ser só
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momento. Ela nunca esteve disposta a conversar sobre nós. Aparentemente nossos
encontros eram só por sexo amigável. Mas eu a queria mesmo assim, então sempre
armava viagens e mantinha nossos encontros casuais.
Foi assim, até que a vida colocou os nossos filhos um em frente ao outro, e os atraiu.
Foi um choque para mim... logo ele... o filho do Phil... o filho que era para ser meu...
Eu culpei o garoto por ser filho do Phil a vida toda. Nunca perguntei para Esme nem
mesmo qual era o seu nome. Quando soube do seu envolvimento com a minha filha,
lutei internamente. Podia ser qualquer pobre, funcionário, menos ele... e se ele tivesse
a personalidade fútil do pai?
Desde aquele dia, Esme nunca mais me aceitou. Todos os anos que ficávamos juntos,
ela sempre foi madura ao ponto de nunca ter tocado no nosso passado, nunca, em
nenhum momento ela cogitou a idéia de discutirmos os fatos ocorridos em nossas
vidas, ela realmente parecia ter esquecido aquela época, a não ser por aquele dia que
fui a sua casa buscar Bella.
Depois de quase vinte anos, ela tocou naquele assunto, o que me causou um baque,
por que eu não imaginava que isso ainda fazia parte de suas lembranças, ela nunca
demonstrou...
Com o passar dos dias vi que era imaturidade minha não gostar do garoto por esse
motivo, o fato dele ser filho do Phil. E Bella foi insistente, mostrando para mim que ia
lutar pelo que queria. Ela mostrou que não o deixaria. Hoje vejo que as crianças não
têm culpa, são crianças perfeitas.
Fico pensando... talvez o amor da vida da Esme tenha sido mesmo Phil, porque
mesmo depois dele tê-la abandonado, ela ainda teve o filho caçula com ele. Deve tê-lo
amado de verdade, para ter perdoado... os filhos, mesmo que sejam do Phil, não
obtiveram a sua personalidade. O mais velho é estudioso e esforçado, além de ter
uma personalidade e um caráter fantástico, a cópia da mãe. Percebi isso quando ele
ousou enfrentar-me por duas vezes, algo que só a sua mãe faz.
A moça é discreta e responsável. O caçula é... sensacional, cheio de alegria e

personalidade. Uma criança ótima. Os dois filhos da Esme são muito parecidos com
ela, mas o caçula... diferente.
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Pelo menos Phil deixou coisas boas para Esme.
Assim como a Renée me presenteou com os quatro, principalmente com Alice.
Hoje eu pensei que Esme poderia estar acessível a mim, afinal, o motivo dela ter
afastado de vez, foi aquele dia em sua casa. Mas agora está tudo no lugar. Aceitamos
o seu filho, ele namora a minha filha, esquecemos as diferenças. Então, por que a
distância?
É um dia especial, mas ela não tocou no assunto nossos filhos um minuto. Conversou
a noite toda somente sobre trabalho, como se nada tivesse acontecido de diferente
entre nossas famílias esses dias. Talvez eu tenha agido errado ontem, falando que
Bella estava mal por causa de seu filho, mas agora eles se reconciliaram e tudo
passou. Não devíamos esquecer?
É boa a lembrança de ter pelo menos tocado em seus lábios, mesmo que
minimamente.
Estava deixando-a no quarto, entrei e fechei a porta atrás de mim.
“Então... boa noite, Esme.” Aproximei-me para beijá-la no rosto.
“Boa noite.” Ela me deixou beijar em seu rosto e afastou rapidamente.
Segurei-a e inclinei-me, a fim de tentar beijá-la na boca e ela retraiu, mas eu segurei
sua nuca e cintura, e a aproximei de novo, beijando o seu rosto.
“Carlisle... eu estou saindo com alguém...” Disse baixo.
“Eu não me importo.” Beijei levemente nos lábios, segurando o seu rosto. “Durma
comigo... é um dia especial... vamos...”
Ela vacilou, mas afastou-se.
498 de 1595 26/05/2011 20:45

“Realmente eu não devo... fica para uma próxima.”
“Tudo bem... boa noite.” Dei um beijo novamente em seu rosto, sorri e saí.
Ela estava meio tensa.
Pedi que dormisse comigo em minha casa, coisa que não faria a mulher nenhuma.
Somente a ela que é muito especial... mas ela não quis.
Pena não ser a mesma coisa para ela... busco os seus olhos em outras mulheres, mas
só depois do prazer, sinto o vazio que sustenta em mim há vinte anos. Vinte anos
apaixonado pela mesma mulher. Agora, estou aqui, as três da manhã, sem conseguir
dormir... pensando na vida e na mulher que eu poderia ter.
Vejo com bons olhos o amor de Bella pelo seu filho. Admiro o amor deles e sinto
tristeza pelo meu. Se eu tivesse sido forte como eles são desde jovens, eu estaria com
ela. Bella é apaixonada e luta pelo que quer, isso é admirável. Eu nunca fiz isso.
A porta abriu-se e um vulto entrou em meio ao escuro.
Acendi a luz.
“Oi, Esme...” Assustei-me com a sua presença. Ela ficou parada, aparentemente
pensando. Acho que nunca a vi indecisa assim.
“Carlisle, o que você quer de mim?” Perguntou com a voz cautelosa e baixa.
Essa era um oportunidade para falar que eu a quero, que eu sempre a quis. Mas o que
adiantaria? Somos adultos agora. Vou dizer que nada mudou? Que me sinto um
menino apaixonado quando estou perto dela? É difícil admitir isso.
Poderia até dizer que sou apaixonado por ela há vinte anos, mas isso não bate com a
história da nossa vida. “Tenho carinho, consideração por você e gosto da sua
companhia... você é uma amiga agradável.”
499 de 1595 26/05/2011 20:45

Encostei uma almofada na cabeceira da cama e apontei pra que ela deitasse.
“Por que, Esme?”
“Por que eu não quero mais ser só uma ‘companhia’, o tempo está passando, eu não
quero só uma noite e pronto. Eu vou dar um rumo à minha vida, ficar sério com
alguém... por sermos tão próximos e termos amizade há anos, eu preferia que fosse
você... que além de boa companhia, é meu amigo... er... eu gostaria de me envolver
de verdade...”
Ela disse tudo que eu precisava ouvir. Eu nunca imaginei que ela quisesse isso,
sempre ela se mostrou tão segura, sem cobrar nada. A vida toda eu esperei que ela
sentisse algo mesmo que pequeno por mim, e ela sente. Mesmo que seja uma
amizade a mais, ela sente.
“Tudo bem, Esme, vamos tentar aprofundar o relacionamento. Podemos nos dar uma
chance. De repente essa amizade se transforme. De repente voltemos a sentir o que
já sentimos um...”
“Carlisle, eu não quero que associe nada do hoje ao nosso passado... tudo tem que
ser novo...” Interrompeu-me.
Assenti e deitei-a nos meus braços para conversarmos... enfim, conversamos sobre
os nossos filhos e sobre nosso futuro juntos. Senti-me feliz, entramos em sintonia.
Eu não queria fazer amor, eu só queria tê-la em meu quarto, em minha casa. Minha
amiga e a mulher por quem sou apaixonado. Dormimos abraçados. Senti uma
felicidade e uma satisfação que há muito tempo não sentia dentro da minha própria
casa.
Acordei com o barulho do seu banho. Ela saiu do banheiro enrolada na toalha e passou
creme nas pernas. Foi ótimo acordar em minha casa, com ela ali. Observei-a e vi que
o tempo não passou, ela continuava a mesma. A mesma por quem eu me apaixonei
em um jogo de queimada, quando ela vestia uma blusa do Scorpions.
“Bom dia.” Ela sorriu, e do seu rosto brotou algo que em muitos anos eu não sentia.
500 de 1595 26/05/2011 20:45

Eu a quero, pensei. E quero que todos saibam. Não tenho motivos para escondê-la.
Vou reconquistá-la e reviver a mais perfeita paixão.
“Bom dia, dormiu bem?” Ela assentiu e eu levantei-me para tomar banho.
Entrei no banheiro e deixei a água cair sobre mim para terminar de acordar. Bebi vinho
à noite e dormi pouco. A juventude não estava mais sobre mim, pois sentia o cansaço
físico da falta de sono.
Lentamente a porta se abriu, ela entrou sem toalha e se aproximou, beijando-me

terno. Como há muito tempo eu não me sentia, convenci-me que era querido e
desejado por ela. Mergulhei no tempo e na história, senti-me moço outra vez. Não era
só uma companhia, só um momento, eu estava encoberto de sentimentos e planos
outra vez.
Ela me amou lentamente, como há muitos anos eu não sentia. Olhava em meus olhos,
como a menina da primeira vez. Percebi que eu realmente me importo com o nosso
amor, com o amor que eu tive e quero tê-lo novamente... rezarei para que seu amor
renasça e não tenha fim.
Rosalie POV
Foi na festa de quinze anos da Bella que o vi pela primeira vez. Foi a festa mais incrível
que eu já fui. Faltava um mês e meio para eu fazer quinze anos também, e eu sabia
que a minha mãe nunca teria condições de me dar uma festa tão perfeita como
aquela. Apaixonei por cada detalhe, por cada música tocada.
Mas o que me apaixonei de verdade foi pelo filho mais velho do Sr. Cullen. Ele era
lindo, mas quando seu pai nos apresentou para ele, ele mal olhou em minha direção.
Quando o vi tocar uma música para Bella, o imaginei tocando para mim... se eu
tivesse uma festa...
Para o meu bem, tenho consciência do que sou. Cresci ouvindo o que poderei alcançar
e o que não poderei. Edward sempre dizia para nunca me envolver com pessoas de
classes diferentes, pois eles só querem usar os menos favorecidos.
501 de 1595 26/05/2011 20:45

Um dia, minha amiga Thamy disse que conheceu um Cullen, e que ficou com ele.
Fiquei decepcionada, pois pensei que devido ao envolvimento de Bella com Edward, eu
poderia vir a conhecer o Cullen e quem sabe ficar com ele...
Porém, vi minha melhor amiga apaixonada por ele e ele não dando a mínima para ela.
Era triste ver minha amiga chorar dias por causa dele. Ainda mais sabendo que ele
saiu com ela somente até levá-la para cama e depois a deixou, sumiu do mapa e não
atendia nem seus telefonemas.
Então tive um ódio mortal por esse riquinho cafajeste e metido.
O encontrei novamente na praia e percebi que ele não tirou os olhos de mim. Se ele
achava que poderia ter alguma chance comigo, eu iria tirar todas as suas ilusões.
Não olhei em sua direção um minuto. Embora ele fosse bonito, ele iria penar se ficasse
a fim de mim.
Na última vez que vim a casa deles, mais uma vez ele não tirou os olhos de mim.
Então, fiz questão de por um biquíni minúsculo. Se ele achava que podia pegar todas,
a mim ele não iria pegar.
Evitei ao máximo voltar aqui, pois eu sabia que embora cultivasse uma raiva dele por
causa da Thamy, ele era muito atraente e eu poderia não resistir àqueles olhos
carentes.
Hoje resolvi vir depois de milhares de convites negados à minha mãe. Eu não tive mais
como me esquivar de vir à casa dos Cullen. Minha mãe avisou que ele iria nos buscar.
Então resolvi colocar o meu vestido mais apertado e passar bastante perfume. Porque
eu iria mostrar o que ele não pode ter.
O efeito foi o planejado, ele definitivamente não desviou os olhos de mim. Foi hilário e
502 de 1595 26/05/2011 20:45

até desconcertante.
Até que ele é lindo. Se não fosse minha vingança pela minha amiga, eu poderia até dar
uma chance a ele. Afinal, com o passar da noite percebi que ele não é somente um
marombeiro, sem modos e indiscreto, que olha para as partes das mulheres na cara
de pau. Ele tem amor pela família e principalmente pelo pai... achei isso lindo nele.
Ele tem coração, não é um cara cabeça vazia. A família dele está em primeiro lugar.
Isso é admirável.
Mas eu não posso ser fácil assim, afinal, ele acha que pode ter tudo e todos. Até que
ele foi uma boa companhia durante a noite e eu não me arrependi de ter vindo.
Cantaram as músicas que eu mais gosto, parece que liam minha mente. Estava bom.
Todos entraram e ele se aproximou. “Rosalie, que tipo de filmes você gosta?”
Hum, boa hora para fazê-lo desistir de mim, embora eu não tivesse mais tanta certeza
se era isso que eu realmente queria.
“A Bela e a Fera, Branca de Neve, quase todos os filmes de Walt Disney... adoro High
School Music e A Encantada. Já assistiu a esses filmes? São ótimos.” Disse séria e
devagar, mas queria rir da cara que ele fez.
É lógico que eu gosto desses filmes, mas qual o cara igual ele que fica com meninas
que assistem esses filmes com quase dezessete anos?
“Então vamos entrar para assistir. Com certeza Alice deve ter esse High School Music.
É um musical né?”
Interessante... ele estava interessado em ver algo que eu gosto!
“É. Tem um pouco de história, mas é um musical.”
503 de 1595 26/05/2011 20:45

Antes de entrarmos ele me parou na porta.
“Rosalie, eu nunca senti uma atração assim por ninguém, fica comigo...” Passou a
mão no meu rosto e tirou uma mecha de cabelo.
Como ele era direto!
“Você deve falar isso para todas as meninas, né?” Ele era tão grande e tinha um cheiro
bom.
“Não, eu juro. Eu nunca senti isso por ninguém.”
Ele fez uma cara de cachorro abandonado. Se eu fosse trouxa até que eu acreditaria.
“Emmett, eu não sou boba...”
“Namora comigo, eu namoro sério com você. A gente namora dentro de casa, te deixo
sempre antes das dez, prometo te respeitar e ficar só com você.”
“É louco, Emmett. Nem te conheço direito!” Assustei com a proposta.
“Eu não preciso te conhecer mais, você é a mulher que eu quero levar para morar
comigo na Califórnia, se você quiser...”
“Se toca, Emmett! Eu não sou mulher de morar com ninguém. Eu tenho objetivos na
vida.”
“Então eu caso!! Eu caso com você”
Esse cara é meio alucinado.
“Sinceramente acho que você é anormal. Mal me conhece e vem com esse papo
504 de 1595 26/05/2011 20:45

bravo!” Eu estava relutando, mas estava achando bom.
Nunca pensei que ele poderia fazer uma proposta dessas para alguém.
“Emmett, vai esfriar sua cabeça, vai. Acho que você precisa dormir. Boa noite.”
Virei-me para sair.
Ele puxou o meu braço de repente, apertou o meu rosto e me beijou. Eu o empurrei e
fechei a boca, o impedindo de prosseguir. Mas ele era insistente e forte... eu não
resisti.
Foi um beijo quente, daqueles que te envolvem e não dá espaço para pensar, então eu
correspondi. Passei alguns minutos o beijando... então, senti suas mãos descendo
pelas minhas costas e apalpando-me descaradamente.
Soltei-o desacreditada e ele sorriu cínico. Dei um tapa com toda força no rosto dele e
saí enfurecida de lá. Esse idiota acha que eu sou uma qualquer. Corri para o quarto
que iria dormir, morrendo de ódio dele.
Quando acordei tinha uma rosa no criado mudo com um bilhete.
‘Desculpe, fui um idiota’.
Sorri. Um idiota mesmo. Não pensei que um bombado como ele tivesse atitudes
românticas na vida. Posso ser amiga dele, vou relevar isso. Não é a primeira vez que
um idiota tenta passar a mão em mim.
Desci e eles chamaram-me para tomar banho de piscina. Peguei um biquíni com a
Jéssica e deitei para pegar sol.
“Rosalie... você me desculpou... eu queria ser pelo menos seu amigo.” Seu olhar era
carente.
“Tudo bem.” Respondi e continuei tomando sol.
505 de 1595 26/05/2011 20:45

Eu não sou tão fácil.
No decorrer do dia ele não forçou mais, foi uma companhia legal. Só perguntou se
podia me ligar. Tudo bem... só amigos.
Bella POV
Já tinha completado três horas de atraso, e o aeroporto estava cheio, com as pessoas
nervosas e reclamando com os funcionários. Ansiosa, eu me preocupava com Edward
medindo todas suas reações, que surpreendentemente estavam serenas, como se não
estivéssemos ali. Nem parecia o mesmo homem que disse que queria ir embora no dia
primeiro, para não pegar aglomeração de pessoas voltando de feriados.
Bom, se ele não estava estressado, eu iria relaxar. Tenho que parar de me preocupar
com as suas reações. Não só agora, mas sempre. Eu sempre fico na expectativa de
que ele pode mudar de atitude de um momento para o outro, isso me trás aflição.
Precisamos nos conhecer melhor.
Ele me abraçava forte em todo o tempo, alisando o meu rosto, como se estivesse em
uma bolha, longe do barulho. “Bella, você pediu esses livros para o seu pai?”
Perguntou-me cauteloso.
“Edward, relaxe, despreocupe. Esses livros meu pai ganha e nem lê. Esses autores
quando publicam, mandam de presente para ele, assim, ele escreve algum artigo e
acaba tendo marketing para o livro do autor. Entende? Meu pai nem liga, ele nem
abre. Mas pode deixar que eu vou falar para ele. E as próximos biografias que ele
ganhar, eu mando pra você. Você é obsessivo mesmo! O bom é que eles são até
autografados pelos autores.”
Ele sorriu.
“Vai ser bom porque todos os livros que eu tenho eu já li, inclusive o que você me deu
no Natal. Eu odeio ficar sem fazer nada no avião. Que bom que você pensa em tudo,
inclusive nisso.” Voltou a beijar meu rosto.
Como estava bom, como eu ansiava por cada beijo que ele depositava em meu rosto.
506 de 1595 26/05/2011 20:45

“Você aceitou numa boa o romance do meu pai com a sua mãe?” Preocupei-me, pois
ele não falou nisso o dia todo. Mas eu acredito que ele estava bem com isso.
“Ah, Bella, se minha mãe gosta dele o quê que eu posso fazer?” A voz dele subiu
algumas notas.
“Eu queria que se esforçasse com o meu pai... você não está tentando... ele está
cedendo muito e você não está fazendo o mínimo esforço para se aproximar dele,
para conversar com ele. Além disso, ele também gosta de sua mãe.”
“Eu não tenho nada contra o seu pai, só não tenho assunto. E eu duvido muito que ele
goste dela, mas acho melhor não conversarmos sobre isso.”
“Por que não? Por que você acha que meu pai não gosta dela? Pra mim ele só não
sabe se expressar.” Insisti no assunto.
“Tudo bem, Bella... eu não vou discutir sobre isso. Só o tempo dirá se ele gosta ou
não. Pra mim, o importante é que minha mãe está bem.” Edward disse inteiramente
relaxado, sinal que o assunto já era tratado melhor por ele.
Ele me abraçou e eu sentia tanto por ele ter que ir. Além disso, estava preocupada...
ele ia chegar à capital de madrugada.
“Não vai ter coletivo quando você chegar lá.” Expressei a preocupação.
Ele sorriu e me afastou para olhar-me nos olhos com diversão.
“Bella, eu posso pagar um táxi, também não é assim. Sempre que eu chego de viagem
eu vou de táxi para o campus. Você acha que tem como andar de coletivo com esse
tanto de mala?”
“Tudo bem... é que eu fiquei preocupada.”
“Pode deixar, um dia você não vai se preocupar assim comigo. Estou até pensando se
eu compro meu próprio avião.” Sorriu descontraído.
507 de 1595 26/05/2011 20:45

Dez horas e o anúncio do vôo apareceu no painel. Ele se ia. Então ele fechou os
braços sobre o meu pescoço, escondendo o meu rosto, e beijou-me docemente por
longos minutos. Senti-me cortar, uma dor lenta que me embargava e trazia lágrimas
aos meus olhos. Era uma despedida, mas não uma despedida para sempre. Eu não
queria soltá-lo. Mesmo que fosse um beijo simples, de lábios, era um beijo cheio de
saudade contida e desespero sufocado.
Ele afastou-me do seu corpo e olhou penetrante em meus olhos, hesitando.
“Por favor, espere-me...” Sussurrou.
“Eu te espero há anos, então. você. volte, por que eu vou continuar te esperando
sempre.” Devolvi o olhar e disse com firmeza.
Ele abraçou-me novamente forte e beijou-me...
Ele se foi e eu suspirei fundo para não deixar as lágrimas caírem. Foi uma escolha
minha... devo seguir adiante.
Quatro dias depois...
Passei os dias seguintes ansiosa, olhando para o pc em todo tempo, saindo

minimamente do quarto na esperança dele me chamar a qualquer momento para
conversar. Finalmente aconteceu.
“Oi...” Disse carinhosamente ao ser chamada por ele.
“Oi!” Ele estava bem animado.
“Como foi de viagem? Como foi a aula?” Perguntei eufórica.
“A viagem foi boa, meu avião não caiu. Graças né? Se não você já seria viúva.”
Brincou e eu sorri. Devia estar de bom humor. “E as aulas são sempre entediantes.
Como eu já leio antes, enquanto não chegar às aulas de conversação, vou ficar
508 de 1595 26/05/2011 20:45

entediado, porque eu preciso mesmo é de praticar, como eu disse antes.” Seu astral
estava ótimo.
“O que você está fazendo nas horas vagas?”
“Lendo as matérias que vou estudar no semestre, como sempre.”
“Ai, Edward, você vai fundir o seu cérebro.” Descontraí. “Por que você não faz um
esporte? Um entretenimento? A vida não é só estudo. Já ouviu um ditado: mente sã e
corpo são? Os dois tem que andar juntos.”
“Mas eu não tenho tempo.” Relutou.
“Mas por quê? Você está de férias ainda! Você tem que distribuir melhor o seu tempo.
Tem que cuidar de você!”
“Mas o meu curso é horário integral, então só sobra à noite. Mas aí eu reviso, adianto
ou estudo as matérias do semestre. Além disso, eu baixei um programa de
conversação em francês e quando eu tenho tempo, fico praticando. Quando estiver
estressado de estudar línguas, vou para a biblioteca ler alguns jornais e revistas.
Então, vou estar sempre ocupado.”
“AI, MEU DEUS!! Só de ouvir sua rotina eu já cansei. Acho que você vai surtar!!”
Arregalei os olhos e abri a boca, tapando com as mãos.
Ele sorriu com muito humor.
“Eu já acostumei, Bella, é bom que o tempo passa mais rápido.”
“Tem conversado com alguém?” Qual era mesmo o objetivo da minha pergunta?
Nem eu sei... não quero pensar nisso...
“Não. Nessa época as pessoas que eu conheço não estão na universidade ainda.”
509 de 1595 26/05/2011 20:45

“Sabe o que eu penso? Que você tem que pensar no que eu te disse. Procura um
esporte, corrida, malhação, tênis, qualquer cosia. Um intrépido líder não tem só
conhecimento, tem que cuidar do corpo também, além disso, eu estou preocupada
com o meu patrimônio.” Disse insinuante no fim.
“Está reclamando do meu corpo?” Levantou as sobrancelhas e quis saber.
“Ow! Nunca! Está perfeito... a questão é a saúde mesmo.” Sorri descaradamente e ele
devolveu um sorriso desconcertado.
“Tudo bem, eu vou procura um esporte. Até que a Universidade oferece gratuito,
posso tentar arrumar um horário.”
“Isso mesmo... te disse que vou viajar para Alemanha, né. Devo ficar lá alguns dias.
Pode ser que eu te ligue de lá, mas eu vou evitar, não quero te atrapalhar muito.”
“Você não vai me atrapalhar.”
“Eu sei que vou... você não tem tempo pra nada. Eu já sei conviver com isso, não se
preocupe comigo. Manda e-mail quando tiver tempo e manda mensagem às vezes
para o meu celular. Pra mim não importa, o importante é que você pense em mim,
porque eu estou sempre pensando em você.”
“Que bom que você entende...” Suspirou distante.
“Edward... você já está com saudade de mim?” Perguntei carinhosamente.
“Ai, Bella... que pergunta.” Suspirou. “Até desacostumar da sua presença vai
demorar... como estou com saudade de você!” Entregou-se com um riso torto.
“Edward, sabe de uma coisa.” Pausei. “Eu tenho pensado em algo, já vou filosofar.”
Sorri. “Prepare os ouvidos... todo mundo quer ser corajoso, paciente, lutador e buscar
a alegria, mas as pessoas pensam que tudo isso vem de mão beijada pela vida...
como vamos ser corajosos se não enfrentarmos os obstáculos da vida? Como vamos
ser pacientes sem ter o que esperar? Como lutaremos sem ter pelo que lutar? E como
510 de 1595 26/05/2011 20:45

alcançaremos alegria sem merecer? Sem passar pelos obstáculos até alcançar... eu
creio que a vida nos presenteou com essa situação, pra que nós amadureçamos e
cresçamos. A vida nos deu uma oportunidade de sermos pacientes, corajosos e
lutadores, para que um dia alcancemos a alegria plena. E nós vamos abraçar essa
oportunidade. Por que pra mim, não é só você quem está aí, se você faz parte do meu
futuro, esse futuro é o meu também, e eu vou estar sempre com você, torcendo por
você e acreditando em você. Mesmo que eu sofra com essa distância, a cada dia
vamos ficar mais fortes, porque sempre a vida vai nos presentear com oportunidades
de crescer, e nós vamos conseguir.”
Ele arregalou os olhos e sorriu.
“Nossa Bella, que lindo. Você sempre alegra a minha vida com suas palavras.
Obrigado por existir na minha vida, você é perfeita.” Seu sorriso era magnífico.
“Então, vamos sair... eu não quero viciar em conversar com você pela internet porque
a gente demora tempo demais aqui e eu não quero te atrapalhar. Quando você puder
entrar e estiver com tempo, dá um toque no meu celular que eu venho. Eu não quero
ficar ansiosa te esperando, vou deixar rolar. E não se preocupe, só entre se você tiver
tempo mesmo.”
“Tudo bem... que bom que você entende... você não poderia ser mais perfeita que
isso.”
“Então tchau, mil beijos longos e molhados para a semana toda. E economize os meus
beijos. Não os gaste a toa.” Sorrimos.
“Pra você também, já sabe como distribuir os beijos, né...” Disse insinuante.
“Cadê meu namorado tímido?!” Me diverti.
“Dentro do quarto ele não existe mais.” Sorriu.
“Então tá, mas eu não vou querer, prefiro que você me dê pessoalmente, vai ter que
me pagar um por um, sabe que eu cobro né!”
“Isso eu faço questão de pagar... o problema é você me resistir.” Sorriu pretensioso.
511 de 1595 26/05/2011 20:45

“Está muito convencido.” Sorrimos com as insinuações. “Ai, Edward, melhor

desligarmos, se começarmos com esses assuntos é a noite toda...”
“Então vamos continuar.” Pediu satisfeito.
“Não. Estou investindo no meu futuro, então cada minuto que meu investimento perde
sem estudar, mais algumas horas de atraso para nós.”
“Eu perderia horas com você.”
“Fico feliz, mas não devemos, eu prometi para mim mesma não te atrapalhar... então
beijos de novo, cinco segundo e o dois desligam. Tchau.”
Desliguei e suspirei. Eu ficaria a noite toda conversando com ele.
Viajei para Alemanha com Alice, passamos dez dias lá. Não foi uma viagem muito boa,
fiquei com saudade do meu pai. Amo a minha mãe, mas às vezes ela me decepciona,
ela não liga para os próprios filhos. Tudo bem que ela é muito ocupada, mas meu pai
também é! Ela não se esforça o mínimo para dar atenção para nós.
Nunca senti tanta saudade do meu pai em uma viagem como estava sentindo. Liguei
para ele no mínimo duas vezes por dia. Alice manhosa então, toda hora ficava
repetindo que amava meu pai.
Agora que estávamos lá, via o tanto que a minha mãe não se comprometia com nada,
nem com ninguém. Será que Jéssica também vai ser assim? Pensei.
Minha mãe não se importa com nada que não seja sua beleza, seu corpo e sua dança.
Ela era filha única de pais ricos, minha avó a mimou muito e estava sempre com ela
em todas as turnês pelo mundo. Talvez por isso ela fosse assim. Não queria pensar
mal dela, mas eu queria que ela fosse diferente. Até que eu não ligo tanto, mas acho
que Emmett e Alice sofrem com sua falta de atenção.
512 de 1595 26/05/2011 20:45

Ainda bem que temos um ao outro lá em casa, e ao nosso pai. Ele, além de nosso pai
é nosso amigo e tenta nos entender.
Não entendo a falta de compromisso da minha mãe. Nós sempre fomos ricos, temos
do bom e do melhor e não ficamos assim. Será por que não teve irmãos? Será que ela
não sabe o que é uma família?
Graças a Deus voltamos rápido.
Segunda - 18 de janeiro.
Como prometido, eu resolvi ir à empresa do meu pai conhecê-la. A empresa de Seattle

ocupava seis andares em um prédio. O jornal do Estado de Washington é impresso lá.
Decidi que freqüentarei a empresa no período das férias pelos menos duas vezes por
semana e quando começar as aulas virei somente aos sábados. Carlisle estava muito
animado com a minha visita.
“Fer, minha filha precisa fazer um tour para conhecer a empresa. Você pode
conduzi-la, por favor? Ela precisa aprender a rotina de cada setor.” Meu pai pediu para
uma moça simpática e ela assentiu.
Ela era uma moça atenciosa, mas acho que ela estava muito ocupada e não conseguiu
nem mesmo sair da sala dela comigo. Quando ela pensava em me levar a algum lugar,
alguém a chamava e ela voltava para o computador. Enquanto isso eu ficava sentada
esperando, entediada. Nessa, eu perdi quase toda a manhã.
“Oi, Bella Cullen!” Cumprimentou-me um rapaz entusiasmado.
“Oi!! O que esta fazendo aqui?” Putz, esqueci o nome do cara. Direto isso ocorre
comigo. Todos lembram meu nome e sobrenome, e eu esqueço tudo.
“Tá vendo como foi bom chamar Bella de bela, você lembrou-se de mim. Eu estagio
aqui tem uns oito meses.” Olhei em seu crachá e tinha o seu nome. Brandon.
513 de 1595 26/05/2011 20:45

“Então, Brandon, você sabia que eu era filha do Sr. Cullen na festa de Réveillon?”
Tentei ser atenciosa.
“Sabia. Com esse sobre sobrenome é difícil não saber!” Sorriu simpático.
“Qual a área que você estagia?” Perguntei interessada, de repente ele poderia me
ajudar.
“Administração.”
“Então você conhece a empresa...” Pensei uns minutos, talvez ele fosse uma boa
pessoa para me mostrar a empresa. Com certeza ele não tinha tanta coisa para fazer,
já que era só um estagiário. “Você está ocupado agora? Podia me ajudar a fazer um
tour pelos setores. Você sabe como funciona a empresa ou coisa assim?”
“Pelo menos a parte de administração e marketing eu sei.” Se interessou em ajudar.
“Então me ensina o que você sabe, por favor, eu quero agradar meu pai conhecendo a
empresa. Se precisar eu peço para o meu pai pra te liberar para ficar à minha
disposição. De repente, como você é estagiário tenha mais paciência comigo.” Soei
bem amigável.
Devia ser muito chato para os funcionários ter a filha do chefe por perto. Como ele era
estagiário, podia ser que ele não ligasse.
N/A Foto do Brandon, para quem não sabe quem é
http://4.bp.blogspot.com/_6I0VJ7UPccc/SGRFkQjMVzI/AAAAAAAAAEQ/8IJrtWxjHp8
/s400/brandon_routh.jpg
Ele concordou satisfeito, então liguei para o meu pai e avisei.
O resto da tarde foi agradável, peguei muita coisa do funcionamento administrativo da

empresa. Apesar de ser estagiário, Brandon era muito interado nos assuntos da
empresa e conseguiu me passar muita coisa. Gostei da empresa do papai, interessei.
514 de 1595 26/05/2011 20:45

Podia ser que os planos do papai enfim, dessem certo.
Chegou ao fim do dia.
“Bella, pega o meu telefone.” Apontou para o meu celular que estava na minha mão.
“Ih, Brandon, eu nunca vou te ligar, melhor eu não pegar para você não ficar
esperando.” Disse descontraindo, mas a minha intenção era cortar qualquer segunda
intenção que ele tivesse, mesmo que ele não parecesse ter interesse por mim.
Depois do Réveillon, que dançamos e ele me chamou lá pra fora, qualquer atitude era
suspeita.
“Bella, é só para caso de dúvidas relacionadas à empresa você me ligar. Não custa
nada.” Soou amigável.
“Sendo assim, tudo bem.” Sorri.
Anotei e fui encontrar com o meu pai para ir embora.
“Pai, o senhor conhece os estagiários da empresa?” Achei interessante o tanto que

Brandon conhecia e se interessava pela empresa.
“Maioria sim. Por quê?” Levantou uma sobrancelha, curioso.
“Conhece Brandon?”
“Um grandão? Ele é sobrinho do governador Joseph Routh. Foi o tio dele que pediu
que ele estagiasse aqui.”
Isso! O nome dele é Brandon Routh. Como eu não associei o nome ao governador?
515 de 1595 26/05/2011 20:45

“Ele é bem dedicado né? Qual o objetivo do sobrinho do governador estagiar no maior
jornal local? O senhor tem alguma idéia?” Perguntei intrigada.
“Ele quer aprender como funciona o jornal.” Respondeu como se fosse o óbvio.
“Mas ele sabe muito para um estagiário.” Foi mais uma reflexão do que um
comentário.
“Bom, o que eu sei é que ele não quer seguir a carreira política.” Deu de ombros.
Os dias se passaram e eu continuei indo a empresa. Os funcionários acostumaram-se

com a minha presença e relaxaram, mostrando com presteza, o funcionamento dos
setores, as impressões de jornais, o funcionamento geral. Também conheci os
repórteres, redatores e colunistas. Todos atenciosos. Embora eu não acostumasse
com o excesso de atenção na empresa por ser filha do dono, os dias foram muito
interessantes.
Brandon foi muito dedicado e não me deixou um minuto. Ele tinha todas as noções
possíveis do funcionamento do jornal, visões de mercado, marketing. Logo, o assunto
administração e marketing foi o que mais me interessou. Enfim, eu tinha uma luz do
que seguir na universidade.
Com relação a Edward eu sempre mandava e-mails, mas ele demorava a responder,
mas como estava indo muito à empresa do meu pai, a saudade era enrolada. Porém
eu sentia falta de conversar com ele com tempo.
Conversávamos mais em fins de semana, mas eu sempre me sentia responsável por

não tomar o tempo dele e acabava saindo rápido, embora eu quisesse ficar o dia
todinho conectada a ele.
No fundo eu estava triste com a saudade.
Início de fevereiro
“Bella, quer sair para dançar esse fim de semana? Você é ótima parceira de dança.”
516 de 1595 26/05/2011 20:45

Brandon chamou-me.
“Hum... acho que não é uma boa idéia.” Tentei cortá-lo sem dar um fora direto.
“Ainda está namorando aquele cara do Réveillon? Eu vi você com outro aquele mesmo
dia...” Estava com dúvidas nos olhos.
Com certeza ele devia ter me visto bêbada com Edward, dançando pelo salão.
“Então... o meu namorado mesmo é o que eu estava mais tarde.” Que desconcertante
falar isso. Ter que admitir que eu menti.
“Então o que chegou antes era só um ficante?” Sorriu malicioso e se aproximou para
falar perto de mim, sem que os outros funcionários ouvissem. “Se você quiser, eu
posso fazer parte desse grupo, eu também não sou ciumento.” Sorriu descarado, mas
baixo.
Nossa, até hoje Brandon sempre foi tão profissional e discreto. Pra falar uma coisa
dessas, deve imaginar que eu sou uma a toa.
O certo era falar a verdade, admitir que menti só para me afastar dele aquele dia.
“Não tem um grupo. Eu sou fiel. Aquele rapaz que eu saí para abraçar é meu amigo de
infância e às vezes eu brincava com ele, dizendo que ele era meu namorado. Mas não
temos nada. Eu só queria ficar perto dele naquele dia.” Espero que ele tenha entendido
que foi só um fora adocicado.
“Mas você tem um namorado?” Mostrou interesse.
“Sim.” Ai que saco! Brandon devia voltar a ser o profissional que é!
“E o que ele faz? Mora aqui? É filho de quem?” Quando as pessoas perguntam isso, é
porque querem saber se a família é renomada.
517 de 1595 26/05/2011 20:45

“Ele mora e estuda na capital do país, nós nos vemos pouco.” Eu queria cortar o
assunto.
“Rá! E você ainda diz que é fiel! O que adianta você ser fiel e ele não ser?! Você acha
que um homem que mora longe da namorada fica sem ninguém?” Brandon estava
sendo indiscreto, invasivo e intrometido. Todos os ins possíveis. Que chato!
“Brandon, eu o conheço e sei que ele é fiel. E... vamos encerrar o assunto porque
sinceramente, a minha vida particular não é o alvo da minha visita à empresa.”
Ele ficou desconcertado. Sei que fui grossa, mas ele estava despertando em mim
sentimento de desconfiança e eu não quero isso. Eu confio no Edward. Eu quero
confiar.
Mais dias se passaram e Brandon desistiu de flertar comigo. Graças! Voltou a ser
profissional.
Estava amando estar tão próxima do meu pai, que estava muito empolgado com as
minhas idas ao jornal. Sempre almoçávamos juntos, discutíamos pontos. Era
interessante. Eu já conseguia discutir e entender assuntos da empresa. Estava
aprendendo.
Edward me ligava algumas vezes, mas era um oi rapidinho, beijo e tchau.
Estávamos evitando ir para internet. Lá demorávamos demais e ele não tinha muito
tempo. Sentia que ele estava cansando e um pouco triste. Mas íamos conseguir
enfrentar essa. Eu tinha certeza.
12 de fevereiro
Combinei com Edward que no dia que ele tivesse tempo e quisesse que eu ficasse
on-line, ele desse um toque no meu celular e eu subiria. Aconteceu e eu esperei
ansiosamente que a tela abrisse.
“Oi!” Disse com carinho.
518 de 1595 26/05/2011 20:45

“Oi, Bella.” Ele estava tenso.
“Quais são as novidades?” Quis iniciar um assunto.
“Bella, eu não tenho muito tempo para conversar. Na verdade estou precisando de sua
ajuda. Amanhã começo no senado e estou indeciso...” Ele estava com uma ponta de
receio no semblante.
“Com o quê?” Mostrei interesse.
Ele ficou pensativo. “Eu queria uma opinião sua... é uma coisa bem boba, mas eu
queria que me desse uma luz... eu precisava que me falasse qual roupa devo usar...”
Era de rir. Perguntar uma coisa dessas! Tentei ser bem prestativa, porque ele estava
achando ruim me fazer aquela pergunta, então eu tinha que agir como se fosse a coisa
mais normal do mundo.
“Bom, como é o seu primeiro dia, eu acho que o melhor é uma roupa não muito
formal. Então vá com a calça risca de giz e uma blusa clara. É discreta e casual.” Disse
pausadamente.
“Ainda bem que você falou, eu estava querendo ir de terno, mas achei que seria muito
formal. Talvez estivesse fora dos padrões de estudantes.” Estava diminuindo o stress.
“Eu acredito que depois você vá usar bastante o terno, mas como é o primeiro dia,
talvez não precise de tanta formalidade. Só depois que conhecer a rotina é que vai
saber da real necessidade.”
“Tudo bem. Obrigado. Você é perfeita em tudo. Ah! Depois de amanhã é dia dos
namorados. Lembre que você prometeu não me dar nada, né?” Encarou-me
persuasivo.
“Nadinha, nadinha? Tem certeza?” Tentei mais uma vez.
Eu poderia comprar pra ele, uma camiseta oficial dos Bulls. Tudo bem que eu nem sei
519 de 1595 26/05/2011 20:45

se é o time favorito dele, mas é o meu!
“Pode mandar um cartão, um e-mail. Mas só isso.” Impôs.
“Tudo bem. Você está fazendo o que eu te disse? Procurou um esporte?”
“Bella, eu não tenho tempo. Agora mesmo estou aqui com você, mas eu tenho que
estudar um monte de coisa.”
“Tudo bem.” Respondi entristecendo-me, pois sabia que ele tinha que sair.
“Por que você está meio distante?” Percebeu o fio de tristeza em meu rosto.
“Estou com saudade.” Entreguei-me a inquietação repentina de saber que iríamos sair.
Até que eu consigo levar numa boa enquanto não nos falamos, mas depois que
conversamos, bate uma saudade e a vontade é pegar um avião e ir para perto dele.
Mas eu nunca imaginei que ele fosse ficar tão sem tempo assim... por isso não tem
como ir... se eu for, vou atrapalhá-lo.
“Eu também estou. E estou mais chateado ainda por não ter muito tempo para ficar
aqui com você.” Disse carinhoso e pausado.
“Tudo bem, Edward, já sabíamos disso. Temos que enfrentar.” Se eu fico pra baixo ele
fica mais ainda, então eu tenho que me mostrar forte. “Edward, seus colegas do curso
já voltaram? Você está tendo amigos para sair?” Perguntei pensando nas palavras do
Brandon sobre ele ter outras lá. Que bobeira a minha dar ouvidos a isso. Mas no fundo
eu tenho uma suspeita.
“Não, Bella, ainda falta quase um mês para eles voltarem. E o único amigo que
consegue me tirar de casa, só começa a freqüentar a sala de aula quase quinze dias
depois que as aulas começam, ele é o aluno invisível e se chama Ryan.” Ele sorriu.
520 de 1595 26/05/2011 20:45

“Hum, então quando eu for à Califórnia com Jasper fazer os exames mês que vem,
Ryan deve estar em casa, né?” Se ele estiver vai ser minha companhia para sair.
“É quase certeza. Ele é muito folgado. Logo ele sabe que se tiverem trabalhos eu faço
e coloco o nome dele, então, ele nem se importa em vir rápido.”
“O Ryan é uma figura. Nem parece que ele queria trabalhar com robótica. Ele não
parece ser tão aplicado.” Refleti.
“Por isso ele é assim. Não faz o que queria ter feito. Ele gosta de construir coisas
computadorizadas. O nome do curso que ele queria era ciências robóticas e ele iria
cursar no Japão. Mas o pai dele não deixou.”
“Então vamos parar de conversar, porque vai só surgindo assunto e você tem que
sair. Tchau, vai estudar. E boa sorte pra você amanhã no Senado.” Sorri descontraída.
Ele ficou quieto e não respondeu, parecendo ensaiar algo para falar.
“Bella... você ainda acredita em nós?” Em sua voz teve um pequeno rastro de dúvida.
“Sem dúvidas... sempre.” Sorri e mostrei convicção.
“Então boa noite e beijo.” Sorriu satisfeito.
Desligamos e eu suspirei, como sempre, a saudade me corroendo. Indaguei-me quais

os motivos de suas dúvidas.
Dia dos namorados - 14 de fevereiro.
Recebi uma cesta de café da manhã e um DVD da Regina Spektor. Dentro tinha um
cartão escrito com a letra do Edward.
‘Espere-me... não desista de mim... eu não posso viver sem você.’
521 de 1595 26/05/2011 20:45

No DVD tinha um bilhete. ‘Ouça a música Fidelity... é algo importante.’ Estava escrito
dentro do CD.
Suspirei e chorei quando assisti o clipe da música a que ele se referia. Edward é um
poeta nato e tudo que ele faz tem algum significado.
N/A assistam o vídeo. É lindo.
http://www.youtube.com/watch?v=wigqKfLWjvM
Fiquei o dia todo ansiosa até chegar à noite, esperando um toque no meu celular para
ficar on-line. Enfim, o toque, às nove horas da noite.
“Oi, namorado!!” Eu tentei ser alto astral e enfrentar aquele dia á distancia.
“Oi.” Sua voz estava triste.
“Que foi? Está triste?” Eu disse carinhosamente.
“Não... queria estar aí com você.” Seu semblante estava pra baixo.
“Mas você está aqui comigo.” Eu precisava tirar a tristeza do seu rosto. “Hoje fiz igual
a moça do clipe, lanchei com você, jantei com você e agi como se estivesse aqui...
porque eu acredito que um dia vai estar.” Embora meu coração corroesse de aflição
movida pela saudade, eu tinha que passar forças para ele.
“Que bom...” Sua voz era um murmúrio.
“Alegre-se, como vamos passar nosso primeiro dia dos namorados com você triste
assim?” Tentei mais uma vez.
“Porque é nosso primeiro dia dos namorados e não estamos juntos.” Ele estava
522 de 1595 26/05/2011 20:45

incrédulo e melancólico.
Respirei fundo e contei até dez. Eu tinha que ter paciência e sabedoria, pois ele estava
precisando de mim.
“Edward, vamos parar! Pode colocar humor nesse teu rosto. Você conseguia
sobreviver, e muito bem o ano passado quando não estávamos juntos! Então pare de
agir assim! Eu não quero ficar deprê vendo o meu namorado triste.” Cobrei firme, mas
com muito carinho.
“Tudo bem, Bella. Gostou do DVD?” Sorriu distante, tentando expulsar a dor.
“Sim... o que quis falar com ele? Tudo que você faz, tem um significado...”
“Assistiu o clipe? Prestou atenção nos detalhes?” Estava animando-se.
“Sim.”
“Então... ela é nós dois. Temos que viver dia após dia imaginando o outro próximo,
não deixando a dor da distância nos machucar. Sempre acreditando que um dia
estaremos juntos e felizes.” Melhorou um pouco ao explicar.
“Então isso é pra você, porque eu já estou tentando agir assim. Quando acordo, finjo
que você está perto, que vou te ver. Eu me arrumo para você, como se eu fosse te
encontrar. Quando lancho, finjo que você está na mesa comigo. Quando durmo, finjo
que você está na cama, pois quando amamos e estamos juntos, não tem distância
para os corações. Eu não estou me deixando abater pela distância e continuo
acreditando em nós dois.” Suspirei. “Eu ADOREI meu presente e adorei o significado
também.” Enfim, um sorriso verdadeiro estava brotando do seu rosto. “Como você fez
para mandar? Se você mora aí na capital.”
“Ai, Bella, eu consegui o endereço da loja pela internet, depois mandei o DVD e o
cartão pelo Fedex para eles colocarem junto.”
“Hum... legal! Inteligente, e eu adorei ter recebido algo com a sua escrita, é mais
romântico.” Sorri.
523 de 1595 26/05/2011 20:45

“Bella, a sua web está desfocada.”
“Acho que é o pc. Vou comprar um notebook novo para mim, porque o meu está com
Jasper. Notebook é mais fácil de movimentar, e tem uns de última geração que são
muito bons. Esse aí está te ajudando muito?”
“Você sabe que sim... você que armou com Jasper, né? Mas eu não ligo, eu sempre
soube, na verdade tudo que você arma dá certo. Você é... ah... eu não encontro outro
adjetivo que se encaixe, você é perfeita, única.” Pronto, enfim meu namorado novinho
em folha.
Sorrimos.
“Então tá, vamos sair porque amanhã você acorda cedo.” Eu sabia que não podíamos
ficar muito.
“Então, como no clipe, imagine que estou com você, que vou dormir com você... e
que vou te beijar muito.”
“Hum... gostei da idéia... como você quer que eu durma? De roupas?” Pisquei
insinuante.
“Hoje você pode dormir de pijama, eu só queria te beijar e te abraçar muito. Estou
com saudade de te beijar.”
“E se eu não quisesse só beijos?” Sorri travessa.
“Então ia ficar querendo, porque hoje eu só queria te beijar.” Seu semblante estava
brilhante.
“Ah, você não me resiste, vou buscar a roupa que eu dormiria.” Sorri e levantei da
cadeira.
“Bella, não vá. Não está tendo como ver... a imagem está ruim, está muito
524 de 1595 26/05/2011 20:45

embaçado.” Parou-me no meio do caminho.
“Então tá. Vou comprar urgente um computador novo pra mim e outro dia eu mostro.”
Sentei novamente. “Hoje eu vou dormir pensando em você. Pode deixar que vou
colocar um travesseiro na minha cama e vou dormir pensando que é você. É lua cheia
aí?”
“Sim... é lógico né, Bella. Estamos no mesmo país.” Gargalhou.
“Então estamos vendo a mesma lua?!” Mostrei um entusiasmo desnecessário.
“Agora eu não estou vendo porque estou no quarto. Mas lá fora é a mesma lua.”
Continuou rindo do meu fora momentâneo.
“Então saia do quarto e vai lá fora, que nós dois vamos estar ligado pelo mesmo
ponto. Vamos os dois olhar para lua e imaginar o outro perto. Sim?” Tudo bem que é
romântico demais, mas eu quero.
“Ok. Mas eu não vou ficar muito tempo lá. Eu estou cansado e ainda tenho que ler
antes de dormir.”
“Tudo bem, então muitos beijos.”
“Onde?” Sorriu malicioso.
“Todinho.”
“Certeza?” Semicerrou os olhos, insinuante.
“Sim. Onde você quiser.” Sorri.
“Hoje eu só quero na boca. Muitos em você também.”
525 de 1595 26/05/2011 20:45

“Saiba que eu não quero só na boca. Mas vamos sair que está tarde pra você. Cinco
segundo e os dois desligam. Tchau.”
Desliguei e fiquei bem melhor.
A saudade diminuiu um pouco.
Desci e encontrei Emmett no sofá com o semblante pra baixo.
“Oi, Emmett, está vindo de Forks?”
“Sim. Fui ver a Rosalie porque anteontem foi o aniversário dela e eu aproveitei que
hoje é dia dos namorados e fui dar um colarzinho de ouro. Nossa Bella, mas tá difícil
demais! Você acredita que ela devolveu o presente com muita raiva. O que quê eu vou
fazer pra ganhar aquela mulher?” Ele passava as mãos no cabelo.
“Só o tempo, Emmett, continue indo vê-la. Vença ela pelo cansaço. E quando você
voltar para Califórnia, venha nos fins de semana para vê-la. Uma hora você consegue.
Você tem que mostrar que não quer só aproveitar dela. E isso só com tempo e
insistência.”
“Tudo bem...” Ele subiu chateado.
Coitado do meu irmão... apaixonadão.
06 de março
Depois que Carlisle começou a namorar Esme, é interessante porque pelo menos duas
vezes por semana Esme dorme com ele em minha casa. Jasper não está mais
morando com a gente, porque não precisa mais ir ao médico regularmente, afinal em
quinze dias ele terá que fazer outra bateria de exames na Califórnia.
Sentimos muita falta do garoto, principalmente Alice, até porque eu tenho ido à
empresa do papai aos sábados e ela tem ficado sozinha em casa nos dias que não
temos aula, logo ela sente mais falta dele do que eu.
526 de 1595 26/05/2011 20:45

Como o garoto veio dormir aqui em casa com Esme hoje, resolvi matar a saudade.
“Vamos jogar alguma coisa em grupo?” Chamei o garoto ao vê-lo jogar xadrez com
seu amigo na internet.
“Eu não, vocês são muito ruins. Só perdem!!” Continuou jogando no notebook novo
que comprei. Comprei um novo para mim e para o garoto, e dei o meu velho para a
funcionária aqui de casa.
“É só brincarmos com prenda. Por exemplo: quem perde bebe copo d’água ou chupa
limão.” Propus.
“Hum... eu tenho uma idéia muito melhor... Jogamos no quarto e quem perder de
vocês vai tirando peças de roupa. E se eu perder, vou me vestindo de mulher. Que
tal?” Propôs o garoto com olhar malicioso.
“Eu não vou!” Alice sentou no sofá e não quis.
“Quê que tem, Alice? É só colocar o biquíni. Ele só vai nos ver de biquíni, não tem
nada! Eu quero é diversão! Tô doida pra ver o moleque vestido de mulher.” Fiquei
entusiasmada.
“Ah, sinto muito meninas, eu não vou perder. E vocês, além de tirarem as roupas, vão
ter que dançar pra mim.” Gargalhou.
“Tudo bem.”
Alice subiu a contragosto, mas foi. Jogamos truco. Gritávamos, blefávamos e eu

roubei muuuiito com Alice!!! Conclusão: o moleque teve que se vestir e se maquiar de
mulher.
20 de março
Fomos à Califórnia para os novos exames do Jasper. Viemos todos, inclusive Esme e a
527 de 1595 26/05/2011 20:45

Jéssica, que estava muito interessada nos exames. Enquanto Esme fazia os exames
com Jasper, acompanhada com Jéssica, meu pai freqüentou o jornal da Califórnia e eu
liguei para Ryan, a fim de passearmos pela cidade com Alice.
Conheci a casa e a família do Ryan. Ele tem uma irmã muito bonita, porém, chatinha e
metida. Ficamos uma semana na Califórnia.
Imagino que os resultados dos exames não foram bons, pois Esme depois que os
pegou, ficou muito apreensiva.
“Jéssica, o que deu nos exames?” Esperei uma oportunidade para perguntar.
“Não sei se eu posso falar, mas piorou. Ele vai ter que suspender os remédios e
começar outro tratamento.”
“Nossa...”
A viagem se seguiu e todos ficaram calados, inclusive o moleque.
Fim de março
Recebi o toque no celular e subi para ligar o notebook.
“Oi!! Comprou uma web nova?” Sua voz estava empolgada, mas estava falando baixo
e usando o fone de ouvido. Achei estranho.
“Não. Comprei um notebook novo. Como vai namorado?” Sempre que ele liga eu fico
elétrica.
“Estou bem. Como foi a viagem à Califórnia? Ryan está aqui e me disse que você foi
lá. Ah, ele está mandando um oi e está a me encher, perguntando se você vai à festa
dele em setembro.” Edward estava bem sorridente.
“Manda outro oi pra ele e diz que eu vou com certeza. Não vou perder a festa de vinte
528 de 1595 26/05/2011 20:45

anos mais badalada da Califórnia, de jeito nenhum!” Sorri. “Quanto a viagem... ela foi
boa. Deu tudo certo.” Tentei esconder qualquer apreensão nos sentimentos com
relação a viagem.
“E como está o menino? Teve alguma mudança?”
E agora? Falar que piorou talvez lhe dê preocupação desnecessária...
“Ele vai mudar o tratamento, mas vai ficar bem.” Cada vez que tem uma mudança na
vida do menino eu fico preocupada. Com muito medo.
“Está me escondendo algo? Percebi uma ponta de dúvida nos seus olhos...” Levantou
uma sobrancelha em especulação.
“Não. Está tudo bem. Os remédios foram suspensos por quatro meses e ele começa
outro tratamento em julho.” Tentei passar positivismo, assim não o preocuparia.
“Que bom. Mudando de assunto... Bella, estou precisando de mais ternos. Se eu

mandar o dinheiro você compra uns pra mim de novo? Até que eu cheguei a ir
experimentar em umas lojas daqui, mas eu gostei do corte dos que você me deu... e
lembrete. Eu.vou. pagar. Não quero que você gaste um centavo do seu.” Foi enfático
no final.
Pensei nos preços dos ternos.
“Hum... tem certeza que não quer que eu os dê pra você? Estaria investindo no meu
embaixador...” Perguntei receosa, mas tentei mostrar descontração.
Ele sorriu.
“Bella, não precisa. Eu tenho como bancar. Eu recebo pela assistência.” Ele se divertiu
ao perceber que me preocupo com seus custos.
Uma pessoa de cabelos longos passou em frente à web e tirou a minha atenção na
conversa.
529 de 1595 26/05/2011 20:45

“Onde você está?” Perguntei desejando saber.
“No meu quarto.” Respondeu como se fosse o óbvio. No quarto dele e tinha uma
mulher!
“Quem acabou de passar aí?” Tentei esconder qualquer sentimento que houvesse por
trás da pergunta.
“Ah, o Ryan e a Sophia estão aqui. Tínhamos que montar um trabalho para apresentar
amanhã e como eu já fiz a minha parte, eles estão terminando a parte deles.”
“Mas... você não disse que não pode entrar mulher aí?”
“E não... o Ryan...” Tentou disfarçar, pra que não soubessem que falávamos deles.
Eu fiquei chateada, pois eu pensei que tinha sido a única mulher a ir ao quarto dele. É
uma coisa boba, eu sei, mas eu queria que fosse.
“Hum...” Abaixei o olhar para pensar em qual assunto eu iria entrar agora para tentar
expulsar a minha frustração em vê-la em seu quarto.
“Que foi, Bella?” Analisou o meu semblante.
“Nada... quando estiver sozinho no quarto me dá um toque. É ruim que você converse
por meias palavras...” Não consegui esconder a tristeza.
“Tudo bem. Depois eu te dou um toque. Vou tentar arrumar mais tempo para
conversarmos.”
“Tá bem. Até mais.” Fiquei impaciente e muito pra baixo.
“Um beijo.” Eu não respondi. “Bella, o que quê aconteceu com você?”
530 de 1595 26/05/2011 20:45

“Outro, Edward, depois conversamos. Tchau.”
Não contei cinco segundos. Desliguei o monitor rápido.
Por isso ele estava com o fone de ouvido.
Sei que não devia sentir isso, mas ele nunca me explicou o que essa menina realmente
é para ele.
continua...
Notas Finais:
Oi!!!
Eu dividi em dois capítulos pois tinha muita informação para
contar...
beijos
obrigada pelos reviews!!!
531 de 1595 26/05/2011 20:45

Capítulo 31- Não desista de mim 2 escrita por BIA BRAZ

Capítulo 31 - Não desista de mim 2
N/A Esse POV do Jasper é muito importante...leiam please...
Jasper POV
Mês de maio
“Alice, vamos jogar? Não tem ninguém on-line para jogar xadrez. Cadê sua irmã para
jogarmos com ela também?”
“Saiu. Parece que ia ter uma festinha do pessoal da empresa do meu pai e ela foi.”
“Credo, mas hoje ainda é terça!” Como ricos são engraçados, pensei.
“Não tem nada, Jasper. Meu pai e Esme também vão.” A baixinha parecia estar de
mau humor.
“Nós dois vamos ficar sozinhos?” Mostrei minhas segundas intenções.
Ela revirou os olhos me tirando.
Alice é muito chata, todas as meninas me dão bola e ela nem liga para mim, acha que
eu sou seu irmão. Eu. Não. Quero. Ser. Seu. Irmão! Sou irmão da Bella só porque
fizemos um pacto. Mas nem se minha mãe casar com o pai da Alice, não quero ser
tratado por ela como irmão.
Carlisle e minha mãe desceram prontos para sair.
“Então, não esperem a gente. Durma cedo, Alice.” Avisou Carlisle.
532 de 1595 26/05/2011 20:45

Alice voou no pescoço dele e o beijou. É incrível como ela é apegada ao pai, um grude.
Toda vez que ele sai, ela age como se ele não fosse mais voltar. Ela passa horas
sentada em seu colo, parece criança! Nunca vi uma filha tão baba ovo assim. Além de
suas manhas né! Carlisle faz tudo que ela quer, todos os dias trás algum chocolate
para agradá-la. Ela não cresceu!!
“Pronto Alice, vamos jogar um jogo fácil. Dama. Você sabe jogar né?” Fui à sala de
jogos e peguei o tabuleiro de damas. “Vai ser daquele jeito que jogamos com Bella
aquele dia. Cada vez que você perder, você tira uma peça de roupa. E cada vez que eu
perder, eu visto uma peça de mulher e passo maquiagem.”
“Eu não quero assim.” Emburrou e sentou no sofá novamente.
Hoje ela estava mais chata que os outros dias.
“Alice, você pra mim, é como se fosse um homem. Não significa nada, ver você com
roupa ou sem roupa.” Eu quis aliviar. Anjo mau.
“Quer saber? Eu acho que você gosta de se vestir de mulher. Acho que você é uma
mulherzinha querendo sair do armário.” Levantou do sofá e sorriu.
“Há há há. Muito engraçadinha você. Só não mostro a mulherzinha por que considero
seu pai pra caramba! Vamos, vem jogar logo, se não vou te deixar aqui sozinha e vou
jogar no computador.”
“Tá, idiota.”
Coloquei o tabuleiro no chão e começamos a jogar.
Minutos depois...
“Alice... presta atenção, não mexe essas pedras do canto se não eu vou te comer...
ah! Não tem graça jogar com você, só perde! Vamos, tira logo essa saia aí!!”
533 de 1595 26/05/2011 20:45

Não olhei para ela tirando, isso era um jogo profissional.
“Ai, Jasper, é sorte.” Defendeu-se.
“Sorte o caramba, tu é ruim mesmo! Fica mais atenta!” Eu sorria de vê-la perdendo.
Minutos depois...
“Dessa vez foi sorte sua. Pode maquiar vai.” Deixei ela me maquiar.
“Há! Está parecendo a Jéssica!! Há Há!” Ela se contorcia de rir.
“Vamos Alice!”
“Uma, duas, três. Tu é lerda hein!!” Sorrimos. “Pode tira a parte de cima...” Ela não
tirou e ficou quieta. “Ai, Alice, pára de drama! Não sei por que você está com
vergonha, pra mim é como se você tivesse três anos!” Sorri.
Ela olhou furiosa e tirou a blusa. “Eu não quero mais jogar, prefiro beber mil copos
d’água do que ficar tirando a roupa.”
“Só mais essa, vai.” Se ela soubesse minhas intenções. Anjo mau.
“Você é muito chato!!!” Reclama mas gosta. Sorri.
“Eu queria te ensinar a jogar e a prestar atenção, mas você não presta. Então vou
comer todas. E pode tirar o top! TIRA, TIRA!” Ela estava desconcertada. Não sei por
quê, sSabe que eu vejo isso direto! “Ai, Alice, não fica com vergonha, não chama a
mínima atenção minha.”
“Eu te odeio, Jasper!!”
534 de 1595 26/05/2011 20:45

“Tira logo! Perdeu, perdeu!!”
Deitei no chão de lado, segurando a cabeça, para olhar aquela anã de jardim. Ela tirou
emburrada e embora eu já tivesse visto ela trocando de roupa pela porta, ver assim
tão perto chamou a minha atenção.
Mesmo pequenos, eram lindinhos.
“O que você está olhando? Não disse que eu pareço uma menina de três anos!!!” Ela
se tapou e eu engoli em seco.
“Tô vendo como é pequeno e sem graça.” Fiz cara de desdém.
“Seu idiota! Não vou brincar nunca mais com você. Suas brincadeiras são muito sem
graça.” Ela se vestiu e foi saindo da sala.
“Tudo bem, na próxima brincadeira eu vou pegar.” Queria irritá-la mais.
“É louco é?” Eu estava conseguindo fazer ela perder a paciência.
“Você se acha né? Que graça que tem pegar nisso aí. Eu sou um profissional do jogo.
Pra mim é só o troféu pelo jogo. Se você perde, eu ganho.”
“Você é doido! Eu não vou mais jogar com você. Tchau!”
Ela foi para o quarto dela e eu fui atrás.
“Alice, sou visita, não deve me deixar sozinho na sala.”
“Sai fora, Jasper! Dá um time!”
Deitei na cama dela.
535 de 1595 26/05/2011 20:45

“Amiga... você é a melhor amiga que eu tenho... vamos fazer as pazes que eu
prometo não te encher o saco mais hoje.” Fiz cara de anjo.
Ela olhou se derretendo aos poucos.
“Tudo bem.”
“Alice... fala sério... você não me resiste né... sou gostoso não sou?”
Ela grunhiu e pulou em cima de mim para me bater.
EU ADORO ELA ASSIM.
Dias depois.
“Oi, miniatura, eu estava com saudade de você.” Abracei a anã e chamei ela para a
sala de jogos. “Se você jogar comigo eu deixo você escolher o jogo e a prenda. Que aí
você não diz que sou um tarado por escolher aquelas prendas.” Propus.
“Tudo bem. Então vamos jogar baralho.”
Nos instantes seguinte, perdi. E ela tinha que escolher a prenda.
“Fala três vezes: eu sou gay.” Ela gargalhou.
“Por que isso? Eu não vou falar isso.” Relutei.
“Mas aqui é jogo profissional, e você perdeu, VAI TER QUE FALAR.” Sorriu
provocando.
536 de 1595 26/05/2011 20:45

“Muda a prenda.” Cruzei os braços e mostrei que não ia fazer isso.
“Não. E quer saber? Você tem é medo de admitir o que é. Garotos que vivem se
auto-afirmando que nem você, tem medo de admitir que são umas MULHERZINHAS
GRITANDO PRA SAIR DO ARMÁRIO!!” Ela se contorceu de rir.
Fiquei com muita raiva.
“Você vai ver a mulherzinha agora, tá?”
Segurei os braços dela, prendi com uma mão e com a outra segurei seu rosto pra
beijar ela a força.
Consegui começar a beijar, mas ela me mordeu e cuspiu no meu rosto.
“NOJENTA!! ECO!!” Limpei o meu rosto.
“Seu idiota!! Vou contar para o meu pai!”
“Fala, que eu digo que você ficou só de calcinha na minha frente!! Há Há Há!!”
“Jasper, não fala mais comigo! EU TE ODEIO!!”
Saí da sala de jogos e fui lavar meu rosto.
Junho.
Estávamos de mal fazia um mês, ainda ia dormir lá com a minha mãe, mas eu ficava
só com Bella. Alice não queria falar comigo. Quem ligava para a amizade de uma
menina tão chata?
Depois de muitos dias me ignorando...
537 de 1595 26/05/2011 20:45

“Jasper, você dança a valsa comigo?” A pequena perguntou toda boazinha.
“Sou irresistível né, Alice... EU NÃO VOU.” Disse sacanamente. “Só se você ajoelhar e
me implorar por perdão.”
“Pode deixar, vou chamar o Ryan. Ele é bem legal, pena que tem quase vinte anos...”
Foi saindo emburrada.
“Ele não sou eu. Sou único, minha filha, gostosinho assim, mamãe não faz mais e
você não vai encontrar nunca.” Continuei jogando no pc.
“Jasper, por favor, você é meu amigo.” Pediu mais uma vez.
“Era. Esqueceu que não está mais falando comigo?” Olhei com deboche.
“Desculpa vai.” Insistiu.
“Só se você me der.” Nem olhei em sua direção.
“JASPER!!!”
“Um beijo, Alice, você tem a mente muito pervertida para sua idade, credo!!” Sorri
descaradamente.
“No rosto.” Impôs.
“NA NA NI NA NÃO. NA BOCA!! Além disso, tem que jogar comigo de novo e se perder
mais um beijo, se perder outro beijo, beijo de língua e tudo mais.” Ela agora ia ver.
“Tudo bem. Eu chamo Ryan.” Virou-se para sair.
538 de 1595 26/05/2011 20:45

“Tudo bem.” Voltei a me concentrar no jogo.
“Jasper, por favor, dança comigo. Ia ser legal, você é filho da namorada do meu pai e
meu amigo.” Voltou e insistiu mais uma vez.
“Alice, eu não esqueci que você desprezou o meu beijo e cuspiu em mim. Você quase
acabou com a minha auto-estima. Sorte que eu tenho outras que adoram meus beijos,
se não, eu estaria depressivo.” Sorri alto.
“Tudo bem, seu idiota! Eu jogo com você. Mas dessa vez é xadrez. Bom que eu vou
demorar a experimentar esse seu beijo ruim, por que em xadrez eu sou boa.”
“Então mais tarde eu vou lá para o seu quarto e vamos jogar a noite todinha. Quero
ver se não vou te beijar hoje. Você vai ver o que desprezou.” Sorri convencido.
“Mas o que eu ganho?”
“Vai ter a honra de dançar com o gostosinho aqui na sua festa, quer algo mais que
isso?”
“Não. Só de jogar com você, já tem que dançar comigo. Se você perder, você veste
calcinha e sutiã, desfila e eu tiro fotos.” Ela gargalhou.
“Tudo bem, quem vai perder é você mesmo.” Não liguei.
A primeira partida eu perdi. Então ela me deu o conjunto de calcinha e sutiã, e me fez
desfilar pelo quarto, tirando fotos de mim. Sorrindo em todo o tempo.
Eu não liguei, em breve seria a minha vingança.
A próxima partida eu ganhei.
“Agora deita na sua cama e relaxa que eu vou te beijar. Não faça aquilo de novo viu,
sua nojentinha!” Disse com relação ao dia que ela me mordeu e cuspiu.
539 de 1595 26/05/2011 20:45

“Por que tem que ser deitada se é só um beijo?!” Não levantou do lugar e cruzou os
braços.
“Por que eu quero mostrar o que você perdeu aquele dia, futura irmãzinha.”
Ela deitou na cama, aparentemente estava nervosa. Eu coloquei o joelho na cama e

me aproximei do rosto dela. Beijei só os lábios, mas ela ficou de olho aberto e boca
fechada.
“Ai, Alice, que coisa! Fecha o olho e abre a boca. Vai ser rápido. Eu já desfilei de
calcinha e sutiã uns quinze minutos, o beijo não vai ser nem dois.” Estava perdendo a
paciência.
“Tá. Dois minutos.” Estava fria igual uma pedra.
Beijei-a novamente e ela fechou os olhos. Passei a língua em seus lábios, mas acho
que ela não sabia beijar, estava o tempo todo cerrando os dentes.
“Abre a boca, se não, não vai valer.”
Ela abriu um pouco e eu tentei de novo, colocando a língua levemente em sua boca.
Ela não sabia o que fazer, ela não sabia beijar, com certeza.
“Suga.” Mandei.
“Isso é nojento.”
Saí, puto, de perto dela.
“Alice, você não sabe beijar, você não sabe de nada!”
540 de 1595 26/05/2011 20:45

“Eu sei sim.”
Voltei para perto de sua boca.
“Então você tem que saber o que fazer com a minha língua, que saco!”
Encostei de novo minha boca na dela, devagar e tentei de novo com a língua. Ela
sugou sem jeito, mas foi bom. Então resolvi aprofundar e me encostei a ela na cama,
apertando ela a mim, procurando sua língua e sugando, um chupão mesmo, além dos
amassos que estava dando.
Ela nunca mais ia dizer que eu sou gay e nem ia desprezar os meus beijos. Ela relaxou
e acho que gostou, devolvendo depois os beijos, um pouco sem ar.
“Pronto.” Saí de perto dela. Acho que ela queria mais. “Agora quero ver me chamar de
gay.” Sorri vitorioso.
Ela estava ofegante e ficou sem graça na cama, limpando a boca sem olhar para mim.
“Ah! Não apaixona que eu não caso!” Sorri tirando onda.
“Sai daqui, Jasper...” Disse com a voz baixa e estranha.
Voltei para perto da cama.
“Só se você me beijar de novo.” Aproximei para beijar ela novamente.
“SAI!!! Eu vou chamar o meu pai!” Berrou e jogou uns ursos em mim.
Eu saí sorrindo do rosto dela.
541 de 1595 26/05/2011 20:45

Alice podia perceber que eu gosto dela e que eu sempre quis beijá-la. Mas ela sempre
me trata como amigo, como irmão ou como uma criança.
Edward POV
13 de fevereiro. Primeiro dia de assistência.
Ao chegar ao centro do poder americano a primeira atitude que tive foi entrar naquela
sala que quando eu tinha nove anos o segurança me impediu. Porém, não senti a
sensação que eu pensei que ia ter. Às vezes sonhamos muito com algo e quando
alcançamos não é tudo aquilo que sempre pensamos.
Uma senhora mostrou-me qual seria a minha mesa no Senado e apresentou a rotina
que eu seguiria. Nada muito difícil.
Os dias se passaram, e a minha rotina tornou-se esgotante, mais do que eu imaginei.
Eu prestava assistência no gabinete do senador Jonathan Evans três vezes por

semana.
Como ele conhecia as minhas habilidades, tentava não desperdiçar. Satisfeito, eu

estava certo de que estava onde almejava estar, fazendo o que me aprimorei em
fazer.
Início de março
A vida diária era exaustiva com excessiva correria, todavia era o que eu queria. O
senador chamava-me em sua sala diariamente para mantermos diálogo sobre política
e economia do país. Como me habituei a ser requisitado em sua sala, preparava-me
antes, acessando nas primeiras horas do dia as notícias do país e do mundo. Assim,
ficava interado nos assuntos, logo, mantinha a conversação com informações reais e
atualizadas.
“Sr. Hale, por que ainda não trouxe sua documentação para ser enquadrado na folha
de pagamentos do gabinete?” Perguntou-me a secretária do senador.
542 de 1595 26/05/2011 20:45

Surpreendi-me com a pergunta inusitada.
“Há um engano, não sou funcionário. Sou indicado do curso pela Universidade.”
Informei.
“Sim, mas o senador disse que seu nome deve ser incluso na folha, então traga seus
documentos e o número de sua conta corrente em dois dias, porque em dez dias sai
os proventos.”
Saí da sala com dúvidas e sentimento de culpa. Eu não podia deixar-me corromper
com verbas públicas que não deviam ser direcionadas a mim. Creio que os outros
assistentes não recebem pelos serviços prestados durante esse tempo.
Passei a noite preocupado com aquela situação. Será que o senador Evans está
tentando viciar a minha índole conservadora? Qual o homem em sã consciência que
negaria?
Eu não podia deixar-me aliciar. A minha honestidade e caráter não permitem, logo o
certo era procurar informar-me quanto à probidade deste ato.
Eu poderia ligar para Bella... hoje ela poderia me trazer conforto e ajudar-me a tomar
uma decisão. Sentia-me sufocado pela saudade, pela privação do seu calor, de sua
alegria e de sua vida... mas não devia ligar... tinha tanta coisa para ler e eu não queria
passar cinco minutos e ver a tristeza em seu rosto por termos que sair.
No dia seguinte esperei na recepção até que o coordenador da assistência na

Universidade saísse de sua sala.
“Sr. Thomas, posso falar lhe um minuto?” Abordei-o, logo que ele saiu.
“A disposição, Sr. Hale.” Era a primeira vez que eu falava com ele.
“Desculpe, mas como sabe meu nome?” Perguntei intrigado.
“Todos os mestres da Universidade sabem, suas notas destacam você.” Ele foi
543 de 1595 26/05/2011 20:45

amigável e tocou o meu ombro.
Senti-me com satisfeito com a informação.
“Sr. Thomas, esclareça uma dúvida minha... assistentes podem ser inclusos em folha
de pagamentos dos gabinetes?” Eu precisava aliviar essa tensão que me invadia desde
a tarde passada.
“Depende do gabinete ou da sessão. Não são todos os gabinetes e sessões que

incluem os assistentes nas folhas, geralmente isso acontece com os mais eficazes. Se
te escolheram, você está em um bom caminho.”
Se este era o caso, era perceptível que o senador Evans adicionou-me à folha por ser
amigo do Ryan.
“Obrigado Sr. Thomas.”
Tudo bem, se não é ação indecorosa, posso aceitar.
Fim de março
“Oi, mãe! Tenho uma notícia... não precisa mais depositar ajuda de custo para mim.”
“Por que, Edward?” Ela assustou-se.
“Por que estou sendo remunerado pela assistência prestada no gabinete do senador.”
“Faz assim filho, o dinheiro é seu, vou mandar mesmo assim. Guarde, faça o que
quiser. Abra uma conta extra e junte para comprar algo que precise.” Aconselhou.
“Mas, mãe, eu ganho quatro vezes mais que isso agora! Pelo contrário, eu quem vou
mandar pra você.” Insisti.
544 de 1595 26/05/2011 20:45

“Filho, você merece isso, eu quero fazer isso por você. Você é meu orgulho e está
colhendo o que plantou. Então junte e compre um carro pra você.”
“Tudo bem, mãe, não vamos discutir isso agora. De qualquer maneira eu vou juntar,
caso um de nós dois precise, vai estar guardado. Mudando de assunto, como está a
nossa família? Como está você e o Sr. Cullen?”
“Filho, o chame de Carlisle. Ele não é mais um estranho para você chamá-lo de Sr.
Cullen.” Disse pacientemente.
“Mãe... eu não acostumei ainda, com o tempo acostumo, prometo. Como estão as
coisas aí?” Mudei logo de assunto para não magoá-la.
“Está tudo bem. Eu estou feliz com Carlisle. Na verdade, filho, estou pensando em
abrir a minha vida e falar que eu sempre fui apaixonada por ele, quero contar tudo,
tudo mesmo. Não quero que haja segredos entre nós. O que você acha?”
“Hmmm, não sei... se você acha que está na hora... talvez fosse melhor esperar um
pouco mais. Eu queria já estar em uma situação melhor para poder mostrar para ele
que você não quer com essa atitude parte dos bens dele.” Isso muito me preocupa.
Não quero que ele pense isso da minha família ou da minha mãe
“Pode ser... mas eu acho que ele já me conhece. Ele sabe que eu nunca liguei para o
que ele tem. Inclusive, no dia dos namorados ele comprou um carro para mim e eu
não aceitei. De qualquer maneira, ele deixou aqui na garagem. Disse que é meu. Além
disso, semana passada me chamou para um jantar de negócios e comprou um
conjunto de rubis. Eu usei no jantar e devolvi. Ele percebe que eu não quero nada
dele.”
“Você fez certo. Mas quer saber, acho que para ele você não é uma simples
namorada. Bella disse que ele gosta de você, acho que estou começando a acreditar.”
“Eu também acho filho... e como estão as coisas aí?”
“Eu estou bem. Com saudade, mas está dando para levar. Agora que começou as
aulas está melhor. É muito corrido, mas é bom pra mim. Tudo está passando muito
rápido. Tem visto Bella?”
545 de 1595 26/05/2011 20:45

“Sim, ela é muito forte. Sempre espalha alegria pela casa. Ela consegue mostrar que
está bem, mesmo que sofra com a distância. Você escolheu bem, filho, ela é um amor
de menina.”
“Eu sei, mãe. Mas eu não queria fazê-la sofrer assim...” Deixei-me invadir pela
saudade.
“Mas vocês vão conseguir. Melhor sofrer juntos que separados.”
“Eu vou acreditar nisso. Então tchau, mãe. Manda um beijo para a turma.”
“Beijo filho.”
Bom, eu posso dividir o montante recebido em quatro partes iguais. O que minha mãe
manda, eu guardo com metade do que eu ganho para futuras emergências, ou para
comprar algo para minha família. A outra metade eu cubro as minhas despesas aqui e
ainda guardo para ‘ocasiões futuras’.
Fim se março (Dois dias depois que Sophia e Ryan estavam na casa do Edward.)
Na última vez em que falei com Bella, ela ficou distante. Não sei por que ela
preocupa-se continuamente e age com tenacidade com relação à Sophia. É só uma
colega de classe. É fato que ela teve interesse em mim, mas a mesma não foi
correspondida.
Não tem por que Bella importunar-se com isso.
Bom, vou falar com ela hoje.
Dei o toque em seu celular e ela demorou a entrar, fiquei deitado lendo, enquanto
esperava que ela entrasse.
Apareceu a chamada.
546 de 1595 26/05/2011 20:45

“Oi, Bella! Por que demorou?” Sentei na cadeira.
“Por que eu estava lá embaixo conversando com um amigo e esperei ele sair. Como
está? Estou morrendo de saudade de você.” Dois dias atrás ela estava toda fria, agora
tinha voltado ao normal. Ela me surpreende. Como muda de atitude rápido!
“Eu também estou.” Respondi ao seu sorriso. “Quem era o amigo que estava aí?”
“Um estagiário da empresa do meu pai. Lembra que eu te disse que estava indo para
lá de vez em quando? Pois é, como eu só vou dia de sábado, ele passou aqui para dar
um oi.”
“Ele passou tarde né...” Admirei o horário, era quase dez da noite.
“Até que ele chegou cedo, só que começamos a conversar e o tempo passou.”
Hmmm, um amigo novo que vai dar um oi.— Refleti, mas não devia ficar inseguro,
quando minha real tristeza era não poder estar lá. “E você, como está a vida? Me fala
tudo. Seu tempo está muito corrido? A rotina está pesada?”
Ela estava bem interessada, e sobre isso eu gosto de falar.
“Hum... está muito corrido, durmo no máximo seis horas por noite. Tudo está
tomando muito meu tempo, mas estou bem. Estou conseguindo equilibrar o meu
tempo com os estudos, e esses dias que passo lá no Senado estou gostando muito,
mas estou cansado e sentindo muito a sua falta.”
“Você é meu orgulho... é o meu melhor.” Ela estava com muito alto astral, e alegrava
a minha noite.
“Obrigado, Bella, só você para me deixar feliz. É bom ter você e ouvir pelo menos sua
voz. Isso me dá ânimo para esperar o dia que eu vou te ver.” Deixei a saudade de
invadir.
“Esquece pensar o dia que vamos nos ver. Quando der, deu. O importante é que
estamos ligados por uma força bem maior, lembra?”
547 de 1595 26/05/2011 20:45

Como ela consegue ser tão forte quando eu mesmo quando ouço sua voz tenho
vontade de pegar um avião imediatamente para ir vê-la?
“Tudo bem... é bom te ver assim, mais feliz. Abranda o meu coração. Responde pra
mim: por que estava chateada anteontem?” Eu sabia o motivo, mas queria que ela
abrisse as suas dúvidas.
“Não quero falar. Foi uma deprê momentânea, mas eu já estou melhor. Agora vai
estudar que eu vou dormir. Amanhã tenho aula e você também. Ah... sabia que entrei
na aula de francês? Quando você precisar conversar com alguém em francês, dentro
de alguns dias vai ser comigo que vai conversar.” Creio que Bella quis falar algo além
da informação. Será ainda com relação à Sophia? Por ela saber que treino conversação
com ela?
“Que bom. Então, durma bem, porque eu não vou dormir agora. Ainda vou ler um
pouquinho.”
“Beijos, namorado, e bom fim de semana.”
“Beijos, minha Bella.”
“Cinco segundo e desligamos, tchau.”
Desliguei a conexão e voltei para o mundo literário.
Arremessar-me no mundo dos livros, apazigua a dor da saudade, tira-me do mundo

real e dá forças para suportar mais um dia.
A distância dos corpos é tolerável quando nossos corações estão pertos.
Início de maio
Presto assistência no Senado, as terças, quintas e sextas. Com o passar dos dias um
assessor chamado Richard pediu-me que o ajudasse a redigir um discurso, o qual foi
aplaudido veementemente no plenário do Senado. Depois disso, adquiri mais uma
548 de 1595 26/05/2011 20:45

obrigação, sempre que Richard tinha que escrever algo, chamava-me para contribuir.
Era bom para mim, mas era algo que tornava o meu tempo mais escasso ainda.
Estava sentado em minha mesa, redigindo um discurso, enquanto o Richard estava

em uma reunião com os assessores e o senador Evans, quando uma voz tirou-me
daquele ponto distante à existência de fato.
“Oooi!” A voz parecia um sino.
“Oi.” Levantei o olhar para responder.
Surpreendi-me com a pessoa a minha frente. Era aquele ser impertinente que eu
encontrei na casa do Ryan... a irmã dele.
Ela caminhou em minha direção com um sorriso largo no rosto.
N/A Foto irmã do Ryan
http://41.img.v4.skyrock.net/410/tisdale-fabulous-ashley/pics/2067513614_8.png
“Você trabalha aqui?”
Não respondi e continuei escrevendo. Ela era cega por acaso! Se eu estava sentado
em uma mesa ali era por que trabalhava ali!
“Depois eu volto aqui e falo com você. O papai está aqui?”
“Em reunião.” Não levantei o olhar.
Ela entrou na sala mesmo assim, pois a porta estava destrancada. Minutos depois ela
saiu abraçada com o pai.
549 de 1595 26/05/2011 20:45

“Edward, vamos à lanchonete?” O senador Evans chamou-me.
“Eu tenho algo para redigir.” Eu sabia que não era o senador quem queria que eu
fosse.
“E o que é?” Aproximou-se e pegou o discurso que eu estava escrevendo. “Quem está
escrevendo os discursos que o Richard me entrega é você?” Em seus olhos tinha
dúvidas e surpresa.
Fiquei sem ação. Preocupei-me com o fato da minha resposta prejudicar o Richard.
“Não... er, só altero, se for preciso.” Creio que minhas palavras soaram sem
convicção.
“Edward, vamos descer e conversamos na lanchonete. Eu já imaginava que não era o

Richard quem estava escrevendo esses discursos.”
Desci calado, com oposição ao meu gosto e vontade.
Chegando a lanchonete, conversamos assuntos concernentes ao Senado. Estava

errado quanto às intenções iniciais dele. Ele só queria companhia, eu creio. Embora a
sua filha estivesse ali. Na verdade eu não entendi bem o motivo do convite.
Sua filha deixava-me desconcertado, olhando-me com olhar insinuante. Uma situação
constrangedora e incômoda. O senador Evans foi chamado em outra mesa e
deixou-me só com ela.
“Por que fugiu de mim aquele dia?” A vozinha irritante soou.
Referiu-se à noite, no quarto da casa dela.
“Por que não estava a fim, além de ser comprometido.” Mesmo que eu não namorasse
Bella naquela época, precisava dar um fora convincente nesse ser.
550 de 1595 26/05/2011 20:45

“Tudo bem, curta bastante o seu comprometimento, porque é por pouco tempo.”
Sorriu com cinismo.
Enchi-me de ira repentina e a deixei na mesa só, direcionando-me a minha sala

novamente.
Não sei por que essa garota resolveu perturbar a minha paz. Parece que as mulheres
quando descobrem que estamos comprometidos ou que não fazem o nosso tipo,
sente-se mais ousadas. É como um ímã. Nunca em toda a minha vida fui tão
assediado como estou sendo desde que me ajustei com Bella. Mulheres parecem
adivinhar.
Início de junho
Eu poderia ir ao estado de Washington, já que tenho sido remunerado pela assistência

e tenho dinheiro suficiente para isso, mas a vida passava-se ligeiramente e não tinha
encontrado tempo. Todo o instante do mundo não é suficiente quando se tem pouco
tempo e deseja-se ser o melhor em tudo.
Tranqüilo, estava em minha mesa, aproveitando o tempo que me sobrara naquela

tarde, pesquisando e anotando algumas idéias para um trabalho da universidade. Em
poucas horas o senador iria viajar para um evento público na Califórnia, então se
encontrava de portas fechadas em uma reunião, motivo este que me deixou ocioso.
“Oooi.” Aquela voz de sino tirou-me a concentração do ponto que eu estava.
Levantei os olhos e ela estava tentando abrir a porta, vendo em seguida que a mesma
estava fechada.
“Não pode entrar.”
“Hum... está sozinho aqui fora hoje...” Refletiu e aproximou-se com olhar
petulante.“Eles vão demorar lá dentro?” Em sua voz havia insinuação.
Eu não respondi e virei os olhos para o monitor. Pelo canto do olho vi que ela
inclinou-se em minha mesa e abriu a blusa, colocando a roupa íntima à mostra.
551 de 1595 26/05/2011 20:45

Continuei olhando para o monitor.
“Você não gosta de mulher ou gosta tanto que tem medo de olhar?”
Levantei os olhos para encará-la, encolerizado com esse ser repugnante que resolveu
atormentar-me. Ela sorriu cinicamente e desbotou o sutiã que se prendia na frente,
expondo os seus seios.
Vários pensamentos invadiram a minha mente de uma vez. E se alguém chegasse e

visse aquela louca naquela situação? E se o pai dela entrasse na sala?
Indignado, olhei em seus olhos impedindo a manifestação da minha fúria.
“Srta. Evans, tem como compor-se, estou trabalhando.” Controlei o meu ímpeto de
raiva tentando falar pausadamente, depois direcionei os meus olhos para o monitor de
novo.
“Eu adoro homens tímidos...” Pegou a minha mão repentinamente e colocou em seus
seios.
Eu congelei por alguns milésimos de segundos, desnorteado pelo seu ato imprevisto,
depois me levantei de súbito da cadeira e saí da sala imediatamente. Sem olhar para
trás.
Estava com a máxima agitação do ânimo e, encolerizado, dirigi-me a um jardim

interno, ali eu poderia pensar.
Fui dominado pelo ódio a essa mulher que invade o meu espaço do modo que faz.
Odiei-me também por ter sentido algo nos milésimos de segundos que minha mão
ficou ali, por ter permitido que ela invadisse minha potência de raciocínio, mesmo que
no mínimo tempo possível.
Será que sou tão fraco assim? Como posso amar tanto alguém e quando meu mundo
é invadido por essa criatura desprezível algo em mim responder? Será por sentir muito
a falta de Bella? Por desejar que ali fosse ela, com seus seios firmes e convidativos?
552 de 1595 26/05/2011 20:45

Será por desejar ansiosamente tocar Bella novamente?
Deixei o capitólio antes do horário e fui para o campus, desejando veementemente

conversar com Bella, pelo menos ouvir a sua voz, saber se ela não desistiu do ser
abjeto que sou...
Estava aflito de saudade e o tempo até ela chegar e ficar on-line, estava me deixando
impaciente.
“Oi... o que aconteceu? Você nunca entra cedo assim...” Ela entrou com o semblante
feliz.
“Saí mais cedo... não agüentei o dia hoje... estou muito exausto...” Era perceptível a
minha tristeza.
“Por que está com o semblante assim?” Em seu rosto havia preocupação.
“Estou me sentindo fraco... estou precisando de você.” Entreguei-me a melancolia.
“Eu também estou precisando muiiito de você... vai poder ficar muito tempo hoje?” Ela
sempre é tão cautelosa quanto ao meu tempo.
“Ah, Bella, hoje eu não estou a fim de fazer nada... vou ser irresponsável um
pouquinho... e você? Tem tempo para o seu namorado hoje?” Tentei colocar um
sorriso no rosto, não queria que a minha descrença a magoasse.
“Todo o tempo do mundo! Vamos fazer assim... eu vou tomar banho, trocar de roupa
e buscar um lanche. Em meia hora eu faço isso tudo. É bom que você também se
troca, porque nem tirou o terno ainda. Eu mal cheguei da escola, nem troquei de
roupa também, pode ser? Depois eu fico a noite toda a sua disposição, tá?” Ela estava
elétrica e de bom humor.
“Tudo bem, vou tomar um banho para relaxar. Não desliga não, deixa a web ligada
porque estou com saudade de ver você trocando de roupa. Estou morrendo de
saudade de você e não vou perder um minuto seu.”
553 de 1595 26/05/2011 20:45

“Hum... então tá bom...” Ela estava com um sorriso contagioso.
Fiquei mais animado. O bom humor de Bella me invade e trás alegria. É incrível como
sua alegria se espalha sobre mim. Decididamente a melhor atitude que tive foi vir falar
com ela.
A nova web de Bella tinha uma qualidade perfeita, a visualização do quarto ficava
nítida e clara. Ela tirou a roupa sorrindo em direção ao pc e direcionou-se ao banheiro
enrolada em uma toalha. Aos poucos a saudade que sinto de observar o seu corpo
estava sendo embalsamada.
Direcionei-me ao banho, intencionado a não perder tempo. Saí do meu banho e olhei o
monitor. Para a minha frustração a porta do banheiro dela estava aberta,
provavelmente já tivesse terminado. Que pena, perdi a cena dela vestindo a roupa.
Ela devia ter descido, pois o quarto estava vazio.
Sentei na cama e coloquei o notebook em uma cadeira ao lado. Assim eu ficaria

relaxando e poderíamos conversar, sem o incômodo de estar sentado em uma
cadeira.
Coloquei uns livros perto da cama, pelo menos para desencargo de consciência.
Esperava aprender por osmose – sorri da minha própria irresponsabilidade.
“Voltei!!” Sua voz me contagiou e eu voltei com os olhos alegre em direção ao

monitor. “Tomou banho? Melhorou? O quê que você tinha?” Perguntou agitada.
“Ai, Bella, tantas pergunta de uma vez... tomei e estou menos cansado, mesmo
assim, vou conversar deitado. Está frio aí?” Fiquei surpreso com a roupa que ela
usava.
“Não. Por quê?” Passou desconfiança em seu rosto.
“Por que está de calça e de manga longa.” Sorri e ela entendeu a minha indireta.
554 de 1595 26/05/2011 20:45

Eu precisava vê-la toda, para aliviar a culpa dos meus olhos.
“Meu anjinho, quando você não está por perto, eu fico o tempo todo assim! Só uso
vestidos quando você está aqui ou quando vou sair. Mas caso você queira, eu posso
trocar de roupa. Tem alguma de sua preferência?” Sorriu insinuante.
Se eu dissesse que a prefiro sem nada, podia ser muita obsessão e ainda estaria
pressionando, então...
“Não. Pode ficar como está.” Foi o que respondi, sem certeza.
“Se você quiser eu tiro.” Ela já me conhece.
“Não precisa.” Não tinha convicção em minha resposta.
“Espera.” Levantou e trancou a porta. “Já que vamos ficar muito tempo conversando
hoje, vou colocar uma música. É a nossa música, a mesma que dançamos na casa do
Ryan. Quer ouvir?” Ela estava muito empolgada.
“Pode colocar.”
“Então tá. Vou pegar uma roupa e trocar aqui perto. Não vou ficar longe de você.” Sua
voz estava carinhosa e me trazia sossego.
Ela colocou a música e foi buscar uma roupa para se trocar, depois voltou e sorriu,
tirando a blusa que estava vestindo.
“Faz assim, Bella, já que vai trocar de roupa aí, tem como ser mais devagar?” Propus
sorrindo da minha mente desvirtuada.
“Tudo bem.” Ela vestiu de novo, sorrindo travessa. “Então... câmera lenta agora...
vou tirar...” Sorriu e tirou a blusa lentamente.
555 de 1595 26/05/2011 20:45

“Hum... linda.” Mordi os lábios.
Ela sorriu maior.
“Faz assim, a calça você tira de costas para o monitor e em câmera lenta quase
parando.”
“Cadê meu namorado tímido?” Fingiu espanto colocando a mão na boca.
“Tá com saudade dele?”
“Ow! Lógico que não... esse aí está bem melhor.” Disse com uma piscada. Ela sorriu,
virou-se de costas e desceu a calça devagar, olhando de lado para o monitor com
semblante de criança arteira. Contente, viajei na cena do corpo dela exposto, estava
com saudade disso. A imagem era nítida, perfeita.
“Bella, que desenho é esse aí atrás?” Sorri de sua peça íntima que parecia calcinha de
criança.
Ela aproximou-se mais da web.
“É um anjinho com uma flechinha.” Como ela estava estonteante e linda. “Você sente
alguma coisa em me ver assim... tipo, como homem?” Fez um biquinho insinuante.
“Agora não, só saudade, mas se eu der asas a imaginação posso sentir o que você
perguntou.”
Ela deitou de roupas íntimas e colocou o notebook dela no criado, em frente a sua
cama. Depois deitou de lado, passando a mão na coxa, com um sorriso
desavergonhado no rosto.
“Está imaginando agora?”
“Por enquanto estou só vendo e gostando da imagem, está aliviando a falta que você
556 de 1595 26/05/2011 20:45

faz aos meus olhos.”
“Então, eu vou fazer uma coisa que eu sei que você vai imaginar. Espera aí.”
Ela colocou o pc de novo sobre uma mesa e saiu, demorando uns cinco minutos.
Quando voltou, ela estava vestida em uma saia de bolinha rodada curta, curtíssima, e
uma blusa branca curta de abotoar na frente, também usava um chapeuzinho e uma
meia listrada longa... um batom bem vermelho e uns livros na mão.
Se eu não me engano parecia fantasia de... estudante... ou de... não sei... estava...
putz... bonita, chamando a atenção.
Perdi o fôlego de ver.
“Que isso, Bella?” Pra que Bella estava comprando esse tipo de roupa? Um lado bem
desvirtuado do meu cérebro perguntou, na mesma hora em que me senti ficar
tensionado.
“Já que você gosta de ver eu tirar, eu vou tirar pra você.” Seu sorriso era presunçoso.
“Não... espera um pouquinho, está... tão... bonita, lindinha, aliás, lindona, e bota linda
nisso.” Na verdade eu não queria falar isso, mas dizer que ela estavaá... hum... não é
era o melhor para o momento.
“Vou mudar a música e vou dançar pra você. Há alguma que você queira que eu
dance?”
Pensei...
“Hum... tem a música que você dançou com suas irmãs no Réveillon? A que dançaram
em grupo?” Aquela música que me deixou alucinado de desejo por ela.
“Tem. Me deixe procurar.”
557 de 1595 26/05/2011 20:45

Ela procurou e encontrou.
“Então, deixe eu me concentrar.” Fechou os olhos e fingiu estar encarnando alguém.
Sorri de seu rosto.
A música começou, então ela andou despreocupada de um lado ao outro do quarto, e

dançou de um jeito livre e desprendido.
A imagem era perfeita, uma dádiva para quem teve um dia como eu. Tinha vontade de
rir de sua expressão, ela parecia estar se divertindo, e o seu sorriso me divertia. No
meio da música ela adotou uma postura diferente, olhou-me com o olhar penetrante e
sorria de um jeito mais... sexy... eu acho.
Estava engraçada e linda... porém... sexy, e estava chamando a minha atenção de um

jeito... diferente.
Ela passou as mãos na barriga, na coxa, subiu para o pescoço e moveu o quadril
girando rápido. Ela estava elétrica. Despreocupada com a minha presença a
observando.
Ela inclinou o corpo e a roupa íntima apareceu.
Abri os olhos naquela direção e engoli em seco... não era a mesma anterior... era
branca e toda vez que ela rodava acompanhando o ritmo da música, a roupa aparecia
novamente.
Não tinha palavras para descrever o que eu senti, ela estava conseguindo me
despertar aà milhas de distância, e eu sentia um desejo furioso por ela, como se ela
estivesse ali.
Ela tirou lentamente a camisa, botão por botão, sem parar de dançar e sorrir, então
jogou no ar. Eu não sabia se sorria ou me entregava aquele pequeno prazer
voluntariamente me proporcionado, ajustando o incômodo em minha bermuda.
558 de 1595 26/05/2011 20:45

Ela desabotoou a saia e deixou-a escorregar pelas suas pernas. Então de costas se
abaixou para pegar. Senti um calafrio e suspirei com a imagem.
“Gostou?” Veio eufórica para perto do monitor.
“Você tiraria mais?” Supliquei com olhar de rendição.
Ela sorriu, colocou uma música mais lenta e voltou a dançar de trajes íntimos...
lentamente.
Eu estava perdido ali. Sentia-me em seu quarto, a vontade de tocá-la era insuportável.
Meus olhos se enchiam de desejo e luxúria. Ela desabotoou o sutiã de costas para
mim lentamente, olhando insinuante em minha direção, de lado, depois se virou por
completo, sorrindo ousada.
Minha respiração acelerou contra a minha vontade. Era até constrangedor que eu
estivesse tão fraco assim.
“Tá bom?” Ela voltou, tapando os seios com as mãos.
“Faz assim, Bella, deita na sua cama para você relaxar um pouco e conversarmos.”
Ela ajustou o notebook próximo à cama e deitou-se, ainda tapando os seios.
Eu queria usufruir desse prazer novo que ela me proporcionara hoje. Vê-la, abrandava
a minha saudade do seu corpo.
“Bella, tire as mãos... eu quero ver... na verdade, hoje eu não queria só ver... queria
tocar... queria muito estar aí.” Disse rendido, sentindo falta do gosto em minha boca.
“Mas está... é como se estivesse aqui.” Sua voz estava baixa e cansada por causa da
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música que dançava minutos atrás.
“O que faríamos se eu estivesse aí?” Resolvi deixar levar.
“Na verdade, Edward, sinceramente, falando como mulher, estou me sentindo quente
hoje. Acho que eu não te resistiria se você estivesse aqui.” Ouvir isso fez com que o
desejo se ativasse mais ainda em meu corpo. Era incrível ela não se importar em
revelar uma necessidade física.
“Então vamos fingir que eu estou... feche os olhos e finja que suas mãos são minhas
mãos.” Não sabia aonde chegaria com essa proposta, mas eu desejava fazê-la sentir o
que eu sinto usando a imaginação.
“Tudo bem...”
Ela fechou os olhos e deixou as mãos caírem sobre a cama.
“Então... suba com os dedos lentamente da sua coxa até a sua cintura.” Tentei
soltar-me falando pausadamente
“Sério?” Ela abriu os olhos e sorriu.
“Se não quiser, não precisa... é só um teste... de repente seja bom para nós...” Eu
não tinha certeza. Dependia do seu consentimento e vontade.
“Não se retraia, namorado. Tudo bem... eu vou testar... deixa eu concentrar... é que
não é sempre que não tenho vergonha.” Continuou sorrindo.
Ela fechou os olhos e subiu os dedos lentamente, o sorriso saiu do rosto.
“Agora, você sobe com os dedos, por favor, até os seios e... passeia os dedos por lá,
de modo que seja bom pra você...” Ela fez e eu deixei-me levar, eu queria tocar ali.
“Bella... pode ser com mais força.” Minha voz vacilou pelo meu desejo de estar ali.
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“Edward, fala abertamente, quer que eu aperte igual você?” Ela sorriu.
Se dependesse de me expressar nesse sentido, ia ser difícil.
“Faz assim, Bella, acho que... não vai dar certo.”
“Edward, é impressão minha ou você estava tentando fazer... como se diz nesse
caso... carícias virtuais?” Em seu rosto havia diversão.
Eu retraí com sua pergunta. Bella é muito direta, quando quer ser.
Ela virou-se e analisou-me calada por uns minutos. “Tudo bem... eu quero
experimentar... se isso for bom pra você, eu faço.”
“Não precisa, Bella.” Eu já estava desconcertado.
“Edward, pára com isso. Já era para ter perdido a timidez comigo. Eu quem devia
estar acanhada, afinal quem está sem roupas aqui sou eu... vamos... me dá mais uma
chance... prometo me concentrar.” Olhou-me suplicante.
Respirei fundo.
“Faz assim... talvez seja melhor que os dois participem... então para criar um clima
vamos começar com você falando o que você sente quando eu te toco... você falaria?”
“Hum... tudo bem... sem censuras... vou fechar os olhos para lembrar...” Ela fechou
os olhos. “Bom, tocar intimamente?... ah... é bom, eu perco a noção, o raciocínio,
tudo gira, vem um... calor... minha constância fica igual a de uma gelatina... meu
sangue ferve nas veias... na verdade é uma sensação ótima... eu adoraria sentir de
novo.”
“Tudo bem... então vamos fingir que estou aí novamente... você sobe as mãos
lentamente da barriga até os seios e me fala o que sente...”
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Ela subiu com os dedos e creio que involuntariamente, contraiu o corpo. Aquilo
distribuiu um choque em mim.
“Hum... é bom...”
“Agora, aperte... por favor...”
Ela apertou e passeou com as mãos na lateral e centro. Ela suspirou. Parecia estar
disposta a dar asas a imaginação.
“O que sente?”
“Bom... estou... eu queria suas mãos aqui... eu queria sua boca aqui...” Murmurou
deixando-se levar. Involuntariamente gemi.
De olhos fechados ela subiu com as mãos para o pescoço, a nuca, depois desceu
lentamente para a barriga, coxa, voltando para o seio novamente.
Minha respiração acelerou. Imaginar minha boca ali estava tirando meu juízo, eu
sentia o gosto em minha boca, a forma. Ela gemeu baixinho e eu suspirei, não
agüentando de desejo.
“Edward, fale o que sente por mim...” Sua voz foi sensual.
“Ai, Bella, eu te quero tanto... preciso tanto de você... cada célula do meu corpo grita
pelo seu insistentemente... só de ver você assim... eu fico...”
“Excitado?... Por favor, fala aberto...”
Ela continuava de olhos fechados, com os lábios semi-abertos, aparentemente

gostando do contato com o próprio corpo.
“Sim... estou... eu queria você...” Suspirei.
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“Edward... eu também queria você... eu também desejo você... está bom... você
gosta do que vê?”
Passeou os dedos pelo corpo.
“Muito... é bom saber que está pensando em mim... Bella, encosta o dedo em seus
lábios... eu queria beijar você...”
Ela encostou o dedo nos lábios e o sugou, depois passou a língua e mordiscou por
vários minutos. Gemi. Foi uma cena tentadora de se ver.
Transformei-me em puro desejo, e embora estivesse evitando descer com a mão,

estava difícil de segurar.
“Bella... como você se sente?”
“Quente... saber que você gosta, me impulsiona...”
“Você tiraria sua peça de baixo... teria que ser devagar e de olhos fechados... faz isso,
por favor...”
Ela tirou lenta, expondo a nudez. Eu estava para não me segurar mais, aquele prazer
invadia minha mente e meu corpo.
“Sinto sua falta... queria você aqui...” Murmurou lânguida, arranhando a coxa,
determinada a tirar o meu juízo.
“Eu também... você volta com as mãos para o seu corpo... bem devagar... se
estivesse aí iria estar vagando a minha boca em você... tem como passar as mãos
onde gostaria que minha boca estivesse... por favor...” Não estava controlando a
minha voz, estava consumido de desejo que eu acreditava não existir por esses
meios.
Ela entreabriu os lábios e passeou as mãos em seus seios, pescoço, barriga, com a
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respiração acelerada. Era claro que ela sentia prazer com aquele momento e isso me
afetava como reflexo.
“Bella... eu te desejo tanto que estou sentindo-me descontrolado...”
“Você está... se tocando?” Era um murmúrio sua voz, ela estava entregue.
“Hum... estou evitando... mas está irresistível pra mim...”
“Finja que sou eu... eu faria isso por você.”
Suspirei e fechei os olhos. “E você? Faria isso pensando que sou eu?” Dei-lhe a opção
enquanto me libertava e deixava a chama me queimar lentamente.
Ela ficou calada uns minutos, então abri os olhos e ela ainda estava de olhos fechados,
com as mãos sobre o abdômen, movendo as pontas dos dedos.
“Seria bom pra você?” Murmurou.
“Muito... mas seria melhor ainda se você gostasse.”
Ela desceu com a mão receosamente e eu soltei um gemido baixo involuntário ao vê-la
se tocar e permitir conhecer-se. Ela ergueu-se e deu um gemido baixo ao alcançar a
si.
“Como está?” Revirei os olhos e ofeguei, imaginando a umidade e calor.
“Acho que... me dá um tempinho para pensar...” Ainda estava presa.
Suspirei e continuei me incentivando, sentindo a liberação crescer.
“Finja que sou eu, por favor, não sabe como estou, como eu gostaria que fosse eu.
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Por mim, vai... se deixe levar.” Supliquei.
Ela se tocava, mas passou uns minutos com o corpo retraído, depois foi relaxando
lentamente, entregando-se.
Ela deu umas arquejadas tímidas, e eu me vi um louco em vê-la.
“Está bom?” Eu queria mesmo saber, mas não queria pressioná-la.
“Hum... sim... espera um pouquinho...” Ela estava entregando-se e movimentou-se

com mais ousadia, conhecendo-se com as duas mãos. Senti-me estremecer e
deixei-me levar pela visão e pelo meu próprio toque, enquanto ela liberava lentamente
seus gemidos musicais.
“Bella, eu... não estou agüentando... está bom pra você?” Ofeguei, o prazer batendo
as portas.
“Uhum...”
“Você falaria que me quer...”
Ela demorou, contorcendo-se minimamente com o seu toque.
“Eu quero tanto você... muito... a sensação de imaginar suas mãos aqui é...
diferente... estranha... boa... não pensei que eu sentiria... hmmm... eu... preciso...
ugh.” Gemeu mais forte e arqueou o corpo, movendo mais frenética seus dedos.
Estremeci de novo e movi minha mão com mais precisão, não suportando mais a
ânsia.
Sentia-a como se estivéssemos lado a lado. Minutos se passaram enquanto eu a

observava e me estimulava. Logo, nossos suspiros aumentaram de volume, nossas
mãos ficaram mais precisas e nossos corpos foram alcançados por uma contração. O
corpo dela se entregou ao prazer, estremecendo sobre a cama, dando-me prazer
dobrado, enquanto ela viajava no momento com gemidos. Vendo-a alcançar, ofeguei e
espasmos foram distribuídos por cada cantinho do meu corpo, explodindo em ofegos
e fruição.
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Fui levado às nuvens, próximo do real, distantes em espaço, e juntos no prazer da

alma.
Nos segundos seguintes, estávamos ambos ofegantes, invadidos por aquele prazer,
dando suspiros curtos, mas ainda perdidos naqueles momentos de transe.
**
“Bella... tudo bem?” Perguntei receoso em como conversar sobre aquilo.
“Me dá só um tempinho, Edward.” Murmurou vermelha, com os olhos perdidos.
Ela estava deitada de lado, olhando para o chão.
“Edward... estou bem... quer conversar sobre isso... foi bom e ao mesmo tempo
estranho... mas... aliviante... eu gostei...” Ela estava pensativa.
“Obrigado, Bella, por fazer isso por mim.” Senti culpa devido à minha excentricidade e
moral.
“Não foi só por você... eu gostei... não estou arrependida... eu realmente viajei na
imaginação... foi como se fosse você... dá para esperar... é estranho, mas... eu sou
sua. Sempre.” Disse com mais convicção.
“Você me completa.” Disse sentindo alívio em não ter forçado.
“Você também... você é meu tudo.” Olhou-me docemente e eu senti-me acobertado

pelos seus sentimentos.
“Me dá um tempinho para eu tomar banho?” Perguntei incomodado.
“Tudo bem. Eu também vou.”
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Tomei um banho e voltei.
Estava feliz, ela salvou um dia desastroso com a sua companhia, por fazer tudo por
mim, até algo que eu censurava obstinadamente. Mas nós nos amamos, e ela é
minha, resta-nos aceitarmos e correspondermos às necessidades um do outro.
Ela já estava na cama, de roupas íntimas novamente.
“Bella... posso entrar em um assunto chato... eu queria te falar algo que está me
incomodando muito, mas você vai ter que ter maturidade para entender.”
“Tudo bem.” Mostrou-se prestativa e atenciosa.
“Bom, estou prestando assistência no gabinete do pai do Ryan, e... ele tem uma
filha... er, ela simplesmente resolveu me importunar com sua insolência.”
“Como assim? Fala claro.”
“Ela está determinada a se envolver comigo, como posso dizer...”
“Ela dá em cima de você?”
“É, acho que é isso.” Concordei sentindo agitação de ânimo com a lembrança da
garota petulante.
“E você... o que sente?” Foi cautelosa ao perguntar, mas parecia ter tensão no rosto.
“Eu sinto irritação e importuno. É uma situação muito constrangedora o modo como
ela se porta. Ela não respeita à minha vontade e à minha pessoa.” Mostrei minha
chateação.
“Ela se joga em cima de você?” Bella entendeu que eu não falo só de palavras.
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“Sim. Chega a ser invasivo.” Era tão desconcertante dialogar um tema desses com a
namorada.
O semblante de Bella mudou, ela estava visivelmente preocupada.
“Edward, fala abertamente.”
“Acho que é melhor não falar, talvez você preocupe-se desnecessariamente, porque
não significa nada para mim.”
“Fala, Edward, essa é só uma das coisas que vamos passar. Eu quero que me fale
mesmo que seja insignificante, porque um dia pode ter algo significante de verdade e
você não vai ter abertura para falar.”
“Hum... ela já me beijou forçado uma vez e agora me assedia descaradamente.”
Ela abriu a boca por reflexo da tensão, pensou um pouco e falou:“Tá... e você... está
sentindo algo por ela?” Bella estava séria, adotou uma postura de ouvinte, não de
namorada.
“Não, Bella. Não tem espaço para outra em minha vida.” Respondi imediatamente,
com precisão.
Ela aliviou o semblante.“Eu a conheci, ela é muito bonita e atraente.”
“Sim, mas não faz o meu tipo.”
Bella calou-se e encarou-me intensamente.
“A Sophia faz o seu tipo?” Sua expressão ficou satírica.
“Não!! Eu já disse uma vez que não. Ela é só uma amiga!”
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“Tudo bem.” Seu olhar estava distante.
Não sei por que Bella se sente insegura com relação à Sophia.
“Bella, qual o problema seu com a Sophia?”
“Qual o problema, Edward?! O problema é que ela é sonsa, está sempre perto de
você. Eu não tenho medo da irmã do Ryan, pois ela é descarada e direta. Agora a
Sophia... hã! Está sempre próxima, prestativa, amiguinha boazinha, te ouve, conversa
francês com você, entra no seu quarto. É dessa que eu tenho medo!” Bella estava com
uma agitação desnecessária. “Dá presentes e você aceita, a única que eu não vi dar
em cima de você na festa do Ryan. Você acha que eu tenho que me preocupar com
mulheres que se jogam em cima de você? Eu sei que não!” Atropelou em palavras.
“Bella, pára com isso. Você nunca foi assim...”
Ela balançou a cabeça em negativa, repetidas vezes, com a mão na testa.

Aparentemente tentando controlar-se. “Tudo bem. Desculpa, mas não é ciúmes... é
que na minha cabeça tem algo que não se encaixa na história da Sophia. Mas pode
deixar, no dia que você quiser conversar sobre isso você me fala. Eu não quero
estragar a noite. Está lembrando do aniversário de quinze anos da Alice, né? É na
primeira semana de julho. Dá um jeito de vir.”
É incrível como Bella consegue mudar de assunto e de humor repentinamente.
“Tudo bem, eu vou fazer um esforço. Vou conversar com o senador e pedir que ele
me libere. Você convidou Ryan?”
“Sim. Desde março Alice o convidou.”
Aproveitando que ela tocou em assuntos que geram insegurança...
“E você, Bella, como está o seu coração? Continua povoado?” Arrependi minutos
depois que insinuei em tom de brincadeira.
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“Como assim?” Um raio de stress passou em seu rosto.
Edward, melhor calado do que falando desnecessariamente.
“Está falando do Mike? Ele está com a minha irmã, dorme aqui quase todos os dias.
Ele é tão cara de pau que vem a noite, dorme e nós vamos juntos no meu carro para a
escola pela manhã, acredita? Meu pai nem sonha um negócio desses! Pior, acho que
os funcionários pensam que ele está dormindo é comigo!” Sorriu como se fosse muito
engraçado.
“Isso é preocupante. Mas é bom para os dois.” Tentei descontrair, já que ela não ligou
para a minha brincadeira anterior.
“Edward, eu estou tentando umas universidades aí na capital e na Califórnia. Talvez eu

vá morar aí...” Deixou no ar.
“Vocês podem pagar, então você consegue onde quiser.”
“Mas o que você acha de eu ir morar aí perto da capital? Teria algum problema? Estava
pensando em talvez no Condado de Airlington mesmo, perto do Ryan. Adorei o
condomínio dele.” Disse com empolgação.
Procurei pelos significados nas palavras dela antes de responder.
“Seria bom. Com certeza eu acho bom. Só que você teria que ser bem flexível quanto
a minha agenda. Você sabe que eu não tenho muito tempo. Mas seria a melhor coisa
do mundo para mim. No mínimo espaço de tempo que eu tivesse, iria te ver.”
No semblante de Bella se instalou uma tristeza repentina.
“O que foi?” Fiquei surpreso com a sua mudança de expressão. “Você ficou chateada
por eu ter falado que talvez não tenha muito tempo?”
“Não. Não é isso. Deixa pra lá.”
570 de 1595 26/05/2011 20:45

“Que foi, Bella?” Insisti.
“Nada, acho que vou optar pela Universidade UCLA na Califórnia mesmo, assim meu
pai não tem que comprar outro imóvel aí na capital. Talvez eu more com Emmett.”
Seu semblante aliviou de novo.
Meu Deus, eu tenho que conhecer essa mulher!
“Bella, você reclama que eu não me expresso, mas você também esconde as suas
emoções. Por que você ficou chateada minutos atrás?”
“É uma coisa boba.” Ela estava muito apreensiva.
“Mas eu quero saber.” Esperei.
“Olha, eu não quero falar de tão boba que é.”
“Tô esperando.”
“Tá... eu pensei que se eu fosse morar na capital você moraria comigo.” Em sua voz
tinha receio.
Como ela pode pensar isso? É lógico que seria a melhor coisa do mundo, mas, eu não
posso, aliás, não devo.
“Você estava certa em não falar, melhor esquecer esse assunto por enquanto.” Tentei
não frustrá-la completamente.
“Tudo bem, não vamos sofrer por antecedência. Tanta coisa pode acontecer daqui pra
lá, né?” Lançou um olhar penetrante e significativo.
Tinha dúvidas em seu rosto, tem horas que ela parece estar insegura.
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“Por que está falando isso? Está perdendo a fé em nós?” Ela piscou rapidamente, a
expressão penetrante derretendo.
“Não! Só me preocupo sempre com o nosso amanhã... é tão intenso o que sinto que
tenho medo de não poder viver, de acontecer algo que nos separe.”
Suas dúvidas infundadas davam vida às minhas, mas não devia deixá-las se fixarem.
“Eu não vou deixar você, Bella, a não ser que você me deixe.”
“Então promete... por que eu também prometo que não vou te deixar.” Sorriu meiga.
“Sim. Prometo ser seu pra sempre e nem adianta fugir, porque você também vai ser
minha pra sempre.” Passei convicção descontraindo.
“Então tá bom, vou acreditar. Acho melhor você dormir agora, está tarde e
conversamos mais de cinco horas. Eu estava MORRENDO de saudade de passar um
tempo assim com você.”
“Eu também estava... Bella, por favor... promete não desistir de mim? Tudo isso vai
passar... um dia essa correria passa.” A aflição motivada pela distância insistia em
invadir-me, principalmente quando permitia-me relaxar e estar feliz.
“Eu prometo. Obrigada pela noite. Foi ótima.” Sua voz foi macia e cálida.
“Ow! Obrigado você. Você que foi ótima, não sabe o que fez comigo hoje. Foi
inimaginável... matou a saudade de um jeito...” Sorri.
“Você também matou a minha saudade... então... vamos sair porque amanhã você
volta para a sua rotina pesada.”
“Não quero sair... viciei... dorme aí, deixa eu ver você dormir.”
572 de 1595 26/05/2011 20:45

“Por mim tudo bem.” Relaxou e encostou a cabeça no travesseiro, de bruços, fingindo
que ia dormir.
Viajei novamente na imagem do seu corpo e preocupei-me com os meus olhos que
iriam pedi-la insistentemente todos os dias possíveis.
Isso iria tirar a minha concentração.
“Acho melhor não... tenho medo de viciar mais que o normal, melhor não ficar me
testando assim. Em um mês nos veremos. Está perto. Vou ficar com você três dias
inteirinhos. Setenta e duas horas com você.”
“Nossa, só de pensar...” Sorriu e abanou o rosto fingindo calor.
“Então, por favor, use um cinto de castidade.” Sorri.
“Já pensou que talvez eu não queira seguir meus planos?”
“Mas eu quero... eu já disse o porquê...”
“Tudo bem. Boa noite. Se precisar de mim para isso de novo, é só dá um toque.”
Sorriu descaradamente.
“Ai, Bella, eu acho essa sua espontaneidade demais. Torna você mais perfeita ainda.”
“Então tchau! Se não, não saímos daqui... sabe que por mim seria a noite toda, né?
Mas é por você. Eu sei que acorda cedo. Então descansa. Beijos e cinco segundos?”
“Ok. Beijos e tchau.”
Desliguei e aprontei-me para dormir. Resolvi me dar um descanso nos livros, pois a
noite foi perfeita. Fazia tempo que não me permitia ficar livre assim com o meu amor.
573 de 1595 26/05/2011 20:45

Ela tem o poder de tirar-me da escuridão, das profundezas da noite e transformá-la

numa luz que brilha infinitamente.
Posso até cair e tropeçar, mas seus olhos me salvam e me acobertam com seu amor e
sua compreensão. Devo amá-la para sempre... A mulher que me dá forças pra viver.
Sinto-me infinitamente bem.
Estar ligado a ela em pensamentos e com a alma torna a minha vida muito mais
colorida, recheada de descobertas e mais fácil de viver.
continua...
Notas Finais:
Oi!!!
mandem um recadinho
obrigada.
bjs
574 de 1595 26/05/2011 20:45

Capítulo 32- Essência escrita por BIA BRAZ

Capítulo 32 - Essência
Bella POV
Hoje tive uma experiência não esperada e interessante. Nunca pensei que chegaria a
esse ponto. É certo que eu planejei dançar para ele— pois sei que ele gosta—, tirar a
roupa, caso ele quisesse, mas não imaginei chegar a esse ponto: tocar-me em sua
frente para amenizar sua cobiça por mim. Não sinto culpa, só acho novo e estranho.
Porém, fico feliz, pois o deixei feliz.
Sei que eu deveria preocupar-me com a irmã do Ryan, mas se ele confessou sem
receios, não tenho por que me preocupar. Agora quanto a Sophia... ele nunca contou
sua história... apesar de que, não tinha motivos óbvios pra que ele contasse, afinal,
não namorávamos sério até poucos meses. Porém, o que gerou suspeita em mim, foi
ela ter ido ao quarto dele... Ter visto ela lá, despertou minha insegurança.
Mas desconfiar dele é duvidar de sua pessoa e de sua essência. Se não por crédito em
algo simples, estou margeando dúvidas em tudo que ele diz que é. Fatos como: ter
sido seu primeiro beijo, sua falta de interesse por outra mulher, de não ter ido para
cama com ninguém, tornam-se infundados, se eu der asas aos meus questionamentos
duvidosos.
Então, resta-me acreditar em tudo, independente das atitudes de qualquer mulher que
o cerque.
Segunda semana de junho.
Estava em uma festa de aniversário de uma funcionária, a Fer, na casa dela. Todos os
funcionários foram convidados. Brandon estava perto de mim agora a pouco, não
tinha meia hora de seu sumiço repentino.
Depois que mostrei que tenho namorado e segurança do que quero, a amizade do
Brandon estava sendo proveitosa, pois ele vem sabendo como se portar.
575 de 1595 26/05/2011 20:45

Ele é um cara legal. Embora se ache o bonzão em tudo, ele tem sido uma boa
companhia.
Sei que ele é a fim de mim, mas é um interesse que não me prejudica em nada. às
vezes ele externa o seu interesse sutilmente, muito raro, mas logo o corto e ele deixa
pra lá.
Fer tem uma filha de uns vinte anos, que por acaso, saiu de dentro um cubículo perto
do jardim onde eu acabei de chegar para fugir um pouco das pessoas, a fim de
pensar.
“Te achei, Brandon.” Ele estava limpando a boca e arrumando a calça de um jeito
muito estranho. “O que você estava fazendo aí? Você estava... beijando aquela
menina?” Perguntei curiosa, mas um pouco desconcertada. Ele tinha saído do mesmo
cubículo que a filha da Fer saiu minutos atrás.
“Beijando é?” Sorriu cínico como se eu estivesse contado uma piada, com um ar
malicioso e sentou-se ao meu lado em um banquinho do jardim.
Parecia que ele estava meio alto por causa de bebida.
Eu entendi o tom e fiquei horrorizada. “Credo, você mal conheceu ela!” Disse
abismada em como as pessoas levam sexo na brincadeira.
“E o que tem?” Agiu como se fosse a coisa mais normal do mundo e continuou
limpando a boca.
“Mas ela é filha de uma colega de serviço, devia ter consideração pela mãe dela.”
Continuei embasbacada.
“Bella, foi ela quem me chamou para lá, foi ela quem estava de saia, foi ela quem
quis.”
Eu fiquei pasma com aquela declaração. “Você não se valoriza.” Fiz cara de desprezo.
576 de 1595 26/05/2011 20:45

“Sou homem. E não tenho ninguém que me prenda.” Ele aproximou do meu rosto. “Se
eu tivesse alguém igual você, com certeza eu pararia com essa vida.” Virou-se e
pegou um drink com o garçom. “Como não tenho... vou continuar curtindo a vida. De
qualquer maneira, sou de todas. Inclusive no dia que quiser um carinho, enquanto o
príncipe não vem, estou disponível.” Sorriu e bebeu mais drink.
“Eu não vou mais ficar perto de você se você continuar com essas brincadeiras.
Lembre-se que nossa amizade é estritamente profissional.” Disse séria.
“Não estamos no trabalho, querida. E não é estritamente profissional, se não, você

não teria perguntado se eu estava beijando aquela menina.” Ele sorriu convencido.
“Eu perguntei por que achei um absurdo você ficar com uma pessoa que mal conhece.
Mas tudo bem, prometo não perguntar mais nada da sua vida.” Chateei comigo
mesma por ter feito essa pergunta idiota.
Fiquei calada.
“Então, já decidiu para qual faculdade ir?” Ele quebrou o silêncio tentando amenizar a
convivência.
“Estou vendo ainda... não sei... estou pensando em fazer Negócios e Gestão. Acho
que Administração não é o que eu preciso... talvez eu vá fazer na capital.” Respondi
sem vontade.
“Quer ficar perto do namoradinho, é?” Ironizou.
“Eu já disse que não quero que se intrometa nessa área da minha vida.” Me preparei
para sair e deixá-lo.
“Bella, espere um pouco.” Eu esperei em pé ao seu lado. “Sente aqui um pouquinho.”

Apontou para o banco com olhar amigável e eu sentei novamente. “Eu vou te falar
uma coisa... esquece Brandon profissional agora, me veja só como pessoa... eu não
consigo mais esconder... sou apaixonadão por você.” Hum... a bebida subiu mesmo!
“Mas eu não estou falando isso por que eu queira você hoje. Só quero te deixar
informada que se um dia você terminar com o seu namorado e quiser experimentar
algo novo com alguém, eu estou aqui. E no dia que você quiser só ficar com alguém
diferente, colocar um chifrezinho, beijar alguém ou só dançar, eu vou estar te
esperando, é sério.” Ele sorriu meio triste. “Lógico que durante esse tempo eu estarei
577 de 1595 26/05/2011 20:45

curtindo enquanto você espera o príncipe encantado, né?” Ironizou de novo. “Mas é só
você estalar os dedos que eu estou a sua disposição.” Concluiu como se estivesse me
explicando algo profissional.
Eu fiquei sem palavras, mas ele estava tão à vontade que eu não consegui
desconcertar, nem reclamar.
“Tudo bem.” Foi o que consegui dizer e levantei. “To indo embora. Tchauzin. Vou só
avisar ao meu pai. Até sábado.” Ele me jogou um beijo sorrindo, e eu saí.
Credo, hoje Brandon exagerou. Sempre foi tão discreto, só filmando de longe, dando
uma de amiguinho prestativo. Odeio quando ele fala que Edward é o meu príncipe.
Essa ironia dele me mata.
Sábado à tarde.
Voltando do jornal, encontrei Emmett com um sorriso triunfante no rosto, sentado no

sofá.
“Viu o passarinho verde?” Abracei o seu pescoço.
Voltamos a ser os amigos de antes. Ele agora está vindo em casa pelo menos duas
vezes no mês, desde que começou a ir ver Rosalie.
“Bella, ela aceitou namorar comigo.” Em sua voz tinha entusiasmo.
“Sério? Puxa, até que enfim né! Mais de seis meses você na cola dela!” Deitei com a
cabeça no seu colo.
“Bom, ela impôs respeito, horário da chegada e saída da casa dela e não quer que eu
fique cobrindo ela de presente, só isso.” Ele estava satisfeito e conformado.
“Nossa! Que legal” Beijei o seu rosto. “Tô muito feliz, Emmett!”
578 de 1595 26/05/2011 20:45

“Bella... eu vou casar com ela...” Ele disse baixo, com o pensamento longe.
“Credo Emmett! Mal começaram a namorar. Vai casar antes dos vinte é?!” Fiquei
admirada com a declaração.
“Bella, ela é mulher para se casar, você não entende?” Ele estava certo do que estava
falando e eu continuei sem ação.
Sentei no sofá para olhar meu irmão. Ele devia estar mesmo louco. As pessoas têm
que se conhecer antes de casar, não?!
“Tudo bem. Por que quer se casar com ela?” Tentei dar assunto para aquela loucura.
“Bella, só me responde: por que as pessoas demoram a se casar?”
“Hum... acho que por que esperam terminar a faculdade, comprar uma casa, ficar
mais velhos, se conhecer melhor... acho que é isso.”
“Você se casaria com o seu caipira hoje?” Olhou expressivamente em meus olhos.
“Emmett!!” Chamei sua atenção por chamar Edward de caipira.
“Desculpa. Com Edward.”
“Acho que não.” Disse sem certeza.
“Por quê?”
“Por que ele precisa se encontrar. Ele precisa saber se eu sou importante para ele.”
579 de 1595 26/05/2011 20:45

“Mas e por você? Você acha que ele é o homem certo para você?” Insistiu na
pergunta.
Pensei um pouco.
“Acho que sim... faltam algumas coisas nele, mas como diz o meu pai: ‘o homem
certo é a gente quem faz’.”
“Pois é, eu me casaria com a Ross amanhã.” Passou certeza em sua afirmação.
“Por quê?”
“Por que meu pai disse que em uma relação é bom que o homem goste mais da
mulher do que ela dele. Isso já é fato. Eu gosto muito da Ross. Mas sabe por que o
homem deve gostar mais? Por que quando ele gosta mais da mulher do que ela dele,
ele luta por ela e a conquista diariamente. Eu já aprendi a lutar e estou conseguindo
conquistá-la todos os dias. Outra coisa, eu já posso me casar, pois eu já sou rico.
Tenho como bancá-la, já tenho meu próprio ap então não preciso esperar. Logo, eu
não tenho por que não casar. Ela é a mulher que eu quero para ser a mãe dos meus
filhos. Eu nunca conheci uma menina como ela e eu já a escolhi.” Tinha muita emoção
em sua voz.
Eu fiquei admirada com a certeza do Emmett.
Olhei para ele longos minutos.
“Mas e o fato dela ser caipira e filha de funcionário?” É difícil esquecer isso. Como meu
irmão mudou tanto assim em poucos meses?
“Isso é o que torna ela mais fácil de admirar. Ela não se importa com carros, não se
importa com o meu dinheiro. Ela é simples. Não é como as marias-gasolina que eu
sempre conheci. Você lembra que eu sempre quis impressionar as meninas com os
nossos carros e com a nossa casa? Pois é. Eu sei que ela não liga para isso. Se ela
ficar comigo, vai ser por que gosta de mim.”
Paralisei.
580 de 1595 26/05/2011 20:45

A mudança do Emmett era exagerada e intrigante. Difícil de acreditar.
O abracei.
“Emmett, eu estou orgulhosa de você. Eu só acho melhor dá mais um tempo. Mas o

que você decidir eu te apoio. Só cuidado para não assustá-la com esses seus planos.
Com certeza ela pode ficar muito surpresa. Tudo está muito rápido e muito cedo.”
Ele levantou e começou a andar pela sala com uma expressão sonhadora no rosto.
“Bella, eu já imagino ela de branco, comigo lhe esperando no altar... eu já estou

compondo uma música para ela... eu já estou imaginando a festa do nosso
casamento... ela merece o mundo!” O My!! Meu irmão está xonadão!
Emmett tinha um sorriso maravilhado no rosto.
“Nossa, Emmett, mas ela parece ser tão desligada dessas coisas de festas... pode ser
que ela nem queira isso.” Hum, olha eu jogando um balde de água fria no meu irmão.
Bella má.
“Bella, é só pensar... meninas que gostam de filmes de Walt Disney, com certeza
esperam um príncipe encantado, né? E eu quero ser o príncipe encantado dela, você
me entende?” Olhou-me profundamente.
Meu Deus!! Que lindo!
Será que algum dia vou me casar assim??
Nunca sonhei com isso, mas ver meu irmão falado assim...
Pior que para mim iria demorar tanto...
581 de 1595 26/05/2011 20:45

“Emmett, eu estou apaixonada por esse novo Emmett aí! Está lindo! Ela é legal para
você?” Rosalie parece ser tão cética.
“Sim. No começo ela era meio durona, mas de um mês para cá, ela já me recebe
melhor. Começou a me abraçar quando eu chego, só não me beijava até ontem, mas
já dizia quando sentia minha falta. Então, evoluímos com o passar dos dias. Isso que
me deixou mais apaixonado ainda. Ela continua séria, mas eu gosto dela mesmo
assim.”
“Que bom!”
“Bella, eu adoro conversar com ela... ela não é só um corpinho... ela tem
profundidade, me trás abrigo, vontade de ser melhor todos os dias.”
“Nossa, Emmett, que lindo! Você fala isso pra ela? Você tem que falar!” Eu estava
eufórica com tudo que ele estava falando.
“Eu falo. Por isso ela me aceitou. Eu já falei com a Esme e tudo mais. Sou um
namorado sério agora.” Concluiu orgulhoso de si.
Abracei-o de novo.
“Que mundo pequeno né, Emmett. Eu e o irmão dela, você e ela, e meu pai com a
mãe dos dois. É perfeito.”
Ele devolveu o abraço.
“Eu não poderia estar mais feliz, maninha. E o seu caipira? Quando ele vem?”
“No niver da Alice. Está perto.”
Acho que não devia mais ligar quando ele chamasse Edward de caipira. Não era mais
com desdém, era só costume.
582 de 1595 26/05/2011 20:45

“Como você agüenta, Bella?” Me afastou do abraço e olhou o meu rosto.
“Paciência e fé. Os dois. Tenho que ser forte. No começo do semestre, eu começo
forte, mas depois, como qualquer pessoa normal, vou perdendo as forças devagar. É
triste, mas eu sei que ele sofre também, então eu me dou forças para continuar
esperando.” Tentei não mostrar fraqueza para o meu irmão.
“Bella, falando seriamente, você já pensou que você pode estar com ele todos os anos
seguintes, sofrendo com ele, esperando por ele, e no final ele escolher outra pessoa e
você ter perdido anos de sua vida?”
As palavras do Emmett me desestabilizaram.
“Emmett, eu penso nisso todos os dias. Mas não quero me massacrar com esses
pensamentos. Se não der, não deu. Pelo menos tivemos dias felizes juntos... tudo é
uma história... o que tem que acontecer, acontece. Se ele escolher outra, ou outras...
tudo tinha que acontecer. O que importa é que além de tudo somos amigos. E vai que
para ele alcançar algo na vida, tenha que ter eu como base, como suporte. Sei que
não sou tão religiosa assim, mas eu acho que existe um plano em tudo, tipo, está
escrito, entregue. Esse é o meu conforto.”
“E depois diz que não é religiosa!” Emmett sorriu e me deu um abraço orgulhoso.
Como passei tanto tempo assim distante do meu irmão?
Estávamos novamente nos lugares certos... juntos e amigos desde criança.
“Então, Bella, vou ver a minha sereia porque já estou com saudade”
“Manda um beijo pra turma e se cuida na estrada...” O abracei e subi para o meu
quarto.
O dia no jornal foi ótimo e produtivo. Brandon passou o dia comigo e nem tocou no
assunto que conversamos na quarta. Acho bom quando ele é profissional. Até que eu
fico lisonjeada em saber que tem um homem bonito daquele interessado em mim, pois
sei que Edward também é cheio de admiradoras, inclusive algumas explicitaram sem
restrição na festa do Ryan. Também tenho ciência de que ele sempre será cercado de
583 de 1595 26/05/2011 20:45

mulheres bonitas. Logo, massageia o meu ego saber que ele não é o único com
admiradores.
Saudades dele.
Meu Deus me ajude a ter paciência e a esperar.
Tenho tanta certeza do meu amor e da minha escolha...
Espero que ele tenha certeza de mim.
Mais um dia se passou...
Sonhei com ele... nós dois no parque. Amanheci suspirando de saudade e como era
domingo pelo menos devíamos conversar um pouco.
Desci faminta e encontrei meu pai e Alice, ela com a cabeça no colo dele. Ultimamente
Alice andava meio ansiosa com a sua festa. Estava sempre ensaiando a entrada,
escrevendo a homenagem para o meu pai, ensaiando a música que vai cantar.
Ela estava muito impaciente, então creio que é por causa da festa.
“Oi, pai, oi, Alice.” Cumprimentei-os e os beijei no rosto. “Por que Esme não veio,
pai?”
“Ontem a noite ela estava se sentindo mal, mas hoje ela vem almoçar conosco.”
Respondeu e continuou assistindo um programa na TV.
“Alice, como está o preparativo da festa? Nem acredito que faltam só duas semanas.”
Perguntei e me direcionei para a cozinha a fim de fazer um lanche.
Ela veio atrás.
584 de 1595 26/05/2011 20:45

“Está bem. Na verdade, Bella, eu queria uma festa mais particular, mas meu pai quer
convidar governador, políticos, um monte de gente que eu não conheço. Isso deixa a
minha festa um saco. Fica tudo muito formal.” Alice estava mesmo de mau humor.
O que será que está acontecendo?
“Qual o problema disso, Alice? Você sabe que meu pai precisa manter esses contatos
dele, além disso, ele gosta de nos mostrar para os conhecidos dele, mostrar o quanto
somos felizes. Deixa o velho ser feliz!” Abracei o pescoço dela e ela sorriu sem humor.
“Mas fala para mim, o que te aflige? Você não está com essa cara por causa da festa.
Fala pra mim.”
Sentei em sua frente e ela estava vacilando, aparentemente estudando algo para falar.
“Bella, eu tenho um segredo para te contar...”
“Pode falar. Sou toda ouvidos.” Abaixei-me para ouvir.
“Eu amo Jasper.” Não entendi o segredo disso.
“Eu também amo. E muito.” Respondi como se fosse o óbvio.
“Mas eu não estou falando assim...” Abaixou o olhar tristemente.
Fiquei estudando o seu rosto.
“Você é a fim dele?!” Arregalei os olhos e coloquei as mãos na boca.
Sorri alto. Ela ficou aparentemente chateada.
“Desculpa, Alice. É que eu nunca pensei... eu sempre imaginei que era só amizade.”
Tentei consertar o meu fora.
585 de 1595 26/05/2011 20:45

“Eu gosto dele, mas ele é muito sem vergonha. Eu pensei que essas coisas que ele
sempre disse, que beijava uma e outra, era mentira. Pensei que era só coisa da
cabeça dele. Mas não, é tudo verdade. Ele é esperto demais. Ele deve ter um monte
de garota em cima dele mesmo!” Disse vencida pela frustração.
“Será?... então ele é muito diferente dos irmãos dele. Lá todo mundo é meio parado...
a quem será que ele puxou assanhadinho assim?” Pensei um pouco. “Mas como
assim, Alice? Como descobriu que ele é esperto e que é verdade o que ele fala?” Eu
estava realmente curiosa.
“Ele me beijou...” Abaixou o olhar.
“O QUÊ?!” Assustei desnecessariamente. O que quê tem um beijo?
“Sim, ele me beijou e eu gostei. Só que estou chateada com ele e não tenho falado
com ele desde então. Pior... ele parece que nem liga. Fica naquele computador o
tempo todo!”
Tinha muita decepção em sua voz e eu resolvi tentar ouvi-la, pelo jeito ela queria
conversar.
“Por que está com raiva dele?” Mostrei interesse.
“Pelo que eu disse anteriormente. Ele nem liga se eu falo com ele ou não... nem me
procura mais desde que me beijou.” Tinha um desapontamento estampado no rosto.
“Mas não foi você quem disse que não está falando com ele?”
“Sim, mas eu queria que ele falasse alguma coisa, que me pedisse desculpas...”
“Por ter te beijado?!” Eu não estava mais entendendo.
“Ah, Bella, eu nem sei.” Ela estava indecisa demais.
586 de 1595 26/05/2011 20:45

“Faz assim, Alice, hoje ele deve vir aqui... é só beijar ele de novo.” É tão fácil de
resolver... quem dera se pra mim tivesse sido fácil assim desde o início!
Tentando tirar a minha irmã do bom caminho. Sorri do pensamento.
“Eu tenho vergonha.” Disse desiludida.
“Então eu vou armar para brincarmos... vou chamar a Jéssica e Mike e nós vamos
brincar de caí no poço. Aí você escolhe ele e beija ele de novo.”
Que imaginação fértil.
Mais tarde...
Desci e encontrei Jasper deitado no sofá. Como sempre, grudado no notebook. Mas
hoje ele usava um monte de parafernália. Uns acessórios esquisitos na cabeça e uma
arma na mão. Ele estava conversando com algumas pessoas em rede, xingando e
falando alto.
Se eu filmasse, diriam que ele é louco.
“Jasper, saia desse autismo aí e vem conversar que eu estou carente, seu
desocupado.”
“Bella, não sou mais um desocupado da vida, tá? Sou um desenvolvedor de software.
Estou propagando um joguinho e por cada pessoa que acessar ele na rede, vou
ganhar vinte e cinco centavos.” Continuou jogando.
“Como que é isso?” Aproximei para olhar a tela e ver o tipo de jogo, mas não entendi
muita coisa.
“Lembra que eu jogo em rede? Pois é, estou expondo um joguinho também. Eu

mandei o projeto para esse site, eles gostaram da idéia e já estão me divulgando.
Então, por cada pessoa que acessar, eu ganho. O bom é que eu já tenho milhares de
contatos. Vou começar a ganhar dinheiro, maninha.” Tinha empolgação em sua voz.
587 de 1595 26/05/2011 20:45

“Legal Jasper!!”
“Eu também estou inventando um, que quando eu estou jogando na rede, eu consigo
copiar todas as músicas e vídeos da pessoa que estiver jogando comigo.” Disse com
inocência maquiavélica.
“Mas isso não seria rackear?” Estranho... Acho que isso é roubar arquivos.
“Não, isso é divertido. Quando o cara menos espera, eu estou com os arquivos dele.”
Sorriu descaradamente.
“Não sei não...”
Alice chegou e subimos para o quarto da Jéssica com intenção de brincar de cair no
poço. Nada mais que umas cinco rodadas. Estava tudo combinado com Jéssica e Mike,
que estão um casal fofinho, escondidos ainda, mas muito bonitinhos quando estão
juntos. Com tudo armado, Alice beijou Jasper.
Edward POV
Meio de junho
Era fim de semestre e para a minha sorte estava com as minhas notas adiantadas. Já
fui dispensado de algumas aulas, o que me sobra algum tempo para ficar relaxado.
“Oi, cara!!” Cumprimentei Ryan ao percebê-lo entrar no meu quarto.
“Oi, Edward. Cara tu me salvou de uma e nem me disse!” Sentou-se na cama dele.
Tinha gratidão em seu rosto.
“Não achei que precisava.” Continuei folheando a revista que estava lendo, deitado em
minha cama.
588 de 1595 26/05/2011 20:45

“Edward, eu preciso te pagar de alguma maneira. Você é um amigo que não existe.”
“Tudo bem, Ryan, eu sou seu amigo.” Não era preciso reconhecimento ou sentimento
de dívida comigo.
“Não, Edward, eu vou te pagar de alguma maneira e já está resolvido.” Ryan levantou
e me entregou uns papéis.
“Pra que isso?” Apontei para as passagens de avião que ele me entregou.
“Pra você. Não paga o que você faz por mim, mas como eu sei que você nunca vai
aceitar dinheiro, então comprei essas passagens que são não reembolsáveis e
nominais a você. A intenção é fazer você ir ver a sua namorada mais vezes. Ah, você
tem só até o fim do ano para usar, viu.” Frisou bem a palavra namorada e sorriu
satisfeito.
“Ryan!” Sentei na cama com olhar desaprovador.
“Edward, considere como um presente, não um pagamento. Se você não quiser

aceitar por você, aceite pelo menos por Bella.” Ele sorriu amigável.
Olhei as passagens em minhas mãos... não reembolsáveis e nominais... bom, não

podia fazer mais nada.
“Tudo bem, mas que não haja uma próxima vez, porque com certeza eu não vou
aceitar. Olha, Ryan, eu não ajudo você com intenção de ter algo em troca, é só por
que você é meu primeiro e único amigo aqui. Mas falando em viagem, você vai para o
aniversário da irmã de Bella?”
“Sim, vou passar em casa e ir de carro. Vamos comigo? Aí você fica uns dias lá em
casa, conhece as praias da Califórnia e depois nós vamos.”
“Não, eu vou ter que ir de avião daqui. Vou passar só o fim de semana do aniversário
e voltar. Eu tenho que ir para o Capitólio as terças, quintas e sextas. Lembra? Então,
mesmo de férias na universidade, não vou poder passar mais que três dias no estado
de Washington.”
589 de 1595 26/05/2011 20:45

Ryan ficou pensativo, depois se levantou para sair.
“Tchau, Edward, então faça bom proveito das suas passagens e... obrigado.” Sorriu
satisfeito.
“Obrigado você, Ryan, pelas passagens.” Era desconcertante o reconhecimento dele

por mim, quando eu não tenho outra intenção que não seja sua amizade. Além disso,
foi ele quem me apresentou o senador, logo, eu devo gratidão a ele.
Vinte e três de junho
Resolvi ir ao gabinete o dia todo, mesmo que tivesse a obrigação de ir somente à

tarde.
Estava dispensado de algumas aulas, então ficava meio ocioso, por isso fui mais cedo,
interessado em visitar a biblioteca do Senado e adiantar algo que ele pediu.
Entrei na sala do senador intencionado a deixar uns papéis em sua mesa e não havia
chegado ninguém ainda. Então avistei umas fotos e aproximei-me para visualizar
melhor. Eram fotos da família do senador. Uma dos gêmeos em um parque quando
crianças, louros e sorridentes. A semelhança entre eles não é mais tão notada agora
que são adultos, mas quando crianças eram muito parecidos. Como uma pessoa como
Ryan tem uma irmã tão repugnante?
A outra foto era da esposa do senador quando jovem. Ela era muito bonita. Não que
não o seja mais, porém antes a sua beleza era exorbitante, como a da filha. A terceira
foto era de toda a família reunida, mas parecia ser de uns quinze anos atrás, porque
os gêmeos pareciam ter uns cinco anos de idade. Aparentemente era uma família
normal.
Por que será que o tempo mudou a família do Ryan? Hoje ele reclama que o pai não
tem tempo, que eles mal se falam em casa, que a irmã é mimada e chata, e que a mãe
só quer saber de gastar e não dá atenção aos filhos.
Ryan sofre com a família que tem, com a vida que escolheram para ele. O que lhe é
favorável é que, contudo, ele tenta levar a vida numa boa, sempre com um alto astral
contagiante. Por isso o entendo sem cobranças... ele não tem a vida que gostaria de
590 de 1595 26/05/2011 20:45

ter.
Sua família é de aparências... e mesmo tendo família, não tem.
O que os levou a chegar a isso?
“Bom dia, Edward!” O senador encontrou-me com a foto nas mãos.
“Bom dia, senador Evans.” Respondi desconcertado, coloquei a foto na mesa e

direcionei-me a porta.
“Chegou cedo hoje.” Olhou, analisando-me.
“Eu precisava adiantar o projeto que o senhor pediu.”
“Sente aqui, Edward, preciso falar com você um pouco.” Apontou para a cadeira à sua
frente e eu sentei ansioso com a conversa.
“Relaxe, é só uma conversa amigável.” Ele sorriu e eu encostei-me à cadeira,

perdendo a tensão. “Você me mostrou o seu trabalho universitário com intenções de
projetos de leis. São muito bons, porém todos os seus projetos têm fins sociais...
esses tipos são os que menos são aprovados no Senado. Então, o aconselho a tentar
desenvolver projetos com fins financeiros para o país. Foque combustíveis
alternativos, planos de apoio e desenvolvimentos para empresas, atuações de bancos
e empréstimos. Entende do que falo?” Assenti com o olhar e continuei o observando,
ele falava algo além daquela conversa. “Não adianta você me mostrar projetos de leis
com idéias perfeitas, se eu tenho certeza que eles não chegam nem a votação. Para
alguma lei ser aprovada, Edward, alguém tem que sair ganhando... e projetos sociais
não trazem lucro para grande maioria dos interessados que estão no poder.” O
senador explicou com uma calma deliberada.
Demorei minutos para analisar a profundidade de suas palavras detalhadamente.
“Senador Evans, o senhor está me aconselhando a mudar o foco... a desenvolver

projetos sobre economia e desenvolvimento do país, ao invés de planos sociais. É
isso?”
591 de 1595 26/05/2011 20:45

“É só um conselho. Você tem desde agora, que está estudando, que focar um
objetivo.
O seu alvo hoje, não é o que segura opinião. Se você quer chegar à política, tem que
ter visão desde agora do que segura um político no poder.”
“Tudo bem, senador. Posso ir?” Levantei-me para sair ao perceber que a conversa se
encerrara.
“Edward, outra coisa, Ryan me disse que você precisa de uns dias para visitar a
família. Se você quiser ir, eu te libero uma semana.” Sorriu amigável.
“Obrigado, senador. Eu preciso.” Saí da sala com duas emoções. Frustração por um
lado e satisfação por outro.
Sentia-me frustrado por saber que um político renomado como o senador Evans não
se interessava nem ao menos em levar a pauta projetos sociais, ambicionando
somente fins lucrativos para si e para outrem. Isso era iludir as pessoas que confiaram
nele nesse país.
Mas o que me confortava, era saber que ia passar uma semana em casa. Isso tirava
toda e qualquer decepção momentânea ocasionada por essa atitude dele.
Segunda – semana do niver de Alice
Dei um toque no celular da Bella. Em poucos minutos ela iria ficar on-line.
“Oi, minha Bella.” Soei carinhoso, mas sem empolgação.
“Oi!!” Ela colocou um sorriso no rosto, mas parecia estar forçado.
“Como estão os preparativos da festa?”
592 de 1595 26/05/2011 20:45

“Estão indo. Você vem né?” Tinha dúvida em seus olhos e eu resolvi me divertir com
isso.
“Não sei... estou vendo ainda.”
Uma nuvem de tensão invadiu o seu rosto.
“Por quê? Não conseguiu?” Ela ficou triste repentinamente.
“Calma, Bella. Não fique assim... estou brincando.” Parei de brincar o mais rápido
possível. Era desnecessário o seu sofrimento.
“Que bom, por que sinceramente, eu estou fraca hoje. Estou me sentindo só,
desanimada. Acho que estou carente...” Ela estava pra baixo.
Ainda bem que eu estava eufórico por ir vê-la amanhã, então hoje podia passar
conforto a ela.
“Então amanhã vou suprir sua carência e suas necessidades. Vou ficar a semana
todinha com você.”
Ela levantou os olhos surpresa. “O QUÊ?!” Ofegou.
“Me pega amanhã no aeroporto porque devo estar chegando umas onze da manhã.”
“Mas como? Você não disse que não ia ter férias?” Ela estava desacreditada.
“Disse, mas Ryan acha que está em divida comigo e conseguiu com o pai dele que eu
fosse dispensado.” Sorri do meu amigo.
“Que bom!! Amanhã estarei lá. Você alegrou o meu dia. Eu estava meio deprê.” O
sorriso brotou sincero.
593 de 1595 26/05/2011 20:45

“Bella, eu entendo você. Mas é por isso que estamos juntos... quando um estiver mais
fraco e desistindo, o outro está em pé para ajudar a levantar. Eu não vejo a hora de te
encontrar. Estou esperando ansiosamente por isso.”
“Ótimo. Também não vejo a hora de te encontrar. Você vai dançar a valsa da Alice
comigo né?”
“Que roupa tem que usar?”
“Eu já aluguei, falta só o ajuste final.”
“E se eu não fosse? Com quem você iria dançar?” Perguntei descontraindo.
“Com Ryan, ou com Mike, OW MIKE!” Sorriu com o humor completamente

recuperado.
“Nossa, Bella, como você me substitui rápido! Eu nem tinha dito que não ia e você já
estava arrumando substituto!” Fingi indignação.
“Você é a primeira opção, mas... a fila anda.” Sorriu descaradamente.
“Tudo bem, então devo correr e garantir meu primeiro lugar na fila, né?” Devolvi o
sorriso.
Ela parou e lançou um olhar compenetrado de sentimentos.
“Todos os lugares na fila são seus e estão garantidos para sempre. Não precisa
correr... eu estou te esperando sempre.” Seu semblante se cobriu de alegria e ambos
fomos envolvidos da felicidade em nos reencontrarmos.
“Então, não tenho mais o que falar, amanhã me espere. Sou muito feliz em ter você e
em saber que espera por mim.”
“Tudo bem, estarei lá. Beijos e cinco segundos.”
594 de 1595 26/05/2011 20:45

Desliguei.
Direcionei-me ao armário para organizar meus objetos. Peguei um romance,

intencionado a ler no avião. O homem ocupado intelectualmente com o poder
americano permanecerá aqui. Tornar-me-ei dissoluto e relaxado por uma semana.
O cumprimento do dever... pode esperar.
Incorro nessa justiça a minha parte pensante, o cérebro: devo descansar, desacelerar
e curtir.
Bella POV
Amanheci extasiada de alegria que há algum tempo não sentia. Não sou uma pessoa
de mal com a vida, em todo o tempo tento manter meu bom humor. Mas a felicidade
perfeita e única eu só sinto quando estamos próximos, ligados, unidos.
Aprontei-me para buscá-lo no aeroporto. Vesti uma bermuda creme, uma blusa justa
preta e uma sandália de saltinho e de amarrar na perna.
Estava pronta desde as nove horas. Mas dá pra imaginar um dia, em que dá doze
horas, mas não dá onze??
...Hoje era esse dia.
Estava muito ansiosa.
Tentei não chegar muito cedo ao aeroporto para controlar minha ansiedade.
Qual é Bella, é só um namorado! Meu cérebro me alertava.
Mas é o meu namorado, posso ficar feliz?!
595 de 1595 26/05/2011 20:45

Todo mundo tem uma parte sensata e outra parte espontânea na mente. A minha
parte espontânea sempre vence e me entrega aos prazeres ocasionados pelas
pequenas coisas, como ir buscar o namorado que não vejo há meses em um
aeroporto.
Não sei se isso é uma coisa tão pequena assim.
Meu lado espontâneo e livre diz que eu devo correr e abraçá-lo quando ele chegar.
O lado sensato diz que isso é pagar mico e ainda constrangê-lo. Então... devo esperar
a sua reação em sua chegada.
Quando vi o anúncio no painel de que o avião dele pousara, caminhei lentamente até a
saída principal. Eu precisava controlar a impaciência e a emoção que me invadia.
Várias pessoas foram saindo, empurrando os seus carrinhos. De repente ele apareceu,
andando em câmera lenta diante dos meus olhos. Ele olhou em minha direção e deu
um sorriso largo, convincente. Fiquei parada, sem ação, maravilhada com a imagem.
A alegria de encontrá-lo se duplicava, era incomparável.
Ele estava lindo, de bermuda branca, tênis, camiseta vermelha, óculos de sol, boné e
uma bolsa de lado. Enfim, meu namorado desprovido de resquícios da cidade grande.
Como um rapaz normal.
Putz! Por que ele faz isso comigo? Estava nervosa, ansiosa, o coração em frenesi por
causa da espera.
Saí do lugar e caminhei lentamente ao seu encontro, mas ele, em oposição, veio
rápido.
Preparei-me para um encontro calmo, um abraço leve, mas ele abraçou-me com
força, cobrindo-me toda com os seus braços, me erguendo do chão. Depois ergueu
596 de 1595 26/05/2011 20:45

meu queixo, com um sorriso triunfante e beijou levemente meus lábios, cheio de
ternura.
Sem sair do lugar, abraçou-me novamente por longos minutos. Me senti em um

mundinho fechado, só meu e dele. Não me importei com as pessoas que passavam
próximas e nem em atrapalhar o caminho. Eu só queria estar coberta pelos seus
braços e pelo seu amor. Eu queria chorar de felicidade, mas me contive. Quantas
outras vezes ainda iria buscá-lo? Tinha que controlar as minhas emoções.
Ele quebrou o silêncio depois de muitos minutos abraçados no meio do aeroporto.
“Enfim... menos seis meses... nem acredito que superamos.” Afagou o meu rosto com
as mãos e beijou ansiosamente todos os cantos, sem soltar-me do abraço.
Um abraço cheio de sentimentos, ele parecia não acreditar que tinha chegado.
Estávamos felizes. Juntos. No lugar onde devemos estar e em perfeita harmonia. Ele
parou de beijar meu rosto e ensaiou algo para falar olhando profundamente em meus
olhos. “Você é o sol da minha vida... é impossível ter uma vida sem você...”
“Você é meu tudo.” Sussurrei emocionada.
Não tinha mais palavras para ser ditas. Ele simplesmente me fechou em seu corpo e
me beijou suavemente por longos minutos.
“Então vamos?” Soltou-me do abraço e colocou-me ao seu lado, segurando-me pela

cintura.
“Para onde?”
“Almoçar, depois vamos a Forks.” Informou enquanto andávamos pelo

estacionamento.
“Se vamos para Forks tenho que avisar o meu pai.” Peguei meu celular e disquei.
597 de 1595 26/05/2011 20:45

Ele pegou o telefone da minha mão, sorriu e eu parei surpresa com sua ação.
“Oi. Não é Bella. Edward, tudo bem Sr Cullen? ... estou bem. Acabei de chegar. ...
Então, estou ligando para pedir que Bella vá a Forks comigo e durma em minha casa,
ela pode? ... Sim, mas eu quero ver minha mãe e dar uma passada em casa ...
Amanhã ... Obrigado. Até mais.” Ele devolveu o celular e sorriu torto, com ar de
vitorioso.
“Por que quis falar com ele?” Ainda estava admirada.
“Por que sou um namorado sério, tenho responsabilidade. E você não é uma filha sem
pai. O certo é pedir, não avisar.” Passou um sermão bem humorado.
“Eu achei lindo!! Me senti uma menina de família com um namorado super
responsável.” Voei em seu pescoço. “Almoça em minha casa, eu tenho que pegar
umas coisas antes de ir para sua casa.”
“Hum... vamos almoçar em um restaurante... quero um momento só nosso. Depois

passamos lá.” Alisou minha bochecha, somente informando.
“Eu não posso ficar em Forks o resto da semana. Alice está precisando de mim com a
festa e eu não quero deixá-la completamente só a semana toda.”
“Tudo bem. Amanhã voltamos e eu me hospedo em um hotelzinho por aqui.”

Respondeu como se fosse algo normal.
Olhei desacreditada em sua direção, mas não deixei minha tensão estragar o
momento.
“Por que vai ficar em um hotel se tem a minha casa para ficar?” Tentei esconder as
reais emoções por baixo das palavras.
Ele ficou calado, aparentemente pensando no que falar.
Chegamos ao carro, ele colocou a bolsa dele dentro e me ergueu, colocando-me em
598 de 1595 26/05/2011 20:45

seu colo. Assustei com a sua ação, mas enlacei minhas pernas em sua cintura.
Ele me olhou alguns minutos, depois começou a beijar meu rosto de um jeito muito
persuasivo.
“Não briga. Mas é por que não quero incomodar... quero ficar a vontade e deixar sua
família a vontade também... por favor, entenda. Sou só seu namorado. Não devo ficar
vários dias em sua casa assim.” Continuou me beijando no rosto, na sua voz tinha
súplica.
“Eu vou te dar várias razões para você ficar na minha casa. Primeiro, você é meu
namorado e chegou de viagem depois de seis meses longe de mim. Segundo, é filho
da namorada do meu pai. Olha que coisa, você pode ser enteado dele!” Sorri e ele
também. “Terceiro, você é cunhado do meu irmão, porque meu irmão NAMORA a sua
irmã. Quarto, eu quero você no meu quarto. Quinto, quero dormir com você todos os
dias. Sexto, meu pai não vai deixar eu dormir com você na rua, se tem a minha casa.
Sétimo, é uma afronta ao meu pai fazer isso, dormir fora. Oitavo, se você quer ficar a
vontade, eu deixo você dormir no meu quarto sozinho, mas você tem que dormir lá.
Por favor.”
“Nossa Bella, como você argumenta!!!”
Ele sentou-me no capô do carro, em pleno solzão do meio-dia e me beijou.
Finalmente, um beijo de verdade, dos que tiram o fôlego e fazem perder o chão.
Estava cheio de saudade e ousadia, enquanto passava a mão na nuca e abraçava-me

com toda força possível.
Ofeguei e ele afastou-se, me deixando em cima do carro.
“Não quero brigar por isso. Eu vou passar todos os dias com você, independente de
onde eu fique. Então vamos a Forks e o restante dos dias decidimos depois.”
Desceu-me do carro e levou-me até a porta do passageiro, abrindo para mim. Depois
direcionou para a porta do motorista, sem que eu pedisse para ele dirigir.
599 de 1595 26/05/2011 20:45

Eu sorri.
“Que foi?” Perguntou sem entender.
“Você dirigindo pra mim...” Continuei sorrindo feliz.
“Ah, você ia pedir mesmo. Então me adiantei.”
Direcionamos ao restaurante.
Entramos e nos acomodamos em um canto. Eu estava ficando desconcertada com o

seu olhar em minha direção e o tanto de palavras escondidas que ele tentava externar
com os olhos. Ele me contemplava como se eu fosse uma recompensa, quando na
verdade ele é minha dádiva da vida.
Depois de alguns minutos calado, só fitando os meus olhos, ele tirou uma caixinha do
bolso e me entregou, com receios.
“O que é isso?” Peguei a caixinha e abri.
Tinha uma corrente de ouro dentro e um pingente com dois pingüins. Analisei
detalhadamente cada um deles. Eram perfeitinhos, estavam de mãos dadas e tinham
as iniciais dos nossos nomes atrás de cada um. Fiquei os admirando e lembrei que não
era um simples presente... eram palavras que ele queria dizer.
“Obrigada. Amei. O que significam?”
Ele sorriu parecendo aliviado. Sempre ele fica apreensivo quando vai me dar algo.
“Bom, tem dois significados. O número um, é que vou te pagar por investir sua vida
em mim, te enchendo de ouro, lembra? Foi você quem pediu.” Ele sorriu maior,
divertindo-se.
600 de 1595 26/05/2011 20:45

“Mas você está gastando...” Me preocupei com o fato dele estar usando o seu dinheiro
comigo, quando ainda é muito cedo.
Ele me olhou suplicante. “Por favor, não estrague o momento.” Pediu, depois sorriu,
pegou a minha mão e com a outra tirou do meu rosto uma mecha do meu cabelo.
“Você é o meu alvo fim, se eu não puder gastar o que eu ganho com você, qual vai ser
meu objetivo?” Beijou a minha mão.
A garçonete chegou e lhe entregou o cardápio, aguardando ao lado.
“O que quer?” Ele perguntou, me dando a opção.
“Bom, eu gosto do bife a parmegiana e das batatas assadas daqui.” Ele assentiu e a
garçonete anotou, retirando-se em seguida.
“E os pingüins? O que significam?” Ele continuou beijando a minha mão calmamente.
Parecia estar pensando ainda em algo que ia falar.
“Você já pesquisou sobre a vida dos pingüins?” Eu balancei a cabeça em negativa.

“Eles são monogâmicos por toda a vida. São bons pais, bons companheiros, então,
eles são o símbolo da fidelidade.” Sua lentidão foi exagerada. “E... eu quero te dizer
que eu sou o seu pingüim.” Sorriu, mas estava hesitando. “Você não precisa ter
insegurança quanto a mim... eu tenho certeza que você é a mulher da minha vida e
sou fiel a você. Acredite em mim.” Concluiu com um brilho incomparável nos olhos.
Eu suspirei aliviada e apaixonada. Difícil não suspirar quando algo soa tão sincero e
derruba todas as suas dúvidas instaladas.
“Obrigada. Você sempre me surpreende com seus gestos significativos. Mas eu já

tinha decidido confiar em você. Eu acredito em você.” Usei o misto de franqueza e
verdade.
Chegamos em casa, deixei ele na sala com Emmett e com Alice e subi para arrumar
umas roupas.
601 de 1595 26/05/2011 20:45

Bom, ele disse que vamos à praia, então devo levar biquíni, toalhas, xampu, creme
pós- sol, bronzeador, protetor solar, esse sim é muito importante, roupas, chinela e
escova de dente.
Mas e se ele resolver sair hoje à noite?
Mais roupas...
Desci levando minha bolsa.
“Vai para onde, Bella?” Emmett perguntou.
“Para Forks.”
Edward levantou-se para pegar a bolsa.
“Vai passar a semana lá?” Sussurrou em meu ouvido e sorriu, tirando a bolsa das
minhas mãos.
“Sorte que meu travesseiro vai ser você, se não eu iria levar travesseiro e edredom.”
Sorri e fechei meus braços em seu pescoço, o encostando no sofá.
“Bella, você vai voltar que dia? Eu tenho que ir fazer outro teste de maquiagem.”
Era Alice com sua voz manhosa.
Eu queria tanto fugir dessa... salão! Puxa! Quem agüenta!?
“Alice, pede para Jéssica ir com você. Edward só vem me ver poucas vezes no ano,
me deixa livre dessa, vai?”
“Tudo bem, é que você opina a verdade. Tudo pra Jéssica está bom. Ela não tem uma
602 de 1595 26/05/2011 20:45

opinião confiável.”
Durante a viagem até a casa dele, conversamos em quase todo o trajeto. Ele disse
detalhes de sua rotina e sobre algumas decepções que teve, mas continua empolgado
e acreditando no país. Edward é um patriota.
Falei sobre a minha vida também, dos meus planos, de como estou gostando da
empresa do meu pai, dos meus novos amigos. Enfim, as duas horas de viagem nem
vimos passar.
Passamos no escritório da mãe dele, pra ele vê-la antes de ir para sua casa.
“Vem.” Mal desci do carro e ele me puxou para perto dele, direcionando ao escritório.
Ele estava com o humor a mil.
“Oi, Esme.” Beijei o rosto dela, e ele abraçou-a, sem soltar a minha mão.
“Como vai, mãe?”
“Estou bem. Você está com a cara tão boa!” Ela pegou na bochecha dele.
“Estou com as duas mulheres da minha vida, tem como não estar bem?” Beijou minha
mão novamente me deixando surpresa com sua espontaneidade. “Só vim dar um oi,
vou dar uma volta com Bella, depois vou para casa.”
Despedimo-nos e saímos.
“Pra onde nós vamos?” Perguntei assim que saímos da sala dela.
“Hoje você vai conhecer a minha cidade.” Respondeu e abriu a porta pra mim.
603 de 1595 26/05/2011 20:45

“Edward, não precisa ficar abrindo a porta pra mim.” Só quem faz isso é o motorista
do papai.
Ele sorriu.
“Aproveite, não vai ser sempre. É que estou com tempo livre, então quero ser
cavalheiro. Mas estou vendo que mulher não gosta disso.” Saímos.
“Eu gosto, mas é estranho. Não estou acostumada. Mas se você gostar eu não ligo, só
não quero que vire obrigação.” Ele ficou rodando em umas quadras, depois encostou
o carro perto de uma escola e desceu vindo em direção a porta do passageiro.
“Vou deixar o carro aqui e nós vamos andar a pé um pouco.” Informou e me deu a
mão.
Eu continuei sentada, sem a mínima vontade de levantar.
“Edward, você não está cansado da viagem não?” Fiz beicinho, e cruzei os braços,
relutando em ter que caminhar.
“Nem vem, sua preguiçosa, hoje você vai conhecer minha cidade.” Levantou-me
forçada do banco do carro e me puxou pela cintura, andando pela rua.
“Ai, eu tô de saltinho, vai doer o meu pé.” Tentei mais uma vez.
“Então voltamos no carro e você calça uma chinela, mas hoje você não escapa.”
Descontraiu.
Voltamos e eu calcei a chinela.
Confortável agora, conheci a escola que ele estudou. Ele fez questão de sentar em um
banco de cimento em frente à escola e contou as histórias de sua infância. Falou de
seus professores e de um amor platônico por uma professora do quarto ano. Depois
me levou para um campo aberto ao lado da escola.
604 de 1595 26/05/2011 20:45

“Eu adorava beisebol. Até os nove anos sonhava em ser jogador profissional. Eu era
muito bom. Mas depois que fui à excursão com a escola para a capital, eu desisti do
beisebol e só enxergava a política em minha frente.” Ele estava com o olhar longe,
enquanto caminhávamos pela grama verde do campo.
“Então você já jogou? Já gostou de esporte?” Fiquei admirada e queria dar mais
assunto.
“Sim. Mas eu vi que se eu quisesse o esporte, ia acabar não indo tão bem nas notas
escolares. Eu tinha que conciliar bem o meu tempo desde aquela época, pois cuidava
dos meus irmãos em casa, estudava e ainda tinha que me dedicar ao esporte, caso eu
quisesse ser o melhor naquilo. Então, deixei um pra trás, e foi o beisebol.”
Voltamos para o carro, andamos mais umas ruas e eu estava feliz em conhecer mais
uma parte da história dele. A cidade realmente era linda, aconchegante. Ele estacionou
em um parque próximo a casa dele.
“Eu costumava trazer meus irmãos aqui para brincar e ficava sentado naquele banco
ali, lendo meus livros de História.” Disse apontando para um banco, logo a frente tinha
várias crianças brincando na areia e brinquedos. “Acredita que eu ficava lendo livros
de história de séries adiantes por hobby?!” Sorriu e sentou-se, me colocando ao seu
lado.
“Nossa, Edward, você é obsessivo desde criança!?” Descontraí e coloquei minhas

pernas em cima das pernas dele.
Ele acariciou meu rosto, passando o polegar em meus lábios, olhando profundamente
em meus olhos. Sorri e beijei seu dedo, satisfeita com o nosso momento tão único de
carinho. Por longos minutos, ele fitou-me e eu tinha certeza que ele ia dizer algo
importante, já o conhecia.
Sorri em antecedência.
“Depois que te conheci, vinha a essa pracinha e só lembrava-me de você... lembrava

do dia que te conheci no seu aniversário... esse verde, as árvores, banquinhos, só
lembravam aquele jardim... não imaginei que um dia você estaria aqui comigo.” Seus
olhos estavam cheios de sentimentos.
Ele me puxou para o seu colo e beijou meu rosto, no instante em que acariciava minha
605 de 1595 26/05/2011 20:45

nuca. Eu encostei meu rosto em seu ombro e pressionei meus lábios em seu pescoço.
Estava coberta de felicidade em vê-lo abrindo sua vida e seu passado mais do que
nunca, falando do que sentia quando me conheceu.
O seu semblante tinha algo escondido, e eu estava buscando descobrir o que era.
Ele parecia estar feliz e à vontade como eu nunca vi. “Sabe, Bella, eu amo esse lugar.
Forks pra mim é o lugar onde eu me sinto eu. Aqui tudo corre lentamente, sem o
barulho e a correria da cidade grande. Aqui todo mundo conhece todo mundo, o ar é
completamente puro, o clima é confiável, você sabe que sempre vai chover e pronto.
Até a chuva é um acalento para a alma. Sabe que eu amo o frio daqui? As pessoas
ficam mais juntas em lugares frios.” Ele estava aberto como um livro, viajando em
seus pensamentos.
Conhecer a sua essência me enchia de alegria.
“Eu também acho Forks linda. Esse cheiro de verde, esse ar puro, clima de interior. Eu
gosto daqui. Talvez seja um bom lugar para criar filhos.” Meu cérebro vagou,
imaginando filhos parecidos com Jasper e com Edward. Lindos.
“Por isso eu quis vir logo aqui em Forks, para fugir das miragens urbanas. Quando
volto aqui, volto ao interior, ao interior de mim mesmo. Às vezes na capital, sinto que
não sou eu, pareço uma máquina humana, determinada a mostrar eficácia sempre,
sem chances de erros, levando a vida com muita tensão. E aqui, principalmente com
você, eu me sinto feliz, relaxado, meu coração, alma e espírito repousam e encontram
a felicidade.”
“Nossa, Edward!!! Que lindo!! Você está muito transparente. De um jeito que eu nunca
vi. Realmente a cidade meche com você.” Abracei-o, encostando a sua cabeça em
meu seio. “Adorei conhecer você mais um pouquinho, sua história, sua raiz e coisas
importantes para você.”
Ele levantou comigo em seu colo e me levou até o carro.
“Você está pesadinha, hein!” Sorriu descarado e me colocou sentada no banco do

carro.
“Sério?! Você acha que eu engordei?” Mostrei preocupação. Poxa! Mas minhas roupas
nem mudaram!
606 de 1595 26/05/2011 20:45

“Não, estou brincando. Está muito boa para mim.” Sorriu torto, ligou o carro e saímos
do parque.
Ele nunca falou assim... ‘boa’.
Seguimos para sua casa, ele estacionou o carro, desceu e ficou hipnotizado com o
carro que tinha na garagem. Era a Lincoln Navigator que meu pai deu para Esme.
Edward ficou de boca aberta por uns minutos, sem falar nada e eu o entendi.
Segurei o riso.
O carro era mesmo escandaloso para pessoas simples como eles. Vi vários
pensamentos passando em seu rosto. Tipo: o que os vizinhos estão pensando da
minha mãe com um carro desses na garagem? Vão achar que tem traficante aqui ou
que o filho já virou corrupto.
Sorri de seu silêncio e expressão. “Gostou?” Quebrei o silêncio.
“É um pouco suntuosa demais, não acha?” Ficou analisando as rodas.
“Ela merece. Meu pai gosta dela e para ele é um modo de expressar isso. Ela devia
usar. Isso o agradaria. Eu fico tão feliz quando vejo você com meus presentes.” Tentei
convencê-lo.
“É... estou acreditando em você. De repente ele goste dela e esse é seu modo de
expressar.” Ele ainda estava admirando o carro.
Na casa da Esme estavam Rosalie e Jasper. Edward deu um abração na irmã e outro
no irmão. O garoto, como sempre, reclamou, reclamou, mas era nítido que gostou do
abraço. Aparentemente eles são uma família unida e feliz.
Levamos as nossas bolsas para o quarto e ele foi tomar banho, me deixando na sala
com seus irmãos. Depois que ele saiu eu também fui e vesti um conjunto de shortinho
e blusa para dormir.
607 de 1595 26/05/2011 20:45

Era verão em Forks, e o tempo não estava tão frio como o de costume, logo eu podia
ficar mais a vontade.
Pedimos pizza, comemos depois nos encolhemos em sua cama, ouvindo música.
“Edward, vocês querem dormir no quarto da Rosalie?” Esme acabara de chegar e nos
perguntou da porta.
Percebi que eles se comunicaram com os olhos, ela devia imaginar que um casal de
namorados que não se vêem há meses deviam querer privacidade para dormir depois
desse tempo.
“Não, mãe. Eu quero dormir na minha cama mesmo. É meu canto, e eu senti falta do
meu quarto.” Respondeu com convicção. Edward é tão espirituoso, apegado a coisas
simples da vida. Espero que ele não perca o coração com a vida dura e a rotina que o
poder americano sustenta.
Esme entrou e sentou próxima a cama, em uma cadeira. Eu estava deitada com a
cabeça no peito do Edward e a perna em cima dele, não me movi.
“Então, como foi a viagem? Nem pudemos conversar aquela hora no escritório.”
“Foi boa. Ah, mãe, gostei do carro.” Ele sorriu para a mãe e ela ficou desconcertada.
Acredito que por conversar com ele sobre a caminhonete na minha presença.
“Eu nunca andei nela.” Disse sem graça.
“Talvez o Sr. Cullen se ofenda com isso. Talvez ele goste de ver você usar o presente
que ele te deu.” Edward me abraçou mais forte e eu sorri.
Meu anjinho está mudando, pensei. Deixar a mãe dele aceitar um presente caro assim
é uma evolução.
608 de 1595 26/05/2011 20:45

“Tudo bem, vou usá-la esse fim de semana para ir à festa da Alice.” Concordou depois
de pensar longos minutos.
“Mãe, outra coisa... acho que está na hora de você dizer para ele que sempre foi
apaixonada por ele, está na hora de contar tudo.”
Esme encarou Edward com o olhar crítico e desaprovador.
“Bella sabe que você sempre foi apaixonada por ele, mãe, não se preocupe. Eu só
acho que está na hora. Você não precisa mais esperar. Vocês estão bem.”
Eles continuavam se olhando de uma maneira estranha.
“Vou ao banheiro.” Percebi que os dois precisavam de privacidade e saí.
Minutos depois eu voltei e ela estava com o semblante mais aliviado. Deitei de novo
me aninhando a ele. Ela nos olhou por vários minutos calada, e saiu sorrindo.
“Por que ela ficou tensa?”
“Por que é difícil para ela admitir que gosta dele há tanto tempo assim, além disso, ela
também estava preocupada com você presente quando conversávamos.” Sua calma
era sem fim.
“Por que você está mudando assim? Por que está falando para ela confessar o amor
dela pelo meu pai?” Eu queria mesmo saber.
“Não percebe que eu estou mais sensível? Eu já sei o que é o amor e não vejo por que
eles não se abrirem. Chega de segredos. Acho que seu pai gosta dela, então não tem
por que ter segredos.” Alisou os meus cabelos.
Ouvimos o barulho do Jipe do Emmett.
609 de 1595 26/05/2011 20:45

“Seu irmão está aqui. Vou lá na sala. Quer ir?” Levantou e segurou minha mão. Eu não
fiz nenhuma menção que ia levantar. “Pare com esse vício de ócio, levanta, vai!”
Segurava minha mão insistente, divertindo-se.
Emmett estava sentado no sofá e levantou para falar com a gente.
“Oi, já vão dormir?” Olhou para o meu conjunto de dormir.
“Daqui a pouco.” Edward respondeu e sentou-se no sofá para conversar com Emmett.
Sentei entre os dois. Interessante como Edward em casa conversa. Ele aqui é outra
pessoa. Cada dia que passa tenho aprendido mais dessa pessoa enigmática e ao
mesmo tempo sensível por quem me apaixonei.
Rosalie analisava o comportamento do Emmett calada o tempo todo, enquanto ele

conversava com Edward sobre futebol americano. Descobri que Edward não gosta dos
Bulls, que pena. Ele gosta do New York.
Observei Rosalie e notei que aparentemente ela gostava do Emmett, mesmo que se
escondesse atrás da capa dura que ela usava. O modo como ela olhava para ele a
denunciava.
“Então, boa noite.” Edward levantou depois de meia hora de conversa e me esperou
na porta.
Abracei Emmett e cochichei no ouvido dele
“Está tão sério, irmão...” Sorri.
Ele devolveu o abraço e disfarçadamente cochichou no meu.
“É hoje?...” Interrompeu sugestivamente e eu dei um beliscão nele segurando o riso.
Ele continuava perguntando sempre se eu já tinha vida sexual ativa com Edward.
610 de 1595 26/05/2011 20:45

Ficava admirado quando eu respondia que não. Lógico que eu não falar os detalhes
desse não. “Ele vai casar virgem também? É de família?” Eu queria rir, mas Edward e
Rosalie estavam muito próximos e iriam perceber.
“Até amanhã, Emmett!” Os deixamos sozinhos na sala e voltamos para o quarto.
“Ai, Meu Deus!! Vou ter que dormir com a minha mãe! Na sala tem o sofá do amor e
um casal de pombinhos, no quarto vou perder a inocência com um casal de
pervertidos. Quê que eu vou fazer?” Jasper resmungou em cima do seu computador
na cozinha.
“Pode dormir no quarto, Jasper. Não precisa dormir no quarto da minha mãe.”
“E como você vai tirar a seca?” Perguntou sério sem tirar os olhos do pc.
Edward o ignorou e direcionou ao quarto, deitando e me colocando em cima dele.
“Nem acredito que estou aqui... estava morrendo de saudade de você.” Sussurrou e
senti seu beijo em meu cabelo.
“Não vai me beijar na boca hoje mais não?” Perguntei baixo e depositei beijinhos em
seu peito, passeando com os meus dedos.
Ele me deitou na cama e ficou de lado, colocando a perna em cima de mim.
“Eu beijo, mas não me tente muito. Estou com muita saudade de você e do seu corpo,
e aqui não é um local apropriado.”
Ele me beijou lentamente, controlando o beijo com a mão que segurava o meu rosto.
Mas eu não me importei em estar na casa dele, nem de estar com a porta aberta.
Coloquei minhas mãos em seu pescoço e o trouxe para mim, sem lhe dar chance de
se soltar. Ele não negou o contato, pelo contrário, pegou em minha cintura e me
aproximou a ele.
611 de 1595 26/05/2011 20:45

Era nítido que ele precisava de mim tanto quanto eu dele. Ele aprofundou o beijo,
inserindo sua língua em minha boca, buscando a minha. Eu sentia o peso da saudade,
porque meu corpo gritou insistentemente por mais contato, enquanto meu ar faltava.
Ele apoiou-se no joelho e se posicionou em cima de mim, sem soltar-me de seus

lábios.
Eu enlacei minhas pernas no seu quadril e o apertei, de maneira a moldá-lo

completamente ao meu corpo.
Meu corpo fervia como resultado da distância a que nos submetemos e ao longo
tempo que não nos tocávamos. Meu ar insistentemente faltava, fazendo-me ofegar.
Ele não freou, mas continuou beijando meu pescoço, famintamente. Apertei suas
costas, buscando mais fricção. Ele gemeu baixinho em meu pescoço e subiu os lábios
para minha orelha, no mesmo instante que sua mão invadiu minha blusa. Por mais que
eu lutasse contra os meus suspiros, não conseguia me conter.
Ele desceu com a boca para meu colo e abriu dois botões da minha blusa lentamente,
olhando-me enquanto eu ofegava, ansiosa pelo que se seguiria. “Eu senti sua falta.”
Disse e passou a língua no vão dos meus seios. Ofeguei, quando ele mordiscou a pele.
A porta fechou-se bruscamente.
Ele não se importou mais em onde estávamos, afastou a blusa e passeou os dedos
por toda a extensão dos meus seios, prestando culto, dominado de desejo, no mesmo
instante em que beijava suavemente o vão.
“Você não sabe quanta saudade eu estava de sentir isso... eu preciso tanto de você.”
Sussurrou e passou a língua levemente na pele sensível do bico, me fazendo erguer e
suspirar.
Meu corpo ardia e pedia insistentemente que ele sugasse, apertasse. Mas ele parecia
que estava lutando contra si para não continuar. Somente beijava e passava a língua
leve, sem aprofundar.
“Por favor...” Supliquei ofegante.
612 de 1595 26/05/2011 20:45

Ele sorriu e fechou os botões.
“Eu também quero... mas aqui não dá...” Murmurou e voltou a beijar meu rosto.
Impaciente, trouxe-o para os meus lábios e o beijei, apertando-o contra mim de uma
maneira ávida. Minhas mãos estavam descontroladas em suas costas, cabelos.
Ele ofegava, procurando ar em minha boca e soltava pequenos gemidos. Eu não o

soltei de meus beijos, enquanto acomodava-me mais aos pequenos detalhes do seu
corpo, sentindo sua excitação, dominando-o com sua paixão por mim.
Ele ficou completamente descontrolado, então colocou as mãos dentro do meu short
apertando o meu quadril a ele, movendo-me, puxando o ar e delirando de desejo.
Vários minutos se passaram e ele freou, controlando-se, beijando o meu rosto com os
olhos escuros, com os lábios molhados e inchados.
Eu protestei querendo mais, porém ele somente abraçou-me.
“Melhor pararmos... ou dormirmos fora. Está impossível pra mim...” Ofegou.
Ele ficou respirando no meu ouvido, mordiscando minha orelha e eu não parei de
passar as minhas mãos insistentemente em seu abdômen, em sua barriga e dentro do
cós da bermuda, o que fazia ele dar pequenas arqueadas no corpo.
Os meus sentidos foram acalmando-se lentamente e eu o abracei. “Vai tomar banho,

vai.” Descontraí.
Ele deitou de lado e sorriu leve. “E você? Não precisa não?” Tinha uma diversão nos
seus olhos, e ele continuou passando a mão e apertando a lateral do meu quadril, por
dentro do short.
“Eu acho que não. Por que sorriu assim?” Eu queria saber.
613 de 1595 26/05/2011 20:45

Ele sorriu maior e relaxou o corpo ao meu lado, com um sorriso desavergonhado no
rosto.
“Fala.” Insisti.
Ele estava rindo consigo, relutante em falar.
“Tudo bem, é uma loucura que ando fazendo. Sabia que até o ano passado tudo que
eu fazia com você era por instinto, eu não sabia como você funcionava, sabia o trivial,
o que ouço as pessoas falarem ou o que o nosso próprio corpo descobria.” Sorriu e
hesitou. “Mas ultimamente tenho lido sobre funcionamento real do corpo de mulher,
fico tentando saber como ser melhor para você, para sua primeira vez...”
“A nossa né.” Interrompi.
“É. Então eu li uma reportagens dessas revistas teen. Sinto-me um maníaco fazendo
isso...” Ele ria como se estivesse confessando um crime. “Mas eu só faço isso por que
eu quero que tudo seja perfeito pra você. Assim como você foi lá perguntar para sua
irmã sobre uma necessidade minha, eu também quero aprender sobre você.”
“Então fala o que você aprendeu.” Incitei curiosa.
“Não. Falar não. Na verdade, sempre estivemos no caminho certo, só que agora eu
tenho certeza, não preciso ter receios, entende?” Ele não ia falar abertamente, eu
tinha que me contentar. Quem ouvia de fora imaginava que estávamos conversando
sobre remédio ao invés de sexo. “Agora vamos tentar dormir um pouco.” Concluiu e
me aconchegou no peito dele.
“Você não vai ao banheiro, não?” Olhei para ele dissimulada.
“Eu não. Estava com saudade até disso. Vou curtir. Só vou sentir de novo daqui há
seis meses.” Tinha diversão em seu tom.
Voltei a beijá-lo levemente sem intenção de deixá-lo dormir. Ele me tirou de cima dele
e me colocou ao seu lado, levantando minha perna sobre o seu quadril e
614 de 1595 26/05/2011 20:45

acomodando-se a mim. Ele segurou-me de uma maneira possante, com as mãos em

minha coxa. Beijou-me levemente, com um sorriso travesso no rosto, um misto de
prazer e diversão, movendo-me de uma maneira estranha. Era boa a fricção e eu
queria mais. O seu corpo respondia a isso de uma maneira gritante, e ele continuava
me apertando a si de uma maneira urgente e delirante, sem tirar os olhos de mim.
Ele enfiou as mãos na minha blusa e apertou os meus seios, soltando um gemido
baixo, enquanto ainda se perdia naquele momento. Eu não entendia o que ele fazia,
mas ele estava entregue. E era bom.
Eu devolvia beijos leves, como ele ditava, ansiava em aprofundar, mas aquele era um
momento dele, e ele refreava, mordiscando os meus lábios.
Minutos se passaram. Eu percebia o quanto de desejo que se espalhava em seu corpo

e o quanto ele se torturava com aquilo, em somente ter atrito com o meu corpo.
“Ai... Bella... está tão difícil...” Murmurou em minha boca.
“Hum... continua... também é bom pra mim.”
“Mas eu preciso...”
“Então continue...”
“E você?”
Ele suspirou, rolou para cima de mim novamente e intensificou o beijo, coberto de
excitação nos lábios e no corpo.
Nossos corpos estavam em um turbilhão de correntes. Mesmo protegidos pelas

roupas, sofríamos com a ansiedade de nos incorporarmos um ao outro, de aliviarmos
a saudade reprimida.
Minhas pernas o enlaçaram, ele ergueu minimamente o corpo, colocou a mão por
dentro do meu short e escorregou a mão devagar em minha intimidade, arfando
615 de 1595 26/05/2011 20:45

quando atingiu o contato. “Céus, Bella, estamos brincando com fogo.” Disse movendo
os dedos.
“Continua.” Sussurrei e arquejei enquanto ele dedilhava em um ponto que a cada

movida me fazia contorcer e estremecer.
Eu estava dominada pela adrenalina da ocasião, pela paixão que me consumia, pela
saudade, pelo desejo e, mesmo que tentasse, não conseguia conter meus ofegos e
suspiros. Ele beijava minha boca tentando me deter, mas eu estava entregue, sem
raciocínio lógico e não me reprimia.
“Você não ajuda...” Murmurou em minha boca, e eu me tremi com sua mão me
acariciando, um tremor crescendo em minhas pernas. “Eu perco a razão com você.”
Ele lambeu minha boca, e eu perdi o ar por alguns segundos, me sentindo entorpecer
com a chama que invadia em meu íntimo se espalhando em correntes por todo o meu
corpo. Ofeguei compulsivamente, tremi e me entreguei completamente ao prazer do
clímax, com sua boca tampando a minha em um beijo molhado.
Nos segundo seguintes o vi enlouquecido, com sua língua deslizando em meus lábios
impacientemente, sua razão e receios sendo suprimidos pelo desejo em seus olhos.
Ele se ajustou novamente em mim, levantou minha perna para seu quadril, enfiou uma
mão em minha blusa e fechou os olhos, me friccionando sutilmente com seu corpo, no
mesmo instante que apertava minha coxa.
Seus lábios estavam semi-abertos, molhados, e eu os lambia sensualmente. Ele

puxava o ar pelos dentes e gemia baixinho enquanto me comprimia.
Ele se movimentou lento e rude muitos minutos, depois me olhou desfocado, me deu
um último aperto forte, parou de respirar por alguns segundos e ofegou em seguida,
mordendo o meu queixo, enquanto o seu ar voltava aceleradamente.
Ele descansou metade do corpo sobre mim e metade na cama, ficou ali por alguns
minutos, seu coração ainda batia rápido, e ele recuperava-se lentamente daquilo.
Alisei seu cabelo um longo tempo e sua respiração se tornou estável e preguiçosa.
“O que aconteceu?” Perguntei baixo.
616 de 1595 26/05/2011 20:45

“Ai, Bella, você quer mesmo saber?” Parecia não estar com a mínima vontade de falar.
“Eu quero... você consegue mesmo de roupas?”
Ele ficou calado, aparentemente pensando, ainda de olhos fechados, com metade do
corpo em cima de mim e a cabeça enfiada em meus cabelos.
“Tudo bem... então vamos lá... se eu te acomodar a mim e te mover, me

concentrando, eu consigo. Aliás, do jeito que eu estava com saudade de você, nem
precisava me concentrar muito. Na verdade eu estava lutando desde o início para não
chegar a isso, mas como você permitiu e não ia ser um ato egoísta, pois você também
sentiu antes, eu resolvi me deixar levar.” Sua voz foi baixa e preguiçosa.
“Adorei saber disso!” Entusiasmei.
“Você é muito engraçada, Bella. Mas... fala você pra mim, o que sentiu hoje?” Colocou
as mãos dentro da minha blusa e começou a alisar a minha barriga.
Ele estava meio mole, parecia querer dormir.
“Não sei explicar, só sei que me acalma.” Foi o que respondi.
“É... também me acalma.”
“Estou vendo.” Gracejei.
“Eu tenho que ir para o banho, mas antes me deixa concluir minha pesquisa?” Colocou
as mãos sobre a pele abaixo da lateral da minha calcinha, com dúvidas.
Ele parecia querer me conhecer, mas nem eu tenho certeza de muita coisa.
“Tudo bem, o que quer?”
617 de 1595 26/05/2011 20:45

“Posso estudar algo?” Sua voz soou com uma diversão cínica e ele pôs um sorriso
torto enquanto invadia minha calcinha lentamente, calculando os movimentos até
estar com a mão totalmente dentro. Involuntariamente arregalei os olhos diante de
sua naturalidade, pois uma coisa era acariciar na hora do clima, outra coisa era pegar
simplesmente assim.
Olhando em meu rosto, ele ousou e desceu o dedo, na entrada.
Eu tinha expectativa do que ele estava fazendo e sentia prazer em ter o seu contato
ali.
“Ai... Bella... é tão...hmmm...” Ele deu um gemido em minha orelha e, penetrou

devagar o dedo, me fazendo contorcer um pouco. Cedo demais, ele trouxe a mão de
volta, colocando em seguida o dedo na boca.
Eu assustei com o seu ato.“Que foi isso?” Perguntei admirada.
“Queria saber que gosto tem.” Sorriu grande e eu fiquei pasma com sua atitude
desconhecida. “Acho que você precisa de um banho também.” Continuou cínico.
“Como assim?” Eu não estava entendendo o seu tom.
“Como é difícil explicar...” Murmurou desanimado “Tudo bem... seu corpo ainda está
quente— fervendo pra ser mais exato —, você ainda me queria.” Disse convencido,
prendendo o riso para restringir a gargalhada iminente. “Então um banho vai nos
permitir uma boa noite de sono, se você quiser dormir.”
Abri a boca em espanto. “O que você fez com o meu namorado anjinho?” Sorri de
suas ações.
“Bom, ele estava aqui agora a pouco, mas você foi me despertar. Ele queria só dormir
abraçadinho, mas você não se conformou com isso...” Ele torceu os lábios em uma
careta cínica.
O abracei forte. “Prefiro você ao outro. Aliás, tenho o coração grande, gosto dos dois.”
618 de 1595 26/05/2011 20:45

“Eu, eu mesmo e Bella, nossa namorada.” Seu humor estava a mil.
“Deixe-me tomar banho primeiro, estou meio incomodado.” Pediu, me dando a opção.
“Tudo bem.” Ele saiu e eu fiquei deitada, extasiada de felicidade em tê-lo.
Minutos depois ele voltou e eu fui. Quando voltei, Jasper estava de cara fechada em
cima do pc.
“Que foi?” Perguntei.
“Todo mundo de casalzinho só eu que não tenho ninguém.” Resmungou.
“Não tem porque não quer. Alice é a fim de você.”
Ele abriu os olhos duvidando.
“Conversa, Bella! Sua irmã não quer nada, além disso, está muito chata esses dias.”
“Talvez por que ela goste de você e pensa que não é correspondida, ou que você
tenha mil garotas.”
“Eu posso até ter, mas eu ficaria só com ela, se ela me quisesse.” Sua resposta foi
convincente.
“Então fale isso pra ela.” Dei um beijo na bochecha dele e direcionei ao quarto.
“Já posso ir dormir?” Perguntou com tom malicioso.
“Pode.”
619 de 1595 26/05/2011 20:45

“Prometem que não vão fazer sexo explícito?”
Revirei os olhos.
“Oxe! Eu tive que fechar a porta! Você não se controla, parece que tá com crise de
asma!” Ele se divertia e sorria cinicamente.
“Tá, vamos dormir.”
“Vocês podiam dormir no motel quando tivesse com essas securas.”
“Jasper, dá um tempo.”
Voltei para o quarto e Edward já estava deitado completamente relaxado, com o braço
cobrindo o olho, de short curto e sem camisa. Um mimo para os meus olhos que
percorreram toda a extensão, extasiando-me de alegria e me enchendo de ambição
em tocar.
“Acho que você não quer dormir.” Insinuei no ouvido dele, sorri travessa e coloquei
minha mão por dentro do short dele, subindo e tocando-o por fora da boxer.
Ele sorriu desacreditado da minha atitude, trouxe minha mão para o seu peito e fechou
o olho novamente. “Dormir menina... eu já estou quase dormindo.” Beijou minha
testa, aconchegou-me em seu peito e nos cobriu com o lençol.
“Não vamos dormir não, por favor... passamos seis meses separados.” Supliquei
carente.
“Eu estou cansado.” Murmurou preguiçoso. “Amanhã vamos para a praia, vai ser bom,
temos alguns dias ainda. Se não dormirmos, vamos passar o dia mortos amanhã.” Ele
subiu minha perna. “Pode deixar, vamos ensaiar muito isso esses dias.” Sorri de suas
segundas intenções no fim.
“Sabia que eu amo você?” Sussurrei em seu pescoço.
620 de 1595 26/05/2011 20:45

“Eu também.”
“Eu também o quê? Você também se ama?” Sorri provocando.
Ele afastou o meu rosto e me beijou leve nos lábios.
“Não, Bella, eu te amo muito. Você é a razão da minha vida.” Era a segunda vez que
ele dizia que me amava, e eu suspirei contente com o fato.
“Então boa noite.” Aconcheguei o meu rosto em seu peito e agradeci aos céus por
tê-lo.
“Boa noite.”
Não há como explicar o que sinto, o único jeito de demonstrar é me entregando a esse
amor, não deixá-lo escondido. Porque eu o amo e ele me ama, é uma dádiva que a
vida me deu.
Um dia quando a juventude for só uma lembrança, ainda estaremos juntos, eu nunca
vou deixá-lo.
Mesmo que a vida tenha apostado contra nós, estamos vencendo, juntos e felizes.
Continua...
Notas Finais:
Oi Obrigada pelos reviews
eu ainda vou responder.

bjs
621 de 1595 26/05/2011 20:45

Capítulo 33-- Festa escrita por BIA BRAZ

Capítulo 33 - Festa
Bella POV
Quarta
Acordei com uma mão passando algo frio no meu pé, fazia cócegas, mas era bom.
Estava relaxada, pois dormi cedo e a noite foi bem dormida.
Abri os olhos e Edward passava creme e me olhava com sorriso de um canto ao outro.
Preocupei-me com o meu estado matinal e cobri o rosto. Ele sorriu da minha atitude.
“Está linda... bom dia.” Beijou meu pé e continuou fazendo massagem.
“Edward, que ataque é esse aos meus pés logo de manhã?” Brinquei falando baixo
porque Jasper dormia em uma cama no canto.
“Não percebeu que eu gosto dos seus pés? São lindos! Você gosta de massagem?”
Descobri o rosto para olhar para ele.
Ele estava com um brilho incomparável nos olhos, um sorriso triunfante, que só me
levava a ser grata pela sua presença em minha vida e por amanhecer com ele mais um
dia ao meu lado.
“Adoro qualquer coisa que você faça por mim.” Sorri.
“Puta que pariu! Vamos parar com a frescura ae que eu ainda quero dormir!” Jasper
disse com a cabeça toda coberta.
622 de 1595 26/05/2011 20:45

Ignoramos o garoto e sorrimos baixo.
“Levante que hoje a praia vai ser só nossa, ela deve estar deserta por ser quarta-
feira.” Edward sussurrou e deixou a cama para se organizar.
Ele pegou uns itens em um armário e foi preparar o lanche enquanto eu me arrumava
e escolhia o que levar para uso na praia. Vesti um biquíni, coloquei uma saída de praia
curta e... prontinha.
Chegamos cedo à praia, então eu poderia pegar um sol, pois ainda eram oito da
manhã e eu iria aproveitar bastante o sol saudável.
Não deveria ficar exposta ao sol mais forte da tarde. Não tinha pele para isso.
Estiquei uma toalha no chão e deitei de bruços. “Você passa bronzeador em mim.”
Entreguei nas mãos dele.
“Ai, Bella, vai começar cedo hoje, é?” Não entendi muito bem do que ele disse.
Ele ficou calado olhando para as minhas costas. Pensava e olhava de um jeito que
parecia que iria negar, mesmo assim, sentou e espalhou o bronzeador nas mãos para
passar em minhas costas.
Eu não entendi o porquê da dúvida inicial. O quê que tem passar bronzeador?
Ele começou a passar do tornozelo, lentamente, ultra, hiper relaxante. Nem parecia
que ele estava passando bronzeador. Suas mãos me apertavam, passavam por cada
espaço das minhas pernas, subiram pela minha coxa apalpando cantinho por cantinho.
Ele parou no meu glúteo e passou muitos minutos concentrado ali, num movimento
circular, comprimindo de uma maneira estranha, meio robusta.
Eu estava de olhos fechados e estava gostando. Então ouvi um sonzinho saindo de

sua boca e olhei em sua direção. Ele estava com a boca semi-aberta, com os lábios
molhados e com os olhos concentrados.
623 de 1595 26/05/2011 20:45

“Que foi, Edward?” Perguntei ao observar os seus olhos.
Ele engoliu saliva e sorriu. “Nada. Quer passar na frente agora?” Respondeu em um
estalo, parecendo estar muito interessado em continuar.
“Daqui a pouco.” Respondi e encostei a cabeça no meu braço.
“Vou dar um mergulho e daqui a pouco eu volto.” Saiu e eu fiquei de olhos fechados,
aquecida com o sol que já ficava mais forte.
As lembranças dele comigo nessa praia não eram tão boas. Essa era a primeira vez
em que estávamos aqui e estávamos namorando. Todas as outras vezes que viemos,
tivemos algum problema aqui.
Estar bem com ele hoje trazia conforto e repouso. Era como se nunca tivéssemos nos
separado. Como se longos meses de tortura não tivessem existido. Hoje eu tenho
certeza que eu consigo esperar.
Comparo a nossa vida a um ditado popular: depois da tempestade vem a bonança. E

esses dias serão nossos dias de bonança, que nos capacitarão para mais alguns
meses de tempestade.
Ouvi pessoas conversando próximo e levantei os olhos na direção das vozes.
Era Jake e mais dois amigos índios que me observavam a poucos metros de distância.
Parecia que ele não sabia que era eu, ou sabia e ainda estava pensando em se
aproximar.
“Oi, Jake!” Disse e ele se aproximou.
“Oi, Bella! Vi seu carro ali e tive certeza que você estava aqui. São poucas as Mercedes
com essas rodas que eu conheço.” Sorriu amistoso e sem disfarçar deu uma varrida
com os olhos no meu corpo.
624 de 1595 26/05/2011 20:45

Meio indiscreto.
Bom, como eu sabia que viria com o meu namorado coloquei um biquíni micro. Afinal
biquínis pequenos deixam uma marquinha lindinha, e como ia passar alguns dias com
Edward, nada melhor que uma bela marquinha de sol no corpo.
“Como você está, Bella?” Sentou-se ao meu lado e eu não me movi, continuei olhando
em sua direção, mas deitada com a cabeça em cima dos braços, pegando o meu sol.
“Estou bem. Jake, aquele dia você conheceu a minha irmã, não rolou nada não?”
Perguntei curiosa. Nunca ela tinha tocado no assunto.
“Não, só conversamos e trocamos telefones. Acho que ela só queria ser minha amiga
porque ela nem disse nada.”
Hum, será que Jéssica não ficou com ele aquele dia por que Mike estava presente?
Será que desde aquela época ela já estava mudando? Interessante... acho que o bebê,
como ela diz, está fisgando aquele coração voado.
“Cadê suas irmãs, não quiseram vir?”
“Não.”
“Gente, vem aqui, deixa eu apresentar minha amiga.” Jake chamou os amigos dele e
me apresentou. Eu cumprimente com um oi leve porque eu não queria levantar, e eles
sentaram próximos.
Impressão minha ou os amigos deles estavam me secando? Acho que os homens

daqui não costumam ver mulheres. Só pode. Muito desagradável isso.
“Então, como está o curso, Jake?” Procurei arrumar um assunto, já que eles iam ficar
ali.
“Está ótimo. No próximo ano vou fazer uma especialização na Virgínia. Estou
pensando ainda se vou.” Tinha indecisão em sua voz.
625 de 1595 26/05/2011 20:45

“Que interessante, talvez fiquemos perto então. Estou pensando em cursar em uma
universidade na capital. Se você for mesmo, entra em contato comigo, vai ser legal
conhecer mais pessoas de lá. De repente a gente saia juntos.” Tomara que ele não
tenha entendido errado a minha colocação amigável.
“Com certeza. Você vai morar onde?” Pareceu ter se animado com a idéia.
“Não sei. Eu não conversei ainda com o meu pai. Mas talvez ele compre um ap para
mim.”
“E você está pensando em dividir com alguém?” Pareceu interessado.
“Não. Acho que não.” Respondi sem certeza. Até que se Edward quisesse morar
comigo, eu não dividiria, eu compartilharia. Mas não vou pressioná-lo, até por que,
com certeza eu iria atrapalhá-lo com os seus estudos.
“Eu vou ter que arrumar um lugar para ficar lá, caso você vá mesmo, me fale.” Fiquei
um tempinho pensando no que ele disse. Acho que Jake enlouqueceu. Penso que ele
está insinuando que eu possa, cogite a possibilidade de chamá-lo para morar comigo.
Como eu vou dividir apartamento com um homem? Ele nem é tão meu amigo assim!
Os amigos do Jake estavam sentados ao lado dele, um pouco mais para trás. Eu já
estava ficando desconcertada com o modo que eles olhavam para mim, pareciam
cachorros hipnotizados em frente a uma maquina de frango. Credo.
“Jake, você quer ir para a festa da minha irmã? É sábado. Pode levar seus amigos se
você quiser. Anota o endereço aí.” Continuei tentando arrumar um assunto.
Mas seria legal mesmo se ele fosse, quanto mais pessoas amigas, melhor, já que
terão muitos desconhecidos na festa. Ele pegou o celular e anotou.
Acho que soei errado, porque ele começou a me olhar de um jeito estranho e sem
mais e nem menos tirou uma mecha de cabelo do meu rosto. Eu assustei com aquela
aproximação repentina.
626 de 1595 26/05/2011 20:45

“Oi, Jake.” Edward chegou e cumprimentou os quileutes.
Ufa! Eu já estava sem assunto e desconcertada.
“Oi, Edward, não sabia que você estava aqui.” Jake o cumprimentou assustado, se
afastou um pouco e ficou sem graça.
“Eu não ia deixar minha namorada vir à praia sozinha, né amor?” Deitou na toalha ao
meu lado, descontraindo e colocou as mãos frias nas minhas costas.
Tive um choque térmico com a sua mão molhada em cima de mim, mas amei que ele
tenha agido assim, com possessividade. Fiquei contente quando ele me chamou de
minha namorada e de amor.
É bobo, mas faz um ano que Jake presenciou aquela nossa cena em que eu dizia que
Edward era meu namorado e ele me chamou de louca. Hoje ele simplesmente me
chama de minha namorada e ainda cheio de presunção. Adorei. Valeu a insistência.
Virei, entreguei o bronzeador para Edward, mostrando que era para ele passar na
parte da frente agora. Tampei o meu rosto com a toalha e deixei-os conversando
enquanto Edward passava lentamente o bronzeador nas minhas pernas, coxas. Ele
apertava em todo o tempo, com uma lenta e torturante massagem.
“Então... Bella acabou de nos chamar para irmos à festa da irmã dela sábado. Você vai
estar lá?” Jake puxou assunto. Ele estava muito sem graça, mas eu não estava
entendendo exatamente o porquê. Edward chegou com o óleo em minha barriga,
acariciando e espalhando. Hmmm, estava bom.
“Eu vou. Vamos dançar a valsa, né, Bella?” Olhei para Edward e ele estava com um
sorriso diferente, de canto, meio cínico. Mas continuava passando lentamente a mão
em mim, que subiu para o meu colo.
“Então, até mais, gente.” Jake se despediu com os seus colegas e saíram.
Edward deitou ao meu lado, passando ainda bronzeador no meu colo e ombros.
627 de 1595 26/05/2011 20:45

Depois mordeu minha orelha.
“Delícia.” Seus lábios estavam molhados e vermelhos, eu assustei diante de sua ação,
não era do seu costume falar assim. “Bem que você disse que suas roupas íntimas são
mais descentes que seus biquínis, esse é realmente minúsculo. Eu pensei que eles iam
atacar o meu festim, por isso vim correndo.” Continuou sorrindo e mordendo minha
orelha.
“Ah, e eu sou sua festa particular?” Sorri de sua expressão dominadora. “Você achou
que eles me olhavam com esses interesses?” Estava me divertindo convencida.
“Bella, eles não estavam nem piscando.” Disse como se fosse o esperado.
“Você ficou com ciúmes?” Convencimento pouco eu tinha muito.
“Eu não. Eles olharam, olharam, e quem usufrui sou eu.” Agiu com ar de superioridade
e colocou a perna sobre mim, com a mão tateando o meu corpo e passeando com a
língua em meu ouvido, tentando tirar a minha noção.
Tirei a toalha do rosto para olhar aquele rosto cínico e desavergonhado.
“Ai, Edward, você foi bem possessivo agora.” Fingi bronca.
“Se você soubesse como Jake já foi a fim de você, me daria razão.” Deitou relaxando.
“Quando? Me conta vai. Como ele foi a fim de mim, se ele sempre soube de nós
dois!?” Resolvi estimular a conversa com a minha curiosidade.
“Naquela vez que ele veio a praia e te encontrou aqui com Mike, ele chegou lá em casa
e contou que você estava alisando um playboyzinho aqui. Então ele perguntou se
ainda tínhamos alguma coisa, e eu disse que não. Foi aí que ele disse que sua irmã
estava a fim dele, mas que ele queria era você, já que eu não estava com você.
Imagine como eu fiquei... ameaçado. Aqui na praia tinha Mike com você, lá o meu
amigo avisando que ia entrar na disputa. Rã! Eu fiquei perturbado. Além de estar te
perdendo por minha conta, ainda tinha outros na espera. Por isso eu fiquei daquele
jeito.” Sorriu de algo que deve ter sido ruim, e virou-se de novo, colocando a perna
sobre mim e beijando o meu rosto, que estava com parte coberta pela toalha.
628 de 1595 26/05/2011 20:45

“Que lindo, confessando ciúme de novo.”
“Bella, só temos ciúme de algo quando não temos certeza que é nosso. Naquela época
eu não tinha. Mas agora mesmo, eu vi eles te olhando desde que estavam em pé ali
atrás, só que eu deixei eles admirarem. Se eu fosse ciumento, teria vindo na hora,
mas eu dei um espaço para eles apreciarem. Só resolvi vir logo por que Jake pegou no
seu rosto. Afinal, olhar pode, tocar não é permitido. Só eu.” Ele me rolou para cima
dele e me beijou, pegando com as duas mãos no meu quadril possessivamente.
Eu devolvi o beijo, encaixando-me completamente a ele. Uma experiência nova, beijar

no sol, deitada na areia, com o barulho do mar imenso, o calor do nosso corpo, o
molhado dos nossos lábios. Eu não precisava mais de nada nessa vida. Ali era tudo de
bom.
Ele me deitou de novo, ofegando e com excitação nos olhos e no corpo. Sua barriga
encheu de bronzeador e ele sorriu, com os olhos derretendo em minha direção.
“Não tem como ser mais perfeito. Estou vivendo os melhores dias da minha vida.”
Deitou ao meu lado e cobriu o rosto com a toalha. “Você vai demorar muito? Eu queria
que desse um mergulho comigo.”
“Eu pensei que você não gostava de mar. Aquela vez que eu vim com Alice você não
entrou em nenhum minuto.” Observei e lembrei que ele passou o dia embaixo do meu
guarda sol.
“Eu não entrei por que estava de mau humor. Aquele dia eu queria tanto você...
estava vendo Jake te babando e estava sendo consumido por um sentimento que eu
não queria sentir. Vontade de te esconder, de não deixar ele ficar te olhando com
aquele biquíni. Ele não sabia se eu era a fim de você ou não, e ficava te secando,
falando detalhes do seu corpo que eu estava ficando irritado em ouvir da boca dele.”
“Então aquele dia você já olhava para o meu corpo?” Peguei um cereal e suco na bolsa
para mim, e dei para ele também.
“Eu sou homem, Bella, sempre olhei. Foi tão engraçado quando eu percebi naquele dia
que meu corpo também chamava a sua atenção, tive vontade de rir.” Sorriu descarado
com a lembrança. “Quando eu vi você parada me analisando da cabeça aos pés, eu
congelei.” Ele gargalhou. “Imagine, geralmente é o físico de caras como Jake que
chamam a atenção de garotas, não como o meu. E você estava ao lado dele me
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secando daquele jeito. Rá! Não sabe como eu me senti!” Ele estava muito convencido.
“Não sei por que a comparação com Jake. O estilo forjado dele não me agrada. Você é
mais... como posso dizer... perfeitinho, essa barriga sarada, esse peito perfeito, tudo
é mais... bonito.” Passei as mãos nas partes que eu citava mordendo os lábios e com
o olhar travesso.
Ele sorriu convencido e virou-se, passando os dedos pela minha barriga, na barriga
não, na parte baixa da barriga, bem baixa, distribuindo pequenos choques por onde os
dedos passavam.
“Tudo bem, é para falar o que o outro é? Você é que é sem defeito, magistral,
deslumbrante, completa, feito com nímio cuidado e com delicadeza. Tudo na medida
ideal, fascinante.” Mordeu os lábios sensualmente enquanto falava.
“Sou gostosa?” Sorri, querendo desconcertá-lo com o palavreado fora do seu comum.
Ele sorriu torto e me puxou para me encostar a ele, levantando a minha perna na coxa
dele.
“Hum... gostosa? Será que essa é a palavra certa?” Passou a mão do meu rosto,
pescoço, colo, seio, barriga, cintura e se comportou de um jeito não apropriado para o
lugar, segurando no meu quadril, apertando e passeando com as mãos, mantendo no
rosto um olhar estimulado. “Gostosa demais!” Estava descarado e continuou me
estreitando a ele e mordiscando o meu queixo.
Ele estava tão sedutor e quente que estava me deixando ardente sem ao menos me
beijar. O seu corpo dava sinal enérgico. Segunda vez hoje. É de rir. Homens são
interessantes.
“Bella, vamos... dar um mergulho.” Sua voz cambaleou e ele beijou minha orelha
convincente.
É um banho poderia fazer bem para nós.
“Ok.” Peguei sua mão, ele me levantou e caminhamos rumo ao mar.
630 de 1595 26/05/2011 20:45

Ele hoje não parecia a mesma pessoa de um ano atrás. Naquela época fugia de mim,
me evitava e hoje é atraído por mim como ímã, enlouquecido por mim.
Em todo o tempo, ele olhava-me com olhar faminto e sensual, alisando minha pele na
mínima oportunidade, encostando meu corpo a ele, parecendo precisar de mim e ser
feliz com a minha companhia.
Entramos mar adentro para uma parte mais calma, onde as ondas não quebravam.
Uma parte bem mais afastada.
Ele aproveitou que ficamos longe da praia e beijou-me como louco, beijos que
mostravam que ele ia me devorar pedacinho por pedacinho. Sua língua invadiu minha
boca, me tirando a noção de espaço e local. O nosso corpo respondia
desesperadamente, o dele muito evidente e atrativo.
Foram longos minutos, com esses beijos calorosos dentro do mar. Eu percebia que ele
estava muito descontrolado e passaria o dia assim se continuássemos tão próximos.
Ele precisava se aliviar. Mesmo que ele não dissesse ou pedisse, ele necessitava disso,
pois sua excitação estava muito veemente e ele padecia ardentemente por mim.
Estávamos a uma distância segura de olhos, mesmo assim eu ainda estava indecisa de
sua autorização, pois quando o acariciei lá em casa inicialmente ele não aceitou. No
entanto, eu sei que ele gosta disso, e eu queria lhe proporcionar esse prazer.
Sem soltar de seus beijos desci as mãos por seu abdômen, até alcançá-lo por cima da
sunga, onde passei a mão e apertei o comprimento. Ele arfou, ficou suspirando alguns
minutos em meu rosto e não me censurou dessa vez. Ele necessitava daquilo.
Então eu me senti poderosa e o peguei por dentro da sunga, libertando-o. Ele pulsava.
Depois que o toquei, Edward entrou em um aparente desespero, mordendo meus

lábios com mais força, ofegando. Seu corpo implorava por aquela evolução e eu
movimentei as mãos. Ele puxava o ar pelos dentes em cada movimento que eu fazia.
Aquilo fazia o meu corpo queimar, e eu gemia e o beijava urgente.
Ele estava de costas para a praia e desamarrou do meu pescoço a minha parte de
cima, passando a mãos e apertando os meus seios. Eu ansiava por sua boca ali, e
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arqueei o corpo, mostrando o que eu queria. Ele esqueceu onde estávamos e desceu
com os lábios de um jeito louco, desejoso, sugando, lambendo. Eu regozijava e
entrava em delírio com a ocasião.
Ar livre, mar, vento, sol, água, tudo aumentava gradativamente o meu prazer.
Se existem coisas melhores do que os momentos que ele me proporciona, eu devo

morrer em experimentar.
Minha mão continuava nele, de um jeito dominador. “Ai, Bella...” Ele murmurava e
dava pequenos gemidos. Se eu não soubesse o que se passava diria que ele sentia
dor, a impressão era essa pelo modo como ele sugava o ar nos dentes. Todavia era
mais correto acreditar que ele estava inebriado de paixão e prazer.
Suspirávamos e gemíamos extasiados pelo momento. Ele voltou para os meus lábios e
ofegou mais compulsivamente, empurrando um pouco o quadril, se entregando ao
prazer que o consumia. Movi minhas mãos com mais precisão quando percebi que seu
momento chegava. Depois de um tempo, ele enrijeceu o corpo, parecendo
arrepiar-se, e seguidamente relaxou, no momento em que se derramava, ofegando
em minha boca. Segundo depois mordeu leve o meu queixo.
Sorte nossa a praia estar vazia.
“Está ficando ousada.” Me abraçou, prendendo o laço do meu biquíni no pescoço.
“Você não podia ficar assim o dia todo, né.” Sorri maliciosa.
“Obrigado. Vou ficar em dívida.”
“Eu gosto de ver você assim... sou sua.” Beijei ternamente sua boca.
Ele abraçou-me, mostrando mais calma.
Coitado, eu precisava aliviá-lo. Ele já estava passando a manhã toda com essa tensão
acumulada. Desde que passou o bronzeador pela primeira vez ficou assim. Era minha
632 de 1595 26/05/2011 20:45

culpa, por isso decidi fazer isso por ele. Com certeza ele ficará com uma sensação
agradável, calma e relaxada agora.
Ficamos naquela parte da praia, eu boiando de costas e ele me olhando com um

sorriso no rosto.
“Ai, Edward, acho que você está tentando me deixar convencida olhando assim para
mim.” Continuei a mercê d’água.
“Como assim?” Sorriu com os lábios molhados.
“Como um ar de que encontrou algo sonhado por toda a vida.”
Ele se aproximou e me colocou em pé, encostando-me em seu corpo e segurando

com as duas mãos em meu rosto. “E é. Você é tudo que um dia eu pensei e sonhei
que eu pudesse ter. É muito mais. Você é real. E eu quero que fique a garota mais
convencida do estado de Washington para você nunca desistir de me esperar.” Suas
palavras foram muito convictas, me trazendo alegria extra.
Saímos do mar e eu deitei para pegar mais um sol. Ele arrumou um lanche que
trouxera, e deitou ao meu lado.
Em todo o tempo passava as mãos insistentemente em mim. Sem palavras. Ele

distribuía sorrisos de satisfação e felicidade em minha direção. E eu estava convencida
do seu amor. Estávamos em um mundinho fechado e recheado de amor.
Saímos da praia por volta de três da tarde. Chegamos e Rose tinha feito almoço.
Almoçamos, tomamos banho e ficamos na sala assistindo um filme.
Estávamos muito cansados da praia, então Edward ligou mais uma vez para o meu
pai, pediu que eu dormisse na casa dele novamente e avisou que iríamos no dia
seguinte a fim de levar Jasper para os últimos ensaios. Meu pai não se importou.
Por volta de oito horas, Edward resolveu ir para o quarto. Parecia estar realmente
cansado, então nos deitamos e colocamos músicas. “Amei o dia, Bella.” Sussurrou em
meu ouvido, já entregue ao sono, abraçando-me forte em seu peito e encaixando-me
ao seu corpo.
633 de 1595 26/05/2011 20:45

Meu corpo estava mole e tudo o que eu queria era descansar em seus braços. A
semana seria completa, não nos separaríamos. Iríamos inebriarmos da presença um
do outro para suportarmos mais longos meses.
Quinta-feira
Acordei mais um dia sentindo suas mãos passando creme em meus pés, era gelado e
incomodava inicialmente, porque eu ainda estava com o corpo quente e cheia de
preguiça, mas depois era relaxante e gratificante. “Edward, se vai me acordar todos os
dias com creme nos pés, você tem que esquentar nas mãos antes de colocar, é
gelado.” Resmunguei e cobri meu rosto.
“Jasper, levante que já estamos saindo.”
“Por que nós vamos cedo?” Jasper perguntou cheio de sono.
“Para não perdermos o dia na cama.”
“Edward, estou cansada, vamos ficar deitado mais um pouquinho...” Pedi e deitei de
bruços.
“Tudo bem, ficar deitada pode, mas você tem que acordar. Depois sentiremos falta
desses momentos que deveríamos estar acordados.” Em sua voz tinha um pesar e eu
resolvi levantar prontamente, passando rápido por ele para esconder meu rosto
amassado.
“Bella, pare com isso. Pra mim você é linda.” Sorriu e deitou na cama, assim que eu
passei indo em direção ao banheiro.
Eu sei que é exagero, mas é muito ruim aparecer toda amassada logo pela manhã
perto do seu namorado que é mais do que lindo.
Dei umas palmadinhas no meu rosto, que continha um pouco de vermelhidão por
causa do sol do dia anterior na praia e joguei água fria. Esperava que não
descamasse. Seria um horror estar na festa da Alice com o rosto descascado.
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Lanchei e fomos para a sala assistir um pouco, a fim de darmos um tempinho e Jasper
dormir mais, afinal, ele devia ter ido tarde para o quarto.
Jasper brinca muito, mas na realidade é extremamente discreto, devia ter entrado lá
só quando teve certeza que estávamos dormindo.
Saímos de Forks por volta de dez da manhã, em duas horas chegaríamos em casa.
Sentei no banco do passageiro e descansei meus pés na perna do Edward. Ligamos o
som e eu cantei alto com Jasper. O garoto só se divertia, cantar que é bom nada.
“O que tem para fazer hoje?” Edward abaixou o som e iniciou uma conversa.
“Bom, eu tenho que buscar o meu vestido, você tem que experimentar a sua roupa e
depois vou ver com Alice se ela precisa de mais alguma coisa.” Respondi e aumentei o
som de novo.
Chegamos a casa e subimos para guardar as nossas roupas em meu quarto.
“Bella, eu vou ficar aqui no seu quarto de novo?” Parecia estar receoso.
“É, qual o problema?” Perguntei despreocupada.
“Seu pai não vai chatear não?”
“Ai, Edward, não vai ser a primeira vez. O problema é só a primeira vez, depois vira
costume.” Sorri.
Arrumei no closet um local para ele colocar as roupas dele.
“Lembra que eu disse que da próxima vez você iria ter um kit aqui em casa?” Peguei
uma bolsa e coloquei em cima da cama.
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Tinha chinelas novas, talco para pés, desodorante masculino, creme para barbear e
pós-barba, pente, spray para cabelo, perfume, bermuda, sunga, mais boxers e pijama
curto de seda, lógico que só a parte debaixo, né. Eu não o quero de camisa nunquinha
em meu quarto. ADORO homem sem camisa, principalmente ele, com esse peito
perfeito.
Ele viu e não disse nada. Somente pegou na sunga e no short de seda e fitou com
olhar perdido. Ao perceber o seu rosto fui ao meu closet e peguei o meu pijama com
estampas iguais e coloquei ao lado do dele.
“Não é exagero, mas a sunga é para tomarmos banho de piscina aqui em casa. Da
outra vez você nem tinha uma aqui. E o short é para ficar mais romântico. Olha que
legal, nós dois vamos vestir pijamas iguais.” Sorri eufórica e sentei em seu colo.
“Tudo bem, Bella. Para quem já foi coagido a aceitar um monte de presente, esses
seus caprichos não são nada.” Beijou o meu rosto sem preocupação.
Almoçamos e saímos para experimentar as roupas. Não passamos mais que duas
horas na rua, então, voltamos e passamos o restante da tarde assistindo filme na sala
debaixo.
Eu deitada com a cabeça em seu colo.
Não sei por que Edward não relaxava em minha casa, meu pai nem estava lá. Ele
podia deitar no sofá igual todo mundo.
“Bella, vamos sair a pé, estou cansado de não fazer nada.” Disse baixo em meu
ouvido.
“Hum... tudo bem, se quer sair da vida preguiçosa, então vamos fazer uma coisa que
gosto.” Propus.
“O quê?”
“Andar de patins. Vamos?” Sentei e empolguei.
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“Não sei... eu andava no da Rosalie, mas faz muitos anos que não ando...” Estava
indeciso.
“E skate, você sabe? Emmett tem um.” Dei outra opção.
Ele ficou calado pensando por alguns minutos.
“Faz assim, você quer mesmo andar de patins?” Analisou-me e eu mostrei que queria.
“Então eu posso tentar.”
Subi, pedi os patins do Emmett emprestado e fomos para o parque com os patins nas
mãos.
Chegamos ao parque, eu coloquei os acessórios e comecei a andar sozinha, enquanto

ele ainda se decidia. Fiz algumas manobras, corri acelerado, dei voltas e voltei para
ele.
“Vamos?” Ele estava muito indeciso ainda. “Coloca os patins e levanta, se não
conseguir, você pára. Mas andar de patins é como andar de bicicleta. Você não
esquece. Depois que relaxar você consegue. Vem?!” Impulsionei.
Ele calçou e andou devagar uns minutos. Depois relaxou e se soltou nos movimentos.
Ele ficou ótimo, nem parecia que tinha anos que não andava. Lógico que ele não
arriscou movimentos bruscos, mas conseguiu andar rápido ao meu lado.
“Amei!” Abracei-o, nos desequilibramos e caímos na pista. Eu por cima dele.
“Primeira queda!” Sorriu livre.
“Eu adoro andar de patins!” Declarei entusiasmada.
“Eu adorei andar com você.” Me abraçou ainda caídos no chão, depois nos separamos
para levantarmos.
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O tempo passava rápido, mas nós curtimos. Eu não pensei que seria perfeito assim.
Fazer algo que eu gosto com ele foi sensacional. O fim de tarde foi ótimo, estávamos
nos divertindo cobertos de carinhos. Não passávamos muito tempo sem trocarmos
beijos e abraços pela pista.
Ficamos mais algum tempo no parque e voltamos para casa umas oito horas.
Estávamos exaustos, pois passamos mais de quatro horas andando de patins.
Cansados, tomamos banho e descemos para fazer um lanche.
Meu pai estava na sala com os meus irmãos, só Jéssica que não estava. Edward
continuava desconcertado na presença dos meus familiares e principalmente aqui em
casa, mas já estava bem melhor. Lanchamos na cozinha, depois ficamos um pouco na
sala com o pessoal, então subimos quando eu já estava morrendo de sono.
“Amanhã eu não vou me cansar assim... aliás, acho que amanha vamos passar dia em
algum hotel por aqui...” Resmunguei ao perceber o quão cansada estava, ao ponto de
simplesmente me trocar e deitar em seu peito, sem ânimo para nada.
O dia, no geral, foi bem cheio. Acordamos cedo, viajamos, passamos o dia ocupados,
ainda andamos de patins! Por isso estávamos cansados assim.
“Acho que não vai dar, com certeza sua irmã vai precisar de você.” Ele me aninhou
mais a si, completamente entregue a exaustão.
“Você fez propaganda enganosa... disse que íamos ensaiar muito aquilo.” Insinuei
desavergonhada e ele sorriu desacreditado.
“Por isso eu queria me hospedar em um hotel quando cheguei. Eu fico sem jeito
aqui... estamos na casa do seu pai, lembra?... acho que você não consegue se
controlar.” Estava de olho fechado, mas com um ar presunçoso no fim.
“O que vai fazer comigo que está apostando que eu não vou resistir assim? Foi algo
que você aprendeu com os seus estudos?” Perguntei com um sorriso travesso, ele
abriu os olhos e sorriu torto.
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“Vamos dormir, vamos. Acho que amanhã vamos nos hospedar em algum lugar
mesmo, nem que seja só por algumas horas.” Propôs e fechou os olhos novamente.
“Eu não quero esperar até amanhã. Eu quero mil beijos hoje. E pode começar a me
dar.” Sentei e tirei a roupa, ficando de calcinha e sutiã, com cara de criança teimosa.
Ele sorriu, olhou por alguns minutos para mim e ligou a TV.
“Eu adoro ter uma namorada assim... viva e quente...” Beijou-me na boca, molhado e
ansioso,já com ânimo nos olhos. “Mas se fizer muito barulho, vou colocar o
travesseiro na sua boca.” Murmurou divertindo-se e deitou-me na cama.
Assim, ele começou lentamente com os beijos nos meus pés. Eu iria aproveitar ele
todo. Iria saciar-me pelo tempo que há de vir enquanto eu puder. Ele estava
apreciando e beijando detalhadamente o meu corpo. Eu fervia em resposta. Sentindo
sensações sempre novas e desconhecidas. Sua boca incendiava por onde passava e
seu sorriso dominador e satisfeito me enlouquecia. Foram longas horas de prazer...
ambos suspirávamos satisfeitos por esse amor que nos consome e pelo alívio nos
proporcionado com esses momentos.
Sexta-feira
Acordei com o barulho de alguém batendo na porta, então levantei e vesti o roupão.
Edward continuou deitado como estava. Sem camisa, de short de seda e com o braço
sobre o rosto.
“Fala, Jéssica.” Abri a porta, ela entrou e sentou na cadeira de canto, com uma tensão
no rosto.
“Bella, os funcionários da casa disseram que vão contar para o meu pai que está
acontecendo uma pouca vergonha aqui em casa. Disseram que você dorme com Mike
todos os dias aqui em casa, sendo que você tem um namorado. Pior, disseram que
agora seu namorado e Mike dormem aqui. Os dois. No mesmo dia. Eles acham que
Mike dormiu foi com você hoje, mesmo o seu namorado estando aqui. Acredita nisso?
O quê nós vamos fazer?” Ela falava pausado e baixo, mas tinha aflição em seu rosto.
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Eu queria rir da situação. Dormir com Mike e com Edward!? Só na imaginação deles
mesmo.
“Quem te contou isso?” Perguntei preocupada com a minha imagem.
“Alice ouviu a cozinheira conversando com o motorista e me contou.”
“Que horror!” Fiquei horrorizada com a extensão da fofoca.
“Então conta para o meu pai antes que eles contem. Conta hoje à noite. Isso se você
estiver a fim de ficar com ele de verdade. Você quer?” Levantei a sobrancelha
interessada.
Ela ficou calada, aparentemente com os pensamentos longe.
“Até de noite eu resolvo o que falar.” Respondeu sem certeza e saiu.
Mais essa agora!
Acordei Edward e falei da situação. Ele sorriu. Devia estar mesmo satisfeito de Mike ter
se arranjado com a minha irmã.
Passamos o dia trancados no quarto, descendo somente para as refeições conjuntas.

Nos acobertamos de carinhos, beijos, abraços, ofegos, ensaios e olhares libidinosos.
Uma sedução inocente e coberta de veneração... era fácil seguir os planos quando se
está determinado a usufruir de todos os detalhes possíveis que as preliminares
proporcionam. Se eu estou preparada? Não imagino que exista algo melhor.
Edward em todo o tempo foi cuidadoso em conter meus suspiros, diminuindo a

proporção de seus carinhos sempre que me via descontrolada. Pequenas doses de
prazer que se espalharam por todo o dia.
Sentia-me segura com o que seu amor revelava sobre mim. Amava ver seus olhos em
minha direção com sensações de satisfação, amava ver seu corpo tremendo de
êxtase, ver o quanto ele me deseja e me ama acima de qualquer ato nosso. E mesmo
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que nossas atitudes fossem como resolvemos levar, sem junção de corpos, nos
satisfazia inteiramente. Matando a saudade que sentimos um do outro.
Durante meus delírios febris, por diversas vezes propus que ele seguisse em frente,
mas ele preferia esperar, satisfazendo-se com o meu toque em seu corpo. Isso nos
proporcionava conhecimento e intimidade um com o outro. Era satisfatório, atenuante
e muito doce.
Viver esses momentos e todo resplendor que nos proporcionava, só nos trazia mais
garantias que somos um do outro, que somos ligados por algo forte e inigualável.
Tudo em nós se completa. Mesmo o silêncio que paira nas nossas bocas, é
complementado com o diálogo dos nossos olhos, que se entregam e se declaram em
todo o momento o quão grande é o nosso amor e o quanto precisamos um do outro
para sermos felizes. Não há do que reclamar. Todos os meses infelizes são
recompensados com a sua presença transbordante em meu quarto e em minha vida.
Por volta de sete horas ouvi o barulho do carro da Esme chegar. Era barulho de
caminhonete e como não era o Jipe do Emmett, só podia ser o carro dela.
“Edward, vamos nos arrumar e descer.” Ele estava quase dormindo, depois de
tentarmos assistir alguns filmes.
“Estou cansado.” Disse preguiçoso.
“De quê? Passamos à tarde deitados?” Sorri maliciosa. “Lembre que nós ainda vamos
sair e passar algumas horas fora.” Insinuei e ele arregalou os olhos em minha direção.
“Acho que não vamos sair.” Ele estava mesmo admirado com a minha segunda
intenção.
“Você prometeu...” Abracei-o por trás, que estava de short, todo encolhido na cama.
“Tudo bem. Para mim está razoável, mas se você quiser ir...” Virou-se para mim com
o olhar de rendição.
“Bobinho. Estou brincando. Não precisamos sair. Estou satisfeita de você... por
agora.” Sorri e levantei para me arrumar.
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Ele se levantou e direcionou-se ao banheiro.
“Por que você toma tanto banho? Já tomou uns quatro hoje!” Fiquei na porta
esperando ele tirar a roupa.
“Você parece uma criança na sala de aula. Tudo você pergunta.” Tinha desânimo em
seu rosto. “Mas o banho me revigora... fico ativo novamente.” Sorriu
desavergonhado.
“Adorei o dia.” Agarrei em seu pescoço para abraçá-lo.
“Eu adoro cada minutinho que eu passo com você.” Levantou meu queixo e
pronunciou, depositando pequenos beijos em minha boca.
Deixei o banheiro, ele tomou banho e vestiu uma das roupas dele que fica em minha
casa. Descemos e a família toda estava presente.
Sentamos a mesa, que por coincidência era de dez lugares. Meu pai estava
completamente satisfeito em ter todos ali, principalmente Esme que estava sentada ao
seu lado, com olhar apaixonado em sua direção.
Alice olhava distante para o prato. Emmett estava viajando, olhando Rosalie com olhar
de peixe morto, como se ela fosse a oitava maravilha do mundo. Jasper estava no seu
autismo, com um joguinho nas mãos. Que coisa era aquela que o garoto estava? Pior,
ele sibilava com o aparelhinho. Cada dia que passa o menino ficava mais doidinho!
Mike chegou, ocupando o último lugar na mesa e sentou-se ao lado da Jéssica. Meu
pai nem percebeu isso. Carlisle ultimamente não estava percebendo muita coisa, devia
estar mesmo apaixonado.
Jéssica estava um pouco apreensiva, acredito que hoje ela ia contar do seu
envolvimento com Mike.
“Pai...” Ela o chamou. Geralmente Jéssica quase não conversa quando estamos em
uma mesa reunidos, além disso, ela estava muito sem cor, meio pálida. Talvez fosse
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nervosismo. Mike também está aparentemente tenso. Nossa, será que ela ia falar
aquilo aqui, na frente de todos? Acho que isso devia ser meio particular, não? Tudo
bem que somos quase uma família, mas acho que isso não é do interesse de todos.
“Fala filha.” Carlisle direcionou o olhar a ela, interrompendo a conversa com Esme.
“Passa o azeite, por favor.” Ela pareceu frustrada. Provavelmente não tivesse
encontrado forças para falar.
“Jéssica, aqui não.” Sibilei de modo que só ela ouvisse.
Ela pegou um guardanapo, escreveu algo e passou para mim.
‘Tem que ser aqui para ele não surtar.’
Até parece que meu pai vai surtar com isso. Só na cabeça da Jéssica mesmo.
Iniciou-se a conversa em grupo na mesa, meu pai se esforçou tentando manter o

diálogo com Edward, então foi logo no ponto principal = política. O que fez Edward
falar por muitos minutos. Eu olhava em sua direção admirada com a pessoa que tinha
ali. Ele é completamente convicto do que fala, do que quer e do que acredita. A sua
opinião levantou idéias favoráveis e contrárias na mesa. Até Emmett entrou na
conversa. Edward é muito envolvido com idéias sociais, mas meu pai mostrou outros
pontos de vista. Deu algumas idéias como empresário, e Edward aceitou os seus
pontos, parecendo repensar o seu idealismo com relação às causas sociais. Também
entrei na conversa, dando o meu ponto de vista. Acredito que o governo tem que
bolar mais incentivos para empresas, a fim de envolvê-las em questões sociais da
comunidade e principalmente dos funcionários.
Parecíamos uma família normal.
“Gente, com licença.” Jéssica saiu da mesa e direcionou correndo ao banheiro. Tive a
impressão que ela estava chorando e fui atrás.
Cheguei à porta do banheiro e ouvi um barulho de descarga por vários minutos.
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“Está tudo bem?” Tentei abrir.
“Sim. Estou indo.”
Voltei para a mesa preocupada com a minha irmã. Ela estava tão nervosa que estava
com dor de barriga. O quê que tem falar que namora o filho do acionista da empresa
do meu pai? Em tudo aqui em casa, sempre fui eu que tive os assuntos piores de ser
enfrentados por ele, e eu sempre me saí muito bem. Olha como está nossa família
hoje! Mesmo que Mike seja dois anos mais novo que ela, isso não significa nada.
Ela voltou e encarou Mike por alguns minutos. Será que era só eu quem estava
observando isso?
“Pai...”
“Fala, Jéssica.” Meu pai olhou em sua direção impaciente.
“Eu quero falar uma coisa.”
Ele sorriu em antecipação.
“Vai dar a sua opinião sobre política também?”
“Não, tenho uma coisa para informar.”
“Pode falar.” Seus olhos ficaram ansiosos.
“Eu estou namorando Mike.” Atropelou as palavras com o nervosismo.
Sinceramente esse nervosismo era desnecessário. Meu pai olhou para Mike, que
estava encolhido na cadeira, por longos minutos.
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“Que legal, Jéssica!” Fingi novidade, eufórica, para tirar a tensão do ar.
“Interessante... pensei que o interesse do Mike aqui era outro.” Olhou desnorteado em
minha direção, mas estava com o humor composto.
“Pois é, estamos juntos há alguns meses.” Jéssica continuou muito tensa.
“Tudo bem.” Carlisle virou-se para Edward a fim de continuar a falar.
Eu ele estava empolgado com o assunto, ou estava tentando conquistar o filho da

Esme.
Eu particularmente estava amando e sorrindo comigo mesma daquele momento dos

dois juntos.
“Pai, eu estou grávida.” Foi só um sussurro que se ouviu na mesa.
Todos viraram em direção a Jéssica e ela ficou branca.
“O QUÊ?!” Raios de espanto e incredulidade passaram pelo rosto do meu pai.
“LASCOU!!” Quem podia ser? Jasper, que deixou o joguinho de lado e aprontou os
ouvidos para ouvir a conversa. O garoto adora uma fofoca.
Esme desconcertou, Edward olhou-me espantado, mas com um sorriso preso.
Os demais, todos ficaram tensos com o que se seguiria.
Jéssica pareceu criar coragem e continuou.
“Estou de quatro meses... e... não é culpa dele.” Pegou na mão do Mike, que
continuava calado.
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“Jéssica, como você foi ser irresponsável assim?” Meu pai continuava sem ação, as
palavras saindo quase sem sons de sua boca. Esme alisava o seu rosto, acalmando-o.
“Pai, eu me responsabilizo. Eu quero.” Ela adotou uma postura mais calma.
“Ah, é claro que quer!... Filha, ele é uma criança...” Carlisle apertava a fronte com os
dedos, nervoso, e falava com relação a idade do Mike.
“HÁ!! CRIANÇAS QUE FAZEM CRIANÇAS!!” Jasper se intrometeu mais uma vez,
gargalhando.
“Jasper!” Esme chamou sua atenção.
O garoto prendeu o riso e pegou novamente o seu joguinho.
Mesmo que ela tenha chamado a atenção do garoto, o seu comentário serviu para
amenizar o clima na mesa.
“Então vou ser titia!!? Olha, pai, que legal! Logo teremos uma criança rondando pela
casa. Você vai ser vovô, papai! Que coisa! Um pai gatão desses já é avô!” Puxei o
saco, o que o fez acalmar e segurar um sorriso convencido, depois levantei para
abraçar a Jéssica, que me agradeceu com os olhos por aquela atitude.
O que tinha para ele fazer além de aceitar? O bebê já estava feito mesmo!
Esme também levantou para falar com a Jéssica e o clima ruim da mesa se dissipou,
todos relaxaram.
Olhei para Jasper e ele balançou a cabeça em negativa, com os olhos cerrados,
sibilando baixinho, com o olhar travesso. “Bandida, bandida!”
Gargalhei.
646 de 1595 26/05/2011 20:45

Eu tinha que tirar minha irmã de uma fria, né?
O clima na mesa amenizou, depois ficamos espalhados pela casa. Alice estava muito
sonsa, muito quietinha. Ela realmente ficava chateada com o fato do Jasper passar o
tempo todo agora com esses jogos virtuais dele. Antigamente os dois sempre ficavam
juntos, depois dos beijinhos que os dois deram, pararam.
Subimos para o quarto, deixando algumas pessoas embaixo ainda.
“Eu estou com inveja, também quero um...” Brinquei, enquanto arrumava-me para
dormir. Mas era só divertimento mesmo, eu não pretendo essas loucuras por
enquanto.
Ele ficou calado, depois pegou no meu rosto, com olhar bem expressivo.
“Espere... vamos fazer as coisas na ordem certa.” Disse com convicção, sem
prolongar no assunto.
O abracei feliz em saber que mesmo que demore, seguiremos planos juntos.
Não conversamos detalhes sobre o jantar, mas aparentemente ele estava achando um
sucesso a convivência da nossa família e conseqüentemente a convivência com o meu
pai. Tenho certeza que tudo que ele um dia pensou a respeito do meu pai se dissipou,
e ele hoje acredita que foi o destino quem nos uniu e que uniu a nossa família, no
tempo certo e na hora certa.
Estávamos cansados, estão colocamos o nosso pijama e capotamos em sono rápido.
A vida em seu perfeito lugar.
Sábado.
O dia estava muito quente e a casa estava cheia, então descemos cedo e tomamos
banho de piscina quase a manhã toda.
647 de 1595 26/05/2011 20:45

Fiquei observando Emmett e a Rosalie. Ela continua séria e mantendo Emmett no eixo.
Eles não são aqueles casais que ficam se agarrando, se tocando e fazendo carícias. Ela
sempre mantém uma distância segura dele.
“Sua irmã é jogo duro, né?” Cochichei no ouvido do Edward, que estava dentro da
piscina e eu na borda, tomando sol.
“Ela tem os motivos dela.”
“Você sabe os motivos?” Com certeza foi algo que ele implantou na cabeça dela.
“Está ligando a quem vocês são. Ela pensa que ele só quer usá-la.” Edward também
parecia acreditar nisso.
“Mas ele já mostrou que gosta dela.” Tentei convencê-lo.
“Sim, mas ela não confia nele totalmente. Ela acha que ele só quer...” Interrompeu
sugestivamente.
“Transar?” Complementei.
“Sim.” Parecia ser essa também a sua opinião.
“Ele não quer isso. Ele tem milhares de meninas à disposição dele só para isso. Ele
gosta dela. Convença-a disso. Ele pensa em casamento e tudo mais.” Tentei mais uma
vez.
Edward me puxou para a piscina e me encostou a borda, segurando em minha cintura.
“Casamento? Mas eles estão juntos há poucos meses!” Ele estava admirado.
“Melhor que nós dois que nem temos prev...” Ele sentiu o que eu ia falar.
648 de 1595 26/05/2011 20:45

“Bella... temos que ter paciência.” Tocou o meu rosto, em seu semblante tinha pesar.
Na verdade eu não tenho pressa, o que me deixa meio aflita é saber que pode durar
muitos anos essa minha espera.
“Eu tenho... só estou brincando.” Beijei seu pescoço. “Tá se achando né? Tá pensando
que eu estou te pedindo em casamento, é?” Brinquei e depois mergulhamos juntos na
piscina.
Depois de longos minutos brincando eu voltei para pegar mais sol, passando lá filtro
solar fator cem, no rosto e pescoço.
Alice foi cedo para o salão, eu infelizmente teria que ir por volta de duas da tarde, mas
por enquanto ainda ia me divertir um pouco.
“Por que pega tanto sol?” Perguntou, encostando-se à borda da piscina novamente.
“Você não observou a marquinha não?” Insinuei.
“Não.” Respondeu sem rumo.
“Então, quando eu voltar do salão eu te mostro.” Sorri maliciosa. “Você vai comigo?”
“Posso ir.” Respondeu em prontidão.
Ia ser interessante ter um homem no salão.
Subimos, troquei de roupa, almoçamos e eu fui para a sessão de tortura.
Ele foi e ficou sentando lendo um livro, enquanto as mulheres tagarelavam e o barulho
do secador incomodava. Mas ele pareceu não ligar. A sua presença trazia olhares em
sua direção, as mulheres ficavam boquiabertas com a beleza do meu anjinho
enfeitando aquele lugar. Tudo bem, todo mundo merece um colírio para os olhos.
649 de 1595 26/05/2011 20:45

Saímos de lá por volta de cinco horas. Ainda tínhamos um tempinho até o horário da
festa. Então, subimos e deitamos para descansar um pouco.
“Será que Ryan vem?” Perguntei preocupada se a irmã dele viria.
“Acho que sim, ele estava bem empolgado. Por quê? Algum problema?” Percebeu a
tensão no meu rosto.
“Não. Será que a irmã dele vem?” Tentei esconder a minha insatisfação.
“Bella... a irmã dele não é um problema. Pensei que estava mais segura.” Moldava
insistentemente os cachos dos meus cabelos, que estavam amassados em seu peito.
“Eu sou segura. Só que eu sei o tanto que ela é abusada e pode estragar o clima de
paz da festa.”
“Não se preocupe, não vou sair de perto de você nenhum minuto, e eu não acho que
ela seja tão corajosa assim ao ponto de me atacar em um local onde minha namorada
vai estar presente.” Beijou-me no rosto. “Você ia me mostrar o porquê de tomar tanto
sol, vai mostrar agora?” Perguntou malicioso e eu, meio cansada, resolvi deixar para
mais tarde, quem sabe depois da festa.
“Vamos tentar dormir um pouco. Mais para a madrugada eu vou estar mais elétrica e
mostro. A festa vai durar muito tempo, temos que ter energia para dançar. Hoje vou
dançar até!” Disse empolgada e deitei de lado, de costas para ele. Então ele se
aconchegou a mim e ficou calado, esperando o sono.
Alice POV
Podem falar o que for da minha festa, me chamar de criançona e tudo mais. Mas é por
isso eu queria que só viessem pessoas conhecidas, afinal, a minha festa vai ser bem
diferente das de 15 anos tradicionais.
O tema escolhido foi Neverland, ou seja, A Terra do Nunca. A decoração do salão de

festas, de dez mil metros quadrados, estava toda colorida com tons azul, rosa, prata,
650 de 1595 26/05/2011 20:45

branco.
Dos cantos das paredes saiam voais azuis, brancos e rosas. Eles se encontrando no
centro do salão, simbolizando o mar. Também tinham estrelas, luas, e caiam
cachoeiras de luzes em alguns pontos.
O meu primeiro vestido é verde limão, tomara que caia e com pontas nas saias. A saia
é curta e armada, e a blusa cheia de pedras e transparente na barriga. Tapando
somente os seios.
Chegamos cedo, todos lá de casa. A maquiadora ainda ia fazer uns retoques nas
minhas irmãs.
As roupas que escolhi para as debutantes são rosa pink. O modelo de fadas. As blusas
são costas nuas de botão e transparentes na barriga, e as saias armadas e de pontas.
Tudo na minha festa vai ser muito colorido. Somente os garotos que vão continuar
formais, vão usar smoking mesmo.
Agora Jasper vai ficar muito fofo com a roupa que escolhi para ele. Vai ficar parecendo
um príncipe com aquele traje branco. Até que eu queria que ele vestisse de Peter Pan,
mas com certeza ele não viria se fosse vestido assim. Já reclamou mil vezes por ter
que vir com essa roupa!
Ele está tão lindo. Voltou a engordar, os cabelos cresceram desde que ele parou com
os remédios. Não que ele já não fosse lindo, mas agora está mais. Ele podia me beijar
de novo hoje, já que é o meu aniversário.
22 horas
Recebi os convidados na porta com o meu pai e já rolava músicas românticas na festa.
As pessoas estavam encantadas com o colorido do salão, olhando para os mínimos

detalhes. As decorações das mesas, eu pedi uma imitação de árvore, cheia de
marshmalows e guloseimas, isso estava deixando todo mundo doido para comer tudo.
651 de 1595 26/05/2011 20:45

Estou orgulhosa de mim, sou muito estilosa e não gosto de coisas iguais todo mundo.
Tirei milhares de fotos com o meu pai e com convidados. Logo na entrada tinha o local
específico para fotógrafos, então cada celebridade que entrava, aprontávamos para
um flash. Coisas do meu pai.
Olhei para o salão e percebi um casal que não deixava a pista um minuto. Era Bella e
Edward. Eles estão muito felizes.
Vi os olhos do Jasper em minha direção. Até que quando ele está longe daquele pc
idiota dele, ele tem olhos para mim.
Contratamos uma equipe de teatro que fez uma encenação do Peter Pan e A Terra do
Nunca. Foi diferente e chamou a atenção. Na verdade eu queria algo bem
descontraído.
A única parte que seria formal, era a hora das homenagens, anel e valsa. Nada mais
que meia hora.
Após a encenação subi para trocar de roupa. Meu novo vestido estava para o
tradicional, mesmo assim tinha um ar de fada. Era rosa bebê, curto, transparente na
barriga e de alças.
Em poucos minutos eu entraria.
A moça do cerimonial me acompanhou com o seu rádio de comunicação interna e eu

avisei que podiam apagar as luzes que eu iria entrar.
Assim foi feito.
Apagaram as luzes do salão.
Ajustei meu microfone e o teclado de Bella deu início à introdução da música, depois
começou o solo do Emmett no violão elétrico e Mike na bateria fez a virada.
652 de 1595 26/05/2011 20:45

Como combinado, um holofote refletiu sobre mim e eu comecei a cantar e andar

lentamente.
Eu estava muito nervosa com há muito tempo não sentia. Tinha que ir da entrada
principal até o centro do salão, de onde saiam cascatas de luzes.
A música era uma homenagem ao meu pai que Emmett escreveu. Eu senti um enorme
desejo de chorar. Minha vida é tão perfeita, minha família é tão perfeita, o meu mundo
é perfeito. Muito mais do que qualquer garota merece ter.
Mesmo que minha mãe não viva com a gente e não tenha vindo, tudo é completo para
mim com a família que tenho.
Segurei a emoção e alcancei o centro do salão. O meu pai esperava ali e eu finalizava
a música olhando em seus olhos, agradecida por tê-lo em minha vida e por fazer de
mim a pessoa que sou.
Quando a música encerrou, Bella continuou fazendo o fundo musical, enquanto meu
pai colocava o anel em meu dedo. Em seguida o cerimonial anunciou que meu pai
falaria algo para mim. Assim, ele fez: “Eu quero dizer para você, Alice, que você foi o
maior presente que a vida me deu. Eu já tinha três e não pensei ter espaço em meu
coração para amar mais alguém, então você veio, ocupando um espaço enorme em
mim. Nós pais, amamos todos os filhos de maneiras iguais. Os filhos é que nos
conquistam de maneiras diferentes. Com relação a você, você se dá mais,
preocupa-se comigo, está sempre próxima. É uma filha e pessoa especial. Você não
me trata simplesmente como um pai, mas me faz sentir um super pai, protetor, herói
e amado. Você é tão dependente que é como se eu tivesse vindo ao mundo com a
exclusiva missão de cuidar de você.” Meu pai embargou a voz, e eu já chorava
emocionada. “E se essa for realmente a minha missão, sinto-me completo em saber
que estou conseguindo, porque você só trás orgulho para mim.” No fim lágrimas
rolaram de seus olhos.
Ele me abraçou por alguns segundos, e a música de fundo tornava tudo mais
emocionante.
Após um tempo abraçados, o cerimonial avisou que agora seriam os meus

agradecimentos.
“Agradeço muito a presença de vocês aqui. Bom, eu escrevi, escrevi, mas não existem
palavras que mostrem o quanto eu sou agradecida de ter a vida que eu tenho, os
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amigos que eu tenho, a família que eu tenho e por fim, o pai que eu tenho. A vida não
poderia ter me dado algo melhor do que isso. E eu sou muito grata. Quero dizer pai,
que eu vou ser sempre o seu bebê, a sua criança, e você vai ser sempre meu herói. Te
amo pai.”
Palmas...
Iniciou-se a música para a primeira valsa.
A primeira foi com o meu pai, a segunda com Emmett e a terceira seria com Jasper.
Mesmo passando horas perto do Jasper, esses últimos dias, sua presença me deixa
tensa e muitas vezes irritada.
“Minha vez, chatinha.” Pegou-me dos braços do Emmett sorrindo, e rodou comigo
pelo salão. Sorri da segurança que ele tem.
Ele estava lindo e convencido, com um sorriso grande no rosto, me olhando alegre.
Tinha um calor brotando de dentro dele, me completando.
“Vai ser a melhor valsa da sua vida.” Disse presunçoso. “Podia ser a melhor noite, se
você quisesse...”
“Ah é? E o que falta para ser a melhor?” Dei asas aquele convencimento dele.
“Falta você me implorar por um beijo. Eu não vou mais forçar com você. Você tem que
me pedir.” Sorriu e continuou dançando. Eu olhei em seu rosto pensando seriamente
naquela proposta. Eu poderia pedir, já que estava no calor da emoção mesmo, podia
aproveitar o momento.
“Alice, acorda. Todos vão perceber essa sua paixão por mim.” Pegou na minha nuca e
aproximou o rosto do meu, parecendo que ia me beijar. Mas jogou-me para um lado,
depois para o outro, e deitou-me sobre suas mãos, com muita segurança. Seguro e
lindo. E eu o amo.
654 de 1595 26/05/2011 20:45

“Jasper, você me beija?” Disse desacreditada de mim mesma.
Ele sorriu muito convencido.
“Não conseguiu me resistir?” Continuou me jogando para os lados firmemente.
“Ai, Jasper, não se ache, o problema é que você é o único disponível. E eu não estou a
fim de beijar qualquer boca, você pelo menos eu sei que escova os dentes.” Sorri
disfarçando a minha vontade.
“Então faz assim... não quero te beijar em público por causa do seu pai e do Edward,
que pode me encher o saco porque você é muito nova. Mas quando terminar a música
você me encontra no estacionamento. Entre o carro da Bella e o do Emmett.” Ele
propôs e continuou sorrindo.
Fiquei nervosa, mas subi correndo para vestir o outro vestido, enquanto as pessoas
invadiam a pista para continuar dançando valsa.
Vesti um vestido de couro vermelho, tomara que caia e de zíper na frente, uma
sandália com salto baixo, a fim de não machucar meus pés já que íamos dançar, e
desci indo direto para o estacionamento.
Jasper estava lá, encostado no carro do Emmett. Ele estava muito sério, não parecia o
moleque atentado que sempre é. Parei e fiquei a uns dois metros dele.
“Vem.” Estendeu a mão com olhar carinhoso e eu me aproximei.
Ele me puxou, passando a mão o meu rosto, depois encostou o rosto no meu,
beijando leve. Estava com uma postura adulta. Desconhecida. Parecia um pouco
nervoso. Então beijou minha boca devagar, me dando a chance de recuar caso eu
quisesse, mas eu continuei ali. Depois ele progrediu, me apertando a ele e colocando a
língua em minha boca. Um beijo carinhoso, quente e bom. Bem diferente daquele dia
no quarto que ele parecia que estava brincando comigo.
Continuamos ali por vários minutos.
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“Alice, sou ligadão em você.” Soltou-me do beijo e ficou beijando meu ouvido,
enquanto isso fiquei diluindo o que ele disse. Então ele também gosta de mim...
“Namora comigo?” Perguntou.
Eu criei coragem e voltei a beijar seus lábios, ele me beijou de um jeito que me fazia
ver estrelinhas, e, devolvendo esse, beijo eu dei a resposta que ele precisava.
Porém ele não se conformava em simplesmente me beijar, ele me apertava ao corpo

dele, passando as mãos nas minhas costas, apertando o meu braço e suspirava de um
jeito muito estranho, mas era bom.
Ele começou a beijar meu pescoço, descendo pelo ombro e colocou a mão no zíper do
meu vestido. Acho que ele queria abrir...
Bella POV
Início da festa - durante as músicas lentas.
Mesmo estando com Edward, consegui dar um pouco de atenção a todos os nossos
amigos que vieram, tanto da Califórnia quantos os da escola e do jornal. Apresentei
Edward para todos, inclusive ao Brandon.
Deixei Edward algum tempo conversando com Jake, que veio somente com uma
garota, e dancei duas músicas lentas com Ryan, que é uma figura. Seu alto astral
extravasa o ambiente. Sorte que ele conhece uns amigos nossos que vieram da
Califórnia, assim, ele não ficou completamente perdido. Apesar que, eu acho difícil
uma pessoa como ele não fazer novos amigos facilmente.
Fim da terceira valsa
Terminou a terceira valsa da Alice e ela subiu, então todos tomaram o salão para
dançar valsa enquanto ela voltava para começar a boate. Eu aproveitei para não
perder um segundo do Edward e entramos na pista. Se têm algo que ele dança bem é
valsa.
“Já te disse uma vez que dias foram os mais perfeitos da minha vida, né...” Beijei
levemente seus lábios enquanto dançávamos a valsa. Estava deslumbrada em seus
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braços, inebriada do seu amor, enquanto rodávamos pelo salão.
“Nem acredito que vou embora depois de amanhã. Nunca estive tão feliz em toda a
minha vida.” Seu semblante era feliz, além do normal.
“O que me consola é saber que estamos juntos, eu sempre vou estar te esperando.”
Voltei a beijá-lo, dançando.
Percebi umas meninas da sala da Alice nos observavam do canto do salão, com olhar
especulativo.
“Sabia que eu fiquei preocupada em deixar você perto do Jake sozinho. Na hora que a
menina que estava com ele saiu, eu tive a impressão que vocês iam ser atacados
pelas garotas próximas.” Eram as mesmas que nos olhavam, invejosas, mas tudo
criança.
“Ai, Bella, eu nem vejo essas coisas. Você é a menina mais bonita daqui, não deveria
se preocupar.” Apertou-me nos seus braços, tentando me convencer, passando a mão
em minha nuca.
“Como eu sou a mais bonita se tem quatorze meninas vestidas iguais a mim?” Não
confiei em sua resposta.
“Eu não preciso avaliar suas roupas para saber se você é ou não a mais bonita daqui.
Qualquer um vê que é. Até por que eu já conheço os detalhes por baixo das roupas.”
Disse pausadamente e sorriu malicioso em meu ouvido. “Além disso, meus olhos já
têm dona, meu coração tem dona, minha vida tem dona, e é você. Arrumada ou
desarrumada, dormindo ou acordada, você é minha dona.” Complementou com os
olhos brilhando em minha direção. Se a intenção era me deixar convencida, acho que
vou explodir. “Podíamos ir embora... devíamos aproveitar que estão todos aqui... e
que sua casa seria toda nossa... de repente eu não precisasse do travesseiro hoje...”
Sua voz foi cálida, convincente e insinuante em meu ouvido. Se eu não fosse a irmã e
melhor amiga da aniversariante, teria sido hipnotizada sem chance de voltar atrás.
Definitivamente esse Edward espontâneo era muito melhor.
Sorri do seu rosto.
657 de 1595 26/05/2011 20:45

“Eu vou... daqui a pouco saímos a la francesa. Enquanto isso, você pode ir ao carro
para mim, estou com um pouco de dor de cabeça. Você podia buscar um remédio na
minha bolsa, aí enquanto você vai lá, eu converso mais um pouco com Ryan.”
“O que tanto conversa com Ryan?” Parecia interessado.
“Estou conferindo se você é fiel mesmo.” Disse despreocupada, depois sorri

descarada. Ele olhou desacreditado para mim. “Bobinho. Ele é meu amigo também,
esqueceu? Só jogando papo fora mesmo. Estou dando um pouquinho de atenção, já
que ele veio de longe. Eu confio em você, eu já disse, meu pingüim.” Sorrimos juntos.
“Então tá, vou lá buscar o remédio.”
Saiu e eu fui para perto do Ryan.
Rosalie POV
“Gosta de festas deste estilo, Ross?” Emmett perguntou enquanto dançávamos pelo
salão.
“Mais ou menos.” Respondi baixo. Escondi a minha real satisfação por festas assim.
Tudo que os Cullen faz é fascinante.
Emmett aproveitou que o casal ao nosso lado não paravam de beijar-se e sentiu que
podia também, depositando beijos em meu pescoço, me fazendo arrepiar.
“Emmett, menos.” Bronqueei.
É lógico que eu gosto de seus beijos, mas ainda estou apreensiva com o fato dele
simplesmente usar as pessoas e abandoná-las. Se eu fosse simplesmente obedecer
minhas vontades, me entregaria totalmente aos seus beijos enlouquecedores. Mas eu
quero ser muito mais que um corpo a mais para ele. Por isso eu não devo ceder aos
seus encantos e cortejos. Mesmo que eu me sinta queimar com a sua presença, devo
resistir.
658 de 1595 26/05/2011 20:45

Luto entre a razão e a vontade.
Esqueci a minha vingança por Thamy, pois meus sentimentos por ele se estabilizaram
tornando-se forte. Fico triste pela Thamy estar distante de mim por causa do meu
namoro, mas eu não mando no meu coração, e eu gosto realmente desse homem
grande e carente.
“Rosalie, no nosso casamento você vai querer uma festa grande ou coisa simples?”
Olhei admirada para ele. É um tanto assustador uma pessoa namorar menos de dois
meses e já ir perguntando uma coisa dessas. Ainda mais quando pergunta como se
fosse algo palpável, não um mero sonho distante.
“Nossa, Emmett, eu não vou casar com você nem tão cedo. Mal começamos a
namorar. Além disso, somos muito novos.” Passei convicção na resposta, mas estava
feliz em saber que ele pensa em casar comigo.
“Ross, tire essa sua capa de durona, por favor. Eu sei que você gosta de mim. Relaxe
vai, já deu para perceber que eu sou sério com você. Eu sou apaixonadão por você, e
você já sabe disso mais do que ninguém. Só pensa no que eu vou te falar.” Ele afastou
meu rosto e beijou minha testa. “Eu tenho qualidades que me qualifiquem como seu
futuro esposo?”
Fiquei sem ação com a pergunta dele. Parecia um futuro pedido de casamento.
Se ele tem qualidades que eu queira em um marido?? Mesmo que eu não queira
admitir, ele é cuidadoso, carinhoso, preocupado, bonito, de família, gosta de mim,
está lutando por mim, é bom, tem uma alma boa, e mesmo que eu negue... sou
apaixonada por ele. Se ele tem qualidades?? Desculpe Thamy... tem todas.
Carlisle POV
“Estou muito feliz que tenha usado o carro.” Acariciei o rosto da mulher da minha vida
enquanto dançávamos.
A nossa vida está se encaixando perfeitamente. Não vejo mais por que não morarmos
juntos, não juntarmos nossas famílias. Nossos filhos namoram, nossas famílias se dão
bem, então não há mais o que esperar.
659 de 1595 26/05/2011 20:45

“Carlisle, eu estou tentando desde ontem falar algo importante com você, mas parece
que estamos meio sem tempo, rodeados demais de pessoas ou cansados demais.
Temos que arrumar um tempinho só para gente.” Estava carinhosa, mas tinha uma
tensão em seu rosto.
“Podemos dormir no flat se você quiser. Lá teremos total privacidade.” Propus e ela
sorriu percebendo as minhas intenções.
Ela me beijou feliz, não se importando com o local. Um beijo quente e sensual, que me
fazia responder inapropriadamente para o local. Meu desejo era pegar essa mulher
imediatamente e sair dali.
A emoção da noite e a perfeição do momento me impulsionou a dizer algo que guardo

em meu peito.
“Esme... nada mudou... a cada dia que passo tenho mais certeza de que... minha vida
está perfeita com você... eu SEMPRE fui apaixonado por você. Toda a vida. E meu
sentimento é tão grande que eu não consigo me conter em ficar dias longe de você...
casa comigo?” Levantei o seu queixo para propor. Ela sorriu.
Edward POV
Ao voltar do estacionamento procurei mais que imediato minha mãe pelo salão. Ela
dançava abraçada com o Sr. Cullen, e eu aproximei-me deles.
“Esme, pode vir aqui, por favor.” Chamei-a e ela percebeu o meu semblante.
“O que foi?” Perguntou assim que deixou a pista e nos acomodamos em um canto do
salão.
“Aconteceu tudo que mais temíamos.” Esperei que ela diluísse lentamente o que eu
queria dizer.
Ela ficou longos minutos calada, olhando para o chão, com stress evidente no
enrijecer de sua testa.
660 de 1595 26/05/2011 20:45

“Temos que ir...” Ela se pronunciou e eu me senti cortar.
“Esse é o certo.” Disse baixo, perdido em meus pensamentos. “Não se preocupe,

mãe, vai dar tudo certo.” Tentei acalmá-la, antes que ela se entregasse a culpa.
“O que vamos fazer?” Perguntou meio perdida.
“Amanhã resolvemos... e a Rose?”
“Ela não vai se importar. Ela não parece gostar dele.” A tensão era exposta em seu
rosto
“Ok.” Fiquei congelado olhando para o chão, tentando continuar com o semblante
composto.
“E você filho?” Ela percebeu a minha dor.
“Ah, mãe... eu me preocupo com ela... é injusto. Ela não merecia isso... quanto a
mim... eu consigo superar. Não se preocupe comigo.” Tentei passar firmeza para
Esme, embora meu coração sangrasse pelo que se seguiria.
Voltei para perto de Bella, que conversava com Ryan, e a chamei.
“Ainda bem que Ryan conhece um monte de gente, né, por que se não ele estaria
sozinho na festa.” Ela observou e olhou o meu rosto por uns minutos. “O que foi que
você está branco? Tinha uma alma penada lá fora?” Ela sorria divertindo-se.
“Nada...”
Peguei um copo d’água para ela, lhe entreguei e refleti por alguns minutos, obstinado
a segurar minhas emoções.
661 de 1595 26/05/2011 20:45

“Bella, Jasper está ficando com Alice?” Necessitava tirar a minha dúvida.
“Não sei. Eles beijaram de brincadeira algumas vezes. Por quê?” Olhou para mim,
analisando-me.
“Nada.”
“Edward, você não vai implicar mais com isso, né?” Passou tensão no seu olhar.
“Vem aqui, Bella.” Chamei-a para fora do salão, trouxe-a para os meus braços e
beijei-a.
Bella POV
Edward além de ter demorado em ir ao carro, ainda voltou estranho.
Percebi ele conversando com Esme alguns minutos, e depois que chegou de lá, seus
olhos estavam completamente tristes. Agora, no estacionamento estava me beijando
como louco, passando as mãos em minhas costas, ansioso. Tudo muito estranho.
“Bella... independente do que aconteça com as nossas vidas futuramente, saiba que
eu sempre vou ser apaixonado por você.” Tinha alguma tristeza em sua voz e estava
me fazendo arrepiar. Fazia tempos que eu não sentia isso, uma sensação de
negativismo.
“Por que está dizendo isso?” Afastei para olhar aqueles olhos distantes.
“Por nada. Só quero que saiba que eu nunca vou te esquecer. Você é a única e sempre
será muito importante para mim.” Pegava em meu rosto, com um pouco de força e
com uma expressão dolorosa no rosto, mas continuou me beijando leve.
“O que está acontecendo? Agora a pouco você estava dizendo que nunca iríamos nos
separar e agora vem com esses papos? O que está acontecendo?” Eu começava a me
abalar com a situação.
662 de 1595 26/05/2011 20:45

Ele parou de me beijar e ficou mais frio, distante e calado. Eu já estava me

perguntando se fiz algo errado, mas tinha certeza que não.
“O que está acontecendo, Edward? Eu fiz alguma coisa errada?”
“Lógico que não. Você é perfeita. Você nunca faz nada errado. É a melhor coisa que
aconteceu na minha vida... eu nunca vou esquecer a felicidade que você me deu.” Me
abraçou e alisou o meu rosto, meu braço, com o semblante mergulhado em
pensamentos e uma tristeza sem fim. Algo estava errado...
Será que ele estava triste por que ia embora segunda e estava sofrendo por
antecedência? Se fosse, eu tinha que tira essa tristeza do seu rosto.
Beijei sua boca, tentando aprofundar, ele cedia por um tempo, mas depois me detinha
e segurava meu rosto, com uma dor estampada.
“Vamos voltar para o salão?” Propus e o puxei. Eu estava interessada mesmo em

espantar aquele baixo astral do seu rosto.
A banda começou a agitar no salão e eu fiquei empolgada, indo rápido para a pista a
fim de dançar.
“Bella, eu não vou dançar.” Parou e soltou minha mão.
“Por quê? Também está com dor de cabeça? Toma um remédio.” Eu não ia deixar o
baixo astral repentino dele se instalar em mim.
“Estou meio desanimado. Vou sentar. Fica aí dançando com o pessoal.” Ele me deixou
na pista e sentou em uma mesa do canto.
Depois passa, pensei, ele só está com deprê pré-viagem. Intencionada a me divertir,
comecei a dançar com nossos amigos, Alice e Ryan. As pessoas estavam empolgadas.
Em todo o tempo eu jogava beijinhos e fazia charme para Edward. Ele correspondia
com um sorriso triste no rosto que cortava o meu coração. Então me preocupei com
663 de 1595 26/05/2011 20:45

ele, que estava muito quieto, parecia querer dormir, e voltei para a mesa,
sentando-me ao seu lado. Parecia que a noite tinha acabado para ele. Não tinha mais
nenhuma alegria ali.
“Melhora esse rosto vai, anjinho. Vamos curtir.” Beijei sua bochecha.
Ele veio para a pista, mas continuava triste. A música era agitada, mas ele queria
dançar abraçado comigo, segurando o meu rosto com os olhos caídos, como se ele
fosse pegar o avião nesse instante.
“Edward, não estou entendendo a sua mudança. Quero meu namorado aqui.” Exigi.
Queria tentar resgatá-lo daquela melancolia, então dei vários beijinhos em seu rosto.
“Bella, vou lá para o carro. Fica aqui. Estou precisando de um tempinho, pode ser?”
Falou distante, me dando a opção. Parecia que ele precisava de um tempo mesmo.
“Tudo bem. Mas quando voltar, volta melhor tá? A noite vai ser longa... tá lembrado
que estamos quase indo embora, né?” Sorri insinuando e ele abaixou o olhar.
Dancei mais meia hora com o pessoal e fiquei preocupada com Edward. Então fui ao
meu pai e o avisei que já ia embora. De repente um cantinho só nosso resgatasse o
humor do Edward.
Cheguei ao estacionamento e ele estava encostado de lado no meu carro. Ele não viu
a minha aproximação, então o abracei por trás. Ele suspirou e eu tive a impressão que
ele limpou os olhos. No seu rosto estava estampada uma angústia muito maior.
“O que foi? Você sabe que eu sempre vou te esperar. Mesmo que você vá segunda, eu
vou continuar aqui... te esperando... e nós vamos viver sempre nossos dias de amor,
não se preocupe.” Tentei amenizar seu sofrimento.
O seu rosto não melhorou, pelo contrário, ele olhou para cima, suspirou forte e
permaneceu em um silêncio torturante. Peguei seu rosto e o beijei. Ele devolveu um
beijo calmo, passando as mãos em meu rosto, em seguida me abraçou forte. Eu
estava começando a deixar a sua tristeza me contaminar.
664 de 1595 26/05/2011 20:45

“Vamos para casa. Ainda tenho algo para te mostrar.” Sugeri maliciosamente.
Chegamos ao quarto, tirei a roupa, tomei banho, vesti uma lingerie branca e ele não
olhou em minha direção. Ele ficou o tempo todo deitado, olhando para o teto com a
expressão vazia.
Sentei no colo dele e ele não se moveu.
“Edward, o que está acontecendo?”
Ele não respondeu e continuou com os pensamentos longes. Deitei ao seu lado e ele
encostou a cabeça em meu colo.
“Vamos perder a noite toda com você assim?” Tirei o sutiã e acendi a luz pra que ele
visse a marquinha do sol, fiz carinha travessa e ameacei tirar a parte de baixo, mas ele
segurou minha mão, cobrindo-me com o lençol, e permaneceu calado.
Eu ia entrar em colapso com ele agindo assim. Parecia até que é a primeira vez que ele
estava indo embora. Fiquei frustrada em perder os últimos momentos nossos com ele
mergulhado nessa aflição.
Ele continuou alisando o meu braço, meu rosto, sem palavras, o que estava me
machucando. A madrugada passava lentamente, e ele estava distante, me deixando
aflita.
Umas três horas, o carro do meu pai chegou.
“Bella, você está acordada? Eu vou lá embaixo, não dorme, me espere, por favor.”
Suplicou e beijou minha testa antes de descer.
Ele desceu e algo em mim começou a incomodar. Eu sentia saudade dele mesmo ele
estando em minha casa. Comecei a me sentir como se ele fosse embora hoje.
“Bella...” Ele voltou quando eu já pegava no sono.
665 de 1595 26/05/2011 20:45

“Deita aqui... vem dormir... queria que você voltasse ao normal... estou com saudade
do meu namorado.” Resmunguei e puxei seu pescoço, encostando-o em meu peito
que estava coberto pelo lençol.
Ele suspirou, beijou o meu seio por cima do lençol, subiu um pouco, beijou várias
vezes o meu colo, depois foi para o meu pescoço, no mesmo instante que sua mão
acariciava minha nuca. Ele mordiscou meu queixo, beijou devagar meu rosto, minhas
pálpebras, minha boca, então eu senti o ar faltar, desejando que ele aprofundasse.
Sua respiração ficou irregular e ele me descobriu, passando as mãos em toda a

extensão do meu corpo, olhando para mim com uma expressão dolorosa. O trouxe
para os meus lábios novamente e nos beijamos famintamente. Abracei-o com força,
envolvendo minhas pernas nele. Ele se entregou aos meus beijos por uns minutos,
gemendo em minha boca, e eu senti que ele poderia perder aquela tristeza que se
instalara, enquanto ele me apertava ansiosamente, com as mãos apalpando minhas
costas, barriga, seios...
Tudo rodava e eu comecei a desabotoar a blusa dele, tirando de dentro da calça

rapidamente. Mas ele freou de repente, me cobriu com o lençol e sentou-se, ofegante,
na cama, passando as mãos nervosamente pelos cabelos.
“Bella, estou indo para Forks.” Informou e eu sentei meio perdida.
“Aconteceu alguma coisa?” Levantei assustada e comecei a procurar uma roupa. “Nós
vamos ficar lá até amanhã?” Eu não estava entendendo o porquê de ir para Forks, mas
se ele queria ir, tudo bem, eu só tinha que arrumar minhas coisas.
“Não, Bella... você não vai...” Olhei em sua direção, completamente sem rumo. Ele
abaixou a cabeça e continuou passando as mãos.
“Por quê? Você não disse que ia ficar comigo todos os dias, independente de onde a
gente ficasse?” Relutei.
“Mas as coisas não vão ser mais assim.” Sua voz baixa estava me machucando.
“Por quê? Eu não estou entendendo.” Sentei na cama, ao seu lado, esperando uma
resposta.
666 de 1595 26/05/2011 20:45

Ele olhou em minha direção e segurou o meu queixo, ensaiando algo para falar.
Desde que ele mudou lá na festa, meu coração só estava ansioso, mas não aflito.
Agora algo dizia que tudo estava muito errado. O seu rosto estava muito infeliz,
mergulhado em uma dor que eu não entendia.
“Bella... não vai dar mais para nos vermos...”
“Como assim? Você pega avião aqui em Seattle!” Ele parecia estar falando algo além
da viagem, mas eu não queria acreditar nisso. “O que não vai dar? Fala claro...” Adotei
uma postura séria... a realidade já batia as minhas portas.
“Não dá mais para ficarmos juntos.” Disse, enfim.
“Por quê? É só por que você vai segunda para a capital? Você sempre vai e eu sempre
soube. Eu não prometi esperar?” Continuei insistindo.
“Eu não quero que me espere mais.” Sua voz foi um murmúrio e ele colocou a cabeça
entre as mãos, olhando para o chão.
“Por quê? Não me quer mais? Eu não importo mais para você?” O pânico começou a
se instalar em mim, e meu coração começou a correr.
Ele não respondeu, mas deitou na cama, olhando para o teto e suspirando. Ele parecia
querer controlar-se, sua respiração estava completamente instável.
“Você não vai entender... mas eu quero dizer que não é por causa de você... é por
causa de outra pessoa...”
“Fala aberto comigo! Eu não estou entendendo!” Ofeguei, alterando o tom, e deixei o
medo tomar conta de mim.
667 de 1595 26/05/2011 20:45

Ele ficou calado, aparentemente tinha intenção de falar algo, mas se retraiu e
congelou.
“Não posso falar... eu queria, mas eu não posso.” Sua voz cortava, ele estava
nervoso, tinha uma dor imensa escondida ali, mas eu não imaginava algo que
motivasse essa angústia.
“Fala, por favor, o que está acontecendo? Até ontem você me amava, agora está
dizendo que vai me deixar por causa de outra pessoa!” Alterei o tom de voz
novamente.
Ele continuou embargado, parecendo estar muito mal.
“Você disse que era fiel, prometeu que nunca ia me deixar, ficou comigo a semana
toda... não tem três horas que disse que eu era sua dona e que eu era muito
importante para você. Putz, me fala! O que há de errado? O que aconteceu que agora
vem me dizer que não dá mais?” Disse pausadamente, sentindo a voz falhar, mas eu
não iria me permitir chorar. Não com ele me dizendo que estava me deixando por
causa de outra pessoa.
“É quem? É a Sophia, não é?” Ele não respondeu e colocou as mãos no rosto,
balançando a cabeça em negativa.
Fiquei pensando, calculando o que podia estar acontecendo... só podia ser outra
mesmo.
Levantei, peguei o colarzinho no porta-jóias e entreguei nas mãos dele. “Tudo bem,
Edward, eu tenho amor próprio. Foi bom enquanto durou. Só não precisava ter me
iludido. Se você queria só passar uma semana comigo, não precisava disso tudo. Foi
bom pra mim também.” Mostrei que não precisava ter me ludibriado com essa história
de fiel e correntinha para ter passado a semana comigo, depois deitei de costas para
ele na cama.
Ele continuou lá, segurando a correntinha com olhar infeliz.
“Você quer que eu devolva os presentes que você me deu também?” Sua voz estava
cortando pelo nervosismo, ele parecia estar sofrendo. Mas eu não conseguia entender
o porquê de seu sofrimento!!
668 de 1595 26/05/2011 20:45

“Não, Edward. Não me devolva nada. Eu dei por que eu gosto de você, e eu não quero
de volta.” Afirmei e me virei de novo, tentando acalmar-me. Mas sua presença em
meu quarto mexia muito comigo, ao ponto de me deixar sem chão.
Eu não devia chorar. Chorar acaba comigo. Foi bom, é isso. Se ele aproveitou esses
dias, eu também aproveitei.
“Bella... você disse que éramos atraídos pelo destino... mas não somos... o destino
nos usou... brincou conosco... eu não acredito mais em nada... não vai mais existir
amor em minha vida... tudo se encerra aqui...” Ele virou para mim, que estava de
costas para ele, e passou os dedos em meu rosto. “Eu quero que acredite em mim.
Mesmo que tudo tenha mudado agora, tudo que eu disse para você que senti e sinto é
verdadeiro. Eu lamento estar fazendo você passar por isso, dói muito mais em mim do
que em você. Todavia eu não tive como evitar. Simplesmente aconteceu. Tinha que
acontecer. Infelizmente foi a nossa união que desencadeou a série de acontecimentos
ligados, então o correto é nos separarmos.”
As lágrimas tentavam brotar dos meus olhos sem que eu quisesse. Ainda mais com ele
falando coisas sobre gostar de mim, e motivando sua deixa com palavras que eu não
via significado. Nada se encaixava. Eu não conseguia entender, e tudo me levava à
beira do desespero.
“Edward, eu não estou entendendo! Se você quer simplesmente me deixar seja lá por
quem for, PARE DE SE JUSTIFICAR! Acontece! Tchau! Valeu! Foi bom enquanto durou!
Vai embora! Já chega! Me deixa em paz!” Tomei fôlego, tentando conter o choro pela
minha ilusão perdida.
“Ela não tem outra opção... você tem.” Ele parecia querer falar abertamente, mas não
tinha coragem o suficiente.
“O quê? Ela está grávida de você, é isso?” Disse baixo e sentei, tentando soar
amigável. Eu queria adotar uma postura de amiga, já que isso eu ainda posso ser.
Ele ficou em pé, olhando para mim por vários minutos. “Bella, você não acredita em
nada do que eu falo, não é?” Inclinou-se e pegou em meu rosto, alisando docemente.
Aquilo doía como se eu estivesse com a pele sendo arrancada. Sua compaixão era
mais dolorida do que sua rejeição. Ele não precisava ter pena de mim, eu me
recupero.
669 de 1595 26/05/2011 20:45

Fiquei calada uns minutos.
“Faz assim, Edward, eu não estou com raiva de você. Quando sair, feche a porta.”
Respirei fundo e me contive.
Ele beijou minha bochecha por vários minutos. “Desculpe, Bella.” Sua expressão era
de muita melancolia, algo sem significado e sem motivação. Estava tudo dolorido
demais para pensar. Eu não conseguia raciocinar em como chegamos a isso em tão
poucas horas.
Ontem eu tinha certeza do seu amor por mim. Estava tudo perfeito. Ele devia ser
muito falso para ter me enganado assim.
Tentei manter minha expressão firme e dura, para não cair na armadilha de chorar.
Tentei pensar em mil coisas e desviar os meus pensamentos daquele momento.
Depois de me olhar pesaroso por alguns minutos. Ele saiu e levou suas coisas,
deixando-me deitada, sozinha.
Bloqueei meus pensamentos, suspirei e tentei dormir para não me deixar acabar por
causa dele. Eu não queria pensar, não me permiti me lembrar dele, nem dos nossos
últimos dias juntos. Tudo me machucaria de uma maneira infinita, então deixei o
cansaço e o torpor me invadir, entregando-me ao sono da madrugada.
Domingo
Acordei umas onze da manhã e meu pai estava deitado no sofá, com semblante de
quem não tinha dormido. Alice estava em seu colo, com o rosto triste também.
“Oi, pai.” Beijei o seu rosto.
“Oi, Bella.”
“Pai, por que Esme foi embora?” Eu queria saber se foi Edward que convenceu ela a ir.
670 de 1595 26/05/2011 20:45

“Ela terminou comigo, Bella.” Seu olhar estava distante.
Fiquei parada, dissolvendo a informação mais chocante ainda que a minha.
“O que aconteceu?” Sentei no braço do sofá, para abraçá-lo, tentando esconder a

minha dor.
“Não sei. A noite estava ótima, eu me declarei para ela, pedi ela em casamento, então
ela fez foi terminar comigo. Depois avisou que estava deixando a empresa e que ia se
mudar de Forks.” Sua voz foi vazia.
Meu coração deu uma pontada, meu cérebro gritou que algo estava mais errado do
que eu imaginava. As lágrimas quiseram novamente invadir meus olhos, motivadas
por ver o sofrimento nos olhos do meu pai. Mas eu me segurei, não deixaria minha
mágoa afetar meus familiares.
Eu pensava, pensava e as coisas não casavam. Não dava para entender.
O clima na minha casa era de tristeza tamanha. Aquela família estava machucando a
minha sem medidas. Como ele disse: estávamos errados... o destino não quis nos
unir... nós forçamos e tudo deu errado... muitas pessoas estavam sofrendo por causa
disso.
O que mais doía, era não conseguir visualizar os motivos. Por que o fato dele me
deixar por outra pessoa, faz com que sua mãe deixe o meu pai e se mude dessa
cidade?
Ele não muda. Não quer deixar os outros serem felizes. Por que ele simplesmente não
terminou comigo e deixou a mãe dele ser feliz com o meu pai?
Edward POV
As árvores passavam como vultos por nós. Eu não imaginava a velocidade que estava.
671 de 1595 26/05/2011 20:45

Os meus olhos teimavam em tornarem-se úmidos, motivados pela angústia que me

invadia e que doía em meu peito.
Tudo era maior do que eu achava poder suportar.
Havia um silêncio total no carro, sendo interrompido somente pelos soluços da Esme
que estava sentada ao meu lado no banco da frente.
Meus dois irmãos não sabiam o que se passava e estavam com os olhares ansiosos
em nossa direção.
Eu não permiti que as lágrimas caíssem, pois magoaria muito mais Esme do que ela
merecia. Sentia-me aflito, com o coração cortando, chateado com o que a vida nos
preparou. Lutamos contra tudo para ficarmos juntos e fomos castigados por
desafiarmos o propósito do ciclo da vida.
“Mãe, o que está acontecendo?” Jasper foi cuidadoso ao perguntar para Esme,
passando carinhosamente as mãos em seus cabelos.
“Nada, filho. Depois conversamos.” Ela estava perdida em choro.
“Desculpa, mãe, isso poderia ter sido evitado se não fosse culpa minha. Eu quem pedi
que você não falasse em março quando eu te liguei. Se você tivesse falado aquela
época tudo teria sido evitado.” Expus minha culpa que me corroia desde quando Bella
me disse que era recente.
“Edward, pare! A culpa é minha. Eu que deveria ter sumido. Não deveria ter me
envolvido de novo, tudo erro meu!” Ela estava aos prantos e nada que eu falasse
ajudaria.
A sua atitude deixava meus irmãos mais apreensivos ainda.
Continuei fitando a estrada enquanto a viagem se seguia.
Lembrava dos olhos incrédulos de Bella, de suas palavras que me machucaram, de
672 de 1595 26/05/2011 20:45

seus atos, de ter semeado dúvidas em seu coração sem estar intencionado...
Se não fosse assim, eu não conseguiria sair de lá, eu não iria conseguir deixá-la.
As nossas lembranças doíam de uma maneira a tirar minha sanidade, não sabia se ia
conseguir suportar viver assim.
“Desculpe, filho... atrapalhei sua vida.” Sua voz foi um murmúrio perdido em lágrimas.
“Não ia dar certo, mãe. Além disso, ela tem outras opções...” Tentei ser firme, para
amenizar a sua dor.
Bella não merecia isso... eu queria simplesmente conseguir arrancar a sua dor. Eu a
conheço e sei que o que ela sente por mim é real, e sofre muito com tudo isso. Mais
uma vez não posso lhe dar respostas verdadeiras por causa do segredo de outra
pessoa. Mais uma vez machucando-a.
Como eu tenho acabado com a vida dela... tomado seu tempo, sua paciência, sua
juventude... devo deixá-la prosseguir com sua vida, embora eu saiba que nunca
amarei mais ninguém como a amo.
Bella POV
Segunda
Em minha casa todos estavam evitando perguntas ou tocar no assunto da família da

Esme. Era dolorido demais para tocarmos nisso.
Emmett foi a Forks logo cedo, ele estava meio apreensivo com a história que meu pai
disse sobre Esme mudar-se de Forks, e saiu cedo.
Fiquei deitada assistindo filme de guerra com Alice. Ela estava muito chateada, pois
tudo ocorreu depois de sua festa.
673 de 1595 26/05/2011 20:45

No fundo eu devia ter visto antes que estava bom demais para ser verdade. É bom
que na vida sempre fiquemos desconfiados, quando as coisas estiverem boas demais,
pode esperar que vem algo ruim por aí. Com Edward sempre foi assim, eu nunca pude
confiar nesse nosso relacionamento. As coisas nunca foram fáceis para nós.
Não adianta eu sempre lutar sozinha quando ele me engana e mente para mim...
Eu não vou pensar nisso! Eu não vou me permitir pensar nele e nem sofrer. Meu
cérebro mandava comandos.
Ouvi um barulho de carro estranho estacionando na garagem da frente, parecia uma

caminhonete. Meu coração palpitou e eu olhei em direção a garagem.
Edward estava lá conversando com o jardineiro, e entrou em direção à sala da entrada

da frente.
“Oi, Bella... er, vou deixar a chave do carro aqui na mesa. Avisa para o seu pai.” Ele
estava receoso e desconcertado.
Colocou a chave na mesinha e saiu andando, ainda olhando em minha direção.
Eu não respondi e direcionei o olhar para TV. Falta de educação, mas eu tinha que me
proteger dele. A aflição de ter ele ali já queria me invadir, meus olhos já queriam ficar
marejados e eu não poda me permitir sofrer assim.
“Bella... você pode vir aqui?” Parou na porta e perguntou.
Eu olhei desacreditada em sua direção, com o coração doendo e orgulho ferido, mas
eu não devia ser tão mal educada. Essa foi minha desculpa.
“Fala daí.” Continuei deitada no sofá.
Ele se aproximou e sentou no puff em frente ao meu sofá.
674 de 1595 26/05/2011 20:45

Tentei não olhar para ele a fim de não recair, até por que seus olhos pareciam ter
compaixão por mim, e eu não queria isso dele. Ele não precisava ter dó de mim. Eu
aproveitei dele, não foi bom só para ele.
“Vem me dar um abraço de boa viagem... de amigos... isso você nunca vai deixar de
ser... minha melhor amiga.” Sua voz foi baixa e tímida.
Alice olhou em nossa direção desacreditada, com crítica nos olhos.
“Edward, não acha suficiente isso tudo não? Pra que abraço?” Continuei sem
encará-lo.
Ele permaneceu lá, calado. Imaginei que estivesse muito difícil para ele me pedir isso,
então levantei e caminhei em direção à garagem para conversar lá, longe dos olhos de
Alice.
Ele veio atrás.
Se tinha algo que podia ficar entre nós, realmente era amizade. Temos uma história
interessante, eu posso ser amiga dele. Eu não sou uma pessoa má ao ponto de
negar-lhe isso. A vida é assim, as pessoas gostam e desgostam, o que pode restar
disso é amizade.
Ao chegar à garagem, senti um tambor latejar em meu coração em imaginar que em

poucos minutos eu iria abraçá-lo, despedindo-me. Fiquei parada ansiosa com o que se
seguiria e levantei os olhos para olhar em seu rosto.
Ele estava aparentemente nervoso, então, sem perder tempo, puxou a minha mão e
me abraçou forte, com a respiração afetada.
Estar em seus braços pela última vez rachou algo dentro de mim e todas as minhas
defesas caíram ao chão. Eu prometi para mim mesma que não ia sofrer, mas essa
armadilha de amigo estava me machucando muito. Naquele momento eu queria chorar
o que estava engasgado desde sábado, mas, heroicamente, eu me segurava.
Depois de um longo tempo me abraçando ele levantou o meu queixo, olhou em meus
olhos, que estavam úmidos pelas lágrimas que queriam brotar e me beijou.
675 de 1595 26/05/2011 20:45

Eu não tive forças para me soltar e aceitei, sentindo meu coração sangrar... Uma
despedida.
Fraca, eu me odiei pela minha falta de amor próprio, por me deixar sofrer assim. Eu
devia odiá-lo também, mas pelo contrário, me apegava a ele insistentemente, sem
conseguir me soltar, querendo mais e mais dele. O amando, mesmo que ele só
pudesse se dar de si seus simples beijos de despedida.
Ele aprofundou, ofegando, apertando-me e deixando-me sem ar. Eu não me importei

se tinha funcionários pela casa, se Alice me censuraria e enlacei o seu pescoço
buscando seus lábios, me apertando mais a ele. A dor em meu peito mandou as
lágrimas para os meus olhos, que desceram sem minha permissão.
Não sei quanto tempo se passou, sei que ele continuou, não me largou. Mesmo
resfolegando, mesmo faltando o ar, ele não parecia querer me deixar, ele não soltou
os meus lábios.
Como ele podia estar me deixando por outra se seus beijos mostravam sua paixão por
mim?
Meu ar faltou e ele me abraçou forte, encostando-me em seu peito, me apertando

muito.
“Er...” Ensaiou algo para falar.
“Não precisamos conversar... só foi uma despedida... eu sou melhor em despedidas

do que você.” Limpei os meus olhos, tentando me recompor, mas continuei com a
cabeça em seu peito. “Quem vai te levar ao aeroporto?” Tentei aumentar as doses de
sua presença.
“Minha mãe. Ela está me esperando aqui em frente.”
“Estão se mudando né... vocês não estão preocupados com a minha família, não? Vão
levar Jasper da gente... vamos sentir tanta falta dele... está tudo tão rápido.” Olhei em
seus olhos, tentando soar amigável.
676 de 1595 26/05/2011 20:45

Ele olhou para o céu uns minutos, inspirando longo, exalando lento, ainda abraçado a
mim.
Estar em seus braços me torturava e ao mesmo tempo trazia um pouquinho de vida

ao meu corpo sem forças, que iria sofrer muito mais em breve, com a sua partida
novamente.
Mas eu me apegava a ele em nossos últimos instantes, como se ainda acreditasse que
somos almas gêmeas, que fomos predestinados e que necessitávamos um do outro
para sobreviver.
“É o melhor... desculpe...” Tinha algo escondido em seus olhos que eu não conseguia
desvendar. “Bella... promete não deixar de ser minha amiga... não quero nada mais
além disso... e... me desculpe por tudo... er... acredite em mim... eu sempre amei
você.” Acariciava meus cabelos enquanto falava e tudo me feria de uma maneira
infinita.
Eu não respondi.
Ele segurou em meu queixo novamente, olhou-me por incontáveis minutos, beijou-me
ternamente e saiu.
O amor de Almas Gêmeas é inesgotável, não diminui à medida que o relacionamento

continua, mas aumenta cada vez mais.
Não existe namorado, amante ou amado, muito menos divisões, desuniões ou

desilusões.
O amor subsiste em outros planos e em outras ocasiões.
É eterno.
(Fonte do trecho desconhecida - Internet)
677 de 1595 26/05/2011 20:45

Notas Finais:
OI GENTE!!!
DEMOREI MAS CHEGUEI.
QUERO DIZER UMA COISA...EU ADORO ESCREVER...E AS

PESSOAS QUE M ACOMPANHAM DESDE O INICIO SABEM QUE EU
CHEGUEI A POSTAR 4 CAPITULOS POR SEMANA...SÓ QUE ELES
FICARAM MUITO GRANDES E EU DIMINUI PARA DOIS...AGORA,
ESTÁ SUPER DIFICIL...QUERO DIZER QUE VAI SE RESUMIR A UM
POR SEMANA.
ESTOU ESTUDANDO P CONCURSOS E ESTÁ DUREZA...
MAS VCS MAIS DO QUE NINGUÉM, SABEM O TANTO QUE EU SOU

ANSIOSA E ADORO ESCREVER...ENTÃO NÃO VOU DEIXAR VCS NA
MÃO E SEMPRE QUE PUDER EU VOU ADIANTAR...BJS
PESSOAS...oBRIGADA POR LER...OBRIGADA POR MANDAR
RECADINHOS.
OBRIGADA MESMO.
NÃO ME MATEM...EU SOFRI MUITO ESCREVENDO ESSE CAPITULO.
É SÉRIO...EU chorei...SEGREDO...EXAGERO NÉ? MAS EU SOU

GENTE...
BJS
678 de 1595 26/05/2011 20:45

Capítulo 34- Limpando a mente escrita por BIA BRAZ

Capítulo 29 - Limpando a mente
Emmett POV
Acordei ontem umas três da tarde, já sentindo saudade da Ross que foi embora de
madrugada com o seu irmão. Ele foi buscá-la ainda na festa. Quando desci para fazer
um lanche, ouvi a conversa na casa sobre o ocorrido durante a madrugada então
liguei imediatamente perguntando se poderia ir lá para conversarmos. Mas ela pediu
que eu não fosse a casa dela porque o clima lá não estava para visitas, porém avisou
que eu poderia ir hoje cedo.
Então, estou aqui na estrada, ainda balançado com os acontecimentos.
Não imagino um motivo que faça a família da Esme se mudar assim tão de repente.
Mesmo que ela tenha terminado com o meu pai e mesmo que Edward tenha terminado
com Bella, isso não é motivo para eles se mudarem.
Ela poderia continuar como a funcionária que era antes de se envolverem.
Cheguei a casa dela e meu coração estava descompassado pelo nervosismo. Eu tinha
uma sensação ruim. Passava pela minha cabeça que ela iria terminar comigo também.
Quando estacionei meu jipe, ela saiu de dentro da casa com o olhar um pouco
distante.
Senti um calafrio, pois mesmo quando eu vinha vê-la somente como amigo, ela
sempre me recebia com um sorriso melhor.
“Oi, minha sereia.” Beijei sua testa, assim que desci do carro.
“Oi.” Sua frieza me desestabilizou. “Emmett, não vamos entrar não, vamos ficar aqui
mesmo.”
Assenti com a cabeça, peguei na sua mão e sentamos em uns troncos de árvores em
frente a sua casa.
“Emmett, acho que você já sabe, mas minha família está indo embora para Phoenix.
Minha mãe vai vender a casa aqui e vai comprar uma lá.”
Balancei a cabeça, desacreditado. “Mas por quê?” Estava completamente perdido.
“Bom, ela disse que como terminou com o seu pai, não quer mais que ele pague o
tratamento do Jasper e não quer mais ter contato com ele. Então ela vai mudar para a
cidade da minha avó, porque lá tem tratamentos públicos e acessíveis.” Mesmo que
ela tentasse manter o semblante estável, havia tristeza em sua voz.
“Você vai?” Perguntei e tive medo de sua resposta, todavia eu sabia que mesmo que
ela fosse e ainda quisesse ficar comigo, eu iria onde ela estivesse.
“Vou. Minha mãe vai arrumar a documentação da escola hoje à tarde, e

provavelmente quarta nos mudamos.”
679 de 1595 26/05/2011 20:45

Fiquei calado pensando na resposta dela à minha próxima pergunta.
“E nós dois?” Segurei sua mão firme, olhando em seus olhos.
Ela abaixou o olhar.
“Nós dois, Emmett?... Temos pouco tempo de namoro... Não precisamos enfrentar
distâncias assim. Eu acho melhor cada um seguir seu rumo.” Não havia certeza em
sua resposta. Rosalie se esconde, ela parece não querer gostar de mim.
“É isso que você quer?” Levantei o seu queixo.
“É assim que tem que ser.” Mesmo eu levantando o seu queixo, ela continuava sem
olhar para mim.
Eu não posso perdê-la.
“Ross, só me responde uma coisa, você gosta de mim?”
“Gostar não é tudo, Emmett.” Foi vazia a sua resposta.
“Você gosta?” Insisti e acariciei o seu rosto.
“Sim.” Respondeu depois de um tempo.
“Então, Ross, eu tenho três opções para nós dois: primeira, você vem morar comigo
na Califórnia...” Observei sua reação e ela me encarou duramente. “Calma, espere eu
falar as outras... Segunda, fica na casa do meu pai e nos fins de semana nos vemos...
Todo fim de semana eu venho te ver.” Ela não pareceu balançar com a proposta.
“Terceira, meu pai tem um flat no centro de Seattle. Você pode ficar lá e eu venho te
ver também nos fins de semana. Prometo te respeitar como se fosse a casa de sua
mãe. Prometo ir embora cedo e não forçar nenhuma situação com você... Só nos dê a
chance de permanecermos juntos. Eu gosto muito de você. Eu queria que tivéssemos
a oportunidade de tentar.”
Ela levantou os olhos em minha direção, parecia que estava me estudando.
Porra, esses olhos verdes da minha gata me tiram do sério! Eu não tenho condições
de viver sem essa mulher!
“Eu vou pensar, Emmett. Até quarta te dou uma resposta... Mas... Emmett, como eu
vou sobreviver? Todas as suas alternativas estão fora da minha realidade. Eu não vou
ser sustentada por ninguém.” Disse baixo e firme, porém doce.
“Assim, eu sei que você não quer ser sustentada por mim, então, eu peço para o meu
pai arrumar alguma coisa para você fazer no jornal, com algum horário especial. O
jornal funciona vinte e quatro horas mesmo.”
“Eu vou pensar... até por que eu não acho que minha mãe e Edward aceitem. Nosso
namoro é muito recente. Isso é meio que uma loucura... Eu acho melhor não... Mas
me dê até quarta que eu te respondo. Talvez eu fique aqui em casa até a minha mãe
vender... depois eu decido o que eu faço. De qualquer maneira estou pensando em
trabalhar em uma lanchonete se eu for ficar aqui.”
Suas últimas palavras me deixaram sem ação. Com vou deixar a minha garota
trabalhar em uma lanchonete? Esse corpinho exposto para outros homens? De jeito
nenhum!
680 de 1595 26/05/2011 20:45

“Ross, casa comigo. Casa comigo amanhã, que aí tudo que é meu vai ser seu. Eu não
quero minha namorada trabalhando em lanchonetes... Você é muito importante para
mim.” Supliquei beijando suas mãos.
“Emmett, você tem que pensar no que fala! Eu não posso sair casando com um
namorado que tem menos de dois meses que estamos juntos!” Disse duramente me
censurando.
“Para mim, é como se namorássemos há meses. Eu sou apaixonado por você. Eu sei
que você é a mulher da minha vida e eu te conquistaria se você me aceitasse.”
Ela balançou a cabeça, impaciente.
“Não. Eu não quero casar. E para não te magoar mais eu acho melhor terminarmos.”
PQP! Que mulher sem coração! Ela não percebe que não vou conseguir viver sem ela?
Peguei no seu rosto e acariciei a sua nuca, levantando o seu rosto pra que ela olhasse
para mim. Mas ela não olhava.
“É isso que você quer mesmo?”
Ela suspirou.
Sem que ela tivesse chance de negar, beijei sua boca apaixonadamente, e ela
correspondeu com entusiasmo... Terminar não parecia ser o que ela queria...
Após alguns minutos...
“Eu vou te deixar pensar.” Quebrei o beijo, segurando sua nuca. “Só quero que saiba
que eu não quero me aproveitar de você... Eu juro pela minha família, que é tudo que
eu mais amo nessa vida... Independente da sua decisão quanto ao que vai fazer, se
quiser ficar comigo, eu vou onde você estiver.”
Levantei, pedi que ela me acompanhasse até o carro e saí.
A minha parte em lutar por ela eu já fiz... Espero sinceramente que ela faça algo por
nós.
Jasper POV
Caramba, eu não consigo entender P.N. do que está acontecendo nessa casa.
O maníaco parece uma alma penada, a minha mãe parece que está enterrando
alguém.
Pô, se eles gostam, por que terminaram!?
Não entra na minha cabeça!
E bem na hora em que as coisas se acertavam.
Pior que eu não consigo parar de pensar na minha anãzinha... Estava tão bom. Se não
fosse Edward chegar daquele jeito...
Flashback
681 de 1595 26/05/2011 20:45

“Alice, eu sou ligadão em você... Você quer namorar comigo?” Com todas as garotas
que eu já fiquei, estar com ela ali não era igual. Não era uma simples pegada, tudo em
nós estava conectado. Ela, mesmo às vezes chatinha, tem uma doçura que me
completa inteiramente. Quando estamos de boa, é como se tivéssemos nascido para
ficar juntos.
Ela me beijou como eu nunca imaginei que ela pudesse, estava sem regras. Um
chupão mesmo. Muito diferente da vez em seu quarto. Parecia que dessa vez ela me
queria de verdade.
Eu já não conseguia controlar as minhas mãos. Só de me encostar a ela, já me sentia

doidão. Beijar Alice não era como sempre fazia com as outras meninas, só para
mostrar que tenho uma pegada boa. Não. É algo muito maior, que nem eu mesmo
consigo explicar.
Estou amarradão nela, e naquela hora queria sentir ela toda em mim. Fazia tempo que
eu não sentia tanta vontade de ficar assim com alguém.
Sem pensar, passava as mãos nela todinha, em seu corpinho perfeito.
Queria pegar nos mínimos detalhes. Estava derretido e descontrolado, então abaixei o
seu zíper e ela não reclamou, aí acariciei com a ponta dos dedos o trajeto do zíper,
descendo devagar, pronto para desviar o caminho das mãos.
“Jasper!!” Era a voz do Edward, que estava de um jeito possuído e veio embaçar o
meu esquema.
Soltei Alice e ela encostou-se ao carro do Emmett, um pouco vergonhosa.
“O que é isso?” Fiquei bolado com o mala do meu irmão.
Como assim o que é isso? Lógico que ele sabia o que era aquilo.
Estava pegando a irmã da namorada dele. O quê que tinha? Quando ele começou a
pegar Bella, ela também tinha quinze anos.
Meu irmão é muito sinistro, ficou minutos de costas, xingando e passando as mãos no
cabelo, parecendo quebrar a cabeça com alguma coisa. Depois de um tempo se virou
de novo para mim, aparentemente mais calmo.
“Vocês estão ficando?” Ih, tá doidão mesmo.
Fazendo esse show todo só por que estou dando uns pegas em sua cunhadinha.
Eu que não ia responder, do jeito que ele é abelhudo.
“Ficando não. Estamos namorando desde hoje, né, Jasper.” Foi a nanica que
respondeu com um tom desafiador.
Ele ficou parado, com cara de cachorro que caiu do caminhão de mudança, após um
tempo desinfetou.
Aff! Acabou como o clima.
Meio sem jeito de voltar à pegada, peguei na mão de Alice e voltamos para a festa
para dançar.
682 de 1595 26/05/2011 20:45

Alice não conseguiu entender as atitudes esquisitas do meu irmão. Nem eu! Tenebroso
ele.
Fim do Flashback
Agora não entra na minha cabeça, o que está acontecendo aqui em casa.
Disseram que estamos indo embora daqui porque minha mãe largou o Carl e não vão
mais aceitar que ele pague o tratamento.
Que frescura é essa? Antes ela não aceitava!
Pior, por que todo mundo resolveu terminar de uma vez?
Vai entender esses loucos!
Mas o que eu não entendo mesmo é Edward ter terminado com Bella e ainda ficar
nessa deprê pela casa.
Complicado esse povo, aliás, eles complicam a vida.
Se gostam, por que terminar? Que nóia!! Cabuloso esse povo.
Eu é que não vou terminar com Alice mesmo! Apesar de que nem imagino como
vamos nos ver...
Como assim? Poxa! Minha primeira namorada de verdade!
Estou cansado de ser atacado por essas peguetes que só querem me usar... é lógico
que eu não achava ruim... pô, mas eu gosto da anãzinha de verdade.
Ela é a melhor companhia que tenho. Bizú, estou mesmo é arriado pneus e step por
ela.
Bella POV
Segunda à noite
Ok! Vida pra frente... Não é a primeira vez que nos separamos, portanto, eu já devia
estar anestesiada contra ele. Entretanto dessa vez eu não quero mais ter esperança. O
que eles fizeram com a gente foi algo imperdoável, falta de consideração.
Quando meu pai chegou e viu a navigator que ele deu para Esme aqui na garagem, eu
vi a dor em seu rosto, que mesmo que ele tentasse esconder, foi perceptível.
Nessa hora eu tive certeza que eles não nos merecem.
Pena Jasper ter uma família como aquela.
O Emmett, coitado, está desconsolado. Parece que a garota da família também está
querendo dar um fora no meu irmão. Vai entender o porquê!
Na verdade, não sei por que estamos nos permitindo sofrer assim. Todos aqui em
casa somos bonitos, conhecidos, com chances de conseguir pessoas muito melhores.
Nós vamos conseguir... Eu vou colocar isso como alvo. A minha família entrou nessa
683 de 1595 26/05/2011 20:45

por minha causa e eu farei de tudo para sairmos juntos dessa.
Até que meu pai nos chamou para fazermos uma viagem, mas isso seria tentar fugir
da realidade, e realmente não precisamos disso. Nós vamos enfrentar diariamente. E
vamos esquecer esses últimos meses. Afinal, foram poucos meses, nada que uma
vida toda pela frente não supere.
Tudo bem que hoje estamos fracos.
Na minha casa parece que morreu alguém, no entanto nada melhor que um dia após o
outro para esquecermos isso.
“Pai, vou passar as férias indo para o jornal, todos os dias.” Informei esparramada no
sofá, somente olhando para o clipe que passava na TV, porém sem prestar atenção no
que via.
Todos estavam com cara de paisagem na sala. Ninguém estava ligado em nada.
Alice estava deitada com a cabeça no colo do meu pai e Emmett deitado no outro sofá.
Todos pensativos e distantes. Juntos somente para não deixar o outro só.
Jéssica voada, nem imagina o que se passa na casa. Agora que assumiu o namoro
com Mike, fica presa com ele em seu quarto quase o dia todo. Tudo bem. Dá para
entender os dois. Eles têm um motivo para estarem felizes, pois estão com um bebê a
caminho, por isso nem se interessam pelo resto dos problemas existentes na casa.
Nunca pensei que minha irmã se prendesse a algo assim. Pelo jeito ela está adorando
o fato de ser uma futura mamãe.
Torço pra que os dias passem logo. Queria a felicidade de volta a minha casa.
Sonhadora, espero que esse bebê nasça logo. Vamos amar ter algo novo trazendo luz
para as nossas vidas.
“Bella, é suas férias... Você tem que descansar.” Papai disse depois de um tempo.
“Pai, eu quero fazer algo. Não quero ficar dentro de casa.”
Ele sabe que se eu ficar em casa as coisas podem ser piores de se enfrentar que
saindo diariamente como ele faz.
Fico feliz que meu pai respeite a minha dor, ele não comenta negativamente nada.
Se fosse outros tempos ele diria: ‘eu disse que ele não era para você’. Mas dessa vez
ninguém ousou falar nada. Estamos todos no mesmo barco, resta-nos somente
respeitar um a dor do outro.
“Tudo bem. E Alice?” Meu pai preocupa-se em deixar Alice em casa sozinha durante as
férias.
“Por que ela não vai também? Nem que ela fique meio expediente e volte. Pelo menos
não vai passar o dia em casa vendo TV.” Propus e ela sentou, parecendo
interessar-se. “Vamos também, Emmett. De repente tenha alguma área de informática
precisando dos seus serviços.”
“Vou pensar, Bella.” Emmett respondeu um pouco desanimado. Tenho dó do meu

irmão. Ele é o mais carente daqui e parece que gosta mesmo daquela garota.
684 de 1595 26/05/2011 20:45

Toda vez que olho a minha família em minha volta, a realidade bate no meu rosto.
Neles está o reflexo da minha vida, do que eu estou passando.
Ah, mas eu vou sair dessa... A partir de amanhã colocarei novos planos em
prática.Vou ocupar todos os meus horários disponíveis para não sofrer. Eu vou evitar
pensar nele.
Terça
Cheguei cedo ao jornal. Não imaginava o que fazer, mas pretendia pegar serviços do
meu pai e ajudá-lo a analisar. Pelo menos assim eu aprendia. Colocamos Alice para
atender telefones na recepção. Penso que ela estava incorporando e se divertindo.
Quis até colocar um terninho para viver a personagem de garota trabalhadora! Era de
rir, mas o importante era nos ajudarmos a sair dessa.
“Pai, e o escritório de Forks?” Perguntei enquanto conferia umas estatísticas com ele.
“Mandei um funcionário para lá. Ontem, ficaram só os funcionários habituais, mas hoje
já começou outro.” Ok, é bom evitar falar o nome da Esme.[K1]
**
A manhã se passou e foi produtiva. Aprendi coisas novas e ainda ajudei meu pai.
Descobri que o maior investimento financeiro do meu pai era em imóveis. Eu devia
imaginar, mas ele não costuma ficar ostentando os bens que possui.
Decidida, concluí que se eu fizer mesmo o curso que pretendo, vai ser uma boa, pois
vou aprender a investir o dinheiro da minha família em algo rentável. De repente em
bolsas econômico-financeiras.
Alice foi embora depois de almoçarmos juntas, e eu resolvi ficar o dia todo, só assim
minha vida passaria mais rápido e seria mais fácil esquecer...
“Oi, Bella, você foi embora cedo da festa sábado.” Brandon comentou logo que entrou
na sala do meu pai, em um momento em que eu estava sozinha. Ele mantinha um
sorrisão no rosto.
“Estava um pouco cansada e com dor de cabeça.” Respondi sem querer prolongar o
assunto.
“Hoje à noite vai sair uma turminha para um barzinho na rua do lago, está a fim de ir?
Se quiser pode levar seu namorado também.” Soou bem amistoso o seu convite.
“Vou pensar... eu tenho aula de francês hoje à noite...” Pensei... quer saber? Eu não
vou mais fazer francês coisa nenhuma. O único motivo de estar matriculada nessa
aula era para poder conversar com Edward em francês futuramente, mas agora, ele
que converse com a Sophia a vida toda! Era tudo que ele queria mesmo! “Brandon,
que horas vocês vão chegar lá?”
Ele olhou um pouco surpreso, acho que não imaginou que eu iria aceitar.
“Umas oito e meia. Você vai levar o namorado?”
“Não, ele só veio para a festa.” Eu não queria falar ainda que terminamos.
“Então oito e meia esteja lá.” Disse e saiu
685 de 1595 26/05/2011 20:45

**
Determinada, passei na escola de línguas e pedi para cancelarem o meu curso. Porém
a atendente pediu insistentemente que eu somente mudasse de curso, afinal, eu já
havia pagado por todo o ano. Aceitei. Resolvi fazer língua alemã, já que esse ano nós
viajamos para a Alemanha e foi super chato não saber falar nem pão em alemão.
Cheguei em casa, tomei banho e abri o closet.
Putz, o cheiro dele estava impregnado em todos os cantos do meu quarto. O pijama
que ele usou continuava no closet, fazendo seu cheiro se espalhar.
Senti algo queimar dentro de mim ao lembrar ele e seu cheiro...
Eu tinha que me livrar disso.
Suspirando, peguei tudo dele e coloquei em um saco plástico. Eu não deveria jogar
fora, era óbvio, afinal, é dele. Eu comprei em um momento de amor. Logo, o melhor
era lhe enviar tudo pelo Fedex.
Controlando as emoções, me envolvi com os seus pertences e não vi o tempo passar,

atrasando para o barzinho. Passava das oito e meia quando terminei, mesmo assim,
não desisti de sair.
Já vestida, dava os últimos retoques na maquiagem quando meu telefone vibrou no

meu bolso. Era Edward que dava o sinal para eu acessar a internet, certamente queria
falar comigo.
Ah, mas eu não vou fazer isso comigo! Estou tentando me curar e não vou fazer isso.
É muita tentação.
O certo é me livrar desse celular para não me sentir tentada e acessar o mínimo
possível esse pc.
Tenho que manter a minha cabeça limpa. Eu tenho que esquecer! Puxa! Já é difícil sem
ele ligar, com ele ligando vai ficar pior. Eu tenho que me proteger.
Saí do quarto o mais rápido possível, antes que aquela vontade louca de acessar a net
me invadisse e me vencesse.
**
Cheguei ao boteco e já estava a maioria da turminha do trabalho. Até que as pessoas

do jornal me tratam normal nos encontros que eu vou, isso é muito bom, odeio ser
tratada com diferença.
Brandon, mais que atencioso, reservou um lugar para mim ao seu lado, e eu sentei.
Ele realmente é meu amigo.
Depois de longas horas entre piadas e histórias engraçadas do dia a dia no serviço, as
horas foram passando e eu tive mais que certeza de que vou conseguir. Eu só preciso
ocupar minha mente e meu tempo.
Como providência, amanhã vou me matricular em uma aula de violino e

aperfeiçoamento em piano. Eu estudei na escola de música, fiz piano, mas preciso
praticar, então nada melhor que ocupar todos os espaços da minha vida, fazendo
686 de 1595 26/05/2011 20:45

nesse tempo tudo que amo.
Também vou sempre dar umas escapadinhas à noite, como hoje, para quando chegar
em casa, simplesmente eu capote em sono.
“Bella, por que está tão pensativa e distante?” Brandon perguntou em meu ouvido.
“Nada, estou viajando.” Sorri amigável.
Depois de um tempo, resolvi ir embora, pois já passavam das onze e eu precisava

dormir. A semana toda estaria ocupada no jornal.
Brandon acompanhou-me até o carro.“Bella, eu achei o seu namorado boa pinta,

parece ser uma pessoa legal. Prometo não chamá-lo mais de príncipe.” Brandon fez
uma cara de anjo muito amiga, mas ter tocado no nome do Edward mandou uma dor
repentina ao meu coração.
“Terminamos.” Disse impulsivamente e devo ter deixado transparecer toda a dor que
eu estava tentando ocultar, porque ele se aproximou e tocou o meu rosto.
“Hum... quer conversar?... Você gosta dele ainda, né?” Estava tentando ser gentil.
“Ah, primeiro amor... mas passa.” Murmurei descrente, forçando um sorriso no rosto.
Inesperadamente, ele se aproximou e me abraçou. Eu fiquei admirada do seu ato

inesperado, mas parecia estar tentando ser prestativo.
“Olha, Bella, falando como amigo, eu estou aqui. Caso você queira conversar, sair,
fazer qualquer coisa que ajude você a esquecer, eu estou aqui.”
Mesmo que eu não quisesse, estar naquele abraço estava bom. Eu estava tentando
manter o controle em casa e em todos os lugares, então, poder estar ali, sem ter que
me esconder, estava bom.
Após alguns segundos, suspirei e o afastei.
“Obrigada, Brandon. Eu vou conseguir esquecer. Está recente e eu não esperava que
fosse assim tão rápido... Mas obrigada mesmo pela atenção.” Soltei do abraço dele,
entrei no meu carro, fechei rápido a porta e saí, pois as lágrimas queriam invadir meu
rosto.
Mais um dia vencido, pensei logo que o deixei. É normal que as lágrimas ainda
queiram se instalar. Eu sei que ainda vou sofrer por uns dias, mas eu vou lutar até
conseguir. Sei que não vai ser fácil, mas com força de vontade e determinação eu
conseguirei.
Não serei a única mulher do mundo que foi deixada pelo namorado.
Quarta à tarde.
“Oi, Jasper!” Abracei-o feliz em vê-lo. Ele estava na sala conversando com Alice. “Veio
buscar as suas coisas?”
“Sim. E a Rose veio conversar com Emmett.” Respondeu um pouco desanimado.
“E aí, quando mudam?” Usei o meu bloqueio contra dor.
687 de 1595 26/05/2011 20:45

“Esse fim de semana. Minha mãe ainda está resolvendo umas coisas.”
“Ah. Faz assim, quando você terminar aí, venha ao meu quarto que eu quero falar algo
com você.” Pedi e subi para tomar um banho, pois o dia foi cansativo e em meia hora
eu iria para a aula de violino.
**
Uns dez minutos depois alguém bateu na porta. Abri, o garoto entrou e sentamos na
cama.
“Jasper, você sabe como vai ficar o seu tratamento?” Comecei.
“Parece que vai ser em hospital público em Phoenix. Minha mãe já entrou em contato
com a minha avó, e ela já conseguiu.” Estava bem pra baixo o menino.
“Jasper, lembra do nosso pacto de irmão?” Perguntei e ele assentiu meio sem rumo.
“Pois é, estou preocupada com as questões financeiras do seu tratamento, então vou
voltar a te dar o meu cartão para você comprar remédios ou o que precisar.” Peguei o
cartão e entreguei em sua mão.
Ele ficou pensativo, aparentemente não queria aceitar. “Não, Bella, eu já estou
ganhando um pouco com os meus joguinhos acessados na internet.” Relutou.
“Sim, mas até chegar a dois mil, vai demorar muito. Por favor, aceita como irmã.”
Supliquei.
Eu me preocupo realmente com o garoto, e tenho medo que eles passem

necessidades, afinal, Esme vai embora sem emprego em vista, então ela não vai ter
dinheiro suficiente para sustentar um filho doente.
Ele suspirou rendido. “Tudo bem, maninha. Eu vou aceitar só para emergência porque
eu não sei o que vai ser desse novo tratamento.” Tinha um pouco de descrença em
seu rosto e então ele me abraçou.
“Anota meu número novo. Qualquer coisa me ligue. Eu vou torcer por você.” Putz, eu
devo estar muito sentimental, porque só de abraçar o garoto sentia vontade de
chorar.
“Bella, independente do que aconteceu com as nossas famílias, coisa que não entra na
minha cabeça, eu quero dizer que vocês foram as melhores companhias da minha
vida. As pessoas mais iradas que eu conheci. Vocês são muito loucos e especiais para
mim. São meus brothers mesmo.” Soou muito carinhoso. “Sabe... Já que você é
minha mana, eu queria te passar uma informação... Eu nunca fui mole com os meus
tratamentos, mas com este eu estou meio bolado...”
“Não precisa ficar assim, vai dar tudo certo.” Tentei passar mais ânimo.
“Não sei... o tratamento vai mudar.”
“Mas por que a descrença?”
“Ah, esse negócio de passar por sessões de radioterapia no cérebro, além de passar
para uma quimioterapia mais forte me deixa preocupado... Por isso estou com um
pouco de medo de não poder voltar mais para ver a maior bandida que eu já conheci,
que é você, e a garota mais chata da minha vida, que é Alice.” Tentou ser humorado,
688 de 1595 26/05/2011 20:45

mas tinha tristeza em sua voz.
Esse moleque me surpreende. Sempre brinca com tudo, mesmo que guarde medos,
coisas sinceras e boas dentro de si.
Eu não consegui segurar... como ontem, as lágrimas teimosas brotaram do meu

rosto, e ele, ao ver meu semblante, me abraçou mais forte. Tudo doía de uma maneira
sem fim. Não conseguia nem pensar o que estava doendo mais.
Envergonhada, afastei do garoto, me censurando por me deixar ser fraca assim.
“Desculpe, Jasper. Está tudo muito rápido e muito recente... Er, eu ainda estou
dissolvendo os acontecimentos... Mas você tem que ter fé. Essa é a primeira arma
para enfrentar essa doença. Por favor, você tem que prometer que vai ligar sempre.”
Limpei o meu rosto e suspirei, tentando passar a confiança que eu não tinha para o
garoto.
“Tudo bem, Bella. Eu ligo...” Ele me olhou com compaixão e limpou uma lágrima do
meu rosto. “Sabe, Bella, eu também estou sentindo muito, só que eu consigo me
conter. Não posso ficar me derretendo, né.” Afastou e colocou meu cabelo atrás da
minha orelha, olhando intensamente em meu rosto. Ele parecia estar tomando
coragem para falar algo. “Bella... Er, ele também está mal...”
Instantaneamente, soltei do abraço, deixando um pouco de raiva entrar em mim.
“Mal nada, Jasper! Ele me disse que tem outra. Que estava me deixando por causa de
outra. Ele não está mal coisa nenhuma! Mas pode deixar, eu estou assim hoje, mas
ontem eu estava pior, anteontem muito pior. Então, a tendência é melhorar a cada
dia. Amanhã vou me recuperar mais um pouco. Com certeza eu estou chorando hoje
por que já estou com saudade de você. Estou triste por que você se vai da minha
casa, e por que eu amo você como meu irmão, mas quanto a ele... EU VOU
ESQUECER. Nem que demore, mas eu vou conseguir.” Passei convicção na minha
argumentação.
Vencido, ele não disse mais nada, somente guardou o cartão e nós descemos.
Eu já estava atrasada para a minha aula, então saí rápido, deixando ele com Alice no
jardim. Achei lindos os dois, estavam super carinhosos um com o outro. Pena estar
acontecendo isso.
Os dias seguintes foram cansativos. Como medidas para emergir, procurei ocupar os
meus fins de semana com esportes e passeios. Mudei o número do celular, evitei
heroicamente a internet e freqüentei assiduamente a aula de violino, piano e alemão.
Para completar, fiz novas amizades e trabalhei arduamente com meu pai.
Enfim, a vida caminhava para frente.
Edward POV
Era impossível explicar tudo o que eu sentia. Fazia máximos esforços para conseguir
suportar. Não pensei ficar assim por causa de uma mulher. Não é tolerável.
Toda a força de ânimo e alegria que habitava em meu ser, se foi, e hoje vivo como um
corpo sem alma, um alvo sem fim.
Pergunto-me todos os dias se ainda vou conseguir. É irrealizável entreter o meu
689 de 1595 26/05/2011 20:45

tempo como desejo. Não pensei que passar as férias aqui na Capital fosse me ser tão
deprimente. Todos os meus colegas do curso estão em suas casas, e eu tenho que
ficar por ter que ir ao Capitólio.
Completando o meu martírio, o Capitólio está vazio ─ recesso coletivo para os

parlamentares. Por conseguinte, eu, como assistente, tenho que vir, pois se tiver
assembléias extraordinárias, faço-me responsável por todo o adiantamento da pauta
em questão.
Ainda inconformado com o fim, tentei entrar em contato com Bella logo que cheguei.
Equeria saber como ela estava, se estava superando...
Sinto muito por estar fazendo-a sofrer assim, mas é o correto, embora não seja o
tolerável. O que suaviza a minha dor em tê-la deixado é saber o quanto ela é forte,
muito mais que eu, em quantidade indefinida.
Para esquecê-la definitivamente, como eu desejava, era indispensável que eu me

livrasse do ócio, de modo que não me sobrasse tempo e eu não pensasse nela
excessivamente como venho feito. Logo, resolvido, tornei proveitoso o fato de estar
com dias vagos por serem férias e matriculei-me na aula de tênis, visando entreter
parte do meu tempo.
Dispus em ordem alternada a leitura das matérias do semestre, distribuindo em dias,

variando sucessivamente. Assim teria o que fazer durante o tempo livre enquanto o
curso não se iniciava novamente. Também dei início a uma corrida matinal, sucedendo
com regularidade. E completando o meu novo caminho a trilhar, baixei um programa
intencionado a aprender tocar violão, utilizando do fato de o violão do Ryan estar aqui,
e estou a aprender.
Pretendia assim ocupar o máximo de tempo possível, adicionando essas novas

práticas ao meu hábito constante.
Se eu não permitir-me cair no vício do ócio desde o presente, habituar-me-ei com

facilidade quando o meu dia a dia se normalizar.
Entretanto, é incrível como tudo que faço faz-me lembrara ela... Olhar para o
notebook faz lembrar-me da cena dela dançando. Olhar para o violão do Ryan faz-me
lembrar da cena dela cantando na casa dele uma música para mim.
Putz, como eu a amo! Como vai ser difícil esquecê-la!
Só de pensar nela, um buraco se abre em meu peito, e eu tenho a sensação de que

nunca vou conseguir, restando-me aceitar a dor.
É certo que não há jeito para nós...
Espero que ela sofra menos que eu... Não tolero lembrar seus olhos cheios de
lágrimas em nossa despedida... Tudo se atira a mim, abatendo-me de uma maneira
demasiada.
**
Os dias se passaram rápidos e mesmo que eu tentasse, não estava conseguindo

conter a saudade que se alojava em mim, conseguintemente liguei em seu celular, ao
menos para ouvir sua voz... Todavia ela não atendeu.
690 de 1595 26/05/2011 20:45

Tentei por dias falar com ela, entretanto sempre estava indisponível o serviço. Dias
depois tomei noção de que ela devia ter mudado o número... Mostra notável de que
ela realmente obstinava-se a esquecer-me.
Lamento por não estar conseguindo em nenhum instante.
Utópico, ainda sonho um dia ela estar comigo, contudo, tomo nota ser devaneio
inalcançável.
No fim de julho, finalmente as férias terminaram. Nunca pensei que fosse desejar
tanto isso. Em comemoração, Ryan resolveu fazer uma festa em sua casa de volta às
aulas, portanto, depois de muita insistência sua, resolvi ir.
Eu necessitava tentar emergir[k2] da melancolia que se tornou a minha existência,

assim, já na festa, sentei-me no sofá e tomei uma cerveja, enquanto o restante da
turma terminava de chegar ao apartamento.
“Oi, Edward, você por aqui!!” Sophia se aproximou e me cumprimentou com um beijo
no rosto.
“Pois é, cansei. Passei o mês quase todo sozinho na Universidade, então resolvi ver
um pouco de pessoas conhecidas.” Pus, forçado, um sorriso no rosto, expulsando o ar
penoso dali.
Sophia é o tipo de menina que me faz ficar à vontade. Mesmo que ela tenha tido
aquele flerte comigo, hoje não há resquícios de interesse. Há muito tempo, sua afeição
é somente amizade.
“Vamos dois tímidos dançar?” Convidou, tentando ser agradável.
“Acho que não. Nem gosto muito dessas músicas.” Minha intenção era escapar pela
tangente.
“Tudo bem.” Ela saiu para ficar perto do Ryan, e eu analisei detalhes dela.
Bonita, morena, olhos verdes. Não teria sido uma má opção se eu não estivesse tão
envolvido assim... Sorte ela estar bem agora.
Ficar só naquele sofá remeteu-me à lembrança da última vez que estive aqui... Eu
estava com Bella.
A tristeza habitual invadiu-me intensamente no momento em que se iniciou o cd da

Madonna. O mesmo que tocou por horas enquanto estávamos no quarto da Esme
naquela noite...
Nada mudou dentro de mim. Ainda sinto o seu perfume em meu nariz. A lembrança
dela ainda impulsiona ondas elétricas por todo o meu corpo e me acorrentam na
alucinação de tê-la próximo a mim. Fechando os olhos, sinto o seu corpo bem perto,
quase palpável. Ainda sinto suas mãos distribuindo pequenos surtos prazerosos em
mim...
Sobressaltei quando abri os olhos e vi onde estava. Meu corpo todo reclamava alívio,
pela saudade. Frustrado, respirei fundo e me censurei. Putz, eu tenho que me
controlar!
Agosto
691 de 1595 26/05/2011 20:45

Um mês se passou e eu me sinto cada vez mais impossibilitado de prosseguir, cada

vez mais caindo, desiludido e sem forças.
Passo horas com o notebook ligado, esperançoso de que ela entre em algum
momento, ao menos para que eu pergunte como ela está... Porém, ela está
inacessível.
Meio de agosto
Mandei um e-mail pedindo que ela ficasse on-line, apesar disso, ela não entrou.
A sua indiferença, a distância, a falta de contato, tudo estava me levando à beira da

insanidade. Levando-me a crer que ela idealizava riscar-me pertinazmente de sua vida.
Não saber como ela estava atormentava-me de maneira tamanha.
Será que ela estava conseguindo me esquecer? Essa era a minha pergunta diária.
Porque eu me sinto um desequilibrado emocional? Não consigo manter-me mais de

uma hora concentrado em algo, sem pegar-me pensando nela... em nós.
Já sucumbindo na minha fraqueza, liguei em sua casa e perguntei ao seu irmão se ela
estava. Ele disse que ela saiu com amigos e não tinha horário de chegar.
Minha dor foi maior ao ouvir isso... Ela está saindo com amigos, com certeza está
bem, desistiu... Apagou-me de sua vida.
Primeiro ela quebrou todas as pontes que nos ligavam... Agora está levando a vida
adiante.
Tomar ciência disso esmagou-me e abateu-me de modo que não tinha mais controle
da situação. Não pensei que uma dor assim existisse...
Saber que a qualquer momento terei simplesmente passado por sua vida e que a
qualquer momento ela irá esquecer-me completamente, tortura de modo frio e
pungente o meu ser.
**
“Oi, mãe. Como estão as coisas?” Liguei para Esme como faço regularmente.
“Está tudo bem. Jasper está passando mal de vez em quando... e eu também. Mas no
geral estamos bem. Vendi a casa de Forks, dizem que o novo dono derrubou tudo e
está construindo uma mansão. Ah, já estou tentando comprar uma por aqui.”
“E dinheiro? Já posso mandar o que eu tenho guardado?”
“Não, Edward. Deixe para caso de necessidade extrema. Por enquanto, ainda tenho
dinheiro guardado da minha rescisão. Não estou tendo muitas despesas porque os
remédios do Jasper estão sendo doados e o tratamento dele é público, então vamos
deixar o seu dinheiro para necessidade mesmo.”
“Ok. Mas não deixe de falar, por favor.”
“Tudo bem. Além disso, a sua avó abriu um restaurante esse ano e nem tinha me
falado. O movimento está bom e eu estou dando uma mãozinha. Estou ganhando por
isso, então não vai faltar dinheiro, pode ficar calmo.”
692 de 1595 26/05/2011 20:45

“Tudo bem... Mãe, sinto sua falta.”
“Também sinto a sua. E aí, filho, como você está?”
“Estou bem em tudo. Minhas notas continuam boas. Apresentei uns projetos novos
para o Senador e ele gostou. Está tudo indo como o planejado.” Respondi empolgado.
“Mas eu quero saber é sobre você... Está bem?”
“Sim. Ótimo.” Eu não podia deixar minha mãe perceber a minha falta de evolução.
“Ela te ligou?”
“Não... Mas fui eu quem terminou com ela, né.” Respondi e deitei em minha cama no
dormitório, olhando seguidamente para o teto. “Ela deve estar conseguindo me
esquecer.” Murmurei e, sem intenção, creio ter passado tristeza por esse fato.
“Desculpe, filho.” Sua voz foi um sussurro triste.
“Mãe, não lamente. Temos coisas demais para nos preocupar. Você não pode ficar
triste.” Sentei na cama, decidido a lhe passar confiança. “A vida é assim. Tinha que
acontecer uma hora. Eu não tenho nada a ver com ela, há incompatibilidade entre
nós.” As palavras proferidas por mim cortaram-me de um jeito a me deixar sem chão.
Não devia expor aquilo que eu não acredito...Mesmo que eu tente esquecê-la, Bella é
minha vida, completa a vida em mim.
“Tudo bem, meu filho. Espero que fique bem. Eu te amo.”
“Também te amo, Esme.”
Desliguei e deitei novamente na cama. Angustiado.
Depois de um tempo, levantei, peguei uns livros e deitei novamente, entrando após
isso completamente no mundo literário.
Vez ou outra suspirava de saudade... Mas me continha e voltava a ler.
Início de setembro
Os dias se arrastavam, e eu designei-me a levar a vida adiante me ocupando ao

máximo, fosse, trabalhando, estudando, correndo, estudando violão... Mesmo assim,
nada conseguiu suprir o calor e a falta que ela faz a minha vida.
“Edward, você vai à festa do Ryan?” O Senador perguntou logo que entrei em sua
sala. Ele estava abraçado com a sua filha, que me encarava com sua maneira
repugnante.
“Não, senhor, estou lotado de trabalhos da universidade.” Eu não me interessava em

ir a casa daquela mulher intolerante.
“Mas você é o melhor amigo do Ryan, deveria ir.” Soou como uma cobrança o
comentário do Senador.
“Vou tentar, Senador Evans.” Respondi sem empolgação e entreguei os papéis os

quais fui entregar. Sua filha continuou olhando em minha direção com um sorriso
estampado no rosto.
693 de 1595 26/05/2011 20:45

Voltei para a minha sala e pus-me a deliberar mentalmente sobre ir ou não ir à

Califórnia. Até que poderia ser uma boa idéia ir...
Mas e se Bella estiver lá? Eu vou conseguir manter-me longe dela, estando tão
próximo? E se ela tentar ficar comigo novamente, eu vou conseguir dizer não?
Aparentemente ela não vai insistir... Não preciso me ludibriar.
Ela está saindo dessa melhor que eu. Cortou todos os vínculos comigo.
Refletir nisso me matava lentamente.
Depois de pensar muito nela no decorrer do dia, cheguei em meu quarto e tentei
contatá-la mais uma vez por telefone, em um horário que provavelmente ela estaria
chegando em casa da escola.
“Oi, Bella chegou?”
“Só um momento.” Parecia a voz da Jéssica, supostamente ela não reconheceu minha
voz.
“Alow!” A voz de Bella foi eufórica, trazendo no mesmo instante ansiedade ao meu
estômago.
“Oi, Bella. É Edward. Tudo bem?” Murmurei inseguro.
Ela ficou calada uns segundos, levando-me a crer que ela tinha desligado.
“Bella?”
“Estou aqui.” Sua voz foi baixa e uniforme.
“Você pode ficar on-line? Eu preciso falar com você.”
“Fala agora. Eu não estou com tempo. Estou com visita em casa e pretendo sair em
uma hora.” Era nítido que ela não estava interessada em prolongar.
Senti uma sensação ruim, uma sensação de perda total. Será que ela iria sair com
amigos em plena terça-feira?
“Você vai chegar tarde? Eu precisava conversar com você com tempo... Você podia
ficar on-line mais tarde...” Insisti novamente, controlando ao máximo a minha voz.
“Vou ver...” Disse indiferente. “Amanhã eu tenho aula e se acessar não posso ficar
muito tempo...Mas, eu chego umas dez e meia, então se der, fico on-line esse
horário.” Avisou ainda indiferente. Eu nunca vi Bella tão fria. Não pareceu estar falando
comigo, pareceu estar negociando algo.
“Tudo bem, eu te espero.”
“Tchau.” Despediu-se e não me esperou responder, desligando rapidamente.
Tive choques emocionais com sua atitude insólita. Eu não esperava que ela me
recebesse com carinho, porém, também não esperava que me tratasse com tanto
desprezo e apatia.
Ansioso, deitei na cama e coloquei o pc próximo, sendo invadido pela angústia de
694 de 1595 26/05/2011 20:45

imaginar que ela poderia não acessar. Olhando em todo o tempo no relógio, esperei
dar dez e meia, e ela não entrou, onze horas, e ela não entrou... Se ela disse que
estuda amanhã, ela não ia entrar mais.
Ainda esperançoso, resolvi esperar mais um pouco, assim, onze e quarenta e cinco ela
ficou on-line, todavia não me chamou para a conversa.
Esperei-a me convidar e nada...
Minutos se passaram e, aos poucos, perdi as esperanças que ela me chamasse...Em

poucos minutos ela poderia sair e, de certo, não conversaríamos.
Aflito, conscientizei-me de que ela não tinha mais interesse em manter contato
comigo... Ela não faz mais questão de ver-me ou falar comigo...
Porém, eu ainda necessito dela veementemente... Vê-la pode abrandar a minha dor.
Determinado, tomei ânimo e chamei-a para conversa. Ela aceitou segundos depois,
sua imagem nitidamente invadindo minha tela. Ao vê-la, suspirei de saudade, sentindo
paralelamente meu estômago cortar.
Ela estava deitada, usando um pijama longo e os cabelos presos atrás.
“Oi, Bella.” Sorri, tentando soar amigável.
“Oi.” Ela estava de lado e não olhava em direção ao notebook, que estava em uma
cadeira ao lado de sua cama.
“Tudo bem?” Eu queria quebrar o clima.
“Sim.”
Putz, ela não parecia estar, mesmo que minimamente, empenhada em dar andamento
à conversa.
Depois de um tempo ela virou-se em direção ao notebook, com o semblante austero.

“O que você quer?” Perguntou ríspida.
Sua pergunta me deixou sem palavras. Na verdade eu não tinha certeza do que
queria. De início eu queria vê-la, mas com essa frieza toda no rosto, era melhor não
tê-la visto.
“Só conversar... Ainda somos amigos, não?” Tentei sorrir, mas tudo me deixava com
um bolo atravessado na garganta.
“Somos. Então pode conversar.” Seu acolhimento era completamente desinteressado

e demasiadamente frio, isso me fazia retrair completamente.
Respirei fundo e tentei iniciar um assunto não comprometedor.
“Eu queria te contar umas novidades... estou fazendo tênis e correndo pela manhã.
Resolvi fazer o que você disse.”
“Nossa, que engraçado, arrumou tempo agora, é?” Arqueou a sobrancelha, sarcástica.
E eu entendi completamente seus motivos. No semestre passado ela aconselhou-me
insistentemente a deixar um pouco os livros de lado e fazer exercício. Em nenhum
momento eu a ouvi.
695 de 1595 26/05/2011 20:45

Insistente, eu queria tentar conversar, quebrar o gelo.“Como está Jéssica com o

bebê? E o seu pai? Como está a turma aí?”
“Ai, Edward, você odeia o meu pai. Por que está perguntando por ele?” Levei um
embate com sua resposta e com o olhar pouco receptivo que ela lançou-me. “Quanto
ao restante, estão todos bem, obrigada.” Foi insípida e indiferente. Aparentemente ela
já queria cortar o assunto.
“Bella, eu não odeio mais o seu pai.” Eu não queria deixar a conversa se encerrar
assim.
“Então por que armou de afastar sua família da minha? Só por que iria terminar
comigo?!” Seus olhos estavam irreconhecíveis, lançando faíscas de intemperança.
Eu não devia ter começado essa conversa, devia ter ficado no silêncio da nossa
distância.
“Bella, eu não tenho culpa.” Passei a mão em meu cabelo, ansioso “Er, eu não pude
fazer nada... Tenho que proteger as pessoas envolvidas.” Não sabia como falar disso.
Não tinha a intenção de chegar nesse assunto e não havia como explicar sem
comprometer.
Ela sorriu rancorosa. “Proteger de quem? De nós? Isso prova que você não se importa
com os outros. Mas tudo bem. Como entramos nesse assunto mesmo? Vamos
esquecer isso... Aliás...” Ela olhou com os olhos cerrados em direção ao notebook.
Tive a impressão que não conhecia a pessoa que estava ali. “Por favor, não me ligue,
não me chame mais. EU NÃO ESTOU INTERESSADA EM CONVERSAR COM VOCÊ.
Grave isso. Esse negócio de amiga não vai dar certo.” Sua voz foi pausada e firme.
Aquilo me dilacerou.
“Bella... Cadê você? Eu não estou te reconhecendo.” Murmurei.
Ela sorriu sarcástica. “Ai, Edward, você me surpreende... Sabe a Bella que você
conheceu, que insistia pela sua atenção e o seu amor... além de tudo, que insistia
para você ficar com ela desde que te conheceu?... Rá! Ela está morrendo... Você
começou a matá-la nessa cama aqui... Pode ter certeza que com lágrimas e decepções
ela está sendo enterrada dia após dia... Lentamente ela está indo embora... Sabe,
Edward, eu não consegui ainda, por isso eu estou aqui conversando com você, mas
pode ter certeza que eu vou me libertar completamente de você. Eu vou conseguir...”
Sua voz foi instável e suas palavras se atiraram cruelmente a mim,
desestabilizando-me por completo.
Derrotado, eu queria sair dali. Conversar com ela assim era muito pior que não ter
notícias suas. Eu não conhecia essa pessoa ali.
“Tudo bem... amiga né? O que aconteceu com a sua amiga daí? Ela não está aí hoje
não? Por isso está me procurando?” O ceticismo em sua voz dava choques em mim,
chegando a causar calafrios espinhais.
Desiludido, já estava disposto a desligar, porém olhei em seu pescoço e vi o colar que
eu lhe dei e deixei sobre o criado, na nossa última noite juntos.
Por que ela o usa, se ela tem dezenas de colares e pingentes? Será por ainda sentir a
minha falta?
Invadido por uma súbita esperança, resolvi ter minutos de mais doses. “Bella...
696 de 1595 26/05/2011 20:45

acredite em mim... eu juro... não tenho nada com a Sophia.” Disse firmemente, ainda
que estivesse seriamente abalado pela falta de calor em seus olhos.
Mesmo que não fôssemos mais namorados, não queria que ela tivesse essa imagem
de mim. Eu gostaria de poder voltar atrás e anular todas as palavras que proferi
naquela madrugada.
“Não importa, Edward, o que importa é que você... Ah, quer saber, dá licença. Tenho
que dormir.” Cruzou os braços, impaciente.
“Eu não via outro motivo de terminar com você... Por isso eu falei isso...” Insisti mais
uma vez.
Ela sorriu novamente, mas agora com dor. “Ah, tá. As coisas são muito piores do que
eu pensei. Então inventou uma história para conseguir terminar comigo?” Ela balançou
a cabeça em negativa. “Por que se deu o trabalho, Edward? Era só falar!”
Tudo estava ficando mais complicado do que eu imaginava que fosse.
“Não é isso... Você está entendendo errado.”Abaixei o olhar, impossibilitado de

continuar olhando para a tela.
“Sabe, Edward, eu já entendi tudo... Não precisa enrolar, nem se justificar... Já era...
Foi... Tudo certo... Não precisa ter pena de mim por me dizer a verdade. Fique bem,
eu estou ficando bem. Eu só preciso me manter longe de você. Então, POR FAVOR,
não me procure mais. Pode ficar calmo que eu consigo me sair bem de problemas.
Não precisa ter DÓ de mim e não se culpe por nada. Não deu, não deu. Foi bom
enquanto durou. Mas olha só... não dá para sermos amigos. Eu não consigo, então,
por favor, mas, por favor, mesmo, deixa pra lá. Um beijo.”
Desconectou e eu respirei fundo várias vezes com suas palavras, segurando a cabeça
em minhas mãos. Depois de conversar, as coisas ficaram muito piores em mim do que
antes. A angústia ricocheteava em meu peito, e eu, obstinadamente, tentava controlar
a dor que aumentava como uma cratera em meu peito.
A realidade refletia, mostrando que, ao contrário de mim, ela está se saindo bem...
está conseguindo enfrentar... Pode ser até que já esteja conseguindo... Pior sou eu,
que nada mudou...Sinto-me perdido no espaço, solto, onde se eu não me prender a
algo, posso cair em um infinito de tristeza.
Eu tenho que tentar reagir.
**
Mais dias se passaram, tempo este propício a pensar. Ainda perco o sono pensando
nela, lembrando de dormir somente ao raiar do dia. Vivo desmotivado, com noites
insignificantes, como se o luar e as estrelas não existissem...
Pequenos detalhes de nós dois vêm as minhas memórias...Lembranças simples como

a lua que contemplo... A mesma de Seattle...
Lamento que não estejamos mais ligados pelo mesmo ponto.
Sinto-me em um lugar obscuro e desolado, completamente privado de calor. Tantas

coisas em minha mente. Tantas incertezas. Lanças finas e pontiagudas de tristeza
dilaceram a minha carne. Uma solidão que faz o meu coração rasgar. Tudo me faz
697 de 1595 26/05/2011 20:45

sofrer de um modo insuportável que eu não consigo evitar.
Essa distância mata lentamente a esperança de um dia reviver tudo de novo.
**
Com a nova rotina estipulada, não sobrou mais espaço livre em minha agenda. Acordo
às cinco horas, corro, acesso o jornal de notícias, vou a faculdade pela manhã, almoço
e estudo no horário de almoço, vou ao Senado as terças, quintas e sextas a tarde.
Faço tênis segunda e quarta a tarde, e o restante do meu tempo livre entro de cabeça
nos livros, assim não tenho tempo para pensar.
Contudo, como não pensar nela se foi ela quem me pediu que eu fizesse esporte, que
corresse? Como não pensar nela se meu corpo chama por ela insistentemente?
Eu não consigo diminuir a intensidade desse amor mesmo ocupando o meu tempo. E
isso me torna um fracassado, indigente e vazio de vida.
Meio de Setembro.
Chegamos da Capital ontem, viemos para Califórnia no jatinho do senador. A irmã do

Ryan tem se comportado bem ao livrar-me de sua procura insolente. Creio que ela
desistiu[K3] . Então, sinto-me bem com sua família.
O Senador, em todo tempo, trata-me como alguém próximo e tem muita consideração
por mim. Ryan trata-me como irmão. A Sra. Evans é extremamente atenciosa e
educada. Logo, sinto-me bem recebido em sua residência, isso me deixa à vontade.
Era a festa do Ryan, e como ele queria dar os últimos ajustes, chegamos cedo ao
salão de eventos.
Relaxado, sentei-me ao bar e tomei alguns drinks enquanto Ryan recepcionava seus
convidados. Lá, perdi-me em pensamentos, não percebendo o tempo passar. Só me
dei conta que a festa estava lotada quando fui surpreendido pela presença de Sophia,
que me deu um beijo receptivo no rosto.
“Por que está tão pra baixo ultimamente, Edward?” Iniciou, sentando-se na banqueta
ao meu lado no bar.
“Nada. Estou exausto. Minha vida está muito corrida.”
Forcei um sorriso no rosto, tentando esconder minha habitual melancolia.
“Hmmm, entendo. Mas hoje você não escapa de dançar comigo. Você vai me fazer
companhia, pois vou ter que ficar sozinha quase a festa toda.” Sorriu tímida e olhamos
juntos para o salão. Com certeza ela ia ficar só mesmo. Em uma festa dessas era
difícil ao meu amigo dirigir a atenção somente a uma pessoa.
“Eu iria, Sophia, mas você sabe que eu não gosto muito.” Queria fazê-la desistir de
uma maneira sutil.
“Aquele dia você dançou com sua namorada.” Ela lembrou e sorriu tentando me
convencer.
Ela tentava ser legal e quebrar o meu estado contínuo de tristeza. Eu poderia dar uma
chance para a amizade profunda que ela tentava me propor. Talvez dançar com uma
amiga fosse até bom para mim.
698 de 1595 26/05/2011 20:45

“Ela não é mais minha namorada.” Tomei um gole de uísque, peguei em sua mão e
direcionamo-nos a pista de dança.
Lá, dançamos duas músicas agitadas. O álcool já fazia efeito, pois eu estava
conseguindo me soltar. Estava sendo bom, talvez eu começasse a me divertir.
Sophia era uma boa companhia, além disso, ela nunca forçava nenhuma situação,
mesmo hoje, o que ela queria era ser legal.
Sorrimos, enquanto nos soltávamos, a música me deixando bem. Entretanto, minutos

depois senti a minha cintura sendo puxada. Quando virei, era a irmã do Ryan quem
me abraçava por trás.
Franzi o cenho e olhei desacreditado para ela, balançando ceticamente a cabeça.
Não conseguia imaginar como uma pessoa tão bonita não se valorizava e não me
deixava em paz.
“Pois não?” Levantei as sobrancelhas para perguntar o que ela queria.
Mesmo que ela também fosse aniversariante, filha do Senador e irmã do Ryan, hoje eu
estava disposto a dar um basta nisso.
“Vem dançar comigo, por favor, eu sou a aniversariante.” Seu tom foi meigo e
educado. Não imaginei que esse ser um dia pudesse ser isso.
Fiquei sem ação diante do modo como ela falou.
“Sophia, daqui a pouco dançamos mais.” Acho que o uísque subiu completamente,
pois para ter coragem de dançar com a irmã repugnante do Ryan!!!
Começamos a dançar.
Eu não ficava à vontade com ela, portanto estava sério, e ela me encarando. No
entanto, dessa vez ela não me olhava com o olhar libidinoso que comumente lança
para mim. Ela estava diferente, talvez com um olhar até meio... terno? Ou
apaixonado?
Acho que estou mesmo é louco!
“Posso te pedir um presente?” Disse baixo em meu ouvido.
“Se eu puder dar...” Continuei sério.
“Fica comigo hoje. Prometo nunca mais te encher com esse assunto... Eu só quero
isso de você...Experimentar o teu gosto.” Foi meio direta para uma mulher, mas
gentil.
Eu não respondi, me dando um tempo para deliberar o assunto.
Ficar... Ela seria a terceira mulher que eu beijaria em minha vida, e quem sabe... A
primeira com quem eu iria para a cama...
Pensar isso trouxe novamente à minha memória o que teria sido minha vida com
Bella...
Lembranças de tudo que poderia ser perfeito repassaram como filme... Bella foi meu
699 de 1595 26/05/2011 20:45

primeiro beijo... e seria minha primeira e única mulher...
Nos instantes seguinte, os pensamentos e as recordações se apoderaram da minha

mente, trazendo-me tormenta repentina.
Suspirei e limpei meu cérebro das lembranças. Devo olhar para frente, repeti isso para
mim.
Ainda dançando, olhei de novo para a garota a minha frente e, meditando, analisei
minuciosamente os detalhes da proposta.
Se eu pensasse somente com o corpo, o que ela me oferecia era interessante e

tentador...
Todavia eu não devia ficar com ela. Além dela ser a pessoa que mais me causa repulsa
desde que a conheci, eu não estou interessado em simplesmente uma noite de prazer.
Mesmo que hoje ela esteja mais educada, por trás dessa máscara se esconde um ser
que pensa que pode ter a tudo e a todos.
Além do mais, não posso lutar contra a realidade...Todos os meus desejos estão
direcionados a uma só pessoa.
“O que eu tenho de errado? Por que você não gosta de mim? Você me acha feia?” Ela
parecia estar ficando realmente magoada com a situação.
Outrora, Ryan disse que ela não consegue ser contrariada. Que tudo que ela quer o
pai dá sem objeção. Talvez por isso ela seja assim.
“O problema não é você.” Tentei soar educado.
“Você ainda está namorando?” Perguntou docemente. Não pensei que essa menina
pudesse conversar como uma pessoa normal algum dia. Existe alguém dentro desse
corpo, um cérebro pensante.
“Não. Terminamos.” Nem eu soube o porquê de ter falado isso para ela. Talvez pelo
fato de não gostar de mentir.
“Então fica comigo. É o maior presente que eu poderia ganhar na minha festa.” Ela
estava submetendo-se humilhantemente a esse pedido.
Pensei mais uma vez nas possibilidades... ela é bonita, está até agradável hoje, está a
fim de mim... Talvez fosse bom ter um momento que me remetesse para fora da
realidade que me oprime.
Suspirando, olhei de novo em seu rosto e não conseguia ver quem estava ali... Peguei
em seu cabelo, mas não o visualizava louro.
Eu devia estar perdendo a razão.
Virei o rosto, piscando da imagem que via a minha frente, e vi a metros de nós um
casal dançando.
Putz, ia ver Bella agora em tudo que era lugar!!
Porém a imagem ao lado era real demais para ser ilusão óptica, e, confuso, olhei de
novo a minha frente e estava lá, a irmã loura do Ryan. Pisquei, desviei os olhos
novamente para olhar ao lado, e a garota que dançava próximo era... ela mesma...
700 de 1595 26/05/2011 20:45

Bella.
Como eu não tive certeza que ela viria? Em março ela confirmou com Ryan!
Ela não seria covarde o bastante para não vir.
Mas quem era o acompanhante dela? Eu o conheço de algum lugar...
Ah! É o estagiário que ela me apresentou na festa da Alice... e exatamente o mesmo

que dançou com ela no ano novo...
Será que ela está com ele?
Se estiver, aparentemente estão felizes...
Perturbado com a imagem, perdi a noção do espaço real, parei de dançar e fiquei
estático, olhando em direção aos dois.
“Que foi?” Sem aviso, a irmã do Ryan aproximou-se e beijou o meu pescoço. Aquilo
me tirou da inércia.
“Desculpe, Srta. Evans, não faça isso de novo.” Contive-a com as mãos, domando
meu humor.
“Não me chame assim, por favor, me chama pelo meu nome, é Ashley.” Continuou
carinhosa. Mesmo com toda a história de investidas entre nós e, mesmo que ela
beijado meu pescoço, eu não queria ser mal educado.
“Ashley, eu não estou mais disposto a dançar. Desculpe-me e dê licença, por favor.”
Deixei-a na pista e voltei para o bar.
Arrasado, sentei na banqueta e segurei minha testa com a mão apoiada sobre o
balcão. Eu estava decepcionado com a minha postura.
Bella estava conseguindo e eu estava indo a zero.
Pedi mais um drink e bebi, destruído como um condenado.
Eu nunca imaginei que fosse fraco assim, que ia me deixar acabar na bebida, sem
forças de ao menos ir cumprimentá-la.
“Que foi, Edward, que está branco?” Sophia perguntou ao sentar-se ao meu lado.
“Nada.” Tentei cortar e o assunto e virei outro copo, sentindo, com desconforto, seus
olhos sobre mim.
“Aquela é sua ex?” Ela apontou para a pista depois de um tempo.
Eu não respondi e virei de costas para a pista.
“Por isso você está assim? Porque ela está acompanhada...” Deduziu e colocou as
mãos em minhas costas.
“Desculpe, Sophia, não quero falar sobre isso.”
Ela percebeu e não disse mais no assunto. Sophia é muito discreta.
A tensão de estar lá me deixava aflito, em desespero. Minha vontade era fugir, porém,
701 de 1595 26/05/2011 20:45

eu não podia me acovardar assim, devia lutar, seguir em frente. Ainda que, com ela
tão próxima, fosse muito difícil.
“Vamos dançar novamente, Edward.” Sophia propôs depois de um tempo.
“Acho melhor não. Acabei de deixar a irmã do Ryan desacompanhada na pista, talvez
isso seja um pouco deselegante.”
“Mas você tinha acabado de me deixar lá também.” Insistiu novamente.
Indeciso, olhei para a pista estudando se eu era capaz de voltar e dançar tão perto
assim dela.
Meus olhos pararam nela. Eu tinha esquecido como ela era viva... Ela estava se saindo
muito bem, sorrindo e dançando. Ela adora dançar... e estava perfeita em sua roupa.
O vestido era curto e azul, de um pano fino, amarrado no pescoço. Suas costas
sedosas estavam nuas, suas curvas estonteantes demarcadas por aquele pano. Ela
dançava suavemente e linda, com o cabelo preso.
Seu parceiro olhava-a com cobiça nos olhos, o que despertava algo em mim que eu
não conseguia suportar...
Aquela sensação de que ela não é minha e de que tem outro com ela, recebendo seus
sorrisos... Putz! Não estou conseguindo!
Decididamente não dá para fugir desse amor, pior ainda se estivermos no mesmo
lugar. Eu tento esquecer, mas no momento que penso nela, tudo se desestabiliza.
“Edward, você é caidão por ela ainda, né?” Sophia perguntou, soando mais como uma
acusação.
Fiquei calado, ainda olhando naquela direção.
“Aquele é o novo namorado dela?” Ela estava insistindo nisso, e tudo estava me
deixando à beira da loucura. “Quer saber, amigo, eu não vou deixar você ficar se
acabando aí no bar.” Ela levantou determinada e segurou o meu braço. “Vem, vamos
dançar. Eu estou tendo que ficar sozinha e você também. Nós somos amigos e eu não
vou deixar você ficar assim.” Ela levou-me contra minha vontade para a pista
novamente.
Eu nem imaginava que música se passava, sei que resolvi dançar. O álcool fazia efeito
novamente em meu corpo e eu tentei esquecer que Bella estava ali.
Depois de algumas músicas, olhei em direção a Bella, ela encarou-me um tempo e

então desviou os olhos, sem ao menos sorrir amigável. Ela quis agir como se não me
conhecesse.
Fiquei observando-a enquanto ainda dançava. Após um tempo, ela disse algo no
ouvido do seu parceiro e saiu.
Olhei para Sophia, ela sorriu e encorajou-me com os olhos a segui-la. Portanto, sem
pensar qual o meu objetivo, deixei Sophia na pista e fui atrás.
Eu não sabia exatamente o fim disso, mas eu queira cumprimentá-la, saber como ela
estava. Logo, sorrateiramente, segui-a de uma distância segura, até que ela entrou
em um banheiro.
702 de 1595 26/05/2011 20:45

Encostei-me a parede do corredor próximo e, ansioso, senti a pulsação acelerada na

garganta enquanto esperava-a.
Minutos depois, ela saiu, congelou ao me encontra e olhou-me desacreditada da

cabeça aos pés.
“Oi, Bella.” Cumprimentei-a casualmente, desencostando da parede para pegar em

sua mão.
“Oi, Edward.” Respondeu friamente, com a postura retesada.
“Chegou quando?” Tentei começar um diálogo.
“Ontem.” Ela relaxou um pouco. “Estava a fim de pegar o sol da Califórnia.” Soltou-se
mais na resposta.
Curioso, olhei seu ombro e tinha a marca do biquíni.
Imaginar ela de biquíni na praia e adicionar isso a essa nova companhia, deixou-me
um insano. Mas o que me torturava lentamente era a lembrança de que estivemos
juntos em uma, e agora ela ia acompanhada com outro.
Isso me fazia corroer de ciúme e saudade.
“O seu acompanhante é seu namorado?” Tentei soar amigável, mas temi a resposta.
Ela não respondeu na hora, ficou pensando e olhando para o chão.
“Ainda não... E ele não é meu acompanhante... é Brandon Routh o nome dele.”
Levantou os olhos e foi firme em sua resposta.
Fiquei analisando-a uns segundos.
Ela está bem, com uma expressão composta. Está conseguindo mesmo. Não aparenta
ter balançado com a minha presença. Ela está levando a vida adiante...
Suspirei e senti a ansiedade familiar contorcer em meu estômago. Eu sentia falta da

Bella que lutava por nós...
Mas pelo que ela lutaria, quando eu a deixei sem motivos profundos?
Eu tive todas as chances que mereci dela! Ela sempre lutou por mim!
Ela tem razão de ter desistido... Não há pelo que lutar.
Com certeza ele deve ser filho governador, pelo sobrenome...É uma boa opção para
ela. Ela merece isso.
“Fico feliz que esteja bem, Bella. Eu torço por você todos os dias. Está se saindo
melhor que eu esperava.” Murmurei e ela mudou o semblante para descrença. “A
propósito, você está linda. Aliás, você é linda.” Peguei em seu rosto e deslizei o
polegar em sua bochecha, amenizando a saudade que sentia de sua pele.
Ela enrijeceu o corpo ao meu toque e olhou seguidamente para o chão. Tinha uma
tensão em seu rosto. “E você? Pelo jeito agora as mulheres brigam por você.”
Observou com mordacidade e pareceu arrepender-se em seguida, colocando a mão na
boca.
703 de 1595 26/05/2011 20:45

“Não é nada do que você está pensando.”
A tensão no ar ficou palpável, ela ficou com o semblante duro e frio ao ponto de
causar-me calafrios espinhais.
“Ah não? Pensei ter sido por causa delas que nós terminamos... Ainda bem que você
me tirou dessa... eu não queria estar naquela briga.” Ironizou.
“Não, Bella, não foi por causa de nenhuma delas.” Atraído, não resisti à distância entre
nós e coloquei minhas duas mãos na parede, prendendo-a à minha frente. Nossas
respirações ficaram próximas, seu perfume invadindo os meus sentidos, e quase em
transe pelo magnetismo, aproximei de seu rosto.
Inspirei profundo e analisei sua boca, pressionando meu polegar sobre os lábios. Eles
estavam convidativos de uma maneira a hipnotizar, mostrando que eu ainda precisava
deles para sobreviver.
Hesitando, levantei seu queixo para que ela me olhasse, com salivas de desejo sendo
trazidas à minha boca, e busquei em seus olhos permissão para beijá-la. Porém, ela
continuou fitando o chão, provavelmente fugindo do meu olhar.
Sem conseguir me desprender, fiquei ali, sentindo o seu cheiro, tomando ciência do
quanto preciso dela.
Bella POV
Eu sabia que não devia ter vindo. Perto dele todas as minhas defesas caem ao chão, e
os três meses de luta tentando esquecê-lo, ocupando todos os espaços da minha
vida, vão por água abaixo. Perto dele, meus batimentos se descompassaram pelo
nervosismo do contato. Eu estava presa, ligada por essa força que me atraia a ele.
Não adianta lutar contra. Eu o quero, contudo que ele tenha feito comigo.
Eu podia ter ficado ao lado do Brandon o tempo todo, podia ter me afastado quando o
vi, mas eu não consegui... Pelo contrário, esperei ansiosamente que ele viesse atrás
de mim quando deixei o salão.
“Ainda sente minha falta, Bella?” Ele inclinou-se e sussurrou próximo ao meu rosto.
Senti o seu hálito em mim, o gosto, o sabor de sua boca embaixo da minha língua, ao
ponto de viajar na lembrança do teor, da forma de seu beijo, e sentir tontura.
“Melhor não falarmos sobre nós.” Suspirei sentindo-me fraca e desnorteada...
Eu precisava me defender dele. Ele não pode ter essa influência sobre mim.
Senti o cheiro de bebida em sua boca, logo ele devia estar fora de si, por isso estava
agindo assim. Amanhã ele simplesmente iria voltar ao normal e perceberia mais uma
vez que eu não sou para ele.
Ele aproximou os lábios da minha bochecha, estavam quentes, e começou a beijar

levemente... Suspirei e fechei os olhos... ainda lutando entre a emoção e a razão...
Tudo girou e eu esqueci o mundo com seus simples beijos em meu rosto, seguindo
para meu pescoço. Um arrepio percorreu todo o meu corpo, quase tocando os ossos,
trazendo a lembrança de como eu me sentia com seu toque. Esqueci
momentaneamente de toda a luta por meses para tirá-lo da minha mente, para fazer o
704 de 1595 26/05/2011 20:45

meu corpo esquecê-lo e tudo que eu queria era que ele se encostasse mais em mim.
Ofeguei, meu coração acelerou e meu ar ficou desestabilizado com a proximidade dos
nossos corpos e de nossas bocas.
“Bella, algum problema?” Brandon interrompeu a minha bolha e me trouxe de volta a

realidade.
Com o olhar frustrado, Edward tirou o braço que me impedia e afastou-se um pouco.
“N-Não, Brandon.” Gaguejei sem graça. “Esse aqui é...o, er, você lembra dele, o
Edward.” Apresentei desconcertada com a situação.
Brandon olhou-me atenciosamente, em seguida fez uma careta de decepção. Ele não
imaginava que o meu ex estaria aqui.
“Até mais, Edward. Vamos Brandon.” Peguei no braço do Brandon e saí imediatamente
de lá, deixando Edward parado.
Disposta a esquecer do ocorrido, voltamos para a pista. Passava trance e eu dancei

sem medir passos. Queria limpar a minha mente, esquecer que eu estive tão próxima
de recair.
“Bella, vocês estão voltando?” Brandon aproximou-se do meu ouvido e perguntou

depois de um tempo.
“Não!” Respondi prontamente, um pouco assustada com a sua pergunta.
“Hmmm, sinceramente vou deixar você aqui e vou para outro lugar... Não foi uma boa
ter vindo... Vocês dois estavam no maior clima e eu percebi que atrapalhei.” Ele foi
bem amigável, de uma maneira que eu nunca pensei que ele pudesse ser.
“Não vá, Brandon, me desculpe. Eu falei para você que ainda estou me recuperando...
Er... Eu não queria sentir isso, e não queria que fosse assim... Mas pode ter certeza
que não estamos voltando... Só está tudo ainda muito recente... e eu não estou
pronta para recomeçar com ninguém ainda.”
Ele pôs meu rosto em suas mãos. “Eu sempre soube que você não estava pronta, só
não imaginava que ele estaria aqui... É uma briga meio injusta. Não acha?” Foi
compreensivo e calmo.
“Ele é amigo do aniversariante, mas eu não achei que viesse. Ele não é muito fã de
festas.”
“Então, Bella, pode ter certeza que ele veio por causa de você.” Concluiu como se
fosse o óbvio.
Assustei com o que ele disse, acho que até um pouco esperançosa, mesmo assim,
continuei dançando, com os olhos fixados em direção ao bar, que era onde Edward
estava com a Sophia.
“Bella, vou dar uma volta.” Brandon disse ao ver que eu olhava para o Edward.
Meu Deus, por que isso está acontecendo comigo? Por que eu não consigo me soltar
dele? Só sendo feitiço!
Desorientada, direcionei ao bar, peguei um copo com água e voltei à pista,

encontrando com Ryan.
705 de 1595 26/05/2011 20:45

“Oi, agora cede uma dança ao aniversariante?” Ele veio todo sorridente e tomou o
meu braço.
Hoje ele estava dando atenção para um monte de gente, não o vi mais de cinco
minutos com uma pessoa só. Devia ser cheio de amigos espalhados pelo país. Logo,
quase não pudemos conversar.
“Com certeza eu danço.” Respondi, sorrimos e dançamos trance.
Eu sou simplesmente assim: amo dançar, cantar, ouvir, e tudo relacionado à música
alegra a minha alma. Divertidos, dançamos bastante, mais tempo do que eu vi Ryan
com outros convidados. Não sei se era certo monopolizar o aniversariante assim.
“Bella... terminaram de novo?” Ele olhou em direção ao bar e viu Edward com a
Sophia.
“Sim. Acho que ele está com ela.” Afirmei, sofrendo com isso.
“O quê?! A Sophia?!! Eu acho que não...” Sorriu como se eu falasse um absurdo.

“Mas... Você ainda gosta dele?” Foi cauteloso ao perguntar.
“Gostar não é o mesmo que querer, e eu não o quero mais...” Eu preciso acreditar
nisso. Esse é o meu mantra.
Em casa, eu tenho certeza que não o quero mais e que estou conseguindo avançar
com a vida. Lá eu acredito que estou indo bem, pois tenho uma rotina cheia, tenho
novos amigos, estudo bastante. Assim, ocupando minha mente e meu tempo, eu
penso estar conseguindo...
Todavia quando o vi hoje, percebi que não mudou nada... meu coração continua
intacto... é como se fosse ontem que estávamos juntos... os mesmos sentimentos...
A mesma dor.
“Espera aqui.” Ryan saiu, falou algo com o DJ, depois voltou.
Iniciou-se uma música lenta e ele pegou em minha cintura para dançar.
Estava bom ali, estava dançando com uma pessoa que não tinha o mínimo interesse
em mim, então eu podia deitar em seu ombro e simplesmente curtir o momento e a
música.
“Eu não consigo entender vocês dois, é nítido que Edward só tem olhos para você.”
Ele começou.
“Não foi isso que ele disse... ele falou que estava me deixando por outra, Ryan.”
Percebi que Edward e a Sophia vieram para a pista e dançavam próximos a nós.Fingi
que não estava vendo a cena para não sofrer mais.
Depois de alguns minutos, Ryan pegou minha mão, afastou-se um pouco, disse algo
no ouvido do Edward e entregou minha mão a ele, pegando em seguida na cintura da
Sophia.
Eu não entendi por que Ryan fez isso, porém ele estava com um sorriso conspirador
de um canto ao outro do rosto.
Ele abraçou forte a Sophia, levantando ela do chão um pouco, e deu um leve beijo em
706 de 1595 26/05/2011 20:45

sua boca.
Nossa, ela é do povo! Balancei a cabeça bestificada.
Edward sorriu torto, me puxou para perto dele e começou a dançar a lenta, segurando
firmemente em minha cintura.
Hum, ficar próximo assim eu sempre soube que não era tolerável. Logo um turbilhão
de sensações invadia o meu corpo ao sentir a respiração dele tão próxima ao meu
pescoço.
Me sentindo mole, abaixei a cabeça e a deitei em seu peito, tentando limpar o cérebro,
tentando me convencer que não era ele ali.
“Gostei do cabelo preso...” Ele encostou a boca em meu ouvido e disse sedutor,
acariciando o meu pescoço com a ponta do dedo. “Deixa seu pescoço mais... livre.”
Eu fiquei arrepiada com a sua respiração quente em meu pescoço, sua boca
encostando levemente.
Isso era jogo sujo, não tinha autocontrole que suportasse o calor de sua voz tão
próximo.
Determinada, fechei os olhos e continuei tentando bloquear o contato.
Ele apertou-se mais a mim, e com uma mão segurava minhas costas e a outra alisava
os meus braços e ombros, com seu nariz ainda respirando encostado em meu
pescoço.
Aquilo estava me desequilibrando totalmente. Eu não queria ser tão fácil assim, mas
me sentia necessitada do toque de suas mãos.
Instantes depois, abri os olhos, e captei com o canto do olho, a irmã do Ryan a
metros de nós, nos olhando de uma maneira indecifrável.
Aquilo foi o suficiente para me jogar de volta a realidade e me fazer sentir mal em ser
parte das meninas que o disputam.
Além disso, terminamos... Pior, em uma época em que estávamos felizes...
Eu não podia me permitir ficar ali, isso era falta de dignidade...Por mim e pelo tanto de
gente que sofreu com as atitudes egoístas dele, eu deveria sair.
Torci mentalmente para que a música acabasse logo, só assim eu poderia deixar a
pista,, sem ser mal educada. Fazendo isso, eu não mostrava o quão fraca estava por
ele.
Não era uma boa idéia ficar tão próxima assim, era muito sofrimento para encarar.
Já quase no fim da música, ele levantou o meu queixo, procurando os meus olhos, e
acariciou meus lábios com os dedos.
Percebi suas intenções e abaixei o olhar, fugindo do seu beijo. “Edward, não.” Neguei.
Eu estou conseguindo sobreviver sem isso.
“Por quê?” Ele sussurrou e encostou a boca no meu rosto, beijando leve, e com a mão
acariciava o outro lado.
707 de 1595 26/05/2011 20:45

Débil, eu sentia as chamas me queimar por onde a boca dele passava, eletrocutando
dali a todas as partes do meu corpo. Eu tinha um desejo enorme de virar o rosto e
encostar a minha boca na dele...Minha respiração estava instável e meu coração corria
veloz...Tentava insistentemente e sem sucesso, limpar o cérebro, mas somente uma
pequena parte minha se mantinha em pé. O orgulho ferido.
“Edward, se toca... Não temos nada para você ficar me beijando...” Suspirei e abaixei
a cabeça novamente, desviando meu rosto dos seus lábios.
“Desculpe, Bella.” Ele retraiu ao som da minha voz, afastou-me um pouco e voltou as
mãos para as minhas costas.
“Desculpas pelo quê dessa vez? Você não me deve desculpas, Edward. Esquece isso.”
Recompus e passei firmeza em minha voz.
Ele não precisava se desculpar por querer beijar alguém em uma festa ou por querer
só ficar mais uma vez. Também não precisava se desculpar por não estar mais a fim
de namorar comigo e por querer liberdade. Não há motivos para desculpas.
Ele levantou meu rosto, segurando mais forte, e olhou firmemente em meus olhos.
“Eu... preciso... te... pedir... desculpas... Posso?”
“Tudo bem, pelo quê?” Essa eu queria mesmo saber.
“Por não conseguir parar...” Ele estava naquela mesma luta antiga dele para falar. Algo
que me tira a paciência.
“Parar? Parar o quê? Vou tentar te ajudar a falar...” Encarei-o duramente. “Parar de
me fazer sofrer? De tentar me iludir ligando para mim? De tentar me beijar quando eu
estou me recuperando? De tentar me enganar dizendo que não tem nada com essas
meninas?” Soltei um sorriso cheio de mágoa.
Putz! Essa ferida podia ter ficado sem ser mexida desse jeito... Não queria me expor
dessa maneira.
Ele ficou sem ação, típico dele. Ele não consegue responder a altura sobre pressão.
“Bella... está difícil para mim... eu não estou conseguindo...”
“Não está conseguindo o quê? Quer saber...” Parei de dançar e senti minha voz
tremer. Se eu não saísse dali imediatamente, poderia não agüentar o sufoco de
lágrimas. “... Você não cansa não?” Deixei-o na pista e saí rumo ao corredor lateral
que daria acesso ao estacionamento.
Senti que ele veio atrás, então no fim do corredor ele segurou o meu braço.
“Bella...” Ele engasgou, e eu definitivamente não tinha mais ânimo para esperar.
Puxei teimosamente o meu braço e saí. Peguei a chave com o manobrista e fui rumo
ao carro.
Quando olhei em direção ao carro, parei, pois o Brandon estava encostado beijando
uma menina.
Putz, mais essa! Não posso chegar lá e atrapalhar mais isso na vida dele. Já basta o
balde de água fria que ele teve aqui.
708 de 1595 26/05/2011 20:45

Resolvida, voltei ao manobrista, devolvi a chave e decidi voltar para o salão.
Edward continuava na porta do corredor lateral de acesso ao salão, e, decidida a não

falar mais com ele, fingi que não o vi e passei direto, intencionada a entrar pela porta
da frente.
E agora? O que ia fazer nessa festa? Fiquei completamente sem rumo... Era nessa
hora que a minha irmãzinha fazia falta. Se ela não tivesse viajado, eu não teria que
ficar só aqui.
Pior que a minha vontade era voltar lá e ficar com ele. Sei que eu devia ter amor
próprio e dignidade, sim, eu devia. Mas tudo que eu quero agora é beijá-lo.
Eu sei que ele terminou comigo... mas, e daí?
Nesses anos, ficamos juntos várias vezes e só namoramos seis meses!
Eu posso aproveitar o momento, não posso... Afinal, o que ele me proporciona é sem
igual...
Enquanto eu caminhava e pensava, nenhuma parte do meu cérebro discutiu minha

decisão, sinal que meu corpo queria e meu cérebro entrava em concórdia.
Suspirando, dei meia volta e fui rumo à entrada lateral novamente.
Edward continuava lá e saiu da porta, indo mais para o estacionamento, ao perceber

que eu iria falar com ele.
“Bella, eu...” Iniciou.
“Edward, eu não quero conversar.” Interrompi e pus o indicador em sua boca. “ Eu só

quero o que você pode me oferecer. Então me beija sem conversar, por favor.” Parei
em sua frente esperando que ele tomasse uma atitude.
Ele sorriu e se aproximou, tocando o meu rosto com as costas das mãos.
“Desculpe, Bella, mas eu não quero...”
Frustrada, abaixei a cabeça e senti raiva com timidez momentânea. Meu rosto corou
pela vergonha de ter me oferecido e ele negar... Eu devo ter entendido tudo errado...
estava vendo coisas... ele não deve ter tentado me beijar em nenhum momento essa
noite, e aqui estou eu me oferecendo como se ele estivesse muito interessado.
Ele só queria a minha companhia e amizade o tempo todo. Como eu pude dar um furo
desses?
“Que foi, Bella?” Ele levantou o meu rosto, procurando os meus olhos, mas eu fiquei
envergonhada demais pela minha falta de valorização e não tinha coragem de olhá-lo.
Eu queria fugir dali, me esconder. Como eu pude me rebaixar assim?
Ele terminou comigo sem mais e nem menos, agora eu venho lhe pedir que me beije e
ele ainda me nega! Eu me desconheço!
A rejeição passou pelo meu rosto, e eu não consegui levantar os olhos nem os pés do
chão.
Pra onde eu iria depois dessa? Aonde eu iria me esconder?
709 de 1595 26/05/2011 20:45

Iludi-me pensando que ele queria pelo menos me beijar, como antigamente, mas ele
disse que não quer!
Ele me abraçou, ao perceber que eu mudei o semblante e pareceu ter compaixão de

mim. “Bella, eu não quis te ofender.” Ele murmurou.
Bloqueei qualquer sensação que eu pudesse ter com os seus braços em volta de mim
e continuei calada, olhando para o chão. Por que eu não conseguia sair? Eu não
preciso de sua pena!
Poxa! Existem outras pessoas interessadas em mim, e eu passando por isso!
Só eu mesma!
“Não fique triste. Tudo fica pior para mim se você ficar assim, se você estiver mal.
Desculpe-me, eu não quero te deixar assim.” Tudo que saía da boca dele mostrava
que ele estava com remorso, com dó de mim. E eu não preciso disso!! Que saco!
“Edward, eu estou bem. Só estou pensando...” Levantei os olhos, tentando compor

firmeza na expressão. “Era só por corpo, não precisa ficar preocupado com os meus
sentimentos. Se você não quer, tudo bem.” Mantive minha voz firme.
Ele pôs no rosto um semblante de tortura, e eu não consegui entender o porquê.
Olhei para as minhas mãos e elas tremiam descontroladamente, a qualquer momento

eu entraria em desespero com sua presença, e estaria irremediável. Eu necessitava
ficar longe dele pra controlar o buraco que queria se abrir em meu peito e começar a
sangrar... eu não podia chorar...
“Bella... er...”
Putz, por que ele não fala?? Fica só me olhando com esse jeito nervoso. Seria tão mais
fácil me soltar e sair logo, se é isso que ele quer! Mas não, fica tentando se justificar,
isso machuca ainda mais.
Cruzei os braços esperando a justificativa da vez.
“... Você pediu para eu te beijar... Só por corpo... Eu quero muito te beijar... mas se
eu quisesse simplesmente beijar alguém, um corpo... eu beijaria a irmã do Ryan...
Porém eu não quero isso... eu quero ficar com você... Por favor...” Aproximou os
lábios dos meus “... Por mim... Fica comigo de corpo, alma e coração. Eu não quero
só o que seu corpo me proporciona... eu quero a minha Bella. Quero o seu calor, a
sua alegria e a sua vida.” Tocou levemente os lábios nos meus.
Eu fiquei mais sem ação com suas palavras.
“Edward, essa Bella está morrendo, não percebeu? Você está matando-a lentamente.
A única parte minha que está fraca e te quer, é superficial... é pele... só o corpo.”
Menti, tentando proteger-me. Preciso enganar o meu cérebro que é só isso, mesmo
que todo o meu ser clame insistentemente por ele.
“Tudo bem... Se é o que você quer, eu aceito.” Ele respirou fundo. “Embora eu sinta
muita falta de você...” Tinha um pouco de dor em seu olhar, ele parecia estar sofrendo
com isso “Contudo, saiba que você não tem só o meu corpo... eu sou todo seu.” Ele
disse, se afastou o rosto do meu e adotou uma postura desconhecida. “Tem algum
lugar específico que você queira ir?” Estranhamente, ele soltou-me do seu abraço,
710 de 1595 26/05/2011 20:45

com a voz baixa e uniforme, parecendo um profissional a oferecer seus serviços.
Assustei com a ação dele, tinha algo escondido no seu tom. Ele parecia estar chateado
com o fato de saber que eu só o queria externamente. Parecia deixar-se usar. Então,
pus em mim uma capa descontraída, a fim de quebrar o clima tenso do ar, e sorri do
modo como ele agiu.
“Não precisamos ir para lugar nenhum... São só beijos... Você não é mais meu
namorado para dormir comigo por aí, nem ficante. Na verdade, hoje vamos agir como
se tivéssemos nos encontrado aqui pela primeira vez, aí rolou o clima e vamos ficar,
tudo bem?” Sorri descaradamente.
Lógico que já avançamos além de beijos na nossa relação, mas já era constrangedor
estar pedindo que ele ficasse comigo, muito mais se o levasse para algum lugar
especificamente para isso. Chegava a ser humilhante.
Pior que o momento ficou muito chato, e nem tinha mais clima para rolar algo.
Conversamos demais e acabou estragando.
“Vamos dançar?” Propus e puxei o seu braço para o salão.
Ouvir música faz com que eu me sinta outra pessoa. Ela me invade e muda os meus
ânimos. Ainda mais quando ela é alguma insinuante como a que tocava, da Rihanna.
Não tinha como me segurar.
Tinha desânimo no rosto de Edward, talvez ele estivesse desistindo disso. Mas eu o
queria, agora mais que antes. Ele conseguiu me despertar, e eu resolvi esquecer todos
os meses e todos os contras, me entregando somente ao momento.
Antes que ele desistisse, procurei desativar todo o meu lado afetivo-amoroso e adotei
uma postura sedutora. Depois coloquei um sorriso travesso, um olhar insinuante e
dancei, aproximando de sua boca, respirando próximo a ele e afastando novamente.
Ele sorriu mais animado e pareceu gostar da minha conduta.
Aproximei novamente, passei a língua no canto de sua boca e virei de costas para ele,
encostando-me e movendo os quadris no ritmo da música.
Envolvido, ele colocou a mão em minha barriga, distribuindo choques por onde
aquelas mãos quentes passavam.
“Resolveu me enlouquecer?” Sussurrou e mordiscou a minha orelha.
“Se for preciso...” Sorri e continuei dançando, me apertando a ele, que já respondia ao
contato.
Virei-me de frente novamente, subi as mãos até o meu cabelo e desci de

novo,passando-as pelo meu corpo, mantendo o olhar insinuante no rosto.
Ele me olhava aparentemente admirado, ou talvez assustado. Aproximei-me de novo e

mordisquei o seu lábio inferior, depois me afastei, dançando.
Eu estava me desconhecendo, nunca me senti assim, com essa sensação dominadora.
Ele já estava completamente estimulado, suspirando cada vez que eu me aproximava.

Coloquei as mãos em seu pescoço e suguei seu lábio inferior com lascívia, olhando em
seus olhos e passando a língua. Ele apertou-me, esquecendo do lugar, e beijou-me
711 de 1595 26/05/2011 20:45

rendido por minutos.
Determinada, puxei-o de lá para a escada de emergência em um canto escuro do

salão.
Meu Edward desperto e ansioso já estava ali, me imprensando na parede e apertando

o meu quadril a si fortemente.
Longos minutos se passaram e continuamos lá.
Ele deteve-se só em beijar-me e apertar-me, o que estava me incomodando, pois eu

queria as suas mãos sobre mim, a sua boca sobre mim, matando a saudade que eu
tinha dele.
Eu já estava perdida de desejo, e ficar ali não era a mais a minha intenção, então me
virei e peguei o celular em minha bolsa, enquanto ele beijava as minhas costas e
pescoço, e disquei. “Oi... manda um táxi no salão Blue Wing... Bella Cullen. Obrigada.”
Provavelmente a atendente achou que eu estava passando mal, pois em nenhum
momento Edward parou de beijar-me, fazendo o meu ar faltar.
Virei-me novamente para ele, queimando de desejo, meu corpo respondia

ardentemente, implorando por ele, contaminado pelo incêndio em mim.
Ele afastou-me sem ar e murmurou, mordiscando o meu ombro. “O que eu estou

autorizado a fazer?”
Voltou a beijar-me, atrasando o meu raciocínio. Ele estava se contendo aos beijos e
apertos por que voltou a precisar da minha autorização. Por isso nada de mãos e nada
de boca descendo sobre mim, por estar receoso novamente.
“Tudo que você já fez até hoje.”
Senti-o enlouquecer completamente com a minha resposta. Quando ele está envolvido
de desejo perde a noção do mundo real. Imediatamente, ele desamarrou o nó do meu
vestido e desceu rápido com a boca para o meu pescoço, colo, seios, enlouquecido,
sugando feroz. Eu gemia e erguia o corpo, satisfeita por ser agraciada com aquilo.
Ele desceu com a mão, subiu a saia, encontrando a minha coxa, e comprimiu-me mais
a si, que dava sinais extremos de apetite. Ele me afastou, entreabriu minhas pernas e
tocou-me em um ponto extra, intimamente, que descobrira, tirando-me do chão,
fazendo-me sentir mil sensações.
Eu o queria todo para mim e puxava insistentemente seus cabelos. Ele se alternava
entre meus seios, pescoço e boca, na tentativa de conter os meus suspiros.
Mas tudo era inaudível diante do barulho do som que rolava no salão.
“Calma, Bella...” Sussurrou e continuou com suas carícias.
Seu toque íntimo cresceu, senti tudo tremer e minhas pernas perderem forças.
Sensação que há meses eu não sentia. Por minutos fiquei fora de órbita, e ele
continuou beijando-me, acariciando o meu rosto e me apertando contra a parede.
Depois de uns segundos, procurei a calça dele e busquei o zíper, abaixando-o

lentamente. No entanto, repentinamente, ele mordeu meus lábios e se afastou, não
permitindo que eu continuasse.
712 de 1595 26/05/2011 20:45

“O que foi?” Perguntei recuperando o fôlego.
“Eu não quero.” Ele se recompôs e afastou-se um pouco.
“Como não!?”
Ele amarrou a minha blusa. “Era só por você... Acho melhor você ir, seu táxi deve ter
chegado.” Disse ainda ofegante.
Fiquei pensando no que ele falou por alguns minutos, depois acalmei completamente e
descemos, nos direcionando para frente do salão.
Ele não pegou em minha mão, nem me abraçou quando descemos de lá. Também não
liguei, tentei agir como desconhecidos que iam sair casualmente.
O clima ficou estranho novamente e paramos na frente do salão para esperar o táxi.
Distante, ele encostou-se à grade e colocou a mão no bolso, calado e olhando sem
ponto fixo. Então cruzei os braços e fiquei calada também.
O táxi chegou e ele ficou parado. Não parecia ter a intenção de me acompanhar.
“Vamos?” Chamei-o, e ele mostrou surpresa e indecisão.
Descarada, aproximei o rosto do dele e sussurrei em seu ouvido. “Eu ainda estou
quente, pra ser mais exata, fervendo... eu ainda quero você.” Ele encarou-me
admirado, talvez com a minha espontaneidade, pois eu usei as mesmas palavras que
ele usou quando ele estava fazendo o seu ‘estudo’ em mim.
“Para onde?”
“Podemos ir para o ap do Emmett.” Eu estava me divertindo com o velho Edward

indeciso e receoso que estava ali.
Entrei e ele entrou em seguida no táxi, calado enquanto o caminho se seguia.
Aproveitei e liguei para o Brandon.
“Oi...”
“Fala, Bella.”
“Deixei a chave do carro com o manobrista para você poder ir embora.”
“E está indo de quê?”
“De táxi... O Edward está indo comigo.”
“Eu vou dormir fora, na verdade nem estou na festa mais.”
“Ah, então tá bom, amanhã nos falamos.”
“Mas você vai deixar o carro na festa? Eu já estou em outro lugar.”
“Amanhã eu pego. Beijos.” Ainda bem que o Brandon se virou. Ele é legal.
Edward continuou calado durante todo o trajeto. Parecia estar agindo assim por que
eu falei que era só corpo, mas para mim não era assim. Não era real esse
713 de 1595 26/05/2011 20:45

pensamento.
Eu o quero como sangue em minhas veias... Mesmo que eu tenha que me conformar
só com o momento. Eu só quero ter a ilusão, acreditar que ainda estamos juntos, que
ele ainda me ama, me quer, mesmo que eu não acredite mais em nosso futuro
juntos...
Eu minto para mim mesma nesse instante, sonho que ainda existe. Que ainda sou o
que ele quer e fantasiou. Hoje será simplesmente uma troca. Uma noite para acalmar
a necessidade de uma vida...
O pior sou eu saber que a cada segundo que passo com ele tenho mais certeza que o
amo, e que necessito das doses de sua presença. Que sou viciada nele. Portanto
tomarei dele tudo que ele puder me dar. Se for só corpo, devo me conformar com
isso.
Amanhã será um novo dia, e eu volto a tentar viver sem ele.
Entramos no AP, e ele sentou na cama, parecia estar triste. Mas eu não conseguia
entender por que ele ficava triste em alguns momentos. Eu que devia estar chateada
estava bem. Decidi viver e curtir o momento.
Definitivamente tem horas que eu desconheço o Edward. Ele só podia estar

preocupado comigo. Mas não precisava se preocupar, eu já aprendi a viver com isso.
Tirei o vestido na frente dele e ele não olhou em minha direção, então fui ao banheiro,
tomei banho, passei perfume e vesti uma lingerie.
Eu devia estar adivinhando, aliás, meu sexto sentido devia saber que eu iria
encontrá-lo, pois comprei um conjuntinho lindo vermelho.
Olhei em sua direção e ele estava sem ânimo aparente.
A visão de sua tristeza me remeteu a uma pequena lembrança do último dia lá em

casa, que tinha uma melancolia em seu rosto por ele saber que ia terminar comigo.
Mas hoje ele não precisa ficar assim, já terminamos mesmo! Vai ser só uma ocasião
oportuna para nós dois.
Aproximei da cama e ele olhou por minutos as minhas peças de roupa.
“Vai só olhar?” Resolvi provocar e aproximei mais da cama, colocando o joelho sobre
ela.
“Você está irreconhecível.” Pareceu uma reclamação.
“Por fora eu estou toda aqui, então devíamos aproveitar.”
Ele estava sentado, então pegou em minha cintura e ficou subindo e descendo as
mãos pela lateral, parecia estar admirando. Depois ele me abraçou, com a cabeça em
minha barriga.
“Posso beijar?” Perguntou com a voz vacilando.
Como assim, pode beijar!?
Nossa, como ele andou pra trás esses meses longe de mim, viu!
714 de 1595 26/05/2011 20:45

“Pra isso viemos aqui.” Fui direta.
Ele deitou-me lentamente na cama.
“Posso beijar você todinha? As partes cobertas e descobertas?” Tinha algo escondido
em sua pergunta.
Ele ficou aspirando ao meu perfume, de olhos fechados, deitado ao meu lado,
passando as mãos levemente pelo meu corpo...
“Sempre pôde.” Respondi friamente, mostrando ser o óbvio.
Trouxe-o para os meus lábios, beijando suavemente, enquanto eu desabotoava a sua

camisa. Passei as mãos em seu peito, descendo pelo abdômen e cheguei ao cinto.
Desabotoei cinto, calça, e ele ajudou-me a tirar, sem soltar os meus lábios. Nesse
instante, já estávamos mais ansiosos, com a respiração mais difícil.
Ter aquele corpo quente encostado a mim trazia energia ao meu corpo, alimento para
as minhas células.
“Adorei essa cor em você.” Ele beijou meu pescoço, completamente domado, e abriu
meu sutiã, livrando-se dele.
“Gostou e já vai tirar...” Descontraí, e ele ajoelhou na cama, olhando-me por longos
minutos, dominado de desejo. Seguidamente, ele se inclinou e desceu com a boca
pelos meus seios, passando a língua levemente pela lateral e centro.
Mas eu queria mais, queria que ele me beijasse ferozmente, e já protestava em

ansiedade por sua boca toda. Ele sorriu ao perceber o meu desejo e aprofundou,
sugando, apertando.
Eu fui aos céus com essa carícia, era um pedaço do meu paraíso descoberto.
Ele desceu a boca pela minha cintura, barriga, mordiscando, lambendo[K4] , e aquilo
era enlouquecedor. Eu tinha a sensação que iria explodir, pois por onde sua boca
passava deixava um rastro queimando em minha pele.
“Sinto tanta falta de você.” Murmurou e estava me desconcentrando com suas

tentativas de me iludir.
“Edward, não fale.”
Ele traçou o caminho da lateral da calcinha com a língua, depois desceu a peça e
beijou as laterais da minha coxa. Ele subia em todo tempo com a boca até a cintura,
mordiscava, depois descia novamente. Eu já me encontrava em delírio e estremecia,
erguendo o corpo instintivamente e sem controle.
Assustei-me e enrijeci o corpo quando ele afastou a minha perna e beijou as coxas
internamente. Mesmo que fosse bom, temi os seus planos.
Ele percebeu minha tensão, encostou a cabeça em minha barriga e migrou a mão para
minha intimidade, tentando controlar sua respiração.
“Você disse que eu podia beijar você toda...” Sua voz foi rouca, cortada e ele me
deixava confusa com sua mão.
As coisas não eram mais genuínas entre nós. Se eu estava nua na cama com ele e
715 de 1595 26/05/2011 20:45

ainda chegássemos ao ponto dele descer sua boca em mim, eu não tinha mais pelo
que esperar...
“Tudo bem, mas hoje vai ser completo.” Exigi.
Ele levantou os olhos para olhar-me e eu desviei o olhar, incapaz de retribuir o olhar e
me manter estável. Eu estava evitando gravar seus olhos em minha mente para não
sofrer depois com a lembrança.
Sem perda de tempo, ele voltou para os meus lábios, ainda com a mão acariciando
meu cantinho mágico. Tudo estava perfeito, seus lábios estavam entregues, e sua
mão aumentava o meu prazer em mil. Ele acariciava o acesso e arfava em minha
boca, gemendo descontroladamente.
Tudo em mim rodava quando ele descia a boca enlouquecido para os meus seios. Eu
via os céus, estrelas, constelações.
Seus dedos ficaram mais precisos, e eu senti meu corpo tremer. Segundos depois
choques prazerosos foram distribuídos em cada canto, no momento em que eu
chegava ao meu ponto extremo, arfando pesadamente, com meu corpo todo tendo
espasmos.
Após um tempo curtindo o formigamento com o corpo relaxado sobre a cama, virei de
lado e coloquei minha mão sobre sua boxer, a fim de acariciar-lhe e conduzir-lhe a
mim. Se estávamos aqui, o certo era esquecer tudo e aproveitar. Porém, contrariando
minha vontade, ele repentinamente se retraiu e levantou.
Edward POV
Fiquei olhando-a por minutos, alimentando-me das doses do perfume do seu cabelo
enquanto ela estava absorta naquele momento...
Era uma sensação torturante saber que estávamos juntos, mas que logo nos
separaríamos. Entretanto, o que mais me chocava era saber que ela não era mais a
mesma. Estava distante. Só o seu corpo estava presente, sua alma estava à milhas
dali.
E mesmo que meu corpo pedisse insistentemente para tomá-la, deixando-me insano
com a idéia, eu não devia seguir a minha vontade.
Não era justo com a nossa história, não era justo com a Bella que eu amo.
Vê-la sobre a cama me matava e me castigava, pois tudo que eu queria era abraçá-la
e dizer-lhe que não sou nada sem ela. Mas devia retrair-me enquanto havia tempo,
assim, não cairia na armadilha de deixar-me ser traído pelos meus vis desejos.
O que fazia controlar-me, além da nossa história, era saber que eu não conhecia a
pessoa que estava ali. Não a sentia. Ela não me olhava mais com carinho, nossos
olhos deixaram de comunicar-se. Seria tudo mecânico, premeditado e somente por
prazer.
Mesmo que da minha parte houvesse adoração ao seu corpo e a ela, não era
recíproco. Ela estava ali somente por necessidade física. Temo não haver mais
sentimentos de sua parte, quando eu a amo muito mais que a minha própria vida.
Após ter assistido presumido seu tempo natural passar, ela colocou a mão sobre meu
716 de 1595 26/05/2011 20:45

comprimento, a fim de tirar a peça inferior, e eu instantaneamente retraí,

levantando-me enquanto estava em pleno juízo.
Fui capaz de resistir, mesmo com a dor que se instalara em mim pela frustração.
Contudo, nenhuma dor é maior do que não tê-la, no entanto, eu aprendi a conviver
com isso.
Bella POV
Fiquei olhando estática em sua direção. Não entendi o que ele estava fazendo, pois ele
pegou a camisa e começou a abotoar, depois pegou a calça e vestiu, colocando a
blusa por fora, sem pressa.
“O que foi?” Franzi a testa sem entender a indelicadeza.
“Eu não te sinto aqui... Não tem por que eu ficar mais... Se era só corpo, Bella, creio
que deve estar satisfeita de mim.” Disse baixo, com um pouco de dureza e calçou os
sapatos.
“Você já vai? Não vai continuar não?” Estava horrorizada com a atitude dele.
“Já vou. Ou você ainda me quer?” Ele olhou triste em minha direção.
Indignada, sentei e me vesti com as peças íntimas, enfurecida com a sua atitude
grosseira. Era bem a cara dele. Pensei que ele tinha mudado. Como eu me iludo!
Levantei, vesti um roupão do Emmett e saí rápido do quarto.
Ele veio atrás.
Já na sala, fechei o semblante e abri a porta do apartamento para ele sem dar
nenhuma palavra, com o olhar transtornado em sua direção.
Foi um erro o que eu fiz... deixar acontecer isso para depois ser tratada assim...
De novo, meu amor próprio foi esmagado.
Putz, será que todo homem faz isso? Acho que isso foi meio humilhante, não?
Se ele gostasse de mim saberia que não era só corpo que eu queria.
“SOME!!” Grunhi.
Ele ficou parado, estudando o meu rosto, depois deu um passo a frente e fechou a
porta.
“Por que você está assim? Foi você quem ditou as regras... eu só queria a minha Bella
aqui e você não quis me dar. Em compensação, você queria o que eu posso te
proporcionar, e isso eu te dei.” Ele continuou cético e frio.
Eu estava tentando conter tudo que queria me invadir, logo, suspirei e tomei forças.
Eu tinha justificativa para a minha falta de carinho e para a minha capa de sedutora.
Mas eu deveria me abrir assim?
Respirei fundo, buscando paciência, e controlei a voz falando pausado. “Foi você quem
terminou comigo, não vê que eu quero me proteger?” Sentei no sofá, segurando as
717 de 1595 26/05/2011 20:45

minhas emoções em mexer nessa ferida. “Se eu me entregar a esses momentos,

depois eu vou sofrer muito mais. Eu prefiro permanecer sem emoções, deixando meu
corpo usufruir o que ele quer... embora seja difícil, porque é nítido que eu gosto muito
de você. Você sabe disso mais do que eu. Sinceramente eu não sei o que você está
cobrando. O correto é agirmos como qualquer estranho, sem falar do passado, sem
falar do futuro, sem olharmos nos olhos e sem falar de sentimentos. É assim,
momento, viver o momento. Eu não vou te encher de juras de amor se eu sei que
você não me quer. Pra que me iludir?” Senti meu coração arder em me revelar assim.
Ouvir isso da minha própria boca desestabilizou todo o meu autocontrole.
Assustei-me com a sua atitude seguinte, pois ele olhou para as mãos, sentou-se no
braço do sofá, de costas para mim, e deixou lágrimas caírem lentamente dos seus
olhos, completamente infeliz. Eu não consegui entender o motivo.
“O que você faria se guardasse um segredo que não é seu e não pudesse revelar
porque envolve a vida de outras pessoas?” Continuou pensativo olhando para as
mãos.
“Não sei do que você está falando... Mas esse segredo deve ser, no mínimo, mais
importante do que eu na sua vida.”
“Não se trata disso. Para mim, nada é mais importante do que você em minha vida.”
“Então o que isso tem a ver comigo? E por que resolveu falar nisso agora?”
“Por que por causa disso, nunca poderemos ficar juntos. Nossas famílias não poderão
ficar próximas...” Ele fez uma careta, descrente, com uma dor infinita em sua voz.
Por um tempo, o silêncio tomou conta da sala enquanto eu pensava nas

possibilidades.
“Você é filho do meu pai?”
Ele sorriu com dor. “Há... Se fosse isso, eu já teria tirado a minha própria vida.”
“Por que você odeia o meu pai?” Fiquei irritada com o tom de sua voz.
Ele abaixou-se em minha frente, ao pé do sofá e segurou o meu queixo. “Eu não odeio
o seu pai... Pelo contrário, queria que as coisas fossem diferentes, vi que ele é uma
boa pessoa.”
“Então por que teria tirado sua vida se fosse filho dele?”
“Por que aí eu não poderia ter você mais nessa vida. Não teria nenhuma
probabilidade.”
“Então fala o que te afasta de mim, por favor.” Supliquei e toquei seu rosto.
Ele sentou ao meu lado e me puxou para o seu colo. “Eu não posso... eu prometi...”
“Você também prometeu nunca me deixar.” Abaixei os olhos, já me arrependendo de

ter falado isso.
Ele encostou as costas no sofá, com as mãos mexendo ansiosamente nos cabelos,
depois pegou nos meus ombros, olhando fixamente em meus olhos.
718 de 1595 26/05/2011 20:45

“Me perdoa, Bella, por favor... eu não estou conseguindo viver longe de você... não dá
para fugir desse amor... Dá um jeito de ficar comigo, por favor, nos salva... eu não
posso viver sem você.” Pediu com o olhar suplicante.
“Eu não sei o que posso fazer. Não sei exatamente o que você quer.” Murmurei triste e
estudei o seu rosto e palavras.
Tinha um desespero em seu tom que estava derrubando todos os meus argumentos
de defesa contra ele.
Minha vontade era relembrar o tanto que eu sofri e ainda sofro por causa dele, por
causa desse motivo idiota que ele tem, mas o seu semblante me desarmava, e tudo
que eu tinha era vontade de tirar aquela tristeza estampada ali.
Ele me abraçou derrotado, colocando o seu rosto em meus cabelos. “Eu também não
sei, Bella... Só sei que eu preciso de você presente em minha vida... Volta pra mim,
por favor.”
“Edward, como vamos namorar se você disse que nunca vamos poder ficar juntos?”
“Eu não sei... Penso em mil possibilidades...Mas eu não encontro... Sei que nossas
famílias não poderão se unir...” Tinha muita ansiedade em sua voz, um pouco de
desesperança. “Eu sinceramente não sei a solução para isso... Já pensei que talvez,
um dia, quando eu for para outro país, você poderia ir comigo... Mas não sei
mesmo...” Ele pegou em meu rosto com olhar implorativo. “Eu só queria você... De
alguma maneira eu queria você para mim, por favor, volta pra mim...” Ele pediu, com
umidade insistente nos olhos. Eu já estava ficando assustada com o seu olhar sem
esperanças.
“Se você confia em mim, me fala o que é.”
“Eu confio em você, mas eu não posso...” Ele desviou os olhos, infinitamente triste e
olhou para o chão.
“E a outra pessoa por quem você tinha me deixado?”
Ele olhou intensivamente em meus olhos. “Eu não tenho ninguém, Bella. Você não
percebe a grandeza dos meus sentimentos por você não? O que eu tenho que fazer
para mostrar isso? Mesmo que você não volte comigo, você precisa acreditar em
mim.” Ele não tinha esperanças de que eu fosse voltar com ele e isso estava
parecendo machucá-lo.
“Eu preferia que você confiasse em mim, mas não vou te pressionar. Embora eu já
tenha sérias suspeitas do que se trata, vou ficar esperando que você me fale.”
“Eu sei que não é justo te pedir que não me cobre e que ainda me aceite... Ainda mais
sabendo a dor que eu te causei, e o tanto de tempo nosso que foi desperdiçado. Mas
eu te amo e sinto a sua falta. Minha vida pára de ter sentido sem você. Por favor, não
me deixe ir sem você... Você sabe que amo você, não sabe?” Ele encostou a testa na
minha e segurou meu rosto, com olhar carente.
Suspirei, e, enternecida, levantei o seu rosto e acariciei a sua pele, traçando suas
linhas que eu tanto amo, no mesmo instante que limpava a umidade sincera dos seus
olhos. “Edward, eu sei... eu também amo você, e vou te ajudar a enfrentar seja lá o
que for. Eu te perdôo, pois sinto que é sincero... Porque para ter arriscado o nosso
amor, deve ter sido por algo muito importante que você guarda.” Beijei meigamente o
719 de 1595 26/05/2011 20:45

seu rosto, cantinho por cantinho. “E... eu continuo sendo sua, nunca deixei de ser...
Mesmo que eu tentasse esconder o meu amor, ele sempre esteve aqui. Meu coração
continua sendo seu... Não sei quanto ao nosso futuro, mas eu aceito voltar para
você.” Abracei-o carinhosamente, e ele inalou profundamente, aliviado.
Deitamos abraçados no sofá e passamos horas nos reconhecendo novamente.
Ele acobertava-me com seus carinhos, com seu doce olhar, como se estivesse me
encontrado agora, a primeira vez em toda a noite. Ele perdia-se em meus olhos,
idolatrando-me com o simples olhar.
Passeei insistentemente os dedos em sua pele, rosto, pescoço, cabelos, suprindo a

falta que ele fez aos meus olhos.
Ainda que tenha existido dor tão grande, ela não é maior que o amor que nos rodeia e
que nos atrai. Essa atração de vidas que nos rodeia só nos permite distanciarmos em
corpos, nossas almas se chamam, pois necessitam uma da outra veementemente,
tornando-nos próximos sempre.
Não sei o que o destino nos preparou, e o que ainda nos armará.
Não sei de quantas maneiras mais ainda iremos nos separar.
Sei que um dia viveremos sem cessar a plenitude do nosso amor.
Edward POV
Pouca conversa... Algumas carícias e pouco se esclareceu.
O que será que ela pensa deste momento que para mim é tão sublime?
Apagou-se a luz e finalmente o beijo... os beijos... Foram extasiantes... como se

fossem os primeiros.
Ali, com a luz apagada, com a escuridão nos acolhendo, íamos nos redescobrindo,
matando a saudade contida.
Envolvidos com o sentimento do nosso toque, abraçados, ela em meus braços e eu

nos braços dela, sentimos a quietude do nosso corpo.
Senti seu abraço, seu calor, sua pele, sua respiração, sua vida.
Ali tinha um anjo querubim, uma fada doce e criança, um ser mágico e inocente. A
mulher ousada e atrevida que eu tanto amo.
**
Magnificamente, ela adormeceu em meus braços.
Senti-me soberbamente extasiado por ter acalentado seu sono, por ter trago a ela
segurança e abrigo.
Absorto, fiquei ali parado, só sentindo sua respiração. Segurava sua nuca e mantinha
seu rosto perto do meu, trazendo uma sensação que há muito eu necessitava, paz.
Parecia um sonho que toda a tormenta que se envolveu a minha vida tivesse acabado.
Em todo o tempo, eu permaneci com os meus olhos abertos a fim de ter certeza que
720 de 1595 26/05/2011 20:45

não estava sonhando. Todavia, ela estava ali e, depois de um bom tempo, agradeci
aos céus por ter me concedido mais essa chance, essa dádiva em tentar fazê-la
novamente feliz.
Suspirando contente, relaxei e, horas depois, pude entregar-me ao sono afortunado,

sono este, que só encontro com sua presença em minha vida.
Continua...
721 de 1595 26/05/2011 20:45

Notas Finais:
N/B: Esse capítulo é tenso. Eu particularmente não gosto, pq eles
estão separados. L O motivo é uma justificativa plausível, mas ele
não explica pra ela e ela não compreende a magnitude do problema
e tudo isso casado com a atitude deles, culmina nessa separação...
mas o bom é q tudo termina num momento sublime para ambos.
Adoro o fato dele procurar mudar sua personalidade, conforme a
Bia nos informou... E amo o desprendimento da Bella em aceitar o
Ed de volta, mesmo com esse anjinho, que às vezes dá nos nervos.
Heheheh. Kerima.
N/A: Oie!!!!
Eu gostaria muito de contar uma história de mudança de

personalidade motivada por um amor. E é isso que eu estou
tentando. Edward é cheio de defeitos. Às vezes é chato (Com o
Jazz), às vezes dá fora (Com Alice no ano novo), é tenso, não
consegue falar quando está pressionado por Bella, às vezes é
confuso, volta a ser tímido em determinadas horas... essa é a
personalidade dele.
Em muitos aspectos ele vai mudar, se observarem, ele já mudou.

Ele já tenta se declarar, tenta conversar, faz tudo o que ela quer,
está indo e gostando de festas que ele não gostava, freqüenta a
casa dela sem problemas, aconselhou a mãe a revelar o seu amor.
Ele já está mudando.
Então, essa é a minha idéia, contar uma estória de amor, de

mudança, de família e de busca de um sonho.
Um beijo.
Bia Braz
Comentem!!!
722 de 1595 26/05/2011 20:45

Capítulo 35-Sem reservas escrita por BIA BRAZ

Capítulo 29 - Sem reservas
Alice POV
Sábado pela manhã. Dia do niver do Ryan
Cheguei ao estacionamento do aeroporto, e como combinado, Emmett já me esperava

encostado em seu carro.
Nossa, se ele estava me esperando onze horas, devia ter saído bem cedo de lá.
Nos hospedamos em um hotel chiquérrimo no centro da cidade.Fiquei encantada com

o nosso quarto. Meu irmão tem bom gosto. Mesmo que a gente durma aqui só hoje,
ele escolheu exatamente o que eu gosto. Odeio espeluncas.
“Emmett, você encontrou com Bella?” Escolhi o meu quarto e desfazia as malas.
“Sim, ela chegou ontem e dormiu lá em casa com o amigo dela.”
“Ainda bem que ela está conseguindo esquecer, né?” Ele sabia que eu me referia
exatamente ao nosso cunhado em comum.
“Pra mim tanto faz os namorados da Bella. Já percebi que ela é muito mais forte e
esperta do que pensamos, e eu sinceramente acho o caipira legal. Só não deu certo.”
“Tudo bem, você pode até achar ele legal, mas não gosto mais dele porque já vi minha
irmã sofrer demais por ele. Ele não a merece.” Estava com raiva dele mesmo. Antes
eu era a primeira a apoiar Bella, agora por mim ela parte para outra.
“Pra mim, Alicinha, ela escolhe quem ela se sentir feliz. Se for o caipira tudo bem, se
for o estagiário, também tudo bem. Eu só quero ver minha irmã bem.” Abraçou o meu
pescoço, me impedindo de mover.
723 de 1595 26/05/2011 20:45

Nossa! Como o Emmett está mudado. Ele sempre foi o primeiro a perseguir o Edward.
Mas até que ele está certo. Se Bella voltasse com Edward eu não ligaria. Só queria que
ele parasse de fazê-la sofrer. Mas como eles não vão voltar mesmo, não tenho com o
que me preocupar.
Às vezes fico chateada com tudo que aconteceu. Seria tão mais fácil se tudo
continuasse como antes e Esme não tivesse ido embora de Forks.
Poxa, Jasper é meu primeiro namorado e já temos que passar por isso, namorar a
distância. Parece que é sina da minha família, só pode. Primeiro Bella com o chato do
Edward, depois Emmett com a enjoadinha da Rosalie, agora sou eu com o meu
destrambelhado e lindo.Eu sinceramente não sei como o meu Jasper foi nascer em
uma família de pessoas esquisitas daquela.
A recepção avisou que eles chegaram e Emmett pediu que eles subissem.
Meu Deus, eu fico admirada com essa paixão do Emmett pela Rosalie. Quando ela
apareceu na porta, nos olhos dele apareceram dois coraçãozinhos e parece que
ligaram um refletor na cara dele. Há! Era de rir.
“Oi, miniatura de gente!!” Meu fofo entrou, me abraçou e beijou o meu rosto.
“Oi.” Respondi empolgada. Estava morrendo de saudade desse menino. Todos os dias
em casa, quando desço a escada olho para o sofá, lembro as vezes que ele estava
deitado em cima do pc besta dele. “Não trouxe aquele seu pc idiota não, né?”
“Trouxe, chatinha. Eu preciso entrar algumas vezes, né? Esqueceu que ali é meu
trampo?” Estava carinhoso e me abraçando muito.
Ah, é... trampo. Como se jogar o dia todo em rede fosse trabalho.
Jazz pegou a bolsa deles e colocou em um canto.
724 de 1595 26/05/2011 20:45

“Vocês vão dormir aqui, Rosalie?” Emmett perguntou com cara de bobo.
“Sim. A minha mãe achou melhor ficarmos aqui do que vocês terem que ir à casa da
minha avó.” Sentamos todos no sofá.
“E a olho junto da Bella, não quis vir conhecer o Arizona não?” Jasper perguntou.
É incrível esse amor dele pela Bella, geralmente a segunda pergunta dele é sobre ela.
“Não. Ela viajou com um amigo. Graças a Deus está conseguindo esquecer o seu
irmão.”
Ele não pareceu gostar nem do meu tom, nem da informação, porque fechou o tempo
e deitou no sofá.
“Bom para ela.” Fez pouco caso.
“Ai, Jasper, você vai ficar chateado de saber que a minha irmã está feliz?” Estava
desacreditada nisso. Será que ele gosta é da Bella?
“Você não vai entender, nanica, a questão não é os urubus que dão em cima dela. O
problema é saber que o meu irmão frita o cérebro de paixão por ela. Ele é loucão nela
e tem algum motivo muito cabuloso para ele estar isolando ela assim. Mas vai saber,
né?”
“Ok. Então vamos esquecer eles. Como está o tratamento?” É incrível como todo
mundo diz que Jasper está mal, está mal e ele continua lindo, lógico que de boné o
tempo todo, mas é como se nem estivesse passando por um tratamento desses.
“Se não fosse os enjôos e a moleza que às vezes sinto, eu tirava de boa.”
“Mas hoje você está melhor?”
“Sim. Geralmente eu fico pior cedinho ou quando tomo leite e derivados.” Depois que
725 de 1595 26/05/2011 20:45

ele parou de falar do irmão e de Bella, melhorou o humor novamente e voltamos a

conversar numa boa.
Emmett pediu almoço do hotel mesmo, então almoçamos lá. Jasper trouxe um
joguinho e passamos a tarde jogando na TV, todos, inclusive a Rosalie, que estava
mais legal.
É de admirar a Rosalie e Emmett juntos. Ele fica conectado nela, olhando com olhar
bobo. Todos os movimentos que ela faz ele acompanha com os olhos, como se
estivesse hipnotizado. Meio estranho, mas muito cuti-cuti.
A noite chegou, então descemos para lanchar e depois passeamos um pouco em uma
praça. Estava achando o meu Jazz muito distante, nem parecia que éramos
namorados.
Tinha uma coisa me incomodando no Jasper e eu precisava perguntar mesmo com

toda a timidez que ainda tinha.
“Jasper, por que você não me beija mais como na minha festa?”
Ele pareceu assustar com a minha pergunta e me puxou para sentarmos em um

banco.
“Ah, Alice... eu tô meio grilado com as coisas bizarras da minha vida... Tô meio na
minha, esperando ficar melhor... Tipo assim, eu sou fissurado em você, mas na moral,
tá tudo muito esquisito pra mim.”
Não entendi nada do que ele disse. Não disse nada com nada.
“Como assim? Você não quer mais namorar comigo não?”
“Não. Não é isso. Só estou querendo melhorar de vez para curtir minha garota de
verdade, entende? Mas enquanto isso, eu preciso de você, adoro a sua companhia.
Você sabe, sou ligadão em você, xonado mesmo.” Beijou leve a minha boca e me
abraçou.
726 de 1595 26/05/2011 20:45

Ele é muito fofo e carinhoso, mas eu fiquei triste com o tom de sua voz. Ele estva pra
baixo, meio sem confiança na cura.
Bom, pelo menos ele disse que ainda estamos namorando, então tudo bem.
Rosalie POV
Embora eu tenha ficado seriamente tentada a ficar no estado de Washington, achei

que estávamos muito recentes para tomar aquele tipo de decisão. Vai que eu
resolvesse ficar e um mês depois terminássemos, e eu tivesse que vir embora. Por
esse motivo não cedi à tentação.
Pensei que ao vir morar no Arizona ele fosse desistir de mim, mas pelo contrário,
parece que esses novos ares, principalmente não tendo a Thamy como vizinha,
abriram um pouco mais a minha mente e o meu coração, e estamos nos dando muito
melhor aqui. Hoje consigo enxergar com transparência a pessoa dele e seu sentimento
por mim.
Como sempre, os Cullen nunca deixam a desejar. Tudo que eles escolhem é perfeito.
O hotel que ele escolheu é fabuloso, coisa de primeiro mundo. Fiquei encantada com
tudo, recepção, elevadores, apartamento. Era um sonho. Nunca fiquei em um lugar
assim. Na verdade nem sabia que existia.
Entrei e mesmo tentando disfarçar, fiquei deslumbrada com o apartamento.
“Vocês vão dormir aqui, Rosalie?” Emmett parecia estar surpreso com a dedução que
teve ao ver as nossas bolsas.
“Sim. A minha mãe achou melhor ficarmos aqui do que vocês terem que ir à casa da
minha avó.”
Sentamos todos no sofá, e ele começou a cochichar no meu ouvido.“Vamos dormir os

dois... juntos?” Estava muito empolgadinho para o meu gosto.
727 de 1595 26/05/2011 20:45

Se fosse outros tempos, eu iria brigar pelo atrevimento, mas, eu sei que o fato de ter
vindo dormir no hotel que ele está, e de casalzinho, realmente passa essa impressão.
“Se toca, Emmett! Eu vou dormir com Alice em um quarto e você dorme com o meu
irmão no outro.”
Tive vontade de rir de seu rosto frustrado, mas ainda não ia dar o que ele quer.
Mesmo que ele seja um pedaço de mau caminho, não sou tão fácil assim!
Edward POV
Despertei ainda pela madrugada, repleto de uma sensação de bem-estar. Pensei ter
sonhado tudo, mas era real, estávamos lá, juntos.
Observei aquela criança ressonante, beijei-a ternamente e levei-a nos braços para o
quarto. Eu não iria tirar nem mesmo dos meus sonhos aquele doce reencontro.
Aprontei-me para dormir e nos aconchegamos ternamente um ao outro na cama.
**
Uma mão acariciava vagarosamente os meus cabelos, trazendo-me de volta do

repouso. Era ela, que tornava a minha manhã abundantemente prazerosa.
“Edward, está tarde, eu tenho que buscar meu carro e viajar... Tenho provas
amanhã.” Murmurou carinhosamente e continuou acariciando meus cabelos e rosto.
“Não vá. Fique comigo, estou com saudade...” Pedi matreiro “Eu só preciso ir embora
terça. Posso perder a aula de amanhã e ficar mais com você. Fique comigo, vai...”
Supliquei carente e abracei a sua barriga, distribuindo beijos preguiçosos ali.
“Ah... eu não posso... Não tenho desculpas para dar ao meu pai. Pelo jeito você
728 de 1595 26/05/2011 20:45

pretende manter isso às escondidas, não? Além disso, Brandon está comigo. Como ele
vai embora, se eu ficar?” Respondeu com lentidão e carinho.
Mesmo sabendo das dificuldades que nos rodeiam com relação ao nosso futuro e
família, não tenho a intenção de namorar escondido. Esse ato, não condiz com o
sentimento de seriedade que gostaria de levar no nosso relacionamento. Embora me
traga muita preocupação o nosso retorno, é certo que não devo submeter-nos a isso.
“Bella, não pretendo namorar você escondido do seu pai. Você acha que ele está
muito chateado comigo?” Continuei com os olhos fechados, com o rosto encostado ali
em sua barriga exposta.
“Acho que não...” Ela não tinha a mínima certeza.
“Deixa eu me arrumar enquanto eu penso no que vamos fazer.” Levantei e tomei

banho, depois lanchei o que ela preparou e deitei novamente com ela, absorto em
pensamentos.
Mesmo tendo voltado, uma pequena aflição ainda queria tomar-me quando eu
pensava em nosso futuro. Temo estar lutando ainda contra alguma armadilha do
destino. Dói pensar isso. Mas o pessimismo queria tomar morada em mim ao pensar
em nós, como se mostrasse que uma hora, motivados por fatos familiares não
resolvidos, ainda iríamos nos separar de alguma maneira.
“Edward, o que está chateando você?” Ela abraçou-me ao perceber o quanto eu

estava distante.
“Não sei... Queria que o tempo passasse logo... Queria ter acordado hoje com vinte e
seis anos, casado com você, com meu futuro garantido, quem sabe com você
esperando um filho nosso... Longe de problemas e, de preferência, que os fatores
impeditivos já tivessem resolvidos.” Eu devaneava, involuntariamente, aflito.
Bella gargalhou, e eu não entendi. “Muita coisa tá fácil. Casando comigo o seu futuro
está garantido. Agora quanto a ter um filho... tá meio difícil... Nem fazer sexo você
quis ontem à noite.” Ela sorria descarada.
Apoiei-me sobre o cotovelo e acariciei seu rosto. “Duas coisas, Bella, você já me
conhece, sabe que eu não quero as garantias do seu dinheiro ou do dinheiro da sua
família. Eu quero conquistar o meu próprio. Agora, quanto ao fato de fazer sexo com
729 de 1595 26/05/2011 20:45

você... é a minha Bella quem decide quando, a minha Bella pensante, não aquele
corpo sem vida que estava sobre essa cama ontem. Eu não quero fazer sexo, quero
fazer AMOR com a mulher que EU escolhi. Sexo, eu faria com qualquer uma, amor eu
só faço com você.” Abracei-a e movi-a, colocando-a deitada sobre mim.
“Sabe, Edward, sobre o fato de você não querer dinheiro da minha família, eu até
entendo, só fico chateada com o modo que você fala. Caso você pensasse melhor e
cedesse, seria o caminho mais curto para nós dois. Na verdade, seria muito fácil, mas
muito fácil mesmo se você largasse tudo e viesse morar comigo em algum lugar...
Assim casaríamos, teríamos filhos e seriamos felizes para sempre...” Abraçou-me feliz,
mas parecia estar somente brincando. “... Eu até imagino nosso filhos correndo pela
casa... Assim, seríamos os caipiras mais felizes do estado de Washington.” Ela estava
deslumbrada com o pensamento. “Mas... Como eu já disse... É um sonho teu que eu
não vou matar. Na verdade, no que eu puder apoiar para você seguir em frente, eu
apoiarei...” Seu olhar foi convincente ao proferir isso, em seguida ela voltou a sorrir.
“Mas... Você quer um controle remoto para adiantar a vida?” Sorriu muito e me
abraçou, referindo-se a um filme que assistimos, Click.
“Bem que eu queria um.” Retribuí ao abraço entusiasmado dela.
“Acontece, meu anjinho...” Ela afagou meu rosto carinhosamente, deitada sobre mim.
“...Que temos que viver a vida, viver o tempo certo de cada coisa. Assim estaremos
crescendo gradativamente nesse tempo todo que iremos enfrentar até ficarmos juntos
de verdade... Já pensou o quanto estamos aprendendo um sobre o outro nesse
tempo?... Você está aprendendo sobre si, sobre o nosso amor, está mudando a sua
personalidade difícil... está se adaptando ao meu mundo, como por exemplo: gostar
do tipo de música que eu gosto e do tipo de festa que eu vou... Também estamos
descobrindo os nossos desejos sexuais juntos...”
“Quanto a essa parte já estamos bem adiantados.” Interrompi sorrindo, fingindo

reclamar.
Ela aproximou os lábios do meu e mordiscou, com um olhar sensual e um sorriso

travesso.
“Isso... que eu sei que você quer... está muito mais perto do que você imagina...”
Sorriu insinuante. “Muito perto mesmo... Na verdade, eu só estou seguindo os meus
planos ainda, porque eu quero que seja em um dia importante para nós... Um
presente para nós dois... enquanto isso, você não tem o que reclamar de não
estarmos aproveitando, porque estamos e MUITO. Mas pode ter certeza que não
passa deste século...” Ela sorriu muito e soltou meu abraço, deitando ao meu lado.
730 de 1595 26/05/2011 20:45

“Tudo bem... Vamos cortar esse assunto antes que eu desista de esperar. Afinal,
ontem à noite você tinha me autorizado, né?” Coloquei a mão por dentro da sua blusa
e acariciei a sua barriga. Bella devia tomar nota de que quando estamos no quarto,
para mim, era melhor que ela permanecesse com poucas roupas. Não precisava ter
vestido essa blusa. “Mas, mudando de assunto... O que estava rolando entre você e o
seu novo amigo estagiário?” Tentei soar casual, ocultando qualquer sentimento
impróprio.
“Eu estava pensando em namorar ele.” Respondeu sem preocupar-se.
“Gostou dele?” Continuei acariciando seu abdômen com os dedos, fingindo não me
importar com a resposta.
“Ele é bonito.” Ela sorriu e mordeu os lábios, com olhar de criança arteira.
Virei para ela admirado com o seu rosto. Ela estava completamente desinibida com o
assunto.
Então me preparei para a próxima pergunta.
“Beijou ele?”
Ela sorriu maior, divertindo-se da situação.
“Não vou falar! Só quando você me revelar todos os seus segredos. Há há há.”
“Tudo bem, também não queria saber. Não estávamos namorando mesmo.” Dei de
ombros fingindo pouco caso.
“Então, tá.” Ela levantou-se ainda sorrindo e se dirigiu ao armário. “Edward, eu tenho
que ir embora mesmo, amanhã eu tenho prova e não posso faltar.” Era só um aviso.
Ela pegou a mala, colocou sobre a cama, escolheu uma roupa e vestiu. Sobressaltei ao
vê-la. “Bella, você vai dirigir usando essa roupa!?” Franzi as sobrancelhas em
desaprovação.
731 de 1595 26/05/2011 20:45

Era uma saia jeans curta, exageradamente curta, e uma blusa de zíper, um pouco
decotada demais.
“Vou.” Respondeu simplesmente e continuou se arrumando.
Suspirei, exasperado, pela sua conduta. E agora? Pensei. O que posso fazer? Ela está
mudada, arrumou um novo amigo e ainda vai viajar com ele vestida assim?!
“Vai ficar com ciúme?” Ela sorriu conspiradora enquanto passava creme nas pernas.
Obviamente ela pescava os detalhes sórdidos da minha pergunta.
“Ciúme não...” É lógico que não era ciúme. Estamos namorando de novo, então não
há razão para sentimentos inseguros...Será que não? Eu não tenho essa resposta.
“...O problema, Bella, é que eu não queria que ele ficasse o tempo com você que eu
não posso...” Essa desculpa foi realmente imprecisa, muito furada.
“Nossa, você parece que adivinha, porque nós realmente passamos muito tempo
juntos. Estamos os dois fazendo alemão, trabalhamos aos sábados e terças juntos.
Até que ele passa mais tempo comigo do que você, mesmo.” Ela segurava o riso
cínico e parecia desfrutar do assunto com diversão.
Resolvi mudar o assunto para não dar o que ela esperava: que eu tivesse uma
manifestação possessiva. “Você está fazendo duas línguas agora?” Desviei meu
interesse para esse assunto específico.
“Não. Eu não faço mais francês. Estou fazendo só alemão.” Era só uma informação.
Fiquei paralisado com a sua resposta, sentindo uma frustração invadir-me.
Em três meses ela mudou demasiadamente. Se passássemos longe mais algum

tempo, ela mudaria por completo. Realmente ela intencionava cortar definitivamente
as pontes que nos ligavam. Até o francês que tenho certeza que começou para nos
aproximar, ela desistiu.
Eu só tinha mais uma dúvida quanto aos seus planos de nos desapegar, assim,
732 de 1595 26/05/2011 20:45

completaria a minha conclusão. “Você ainda está pensando em cursar na Capital?”

Perguntei inseguro.
“Não. Embora tenha até o fim do ano para decidir entre a Georgetown ou a UCLA. Pois
é nelas que o curso que escolhi é mais bem conceituado. Mas já tenho certeza. Vou
cursar aqui na Califórnia mesmo.” Ela não mostrou indecisão em sua resposta, fato
que me deixou meio chocado.
“Você ia estudar na Georgetown, a dois quarteirões de onde eu moro?!” Ofeguei.
“Sim. O curso que eu decidi tem lá. Mas eu não vou mais. Fique calmo.” Pelo modo
como ela respondeu, ela queria falar algo além da resposta.
No mínimo eu devo ter sido mal interpretado quando não expressei apoio convincente
no dia que ela cogitou esta idéia. Na ocasião, deveria ter me expressado melhor.
Uma pequena dor se instalou em mim, uma sensação de que ela ia continuar tentando
se afastar cada dia mais, motivada pela minha falta de atitude. “Mas por que não vai
mais para lá?” Eu queria mesmo saber.
“Por que eu não vou mais fazer as coisas em função de você. Foi um pouco de burrice
minha agir assim, como ter escolhido francês por causa de você, ir estudar na Capital
por causa de você. Resolvi levar minha própria vida. Daqui para frente, o que tiver de
ser será.” Não teve alteração de humor nela.
Ela não parecia querer me afetar com o que disse, simplesmente era uma decisão
seguir com sua própria vida. No entanto, isso me afetou de maneira tamanha. Saber
que ela poderia vir morar na Califórnia, dificultando mais ainda nossos encontros, ou
saber que ela não vai mais estudar na Capital, intencionada a não viver a vida em
minha órbita, mandou uma frustração imediata ao meu ser.
Dói saber que, inconscientemente, mesmo que ela não diga, ela está desistindo de
mim gradativamente.
Putz, só dou fora!
Às vezes eu não me entendo... Por que não a estimulei a ir morar na Capital? Seria tão
733 de 1595 26/05/2011 20:45

mais fácil e cômodo estar perto do seu calor diariamente.
Ela terminou de se arrumar e sentou-se em meu colo. Sua saia quase não cobria um
palmo.
“Bella, você vai com essa saia mesmo?” Não consegui agüentar o sentimento
exacerbado que me invadia, embora estivesse lutando para controlar.
“Vou. Está com ciúme?” Ela insistia nisso com diversão e beijou meu rosto várias
vezes, intencionada a me fazer admitir.
Fiquei aflito por estar voltando a estaca zero na nossa relação. O nível de insegurança
e complexibilidade tomava altos índices novamente.
“Ele é filho do governador do Estado de Washington?” Perguntei inseguro.
Ela sorriu. “Não precisa ter ciúme dele. Se eu o quisesse, teria ficado com ele ontem à
noite. E ele não é filho, é sobrinho do governador. O pai dele é ex-deputado.”
Continuou rindo.
Fiquei calado, decidindo se abriria meus medos ocultos para ela. “Sabe, Bella, você já
me entendeu muito melhor antes... Poxa, eu tive a sensação de te perder de novo
esses dias, e isso me fez voltar ao limite inferior na nossa relação. Até voltarmos a ter
conexão de pensamentos, ou seja, confiança plena, pode demorar. E eu estou ansioso
com isso, com esse tanto de dúvida que se instalou em mim. Principalmente com essa
insegurança. Mas o que agrava mesmo a minha situação é achar que você continua
distante. Mas tudo bem, de qualquer maneira, eu confio em você. Só acho que essa
roupa é meio ousada demais.”
Ela tocou o indicador em minha sobrancelha, me olhando com determinação. “Lembra

do olhar pode, só tocar que não?” Ela sorriu descarada depois arrumou a blusa,
expondo mais ainda a sinuosidade dos seios. “Pois é, deixe ele olhar.” A leveza com
que ela discorria o assunto só acorrentava-me.
Senti-me um obsessivo impotente.“Bella, por favor, não faz isso comigo. Não sabe do
que um apaixonado é capaz.” Implorei completamente derrotado.
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Ela virou-se e sentou-se de frente em meu colo. “De quê? Tô querendo mesmo
saber.” Provocando, me mordiscou o queixo e olhou-me com o olhar libidinoso que ela
habituou-se recentemente.
Procurei seus lábios, e ela ria descontroladamente, fugindo de mim. Então, deixei o
contratempo de lado e, divertindo-me, deitei-a na cama e desci sua saia lentamente.
Gracejando, mordi suas coxas e ela esperneou, sorrindo sem parar, depois desci o
zíper de sua blusa, tirei-a completamente e mordi a sua cintura, o que fez com que ela
risse desgovernada.
Subi para os seus lábios, dando beijos de posse, de demarcação, tomando consciência
de que ela é minha. Rolei e deitei-a sobre mim, acariciando toda a extensão de suas
costas e apertando seu quadril a mim. Meu corpo estava em júbilo com o contato e
em saber que posso tê-la, que ela é minha novamente.
Afastei seu rosto para olhá-la, seus cabelos caindo sobre mim. “Eu estava morrendo
sem você, sabia?” Murmurei e voltei para os seus lábios doces e suaves, que
revigoravam os meus.
“Ah, é? Não posso dizer o mesmo.” Ela tomou ar, parecia estar brincando.
Subitamente chocado, deitei-a novamente sobre a cama e mirei seus olhos. “Eu sei
disso... Mas vou te reconquistar de novo.”
“Estou contando com isso.” Ela gracejava, mas por trás das palavras havia intenções.
“O que eu tenho que fazer?” Beijei ternamente seu rosto, enquanto acariciava sua
nuca.
Ela ficou calada por uns minutos, depois tirou o sorriso do rosto.
“Mostrar que gosta de mim, que confia em mim, e que estou em primeiro lugar em
sua vida.” Olhou-me decidida.
735 de 1595 26/05/2011 20:45

“Mas você é o primeiro lugar na minha vida.”
“Não minta... eu não sou e eu já sei disso.” Disse sem alterar o tom e sem mudar o
semblante. Ela parecia estar bem.
Sentei e fiquei sem palavras, pensando no que ela disse. Ela tem razão de pensar isso.
Deixei-a sem fundamentar o motivo real, pensando somente em minha família e ainda
não lhe dei explicações exatas. Entretanto, não foi só na minha família que pensei.
Também quis proteger a sua, ou parte dela.
“Eu não sei o que falar... Só posso dizer que vou te reconquistar.” Não deixei a
frustração me tomar, pelo contrário, a situação somente me motivava a tentar abrir
meus fundamentos a ela.
Se eu lhe revelasse o porquê da minha atitude egoísta, talvez ela me perdoasse

verdadeiramente por ter privado ela do primeiro lugar em minha vida.
“Bella... Você seria capaz de tudo pela sua família? Se você soubesse que eles vão
sofrer por algo, você se sacrificaria tentando protegê-los? Ou seja, você abriria mão
de sua felicidade por causa deles?”
Ela olhou-me por uns minutos, acredito que pensando na resposta, então, o seu
telefone tocou e ela o atendeu.
“Oi, Clark!! ... eu vou hoje sim... daqui a pouco, vou só almoçar... está aqui... Tudo
bem... Já são onze, né... Ah, eu te pego lá uma da tarde... Outro!” Elamostrou
empolgação e carinho com o novo amigo, efeito que alimentou o meu estado
momentâneo e doentio de ciúme.
“Edward, tenho que me aprontar para sair, pois ainda tenho que buscar o carro e
almoçar antes de ir.” Ela levantou e procurou a roupa que usava.
Eu as alcancei antes dela e coloquei-as atrás de mim, procedendo levianamente.
Apertei os lábios, tentando com força reprimir a risada quando a vi procurando as

peças.
736 de 1595 26/05/2011 20:45

“Clark é? Não disse que o nome dele era Brandon?”
“Sim, mas o chamo assim por que ele parece o Superman. Além disso, ele trabalha em
um jornal, e o Clark Kent também trabalha. Entendeu?” Ela fez um gesto com a mão,
indicando que eu associasse os fatos.
“Ah, é? Você o acha parecido com o Super Homem, é?” Fui sarcástico, mas corroído
de inquietação.
“Ow!! Muito parecido!!” brincou, descarada, levando tudo na brincadeira.
Ela viu as roupas e tentou pegá-las onde eu as tinha colocado, então estiquei os
braços, divertindo-me, e não deixei que ela as alcançasse.
Ela parou e olhou-me com os olhos cerrados, reprovando severamente minha atitude.
Cessei o movimento de diversão e entreguei as roupas em sua mão, após ter

compreendido seu olhar de censura.
Ela pegou enquanto eu fiquei sentado, olhando desnorteado em sua direção.
“Você podia me entender... ele é a fim de você.” Murmurei carente, e ela abrandou o
olhar.
“Mas eu não vou deixar o seu ciúme crescer pra cima de mim, anjinho. Hoje você tem
ciúme de uma roupa, daqui uns dias vai querer me cobrir da cabeça aos pés.” Ela se
vestiu de costas, vagarosamente, olhando de lado, com meio sorriso insinuante no
rosto. Viajei na imagem perfeita a minha frente e me deixei levar. “Não vê que estou
dando início às novas sessões de terapia em você? Esses dias você andou para trás, e
eu como sua psicóloga oficial tenho que trabalhar nisso.” Tinha uma insolência em seu
tom que me fez rir de sua petulância.
Puxei-a novamente para o meu colo, sorrindo ainda de seu rosto cheio de travessuras.
737 de 1595 26/05/2011 20:45

“Tudo bem. Você é minha mesmo, não é?” Passei as mãos em suas pernas.
“Nossa, que terapia rápida, já está fazendo efeito!” Ela sorriu presumida.
“Eu não tenho dúvida que você seja minha, só estou ainda abalado com todos os
acontecimentos. Estou ainda receoso com a abertura que eu dei em sua vida. Mas
pode deixar que voltarei ao normal. Eu confio em você. E quer saber? Pode ir até de
roupa íntima que eu não ligo.” Blefei. “Só tenho dó dele.” Sorri fingindo não me abalar.
“Ah, então acho que vou te ouvir...” Ela levantou do meu colo e tirou novamente a
roupa, provocando e sorrindo astutamente, depois se encostou à cama, próximo ao
meu rosto.
Puxei-a e beijei a sua barriga, encostando o meu rosto ali.
“Ai, Bella, não faz isso comigo... Sabe que sou alucinado por você, não?” Continuei me
fartando de sua pele, apreciando o gosto, o calor, mordiscando lentamente enquanto
ela se entregava de olhos fechados, acariciando meus cabelos. “Não devia me
massacrar assim... Por favor, não vai não, fique comigo, mande o Superman ir no
carro e fique comigo hoje... Vai amanhã de avião...” Supliquei rendido, enquanto me
enchia das gotas de prazer proporcionados pelo sabor de sua pele.
Deitei-a na cama, objetivando beijá-la toda. Ela já estava vencida, entregando-se ao

prazer proporcionado.
“Você está pedindo isso por que está com saudade ou com ciúmes?” Murmurou,
suspirando.
Um pouco dos dois, mas...
“Saudade.” Fiz movimentos subindo e descendo a língua na lateral da sua cintura e ela
se contorceu com os pequenos espasmos de prazer oferecidos com aquilo.
“Isso é persuasão, Edward.” Arfou.
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“Bom, também tenho que ter armas contra você...” Sorri com a satisfação de tê-la em
meus braços.
Deitei ao seu lado, observando-a de olhos fechados, beijando o seu rosto e passeando
as mãos em seu corpo. É impossível amar mais uma mulher do que eu a amo, é
impossível estar prostrado assim. O que fazer para merecê-la quando eu reconheço o
quão indigno sou por ter agido assim, afastado-me dela, sem mostrar-lhe o motivo
justo?
A minha intenção era ter trilhado um caminho diferente, onde eu pudesse somente
trazer alegrias para a pessoa que eu amo. Queria em quantidade indefinida que tudo
fosse mudado, principalmente que não tivéssemos mais que enfrentar a distância a
que nos submetemos.
Esse sofrimento da distância lhe seria completamente desnecessário se não fosse eu

em sua vida.
...
Acabei deixando-me invadir novamente por aquele sentimento de incapacidade,

desmerecimento e pessimismo que me acompanhou durante todo o nosso trajeto
juntos.
Mas o que pensar quando se teme o futuro? O que pensar quando tudo está muito
incerto?
Abracei-a desesperadamente temeroso.
Ela olhou-me aturdida pela minha mudança de estado repentina. “O que foi, Edward?”
Demorei a responder, receoso em expor meus íntimos sentimentos. Todavia eu

escolhi ser sincero, portanto devo mostrar o que sou.
“Eu não quero te perder.” Sussurrei, a incredulidade exposta em minha voz.
739 de 1595 26/05/2011 20:45

“Ai, Edward, isso é hora de deprimir!?!” Ela sentou-se na cama, notavelmente irritada
com o fato de eu ter parado com as carícias. “É fácil não me perder... Faça alguma
coisa por nós, lute por nós também.”
Puxei-a novamente e deitei-a sobre mim, colocando a sua cabeça em meu peito. Então
mergulhei em pensamentos, levantando as possibilidades de voltar a dar certo.
Devo tomar uma decisão do que fazer com o seu pai, do que fazer com a nossa
família, e de como colocá-la em primeiro lugar em tudo.
Ficamos em silêncio por duradouros minutos.
“Edward... Quanto a ficar aqui, realmente não dá... eu preciso mesmo ir. Amanhã é
prova de álgebra. Já não fui à aula sexta e eu não quero estar cansada quando chegar
lá. Esse é meu último ano e eu quero estar com notas boas.”
Senti pequenas farpadas de dor com a informação... A dor de imaginar que ela se vai,
que vamos ficar distantes mais uma vez. A dor de saber que tudo ainda está mal
resolvido entre nós. Saber que estamos juntos, mas sofreremos com a distância de
pontos. E se tudo não melhorasse hoje, sofreríamos também com a distância de
coração.
Voltamos, mas a insegurança se apoderava completamente de mim. Tive medo de

que, por um erro meu, o destino resolvesse levá-la definitivamente para longe de
mim.
Suspirei, descrente. Eu precisava trabalhar essa ansiedade, precisava voltar a crer e

investir em nós.
Levantei-me, peguei a blusa dela e vesti-a, lentamente, depois peguei a saia e vesti
nela, que me ajudou, levantando minimamente da cama.
Ela continuou deitada por minutos, olhando-me, parecendo estar estudando as minhas
atitudes, enquanto eu pensava em pé, olhando para ela na cama.
Deitei de lado e ela virou-se para mim, passando as mãos em meus cabelos.
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“Bella... eu sei o tanto de promessas feitas e não cumpridas da minha parte, sei que
fui gravemente egoísta e severo aos seus olhos... Mas eu tive um motivo... talvez, se
você estivesse em meu lugar, teria feito igual... eu só queria que me perdoasse de
verdade e que voltasse a acreditar em nós...”
“É lógico que eu te perdôo, mas tudo que acontece de ruim na nossa vida deixa
marcas... estou com medo de ter fé total, investir e me entregar novamente a esse
amor, e acontecer tudo de novo como foi... Não tem como evitar o que eu estou
sentindo... Eu acredito que agora vou sempre estar muito mais apreensiva do que
antes quanto ao nosso dia seguinte juntos... Tenho dúvidas em de quantas maneiras
ainda iremos nos separar... e isso me deixa completamente na defensiva... Não quero
sofrer tudo novamente... Por isso resolvi continuar levando em frente os novos rumos
que escolhi para a minha vida.”
A totalidade do que ela disse caía essencialmente a nossa condição de relacionamento.

Eu também estava apreensivo, preocupado se ainda iríamos nos separar de outras
maneiras. Isso desestabilizava ainda mais meu estado emocional.
“Mas o que eu posso fazer para mudar isso?” Fiquei completamente cético, depois de
tantas palavras descrentes de Bella.
“Na verdade, tudo que eu quero é sentir o seu amor verdadeiro por mim.” Tinha um
pesar embutido em seu murmúrio.
O sofrimento de querer me abrir completamente palpitava em mim, e uma ansiedade

brutal em justificar-me por tudo que a fiz passar abalava-me completamente. Padeci
em querer abrir os segredos e não tinha forças completamente. No entanto, eu não
podia deixar que nada me separasse do amor que eu escolhi.
Necessitava veemente atenuar essa distância que se instalara entre nós, motivada por
reserva e discrição que não fui eu quem criou. Precisava de sua confiança de volta
totalmente. O seu crédito em nós era indispensável. Eu necessitava estar incluso em
seus planos e promessas de futuro.ereddef
Deitei de costas ao seu lado, olhando para o teto, então voltei no tempo com a
lembrança daquela noite machucando-me intensamente.
“Bella... eu nunca deixaria você daquele jeito por vontade própria... tudo me torturou
de uma maneira incomensurável... eu não queria ter feito você passar por aquilo...
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Tudo dói muito em mim ainda, você não sabe o quanto.” Tentei controlar a voz, ao ser
abalado emocionalmente com a lembrança que ainda me martirizava.
“Edward, não... Já que voltamos vamos esquecer... Temos que olhar para frente
agora.”
Suspirei e acariciei o seu rosto. Ela não gosta de relembrar minuciosamente algo que
lhe remete a lembranças doloridas. Mas isso é essencial para que haja o perdão por
completo.
“Bella, você tem que me deixar falar quando eu tentar me abrir com você. Por favor.”
“Eu não gosto de ver você triste. Pára...” Suplicou, olhando-me nos olhos.
“Eu quero falar... Como você diz que é minha psicóloga e não quer me ouvir?” Quis
persuadi-la mostrando um pouco de descontração.
Abracei-a, encostando minha cabeça em seu seio, e ela acariciou o meu cabelo
brandamente.
“Bom... eu nunca pensei que poderia existir uma felicidade tão palpável como a que eu
estava vivendo naqueles dias com você. Estava tudo completo para mim... Minha mãe
estava namorando com o homem que ela amou a vida toda, que por coincidência do
destino é o pai da mulher que eu amo, então tudo estava primoroso... Porém, por
alguma armadilha da vida, todos os nossos irmãos se envolveram também...”
“O quê que tem isso?” Ela alterou o tom.
“Não teria nada, se não fosse...”
Fiquei minutos confirmando se eu realmente poderia falar isso para ela. Eu sabia que
se quisesse reconquistá-la, conquistar a sua confiança de volta, eu precisava mostrar
o porquê de tê-la deixado, então, tive certeza de que devia falar.
“... Aquela noite estava magistral, perfeita aquele dia. Os dias então, foram
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maravilhosos... eu já me considerava parte de sua família... era como se Edward

antigo já nem existisse em mim. Eu via seu pai e seus irmãos como parte da minha
vida... Como minha família. Estava conseguindo me soltar, gostar da festa. Estar com
você era exageradamente completo... Fazer parte do seu mundo, ser do seu mundo
me deslumbrava e me enchia de felicidade plena...”
A angústia, ao lembrar-me daquela noite queria invadir meu consciente. As memórias

daqueles momentos rompiam-me intensamente e lançavam-me farpas de aflição.
Tomei forças para revelar-lhe, tentando controlar a minha ansiedade motivada pelo
medo de sua reação.
“... Foi quando eu fui ao estacionamento e vi tudo que mais temi em minha vida...
Dois dos nossos irmãos beijando-se de uma maneira inapropriada... Bom, era Jasper
e Alice... Quando os vi, todo o meu mundo se desestabilizou e caiu... Todos os meus
sonhos e planos com você foram ao chão, e eu precisava tomar uma decisão
imediatamente: a decisão de deixar tudo...” Pausei sucessivamente, movido pela
pressão da minha respiração alterada pelo nervosismo.
Ela estava calada, compenetrada.
“...Se não fosse por isso, eu nunca teria te deixado...”
“Eu já sei o motivo, mas quero que você me fale abertamente.” Ela interrompeu em
um sussurro.
“Bom... então eu preciso te contar a verdadeira história da minha família... A parte que
eu não podia revelar quando estávamos na Capital... Quando minha mãe voltou a ficar
com o seu pai, assim que a Renée se separou dele, Phil, já tinha sumido e não dava
notícias há muito tempo, logo dá para você imaginar de quem Jasper é filho?”
Esperei uma reação sua e ela não alterou o semblante.
“Desenvolva, Edward.”
“Bom, o motivo de ter ido embora aquela noite é o fato do Jasper ser irmão de
vocês... e como irmão, ele não podia estar beijando a própria irmã... Pior ainda do
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jeito que eu os vi...”
Longos minutos se passaram, e ela parecia congelada. Então pequenas lágrimas

brotaram lentas de seus olhos, parecendo libertá-la num instalo do ponto distante o
qual se encontrava em pensamentos.
Todo o meu sistema nervoso ficou alterado com aquela conversa e em ver o seu
choro.
Ao tocar nessas lembranças, fomos remetidos àquela mesma madrugada em sua

casa. Logo uma sensação aguda de que isso poderia nos separar novamente
apossou-se de mim. Meus músculos se contraiam de agitação e minha voz
embargava.
“Pior que isso, pelo que Alice me disse aquela noite, estavam namorando... Irmãos.
Consegue ver a gravidade da situação? Dá para imaginar como eu me senti? Na minha
cabeça tudo era culpa minha... Se eu nunca tivesse me aproximado de você, isso não
teria acontecido...”
Eu queria que ela falasse alguma coisa, mas simplesmente rolavam lágrimas dos seus
olhos lentamente, e eu não entendi o que se passava com ela.
Precisava saber se ela me perdoaria ou se achava banal o meu fundamento.
Fazia-se necessário para mim, saber se assustava-ao fato de ter mais um irmão.
“Sabe, Bella, eu sou responsável pelo bem-estar da minha família, sou também o
porto e equilíbrio da minha mãe. E naquele momento eu tinha que apoiá-la em
qualquer decisão que ela tomasse, pois ela só tem a mim... Por isso eu disse que era
por causa de outra pessoa... Mas essa pessoa era Esme... Quando eu disse que você
tinha outras opções, estava me referindo ao fato de você ter uma vida pela frente. Mas
Esme só tem a mim em quem confiar, entende? Eu tinha que prestar apoio a ela,
mesmo que isso significasse a minha infelicidade e conseqüentemente, a sua...”
Ela sentou-se, enxugando o rosto. Eu queria abraçá-la, implorar mais uma vez por seu
perdão e lamentar por isso que a vida nos pregou, por ser tudo tão complicado para
nós...
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Mas a falta de fé queria invadir-me, algo resistia em meu ser, gritando insistentemente
que sempre lutamos contra as vontades da vida, e que este não era o tempo certo
para caminharmos juntos...Porém eu combati impetuoso esse pensamento, pois viver
longe dela é algo insuportável para mim.
Não tem como ter vida e alcançar sonhos sem o seu calor que me estimula a
prosseguir e sem a certeza de que ela vai continuar sendo o meu alvo fim.
“Bella... Fala alguma coisa, por favor...” Estava sentindo a distância se apoderar de
nós.
Ela continuou pensativa.
“Edward, sabe o que eu mais lamento? O tempo perdido por nós... Alice ama o seu
irmão, e o seu abandono não mudou isso... Inclusive, ela e Emmett estão hoje lá no
Arizona... Só nós que fomos castigados por isso.” Ela parecia desacreditada e não
tocou no assunto do Jasper ser seu irmão.
Fiquei digerindo o que ela disse lentamente, deixando-me abater pela veracidade de
suas palavras.
“Emmett não terminou com Rosalie e Jasper não terminou com Alice. Eles continuaram
se falando por telefone, e Emmett continua indo ver a Rosalie regularmente. É perto
daqui, em quatro horas ele chega lá. Alice, meu pai só deixou vir esse fim de semana,
porque ela avisou que Jasper está mal... Logo, não adiantou você tentar resolver as
coisas com suas próprias mãos... No fim, só o nosso amor que foi sacrificado.” Disse
pausadamente, mas com uma tristeza tamanha na voz.
Eu fiquei congelado, esperando com angústia o que se seguiria. Algo me dizia que ela
não iria entender os meus motivos e que ter confessado a causa, só nos afastaria
mais.
“Eu imaginei que tinha alguma coisa errada na história dele desde que vocês o
deixaram vir fazer o tratamento em casa a primeira vez... Você não teria o deixado vir
se ele não fosse um de nós... eu suspeitava, mas não tinha certeza. Sempre achei ele
diferente de vocês e muito parecido com o meu pai, inclusive os olhos... Mas eu não
quis acreditar nisso... Não por que não o ame como irmão, mas por que eu não
achava que vocês fossem capaz de fazer isso...” Ela estava estarrecida, parecendo
falar consigo no fim. “Eu só fui ter certeza disso ontem, quando levantei a hipótese de
você ser filho do meu pai... Mas eu ainda não consigo acreditar que vocês fizeram
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isso...”
Um turbilhão de emoções me rondou, sensações de afastamento e dúvida se

entranharam em mim.
“Bella, você entende os meus motivos?” Quebrei o silêncio, olhando para o teto,
preparando-me psicologicamente para o que viria a seguir. Meu estado era de
insegurança completa.
Ela estalava os dedos freneticamente, sentada na beira da cama, calada e olhando

para o chão. “Edward... estou preocupada com a minha irmã... estou preocupada com
ele... Deus! Ela é apaixonada pelo próprio irmão... Como isso foi acontecer?” Ela
pareceu ter tomado nota da gravidade da situação agora e uma tensão forte instalou
em seu semblante.
Sentei e abracei-a. Eu fiquei infeliz, mas aliviado que ela soubesse o tipo de dor que
me cobre com essa situação.
Ela chorou por minutos, e eu me perguntava qual era o real motivo. Se pelo fato de ter
mais um irmão, ou por eu ter deixado-a motivado por isso.
“Por que vocês fizeram isso?” Indagou com calma, mas com acusação.
“O quê, Bella?” Fiquei perdido com a pergunta.
“Ele é meu irmão e não está tendo um tratamento descente! Ele está longe da própria
família... Ele podia estar sendo mais bem cuidado!”
Fiquei sem palavras e confuso com a direção que tudo tomou em sua cabeça.
“Bella, só queríamos evitar que ocorresse um incesto entre irmãos...” Justifiquei, e

essa resposta não resultou convencimento em seu semblante.
“Edward, o nosso irmão está com uma doença grave, ele precisa de cuidados. Meu pai
tem dinheiro e os melhores médicos. Jasper tem que voltar para Seattle. Com certeza
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ele vai ser mais bem cuidado, pois temos funcionários para cuidar dele. Será que você
não entende que a vida é mais importante que isso? Não entende que ele voltar é mais
importante que querer evitar o romance entre ele e Alice?”
Tudo que ela disse produziu um perturbação momentânea em mim, abalando minhas
certezas fundamentadas. Bella enxerga os problemas de um jeito fácil de ser
solucionado, quando eu os vejo com dimensão exorbitante.
Ela mudou o semblante e se soltou do meu abraço, andando seguidamente impaciente

pelo quarto.
“Vou buscar Jasper agora, ou eu ligo para o meu pai e falo tudo. Vocês são muito
egoístas. Por que esconderam isso do meu pai a vida toda? Por que queriam esconder
ele também do nosso dinheiro? Ele não merece vocês!” Ela balançou a cabeça em
negativa, descrente.
“Bella, você não está entendendo... A questão não é mais contar ou não para o seu
pai, nem o dinheiro de vocês... Minha mãe já ia contar para ele de qualquer maneira...
Sabe aquele dia no meu quarto, em que você saiu, e eu e a Esme ficamos
conversando? Estávamos justamente decidindo isso. Mas não deu tempo! Tudo
aconteceu fora dos nossos planos.” Eu mexia nervosamente minhas mãos no ar
enquanto falava.
“Ele é meu irmão, ele merece ter o que nós temos...” Foi um murmúrio sua voz.
Levantei, sentindo a distância que se alojou entre nós. Aproximei-me dela, que estava
muito agitada, e levantei o seu rosto. Eu precisava diminuir tudo que nos separava,
precisava dela de novo confiando em mim, precisava do seu amor sem fronteiras que
nos acobertava desde que nos conhecemos.
“Bom, quanto ao Jasper, depois decidimos o que fazer... Você já conhece o motivo e
não temos mais tempo hoje para discutirmos quase nada... Eu quero falar sobre nós
agora... Só preciso da minha Bella presente, de volta pra mim. A Bella que confia em
mim e em nós... Era isso, essa foi a razão de tudo... Por causa disso fui embora
daquele jeito naquela madrugada, mesmo amando você muito mais que a minha
própria vida... Er, então... eu só quero que me fale uma coisa, algum dia você vai me
perdoar? Me entender?” Fixei meu olhar no dela, rezando que ela me dissesse sim.
Ela encarou-me, parecendo estar vendo-me naquele momento, como se estivesse me

reencontrado depois da conversa entre nós. Eu continuei. “Eu lamento... Lamento por
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ter sido um sacrifício inútil... Lamento por ter implantado dúvidas em seu coração
quanto ao meu amor e fidelidade depois de lutar tanto para demonstrar... Lamento
que nossa relação tenha declinado... Todavia eu amo você... e queria que voltasse a
acreditar em mim... e a investir seu amor em mim.”
Ela permaneceu calada por mais tempo do que eu suportava, então inesperadamente
me abraçou forte, deitando a sua cabeça em meu peito.
“Edward, como pessoa, mesmo que vocês tenham agido inconseqüentemente,

magoando a mim, ao meu pai e à minha família, eu te admiro mais ainda. Isso como
filho, como irmão e como responsável pela sua casa... Mas é como eu disse antes...
De tudo o que aconteceu, ficaram as marcas... Fica a lembrança de como foi, do que
aconteceu... Só o tempo pode curar completamente a dor que senti, o choque que eu
senti em ser deixada tão repentinamente, e em um momento que eu não imaginava
que pudesse acontecer... Mas eu te entendo, com certeza eu te entendo... Emmett
com certeza faria o mesmo que você fez, mesmo que se arrependesse depois. E olha
que ele não se sente tão responsável pela nossa família como você pela sua. Então,
pode ter certeza que eu te amo da mesma maneira que antes e que vou voltar a
acreditar no nosso amor.”
Ela abraçou-me ternamente, e seu abraço trouxe vida completa para o meu ser,
acobertando-me completamente de êxtase e satisfação.
Beijei todo o seu rosto, erguendo-a do chão, sentindo-me completamente aliviado,

feliz e em gozo pleno de contentamento e prazer.
“EU VOU COM VOCÊ. Não posso perder mais momentos seus.” Eu disse efusivamente.
“Como assim? Para onde?” Perguntou desentendida.
“Para o Estado de Washington. Não irei à Universidade amanhã. Nunca faltei às aulas
nesses quase dois anos mesmo. E amanhã vai ser por um motivo justo, pois eu ainda
não consigo me separar de você. Acho que merecemos pelo menos mais um dia
juntos.” Beijei-a avidamente, satisfazendo-me ansiosamente de seu calor e de sua
vida.
Ela correspondeu-me com entusiasmo. Passando as mãos em meu rosto, cabelo,

apertando o meu rosto a si, prendendo-me a si.
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Naquele momento vislumbrei os céus. Ter a mulher que eu amo não se fartando de
mim e buscando meus lábios insaciavelmente era uma graça alcançada.
Ela desabotoou minha blusa, passou a mão em meu peito, e eu sorri de suas
intenções. E ainda fui agraciado com uma mulher quente, e que não tem embaraço,
mesmo que mantenha sua delicadeza.
Ergui-a para o meu colo e levei-a para a cama, deitando-a.
Enlouquecido de saudade, desejo e fome de seu corpo, o acariciei com uma mão e
com a outra acariciei o seu cabelo e rosto. Apoiei os joelhos na cama e deitei por cima
dela, beijando insaciável a sua boca.
“Ai, Bella... Não sabe o quanto te quero...” Disse por entre arfadas.
Suas pernas se enlaçaram em mim, prendendo-me naquela aflição de querer

juntar-me a ela.
Tirei de novo e outra vez, a sua roupa e beijei-a sem reservas, enlouquecido pela
paixão. Desci com os lábios pelo pescoço, seios, barriga, até as coxas, desejoso em
cultuar ali.
Martirizava-me o desejo que consumia a minha carne.
Ela alcançou o botão da minha calça e desabotoou. Eu já suspirava de agitação em

somente ter suas mãos ali. Ela ousou e após tirarmos a minha calça, olhou-me
astutamente com um sorriso no rosto e tirou lentamente a última peça, gerando
dúvidas em mim sobre suas intenções.
Ela não tirou os olhos de mim.
Em todo o tempo que estivemos juntos, nunca ela tinha me visto em dia claro ou com
luzes acesas, logo uma timidez inapropriada queria instalar-se em mim pela nudez
exposta.
749 de 1595 26/05/2011 20:45

“Você é lindo.” Ela olhou-me com um olhar apaixonado e com uma doçura
inquantificável.
Deitei-me sobre ela, arfando com o contato livre, beijando o seu ombro, enquanto ela
acariciava a minha lateral lentamente, distribuindo espasmos de prazer pelo meu
corpo. Eu concentrava-me para não cometer uma loucura, para manter-me em sã
consciência.
Tirei suas peças e olhei-a abaixo de mim. Então, arrebatado, direcionei a boca aos
seus seios, meu local de extremo deleite, delineando com a língua o bico, saboreando
seus detalhes. Ela respondeu ansiosamente aos carinhos e puxou-me para os seus
lábios, inebriada de ardência.
Encostei completamente meu corpo ao dela e enlouqueci com a proximidade. Primeiro

contato completamente desnudos.
Depois de minutos perdido em seus lábios, eu já estava à beira da insensatez, então

me afastei, respirando pesadamente.
Ela observou-me atentamente e acariciou as minhas costas por toda a extensão,

enquanto eu tentava controlar-me do surto, desativando o meu cérebro daquele calor
tão próximo entre suas pernas.
Lutava com o momento, desejoso em possuí-la. Tive receio de continuar com aquele
momento e ser incapaz de conter-me, frustrando assim os seus objetivos traçados.
Ela empurrou-me um pouco, deitou de lado e olhou determinada em meu rosto,

voltando logo após a beijar-me ardentemente, com uma perna entre as minhas e sua
mão tocando-me intimamente. Abri os olhos para medir suas intenções, tendo dúvidas
sobre o que faríamos a seguir, no entanto, pelo que ela disse anteriormente, hoje não
seria o dia em que ela seria minha, portanto resolvi devolver a carícia, dando a nós
dois momentos preliminares de prazer.
Incendiado pelo desejo e pelo toque de suas mãos quentes em volta de mim, procurei
proporcionar-lhe lentamente o prazer. Eu queria prolongar aquele momento, então
desci lentamente com os lábios para seu pescoço e seios, dedicando-me ali com
mordiscadas, sugadas, alternando as caricias e apertos. Depois de longos minutos
beijando, mordendo, explorando, deixando-a completamente incapaz, desci para sua
barriga e ela ergueu o corpo, rendida. Delineei o seu umbigo com a língua, movi os
lábios para sua cintura e desci com a boca lentamente até sua coxa, mordiscando e
750 de 1595 26/05/2011 20:45

lambendo, consumido de excitação. Ela ofegava e tremia, dando pequenos gemidos.

Afastei mais suas pernas e movi os lábios para a área interna da coxa, subindo
lentamente com os lábios, preparando-a para o que eu faria, enquanto acariciava-a
intimamente com a mão, ansioso em por a minha boca ali.
Aproximei minha boca de sua região íntima, beijando lentamente, um pouco incerto de
seu consentimento. Ela não reclamou, pareceu ter expectativa, logo me senti
autorizado a continuar e beijei com mais segurança.
Lambi, com vagar, toda a extensão, sendo respondido com arquejos e

estremecimento. Eu estava envolvido por um prazer novo, estar no meu local de
sonhos, prostrado, provando o néctar.
Ela ficou inquieta, com a respiração rápida, a mão mergulhada em meu cabelo,
mostrando que ela queria que o ritmo mudasse. Com avidez, suguei mais forte, para
em seguida deslizar minha língua rapidamente. Senti-me no céu por proporcionar-lhe
aquele delírio novo, enquanto ela se contorcia em minha boca.
Ela gemia alto aos movimentos da minha língua e isso só me estimulava como um
louco a continuar por longos minutos, observando-a, com insistentes incentivos no
ponto em que ela mostrava mais prazer. Ela respondeu acelerando a respiração em
ansiedade, o que me incitou a continuar e esperar a avalanche de prazer que era
iminente partir dela.
Acariciei o acesso molhado com um dedo, depois não me contive e ingressei

levemente.
Caí em demência, perdendo a razão com a sensação de calor, aperto, aconchego...

Aprendi o caminho e meu corpo sentiu choques espasmódicos de prazer.
Estava ali a mulher que eu amo, sendo demarcada por minha boca, toda minha,
entregue a mim.
Minutos se seguiram nesse prazer atordoante. Então, ela arqueou o corpo, segurando
o ar por minutos, deu arfadas longas, e eu mantive minhas carícias ali, determinado,
preciso. Ela deu gemidos enlouquecedores e gritinhos insanos, que soaram como
música em meus ouvidos soberbos de prazer. Ela se sacudiu na cama, apertando os
lençóis em suas mãos, extravagância que sinalizava que ela alcançara o êxtase,
concluindo com seu relaxamento umidificando completamente o acesso do seu corpo.
Perdi os pudores e receios, e lambi, desvairado, aquela parte, sentindo o frenesi
751 de 1595 26/05/2011 20:45

abrupto em saciar-me em somente em ter minha boca ali, tomando-a.
Fiquei fascinado com a nova descoberta que nos permitimos, e a excitação extrema
transformou-me em um insano por completo.
Voltei, enlouquecido, para os seus lábios, tendo consciência somente de que já não
mais me controlaria. Então deitei ao seu lado, encostei-a libidinosamente a mim,
levantei um pouco sua perna e aconcheguei-me ali, fechando as suas pernas sobre
minha ereção, já sem pensamentos coerentes, desejando somente saciar-me.
Ela acolheu-me quente, completamente úmida e eletrizante. Um convite a demência

total.
“Isso é booom... Mas o que está fazendo?”
Sorri maliciosamente e deitei a cabeça para trás, desacreditado de ter que responder a
essa pergunta indiscreta para a ocasião.
“Deixa eu ficar um pouco aqui... Está quente... molhado...” Respondi, apertei-a,

segurando possessivamente o seu quadril, e movi-a indelicadamente a mim,
mostrando o meu objetivo.
O contato me torturava lentamente.
Ela permitiu, beijando-me molhado e movendo a língua inquietamente em minha boca.

Apertei-a mais, embebido pelas correntes elétricas em meu corpo, sentindo a erupção
de prazer a caminho e o ápice iminente.
Peguei em seus seios, mordendo, enlouquecido, seus ombros e pescoço, enquanto ela
movia a língua em minha orelha, mostrando com seus suspiros que sentia o prazer do
contato.
Tudo era primoroso, sua língua incendiária, seu corpo fervente, o acômodo de suas
pernas, o prazer novo descoberto, o prazer da proximidade, meu quadril se
empurrando ao encontro das coxas dela...
752 de 1595 26/05/2011 20:45

Explodiu-se o fogo dentro de mim, levando-me a gemer compulsivamente. Cheguei ao

mais alto grau, enquanto ela beijava a minha boca, possuída de luxúria. Apertei-a
ainda mais a mim, ofegando em seus cabelos, sentindo tudo rodar. Foi inexplicável,
meus músculos moviam-se agitados, tremendo. Alcancei o clímax, literalmente em
suas coxas.
Minutos depois, percebi seus olhos atentos a mim com uma curiosidade explícita,
analisando-me, enquanto eu ainda estava perdido naquele momento sublime de
satisfação total, de amor e de vida em minhas veias.
Então a abracei forte, deitando-a sobre mim. Um longo tempo se passou, enquanto
permanecíamos ali.
Passeei os dedos insistentemente em suas costas, ainda curtindo o êxtase. Envolvidos

de amor cúmplice, embalados pelo alívio do nosso corpo.
Unidos em alma, sentimentos e prazer.
Continua...
Notas Finais:
N/B: Gente, viram a Bia perva em ação né! Adorei Bia... Alias,
preciso dizer que eu adoro esse modo de descoberta da
sexualidade deles... um passo de cada vez... se conhecendo, se
descobrindo... Ela é uma pervinha né gente... e qdo ela quer
entender o q está acontecendo com ele na hora do negócio?!?!?
Acho um barato... E ele é mto discreto pra dizermos q também é
um pervinha, mas podemos dizer que ele tem talento pra coisa...
hehehe Bella q o diga né!... Foi tenso também o momento da
revelação né! E aí esta a graça nos relacionamentos, cada um
vendo de formas diferentes, mas com uma comunicação mais
aperfeiçoada que a deles, conseguimos o equilíbrio necessário para
a nossa vida... concordam? Heheh momento filosófico on... Bom é
isso, até! Kerima.
N/A: Gente, desculpe pela demora. Mudei de emprego, estou

trabalhando o dia todo e acabei ficando sem tempo. Vou tentar
postar o próximo até segunda. Eu realmente lamento por ter
753 de 1595 26/05/2011 20:45

demorado.Sorry. Obrigada pelos recadinhos.
Passem em Dupla Personaldiade depois. Os mistérios por lá vão

começar a ser esclarecidos.
Bjus
Bia Braz
754 de 1595 26/05/2011 20:45

Capítulo 36- Reescrevendo uma história escrita por BIA BRAZ

Capítulo 36 - Reescrevendo uma história
Edward POV
Minutos longos se passaram enquanto permanecíamos ali.
Passeei os dedos insistentemente em suas costas, ainda curtindo o êxtase da ocasião,

envolvidos de amor cúmplice, embalados pelo alívio do nosso corpo. Unidos em alma,
sentimentos e prazer.
Ela afastou-se de mim, olhou-me com os olhos cerrados e abriu minimamente a

perna. Fiquei observando-a, até que ela pegou no líquido ali derramado e teve um
insight repentino.“Isso tem risco de fazer bebê...” Foi baixa e calma sua voz, parecia
somente uma informação.
Levei um susto com sua observação completamente coerente e sentei rápido na cama.
Pensei por uns minutos.
Deixei-me levar por um defeito que tenho, não raciocinar quando estou dominado de
desejo, precipitando assim as minhas ações, por isso, esse resultado.
Olhei em seu rosto e ela pareceu chatear-se com os raios de preocupação e emoções
que provavelmente transpareceram em meu rosto.
Eu não deveria estragar o momento assim.
“Vem para o banho.” Tentei mostrar calma e levantei.
Ela foi ao armário, pegou umas toalhas e se direcionou ao box.
Entramos no banho, e lá, espalhei o sabonete nas mãos e espalhei por seu corpo,
apalpando suas medidas delicadamente, apreciando sua pele.
“O risco é completamente pequeno, mas em todo o caso, podemos deixar acontecer o

que tiver que acontecer... Vou te responder sem pensar muito, porque se eu pensar
posso ter surtos de preocupação desnecessários para o momento... Mas se você
engravidar, eu caso com você o mais rápido possível.” Disse beijando languidamente
seu pescoço. Como a possibilidade era quase remota, podia descontrair com a
situação. Continuei esfregando suas costas enquanto ela estava entregue, com a
cabeça encostada na parede.
“Nem sabemos o que vai ser da nossa família e você falando em casar... Acho que
você fala o que não pensa.”
“Eu te raptaria e fugiríamos de tudo.” Resolvi descontrair com a situação.
“E moraríamos no seu quarto na universidade?” Ela estava brincando, mas essa era a
realidade da nossa vida, logo não tive respostas diante da sensação de incapacidade.
Fiquei calado os minutos seguintes.
Ela virou-se e olhou atentamente em meus olhos, fazendo-me viajar naqueles orbes,
depois sorriu, ao perceber a minha alteração de humor.
755 de 1595 26/05/2011 20:45

“Tá achando que eu sou fácil assim? Não vou sair casando só por que engravidei não.
Minha irmã nem casou!” Ela parecia estar se divertindo. “Para eu casar, você ainda vai
ter que me conquistar, e eu me caso somente com uma condição...” Ela parou de rir e
encostou-se a mim, mordiscando o meu queixo. “Pensa na condição comigo,
embaixador: a família Hale futuramente vai ficar muito pequena, acho que só vai
sobrar você... e aqui nos EUA, o homem pode adotar o sobrenome da mulher. Então,
já que Rosalie vai ser uma Cullen, Jasper já é um Cullen, e sua mãe, se tudo der certo,
ainda vai ser uma, você podia adotar o meu sobrenome quando casarmos...” Ela
sorriu persuasiva, e eu animei novamente com a sua performance sedutora. “Até
porque, o nome Hale é o sobrenome do seu pai, e eu não acho que você tenha tanta
consideração assim por ele para querer manter.”
“Nossa, como chegamos a esse assunto mesmo? Você às vezes pira, Bella!”
Sorrimos e ela beijou-me avidamente enquanto a água caía sobre nós.
Bella sempre que impor suas vontades sobre mim. Mesmo que haja diversão em sua
proposta, isso é um desejo real que ela externa. Tenho medo dessa mulher que tenta
me dominar.
Abracei-a e afastei o seu rosto, beijando suas linhas perfeitamente desenhadas.
“Bella, eu admiro sua fé e sua capacidade de ver as coisas com facilidade... Na

verdade eu vejo tudo tão longe, tão intocável... Tem horas que eu acho que você não
viu a gravidade da situação do Jasper e da Alice, ou não quer ver... O talvez veja e
ache fácil de resolver. Eu não sei se tudo isso que disse quanto a nossa família vai dar
certo... Mas não quero pensar nisso hoje, quero só ficar feliz com você e não deixar
que nada me tire isso. Sobre a situação da nossa família, conversamos depois... Mas
quanto a esse negócio de sobrenome... Quando casarmos, negociamos tudo antes tá?
Fazemos um contrato de casamento se preciso, mas eu acho difícil você governar a
minha vida como quer.” Descontraí tentando desviar o assunto.
“Eu já mando em você, bobinho.” Sorriu convencida. “Mas quanto a nossa família...
Vamos deixar as coisas acontecerem ao seu tempo... Temos que acreditar que no final
vai dar tudo certo. Tente se preocupar menos com tudo, tente levar numa boa. Alice,
não pode abandonar Jasper agora. Na verdade, a relação deles hoje é mais de
amizade e carinho que de namorados mesmo. Depois que ele se curar
completamente, eles podem até perceber que são só amigos e pronto... e pode ter
certeza que eles não vão transar nesse meio tempo que ele está doente não. Ele está
se tratando. Temos que nos acalmar e deixar tudo acontecer.” Ela mostrou uma
sabedoria sem fim que acalentou por completo o meu coração, sem que ela
percebesse.
É a mulher que eu sempre sonhei e que eu pediria aos céus. Ela tem o dom de
acalmar-me e trazer paz para a minha vida conturbada.
Abracei-a forte e sorri em seu ouvido: “Você não conhece o irmão que temos.
Sinceramente eu fico me perguntando a que família ele puxou com aquele fogo todo
desde que tinha onze anos, você imagina?” Pisquei insinuando e sorri mais. “Mas
contudo, você me passa calma... Não há razões para receios no momento... Obrigado
por facilitar a minha vida, obrigado por existir e por me completar.”
Beijei sua boca com afeto excessivo, apaixonado pela mulher que eu tinha ali. Todas
as células do meu corpo respondiam alegremente, levando-me a apertá-la de maneira
a sentir faltar seu ar. Meu cérebro exigia que eu desfrutasse de doses intensas de sua
756 de 1595 26/05/2011 20:45

presença, enquanto tudo em mim regozijava com o seu corpo desnudo colado ao
meu.
O desejo já me inflamava outra vez e encostei-a na parede, de mãos dadas sobre a

sua cabeça, beijando-a voraz. O contato quente do nosso corpo molhado só
alimentava as chamas que nos invadia, incendiando tudo novamente.
Antes que eu me sentisse satisfeito, seu telefone tocou insistentemente no quarto e

ela desvencilhou-se do meu aperto, frustrando-me por completo. Fugindo, ela deu um
rápido enxágüe no corpo e saiu logo após.
“Oi... Nossa, desculpe, eu nem tinha visto as horas... em quinze minutos estou aí.”
Atendeu agitada ao telefone.
“Edward, já são duas da tarde, nos enrolamos e Brandon está lá há exatamente uma
hora me esperando. Termina logo aí, enquanto eu chamo o táxi.”
Terminei o banho, arrumamo-nos e descemos com sua mala.
O táxi levou pouco menos de dez minutos no trajeto até o salão onde o carro estava.
Logo que pegamos a chave, ela entregou-a em minha mão, e eu me senti feliz por
seus hábitos normais terem voltado ao costume. Entramos no carro e
direcionamo-nos ao local que ela indicou encontrar o novo amigo.
“Você vai mesmo ao Estado de Washington?” Sua pergunta expressava descrença.
“Sim, lá tem roupas minhas, não?” Sorri, rolando os olhos.
Ela olhou para baixo, concentrada em algo, depois se soltou do cinto e me abraçou,
com a cabeça encostada sob meu queixo enquanto eu dirigia.
“Eu sempre soube que você ia voltar.” Ela disse e suspirou contente “Eu fiquei dias
olhando as suas roupas e pensando em jogá-las fora, queimar ou mandar para você,
mas eu não consegui.”
Segurei o seu queixo, depois acariciei o seu rosto.
“Fico feliz... Por, mesmo que só no subconsciente, você não ter desistido de mim.”
Ela beijou-me no rosto carinhosamente por vários minutos, cobrindo-me de ternura.

Então chegamos ao local onde estava seu amigo.
Desci do carro e o cumprimentei. Ele pareceu surpreso com a minha vinda.
Seguimos caminho e passamos em um restaurante para eu e Bella almoçarmos. Em

todo o tempo cobrindo-nos de carinhos e olhares apaixonados.
Logo que pegamos a estrada, iguei para Ryan e pedi que ele levasse tudo meu quando
voltasse a Capital. Ele ficou satisfeito em saber que eu resolvi minha situação com
Bella. Pena o meu amigo ter um problema tão complicado em sua vida amorosa. Nem
imagino como o pai dele vai aceitar isso.
***
Seguimos viagem ao Estado de Washington. Se o tempo continuasse firme em oito

horas de viagem chegaríamos a Seattle.
757 de 1595 26/05/2011 20:45

Fiquei surpreso comigo mesmo ao ter decidido vir. Não me lembro de já ter tomados
decisões inusitadas em minha vida como as de ontem para hoje. Nada estava em
meus planos. Ontem mesmo eu achava que tudo estava perdido, e hoje, como dádiva
divina, estamos aqui. Felizes e completos. O que falta para completar o momento é
resolver qualquer situação com o pai de Bella.
O caminho se seguia. Eu dirigia e prestava atenção à estrada. Bella tagarelava

incansavelmente com o seu novo amigo, que a chamava carinhosamente de Bells.
Putz, isso estava me irritando.
Olhei para a perna dela que estava completamente de fora naquela micro-saia, sorri e
passei a mão, agradecido por ela ter vindo assim, proporcionando essa imagem
desejável aos meus olhos.
Ela olhou-me com os olhos arregalados depois sorriu em silêncio, cruzando as pernas
insinuantemente.
“Você é sobrinho do senador, Brandon?” Inseri um assunto intencionado a entrar na

conversa.
“Sim.”
“Pretende entrar na vida pública também?”
“Não. Pretendo perseguir a vida dos homens públicos.” Pareceu ter duplo sentido o
seu comentário. Olhei o retrovisor, e ele estava sorrindo, olhando para o lado.
Bom, existe um ditado no meio político: mantenha os amigos próximos e os inimigos

mais próximos ainda, pensando assim, resolvi tentar mais uma vez a arte da boa
convivência.
“O que pretende fazer quando terminar o estágio no Cullen?”
Bella olhou-me parecendo estar admirada com a minha tentativa de manter o diálogo.
“Já negociei minha contratação com Carlisle. Em novembro acaba meu contrato de
estágio e eu assumo um setor.” Ele foi completamente à vontade e satisfeito na
resposta.
Fiquei sem palavras diante de dois fatos: primeiro o novo amigo chamou o Sr. Cullen
de Carlisle e segundo ele vai fazer parte efetivamente da empresa que minha
namorada freqüenta com assiduidade.
Tudo bem que eu não devo ficar inseguro como fui com Mike. Mas esse novo amigo
ganhou espaço com a abertura que dei à vida dela, e agora, como castigo para mim,
faz parte ativamente do seu novo rol de amigos. E mesmo que eu não queira ver, é
um rapaz notavelmente bem afeiçoado. Uma ameaça perturbadora a minha total
convicção.
Hmmm, ciúme não.
“Então, Bells...” Eles voltaram a conversar “ Eu estava pensando, podíamos dar um

jeito de fazer mais uma língua. Se eu fosse você, faria administração na Universidade
Washington mesmo, como eu. Assim, você continuaria fazendo alemão comigo e
treinaríamos a conversação... Você, como futura gestora dos jornais precisa aprender
758 de 1595 26/05/2011 20:45

outras línguas...” Ele só podia estar tentando me irritar.
Eu ia surtar ouvindo os dois falando de futuro.
“Talvez. Vou decidir ainda. Eu não quero mais fazer administração, não. Vou fazer
negócios e gestão mesmo. É uma área mais específica. Assim eu aprenderia a investir
o capital da minha família em algo mais rentável.”
“Bells, pensa, se você fizer administração, seu laboratório vai ser a empresa do seu
pai. E o melhor é que você nem sai do estado e nem fica longe das pessoas
importantes pra você.”
“É uma boa idéia, mas eu vou pensar.”
“Você podia mesmo, amor, era morar próximo a mim.” Intrometi-me. “Assim teríamos
mais tempo só para nós.” Disse carinhosamente, mas estava agitadíssimo de... Putz!
Ciúme não.
Bella olhou-me boquiaberta com minha intromissão.
“Não, Edward, eu já falei hoje pra você que não vou mais para a Capital. Talvez eu
fique mesmo é perto da minha casa, vou pensar seriamente no que Brandon disse.”
Ela estava com um ar meio travesso provavelmente percebeu o meu estado e resolveu
me importunar.
“Bells, eu fico admirada com a July, não tem mulher mais desatenta do que ela nesse
mundo não, eu fico abismado com aquilo.” Novo amigo sorria e não parava de falar.
“Tudo bem que é uma língua difícil, né, Clark, mas ela está muito perdida. Hã! E o
Victor! Quer saber? Sem querer me achar, mas já me achando, mesmo tendo só três
meses lá, nós somos os melhores dali.” Sorriram e cumprimentaram-se, batendo a
palma de um na palma do outro.
Há! Eu vou ter que agüentar isso!?! Ela devequerer me matar, isso sim.
Desejando dificultar o diálogo, procurei o controle e liguei o som alto, deixando tocar
um cd do Jonas Brothers.
“Bella, estou com saudade de ouvir você cantar. Canta pra mim.” Me desconheci com
essa atitude infantil de colocar o som alto. Isso não fazia parte da minha regular
personalidade.
Como conseqüência da minha ação, ela não cantou e ainda abaixou o som, ao
perceber a minha intenção. Em seguida, ela se virou novamente para conversar com o
novo amigo.
“Sabe qual a profissão que estou pensando seriamente em seguir, Brandon? Na

verdade estou meio indecisa ainda, mas acho que vou ser psicóloga.” Ela parecia
querer testar-me ou me provocar.
Olhei para ela irritado ao perceber o que ela estava intencionada a falar.
“Sabe o que eu acho de interessante na relação psicóloga e paciente, Brandon? É que

é uma relação de confiança, de compromisso.” Ela tentava me falar além das palavras
e olhei de volta para estrada, fingindo não prestar atenção.
“Também acho uma profissão interessante. Pensando bem, a única profissão que eu
759 de 1595 26/05/2011 20:45

não teria é a de político. E olha que EU posso dizer isso. Você sabe que a minha família
tem uma história de políticos, né. Meu pai foi deputado, meu avô e meu tio
governador. Sabe o que eu acho de um monte político junto? Se você cercar, vira
zoológico; se por lona em cima, vira circo; se cercar, vira presídio e se por uma
mesinha, vira pizza.” Gargalharam e eu fiquei completamente inquieto, sentindo a
provocação.
“Você é bobo hein, Brandon!”
Segurei forte o volante transtornado e ofendido com o tom do novo amigo, que
imprimia explicitamente seu desejo em tirar-me do sério.
“Brandon, se os seus familiares não foram políticos sérios, você não pode rotular os
outros por isso.” Eu disse pausadamente, controlando qualquer manifestação da
minha ira presente.
Bella olhou-me com olhar de reprovação.
Tudo bem que eles estavam divertindo-se com a piada, mas tocar no caminho que eu
vou de encalço é a mais declarada importunação.
“É só a minha opinião.” Dei de ombros, indiferente “ Eu creio que existam homens

sérios na política do país. Pode ser que eu me engane futuramente, mas eu prefiro
acreditar nisso, se não, não tenho pelo que lutar. Eu acredito que existam bons
líderes, interessados no bem comum. Agora se o Clark tem maus exemplos em sua
família...” Fui sarcástico no fim, referindo-me a um escândalo que o tio dele se
envolvera com desvio de verbas públicas.
O assunto acabou e eles ficaram desconcertados.
Aumentei o som e passaram-se cerca de duas horas sem conversa no carro.
Com quatro horas exatas de viagem paramos para fazer um lanche.
Bella estava fria e aparentemente chateada, entretanto foi ele quem me provocou.
Descemos do carro e eu peguei sua mão para irmos para a lanchonete. Com
semblante inquiridor, ela parou em um canto. “Edward, ele é meu amigo. Por que está
agindo assim?”
“Ah, Bella, eu tentei conversar sem ofensas, mas ele provocou. Aliás, você também
estava me provocando. Se eu soubesse que seria assim, nem tinha vindo.” Cruzei os
braços no peito, chateado. Não exatamente com ela, pois ela não tinha culpa por
nada. Na verdade, estava chateado comigo por tê-lo deixado entrar tão ativamente na
vida dela.
Ela olhou-me ternamente nos olhos e passou os dedos em meu rosto, porém eu temi
o que ela falaria.
“Sabe, Edwrda, nesses três meses que ficamos separados, foi ele quem mais me fez
companhia. E nunca, nunca nesses meses forçou uma situação comigo. Ele viajou
comigo, passou por uma situação constrangedora na festa, mas se virou e dormiu
fora, deixando nós dois à vontade. Ele nem tocou nesse assunto, não reclamou, não
cobrou. Ele é legal. Está tentando ser legal. Você podia ter entrado na brincadeira.
Você acha que essa vai ser a única piadinha que você vai receber na vida? Lógico que
não. Você escolheu essa vida, então tem que agüentar. Ele ainda brincou dizendo que
760 de 1595 26/05/2011 20:45

podia falar porque os familiares dele eram políticos, mas você tinha que ofender ele!”
Sua voz foi baixa, pausada e carinhosa.
“Ponha-se no meu lugar, Bella, ele estava criticando explicitamente o que eu escolhi
para mim. Cabe a mim, defender aquilo que eu acredito.” Abracei-a de frente, falando
pausado em seu ouvido.
Ele nos olhava de uma mesa longe enquanto discutíamos. Com certeza o transtorno
estava presente em nosso semblante.
“Eu já disse o que eu penso, portanto espero que conserte o que fez... Mais uma
coisa, se eu escolhi você, é por que eu quero você. Não precisa ter ciúme dele. Ele
sabe que eu te escolhi e respeita isso, mesmo que seja a fim de mim.”
“Bella, eu confio em você, mas está tudo muito complicado para mim. Só me entenda,
por favor, eu não sei o que houve de real entre vocês.” Eu queria dissipar aquela
situação ridícula que pairava sobre mim.
“Tudo bem, eu não te falei no ap do Emmett, mas vou falar agora. Nunca rolou o
mínimo clima entre nós, mesmo que eu soubesse que ele era a fim de mim. E eu só
sei que ele é, por ele ter falado uma hora que estava bêbado na casa de uma colega
nossa. Então, tire qualquer insegurança que tenha com relação a ele e tente ser legal,
por favor.” Ela beijou-me ternamente nos lábios e saiu logo após para pedir um
lanche.
Pensei por alguns minutos, pedi uma cerveja e direcionei-me à mesa que Brandon
estava sentado.
“Você dirige o restante da viagem? Estou a fim de relaxar.” Levantei a chave para ele,
e ele pegou.
Eu e minha mania de ver tudo pelo lado mais embaraçoso. Podia ter enxergado antes
desse clima que ele só queria descontrair.
Bella não veio sentar-se conosco, parecia fazer pressão pra que eu resolvesse a
situação.
“Brandon, eu não queria criticar a sua família, queria que não levasse a mal a minha
atitude.”
“Sem problema, cara. Eu também não deveria falar daquele jeito do futuro que você
escolheu.”
“Você não falou mal, foi só uma piada que inclusive eu já ouvi em outras ocasiões.”
Sorri, relaxando. Nem acreditei que para manter a paz tivesse que fazer isso. Mas
como bom nacionalista e futuro provedor de paz, tenho que semear de agora a boa
convivência. “Eu também sei várias, na verdade, sempre que vou apresentar
seminários coloco algumas nos slides para descontrair a turma antes de começar.”
“Então conta alguma. Adoro piadas.”
Ele pareceu estar disposto a atenuar a situação e mostrou expectativa, mas eu ainda
não estava completamente à vontade.
“Bom... Não associe a piada ao que eu acredito. O diretor da Penitenciária reuniu os

presos no pátio e disse com ajuda de um megafone: - Atenção! Quero todo mundo
761 de 1595 26/05/2011 20:45

varrendo e limpando as suas celas, porque amanhã o presidente Bush vem aí! ...Ao
que um dos presos comenta com um amigo: - Custou, mas botaram esse safado no
xadrez!” Talvez eu não fosse muito bom em contar, mas estava fazendo um esforço.
Geralmente em classe, eu já levo as piadas digitadas e os alunos só lêem no slide.
Ele sorriu.
“Ow! Essa é nova, eu não conhecia.Vou guardar para contar lá na casa do meu avô.
Na minha família, quando nos reunimos para churrascos e eventos, só rola piada de
política. Eles são políticos, mas entram na diversão. Então, prepare-se que eu vou
contar uma agora: Em uma escola, na prova do curso de química, foi perguntado: -
Qual a diferença entre solução e dissolução? Um aluno responde: - Colocar um dos
nossos políticos num tanque de ácido para que dissolva é uma dissolução. Colocar
todos é uma solução.”
Sorrimos, e eu já estava relaxado com a presença do Brandon.
Ele mostrou ser um pacificador, enfraquecendo todo o clima de desentendimento

anterior.
Passamos alguns minutos trocando piadas, e eu já estava completamente dissoluto.

Fator adicionado ao efeito minúsculo da cerveja.
Inesperadamente, Bella se aproximou e sentou-se em meu colo.
“Vamos, gente, tem mais de meia hora que estamos parados. Assim chegamos lá só
meia noite.” Ela deu-me um beijo na bochecha e foi ao caixa.
Pedi mais uma cerveja à moça do balcão e fui para perto dela, deixando Brandon
sentado.
Bella POV
Terminei de conversar com Edward, pedi um suco e sentei em um banco perto do

balcão. Deixei que ele se virasse diante da situação que nos colocou. Imagine
passarmos mais quatro horas de viagem sem conversarmos nada!
Mesmo que eu tenha percebido que a situação no carro estava provocando Edward,
ele tem que se dar conta de que a vida andou, e que eu tenho novos amigos e rotinas.
Ele tem que se adaptar a isso.
Fiquei extremamente chateada com a sua falta de modos. Ele tem que aprender a
controlar os seus impulsos.
Mesmo que Brandon estivesse o provocando, ele tem que se dominar diante de
provocações de seja lá quem for, isso se quiser ser o que pretende ser.
Olhei em direção a mesa deles e eles sorriam amigavelmente, então senti alívio.
Sei que meu anjinho está se esforçando para mudar.
Dei mais um tempinho para eles e deixei o balcão, indo em direção a eles.
Sentei no colo do Edward, dei um beijo terno em seu rosto e os chamei para irmos
762 de 1595 26/05/2011 20:45

embora, levantando em seguida a fim de pegar umas batatinhas para comer na

estrada.
Quando já estava no caixa, senti uma mão pegando em minha cintura, um corpo se
encostando a mim e uma lata de cerveja gelada encostando no decote da minha blusa,
fazendo-me arquear o tronco pelo susto.
“Menos quente agora, amor?” Disse próximo à minha orelha e mordiscou.
Fiquei assustada com sua postura em uma lanchonete, mas ele parecia se referir ao
meu estado temperamental.
“Parabéns, anjinho, se saiu muito bem.” Virei, beijei leve seus lábios e abracei a sua
cintura. “Obrigada. Sei que está se esforçando para me agradar.”
Edward abraçou o meu pescoço, pagamos a conta e saímos abraçados, esperando

Brandon encostados no carro.
Acho que agora Brandon desilude completamente. Ainda que ele não tenha forçado
todo esse tempo, ele tinha esperança na amizade que eu lhe ofereci desde que fiquei
solteira.
Edward abriu a porta traseira para entrar, e Brandon sentou-se no banco do

motorista, deixando-me confusa. Brandon percebeu o meu olhar de questionamento e
se adiantou: “O príncipe bebeu um pouco e me escalou como o motorista da vez. Se
você discordar, Bells, pode assumir o volante.” Deu-me a opção, mas acelerou.
Olhei para ele desacreditada da brincadeira que fez com Edward.
“Por que o príncipe hein?!” Edward perguntou descontraído.
“Nada, Edward.” Fiz careta para Brandon.
“Tudo bem. De qualquer maneira, Brandon, Bella não vai dirigir na auto-estrada.”
Edward somente informou.
Olha que absurdo! Muito mandão para o meu gosto.
“Caso você não saiba, namorado, fui eu quem veio dirigindo durante todo o trajeto.”
“É corajoso, hein, Brandon!?” Descontraiu.
“Vim rezando!” Gargalharam.
Há! De repente viraram amiguinhos e estavam, os dois, fazendo piadas a meu

respeito!
“Pode parar o carro que quem vai dirigindo sou eu!” Fiquei irritada.
“Bella, pára, estamos brincando. Todo mundo aqui sabe que você dirige bem.” Edward
fitou-me com olhar de pedido de desculpas. “Eu só quero que você venha aqui
comigo, pode ser?” Apontou para o banco e deu duas batidas.
Eu devia estar sendo chata com Edward. Ele tentava de todos os modos me agradar, e
eu estava sendo incompreensiva. Tinha que tentar controlar os meus ânimos.
Decidida, levantei, atravessando pelo meio do carro e sentei no banco de trás, com a
763 de 1595 26/05/2011 20:45

cabeça encostada ao ombro dele.
Resolvi tentar descontrair também. “Ah, Edward, o Clark te chama de príncipe por que
ele fala que eu espero um príncipe encantado dos contos de fada que não existe. Ele
está é tirando onda, viu. Não acredite nele.”
“Qual é, Bella? Não me entrega, agora somos amigos. Você se importa, príncipe, se eu
te chamar de príncipe?”
Todos sorriram no carro, e Edward me deitou de lado em seu colo, como uma criança,
enquanto beijava a minha testa.
“Eu não. Pior se me chamasse de sapo ou de Shrek.” Respondeu sorridente, e eu o

abracei, depositando pequenos beijos em seu peito, por cima da blusa.
Definitivamente ele estava tentando se adaptar ao meu mundo e isso me deixava

completamente feliz.
“Feche a capota, Brandon, o vento está bagunçando o meu cabelo.”
Pedi, saí do colo dele e sentei de lado no banco, apoiando o meu tronco em seu peito.
Passamos mais algum tempo conversando em grupo, então peguei o controle remoto
e programei uns CDs.
Coloquei When you look the me in eyeas do Jonas Brothers.
“Uma música que declara o que eu penso… É completamente para você.” Edward
sussurrou em meu ouvido.
O coração está sempre procurando, Será que você consegue encontrar um lar? Eu
tenho procurado por você Eu nunca conseguirei sozinho Sonhos não podem tomar o
lugar de amar você Deve haver milhões de razões por que é verdade Quando você me
olha nos olhos E diz que me ama Tudo fica bem Quando você está bem aqui ao meu
lado, Quando você me olha nos olhos Eu vejo um relance do céu Eu encontro meu
paraíso Quando você me olha nos olhos ** Quanto tempo eu esperarei Para ficar com
você de novo... Eu vou dizer que eu te amo da melhor maneira que eu puder Eu não
agüento um dia sem você aqui Você é a luz que faz minha escuridão desaparecer
Todo dia, eu começo a perceber Que posso alcançar meu amanhã Eu posso manter
minha cabeça erguida E tudo porque você está ao meu lado
Escureceu lá fora e a viagem se seguiu com o som das músicas escolhidas.
Vez ou outra o silêncio era quebrado por seus sussurros em meu ouvido.
Num determinado momento, abri sua blusa e passei a língua insistentemente do seu
pescoço ao peito.
“Faz comigo e está autorizando a fazer com você.” Ele disse. Eu sorri sem sons,
descarada, e continuei.
Passeei a língua em seu peito, lentamente, chupando, lambendo, e olhando para ele
com olhar insinuante.
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“Eu tenho medo de você, sua diabinha... Se continuar eu vou esquecer seu amigo
presente aqui... não me provoque.” Murmurou rendido em meu ouvido e abriu o zíper
da minha blusa, passando depois as mãos em meus seios.
Incrível, como quando uma coisa que é proibida é muito mais prazerosa.
Eu queria mesmo era implorar que ele esquecesse Brandon ali e colocasse sua boca
em meus seios. Mas era uma situação muito constrangedora saber que um amigo meu
estava ali dirigindo para nós, enquanto nos banhávamos de luxúria no banco detrás.
Mesmo que estivesse escuro lá fora, que o som estivesse alto e que não desse para
Brandon nos ver, era muita loucura.
Ainda assim, estava gostando do momento. Eu queria aproveitar o mínimo que

pudesse. Além disso, estava adorando ver ele tenso e delirante com pequenos beijos.
Abri todos os botões, desci para a sua barriga, passeando a língua, e mordisquei a sua
cintura.
Ele arqueava o corpo levemente e suspirava de excitação.
Abri o botão de sua calça e ele me parou com olhar de reprovação, o que só me
estimulou a desbravar o desconhecido.
Abaixei o zíper e olhei em seu rosto. Ele olhava-me com olhar torturado, balançando o
rosto em negativa, várias vezes, implorando que eu não fizesse aquilo.
Mas não era isso que seu corpo mostrava que queria, então continuei beijando perto,
naquela área baixa da barriga que tremia com o toque da minha boca.
Tudo me fazia sorrir em silêncio.
Desci lentamente, beijando mais embaixo, dei umas mordiscadas por cima do pano,
fazendo ele se erguer instintivamente e fiquei o acariciando e apertando com a mão.
Ele estava com o corpo enrijecido pela expectativa, e eu beijei lentamente aquela área
coberta, abaixando um pouco a sua boxer.
Olhei para ele, e ele parecia estar sendo levado para a forca, implorando que não,
balançando a cabeça sem palavras, com os olhos arregalados.
Eu estava com uma adrenalina desconhecida e com uma ousadia nunca

experimentada. Tão próximos ao Brandon e enlouquecida de vontade de corromper os
costumes de Edward.
Desci com a boca novamente pela barriga, deixando ele mais ansioso e enlouquecido,
então peguei em seu... Como posso chamá-lo mesmo? Anjinho eu acho que não dá
certo, ele não tem nada de anjinho. Sorri mentalmente. Isso não é hora de rir, Bella,
meu cérebro me alertava... Ah, pode ser meu embaixadorzinho... Será que ele vai
gostar do nome? Muito grande, né? Ah, depois eu dou outro.
Sorri e dei beijinhos leves na ponta, percebendo a barriga do Edward mover-se, e o

seu peito subir e descer pesadamente.
A consciência entrou em minha cabeça e eu lembrei que não sabia o que fazer. Estava
tão envolvida pela provocação que nem lembrei esse pequeno detalhe.
765 de 1595 26/05/2011 20:45

Ele apertava o meu seio ansiosamente e, decidida, resolvi das mais beijinhos
carinhosos.
Poxa, isso não era que nem o primeiro beijo que eu me espelhei nas novelas.
Eu nunca assisti uma cena que as pessoas fizessem isso.
Continuei beijando e olhei no rosto do Edward. Ele estava com um sorriso estampado,
onde mesmo com o carro escuro atrás, dava para perceber.
Ele provavelmente percebeu a minha inexperiência e estava sorrindo disso.
Eu não ia desistir.
Deixei minha mão lá, acariciando e sentei, aproximando a minha boca do seu ouvido.
“Ajuda, vai...” Sussurrei.
Ele sorriu em meu ouvido e respondeu com a voz vacilando de desejo: “Não faz isso...
Aqui não...”
Eu não ia desistir assim, depois não teria graça. Eu queria era vê-lo desnorteado em
um lugar que ele não concordasse.
Desci de novo beijando seu peito, barriga, até chegar lá novamente.
Resolvi fazer alguma coisa que imaginei ser bom, passar a língua ali devia ser
prazeroso para ele, afinal, o que ele fez com a língua dele em mim hoje foi, hmmmm
delícia!
Língua em qualquer lugar deve ser booom.
Passei a pontinha da língua por toda a extensão lentamente, subindo e descendo.
Percebi que ele gostou, pois arqueou o corpo e moveu-se como se estivesse sendo
eletrocutado.
Continuei fazendo aquilo por minutos, e ele estava entregue. Mordisquei e movi as
mãos como ele me ensinou.
Foram minutos fazendo isso, então algo em meu ventre pulsou, e eu me senti mais
quente e úmida. Estava descobrindo detalhes do meu corpo. Já sentia um pedido por
ele ali naquela área, e tudo me queimava e estimulava a continuar.
Peguei lentamente sua mão que estava sobre os meus seios e desci com ela,
mostrando o que eu queria que ele fizesse.
Acho que estou meio pervertida, não? Talvez...
Que quê tem? Somos um do outro mesmo.
Acho que ele gosta que eu seja assim, pois mordia os lábios e suspirava profundo,
enquanto acariciava-me intimamente.
Era boa aquela troca de carinho, e eu amo essa parte dele também.
Amo cada mínimo detalhe do seu corpo e proporcionar isso a ele, é sem igual.
766 de 1595 26/05/2011 20:45

Tentei beijos grandes e lambidos, passando levemente os dentes por todo o

comprimento.
Dava pequenas sucções em toda a área, como ele fez comigo pela manhã.
Observei os seus movimentos e ele arqueava sempre que eu passava a língua em

volta dele todo e colocava a parte de cima na minha pequena boca.
Então, foi isso que fizvárias vezes e ele se rendeu, completamente entregue ao delírio,
dando-me prazer imenso com seu rosto mergulhado de excitação.
Inesperadamente, ele me puxou rápido para perto do rosto dele.
“Chega, Bella...” Ele ofegou e beijou meus lábios com excesso de devassidão.
Fazendo-me arrepiar toda em ter aqueles lábios tão urgentes. Depois de um tempo
com sua língua explorando cada canto da minha boca, afastei resfolegando do
desespero dele.
“Não quer terminar, não?” Dei a opção, encostei a boca em seu ouvido e movi a
língua, mordendo o lóbulo e enfiando a língua em seu ouvido, completamente
desvirtuada.
Ele estava esvanecido, incapaz de raciocínio, todo rendido em minha mão. Continuei
com a mão ali, movendo mais preciso, enquanto ele ofegava, apertava os meus seios
e delirava com a minha língua em sua orelha.
“Como?” Só moveu os lábios com um murmúrio abafado. Ele estava sofrendo com o
desejo de saciar-se. Coitado!
Sentei ao seu lado e coloquei a minha perna em cima da dele. Ele se inclinou e sugou
os meus seios ferozmente.
Consegui deixar o homem sem raciocínio mesmo!
Que adrenalina extasiante que eu tinha ali! Se Brandon acendesse a luz e olhasse de
esguelha para trás veria Edward se acabando em meus seios.
Edward passou minutos já sem domínio, então tirei meu shortinho, que era de
algodão, e coloquei sobre a barriga dele.
Ele percebeu o que aconteceria e abriu minimamente o vidro, depois inclinou para
alcançar meus lábios, embebido de paixão. Envolvi novamente minha mão nele, e ele
abriu minha perna com a sua mão. Aquilo era coisa de malabarista.
Preocupei-me em não suspirar, o que me fez perder quase toda a concentração no ato
prazeroso. Mesmo assim, estava perfeito e extasiante aquele momento.
Continuei movendo a mão no embaixadorzinho, que estava excitado de modo

enérgico e percebi que ele já chegaria em poucos minutos, pois ele se erguia e sua
respiração movia em seu peito compulsivamente.
Nos instantes seguintes, seu beijo ficou mais molhado, sua língua mais inquieta em
minha boca, e ele concluiu, estremecendo, respirando cortado, com um gemido
abafado, em seguida mordeu leve o meu pescoço, enquanto sugava o ar por entre os
dentes.
Após um tempo, ele jogou a cabeça para trás relaxando, abriu o vidro todo e deixou o
767 de 1595 26/05/2011 20:45

vento tocar velozmente o seu rosto. Enquanto isso, limpou o que derramou em minha
mão por completo e jogou o shortinho fora. Após terminar, ele sorriu torto para mim,
fechou o zíper da calça e deitou-me em seu peito, completamente preguiçoso.
“Minha namorada é louca e deixa-me um insano por completo.” Ele sussurrou em meu
ouvido.
“Você tem que aprender a passar por situações de risco.” Sorri travessa. “Mas está
arrependido?... Foi ruim?”
“Não acho que existam prazeres maiores que esse, e a cada minuto que passo com
você descubro mais um pouquinho de felicidade.” Sua voz lenta e preguiçosa fez meu
coração inflar de alegria. “Já disse que amo você hoje?”
“Não lembro...” Fingi.
“Você é o anjo mau da minha vida, a diabinha que me arrebata, a louca que me
contamina. E eu... amo... você exatamente assim.”
Feliz, deitei minha cabeça em seu peito, completamente envolvida por seu amor e
ficamos a última hora da viagem assim, abraçadinhos.
Ele acariciava a minha perna, subindo e descendo a mão na minha coxa, colocava a
mão dentro da minha saia, apertava o quadril, sorria e passeava de novo.
Foi estranho estar sem roupa íntima e ele passando a mão despreocupadamente em
mim, todavia ele estava tão repleto de carinho e amor que eu não tinha do que
reclamar.
“Sorte eu não ser ciumento e você ter vindo assim, hein, se não, eu não teria tudo
isso a minha disposição.” Ele deu um tapinha na minha coxa divertindo-se da situação
e beijou minha testa.
Peguei o controle remoto e mudei a programação das músicas.
Ainda bem que eu programei três CDs de rock e três de rap. Assim, todo barulho que
escapou involuntariamente da nossa boca, foi abafado pelo tipo de música que rolava.
Mudei para o cd do Chris Brown.
“Põe músicas mais calmas, cansei dessas músicas agitada. Tem algum mais lento
aqui?” Reclamou em um tom bem calmo.
“Qual você quer?” Dei a opção.
“Estou gostando ultimamente do Jason Mraz, tem aí?”
“Tem, mas está lá na frente, eu teria que ir lá ao porta-luvas pegar.”
Ele olhou-me por uns minutos e balançou a cabeça em negativa, sorrindo malicioso.
Sorri do seu ‘cuidado’ repentino. Ele não me deixou ir porque eu estava sem roupa
íntima.
“Pode deixar esse aí mesmo.”
Soltei o novo cd no controle e abaixei o som.
768 de 1595 26/05/2011 20:45

Chegamos a Seattle, e Brandon foi direto para minha casa, pois seu carro ficou no
estacionamento de lá.
“Bom te conhecer, cara.” Brandon cumprimentou amigavelmente Edward ao descer do

carro.
“O mesmo para mim.” Edward estava leve e contente ao cumprimentá-lo.
Brandon se foi e Edward abriu o porta-malas do carro. Abracei-o encostando-nos ao

carro, no momento em que ele foi tirar minha mala.
“Foi ótimo você ter vindo, estou muito feliz.”
“Eu também estou. MUITO. Não sabe o quanto.” Levantou-me do chão, dando um
beijo estalado em minha boca. “Você vai fazer a prova é pela manhã?”
“Sim, primeiro horário.”
“Então temos que nos apressar. Já passa das nove e você precisa dormir.”
Ele colocou-me no chão, pegou minha mala com uma mão e me abraçou com outra.
Meu pai me esperava na sala. Ele olhou em nossa direção, completamente perdido,
por termos entrado abraçados pela porta da frente.
“Oi, pai.” Soltei do abraço do Edward e fui lhe dar um beijo.
“Boa noite, Sr. Cullen.” Edward o cumprimentou e meu pai lançou um olhar pouco
receptivo em direção e ele.
“Boa noite, Edward... Bella, faz favor.” Chamou-me para a cozinha e começou a falar
baixo. “Filha, como que é isso? Saiu daqui com Brandon e volta com ele? Pensei que
você o tinha esquecido. Isso não é coisa que se faça com o rapaz que estava a dias
dando atenção para você e saindo com você. Quê isso, Bella?!” Carlisle estava
completamente transtornado.
“Pai, ele teve os motivos dele para terminarmos.” Tentei defendê-lo, mas sem
sucesso. “Além disso, Brandon é só meu amigo e está tudo bem entre nós, ele até
virou amigo do Edward.”
Ele lançou um olhar reprovador.
“Filha, Brandon é um bom rapaz. Quer bem a você...”
“Pai, o senhor sabe que Edward também é um bom rapaz.” Interrompi

carinhosamente. Eu precisava convencê-lo que ele não tinha razão em não ceder.
“Mas ele te deixou sem mais e nem menos, filha.”
“Sim, mas eu o perdoei. Eu o entendi. Amor é assim, pai. Por favor, o aceite.”
Ele não respondeu e saiu da cozinha, passando rapidamente na frente do Edward.
Edward POV
769 de 1595 26/05/2011 20:45

Percebi que as coisas não seriam fáceis com o pai de Bella, ao ver o seu olhar em
minha direção logo que chegamos. Entendo a sua frieza e a sua incompreensão
quanto aos fatos. Nem eu mesmo perdoei-me completamente pelos meses em que a
deixei.
Passaram um tempo na cozinha, e eu ouvi resmungos de Bella. Depois ele passou

rapidamente por mim na sala e subiu as escadas apressadamente.
“Sr. Cullen.” Chamei-o quando ele já estava no alto da escada, e ele virou-se meio
cético. “Posso falar com o senhor?”
“Pode falar.” Fez pouco caso.
“Pode ser em seu escritório?”
Ele ficou parado olhando para mim e para Bella, depois fez um gesto com a mão,
pedindo que eu o acompanhasse.
Subi com a mala de Bella, coloquei em seu quarto e direcionei ao escritório dele. Ao
passar pela escada, olhei para Bella, que ainda estava lá embaixo, e seu semblante era
de aflição. Sorri, mostrando estar calmo e pisquei para ela. Ela sorriu de volta, subindo
em seguida as escadas.
“Fica calma... Você já aceitou namorar comigo mesmo, qualquer coisa namoramos
escondidos.” Descontraí e beijei-a ternamente, tentando acalmá-la.
Ela estava se comportando com a mesma tensão da última vez que conversei com seu
pai. Deixei-a e entrei no escritório do Sr. Cullen. O nervosismo se apossava de mim,
no entanto não deixei o medo me oprimir, pois já o conheço e sei que ambos
queremos o bem comum da mesma pessoa.
Com o semblante indiferente, ele apontou uma cadeira para que eu sentasse.
“Então, o que quer?” Foi ríspido.
“Na verdade informar que voltei com Bella.” Esse não foi o melhor jeito de começar.
“Isso eu já percebi. O problema é quando resolver deixá-la de novo.” Não alterou o

tom ríspido da voz.
“Eu não vou deixá-la novamente.” Disse convicto e pausado, olhando diretamente em
seus olhos.
“Sinceramente, Edward, minha filha estava se recuperando de você. Estava melhor.

Você não sabe como a deixou, como ela ficou infeliz por dias. Agora quando ela está
se ajeitando você aparece e estraga tudo!” Tinha indignação em sua voz, mas ele foi
educado.
Fiquei calado, olhando para o chão e pensando no que eu falaria para me justificar.
Porém, as dúvidas me invadiram, e ouvir da boca dele que eu estava fazendo o errado
em me aproximar novamente, fazia-me refletir sobre a decisão de ter voltado sem
nada ter sido resolvido quanto ao Jasper e Alice.
Mas eu não tenho culpa de nada, não devo pagar por isso, não devo arriscar a nossa
felicidade por atitudes dos nossos pais.
“Sr. Cullen, o senhor já errou em suas decisões alguma vez em sua vida?” Olhei com
770 de 1595 26/05/2011 20:45

os olhos cerrados para ele. Ele pareceu surpreso com a minha pergunta.
Eu precisava me abrir pelo menos em partes para ele, pois é o pai, o homem que
cuidou da mulher que eu amo, e eu devo isso a ele: uma explicação.
“Eu errei indo embora e terminando com Bella sem pensar... eu tive medo quando
soube que minha mãe iria embora... Ali eu percebi que poderia não consegui enfrentar
a distância e os nossos problemas. Por isso agi como foi... Até que Bella pode ter
quase conseguido... Mas eu não consegui ficar sem ela...”
Ele continuou calado, olhando-me enquanto eu ainda buscava mais palavras que o
convencesse o tanto que eu a quero bem.
“... Foi um erro tê-la deixado, porque sem ela a minha vida deixou de ter sentido... Er,
eu queria que o senhor me entendesse... Às vezes decidimos por passos errados e
precipitados na vida, vindo a nos arrepender depois... Fui agraciado ao ter a chance
de tentar consertar antes que fosse tarde, por isso estou aqui para pedir o seu
consentimento e aceitação da nossa volta. Eu não vou deixá-la mais.”
“Bom, Edward, você sabe que eu não tenho nada contra você. Disse uma vez e repito
que a minha preocupação é com o tipo de sentimento doentio que Bella cultiva por
você, quando não parece ser correspondida na mesma intensidade.” Sem tom foi mais
brando, entretanto ele afirmava suposições que não passam de meras aparências,
pois ela é correspondida reciprocamente a todos os sentimentos que são oferecidos a
mim.
“Um dia o senhor vai ver com mais transparência o tipo de sentimento que nos
envolve, mas de imediato, quero que o senhor compreenda que eu amo a sua filha
mais que tudo nessa vida e eu não suportaria a dor de deixá-la nunca mais. Eu
lamento e peço desculpas pelo modo como foi. Mas peço que o senhor confie ela a
mim novamente, pois eu não quero manter um namoro as escondidas ou contra a sua
vontade.”
Ele encarou-me por minutos e, mesmo que eu estivesse um pouco agitado com o
momento, estava aliviado por ter me aberto assim com ele.
“Tudo bem, Edward.” Sorriu de canto, completamente dissoluto e levantou-se para

sair. “Espero que seja real, e, além de tudo, que vocês consigam superar as escolhas
que fazem. Eu acredito que você a ame, mas não seria mais fácil se você namorasse
alguém da Capital?” Não parecia estar falando comigo, parecia estar mergulhado em
pensamentos. “Mas, quando você vai embora?”
“Amanhã à noite.” Levantei da cadeira e direcionei a porta que estava aberta, pois ele
já estava lá.
“Então, boa noite. Durmam, porque amanhã Bella acorda cedo.” Informou e foi
saindo.
Eu apaguei a luz e fechei a porta.
“Edward, como está sua mãe? Ela já comprou uma casa?” Voltou novamente para o
corredor e perguntou. Parecia um pouco desconcertado.
Eu não devia falar o seu real estado, mas ele podia saber superficialmente como ela
estava.
771 de 1595 26/05/2011 20:45

“Ela está bem e não comprou a casa ainda. Está trabalhando em um restaurante, o da
minha avó.”
“Que bom. Mande lembranças a ela.”
Ele deu um meio sorriso e desceu as escadas. Não entendi o motivo da pontada de
sorriso em seu rosto.
Entrei no quarto e Bella já estava deitada, de banho tomado e coberta por um lençol.
“Como foi?” Perguntou com cansaço explicito na voz.
Sentei na cama e beijei sua bochecha. “Se ainda estiver acordada, daqui a pouco
conversamos, mas já adianto que tudo está bem. Deixe-me tomar um banho
primeiro.”
“Coloquei suas coisas aqui. Vou te esperar. Ainda quero te beijar muito.”
“Que mulher beijoqueira que eu arrumei!!” Brinquei, mas com aquele olhar de
disposição que ela estava, duvido que me espere.
Avistei sobre a cama roupas, toalha e acessórios, peguei e fui para o banheiro.
Quando voltei, ela já dormia. Vesti um short de seda, terminei de aprontar-me e deitei,
levantando o lençol para trazê-la para mim. Beijei sem fim o seu rosto, encostando-a
sobre meu peito.
Ela estava completamente insensível pelo seu estado de repouso. Então olhei para
aquele quarto por minutos. Senti a graça, a dádiva em poder estar ali novamente.
A lembrança daquela noite ainda caía em minha mente. Se existe algo que não
poderemos apagar da memória é aquele dia infeliz, todavia podemos reescrever a
nossa história nesse quarto, vivendo bons momentos aqui novamente. Espero que
assim seja.
Passei longos minutos perdido em pensamento enquanto a necessidade de dormir não

me tomava.
Senti, depois de um tempo, um contato muito cálido da sua pele em mim e nos
descobri, sentindo calor. O que vi em seguida deixou-me absorto, completamente
extasiado com a imagem nua em minha frente. Estava maravilhado com sua atitude e
disposição em livrar-me das faculdades mentais claras.
Ela sabia que eu não conseguiria dormir diante de tal tentação e planejou isso antes de
entregar-se ao sono.
Sorri e acariciei toda a extensão. Minha vontade era beijá-la e prostrar-me diante da
escultura presenteada aos meus olhos naquela noite e naquele quarto.
Senti que, como eu, ela objetivava reescrever a nossa noite. Mas e o fato de ela ter
prova pela manhã cedo? – Me questionei.
Devia deixar que ela decidisse.
Beijei a sua barriga lentamente, inebriado do perfume doce de sua pele, alternando
beijos e mordiscadas na cintura e no abdômen, apaixonado, cultuando, amando cada
detalhe, onde tudo é formoso, perfeito e completo.
772 de 1595 26/05/2011 20:45

Ela abriu os olhos, sorriu ternamente e a satisfação em ser aceito brotou em mim.
Deitamos lado a lado, comunicando-nos com os olhos, de um modo que só quando

estamos com o corpo, a alma e o coração ligados, conseguimos.
Seus olhos me prendiam fixamente, e ela sorria, enquanto nossos corpos se colavam.
“Armadilha.” Sussurrou entre sorrisos.
“Fisgou-me prazerosamente.”
Beijei lentamente seus lábios, desfrutando os mínimos detalhes do sabor, então nos
banhamos de mais momentos de paixão ardente, de necessidade vital, onde cada
poro de nossa pele transpirava amor, desejo e sedução.
Passeei minha boca nela e ensoberbeci-me de seu corpo inocente, mas que me cobria
de luxúria e prazer. Em resposta ela deslizou sua boca em mim, logo perdemo-nos no
tempo, envoltos de cores do amor.
Ela proporcionava-me uma imensa erupção de prazer com beijos lúbricos por meu
corpo, onde ela era toda minha... linda, doce, bela, virgem, como a mais poderosa
magia que extasiava-me por completo. Ela tinha o domínio e controlava os meus
desejos com o poder ardente que exerce sobre mim... minha dona.
Ela faz meu coração bater forte e ressoar alto com o misto de combustão queimando
sem controle sobre nós.
Com as bocas vagando um pelo outro, em carícias trocadas, distanciamo-nos do

mundo real, abandonados no sôfrego, em busca do caminho à satisfação.
Finalmente, entregamo-nos extasiados ao extremo prazer.
...
Deitei-a sobre mim, encoberto de uma felicidade incessante, mas logo, meu ser
angelical entregou-se ao sono, amparada por meus braços.
Sonhando acordado, com quase lágrimas nos olhos, tudo que eu ansiava era
desconectar minha mente da prisão temporal a fim de eternizar esse instante,
expulsando completamente das minhas lembranças o momento que um dia estivemos
longe.
Ali, novamente em seu quarto, novamente em seus braços, que é o lugar onde deveria
estar sempre, decidi que o futuro mesmo se faça, pois ele depende continuamente de
sua vida em mim.
Bella POV
Despertei do sono com a música no meu celular programada para tocar durante a
semana. Uma sensação de alegria estava em mim, como há muitos dias eu não sentia.
Olhei para trás e Edward estava lá, abraçado a mim, lindo, mergulhado em um sono
profundo, motivo este da minha sensação de estar completa.
Preguiçosa, sentei na beira da cama, exprimindo agradecimentos por ter ele ali, depois
773 de 1595 26/05/2011 20:45

inclinei, beijei o seu peito descoberto e levantei, cobrindo-o novamente.
Tomei banho e lamentei muito ter prova hoje, pois eu queria ficar todo o meu dia com
ele. Saí do banheiro tentando não fazer barulho, porém estava preocupada em deixar
ele só.
Vesti um vestido cargo verde, depois sentei na beira da cama para beijar o seu rosto e
descer para o lanche. Beijei-o suavemente, e ele acordou, com os olhos
completamente miúdos de sono.
“Tô indo, vou pedir para o meu pai ligar na escola e autorizar a minha saída mais
cedo.”
“Por que você não me acordou, Bella? Eu queria ter ficado com você.” Sua voz foi
completamente preguiçosa.
“Por que eu queria deixar você dormir, parecia estar cansado.” Justifiquei
carinhosamente.
Ele levantou em um pulo, pegou uma toalha e foi para o banheiro. Fiquei parada sem
entender o porquê de ele ter levantado tão rápido.
Uns três minutos depois ele saiu.
“Pega as roupas que eu tenho aqui, por favor.” Ele estava um pouco agitado.
Em segundos, ele pegou sua bolsa de acessórios, passou desodorante, perfume e

calçou as meias, com muita pressa, enquanto eu pegava suas roupas no closet.
Entreguei, e ele se vestiu rapidamente. Seguidamente, ele veio em minha direção, me

abraçou e me ergueu do chão, beijando levemente meus lábios.
“Bom dia!! Para que eu vou dormir se eu não posso e nem devo perder um momento
seu? Vamos, eu vou te levar e conhecer sua escola. Eu não quero mais perder você.”
Ele estava com o humor a mil.
“Sério?” Fiquei surpresa com o seu interesse.
“Sim, você já conheceu a minha.” Falou como óbvio.
“Ah, mas eu só estudo aqui há seis anos. Não é como você que estudou na mesma
mais de dez anos.”
“Não importa. Vamos descer, Bella, se não você se atrasa.” Pegou a minha mão para
descermos.
Estavam sentados à mesa, meu pai, Jéssica e Mike. Logo que aparecemos na porta,
Mike olhou para nós, espantado. Parecia ver um fantasma.
Cumprimentei todos e dei um beijo em meu pai.
Edward deu um bom dia coletivo, sorriu tímido e esperou que eu o convidasse para
sentar. Percebi que ele estava desconcertado na mesa, por isso servi a nós dois.
Ainda que ele estivesse sem jeito, distribuía olhares e sorrisos carinhosos em todo o
tempo em minha direção.
774 de 1595 26/05/2011 20:45

“Como está o bebê?” Edward rompeu sua timidez e iniciou uma conversa com Jéssica.
“Está bem.”
“Quantos meses?”
“Sete.”
“Que coisa, parece que foi ontem que você informou que estava de quatro meses.” Ele
tentava ser agradável.
“Só foi pra você que o tempo não passou.” Mike se intrometeu ríspido, tentando falar
além das palavras.
Mesmo que Mike tenha ficado mais longe de mim, por estar muito envolvido com
Jéssica, ele continuava estudando na mesma escola e na mesma sala que eu, logo,
meu estado abatido não passou despercebido por ele.
Na defensiva, Edward adotou uma postura ereta e encarou seriamente Mike.
“Não é, Mike, o problema é que sou muito ocupado programando o meu futuro e não
tenho tempo de ficar na janela observando o tempo passar.” Tinha uma ponta de
provocação no tom do Edward e ele falava exatamente do fato do Mike não ter
planejado o seu próprio futuro.
“Tão preocupado com o futuro e não vive o presente.” Mike rebateu debochado.
Hum, esse era um ditado meu que com certeza Mike ouviu alguma vez soar da minha
boca.
Edward olhou em minha direção, pedindo autorização com o olhar para se pronunciar .
Em resposta, dei de ombros, calada, indiferente.
Mike não precisava ter tratado ele assim, logo Edward queria se defender.
“É muito fácil viver o presente quando não somos cercados de responsabilidades e

quando o nosso pai deixa tudo de mãos beijadas para nós. Saiba que isso não
aconteceu comigo, então se eu não for atrás do meu futuro, ninguém o fará por mim.”
Suas palavras saíram pausadas e calculadas.
Eles se encaravam, e, instantaneamente, fiquei apavorada.
Mesmo que eles falassem sutilmente, tinha um ar de insulto pairando na mesa.

Edward se arrumou na cadeira e continuou a falar, agora em um tom mais calmo:
“Mas no seu lugar, eu viveria o presente também. Você tem que curtir mesmo o bebê
a caminho e a mãe que ele tem.” Consertou completamente a situação e apertou a
minha mão, sorrindo timidamente do meu rosto.
Definitivamente ele escolheu o futuro certo. Não aceitava desaforos, entrava e saía
sutilmente de uma situação e ainda puxava o saco no fim... era de rir.
Meu pai sorriu, parecendo ter gostado da pequena controvérsia na mesa.
“Seu bebê mexe muito, Jéssica?” Edward continuou tentando conversar.
“Bastante, meu menino está chutando sem parar agora, quer ver?”
775 de 1595 26/05/2011 20:45

Ele olhou em minha direção, parecendo estar tentado a ir, porém um pouco receoso.
Levantei e fui para perto dela, chamando ele em seguida.
“Chuta o titio, chuta. Mostra que você é bom de bola.” Fiz carinho na barriga dela e
coloquei a mão dele sobre ela. Segundos depois o bebê chutou.
Rimos e continuamos com a mão ali.
“Eu nunca tinha tocado em uma barriga de gestante em toda a minha vida.” Observou
com humor, mas ainda retraído. “Já escolheu o nome, Mike?” Edward tentou amenizar
o clima.
“Seth. É o nome do meu avô.” Mike respondeu meio contra vontade.
“O nosso primeiro vai se chamar Carlisle.” Brinquei, e o meu pai sorriu convencido.
“Tchau, crianças.” Papai levantou para deixar a mesa. “ Edward, você vai estar aqui à
noite quando eu chegar?” Perguntou antes de virar-se.
“Provavelmente não, Sr. Cullen. Devo pegar o avião de oito horas.”
“Então, até mais e boa viagem.” Pegou na mão do Edward em cumprimento.
“Pai, tem como o senhor ligar na escola e me autorizar a vir embora mais cedo?” Pedi
manhosamente.
“Que horas você quer sair?”
“Depois da prova. Umas dez horas o senhor liga, que aí dez e quinze eu saio.”
“Tudo bem.” Beijou minha testa, a da Jéssica e saiu.
“Vamos, Mike?” Chamei. “Ouviu, né? Eu vou sair mais cedo.”
“Então passa comigo lá em casa para eu pegar o meu carro.” Pediu e saímos.
Deixamos Mike em sua casa e nos dirigimos à escola.
“Ele tem irmãos?” Edward perguntou.
“Não.”
“Bella, antes que você me dê bronca pelo fato ocorrido na mesa, vou logo avisar: eu
não vou permitir que uma pessoa que não é da sua família e não sabe dos nossos
problemas, tente me insultar, arremessando em mim a nossa separação e o seu
sofrimento. Se com o maior interessado nisso, que é o seu pai, eu já me entendi e me
desculpei, então Mike não tinha o direito de ter falado daquele jeito comigo.”
“Eu não ia te dar bronca. Só achei você meio diferente...Geralmente você não fala
nada. Mas eu acho que Mike mereceu por ter entrado onde não foi chamado. De
qualquer maneira, ele não fez por mal. Ele é meu amigo de muitos anos e
acompanhou muitas fases nossas, então ele ficou chateado com o ocorrido. Mas ele
tem o coração bom, perdoa rápido. Com certeza hoje no almoço ele já vai ter
esquecido tudo.” Abracei-o feliz em começar uma manhã de segunda-feira com ele,
ainda mais ele me levando à escola.
Fazia seis anos que eu estudava aqui, e o único menino com quem andei todos esses
776 de 1595 26/05/2011 20:45

anos foi o Mike, então aparecer com o meu namorado oculto era quase um sonho.
Chegamos uns quinze minutos antes do horário de entrada, logo, eu poderia ficar com
ele mais alguns minutos.
Ele estava lindo, o sol da manhã brilhava dentro dos seus olhos, deixando-os verdes
com rajadas mais claras.
Descemos do carro e ele ficou beijando o meu rosto insistentemente no

estacionamento, iniciando o meu dia repleto de felicidade.
Hoje as meninas e os meninos iriam descobrir por que não tenho olhos para outro
quando tenho à minha disposição um deus grego particular.
“Você ia me fazer perder esse início de manhã contigo?” Ele acariciava minha nuca
com as duas mãos, sorridente e me beijava na ponta do nariz.
Todos que passavam olhavam atentamente para nós dois parados ali no meio do
estacionamento.
“Eu fiquei com dó de te acordar.” Murmurei manhosa.
“Devia ter dó de me privar de você, já passamos tanto tempo longe...” Ele prendeu
meu rosto em suas mãos, com olhar implorativo. “Por favor, dá um jeito de ir estudar
na Capital?” Sua voz foi uma súplica.
“Mais tarde conversamos sobre isso. Nada de assuntos chatos agora. Adorei ter você
aqui, é um sonho e eu estou muito feliz.”
“Eu também estou adorando estar no seu mundo.” Ele beijou minha boca levemente.
“Então depois do almoço eu vou te levar no jornal para você conhecer.” Fiquei
empolgada, e ele assentiu sorrindo. “Sabia que eu já tenho até uma sala lá?”
“Interessante, senhorita executiva.”
Sorrimos.
“O que vai fazer agora?” Perguntei.
“Tenho que comprar umas roupas, mas eu queria que você fosse comigo para
escolher. Não sei ainda o que vou fazer. Talvez eu saia à toa por aí. Serão somente
umas duas horas mesmo.”
“Vai para a minha casa e fica no meu quarto matando a saudade de mim, aí mais tarde
vamos juntos para o jornal e depois compramos suas roupas.” Propus e ele sorriu,
parecendo gostar da idéia. “Entre no escritório do meu pai e pegue algum livro para
você ler.”
“Eu não!! Se for ficar lá, vou ficar a toa, de pernas para o ar.” Sorriu muito humorado.
“Então tchau, esteja aqui às dez e meia.”
“Tenha uma boa prova, minha vida, meu sol, minha dona.” Ergueu-me do chão e
beijou-me estalado nos lábios, enchendo de sublimidade o meu dia.
Ele deixou-me na entrada principal e saiu.
777 de 1595 26/05/2011 20:45

E a vida continua... Amanhece e anoitece, e dias vão se passar...
Mas quando nossos caminhos estão traçados, não importa o caminho que tomemos,
sempre iremos nos reencontrar.
Contemplo com uma visão larga tudo que foi destinado a nós. Hoje rabiscos de uma
nova história se fazem.
Nossos sonhos revivem com o nosso doce reencontro.
Um reencontro de almas, algo além do físico e natural.
Poucos conhecem, mas não há separação contínua.
Continua...
Fim da primeira temporada.
N/B: Esse capítulo é mara né gente... adoro ele... Essas últimas palavras da Bella são
lindas... um doce reencontro... sim, pq eles estão reescrevendo a vida... Retorno de
viagem quente hein?!?!?! Momentos pervas são ótimos... aquecem a vida... e a
conversa com Carlisle? Foi ótima, Ed pegou exatamente o ponto fraco dele...heheheh
escolhas erradas...
Notas Finais:
Eu sei que os lemons estão ficando um pouco pesados, mas eu
tenho que mostrar além da evolução da estória, evolução em td. É
sério, quem não gosta, pule e desculpe-me.
Bia Braz
778 de 1595 26/05/2011 20:45

Capítulo 37- Caminhos se abrem escrita por BIA BRAZ
Capítulo 37- Turbilhão de pensamentos
Edward POV
Após deixá-la no portão de sua escola, voltei, satisfeito, para sua casa, estacionando
na garagem da frente, ao lado do carro que fora presenteado à minha mãe.
O carro estava coberto, parecendo não ter saído do lugar desde o dia em que o deixei
lá.
A lembrança daquele dia trouxe a mim um choque emocional momentâneo, motivado

pela memória da circunstância infeliz a qual passamos e pelo fato de lembrar-me do
choro desconsolado de minha mãe por sua ilusão perdida, onde eu queria tirar dela
toda a dor. É nítido que o Sr. Cullen ainda mantém o carro aqui na esperança de
devolvê-lo um dia, pois foi o seu presente. Eles mereciam ser felizes. É nítido que ele a
ama.
Entrei na casa, passei por dois funcionários e subi para o quarto de Bella
Lá, deitei em sua cama, olhando para o teto, vagando com os pensamentos.
A sensação de abrigo do seu quarto era reconfortante, nosso lugarzinho de paz. Um

lugar que me proporciona ventura e bom êxito.
Meu estado era completamente livre e feliz, entretanto eu precisava conversar urgente
com Esme para esclarecer questões primordiais que garantiriam o meu sossego.
“Oi, mãe. Tudo bem?”
“Oi... Tudo.” Estava baixa e sem empolgação a sua voz.
“Você nem imagina onde estou...”
“Na Califórnia, você disse que ia para uma festa. Deve ter sido boa, sua voz está
empolgada.” Seu tom melhorou. Ela ultimamente está muito preocupada com a minha
situação melancólica por ter terminado com Bella.
“Não. Estou em Seattle, pra ser mais exato no quarto da Bella.”
Ela ficou calada.
“Mãe?”
“O que você faz aí?” Ela parecia estar desacreditada.
“É uma longa história, mas para adiantar, voltei com ela, contei tudo e estamos felizes
novamente.” O bom humor na minha voz era perfeitamente declarado e claro.
“Ô meu filho, não sabe como estou aliviada em vocês terem se acertado, senti tanta
culpa por isso... Mas ela vai guardar esse segredo? Como vai ser?”
“Na verdade não conversamos ainda sobre o que fazer, mas ela vai ser cautelosa, ela
costuma ser muito prudente em suas decisões. Estou feliz, sinto como se tivesse
779 de 1595 26/05/2011 20:45

tirado um peso de minhas costas. Na verdade, mãe, ela é tão livre que nem se abalou.
Mas por hoje vamos evitar pensar e conversar sobre isso a fim de não atrapalhar o
nosso momento.”
“Filho, estou muito feliz... eu não estava agüentando ver sua dor mesmo que você
tentasse esconder de mim...” Parecia estar chorando.
A tristeza explícita em sua voz estava insuportável de aceitar, a situação exigia que eu
lhe trouxesse um pouco de esperança para sua vida, quando ela se encontra
desmotivada e desiludida.
“O importante é que estamos bem agora... Mãe, o Sr. Cullen perguntou por você.”
“Ai, Edward, não tente me iludir... Deve ter sido por educação. Eu não tenho mais
chance.”
“Pare, Esme. Eu que era o pessimista aqui, estou crendo que há chance... Ninguém
tem culpa... Nunca é tarde. Eu seria o último a te dizer isso, mas penso que ele gosta
de você, e em uma outra ocasião, caso o problema do Jasper e Alice se resolva, de
repente você e ele ainda se acertem novamente... Sabia que o seu carro ainda está
aqui na garagem?” Meu intuito era passar um pouco de ânimo mesmo que para o
futuro, pois só eu sei há quantos anos minha mãe é apaixonada pelo Sr. Cullen.
“Pode ser.” Estava mergulhada em desesperança.
“Mas mudando de assunto, por que não me disse que Emmett continuava indo ver
Rosalie aí?”
“Por que eu não acredito que eles durem muito tempo. Então eu não queria te
preocupar.”
“Mas... ele já viu você?”
“Não, geralmente ele vem no sábado, dorme no hotel e volta no domingo. Acho que
só de quinze em quinze dias, então sempre eu estou fora. Eu já conversei com Rosalie
sobre isso. Ela está tomando os cuidados necessários.”
“Mãe, sinceramente eu acho que você está subestimando o relacionamento da Rosalie.

Eu acho que se ela não gostasse do Emmett, não estaria com ele até hoje.”
“Pode ser... Mas eu perceberia...”
“A Rosalie não se mostra, mãe.”
“Assim como você.”
“Mas em mim você conseguiu enxergar e nela não.”
“Pode ser... Acho que só enxergamos aquilo que queremos ver.”
“O que há, Esme? Está completamente desanimada hoje.”
“É Jasper... estou com medo...”
“Como ele está? Bella me disse que Alice esteve aí... Mãe, por que você não me falou
que os contatos entre ele e Alice continuavam acontecendo?” Fui cauteloso para tirar
essa dúvida que me afligia.
780 de 1595 26/05/2011 20:45

“Por que eu não queria te preocupar... Também não queria deixar Jasper mais triste,
impedindo ele de se comunicar com ela, afinal, já está difícil para ele estar em uma
cidade que não conhece ninguém, estar doente, não ser aceito pelos novos colegas...
Tudo está muito difícil... e eu não queria te preocupar mais... Alice faz bem pra ele.
Eles passaram o fim de semana juntos no hotel que Emmett estava hospedado, e ele
voltou para casa com uma alegria indescritível. Isso faz bem para o tratamento.” Ela
queria se justificar, parecia estar sem jeito por eu estar ciente disso sem que ela
tivesse me falado com antecedência.
Esme sempre quer me privar de mais preocupações, todavia se ela tivesse me

revelado que com a mudança não alterou o relacionamento dos meus irmãos, eu teria
sofrido menos e teria procurado Bella há mais tempo para lhe pedir perdão.
“Mas como ele está com o novo tratamento?”
“Tendo muito enjôo. Perdeu uns cinco quilos e os cabelos caíram de novo.”
“Ele está abatido?”
“Não. Nem parece que está doente... Mas no fundo eu sei que ele não gosta é de
demonstrar... ele quer parecer forte.”
“Então com o que está preocupada, estou sentindo muito desassossego em sua voz.”
“Ah... ele toma muito remédio. Tenho pena dele.”
“Hum... Você deixaria ele vir para Seattle novamente?”
“Ai, Edward, que pergunta é essa? Seria em vão todos os sacrifícios se ele voltasse.”
“A Bella disse que não há com o que se preocupar... Talvez ela esteja vendo com uma
visão mais ampla que nós. De repente esse envolvimento seja só amizade e vai passar
rápido. Eu sinceramente acho que aqui ele seria mais bem cuidado.”
“Podemos pensar nisso depois.”
“Então, um beijo, mãe. Fique bem. Acho que podemos ter esperança, como diz Bella:
no final vai dar tudo certo.”
“Espero. Um beijo, filho, manda um oi para Bella.”
**
Perdi-me em pensamentos ao ver o que a vida fez comigo, as mudanças que tenho
permitido em meu ser. Se comparar-me relativamente há dois anos, é como se não
fosse a mesma pessoa.
Até estar em seu quarto é incrível. A espontaneidade e satisfação que habita hoje em
mim é algo inexplicável, como se toda a vida eu procurasse por ela para manter-me
equilibrado e completo.
Nesse momento faço coisas fora do meu comum, como perder aula, estar em um
quarto que não é meu, entregando-me ao ócio, em um lugar que eu nunca me
imaginei a vontade assim, e estou completamente isento de restrições.
Enquanto pensava, dirigia a vista insistentemente ao relógio, contando os minutos,

porém o tempo não passava, então, ansioso, liguei a TV em desenhos e fiquei deitado,
781 de 1595 26/05/2011 20:45

entregando-me por completo ao vazio de ocupação.
Abracei o travesseiro, sentindo seu cheiro e a saudade me invadiu sem licenças.
Sou em todo viciado nela. Não era uma saudade dolorida que eu sentia, mas uma
saudade acalentadora, de seu sorriso, de seu rosto delicado, de seu olhar terno, de
suas travessuras, até de sua vontade sequiosa de manipular o mundo.
Sorrio com suas tentativas.
O seu desejo de governar-me é tão explícito que ela quer que eu adote o seu
sobrenome e ainda escolhe, sozinha, o nome do nosso futuro primeiro filho.
Divirto-me diante de tanta astúcia.
É certeza que eu não mudaria meu nome, ainda que o nome fique comum aos nossos
pais e em nossa família. Não é por orgulho, mas por ela não ser a dona do seu próprio
sobrenome, e sim seu pai.
Ele não mostra certezas completas de aceitação ao nosso relacionamento, só me

aceita por agrado a filha, logo eu não usaria seu nome sem considerações recíprocas.
**
Dez horas.
Em poucos instantes ela sairia da escola, então deixei sua casa e fui buscá-la.
Desci do carro e a esperei encostado à porta, no estacionamento. Ela saiu caminhando

em lentos passos na minha direção, abraçou-me como se tivesse me visto a primeira
vez naquela manhã, e eu a ergui, irradiado de alegria em revê-la.
“Como foi a prova?” Perguntei e abri a porta para que ela entrasse. Ela entrou, eu fui
para o banco do motorista e dei partida.
“Fui bem. Eu tinha estudado.” Sorriu largo.
“Então tá bom. Para onde vamos?”
“Podemos ir logo as suas compras, depois passamos no jornal rapidinho. De lá,

voltamos para casa, almoçamos e nos trancamos no quarto o resto da tarde.”
“Tudo bem... Não cansa não?” Pisquei, insinuante, para ela e sorri.
“Eu não. Você cansa? Se cansar, eu vou devolver. Um dia você me disse que se eu
aceitasse namorar você teria garantia total de satisfação. Se você se cansar foi
propaganda enganosa.” Prendeu o riso e fingiu indignação.
Encostei o carro na pista, peguei em sua mão e puxei-a para o meu colo. Ela
sentou-se de frente, apertei sua cintura e invadi seus lábios com um beijo firme.
“Eu nunca me sacio de você.” Sussurrei em sua boca.
“Ih, seu embaixador, está se arriscando muito pegando sua namorada menor em
horário escolar e sentando ela em seu colo de saia, dentro do carro, no meio da
cidade e com a capota aberta.”
782 de 1595 26/05/2011 20:45

Continuei beijando-a sem cessar, no pescoço, ombros, já sentindo respostas

eletrizantes ao contato.
“Se a polícia nos parar, é só ligar para o Sr. Cullen, meu sogro... Será que iriam me
prender?” Ela sorriu do comentário. “Acho que não... Mas de qualquer maneira não
podemos tentar a sorte, né.” Dei mais uns beijos e sentei-a no banco novamente.
Ela sorriu apaixonada.
“Adorei isso que você fez. Uma atitude inesperada da sua parte.”
“Você me induz a fazer coisas não calculadas, e eu gosto de me sentir assim.” Peguei
em seu rosto, dei selinhos e, instantes depois, dei a partida, seguindo o caminho.
Chegamos à loja que ela habitualmente compra as minhas roupas, e ela escolheu
várias, disposta a me fazer experimentar. Não imagino como mulher tem ânimo para
experimentar tantas roupas assim, eu não queria. Escolhi dentre as que ela mostrou
algumas cores das quais não tenho, experimentei e me decidi sem esforços.
Direcionei-me ao caixa e ela abraçou-me de lado logo que me encostei ao balcão.
“Deixa eu pagar...” Suplicou, manhosa, com um sussurro em meu ouvido.
“Não. Eu não preciso mais. Eu ganho para isso, eu já disse antes.” Passei os dedos em
seu rosto, explicando pausadamente.
“Mas eu sei que não é muito e que você precisa juntar para ajudar a sua família.
Quanto você ganha mensal?” Ela estava decidida a me convencer. Mais tentativas suas
de mover o mundo.
Sorri, desconcertado, achando o assunto meio embaraçoso de se conversar,

principalmente com ela, que perguntou de modo tão direto.
“Mais de dois e menos de três.”
Ela afastou-se e deu mostras de preocupação com minha resposta.
“Sabia que isso é o que eu mando mensalmente para o nosso irmão?”
“O quê?” Ofeguei, chocado com a informação.
“É isso mesmo. Agora não vou mais esconder nada, ele é meu irmão mesmo.”
Divertiu-se, com ar angelical. “O ano passado eu dava mil, esse ano como o meu
salário aumentou, eu aumentei o dele também.” Continuou sorrindo.
“Salário é?” Franzi o cenho, claramente admirado.
“Sim, eu trabalho dois dias por semana no jornal, então eu ganho com isso.” Seu
rosto manifestava orgulho.
“E para quanto o seu salário aumentou?” Resolvi levar o assunto adiante com humor.
“Sete e meio.”
Sobressaltei com a informação e levantei as sobrancelhas, surpreso.
“O que você faz com isso?”
783 de 1595 26/05/2011 20:45

“Dou dois para Jasper e o resto gasto com gasolina, lanche na escola, cinema, revista,
sandália, bolsa, roupa.”
Eu fiquei perplexo diante da direção que ela dá ao seu dinheiro.
“Você não investe, não guarda?” Balancei a cabeça em negativa. Ela deu de ombros,
indiferente. Relaxei, entreguei meu cartão para o caixa e a apertei pela cintura ao meu
lado. “Tudo bem, de qualquer maneira, seu dinheiro é seu e minhas roupas eu
compro. Ok?” Sussurrei em seu ouvido. “Lembre que você me prometeu.” Abracei-a
forte, persuadindo com beijos leves em seu rosto.
“Edward, como você consegue sobreviver com o que ganha?” Voltou ao assunto com
preocupação.
“Ai, Bella, você me faz rir. Eu não saio, quase não tenho despesas, o máximo que
gasto é com produtos de higiene pessoal e com lanches. Sinceramente, de tudo que
recebo só gasto mesmo um quarto. Isso por que eu ainda compro revista e, às vezes,
livros. O resto eu divido em duas partes. Sessenta por cento estou guardando para
emergências familiares e quarenta por cento guardo para viagens, hotel, caso precise,
roupas, emergências pessoais...”
“Nossa! Estou admirada.” Ofegou, em uma clara mostra de descrença.
“Minha vida é simples, Bella. As roupas mais caras que já comprei na vida são as que
eu uso depois que entrei no Senado, pois lá eu tenho que estar apresentável. Mas no
geral, eu sempre tive coisas simples. Mas voltando pra você, se você pretende ser a
gestora dos negócios da sua família, você tem que aprender a fazer melhores
negócios, como economizar, aplicar, gastar menos.”
“Verdade.” Concordou pensativa.
Recebemos as embalagens e nos dirigimos ao jornal. A empresa ocupava um prédio

todo, muito moderno. A instalação era muito moderna e esplendorosa.
Entramos, de mãos dadas, em um corredor de salas de vidro e percebi que todos nos
olhavam de modo estranho.
Ela os cumprimentava, alegre, desimpedida de embaraço, mas eu estava aviltando

com este primeiro contato. Até porque os olhares em minha direção não pareciam ser
receptivos, alguns até hostis.
“Por que estão me olhando assim?” Abracei-a, inclinei e sibilei em seu ouvido.
“Talvez por que pensavam que eu namorava Brandon.” Respondeu com um dar de
ombros e continuou o caminho, despreocupada, até o fim do corredor.
Rá, e ela vem me falar isso agora!
Acompanhei-a em estado suspenso, desacreditado da situação, então Brandon

interrompeu o nosso caminho.
“Oi, Edward, resolveu conhecer o local onde os homens públicos são perseguidos?”
Brandon apertou minha mão calorosamente.
“Pois é. Bella insiste em dizer que trabalha aqui.” Brinquei e pisquei para Bella, sem
qualquer convicção disso.
784 de 1595 26/05/2011 20:45

Pergunto-me: o que uma adolescente faz na empresa do pai que já tem andamento
contínuo sem a sua inexperiência?
Não que eu a subestime, mas ela é praticamente uma menina.
Acariciei sua nuca sorrindo, mas ela não me pareceu gostar do comentário, pois me
olhou com semblante reprovador.
Brandon notando isso se adiantou.“Mas ela trabalha. Tem sido o braço direito do
Carlisle aqui, além disso, é muito esforçada e inteligente. Pega tudo muito rápido.” Ele
bateu amigavelmente no ombro dela e sorriram. Isso me irritou.
Ele estava agindo como homem adstrito a gleba, ou seja, um lacaio, puxa saco
mesmo.
Tentei sorrir, segurando a agitação de ânimo.
Pensei que ele tinha mudado ou então que eu agüentaria viver com as exposições
públicas de analogia dos dois, porém todas as atitudes dele ainda me irritavam.
Percebi olhares especuladores em nossa direção, pequenos cochichos e até risinhos

em alguns indivíduos, fato que me deixou desconfortável.
“Interessante, é um lado dela que eu quero conhecer.” Disposto a tentar mudar o foco
da atenção, abracei-a novamente e beijei sua testa.
“Até mais, Edward. Depois passa lá na minha mesa para me dar um tchau.”
“Com certeza.” Respondi e segui o caminho até o final do corredor.
Brandon não era mais uma ameaça, no entanto a situação no jornal estava incômoda.
Culpa minha ele ter se tornado tão ativo na vida dela ao ponto de acharem ser ele o
namorado dela.
“Desculpe-me pelo comentário impróprio, Bella. É que sinceramente eu não consigo

imaginar a minha criança trabalhando como adulto.” Disse ternamente, segurando o
seu rosto com as duas mãos enquanto beijava levemente seus lábios, parados em
frente a uma porta no fim do corredor.
Eu sabia que estávamos no local de seu suposto trabalho e, além disso, sabia que não
deveria beijá-la assim ali, mas eu precisava tomar consciência que ela é minha e que
sempre foi, mesmo que eu tenha deixado brechas para essa amizade que ela mantém
com Brandon, e por isso agia assim.
Sinceramente, eu estava surpreso com minhas próprias atitudes quando sou movido
por esse sentimento fútil do ciúme. Ajo como um homem inseguro demarcando
território.
“Eu sei, Edward. Você pensa que só você sabe fazer as coisas.” Afastou-se e sorriu,
mas tinha um tom satírico em sua voz.
“Da onde você tirou isso?” Sorri. “É lógico que não. Eu não sei escolher roupas tão
legais para mim como você o faz, por exemplo.” Tentei descontrair e ela sorriu. “Mas é
sério, já te disse que sou seu fã, né? Eu sei que você é muito esperta e inteligente. Só
acho você muito nova para ter as responsabilidades sérias que uma empresa desse
porte exige.” Continuei beijando insistentemente seu rosto.
785 de 1595 26/05/2011 20:45

“Mas aí está a diferença. Como sou muito nova e despreocupada, tento levar tudo
numa boa não exigindo muito de mim. Vou tentando fazer o que eu gosto, e assim,
estou aprendendo e crescendo profissionalmente... Tenho certeza que minha função
aqui já é notada.” Disse em tom convicto.
“Eu acredito em sua competência.” Abracei-a forte. “Além disso... Só pra lembrar...
Você é perfeita, não acho que exista uma coisa que queira fazer que não consiga.” Ela
me abraçou de volta e a controvérsia foi resolvida.
Entramos na sala do Sr. Cullen e ele me recebeu com uma espontaneidade

desconhecida ao cumprimentar-me.
“Já tinha vindo aqui?” Apontou a cadeira para eu sentar enquanto Bella lia uns papéis,
sentada em cima da mesa, balançando os pés.
“Não. Muito moderna a estrutura.”
“Tenho que me atualizar constantemente, acompanhar as tecnologias. Nisso sua mãe

sempre me ajudava quando viajávamos a negócios. Ela sempre teve uma visão
incrível de tudo.” Seu comentário foi carregado de pesar.
Pelo modo que falou dela percebi que ele tem estima e muita consideração, isso se eu
quiser visualizar só pelo lado profissional, porque se abrir os olhos como um homem
apaixonado que sou, tenho certeza que ele é apaixonado por ela.
“Pai, vou ali na Fer.”
Bella saiu e nos deixou só. Ela pareceu estar forçando momentos meu e dele.
Eu poderia falar a ele do sentimento habitual na vida de Esme que se perdurou por
todos esses anos e ainda vive, porém, foi um segredo a mim confiado e eu não me
vejo no direito de lhe revelar assim. Mas eu posso dizer que ele existiu. Assim, ele
pode tirar as próprias conclusões de sua existência atual.
Ainda que eu me preocupe com a situação do Jasper e Alice, vejo que no momento, os
únicos que estão sendo sacrificados são os dois: o Sr. Cullen e minha mãe.
E aos meus olhos hoje, é notoriamente injusto esse sofrimento, portanto, eles podiam
se acertar.
Mas e a nova situação que os envolve, será que ele a censuraria por isso?
Depois de alguns minutos pensando e o silêncio imperando na sala, levantei os olhos e

disse, sucedendo ao acaso: “Liguei para ela hoje...”
Ele ergueu o corpo na cadeira e inclinou-se sobre a mesa, em minha direção, com
olhar expectativo.
“Ela está bem?” Sua voz saiu meio ansiosa.
“Está. Como eu disse, trabalhando no restaurante da minha avó e não comprou uma
casa ainda.”
Ele suspirou e olhou para a janela. Depois de um tempo ele começou a falar. “Eu não
consigo ver Esme morando fora de Forks... Aliás, quando vou a Forks só lembro-me
dela.” Ele não parecia estar falando comigo, somente viajava em pensamentos.
Instantes depois, ele virou-se novamente para mim, com olhar distante. “Sabia,
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Edward, que o seu nome foi o que eu e sua mãe escolhemos para o nosso primeiro
filho caso tivéssemos um quando namorávamos? Era uma coisa meio improvável de
acontecer, mas já tínhamos escolhido o nome.” Sorriu e seu olhar em minha direção
foi diferente, talvez brando, mitigo.
Fiquei atônico com aquela informação eventual que ele deu.
Não era mais somente uma conversa aleatória. Parecia mais uma viagem dolorida em
sua lembrança.
Pela primeira vez nesses anos em que o conheço consegui visualizar além de seus
olhos. Ali ele não era o Cullen que eu odiei parte da minha vida. Seu olhar expressava
amizade, troca, conforto. Algo além do homem sólido que aparenta ser. Havia ali
manifestações expressivas e interiores que eu nunca imaginei ser exposta da parte
dele.
Com um simples comentário de um sonho juvenil ele fez-me viajar no tempo,

fazendo-me enxergar parte da história que os envolveu.
Imaginei, como meu próprio, o sofrimento dele, ao ver o nome escolhido para o filho
do seu amor, ser dado ao filho de outro homem com a mulher que ele amava.
Tive sentimentos agudos em comparar-me a ele e senti uma necessidade singular de

favorecer o sentimento que os mantém, e que por ciladas da vida os afastou
costumadamente.
Abaixei o olhar com o turbilhão de sensações e sentimentos e finalmente tive coragem

de falar. “Minha mãe nunca amou o meu pai... Só casou com ele por que estava
grávida de mim...” Levantei os olhos e observei a sua expressão, que mostrava
ansiedade. “Além disso, na noite em que ela beijou ele, ela só fez isso por que viu
Renée beijando você... e... no dia que você foi chamá-la para ir embora de Forks, ela
só não foi porque estava grávida de mim... Dias depois ela ainda chorava
descontroladamente pela casa de arrependimento.” Disse pausadamente, controlando
o nervosismo da ocasião, rompendo violentamente a barreira de falar sobre isso
abertamente, principalmente com ele.
Ele pareceu chocar-se com a informação. “Ela te disse isso?” Havia comoção em sua
pergunta.
Eu desconheci-me completamente com minha atitude delatora. Mas hoje esses

segredos estão tão infundados que não há motivos óbvios para não serem revelados.
São assuntos que não pertencem a mim, claro, mas que me oprimiram e
assolaram-me durante toda a vida.
Não há impedimentos para prosseguir com a conversa quando em pouco tempo tudo
ficará incontestável.
“Sim... eu sei de toda a história do senhor com a minha mãe. Toda.” Fui enfático pra
que ele tivesse abertura em conversar.
Percebi raios de sentimentos, dúvidas e uma pontada de desilusão passar pelo rosto
dele. Com certeza ele queria falar algo, mas parecia lutar contra si. Sinceramente, eu
desejava por profundo ouvir o seu lado nessa história toda. Sempre ouvi a minha mãe,
por isso tive crescente desejo de lutar e ser alguém na vida, com a finalidade de não
ver a ela, nem a minha família precisar do dinheiro dele algum dia. Mas hoje a linha
inflexível que eu tinha traçado em mim se mostra complacente de várias formas, pois
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ele não é a representação da pessoa esboçada em minha mente.
Passamos minutos calados, ele olhando para mim, parecendo enxergar hoje além de
mim.
Então olhamos para o lado, o movimento por fora da sala de vidro chamou a nossa
atenção. Avistamos Bella vindo de volta.
“Edward, em outra ocasião que você vier a Seattle eu gostaria muito de conversar
com você. Podíamos sair para tomar uma cerveja, só nós dois, caso você esteja
disposto.” Propôs com um sorriso amigável.
Eu sorri, à vontade com ele.
O convite inesperado comoveu-me, imprimindo sentimentos outrora desconhecidos.

Algo além do sentimento de respeito por ele ser o pai de Bella. Talvez eu começasse a
enxergá-lo como um ser com necessidades de amizade, companhia e afeto.
Tal pensamento assustou-me, mas a vontade de aproximar-me dele suscitou, sendo

maior que os meus paradigmas.
Em breve seremos uma família, logo, por preceito ou conveniência devo

aproximar-me. Mas não é só isso, sinto desejo de saber se minha mãe tem razão em
admirá-lo, em ter desgastado a sua vida se dedicando a um amor inacessível. Não
seria muito permitir-me ter boas relações com o pai da mulher que eu amo e amor da
vida da minha mãe.
“Com certeza, Sr. Cullen.”
“Almocem comigo.”
O seu novo convite soou com estranheza, mas ele estava à vontade. Ali não era o
mesmo homem dado a insociabilidade do início da conversa de ontem à noite, quando
estava desconfiado de minhas intenções e sentimentos. Vejo que ele me dá uma
chance, inclusive de aproximar-me dele sem estar forçado por Bella e sem objetivar
simplesmente a boa convivência.
É obvio que ele quer realmente ter boas relações comigo, aproximando-se da minha
pessoa, esquecendo completamente da história que nos envolve.
“Tudo bem. Só preciso confirmar com Bella.”
Bella entrou olhando-me desconfiada, sorri para ela, depois ela se sentou em cima da
mesa, falando por alguns minutos de questões da empresa com o pai. Seu pai
convidou-a para o almoço e ela assentiu, após olhar-me no rosto e ver o quão à
vontade eu estava com a idéia. Em seguida saímos para almoçar em um restaurante
próximo ao jornal.
Durante um tempo eles conversaram sobre a empresa, depois o Sr. Cullen dirigiu a
conversa a mim, perguntando sobre o meu dia-a-dia.
Passamos o tempo seguinte discutindo sobre os projetos de lei que foram idealizados
por mim baseados em nossa última conversa em sua casa, onde ele trouxe idéias de
projetos sociais visando parceria com empresas em troca de incentivos fiscais do
governo.
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Expus o que articulei no levantar do projeto e ele mostrou entusiasmo e apoio.
Bella mantinha no rosto um sorriso de canto, aparentemente gostando da conversa na

mesa.
Mesmo que ainda fosse uma conversa formal, eu me sentia à vontade com ele. E ele
não parecia conversar sobre isso para ensejar assunto, era notório que se interessava
e apoiava minhas teorias sobre o papel das empresas nas resoluções dos conflitos e a
minha análise de como as permutações de tributos favorecem não só no campo social,
mas também os mercados, as empresas, associações e famílias.
Mostrei que direcionei as minhas idéias para esse lado de pesquisa somente depois da
nossa última conversa, foi lá que resolvi projetar análises relativas ao papel das
empresas como estruturas de gestão alternativas e seus limites.
Ele mostrou satisfação em ter contribuído mesmo que involuntariamente para a

abertura do meu campo de visão social.
“Edward, eu estou perplexo com a sua visão ampla e em como você teve facilidade em
visualizar e canalizar tudo que conversamos aquela noite.” Havia contentamento em
sua voz.
“Não foi difícil. Eu só precisei ver os empresários com outros olhos.” Comentei,
levando seguidamente um pouco de pudim a boca. “Essas foram as minhas pesquisas
do início desse semestre e após entregá-las na universidade, entreguei o projeto e
todas as estratégias para o Senador. Pelo que ele mostrou, está perfeito e tudo leva a
crer que são intenções bem fundadas de projeto de lei, pois interessa tanto os
empresários quanto a sociedade no geral. Isso significa redução de taxas como
incentivo, então muitos empresários se interessarão.”
“Com certeza. Eu mesmo me interesso. Se tudo for como você disse, vale à pena
liberar uma sala do meu prédio, por exemplo, para favorecer a comunidade em
questões sociais.”
“Eu já pensei nisso, pai. Pensei em futuramente, bem futuramente, quando eu estiver
menos envolvida com a universidade, em trabalhar socialmente dando aulas de música
para pessoas carentes. Afinal, agora eu toco praticamente cinco instrumentos, então
eu poderia dar isso de mim e seria muito gratificante.” Bella expor seus pensamentos
espontaneamente.
Olhei por minutos para ela, apaixonando-me mais uma vez pela mulher ali. Sem
planejar, ela me conquista diariamente com o mais simples pensamento e exposição
de um desejo. Ela alegrou-me completamente com esse pensamento que tem de fazer
algo por alguém que precise.
O Sr. Cullen percebeu o meu olhar na direção dela e pigarreou. “Então crianças, foi
ótimo almoçar com vocês. Edward, não se esqueça do nosso compromisso para
próxima vez que você vier.” Olhou-me significante enquanto apertava minhas mãos.
Foi um olhar reconfortante. Não era mais o mesmo olhar de receio que mantinha
antes. Era de quem acreditava em mim.
Nascem verdadeiras boas relações entre nós. Ele consegue ver-me como homem
pensante, vê qualidades em mim, independente de eu ser filho de Esme ou de ser o
namorado de sua filha.
“Com certeza, Sr. Cullen. Está marcado.”
789 de 1595 26/05/2011 20:45

Saímos do restaurante e nos despedimos na porta.
Ao chegar à residência dos Cullen, subimos e ficamos no quarto o restante da tarde.

Passamos maioria do tempo conversando sobre o que Bella fazia na empresa do seu
pai. Admirei do fato de uma garota aparentemente tão imatura ampliar sua visão de
mercado em tão pouco tempo com relação às empresas. Lógico que Brandon tem
grande participação nisso, porém não vem ao caso, o que importa é o fato dela ter
aprendido o andamento da empresa, as participações no mercado ativo, as formas de
investimento do pai e os custos empresariais.
Mas o que chama a atenção mesmo é o fato de uma garota que tinha tudo para estar
simplesmente gastando a renda da família se interessar em direcionar esta renda para
setores proveitosos.
Bella é uma administradora nata.
Evitamos falar no dia seguinte, ela não quis conversar sobre a Universidade, sobre
Jasper, sobre o futuro da nossa família. Remetemo-nos somente a nós. Conversamos
naquela tarde pelos três meses que ficamos longe. Evitamos falar na distância, para
que sofrêssemos menos em antecedência e vivêssemos um dia de cada vez.
E a tarde se passou sem que notássemos, mas foi reconfortante. A saudade,

momentaneamente, foi embalsamada, tornando-se calma, serena.
Eu nunca me sinto completamente satisfeito dela, pois não me canso e sua presença
não exorbita em mim. Entretanto, por hora, tinha combustível para seguir em frente.
Mais tarde, a hora mais dolorida de todos os nossos encontros chegou: a hora em que
eu tinha que ir embora.
No aeroporto, ela olhava-me com aquele olhar confiante no qual procura esconder
suas tristezas, e enquanto esperava atentamente o meu vôo aparecer no painel,
cobria-me de amor e de carinho.
Ficamos ali envolvidos em um casulo único, onde nossos olhos se atraiam, se

comunicam, passavam-se forças e energias vitais para enfrentar a vida que nos
reserva.
“Vai me esperar?” Sussurrei em seu ouvido no momento em que o vôo apareceu no

painel.
Não que eu tivesse dúvidas, mas era bom ouvir.
“Sempre.” Respondeu ternamente e beijou-me leve nos lábios.
Era como se aquele mundo fosse só nosso, e ainda que eu me sentisse embaraçado
por ter pessoas próximas, eu não queria nem deveria perder um minuto seu.
Fechei meu corpo sobre ela e beijei-a, aliviando a saudade que queria se instalar
antecipadamente. Ela devolveu-me o beijo cheio de afeto, onde não precisávamos de
palavras para nos comunicar.
Minutos depois, ela deixou-me no portão, deu-me um abraço e eu segui viagem.
Mesmo sentindo um pedaço de mim ficando, preferi crer que estamos juntos em
pensamento. E quando isso acontece com corações, não há distância de um ponto ao
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outro que os separe. Então, com o semblante alegre e, o mais importante, com o meu
ser acalentado e revigorado, entrei no avião e segui meu caminho.
Enquanto a viagem seguia, eu me perdi em pensamentos.
A cada dia ela fica mais forte, cada dia mais madura, cada dia sofre menos com tudo.
Em poucos meses irá fazer dezoito anos e, embora mostre inocência, diversão e
descobertas, é uma mulher em todos os seus atos.
Encanto-me com essa facilidade que ela tem em enxergar as coisas, com o modo
como se interessa em agradar o pai, o modo em como leva a falta da mãe, o modo
como enfrenta a vida e os obstáculos.
O que me faz admirá-la é o fato da sua personalidade não ter sido edificada com os
valores pecuniários que sua família dispõe, pelo contrário, ela é envolvida por laços
familiares e seus valores são fundamentados na simplicidade, amizade, amor e
compreensão mútua.
Sou grato por não ter conseguido só um corpo formoso, mas por ter sido agraciado
com o abrigo de sua pessoa, a força que me impulsiona a enxergar o mundo de uma
maneira mais fácil.
Isso aumenta o meu apreço e me faz amar a ela de maneira exorbitante, de um modo
que eu nem imaginava ser capaz. Ela é a dádiva que todo homem procura em uma
mulher; apoio, descanso, alegria, paz, calor... tudo isso ela me proporciona.
**
Terça feira
Estava em minha mesa no Capitólio e o Senador entrou abraçado com sua filha.
“Boa tarde, Edward. Resolveu ir ao estado do Washington?” Levantou uma

sobrancelha em especulação.
Ele referia-se ao fato de eu não ter voltado da Califórnia com eles.
“Sim. Fui resolver uns problemas.” Respondi sem objeção e continuei sentado,
escrevendo um texto.
“Foi tão urgente que deixou suas malas lá em casa? É algo que eu possa ajudar?”
Pareceu estar realmente interessado.
Sua filha entrou no gabinete e nos deixou só.
“Está resolvido. Obrigado.”
“Que bom.” Ele aproximou-se da minha mesa e sentou na cadeira à frente.
Levantei os olhos em expectativa por sua atitude.
“Edward, no próximo ano você vai fazer parte da equipe de assessoria.” Foi só uma
informação, mas eu fiquei assustado com a força que bateu em mim.
“Mas eu tenho só vinte anos, além disso, estou estudando. Não sei se no próximo
semestre vou ter as tardes livres como tive nesse.”
791 de 1595 26/05/2011 20:45

Eu não estava entendendo esse apadrinhamento do Senador. Geralmente os

assessores têm mais de vinte e dois anos e em sua maioria são formados. Se ele
estava me fazendo esse tipo de proposta, tinha algo por trás disso.
“Seu horário vai ser flexível e quanto a sua idade não importa. Você tem mais
experiência que muitos assessores que eu tive.”
“Mas o número de assessores por gabinete vai ficar excedido.”
“Não se preocupe. Eu vou ceder o Richard para um deputado amigo meu.”
Fiquei calado, pensando no que ele disse. Ele estava dispensando o Richard e isso me
afetava, pois o Senador mantém essa idéia fixa desde que soube, em outra ocasião,
que era eu quem redigia os discursos pertencentes às obrigações do Richard. Logo, a
culpa quis me invadir.
“Senador Evans, desculpe pela pergunta se o senhor achar que é indiscreta. Mas por
que está fazendo isso? Não é costume esse tipo de acontecimento... hmm... como
posso dizer... não é costume ter um assessor tão jovem e estudante ainda...” Deixei
que ele entendesse o que eu queria dizer.
Ele levantou-se ao perceber o meu olhar sugestivo.
“Enxergue o seu potencial, rapaz, você é competente. Um em mil. Seus projetos

passaram pelas comissões sem alterações ou objeções. Em poucos dias eles vão
entrar em pauta para votação. Você acha que os meus assessores com cinco anos de
casa, já fizeram projetos assim, que não tivessem modificações?” Ele pausou e olhou
para a porta do gabinete a qual a sua filha tinha acabado de entrar. “Mas além de sua
singular competência, meus filhos gostam muito de você. Conseguintemente eu passo
a te admirar e a investir em seu futuro. Você acha mesmo que alguém consegue subir
aqui sem ter uma ajuda?”
Fiquei diluindo o que o senador disse lentamente.
Preocupei-me com Richard que iria deixar não só o gabinete, mas também a Casa,
isso iria onerá-lo financeiramente, pois a assessoria de um deputado é menor
remunerada que a de um senador. Também me preocupei em tudo tomar-me muito
tempo de dedicação exclusiva ao Senador, conseqüentemente, se Bella viesse morar
na Capital o meu tempo com ela se reduziria mais.
“Senador, eu prefiro continuar como assistente. É um ano eleitoral e isso pode

prejudicar meus estudos com a dedicação extra que vou dispor para o senhor, e eu
não posso por em risco assim as minhas certezas.”
n/a:*Nos EUA as eleições ocorrem de dois em dois anos no Poder Legislativo. Em

proporção de 2/1.
“Edward, está feito. Não se preocupe. Não vai ser nada que você não consiga. Eu
confio no seu potencial.” Olhou-me agudamente, mostrando em mim uma confiança
que eu não pensei que ele tivesse. “Eu gosto de você, rapaz. Me vejo em você.”
Concluiu e virou-se para entrar na sala dele.
Ele atou as minhas mãos e os meus pés com a inflexão final.
Se eu analisar minuciosamente, esse seria mais um degrau que eu teria que trilhar até
chegar ao meu objetivo. Mas e os sacrifícios que terei que fazer?
792 de 1595 26/05/2011 20:45

“Senador Evans, o Richard foi de bom grado?” Perguntei antes que ele entrasse em
sua sala.
“Filho, você não deveria se preocupar com isso, mas já que se importa, o deputado é
amigo dele.”
Ele entrou e eu meditei, observando as portas do futuro que se abriam para mim.
Como Roosevelt disse, quando se procura ser bom no que faz, as portas se abrem pra
você.
Deixei os pensamentos de lado e voltei a pesquisar elementos para o discurso do

plenário que o Senador iria fazer em uma votação de emenda a constituição na sexta-
feira.
Os minutos se passaram e eu fiquei tão distraído que não percebi a irmã do Ryan
sentada a minha frente.
Sobressaltei ao percebê-la.
“Pois não, Srta. Evans.” Perguntei sem tirar os olhos do monitor.
“Boa tarde, Senhor. Você gosta de ser tratado formalmente com a pouca idade que
tem?” Sorriu amigavelmente, tentando quebrar o clima.
“Sim.” Respondi como óbvio e continuei escrevendo, sem olhar em direção a ela.
“Eu não. Prefiro ouvir o meu nome saindo da sua boca.”
Fiquei minutos olhando para a tela, sem digitar, enquanto ela permanecia sentada.
“O que quer, Ashley?” Direcionei os olhos a ela para perguntar.
“Você podia abaixar a guarda. Eu não sou uma pessoa má, só fui mal interpretada
desde que te conheci.”
“Você se fez mal interpretada com suas atitudes.”
“Eu queria consertar. Quero tirar essa imagem que tem de mim, afinal, você vai ser
assessor do meu pai e eu faço parte da assessoria de comunicação, logo iremos
trabalhar em parceria. Será que dá para nos tratarmos pelo menos como colegas?”
Não parecia a mesma mulher que desde há quase um ano me persegue. Ela falava
agora como uma profissional e como uma pessoa normal.
“Como você faz parte da comunicação se ainda não se formou?”
“Você também não se formou e já faz parte da assessoria política.” Sorriu amigável,
talvez até um pouco doce.
“Ainda vou fazer... Não é certeza.” Devolvi o sorriso, relaxando. Eu já estava

aceitando bem a idéia de ser assessor.
Ela congelou o olhar e passou segundos olhando para a minha boca. Desconcertei e
fechei o sorriso.
“Desculpe. É que seus dentes são lindos.” Acordou do um transe quando fechei o
sorriso.
793 de 1595 26/05/2011 20:45

Não respondi e fiquei sério.
Não tem como tratá-la como colega de serviço. É obvio que ela sente frustração pela
rejeição e isso ainda lhe desperta certa obsessão por mim.
“Não me leve a mal. É involuntário. Mas com licença.” Levantou-se educadamente e

saiu.
Não respondi e preocupei-me com o meu futuro.
É certo que ela não vai mais importunar-me, porém estará sempre por perto.
Pior será se ela resolver vir aqui exatamente nos dias que eu estiver aqui.
**
Ao voltar assiduamente à minha rotina, tudo fica indistinto.
Sinto falta de Bella, mas o homem que mora na Capital é obstinado a produzir
movimentos ou a obter resultados, reduzindo assim todo o tempo ocioso que me leva
a sentir a dor da saudade.
Com ela habitando em meu ser regularmente não há mais a tortura que sentia há
meses, tudo flui calmamente, a vida decorre fácil.
O desempenho com que levo a atividade habitual mantém-me aplicado, às vezes

tenso, mas mesmo com a complexidade da vida, tudo se torna fácil em saber que eu
tenho um porto seguro que é ela.
Dias se passaram.
Vi meus projetos ganharem ênfase no curso, com notórios interesses dos mestres.
Como mentor, não conseguia os ver com a dimensão com que estavam sendo
tratados, porém as pessoas davam uma atenção exorbitante ao projeto porque
recentemente o Prêmio Nobel de Economia no país fora dado a um título parecido.
Conseqüentemente o meu projeto prometia aceitação e futuro internacionalmente.
Isso me deixou com fé de que estou trilhando o caminho certo.
Convidaram-me para ministrar seminários em dezembro, logo que acabassem as aulas

convencionais. Assim, os alunos com notas pendentes iriam participar
obrigatoriamente e os alunos que quisessem créditos futuros se fariam presentes.
Seriam dez dias pelas manhãs, com turmas alternadas e cerca de dois mil estudantes
no todo.
Infere-se do fato de ministrar o seminário que ganharei créditos futuros e meu nome
se dará a saber por todos os mestres. Também tornar-me-ei conhecido por alunos de
todos os cursos, isso se faz necessário para o futuro que escolhi, além de primordial
para o enriquecimento dos meus conhecimentos e currículo.
Porém, serão aulas que cairão exatamente na semana do aniversário de Bella, logo se
deduz que seremos privados um do outro. Será mais uma comemoração longe de
mim, o namorado.
Isso é mais um dos obstáculos que iremos enfrentar na vida. O que gera novamente
794 de 1595 26/05/2011 20:45

em mim incertezas de se estamos trilhando o certo, quando temos que nos privar
tantas vezes um do outro.
Mas não há escolhas, eu não consigo viver sem ela, e ela aceitou seguir esse caminho
comigo, apoiando-me. Com certeza ela entenderá.
Bella POV
Esse tempo que passei longe dele serviu de lição para algo. Não fiquei incrédula, pois
ainda o amo muito, mas descobri que não quero ser a metade de ninguém. Continuo
acreditando que somos almas gêmeas, mas ele não é a minha metade. Não quero
viver sendo metade de ninguém.
Não posso viver nesse relacionamento sempre pensando que falta algo em mim, pois
sou completa. Preciso dele para compartilhar planos, compartilhar vivências, tudo está
em volta de compartilhar, não dividir.
Quero viver tudo o que ele é, não metade dele.
Descobri que uma pessoa que está em busca da outra metade, ainda que a encontre
nunca se sentirá completa, pois estará sempre querendo sugar mais da vida do outro,
de sua atenção e de sua liberdade.
E é contra isso que quero lutar em mim. Quero viver bem com ele ou sem ele.
Tudo soa muito teórico, talvez nem eu mesma consiga explicar, mas não quero viver
em função dele, nem que ele viva em função de mim.
Talvez isso nos afaste e até nos desgaste, mas para conseguir enfrentar o futuro que
ele escolheu temos que nos acostumar a viver um longe do outro.
Não me vejo integrante assídua desse mundo o qual ele busca.
Sonho com uma família calma, uma varanda, um violão. Sonho com meu pai e irmãos
próximos a mim, com a empresa indo a vapor.
Estamos juntos, mas como ele, hoje eu vejo como nosso futuro é espinhoso, como
ainda vamos ter que fazer escolhas na vida.
Por isso vivo o hoje intensamente, pra que o futuro não nos traia ou não nos frustre.
Terça
Alice chegou, disse como foi a viagem e como está Jasper, contando-me sobre o
modo como ele a está tratando. Foi o que imaginei. Enquanto ele estiver doente não
vai deixar o namoro esquentar além da conta.
Aliviei, pois mesmo que tentasse mostrar calma com relação a isso ao Edward, a
situação estava me preocupando. Porém, eu não poderia mostrar para ele a real
preocupação.
Decidi dar mais um tempo antes de ligar para Esme e pedir para trazer o menino de
volta, assim, daria um tempo para Edward conversar com ela e tempo do menino
tentar com esse novo tratamento que lhe foi indicado.
795 de 1595 26/05/2011 20:45

Início de outubro
Era terça feira e eu estava no jornal. Em poucos dias Jasper iria fazer aniversário e eu
estava sentindo muita falta do menino, querendo trazê-lo de volta para minha casa.
Por isso, entrei na sala do meu pai e resolvi abordá-lo com esse assunto.
“Pai, Jasper não está bem. O senhor como amigo da Esme poderia trazê-lo de volta.”
Ele assustou-se com o meu assunto repentino e olhou em minha direção, tirando os
olhos do computador.
“Foi a mãe dele quem quis levá-lo. Eu não posso forçar essa situação.” Parecia estar
desconfortável em tocar no assunto.
Fazia meses que não conversávamos sobre isso.
“Liga para a mãe dele e proponha pai.” Insisti. “Outra coisa, dia quinze é aniversário
dele de dezesseis anos, e eu queria dar um presente.”
Ele voltou os olhos para o computador.
“E por que veio me falar? Está precisando de mais dinheiro?” Perguntou indiferente.
“Não, pai, é que o presente que quero dar custa um pouco além do que eu ganho.”
Fiquei sem jeito de ter essa conversa sem dar muita informação do porquê quero dar
esse presente específico.
“O que quer dar?”
“Um carro.” Tentei parecer casual.
Ele sorriu e olhou o meu rosto.
“Por que resolveu dar um carro para o garoto?” Estava de bom humor.
“Ah, porque ele está doente, está fazendo dezesseis anos, está se tratando e eu acho
que um carro iria favorecer a terapia.”
“Tudo bem. Pegue o que precisar, você tem acesso as contas mesmo.” Voltou a olhar
as tabelas no computador.
Ele não se deu conta do tipo de carro que é. Mas Jasper é meu irmão, e eu não vou
deixar que ele tenha um carro qualquer. Todos nós temos carros que custam mais de
duzentos mil, e eu não vou deixar o meu irmão se privar de nada que nos é dado.
“O senhor nem perguntou qual o carro...”
“E qual é?” Continuou olhando para o computador
“Eu queria dar uma Ferrari, mas acho que ele gosta da Lamborghini.” Foi quase sem
som a informação.
Ele se virou repentinamente para mim, com olhar assustado.“Por que esse carro?”
“Por que ele merece.” Ai meu Deus, como eu ia sustentar esse argumento sem
796 de 1595 26/05/2011 20:45

entregar os fatos?
“Mas é muito caro.”
“Mais caro, pai, é manter o carro da Esme lá em casa, parado...” Olhei

acusadoramente em seus olhos.
“Eu não entendi o seu tom, Bella.” Cerrou os olhos, estudando as minhas reações.
“Você podia ligar para ela.” A gente tinha que conversar sobre isso. Fazia meses que
ele estava fugindo dessa conversa.
“Foi ela que me deixou, e eu já estou me recuperando.” Deu de ombros, como um

garoto birrento.
“De repente ela tenha os motivos dela... Assim como Edward tinha os dele.”
“Mas Edward foi atrás de você.”
“Sim. Mas eu estava no local onde ele estava. Teve uma chance do meu lado. Faça
alguma coisa por ela, se o senhor gosta dela.”
Ele suspirou, pensando longe.“Bella, eu pedi ela em casamento...” Foi um lamento a

sua voz.
“Faça o mínimo...” Insisti.
Ele virou-se de volta para o computador, mas não pareceu olhar para ele, seus
pensamentos estavam longe.
Eu continuei lá, imaginei que a conversa ainda não tivesse terminado.
“Bella, eu não consigo assim... Sei que é errado, mas nessa ocasião só consigo falar
por meio de gestos. Então compre o carro do garoto e depois me cobre que eu vou
ligar para ela pedindo que ele venha se tratar aqui novamente.”
“Obrigada pai.”
Saí da sala satisfeita.
Ele não consegue se declarar, então espero que o ato dele fale suas reais intenções à
Esme.
**
Uma semana se passou, então fui ao quarto do meu pai e fiz ele ligar para ela na
minha frente. Ele ficou completamente desconcertado.
“Oi... er... Tudo bem, Esme?... É que... Como está o tratamento do menino?... Ah... É
que Bella sugeriu que eu o trouxesse para se tratar com Charlie novamente... Mas não
vai incomodar!... Ela só sugeriu, mas eu quero que o garoto venha... Por que somos
amigos... Não, nós gostamos do garoto, estamos preocupados... Não se preocupe...
Vou mandar a passagem... Esme, por favor, eu quero fazer isso... Como você está?...
A empresa sente sua falta...”
Deixei-o no quarto, conversando com ela e saí para ele ficar mais a vontade.
797 de 1595 26/05/2011 20:45

É nítido que o meu pai ainda gosta da Esme, quero saber quanto tempo mais ainda
vão esperar para buscarem a felicidade.
Sei que a preocupação de Esme é o Jasper, mas hoje essa distância está
completamente sem fundamentos. Só os dois que estão sofrendo com essa história.
Queria saber o real motivo da Esme não voltar atrás, já que o garoto virá aqui para
casa.
**
No fim de semana seguinte o garoto veio, a fim de voltar a fazer o tratamento aqui.
Como o esperávamos e sabíamos que era seu aniversário, organizamos uma festa
surpresa para ele e convidamos a maioria dos nossos amigos.
Emmett combinou com Rosalie e ela veio junto para o fim de semana. Edward não
pode vir, mesmo sendo um dia importante, pois tinha trabalhos.
Também convidei alguns colegas do menino de Forks e de La Push.
Bom, seria uma festa de arromba. Meu irmão merece.
Estávamos muito eufóricos com tudo, as pessoas estavam animadas, muita gente
dançando. Até Rosalie soltou-se na pista de dança com Emmett. Os dois estão se
dando bem, aparentemente estão apaixonados, embora ela ainda seja muito discreta
quanto à exposição de carícias.
Jasper estava dançando pouco, porque às vezes fica cansado, mas ele não perde o
humor e o tempo todo fica perto de Alice.
Não consigo imaginar como separá-los. Eles têm tanta harmonia, estão sempre se
olhando e cuidando um do outro, são fofos.
Aiai.. ver casaizinhos sempre me faz ter saudade do Edward... Todavia, mesmo
sentindo falta, tenho que levar numa boa. Portanto, o segredo na festa é dançar.
Sorte minha ter convidado algumas pessoas do jornal, assim não ficava
completamente só. Pelo menos eu tenho amigos.
Jéssica, como Jasper, também está dançando pouco por causa da barriga de oito
meses, então Mike vez ou outra se divide entre mim e Alice.
Às onze e meia marcamos de chegar um carro de som e aí o carro do Jasper chegaria

junto, todo decorado.
Liguei mais cedo para Edward e pedi que ele ficasse on-line à noite, porém mesmo
sendo sábado ele disse que estava sem tempo e que ficaria pouco tempo conectado.
Ainda assim, eu disse o horário que o carro de som iria chegar e avisei que se ele
entrasse em determinado horário, pegaria um pouco da festa e o momento em que o
carro de som chegasse.
Não falei para ele sobre o presente específico.
Deixei o pc on-line e uma filmadora transmitindo imagens em tempo real do salão de

festas. Direcionei de um modo que desse para ele ver o que se passava assim que ele
798 de 1595 26/05/2011 20:45

resolvesse ficar on-line.
Esse negócio de transmissão perfeita em tempo real são coisas modernas do mestre
de computação da casa, Emmett.
Com certeza a transmissão seria nítida e assim que ele pudesse entrar, já conseguiria
assistir.
A noite estava animada, comida boa, muita bebida, e eu caí na dança com Alicinha.
Emmett contratou um DJ, então juntei com Alice e dançamos trance e hip hop, lógico,
tinha que ter hip hop, o moleque gosta é disso, então caímos todos na pista e chão,
chão, chão, até o chão.
Como sempre, uma rodinha abriu-se em volta de nós. O salão fervia, era difícil não
gostar de dançar aquele ritmo.
Rodávamos, rebolávamos, dávamos passinhos, dedinho na boca, e o moleque só

revirava os olhos com as mulheres dançando até o chão.
**
Vi Emmett conversando com o DJ, então depois de várias músicas, o DJ desligou o

som e lá fora começou a homenagem para o garoto, levando todos nós a sairmos
juntos e eufóricos para assistirmos a homenagem.
Notas Finais:
Oi Obrigada pelos Reviews

Espero por mais.
bjs
799 de 1595 26/05/2011 20:45

Capítulo 38- Turbilhao de pensamentos escrita por BIA BRAZ

Jasper POV
Sei que Bella me considera pra caramba e também sei que a minha anã é afinzona de
mim, mas não pensei que os Cullen tivessem tanta consideração assim, ao ponto de
fazer uma festa maneira dessas.
Tudo estava completamente irado. Se não fosse essa moleza que às vezes tenho, iria
curtir pra caramba, mesmo assim, não vacilo.
A festa estava ótima, as garotas dançando pra valer, mas de tudo, o que estava me
grilando era ver os urubus tudo de olho na marmitinha do meu irmão.
Eu dançava perto dela, protegendo ela dos olhares dos bizonhos, e tava puto, só
ficava mais a vontade quando Mike vinha para a pista e dançava perto delas.
Pelo menos ele está com a Jéssica agora e largou de mão Bella, mas Brandon e Jake,
carai, tavam secando as mina na cara dura quando elas dançavam até o chão.
Crocodilagem!
Dava vontade de descer o pau nos traíra.
Mas são amigos né.
Há! Amigos fura-olho!
Tudo bem, babem, babem, elas são nossas mesmo.
Mas que a mulherada estavam abusadas, estavam. Muuuito booas!
“Que é, Jasper? Que cara é essa?” A nanica perguntou quando viu meu olhar de mau
pros caras secando elas.
“Os macho aqui não tiram o olho de vocês, estão pensando que é pro bico deles ou
que vocês são corrimão!” Continuei dançando, mas ela não pareceu gostar da minha
preocupação com a irmã dela.
A música parou no salão e começou outra lá fora.
Todos saíram de uma vez, parecia um incêndio.
Cheguei perto e tinha uma homenagem daquelas melosas de carro de som.
Que negócio era esse de pisca-pisca, coraçõezinhos, fogos de artifício? Só faltou um

buquê de flores.
Pra mim!? Ih, eu sou é homem!
Fui chegando perto e a roda de pessoas amontoadas se abriu.
Então uma mulher assumiu um microfone.
“Boa noite. Parabéns, Jasper, essa é uma noite de homenagens de pessoas que te
amam muito, e a primeira é uma mensagem da Esme, sua mãe.
800 de 1595 26/05/2011 20:45

‘Jasper, você foi a melhor coisa que me aconteceu na vida, um presente dos céus.
Todos os dias eu tenho certeza disso. Eu te amo.’
“A próxima mensagem é da sua irmã do coração, Bella.”
‘Cada dia que se passa eu te descubro mais e te amo mais. Você é uma estrela que
nasceu, trazendo luz para a minha vida e para a minha família. Quero dizer que te
amo de todo o meu coração.’
Cara, eu não estava agüentando a vontade de chorar, mas isso é coisa de boiola.
Olhei para minha anã e ela fez cara de nojinho após a mensagem da Bella.
Eu não tava entendendo a cara dela.
Procurei Bella para abraçá-la e ela já veio chorando, e muito.
Pô, me segurei, mas não sabia por que estava sendo tão florzinha com aquela vontade
desgramada de chorar.
Ela passou minutos abraçada a mim, depois suspirei e limpei os olhos, aquela lágrima
bizarra insistindo em molhar o meu olho e eu nem sei o porquê.
Sensível igual uma bichona.
Percebi que Bella atendeu ao telefone e saiu correndo para dentro de casa.
Mais minutos de homenagens dos meus amigos e então a nanica pegou o microfone.
Caramba, nem acreditei que ela ia ter essa coragem.
“Jasper, desde o dia que eu te vi a primeira vez eu sabia que você seria a pessoa mais
especial que passaria pela minha vida. Não era só amizade, eu te amei desde o dia em
que te vi. Quero dizer que você é muito importante pra mim, e eu vou estar sempre ao
seu lado, seja em qual ocasião for, eu vou sempre te amar.”
Terminou de falar chorando e veio me abraçar.
Cara, eu não sei por que estou tão emocionado assim. Isso está soando estranho...
como uma despedida... Não sei.
Será que as coisas não vão dar certo nesse tratamento?
Quando esses pensamentos me invadiram as lágrimas brotaram de verdade, enquanto

a minha pequena me abraçava.
Era um momento muito emocionante, mas eu fiquei bolado com isso, depois meus
amigos de Forks iriam me chamar de frutinha.
Mais pessoas falaram e Bella filmava tudo de um canto, iluminando tudo com o refletor
embutido.
“Bom Jasper, seus amigos, Cullen, prepararam uma surpresa para você... É seu.” A
moça do microfone apontou para trás.
De repente saiu um carro amarelo... com o pisca-alerta ligado... era o carro dos meus
sonhos.
801 de 1595 26/05/2011 20:45

“Cara, isso é um sonho, não é real! Quem descobriu que eu queria tanto ele?” Olhei
para a bandida da Bella e ela sorriu, lógico que foi ela. Ela quem arma essas coisas.
Deve ter visto pelos meus joguinhos que eu sempre escolhia o Lamborghine amarelo.
Isso é demais!
Deixei o fato de me acharem frutinha de lado e fui abraçar minha mana do coração
chorando igual uma moça, depois eu queimo essa filmagem, nada de youtube.
Ela entregou a câmera para Brandon, que não desgruda dela, o criado baba ovo, aí me
abraçou e me levou até o carro.
Bella estava tão feliz e irradiante! Dá pra perceber que ela gosta de mim independente
dela ser a garota do meu irmão.
Abri a porta do carro desacreditado, aquilo não era real.
O painel, a cor, os bancos, aquele símbolo de touro. Nuoossa!
Como um cara como eu, baixa renda, sem nenhum, ia pousar num carro maneiro
desses? Só em sonho.
A Bella foi lá e pegou a câmera de novo.
“Fala, Jasper, o que você está sentindo agora?”
“Cara, isso é inacreditável. Sem palavras. Valeu. Não sei nem o que falar.”
Todos sorrimos e eu liguei o carro para dar uma volta.
Edward POV
Nesse fim de semana tenho que adiantar alguns trabalhos em grupo, pois não confio
em ninguém e sempre faço tudo sozinho. Divido com o grupo somente as partes nas
apresentações.
Pelo menos a apresentação discursiva, eu praticamente exijo que eles façam, pois isso
conta em notas para todo o grupo.
Bella ligou cedo falando sobre uma homenagem ao Jasper à noite e pediu que eu
ligasse o pc e ficasse on-line. Como tinha muito a fazer, disse que ia entrar só um
pouco.
Já passavam das nove, então percebi que ela estava on-line e acessei.
A imagem projetada era do salão de festas da casa dela e estava meio escura, mesmo
assim dava para ver as pessoas dançando próximas, porém o som estava bem alto.
Avistei meu irmão dançando com Alice, Emmett com Rose e sorri. Bom vê-los bem,
eles resistem os contras.
Procurei Bella, mas ela não estava em vista, então abaixei o som por completo no pc e
voltei para o que estava fazendo.
Meia hora depois voltei os olhos de relance para o pc e Bella estava dançando com
802 de 1595 26/05/2011 20:45

Alice.
Como sempre, sua performance era perfeita e ela se saia muito bem.
Aumentei o som e elas dançavam hits. Nossa, que tipo de música que essas pessoas
gostam, tão depreciativas.
Música Fergalicius - Fergie
...É tão delicioso É quente, quente É delicioso Eu coloco os garotos pra balançar,
balançar É tão delicioso Eles querem experimentar o que eu tenho Eu sou
Fergieliciosa S-S-S-S- egure! Dá uma olhada!
Baby, baby, baby se você realmente quer brincar Amor, mantenha sua paciência,
então você vai experimentar Do meu gosto, gosto É tão gostoso Isso vai te deixar
louco G vai pro O, o S-T-O, garota você experimenta G vai pro O, o S-T-O, garota
você experimenta D vai pro E, pro L-I-C-I-O-S-A para o D vai pro E, pro, pro, pro, pro
Balança Fergie Toda vez que eu me viro, irmãos de juntam Sempre olhando pra mim
de cima à baixo Olhe pra minha uhhhh Eu só quero dizer Agora eu não estou tentando
girar isso, um pouco de drama mamãe Eu não quero pegar seu homem E eu sei que
estou me tornando um pouco convencida E eu estou continuando a repetir como os
garotos querem comer isso Mas eu estou tentando contar que eu não posso ser
tratada como freguesia Porque eles dizem “Ela é deliciosa” É tão delicioso mas eu não
sou promíscua E se você é suspeito, toda essa merda é fictícia Eu mando beijos que
colocam esses garotos pra balançar, balançar E eles estão descendo o bloco em fila
apenas para ver o que eu tenho Quatro, três, dois, um
A música era muito insinuante, mesmo assim estava gostando de vê-la dançar assim
tão... sexy.
Fiquei lendo e vez ou outra levantava os olhos para vê-la dançar. Fixava o olhar uns
minutos ali, sorria do seu rosto e voltava a ler.
Eu não devia perder a concentração, mas era sábado, meus olhos mereciam
acalentar-se com minha namorada um pouco, então umas onze horas cansei da
divisão entre assistir a festa e estudar, resolvi parar com os livros e relaxar um pouco,
perdendo-me naquele corpo.
Ela estava linda. Mesmo que estivesse um pouco escuro e as luzes piscando, dava
para vê-la dançando despreocupada, o suor em seu rosto, os cabelos esvoaçando.
Sorri, apaixonando-me pela imagem, deslumbrado com sua performance.
Ela dançava daquele jeito encantador, movendo os quadris rápido, rodando e

descendo até o chão. Viajava ali no corpo da minha namorada perfeita, com curvas
desenhadas.
Olhei um pouco em volta dela e tive um choque momentâneo, pois eu não era o único
que gostava do desempenho dela na pista. Os homens presentes no local estavam
boquiabertos, hipnotizados com a estrutura corporal dela exposta.
803 de 1595 26/05/2011 20:45

Aquele mesmo sentimento possessivo entrou em mim, uma sensação de que estamos
longe, que outros homens a olham e a desejam, e eu estou aqui tão longe dela.
Junto com esse sentimento veio a tristeza da distância, de não poder estar com ela,
de não poder compartilhar esse momento em que somos unidos por um irmão em
comum.
Nos instantes seguintes, Brandon aproximou-se dela e dançaram. Aquilo foi pior, senti
a mesma sensação de um ano atrás quando a vi na quadra com Mike.
Brandon gosta dela e está firme em sua conquista. Mesmo que o clima tenha
melhorado entre nós, sei que ele a quer.
Quantas vezes em nossa vida eu ainda vou sentir isso, essa sensação de perdedor, de
incapaz?
Deixei o pc de lado e deitei na cama deixando a saudade me abater. Minutos depois

olhei para a tela e as pessoas se dissiparam do salão. Não entendi exatamente o que
estava acontecendo, mas ao ver o salão vazio, também senti o vazio.
E junto com o vazio senti o ciúme, a insegurança e o sentimento de dor. Contudo,

logo veio a lembrança do seu rosto dizendo que me ama e que me escolheu. Então
lembrei que ela disse mais cedo que teria uma homenagem, não consegui me conter e
liguei para ela.
“Oi, Senhor Embaixador!!” Atendeu com a voz empolgada.
“Oi.” Murmurei.
“Sua voz está triste.” Não era uma pergunta.
“Sentindo sua falta.”
“Faz assim, vou pegar a filmadora e filmar em tempo real tudo que está acontecendo
lá fora e daqui a pouco volto para ficar um tempinho com você. Você está on-line?”
“Sim... Estava vendo você dançar.” Minha voz foi derrotada.
“Por que essa voz? Você sabe que eu sempre danço.”
“Nada. É só saudade.”
“Espero que seja só isso mesmo. Fica de olho na tela que eu vou lá fora. Até já.”
Desligou e eu olhei para o pc.
Ela levou a câmera lá para fora então assisti a declaração pública de amor de Alice por
Jasper, o que muito me preocupou e trouxe-me dúvidas insistentes. Mas não iria
tornar a minha vida pior do que já era com essas preocupações.
Após as homenagens, a moça responsável pelo som anunciou um presente e um carro

amarelo apareceu com o pisca-alerta ligado.
Bella filmou o seu rosto de criança arteira, fez biquinho de beijo e voltou a filmar
Jasper e o carro. Ela conseguia alegrar a minha noite com seu jeito despreocupado.
Meu irmão ficou emocionado, lutando contra aquela capa de machão dele e deixou a
804 de 1595 26/05/2011 20:45

emoção fluir.
O carro era sumpto ao extremo, exorbitante para um garoto como ele.
Isso com certeza foi idéia de Bella, ela quer repor os anos que o dinheiro de sua
família não esteve presente na vida do menino, estragando-o completamente com
mimos.
Ele saiu com o carro, então ela filmou o próprio rosto e começou a falar.
“Anjinho, eu te amo. Estou com muita saudade de você. Fico vendo os casais
dançando e queria tanto que fosse eu e você...” Uma tristeza repentina abateu o seu
rosto. “Mas eu sei que estamos juntos em coração. Então como estamos com saudade
vou fazer assim, me espera que vou desconectar a filmadora.” Desconectou deu um
tempinho e apareceu em frente ao seu notebook, no salão. “Se você quiser, eu posso
ir para o quarto e dançar somente para você. Você quer?” Parecia uma criança arteira,
sorrindo travessa.
Tentei falar, mas ela não conseguia ouvir por que o som no salão ficou muito alto
novamente. Então percebi que ela estava saindo do salão com o notebook nas mãos.
“Responde, eu não estava te ouvindo.”
Sorri diante do que ela me oferecia. Talvez fosse egoísmo meu tirá-la da festa, mas a
saudade era tamanha.
“O que eu mais quero essa noite é que você dance para mim no seu quarto, você faria
isso?” Sorri maliciosamente.
Ela subiu as escadas sorrindo.
“Com fantasia ou sem fantasia?” Insinuou, fazendo um biquinho.
Eu já regozijava em saber que nos permitiria algumas horas juntos, satisfazendo a

mim principalmente, pois sabia que ela podia simplesmente descer, dançar e se
divertir, mas ela ia fazer algo por mim... me trazer companhia, que é o que mais
necessito nesse momento.
“Como você quiser.”
Conversamos, sorrimos, ela dançou, tomou banho, trocou de roupa, escovou os

dentes, e em todo o tempo ela levava o notebook, mostrando sua imagem em tempo
real, me trazendo um pouco de alegria.
Emmett POV
A festa estava bombando, muita gente dançando, aí Bella sumiu e eu fiquei com minha
sereia e com os convidados, fazendo sala, mas minha vontade mesmo era pegar a
minha gata e subir escadas acima levando ela para o meu quarto.
Porém, como sempre, isso vai ser meio impossível.
Dançamos, de vez em quando ela me deixava dar um beijo em seu pescoço, mas
quando eu resolvia subir para a sua orelha, mesmo que ela estivesse, aparentemente
gostando, ela se afastava e olhava com reprovação.
805 de 1595 26/05/2011 20:45

Uma hora ela vai me querer.
Enfim, três horas da manhã a festa acabou, o último convidado foi embora e eu subi,
indo deixá-la no quarto de hóspedes.
Entrei e sentei na cama a fim de conversar um pouco.
“Gostou do carro?”
“Sim. Vocês devem gostar muito do meu irmão para dar um carro desses.” Estava
com aquele olhar desconfiado que sempre tem.
“E gostamos, de verdade.”
Deitei na cama e ela ficou me observando.
“Emmett, eu quero tomar banho...” Pegou uma toalha e encostou-se à porta do

banheiro, olhando para mim.
O seu olhar não era completamente de quem me expulsava, ela parecia estar me
estudando.
“Me dá só mais um beijo antes de eu ir dormir.” Dei um sorriso e estendi a minha mão
para ela.
Ela veio, segurando a toalha, então eu a sentei de lado em meu colo.
Isso já estava além de sua permissão.
Beijei levemente sua boca acariciando seu rosto, e ela correspondeu ao beijo dando
passagem para que eu pudesse explorar sua boca com minha língua.
Nossos lábios se colaram e ela estava se permitindo sentir o encaixe, calor e maciez
dos nossos beijos como há tempos não fazia.
Então, apertei-a mais, aprofundando mais no beijo, seu ar faltou e ela buscou ar.
Enquanto isso, beijei seu rosto novamente, dando um pouco de tempo para ela.
Eu ainda não estava satisfeito, aliás, eu nunca estarei satisfeito dela.
Voltei a beijar seus lábios e levantei-a lentamente, deitando ela na cama, em seguida
trouxe-a para próximo, colando o seu corpo no meu.
Eu já estava louco, desejando-a como em todas as noites em que sonho com seu
corpo em minha cama, onde eu a exploro.
Essa alucinação tomou conta da minha mente e beijei-a quente, apertando-a.
Ela se deixou levar, então coloquei minhas mãos em sua saia, apertando a sua coxa e
ela não reclamou.
Senti que ela deixaria mais e subi com a mão por dentro do vestido para a sua barriga,
colo, sem soltar seus lábios, enlouquecido.
Ela correspondeu e eu fiquei muito estimulado.
Hoje eu sairia dessa seca que ela tem me feito passar, desci com a boca para seu
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pescoço e ouvido e ela suspirou. Então eu ouvi um sonzinho longe, um não saindo
entre os dentes, mesmo assim continuei, abri rápido o vestido dela, ela suspirava,
mas dizia não baixinho enquanto erguia o corpo em resposta aos beijos que eu dava
em sua clavícula. Já me preparava para abocanhar aqueles seios fartos, sentindo o
gosto na língua, salivando, então afastei o sutiã e beijei leve.
“NÃO, EMMETT, eu já disse que não. Você não tem limites!!” Ela se levantou
abotoando o vestido, com o rosto vermelho e os cabelos bagunçado.
“Ross, eu amo você... Por favor, eu preciso de você.” Supliquei e me preparei para as
broncas a seguir.
Ela voltou a se sentar na cama e pegou em minha mão, como o olhar bem diferente do
que eu achei que ia receber.
“Hoje não. Eu gosto de você, mas eu não quero assim.”
“Fala pra mim como você quer e o que você quer.” Implorei, beijando seu rosto.
“Eu só quero ser especial pra você.” Abaixou olhar com a sua timidez.
Ela me mata fazendo isso.
Deus! Eu adoro essa mulher! Sou louco, alucinado.
Eu sentei e segurei o seu queixo, olhando em seus olhos.
“O quanto você gosta de mim?”
Ela demorou a responder, desviando os olhos.
“Muito.”
“Então faz amor comigo.”
“Hoje não.”
Encostei a cabeça dela em meu peito e acariciei o seu rosto.
“Rosalie, você já me ama?”
Ela ficou muito tempo calada, e eu esperei já saindo do sério.
“Um pouco.” Respondeu baixo, mas convicta.
Afastei o rosto dela e sorri, segurando o seu rosto com as duas mãos.
“Então casa comigo! Eu te amo. Você é a pessoa mais importante que já existiu em
minha vida. Eu quero passar todos os meus dias com você.” Fui empolgado.
Ela sorriu tímida e se levantou.
“Vai dormir, Emmett, amanhã conversamos.”
Dei mais um beijo apaixonado nela, ao ponto de sentir faíscas de desejo de novo, mas
ela me empurrou sorrindo, porta a fora.
Enfim, minha sereia se permitindo sentir o que ela sente por mim.
807 de 1595 26/05/2011 20:45

Quando essa mulher se libertar, vai ser muito quente. Gostosa!
Bella POV
Os dias se passaram rápido em minha casa depois que o garoto voltou a morar
conosco. Regularmente ele liga para a mãe, conversa via web com Edward, voltou a
consultar com Dr. Charlie. E assim a vida se ia.
Jasper e Alice ficam boa parte do tempo que ela está em casa próximos. Sempre fico
os observando e passando as informações para Edward. Isso o alivia.
Mas o garoto precisa dela, ele não tem muitos amigos aqui em Seattle, então passa
quase o dia inteiro no computador. Quando ela chega a tarde os dois jogam, assistem
e às vezes saem para o parque ou para lanchar.
Realmente tem sido uma relação de muita amizade, além disso, eu tenho saído muito
com eles. Embora eu perceba que Alice está querendo um pouco de privacidade,
quando eu vejo que eles terão liberdade demais, vou junto.
Isso soa como perseguição, mas é o meu meio de manter as coisas sobre guarda.
Início de novembro.
Jéssica estava nos últimos dias de gravidez e teve que ir à gineobstetra. Resolvi
marcar consulta com a médica dela e fui no mesmo dia que ela. Foi uma situação
muito chata.
Sorte minha que eu não tive que ser introduzida com aquele aparelhinho.
Estava muito constrangida e com milhares de perguntas para fazer, mas não sabia
muito bem por onde começar.
Eu queria que ela me falasse abertamente tudo que eu queria ouvir sem ter que
perguntar nada.
Difícil conversar assim, né!
Enfim, nem ela disse, nem eu perguntei. Resolvi o que queria, fiz os exames
solicitados e pronto.
Edward POV
Vinte e dois de novembro
Faltavam poucos dias para o término completo do semestre ao restante da turma,

mas eu já fui dispensado completamente há dez dias por ter notas completas, então
aproveitei os dias de ócio para planejar os projetos do próximo semestre.
Isso se faz necessário, pois como vou estar mais ocupado com a assessoria política
do Senador em ano eleitoral, terei menos tempo para dedicação exclusiva a esses
projetos.
808 de 1595 26/05/2011 20:45

Além disso, tornei proveitoso os dias para habilitar-me inteiramente ao seminário que
ministrarei no curso, que ocorrerá entre o dia vinte e oito de novembro e o dia oito de
dezembro.
Estava estudando quando Bella ligou no meu celular pedindo que eu ficasse on-line.
“Oi!!” Seu rosto estava empolgado.
“Oi, vida.”
“Como vai?” Sorriu contagiosamente.
“Vou bem. Nesses dias estou meio relaxado. O semestre acabou para mim, então dá
pra respirar.” Coloquei o pc na cadeira e deitei na cama, colocando a mão sob a nuca.
“Tenho uma notícia boa para nós dois, fui consultar com a médica da Jéssica esse
mês, ela é ginecobstetra.” Ela estava feliz de um jeito desconhecido e tinha algo
escondido em suas palavras.
Sua informação levou-me àquela tarde na Califórnia em que ocorreu aquele fato não
calculado.
Será que aquela possibilidade aparentemente remota aconteceu, para ela ter ido à
médica da Jéssica? Será que ela ficou grávida com uma ejaculação em suas coxas?
“E aí? Como foi?” Tentei parecer casual, mas minha voz vacilou pelo nervosismo.
“Ah, deu tudo certo. Ela pediu uns exames, eu fiz e peguei o resultado, depois ela deu
uma receita médica, algumas dicas e está tudo bem.” Continuava muito feliz.
Tentei manter meu semblante firme para não magoá-la.
“Então tá... Precisamos conversar pessoalmente sobre isso.” Estava tentando

esconder o turbilhão de sentimentos que me rondava.
“Com certeza. No começo de dezembro você vem, né? É minha formatura e você tem
que vir, aí sim nós conversaremos e muito.” Penso ter sentido uma malícia no fim.
“Quando é sua formatura?” Perguntei baixo.
Eu queria desligar imediatamente para pensar, mas não queria frustrá-la. Ainda que eu
quisesse esclarecer as dúvidas e conversar sobre esse assunto, pela internet iria nos
distanciar em pensamentos e gerar incertezas em nós.
“No dia do meu aniversário. E vai ser um dia muito especial para mim. Vou completar
dezoito anos, vamos tocar no coquetel, em breve estarei indo para alguma faculdade e
muita coisa na minha vida mudará com os novos passos a serem dados.” Ela é
incrível, não se deixa comover com tudo o que está acontecendo, permitindo-se até
mesmo ficar livre.
Na verdade ela não tem com o que se preocupar, é rica, está com o futuro garantido.
Estando comigo ou não, ela conseguirá ter esse filho do mesmo jeito. Ela poderia
pagar não só uma, mas várias babás, caso quisesse, então para ela quase nada
mudaria.
Aflito, olhava para a tela, mas estava sem emoções.
809 de 1595 26/05/2011 20:45

“Edward, o que quê há com você? Se não quer conversar agora, a gente conversa
depois, mas me deixar falando sozinha é demais, poxa!” Parecia estar impaciente com
o meu estado repentino de inércia.
Além de toda a preocupação com esse fato inusitado, eu não tinha atentado para o
fato do seminário ser na mesma semana do aniversário de Bella.
Com certeza eu não vou poder ir nem mesmo passar o fim de semana do seu
aniversário com ela.
“Desculpe, Bella. É que estou chateado... Não vou poder ir a sua formatura.”
Ela olhou alguns minutos para a tela, e eu vi seu rosto passar de alegre para um
sombrio de causar calafrios espinhais.
“Quer saber, Edward, eu já devia saber... Sou uma idiota mesmo em acreditar que
você viria. Na verdade, já devia ter me acostumado a ficar longe de você, a passar
momentos importantes pra mim longe de você. O que seria mais um aniversário?Ou
uma formatura de colegial." Ironizou " Uma coisa tão boba, né? Tudo bem. Deixa pra
lá. Eu vou me divertir sem você mesmo assim.” Foi distante, fria e com acidez.
Já estava abatido e duvidoso, então fiquei arrasado, descrente, sem palavras.
“Eu pensei que você ficaria feliz com a notícia inicial, mas você está muito estranho.
Quando quiser falar, me procura.” Ela levantou-se provavelmente preparando-se para
sair.
“Bella, espere..." Ela parou, impaciente. "Eu não vou porque vou dar um seminário no
curso, além disso, tenho que estar no gabinete na quinta e na sexta, e como seu
aniversário é na quinta, não tem como ir mesmo. Desculpe.”
“Tudo bem. Eu sei que ainda vou ter que te desculpar muito. Então tchau, tenho que ir
para o alemão. Até o natal então, isso se você vier.” Foi sarcástica e desconectou.
As coisas hoje não foram muito fáceis.
Tenho dúvidas, receios, arrependimentos, chateação, vontade de esmurrar-me pelas

minhas ações precipitadas. Como posso ter me deixado fazer o que fiz aquela tarde?
Troquei alguns minutos de prazer pela tormenta em decidir o que fazer!
Várias emoções me invadiram: sentimentos de covardia, culpa, medo.
Tudo estava pondo a minha mente em falta de ordem, de método, de clareza.
Basta um simples abalo em meu mundo para livrar-me do juízo claro.
Terça feira, vinte e nove de novembro, dois dias antes do aniversário de Bella.
Estava preparando slides para o seminário do dia seguinte, então meu telefone tocou.
Era um número desconhecido. Atendi, em expectativa.
“Edward?” Era a voz do pai de Bella.
“Oi... Sr. Cullen?” Tentei soar amistoso, completamente perdido do motivo de sua
ligação.
“Sim. Er... está tudo bem?” Sua indecisão em prosseguir deixou-me apreensivo.
810 de 1595 26/05/2011 20:45

“Sim.”
“Edward, vou direto ao ponto. Sabe que me preocupo com o relacionamento de vocês,
com o fato de namorarem a distância. Diga-me: você está tendo problemas com
Bella?” Seu tom soou como cobrança.
“Não.” Neguei, interessado em saber onde a conversa iria chegar.
Mesmo que eu estivesse há dias sem conversar com Bella, estava tudo bem para mim.
Eu só estava esperando o momento certo para conversar com ela.
“Ah... É que ela está agindo do mesmo jeito de quando vocês terminaram da última
vez...” Senti um frio no abdômen ao ouvir aquela informação.
“Como assim?” Tentei esconder minha aflição.
“Está evitando falar em você. Não sei... eu conheço a minha filha e sei que algo está
errado.”
“Mas estamos bem...” Murmurei incerto.
“Então vocês não terminaram...” Não era uma pergunta.
“Não.”
“Você vem à formatura dela?”
“Não posso.”
“Se for falta de recurso financeiro, eu mando as passagens.”
“Obrigado, Sr. Cullen, mas não é isso. Tenho dez dias de seminário que é muito
importante para o meu currículo. É justamente sobre aquele projeto de lei que
conversamos. Por isso não tenho como ir à formatura.”
“Entendo... então o motivo da tristeza dela deve ser, por talvez, estar descobrindo
que sempre vai ter que esperar...” Suas palavras tinham vários objetivos.
“Talvez.” Suspirei.
“Esse é o momento de vermos se ela vai conseguir isso por muito tempo.” Tinha um
alerta a sua voz. “Até mais então, Edward.”
“Até mais, Sr. Cullen.”
Desde minha última conversa com Bella que minha cabeça e minha vida se
transformaram em um furacão.
Nunca tínhamos passado mais de cinco dias sem conversarmos desde que voltamos,
mas nos últimos dias eu estava sem forças para ligar, sem saber o que falar, sem ter o
que prometer, sem ter o que pensar...
Bella espera um filho meu por insensatez minha, e tudo o que eu faço é me intimidar.
As palavras do Cullen tilintaram repetidas vezes em minha mente, uma por uma.
E tudo o que ele dissera encaixava-se...Ela vai desistir. Ela não precisa de mim. É
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bonita, é rica, consegue criar um filho sozinha, se quiser.
Passei horas pensando, enquanto olhava para o teto do meu quarto, até que tomei
uma decisão. Não ia ser fácil, mas era o melhor para nós dois.
Bella POV
Primeiro de dezembro dia do niver e formatura de Bella.
Este era mais um acontecimento em minha vida em que ele não vai estar presente.
Há! É minha formatura e meu aniversário e o meu príncipe, ou o meu namorado

invisível não está!
Sei que eu sabia disso desde o início, mas tem horas que dá fraqueza e vontade de
desistir. Hoje então, está tudo muito complicado de aceitar.
Eu tinha planejado tanta coisa, tinha sonhado tanto com isso... A frustração é enorme.
Tenho que tentar esquecer isso, pois é minha formatura e niver de dezoito.
Não é sempre que isso acontece, então o certo é comemorar com minha família.
Eu e Mike, depois de seis anos estudando juntos, estávamos nos formando. Por isso,
esqueci os contratempos e me permiti ficar bem. Eu sou muito boa nisso.
A colação de grau foi emocionante e após a colação teria um coquetel em um salão no

centro da cidade.
Como eu e Mike éramos formandos, a escola convidou a nossa banda para tocar, se é
que ainda podíamos ser chamados de banda, afinal fazia muito tempo que não
tocamos juntos em festas.
Agora que cada um tem seu mundo fica difícil ensaiar. Mesmo assim, Emmett veio em
alguns fins de semana do mês de novembro e como já terminou o semestre veio no
início da semana para darmos umas passadas nas músicas que já tínhamos prontas.
Na verdade, tem algo em nós que é nato, sabemos fazer. Soou com um pouco de
prepotência, eu sei, mas é verdade. É algo meio que sanguíneo.
Jasper já aprendeu a tocar baixo, então ele passou o mês ensaiando conosco e
conseguiu pegar as músicas.
Como ele não freqüenta a escola regularmente, passa o dia no computador, em sua
maioria, mas também lhe sobra um tempo para treinar algo no estúdio.
O garoto é bom, bom de ouvido, esforçado e aprendeu rápido a fazer arranjos e

seqüencias harmônicas.
Jéssica ganhou bebê tem três dias, então não pôde vir.
Passamos pela colação de grau, que foi às sete horas, e, embora eu estivesse feliz
com as conquistas, estava triste por dentro. E se alguém me olhasse profundamente,
iria perceber isso.
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Eu prometi para mim mesma não deixar me afetar tanto, mas estava doendo muito a
falta que ele fazia naquele momento.
Fazia dias que não nos falávamos, e ele não ligou o dia todo do meu aniversário.
No mínimo ele deu o seminário pela manhã, e por ser quinta deve ter trabalhado à
tarde, então a justificativa era não ter tempo, aliás, eu já devia ter me conformado, ele
nunca tem tempo!
Por que isso está me chateando tanto assim?
Dói tanto pensar que ainda irei passar tantas comemorações sem ele!
Tudo que eu queria era chorar.
Parece que quando estamos longe as coisas vão se desmoronando lentamente.
Enfim, nos dirigimos ao salão após a colação de grau. Era um simples coquetel, onde
tinha um palco e nós iríamos tocar hits em som ambiente enquanto iam servindo o
buffet.
O baile de formatura mesmo só ocorreria no dia seguinte, com uma banda famosa
para tocar.
Começamos a tocar e pelo menos uma coisa tinha de bom em tocar, eu realmente
entro na música, sinto o meu estado melancólico ser levado como vento quando me
entrego às notas musicais. Toda a tristeza momentânea que quis me atingir foi
acalentada com os arranjos que me faziam viajar em acordes e seqüencias.
Passei mais de duas horas envolvida, de cabeça baixa, viajando na música, então uma
criança trouxe uma caixinha para mim.
Eu parei de tocar e abri... era um anel ou aliança com três pedrinhas embutidas, uma
ao lado da outra, parecia ser de prata.
“Feliz aniversário, minha Bella... Uma nova etapa na vida se abre, e eu quero estar
com você sempre para presenciar as mínimas evoluções em sua vida. Antes que me
pergunte, o presente tem alguns significados... É de ouro branco, e, como prometido,
vou te encher de ouro. Também tem três pedrinhas que significam eu você e nosso
futuro bebê, e o outro significado é... Aliança... compromisso... eu sonho com você
pelo resto da minha vida... não tenho certeza de quando... não tenho certeza de nada
ainda... Sei que eu queria muito... que você se casasse comigo... Me aceite. Edward.”
Eu não sabia mais o que fazer, tinha parado de tocar para ler o papel e tive vontade de
chorar. Segundos depois, levantei os olhos e ele estava lá... em pé, encostado em
uma pilastra, olhando apreensivo em minha direção.
Parecia um anjo de terno, lindo, perfeito, como se tivesse sido esculpido, pintado,
gravado. Nossos olhos se atraíram, e ele sorriu tímido, me hipnotizando.
Senti os olhos do Emmett sobre mim, chamando a minha atenção por ter parado de
tocar, então voltei a tocar suavemente, me situando na música, porém,
ainda pensando no que ele escreveu.
Toda a tristeza de horas atrás se foi e eu não consegui lembrar mais o porquê de ter
estado triste, só consegui lembrar que ele estava ali e que falava em se casar comigo.
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Torci ansiosamente para que o nosso tempo de apresentação no palco acabasse ou

então que eu pudesse simplesmente abandonar o palco e ir abraçá-lo, todavia Emmett
com certeza iria encher o saco por isso, portanto, me contive.
Edward continuou lá, encostado, olhando em minha direção e sorrindo, distribuindo

um olhar terno, que me deixou desconcertada por estar tão magnetizada assim.
Abaixei os olhos, piscando e tentei me concentrar novamente na música.
É incrível! Conseguimos passar meses longe um do outro e dá para levar. Meu corpo
não o chama, a vida se vai numa boa, mas quando o vejo e estamos próximos, é
como se tivesse um ímã me atraindo a ele, como se ele estivesse me puxando, uma
força desconhecida, quase sobrenatural.
Continuei de cabeça baixa, com os pensamentos viajando em nós, no significado do

bilhete, então senti uma mão acariciando a minha nuca por entre os meus cabelos.
Levantei, sobressaltada, os olhos e era ele quem estava em pé o meu lado no palco e
deu-me seguidamente um beijo curto no rosto, tirando a minha concentração na
música.
“Sentiu minha falta?” Se inclinou e sussurrou em meu ouvido.
“Muita.” Desconcentrei e parei de tocar, perdida nos acontecimentos.
Tudo que estava acontecendo esses dias me deixou sem rumo.
Primeiro ele disse que não vinha, também fazia alguns dias que não nos falávamos, e
eu nem imaginava o porquê. Estávamos distantes por algum motivo, com frieza,
nesses últimos dias, e então ele aparece do nada.
Fiquei muito confusa com sua presença perto, com o anel, com os significados, com o
fato de ter três pedrinhas, com ele no palco comigo em uma festa de estranhos para
ele, e ele não se importando com isso. Mas o que estava me deixando mais surpresa
era o seu olhar diferente sobre mim.
Mesmo com todas as dúvidas, meus olhos o queriam e não desconectavam desde que
o perceberam presente ali.
Meu coração saltitava triunfante e uma sensação de renovo me alcançava.
Ele percebeu que eu tinha parado de tocar pela distração e afastou-se, encostando-se,
sorrindo, em uma caixa de som um pouco afastado de mim.
Bom, assim não tiraria minha concentração por completo da música.
Eu ainda estava pasma com a ação do Edward de ter subido no palco, esquecendo o
seu lado retraído só para falar comigo mais de perto.
Minutos depois, em uma música que era voz e violão, fiz sinal para Mike e pedi que ele
trouxesse uma banqueta para Edward. Assim ele o fez, sem reclamar.
É um doce meu cunhadinho.
Calado, pensativo e me olhando com um sorriso no rosto, Edward sentou-se ao meu

lado.
Foi desconcertante tocar algo com o meu namorado ao lado, parecendo estar
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hipnotizado, me enchendo de lisonja.
Eu sorri meio acanhada para ele e abaixei o olhar de novo para o teclado.
Mesmo que eu conseguisse tocar sem olhar as minhas mãos, me desconcentrei da

música com ele tão próximo.
Em alguns momentos ele afastava o cabelo que caía em meu rosto, depois sorria da
minha expressão embaraçada e relaxava novamente.
Eu nunca me imaginei em uma situação assim, em cima de um palco tocando e com

meu namorado me olhando e pegando em meu cabelo como se estivéssemos em uma
aura. Isso, além dos arrepios constantes que sua mão em meu pescoço causava.
Tudo estava me embaraçando, não pensei que estivesse tão sensível assim. Ele
percebia e sorria.
Mais quarenta minutos de música foram tocados, então Emmett resolveu fazer as
últimas, como de costume, em voz e violão, acalmando o ambiente completamente
para encerrar.
Assim, eu soube que estava sendo liberada, podendo sair um pouco e voltar somente
depois para guardar meu teclado.
Não me contive e logo que desci do palco, ainda nas escadas pulei no pescoço do
Edward, abraçando-o, libertando a vontade por duas horas reprimidas de me
aproximar dele.
“Você veio!”
“Vim.” Retribuiu ao abraço sorrindo.
“Por que chegou tarde? Por que veio de terno? E o seu trabalho? Por quê resolveu
vir?” Soltei muitas palavras de uma vez.
“Ai, meu Deus!! Quantas perguntas!” Ergueu-me do chão e beijou-me ternamente,

atrapalhando Mike de passar.
“E ae, seus adiantadinhos! Aqui não! Esperem chegar em casa!!” Jasper brincou
quando desceu após Mike, abraçando em seguida seu irmão.
Felizes, saímos de perto do palco e sentamos em uma mesa para comermos algo.
Ele pegou a minha mão, acariciou e beijou as costas, olhando nos meus olhos.
“Vou te responder por partes. Eu não tinha certeza se ia vir, já tinha as passagens,
mas não tinha tempo, então comprei o presente ontem e ia mandar para você... Hoje
eu até que saí para mandar, mas queria tanto te ver... Queria ver o seu rosto na hora
que você recebesse, queria saber se você iria me aceitar mais uma vez...”
“Por isso veio de terno? Por que veio de repente?” Ele estava lindo de terno. Até que
eu tenho bom gosto em escolher as roupas dele.
Ele acariciou o meu rosto delicadamente, enquanto comíamos uns salgadinhos.
“É. Estava muito chateado em deixar minha namorada só em um dia especial para ela.
Então liguei no aeroporto para saber o horário do vôo, fui ao campus, peguei as
passagens e estou aqui. Saí de lá exatamente seis e quarenta, vinte minutos antes de
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começar a sua colação.”
“Você vai ter que voltar amanhã?”
“Pra ser mais exato hoje, pois já passa da meia noite. Meu avião sai quatro e meia da
manhã. Eu começo a dar o seminário as nove, mas ainda tenho que me arrumar.
Porém eu consigo chegar lá antes das oito. É certeza.”
Olhei ternamente em seus olhos, peguei suas duas mãos, juntei e as beijei.
“Obrigada por ter vindo. Não sabe o quanto estou feliz. Nem que você tenha que ir tão
cedo, nem que você tenha chegado aqui dez e meia e tenha perdido a colação, eu fico
muito feliz que tenha vindo para o meu aniversário.”
“Então minha criança faz dezoito anos... Não é mais uma menor completamente
incapaz.” Sorrimos e eu continuei beijando as suas mãos.
“Você vai dormir lá em casa?”
“Não.”
Subitamente chateada, soltei as mãos dele e deixei a frustração invadir o meu rosto.
“Por quê?” Enrijeci a testa, mostrando a minha insatisfação.
Eu queria mesmo saber o porquê dele não querer dormir lá em casa.
Já queria estragar a noite?
“Ai, Bella, você está muito impaciente.” Ele me abraçou e beijou minha testa
calmamente.
“Desculpe. É a situação recente... Alteração de hormônios.” Justifiquei.
Ele enrijeceu o corpo com o que eu disse, ficando um pouco tenso.
“Bella, amor da minha vida, tudo aconteceu muito rápido, e eu estou ainda diluindo...
isso não fazia parte dos meus planos...” Explicou, tenso.
“O que você quer dizer com isso? Eu não estou entendendo.” Afastei do abraço para
perguntar, arqueando as sobrancelhas com desagrado.
Esperamos tanto por isso e ele vem dizer que foi rápido e que não fazia parte dos
planos dele?
“Nossa, você está muito agitada. Eu já tenho tanta preocupação na cabeça para
resolver, tanta coisa para pensar. Venho te ver porque você é o meu lugar de paz,
mas você já quer discutir. É difícil!” Ele chateou-se, mas falou baixo, ainda abraçado a
mim.
“Eu vou me acalmar, prometo... Mas aonde você pretende dormir?” Encostei em seu
peito e ele pegou mechas de cabelos meu.
“Em um hotel no centro, perto do aeroporto. Assim eu acordo perto da hora de pegar
o avião. Todavia, você poderia dormir comigo lá, caso você quisesse.”
“Edward, por que está perguntando caso eu queira? Às vezes você me tira do sério.
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Como você pergunta para a sua namorada se ela quer passar uma noite importante
com você, afinal, vocês não se vêem há quase três meses? Ah, Edward, tenha
segurança. Você não tem que me perguntar se eu quero, já tem é que me informar
aonde vamos dormir.” Sei que fui dura, mas ele tem que se situar.
“Ok, fica aqui que eu vou falar com o seu pai.” Disse com o semblante sério.
Fui atrás dele. Ele percebeu e me esperou, envolvendo logo que eu cheguei os braços
em minha cintura até nos aproximávamos do bar no qual o meu pai tomava um drink.
“Tudo bem, Sr. Cullen?" Cumprimentou-o e meu pai correspondeu sorridente. "Bella
pode dormir comigo em um hotel no centro? Meu avião sai às quatro e meia da manhã
e eu gostaria de hospedar-me perto do aeroporto.”
Papai ficou calado, olhando para o copo, segundos depois respondeu:“Durma no meu
flat. Fica próximo do aeroporto também.” Propôs amigável.
“Eu não queria incomodar.” Edward abaixou o olhar e passou a mão no cabelo, sem
jeito.
“Não se preocupe com isso.” Papai respondeu completamente amistoso na resposta.
“Obrigado, Sr. Cullen, e até mais.” Edward apertou a mão do meu pai, desconcertado,
e saímos do salão.
Ele parou-me no estacionamento, encostando-me no carro e me abraçou.
“Bella, eu sei que o seu estado é um pouco desconfortável, mas eu queria que fosse
mais paciente comigo...Er, precisamos um do outro nesse momento.” Justificou sua
atitude anterior e beijou-me ternamente nos lábios.
Eu estava com uma saudade imensa e tentei aprofundar o beijo, apertando-me a ele,
todavia ele me continha. Mesmo ofegando, ele controlava o beijo com as mãos no
meu rosto.
Meu sangue já fervia pelo contato, então coloquei meus braços em seu pescoço e o
prendi, sem dar chances para ele escapar. Beijei-o calidamente, sentindo tudo arder;
essa noite eu iria dar tudo o que o nosso corpo pedia. Toda essa chama seria
acalmada.
Ele já estava enlouquecido e suas mãos se libertaram, passeando sobre mim e me

apertando.
Minutos se passaram, nosso ar faltou, e continuávamos naquela ânsia um pelo outro,

no entanto, então ele me afastou. Respirando pesado.
“Bella, acho que devíamos nos controlar. Tudo muda agora... Não acho que
deveríamos agir assim.”
Ele estava muito enigmático, levando tudo com muito exagero. Pensei, por um
segundo, que talvez ele estivesse nervoso e precisasse se acalmar.
“Então vamos logo que a noite vai ser curta.” Disse insinuantemente e entramos no
carro.
Passei em casa, escolhi uma roupa para mim, peguei os acessórios e roupas dele e
fomos para o flat.
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Ele estava distante e pensativo, e eu estava com muita expectativa, tensa e até um
pouco chateada com esse jeito todo cauteloso dele.
Entretanto, ele pegava a minha mão e beijava gentilmente, parecendo estar relaxado
enquanto dirigia meu carro. Portanto tudo sairia bem.
Entramos no quarto, tomamos banho, vesti um lingerie preto, que ele pouco notou, e
deitei.
Ele deitou de lado, em frente a mim, quieto, distante e abraçado a minha cintura com
o rosto em minha barriga.
Tínhamos pouco mais de três horas até ele ter que ir ao aeroporto, e ele parecia morto
e desinteressado em aproveitar a noite. Nem um beijo de verdade não me deu.
“O que há?” Alisei o seu cabelo e o seu rosto.
“Eu... estou com receios... Preocupado... não sei o que fazer...”
“Ai, Edward, é natural essa apreensão, as coisas acontecem normalmente... Tudo que
fizemos nos levou a chegar a isso... Você não vai ser obrigado a casar comigo por
isso.”
Ele, repentinamente, ergueu o corpo, aproximou-se do meu rosto e o segurou com as

duas mãos.
“Mas eu quero me casar com você.” Disse incisivamente. “ Eu só não sei como e nem
quando. Mas é o que eu mais quero.” Ele suspirou e fez uma careta de desgosto “Só
que está muito confuso para mim... estou meio perdido... Tudo aconteceu muito
rápido.”
“Se você quiser, eu posso...” Ele não me deixou terminar, colocando o dedo em minha
boca.
Por mim, poderíamos esperar mais um pouco, já que ele estava tão nervoso. De
repente, poderia ser semana que vem, já que será o aniversário dele...
“Você é louca, Bella?” Interrompeu com nervosismo aparente. “De jeito nenhum. É um
sonho... Só estou muito ansioso.” Ele deitou novamente, colocando seguidamente a
cabeça na minha barriga e beijou meu ventre, fazendo aquela parte tremer.
Eu não estava conseguindo entender o porquê dele estar ansioso. Se é um sonho, se

esperamos tanto por isso, por que ele estava agindo assim?
Senti um choque com a sua boca e já estava acesa, então ergui o corpo dando um
suspiro, sentindo um calor.
Ele devia querer me torturar, pois continuava com beijinhos carinhosos, lentos,
fazendo-me rir e expulsando o desejo que tinha iniciado.
“Eu te amo, eu te amo, eu te amo... eu nunca vou te abandonar... Nunca vou deixar
nada fazer mal a você.” Continuou com o rosto encostado em minha barriga, alisando
a cintura e beijando.
Fiquei olhando assustada para ele, que parecia estar tendo uma crise de deprê, com o
rosto mergulhado em tensão. Além disso, ele beijava estalado e não aprofundava.
818 de 1595 26/05/2011 20:45

Que coisa!!
Se ele soubesse o que eu queria!
Mesmo que eu estivesse nervosa com tudo, eu queria que ele aprofundasse o beijo,
queria que ele me beijasse grande, mordesse, uau! Só de pensar!
Mas o que via era que talvez ele não estivesse a fim hoje, ou estivesse com muita
pressão na cabeça por causa desse curso que está ministrando. Também podia ser
que estivesse chateado com o fato de ter que ir embora tão rápido.
Homens devem ficar meio pra baixo quando estão sobre pressão de alguma coisa.
Pensando assim, decidi não pressionar e continuei alisando o cabelo dele por minutos,
enquanto ele abraçava a minha barriga.
Não consegui entender os significados do anel que ele me deu, mas coloquei-o em
meu dedo e fiquei observando-o por minutos, tentando descobrir.
Percebi que realmente meu anjinho estava cansado, pois ele dormiu rápido.
Chamei-o, forçando seu braço pra que ele subisse. Ele veio, se encaixou em minhas
costas e voltou a dormir um sono cansado.Fiquei ali, matando a saudade do seu
cheiro, da sua respiração, passando os dedos em seus braços que estavam em volta
de mim, sentindo o seu calor em minhas costas. Virei de frente para ele, nos cobri e
entreguei-me ao sono.
Acordei com a luz clara entrando pela janela, olhei para o lado, e ele não estava mais
lá.
Avistei um bilhete próximo ao abajur, que ainda estava ligado.
“Desculpe pela noite... são crises que só o fato de estar perto de você acalmam.
Ainda que eu perca tudo nessa vida, o que tenho mais medo é de perder você... Eu
estou com receios. Nunca me vi em uma situação assim... de mão atadas... Mas pode
deixar...Tomarei uma atitude... Me espere... caso com você de qualquer maneira...
Hoje mesmo eu vou ligar para o seu pai.”
Nossa! Edward está surtando! Que neura é essa de casar? Ele não tem que casar
comigo ou falar com o meu pai só por que vamos fazer isso.
De qualquer maneira sinto muita a falta dele.
Não sei quando iremos nos ver novamente, não sei quando ele vem e nem se vai
passar alguns dias aqui nas férias.
O certo é depois ligar para saber.
O dia passou rápido, eu senti uma sensação de vazio, falta.
Dormi com o meu anjinho, passamos a noite abraçados e a saudade dele invadiu meu
coração, trazendo uma espécie de dor, uma preocupação com o que estava deixando
ele assim.
A noite seria é o meu baile, então, com saudade dele, organizei a roupa e fiquei
deitada, esperando dar dez horas para começar a me arrumar, afinal o baile começaria
as onze.
819 de 1595 26/05/2011 20:45

A porta do meu quarto abriu-se repentinamente e meu pai e Emmett entraram com
olhar fantasmagórico.
“Bella, Edward acabou de me ligar... Passou mais de meia hora comigo no telefone
contando a novidade.” Tinha um pouco de decepção na voz dele e uma ponta de
mistério. Ele parecia querer que eu completasse o raciocínio.
“Qual mesmo?” Levantei e sentei na beira da cama, com expectativa do que ele falaria.
Eu não estava conseguindo acreditar que Edward foi falar isso para o meu pai. Só por
que eles estavam ficando próximos agora, ele tinha que falar tudo? Que chato!
“Ele me disse tudo.” Pigarreou, desconcertado. “Eu pensei que vocês eram...
responsáveis.”
“E nós somos... Mas do que mesmo o senhor está falando?” Eu olhava para os dois
alternadamente, completamente perdida no assunto.
“Quantos meses?” Sentou-se ao meu lado e me encarou, parecia estar me estudando.
Nossa, ele agora estava falando coisa com coisa.
“Quantos meses o quê?”
Já estava assustada com o olhar deles.
“De gravidez. Edward me disse que você está grávida.” Fez uma careta impaciente.
“Por que ele foi falar isso pra você?” Minha voz saiu sem som. Não era exatamente
uma pergunta para o meu pai. Eu queria mesmo saber isso.
Fiquei boquiaberta, sem ação, quando mil pensamentos invadiram a minha cabeça.
Continua...
Notas Finais:
Mandem reviews
bjs
820 de 1595 26/05/2011 20:45

Capítulo 39- Dignidade escrita por BIA BRAZ

Capítulo 39 - Dignidade
Edward POV
Designo-me a tomar posição em meio a essa situação na qual nos encontramos.

Minhas responsabilidades não devem deixar de ser encaradas, e mesmo tendo
incertezas quanto ao futuro, se faz necessário como homem que sou que eu aja como
tal.
Portanto devo por o seu pai a par da circunstância a qual estamos, é provável que
ele nos dê uma direção a que caminho tomar.
“Sr. Cullen, Edward, tudo bem?”
“Sim. Como foi de viagem?”
“Foi boa.” Respondi e fiquei uns segundos calado, tomando coragem.
“O que foi? Algum problema entre você e Bella?”
“Não um problema, na verdade quase... er... eu não queria falar isso por telefone,
mas não deu tempo de conversarmos pessoalmente ontem...”
“Fale, meu filho.” Estava calma a sua voz, mas ele estava ficando ansioso.
Respirei fundo e finalmente falei: “É que em um determinado momento, eu me

descuidei e Bella está... esperando um filho meu.” Preparei-me para a repreensão.
Ele ficou calado uns instantes.
“Isso é uma surpresa... Pensei que fossem conscientes... Não é fácil criar filhos...
Não é fácil ter filhos tão jovens... Pensei que só Jéssica fosse descabeçada aqui em
casa.” Sua voz foi calma, mas impugnativa.
Eu realmente merecia esse discurso moral pela minha insensatez.
“Eu não sei o que falar.” A ocasião abateu-me, levando de mim a total sensação de
crença.
O que me abala é saber que não tenho respostas a dar, não posso dar garantias no
presente, não posso casar-me hoje com ela.
E embora a família dela seja moderna e não pense exatamente assim, sou o garoto
do interior, que sonha em criar os filhos, em casar com a mãe deles.
Porém sei que as minhas condições não são aceitáveis para assumir um filho e
manter-lhe, isso me frustra por completo.
Eu queria poder simplesmente tirá-la de casa e sustentá-la com dignidade.
Mas o que fazer quando isso não se passa de um mero sonho distante, ainda mais
com a realidade dura em minha frente.
A incredulidade ganhava vida e se apossava de mim, jogando em meu rosto a

minha falta voluntária contra o dever de ter nos resguardado disso.
821 de 1595 26/05/2011 20:45

Fui um insensato por completo, mas essa não é mais hora de contrição e sim de
levar em conta as obrigações de responder pelas minhas ações.
“E agora? O que pretendem fazer?” Ele acalmou a voz.
“Eu não sei. Não conversamos sobre isso ainda... O senhor sabe... Eu não posso
dar garantias para ela ainda.” Eu queria dizer tanta coisa, mas a minha voz só
conseguia revelar a minha descrença e tristeza.
O telefone ficou mudo alguns minutos e a veracidade das minhas próprias palavras
me melancolizaram.
Eu precisava conversar, sentia falta disso.
Há dias sofria com essa angústia, sem ao menos ter com quem falar.
Eu suspirei abatido pela insegurança. Ali, conversando com ele sobre isso, senti-me
como se uma linha corresse atrás de mim.
Em mim tinha um desejo enorme, uma aflição em mudar algo, em ter tido uma
história diferente.
Quem sabe se a minha vida tivesse sido um pouco diferente eu teria mais facilidade
de me decidir.
A minha personalidade foi afetada pela infância que tive e hoje os resquícios dessa
época tornam a minha natureza fraca, sempre com receios, principalmente
afetivamente.
Meu desejo era ter condições de simplesmente tomá-la pra mim e cuidar para
sempre dela, nem que eu tivesse que ser um caipira a vida toda no interior do país...
Se eu pudesse fazer pelo menos isso.
Mas como eu vou levar uma menina que tem um império para morar de aluguel com
um marido que não tem ao menos uma profissão?
Tudo me levava à beira do desespero, minha vontade era de simplesmente chorar

pelo meu ato impensado, pelo que eu não tive, pelo que eu não tenho e pelo que pelo
não vou ter.
Porque o desejo que habita em mim agora é de desistir de tudo e simplesmente ir

criar o meu filho.
Mas seu pai não permitiria que ela se casasse comigo nas minhas condições atuais.
E eu não quero meu filho crescendo longe do pai, também não quero simplesmente
deixar a mãe do meu filho ficar todo o tempo sozinha.
Porém, o que eu menos quero é ser sustentado por eles, pelo nome deles, pelo
dinheiro deles. Não por orgulho, mas para manter a minha dignidade que é só o que
tenho.
Depois de um minuto os dois calados e eu profundamente abatido.
“Edward, está bem?”
“Sim, senhor.”
822 de 1595 26/05/2011 20:45

“Não é novidade no mundo. Só pensei que planejariam melhor o futuro de vocês.”
“Eu lamento... Esse era o meu plano também, mas aconteceu... Não dá para voltar
atrás.” Suspirei exasperado.
“Tudo bem. Vou conversar com Bella agora... Edward, você sabe que não precisa
casar com ela por isso e nem ficar com ela por isso.”
Suspirei amargamente.
“Sr. Cullen, eu queria poder casar com ela, pois os dois são tudo que eu mais quero
nessa vida...” Minha voz embargou, a ausência de um diálogo comprometido
tornava-me mais fraco diante da situação.
“Fique calmo, filho. As coisas vão dar certo... Já sabem o nome?” Teve compaixão
em sua voz e ele quis quebrar o gelo no fim, agindo sugestivamente.
Sorri, pensando na ousadia da Bella escolher o nome do nosso filho, sozinha.
“Sim. Se for homem sim.” A imagem de uma criança vagou em minha mente e
tirou-me daquele ponto descrente em que eu estava.
“Só estou preocupado por que agora que ela ia começar a vida, faculdade, morar
fora, mas vou conversar com ela. Até mais.” Sua voz foi completamente calma e me
passou alívio.
**
Hoje é o baile dela, com certeza deve estar deslumbrante e empolgada, então ligarei
somente amanhã para falar como foi a conversa com o seu pai e para saber como foi a
conversa dela.
Bella POV
Fiquei olhando atônica para a cara do meu pai dizendo aquilo.
Ele não me dava bronca, tinha uma compreensão expressa em seu olhar mais
evidente do que quando a Jéssica revelou a sua gravidez.
Talvez ele estivesse um pouco decepcionado com o fato de ser exatamente do

Edward, uma pessoa que diz planejar o futuro, a pessoa que jogou na cara do Mike
que o mesmo não planejava.
Mesmo com todas as dúvidas que estavam em minha mente, tentei acalmar para
falar pausado.
“Pai... eu... não... estou... grávida.”
“Mas como não, filha? Edward acabou de me falar. Por que você quer esconder se
uma hora vai aparecer? Eu prefiro que seja sincera comigo.” Sua compreensão estava
muito suspeita de ver.
Será que ele estava gostando de ter um neto em comum com Esme?
Sinceramente eu queria saber da onde Edward tirou essa idéia?
823 de 1595 26/05/2011 20:45

Grávida, eu, virgem... Aiaiai.
“Pai, eu não estou.”
“Bella, não minta pra mim, sou seu pai e amigo. Admirei o fato do Edward ter me
contado, de ter sido sincero comigo e de ter feito o papel de homem mesmo que eu
perceba que ele está desnorteado, mas pelo menos ele conversou comigo. Seja
sincera comigo também.”
Fiquei irritada com o tom de acusação do meu pai, ele queria que eu assumisse uma
coisa que não era verdade.
Olhei minhas mãos sentindo o nervosismo e os olhares de especulação sobre mim.
“Pai, eu não posso estar grávida. Eu ainda não cheguei aos finalmente... sou
virgem...” Foi um murmúrio. Estava desconcertada em conversar sobre isso com
alguém. “...Sinceramente eu não sei por que ele está pensando isso.” Estava
constrangida por ter confessado algo tão íntimo e inesperado por eles, principalmente
pelo fato do meu pai saber que dormimos juntos há tantas noites.
Temi que eles viessem a duvidar da masculinidade dele.
Meu pai olhou-me sério, estudando-me.
Ele sabe que eu não gosto de mentir para ele, então Emmett se aproximou da cama
e me abraçou ao ver que meus olhos estavam úmidos e que eu olhava para o lado,
segurando as lágrimas que queriam descer de raiva.
“Ok. Então, você não está grávida.” Não era mais uma pergunta.
“Não.”
“Então avise para o seu namorado por que ele está desesperado com isso. Eu nunca
o vi tão apreensivo em todo o tempo que convivemos. Eu tive até a impressão que ele
estava se entregando ao abatimento.”
Meu pai saiu e Emmett ficou, abraçado comigo.
Amo o meu irmão e nesses dias que ele conheceu o amor amadureceu anos, está
compreensivo e amoroso novamente comigo.
“Vocês ainda não...” Interrompeu sugestivamente.
“Não.”
Ele levantou meu rosto e beijou minha testa.
“Pelo menos não sou só eu quem está na seca e com tesão encubado.” Sorriu.
“Ai, Emmett, Que horror!! Isso não se fala para uma mulher! Só você mesmo para
me fazer rir.”
“VOCÊS NÃO ACHAVAM QUE EU IA DEIXAR PASSAR ESSA?!” Ai meu Deus, era
Jasper quem entrava em meu quarto com aquela cara de fofoqueiro.
“Que coisa!! Você fica ouvindo a conversa dos outros agora é, seu pestinha?”
824 de 1595 26/05/2011 20:45

“ACHOU QUE IA PERDER UM BABADO DESSES? ESTÁ MENTINDO PARA CARL OU

MEU IRMÃO É BICHA MESMO?!” Sentou-se na minha cama, resfolegando de tanto rir.
“Jasper, seu irmão não é isso.”
“Então tu tá grávida??”
“AI MEU DEUS!!! ME ERRA!”
“Me explica, então tu é cabacin, ou seja, cabe assim, cabe assim kkkkk”
Ele fazia gestos obscenos com a mão e Emmett morria de rir.
“CRUZES!! SEU MOLEQUE PERVERTIDO!!” Gritei e levantei para empurrá-lo para

fora do meu quarto.
“BELLA, BEM QUE EU TE AVISEI, O MANÍACO É UMA FLORZONA. AQUELE JEITINHO

DELE NUNCA ME ENGANOU. ESSES CARAS QUE ARRUMAM A CAMA, LAVAM A LOUÇA,
CARA! TAVA NA CARA QUE ELE ERA BOIOLA. KKKK” Ele não saiu e ficou fugindo de
mim pelo quarto.
“PARE! NÃO TÁ VENDO QUE EU TÔ NERVOSA!!” Estava perdendo a paciência com o

moleque.
“É a seca, né Emmett?? Ou meu irmão é bicha ou ele é brocha. kkkkk”
“Nenhum dos dois seu moleque atentado!”
“Ah, então você tá grávida, pô, que confusão é essa? Vai me dizer que daqui uns
dias vamos ter outro bebê com cara de joelho igual o filho do Mike. Fala pra mim,
irmãzinha, todo bebê é esquisitin assim??”
Não consegui me conter e o bom humor do Jasper me invadiu.
“Cara, eu só espero que meu irmão não fique folgado como Mike, PQP!! Nunca vi
um cara comer e dormir assim na casa dos outros!!”
Me acabei de rir do louco do Jasper e sentei na cama, já faltando o ar de ver ele

falar uma coisa que ninguém tem coragem nem de tocar.
Ele percebeu que eu não ia mais atrás dele e sentou-se também.
“Fala sério, Bella, eu vou ser titio?” Ficou sério.
“Não, Jasper. Foi um mal entendido.”
Ele colocou as mãos no queixo e levantou as sobrancelhas.
“Então aquela conversa que eu ouvi aqui no quarto é verdade, realmente você é
virgem?” Estava agindo diferente, muito sério para ser Jasper.
“Sou, por enquanto eu sou.” Afirmei despreocupada.
“KKKK!!! VOU CONTAR PARA TODOS OS NOSSOS AMIGOS QUE DUVIDAVAM DA

SEXUALIDADE DELE KKKK!! BEM QUE OS VIZINHOS FALAVAM, ENGOMADINHO
DEMAIS!!! CALADINHO DEMAIS, ERA UMA BONECA QUERENDO SAIR DO ARMÁRIO!!
KKKK”
825 de 1595 26/05/2011 20:45

Voei no pescoço dele, brincando, fingindo que ia enforcar.
“VOCÊ NÃO VAI FAZER ISSO!!”
“QUERO VER QUEM VAI ME IMPEDIR, VOCÊ SUA BANDIDA TARADA?!!?”
“Eu ligo para ele e conto que você quer fazer isso, aí eu quero ver as broncas que
você vai levar.” Ameacei divertindo-me.
“Tô nem aí, ele não é meu pai.” Fez pouco caso, repuxando os lábios.
“Ah, não?”
Ele pensou um pouco.
“Ah, bandida, você agora vai fazer chantagem? Tudo bem, eu só não conto pra
ninguém se você me der aquela filmagem que eu estou chorando igual moça no meu
aniversário. Se não, todos vão saber que eu tenho um irmão que envergonha a
família.” Foi cínico na proposta.
Levantei, peguei cartão de memória da filmadora e dei para ele.
“Some daqui, seu atentado!”
Ele saiu fazendo careta de vitorioso e desmunhecando, fingindo imitar o irmão.
O Emmett só nos observou.
A vinda do garoto ao meu quarto mudou o meu humor e eu comecei a enxergar

tudo pelo lado engraçado.
“Vocês dois parecem duas crianças. Por que ele fala que você é irmã dele?”
“Por que eu sou.” Sorri e deitei, pensando na minha resposta.
Ele não deu mais assunto e se levantou.
“Vamos, mana, se arrume que hoje é seu baile.” Sorriu e me abraçou. “E eu acho
que é melhor você ligar para o seu maníaco, como diz Jasper, acho que ele tá
pirando.” Gargalhamos juntos da situação.
Com certeza agora Emmett ia confirmar toda a história para o meu pai, dizendo que
eu realmente era virgem.
Só não entendi o porquê do Edward estar pensando isso.
Mesmo assim gostei da idéia de saber que ele pensa isso, tudo me impulsionava a
aproveitar da situação e fazer travessuras, brincando com o seu juízo já perturbado.
Não liguei para ele, deixei para ligar no dia seguinte, por hoje minha adrenalina ficou
alta e a minha vontade era de simplesmente dançar.
Eu me animei, usei um vestido de festa longo e vermelho de alças, e dancei a noite

toda.
Tirei muitas fotos e voltei para casa muito cansada, porém muito alegre.
Minha família era ótima, o moleque aqui em casa era muito animador, e Emmett,
826 de 1595 26/05/2011 20:45

como a Rosalie não pode vir, dançou bastante comigo.
Enfim, um baile feliz.
O dia seguinte era sábado, então mandei as fotos da festa para ele por e-mail e a
tarde ele pediu para eu ficar on-line.
“Oi!”
“Oi.”
“Seu pai conversou com você?” Lembrei do assunto e tive vontade de rir.
Na verdade achava uma boa idéia levar a história adiante.
“Sim.”
“E?” Ele estava ansioso.
“Está tudo bem.” Eu estava leve.
“Dançou muito essa noite, ou melhor, você está se cuidando?” Seu olhar estava
terno, doce, zeloso.
Sinceramente eu não entendo por que ele tem essa dificuldade de falar abertamente
de problemas que não tem solução. Estava parecendo aquela mesma tarde em que ele
achava que tínhamos chegado aos finalmente e ele não sabia.
Pois eu ia atentar, ia perturbar. Ele tem que enfrentar isso... eu não seria a
psicóloga se não trabalhasse na personalidade dele.
“Sim. Estou me cuidando.”
“Ah... então tudo bem.”
Estávamos sem assunto. Ele esperava alguma manifestação minha, mas eu desisti
por enquanto de torturá-lo mais.
Ele continuou me olhando, planejando falar algo e eu calada, esperando o que ele ia
falar.
“Er... eu não sei o que falar ainda... Não sei o que fazer... Vou tirar mais essa
semana para resolver o que vou fazer... enquanto isso vamos deixar esse assunto de
lado... De qualquer maneira eu amo vocês, muito. Er... Você já tomou alguma decisão
em sua vida quanto aos seus estudos?”
As palavras dele, amo vocês, despertaram um interesse, um sonho de que fosse

verdade, de que realmente estivéssemos esperando um filho nosso. Aquilo mandou
uma lágrima aos meus olhos, e ele percebeu.
“O que foi?” Pareceu estar preocupado. “Está triste? Não fique assim, eu queria
tanto estar aí com você, não quero que a mulher da minha vida se entristeça com
nada. Tudo vai dar certo, de algum jeito vai dar, você sempre fala isso pra mim.” Era
egoísmo meu, mas eu estava gostando de vê-lo pensando que teríamos um filho e que
em breve estaríamos juntos, teríamos uma família e tudo daria certo. Reduzia a minha
827 de 1595 26/05/2011 20:45

dor em ter que esperá-lo por muitos anos. Agora as pequenas lágrimas estavam
aumentando, mas desciam de saudade, saudade de algo que não existiu, saudade de
algo que poderia existir. Como eu queria que fosse diferente, que as coisas fossem
mais fáceis para ele, para nós. Como eu não queria que ele ficasse trancado em pleno
sábado à noite em uma faculdade, sozinho, estudando por obrigação, se cobrando ser
o melhor.
Ele já entrava em desespero do outro lado.
“O que foi, Bella? Fale, se não eu vou ligar para o seu pai ir aí ver o que você tem.”
A preocupação dele era visível.
“Não é nada.” Limpei os meus olhos e olhei fixamente em direção a tela. “Edward,
me ouça... eu quero você. Eu não sei quando iremos ficar juntos, quando iremos nos
casar, mas eu espero você agora e sempre.” Sorri feliz e ele devolveu o sorriso.
“Vamos dormir juntos hoje?” Propus e deitei.
“Sim. Com certeza, mesmo tendo saído daí ontem eu sinto uma saudade sem fim de
você. Não sabe o quanto é insuportável para eu ficar sem você, ainda mais agora,
sabendo que precisa de mim.”
“Pra mim também é muito difícil.” Putz que coisa de hormônios era essas que
estavam me alterando toda?
Já tinham lágrimas de saudades nos meus olhos.
“Se eu pudesse iria para aí hoje, mas, eu não posso... Preciso tomar umas decisões
ainda antes de poder conversar claramente com você.” Tinha um pesar em sua voz.
“Teremos muitos dias juntos.” Eu sou responsável por passar fé em nosso

relacionamento, então tinha que assumir o meu papel.
“Espero.”
Aconcheguei na cama e encostei a cabeça no travesseiro. Ficamos um tempo só nos

olhando, depois senti o sono chegar e dei boa noite. Ele ficou lendo um livro.
MUSICA: AEROSMITH I don't wanna miss a thing
http://www.youtube.com/watch?v=MraBtAVRcjA
Eu poderia ficar acordado só para ouvir você respirar

Ver o seu rosto sorrindo enquanto você dorme
Enquanto você está longe e sonhando

Eu poderia passar minha vida inteira nessa doce entrega
Eu poderia me perder neste momento para sempre
Todo momento que eu passo com você
É um momento precioso
Não quero fechar meus olhos

Não quero pegar no sono
Porque eu sentiria a sua falta, baby
E eu não quero perder nada
828 de 1595 26/05/2011 20:45

Porque mesmo quando eu sonho com você

O sonho mais doce nunca vai ser suficiente
E eu ainda sentiria a sua falta, baby
E eu não quero perder nada
Deitado perto de você, sentindo o seu coração bater

E imaginando o que você está sonhando
Imaginando se sou eu quem você está vendo
Então eu beijo seus olhos e agradeço a Deus por estarmos juntos
Eu só quero ficar com você
Neste momento para sempre, para todo o sempre
Não quero perder um sorriso

Não quero perder um beijo
Bom, eu só quero ficar com você
Aqui com você, apenas assim
Eu só quero te abraçar forte
Sentir seu coração perto do meu
E ficar aqui neste momento
Por todo o resto dos tempos
Acordei no dia seguinte com o pc ainda ligado em minha frente e a imagem do

Edward lendo em seu quarto. Logo ele virou-se para me olhar com um sorriso no
rosto.
“Bom dia.”
Tampei meu rosto com o lençol.
“Já disse que você é linda hoje?”
“Não lembro...” Sorri.
“Você é linda. Então tire esse pano do rosto e deixe-me ver a mulher que vai
acordar comigo todos os dias da minha vida.” Esfreguei os olhos e descobri o meu
rosto.
“Você pode descobrir o resto do corpo, por favor, para meus olhos terem um
colírio.”
“Hmm, já amanheceu assim?” Insinuei que ele quisesse fazer uso da rede para
satisfazer suas necessidades.
“Não viaja, Bella, olha o seu estado.”
Era de rir, como um homem tão inteligente faz um comentário desses!
“Meu anjinho inocente, vejo que você parou de fazer suas pesquisas nas revistas
femininas, só pode, para fazer um comentário bobo desses! Mas mudando de assunto,
nós vamos passar o dia juntos hoje?”
“Sim. Quero te ver o dia todo. Lógico que você tem que descer e se alimentar, mas
eu quero que você fique comigo o máximo de tempo possível. Hoje estou carente de
você... Mas como eu vou ler uns livros, você não precisa ficar a minha disposição, só
precisa ficar aí para eu te ver. Assista TV, leia um livro, eu só quero que fique aí.”
829 de 1595 26/05/2011 20:45

Devia estar carente mesmo.
Passei o dia entre subidas e descidas, assistindo TV, comendo no quarto.
Fiquei com dó do meu anjinho, ele me mostrava como passa os fins de semana
trancafiado em um quarto.
Geralmente nos fins de semana ele saía para comer, a única hora do dia que ele
fazia isso, sair, mas hoje ele pediu comida para não passar um minuto longe de mim,
fiquei toda boba com essa atitude.
Enfim o dia passou e a noite eu saí com Alice e Jasper para comermos.
Quando voltei, ele ainda estava lá, lendo e com um monte de livro espalhados na
cama enquanto fazia anotações. Vez ou outra pegava em um e em outro livro. Achei
lindo o seu esforço.
Troquei de roupa e deitei.
Ele perguntou-me como foi o passeio, depois voltou ao que estava fazendo. Às
vezes ele olhava-me ternamente, sorria, me chamava de vez em quando em horas
que eu estava distraída com a TV, eu mandava sorrisos e beijinhos, e assim foi, até
que adormeci.
No decorrer da semana passamos quase todo o tempo assim. Quando ele chegava
à tarde, falava como foi o dia e ia ler, ficando on-line comigo. Toda hora
conversávamos, eu levei o meu teclado para o meu quarto e ficava tocando enquanto
ele lia, outras horas eu assistia TV, ou tocava um pouco de violão, mas o importante
era que eu ficasse o máximo de tempo com ele.
Quarta feira um dia antes do aniversário dele.
Eu precisava ir à capital, era aniversário dele e eu queria que este dia fosse especial
para ele. Ele merecia isso.
Também estava disposta a acabar com a brincadeira, mas como era algo que ele
estava acreditando realmente, eu queria falar pessoalmente.
Pedi ao meu pai para ir à capital e ele liberou, então tinha que preparar tudo hoje
para viajar amanhã.
Adaptado Bia - Depilação.
“Tenta sim. Vai ficar lindo.” Jéssica deu a dica mostrando a sua.
Foi assim que decidi, por livre e espontânea pressão da minha irmã, me render à
depilação na virilha com cera.
Ela disse que eu ia me sentir muito mais sexy.
Disse que ele ia amar, que eu nunca mais ia querer outra coisa.
Eu imaginava que fosse doer, porque ela, ao menos, me avisou que isso
830 de 1595 26/05/2011 20:45

aconteceria.
Mas não esperei que por trás disso, e bota por trás nisso, houvesse toda uma
indústria pornô-ginecológica-estética.
- Oi, queria marcar depilação com a Vânia.
- Vai depilar o quê?
- Virilha.
- Normal ou cavada?
Parei aí. Eu lá sabia o que seria uma virilha cavada. Mas já que era pra fazer, quis
fazer direito.
- Cavada mesmo.
- As... Deixa eu ver...14h?
- Ok. Marcado.
Almocei coisas leves, porque sabia lá o que me esperava, coloquei roupas bonitas,
assim, pra ficar chique. Escolhi uma calcinha apresentável. E lá fui. Assim que cheguei,
Vânia estava esperando. Moça alta, mulata, bonitona. Oba, vou ficar que nem ela,
legal. Pediu que eu a seguisse até o local onde o ritual seria realizado. Saímos da sala
de espera e logo entrei num longo corredor.
De um lado a parede e do outro, várias cortinas brancas. Por trás delas ouvia
gemidos, gritos, conversas. Uma mistura de Calígula com O Albergue. Já senti um frio
na barriga ali mesmo, sem desabotoar nem um botão.
Eis que chegamos ao nosso cantinho: uma maca, cercada de cortinas.
- Querida, pode deitar.
Tirei a calça e, timidamente, fiquei lá estirada de calcinha na maca. Mas a Vânia mal
olhou pra mim. Virou de costas e ficou de frente pra uma mesinha. Ali estavam os
aparelhos de tortura. Vi coisas estranhas. Uma panela, uma máquina de cortar cabelo,
uma pinça. Meu Deus, era O Albergue mesmo. De repente ela vem com um barbante
na mão.
Fingi que era natural e que sabia o que ela faria com aquilo, mas fiquei surpresa
quando ela passou a cordinha pelas laterais da calcinha e a amarrou bem forte.
- Quer bem cavada?
- É... é, isso.
Vânia então deixou a calcinha tampando apenas uma fina faixa da... tudo bem...
não tem um nome carinhoso de meu órgão, como devo apresentar...
- Vai doer um pouco.
- Ah, sim, claro. - Claro nada, não entendia bulhufas nenhuma do que ela fazia. Mas
confiei.
831 de 1595 26/05/2011 20:45

De repente, ela volta da mesinha de tortura com uma espátula melada de um líquido
viscoso e quente (via pela fumaça).
- Pode abrir as pernas.
- Assim?
- Não, querida. Que nem borboleta, sabe? Dobra os joelhos e depois joga cada
perna pra um lado.
- Arreganhada, né?
Ela riu. Que situação! E então, Vâ passou a primeira camada de cera quente em
minha virilha virgem. Gostoso, quentinho, agradável.
Até a hora de puxar.
Foi rápido e fatal. Achei que toda a pele de meu corpo tivesse saído, que apenas
minha ossada havia sobrado na maca. Não tive coragem de olhar. Achei que havia
sangue jorrando até o teto. Até procurei minha bolsa com os olhos, já cogitando a
possibilidade de ligar para o 911. Tudo isso buscando me concentrar em minha
expressão, para fingir que era tudo supernatural.
Vânia perguntou se estava tudo bem quando me notou roxa. Eu havia esquecido de
respirar. Tinha medo de que doesse mais.
- Tudo ótimo. E você?
Ela riu de novo como quem pensa “que garota estranha”. Mas deve ter aprendido a
ser simpática para manter clientes. O processo medieval continuou. A cada puxada eu
tinha vontade de espancá-la. Lembrava de minha irmã recomendando a depilação e
imaginava que era tudo uma grande sacanagem, só pra me fazer sofrer. Todas
recomendam a todas porque se cansam de sofrer sozinhas.
- Quer que tire dos lábios?
- Não, eu quero só virilha, bigode não.
- Não, querida, os lábios dela aqui “ó”. - Não, não, pára tudo. Depilar os tais
grandes lábios ? Putz, que idéia!
Mas topei. Quem está na maca tem que se lascar mesmo.
- Ah, arranca aí. Faz isso valer à pena, por favor. - Não bastasse minha condição, a
depiladora do lado invade o cafofinho de Vânia e dá uma conferida na...
- Olha, tá ficando linda essa depilação.
- Menina, mas tá cheio de encravado aqui.
Olharam de perto. Se tivesse sobrado algum pelinho, ele teria balançado com a
respiração das duas. Estavam bem perto dali. Cerrei os olhos e pedi que fosse um
pesadelo. “Me leva daqui, Deus, me teletransporta”. Só voltei a terra quando entre uns
blábláblás ouvi a palavra pinça.
- Vou dar uma pinçada aqui porque ficaram um pelinhos, tá?
832 de 1595 26/05/2011 20:45

- Pode pinçar, tá tudo dormente mesmo, tô sentindo nada.
Estava enganada. Senti cada picadinha daquela pinça filha da mãe arrancar
cabelinhos resistentes da pele já dolorida. E quis matá-la. Mas mal sabia que o motivo
para isso ainda estava por vir.
- Vamos ficar de lado agora?
- Hein?
- Deitar de lado pra fazer a parte cavada.
Pior não podia ficar. Obedeci à Vânia. Deitei de ladinho e fiquei esperando novas
ordens.
- Segura a nádega aqui?
- Hein?
- Essa banda aqui de cima, puxa ela pra afastar da outra banda. - Tive vontade de
chorar. Eu não podia ver o que Vâ via. Mas ela estava de cara para ele, o olho que
nada vê. Quantos haviam visto, à luz do dia, aquela cena? Nem minha ginecologista.
Quis chorar, gritar. Fiquei pensando nela acordando à noite com um pesadelo. O
marido perguntaria: - Tudo bem, Vâ?
- Sim... sonhei de novo com o traseiro de uma cliente.
Mas de repente fui novamente trazida para a realidade. Senti o aconchego falso da
cera quente besuntando meu Twin Peaks. Não sabia se ficava com mais medo da
puxada ou com vergonha da situação. Sei que ela deve ver mil desses por dia. Aliás,
isso até alivia minha situação.
Por que ela lembraria justamente do meu entre tantos? E aí me veio o pensamento:
peraí, mas tem cabelo lá? Fui impedida de desfiar o questionamento. Vâ puxou a cera.
Achei que a nádega tivesse ido toda embora. Num puxão só, Vâ arrancou qualquer
coisa que tivesse ali. Com certeza não havia nem uma preguinha pra contar a história
mais.
Mordi o travesseiro e grunhi ao mesmo tempo. Sons guturais, xingamentos, preces,

tudo junto. “Vira agora do outro lado”. Putz... por que não arrancou tudo de uma vez?
Virei e segurei novamente a bandinha. E então, piora. A bruaca da salinha do lado
novamente abre a cortina.
- Vânia, empresta um chumaço de algodão? - Apenas uma lágrima solitária escorreu

de meus olhos. Era dor demais, vergonha demais. Aquilo não fazia sentido. Estava me
depilando pra quem? Ninguém ia ver isso tão de perto daquele jeito. Só mesmo a
Vânia. E agora a vizinha inconveniente.
- Terminamos. Pode virar que vou passar maquininha.
- Máquina de quê?! Dói?
- Dói nada.
- Tá, passa isso ae...
833 de 1595 26/05/2011 20:45

- Baixa a calcinha, por favor. - Foram dois segundos de choque extremo. Baixei a
calcinha, como alguém fala isso sem antes pegar no peitinho? Mas o choque foi
substituído por uma total redenção. Ela viu tudo, da frente atrás. O que seria baixar a
calcinha? E essa parte não doeu mesmo, foi até bem agradável.
- Prontinha. Posso passar um talco?
- Pode, vai lá, deixa a bicha grisalha.
- Tá linda! Pode namorar muito agora.
Namorar... namorar... eu estava com sede de vingança. Admito que o resultado

seja bonito, lisinho, sedoso. Mas doía e incomodava demais. Quis matar minha irmã.
Quis virar feminista, protestar contra isso. Quis fazer passeatas, criar uma lei
antidepilação cavada. Queria comprar o domínio
www.preserveasvaginaspeludas.com.br
FDP!! Foi a mulher que inventou a cavadinha.
Quinta feira-oito de dezembro - niver Edward
Liguei para Ryan, pedindo que ele me ajudasse com a surpresa e ele concordou
muito empolgado.
Peguei o vôo de oito da manhã, repassei mentalmente tudo que eu tinha que ter
feito e levado, logo, tudo em ordem, não esqueci nada.
Ontem mesmo fui a uma loja de lingerie e fiz umas pequenas comprinhas me
preparando para o fim de semana.
Depois cheguei em casa e pedi para a secretária arrumar.
Enfim, quanto a isso não tenho com o que me preocupar.
Desci no aeroporto e a primeira coisa que fiz foi alugar um carro, em poucos
minutos eu iria me encontrar com Ryan, que está de recuperação e teve que ficar na
Universidade para assistir os seminários do Edward.
Cheguei à Universidade, e ela estava lotada de carros em pleno oito de dezembro,

então achei uma vaga, estacionei e liguei para Ryan, esperando ele em frente ao
portão principal.
“Oi! Veio se dar de presente para o cérebro?” Ryan me abraçou e rodou comigo.
Eu sorri do comentário com duplo sentido.
“Pois é. Obrigada por estar me ajudando.”
“Você quer ir agora ou quer assistir Edward nos últimos minutos de aula?” Soltou do
abraço e ficou analisando o meu rosto.
Como eu queria assistir a uma aula dele, ver como é o seu desempenho em público!
“Mas ele vai me ver e estragar a surpresa.”
834 de 1595 26/05/2011 20:45

“O auditório é escuro e essa sua roupa folgada está te escondendo.” Já puxou a

minha mão me conduzindo a um corredor.
O auditório era pequeno, para cerca de umas trezentas pessoas, mas estava cheio.
Ryan disse que tinha seminários em outros auditórios também.
Sentamos nas últimas cadeiras e estava escuro lá atrás, então relaxei para ouvir
sobre o que ele falava.
Ele estava lá, de terno, falando em um tom alto e claro, alguém completamente
consciente do que fala. “...desafia o conhecimento convencional com estudos
demonstrando que propriedades administradas por usuários como áreas madeireiras e
ativos de pesca freqüentemente eram melhor administradas do que as teorias padrões
previam...” Tive orgulho do meu embaixador, ele sabe o que quer e faz o que gosta.
Estava linda a sua aula, chamando a atenção, tive que fechar a boca para não babar
só de ouvir sua voz rouca e pausada. Minha vontade era sair correndo naquele
auditório e voar em seu pescoço. “... A visão anteriormente aceita era de que a
propriedade comum era má gerenciada e deveria ser ou centralmente regulada ou
privatizada... mas hoje vemos que análises econômicas podem esclarecer a maioria
das formas de organização social...”
O meu orgulho dele só me induz a apoiá-lo cada dia mais em seu sonho. Não há
jeito, mesmo que continuemos sofrendo com a distância, não tem como não fazer
investimento nesse intrépido líder que eu amo.
“Vamos Ryan, deve estar acabando a aula.”
“Acho que em quinze minutos. Então vamos.”
Saímos do auditório e eu fui ao carro pegar o boné, a jaqueta e minha mochila.
Deixei minha mala no carro e Ryan entrou, vendo se estava tudo certo e eu fui
atrás.
Fiquei nervosa, como da última vez que estive aqui, mas ao entrar naquele quarto,
sentir o seu cheiro e um pedaço dele ali, meu coração se encheu de alegria.
Fiquei completamente satisfeita de ter vindo, de ter atravessado o país para fazer o
meu namorado um pouco mais feliz no dia do seu aniversário, quando a vida dele é
tão difícil.
Tomei banho rápido, me vesti, perfumei, arrumei o cabelo e pronta.
Ouvi o barulho das chaves, então corri para o banheiro.
Preocupei-me, pois ele, com certeza, sentiria o cheiro do perfume, sabonete e

xampu.
Mesmo assim, não me permiti ficar nervosa ao extremo, só um pouquinho.
Percebi que ele entrou, jogou alguma coisa na mesa, pelo barulho trocava de roupa,
então olhei as horas, com certeza ele iria sair para almoçar, então eu teria que sair
rapidamente.
Ele estava de costas para a porta do banheiro, então saí devagar, um pouco
apreensiva e meio desconcertada, mas eu não querendo desistir.
835 de 1595 26/05/2011 20:45

Ele olhou para mim e ficou branco, parado.
Comecei a andar, chegando perto dele lentamente, ele não disse nada.
Então me encostei a ele e o empurrei lentamente para a cama, sentando no colo

dele.
“Bella!!! O que é isso? Como você entrou? O que está fazendo aqui?” Ele ficou
desorientado.
“Feliz aniversário!”
Edward POV
Entrei no quarto sentindo um cheiro diferente, o perfume de Bella, o cheiro forte

dela, mas procurei dominar a minha mente, pois ela queria me levar à alucinação logo
cedo. Então balancei a cabeça, tentando dissipar o cheiro e troquei de roupa para sair
e almoçar no refeitório da Universidade.
Estava pegando o cartão na carteira, quando me virei e deparei-me com uma

alucinação visual.
Putz! Ficar trancado nesse quarto estava me deixando um louco.
Via claramente ela no meu quarto, vestida de... acho que era de diabinha.
A roupa era vermelha, brilhosa, justa, com os seios fartos a mostra, uma abertura
na barriga, uma calcinha minúscula, uma meia e um sapato de salto.
Nossa, estava assim... como posso dizer... sexy, apetitosa ao extremo... Ao ponto
de deixar um louco como eu, demente por completo.
Nunca os devaneios da minha mente tinham vagado tão próximos do real. Assim
com as alucinações, a imagem projetada pelo meu cérebro hoje era nítida.
Então ela foi chegando lentamente eu me deixei levar por aquela visão.
Sonhar em fazer amor com a mulher que eu amo não é infidelidade, é?
Ela veio em minha direção, chegando perto, perto, e eu já imaginava

antecipadamente o que ia fazer com ela, iria pelo menos em sonho me acabar ali
dentro, beijar pedacinho por pedacinho, cometer orgias intermináveis.
Meu corpo estava gostando de ver aquilo e se animava.
Com uma fantasia assim, não era amor que eu ia fazer, já me imaginava um animal
mordendo-a libidinosamente, sem pudores, um louco total.
Putz, tinha um lado selvagem e promíscuo meu que estava vindo a flora e eu não
estava conseguindo dominar.
Mas quantas dúvidas me invadiam! Será que era errado ter esses desejos aflorando
tão poderosamente somente com uma alucinação? Estava tudo tão a flor da pele que
causava sensações elétricas intensas, nem acreditei que isso fosse possível.
836 de 1595 26/05/2011 20:45

Talvez eu devesse sair, fugir do quarto tentador, de repente esses pensamentos não
fossem certos, afinal minha Bella real estava grávida de mim e eu estava tendo
fantasias eróticas com a sua imagem.
Por que? Justo a imagem dela que mais me atormenta como homem foi aparecer, a
de diabinha da minha vida.
Ela foi chegando perto, perto e eu já estava ficando sem ar.
Putz, tenho que me controlar.
Então ela assoprou em meu rosto, encostou o corpo em mim e me empurrou na

cama.
Mas como uma fantasia podia ser tão quente e ter peso? Como acordando de um
transe, pisquei, sacudi o rosto e fui despertado.
“Bella!! O que é isso? Como você entrou? O que está fazendo aqui?” Perguntei
exasperado.
“Parabéns!”
Deitou em cima de mim e me beijou quente, como uma louca, desesperada.
Eu, já mais que estimulado, correspondi, apertando-a a mim, passando as mãos

naquelas peças excitantes e propositais.
Não satisfeito dela, pus-me sobre ela, sem palavras, sem perguntas, só com a
loucura do nosso corpo que queria acalentar a saudade dos dias longe.
Beijei sei pescoço, ombros, braços, mordiscando, e mesmo que a roupa estivesse
perfeita nela, minha vontade era rasgá-la, despi-la completamente para que eu
pudesse deslizar meus lábios por seu corpo.
As coisas ficaram rápidas pela saudade que tínhamos um do outro, em um tom bem
claro, a necessidade física clamando por alívio imediato pelos meses de acúmulo,
então abaixei o zíper de sua roupa beijando entre os seus seios.
Repentinamente, um lampejo de consciência lançou-me de volta a realidade da

minha vida, dizendo que eu não deveria agir assim com a mulher que espera um filho
meu.
Eu deveria respeitá-la, não?
Parei, tomando consciência e deitamos de lado.
Encostei a cabeça entre os seus seios, enquanto eu voltava a noção lentamente.
“Por que parou?” Disse por entre arfadas.
“Por quê? Pelo óbvio, você é uma pessoa em estado delicado.” Afastei para olhá-la.
“O quê que tem? Eu gosto disso... Fazer isso faz parte dos meus planos.”
Senti minha respiração calma, e eu já tinha me controlado completamente.
“Não há mais planos a serem seguidos depois dessa peça que a vida nos pregou.”
837 de 1595 26/05/2011 20:45

Abaixei o olhar abatendo-me pelo fato ser de como foi.
Como posso ter permitido que minha namorada engravidasse sem ao menos termos
efetivado o ato?
Só eu mesmo com a minha infantil experiência!
Ela me afastou e sentou-se na cama com o olhar meio perdido.
“Como assim? Que negócio é esse de não seguir planos?”
Sentei olhando para as minhas mãos.
“Sinceramente, eu não tenho como seguir os meus planos com você esperando um
bebê. Embora eu não saiba bem como vai ser a nossa vida, eu só queria ficar perto
dele e de você. Eu fico pensando em arrumar um emprego, ou em último caso pedir
um emprego para o seu pai de jornaleiro, operário, ou seja lá o que for. Eu só não
quero ser uma pessoa indigna, sustentado pela mulher e pela sua família. Também
não quero ficar longe de você e do meu filho. Eu já tenho certeza disso há dias, já
tomei essa decisão dias atrás, só estava tentando me acostumar com a idéia.”
Referia-me ao fato de ainda ter prosseguido com os seminários e não ter exposto
minha decisão a ela até esse presente momento.
“Quer dizer que você vai desistir do futuro que você lutou tanto pra ficar perto de...
nós?” Seu tom no fim saiu mais baixo.
“É.” Respondi como se fosse o esperado.
Ela segurou o meu rosto em suas mãos e o levantou, olhando profundamente em

meus olhos.
“Eu nunca permitiria isso, Edward. Não! Fora de cogitação. Você vai buscar o seu
sonho! Eu nunca faria isso com você, pois daqui a alguns anos você seria um homem
muito frustrado por ter abandonado a faculdade por causa de um filho. Não! Nem se
eu estivesse grávida de verdade.”
Fiquei perplexo com a informação que ela deu no fim.
“Como assim nem se eu estivesse grávida de verdade?” Estava completamente

perdido na conversa.
Ela pegou em meu rosto e beijou carinhosamente.
“Eu não estou. Você entendeu tudo errado. Não sei de onde você tirou essa idéia,
mas eu não estou.” Ela estava calma e doce, alisando o meu rosto com olhar terno.
“Mas por que foi á médica da Jéssica? Por que fez exames?” Eu fiquei desnorteado,
sem noção do que se passava.
“Sabia que mulheres vão ao ginecologista? Eu fui consultar, fazer exames, coisas de
mulher. A médica dela é ginecobstetra. Ou seja cuida de mulheres grávidas e mulheres
normais.”
Explicou pausadamente, com uma ponta de humor.
“Mas e a mudança de humor repentina? E a alteração de hormônios que você disse

que estava?”
838 de 1595 26/05/2011 20:45

Eu ainda fiquei disperso e desacreditado de tudo, surpreso e até frustrado.
“Justamente. Estou usando remédios que são hormônios. Portanto, nada de

gravidez e você segue com os seus planos.” Ela sentou-se no meu colo com os olhos
brilhando. “No fundo, bem no fundo, eu queria que fosse verdade. Saber que eu
viveria como uma caipira feliz os restos dos meus dias com você, sem o seu poder,
sem as distâncias que ainda vamos enfrentar. Mas você vai continuar, você vai atrás
do seu sonho, e eu vou estar sempre esperando por você.” Foi determinada em sua
declaração.
Tudo ainda estava embaralhado em minha cabeça. Horas atrás eu pensava que
estava me despedindo do mundo universitário, preparando-me para encarar a vida
simples com a mulher que eu amo e com o meu filho, agora ela diz que não é isso.
Não sei se devo ficar triste ou feliz.
Sonhei tanto com esse bebê esses dias, com essa gravidez, com essa criança
crescendo...
De qualquer maneira ela está aqui, então devo ficar feliz por estarmos juntos nessa
vida e por termos oportunidades futuras de gerar quantos filhos quisermos.
“Então, Carl neto ainda vai esperar um pouco.” Disse-me ela e beijou-me
ternamente no rosto, abraçando-me.
Bella POV
Permanecemos abraçados e calados, ambos com o pensamento longe, mas

estávamos repletos de carinho e aconchego um no outro.
Quando começamos a conversar, mais cedo, seu olhar estava aflito, dava para
notar.
No fundo eu sei que ele quer o sonho dele, mesmo que agora entre o amor por nós,
eu e o suposto filho, e o poder que ele busca, ele tenha escolhido o amor.
No fundo eu sei que não era uma escolha real. Não era a escolha que satisfaria a
sua alma.
Ele não pode escolher o amor, se ele não tem o poder.
Apesar que, ele poderia simplesmente não me querer e continuar perseguindo o

sonho, pois ninguém é obrigado a casar por gravidez.
Ele sabe que eu tenho condições de sustentar-me e tenho família.
Mas ele escolheu abandonar tudo por mim, mesmo assim.
Entregando-se quem sabe a uma vida simples, de trabalhador simples, embora isso
não fosse acontecer realmente, porque o meu dinheiro será dele também, mesmo que
ele demore a aceitar e mesmo que isso vá contra os seus princípios morais.
O que me deixa feliz é que ele aceitou se sujeitar as incertezas de futuro garantido
que ele tanto busca, por causa de um amor.
839 de 1595 26/05/2011 20:45

ENTÃO... SEU AMOR POR MIM É NÍTIDO.
Ele acariciava o meu rosto, como se eu fosse um presente real e beijava-me terno
no cabelo.
“Você vai passar quantos dias aqui?” Abraçava-me contido de saudade, então me
colocou em seu colo como criança.
“Até domingo. É seu aniversário e como eu NÃO posso COMPRAR os presentes que
eu queria dar, resolvi comprar esse, mas pelo jeito você não quer usar.” Olhei
insinuante para a roupa que eu estava.
Ele beijou levemente a minha barriga e alisou o meu rosto ternamente, apaixonado.
“Meu presente é você. Você é o que eu podia ter de mais importante. Amei a roupa,
mas só o fato de você vir alegrar a minha vida já é perfeito. Depois faço uso de despir
essa roupa em você. Agora vou sair, resolver umas coisas e comprar comida.”
“Como assim? Vai me deixar só aqui?” Não entendi.
Levantou e pegou sua carteira com um sorriso no rosto.
“Trouxe vestidos?”
“Sim. Por quê?” Não estava entendendo.
Ele se inclinou para alcançar o meu rosto e beijou-me levemente.
“Bella, é meu aniversário. Vamos sair para jantar.” Respondeu como se fosse óbvio.
“Mas como eu vou sair daqui arrumada?”
“Mais tarde decidimos. Deite aí na cama que daqui a pouco chego. Você alugou um
carro, né? Empresta-me a chave.” Entreguei a chave e ele saiu.
Tomei banho novamente e deitei na cama pensando em o que ele tinha ido fazer.
Edward POV
Deixei o campus e direcionei-me ao Condado de Airlington, hotel Crystal.
Eu tinha me decidido por ela, mesmo sentindo-me total incompleto, por deixar algo
para trás. No popular: nadei, nadei e morri na praia. Um sonho frustrado.
Mas nada seria pior do que deixar um filho meu crescer com a ausência do pai.
Enfim, tudo voltou ao seu lugar, todos os pensamentos que rodeavam a minha
mente se dissiparam e posso voltar a olhar para frente sabendo que ela está ao meu
lado e apóia o meu caminho a seguir.
Com a sua vinda à Capital, que espero há um ano, resolvi reescrever uma noite que
para nós foi de tormenta.
É um dia importante, nossos planos voltaram aos seus caminhos, então vamos
comemorá-los com algo especial.
840 de 1595 26/05/2011 20:45

Vou passar todos esses dias desfrutando minimamente da presença da mulher que
eu escolhi.
“Por favor, o quarto 1011?” Entreguei a identidade e cartão magnético do banco

para a recepcionista.
“Quantas diárias?”
“Três.”
“Mil e quinhentos. Digite sua senha, por favor.”
Digitei e uma sensação inexplicável me invadiu.
Não consigo expor racionalmente, mas era um misto de satisfação, conquista,

dignidade.
Isso, é exatamente isso, dignidade por estar pagando algo importante para ela.
A garota que tem tudo, hoje vai ter uma noite arquitetada por mim.
E eu continuarei sendo o homem mais completo do mundo.
Tomei as providências necessárias para que a noite fosse reescrita e única para nós
dois, depois passei no restaurante chinês, comprei comida e voltei para o meu quarto.
**
“Chegou rápido.” Bella estava deitada na minha cama, vestida com uma camisa
longa minha e assistindo algo no notebook.
Ela recebeu-me com um sorrisão em minha direção.
Dei um beijo em seu rosto e preparei o nosso almoço, pois passavam das duas da
tarde. Almoçamos calados e deitamos.
Ela estava com uma expressão feliz, e acariciava o meu rosto continuamente.
Deitei-a em frente a mim e beijei várias vezes o seu rosto.
Ela me abraçou forte e passamos o restante da minha tarde ali, envoltos em uma
sensação de tranqüilidade.
No meu canto, no quarto onde tenho passado por diversas sensações nesses dois
anos.
O quarto em que eu descobri que não conseguiria viver sem ela, em que senti
saudade, paixão, perda, tortura, dor.
E hoje estamos aqui, abraçados, unidos, com expectativa de futuro, vivendo

intensamente a nossa união.
Dormimos um nos braços do outro.
**
“Faz assim, Bella, tome banho, apronte-se ao máximo e no carro você só veste o
vestido. Você sai daqui com a roupa que entrou, assim tem como disfarçar.”
841 de 1595 26/05/2011 20:45

“Tudo bem.”
Ela foi para o banho e levou suas roupas para se trocar lá. Não entendi muito bem,
pois ela sempre passeia de roupas íntimas em minha frente após o seu banho.
Enfim, organizei as minhas roupas e saímos, ela foi à frente e eu um minuto depois.
Bella POV
Tudo estava me deixando nervosa, será que ele não percebeu que hoje é o dia em
que vou cumprir meus planos?
Pior que um nervosismo mal vindo estava me invadindo.
E o modo enigmático como ele está agindo está me deixando tensa.
Talvez se as coisas tivessem acontecido como eu planejei, que era ele ter
continuado assim que chegou da universidade, fosse mais fácil para mim.
Se ele tivesse continuado com as carícias àquela hora, assim que nós dois
estivéssemos extremamente prontos eu iria avisar que ele poderia concluir e que hoje
seria esse dia.
Mas tudo saiu fora do meu planejado. Agora estou ansiosa e não sei se ele percebeu
que é hoje. Sei que ele está estranho e planeja alguma coisa. Se não, não teria saído
só. Vi que ele vestiu um terno e isso me deixou apavorada. Se ele percebeu, ia fazer
algo bem formal. Sorte eu ter trago um vestido de festa.
Logo que cheguei ao carro, vesti um tomara que caia justo, calcei as sandálias e
saímos do campus. Vez ou outra ele olhava em minha direção com um sorriso de
canto, com uma felicidade expressa que fazia dias que eu não via em seu semblante.
Toda a confiança que se foi naquela madrugada a qual ele me deixou, retornou hoje
ao ver sua atitude em ser capaz de deixar de seguir seus planos por um amor.
Chegamos ao restaurante, ele era lindo, de primeiro mundo. Ele escolheu algo
especial.
Pedi raviólis ao cogumelo.
“Como você conseguiu ser atendido aqui hoje? Esse tipo de restaurante geralmente
se faz reservas um ano antes.” Observei encantada com o lugar e com o tipo de
pessoas que o freqüentavam.
Só que eu conhecia, tinham duas celebridades de filmes e um monte de políticos.
Estou preocupada com o fato dele não me deixar pagar as contas dos lugares, isso
aqui deve ser caríssimo para ele arcar sozinho.
“Tenho um amigo que tem um sobrenome importante.” Sorriu e piscou, referindo-se

ao Ryan.
Como não se encantar por um amigo daqueles. Adoro Ryan, ele faz muita coisa por
nós.
842 de 1595 26/05/2011 20:45

“Amei o lugar.” Observei e comecei a comer.
Eu estava tensa e ele somente olhava em minha direção com um sorriso de canto.
“Amei você ter vindo.”
“Por que escolheu esse lugar?” Sempre tem um motivo nos atos dele.
“Por que ele é freqüentado por pessoas importantes. E um dia eu vou freqüentá-lo
muito, e quero ter na lembrança que a primeira vez que vim aqui foi com a pessoa
mais importante da minha vida, que acreditou em mim quando eu não era ninguém.”
Estou vendo que pelo jeito hoje ele vai encher a minha bola.
Estiquei minha mão na mesa e alcancei a dele.
“Pra mim você não vai ser um dia uma pessoa importante, você já é. Não quero que
você mude, pois eu amo você exatamente assim.”
Edward POV
A noite estava perfeita, preciso agradecer muito pela troca de amizade e afeição do
Ryan por mim. Ele não pôs empecilho quando o pedi que reservasse esse restaurante.
Não sei em quantos ele se virou, sei que ele conseguiu. Nota mental: Fazer TODOS os
trabalhos do Ryan o próximo ano. Metade eu já faço mesmo.
Ela estava calada, mas presente, olhando-me como uma graça, quando ela é meu
bem maior.
Sentia-a próxima a mim novamente, confiando.
A vida seguindo o ciclo em seu perfeito lugar.
Como naqueles dias antecedentes à noite em que tive que abandoná-la motivado
por Jasper ser seu irmão.
Espero merecer essa confiança para sempre, espero não decepcioná-la mais.
“Você não me respondeu se aceitava selar o compromisso.” Peguei sua mão e beijei
o anel.
“Você só me deu o anel por pressão.” Seu rosto estava espontâneo.
Continuei beijando-a na mão.
“Não. Eu já ia te dar. Só a terceira pedrinha que estava fora dos planos iniciais. Mas
eu já ia te dar.”
“Então o que ele representa realmente?” Levantou as sobrancelhas em especulação.
“Bom, ele é nosso anel de compromisso. Não de namoro, porque somos mais que
namorados. Pois eu já tenho certeza que eu vou casar com você. Você é a mulher da
minha vida, a mulher que eu escolhi para envelhecer e para viver a vida inteira
comigo. Pra que ele fosse um anel de noivado teríamos que ter a data de casamento
marcado e isso não temos, por isso ele é um anel de compromisso.”
843 de 1595 26/05/2011 20:45

Ela sorriu convencida e os olhos brilharam intensamente.
“Posso pensar na resposta?” Levantou os olhos, fingindo pensar.
“Pode, só não me diga não, porque eu não saberia viver sem você no restante dos
meus dias.”
Assim que terminamos o jantar, ela ficou calada uns minutos pensando distante.
“Edward, deixe eu te pedir algo...” Tinha uma súplica em seu olhar.
“Fale.”
“Deixe-me pagar a conta toda.”
Controlei a ansiedade que queria brotar e inclinei-me na mesa, para falar próximo a
ela, tocando o seu rosto.
“Sabia, Bella, que eu não gasto nunca com coisas desnecessárias? Não estrague o
momento para mim, eu posso pagar. Fui eu quem te trouxe aqui.”
“Sim, mas é seu aniversário. Seria seu presente...” Continuou insistindo com o olhar
suplicante.
“Hoje eu pago. Por favor, seja uma namorada normal. Esquece as nossas condições
contrárias pelo menos hoje. Isso faz bem pra mim, você consegue entender?” Tentei
explicar o que se passa carinhosamente, rezando pra que ela não levasse a questão a
frente.
“Mas eu queria que guardasse o seu dinheiro.” Tentou mais uma vez.
“Guardei o ano inteiro. E hoje é um dia especial para mim.” Acariciei insistentemente
o seu rosto tentando desfazer a linha de tensão em sua testa. “Você é o meu alvo fim.
Deixa eu dispor do que eu tenho com você desde agora.”
Ela sorriu dissoluta e avisou que iria ao banheiro.
É complicado levar adiante um relacionamento com situações econômicas tão

desproporcionais.
E é pior em quantidade indefinida quando a namorada insiste em manifestar-se

numerariamente, quando esse papel deveria ser seu.
Talvez a situação fosse mais confortável se houvesse equilíbrio, e é por mais esse
motivo que devo continuar lutando, para diminuir a nossa desconformidade social.
Como homem que sou, meu desejo era favorecer-lhe tudo o que sonho para ela,
com os valores pecuniários sendo providos por mim, idéia fixa minha que com esforço
um dia alcançarei.
Ela voltou, então pedimos a sobremesa.
Torta de maças.
É incrível como ela gosta de maças.
Em seguida chamei o maitre e pedi a conta.
844 de 1595 26/05/2011 20:45

“Não há conta, Sr. Evans. O jantar foi uma cortesia à sua família. Você é o genro do
senador, sim? Edward Evans?”
“Meu nome é só Edward. Tem alguma coisa errada.” Suas palavras deixaram-me
confuso, sem o conhecimento elementar.
“Mas foi o senador Evans que reservou, sim?” Franziu o cenho em dúvida.
Não sei se Ryan recorreu ao pai para que arrumasse a reserva aqui.
“Eu creio que sim.” Disse sem certeza.
“Então. O jantar é uma cortesia. Boa noite.” Retirou-se.
Bella sorriu.
“Um impasse, nenhum dos dois.” Observou com humor.
“Quero saber o que realmente aconteceu.” Coloquei os cotovelos na mesa e suspirei

vencido.
Ela fitou-me séria, estudando-me.
“Eu entendo você. Mas não sei por que você se prende a detalhes tão sem
importância. Eu sou sua. Digamos que de alguma maneira você pagou, pois sua
intenção era pagar. Mesmo que eu ache desnecessárias suas preocupações, se você
se sente melhor assim, considere que você pagou, afinal, você que é o assessor dele.”
Era doce e acalentador o seu olhar.
“Talvez não importe para você, mas para mim sim. Eu queria fazer algo por você.”
“Você faz. Só de você existir, me faz feliz. E você não precisa ser rico e poderoso
para isso. Eu escolhi você exatamente assim.”
“Ai, Bella, você não sabe como é difícil pra eu conviver em um mundo onde sua
grande maioria são ricos e importantes, onde sua namorada é rica, seus colegas de
classe são todos filhos de pessoas importantes, e você ser simplesmente o rapaz do
interior se aventurando... e por isso que as mínimas conquistas que tenho, quero
desfrutar com a mulher que me escolheu desde antes, é por isso que eu faço questão
de proporcionar a você.”
“Ei, não deprima, por sinal eu te amo exatamente assim.” Lançou-me um olhar
aconchegante que derrubou todo o meu argumento e relutância com esse assunto já
rematado.
Sorri.
“Por isso estamos juntos.” Peguei sua mão e levantamo-nos,
Saímos de lá e dirigimo-nos ao hotel. Ela pareceu surpresa com o fato de

simplesmente chegarmos e não termos que passar pelo balcão de recepção.
Continua....
845 de 1595 26/05/2011 20:45

Notas Finais:
Oi
Eu dividi em dois de novo, para poder editar quando preciso.
então, nos encontramos no próximo.
846 de 1595 26/05/2011 20:45

Capítulo 40- Lugar dos sonhos escrita por BIA BRAZ

Capítulo 40- Lugar dos sonhos
Bella POV
Não pensei que ele já estivesse com o hotel reservado. Mas fiquei encantada com o
modo como ele estava agindo. Com atitude.
Ele estava tornando a nossa primeira vez em algo deslumbrante.
Eu só planejei a idade que eu teria e ele planejou detalhes os quais eu não pensei.
Tudo que ele estava fazendo deixava-me feliz, todavia apreensiva e um pouco
nervosa.
Parecia até que era a primeira vez que iríamos entrar em um quarto e fazer
preliminares.
A sensação era tão nova que uma onda de calor invadiu o meu corpo só de ter a sua
mão em minha cintura.
Era como se fosse a primeira vez que nossos corpos seriam apresentados.
Eu estava com mais ansiedade do que era racional, chegando a estreitar os músculos
da boca do estômago.
Subimos o elevador e eu parei espantada quando ele colocou o cartão na porta.
“Por que o mesmo hotel e o mesmo quarto?” Estava sem rumo dos seus significados.
“Feche os olhos.” Tinha um pouco de nervosismo em sua voz, com aquela mesma
tensão que ele tem quando vai me dar algo.
Fechei os olhos e ele abriu a porta, segurando em meu braço para me conduzir.
“Não abra ainda.”
Tinha um perfume bom no ar, mas eu contive a minha curiosidade para não estragar o
momento dele.
Ele pegou o meu rosto com as duas mãos e começou a beijar ternamente, mas eu não
abri os olhos.
“Eu esperei ansiosamente que um dia você voltasse aqui na Capital para que nós
reescrevêssemos aquela noite que você veio aqui e tudo deu errado. Então, nós
vamos ficar aqui, juntinhos esses dias que você vai estar aqui. Vamos dar
continuidade à história da nossa vida, encobertos de uma aura de amor e felicidade.”
Sua voz estava macia, mas com um pouco de tensão.
Ele me virou, abraçando-me por trás.
“Abra.” Pediu docemente, encostando a boca em meu ouvido.
Abri os olhos e fiquei encantada com o quarto.
Estava lindo, tinha pétalas vermelhas em todos os lugares contrastando com o quarto
847 de 1595 26/05/2011 20:45

extremamente branco. Tinha velas e candelabros em alguns cantos, então ele apagou
a luz e tudo ficou ainda mais encantador.
Fiquei boquiaberta alguns minutos, pois não imaginei que em um dia que o aniversário
fosse dele, ele estaria presenteando a mim. Tive certeza que ele sabia que era hoje,
por isso programou algo especial.
Seu rosto de anjo estava magnífico, satisfeito com o efeito que tudo projetou em meu
rosto.
Tinha uma garrafa de vinho em um canto. Ele abriu, e, lentamente, estudando o meu
rosto, trouxe as taças de vinho.
Fiquei em pé, congelada.
“Ao que brindaremos?”
“A nós e aos nossos planos de futuro juntos. E você?” Perguntou docemente.
“A você. Pois é o seu aniversário.” Beijei leve seus lábios e ele pôs uma mão em minha
cintura.
Brindamos e bebemos a taça, olhando um nos olhos do outro.
Eu continuava tensa, sem saber o que aconteceria. Ele estava, como sempre, com
uma calma sem fim.
A adrenalina pulsava em minhas veias e eu queria logo experimentar isso. Mas estava
retraída, não queria avançar. Também não tinha certeza se ele sabia e só queria
esticar o momento.
Ele beijou meu ombro, com movimentos deliberadamente lentos que me queimaram e
ao mesmo tempo aumentaram a minha tensão. Segurei o seu rosto com as duas mãos
e passei os dedos pelos seus detalhes, olhos, sobrancelhas, nariz, boca.
Ele fez o mesmo em mim, olhando em meus olhos, então parou o dedo sobre a minha
boca, acariciando, medindo os meus lábios.
Meu corpo padecia de saudade dele, e um pequeno contato fez nascer chamas de
mim, logo o beijei.
Ele correspondeu calmo, com o beijo calmo, mas eu estava ansiosa e desejava
aprofundar.
“Calma, Bella, temos três dias.” Sussurrou em meus lábios.
Mas eu não queria esperar. A adrenalina já pulsava, então tentei novamente

aprofundar, inserindo minha língua. Ele se libertou rápido, sugou e me encostou a ele
completamente.
Depois de beijar meus lábios um tempo, sua boca percorreu o meu pescoço,
lentamente, depois voltou para a minha boca, ditando as regras, dizendo que ele faria
tudo.
A medida que o tempo passou, seu beijo ficou mais urgente, chupando minha língua,
acariciando, ao mesmo tempo abandonando a sua na minha boca. Eu adorava
beijá-lo, enquanto ele percorria com uma mão o meu corpo e pegava em minha nuca
848 de 1595 26/05/2011 20:45

com a outra.
Seus dedos percorreram as minhas costas e achou o zíper do vestido, abaixando-o.
Depois ele se afastou para me olhar.
“Ainda que eu passe a vida com você, sempre vou me encantar com você toda. Você é
linda.” Olhou-me sorrindo e passou as costas das mãos pela minha barriga, cintura,
subindo a mão levemente até chegar ao meu queixo.
Ele segurou em meu rosto e voltou a beijar-me, regulando o beijo de modo lento.
Aquilo era torturante, ele despertou-me, e eu o queria muito mais.
Edward POV
Mais uma noite iríamos desfrutar detalhes antes que ela cumprisse com os seus
planos, assim, me saciaria de seu corpo sem frustrar os seus planos.
Era nítido o desejo que a consumia, era perceptível na respiração, no modo como ela
queria aprofundar o beijo. Todas as suas respostas e ansiedades traziam-me um
desejo ardente por ela, vontade de adiantar, de suprir-nos um do outro, pois o seu
estado inflamado nutria com sucesso o meu. Entretanto eu queria prolongar esse
momento, proporcionar-nos uma noite calma, lenta, onde degustaríamos
ardentemente um do outro.
Ela tirou a minha blusa, depois a minha calça, passando após isso as suas mãos
quentes em toda a extensão do meu corpo.Ela chegou com os dedos em minha
barriga, depois desceu a mão até minha boxer e acariciou-me com astúcia e
segurança por fora. O prazer foi imensurável. Deitei a cabeça para trás e arfei,
enquanto ela beijava o meu peito, passando a língua fervente no mamilo. Tudo me
fazia queimar.
Desci a boca por seu ombro e ela passeou a língua inquieta em minha orelha,
livrando-me do raciocínio coerente. Era primorosa sua mão em meu membro, seu
calor em meu corpo, sua boca em meu ouvido, seu apetite, sua inquietação. Tudo me
levava à vontade de explodir, antes mesmo de apreciarmos os detalhes.
Eu precisava lutar contra o tempo para que a noite fosse redigida suavemente, sem
pressa. Mas ela transforma-me em um demente desconexo, um adolescente hormonal
com ímpeto em me saciar só em ter a sua boca me incendiando e sua mão me
tocando.
Deitei-a na cama e desci com a boca pelo pescoço, colo. Lambi suavemente seus
seios, fartando-me do gosto, enquanto provocava os pontos sensíveis, mordiscando o
seu bico enrijecido e assim espasmos moviam-na.
Ela se entregava a isso de uma maneira inconseqüente, com gemidos, e eu perdia a

noção em ter que me segurar.
Cheguei com os lábios em seu ventre, passeei a língua em seu umbigo e na lateral da
sua peça íntima. Tirei lentamente sua peça, olhando-a minuciosamente, apaixonado
pela visão.
849 de 1595 26/05/2011 20:45

Ela sorriu e ofegou.
Sentia-me um insano por completo em brincar com fogo da maneira que nos
permitíamos, quando o meu desejo diante do paraíso tão próximo era simplesmente
entrar em suas portas.
Acariciei suas coxas, depois entreabri suas pernas com uma mão e voltei para os seus
lábios com um beijo intenso, molhado, quente, aproveitando sua umidade e tocando-a
carinhosamente. Manipulei-a, desejando satisfazê-la de modo que tudo ficasse mais
calmo, pois ela estava ansiosa e mergulhada de desejo.
Por minutos cresci em incentivos, paciente, ela se entregava a tudo de uma maneira
insensata que tirava o meu juízo. Logo brotou suspiros enlouquecedores e
tremores surgiram do seu íntimo, trazendo a mostra sua primeira satisfação da noite.
Vê-la assim me completava e o sorriso em meu rosto foi inevitável.
Enquanto ela ofegava em meu ouvido, encostei a boca em seu ombro, controlando a
minha mente, tomando nota do meu domínio.
Ela olhou-me nos olhos, com olhar desfocado, a pupila dilatada e os lábios
semi-abertos, molhados.
“Edward, hoje sou sua por completo.” Disse com languidez.
Sorri.
“Pensei que já era minha.” Desentendido, beijei o seu rosto, acariciando o seu cabelo
e costas.
“É hoje que nós vamos pertencer um ao outro, seremos um.”
Sua informação caiu em minha mente devagar... Hoje seria a noite dos meus sonhos?
Dos nossos sonhos? Não algo sem planejamento, às vezes frustrado e com caminhos
alternativos de satisfação. Mas hoje obedeceríamos a natureza, o plano.
Esse pensamento pairou em minha mente, porém a felicidade da informação se fundiu

com uma tensão repentina, o medo de não conseguir, de frustrar-lhe, de acontecer
rápido demais.
“Então tenho que me preparar melhor. Por que não me avisou antes?” Deitei ao seu
lado, esperando o nosso corpo se acalmar.
“Eu pensei que você soubesse desde quando eu avisei que fui á médica da Jéssica. Eu
fui lá por que seria minha primeira vez, e com um namorado sério e virgem. Então eu
queria um método anticoncepcional que permitisse que você fosse meu por completo.
Os hormônios são exatamente o anticoncepcional que a médica passou. Entende?”
Sorri da situação e a abracei.
“Quer dizer que você estava se preparando para mim e eu achando que você estava
grávida?” Sorrimos libertinos. “Hã! Eu me desconheço! É sério, Bella, temos que
aprender a conversar. Eu sei que eu me precipito, mas você também fala as coisas
com meias palavras.” Continuamos sorrindo da situação.
“Você nem imagina o que eu tive que ouvir do Jasper e do Emmett por isso, fora o
olhar do meu pai para cima mim praticamente me beatificando. Era de rir.” Estávamos
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bem relaxados e sorrindo muito, enfim tudo se resolvendo.
Abracei-a forte, tomado pelo humor.
“Sabe que eu tenho certeza que nós dois nascemos um para o outro e seremos
felizes. O nosso maior problema sempre foi o ‘achismo’, falta de diálogo aberto. Mas
eu vou continuar lutando contra isso em mim, e você ajuda, tá? Não fique esperando
eu adivinhar. Já viu que eu não sou bom nisso, né?” O bom humor invadiu o quarto,
expulsando momentaneamente a tensão que quis invadir causado pela busca do novo.
“Vamos para um banho?” Propus e levantei-me para encher a banheira e preparar os
sais, deixando-a na cama.
Era tudo um infinito de dúvidas, eu não sabia como seria, não sabia como chegar ao
fim no estado físico em que eu me encontrava. Logo o banho era o melhor caminho
para me acalmar. Além disso, eu precisava tirar o excesso acumulado do meu corpo,
assim eu conseguiria romper a barreira nela de aceitar-me com exatidão.
Voltei para o quarto e deitei na cama, ao seu lado, observando o seu rosto. Ela sorriu
ternamente, mostrando a sua confiança em mim. Estava transbordando de alegria em
ser hoje, exatamente hoje, nesse quarto, no meu aniversário.
Uma noite linda ia ser reescrita.
“Já disse que você é tudo pra mim?” Acariciei o seu rosto.
“Hoje não.” Sorriu em expectativa.
“Você é tudo pra mim. É minha vida. Minha dona. Dona do meu coração.” Ela sorriu
convencida e eu a abracei, encostando sua cabeça em meu peito, enquanto a banheira
enchia.
Peguei em sua mão para conduzi-la ao banho, antes ela direcionou à taça e colocou
mais um pouco de vinho.
Segurei sua taça, antes que ela bebesse tudo. “Quero você sóbria, é uma dia
importante.” Beijei-lhe nos lábios, sentindo o gosto do álcool. Ela mais que quente
apertou-me no beijo.
Sorri e afastei-a delicadamente “Ei... temos a noite toda.”
Ela entrou na banheira e eu me despi por completo para entrar.
Ela olhou-me por minutos, analisando-me ao ponto de deixar-me retraído. Entrei

desconcertado e ela encontrou os meus olhos com um sorriso curioso e alguma
pergunta entalada.
“O que quer saber, menina?” Trouxe-a para sentar-se ao meu lado.
Ela hesitou uns minutos.
“Por que tivemos que tomar banho?”
Tinha que vir alguma pergunta constrangedora.
Sorri do seu rosto curioso.
“É por mim. Estou com muita saudade de você, então poderia frustrar-lhe. E tudo vai
851 de 1595 26/05/2011 20:45

ser novo pra mim também, tenho que acalmar o meu corpo.” Esperava que ela tivesse
entendido para que eu não precisasse falar abertamente.
Pouco tempo atrás eu disse que íamos conversar as claras, e agora eu me retraí diante
de suas perguntas indiscretas. Realmente, eu preciso mudar.
Bella POV
Ele não sabia que era a nossa primeira vez e preparou mesmo assim um jantar, um
quarto com flores, velas e vinho somente para me receber...
Verdadeiramente o meu anjinho me ama e independente de qualquer coisa só queria

estar comigo nesse hotel em que um dia eu fui tão infeliz.
Ele entrou após mim e eu fiquei encantada mais uma vez com o conjunto escultural,
meu Adônis perfeito com o seu corpo perfeito, completamente proporcional, com:
peitoral, abdômen, barriga, ops! coxas, tudo sincronizado e torneado.
Era linda aquela pele branca, indefectível. Minha vontade era simplesmente voar em
seu pescoço e me deliciar nos detalhes esculpidos do meu anjo perfeito. Bella,
comporte-se.
Ele percebeu meus olhos atentos devorando seus detalhes e entrou tímido na
banheira.
Se ele soubesse como o adoro, o acho lindo, perfeito, deslumbrante, delícia! Ele não
teria tanta vergonha assim.
“O que quer saber, menina?” Perguntou-me ao perceber meu olhar curioso.
“Por que tivemos que tomar banho?” Eu realmente não entendi por que tivemos que
vir e voltar ao estado zero em meu corpo, afinal estou realmente ansiosa para
experimentar isso tudo que ele tem.
“É por mim. Estou com muita saudade de você, então poderia frustrar-lhe. E tudo vai
ser novo pra mim também, tenho que acalmar o meu corpo.” Continuei sem entender,
mas fiquei calada para não ficar mais tensa do que já estava ficando.
Na verdade a pergunta principal eu não tive coragem de fazer. Estava relacionado ao

seu corpo dentro do meu, se iria doer ou coisas assim, mas acho que essa pergunta
só iria constrangê-lo e deixá-lo nervoso.
Fiquei sentada ao seu lado, ele de olhos fechados, enquanto a hidromassagem batia
em suas costas, então eu sentei em seu colo de frente, interessada em quebrar a
tensão e beijá-lo um pouco. Ele assustou-se com a minha ousadia repentina e afastou
o meu rosto.
“Espere um pouco, relaxe, vai.” Beijou-me ternamente e me sentou ao seu lado,

acariciando o meu rosto e cabelo.
Eu não queria nem conseguia relaxar, queria adiantar logo isso, descobrir tudo.
Então o puxei para deitar-se sobre mim, trouxe os seus lábios e o beijei loucamente,
colocando a língua em sua boca, fazendo malabarismo, e ele se entregou,
correspondendo com entusiasmo.
852 de 1595 26/05/2011 20:45

Edward POV
Se ela soubesse como eu a queria aqui, de todas as formas sonhadas por um homem,
de todas as maneiras, como um louco, sedento, um peixe entrando em um aquário.
Mas isso lhe incomodaria, então eu deveria prolongar tudo, com beijos, carícias.
Mesmo que o contato molhado do nosso corpo, os sais, tornasse a minha pele mais
sensível ao seu corpo, intensificando mais ainda o meu desejo em ser aconchegado
dentro dela.
Eu arfava com o contato, com a ânsia de possuí-la ali, então ela pegou em meu
membro, sorrindo, e sentou em meu colo novamente, com seu olhar de criança
arteira.
Ela beijou os meus lábios lubricamente, lambendo, olhando em meus olhos, e

movimentando a sua mão, como se fosse introduzir nela própria. Lutei contra a
insanidade de fazer ali, uma fantasia de qualquer homem, mas estava humanamente
impossível pra mim, portanto voltei para a posição que estávamos antes, eu apoiado
em meu joelho, por cima dela na banheira, sem soltar os seus lábios.
Beijei orelha, lentamente, pescoço, seios, e toquei-a intimamente, enlouquecido,

cometendo a loucura em satisfazer a nós dois ali. Voltei para os seus lábios e adentrei
a com um dedo, sentindo como estava o caminho dos meus sonhos, ela recebeu-me
quente, molhado, e eu me vi perder a razão com o desejo de entrar.
Sem soltar seus lábios posicionei o meu membro na entrada, e tentei entrar, dando de
frente com uma parede irrompível e desconhecida que me causava dor.
Ela gemeu e eu assustei-me com a minha dor e com o seu gemido que não era de
prazer.
“Desculpe, Bella.” Afastei-me desajeitado.
Bella POV
Eu queria tirar logo esse medo de mim e o modo como ele estava enrolando estava
me deixando mais nervosa, então resolvi tomar uma atitude, como sempre faço, e
mostrei que eu queria agora.
Segurei nele e mostrei o que eu queria, ele percebeu e posicionou-se sobre mim,
beijando-me como louco, fora da realidade. Ele penetrou-me com um dedo, foi bom,
fácil, minutos depois ele invadiu minha boca com sua língua, e eu senti algo me
machucando na entrada e soltei um gemido de dor.
“Desculpe, Bella.” Afastou-se envergonhado, tímido e sentou-se ao meu lado.
Eu não ia deixar o meu namorado ficar assim, com mais receios, mais nervoso.
A culpa foi minha, talvez eu não estivesse pronta o suficiente.
Aproximei dele de novo e ele estava tenso. Sentei ao seu lado e puxei o seu rosto para
olhar para mim.
“Você não tem culpa, anjinho. Eu sei que tudo é novo pra você também.” Beijei
853 de 1595 26/05/2011 20:45

ternamente o rosto dele.
“Faz assim, Bella, me dá um tempinho aqui e me espere no quarto.” Pediu-me ele.
Eu saí, me enxuguei e vesti uma lingerie que comprei pra esse dia.
Penteei o cabelo, bebi mais um pouco de vinho para ver se relaxava mais e deitei.
Ele demorou mais do que eu imaginava que precisava.
Enfim, ele saiu, vestiu uma boxer e veio deitar, aparentemente ele estava mais calmo.
Ele me colocou deitada sobre seu peito e ficou acariciando o meu cabelo.
“Vamos fazer assim, Bella, podemos deixar para amanhã. Ambos estamos muito
ansiosos hoje, pode ser?” Deu-me a opção e eu afastei para olhar para ele.
Ele estava inseguro por minha causa, por eu ter forçado ele a tentar lá, então eu tinha
que resgatar essa confiança nele.
“Tudo bem. Mas eu quero todos os beijos e preliminares que eu tenho direito hoje.”
Ele sorriu e estudou o meu rosto.
“Ai, Bella... Você é sensacional, sabia? Te amo exatamente assim.” Deitou-me e

beijou-me ternamente no rosto. “Quantos beijos você quer hoje?”
“Mil.”
“Só isso?” Ele sorria ainda.
“Mil beijos lambidos, molhados, sugados e demorados.” Adotei uma voz sexy e beijei
sua orelha, passeando a minha língua com lascívia.
“Isso vai ser um martírio.” Ele fechou os olhos e sua voz já estava vacilando, o desejo
renascendo da tensão.
“Martírio pra você... Já estou ansiosa pelos seus beijos em cada canto descoberto do
meu corpo.”
Ele levantou o rosto e olhou para o meu lingerie.
“Tão linda e já vai tirar.” Deu um sorriso cínico e virou-me de costas, beijando a minha
nuca, mordiscando a minha orelha e passando a mão em minhas costas.
Edward POV
Fiquei extasiado com a maneira que ela tinha de me animar, de me passar segurança e
voltei a beijá-la, sentindo o desejo renascer. Beijei a sua nuca, depois acariciei as suas
costas com a ponta dos dedos, na lateral, passeando pelas curvas, apertando sua
nádega, ansioso, pois em poucos minutos minha boca estaria ali. Eu queria desfrutar
dos mínimos detalhes.
Agora que eu estava sobre controle, era mais fácil prolongar tudo e observar as
reações claras do seu corpo aos meus pequenos toques. Beijei o seu ombro,
854 de 1595 26/05/2011 20:45

alternando até o centro das costas, sentindo as reações que ela tinha, como os
arrepios e as arqueadas.
Eu iria proporcionar os mínimos prazeres possíveis, era primoroso isso.
Desabotoei a sua peça íntima de cima e desci beijando suas costas, alcançando a
sinuosidade do quadril e me dedicando ali, mordiscando cada linha, apreciando,
enquanto ela erguia o corpo instintivamente.
Eu a virei de frente e direcionei a boca à barriga, cintura, beijando lentamente, até

chegar ao meu local de culto, que é os seus seios.
Ela levantava o corpo e suspirava a cada sugada que eu dava em seu bico, apertando
em meus lábios insaciáveis.
Desci sua peça íntima com os dentes, tirando-a completamente, depois voltei com os
lábios para suas coxas, beijando, mordendo.
Bella POV
Já sentia tudo ferver e rodar, queria implorar-lhe que prosseguisse, que acalentasse
aquela confusão insistente do meu corpo que entrava em chama. Ainda estava com
medo da pequena dor que senti na banheira, mas nada me impediria de encontrar o
desconhecido e de proporcionar a ele isso que era tão esperado.
Meu ventre pulsava, pedindo insistentemente por ele e eu não queria esperar, já
imaginava como seria quando fôssemos um só.
Ele desviou os lábios da minha coxa para a minha região íntima, ainda testando a
minha reação com beijos suaves. Voluntariamente entreabri mais a perna,
autorizando-o a continuar. Ele desenvolveu e deslizou, devagar, sua língua, fato que
distribui choque em meu corpo a cada movida. Gemi, estremeci e ele ficou mais
dedicado, crescendo nos movimentos.
Ansiosa, agarrei os seus cabelos ofegando, enquanto sua boca me sugava e sua língua
escorregava, com crescentes e descoordenadas movidas. Ele fazia-me sentir em
delírio, tudo me dava prazeres nunca imaginado, eu esquecia o mundo, minha mente
vagava, só sentia aquela parte sendo minimamente explorada.
Sua língua desceu para a entrada, lambendo avidamente. Meu corpo respondia com
espasmos, confundindo-se em uma névoa em minha mente. Tudo rodava e
transformava-se em um redemoinho de corpo, imaginação, nervos, músculos. Sua
língua jamais parou, voltando para cima.
Por fim, ofeguei compulsiva e tudo escureceu, enquanto meus músculos repuxavam.
Edward POV
Minha língua deslizava com vida própria, frenética, estimulando calidamente, com
precisão, e ela se contorcia e arqueava deliciosamente em minha boca.
Com ela assim eu me sentia um amante ardente, satisfeito por proporcionar lhe
prazeres, ainda que eu fosse inexperiente.
855 de 1595 26/05/2011 20:45

Seus gritinhos insanos e suas mãos impacientes em meus cabelos transformaram-me

em um louco. Seus dedos queriam ditar e eu obedeci ao frenesi de suas mãos.
Finalmente, seus gemidos se tornaram enlouquecidos e a umidade e espasmos

corporais mostravam que ela alcançava o prazer extremo, deixando-me perdido.
Meu corpo reagia em harmonia com o seu, era nítido que ela estava pronta, então a
invadi com um dedo, testando, e ela gemeu, me levando ao delírio. Era um gemido de
aceitação, e o prazer me fazia reagir e pulsar ao ponto da minha mente deixar-se
dominada. Eu estava louco para entrar ali e ser aceito.
Voltei para seus lábios e mantive meu dedo ali. Ela estava perdida, com os olhos
desfocados. Encostei minha testa na dela olhando em seus olhos, sem ar, cheio de
adrenalina, ansiedade, desejo intenso, ímpeto. Tudo se misturava, eletrizando por
completo o meu corpo.
“Posso?”
“Sou sua. Te aceito pra sempre.” Foi baixa e uniforme a sua voz.
Então a beijei sequioso, com uma felicidade e êxtase me inundando. Encostei o

meu membro no portal dos meus sonhos, sentindo o prazer intenso do contato.
Estava úmido, quente, macio.
Algumas vezes tão próximo e impedido de entrar, e hoje ela cedia-me com prazer.
Olhei novamente em seus olhos, e forcei delicadamente meu corpo contra o dela.
Concentrei-me para não machucá-la novamente, e ela recebia-me com decisão.
O primeiro contato era quente, apertado, mas acolhedor.
Meu corpo era eletrocutado, e tudo me arrepiava. Ela enrijeceu o corpo, então dei um
tempinho, observando suas reações, seus suspiros, respiração.
Eu queria que ela se acostumasse com o contato, então ela olhou-me com confiança e
calma, logo eu não a tinha machucado, assim forcei mais, sentindo o seu corpo
arquear.
Enternecido, beijei-a com avidez, sem reservas, excitado extremamente, e movi meu
corpo novamente contra o dela, sentindo o rompimento de uma camada.
Ouvi um gemido abafado, no mesmo instante que uma pequena dor se instalou em
mim.
Bella POV
Eu soube que o momento chegara e tinha que passar confiança, então o senti
encostando-se a minha entrada, entrando. A sensação era boa, o contato próximo era
quente. Depois ele entrou um pouco, não era ruim, mas assim que ele forçou o quadril
mais forte contra mim eu senti dor, abafei o gemido de reclamação e rangi os dentes,
ficando tensa novamente.
Ele foi calmo, paciente e parou.
Depois de minutos, ele olhou em meu rosto, viu que eu estava firme na decisão, me
856 de 1595 26/05/2011 20:45

beijou intensamente e voltou a deslizar para dentro de mim, num movimento

calculado e seguro.
A pequena dor ainda existia, mas havia um prazer que estava sendo descoberto
naquele lugar e só crescia. Uma química, raios de eletricidade, pulsação.
Ele continuou beijando os meus lábios e entrando lentamente.
Perguntei-me se ainda faltava muito, mas o prazer também crescia gradativamente.
Mais uma dor se fez e um gemido involuntário saiu. Ele parou onde estava, dentro de
mim e olhou em meus olhos.
“Quer que eu pare?” Tinha uma preocupação exposta em seu rosto, mas a sua
respiração estava completamente descompassada.
Eu vou até o fim, pensei.
“Você me ama?”
“Não sabe o quanto.” Sorriu ternamente.
“Então me beija.” Fechei os olhos e relaxei mais uma vez.
Ele voltou a beijar-me.
Edward POV
A cada investida do meu corpo senti que ela ficava tensa, mas ela não queria mostrar
a sua dor. Eu estava mergulhando mais profundo lentamente, até que ela aceitou-me
por completo. Movi lentamente, sentindo uma alegria incomensurável com a sensação
de conforto.
Intensifiquei e ela não dava mais gemidos de dor, aparentemente se acostumou com o
contato e já sentia prazer. Eu pulsava pelo aperto, pelo aconchego, pelo forte calor,
tudo estremecia e calafrios espinhais eram projetados.
Continuei movimentando-me lentamente, decorando-a, e ela começou a responder

com pequenos suspiros libertários, alimentando gradativamente a minha segurança.
Os gemidos cresceram e o seu corpo comprimia-me, estimulando-me a continuar.
Beijei seus lábios molhado, sugando seu lábio inferior. Seu calor me fazia entrar em
combustão, enquanto ela passava as mãos ansiosamente pelas minhas costas.
Meu corpo pela primeira vez em muitos tempos era dono da situação e se movia por
vontade própria. Estava dentro dela, e fora dela, ela me pressionando, me recebendo.
Eu queria continuar mais dentro, conhecendo mais fundo, movimentando preciso, no

lugar desconhecido dos meus sonhos.
Antes eu não sabia como seria na prática, nada explicava a grandiosidade desse
momento com a clareza do que estava sentindo.
Eu queria continuar me movendo dentro dela, como se eu buscasse a vida, cada vez
857 de 1595 26/05/2011 20:45

mais. Tudo era perfeito, novo, aquela sensação era algo indefinida e inimaginável, eu
só queria fechar os olhos e me entregar às mínimas sensações que nasciam a cada
instante. Eu queria me deixar levar profundamente ali, movendo-me ritmado, sem
parar, dentro daquele afago imenso, demarcando território na mulher da minha vida.
Comunicávamos com olhos, selando a nossa união de corpos, trocando energias,

felicidade plena, cumplicidade, certezas, compromisso único.
Era magistral efetivar o ato com a mulher e amor uníssono escolhido para a minha
vida. Um ciclo se concretizando em um amor tão grande que transborda essa vida,
esse ciclo e essa geração.
E a cada ajuste do nosso corpo, seus olhos curiosos estavam sobre mim.
Eu tenho certeza que eu a quero todos os dias, insaciavelmente. Sua vida, sua alegria,
seu prazer, sua força, sua doçura, sua diversão, sua calma, seu apoio, sua grandeza
de pessoa.
“Te amo muito.” Sussurrei, com o coração explodindo.
Ela sorriu.
“Eu também.”
“Ah, Você também se ama?” Sorrimos juntos, sem cessar os movimentos

sincronizados, a mistura de vários prazeres.
“Não, anjinho, eu te amo.” Declarou-se com os olhos úmidos.
Vários prazeres eram confundidos, o prazer do corpo, alma, coração, sentidos, tudo
em perfeita sintonia.
Tentei movimentar-me circularmente e ela correspondeu com gemidos, impaciência,

suor. Segurei-a firme pelo quadril, testando os nossos movimentos de conhecimento,
de combinação, ela se ajustava e correspondia movendo-se.
Ela era minha, completamente minha, eu a conhecia por dentro, alimentava-me de seu
prazer, de seu calor.
Resolvi acariciá-la intimamente, aumentando os seus estímulos, ela correspondeu

gemendo, o que me mostrou com exatidão que aquilo era prazeroso.
Suguei ferozmente os seus seios, movendo-me, transformando-me em dez, em vários

lugares ao mesmo tempo. Ela era só prazer e entrega.
Uma paixão arrebatadora se apossava de mim, e meu peito ardia, todo o meu corpo
era envolvido de determinação dentro do seu ventre macio e acolhedor. Seus gemidos
ficaram cada vez mais altos e os gritinhos apareceram me levando à loucura. Suas
respostas, a sua pulsação, aquele ajuste em sintonia, encaixe em simetria, nos
guiavam lentamente e prazerosamente ao ápice.
Ela era notavelmente doce, cálida, e retribuía cada investida com compressões que me
levavam a alucinação, completamente hábil, instintivamente saborosa, mágica e
excitante.
Seu olhar e suas mãos ansiosas em minha nuca mostravam-me que ela queria ditar o
ritmo, pedindo com suas respostas que eu aumentasse a intensidade. Porém eu queria
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controlar o meu cérebro, para prolongar esse momento nosso, para desfrutar dos
pequenos detalhes da nossa noite enfim escrita.
A magia do momento era incontestável, ela se confiou aos meus braços e deixou que
eu a conduzisse, envolta em áureas de paixão e prazer, logo como dono da situação
resolvi impor movimentos compassados, cadenciando a posição, variando
sucessivamente, consumindo-a das formas que ela mostrava resposta evidente.
Queria regular o ajuste de todos os ritmos, do modo que nos fossem pertinentes,
compondo-me nela e alternando os movimentos. Posicionei-me de lado, ela de costas
para mim, conhecendo formas, ocupando-a por profundo, amando-a, uma imagem
indescritível, de modo a causar-me tontura.
Aqueles movimentos me davam satisfação, mas torturavam-me com a vontade

veemente em saciar-me. Mesmo tendo me aliviado antes intencionado a prolongar o
ato, havia os momentos de descontrole. Mas a vontade súbita se esvaia lentamente
quando parava e concentrava-me, proporcionando-nos mais um tempo de
descobertas deleitosas.
Era extasiante conhecer o nosso corpo em profundo. Tudo era novo, o controle do
cérebro era novo, a sensação instintiva, as descobertas, os modos.
Posicionei-me novamente por cima dela, revezando os estímulos e beijei-a sedento,

buscando sua língua, sendo recebido com beijos molhados, intensos, enérgicos.
Soltei seus lábios e suguei novamente seus seios, me movendo dentro dela.
Percebi que ela se adaptava ao ritmo então peguei em suas mãos, sorri, e assimilei os
nossos ritmos. Em pouco tempo ambos sentíamos prazer e ofegávamos.
Seu corpo se contraía sob mim, apertando-me intensamente e me dando prazeres

indescritíveis. Era um paraíso, cada pequeno detalhe era prazeroso.
Eu sorria e queria eternizar esses momentos dentro dela, em que tornávamos um só.
Ela gemeu cada vez mais intenso, mais rápido, indicando que chegaria ao prazer.
Acelerei os meus movimentos, controlando a minha mente, então ela se lançou ao
prazer, gemendo, movimentando-se ansiosa.
Seus gemidos cresceram compulsivos, depois disso senti contrações em prensa

incontrolável dela em volta de mim, apertando-me, fazendo-me arfar pesadamente.
Eu já era um insano, meu corpo pedia, minha mente pedia que eu me saciasse, mas
eu lutava em me dominar, mesmo vacilando de desejo com a excitação voluptuosa.
Bella POV
Não pensei que ainda descobriria prazeres maiores do que ele já tinha me
proporcionado até hoje, mas esse era sem igual. Nosso corpo se encaixava
perfeitamente, ele levava-me por caminhos longos, distribuindo mil sensações em
meu corpo, levando-me a um lugar onde raios de prazer eram distribuídos em meu
ventre, algo em mim gritava insistentemente saciar, então ele conduzia-me com suas
investidas seguras.
859 de 1595 26/05/2011 20:45

Hoje ele era o meu dono, um amante sem reservas, a cada movimento do seu corpo
no meu, um novo gemido se fazia em mim, onde só prazeres eram distribuídos.
Sentia o seu corpo pulsar e ditar as regras, movendo-se, ora lento, ora rápido, me
explorando com a boca, com a mão ditadora e precisa. Eu simplesmente me
entregava ao seu comando e obedecia, aprendia sobre nós, o aceitava.
Ele era dez, fazia mil coisas ao mesmo tempo. Eu não conseguia raciocinar onde ele
estava, só sentia-me preenchida, cultuada pacientemente, enquanto ele me dominava
de todas as formas.
De dentro de mim brotavam como ondas, turbilhões de sensações. A cada investida

dele em mim, meus pêlos arrepiavam-se, meu corpo estremecia, um fogo me
queimava, e cada vez mais eu me sentia molhada, ardente.
Minha vontade era gritar, e ele sorria e sussurrava em meu ouvido, dizendo que me
amava, fazendo-me memorizar quem eu estava aceitando dentro de mim. Quando
abríamos os olhos estávamos envoltos por aquela sensação de comunicação, onde
nos prendíamos e nos declarávamos com o olhar.
Ele aconchegava-se em mim, audacioso, seguro, completando os espaços, me

extasiando. Ali ele era a mistura de todos os meus Edward: doce, gentil, quente,
apaixonado.
As sensações que me invadiam me deixavam sem chão e levavam-me as nuvens. A

felicidade era imensa e gemidos involuntários eram tirados de mim.
De mim brotava uma ansiedade, não sei o que buscava, mas eu o queria de um jeito
mais forte, mais dentro, e o apertava para isso, como se eu precisasse ir por aquele
caminho para sobressair. Ele sorria ao ver a minha ansiedade e se movia
magnificamente dentro de mim, então algo inimaginável aconteceu, tudo escureceu,
rodou, girou, meu coração martelou e me senti atirada no espaço, voando, solta, era
só uma fumaça densa, já não era eu, eram só choques convulsivos, espasmos,
gemidos.
Meu corpo embriagava-se com o clímax, o melhor dos prazeres, a mais completa
sensação do prazer. Nada comparado ao que já senti, nem perto, era a mais perfeita
das emoções.
Edward POV
Olhei seu rosto satisfeito, seus olhos desfocados e anuviados, seu olhar que
explicitava amor, entrega total, satisfação, completude, e eu fiquei maravilhado com
esse prazer novo, com o seu amor em receber-me.
Sua entrega era sem medidas, e aquele momento dela favorecia o meu prazer em mil.
Logo a excitação e o êxtase que ela sentia acorrentaram-me. O cheiro, o hálito, o

calor e a umidade que me afogou, fez com que eu me entregasse ao delírio impetuoso
do meu corpo em saciar-se, tirando-me da realidade.
Movi-me mais inconstante, deixei-me levar, descobrindo novas emoções, explorando

o seu corpo com celeridade, precisão, ânsia e ela reagiu conjuntamente a mim. A
vibração do seu corpo aumentou novamente, ela foi novamente invadida com
860 de 1595 26/05/2011 20:45

tremores, espasmos, gemidos, suspiros, apertos.
Então uma sensação maravilhosa de que eu iria explodir em sensações invadiu-me,

logo um movimento intenso, agonizante, pulsante, forte, sem domínio. Não controlava
mais os gemidos involuntários e fortes que se faziam dentro de mim, fui jogado do
meu corpo, sentindo-me eletrocutar.
Um turbilhão de êxtase invadiu-me da cabeça aos pés, eu fechei os olhos e me afoguei

na piscina do seu corpo, desfalecendo com mais alto grau de satisfação alcançado.
Senti-me derramar, sendo acolhido no seu âmago. Eu estava dentro dela, derramando
minha vida nela, era a melhor das sensações, chegar ao orgasmo dentro dela,
demarcando-a como minha.
Juntos, fomos arrebatados do espaço real, instantes infinitos de prazer.
Um branco e eu me senti no nada. Perdido dentro do aconchego e da inundação da

mulher que eu amo. As pontas dos meus dedos formigavam, o meu coração estava a
mil. Buscava ar com dificuldade, meus lábios tremiam. Alcançamos a satisfação
completa do nosso corpo, o mais perfeito ápice, a fundição única do nosso corpo,
unidos em alma, corpo e coração.
Uma sensação perfeita, transladado para o surreal, o mais completo deleite, enfim
feita minha amante, minha adoração, minha criança em mulher.
Ali celebramos, entorpecidos, a nossa primeira vez. Completamente realizados.
Trouxe-a para cima de mim e enrolei-a no lençol, ainda resfolegando, esperando os

meus sentidos se acalmarem. Sua pele estava quente, mas ela estava sem vigor, sem
constância. Acariciei insistentemente suas costas macias, deslizando os dedos na
espinha. Ela ainda estava absorta sobre o meu peito. Eu continha uma alegria
exultante, uma felicidade em grande dimensão. Nada explicaria tanta completude, um
exímio sem igual de satisfação.
Minutos longos se passaram e eu vagava pensando em nós, minha mente se prendia

no presente, na certeza de que a encontrei para sempre.
Deus, como eu a quero, como a cada minuto tenho mais certeza disso, sabendo que
só sou um homem efetivo quando a tenho por completo em meu ser.
LOVE WILL SHOW YOU EVERYTHING de Jennifer Love
Hoje, hoje eu aposto minha vida Você não tem idéia do que eu sinto Não tenha medo
de demonstrar isso Você nunca saberá Se deixar escondido Eu te amo Você me ama
Aceite este presente e não pergunte por que Por que se você me deixar Eu levarei
tudo o que te assusta Mantenha dentro de você E se você me perguntar por que estou
com você E por que eu nunca vou te deixar O Amor vai te mostrar tudo Um dia
Quando a juventude for só uma lembrança Eu sei que você vai estar do meu lado
o0oh Eu te amo Você me ama Aceite este presente e não pergunte por que Por que se
você me deixar Eu levarei tudo o que te assusta Mantenha dentro de você E se você
me perguntar por que estou com você E por que eu nunca vou te deixar Meu amor vai
te mostrar tudo Nosso amor vai nos mostrar tudo o0oooh Meu amor vai te mostrar
tudo Nosso amor vai nos mostrar tudo
861 de 1595 26/05/2011 20:45

Depois de tempos calados, pensando, ela afastou-se e deitou na cama, de lado,

olhando para mim, com um contentamento exposto no rosto.
Sorri e preparei-me para a sessão de perguntas.
“Fala...” Abracei-a e beijei seu rosto.
“Estou feliz.” Ela estava sorrindo.
“Só isso? Não quer conversar hoje?” Diverti-me admirado, geralmente ela gosta de
conversar sobre as descobertas.
“Não... eu sei que você gostou.”
Peguei seu rosto e busquei seus olhos, completamente apaixonado.
“Eu não só gostei, esse foi o melhor e maior acontecimento da minha vida. Não é só
por ter conhecido algo novo, mas por ter sido com você, a mulher que eu amo e que
faz meu coração transbordar de alegria.” Abracei-a forte. “Promete que vai ser minha
pra sempre.”
Ela demorou um tempo desnecessariamente prolongado, ao ponto de eu afastá-la

para olhá-la.
“Edward, você é o amor da minha vida. Mesmo que eu tente viver longe de você, tudo
só tem sentido quando estamos juntos. Hoje eu tenho mais que certeza, e não é uma
certeza baseada em sonhos adolescentes. Eu sei que você precisa de mim, tem lutado
para mostrar que me ama, tem lutado por mim, e hoje eu quero novamente te dar
segurança, eu sou sua, pra sempre sua e vou te esperar. Eu acredito no nosso amor,
eu acredito em nós. Até que eu andei sem confiança em você e em nós por uns dias,
mas depois do que você mostrou pra mim, que entre o amor por mim e o poder que
você tanto busca, você escolheria a mim, eu tive certezas novamente que eu sou tão
importante para você quanto você é para mim. Eu tinha decidido parar de investir em
nós, simplesmente ia deixar as coisas acontecerem, se desse, deu, mas eu garanto
para você que o que for preciso para investir em você novamente, no seu futuro e
principalmente no nosso amor, eu farei.”
Meu ser regozijava com a certeza novamente conquistada. Por dias tive dúvidas, pelo
modo como ela me tratava desde que a abandonei naquela madrugada, mas hoje ela
afirma suas convicções e eu sinto-me aliviado e inteiramente impelido a continuar
lutando.
“E quanto a sua faculdade? O que será de nós dois daqui em diante?” Perguntei.
“Posso tomar banho antes?”
“Sim.”
Ela levantou-se e dirigiu-se ao banho.
Olhei para a cama e tinha rastros de uma noite de amor, pétalas de rosas grudadas no
lençol, peças de roupas jogadas na imensa cama super king e uma pequena mácula
sanguínea sobre o lençol.
Sorri da dádiva recíproca em principiarmos juntos a vida de amante, levantei, troquei o
862 de 1595 26/05/2011 20:45

lençol, recolhi os candelabros que continham velas derretidas, organizei o quarto,

peguei uma toalha e entrei para o banho. Ela já se enxugava.
“Não dorme.” Beijei sua boca levemente e ela saiu do banheiro, com uma toalha
enrolada no corpo e no cabelo.
Voltei para o quarto, ela estava com outro lingerie vermelho, deitada na cama.
“Comprou uma coleção?” Observei, referindo-me aos três conjuntos que ela colocou
desde que chegou.
“Pensei que você não reparasse.” Mostrou pouco caso.
Sequei-me, vesti uma boxer, deitei ao seu lado e acariciei o seu corpo, dando total
atenção às suas peças íntimas.
“É lógico que eu reparo. É que por mim você ficava sem.” Sorri descaradamente. Eu
sempre tive vontade de falar isso, mas não me via a vontade, hoje tudo estava fácil.
“Ok.” Ela tirou as duas peças e sorriu travessa.
Eu abracei-a, acariciando as suas costas, perfumadas e sedosas.
“Amo você exatamente assim, sabia? Sem dificuldades, sem embaraço.”
“Sem vergonha.” Gargalhou.
Ela sentou-se sobre mim, depois me olhou insinuante.
Vi seu corpo sobre mim e tive uma visão perfeita, seu corpo desnudo, em contraste
com o cabelo molhado, longo e solto. Linda.
“Adoro você, você é linda.”
Um lampejo de curiosidade atravessou seu rosto e ela sorriu, ainda sentada sobre
mim.
“Agora eu quero saber... Qual foi a sensação de estar dentro de mim?”
Pensei na resposta... mil sensações, algumas indefiníveis.
“Não sei explicar, é surreal.”
Ela começou a acariciar meu abdômen com as pontas dos dedos, e rastros pequenos
de eletricidade voltavam a despertar.
“Concentre e lembre...” Inclinou-se e passou a língua em meu peito, olhando-me

libidinosamente.
Eu suspirei, tomando consciência que o desejo despertava novamente em mim.
“Hmmm, é quente, acolhedor, molhado...” Já sentia sua língua incendiando por onde
ela passava.
“Você gosta de quente e molhado?” Sorriu travessa e subiu, beijando lentamente meu
pescoço, com luxúria, depois desceu passando a língua em meu peito. Uma chama foi
pincelada por onde sua boca passava, outro prazer sendo levantado, com aquelas
863 de 1595 26/05/2011 20:45

gotas doces de luxúria.
Ela estava dominadora, uma amante perfeita, minha dona, e desceu passando a língua
em meu abdômen, mordiscando lateralmente, proporcionando uma expectativa e um
prazer imenso, voltando a trazer um ímpeto feroz em possuí-la.
Sorri de sua ousadia enquanto eu era invadido por espasmos causados pelo toque
quente de sua boca.
Ela olhava para mim com olhar astuto, mostrava que comandava e tirou lentamente a
minha boxer, depois colocou a mão em minha parte rija e acariciou com olhar
libertino.
Ela se inclinou e beijou novamente a região baixa do meu abdômen, fazendo-me arfar
de ansiedade, então mordiscou e passou a língua se aproximando lentamente do meu
centro. Ela torturava-me, tirando-me do chão. Ia com a boca vagarosamente em
direção ao meu membro, fazendo-me desejar mais e arquear o corpo com a
expectativa de sua boca ali.
“Não precisa fazer isso, Bella.”
Ela olhou-me por minutos, ainda com a mão em torno dele.
“Psiu! Sou sua dona, esqueceu?” Sorri e relaxei a cabeça no travesseiro, embebido por
aquele prazer.
Ela beijou a minha barriga e as proximidades daquela área, vagarosamente,

martirizando-me aos poucos.
Logo sua boca subiu deslizando a língua em meu membro, eletrocutando, fervente por
onde passava. Ela transformava-me em um insano, dependente de sua boca.
Inocentemente ela beijava, lambia, e tudo me fazia queimar. Por minutos arfei,
suspirei pesado, e a cada nova carícia de sua boca macia eu delirava. Ela era
inexperiente, mas sua carícia era irresistível. Era sexy ver sua língua me delineando,
castamente beijando.
Minha vontade era me abandonar, deixá-la me explorando, no entanto o desejo já me

inflamava, eu queria estar dentro dela novamente.
Puxei-a para os meus lábios, envolvido de desejo ardente, e beijei-a ansioso, sedento
por ela.
Ela soltou-se do beijo e sussurrou sensualmente. “Quero você de novo.” Beijou-me

ávida, e eu busquei prepará-la novamente para me receber, reacendendo nela a
chama por mim com beijos em seu corpo, sugadas em seus seios, demorando em
ensaiar.
Mas ela surpreende-me com sua impaciência e pôs-se a tomar conta da situação,
sentando em cima de mim.
“Quero agora.”
As dúvidas ainda queriam me invadir quanto ao incômodo nela, mas ela percebeu e
num movimento repentino e inesperado pegou em mim e encostou-me na entrada,
sem entrar.
864 de 1595 26/05/2011 20:45

Ela encostou os lábios nos meus e relaxou lentamente o corpo sobre mim, permitindo
que eu entrasse centímetro por centímetro, enquanto arrancava ofegos de minha
boca. O prazer em mim foi arrebatador, delicioso, e eu continuei beijando-a, feliz, por
ser aceito novamente, por ter acesso livre ao seu corpo.
Ela abriu os olhos, encarou-me profundo, com rosto mergulhado de prazer, e

moveu-se lentamente.
Afastei o corpo mais para trás e encostei-me na cabeceira, para olhar seu rosto de
dona da situação. Tudo era prazeroso, o seu olhar, os seus gemidos, seus
movimentos, e a cada movida dela em mim um gemido era tirado de nós.
O desejo furioso incendiava-me, mostrando que eu nunca iriame cansar dela.
Ela continuava me torturando lentamente, com movimentos irregulares,

apertando-me, tirando meu juízo. Éramos só corpo em busca de satisfação, sem
pensamentos. Fixados um no outro, magnetizados, fundidos, encaixados.
Assim ela ficou mais ansiosa, e movimentou-se descompassadamente, ora rápido, ora
lento, circulando, enquanto isso eu me sentia fora de mim, entregue as suas
vontades, atormentado pelo seu comando volúvel.
Foram minutos sem fim de ofegos e gemidos. Ela com uma desenvoltura e sagacidade
inebriante era capaz de enlouquecer qualquer homem são, tanto mais um louco,
obsessivo e apaixonado como eu.
Seus olhos abriram-se, desfocados e ela moveu-se mais preciso, mais rápido, então
eu percebi que ela anunciava seu êxtase e concentrei meus movimentos aos dela.
Segurei seu quadril e cadenciei os movimentos, ora dentro, ora fora. Estava sem ar,
mordiscando os seus seios, perdido nela como louco. Logo ela gemeu alto, deu seus
gritinhos e apertou os dedos em meus braços, estimulando por completo a me
derramar e alcançarmos sincronizados o ápice, arfando pesadamente.
Jogamo-nos na cama, entregando-nos ao êxtase. Todos os meus sentidos vagavam,

fluíam, voavam, viajaram na mais perfeita sensação de amor pleno.
Ela encostou-se a mim, enquanto eu ainda estava entregue, acariciou os meus

cabelos, limpou o suor do meu rosto e beijou-me ternamente em vários locais do meu
rosto.
“Feliz aniversário, anjinho.” Sussurrou languidamente.
“Nossa, obrigado...” Murmurei quase sem som. “Meu presente sempre vai ser você...
Todos os dias.”
Ela olhou-me significantemente e tencionava falar algo, mas por vários minutos ela
ficou calada.
“Edward, eu tinha decidido seguir minha vida sem depender de você, sem associá-la
mais a você.” Pausou, beijou o meu peito, acariciou os meus lábios e eu temi o que se
seguiria. “Mas, se nós decidimos ser um do outro pra sempre, nossos planos tem que
ser conjuntos. Como você hoje mostrou que eu sou o seu futuro, eu quero que você
me ajude a decidir o meu.”
“Como assim?” Acariciei suas costas com os dedos, inspirando seus cabelos.
865 de 1595 26/05/2011 20:45

“Eu tenho até o dia quinze para decidir entre ir para universidade na Califórnia, aqui na
Capital ou lá no estado de Washington. Me ajude a tomar a decisão.” Afastou-se e
olhou-me suplicante.
Pedir a minha opinião leva-me a agir de modo egoísta, mas a felicidade dela era o mais
importante em minha vida, então ela devia decidir.
“Bella, todas as alternativas tem seus prós e contras, então vou expor cada uma, só a
minha opinião, mas é você quem decide.”
“Tudo bem.”
“Se você vir morar na Capital, para mim vai ser perfeito. Pensando como homem
egoísta, vou poder te ver todos os dias, poder almoçar com você, dormir com você
quando você me convidar, afinal, a casa vai ser sua. Porém, aqui você vai estar longe
de sua família, às vezes eu posso ficar sem tempo, às vezes vou ter que estudar mais,
então você pode sofrer com isso.”
Ela analisou-me calma, precisávamos realmente ter essa conversa de adultos.
“Se você for para a Califórnia, eu também vou poder ir te ver no mínimo uma vez por
semana, por que vou com Ryan. Seria bom para nós, mas também tem o contra,
porque você vai estar longe da sua família e pode ocorrer a mesma coisa daqui, às
vezes eu ficar sem tempo e você ter que me esperar. Mas o que eu estou preocupado
mesmo é de você ficar longe de sua família.”
“Então pra você o mais viável é que eu fique em Seattle mesmo.” Não era uma
pergunta.
Afastei-a e sofri em antecedência pelo que eu ia falar.
“O mais viável, Bella, era que a minha vida estivesse pronta, ou que eu tivesse nascido
abastado para poder ficar todos os dias com você sem preocupação. Pode ter certeza
que pra mim, o mais dolorido é você ficar no estado de Washington. Mas pra você é a
melhor opção, afinal, lá você tem amigos, sua família está lá, a empresa que você
trabalha é lá, os seus cursos de línguas e de música são lá. Então, lá é o melhor lugar
para você.”
“E quais são os contras no caso de ficar lá?”
“Os contras é que com você lá, nós iríamos nos ver tão irregularmente como esse
ano. Eu teria custos altos de viagens que eu não conseguiria bancar regularmente.
Poderíamos nos ver no máximo de mês em mês, o que pra mim é muito dolorido,
porque está cada vez mais difícil viver longe de você. Tenho sofrido muito nesses
últimos meses, tenho sentido muita solidão naquele quarto. Mas eu te aconselho a
decidir pensando em você. No seu futuro, na sua família. Porque nós, se você tiver
paciência, um dia nós ficaremos juntos. Ou você não quer ser a esposa de um
embaixador?” Diverti-me no fim, mas ela ficou séria.
O silêncio dela perdurou por mais instantes do que eu esperava, trazendo uma ponta
de ansiedade em mim.
“O que foi? Você não tem certeza se quer ser a esposa de um embaixador, não?”
Tentei tirá-la daquele estado distante de pensamentos.
Na verdade eu não tenho certeza se este é o meu alvo, ser embaixador, mas
866 de 1595 26/05/2011 20:45

descontraio pela associação dela com esse nome ao meu futuro.
“Edward, eu quero você. Mas tenho pensado muito no futuro que você escolheu.
Tenho medo de ter que ficar longe da minha família.” Foi um murmúrio sua voz.
Foi um embate a sua revelação, eu nunca tinha parado para pensar nisso, no que ela
queria do próprio futuro. Logo, as dúvidas queriam se instalar em mim, Entretanto eu
não iria permitir que a nossa noite terminasse com preocupações desnecessárias para
o momento.
Afastei-a e beijei o seu rosto, apertando-a a mim, sentindo-me completo, amado,

feliz.
“Vamos fazer assim, vamos ter fé que vamos ficar juntos, que de alguma maneira
vamos permanecer juntos. Como diz você, vamos viver o hoje intensamente e
entregar nas mãos do destino o restante dos nossos dias. De qualquer maneira, eu
tenho certeza que eu quero você. Tudo bem?”
Ela sorriu e olhou em meus olhos.
“Estou amando você otimista assim. Então nosso compromisso está feito.” Levantou
as mãos e mostrou o anel. “Você vai usar um desses também, pra espalhar por aí que
você tem dona?” Sorrimos.
“Eu não preciso de um anel pra que as pessoas saibam que tenho uma dona, mas eu
posso usar um também, caso queira.”
“Vai usar um com três pedras?”
“Sim.”
“E o que vai significar?”
Peguei no anel, apontando cada pedra.
“Eu, você e nossa família, em aliança, que é o que nós temos em comum, um amor
desmedido por eles.”
Ela abraçou-me forte, enterrando a cabeça em meu peito.
“Você trouxe alguma roupa comportada?”
Ela afastou-se para olhar-me.
“Por que?”
“Por que pela manhã você vai assistir ao meu seminário, e a tarde vai ao Senado
comigo. Você quer?” Dei-lhe a opção.
Ela sentou-se e olhou-me eufórica.
“É lógico que eu quero!!”
Sorri de seu entusiasmo repentino, sentindo felicidade em mostrar outra parte do meu
mundo a ela.
“Então combinado, amanhã vou apresentar oficialmente minha namorada aos colegas
867 de 1595 26/05/2011 20:45

de curso e para os colegas de gabinete.” Informei.
Não esperava a resposta de suas ações com tanto contentamento, mas ela sorriu e
jogou-se encima de mim, abraçando-me forte em agradecimento.
Ela portou-se como uma criança vislumbrada com diversões.
As diversas facetas da mulher que eu amo.
Menina, um anjo especialmente deslumbrante, minha fada mágica, mulher

dominadora, amante que floresce com seus encantos, graciosa, ágil, um furacão, uma
obra prima desenhada e arquitetada para me completar, fascinante... Meu tudo, minha
vida, minha companheira nesta vida e nas próximas.
Continua...
Notas Finais:
N/B: Galera... fala ae quem não gosta??? Há. Acho que mta pouca
gente, viu Bia... Lindo né... (momento suspira on) Ficou lindo a
primeira vez. Amei, entrega total de ambos... e claro mto amor...
adorei a preparação dele para somente as preliminares, e então,
surpresa dr. Ed... hehehe era hj... heheh... gostei tb da conversa
sobre onde o futuro, tentar achar algo q funcione para ambos! Bjs.
Beijus. Passem em Dupla Personalidade. Lá temos um Edward

safadenho.
Bia Braz.
Fala se esse anjinho não foi muito gostosinho?
868 de 1595 26/05/2011 20:45

Capítulo 41-Uma força ao futuro escrita por BIA BRAZ

Capítulo 41 - Uma força ao futuro
Bella POV
Os raios de sol da manhã penetravam pelas frestas da janela, acariciando as cortinas e

traziam calor ao quarto. Eu estava ensoberbecida por uma sensação agradável de
felicidade e satisfação.
Perguntei-me por que eu estava tão ansiosa e temerosa quanto a ontem à noite, pois
tudo foi tão perfeito! Todos os medos agora pareciam tolos. Foi como se tivéssemos
nascidos um para o outro, completamente compatível.
Sentia-o próximo ao meu corpo, nossas pernas estavam entrelaçadas, passando-se

calor.
Estávamos envolvidos, nessa manhã, numa aura de completude, como se toda vida a
buscássemos e somente a encontrássemos quando nos unimos.
Demorei a tomar noção de que deveria ser tarde. Então olhei o meu celular e marcava
oito horas e vinte minutos.
Edward não colocou o celular para despertar, logo devia estar atrasado para ministrar
o seminário.
Olhei-o adormecido na cama e aproximei-me de seu rosto para acordá-lo. Ele estava
em um sono pesado e profundo.
Mesmo sabendo de seu atraso eu queria apreciar mais alguns segundos de seu sono
calmo e de uma manhã que se iniciava perfeitamente.
Vê-lo dormindo ali comigo me trazia um contentamento sem igual, alegria em

estarmos juntos, em tê-lo alcançado, em ter sido agraciada com uma pessoa tão
doce, tão gentil e tão determinada a me fazer feliz.
869 de 1595 26/05/2011 20:45

“Bom dia, anjinho.” Sussurrei, acariciando o seu cabelo. “Você tem que acordar...”
“Hmmm, que horas são?” Resmungou sonolento.
“Oito e meia.”
“Nossa!” Ele se levantou em um pulo da cama, enrolou o lençol na cintura e passou as

mãos pelos cabelos ansiosamente.
Sorri do lençol em sua cintura, lembrando que foi nesse quarto, há mais de um ano,
que eu tirei diversas fotos em que ele mantinha o lençol enrolado na cintura por
timidez.
“O que vamos fazer? Estou muito atrasado.” Disse ele, com um pouco de inquietação.
O fato de nós dois termos que nos arrumar, o atrasaria mais.
“Tome banho, se arrume e vá.” Respondi sem sair da cama, lançando-lhe um olhar
terno.
“E você? Pensei que queria ir.” Tinha um misto de chateação e dúvida em seu rosto.
“E vou. Você vai agora no carro que aluguei, depois eu vou. Antes vou a uma loja
comprar umas roupas. Eu quero estar apresentável diante dos seus colegas.” Sorri,
passando confiança.
“Faz assim, eu pego o táxi. Chama um para mim, enquanto eu me arrumo.”
Ele entrou apressado no banheiro e eu fiquei parada, olhando para o teto, sentindo
saudade de tudo o que aconteceu.
Queria que ele não tivesse que ir a esse seminário hoje para não termos que nos
despedir da cama assim tão apressadamente, mas em compensação eu queria muito
ir à Universidade com ele, queria que os colegas de classe dele me conhecessem,
870 de 1595 26/05/2011 20:45

portanto, só nos resta aproveitar a cama depois.
Não liguei para o táxi e entrei para o banho. Ele estava se enxaguando.
Percebi ele se retrair quando os meus olhos o avaliaram dos pés a cabeça lentamente.
Sorri em saber que ele não mudou quanto a isso ainda, em se intimidar ao receber o
meu olhar devorador sobre o seu corpo perfeito.
À vontade, deixei a toalha em cima da pia e entrei no box.
Ele já se despedia do chuveiro, mas abraçou-me molhado.
“Eu queria não estar atrasado...” Inclinou e beijou meu pescoço. “Desculpe por não
ter começado o dia direito. Bom dia, amor da minha vida.” Beijou-me maliciosamente
na orelha “Pediu o táxi?”
“Não.” Depositei beijos em seu ombro. “Eu vou de táxi.” Afirmei convicta.
Ele beijou a minha testa e se enxugou apressado.
“É incrível. Você só faz o que você quer.” Fingiu reprovação.
Sorri despreocupada e ele saiu do banheiro rápido.
Ele tinha pouco tempo para chegar à Universidade e com certeza iria se atrasar no
mínimo uns dez minutos. Ainda que o hotel fosse perto, iria ter trânsito. Entretanto,
ele aparentemente estava relaxado e feliz.
Terminei o banho e já me enxugava para sair, quando ele apareceu na porta do

banheiro pronto, de terno, lindo, perfumado e com um sorriso deslumbrante no rosto.
“Até já. Não demore. Não posso perder momentos seus.” Beijou-me ternamente nos
lábios e saiu levando o notebook consigo.
871 de 1595 26/05/2011 20:45

Arrumei-me e desci para comprar alguma roupa nas lojas perto do aeroporto. Eu não
trouxe roupas como ele disse ‘apropriadas’, logo deveria aproveitar e fazer umas
comprinhas.
Estava me sentindo leve essa manhã, o sol me aquecia, mas era confortável.
Do hotel até as lojas nada mais era que uns cinco minutos, então cheguei ao setor de
lojas e avaliei as vitrines, encontrando rapidamente o que vim buscar.
Voltei para o hotel, me arrumei e pedi um táxi.
Vesti um terninho creme e justo, prendi metade dos cabelos, passei uma maquiagem
leve e desci.
Cheguei à Universidade por volta de dez e meia.
Fui direto ao auditório que Edward estava dando aula ontem, porém, ao chegar lá
percebi que o ministrante era outro.
Saí procurando pelo corredor, mas alguns auditórios estavam fechados,

conseqüentemente eu fiquei perdida. Depois de alguns minutos procurando, percebi
uma pessoa conhecida saindo de uma porta e abrindo outra... era a Sophia.
Aproximei-me rápido, a vi pegar uns copos de água mineral e ela já fechava a porta, a
qual tinha entrado, quando surgiu a minha dúvida: Eu perguntava para ela ou não, se
ela sabia onde Edward estava hoje?
Eu não deveria hesitar, afinal, ele é meu namorado, e nenhuma dúvida implantada
anteriormente em mim deveria me impedir de me aproximar dela, ainda mais quando
eu estava realmente precisando.
“Oi, você é Sophia, não é? Sou Bella...” Aproximei sem graça.
Ela juntou as sobrancelhas.
872 de 1595 26/05/2011 20:45

“Namorada do Edward.” Completou dando um sorriso.
Interessante, ela me reconheceu com empolgação. Alguém de fora até imaginaria que
éramos amigas.
“Sim. Estou procurando por ele. Você sabe onde ele está? Pensei que ele estaria na
mesma sala que estava ontem, mas ele não está. Agora estou meio perdida.” Disse
ainda desconcertada.
“Ele está neste auditório aqui. Essa porta aí vai dar acesso direto ao local onde ele
está, mas o acesso público é pelo outro lado.” Ela apontou para a porta a qual ela
tinha acabado de sair. “Eu vim exatamente buscar água para ele. Ele chegou atrasado
e não deu tempo de se organizar.” Sorriu.
“Ah...” Buscar água para ele... Tão prestativa a amiga! “Me fala como faço para ir por
lá.” Pedi.
Ela ficou calada, olhando em minha direção e sorriu de algo que eu não entendi.
“Faz assim, entra por essa porta mesmo. Eu te dou a água e você leva para ele.
Depois é só você descer pela escada a direita dele.”
Hmmm, eu iria deixá-lo embaraçado, caso aparecesse repentinamente no local onde

ele estava. Mas não seria uma má idéia.
“Eu levo.” Sorri e peguei três copos descartáveis das mãos dela.
Paramos na porta, ela me explicou e entrou.
Sophia sentou-se em uma cadeira na parte de cima do auditório, ao lado de mais

quatro pessoas, deviam ser professores. Mas o que ela fazia ali?
O auditório estava cheio, todos concentrados em algo que Edward falava, ao mesmo
tempo em que passava os slides na tela.
873 de 1595 26/05/2011 20:45

Ele estava de costas para a porta em que eu estava, então vagarosamente caminhei,
atravessando o palco. Inclinei para colocar os copos d’água no móvel de vidro e, no
mesmo momento, ele olhou em minha direção, parando de falar.
Eu sorri.
“Oi, embaixador.” Movi, sem sons, os lábios.
Ele ficou mudo uns segundos, esquecendo-se que estava em meio a um seminário.
“Linda.” Sussurrou e sorriu.
Por segundos eu me perdi em seus olhos, me prendendo ali naqueles brilhantes e

lindos orbes verdes, encantada em quão lindo ele estava essa manhã, feliz com a
lembrança de como foi bom ter uma noite de amor conectada àquele olhar.
Como em um estalo ouvi um assovio, depois outro, e balancei a cabeça, olhando para
os inúmeros universitários que esperavam o mínimo deslize do palestrante para fazer
alguma descontração.
Olhei em direção as pessoas e vi Ryan, que assoviava, estimulando os outros alunos.
“Linda!!... Aluna nova!!.. me apresenta!! Linda!!”
Como uma pessoa poderia ser tão espontânea assim?
Os acadêmicos entraram na brincadeira do Ryan e assoviavam, brincavam.
Instantaneamente, me voltei para o lado direito, que Sophia me indicara que dava
acesso às cadeiras, e desci rapidamente.
Temi a situação que foi constrangedora.
874 de 1595 26/05/2011 20:45

Edward anteriormente esqueceu-se que estava com o microfone de boca e o mínimo

som que ele soltou ao me chamar de linda foi ouvido pelos alunos, o que gerou o
alvoroço e assovios.
Sentei, desconcertada.
Edward sorriu e colocou as duas mãos sobre a mesa de vidro.
“Ok, gente, essa é Bella. Minha... Futura esposa.” Ele sorriu torto em minha direção e
o alvoroço foi total de risos .
Fiquei boquiaberta com a espontaneidade com que ele revelou isso em público.
Será ele, lá em cima, outra pessoa que eu também não conheço?
O auditório mostrava empolgação, e eu afundei na cadeira, procurando me esconder,

enquanto ele sorria.
Eu nunca fui envergonhada com nada, mas a situação era completamente avessa ao
que eu já tivesse passado algum dia.
Eu nunca imaginaria que ele se portaria assim em algum lugar, principalmente aqui.
Meu namorado tem diversas personalidades.
“Pronto... Voltando...” Disse baixo e sério, e, aos poucos, o barulho diminuiu

totalmente.
Assustei novamente com tudo, se fosse no colegial a bagunça iria continuar ao ponto
do diretor ter que intervir, e aqui, em poucos segundos, o barulho se dispersou.
Realmente ele é um líder nato, impõe respeito sem que tenha que por força na voz.
875 de 1595 26/05/2011 20:45

O seminário se seguiu por mais uma hora. Eu fiquei deslumbrada com sua postura e
com sua voz macia.
Enfim a aula terminou e ele desceu, vindo em minha direção. Levantei e esperei que
ele chegasse até a mim.
Ele chegou, encostou os lábios nos meus levemente e sorriu.
“O que foi aquilo?” Perguntei ainda admirada.
Ele colocou a mão em minha cintura e saímos atrás das pessoas.
“Eu não disse que ia te apresentar oficialmente para a minha turma?” Afastou-se,
sorrindo.
“Mas essa não era a sua turma, era?” Eu ainda estava chocada.
“Grande parte sim. Mas eu não teria oportunidade melhor que essa.”
Afastei olhando o seu rosto que estava completamente satisfeito e a vontade.
“O que você fez com o meu namorado tímido? É sério, tem horas que eu acho que não
te conheço.”
“Eu já disse que não é sempre que sou retraído. Pra ser sincero, eu me sinto tão à
vontade lá em cima que foi como se não tivesse dito nada.”
Ele estava deslumbrante e com um sorriso presunçoso.
“Adorei tudo. O assunto abordado é muito interessante. Você fala muito bem.” Elogiei
orgulhosa e ele sorriu, beijando a minha testa quando já tínhamos alcançado a saída.
876 de 1595 26/05/2011 20:45

Várias pessoas vieram falar com ele e Ryan me puxou do seu braço.
“Linda hein!! Tão novos e já vão casar.” Divertia-se com o comentário do Edward no
palco.
“Não é agora, bobinho, ainda vai demorar.” Sorri e me pendurei em seu braço,
enquanto caminhávamos pelo campus.
“Vai fazer o que hoje à tarde?”
“Vou ao gabinete do seu pai com Edward.”
Ele colocou a mão no queixo, pensando em algo.
“Mais tarde eu vou lá também. E amanhã vou dar uma despedida lá em casa, caso
vocês queiram aparecer por lá, estão convidados.” Deu um beijo no meu rosto e saiu.
Fiquei esperando Edward sentada em um banquinho.
Muitas pessoas estavam em volta dele, falando algo, mostrando alguns papéis, então
a Sophia se aproximou dele e o chamou no canto.
Os dois conversaram um pouco, depois eu a vi colocando um boton na gravata dele e

dando um beijo no rosto dele.
Virei o rosto para não mostrar o meu choque diante da cena e para controlar meu
acesso de raiva. Depois disso ele veio em minha direção sorrindo, pegou em minha
cintura e direcionamos ao estacionamento.
“Bella, eu preciso ir ao meu quarto pegar umas coisas. Espere aqui.” Deixou o
notebook no carro comigo e saiu rápido em direção ao campus.
877 de 1595 26/05/2011 20:45

De onde eu estava o vi novamente falar com Sophia e ir rumo ao seu quarto.
Que perseguição é essa? Essa mulher não vê que ele está comigo?
Fica dando coisas para ele na maior cara de pau. Que saco!
Rapidamente ele voltou com uns livros nas mãos.
Saímos do campus e fomos almoçar em um restaurante próximo ao Senado.
Escolhemos um canto e pedimos bifes e batatas.
“Que foi que você está tão pensativa?” Perguntou-me, pegando em meu rosto.
“Nada. Que horas você começa lá?”
“Uma e meia.” Seu semblante estava contente, com um sorriso estampado enquanto
comia e olhava em minha direção.
“Por que você não foi ontem? Era quinta feira.”
“Depois que você chegou eu liguei lá e disse ao Senador que eu não iria, pois estava
recebendo uma visita do estado de Washington. Também avisei que era meu
aniversário.”
Peguei a caixinha de fio dental na minha bolsa, puxei um fio e comecei a brincar de
fazer laços nos meus dedos.
“Ele deixou numa boa?”
“Sim. O Senador é bom pra mim.” Tinha satisfação em sua resposta.
878 de 1595 26/05/2011 20:45

“Bom como?” A curiosidade me invadiu.
“Não sei... ele me chamou para ser assessor dele e eu só tenho vinte anos,. Não é
normal...” Em seu tom tinha desconfiança.
Ele terminou de almoçar, eu peguei carinhosamente seus dedos e fiz laços com o fio
dental, medindo. Ele nunca iria imaginar o porquê dos laços.
“Mas você aceitou.” Não foi uma pergunta.
“Aceitei e provavelmente devo estar bem envolvido com viagens à Califórnia. Como
será um ano eleitoral, ele terá que fazer muitas aparições públicas por lá. E, por eu ser
seu assessor, certamente ele vai querer que eu vá.” Tinha alguma informação oculta
em suas palavras.
“Hmmm, quer dizer que você acha que vai estar muito ocupado...” Abaixei o olhar
sentindo tristeza em pensar no dia seguinte. Tudo é tão perfeito quando se trata do
hoje.
“Sim...” Ele percebeu a tristeza em meu rosto e ficou calado.
“Em quanto tempo termina o seu curso?”
“No próximo ano eu termino noventa e cinco por cento das matérias, vai ficar para
trás pouca coisa. Depois talvez eu tenha que freqüentar um dia por semana. Porém eu
já vou poder fazer uma especialização.” Ele falava com o olhar sonhador.
A cada minuto que passava, eu sentia mais vontade de poder adiantar o tempo em
que poderíamos ficar juntos de verdade. Estava angustiante conversar sobre isso,
logo uma dor começou a se estampar em meu peito.
“Muito tempo, né?” Ele acariciou o meu rosto com lamento em sua expressão.
“É.” Respondi, sem intenção de esconder a minha aflição.
879 de 1595 26/05/2011 20:45

Com tensão no ar, pedimos a sobremesa para a garçonete.
“Vai desistir de mim?” Sua voz foi um murmúrio.
“Não!” Respondi em prontidão e ele sorriu.
“Então vamos esquecer isso, pode ser?” Depositou beijos em minha mão.
“Podemos esquecer isso voltando para o hotel e aproveitando o hoje...” Sorri

maliciosamente, aproximei meu rosto da sua mandíbula, inspirei o seu cheiro delicioso
e coloquei a mão na perna dele, acariciando a coxa por dentro.
Estávamos em um canto do restaurante, mas alguns olhares do restaurante podiam

perceber a nossa demonstração de carinho. Eu não queria me importar, ali para mim,
só tinha ele e eu.
Ele se retraiu e segurou a minha mão, beijando-a novamente.
“Mais tarde... Temos o fim de semana inteiro.” Sorriu e olhou-me insinuante.
Determinada, soltei a minha mão de sua boca e desci de novo, acariciando a coxa
lentamente, adorando deixá-lo tenso em locais públicos.
Ele suspirou e colocou a mão por cima da minha, tentando me impedir.
Eu sorri travessa e subi com a mão, percebendo os olhos dele se abrirem e ele apertar
os lábios com os dentes quando o acariciei na extensão por vários minutos, por fora
da calça, sentindo-o excitado.Ele segurou a cabeça com as mãos e abaixou o olhar,
com os braços sobre a mesa.
“Vamos para o hotel...” Sibilei em seu ouvido.
880 de 1595 26/05/2011 20:45

“Bella, não faz isso...” Sua voz estava rouca, baixa, vacilando.
Sorri presunçosa em deixá-lo assim.
“Não me quer?” Fingi indignação e sentei direito.
“Eu te quero sempre... Só estou com medo de nunca mais conseguir almoçar aqui...
Quando você for embora vou ficar que nem um louco.” Pegou em minha cintura e me
encostou mais ao lado dele.
“Como assim?”
“É só pensar... Se eu tiver você excessivamente agora, depois meu corpo vai sentir
muito a sua falta. Então eu prefiro moderar para não sofrer depois.”
“Eu já penso ao contrário.” Sorri e ele entendeu a minha indireta. “Pena que só falta
meia hora para você começar.” Acariciei novamente a sua coxa e beijei o seu pescoço
leve.
“Mais tarde... Isso tem que ter tempo e ser bem feito.” Sorriu e colocou sorvete em
minha boca.
Beijei-o, ele não refreou, devolvendo um beijo de lábios, gostoso, gelado e com gosto
de morango. Ao conquistamos mais intimidade, ele se soltava mais, e assim,
passamos um bom tempo entre sorvetes e beijinhos, aproveitando os seus últimos
minutos, antes dele ir para o senado.
“Eu não vou agora com você. Deixo você lá e vou mais tarde. Não quero te tomar
muito tempo.” Sorri com bom humor.
“Tudo bem. Eu saio cinco e meia, então chegue antes para dar tempo de te mostrar
alguma coisa.”
Ainda ficamos um tempo entre carinhos, depois levantamos e saímos.
881 de 1595 26/05/2011 20:45

Deixei-o no estacionamento do Capitólio e, de novo, fui até as lojas do aeroporto.
Não levei mais que meia hora para comprar o que precisava, então, voltei para o
nosso quarto no hotel. Ele já estava limpo da noite anterior.
Deixei tudo em cima da cama e saí para encontrá-lo.
Assim que cheguei ao estacionamento liguei para ele. Ele não pediu que eu entrasse,
preferiu sair para me encontrar.
“Antes vamos dar uma volta lá na Casa Branca, deixe uma identificação fácil nas
mãos.”
Peguei minha identidade e deixei na mão.
Andamos um pouco e chegamos a Casa Branca. Ele estava com um crachá de serviço
e não passou pela recepção, mas eu tive que passar. Já dentro da Casa Branca ele me
levou a uma sala.
“Esta é a sala que quando eu tinha nove anos eu quis entrar e um segurança não
deixou, você lembra a história?”
“Sim. Eu lembro.”
Ele começou a andar por ela. A sala era em formato redondo, parecia um pequeno
estádio de futebol de luxo.
“O que fazem nessa sala?”
“Reuniões da cúpula do mundo. Representante dos países quando vem aos EUA se
reúnem aqui.”
Avistei as placas e bandeiras em frente às cadeiras luxuosas e confortáveis da sala.
882 de 1595 26/05/2011 20:45

“Você se satisfez depois que entrou aqui?”
Ele aproximou-se de mim lentamente e pegou a minha mão.
“Não foi como pensei que fosse... Não me deu prazer nenhum.”
Fiquei olhando o seu rosto. Parecia que isso o deixava desapontado.
“Às vezes corremos atrás de algo, achando que vai nos trazer felicidade e quando
alcançamos não é o que sempre pensamos que fosse.” Ele refletiu. Parecia estar
falando para si.
Suas palavras me levaram a reflexão em saber se ele vai encontrar felicidade nesse
sonho que tanto busca. Às vezes as coisas simples da vida, o tédio e o normal nos dá
mais felicidade do que algo grande e inalcançável, que de repente alcancemos e não
encontramos a graça que pensávamos ter.
Mas isso ele teria que descobrir só, assim como descobriu com essa sala.
“Vamos.” Puxou a minha mão e saímos da Casa Branca, nos direcionando ao Capitólio,
que é onde ficam os gabinetes dos senadores.
Entramos em uma sala grande. Era um quadrado de aproximadamente uns cem

metros quadrados, com quatro salinhas de vidro. Em cada sala tinha uma mesa,
computador, um armário e três cadeiras.
Edward apresentou-me a cada um dos colegas presentes, uma mulher e um homem

de uns trinta anos. Eles foram bem amigáveis.
A sala do Edward era no fim, em frente à entrada para o gabinete do senador.
“O que você faz?” Sentei em frente à mesa dele e ele virou o monitor para que eu
visse.
883 de 1595 26/05/2011 20:45

“Muita coisa, mas quase nada. Era para trabalharmos em equipe, mas algumas coisas
eu prefiro fazer só. Vou dar exemplos do que faço: se o senador tem intenções para
um projeto de lei, eu faço pesquisas, monto argumentos. Mas agora desde que um
colega nosso saiu, até os discursos eu faço sozinho.”
“Interessante. Você gosta?”
“Eu gosto de estar subindo degraus para alcançar algo na vida: o meu sonho.” Sorriu
convicto.
“Mas o seu sonho ainda é o mesmo de antes?” Inclinei sobre a mesa.
“É”
“Você já se perguntou hoje por que está indo atrás desse sonho?”
Ele demorou um tempo pensando.
“Em primeiro lugar, por que eu quero dar um futuro bom para a minha família, isso
inclui você. Também quero ter um nome, dignidade, ser alguém.” Ele falava e fitava
longe.
“Acho que o primeiro motivo é meio sem fundamentos. Eu sou rica, seu irmão
também, sua irmã vai casar com o meu irmão e, se tudo der certo, sua mãe também
vai se casar com o meu pai.”
“O que te leva a pensar isso da minha mãe? Você acha que eles ainda têm chance
mesmo? Eu estou começando a achar meio difícil. Não sei se seu pai vai perdoá-la por
tudo.” Ele mostrou-se interessado nesse assunto.
“É só ela não falar por enquanto sobre Jasper. Ela tem que esperar a hora certa.”
“Pode ser... Mas tem muitos assuntos a serem resolvidos... Às vezes a omissão
machuca mais do que a mentira...” Ele fitava a tela do PC enquanto falava, mas seu
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olhar estava vazio.
“Hoje você está desocupado?”
“Sim, é fim de ano na casa, então está tendo votações do orçamento anual do
governo, logo, não há muito que fazer.”
“O senador está aqui?”
“Sim, está com os gêmeos lá dentro.” Disse com uma careta de pouco caso.
“O Ryan chegou?”
“Chegou e está lá dentro com a irmã e o pai.”
Hum, a irmã do Ryan está aqui...
“Eles vêm muito aqui?” Fingi indiferença, tentando não mostrar a minha real
preocupação.
“Ela sim, ele não.” Respondeu sem perceber a minha intenção na pergunta.
“O que ela faz aqui?” Risquei sem rumo um papel, fazendo bolinhas, traços, tentando
esconder minha curiosidade nesse assunto específico.
“Ela é muito apegada ao pai. Estuda aqui perto, na Georgetown, e vem vê-lo quase
todos os dias.” Respondeu distraído com alguma coisa no computador.
“O que ela faz?” Continuei rabiscando.
“Não tenho certeza, mas parece que tem algo a ver com relações públicas ou
comunicação. Não sei. Acho que é isso porque ela vai fazer parte da assessoria de
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comunicação do Senador no próximo ano.”
“Quer dizer que ela vai trabalhar com você...” Parei de rabiscar e atentei o olhar nele.
Ele tirou os olhos do monitor e olhou em minha direção, estudando o meu rosto.
“Por que esse tanto de perguntas sobre ela, Bella?” Cerrou os olhos e eu abaixei o
olhar, tentando esconder a minha ansiedade e talvez insegurança.
A irmã do Ryan é bonita, inteligente e está interessada nele. Agora ela vai ter todas as
armas possíveis para forçar uma amizade. Trabalhar com ele, ficar perto dele o
máximo de tempo possível, ter o pai ao seu favor nessa disputa.
Com certeza, quando Edward viajar para a Califórnia, ele vai ficar hospedado na casa
deles. A marcação dela em cima dele vai ser acirrada.
“O que foi, Bella?”
A porta do gabinete se abriu e Ryan saiu, vindo em minha direção com um abraço.
“Vem cá, Bella, vou te apresentar para o meu pai.” Puxou a minha mão e saiu me
arrastando para o gabinete.
Logo que eu entrei na sala, a irmã dele mal olhou em minha direção, fez cara de
desdém e saiu, sem falar comigo.
Também não a cumprimentei.
“Pai, essa é Bella, filha do seu amigo Cullen. Já te falei dela.” Ryan me abraçou,
colocando a mão em minha cintura e deu um beijo em meu cabelo.
Estranha a atitude dele. Até que ele é um amigo bem carinhoso, mas eu penso que na
frente de um senador ele deveria agir mais formal, não?
886 de 1595 26/05/2011 20:45

Ah, mas era o pai dele, não tinha nada.
“Tudo bem, Bella? Como vai o seu pai? Faz tempo que ele não aparece. Nada melhor
que ter uma aliança com o dono do maior jornal do estado da Califórnia.” Estendeu a
mão amigavelmente para mim.
Eu sorri sem entender o comentário do Senador. Que negócio era esse de aliança?
“Ele anda bem ocupado com o jornal do estado de Washington, por isso está indo
pouco à Califórnia. Como no jornal da Califórnia tem um administrador, ele quase não
tem que se preocupar.”
“Sente-se. Há quanto tempo vocês se conhecem?”
Ryan se adiantou.
“Tem mais de um ano, né, linda. Foi naquela noite que o senhor nos apresentou, nas
bodas do senhor e da minha mãe. Aquela noite foi maravilhosa. Dançamos a noite
todinha.” Ryan estava agindo de um jeito tão estranho. Ele pegou em minha mão o
tempo todo e ficou brincando com o meu dedo.
“Vamos, querida, já te apresentei ao meu pai mesmo.” Pegou a minha mão e esperou
que eu levantasse da cadeira.
“O que vão fazer hoje? Podíamos jantar juntos.” O Senador propôs.
“Acho que não pai. Vamos sair com Edward.”
“Então leve a Ashley com vocês.” Pareceu empolgado, o Senador.
Nossa, eu estava meio perdida na conversa deles.
887 de 1595 26/05/2011 20:45

“Pai, eu já disse para parar com isso. Ele é seriamente comprometido. Até avisou hoje
lá no auditório, pra que todos ouvissem, que ele ia se casar.” Disse praticamente me
puxando da sala.
“Foi um prazer conhecê-lo, Senador.” Mal terminei de falar e Ryan já me tirou sala a
fora.
Quando saí dei de cara com a irmã do Ryan em pé, ao lado do Edward, inclinada,
mostrando algo na tela do computador para ele.
Edward POV
Logo que Ryan apareceu na porta percebi qual a sua intenção.
Não sou de acordo, e nem pretendo levar isso adiante, todavia como ele diz que vai
resolver rápido, tudo bem.
Ele pegou na mão de Bella e saiu a arrastando gabinete adentro.
“Você tem mel, Edward? Está cheio de mulheres bonitas interessadas em você.” Lian
sorriu ao fazer a brincadeira.
“Pensei que sua namorada fosse a morena que estava naquele coquetel.” Foi James
quem entrou na conversa e veio para a entrada da minha sala.
“Eu nunca disse isso.” Continuei visualizando as notícias.
“Mas Ryan disse.” Tinha uma diversão cínica em sua voz.
“Eu só tenho uma namorada. E ela é essa que eu apresentei.”
888 de 1595 26/05/2011 20:45

“Você tem cara de homem sério, mas é o maior pegador. Uma oficial e várias na
reserva.” Eles sorriam de um modo perturbador. “Mas é bom que você apresente essa
como oficial. Eu estava até pensando como seria quando o Senador soubesse que
você tinha envolvimento com aquela morena. Talvez ele ficasse decepcionado com
você.”
Olhei sério para ele.
“James, não tem várias, e aquela garota é só minha colega de classe.”
O assunto me deixava irritado, e pior, se não fosse por Ryan, eu não teria que passar
por isso.
Da sala do Senador saiu sua filha, que parou em frente à minha mesa.
Percebi os olhares sugestivos deles com relação a nós, mas fingi não ver.
“Boa tarde, Edward.” Cumprimentou-me baixo, aparentemente chateada e se sentou

na cadeira a minha frente.
“Boa tarde. Precisa de alguma coisa?” Tentei soar educado, mesmo irritado com os
olhares sobre nós.
“Queria mostrar para você alguns planos do papai para o ano que vem. Ele pretende
buscar um público diferente de eleitores, pretende atingir as classes de trabalhadores
e imigrantes. Então seria bom que desde agora você se programasse e pesquisasse,
porque no próximo ano nós vamos pegar firme nisso.”
Já há algum tempo, Ashley conversava comigo como profissional, o que me deixava

mais a vontade com ela.
Mesmo que em algumas horas ela demonstrasse certa obsessão por mim, eu tinha
que tentar levar a relação com profissionalismo.
“Então mostre.” Propus confortavelmente.
889 de 1595 26/05/2011 20:45

Ela aproximou-se, ficou ao meu lado, colocou um pen drive no computador, esperou
abrir e começou a explicar suas colocações sobre os tipos de eleitores.
“Olha, eu fiz uma pesquisa e percebi que os senadores mais votados são aqueles que
prometem em cima da necessidade primária, ainda que não cumpram quando
cheguem ao poder... Então, é baseado nisso que será a nossa campanha,
conseqüentemente os planos de campanha e seus discursos serão baseados nesse
público alvo.” Ela falava baixo, inclinada em minha direção, apontando para os gráficos
na tela.
Levantei os olhos em direção a ela, estupefato com o modo que ela falava.
Ela não precisava falar isso diretamente para mim, pois eu não serei o chefe da
assessoria. Entretanto, eu estava admirado com o tipo de campanha medíocre que
eles pretendiam fazer, sem decoro, onde seriam distribuídos alimentos em troca de
votos e onde seriam feitas promessas que não tinham condições de serem alcançadas.
Às vezes o senador me deixa pasmo com seus direcionamentos.
A porta do gabinete se abriu e Bella saiu na frente, fixando, logo que saiu, o olhar
cerrado em nossa direção. Por segundos, tudo congelou. Ela não disse nada, Ashley
não se moveu, e Ryan não falou.
Só quando atentei os olhos para ver aonde os olhos de Bella se direcionavam que
notei o porquê do seu olhar.
Seus olhos estavam no decote da Ashley, que eu não tinha percebido até o momento
e estava exorbitante com a sua inclinação.
Foram segundos calados. Ashley sorriu sem graça, ao ver que direcionei o olhar
reprovador naquela direção, e se recompôs, alinhando o corpo.
“Senta aqui, Bella, em meia hora vamos embora.” Apontei a cadeira, sentindo a tensão
em seu rosto.
890 de 1595 26/05/2011 20:45

Ashley tirou o pen drive e voltou para a sala do pai. Ryan reforçou o convite a Bella de
ir a casa dele, despediu-se rapidamente e saiu.
Bella continuou calada por vários minutos, olhando para o chão.
“Que foi, amor?” Estendi as mãos para alcançar as dela.
“Não sei... Quero ir logo embora. Estou me sentindo tão...”
“Está passando mal?” Preocupei-me, pois sua expressão estava abatendo-se.
“Não... Meio sugada, esgotada.”
Ela abaixou o olhar novamente, parecia querer falar algo e estava retraindo-se. Eu
sabia que a situação anterior foi que a deixou abatida e precisava urgente consertar
isso. É fato que não há situação mais indelicada que qualquer insegurança. Nas vezes
em que tenho me sentido assim tenho tentado relevar, mas ela, sempre guarda as
emoções para si, trancando dentro dela, para em outra ocasião libertar.
“Ei, vou sair agora. Espere um pouco que eu vou falar com o Senador.” Beijei a sua
mão.
Ela continuou quieta, olhando para as mãos, aparentemente chateada.
Falei com o Senador e fomos embora.
**
Do Capitólio até o hotel, ela permaneceu calada, entristecida.
Disposto a resgatar seu bom humor, abracei-a no elevador e coloquei o seu rosto
encostado ao meu.
891 de 1595 26/05/2011 20:45

“O que há?”
Ela não respondeu e me apertou no abraço.
Logo que descemos do elevador, abri a porta, colocando o meu material na mesinha e
avistei algumas roupas estendidas sobre a cama.
“Resolveu fazer um limpa nas lojas de Airlington?” Descontraí e a ergui para o meu
colo. Ela sorriu e deu selinhos em meu pescoço.
“Senti sua falta o dia todo, namorado.” Estava melhorando o humor.
“Mas eu estive com você quase o dia todo.”
“Ah, mas eu queria o anjinho, não o embaixador.” Ela sorriu, e eu não entendi.
“Como assim?” Sentei na cama com ela em meu colo, ela distribuía beijos em meu
rosto e pescoço.
“O anjinho é só meu, o embaixador tem várias pessoas em cima.”
Entendi a insegurança em sua voz.
“Já disse que te amo hoje? Que eu só amo você e que sempre vou amar só você?”
“Não.” Fez biquinho, simulando tristeza.
“Eu te amo. Muito mais que qualquer coisa nesse mundo. E só tenho olhos pra você.”
Disse incisivamente.
Abraçamo-nos forte e ela se portou completamente recuperada.
892 de 1595 26/05/2011 20:45

“Por que você estava daquele jeito?”
Ela desceu do meu colo, e tirou a roupa lentamente.
“Vou tomar banho e depois te falo.” Pegou uma toalha e entrou para o banho.
Olhei as roupas em cima da cama e fiquei analisando-as.
Não eram roupas de Bella...
Bella POV
Meu dia não saiu de tudo perfeito, primeiro a Sophia colocando um boton nele da
bandeira dos EUA, cheia de intimidades, agora a Ashley colocando os seios quase na
boca do Edward e ele inocentemente não vendo.
Não era ciúme, eu só não queria ter essa insegurança em ter que deixá-lo só. Assim
ele não sofreria a mínima tentação com esse tanto de mulheres bonitas rodeando-o.
Terminei o banho, saí do banheiro e ele estava em pé, olhando para as roupas em
cima da cama.
“Tome banho.” Aproximei do seu rosto e o beijei leve.
Ele estava meio distante, mas tirou a roupa, guardou no armário, pegou uma toalha e
se dirigiu ao banheiro. Eu vesti um lingerie, uma camisola e sentei na cama, encostada
a cabeceira.
Logo que ele saiu, arrumou-se e sentou na cama, vestido com um short.
“Bella, que roupas são essas?” Perguntou com tom de chateação na voz.
893 de 1595 26/05/2011 20:45

“Você quer conversar ou discutir?” Dei a opção, mas estava carinhosa.
“Conversar.”
Aproximei dele e sentei em seu colo, ele passou as mãos em minhas pernas, subindo
e descendo levemente.
“Quero sair para dançar hoje à noite e comprei umas roupas para você. Vi que você
não tem um caban, nem roupas de linha e nem gola alta. Também comprei umas
calças apertadas. Adoro você de calça apertada.” Beijei ternamente o seu pescoço.
“Mas, Bella, você prometeu...” Murmurou calmo e fechou os olhos quando subi para
sua orelha.
“E eu cumpri. Mas o acordo acabou, não vou mais cumprir.” Passei a língua atrás de
sua orelha, deslizando devagar.
“Mas por quê?” Sua voz já vacilava e ele continuou acariciando as minhas pernas.
“Por que não tem mais fundamentos, não somos mais namoradinhos que você coloca
suas regras. Daqui em diante nós vamos unir as nossas vidas, e tudo que é meu, vai
ser seu.”
“Você está completamente errada. Não chegamos a esse ponto ainda. O que é seu é
seu.”
“Não discuta, Edward, além disso, não foram só as roupas que eu comprei.” Peguei
uma caixinha de veludo e dei para ele pegar.
“O que é isso?” Abriu lentamente a caixinha, arregalando os olhos de descrença ao ver

o que tinha dentro.
“Feliz aniversário. Agora todos vão saber que você tem dona.” Mostrei entusiasmo.
894 de 1595 26/05/2011 20:45

Era um anel igual ao meu. Ele não tirou da caixinha e colocou em cima da cama.
“Não adianta conversar com você, né? Eu te falei várias coisas ontem e você agora faz
isso.” Estava calmo, mas com desgosto nítido.
“Você quer conversar ou discutir?” Perguntei mais uma vez.
“Conversar.”
“Por que a Sophia pode te dar um boton de ouro e eu não posso te dar nada?”
“Quem disse que é de ouro?” Ofegou. Encarei-o, mostrando que eu conhecia. “Não
importa, foi presente de aniversário.”
“Ah! A amiguinha prestativa sempre pode te dar presente de aniversário e eu não

posso!” Saí do colo dele e sentei na cama, cruzando os braços igual criança
emburrada.
“É isso que estava te chateando desde cedo?” Pegou carinhosamente em meu queixo,
estudando o meu rosto.
“Isso também, mas o que está me matando é a cínica da gêmea do Ryan. Ela me dá
calafrios de raiva.”
Ele soltou meu rosto e sorriu desavergonhado, jogando a cabeça para trás.
“Adoro ver você com ciuminho.” Deitou-me na cama, me abraçou forte e colocou a
cabeça entre meus seios. “Você é uma boba. É como se elas nem existissem pra mim.
Só tenho olhos pra você. Esqueceu que eu sou seu pingüim?” Beijava insistentemente
entre os meus seios, distribuindo pequenas rajadas de fogo por onde sua boca
passava.
Ele me fazia sorrir quando dizia que era meu pingüim.
895 de 1595 26/05/2011 20:45

“Ok, meu pingüim, de qualquer maneira agora você vai andar com um anelzinho
indicando que o pingüim está demarcado.” Deixei o humor tomar conta de mim
novamente.
Sorrimos, eu tirei o anel da caixinha e coloquei no dedo dele.
“Você gosta de inverter os papéis, né? Mas fala pra mim, como você fez para saber as
medidas dos meus dedos? Deu certinho!” Ele olhava para os dedos, admirado com a
precisão.
“Fio dental no restaurante.” Sorri contente.
Ele parou um tempo olhando em meu rosto, que, com certeza mostrava a minha
satisfação, depois relaxou.
“Quer saber, eu não vou mais falar nada. Eu não quero mais ficar me irritando a toa
com você, se eu sei que você ganha sempre. Vamos para onde hoje?” Sorriu e
inverteu nossas posições, me colocando deitada sobre o peito dele.
“Quero sair para dançar. Conhece algum lugar?”
“Não. Conheço essa cidade tanto quanto você.”
“Então pegamos um táxi e perguntamos qual o local mais freqüentado.”
**
Vesti um curto preto, tomara-que-caia e solto da cintura para baixo. Ele vestiu a blusa
de gola alta preta, o caban e uma calça preta. Ficou perfeito.
Pegamos um táxi e fomos para o centro da Virgínia dançar. O taxista indicou uma
boate da alta sociedade. Era muito boa e o tipo de gente que freqüentava tinha
aparência de pessoas abastadas.
896 de 1595 26/05/2011 20:45

De início foi bom, dançamos um pouco, mas percebemos que rolava muita droga.
Logo, as pessoas ficaram muito excitadas, o local deixou de ser calmo e ficou
perturbador.
Edward olhava-me com olhar de proteção, um pouco tenso demais. Fiquei apreensiva
com a situação que poderia gerar algum tumulto, pois em pouco tempo que
dançávamos apalparam a mim e a ele várias vezes. Resolvemos ir embora rápido,
antes que entrássemos em algum problema.
Logo que chegamos ao quarto, tomei banho e vesti uma camisola de alça.
“Acho que não foi uma boa idéia sair...” Deitei e liguei a televisão, enquanto ele tirava
a roupa para o banho.
“Prefiro ficar com você o tempo todinho aqui.” Deitou ao meu lado e me beijou no
pescoço, carinhosamente.
Mas eu não queria beijos carinhosos, eu queria sua boca deslizando sobre mim
libidinosamente, pois já tinha esperado o dia todo. Então alcancei os seus lábios que
sempre me buscam com excesso de culto e apreço, e o beijei com avidez, inserindo a
minha língua em sua boca. Encostei meu corpo ao dele e aprofundei o beijo, mesmo
sentindo ele controlar.
“Espera um pouco, deixa eu tomar banho.” Continuou beijando delicadamente o minha

boca.
“Não precisa.” Subi em cima dele, aprofundando o beijo novamente, sentindo seu ar
faltar.
Ele se afastou delicadamente, ainda beijando lentamente o meu rosto.
“Bella, só um pouquinho... estávamos na rua, dançando, estou suado.”
“Edward, estou começando a acreditar no Jasper.” Insinuei.
897 de 1595 26/05/2011 20:45

“O quê?”
“Que você não gosta...” Interrompi sugestivamente, divertindo-me.
Ele ficou sério, sentou-se e me colocou em seu colo, deitada como uma criança,
enquanto beijava meu rosto.
“É lógico que eu gosto. Até demais. Porém quero que seja bom sempre, então acho
melhor esperar a hora certa. E faz bem para pra mim estar limpo.”
“Você é um maníaco.” Sorri e deitei na cama.
Ele beijou meu rosto e afastou-se.
“Espera só um pouco, garanto que não vai se arrepender.”
Ele entrou para o banho e eu fiquei esperando que ele saísse.
Meu namorado é cheio de manias, uma delas é tomar muito banho, além disso, parece
levar o sexo como um ritual a ser seguido, onde há horas para tudo. Ah, isso eu mudo
nele também!
Minutos depois ele saiu do banheiro e sorriu, vindo deitar comigo.
Ele acariciou as minhas costas por cima da seda lentamente, com a ponta dos dedos,
enquanto olhava significantemente em meu rosto. Depois começou a beijar meu
ombro, tudo muito calmo, enquanto eu queria que ele apressasse.
Ele percebia a minha impaciência e sorria, continuando a me beijar leve no pescoço,

ombros, colo. Eu já suspirava e me sentia torturada, então ele tirou a minha camisola,
sem tirar os olhos de mim, avaliando o meu corpo.
898 de 1595 26/05/2011 20:45

“Por que você enrola?” Disse por entre arfadas, enquanto ele mordiscava as laterais da
minha cintura.
“Por que eu quero apreciar detalhes...” Sussurrou com a voz rouca.
“... Por que eu quero te decorar em minha mente...” Ele beijou minha barriga
lentamente, passeando com os lábios e a língua. Tudo me incendiava e trazia
ansiedade.
Ele alcançou os meus seios e beijou, avaliando o meu rosto, que já mostrava o
protesto explícito por suas sucções desmedidas.
“... Por que temos mais dois dias ainda...”
Sugou meus seios e eu me vi enlouquecer, como se não fosse ontem que tivemos
uma noite de amor. Eu o queria sempre, insaciavelmente.
“Por que eu quero ver isso sempre... quero que seja bom pra você sempre.” Tinha um
sorriso convencido em seu rosto.
Ele continuou cultuando ao meu corpo com os seus lábios, lentamente, levando-me ao
delírio.
Enfim, fizemos amor, ele dominando-me, regulando. Aqui era o local onde ele se
sentia seguro, certo do que queria, nos dando prazer e envolvendo-nos de amor e
completude, acalmando assim, a ansiedade do meu corpo que só se completa quando
nos tornamos um.
Meu amante dedicado, paciente, destro. Mais cauteloso e experiente que eu pensei
que ele fosse capaz. Um poeta na cama, interessado em me proporcionar a mais
singela alegria do prazer.
**
Passamos o restante dos dias trancados no apartamento. Não fomos à festa de
899 de 1595 26/05/2011 20:45

despedida na casa do Ryan, preferimos evitar o público para não atrapalhar a nossa
busca por intimidade.
Desde o primeiro dia em que nos vimos somos envolvidos por um magnetismo e uma
química quase palpável, como se fôssemos feitos, desenhados e arquitetados um para
o outro.
Foram dois dias de extrema felicidade e amor, onde era nítido em nossos olhos o
quanto precisamos um do outro, como sangue em nossas veias.
**
“Quando você vai me ver?” Estávamos abraçados no aeroporto, esperando o meu vôo
sair no painel.
“Bom, dia quinze o parlamento entra em recesso coletivo, aí eu vou poder ir.” Ele
acariciava o meu rosto, beijando-me com a dor da despedida exposta. “Mas eu
pretendo ir ver Esme antes. Talvez eu vá te ver mais perto do Natal.”
“Posso ir ver Esme também?” Mostrei entusiasmo. Eu queria aproveitar ele nas férias
dele o máximo de tempo possível.
Ele pensou por vários minutos, enquanto beijava o meu rosto.
“Faz melhor. Eu vou direto para sua casa e de lá resolvemos o que fazer.”
“Tudo bem. Vai ficar na minha casa, né?”
“Sinceramente eu preferia que ficássemos no hotel.” Ele não queria me ofender, talvez
estivesse preocupado com a nossa nova intimidade.
“Ah... Lá é o meu cantinho. Eu queria você lá. ” Disse manhosamente.
O meu vôo apareceu no painel.
900 de 1595 26/05/2011 20:45

“Tudo bem. Eu já disse que não vou mais ser contra suas vontades. Então, no
máximo, em seis dias estarei lá.” Fechou o corpo sobre mim e me beijou ternamente.
“Obrigado por ter vindo.” Sussurrou em meu ouvido.
“Por nada... Valeu à pena.” Sorri com segundas intenções e o apertei no abraço.
Inesperadamente, ele mudou de assunto.
“Bella, Alice está com raiva de mim?”
“Não raiva, mas desconfiada.”
A última chamada apareceu no painel, então eu teria que me despedir rápido.

Beijamo-nos apaixonados, e, um minuto depois eu subi a rampa para ir embora.
Ele ficou olhando para mim, com o olhar extremamente significante, mostrando o
quanto sofria com a nossa despedida. Acenei de longe e virei, perdendo ele de vista.
Tirei o tempo de viagem para pensar em que rumo tomar na minha vida. Será que
valeria a pena deixar o meu pai em Washington e vir morar com ele? Mas ele vai
terminar a faculdade em um ano, e a minha faculdade termina em três anos. Se ele
precisasse ir embora da Capital, eu teria que ficar só. Talvez não valha a pena mudar a
minha vida assim por causa dele, depois ele terá os caminhos a seguir e talvez eu
passe a ser uma preocupação a mais.
Ir para a Califórnia talvez seja o melhor caminho, afinal, ele poderia ir me ver uma vez
por semana, e lá eu teria Emmett.
Quem sabe fosse uma boa idéia.
Edward POV
901 de 1595 26/05/2011 20:45

Era o último dia de votação do plano orçamentário anual no congresso, então já se

passava das sete horas e o Senador não tinha voltado ainda da sessão legislativa.
Ele queria conversar comigo antes do recesso parlamentar, então eu precisava

aguardá-lo antes de ir embora.
“Sabe se o Jonathan ainda vai demorar?” Uma senhora muito elegante entrou na
minha sala e perguntou.
“Acredito que não. A senhora pode aguardar lá dentro, caso queira.”
Abri a porta do gabinete, liguei a televisão e ela ficou sentada no sofá.
Saí e deixei a porta encostada. Minutos depois o Senador chegou agitado e pediu que
eu entrasse na sala dele em poucos instantes. Dei um tempo pra que ele conversasse
com sua visita e depois abri a porta, que estava só encostada.
Quando entrei tive um embate. Ele estava beijando a senhora que não era a sua
esposa.
Fechei a porta e saí, movido por desapontamento.
Não sou um iludido que a vida de parlamentares seja genuína, todavia ele tem uma
esposa dedicada e tinham tudo para serem fieis e felizes.
Bem que Ryan disse que não tinha família, que o pai dele tinha amantes e que sua
mãe sofria com isso e buscava refúgio em compras e estética.
Espero comigo ser diferente, continuar tendo amor pela minha família e não deixar
com que nada corrompa meus princípios.
Aguardei mais um tempo e bati na porta.
902 de 1595 26/05/2011 20:45

“Entre.”
“Senador, o senhor queria falar comigo?” Entrei e fiquei em pé, próximo a sua mesa.
“Sim. Quero que vá passar uns dias lá em minha casa, na Califórnia.”
Levei uns minutos pensando em uma resposta.
“Por quê?”
“Por que precisamos conversar, montar estratégias.”
Eu ainda não estava entendendo o porquê, mas deveria abraçar a oportunidade de

crescimento.
“Tudo bem. Mas eu vou ficar poucos dias. Além disso, vou estar com a minha
namorada, então devo ficar no apartamento da família dela.”
Ele assentiu com aparente descontentamento.
“Tudo bem. Ligue quando resolver ir.”
“Até mais, bom recesso, Senador.”
Saí da sala e ele ficou com a mulher.
Essa idéia de perder o meu recesso indo à Califórnia não me trouxe contentamento,
pois ia ter poucos dias para ficar com Bella, ainda ter que viajar pra dois lugares.
Não sabia se deveria levar Bella à Phoenix, talvez fosse seja melhor deixá-la na
Califórnia e ir só, porém, não devia esconder segredos dela, não algo que vai chateá-la
completamente.
903 de 1595 26/05/2011 20:45

Enfim, a solução era levá-la para que ela soubesse por si só.
Cheguei ao meu quarto e arrumei as minhas malas. Como no dia seguinte eu iria para
Seattle em um vôo cedo, deveria deixar tudo pronto.
O telefone vibrou e eu atendi.
“Edward, é Jasper. Tudo bem?”
“Sim. Como vai?”
“De boa.”
“Por que ligou? Amanhã cedo eu estou aí.”
“Quero adiantar logo para você ir pensando, quero te propor um negócio...”
Sorri, ver meu irmão falando sério era algo inusitado.
“E qual é o negócio?”
“Bom, eu te disse que eu fiz um joguinho e que ele estava hospedado em um site, né?
Pois é, agora arrumei um inimigo virtual, ele está querendo roubar a minha idéia. Daí
chegou um alerta do site dizendo que eu tinha que registrar esse jogo porque o meu
inimigo está querendo vender o meu software para outro site. Por isso eu tenho que
registrar.”
“Mas onde eu entro nisso?” Não estava conseguindo entender sua colocação.
“Na verdade, mano, eu poderia oferecer isso para Emmett, para Bella, com certeza
eles entrariam de cara, pois é um negócio bom. Se hospedando em um site boqueta,
eu já ganho mais de oitocentos conto mensal, quando uma empresa grande comprar a
904 de 1595 26/05/2011 20:45

idéia, eu vou puxar dinheiro a rodo.”
“Tudo bem, Jasper, mas onde eu entro nessa?”
“Bom, a pessoa que registrar tem que ser maior de idade, além disso, eu preciso de
uma grana de investimento, e eu sei que você tem.”
“E quanto seria?”
“Eu já tenho seis mil guardados, eu precisava de quatro vezes isso.”
“Pra quê? Por que é tão caro?”
“Eu quero aproveitar e registrar mais dois jogos que eu fiz e também comprar uns
equipamentos que estou precisando. Depois vou ter que fazer marketing e isso pede
investimento. Eu sei que dá retorno. Quero levar isso a sério. Descobri que eu tenho
as manhas.” Ele estava convicto do que falava.
Parei um tempo pensando na idéia. Talvez não fosse um mau investimento.
“Amanhã eu chego aí e conversamos. Mas antes vou ligar para a minha mãe e ver o
que ela acha.”
“Tudo bem. Ah, já largou de ser bicha? Cara, Bella chegou de viagem quase sem
conseguir andar!” Sorriu descarado de seus próprios impropérios.
“Tchau, Jasper.”
Despedimo-nos e eu terminei de arrumar as minhas malas.
**
905 de 1595 26/05/2011 20:45

Cheguei sem aviso prévio à residência dos Cullen.
Não informei a Bella o horário que chegaria, logo ela não estava em casa, foi passar o
dia no jornal. Entrei, acertei detalhes do negócio com Jasper, deixei as minhas malas
no quarto da Bella, depois pedi que o garoto me levasse ao jornal em seu carro.
O carro era magistral, não havia palavras que o definissem.
O garoto se portava como uma criança exibindo o seu brinquedo favorito. E que
brinquedo!
Chegando ao prédio, subi e ela estava na sala do pai, sentada, de saia, sobre a mesa,
vendo algo com ele no computador.
Bati na porta e entrei.
“Oi!” Ela veio como criança e pulou em meu pescoço. “Eu estava esperando o seu
telefonema para ir te buscar no aeroporto. Por que não me ligou?”
“Por que eu preferi pegar um táxi.”
“Veio de quê aqui para o jornal?”
“Jasper me trouxe.” Peguei em sua mão e aproximei da mesa, a fim de falar com o seu
pai, que estava sentado. “Tudo bem, Sr. Cullen?” Estendi uma mão.
“Tudo. Vai passar quantos dias por aqui?”
“Uns cinco, talvez.”
Instantaneamente, o semblante da Bella mudou.
906 de 1595 26/05/2011 20:45

Sinceramente eu gostaria de saber o que se passava pela cabeça dela. Não era certo
ficar mais que isso incomodando na casa de alguém.
“Então amanhã vamos sair para tomar aquela cerveja.” Propôs com bom humor.
“Tudo bem.” Sorri amigavelmente.
Bella nos olhou com aparente surpresa e me abraçou.
“Vamos almoçar?”
“Vamos. Vai agora, Sr. Cullen?”
Ele olhou em nossa direção por uns minutos, parecendo deliberar a idéia, então
respondeu.
“Não. Mais tarde eu vou.”
“Então até mais.”
Peguei na mão dela e saímos da sala do Cullen. Passei na mesa do Brandon, o

cumprimentei e depois descemos.
O carro estava estacionado no subsolo do prédio, em um canto um pouco longe.
“Vamos almoçar lá em casa.” Foi só uma informação.
“Por quê? Podemos almoçar em algum restaurante na rua. Assim ficamos um

tempinho só nós dois.” Propus.
“Não. Eu quero almoçar e me trancar no quarto.” Tinha uma insinuação em sua voz.
907 de 1595 26/05/2011 20:45

Sorri e afastei-a para olhar em seu rosto. Tinha um olhar de criança arteira.
“Podemos almoçar lá, mas vamos almoçar e depois vamos ao parque, passar a tarde
deitados naquela grama.” Disse sossegadamente.
Ela pôs a mão na cintura e ficou olhando em meu rosto, estudando as minhas ações,
até que chegamos ao carro.
“Por que você faz isso? Por que fica retardando as coisas?” Tinha certa irritação em
sua voz, o que me fazia rir mentalmente.
“Por que eu quero levar a vida como namorados normais. Nada de deixar a nossa vida
girar em torno disso.” Disse sugestivamente.
“Eu estou com saudade de você. Parece até que você não gosta.” Cruzou os braços e
mostrou chateação com o bico.
Ergui-a em meu colo, coloquei-a sobre o capô do carro, e comecei a subi as mãos em
suas pernas, lentamente, olhando em seus olhos.
“Já disse que eu adoro.” Inclinei e mordisquei sua orelha “Por mim eu tomava você em
qualquer lugar.” Subi a mão para seu quadril e me encostei completamente a ela, que
prendeu as pernas em meu quadril. “Você não sabe como meu cérebro é fértil, não me
conhece.” Beijei seu rosto, queixo, orelha, não contendo a minha excitação e roçando
nela.
“Eu quero conhecer...” Arfou quando toquei em sua peça íntima acariciando por baixo,
na lateral.
“Ansiosa você...”
Direcionei a boca para seus lábios e a beijei-a avidamente, por longos minutos,
apertando-a a mim, sentindo o prazer da proximidade. Ela apertou mais as pernas em
meu quadril, levando-me a loucura, sem soltar-me dos beijos que estavam quentes,
molhados. Ansioso, mudei minha mão e a acariciei com o polegar por cima de sua
908 de 1595 26/05/2011 20:45

roupa íntima, pressionando um pouco. Ela arfava, e me apertava no beijo.
Já me via um descontrolado pela saudade, pela inquietação do seu corpo.
“Quero você aqui.” Beijou a minha orelha e começou a acariciar-me por fora da calça,
com presunção e malícia.
“Bella, aqui é o estacionamento da empresa do seu pai.” Já não me dominava, minha

voz saía cambaleante, brigava com a minha consciência para não satisfazer as nossas
vontades ali.
Ela desceu repentinamente do capô e entrou no carro, inclinando os bancos e ligando

o ar condicionado.
“Entra e deita.”
Eu simplesmente obedeci, então ela deitou atravessada entre os dois bancos, abriu os
botões da minha blusa, e subiu com os lábios em meu abdômen, peito, pescoço,
queimando lentamente por onde passava. Enquanto isso, desabotoei sua blusa e
apertei seus seios em ansiedade.
“Não quero um namorado anjinho toda hora.” Sussurrou em meu ouvido, mordendo,
enchendo-me de lascívia.
Se ela soubesse o quanto não quero ser ‘anjinho’, o quanto tenho de luxúria em meus
olhos em tão somente vê-la. Tenho sempre que lutar com o meu cérebro desvirtuado
para não usá-la sempre em busca do meu próprio e egoísta prazer.
A sensatez evaporou-se, eu não suportei mais tanta tentação e puxei seu quadril para
o meu colo, acariciando suas pernas, sendo torturado de desejo.
Invadi seus lábios e, como um insano a beira de um ataque, abri meu zíper
rapidamente, afastei sua peça íntima e coloquei-me em sua entrada.
Ambos gememos alto com o deslize do meu corpo no dela.
909 de 1595 26/05/2011 20:45

Ela estava enlouquecida de desejo, seus olhos a denunciavam e a paixão crescia em

mim. Ofegante, ela se moveu lenta, satisfeita pela minha atitude, e me dominou,
levando-me as alturas. Era algo extasiante estar ali.
Embora estivéssemos em um carro com vidros extremamente escuros e em frente a

uma parede, havia uma adrenalina desconhecida em minhas veias, o prazer do
proibido que aumentava em mil as sensações dos nossos corpos unidos.
Desliguei-me do mundo exterior e concentrei-me em seu corpo, sugando seus seios,

apertando-a mais a mim, tendo acesso total ao seu corpo.
Ela olhava-me desfocada, entregue, ambos delirávamos e prolongávamos

propositalmente aquele instante em que nossos corpos se uniam.
Eu adorava vê-la assim, uma louca olhando em meus olhos, dizendo-me com os olhos
que é satisfeita comigo, que me domina, que eu sou um escravo de suas vontades.
Adoro o seu jeito de criança fazendo descobertas, de feiticeira encantadora, de dona

da situação, movendo-se, subindo e descendo, extasiando-me.
“Não agüento mais...” Arfei em seu pescoço enquanto ela me envolvia com aquele
aconchego, aquele calor.
“Espera...” Sussurrou e eu deixei-a por conta própria.
Já me tornava um desconexo, sentindo tudo rodar com o desejo impetuoso de não

prolongar mais. Mas ela continuava me dominando, me aterrorizando, parando
quando via que eu já não agüentava.
O nosso suor, o cheiro dela, seu hálito, tudo me dava tontura.
Ela beijou-me mais urgente, mais molhado, percebi sua respiração mais alterada e vi
que em poucos segundos teríamos nosso momento juntos.
910 de 1595 26/05/2011 20:45

Então me movi com precisão, deliberado.
Logo gememos alto e eu me derramei dentro de sua profundidade, invadidos por

êxtase, paixão.
Alguns minutos passaram e ela continuou em cima de mim, com a cabeça deitada em
meu ombro.
“Foi bom.” Sussurrou, relaxada.
“Pra mim também.” Eu ainda estava desfocado, esperando a minha respiração

acalmar.
“Agora sim, podemos almoçar.” Ofegou preguiçosamente.
“Ai, Bella, eu adoro isso que você faz comigo.” Beijei ternamente os seus lábios.
“Fazer você tomar decisões precipitadas?” Sorriu presumida.
“Também. Mas principalmente fazer eu me sentir amado, desejado.” Minha voz era só
o murmúrio.
Ela saiu de cima de mim e eu recompus-me, abotoando a blusa e fechando o zíper.
Depois ergui o banco um pouco e ela sentou-se de lado, em meu colo, como minha
criança.
“Eu adorei o que você fez... eu adoro que você fique louco, que faça coisas fora do
seu comum só para me agradar.”
“Eu não queria agradar só você, Bella. Pense em uma coisa, eu sempre quero você.
Todo dia, toda hora. Simplesmente eu tento me controlar para não virar um obcecado,
um maníaco. Além disso, eu quero te dar o melhor.”
911 de 1595 26/05/2011 20:45

“Pra mim foi ótimo. Eu não queria esperar o seu ritual de sexo até de noite. Quero
coisas diferentes também.”
“Eu também gosto de coisas diferentes... Mas, você não gosta do meu ritual?” Afastei
o seu rosto para olhar em seus olhos.
“Adoro. Aliás, eu gosto de tudo que você faz. Você é um amante perfeito. Eu só acho
você às vezes calculista demais.”
“Eu prolongo porque gosto de ver você ansiosa por mim, faz eu me sentir...”
“Gostoso?” Sorriu astutamente.
“Experiente, Bella.” Revirei os olhos.
“Ah! Você se acha gostoso!” Mostrou entusiasmo e sorriu.
Sorri em resposta, mostrando minha presunção.
“Você me faz sentir assim. Mas você também é perfeita.”
“Sou gostosa?” Divertia-se.
Peguei seu queixo e trouxe sua boca para mim, beijando-a lentamente.
“Muito.”
“Então fala.”
Ela desviou os lábios para a minha orelha, beijando e persuadindo-me.
912 de 1595 26/05/2011 20:45

“Fala.”
“Deliciosa.”
“Não, a outra palavra.” Continuou beijando lentamente.
“Mais tarde.”
Afastei-a para sentá-la no banco. Ela mudou o semblante, como se tivesse sido
contrariada. Rendido e sem conseguir negar as suas vontades, toquei o seu rosto e
me inclinei, mordiscando depois o seu lábio.
“Gostosa. Você é muito mais que isso, mas se isso te satisfaz, você é muito gostosa.”
Ela sorriu satisfeita e abotoou os botões da blusa, com alegria estampada no rosto.
Dirigimos para a residência dos Cullen, tomamos banho, almoçamos, depois saímos
para o parque a fim de andarmos um pouco de patins.
A tarde se passou rápido enquanto nos curtíamos, logo, depois de nos divertir muito,
deitamos um pouco na grama e mais tarde voltamos para casa dela, no cair da noite.
Carlisle POV
Cheguei do jornal e encontrei com Emmett logo que subi as escadas.
“Pai o senhor conseguiu a bolsa de psicologia para Rosalie?”
913 de 1595 26/05/2011 20:45

“Vou ligar para confirmar ainda. Mas é quase certo. O reitor daquela universidade às
vezes me pede uns favores e está com dívida comigo, então devo conseguir. Mas por
que a pressa?” Entramos no meu escritório e sentamos, enquanto o computador
iniciava.
“Por que eu já quero ter certeza, pretendo casar com ela antes dela entrar em alguma
universidade. Assim ela pode morar comigo na Califórnia. Não vejo a hora de casar.”
Tinha uma ansiedade explícita em sua voz.
“Filho você quer mesmo casar com ela?” Levantei as sobrancelhas em curiosidade.
“Sim. Ela é a mulher da minha vida.” Ele mostrava certeza em sua resposta e
semblante.
Sorri.
Não há o que falar contra as vontades do meu filho, ele já sabe o que quer.
Eu com dezoito anos já sabia quem seria a mulher com que eu iria passar o resto da
minha vida e até hoje eu tenho certeza disso.
Então me resta apoiá-lo em sua decisão.
“Quando pretende pedi-la em casamento?”
“No Natal. Vou ver se Esme vem passar o Natal conosco, aí eu peço na ceia.”
“Hmmm, boa idéia.” Esme aqui em casa com nossos filhos reunidos seria uma boa
chance.
“Vai jantar conosco? O namorado da Bella está aqui.”
914 de 1595 26/05/2011 20:45

“Eu já o vi, ele foi ao jornal. Daqui a pouco eu desço para jantar.”
“Então até mais.”
Ele saiu e eu fiquei pensando em como ter uma conversa com o filho da Esme sobre
sua mãe.
É fato que eu vou procurá-la novamente, todavia preciso saber que argumentos usar
para trazê-la de volta em definitivo para mim.
Amanhã iremos a Fabrica do Chopp, pode ser que em um lugar aleatório e

descontraído consigamos ter uma conversa comprometida.
Seus filhos me agradam, os três. Todos completam a alegria dos meus filhos.
Fico lembrando a conversa que tive com seu caçula. Foi marcante todas as palavras
que o garoto disse. A sua espontaneidade e luta me faz tornar seu admirador.
Flashback
“Carl, posso entrar?” Bateu na porta do meu escritório e já foi entrando.
“Entre e sente.” Apontei a cadeira.
“Eu queria bater um papo com você.” O garoto estava meio desconcertado.
“Fique a vontade.” Inclinei-me na mesa, para dar atenção ao que o garoto viera falar.
“Eu vim te agradecer pelo presente. Eu não pensei que vocês tivessem tanta
consideração assim por mim. Na verdade eu queria te agradecer por um monte de
915 de 1595 26/05/2011 20:45

coisa. Você é um cara muito irado. Eu fico meio bolado por minha mãe não ter ficado
com você, eu estava adorando a idéia de ter você como marido dela. Então eu te
agradeço por tudo que você faz por mim, pelo tanto que você é gente boa, por você
pagar o meu tratamento. Nossa, eu não tenho nem palavras. Cara... eu não tenho pai,
porque eu nem conheci o meu, mas se eu fosse escolher um, eu escolheria um velho
como você.”
Suas apalavras me tocaram.
“Obrigado pela consideração, Jasper. Saiba que eu também gosto de você. Você faz
parte da minha família agora.” Levantei e estendi meus braços para abraçar o garoto.
“Ih, Tio Patinhas, abraço não. Eu sou é homem.” Resmungou e estendeu a mão para
apertar a minha. Sem que ele pudesse negar, puxei suas mãos e o abracei contra a
sua vontade.
“Para de ser bobo, garoto, homens também abraçam, homens também choram, isso
não vai diminuir a sua masculinidade não. Além disso, é seu aniversário, encare como
um parabéns.” Ele sorriu sem graça e se afastou rápido.
“Valeu, Carl, por conversar comigo.”
Ele saiu e eu não pude não desejar que esse garoto formidável, que tem distribuído
alegria a minha casa, fosse meu filho.
Fim do flashback
Agora tem o outro filho de Esme, Edward, que por alguma armação do destino se uniu
a minha filha.
É difícil não admirá-lo. Seu caráter e personalidade se diferem de muitos homens

adultos por aí.
916 de 1595 26/05/2011 20:45

Os filhos da Esme realmente são admiráveis, diferem-se em si, mas igualam-se na

essência.
Edward POV
Sexta
Tivemos uma noite calma e doce de amor.
Como acalentamos a saudade ontem à tarde no estacionamento, conseguimos nos

portar calmamente no abrigo de seu quarto, o que não deixou de ser algo extasiante e
extremamente satisfatório.
Logo que amanheceu, fui com Bella a um cartório a fim de passar-lhe uma procuração,
pra que ela resolvesse questões dos registros de jogos do Jasper, isso após ligar para
a minha mãe.
Resolvi fazer o investimento nos jogos do garoto. Pode ser que tenha um retorno.
Portanto, como seu irmão e seu porto,, devo proporcionar que ele busque o seu
sonho.
Conversei com Emmett sobre o assunto e ele disse que há grandes chances de acerto.
Logo, não há por que não acreditar.
O restante do dia nós passamos assistindo TV na sala de baixo, com a companhia dos
nossos irmãos.
Fiquei observando Alice e Jasper, eles jogavam grande parte do tempo que estavam
juntos, não havia manifestação pública de carícias.
Pelo que Bella disse-me, seu pai não tem consciência do envolvimento dos dois, então
os dois se portam na maioria do tempo como bons amigos adolescentes.
917 de 1595 26/05/2011 20:45

Alice tem me tratado bem depois que trouxe uma boneca personalizada, com o corte
de cabelo parecido com o dela e o nome dela gravado no pingente da boneca.
Creio que ela voltou a ter confiança nos amor que me une Bella.
**
Marquei de sair com o Sr. Cullen às oito horas.
Bella estava preocupada com a nossa saída, mas tranqüilizei-a dizendo que estamos
bem, e que estamos tentando alargar os laços de amizade entre nós.
**
Chegamos à chopparia e nos dirigimos direto ao bar.
Conversamos sobre o meu futuro como assessor do Senador, sobre as escolhas

futuras de Bella, que não sabemos ainda que rumo tomou, sobre o tratamento do
garoto e seu carro novo e por fim, eu já tinha tomado umas seis canecas e sentia que
estava ficando alto.
“Por que você achou que Bella estava grávida?” Ele estava completamente dissoluto na
conversa.
“Ah, foi um mal entendido. Não é uma boa idéia conversar isso com o senhor.” Tentei
ser o máximo sincero que pude. E ele sorriu.
“Quando vai me chamar de Carlisle, Edward? Somos uma família agora.”
“Tudo bem, Carlisle. Se é assim que o senhor quer.” Eu estava à vontade com ele.
“O que vai ser do futuro de vocês, você pretende levar a minha filha de mim quando
virar político e precisar sair viajando por aí?” Tinha um pesar em sua voz.
918 de 1595 26/05/2011 20:45

“Eu não pensei nisso ainda.” Não queria me deixar abater pensando no meu futuro.
Ele já estava alegre, completamente solto.
“No que você precisar de mim, filho, eu te ajudo. Só não quero que leve a minha filha
de mim. Eles são tudo pra mim, meus filhos.”
Olhei em seu rosto e vi a sinceridade ali.
Qual o homem que deixaria de viver a própria vida, dedicando-se exclusivamente aos
filhos sem ao menos colocar outra mulher fixa em sua vida?
Eu não posso prometer nada, não enquanto eu não souber o futuro que me espera.
Tudo pode tomar tantos rumos diferentes em minha vida.
“Como está a sua mãe?” Enfim, chegou ao ponto crucial desta nossa vinda aqui.
“Ela está bem.”
“Como você sabia de todas aquelas coisas que me disse?” Resolveu ir direto ao ponto.
“Ela sempre me contou, desde que eu tinha doze anos.” Tentei parecer casual.
“Do que você sabe exatamente?” Ele ergueu as sobrancelhas em expectativa.
“Que vocês sempre saíram, até o momento em que eu comecei a me envolver com
Bella.” Ele fez careta com a lembrança, talvez arrependido do modo como foi.
“Ela já disse o tipo de sentimento que nos envolvia?” Ele bebia goles grandes de
919 de 1595 26/05/2011 20:45

chopp.
“Da parte dela sim. Ela sempre foi apaixonada por você. Até hoje.” Estava sendo
impulsionado a falar isso, tudo me deixava muito à vontade.
Conversar com ele hoje nos tornava íntimos e tudo que eu queria era proporcionar-lhe
esperança de resolver esse impasse em sua vida e trazer possibilidades deles serem
felizes.
“Você acha que ela ainda é apaixonada por mim? Você acha que eu tenho chance?” Ele
abraçou o meu ombro, já embriagado.
É provável que amanhã ele não se lembre de metade do que eu falar hoje, então eu
posso revelar mil segredos que de nada adiantará.”
“Sim. Tenho mais que certeza disso.” Continuei bebendo o meu chopp.
“E por que ela me deixou?” Sua tristeza foi exposta na voz.
“Isso você deveria perguntar para ela.”
“Pois amanhã eu vou lá buscar ela pra mim.” Sua voz estava arrastada, e ele
pendurava em meu ombro. “Vou te contar a história da minha vida com sua mãe. Eu
amei aquela mulher desde que a vi... mas aí minha família implicava e nós resolvemos
planejar um filho, pra que eu tivesse que casar com ela contra a vontade dos meus
pais, até escolhemos o seu nome para ele... Mas em uma noite tudo deu errado,
Renée me beijou, e eu acho que sua mãe viu, foi lá e beijou Phil... Minha vida acabou
ali... desde então eu vivo em função da sua mãe... Arrumei uma bolsa para ela na
Califórnia para ela ficar perto de mim, depois me separei de Renée e queria ela para
mim... mas ela não me queria... nunca me quis... só queria ficar comigo sem
compromisso... ela não queria magoar Renée.” Tudo que ele falava estava me
atormentando, ouvir o lado dele na história trazia dor a mim, um pesar por eles terem
tido uma história tão infeliz assim. “Então eu comprei uma casa para sua avó em
Phoenix e pedi para ela dar aquela casa em Forks para sua mãe... depois mandei
dinheiro regularmente para vocês, porque eu sabia que Phil era um sacana e não
ajudava vocês... depois pedi para sua avó avisar que ela me ligasse que eu queria que
ela trabalhasse para mim.” Ele bebeu mais longos goles. “Por último eu pensei que
íamos ficar juntos de verdade e ela me abandonou... eu não sei mais o que fazer por
ela... nada que eu faço demonstra o amor que eu sinto por ela...” Ele encostou a
cabeça dele no balcão e ficou pensativo.
920 de 1595 26/05/2011 20:45

Tudo estava me machucando. Eu não estava agüentando ver aquele homem assim,
uma compaixão foi brotando de mim, uma vontade de fazer algo por esse amor tão
incondicional e tão prejudicado que ele teve por minha mãe.
“Vá atrás dela, Carlisle.”
“Não tenho forças...”
“Vamos comigo.” Propus.
Eu não devia fazer isso, sei que a situação pode ficar crítica com esse encontro dos
dois, mas eu não posso vê-los sofrendo tanto assim e permitir.
“Eu sou tão louco pela sua mãe, Edward, que comprei esse restaurante para a sua
avó, tentando ajudar. Eu não sou bom com palavras de afeto, eu tento com gestos
explicar o que eu sinto.”
“O restaurante da minha avó foi você quem deu?” Fiquei pasmo com a descoberta.
“Sim! E mandei um decorador por minha conta.” Ele sorria satisfeito e orgulhoso. “E
por último, quando eu vi que perdi a sua mãe e que ela estava indo embora de Forks,
sabe o que eu fiz para conservar pelo menos as lembranças da nossa juventude?”
Ele sorria como se fosse contar algo surpreendente, mas com uma tristeza nos olhos.
“Não.”
“Comprei a casa de vocês em Forks e estou construindo outra casa lá, mas eu
conservei a de vocês, estou construindo ao lado... Pensei que talvez um dia eu
pudesse presenteá-la para algum de nossos filhos...” Ele entrou em outro estágio de
bêbado, começou a chorar. “...Sabe Edward, eu queria que todos vocês fossem meus
filhos. Eu te odiei desde o dia que você nasceu, nunca quis nem olhar em seu rosto,
porque você tinha herdado o nome que eu escolhi para o meu primeiro filho. Mas hoje
eu admiro você. Você me desculpa?”
921 de 1595 26/05/2011 20:45

Em uma só noite tanta informação eu colhi! Era tanta coisa que fazia o meu coração
acelerar e ao mesmo tempo me unia mais a esse homem destinado com armadilhas da
vida e que hoje sofre com isso.
“Carlisle, se você acordar e ainda se lembrar dessa noite, domingo iremos a Phoenix.
Não há mais o que adiar. Tem muitas surpresas que você vai encontrar, mas nada que
um sentimento de tantos anos não supere.” Coloquei-o em meu braço, paguei a conta
e saímos do bar.
Peguei o carro, coloquei-o sentado no banco do passageiro e dirigi até a residência

dos Cullen. Chegando lá, Bella estava com olhar aflito na sala, pois se passavam de
uma da manhã. Ao ver-me com o braço dele no meu ombro, ajudou-me a subir as
escadas.
“Ele precisa de um banho frio.” Avisei ao chegarmos à porta do quarto dele.
“O Emmett viajou, não tem quem faça isso.”
Jasper apareceu na porta do quarto dele, presenciando e sorrindo da cena.
“Jasper, me ajuda a dar um banho nele.” Pedi.
“Cara, amanhã vou passar um sermão no Carl. Como um homem dessa idade vira um
pudim de cana desse jeito!?!” Sorria, mas se posicionou a ajudar com o banho.
Em todo o tempo o garoto divertia-se com o rosto do seu pai, que estava
completamente ébrio, fora de si.
“Véi é foda, não sabe beber... Vai mais uma pinga ae, Carl? Quero ver como você vai
ficar amanhã... eita ressaca braba!” Estava hilário o modo como ele brincava com o
pai. “Edward, a Bella chicletinho deixou você ir de boa? Geralmente quando você vem
vê-la, ela não sai do seu pé. Milagre esse. Acredita que ela ficou andando de um lado
para o outro que nem um zumbi pela casa... Fala ae, tinha muitas gatinhas por lá? ...
Até que Carl é um véi pinta, não sei por que ele não arruma umas mina pra ele afogar
o...”
922 de 1595 26/05/2011 20:45

“Dá um tempo, Jasper! Como você fala asneira!”
“Ta estressadinho é? Sua namorada está de bandeira vermelha pra você ficar assim?”
Eu já contava até mil para agüentar os disparates do garoto.
“Deixa Alice ouvir você falar em gatinhas.” Tentei me acalmar.
“Nós temos um relacionamento aberto.” Sorriu libertino.
“Vou perguntar para ela isso.” Ameacei divertindo-me.
“É doido, cara! A baixinha é brava. Eu ando de rédeas curtas.”
“Gosta dela?” Eu queria mesmo saber.
Ele demorou a responder e ficou sério. Eu tive que levantar o rosto para saber se ele
ainda ia responder.
“Não zoa de mim, mas eu sou ligadão nela, xonado mesmo.”
Sorri para não mostrar o choque de sua informação. Ainda que tentemos viver sem
querer enxergar esse problema tão às portas, ele está aqui, não é algo que
consigamos evitar ou esconder.
Terminamos o banho do Cullen e o colocamos na cama.
Eu estava movido de compaixão por ele, enquanto os pensamentos rodeavam a minha

mente.
Fui para o quarto de Bella, que me esperava com o rosto ansioso, tomei banho e
deitei.
923 de 1595 26/05/2011 20:45

“Como foi a noite?” Tinha uma curiosidade e aflição explícita em seu olhar.
“Foi ótima.”
Ela fitou o meu rosto, percebendo o quão mergulhado eu estava em pensamentos.
“Vai me falar o que aconteceu?”
“Por hoje não.” Puxei-a para o meu peito, beijando seu cabelo.
O álcool ainda pairava em minhas veias, deixando o meu corpo completamente

relaxado. O sono já me invadia, mas os pensamentos da conversa na noite rodeavam
a minha mente, assolando-me.
Levantei o seu rosto sonolento para olhar em seus olhos.
“Bella, eu te amo... Promete não me deixar jamais... Promete sempre falar o que você
pensa, promete não deixar nada nos separar?” Toda a história deles estava me
abatendo, trazendo dor, tristeza.
“Sim, eu prometo. Por que você está deprimindo?”
“Nada. Olha, eu vou te amar para sempre. Hoje eu tive mais que certeza disso, que
quando encontramos um amor de verdade ele nos acompanha independente das
decisões erradas que tomemos na vida. Por favor, não me deixe tomar decisões
erradas, meu amor por você é grande demais para morrer.” Supliquei, beijando o seu
rosto repetidas vezes.
“Não vou deixar o nosso amor morrer. Fique calmo.” Beijou ternamente o meu peito e
abraçou-me.
Quando os pensamentos perturbadores se foram o sono se apossou completamente

de mim, abracei-a e dormimos envolvidos de ternura.
924 de 1595 26/05/2011 20:45

Acordei com a luz intensa do sol no quarto.
Beijei suas costas e levantei para aprontar-me. Direcionei ao banho, satisfeito com a
graça que minha vida alcançou.
Hoje meu ser é livre, desprovido de resquícios negativos implantados em minha

personalidade. Perdoei completamente as armadilhas do passado em minha vida e
intenciono tão somente ajudar que este se conserte. Sonho verdadeiramente com a
nossa família unida e feliz, onde possamos desfrutar de reais momentos de união e
paz.
Voltei ao quarto, arrumei-me, depois a acordei com beijos leves e ela resmungou
exausta. Passei minutos passando creme em seus pés até que ela sorriu e levantou-se
para arrumar-se.
Depois de pronta ela sentou-se em meu colo, beijando carinhosamente o meu rosto.
“Estou amando essa amizade sua e do meu pai, obrigada por isso.”
“Não é só por você, eu já disse pra você que gosto dele.”
Abracei-a, beijando o seu rosto, seguidas vezes, depois descemos para o lanche
matinal.
Encontrando com Carlisle logo ao pé da escada.
“Bom dia.” Sorri amigável ao cumprimentá-lo.
“Bom dia, Edward.”
Bella lhe deu um beijo no rosto.
925 de 1595 26/05/2011 20:45

“Não vai trabalhar hoje não, pai?” Ele estava de roupão e com aparente ressaca no
rosto.
“Não. Vou dar uma passada no escritório de Forks e depois vou visitar uns amigos.
Vamos comigo, Edward? Precisamos conversar, porque amanhã vamos viajar.” Ele
olhou significante para mim.
Ele lembrava-se de toda a conversa de ontem e estava disposto a levar adiante a

afinidade que conquistamos.
“Ai, ai, agora virou o clube do Bolinha, é?” Bella o abraçou. “Pelo jeito quer me excluir
hoje de novo, né, pai?”
Sorrimos.
“Não iremos demorar, Bella.” Seu pai avisou.
“SAI DO PÉ, GRUDE!!!” Jasper manifestou-se do sofá.
“Tudo bem, Carlisle. Que horas pretende sair?”
Bella olhou-me sorrindo, apaixonada e abraçou forte a minha cintura.
Eu mesmo não entendi o motivo do entusiasmo inicialmente, só depois me dei conta

que tratei o seu pai pelo nome e isso a deixava feliz.
Continua...
n/a: Oie!!!!
926 de 1595 26/05/2011 20:45

Obrigada por me acompanhar.
Bejus.
Passem em Dupla Personalidade.
Notas Finais:
Oi Gente.
Obrigada por ler e por comentar.
Estou meio sem tempo, então estou postando as sextas.
bjs
927 de 1595 26/05/2011 20:45

Capítulo 42-Conceitos formados escrita por BIA BRAZ
Notas do Autor:
Estou publicando em dois caps, fica dificil editar quando é grande...
Capítulo 42- Conceitos formados.
Sábado
Edward POV
Após o lanche matinal, peguei na mão de Bella e direcionamo-nos à garagem da

frente. Bella estava com um sorriso radiante de alegria no rosto que contaminava e
enchia a minha manhã.
Havia quatro carros na garagem, o de Jasper, o de Bella, a Navigator que era da

minha mãe e um carro que estava coberto, não o tinha visto ali ainda. Pelas rodas
devia ser um carro esportivo.
Encostamo-nos à Navigator, envolvi minhas mãos na cintura de Bella e enchemo-nos

de carinhos, enquanto Carlisle aprontava-se.
“Saia com Alice e Jasper.” Propus. “Seu pai disse que voltaremos logo.” Mesmo que eu
estivesse bem com a idéia de sair com o seu pai, o pesar em minha voz pela sua
privação era explícita.
Beijei seus lábios, já invadido de saudade que o vício de sua presença trás.
“Pode deixar, vou ficar bem. Os dois homens da minha vida estão se entendendo e
isso me deixa muito feliz. Vou sair e depois vou visitar Jéssica com o bebê, na casa do
Mike.” Ela abraçou-me, escondendo todo e qualquer lamento pelo dia que passaríamos
longe.
Carlisle chegou, andou até o carro coberto e o descobriu. Involuntariamente, meus

olhos arregalaram-se, fixando-se lá por segundos.
Bella sorriu do meu rosto e enlaçou meus cabelos com seus dedos, sussurrando
depois em meu ouvido.
“Não sabia que você gostava tanto assim de carro, tô até com ciúmes desse olhar.”
Sorriu, divertindo-se.
Tentei conter o meu olhar admirado, que buscava explorar detalhes do carro,
entretanto minha perplexidade estava nítida demais para ser ocultada.
Atravessei a garagem e aproximei-me dele, ainda segurando na mão dela, já

posicionando-me frente à porta do passageiro para sairmos. Todavia, Carlisle
estendeu a chave em minha direção e sorriu.
Pisquei, desacreditado, balançando levemente a cabeça em negativa.
“Dirija para mim. Estou meio cansado para pegar a estrada assim.” Seu rosto
explicitava a ressaca pela quantidade de bebida em suas veias da noite anterior.
928 de 1595 26/05/2011 20:45

Bella me olhou atenciosamente, observando meu olhar de indecisão, então apertou

minha mão, encorajando-me.
“Tudo bem.” Concordei hesitante, e ele entrou.
“Até mais.” Dei um selinho em despedida, e ela saiu graciosamente, sorrindo

encantadora.
Entrei no carro e controlei as minhas emoções para não expor demais o meu estado
satisfeito. Geralmente não sou deslumbrado com carro, porém um carro como aquele
era muito raro de se ver. Era um Bugatti Veiron azul com prata, impressionante, uma
beleza exorbitante, com portas incomuns que abriam verticalmente.
Engoli em seco e me pus no banco do motorista. Ajustei o banco, retrovisores e dei

partida.
O barulho do motor era extasiante...
Olhei em direção a Carlisle, um pouco tenso e ele sorriu, percebendo a minha

fascinação, ainda que eu estivesse lutando para disfarçar.
Saí vagarosamente, testando, habituando-me.
A potência do carro era tamanha ao ponto de causar-me receios em acelerar e não

obter sucesso no controle.
Bella ficou parada na porta da casa de braços cruzados, nos olhando e sorrindo.
O grau de satisfação em seu olhar estava exposto, abrilhantando seu rosto.
Fiz sinal, despedindo-me, e perdi-a de vista quando viramos a rua.
“Encomendei direto da Alemanha.” Carlisle quebrou o silêncio, tirando-me do meu

estado de hipnose. “Chegou tem dois meses. Andei pouco nele.”
“Ele é... sem igual.” Deslumbrado, explorava a parte interna, o painel, o volante.
Era impressionante o nome Cullen bordado no couro do volante em vermelho.
“Mandei personalizar.” Apontou para o bordado no volante. “Pelo preço que custa,
tinha que vir com algumas vantagens para fazer valer os dois mais seis zeros de euros
que eu paguei.” Sua voz não explicitava enlevo com o bem adquirido. Parecia ser
comum.
Eu não tinha nem palavras para expressar a minha contemplação de tudo.
Ele, como milionário, portava-se com modéstia diante do bem. Isso era um fato
admirável.
A viagem se seguiu, e, vez ou outra, ele me estimulava a acelerar, porém eu me

continha, dosando lentamente a adrenalina em meu sangue.
Percebi que o convite para ir à Forks tinha algo a ver com a noite anterior e, embora
eu estivesse ansioso por saber o real motivo da nossa vinda, controlei-me da ciência
imediata, deixando-o à vontade em todo o tempo. Deste modo, busquei sempre
assuntos desvinculados.
929 de 1595 26/05/2011 20:45

Portamo-nos com demasiada familiaridade, o conjunto das nossas idéias

encontrava-se mutuamente quando tratávamos de empresas e governo.
Dando entrada a Forks, ele instruiu-me a ir direto ao escritório, assim o fiz.
“Oi, Edward, como vai sua mãe?” Fui recebido com calor pelos funcionários do
escritório.
“Está bem. Está morando em Phoenix agora.”
“Ela pretende voltar?”
“Não.” Olhei para Carlisle, e ele dissimulou o olhar. “Por enquanto não.” Respondi por
fim.
Eles partiram para uma conversa relacionada a empresa, Carlisle, os três funcionários
e o novo responsável pelo escritório, então me retirei da sala e avisei que o esperaria
lá fora.
Encostei ao carro, expondo-me ao sol da manhã, enquanto aguardava por ele.
Era visível o número de pessoas que passavam pelo comércio e direcionavam o olhar
ao carro, logo, desconcertado em estar perto do alvo de atenção, afastei-me do carro
e sentei na calçada próxima.
“E ae, cara! Tá sumido?” Levantei os olhos e Jake cumprimentou-me, tocando-me no

ombro. Feliz em revê-lo, sorri e levantei a fim de conversarmos. “Você que está nesse
carrão?” Ele ofegou e pôs-se a andar em volta do carro, olhando as rodas, com seus
amigos.
“É do pai da Bella.”
Respondi e cruzei os braços. Esperando que eles analisassem o carro. Eles estavam
agindo com o mesmo fascínio que eu tive duas horas atrás.
“O que te trás a nossa cidade do interior?” Jake voltou para onde eu estava, na
sombra.
Quil e Sam continuaram olhando o carro, aproximando os olhos dos vidros para
observar internamente.
“Vim trazer o Cullen.”
“E esse anel aí? Resolveu se enforcar?” Apontou para o meu dedo.
Sorri e olhei para o anel. “Mais ou menos... É de compromisso.”
“Com Bella Cullen?” Ele arregalou os olhos, surpreso, com extremo interesse no olhar.
“Ela mesma.” Respondi como óbvio.
Os outros garotos se aproximaram.
“É cara, tem razão de nós nunca termos te visto com nenhuma das garotas aqui da
cidade. Você olha mais para cima. Seu tiro foi certeiro, hein! Filha do dono de uma
rede de jornais e andando em um carrão desses!” Sam comentou sorrindo com
malícia.
930 de 1595 26/05/2011 20:45

Olhei sério para ele, e Jake fez uma careta em desaprovação.
“Não entendi a sua colocação, Sam.” Senti a agitação nas veias, mas tentei controlar
ao máximo minha mudança de humor.
“Tem que explicar? Você é um cara sortudo. Além de namorar uma garota gostosa
daquela, ainda vai amarrar o teu burro na sombra com o dinheiro deles.” Ele sorriu,
divertindo-se.
Se ele não tinha intenção de me provocar, era tarde demais para isso.
Irritado, respirei fundo e contei até mil, sentindo os meus nervos repuxarem os
músculos.
Jake alarmou-se e aproximou-se mais de mim, ao perceber que eu olhava com os

olhos cerrados para Sam. Contudo, eu não tinha intenção de agredir ninguém. Não
por isso.
Não posso deixar que sons sem significação provindo dele influenciem as minhas
atitudes.
“Sam, embora você não mereça a minha explicação, você precisa saber que está
tendo idéias ilusórias quanto a mim. Eu não preciso do dinheiro deles. Trabalho e
estudo para viver a minha própria vida. Sinceramente, os bens, o nome e o dinheiro
são deles mesmos, pouco me importa o que eles têm. Então guarde os seus
pensamentos e comentários para si.” Deliberei pausado e firme. “Só um aviso:
pondere suas palavras ao referir-se à minha namorada.” Encarei-o ameaçador, mas
sem mudar o tom calmo da voz.
Sobressaltado, ele arregalou os olhos, segurando o olhar com prevenção.
“Edward, podemos ir.” Virei-me e Carlisle encontrava-se, naquele dado momento, a

poucos metros de nós.
“Até mais.” Despedi-me sem calor nos olhos, e Jake estendeu a mão e olhou-me com
escusa, provavelmente envergonhado pelas palavras insultarias que seu amigo volveu
a mim.
Peguei em sua mão e seguidamente dei as costas para eles.
“Aparece na reserva.” Disse Jake, antes que eu entrasse no carro.
“Vou sim, qualquer hora dessas.” Levantei a porta do motorista e entrei.
Observei pelo canto do olho que eles ainda olhavam fascinados para o carro.
“Vamos ali, à casa de um amigo meu.” Carlisle informou quando dei partida.
“Tudo bem.” Respondi baixo, sem conseguir esconder o meu estado de espírito
alterado.
Em silêncio, seguimos para o local que ele indicou.
A significação das palavras do Sam ecoava em minha mente, deixando-me cada

minuto mais ansioso.
Suas palavras eram a mostra e modo ver pessoal, porém o juízo que ele forma sobre
931 de 1595 26/05/2011 20:45

mim deve ser opinião mútua dos que o rodeiam. É certo de que existem adesões a
esses pensamentos.
Pensar isso, que as pessoas associam a minha união com Bella ao fato deles
possuírem bens, levavam-me a ruína individual, logo um conjunto de alterações
formais apoderaram-se de mim, trazendo abatimento ao meu ser.
As certezas que habitam em mim quanto aos meus sentimentos são firmes e eu não
deveria importar-me tanto com o que deduzem, mas tudo me afetou de uma maneira
descontrolada, de modo que eu não conseguia suprimir a aparência.
Hã! É isso que dizem? Que eu sou o caipira dando o golpe nos Cullen?
Apertei os dedos no volante, sentindo a cólera sufocar minha garganta.
A totalidade do que foi temido por toda a vida por Esme, hoje caía sobre mim.
Atribuem idéias à minha conduta baseados em que tipo de gente que me relaciono.
Tudo se tornou pior em quantidade indefinida porque me fiz visto em uma cidade
daquele tamanho dirigindo um carro como aquele. Isso era alimentar as especulações.
Enquanto eu dirigia, notava o Sr. Cullen olhar o meu rosto, parecendo analisar.
Eu não tinha dúvidas quanto ao fato dele ter presenciado e ouvido toda a conversa em
frente ao escritório. O modo como ele dirigia o olhar a mim, explicitava mostra de um
exame minucioso ao que a conversa produziu em minhas feições, que embora eu
tentasse esconder, estava impossível para mim.
Ao chegar à residência de seu amigo, entramos e eu fiquei sentado na sala, enquanto

eles conversavam em outra sala.
O desassossego em mim estava intolerável ao ponto de cortar os laços com o mundo

externo, introvertendo-me por completo.
Ainda que tentassem me por a par dos assuntos abordados, eu somente respondia o
necessário. Lutando para amenizar a expressão do meu rosto.
“Eu conheço esse rapaz, Carlisle, tem aproximadamente um ano que o vi na estrada
com sua filha. Você lembra-se de mim?” Depois de mais de uma hora observando-me
sempre, o amigo do Sr. Cullen lembrou-se daquele encontro inusitado.
“Sim.” Respondi monossílabo. Não tinha intenção de manter o diálogo.
“Vou servir o almoço. Podem vir para a mesa.” A esposa do policial avisou.
“Sr. Cullen, faz favor.” Chamei-o, levantei do sofá e saí para a varanda. “O senhor se
importa se eu não almoçar aqui? Não estou me sentindo a vontade.” Eu preferia sair
para dar uma volta. Não tinha ânimo para comer.
Ele me olhou atentamente, perscrutando-me e depois tocou o meu ombro.
“Filho, não deixe que aquilo te atinja assim. Você tem que aprender a relevar isso. Eu
sei que aquilo atingiu sua personalidade, mas não se abata assim. Minha família sabe,
Bella sabe e, principalmente, você sabe que sua ligação conosco não é em interesses
financeiros.” Ele deliberou. A calma e paciência em seu rosto eram penetrantes.
932 de 1595 26/05/2011 20:45

Suspirando, encostei as duas mãos no portão, de costas para ele, e passei um tempo
pensando, associando as palavras dele.
Eu me questionava: em que consiste ofender-me desse jeito com o que pensam ou

dizem, se isso não vai mudar em nada a minha vida? Eu teria coragem de deixar Bella,
como minha mãe fez quando jovem, por causa de preconceitos?
É certo que não.
Depois de me resolver mentalmente, virei-me de volta a ele e devolvi o toque no

ombro, agradecido pela sua predisposição em trazer-me fios de observância e pela
exposição de seu crédito em mim, o que me trouxe de volta a paz, pois se ele não põe
em questão a minha honradez, não tenho por que oscilar.
“Obrigado, Carlisle, pelas palavras.”
“Agora, rapaz, ponha um sorriso no rosto e vamos almoçar.” Sorriu, entramos, e eu

resolvi por em esquecimento aqueles pensamentos opressores.
Sentamo-nos a mesa e almoçamos. Os assuntos abordados nos diálogos foram

propositalmente introduzidos pelo Cullen, intencionado a pôr-me a par das discussões
que sobreviessem ali.
O assunto principal foi relacionado a cidade de Forks, no geral, administração local,

faltas, desvios de verbas, então, por volta de duas da tarde saímos de lá.
“Vamos passar na construção.” Carlisle informou e, finalmente, o motivo do convite

para vir ficou às claras para mim. Segui o caminho da minha antiga casa, e ele olhava
as ruas com olhar saudoso. “Eu adoro essa cidade.” Ele começou. “Mas sinto um
pouco de nostalgia quando venho aqui.” Seus olhos fitavam longe.
“Para mim, é o ar mais puro do mundo.” Comentei e deixei o vento tocar o meu rosto,
afastando um pouco a cabeça para fora da janela...
“Fico meio chateado, o Julio é um dos meus poucos amigos que permaneceram em
Forks. A maioria deles foram embora estudar por falta de uma universidade aqui e não
voltaram mais.” Tinha um pesar em sua voz.
“Mas você também foi e não voltou.” Sorri, gostando do fato de termos conversas
descomprometidas.
“É, mas mantive meus vínculos aqui.”
“Eu já pensei nisso, na falta de uma universidade em Forks. Quem sabe a cidade
tivesse uma economia melhor, se não perdesse os jovens para outras cidades para
estudar.” Expressei minha opinião.
“Será que uma universidade aqui seria lucrativa?”
Assustei-me com o seu interesse repentino por um assunto que não era do seu
domínio.
“Uma particular talvez não, pois muita gente aqui não tem condições, afinal, a cidade é
rodeada de vilas e reservas. A necessidade real aqui é de uma universidade fomentada
com verbas públicas.”
“Hmm, mas se de repente o governo mantivesse parcerias, no caso com uma
933 de 1595 26/05/2011 20:45

universidade particular, isso com certeza baratearia os custos. Por exemplo, se

houvessem incentivos fiscais.”
“Já vi alguma coisa sobre isso, mas não sei bem como se procede. Parece que essas
bolsas que as universidades oferecem, tipo a minha, permutam com descontos
fiscais.”
“Você podia se informar sobre isso, de repente, você encontre algum meio no Senado
de trazer benefícios para a sua própria cidade.” Ele pôs o assunto em exame e isso
despertou o meu interesse.
“Vou ver, apesar de que, minha vida estará tão corrida no próximo ano que eu nem sei
se vou ter tempo para arquitetar projetos fora dos planos do Senador.”
“Entendo. Imagino que seja muito trabalhosa a vida pública, ainda mais quando você
estuda. Vou te avisar, com o tempo você cansa, viu. E falando em correria, eu
ultimamente estou cansado dessa vida sem tempo que levo. Os quatro jornais tomam
muito tempo e dedicação. Meus planos é sossegar um pouco daqui para frente, viajar,
pois minha vida tem sido só trabalho nos últimos anos. O problema é que é difícil
encontrar bons administradores. As empresas do Texas e da Califórnia já andam com
as próprias pernas, mas a daqui de Washington e a de Oregon precisam da minha
supervisão, e isso é cansativo. Estou pensando em preparar alguém para me suceder.
Pensei no Brandon quando ele...” Interrompeu-se, provavelmente arrependido do que
iria falar. “Na verdade, preciso preparar alguém de confiança. Não quero deixar Bella
com essa responsabilidade grande nas mãos. Quando ela estiver apta, vai ficar só na
parte de investimentos, assim temos como ampliar o foco.”
Chegamos à minha antiga casa e lá estava uma já construída mansão, em fase de

acabamento.
Ela era imensa, de três andares, as paredes externas eram constituídas de vidro e
madeira. Completamente imponente.
O telhado fazia um acabamento imitando a frente de um navio.
Nenhuma casa em Forks tinha uma construção tão esplendorosa como aquela. A
frente era em formato de E, com jardins entre as colunas e paredes.
O fascínio passou pelos meus olhos, admirando tudo, imaginando como em tão pouco
tempo uma obra grandiosa daquelas pôs-se em pé.
Presunçoso, ele estufou o peito e se aproximou.
“Gosta?” Seu sorriso era de triunfo.
“Ela é... perfeita.” Minhas palavras quase saíram sem sons.
Continuei andando em volta da construção, apreciando os detalhes luxuosos.
Ao lado da construção estava a minha antiga casa. A sua aparência imóvel ali
involuntariamente trouxe lembranças da minha família reunida, da minha história.
“O que vai fazer com ela?” Apontei para a casa.
“Vou pintá-la, trocar o telhado. Vou fazer uma pequena reforma, mas nada que mude
sua personalidade. Ela faz parte da história de muita gente, e eu não quero apagar.”
934 de 1595 26/05/2011 20:45

Ele sorriu amigável, e eu me permiti ficar feliz com a informação.
“Naquela árvore vou fazer uma casa da árvore.” Apontou para a árvore ao lado da
minha casa.
“Por que uma casa na árvore?” Sorri sem entender.
“Para os meus netos. Vou deixar esta casa para quando a família se reunir aqui em
Forks em fins de semana. Você acha que sua irmã Rosalie vai me dar netos rápido?”
Seus olhos viajavam, e eu divaguei os meus pensamentos, imaginando nossas
reuniões familiares, e, em um futuro longínquo, meus filhos correndo pelo quintal no
qual eu fui criado. Imaginar isso me trouxe uma felicidade quase palpável.
“Vamos embora, Carlisle.” Chamei impulsivamente, pois com o último pensamento

senti muita falta de Bella e desejei ansiosamente ir embora. Só em visualizar o nosso
futuro e pensar que tudo ainda ia demorar, a dor da saudade do porvir se instalou em
mim.
“Vamos, sim. Essa casa é o nosso segredo, tá, Edward?” Ele pegou em meu ombro e
nós nos dirigimos ao carro.
**
Chegamos a Seattle por volta de cinco da tarde. Bella não estava, mas tinha deixado
um bilhete avisando que fora ao cinema do shopping com Jasper e Alice, e pediu que
eu ligasse quando chegasse.
Arrumei-me apressadamente e resolvi ir vê-la. Eu estava aflito de saudade dela.
“Vai sair, Edward?” Carlisle perguntou enquanto eu descia as escadas.
“Sim, vou ao shopping encontrar Bella.” Atravessei a sala e passei por ele que estava
deitado no sofá.
“Vai de quê?”
“De coletivo.”
“Por quê? Se tem quatro carros na garagem?” Ele sentou, com o cenho franzido.
“Eu não encontrei a chave do carro da Bella lá em cima. Então vou de coletivo e para
voltar, voltamos com Jasper.” Expliquei e me dirigi à porta.
“Vai na Navigator. Ela não sai da garagem já tem seis meses.” Ele levantou, pegou a
chave em um cofre atrás de uma quadro e me entregou, certamente sem me dar
chance de negar.
“Pode ser.” Aceitei, não vendo razão para negar, afinal ele estava sendo muito
simpático.
**
Estacionei em frente ao shopping, liguei para Bella e avisei que a esperava. Desci e
esperei-a encostado no carro.
Depois de uns minutos, ela veio apressada, usando uma calça jeans e uma blusa
xadrez de manga longa amarrada na cintura.
935 de 1595 26/05/2011 20:45

Estava linda, mas meu cérebro mandava comandos de indagação: pra que tanta
roupa?
“Oi, anjinho, senti sua falta.” Ela jogou-se em meus braços, prendendo a mão em meu
pescoço e beijou com selinhos.
Sua presença era como o raiar do sol em uma noite longa e fria. Mesmo que o meu dia
tivesse sido proveitoso, a falta do seu calor me trouxe carência.
“Eu senti muito a sua falta.” Murmurei carente e beijei-a nas pálpebras, na bochecha.
“Não quis vir no meu carro?” Ela me afastou e olhou especulativo para o carro.
“Até pensei, mas não achei a chave.” Peguei em sua mão, abri a porta do passageiro e
ela sentou-se, com um sorriso matreiro no rosto.
“Gostei do carro.” Ela encostou-se várias vezes no banco, parecendo analisar o

conforto e sorriu maliciosa. “Vamos lanchar porque depois quero dar umas voltinhas.”
Ela atravessou-se entre os bancos e distribuiu beijos em meu rosto várias vezes.
Com esse tanto de roupa que ela estava, não tinha porque gostar do carro nem
porque dar umas voltinhas. Ops! Um lado desvirtuado do meu cérebro dava sinal de
vida.
“Tudo bem. Mas vamos embora cedo porque amanhã iremos viajar.” Impus e dei
partida.
“Nós vamos mesmo para Phoenix? Meu pai vai buscar sua mãe? Você não me disse
nada, me conta vai!” Insistiu como criança.
“Eu acredito que sim, acho que ele vai buscá-la, se não, pelo menos vai esclarecer as
coisas.” Esse assunto não me trazia segurança.
“Estou tão feliz. Está tudo dando certo.” Seu semblante tinha um contentamento
evidente.
“Espero que dê certo.” Forcei um sorriso no rosto, temendo ainda pelo que poderá
acontecer no decorrer da viagem a Phoenix. “Foi ver o bebê da Jéssica? Por que ela
está na casa do Mike?”
“Ele estava tendo cólicas e como lá em casa ninguém sabia cuidar, a mãe dele pediu
que ela fosse ficar uns dias lá. É tão lindo a Jéssica com o bebê! Fico pensando como
uma pessoa pode ter mudado daquele jeito. Acredita que ela até chora quando o bebê
chora?! Ela é apaixonada por ele. Eu pensei que ela fosse ser uma mãe bem voada,
mas ela é muito cuidadosa. Mike então, é um grude, aquele bebê vai ser muito
bajulado. É o primeiro neto do Sr. Newton, e Mike é filho único, então eles estão
babando.” Disse quase em um fôlego só.
Sorridente, apertei a bochecha dela e me inclinei para beijá-la, quando estacionei no

Mc’Donald. “Senti sua falta, minha tagarela.”
Dentro da lanchonete, pedimos tortinhas de maçã e sentamos nas mesinhas externas.

Despreocupada, ela colocou as pernas sobre a minhas.
“Estava com frio hoje?” Perguntei casualmente, enquanto mordia minha tortinha.
Ela sorriu ao ver do que eu falava.
936 de 1595 26/05/2011 20:45

“Não. Estava com preguiça de colocar salto. Queria uma roupa bem à vontade. Não
gostou, né?” Sorriu com maldade.
“Gostei.” Menti.
“Mas prefere saias.” Deduziu e tinha um sorriso cínico em seu rosto.
Conversamos mais um tempo, terminamos de lanchar e nos direcionamos ao carro.
“Deixa eu dirigir esse carro? Eu nunca o dirigi.” Bella pediu e eu lhe dei a chave.
Fiquei olhando-a ajustar o banco, dar partida e sair. Ela ficava tão sexy dirigindo.
Pena que não estava de saia, com certeza minhas mãos vagariam por suas pernas.
“Por que está me olhando assim?” Ela quis saber, mordendo os lábios.
Sorri e virei o rosto, buscando esconder minha fome contínua por ela.
Ela estacionou em frente ao lago da cidade, em um canto isolado embaixo de uma

árvore e encostou-se ao meu peito.
“Gostei desse carro. Ele é espaçoso, confortável, os vidros são escuros...” Ela
olhou-me com olhar faminto e começou a levantar minha blusa, passando no mesmo
instante a mão em minha barriga. Senti minha barriga tremer e ofeguei quando ela se
inclinou e substituiu sua mão por seus beijos em meu abdômen.
Bom, eu não era muito a favor de ficar exposto na rua com um carro chamativo como
aquele, pior ainda com ela atacando-me cedo da noite.
“Vamos para sua casa. Podemos deitar cedo já que vamos viajar amanhã.” As minhas
certezas se esvaíam quando ela começou a lamber meu peito.
“Gosto daqui.” Ela tirou a minha blusa lentamente, olhando em meus olhos, depois
tirou sua calça e sorriu, vindo mordiscar seguidamente minha orelha. “Sabe, anjinho,
adoro te ver assim.”
“Como?” Fechei os olhos quando ela beijava meu ombro, mas travava uma luta
interna entre ficar ali e deixá-la fazer o que queríamos, ou sair dali e ir para um lugar
seguro.
“Gosto do seu rosto de pânico... de medo de mim... de preocupação... de indecisão.”

Ela sentou em meu colo, beijando o meu pescoço e eu acariciei sua perna por toda a
extensão, delineando os tornozelos, joelho, coxa.
“Você continua demorando a se decidir...” Ela sussurrou de um jeito erótico, pegou

em meus cabelos e beijou-me astutamente no pescoço, ouvido.
Eu já saía de órbita de excitação, sendo guiado sem certezas a um universo só nosso.
Sua doce respiração em minha face alimentava a minha dependência e me tornava um

incoerente, logo, deixei-me levar pelo apetite do nosso corpo, acariciando lentamente
suas costas, quadril.
“Você gosta do errado, né, Bella?” Minha voz saiu cheia de ânsia e explicitava minha
redenção.
937 de 1595 26/05/2011 20:45

“Você gosta que eu goste do errado.”
Ela cobriu minha boca com seus lábios e beijou-me com desejo, amor, carinho, calor,
transpirando sedução.
Sua língua inquieta buscava a minha. Meu cérebro e meu corpo entravam em
contradição.
“Estamos no meio da rua... vamos para sua casa...” Implorei em sua boca passando
os dedos nas laterais de sua peça íntima, já quase louco, caindo em tentação.
Era cedo, o parque em frente ao lago estava movimentado, todavia ela não mostrava
intenção de parar, e eu não queria parar. Eu a queria, sempre.
Apertei-a mais e invadi sua boca com ímpeto. Toda a fúria do meu corpo se libertou,
fazendo-me entrar em combustão. Tudo que eu queria agora era a proximidade, seu
corpo no meu. Portanto, desabotoei sua blusa, e ela suspirou em ansiedade quando
desci com os lábios explorando sua pele, seu ombro.
Seu cheiro impregnava no meu nariz, sua pele queimava a minha como brasa.
A minha menina nunca se retrai, sempre me surpreende com sua doce estratégia
sedutora...
Eu nunca me sinto satisfeito, meu corpo se acende sempre como se fosse a primeira
vez.
O local não me agradava, o horário não me agradava, mas eu não era são, estava
sedento por ela e não iria mais me controlar e negar o que nós dois ansiávamos.
Era errado ela estar sentada em meu colo, portando somente uma blusa aberta e a
roupa íntima de baixo, mas como podia negar se eu não resisto?
Sua língua esvanecia meus sentidos, minha boca se perdia em seus seios, e minhas
mãos, por vontade própria, vagavam pelas deliciosas curvas do seu corpo.
Uma imensa confusão explodia na paixão que existia entre nós.
Dominado, deitei o banco e ela desceu com a boca em meu peito, abdômen, barriga,
já trabalhando nos botões da minha calça.
Meu Deus, onde eu encontrei essa mulher louca que me livra das faculdades mentais
claras?!
Ofegante, estava de olhos fechados, permitindo-me sentir as sensações que sua boca
incendiária distribuía em meu corpo, com a expectativa do seu próximo ato, já que ela
tinha aberto todos os botões. Entretanto, de relance, abri os olhos e vi uma luz
iluminando o carro. Uma luz forte.
Assustei-me e não permiti que ela continuasse. “Bella, pára! Tem alguém com uma
lanterna apontada para cá.” Ela afastou-se e sentou-se imediatamente e fechou a
blusa.
No mesmo instante, eu vesti a minha e observei de onde vinha o foco.
Depois de uns segundos, alguém bateu na porta e eu abri o vidro.
938 de 1595 26/05/2011 20:45

“Saia do carro imediatamente com as mãos na cabeça!” Uma voz ríspida se fez ouvir.
Fiquei atordoado uns instantes, filtrando o que estava acontecendo.
“Está surdo, rapaz?” A grosseria estava estampada na voz.
O foco de luz em meu rosto não me deixava visualizar de quem se tratava, logo a
adrenalina em meu corpo foi a mil.
Concentrei-me, e um alerta se pôs a repetir em minha mente: estava no meio da rua,

com a filha de um dos empresários mais ricos da região, dentro de um carro que
deveria estar entre os mais caros da cidade... Putz, condenei-me, eu a expus, chamei
o perigo.
Olhei o rosto dela com um turbilhão de pensamentos na mente.
O que iria acontecer? Seria um seqüestro?
E se fosse um seqüestro, o seqüestrador saberia de quem se tratava?
E se ele só quisesse o carro?
Ele mandou que eu descesse, mas e Bella?
Ele a queria ou queria o carro?
Algo era certo: se fosse um seqüestro e ela estivesse despida como estava, eles não
iriam perder a oportunidade de machucá-la.
Segundos se passaram e eu não desci do carro.
“Bella, se vista.” Disse baixo e abri a porta, descendo depois com a mão atrás da
nuca.
“Encoste-se ao carro e abre as pernas.”
Encostei-me e coloquei minha identificação na mão, sentindo em seguida uma mão me

revistando.
Fiquei olhando para baixo, sendo torturado por meus pensamentos. Chamando-me de
tolo.
“Desça moça e traga seus documentos.”
Menos mal, pelo menos ele não pretendia levá-la.
Olhei pelo canto do olho e por trás do foco de luz estava uma pessoa com uma doze
direcionada a nós.
Meus nervos repuxaram, o coração corria em frenesi, logo estava cheio de culpa.
Deveria ter ido direto para sua casa, o seu pai confiou o carro e ela a mim. Não podia
me deixar levar por irresponsabilidades assim.
Entretanto, ainda queria acreditar que eles só interessavam-se no carro, e torcia que
não descobrissem que ela era a filha do Sr. Cullen.
“Bella Cullen.” Tarde demais... Eles conversaram entre si.
939 de 1595 26/05/2011 20:45

O foco de luz foi desligado.
“Pode abaixar os braços e olhar pra mim.” A voz era mais calma agora.
Abaixei as mãos e me virei para olhá-los.
Para o meu alívio era um policial.
“Bom, vocês deveriam ir para um lugar apropriado, esse carro chama muita atenção e
vocês têm sorte que hoje foi a polícia que abordou vocês, mas podia ser um
delinqüente ou malfeitor...” Ele entregou a minha identidade em minha mão. “...Se
você gosta de sua noiva, não fique expondo ela assim.”
Sinceramente as palavras dele já estavam sendo repetidas em minha mente antes

mesmo que ele começasse a pronunciá-las. Minha própria consciência repelia meus
atos inconseqüentes, e cada palavra do policial entrava redundante em minha mente.
“Sim, senhor.”
“Você sabe que ela é filha de um homem importante e Seattle já deixou de ser a
cidade calma que todos esperavam que fosse... Além disso, você não sabe o que
esses marginais fazem quando pegam casais por aí...” Eu não acreditava que estava
passando por isso. “...Então vocês estão liberados, vão para casa de vocês.”
“Sim, senhor.”
Entrei no carro, dei partida e saí.
Bella POV
Desde que saímos da rua do lago e chegamos em casa, ele tomou banho, deitou na
cama, assistia TV e não falava mais nada.
Ele não estava de mau-humor, mas estava com uma tensão evidente. Com certeza,
mergulhado em seu mísero sentimento de culpa.
Estudando suas atitudes, terminei de me arrumar e deitei na cama com ele.
Ele olhava para a TV, mas não parecia estar enxergando o que se passava.
“O que foi, anjinho?” Deitei ao seu lado e passei a mão em seu peito. Ele a segurou
carinhosamente, me contendo.
“Precisamos dormir, amanhã temos que acordar cedo.” Disse baixo, tentando
esconder a chateação.
Sentei na cama, passei a mão em seu cabelo e pus um sorriso no rosto.
“Por que será que ele disse que eu era sua noiva?” Perguntei com intenção de arrancar
a tensão do seu rosto conversando alguma coisa boba.
“Por que nós dois usamos o mesmo anel e na mão direita.” Respondeu como se fosse
o óbvio.
Bom, eu consegui arrancar palavras da boca dele, agora era tentar conversar, já que
940 de 1595 26/05/2011 20:45

quando ele está chateado, se fecha.
“Vamos direto para Phoenix?”
“Não sei ainda.”
“Qual carro será que nós vamos? Eu gostei do carro da sua mãe. Ele é MUITO
ESPAÇOSO. Dá para fazer coisas que no meu carro estava impossível aquele dia.” Dei
um sorriso malicioso e deitei com a cabeça na barriga dele, distribuindo beijinhos.
“Bella, por favor, vem dormir. Eu quero que esse dia acabe logo.” Implorou e me
puxou para deitar em seu peito.
“Edward, o que há?”
“Eu não quero conversar, me dá um tempinho.” Ele alisava o meu cabelo, com súplica
na voz.
Levantei da cama rapidamente e olhei em seus olhos que estavam distantes.
“Deus, como você é difícil! Releva, passou, amanhã a gente faz de novo!” Tentei
descontrair.
“Amanhã a gente faz de novo?!” Ele olhou em minha direção com um olhar duro, mas
logo suspirou. “Olha só, eu não quero conversar, meu problema não é com você.
Amanhã vou estar melhor, por favor, me entenda.”
Ele colocou o braço sobre o rosto e fechou os olhos, intencionado a buscar o sono.
Tirava a minha paciência aquela tortura moral a que ele se submetia.
Determinada, sentei na cama novamente e tirei o braço do rosto dele. Ele abriu os
olhos com o semblante impaciente.
“Vamos, Edward, fale agora o que você tem! Se você não conversar comigo eu vou
dormir lá no outro quarto.” Ameacei.
Ele estudou o meu rosto por minutos, encarando-me, depois, derrotado, suspirou e
desviou o olhar, direcionando ao nada.
“Eu odeio ser chamado a atenção. É algo da minha personalidade, eu cresci assim.
Não consigo me sair bem diante de críticas, nem de sermões. Minha mãe, nem meus
professores nunca precisaram chamar a minha atenção, porque eu sempre tentei fazer
as coisas certas pra que nunca precisasse ser repreendido. Mas quando estou com
você me descontrolo e faço coisas erradas...” Ele estava transtornado consigo
mesmo. “Estou esquecendo que sempre vão existir conseqüências para atos
impensados. É como o policial disse: hoje foi um policial, mas poderiam ser bandidos.
Como eu iria sobreviver com isso?”
“Mas fui eu quem te levei pra lá.” Encaramo-nos por um longo momento, então ele fez
uma careta e desviou o olhar.
“Mas você é uma menina.” A calma forçada em sua voz só mostrava o quanto ele
sofre em antecedência aos fatos.
“Edward, você não é um velho, tem só vinte anos. Já não basta ter vivido a vida toda
se prendendo, puxando para si responsabilidades que não eram suas, se culpando por
941 de 1595 26/05/2011 20:45

coisas que não tinha culpa?” Passeei os dedos insistentemente em seus cabelos.
“Eu decidi ser assim, ser responsável, disciplinado. Mas você me livra do pensamento
coerente. E eu não posso deixar o que tenho entre as pernas mandar na minha parte
pensante.”
“Aff.” Revirei os olhos. “A cada minuto que passa, vejo o quanto você é difícil. O que
podemos fazer agora? Passou!”
Ele olhou para o nada, ainda fazendo careta. “Quando eu lembro o tanto de coisas
erradas que venho fazendo tenho vontade de esmurrar-me.”
“Mas o que você tem feito de errado?!” Eu queria mesmo saber.
“Tem muitas coisas feitas o ano passado que eu nem conto mais, mas é só pensar no
que tenho feito de dois dias pra cá. Fiz sexo em um carro no estacionamento da
empresa do seu pai, expus você hoje ao perigo. É muita irresponsabilidade. Não estou
cumprindo com o que confiam a mim.” Sua voz estava pausada e baixa, mas com
muita imputação.
“Edward, levante. Você deprime muito rápido por coisas que nem existem mais.
Passou. Levante que nós vamos descer e terminar essa conversa lá embaixo.” Não dei
mais chance dele se auto-flagelar.
Ele sentou e me olhou perdido.
“Vamos. Temos que dormir antes das onze, dá para ficar lá embaixo mais de uma
hora.”
Fui ao banheiro, armei uma estratégia, coloquei o meu hobby e desci. Contra vontade,
ele veio atrás, de short e camiseta.
Eu queria sair do quarto, relaxar e conversar como casais de namorados normais, logo
nenhum lugar seria melhor que o jardim de casa, em frente ao estacionamento lateral.
A lua estava clara, a noite linda, então um respirar de ar puro deixaria a cabeça dele
arejada.
Sentei no banco e coloquei as minhas pernas por cima das dele.
Ele estava calado, suspirando. Ele conseguia se deixar atingir por coisas que eram tão
fáceis de relevar.
“Edward, você não precisa ser certinho sempre, a vida não é um manual a ser
seguido. Tudo o que aconteceu até hoje conosco foi bom pra nós. Se eu nunca tivesse
quebrado as regras indo te ver sem carteira na sua casa, ou indo te ver na capital ano
passado, talvez não tivéssemos construído a nossa história, talvez estivéssemos
enfraquecidos. Tudo o que aconteceu com a gente contribuiu pra que a nossa base e a
nossa história fosse escrita. E quanto a esses dois dias, nada é culpa sua. Eu acho
incrível como você faz coisas que gosta e depois se arrepende. Pare de se culpar por
tudo. Releve as coisas. Você fala que poderia acontecer o pior hoje, e se culpa por
isso, mas não aconteceu. E se tivesse acontecido, seriam coisas da vida, um acaso.
Sinceramente você está fazendo tempestade em copo d’água.”
“Estávamos expostos ao perigo, Bella, não seria um acaso.” Estava difícil conversar,
as linhas do seu rosto não mostravam que ele estivesse cedendo.
942 de 1595 26/05/2011 20:45

“Espera aqui.” Entrei em casa, peguei uma chave e voltei.
Quando voltei, sentei em seu colo de frente e o abracei.
“Meu anjinho, não se torture assim, ponha um sorriso em seu rosto, vamos rir do que
aconteceu.”
“Você nunca vai me entender. Leva tudo com diversão.” Ele ainda relutava.
Levantei o rosto dele e beijei ternamente cada cantinho, acariciando o seu cabelo e
sua nuca. Ele fechou os olhos e suspirou.
“Eu te entendo em tudo, só não concordo com o modo como você age depois dos
ocorridos. Na hora eu também fiquei tensa, tive medo, mas agora passou.
Conforme-se com o que sobra de bom em tudo... Estamos bem, juntos, felizes e eu te
amo...” Beijei seu pescoço, mordiscando devagar.
Senti a pele de seu rosto arrepiar com os meus beijos e sua mão deslizar por minhas
costas, distribuindo calafrios espinhais.
Eu estava conseguindo o efeito que desejava, que ele relaxasse e expulsasse aquele
estado rígido do seu rosto.
“...Nós somos diferentes, nos comportamos de modos diferentes, mas é por isso que
estamos juntos... por isso precisamos um do outro assim. Se eu fosse tão calma,
disciplinada e tímida como você, provavelmente nem estaríamos juntos... Ou se você
fosse sempre determinado, enérgico e livre como eu, talvez nos cansássemos rápido
um do outro... Nós encontramos o equilíbrio juntos...” Sussurrava em seu ouvido,
alternando palavras e beijos.
Mordisquei sua orelha, deslizando a ponta da língua ao seu redor, ele suspirava e me
apertava a si, mostrando com clareza naquele short fino, o quanto se sentia
estimulado com aqueles beijos. “...Eu sinceramente não estou arrependida de ter
quase feito amor com você na rua do lago, pelo contrário...” Olhei em seus olhos, em
seguida invadi sua boca violentamente, procurando e sugando a sua língua. Ele gemeu
baixinho e aos poucos se entregava, com a respiração agitando pesadamente em seu
peito. Suas mãos me apertavam e mostravam seu desejo, então ele subiu com elas
pela minha perna, acariciando, apertando a pele, até alcançar o meu quadril e apertar
firme.
“Cadê o restante de suas roupas?” Sussurrou em meu ouvido, sem firmeza na voz.
“Foi você quem pediu para eu andar sem, lembra?” Diverti-me e voltei novamente
para a sua orelha. Ele suspirava e entrava em descontrole, me arrastando sutilmente
em sua excitação, depois afastou o meu hobby e começou a descer os lábios,
beijando o meu pescoço, colo, completamente sem razão.
“Vamos para o quarto, por favor.” Suplicou baixo.
“Não.”
“Eu quero você.”
“Estou aqui.”
Voltamos a nos beijar, e suas mãos me apertavam em todos os lugares possíveis, sua
943 de 1595 26/05/2011 20:45

respiração estava tão forte que roubava o meu ar.
“O que você tem contra o quarto?” Murmurou rouco em meus lábios.
Olhei em seus olhos e, provocadora, desfiz o laço do hobby,

expondo-me completamente a ele. Ele olhava-me indeciso, com semblante torturado.
Segurei sua mão e a coloquei em concha em meu seio.
Com a minha língua percorri seu lábio superior, lascivamente, olhando em seus olhos.
Eu já estava fervendo. Ele ainda estava parado, com uma mão quieta em meu seio, a
outra em minha cintura, enquanto eu passeava com minha língua em sua boca,
mordia seu queixo.
“Ainda vai demorar muito a sua indecisão?” Sussurrei em seu ouvido.
Ele apertou o meu seio, então pôs sua outra mão sob minha região íntima. Gemi
abafado quando ele me tocou. “Vou avisar... se eu ficar satisfeita, vou dormir e te
deixar em paz, é isso que você quer?”
Edward POV
Quanto mais eu penso que ela é louca, mais insana ela se mostra. Estávamos no
estacionamento lateral de sua casa, com um quarto lá em cima nos esperando e ela
insistia em corromper meus bons modos seduzindo-me lá, deixando-me
completamente sem chão, sem um ponto fixo, tirando o meu juízo claro, louco para
entrar naquele campo molhado que ela me oferecia.
“Quarto, por favor. Alguém pode vir... Seu pai...” Supliquei já sem constância,
insistindo por um fio de consciência nela, enquanto deslizava meus dedos em sua
intimidade.
“Se você não se decidir agora, eu vou para o quarto... Dormir.” Ameaçou com uma
pontada maligna, todavia invadiu minha boca com beijos lúbricos, quentes,
ensandecidos.
A excitação do meu corpo me traía, sua doce fragrância me tornava um homem

possuído. Abaixei o olhar e visualizei a parte descoberta pelo hobby, que
propositalmente ela expôs.
A visão proporcionada, seu corpo quente, o contato próximo, minhas mãos em sua
parte íntima, tudo estava me aprisionando, magnetizando-me a ela.
Esqueci o motivo de estar chateado antes, esqueci onde estávamos, esqueci meu
nome, só lembrava que eu precisava estar dentro dela imediatamente, então com a
língua em sua boca, ergui seu quadril minimamente, e consumido de paixão, morreria
se não a possuísse naquele instante.
Posicionei-me e ela se pôs lentamente sobre mim, extraindo um gemido rouco que
brotava em meu peito ao ser abraçado por seu corpo. Ela sorriu cheia de luxúria e
com ar de vitória encaixou-se completamente a mim. Seus olhos perderam-se nos
meus, então ela moveu-se lentamente, beijando-me molhado, arrancando suspiros e
murmúrios desconexos de minha boca.
944 de 1595 26/05/2011 20:45

Travessa e inquieta, ela movia-se, serpenteava. Era praticamente impossível controlar

a ânsia que me dominava.
Aquele era o tipo de sexo que representava tudo a que eu me opunha, mas que ela me
conduzia de modo que eu desejasse aquilo mais que qualquer coisa em minha vida.
Meu corpo latejava com a excitação abrupta, estremecíamos com os movimentos

lentos e calculados.
Rendido, saboreei os seus seios já expostos, sugando, lambendo o mamilo, e ela

simplesmente gemia baixo em meu ouvido, mordia meu ombro e apertava as unhas
em minhas costas, incentivando-me a penetrar cada vez mais.
Eu estava perdido no seu corpo, completamente prisioneiro, um cativo submetido a

vontade de uma tirana.
Era impossível explicar todas as sensações que me rodeavam: prazer, vício, loucura,
ímpeto, agitação, receios por ser um dominado e principalmente paixão excessiva,
amor sólido e quente. Tudo se misturava com cada movida precisa de seu corpo no
meu, sacudindo-me em ofegos, trazendo fortes vibrações aos nossos corpos.
Trouxe seus joelhos mais para frente, mergulhando profundamente nela, que meneava
em movimentos circulares, num abandono crescente, um ritmo vagaroso e sensual.
O luar, seus cabelos, seu cheiro, o jardim em volta, a escuridão planejada, seus
murmúrios, tudo trazia uma alegria quase infantil e o desejo de prolongar o momento,
fechar os olhos e sentir cada sensação, era contraditório com a ânsia da satisfação a
caminho.
“Agora que você está mais calminho, quero terminar isso lá no carro.” Ela sussurrou
em meu ouvido com um sorriso traquina nos lábios.
“Quê?” Ofeguei. Ela balançou a chave da Navigator e encarou-me, ainda movendo o

corpo sobre mim, comprimindo-me.
Ela queria testar meu domínio, mostrar seu absoluto poder sobre mim.
Como o súdito que sou, levantei e ela entrelaçou a perna sobre mim, beijando
ardentemente os meus lábios.
Atravessei o estacionamento lateral e entramos no carro, em violento incêndio pelo

corpo.
As roupas já não faziam sentido, então com os corpos em completa conflagração,

passamos horas consumidos de incêndio, irrompendo por todos os lados em uma
completa devastação de corpos.
Domingo
O sol brilhava forte, espantando o sono do meu rosto. Mas o torpor e a exaustão não
me permitiam libertar-me da cama ainda.
Com os olhos fechados tateei a cama procurando por Bella, mas não a encontrei,
encontrando uma parede fria no local onde ela costumava dormir, a minha direita.
945 de 1595 26/05/2011 20:45

Estava com o corpo dolorido, talvez a noite de sono não tivesse sido suficiente, mas
eu deveria levantar, pois logo teríamos que viajar.
Abri os olhos e surpreendi-me com o local onde estava.
Bella estava nua, no banco do motorista.
Assustado, procurei minhas roupas imediatamente, tomando nota do porquê de ter

dormido ali. Logo veio a lembrança das horas de entrega, terminada com um
exaustivo sono.
Sorri em vê-la dormindo tão ingênua e doce, quando ela era a pessoa mais
maquiavélica e ousada que eu conheci.
“Vida... Temos que nos arrumar para seguir viagem.” Toquei seu rosto cansado
levemente.
“Já?” Espreguiçou-se e abriu os olhos.
“Responde-me, por favor: por que você faz isso? Você não gosta de fazer isso no
quarto?” Sorri e acariciei o seu rosto, invadido de felicidade.
Eu já estava com seu hobby nas mãos, pronto para vesti-la, então ela ergueu os
braços preguiçosamente e eu a vesti.
“Não é por mim, é por você. Quero quebrar as suas regras. Você não pode viver a
vida toda calculando tudo. Eu gosto de você em qualquer lugar, mas eu quero ajudar
você a se libertar dessa opinião absoluta sobre como deve acontecer as coisas.”
***
Passavam das oito e eu tinha combinado com Carlisle de sair cedo, entretanto com
certeza ele não iria pensar em nos acordar no quarto.
Entramos pela cozinha, que era em frente ao estacionamento lateral e ao jardim e

encontramos com Jasper, que fazia um sanduíche.
“Por que estão tão desconfiados, hein?” Paramos perto da porta e nenhum dos dois
respondeu.
“Vocês dormiram lá fora?!?” Tinha surpresa em seu rosto.
Ele não ia perder essa.
“Quando eu mudo os meus conceitos pensando que vocês são um casal de santos e
um exemplo para eu seguir, aí vocês me surpreendem! E ae? Foi no quintal?! No
estacionamento?! No jardim?! Onde mais? Na garagem, piscina, salão? Caramba! Ah,
mas eu vou falar para Carl. Ele disse que eu sou o homem da casa enquanto Emmett e
ele estiverem fora, então vou contar pra ele o que você anda fazendo com a filhinha
ex-virgem dele.”
“Ai, ai, ai! Me erra, Jasper!” Bella debochou e foi a geladeira, pegando lá frutas.
Sentei-me a mesa, calado. Sem interesse em mudar o meu humor por causa das
tolices do meu irmão.
“É sério? Vocês dormiram lá fora?” Ele mordeu o seu sanduíche e sentou-se a minha
946 de 1595 26/05/2011 20:45

frente na mesa. Eu não respondi, não queria alimentar a necedade dele. “O que você
fez com ele, Bella, arrancou a língua dele?” Apontou impaciente em minha direção.
“Arranquei não, fiz outras coisas.” Ela sorriu libertina, arrancando um sorriso do meu
rosto.
“Credo, vou sair daqui. Vocês são muito pervertidos. Depois falam de mim! Tchau.”
Ele saiu desgostoso da cozinha e sentou-se em outra mesa, na sala de jantar.
“Vamos lanchar antes de subir.” Ela informou.
“Como quiser.” Concordei.
“Edward, você ficou calado com Jasper porque tem vergonha de falar sobre essas
coisas?” Ela olhava-me especulativa, enquanto colocava os pães na sanduicheira.
Ela, com sua curiosidade, sempre me colocava sobre prensa, importando-se sempre
em descobrir sobre minha individualidade consciente.
“Vergonha não, é que não gosto muito desse tipo de assunto com os outros. Nunca fui
de conversar sobre isso com ninguém. Acho que é algo íntimo demais para ficar
expondo assim.”
“Ai, Edward, Você é um namorado bizarramente moral demais.” Sorriu e colocou o

lanche sobre a mesa.
**
Saímos de Seattle em um horário não apropriado para seguir viagem, dez da manhã,
logo o sol prejudicial estaria em todo o tempo sobre nós.
Atrasamos porque Carlisle demorou a descer, podia ser incerteza que o encobria.
Talvez ele não estivesse certo de que devesse ir.
Eu também não estava. Temia as atitudes da minha mãe...
Bella encheu de travesseiros no banco de trás e veio dormindo atravessada no banco

como a menina que é.
A viagem, se seguida direta, seria umas oito horas, mas com as paradas, deveríamos
chegar à Califórnia por volta das sete da noite.
**
Chegamos mais tarde que calculei, talvez estivesse cansado da noite dormida fora da
cama.
Carlisle não se pronunciou a dirigir, ele estava com os pensamentos muito longe, e eu
não quis deixar que Bella dirigisse na estrada, então preferi enfrentar o percurso só.
Segunda
Dormimos no apartamento do Emmett e saímos cedo de lá, chegando a Phoenix por

volta de dez da manhã.
947 de 1595 26/05/2011 20:45

Logo que cheguei, liguei para a Rose e peguei o endereço do restaurante da minha
avó.
A tensão exorbitava em mim. No semblante de Carlisle também estava explícito o

estresse.
Bella vinha cantando no banco de trás, despreocupada, e vez ou outra jogava beijo
pelo espelho retrovisor.
Eu estava evitando pensar em como Esme agiria com Carlisle, e se ela iria censurar a
minha atitude.
Ao encontrar o endereço, estacionei em baixo de uma árvore em frente ao local

indicado por Rose.
“Edward, eu acho melhor ligar antes de ir. Talvez ela esteja ocupada e queira
conversar depois.” Carlisle propôs. Em seu rosto tinha uma preocupação
incontestável.
Ele não perguntou, só pedia um apoio para sua decisão já formada.
“Ligue.”
Notas Finais:
Mandem reviews
948 de 1595 26/05/2011 20:45

Capítulo 43- Conceitos formados -2 escrita por BIA BRAZ
Notas do Autor:
Dividi em dois capitulos...mais fácil de editar futuramente
Carlisle POV
Eu não tinha certeza se ter vindo foi uma boa idéia, talvez tivesse sido melhor deixar
as coisas como estavam. Cada um no seu mundo. Talvez ela não tenha sentimentos
atuais por mim.
Mesmo que Edward tenha me revelado que ela nunca gostou do Phil, eu nunca ouvi da
boca dela os seus reais sentimentos desde que nos deixamos vinte e um anos atrás.
Hesitante, disquei o número do celular dela.
“Esme. Como vai?”
“Carlisle?!” A surpresa em sua voz era nítida. “O que aconteceu? Jasper está bem?”
“Sim. O garoto está bem.” Aos poucos, controlava minha ansiedade.
“Ah... Tudo bem?” Era lógico que ela queria saber o motivo da ligação, já que com o
garoto estava tudo bem.
“Sim. Preciso falar com você, está com tempo agora?”
“Estou, pode falar.”
Edward e Bella desceram do carro e andaram pelo estacionamento, sentando depois

em um banquinho embaixo de uma árvore.
Objetivavam certamente proporcionar-me privacidade.
“Esme, tivemos um tempo para pensar esses últimos meses... e... eu queria saber
se... ainda existe alguma chance para nós...”
Ela ficou calada por um longo tempo.
“Carl, sinceramente acho melhor sermos somente amigos...”
Eu deveria voltar daqui para trás, mas ainda que meu amor próprio quisesse crescer
devido à rejeição, eu ainda queria saber o real motivo de sua deixa.
“Tem certeza que quer ser somente amigos?”
“Esse é o correto. Não daria certo, a minha vida mudou, aconteceram muitas coisas.”
Sua voz era baixa e pausada.
Esme POV
O nervosismo se instalou em mim desde que percebi que era ele. Primeiro, pensei que
algo aconteceu com o meu filho, e só com o pensamento minhas pernas perderam as
forças. Depois sua voz doce e calma perguntou se ainda havia chance para nós...
949 de 1595 26/05/2011 20:45

Tudo que eu queria era me enfiar em um túmulo, a ter que rejeitar o homem que eu
amo tanto, mas toda a situação que nos envolve e a falta de verdades nos afasta.
Eu não quero magoá-lo novamente e não quero magoar aos meus filhos mais do que
já tenho magoado toda a vida.
Não adianta falar uma verdade, a verdade sobre meu amor, e ter que continuar
mentindo sobre o outro assunto... para proteger a saúde do Jasper.
“Você tem alguém?”
“Não exatamente.”
Passar por essa situação novamente era algo que causava repulsa de mim mesma.
Se eu voltasse com ele nessa situação iria acontecer o que eu sempre temi, que me
taxassem de interesseira, golpista no Cullen.
Criei o filho dele sozinha até essa doença aparecer, que veio como aparente castigo
pra que eu precisasse dele e do dinheiro dele.
Mas isso já basta. Enquanto eu não puder precisar dele, manter-me-ei firme na
decisão.
“Então me dá um motivo convincente.”
“Eu não quero mais, Carlisle, não dá certo. É só isso.” Segurei as emoções para não
desabar a chorar no telefone com ele.
Edward POV
Olhei de longe para o carro e Carlisle ainda conversava ao telefone com Esme. Seu
semblante estava desalentado.
“Por que você está tão quietinho e tenso?” Bella encostou a cabeça em meu peito, e
eu acariciei o seu cabelo, insistentemente.
“Preocupado.”
“Vai dar certo. Só pede para sua mãe não falar agora do Jasper. Nem Alice nem Jasper
estão preparados para saber.”
“Esse não é o maior problema do momento.” Fitava longe, ansioso pelo término dessa
história e a abracei forte.
Carlisle desceu do carro e veio em nossa direção.
“Edward, não deu certo. Ela não está interessada. Acho que ela resolveu recomeçar a
vida com outra pessoa.” Disse com o semblante transtornado.
“Tudo bem. Eu tenho que pelo menos ir lá falar com ela... O senhor vai desistir
daqui?” Olhei em seus olhos, pretendendo que ele entendesse o que eu queria falar.
Como viajamos quase dois dias para chegar aqui e ele resolve telefonar do lado de
fora e ainda se dar por vencido?!!
950 de 1595 26/05/2011 20:45

“Ok. Vou lá dentro. Vocês vão ficar aqui?” Ele suspirou e encheu-se de coragem.
“Pode ir, daqui a pouco iremos.”
Ele atravessou a rua e abriu a porta do restaurante. Por ser dez e meia, não havia
movimento lá.
Resolvi ficar fora e esperar que acontecesse o que tivesse que acontecer.
“Edward, o que você está me escondendo que está tão apreensivo?” Bella segurou o
meu rosto analisando-me. Eu deveria lhe adiantar, então peguei sua mão e voltamos
para o carro.
Carlisle POV
Estava mais nervoso que um adolescente em seu primeiro flerte. Ao entrar no

restaurante, avistei Esme atrás de uma caixa alto de vidro, e ela olhou em minha
direção como se visse um fantasma.
Caminhei a passos largos, lutando contra a minha falta de convicção e aproximei-me.
Seu olhar congelou e ficou inexpressivo quando eu encostei-me no balcão ao lado do

caixa e sentei-me em um banco alto.
“Esme, eu quero falar com você.” Disse de uma altura que só ela ouvisse.
“Pode falar.” Sua voz estava sem sons e seus olhos estavam úmidos, parecia que ela
tinha chorado.
Ela aproximou-se e debruçou por cima do balcão de mármore, com o olhar triste.
“Volte para Washington comigo... Não tem sentido você ficar aqui... Seu filho está em
minha casa, você não arrumou emprego ainda...”
“É com isso que você está preocupado?”
Olhei por minutos seu rosto.
“Não... Sinto sua falta.” Admiti.
“Carl, não dá. Eu queria que desse certo, sinceramente, mas não há esperança para
nós.” Disse com a voz tão baixa que mal ouvia os sons.
“Bom dia, Carlisle.” Sua mãe me cumprimentou e olhou por alguns instantes para o
rosto da Esme. “Desculpe eu me intrometer, filho, mas eu gosto muito de você e
estou cansada das atitudes da Esme.”
Esme olhou em direção a ela, com espanto no olhar quando sua mãe puxou-a,
forçando-a para trás.
“Eu já agüentei por anos seu orgulho e sua altivez, mas já chega! Só por que os pais
do Cullen nos ameaçaram há mais de vinte anos dizendo que você era uma
interesseira, isso não tem que perdurar com você como castigo por anos. Esse
homem não merece isso!” Sua mãe explodia e eu olhava em seu rosto, sem entender
exatamente do que ela falava.
951 de 1595 26/05/2011 20:45

Tudo estava em câmera lenta, então olhei no rosto da Esme que estava perturbado e
abaixei o olhar para a sua barriga.
Fiquei com o olhar desfocado, sem acreditar no que via. A lembrança das nossas
noites caiu em minha mente e eu fui obrigado a enxergar o que tinha em minha frente.
Edward POV
Não fazia mais sentido esconder isso dela. Estava cansado de ser sempre ameaçado
com as armadilhas da nossa vida. Eu sabia que de qualquer maneira em poucos
minutos ela saberia.
Ansioso, trouxe-a para o meu peito e abracei-a forte.
“Minha mãe está grávida de oito meses.” Suspirei e disse por fim. Ela ergueu o rosto,
boquiaberta, para olhar em meus olhos. Continuei. “Eu não tinha falado para você
ainda por que sabia que isso você não ia deixar passar... Mas minha mãe não queria
que ele soubesse, ela não queria ser vista como uma aproveitadora por eles terem
permanecido tão poucos meses juntos. Por isso ela não teve coragem de falar. Além
disso, ela estava com vergonha de ser uma mulher de trinta e sete anos grávida do
chefe, como se fosse uma menininha. Se eles tivessem permanecido juntos, ela teria
falado na festa da Alice, mas como eles se separaram, ela resolveu criar essa filha
também sozinha.”
Ela ficou uns minutos calada, digerindo a informação.
“Eu não estou acreditando...” Quebrou o silêncio. “Meu pai... não vai perdoar ela por
isso... Vocês fizeram isso de novo... foram injustos com ele... não só com ele... mas
com todos nós...” Sussurrou com o olhar sem foco, com o semblante explicitando
perplexidade.
“Não foi por mim. Você tem que me entender, eu guardo o que as pessoas confiam a
mim. Não era um segredo meu.” Murmurei inseguro, certo de que viria uma
tempestade.
“Edward, de novo! Você fez isso de novo! Vocês me surpreendem!” Ela estava
transtornada, com o semblante duro e sentou-se no banco do passageiro,
afastando-se de mim.
Carlisle POV
Estava em choque com o que estava vendo em minha frente.
Esme com aparência gestante, sua mãe segurando seu braço, com olhar desafiador
para a filha, enquanto ela olhava para o chão.
Tomei fôlego, sem querer acreditar que Esme fosse capaz disso.
“Esme, essa criança é minha?” Ofeguei. “Você ia esconder ela de mim até quando?
Quem sabe disso? Meus filhos sabem?” As perguntas saíram todas de uma vez,
desacompanhando meu raciocínio.
Se Bella namora Edward ela sabe, se Emmett namora Rosalie, ele sabe e se Alice já
952 de 1595 26/05/2011 20:45

viajou até aqui, ela também sabe.
Só eu não sabia?!
Lágrimas desceram de seus olhos e sua mãe nos convidou a ir a um escritório, pois
tinham funcionários próximos e o restaurante já tinha algum movimento.
Tentei acalmar os meus ânimos, mas a quantidades de pensamentos invadiam a

minha mente de uma só vez trazendo-me tormenta.
“Vamos, Esme, quando você ia me falar sobre a criança?” Iniciei de novo, quando já
estávamos acomodados.
Ela levantou os olhos e encarou-me firme.
“Nunca.”
“Você não ia me falar?” A cólera transbordou em meu semblante.
“Pra quê? Pra todos dizerem que eu dei o golpe da barriga em você? Para dizerem,
como seus pais diziam, que eu só queria o seu nome e o dinheiro da sua família? Não,
eu não ia falar. Criei três filhos praticamente só, esse seria só mais um que eu criaria
sem a ajuda de ninguém.” Falava firmemente.
Eu não conhecia essa parte dela. Predominava ali, além de sua costumeira
determinação, um orgulho.
Seus motivos eram infundados.
Por que falariam da mulher que eu me casaria?
É certo que meus pais a perseguiram e até humilharam sua família, mas o tempo
passou, meus pais se foram no acidente, minha mãe reconheceu o seu erro ao me
empurrar Renée e ver que eu passei anos da minha vida sozinho por causa de uma
escolha errada. Hoje ninguém ousaria falar isso dela.
“Foi por causa da criança que você me abandonou?”
Ela abaixou o olhar e ficou minutos calada, com o olhar distante.
“Não. Não foi por causa dela. Tem muitos motivos, mas o maior de todos é que foi um
erro termos nos envolvido de novo.”
Esme POV
Eu teimei com a vida desde o início.
Por que um Cullen se relacionaria com uma mulher sem nome, filha de italianos
pobres, refugiados por falta de opção no interior do país?
Desde o início eu quis o inalcançável e fui castigada por isso.
O castigo foi tão grande que além de ter um filho doente que precisa da ajuda dele,
esse meu filho ainda se relaciona com a própria irmã.
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Estou em um abismo.
“Então é isso, você veio embora por que pensa que realmente não dá certo...”
Refletiu, segurando o queixo. “Você sabia que estava grávida aquela época?” Aos
poucos ele ficava calmo de um jeito sombrio.
“Sim.”
Seu semblante ficou inflexível, suas linhas duras, então ele franziu o cenho.
“Ok, Esme, vamos esquecer que tivemos algum tipo de relacionamento e tratar disso
como os adultos que somos... Você espera um filho meu, estava objetivando esconder
ele de mim, é isso?” Ele se inclinou sobre a mesa e eu assenti. “Tudo bem, você está
desempregada e não tem uma casa.” O rumo da conversa e seu olhar estavam me
assustando, então ele encarou-me e o meu Carlisle não estava ali. “Você tem duas
opções: vem para Washington e divide a guarda dele comigo...”
“Eu não vou embora daqui, Carlisle.” Interrompi.
Ele fechou o semblante e me encarou friamente.
“Ou você não chega nem a ver essa criança quando ela nascer.” Ameaçou e eu senti
meu coração palpitar.
“Você não faria isso.” Levantei da cadeira e desafiei.
“Por que não? Você ia fazer muito pior comigo.” Disse por entre dentes com uma
agitação de ânimo desconhecida por mim. “Você ia omitir que eu tinha um filho. Isso
seria muito pior.”
“Você não seria capaz.” Eu não conseguia convencer nem a mim mesma disso.
“Está decidido.” Seu olhar era puro ódio e ele se levantou para sair.
Caí em prantos e ele ficou em pé olhando para mim. Várias dores estavam invadindo
meu peito: a dor de perdê-lo mais uma vez, a dor de ser repugnada, mal vista, de
adquirir seu ódio, de por em risco o futuro do namoro dos nossos filhos com a guerra
iminente entre nós.
“Carlisle...” Senti uma dor forte cortante, então abracei o meu ventre, sentindo tudo
escurecer.
Edward POV
Os minutos passavam-se lentamente e ela continuava calada, privando-me do seu

calor.
“Vou dar uma olhada no que está acontecendo.” Informou, abriu a porta do carro e
desceu rapidamente, indo em direção ao restaurante.
Instantaneamente desci e fui atrás.
“Bella, espere-me.” Alcancei-a e segurei o seu braço quando ela já estava na porta do
restaurante. “Amor, não fique assim comigo. Sei que palavras não consertam, mas eu
estou cansado de sofrer e pagar por erros dos outros, por problema dos outros, já
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basta tudo que enfrentamos.” Segurei seu rosto em minhas mãos, decidido a implorar,
se fosse preciso. “Eu resolvi trazê-lo aqui porque não estava mais agüentando isso,
ficar escondendo as coisas de você, de vocês. Fique do meu lado, não vamos nos
distanciar com um problema que não é completamente nosso.” Levantei o seu rosto e
beijei seus olhos, abraçando-a em seguida.
“Você não vê que o problema é nosso também, são nossos pais.” Lamuriou,
subitamente triste. “Pode dar tudo certo, mas pode começar um problema muito
maior que afete a nós dois, pois eu vou ficar do lado do meu pai em qualquer situação
e você do lado da sua mãe.” Disse e apertou-me no abraço, com lágrima na voz. “Por
que tudo tem que ser tão difícil pra nós?”
Não agüentando passar por aquela incerteza, levantei seu rosto e segurei seu queixo,
fazendo com que ela olhasse pra mim.
“Ei, eu amo você, nada vai nos separar mais.” Disse com determinação. “Pode
acontecer o que for com eles que nós vamos continuar juntos.” Beijei ternamente os
seus lábios, e ela foi perdendo a tensão lentamente, depois suspiramos e nos
abraçamos.
“Sinceramente minha vontade hoje era me fechar em uma bolha onde existisse só eu
e você.” Ela disse suspirando.
“Em breve faremos isso.” Prometi, sentindo que a paz tinha voltado. “Vem, vou te
apresentar para a minha avó.” Peguei em sua mão e entramos.
O restaurante parecia um pedaço da Itália, com quadros na parede, tecidos xadrez

verdes nas mesas, uma adega farta, mesas de vidro e alumínio.
Um lugar aconchegante e moderno.
Carlisle não mediu esforços nem preços.
Caminhei até o final do restaurante, encontrando lá minha avó atrás de um balcão.
“Oi, nonna.” Ela saiu de lá e me deu um abraço.
“Como você está bonito, tem anos que eu não te vejo.” Apertou minhas bochechas
como se eu fosse uma criança.
“Esta é minha namorada... Bella.” Cumprimentaram-se e, embora Bella estivesse com

o semblante preocupado, abraçou-a com calor.
“Filha do Carlisle, não é? Hã, mas só pode ser sina!” O bom humor da minha avó nos
invadiu, então ela nos conduziu a uma mesa.
Embora fosse onze e meia da manhã, eu já tinha fome.
“O que querem?”
“Hmmm, sua especialidade.” Sorri sugestivamente.
“Menina, você fala muito?” Direcionou-se a Bella. “Porque ele não é muito fã de falar,
não. Eu achava que ele não tinha língua até completar seis anos de idade.” Elas
sorriram. “Ah, mas ele se parece muito com o falecido avô dele. Dos filhos da Esme o
único que se parece comigo é Jasper. Aquele fala pelos cotovelos.”
955 de 1595 26/05/2011 20:45

Ela voltou para o balcão e eu fiquei com Bella na mesa, comendo a lasanha de frango
ao molho branco, especialidade dela. Com certeza não era mais ela quem fazia, mas o
tempero se parecia com o seu.
**
“Dona Frida, a senhora pode vir aqui?” Olhamos os dois juntos para uma sala e dela
saiu Carlisle com o olhar aflito. Levantamo-nos imediatamente e seguimos rumo à
porta onde ele estava.
Bella POV
Deitei um pouco o banco do carro e me recostei de lado, com o olhar distante. Edward
dirigia e acariciava o meu rosto em todo o tempo.
Tinha preocupação em seu rosto, mas ele queria me passar segurança. Hoje os papéis
se inverteram, era ele quem devia estar muito preocupado e não estava.
“Não fique assim, não é você quem diz que no final dá tudo certo?” Ele disse e
continuou acariciando meu rosto e pegando em minha bochecha.
“Esqueci de ligar para Emmett, talvez ele já tenha ido embora para Washington.”
Lembrei. “Tomara que pelo menos ele tenha deixado a chave. Mas qualquer coisa a
gente fica em um hotel.”
Peguei meu telefone e liguei para Emmett.
“Emmett, está onde?”
“No meu apê.”
“Estamos indo dormir aí. Por volta de meia noite iremos chegar.”
“Tudo bem. Algum problema?”
“Não, quando chegar aí te conto.”
Desliguei.
A estrada estava escura, poucos carros passavam por nós, então fechei os olhos e
encostei minha cabeça no banco.
“Conversa comigo, Bella.” Ele apertou minha mão, acordando-me. “Estou morrendo
de sono.” Pediu-me ele, com olhar sonolento.
Preocupei-me, pois ele estava dirigido o tempo todo desde o dia anterior.
“Quer que eu dirija?” Propus.
“Não. Quero só que me dê atenção.” Ele entrelaçou uma mão na minha, com o olhar
carente.
Coloquei uns travesseiros entre os bancos e sentei ao lado dele, envolvendo o seu
pescoço com o meu braço.
956 de 1595 26/05/2011 20:45

“Sabia que eu te amo?” Cochichei em seu ouvido e dei beijinhos em seu rosto.
“Sei. Por isso estamos juntos.” Ele sorriu convencido.
“Posso ficar aqui?” Beijei devagar seu rosto, orelha, pescoço.
“Eu queria muito, mas você tem que ir para o cinto.”
“Certeza?” Beijei novamente o seu pescoço, sentindo seus pêlos eriçarem.
“Diabinha.” Ele sorriu. “Tenho sim. Minhas responsabilidades falam mais alto que o
prazer. Já tivemos essa conversa.”
Sem ligar para o que ele disse, passeei a minha língua no canto de sua boca por
minutos. Ele virava um pouco, tentado a me beijar, depois direcionava os olhos a pista
de novo.
“Bella, amor, por favor, isso é perigoso. Senta lá, vai.”
“Ok, só não vou continuar por que não estamos só.” Sibilei e sentei, colocando os pés
na perna dele, sorrindo e passeando em sua coxa, enquanto ele fazia cócegas nos
meus pés.
Emmett POV
Eles estavam atrasados e eu tinha que sair cedo no dia seguinte. Estava morto de
sono.
A campainha tocou, abri a porta e Bella e Edward entraram.
Não acreditei quando vi minha sereia em meu apê. Meu peito inflou quando ela
olhou-me timidamente e entrou pela primeira vez no lugar que futuramente será seu.
“Oi, gente.” Cumprimentei-os e levantei o queixo da minha gata, dando um selinho

“Oi, Ross.” Ela sorriu e eu me derreti.
“Emmett, pede uma pizza para nós que nós não paramos na estrada, estamos
famintos.” Bella pediu e caminhou para o quarto de hóspedes. “Tem toalhas limpas
aqui? Estamos indo para o banho, você trás para nós?”
Peguei toalhas limpas no armário, sabonete e levei para o banheiro do quarto dela.
Pedi a pizza e sentei no sofá.
Minha sereia estava mais calada que o normal, com o olhar um pouco distante.
“Vai me contar cadê meu pai e o porquê de você ter vindo?”
“Eu não sei exatamente. Edward chegou lá em casa pedindo roupas da minha mãe,
documentos e que eu arrumasse minhas coisas que eu ia viajar...” Sua voz era doce e
suave, como uma música em meus ouvidos. Cada minuto que eu passava ao seu lado
percebia o quanto era apaixonado.
“Quer tomar uma banho enquanto a pizza chega?”
957 de 1595 26/05/2011 20:45

“Sim.”
“Quer tomar no meu quarto ou no do meu pai?”
“Pode ser no seu.”
“Então vem.” Peguei sua mão e a conduzi ao meu quarto.
Mostrei o banheiro e arrumei toalha para ela.
Ela tomou banho, depois saiu do quarto com um pijama longo e fino, nada que
escondesse a deliciosa curva do seu corpão.
A pizza chegou, lanchamos e Edward foi dormir com Bella. Eles estavam com a
aparência esgotada.
“Tem dois quartos para você escolher, Ross, o meu e o do meu pai. Onde você quer
dormir?”
“Onde você dormir.” Respondeu baixo, mas firme.
Tentei me concentrar na sua resposta não me deixando iludir, afinal eu sabia o quanto
ela era escorregadia e eu não devia me iludir.
“Estou levando suas coisas para lá. Se quiser assistir TV, lá também tem uma.”
Ela veio atrás de mim.
Deitamos e ela deitou sobre o meu braço, calada e distante.
“O que há com você? O que te preocupa, minha gata?”
“Nada importante. Quando vamos para Washington?”
“Eu estava de plano de ir amanhã, mas se você quiser ficar aqui mais uns dias...” Eu
não devia pressionar assim, mas se ela resolvesse ficar era por que enfim resolveu
ficar comigo.
“Emmett, me abraça.”
Assustei um pouco com o seu rosto, mas virei o meu corpo sobre ela, envolvendo-a
com um abraço. Percebi um suspiro e olhei seus olhos, tinham lágrimas.
Ela não parecia querer conversar, só queria o meu abraço.
Desci vagarosamente os dedos em sua nuca e beijei seu rosto, enxugando suas
lágrimas com o lençol.
Eu queria saber por que ela chorava, mas não queria assustá-la.
Depois de alguns minutos ela pareceu relaxar e eu pude afogar a minha cabeça no
travesseiro, perguntando pra mim mesmo se eu conseguiria dormir com ela ali tão
próximo, sentindo sua pele quente embaixo do meu braço.
Parecia que ela tinha pegado no sono quando senti sua perna sobre a minha e uma
mão em meu peito exposto, acariciando lentamente.
Eu não estava acreditando no que estava acontecendo, ela parecia testar meus
958 de 1595 26/05/2011 20:45

músculos. Prendi a respiração tentando me controlar do calor que brotava, mas sua
respiração quente em meu pescoço e seus dedos em meu peito estavam me tirando
do sério.
Virei, procurando seus olhos, testando se eu podia beijá-la.
Ela era muito arisca e qualquer pisada em falso ela me escaparia.
Ela aceitou o beijo, fechando os olhos antes que eu encostasse em sua boca.
Desci com os dedos em seus braços, chegando a sua cintura e apertando-a a mim. Ela
se aconchegou, me envolvendo com o calor de suas pernas naquele pano fino,
deixando-me completamente excitado.
Buscava a sua língua, e ela correspondia, arriscando, como eu nunca senti, com
paixão.
Eu já não me agüentava, nossas bocas se colavam, ela suspirava baixo, minha

pulsação corria, o calor dela me fazia sofrer com a vontade louca que há meses vinha
sentindo de simplesmente fazer amor.
A umidade da sua boca fazia minha mente vagar por entre as coxas dela, sonhando.
Com esse pensamento soltei um gemido rouco e peguei sua mão, ansioso, trazendo
lentamente do meu peito, passando pela minha barriga e colocando sobre o meu sexo
enrijecido ao extremo, por cima do short, o qual ela sempre agiu como se não
existisse, afastando-se sempre quando eu encosto.
Dessa vez, mesmo com um pouco de medo, ela tocou, acariciou, soltando o ar com
dificuldade.
Coloquei a mão dentro da sua blusa, xingando mentalmente aquelas roupas que me
separavam dela, mas ainda segurava sua nuca, com medo dela me escapar.
Assim, passei as mãos em seus seios, depois levantei a blusa e beijei devagar sua
barriga, seios, como medo dela me deixar daquele jeito. Mas ela soltou gemidos
tímidos, mostrando que estava gostando, então abocanhei seus seios, seu bico
enrijecido. Ela deu gemidos baixos, parecendo lutar para esconder, mesmo assim eu
me acabei, mordisquei, enquanto suas mãos me apertavam. Abaixei meu short para
que ela pegasse diretamente em mim, ela pegou algum tempo, acariciando sem
experiência, mesmo assim eu estava adorando. Porém depois de alguns minutos que
eu sugava como um louco e ela me massageava, ela congelou, parou com a mão,
parou de suspirar e ficou fria como uma pedra .
“Não, não, não Ross, por favor.” Supliquei ainda com a boca em seus seios, mas
parecia que não tinha mais uma pessoa ali.
“Droga, Emmett, eu não quero mais.” Foi firme em sua resposta.
“Por quê?” Cara, eu já sentia uma dor descontrolada.
Minha vontade era xingar, gritar, pegar ela a força. Quem ela achava que era para
deixar um homem assim?
Seus olhos frios me congelaram até a morte.
“Eu tô ficando louco.” Afastei-me. “Você não sabe o que é um homem sem mulher o
959 de 1595 26/05/2011 20:45

ano todinho!”
Ela sentou na cama e arrumou-se, olhando mais duramente para mim.
“Eu nunca te pedi para você não ter outras mulheres.” Tinha uma raiva em sua voz
que eu não estava conseguindo entender.
Porra, o que essa mulher fez comigo, que agora faz o que quer?!
Será que jogou um feitiço, urucubaca?
Tentei por calma na voz, controlando minha respiração.
“Rosalie, eu sei que você não me pediu nada, mas eu quero você, não entende isso?”
A fúria do olhar dela foi se quebrando e ela abaixou o olhar, olhando para o chão.
“E eu sei que você também me quer, mas do que você tem medo?”
Parecia que ela queria falar, mas hesitava.
Abracei a ela e coloquei a sua cabeça embaixo do meu queixo.
“Eu não sei o que você fez comigo, eu sei que eu amo você. Fala o que você quer que
eu faça. Eu só quero você.”
“Desculpa, Emmett, é que eu não pensei que chegaríamos a isso.”
“É normal, todo casal chega a isso uma hora. Qual o seu problema que você está
sempre se retraindo?”
“Eu tenho medo.” Suas mãos pareciam tremer.
Quem imagina que uma mulher com aparência de má e durona teria medo de alguma
coisa?
Deitamos novamente. Eu queria fazê-la falar.
“Você é uma pessoa boa, não é justo que eu esconda as coisas de você...”
“Então me fala o que você pensa e o que você esconde.”
Ela demorou minutos demais pensando.
“Eu já fui uma garota normal, até meus dezesseis anos... Então namorei um
playboyzinho da escola, filho do dono dos postos de gasolina de lá e jogador de
baseball, aconteceu na mesma época que você ficava com a Tâmy.”
Sua voa estava baixa, e ela não parecia ter certeza se queria falar.
“Estávamos namorando tinha um mês, ele parecia ser legal, então ele me convidou
para uma festa. Lá eu descobri que ele estava comigo por causa de uma aposta. Eu
devia ter imaginado isso, ele tinha todas as torcedoras do time à disposição e iria
querer logo eu! Tinha que ter alguma coisa por trás disso.” Ela parou de falar, mas não
era só isso que ela queria falar.
“Isso deixou você traumatizada? O fato de alguém ter apostado te namorar?” Não
consegui entender.
960 de 1595 26/05/2011 20:45

“Não. A aposta não era namorar comigo, a aposta era tirar a minha virgindade aquela
noite. Eu era a única da minha sala que ainda era virgem e isso se espalhava na
escola... Então ele me prendeu em uma sala e os amigos dele ficaram vigiando a
porta. Até aquele momento eu não sabia o que ele queria, mas não queria ficar em um
quarto com ele.” Sua voz embargou, e ela parecia estar sofrendo com a lembrança.
“Eu gostava dele, mas ele estava com o olhar estranho, então foi se aproximando e
me beijando estranho, aí eu percebi o que ele queria e dei um tapa nele e uma
joelhada, então ele me deu um murro no rosto, depois deu um golpe em mim, no meu
pescoço, que me fez perder os sentidos. Eu acordei no dia seguinte sem roupa, toda
suja, roxa, sem saber o que aconteceu. Fiquei me perguntando cadê a Tamy, depois,
achei minhas roupas e fui para casa. Eu não tinha para quem falar, tinha medo do
Edward descobrir e ficar preocupado da capital, então eu me calei. Nem para a Tamy
falei. Ela pensa que eu fiquei com ele por livre e espontânea vontade, por isso me
deixou na festa e foi embora.”
“Então o seu medo é por isso, por você ter se decepcionado.”
“Quanto a isso é.”
“Você acha que ele te... machucou?” Eu não queria falar a palavra.
“Para ter acordado sem roupas e suja, com o cabelo molhado de cerveja, uma dor de
cabeça como se tivesse sido drogada e as marcas roxas em meu corpo, sim.”
“E nos dias seguintes, como você agiu na escola?”
“Ah, agi como se tivesse ficado com ele por que quis. As pessoas falavam que até que
enfim ele tinha me conseguido, e eu não falava nada. Fiquei com medo da família dele.
Eu morria de ódio dele, mas agia como se ele nem existisse.”
Ela não parecia ter terminado o assunto.
“Tem mais alguma coisa que te mantém sempre na defensiva contra mim?”
“Tem... O fato de você ter namorado a Tamy e tê-la deixado. Isso fez com que eu
tivesse raiva de você também. Associei você a um riquinho cafajeste. Mas além desses
dois motivos de ter receios, tem outro que é maior... Eu não quero ter o mesmo
destino da minha mãe...”
“Como assim? O que tem a sua mãe?”
“A história que eu conheço é que ela gosta do seu pai desde que era garota, mas era
pobre e pelo que sei na primeira oportunidade seu pai largou ela e ficou com a sua
mãe, que era viajada, de família. Você não tem culpa por tudo que aconteceu na
minha vida, mas eu não confio em você por que penso que a qualquer momento você
vai simplesmente fazer igual o seu pai: me trocar por uma menina estudada, vivida.
Por isso não me dou por completo a esse namoro. Eu sempre penso que a qualquer
momento você vai largar isso pra lá.”
Virei para ela, para olhar em seu rosto e acariciei em seu cabelo.
“Obrigado por se abrir comigo depois de quase um ano juntos. Eu não sabia o que
você pensava, nem sabia dos seus medos. Eu nunca tive paciência com mulher
nenhuma e não acreditava no amor, até criticava Bella por ela gostar do seu irmão de
um jeito que eu achava meio louco. Mas hoje eu amo você, eu sei disso desde poucos
961 de 1595 26/05/2011 20:45

meses que nos relacionávamos. Você é a mulher com quem eu quero ter uma vida,
filhos. E se tem uma coisa que eu quero muito é tirar essa imagem negativa que você
tem de homem, de namorado e de relacionamento. Vou te dar o melhor de mim,
quero que você acredite em mim, que seja minha mulher e que se case comigo.
Quanto a sexo, eu ainda posso esperar... um pouco.” Sorri e a abracei, aninhando-a
em meu peito.
Vou confessar, saber da história me deixou um pouco triste, afinal deve ser muito ruim
uma mulher não se lembrar da primeira experiência sexual. Ela é uma caixinha de
surpresas, quando menos espero, ela chora e se abre.
Mas qual desses teria sido o motivo do choro no início da noite?
Será que ela é triste por não ser virgem?
Será que ela tem medo de me amar?
Jasper POV
“Jasper, cuida da casa e da Alice, você é o homem da casa esses três dias. E não
esqueça de ligar os alarmes.” Carl abraçou o meu ombro e entrou no carro da minha
mãe.
Cara, eu tô grilado com essa ida dele em Phoenix. Minha mãe não vai perdoar Edward
nunca.
Não entra nas minhas idéias o porquê do maníaco estar fazendo isso.
Ele sempre foi quem mais ficou de segredinhos e quem mais protegeu minha mãe!
Assim que eles saíram, eu saí com Alice no meu carrão, maior presença. Passeamos
no shopping, e, na verdade, não sabia por que minha burguesinha comprava tanta
roupa assim. Tive que ter muita paciência pra agüentar.
Almoçamos fora e enfim voltamos para casa. Eu tinha milhares de coisa para fazer nos
meus joguinhos.
Alice ficou vendo TV, enquanto eu aperfeiçoava meu último jogo.
**
“Jasper, você dorme no meu quarto. Acabei de ver O Exorcista e estou com medo.”
“Hmmm, sei não, Alice, você já quer me seduzir. Eu sei que sou gostoso, mas não tô
a fim de azaração.” Sorri, mas na verdade o que eu queria era dormir abraçadinho
com minha anã.
Porém não podia abalar a confiança que Carl põe em mim.
Além do que, acho que não estou em condições de comer ninguém.
Pô! Não pensa isso dela! Por um acaso ela é qualquer uma pra você pensar isso?! Isso
era o anjo bom chamando a atenção do anjo mau.
Ela virou com um olhar de mercenária, implorando, dengosa. Eu não vou resistir se
962 de 1595 26/05/2011 20:45

ela estiver mal intencionada! Esse foi o anjo mau quem disse.
“Nem me olhe assim, Alice, seu pai confiou você a mim. Sei lá o que o véi vai falar se
souber que eu ando dormindo com a florzinha dele. Eu hein!!”
“Ih, Jasper, o quê que tem? Lembre que você é meu namorado e amigo. Hoje você vai
fazer o papel de amigo, cuidar de mim.” Precisa falar assim, toda derretida?
“Tudo bem.” Ela me convenceu rápido, né? Quem disse que eu não queria ir?
Tá, tudo bem, quero e não quero.
Por via das dúvidas peguei meu notebook, subi para o quarto dela, deitei na cama e
coloquei o note na barriga. Assim eu não pensaria na boca de veludo dela.
Continuei fazendo os ajustes no meu joguinho, então ela virou e ficou olhando o que
eu fazia, depois abraçou o meu pescoço quase me sufocando e colocou a perna em
cima da minha.
Ih, a garota não tinha noção do perigo que tava correndo.
Assim não tinha concentração que agüentasse.
“Jasper, quando você vai me beijar de novo igual no meu aniversário? Eu nunca vi
namorados que não beijam de verdade.”
E agora, como sair dessa sem levantar a suspeita se eu sou macho ou não?
Pô Jasper, mas a menina nem falou nisso, ela só quer namorar como pessoas
normais. - A.B.
Ah, tá. Tudo bem.
“Hmm, eu já te expliquei uma vez, além disso, seu pai é muito sangue bom e eu não
tô a fim de fazer as coisas escondido dele não. Quando eu melhorar, vou falar com ele
que quero namorar sério com você e fazer as coisas direito. Temos a vida toda pela
frente.” Sorri e continuei concentrado nas cores das pistas de corrida, editando as
placas de marketing.
“Você fez promessa de me beijar só quando melhorar ou for embora?” Ela teimava
com o assunto.
“Ah, Alice, não é isso. Eu sei que se eu te beijar, você não vai me resistir. E sei que se
eu me segurar e não te... ah, você sabe, pode ser que se eu morrer eu vá para o céu.”
Brinquei. Eu mesmo não agüentei a piada e sorri.
“Eu fico pensando, você nem parece que toma remédio forte, nem parece que está
doente. Se não fosse essa sua coleção de boné e chapéu que você não tira da cabeça,
eu teria certeza que você não tem nada.”
“Eu tento agir como se não tivesse nada. Se eu for me importar muito eu piro. Na
verdade, tento levar numa boa, feliz com o que eu tenho, com as pessoas que gostam
de mim, feliz por ter você, a melhor amiga do mundo.”
“Eu não sou só sua amiga. Eu sou sua namorada.” Ela passou a mão no meu rosto e
parou os dedos na minha boca. “Já que você age como se não fosse doente, você
podia me beijar como se não tivesse doente.”
963 de 1595 26/05/2011 20:45

Cara, devo ter virado gay para ter tudo conspirando ao meu favor e não fazer nada!
A anãzinha me olhava com olhar de intimação, quente quente.
Nós dois de bobeira, ninguém na báia, eu na maior seca e não tava fazendo nada!
Daria uma noitada clássica.
Será que o anjo mal irá vencer? - Foi meu cérebro quem perguntou.
Coloquei o meu pc no chão e virei para ela.
Muito vacilo meu ficar perto dela assim com esse conjuntinho da Minie.
Alisei seu rosto, seu cabelo, morrendo de vontade de me acabar em sua boca pequena
e quente. Pô, eu não sou um santo, ela estava muito tentadora.
Fala sério, Jasper, vai ficar aí todo romântico, só olhando para ela? - A.M.
Completamente dominado, doidão, beijei a boca dela, sentindo tudo esquentar. Ela
mais que a fim, colocou a perna dentro da minha perna e se encostou em mim.
Busquei a língua dela, doce, macia, infantil, mas gostosa, e suguei, mordi, e ela nem
pra negar e se salvar.
Se ela continuasse se encostando assim, eu não ia resistir. Minha vontade era passar a
mão nela todinha, naquela coisa pequena e no tamanho ideal para as minhas mãos.
Dei uns tarracos bons, apertando ela na cama, a fissura descontrolada. Coloquei a
mão dentro da blusa dela e ela nem ligou, nem me mandou parar.
Ou minha anã não tinha noção do perigo ou ela estava a fim de me... Ops! Nisso eu
não acredito, ela é bobinha demais, e eu não seria um safadão de fazer isso com ela,
seria?
Pô, é muita tentação, isso aqui.
A consumição na minha cabeça não parava de azucrinar, era ela grudadinha em mim,
dando o maior chupão, e meu cabeção tilintando que eu tinha que ter responsa.
Uma onda brochante encarnou em mim.
Tô virando gay mesmo - Só pra lembrar.
Abracei a anã, com uma vontade louca de continuar passando a mão nela, mas o anjo
bom, que agora mora em mim, não deixou - Pra não dizer o gayzão.
Embora ela fosse gostosinha e tivesse uma boca deliciosa, hoje não ia rolar mais que
isso, pelo menos hoje. - Consolo do anjo mau.
Ela me abraçou sorrindo e não me pressionou, ficou quietinha, abraçada comigo e

dormiu.
Fiquei olhando o seu rosto cheio de sono. Era difícil não ficar cada dia mais ligadão
nela.
A garota me beijava gostoso como adulto e dormia como criança.
964 de 1595 26/05/2011 20:45

Cara, será que estou sendo castigado por ter pego minhas vizinhas tudo e agora
minha sina é virar coiote?
Ou será que quando estamos xonado em alguém não conseguimos tratá-la como tem
que ser tratada!? Com uma boa pegada.
Vai saber!
Edward POV
Despertei repleto de cansaço físico. Os dois dias de viagem e a tensão desses

castigaram o meu corpo.
“Bella.” Tentei acordá-la, mas seu sono era profundo, por isso a deixei na cama e
resolvi levantar, intencionado a falar com Emmett.
Entrei na cozinha e tinha uma pessoa desconhecida preparando o lanche. Girei sobre
os meus pés e voltei imediatamente, encontrando com Emmett na sala.
“Não vai lanchar não?” Ele se pôs sobre o balcão de mármore onde a senhora
colocava uns pães e suco.
“Vou.” Sentei na banqueta com ele. “Você vai para o estado de Washington hoje?”
‘Estou esperando a Rosalie acordar e decidir. Eu queria que ela fosse à praia daqui
comigo, antes de irmos.”
“Ah... faz favor pra mim, não saia antes de falar comigo, talvez Bella vá com você.”
“No meu carro?”
“Não, no que nós estamos. É que eu não quero que ela pegue a estrada sozinha.”
“Você vai ficar aqui?” Ele falava com a boca cheia.
“Sim. Obrigações futuras.” Não consegui esconder minha chateação por isso.
“Nas férias?!” Ofegou admirado.
“Pois é, se eu quiser algum futuro tem que ser assim.”
Ouvi um barulho atrás e virei o rosto, era Bella que estava de braços cruzados, sem
nenhum traço de humor no rosto.
“Bom dia, amor.” Estendi a mão em direção a ela.
Ela abraçou-me, mas estava sem sorriso no rosto.
“Ih, cara, se eu conheço este rostinho você aprontou alguma e entrou em uma fria.”
Emmett divertiu-se e saiu do balcão, indo em direção ao seu quarto.
Bella sentou-se ao meu lado, mas estava quieta, calada. Não era o seu costume
acordar assim.
“Cansada?” Toquei sua bochecha.
965 de 1595 26/05/2011 20:45

“Não. Dormi bem.”
Ela terminou de lanchar e puxou minha mão para voltar para o quarto.
Chegando ao quarto sentei-a em meu colo.
“O que foi, amor?” Passeei meus dedos em seus cabelos, desenlaçando o embaraço.
“Por que você está tentando me dispensar?” Disse docemente, com a cabeça
encostada em meu peito.
“Eu não estou tentando te dispensar, eu quero te dar a opção. Eu não sei exatamente
o que o Senador quer, então estava preocupado em deixar você sozinha aqui.”
“Poxa, Edward, é suas férias, por que você tem que ir lá?” Tinha um lamento em sua
voz que me deixava infeliz.
Depois de uns minutos, ela levantou-se do meu colo e deitou-se na cama, pensativa,
recompondo a postura. Parecia não querer deixar-se chatear com isso.
“Tudo bem. Eu vou com Emmett então.” Só informou.
A sensação de que ela se ia e de que eu iria perdê-la durante alguns dias deixou-me
repentinamente chateado. Eram minhas férias, iríamos perder momentos juntos.
Como se não bastasse o ano que ficamos longe, agora iria ficar longe mais alguns
dias!
Deitei na cama, já arrependido de ter lhe dado essa opção.
“Você quer mesmo ir?” Perguntei e abracei-a forte a mim.
“Eu não queria ir, foi você quem foi falar com Emmett que eu iria com ele.”
“Está chateada?”
“Chateada não, só frustrada.” Ela levantou lentamente. “Vou arrumar minhas coisas,
não sei que horas Emmett vai.”
Ela começou a andar no quarto de um lado ao outro, se arrumando. Meu coração

apertou.
Embora ela quisesse esconder, era nítido em seu rosto que ela não queria ir.
De onde mesmo eu tirei essa idéia dela ir?
Levantei, segurei sua cintura, ergui seu rosto e encostei-a a mim.
Ela não olhava em meus olhos.
“Não vá. Fique comigo.” Pedi. “Pensei só em você, mas esqueci que eu não consigo
viver sem você. Fica comigo, vai...” Dei beijinhos em seus lábios, ternamente.
“Sabe, Edward, eu tenho paciência com tudo, relevei o fato de você não ter me
contado sobre sua mãe, relevo muitas coisas, mas quando você não me coloca ao seu
lado em tudo, eu fico chateada. Somos namorados, estamos juntos. Você poderia
passar três dias em reunião lá que eu te esperaria aqui. Mas o que me mata é a sua
966 de 1595 26/05/2011 20:45

atitude. Pode parecer exagero, e você pode até não entender, mas a atitude é o que
conta. Na hora que eu vi você falando aquilo com Emmett eu tive a impressão que
você queria se livrar de mim, e se é isso que você quer para ficar a vontade, eu vou.
Fique com o carro, eu vou com Emmett.” Disse firme e pausado, mas com melancolia
na voz.
“Ei, não é nada disso. Desculpe, fui um idiota. Foi só um pensamento. Pensei que era
melhor para você ir para casa, mas estou arrependido, porque eu não quero ficar
longe de você.” Abracei-a forte. “Vai ser ótimo ficar com você em uma cidade
diferente. De repente, nos sobre um tempo para irmos às praias daqui. Você quer ir?
Praia me lembra umas atitudes suas tão interessantes!!!” Sorri malicioso e ergui-a em
meu colo, deitando-a na cama. “Já disse que te amo hoje?”
“Acho que não.” Levantou o olhar, fingindo pensar. O humor estava voltando.
“Eu te amo, adoro você, é ótimo acordar com você, e eu não quero e nem devo
perder momentos seus.” Mordi seu pescoço, divertindo-me e ela sorriu recuperada.
Mais tarde, avisei ao Senador que estava na Califórnia e ele pediu que eu fosse a casa
dele após o almoço.
Bella POV
Sei que às vezes tenho reações exageradas, mas quando eu tenho alguma
insegurança com relação a escolha e prioridade dele, fico completamente
desestabilizada.
Mas enfim, eu o entendi, sei que ele não fez por mal.
Não revelei a ele minha real preocupação com ele naquela casa - a gêmea do Ryan.
Eu sei que não adianta tentar protegê-lo dela, afinal eles vão passar quase o ano todo
juntos. Todavia é melhor me prevenir.
Liguei para Ryan e garanti uma companhia na hora em que Edward estivesse com o
Senador.
Chegamos à casa de Ryan e um funcionário nos levou até uma biblioteca que servia
como a ante-sala de reuniões.
Edward pegou uns livros e sentou-se para ler, abraçando-me e colocando minha
cabeça em seu ombro.
Comecei a ouvir uma discussão, alguém falava bem alto dentro da sala de reunião.
“Eu não vou divorciar! As coisas serão do meu jeito! Isso acabaria com a minha
carreira política!... Jonathan, nosso casamento sempre foi uma farsa, maldita a
hora que eu me casei com você!”
Olhei assustada no rosto do Edward, com certeza estava desconcertado em ouvir a

conversa de alguém. Estava nítido que ele queria sair de lá, mas foi o funcionário
quem pediu que nós aguardássemos ali...
“Ana você pode viver as suas aventuras, eu só quero que seja discreta, eu preciso de
aparências... Eu estou apaixonada! Coisa que nunca senti na vida, eu quero
967 de 1595 26/05/2011 20:45

viver com ele!!.. Eu não dou o divórcio!!...Eu sei por que você não dá, está com
medo de deixar de ser um EVANS se nós dois divorciarmos, e você tem medo
de decair!! Eu odeio meu pai, odeio essa vida que ele escolheu pra mim, pior,
odeio você pelo que está fazendo com os meus filhos! Tenho dó do Ryan por
ele estudar uma coisa que não quer só para te agradar, tenho dó da Ashley
com o futuro que você está planejando para ela e tenho dó daquele rapaz!!
Você quer acabar com a vida deles igual acabou com a nossa!!!”
“Vamos sair daqui, não é uma boa ficarmos aqui.” Edward pegou em minha mão e
saímos da biblioteca, avistando Ryan e a Sophia conversando no jardim.
“O que ela faz aqui?” Sibilei em seu ouvido.
“Ela mora aqui na Califórnia. É filha do senador dos Democratas.”
Antes de chegarmos onde eles estavam Edward parou na minha frente e fechou os
braços sobre mim, beijando depois a minha boca apaixonadamente.
Foi bom, mas diferente.
“Por que me beijou assim?” Ofeguei, quando ele quebrou o beijo.
“Estou feliz que tenha ficado.” Sorriu e me puxou pela cintura, sentando após isso no
banco ao lado do Ryan, e me colocando em seu colo de lado.
Ele estava completamente despreocupado e lindo, e eu fiquei a vontade, acariciando

seu cabelo, mesmo com a Sophia e Ryan perto.
Acho que ele ficava a vontade perto deles. Podia ser que ela fosse só amiga mesmo.
Contente, olhei para o lado e vi uma pessoa passar pelo jardim como um furacão.
Era a irmã do Ryan.
Adorei estar no colo do meu namorado lindo quando ela passou. Aqui ele não era o
Embaixador da Capital, era só meu namorado que veio para uma reuniãozinha de
bermuda, tênis, camiseta e óculos.
Ah, adorei muito mais estar enchendo o pescoço dele de beijinhos quando ela passou.
Um funcionário avisou que o Senador estava aguardando Edward, então ele entrou.
Fiquei um pouco com Ryan, mas ele passou pouco tempo comigo e depois saiu com a
Sophia. O Ryan e a Sophia estavam tão estranhos, o tempo todo de cochicho. Deviam
ser muito amigos, pois estavam abraçados, apesar que, Ryan abraça e beija todo
mundo.
Os dois são do povo.
Antes de sair, Ryan ligou a TV da ante-sala e eu fiquei lá esperando.
Adorei ter ficado. Ainda que eu tivesse que esperar até meia noite, pelo menos
dormiríamos juntos. É um vazio imenso ficar longe dele. Espero ter tomado a melhor
decisão quanto a que faculdade cursar. Vou fazer o curso que eu escolhi, não vou
viver a vida dele e, além disso, não vou ficar longe da minha família. Talvez o equilíbrio
seja a melhor opção.
968 de 1595 26/05/2011 20:45

Depois de um tempo, Ashley saiu da sala e deixou a porta aberta.
“Edward, você namora a filha do senador dos Democratas?” Fiquei atenta com a
pergunta do Senador, mas Edward não respondeu. Ele continuou. “Não acho que essa
relação de vocês seja uma boa opção, afinal ela é filha de um inimigo pessoal e meu
adversário político. Se tem um calo no meu pé no Congresso é o pai dela. Eu sei que
ela não tem culpa de ser filha dele, mas como você pretende seguir carreira e
futuramente vai se projetar nos Republicanos é melhor que desse um basta nisso
desde agora. É só um conselho de um homem experiente na política.”
Edward não respondeu uma palavra e isso me deixou intrigada.
Por que ele não disse que não era? Que idéia é essa do Senador de achar que ela é
namorada dele?
Tinha alguma coisa estranha por trás disso.
Edward saiu na frente e o Senador atrás. Logo que ele saiu, encontrou o meu olhar de
indagação em direção a ele. Ao me ver, ele sorriu magnífico, hipnotizando meus olhos
em sua boca e atravessou a sala, abraçando o meu pescoço.
“Senador, essa é Bella.”
“Eu a conheço, ela é a...” Seu olhar pareceu perdido, enquanto olhava para nós dois.
“Minha namorada, minha... futura esposa.” Interrompeu o Senador e beijou meu

cabelo.
Adoro quando ele fala isso, sempre parece que ele está muito orgulhoso ao
pronunciar.
O Senador balançou a cabeça parecendo desacreditado, mas eu não entendi a sua

expressão.
“Ela é a filha do Cullen, dono do jornal?”
“Sim.” Edward sorriu triunfante.
Repentinamente, o semblante do Senador ficou transtornado e ele se despediu.
Saímos da sala, abraçados, cruzando outra sala e passando pela Ashley. Essa menina
devia me odiar profundamente, pois nem olhou em minha direção.
Voltamos para o apartamento e Emmett já tinha ido para Seattle, então teríamos a
noite somente para nós. Ele sentou no sofá e ligou a TV.
“Quando voltaremos para Seattle?” Perguntei e peguei uma maçã na fruteira.
“Eu já estou dispensado, na verdade nem entendi o porquê dele ter pedido para eu vir.
Mas se você quiser, podemos ficar aqui essa semana.”
“Hmmm, seria muito bom um tempinho só pra nós, mas, você não está preocupado
com sua mãe não?”
“Sinceramente? Não. Ela está com seu pai, e ele cuidou dela à distância muito melhor
do que qualquer pessoa poderia cuidar. Imagine agora que ele está por perto.” Ele
sorriu meio enigmático.
969 de 1595 26/05/2011 20:45

“Como assim, cuidou dela a vida toda?”
“Eu não vou falar. Se ele um dia quiser te falar, ele fala.” Sorriu descarado.
“Edward!! Já disse para parar de guardar o segredo dos outros de mim!!” Fingi
chateação e cruzei os braços, emburrada.
Ele sorriu sem vergonha e me puxou para o seu colo, invadindo minha boca com
urgência, fazendo-me esquecer do que falava.
“Isso eu não vou falar, agora somos amigos, sabia?” Provocou quando viu que eu
baixei a guarda. “Sei de alguns segredinhos do seu pai que você não sabe...” Ele
continuava sorrindo brincalhão.
Abracei-o forte, completamente feliz com o rumo que a vida estava tomando.
Ainda que hoje tudo estivesse nublado, tudo se encaminhava e a qualquer momento
se resolveria.
“Não quer contar não conta...” Dei de ombros, fingindo indiferença. “Hmmm, melhor
ficarmos aqui mesmo... acho que vou comprar uma cama de casal lá para o quarto...
Ficar aqui vai ser bom, um pouco de privacidade.” Murmurei insinuante e beijei sua
orelha, sentada sobre ele no sofá. “O que vai faltar é só um isolamento acústico...
estou a fim de... ficar mais livre... de preferência... gritar.” Sorri maliciosa e deslizei
minha língua em sua orelha, tirando rápido sua blusa, sentindo-o enrijecer sob mim,
dando sinal. Mordisquei faminta seu pescoço e acariciei o meu embaixadorzinho
naquela bermuda. Edward sorriu da minha ousadia sem aviso. “Sabia que Emmett tem
um quarto que não deixa sair sons, é o estúdio dele... eu posso fazer o barulho que
for que nenhum vizinho ouve...” Empurrei pra que ele deitasse no sofá, pondo-me por
cima, paralelamente beijando o seu peito.
“Sabia que devíamos tomar banho?” Lembrou e arfou quando eu lambi devagar seu
abdômen, peito.
Com um gemido, ele me puxou para seus lábios urgentemente, e apertou os dedos
em meu bumbum, apalpando, movendo-me sobre ele.
“Quer mesmo ir para o banho?” Sussurrei em sua boca, mas ele não fazia menção a
me soltar.
Desci com a língua para o seu pescoço, mordisquei a linha de sua mandíbula, e de um
jeito só meu, doce e envolvente, transformava seu amor manso em um desejo voraz.
Em um apetite insaciável, nos entregamos a essa atração quase palpável, que só se

tornava serena quando nos completávamos em um só.
Nossas bocas vagavam um pelo outro e ele saboreava o meu desejo, preso aos meus
encantos com beijos, abraços, carinhos.
Ele fazia de mim a sua dona, que governava o seu corpo e coração, mantendo-se
escravo dos meus desejos delirantes e febris.
Assim, consumidos de amor, a noite se foi...
Continua...
970 de 1595 26/05/2011 20:45

Notas Finais:
N/B: Gente... eu odeio essa Ashley... e esse Senador... serio, eles
são mto chatos e donos do mundo... aff... Agora, tem hora que dá
raiva do Ed... que não prioriza a Bella NE... mas eu adoro ela
corrompendo os bons costumes dele... ai ai ai... quero um Ed
assim pra mim, pra eu poder mandar e desmandar... Buá... enfim...
vamos ver o que vai dar desse romance adorável... um grande bjo.
Kerima. mandem reviews!!
bjs Obrigada por ler Bia braz
971 de 1595 26/05/2011 20:45

Capítulo 44- Convivência escrita por BIA BRAZ
Notas do Autor:
Estou reenviando os capitulos novamente...Tive que deletar.
bjs
Oie!!!
Leiam todos os POVs. Eles são importantes.
Boa leitura.
Bia Braz.
Capítulo 44- Convivência
Bella POV
Por ser inverno no país, o sol da Califórnia era um convite tentador a ficar e aproveitar,
portanto, depois de ligarmos para o meu pai e ele assegurar que estava tudo bem,
resolvemos ficar o restante da semana. Assim, vivemos intensamente cada segundo
nosso, isolados do restante do mundo, em uma bolha só minha e dele.
Nossa rotina na cidade se resumiu a visitar praias, conhecer os shoppings e visitar

pontos turísticos. O lema era curtir cada minuto que estivéssemos juntos, envolvidos
de amor, carinho, felicidade, sorrisos, companheirismo e cumplicidade.
Foram dias perfeitos.
Nunca estivemos tão despreocupados em um lugar, completamente livres.
Tudo saiu melhor que eu esperava. Ter Edward como amigo do meu pai era algo
primordial para que o nosso relacionamento ficasse cada vez mais sólido.
Já tínhamos passado três dias e este era o nosso último dia na cidade, então
resolvemos ir a uma praia deserta.
Sendo inverno no país, a brisa gelada da praia às vezes incomodava, logo o calor do
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sol era confortável. A fim de pegar uma cor, deitei de bruços e me expus aos sol. Em
breve seria o Natal e Ano Novo, e eu queria estar com a pele bronzeada.
Edward, ainda que não estivesse interessado em pegar sol, ficava o tempo todo ao
meu lado, indo vez ou outra dar um mergulho, sempre voltando rapidamente.
“Bella, esclarece uma dúvida, quando você veio para a praia com Brandon, usou esses
micro- biquínis?” Sussurrou enquanto deslizava os dedos em minha coluna.
“U-hum .” Ai, ai, de onde ele desenterrou essa?
“Não vendem biquínis maiores que esse onde você compra, não?” Ele brincou e
desceu os dedos até meu quadril.
“É a segunda vez que você fala dos meus biquínis, mas acho que você deve é adorar.
Você estava comigo quando comprei, por que não escolheu um maiô?” Fingi pouco
caso.
Ele sorriu desavergonhado e pegou no fio lateral do meu biquíni.
“Hmmm, pensando bem, melhor assim.. .” Passou as mãos possessivamente em mim

enquanto sussurrava em meu ouvido “Melhor você escolher. Existe um lado meu, bem
pervertido, que adora esses seus biquínis. Quanto menores, mais destacam a...
obra...Mas só pode usar quando estiver comigo .” Ele mordia o lóbulo da minha
orelha e me apalpava.
Pode parecer exagero, mas os seus sussurros sempre distribuem ondas prazerosas
em mim, trazendo calor as minhas veias e ansiedade ao meu ventre.
Será que algum dia vou ficar menos sensível a ele?
Ele deu um risinho convencido ao passar as mãos em meus braços e sentir os pêlos
eriçados, então acariciou minha nuca, costas, passeando os dedos lentamente.
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Abri os olhos e seu sorriso era glorioso, seu olhar dominado de paixão.
“Sou completo com você. Você é a razão pela qual eu acredito no amor. Antes de te
conhecer eu me perguntava todos os dias o motivo de ter nascido, eu era um ser
melancólico e deslocado. Hoje você me dá todas as respostas para as minhas
perguntas, e meu destino e vida são guiados ao ver o reflexo dos meus sonhos em
você.” Suspirei com a força que suas palavras tiveram em mim, virei e o trouxe para
me
abraçar.
Ele me abraçou, colocando a perna por cima de mim.
“Tão romântico hoje! Cada dia que passa você abre mais o coração.” Brinquei, presa
em seus olhos penetrantes focados em mim.
Sorridente, ele beijou minha testa, olhos, bochecha, boca, depois rolou e me colocou
por cima dele.
“Você tem noção da mudança que você fez no mundo cinco anos atrás?” Ele soltou
meu cabelo do prendedor, enlaçou os dedos na minha nuca, e os espalhou, jogando
os cabelos sobre ele.
“Como assim?”
Seu olhar estava intenso, verde profundo, o rosto rosado, invadido pelo rubor do sol e
pela felicidade nítida que eu via ali.
“Quando você resolveu se aproximar e ser minha amiga na sua festa de treze anos,
você modificou um ciclo. Poderíamos até ter outra oportunidade de nos conhecer, mas
ia ser muito difícil. Eu não iria na sua festa de quinze anos, se minha mãe não
soubesse que eu me interessei por você quando você tinha treze, e se ela não tivesse
fingido a dor no braço para me obrigar a ir. Então a nossa união dependeu
exclusivamente daquele primeiro dia que eu soube quem era você por trás de um
nome e que você soube quem era eu por trás dos meus preconceitos. Hoje eu tenho
certeza que você nasceu pra mim .” Ele sorriu e me beijou seriamente, demonstrando
veneração.
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Deitei meu rosto em seu peito e agradeci muito por ter ele em minha vida, por termos
a mais simples, porém perfeita, arquitetada e singela união, buscada com dificuldades,
mas alcançada com determinação, trocas e compensações.
“Eu. Te. Amo, anjinho. Não me arrependo nem um dia de ter ido conversar com o
meu amigo com cara de anjo aquele dia e de ter começado a namorar com ele .”
Brinquei e depositei beijinhos carinhosos em seu peito.
“Então nós namoramos há cinco anos.” Ele levantou meu rosto. “Nossa, acho que já
estou te enrolando, né?” Ele sorriu e meus olhos se prenderam em seus lábios
convidativos e doces.
Uma paixão nos invadiu, ele girou e colocou-se sobre mim novamente, segurando o
peso do corpo nos braços, sem tirar os olhos dos meus.
Seus olhos me queimavam, ele invadiu minha boca com paixão, calor. Minha pele
sentia arrepios profundos pela intensidade dos sentimentos que eram ditos com sua
boca explorando a minha, enquanto ele percorria suas mãos sobre mim, com o
cuidado de um escultor com sua obra.
Ele desceu a mão distribuindo chama e circundou o meu tornozelo, trazendo-o para
as suas costas, então o entusiasmo dele ficou gritante, distribuindo calafrios em
minhas espinhas.
Os braços dele me envolviam, apertando-me, e ele buscava ar com dificuldade

enquanto me beijava.
“Vamos embora” Murmurou ávido em meus lábios, mordiscando.
“Não são nem onze horas. Vamos morrer disso .” Busquei o ar, rendida.
“Morro com prazer.” Ele deu um gemido preso, a excitação borbulhava em seus
olhos.
Ele rolou se afastando de mim e ficamos deitados olhando para o céu, esperando
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nossa respiração acalmar.
Meu coração desacelerava aos poucos. Era incrível como o contato próximo me levava
a um ardor febril na pele. Depois de um tempo, ele ficou próximo novamente e
colocou as pernas sobre mim, acariciando a minha barriga com a ponta dos dedos.
“Não me deixe nunca, por favor.” Pediu carente, com olhar implorativo.
Eu suspirei.
“Só tem uma coisa que pode me separar de você, e eu não gosto nem de pensar
sobre isso” Tentei esconder qualquer sentimento pessimista que viesse
acompanhando minhas palavras.
Dei um sorriso triste e ele percebeu.
“O quê?” Ele afastou o cabelo do meu rosto e olhou atentamente meus olhos.
Hesitante, busquei palavras que não trouxesses incredulidade nem para ele nem para
mim, e que não estragassem a felicidade do momento.
“Primeiro promete que não vamos mais falar sobre isso. E que o que eu vou falar não
vai tirar a nossa alegria desses dias.”
“Prometo. Eu quero saber do que você tem medo.”
“Do seu futuro. Por várias vezes eu penso nele e sinto tudo muito nublado. Eu fiquei
preocupada com aquela conversa que nós ouvimos do Senador com a mulher dele. Ela
parecia tão infeliz. Mas quem ficaria feliz com um marido que mora na Capital do país e
que vem vê-la duas vezes por semana?”
“Eu entendo a sua preocupação e também não gosto de pensar nisso.” Suspirou, e
seu olhar ficou distante.
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Eu continuei. “Parece que as pessoas são capazes de qualquer coisa para alcançar o
poder. Você percebeu naquela conversa que eles se casaram pra que ele tivesse o
nome da família dela?”
“Não. Nem prestei atenção.” Mordiscou minha orelha. “Também não quero perder
nosso precioso tempo falando sobre eles. Gosto do Senador, ele é um homem bom,
porém, parece que ele foi contaminado pelo sistema. Ele não é mais idealista.
Simplesmente parece que hoje ele ‘dança conforme a música’, tentando assim agradar
a gregos e troianos do poder americano.”
“É lá que você quer estar? Você tem certeza disso?” Virei de lado, olhando em seus
olhos.
“Eu ainda sou aquela pessoa que queria mudar o mundo .” Murmurou com o olhar
triste, todavia sonhador.
“Mas uma pessoa sozinha não consegue.” Eu não queria jogar um balde de água fria,
porém eu tinha muito mais visão do que ele em alguns pontos.
“Tenho visto isso, que uma pessoa sozinha não consegue nada. Tenho outros
conhecidos do curso que também foram fazer assistência neste ano e não
conseguiram crescer em nada. Eu sou muito grato ao Senador por ele ter me dado
oportunidade de crescer. Afinal faço parte da assessoria dele em ano eleitoral, mesmo
ainda sendo estudante e mesmo tendo somente vinte anos.”
*Curiosidade: nos EUA as eleições para deputados e Senadores ocorrem de dois em

dois anos, com a troca de 2 por 1.
“Isso não é normal?” Comentei desconfiada. Tinha algo estranho ali. Edward pode ser
até inteligente e aplicado, mas isso não é tudo para obter tanta condescendência..
“Não. Tudo pra mim está acontecendo rápido, mas o Senador disse que é por que eu
sou esforçado, então pode ser por isso mesmo.” Ele deu de ombros, despreocupado.
“Edward, você lembra o fim da conversa do Senador com a mulher dele, quando ela
disse que tinha dó de um rapaz ? Er, será que ela estava se referindo a você?”
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“Acho que não. Por que ela iria se referir a mim? O que eu tenho para oferecer para
eles? Não tenho nome, não tenho dinheiro, não tenho nada que os atraia.” Disse
simplesmente, e, ao analisar sua resposta, convenci-me que realmente não podia ser
dele que falavam, afinal, Edward para eles é só um estudante.
“É, você está certo. Você não tem nada que os atraia, mas em compensação tem
muuuuita coisa que me atrai.” Sorri e mordi os lábios, no mesmo instante que olhava
traquinamente para sua barriga.
Ele aproximou de mim e pôs as mãos em minhas costas, abraçando-me apertado.
“Espero que eu te atraia sempre e que nunca se canse de mim.”
Natal
Saímos da Califórnia às seis da manhã de hoje, lamentando profundamente não poder

curtir mais um pouquinho da nossa bolha feliz de amor. Era necessário que
voltássemos, não podíamos esquecer o mundo e deixar de enfrentar nossas
responsabilidades familiares.
“Vamos nos arrumar e depois vamos ver Esme.” Pediu logo que subíamos as escadas
da minha casa, carregando nossas malas.
“Tudo bem.”
Após tomarmos banho, nos arrumamos e seguimos para o quarto em que ela estava.
Entramos e a encontramos deitada com a criança ao seu lado. Sue era o nome da
minha irmãzinha.
Edward, com cara de bobo, pegou a nossa outra irmã em comum em seu colo e
afagou-a pela primeira vez. Eu não me atrevi em pegar, não tenho costume e tenho
medo.
Era uma criança rosada, com poucos cabelos louros e com os olhos cor de mel. Os
olhos do meu pai.
“Nada do que eu planejei deu certo, Edward.” Esme murmurou com o olhar
melancólico. Desde que tudo aconteceu cinco dias atrás, eles não tinham conversado
ainda.
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“Como assim, mãe?” Edward sentou na cama, com o bebê em seu colo.
“Quer que eu saia?” Levantei para deixá-los à vontade.
Edward segurou a minha mão, para impedir-me de sair, e eu sentei novamente.
“Quando eu resolvi ter essa criança, foi pensando que já que eu estava com Carlisle,
eu poderia ter um filho que ajudasse na cura do Jasper, caso precisasse futuramente.
Eu li umas reportagens sobre isso e me informei com uma médica. Então resolvi
engravidar e iria pedir o congelamento das células do cordão umbilical. Porém, quando
acordei, depois da minha discussão com Carlisle, ela já estava em meu colo em um
hospital aqui em Seattle. Tudo aconteceu muito rápido. Não deu tempo de ligar para a
minha médica para preparar nada.” Explicou sem esperança no olhar.
“É, o meu pai pediu um avião UTI e te trouxe imediatamente para Washington. Ele
estava muito ansioso e não queria deixar você lá.”
“Então, mãe, foi por isso que você ficou grávida...” Não foi uma pergunta, e Edward
olhou para o vazio.
“Sim, Edward. Você acha que eu ia ficar grávida por ficar depois de tantos anos? Eu
não sou adolescente. As chances com a gravidez eram ótimas para Jasper, caso esse
tratamento que ele está fazendo não desse certo.”
“Mãe, mas nem tudo deu errado. Ela está aqui e é linda.” Ele sorriu e cheirou o
cabelinho da Sue com muito carinho.
“É, mas Carlisle me odeia agora.”
“Com os dias isso se resolverá.” Ele passou conforto. “Como ele está agindo com a
Sue?” Mudou de assunto e acariciou com as costas da mão o rostinho do bebê
enquanto eu beijava o pezinho, morrendo de vontade de morder e acordá-la.
“Ah, ele foi bastante prestativo no hospital, vem vê-la toda hora. Quando ela chora à
noite, ele vem vê-la, porém ele só fala o necessário comigo .” Tinha uma tristeza no
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fim do seu comentário.
Ele colocou a criança, que dormia sossegadamente, no berço, e passou a mão em

volta da minha cintura.
Eu aproximei de Esme e peguei em sua mão. “No final dá tudo certo. Em pouco tempo
tudo se resolve .” Disse confiantemente.
Ela sorriu, Edward se inclinou e beijou a testa de sua mãe. “Estamos descendo para a
ceia. Fique bem.” Despedimos e saímos do quarto.
“Tão fofa a nossa irmã.” Comentei e abracei-o forte, enquanto descíamos a escada.
Antes de alcançarmos o térreo, encontramos meu pai bebendo no canto da sala, que
bastou nos ver, direcionou o olhar em direção a Edward.
**
A ceia Natalina foi calma. Esme não desceu, e meu pai manteve-se meio silencioso,
porém com o semblante composto, aparentando satisfação por nossa mesa repleta.
Após o jantar, deixamos a mesa e meu pai seguiu para a sala sozinho. Animados pela
casa cheia, seguimos para sala de jogos e lá resolvemos jogar truco com Emmett,
Rose, Jasper e Alice. Porém, Edward não conseguia blefar, rindo toda vez que tinha
um jogo ruim, logo perdemos várias jogadas e, depois de muito perder, ele resolveu
parar.
“Vou ficar com o seu pai um pouco, posso?” Perguntou, eu sorri e o encorajei.
“Lógico. Leve uma cerveja para ele.”
“Ah, Bella, eu não quero mexer na geladeira da sua casa.” Resmungou, sem jeito.
“Edward.” Olhei-o séria, segurando seu rosto em minhas mãos. “A casa é sua. Aqui é
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a casa da sua namorada, do seu irmão, da sua irmã. De quem mais precisa ser para
você ficar à vontade?”
Ele sorriu, balançou a cabeça em negativa, deu selinhos em meu rosto, depois
levantou e seguiu o caminho para a cozinha.
Edward POV
Eu precisava esclarecer uns fatos a Carlisle desde o ocorrido no início da semana, por
isso, aproveitei o ensejo, dirigi-me a sala de TV e aproximei-me dele. Queria tornar
proveitosa a familiaridade que ele me concedia, levando assim a nossa amizade
adiante.
“Trouxe uma cerveja para você.” Entreguei uma long neck para ele, ele pegou e não
desgrudou os olhos da TV.
Sentei no sofá ao lado, fiquei em silêncio e também direcionei meus olhos à TV. Ele
parecia estar ansioso, entretanto eu permaneci relaxado enquanto assistia e tomava a
minha cerveja.
“Por que não me disse?” Quebrou o silêncio depois de um tempo..
“Eu não podia.” Fiz um careta e balancei a cabeça.
Ele abaixou o olhar e fitou o vazio.
“Eu não vou perdoar o que ela fez.” Começou com mágoa na voz. “Ela é sua mãe, e
você tem que entendê-la, mas depois disso eu não quero nada dela. Ela hoje é
simplesmente a mãe da minha filha. Talvez ela mereça a minha consideração menos
que Renée que foi embora, mas pelo menos deixou os meus filhos comigo, que são o
que eu tenho de mais importante nessa vida. Sua mãe queria tirar isso de mim por
puro orgulho e egoísmo!” Seu olhar passava frustração e era compreensivo o modo
como ele falava.
“Carlisle, pode ser que ela tenha algum motivo para ter agido assim.” Sussurrei,
lamentando profundamente não poder falar a verdade sobre Jasper.
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Ele olhou-me por longos minutos, estudando-me, depois eu desviei o olhar.
“Você sabe de mais alguma coisa e não vai me contar, não é?” Comentou,
desconfiado. “Que outro motivo ela poderia ter? Eu não consigo imaginar um motivo
maior do que a personalidade orgulhosa que ela tem. Sinceramente não quero nem
mesmo a amizade dela... Vou tentar levar minha vida adiante e esquecer de vez todo
o sentimento que eu já tive por ela” Bebeu um longo gole de cerveja, com o semblante
derrotado. “Eu espero sinceramente que os problemas entre eu e ela não influenciem
no relacionamento dos meus filhos. Ela me decepcionou, mas eu sou grato por ela ter
dado vocês aos meus filhos. Eu particularmente gosto muito de vocês. E mesmo que
ela vá morar em outra casa quando a Sue estiver maior, eu quero que vocês
continuem tendo hábito freqüente em minha casa, principalmente o garoto.”
Suspirei e não tive palavras. Achava deprimente a situação. Ver o sofrimento da minha
mãe e do Carlisle por causa do Jasper, era martirizante
“Carlisle, eu aprendi algo nesses últimos anos de convivência e de história com

vocês... O tempo certo para acontecer as coisas é o maior aliado nosso. Eu não vou
pedir para você entender a minha mãe, mas existem acontecimentos que a confunde e
trás medo, as vezes se tornando maior que as certezas. Porém você precisa acreditar
que por trás dos receios dela, existem sentimentos verdadeiros por você...”
Ele balançou a cabeça e olhou-me cético. “Eu não acredito mais nesse sentimento.”
Disse com amargura.
Nenhum segundo se passou, Bella chegou e deitou no meu colo.
“Atrapalhando? ” Ela alternou o olhar entre eu e o seu pai, que imediatamente

desviou os olhos para a TV.
“Não.” Respondi.
“Vamos deitar, estou cansada.”
Bella pov
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Ao chegarmos ao dia 31 de dezembro, minha mãe ligou e disse que viria passar o
Réveillon conosco.
Fazia muitos anos que ela não tinha um contato familiar tão próximo assim com a
gente, então estranhei a sua atitude. Ainda assim, fiquei feliz que ela viesse, ela
conheceria a nossa família completa.
Ela chegou as quatro e ficou no único quarto de hóspedes disponível.
Mais tarde, arrumamo-nos e fomos para o mesmo clube do Réveillon do ano passado.
Nossa vida é rotineira, eu sei, porém, para mim, o normal e o habitual são bons.
Sempre encontramos as mesmas pessoas de sempre e fazemos as mesmas coisas de

sempre. Gosto de uma vida fácil e tranqüila.
Esme ficou em casa com a babá e a Sue.Meu pai em todo o tempo ficou perto da
minha mãe na festa. Os dois sorriam, bebiam e dançavam.
Estava rolando música dos anos sessenta no ambiente que estávamos, então, alegres,
dançamos bastante.
Fizemos rodízios, eufóricos e muito animados. Emmett sorria, me pegava e trocava,

entregando antes Rosalie para dançar com Edward. Ele me rodava, me jogava, depois
pegava Alice e me entregava para Jasper, assim, eu ia rodando. Mas ninguém
aquietava, toda hora trocava de parceira.
Sorriamos, disputávamos quem dançava melhor e todos nos divertíamos, sendo

jogados de um lado para o outro pêlos parceiros.
Jéssica deixou o bebê com a mãe do Mike e veio, ambos dançavam em rodízio
conosco também.
Dancei com Mike, que é um parceirão, enquanto Edward dançava com Jéssica.
Todas as diferenças foram desfeitas, brincávamos e ríamos como uma família.
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Assim, em grupo, nos divertimos até as duas da manhã, que foi quando as músicas
mudaram estilo e cada um buscou o seu parceiro.
Ainda estava elétrica quando Edward me puxou possessivamente pela cintura.
“Gostando?” Pendurei-me em seu pescoço, suada, e ele me apertou a si.
“Amando...Agora você não me escapa.” Respondeu extasiado e me apertou mais.
A música que passava agora era mais lenta, anos oitenta, Guns in Roses.
“Nem parece o mesmo garoto de alguns tempos atrás que não se divertia e nem
gostava de dançar.” Comentei com um sorriso.
“Eu sinto que com você eu posso fazer qualquer coisa.” Ele me ergueu, joguei o
cabelo para trás e ele girou o nosso corpo.
“Feliz?” Seu rosto estava glorioso, irradiando felicidade.
“Sim. Nem mereço tanta felicidade assim.” Sorriu e me abraçou.
Eu tive uma sensação de déjà vu, como se já tivesse vivido algo assim antes... Uma
felicidade completa, que podia a qualquer momento ser ameaçada por algo.
“Que carinha é essa, Bella?” Segurou meu queixo e levantou meu rosto.
Subitamente triste, fixei os olhos nele, enquanto ele acariciava meu rosto.
“Tive uma sensação de medo...Tudo está muito bem, e quando as coisas vão bem eu
tenho medo.” Olhei para a minha mãe dançando com meu pai e ele acompanhou meu
olhar. “Você acha que eles vão...ficar?” Seu olhar ficou compenetrado na direção deles
alguns minutos, depois ele olhou de volta para mim e segurou o meu queixo. “Não
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temos com o que nos preocupar, lembre o que combinamos: nada vai nos separar. No
que depender de mim, não mais, nunca mais. Você só não pode desistir de mim.” Ele
segurou meu rosto com as duas mãos e depositou beijos por todo meu rosto,
trazendo conforto.
Depois de um tempo, o garçom passou com drinque próximo a nós, e eu peguei.
“Já que tem um ano que ficamos bêbados daquele jeito, podíamos repetir a dose para
comemorar o Ano Novo.” Propus, bebi um gole, em seguida ele sugou os meus
lábios.
“Prefiro fazer outra comemoração especial, bem sóbrio.” Ele deu um sorriso tímido e
torto.
“Com a casa cheia talvez não tenha como ser tão especial assim...” Insinuei, ele me
virou de costas, mordiscou minha orelha e encostou-me a si.
“Podemos comemorar em outro lugar.” Sua voz rouca e macia fez automaticamente
alterações em meu corpo, distribuindo ondas elétricas pela minha pele.
Sua mão parou em minha barriga, renovando o fogo contínuo que vive em mim, e ele
me apertou ao seu corpo.
“Você podia dançar pra mim, só pra mim. Ultimamente você só tem dançado via web,
nunca dançou pessoalmente...” Passou delicadamente a língua atrás de minha orelha.
“Eu queria experimentar...E de preferência você usando aquela sua roupa
de...diabinha.”
“Hmmm, namorado, botando as asinhas de fora.”
Ele gargalhou em meu ouvido.
“Sou homem, Bella. Eu gosto de tudo que você faz. Sua pele fica quente quando você
dança, eu gosto de você assim.” Ele me apertava, e eu o sentia extremamente
excitado em minhas costas.
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Virei de frente a ele novamente, e ele enlaçou uma mão em minhas costas e outra em
minha nuca.
“Eu tenho uma idéia melhor... No ano passado deixamos de fazer uma coisa atrás
desse clube” Encostei os lábios nos seus e lambi seu lábio superior “...Devíamos
consertar isso.” Ele soltou um suspiro e apertou-me, invadindo minha boca com sua
língua, com excessivo desejo, fazendo-me perder as forças nas pernas.
“Hmmm, será?” Murmurou depois de um tempo. “Talvez isso não seja tão especial
assim.” Sua voz não passava certezas e sua boca não desgrudava da minha.
Céus, o meu namorado tímido quase não existe mais! Aonde que ele em sã
consciência iria me beijar em público assim!?
“Então que tal namorar dentro do carro na rua do lago?” Sorri provocando.
“Tudo, menos isso. E não demore muito a se decidir, se não eu entro em combustão e
te levo lá para trás do clube mesmo.” Disse beijando meu pescoço, persuasivamente.
“Sabe que eu estou querendo muito isso...Ver meu namorado descontrolado de

novo.” Sorri e, imediatamente, ele puxou a minha mão e andou para a lateral do
clube, até um local escuro.
“Quer saber se seria bom o ano passado?” Ele sorriu e me apertou na mesma parede,
com as mãos dentro do meu vestido.
“Quero, quero muito.” Desafiei sorrindo.
“Certeza?” Ele ergueu minhas pernas em sua cintura, ofegou em minha boca e me
beijou ansioso e determinado, percorrendo no mesmo instante o polegar as laterais da
minha calcinha.
Arfei, percebendo que ele não blefava e entrei com a mão dentro de sua camisa,
descendo depois do seu colo. Ele continuou me beijando, segurando firme em minha
coxa, se moldando a mim. Olhei seus olhos e eles flamejavam, exalando luxúria.
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Disposta a curtir o momento, aproveitei do fato dele estar meio alto, ataquei seus
lábios e deixei o desejo nos levar. Por um momento, ele pareceu pensar direito no
assunto e não avançou com os dedos em minha calcinha, porém, ao percebê-lo
retesar, desci as alças do meu vestido e expus os meus seios. Ele sorriu, desceu os
lábios, segurou um em sua mão e o outro abocanhou, arrancando um gemido ávido
de minha boca.
Eu sabia que teríamos que ser rápidos, afinal, aquele tipo de aventura tendia a
despertar curiosos, portanto, impaciente, enquanto ele me sugava, gemi e abri seu
zíper. De início, penso que ele não acreditava que iria acontecer, porém, cheia de
desejo, forcei-o a afastar um pouco, entrei com a mão em sua calça, segurei seu
membro e o acariciei um pouco, ouvindo contente um gemido seu de ansiedade
quando ele subiu com os lábios para meu pescoço.
Sorri, forcei o braço em seu pescoço, ele me levantou de novo em seu colo e voltou
depois com os lábios para o meu seio. Gemi, joguei a cabeça para trás e o senti
afastando minha calcinha, encostando logo após seu membro em minha entrada.
Ansiosa, mordi seu ombro e ofeguei quando senti que ele me preenchia. “Antes um
ano depois do que nunca.” Sussurrei em seu ouvido e deslizei minha língua em sua
orelha.
Concentrado, ele me empurrou contra a parede e fez movimentos calculados,

intensos, deslizando dentro de mim. Nossas respirações se encontravam, eu me
sentia derretendo, entregue, toda dele. Era extasiante estar ali depois de um ano,
sendo consumida, aplacando o meu desejo. Ele era perfeito, delicioso, e a cada dia
mais se tornava dono do meu corpo.
“Amo você.” Grunhiu, quando senti movimento se acelerar, ele apertar meu quadril,
empurrando e puxando, sem parar. Fechei os olhos e me entreguei as sensações que
vibravam em meu ventre, à eletricidade que nos consumia, à paixão que nos
enredava.
“Também te amo.” Apertei-o quando senti que ele parou o movimento, rangeu os
dentes e se derramou em mim, seu corpo tremendo, sua respiração engatada.
Após o êxtase, ele desceu-me delicadamente de seu colo, eu ajustei meu vestido e
sorri, encontrando em seu rosto o mais belo sorriso torto que eu já vi.
“Tudo bem, namorado?”
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“Melhor que bem.” Suspirou e fechou a calça, depois se inclinou e voltou sua mão para
dentro de minha calcinha, acariciando minha intimidade. “Estou te devendo.”
Sussurrou.
“Vai ter a noite todinha para pagar.” Fechei as pernas e levantei os braços para
abraçá-lo. “Você sabe que eu grito, por isso me prendi ao máximo.” Murmurei de
olhos fechados. “Vamos para o flat. Os hotéis da cidade devem estar lotados e mal
limpos por ser Ano Novo, então vamos para lá.”
“Certeza?” Ele continuou com as mãos dentro da minha calcinha, circulando sem
parar.
“Sim.” Murmurei quase me rendendo.
**
Depois de uma longa noite de amor, acordamos dez horas e saímos rápido para minha
casa. Edward combinou com Rosalie de eles fazerem o almoço de Ano Novo, então
estávamos quase atrasados para o feito. Chegamos em casa, subimos, ele vestiu uma
bermuda e descemos, encontrando antes de irmos para a cozinha, a minha mãe no
sofá. Cumprimentamo-la e seguimos nosso caminho.
“O que vai fazer?” Perguntei e sentei sobre a bancada.
“A Rose vai fazer uma lasanha e eu vou fazer um lagarto.”
“Hmmm, falta tirar a camisa e colocar o avental.” Passei a mão no abdômen dele, ele
sorriu, fez um tsc tsc e foi preparar o seu prato.
Fiquei sentada conversando, enquanto ele cortava bacon, cenoura, calabresa.
Meus olhos paravam em seus movimentos, nos músculos das costas, nos seus
braços, em seu rosto. Ele, ao perceber meu olhar devorador, sorria sem graça e
balançava a cabeça.
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Depois de um tempo sob meus olhos, ele aproximou-se e sussurrou em meu ouvido:
“Eu também sou alucinado por você” Sorriu convencido.
Se alguém passasse por lá, nitidamente perceberia coraçõezinhos brilhando. Emmett

estava sentado, parecendo um radar com os olhos em Rosalie, completamente
hipnotizado. Eu e Edward toda hora cochichávamos e nos tocávamos.
Resolvi ir para a sala conversar um pouco com a minha mãe, afinal desde que ela
chegou ontem não parei perto dela um minuto.
“Bonito o seu namorado. Já namoram há quanto tempo?”
“Um ano sério, cinco anos ao todo.” Sorri da minha informação. Acredito piamente
que somos verdadeiramente um do outro desde o dia em que o vi.
“Ele lembra-me alguém... Onde você o conheceu?”
“Ele é filho de uma ex-funcionária. Conheci a ele em uma festa da empresa.” Não
queria falar ainda que ele era filho da Esme.
Era interessante a minha mãe estar importando-se com assuntos nossos, ela sempre
foi indiferente.
“São irmão, né, o seu namorado e a namorada do Emmett. Eles se parecem muito.”
“Sim, são irmãos. O garoto que fica correndo pela casa também é irmão deles.”
“Ah...Onde eles moram?” Tinha um ar desconfiado em sua pergunta.
“Edward mora na Capital, Rosalie mora em Phoenix e o garoto mora aqui.”
“Por que o garoto mora aqui?” Ela sentou-se direito, parecendo analisar mais do que
eu queria que ela analisasse.
989 de 1595 26/05/2011 20:45

“Bella.” Edward apareceu na porta da sala e me chamou, aparentemente retraído em

atrapalhar. Fui até ele. “Avise para todos que o almoço sai em dez minutos.”
“Vem comigo Edward” Estendi a mão, e ele me acompanhou, lançando um olhar

amigável em direção a minha mãe.
“Depois conversamos mais, mãe.”
Ela o analisou da cabeça aos pés, foi meio constrangedor. Talvez o estivesse
reconhecendo.
Será que ela percebeu a semelhança com Esme ou achou ele parecido com o pai?
“Edward, minha mãe não sabe ainda que vocês são filhos da Esme e nem que ela está
aqui em casa.” Comentei. “Será que ela vai achar estranho quando descobrir?”
Subíamos a escada para ir ao quarto do meu pai.
“Hmm, acho que não. Eles estão separados há muito tempo, não é?”
“É. Ela não tem motivo para achar estranho.”
Avisamos ao meu pai, depois avisamos á Jessica, fomos à piscina avisar Alice e
voltamos para a cozinha a fim de arrumar a mesa.
Eu e Emmett arrumamos a mesa.
“Bella, você acha que Esme não vai descer não? Eu falei com ela ontem...” O olhar do
Emmett era preocupado ao perguntar.
“Acho que ela não pode. Ela ganhou neném tem só dez dias, mas pede para Rosalie ir
lá. Eu nem passei lá para avisar que o almoço estava pronto.”
990 de 1595 26/05/2011 20:45

Reunimo-nos a mesa oval de dez lugares e todos os assentos estavam ocupados.

Fazia muito tempo que a mesa não ficava assim, acho que só ficou assim no dia que a
Jessica informou que estava grávida. Mesmo assim, era Esme que ocupava o lugar
que agora minha mãe ocupa.
“Como você pode me fazer avó assim tão nova, Jéssica?!” Minha mãe brincava com
o Seth, dava cheiro, enquanto comíamos. “Tive que vir da Alemanha só para saber se
era verdade.”
“Mas é a vó mais bonita que existe.” Jéssica disse e todos sorrimos.
Meu pai estava à vontade com a minha mãe ao seu lado, mas não vi interesse que
não fosse cavalheirismo da parte dele. Eu estava sentada entre o meu pai e Edward,
os dois conversavam, então Esme apareceu na porta da sala de jantar, maquiada e
com um vestido preto.
Nem parecia ter um bebê novo de tão bem que ela estava.
Edward levantou imediatamente.
“Senta aqui, mãe.” Ele apontou sua cadeira e ela veio, porém, antes que ela sentasse
eu levantei da minha e dispus a minha ao lado do meu pai para ela sentar.
Ela olhou sem entender, mas sentou.
“Esme!” Os olhos das duas se encontraram e elas seguraram o olhar por minutos.
“Como vai, Renée?”
“Vou bem. São seus filhos?” Minha mãe engoliu em seco, tentando esconder o susto.
“Sim.”
Olhei para a minha mãe e ela pareceu ter visto um fantasma.
991 de 1595 26/05/2011 20:45

“Espera aí que eu vou buscar a outra cadeira.” Emmett levantou, foi à cozinha e
trouxe outra cadeira para Edward, que sentou ao meu lado novamente.
“São tantas emoções...” Jasper olhava tudo com olhar de atentado, estudando todas
as fisionomias.
Um silêncio se fez sobre a mesa, às vezes eu falava algo baixo com Edward, mas no
geral o silêncio era quase que absoluto.
“Sue dormiu?” Meu pai quebrou o silêncio quando se dirigiu amigavelmente a Esme.
Ela sorriu singelo. “Sim. Como um anjo. Ficou lá com a enfermeira.”
“Quem é Sue?” Minha mãe quis saber.
“É minha filha caçula.” Papai respondeu orgulhoso e minha mãe abriu a boca
parecendo desacreditada.
Em seu rosto se passaram várias emoções aparentes
“Bom, gente, quero aproveitar que a nossa família está todinha reunida, e ...” Emmett
hesitou e levantou, pegando em seguida a mão da Rosalie. “...Ross, minha deusa, me
dá a sua mão em casamento pra que eu não tenha que pedir para o seu irmão caipira
e nem para a sua mãe .” Ele sorriu carente e todos sorrimos do seu pedido de
casamento diferente.
Ela abaixou o olhar sem jeito, aparentemente pega de surpresa e olhou em direção a
mãe dela, que a encorajou com o olhar.
“Espera, espera.” Ele tirou uma caixinha do bolso e forçou a mão dela pra que ela
levantasse. “Aqui, diante da nossa família, você, Rosalie Hale, aceita se casar comigo?
Você é a mulher da minha vida e eu prometo que vou te fazer muito feliz.” Eles se
olharam minutos, ela pegou no cabelo dele e sorriu, mostrando suas covinhas.
992 de 1595 26/05/2011 20:45

Eu suspirei de inveja boa, apertando no mesmo instante a mão do Edward.
“Eu aceito.” Respondeu convicta, ele a abraçou forte, depois colocou o anel no dedo
dela.
“Que lindo!” Gritei.
“Meu filho tão novo.” Minha mãe lamuriou-se e eu percebi um olhar congelante da
Rosalie em direção a ela.
Ninguém deu atenção ao comentário da minha mãe. Nos minutos seguintes, foram só
parabéns e comemorações na mesa.
Carlisle POV
São mais de dezoito anos sem a presença da Renée no mesmo ambiente em que
estou, logo estava completamente desacostumado. Ainda não entendi o porquê de ela
ter resolvido ficar aqui. Ela nunca se importou.
“Hum, Carl, gostei dessa casa.” Ela entrou sem bater no meu quarto, de camisola, e
sentou em minha cama.
“Tem seis anos que eu moro aqui e você nunca nem entrou aqui.” Sorri amigável e
continuei vendo TV, deitado.
“Carlisle...” Ela se ajoelhou na cama, vindo em minha direção, olhando insinuante.

“...Senti saudade de você” Ela colocou a mão no meu peito, eu tirei delicadamente e
sorri do seu comentário.
“Renée, acho que você não se deu conta de que o tempo passou.”
No segundo seguinte, ela invadiu a minha boca com sua língua determinada e quente,
beijando-me e sentando-se sobre mim.
993 de 1595 26/05/2011 20:45

“Mas eu não esqueci do como você gosta.. .” Ela tirou o robe e a camisola que usava
e expos seus seios fartos, mas não naturais.
Apreciei, passei a mão e ela voltou para a minha boca, impetuosamente.
“Não, Renée.” Afastei-a e me levantei da cama.
“O que foi? Resolveu ser fiel Esme agora, é?”
Ela veio em minha direção novamente, colocando as mãos em meu pescoço e

beijando o meu rosto.
Estava repugnante.
“Renée, pare.” Afastei-a novamente e fui em direção a porta.
“O que é Carlisle? Eu sei que você está a fim. Você sempre me preferiu a aquela
insossa. Até que enfim ela conseguiu, não é? Te dar o golpe do baú. Eu achei um
absurdo o que ela fez, ficar grávida com essa idade!! Sua nova mulher é muito
esperta! E você realmente é um bobo!! Pior que aquela sonsa foi tão esperta que está
garantindo o futuro de todos os filhos dela, empurrando eles para cima dos meus!!”
Ela vociferou.
Eu segurei o braço dela forte, invadido por nervosismo e cólera.
“Não fale assim deles! De nenhum deles! Você não os conhece. Nem MINHA
MULHER, nem os filhos dela. Eles são adoráveis, e.. .” Acalmei a minha voz para não
deixar que a Rennée conseguisse me tirar do sério “ Você não é mais bem-vinda em
minha casa. Você nunca se interessou pêlos seus filhos e não precisa cumprir esse
papel agora. Se quiser vê-los, faça como sempre fez, hospede-se em um hotel e saia
com eles para tomar sorvete.” Rechacei e apontei a porta para que ela saísse do meu
quarto.
“Não se esqueça que Alice é menor de idade e eu posso tirá-la de você a qualquer
momento.” Provocou.
994 de 1595 26/05/2011 20:45

“Sob qual alegação? Que eu não sou um bom pai?” Ri secamente.
“Não sei. Posso contratar bons advogados, eles que inventem o que quiser. O
importante é que uma briga judicial ia ser feita e ia deixar nossos filhinhos muito
infelizes.” Ela foi sarcástica.
“O que você quer, mulher?” Disse por entre dentes, segurando a maçaneta da porta.
“O de sempre.” Ela sorriu e sentou-se despreocupada na cama.
“Quanto?”
“Dois.”
“Eu não entendo você, seus pais te deixaram uma fortuna e mesmo assim você
continua me extorquindo.”
“Considere que é um investimento na companhia.” Ela vestiu seu robe sorrindo

cinicamente.
“Mentira. Você dá esse dinheiro para ele gastar. Ele continua com você? Você ainda
continua sustentando os jogos e as mulheres dele?”
“Carlisle, cuide da sua vida. O que eu quero de você é só o que eu pedi... Por
enquanto...Mas se você quiser matar a saudade...” Ela aproximou-se,pegou
novamente em meu pescoço e eu afastei-a.
“Amanhã eu transfiro para a sua conta. Agora dá licença do meu quarto, e se possível
da minha casa, porque eu vou ver a minha mulher.” Fiz questão de frisar isso, pra
que ela entendesse que eu não quero que ela fale da mãe da minha filha.
Ela irritou-se e saiu do quarto.
Cheguei ao quarto de Esme, e ela estava amamentando. Sentei próximo a elas e
995 de 1595 26/05/2011 20:45

passeei os dedos na cabeça da Sue.
“Como ela está?”
“Calma e saudável. Mesmo tendo nascido antes da hora, ela está muito bem.” Ela
respondeu suave e não olhou em meu rosto.
Fitei o seu semblante ainda com a pouca maquiagem que ela pôs ao descer para o
almoço. Ela tem uma beleza singular, que me prende, e que com tudo que aconteceu
ainda atrai o meu coração.
Assim que a Sue terminou, peguei-a em meu colo, encostando-a em meu ombro,
depois me deitei na cama e coloquei-a sobre o meu peito, como fazia com os meus
filhos.
Esme deitou de lado e ficou passando as mãos no cabelo da Sue.
“Carlisle, não tem como justificar os meus atos, mas como temos uma filha em
comum, cabe a nós tentarmos sermor amigos e criar ela juntos. Você quer tentar?”
“Tudo bem.” Continuei deitado na cama, enquanto a Sue dormia em meu peito.
O silêncio no quarto era apaziguador. Eu não consegui deixar a mágoa se tornar

maior, tudo o que eu queria era estar ali, cuidando da minha filha, cuidando da Esme.
Bella POV
10 de janeiro
Edward foi embora dia três para o curso de inverno, e eu já estou morrendo de
saudades.
Eu queria ir ficar com ele lá, mas tenho medo de atrapalhar de alguma maneira.
Mesmo assim, melhor perto dele do que longe.
996 de 1595 26/05/2011 20:45

“Ryan, Bella, tudo bem?”
“Oi, Bella. Eu estou bem.”
“Já sabe o porquê do telefonema, né? Eu queria te pedir um favor. Ultimamente só te

ligo para isso.” Sorrimos.
“Pode falar. Pra isso servem os amigos.” Sua voz foi bem amigável.
“Você pode negar se você quiser, mas é por que eu conheço Edward e se ele souber
que eu estou gastando, ele não vai relaxar e vai acabar estragando o que eu quero
fazer.”
“O que quer aprontar dessa vez?” Tinha humor em sua voz.
“Eu quero ir passar minhas férias na Capital e eu sei que Edward não tem dinheiro
para dividir contas de hotel comigo, além disso, ele não vai deixar eu pagar um mês
de hotel sozinha, então...”
“Pode ficar com o meu apartamento. Nem precisava explicar tanto. Lá está vazio, eu
vou ligar na recepção e avisar.” Ele interrompeu antes que eu terminasse.
“Ai, Ryan, obrigada. Você é muito legal e nunca diz não. Adoro você. Tô te devendo
mais uma.”
“Não tem de quê. Sempre foi facinho enrolar seu namorado tosco, nunca me custou
nada o que eu fiz. Mas eu tenho uma notícia ruim para te dar. Meu pai depois do dia
quinze está indo para lá para um monte de reunião de coligações, jantares e
alianças... Como Edward agora é assessor, ele deve ficar muito ocupado.”
“Eu vou entender. O importante é estar perto dele.”
“Eita amor roxo! Outra coisa, Bella, você vai ter que fazer compras para você, lá não
tem nada, além disso, a minha funcionária está de férias. Se vocês quiserem que
997 de 1595 26/05/2011 20:45

alguém limpe e cozinhe para vocês, me fala que eu ligo para ela indicar alguém.”
“Obrigada de novo, Ryan, e pode ligar para ela sim. Eu tenho certeza que Edward vai
adorar uma comida caseira. Um beijo”
“Tchau.”
15 de Janeiro.
Adiantei a minha vida, pedi para o meu pai e resolvi seguir de carro para a Capital,
afinal se eu ia passar um mês, era melhor que fosse com o meu carro que é mais
confortável.
Estava meio apreensiva com o fato de Edward ter pouco tempo e eu ter que me virar
sozinha, mas eu queria ficar com ele, ia ser bom para nós. Quanto mais tempo perto
ficarmos, mas vamos nos unir.
Foram praticamente dois dias de viagem, parando somente para dormir. Na verdade,
nem sei como meu pai me deixou vir sozinha, mas enfim, deu tudo certo.
Logo que cheguei, fui direto para o apartamento, peguei minhas malas, passei na
recepção e subi.
O Ryan devia ter mandado limpar o apartamento, pois ele estava com cheiro de limpo.
Enfim, ligar para Edward e fazer a surpresa.
“Edward, tudo bem?”
“Tudo. E você?”
“Estou bem, só com um pouco de saudade.”
998 de 1595 26/05/2011 20:45

“Eu também.” Sua voz estava carente.
“Onde você está e o que está fazendo?”
“Estou estudando no meu quarto.”
“Hmmm, podíamos fazer umas coisas interessantes agora à noite.” Disse insinuante.
“O que poderíamos fazer?” Sua voz se animou um pouco.
“Eu poderia dançar para você...” Essa não era a minha intenção, só queria testá-lo.
“Hmmm, eu até queria, mas estou tão ocupando. Tenho que adiantar uns trabalhos do
curso de inverno.”
“Por quê?”
“Ah, devo ficar sem tempo daqui para frente. O Senador me ligou e disse que daqui a
dois dias vem para cá e nós vamos fazer uma série de reuniões.” Sua voz estava
triste.
“Tudo bem, só quero que você me prometa uma coisa. Daqui a pouco pegamos os
notebooks e vamos para fora nos ligar por um ponto em comum, pela lua que está
linda hoje, aí eu penso em você e você em mim, e nós dois ficaremos juntos nem que
seja um pouco. Promete? Meia hora.” É um pouco romântico demais, mas é o melhor
jeito dele sair lá fora sem suspeitar.
Ele sorriu.
“Tudo bem.”
Desligamos e eu desci correndo. Vinte minutos era o tempo que eu gastaria para ir
999 de 1595 26/05/2011 20:45

até a universidade dele, então acelerei os passos.
Logo que estacionei, caminhei em passos rápidos e sentei em um banquinho, próximo

ao dormitório.
Fiquei olhando no relógio, e na hora combinada ele saiu, de bermuda, camiseta e

chinelo, segurando o notebook.
Ele sentou em um banquinho de pedra próximo a porta, cruzou as mãos atrás da

cabeça e olhou para o céu.
Fiquei com dó do meu anjinho. É muito triste essa vida dele aqui.
Quem dera que eu pudesse tirar ele pra sempre daqui, entretanto, eu espero
realmente que ele consiga alcançar esse sonho árduo. O que eu puder fazer para isso,
irei fazer.
Em silêncio, aproximei-me lentamente dele, por trás do banco, e ele não percebeu a
minha presença. Divertida, tampei os olhos dele e encostei minha boca em seu
pescoço.
Ele assustou-se e tirou rápido minhas mãos dos seus olhos.
“Bella!” Levantou de súbito, colocou o notebook no banco e olhou assustado para

mim. “Quer me matar?”
“Que foi, não percebeu que era eu?”
“Lógico que não.”
Ele olhou meio perdido.
“O que faz aqui? Que dia veio? Por que não me avisou? Está hospedada aonde?” Voei
em seu pescoço e beijei sua boca, ele resistiu um segundo, depois me apertou e
1000 de 1595 26/05/2011 20:45

correspondeu ao beijo desesperadamente.
“Estava com saudade de você. Não sei se consigo ficar longe de você muito tempo
mais. Arruma suas coisas que eu vim te seqüestrar. Leva tudo que você precisar para
umas semanas que eu vou te levar daqui. Te espero no meu carro.”
Ele ficou meio perdido ainda.
“Você não me respondeu nada...Veio no seu carro? Você pegou a estrada sozinha?”
“Sim. Mas não se preocupe, para voltar, você volta comigo.”
“E quando eu vou com você?” Seu olhar estava desnorteado, e eu tinha vontade de
rir.
“No casamento da sua irmã, é claro.”
“Você vai ficar comigo aqui um mês?!” Apareceu um brilho no seu olhar e ele
ergueu-me em seu colo.
“Sim!!” Respondi com entusiasmo e enlacei o seu pescoço, distribuindo beijinhos.
“E onde você vai ficar?” A preocupação que eu imaginei apareceu no seu rosto.
“No ap. do Ryan.” Fingi inocência.
“Ok. Espere-me.” Ele saiu rápido e empolgado.
Lanchamos, passamos no mercado e voltamos para o ap. do Ryan. Era uma cobertura
completamente luxuosa somente para nós. Tudo que podíamos querer.
“Eu não quero atrapalhar você em nada.” Informei logo que saí do banho e o peguei
1001 de 1595 26/05/2011 20:45

guardando as compras. “Eu quero só te ver, tomar café com você, ver você a noite e
dormir com você.”
“Eu estou amando que tenha vindo. Não tenho dúvidas se você é ou não a melhor e
mais completa namorada do mundo. Só que você sabe que meu tempo vai ser
corrido, mas eu vou fazer de tudo para te dar atenção.”
Após o seu banho, deitamos na cama, ele ficou lendo e eu deitei com a cabeça em seu
peito. Estava cansada da viagem, então dormi rápido.
Acordei, ele já estava arrumado e trouxe o café na cama para mim.
“Vai no meu carro.” Propus.
“Não. Você vai ficar entediada de ficar o dia todo aqui, saia um pouco.”
“Não. Vá de carro, venha almoçar aqui e quando você voltar para a aula à tarde eu te
deixo lá e vou passear. Você está tendo aula todos os dias em período integral?”
“Sim. Curso de inverno é horário integral. Eu só tenho livre sexta a tarde.”
“Tudo bem. Espero que hoje à noite eu não esteja tão cansada.” Aproximei dele e o
abracei.
“Eu tenho que ir. Você vai fazer comida ou comprar?”
“O Ryan pediu para alguém vir fazer.”
“Então já vou. Espere-me para o almoço, futura esposa. Vamos experimentar como
seria a nossa vida morando aqui na Capital” Ele sorriu, beijou minha testa, pegou uns
livros e saiu.
Terminei de lanchar, levei a bandeja até a cozinha e voltei para a cama. A manhã se
passou rápida, a moça que ia cuidar da casa chegou cedo e fez comida.
1002 de 1595 26/05/2011 20:45

Pedi que ela fizesse alguma sobremesa e avisei que ela podia ir embora logo que o
almoço ficasse pronto.
Não queria ninguém nos atrapalhando quando Edward estiver aqui.
**
Os dias se passaram rápidos, as reuniões começaram a acontecer. Edward tinha

muita coisa para fazer, livros para ler, trabalhos para adiantar, projetos. Teve dias que
chegava tarde, saia cedo, isso quando não tinha que ler até tarde da noite. Eu sempre
dormia em seu peito quando ele estava lendo.
Por vários dias estávamos nos vendo somente nos cafés da manhã, que ele me
levava na cama, e no almoço.
No fim de semana, ele se entregava como desesperado aos livros, ganhando o tempo
perdido na semana.
No geral, ele tentava dividir o seu tempo em estudar, me dar atenção e ir às tais
reuniões alguns dias à noite.
Com o passar dos dias, comecei a ficar triste, perguntando-me se realmente foi uma
boa ter vindo.
Notei o olhar dele de preocupação sobre mim, sentindo-se culpado por ter que me
deixar só em um lugar onde eu não conheço ninguém. Tinha pesar em seus olhos, ele
estava dividido, e eu estava piorando as coisas, tornando tudo mais difícil quando eu
mostrava que estava carente e que achava tudo um tédio.
Minha rotina se resumiu em somente assistir televisão, algumas idas ao shopping,

buscar ele na Universidade e voltar para o Ap.
Quando ele tinha que sair a noite, ele ia no carro, e às vezes voltava tão tarde que eu
não via.
1003 de 1595 26/05/2011 20:45

Enfim, nossa convivência foi ao estado zero.
Nem me procurar sexualmente ele não procurava mais, acho que por sentir culpa de
não poder me dar atenção suficiente.
30 de janeiro.
Acordei cedo, antes dele e coloquei o café na cafeteira, isso eu sei fazer.
Eu já tinha tomado uma decisão, não devia fazer isso conosco, nos desgastar assim.
Percebia que ele estava infeliz, sentindo-se ruim com tudo, logo isso estava gerando
esfriamento.
Estava assando um sanduíche, quando o senti encostando em mim, beijando a minha

nuca.
“Bom dia.” Sussurrou, virei para ele e seus cabelos estavam molhados do banho. Ele
estava tão insuportavelmente lindo, tão branquinho!
“Bom dia.” Dei um sorriso triste.
Em silêncio, preparei o lanche e pus sobre o balcão de mármore. Comemos calados,

o silêncio era cortante.
Terminei de lanchar, ele foi se arrumar, e eu deitei no sofá de blusão do piu piu.
“Edward, eu vou embora.” Informei quando ele voltou a sala.
Ele olhou triste em minha direção e depois abaixou o olhar, chateando-se.
“Olha, eu estou atrasado, e a aula de agora de manhã é muito importante, mas a tarde
eu vou matar aula e ficar com você para conversarmos. Você me espera?” Ele
1004 de 1595 26/05/2011 20:45

sentou-se na ponta do sofá, me dando um beijo na testa.
Eu estava morrendo de saudade dele. Dormíamos juntos, ele me dava carinho todas
as horas, mas estava sempre ocupado e com pouco tempo.
“Eu vou te esperar.” Sorri triste e ele saiu.
A manhã se passou rápido entre desenhos e programas chatos na TV , então tomei

banho, me arrumei e esperei que ele chegasse.
Ele chegou, almoçamos, ele tomou banho e sentou no sofá, chamando-me para sentar
com ele.
“Não está dando certo, né?... Está ruim para você.” Seu olhar estava contrito e ele
acariciava o meu rosto.
“Não completamente. O importante é que ficamos juntos alguns dias.” Dei um sorriso
forçado. Eu não queria deixá-lo triste.
“Quer conversar?” Ele pegou a minha mão e beijou.
“Não. Acho melhor você não perder aula, melhor você ir.”
“Vou ficar com você. Eu quero conversar.” Pegou em meu rosto com olhar insistente.
Eu fiquei calada uns minutos, pensando se seria uma boa falar e magoá-lo ou ficar
calada e ir embora.
“Er, eu não devia ter vindo.” Disse por fim.
Ele tirou a blusa, deitou no sofá e me deitou ao seu lado, colocando antes o braço de
apoio para meu pescoço.
1005 de 1595 26/05/2011 20:45

“Eu gostei de você ter vindo, mesmo que esteja tudo corrido e que eu não tenha
tempo, só de ter você na cama e de sentir o seu cheiro antes de dormir, é ótimo para
mim... Porém eu sei que é melhor que você vá, por você. Eu sei que tudo está
entediante pra você. Se eu fosse agir como egoísta, eu pediria para você ficar, todavia
eu quero o seu bem.”
Olhei seus olhos e eles eram sinceros.
“Imagine, Bella, como é minha vida aqui. É justamente isso que você tem
presenciado, porém longe de você. Então o fato de você estar perto torna tudo mais
fácil.”
“Poxa, eu nem vejo que horas você dorme.” Lamuriei, mas não queria magoá-lo,
simplesmente estava triste com a vida que ele leva.
“Mas só de ter seu calor na cama que eu durmo, eu fico feliz. De acordar com você,
tomar café com você, almoçar com você.” Ele acariciava o meu rosto, me envolvendo
de ternura.
“Por que estamos fazendo amor tão pouco?”
Ele ficou calado, passando as mãos em meu cabelo.
“Você sabe... Eu não gosto de fazer nada com pressa, com preocupação... Mas eu
tenho deixado de te dar carinho?”
“Não. Mas eu sinto falta de você.” Passeei os dedos em seu peito.
“Eu lamento que você vá, lamento por tudo ter que ser assim. Você não sabe o quanto
eu sinto falta de você, o quanto eu queria poder sair, passear, namorar... Mas está
corrido, acho que esse ano as coisas podem se tornar muito piores. Já estou
começando a me arrepender de ter aceitado ser assessor.” Resmungou. “Talvez não
seja a hora ainda. Talvez fosse melhor ter esperado terminar o meu curso.”
“Não, Edward, você consegue. Se não fosse eu te dando preocupação aqui, você nem
estaria com esses pensamentos. Eu vou ficar mais esses dois dias e vou embora.”
1006 de 1595 26/05/2011 20:45

Ele me abraçou forte, beijando o meu rosto.
“Faça o que for melhor para você, eu quero que você fique feliz.”
“Você gosta mesmo que eu fique? Mesmo que você tenha pouco tempo. Tem certeza
que eu não estou te atrapalhando?”
Ele me beijou lento, sério, segurando meu rosto.
“Bella, eu te amo, coloque-se no meu lugar para saber como eu me sinto em saber
que pelo menos eu estou com o meu amor esquentando meu corpo, que eu posso
pegar nos seus cabelos, sentir o seu perfume, encostar minha perna em você, vigiar o
seu sono. Imagine como eu me sinto só de entrar naquela porta e saber que você está
aqui, que seus olhos estão sobre mim, que eu vou ganhar um beijo de boa noite. Você
é meu tudo, é o que eu tenho de mais importante. E ainda que eu tenha que ler na
cama ao invés de fazer amor com você, só de ter você dormindo em meu braço, ou
em meu peito, só de sentir sua respiração eu me sinto a pessoa mais afortunada do
mundo. Agora você quer mesmo saber se está me atrapalhando? Não, é lógico que
não.”
Sorri contente, pois tudo que eu quero é fazer meu namorado feliz, é tornar a vida
dele um pouco mais fácil.
“Hmmm, eu não vou embora com uma condição...quero você todos os dias que eu
estiver aqui.” Passei a mão na sua barriga, seguindo com ela para o cós da sua calça.
“Dizem que os homens só precisam de três minutos.” Brinquei e ele revirou os olhos.
“Mas eu quero que marque vinte minutos na sua agenda para mim, nem que seja de
madrugada, mas eu quero fazer amor todos os dias.”
Ele sorriu e beijou minha boca, já se desfazendo do meu blusão.
“Adoro você. Você acha que eu acho ruim? Minha preocupação em relação a tempo é
só com você.”
Desse dia em diante, eu fiquei mais calma e completei a minha estadia na cidade,
livrando-me completamente do sentimento de preocupação que eu imaginava dar a
ele.
1007 de 1595 26/05/2011 20:45

Sacrifiquei o meu tempo em função de deixar a vida dele mais feliz e impulsioná-lo a
seguir com seus planos e objetivos. Ainda que sua luta seja árdua no momento, as
lutas são pedras fundamentais para o futuro que ele busca.
Rosalie POV
12 de fevereiro.
De início, eu não entendi por que a pressa em nos casarmos tão rápido, embora todas
as minhas certezas me direcionassem a isso.
Eu acredito em amores que duram para sempre, com certeza existe um jeito, ainda
mais quando esses amores se tornam como nós, que precisamos muito um do outro.
Hoje não consigo imaginar mais ele longe de mim, morando na Califórnia,
principalmente quando eu não tenho a mínima idéia de onde a minha mãe irá morar.
Enfim, estou aqui, no meu aniversário e a dois dias do meu casamento.
Lógico que minha ansiedade é mil, pois Emmett só perguntou as cores que eu queria e
quais as minhas damas de honra. O resto ele cuidou de tudo.
Eu não tenho muitas amigas, a única que eu tive perdi, então minhas damas serão as
suas duas irmãs, Alice e Jéssica.
14 de fevereiro nove horas da manhã.
Não tenho muitos convidados meus, mas o Sr. Cullen avisou que convidaria muitas
pessoas da sociedade dele, fazendo questão de contratar todos os serviços. Ainda não
sei de nada o que acontecerá, e isso me deixa tensa.
Não sei por que eles escolheram fazer a festa em Forks. Sinceramente, eu não
conheço aqui um salão que poderia agradá-los, mesmo assim, prefiro imaginar que
eles encontraram algum.
1008 de 1595 26/05/2011 20:45

Eu não me importo com o luxo, só não quero ter uma festa de casamento que
ridicularize o nome dos Cullen. Pode ser que eles tenham escolhido uma cidade
simples como Forks e um casamento em um salão simples, por eu ser uma pessoa
simples.
O que eu poderia querer mais do que tenho? Já fui agraciada com um homem
compreensivo e que me ama.
A maquiadora estava me irritando, e Bella e Edward sorriam do meu rosto ansioso.

Sinceramente, preferia eu mesma fazer a minha maquiagem. Duas mulheres em cima
de mim desde sete horas da manhã era muito cansativo.
“Edward, você sabe por que o casamento vai ser aqui em Forks?”
Ele não respondeu, sorriu de um jeito que me deixou mais nervosa e abraçou Bella.
“Rosalie, ele sabe de alguma coisa e também não quis me falar. Ele está todo
enigmático. Cheio de segredinho com Emmett e com meu pai.” Ela pendurava em seu
pescoço e beijava.
Bella POV
Eu já estava pronta e esperávamos Rosalie terminar de se arrumar para levarmos ela

até o local onde ocorreria o casamento.
“Anjinho, me conta, vai.” Pendurava em seu pescoço e insistia desde cedo, mas ele
mantinha aquele sorriso torto no rosto e não soltava nada.
“Você vai se surpreender. Eu que sou homem adorei a idéia e estou com inveja de ser
eles e não nós.”´O brilho de felicidade em seu rosto era magnífico, então resolvi
acalmar minha curiosidade.
Enfim a maquiadora terminou e ela ficou pronta.
1009 de 1595 26/05/2011 20:45

Descemos as escadas daquele hotel pequeno que nos hospedamos desde ontem, e a
limusine nos esperava há algum tempo lá embaixo. Ajudei Rosalie com a calda do
vestido e entramos no carro.Edward abriu um champanhe e nos ofereceu.
“Relaxem, meninas.” Ele estava deslumbrante com o meio fraque preto, blusa branca
e colete prateado. Seu rosto rosado e cabelo cobre destacavam-se.
Rosalie parecia tremer em todo o trajeto, mas bebeu um pouco de champanhe.
O carro estacionou na rua onde eles moravam, e, surpresa, vi uma mansão enorme
construída ao lado da casa do Edward.
Ela estava toda enfeitada com flores, várias cadeiras espalhadas por um jardim, ao
lado da casa tinham arcos de vime que era o altar coberto com flores do campo e
copos de leite, e um caminho de flores entre as cadeiras sobrepostas em um tapete
bege.
Olhei boquiaberta para Edward e ele sorria. Rosalie ficou sem palavras.
“De quem é essa casa?” Ofeguei.
“Diminua a curiosidade por enquanto que você logo vai saber.”
Dei mais uma olhada e o número de pessoas presentes era enorme.
“Eu não sabia que seu antigo quintal era tão grande. Será que o dono daqui aluga
para eventos agora?”
“Vocês estão muito bonitas.” Ele sorriu e apertou a minha bochecha tentando desviar
a atenção.
“Eu vou descer e perguntar como está o andamento.”
Desci e procurei o pessoal do cerimonial, avisando que a noiva chegou e que em
1010 de 1595 26/05/2011 20:45

pouco tempo já podia iniciar.
Depois de uns minutos, coloquei-me em frente ao piano e comecei a música.
Rosalie POV
Só de olhar janela a fora eu já ficava à beira do pânico por puro nervosismo. Edward
desceu, falou com alguém e voltou, estendendo depois as mãos para mim.
“Rose...É uma pena não termos tido um pai descente para poder presenciar esse
momento, porém eu estou muito honrado e feliz de te levar ao altar.”
Eu levantei, segurei as lágrimas nos olhos e abracei meu irmão.
“Nenhum pai me traria tanta felicidade como ser levada por um irmão como você.” Ele
me abraçou forte e beijou a minha testa.
“Vamos, que agora é a sua vez.”
Ele segurou a minha mão e a moça do cerimonial nos ajudou com a calda do vestido.
Ouvi o som de um piano e meu coração acelerou.
Edward segurava forte meu braço, sorrindo.
“Sorrindo de quê, Edward?” Eu tentava arrumar um assunto para me acalmar.
“Da vida.”
Coloquei meus pés no tapete e no instante seguinte um solo de guitarra se iniciou

tocando a marcha nupcial.
1011 de 1595 26/05/2011 20:45

As pessoas ficaram em pé, e os meus olhos procuraram Emmett que estava no altar
tocando a marcha na guitarra, olhando-me com um sorriso enorme.
Respirei fundo e segurei as lágrimas. Estava lindo o meu noivo solando pra que eu
entrasse, era perfeito.
Tudo que um dia eu sonhei acontecia.
Um casamento digno de princesa. Com muitas flores, uma decoração perfeita. Rosas,
lírios do campo, copos de leite.
Andamos a passos curtos, e Emmett me olhava fascinado, tocando, sem tirar os

olhos de mim, então algo por trás dele me chamou a atenção - avistei entre as minhas
damas de honra a Tâmmy, e nesse momento eu não contive as lágrimas.
Ela está aqui, me perdoou. Ela entendeu que eu o amo e que ele é bom.
“Respira, Rose.” Edward cochichou.
Alcancei o altar, Edward me entregou ao Emmett, que sorriu, beijou minha testa e
viramos para o reverendo.
Bella POV
Depois de iniciado o sermão, deixei o piano e a equipe contratada, de piano e violino

assumiu.
Emmett pediu que eu tocasse somente as músicas iniciais e a marcha, fazendo assim,
base para ele.
Sentei ao lado de Edward.
1012 de 1595 26/05/2011 20:45

“Veio alguma amiga da escola dela?” Perguntei.
“Ela não tinha muitas, mas Emmett veio aqui pessoalmente e pediu para a Tâmmy
convidar algumas pessoas.”
Nesse instante notei que além das damas de honra,uma amiga de Rosalie estava
presente no altar, usando vestido creme e vermelho, igual ao das minhas irmãs.
Jasper estava inquieto ao lado da mãe dele, ele vestia um meio fraque bege, um
chapéu e um tênis. Só ele mesmo.
“Na hora da troca de alianças tenho um presente para você.” Edward avisou.
“Eu estarei tocando. Emmett vai cantar para ela na hora da troca de alianças.”
“Ah...Então quando você chegar.”
Rosalie POV
O reverendo seguiu com o sermão e Emmett olhava-me como se eu fosse uma benção
alcançada.
“Rosalie Hale, você promete amar...”
“Sim.”
“Emmett Cullen, promete amar....”
“Sim.”
Trocamos as alianças de dedos e o rapaz do cerimonial trouxe um microfone sem fio

para ele na hora em que ele ia colocar o anel em meu dedo.
1013 de 1595 26/05/2011 20:45

Uma música começou a tocar no piano e com a voz firme e rouca, ele e Alice
começaram a cantar.
Shanaya Twain e Bryan Adams- From this moment
Juro que sempre estarei ao seu lado. Eu daria tudo, qualquer coisa e sempre cuidarei.
Através da fraqueza e fortaleza, alegria e tristeza, pelo melhor ou pior, te amarei com
a força de cada batida do meu coração A partir deste momento a vida começa A partir
deste momento você será a única Ao seu lado é onde devo estar A partir deste
momento A partir deste momento eu fui abençoado Eu vivo somente para sua
felicidade E pelo seu amor eu daria meu último suspiro A partir deste momento Eu
dou-lhe minha mão com todo meu coração não posso esperar para viver minha vida
com você, não posso esperar para começá-la, você e eu nunca nos separaremos,
meus sonhos tornaram-se verdadeiros por causa de você A partir deste momento e
enquanto eu viver Eu vou te amar, isto eu prometo Não existe nada que eu não daria
A partir deste momento Você é a razão por eu acreditar no amor, Você é a resposta
das minhas preces Tudo que precisamos é de um ao outro Meus sonhos se tornaram
realidade por sua causa
***
As lágrimas invadiram meu rosto de uma maneira descontrolada. Deus, o que eu

posso dar em troca a ele por tudo que ele me dá?
Edward POV
Esperei o momento certo para presenteá-la. Um instante em que nossas famílias se

uniam mais uma vez.
Peguei a caixinha com o presente e quando ela terminou de tocar, sentando-se ao

meu lado, coloquei em suas mãos.
1014 de 1595 26/05/2011 20:45

“Por que eu estou ganhando presente hoje?” Ela abriu a fita lentamente.
“Dia dos namorados...” Sussurrei e ela pareceu surpresa, devia ter esquecido a data.
“...É ouro, eu não posso esquecer de te encher de ouro. Lembra?” Pisquei e continuei
olhando para a frente.
Ela abriu devagar a caixa, pegou e esticou na mão.
“Uma pulseira!”
“Não, uma tornozeleira.”
“Qual o significado?” Sibilou.
“Hmmm, bom, na idade antiga, a tornozeleira significava compromisso familiar. Em

outras culturas, as meninas quando se comprometiam recebiam a tornozeleira para
adiantar o casamento e elas só se libertavam de usá-las quando tinham o primeiro
filho. Então eu estou tentando te amarrar de todos os lados.” Sorri.
“Edward, por que você está gastando? Eu sei que você não tem dinheiro, seu cartão e
suas contas estão comigo!”
“Eu comprei isso o ano passado, eu ainda tinha um pouco. E não estrague, diga se
gostou.” Apertei a bochecha dela.
Conversávamos baixo, enquanto minha mãe e seu pai assinavam um livro.
“Eu amei e amo tudo que vem de você. Espero que essa tornozeleira tenha o poder
de adiantar a nossa vida.” Sorriu e beijou suavemente o meu rosto. “Eu achei lindo o
casamento deles, queria que fosse o nosso... Quanto ao seu presente do dia dos
namorados.” Olhou-me maliciosamente. “Eu te dou mais tarde “ Mordeu os lábios.
“Hmmm, não vejo a hora.” Passeei os dedos em seus lábios e ela começou a beijar o
meu pescoço.
1015 de 1595 26/05/2011 20:45

“Se você quiser posso te dar agora... está dentro do meu vestido... é só sairmos para
algum lugar isolado.” Provocou, aos poucos tirando o meu equilíbrio quando falava
sedutoramente em meu ouvido.
“Não...aqui não...nem pense em fazer isso comigo aqui...” Sorri matreiramente, e ela
apertou a minha coxa.
“Garanto que eu conseguiria.” Ela subiu com a mão esquecendo que estávamos em
público.
“Você sabe que consegue o que quer de mim... Estava comportada demais esses dias
para ser verdade, até estranhei.” Eu relutava mas não tinha certezas, ela me
convenceria fácil a cometer as suas loucuras.
“Vamos comigo ali, quero ver como ficou seu quarto antigo.” Ela puxou meu braço
sem me dar chance, enquanto o reverendo dava as bênçãos finais.
Carlisle POV
O casamento se saiu melhor do que planejávamos. Vieram muitas pessoas e com

certeza foi algo surpreendente. Estará na capa das maiores revistas do estado como
algo singular.
Realizado, peguei Sue por uns instantes e levei-a para apresentá-la ao prefeito e a
alguns conhecidos.
Sua mãe estava deslumbrante esta manhã, em todo o momento ela vinha verificar a
filha e lançava sorrisos ternos para a Sue em meu colo.
“Gostou da festa?” Perguntei enquanto ela limpava a boquinha da Sue.
“Está ótima, vocês pensaram em tudo.” Ela respondeu e pegou a Sue do meu colo.
“Eu não tenho nem como agradecer o que você faz por nós.” Respondeu e encontrou
os meus olhos. “De quem é essa casa, Carlisle?” Seu olhar era desconfiado, e eu
sinceramente não tinha o que esconder.
1016 de 1595 26/05/2011 20:45

Sentei ao seu lado e passei os dedos nos cabelos da minha filha.
“É dela. Se você quiser mudar de volta para cá, você pode vir.”
Ela ficou uns instantes calada, olhando para o chão.
“Você comprou essa casa?”
“Sim.”
“Por quê?”
“Investimento.” Tentei soar casual.
Ela demorou mais um tempo calada e colocou a mão por cima da minha, quando eu
passava no braço da Sue.
“Carlisle, você se importa se eu ficar lá na sua casa mais uns dias? Eu não sei ainda
onde a Rose vai morar e não tem sentido eu morar aqui em Forks sozinha... Se você
me der um emprego lá no jornal de Seattle e me der um tempo até eu comprar uma
casa lá, vai ser melhor para mim, assim Jasper pode ir morar comigo e continuar o
tratamento lá. Alem disso, não quero que minha filha cresça longe do pai.”
“Esme, você pode ficar na minha casa o tempo que você quiser. Quanto mais perto de
mim ela ficar, melhor.”
As mágoas se iam lentamente, e uma amizade nova estava sendo cultivada.
Emmett POV
Meu pai reservou um lugar na America do Sul, ilha de Fernando de Noronha. Saímos
de Washington às seis da tarde de sábado e quando chegamos aqui ontem, só
queríamos descansar.
1017 de 1595 26/05/2011 20:45

Hoje saímos para almoçar, ela pegou um sol à tarde, e nada de falar em fazer amor.
Os carinhos dela estão diferentes, mais entregues e apaixonados, mas é só

chegarmos ao quarto do hotel, ela fica tensa e se retrai.
Então, estou deitado aqui, olhando para o teto.
É a segunda noite nossa no hotel e não há mais desculpa de cansaço, porém ainda
estou sem saber se posso procurá-la ou não, se ela está com medo ou não.
Ela tomou banho, perfumou-se e veio deitar usando uma camisola de seda branca,
que demarcava todo o seu corpo.
Estávamos calados, ela não emitia nenhum som além de uma respiração baixa e
pausada.
Depois de um tempo, ela sorriu e passou o braço em meu pescoço, vindo beijar
lentamente a minha boca.
Não acreditei que ela estava fazendo isso, mas correspondi e puxei-a para cima de
mim, pra que ela tomasse rédeas da situação.
Ela beijou-me, passando as mãos em meu peito, sugando a minha língua, então eu vi
que ela estava dizendo que estava preparada, ainda que eu sentisse seu coração
batendo forte e suas mãos tremerem excessivamente.
Sem saber expressar o que eu queria dizer e toda a felicidade que me invadia,
coloquei-me por cima dela, tirei seu robe e beijei lentamente seu corpo.
“Ross, eu te amo. Você confia em mim?”
“Sim.”
1018 de 1595 26/05/2011 20:45

Passei alguns minutos preparando-a, beijando sua boca, pescoço, ouvido, sentindo a
sua pele de seda, o seu perfume.
Ela relaxava e entregava o seu corpo em minhas mãos.
Devagar, tirei seu sutiã, depois a calcinha, ficando fascinado com o seu corpo.
Nunca em toda minha vida, vi tanta perfeição. Porra, essa mulher gostosa é toda
minha, só minha, de papel passado minha!! Nem eu acredito!
Passei a língua nos seus mamilos, barriga, coxa, louco da vida pra entrar nesse corpão
que eu sempre desejei.Esperei tanto esse dia que o medo agora era não conseguir,
minha vontade era simplesmente me acabar em seu corpo, sugar, como louco.
Estava difícil segurar a excitação acumulada que me deixava sem noção. Mas ela era
minha mulher, e eu devia proporcionar uma noite linda, do jeito que mulher sonha.
As palpitações fortes dela mostravam o quanto ela estava travada, o quanto estava
tensa e isso poderia tirar o prazer.
“Ross, calma.” Passei os dedos em seu rosto, que estava suado.
Continuei beijando ela, e ora ela suspirava, ora soltava gemidos tímidos tirados a
força.
“Fala pra mim o que você gosta?”
“De tudo em você.” Disse baixo e ofegando, enquanto eu beijava seu pescoço.
Desci com a boca em sua barriga, cintura, umbigo, e ela tremia, mesmo assim eu
prossegui descendo com a boca, tentando fazê-la relaxar.
Eu já estava pulsando e precisava do toque de suas mãos, queria o contato dela.
1019 de 1595 26/05/2011 20:45

Assim voltei para os seus lábios e coloquei a mão dela em meu necessitado amigão.
Ela acariciou sem medo, sem vergonha.
Depois de um longo tempo de preparo, eu já estava louco para consumar o ato,

então olhei seus olhos, e ela abriu um pouco a perna para mim, suas pernas tremiam .
Suspirei de felicidade em saber que ela estava tentando perder o medo, embora
estivesse tensa e com muito nervosismo.
“Está pronta?.”
“Uhum.” Ela sorriu, então segurei seu quadril firme e com toda a experiência que
tenho, procurei caminho contra o corpo dela.
Respirei fundo, quando percebi quão difícil estava.
Ela se contraiu, arqueou o corpo e uma lágrima brotou em seus olhos, era lágrima de
dor.
Parei e esperei, talvez ela estivesse muito tensa e não estivesse preparada ainda.
“Continua.. .” Ela me encorajou, mas sua voz falhava de nervosismo.
Beijei sua boca, pescoço, seios e tentei novamente investir nela. Trêmula, ela soltou
do meu beijo e se agitou, depois ergueu o corpo e se afastou de mim.
Ela não estava colaborando e eu estava prestes a desistir. Desistindo, segurei sua
mão e suspirei, procurando seus olhos. Ela pediu que eu continuasse, que não
parasse, então tentei de novo, estava bom e difícil.
Logo ela rangeu os dentes e deu um gemido de dor. Resolvi parar, embora ela
1020 de 1595 26/05/2011 20:45

estivesse tentando, estava ruim pra ela, então afastei do corpo dela e acendi o abajur,
esperando a excitação passar.
Olhei em direção a ela e seu rosto estava assustado. Isso ia ser mais difícil do que
imaginei.
Passei o dedo em seu rosto e algo me chamou a atenção.
Tinha sangue em mim e no lençol, fiquei surpreso.
Ela sentou e olhou o sangue sem entender. Levantamos, ela foi ao banheiro calada, eu
peguei o lençol, troquei e ela voltou novamente.
Deitei na cama e, ainda em silêncio, ela pegou a camisola para vestir.
“Não veste, não. Deita aqui.” Estiquei o meu braço e ela deitou nele. “Ross, vou
entrar em um assunto chato e nós nunca mais vamos tocar nisso... Eu quero te
assegurar de uma coisa para ver se você fica menos tensa... Aquele cara não fez
nada com você...Pelo menos não internamente.”
Ela ainda estava perdida.
“Como assim? Como você sabe?”
“Eu vou falar como homem... Antes de você eu já tive outras experiências. E, você
não tem o mínimo sinal de uso... Você não teve ninguém.”
Ela sorriu de um jeito livre, feliz e me abraçou.
“Emmett, eu te amo. Você foi a melhor coisa que aconteceu na minha vida.”
Como eu esperei por esse dia, o dia que ela reconheceria que me amava e o dia que
ela se entregaria a mim.
1021 de 1595 26/05/2011 20:45

Depois da revelação, ela me beijou de um jeito entregue, sem medos, me olhando

com confiança.
Começamos tudo de novo, de um jeito novo, cheio de paixão.
A noite se passou e finalmente eu a fiz minha, minha deusa, minha sereia e minha
mulher, que me incentivou com seus ofegos, suspiros, abraços e murmúrios que eu
me apossasse dela para sempre.
Continua...
Notas Finais:
Mandem reviews
beijos
estamos chegando ao fim da fic...leiam fogo e gelo.
bjs N/B: Oi gente... essa fase é boa né... eles estando bem e na
pegação é o que nos deixa feliz... E esse casório relâmpago? Queria
encontrar um Emmett mesclado com Edward pra mim... onde eu só
precisasse falar as cores do casamento e tudo estaria pronto...
aahahahahahah fala sério J essa família Cullen é mara... e essa
Renée bandida... aff... juro que eu queria matar ela... e Carlisle sem
coração que aceitou um beijinho dela? Ainda bem que ele logo se
livrou dela... mulher chata...
1022 de 1595 26/05/2011 20:45

Capítulo 45- Ninho de amor escrita por BIA BRAZ
Notas do Autor:
Estou publicando de novo porque não estava conseguindo editar
uns capitulos anteriores e tive que deletá-los e dividí-los.
bjs
Capítulo Ninho de Amor
Bella pov
Início das aulas
Era o meu primeiro dia de aula na Universidade de Los Angeles - UCLA, portanto
saí cedo com Emmett e Rosalie para não pegar muito trânsito. Eles não ficavam no
mesmo prédio que eu, mas vir à faculdade com eles era essencial. Emmett tinha
experiência no caminho e isso fez com que chegássemos rápido.
Fiquei completamente perdida com o novo que eu iria enfrentar sozinha. Eu

parecia que tinha doze anos de idade e iria recomeçar tudo de novo. Amizades novas,
mundo novo.
Minha primeira aula foi de introdução a economia. Foi uma aula de apresentação,
dinâmicas de grupo e conhecimento. Logo em meu primeiro dia, já arrumei uma
turminha e almoçamos juntos. Eram duas irmãs, Vick e July. Assim, o dia passou
rápido e eu adorei a vida universitária.
Ao fim da aula, Vick me convidou para nos reunimos na casa delas na quarta para
conversar e nos conhecermos melhor, uma espécie de cinema em casa. Eu aceitei.
Quanto mais pessoas conhecesse, melhor.
A minha grade horária deixou livre sextas à tarde, afinal por ser uma universidade
que comportava estudantes de todo o país, ela proporcionava isso para que as
pessoas visitassem seus familiares nos fins de semana. Isso era perfeito para a minha
agenda.
A semana se passou lentamente, e com isso, minha saudade de Edward somente

aumentou. Quando chegou quarta-feira, não agüentei esperá-lo ligar e, ansiosa, liguei
na hora do almoço.
1023 de 1595 26/05/2011 20:45

“Oi, anjinho! Você vem hoje?” Perguntei manhosa. Tinha que saber que horas ele
vinha para marcar o horário de ir buscá-lo no aeroporto.
“Eu vou. Estou aflito de saudade de você.”
Percebi a melancolia em sua voz e tratei logo de mostrar algum ânimo.
“Então vou te esperar. Liga para avisar que horas você vem. Pode ser que eu
esteja na casa de umas amigas que arrumei.”
“Que horas você vai para lá casa delas?”
“Depois das cinco, assim que terminar a aula. Aí eu já fico te esperando no

Centro.”
Ele pausou um tempo calado. “Faz assim, amor, eu vou de táxi mesmo. Não
precisa me pegar em lugar nenhum. Assim eu não ocupo o seu tempo.”
“Mas você vem?” Perguntei insegura.
“Sim, mas eu não tenho horário, dependo dos outros.”
“Vou fazer uma chave e deixar para você na recepção. Se você chegar e eu
estiver dormindo, me acorde. Promete?”
“Sim.”
“Mil beijos.”
1024 de 1595 26/05/2011 20:45

Edward POV
19 de fevereiro
O recesso coletivo no Capitólio era para ter se encerrado na sexta, mas como eu
tinha o casamento de Rosalie para ir, pedi ao Senador que me dispensasse do início
das sessões por precisar viajar.
Meu curso de inverno não se deu ao término ainda, mas eu conversei com os
mestres e eles me dispensaram das aulas as terças e quintas à tarde para ir ao
Capitólio.
Com a volta a minha habitualidade, percebi o cansaço físico acumulado já no

início do ano. Podia afirmar que praticamente não tive férias. Sorte minha ter ficado
aquela semana na Califórnia com Bella, porque minhas férias, como sempre, foram
muito sacrificadas. Almejo que este seja o último ano assim.
A permanência nesse último mês dela aqui, embora não lhe tenha trazido
felicidade completa, foi essencial para mim. Era gratificante após um dia exaustivo, ter
sua energia de vida me acolhendo em um espaço só nosso.
A correria da cidade grande exige que eu me transforme em uma máquina

humana, e desde que o Senador veio, exige minha presença em praticamente tudo,
principalmente em jantares, dispensando muitas vezes o James e a Lian.
“Edward, você está cansado como eu?” Ashley estava sentada ao meu lado na
mesa após a reunião e iniciou um diálogo.
Ela ultimamente procurava conversar sempre comigo, agindo sempre

profissionalmente.
“Só um pouco.” Respondi indiferente.
“Esse ano vai ser corrido para nós. Acho que vou ter que pedir meu pai para ligar
na Universidade e pedir um alívio para mim. Por que você não pede para ele ligar na
sua também?”
1025 de 1595 26/05/2011 20:45

“Pra quê?” Não entendi o ponto.
“Para você não precisar estudar tanto como você estuda. Eu vejo que sempre
você anda com um livro na mão mesmo nas reuniões e, no mínimo espaço de tempo,
você foge e lê. Se meu pai ligar para alguns professores seus, suas notas serão
mantidas, mesmo que você não estude.”
Olhei bem nos olhos dela, desacreditado da proposta paradoxal que ela fazia.
“E por que seu pai não faz isso pelo Ryan?” Arqueei a sobrancelha. Era incrível
como se passasse mais de cinco minutos conversando com ela, sempre algo me
irritava.
“Por que meu pai não gosta de facilitar as coisas para Ryan.” Ela olhou para o
teto, dissimulando algo.
“Senador, eu não vou esperar o jantar.” Joguei o lenço sobre a mesa. “Tenho que
terminar um trabalho.” Ele olhou estranhamente em minha direção e em direção a
Ashley e assentiu.
“Boa noite.”
Retirei-me imediatamente de lá, peguei um coletivo e voltei para o campus. Eu

precisava mais que imediatamente de um carro, mas todo o dinheiro que tinha, eu
disponibilizei para Jasper.
O carro da minha mãe está em Phoenix e em desuso, então irei pedir que ela o
ceda para mim, pois seria essencial que eu não tivesse que pegar carona com a Ashley
após as reuniões.
Dias se passaram, minhas aulas regulares começaram e minha grade horária

deixou livre somente as quintas e sextas à tarde, dias que eu ocupava indo ao
Capitólio.
Quanto mais precisava de tempo, menos tempo disponível eu tinha.
1026 de 1595 26/05/2011 20:45

No semestre passado eu ainda tinha livre todos os dias à tarde, nesse só tenho
dois. A minha ventura é a promessa de não ser um semestre com excessivos
seminários, assim meu tempo fica menos escasso com preparos.
Quarta.
Durante o trajeto até a Califórnia aproveitei meu tempo de ócio para digitar um
trabalho, que era para ser entregue dali a um mês, porém quanto mais adiantasse a
vida, mais tempo ganhava em uma hora que realmente necessitasse.
Depois de um tempo de vôo, Ashley sentou-se ao meu lado e vez ou outra

introduzia algum assunto, porém ao perceber a minha indisposição em continuar, ela
refreava.
“Edward, você vai jantar conosco.” O Senador se pronunciou. Não era um

convite, era somente uma informação.
“Senador, eu não vou poder jantar com o senhor, tenho um compromisso com a
minha namorada.” Desviei os olhos da tela e respondi calmamente.
Não estava ali a convite dele e fazia mais de quinze dias que não via Bella,
portanto minha prioridade era vê-la.
“Filho, eu sei que você veio para ver sua namorada, mas você devia aproveitar
que veio e jantar comigo, pois eu vou convidar alguns aliados daqui da Califórnia.” Ele
insistiu mais uma vez.
“Precisa mesmo que eu vá?” Não consegui esconder a minha insatisfação.
“Se você quer um futuro na política tem que ter foco. A mínima chance que você
tiver de se fazer conhecido, você tem que abraçar. E eu só quero te ajudar.” Soou
amigável.
1027 de 1595 26/05/2011 20:45

“Tudo bem. O senhor tem sido muito bom para mim. Obrigado.” Agradeci e voltei
a digitar chateado por não poder sair com Bella e passar um tempo de qualidade com
ela.
**
Assim que terminou o jantar, fiquei mais meia hora e chamei um táxi para ir ao
ap. do Emmett. Passei na recepção, peguei a chave que Bella deixou e subi.
Ainda eram dez horas da noite, mas o apartamento estava completamente

silencioso. Fui direto para o quarto de Bella, acendi a luz e ela estava dormindo.
Mesmo tendo prometido mais cedo, não a acordei, ela devia estar cansada com a
nova rotina de aulas o dia todo.
Tomei banho, vesti um short e deitei na cama de casal que ela comprou.
Trouxe-a para próximo de mim, beijei sua nuca e aspirei seu perfume, invadido de
saudade.
Depois de abraçá-la, deixei-a de bruços como estava, coloquei minha perna sobre
ela e me entreguei completamente ao sono.
Acordei na madrugada sem noção de onde estava, perdido entre a realidade e o

sonho. Por ter dormido um pouco cedo, fora do meu costume habitual, fiquei
completamente atordoado, lembrando onde estava só um tempo depois, quando senti
um corpo quente encostado a mim.
Uma felicidade enorme me invadiu ao perceber que era real, ela dormia em meus
braços.
Suspirei agradecido por estar com ela e abracei-a, esperando contente que o
sono voltasse.
O sono não voltava, então, saudoso, passeei lentamente as mãos sobre a seda
que lhe cobria o corpo, demarcando suas formas, depois passeei com a mão do
1028 de 1595 26/05/2011 20:45

quadril a coxa, apreciando, morrendo de saudade.
O tempo passou e continuei sentindo a textura de sua pele em minhas mãos

enquanto cheirava seu pescoço, seus cabelos, seu perfume doce e suave.
A cada minuto apertava-a mais a mim, apaixonado por ela, minha pequena e
meiga mulher.
Meu corpo desobedecia aos comandos repressivos do meu cérebro e se acendia

involuntariamente, transformando a minha saudade em um desejo enorme, motivados
pelo magnetismo e correntes elétricas que me invadem ao me aproximar dela.
Ó Céus! É impossível amar e desejar alguém tanto assim.
Como se fosse para tirar o meu equilíbrio, ela deu um pequeno gemido,
mostrando que seu sono estava leve, e eu que já lutava com a sensatez, pois padecia
ardentemente de sua presença e de seu corpo quente envolvendo-me, aos poucos
perdia o equilíbrio.
Fechei os olhos e, de novo, busquei o controle e o sono, mas meu corpo teimava
em não esquecer que ela estava presente ali, pior ainda, que não usava roupas
íntimas.
Acariciei novamente sua perna subindo até a barriga e beijei seu ombro, pescoço.
Meu domínio se dissipava lentamente... Eu a queria agora.
Beijei seu pescoço lentamente, desenhando sua orelha com a língua, e,

involuntariamente excitado, rezei pra que ela me aceitasse, que acalmasse minha
saudade que a buscava.
Lânguida, ela suspirou e se encostou mais a mim, parecia estar despertando do

seu sono.
Continuei deslizando as minhas mãos insistentemente por seu corpo, então

toquei em seus seios, ainda mordiscando seu ombro.
1029 de 1595 26/05/2011 20:45

Ela ofegou baixo em resposta, colocou a perna sobre a minha coxa, mas ainda
permaneceu com os olhos fechados, de costas para mim.
Apertei-a mais, mergulhado em seus cabelos e segurei a sua coxa forte,

moldando ela a mim. Eu buscava o prazer do contato próximo do nosso corpo, do seu
quadril encostado a mim.
“Quero você, estou morrendo de saudade.” Sussurrei em seu ouvido e beijei seu
pescoço, sugando fracamente.
Ela suspirou e inclinou a cabeça ligeiramente para trás, dando espaço em seu
pescoço, mostrando sem palavras que ela sentia prazer com os meus lábios colados
em sua pele acetinada.
Senti uma onda de calor e as chamas da paixão tomando-me de assalto,

fazendo-me perder a razão e transformando-me em um sedento em busca da sacies
que seu corpo me proporciona.
Tirei a sua camisola por cima, ela ainda estava com a sonolência e se pôs a mercê
do meu comando.
Desfiz de meu short, e encostei-me em suas costas, acariciando seus seios com
as mãos, desenhando depois sua barriga com os meus dedos enquanto beijava sua
orelha, nuca. Sentia minimamente seu corpo quente no meu, no mesmo instante que
passeava as mãos em suas curvas.
Depois de um tempo acariciando-a, alcancei meu lugar de deleite, e ela estava

acessível, quente, úmida.
Ansioso, virei-a frente a mim, procurei seus lábios e explorei sua boca. A quietude
de seu corpo não me desestimulava. Mesmo quieta, ela estava quente e o contato de
nossa pele trazia-me arrepios profundos.
Minhas mãos migraram para sua cintura, não resisti, procurei o caminho entre
suas pernas, posicionei-a de um ângulo eficaz e adentrei a ela lentamente, sentindo
uma afável e cálida recepção em seu corpo, arrancando assim um gemido baixo e
preguiçoso dela quando mergulhei profundamente. Eu me sentia acolhido, em casa,
envolvido de amor. Era como se tudo no mundo valesse a pena só em saber que ela
me esperava e me amava.
1030 de 1595 26/05/2011 20:45

Inconsciente, eu a trazia cada vez para mais perto, sem conseguir conter os
gemidos da minha garganta.
O prazer era... mágico.
Eu me movimentava dentro dela e fechava os olhos para sentir as mínimas

sensações distribuídas em meu corpo, enquanto descia com os lábios em seu
pescoço, acalentando assim a saudade do gosto de sua pele. Vaguei com os lábios por
seios, ombros, braços, gravando-a em minha mente apaixonada. Ela, mesmo que
respondesse com movidas leves, ainda estava quieta, com suspiros e gemidos baixos.
“Está comigo?...Quer que eu continue?” Sussurrei. Mesmo tomado de paixão, um

fio de consciência tomou-me e lembrou-me que eu não deveria agir sem a sua
expressa vontade.
“Estou amando, continua.” Murmurou preguiçosamente.
Ela estava entregue, desejava tão somente sentir as sensações, então,

determinado, coloquei-a lentamente de bruços e beijei-lhe nas costas, passeando
minha língua por toda a extensão até a nuca. Ela ergueu o tronco com um gemido e
ofegou, com os pêlos eriçados. Sorri vaidoso, pus-me sobre ela e encaixei-me em seu
corpo novamente, que me recebia acolhedor e quente.
Eu era pura felicidade entrelaçada em uma agonia contínua, movendo-me

erraticamente, levando minha mente a devaneios e meu corpo a servidão sem fim.
Fizemos amor lento, com movimentos calmos, paixão, suavidade, como uma
melodia deliciosa.
Depois de longos minutos decorando-a, escrevendo meu corpo no seu, ela

correspondeu entusiasmada, ardente, meneando o corpo e arfando, levando-me a
uma ânsia insana.
Segurei suas mãos, beijando seus braços, ombros, pescoço, lentamente.
1031 de 1595 26/05/2011 20:45

“Eu vou te amar pra sempre.” Minha voz era um murmúrio quase sem sons. “Eu
nunca vou me cansar de você.”
Foram momentos contínuos de prazer, onde meu coração palpitava de satisfação,

meu cérebro se entorpecia. Eu cobria-a de promessas, declarações e sentimentos
verdadeiros. Nossos corpos em um só mergulhavam em um amor louco.
Acelerei meus movimentos, e entre gemidos, a paixão explodiu ao mesmo tempo,

beijando seu ombro, com uma intensidade incomparável de corpos que se amam
desvairadamente, embriagando-se de todas as maneiras.
No calor, fomos tomados pelo êxtase, esvaia-me sobre ela, invadido pela
dormência em meu corpo, tomado pela sublimidade do momento.
Com ela, eu poderia fazer amor até que a luz da manhã penetrasse pelas janelas,
e então nos amaríamos mais uma vez, até que os nossos desejos fossem saciados
completamente. Éramos corpos suados, molhados, pernas e braços entrelaçados,
unidos pela satisfação plena do nosso ser.
“Bella, não tem como não te amar... tudo que eu podia sonhar está em você.”
Ela pegou em meu rosto, fechou os olhos e adormeceu rapidamente. Fiquei

alisando o seu rosto, ouvindo o som do seu silêncio, enquanto o sono me levava.
Éramos amantes adormecidos entre os lençóis desfeitos.
**
Acordei e os nossos corpos estavam colados e enrolados pelos lençóis. Minha

pele necessitava dela tão intensamente que mesmo em sono nos magnetizamos,
buscamos um ao outro. A noite foi como um sonho, se não tivéssemos amanhecido
nus, eu acreditaria que foi irreal.
“Amor... lembra que você dormiu comigo?” Sussurrei tentando acordá-la,

mostrando que eu estava na cama. Ainda tinha dúvidas de sua sensatez quanto à
madrugada.
Ela estava sonolenta, então beijei sua costa, afastando o cabelo emaranhado.
1032 de 1595 26/05/2011 20:45

“Lembro de tudo. E amei a sua atitude.” Respondeu baixo.
“Estava com tanta saudade de você que não me controlei.” Acariciei o seu rosto,
afagando os seus cabelos, embriagando-me com o seu cheiro.
“Somos um do outro. Você não precisa se preocupar. Eu quero você sempre e

estou disposta a usufruir tudo que pudermos um com o outro.”
A sensação de abrigo quando estou perto dela é algo surreal, uma alegria
indescritível, como se o meu lugar no universo fosse ao seu lado, onde a saudade
contínua é amenizada e a sensação de paz me trás tranqüilidade.
Abracei-a forte e trouxe-a para descansar em meu peito.
“Bella, já te disse que você é o meu sol e que a vida é escura e fria sem você?”
“Já disse e eu sei por que você se sente assim. É por causa da sua rotina e
daquela cidade fria. Sinceramente não tem calor humano naquela cidade... Eu me
preocupo com você... Também estava morrendo de saudade de você. Está difícil ficar
quinze dias longe assim, difícil mesmo.”
“Eu também estou achando... Estou completamente viciado em você.” Murmurei

e inseri o nariz em seu cabelo.
“Que bom. A recíproca é verdadeira. Eu queria poder acordar todos os dias com
você.” Ela abraçava-me forte e distribuía beijos em meu peito.
“Amor, temos que acertar umas coisas. Eu queria muito vir sempre e acordar
com você sempre, mas está difícil. Eu não vou poder vir todas as quartas, porque o
Senador só sai daqui às dez horas da quinta, então eu estarei perdendo as aulas da
manhã de quinta. Além disso, nos fins de semana, não posso vir todos, pois eu tenho
que reservar um tempo para estudar.”
“Não se preocupe. Eu tenho uma solução para isso.” Ela tinha uma compreensão
inimaginável e estava sempre buscando amenizar a minha culpa pela distância de um
1033 de 1595 26/05/2011 20:45

ponto ao outro a que nos submetemos. “Você vem de quinze em quinze dias nos fins
de semana, porque eu quero ir para casa de quinze em quinze dias. Eu não quero
deixar de ir à empresa de Seattle. Não quero me afastar completamente da rotina.
Além disso, eu posso ir à Capital quando a saudade estiver insuportável e eu quiser te
dar uns beijos, já que daqui sai avião toda hora pra Capital.” Propôs animada.
“Você não sabe o quanto é importante para mim...” Disse cheio de felicidade por
sua compreensão. “É meu porto, meu ponto de apoio.” Beijei sua testa e enlacei meus
dedos em sua nuca. “O que achou da Universidade de Los Angeles?”
“Adorei! É muito legal! Me sinto adulta! Já tenho até amigos.” Ela sentou na cama
e agiu como criança deslumbrada.
“Eu sabia que você iria gostar. E o seu curso de alemão, vai parar?”
“Vou continuar a fazer aqui. Já arrumei um lugar.”
Peguei o rosto dela e acariciei, olhando-a profundo. “Bella, volta a fazer francês,
assim poderemos treinar juntos. Vamos fazer juras de amor em francês, depois você
faz italiano e nós brigamos em italiano.” Propus e sorri .
“Hmmm, a idéia das juras em francês é boa... Agora brigar...” Ela levantou as
sobrancelhas, fingindo pensar.
“Estou brincando, mas eu quero você próxima a mim novamente, e eu sei que
você foi fazer alemão para se afastar de mim, então, por favor, volta para o francês.”
Implorei.
“Tudo bem. Posso fazer os dois. Vou ocupar bastante o meu tempo. Eu não sou
que nem você, uma obcecada por notas. Se eu passar com oito, fico satisfeita. Fala
pra mim, quantos oitos você tem?”
Sorri presunçoso e olhei para o teto, fingindo assoviar. Ela percebeu e colocou a
mão na boca.
“Você não tem nenhum??”
1034 de 1595 26/05/2011 20:45

“Não.” Continuei sorrindo.
“E nove?”
Balancei a cabeça em negativa, ainda sorrindo.
“Fala sério, Edward!” Ofegou desacreditada.
“A última vez que eu tirei um nove, eu estava no primário.”
“Você é um maníaco mesmo!” Ela riu e deu um tapinha em meu ombro.
“Mas eu tenho um nove e meio nesses dois anos de curso. Foi no primeiro
semestre. Mas ainda vou tentar persuadir alguém para mudar a minha nota. Eu não
mereço aquilo.” Fingi descrença, divertido com o seu olhar de admiração. “Vamos,
Bella, levante-se que você tem que ir para aula.”
“Não vou não. Vou ficar com você.” Abraçou o travesseiro como criança teimosa.
“Mas amor, já vai começar o semestre matando aula?” Censurei e alisei o seu
rosto.
“Eu quero ficar com você. Está em início de ano, é a maior enrolação. Como você
diz, eu não vou perder minutos seus.” Brincalhona, ela se enrolou no lençol na cama e
virou de um lado para o outro. “Gostou da cama?? Espaçosa, né?” Sorriu insinuante,
tentando mudar de assunto.
“Adorei. Mas vamos fazer assim, vou me arrumar, falar com Emmett, lanchar e
depois ficamos aqui até as nove.” Propus e sentei na ponta da cama, apertando a sua
bochecha de criança aprontando.
Ela se ajoelhou e veio se arrastando na cama até o meu colo.
1035 de 1595 26/05/2011 20:45

“Sabia que aqui agora vai ser o nosso ninho de amor? Nosso cantinho de paz?”
“Você é o meu lugar de paz.” Disse incisivamente, deitei-a em meu colo e beijei
sem fim seu rosto, enquanto acariciava sua cintura nua.
Fizemos nosso banho matinal, saímos do quarto e encontramos Rose lanchando.

Ela levantou com o semblante feliz e abraçou-me.
“Oi. Está gostando da nova vida, da nova cidade e do marido?” Perguntei quando
sentamo-nos à mesa e ela preparou o nosso lanche.
“Responde, sereia, que eu também quero saber.” Ela calou-se quando Emmett
chegou e a abraçou, distribuindo beijos em seu rosto enquanto passava as mãos em
seu corpo.
Desviei o olhar e sorri diante da demonstração de carícias.
“Estou amando tudo, principalmente o marido.” Ela respondeu singelamente e ele

a ergueu do chão, apertando forte.
Era nítida a felicidade que envolvia os dois.
“Está gostando do curso, Rose?” Tentei manter um diálogo antes que ele
resolvesse tomá-la em nossa frente.
“Sabia, Edward, que os Cullen subornam as pessoas? Eu tenho certeza que

subornaram alguém para conseguir uma bolsa de psicologia na UCLA para mim. Ele
acha que me engana.” Ela insinuou e Emmett olhou para cima fingindo inocência.
Eles riam e se abraçavam. Fazia tempo que eu não via minha irmã com tão bom
humor e com felicidade explícita.
“É de família eles arrumarem um jeito de enrolar os Hale...” Sugeri

propositalmente.
1036 de 1595 26/05/2011 20:45

“Ela não é mais uma Hale, Edward. Ela é uma Cullen.” Corrigiu Bella.
Sorrimos todos, lanchamos, eles saíram para a universidade e eu e Bella voltamos

para o quarto.
“Eles estão tão apaixonado que eu às vezes tenho receio de estar atrapalhando.
Sabia que Emmett pôs um isolamento acústico no quarto dele?... Estou pensando em
colocar aqui também.” Ela sorriu levianamente e me beijou.
Assim, passamos aquele início de manhã cobrindo-nos de carinhos, paixão,

momentos deslumbrantes, com doces luxúrias onde nos saciávamos com uma
simplicidade magnífica, envolvido nos braços da mulher a qual sempre pertenci desde
outros ciclos.
Um mês depois
Meu salário aumentou, mas eu nunca atentei para a quantidade do aumento, só

tomei noção por que James comentou.
Toda a quantidade era depositada na minha conta funcional e desde que passei a
procuração para Bella, deixei meu cartão de movimento dessa conta com ela.
Todos os meses ela manda para a outra conta que eu movimento

transitoriamente mil dólares e o restante é aplicado em algo que eu não entrei em
mérito.
Meus custos aumentaram depois que eu trouxe o carro de Esme que estava em
Phoenix. Embora ele seja mil, é um custo que não estava adicionado anteriormente
aos meus gastos, porém, com os convites contínuos do Senador, eu preciso me
deslocar habitualmente, por isso, ele se faz necessário aqui.
Mesmo com o tempo raro, ainda encontrei espaço e fiz projetos extras aos do
interesse do Senador. Um projeto de incentivos a aberturas de universidades
particulares e outro para aberturas de universidade fomentadas pelo poder público em
pequenas cidades no interior do país.
1037 de 1595 26/05/2011 20:45

Este realmente era do meu interesse, assim eu traria benefícios a Forks.
O Senador não se interessou pelos meus projetos, então os mostrei para Sophia
e ela resolveu levá-los para seu pai. Não vi problema nisso, visto que estes não
interessam ao Senador Evans.
“Edward, hoje a tarde não vai ter sessão plenária e o Senador nos pediu para
irmos a uma construtora buscar uma encomenda para ele. Você está de carro?” James
perguntou logo que cheguei ao gabinete.
“Não. Ele está no campus.”
“Então vamos passar lá e você vai nele. Eu não estou a fim de te trazer aqui
depois.”
Como combinado, peguei o meu carro e rumamos ao centro de Virginia. Eu

esperava que terminássemos logo isso, sem expediente eu podia simplesmente voltar
para o meu quarto, adiantar a vida e a noite ficar conectado via web com Bella.
Depois de andar por umas ruas em construção, James passou pelo meu carro,
sinalizou que eu estacionasse e desceu do carro dele, vindo depois até o meu.
“Edward, você vai nesse prédio, no décimo quarto andar, procura a Jane, avisa
que você veio buscar os documentos do Senador, e ela vai te entregar.” Ele disse
enquanto caminhávamos em direção ao prédio de uma construtora.
“Você vai comigo?” Eu quis saber.
“Não, eu vou a outro andar.”
“Tudo bem.”
Fiz o que ele recomendou. Busquei a pasta com os documentos e o esperei na

recepção.
1038 de 1595 26/05/2011 20:45

Quando ele desceu, parecia meio nervoso, andava rápido e me chamou para sair
do prédio imediatamente.
“O que tem nessas maletas?” Perguntei desconfiado.
“Eu não sei exatamente. Mas eles são parceiros do Senador e estão incentivando
as eleições.”
“Tem dinheiro aqui dentro?” Balancei a pasta assustado com o peso.
“Não. Só documentos.” Ele quis cortar o assunto.
“Por que ele não manda um moto service buscar isso?” O fato despertou minha
curiosidade.
“Por que quem fazia isso era o Richard, e como você entrou no lugar dele, esse
serviço agora é seu. Eu vim hoje só para te mostrar o caminho, mas em pouco tempo
quem vai fazer é você.”
Eu fiquei abismado com o tanto de serviço que o Senador impunha sobre mim
sabendo da minha raridade de tempo disponível.
“James, por que esse serviço vai ser meu? Eu não tenho tempo para isso!
Amanhã vou falar com o Senador.” Franzi o cenho mostrando a minha indignação.
Ele suspendeu seus movimentos uns minutos e depois olhou em minha direção
de um jeito retesado.
“N-Não precisa. Podemos fazer assim, você fica vindo uma vez por mês nesse
local aqui, nos outros locais eu vou. Lembre-se que aqui é no décimo quarto e no
nono andar. No décimo quarto você procura a Jane e no nono você procura a Kat.”
“Tudo bem.” Entrei no meu carro e fui embora.
1039 de 1595 26/05/2011 20:45

Ele foi para outro rumo e levou as maletas.
Julho
Com a prática constante de movimentação acelerada no dia a dia, os meses se

passaram rápido. Os planos traçados com Bella foram seguidos. No mínimo espaço de
tempo que tínhamos, buscávamos nos ver.
Minhas notas continuaram satisfatórias no curso, pois a minha experiência

adquirida com o passar dos anos me tornou prático.
No Senado envolvi-me em uma correria excessiva, tornando o meu tempo

completamente escasso.
A máquina humana em mim trabalhava arduamente a todo o vapor.
Julho era o meu período de férias escolares, motivo este que fez com que o
Senador pedisse que eu ficasse inteiramente a sua disposição.
Pensei que iria poder passar pelo menos uma semana livre em Washington com
Bella, porém este ano foi improvável.
Bella mantinha-se com uma calma e compreensão inabalável neste ano que tanto
precisava de seu apoio.
Ela repetiu o que fez no início do ano, vindo passar duas semanas de suas férias
escolares comigo, o que foi plenamente satisfatório. E o restante de suas férias ela
avisou que ficaria com sua família e iria a empresa de seu pai.
1040 de 1595 26/05/2011 20:45

Bella POV
Nos mínimos espaços que Edward tinha disponível de tempo, seja qual fosse o
lugar que ele estava, em jantares, reuniões, no Capitólio, intervalos escolares, sempre
que ele escapava, nós nos conectávamos para conversar.
Cada dia que passou, necessitávamos mais da presença um do outro, então o

contato, nem que fosse visual, e mesmo a milhas de distância, amenizava essa dor
que vivia em nós.
Era uma quinta à tarde e ele me chamou para conversa.
“Oi.” Alguém falou, mas não demorou para eu perceber que não era ele quem
estava me chamando.
“Oi, desculpa, te chamei sem querer... Er, não sei se você lembra de mim, sou
James.” Esquivou-se meio sem graça.
“Sim, eu lembro. Você é o colega de gabinete do Edward, não é?” Arqueei a

sobrancelha desconfiada.
“Sim.”
“Cadê ele? Tem um convite aqui para conversa de vídeo.” Perguntei sem
entender.
“Ele está lá embaixo acompanhando a sessão extraordinária com o Senador... É

que eu estava usando o computador dele e acabei te chamando sem querer.”
“Ah... Então tá... Faz favor, quando ele chegar, pede para ele conectar que eu
preciso falar com ele.”
“Tudo bem. Até mais.”
1041 de 1595 26/05/2011 20:45

Não entendi o porquê desse colega dele estar mexendo em seu computador,
quando todos eles têm suas salas e seus computadores.
O dia se passou e Edward não se conectou. Ele devia ter passado o dia ocupado,
então mais tarde liguei para ele.
“Oi, amor.” Sua voz foi gentil e cálida.
“Oi. Onde você está?” Perguntei ao ouvir um barulho.
“Acompanhando o Senador em um evento na Califórnia.”
“Você foi quando para aí?”
“Hoje de manhã.”
“Vai dormir na casa do Senador?” Não queria demonstrar a minha insatisfação

com isso, mas era difícil evitar, embora não tivesse porque implicar. Para quem passa
todo o tempo perto da filha dele, dormir lá é o de menos.
“Sim... Se você estivesse aqui poderia dormir com você, mas...”
“Dorme lá no nosso cantinho.” Interrompi. “Você tem a chave mesmo.” Eu não ia

perder essa oportunidade, já que ele deu um vacilo.
“Isso é meio chato, Bella. Você nem está lá.”
“Edward, aquele quarto é meu e seu. Além disso, Emmett está aqui em
Washington também.”
“Isso piora as coisas. Será invasão de privacidade sem nenhum dos donos em
casa. Não vou ficar a vontade.”
1042 de 1595 26/05/2011 20:45

“Ah, então você vai ficar mais a vontade dormindo na casa do Senador que no
quarto da sua namorada, que é o apartamento da sua irmã?!” Fui firme em minhas
palavras, mas carinhosa.
“Não... Er, tudo bem. Vou dormir lá. Eu ouvi o Senador conversando que só ia
voltar segunda para a Capital, então como devo ficar por aqui o fim de semana, vou
ficar no nosso quarto.” Foi enfático ao falar nosso.
“Então já que tem que passar o fim de semana aí, vem para cá! Pega o meu carro
e vem nele, aí segunda você volta de avião para a Capital.” Insisti como criança.
“Hum... Não sei... Tenho que ver...” Balançou sem certeza.
“Dá um jeito de vir, não fica aí sozinho não, é tão perto.”
Ele deu uma pausa.
“É quase certeza que eu vou. Devo sair daqui amanhã bem cedo e chegar aí umas
duas da tarde. Isso se o Senador não inventar nada eu fazer.” Murmurou meio
desgostoso.
“Vou te dar uma dica, experimenta dizer que você vai visitar sua mãe. Não fala
que você vai ver sua namorada, vamos ver se assim ele não fica inventando coisas
para você fazer.” Sugeri com uma séria suspeita das ações do Senador.
“Tudo bem, vou falar isso.”
Edward não é malicioso, e ainda que algo fique claro, ele prefere não ver.
“Ah, eu ia esquecendo o porquê de ter te ligado... O seu computador do Capitólio

tem senha?”
“Sim. Por quê?”
1043 de 1595 26/05/2011 20:45

“Hoje aconteceu três coisas estranhas. Primeiro, James entrou no seu

computador. Como você disse que tem senha é estranho que ele tenha tido acesso.
Segundo, ele me chamou para uma conversa e não disse nada com nada, foi meio
suspeito, e terceiro, ele mentiu dizendo que você estava em sessão extraordinária
quando você estava aí na Califórnia.”
“Hum, estranho mesmo... Amanhã conversamos mais sobre isso, depois eu vou
ver o que está acontecendo.”
“Tudo bem. Então te espero, embaixador.”
“Estarei aí. Já disse que te amo hoje?”
“hum-hum.”
“Então grave... eu. te. amo... Sinceramente, estou viciado demais em você.
Posso ter te visto domingo, mas estou cheio de saudade. Eu tenho que dormir no
nosso quarto mesmo para sentir seu cheiro e matar a saudade dos nossos momentos
juntos lá dentro. Eu não consigo mais ficar longe de você.”
“Eu também estou com saudade, e eu.te.amo também. Muito.
Outubro
Meu pai vinha passando cada dia mais seus afazeres para Brandon, que com isso
ganhava credibilidade e respeito na empresa pelas inovações administrativas,
passando assim a ser o braço forte dele.
Carlisle não quis que Esme voltasse a trabalhar, pedindo que ela esperasse que
Sue completasse pelo menos um ano antes de voltar ao trabalho regularmente.
Eles dois a cobriam de mimos. Como Brandon ficou responsável por várias áreas
administrativas, meu pai sempre tinha tempo sobrando para curtir Sue.
1044 de 1595 26/05/2011 20:45

Estava no jornal, como tenho feito de quinze em quinze dias, quando Brandon
entrou em minha sala.
“Como está o curso, Bella?” Era a primeira vez que eu o via desde que cheguei ao
jornal, ele andava muito ocupado.
“Está bom. É muito bom ter aulas sobre o que você já convive. Ainda bem que eu
freqüento o jornal desde o ano passado, assim eu tenho idéias de mercado e quando o
professor introduz as matérias eu não fico completamente perdida.”
“E a nova cidade? Tem saído muito lá?” Ele encostou-se ao canto da minha mesa
para conversar.
“Às vezes eu saio com Emmett e com Rosalie. Eventualmente ele faz solos para
uns amigos de lá, então eu vou de vez em quando para fazer companhia para Rose.”
“E Edward, você ainda continua vendo ele só de seis em seis meses?” Perguntou
amigavelmente.
“Não. De quinze em quinze dias ele vai à Califórnia. É um pouco difícil porque é
ano eleitoral e toda vez que ele vai me ver o Senador arruma um compromisso, assim
ele acaba indo tarde para o meu ap. Mas eu já me acostumei, o importante é ele ir.”
Respondi sem tirar os olhos do meu PC.
“Sinceramente é uma vida que eu não queria para mim. Eu gosto do previsível.
Vida de político é muito inconstante.”
“Um dia passa.” Dei de ombros. Queria convencer a mim mesma disso.
“Sinto muito te informar, Bells, como filho e neto de político eu te garanto que é
sempre assim. Sempre têm imprevistos. As aparições públicas acabam com a vida
comum deles. Você vai ter que aprender a viver com isso.” Disse com os lábios
torcidos em uma careta. “Estou indo. Bom fim de semana.” Ele deu um beijo no meu
rosto e saiu da minha sala.
1045 de 1595 26/05/2011 20:45

Fiquei presa a nossa pequena conversa. Eu sabia que realmente não ia mudar...
Edward sempre vai ter pouco tempo para mim, isso está claro. Sempre vai ficar a
mercê das vontades dos grandes nomes do poder, até que ele alcance o seu próprio
nome.
**
Todos os fins de semana que venho a Seattle, venho a empresa pela manhã,
analiso gráficos e estatísticas com meu pai, e a tarde aproveito para sair com Jasper e
Alice. Hoje resolvemos ir ao shopping e depois ao cinema. Era aniversário do Jasper,
então resolvemos comemorar a três. Ele se dividia entre mim e ela, abraçado comigo
em um lado e com ela no outro.
“Bella, estou hospedado em um site grande, meus joguinhos estão conhecidos

em todo o mundo, já estou ganhando dinheiro de verdade.” Comentou empolgado.
“Eu sei, esqueceu que eu sou a procuradora de vocês e administro suas contas?”
Revirei os olhos, brincando.
“O que você está fazendo com o dinheiro?” Perguntou curioso.
“Por enquanto nada. Eu guardo em três contas. Uma conta para você gastar se
precisar, outra para futuramente devolver o dinheiro do seu irmão e a outra para
quando você precisar investir de novo em outros jogos.”
“Nossa, Bella, você está virando uma administradora e tanto.”
“O semestre que vem eu já vou ter aulas de economia avançada e vou aprender a
aplicar, então, caso meu irmãozinho queira, eu posso aplicar o seu dinheiro quando eu
aprender.” Apertei o braço dele contente e continuamos caminhando.
“Com certeza. Fico feliz que eu esteja conseguindo juntar o dinheiro para
devolver ao Edward. Mesmo que ele não tenha pedido, eu sei que é dele e é justo que
eu pague.”
“Seu irmão é muito engraçado, Jasper. Ele nem sabe quanto dinheiro tem. Ele se
acostumou tanto com o pouco que tinha, que hoje ele ganha quatro vezes mais que
1046 de 1595 26/05/2011 20:45

ganhava o ano passado, e ele nem se importa.”
“Mas eu também nem ligo. O dinheiro que você...” Belisquei ele, pra que Alice não
soubesse que eu dou dinheiro para ele. Não que ela tivesse algo contra, mas eu não
queria expor o garoto, nem levantar suspeitas nela.
A tarde se foi, rimos, brincávamos, mas em todo o tempo Alice estava calada. Ela
não quis entrar na conversa, parecia meio irritada com o assunto e com o tanto que
eu ria com Jasper.
Mais tarde, entrei sem aviso no quarto da Alice e encontrei Jasper na cama dela,
deitado com ela sobre seu peito. Sobressaltada, fiquei parada na porta uns segundos,
perdida no espaço e no turbilhão de pensamentos em minha mente.
Eles estavam dormindo juntos? Já estavam chegando a isso?
“Que foi, Bella?” Perguntou Alice em tom de especulação.
“O que Jasper faz aqui?” Ofeguei sem conseguir esconder a insatisfação em

minha voz.
“Uai, Bella, nós somos namorados, esqueceu? Dãã...”
“Ele sempre dorme aqui?” Aproximei da cama e sentei, meio perdida.
“Só às vezes. Mas o quê que é? Que cara é essa?” Ela parecia não gostar das
minhas perguntas.
“Garotas não briguem por mim, tem Jasper para todas!!!”
“Dá um tempo, Jasper!” Ofeguei, levantei da cama e comecei a andar ansiosa

pelo quarto, olhando para o nada. A tensão era nítida em meus atos frenéticos.
Eu passei o ano praticamente fora e não observei em detalhes o envolvimento
1047 de 1595 26/05/2011 20:45

dos dois, agora tudo caminhava para o pior.
“Alice, você não devia trazê-lo para o seu quarto...” Minha voz foi um murmúrio.
“Por quê? Vai me dar lição de moral?” Ela levantou e caminhou na defensiva em
minha direção. “Sabe, Bella, é bom mesmo que a gente converse, tenho percebido há
muito tempo a sua pegação no meu pé, e não estou gostando disso. Tem horas que
eu penso que você não está conformada com o irmão sério dele e quer o meu Jazz
porque ele é legal.”
“Iupi!! Eu quero ver as duas de calcinha no ring, brigando por mim!!! Eu aposto
na minha anãzinha braba!!” Jasper sentou e bateu palmas.
Meus pensamentos estavam longe e Alice continuou falando algo que eu nem
ouvia. Tudo que eu queria era saber como acabar com aquele vendaval que estava se
armando.
Eu não podia ligar para Edward porque ele ficaria preocupado, falar com Esme
não adiantaria, então...
Olhei nos olhos de Alice e encarei-a, pronta para colocar um fio de consciência
nela.
“Xiii, tô vasando, não vou entrar nessa briga. Beijos garotas.” Jasper saiu rindo
cinicamente do quarto.
“Alice, eu não quero Jasper para mim, eu o amo como irmão.” Minha voz mal
tinha sons.
“Não, Bella, eu já percebi como você abraça ele e como você olha pra ele. Tem
amor demais para o meu gosto, acho que você quer tudo pra você.” Disse em um
fôlego só. Ela parecia estar engasgada com isso... Ela entendia tudo errado.
“Você não vai entender, mas o correto é que você diminua a intensidade do
relacionamento de vocês, o menino está doente.” Esse era o único motivo de nós não
termos revelado ainda.
1048 de 1595 26/05/2011 20:45

“Pois saiba que ele nem parece que está doente, e eu não vou diminuir coisa
nenhuma, as coisas entre nós estão tão saudáveis que daqui uns dias eu vou...”
“Alice!! Você não vê que está complicando as coisas!?!!” Eu tremia de nervosismo

em estar tendo esse tipo de discussão com a minha irmãzinha, sofrendo com o
caminho que tudo estava tomando... Saber que ela iria sofrer e que ele iria sofrer me
deixava com uma tristeza tamanha.
“Quê que é, Bella? Eu já tenho dezesseis anos e ele dezessete. Ele disse que vai
pedir meu pai para namorar sério comigo já que ele está sentindo que está
melhorando.”
Sem que eu pudesse conter, as lágrimas brotaram dos meus olhos

descontroladas. Saber que tudo estava fora de controle novamente e que os meses de
calmaria estavam dissipando-se trazia uma angústia gigante para mim.
“Não, Alice, vocês vão ter que terminar...”
“Você está louca? Me diz por quê?!” Alterou o tom irritada. “Eu não vou terminar
com ele e quer saber? Você não sabe o que tínhamos combinado de fazer hoje como
presente de aniversário dele e que você atrapalhou! Nem imagina, né? Mas não vou
deixar você continuar atrapalhando. Vou dormir lá no quarto dele com ele. Tchau.” Ela
pegou um urso e caminhou rumo à porta.
Alcancei seu braço antes, segurei e tomei forças para falar. Se eu não falasse
agora, depois ia ser tarde demais.
“Alice, não!” Ela tentou se soltar com raiva nos olhos. “Vocês não podem...”
“POR QUÊ!!!” Ela gritou e tentou se soltar de novo.
Suspirei.
“Pensa... pensa em por que ele está aqui em casa... pensa nos olhos dele e nos
olhos do papai...” Abaixei o olhar e ela congelou por minutos, parecendo analisar o
1049 de 1595 26/05/2011 20:45

que eu dizia. Os músculos do meu estômago repuxavam de nervosismo, eu precisava

revelar. “O motivo de eu amá-lo de um jeito diferente, como você diz, é porque somos
irmãos... Ele é meu irmão de verdade... Ele é filho do meu pai... Então ele é seu
irmão.” Disse por fim, em um murmúrio.
Ela continuou congelada, olhando em meus olhos, depois andou lentamente até a
cama e sentou.
Ela suspirou várias vezes, com o olhar perdido. Não precisava de mais palavras
para explicar, era algo nítido para qualquer um ver. O garoto tem os olhos do meu pai,
é louro como o meu pai. Só quem não quer não vê. A história que envolve o garoto
fala por si.
“Quando você soube disso?” Sua voz era baixa e controlada, mas seus olhos aos
poucos ficaram úmidos.
“Bom, Edward terminou comigo o ano passado por causa disso, e quando nós
voltamos, ele me disse.” As lágrimas desciam lentamente dos nossos olhos, era
torturante ver o sofrimento sem solução de Alice.
**
Passamos o restante do fim de semana infelizes. Chorando, ela trancou-se no

quarto e não desceu nem mesmo para comer. Em todo o tempo Jasper perguntava
por Alice, eu respondia que ela estava com dor de cabeça e não queria ver ninguém. O
garoto não insistia, mas era nítido que ele estava chateado.
Alice POV
Nunca experimentei em minha vida um buraco tão grande no peito. Toda a vida
tive todos os motivos para ser feliz, um mundo perfeito, uma família perfeita, uma vida
perfeita e por último um namorado perfeito.
Descobri que amava Jasper desde que ele veio morar aqui em casa a primeira
vez. Meu melhor amigo, o garoto mais lindo do mundo, a melhor companhia que eu
1050 de 1595 26/05/2011 20:45

tinha e a pessoa mais completa que podia existir.
Agora simplesmente meu mundo fantástico caiu. Meu conto de fadas

desmoronou.
Cansada de tanta infelicidade com a descoberta, logo que Bella foi embora para a
Califórnia tomei uma decisão.
“Pai, eu quero passar uns dias com a minha mãe na Alemanha.” Avisei quando
entrei no quarto dele.
“Tudo bem, vá no fim do ano.” Ele não tirou os olhos da TV e eu sentei em sua
cama.
“Não pai, eu quero ir amanhã.”
“Quê?” Franziu o cenho e virou o rosto em minha direção. “Não. Você tem a
escola e, além disso, você sabe que sua mãe não tem tempo para você. Ela só tem
tempo para a companhia de dança dela.”
“Pai... Eu quero ir... Eu já liguei para ela.” Deixei as lágrimas caírem em meu
rosto, mas eu estava lutando para não magoar meu pai com a minha tristeza.
“O que está acontecendo, Alice?” Ele atravessou a cama e me abraçou.
“Estou gostando de uma pessoa e quero esquecer.” Respondi baixo.
“É do Jasper? Você está querendo esquecê-lo por que ele está doente?”
“Não, pai, o senhor não entenderia, mas eu não ligo para a doença dele. Eu o
amo exatamente assim. Mas eu quero esquecê-lo porque não dá certo.”
“Eu não acho necessário que você vá, mas você quem sabe.”
1051 de 1595 26/05/2011 20:45

Ele pareceu ter entendido a intensidade de tudo o que sinto e qualquer pai que
tenha uma filha nova como eu, não teria interesse que ela se apaixonasse assim.
Se o problema fosse só a minha idade seria fácil, mas... Meu irmão... Eu amo
meu irmão!
As lágrimas me machucavam, mostrando o quanto meu coração sangrava com

essa descoberta.
Como vou viver longe do meu Jazz?
“Então vou comprar minha passagem para amanhã. Depois o senhor tem que ir à
minha escola avisar que eu vou ter aulas particulares e venho fazer as provas finais.”
Respirei fundo e voltei para meu quarto, passando pela escada e vendo Jazz
embaixo, com o notebook na barriga. Como eu vou sentir falta dele... Do meu irmão
Jazz.
Ele levantou os olhos e me viu, deixando no mesmo instante o notebook no sofá

e subindo rapidamente.
Eu corri, entrei no quarto e fechei a porta antes que ele chegasse.
“Alice, abre, eu quero saber o que está rolando com você.”
“Eu não quero falar com você.” Respondi e encostei na porta, deslizando até o
chão.
“Por favor, abra. Que nóia é essa? Pensei que além de namorados nós éramos
amigos. Eu quero saber o que queima os seus neurônios, Alice.” Pediu carinhoso e
tudo doeu mais...
Eu nunca mais iria ouvir ele me chamando de chatinha, de anã, de pequena,

gostosinha.
1052 de 1595 26/05/2011 20:45

As lembranças de tudo mandavam lágrimas absurdas aos meus olhos.
“Alice... Por favor.”
Eu levantei, sequei o rosto e abri. Quando ele entrou, enlacei seu pescoço.
“Ow! Por que essa fossa?” Passou as mãos em meu rosto, sem entender o meu
jeito.
“Jazz, eu te amo... Muito.” Suspirei e aproveitei os meus últimos momentos pelo

menos como sua amiga.
Ele ficou calado, olhando para o meu rosto.
“Er eu tam...s-sou ligadão em você, anã.” Balbuciou sem jeito. Não era costume
seu ser meloso ou falar de sentimentos de um jeito comum, porém quando ele falava
que era ligadão em mim já era uma expressão dos seus sentimentos.
Mais lágrimas voltaram aos meus olhos, fazendo-me soluçar.
“Mas que bronca é essa? Que chororô é esse? Por que você não sai mais do
quarto?” Ele me abraçava e limpava o meu rosto, tentando me animar.
“Jazz, eu vou embora amanhã e queria me despedir de você.”
“O quê?” Seu olhar ficou perdido.
“Vou passar uns meses com minha mãe.”
“Espera ae, dá um tempo, que eu ainda estou quebrando a cabeça aqui para
saber o motivo... É dor de corno por causa da Bella? Nada a ver, Alice, ela é só minha
irmã do coração, só consideração mesmo.”
1053 de 1595 26/05/2011 20:45

Quando ele disse isso meu coração cortou novamente. Em todo o tempo ela só
estava protegendo a nós dois e eu tendo ciúme dela! Sou uma má irmã.
Abracei novamente meu Jazz e as lágrimas desceram sem me deixar pensar.
“Espera aqui, vou lá embaixo desligar o meu pc e eu venho dormir com você.
Você vai ter que abrir o bico para mim do que está acontecendo.”
“Eu não quero conversar, só quero que durma comigo como meu amigo que você
é. Vai lá que eu estou te esperando.”
Ele desceu e voltou rápido. Eu passei a noite chorando e vez ou outra ele limpava
meu rosto e beijava meu cabelo. Eu não queria soltá-lo, não queria deixá-lo.
Deus, que pecado eu estava cometendo! Amar tanto assim o meu próprio irmão.
Como eu ainda queria seus beijos, como eu ainda queria que ele me tocasse!
Merecia ser castigada por isso.
Aos poucos, a noite se passava e eu percebi que ele não dormia.
“Você vai mesmo visitar sua mãe?” Sussurrou com a voz meio triste.
“Vou morar com ela.”
“E nós dois?” Perguntou receosamente.
Eu não respondi, simplesmente me afoguei mais uma vez em lágrimas em seus

braços pela última vez.
1054 de 1595 26/05/2011 20:45

Bella POV
Dezembro
Ao fim das aulas, resolvi ir embora rápido para o estado de Washington.
Emmett e a Rose vieram juntos, ambos gostavam do clima de calmaria de

Seattle..
Meu pai parecia estar com uma amizade estável com Esme, ficavam brincando
com Sue o tempo todo pela casa. O bebê da Jessica fez aniversário de um ano no fim
de novembro, tendo uma festa do Transformers. Não entendo por que as pessoas
fazem festas de um ano para crianças, elas nem percebem. Mas foi o Sr. Newton que
fez questão. Por ser o primeiro netinho, curtem todos os detalhes do bebê.
Edward só podia vir depois do dia quinze, que é quando começa o recesso
parlamentar. Por isso, não passamos os nossos aniversários juntos este ano. Eu
poderia ter ido à Capital esperar até que Edward viesse. Como as eleições passaram,
ele estava com mais tempo disponível para mim. Porém, eu me preocupava muito com
Jasper, que ficou muito sozinho desde que Alice viajou para a Alemanha, por isso
preferi ficar em Seattle. Minha família precisava de mim.
Jasper estava triste, calado, emagreceu um pouco e passava muito tempo em

cima do pc.
Jasper POV
Estou desorientado com a falta que ela faz nessa casa. A consumição em minha
cabeça faz com que tudo perca o sentido. Estou tão dominado que é como se eu não
soubesse meu lugar no mundo mais.
1055 de 1595 26/05/2011 20:45

Eu me sinto sem forças. Só. Tô beirando a vala com essa deprê que se brocou
em mim.
Não sei por que aconteceu, não sei por que ela não bate um fio pra mim.
Simplesmente sumiu do mapa.
Eu queria bater um papo com ela, deixar de lado o meu lado macho, falar que sou
amarrado nela e que preciso dela agora para sobreviver, como remédio, do mesmo
jeito que Edward precisa da Bella.
A falta dela me deixa mais doente ainda, mas não é do sangue, é uma dor no
peito.
Mas vou ficar na moral, a mulher deu um perdido em mim e eu não vou ficar
grilado com isso.
Estava na sala, o telefone tocou e eu levantei para atender.
“Oi.”
“Jazz?” Era ela.
“Oi.” Eu estava puto e não era por que ela ligou depois de dois meses que eu ia
me derreter na primeira chamada.
“Meu pai está ai?”
Pô, ela não ligou para falar comigo. Que bandida!
“Sim. Espera que eu vou chamar.” Eu que não ia insistir.
“Espera. Você está com raiva de mim?”
1056 de 1595 26/05/2011 20:45

“Deveria?” Perguntei secamente.
“Desculpa por não ter ligado. Você está bem?”
“Estou.” Eu não ia amolecer, mesmo possuído de saudade dela.
“Estou com saudade de você.”
Cara, eu nem acredito que eu estou dominado assim por uma mulher, ainda mais
por um projeto de mulher dessa. Eu já devia ter mandado ela para o espaço, mas eu
não estou conseguindo superar a falta.
“Eu também.” Ah! Gaysão!
“Jazz, eu te amo. Não esquece isso.”
“Ai, Alice, para de kaô, as mulheres sempre dizem que nos amam e são bandidas,
largando o cara quando elas vêem que ele está doidão por elas.”
“Eu não te abandonei por isso, seria muito mais fácil se fosse por isso... Estou
indo para casa, a escola me deu uma chance de fazer umas provas que eu não
consegui fazer pela internet... Você ainda gosta de mim? Vai me perdoar algum dia?”
“Eu não tenho nada para perdoar. Simplesmente você não estava mais a fim, não
teve coragem de dar um basta por dó e vazou. Só isso. Tá de boa.”
Ela começou a soluçar e quando fazia isso me tirava do sério. Era bizarro esse
choro dela, não entrava nas minhas idéias o motivo.
“Pára de chorar... Eu gosto de você mesmo com a sua trairagem. Você continua
sendo minha melhor amiga, muito mais que isso, mas eu me conformo só com sua
amizade... só não some não... eu senti sua falta, sua chatinha.”
Ela sorriu.
1057 de 1595 26/05/2011 20:45

“Avisa para o meu pai que eu chego depois de amanhã.”
Bella pov
Primeiro de janeiro
Enfim, a família estava reunida aqui em casa, todos... O ano praticamente voou.
Ouvi dizer que depois dos dezoito a vida começa a correr mais rápido, mas não sabia
que isso era no sentido literal.
Estávamos no meu quarto, eu e Edward, nos preparando para um jantar em

família de Ano Novo. A satisfação por tudo o que estava acontecendo conosco era
nítida em meu rosto. Tudo estava adiantando e se encaixando.
“Então este será o seu último ano!!” Voei em seu pescoço e o abracei.
“Sim!! E com um atenuante muito significante. Vou ter poucas aulas semanais por
ter adiantado os semestres. Agora só tenho que me preocupar com a especialização
que vou começar em março e com o mestrado que vou iniciar a partir do meio do
ano.”
“Mas você nem vai ter terminado ainda!”
“Eu preciso ganhar tempo. Quando eu terminar o curso no fim do ano, já vou
estar com o título de especialista e cursando o mestrado.”
“Mas como?”
“No meio do ano termino todas as matérias, aí eu vou pedir alguma declaração da
Universidade para poder começar o mestrado. Assim eu não perco tempo na vida. Não
consigo mais passar alguns dias dormindo longe de você. Preciso adiantar a vida pra
poder dividir todos os meus dias com você, para fazer você minha mulher, casada e
1058 de 1595 26/05/2011 20:45

sustentada por mim.” Ele me abraçava forte, com os olhos brilhantes, cheios de
sonhos.
“Eu não entendo por que isso é importante para você. Eu tenho meu próprio
dinheiro para me sustentar.”
“É essencial para mim e eu estou conseguindo. Agora eu vejo as coisas mais

palpáveis, agora eu tenho fé. O Senador disse que no fim do ano que vem, ele vai
conseguir uma subsecretaria para mim. Os caminhos se abrem e daqui uns dias
ninguém me segura mais.”
“Como assim? O que um subsecretário faz?” Continuei com os braços em seu

pescoço, enquanto ele viajava em seus sonhos.
“Indiretamente vou subir mais um degrau, me fazer conhecido. Isso é política,

Bella. Quanto mais próximo de pessoas importantes, mais forte você se faz.”
“Que bom, embaixador, você está conseguindo.” Apoiei, mas abaixei o olhar e
fitei o vazio.
Ele estudou meu rosto, o levantou e forçou-me a olhar para ele.
“Ei, eu sei o que se passa neste rostinho. Eu só quero dizer que nós vamos ficar
juntos... Fica feliz comigo. Foi mais um ano vencido com você. Graças a você eu
consegui sem peso. Você pensou em tudo, tudo deu certo, tudo se torna mais fácil se
eu sei que você está comigo. Tudo é mais fácil se eu tenho você me esperando em
nosso ninho de amor e de abrigo. O ano passou rápido e os dias passaram rápido
porque eu contava as horas para ir te ver. Você é tudo pra mim.” Ele me beijou, sua
felicidade era contagiante, tamanha ao ponto de eu sentir luzes e estrelas em seu
rosto de anjo.
Eu simplesmente fechei os olhos e me entreguei à felicidade de estar em seus

braços.
“Então vamos descer que o jantar deve estar na mesa.”
Descemos de mãos dadas, Jasper estava sentado jogando em um sofá, Rosalie
1059 de 1595 26/05/2011 20:45

com Emmett deitado em seu colo em outro, Alice deitada vendo TV, Jessica dando
janta para o Seth e o meu pai e Esme brincando com Sue, que está aprendendo a
andar e ficava correndo no chão do colo do meu pai para o colo da Esme.
“Vamos, crianças. O jantar está na mesa.” Meu pai avisou, pegou a bebê no colo
e se dirigiu para a mesa.
O clima na casa era de completude e felicidade, os únicos mais quietos eram

Jasper e Alice, mesmo assim, sentaram-se próximos e ela colocou a mão por cima da
dele.
“Então, vamos aos brindes, eu começo e depois vamos rodar em sentido horário:
que a nossa família seja sempre unida, que todos nós tenhamos saúde e paz, e que a
nossa amizade dure muito tempo, pra que nós possamos criar nossa filha com amor e
os nossos futuros netos com harmonia.” Meu pai disse olhando para Esme no fim e
levantou o copo para o brinde.
“Que minha mulher fique cada dia mais apaixonada.” Emmett levantou o copo,
propôs o brinde e beijou na boca da Rosalie.
“Ai, meu Deus! Se isso acontecer eu nem vou poder morar mais lá!” Fiz piada e
todos riram.
“Que a felicidade alcance a todos aqui.” Rosalie disse timidamente, levantou o

copo e sorriu para Emmett.
Eles eram muito fofos.
“Que os nossos bebês tenham muita saúde.” Jessica propôs o brinde e sorriu
para Esme.
“Que um dia a mãe do meu filho pare de me enrolar e case comigo.” Mike
levantou o copo e beijou Jessica.
Estavam todos falando rápido, mas quando chegou a vez do Edward, ele travou.
Sinceramente, às vezes não acredito que ele ainda está tímido com a nossa família.
1060 de 1595 26/05/2011 20:45

“Edward, sua vez.” Meu pai sorriu de um jeito misterioso para Edward.
Edward apertou minha mão e continuou calado, de um jeito que parecia estar
estudando o que falar.
Depois de um tempo ele começou. “Bom, dois anos atrás estávamos reunidos em
uma mesa e tudo era completamente avesso às minhas vontades. O meu futuro era
completamente inóspito, eu enxergava tudo como inalcançável, mas Bella desde
aquele dia fez-me enxergar tudo de uma maneira diferente, com esperança. Ela fez um
brinde a algo muito especial naquele dia, foi ao tempo e ao destino. Desde então, o
tempo tem cumprido o destino de cada um de nós, com calma, perfeitamente
arquitetado. Então hoje quero que simplesmente o tempo e o destino cumpram o seu
querer na minha vida.” Ele sorriu um pouco e pôs uma mão no bolso. “Entretanto para
dar uma forcinha a eles eu queria aproveitar a ocasião e pedir algo a duas pessoas
aqui... Carlisle, me dá a mão da sua filha em casamento?” Ele olhou amistosamente
para o meu pai e eles sorriram cúmplices. “E... Bella, a última vez que eu te pedi em
casamento, eu não sabia quando, mas agora eu já sei... Faça-me mais feliz do que eu
sou e case-se comigo?” Ele tirou uma caixinha do bolso e colocou aberta sobre a
mesa.
Eram duas alianças de ouro parecidas com a nossa de compromisso, com três
pedrinhas também.
“A mão você pode levar.” Meu pai descontraiu, todos sorriram, e eu ainda estava
parada, olhando as alianças.
Ele tirou a aliança da caixinha e levantou minha mão lentamente, intencionado a

colocar no meu dedo.
“Por que três pedrinhas de novo?” Sibilei sorrindo em seu ouvido.
“Eu já te disse... Pelo que nos une além do nosso amor: a nossa família.” Ele
respondeu baixo em meu ouvido.
“Também quero saber...” Jasper saiu da inércia e sorriu.
“E aí, me aceita?” Ele sorria glorioso e perguntou em um som audível.
1061 de 1595 26/05/2011 20:45

“SIIMMM!!!” Beijei seus lábios de leve, sorrindo, e ele deslizou a aliança em meu
dedo.
“Então, o brinde é a nossa futura união e à minha futura esposa, que vai ser
minha eterna namorada.” Meu namorado ex-timido propôs o brinde com um sorriso
ardente e levantou o copo.
“Bella, agora é sua vez.” Meu pai disse assim que Edward sentou.
“Ah, eu quero fazer um brinde novamente ao tempo e ao destino. Desde aquele

dia que eu brindei a isso, nossa vida tem dado muito certo. Emmett namorou e casou
com Rosalie, Jessica teve o Seth, Esme teve a Sue, eu comecei a namorar sério aquele
dia e desde lá só tenho felicidade, então, vou continuar confiando neles dois.” Propus
e levantei o copo.
“Alice...”
“Não quero falar, pai.” Ela abaixou o olhar.
“Não tem nenhum pedido?”
Ela olhou triste para Jasper.
“Que o melhor amigo do mundo se cure de vez.” Ela levantou e saiu chorando da
mesa.
Eu e Jasper fomos atrás dela no banheiro, e as pessoas continuaram fazendo os

brindes.
“Alice, não chora.” Limpei o seu rosto e Jasper ficou na porta do banheiro.
“Bella, deixa eu falar com ela um pouco.”
1062 de 1595 26/05/2011 20:45

Ele se aproximou e abraçou a ela. Eu fiquei na porta, esperando eles.
“Alice, eu não sei o que está acontecendo, sei que você está me deixando mal,
deprê. É sério. Eu sei que você ainda é amarradona em mim, e isso me deixa
confuso...” Ele falava baixo, parecia estar lutando para conseguir falar. “Naquele dia
você disse que me amava e eu não tive coragem de ter falar o quanto eu gosto de
você. Não é bem a minha cara falar essas coisas, mas eu também te amo, amo muito,
só depois que você me deixou que descobri isso, e está muito difícil pra mim, ficar
sem você. Volta pra mim...”
Eu não agüentei ver tanta dor estampada nos olhos da minha irmã e no
semblante do Jasper, tudo estava muito exposto. A dor deles era minha também.
Edward veio atrás de mim e presenciou a cena dos dois no banheiro, ela aos
prantos nos braços dele e eu encostada à parede observando os dois, me derramando
em lágrimas.
“Vem aqui.” Ele abraçou minha cintura e me puxou de lá, encostando minha
cabeça em seu peito. “Se vocês continuarem assim, as pessoas podem perceber. Você
acha que está na hora de contar?” Perguntou enquanto beijava meus olhos.
“Eu acho que sim.” Murmurei. “Pelo menos Jasper saberia o porquê de Alice estar
rejeitando ele assim. Acho que nada é pior que não saber.”
“Vou conversar com minha mãe amanhã. Você vai voltar para a mesa ou quer
subir para o quarto, minha noiva?” Propôs com um sorriso, tentando me distrair. Sorri
e o abracei, lembrando que deixei a mesa assim que aceitei me casar com ele.
“Vamos dar mais um tempo... E quando que é o casamento, meu noivo, para eu
poder marcar um horário na minha agenda.” Descontraí, tentando assim dissipar a
tristeza momentânea que me alcançou.
“No seu aniversário de vinte anos, o ano que vem. Primeiro de dezembro.”
“Hmmm, eu prefiro no seu, dia oito... Estaremos comemorando outra data

especial... Dois anos que eu sou sua de corpo e alma.”
1063 de 1595 26/05/2011 20:45

“Hmmm.” Ele sorriu com malícia e mordiscou minha orelha. “Pode ser, eu nem
tinha pensado nisso. Vamos ter várias coisas para comemorar nessa época, seu
aniversário, meu aniversário, minha formatura... Serão muitos motivos...
Principalmente o motivo de você se tornar a mulher da minha vida pra sempre, de
papel passado.”
“Possessivo você.” Brinquei e o beijei, encostando ele na lateral da escada.

“Podíamos aproveitar que você não tem curso de inverno esse ano e viajar para algum
lugar em lua-de-mel antecipada.” Propus.
“E eu tenho dinheiro, gestora?” Ele sorriu e passou as mãos em meu rosto.
“Tem, mas nós vamos rachar custos. E nem adianta relutar.” Impus.
“Hã, acho que eu não tenho mais poder de mando em nada. Você a cada dia que
passa é mais minha dona ainda, me tornou um dominado.” Ele deu de ombros.
“Não sei pra que você quer dinheiro, não gasta.”
“Eu não tenho tempo de gastar.”
“Tudo bem. Estou juntando para depois fazer isso pra você.” Sorri travessa.
Eu estava recuperada, ele tinha o poder de me alegrar simplesmente com sua

presença.
“Eu te amo.” Sussurrou em meu ouvido e me apertou mais na lateral da escada,

mordiscando do meu queixo à orelha.
“Eu também... me amo.” Sorri desavergonhada.
“Ah, é?” Ele me afastou e segurou meu rosto com as duas mãos.
“Sim, eu me amo por que agora nós somos um, e se eu me amar, estou amando
1064 de 1595 26/05/2011 20:45

você.” Disse com um sorriso contente.
“Nossa, Bella, como você gosta de filosofar.” Ironizou e beijou meu rosto em
vários lugares.
“Tudo bem... Eu te amo... É impossível estar mais feliz com alguém do que eu
estou com você.” Eu disse fervorosamente, ele me abraçou forte e ergueu-me do
chão.
“Então já que não vamos subir, vamos cumprir o papel de família e voltar para a
mesa.” Ele enlaçou a minha cintura, beijou meu cabelo e voltamos para a mesa.
Ele hoje é outra pessoa, valeu a pena lutar e acreditar nele. Hoje amizades
verdadeiras se solidificam, a união familiar ganha peso. Não somos mais simples
namorados, não é um mero compromisso sem data. Em breve juntaremos nossas
vidas e tudo nosso será um só.
Continua...
Notas Finais:
Oi!!!
Vou fzer um discurso;
Está quase no fim...
Desde agora já começo a agradecer pelo carinho, pelos reviews,
pelas amizades, pelo apoio, por tudo.
nos seguintes eu continuo com o discurso.
Mandem reviews e passe na minha outra fic que estou

começando...Fogo e gelo
1065 de 1595 26/05/2011 20:45

Capítulo 46-NOIVOS-1 escrita por BIA BRAZ

Capitulo 46- Noivos
Bella pov
Dois de Janeiro
Acordamos por volta de dez da manhã e decidimos mais que imediatamente conversar
com Esme sobre a situação de Jasper. Não havia mais nada que pudesse nos impedir
de contar. Alice já sabia de tudo, o meu pai teria que ser enfrentado a qualquer
momento. Sofrer mais do que já estava sofrendo Jasper não ia, então o correto era
abrir logo isso para todos. Essa era uma situação que tinha que ser resolvida o mais
breve possível.
Chega de mentiras encobertas, chega de situações que possam gerar

armadilhas futuras. Todos merecem saber a verdade.
“Vamos, anjinho.” Chamei-o “Depois vamos pesquisar alguns lugares na

internet para viajarmos. Vamos ter uma pequena prévia da lua de mel. Merecemos
isso.” Agarrei-me ao seu pescoço e o abracei contente, antes de deixarmos o quarto.
“Amo acordar com você.”
“Eu quero acordar todos os dias com você, para sempre e sempre.” Ele me
ergueu do chão, me abraçando forte, com o humor a mil, o rosto resplandecente.
“Sabe de uma coisa, eu sei que você gosta de mim.” Murmurei presunçosa,
acariciando o seu rosto. “Não tenho a mínima dúvida. Fico até meio convencida.”
Gargalhei e ele me deu beijinhos leves na boca.
“Não me importo. Um relacionamento tem que ser assim, ambos tem que ter
certeza do sentimento do outro.”
“Você tem certeza do meu?” Perguntei em seus lábios.
1066 de 1595 26/05/2011 20:45

“Que você me ama sim. Mas é uma árvore se comparada à floresta do meu
amor.”
Olhei desacreditada em seu rosto, ele só sorria, parecia me provocar.
“Não ponha em dúvidas o meu sentimento. Fui eu quem te quis e te peguei para
mim, sinal que eu te amo mais.” Fiz bico e ele me apertou sorrindo .
“Adoro te ver argumentando.” Roçou o nariz no meu. “Deixamos assim, eu te

amo e você me ama. Tudo bem? Isso já basta para mim. Com o passar dos anos
voltamos a medir esse amor.” Ele brincou, depois e me beijou ternamente, prestando
culto aos meus lábios, de uma maneira a me cobrir de sentimentos com simples
beijos. “Vamos conversar com Esme?”
“Vamos.” Concordei e sacudi a cabeça, fazendo o ar circular de volta na minha

cabeça, já que ele tinha me deixado tonta com seu beijo matinal.
Transbordando de felicidade, peguei sua mão e saímos rumo ao quarto da Esme.

Lá, bati na porta, esperamos uns segundos e ela atendeu, vestindo somente um robe.
“Bom dia, mãe. Podemos entrar para conversar?” Perguntou carinhosamente e

beijou sua mãe na testa. Para mim, era lindo o relacionamento dos dois. Ele a olhava
com amor.
“Filho, agora não dá.” Ela abriu um pouco a porta e nós olhamos de leve dentro
do quarto, depois olhamos um para o outro e voltamos para no nosso quarto, sem
trocarmos uma palavra sobre o assunto.
Carlisle POV
Não pude deixar de notar durante o jantar o rosto de felicidade de Esme. Sua
atitude dedicada e satisfeita com a nossa filha era contagiante. Com tudo o que
aconteceu, eu me sentia feliz em tê-la aqui, em ter os seus filhos aqui. Parecia que as
coisas se encaixavam, como se houvesse algo traçado pra que chegássemos até aqui.
Hoje temos nossa família unida.
1067 de 1595 26/05/2011 20:45

Depois de mais de vinte anos, as coisas se acertam. Sousatisfeito com a nossa

amizade, embora meus sentimentos por ela continuem aqui, vívidos, porém
desesperançados.
Após o jantar, Esme subiu para colocar a Sue para dormir, e eu permaneci com
os nossos filhos alguns instantes. Percebi que Alice e Jasper estavam meio distantes,
não congratulando da felicidade comum da casa.
Subitamente feliz, deixei nossos filhos conversando e tocando com Emmett no

jardim, e subi, intencionado a dar um beijo de boa noite em Sue antes de dormir.
A porta estava destrancada como habitualmente, entrei no quarto, e Sue já

estava dormindo no berço. Olhei para o closet e Esme estava se trocando em frente
ao armário, de costas para o quarto. Creio que sem perceber minha presença.
Sem notar, parei os olhos em seu corpo, sendo invadido pela saudade.
Atravessei o quarto lentamente em direção a ela, atraído pela garota que apareceu
diante dos meus olhos e de minhas lembranças. Ela assustou-se, tapando-se com as
mãos.
“Carlisle...”
Parei a centímetros dela, olhando em seu rosto.
Naquele momento não havia mágoa em mim, não havia desesperança, só havia
uma vontade sem igual de abraçá-la e ser feliz por tê-la hoje.
Apesar de todas as nossas separações e contratempos da vida, ainda estávamos

juntos, como se desde o início fosse para ser assim. Saudoso, passei a mão em seu
rosto e ela abaixou o olhar, pus minha mão sob o seu queixo e levantei o seu rosto,
acariciando com o meu polegar.
“Dorme comigo hoje?” Convidei-a gentilmente.
“Tudo bem..” Ela sorriu triste e abaixou o olhar.
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“Se você não quiser, não vou te pressionar.” Beijei sua testa e deixei que ela
pensasse.
Ela encostou a cabeça em meu peito, abriu três botões da blusa e beijou
lentamente.
“Eu quero...Mas antes...Me perdoe...Eu não mereço você...Você é um bom

homem, e a vida inteira eu só te afastei de mim com os meus medos...Eu queria te
falar tanta coisa.” Calei sua boca com um beijo, ávido por ela, cheio de carinho,
saudade.
Tomei-a em meus braços e com um sorriso no rosto, deitei-a sobre a cama,

tomando-a novamente para mim.
Estava disposto a esquecer. Ela, ainda que sem palavras, esforçava-se para
obter o meu perdão.
Só de ter permanecido aqui em casa durante esse um ano, mostrou que ela
estava cedendo. Tentava ficar próxima a mim e me deixar próximo à nossa filha.
Bella POV
Sete de Janeiro
Eu poderia ter viajado para qualquer lugar sem me preocupar com o custo que
teria. A viagem que eu escolhesse poderia pagar. Entretanto, como Edward faz
questão de dividir as despesas, preferi comprar um pacote e vir para uma ilha no
Caribe.
Tinha ciência de quanto ele dispunha em dinheiro e se eu começasse a gastar

abusivamente, ele nunca teria condições de adquirir bens, como eu sabia ser do seu
interesse. Logo, foi uma boa opção ter ido para uma pousada.
De mãos dadas, caminhávamos pela areia fina e branca no fim da tarde, quando
o sol era confortável e podíamos caminhar descalços embaixo daquele céu infinito e
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extremamente azul. Tudo conspirava para tornar os nossos tão sonhados e esperados
dias perfeitos.
Em pensar que nunca passamos mais que quinze dias só para nós nesses
últimos anos era triste, afinal somos vítimas de sua falta de tempo, de disponibilidade,
e da sua correria em busca do futuro, itens que sempre nos mantiveram longe.
Mas enfim estávamos ali, satisfeitos por estarmos juntos, contentes em saber
que esses dias seriam somente uma mostra do que a nossa vida será. Seremos um do
outro para sempre, eu creio nisso. A nossa luta não foi em vão. Para alcançarmos a
felicidade plena, basta somente enfrentar os próximos obstáculos que estão por vir.
Será que a nossa vida será calma assim? Pensei enquanto caminhávamos. Será
que teremos tempo e ânimo para viajarmos, ficar livres e felizes como estamos?
Os questionamentos mais uma vez me invadiram, suspirei, senti o vento bater

em meus cabelos e, repentinamente ansiosa, o abracei.
“Onde está o seu pensamento?” Edward olhou-me com olhar especulativo ao

ver meu rosto mudar de calmo para preocupado.
“Estou feliz em finalmente termos um tempo só para nós.” Respondi forçando

um sorriso no rosto. Não devia mostrar a minha preocupação com o nosso futuro.
“Não pareceu feliz agora a pouco. Parecia estar com conflitos internos.”
“Vamos sentar aqui?” Estiquei minha saída de praia no chão e sentamos.
Fitei o mar e encostei-me a ele, encaixando minha cabeça embaixo de seu

queixo, enquanto ele alisava o meu braço.
“Como vai ser daqui para frente?” Perguntei baixinho. “O que você tem em
mente com relação ao nosso casamento e nossa convivência futura?”
Ele deu um sorriso esperançoso. “Bom, se eu conseguir a subsecretaria de
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relações sociais, eu também consigo um apartamento funcional do governo. Como na

Capital tem o mesmo curso que você faz, você transfere sua faculdade para lá no fim
do ano e nós moramos no ap. funcional até eu comprar um apartamento.”
Ele nunca tinha me falado sobre isso, e essa era uma questão que eu ainda
tinha que pensar.
“Edward, por que nunca tinha falado sobre isso?” Afastei-me um pouco para
perguntar. Se ele veio com esse pensamento agora, certamente ele pensava nisso há
algum tempo.
“Por que eu tinha receio em inserir o assunto e adquirir certeza da suspeita que
eu tenho com relação a você.” Murmurou meio desanimado e olhou para o mar, com
o semblante meio vazio.
Eu fiquei calada, pensando em sua resposta.
Ambos pensativos, deitamos, sobre a saída e olhamos para o céu, que já estava
com traços vermelhos do sol que se punha.
“Eu sei que você não gostou de lá...” Ele começou. “Sei que não gosta de lá, e
isso é uma preocupação a mais que eu tenho...Quando eu penso no tanto de coisa
que ainda nos separa, eu entro em uma angústia tamanha... É como se ainda
houvesse um abismo muito grande nos separando e esse abismo se chama condições
sociais e escolhas de futuro.” Sussurrou. “Mesmo que sejamos uma família, mesmo
que estejamos noivos, mesmo que tenhamos irmãos em comuns, não podemos deixar
de observar que eu continuo sendo uma pessoa sem nome, um sonhador com um
futuro distante.”
“Você está conseguindo...” Tentei dar apoio e o abracei, com a cabeça sobre o
seu peito.
Eu, definitivamente, não queria que houvesse dúvidas, mas como o assunto já
tinha sido levantado, era tarde demais para evitar que ele ficasse inseguro.
“Estou conseguindo o quê?” Virou o rosto sem humor. “Sabe, Bella,

sinceramente eu queria que você fosse uma garota comum, que eu tivesse condições
de te sustentar, pudesse simplesmente te levar para a Capital e morar com você em
um apartamento simples. Porém eu vi o seu rosto de insatisfação quando eu falei
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sobre isso, e saiba que eu te compreendo.” Ele olhou para mim e alisou o meu rosto,
com atos inquietos.
“Você não está entendendo direito...” Interrompi. “Meu problema não é morar
com você em um apartamento simples...Há algo naquela cidade que é estranho, que
eu sinto que afasta você de mim... Eu iria com você para qualquer lugar, desde que eu
soubesse que seriamos felizes. Todavia, quando se refere à Capital, eu tenho
medo...Uma vez, você me escreveu um e-mail, quando você veio com Ryan da
Califórnia e não foi me ver por que me viu com Mike...Você lembra?"Perguntei. Ele
assentiu. “Se você ainda tiver o arquivo você leia... Eu não me importaria de ter o
futuro que você descreveu lá, desde que eu fosse feliz com você. Não me importaria
de ser uma caipira que morasse no interior do país.” Abracei-o, colocando o meu
rosto em seu peito, sentindo tristeza com o nosso futuro que continuava incerto. Se
ele não mudasse o modo de pensar, não tinha como sermos felizes, principalmente
em questões financeiras.
A noite já chegava e a brisa esvoaçava os meus cabelos. Ele me abraçou e

suspirou várias vezes, parecendo hesitante.
“Vai desistir de mim?” Sussurrou depois de um tempo..
“Anjinho, eu nunca vou desistir.” Disse categoricamente. “Por que você pergunta
tanto isso para mim?”
Ele me afastou, segurando o meu ombro e sentou-se, olhando em meus olhos.

Seu olhar estava triste. Toda a felicidade que vivíamos era abalada sempre que
conversávamos sobre o futuro.
“Por que eu sempre tenho insegurança.” Sua voz saiu descrente.
“Você tem dúvidas do meu amor?” Eu queria mesmo saber. Era um absurdo que
ele ainda duvidasse.
“Dúvidas não. Mas eu sei que eu te amo muito mais, minha vida é você. E isso
me deixa temeroso, pois eu sou muito mais dependente de você do que você de
mim.”
Tomei uma grande lufada de ar, impaciente. “Pensei que você tinha mudado
seus pensamentos inseguros.”
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“Quando eu foco só em nossos sentimentos, só em nós dois e só em nosso

amor, eu consigo ficar equilibrado, mas quando eu penso que meu futuro está incerto
e que eu não tenho condições, então eu perco a fé novamente e não vejo por que
você não desistir.” Ele suspirou. “Ultimamente eu tenho tentado não pensar nisso,
mas quando eu vejo seu rostinho triste, como no começo da nossa conversa, aí eu
volto a ter dúvidas se você continua querendo a pessoa que eu sou.”
“Mas que pessoa você pensa que é?” Franzi o cenho e também sentei,
abraçando os meus joelhos.
“Eu sou um simples estudante e assessor, que pediu a filha do dono de um

império de jornais em casamento e não tem nem onde levá-la para morar. Tem horas
que eu esqueço quem você é, mas em dias como hoje eu me dou conta de nossas
diferenças... Talvez eu tenha me precipitado, talvez não tenha sido uma boa hora para
te pedir em casamento, mas eu fiquei vendo a Rosalie e Emmett nesses meses que
íamos para lá, e eu tive certa inveja de ser eles e não nós...Por isso te pedi em
casamento e marquei a data. Porém, agora eu vejo que a situação ainda é
inóspita...Eu não sou Emmett, eu não tenho nem um carro, imagine uma casa para te
levar!” Murmurou ansioso, deprimido aos poucos.
“É ai que entra o x da questão. Sua irmã se conformou com o fato de saber que
somos ricos e vive bem com isso. Ela não se importa se Emmett compra carro para
ela, se Emmett leva ela ao shopping e compra roupas caras, ela não se importa se as
viagens deles são pagas por ele.”
“Mas eu sou homem. Eu não quero ser sustentado pelo dinheiro de vocês, já
disse isso.” Alterou o tom, mas não parecia ser necessariamente para mim. Era uma
revolta íntima.
“Então é isso, temos que morar em um apartamento funcional até VOCÊ poder
comprar o nosso próprio apartamento.” Não foi uma pergunta, foi mais uma acusação
irritada. Ele não respondeu. Eu suspirei “Tudo bem, vamos tentar por outro lado. E
quanto ao meu futuro, Edward, já pensou sobre isso? O que vai ser da minha
profissão segundo os seus pensamentos?”
Ele jogou uma pedrinha no mar, tentando mostrar-se relaxado, mas eu podia
ver a ansiedade em seus gestos. “Espero que você não precise trabalhar. Um dia você
disse que vivia com cinco mil, por que dois você dava para Jasper. Se eu conseguir ser
subsecretário, eu devo ganhar uns dez. Eu te dou o que você precisar para sobreviver
e guardo o restante para comprar nossos bens. Se você se entendiar de ficar em casa,
você pode se envolver em alguma causa social, dar aula de piano, violão, ou seja lá o
que for. O que importa para mim é que eu vou estar cuidando de você. Você vai ser
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minha mulher em tudo. Não quero que meus filhos cresçam sem a presença da mãe
como eu cresci.”
Pisquei desacreditada do pensamento arcaico sobre o futuro de uma mulher. Ele

vive fora da realidade, não estamos mais no tempo em que uma mulher fica em casa
sustentada pelo marido.
“Edward, eu acho lindo o que você pensa, é muito romântico, porém bem
machista. Se fosse para viver assim, não teria sentido eu estudar. Saiba que eu
pretendo trabalhar sim!”
“Tudo bem, de repente, se você fizer muita questão, você trabalha meio
expediente em uma bolsa de valores, ou em uma empresa de economia.”
Balancei a cabeça desacreditada. “Eu tenho minha própria empresa, por que eu
trabalharia para outra empresa quando a do meu pai precisa tanto de mim? Quer
saber, a pior coisa que fizemos essa tarde foi termos conversado sobre o futuro.”
Levantei, tirei a areia da perna e fiz um gesto pra que ele se levantasse.
Ele não fez menção a se levantar e pegou a minha mão.
“Está desistindo de mim?” Olhou-me por baixo dos cílios, com a voz descrente.
“Não!” Balancei a cabeça freneticamente. “Você sabe que não, mas estou
percebendo que você ainda é egoísta e orgulhoso. Quando eu penso que você está
evoluindo, você desanda e mostra além de tudo, machismo, e eu não gostei disso.
Você devia aceitar as coisas com facilidade: EU SOU RICA E PONTO. Seria muito mais
fácil para você e para nós se você enxergasse isso. Poxa, hoje mesmo poderíamos
estar em outras ilhas, não que essa não seja linda, mas poderíamos estar em locais
mais luxuosos que este.” Esse não era o caso, mas estava indignada com a falta de
evolução dos pensamentos dele.
“Hum... Pensei que você fosse uma garota simples.” Quis me distrair, tentando
não deixar o clima ruim tomar conta de nós.
“A questão não é ser simples ou não, a questão é ter que ficar escolhendo algo
pelo preço quando eu não preciso disso. Você poderia ser mais maleável.” Ajoelhei-me
na saída e acariciei o seu rosto. “Eu até que poderia ter te ludibriado e levado para
outro lugar dizendo que era um preço e ser outro. Mas eu não quero mais te burlar,
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estou cansada de ter que enganar você para você aceitar a vida que podemos ter
juntos.” Disse carinhosamente, lutando para expulsar a descrença de nós dois.
“Quando você me enganou?” Ele levantou a sobrancelha interessado, dando

uma atenção ao assunto maior do que eu esperava.
Hum, deixei essa escapar sem estar intencionada.
“Er, eu não menti completamente...” Balbuciei. “Mas...Tudo bem...Vou

falar...Quem mandou Ryan te dar as passagens dois anos atrás fui eu. E quem pediu
para ele pagar a conta no restaurante aquele dia na Capital fui eu. Pronto, falei. Não
quero esconder nada nunca mais de você.” Concluí em um fôlego só e só então olhei
seus olhos. De início, ele se mostrou espantado e eu esperei uma explosão, mas logo
seu rosto foi se suavizando e ele sorriu.
“Como eu posso ser tão tonto assim! É lógico que tinha sua mão naquilo. Mas e
aquele negócio do garçom ter me chamado de Edward Evans?”
“Aquilo também eu não entendi.”
Relaxado, ele me deitou novamente na saída de praia, puxou mechas do meu

cabelo e levou até seu nariz.
“Bella, amor, vamos parar por aqui. Eu sei que você quer o meu bem, mas eu
também quero te dar o melhor de mim. Vamos fazer assim, vamos conversar somente
sobre o que vai acontecer daqui até o casamento. Pode ser que muitas coisas
aconteçam daqui para lá, pode ser que seu pai abra, por exemplo, um escritório na
Capital e você trabalhe por lá. Lembra o que você disse? Que no final dá tudo certo?
Então vamos falar somente sobre o nosso casamento, definir a data e nos preocupar
somente com o futuro próximo.” Ele segurou o meu rosto em suas mãos, dando
beijinhos. “Fala para mim, o que você pretende fazer quanto ao nosso casamento?
Acho que temos que pensar nisso, não? Eu nunca casei antes e nem sei como que é.”
Piscou, com o humor renovado e contagiante, alimentando o meu.
Ele estava certo. Tínhamos que deixar esses assuntos contrários de lado
mesmo, viver um dia de cada vez. Eu mesma já peguei tanto no pé dele por focar
tanto o futuro, agora era eu quem ficava nessa paranóia! Tínhamos que viver o
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presente e pronto. O Futuro, se quisesse, que se resolvesse.
Por segundos, permiti-me viajar nos pensamentos de como eu queria um

casamento.
“Hmmm, eu gostei do casamento da Rosalie em Forks, achei bonito, singelo,

doce. Talvez eu quisesse casar em Forks. Na nossa casa de lá.” Propus.
“Nossa casa não, de vocês.” Ele corrigiu.
“Meu pai colocou no nome da Sue, então é nossa. Pare de relutar.” Apertei seu
queixo, brincalhona.
“O que mais? Quais serão as cores da decoração, o que prefere?” Ele enrolou
mechas do meu cabelo em seus dedos e brincava.
“Eu gosto de vermelho, rosas vermelhas.”
“Vai querer de dia ou de noite?”
“No cair da tarde.”
“Não atrase muito, viu, se não posso pensar que desistiu de mim.” Ele brincou.
“Eu não vou desistir de você. Por favor, pare de falar isso.” Ordenei fingindo
estar séria, ele sorriu do meu tom, beijando minha testa.
“Promete?” Ele segurou meu rosto e me beijou lentamente. “Eu te amo demais.
Não sei o que fiz pra te amar tanto assim, não consigo mais imaginar você longe de
mim. Eu sofro só de pensar que poderemos não nos casar e não passar o resto das
nossas vidas juntos. Eu sofro quando vejo dúvidas em seu rosto, portanto fica
comigo, sonha com o futuro comigo, espera o meu tempo. Foi você quem me
escolheu quando eu não era nada e me fez acreditar que você me queria mesmo
assim, então continua acreditando em mim. E, por favor, não tenha medo do meu
futuro...Eu preciso de você nele.” Ele suplicou.
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Eu sabia e via o quanto isso era importante para ele, e desde o início o apoiei e
aceitei. Não era agora, a passos dele conseguir o que ele queria, que ia jogar um balde
de água fria.
Devo apoiá-lo até o fim, ainda que meus planos tenham chances de se
frustrarem.
“Ok, embaixador, vamos parar de falar do futuro agora! Aqui e agora você é só
o meu namorado, ou melhor, meu noivo, meu futuro esposo. Aqui, nessa praia
deserta e à noite, não tem lugar para o embaixador, somente para o
embaixadorzinho.” Sorri ao lembrar o nome e mordi sua orelha.
“Quem?”
Rolei e me pus sobre ele, deixando os meus cabelos caírem sobre seu pescoço.
Seu olhar sobre mim transmitia ternura, enquanto ele acariciava o meu rosto.
Passeei a língua em seu peito, beijei seu ombro e cheguei aos seus lábios, dando
beijos leves, misturados com sorrisos cínicos.
“Quem é o embaixador para mim?” Perguntei e continuei beijando o seu rosto.
“Acho que eu, com os meus sonhos...”
“Você é muito perspicaz” Sorri travessa “Então quem pode ser o

embaixadorzinho?” Insinuei e mordisquei o seu queixo.
Ele sorriu torto e apertou o meu quadril a ele.
“Eu não acredito que você deu um nome para ele.” Sorriu completamente
desavergonhado.
“Ow, desculpe, ele já tinha um?” Diverti-me, acariciei-o por cima da sunga e
sentei-me sobre ele, tirando depois o meu vestido e ficando somente de biquíni.
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“Não, ele não tinha.” Continuou rindo.
Passeei a ponta dos dedos em toda a extensão de seu abdômen, subindo até o
pescoço e tirei sua blusa.
”Gostou do nome?” Perguntei em sua boca, e mordisquei seus lábios,

insinuantemente.
Senti uma inquietação pelo corpo, que me fez esfregar nele, que já estava
aceso.
Edward correspondeu com um pequeno gemido, apertou minha cintura e

mordiscou meus lábios, brincando.
“Sim... Hora de ir para a pousada, colocar o embaixadorzinho para sonhar.”

Sorriu malicioso, depois se sentou e beijou meu colo, de uma maneira sedutora,
despertando intensas sensações.
Tudo estava prazeroso, seus lábios quentes, macios e calmos no meu pescoço,
o barulho do mar, a escuridão da noite que se iniciou, a brisa.
Tudo trazia uma sensação de paz e ao mesmo tempo lançava um calor intenso
por meu corpo.
Fechei meus olhos e senti cada sensação de sua boca deslizando em mim,
depois alcancei seus lábios, e num movimento calmo e libidinoso nos buscávamos
sensualmente.
Eu tinha certeza que o queria para sempre, que ele me completava, que somos
um para o outro e que tudo é perfeito quando estamos junto.
Poderíamos durar a eternidade nos acariciando, como em um acasalamento,

onde buscávamos seduzir um ao outro com beijos, olhares apaixonados.
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Eu não me cansarei nunca desse amor calmo e manso que ele me dá, dos seus
lábios ternos, do seu cuidado de um artista passeando a ponta dos dedos em minhas
costas.
“Não precisamos ir para pousada... Aqui é um ótimo lugar para fazer com que
sonhos se realizem.” Argumentei, ciente de que já não precisava muito para
convencê-lo a fazer aventuras.
Ele deitou as costas na saída novamente e olhou-me intenso, quase sorrindo,

mas com luxúria nos olhos. Eu sentia prazer com o contato do nosso corpo se
roçando, separado pelo pano da nossa roupa, então fechei os olhos, movi-me devagar
sobre ele e arranhei levemente seu abdômen.
Ele olhava-me e acariciava as minhas pernas. Ele adora isso, era nítido. Adorava
me ver incitando-o, provocando-o.
Continuei sorrindo, sentindo a necessidade crescer em mim, depois passeei

minha língua em seu mamilo, movendo-me lentamente sobre ele, ele gemeu baixinho,
fechou os olhos, com excitação no rosto e subiu as mãos em minhas costas,
chegando ao meu biquíni, direto para o laço no pescoço.
“Estamos na praia, namorado, isso não te incomoda?” Provoquei e sorri,

quando ele deixou as alças caírem e pegou em meus seios, puxando o ar com os
lábios molhados.
“O que está me incomodando é estar fora de você.” Disse rouco, determinado.
A urgência com que ele declarou isso me estremeceu. Era um protesto, e ele
sentou novamente levando avidamente a boca aos meus seios.Nesse momento eu
perdi o raciocínio, o controle de tudo e uma chama forte me invadiu.
Ansiosa, pus minha boca em seu ouvido e passeei com a língua, puxando seus
cabelos, enquanto ele me mordiscava, lambia.
Não tinha mais brincadeira nem provocação, eu o queria agora e nada me

impediria de tê-lo .
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“Hmmm, Bella” Gemeu rouco, apertou as minhas coxas, arrastou as mãos,

encontrou os laços do meu biquíni de baixo e enrolou os fios nos dedos.
“Pede.” Minha língua esvanecia seus sentidos e sua boca não parava de explorar
os meus seios.
“Eu quero você.” Sua voz se pronunciou abafada, foi um clamor.
“Onde?” Sussurrei em seu ouvido. “No quarto?” Eu arfava e me entregava aos

amassos.
Ele não esperou mais e desamarrou os laços do meu biquíni, depois com um
olhar determinado, abaixou a sunga um pouco, posicionou-se em minha entrada,
ergui o corpo e gemi sofregamente com o primeiro contato completamente receptivo.
Ele respirou fundo e assim, olhando em seus olhos, movi-me num ritmo
vagaroso e puramente erótico.
O calor em mim era crescente, distribuído das entranhas para todas as partes do
meu corpo. Suspirei várias vezes quando ouvia murmúrios apaixonados e incoerentes
de sua boca. Ele quebrava o silêncio da praia, só não vencido pelo barulho do mar. Ali,
fizemos amor lento e apaixonado, eu em seu comando, entontecida de prazer.
No ritmo da nossa respiração nos movíamos, quase perdendo a consciência

naquela infinita escuridão. Sentia as mais maravilhosas sensações de completude que
alguém pode sentir. Ele mordia meu ombro e mantinha um sorriso no rosto,
mostrando que estava adorando me ter daquele jeito.
Foram longos minutos de doce entrega.
Instintivamente respirei fundo e joguei a cabeça para trás, então em uma

explosão de cores e tremores convulsivos ofeguei, e quanto mais eu gemia mais o
estimulava sob mim.
Ele se entregou aos movimentos, acelerando e ofegando. Infinitos surtos de

prazer nos invadiram. Uma súbita sensação de êxtase me inebriou e tudo se
transformou em suor descendo, corpo tremendo, se contraindo e pulsando, coração
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correndo, boca gemendo. Estávamos completos, entorpecidos de luxúria.
Depois do êxtase, deitamos, eu sobre ele, e esperamos que o nosso corpo se

acalmasse.
A noite, o contraste da nossa pele com a escuridão, o calor do nosso corpo em

contradição com a brisa, tudo me convencia de que ali era o meu lugar.
“Que tal um banho de mar à noite." Ele propôs após um silêncio, e tirou as
mechas do meu cabelo grudadas em meu rosto.
“Vai molhar as roupas.” Estava entregue em seu peito, ainda curtindo a nossa
desaceleração.
“Depois do que fizemos aqui, o que é tomar banho de mar sem roupas...” Ele
deu um risinho com diversão e me colocou sobre a saída, tirando a sunga e segurando
em seguida a minha mão.
“Vem.” Puxou-me completamente sem roupas para um banho de mar. A água

estava confortável, a sensação de liberdade quando a água batia nas minhas costas
era imensa. Ele em todo o momento mantinha a mão em minha cintura, ou pegava a
minha mão, sempre com um ar de proteção.
“Está arrependida de ter vindo para um lugar mais ‘barato’?”Sorriu em

divertimento e apertou-me a ele, com uma felicidade expressa nos olhos.
Olhei seus olhos e peguei seu rosto com as duas mãos, acariciando-o.
“A questão não é isso. A questão é como você vê as coisas.” Tentei explicar

mais uma vez.
Ele me abraçou ao ver que o vento estava esfriando a nossa pele molhada.
“Por que não usou o meu dinheiro todo para ficar em algo que você queria?”
Perguntou e beijou meu rosto.
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“Ai, Edward, eu não entendo você, ao mesmo tempo que você não me deixa
gastar o meu que tenho muito, você gastaria o seu todinho comigo, que tem pouco.
Se eu não tiver responsabilidade e guardar o seu, você nunca vai ter o suficiente.”
Ele ergueu-me do chão e me apertou no abraço.
“O pouco pra mim está bom, se junto com o pouco eu tiver você.”
“Você não pensa realmente assim, e nós não vamos mais falar sobre isso.”
Resolvi dar um basta no assunto rapidamente, antes que voltássemos ao ciclo vicioso.
Eu sabia intimamente que ele só seria feliz quando alcançasse os sonhos dele,
então o pouco comigo não bastava.
Ficamos de costas para as ondas, sentindo elas massagearem nossas costas,

enquanto isso eu inclinava a cabeça, pra que elas molhassem meus cabelos. O
balançar das águas era relaxante e confortável.
“Amor, eu não tenho noção ainda do que fazer com o dinheiro que eu ganho. Se
eu continuar deixando a minha conta com você, o que pretende fazer?” Perguntou um
pouco embaraçado.
“Vou deixar lá rendendo, mais para frente vou aplicar em algo rentável. A partir
do meio do ano eu começo a aplicá-lo.”
“Quanto tem?”
“Hmm, você nunca perguntou sobre isso... Mas faça as contas, você ganha oito,
eu te mando um, sobram sete, multiplicado por doze.”
“Sério?” Ele pareceu surpreso ao fazer as contas.
“Sim. Mas eu tirei dois para virmos para cá, já que você fez questão de rachar
despesas. Mesmo assim, está rendendo na poupança. Em breve Jasper vai conseguir
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pagar o que você deu para ele, então, esse valor vai aumentar mais um pouco.
Contando com os rendimentos da poupança, em julho você vai ter mais de cento e
cinqüenta mil para investir em algo. Não sei ainda em quê, vou ver pra que lado o
mercado vai direcionar.”
Ele olhou-me com o cenho franzido, notavelmente perplexo.
“Eu nunca imaginei que já tivesse isso tudo, eu estou admirado. Se eu continuar
assim, em mais uns três anos eu consigo comprar um ap. no mesmo prédio que
Ryan.” Ele mostrou empolgação e me puxou para sairmos do mar.
“É, mas você só consegue isso por que mora na universidade e perto do
trabalho, por isso seus gastos são poucos, mas como iremos nos casar, talvez fique
mais difícil. Por isso que o ideal é fazer esse dinheiro render em ações.”
O vento estava frio, meu corpo estava arrepiado, então ele colocou a saída
sobre mim, tentando me secar.
“Eu sempre soube que você era uma administradora nata, sabia? Mas e o seu?
Está juntando também?” Ele sorriu, parecendo falar algo impossível, e vestiu as suas
roupas, com o corpo molhado.
“Sim, depois daquela vez que você disse para eu economizar, estou gastando
menos com coisas fúteis. Ainda compro minhas roupas, como você tem visto, mas eu
determinei uma quantidade para gastar e outra para guardar.”
“Muito bom.” Ele me abraçou forte e trouxe uma sensação sobrenatural de

conforto, cumplicidade, confiança, abrigo, segurança e paz, muita paz.
Fevereiro
Os dias se passaram rápido durante as férias, então no dia quinze de fevereiro

ele voltou para a capital. Antes dele ir, combinamos que antes de eu ir para a
Califórnia iria passar alguns dias com ele lá.
Este ano, ele ia estar bem menos ocupado que o ano passado com reuniões e
jantares, então eu podia ficar em paz com ele sem interferências do Senador.
1083 de 1595 26/05/2011 20:45

Como de costume, pedi o apartamento do Ryan. Eu gostava da sensação de

casa que o ap. dele nos proporcionava. Era muito melhor que ficar em um hotel, já
que ia ficar quinze dias.
Como suas aulas não começaram, e este ano ele não fez curso de inverno,
tínhamos quase todos os dias inteirinhos para nós, pois ele só ia para o Senado três
dias à tarde.
Vida de parlamentar é muito boa.
Uma tarde, a fim de fazer uma surpresa para ele, resolvi ir ao Capitólio. Para
isso vesti um vestido xadrez de botão com cinto, um saltinho, discreto e casual e logo
que cheguei ao gabinete, dei de frente com James, aquele sujeito louro e com jeito
meio estranho
“Boa tarde, James, Edward está por aqui?” Perguntei ao ver que a sala do
Edward estava vazia e parei na porta da sala dele.
“Sim, está lá dentro com o Senador.” Seu sorriso foi muito desconcertante para
o meu lado. “Vocês ficaram noivos? Estou vendo que mudaram as alianças.” Ele
apontou para o meu dedo, de um jeito desconfiado.
“Sim.”
“Parabéns. Vocês namoram há quanto tempo?” Tinha um ar meio estranho no

seu rosto.
“Dois anos sério.” Se eu não contasse o rompimento de três meses, era isso
mesmo. A fim de esperar Edward, saí da porta da sala de James caminhei para a sala
do Edward.
James veio atrás.
“Dois anos?”
1084 de 1595 26/05/2011 20:45

“E mais algum tempo sem compromisso.” Informei e sentei na cadeira frente à

mesa do Edward.
Ele entrou depois de mim e se sentou na cadeira do Edward.
Faltava essa, ter que manter diálogo com esse cara com jeito de...Não sei, vou
repetir, ele é muito estranho.
“Então já ficaram sem compromisso também...” Não foi uma pergunta, parecia
refletir. Eu não estava entendendo o interesse desse cara.
“Ah, então deve ser dessa época que ele ficou com a Ashley. Ela vive dizendo
por aqui que os dois já tiveram alguma coisa, então deve ter sido dessa época.” Ele
tentou soar casual, mas eu vi a maldade em seu comentário.
As palavras dele me abalaram, trazendo vários pensamentos à minha cabeça.

Que época poderia ter sido que Edward ficou com a Ashley? Por que ele nunca me
disse? E pior, qual é a desse cara me falando isso?
Bom, se ele queria me ver ter algum acesso de ciúme, eu não ia dar esse
gostinho.
“Quando ficávamos, ele era livre e eu também. Ele tinha a própria vida dele.”
Pus uma capa de indiferente. Queria contar o assunto.
“Então deve ser dessa época também que ele começou o caso dele com aquela
morena que vive com ele pelos corredores do Senado. Ela não vem aqui na sala dele,
mas de vez em quando eles almoçam no restaurante daqui do prédio. Um dia Ryan
disse que Edward e ela estavam juntos. Eu não entendo muito bem esses rolos do
Edward. O povo falava que ele tinha rolo com as meninas, mas depois você apareceu
aqui como namorada dele, e agora como noiva. Vai entender esses estudantes
bonitões.” Ele deu um sorriso sugestivo e provocador.
Olhei perplexa para ele, mas tentei manter o meu semblante lívido, mesmo com
todas as sensações de dúvidas que me invadiam.
1085 de 1595 26/05/2011 20:45

“As nossas vidas antes um do outro não importa. Eu não me importo que ele
tenha tido algo com a Sophia ou com a Ashley, o que importa é que estamos juntos e
vamos casar.” Disse mantendo a pose, enquanto folheava uma revista, sem foco
algum. Eu tentava dar menos ênfase ao caso do que eu estava realmente dando.
Ainda que eu estivesse corroendo por dentro não ia deixar isso a mostra para
ninguém. Tinha que manter o meu tom estável.
“Mas será que ele só teve ou ainda tem?” Ele estava tentando me tirar do sério,
com um brilho cínico em seu olhar.
Mais uma vez eu teria que manter o meu orgulho, não demonstrar o quanto
essa dúvida implantada poderia me abalar.
“Sinceramente, não vejo como esse assunto possa ser da sua conta, está
encerrado para mim.” Fui firme e abaixei o olhar novamente para a revista, fingindo
que ele não estava ali.
Senti minhas pernas tremerem de nervosismo e ansiedade, o tempo parecia

não passar. Nem mesmo vi o minuto que ele saiu. Olhava para a revista, mas nem
sabia o que estava vendo, tamanha era a sensação de insegurança que eu nem
conseguia mais controlar.
“Oi, amor, você está aqui.” Edward saiu do gabinete com um sorrisão no rosto
e me beijou na testa.
“Oi. Estava à toa e resolvi vir passear e te buscar. Você já está saindo?”
“Sim, vou só entregar uns papéis para o Senador e nós vamos embora.”
Ele olhou bem em meu rosto, pegou os papéis na mesa e voltou para o
gabinete, demorando lá dentro mais uns quinze minutos.
Logo que ele saiu da sala, pegou a minha mão e saímos de lá. Por ser sexta-
feira, ele me chamou para ir ao shopping. Disse que era um local seguro e
movimentado, onde se podia comer, beber um pouco e ouvir boa música na praça de
alimentação.
1086 de 1595 26/05/2011 20:45

Sentamos em um canto, ele pediu fritas, refri e chopp.
“Amor, fala para mim o que há.” Disse carinhosamente, passando a mão em
meu rosto. Com certeza estava percebendo o meu silêncio e os meus pensamentos
longes.
Ele me olhava estudando, enquanto eu mexia minhas mãos e procurava um jeito

de falar, sem parecer uma tola ciumenta e insegura. Olhei seu rosto, tomando
coragem de falar sobre isso. Ele me olhava em expectativa, porém lindo, com a
gravata afrouxada, completamente à vontade.
Edward POV
Percebi sua tensão desde que saímos do Capitólio. Sempre que ela vem à
Capital, quando está longe de mim fica oscilando o humor e comportamento. Ela não
se sente a vontade aqui, está claro. Parece estar sempre insegura com algo.
Talvez seja a distância de casa, do restante dos irmãos, ou a sensação de estar

só e dependente de mim.
“Fala, amor. Eu sei que tem algo que quer falar.” Passei a mão em sua
bochecha, apertando.
Seu nervosismo estava explícito e estava me deixando preocupado pela sua

demora em falar.
“Edward, eu quero conversar com você, quero te conhecer como homem. Sei
que não é uma conversa muito boa de ter com uma namorada, mas eu preciso te
conhecer para confiar mais ainda em você.Tudo bem?” Sua voz mostrava tensão.
“Eu não sei aonde você quer chegar, mas pode ir em frente. Fale o que te
incomoda.” Inclinei sobre a mesa, peguei suas mãos e as pus dentro das minhas,
acariciando-as, esperando nesse meio tempo ela relaxar.
“Fala pra mim tudo que já aconteceu entre você e a Ashley, quero saber se já
1087 de 1595 26/05/2011 20:45

houve algum clima entre vocês, se já rolou algo e se ainda rola agora.” Deliberou
pausado, provavelmente tentando manter-se estável.
Esquivei-me diante da pergunta, não era um assunto que eu gostaria de expor a

ela.
“Por que isso agora?”
“Por que eu quero saber. Eu sempre tive curiosidade e eu quero saber se já

rolou algum clima, se você já sentiu atração por ela, não sei, qualquer coisa.” Ela
estalava os dedos freneticamente, não conseguindo esconder a tensão.
“Tudo bem... Uma vez eu fui à casa da Ashley e ela entrou no quarto que eu ia
dormir e me beijou. Eu não aceitei, mas ela quase conseguiu, então eu me soltei e
deixei-a no quarto sozinha. Em outra vez aqui na Capital ela tirou a blusa e colocou
minha mão em seu seio. Eu também saí e deixei-a na sala, inclusive dessa vez eu
cheguei a te falar algo.” O rosto de Bella ficou sem cor, ela engoliu em seco.
Eu sempre soube que não devia falar isso claramente a ela, pois era uma
preocupação desnecessária.
Ela suspirou e tentou se recompor. “E...Como ela age agora com você?”
Adotou uma postura ouvinte e pôs no rosto uma capa serena.
“Você quer saber se ela ainda tenta algo para cima de mim?”
“Isso.”
Tomei um gole grande de chopp, olhando para ela, ainda tomando nota se valia
a pena preocupá-la assim.
“Ela não tenta nada diretamente, mas sempre tenta conversar coisas sem
sentido ou saber da minha vida. Mas eu não dou muito assunto, na verdade ainda
mantenho o contato por educação e por causa do pai dela.” Dei de ombros indiferente.
1088 de 1595 26/05/2011 20:45

“Você a acha bonita? Atraente?” Perguntou ela, com a voz estável e com o
semblante uniforme. Tentava com o ato fazer-me abrir.
“Não acho ela feia, mas não faz meu tipo. Meu tipo é você.” Passei a mão em
seu rosto e sorri. Precisava dissipar o clima. Minha vontade era fugir imediatamente
desse assunto que mostrava claramente insegurança nela.
Ela sorriu e apertou a minha mão.
“Responda com toda sinceridade, se você não me tivesse, ela faria o seu tipo?”
Tentou mais uma vez.
“Bella, se eu não tivesse você, eu nem existiria. Vem sentar aqui do meu lado,
não gosto de você sentada em minha frente.” Ela sentou-se do meu lado e eu passei
a mão por sua cintura.
“Você gosta de me distrair. Eu quero saber. Fala, você teria coragem de ficar
com ela, se nós não tivéssemos nos conhecido?” Ela insistia nisso, mas parecia mais
relaxada.
“Eu não entendo por que você encasquetou com isso, pergunta outra coisa.”
Beijei sua testa e coloquei minhas mãos entre seus cabelos, acariciando sua nuca.
“Curiosidade, Edward, eu quero saber.”
“Ela não faz o meu tipo e eu não gosto de pensar em possibilidades de não ter
você. Desde que eu te conheci, eu só enxergo você. Então não tem como responder
essa pergunta, ela é meio sem lógica.” Levantei o queixo dela, pondo seus olhos
frente aos meus “Não existe possibilidade nessa vida de eu ficar com outra pessoa. Eu
já encontrei você. Por que eu tenho que pensar em ‘se eu não tivesse você’. Não
vamos gastar o nosso tempo com essas suposições, sim?” Dei selinhos ternos em sua
boca, depois ela descansou a cabeça em meu ombro.
“Tudo bem, passamos o assunto gêmea do Ryan e vamos para outro assunto
chato. Depois eu te conto o porquê de estar perguntando isso. Fala pra mim a sua
história com a Sophia.”
1089 de 1595 26/05/2011 20:45

Afastei-a um pouco para olhar em seu rosto, mas ela estava despreocupada.
Mais um assunto desnecessário, embora este quando revelado irá diminuir

qualquer insegurança ou implicância que ela tivesse ou que ainda pudesse vir a ter.
“Bom, uma vez eu te disse que ela foi a fim de mim...”
Flash back on
Era meu primeiro ano na Universidade, algo que eu sonhei por anos. O
semestre tinha acabado de começar e eu fiquei muito satisfeito em conhecer meu
colega de quarto, era Ryan, meio barulhento, mas respeitava o meu espaço.
Seu único problema era sair muito e chegar tarde, mas isso quase não me
importunava, pois maioria das vezes eu estava acordado.
Ryan gostava muito de conversar e isso às vezes me incomodava e me levava

a refugiar em bibliotecas, a fim de esconder dos assuntos que ele introduzia.
Ele tinha um interesse demasiado em minha vida, quando eu não tinha nada de
agradável para expor. Ele também tentava me introduzir ao restante da turma, eu não
gostava disso, mas no fundo eu sabia que Ryan só queria me ajudar a enturmar,
embora às vezes fosse maçante. No fim de tudo ele já começava a me entender, sua
companhia passou a ser agradável quando ele respeitava os meus limites.
Eu ainda era atormentado pelas últimas cenas de Forks com Bella em minha
casa, quando seu pai foi buscá-la fugitiva. Já fazia cinco meses que tinha acontecido
tudo, mas as cenas ainda estavam em minha mente como se tivesse acontecido no dia
anterior.
Todas as palavras do Sr. Cullen se transformavam em um ódio inveterado por

ele. As palavras dele ecoavam, dizendo que eu era um qualquer, que a filha dele não
era para mim.
Lembrava-me sempre dos olhos aflitos de Bella quando seu pai proferiu cada
palavra.
1090 de 1595 26/05/2011 20:45

Não tinha como fugirmos dessa realidade, então tratei de tentar esquecê-la e
levar as ofensas de seu pai como uma injeção de vontade de mudar, que entrava nas
minhas veias de um modo que tudo que ele disse se transformou em mais sede por
mudança.
Eu queria mostrar para aquele homem que um dia ele iria se arrepender de ter
sido tão depreciativo. Então, dia após dia eu entrava de cabeça nos livros, tentando
transformar aquela vontade insana de ver aquela menina em combustível para
conseguir um futuro melhor.
Mesmo tentando de tudo que era maneira, as lembranças me atormentavam.

Lembrava da nossa última tarde em minha casa e sentia algo que eu não queria
sentir... Lembrava dos nossos últimos beijos, de seu sorriso despreocupado.
Nossa química era tão inexplicável que eu sentia ondas elétricas por todo o meu
corpo só de estar a milímetros de distância dela.
Naquela tarde dormimos juntos, abraçados, ela era a garota mais sensível e
determinada que eu conheci.
Mesmo sabendo que eu era só um mimo para a garota riquinha, um

brinquedinho, estar com ela em meus braços era algo sensacional, minha vontade era
permanecer ali, sempre.
Quando essas memórias me invadiam, os músculos do meu estômago se

contorciam, era algo nunca experimentado, como se faltasse algo em meu corpo, em
minha vida. E mesmo que eu passasse horas do meu dia estudando, ainda
lembrava-me dela. No mínimo minuto de ócio, seu rosto invadia meus pensamentos.
Eu não devia sentir isso. Era inaceitável para mim. Precisava domar os meus
pensamentos.
Eu lutava contra, mas sempre que me entregava às lembranças, sentia algo

extasiante.
Mais dias se passaram e eu não evoluí. O único amigo que eu tinha conseguido
fazer tinha sido Ryan.
1091 de 1595 26/05/2011 20:45

Por diversas noites ele me chamou para sair, e eu neguei. Eu estava cada dia
mais me afundado na obsessão pela garota, filha do Cullen, e isto estava me livrando
das faculdades mentais claras.
Os pensamentos sobre a garota sempre me deixavam fora de órbita, e isso

começou a me incomodar. Eu comecei a pensar que talvez fosse por nunca ter ficado
com outra garota, então depois de muita insistência do Ryan, resolvi me dar uma
chance de sair, quem sabe se eu tentasse com outra garota poderia ter uma solução
para me libertar daquela idéia fixa.
“Edward, você hoje vai sair desse quarto. Estou a fim de uma garota e vou sair
com ela, mas para isso preciso de companhia para a amiga dela, e você vai fazer isso
para o seu brother aqui.”
“Hoje não. Outro dia eu saio com você, tenho que estudar .” Respondi e voltei
a ler um livro de lei orçamentária.
“Cara, você nunca está a fim de sair. Sabia que você só tem dezoito anos e essa
idade a gente só tem uma vez na vida? Essa é a idade que os homens pegam todas, e
hoje você vai tirar o atraso. Tem uma garota da sala a fim de você e você vai ficar com
ela.”
“Não, Ryan, hoje não estou a fim .” Ainda não me sentia preparado para
enfrentar o novo.
Eu queria arrumar um motivo para negar, mas não conseguia encontrar.
Eu não tinha namorada, não tinha ninguém me esperando, era sábado, eu

poderia sair...mas eu não queria...eu não conseguia me desprender.
“Cara, tu não gosta de mulher, não?” Putz, eu ia ter que explicar isso para ele
agora? Como gosto! Porém acho que só de uma.
Entretanto como eu posso ter certeza se gosto só de uma, se nunca fiquei com
outra?
1092 de 1595 26/05/2011 20:45

“É lógico que eu gosto .” Ultimamente descobri que até demais.
“Tem namorada?”
“Não.”
“Então, você vai sair hoje para aliviar o stress.” Ele fez um gesto obsceno com a
mão.
Ryan me fazia rir.
Eu podia tentar, não?
“Tá, Ryan, para onde pretende ir?” Joguei o livro na cama e levantei.
“Para um barzinho, marquei com a galera do curso.”
**
Saímos do campus no carro do Ryan, era a primeira vez que eu saia à noite
naquela cidade.
Fiquei meio desorientado, como se tivesse saído de uma prisão, não me sentia a
vontade.
Meu desejo era voltar para o quarto e tirar a sensação de perda de tempo por
estar na rua, quando eu deveria estar adiantando o meu futuro.
Estava retraído em pensar que eu iria me aproximar de uma menina.
Com dezoito anos, nunca tinha passado mais que cinco minutos perto de uma
garota que não fosse ela, e nunca tinha tomado nenhuma iniciativa com ninguém,
1093 de 1595 26/05/2011 20:45

então estava com as mãos frias, torcendo pra que essa pessoa que ele me
apresentaria tivesse pelo menos iniciativa e fosse desinibida, porque se dependesse de
mim...
Chegamos ao barzinho e não tinha chegado ninguém. Eu não tinha costume de

beber, então pedi uma coca. Minutos depois chegaram uns colegas de classe, a
maioria eu não conversava, pois eu sentava na frente e não me dava ao diálogo com o
restante da turma.
O Ryan era bem desinibido e conversava com todos, talvez fosse uma ocasião
boa para eu tentar quebrar o gelo.
“Edward, já conhece a Sophia?” Pelo jeito que Ryan me olhou, essa devia ser a
colega de classe que ele queria apresentar para mim.
Dei uma avaliada, era morena, cabelos longos, corpo bonito, um rosto bem
feito, olhos verdes, sorriso bonito...é, eu podia tentar.
Seria a segunda mulher que eu beijaria...
“Oi Sophia.” Cumprimentei-a pegando em sua mão.
Não gostava muito de contatos físicos, ainda mais com pessoas que eu teria o
hábito diário, por isso evitei o beijo no rosto.
Chamei-a para uma mesa destacada e começamos a conversar. O assunto no

geral foi sobre o curso e estudos. Descobri que ela falava fluentemente italiano e
francês. Eu já tinha costume com a língua italiana por causa da minha avó e por
estudar sozinho de vez em quando, então me interessei em passar mais tempo com
ela, pois o restante da nossa conversa foi em italiano.
Já tínhamos passado algum tempo conversando e eu sabia que estava na hora

de rolar um clima, porém eu não senti a mínima vontade.
Era evidente que ela esperava algo, então a chamei para fora do bar, não queria
que meus colegas de classe me vissem ficando com alguém.
1094 de 1595 26/05/2011 20:45

Caminhamos até o estacionamento, próximo ao carro do Ryan. Eu estava muito

tenso, além disso, sem um pingo de vontade. Se eu ficasse com ela, seria somente
para não frustrá-la, pois ela não exercia nenhuma atração sobre mim.
Encostamo-nos ao carro, um ao lado do outro.Eu estava retraído, e o pior foi

perceber que ela também era sem iniciativa. Estava preso na timidez, e queria que ela
tomasse uma atitude se ela realmente estava interessada em mim.
Ainda ficamos conversando um pouco, então o assunto acabou e nada.
Minutos se passaram sem assunto e ambos pareciam esperar pela atitude do

outro, até que ela se aproximou e ficou em minha frente, hesitou inicialmente, mas
mostrou que iria me beijar, então eu me inclinei, deixando que nossos lábios
encostassem.
Foi uma sensação nada boa. Era como se não fosse eu, tornei-me uma pedra,
fria e dura.
Estava sem ação, não estava ali.
Ela tentou com os lábios, mas eu estava desconectado, a milhas de distância

dali.
Remeti-me a lembrança do meu primeiro beijo com Bella, onde só de ter suas
mãos em meu rosto, meu corpo queimava e travava uma guerra com o meu cérebro.
Onde a sensação de seus lábios nos meus era a melhor das sensações vividas por
mim, como um vulcão em meu corpo.
Só de pensar isso senti o músculo do estômago cortar, e algo desconhecido me

inundou.
Uma vontade de mergulhar nas lembranças, de sentir seus lábios doces,

quentes, eletrizantes...
A lembrança despertava em mim várias sensações, vontade de vê-la, de
1095 de 1595 26/05/2011 20:45

abraçá-la, de fazê-la minha.
Como em um estalo, tomei nota de que estava parado com os lábios

encostados na boca da Sophia, e sua postura trouxe-me de volta a realidade.
Ela estava tentando sem sucesso, pois não havia compatibilidade entre nossas
bocas.
Não tinha a mínima chance para mim, eu estava dominado por outra garota e
desmotivado a continuar.
Depois que experimentei a sensação dos beijos de Bella, temia que dali em
diante nada mais me proporcionasse a mesma sensação, e após essa experiência com
a Sophia, tudo se tornou pior em quantidade indefinida.
Parei os movimentos da Sophia, segurando em seus ombros e encostei-a ao

meu peito.
“Sophia, desculpe, você é legal, mas não está dando certo pra mim.” Estava
chateado em ter que falar isso para ela, mas eu não queria ser desonesto. “Estou
tentando esquecer uma garota e não consegui ainda.” Disse por fim.
Senti-me mal, com uma sensação de fracasso, de que era incompleto agora e de
que nunca mais iria sentir aquilo de novo.
“Tudo bem. Eu já tinha percebido. Eu gostei que você foisincero comigo.”
Fim do flash back
“...O Ryan estava a fim de uma amiga da Sophia, a Deby, e a Deby para não
deixar a Sô sozinha em um barzinho, inventou para Ryan que a Sô era a fim de mim.
Isso seria conveniente para a Deby, dois casais de amigos andando juntos. Então
Ryan armou e nesse dia eu dei um beijo na Sophia.”
Por seu rosto passou perplexidade, como eu imaginava que ia ser.
1096 de 1595 26/05/2011 20:45

“Mas um dia você disse que não tinha beijado ela.” Ela alterou o tom, era nítido
não ter gostado da resposta.
Peguei umas batatinhas e coloquei em sua boca, fazendo-a comer, tentando

distraí-la para sossegar. Não queria ela com oscilações de humor. Já que ela fez
questão de saber, agora eu iria até o fim.
“Falei que não tinha beijado ela, porque para mim foi como se não tivesse
beijado. Mas quando você me perguntou isso, eu disse ‘não rolou, igual você e Mike’,
ou seja, eu tentei ficar, mas foi como se não tivesse ficado.”
“Então me explica o perfume, vocês estavam ficando quando ela te deu o

perfume?”
“Bella, não existiu isso de estar ficando, eu dei um beijo nela e pronto. E o
perfume ela me deu por que tinha ido para a França nas férias e trouxe presentes para
alguns amigos, inclusive para Ryan.”
“Você disse que a amiga dela inventou que ela era a fim de você, ela era ou não
era?”
“Não. Ela nunca foi. Foi só uma armação.”
“Está complicado, fala aberto. Eu quero saber de tudo com relação a ela. Como
sabe que ela não é a fim de você? E se ela não era a fim, por que sempre te deu
presentes?” Sua impaciência estava tornando tudo engraçado. Ela respirava curto e
tamborilando os dedos na mesa.
“Ela me dava presentes, porque somos amigos.” Respondi como óbvio e sorri
de seu rosto.
Ela ficou calada uns instantes, tensa mais que o necessário, abrindo a boca com
uma interjeição muda.
“Você é linda quando está com ciúme, sabia.” Encostei meus lábios nos seus e
1097 de 1595 26/05/2011 20:45

beijei sua boca subitamente para acalmá-la. Ela correspondeu com um entusiasmo
não esperado, apertando meu rosto e sugando meus lábios por minutos. Contive o
beijo afastando seu rosto levemente. “Vai ficar bêbada! “ Brinquei. “Deixa esse ataque
para mais tarde no ap.” Insinuei, divertindo-me de seus olhos que estavam rasos
“Não fique bêbada com os meus beijos, porque é você quem vai dirigindo.”
“Você está muito convencido. Acha que eu estou tonta só com os seus beijos,
é?” Ela fingiu não ser e cruzou os braços.
Trouxe-a de volta para meus lábios e murmurei em sua boca.
“Se você não fica tonta só com os meus beijos, saiba que ultimamente eu só
fico tonto com os seus.” Dito isso a beijei novamente, sentindo-me ferver,
esquecendo do movimento do shopping, do barulho intenso, mergulhando em sua
boca, sugando sua língua, ficando completamente incapaz de raciocínio.
O pouco álcool da cerveja, a lembrança retrograda da distância a qual

enfrentamos e a lembrança de que só ela me faz sentir assim, trouxe-me um calor e
um inflar no peito. Então os beijos se tornaram urgentes e demorados, se eu não
tomasse noção, iria precisar de seu corpo urgentemente ali.
Ela se soltou do beijo ofegando e se afastou, eu sorri e bebi mais um gole,

dando um tempo para que meu corpo obcecado acalmasse, e para que os meus
batimentos cardíacos voltassem ao normal.
“Você quer desviar o assunto, está querendo tirar a minha concentração.” Ela
fingiu indignação.
“Não é. É que adorei sua crise de ciúme.” Sorri completamente dissoluto “Mas
vamos continuar com o interrogatório...Bom, vou te provar que ela nunca foi a fim de
mim: quando você veio em setembro daquele ano aqui, a Sô te conheceu e depois que
você foi embora viramos amigos de verdade. Foi ali que ela confessou de quem ela
gostava desde o início...Quando a amiga dela armou para ela ficar comigo, na verdade
ela era a fim era do Ryan, mas ela percebia que a amiga também estava a fim do Ryan
e deixou pra lá. Além disso, tinha outro problema, ela é filha do Senador dos
Democratas, inimigo pessoal do pai do Ryan , então era um relacionamento meio
impossível. Mesmo assim, quando eu soube que ela era a fim do Ryan, vi que eu podia
fazer alguma coisa... Ryan, era o tipo do cara pegador, todos os dias estava com uma
garota diferente. Se a Sophia simplesmente mostrasse que estava a fim dele, ele ia
ficar com ela e depois jogar fora, então, eu resolvi ser a ponte que iria aproximá-los de
verdade. Nesse caso, sempre que tínhamos trabalhos, eu combinava com ela de ser
nós três, assim, eles se aproximaram, acabaram ficando, e estão até hoje, ela colocou
1098 de 1595 26/05/2011 20:45

rédeas neles e eles namoram sério. Satisfeita?”
Ela abriu a boca surpresa.
“Por que você nunca me disse isso?”
“Por que eu queria que você confiasse em mim independente de saber que
alguém era a fim de mim ou não. Eu confio em você, mesmo sabendo que Brandon é
interessado em você.”
“Quem disse que ele é a fim de mim ainda?”
“Eu percebo. É só observar como ele te olha. Mas eu não o culpo, você é
desejável demais. Eu sou um sortudo.” Apertei sua cintura e mordisquei sua orelha.
“Nossa, Edward, você está tão quente hoje.” Ela fechou os olhos, quando
passei a língua em sua orelha. Os pêlos de seus braços eriçaram com minha boca em
sua orelha. Isso só me lembrou que estava na hora de irmos para ap.
“É por que as lembranças me mostraram o quanto eu preciso de você e o

quanto só você me faz feliz...Vamos embora...” Sibilei insinuante em seu ouvido.
“Estou até com medo do que você vai fazer comigo.” Ela se encolheu sorrindo e
eu vaguei a mão por suas pernas.
“É bom que tenha.” Segurei seu rosto e voltei a beijar seus lábios, acariciando
suas pernas, desejando-a gravemente ali. “Amor...Já te passou pela cabeça algum
tipo de ação no banheiro do shopping?” Nem eu acreditei que estava fazendo aquela
pergunta, devia ser o efeito da bebida. Era isso, só a bebida.
Ela arregalou os olhos e eu vi brotar ali um brilho de travessura.
“Ação seria fantasia sexual? É sério que você disse isso, ou melhor, que você
pensou isso?!” Ofegou desacreditada.
1099 de 1595 26/05/2011 20:45

“Não, Bella, esquece. Foi um momento de insanidade. Vamos embora” Paguei a

conta e peguei sua mão para sairmos, ela não fez menção a levantar e me puxou para
falar em meu ouvido.
“No banheiro eu nunca pensei, mas na escada de emergência e no

estacionamento sim, você sabe que eu adoro estacionamentos, né?” Sua voz quente e
macia distribuiu novamente urgência em meu corpo.
Olhei em seus olhos completamente tentado, louco por aquela mulher. Eu faria
o que ela pensasse, já não tinha mais poder em meu próprio corpo.Rezava para que
ela me coagisse a cometer suas loucuras.
Pensei seriamente no que ela insinuava e respondi sem titubear.

“Estacionamento, vem!” Peguei sua mão e saímos rapidamente de lá.
Andamos a passos largos, onde o tempo humano estava completamente

desproporcional com a emergência da ocasião.
Jasper POV
Início das aulas
“Alice, vamos no meu carro comigo.” Insisti pela quarta vez. Já tava perdendo
as estribeiras com a teimosia da anã.
“Jasper, é meu primeiro dia de aula e eu quero mostrar meu carro novo.” Ela
continuava na porta do carro dela.
“Também é o meu primeiro dia de aula. Eu tenho que chegar abalando. Eu só

vou no seu se você deixar eu dirigir.”
“Mas aí não vai ter graça.”
Ela cruzou os braços e não mostrou em nenhum momento que estava vacilando.
1100 de 1595 26/05/2011 20:45

Cheguei perto da anã e encostei ela no carro, com as duas mãos em sua
cintura.
“Por favor, Alicinha.” Isso soou muito carinhoso, né?
Tá, eu já entendi, tô virando gay. Mas esse era o único jeito de convencer essa
coisinha teimosa.
Minha idéia era só dar um jeito dela ceder e me deixar dirigir, afinal, eu ia voltar
a ir a uma escola normal depois de quase três anos sem freqüentar uma.
Eu merecia ir no meu carrão.
Ela olhou para a minha boca e ficou calada.
Ih...Percebi que estava rolando um clima, sempre rolava, eu ficava loucão

quando ela me olhava com aquele olhar tirano, me fazia ficar sem noção.
A vontade de beijar sua boca me deixou perdido, salivei.
Peguei no rosto dela e dei uns selinhos em sua boca.
Ela ficou congelada, mas fechou os olhos.
“Vamos no meu carro, vamos.” Continuei beijando o rosto dela.
Eu já estava consumido de fissura, uma vontade louca de atacar sua boca.
“Jasper, eu já pedi para não fazer isso.” Ela continuava de olhos fechados e eu
desci com os selinhos para seu pescoço.
“Deixa eu dirigir...”
1101 de 1595 26/05/2011 20:45

Ela suspirou e pela primeira vez depois de meses que ela gritava ou saía
correndo quando eu tentava dar uns tratos nela, hoje somente ficou calada e deixou
eu continuar dando selinhos.
Depois de minutos ela estendeu a chave para mim, calada, e sentou no banco
do passageiro.
Entrei todo empolgado no carro, abri o portão no controle e saí do

estacionamento, sentindo a máquina da anã.
Como um projeto de mulher desses ia andar num carrão assim?
Só sendo Carl mesmo!
Eu não estava mais agüentando o clima de enterro no percurso, então ela

resolveu puxar assunto.
“Jasper, eu não quero que você fique me beijando. Pra mim, você é como se
fosse meu irmão.”
“Há! Irmão é?!? Eu sei o quê que você sente quando o seu irmãozinho aqui
chega perto de você.” Peguei na barriga dela e fiz cócegas.
“Encare as coisas. Sou só sua amiga. Se toca, Jasper, não rola mais.” Ela disse
de um jeito muito bizarro.
“Tudo bem, eu já estou te dando mole há meses, já disse que gosto de você,
que sou doidão, mas você fica só me tirando, então vou só te avisar, se você não se
decidir, vou passar o rodo em todas, pegar geral... Fala pra mim, tem muita mulher
bonita aqui na sua escola?” Ah, já estava cansado de insistir e ela ficar só me
brecando.
Ela fechou o tempo, fez um bicão e cruzou os braços.
1102 de 1595 26/05/2011 20:45

Assim ela ficou até chegar à escola. A maior galera juntou para secar o carro
quando eu estava estacionando, não tiraram o olho. Foi do jeito que eu queria, chegar
abalando.
“Até mais, chatinha.” Apertei a bochecha dela e ela não sorriu.
Ela saiu rápido do carro, pegou a bolsa e sumiu para o bloco dela.
Vai entender essa garota, eu sinceramente já estou abandonando o barco.
Tô de saco cheio.
Mesmo que eu seja amarrado nela, não dá pra ficar nessa esparrela.
**
Tive várias aulas chatas, estava desacostumado desse embromation de sala de

aula.
Não sei por que minha mãe resolveu que era melhor eu me socializar de novo,
nada a ver.
Na hora do almoço a anã não quis sentar comigo, ela ficou de longe com umas
amigas dela, então sentei em um canto sozinho.
Eu fico bolado com o que queima os neurônios dela, ela tem umas atitudes sem
pés nem cabeça, primeiro ficou toda esquisita só por que eu dei uns selinhos, depois
ficou nojinho quando eu disse que vou pegar geral.
Garota cabulosa!
Há! Eu é que não vou lamber as botas dela!
1103 de 1595 26/05/2011 20:45

“Oi. Você é novato por aqui?” Maior gatinha já chegou me dando trela.
Era meio branquela demais, mas dava para uns tratos.
“Sou. Senta comigo.” Apontei a cadeira e olhei em direção a anã, ela estava de
olho.
“De quem é aquele Porshe?”
Falei que se eu chegasse dirigindo um carrão todo mundo ia me notar!
“Da minha...” Olhei de novo em direção a anã e sorri, ela me olhou furiosa e
veio andando em minha direção. “É da minha irmã. Eu tenho um Lamborghini. Hoje
resolvemos vir no dela.” Alice chegou e parou ao meu lado. “Essa é minha irmã.”
Apresentei Alice, que não pareceu gostar de ter sido apresentada como irmã.
Ah! Ela quer que eu seja seu irmão, agora ela vai ver.
“Oi, Alice, não sabia que você tinha outro irmão.”
“Ele não é meu irmão. Ele é o meu namorado.” Disse com cara de poucos
amigos e sentou ao meu lado, colocando a cadeira bem junto de mim.
“Ah... Bom te conhecer, até mais.”
Quando ela saiu olhei desnorteado para Alice.
“Quê que foi, chicletinho? Por que você veio embaçar o meu esquema?” Só
queria provocar.
“Não enche, Jasper, eu só vim te salvar, essa garota é maior interesseira.”
1104 de 1595 26/05/2011 20:45

“Qual é o pó? Pra quem tá abandonado como eu, qualquer mercenária serve.
Estou cansado de esperar por você. Já disse que agora vou passar o rodo na primeira
que aparecer.”
Vi a cara da anã ficar de branca para vermelha.
“Jasper, não é para você ficar com ninguém daqui!” A irritante aumentou o
tom.
“Hmmm, ciumenta fica mais gostosa.” Tirei um sarro e belisquei a sua cintura.
“Não é ciúme!” Grunhiu e parou a minha mão.
“Não?”
Sorri da cara dela e segurei com as duas mãos o seu rosto.
“Se você pelo menos voltar a me tratar de boa, sentar comigo, lanchar comigo
e almoçar comigo, eu não dou mole para ninguém daqui. Ainda mais agora que você
acabou de queimar o meu filme dizendo que sou seu namorado. Eu não ligo, se é isso
que você quer. Mas no pacote de desfilar com o gostosão aqui por aí, tem que vir uns
selinhos pelos corredores de vez em quando. Aí sim, eu prometo nunca ficar com
menina nenhuma daqui da escola. É pegar ou largar.” Percebi que eu ia levar a melhor
nessa.
Como eu posso me conformar com tão pouco?
Eu não forcei nada, foi ela que veio com essas idéias de que é minha namorada.
Se ela queria se exibir comigo, ia ter que dar um desconto.
É lógico que ela não ia me resistir, daqui uns dias ela caia na minha de novo.
Bom, como ela ficou de bico fechado, eu entendi que ela aceitou, então terminei
1105 de 1595 26/05/2011 20:45

de almoçar, coloquei meu braço em seu ombro e levei-a até a sala dela.
Não dá para entender, está na cara que ela se derrete toda por mim, morre de
ciúme, mas quando falo em voltar a ficar sério, ela me tira.
Vai saber o que se passa!
Continua...
Notas Finais:
cOMO DE COSTUME, DIVIDI O CAPITULO EM DOIS.

MAIS TARDE POSTO MAIS.
TENHO QUE FAZER UNS ULTIMOS AJUSTES
PASSEM NA OUTRA FIC SEXTA QUE EU VOU ATUALIZAR...FOGO E
GELO
BJS
MANDEM REVIEWS.
AVISO P AQUELAS PESSOAS DAQUELE SITE...

MANDEM RECADINHO P MIM LÁ!!!
SE VCS COLOCAREM AQUI, LÁ EU VOU SER A MAIOR COM POUCOS
RECADINS.
BJS
1106 de 1595 26/05/2011 20:45

Capítulo 47- Noivos 2 escrita por BIA BRAZ
Capitulo 47- Noivos 2
Bella POV
Fim de março
Dias se passaram, e Edward continuou vindo à Califórnia de quinze em quinze

dias nos fins de semana, como combinamos. Fazendo isso, ele me dava um tempo
para me atualizar na empresa e ir ver meu pai.
A grade horária dele mudou e ficou reduzida, deixando livre todos os dias à
tarde e um dia pela manhã. Para a nossa sorte era quinta-feira, assim, ele podia vir
com o Senador todas as quartas. Hoje à noite ele vinha, por isso, estava muito
ansiosa. Vê-lo nunca seria um evento deslocado. Eu nunca estaria imune à sua
1107 de 1595 26/05/2011 20:45

presença.
A minha sorte era ser um dia de aula de economia avançada, assim, eu me

distraía e abrandava um pouco a saudade. O professor avisou que se iniciaria uma
matéria nova, portanto preferi me manter longe de qualquer coisa que tirasse a minha
atenção, sentando na frente.
O professor chegou, desenhou um gráfico no quadro, que mais parecia com o

que tenho analisado sempre com o meu pai quando vou à empresa. Lá, calculamos
com esses gráficos riscos, lucros e custos.
Ele colocou várias freqüências nos gráficos e escreveu algumas perguntas no

quadro.
Enquanto ele terminava de escrever as perguntas, peguei minha caderneta e fui

testar os meus conhecimentos, calculando nesse tempo as estatísticas desenhadas no
quadro.
“Bom, alguém já viu um gráfico destes antes?” O professor perguntou ao

terminar de desenhá-los. Todos responderam que sim.
“Alguém já ouviu falar em distribuição normal?” Perguntou. Eu fiquei calada. Meu

pai já explicou sobre isso, mas eu não sabia se era a mesma coisa.
Ele explicou a matéria, passou alguns exemplos e voltou com perguntas para a
turma.
“Analisando este gráfico, qual a probabilidade dos lucros desta empresa atingir
dois milhões?”
Fiz os cálculos baseados nas resoluções estatísticas que aprendi com meu pai,
apliquei a fórmula que ele sempre usava e cheguei à uma resposta, levantando o dedo
em seguida para que o professor viesse a minha mesa ver se eu estava correta..
Muita gente nem tinha começado, pareciam não ter rumo, outros estavam com
o livro aberto, então o professor, que estava ajudando a July, veio em minha direção.
1108 de 1595 26/05/2011 20:45

Eu mostrei meus cálculos, ele ergueu a caderneta para conferir.
“Já fez Estatística Aplicada antes?”
“Não. Mas eu freqüento a empresa do meu pai regularmente, e ele sempre

trabalha com esses tipos de gráficos. Então eu peguei mais ou menos.”
“Você está muito bem. Qual é a empresa do seu pai?”
“Cullens e associados.”.
“É um jornal, não é?” Assenti balançando a cabeça “ Fique aqui na frente, seus
cálculos foram muito precisos.”
Satisfeita em saber que minhas visitas à empresa davam retorno,melhor ainda

em saber que eu estava por dentro dos cálculos de lucros e aplicações, sentei na
frente e me apliquei em praticar.
A aula se passou rápida, pois eu não me permitia perder um segundo, logo

tocou o sinal, Vick e July me esperaram para o almoço. Segui até elas e andamos
pelos corredor principal. Estávamos descendo as escadas conversando animadas para
o refeitório, avistei um anjo de bermuda jeans, tênis e camiseta azul, com uma bolsa
do notebook ao lado. Suspirei, desacreditada que fosse real.
Continuei andando. Ele parecia uma miragem sorrindo torto para mim.
“Quem é?” July cutucou o meu braço ao ver que ele sorria em nossa direção.
“É o meu na-noivo.” Ofeguei. “Tchau, gente.” Despedi e andei rápido em direção

a ele.
Minha vontade era correr e voar em seu pescoço. Já fazia uma semana que não
nos víamos, pois fim de semana passado fui para Seattle, então estava com muita
saudade.
1109 de 1595 26/05/2011 20:45

“Namorado!!” Joguei meus braços em seu pescoço e dei um beijo estalado.
“Namorado não, é noivo.” Corrigiu e deu um abraço grande, que me cobria toda.
Ainda não me acostumei com o nome noivo, às vezes estranho uma menina de
dezenove anos casar, mesmo assim ao pronunciar isso meu coração sempre infla.
Sim! É meu noivo, será para sempre meu.
“Saudade de você, minha noiva.” Ele beijou em vários lugares do meu rosto,
sem soltar do abraço aconchegante.
Vários alunos passavam por nós, e nada parecia incomodá-lo naquela nossa
bolha de abraço.
“E agora, o que vamos fazer?” Perguntei animada. “Vamos embora?” Propus.

Estava doida para passar a tarde todinha curtindo ele, de preferência assistindo filme e
comendo pipoca na cama.
Ele fez tsc tsc, balançando a cabeça divertido. “Vamos almoçar, depois você vai
voltar para a sua sala, e eu vou estudar na biblioteca.” Respondeu sem me dar chance
de negar, pegou minha mão e nos dirigimos ao restaurante fora da Universidade.
“É sério que você veio estudar? Fiz uma careta incrédula. “Veio essa distância
para estudar?”
“Em primeiro lugar, eu vim te ver e almoçar com você, mas nossas
responsabilidades têm que ser priorizadas. Você precisa estudar e eu também, então
se era para estudar lá ou aqui, eu preferi vir estudar aqui.” Ele apertou minha
bochecha como se explicasse para uma criança. “Mais tarde iremos juntos para o ap.
e podemos sair à noite, se você quiser.”
“E você veio de quê? Que horas você resolveu vir?”
Ele deu de ombros, despreocupado. “Acordei com saudade de você, coloquei

uma bermuda, peguei um avião e vim.” Sorriu e me beijou na testa. “Amanhã eu volto
1110 de 1595 26/05/2011 20:45

com o Senador.”
“Que bom que veio. Fico feliz que tenha vindo conhecer o lugar onde eu estudo.
É bom saber que meu nam...noivo está cada vez mais próximo de mim, curtindo
coisas que outros casais adolescentes normais curtem, como ir à universidade da
namorada.” Entramos nos restaurante lotado de universitários, escolhemos um local
para colocar nossos materiais e nos dirigimos para o buffet, enquanto isso
conversávamos. “Tive aula de Economia avançada e adorei a aula, acho que eu estou
bem. Daqui uns dias já conseguirei analisar as tendências de ações no mercado, e vou
poder investir o nosso dinheiro.”
“Nosso dinheiro?” Ele me olhou com os olhos cerrados.
Colocamos nosso almoço no buffet e sentamos à mesa.
“Sim, nosso. Também tem dinheiro meu. Eu não disse que estou guardando?”
“Uhum...Não tente me enrolar, Bella.” Levou o garfo a boca com um brilho de

humor nos olhos.
“Você não confia em mim?” Pus a mão sobre a sua, sorrindo divertidamente.
“Lógico que sim. Só estou preocupado em você fazê-lo multiplicar sem dar um
fundamento lógico. Eu já conheço você.” Insinuou, virando depois a mão e encaixando
a minha na sua.
“Pode deixar que com isso sou bem transparente. Tenho uma planilha com tudo
anotado, caso você queira ver. Mas eu não sei por que a sua preocupação, tudo que é
seu é meu, e assim reciprocamente.”
“Nós já tivemos essa conversa.” Lembrou sem mudar o humor, ainda com uma
mão minha dentro da sua. Bom, como eu não queria irritá-lo com o assunto, preferi
deixar para lá, por enquanto.
Sorridente, ele pegou uma batata frita e colocou em minha boca.
1111 de 1595 26/05/2011 20:45

“Então vamos mudar de assunto, me conta alguma novidade.” Propus,

mordendo a batata.
“Hmmm, Só tenho uma novidade, eu te falei de um projeto que fiz no ano

passado e o Senador não se interessou?” Perguntou. Eu assenti. “Pois é, eu o dei
para Sophia e ela mostrou ao pai dela, então ele mandou para a comissão e esse entra
em pauta para votação esta semana. Eu fico feliz por algo que eu tenha idealizado ter
chances de aprovação novamente.”
“Mas como é isso? Seu nome vai estar no projeto de lei?” Perguntei curiosa,
voltando minha atenção para a salada.
“Não exatamente. Eu mando um projeto, se as comissões aprovam sem

alterações, e estes chegam rápido às votações, os políticos passam a conhecer o meu
nome. É algo simples, mas é um início para mim. Se algum dia eu precisar deixar o
Senador Evans, por exemplo, eu posso conseguir ser assessor de algum outro
político.”
“Por que o pai do Ryan não quis?”
“Por que não era um projeto que interessava a ele. Ele prefere projetos que
beneficiem empresas grandes e já formadas, e esse projeto que eu fiz era para
universidades públicas em pequenas cidades. O outro, que ainda não passou pelas
comissões, é um projeto de universidades com natureza de Empresa de Economia
Mista, ou seja, cinqüenta e um por cento pertencente e fomentada pelo governo, e
quarenta e nove por cento dividida entre ações.” "N/A- ex no Brasil: Petrobrás, Banco
do Brasil.)
“O que exatamente você faz?” Era interessante ouvi-lo falar de sua vida,
enquanto isso eu tomava o suco.
“Faço as intenções do projeto de lei, e junto com ele, entrego para o Senador
todos os argumentos, e ainda redijo os discursos de embasamentos.”
“Nossa, embaixador, às vezes tenho tanto orgulho de você!” Olhei ternamente

para ele.
Ele tocou o meu rosto, com olhar penetrante. “Meu objetivo é só um...te
merecer.” Sussurrou docemente, porém, involuntariamente, mudei o semblante com o
1112 de 1595 26/05/2011 20:45

comentário.
“Eu não gosto quando você fala assim...Não entendo...Você me merece. Ser
importante não vai fazer você me merecer mais. Eu amo você desde que você era só
um nerdezinho em Forks, desde que você era só meu amiguinho de festa, meu
anjinho de cabelo liso.” Falei carinhosamente e acariciei o seu cabelo, que estava em
estilo anjinho, cortado baixinho com uns fios arrepiados.
“Você não amava nada. Era só uma menina mimada que me quis e me
conseguiu.” Brincou, com o humor a mil.
“Foi mesmo. Isso mesmo.” Concordei e baguncei seu cabelo. “Agora você é
meu. Só meu. Viu como eu fui uma mimada persistente? Agora eu sou sua dona.”
Sorrimos os dois, contentes, ele me puxou para mais próximo pela cintura e colocou
minha cabeça sob o seu queixo. Pressionei os lábios em seu pescoço, completamente
feliz.
“Sorvete?” Propôs.
“Não sei, tenho que me manter uma noiva magra. Meu pai já até pediu para um
designer famoso daqui de Los Angeles desenhar o meu vestido. Melhor não ficar
comendo carboidratos.”
Despreocupado, ele levantou, colocou sorvete de morango para ele, depois

sentou e levou o sorvete até minha boca, beijando depois levemente, tomando o
sorvete em meus lábios.
Não sei quantas vezes meu cérebro ia repetir isso, mas definitivamente meu
na-noivo era outra pessoa.
“Eu vou poder te ajudar a escolher o vestido, minha noiva?” Perguntou com a
sobrancelha arqueada e trouxe de novo a colher e seus lábios à minha boca.
“Não. Você não pode ver. Só vai me acompanhar.” É o que dizem, né? Mas eu
nem ligaria dele ver.
Ele concordou, ainda passou um bom tempo entre beijinhos e sorvete, depois
1113 de 1595 26/05/2011 20:45

olhou no relógio. “Acho que já deve estar em sua hora, menina.” Comentou,
levantamos, ele pagou a conta e voltamos para o bloco onde eu estudo.
Ele subiu comigo no prédio, parou na porta da sala, encostou-me na parede e

me deu um beijo leve nos lábios.
“Como você soube qual era o meu prédio? E como você entrou?” Perguntei,
fechei os olhos e ele distribuiu beijos em meu rosto.
“Passei uma mensagem para Emmett de manhã, antes de vir, e quando cheguei,
ele saiu lá fora para me colocar para dentro.”
Levantei a mão até sua nuca e encostamos nossas testas. “Adoro ver você com
o meu irmão. Nem parece que aconteceram tantas coisas em nossas vidas.”
Comentei, o professor chegou à sala, ele me deu mais um selinho e saiu.
A aula passou lentamente, eu estava doida para sair logo de lá e ir para casa
com o meu n-noivo. Aff, será difícil acostumar... Quer saber? Ele é meu namorado e
pronto, meu eterno namoradinho.
Mais tarde, saí da sala ansiosa, e ele estava me esperando na saída central. Não
havia uma menina que passasse e não virasse o rosto para olhar o meu anjo parado
ali. Difícil ter um namorado bonito,viu. Mas eu nem ligo não, ele é meu mesmo.
Orgulhosa, peguei na mão dele e direcionamos ao estacionamento. O carro do

Emmett ficava na primeira vaga.
“E ae, cunhado, foi difícil encontrar ela?” Emmett quis saber, logo que chegamos
no carro.
“Ela que me achou fácil.” Edward sorriu e entramos, segundos depois Emmett
deu partida.
“Gente, vocês acreditam que hoje me chamaram atenção por causa do

Emmett!?” Rosalie disse, enquanto alisava o cabelo do Emmett. “Perguntaram se ele
era meu namorado. Acho que nem perceberam a aliançona no meu dedo.”
1114 de 1595 26/05/2011 20:45

“Ou podem ter pensado que você era casada e tinha um amante na universidade
né, sereia.” Ele brincou.
“Mas por que te chamaram a atenção?” Edward perguntou.
“Por que Emmett toda hora vai a minha sala, e como ele é veterano, não está
nem aí. Também por que ele fica andando pelo meu corredor. Além disso, quando ele
chega para me pegar para o lanche ou almoço, fica me beijando e me encostando às
paredes. Por isso chamaram a minha atenção.”
“Eu não sei por que eles estão reclamando. Eu tô pagando aquilo ali!” Emmett
disse e Rosalie olhou para ele com cara de má.
“Tá pagando, Sr. Emmett?! Que eu saiba é uma bolsa de estudos.” Ela fez cara
de desconfiada, com um sorriso preso nos lábios.
“O governo está pagando, mas quem é o governo?” Sorriu cínico. “Quem é o

seu governante?” Ela balançou a cabeça, atravessou o banco e beijou seu pescoço.
“Não liga, Rose, já te disse que é de praxe eles nos enganarem, né? Tem que
ficar de olhos bem abertos nesses Cullens.”
“Qual é, Edward!? Eu não te engano mais. Eu só te enganava por você ser

cabeça dura. Rosalie, você é muito cabeça dura?” Perguntei.
“Eu não. Emmett sempre me dobra.”
“Aprende com sua irmã, Edward. Não sei por que você reluta, eu sempre
venço.”
Sorrimos, descontraídos, entramos em outros assuntos e o caminho se seguiu.

Depois de algum tempo, Rosalie entrou no assunto do jantar.
“Edward, hoje é você quem vai cozinhar.” Determinou.
1115 de 1595 26/05/2011 20:45

“Querendo matar a saudade da minha comida, é?” Edward brincou. “Só se for
um prato fácil. Macarrão ou lasanha.” Deu a opção.
“Tudo bem, pode ser lasanha de frango ao molho branco.”
“Gente, vamos comer saladas, massas não. Eu não posso engordar, sou uma
noiva.” Supliquei manhosa.
“Amor, para mim você está bem.” Edward apertou minha cintura. “Não precisa
se preocupar, você nunca engordou desde que eu te conheci.”
“Estou bem ou boa?” Sibilei insinuante em seu ouvido.
Ele deu um sorriso desavergonhado. “Bem. Se eu te disser que você está boa,
você vai dar piti dizendo que estou te chamando de gorda....Mas quanto ao boa que
você perguntou, está perfeita para mim.”
“Gostosa?” Provoquei, mordiscando sua mandíbula.
“Perfeita, única, extasiante.” Ele sorriu e virou o rosto para o vidro.
“Gostosa?” Continuei cochichando e rindo dele.
“Sim.”
“Sim o quê?”
“Ai, Bella, gostosa. Como você força!” Ele revirou os olhos, ainda sorrindo.
“Eu gosto de ouvir, você devia falar sempre.”
1116 de 1595 26/05/2011 20:45

“Mas eu falo.”
“Quando?” Queria mesmo saber.
“Quando eu digo que você é linda, perfeita, maravilhosa.”
“Ah, mas gostosa é gostosa. Eu quero ser chamada de gostosa.” Impus e

cruzei os braços, fingindo chatear.
“Tudo bem, mais tarde eu falo isso, menina.” Ele colocou a minha cabeça em
seu peito.
Passamos em um mercado, compramos uns ingredientes, um vinho e nos

dirigimos para o ap. Morar com Emmett e Rose foi a melhor escolha que fiz, eles são
agradáveis e fáceis de viver. Um casal calmo e feliz, focados um no outro em todo o
tempo. Incrível como eles praticamente começaram a namorar depois que se
casaram. Comigo morando com eles, Edward se sente completamente à vontade com
a liberdade que Rosalie dá para ele.
Toda a retração que ele um dia teve, não faz parte da nossa convivência com
eles. Eles respeitam o nosso espaço e nós os deles.
Fiquei na cozinha com Edward em todo o tempo que ele fazia a lasanha, ele me
ensinava a dispor os temperos, refogar o frango e cozinhar a massa.
Com mais algumas aulas eu aprendia a cozinhar.
“Você imaginou que sua irmã se casaria primeiro que você?” Abracei-o por trás,
enquanto ele montava as camadas da lasanha na travessa.
“Não. Mas fico feliz. Seu irmão parece ser muito bom para ela.”
“Você vai cozinhar na nossa casa também, mas eu vou ter que impor a minha
nova condição. Antes era de avental e sem camisa, agora eu quero de avental e de
boxer.” Desci as mãos para o bolso de sua calça. “Perfeito um homem desses na
1117 de 1595 26/05/2011 20:45

cozinha!” Dei um aperto em sua nádega, gargalhei sem vergonha e saí de perto.
“Bella!” Olhou-me sem jeito e eu sorri maior.
“É minha ou não. Adoro você sabia?” Apalpei-o mais carinhosamente, depois

coloquei minhas mãos dentro sua blusa, subindo pela barriga até o peito.
“Você é muito...” Ele respirou fundo com minhas mãos o alisando.
“Tarada?” Interrompi me divertindo.
“Apressada...” Suspirou. “Espere chegar ao quarto para ficar me tentando

assim... eu estou fazendo comida.” Sorriu o seu sorriso torto e malicioso.
“Não gosta?” Levantei a camisa dele atrás e passeei a língua nas costas,
mordiscando depois a lateral.
Ele se virou com os olhos quentes, me apertou a ele e mordiscou meu queixo.
“O problema é esse, eu adoro, tanto quanto o seu embaixadorzinho, e depois de uma
semana sem te ver, ele fica completamente impaciente com as suas provocações.”
Seu sorriso era cínico e faminto.
Eu fiquei pasma com a naturalidade com que ele disse isso. Não era normal que
ele falasse assim.
“Deixe-me terminar de montar a lasanha, depois eu vou por para assar e deixar
a Rose olhando, então nós iremos para o quarto, eu . e .você, os dois juntos.”
Pontuou enfaticamente e beijou meu pescoço. A sua fome me fez arrepiar.
“Ok. Acho que você precisa de um bom banho.” Sorri maliciosamente e deixei-o
terminar de montar a lasanha. Minutos depois seguimos impacientes para o quarto.
Um mês depois -Abril
1118 de 1595 26/05/2011 20:45

Como combinado, meu pai pediu para que um design famoso desenhasse
opções de vestidos de noiva para mim. Finalmente o dia das escolhas chegou. Era
sábado, e Edward chegou na sexta-feira para o fim de semana, então o chamei para
me acompanhar ao ateliê.
Seria tudo mais fácil se ele pudesse decidir comigo que vestido usar, porém, ele
não podia. Ele somente sentou-se ao meu lado, apoiando-me, enquanto eu olhava
aflita a pasta de desenhos com Alice que veio justamente para me ajudar a optar.
Edward segurava em minha mão, e como eu avisei que ele não podia ver, ele se
mantinha olhando para o outro lado, fingindo não prestar atenção em mim, enquanto
conversava com Jasper.
“Ai, Bella, você tem que decidir, todos estão bonitos.” Alice disse, já perdendo a
paciência com o tanto que folheávamos.
“Ah...Eu queria que ele escolhesse.” Murmurei chateada, olhando manhosa para
ele.
“Eu prefiro escolher a roupa da lua de mel.” Ele se virou para nós e deu um
sorriso malicioso, mostrando estar atento ao nosso papo mesmo conversando com
Jasper.
Sorri do comentário e apertei sua bochecha. “Você quer o mais fácil.” Sorri, mas
meu rosto era pura aflição.
“Amor, você vai ficar linda de qualquer jeito.” Ele apertou a minha mão e
acariciou o meu rosto, tentando me acalmar.
“Faz assim, Bella, vem aqui.” Alice segurou o meu pulso e me puxou para uma
sala onde tinha vários vestidos prontos.
“Moça, traga alguns vestidos parecidos com esses modelos aqui para ela
experimentar, aí ela vai ter uma noção.” Alice se dirigiu a uma das atendentes do
ateliê.
A moça olhou a pasta e perguntou quais eram os que mais nos interessavam,
1119 de 1595 26/05/2011 20:45

Alice os mostrou, e então a atendente trouxe três amostras. Alice, eufórica, me ajudou
a vestir, depois prendeu meu cabelo, colocou a tiara, os acessórios, e só então me
virei para o espelho.
A atendente acendeu uma luz refletora sobre mim e eu, suspirando, me senti
linda, uma noiva.
“Nossa...” Ofeguei, perplexa com aquilo, com o que representava.
Eu ia ser dele para sempre, até que enfim. Mais cedo que eu esperava, seríamos
uma família de verdade.
Não importava mais a roupa, não importava mais qual escolher, o importante é
que eu estaria linda e iria me tornar sua esposa.
Suspirei e dei umas voltinhas em frente ao espelho.
“Não! Não pode!!!” Escondi assustada quando vi Edward parado e Jasper

embasbacado ao lado dele, olhando para mim.
“Eu os chamei, Bella. Esse ele pode ver. É só para ele ter noção de como a noiva
dele vai ficar bonita. Gostou, Edward?” Alice perguntou com o semblante satisfeito.
Ele estava parado, ainda olhando para mim, depois se aproximou e tirou uma
mecha de cabelo que estava solta.
“Está a noiva mais linda que eu conheci.” Sussurrou delicadamente e tocou

meus lábios com os dedos, com uma expressão sonhadora e apaixonada.
“QUE MOVIMENTAÇÃO É ESSA AQUI!?” Chegou um, sei lá, meio homem,
fazendo um escândalo. Acho que por que a sala de provas estava cheia.
Ao me ver, ele parou. “Mais que noiva mais bela! Uhh! Esse é o noivo!? Não
pode, não pode, dá o fora daqui!” Ele saiu empurrando Edward com Jasper da sala de
provas, e todos sorrimos.
1120 de 1595 26/05/2011 20:45

Fiquei relaxada após ter sido vista pelo Edward e receber seu olhar de
aprovação que me trouxe alívio.
“Qual o seu nome, gracinha?” Ele voltou, falando com a voz meio nasalada.
“Bella, Bella Cullen.” Estendi as mãos para cumprimentá-lo
“Bella Cullen, Filha do Cullen, JORNAL!!??” Ele se mostrou empolgado e

interessado demais. “Sou Perrine” Eu tinha estendido a mão, mas ele veio cheio de
intimidade me dar um beijo molhado no rosto “Ah, queridinha, você é a noiva mais
linda que apareceu nesta primavera, e eu estou realmente precisando de uma noiva
como você para expor minha nova coleção...” Não parecia estar conversando comigo,
ficou batendo os dedos na própria testa como se falasse com ele mesmo “...E eu
tenho certeza que o seu pai vai dar o maior apoio com notícias nos jornais quando
souber que sua filha vai desfilar para mim.” Sorriu empolgado e bateu palmas de
excitação.
“Desfilar?! Não, está tendo um engano. Eu vim só escolher o desenho do

vestido.” Recuei negando.
Eu posso até não ser tímida, mas desfilar por aí não tem nada a ver comigo.
“Sim, noivinha, isso faz parte do ano da noiva. Muitas noivas queriam isso e não
podem. Imagine aparecer em capas de revistas no ano do seu casamento, é uma
lembrança e tanto! Vai ser muito melhor quando souberem que você é filha do Cullen.
Isso vai dar ibope! E o seu noivo, parece que nasceu para isso! Eita bofe gato que
você foi arrumar!! Danadinha!”
Estremeci com a idéia, relutando, e encostei-me a um pilaste. Alice ficou

eufórica, tanto quanto aquele homem, e seus olhos brilhavam de animação.
“Vamos,Bella, não seja difícil. Você sempre gostou de fotos, nunca foi tímida.
Aceita, vai!”
Atravessei a sala de provas devagar e sentei em um sofá, estudando a

proposta, tentada a aceitar. Eu não queria perder nada que uma noiva tivesse direito.
1121 de 1595 26/05/2011 20:45

“Explica, como que é isso... Eu não tenho tempo, meu noivo também não.”
“Serão alguns coquetéis, alguns desfiles, no máximo uns três... O importante

não é o coquetel e sim as notícias que irão aparecer nos jornais e revistas.”
“E qual vestido eu irei usar?” Perguntei, preocupada se as pessoas saberiam qual

o vestido que eu ia usar antes mesmo do casamento.
“Um da coleção nova. O seu eu não vou deixar nem aparecer, é exclusivo.
Aceita, vai! Não é toda noiva que tem esse privilégio. Eu só vou escolher cinco, e
sinceramente está muito difícil. OMG! Como tem noiva feia por aí. Como esses
canhões conseguem casar!?! Pura sorte! Mas no caso de vocês dois, pode ficar calma,
benzinho, é sorte dos dois.” Ele me fazia rir.
Não sei se ele queria puxar o meu saco ou se realmente achava isso. Eu pelo
menos tenho certeza que sou- sou mesmo, nada de modéstia comigo. Também tenho
certeza que Edward é lindo, logo ele não está tentando puxar saco. Sei o que somos.
“Tudo bem. Marque a data dos desfiles e eu compareço, só não garanto o meu
noivo.” Ainda era difícil a idéia de chamá-lo assim, sempre soava estranho.
“Se for precisar da presença dele, será só se eu conseguir publicar as fotos da

coleção para a revista noivos e noivas da primavera...Ele também é um herdeiro? Qual
o sobrenome dele? De repente eu conheça...” Perguntou batendo dois dedinhos na
testa.
“O nome dele é Edward, e o sobre nome dele não é conhecido.” Dei graças pelo
Edward não estar na sala, com certeza ele ficaria constrangido em alguém perguntar
isso.
“Ah...Entendi...Normal, noivinha. Alguém já está desenhando a roupa dele?”
“Não.”
“Ah, então vou te mandar lá no ateliê do meu companheiro. Vai ser interessante
1122 de 1595 26/05/2011 20:45

ter o seu vestido desenhado por mim e o traje do seu deus desenhado pelo meu
companheiro. Isso vai dar um marketing daqueles!”
Eu não estava entendendo a empolgação dele comigo. Podia ser pelo fato do
meu pai ser o dono do jornal. Mas o que mudaria para ele? Ele já é famoso! Mesmo
assim, eu só sorria. Ele teve o poder de me tirar a tensão com as futuras fotos e me
deixar a vontade.
“Vamos! Já escolheu o seu desenho?” Perguntou empolgado.
“Sim. Alice, vem cá, é esse mesmo né, achei ele lindo. E o modelo parece com
esse que estou vestida. Acho que vai ficar bonito no corpo.” Mostrei o terceiro
desenho.
Escolhi o tecido, a renda, as pedrarias e ele ficou me explicando alguns detalhes.

Na verdade eu nem entendia muito o que ele falava, mas conseguia imaginar que ia
ficar perfeito.
“E o seu? Escolhe logo.” Sugeri, e os olhos da Alice brilharam de excitação. “Eu

não quero minha madrinha vestida em qualquer roupa, né?” Ela me abraçou,
completamente feliz e foi para um canto explicar qual o modelo e cor queria. Enquanto
isso, tirei o vestido e vesti a minha roupa.
**
“Então eu te ligo, noiva. Manda um cheiro para aquele seu paizão, eita homem!
Uhhh” Ele se abanou, e eu saí da sala de prova, completamente extasiada por sua
presença empolgante.
O estilista se despediu de nós na porta do ateliê e saiu rumo ao fim de um

corredor, rebolando como se dançasse.
“Edward, você tinha uma chance bem grande de ficar igual ele, viu. Ainda bem
que Bella te salvou.” Jasper fazia careta para Edward e segurava o sorriso, apontando
em direção a loja do Perrine.
“Não tinha a mínima chance.” Edward pôs os braços em meu ombro sorrindo e
1123 de 1595 26/05/2011 20:45

saímos do ateliê. Para chegar ao ateliê do companheiro do Perrine, tínhamos que

andar um quarteirão. Resolvemos ir a pé mesmo.
“Cara, tu era frutinha, aceita logo isso. Você ainda continua maníaco por
organização?”
“Continuo, amor?” Edward me afastou pra que eu respondesse.
“Não sei... Geralmente é você quem arruma a cama quando acordamos, é você
quem recolhe as toalhas do quarto. A sua sandália está sempre próxima a cama, a sua
parte do guarda roupa sempre está organizada, você toma banho toda hora, seca o
sabonete sempre que toma banho...É, Jasper, concordo, ele continua um maníaco.”
Sorrimos todos e seguimos caminho. Observei Jasper e Alice, e os achei

estranho. Eles estavam felizes e andando de mãos dadas. Ela percebeu o meu olhar
em direção a eles e desviou o olhar, parecendo envergonhar-se.
Chegamos ao ateliê do companheiro do Perrine, deixei Jasper e Edward tirando

medidas, e chamei Alice em um canto lá fora para conversar.
“Alice, vocês voltaram? O que está acontecendo?” Tentei soar amigavelmente,
“Não. Nós não voltamos. Só resolvemos ser amigos.” Ela disse com um brilho
triste no olhar.
“Mas vocês... ficam?” Eu estava sem graça em conversar isso de novo.
“Não...Er, ah, Bella...Desculpe... Eu não consegui ainda ...Só de vez em

quando...Ele até que conseguiria, acho que ele se parece com você, pois é mais forte
do que eu...Mas eu preciso dele e não consigo nem pensar em ver ele com outra, e
também ainda não consigo pensar nele como meu irmão.. Será que isso é um pecado
muito grande?” Sua confissão foi um murmúrio que despertou compaixão em mim.
Abracei-a, e resolvi não julgar nem falar mais nada. Se o destino realmente
estivesse escrito, uma hora eles iriam encontrar alguém e esquecer essa paixão
adolescente.
1124 de 1595 26/05/2011 20:45

Voltamos para dentro do ateliê e os meninos tinham terminado. Eu estava

adorando isso, viver cada sensação de uma noiva. Até gostei da idéia de sair em
revistas. Quem iria adorar essa idéia seria meu pai, era certeza. Ele gosta disso, de
mostrar seus filhos.
Edward POV
Um mês depois-Maio- início
Os dias no Capitólio eram calmos. Depois de um ano eleitoral tudo no Senado

era calmaria, é como se fossem as férias deles. Geralmente, no ano das eleições eles
tentam mostrar empenho para a população, mostram trabalho, entretanto, no ano
seguinte, relaxam, e todos os trabalhos andam devagar quase parando.
Uma vez por mês eu continuo indo àquela construtora buscar os documentos do
Senador, então aproveitei o ócio local e saí mais cedo para passar na construtora.
Assim me sobraria tempo para ficar conectado com Bella mais tarde.
Às vezes tenho curiosidade em abrir a pasta e tomar nota do que se trata nela,
Todavia fico receoso em descobrir algo que eu não queira saber, e prefiro não
aprofundar, não deixar-me envolver.
Apressado, estacionei o carro frente ao prédio, peguei a bolsa do notebook para

não deixar no carro chamando atenção, e entrei no prédio. Depois que Amanda me
deu um cartão de acesso, não precisava mais passar pela identificação. Bom para
mim, menos tempo a perder.
Segui até o elevador, apertei o botão do nono andar e o esperei que fosse
rápido. Este era um serviço que eu odiava fazer, sentia-me um garoto de recado ou
um office boy quando fazia isso.
“Boa tarde, Amanda. Está pronto?” Perguntei logo que cheguei à sala.
“Edward, James não mandou a pasta de volta, e você vai ter que levar na sua
bolsa.” Ela avisou.
1125 de 1595 26/05/2011 20:45

“Tudo bem.”
Sentei na sala de espera, um tempo depois ela me chamou para outra salinha,
pedindo para eu sentar assim que chegamos lá. Depois de uns segundos, ela tirou
vários blocos de dinheiro de um cofre e pôs sobre a mesa. Fiquei meio perdido com a
atitude dela.
“Cada bloco desses tem dez mil.” Informou como se eu já soubesse. “Você vai
contar?” Perguntou e levantou o olhar, dando a opção.
Permaneci congelado por um tempo, confuso diante daquela quantidade de

dinheiro, completamente desestabilizado e com os nervos começando a agitar.
Não precisou de muito tempo para que a percepção dos fatos se encaixasse em
meus sentidos. A certeza de o Senador estar envolvido em um esquema ilícito era
clara diante dos meus olhos, e eu estando ali, consciente daquilo, era conivente com
uma rede de corrupção.
“Sempre é isso que tem na maleta?” Perguntei consternado, absorvido por uma
exaltação de ânimos, completamente perturbado pela sensação de estar sendo usado.
Todavia, ela não tinha culpa da minha explosão, eu não deveria descontar nela.
“Sim. É isso que você leva para o Senador.” Explicou como óbvio.
Agitado, coloquei todo o dinheiro sujo na bolsa do notebook, saí rapidamente do

prédio e rumei direto ao Capitólio. Eu estava enervado demais para ir para o meu
quarto com aquela quantidade de dinheiro. Só em pensar que eu estava arriscando a
minha própria vida por meses ao andar com aquele valor exorbitante em uma pasta
mensalmente, ficava completamente encolerizado. Aquilo era uma situação
completamente avessa a tudo que eu tinha planejado para a minha vida.
Ao chegar ao Capitólio, passei direto pela mesa do James em passos

acelerados, entrando depois sem bater no gabinete do Senador.
“Senador, posso falar com o senhor?” Perguntei sem conseguir controlar a

ansiedade em minha voz.
1126 de 1595 26/05/2011 20:45

O Senador conversava algo com sua filha e pediu que eu me aproximasse,

apontando a cadeira pra que eu sentasse.
“O que há? Pensei que tinha ido embora mais cedo hoje.” Comentou,
provavelmente percebendo o meu semblante carregado.
Tentei domar os sentidos sem sucesso. Peguei devagar os pacotes de dinheiro

e coloquei-os lentamente sobre a mesa.
“Senador Evans, eu não estou aqui para isso. Eu resolvi seguir esse caminho
porque eu acredito no sistema e acredito no país. Eu sei que soa meio ingênuo e até
mesmo utópico, mas não vou mudar meus princípios. Então eu gostaria de avisar que
eu não vou fazer parte desse esquema de corrupção ou seja lá o que for. Se o senhor
quiser um profissional, eu estou aqui, mas não vou ser garoto de recado.” Disse
pausado e uniforme.
Ashley, com os olhos arregalados, percebeu o clima e saiu imediatamente da

sala. O Senador olhava em minha direção desnorteado, cadenciando o olhar entre mim
e o dinheiro que estava sobre a mesa.
“Eu não estou entendendo do que você fala, nem que dinheiro é esse.”
Olhei bem em seus olhos, buscando saber se tinha algum fio de honestidade ali.
Ele não precisava se esquivar, pois eu deixei claro nas entrelinhas que não me importo
com o que ele faça, desde que não me envolva.
“Todos os meses tenho ido buscar uma pasta em uma construtora na Virginia.
Hoje eu descobri que essa pasta estava recheada de dinheiro. Eu quero informar para
o senhor que eu não vou mais. Se o senhor precisar de alguém para trabalhar na
assessoria política, eu estou à disposição, mas se necessitar de mim para esse tipo de
serviço, eu estou fora.”
Ele ficou calado uns minutos, depois virou de costas para mim, parecendo estar
nervoso.
“Quem te mandou ir lá?” Perguntou cautelosamente depois de pegar as notas e

colocar em uma gaveta.
1127 de 1595 26/05/2011 20:45

“O James.” Respondi imediatamente.
Eu não estava mais entendendo nada. Pelo modo como ele perguntou,
pareceu-me que ele não sabia que eu ia lá, no entanto ele guardou o dinheiro em uma
gaveta.
Depois de ficar andando pela sala, ele sentou, parecendo relaxar. “Ok, Edward.
Eu resolvo isso com James. Não faça mais esse tipo de coisa sem antes vir me
perguntar se esta ordem partiu de mim. Se eu precisar de algo extra Capitólio, pode
deixar que eu mesmo falo com você. Agora pode sair que eu preciso conversar com
James.” Por segundos, passaram-se várias emoções pela face do Senador as quais eu
não entendi em nenhum momento, todavia ao final ele mostrou calma. Talvez fossem
ações necessárias para se tornar um político de verdade, obrigando-se a controlar
qualquer tipo de emoções.
Passei por James, Ashley estava conversando com ele. Despedi-me com o olhar
e saí apressado, contando os minutos para chegar ao meu quarto.
Estava tão transtornado que minha vontade era que fosse sexta-feira e eu
pudesse simplesmente pegar um avião e ir para Seattle, já que Bella estaria lá este fim
de semana. Entretanto, o jeito era esperar e ir no dia seguinte.
“Oi, amor.” Conectei com Bella, logo que terminei o banho, depois coloquei o pc
na cadeira ao lado da cama.
“Oi, anjinho. Que carinha é essa?” Ela sentou borboleta sobre a cama e colocou
o pc em sua frente.
“Estou chateado. Aconteceu uma coisa que me deixou completamente sem

motivação.” Expliquei e deitei de lado.
“O que foi?”
“Tenho tido atitudes tolas, falta de sensatez e preparo...” Murmurei

desanimadamente. “O James pediu o ano passado que eu fosse todos os meses pegar
uma maleta para ele em uma construtora, e só hoje eu descobri que era dinheiro em
espécie.” O transtorno era explícito em minha voz, era difícil ocultar.
1128 de 1595 26/05/2011 20:45

“E aí?” Inclinou-se preocupada.
“O Senador pareceu-me não saber, mas ele disse que ia resolver. Estou
chateado por não ter olhado de perto o que estava acontecendo. Tudo estava bem
óbvio, acontecendo embaixo do meu nariz e me passou despercebido.” Fiz uma careta
de desgosto. “Sinceramente eu não queria por em dúvida a honestidade de ninguém,
por isso eu nem me atentei aos fatos. Mas só sendo muito tosco mesmo!”
Ela estudou-me uns minutos e depois deitou de lado, colocando a cabeça sobre
o braço, com a expressão completamente terna.
“Anjinho, é nessa hora que eu queria poder estar perto de você. Queria tirar
essa tensão do seu rosto. Não gosto de te ver assim, ainda mais sozinho ai em seu
quarto.”
“Eu também queria você comigo... Mas só de conversar com você já adianta
alguma coisa. Lógico que adianta porque mata a minha saudade, mas não diminui a
minha auto-decepção.”
“Edward, você não é malicioso, e isso é algo que você precisa ser nesse mundo
que você escolheu. Você fala que eu sou menina, mas eu enxerguei desde o dia que
fui aí que James era algum tipo de traíra. Ele tem algum tipo de marcação com você,
por isso quis levantar suspeitas em mim sobre você e as meninas. Além disso, desde
o ano passado quando ele usou o seu computador e ainda mentiu, que eu não confio
nele. Você devia abrir seus olhos.” Ela falava mansamente, doce, meu abrigo por
completo. “Você já descobriu por que ele estava bisbilhotando o seu pc o ano
passado?” Perguntou desconfiada.
“Na verdade, nem me interessei. Eu não queria criar clima com colega de
serviço. Resolvi deixar para lá. Mas depois dessa, estou até arrependido de não ter
examinado mais a fundo os ocorridos de ultimamente. Ah, não, eu estou
completamente desapontado, chateado comigo mesmo.” Balancei a cabeça e abaixei o
olhar ainda maçado pela minha posição diante dos fatos explícitos os quais eu não
observei.
“Ei, pode parar. Acabou. Você está comigo agora. Nosso tempo juntos é muito
precioso e eu não quero você deprê. Fique bem, por favor... Eu comprei uma coisa
para você, acho que vai gostar.” Saiu graciosamente da cama, foi ao armário, pegou
um pacote e colocou sobre a cama.
1129 de 1595 26/05/2011 20:45

“O que é dessa vez?” Perguntei ainda desanimado.
“Hmmm, acho que você não está interessado... Está muito desanimadinho.”
Abriu um conjunto branco. “Vou deixar para outro dia.” Deu de ombros e voltou para
o armário a fim de guardar.
“Espere...” Chamei-a. “O que era?”
“Um calmante pra você.” Sorriu insinuante, mordendo os lábios.
“Ah, é?” Consegui sorri de seu rosto arteiro.
“Sim, quer ver como vai te acalmar?” Ela tirou a camiseta e saiu de conjunto de
algodão para o banheiro.
Já imaginava o que ela iria fazer para me acalmar. Ela tem o dom de me
dominar, basta ela querer, tudo que está em mim treme diante dos seus gracejos e
vontades.
Relaxei na cama e tentei esquecer o que falava. Adoro quando ela resolve se
expor a fim de fazer-me perder a intensidade das preocupações.
Ela saiu do banheiro vestida de...bom, a parte de baixo era mini, branca e
transparente, extremamente sensual. A parte superior era ligada na calcinha por umas
ligas acetinadas, deixando a barriga completamente apetitosa e de fora, era roupa de
... noiva.
Estava linda, maquiada, usando brincos perolados, um veuzinho e um buquê

nas mãos.
“Ai, Bella, nem acredito que você comprou isso.” Permiti-me sorrir do seu rosto
contagiante
“Não gostou?” Sorriu, colocou uma marcha nupcial no PC e começou a andar
1130 de 1595 26/05/2011 20:45

pelo quarto.
“Você não existe. Está linda.” Cresci os olhos. O meu humor estava se
recuperando.
“Estou linda? Acho que essa não é a palavra que eu queria ouvir...” Ela fez
biquinho e jogou os braços no ar, fingindo chateação.
“Dá uma voltinha.” Pedi, me animando, sentindo um incômodo entre as pernas.
Ela deu uns passos, como se estivesse desfilando e fez meia volta.
Estava muito bela, formosa, agradável, perfeita, tentadora, irresistível,

apetitosa...resumindo:gostosa.
“Amor, por que você não usa essas roupas quando eu estou aí?” Murmurei,
completamente cheio de cobiça por ela, apaixonado pela visão.
“Por que você prefere sem, esqueceu?”
“Mas eu gosto dessas suas roupinhas ousadas. Desfila para mim.” Pedi e ela
começou a andar seguindo o ritmo da marcha, sorrindo.
“Ei, vem aqui.” Chamei-a carinhosamente. “Quer casar comigo? Estou doido
para dividir meus dias com uma noiva como você.”
“Só se for hoje!” Deu dois pulinhos, com o humor elevado.
“Então vamos fazer uma casamento virtual.” Sorri, divertindo com a brincadeira.
“Sinceramente eu estou preocupada é com as núpcias.” Olhou inocentemente

para cima. “Como nós vamos fazer nessa distância?” Ela deu uma piscada insinuante.
1131 de 1595 26/05/2011 20:45

“Primeiro diz se me aceita, depois resolvemos as núpcias. Bella Cullen linda e

perfeita, você aceita Edward Hale tosco e palerma, porém louco, obsessivo e
apaixonado por você, como seu legítimo esposo?”
“Siiiiiimmmm!! Agora sou eu!! Edward, anjinho, perfeito, gostoso, tudo de bão,
você aceita Bella louca, insensata e inconseqüente, mas paciente e apaixonada por
você, como sua legítima esposa?”
“Sim, pra sempre.”
“Então pode beijar a noiva!” Falamos juntos e gargalhamos.
“Eu te amo, amor. Você é meu abrigo, a força que me faz prosseguir.” Eu disse
apaixonadamente.
“Eu também te amo. Não vejo a hora de compartilhar todos os meus dias com
você. E agora, vamos para as núpcias?” Ela levantou, virou-se de lado e deu um olhar
insinuante.
“Hmmm, não vejo a hora de me acabar nessa noivinha.”
“Marido! Estou ficando com vergonha. Eu sou uma menina pura!” Ela pôs as
mãos no rosto e abriu a boca, fingindo vergonha. Depois ela deitou na cama
novamente, de bruços. “Hoje sou eu quem vou conduzir a noite de núpcias, marido.
Você é muito tímido e eu vou falar um monte de coisa para VOCÊ ficar com vergonha.”
“Ah, é?” Sorri forçado, já sentindo o desconcerto.
“Sim, vá ao frigobar e pegue gelo, que eu vou lá fora buscar também ” Ela
colocou o roupão e saiu. Minutos depois voltou com uma vasilha com gelo.
“Marido, lembre de comprarmos um frigobar aqui para o nosso ninho. Vamos

lá, concentração, primeiro vou dançar para você.”
Ela colocou uma música e começou a se mover. Era incrível a sua demasiada
1132 de 1595 26/05/2011 20:45

desfaçatez diante de mim. Completamente descarada. Ao mesmo tempo que eu

sorria, ficava fascinado com seu ar desenvolto, vivo, cheio de graça.
“Aprenda, marido, é assim que você tem que me chamar, vou cantar as partes
que me tocam: tão deliciosa quente, quente. É deliciosa. Quer experimentar o que eu
tenho Eu sou Bellaliciosa G-G-G-G-G- gostosa, gostosa.”
Ela sorria de um jeito libertino, cantava e dançava passando as mãos pelo

corpo, fazendo mostra, desembaraçada, meneando os quadris maliciosamente. Não
tinha como não ficar alucinado com ela se movendo, a saudade me invadindo, a
obsessão tomando conta. Tudo que eu queria era passar a minha boca pelo seu
corpo, sentir sua pele, seu gosto.
Ela olhava sedutoramente em direção ao pc, ainda cantando, parecendo

apreciar o meu rosto de palerma apaixonado.
A ambição por ela era tamanha ao ponto de sentir correntes elétricas de desejo
pelo corpo.
“Outra garota não pode descer como eu... Meu corpo se torna viciante...Baby,
baby, baby se você realmente quer brincar...Amor, mantenha sua paciência, então
você vai experimentar do meu gosto, gosto é tão gostoso isso vai te deixar louco... G
vai pro O, o S-T-a, garoto você experimenta G vai pro O, o S-T-a, garoto você
experimenta D vai pro E, pro L-I-C-I-O-S-A...Sou deliciosa...”
“Chega Bella, pode deitar.” Eu já me encontrava possuído de desejo por ela.
“Quem manda aqui hoje sou eu, marido.” Ela abaixou o som e deitou na cama.
“Me ouça, vou fazer você tremer só de ouvir a minha voz....Tire a roupa bem devagar
e deite .” Disse com uma postura sedutora. Tirei a blusa, o short e deitei, sorrindo da
vontade dela de governar o mundo. Pelo menos o meu.
“Você devia vestir de novo e fazer streep para mim, já que eu tenho feito tanto
para você .” Ela sorriu travessa
“Não viaja, Bella.”
1133 de 1595 26/05/2011 20:45

“Quê que é, marido?! Não seja tímido. Já devia ter saído do armário
completamente.”
Fiquei sério, fingindo indignação e cruzei os braços.
“Quê que foi?”
“Que negócio é esse de me mandar sair do armário?” Prendi o sorriso, ainda

fingindo indignação.
“Bobinho, não é nesse sentido. Eu não tenho dúvidas de que você gosta e muito
de mulher. Só quero que seja menos tímido.”
“Eu sei ao que você se referia.” Relaxei. “Mas não ser tímido é uma coisa, fazer
streep é outra. Só em sonho que eu faço.”
Ela revirou os olhos. “Tire tudo agora, que o gelo está derretendo.” Ordenou e
eu sorri da ousadia.
“Vou apagar a luz.”
“Não. Quero te ver. Eu adoro ver você todo.” Exigiu, olhou-me com olhar
devorador e mordeu os lábios.
Confesso: ela às vezes me assusta, todavia, seu ar de minha dona me deixou

mais excitado. Tudo bem, diante da coação, tirei a última peça de roupa e deitei de
lado, colocando o travesseiro na minha frente.
É lógico que foi coação, ela tem um poder imperioso sobre mim.
“Anjinho, deite de costas, feche os olhos, e pelamordedeus, tire esse

travesseiro daí .” Reclamou, e eu.... tão somente, simplesmente, sem relutar:
obedeci.
1134 de 1595 26/05/2011 20:45

Deitei de costas, fechei os olhos e tirei o travesseiro da minha frente... Pelo

menos eu estava de olhos fechados.
“Aí está quente hoje?” Perguntou com languidez na voz.
“Um pouco.” Respondi tentando dominar minha respiração.“Então, sem abrir os

olhos, pegue um gelo e coloque no seu abdômen...”
Um pouco relutante, estiquei o braço, peguei o gelo e coloquei sobre o meu

abdômen, sentindo o estremecimento com o choque térmico.
“Hmmm... isso... agora passeie com o gelo até o seu peito.” Fiz isso, mas me
sentia preso.
“Ah, Bella, não está dando certo.” Eu não estava à vontade com a minha
exposição, totalmente nu diante de uma web cam.
“Abra os olhos e olhe para mim.” Pediu. Eu abri. “Eu estou com o gelo na boca.
Você vai imaginar que o gelo é a minha boca gelada passando sobre você, pode ser?”
Ela disse com a voz maliciosa e no mesmo instante uma corrente voltou mais forte em
meus sentidos, junto com um estremecimento. “Vamos, feche os olhos de novo e se
concentre, você vai gostar...” Eu fechei os olhos e voltei a passear o gelo em meu
abdômen, estremecendo agora por um motivo diferente. Ela continuou.“Passeie o gelo
devagar em sua barriga...peito...pescoço...até chegar em sua boca.” Segui o caminho
que ela determinou, gostando do contato, mas ainda estava cheio de reservas por ser
ela a estar na direção.
“Se concentre... Quero que se esforce e me ensine a fazer algo que você nunca
me ensinou.. .Continue de olhos fechados, pegue outro gelo e coloque na parte baixa
da sua barriga.”
Peguei outro gelo e coloquei.
“Agora quero que você imagine a minha boca gelada... indo mais para baixo.”
Murmurou ousadamente, eu desci o gelo sobre meu membro intumescido e calafrios
de prazer foram distribuídos. O contato com o gelo era bom, mas não muito
confortável, porém minha imaginação era criativa, e pensar em sua boca sobre mim
estava me incitando a continuar.
1135 de 1595 26/05/2011 20:45

“Agora eu quero que você me mostre o que gostaria que eu fizesse quando for
dar beijinhos aí... Imagine que sua mão é minha boca e o gelo é minha língua.” Gemi
baixinho, um pouco constrangido, e como conseqüência todos os meus pêlos se
eriçaram.
Resolvi me deixar levar, demonstrar era a solução para isso. Ainda que fosse
meio devasso expor, ela é inexperiente, e mesmo com mais de um ano de vida sexual
ativa, não adquirimos intimidade suficiente pra que eu falasse como melhorar... Mas já
que ela deu ensejo...
Um gemido involuntário saiu da minha boca ao imaginar sua língua cheia de

lascívia ali. Movi o quadril, peguei o gelo e comecei a demonstrar devagar, sentindo
vários prazeres novos misturados, o prazer de saber que ela estava olhando, o prazer
do gelo com a pele, o prazer da falta de um sentido ao estar com os olhos fechados.
“Hmmm, você gosta assim...” Sua voz foi cheia de luxúria. “Mas minha
boquinha é pequenininha.” Sussurrou divertidamente, parecia segurar o riso.
Continuei demonstrando, já com a respiração bem acelerada, todavia, depois

de um tempo ela gargalhou.
“Bellinha, ponha o gelinho na sua boquinha e pare de falar um pouquinho.” Pedi,

ainda me massageando. Ela sorriu mais, completamente desvirtuada.
“Anjinho, já disse que te amo? Amo você todinho... Olhe para mim agora e
jogue o gelo fora” Pediu. Eu, um pouco frustrado, obedeci. “Eu não quero mais. Quero
você fazendo isso pessoalmente aqui nessa cama. Não vou agüentar te ver e não
poder fazer nada.” Disse olhando para o pc com os olhos escuros, um biquinho
enfeitando a boca. “Veste a sua roupa e vamos conversar. Eu só queria distrair você e
fazer você perder mais um pouco a timidez...Acho que você perdeu, viu. Está mais
calmo?” Arqueou a sobrancelha com uma diversão explícita em sua voz.
“Sim, estou bem calminho. Quando eu chegar aí é você quem vai sofrer com o
gelo” Ameacei com os olhos cerrados, ainda me inflamando de desejo, mesmo assim,
fiz o que ela pediu. Não custava esperar um dia.
Devagar, sequei a umidade do gelo no corpo, vesti o short e deitei na cama

novamente, desacreditado, sorrindo de como ela fazia o que queria de mim.
1136 de 1595 26/05/2011 20:45

“Então vamos voltar a conversar sobre o Senador. O que você acha que ele vai
fazer?”
“Não sei, mas acho que ele não vai deixar uma pessoa desonesta na equipe
dele.”
“Olha só, você confia demais nas pessoas, mas não pode ser assim. Não dá
para confiar nas pessoas completamente. Daqui para frente é prestar atenção. Só
tente ser mais desconfiado, certo?”
“Sim.”
“Ainda bem que existem pessoas como você nesse país. Se houvessem mais
homens honestos assim, com certeza teríamos um país melhor. Mas mudando
completamente de assunto, como está a especialização?”
“Está fácil. Muita coisa eu já vi no curso, então fica fácil.”
Ela tirou a roupa de noivinha, vestiu uma camisola e deitou.
“Dorme comigo hoje?” Propus, insatisfeito em ter que desconectar.
“Tudo bem. Amanhã eu vou para Seattle, você vai?” Ela já se encolhia,
bocejando para dormir.
“Sim. Está cansada, amor?”
“Bastante. Todo dia temos que acordar meio cedo, afinal, levamos cerca de
quarenta minutos para chegarmos à universidade. Isso por que Emmett anda rápido e
conhece os melhores caminhos... Edward, semana que vem temos que ir tirar as fotos
para revista que o Perrine pediu. Está animado?” Perguntou debruçada sobre o braço.
Ela já fechava os olhos.
“Ah, Bella, eu só vou por que você quer. Você sabe que eu não fico muito a
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vontade diante de fotos.”
“Você vai ficar lindo. Só estou preocupada de outras mulheres descobrirem você
e se interessarem em te roubar de mim.”
“Não vão. Se vamos sair em uma revista de noivos e noivas, é por que eu já
tenho dona. Agora durma que eu ainda vou ler um pouco, amanhã conversamos
mais.”
“Boa noite e fique mais atento.”
“Boa noite.”
Ela ficou quieta do outro lado da câmera, peguei um livro e comecei a folheá-lo.
Bella dormiu rápido, fiquei um tempo olhando ela dormir, feliz, agraciado. Eu ficaria
aqui somente para vigiar o seu sono, para vê-la respirar.
A saudade ainda trás dor, mesmo agora que ficamos menos tempo sem nos
ver. Gostaria de estar com ela hoje, tê-la em minha cama. O que embalsama a
saudade é saber que em breve isso acontecerá. Eu não irei mais perder momentos
seus.
Fim de maio- Quase um mês depois.
Na última vez que fui a Seattle conversei com a minha mãe sobre a situação
dela e do Carlisle, e o mais importante, sobre a revelação da paternidade do Jasper.
Ela disse estar esperando o momento certo para isso, de modo que ela estivesse
realmente bem com Carlisle, para que essa revelação não gerasse outro
desentendimento.
Depois de uns dias sem tocar no assunto, resolvi ligar para ela e saber como
estava o andamento da questão.
“Oi, mãe.” Deitei em minha cama, relaxado.
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“Oi.” Ela sabia qual seria minha primeira pergunta, então estava meio
retrocedida.
“Como estão as coisas?”
“No geral tudo bem, só Jasper que está tendo um probleminha.” Sua voz estava
pausada e tensa, com certeza tinham muitas informações ocultas na frase.
“Qual o problema?”Sentei, já movido por inquietação.
“Ele não está respondendo ao tratamento, então Dr. Charlie os cancelou.”
“E agora?” Perguntei subitamente ansioso.
“Estou tentando fazer algo... não sei se vai me entender, mas estou tentando
engravidar de novo.” Sua voz foi retesada e cheia de culpa.
Entendi o que ela dizia. Ela precisava estar perto de Carlisle para ter alguma
chance de cura para Jasper, então ainda ela não ia falar sobre a paternidade para não
ter a chance de ele deixá-la por isso.
“O doutor falou sobre algum outro tipo de tratamento?” Murmurei sentindo o

desânimo invadindo a minha voz.
Era triste saber que ele tinha tanta alegria de viver, uma família, um pai
milionário que tinha favorecido o financeiro para o tratamento, mas ao mesmo tempo
não tinha respostas à sua saúde.
“O médico ainda está estudando o caso. Ele entrou em contato com a equipe de
médicos da Califórnia e está mandando os últimos exames dele para lá. Estamos
aguardando a resposta.”
“Tá, mãe. Obrigado por não esconder de mim dessa vez. E é bom não revelar
mesmo aquele assunto. A gente não sabe o futuro que espera Jasper, e Alice tem
trazido muita felicidade para ele. Não sei se as coisas não piorariam mais ainda se ele
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descobrisse.” A falta de fé estava se apoderando de mim, deixando-me sem chão.
“Enquanto houver vida, pode ser que haja uma chance.” Sua voz foi vazia e
mostrou tristeza.
Respirei fundo buscando alguma palavra que dissipasse a mútua falta de fé.
“É verdade. Então continue tentando com a gravidez. De repente dessa vez

tenhamos mais sorte.”
“Obrigada, filho, por não me julgar.”
“Eu amo você, e não tenho por que te julgar. Um beijo e dá um beijo na Sue por
mim.”
Ainda que eu estivesse completamente desanimado com as notícias, não devia

perder a confiança na cura, logo esse fio de esperança que Esme busca dar, era algo
viável, mesmo que fosse nas condições que estava sendo buscada.
Junho- início
Minhas matérias na Universidade estavam quase todas eliminadas. Já Rayan,

estava propício a reprovar. Como esse semestre não peguei todas as matérias que ele
fazia, isso dificultou a minha ajuda, assim, ele estava mal. Sophia até que tentava
ajudá-lo, mesmo assim, ele estava fraco em duas matérias.
Tinha mais de um mês que ocorreu o fato com James e nada foi feito em
relação. Nunca mais o Senador tocou no assunto e a situação no gabinete
estava inteiramente desconfortável.
Estava em minha sala no Capitólio, aproveitando o momento de sossego e

terminando de organizar meu trabalho final de curso que ia defender na próxima
semana. Era para ele ser defendido só em dezembro, mas eu consegui adiantar a
defesa, assim, a Universidade ia emitir uma declaração, e eu poderia dar início ao
mestrado antes mesmo da formatura.
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Era sexta-feira, eu não ia para a Califórnia, pois Bella foi para Seattle. Então iria
aproveitar o fim de semana para me adiantar e estudar. Todos foram embora
enquanto eu estava entretido com trabalho. Somente o Senador ainda estava em sua
sala. Como ele só saía da Capital às sete horas, ele ainda estava em seu gabinete.
Depois de terminar meus afazeres, entrei em sua sala, a fim de avisar que já
estava indo embora e encontrei-o folheando uma revista.
“Senador, estou indo. Bom fim de semana.”
“Espere um pouco, Edward. Sente aqui comigo um instante.” Pediu com um

sorriso amigável e apontou a cadeira pra que eu sentasse. Eu aceitei. Fazia um tempo
que não conversávamos. De repente ele quisesse falar algo sobre a última situação.
“Filho, você resolveu se casar mesmo?” Perguntou enquanto segurava a revista

que tinha eu e Bella na capa. Ele devia estar fazendo hora até que desse o horário do
seu vôo. Ele estava bem relaxado.
“Sim. Está marcado para oito de dezembro... Posso olhar essa outra revista?”
Referi-me a outra revista que estava aberta na mesa e tinha fotos somente de Bella
vestida de noiva na capa.
Parei os olhos na reportagem. 'Bella Cullen, filha de empresário bilionário marca

a data do casamento e vestirá um designer de Perrine Bruyere'
Relaxado, cruzei as pernas, abri a revista e folheei-a sobre a mesa. Tinha a

mesma nota da capa em letras maiúsculas, várias fotos de Bella e abaixo tinha uma
reportagem sobre o Cullen. Também tinha algo sobre ela ser herdeira de bilhões de
dólares.
“Não se acha muito jovem para casar, não?” O Senador perguntou. Ele
acompanhava a reportagem que eu lia com os olhos.
Eu continuei folheando, analisando as fotos que estavam lindas. “Não. Já

namoramos há algum tempo e eu não vejo porque não me casar.” Fui firme na
resposta.
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“Hmmm, mas você vai viver do dinheiro deles?”
Fiquei surpreso com a introdução desse assunto da parte dele. Além de

surpreso fiquei chocado com a sua dedução.
“Não, Senador, eu trabalho.” Abandonei a revista na mesa e olhei em seus

olhos, querendo saber qual o interesse dele nisso.
“Mas ela é milionária, e o que você ganha aqui não paga os luxos que ela
certamente se cobrirá.”
“Eu a conheço. Ela não tem luxos.”
“Mulheres sempre têm, filho. Elas começam com cremes, depois com jóias, e
assim por diante.” Deu um sorriso amistoso.
Não era um assunto da conta dele, mas eu não me via como sair do tema sem
ser mal educado. Logo peguei a outra revista, mudei-me na cadeira e folheei-a,
mostrando não estar interessado em continuar o assunto. Nessa revista tinha quatro
fotos que fizemos juntos.
Fhashback on
Estava calor e eu vestido com aqueles trajes de noivo. O pior não era isso, pior
eram as pessoas nos olhando tirar fotos, já que estávamos em uma bem
movimentada estação de trem. Eu estava tão nervoso que sentia uma veia em minha
testa pulsar.
“Amor, como você me põe em uma dessas?” Resmunguei retraído. Tentava

sem sucesso esquecer que tinham pessoas nos olhando.
“É só você ficar espontâneo, você já é lindo.” Ela persistia em me deixar à
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vontade, prontificando-se a introduzir as poses livres.
O flash disparava.
Ela ora me beijava, olhava-me, sorria, fazia caras, bocas “Anjinho, olha só para
mim. Só tem eu e você aqui. Esquece as pessoas. Lembre que você está me fazendo
feliz. Eu estou me divertindo.” Ela encostava-se a mim de frente, costas, segurava
minhas mãos embaixo do nosso queixo. “Eu te amo, e estou adorando. Por mim,
sorria, foco, eu e você.” Sussurrava e sempre verbalizava, passando-me segurança
com sua doçura.
Assim, o fotógrafo fazia as fotos.
Da estação de trem, entramos no carro de Bella e nos dirigimos para Las Vegas,
a fim de tirar mais algumas fotos em um cassino. Bella tagarelava durante o caminho.
“Eu estou adorando essa vida de noiva. Assinei um contrato com o Perrine de
fazer quatro desfiles... Acho que ele é meio interesseiro. Ele sabe que o meu pai vai
mandar fazer cobertura máxima nos locais que eu vou desfilar, por isso deve ter me
chamado. Mas eu nem ligo. Estou gostando. Acredita que ele quer fazer as exposições
exatamente onde meu pai é dono dos jornais? Será uma em Washington, Oregon,
Texas e Califórnia.” Ela ria disso, mostrando sua satisfação.
“Realmente, muito interesseiro.” Concordei e a acariciei o seu rosto, vendo o

quanto ela estava deslumbrada como criança.
“Se ele quisesse que eu desfilasse em outros estados, eu também não ligaria.
Meu pai conhece os donos de jornais e revistas do país quase todo, e com certeza isso
ia dar um grande marketing para o interesseiro do Perrine.”
“Eu não sabia que você gostava de se expor assim.”
“Acertou. Eu não gostava mesmo, mas agora quero que o meu país todo saiba
que eu vou casar com o melhor homem que alguém poderia ter.” Ela passou a mão
em minha nuca e olhou-me cheia de sentimentos.
“Você quer me deixar convencido só para eu ficar mais a vontade com as
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fotos.” Apertei sua bochecha e ela fez carinha de inocente. “Já que você está vestida
de noiva e estamos indo para Las Vegas tirar fotos, case hoje comigo?” Propus
divertindo-me.
“Eu já casei com você uma vez, virtualmente.” Lembrou com felicidade estava
estampada em seu rosto “ Mas nem vem. Não vamos casar escondido. Eu não vou
negar a diversão ao meu pai e as fotos públicas que ele tanto gosta.”
“Brincadeirinha. Eu também não vou perder isso... Só não se atrase no dia do

casamento, já disse. Se não, vou pensar que você desistiu de mim.”
“E.u n.ã.o v.o.u d.e.s.i.s.t.i.r d.e v.o.c.ê , nem adianta. Você está fisgado.”
Ela atravessou o carro, abraçou o meu pescoço e beijou o meu rosto.
“Amor, fique lá e ponha o cinto. Não gosto de pegar estrada com você sem
cinto.”
“Ai, ai...Você me trata como criança.” Fez bico relutante e colocou o cinto
contra gosto.
“Você é minha criança.” Apertei o seu biquinho e sorri.
Enfim, chegamos ao cassino combinado com o fotógrafo. Então... Mais algumas

horas desgastantes de fotos.
O que me deixava mais dissoluto era o fato de perceber que ela estava
gostando, aliás, adorando.
Fim do flashback
Eu já estava há algum tempo calado, folheando a revista e imaginei que talvez o

Senador só quisesse uma companhia até a hora dele ir embora, enquanto isso cada
um lia uma revista.
“Edward, você já está sabendo que o projeto de lei que você deu para aquela
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garota foi votado no Senado e já foi para outra casa?”
“Fiquei sabendo.” Fingi calma, mas estava preocupado em saber aonde ele
queria chegar com o assunto. Todavia, seu rosto não mostrava censura quanto ao
fato de eu ter dado o projeto ao pai da Sô.
“O seu outro projeto também já passou pelas comissões...Eu fiquei admirado

com a sua audácia.” Olhou-me atentamente, notavelmente estudando as minhas
mudanças de expressão.
“O Senhor não quis o projeto, e a Sophia se interessou. Eu não vi por que

desperdiçar a idéia.” Eu não tinha motivos para vacilar na resposta e nem por que não
dar a resposta real.
“Eu vejo com admiração, não estou te criticando. Só achei um pouco de

coragem da sua parte. Outro assessor com certeza ficaria receoso em ter essa
postura.” Ele mostrou tranqüilidade ao comentar. Não estava aborrecido com minha
atitude.
“Eu não me sinto preso a ninguém. Não acho que eu traí a sua confiança, se é
isso que o senhor quer insinuar, pois eu mostrei as idéias.” Expliquei sem receios. Não
tinha motivos para esconder o que pensava.
Ele se levantou e começou a andar lentamente pela sala, parecendo perdido em

pensamentos.
“Edward, qual o futuro que você almeja no poder americano?”
Sentei direito na cadeira, interessado em onde ele queria chegar com esse novo
ponto. “Eu não tenho certeza ainda. Não tenho idade de ser muita coisa, então ser
assessor, por enquanto, está bom.”
“Mas onde você pensa em estar daqui a dez anos?” Ele pôs as duas mãos sobre
a mesa e encarou-me de um modo perspicaz.
Segurei o olhar, buscando encontrar o princípio motivador desse assunto

repentino.
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Nesses dois anos e meio, ele sempre foi indiferente, nunca auferiu interesses
sobre minhas aspirações futuras, mas então, era claro que agora ele me via além de
um estudante.
Resolvi abrir o ponto.
“Eu não tenho pretensão a cargos eletivos, pois como não tenho nome e não
sou conhecido, não tenho a mínima chance de ser eleito, embora eu quisesse que
todas as minhas intenções de projetos de leis fossem levadas pessoalmente ao
Senado... Então eu me conformo com o que posso ter. Espero de início pegar a
subsecretaria que o senhor me prometeu, mais para frente uma secretaria maior, até
ficar conhecido. E... futuramente pretendo chegar a ser um representante
internacional.”
“Embaixador?” Arqueou a sobrancelha perplexo.
“É...Talvez... Se eu conseguir passar no processo seletivo quando eu fizer vinte

e cinco anos, sim... Até lá, pretendo ter uma carga política grande... Mas se eu não
conseguir ir por esse lado, um cargo de Secretário de Estado, como o da Hilary
Clinton, é o auge onde eu quero estar daqui a dez anos... Porém, eu não me prendo
muito, são só sonhos por enquanto... Estou tentando viver um dia de cada vez.”
Ele deu um sorriso enigmático e sentou novamente em sua cadeira, com o

semblante humorado.
“Estou admirado em como você pensa grande...Você precisa saber que temos
que abdicar de algumas escolhas para alcançarmos nossos objetivos... O quanto
chegar à ponta do poder americano é importante pra você?” Ainda tinha um sorriso
em seu lábio. Ele mostrava um interesse em demasia no assunto.
“Eu não estou entendendo o ponto.” Inclinei sobre a mesa, buscando nas
palavras dele alguma resposta.
Será que ele queria me propor algum ato ilícito pra que eu chegasse ao poder?
“Sabe, Edward, eu tenho muita estima por você. Considero-te como meu filho.
Quisera eu ter um filho como você. Criei Ryan para que ele assumisse meu lugar, mas
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ele só me decepciona. Agora que ele se envolveu com a filha dos Democratas então, é
como se ele nem fosse meu filho. Estou com total desapreço por ele. É triste ter um
único filho e ele ainda ser como é. Eu queria um filho como você; esforçado,
inteligente, honesto, trabalhador e, acima de tudo, sonhador. Eu disse que vou
conseguir a subsecretaria para você e vou conseguir, além disso, a partir do segundo
semestre eu quero que você assuma o lugar do James. Como você vai ter mais tempo
disponível, eu quero que você seja o chefe da assessoria. Isso é só o começo do que
eu posso te oferecer...”
“Que horas o senhor vai para casa, pai, já são mais de sete horas.”
A porta estava aberta, Ryan entrou com o semblante fechado e não olhou em
minha direção.
“Nossa, nem vi o tempo passar. Você vai conosco para a Califórnia, Edward?” O
Senador olhou as horas e pegou sua pasta.
“Não. Hoje minha noiva está visitando nossa família.” O som que brotou nessas
palavras me agradou. Nossa família
“Edward, eu ainda quero terminar essa conversa. Mais para frente

conversamos.”
“Tudo bem.”
Eles saíram, eu apaguei as luzes, peguei meus objetos e saí em seguida.
Quarta-feira seguinte
Eu não entendi muito bem o comportamento do Ryan na sexta-feira, ele nunca

agiu daquele jeito comigo.
Eu não tinha aula hoje pela manhã, mas ele tinha, então resolvi ir a universidade
procurá-lo para saber se ele estava com algum problema. Passei em frente à sala dele
e pedi que ele viesse fora da sala para que eu pudesse falar com ele. Ele não fez
menção a se levantar e virou o rosto.
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Percebi a Sophia incitando-o a vir, então ele levantou meio sem vontade e veio,
com semblante frio e duro.
“Está com algum problema comigo, Ryan?” Eu queria mesmo saber.
Nem ao nosso quarto ele tinha ido esses dias. Mesmo não morando lá, ele ia lá
todos os dias, deixava os materiais, às vezes tomava banho quando voltava do
basquete, afinal, era o nosso quarto, e ele tinha um armário e objetos lá.
“Vamos ali para fora.” Apontou para o fim do corredor e saiu na frente, depois
parou em frente à entrada principal, sentou em um banquinho e hesitou por minutos
em falar.
“Cara, eu sempre fui teu amigo, sempre fui teu brother e agora estou perdendo
o meu pai para você!”
“Quê?” Ofeguei desentendido.
“Não dá para entender o meu velho. A vida toda eu tentei agradá-lo, e ele
preferia sempre a Ashley. Agora estou fazendo esta porcaria de curso por causa dele e
o que eu ouço é que ele tem vergonha de mim e que queria ter um filho como você.”
Ele encostou os cotovelos no joelho e apoiou a cabeça com as duas mãos,
completamente transtornado.
Com a significação das palavras dele tive certeza que ele estava ouvindo a
conversa que se passou no gabinete sexta-feira.
“Ryan, eu não tenho culpa do que você ouviu.” Sentei ao lado dele no banco.
“Foi por sua culpa que ele descobriu sobre a Sophia...Você podia ter me dado
mais um tempo.” Acusou calmamente, mas era nítida a sua melancolia.
“Ryan, uma hora eu ia ter que aparecer com Bella. E eu não gosto de mentiras.
Isso poderia trazer problemas para mim, como já estava trazendo. O pessoal do
senado achava que a Sô estava comigo, porque você falava e isso quase trouxe
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problema para mim e Bella.”
“Tá, eu te entendo. Eu tinha que assumir mesmo ela de qualquer maneira. Você
ainda segurou a barra pra caramba. Mas isso não muda o fato do meu pai ter dito que
prefere você a mim.”
“Eu não tenho intenção de ganhar teu pai, estou ali para trabalhar. Sinceramente
não estou nem minimamente interessado em afetividade nenhuma da parte dele,
quero cumprir o meu papel e pronto.”
Ele levantou e olhou-me distante. “Edward, sinto te informar... Você, assim

como eu, vai seu uma marionete na mão dele.... Mas eu não vou mais deixar ele fazer
isso comigo. Não depois do que ele disse. Só não vou desistir agora desse curso
porque já cheguei até aqui, mas eu não vou aceitar a vida que meu pai quer impor
para mim. Agora você, fique com ele, se você quiser.” Disse com um dar de ombros
indiferente e saiu, deixando-me lá. Devia estar magoado com o pai e queria descontar
em alguém. Fiquei sem ação, sua atitude de desprezo me atingiu. Não quero perder
um amigo como Ryan.
O restante do dia passou rápido, e as palavras do Ryan ganhavam ecos em

minha mente. Tudo me perturbava. As palavras do Senador depreciando o filho, as
palavras do Ryan de decepção com o pai... E eu estava nesse meio...Fiquei aflito em
ter sido a causa da mágoa do Ryan com o pai.
Como de costume, toda quarta ia à Califórnia com o Senador. Aquele dia não foi
diferente. O Ryan não costumava vir às quartas, entretanto ele foi e ficou amuado em
um canto do jatinho.
Ainda tentei introduzir um diálogo, mas ele não estava interessado, logo desisti e
sentei no meu local habitual.
Ao pousarmos na Califórnia, despedi-me dos presentes e fui o primeiro a descer

do jatinho. Eu já estava a uns cinqüenta metros de distância do avião, indo rumo à
saída do pátio, quando ouvi passos rápidos atrás de mim.
“Edward, posso falar com você?” Ashley alcançou-me e se pôs andando ao meu
lado.
“Estou com pressa, tenho compromisso.” Respondi impaciente.
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“Só dois minutos, por favor.” Ela insistiu meio constrangida.
Parei e olhei o seu rosto. “Pode falar.”
“Er...Não me leve a mal, mas eu queria te pedir uma coisa...”
“Se eu puder fazer.” Estava curioso quanto ao que ela me pediria.
Ela passou um tempo abrindo e fechando a boca, parecendo tomar coragem.

Era nítida a aflição em seu olhar, além da ansiedade.
Eu já estava perdendo a paciência com a hesitação dela. Ela resolveu começar.
“N-não casa não...Você é muito novo...Dá mais um tempo.” Disse por fim, em
um tom baixo e inseguro.
Tentei buscar lá no fundo um fio de tolerância e educação, pois ela tentou se

comportar nos últimos tempos
“Ashley, não quero ser mal educado com você, mas minha vida pessoal não lhe
diz respeito.”
Ela abaixou o olhar e, surpreendentemente, começou a chorar, segurando em

seguida o meu braço.
“Não case, por favor, me dá uma esperança... Eu sou apaixonada por você
...Você podia me dar uma chance...” Congelei assustado com a pessoa ali.Ela
submetia-se humilhantemente a esse pedido.
Olhei de volta ao avião, o Senador e Ryan nos observavam de onde estavam. O

correto nessa situação exposta era tentar ser pelo menos cavalheiro, portanto, segurei
a mão dela que estava em meu braço brandamente, e ela olhou em meu rosto.
1150 de 1595 26/05/2011 20:45

“Ashley, eu já fiz a minha escolha.” Expliquei baixo e gentil.
“Eu amo você. Nunca senti isso por ninguém. Venho indo ali dia após dia para
ficar perto de você, e é ela quem te leva.” Resmungou entre soluços.
“Você não tem por que me amar. Não me conhece e não sabe o que é amor. Eu
lamento por você, mas como já disse, eu já fiz a minha escolha.” Continuei tentando
ser educado.
Ela respirou fundo e olhou-me por minutos. Depois limpou o rosto e se

recompôs.
Eu desejava intensamente ir embora.
“Ok, é essa a sua decisão... Eu não vou desistir de você... Não até que eu te
veja entrando na igreja... Até mais.” Ela olhou-me intensamente e saiu pisando firme.
Perturbado com aquele momento, peguei um taxi e contei os segundos para

chegar ao ap.
Era nada mais que trinta minutos o percurso, mas estava parecendo uma
eternidade com o turbilhão de pensamentos que me invadiam.
“Amor, já está deitada?” Liguei para Bella do caminho.
“Não.” Sua voz era sonolenta.
“Eu sei que está tarde, mas tem como você me esperar na recepção... Estou
com saudade.” Pedi aflito.
“Tudo bem, que voz é essa?”
“Minha semana foi muito ruim sem você. Em dez minutos chego aí. Quando
chegar, conversamos.”
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Fechei os olhos e esperei os últimos minutos de percurso, quando cheguei, ela

já me esperava sentada na recepção do prédio. Só sua presença para acalmar minha
vida turbulenta.
Abracei-a forte e aconcheguei-a em meu peito, beijando várias vezes seu

cabelo.
“O que foi?” Ela pegou meu rosto com as duas mãos e beijou-me ternamente.
“Vamos subir.” Peguei sua mão e puxei-a rumo ao elevador.
Ao entrar no ap. cumprimentei Emmett e Rose, e entramos rapidamente no

quarto.
Passava das dez e ela não deveria dormir muito tarde, por isso, resolvi ganhar
tempo.
“Vou tomar banho. Você já tomou?” Tirei rápido a roupa, peguei uma toalha,
calcei chinelos e pus me a porta do banheiro.
“Já tomei, mas acho que preciso de uma bucha nas costas, você passa?” Propôs
com a voz meio lenta.
“Pode vir.”
Ela tirou a roupa e entrou, fitando interessadamente o meu rosto.
“O que foi, anjinho?”
“Estou chateado... O Ryan não está mais falando direito comigo.” Deixei a água
cair sobre minha cabeça, tentando expulsar com a pressão da água todo o
desassossego.
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“Por quê?”
“Ele ouviu o pai dele me elogiando e ao mesmo tempo desdenhando ele.”
“Com os dias a raiva passa.” Ela deu de ombros e entrou com o corpo embaixo
da água, com o cabelo preso. “Ryan tem o coração bom. Ele vai esquecer seja lá o
que ele tenha ouvido. Ele vai perceber que você não tem culpa...” Ela deixou a água
lhe relaxando, enquanto isso eu deslizava o sabonete em meu corpo. “Que horas você
vai começar a esfregar minhas costas?” Ela se virou e molhou as costas.
Eu coloquei sabonete líquido na bucha, encostei as mãos nela e passei

lentamente em suas costas.
“Foi só isso que aconteceu?” Murmurou preguiçosamente. Lógico que ela sabia
que tinha mais. Por um instante, fiquei calado, estudando nesse tempo se eu queria
falar isso...
“Er...A Ashley hoje me abordou, dizendo que é apaixonada por mim.” Ela
encostou as mãos na parede, dando apoio a testa, completamente relaxada.
“E você?” Perguntou calma. Esse assunto não parecia importar mais para ela.
“Dei a resposta óbvia...” A virei frente a mim e passeei a bucha em seu pescoço,
colo lentamente. “...Falei que eu já fiz a minha escolha” Sussurrei e aproximei minha
boca da sua, beijando-a levemente com selinhos.
“Então esquece tudo e fique bem.”
Despreocupada, ela pegou o sabonete, colocou nas mãos e deslizou sobre mim,
distribuindo fagulhas de prazer por onde suas mãos passavam. Peito, abdômen,
barriga.
Olhei em seus olhos e era como só existisse ela e eu nesse mundo. Ela era o
meu mundo.
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Encostei meus lábios nos seus novamente, parti seus lábios com minha língua,
tentando com o beijo dizer tudo que eu queria naquele instante em que nossos corpos
estavam molhados, conectados por eletricidade. Queria dizer que ela era meu abrigo,
meu lugar de paz.
Todavia, o beijo que só queria transmitir sentimentos se tornou em um calor,

enquanto o desejo brotava veemente em minhas veias, principalmente quando sua
mão acariciou minha excitação, ainda deslizando com a ajuda do sabonete.
Ela se abandonou e devorava a minha língua com tamanha intensidade, ao

ponto de fazer-me perder a sensatez, transformando-me em um viciado corrompido.
Passei as mãos em seus cabelos agora molhados, descendo pelos braços.

Entrelacei suas mãos e encostei-a na parede, sentindo-a estremecer com o contato da
parede fria. Beijei-a até que ofegamos, buscando por ar.
Meu corpo já insistia por ela ali, o desejo de possuí-la ficou intolerável.
“Ah...Bella...Está me induzindo a fazer papel de bobo.” Murmurei entrecortado

e sorri em sua boca, controlando as minhas vontades.
“Eu não fiz nada, foi você quem me atacou.” Divertiu-se da minha situação.
“Fez sim... Eu não consigo evitar te desejar... Você é muito gostosa.” Ela deu
um sorriso grande, pelo nome que disse e invadiu minha boca com ímpeto,
apertando-me, deslizando de novo a mão por meu corpo viciado.
Tudo se transformou em pura névoa , meu corpo queimava, meu peito ardia, as
veias pulsavam eletricidade.
Arfávamos descontrolados com a nossa boca deslizando uma sobre a outra. Sua
respiração me invadia, aprisionava-me, tornava-me insano, dependente, então segurei
firme em suas coxas, apertando-a a mim, explorei o prazer do contato em seu corpo
molhado entre suas coxas e me entreguei às sensações.
Desci com os lábios para o seu pescoço, colo e suguei os seus seios, sequioso
por ela. Estava tão faminto que não conseguia controlar o meu desejo furioso,
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sugando-a com avidez, enquanto seus gemidos alimentavam meu desejo febril.
Eu até podia ser paciente e levá-la para a cama, mas a excitação abrupta me
tornava um contraditório com o essencial...Eu a queria ali.
Ela olhava em meu rosto e sorria, sabendo da minha ânsia, mas esperando as
minhas atitudes. Logo, deslizei a mão até o seu joelho, apertei-o e o ergui,
posicionando-me, explorando a melhor forma de introduzir-me nela.
Devagar, pus minha ereção em sua entrada, ajustei-me com familiaridade e fui
recebido por aconchego, calor e um gemido, que foi abafado por minha boca ávida na
sua.
Eu não saberia nem explicar o que sentia. Sabia que queria morrer fazendo amor
com ela. Num movimento lento e sensual, ela se abandonou, mostrando com seus
suspiros e arquejos o apetite e o prazer que sentia.
Eu estava ébrio com a combinação da luxuria, saudade, contentamento, grau

altíssimo de excitação, então, consumido, eu úordia seu queixo, mordiscava seus
lábios, apertava-a a mim, dedicando-me profundamente ao seu âmago.
Ela era uma amante habilidosa e absorta aos prazeres que atingiamos,
movia-se, proporcionando um prazer inigualável, no mesmo instante que gemia em
minha boca, abandonada, tornando-me um louco, perdido.
Eu estava entregue ao seu cheiro, aos seus beijos, ao seu aperto, ao seu gosto
que me capturava, a virei de costas, ela apoiou as duas mãos na parede e novamente
eu me introduzi dentro dela, mordendo o seu ombro, apertando os seus seios.
Fazíamos amor em um ritmo lúbrico, uma dança movida ao som dos nossos
gemidos e respiração.
Buscávamo-nos num infinito de investidas selvagens e ao mesmo tempo puras,

onde acoplávamos poeticamente, deslizando nossas bocas e mãos voluptuosamente
um pelo outro.
No meu mundo só existia meu corpo entrando no dela e o dela recebendo o
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meu.
Depois de um tempo, a vibração do seu corpo aumentou, juntamente com sua

pulsação e respiração. Eu desci minha mão para crescer o incentivo em sua
intimidade, ela virou o rosto, encaixou-se mais em mim, meneou o quadril
circularmente e murmurou palavras desconexas. “Você é tão bom nisso... Tão
quente... Eu me sinto tão preenchida com você.” Gemeu, estremeceu em minha frente
e grunhiu com o orgasmo, vibrando seu prazer em mim.
Eu já beirava o êxtase, com suas palavras e ápice, senti-me em um estado de

ausência. Minha mão apertava seu seio, a outra ainda massageava seu ponto crucial e
ela ofegava luxúria em minha boca.
“Eu não agüento mais.” Sussurrei. Minhas pernas já tremiam pela vontade
entusiástica de finalizar, então atingi um crescente rápido, preciso, ardente, entrando
e saindo impaciente, logo atingi o limite, apertei-a forte e me esvaí dentro ela,
gemendo, enquanto farpas de espasmos moviam meu corpo e dormência invadia
minhas pernas.
Passei um tempo entorpecido, ainda abraçado a ela, depois a virei de frente a

mim, abracei-a forte e levei-a de novo para baixo do chuveiro, sentindo aos poucos as
pulsações diminuir.
Olhei seu rosto, e ele expressava simplicidade, satisfação, magnitude.
“Ai, amor, obrigado por ser minha.” Beijei sua testa lentamente, ainda com a
respiração irregular.
“Pra sempre...” Ela disse quase sem sons, fechou os olhos e encostou-se ao
meu peito, enquanto a água caia forte sobre nós.
Saímos do banheiro, nos enxugamos e deitamos, completamente preguiçosos.
“Vamos viajar de novo em julho?” Propôs, deitada no meu peito, quase se

entregando ao sono.
“Não sei... Você não disse que iria aplicar o meu dinheiro em julho...” Eu não
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queria desmotivá-la completamente.
“Ah, mas eu quero fazer alguma coisa, ir para uma praia.”
“Podemos passar as férias na casa do seu pai de Forks. É verão e a praia da

reserva é uma boa opção para irmos. O que acha?”
“Podemos ficar na nossa casa de Forks, ela é nossa, eu já disse.” Ela corrigiu. “E
sim, é uma ótima opção. Meu pai já mobiliou alguns espaços, então vai ser bom. Você
vai ter recesso?” Perguntou alisando o meu peito. A necessidade de repouso estava
explícita em sua voz. Ela falava devagar e bocejando.
“Sim... Sabia que eu vou ser chefe da assessoria no próximo semestre?”

Comentei empolgado. “Vou assumir o lugar de James.” Ainda queria conversar, mas
ela já parecia perder os sentidos.
“Hmmm, mais um motivo para ele te invejar...” Murmurou baixinho. Eu nunca

tinha pensado por esse lado...De James ter motivos para não gostar de mim...
Preguiçosa, ela encolheu a perna em cima de mim, e eu observei a tornozeleira

que desde que eu lhe dei, nunca vi Bella sem usá-la, nem mesmo um dia.
“Amor, viu como a tornozeleira está fazendo efeito. Hoje falta exatamente seis
meses para o nosso casamento.”
“U-hum...” Respondeu desatenta, eu sorri e a deixei descansar. Minutos

seguintes, ela adormeceu, e eu coloquei-a ao meu lado, para poder olhar seu rosto.
Ela é minha vida, meu destino, minha felicidade, minha ninfa.
Eu poderia ficar aqui, observando-a até que o dia amanhecesse, satisfeito pela
dádiva que alcancei.
Observava seu sono e agradecia aos Céus por estarmos juntos.
1157 de 1595 26/05/2011 20:45

“Amor, eu escolho você sempre. Só quero ficar com você, para sempre, todo o
sempre .” Sussurrei em seu ouvido e ela sorriu de seu sono.
Continua...
Notas Finais:
Continua...
Dicionário Edward. rsrsrs
1. Ócio= a toa, livre, preguiça

2. Receoso=medo, insegurança
3. Ilícito= errado
4. Consternado=chateado, aflito
5. Absorvido= consumido, cheio
6. Exorbitante= muito, excessivo
7. Encolerizado= raiva, chateado
8. Cadenciando= alternando, trocando
9. Esquivar= retrair, (dá pra trás)
10. Explícitos= todos veem
11. Transponível= passa, expõe
12. Desfaçatez=pouca vergonha,
13. Desenvolto= desavergonhado
14. Libertino= desavergonhado
15. Meneando= movendo, rebolando
16. Languidez= preguiça, moleza
17. Dissoluto=livre, relaxado
18. perspicaz.= agudeza, profundo
19. auferiu=Obteve, interessou
20. aspirações= desejos, anseios
21. enigmático= misterioso
22. abdicar= deixar para trás
23. demasia= excesso, muito
24. depreciando= diminuir
25. abrupta=inesperado, rápido
26. ébrio= embriagado
27. âmago= centro, meio, dentro
28. voluptuosamente= sensual, gostoso
29. entusiástica=ardente, vivo
30. esvaindo=derramar
31. magnitude=grandeza,
32. necedade= tolice
33. lúbrico= sensual, quente
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Oi!!!
Demorei mais cheguei!!!
1159 de 1595 26/05/2011 20:45

Capítulo 48-Poder Americano escrita por BIA BRAZ

Oie!!!
O vapítulo vai sei, inicialmente, um capítulo muito docinho. Peço que

vocês curtam os docinhos, pois as coisas não serão sempre tão boas. Bjus
Capitulo 48- Poder Americano
Fim de Junho
Edward POV
Ansioso, entrei no auditório da Universidade e preparei-me psicologicamente

para a minha defesa, que seria a terceira. Era uma defesa aberta ao público e, como a
minha turma só ia se formar no fim do ano, espalhou-se pela universidade que eu iria
defender hoje, assim, o auditório encontrava-se lotado.
Sentei-me nas cadeiras laterais do palco, de cabeça baixa, lendo nesse tempo
os tópicos principais, então fui chamado nominalmente e eu me levantei, tomando
seguidamente meu lugar em frente ao palanque.
Surpreendentemente, meus olhos captaram a presença inusitada de três

pessoas entrando juntas, causando-me instantaneamente contentamento. Eram elas:
Bella, Ryan e Sophia.
Não contava com a presença de nenhum deles, pois, Bella não expôs intenção
em vir, Ryan não falava comigo há mais de quinze dias e a Sô estaria no Senado com
o seu pai hoje. Portanto, a presença deles foi surpreendente.
Contente, direcionei o olhar à Bella, e ela deu-me um sorriso singelo, depois
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jogou um beijo e sentou-se nas primeiras cadeiras do auditório.
Bella POV
O meu objetivo em vir foi, além de assistir a defesa, tentar resolver um

probleminha. Estava cansada de ouvir Edward reclamando do fato do Ryan não entrar
mais no quarto deles quando ele estava lá. Ryan preferia ir lá quando Edward estava
no Capitólio. Isso deixava Edward extremamente insatisfeito. Então, como homens
quase não sabem se comunicar, resolvi vir pessoalmente intervir na situação.
Logo que cheguei, liguei para Ryan e o pedi para ir me buscar no aeroporto. Ele
foi e levou a Sophia. No caminho conversamos assuntos aleatórios, e só quando
cheguei a Universidade me senti a vontade para abordar o assunto sobre ele e
Edward.
“Ryan, fala o que está acontecendo entre você e Edward.” Segurei no lado
oposto do braço que a Sophia estava segurando, caminhando nesse tempo até a
entrada principal.
Sophia, discretamente, nos deixou só ao perceber que queríamos conversar.

Logo, apontei para um banquinho, caminhei até lá e sentei. Ele sentou na pontinha do
banco, olhou para o chão e estalou os dedos freneticamente.
“Ah, Bella, eu estou chateado, mas meu problema real não é com Edward... É
com o meu pai... Só que eu não estou conseguindo conversar com Edward ainda,
afinal, é difícil saber que meu pai prefere ele à mim...Não sei se você vai entender,
mas eu sempre tentei ser um filho perfeito, desde criança...Deixava de brincar com os
meus robôs, de desmontar e montar as minhas pequenas criações para fingir gostar
de jornais, noticias...Isso só para agradá-lo...Ele era meu herói e eu queria ser igual a
ele, queria ser o orgulho dele...Mas vê-lo falando daquele jeito de mim e ao mesmo
tempo elogiando o meu melhor amigo, me deixou sem chão.”
“Mas você está deixando isso abalar a sua amizade com Edward e não está
sendo justo.”
“Eu vou conversar com ele ainda. Só estou meio sem graça por ter agido de
uma maneira muito infantil... Mas ainda vou falar com ele.”
“E o que pretende fazer com relação ao seu futuro, já que parece estar
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desistindo da carreira que seu pai escolheu?”
“Não sei. Eu conversei com a minha mãe sobre tudo, ela disse que eu poderia
fazer o que quisesse. Disse que se eu quisesse parar o curso e me mudar para o
Japão para fazer robótica eu poderia...” Ele levantou os olhos e olhou para a Sophia
que olhava de longe, encostada na porta. “...Mas eu não sei se tenho coragem de
deixá-la...Acho que vou mesmo é desistir do meu sonho de criança e terminar esse
curso, porque isso me deixaria próximo a ela.” Ele sorriu em direção a ela.
“Nossa Ryan, como eu fico feliz em ouvir isso. Achei super romântico.” Encostei
o queixo no ombro dele, e ele sorriu.
“Sabe, Bella, contudo, eu sou feliz em ter vindo fazer um curso que eu não
queria, pois foi aqui que eu conheci a Sô e a Edward. E isso eu vou levar comigo.”
Disse convicto.
“E quanto ao seu pai?”
“Eu não tenho ódio dele. Só que agora vou viver minha própria vida. A minha
mãe é rica de berço, então é ela quem me sustenta. Ela me deu aval para fazer o que
eu quero. Então vou levar a vida... Talvez eu dê um rumo na vida com a Sô.” Ele se
virou para mim e pegou em minha mão. “Vocês podiam ser amigas. Eu sei que você
tem reservas com ela, mas você devia se esforçar. A Sophia adora Edward, eles são
muito amigos.”
“Eu gosto dela, não tenho nada contra ela. Quem sabe podemos fazer alguma
coisa hoje à noite.” Sorri, colocando a mão no ombro dele.
“Onde você vai se hospedar?”
“No Crystal.” Respondi prontamente.
“Fica lá no meu ap. Sabe que ele é praticamente seu, né.” Ele sorriu amigável.
“Não sei...cho que é muito abuso...Já basta nas férias.”
1162 de 1595 26/05/2011 20:45

“Qual é, Bella! Faz isso por mim. Podemos sair e quando voltarmos vocês já
ficam por lá para o fim de semana. Aí ficam no quarto que usam sempre.”
“Ai, Ryan, Você não existe....Tudo bem. Então amanhã Edward faz um almoço
para nós.” Completei empolgada e puxei o braço dele para levantarmos e entrarmos
no auditório.
Sorridentes, permaneci de um lado seu, ele ofereceu o outro braço à Sophia e

chegamos à entrada do auditório. Entramos juntos e sentamos na primeira fileira.
Logo que Edward encontrou os meus olhos ele sorriu glorioso, sorri de volta e
joguei um beijinho no ar.
“Bella, já assistiu Edward dando aula?” Sophia perguntou, tentando quebrar o

gelo entre nós duas.
“Já. Tem quase dois anos, quando ele estava dando o seminário.”
“As pessoas adoram as aulas dele. Por isso o auditório está cheio.” Ryan disse.
Edward iniciou sua apresentação com slides, falando baixo e pausado,

consciente do que falava.
A exposição de suas idéias foi precisa. Ele falava sobre Responsabilidade

Social: Um Diferencial para Emergir.
“...............Dedico esse trabalho a Deus, pois sem Ele nada seria possível; à
minha família pela fé e confiança; aos meus amigos pela amizade e apoio
incondicional, e, principalmente, à minha futura esposa, Bella, que sempre acreditou
em mim e me apoiou quando eu mesmo, às vezes, não tinha fé. Obrigado.” Ele sorriu
e olhou em minha direção.
Quando ele terminou a apresentação recebeu bastantes aplausos, depois

cumprimentou a banca de mestres e veio em nossa direção.
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“Parabéns, cara, foi muito boa!” Ryan se atravessou em minha frente e

estendeu a mão para ele, mas Edward o puxou pela mão e deu-lhe um abraço
caloroso.
“E você, mocinha, não pensei que viesse.” Virou-se para mim com a mão na
cintura. “Você gosta de me fazer surpresas.” Ele beijou meu rosto e ergueu-me do
chão.
“Eu não ia perder o meu embaixador subindo mais um degrau.” Disse extasiada
por seu semblante contente, ainda abraçada a ele.
Demorei no abraço, ignorando o fato das pessoas quererem falar com ele.
Estava feliz por mais uma conquista na vida dele
“Deixe-me abraçar o meu amigo, posso?” Sophia brincou ao nosso lado, então
o soltei e ela o abraçou. “Você tem um futuro brilhante, amigo. É só você querer que o
meu pai abre as portas para você.” Ela disse, segurando os braços dele.
“Obrigado, Sô. Mas, por enquanto, está bom para mim. Eu gosto de trabalhar
com o Senador Evans.” Respondeu e olhou em direção ao seu amigo. “Ryan, podemos
conversar?”
“Acho que não vai dar agora.” Ryan sorriu e olhou para as pessoas que estavam
o esperando para cumprimentá-lo. “Nós vamos sair mais tarde e você vai dormir no
meu ap. Temos a noite todinha para conversar.” Ryan sorriu brincalhão e o beliscou
no bumbum. Gargalhei com a brincadeira do Ryan e abrimos caminho para as pessoas
conversarem com Edward.
Duas semanas depois
Julho- início.
Eu e Edward marcamos de nos encontrar em Seattle para as férias de

verão. Cheguei antes, pois ele ainda tinha que adiantar alguns pontos no Capitólio,
afinal iria assumir a chefia de assessoria no segundo semestre. Desocupada, resolvi ir
à empresa e me por a par dos últimos acontecimentos por lá.
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Estava na sala do meu pai, olhando os investimentos que ele vinha fazendo e,
como Edward já tinha dinheiro suficiente para investir, resolvi pedir uma ajuda ao meu
pai.
“Não pai. Eu estava pensando em algo mais rentável.” Discordei das idéias dele
com relação ao rumo que devia dar ao dinheiro do Edward.
“Mas, Bella, imóveis são mais seguros. Ações têm riscos. Mesmo que rendam
mais, tem mais riscos.” Ele insistia.
Fiquei calada, pensando no que ele dissera. “Eu posso investir em ações, afinal
eu tenho muito, mas Edward que tem pouco, portanto tem que investir em algo
estável.” Ele tentou mais uma vez.
“Pai, eu prefiro o risco. Se algo der errado, eu pago para ele. O futuro do
Edward é um risco, então até nisso eu prefiro arriscar.”
“Então invista em ações de empresas petrolíferas e em ouro. Petróleo rende

muito e ouro é estável.”
“Tudo bem.” Assenti e estudei com ele um pouco mais o mercado.
Ele me deu o telefone do agente de investimentos dele e eu liguei, pedindo que

ele viesse a empresa mais tarde para conversarmos. Depois de resolvido, fui para a
sala do Brandon, sendo avisada por sua secretária que ele encontrava-se conversando
com um novo funcionário. Mesmo assim, abri minimamente a porta e coloquei a
cabeça dentro.
“Oi, Clark, depois você tem um tempinho para mim?” Fiz carinha de pidona,
sorrindo.
“Entre, Bella. Tenho todo o tempo do mundo. Sente aqui e espere um pouco,
estou terminando.” Ele apontou para uma cadeira em um canto e eu sentei,
observando o que ele fazia.
Ele conversava com o novo funcionário sobre a empresa e falava com muita
satisfação. Em alguns momentos ele olhava em minha direção e sorria, até que
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dispensou o funcionário, conduzindo-o depois até sua secretaria.
“O que trás a dona do império a minha humilde sala?” Beijou o meu rosto, com
um sorriso estampado.
“Queria bater papo.” Respondi sorridente.
“Muito suspeita a sua atitude... Você ultimamente quase não vem aqui.”
Comentou desconfiado e sentou-se em sua mesa, frente a mim.
“Você anda tendo visão raio-x por um acaso, Clark!” Descontrai e levantei,
andando lentamente até o armário dele. “Eu quero saber uma coisa de você... Tenho
uma curiosidade sobre você.”
“Manda.”
“Só curiosidade... Como era a sua família?... Como vocês se saem sendo
maioria dos seus familiares políticos?”
Ele olhou-me uns minutos, parecendo me estudar, depois desceu da mesa e foi
para a cadeira dele.
“Bom, quando eu era pequeno, eu era meio revoltado em ver pouco o meu pai.
Ele ficava muito tempo na capital...Depois ele quase separou da minha mãe, afinal,
como eles ficavam dias sem se ver e meu pai acabava arrumando amantes por lá...Até
que um dia ele desistiu e resolveu viver a vida calma de Seattle.”
“Por que você não quis seguir a política?”
“Por que eu era meio desiludido com tudo...Meu avô até hoje ainda insiste em
me lançar, mas eu não tenho vontade. Gosto do que eu faço. Gosto de ter previsão do
que esperar do meu dia seguinte.... Mas por que esse tanto de perguntas?” Ele
intensificou o olhar em minha direção.
“Eu quero ter noção do que esperar daqui para frente do Edward. Ele está
1166 de 1595 26/05/2011 20:45

conseguindo subir. Já virou assessor principal e em breve vai virar subsecretário.”
Abaixei o olhar involuntariamente e ele se aproximou da minha cadeira, ficando

em pé em minha frente.
“Isso te deixa apreensiva.” Não era uma pergunta.
“É tão claro assim?” Forcei um sorriso.
“Acho que eu já conheço você.”
“Eu tenho preocupações com ele. Ele é inteligente, porém confia demais nas
pessoas.”
“É. Isso realmente é um problema...Mas pelo jeito é isso que ele quer mesmo,
né? Dá para perceber que esse é o sonho dele se infiltrar lá.”
“É... Esse é o sonho dele.” Assenti quase desgostosa, sentindo o peso das
palavras.
“E o seu, qual é?” Perguntou ele, sentou na cadeira ao meu lado e pegou a
minha mão.
“O meu?...Ter uma vida fácil...” Disse baixo, sem olhar para ele.
Ele ficou um tempo calado.
“Espero que você consiga. Não quero ser pessimista, mas você vai ter que se
conformar com a falta de tempo que ele tem com você desde agora. Se você quiser
viver bem, tem que ter muita paciência com ele.” Aconselhou amigavelmente, ainda
segurando a minha mão.
“Eu sei disso.” Disse e levantei, sentindo a insegurança se apoderar de mim.
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Ele soltou minha mão e se levantou para me deixar na porta.
“Ate mais, Brandon... Ah, já largou a sua vida bandida?” Perguntei da porta,
querendo dissipar o clima que se alojou em mim.
Ele sorriu sem graça. “Ainda não. Ainda estou curtindo a vida. Não sou doido de
me enrolar... Teria que valer muito a pena. Só vocês mesmo para terem essa
coragem.” Ele aproximou-se e apertou meu queixo.“Mas se eu estivesse no lugar dele,
não deixaria você escapar também.” Disse, me olhando intenso.
“Ai, Brandon, você só quer me deixar convencida.” Ironizei, quebrando

qualquer clima.
Ele recuou e sorriu. “Isso mesmo. Ouvi dizer que noiva convencida da beleza é
uma noiva feliz e não tem perigo de stress. Isso foi aquele designer que está
promovendo os seus desfiles quem disse em um artigo...Ah, lembrei de uma coisa...”
Ele voltou-se para o armário dele e abriu uma gaveta. “Você ficou linda na capa da
revista. Você leu os jornais desses dias? Seu pai pediu para os quatro jornais
publicarem você na capa da revista do jornal de domingo, e designou umas três folhas
de matérias só sobre você. Ele mandou fotos de vocês tocando na banda, de você
tocando piano, violino, ah, também tem umas fotos de você e o príncipe em frente à
Casa Branca, em uma grama, deitados no jardim.” Ele pegou as revistas no armário e
colocou sobre a mesa.
“Sério?” Perguntei admirada e encostei-me à mesa dele, olhando as

reportagens.
“Olha aqui. Saiu no noticiário de dois domingos atrás.” Ele mostrava empolgado
um monte de artigo. “Se estiver com pressa leve para sua sala, mas depois me
devolva. É arquivo pessoal.” Ele sorriu.
“Vou levar e ler com tempo. Obrigada.” Deixei a sala dele e fui para a minha
sala, olhar a revista.
Dois dias depois, deslocamo-nos todos para Forks a fim de passar as férias de
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verão, inclusive o meu pai. Ele resolveu tirar uns dias de folga do jornal depois que
percebeu a nossa empolgação com a casa nova.
Eu estava na varanda do segundo andar com Edward, olhando para a rua

deserta, abraçados, enquanto recebia o vento suave no rosto, curtindo aquele cheiro
de verde.
“Às vezes tenho a impressão que tudo não é real.” Edward me encostou minha
cabeça ao seu peito e sussurrou em meu ouvido.
“Por quê?” Segurei o seu rosto com as duas mãos.
“Você sabe o porquê... Estar com vocês aqui... Tudo é perfeito demais pra
mim.”
“É real, então já que é real, vamos aproveitar e descer para tomar um banho de
piscina?” Propus e puxei sua mão para nos trocarmos em nosso quarto.
Não demoramos a chegar à área da piscina. Todos estavam espalhados. Meu

pai e Mike estavam com a Sue e o Seth no quintal, Esme tomava sol com a Rose e a
Jê. Emmett sentava em uma cadeira próximo a Rosálie e tocava violão. Jasper nadava
com Alice, ambos brincando de jogar água um no outro.
Eu fico imaginando como o meu pai nunca percebeu o envolvimento dos dois, é
nítido, pelo modo como se olham, que são muito mais que amigos. Eu não vejo como
lidar com isso. Às vezes sinto culpa por não fazer nada contra. Mas o que eu posso
fazer quando ela é ciente do que se trata?
Tenho pena do Jasper por ele não saber. Por vezes, fico imaginando quando ele
souber que o seu chicletinho é sua irmã sanguínea. Prefiro não pensar.
“Vai entrar?” Edward entrou na piscina e estendeu sua mão em minha direção.
“Acho que ela prefere ficar me babando.” Jazz brincou. “Tá me achando gato,
né, Bella? Passou uns quinze minutos me encarando.”
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“Ah, seu bobo! Tá se achando, hein! Só por que tem esses cachinhos de ouro tá
se achando.” Brinquei enquanto descia as escadas segurando na mão de Edward.
“Todas as garotas dessa rua me acham! Aliás, todas as garotas de Forks. Por
que você não ia me achar?” Ele riu e me jogou água.
“Ah, é, Jasper? Elas acham?” Alice fez bico e o molhou. Então uma nova guerra
de água começou, me molhando e molhando todos que beiravam a piscina.
“Ele hoje está elétrico!” Edward reclamou e tentou me proteger. “Fique quieto,
Jasper!” Edward chamou a atenção e me puxou para o outro canto da piscina.
“Vão ficar me regulando, é?” Jasper nadou até nós, pendurou-se, brincando, no
pescoço de Edward e afundou, obrigado, sua cabeça na água, fazendo-o mergulhar.
Bastou isso para que quebrasse qualquer seriedade de Edward e ambos

começaram a brincar, como crianças, um pulando e afogando o outro. Lógico que
Edward mantinha cuidado ao devolver a brincadeira, ainda assim, era notório que se
divertiam.
Adorando vê-los brincar, mergulhei, amando a temperatura aquecida da água e

atravessei a piscina, de um lado para outro duas vezes, depois fui para perto de
Edward, que após se cansar, encostou-se a um canto da piscina.
“Tem saudade daqui?” Abracei suas costas e beijei seu ombro, notando que ele
dava uma olhada silenciosa para toda a extensão da propriedade.
“Um pouco...” Sussurrou nostálgico. “Tudo é muito estranho pra mim, o fato de
não ter uma casa... Hoje eu me sinto como se eu não tivesse um lar.” Em seu
semblante brilhou uma tristeza repentina.
“Mas você tem vários lares.” Dei um sorriso contente, tentando deixá-lo melhor.
“Você tem o nosso quarto na Califórnia, tem a casa que a sua família mora com o meu
pai.Você pode considerá-la sua.” Beijei o seu ombro.
“Não é a mesma coisa.” Comentou sem humor. “Quero tanto casar logo com
você, ter um canto só meu e seu. Estou cansado de ficar longe de você.” Disse com
1170 de 1595 26/05/2011 20:45

ansiedade em sua voz, depois me trouxe para sua frente e me apertou forte ao seu
corpo, pousando o rosto na curva do meu pescoço.
Esse era um momento em que eu o sentia apreensivo e descrente. Às vezes

também me pego assim, no entanto, não posso me deixar o medo me atingir. Tudo
está caminhando, então não há por que temermos.
“Tenho uma proposta pra você...” Eu disse com ar conspirador. “Que tal um
cantinho só nosso ali dentro.” Apontei para a casa que eles moravam, que estava
completamente reformada e vazia em um canto da propriedade. “Que tal sairmos,
comprarmos uns móveis e mobiliar ela. Aí ficamos lá as férias todas, como se ela
fosse nossa.” Propus descontraindo. Ele sorriu com idéia.
“É uma boa idéia. Mas seria um pouco de individualismo, não? Sua família vai
estar aqui na casa grande, e nós dois lá... Acho que não dá certo.”
“Podemos fazer assim: levamos um colchão, uma televisão e lanches. Assim,

passamos o dia aqui e dormimos lá.” Sugeri e passeei os dedos em seu cabelo,
tentando arrumar.
“Até parece que você vai dormir no chão, Bella...” Olhou-me com descrença.
“O quê que tem?” Perguntei e dei beijinhos molhados em seu pescoço. Ele me
conteve, segurando o meu rosto. Talvez por vergonha de estarmos sendo
observados.
“Não sei... Pra que você vai dormir no chão com tantas camas lá em cima?”
“Eu dormiria com você em qualquer lugar. O importante para mim é estar com
você.” Disse, e beijei sua boca, intensificando, aos poucos, o beijo, mesmo que ele
tentasse parar.
“VAMOS PARAR COM ESSA ESFREGAÇÃO AQUI NA PISCINA! VOU TER QUE
SAIR, SE NÃO EU VOU FICAR É GRÁVIDO! SEUS PERVERTIDOS!” Jasper jogou água
em nós, fazendo chuveiro, até que nos soltamos.
“Putz, que moleque atentado! Quem guenta!?” Reclamei e joguei água de volta
1171 de 1595 26/05/2011 20:45

nele. Uma guerra de água começou, eu desisti e resolvi sair da piscina.
“Vamos subir?” Chamei Edward, depois de alguns minutos de brincadeira com

Jasper.
“Pode ir. Vou dar um tempinho aqui.” Disse e se virou frente à borda da piscina.
“Não. Eu vou te esperar.” Encostei- me ás costas dele e distribui pequenos

chupões em sua nuca e pescoço. Ele virou-se depois de um tempo, segurou meu
rosto e encostou os lábios nos meus, dando um beijo molhado e faminto, apertando
no mesmo instante minha cintura ao seu corpo, mostrando com o ato seu estado
animado.
“Assim, eu não saio daqui nunca.” Murmurou sorridente em meus lábios, deu
mais alguns beijinhos, depois sorriu e me empurrou determinado, afastando-me dele.
“Vai nadar, vai, Bella. Deixe-me aqui.” Eu me afastei sorrindo e contra-vontade, ele
virou-se novamente para a borda e foi conversar com sua mãe e irmã.
Ainda sorrindo do poder que eu tinha sobre ele, nadei um pouquinho e sai,
esperando-o na cadeira.
Mais tarde, a mesa foi colocada por uma funcionária que me pai contratou para
temporada, nos sentamos e o almoço foi colocado.
“Carlisle, lembra que conversamos sobre uma Universidade para Forks?”

Edward introduziu um assunto casualmente, quando colocava a sua comida.
“Sim.”
“Os projetos já estão em andamento. Se Forks ganhar uma universidade, irá

evoluir e muito.”
“Com certeza vai. É bom que cheguem investimentos para essa cidade... Eu
quero saber se alguém de vocês tem planos de morar nessa casa aqui, ou se nós
vamos deixá-la fechada somente para as férias de verão?” Meu pai sorriu
sugestivamente em direção a Emmett.
1172 de 1595 26/05/2011 20:45

“Eu nem pense, pai. A Rosálie agora que está no segundo ano de faculdade.”
Emmett se pronunciou.
“Eu não penso nem tão cedo em me casar.” Jéssica disse e sorriu cínica para
Mike, que torceu os lábios, mostrando chateação.
“Eu nem sei qual o meu futuro. Pelo jeito o embaixador aqui pretende morar na
capital pelo resto da vida.” Disse, deslizando os dedos na nuca do Edward.
Após meu comentário, meu pai lançou um olhar preocupado em nossa direção.
“Pretende firmar seus pés em Washington D. C. mesmo, Edward?” Perguntou com as
sobrancelhas erguidas.
Edward abaixou o olhar e aparentemente engoliu em seco, antes de responder

apreensivamente. “Pretendo... Mas ela vai vir sempre a Seattle. Preferencialmente na
mesma constância com que tem vindo da Califórnia.” Explicou baixo, na defensiva.
“Ah, pai, que tal o senhor abrir um escritório na Virginia?” Interrompi ao

perceber o desconforto do meu noivo. “Seria interessante trabalhar lá.” Eu sabia que
essa era uma idéia fora de cogitação, mas queria dissipar qualquer clima de dúvida
que Edward pudesse ter, principalmente por ter percebido a preocupação do meu pai.
“Podemos ver isso.” Respondeu, notavelmente vendo que o assunto não era
bem vindo nesse instante.
“Temos um salão de festas lá em cima, que tal uma festinha aqui?” Emmett
propôs.
“Isso! Aí vocês convidam pessoas que conhecem.” Empolguei e olhei para

Edward. Ele repuxou os lábios, desinteressado.
“No meu caso só vem mulher então.” Jasper disse e Alice o beliscou por baixo
da mesa.
Sorri diante da possessividade dela, mesmo sabendo que ele é seu irmão.
1173 de 1595 26/05/2011 20:45

“Ah, crianças, quero aproveitar que vocês estão aqui e vou lhes comunicar que
vou me casar com Esme.” Meu pai informou e pegou na mão da Esme.
Eu quase engasguei com a informação. Eles não podem casar, se Esme ainda
esconde o segredo do Jasper. Com certeza ele vai surtar quando descobrir.
Chocada, olhei em direção ao Edward e ele olhava a sua mãe. Ela sorriu sem
graça ao perceber que era observada por nós.
“Que bom, Carlisle. Tem previsão de quando?” Edward perguntou após um

segundo.
“Não sei. Acho que vou esperar o casamento de vocês, até por que sua mãe
quer que a Sue entre com as alianças, e como ela ainda tem menos de dois anos,
vamos ter que esperar um pouco.”
Edward deu um longo suspiro de alívio e apertou a minha mão.
“Crianças, vamos pescar amanhã.” Era só uma informação do meu pai. “Aluguei
um barco e podemos pescar em alto mar.”
“Crianças, quem, pai?” Perguntei interessada.
“É lógico que é só os homens, né! Sai da aba, Bella!” Jasper provocou ao ver
que eu não queria ser excluída.
“Sai, você, da minha!” Respondi sorrindo.
“Se as mulheres quiserem ir, podem ir também.” Papai interrompeu. “Só me

preocupo em os bebês ficarem três dias em alto mar.”
“Melhor elas ficarem.” Edward impôs. Eu olhei de soslaio para ele, com
desagrado. Ele se justificou. “Vai ter sol, vento ou pode ter tempestade.” Disse e
apertou minha mão apologeticamente.
1174 de 1595 26/05/2011 20:45

“O noticiário do tempo não prevê tempestade para esses dias.” Argumentou o

meu pai.
“Por mim você não vai.” Edward sibilou em meu ouvido, com excesso de zelo.
Eu bufei irritada.
“Ah, não. Três dias! Eu vou sim.” Resmunguei e abracei os ombros de Edward,
implorando.
“Bella, é programa de homem.” Emmett se intrometeu. “Eu não vou levar a

Rose. Fiquem aqui tricotando.”
Só faltava essa!
“Agora é complô dos homens, é!” Relutei, ainda intencionada a ir.
“Desgruda, Bella” Deixa o pobre do meu irmão respirar!” Jasper comentou

sorrindo divertidamente da minha insatisfação. Eu me segurei para não fazer como
Alice, jogar as coisas nele.
Como eu pude ter um irmão tão atentado?
Edward percebeu a minha insatisfação e abraçou o meu ombro, sussurrando

depois em meu ouvido. “Amor, temos o mês todo. É programa de homem. Além
disso, vai ser chato para você.”
Pensei por um instante, concluindo depois que ele ia ficar perto do meu pai e
quanto mais perto eles ficassem, mais amigos eles seriam. A teima passou, eu sorri
bobamente de como eu era infantil às vezes e encostei meu rosto em seu ombro.
“Tudo bem. Levem bastante protetor solar.”
Terminamos de almoçar, cada um seguiu para um lado, e eu e Edward seguimos

para a sala de TV. Lá, Edward pegou a Sue e colocou-a em seu colo, brincando de
1175 de 1595 26/05/2011 20:45

fazer cócegas em sua barriga. Ela ria descontrolada.
“Como será que vai ser o nosso bebê?” Perguntei sonhadora e alisei os
cachinhos louros da Sue, sentada ao lado dele.
“Parecida com você. Branquinha, com os olhos dourados.”
“Prefiro que pareça com você. Cabelos vermelhos e olhos verdes.” Sussurrei
apaixonada e acariciei o seu rosto. “Quando teremos um?”
“Quando nossa vida se estabilizar...” Ele colocou a Sue no chão e ela correu,
atravessando a sala e indo para o colo do meu pai.
“Acho que eu quero ter um filho logo, assim quando meu filho virar adolescente
as pessoas vai falar assim: nossa, parece irmã!” Sorri. Ele deitou no sofá, colocando
antes as almofadas de apoio, então me puxou para deitar de lado em frente a ele.
“Você pergunta para mim, mas eu nem sei, não depende de mim. Você acaba
fazendo sempre o que quer. Para mim, quando vier vai ser bem vindo. Até porque, se
vier algum, eu vou estar casado com você de qualquer maneira, afinal faltam cinco
meses para o casamento e, como uma gravidez dura nove meses, vai ser um filho
dentro do casamento.” Explicou pausadamente.
“Então vou parar de tomar os remédios.” Brinquei e dei beijos em seu peito, por
cima da camiseta.
“Você quem sabe.” Deu de ombros e me apertou no abraço, mostrando não se

importar.
“Hmmm, perdendo os receios em ficar a vontade...” Descontrai com o fato de

ele ter deitado tão livre no sofá.
“Foi você quem disse que a casa era nossa.”
“E ela é nossa. Aqui é o seu lar. Onde a nossa família estiver, ali será o seu lar.
1176 de 1595 26/05/2011 20:45

Lembra da aliança?” Mostrei o meu dedo “Eu você e nossa família.” Eu disse
convictamente, ele beijou a minha testa e ficamos ali, deitados despreocupados o
restante da tarde, assistindo TV.
Edward POV
Dias depois.
Eu estava no salão de festas, no 3º piso, treinando uma música furtivamente.

Parei quando ouvi passos na escada, colocando imediatamente o violão de lado.
“Por que você continua escondendo que está tocando? Bella está lá embaixo
perguntando por você.” Foi Emmett quem chegou e sentou na cadeira em minha
frente.
“Ah, quero esperar estar tocando bem para falar.” Justifiquei, peguei o violão de
volta e continuei treinando as seqüências que ele passou mais cedo.
“Mas você já está bem.”
“Não quanto ela... Além disso, vou esperar a hora certa para falar.”
“Tudo bem. Eu não sei quanto tempo vai conseguir esconder isso dela. Sei que
todas as vezes que nos trancamos no estúdio lá em casa ela fica perguntando. Como
diz Jasper, você vai casar com um grude.” Ironizou. Gargalhamos do fato e ouvimos
passos subindo as escadas. Imediatamente entreguei o violão para Emmett então
Bella apareceu com Rose no topo da escada.
1177 de 1595 26/05/2011 20:45

“Estão aqui! Nossa, estou com ciúmes. Será possível que você prefere ele a
mim?” Bella brincou e sentou em meu colo.
“Ele não faz meu tipo.” Emmett se defendeu e começou a tocar.
“Eu prefiro você sempre, amor.” Disse, beijando o seu rosto.
“Aqui é bem fresquinho e tem uma visão linda da cidade. Vou chamar Alice para
cantarmos um pouquinho.” Ela se levantou do meu colo e encostou-se ao parapeito,
inclinando-se depois para gritar.
“ALICE!!! VEM PRA CÁ!!”
“FAZER?”
“CANTAR. ESTAMOS AQUI, VEM LOGO!!”
“TÁ!”
Minutos depois Alice chegou e começaram a cantar. A afinação e desenvolturas

das duas era sensacional. Mike também subiu com o Seth e ficou fazendo o ritmo
batendo em uma cadeira. Jasper subiu e ficou brigando porque queria músicas
agitadas e as meninas escolhiam músicas lentas. Assim, a noite se foi, entre sorrisos,
discussões e música.
Depois de um tempo, levantei e encostei ao parapeito, observando a rua que eu

cresci. Eu comparava naquele instante o Edward de épocas atrás e o que sou hoje.
Hoje tenho família, amigos, felicidade e, principalmente, amor. O

contentamento que sinto hoje é inexplicável. A sensação de paz, felicidade e alegria
que esse momento com eles traz é incomensurável.
1178 de 1595 26/05/2011 20:45

Fim de julho
O mês em Forks passou-se com celeridade. Parece que quando estamos livres
de ocupação continua e livres das preocupações diárias, o tempo e vida voam, muito
mais quando estamos felizes com a nossa família e com quem amamos. A única
preocupação momentânea que afetava a nos todos era a expectativa de solução para
o tratamento de Jasper.
As aulas da Bella ainda não se iniciaram e, como eu queria adiantar a minha

vida no Capitólio, trouxe-a para a Capital e ficamos instalados no ap. do Ryan.
Hoje, pensando em deixá-la livre, pedi que ela me deixasse no Capitólio após o
almoço e fixei um horário pra que ela me buscasse. Assim, ela poderia sair, se
sentisse vontade.
Como irei assumir a chefia da assessoria a partir do mês de agosto, precisava

encontrar James antes que o mês virasse e eu assumisse o cargo. Certamente ele
viria, pois mesmo ainda sendo férias, o assessor chefe sempre vem às sextas feiras ao
Capitólio. Pensando assim, resolvi esperá-lo para que ele me mostrasse a rotina que
eu obedeceria quando assumisse seu cargo. Permaneci em minha sala, enquanto
isso,verifiquei notícias das casas legislativas.
Após ouvir o barulho de uma porta se abrindo em indicação de que ele tinha
chegado, deixei minha sala e fui à sala dele.
“Boa tarde, James. Tem como você me passar a rotina a ser seguida?”
Perguntei o mais profissional possível e sentei em uma cadeira a sua frente. Desde o
último ocorrido, sempre o trato com reservas. Não há mais amizade e confiança.
“Ah, chefe, não é nada que você não consiga.” Disse ironicamente e não tiou os
olhos da tela do seu PC. “Você é o safo daqui, então tudo fica fácil.”
Minha paciência foi ao limite diante do seu tom provocador. “Você pode me falar,
ou será preciso recorrer ao Senador?” Encarei-o firmemente.
“Além de ter tirado o meu cargo ainda quer me derrubar igual fez com o
Richard?” Ele se inclinou sobre a mesa, segurando o olhar em tom ameaçador.
1179 de 1595 26/05/2011 20:45

“Eu não tirei cargo de ninguém.” Rebati entre dentes. “Nem o dele nem o seu.
Foi você que não teve competência de permanecer nele.” Respondi e levantei,
intencionado a não dar andamento a essa conversa, pois poderíamos alterar os
ânimos “Se você puder mandar a rotina por e-mail ficarei agradecido.” Irado, deixei
sua sala e voltei para a minha.
Enquanto o tempo passava até que Bella me buscasse, acessei os meus e-mails
e notei que embora eu tivesse há quase um mês sem abrir minha caixa, tinha vários
e-mails recentes abertos.
“Chefinho, estou indo. Tchauzinho.” James despediu-se com um aceno, e o

sarcasmo em sua voz estava me desequilibrando, entretanto eu tinha que manter o
meu estado firme. Afinal, ali era o meu local de trabalho.
“Até mais.” Respondi sem levantar o olhar.
Bella POV
Depois de uma tarde de sono, tomei um banho, arrumei-me, deixei o

apartamento de Ryan e segui para o Capitólio. O estacionamento estava praticamente
vazio. Nunca o encontrei assim.
Desci, arrumando o meu vestido justo, listrado, de botão, ajustando o cinto e,

quando levantei os olhos, uma pessoa me fitava da cabeça aos pés.
“Boa tarde.” Ele se aproximou, vindo pegar em minha mão.
“Boa tarde, James.” Respondi educadamente, puxei minha mão e girei sobre
meus pés.
“Como vai o seu curso?” Ele me seguiu.
1180 de 1595 26/05/2011 20:45

Eu o olhei de esguelha, com pouco caso, desinteressada em dar andamento ao

assunto.
“Vai bem, obrigada.”
“Você estuda todos os dias?”
Parei e olhei para ele, com uma indagação explicita no olhar.
“Sim. Só não ás sextas à tarde. Por quê?”
“Curiosidade. Até mais.” Ele sorriu e saiu.
Sem entender seu interesse, balancei a cabeça, voltei ao meu caminho e peguei
o elevador, chegado segundos depois ao andar do gabinete do Senador. Entrei na sala
do Edward, e ele estava distraído, com o semblante compenetrado enquanto fixava a
tela do PC de sua sala.
“Oi, embaixador.” Sorri e entrei.
Ele levantou de sua cadeira e veio me receber com um beijo.
“Preocupado?” Analisei o seu rosto e percebi as linhas de sua expressão

completamente tensas.
Ele sentou em sua cadeira e colocou uma cadeira ao seu lado. “Alguém entrou
no meu e-mail.” Apontou para seu computador. “Vou ter que mudar a senha. Estou
preocupado com isso.”
“Qual a preocupação?” Perguntei ao perceber que ele iniciava o processo de

mudança de senha.
1181 de 1595 26/05/2011 20:45

“Na verdade, não tem nada de confidencial, porém isso é invasão de

privacidade.” Explicou e continuou digitando.
“O Capitólio está vazio hoje...” Comentei sugestivamente. “Estamos só?” Inclinei

e pus a mão em suas coxas.
“Sim. Quase ninguém voltou do recesso ainda.” Informou sem perceber minha
mão subindo em sua perna. “Eu só vim porque queria adiantar algumas coisas e
porque queria ver quais são os projetos do Senador Evans que entram em votação
nos próximos dias.” Ele deu uma olhada em meu rosto, eu sorri cínica e ele olhou para
minha mão. “O que foi?” Perguntou ao ver o meu sorriso.
Sem ligar para sua falta de percepção, levantei e recostei-me a janela, olhando
de lá para a imagem em frente a sua sala. “Você tem uma imagem perfeita da sua
mesa.” Era a imagem da Casa Branca, enorme, o melhor cartão postal que alguém
poderia querer.
Notando ao que eu me referia, ele levantou da cadeira e se encostou atrás de

mim, enlaçando a minha cintura.
“Você ainda pretende ter um cargo que te ponha assiduamente lá dentro?”

Perguntei casualmente.
“No momento, eu só pretendo uma coisa: meus planos inadiáveis e

emergenciais são casar com você.” Sussurrou em meu ouvido e mordiscou minha
orelha.
Contente com sua resposta, virei frente a ele e enlacei o seu pescoço.
“Está brincando com a sorte falando pertinho do meu ouvido assim.” Brinquei e
beijei os seus lábios, leve.
“Por quê? Aqui é o meu local de serviço. Não tem risco nenhum de você me
atacar aqui.” Ele sorriu em minha boca e acariciou minha nuca.
“Você que pensa...” Passei a língua em sua boca, sedutoramente. “Não sabe o
quanto eu já sonhei com essa sala.” Sorri insinuante e olhei em volta da sala.
1182 de 1595 26/05/2011 20:45

Com os olhos arregalados, ele se desencostou de mim e afastou meu rosto,

fitando-me intensamente.
“Sério?! Você já teve esse tipo de pensamento com essa sala?” Deu um sorriso
malicioso.
“Sim. “ Resolvi provocar. “Não sabe o tanto de coisas que eu pensei em fazer
com você aqui...” Disse e beijei o seu pescoço, levemente, mordiscando da mandíbula
até a orelha.
“Bella, não me tente.” Pediu com um murmúrio. “Pare de ser insensata...”

Fechou os olhos e apertou meu corpo a ele quando passeei minha língua em sua
orelha.
Presunçosa, eu sabia que ele estava tentado. Ele faria o que eu quisesse.
Sempre faz. Isso me fazia rir mentalmente.
“Vai me dizer que você nunca me imaginou em várias posições na sua mesa...”
Sussurrei em sua orelha, mordiscando, apertando seu corpo enrijecido a mim. Ele
estava estimulado, porém, receoso, então se libertou de meus lábios em sua orelha e
olhou para a porta principal do gabinete, completamente indeciso.
Determinada, desabotoei lentamente sua camisa e desci com os lábios pelo seu
pescoço, afastando depois a camisa e beijando o ombro. Conforme eu ia
desabotoando, ia descendo com os lábios pelo peitoral.
“Bella, a porta...” Segurou minha mão quando lambi seu peito.
“Ninguém vai entrar.” Sussurrei e rodeei a auréola com a língua. “O Capitólio

está vazio.”Ddisse e continuei descendo, com seu abdômen tremendo ao receber
meus beijos molhados.
Ele continuou em pé, em frente à visão da Casa branca, com os lábios entre
abertos e a respiração irregular. A adrenalina era extasiante. O prazer do proibido me
invadia e me incitava a continuar.
1183 de 1595 26/05/2011 20:45

Já com a língua rodeando o seu umbigo, levantei os olhos e ele estava com os
olhos escuros, a respiração dificultosa. Não parei de beijar e lamber, então abri o
botão, desci o zíper e o acariciei por cima da boxer, afagando o comprimento.
Eu podia sentir claramente sua expectativa, seus suspiros descontrolados e

cortados o denunciavam quando eu deslizava minha língua.
Contente com sua rendição, apoiei-me nos joelhos, trouxe-o para fora e me
investi lascivamente nele, com lambidas, sugadas.
Ele ficou fora da realidade, ora segurava os meus cabelos, ora olhava a porta,
ora gemia. Em todo o tempo puxava o ar com dificuldade. Seu nervosismo e tensão
estavam expostos nas veias dilatadas nos braços e pescoço, porém ele estremecia em
minha boca, e eu continuei, beijando insistente, mordiscando, sugando,
completamente pervertida, sentindo vários prazeres em ver o seu estado aflito.
Eu me sentia poderosa, no comando, corrompendo os seus princípios. O prazer

era imenso. Eu me sentia excitada e feliz só em ver o prazer em seu rosto.
Depois de minutos recebendo meus estímulos, ele me puxou rápido para os

seus lábios e invadiu minha boca com a língua, num beijo furioso. Sem tirar a mão
dele, devolvi a empolgação, sugando, lambendo.
Minhas pernas perdiam as forças diante da emergência que ele mostrava em

seus lábios, meu centro pulsava em ansiedade por ele.
Depois de uns minutos, ele me soltou, olhando-me com os olhos quentes, olhou
para a porta novamente, em seguida ajustou a roupa, andou rápido até lá, passou a
chave e voltou sorrindo, colando em mim novamente, me empurrando, beijando,
apertando a minha cintura, fazendo-me andar de costas até encostarmos a sua mesa.
“Você realmente gosta de me ver sem controle, não?” Ele abriu os botões do
meu vestido, um por um, e me ergueu, me fazendo deitar em sua mesa, enquanto
ainda terminava de abrir os botões.
“Vou confessar...Eu sempre te imagino desse jeito aqui.” Disse rouco, em tom
de satisfação, quando viu o meu lingerie preto exposto. Ele fez questão de tirar o
vestido todo e se afastar um pouco, olhando minuciosamente para o meu corpo em
sua mesa.
1184 de 1595 26/05/2011 20:45

“O que eu vou fazer depois, hein, Bella, quando você for embora? Vou beirar a
insanidade nessa sala, com a lembrança real de você como um banquete em minha
mesa.” Ele se aproximou e se colocou entre as minhas pernas, passando os dedos em
minha barriga. “Já que estamos aqui, deixe-me aproveitar.” Molhou os lábios com a
língua, vidrando os olhos desejosos em mim.
Ele se inclinou e passou a língua lentamente em minha barriga, depois cintura,

mordiscando. Eu ofeguei e arquejei, apoiada sobre meus cotovelos.
“Se é para ficar louco, irei gravar os mínimos detalhes em minha mente
promiscua.” Ele sorriu e me beijou nos lábios, sempre de olhos abertos, acariciando o
meu corpo, respirando com dificuldade.
Ele fez menção a tirar meu sutiã, e eu me ergui, facilitando a passagem de suas
mãos para as minhas costas.
“Se eu fosse um pouquinho mais pervertido iria querer tirar fotos.” Ele sorriu
torto e acariciou com a ponta dos dedos toda a extensão dos meus seios.
“Tire.” Propus e estiquei o meu braço, a fim de pegar o meu celular em minha
bolsa.
“Não... Isso é o cúmulo da perversão.” Negou e desceu com os lábios,

mordiscando lentamente dos meus seios até a cintura.
“Certeza?” Arqueei o corpo, suspirando e ofereci o celular para ele. “Arquivo

pessoal, anjinho. Please!”
“Ai, Bella, você quer destruir os meus resquícios de moral e bons costumes.” Ele
ainda passeava a ponta da língua em minha barriga.
“É pra você lembrar isso toda vez que estiver com saudade.” Argumentei e ele
sorriu.
“Tem como negar?” Ele deu uma mordida sorrindo, depois pegou o celular da
1185 de 1595 26/05/2011 20:45

minha mão.
“Você sabe que não.” Respondi, deitei de lado e encolhi as pernas, fazendo pose
em cima da mesa.
Ele sorriu, se afastou um pouco e começou a clicar. “Alguém tem dúvidas que
falte um parafuso na cabeça da minha futura esposa?” Descontraiu e fez sinais com a
mão que eu mudasse a posição.
Sorrindo, mudei as poses, ficando de costas, bruços, lado. Olhei insinuante,

coloquei o dedo na boca, sorri, tapei meus seios com as mãos, e ele divertia-se do
meu jeito arteiro e descontraído.
“É de enlouquecer, uma imagem dessas arquivada no cérebro.” Disse com a voz

sussurrada.
Vez ou outra ele vinha me tocar, dava uns beijos, sorria e voltava a fotografar.
Ele tirou umas vinte fotos, depois colocou o celular em cima de um armário e
caminhou lentamente em minha direção, ainda sorrindo.
“Não estou agüentando a tentação. Posso aproveitar do meu festim?” Havia um

divertimento explícito em sua voz, então ele beijou minha barriga, cintura, traçou a
língua em meu umbigo, e desceu lentamente a minha calcinha, passando a boca pela
minha coxa, acompanhando o trajeto da peça intima.
Depois ele olhou-me com os olhos quentes, escuros, entreabriu minhas pernas e
subiu com a boca pela perna.
Instintivamente meu corpo se erguia pela expectativa de sua boca em minha

intimidade. Ele beijou, sugou, lambeu, como o melhor e mais experiente dos amantes.
Como se eu fosse o seu banquete. Ele é a pessoa que conhece os mínimos detalhes
do meu corpo, que sabe as mínimas maneiras de me amar e de me proporcionar
prazer.
Ofegávamos, eu, em descontrole total, com os olhos fechados, memorizando

detalhe por detalhe daquelas sensações, da sensação de ser degustada, saboreada.
1186 de 1595 26/05/2011 20:45

Eu nunca estava saciada de seu toque, meu corpo inteiro reagia a ele, tremia ao toque
de seus lábios.
Depois de um tempo de incentivos, senti o clímax explodindo, uma névoa

invadiu os meus sentidos, arfei, espasmos se espalharam em meu corpo e ele tapou a
minha boca com uma mão, sem parar com os incentivos. “Só para mim. O presidente
não precisa saber que estamos fazendo isso.” Sussurrou enquanto ainda lambia meu
músculo tensionado. Eu me debati, os gemidos foram incontrolados, mesmo que
abafados por sua mãos. Fiquei torporizada alguns minutos, de olhos fechados,
entregue sobre a mesa.
Abri os olhos, depois de recuperada, ele sorria satisfeito. Sentei-me, olhando em

seus olhos e trouxe-o urgentemente para os meus lábios, beijando-o feroz, em uma
briga frenética de sucções de língua.
Ele provocava, mordiscava, gemia, apertava minha perna, apertava sua ereção
em mim.
“Vem.” Murmurei em seus lábios, abri o botão e desci com o zíper, pegando
depois em seu membro e o conduzindo a mim. Ele fechou os olhos ao obter o contato,
segurou meu quadril e se projetou lentamente. Respirei fundo e gemi, mordendo os
lábios. “Abra os olhos e olhe para mim.” Eu pedi ao senti-lo deslizando em minha
entrada. “Quero que isso fique registrado. Você não vai conseguir entrar nessa sala
nas próximas semanas sem lembrar quem é a sua dona.” Determinei, mordiscando
seu queixo, e ele abriu os olhos, flamejando desejo.
“Ai, Bella, não tem como esquecer.” Sussurrou quase sem sons, olhando para a
parte em que éramos ligados com a respiração entrecortada.
Gemendo de prazer, entrelacei minhas pernas em sua cintura e deitei. Ele

acariciava o meu corpo com uma mão, segurava minha cintura com outra e gemia
rouco e abafado a cada investida do seu quadril.
Ele se inclinou, mordiscando e lambendo minha barriga e seios. Eu me sentia

queimar, arder. Estava feliz e completa com o meu anjo corrompido.
“Sabe- de- uma- coisa...” Balbuciei, puxando os seus cabelos, apertando-o aos
meus seios.
1187 de 1595 26/05/2011 20:45

“Fala...” Mordiscou o bico, brincando.
“Você não precisa mais de uma psicóloga...” Resfoleguei, sentindo as ondas de

prazer se espalhando em meu ventre.
“Ah é...Por quê?” Quis saber, me olhando com um desejo febril e lábios
molhados.
“Você viciou em adrenalina... Faz o que eu quero sem objeção.”
“Virei um insensato também, é isso?” Sorriu, me ergueu em seu colo, sem nos
desconectar, e sentou em sua cadeira, acomodando-se profundamente dentro de
mim.
“É um homem seguro...perfeito...e...bom, muito bom..” Sussurrei lento e

sensual, movendo erraticamente os quadris enquanto mordia seu queixo.
Ele fechou os olhos, curtindo cada movimento meu, respirou inquieto e puxava
o ar pelos dentes, para então atacar minha boca, mergulhado em ânsia, o desejo
anunciando o seu fim.
Mas eu era sua dona e torturava-o com o meu tempo, conduzindo sem pressa
nós dois ao prazer.
Assim, envolvidos de luxuria, com todo o nosso empenho, bocas, línguas, mãos,
arrepios profundos e arquejos descontrolados, a nossa tarde se passava, extasiados
de paixão e amor cúmplice.
Alice POV
Um mês depois- fim de agosto.
1188 de 1595 26/05/2011 20:45

Jasper não foi para a escola hoje e não o vi pela manhã, foi sua mãe quem
desceu e avisou que ele não iria. Passei o dia preocupada, logo, disposta a vê-lo
rápido, cheguei em casa, estacionei e entrei, esperando encontrá-lo aprontando
alguma pela casa. Ele devia estar feliz por não ter ido à aula de literatura que ele tanto
odeia.
Ao entrar pela porta lateral, notei-o deitado no sofá, com o rosto muito vermelho
e aparente suor.
“O que você tem?” Aproximei do sofá e peguei em sua testa, checando a

temperatura. Ele estava ardendo em febre.
“Nada. Só um pouco de moleza.” Respondeu com a voz fraca.
“Você está com febre, Jazz. Vou ligar para a sua mãe. Por que você não avisou
para os funcionários que não estava se sentindo bem?” Perguntei agitada e peguei o
celular na bolsa.
“Por que eu estou bem. Só estou meio brocado.” Ele falava lento e respirava
com um pouco de dificuldade.
“Jazz, você não está bem. Esses dias você está muito pálido e desde que
voltamos da casa de Forks você não pára com essa gripe. Devia ter ligado para a sua
mãe.”
Ele puxou a minha mão e me forçou a deitar com ele. Encostou a cabeça abaixo
do meu queixo e me abraçou forte.
“Alice, fique quieta. Pare de dar piti, tu é muito chata!” Disse baixo, sem firmeza
e continuou me abraçando. O calor de sua pele estava me deixando alarmada.
“Fala pra mim o que você sente...” Beijei sua testa e acariciei o seu braço.
1189 de 1595 26/05/2011 20:45

“Não sei...Fala sério pra mim, você acha que eu estou desbundando por estar
sentindo essas coisas?”
“Lógico que não. Você tem enfrentado tudo sendo tão forte. Você só tem que
avisar quando estiver ruim assim.” Disse carinhosamente, afagando o seu cabelo.
“Então, Alice, passa um fio pra minha mãe, que eu tô numa pior hoje. Têm uns
dias que eu venho sentindo uma dor no peito, eu pensei que fosse passar, mas hoje
está pior.” Sua voz se arrastava, e ele tossiu.
Levantei, já sentindo tristeza e liguei para Esme. Ela tem ido para a empresa do
meu pai todos os dias à tarde, cuidar da edição. Liguei e ela disse que em pouco
tempo chegaria.
“Alice, você está coroa esses dias, estamos com a mesma idade. Acho que não
vou casar com você. Quem gosta de véi é museu.” Ele brincou, tentando se animar.
“Seu bobo, quem disse que eu quero casar com você.” Brinquei e sentei,
colocando ele com a cabeça em meu colo.
“Promete uma coisa pra mim...Promete que quando eu melhorar de vez, você
namora comigo e deixa eu falar com Carl pedindo você em namoro. promete... Você
não quer ficar sério comigo por que acha que eu tô definhando, não é?” Perguntou em
tom infeliz.
Lágrimas despercebidas brotaram do meu rosto. Ele colocou a mão na minha

bochecha e as limpou.
“Lógico que não, Jasper. Eu amo você. Mas...” Mais lágrimas teimosas
desceram, e os soluços ficaram difíceis de serem contidos.
Um medo de que ele esteja piorando por castigo para mim por amar o meu
irmão e por aceitar que ele me ame de uma maneira inadequada começou a fazer meu
coração ficar pequeno.
Ao ver meu choro o seu rosto se contorceu de desgosto. Ele pensa que eu
tenho dó dele, quando isso não é verdade.
1190 de 1595 26/05/2011 20:45

“Que foi, anã? Não fique assim. Eu vou melhorar. Isso aqui não é nada.” Ele
sentou e ficou tentando limpar as lágrimas em meu rosto que insistiam em cair.
“Jazz, eu te amo sempre. Nunca isso vai mudar.” Disse, e ele me abraçou,
encostando minha cabeça embaixo em seu pescoço.
Ouvi o barulho do carro da Esme estacionando, e o medo de que meu pai

chegasse também fez com que nós nos afastássemos e sentássemos direito.
Ela entrou e nos olhou por alguns minutos, depois subiu para falar com a babá
da Sue.
“Alice, a babá da Sue está saindo em pouco tempo, você fica com ela até o seu
pai chegar?” Esme desceu novamente e discou um número.
“Tudo b....”
“Não eu quero que ela vá” Jasper interrompeu antes que eu terminasse a
resposta.
Ela nos fitou, ainda discando um número, e depois pôs o telefone no ouvido.
“Oi...Esme...Bem...Você está no hospital?...O Jasper está febril... Em dez

minutos... Até mais.”
Ela desligou e nos olhou.
“Tudo bem, Alice. Eu vou ligar para a outra babá. Vão entrando no carro.”
Subi rápido, peguei minha bolsa, um travesseiro, desci e entrei no carro,

pedindo que Jasper apoiasse a cabeça no travesseiro em meu colo.
1191 de 1595 26/05/2011 20:45

Esme deu partida no carro, olhando antes atentamente em meu rosto.
“Alice, você e vocês foram as melhores coisas que aconteceram na minha vida.”
Jasper sussurrou. Sua pele estava mais quente e ele mostrava falta de fé.
“Pára de falar isso, seu pentelho! Sua vida nem começou ainda.”
“Promete que quando eu sair dessa vamos viver chicletando por aí?” Ele
acariciou meu rosto, com as mãos fervendo, limpando a umidade no local. Eu não
queria ser tão fraca. Não quando ele precisava da minha força.
Ouvi uma fungada leve da Esme, mostrando nitidamente que ela também
chorava diante da situação.
“Qual é, gente! Vocês gostam de clima de velório, viu! Vamos parar com esse
chororô.” Ele deu um sorriso mole e fez cócegas em minha barriga. Eu sorri um
pouco. Mesmo passando mal, ele conseguia nos animar com o seu bom humor.
O Dr. Charlie nos recebeu rapidamente, Jazz foi colocado sobre uma maca e foi
encaminhado a uma sala de análises. Após uma série de exames, aguardamos um
poucos e o doutor nos chamou para sua sala, olhando-nos com o semblante
preocupado.
“Bom. Eu já esperava isso... O diagnóstico apontou infecção pulmonar. Você vai

tomar antibiótico durante quinze dias, inicialmente.” Informou, prescrevendo uma
receita.
“Doutor, esse quadro se dá motivado pela leucemia?” Esme perguntou receosa.
“Também. A patologia dele faz com que todas as células de defesas fiquem
fracas, então ele fica exposto a certos tipos de infecções.”
“Tomar banho excessivo de piscina pode ter sido um agravante?” Esme olhou
com acusação para o meu Jazz.
1192 de 1595 26/05/2011 20:45

“Ai, mãe, agora eu não posso fazer mais nada. Não posso jogar futebol, não
posso brincar na rua, Alice implica se eu fico no pc, nem tomar banho de piscina eu
posso mais!” Reclamou o Jazz, que já está com a aparência melhor após ter tomado
um remédio para febre assim que chegamos.
“É só por enquanto. Daqui uns dias você poderá voltar a sua rotina.” Dr. Charles
interveio. “Esme, tem como você ficar aqui? Eu quero conversar particular com você.”
Ele pediu e nós saímos, ao perceber que ele queria falar a sós.
Bella POV
Dias depois- início de setembro.
Emmett estava tocando regularmente com uma banda em um pub, às quartas,

quintas e sextas, por diversão. Já fazia um tempo que eu e ele não tocávamos juntos,
e, excepcionalmente, hoje, ele pediu que eu fizesse um som com eles.Gostei da idéia,
mesmo que eu não pretendesse fazer parte da banda. Sorte minha conhecer as
músicas que eles tocavam, pois, devido ao fato de ter sido convidada de última hora,
não tive tempo de ensaiar com eles. Mesmo assim, o som que fazíamos estava legal.
Era nítido que os presentes curtiam.
Como era quarta-feira, Edward veio me ver e chegou ao bar nove e meia,
ficando sentado na primeira mesa junto com a Rosálie, enquanto nós tocávamos. Sei
que eu deveria estar no ap. com o meu anjinho, já que ele veio pra ficar comigo.
Porém, eu sentia saudade de tocar com Emmett, por isso aceitei o convite.
Distraída, eu tocava com a cabeça baixa, sentindo as notas, então recebi um

bilhete entregue por uma garçonete.
Vamos embora. Saudade- Edward
Balancei a cabeça sorrindo e olhei para ele, fazendo sinal para ele esperar um
pouco. Ele fez uma carinha manhosa, eu abaixei o olhar e continuei tocando.
1193 de 1595 26/05/2011 20:45

Depois de uns minutos chegou outro bilhete.
MUITA saudade. Deixa o Emmett aí. Vamos de taxi... Quero você só

para mim- Anjinho
Sorri por ele ter usado seu apelido e revirei os olhos. Era um absurdo que ele
estivesse fazendo a garçonete garota de recado!
Olhei para ele e fiz sinal novamente para ele esperar. No mesmo instante, meu
celular vibrou no meu bolso da calça. Deixei uma mão fazendo base, pus a outra mão
no bolso e abri o celular.
Você tem aula amanhã, tá na hora de criança ir para cama.- Edward
Sorri, olhei para ele e ele sorria, encarando-me com a mão no queixo. Era
interessante ele colocando as asinhas de fora, querendo mandar em mim.
Sorridente, continuei tocando e procurei o olhar do Emmett, que certamente

percebia a minha movimentação. Ele deu uma piscada cúmplice e fez sinal com a mão
que eu podia sair. Esperei a música terminar e desci, indo ao encontro de Edward em
sua mesa.
“Mas tá impaciente, hein!” Parei em pé, na sua frente e coloquei a mão na

cintura, fingindo censura.
Ele levantou, me puxou e selou nossos lábios com um beijo demorado, no meio
do bar, apertando o meu corpo fortemente a ele.
“Sabe que dia é hoje?” Ele desviou os lábios para o meu pescoço, ainda me
apertando no abraço, com o semblante empolgado e contente. Ele quase me quebrava
ao meio com o abraço.
1194 de 1595 26/05/2011 20:45

“Não. Por que essa alegria?” Não conseguia entender.
“Hoje faltam exatamente três meses para você dormir comigo todos os dias,
para o resto das nossas vidas. Vamos co-me-mo-rar?” Propôs malicioso.
“Hmmm, que tipo de comemoração?” Perguntei com um sorriso sugestivo.
“Vamos conhecer um lugar que nunca fomos...” Ele sussurrou em meu ouvido.
“Ah, amanhã eu tenho que acordar cedo.” lembrei desanimada
“Eu te coloco na cama rapidinho?” disse com um sorriso desavergonhado.
“Tudo bem. Vamos pegar um taxi e ir ao ap. buscar o meu carro, de lá nós
vamos.”
Algum tempo depois estávamos na garagem do prédio do Emmett, pegamos o

carro e saímos.
“Amor, a minha mãe me ligou falando sobre Jasper.” Começou quando

virávamos a esquina, pegando a principal. “O médico não está animado a fazer novos
testes com remédios... E o que é pior, ela está desde o começo do ano sem usar
métodos anticonceptivos e não consegue engravidar.” Disse com desesperança.
“Existe algum outro meio de cura?” Perguntei, sentei atravessada no carro e

encostei o queixo em seu ombro.
“O médico disse que sim. Transplante de medula. Porém é difícil encontrar

doadores compatíveis... Ela pediu que fizéssemos o teste de compatibilidade em
algum laboratório e mandasse para ela. Eu vou falar com a Rose amanhã para ela ir a
algum laboratório. Temos que torcer pra que nós sejamos compatíveis.” Ele mostrava
a apreensão em sua voz e olhar, fitando longe enquanto dirigia.
1195 de 1595 26/05/2011 20:45

“Vai dar certo, anjinho. Somos quatro opções. Um de nós com certeza é
compatível. Se não, será uma boa chance para adiantar as coisas e contar logo a
verdade para o meu pai e para o restante dos meus irmãos.”
Com o olhar terno, ele passou a mão em meu rosto. “Por que você não colocou
o cinto?”
“Ai, Edward, por que eu gosto de ficar aqui pertinho de você quando você está
dirigindo.”
“Eu não vou falar mais nada. Você já é bem grandinha para eu reclamar tanto
com você. ” Deu um olhar desaprovador e apertou a minha bochecha.
Chegamos ao local que ele queria e entramos. Confesso que eu fiquei surpresa
que ele me levasse a um motel. O quarto era lindo, tinha uma cama redonda, luzes
coloridas no teto, uma banheira enorme, um ambiente para dançar, um teto que abria.
“Nossa, você planejou isso?” Perguntei embasbacada, sentei na cama e dei uns
pulinhos.
“Sim. Passamos aqui em frente esses dias e eu fiquei curioso. Então quando eu
acordei hoje e lembrei que faltavam só três meses, eu quis vir comemorar.” Disse e
segurou meu rosto em sua mão. “Estou muito feliz. O ano está voando.” Murmurou,
soltou o meu rabo de cavalo e passou os dedos em minha nuca. Eu fechei os olhos e
curti a carícia. “Comprei um óleo de massagem, está na minha pasta.” Ele se afastou
empolgado e foi até a pasta do notebook dele.
“Anjinho, você comprou óleo afrodisíaco! Onde você comprou? Como você teve
coragem?” Provoquei quando o vi com o óleo na mão, insinuando que ele tivesse ido
ao sex shop.
Ele sorriu envergonhado. “Ai, Bella...” Apontou para o meio da cama, para que
eu deitasse. “Eu não teria coragem de ir nesses lugares que você pensou... Na
verdade, eu pesquisei na internet algum tipo de óleo assim e comprei na farmácia.”
Deu o seu sorriso torto, ajoelhou na cama e desabotoou em seguida a minha calça,
desfazendo depois delas.
“Isso vai ficar grudado. Eu vou tomar banho depois?” Perguntei quando via que
ele espalhava o óleo na mão, já focando as minhas pernas.
1196 de 1595 26/05/2011 20:45

“Sim. Tire a blusa e deite de bruços.” Pediu, eu tirei e me virei.
Ele começou a subir com as mãos lentamente pelo pé, calcanhar, apertando,
massageando. Fechei os olhos, já relaxada, curtindo cada afagada de suas mãos.
“Amor, como está a sua rotina como assessor?” Inventei um assunto. Assim eu
não dormiria, pois estava cansada.
“Boa.”
“E sua convivência com James?”
“Só falamos o trivial”
Ele chegou a minha coxa, apertando, depois subiu para minhas nádegas,
apertando mais forte ainda à medida que subia as mãos.
Olhei de canto em seu rosto, e ele estava vermelho, um pouco suado.
“Calor, anjinho?” Dei um sorriso cínico ao ver a sua concentração.
“Muito.”
Ele tirou a calça, a blusa e subiu de volta na cama, ficando sobre mim, apoiado
em seus joelhos, um em cada lado. Ele subiu com as mãos, chegou as minhas costas
e desabotoou o sutiã, movendo as mão nas costas, ombros, braços, massageando de
um jeito firme, possante.
“Qual o seu objetivo, hein, me fazendo uma massagem dessas?” Murmurei e

fechei os olhos, me entregando a sensação de moleza.
“Só um... Deixar a minha noiva relaxada. Dizem que noivas quanto mais
1197 de 1595 26/05/2011 20:45

próximo do casamento, mais estão propicias ao stress...Eu não vou deixar você ficar
assim...Estou cuidando disso.” Os toques dele em minhas costas a sua respiração
ansiosa próxima a minha nuca estava fazendo o efeito contrário, distribuindo calafrios,
ansiedade e fogo. Certamente ele percebeu pelos meus suspiros o efeito que estava
tendo sobre mim, pois se inclinou e lambeu minha orelha, roubando um gemido e um
arrepio. “Sabia que você é tudo que eu poderia sonhar em uma mulher?”
“Sou? Corpo ou pessoa?” Arqueei o corpo e ele mergulhou a mão em meus

seios, por baixo de mim, recebendo mais um gemido.
Ele demorou um tempo a responder, sorriu e eu olhei o seu rosto, esperando a

resposta.
“Os dois.” Seus dedos passeavam forte pela lateral do meu corpo, e ele
mordiscou minha orelha.
“Responda claro. Sou qual das três opções: tudo que você sonha em uma
mulher, a mulher que você sempre sonhou ou tudo que você sempre sonhou?”
Brinquei, tentando pegá-lo pelas palavras.
Ele me virou bruscamente, olhando firme o meu rosto, espalhou mais óleo e
direcionou a mão à minha barriga.
“Você é tudo que eu sempre sonhei.” Afirmou, com os lábios molhados e com
excitação nos olhos.
“Não sou. Tudo que você sempre sonhou se chama poder americano, não,
Bella... Bella entrou nessa por insistência, mas você não sonhou com ela.” Disse e
sorri. Queria descontrair, porém ele demorou demais para mostrar o contrário, e eu
fitei o rosto dele, percebendo passar sombras de dúvidas.
“São situações diferentes...” Explicou sem certeza. “Com um eu podia sonhar e

com você não.” Disse com uma piscada. Ele inclinou o corpo, ainda massageando a
minha cintura e mordiscou o bico do meu seio, divertindo-se.
“Eu não entendo esse seu pensamento de não poder sonhar comigo. Isso só
prova pra mim que eu entrei forçada na sua vida.” Disse e arqueei, quando ele
abocanhou os meus seios, ainda brincando e passando a mão com óleo em meus
braços.
1198 de 1595 26/05/2011 20:45

“E foi. Eu não planejava ter você. Mas você lançou um feitiço em mim e eu não
consegui me soltar.” Ele sorriu e se deitou sobre mim, apoiado de lado em uma perna,
descansando a cabeça no vale entre os meus seios.
“Joguei um feitiço mesmo...” Gracejei. “Agora vai ter que casar comigo...”
Descontrai e ele sorriu, acariciando a lateral do meu corpo “Mas fala pra mim, qual era
seu plano de vida inicial.” Perguntei alisando o seu cabelo.
“Nem sei, eu só planejei chegar ao poder, porém casar cedo era algo que não
fazia parte dos meus planos... Mas ainda bem que você me escolheu. Minha vida seria
muito vazia sem você.” Disse sinceramente.
“A minha também... Vem aqui.” Trouxe-o para os meus lábios carinhosamente e

nos entregamos àquela troca de sentimentos, carícias e paixão.
Duas semanas depois- meio de setembro
Não tenho aulas ás sextas a tarde, então para não ficar ansiosa esperando
Edward chegar, resolvi sentar em frente ao PC e olhar o investimento que fiz. Ambos
são a longo prazo e precisam de um ano e meio para serem sacados. O dinheiro de
Edward continua vindo para a conta que eu movimento. Pretendo juntar mais uma
parte até dezembro e investir em mais ações.
Estava analisando as cotações diárias, vi na tela uma chamada de vídeo do

Edward e estranhei, pois ele disse que estaria em uma reunião hoje. Aceitei, e ele não
estava em frente à tela. A web estava focada em uma sala que parecia ser a do
Senador. Estavam na sala Edward e o Senador.
Pensei em desligar, preocupada se seria certo ou não assistir aquela reunião,

entretanto, ver o meu anjinho de terno estava uma graça. Ele era lindo quando estava
compenetrado.
1199 de 1595 26/05/2011 20:45

Sorrindo debilmente e me sentindo uma transgressora, aumentei o som e

comecei a assistir o que falavam. “Edward, o ano que vem temos eleições... Um dia
você disse que gostaria que seus projetos fossem levados especificamente por você, e
como para o senado você não tem condições de elegibilidade por ter menos de 30,
você poderia concorrer à outra casa.” O Senador começou. Eu nunca tinha pensado
no Edward como deputado. Geralmente associo o nome deputado a pessoas que
falam demais, e ele é tão calado.
“Eu não tenho condições. Não sou conhecido.” Essa foi a resposta de Edward.
“Mas você gostaria de ter uma chance?” O senador arqueou a sobrancelha e

olhou intensamente para Edward. Edward ficou calado e eu senti uma pontada de
desconfiança.
Por que o Senador estava propondo isso pra ele? Qual era o fim?
O senador continuou. “Eu já disse uma vez com você. Eu já desisti do futuro
político do Ryan, então preciso projetar alguém para dar andamento ao nome político
que eu carrego, alguém para ser meu sucessor...” O Senador levantou, andou pela
sala e meu coração acelerou com a conversa.
Sucessor? Nome político que eu carrego?
Edward continuou calado e abaixou a cabeça, mexendo com as mãos. Aquele

silêncio dele estava me torturando, parecia que ele não estava entendendo ao que o
Senador se referia.
“Aonde o senhor quer chegar?” Ele enfim se manifestou, erguendo o olhar em

direção ao Senador.
“Edward, quando você resolveu seguir essa vida?” Respondeu com uma
pergunta. “Para ser mais exato, há quanto tempo você almeja estar no poder
americano?”
e Edward suspirou, e eu senti um pouco de insegurança. Eu não estava

entendendo o meu nervosismo repentino, mas tinha alguma coisa errada.
1200 de 1595 26/05/2011 20:45

Levantei e comecei a pensar... Por que aquela conversa estava sendo

transmitida para mim?
Será que Edward deixou o notebook dele naquela sala conectado a mim?
“Era um sonho infantil que eu alimentava ano após ano.” Edward disse, e eu
sentei novamente, observando o que ele falaria.
“Com qual idade começou esse sonho infantil?”
“Nove anos.” Edward respondeu e sorriu tímido.
“O poder americano foi o maior sonho da sua vida?” O Senador andava em volta
do Edward, de um jeito perscrutador. “Ou melhor, você se vê fazendo outra coisa que
não seja estar no poder americano?”
Edward o fitava, acompanhando todos os seus passos, com o olhar

desconfiado.
“Não, eu não me vejo fazendo outra coisa. Mas eu não estou entendendo o
ponto, Senador Evans.”
Meu coração agora corria, eu já sabia onde ele queria chegar e esperava o
golpe final. O Senador iria oferecer a filha dele para Edward, em troca do tão sonhado
poder dele. Bem a cara dele!
Um homem que casou sem amor e renega o próprio filho é bem capaz de
oferecer em uma bandeja o objeto de desejo da mimada filha.
“Eu quero que você pense em algo que eu vou te falar... O que você seria capaz
de deixar para trás para alcançar o que você sempre sonhou? Ou seja: o que seria
capaz de deixar para chegar a ponta do poder americano?”
Arfando, desliguei imediatamente a conexão. Eu não seria capaz de ouvir, nem

de imaginar a resposta. Estava transtornada de raiva.
1201 de 1595 26/05/2011 20:45

A insegurança entrou em minha mente, e eu fiquei extremamente ansiosa em

telefonar, em ouvir a voz dele e em saber se ele iria me trocar pelo poder que estava
sendo lhe oferecido de mãos beijadas. Mas eu me controlei e fui para o estúdio do
Emmett tocar e torcer que as horas passassem logo, até que ele chegasse.
Horas mais tarde o meu telefone vibrou, era Edward.
“Amor, estou saindo daqui agora. Você me buscaria no aeroporto?” Perguntou

com a voz bem empolgada.
“Busco...” Eu estava triste com tudo ainda. Não consegui disfarçar a voz.
“Está cansada? Não quer ir não? Se você não quiser ir eu vou de taxi mesmo. Só
por que eu estava com muita saudade de você e queria te ver logo.” Disse atropelado,
e suas palavras de saudade me trouxeram ânimo.
“Lógico que vou. Quer que eu chegue lá que horas?”
“Nove horas.”
“Tudo bem.”
“Beijos sem fim.”
“Deixa pra me dar quando você chegar aqui.” Sorri e ele também.
Um pouco mais calma, arrumei-me, saí vinte minutos mais cedo e o esperei-o
no pátio onde o jatinho do Senador pousava. Lá, encostei a uma pilastra próxima a
saída principal e me distrai, vendo os aviões pousarem.
Uma boca mordeu o meu pescoço descoberto pelo rabo de cavalo, e eu me

virei. Era o meu anjo, meu Adônis perfeito com um sorriso enorme, expressando
alegria. Ele me abraçou forte e me ergueu do chão.
1202 de 1595 26/05/2011 20:45

“Por que esse sorrisão?” Perguntei desconfiada e agarrei minhas mãos em seu
pescoço, praticamente pendurando.
“Feliz em te ver, posso?”
Contente, passei a mão em seu rosto, acariciando todos os cantos. “Pode.

Lógico que pode. Mas é só isso que está te deixando feliz?”
Ele pegou a minha mão e puxou rumo ao estacionamento,

entusiasmado. “Vamos, eu te conto no caminho.”
A irmã do Ryan passou por nós feito um furacão, esbarrando em mim quase me
derrubando. Se eu não estivesse com o braço do Edward em cima do meu ombro, ela
teria conseguido. Imaginei o motivo de tanta hostilidade.
O semblante do Edward estava alegre, ele parecia uma criança deslumbrada,

querendo contar um segredo muito importante. Entreguei a chave do carro a ele, ele
destravou o alarme, desceu a capota no controle e abriu a minha porta pra mim, como
de costume.
Entrei e me coloquei entre os dois bancos, ele entrou e deu partida.
“Amor, você acredita que o Senador hoje teve uma conversa comigo e disse nas
entrelinhas que quer me projetar como futuro deputado o ano que vem?” Informou
contente, eu deslizei, forçando despreocupação em mim, os dedos em seu cabelo. Eu
sabia que a sua empolgação estava relacionada a isso, à promessa de talvez chegar
aonde ele sonhou: ponta do poder americano.
“Mas você já é filiado a algum partido?” Tentei dar ensejo a empolgação.
“Sim. Desde que fui trabalhar com ele me filiei aos Republicanos.”
“E você quer ser deputado?”
1203 de 1595 26/05/2011 20:45

“Nossa, Bella, seria um salto e tanto!” Sua animação era contagiante ao ponto
de me fazer esquecer o motivo de ficar preocupada com isso.
Solidária, deitei a cabeça em seu ombro, sentindo o vento bagunçar e jogar o

meu cabelo de um lado para o outro, e o abracei pelos ombros.
“Anjinho, meu pai vai comprar um carro novo pra mim, você quer esse pra
você?”
“Lógico que não, Bella. Para que eu iria querer esse carro? Eu estou com o da
Esme.” Não sei para que ele relutava. Eu ia vencer mesmo!
“Esse aqui é melhor.” Joguei o primeiro argumento.
“Não. É um absurdo eu me manter em um dormitório na universidade andando

com um carro desses.” Balançou a cabeça, longe de ser persuadido.
“Grande coisa, Edward. Ele tem três anos de uso. Está velho.”
“Bella, é uma Mercedes, esse carro não fica velho.” Percebi um brilho brotar em
seu rosto, sinal que ele estudava a idéia.
“Tudo bem , se você não quer, vendo para outra pessoa.” Dei de ombros.
Queria que ele mordesse a isca.
“Vai vender por quanto?” Ele mostrou o interesse.
Calculei mentalmente quanto ele teria até dezembro.
“Trinta e cinco mil.” Disse com pouco caso, dissimuladamente.
“Não me faça de bobo. Eu sei que ela não custa menos de cento e cinqüenta
mil.” Torceu os lábios em desaprovação.
1204 de 1595 26/05/2011 20:45

“É pegar ou largar. Acho que vou oferecer ao Jake, ele achou as rodas dela
muito interessantes.” Bati os dedos na testa fingindo pensar.
Ele virou o rosto e olhou para mim um tempo, depois suspirou meditando.
“Eu tenho esse dinheiro?” Lançou um olhar cauteloso.
“Sim.” Dei um sorriso de triunfo.
“Tudo bem. Então o dinheiro que tem na conta vai ser a entrada. Depois eu vou
continuar te pagando... Vou pesquisar o preço dela no mercado e vou te pagar o valor
justo por ela. Nem que eu passe dois anos pagando.” Impôs, franzindo a testa.
“Tá. Tudo bem.” Assenti, dando de ombros.
Sentei no meu banco e coloquei o cinto, chateada com a falta de evolução dele.
Ele podia simplesmente pegar o meu carro para ele e pronto.
“O que foi?” Segurou meu queixo carrancudo e estudou o meu rosto.
“Nada...” Não queria voltar nesse ciclo vicioso. O ideal era voltar ao assunto
anterior. “...Sabia que eu ouvi a sua conversa com o Senador hoje?”
Ele virou o rosto surpreso para mim. “Quê?” Ofegou.
Vendo a minha repentina distância, ele puxou minha perna, fazendo com que a
sandália caísse e colocou meus pés no colo dele. Estava tentando tirar a tensão do ar.
“Por algum motivo muito estranho, a conversa de vocês foi transmitida e eu ouvi
tudo.” Disse com acidez, não conseguindo esconder minha insatisfação.
“Ah, é? Estranho... Eu não sabia que na sala do Senador tinha câmera. ”
1205 de 1595 26/05/2011 20:45

“Edward, eu recebi um convite de conversa de vídeo sua. Alguém me chamou

usando o seu nickname.”
Edward POV
As palavras de Bella me deixaram pensativo. Não conseguia imaginar o porquê

de alguém interessar-se que aquela conversa fosse acessível a ela. O seu semblante
se mostrava apreensivo. Eu precisava dissipar qualquer insegurança que pudesse
brotar nela, já que é perceptível que ela tem medo de tudo que diz respeito ao meu
futuro.
“O que você achou?” Não dei ênfase ao fato de alguém ter sido transmitida.
Isso aumentaria seu temperamento cismático.
“Interessante.” Respondeu fitando a rua que se passava, com os pensamentos

aparentemente longe.
Acariciei os pés dela sobre o meu colo.
“Edward, por que você acha que ele decidiu te apoiar como candidato?” Ela quis
saber.
“Por que ele quer investir em mim.” Isso era óbvio.
“E você quer?” Ela balançava os pés, fugindo das cócegas que eu fazia.
“Se tiver possibilidade sim. Seria bom para mim, bom para nós, para o nosso
futuro.” Estiquei a mão e toquei o seu rosto.
1206 de 1595 26/05/2011 20:45

Percebi sua boca repuxar para o lado em uma careta. Ela estava frustrada pela
resposta, e isso me desapontou.
Já impaciente, estacionei o carro na garagem do subsolo e olhei irritado em seu

rosto.
“O que há, Bella? Poxa, está difícil pra mim.Eu não estou conseguindo te
entender. Parece que você não está ficando feliz com as minhas conquistas.” Disse
ásperamente.
Ela atravessou o banco e sentou-se em meu colo, de lado, apoiando a nuca na

porta.
“Algo me diz que tem alguma coisa errada.” Sussurrou com os olhos perdidos
no teto.
“Errada é a sua falta de apoio! Tudo com relação ao que eu escolhi você vê pelo
lado pior!” Afastei-a um pouco, indignado por estarmos discutindo, coisa que há
tempos não fazíamos. “Eu sei que as coisas estão vindo fáceis demais, porém eu sei
que eu me esforço para conseguir tudo que estou conseguindo. É uma conquista a
mais,poxa. Estou cada vez mais caminhando para os meus planos de futuro, para
chegar onde eu sempre sonhei. Mas você parece não acreditar que eu sou capaz!”
Suspirei exasperado, apoiei minha cabeça em minha mão e encostei o antebraço na
porta.
Queria me abstrair dali pelos minutos seguintes. Era atordoante discutir com ela,
ainda mais quando era tão nítido os seus receios.
Ela ficou calada, ainda com a cabeça encostada na porta, com os olhos perdidos
no teto.
“O que você seria capaz de deixar para trás para alcançar a ponta do poder
americano... Pense nisso...” Repetiu as palavras do senador, compenetrada, com
acidez. “Só você não percebe, Sr. Embaixador.”Murmurou secamente. Era cortante a
sua voz. “Ele está te amarrando, só você quem não vê! Você poderia se esforçar o
tanto que fosse, mas se não fosse o objeto de desejo da filha dele, ele não te
apadrinharia assim...Se as suas conquistas fossem somente por mérito e não tivesse
como abalar nossa relação, eu não ficaria apreensiva. Eu ficaria até feliz. Mas você não
está percebendo que ele está cortando a sua cabeça e entregando de bandeja para a
filha dele!!” Disse com amargura e suspirou pesadamente.
1207 de 1595 26/05/2011 20:45

Suas palavras caíram como uma onda pesada em meu rosto, trazendo à tona a
realidade, expondo o circo que se arma a minha volta. Todas as palavras do Senador
nessa tarde começaram a ser repetidas em minha mente. Como eu posso ter sido tão
infantil e não ter percebido a significação de suas palavras?
Eu não tenho um nome político forte e, ainda que ele me apoiasse, eu não
poderia ganhar se não tivesse o seu nome. E desde que ele desistiu do Ryan, ele
precisa dar esse nome a alguém, e ninguém seria mais conveniente do que...eu...O
atual objeto de desejo de sua filha.
Fui tirado das minhas reflexões por uma lágrima silenciosa em meu braço, eram
lágrimas da Bella.
“Amor, desculpe.” Aconcheguei ela a mim, abraçando-a. “Eu não tinha

enxergado por esse lado que você disse...Você sempre enxerga as coisas de um outro
ângulo mais aguçado. Perdoe-me por ter dito essas coisas...Não é o que eu penso,
pelo contrário, você tem acreditado em mim e me apoiado sempre...Desculpe.” Beijei
insistentemente os seus olhos, bochecha, afagando a sua nuca.
Ela virou-se de lado e me abraçou, pressionando os lábios em meu pescoço.

Ficamos ali ainda algum tempo, em silêncio. Eu sonhava em poder entrar em sua
mente para saber o que se passava e o que a fez chorar. Fazia tempos, mais de anos
que eu não a via chorar de tristeza por nossa causa.
“Amor, fala pra mim o que está acontecendo... Você não chorou só por causa da
nossa discussão.” Acariciei o seu rosto, ternamente.
“Deve ser coisa de noiva. Estou ansiosa, um pouco nervosa.” Murmurou,

levantou em seguida do meu colo e foi sentar em seu banco. “Vamos subir... Estou
cansada.” Seu rosto parecia ter exaustão, então desci do carro e subimos calados, de
mãos dadas.
Terça seguinte
1208 de 1595 26/05/2011 20:45

O fim de semana se passou com Bella na maioria do tempo calada e distante.

Vez ou outra eu perguntava se ela estava com problema, e sua resposta era somente
ansiedade, então resolvi envolvê-la de carinho e tirar as preocupações da minha
cabeça.
A cada dia que se aproxima do nosso casamento, algo em mim faz brotar
insegurança. Não devia, mas sinto-me atemorizado. Dois anos atrás, quando me
decidi casar com ela pela primeira vez, pela suposta gravidez, eu só sabia que a
queria, só isso, não temia as conseqüências dessa decisão. Hoje eu vejo o grau de
dificuldade em casar-me com ela.
Vejo dúvidas no seu semblante quando nos referimos à vida pós-casamento.

Seria tão fácil se pudéssemos simplesmente viver como em contos de fadas. E
viveram felizes para sempre. No entanto, eu piso o chão da realidade e sinto
ansiedade e até dor ao imaginar que ela pode não ficar feliz.
Terça-feira, logo que cheguei ao Capitólio, procurei James, e ele se encontrava

na sala da Ashley. Liguei na sala dela e pedi que ele viesse à minha.
“Fala chefinho.” Ironizou logo que apareceu na minha porta, com ar sarcástico
no rosto.
Decidi ir direto ao ponto para não ter que agüentá-lo por muito tempo. “Você
sabe se tem câmeras de vídeo na sala do Senador?”
“Não. Que eu saiba, não.” Respondeu com pouco caso, os braços cruzados no
peito. Olhei em seu rosto e tinha um brilho cínico que eu não conseguia entender. Eu
queria mesmo saber por que alguém teria interesse em fazer com que Bella
presenciasse aquela conversa.
“Tudo bem. Pode ir. Ah, você sabe se o Senador chegou?” Perguntei antes que
ele atravessasse a porta.
“Sim. “
“Ele está só?”
1209 de 1595 26/05/2011 20:45

“Sim.”
“Obrigado.” Ele saiu sorrindo de um jeito enigmático.
Sem tempo a perder, bati na porta do Senador e entrei, encontrando-o de

costas, olhando os livros de seu acervo.
“Boa tarde, Edward.” Virou o rosto em minha direção ao perceber a minha

presença.
“Boa tarde. O senhor tem um minuto?” Parei em frente a sua mesa.
“Sim. Sente-se.”
Ele sentou em sua cadeira e eu sentei frente a sua mesa.
“Senador, está acontecendo algo aqui que eu não estou entendendo.”
“O quê, filho?” Ele aguçou o olhar em minha direção, semicerrando os olhos.
“Por algum motivo a conversa de sexta feita foi transmitida ...”
“Você pensou sobre ela?” Ele interrompeu o que eu dizia e se inclinou sobre a
mesa, sem dar importância ao que eu disse. “Pensou no que você seria capaz de fazer
para alcançar o que você almeja?”
Olhei seu rosto e resolvi deixá-lo expor livremente os seus objetivos. Eu queria
ter a certeza de tudo com palavras sendo proferidas de seus lábios.
“O que exatamente eu teria que renunciar?” Forcei um sorriso leve, tentando

levá-lo a crer que eu estava tentado.
1210 de 1595 26/05/2011 20:45

Ele relaxou na cadeira e pegou o telefone. “Ashley, você pode vir aqui?”
Minutos seguintes a Ashley entrou, olhando em meu rosto com um sorriso

largo.
“Boa tarde, Edward” Disse com sua voz de sino, causando-me sensações
descontroladas de repulsa. Essa aversão é involuntária, mesmo que eu lute contra.
Desde que ela se declarou e disse que lutaria por mim, algo nela trás um clima
sombrio a minha volta.
“Boa tarde, Ashley.” Respondi sem levantar o olhar em direção a ela.
“Senta, filha.” Ele apontou uma cadeira para ela ao meu lado “Edward, eu vou
fazer a minha proposta e deixá-los a sós para conversar...” Agiu sugestivamente, mas
eu fingia não entender as suas intenções.
“Tudo bem.” Cruzei as pernas, tentando me mostrar a vontade.
“Bom, para você concorrer e ganhar as eleições na Califórnia, basta somente

você ter um nome importante e um apoio forte...Eu posso te proporcionar os dois...O
meu nome e o meu apoio.”
Conforme ele ia falando, a calma forçada se ia e um nervosismo ia se apossando

de mim. Eu não agüentaria que ele continuasse muito tempo, mesmo assim, lutava
comigo para imprimir calma em meu rosto.
“E o que o senhor ganharia com isso?” Dei um risinho sem humor.
“Eu?... Nada.” Ele lançou um olhar furtivo em direção a sua filha, que abaixou o
olhar, parecendo apreensiva.
“Então vou perguntar o que importa... O que eu teria que abdicar?” Descruzei as
pernas e pus as duas mãos sobre a sua mesa, segurando o olhar nele.
1211 de 1595 26/05/2011 20:45

“Bom, antes de falar abertamente, eu quero deixar bem claro que a sua decisão,
independente de qual seja, não vai afetar o seu lado profissional aqui no...”
Minha paciência e máscara calma se dissiparam, e eu não suportei mais.
“Senador...” Interrompi-o controlando a minha voz. Eu precisava sair dali

imediatamente, pois estava demasiadamente agitado com o objetivo fim da conversa.
Eu já sabia qual seria a proposta e não queria que ele terminasse para não ficar uma
situação mais indelicada. “A minha resposta é não... Eu não quero que o senhor
termine, já sei aonde quer chegar...” Disse pausado, então olhei firme nos olhos da
Ashley, ainda dirigindo a palavra ao Senador. “Eu não quero o nome da sua família,
porque para isso, eu teria que me comprometer com ela, e eu já sou comprometido.”
Disse incisivamente.
“Edward, posso falar com você?” Ashley perguntou, comunicou-se com o seu
pai com o olhar e ele saiu da sala, nos deixando a sós.
Olhei em seu rosto sem conseguir esconder minha impaciência e inquietação. Ela
colocou a mão sobre meu joelho, e eu a tirei, colocando-a irritado sobre a mesa.
“Edward, fazemos um acordo, você adia...”
Antes que ela ao menos pensasse em concluir, levantei a palma da mão no ar,
fazendo sinal pra que ela parasse.
“Se o seu objetivo é falar sobre o meu casamento, é melhor você não abrir a
boca.”
Meus nervos agitavam, a manifestação da minha ira estava às portas. Se mais

palavras fossem ditas, eu poderia faltar com a educação.
Ela abaixou o olhar, desistindo.
“Até mais.” Levantei rápido e saí da sala.
1212 de 1595 26/05/2011 20:45

Entretido com os acontecimentos, sentei à minha mesa e comecei a trabalhar.

Ela estava lotada de papéis para assinar.
“James, por que tem esse tanto de papel para eu assinar de novo?!” Liguei na
sala dele, completamente abismado com a quantidade excessiva.
“São os papéis de sempre. Doações do gabinete para o partido, doações

recebidas para as próximas campanhas. Leia, chefinho.” Disse em um tom
zombeteiro.
“Até mais.” Desliguei imediatamente. Como se não bastasse os motivos que

tenho para estar encolerizado, agora tenho que agüentar um colega de serviço me
importunando.
Tinham cerca de duzentos papéis para serem assinados, então como estava
impaciente, li os primeiros, depois assinei o restante, entretido em meus problemas.
Estava perplexo com o que essa garota é capaz para conseguir o que quer. Mesmo
que ela diga que tem sentimentos por mim, é nítido que ela só me quer porque sou o
inalcançável, o que ela não pode ter.
Fico decepcionado com a atitude do Senador. Como ele se presta a esse papel
por um capricho da filha?
Mas se ele mesmo casou-se por um nome, por que não iria propor isso à outra
pessoa?!
Uma semana depois.
Mesmo que tenha terminado todas as matérias e feito a defesa, regularmente

meu curso se encerrará somente no fim do ano, que é quando receberei o meu
diploma oficial. Por esse motivo ainda mantenho um quarto na universidade. Estava
em meu quarto, estudando para a especialização, quando o telefone tocou.
1213 de 1595 26/05/2011 20:45

“Oi, mãe.”
“Oi...Edward... Liguei pra falar que Dr. Charlie disse que nenhum dos doadores
são compatíveis...” Informou por entre soluços.
“Então...” Eu já sabia o que se seguiria.
“Estou com medo de perdê-lo... Ele não vai me perdoar dessa vez.” Murmurou
melancólica, e minha vontade era pedir que ela fosse adulta, pois às vezes ela age
com uma adolescente apaixonada.
Será que ela não vê que quanto mais ela adia isso, mais chance temos de perder
Jasper?
“Mãe... Você tem que escolher a quem perder... Os dois estão em risco.”
Comentei friamente. Eu tinha que ser duro pela primeira vez em muito tempo.
Ela respirou fundo.
“Eu já sei o que eu tenho que fazer...Porém, está doendo...Dói pelo Jasper e
Alice, dói com relação ao Carl, e dói por que vai abalar a família, se ele não me
perdoar.”
“Fique calma. Decida-se em quando contar... Se precisar do meu apoio eu vou

para aí.”
“Sim, eu vou precisar de você...Não posso prever a reação deles.”
“Então me avise quando que eu vou.”
“Obrigada, filho. Te amo.”
1214 de 1595 26/05/2011 20:45

“Também te amo.”
Bella pov
Duas semanas depois
Acordei com o som de mensagem no meu celular. Desde que faltavam três
meses, Edward me acorda todos os dias com uma mensagem.
Mensagem- Edward 06:55 AM
Contagem regressiva... Dois meses para você ser minha de papel passado.
Tenha um bom dia, minha ninfa.
Suspirei de saudade e fui para o banho me preparar para ir à Universidade. Era

segunda feira e esse fim de semana não nos vimos, pois viajei para o Texas com o
Perrine para desfilar em uma exposição de noivas. Edward preferiu não ir, já que ele
tinha alguns livros para ler, além disso, ele queria fugir, com medo do Perrine pegá-lo
para fotos novamente.
Estava em sala, aula de negócios, quando apareceu na porta um rapaz

procurando por Bella Cullen, ergui o dedo e ele entrou com um bouquet de copos de
leite.
Recebi envergonhada com os cochichos e o coloquei em meu colo, abrindo

depois o cartão.
Oi.
1215 de 1595 26/05/2011 20:45

Quando nos vermos, você me mata, se te fiz passar por embaraço.

Risos.
Eu não resisti... Você geralmente não se envergonha por nada. Risos.
Vamos ao que interessa... Estou ansioso demais... Puxa, DOIS MESES!!.
Queria te lembrar o quanto te amo, PRA QUE NÃO ME DEIXE NO ALTAR

TE ESPERANDO.
Não é um amor simples, que você possa desistir...
É intenso demais, complexo demais, profundo demais e ‘demasiado

demais’... Além de redundante demais. Risos.
O que me deixa satisfeito é que temos vida DEMAIS para desfrutar dele.
Diz que vai me matar, diz.
Matar de amor... Com gelo, vinho, roupa de diabinha. Ops! Enrubesci

com o pensamento torpe. Risos.
Beijos e boa aula, minha criança. Edward. Anjinho.
Suspirei e as meninas ficaram sorrindo do meu rosto deslumbrado e

apaixonado. Ele não poderia ser mais perfeito.
A aula passou devagar, eu estava ansiosa para chegar em casa e ficar conectada
a ele. Como era segunda, esse era o nosso único meio de comunicação. Quando
cheguei ao estacionamento da universidade, Emmett já me esperava. Entrei e saímos.
“Bella, vou só te deixar lá e não vou nem entrar. Estamos meio atrasados para
1216 de 1595 26/05/2011 20:45

pegar a tela das sete, então não dá tempo de subir.” Emmett avisou quando
pegávamos a estrada.
“Tudo bem... Pelo jeito vão fazer um programinha a dois e nem cogitaram a
idéia de me levar, né?” Resmunguei fingindo indignação.
“Sai da minha aba!” Emmett gargalhou “Já basta ter vindo de mala e cuia morar
comigo bem no ano que eu casei.”
“Credo, Emmett.” Cruzei os braços e fiz bico.
Ainda sorrindo, ele estendeu a mão para trás e me beliscou no joelho,

carinhosamente. Estacionou em frente ao prédio, e eu desci, ainda de bico, fingindo
estar ofendida.
“Vem aqui dar um beijo.” Ele abriu a sua porta e me abraçou, beijando o meu
cabelo.
Rose sorria da cena do outro lado.
“Bella, você é a nossa filhinha” Ela disse singelamente “Mas hoje seus papais
estão querendo fazer um programinha a sós.”
“Estou brincando.” Eu me entreguei quando vi que eles estavam ficando

preocupados com minha carência. “Era só drama. Podem ir e se divertir. Vou ficar
conectada ao Edward. Estou morrendo de saudade dele.” Sorri do rosto preocupado
dela.
“Então tchau.” Eles saíram
Entrei no prédio, peguei o elevador e apertei o nono andar.
Eu sei que os dois gostam de mim, mas eu sei que tiro a privacidade de vez em
quando. Deve ser ruim casar e ter uma pessoa grudada em você o tempo todo.
1217 de 1595 26/05/2011 20:45

A porta do elevador se abriu e eu desci. Eu devia estar com fome, pois tinha um
cheiro delicioso de comida no andar que estava me deixando com água na boca.
Coloquei a chave na porta e girei, mas ela estava destrancada. Será que a
funcionária se esqueceu de trancar?
Abri devagar, estava escuro, então acendi a luz. A sala estava repleta de rosas.
Levei um susto inicialmente, mas logo vi um anjo de avental e sem camisa encostado
ao balcão de mármore, de braços cruzados e sorrindo.
“Espera ai que eu vou entrar de novo... Tô sonhando... Hoje é segunda. Não

tem como você vir na segunda.” Recuei devagar, fazendo menção a sair.
“Tem como a minha futura esposa vir me dar um beijo que eu estou morrendo
de saudade.” Pediu imediatamente, com tom carente.
Contente, joguei minha bolsa em cima do sofá e andei rápido em direção a ele,
lançando imediatamente os meus braços em seu pescoço.
“Você veio!” Distribui beijinhos carinhosos em seu pescoço.
“Não agüentei esperar até quarta, queria te ver hoje.” Ele beijou o meu cabelo,
testa, com as mãos enlaçadas em minha cintura, apertando as minhas costas.
“Que cheiro bom de comida é esse?” Soltei de seu abraço e direcionei, curiosa, à
cozinha.
Ele me pegou antes pela cintura e me fez sentar em uma banqueta.
“Tem como a senhorita esperar? Ainda estou fazendo.” Brincou e voltou a me

beijar.
“O que vamos ter?”
1218 de 1595 26/05/2011 20:45

“Capeletti de frango. Eu fiz a massa.” Disse orgulhoso.
“Fez salada para a sua noiva?” Eu quis saber, não podia engordar dois meses
antes do casamento.
“Fiz... Salada de frutas com leite condensado, chocolate e chantily.” Gargalhou

em tom provocativo. Eu abri a boca, pasmada com sua falta de cooperação e ele
sorriu desavergonhado, apertando a minha cintura.
“Tudo bem, se você quer uma noiva gorda.” Balancei os ombros, mostrando
pouco caso.
“Já disse que pra mim está boa... Mas como sou um homem que faz as
vontades de sua futura senhora, estou brincando, temos no menu, bife a parmegiana,
batatas gratinada e salada. Feliz?” Arqueou a sobrancelha, segurando o meu queixo.
“Sim. MUITO. Eu não esperava te ver hoje. E. Adorei as flores e o recadinho. Eu

também te amo, não vejo a hora de acordar todos os dias com você!” Me empolguei,
enlacei as minhas pernas em sua cintura e o abracei.
“Como foi o desfile?” Perguntou depois de uns segundos.
“Calorento e cansativo. O Texas é muito quente.” Resmunguei.
“Faltam quantos?”
“Só o de Washington. O Perrine disse para deixar o de lá para quando estivesse

perto do casamento... Vai dar mais marketing.” Imitei o jeito de falar do Perrine e
Edward sorriu.
Apertei o seu pescoço perto de mim e procurei os seus lábios, morrendo de

saudade.
“Amor, vamos tomar banho enquanto as batatas assam?” Sussurrou em meus

lábios com um ar malicioso. Entendendo o que ele sugeria, levantei com as mãos em
1219 de 1595 26/05/2011 20:45

seu pescoço, ainda o beijando, e ele começou a andar, alternando os beijos em minha
boca, pescoço, já tirando a minha roupa e jogando pelo caminho até o banheiro.
**
Duas semanas depois
Era quinta, e quando vai chegando o fim da semana geralmente estou exausta
por acordar cedo e ir para Los Angeles todos os dias estudar. A rotina é um pouco
cansativa.
Enquanto descansava, deitei em meu quarto e enquanto Edward não ficava on,
eu avaliava o mercado de ações, analisando como anda o rendimento dos nossos
investimentos. Nossos, porque tem dinheiro meu, do Edward e do Jasper aplicado.
Os jogos do Jasper tem lhe rendido cerca de quinze mil mensais, e a cada mês
que passa, ele adquiri novos assinantes e esse valor aumenta. Em pouco tempo ele
terá uma pequena fortuna. São rendimentos obtidos por cinco jogos diferentes que ele
mantém no ar.
Depois de analisar o comportamento do mercado, resolvi checar os meus

e-mails, fazendo hora até que Edward entrasse. Surpreendentemente, tinha um e-mail
do Edward e eu cliquei nele, esperando que abrisse. Achei estranho, geralmente ele
não me manda e-mails.Bom, às vezes ele manda, quando é alguma piada de político
que ele achou muito interessante.
A mensagem era um vídeo. Deixei carregando e fui preparar um lanche. Quando

voltei, já tinha carregado, então dei play.
Esperei curiosa pelo que Edward mandaria, geralmente ele é tão espirituoso.
Iniciou o vídeo e eu fiquei atenta.
Era uma sala moderna, com uma moça morena sentada em uma mesa... Em
seguida Edward entrou, cumprimentou a moça, pegou uma maleta e
saiu...........................................................................Isso repetiu no vídeo
1220 de 1595 26/05/2011 20:45

umas dez vezes, então ele entrou na sala e foi para uma outra, que também estava
sendo filmada, mas a filmagem da outra sala estava sem sons. Então ele pegou pilhas
de dinheiro, colocou na pasta do notebook e saiu da sala.
Dei play novamente para raciocinar o motivo de ele ter me mandado aquilo, e
sem entender, mas muito preocupada, resolvi perguntar quando ele ficasse on.
Segundos depois, apareceu no canto da tela a indicação de chegada de

uma nova mensagem na minha caixa. Cliquei na caixa de entrada e abri o e-mail, era
de A.E.
Oi.
Surpresa?
Vou direto ao ponto: deu para perceber que o seu noivo está enrolado,
né?
Só existe uma chance de alguém salvá-lo...
Explicarei... Ele está envolvido em uma rede de corrupção, onde recebe

propinas e busca pessoalmente esse dinheiro. Além disso, está desviando
verbas destinadas ao partido político que ele é filiado, traindo assim o seu
partido.
Existem fitas gravadas que o incriminam, papéis assinados,

testemunhas, arquivos no computador dele, enfim, conteúdos que
embasariam um processo, com provas tão convincentes que se ele chegasse
a juízo, além de extinguir de vez toda a sua carreira pública, ainda o levaria
para a cadeia por no mínimo dez anos.
Bom, o que quero com isso?...É o que você deve estar se perguntando.
Quero o mesmo que você... A felicidade dele... Mas assim como você, eu
o quero feliz ao meu lado.
1221 de 1595 26/05/2011 20:45

Faça a sua escolha, pois eu já fiz a minha.
Ele só será feliz se for comigo.
Ashley Evans.
Obs: Adorei as fotos que fizeram no gabinete. Você precisa emagrecer

só um pouco rsrssr.
Em poucos dias, espero, vou mandar as minhas que pretendo fazer ali
também, naquela mesa, com o mesmo fotógrafo.
Até mais.
Ofegante, fechei aquele e-mail e tentei controlar o pânico, repetindo e digerindo

aos poucos suas palavras e intenções. Um tremor brotou em minha espinha e o medo
fez com que meu coração acelerasse, fazendo-me arfar dolorosamente.
O turbilhão de pensamentos se misturava no meu cérebro e a cada conclusão

obtida com os fatos, uma pequena dor se instalava em meu peito. Não conseguia
acreditar que ela foi tão longe ao ponto de fazer isso. Ela conseguiu atar as minhas
mãos.
Chantagem...
Deus, o que eu vou fazer agora?
Sem notar que o tempo passou enquanto eu estava congelada, apareceu a

chamada do Edward para a conversa de vídeo, suspirei, controlando o abalo e aceitei
a conversa.
Continua....
1222 de 1595 26/05/2011 20:45

Notas Finais:
Oi!!!
Esperavam por isso??
Quem ficou com dó da cobrinha no capitulo passado...

bOM, EU DISSE QUE IA RESOLVER O PROBLEMA DO JAZZ AGORA,
MAS É TANTA COISA P RESOLVER. EU NÃO QUERIA FAZER AS
COISAS ATROPELADAS, PENSEI QUE IA TERMINAR A FIC EM UM
OU DOIS CAPITULOS, MAS NÃO VOU
CONSEGUIR...ENTÃO...TENHAM PACIÊNCIA...AGUENTEM QUE A
TIA PETER AINDA TEM ALGUNS CAPITULOS.
XERU
Gente, boa comemoração de Natal, tudo de bom para vocês.

Muita paz e felicidades nessas confraternizações.
bjs
Mandem recadinhos
1223 de 1595 26/05/2011 20:45

Capítulo 49- Por favor me perdoe escrita por BIA BRAZ

Oi!!!
Gente, demorei, mas voltei. Prometo mandar agora duas por semanas. Só
dependo da beta.
Eu peço que vocês ouçam a música.
Comecem a baixar agora...Ela vai dar o clima.
http://www.4shared.com/get/162370530/8b3c936b
/Please_Forgive_Me_-_Bryan_Adam.html
Capítulo Por favor, me perdoe.
Bella POV
Eu olhava para o monitor, mas era como se meus olhos não o vissem. Tudo que eu
via em minha frente eram as cenas do vídeo se repetindo com Edward colocando o
dinheiro na bolsa. Estava tremendo diante da percepção de intenção da mensagem,
preocupada com a repercussão que isso teria se caísse na mídia.
Visualizava pelos segundos seguintes o futuro do Edward arruinado, o sonho dele

frustrado, sem escolhas, sem chances, seriam anos de estudo jogados ao vento...
Em milésimos de segundos, milhares de pensamentos inundaram minha mente,

transformando-se em uma imensa confusão de decisões a tomar.
A primeira atitude que deveria ter era explicar a Edward o que estava acontecendo,
assim ele poderia desistir de seguir adiante e enfrentaria o processo. Bom, ele teria mil
chances de sair livre, pois meu pai tem dinheiro e influência para abrandar a pena
imposta.
Mas... E ele? Seria feliz em ter que abandonar tudo? Afinal, a sua imagem estaria
comprometida e suas chances de chegar onde sonhou extinguiria... Se ele optasse por
não seguir, seria uma decisão forçada, um sonho frustrado... Seria justo que ele
carregasse isso pelo restante da vida? Deixar de alcançar um objetivo por causa de
um amor ou de um casamento? Afinal, se esse amor ficar para trás, ele conseguirá
alcançar o poder...
Suspirei nervosa depois de muito divagar e concluí que isso ele quem deveria ter que
decidir.
“Oi, amor, dormindo a essa hora?” Perguntou divertido, completamente bem

humorado e me tirou completamente dos devaneios. “Como foi o dia?” Perguntou, de
dentro do seu quarto no dormitório da universidade. Ele estava sem camisa, com os
cabelos molhados e com o semblante feliz.
“Foi bom... E o seu?” Forcei um sorriso no rosto e joguei o assunto em uma gaveta,
daqui a pouco poderíamos falar no assunto.
1224 de 1595 26/05/2011 20:45

“Foi bom.” Ele parecia uma criança ansiosa para contar algo muito importante. “Estou
feliz.”
“Percebi. Mas por quê?” Perguntei e estalei meus dedos freneticamente um no outro,
ansiosa.
“Meu dois projetos já passaram pelas duas casas. Agora só falta o presidente
sancionar para virar lei...” Explicou animadamente. “Nossa, Bella, isso é muito bom
pra mim. O pai da Sô está muito satisfeito. Acredita que ele fez questão de me
agradecer na tribuna em frente a todos os parlamentares? Eu fiquei extasiado em ser
reconhecido.” Ele estava deslumbrado com esse acontecimento, e vê-lo daquele jeito
estava me cortando, pois ali eu soube que deveria adiar a conversa para não jogar um
balde de água fria.
“Que bom, embaixador.” Mais uma vez forcei o sorriso, tentando disfarçar. Porém
tudo estava me preocupando de um modo atordoante. Eu precisava colocar meus
pensamentos em ordem.
Instantaneamente, ele parou de falar e estudou o meu rosto. Eu precisava manter

meu semblante composto para não passar a impressão de que eu não o apoiava,
como foi concluído por ele em nossa última discussão, no entanto estava difícil
conseguir simular alegria.
Ele continuou. “Eu fiz outros dois projetos extras e entreguei para o Senador Evans, se
ele não quiser de novo, eu nem penso duas vezes, na hora eu mando para a Sô.” A
animação era explicita no seus gestos, eu abaixei o olhar, incapaz de aceitar matar seu
sonho. “Está cansada, amor?” Perguntou com a sobrancelha erguida.
“Um pouco.” Menti. Essa era a desculpa ideal para a minha falta de interesse no
diálogo, pois quanto mais ele falava, mais eu tinha convicção do tanto que ele
desejava seguir adiante com o sonho. Infeliz, deitei encolhida de lado na cama.
“Então vá descansar que eu ainda vou fazer umas pesquisas antes de dormir... Está
tudo bem?” Perguntou preocupado.
“Sim. Estou muito feliz por você.” Sussurrei, mas o desalento em minha voz não
passaria despercebido. Mesmo que eu tentasse, estava difícil esconder, principalmente
por não encontrar um meio de lhe revelar, diante de sua animação.
“Então, tá... Está lembrada que hoje faltam quarenta e sete dias?” Comentou,
tentando me animar.
“Sei. Você saiu daqui hoje e disse isso assim que acordamos.” Sorri sinceramente com
a lembrança, todavia seguidamente meu coração doeu.
“Então vá descansar. Durma bem... Ah, não esqueceu que amanhã temos que ir a
Seattle, né?”
“Sim. Estou lembrando. Já até falei com a Rosalie e Emmett. Eu expliquei que vamos
comemorar o aniversário do Jasper.”
“Que bom... Então te encontro lá.” Disse baixo, com um pouco menos de ânimo. Era
lógico que ele percebia que algo não estava certo e com certeza iria atribuir isso ao
fato de estar alcançando algo com relação ao seu futuro. Se ele soubesse que tudo
que eu queria hoje era que tivesse um jeito dele chegar lá sem que nada o
impedisse...
1225 de 1595 26/05/2011 20:45

“Ah, Edward, estava me esquecendo de uma coisa importante... Troque as suas

senhas de novo e tente não usar aquele computador do Capitólio para falar comigo.
Acho que o pc de lá tem um espião.” Pedi lembrando do fato de ter recebido o vídeo
direto do e-mail dele.
“Por que acha isso?”
“Não sei. Geralmente esses computadores do governo são alvos de hackers, então é
melhor não vacilar.” Eu não queria tocar no assunto ainda... Eu não tinha mais certeza
depois da nossa conversa... Ele mostrou tanta empolgação que me desarmou
completamente.
“Mas nos meus e-mails não tem nada importante.”
“Mas tem, por exemplo, aquelas fotos que eu tirei seminua lá. Já pensou se cai na
rede?” Sorri.
“Ok. Você me convenceu. Não quero meu festim exposto para o mundo assim.”
Brincou possessivamente. “Vou fazer isso agora. Até amanhã.”
“Até, anjinho... Te amo.” Suspirei pesadamente, sem conseguir esconder a minha

tristeza.
“O que há com você amor?... Eu estou tentando deixar passar, mas eu sei que algo te
preocupa. Fala pra mim.” Ele lançou um olhar terno e se eu não me segurasse, as
lágrimas poderiam brotar nos meus olhos sem permissão. Eu não sabia o que fazer.
Não queria que os sonhos dele fossem frustrados... Não quando o motivo da
frustração era eu na vida dele.
“Estou preocupada com tudo que acontecerá lá em casa.” Inventei uma desculpa.
As palavras tiveram duplo sentido pra mim. Não sei realmente o nosso amanhã. Temo
tudo que se arma tanto na vida da minha família como na minha.
“Foi você quem disse que no final dá tudo certo. Fique bem. Estaremos juntos
sempre.” Disse com convicção.
“Então boa noite. Beijos.” Eu precisava desconectar imediatamente, pois estava difícil
me conter, ainda mais depois de suas últimas palavras.
Desliguei e me entreguei ao pranto, desconsolada, sem rumo, com muito medo e

saudade da paz. Sentia tudo desmoronar e cair. Restava-se esperar pelo dia seguinte.
No outro dia, chegamos a Seattle às nove da noite, pois como tive aula pela manhã,
tivemos que sair da Califórnia às duas da tarde. Edward ficou de sair de Washington
D.C. às sete e meia, chegaria por volta das onze da noite.
Logo que cheguei, não tive ânimo para ficar conversando, preferi subir para o meu
quarto, tomando lá um banho rápido, depois abri minha caixa de e-mails. Eu temia
pelo que encontraria, tinha certeza que ela teria mandado mais algo. E estava lá mais
uma mensagem.
Mensagem quinta 23h40
Estou esperando uma resposta. Você não tem todo tempo do mundo.
1226 de 1595 26/05/2011 20:45

Mensagem sexta 02h20
O que você seria capaz de abdicar para chegar ao poder?
À medida que lia, sentia angústia, raiva. Ela repetiu exatamente as palavras do pai. Era
um sinal óbvio de que ela o manipulava, que tudo foi realmente uma armação.
Fico imaginando como seria interessante ver Bella Cullen, filha de um

empresário bilionário sendo revistada ao ir visitar o noivo no presídio. Rsrsrs
Se a intenção dela era me enlouquecer, já estava fazendo efeito. Conforme eu abria as

mensagens, um buraco enorme se abria em meu peito.
Decida-se... aproveite bem o fim de semana... Será a última vez que ele será
seu... Quero vê-lo sem aliança na próxima semana.
Respirei fundo e por pouco não joguei o pc no chão. Levantei, lavei o rosto, que já
estava mergulhado de lágrimas, vesti um pijama longo, apaguei a luz e deitei,
entregando-me as lágrimas insistentes. Cada minuto parecia uma eternidade. Meu
cérebro rejeitava a decisão que eu tinha que tomar. Eu não conseguia acreditar no que
estava para acontecer.
Fitei o teto escuro, olhando para o nada, somente a escuridão... Concluí que era assim
que iria se tornar a minha vida depois que eu aceitasse a minha decisão. Uma decisão
que intimamente eu não aceitava, por isso, tudo me dilacerava.
Respirei fundo ao ouvir a voz dele cumprimentando as pessoas lá embaixo, limpei os

olhos e deitei de lado, frente à porta, fingindo estar dormindo. Eu não estava
preparada para vê-lo sem me derramar em prantos.
A porta estava semi-aberta, segundos depois ele entrou, trancou, acendeu o abajur,
tocou em meu rosto e foi para o banho. Minutos depois saiu, com a toalha enrolada na
cintura, olhando em minha direção.
Eu estava com os olhos abertos, mas a sombra do abajur, não permitia que ele visse
meus olhos. Infeliz, fiquei observando ele se vestir. Ele é tão lindo, meu anjo esculpido
no tamanho ideal. Sempre tive a impressão que ele tinha sido feito exatamente para
mim...
Agora...
1227 de 1595 26/05/2011 20:45

Edward POV
Mesmo ela dormindo, percebi que seu sono não era sossegado. Desde ontem suas
atitudes me trouxeram desassossego. Algo a assola. Não consigo imaginar o motivo,
já que estamos juntos e resolvemos enfrentar tudo juntos.
Percebo que suas atitudes atuais estão em desconformidade com as de hábito

rotineiro. Um exemplo é que nas diversas vezes que ficamos de nos encontrar aqui,
ainda que seu estado fosse de cansaço, ela sempre se prontificou a buscar-me no
aeroporto com entusiasmo, mas hoje, além de não ter ido, não me esperou acordada.
Desconfiado, vesti um short, desliguei totalmente o abajur e deitei ao seu lado, ela de
costas para mim, beijando em seguida a sua nuca. Ela estava quieta, parecendo em
sono profundo.
“Está dizendo não para mim, vestindo esse tanto de roupa?” Sussurrei em seu ouvido,
divertindo-me.
Sorri quando senti os pêlos do seu rosto se eriçarem ao som da minha voz, mesmo
ela estando em estado de insensibilidade de sentidos. Passei a mão no seu corpo,
parando em sua barriga, então a aconcheguei mais a mim, cheirando o seu pescoço,
cabelo, deliciando-me em seu aroma.
Senti seu ventre tremer em minhas mãos, então acendi a luz, e a virei frente a mim,
para olhar o seu rosto. Ela estava de olhos fechados, mas estava com o rosto
completamente úmido. Passei a mão em sua testa, tirando o cabelo e percebi que dos
seus olhos brotavam lágrimas.
“Você está acordada.” Não foi uma pergunta.
Ela não abriu os olhos e nem respondeu, somente deu um soluço desditoso.
Imediatamente vi que ela estava sofrendo com algo e não queria conversar sobre isso.
Entretanto não existem segredos entre nós. Ela deveria se abrir.
“Amor, fala comigo.” Coloquei o braço embaixo do seu pescoço, limpei a umidade dos
seus olhos com o lençol e distribuí beijos em seu rosto, consolando-a. Ela abriu os
olhos.
“Estou nervosa, só isso.” Explicou com a voz rouca, abraçou-me e encostou o rosto
em meu peito. Sua atitude deixou-me desesperado. Eu queria tirar aquela tristeza do
seu rosto.
“Há alguma coisa que eu possa fazer para melhorar isso?” Passeei os dedos em seu
rosto, beijando insistentemente o seu cabelo.
“Só me abraça... Preciso de você... Vai passar...” Disse por entre soluços. Contrito
por ela, aninhei-a em meu braço, fechei os olhos e tentei me convencer que era só
nervosismo.
Bella POV
A noite se passou devagar, e eu não consegui desconectar a mente e dormir.
1228 de 1595 26/05/2011 20:45

Permaneci abraçada a ele, beijando seu peito, passeando as minhas mãos, fazendo
com que elas memorizassem a textura, a temperatura, a cor.
Fui hipócrita em dizer sempre que nunca iria desistir dele. No entanto, é por acreditar
tanto nele que preciso tomar uma decisão. Se ele ficar comigo, ele perde duas coisas
importantes: seu sonho e sua liberdade. Se ele ficar livre, ele só perde a mim... Um
amor... Ele não vai ser o único no mundo a perder um. Deixá-lo ir prova que eu
sempre o incitei a seguir seus sonhos e continuo o apoiando.
Com a dedução, abracei-o forte novamente, vendo o sol entrar pela janela e respirei
fundo. Apaixonada, beijei o seu rosto de anjo, sentei e me preparei psicologicamente
para o dia que iríamos enfrentar.
Vesti um short, uma blusa, calcei uma sandalinha e desci, deixando-o dormindo. Após
uma noite de tormenta, de choro e de angústia, eu estava disposta a enfrentar esse
dia, que provavelmente seria turbulento. Distraída, preparei meu lanche e pus no meu
rosto o melhor disfarce de bom dia. Já estavam lá embaixo: meu pai, Sue, Esme,
Jéssica e Seth.
“Viram só! Pensaram que ter filhos seria fácil!” Brinquei, depois dei um beijo na Sue,
no Seth e deitei no sofá, abocanhando o meu bolo.
“E vocês dois, não querem filhos cedo, não?” A Jéssica perguntou e eu engasguei,
sentindo a dor que sua pergunta me lançou.
Engoli em seco e respirei fundo para responder. Eu não iria deixar que nada abalasse a
minha determinação. “Acho que não. Vou demorar um pouco.” Peguei Sue no colo e
dei beijinhos em sua barriga. “Se bem que eu adoro esses bebês.”
Após esse momento de descontração, procurei os olhos da Esme, fazendo sinal que
ela fosse à cozinha.
“Que horas você pretende falar?” Sibilei, me encostando na porta, tomando nota de
que ninguém estava vindo.
“Depois do almoço.” Respondeu com semblante temeroso.
“Vai dar certo. Fique calma.” Tentei confortá-la. “Então mais tarde eu desço. Vou subir
e levar um lanche para o meu belo adormecido.”
Ela saiu e eu preparei o lanche, não permitindo ao meu cérebro pensar o que
aconteceria no decorrer do dia, voltei para o quarto e meu anjo já estava tomado
banho e trocado de roupa.
Coloquei o seu lanche sobre a cama e fui ao encontro dele, colocando as mãos em seu
pescoço e lhe dando um beijo.
“Quarenta e cinco dias.” Sussurrou em minha boca e eu sorri triste, percebendo a dor
insistente se alargar em meu peito. Eu não devia chorar... É por ele. É o melhor para
ele.
“Que carinha é essa, Bella?” Levantou meu queixo. “Quando você entrou, imaginei
pelo seu sorriso que estava melhor hoje.” Comentou e acariciou insistentemente meu
rosto.
“E estou. Lanche que vamos ficar a manhã todinha hoje aqui.” Forcei o sorriso no
1229 de 1595 26/05/2011 20:45

rosto e fui escovar os dentes, depois deitei na cama, ligando a TV.
Assim que ele terminou de lanchar, deitou ao meu lado, colocando a sua perna sobre
mim.
“Adorei o shortinho, mas eu prefiro saias.” Comentou brincalhão, enquanto passava as

mãos em minhas pernas.
“OMG! Eu libertei um monstro!” Gargalhei e me esquivei de suas mãos atacando

minhas pernas e me fazendo cócegas.
“Você é minha, não?” Ele me virou de frente a ele e beijou meu rosto várias vezes.
“Hmmm, já que vamos nos trancar aqui, podíamos fazer essa manhã render... Afinal,
você hoje está bem mais animadinha.” Ele sorriu insinuante e mordiscou meu ouvido.
Abracei-o, colocando o meu rosto em seu peito. “Mais tarde. Agora eu quero ficar
assim, abraçadinha com você.” Disse manhosamente.
“Ok.” Ele me apertou no abraço, fazendo alguns ossos estalarem.
Definitivamente eu não queria que essa manhã passasse. Ele acordou muito humorado
e apaixonado, e eu consegui depois de uma noite tempestuosa, encarar o que se
seguiria.
Em todo o tempo que a tristeza queria me invadir, eu lembrava o porquê de ter que
fazer isso, só assim meu coração engolia a decisão do meu cérebro.
Mais rápido do que eu esperava, a manhã se passou, descemos para o almoço e nos
reunimos em volta da mesa, dez lugares completos e as duas cadeirinhas laterais,
perto das respectivas mães.
Alice POV
A aflição entrou em meu coração logo que eu soube que seria hoje o dia da revelação.
A partir de hoje eu seria simplesmente a irmã do Jasper. Meu coração doía com a
idéia.
Infeliz com a idéia, peguei em sua mão por debaixo da mesa, disfarçando do meu pai
e a apertei.
Ele olhou o meu rosto e ergueu uma sobrancelha, faltando dizer com os olhos ‘o que
é, chiclete?’.
Esme POV
Quanto mais o tempo passava, quanto mais os pratos se esvaziavam, a angústia em

meu peito aumentava.
“Vamos sair hoje à noite, Esme?” Carl, que conversava com Edward ao meu lado,
propôs. “Já que não comemoramos o aniversário do garoto juntos, poderíamos sair.”
“Pode ser. Vou ligar para a Lia vir ficar com Sue.” Respondi sem ânimo e coloquei a
salada na boca, sem vontade. Depois do que eu revelasse, nada mais era certo sobre
1230 de 1595 26/05/2011 20:45

o futuro.
Mais minutos se passaram e Edward lançava olhares sugestivos em minha direção. A

sobremesa foi servida e Jéssica já estava se levantando para sair.
“Espera, Jéssica. Esme tem algo para falar.” Bella disse e olhou em minha direção.
Eu tremia de nervosismo. Estava muda. Agora todos me fitavam em expectativa.

Estava em uma batalha interna, me perguntando como uma mulher que criou os filhos
sozinha e enfrentou muitos obstáculos na vida, podia acovardar-se diante da vida do
seu próprio filho em perigo, dependendo de uma revelação que poderia lhe trazer a
cura.
Respirei fundo e tomei forças. Essa mulher está aqui. Não me importo se ele não vai
entender os meus motivos. O que importa é que eu amo o meu filho e por ele sou
capaz de perder tudo.
“Bom... Estamos comemorando o aniversário do Jasper.” Comecei hesitante. “Mesmo

que tenha sido na segunda, como sua família, queríamos estar reunidos para o
homenagear...” Controlei a onda de tensão que me invadia e tentei falar devagar,
olhando para ele. “Filho, você foi um presente na minha vida, completou o que faltava
em mim... foi... o filho do meu amor...” A emoção das palavras era forte ao ponto de
fazer minha voz embargar. Edward apertava forte a minha mão, solidariamente.
Todos prestavam atenção, calados, esperando que eu terminasse. Alice começou a

chorar e deitou no ombro da Bella, que a abraçou. Os demais estavam alheios os reais
motivos de emoção e nervosismo
“Que fossa é essa, Alice? Nem parece que estão comemorando meu aniversário!”
Jasper sorriu zombeteiro.
“Jasper, olhe para mim...” Pedi séria, incapaz de suportar a emoção. “Bom, filho, eu
queria te contar um pouco da sua história...” Tentei não olhar em direção ao Carlisle
para as próximas revelações. “...Quando eu engravidei de você, eu tinha vinte anos...
Estava separada do Phil há dois anos e morava na Califórnia, que foi onde você foi
gerado...” Nesse momento as lágrimas impedidas de descer, caíram lentamente, e
Edward me abraçou. “... O seu pai foi o homem que eu mais amei em toda a minha
vida, desde que eu tinha quatorze anos, que foi quando eu o vi pela primeira vez
jogando basquete...”
Minutos se passaram e pelo canto do olho vi Carlisle levantar da cadeira. Não ousei
olhar em sua direção e tomei fôlego para continuar com a revelação.
“Por que isso agora, mãe?” Ele estava confuso, parecia não ter entendido.
“Filho... Desculpe estar te revelando isso agora, mas o seu pai não é Phil... o seu pai
é... Carlisle.”
Imediatamente, ouvimos um barulho de um móvel quebrando e eu não levantei o

olhar.
Um silêncio de morte se fez sobre a mesa, olhei novamente para Jasper e ele estava
congelado, com os olhos mortos em direção à Alice. Segundos depois, ele pôs as duas
mãos tapando os ouvidos.
“Eu não quero ouvir isso.” Disse freneticamente. “Diz que é mentira... não... não...”
1231 de 1595 26/05/2011 20:45

Disse baixo, quase sem som. Levantou da mesa e continuou balançando a cabeça.
“QUANTOS SABIAM DISSO?” Carlisle voltou de onde estava com o semblante

carregado.
Eu não levantei o olhar. Ninguém respondeu. Ele continuou. “ESME, EU NÃO

ACREDITO QUE VOCÊ ME ESCONDEU ISSO?!” Vociferou, vindo em minha direção.
Sobressaltado, Edward levantou da cadeira e se colocou entre nós. “Carlisle, acho que
não é uma boa hora para conversar.” Edward disse, em tom protetor.
“ESME, DESDE QUE VOCE ENTROU NA MINHA VIDA SÓ TRÁS MENTIRAS... MALDITA A
HORA QUE EU TE CONHECI!! VOCÊ NÃO ME MERECE, SUA DISSIMULADA E
CRETINA!!” Ele tentava vir em minha direção, mas Edward o impedia.
“Chega, pai! Pare de insultá-la..” Bella levantou e o abraçou, tentando acalmá-lo

enquanto passava a mão no rosto dele “...Ela é a mãe dos seus filhos.” Disse
apaziguadora.
“VOCÊ TODOS ESTAVAM ESCONDENDO ISSO DE MIM? QUEM MAIS SABIA?” Olhou
furioso no rosto de cada um naquele ambiente. Ninguém se manifestou. Alguns
alheios estavam perplexos. Alice chorava. Jasper estava em pé de costas e Sue iniciou
um choro assustado, ao ouvir o pai falando alto.
Constrangida, levantei e a tirei da cadeira, colocando-a em meu colo. Carlisle recuou,

e as lágrimas que brotavam lentamente em meus olhos, desceram agora como
cachoeiras.
Eu o perdi, o perdi para sempre.
“ESME, FORA DA MINHA CASA! PEGUE SUAS COISAS E VÁ EMBORA!” Gritou

novamente e todos os presentes ficaram atônicos.
Bella interveio. “Pai, o senhor está fora de si! Para onde ela vai?” Ela perguntou
desviando o rosto dele da minha direção.
“SE ELA NÃO VAI, EU VOU!” Soltou-se do braço da Bella e saiu, pegando depois a
chave do seu carro.
“Edward e Emmett, os dois, atrás dele.” Bella pediu decididamente. Edward foi atrás
dele.
“Eu?” Emmett perguntou relutante.
“Vai, amor. Ele é seu pai.” Rosalie suplicou. Ele se levantou e foi atrás do Edward, que
já estava lá fora.
Jasper continuou congelado onde estava. Alice se desprendeu da cadeira e saiu em

direção a ele.
Jasper POV
Porra! Isso não pode ser verdade, não pode ser. Como isso foi acontecer? Agora tudo
se encaixa na minha cabeça. Filho do Carl, irmão de verdade da Bella e...
1232 de 1595 26/05/2011 20:45

Por isso aquelas atitudes escrotas do Edward quando eu falava em namorar Alice, por
isso eles foram embora quando descobriram que eu estava namorando a... minha
irmã. Merda, merda! Que merda que virou a minha vida!!
Puto da vida, continuei furando o chão, andando de um lado para o outro,

completamente indignado. Estava de costas para a mesa, martelando a minha cabeça,
quando senti a minha cintura ser agarrada por trás.
Imediatamente, senti quem era pelo calor que percorreu minhas costas, então pela
primeira vez em minha vida tive vontade de morrer.
“Jazz, olha pra mim.” Um sussurro e senti que lágrimas molhavam a minha blusa, mas
eu não tinha coragem de olhar no seu rosto.
Cara, você estava a fim de pegar tua própria irmã! Mais essa... Isso lá é hora de
acusação?
O anjo mal ria da minha cara de desespero, tirando onda.
Você agora ganhou um pai e mais irmãos de verdade anjo bom se intrometeu
tentando pacificar.
Calem a boca! Gritei mentalmente.
Pior é que o viadinho que mora em um canto do meu cérebro já queria chorar!
Desconsolado, sentei no chão e não consegui me controlar, colocando as mãos em
meu rosto e chorando feito uma bicha abandonada em beira de estrada.
“Jazz, por favor, conversa comigo.” Alice implorou e se ajoelhou, tentando sem
chance levantar o meu rosto.
“Você sabia, Alice, por isso estava me tirando o tempo todo?” Acusei. “Tu também é
traíra! Eu fico de cara como você estava deixando eu te beijar este tempo todo,
sabendo que somos irmãos?” Perdi as estribeiras e soltei os cachorros. Eu não estava
nem aí se ia deixar a anã pior. Ninguém ali estava sofrendo mais do que eu.
“Jazz...” Ela prendeu o meu rosto com força e me forçou a olhar para ela “...Eu amo
você mesmo assim. Sei que é pecado, mas o que eu posso fazer se eu amo você mais
que a minha própria vida!” Resmungou com uma maré de choro.
As palavras dela abafaram a minha raiva, jogando na minha cara que ela não tinha
culpa. Eu não me importava de ser filho do Carl, minha raiva com esse rolo todo era
estar tão derretido pela minha própria irmã. Isso não entrava na minha cabeça.
É foda, estar arriado assim pela chata, ciumenta, chiclete e agora... só minha irmã!!
Queria mandar o mundo pra PQP. Queria xingar, brigar, estrilhar, mas ela era a pessoa
que menos merecia isso. Ela estava tão em maus lençóis quanto eu. Além do mais, ela
também é derretida por mim, mesmo sabendo que eu sou seu irmão.
Pus as idéias no lugar, peguei a mão dela e a deitei em meu colo, fechando meu corpo
em bola sobre ela, ainda sentado no chão. Assim, puto de raiva, só tinha um
consolo... Sentar e chorar.
Edward POV
1233 de 1595 26/05/2011 20:45

Frenético, saí rápido da sala intencionado a alcançá-lo antes que ele saísse do
estacionamento. Lá, parei em frente ao carro. “Carlisle, espere, por favor.” Pedi
ansioso, ele tentou desviar do meu caminho, mas eu acompanhei os movimentos, não
saindo da frente. Ele parou.
“Edward, melhor você ir... Não quero conversar.” Disse colocando a cabeça para fora
da janela, seu tom era impaciente.
“Eu vou com você.” Avisei, ainda parado a sua frente, com a mão no capô.
Ele ficou absorto, olhando para o nada. Aproveitei sua distração e abri rápido a porta
do passageiro. Ele não relutou, ficou apenas parado por uns minutos, depois acelerou,
saindo seguidamente do estacionamento.
Avistei Emmett vindo logo atrás no carro dele, mas fiz sinal com a mão que ele
voltasse. Ele fez a volta.
“Para onde está indo?” Perguntei logo que saímos do quarteirão de sua residência.
“Não sei...” Passou a mão no cabelo, nervoso. “Não consigo pensar...” Seu semblante
era carregado de stress, e ele segurou a cabeça com uma mão, apoiando o antebraço
na porta.
“Vamos para uma chopperia.” Sugeri, sabendo ser a melhor opção para o momento.
“Você dirige?” Propôs, encostou o carro, desligou e levantou a chave.
“Tudo bem.” Assenti, desci e assumi a direção do carro.
“Por quanto tempo mais ela iria esconder isso?” Começou, magoado. “Por que ela só
me contou isso agora?” Seu semblante pairava misto de decepção e ódio.
“Você quer saber a história sem mentiras?” Perguntei cauteloso, olhei em seu rosto e
ele desviou o olhar, segurando emoções.
“Se pelo menos em você eu puder confiar.” Fez uma careta frustrada e recostou a
cabeça no vidro do passageiro.
“Ela ia te contar há dois anos, na festa da Alice de quinze anos, porém, descobrimos
que Alice estava, er... se envolvendo com Jasper, então resolvemos deixar tudo para
trás e impedir que acontecesse o incesto.” Deliberei pausado e ele fixou o olhar em
mim.
“Alice e Jasper?!” Ofegou desacreditado.
“Sim. Eles se gostam. Mas ela sabe desde o ano passado que são irmãos, então
terminou com ele.”
Ele suspirou e olhou para fora do carro. “Eu não entendo por que ela escondeu isso de
mim. Ele passou por necessidades na vida sem precisão... Ele é meu filho!”
Argumentou revoltado, jogando as mãos no ar.
“Carlisle, você nunca nos deixou passar precisão, lembra?” Comentei apaziguador.
“Você não cuidou só do seu filho a vida toda, mas de todos nós.” Peguei em seu
ombro, tentando convencê-lo. Ele permaneceu olhando para o nada, através do vidro.
“Eu amei sua mãe a vida toda, Edward... Mas parece que eu não a conheço, não
1234 de 1595 26/05/2011 20:45

consigo entender as atitudes dela.”
“Carlisle, no começo eu também não entendia, só hoje eu entendo completamente o

que somos capazes de fazer quando amamos alguém... Você não sabe a verdadeira
adoração que ela tem pelo Jasper desde pequeno... É como ela disse, ele é o filho do
amor dela... Ela idolatrou Jasper toda a vida. Na cabeça dela, ela conseguiu tirar
alguma coisa de você, o filho do amor dela por você. Ele foi planejado, ela o quis. Ela
sonhou em ficar grávida dele... Era pra ser o primogênito — como vocês tinham
planejado —, mas como eu nasci, ela quis que fosse o caçula... Eu sei que você não
vai entender, mas para ela foi tudo ter ele... Porém, você a conhece. Dá para imaginar
o porquê dela nunca ter te falado. Ela queria criá-lo sozinha, livre de preconceitos e
julgamentos. Por isso ela nunca te disse... Porém a doença aconteceu e uniu as
nossas famílias. No início, ela encarava a doença como castigo, no entanto depois ela
aceitou que foi a doença dele que aproximou eu e Bella e reaproximou você dela.
Então se conformou... Hoje, o que ela quer é a cura dele... Tem tempos que ela quer
te contar, mas sempre teve empecilhos, então inevitavelmente teve que acontecer
hoje, pois o garoto precisa de um doador compatível de medula, e o restante de seus
filhos e, você, oferecem mais três possibilidades.”
Ele suspirou desgostoso, e o silêncio imperou no restante do trajeto.
Chegamos a chopperia e entramos, procurando lá uma mesa na área externa. “Hoje

só vou sair daqui quando tiver esquecido tudo completamente.” Ele disse após pedir
um tonel de chopp. “Quando acordar amanhã, resolvo o que fazer da minha vida.”
Bella POV
Depois de uma tarde de acontecimentos intensos, um cansaço enorme pela noite sem
dormir me invadiu. Dividi um calmante com Esme e fui para o meu quarto esperar a
tarde passar e anestesiar o meu cérebro da dor latente que anunciava voltar ao ter
ficado longe dele, ainda que por uma tarde.
Horas depois despertei do sono e fiquei deitada, sentindo o vento entrar pela janela
que estava aberta. Passavam das nove e meu corpo estava dolorido de tensão.
Fitei o teto escuro, iluminado somente pela luz que entrava pela janela, vagando nesse
tempo meus pensamentos. Um tempo depois ouvi o som do ronco do motor do carro
do meu pai e sentei na cama, ciente de que eles tinham chegado.
Ansiosa, levantei sem acender a luz e fui para a varanda, vê-los descer do carro.
Edward desceu e foi para a porta do passageiro, ajudar o meu pai a descer.
Aparentemente Carlisle estava bêbado.
“EDWARD, VOCÊ JÁ VIU O TANTO DE FILHO QUE EU TENHO? UM, DOIS, TRES,
QUATRO, CINCO, SEIS FILHOS!!!” Meu pai perguntou e contou nos dedos, sorrindo,
completamente fora de si, abraçado ao Edward. Eu consegui sorrir da cena. Os dois
pararam no meio do estacionamento e o meu pai segurou no rosto do Edward com as
duas mãos.
“NOSSA, TUDO BEM QUE DEUS MANDOU POVOAR O MUNDO, MAS QUASE QUE EU FIZ
ISSO SOZINHO!!” Gargalhou, eu sorri ao ver Edward desviando o rosto e sorrindo do
que aparentemente seria o cheiro de álcool que exalava do meu pai. “VOCÊ TAMBÉM
QUER SER MEU FILHO?” Perguntou divertido. “EU TE ADOTO!! AÍ VOCÊ TAMBÉM IRÁ
1235 de 1595 26/05/2011 20:45

CASAR COM A SUA IRMÃ!” Gargalhou de novo. “É HILÁRIO JASPER E ALICE!!” Ele
parecia incapaz de conseguir falar. “O QUÊ QUE TEM? DEIXA OS DOIS!!” Ele ria ainda
segurando o rosto dele. “SE VOCÊ QUISER SER MEU FILHO, EU VOU TER UM, DOIS,
TRÊS, QUATRO, CINCO, SEIS, SETE FILHOS!! PUXA!” Suspirou, pôs a mão na cabeça
depois olhou para a casa. “CADÊ MEU OUTRO FILHO? VAMOS LÁ QUE EU VOU DAR
UM ABRAÇO NELE...” Virou de costas e tentou caminhar. “AH, ELE DIZ QUE NÃO
GOSTA DE ABRAÇO, MAS O PAI DELE ELE VAI TER QUE ABRAÇAR!”
Os dois saíram andando rumo à entrada da cozinha, devagar, parou e olhou

novamente para Edward. “EDWARD, VOCÊ TAMBÉM NÃO GOSTA DE ABRAÇO NÃO?”
“Gosto.” Respondeu sorrindo tímido.
“ENTÃO DÁ AQUI UM ABRAÇO E ME CHAMA DE PAIZÃO.” Puxou Edward. “NÃO QUERO

QUE ME CHAME DE SOGRO. DE AGORA EM DIANTE EU SOU O PAIZÃO!” Edward
devolveu o abraço bem humorado.
Eu sorri da cena, mas ao mesmo tempo senti meu coração cortar. Era triste demais
que nossa felicidade estivesse ameaçada assim.
Os dois deram mais alguns passos.
“ACORDA TODOS OS MEUS FILHOS QUE EU QUERO CONVERSAR COM ELES.”
“Não, Carl, amanhã você conversa com eles.” Edward pediu.
Meu pai parou na frente dele e colocou a mão na cintura.
“POR QUE VOCÊ TÁ ME TRATANDO ASSIM? EU BEBI SÓ UM POUCO. EU NÃO ESTOU

BÊBADO. EU TÔ É PUTO COM A...” Parou de falar e sentou no banquinho do jardim “...
Não deixa ela me ver assim, por favor.” Pediu mais baixo. “Ela vai achar que eu estou
morrendo de amores por ela, e eu não estou.” Argumentou, enquanto segurava a
cabeça com as mãos e balançava.
“Tá bom, Carl. Vamos subir.” Estendeu a mão para ele se apoiar.
“VOCÊ PEGA MAIS UMA CERVEJA PRA MIM?” Juntou as sobrancelhas e novamente eu
tive vontade de rir. Eles entraram na cozinha e eu não ouvi mais barulho. Novamente
deitei, pensando em seguida na conversa que eu tinha que ter hoje. Só em imaginar
minha garganta ardeu e meu coração cortou.
Edward POV
Entramos na casa e deparamo-nos logo que entramos com Alice e Jasper na cozinha.
“Não quero falar com ele hoje.” Carlisle, que estava com o braço apoiado em meu
pescoço, sibilou em meu ouvido.
“Ele é com quem menos você deve se preocupar. Ele é seu filho e nada muda isso.”
Comentei, já intencionado a levar o garoto para o quarto, afinal, depois que o garoto
fizesse três piadas, qualquer clima seria dissipado. O melhor era tentar quebrar o gelo
entre os dois.
“Jasper, venha comigo.” Chamei-o e ele hesitou, porém Alice o incitou a vir com um
empurrão.
1236 de 1595 26/05/2011 20:45

Subimos, eu e Carlisle na frente, e Jasper atrás. Entramos no quarto dele e o ajudei a

sentar na cama.
Jasper parecia desconcertado, encostou-se à parede e ficou nos olhando a distância.
“Qual roupa você vai vestir, Carl?” Apontei para o armário, para que ele me indicasse o
que pegar e onde pegar.
Ele balançou os ombros, indicando qualquer coisa.
Sem opção, peguei um pijama no armário e pus sobre a cama.
“Você consegue tomar banho sozinho?” Perguntei com a sobrancelha arqueada.
“Sim.”
Ele levantou cambaleante e se dirigiu ao banheiro. Jasper, com o semblante

preocupado, aproximou-se de mim.
“Tu é doido, cara! Vai deixar o véi tomar banho sozinho!” Fez um gesto apontando
para o box. “E se ele cair e quebrar o chifre?” Sussurrou quase inaudível.
“Então vai você dá o banho nele.” Dei de ombros, despreocupado. “O pai é seu.”
Disse e segurei o sorriso em ver a careta séria que ele fez.
Imediatamente, Jasper abriu a porta do banheiro e entrou, deixando a porta

semi-aberta. Espontâneo, sentei na cadeira de canto e esperei por eles, segundos
depois os resmungos de Jasper me chamaram a atenção.
“Você devia tomar jeito. Isso não é exemplo de um pai para o filho. Como é que tu
chega em casa mal assim?” Falava baixo, em tom sério. “Eu que nunca vou por essas
porcarias de bebida na minha boca, ainda mais pra ficar ruim assim.”
“Rá! Eu bebi foi pra ficar ruim, se fosse pra ficar bom eu teria tomado era remédio.”
Carl disse com a voz arrastada, arrancando no mesmo instante uma gargalhada do
garoto.
“Ah, é, seu pudim de cana!” E um barulho de água foi ouvido. Assustado, entrei rápido
no banheiro e deparei-me com Carlisle sorrindo e Jasper dentro da banheira de short e
camiseta, todo molhado.
Carlisle morria de rir e o garoto fazia cara de poucos amigos.
“Sai fora, cara!” Resmungou, tentando se levantar. “Quê que vão falar de mim se
souberem que eu tô em uma banheira com outro homem? Até eu explicar que esse
homem é meu pai...” Jasper tentava levantar e Carl o puxava pela roupa.
“Ow, maníaco, me ajuda aqui que eu não posso ficar molhado.” Reclamou. “Esse véi
tá muito sem noção. Como é que me molha assim, sabendo que eu sarei de uma
pneumonia esses dias?!” Eu sorri e o ajudei a sair da banheira.
“Agora eu quero ver se você não vai melhorar. O teu pai aqui vai deixar você forte
igual um cavalo. Dá um abraço aqui no teu pai.” Carlisle abriu os braços, olhou para
mim e piscou.
“Pirou, é? Tu tá pelado! Eu que não vou abraçar homem nenhum pelado em banheira.
Cai fora, eu sou é homem.” Resmungou enquanto se enxugava. Eu e Carlisle riamos
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sem parar. Jasper caminhou em direção ao roupão do seu pai. “Vou usar esse roupão
aqui, para não andar pela casa todo molhado.” Ele tirou a roupa e vestiu o roupão.
Carlisle terminou o banho, enxugou-se e vestiu o pijama. Eu notei que a situação

estava controlada, caminhei em direção a porta do quarto e peguei no trinco. “Estou
indo.” Avisei ao perceber que provavelmente Jasper quisesse ter algum momento a
sós com o pai.
“Não... Fique, por favor.” Carlisle pediu sem jeito, eu sentei no sofá de canto e os dois
sentaram perto da cama. “Jasper...” Olhou para meu irmão. “Quero falar com você.”
Disse apontando para a cadeira próxima a cama, para que ele sentasse. “Mesmo que
eu tenha tido uma atitude grosseira mais cedo, você não sabe a surpresa agradável
que foi descobrir que você é meu filho de sangue... É meio estranho ganhar um filho
com dezoito anos, mas no meu coração desde que você veio aqui para casa quando
tinha quatorze anos eu te considerei meu filho... Não por compaixão por causa da
doença, e sim por afinidade e admiração pela alegria e força que trazia consigo... Só
lamento por nós dois termos descoberto tão tarde, por termos perdido tanto tempo
juntos, mas ainda temos tempo e eu estou realmente satisfeito que você seja meu
filho, acredite nisso.” Carlisle disse devagar, calculando as palavras.
Embora ele ainda estivesse meio ébrio, era notório que ele era consciente do que
falava.
Jazz levantou e caminhou inquieto pelo quarto. “Olha, Carl, eu já disse uma vez pra
você que eu te achava maior maneiro, que queria ter um pai como você, mas o que
me deixa malsão é o fato de saber que sou afim da minha irmã, isso é o fim da
picada.” Jasper explicou com a cabeça baixa, as mãos deslizando freneticamente nos
cabelos.
“Mas...” Carlisle começou, mas interrompeu o que ia dizer e olhou para a porta,
congelado.
Os nossos rostos viraram acompanhando o seu olhar e, para nossa surpresa, minha
mãe entrava no quarto. Carlisle arregalou os olhos, endureceu o semblante, mesmo
assim ela ergueu o queixo e sentou-se na cama, ao lado dele.
“Eu. não. quero. falar. com. você.” Carlisle pontuou cada frase, falando entre dentes.
“Ah, mas vai falar sim.” Ela segurou o olhar nele, com o semblante seguro. “Você não
cansa de fugir de tudo não? Se eu sou covarde você também foi a vida toda. Eu não
vou deixar você fugir de conversar agora.”
Jasper, que estava sentado perto da cama, veio rápido em minha direção. Eu levantei,
observando os dois e fiquei perto da porta, interessado em deixá-los sós, porém
receoso em os ânimos dos dois se alterarem.
“Esme, amanhã conversamos.” Carlisle pediu educadamente.
“Não. Se nós não conversarmos hoje, eu vou embora, como você mandou mais cedo,
e depois, com certeza não vou ter mais nada para conversar com você.” Disse com
imponência.
“Eu aposto na minha mãe.” Jasper sorriu, falando próximo ao meu ouvido.
Olhei para ele desaprovando, ainda atento ao que acontecia no quarto.
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“Carlisle, esse nosso relacionamento só pode ter sido um erro desde o início. Eu não
entendo o volume de desavenças que enfrentamos a vida toda por falta de conversas
tanto do seu lado como do meu....” Ela parecia ter esquecido que tinham
espectadores no quarto “...Se o que você quer é terminar a vida só, tudo bem, só
temos que resolver como vai ser com relação aos nossos filhos, mas antes de resolver
isso, quero que você saiba que tudo que eu fiz foi por amar você. Porém, a partir de
hoje eu vou dar um basta nessa paixão infantil, chega de sofrer, chega de incertezas.
Eu não quero mais isso pra mim.” Disse encarando-o.
Fazia tempos que eu não via a minha mãe tão destemida. A última vez que eu a vi
assim, foi quando Carlisle foi buscar Bella fugida lá em casa, há quase quatro anos.
“Esme, você não vai embora...” Carlisle disse baixo.
“Eu só não vou se você me pedir desculpas por ter gritado comigo na frente dos
nossos filhos.” Impôs, cheia da razão, ainda encarando-o. Amuado, ele olhou em
nossa direção.
Jasper dava um risinho abafado pela mão, e eu continuei distraído. Então minha mãe
olhou para nós, com um claro aviso mudo: ‘o que vocês ainda estão fazendo aqui?’.
Ergui a sobrancelha sem entender, imediatamente Jasper me puxou.
“Acorda, abelhudo. Acabou o show. Agora eles vão encomendar mais filhos.” Disse
com um sorriso zombeteiro e me puxou para sairmos, fechando a porta atrás de nós.
“Jasper, você não pode falar assim deles. São seus pais.” Chamei sua atenção,
reprovador.
“Ah, tá, vou falar mais bonitinho. Meus paizinhos vão fazer amorzinho.” Disse ainda
sorrindo, fazendo um gesto obsceno com a mão.
Eu fiz uma careta e decidi não apoiar suas necedades. Ao passarmos frente à porta do
quarto da Alice, o humor fugiu do seu rosto e ele encostou-se a ela.
“E você, vai ficar bem com isso tudo?” Perguntei ao ver a mudança repentina de sua
fisionomia.
“Ah, não posso fazer nada, né...” Suspirou, triste. “É me conformar com esse fuá que
virou minha vida, embora seja difícil pra caramba. Nunca pensei que uma dor assim
existia.” Disse e sentou-se no chão em frente à porta, passando depois a mão no
cabelo. “Você acha que tem alguma chance de conseguir esquecer?” Perguntou sério,
com os olhos direcionados fixamente a mim.
“Depende do tanto que você gostar dela.”
“Cara, é muito. Parece que tem uma cratera em meu peito... Acho que eu gosto dela
do mesmo jeito que você gosta da Bella. Ela é um remédio pra mim.” Pousou a mão
na testa e fechou os olhos, mostrando o seu sofrimento.
Por um segundo, imaginei o que seria ter Bella como irmã, como seria vê-la e não
poder tocá-la como desejo. No mesmo instante nasceu compaixão em mim. Queria
poder tirar a dor do meu irmão.
“Ah, Jasper, tenta aproveitar o que tem de melhor em vocês, a amizade... Pode ser
que com o tempo isso passe.”
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“Fala pra mim, o que você sente com relação à Bella...” Pediu, com curiosidade nos
olhos.
Esse não era um assunto que eu gostasse de conversar, mas ele parecia precisar
ouvir, então resolvi dar uma abertura.
“Eu não sei como falar, mas é um sentimento tão forte que eu passei a tarde fora e foi
como se tivesse passado a eternidade. Minha vontade agora é de ir correndo para o
quarto, passar a noite abraçado a ela e não perder um segundo dela.”
Imediatamente, ele abaixou o olhar e segurou a cabeça nas mãos.
“Tô lascado. É exatamente isso que eu sinto. Estudamos juntos e eu fico contando os
minutos para dar o intervalo e eu poder vê-la. Aqui em casa passamos o dia juntos,
seja fazendo dever, assistindo, comendo, jogando... Eu nunca me canso dela... Cara,
ela é o ar que eu respiro...” Revelou desiludido, levantou o rosto e forçou um sorriso.
“...Mas você não nasceu tão azarado como eu, então vai para o seu quarto que com
certeza a sua mulher tá te esperando de braços e pernas abertas.” Sorriu e se
levantou, indo depois em direção ao quarto dele.
Eu sorri de sua insensatez e direcionei ao quarto da Bella. Por mais que ele tente
conversar sério por algum tempo, sempre expõe as suas tolices.
Bella POV
Após um tempo deitada, ouvi uns risos no corredor, sinal que Edward saiu do quarto
do meu pai, depois de alguns minutos ele entrou no meu quarto, pegou uma toalha e
foi rápido para o banho.
“Acordada, amor?” Perguntou logo que saiu, enquanto vestia um short em frente ao
closet.
“Sim.” Murmurei preguiçosa.
“Como foi depois aqui?” Deitou-se ao meu lado de conchinha, me apertando a ele,
com o nariz em meu pescoço.
“Sua mãe tomou um calmante e Jasper foi para o quarto da Alice. Ele ficou o restante
do tempo lá. Rose e Emmett estão felizes demais para se alarmar, já Jéssica disse que
sempre soube.”
“Sério?” Ele levantou o corpo um pouco e colocou o queixo no meu ombro.
“Sim. Ela disse que está estudando o sangue dele no laboratório há algum tempo por
curiosidade. Ela disse que no início estava só tentando descobrir o motivo da doença e
da evolução, foi aí que ela percebeu a tipagem sanguínea parecida com a dela. Então
estudou mais a fundo e concluiu.”
“Nossa! Ela parece ser tão displicente.” Comentou e se encaixou novamente,

colocando a perna entre as minhas.
“O que eu percebo na Jéssica é que ela é muito discreta e não se importa muito com
nada. Às vezes tenho inveja do modo como ela vê as coisas.”
“Você queria ser mais despreocupada do que já é?” Ele sorriu, apertando a minha
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cintura, depois beijou o lóbulo de minha orelha, com a mão dentro da minha
blusa. “Por que está vestindo esses pijamas longos desde ontem?” Perguntou com
uma falsa ofensa. “Quer tornar as coisas mais difíceis para mim ou está com frio?” Ele
me virou frente a ele e sugou meu pescoço, arrastando a língua e dentes. Sua boca
estava quente, faminta. E meu corpo regozijava e arqueava sozinho, ao receber sua
boca em mim.
Na mesma hora a lágrima que eu prendi desde a manhã resolveu se soltar, cobrindo o
meu rosto de umidade e dor.
Instantaneamente, ele parou de beijar meu pescoço, ao perceber o meu humor e

olhou-me intensamente, com uma interrogação na testa.
Eu não queria que ele parasse, mesmo que não fosse justo que eu fizesse isso com ele
sem avisar que seria a última vez que nos tocaríamos assim. Iria doer muito em nós
dois. Mas eu ainda o queria. Minhas células pediam insistentemente por ele.
Pesarosa, olhava o seu rosto, memorizando, sentindo saudade do meu anjinho, do

amor da minha vida, que em breve seria somente o embaixador em busca de seus
sonhos.
Ele apoiou-se sobre o braço e alisou o meu rosto, em silêncio, preocupado, somente
estudando a minha expressão melancólica.
“Faz amor comigo.” Sussurrei e senti meu peito cortar.
Ele inclinou, beijou minha testa e deitou sobre meu peito, apoiado nas pernas e
braços.
“Você está bem pra isso?” Tinha cautela em sua voz, ele acariciou minha barriga por
dentro da blusa.
“Sim.” Murmurei, ainda com as lágrimas escorrendo.
Mudei um pouco o corpo, peguei o meu celular e pus uma música, esperando que ao
tocá-la, ela dissesse tudo o que eu sentia e ele visse que desde já eu implorava pelo
seu perdão.
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N/a: pelamordedeus, ouçam a música, ela é linda, e é o tema da fic.
http://www.4shared.com/get/162370530/8b3c936b
/Please_Forgive_Me_-_Bryan_Adam.html
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“Há algo que queira me dizer?” Perguntou e direcionou os lábios para minha barriga.
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“Não... Só que eu preciso desesperadamente de você agora.”
Ele sorriu satisfeito, olhou-me nos olhos e tirou lentamente a minha blusa, distribuindo
beijos pelo meu colo, depois pescoço, queixo, acompanhando os movimentos da sua
mão.
Inevitavelmente ofegante, eu observava cada movimento seu. Ele não parecia

simplesmente me beijar, cada toque do seu lábio em mim era repleto de paixão, fato
este que trazia prazer ao meu corpo e dor ao meu coração.
Ainda parece nossa primeira noite juntos, parece o primeiro beijo, está ficando cada
vez melhor, amor...Continuarei te esperando sempre, você ainda é o único.
A primeira vez que nossos olhos se encontraram, os mesmos sentimentos eu

mantenho, apenas sentimentos muito maiores, eu quero amar você por muito mais
tempo
Ele chegou aos meus lábios, beijando suave, inseriu levemente sua língua, mas eu
estava demais e suguei-a como se fosse para sobreviver, fazendo com que ele ficasse
mais ansioso.
Meu ar faltou e meus sentidos foram invadidos por inquietação, ânsia, tristeza... Tudo
se misturava. Eu o queria em mim imediatamente.
Ele me apertou ao seu corpo, passando as mãos em minhas costas de um jeito

possante, me ajustando aos mínimos detalhes do seu corpo... Meu corpo estava feliz,
mas meu cérebro me repreendia, e meu coração a cada minuto se dilacerava.
Então se você um dia se sentir sozinho, não sinta, você é o único que eu sempre quis,
eu só queria poder fazer isso continuar... Portanto se eu te amar um pouco mais do
que deveria...Por favor perdoe-me, eu não sei o que fazer, Por favor perdoe-me, eu
não posso parar de te amar.
Não havia mais sorriso em seu semblante como todas as vezes que fazemos amor. Ele
estava cauteloso, provavelmente estivesse sentindo a minha dor. Eu segurava os
olhos nele, mesmo úmidos, tentando dizer com os olhos que o amo a tal ponto que
sou capaz de sufocar o meu amor pelo sonho dele... O sonho que ele sempre
buscou... Se tudo tivesse sido diferente, se nossa história tivesse sido diferente, com
certeza nós dois teríamos sido poupados de tanto sofrimento. Ele teria seguido o seu
curso de vida normal, teria a conhecido e estariam juntos sem a minha intromissão...
Seria ele, o poder e alguém que se encaixaria aos seus planos.
Eu lutaria por ele ainda, como sempre lutei, se houvesse uma chance... Mas não há
mais espaço para mim em seu futuro.
Ele desceu com os lábios para os meus seios, sugando, mordendo, delineando
metodicamente com a língua, fazendo minhas costas arquearem com a atenção que
ele dava a cada um deles.
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Mesmo com todas as sensações que me invadiam e o fogo ardente em meu ventre, eu
queria manter meus olhos abertos e gravar cada investida de sua boca em mim.
Estava determinada a fazer minha mente registrar aquele que pra sempre seria o dono
do meu corpo.
Não me negue é uma dor enorme que eu estou sentindo, por favor, me perdoe se eu
precisar de você como eu preciso, por favor acredite em mim ... tudo o que eu digo é
verdade, por favor perdoe-me, eu não posso parar de te amar
Como dono do meu corpo, ele desceu o meu pijama, passeando a boca por onde
ficava descoberto, e, com ele, levou a calcinha.
Ele se pôs entre as minhas pernas, desceu em minha intimidade e o toque de seus
lábios me incendiava como nunca, causando prazer e rastros picantes que chegavam
como raio ao meu peito transformando-se em um infinito de espasmos e dor.
Todo o prazer estava intensificado, cada toque dos seus dedos apertando minha pele
trazia arrepios profundos, cada investida de sua língua explorando o meu corpo, me
levava ao delírio, como se meu corpo tivesse vida própria e se apegasse a ele como
ímã.
Ainda parece que os melhores momentos estão de volta, parece o primeiro toque,
você será sempre o número um, sempre lembrarei do cheiro da sua pele,
Ele manteve-se insistente, com beijos, sucções, carícias. Eu me contorcia sob o efeito
devastador que ele tinha sobre mim.
Desconectei o cérebro, tentando manter longe qualquer pensamento que ofuscasse o

desejo devasso do meu corpo. Assim, meu corpo se movia, tremia, dando sinais de
não suportar a explosão de prazer que estava a caminho. Pela última vez meu corpo
iria entorpecer-se das sensações proporcionadas por ele.
Eu me lembro de tudo, lembro de todos os movimentos seus, você está gravado em

minha mente... Sim, eu me lembro das noites, você sabe que eu lembrarei sempre...
Após chegar ao ápice que durou minutos, eu vi novamente um sorriso satisfeito brotar
em seu rosto. Realizado, ele tirou o seu short e deitou por cima de mim, segurou
minhas mãos e olhou em meus olhos.
“Melhor, amor?” Lambeu meus lábios e posicionou-se em minha intimidade. “Quarenta

e cinco dias para termos isso todos os dias...” Disse com um sorriso matreiro, beijou
minha boca e se projetou contra mim, invadindo-me duplamente, abafando o nosso
gemido com os nossos lábios.
1243 de 1595 26/05/2011 20:45

Após ouvir essas palavras meus olhos novamente se encheram de lágrimas, pois, ali
estava sendo enterrado os meus sonhos, os nossos sonhos, nossos planos, nossa
história de amor. Flashes da nossa vida foram projetados por minha mente... O
primeiro sorriso... primeiro beijo... primeiro toque em meus seios... primeira vez que
ele disse que me amava... primeira vez que fizemos amor...
A cada investida do seu corpo em mim, meu corpo se entorpecia e extasiava, porém
mais lágrimas dolorosas desciam.
A única coisa que eu tenho certeza é da maneira que nós fazemos amor, a única coisa
que eu dependo é de nós permanecermos fortes, a cada palavra e a cada respiração
eu estou rezando que haja uma chance...
Inexplicavelmente, ele parou o movimento e olhou o meu rosto, enxugando as minhas

lágrimas.
“O que há, amor?” Perguntou com a respiração acelerada, beijando o meu rosto.
“Nada. Continua, por favor.” Murmurei, apertei seu quadril e beijei o seu pescoço.
Ele ofegou, eu prendi minhas duas pernas em volta de sua cintura e ele beijou minha
orelha, mordendo, depois desceu com os lábios para o pescoço, arfando.
É por isso que eu estou dizendo: Por favor perdoe-me, eu não sei o que fazer, Por
favor, me perdoe se eu precisar de você como eu preciso, Amor, acredite em mim, o
que sinto é verdade
Por favor perdoe-me, eu não posso parar de te amar. Acredite, eu não sei o que faço,
por favor, perdoe-me, eu não posso parar de te amar
Ele se moveu calmamente, preciso, mordiscando meu ombro.
“Eu te amo...” Sussurrou com verdadeira adoração no olhar. “... Vamos ser felizes
para sempre...” Tinha convicção em suas palavras. Ele queria me passar essa certeza.
Eu me deixei ir, ele virou-me de bruços, plantou beijos em minhas costas, passeando
as mãos em minha cintura, em todo o tempo falando palavras apaixonadas e
insinuantes em meu ouvido.
Meu corpo se agitava, meus músculos repuxavam, minha respiração entrecortava e

lágrimas se misturavam com suor.
Ainda parece nossa primeira noite juntos, parece o primeiro beijo, está ficando cada
vez melhor, amor... Continuarei te esperando sempre, você ainda é o único.
Quando seu corpo deu sinal de que ele estava no extremo, ele parou e pôs sua cabeça
1244 de 1595 26/05/2011 20:45

em meu ombro. Parecendo ter um insight.
eu só queria poder fazer isso continuar... portanto se eu te amar um pouco mais do
“Bella, por que está tocando essa música repetidas vezes? Está acontecendo alguma
coisa?... Está desistindo de mim?” Parecia ter dor em sua garganta, sua respiração
estava inquieta.
Afastei o seu rosto e o acariciei ternamente, com o meu coração disparado.
“Por que eu amo você de um jeito que eu não consigo dominar... E eu nunca, nunca
vou desistir de você. Grave isto.” Disse com firmeza.
A primeira vez que nossos olhos se encontraram, os mesmos sentimentos eu

mantenho, apenas sentimentos muito maiores, eu quero amar você por muito mais
tempo
Ele segurou meu rosto com as duas mãos, beijando todos os cantos, provavelmente
estivesse sentindo o que aconteceria.
“Não precisa dominar o seu amor... Meu amor por você também não tem domínio.”
Sorriu e beijou meus lábios, com vigor, movendo-se erraticamente dentro de mim,
suas mãos frenéticas apertavam o meu corpo, e eu retribuí incentivando
inquietamente com minhas mãos em suas costas.
Eu me lembro de tudo, lembro de todos os movimentos, você está gravado em minha

mente ... sim, eu me lembro das noites, você sabe que eu lembrarei sempre...
Não havia como descrever aquele momento tão único, tão perfeito em que nos
éramos um, em corpo, alma e coração. Por um momento não existiam medos,
receios. O prazer expulsava a dor, e eu só o queria para mim, mais próximo, mais
fundo, dentro de mim para nunca mais sair.
A única coisa que eu tenho certeza é da maneira que nós fazemos amor, a única coisa
que eu dependo é de nós permanecermos fortes, a cada palavra e a cada respiração
eu estou rezando que haja uma chance...
Aquele era um desejo insano da minha parte e uma loucura quase profana, mas
nossos corpos explodiam-se em paixão embriagante, o que acalentava a minha culpa.
1245 de 1595 26/05/2011 20:45

Os gemidos saíam roucos de sua garganta e meu cérebro só registrava Edward. Meu
mundo era só ele me acobertando com o seu amor, depositando sua vida dentro de
mim.
eu só queria poder fazer isso continuar... portanto se eu te amar um pouco mais do
As horas passaram e ele não entendia a intensidade e a minha vontade insaciável de

absorver tudo dele nessa noite. Eu desejava dar a ele tudo que eu pudesse, e recebi
em troca momentos extasiantes de carícias, beijos, apertos, murmúrios entrelaçados
com prazer e agonia.
Ora as lágrimas se iam e o prazer me entorpecia, ora elas voltavam e se derramavam,

trazidas como sangue ácido circulando as minhas veias, dor líquida envolvida de
lascívia.
Depois de horas de entrega, a exaustão o alcançou e ele me abraçou.
Edward POV
A tristeza em seu rosto era perceptível durante a noite, no entanto ela obstinava-se a
calar a sua dor com o delírio do seu corpo. Em todo o tempo eu levantava
mentalmente hipóteses do que a levava a sentir-se assim, mas nada fazia sentido em
meu cérebro, então me entreguei as horas aprazíveis a nós dois proporcionados,
horas essas que ela parecia não ter intenção de dar fim.
Pela quarta vez eu chegava ao clímax sucessivo e ela ainda olhava-me estranhamente
e com pertinácia. A exaustão me alcançou, a abracei, colando o seu corpo no meu e
tirei o cabelo do seu rosto suado.
“Quer me matar?” Resfoleguei, sorrindo em seu ouvido. “Preciso de um banho,

vamos?”
“Sim.” Respondeu baixo.
Peguei as toalhas e entrei no banheiro, ligando em seguida o chuveiro. Ela entrou logo
atrás, com o semblante exausto e distante. Eu queria insistir mais uma vez, querendo
saber o que se passava, todavia não queria vê-la chorar novamente, então me pus
sob o chuveiro, depois a abracei, deixando que a água caísse sobre nós.
As lágrimas voltaram aos seus olhos e os soluços ficaram mais evidentes. Preocupado,
pus o seu rosto em minhas mãos e busquei respostas.
“Pelo amor de Deus, Bella. Fale o que está acontecendo?” Beijei sua testa, tentando
confortá-la.
Ela olhou em meus olhos intensamente e abriu a boca umas duas vezes, porém fechou
e não conseguiu prosseguir.
1246 de 1595 26/05/2011 20:45

Após alguns minutos de silêncio e abraço, terminamos o banho, nos enxugamos,

vestimos e eu sentei na cama, decidido a fazê-la falar o que estivesse incomodando-a.
“Eu não vou conseguir ficar mais horas com você assim. Está me matando isso. O que
está acontecendo?” Sentei-a em meu colo e suas lágrimas voltaram a descer. “Eu
quero tirar essa dor do seu rosto.” Supliquei. “Pensei que ia passar no decorrer da
noite, mas parece que piorou.” Acariciei-a lentamente, enxugando a umidade.
Ela ergueu o corpo, sentando ereta, suspirou e olhou em meu rosto.
“Edward... Essa foi a nossa última noite juntos...” Disse em um murmúrio quase sem
som e abaixou o olhar.
“O quê?” Ofeguei.
Ela se levantou do meu colo, respirou fundo, limpou os olhos e olhou em minha
direção, segurando firmemente o olhar. Uma onda fria atravessou a minha espinha ao
ver o seu olhar.
“Foi a última noite nossa.” Repetiu com frieza.
Eu não a reconheci mais.
Continua...
N/B: Tenso demais... quase chorei, claro... é muitta emoção, tanto pra Bella/Edward,
quanto a revelação de que Jasper é filho de Carlisle... Vamos torcer pelo próximo...
pra que tudo melhore rápido... até mais... Kerima
N/A:
Gente, peguei alguns trechos de alguns capítulos anteriores para que as

pessoas que esqueceram, lembrarem os pensamentos que a Bella tem com
relação ao sonho dele.
Por favor, leiam antes de brigar comigo.
Bjs
Capitulo 17- Você é minha vida
Não tem como não ficar bem vendo o quanto esse sonho dele faz bem para ele, vendo
1247 de 1595 26/05/2011 20:45

o quanto ele quer chegar lá.
Talvez eu o ame...
Eu sei o quanto esse sonho dele o afasta de mim, mas eu quero muito que ele
alcance. Quando você abre mão do seu egoísmo para deixar o outro feliz é por que
você verdadeiramente o ama.
Capitulo 20- Decisões
“Eu tenho que me desdobrar para você aceitar. Você sempre está sendo injusto
trás! Já pensou em quando chegar na influência? Já pensou a longa caminhada que vai
deixar o amor pelo caminho? Por que eu pareço não ter importância para você....”-Ela
parou de falar e sentou-“...Eu não quero que deixe de sonhar, eu só queria que você
me colocasse no seu presente, nos seus sonhos... assim como o os seus planos
estão.”
“Mas você está nos meus sonhos e nos meus planos...”
“Estou, para um dia...isso é que dói, eu não sou prioridade em sua vida. Eu sei que
você não vai entender... mas eu não quero que você pare de estudar, que pare de se
dedicar, eu só queria saber que sou tão importante quanto os seus planos. Eu tenho
inveja dos seus planos! Eu queria seu o seu plano! Eu queria que você falasse em nós
com tanta fé e alegria que fala dos seus planos de futuro.
Você me mandou um e-mail falando que comigo sente vontade de casar, ter filhos e
ser feliz para sempre, mas que seus planos não poderiam deixar de ser seguidos... Era
isso que eu queria...Que você escolhesse por mim...Assim, eu não teria essa grande
frustração em ser o décimo plano.
Capitulo 24- Seguindo os planos
“Você não sabe o quanto eu quero que você fique.”- Levantei o seu rosto e o beijei
ternamente nos lábios.-“Se eu for pensar pelo meu lado egoísta Edward, você não iria
1248 de 1595 26/05/2011 20:45

nem agora nem nunca mais, eu te obrigaria a ficar aqui para sempre comigo. Eu tenho
certeza que você é o homem da minha vida, eu já te escolhi. Mas será puro egoísmo
meu, se eu não deixar você ir. Você sabe que nós somos ricos, minha família tem
muito dinheiro, e eu poderia simplesmente te pedir para ficar e matar os seus sonhos
lentamente, afinal, o que é meu, vai ser seu também. Mas eu sei que você quer muito
mais que dinheiro, você quer ir em busca de um sonho, então não é justo que eu
frustre ou lute contra os seus sonhos.”
“Você é mais importante que o meu sonho, então eu posso adiá-lo dois meses.”
“Não sou ,Edward, você não pode ter certeza disso porque ainda não alcançou o seu
sonho. Talvez você não entenda, mas eu só vou saber se realmente sou importante
para você, quando você estiver lá e mesmo assim você me escolher. Homens
poderosos têm milhares de coisas e mulheres a sua disposição. Se você ainda me
achar importante e me escolher quando for um desses, é por que realmente significo
algo para você.”
Capitulo 32- Lugar dos sonhos
“Eu nunca permitiria isso, Edward, não! Fora de cogitação. Você vai buscar o seu
sonho! Eu nunca faria isso com você, pois daqui a alguns anos você seria um homem
muito frustrado por ter abandonado a faculdade por causa de um filho. Não! Nem se
eu estivesse grávida de verdade.”
No fundo eu sei que ele quer o sonho dele, mesmo que agora entre o amor por nos,
eu e o suposto filho, e o poder que ele busca, ele tenha escolhido o amor.
No fundo eu sei que não era uma escolha real. Não era a escolha que satisfaria a sua
alma.
Ele não pode escolher o amor, se ele não tem o poder.
Apesar de que, ele poderia simplesmente não me querer e continuar perseguindo o

sonho, pois ninguém é obrigado a casar por gravidez.
Ele sabe que eu tenho condições de sustentar-me e tenho família.
Mas ele escolheu abandonar tudo por mim, mesmo assim.
Entregando-se quem sabe a uma vida simples, de trabalhador simples, embora isso
não fosse acontecer realmente, porque o meu dinheiro vai ser dele também, mesmo
que ele demore a aceitar e mesmo que isso vá contra os seus princípios morais.
O que me deixa feliz é que ele aceitou sujeitar-se as incertezas de futuro garantido
que ele tanto busca, por causa de um amor.
ENTÃO...SEU AMOR POR MIM É NÍTIDO.
Capitulo Noivos 1
1249 de 1595 26/05/2011 20:45

Eu sei e vejo o quanto isso é importante para ele, e desde o inicio eu sabia, o apoiei e
aceitei, não é agora, a passos dele conseguir o que ele quer, que vou jogar um balde
de água fria.
Devo apoiá-lo até o fim, ainda que meus planos tenham chances de se frustrarem.
Capitulo 38- Poder americano
“Sabia que você é tudo que eu poderia sonhar em uma mulher?”
“Não sou. Tudo que você sempre sonhou se chama poder americano, não Bella... A
Bella, entrou nessa por insistência, mas você não sonhou com ela.”- Disse e sorri.
Queria descontrair, porém ele demorou demais para mostrar o contrário, e eu fitei o
rosto dele, percebendo passar sombras de duvidas.
“São situações diferentes...Com um eu podia sonhar e com você não.”- Disse com
humor repentino.
Ele abaixou o corpo, ainda massageando a minha cintura e mordiscou o bico do meu
seio, divertindo-se.
“Eu não entendo esse seu pensamento de não poder sonhar comigo. Isso só prova
pra mim que eu entrei forçada na sua vida.”- Disse e arqueei, quando ele abocanhou
os meus seios, ainda brincando e passando a mão com óleo em meus braços.
“E foi. Eu não planejava ter você. Mas você lançou um feitiço em mim e eu não
consegui me soltar.”-Ele sorriu e se deitou sobre mim, apoiado de lado em uma perna,
descansando a cabeça no vale entre os meus seios.
Notas Finais:
O próximo capitulo está vindo...bjs
Mandem reviews
1250 de 1595 26/05/2011 20:45

Capítulo 50-Possibilidade escrita por BIA BRAZ

N/A: Quem lembra o tanto que o Ed é complexado nem precisa das minhas
explicações.
Bom, baixem a música...É o tema da deprê da Bella no lua nova.
http://www.4shared.com/get/140760240/b2796edb/Lykke_Li_-
_Possibility__New_Mo.html;jsessionid=83700578F8D337EF44DF486F9ED9C53B.dc115
Capítulo 50 - Possibilidade
Edward POV
Após uns minutos diluindo o que ela acabara de falar, fechei os olhos e engoli em
seco.
“Bella, eu não estou entendendo... Por que é a última noite, se nós vamos nos casar?”
Perguntei e olhei para o chão, repetindo as palavras dela em minha mente, tentando
compreender o sentido.
“Não vai mais haver casamento.” Informou com tenacidade e sentou-se na cama.
Houve um silêncio atordoante no quarto, a consciência do que ela dizia foi se

alastrando vagarosamente em meu cérebro, caindo como pequenas farpas rumo ao
meu peito, entrando em mim como ácido que queimava a minha garganta.
O grau de dificuldade em me concentrar era excessivo, buscava porfiado em meu

cérebro algo que me imputasse, algo que eu tenha feito, entretanto era inútil a minha
insistência, não conseguia classificar nada.
As lágrimas que estavam em seu rosto minutos atrás não estavam mais lá, ela estava
com o semblante composto, firme, olhando em minha direção.
Sentia algo me entorpecendo, parecia que eu estava sufocando com o medo do estado
real em que eu me encontrava.
“O que está acontecendo?” Sussurrei. “Você disse que não iria desistir de mim...”
Minha voz embargou pela nuvem de inquietação que me invadia, fazendo meu coração
bombear em frenesi, ao ponto de sentir a pulsação do pescoço.
“Eu não estou desistindo de você... Tenho fé em você... Sei que você vai alcançar
tudo que sempre sonhou .” Ela me olhou por milésimos de segundos com os olhos
quentes, depois abaixou o olhar.
“Você disse que me amava minutos atrás...” Insisti. Era uma reflexão alta, sem
absorção.
Ainda não conseguia formular frases coerentes, tudo estava fazendo um emaranhado
de pensamentos em minha mente.
“E eu amo... De uma maneira diferente agora... Somos uma família pra sempre...
1251 de 1595 26/05/2011 20:45

Você vai ser pra sempre próximo... Como irmão.” Ela manteve o olhar longe,
desviando do meu que buscava encontrar alguma pista nos paradoxos proferidos por
ela essa noite. Horas atrás ela disse que me amava, horas atrás ela disse que não
conseguia dominar o seu amor, agora diz que me ama de uma maneira diferente!
“Poupe-me, Bella! Que irmãos o quê! Só eu sei o que você sente quando estamos
juntos.” Disse e levantei segurando em seguida o seu pulso para trazê-la para perto
de mim, tentando assim diminuir a distância que queria se instalar.
Ela se afastou mais, dois passos atrás, fazendo-me soltá-la.
“Edward, não complique as coisas ainda mais... Não dá mais certo. Seguimos as
nossas vidas.” Disse cruzando os braços.
Seus olhos estavam diferentes, muitos sérios e firmes. Não parecia a mesma pessoa
que horas atrás chorava em meus braços.
“Não faz isso conosco...” Murmurei sem forças e sentei, colocando minha cabeça nas
mãos e fitando o chão. “Dê um porquê lógico pra isso... Tudo está indo bem... Tudo
está se acertando no meu futuro.”
Ela suspirou pesado e olhou para cima, passando as mãos no cabelo.
“Você sabe o porquê... Sempre soube... Não é o que eu quero... Acabou o encanto
pra mim... Acho que eu não quero me casar nova assim...” Explicou de um jeito terno,
estalando os dedos.
Levantei novamente e segui em direção a ela. “Se você quiser, adiamos o casamento
mais um ano.” Propus, segurando o seu queixo. Ela recuou, afastando-se mais,
respirou fundo e olhou-me friamente.
“Eu.não.quero.mais.esse.casamento... Entenda isso.” Pontuou enfaticamente.
Suas palavras corroíam em mim, lançavam em meu rosto a realidade que por anos
lutei para não enxergar. Eu sempre soube que um dia ela iria desistir de mim... Eu
sabia que o dia que ela tivesse certeza que me conseguiu, ela me deixaria... Fui um
capricho, e ela agora percebeu que não sirvo mais.
“Você se cansou?” Murmurei derrotado, incapaz de segurar minha emoção. “Descobriu

que eu não sirvo para você? Você quer algo melhor, não é?” Abaixei o olhar e suspirei.
Tristeza e mágoa se instalaram em meu peito, e as palavras não saíam mais com
precisão.
Olhava os seus olhos tentando sem sucesso desvendar a mente dela, mas era inútil,
eu não conseguia.
Inesperadamente, ela se lançou rápido em minha direção, pegou meu rosto e

acariciou.
“Não. Eu não quero que pense isso... Anule tudo que eu te fiz pensar com relação a
você não servir pra mim. Você é o homem que qualquer mulher sonha...” Disse
incisivamente, segurando o meu rosto.
Uma confusão se fez em minha mente, suas palavras entravam em contradição

minuto após minuto. Agora a sua atitude também entrava em oposição, pois toda a
frieza que segundos atrás estava ali se foi, trazendo lágrimas novamente aos seus
1252 de 1595 26/05/2011 20:45

olhos.
“...Somente não dá mais.” Ela soltou o meu rosto e sentou-se na cama, com uma
tristeza estampada no rosto.
“Você está com pena agora e quer dissimular a verdade.” Acusei impulsivamente.
“Não!” Balançou a cabeça. “Você é lindo, inteligente, esforçado, carinhoso, um

namorado perfeito. Por que eu teria pena de você?” Ela se levantou e tocou meu rosto,
enquanto falava.
“Por quê?” Murmurei melancólico. “Nunca fez sentido você me amar. Nunca fez
sentido o porquê de você ter escolhido a mim... Eu sempre me perguntei por que eu...
Por que uma garota como você, que tinha tudo, iria escolher a mim...” Apontei em
minha direção e abaixei o olhar, fitando o chão, deixando a complexidade em mim, há
tempos suprimida, prevalecer.
Determinada, ela segurou o meu rosto, forçando-me a olhar para ela.
“Pare com isso!” Disse firme. “Tenha certeza do que você é. Olhe em frente... Não deu
certo e pronto. Continuamos amigos e família. Você não vai ser o único, nem o último
a ser deixado. Por favor, entenda.” Disse soando amistoso.
A dor em mim foi insuportável. A sua decisão era clara e precisa. Um dia atrás ela era
minha futura esposa... Hoje tudo caiu ao chão.
Ela me abraçou e os músculos do meu estômago se contorceram, fazendo brotar dali

espasmos de dor que lançaram umidade absurda aos meus olhos, transformando-me
em um infantil descontrolado em meio ao choro. Desconsolado, soltei-me do abraço e
sentei na cama, sentindo tudo despedaçar em meu peito.
Ela aproximou-se novamente e recostou-me ao seu seio, abraçando forte o meu

pescoço e limpando inutilmente o meu rosto. Eu fazia máximos esforços para fazer
parar a dor pelos minutos seguintes, mas toda a dor derretia em líquido expondo-se
em meus olhos.
Abracei a sua cintura, apertando, como se fosse meus últimos segundos de vida. Eu
sabia que esse era o declínio austero que eu teria que enfrentar. Eu queria me
entorpecer ao ponto de perder a consciência, esperava que tudo fosse um pesadelo
contundido, e que ao voltar à realidade, meu mundo estaria intacto.
Todavia, ao invés disso, senti tudo caindo fulgente diante dos meus olhos. Minuto
após minuto, eu tomava ciência de que estava acontecendo era real.
Permaneci ali, matando lentamente as esperanças e sonhos com ela, aconchegado ao

seu seio. Um tempo depois, ela ergueu o meu rosto, olhando ternamente em meus
olhos.
“Por você, siga em frente... Busque os seus sonhos... Você é novo, conseguirá um
novo amor... Deixe o que tem de bom em nós continuar.” Murmurou brandamente.
Pensar que eu ficaria adstrito a sua voz daqui em diante lançou uma dor pungente,
transformando-me novamente em pura angústia.
“O que tem de bom em nós que possa permanecer?” Abaixei o olhar, descrente,
envergonhado pela minha falta de evolução e exposição, sem progresso.
1253 de 1595 26/05/2011 20:45

Ela mostrou a sua mão direita, apontando para as três pedrinhas no seu anel.
“Eu, você e nossa família. Uma aliança que nunca poderá ser desfeita... Entre nós
ficará para sempre a nossa família e a nossa amizade... Eu vou estar sempre pronta
para te ouvir... Seremos pra sempre unidos.”
Eu ainda relutava em acreditar que esse seria o nosso fim. Estava espinhoso aceitar
um remate repentino sem fundamentação convincente.
“Por favor, não faz isso, Bella...” Olhei suplicante em seus olhos, deixando de lado
todo sentimento de opróbrio.
Ela se afastou, um passo atrás, respirou fundo e olhou para o chão, pensando longe
por minutos silenciosos e aterrorizantes, então ela voltou os olhos para mim, agora
sem vida e sem emoção.
Suspirei, aguardando o seu veredicto, consciente, no entanto, pelo seu olhar, do que
se seguiria.
“Está feito.” O som de sua voz e a sua significação soou longe, e só então resolvi
tomar forças e expulsar esterilmente todo fragmento de dor do meu rosto e de minhas
atitudes.
“Ok.” Pus-me em pé e direcionei ao computador no canto do quarto.
Acessei a página do meu interesse, fiz o que tinha que fazer e fui ao armário, vestir
uma roupa.
“Tem um avião saindo às cinco horas, isso me dá uma hora. Não vai dar tempo de
chamar um táxi, você me levaria lá?” Perguntei, direcionei ao banheiro, lavei meu
rosto e passei gel no cabelo.
“É claro.” Respondeu baixo, depois foi ao armário, vestindo lá uma calça jeans, uma
camiseta de manga longa e uma sandália.
Bella POV
Prendi meu cabelo em um rabo de cavalo mal feito e o esperei sentada na cama.
Sentia um tambor bater em meu peito, mas segurei com firmeza as emoções finais
daquela noite. Em pouco tempo ele iria e eu poderia desabar, mas por enquanto eu
tinha que me manter estável.
Ele saiu do banheiro, encontrando os meus olhos e eu perdi o fôlego. Por dias eu tinha
acostumado com a sua beleza angelical, mas agora que sabia que ele não era mais
meu, sua beleza resplandecia diante dos meus olhos. Era quase um mistério que ele
fosse tão, tão inexplicavelmente lindo, ao ponto de me deixar sem chão.
Segurei o olhar até não conseguir suportar, olhei para a minha roupa e senti vergonha
de estar vestida no nosso último instante juntos como eu estava.
Rapidamente, soltei o cabelo, fui ao closet e peguei um vestido que eu sabia que o
agradava. Cor clara, com cinto e botão.
Em silêncio, ele sentou-se na cama, observando todos os meus passos, o vi olhando

para cima e respirando fundo. Minha alma, que já sangrava, se contorcia em ver o
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sofrimento dele tão exposto assim.
Vesti rápido o vestido, pus um cinto, passei maquiagem e peguei uma sandália para
calçar.
“Posso abotoar?” Pediu em um sussurro, quando eu sentei na cama para abotoar.
“Pode.” Ergui o pé, ele acariciou por um tempo, depois suspirou, abotoando em
seguida.
Levantei e passei perfume.
“Pra que isso tudo? Já é tão difícil sem isso...” Ele apontou para a minha roupa e se
aproximou repentinamente, colocando as duas mãos em minha cintura. “Você sabe
que eu adoro você vestida assim.” Sorriu triste e acariciou o meu rosto.
“Vamos?” Disse tentando cortar o clima e me soltei, indo pegar a minha bolsa.
“Eu não vou levar as minhas roupas hoje.” Explicou sem jeito. “Não trouxe mala.”
Disse baixo e andou até a porta.
“Aqui é sua casa. Você ainda vai vir aqui.” Forcei um sorriso no rosto, peguei minha
bolsa e saí.
Ele desceu na frente, pegou a chave do carro de sua mãe no porta-chaves e foi para a
garagem.
O silêncio no carro era cortante. Em todo o tempo ele dirigia com o vidro aberto e a
cabeça praticamente fora, fazendo com que o vento frio de fim de outono tocasse
velozmente o seu rosto.
Vez ou outra ele suspirava e apertava os olhos.
Chegamos ao aeroporto e faltavam ainda vinte minutos.
“Você vai lá comigo?” Perguntou, estendendo a chave do carro para mim.
Em silêncio peguei a chave e desci do carro, mostrando que eu o acompanharia. Eu

iria tirar tudo que pudesse antes de dar fim a tudo. Um pequeno sorriso esboçou seu
rosto quando percebeu que eu acionei o alarme, colocou o braço sobre o meu ombro
e andou rumo ao balcão de check-in.
Ele confirmou a passagem já comprada pela internet e nos dirigimos ao portão de

embarque. Lá, ele não entrou, apenas olhou as horas e parou em minha frente.
“Bella... Eu queria entender o que está acontecendo...” Começou aflito. “Queria

entender o porquê de você estar desistindo... Eu sei que você gosta de mim, seus
olhos te denunciam...” Sussurrou e acariciou o meu rosto, distribuindo um rastro
cálido com os dedos “...Mas eu não vou questionar o seu querer... Você sabe que eu
te amo... Sempre vou amar...”
Sem me dar chance para pensar, ele invadiu a minha boca com urgência e sugou
meus lábios famintamente. A dor daquele beijo era angustiante, e meu corpo inteiro
gritava o seu nome, me fazendo sugar dele tudo, apertando-me a ele. Ele dava
gemidos baixos e doloridos em minha boca, mostrando sua tristeza. Eu queria dizer a
ele o tanto que eu o amava e precisava dele como sangue, como remédio.
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Ainda que o nosso ar estivesse faltando, ainda que o mundo se passasse por nós, eu
queria absorver dele cada saliva, cada célula, cada lágrima que brotava em seu rosto.
O gosto dele estava me enlouquecendo, o seu cheiro me deixava tonta, e ele
continuava firme, com um abraço firme como pedra, segurando minha nuca, não me
deixando escapar.
Eu lutava para manter aquele momento interminável, era como se o mundo parasse.
Não queria soltá-lo do beijo para não perder tempo e nem as forças em estar me
despedindo da pessoa que era tudo pra mim. Minhas pernas já se encontravam sem
forças pela intensidade de sentimentos e emoções ditas com aqueles beijos. Eu me
acabei ali... deixando minha vida, meu fôlego, meu respirar e os meus sonhos em sua
boca.
Ele rompeu o beijo, resfolegando e me abraçou, escondendo o seu rosto em meus

cabelos, depois beijou meu pescoço e ficou ali um tempo.
“Desculpe por isso... Amanhã eu ligo para o seu pai.” Disse sem olhar em meu rosto.
“Não precisa. Eu falo.”
“Eu pedi você a ele em casamento, cabe a mim, como homem, comunicar-lhe o
rompimento.”
“Tudo bem.”
Ele olhou no relógio novamente, me apertou no abraço, beijou a minha testa um longo
segundo e saiu. Fiquei observando ele ir, sozinha comigo mesma. Ele não olhou para
trás... Provavelmente, se ele olhasse, eu iria pedi-lo que não fosse, iria escondê-lo em
meu quarto contra qualquer coisa que pudesse vir a tirar a sua liberdade...
...Se fosse só a liberdade, provavelmente eu teria forças para enfrentar.
Mas não posso permitir que seus sonhos morram.
Edward POV
Horas depois de deixar o estado de Washington, meu avião pousava no condado de

Airlington. Estava sem bagagem, então resolvi ir a pé para a Universidade. Seria uma
caminhada de no máximo uma hora e meia, mas o quanto eu pudesse distrair-me e
não ficar preso naquele quarto seria essencial para manter a sanidade.
Caminhava a lentos passos, sentindo o vento e o sol em meu rosto. Era um

inconveniente que o sol não transpassasse a minha pele, pois eu precisava de calor
para aquecer o frio que se instalava na minha alma.
Precisava pensar com clareza, logo o movimento das ruas e a distância dela me
trariam uma percepção coerente dos acontecimentos, e do que eu teria que enfrentar.
A dor estava instalada em meu peito, sentia que agora ela seria habitual,
entranhar-se-ia em minha carne e faria parte de mim. Não via como livrar-me dela.
Contava que com o passar do tempo tudo se tornasse mais fácil.
O tempo da caminhada passou-se imperceptível, entrei em meu quarto e em

movimentos automáticos despi-me, tomei banho rápido, coloquei uma bermuda e me
joguei de bruços na cama, deixando mais uma vez as emoções fluírem.
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Não tinha como explicar o que estava em mim. A sensação de incapacidade, a falta de
forças em ao menos descobrir o que aconteceu... Tudo vinha entrelaçado de
descrença e aflição.
Bella POV
Cheguei do aeroporto, peguei uma blusa dele e me encolhi na cama, sentindo muito a
sua falta. As lágrimas queriam voltar aos meus olhos, mas eu não queria mais deixar a
tristeza ganhar espaço em mim, pois o meu sacrifício se dava por amar a ele demais.
Iria me conformar com o que restou: o amor sem igual, a nossa história e a saudade.
Essas memórias ficarão para sempre em meu coração e excedem qualquer
pensamento egoísta meu.
Ele, em meu lugar faria o mesmo, então me resta seguir em frente e acreditar que
iremos conseguir levar a vida adiante, mesmo com o amor avassalador que sentimos.
Segunda
Com os olhos perdidos na estrada, voltava da Universidade com Emmett e Rose. Meus
pensamentos estavam longe enquanto as ruas se passavam diante dos meus olhos.
Não tive forças nem coragem para informar o ocorrido para ninguém. Nem Emmett,
nem Rosalie sabiam. Eles imaginavam que Edward foi embora na madrugada de
domingo porque tinha algum compromisso e não teve tempo de se despedir antes. Por
algum motivo que minha mente não entendia, evitei falar a verdade.
Talvez eu não quisesse responder perguntas como: O que aconteceu? Quem

terminou? Você não o ama mais? Provavelmente eu teria que mentir em algum
momento.
Mal entrei no apartamento, arrumei rápido para ir para o curso de alemão, pois no
máximo em vinte minutos tinha que estar lá. Desativei o alarme do meu carro, entrei e
me deparei com os óculos de sol dele no console do carro, fato que mandou
imediatamente lembranças dele ao meu cérebro.
Pairou em meus olhos a imagem dele de bermuda, camiseta, óculos, um sorriso

enorme no rosto e uma mão apertando a minha bochecha. Foi inevitável o tranco que
meu peito deu, então, não suportando o embate, deitei minha cabeça no volante e
deixei que o pesar e a saudade encharcassem meus olhos.
Minutos depois, suspirei, expulsando a dor, convenci novamente o meu cérebro de

que era o melhor para ele, e consegui dar partida.
Voltei nove horas da aula, preparei um lanche e fui para o quarto, ligando
imediatamente o meu pc. Enquanto ele ligava, comi, tirei a roupa e me aprontei para o
banho. Antes, loguei o meu skype.
Com quem eu queria conversar? Meu cérebro perguntou
Com Alice... Talvez. Tentei me enganar.
Eu admito. Estou extremamente preocupada com ele. Sei que tudo para ele é mais
difícil. Eu pelo menos ainda estudo, moro com o meu irmão, faço cursos à noite, mas
ele...
1257 de 1595 26/05/2011 20:45

Algum tempo depois, terminei o banho e olhei para o pc.
Ele não estava on-line.
Edward POV
Quinta.
Cada dia que acordo, torço pra que não seja real, torço pra que essa dor absurda que
se instalou em mim se dissipe, no entanto quando abro os olhos deparo-me com a
realidade, principalmente hoje, quinta-feira, o dia que eu deveria estar acordando com
ela... Mas não, estou aqui, em meu quarto da universidade, preso à minha solidão.
Tudo o que eu sinto é mágoa, tristeza e desapontamento. Encontro-me no escuro,

buscando minuto após minuto uma explicação óbvia, porém é inútil a minha tentativa.
Levantei e observei que eram sete da manhã. Eu ainda tinha que enfrentar sete horas
antes de ir ao Capitólio. Ainda sem ânimo, lanchei, coloquei minha roupa de jogging e
fui correr, tentando expulsar as idéias fixas que melancolizavam a minha manhã.
Direcionei ao parque National Mall, fazendo um alongamento no decorrer do trajeto.

Iniciei a corrida sentindo o vento frio em meu rosto... Frio como minha vida, meu
coração. Ainda que eu tentasse arejar o cérebro buscando pensamentos aleatórios,
cada árvore que passava por mim naquele parque fazia-me lembrar a ela. O seu
sorriso e o seu rosto pairavam em minha frente, invadindo meus sentidos. Eu tinha
que buscar uma solução.
Eu sabia não ser sensato ligar para ela, devia lhe dar o tempo que ela precisasse para
pensar, se era isso que ela estava precisando. Mas em resistência, atormentava-me o
pensamento de que não faço mais parte de suas aspirações... De que não é um tempo
que ela está precisando... Ela realmente quis o fim.
E o que eu faria se não houvesse regresso?
A pista se passava repetidas vezes sob os meus pés, e era como se eu não estivesse
lá. Minha mente estava longe formulando opções de vida sem ela, opções estas que
em todo o momento meu coração rejeitava, sabendo que não seria um meio fácil de
viver.
Tentei não pensar em nada por uns minutos, mas a existência de fato fazia-me voltar
a tona, incitando-me a me decidir. E se ela não retroceder? – Essa pergunta era
repetida mil vezes em meu cérebro.
Ok, se ela não voltar eu ficarei aqui na capital, quando fizer vinte e cinco anos entro no
processo seletivo para diplomata e então eu mudo de país. Essa deve ser a solução.
Meu coração rejeitou energicamente a idéia e vociferou veemente a presença dela em

minha vida, insistindo, fazendo com que meus músculos se contorcessem de dor e
ansiedade.
Ofegante, sentei em um banquinho e novamente a lágrima doeu em meu coração. O

tempo passou e ainda que eu tentasse, não estava emergindo da tristeza contínua que
me tornei.
1258 de 1595 26/05/2011 20:45

Temo que essa lágrima doa para sempre em meu ser, embora eu não me importe,
pois a dor é um sinal de tudo um dia existiu, de que nossa história foi real.
Mais tarde, entrei no corredor do Capitólio completamente distraído, alheio ao que se

passava ao meu redor, respondi aos cumprimentos de alguns parlamentares e então
encontrei com a Ashley, a poucos metros do gabinete do Senador. Ela me
cumprimentou e caminhou ao meu lado, acompanhando os meus passos.
“Edward, você está com algum problema? Estou te achando meio abatido esses
dias...” Forçou em tom interessado.
“Estou bem.” Respondi desinteressado em delongas.
Chegamos ao gabinete e eu entrei em minha sala, que era a última. Ela me seguiu e
sentou-se a minha frente.
“Pois não?” Agucei o olhar, estudando os seus objetivos em ainda permanecer em

minha presença.
“Quero conversar...” Respondeu com teimosia e cruzou as pernas, mostrando não ter
intenção de sair.
“Eu estou sem tempo.” Disse e liguei o computador, esperando impaciente que ele
iniciasse.
“Por que você não foi a Califórnia ontem? Eu esperei que você fosse, eu queria falar
com você.” Insistiu.
Direcionei o olhar novamente a ela, e ergui as sobrancelhas, tentando mostrar com o

olhar que eu não tinha interesse no que ela queria falar comigo.
“Edward, você tem que parar de me ignorar. Eu não tenho culpa dos meus
sentimentos.” Disse em tom educado.
“Eu não me importo que você tenha sentimentos por mim. O que eu não aceito é que
vocês motivados por isso deixem de tratar-me com profissionalismo, fazendo
propostas insolentes.” Disse e direcionei meus olhos para o pc, acessando e
visualizando as últimas fotos da Bella vestida de noiva, tiradas no Texas.
“Tudo bem. Eu não irei mais entrar naquele tipo de assunto. Esquece, por favor. Só
quero que o clima entre nós melhore, afinal somos colegas de trabalho.” Ela sorriu
matreiramente.
Desconfiado, tirei os olhos da tela e olhei em direção a ela novamente, procurando

encontrar a veracidade em suas palavras.
“Tudo bem. Vou esquecer aquilo.” Dei por encerrada a conversa e ela direcionou os
olhos para a tela, ajustando o corpo na cadeira para visualizar as fotos.
“Quando vocês casam?” Perguntou em tom interessado.
A pergunta dela me deu um embate momentâneo, tirando a razão e as palavras da

minha boca. O impacto causado trouxe uma onda repentina de tristeza. Olhei para a
tela e passei algumas fotos, buscando compor meu semblante.
Ela continuou sentada, aparentemente esperando pela resposta.
1259 de 1595 26/05/2011 20:45

Perguntei-me que resposta eu daria para as pessoas daqui em diante? Nem coragem
de ligar para Carlisle eu tive nesses dias que se seguiram ao nosso rompimento. Eu
terei coragem de assumir para essa garota que não vai haver mais casamento?
Não devo... Contudo não devo mentir.
“Não temos mais data definida.” Sussurrei, lutando para dissimular meu desânimo.
Proferir isso me cortou mais uma vez.
“Por quê?” Perguntou boquiaberta.
“Ela está...” Balbuciei. Como definir o que eu não sei explicar? “... Ela está pensando
na data ainda.” Respondi sem certeza e abaixei o olhar.
Ela ficou calada uns minutos, olhando para o chão.
“Ela... Está dando um tempo?” Perguntou hesitando, com os olhos perdidos.
Suspirei e olhei para cima, tentando acreditar que realmente era isso... Um tempo.
“Acho que sim.” Eu não conseguia entender por que tinha deixado o assunto ir tão
longe.
“Por isso você não foi ontem.” Ela concluiu para si, não foi uma pergunta direcionada a
mim.
Eu não respondi e voltei a passar as fotos, sem olhar para elas, somente desejando
que aquela tarde passasse logo.
“Eu não vou dizer que torço por vocês, pois seria hipocrisia...” Disse e levantou-se. Fiz
uma careta e lancei um olhar denotando desagrado. Ela sorriu escusando-se. “... Mas
eu não gosto de te ver chateado assim, então, espero que se resolvam. Boa tarde.”
Ela se virou e saiu.
Passei mais alguns minutos perdido em pensamentos e resolvi pôr-me a par da minha
rotina.
Horas mais tarde, o Senador ainda se encontrava em sessão legislativa, eu olhei no

relógio e fui à sala de James pedir-lhe que fosse a sessão plenária assumir o lugar da
Lian, pois estava no horário dela ir embora. Encostei-me a porta para bater e ouvi o
som do meu nome. Embora não condissesse com a minha habitual atitude, parei em
frente à porta intencionado a ouvir sobre o assunto que se tratava dentro da sala.
“...Edward disse que estão com data indefinida.” Era a voz da Ashley.
“Você acha mesmo que é questão de data, Ashley? É lógico que a milionariazinha
terminou com ele. Com certeza ela terminou e ele não teve coragem de falar.” James
disse em tom de escárnio.
“Bom, sei que ele está mal.” A voz da Ashley era baixa e mantinha um ar penoso.
“Nada que um novo amor não resolva.” James insinuou, ainda sorrindo.
“Por que será que ela terminou?”
“Eu não vejo o porquê de você se preocupar com isso. O que importa é que eles
terminaram. Não era isso que você queria?”
1260 de 1595 26/05/2011 20:45

Abruptamente, abri a porta e entrei, parando em frente à mesa dele, deixando os dois
desconcertados com a minha presença.
“James, a Lian já está há duas horas lá embaixo e ela precisa sair. Tem como você
descer?” Perguntei educadamente, com, os olhos cerrados.
“Não pede mais licença não, chefinho?” Provocou, sentado em cima da mesa.
Encarei-o, depois direcionei à porta, com o ânimo completamente alterado pela

provocação.
“Cinco minutos para você estar lá embaixo.” Ordenei e sai rapidamente.
Até o momento eu vinha tentando não manter o modo imperativo com ele, pelo fato
dele ser o antigo chefe da assessoria, porém ele não se enquadrou ao fato novo,
sendo inconveniente e por vezes desacatando-me, logo o correto é impor.
Saí do Capitólio, passei na universidade, peguei o carro e fui dar uma volta na cidade,
tentando expulsar a melancolia que se instalava em mim ao entrar naquele quarto e
me deparar com o computador.
Abri a capota e mais uma vez a saudade me invadiu quando o vento tocou meu rosto.
Olhei para o banco e a recordação de vários momentos nossos juntos invadiu o meu
cérebro. Cada toque, cada sorriso, cada descoberta, cada beijo dentro desse carro...
Minha razão estava dissipando e a saudade e o desejo invadiu o meu corpo com ondas
energizadas. Meu organismo dava sinais, já entrando em crise pela continência.
Balançando a cabeça, liguei o som, expurgando os pensamentos, e para perturbação

do meu espírito só tinham CDs dela. Foi algo que ela impôs ao me fazer trazer o carro
da Califórnia. Ela quis que eu trouxesse todos os CDs que estavam no carro, alegando
que compraria tudo novo.
Suspirando, coloquei um cd para tocar, era Pusycat Dolls. Impossível de ouvir sem
visualizá-la dançando... Tentei outro, era Fergie − lembrei-me dela dançando via
internet. Não tinha como ter juízo claro com aquela lembrança. Passei para o próximo:
Lady gaga − pairou a lembrança dela cantando alto paparazzi no carro, com o controle
fingindo ser o microfone. Acho que estou enlouquecendo. Mais uma vez tentei o
próximo: Beyonce – A memória foi mais torturante, lembrei dela dançando agarrada
com Mike, três anos atrás... Futuramente talvez ela dance agarrada a outra pessoa −
Esse pensamento me cortou e eu balancei a cabeça, expulsando as idéias possessivas.
Enfim, faltava uma opção, era Chris Brown... Putz! Eu não merecia isso!...Hip hop...
Pior, o som e a batida estavam soando como uma inevitável música romântica na
minha cabeça, pois ela e nossos irmãos adoram hip hop.
Não tinha como fugir dela, tudo em meu mundo me lembrava a ela.
Desiludido, desliguei o som e consciente da minha insânia, atendi ao telefone que

vibrava em meu bolso.
“Fala, Ryan.” Pus no viva-voz.
“Edward, você está na Universidade?”
“Não. Estou na rua. Por quê?”
1261 de 1595 26/05/2011 20:45

“Vem aqui em casa me passar umas manhas de Educação Social. Eu tenho que
apresentar um trabalho amanhã e preciso de umas dicas.”
Eu estava andando completamente sem rumo, então nada melhor que me distrair um
pouco com uma matéria que eu goste de estudar e com uma companhia agradável.
“Estou indo.”
“Você já jantou?” Perguntou interessado.
“Não. Não estou com fome.”
“Vou pedir uma pizza para nós.”
“Tudo bem. Em dez minutos chego ai.”
Parei em frente ao prédio do Ryan e subi, era quinta e o curso dele estava quase no
fim. Com certeza minha visita iria servir para ajudá-lo.
Bella POV
Terça seguinte.
Mais de uma semana se passou sem que nos falássemos. O fim de semana foi a parte
mais difícil, pois sempre que eu ficava aqui na Califórnia ele vinha passar o fim de
semana comigo, então como ele não veio, não consegui evitar que a tristeza pela sua
falta me abatesse.
Mesmo fingindo estar bem e em todo o tempo forçando um sorriso no rosto, Emmett e
Rosalie perceberam o meu olhar distante. Tive que agüentar as perguntas do Emmett
e o olhar desconfiado da Rosalie, alegando como desculpa a falta de tempo do
Edward. No entanto, sabia que em pouco tempo teria que falar a verdade, muito
embora não tivesse um argumento convincente para dar pelo término.
Como de costume, mais uma vez liguei o skype ao chegar do curso de alemão. Ele
não ficava mais on-line. Bom sinal, eu acho. Podia ser que ele estivesse se adaptando.
Contrariando o meu pensamento, acessei minha caixa e tinha um e-mail dele.

Automaticamente, minha garganta ficou seca, minhas mãos começaram a suar, e eu
abri, temendo o que estaria escrito.
Mensagem terça 19h55
Bella.
Perdoe a minha falta de evolução antes que inicie a leitura deste. Dia após dia eu
venho tentando seguir adiante, mas hoje está tudo insuportável de agüentar... E eu
precisava veementemente dividir isso com aquela que sempre foi o meu porto.
Tento não ser um romântico idiota, mas é inevitável quando habitualmente mora em
mim um sentimento tão intenso.
Queria muito te falar tudo o que sinto, mas você não precisa responder, nem ter
1262 de 1595 26/05/2011 20:45

compaixão de mim... Eu só quero que saiba como eu me sinto.
O vazio é enorme, o frio é congelante, a sensação aguda de dor é incomensurável.
Talvez eu comece a escrever palavras ao vento, todavia eu preciso de alguma

maneira expor o que eu sinto para ver se não perco as faculdades mentais claras se
não me abrir.
Tenho pensado na nossa distância, em termos terminado o compromisso.

Rompimento este que até hoje não me vi com coragem de anunciar a ninguém... Eu
disse que ligaria, porém não tenho mais certezas se consigo conversar com o seu pai.
Quando você me mandou embora da sua vida, você não me deixou somente sem
você, junto com você, eu perdi o amor... Perdi o abrigo... Perdi o lar... Perdi a
FAMÍLIA.
Tudo se foi com você. Embora isso não fique claro no momento, se olharmos com
uma visão no futuro longínquo, não tem como ser a mesma coisa... Não tem como
conviver com os meus irmãos, com minha mãe, com o meu amigo Emmett, com
Alice... Não tem como conviver com ninguém sem lembrar você... Você me tirou
tudo.
Você me tirou o seu pai, Bella...
Não me vejo nem mesmo futuramente com forças para ir à casa dele sem
martirizar-me com a lembrança de nós dois, sem imaginar nós dois em ‘nosso’
quarto.
Também não me vejo indo à casa de Forks sem lembrar-me de nós dois em cada
canto de lá.
Não poderei ir ao shopping, ao aeroporto, ao parque, pois aonde eu for, no estado de

Washington, você sempre estará nos meus pensamentos – como se fosse possível
evitar que em qualquer lugar você esteja neles.
Você era tudo que eu tinha e, quando você me deixou, levou tudo com você,
restando-me somente as lembranças que povoam a minha mente e a dor de não te ter
mais... Ela sim me acompanha todos os dias, vinte e quatro horas por dia, mostrando
sucessivamente que você é real.
Não te julgo, pois sei que o amor de qualquer pessoa pode acabar.
Faço esforços para conseguir relevar, mas sinto-me cada vez mais caindo em um
abismo, como um viciado em crise de abstinência, louco para te ver.
Tenho consciência de que não conseguirei viver sem você, resta-me somente
conformar-me com as doces e amargas memórias que invadem o meu ser, não
deixando morrer a esperança de que um dia ainda haja uma possibilidade...
Amo você... Sempre.
Edward.
Há muito meus olhos estavam turvos, nublados... Cada linha escrita por ele me
rasgava, e o pranto e desespero que por dias reprimo invadiram o meu peito, fazendo
1263 de 1595 26/05/2011 20:45

cachoeiras de lágrimas brotarem em meu rosto. Meu coração gritava para consolá-lo.
Eu sentia a dor dele juntar com a minha e a vontade que eu tinha era de anular tudo
que eu disse e voltar para ele, trazê-lo de volta para a minha vida.
Incapaz de me agüentar, abaixei a cabeça e me entreguei. Conforme as lágrimas

desciam, a minha memória mandava alertas dos e-mails diários e atormentadores que
eu recebia dela, com ameaças e provocações.
Deus, o que eu posso responder sem me comprometer de modo que lhe traga algum
conforto?
Anjinho...
Você sempre terá um lar. Você sempre terá meu pai, sempre terá os meus e seus
irmãos, que além de tudo são seus amigos.
Você sempre terá a mim, que não sou só sua amiga... Estarei ligada eternamente a
você por um amor que vai além de amor de irmãos: o amor gêmeo.
Um dia você disse que leu em um livro que almas gêmeas podem ter o tempo certo
para caminharem juntas... Bom, tomando a sua fé para mim: pode ser que exista o
tempo correto para que andemos juntos, sim... Quero acreditar nisso... E se não
podemos caminhar juntos nessa vida, poderemos ser pelo menos irmãos, pois foi isso
que essa vida nos preparou quando uniu as nossas famílias.
Estou aqui, como sua irmã e amiga... Ainda posso ser o seu porto, você pode confiar
em mim.
Eu quero te ouvir, ouvir suas conquistas, cada degrau novo que você subir quero
vibrar com você. Não sou mais sua noiva, mas isso não muda a nossa história e nem
a ligação que temos.
Com relação a informar a eles sobre o rompimento do compromisso, eu também não

tive coragem de falar para ninguém, mas temos que nos apressar, pois o tempo está
passando e o meu pai tem que cancelar os convites e a organização.
Fique bem, continue buscando os seus sonhos... Estude... Monte estratégias para
chegar lá, aonde você sempre sonhou.
Eu te amo... Sempre.
Respirei fundo, fechando os olhos, em seguida enviei.
Tinha mais uma mensagem diária da Ashley na caixa e eu abri. Sinceramente eu não
estava mais a fim de me massacrar assim. Tinha que dar um basta nesta tortura diária
que ela fazia comigo.
Mensagem terça 18h40
Oi.
1264 de 1595 26/05/2011 20:45

Vim te dar informações sobre o seu ex- noivo. Ele está bem tristinho, muito
mais calado do que o normal, mas eu vou consolá-lo em poucos dias, não se
preocupe... Hoje eu quero te pedir um favorzinho: Faça-o tirar essa aliança.
Quero-o livre de qualquer lembrança sua.
Sem mais.
Ashley.
Depois de dias recebendo e-mails sem responder nada, resolvi tomar coragem e
começar a enfrentá-la. Até agora eu estava acuada, pensando que ela poderia usar
qualquer reação minha para prejudicá-lo, mas ela não iria fazer isso agora que
percebeu que terminamos, por isso respondi.
Oi.
Cadê a sua autoconfiança? Você não o quer? Conquiste-o e o faça tirar a

aliança.
O que você queria de mim, eu já fiz, deixei-o livre para você. Agora se você
for mulher o bastante faça a sua parte em conquistá-lo. Coisa que
chantagem, dinheiro ou poder não vai conseguir fazer por você.
Pare de me incomodar.
Finja que eu não existo, pois eu pretendo fazer o mesmo com você.
Bella.
Esperava que depois dessa ela parasse de me importunar. Exausta, desliguei o

computador.
Acordei cedo e, como todos os dias fazia, olhei o meu celular, esperando que tudo
fosse um pesadelo e que ele ainda mandasse as mensagens matinais com a contagem
regressiva para o nosso casamento. No entanto, como há dias acontecia, a mensagem
não chegou.
Desiludida, levantei e tomei nota mais uma vez que nunca mais iria chegar. Todavia,
no mesmo momento em que eu pensava isso, meu telefone vibrou e eu abri, com o
coração acelerado.
Mensagem de Edward - 06h55.
Você continua dizendo que me ama e me deixou... Eu não entendo isso.
Imediatamente respondi:
1265 de 1595 26/05/2011 20:45

É por te amar demais que te dou a chance de ser feliz.
Enviei e fui para o banho, completamente perturbada e fraca com tudo. Pensei que
com o passar dos dias tudo diminuiria e a aceitação viria, porém cada dia que passava
me sentia mais fraca e a vontade de tê-lo nesse quarto, nesse banheiro, era sem
igual.
A água caía sobre mim e as lembranças de nós dois invadiam a minha mente, fazendo
a saudade torturar meu coração. Saí do banho e procurava uma roupa, então
novamente o telefone vibrou.
Mensagem de Edward - 07h10
Continuo sem entender.
Resolvi não responder mais. Nada que eu explicasse o convenceria dos meus motivos.
Terminei de me arrumar e saí do quarto para lanchar.
“Bom dia. Pensei que ia faltar hoje.” Emmett beijou minha cabeça, preparando o nosso
lanche.
“Bom dia. E eu sou de faltar aula por um acaso?” Brinquei e sentei na banqueta,
esperando que ele colocasse o lanche no balcão.
“Quando o caipira vem pra cá você gosta de faltar sim... Falando nele, ele vem hoje?”
Assustei com a pergunta e engoli em seco. Sabia que eu não poderia fugir muito
tempo da resposta real, mas eu não queria falar isso logo de manhã.
“Acho que não. Ele está muito ocupado esses dias.” Fingi descaso.
“Oi, Bella.” Rosalie apareceu no corredor, já pronta.
“Oi, Rose.”
“Bella, hoje eu não tenho aula, então vou lá no jornal do meu pai conversar com o
administrador de lá. Talvez no próximo ano eu trabalhe no setor de informática lá.”
Emmett disse.
“Isso quer dizer que Rosalie vai andar pela primeira vez no meu carro novo?” Sorri
empolgada e olhei para Rosalie.
“É. Eu não quero que Rosalie pegue a estrada no carro dela.”
“Quero ver quando ela vai dirigir. Não sei para que você comprou um carro para ela se
ela nunca dirige.” Brinquei e abocanhei o sanduíche.
Ele a abraçou por trás, dando beijos em sua nuca. Ao ver a exposição de carinhos
suspirei de saudade do Edward. Ver os dois se agarrando pela casa e, além disso, ver
1266 de 1595 26/05/2011 20:45

os olhos verdes e caídos da Rosalie todos os dias, era uma tortura.
Só hoje percebo o quanto eles são parecidos.
“Vamos parar com isso aí, que eu estou atrasada.” Eu disse sorrindo, depois levantei,
terminei de tomar o suco e me apressei para escovar os dentes. “Já que sou eu quem
vai dirigindo, temos que sair mais cedo, Rosalie.”
Emmett nos deixou próximo ao carro, não desgrudando da Rosalie. Eu entrei e

esperei-os se soltar.
“Tá bom, gente. Tenho que ir.” Apressei-os. Rosalie entrou e eu dei partida, saindo
rápido do prédio.
“Está gostando do carro?” Rosalie iniciou um assunto.
“Estou. Estava doida por um carro grande. Na verdade quis ele mais pensando em seu
irmão, ele...” Interrompi antes que concluísse o pensamento e coloquei os óculos de
sol.
Rosalie esperou eu terminar, e ao perceber que eu não ia fazer, estudou o meu rosto.
Eu desviei o olhar, respirando fundo.
Depois das mensagens fiquei mais fraca. Não estava disposta a falar nele.
“Bella...” Olhei em direção a ela, e ela desistiu de falar. Olhei para frente novamente e
prestei atenção na estrada. Passaram-se minutos e ela não disse nada. O silêncio
imperou no carro durante todo o trajeto.
Já na Universidade, estacionei e peguei minha bolsa para descer.
“Espere, Bella. Quero falar com você... Ainda temos quinze minutos.” Ela segurou o
meu braço.
Eu olhei para fora, preocupada com o que ela iria falar. Ela continuou. “Eu sei que você
não está bem com o meu irmão. Sei que tem alguma coisa acontecendo. Você pode
pensar que eu estou fechada em meu mundinho com Emmett, mas eu observo tudo.
Vejo você suspirando durante os nossos trajetos para a Universidade, vejo você
saindo todos os dias à noite, procurando algo para fazer, vi que ele não veio esses
dias... Você quer conversar? Eu sei que você está se mantendo forte, mas você não
vai conseguir agüentar muito tempo.” Disse pegando em minha mão.
Sem que eu conseguisse suportar, abaixei o olhar e deixei que as lágrimas

escorressem. Gostaria de saber se essas lágrimas nunca secariam, queria saber se
sempre elas estariam aqui para no mínimo vacilo meu, elas derramassem sem minha
permissão.
“Me conta, Bella. Vocês dois são muito importantes pra mim, confie em mim, eu sou
praticamente sua irmã.”
“Eu não posso... Não é algo que eu possa falar.” Disse por entre soluços.
Ela me abraçou e eu continuei a me derramar por uns minutos.
“Tudo bem. Eu estou aqui. Se precisar conversar ou sair, só nós duas, pode me
chamar que eu vou. Não vou perguntar mais e nem vou falar para Emmett, só peço
que tenha paciência com o meu irmão...”
1267 de 1595 26/05/2011 20:45

“Não é ele, Rosalie. Seu irmão hoje é o mais perfeito namorado que alguém poderia
ter... Mas... Desculpe... Eu não posso falar.”
Soltei do abraço, encostei a cabeça no encosto do banco e respirei fundo, tentando

arejar o cérebro, depois a chamei para descer.
Deus, ajude-me. Não pensei que essa dor iria perdurar intensamente assim por dias...
Pensei que ela diminuiria... Mas quando a ferida é tocada, o sangue jorra dela.
Cheguei a sala já recuperada, sentei e torci que esse dia passasse. As aulas
conseguiram me distrair, mas hoje era quarta, um dos dias piores para mim, pois não
tinha curso a noite e este costumava ser o dia que Edward vinha me ver.
Logo, para esquecer a lembrança e a tortura, combinei com July e a Vick de irmos ao
shopping.
Peguei-as às sete e meia. Passeamos, conversamos, lanchamos, comprei uma

sandália, e depois as deixei em casa. A saída ajudou a me distrair. As meninas eram
muito engraçadas e me fazem rir.
Sem perceber, cheguei rápido ao nosso prédio, estacionei o carro, entrei no elevador e
subi.
Eu estava melhor. No início dessa manhã meu mundo parecia trevas, mas eu consegui
melhorar algo. Nada melhor que um minuto após o outro.
Girei a chave devagar, esperando não fazer barulho, pois pelo horário, onze horas,
eles poderiam estar dormindo. Muito embora não fosse incomodar, pois o quarto deles
tinha isolamento acústico.
Cautelosamente, abri a porta e entrei, congelando instantaneamente, pensando estar

tendo alucinação.
Emmett e Rosalie estavam deitados no sofá, assistindo TV. Na frente deles,

encontrava-se Edward, de terno e gravata afrouxada, em pé, encostado na parede,
em frente à porta.
Os olhos verdes e penetrantes dele se encontraram com os meus e minha pulsação

correu. Nenhuma lembrança fazia jus a sua beleza. Ele hoje estava mais lindo do que
o normal, com os cabelos completamente desgrenhados.
Não consegui sair do lugar. A conversa na sala parou e Emmett sentou para olhar para
mim.
“Que foi, Bella? Viu um fantasma pra ficar congelada aí?” Ele gargalhou “É só seu
namorado.”
Joguei minha bolsa no sofá em câmera lenta, sem saber o que fazer, somente
segurando o olhar em direção a ele. Busquei em minha mente uma atitude propícia a
ter em frente à Emmett, já que ele pensava que ainda namorávamos.
Bom, como ele não sabia, então ainda devia agir como namorada. Com essa desculpa,
acelerei o passo em direção a Edward e parei desconcertada em sua frente.
“Oi...” Sorri fraco. “Chegou faz tempo?” Tentei soar calma e meiga, mesmo com as
emoções que eu sentia.
1268 de 1595 26/05/2011 20:45

Ele ergueu uma sobrancelha quando eu parei, parecia estar sem saber o que fazer.
“Cheguei.” Respondeu baixo e receoso.
Como uma criança deslumbrada com um presente recebido, dei um passo e o abracei
forte na cintura, aconchegando minha cabeça em seu peito. Naquele momento eu
lembrava somente que ele era tudo pra mim, e que a felicidade em encontrá-lo
ultrapassava qualquer situação que me impedisse de abraçá-la. Logo ele passou os
braços em minhas costas, fechando-me em seu corpo e beijou o meu cabelo.
Eu queria chorar, queria sorrir, mas somente ficamos ali um tempo, abraçados. Eu
sentia a mais doce sensação de paz, como se o mundo se encaixasse e tudo parasse
ao meu redor. Mesmo o som da televisão não me distraía, o que me importava era
estar acobertada pelos seus braços.
“Boa noite, crianças. Tenho que dormir que amanhã acordo cedo.” Rosalie levantou do
sofá, puxando Emmett. Ela passou por nós e deu um sorriso para Edward.
“Boa noite.” Respondemos em uníssono e eu o puxei para o meu quarto. Entramos,

coloquei a sandália nova no guarda roupa, desabotoei a minha sandália, e ele ficou
sentado na cadeira de canto, calado.
“Por que não tomou banho ainda?” Perguntei tirando a blusa.
“Estava conversando com Emmett...” Explicou sem jeito. “Também não quis entrar
aqui sem você estar aqui.”
“Ah.” Foi o que respondi e tirei a calça, ficando de calcinha e sutiã.
Ele continuou sentado, olhando em minha direção com o olhar fixo. Eu percebi o clima
tenso no ar, enrolei-me em uma toalha, peguei uma roupa e entrei para o banho,
deixando-o ao lado de fora.
Não tinha nenhum pensamento em minha mente durante o tempo que eu permaneci
no banho, estava um branco. Eu não sabia o que fazer, não sabia o que perguntar
quando eu saísse, não sabia o que dizer. Sinceramente, queria saber o que ele veio
fazer aqui. Talvez lhe falar que o melhor era não era para ele ter vindo. Mas eu não
tinha forças nem coragem para isso, para mandá-lo para o outro quarto, para dizer
que ele não podia ficar aqui.
Depois de muito pensar, vesti o conjunto de short e blusa ainda no banheiro, e saí. Ele
já esperava para entrar com a toalha na mão.
Nervosa, deitei e liguei a TV, controlando a ansiedade enquanto ele tomava banho.
Minutos depois, ele saiu com a toalha amarrada na cintura.
Sem conseguir controlar o meu olhar, direcionei os olhos para seu cabelo molhado,
depois para seu pescoço, braços, peitoral, abdômen... região baixa da barriga.
Mordi os lábios e minha respiração acelerou com a visão tentadora que atraía sem
limites os meus olhos devoradores. Subi o olhar e o encontrei me encarando. Ele
segurou os olhar quente e penetrante no meu por um tempo que começou a distribuir
calor em meu corpo.
Ofegante, quebrei o momento balançando a cabeça e desviei os olhos para a TV.

Tentava assim, expulsar qualquer pensamento libidinoso que seu corpo molhado me
1269 de 1595 26/05/2011 20:45

despertou.
“Por que veio?” Suspirei e perguntei baixo.
“Por que aqui é a casa da minha irmã e hoje ela me ligou convidando.” Disse com um
dar de ombros e foi para o seu armário, digo, o meu armário que tem roupas dele,
colocando lá um short curto de seda.
“A Rosalie?!” Ofeguei admirada.
“Sim... Além disso, você ontem disse que eu continuo tendo um lar.” Informou e
aproximou-se com os olhos fixos em meu short.
“Edward, não complica.” Murmurei e ele ajoelhou na cama, olhando intensamente

meus olhos.
Ele inclinou e tocou o meu rosto com os dedos, acariciando queixo, mandíbula, até a
orelha. Fechei os olhos e por um segundo esqueci o porquê de ter terminado com ele,
o porquê de não estar aproveitando todos os detalhes do seu toque.
A saudade e a paixão transformaram-se em correntes que invadiam e aprisionavam os

meus sentidos, fazendo todos os pêlos do meu corpo se arrepiar. Senti um
estremecimento me percorrer, ele sorriu convencido ao perceber o meu tremor.
“É recíproco, Bella...” Encostou a boca em meu rosto. “Eu também sinto o que você
sente.”
Permaneci sentada na beira da cama, imóvel. Ele beijou o meu rosto, enlaçou os
dedos em meu cabelo e seguiu com beijos para minha orelha. “Eu vou lutar de volta
por você.” Sussurrou e passou a língua em minha orelha, quase sem encostar, só
deixando seu calor me torturar.
Eu me sentia atormentada pelos meus maiores temores, ele conseguia me

desestabilizar completamente, trazendo um nervosismo insensato, levando-me a
tremer de desejo.
Naquele momento eu não tinha cérebro, tinha só um corpo contente gritando pela sua
boca.
“Edward, não.” Virei o rosto quando senti que ele aproximava a boca da minha.
“Shhhh.” Colocou o dedo me impedindo de falar e voltou com a boca para meu
ouvido. “...Eu sei exatamente o que fazer com você, sei como é vulnerável a mim...
Está tremendo, Bella?” Deu um risinho baixo, mordiscando a minha orelha.
Meu corpo entrava em colapso, crise de abstinência, mandando ondas de fogo a todos
os meus poros.
“Edward, não faz isso...” Supliquei, minha voz mal saiu de fraqueza.
Ele estava confiante, astuto, deslizou as mãos com firmeza pelo meu braço, até
chegar à minha cintura e apertar.
“Certeza, Bella?” Ele me deitou lentamente, olhando em meus olhos, com uma mão
em minha cintura e outra em minha nuca. “Quer que eu pare?”
Eu me sentia hipnotizada, fora do meu corpo.
1270 de 1595 26/05/2011 20:45

“Diz que não me quer, diz que não sente nada, que eu paro...” Disse entreabrindo
minhas pernas com o joelho, colocando em seguida o nariz em meu pescoço e
aspirando profundamente.
Era praticamente impossível não resfolegar e não ter um tambor no peito. Uma nuvem
de tontura foi invadindo a minha mente com o seu corpo tão perto do meu. Minhas
mãos adormeciam do tanto que eu as fechava, tentando assim conter o desejo intenso
de tocá-lo, de passear minhas mãos em seu peito.
Perdi uma batida quando desci o olhar pelo seu abdômen, barriga e notei seu membro
intumescido no short de seda. Instantaneamente engoli em seco e lembrei o gosto de
sua pele em minha língua, lutando com a consciência para suprimir a fome que me
agitava e levava meu corpo insano a combustão.
“Você tem algumas opções...” Disse sedutoramente, passando a ponta da língua em

meu ombro coberto somente pela alça da blusa. “Eu posso fazer essa noite ser eterna
para nós.” Sua voz macia e cálida estava fazendo um efeito devastador, ele sabia, e
continuou me atormentando. “...Ou posso nos dar somente uma noite e esquecer dela
ao amanhecer...”
Ele ajustou o corpo a mim, apoiando na perna e aproximou a boca do meu ouvido,
respirando ofegante e mordiscando leve a minha orelha.
“Posso refazer todo o compromisso e promessas que eu já fiz...” Disse descendo

lentamente a mão pela minha lateral, até chegar a minha cintura e colocar a mão
dentro da minha blusa, lateralmente.
Eu fechei os olhos, ouvindo a parte de mim que pedia para ele continuar. Essa era a
parte que me fazia tremer, que fazia os meus nervos se agitarem, que fazia minha
pulsação correr.
Ele me olhou com os olhos exalando desejo, e eu fixei meus olhos em seus lábios, que
estavam molhados e vermelhos.
“... Podemos fazer da noite como você preferir. Eu sei que você me quer.” Sussurrou
a milímetros da minha boca, passou a ponta da língua em meu lábio inferior e desceu
para o meu queixo, mordendo e me fazendo arquear.
Eu estava paralisada, em choque, sentindo todos os órgãos do meu corpo trabalhar

com vida própria, falar por si, praticamente gritando por ele, trazendo arrepios,
pulsações e ofegos descontrolados pelo meu corpo.
Rolei os olhos na órbita ao ouvi-lo gemer quando roçou sua excitação em minha
intimidade. Um tremor percorreu a minha espinha, ele firmou a mão em meu quadril e
apertou-me possessivamente em seu corpo, expondo seu estado estimulado,
aumentando minha excitação com a fricção.
O bombear veloz do meu sangue nas veias foi difícil de controlar, fazendo-me quase
sacudir.
Ele voltou com os lábios para o meu rosto, de olhos fechados, boca aberta, soltando
um gemido baixo, arrastando levemente seu corpo em mim.
“...Uma noite, Bella?” Sugeriu com a voz entrecortada. Tinha uma pontada maligna em
seu tom. Ele queria me testar com o seu corpo. Ele continuou tentando quebrar o meu
controle com a boca molhada e quente implorando pela minha, mordiscando e
1271 de 1595 26/05/2011 20:45

ofegando em meu rosto.
Ele esperava somente um sinal de fraqueza para explodir o ataque do seu corpo em
mim. Minha vontade era prender os braços em seu pescoço e o beijar ferozmente,
mas uma parte do meu cérebro estava desconectada, justo a parte que me dava
forças para lutar por ele, a parte de me dava forças para tomar dele o que ele tem
para abrandar o meu desejo incontrolável.
Ele se ergueu, apoiando no antebraço e passeou a língua lentamente em meus lábios,

provocando, olhando em meu rosto, lambendo lascivamente com uma insinuação que
me entorpecia e fazia minha imaginação vagar.
Eu estava com os braços flácidos, jogados pela cama.
Demorou apenas uns segundos para eu processar o que estava acontecendo, então,
como se estivesse desenjaulada e com um desejo quase louco, segurei sua nuca e
ataquei sua língua, sugando-a ferozmente. Gemendo, prendi sua língua entre meus
dentes, puxei seu cabelo e, num gesto desesperado e ansioso, enlacei minhas pernas
em sua cintura.
Ele ficou fora de si, e a provocação ganhou vida quando senti suas mãos frenéticas
levantar a minha blusa. Sem cérebro e num movimento rápido eu me ergui e ele tirou,
passando pela minha cabeça.
Com um sorriso, ele olhou firme em meu rosto e voltou para os meus lábios, eram
novos os seus beijos nada gentis, agora com gemidos mais longos em minha boca,
enquanto passava as mãos em meus seios, com inquietação, pressa, fome.
Eu me sentia fervendo, invadida por sensações familiares que eletrizavam meu corpo
desde o nosso primeiro beijo. Tinha medo dessa dose para a viciada dependente que
eu sou se acabar, assim buscava absorver tudo naqueles beijos, amassos e mãos.
Mãos que reconheciam. Apalpavam. Exploravam. Ele se apertava a mim, gemendo e
resfolegando em minha boca, me levando a desejar que não houvesse roupas nos
separando. Eu precisava dele.
Mais cedo do que eu desejava, ele parou com o beijo como se tivesse acabado de cair
em si, e me olhou por segundos, inexpressivo.
Meus olhos estavam fixos nele, meu corpo reclamava atenção e meu tórax se erguia
com o volume de ar que buscava para os meus pulmões. Ele congelou o olhar em
mim, olhou com pesar para os meus seios, pegou a blusa e os cobriu.
De olhos fechados, ele suspirou, sorriu triste, deitou de costas ao meu lado e me
puxou para cima dele, colocando minha cabeça em seu peito.
Eu fui, sem objeção.
“Fique calma, Bella... Fui longe demais, e o que eu queria era só ficar perto de você.”
Disse ainda tomando fôlego, com um sorriso matreiro na voz. Afagou a minha nuca e
beijou o meu cabelo. Sua respiração estava completamente irregular e seu corpo ainda
dava sinal de excitação em minha barriga. Muita excitação. Fiquei ali, deitada em seu
peito, esperando o turbilhão de emoções passar, tentando domar a pulsação latente
em meu ventre.
“Eu não queria te passar essa impressão.” Explicou depois de um tempo. “Desculpe,
não vim aqui pra isso. Embora o jeito como você me olhou quando eu saí do banheiro
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tenha sido quase uma intimação.” Ele descontraiu e eu sorri daquele meu ato
instintivo. “Eu pensei hoje o dia todo no que você escreveu... Li e reli a sua mensagem
e consegui ver nas entrelinhas que está acontecendo alguma coisa com você... Está
confuso tentar te entender... Mas eu cansei de chorar, cansei de me dar desculpas,
cansei de me imputar... Não vou deixar que meus receios me impeçam de lutar por
você... Sei que você ainda gosta de mim, isso está claro... Então, mesmo que você
tenha desistido de mim, eu não vou desistir de você... Vou lutar de volta por você... E
ter vindo aqui hoje é o primeiro sinal de reação minha... Não vou ficar na inércia
esperando nossa história evaporar... Nem que você me mande dormir no outro
quarto, nem que você não fale comigo, eu vou ficar perto de você, até essa sua fase
passar e você voltar a ser o que você era... E eu prometo até lá, que eu não vou te
atacar novamente.”
Esperei, inutilmente, o furacão em meu corpo passar, suspirei e fechei os olhos. “Você
está tornando tudo mais difícil...” Disse com a voz fraca e rouca, ainda sentindo o meu
coração correr ao sentir a pele quente dele no meu rosto e o seu corpo tão próximo do
meu.
Ele me deitou novamente de costas na cama e vestiu a blusa em mim.
“Dorme. Está tarde.” Disse ignorando o que eu falei, deitando depois de lado ao meu
lado com o rosto em meu cabelo. Colocou uma mão sobre minha barriga e meia perna
sobre mim, como de costume quando dormimos juntos.
Ele fechou os olhos e ficou movendo a ponta dos dedos em minha barriga, na parte
descoberta pela blusa, parecia estar intencionado a dormir. Eu permaneci imóvel, só
sentindo a sua respiração irregular em meu rosto.
Esperava incansavelmente meus sentidos se acalmarem, mas estava difícil com aquela
proximidade e com o magnetismo que nos envolvia. Aos poucos senti a calma do sono
se aproximar, olhei seu rosto que estava na altura dos meus ombros e ele estava de
olhos fechados. Parecia satisfeito em estar comigo. Por mim seria seu lugar eterno, ao
meu lado, que é onde ele deveria estar.
Ele enlaçou o meu cabelo com os dedos e puxou meu rosto, beijando em seguida.
“Eu te amo. Acho que eu me conformo em dormir com a minha irmãzinha.” Sussurrou
com diversão, testando-me novamente.
Mesmo que meus pensamentos voassem e que meu corpo entrasse em confusão com
o meu cérebro, algo em mim estava acalentado. Pelo menos a dor e as lágrimas
estavam distantes agora.
“Boa noite, Bella.” Disse passando a mão em meu rosto e pegando em seguida uma
mecha de cabelo para cheirar. “E não me olhe mais daquele jeito de novo, se não, eu
posso não me controlar como hoje.” Sorriu em meu pescoço e me virou de costas
para ele, me abraçando e mergulhando o rosto em meu cabelo.
Naquele momento eu senti paz e segurança, entrelacei sua mão na minha e a trouxe
para perto do meu rosto, beijando-a agradecida por ele estar aqui esta noite.
Amanhã será um novo dia, pensei. Amanhã eu conseguirei uma nova estratégia para
fazê-lo seguir com os seus sonhos sem que nada o impeça disso.
Minha primeira atitude será sair da apatia, pois já perdi uma semana nessa indolência
sem fazer nada. Então amanhã ligarei para Ryan, ele com certeza poderá se infiltrar lá
1273 de 1595 26/05/2011 20:45

de algum modo para me ajudar. Depois vou conversar com Brandon... A família dele
passou por um processo de escândalo recentemente, então pedirei que ele me dê
alguma orientação. Por fim, conversarei com o meu pai... Ele, além de ter bons
contatos, ainda tem uma veia investigativa de sua formação profissional que poderá
dar um rumo a que atitudes devo tomar... Isso me ajudaria a ganhar tempo e a não
perder as esperanças completamente.
Por que não falar para Edward?
Por que ele iria desistir por pressão, por falta de um caminho a trilhar. E eu não quero
isso pra ele. Quero que ele tenha a chance de decidir. Então amanhã o colocarei
novamente no caminho da liberdade de escolha e do poder.
Tomadas essas decisões, estava mais calma para me entregar ao sono, fechei os
olhos e aconcheguei mais meu corpo ao dele.
Ele já se encontrava entregue ao sono, virei frente a ele, não resisti e passeei os
dedos em seu rosto, na sobrancelha desenhada, grandes cílios, nariz, boca rosada e
convidativa.
Fiquei um tempo desenhando sua boca com o meu dedo, desacreditada que ele
estivesse ali de novo, passei a mão no seu cabelo e beijei, leve, seus lábios.
“Anjinho, eu te amo... Eu disse que não ia desistir de você e não vou.” Sussurrei em
sua boca deliciosa e deitei novamente.
Minutos depois, já invadida por aquela sensação de abrigo e completude, o sono me

alcançou.
Continua...
Continua...
Dicionário Edward
Obstinava: tem uma idéia fixa
Pertinácia: teima
Soluço desditoso: sofrido
Tenacidade: Persistência
Imputasse; Culpasse
Porfiado: insistir
Dissimular: Esconder
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Complexidade: complicado, Dificil personalidade (nesse caso)
Suprimida; abafada
Austero: Sério, severo
Contundido; aflito
Fulgente; gritante, chamativo
Intacto; puro.
Pungente; Dolorosa, intensa
Remate; Fim
Veredicto; Resposta final
expulsar esterilmente : expulsar Inutilmente
desacatando: faltando com o devido respeito
continência; falta de sexo
indolência: Falta de força
inércia: Congelado, parado
opróbrio; desonra, vergonha
Notas Finais:
N/B: A deprê dele nesse capitulo quase me mata... a dela também,
mas ela sabe o porque e sente perdida com o que fazer...mas esse
final, onde ele pela primeira vez, assim resolve lutar mesmo por
ela... é de morrer... e “Anjinho, eu te amo... Eu disse que não ia
desistir de você e não vou.” Ah! Fala serio, se não é de chorar... D.
Bia, essa fase é trash... esperamos resolução logo, logo... Até a
próxima... Keri
N/A: Nossa, eu digo que eu chorei quando lia e relia esses e-mails.
Se vcs choraram em algum momento, saibam que eu fui a primeira
a chorar. Meu marido ficava me olhando com aquela cara de que
devia me internar. Rsrssrsr
Bjus
Obrigada por ler.
Mandem reviews
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Capítulo 51- ESCOLHAS escrita por BIA BRAZ
Capítulo Escolhas - I
Edward POV
Em total contradição com o clamor do meu corpo, entreguei-me ao repouso,

sufocando o desejo ardente que se espalhava pelos meus poros com a proximidade.
Durante o sono, meu cérebro trouxe os registros de sua presença, sugerindo sossego
e paz à minha alma, muito embora meu corpo também tomasse noção da iminência,
incidindo ilusões eróticas. Em sonho, eu a possuí, saciando assim o meu corpo
necessitado.
Acordei assustado e constrangido pela situação, abri os olhos e notei que ela se
encontrava adormecida profundamente, logo não havia como perceber o meu estado
de agitação anterior, conseqüentemente, nenhum gemido.
Notei que seu sono aparentemente era perturbado, pois seus movimentos e
resmungos demonstravam um sono inquieto. Acendi a luz do abajur e acariciei seu
rosto, repetidas vezes, solfejando em seu ouvido e passando a mão em sua nuca,
vendo se assim ela aquietava. Tinha um vinco em sua testa, sobre o qual passei os
dedos. Desejei descobrir o motivo que até em sono lhe atormentava, que expunha
mesmo que em insensibilidade de sentidos o seu estado de preocupação. Estado esse
que se opõe ao seu habitual comportamento, que é de leveza e segurança.
Após percebê-la mais calma, levantei e fui para um banho, notando ainda ser
madrugada.
A realidade tomou conta dos meus pensamentos, atormentando-me, trazendo de volta

o estado de inquietação contínua que eu me encontro, pois mesmo estando perto
dela, existem em minha vida incertezas ásperas. Notável risco causado pelas dúvidas.
Mesmo assim, insisto em permanecer perto dela, pois a dor manifesta em meu peito,
ainda que motivada por uma utopia de volta irrealizável no momento, é acalentada ao
menos com a sua presença.
Enxuguei-me, vesti outra roupa e voltei para a cama, acariciando novamente o seu
rosto quando deitei. Conforme descia meus dedos em sua pele perolada [K1] e
quente, a saudade me invadia. E mesmo que a fisiologia do meu corpo estivesse
acalmada pelo sonho, minha alma precisava dela, dando vida a uma atração quase
palpável.
Ela deu um gemido baixo de seu sono, trazendo lembranças milhares de vezes
menores de seus gemidos enlouquecidos ao alcançar o êxtase. Logo os pensamentos
estavam me tornando em um libertino desgovernado, resultando em formigamento
em meus dedos, mandando uma mensagem, direto para o centro do meu corpo,
manifestando assim a necessidade que eu tinha dela.
Pousei minha testa em seu braço, passeando os dedos em sua barriga, que estava
com a pele completamente exposta por causa de seus movimentos inquietos durante
a noite. O meu cérebro vagava e o desejo me invadia, porém eu o reprimia, embora
estivesse irresistível dominar com a saudade que eu me encontrava.
A vontade pervertida de subir com as mãos para seus seios quase expostos era tão
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intensa, que me deixava sem nexo, todavia eu me refreei e somente a abracei,

suprimindo os meus sentidos.
Olhei no relógio e ainda eram cinco da manhã, então não me permiti dormir
novamente, pois em poucas horas ela iria acordar e nós iríamos nos separar
novamente sem ao menos esperança de como seriam os dias decorrentes.
Não imagino por quanto tempo irei suportar a insegurança e a distância desmotivada
na qual nos encontramos. Lamento não conseguir alcançar a sua mente e visualizar o
que ela esconde. Penso não conseguir tolerar a medida arbitrária a que ela nos impele,
mas obrigo-me a tomar forças e me resignar com a situação.
Ela estava deitada de costas na cama, então, em sono, se virou frente a mim e
espalmou o meu peito, murmurando o meu nome. Meu coração inflou de esperança
por pelo menos fazer parte de seu sono calmo. Ela se aconchegou mais e colocou a
perna entre a minha. Logo meu corpo gritou alerta, entrando em choque convulsivo ao
ter aquele contato próximo.
Repeli novamente o meu pensamento torpe, rindo da situação deprimente de

necessidade em que me encontrava. E mesmo me autocensurando, desci as mãos por
suas costas, parando os movimentos na linha da sua cintura, logo a apertei a mim,
contente pelo contato.
Ela gemeu baixinho e alimentou com seu ruído meu desejo doentio. Estreitei-me mais
a ela, moldando-a aos mínimos detalhes do meu corpo excitado. Desprovido de
qualquer sentimento de pudor, forcei seu corpo para cima de mim e apertei o seu
quadril, resvalando ela em mim, como um homem vil e desprezível.
Procurei não dar ouvidos ao meu cérebro repressor que dizia que eu estava avançando
sem o seu consentimento. Involuntariamente ofegante, eu desejei intensamente
conflagrar o meu desejo, afastar seu short folgado e possuí-la lentamente, até que a
febre contida em meu corpo se tornasse branda.
“Nossa, que isso?” Bella murmurou com languidez, imprimindo no tom um leve
humor.
Fui tomado por susto ao notar o que eu fazia, cerrei meus movimentos e subi minha
mão de sua nádega para o centro de suas costas.
“Hmmm, desculpe.” Murmurei com escusa. “Estou agindo como um tolo.” Admiti meio
constrangido pelo flagra.
Ela deu um risinho baixo e beijou o me peito nu.
“O meu antigo anjinho tímido não existe mais. Não me deixa nem dormir.” Seu tom
divertido me deixou menos desconfortável.
“Existe. Mas perto de você meu corpo tem vida própria e domina o meu cérebro.”
Sorri e beijei o seu cabelo.
Depois de um tempo deslizando os dedos em meu peito, ela levantou o rosto e olhou
para mim, parecendo indecisa com algo. Estava claro em seu rosto que havia ali algo
escondido, ela inclinou, beijou novamente o meu peito e se afastou, mantendo contato
comigo somente por seus dedos que me acariciavam.
Ficamos ali por minutos longos, em um silêncio perturbador, somente ouvindo o som
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do vento fora da janela.
Após ver que ela não desenvolveria nenhum assunto, resolvi quebrar o silêncio. “Er,
você quer a sua chave de volta?” Balbuciei hesitante. “Você não disse nada sobre eu
ter vindo... Está chateada por eu ter invadido o seu espaço?” Atropelei em palavras,
titubeando.
“Não.” Disse convicta e se sentou no meio da cama. Seu rosto explicitava apreensão.
“Eu não quero que me devolva a chave, mas quero que faça outra coisa por mim...”
Ela suspirou e me olhou nos olhos com uma nuvem de tristeza no rosto que me
deixou confuso. “...Quero que deixe a sua aliança comigo.” Disse por fim.
Mais confusão se formou em mim ao ouvir esse pedido. Abri a boca várias vezes
querendo me opor, no entanto me calei. Prometi para mim mesmo, dar o tempo que
precisava e dá-la o que ela quisesse sem me permitir perder a esperança. Decidi com
a vinda aqui ontem não pressionar e não questionar, logo, mesmo angustiado com o
que isso significava, tirei lentamente a aliança do meu dedo, sem me deixar pensar ou
me abater, e coloquei sobre a palma da minha mão, tentando todos os meios de me
manter sólido.
Sentei frente a ela sobre a cama, com as pernas abertas em borboleta e, olhando em
seus olhos, peguei sua mão direita e fitei a jóia em seu dedo, lembrando-me do dia em
que a aliança foi oficializada perante a nossa família.
“Eu não vou deixar a minha aliança com você...” Disse forçando a aliança dela deslizar
pelo seu dedo. “... Eu vou levá-las para polir e guardar... E no mínimo vacilo seu elas
vão voltar para os nossos dedos.” Disse com convicção, peguei a aliança dela e juntei
a minha, colocando-as na mesinha ao lado da cama.
Ela suspirou e olhou pra cima, murmurando em seguida algo ininteligível, o que eu
pensei ser uma prece.
“Já vai se arrumar?” Perguntei ao vê-la se direcionando ao banheiro com uma toalha.
“Ainda não são seis da manhã.” Não conseguia esconder a minha insatisfação em
vê-la fora da cama tão cedo.
“Vai ser rápido.” Disse com um sorriso matreiro e fechou a porta atrás de si.
Saí para pegar algumas frutas e quando voltei, ela já estava em frente ao armário,
trajada de conjunto íntimo de algodão. Inevitavelmente, agucei o olhar em direção ao
seu corpo, pois até mesmo nas confortáveis roupas que ela tanto gostava, ela era
mais do que atrativa e desfrutável.
Sentei na cama e coloquei a bandeja de frutas sobre a mesinha, sem privar-me da

imagem a minha vista. Ela vestiu uma saia jeans cargo, um palmo meu acima do
joelho e uma blusa frente única.
Deitei de lado na cama e apoiei a cabeça no braço, enquanto mordia a maçã.
“Essa saia deve ser desconfortável, não?” Perguntei em tom despreocupado.
“Desconfortável é ficar de calça nesse calor da Califórnia.” Disse divertida, enfiando

depois o pé em uma sandália rasteira. Provavelmente ela não tivesse percebido o tom
possessivo em minha pergunta, sentou-se matreiramente e começou a comer uma
maçã.
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“O Jasper faz a transfusão amanhã e eu estou indo para lá hoje à noite de avião. Vou
dar um apoio para a nossa família.” Informou entre mordidas, despreocupada.
“Isso é só uma informação?” Ergui uma sobrancelha estudando a intenção da questão

implantada no momento, percebendo que era muito mais que uma informação, até por
que com certeza ela sabia que esse assunto não estaria remoto a mim, pois minha
mãe sempre me põe a par de todos os acontecimentos em Seattle.
“Você poderia ir...” Sugeriu com a voz baixa e hesitante, o que me levou a indagar o
propósito.
“Qual o objetivo específico? Deixe claro... Acompanhar você ou ver o nosso irmão?”
Perguntei torcendo que fosse a primeira opção, assim, alimentaria a minha esperança.
“Nós temos uma família em comum.” Essa foi a sua resposta ao perceber que eu
intencionalmente tinha colocado ela contra a parede.
“Eu posso ir.” Respondi frustrado e deitei na cama de costas, colocando depois as
minhas mãos sob a cabeça e fitando o teto.
“Além disso, podemos conversar com o meu pai nós dois juntos.” Disse baixinho,
dissimulando as suas emoções.
Senti uma pontada de desesperança atravessando o meu peito e respirei fundo.

Mesmo que eu afirmasse que iria resistir a tudo e que continuaria lutando, era
intolerável diante de suas respostas. Ela continuava estável em sua decisão. As
certezas transpareciam em todo o tempo em suas ações. Isso estava me matando
lentamente: ver a falta de perspectiva em vista. Tudo me leva ao convencimento de
perda total.
Fiquei calado, somente inspirando e expirando lentamente. Ela deitou ao meu lado e
fixou o olhar em mim. Não tirei os olhos do teto, desejando tomar forças para levar a
conversa adiante.
“Então você pretende mesmo conversar com o seu pai...” Comecei. Não era
necessariamente uma pergunta. Pelo contrário, era uma reflexão dolorosa.
“Não temos tanto tempo assim. É justo que ele saiba logo, se não, é capaz dele
mandar lançar diariamente no jornal uma nota avisando sobre o nosso casamento.”
Disse com um sorriso forçado, entretanto eu a conhecia bem para saber que tinha
insatisfação manifesta em seu semblante.
Sua testa estava franzida, mostrando sua concentração em desvendar algo. Depois ela
sorriu e colocou a palma da mão em meu peito, acariciando.
Minuto após minuto, ela me deixava confuso com suas atitudes. Primeiro ela
confirmava que não estávamos juntos, depois me acariciava e me olhava como
dádiva. Eu devo enlouquecer ficando próximo dela.
Ainda assim, a sua ação estranha em me acariciar me despertava e distribuía

pequenas chamas por onde os seus dedos tocavam. Eu queria poder dizer a ela o que
ela estava fazendo comigo essa manhã. Eu me sentia vulnerável. Queria expor todas
as reações e sentimentos que inundavam o meu corpo somente em tê-la tocando em
mim. Embora eu tentasse me dominar, o seu toque denotava intimidade, inspirava
prazer, logo meu corpo viciado e meu cérebro pervertido ansiavam por suas mãos
descendo, por sua boca me tomando, transformando esses toques em uma
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necessidade pulsante.
Ela percebeu meus músculos se enrijecerem e abriu a boca, me olhando com o

mesmo olhar da noite anterior, o que só piorou as coisas entre nós. Ela desceu a mão
pelo meu abdômen, barriga. Minha respiração acelerou e correntes se espalharam
onde sua mão quente passava.
Antes que eu pudesse perder o controle da situação, segurei sua mão restringindo-a
de continuar, já que ela tinha entrado em meu short, e me virei frente a ela.
Levei a mão para sua cintura e encostei-a em mim, tentando ao menos alguma fricção
onde eu estava necessitado. Ela suspirou e eu aproximei a boca da sua, cadenciando o
olhar entre sua boca e olhos.
“Eu disse que vou lutar de volta por você.” Disse quase em um sussurro. “E que não ia
te atacar novamente, pois o que eu quero de volta é o compromisso.” Apertei o centro
de suas costas e ela abriu a boca em antecipação. “Porém, não quero que você fique
me tentando assim.” Desci a mão para o seu quadril e apertei-a novamente. “Porque
eu te quero muito mais do que eu possa dominar. Eu quero muito você.” Passeei
minha boca em seu rosto, mordiscando a mandíbula, sentindo a nossa respiração
irregular. “... Você sabe que eu quero muito mais que um momento nesta cama.”
Eram contraditórias minhas palavras e ação, pois eu dizia que não queria ser tentado,
mas não me opunha à tentação. Ainda que essas palavras saíssem de minha boca, eu
a explorava despudoradamente com a mão apertando seu quadril, por dentro da saia
levantada, com nossos centros separados por sedas finas e a com fricção que o
movimento gerava. A mais simples veia do meu corpo pulsava veloz de desejo por ela.
“Eu quero você, suas certezas e pensamentos. Isso é o que importa pra mim.”
Ela ofegou quando eu a apertei mais e passou a língua sobre a boca, olhando
fixamente para a minha. Eu a conhecia ao ponto de saber que a frustração no seu
corpo pela noite anterior ainda a acompanhava. O desejo reprimido nos rondava. Era
uma tortura resistir ao convite de seus lábios, quando há mais de um ano tínhamos
livre acesso um ao corpo do outro. Contudo, a dúvida que ela expunha cada minuto
com suas atitudes contundentes traziam confusão e estreitavam os meus atos.
Minutos atrás ela disse que iria comunicar o nosso rompimento ao seu pai, agora me
olhava com fome, com olhar implorativo, quase em transe, exalando luxúria na
respiração ainda que estivéssemos vestidos.
Incapaz de continuar me controlando, suprimi o aperto e resisti aos comandos do meu

cérebro em beijá-la, pois sabia que se cedesse aos meus desejos naquele quarto
trancado e com isolamento acústico, seriam minutos para a sua saia e sua blusa
estarem no chão, e minha excitação aconchegar-se dentro dela cegamente.
Respirando ofegante, afastei-me um pouco e, imediatamente, meu corpo viciado e

cérebro sem virtudes reclamaram pela falta de fricção. Mesmo assim eu fui forte e me
convenci que não iria prosseguir. Não iria fazer pressão usando como arma o amor
carnal que tínhamos um pelo outro.
Soltei-a do abraço e deitei de bruços, chateado com a situação, chateado em não

poder usufruir do momento como eu queria, sentindo uma tormenta injustificável
passar pelos meus sentidos, como se a situação me deixasse com a sensibilidade
aguçada.
Senti saudade dos tempos de calmaria, de felicidade. Tempo em que acordar com ela
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era um vislumbre de alegria, onde viver cada dia ao seu lado era o meu lugar de paz.
A falta de certezas comprometia agora seriamente a minha paz.
Espontânea, ela colocou uma perna por cima de mim, brincando com a sorte, e beijou
minha nuca.
“Eu não sei o que falar...” Disse hesitando, aparentemente sem conseguir terminar a
frase.
Imediatamente, percebi que estava pressionando com as minhas atitudes e palavras,

e isso era inaceitável, pois eu disse não iria fazer isso. Então devia não expor tanto
assim a minha dor pela distância.
“Não precisa falar nada.” Disse carinhosamente e me virei novamente para ela,
tentando manter no rosto um semblante espontâneo.
Ficamos mais alguns minutos calados, ela sentou e pegou um cacho de uva na
bandeja para comer.
“Como estão as coisas no seu trabalho?” Quebrou o silêncio.
“Está ótimo. Eu gosto do que eu faço, você sabe.” Respondi com um dar de ombros.
“Como é a sua convivência diária com a Ashley?” Perguntou balançando a perna

cruzada. Assustei com a pergunta em questão, mas não tive dúvidas em responder.
“Sou indiferente a ela.” Torci os lábios em uma careta. “Quem me importuna muito lá
é o James. Creio que ele não se conforma com o fato de ter perdido a chefia, e ainda
estou tentando colocá-lo em seu lugar.” Arqueei a sobrancelha e olhei-a curiosamente.
“Mas por que esse interesse pela Ashley?” Fechei os olhos em fenda.
Ela dissimulou o olhar, respirando fundo em seguida. “Nenhum. Só acho er, ela
bonita... Penso que caso a g-gente...” Balbuciou e se interrompeu sugestivamente,
estalando os dedos com nervosismo “...Eu só estava pensando que talvez ela fosse
uma boa opção.”
Suspirei com amargura e ri secamente.
“Pelo jeito você está mesmo querendo se livrar de mim.” Comentei frustrado. “Está até
cogitando a idéia de outra pessoa em minha vida.”
“Não!” Negou com veemência. E eu não entendi sua agitação. Ela estava ficando
bipolar. “Eu só mostrei que você tem opções.”
Imediatamente, sentei na cama, já perdendo a paciência com tudo e passei a mão

nervosamente em meu cabelo.
“Por favor, Bella, pare de ser evasiva comigo. Se você não me quer, poupe o seu
trabalho de me jogar para cima de outra.” Disse ríspido, odiando o espaço que estava
entre nós.
Ela, mais que rapidamente, aproximou-se e sentou em meu colo, em frente a mim e
deitou a cabeça em meu ombro.
“Eu só quero que você tenha opções de vida.” Murmurou baixinho, remota. Não
parecia tratar do mesmo assunto.
1281 de 1595 26/05/2011 20:45

Afastei-a e levantei o seu rosto, forçando-a a olhar para mim.
“A única opção de vida que eu quero é a que tenha você ao meu lado.” Disse
incisivamente, ela sorriu e encostou os lábios nos meus, com os olhos fechados,
sugando vagarosamente onde encostava.
Confusão se fez em minha mente de novo. Era absorvido de vontade de aprofundar o

beijo e diminuir por completo a distância entre nós, no entanto ela estava regulando,
permanecendo com pequenos beijos carinhosos e de saudade.
Tranqüilo, deixei que ela ditasse o ritmo. Segundos depois, ela enlaçou os dedos em
meus cabelos e passou a língua em meus lábios, seguida por mordidas leves. Mantive
minhas mãos sobre a cama, suprimindo a vontade de acariciá-la, sabendo que se eu
as soltasse, minhas mãos migrariam para suas coxas que estavam descobertas...
Depois ficaria difícil voltar.
Não precisou aprofundar o beijo para que eu sentisse novamente meu corpo em
incêndio, e a vontade de despi-la imediatamente ficou indomável.
Ela mordiscou o meu queixo e eu ofeguei. “Não faça isso se não tem certeza...”
Murmurei e finalmente levei minhas mãos para dentro de sua blusa. “Eu disse que não
vou te atacar, porém não vou resistir se você continuar...” Alertei com a voz vacilando
e ela continuou mordiscando do queixo até a orelha, para então mover-se
despudoradamente sobre mim, buscando a fricção que ela precisava tanto quanto eu.
“Quietinho.” Sussurrou, inserindo depois a língua em meu ouvido.
“Você quer me deixar louco de vez?” Murmurei e desci com a mão para a sua coxa,
subindo a saia completamente para sua cintura. De novo, ela se moveu para frente e
para trás, criando um atrito que me fez arfar.
Em descontrole quase ao ponto de afastar sua peça íntima e penetrá-la, descansei

minha boca em seu ombro ofegando, passei a língua e mordi-a, matando assim a sede
do seu gosto. Eu tomava fôlego e tentava inutilmente desvendar o que essa mulher
absurda queria de mim. Ela não falava em voltar, mas diferente da noite passada,
testava agora os meus limites. Eu estava ansioso que ela continuasse com a tortura
sensual que me propunha, porém em debate interno com o que a mulher inexorável
que habita nela agora pretendia com suas ações.
Beijei o seu pescoço, mordiscando e lambendo. Ela fechou os olhos e inclinou a

cabeça para trás, liberando um arquejo sufocado. Ali eu tive certeza que ela estava tão
fraca quanto eu com relação ao nosso apetite. Estávamos à beira de sucumbir.
Restava saber quem tomaria a decisão.
Sem conseguir resistir mais, afastei-a e beijei hesitantemente nos lábios, dando
espaço pra que ela recuasse. Vagarosamente, inseri minha língua em sua boca e,
como de costume, ela se abandonou, sugou minha língua com desespero e beijou-me
voluptuosamente, distribuindo espasmos prazerosos por meu corpo.
A crise pela continência chegava ao topo, e a vontade de possuí-la anuviava a minha

mente, me deixando ébrio de ansiedade.
“O que quer de mim?” Sussurrei em sua boca, enquanto apertava sua cintura e
acariciava por dentro de sua peça íntima, na lateral.
Ela abriu os olhos cheios de luxúria e passou as mãos em minha barriga, de um jeito
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implorativo.
Em um embate interno entre certo e errado, voltei a beijá-la tomado de indecisão, pois
se eu me entregasse ao momento de prazer que desejávamos, estaria predizendo por
antecipação o futuro incerto, destinado assim a ter que me conformar com o cético.
Imediatamente, uma idéia pungiu. Era uma estratégia que com certeza traria danos ao
meu corpo viciado, mas aceleraria a tomada de sua decisão.
Decidido, arrastei-a uma última vez em mim, arrancando gemidos sôfregos de nós
dois, e finalizei o beijo, afastando-a depois do contato de nossos lábios. Ela me olhou
atordoada, ofegante e eu sorri, joguei minha cabeça para trás e tentei o domínio da
minha excitação latejante e insistente.
Olhei em seu rosto ainda sorrindo do meu pensamento inescrupuloso. No entanto, eu

sabia que seria meu aliado único nessa luta.
“Compromisso.” Lembrei entre arfadas.
Ela abriu a boca em ‘O’, provavelmente chocada com o meu domínio próprio. Eu não
pude evitar sorrir divertidamente.
“O quê?” Perguntou, desacreditada.
“Isso mesmo. Não sou um adolescente para somente ficar sem compromisso. Pior
ainda com a mulher que eu ia me casar em um mês.” Disse seguramente, afastando-a
um pouco do incômodo dolorido entre minhas pernas.
Ela cerrou os olhos e levou a mão ao meu pescoço. “Até parece que não vai ceder...”
Deu um risinho irônico. Sua dificuldade em acreditar na minha chantagem a deixava
tentada a me desafiar, logo ela voltou a me beijar no ouvido divertindo-se, ciente de
quê, o que ela quisesse eu faria. Eu sempre fiz.
Seguramente, afastei seu ombro e a segurei firme, impedindo-a de voltar a me

seduzir.
“Quem me garante que não vamos começar uma vida sem comprometimento, quando
eu não estou interessado nisso?” Segurei seu rosto em concha e quase implorei. “Eu
já decidi o que eu quero... Eu quero compromisso.” Ditei incisivamente, agora sem o
sorriso.
Boquiaberta, ela se levantou do meu colo e ficou em pé, de costas para mim.
“Por favor, não me pressione.” Disse baixo, andando lenta pelo quarto “... Eu quero
acreditar que é uma fase e que vai passar...” Disse nervosamente. “Quero acreditar
que vou vencer isso e que vou conseguir... Mas se você acha que não consegue
suportar, é melhor...”
Percebendo o rumo oposto à minha intenção que a conversa tomava, eu atravessei o

espaço e pousei a mão em sua cintura, encostando-me as suas costas, enquanto
levantava o seu cabelo para beijar a sua nuca. “Eu não acho isso melhor...” Interrompi
ao perceber aonde ela chegaria. “Vou esperar essa fase passar.”
Antes que ela me desse uma resposta, o seu celular despertou mostrando que estava
em horário de ela se arrumar. Mas como ela estava pronta, ainda tínhamos tempo.
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“Vamos lá embaixo comprar um bolo de milho para você.” Ela propôs e eu sorri diante
de sua cautela antecipada em agradar-me com algo que aprecio. Direcionei ao meu
armário, colocando lá uma calça jeans e peguei uma camiseta para vestir.
“Não veste a camisa não.” Pediu e lançou um olhar avaliativo ao meu peito. Eu sorri
tímido, pus a camiseta sobre o meu ombro e descemos, com ela me olhando em todo
o tempo como se fosse me devorar no elevador. Só quando saí do elevador e uma
senhora me olhou da cabeça aos pés, Bella fechou o semblante e pediu que eu
vestisse. Eu balancei a cabeça, presunçoso com sua demonstração de ciúme, e vesti.
De volta ao apartamento, arrumei o lanche, cortei o bolo e coloquei os pães na

sanduicheira. Ela fez um suco e posicionou o lanche no balcão. Em silêncio,
começamos a comer, demorando o olhar um no outro.
O seu semblante explicitava palavras e perguntas não feitas com as quais ela lutava
com vigor em guardar para si. Tentei desvendar seus gestos ansiosos, mas não
conseguia visualizar claramente seus mistérios. Malogrado, resolvi despreocupar-me e
curtir os nossos instantes juntos, por isso, fixei meus olhos nos seus, completamente
preso a eles.
Ela segurou o olhar por instantes, abriu a boca indecisa em falar algo e em seguida
levantou o suco até os seus lábios, notavelmente suprimindo sua vontade. Atravessei
o espaço entre nós com a minha mão e toquei o seu rosto. “Já disse que te amo
hoje?” O som saiu instantaneamente pelos meus lábios. Ela abaixou o olhar e
instantes depois tocou o meu rosto, acariciando a minha sobrancelha. Fechei os olhos
e suspirei, suprimindo a saudade habitual de seus carinhos.
“Você é tudo pra mim.” Disse de um jeito terno.
Involuntariamente meu coração se encheu de fé. Na atual circunstância, qualquer

vocábulo de esperança que adviesse de sua pessoa fundamentava com sucesso as
minhas expectativas.
Inclinei para beijá-la, e ela encurtou a distância tocando leve, os meus lábios com o
seu.
“Não posso viver sem seus beijos...” Murmurei em seus lábios, sugando leve. “... Eles
são minha dose de vício.” Passeei minha língua, me deliciando do gosto de morango
do suco que ela tomava.
O momento era tão sublime que eu conseguia esquecer que ela estava me dizendo
minutos atrás que era melhor eu permanecer longe. Tudo que eu queria naquele
instante era sentir a sua respiração, o seu cheiro, o seu gosto, a paz de uma
amanhecer. Nada nesse mundo se comparava ao roçar suave dos nossos lábios.
“Fica comigo hoje?” Pedi, consciente do ato irresponsável que eu estava lhe propondo.
Mas a saudade de sua presença era inexplicável. Eu me sentia doente em pensar ser
extinguido de sua vida, em não saber quando seria o nosso próximo encontro, em não
saber se ela ainda estaria vulnerável a mim ou se ela me daria novamente chance de
me aproximar. Tudo que eu queria era não romper o nosso instante juntos.
Sem responder, ela desceu da banqueta e sorriu, pousando em seguida a boca em

meu ombro.
“Anjinho...” Murmurou. “Eu não sei o que fazer... Tenha paciência com tudo, assim
como eu estou tendo...” Ela ergueu o meu rosto, fitando com os olhos quentes. “Você
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confia em mim?”
“Eu não sei no que eu tenho que confiar...” Murmurei melancólico. “Não dá para
entender o que se passa... Queria ter certezas, mas tudo que eu recebo são enigmas.”
Olhei para o chão. “Está me magoando tentar descobrir, mas magoa mais ainda ter
que ficar longe de você... Eu queria ter forças para me impor e te imprensar contra a
parede, forçando você a me dar explicações coerentes. Mas ao mesmo tempo tenho
medo de ouvir palavras de rejeição como mais cedo, então tenho que me conformar
com o que você me der...” Deixei meus ombros caírem. “Que é sua atenção, enquanto
eu estiver por perto.”
“Você tem muito mais que isso de mim, eu já disse... Mas nesse momento eu me
encontro sem rumo.”
Coloquei minha mão em sua nuca e colei nossas testas, decidido a expor minhas
últimas suposições. “Há outra pessoa?” Perguntei baixo, e ela não respondeu,
repuxando os lábios, consternada. Parecia um sim. Respirei fundo, consciente de sua
resposta oculta. “Você ainda me ama?” Perguntei embaraçado, acariciando a sua
nuca.
“Sim.” Respondeu imediatamente.
De olhos fechados, continuei com os nossos rostos colados, sentindo saudade do

brilho alegre e do sorriso despreocupado que enfeitavam seu rosto todas as manhãs,
rezando naquele instante que essa situação se dissipasse logo e que a paciência e fé
imperassem em mim, até que tudo terminasse bem.
“Bom dia, crianças.” Emmett interrompeu nosso instante, já pronto, de mãos dadas
com Rose. “Acordaram cedo, hein!” Brincou e colocou um pedaço de bolo na boca.
Eu assenti com um sorriso fraco. “Eu estava desejando comer bolo de milho. Fazia
meses que eu não comia.” Bella comentou e se prendeu no pescoço do seu irmão.
“Bom dia, paizão!” Ela sorriu espontânea e beijou o seu rosto. Em seguida ela lançou
um sorriso cúmplice para a Rose. “Bom dia.”
Sorri genuinamente ao ver a Bella despreocupada manifestar-se ali, acalentando a

minha saudade de tê-la assim em presença contínua.
“Edward, falta quase um mês para o evento do ano.” Emmett lembrou empolgado. “Já
sabe em qual apartamento vão morar?”
Pelo canto do olho, percebi Bella engolir em seco com a pergunta.
“Ainda não.” Respondi despreocupado. “Estou dependendo de uma subsecretaria que

o Senador disse que eu vou assumir. Só assim irei poder morar em apartamento
funcional.”
“Hmmm, legal.” Sorriu e abocanhou um pão recheado. “Ah, marque em sua agenda
política a minha formatura dia vinte e quatro. Vai ser um festão.” Disse batendo a mão
em meu ombro.
“Ah, também vou ter formatura e baile. Serão uma semana depois do seu.” Informei e
olhei para Bella, lembrando no mesmo instante que não tínhamos conversado sobre
isso.
“Você vai ter um baile?” Ela perguntou e sentou-se sobre o balcão de mármore em
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minha frente. “Por que não me disse?”
“Por que você sabe que eu não ligo para isso.” Dei de ombros e fui à geladeira pegar
mais suco.
“Se não gosta, por que resolveu pagar a formatura?” Censurou desafiadoramente.
“Por que minha mãe fez questão desde que eu entrei na Universidade.” Dei de
ombros. “Não é importante para mim, mas é importante para ela. Desde então eu
pago cinqüenta dólares mensais.” Respondi e sorri, percebendo que algo nas minhas
palavras a perturbou.
“Ah, sei, comemorar conquistas não é importante para você.” Comentou

mordazmente. Eu não entendi seu humor.
Ela desceu do balcão, foi à geladeira, pegou umas frutas, enrolou no papel filme e
andou rumo ao quarto. Fiquei perdido, observando-a, mais uma vez perplexo com seu
modo ambíguo de se portar.
“Então você vem no meu e eu vou ao seu.” Emmett propôs. “Tem convite pra mim,
né?” Perguntou brincalhão ao perceber a obscuridade do momento.
“Lógico que tem. Você é minha família.” Disse devolvendo o tom divertido.
Rosalie, que estava comendo em todo o tempo calada, levantou-se e foi ao quarto da
Bella. Eu permaneci bebendo meu suco, tentando não dar relevância às alterações de
humor de Bella.
“Você é muito adiantado.” Emmett comentou. “Mal está se formando e já faz

mestrado. Tem que ser muito cabeção!”
“Eu procurei as pessoas certas também. Isso conta muito.” Pisquei, divertido.
“Ah, tá, e eu acredito em fadas.” Gargalhamos despreocupados, depois de uns

segundos ele olhou para a porta fechada do quarto da Bella. “O que está acontecendo
com ela?”
“Também estou tentando descobrir.” Respondi baixo, um pouco desanimado.
“Deve ser TPM. Mulher é complicada.” Revirou os olhos. “E ae, está fazendo as lições
de casa com a música?”
“Sim. Estou me dedicando muito. Tentando preencher o meu tempo.”
Bella POV
Foi praticamente impossível segurar a situação e me manter equilibrada. Por vezes tive
vontade de abraçá-lo e contar tudo, e assim, enfrentar o que viesse junto dele,
permitindo a nós dois ficarmos próximos e felizes novamente.
Porém, não demorou muito para me deparar com a realidade e deixar o medo se
apossar de mim. Medo que ele se frustre, que sua luta seja em vão. Logo, restou me
conformar com o que podemos ter, encontrando o meio termo em tudo, até mesmo
entre a omissão e a honestidade.
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Mas foi quando ele começou a falar sobre sua formatura, expondo seu desinteresse na
comemoração que eu me deixei chatear em saber que ele mesmo não estava vibrando
com as suas mínimas conquistas, quando eu renuncio ao nosso compromisso para lhe
proporcionar o alcance das várias conquistas que ainda virão, por isso desci do balcão
irritada e segui para o quarto, antes que eu não me controlasse e dissesse em voz alta
que ele deveria vibrar e comemorar cada uma delas, pois além do tempo gasto com
esse sonho dele, uma vida foi deixada para trás nesse tempo.
Lembro-me dos diversos meses que fomos privados um da presença do outro, das
diversas férias que não estivemos juntos, dos dias dos namorados que passamos
distantes, dos aniversários que fomos privados, e agora ele vem dizer que não liga
para a comemoração da conquista!
Ok, o motivo real da minha irritação não é o fato dele não ligar para a formatura, mas
sim a dor de saber que se eu não conseguir, terei que abandoná-lo com os seus
projetos e sonhos, nunca mais estando presente para comemorar os mínimos ganhos.
Aflita com a percepção, entrei no quarto, fechei a porta e deitei, olhando para o relógio
e esperando a hora de sairmos para a Universidade. Segundos depois a porta se abriu
e Rose entrou.
“O que você está fazendo, Bella?” Perguntou, fechando a porta atrás de si.
Eu não respondi e continuei deitada, olhando para cima.
“Eu não seria uma futura psicóloga se não tivesse sensibilidade aos acontecimentos ao
meu redor. Estou vendo o que você está fazendo, só não consegui entender os
motivos ainda. Ontem eu estudei o comportamento do meu irmão e o percebi
apreensivo e deslocado. Ele está infeliz, deixando de ser o homem seguro e confiante
que ele se transformou desde que vocês se uniram. Portanto, não o abandone agora.”
Suplicou, olhando intensamente para mim. “É inexplicável o que os Cullen fazem
conosco e a mudança que temos ao nos unir a vocês. Embora você não perceba, ele é
quase que dependente de você. Não tire o que ele tem, Bella.” Ela pegou a minha mão
e me forçou olhar para ela. “Não tire a nossa família dele. Não o deixe voltar à
introspecção que ele vivia antes de te ter.” Sua voz era implorativa, mostrando a
preocupação que ela tinha com o irmão.
“Eu não vou deixar isso acontecer.” Murmurei sem fé nas minhas próprias palavras.
“E, obrigada por se preocupar.”
Após me dar um abraço carinhoso, ela saiu do quarto e eu fui para o banheiro escovar
os dentes e lavar o meu rosto, a fim de expulsar a tristeza que queria me invadir.
Depois de uns segundos, levantei os olhos para o espelho e me deparei com os
familiares olhos verdes me fitando intensamente, certamente atrás de respostas para
a minha atitude lá fora.
Nem eu estava conseguindo entender meu comportamento instável deste início de

manhã. Eu estava fraca, era claro, em contradição ao tanto que eu já fui forte em lutar
por ele. Algumas vezes eu o recriminava por suas preocupações com o futuro e hoje
eu me encontrava no mesmo ponto que ele já viveu – medo do futuro.
Segurei o olhar, ainda vagando com os pensamentos, para então sentir um beijo em
meu pescoço.
“Eu te amo mesmo assim.” Disse aspirando ao meu perfume. Por um instante, eu
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fiquei pensando no significado de suas palavras, e me permiti fechar os olhos e sentir

o calafrio que percorreu a minha espinha com o calor de sua respiração no meu
pescoço. “Estou sentindo falta da minha Bella tagarela e sorridente... Tem como você
ir embora e trazer ela de volta pra mim.” Ele brincou manhosamente, ainda beijando o
meu pescoço.
Suspirei e me virei para ele, apoiando em seguida a cabeça em seu peito. “Tenho que
ir... Quer me deixar lá?” Desviei o assunto sem saber como lidar com isso, sem
conseguir domar a dor que se instalava em meu peito em vê-lo me suplicando assim.
“Tudo bem. Eu deixo.” Respondeu, frustrado pela minha fuga.
Ele me soltou suavemente e se colocou em frente ao espelho para arrumar o cabelo,

desistindo rápido e colocando um boné. Sentei na cama para esperá-lo e sorri com a
imagem do anjo despreocupado à minha frente, sem as responsabilidades que o
rodeiam e sem o poder americano que o atrai. Ali ele era simplesmente meu anjinho
com um sorriso encantador e com os olhos brilhantes.
Após escovar os dentes, ele pegou o frasco de perfume para esborrifar em si.
“Usa o outro.” Interrompi antes dele começar.
Ele ergueu uma sobrancelha em indagação, mas guardou o frasco e pegou o outro de
golfinho, com um meio sorriso no rosto.
“Faz tempo que você não me pede para usar esse.” Refletiu, aproximou-se e pousou a
mão em minha bochecha, ajoelhado em minha frente.
“Ele me trás a lembrança de por quem eu me apaixonei.” Fechei os olhos e exalei

suavemente o cheiro doce e infantil que vinha dele. Era uma mistura de lavanda, sol,
flores. Um perfume que ia ficar registrado pra sempre em minha memória.
Ele fez uma careta de dor e impaciência e segurou meu rosto entre as suas mãos. “Por
quê? Por que você precisa se lembrar do menino por quem você se apaixonou quando
você tem um homem apaixonado por você?” Ele insistia por respostas, seu desespero
era gritante.
“Por que a Bella daquela época e de tempos atrás não tinha medo do futuro e nem das
escolhas.”
Ele suspirou exasperado e afastou-se de mim, ficando em pé.
“São as minhas escolhas, não são?” Ofegou, jogando os braços no ar. “Você acha que
não se encaixa... É isso, não é?” Inquiriu impaciente, andou pelo quarto e jogou o
boné na cama, passando as mãos freneticamente pelos cabelos. “Pode falar a
verdade, mesmo que me magoe muito saber que você se sente assim com algo que
me faz bem.”
Irritada com sua suposição, encarei firmemente. “Eu não seria tão egoísta ao ponto de
te deixar por medo do desconhecido... Isso significaria que eu sou uma fraca.” Minha
voz saiu sombria sem que eu intencionasse, e ele sentou na ama.
O fato de ter que escolher palavras me deixava sem argumentos. Eu queria falar muito
mais. Queria dizer que com ele eu enfrentaria o novo, mesmo que o desconhecido
significasse a sua ascensão a um mundo onde existem sujeiras, chantagens, traições,
lavagem de dinheiro, armadilhas, jogos de influência, lutas por dinheiro e poder. E
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ainda sabendo desse lado da moeda, nada me impediria de apoiar o seu idealismo.
Como ele, eu sei que existe um lado bom, existem pessoas, iguais ele, que sonham e
buscam um mundo melhor, com uma sociedade justa. O meu único medo hoje é a
perspectiva de que eu seja o impedimento que o obstrui prosseguir.
“Não, Edward Evans. Eu não tenho mesmo problema com o seu futuro.” Disse
baixinho, com postura defensiva.
“O quê?” Ele se virou para mim com a expressão confusa. “De que você me chamou?”
“Edward.” Respondi imediatamente, sentindo um pouco de enjôo e tontura.
“Edward Evans, Bella. Por que me chamou assim?” Perguntou num fio de voz.
Imediatamente, coloquei a mão na boca assustada em tê-lo chamado assim. Eu tinha

repetido esse nome tantas vezes nessas duas semanas que eu devia ter ficado com
ele gravado em meu subconsciente...
Seria assim que ele se chamaria caso ele se casasse com ela.
“Er... É o nome que provavelm...” Interrompi ao ver seus olhos furiosos. Ele
aproximou, segurou meu queixo e me fez olhar para ele, com indignação.
“Não tem a mínima chance.” Disse com firmeza. “Para eu me chamar assim, eu teria
que me casar com uma Evans e desde que eu vou me casar com você, isso não tem a
mínima chance de acontecer.” Afirmou seguramente. “Esse nome nunca vai existir.”
Depois de proferir isso, ele olhou intensamente em meus olhos, com paixão, certeza,
e mais uma ponta de esperança foi plantada em meu coração ao vê-lo afirmar com
tanta veemência que iria se casar comigo, principalmente por estarmos em uma
situação indefinida.
Suspirei, mais uma vez tomando forças para lutar e repousei minha cabeça sob o seu
queixo, ainda sentindo sua respiração ofegante. Ele me abraçou protetoramente.
“Vamos.” Disse depois de um longo tempo de silêncio. “Acho que está na sua hora.
Emmett já deve ter ido.” Murmurou, novamente paciente, e beijou minha cabeça,
respirando fundo.
“Vamos.” Respondi peguei minha bolsa, engolindo o soluço preso, com meu estômago
revirando de ansiedade por sentir que estava nos matando.
Em silêncio, ele colocou o boné novamente na cabeça e se dirigiu a porta, abrindo e

me esperando. A quietude permaneceu durante o trajeto para a Universidade. Ele
colocou o cotovelo na porta e ficou pensativo, olhando para a rodovia. O único barulho
que estava presente entre nós era o ronco do motor na estrada.
Desde o momento que vimos um carro como esse pela primeira vez em uma rua, eu vi
os seus olhos brilharem de excitação. Parecia ser o tipo de carro que o agradava, com
a aparência séria. Por isso pedi para o meu pai comprar. Foi o carro que eu pensei ‘é o
nosso carro’. Estilo familiar. Ele se encaixaria perfeitamente a nós dois na Capital, pois
seria o seu carro de trabalho, que combinaria com os seus trajes oficiais. Um volvo
preto e discreto.
É lógico que eu não iria desfazer do outro quando me mudasse para Capital, até por
que, o outro é dele agora, além disso, é ideal para os passeios de fins de semana onde
poderíamos baixar a capota e curtir o sol.
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Suspirei nostálgica ao ter os pensamentos vagando no futuro que eu tinha planejado,

e logo senti a dor familiar abalando o meu peito, trazendo dúvida, então fechei os
olhos e encostei minha cabeça no banco, me deixando abater.
“Por que não conversa mais?” Sua voz foi quase uma súplica, tirando-me do estado
abstraído. O movimento do carro parou e eu senti sua mão acariciando meu rosto.
“Sinto sua falta.”
“Eu também.” Murmurei ainda de olhos fechados.
Ele se inclinou e sorriu, beijando o meu rosto. “Você também sente sua falta?”
Sussurrou com diversão e puxou meu rosto, beijando leve a minha boca.
Abri os olhos e olhei para ele. “Não, anjinho. Também sinto muito a sua falta.” Forcei
um sorriso e passei os dedos em seu rosto, matando a saudade de sua pele ao sol da
manhã.
“Adoro quando você me chama de anjinho.” Disse com um misto de timidez e manha,
e me beijou, forçando imediatamente passagem com sua língua.
Não era um desses beijos suaves de despedida na frente da universidade. Havia

conflito e paixão, com gosto de despedida. Eu devolvi o beijo, novamente ciente do
meu erro, porém com saudade, desespero. Segurei o seu pescoço e me puxei para
cima dele, sentando em seu colo.
Ele envolveu minhas costas e me apertou com um abraço de ferro, sem me dar
chance de fugir de seus beijos, ofegando e soltando sons abafados em minha boca.
Meu coração que já corria, batia furiosamente, sabendo que os dias seguintes
poderiam ser tortuosos sem sua presença em minha vida.
Ninguém no mundo entenderia o desespero que continha dentro daquele carro. Não
era simplesmente fome um pelo outro, era necessidade vital. Uma mão sua envolvia
os meus cabelos e a outra apertava as minhas costas. Enquanto minha língua era
acariciada, tirei o seu boné e afaguei os seus cabelos, carinhosamente.
“Eu preciso de você, amor...” Arfou, colocando os lábios em meu pescoço e me beijou
de um modo persuasivo.
Eu tinha que controlar minhas chamas se não em pouco tempo eu desistiria de tudo e
sem pensar reataria o compromisso que ele exigia para satisfação dos nossos desejos.
Ele colocou a mão dentro da minha blusa e me acariciou no seio por cima do meia
taça, lentamente, direcionando a boca à minha orelha.
Olhei seus olhos e eles queimavam, então voltei para os seus lábios e coloquei minha
mão em sua barriga, próximo ao botão da calça, já posicionando para abri-la.
“Ai, Bella, você está me deixando louco...” Ofegou. “São oito horas da manhã e
estamos no estacionamento da sua universidade.” Murmurou tomando ar, depois
voltou para o beijo e continuou com as duas mãos dentro da minha blusa, agora
apertando o mamilo.
Quase em combustão, passeei com os dedos dentro cós, procurando e achando quem
eu queria, e senti-o estremecer, quando o toquei na ponta, espalhando os fluídos de
sua excitação.
Imediatamente, ele finalizou o beijo, suspirou, jogou a cabeça para trás e acariciou o
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meu rosto.
“Você tem que ir. Vai se atrasar.” Disse com pesar, arfando. Eu sabia que aquilo
estava sendo uma tortura para ele.
“Você também.” Informei, recuperando meus batimentos normais.
“Eu ficaria hoje, mas eu tenho uma reunião.” Disse com desânimo. Eu nada disse,
somente encostei meu rosto em seu ombro. “Amanhã nos encontramos em Seattle.
Você me busca no aeroporto?” Perguntou hesitante, mostrando sua incerteza sobre o
dia de amanhã.
“Sim, eu te busco.” Respondi como se fosse óbvio.
“Você fica on-line hoje à noite?” Perguntou um pouco animado com a minha resposta
anterior.
Mostrei dúvida, pensando que se meus planos não dessem certos, estaríamos presos
aos costumes que nos maltratam com a falta de compromisso. “Por favor, devagar.”
Pedi cautelosa, preocupada em não matar suas expectativas.
“Ok. Não vou pressionar. E quanto a falar para o seu pai?” Perguntou reticente.
Parecia ter esperança que como nos ficamos, beijamos ou coisa assim, algo tinha
mudado entre nós.
“Não mudou muita coisa entre nós...” Eu disse cautelosa. “...Eu não posso dar cert...”
Abaixei a cabeça, deixando novamente a tristeza pela situação me abater.
“Entendi.” Ele me interrompeu beijando leve os meus lábios. “Vá logo que está
atrasada.” Ele me mandou ir, mas me abraçou forte, me impedindo de movimentar.
Alguns minutos se passaram, ele abriu a porta e descemos. Peguei meus materiais e
me virei para ele, que estava encostado no carro.
“Então tchau.” Me ergui para dar um beijo no rosto dele. “Até amanhã.” Sorri triste,
tentando acreditar que podia existir amanhã para nós.
Ele pôs o braço sobre o meu ombro, fechou a porta e acionou o alarme. Olhei
interrogativa para ele. “Eu vou lá com você.” Informou, caminhando ao meu lado.
“Não. Você já está atrasado. O avião do Senador não sai às nove e meia?” Perguntei
alarmada.
Ele deu de ombros e levantou o meu queixo, já parados na entrada principal.
“Eu pego o avião de meio dia, se isso significar mais cinco minutos com você. Eu
tenho ternos aqui. Vou direto para o Capitólio, se for o caso.”
“É desnecessário.” Relutei, passando o indicador na sobrancelha dele. “Nós nos

veremos amanhã... É difícil te pedir isso, mas fica calmo... Já ficamos longe antes...”
Disse meiga, ainda acariciando o seu rosto.
Ele se frustrou nitidamente pelas minhas palavras, mas me abraçou forte.
“Edward, leve os seus ternos e umas roupas que eu comprei pra você que está no seu
armário.”
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Ele ficou calado e sem reação, então eu completei ao ver o que ele tinha entendido.
“E deixe o terno de ontem que eu mando para a lavanderia, afinal não vai dar tempo
de você levar lá hoje.” Sorri docemente, incapaz de matar as esperanças do meu
anjinho ingênuo.
Ele relaxou e sorriu, balançando a cabeça. “Você comprou mais roupas?”
“Nada demais.” Dei de ombros. “Somente bermudas e camisetas.”
Ele sorriu e me abraçou forte novamente.
“Fico feliz. É sinal que a minha Bella teimosa e obstinada a me dobrar ainda está aqui.”
Ele me beijou várias vezes no cabelo e eu sorri. “Vou levar só os ternos. Bermuda e
camiseta eu vou deixar aqui. Afinal esse tipo de roupa é pra vida longe da Capital, e
vida fora da Capital eu só tenho com você.”
Suspirei pela determinação de suas palavras e deitei a cabeça em seu peito, com
humor e um sorriso.
“Tchau, minha Bella.” Ele beijou estalado e saiu rápido.
Eu já estava atrasada mais de trinta minutos, então decidi não entrar mais em sala
nesse horário. Sentei em um banquinho e abri meu celular. Imediatamente, escrevi
uma mensagem e enviei para Ryan, pedindo que ele me ligasse assim que estivesse
disponível, pois como era quinta-feira, com certeza ele devia estar em aula esse
horário.
Relaxei no banco e deixei o vento da manhã tocar o meu rosto. Eu já sentia falta dele,
era um vazio enorme. O medo do fracasso novamente me atormentava, medo de ter
que abandoná-lo de verdade, medo de ter que cortar laços e vínculos.
Eu queria ter esperança.
Fui tirada nos meus devaneios pelo meu celular vibrando na bolsa. Sorri ao ver quem
era, e a luz de esperança brilhou.
“Fala, Bella.” Era Ryan com a voz eufórica.
“Oi, amigo. Você não devia estar em sala?” Descontraí.
“Não. Estou na Califórnia. Vim ver a minha mãe.”
“Hum.” Murmurei, ainda tomando coragem para iniciar o assunto.
“Mas eu tenho certeza que você não me mandou te ligar urgente preocupado com a
minha vida escolar. O que quer?” Perguntou com humor.
“Você está certo.” Admiti chateada comigo mesma por só ligar para ele quando
preciso de algo. “Preciso de um favor... É um assunto delicado. Você está com tempo
e à vontade?”
“Pelo jeito é bomba. Pode falar. Eu estou sentado.”
“Bom. É sobre Edward...”
Disse tudo o que aconteceu desde o dia que Edward soube da pasta de dinheiro, das
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propostas do pai dele e por último dos e-mails que a irmã dele estava me mandando.
Ele ouviu atenciosamente, me interrompendo de vez em quando com palavras ‘é sério!
Não acredito!’.
“Nossa, Bella! Eu estou pasmado. Eu sempre percebi uma certa fixação da minha irmã
por ele, mas não imaginei que chegaria a esse ponto.”
“Eu lamento falar dela para você, Ryan. Mas é que eu estou sem opções.”
“E o que você quer de mim exatamente? Você tem um plano?”
“Não propriamente dito. Só queria que você ficasse mais próximo ao Edward, que
você o observasse. Além disso, acho que contando com a sorte, talvez você consiga
as gravações originais, pois você tem acesso ao apartamento da sua irmã e aos
computadores dela.”
“Bella... Eu vou te ajudar, mas eu quero adiantar uma coisa... Ela é minha irmã, eu
não devo prejudicá-la, colocar ela em juízo ou coisa assim.” Ele informou apreensivo.
“Eu sei. Você já estaria fazendo demais se me ajudasse em alguma coisa para livrar
ele dessa.”
“Ok. Já sei o que fazer. Daqui a pouco vou encontrá-lo e ver o que eu posso fazer.” A
conversa parecia estar sendo terminada. Ele se mostrava chateado com tudo.
“Ryan...”
“Fala.”
“Eu não quero que ele descubra.” Pedi.
“Por que, Bella? Vocês vão casar. Não pode haver segredos entre vocês.” Censurou
sério.
“Eu sei disso. Mas eu tenho um motivo para esconder.”
“Ok. Você quem sabe. Eu te dou as coordenadas no decorrer dos dias.”
“Outra coisa... Ela tem que acreditar que estamos terminados... Assim, eu tenho
esperança que ela mesma resolva se livrar das provas contra ele.”
“Eu acho meio perigoso o que você está fazendo... Está deixando ele de bandeja para
ela.” Alertou sem um pingo de humor.
“É o único jeito de afastar o perigo... E, eu lamento por envolver você, Ryan.”

Murmurei.
“Não se desculpe. Eu não estou chateado por ter me falado. Estou chateado por ser a
minha irmã, minha família. Minha mãe ficaria muito decepcionada em saber disso.”
“Então tá. Um beijo e obrigada.”
Desliguei e contei os passos até chegar a minha sala. Faltavam alguns minutos para o
início da próxima aula, logo eu ainda tinha alguns minutos para colocar as minhas
idéias em ordem.
Devagar, repassei mentalmente o que queria do Brandon e suspirei, dando lugar ao
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brilho de esperança que havia no fim do túnel.
Edward POV
Estacionei o carro da Bella na garagem já pedindo um táxi por telefone. Subi rápido
para organizar os meus pertences e desci, sabendo que o táxi já me aguardava na
entrada do prédio. Ainda cheguei uns minutos antes da decolagem, o Senador e seus
filhos não tinham chegado ainda. Então sentei em meu local habitual e abri o
notebook, interessado em adiantar uma resenha.
“E ae, cara! Que vício hein!” Ryan entrou e sentou ao meu lado, se referindo ao fato
de eu estar digitando.
“Bom dia pra você também.” Respondi bem humorado.
“Quero ter uma conversa séria com você.”
“Ah, é? Essa eu quero ouvir.” Cruzei os braços e sorri zombeteiramente dele.
“É sério. Estou interessado em pegar um pouco de prática na rotina política. Você por
um acaso está precisando de um assistente voluntário?” Perguntou com um sorriso no
rosto.
“Está brincando comigo, né?” Balancei a cabeça.
“Não. Já disse que é sério. Como eu resolvi ficar nessa carreira que escolheram para
mim, tenho que adquirir alguma experiência.”
Por uns segundos, estudei seu rosto e percebi verdade em suas palavras, mesmo que
ele mantivesse o tom bem humorado.
“Você não tem que falar comigo. Fale com o seu pai. Com certeza ele não vai te dar só
um cargo de assistente. Aliás...” Fechei o notebook. “Eu não estou te entendendo.
Você sempre fugiu dessa vida!”
“Tenho que encarar essa vida agora. Isso se eu quiser ficar perto da minha Sô. O que
você acha da idéia de ter um assistente?”
“Eu não preciso de...” Fui interrompido antes de concluir.
“Tá, cara, eu sei que você não precisa. Mas eu preciso aprender alguma coisa e
ninguém melhor que você para me ensinar. Eu pensei em ir para o gabinete do pai da
Sô, mas seria uma afronta ao meu velho. Então preferi a paz.”
“Tudo bem.” Assenti ainda achando estranho.
“Então eu vou estar lá sempre às sextas.”
“Já quer vida mansa, hein!” Brinquei e empurrei a cabeça dele.
“Alivia pra mim, chefinho.” Ele brincou com ironia.
“Pelo amor de Deus, não me chame de chefinho. Basta James no meu pé!” Fingi
indignação e ele gargalhou.
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“O que é tão engraçado?” Ashley entrou no avião e perguntou interessada, ao ver nós
dois sorrindo.
“Temos um novo assistente.” Informei ainda bem humorado e apontei para ele.
“Ah, é?” Ela debochou. “Resolveu fazer alguma coisa na vida?”
Ryan olhou sério para ela, repuxou os lábios em uma careta de reprovação e entrou
no gabinete no piloto, deixando nós dois sozinhos.
Abri o computador novamente e coloquei sobre minha perna, voltando a digitar.
“Vocês terminaram de vez?” Ashley perguntou, apontando curiosamente para a minha

mão que não tinha mais a aliança.
Olhei para o meu dedo e senti o choque da realidade ao ver o lugar vazio, enfeitado
somente com a marca de sol.
“Ashley, não me faça ser mal educado. Eu já disse que não quero difundir assuntos
pessoais.” Não escondi a minha irritação com a abordagem do assunto.
“Eu não sei por que você nega. Ryan me confirmou agora a pouco.” Insistiu no
assunto com tenacidade.
“O Ryan?!” Exclamei desacreditado, tirando os olhos da tela e olhando em direção a

ela. “Como o...” Fechei a boca antes de concluir a frase.
“Foi ela quem disse para ele.” Completou com um dar de ombros.
Suspirei chateado, levantando mentalmente do por que Bella ter falado para ele, além
disso, perguntando-me o porquê do Ryan ter falado para a irmã dele. Geralmente ele
não conversa muito com ela...
“Você gosta muito dela, né.” Não foi uma pergunta, pareceu um lamento por notar
minha expressão descontente com a informação.
Um turbilhão de emoções rondava a minha mente. Eu queria gritar para o mundo o

quanto eu a amo, o quanto para mim só existe ela de mulher, o quanto ela me
completa. No entanto, só de pensar que ela revelou a alguém sobre nós, o sofrimento
pungiu em minhas células, pois o simples fato dela ter falado mostrava a sua certeza.
Ashley continuou estudando o meu rosto e eu me sentia mal em saber que ela tinha
sentimentos por mim, encontrando esperança no fato de eu estar distante da Bella. Eu
queria desencorajá-la, e eu não via mais nenhum outro método de fazer isso que não
fosse expor os meus sentimentos verdadeiros pela Bella.
“Sim. Ashley. Eu gosto demais dela. Ela é minha vida. Não sei se você vai entender,
mas ela não é só a mulher com quem eu ia casar, ela é minha família, minha ponte
para a felicidade. Com ela eu me sinto são, vivo. Longe dela eu sou só um zumbi, uma
máquina programada em estado de stand by.” Disse firmemente, sentindo uma alegria
repentina em conseguir expor tão livremente um sentimento tão intenso.
O Senador e um deputado sentaram-se nas cadeiras ao lado direito do avião e

apertaram o cinto. Em seguida o avião decolou. Ela desviou os olhos do meu rosto e
abaixou o olhar.
“Não existem mais homens como você.” Murmurou em voz baixa.
1295 de 1595 26/05/2011 20:45

Suas palavras me pegaram de surpresa e me fez pensar na resposta.
“Foi ela quem me fez assim. Ela me amou primeiro e me transformou.” Sorri com as
lembranças que essas palavras trouxeram. “Ela não encontrou um namorado perfeito.
Ninguém encontra.” Eu estava me sentindo a vontade com a conversa, fechei
novamente o notebook e relaxei no banco, intencionado a me distrair um pouco. “Mas
e você? Tem alguém?” Dei ensejo a uma conversa normal. Talvez fosse bom. Não era
possível que uma garota como ela estivesse somente esperando por um sentimento
platônico.
Ela hesitou, parecendo surpresa com minha pergunta inusitada. Olhei para as cadeiras
ao lado e o Senador nos observava por baixo dos óculos. Parecia ter relevante
interesse no assunto, embora estivesse com um jornal em sua frente.
“Er... Eu sempre tenho alguém, mas nunca ninguém de verdade. As pessoas do meu
mundo não são como você. Eu nem sabia que existia homens como você até aquele
dia na minha casa.” Ela interrompeu e olhou para o seu pai, que desviou o olhar em
direção ao jornal. “No começo eu achei que a sua rejeição tinha a ver com a minha
aparência, mas depois eu vi que era a sua personalidade. Isso me deixou mais
intrigada. Então eu fiquei decepcionada ao descobrir que você era único e que, além
disso, ainda tinha dona. Eu já até fiquei me perguntando se você era sério e fiel assim
por ser um rapaz do interior.” Ela deliberou baixo, movendo as mãos nervosamente,
parecendo estar em confissão.
Embora a conversa involuntariamente estivesse acabado comigo no centro, eu estava

gostando de descobrir o motivo da fixação dela em mim.
“A minha avó diz que sou igual ao meu avô.” Sorri, gentilmente.
“Você está fazendo mestrado, né?” Ela desviou rápido o assunto. “Qual vai ser a sua
defesa?”
Sua pergunta me trouxe surpresa, mas me senti a vontade em expor as minhas idéias
para alguém.
“Bom, a defesa está ligada a uma interconexão de movimentos sociais, cultura e

política. No geral, sobre assuntos sociais; a expansão da cidadania; processo de
formação de valores, opinião e atitudes; ação política e subjetividade.”
No restante do trajeto conversamos sobre visão geral de política. Onde ela expressou
suas opiniões, baseadas em sua área de atuação, relações públicas.
Ela mostrou que existe um ser pensante por trás da mimada Evans. Logo, as duas
horas de vôo decorreram rápido.
Carlisle POV
A tensão estava no ar daquela sala. Ainda que eu estivesse tentando me manter

calmo, ver o garoto passar por mais esse tratamento me deixava apreensivo quanto
ao resultado.
“Vou explicar em uma linguagem menos científica.” A enfermeira chefe se colocou

entre nós quatro e começou a explicar. “A medula óssea do garoto será destruída por
completo, então ele ficará susceptível a ataques externos em seu organismo, por isso
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ele ficará no isolamento por duas semanas com uma dieta equilibrada.”
“Só faltava essa! Agora vou ficar amarrado em uma cama duas semanas?!”
Resmungou o garoto, completamente insatisfeito.
“Fica quieto, Jazz. É para o seu bem.” Alice chamou a sua atenção, mas passou o
dedo carinhosamente em seu cabelo.
“Quanto ao senhor, já está dispensado.” Ela se dirigiu a mim. “Nesse papel aqui tem
as precauções quanto aos procedimentos pós-doação. É um procedimento parecido
com o da doação de sangue.”
“Sim, senhora.”
“O garoto já pode descer para a sala de procedimentos.” Informou e ficou esperando.
Alice e Jasper ficaram sentados, sem se movimentar. Eles se abraçaram por minutos,
com pesar em seus semblantes, deixando nítido o sentimento que os envolvia. Eu
queria ter forças e ser menos egoísta, facilitando assim a vida da Alice, mas eu ainda
me encontro apegado ao título e magoado com o fato. Vejo com essa atitude o quanto
estou sendo hipócrita em ter criticado a atitude de Esme, quando estou agindo da
mesma forma, protegendo os meus receios com a desculpa de estar resguardando
minha filha.
Abracei Esme, que estava aflita em deixar o filho aqui, e continuei olhando para as
duas crianças a minha frente. Imediatamente, afaguei o seu rosto, agradecido por ter
encontrado o bom senso e ter perdoado o seu ato, alcançando a paz.
A enfermeira apareceu na porta novamente, mostrando impaciência em esperar, então

Alice sussurrou baixinho algo que eu penso ter sido eu te amo e eles se abraçaram
novamente.
Senti uma dor pela minha covardia e decidi que eu não tinha mais como aceitar a
situação. Nessas duas semanas de descoberta de paternidade do garoto fiquei preso
ao meu estado de inércia com os acontecimentos e não me movimentei, mas na
primeira oportunidade que tivesse conversaria com os dois.
“Amanhã você poderá ficar com o seu namorado.” A enfermeira disse com Alice.
“Ele é meu irmão.” Alice murmurou baixinho e soltou do abraço do Jasper. “Vai, Jazz,
você vai ficar bem.” O garoto se despediu e entrou no corredor.
Por volta de nove horas estava deitado no sofá assistindo o jornal e o meu telefone
tocou. Era Bella.
“Oi, pai. Acabei de chegar ao aeroporto. Tem como o senhor vir me buscar?”
“Hmm, estou cansado. Posso mandar Alice?”
“Não, pai. Eu quero o senhor.” Disse com certa urgência.
“Ok. Estou indo.” Não consegui negar ao tom carente e suplicante que ela teve na voz.
Em menos de quinze minutos eu já me encontrava no estacionamento do aeroporto.

Ela entrou e beijou o meu rosto.
“Por que veio hoje?” Perguntei dando a partida no carro.
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“Eu precisava conversar com o senhor.” Respondeu com a voz triste.
“Ah, é? Está com a carinha desanimada. O que foi?” Soltei uma mão do volante e
passei os dedos em seu rosto.
“Acordei muito cedo hoje. Estou desgastada. Pai, tem como o senhor não ir para
casa? Estou morrendo de vontade de comer...” Pediu com tom manhoso.
“O que quer comer?”
“Fritas e bife.”
“Hmmm, parou com a dieta da noiva, é?” Sorri e ela deu um sorriso forçado.
Percebi que ela não estava para conversa e dirigi rápido para o restaurante. Talvez
fosse o mau humor que dá em mulher quando elas estão com fome.
Entramos e fizemos o nosso pedido.
“Não vai melhorar essa carinha não, filha?” Atravessei a mão na mesa e peguei uma
mecha do seu cabelo.
“Pai... temos que cancelar o casamento.” Disse sussurrado.
“Por quê?” Assustei com a informação repentina.
“Por que Edward entrou numa fria...”
Ela explicou os detalhes dos acontecimentos e eu fiquei atordoado com o caminho que
ela se obrigava a seguir. O pesar pela separação dos dois não ficou oculto em meus
olhos, pois eu já considero o garoto como seu companheiro, e a situação toda era
deprimente.
“Filha, não precisava ter terminado tudo. Existem meios de resolver isso sem ter
tomado essa medida drástica.” Argumentei. “Por que não enfrentam a situação
juntos?”
“Ah, pai, desde que eu conheço Edward que ele luta por esse sonho dele. Eu queria
ajudá-lo a conseguir, não impedir que ele alcance.” Respondeu com desânimo.
“É só isso, Bella? Ou tem mais algum motivo escondido?”
Ela começou a estalar os dedos freneticamente. Era perceptível que queria se abrir.
“Fala filha. Eu não vou poder te ajudar se não souber o real motivo de não se abrir
com ele e enfrentar isso juntos. Você sabe mais do que eu como a omissão de
palavras estragam a nossa vida.” Argumentei, insistindo por uma resposta plausível.
A garçonete serviu o seu jantar e ela começou a comer as batatas.
“Pai, Edward é tudo pra mim, mas eu sempre me senti em uma corda bamba com ele.
E não é com relação a mulheres, eu sei que sou única pra ele, mas é com relação às
escolhas dele. O senhor lembra quando ele pensou que eu estava grávida? Ele ficou
nove dias sem me ligar por que estava indeciso quanto ao futuro dele... Eu não gosto
de pensar nisso, mas eu não me vejo como prioridade... Se ele tivesse hoje que ir
para o Haiti, ele não se importaria em me pedir opinião. É lógico eu o acompanharia
em tudo na vida dele, pois eu o amo, mas são por esses motivos e por saber que
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entrei na vida dele por um acaso, que eu não quero forçar um futuro incerto para ele.”
“Você falou, falou e não disse tudo.” Agucei o olhar, estudando o seu rosto.
Ela suspirou e parou de mexer no prato, deixando quase tudo.
“Eu não quero falar. É uma coisa constrangedora... Egoísmo.” Disse embaraçada.
“Eu sei, Bella, o seu por que. Eu também o acho uma incógnita. Ele é muito
determinado e eu também tenho a mesma dúvida que você tem.”
“Pode ser que o senhor saiba mesmo...” Deixou os ombros caírem.
“Eu te conheço. Você não consegue dissimular suas opiniões.”
“Então o senhor me entende. É por isso que eu não quero forçar a situação para ele.
Por isso eu não quero falar.”
“Ok. Eu vou te ajudar. Você tomou a atitude certa em pedir ajuda ao irmão dela. Eu
vou entrar em contato por precaução com algumas pessoas, para que caso isso venha
a público tenhamos como enfrentar a situação.”
“Isso só vai vir a público se eu estiver com ele. Ela deixou isso claro. Então eu não vou
me arriscar. Eu estou contando que Ryan vai conseguir encontrar as gravações e
documentos, assim, ela estará neutralizada e eu posso reatar com ele. Mas se ele não
encontrar, eu vou desistir e deixá-lo seguir o seu caminho.” Afirmou determinada e,
por um instante, eu me perguntei quando foi que ela ficou tão adulta.
“É sério que você vai fazer isso? Então por que quer falar com os Routh? Isso é sinal
que você quer encontrar possibilidades de enfrentar a situação.” Perguntei
desconfiado. Ela mordeu os lábios com um pequeno sorriso.
“O senhor está certo... Eu quero me cercar de chances de permanecermos juntos.”

Disse com uma ponta de esperança.
“Tudo bem. E como vocês dois vão ficar nesse meio tempo?”
“Ele disse que não vai desistir de mim, sinal que não vai ceder às investidas dela. Pode
ser que tudo demore meses, mas eu não quero perder a esperança.”
“Tudo bem. Então semana que vem eu resolvo questões do cancelamento do

casamento.” Tentei esconder a minha insatisfação em ter que publicar nota no jornal
informando do rompimento dos dois.
“Pai... Ele queria falar pessoalmente, mas acho que ele está sofrendo muito com isso.”
Disse ela em tom triste. “Isso não quer dizer que ele não é homem.”
Eu sorri do garoto. Era interessante que ainda existissem pessoas metódicas como
ele.
“Foi bom ouvir de você. Eu não iria ficar muito feliz se ele viesse me informar, até por
que eu não saberia o real motivo.”
Paguei a conta e levantamos, em seguida a trouxe para baixo do meu braço enquanto
saíamos.
“Você está sendo muito corajosa em se arriscar assim. Mas vai dar tudo certo. Se ele
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te merecer, ele irá fazer as coisas certas.”
Edward POV
Sexta.
O fato de ter uma pessoa a tarde toda em minha companhia contínua foi interessante,
fez com que o ócio da tarde não cedesse lugar à minha solidão. Ryan primeiro deu
vista a uns documentos que compõe a minha rotina, depois lhe expliquei o
funcionamento da casa e as responsabilidades de cada um dos componentes do
gabinete.
Já era fim de tarde e, como estávamos em fim de ano, havia muitas leis para serem
aprovadas, logo o Senador passava a maioria do seu tempo em plenário,
principalmente às sextas feiras, então isso me deixava completamente livre.
Terminei a minha rotina, e ainda faltavam duas horas para o horário do meu vôo para
Seattle. E como ia direto do Capitólio, resolvi passar o tempo elaborando um discurso
para o Senador em apoio a uma família que teve a filha seqüestrada.
Usava meu notebook, já que Ryan resolveu invadir o pc da minha sala, mas fui
interrompido por Ryan. “Edward, vamos fazer algo para matar o tempo?”
“Não, Ryan. Eu trabalho aqui. Você é voluntário, pode ir embora se quiser.” Respondi
e continuei digitando.
“Pô, cara, relaxa um pouco! Você é muito caxias. Vamos jogar em rede o joguinho do
seu irmão. Eu tenho a assinatura.” Insistiu.
“Eu não sei jogar.” Respondi, mas levantei o olhar pensando na idéia. Seria bom
aprender a fazer coisas diferentes para me distrair. “Ok. Explique-me.” Pedi e me
levantei, indo para o computador que ele estava.
Ele explicou o funcionamento do jogo e chamou alguém que estava on-line para jogar
comigo. Não foi difícil e eu estava gostando.
“Tô indo, gente.” Ashley apareceu na porta e sorriu para nós dois. “Quero ver quanto
tempo Ryan vai agüentar essa vida.” Ela brincou.
“Ah, maninha, não vê que eu quero ficar perto da família.” Ironizou. “Mas, falando em
família, você podia me convidar para um jantarzinho mexicano no seu ap. hoje à noite.
Tô morrendo de saudade da comida da Jô. Vamos lá, Edward? A comida dela é ótima.”
Ryan se virou para mim, e ambos ficaram esperando uma resposta.
“Não, eu...” Passei a mão no cabelo querendo escapar, desentendido do por que do
Ryan ter me colocado nessa fria. “... Estou indo para o estado de Washington daqui a
pouco. Meu irmão passou por um procedimento cirúrgico e eu vou vê-lo.”
Um brilho contente apareceu no rosto da Ashley e ela sorriu de canto.
“Então você iria se não fosse isso?” Inquiriu aproximando da minha mesa.
“Eu poderia ver.” Respondi desconcertado, completamente sem certeza.
“Então está marcado.” Ela sorriu com triunfo e eu abaixei o olhar, ainda descrente de
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como eu tinha entrado nessa. “Qual o melhor dia?”
“Segunda.” Ryan disse “Eu estou morrendo de vontade. Ah, eu vou levar a Sô.” Avisou
animado.
Olhei para ele ainda espantado em como ele estava levando aquela idéia adiante com
tanta empolgação, quando ele não era muito próximo da irmã.
“Não conta para o meu pai que eu estou recebendo a sua namorada lá.” Ela sorriu e
deu as costas. “Até segunda então.”
“Ashley, o seu pc tem senha?” Ryan perguntou. Ela parou e arqueou a sobrancelha.
Ele explicou. “Vou ficar aqui até as sete com Edward e nós vamos jogar em rede.”
“Podemos jogar no notebook.” Eu disse apontando para a mesa em que o notebook

estava.
“Não. O notebook não tem teclado ergonômico e é desconfortável. Eu fico sem tato
para jogar.” Negou, fazendo careta.
“A senha é Pink.” Informou despreocupada e saiu.
“Ok. Até segunda na sua casa.” Ele sorriu exultante. Eu sinceramente não entendi sua
animação quando ele foi para a sala dela. Joguei em com ele, depois de um tempo
resolvi ir embora, tencionado a chegar com tempo no aeroporto. Ryan permaneceu no
gabinete jogando no computador da irmã dele.
Ele estava tendo umas atitudes muito estranhas de ontem para hoje, nada de seu
costume comum. Porém, podia ser que ele tivesse resolvido ter alguma
responsabilidade mesmo.
Logo que o avião pousou em Seattle, andei rápido até a saída principal. Estava ansioso
por encontrá-la e por saber notícias do nosso irmão. Parei em frente à saída e lancei
os olhos em várias direções procurando por ela, não a encontrando.
Sentei em um banco na sala de espera e abri o meu celular para ligar para ela.
“Oi, Edward. Chegou faz tempo?” Era Carlisle que chegou antes que eu apertasse a
tecla send.
Fechei o celular e levantei para pegar na mão dele. “Tem uns cinco minutos.” Olhei por
cima dos seus ombros. “Cadê Bella?”
“Ela teve um compromisso e pediu que eu viesse.”
“Ah...”
Acompanhei-o até o estacionamento com os pensamentos longe, querendo saber que

compromisso em plena sexta feira a noite teria impedido ela de ter vindo me buscar.
Ok, sei que não devo cobrar muito dela, mas ontem mesmo ela disse que viria, e
como hoje ela não apareceu, me deixou um pouco decepcionado.
“Como estão as coisas por aqui? Jasper está bem?” Perguntei logo que chegamos ao
carro.
“Sim, ele está bem. Ele teria que ficar no hospital, mas eu dei um jeito de trazê-lo para
casa e contratar umas enfermeiras. Imagine como ficar no hospital seria ruim para o
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garoto. Ele é muito inquieto.” Ele informou com o semblante feliz. “E você? Como está
a vida em Washington D.C.?
“Está boa.” Ele queria conversar, mas eu estava desanimado.
“Qual o nome do Senador que levou aquele seu projeto das universidades adiante?”
“Feinstein, Joseph Feinstein. Em três meses as leis entram em vigor.” Meu humor se
estabilizou automaticamente ao falar nesse assunto.
“Interessante. Como funciona a aplicação dessas leis?”
“Parece que a proposta será aberta a público e as ações das estatais serão colocadas
a disposição.”
O caminho se seguiu, e a vontade de introduzir o tema sobre eu e Bella era

incontrolável, eu queria conversar. Todavia eu não encontrava um meio de abordar o
assunto sem me abalar, não estava à vontade ainda, então procurei introduzir sempre
assuntos distintos.
“Como você está?” Carlisle perguntou assim que estacionou em frente a um grande
bar, cheio e com uma área externa enorme.
“E-eu estou bem.” Vacilei na resposta, tentando decifrar o sentido da sua pergunta.
Pelo seu olhar aguçado eu percebi que ele sabia de algo. “Por quê?” Eu quis saber.
“A Bella me falou sobre vocês.” Informou, olhando contemplativo em meu rosto.
“Falou?” Foi uma reflexão alta.
Mais indagações se fizeram em minha mente naquela hora, mágoa e tristeza se

fixavam novamente em mim. Toda a sombra de esperança que ela me deu ontem de
manhã se dissipou ao ver o quão obstinada ela estar em manter o rompimento. Agora
ela já tinha falado para Ryan e para o pai.
“O que ela disse?” Perguntei desgostoso.
“Que terminaram.” Disse como óbvio.
Suspirei e aceitei a ocasião, buscando manter a postura em tratar sobre o assunto.
“É isso... Eu mesmo queria falar com você, mas já que ela se adiantou.” Deixei a
descrença me abater e encostei minha cabeça ao vidro, olhando sem um ponto, em
direção ao bar.
“Você vai deixar por isso mesmo?” Ele ergueu uma sobrancelha desafiadoramente.
“O que eu posso fazer, Carlisle? Só me resta esperar.” Eu estava miseravelmente

derrotado, sem conseguir esconder minha frustração por isso.
“Eu acredito que o momento para ela é de impasse. Ela está confusa e o
relacionamento de vocês é muito cheio de escolhas. Ela precisa tomar decisões...” Ele
parecia saber de algo que eu não sabia, mas estava escolhendo as suas palavras. Mais
incógnitas agora.
Instantaneamente, avistei um casal saindo de uma parte isolada do bar que me
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chamou a atenção. Era impossível não reconhecer. Voltei meus pensamentos para as
últimas palavras do Carlisle.
‘Impasse... confusa... tomar decisões’.
A situação de fato caiu como uma bomba em minha mente quando associei as ações
de Bella, suas palavras e as declarações do seu pai.
A inquietação agitou o meu corpo e minha vontade era sair imediatamente dali. Só
podia ser realmente outra pessoa para ela ter que fazer escolha, como eu suspeitei no
dia anterior.
“Podemos ir embora, Carlisle?” Pedi, sabendo não estar apto para enfrentar a
situação.
“Não. Bella está te esperando. Sua mãe também está aqui. É aniversário da diretora
do RH do jornal.” Explicou e abriu a sua porta, não me dando chance de dizer não.
Desci do carro completamente deslocado. Eu não tinha mais noção de como me

comportar frente a ele daqui em diante, pois não havia motivos para ficar próximo a
Bella se estávamos ‘terminados’.
Continua...
N/B: Comentário sem comentário... hehehe essa fase é mto triste... quero mais Bia!
Que venha o próximo. Bjs e até... Kerima
Notas Finais:
N/A:oI!!!O Outro está vindo!!!bjsMandem reviews
1303 de 1595 26/05/2011 20:45

Capítulo 52- Escolhas 2 escrita por BIA BRAZ

N/A: A música foi uma leitora que me enviou, ela é linda.
Avril Lavigne - When youre gone
http://www.youtube.com/watch?v=kxLbNA6GHVw
Capítulo 52 - Escolhas (2)
Bella POV
Após conversar ontem com o meu pai, fiquei um pouco mais determinada, por isso,
hoje liguei à tarde para Brandon e avisei que queria falar com ele a noite na
comemoração do aniversário da Rafa. Logo que cheguei, dei um tempo e o chamei em
um canto, aproveitando que ainda não tinha chegado todo mundo. Expus a situação
do começo ao fim e ele me ouviu atentamente.
“Então, para todos os casos, vocês estão terminados.” Ele refletiu.
“Por enquanto sim.” Respondi repuxando os lábios, com insatisfação.
“Ele é um cara de sorte e ao mesmo tempo burro.” Ironizou.
“Ai, ai, Brandon, por que está falando isso dele?” Perguntei com diversão.
“Burro por insistir nessa vida que ele escolheu quando ele poderia viver o sossego de
Seattle com você, e sortudo...” Ele deu um sorriso cínico. “Por que mesmo sendo
burro você gosta dele.”
“Ele não é burro. Ele é um príncipe e eu o adoro.” Defendi com humor e ele sorriu.
Brandon conseguia me fazer sorrir com as suas indiretas insistentes.
“Tá. Então você já disse o que quer de mim futuramente, caso o plano de vocês não
dê certo. Mas e por hora, o que quer de mim para ter me procurado com tanta
urgência?”
Expliquei o que queria dele de imediato, como válvula de escape, e ele ficou admirado
do que eu sou capaz para manter Edward em segurança.
“... Eu quero protegê-lo. Ela é meio obcecada por ele e eu tenho certeza que ela não
vai engolir a idéia por muito tempo de que nós estamos separados, afinal, ele disse
que continuará indo me ver na Califórnia, e eu não vou negar isso a ele. Porém, eu
preciso de opções.”
Ele ficou um tempo calado, depois balançou a cabeça. “Eu que não queria estar na
pele dele nesse momento. Vamos voltar para a mesa.” Ele levantou e apoiou a mão
nas minhas costas, me conduzindo até a mesa onde nossos colegas estavam.
Olhei para o relógio e fiquei preocupada, pois já passavam das onze e meu pai não
tinha chegado ainda com Edward. Geralmente o vôo do Edward chegava às dez e
meia, e o percurso até aqui não seria mais que dez minutos.
1304 de 1595 26/05/2011 20:45

Sentei ao lado da Esme e me pus a par das conversas na mesa, depois de um tempo
Esme cochichou em meu ouvido. “O Edward chegou, Bella.” Eu direcionei os olhos
para a entrada, encontrando os seus olhos caídos. Ele se aproximou, sem ânimo.
“Boa noite.” Cumprimentou todos da mesa e veio em nossa direção, dando um beijo
no rosto da Esme e depois no meu.
“Senta aqui.” Apontei uma cadeira ao meu lado.
“Não. Vou lá ao bar primeiro.”
Eu não questionei. Ele devia estar sentindo um peixe fora d’água perto do pessoal do
jornal. Voltei meus ouvidos para as piadas que eram contadas na mesa, mas não tirei
os olhos dele, que se sentou em uma banqueta, com os braços colocados sobre o
balcão e um copo de drinque sendo levado lentamente até os seus lábios.
Fiquei me perguntando por que ele estava assim, se ontem estávamos bem quando
ele saiu da universidade. Não entendi a sua frieza e nem o fato dele não ter me
chamado para ir com ele para o bar.
Resolvi deixar a mesa e ir para perto dele.
“Está tenso hoje?” Fiquei em pé ao lado dele e coloquei o queixo em seu ombro.
“Um pouco.” Respondeu e bebeu todo o drinque de seu copo de uma vez.
“Com o que está preocupado?”
Ele se virou para mim e passou os dedos em meu rosto. Seus olhos estavam
derrotados. Mostrando uma luta interna.
“Hoje faltaria um mês.” Informou infeliz, e se virou novamente, ficando de costas para
mim.
Eu fiquei sem palavras e sem ações diante da dor que suas palavras lançaram em
mim. Todo o desejo de lutar e enfrentar se abalava com o nosso sofrimento tão
gritante. Durante alguns momentos eu me sinto entorpecida com tudo, tentando não
pensar no que está acontecendo. Mas quando vejo a sua dor diante dos meus olhos, a
dor em mim é duplicada e o buraco no meu peito fica enorme. Ele suspirou e levantou.
“Eu estou cansado. Vou pedir um táxi e ir embora.” Informou, colocando um dinheiro
sobre o balcão.
“Espera um pouco que eu vou com você. Eu comprei um presente para a Rafa e vou
dar na hora que o pessoal cantar parabéns.” Pedi carinhosamente.
Ele colocou a mão entre meus cabelos e beijou demoradamente minha testa.
“Depois você vai com o seu pai. Eu realmente estou cansado e quero ir ver o meu
irmão. Tchau.” Ele me soltou e andou rápido até a saída.
Fiquei parada onde estava, admirada com o fato dele ter ido assim. Ontem ele estava
esperançoso e carinhoso e hoje ele estava distante e vencido. Isso me deixou
confusa.
Pensativa, voltei para a mesa sem graça, pensando em que explicação dar pela sua
saída repentina. Porém as pessoas foram discretas e não tocaram no assunto, me
dando espaço para pensar.
1305 de 1595 26/05/2011 20:45

Os minutos restantes foram como se eu não estivesse ali. Eu fiquei anestesiada, presa
em meu mundo. Olhava em todo o tempo as horas torcendo que meu pai fosse
embora rápido.
Duas horas depois, cheguei em casa e subi rápido, encontrando a porta do Jasper
semi-aberta, com ele dentro. Curiosa, encostei ao lado de fora para ouvir o que
conversavam, pois eu não podia entrar sem antes me livrar das roupas que eu estava
usando na rua.
“Não foi nada. Você acredita que mataram a minha medula cancerígena e eu estou
com a medula do meu pai agora em mim?” Era a voz do Jasper que se arrastava.
“Mas você está bem?” Edward perguntou, mostrando sua preocupação.
“Sim. Só um pouco noiado.” Jasper riu.
Saí da porta e fui ao meu quarto tomar banho e vestir roupas limpas. Terminei o
banho e me dirigi ao closet, observando que os itens dele não estavam em seu lugar
de costume. Nem o chinelo, nem desodorante, nem o perfume.
Meu coração cortou ao perceber que ele deveria ter ido buscar. Além disso, o banheiro
não tinha sinal de banho recente, sinal que ele não tinha tomado banho em meu
quarto.
Com o coração bombeando em frenesi de medo, sentei na cama e senti as lágrimas

querendo correr pelo me rosto. Saber que estávamos perto fisicamente e longe
emocionalmente estava massacrando o meu coração. Um medo muito maior tomou
conta de mim... Ele parecia querer desistir em menos de dois dias que ele disse que ia
lutar de volta.
when you're gone- Avril lavigne
Eu nunca pensei que eu precisaria tanto de você quando chorasse

E as horas parecem anos quando eu estou sozinha
E a cama aonde você dorme, fica arrumada do seu lado
Quando você vai embora eu conto os passos que você dá
Você percebe o quanto eu preciso de você agora?
Quando você vai embora os pedaços do meu coração sentem a sua falta
Quando você vai embora o rosto que eu conheci também me faz falta
Quando você vai embora, se vai as palavras que eu preciso ouvir para conseguir
passar o dia e fazer tudo ficar bem...
Eu sinto sua falta

Eu nunca me senti assim antes
Tudo o que faço me lembra você
E as roupas que você deixou
Estão jogadas no chão
E elas tem o seu cheiro
Eu adoro as coisas que você faz
1306 de 1595 26/05/2011 20:45

Nós fomos feitos um para o outro

Para ficarmos juntos para sempre
Eu sei que fomos
Eu só quero que você saiba
Tudo o que eu faço me entrego de corpo e alma
Até perco a respiração
Eu preciso saber que você está aqui
Comigo
Eu sinto a sua falta
Suspirando, vesti uma camisola de seda, coloquei o hobby por cima e deitei na cama.
Eu precisava tomar coragem para me colocar em frente a ele e pedir alguma
explicação para a sua mudança de atitude de ontem para hoje. No entanto, por mais
que eu tentasse me convencer a ir, não me via com direito de fazer perguntas quando
fui eu quem expulsou ele da minha vida sem dar explicações.
Respirei fundo e, sem pensar, me levantei e saí rápido do quarto, pois se eu ficasse
muito tempo ali dentro, só iria perder as forças.
Determinada, atravessei o corredor e a porta do Jasper ainda estava semi-aberta,

então deixei minha sandália do lado de fora, calcei o sapato de isolamento que estava
em uma caixa na porta, coloquei a touca e entrei de fininho.
Os três perceberam a minha presença e viraram o rosto para mim quando aproximei
da cama.
“Que foi, Bella, que você está sonsa?” Jasper perguntou, lutando contra moleza.
“Eu não estou sonsa.” Rebati carinhosamente e deitei ao lado dele, no lado oposto da
Alice.
Acariciei o cabelo dele e não olhei em direção ao Edward. Alice também o acariciava,
enfiando os dedos no cabelo dele com o semblante aliviado.
“Morre de inveja, Edward. Elas me mimam demais. Duas gostosas me alisando!” Ele
olhou para Alice e sorriu triste. “Mas você está melhor que eu. Pelo menos uma das
gostosas aqui é sua marmita, né.”
“Ai, Jasper, que horror.” Fingi vergonha e coloquei a mão no rosto, espelhando o
humor dele.
“Pare de frescura, Bella. Estão quase casando e fica dando uma de cabaço.” Jasper
brincou novamente, ainda arrastando a voz.
“Nós não estamos quase casando, Jasper.” Edward informou com o semblante frio e
vazio.
Houve um silêncio no quarto e Alice arregalou os olhos para mim.
“Pirou, é? Falta um mês.” Jasper parecia estar levando na brincadeira.
Eu abaixei o olhar e o garoto ficou alternando o olhar do Edward para mim, depois ele
1307 de 1595 26/05/2011 20:45

percebeu o óbvio e balançou a cabeça em desaprovação.
“Vocês dois são muito frescos. Só por que podem ficar juntos agem assim. São uns
idiotas.” Resmungou irritado e abraçou Alice, que em todo o tempo ficou calada me
observando.
“Boa noite, gente.” Edward saiu, tomando o rumo diferente do meu quarto.
Fiquei mais algum tempo com os dois, calada e depois voltei para o meu quarto,
sentindo o vazio e a tristeza que ele deixou.
As horas se passaram, a inquietude prevalecia e eu vi que não iria conseguir dormir,

logo levantei, atravessei o corredor e parei em frente ao quarto de hóspedes que
estava com a porta fechada.
Encostei-me à porta e fiquei me perguntando por que eu não parava de atormentá-lo e

o deixava seguir em frente. Era muito egoísmo meu aproveitar dele sem dar
explicações e deixá-lo sofrendo no vácuo. No entanto, antes que eu desistisse, a
resposta para não deixá-lo em paz veio rápida: por que eu o amo e não vou desistir
dele.
Determinada, girei a maçaneta e ela estava destrancada. Entrei em silêncio, tentando

habituar meus olhos a enxergar no escuro, depois tranquei a porta.
Ele estava deitado de lado, então sem pressa eu ajoelhei e deitei na cama, me
encostando as costas dele. Ele estava sem camisa, passei a mão no seu braço e
encostei meu rosto na altura do seu pescoço, aspirando o perfume inebriante que saía
dele e me fazia esquecer o mundo.
“Fala, Bella.” Sussurrou com a voz séria, sem se mover.
“Por que está assim?” Enlacei os seus cabelos e beijei leve o seu pescoço.
“Assim como?” Continuou com a voz fria.
“Triste.”
Ele deitou de costas e colocou os braços atrás da cabeça, fitando o teto.
“Estou deslocado.”
“Aqui é o seu lar.” Coloquei meia perna sobre ele e deitei em seu peito, beijando e
passando a mão. Ele suspirou depois de um tempo.
“Vai para o seu quarto, vai.” Ele pediu, com a voz rouca e a respiração irregular.
“Vamos para o nosso quarto.”
“Não está existindo nós, Bella.” Disse cheio de amargura.
Sentei na cama e olhei para ele, encarando-o.
“O que aconteceu com você de ontem para hoje?”
Ele ficou calado, ainda olhando para o teto, parecendo estar decidindo se ia falar ou
não. Os minutos se passaram e ele não respondeu, depois agiu como se eu não
estivesse lá. Ao notar o gelo, vi que eu estava agindo incorretamente ao permitir essa
1308 de 1595 26/05/2011 20:45

situação incerta entre nós, levantei devagar e, conformada, caminhei para sair;
desiludida e infeliz.
Antes de alcançar a porta, senti seus braços em minha cintura em um aperto seguro,
com ele encostando-se em minhas costas.
“Por que não me buscou no aeroporto?” Sussurrou brandamente, colocando o nariz

em minha nuca ao levantar o cabelo com a mão desocupada.
Fechei os olhos e me deixei levar pelas sensações.
“Por que eu precisava conversar com Brandon.” Respondi com um fio de voz.
“Hmmm, seria uma atitude possessiva se eu perguntasse o quê?” Perguntou descendo

com o nariz para o meu pescoço, inspirando o meu perfume, depois apertou a minha
cintura e beijou leve o meu pescoço, ainda acariciando a minha nuca com a mão. Meu
corpo estava fraco e pela minha espinha percorria correntes elétricas e tremores de
saudade.
“Era... Sobre você.” Murmurei entrecortado e ofeguei quando ele beijou a minha
orelha, mordiscando, inserindo a língua.
“Sobre mim?” Ele desfez o laço do meu hobby, fazendo com que ele caísse pelos meus
braços e beijou meu ombro. Eu estava ficando alucinada e com as pernas fracas, ao
sentir sua mão subindo a camisola até a coxa e seu corpo roçar nas minhas costas,
mostrando excitação.
“Sobre você... Eu não queria... deixar-te aqui amanhã para ir à empresa e... aproveitei
a comemoração para adiantar...” Minha voz vacilava, sem forças de prosseguir a
conversa quando ele inseriu os dedos na lateral da calcinha, seguindo o caminho da
frente. “Fiz mal em não ter ido?” Ofeguei, ele passou os dedos suavemente em minha
região íntima, por cima da calcinha. Eu estava irremediavelmente perdida em seus
braços.
“Foi péssimo.” Sussurrou, segurou na barra da camisola e a passou por minha cabeça,
voltando depois com a mão gentilmente para meu colo, seios, barriga. “Bella...” Ele
mordeu a minha orelha e puxou o ar pelos dentes. Suas mãos continuaram suaves,
me desenhando com os dedos. “Desculpe minha atitude no bar...” Sussurrou em meu
ouvido e pousou a mão em meu ventre trêmulo, os dedos acariciando por cima da
calcinha. “... Eu estava com ciúme... insegurança.”
Ofeguei com um insuportável desejo. Todos os meus poros exalavam saudade do seu
corpo, magnetismo. Eu me virei frente a ele e passei meus dedos em seu peito,
levantando o rosto e oferecendo os lábios pra que ele beijasse.
Ele tocou os lábios molhados no meu e respirou fundo, somente encostado em minha
boca, depois desceu e mordiscou leve o meu queixo, parecendo estar se controlando.
Uma mão enlaçou a minha cintura e outra foi para a minha nuca, se emaranhando em
meus cabelos. Ele ainda só roçava o rosto no meu e respirava ofegante em minha
boca. Eu estava me sentindo torturada, todo o meu corpo dava sinais de necessidade
dele, então resolvi tomar alguma atitude.
Desci com a mão pela sua barriga, anunciando o que eu iria fazer, e ele ofegou
quando moldei minha mão em sua forma, por cima do short.
Ele agiu de impulso e pôs força na mão que estava mergulhada em meu cabelo, me
1309 de 1595 26/05/2011 20:45

fazendo arquear e arrepiar pela sensação de virilidade, automaticamente apertando

minha mão em seu comprimento. Instantaneamente, ele me olhou com os olhos
fervendo e atacou meus lábios, inserindo a língua com fome. A cada minuto, seus
beijos se tornaram mais exigentes, com pequenas mordidas e eu devolvia chupando,
lambendo.
Resolvi libertá-lo e coloquei minha mão dentro do seu short, segurando-o entre minha
mão. Ele se mostrou em descontrole, soltou dos meus lábios e desceu para os meus
seios, sugando desesperado. Eu o acariciava, movia minhas mãos.
“Bella... Não faz isso comigo...” Gemeu. “Eu quero você.” Sua voz saiu implorativa e
rouca, e ele voltou para os meus lábios, faminto.
Adorando o meu poder, forcei-o a andar para trás, até que nos encostássemo-nos à
parede.
“Eu também quero você.” Disse arfante com seus beijos e apertos.
Ele inverteu as posições e encostou-me à parede, descendo com a boca pelo meu
pescoço, seios, mordiscando o bico, soltando um gemido sofrido e abafado com a
atenção que dava a cada um. Espasmos violentos eram liberados no meu corpo, eu
entrava em delírio, ele me fez soltá-lo e se inclinou, descendo com os lábios para
minha barriga, lambendo, passando as mãos em adoração.
“Eu não posso...” Sua boca falava algo, mas seu corpo desobedecia, pois ele
continuou passando a língua e mordicando a minha cintura.
Ele beijou as laterais da minha calcinha e a desceu lentamente, beijando a coxa. Eu

suspirei de expectativa, ele entreabriu minhas pernas e me beijou lentamente, na área
recém depilada, em reconhecimento, depois inseriu um dedo, posicionou meu clitóris
em sua boca e sugou, lambeu, ofegando, acariciando com precisão. Era uma sensação
extasiante ter sua língua quente se movendo em mim.
Depois de tantos estímulos frustrados desde quarta, não demorou minutos para que,
por todo o meu corpo passasse ondas de prazer, minhas pernas perdessem as forças
e meu ventre estremecer. Antes que eu pensasse, gemidos escaparam da minha
garganta e todos os meus sentidos foram invadidos por êxtase e torpor. O mais rápido
êxtase que eu já alcancei.
Após perceber meus sentidos de volta ao normal, trouxe-o de volta aos meus lábios,
com beijos molhados, ofegantes, ele gemia rouco e sugava enlouquecido. Depois de
minutos o beijando, olhei em seus olhos e desci com os lábios pelo seu peito, lambi
circularmente seu peito, depois desci para o abdômen, barriga, para então descer
completamente seu short.
“Não precisa...” Murmurou, mas ofegou e prendeu meu cabelo mais forte com a mão
quando mordisquei sua coxa e movi a boca lascivamente para o centro, com uma mão
apoiando na base.
Entusiasmada pelo meu próprio orgasmo, apoiei-me no joelho e devolvi a carícia,

sugando-o completamente em minha boca. Ele deu suspiros descontrolados e pulsou
em minha boca. Eu passei a minha língua e suguei forte, tentando distribuir carícias
por toda a extensão. Depois de uns minutos, senti o seu olhar em mim, ele acariciava
minha bochecha.
Ele puxava o ar com dificuldade e murmurava palavras desconexas, ora dizendo não,
1310 de 1595 26/05/2011 20:45

ora chamando meu nome, ora dizendo assim. Isso me dava incentivo em continuar
recebendo-o todo em minha garganta.
“Pára...” Murmurou baixinho e se estremeceu, ofegando pesado, mas eu não parei e

continuei com os estímulos, rodeando a língua em sua haste. “Putz, Bella, pára!” Pediu
impaciente e segurou minha cabeça, me restringindo de continuar.
Ele ficou uns minutos respirando fundo, de olhos fechados, aparentemente se

controlando, depois me forçou a levantar e me abraçou, colando os nossos corpos
desnudos e quentes. Ele ainda estava completamente estimulado e não saciado.
“Eu quero você... Sou um viciado...” Ele pediu, com o olhar suplicante.
“Vem.” Mordisquei o seu queixo e puxei sua mão, mostrando estar disposta a ir para a
cama.
Ele não se moveu e continuou controlando a respiração, ofegando em meu ouvido.
“E eu vou ser privado da minha dose depois?” Perguntou e colocou as duas mãos em
meus seios, me beijando persuasivamente.
Meu cérebro vagou com sua pergunta. Ele queria saber se depois de hoje eu garantiria
as suas doses de mim.
“Vamos viver o hoje.” Respondi envolvendo minha mão nele novamente, pressionando
com os dedos.
“Bella...” Murmurou entrecortado, ainda me beijando, parecia uma rendição para um

conflito interno.
Voltei com minhas mãos para o seu pescoço e forcei o braço. Ele percebeu o que eu
queria e me ergueu do chão, me colocando em seu colo. Entrelacei minhas pernas em
sua cintura e voltei para os seus lábios. Ele ficou desesperado novamente e me
encostou à parede, provavelmente tentando a apenas alguns centímetros ser abrigado
em mim.
Demoraram segundos pra que um gemido rouco escapasse dele e ele entrasse, em
um movimento forte e preciso. Foi uma sensação de completude, de que tudo estava
no devido lugar.
Ele ofegou, grunhiu e se projetou em mim, fazendo com que vibrações saíssem do
meu ventre.
A falta que senti esses dias do seu corpo era tanta que eu sentia tudo rodar, antes
mesmo que um próximo orgasmo surgisse. Ele me beijava e gemia sofrido, apertando
o meu corpo na parede.
Depois de um tempo, ele me desencostou da parede, acendeu a luz e sentou na cama,

olhando em meu rosto, sem nos desconectar, fazendo com que eu ficasse por cima
dele.
“Mostra que é minha dona.” Sussurrou com um sorriso e me beijou, deixando que eu
me movesse sobre ele.
Ele me desenhava com os lábios, mordiscando e sugando por onde sua boca passava,
até parar nos meus seios e sugá-los com avidez. Meu corpo arqueava com vida
1311 de 1595 26/05/2011 20:45

própria, como se sua boca fosse pequenos choques distribuídos. Nada explicava
aquilo, estávamos presos em uma aura de prazer pleno. O tempo e o espaço deveriam
não existir, até que fossemos consumidos e saciados por essa doce paixão.
Movi mais rápido quando ele desceu sua mão e me incentivou, ofeguei
compulsivamente e cravei minhas unhas em suas costas, sentindo o meu cérebro
entorpecer com o novo orgasmo. Imediatamente, ele arfou ao ver minha agitação,
apertou meu quadril forte e se liberou junto comigo, murmurando ‘amo você’.
Deitei sobre ele e esperei nossas respirações se acalmarem. Não havia palavras para
serem ditas, nem cobrança, arrependimento, culpa... Simplesmente ficamos calados,
extasiados e completos.
Eu beijava e acariciava seu peito. Ele com uma mão acariciava meu cabelo e com a
outra acariciava as minhas costas, desenhando minha espinha com os dedos.
“Seria a nossa comemoração de um mês para o casamento.” Ele disse baixinho,

parecia uma reflexão dolorosa. Eu não respondi, mesmo que as respostas fossem
projetadas em minha mente e faltassem pular para fora da minha boca pedindo que
ele esquecesse tudo, que colocasse a aliança de volta em meu dedo e que mantivesse
a data do casamento. Queria dizer e acreditar que enfrentaríamos tudo juntos e que
meu pai não deixaria que nada acontecesse com a liberdade dele.
Queria...
Sufoquei o desejo de falar ao lembrar que não era só a liberdade dele que está em
jogo... É a mudança de vida.
**
O fim de semana passou rápido. Amanhecemos nus e abraçados no sábado, mas

preferimos não conversar sobre sexta. O clima voltou novamente a ficar meio
cauteloso entre nós, afinal, as palavras que ele queria ouvir, eu ainda não podia dar,
logo preferimos não conversar e curtir o fim de semana.
Os beijos voltaram a ser beijinho leves. Saímos bastante, pois eu não queria
transformar o nosso fim de semana em convite ao sexo trancado no quarto. Fizemos
vários programas antigos. Dormimos a tarde no parque, andamos de patins, fomos ao
cinema e, assim, evitamos a tentação.
Ele permaneceu dormindo no quarto de hóspedes, mas no sábado e domingo dormi

com ele de novo - lógico que bem vestida com meus pijamas longos.
O assunto sobre nós dois não foi abordado na nossa casa pela nossa família, mesmo
meu pai tendo comunicado oficialmente. As pessoas não quiseram se intrometer, pois
viam que mesmo terminados saíamos e chegávamos juntos toda hora, mesmo que
perto deles diminuíssemos os carinhos.
Edward POV
Segunda-feira
O fim de semana incidiu em dois acontecimentos. Primeiro abrandou a saudade,

todavia, em contradição, fui desgastado emocionalmente pela situação. Em todo o
1312 de 1595 26/05/2011 20:45

tempo minha mãe me olhava preocupada, parecendo estar com compaixão. Mas eu
evitei conversar isolado com alguém que não fosse Carlisle e Bella, assim não teria que
responder perguntas e questionamentos que eu mesmo não sabia o que falar.
Voltei para a minha rotina na Capital, decolando de Seattle hoje. Bella também voltou
hoje para a Califórnia. Ela não quis voltar ontem com Emmett de carro, preferiu passar
mais um tempo comigo e voltar hoje, tendo como único contra ter matado aula hoje
pela manhã.
Sua atitude me deu um pouco de esperança.
Fui o primeiro a chegar ao Capitólio, adiantei a rotina e me preparei para descer e

acompanhar o Senador no plenário, pois hoje seria eu quem estava escalado. Imprimi
o discurso que preparei e desci para a sessão legislativa, esperando o Senador no
plenário.
“Edward, já decidiu mudar de lado?” O Senador Feinstein, pai da Sô, perguntou e

bateu no meu ombro ao passar por mim.
“Ainda não, Senador.” Sorri desconcertado com o assédio que ele vinha me dando em
momentos que o Senador Evans está longe.
“Você tem que jogar no time dos ganhadores.” Ele sorriu.
“E quem é o ganhador aqui, Feinstein?” A voz do Senador Evans soou em forte tom
atrás de mim.
“O ganhador sou eu e o traidor é você, Jonathan.” O Senador Feinstein praticamente

cuspiu, e o Senador Evans avançou um passo em direção a ele, em ameaça. Logo iria
começar mais uma briga entre os dois.
“Senhores, aqui não é a escola onde vocês brigavam por meninas. Comportem-se. A
imprensa está aqui.” O presidente da casa chamou a atenção dos dois, em tom baixo,
assim que apareceu na porta e presenciou a cena.
“Vossa excelência me desculpe.” O Senador Evans ironizou, o Senador Feinstein deu

as costas.
Fiquei meio atordoado com o acontecimento, tendo em vista que tudo começou pelo
fato do Senador Feinstein insistir em me convidar para o seu partido. Os outros
assessores que estavam próximos presenciaram tudo, olhando-me em seguida com
olhar de censura.
As horas que eu tive de permanecer lá se passaram lentamente. Assisti as

deliberações impaciente, sentado na sala de vidro dos assessores. Estava atordoado
com o ocorrido de mais cedo. Abalado com o tratamento hostil entre os senadores.
Os assuntos abordados no plenário que tanto me interessavam, estavam me deixando

entediado, pois meus pensamentos se projetaram para longe de lá, para o meu local
de paz, o local em que ainda que estejamos com algum problema entre nós, eu sinto
abrigo e calma. Meus pensamentos estavam em Bella.
Quando deu o meu horário, subi rapidamente, encontrando Ryan sentado em minha
cadeira.
“O que está fazendo aqui?” Assustei, pois ele disse que só viria dia de sexta-feira.
1313 de 1595 26/05/2011 20:45

“Saí mais cedo da Universidade e vim matar o tempo aqui.” Respondeu compenetrado
em algo que ele lia. “Edward, me fala sobre esse documento aqui.” Ele apontou para
um documento no meu computador, e eu fui ler.
“É umas doações que seu pai faz do partido para instituições. James me passa as
entidades, eu assino e depois o Senador assina. Por quê?”
“Você já verificou se essas entidades existem mesmo?” Ele ergueu uma sobrancelha,
sério.
“Não. Eles doam para elas antes mesmo de eu trabalhar aqui, por isso não averigüei.”
Respondi despreocupado.
“Hmmm... O James, é?” Ele ficou pensativo e eu estudei sua atitude. Ryan estava me
surpreendendo com o seu interesse demasiado na rotina do gabinete. “Está lembrado
do nosso compromisso hoje à noite, né?” Perguntou em tom casual, o seu normal.
“Eu não posso ir. Tenho uns artigos para ler.” Tentei escapar com sutileza.
“Você não tem que ler nada!” Levantou da cadeira. “Você vai, sim. Não vou te deixar
ficar enfiado naquele cafofo mofado, não.” Ele brincou decidido.
Olhei sério para ele.
“Ryan, não tem nada a ver eu ir na casa da sua irmã.” Balancei a cabeça, cético. “Eu
não tenho assunto com ela. Nem a Sô se dá bem com ela, o que nós vamos fazer lá?”
Tentei mais uma vez.
“Sete horas eu passo na universidade.” Ele ditou sem me dar chance de negar, deu as
costas e saiu rindo.
Estava me arrumando em meu quarto ainda me perguntando o porquê Ryan ter esse
poder de persuasão sobre mim. Devia ser por que eu sempre tenho um sentimento de
dívida com ele, pois sem ele a minha vida aqui na Capital teria sido muito mais difícil,
afinal, se eu moro sozinho no quarto da universidade, foi por que ele não avisou que
tinha um apartamento, além disso, foi ele quem me apresentou o pai dele e, por fim,
todas as férias que Bella vem para cá, nós ficamos no ap. dele, logo a minha dívida
com ele é quase eterna. Talvez por isso em senti na obrigação de ir.
Ele me pegou no horário marcado, já com a Sophia no carro e nos dirigimos ao lado
leste de Airlington, que é onde Ashley mora. Ela nos recebeu educadamente, e Ryan
entrou direto para a cozinha, abraçando a cozinheira. Sentei no sofá e Ashley serviu
um drinque de tomate. Era meio estranho, mas ele era a entrada para a comida
mexicana.
“Vocês sabia que a Jô é cozinheira mexicana de mão cheia, mas tem que se conformar
em cortar alface para a Ashley? Ela é anoréxica.” Ryan brincou e apertou a cintura da
irmã.
“Mentira, Ryan. Eu só me preocupo com o meu corpo.” Ela respondeu brincando. Era
estranho ver os gêmeos em clima de paz.
“Ashley, posso usar o seu computador para ver um e-mail que um colega de classe
ficou de me mandar?” Ryan pediu, ela assentiu e ele foi para um quarto, deixando eu a
Sô conversando com ela.
1314 de 1595 26/05/2011 20:45

A sua companhia foi agradável. Passou longe da garota que eu conheci tempos atrás.
Nem parecia a mesma pessoa. Em todo o tempo ela inseriu conversas que a Sophia
pudesse participar também, assim, nenhum de nós dois ficou descolado - nem eu,
nem a Sophia.
O jantar foi servido, e Ryan voltou do quarto pensativo e um pouco distante. Achei
incrível que a empolgação inicial dele com o jantar tivesse se dissipado após ler algum
e-mail. Jantamos e ele quis ir embora rapidamente, o que não me desagradou. Porém,
sua irmã não pareceu muito satisfeita, mesmo assim, desceu conosco até o térreo,
agindo sempre com distinta educação.
“Que tal sairmos quarta?” Ela propôs para Ryan, mas não era uma proposta isolada.
“Tá a fim, Edward?” Ryan me perguntou, meio insatisfeito. Ele parecia estar curioso
quanto a minha resposta.
“Não posso porque quarta eu vou...” Antes de concluir para onde eu deveria ir nos
dias de quarta, neguei para mim mesmo, pois não devia forçar muito Bella, ainda mais
que agora Emmett e Rosalie sabia que nós terminamos. Além disso, devia dar um
espaço a ela, para não nos desgastar mais ainda emocionalmente. “Eu tenho que
estudar.” Foi o que respondi.
Sexta-feira
A semana se passou e eu não tive contato com Bella. Segunda ela me ligou assim que
chegou a Seattle, e terça ela me ligou cedo, pedindo com frieza para eu não ir à
Califórnia este fim de semana. Depois disso, seu contato sumiu de vez. Ela não ficou
on-line e nem ligou para mim. Estava difícil resistir à tentação de ir e de ligar, contudo
como prometi, não devia forçar.
Hoje Ryan veio ao Capitólio e foi embora rápido com a aparência chateada, não
entendi, e já em fim de tarde de sexta, eu estava sozinho em minha sala, sem rumo e
solitário. Esse seria um dia em que eu iria à Califórnia.
Tentei me distrair, vagar em pensamentos, sempre olhando as fotos da Bella vestida

de noiva no meu pc. Um tempo depois James entrou e sentou-se em minha frente.
“Vai para a Califórnia hoje, chefinho?” Perguntou com um sorriso de canto.
“Não.” Respondi baixo, sem o deixar afetar o meu humor.
“Estamos saindo para comemorar o aniversário da Lian, tá a fim de ir? Vai bastante
gente aqui da casa.” Convidou em tom amistoso, longe do seu tom irônico habitual.
“Posso ver. Mais tarde te falo.” Respondi sem certeza, mas pensando que talvez fosse
uma boa me dar uma oportunidade de companhia e alguma conversa, afinal, alguns
colegas da casa estariam presentes.
“Pega o endereço com a Ashley. Nós estaremos lá por volta de nove horas.”
“Ok.” Ele se levantou e saiu.
Bella POV
1315 de 1595 26/05/2011 20:45

As coisas não estavam nada fáceis com relação aos meus planos. Ryan vinha se
empenhando em descobrir algo, buscando nos computadores da sua irmã algo que
nos ajudasse, porém, pelo que ele disse, não havia pistas e nem provas.
Automaticamente, a notícia me abateu e me tirou as forças de receber Edward aqui,

pois nessa situação, quanto mais eu me mantivesse longe dele, mais eu iria
resguardá-lo. Resisti à vontade de ficar on-line todos os dias, sufocando a minha
saudade e me reprimindo, pois assim, seria menos dolorido.
Mas o pior é que quando se está terminado, parece que ficamos fora de sintonia. Tudo
que um faz, magoa sem medida o outro. Todas as atitudes parecem maiores do que
são e todos os sentimentos e sensações são intensificados. Hoje mesmo estou
magoada por ele não ter insistido em me ver quando eu disse que não era para ele vir
este fim de semana. E como eu pedi que ele não viesse este fim de semana, resolvi
ocupar meu tempo, portanto hoje estou voando para a Alemanha com Alice e Jéssica,
pois amanhã é aniversário da minha mãe.
Desembarcamos, depois de longas horas de mal estar e enjôo naquele avião, e minha
mãe nos esperava no portão principal com um homem forte, de uns quarenta anos. Se
eu gostasse de homens mais velhos, diria que ele era bonitão. Não como o meu pai,
mas bonitão. Empolgadas, abraçamos minha mãe e cumprimentamos o moço que
estava com ela. Ele era meio estranho, ou então estava tentando manter distância.
Depois de programarmos o fim de semana, direcionamos ao carro no estacionamento

e nos apertamos no banco de trás.
“Quem é?” Sibilei no ouvido da Alice logo que ele deu partida.
“É o namorado da minha mãe, Philipe. Parece que namoram há muitos anos.”

Respondeu baixinho. Olhei para ele pelo retrovisor e sua sobrancelha e nariz me
pareceram familiares.
“Ele é o mesmo que estava com ela na sua festa de quinze anos, Bella.” Jéssica
percebeu meus olhos nele e cochichou em meu ouvido.
“Eu nunca o vi.”
“Lembra que meu pai disse que minha mãe não ia ficar lá em casa no seu aniversário
porque ela estava com namorado? Era com ele que ela estava. Parece que ele não se
dá bem com o meu pai. Eu o conheci por que naquele dia eu fui ao hotel vê-la.”
“Ah...” Foi o que respondi com os pensamentos confusos.
A viagem se seguiu e tinha gelo nas ruas. Encostei a cabeça no vidro e fiquei com o
pensamento longe, nele, meu anjinho. Passou-se algum tempo, não sei exatamente
quanto, então ouvi uma freada brusca, fato que me alertou. O som de pneus
derrapando fez com que eu olhasse em câmera lenta para Alice, percebendo seus
olhos arregalados e em seguida um grito fino escapar de sua garganta.
Um barulho ensurdecedor, fora do carro, suprimiu o som do grito, e em milésimos de

segundos meu corpo foi sacudido para frente e para trás. Senti uma dor latente na
cabeça, e mergulhei na escuridão.
Edward POV
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Sábado
Era sábado e meu telefone tocou alto, tirando-me do estado de sono. Meus sentidos
estavam lentos pelo tanto de bebida que eu ingeri na noite anterior, logo o som do
celular tilintando estava atormentando o meu juízo. Era como se tivesse um sino em
meu cérebro.
Balancei a cabeça atordoado e estiquei a mão, pegando ele em uma mesinha.
“Alô.” Atendi com rouquidão.
“Edward?” Era a minha mãe com a voz aflita.
“Sim.” Sentei na cama, alarmado, e esfreguei os olhos, sentindo os meus músculos

repuxarem. Preocupei-me com o seu tom de voz, logo me veio o pensamento no
Jasper.
“Alguém te ligou?” Perguntou meio angustiada.
“Não.” Respondi impaciente, esperando pelo pior.
“Er, as meninas viajaram para a Alemanha e... sofreram um acidente de carro.”

Informou apreensiva.
Suas palavras caíram lentamente em meu cérebro, causando uma explosão de

ansiedade em meu peito.
“Quando foi? Como elas estão? O que aconteceu?” Atropelei em palavras, sentindo a
inquietação fazer com que minha pulsação disparasse.
“Eu não sei ainda. Carlisle está desesperado por notícias. Ninguém tem uma
informação exata. Parece que encontraram os documentos delas no local do acidente
e divulgaram as fotos do carro na internet com o nome delas como vítimas. Então um
conhecido do Carl ligou aqui e informou para ele sobre o que viu.”
Eu senti tudo rodar com a notícia, as minhas mãos começaram a tremer e os

músculos do meu estômago começaram a se contorcer. Ofegante, levantei da cama e
fui para o banheiro, lavar meu rosto até que a sensação amarga passasse. O pânico
queria se instalar, respirei fundo, buscando ar pesadamente enquanto diluía a
informação.
“Mãe, assim que tiver notícias mande o endereço por mensagem pra mim. Vou pegar
o próximo vôo pra lá.” Pedi sentando na cama e já iniciando o computador.
“Você não pode sair assim sem rumo, filho. Tem que ter notícias reais.” Censurou
minha mãe, fazendo com que minha paciência fosse a zero.
“Elas estão na Alemanha, não estão? Eu não vou esperar sentado, Esme!” Exacerbei,
sem conseguir controlar os nervos.
“Ok. Vou me informar com Carl e te mando mensagem. Fique calmo.” Pediu
pacientemente.
Suspirei, infeliz.
“Impossível. Desculpe por ter me exaltado e obrigado por ter ligado.”
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Acessei a página de compras de passagens internacionais, tentando controlar as

emoções e medos, sem me permitir desesperar. Não tinha vôos pela manhã para
Alemanha, só teria vôos as dezesseis, fato este que quase me levou ao stress.
Imediatamente lembrei que Bella disse que sua mãe morava em Munique, logo o país
mais próximo a ela seria a Áustria.
Frenético, acessei as opções de vôo para a Áustria e encontrei um vôo saindo em uma
hora. Imediatamente iniciei a compra, percebendo enquanto comprava um aviso de
neve na Europa. Tentei domar a minha ansiedade no tempo lento do processo de
compra, enquanto isso ia jogando roupas sobre a cama. Após finalizar, tomei banho
rápido, liguei para um táxi, arrumei-me, ingeri um remédio para dor de cabeça,
organizei meus documentos, fechei a mala e saí, encontrando o carro me esperando
no estacionamento.
Embarquei às oito horas, ansioso, pois a viagem demoraria em média dez horas até
chegar ao destino. Tomei um remédio para enjôo, por causa da ressaca, e recostei
minha cabeça ao banco, fechando os olhos e rezando pra que elas estivessem bem.
‘Bella, põe o cinto’. Ela sorriu travessa e se aproximou do meu banco, depositando
beijos em meu rosto.
‘Eu quero ficar perto de você’. Sorriu suavemente e me abraçou, mordiscando a minha
orelha.
‘É perigoso, amor’. Insisti mais uma vez, colocando a mão em sua nuca, e ela
continuou com beijinhos molhados próximo a minha boca, em todo o tempo sorrindo
como se fosse uma criança fazendo coisa errada.
Sorri do seu rosto e balancei a cabeça desaprovando, mas deixei que ela continuasse.
Antes que eu me desse conta, o carro da frente freou bruscamente e eu ainda

mantinha a mão em seu cabelo. Fui despertado pelo barulho e desviei abruptamente,
perdendo o controle do carro e sentindo a traseira rodar.
Tudo passou como um borrão em minha frente, mil acontecimentos se projetaram de

uma vez... Bella sem cinto... o carro conversível... eu perdendo o controle... o carro
rodando... a velocidade... Os olhos, os olhos dela em mim... Em uma velocidade de
luz, eu vi tudo acontecer.
O carro capotou uma... o corpo dela foi jogado para fora..."NÃO!!!” O som não saiu.
Duas... Meu corpo jogado para frente e para trás...
‘Não!!!’
Um flash de luz muito forte.
“Senhor!!” Ouvi o som de uma voz distante, ainda sentindo a agitação e meus
músculos se contorcerem, então alguém tocou o meu ombro e eu abri os olhos.
“O senhor está bem?” A comissária de bordo me fitava com semblante preocupado.
Sentei direito e passei a mão em minha testa, percebendo que suava frio. A ansiedade
e angústia ricocheteavam em meu peito, fazendo-me hiperventilar.
“Sim. Obrigado.” Respondi, tentando me acalmar.
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Tomei um copo de água que ela trouxe e recostei minha cabeça ao vidro, olhando o
relógio e tomando nota que em duas horas eu chegaria ao destino.
Chegando ao aeroporto de Viena, na Áustria, meu celular vibrou, recebendo a

mensagem com o endereço de onde seria o hospital. Enquanto lia, cruzei o pátio do
aeroporto e avistei os aviões particulares. Contratei um avião fretado e voamos para
Munique.
O frio e a dor em meu peito eram cortantes, e a cada minuto de dúvida a dor era
intensificada. Eu não queria pensar no que tinha acontecido. A cada minuto que eu
cogitava a idéia sentia os músculos do estômago revirar. Tentei ligar para Esme e para
Carlisle, mas em todo o tempo caía na caixa postal. Isso aumentava o meu
desassossego, levando-me a uma súbita beira do pânico.
O vôo demorou por volta de quarenta minutos. Devido ao fuso horário, se nos EUA
eram sete horas, em Munique já passava da meia noite. Peguei um táxi e mostrei o
endereço, então ele seguiu. O taxista era um espanhol, perguntei se ele ouviu falar do
acidente. Ele disse que sim e que as vítimas estavam gravemente feridas, com uma
vítima fatal. A informação só contribuiu para piorar meu estado, fazendo com que
meus músculos enrijecessem e minha respiração não se acalmasse.
“Bella Cullen.” Tentei mais uma vez com a recepcionista, mas ela me olhava
completamente perdida. “Ela está neste hospital. Eu preciso saber o quarto. Cullen,
Bella Cullen.”
Era madrugada e só tinha uma recepcionista no atendimento, além de tudo, ela não
sabia falar inglês, o que estava dificultando a comunicação. Maldita a hora que eu não
entrei em uma aula de alemão!
Tentei francês, italiano, espanhol, mas nada, ela não entendia, e tudo estava me
deixando completamente sem paciência.
“B.E.L.L.A C.U.L.L.E.N.” Soletrei e depois escrevi em um papel, batendo a mão no

balcão e grunhindo de irritação ao ver o seu olhar desentendido.
Nunca pensei que eu me transformaria em um ser primitivo diante da pouca

inteligência e da incompetência das pessoas. Quase vinte e dois anos lutando pelo
equilíbrio e hoje me encontrava um desestabilizado emocional, completamente sem
controle.Tudo contribuía para o meu desespero: a falta de notícias, o desinteresse da
atendente, o receio pelo pior, a falta de alimentação regular durante o dia. Por esses
motivos meus nervos estavam a mil.
Suspirei e fechei os olhos, lutando para domar os meus sentidos, porém falhei
miseravelmente, coloquei o dedo na testa e contei até dez, antes de me virar para a
atendente de novo.
“Moça, você não vai fazer nada?!” Olhei furiosamente para ela, ela se esquivou e
pegou um telefone. Eu sabia que a culpa não era totalmente dela e quase me senti
mal, mas o pouco caso dela e o meu estado de preocupação não permitiam me
desculpar.
“ist eine Sicherheit haben hier, eine nervöse hier* .” Conversou com alguém desviando
os olhos de mim. (Tem como mandar um segurança aqui? Tem um rapaz muito
nervoso aqui.)
Peguei meu celular e tentei ligar de novo para a minha mãe, discando o número de
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costas para o balcão.
“Er ist mit mir, Mädchen. Es ist mein Bräutigam.” Uma voz baixa e suave se
pronunciou. Na mesma hora perdi uma batida e olhei em direção a voz. (Ele está
comigo, moça. É o meu noivo.)
Congelei em direção a ela. Foi como encontrar o sol na escuridão. Era uma dádiva da
vida o alívio de vê-la novamente. Senti-me afortunado. Enfim, o ar ficou mais leve e eu
pude voltar a respirar.
“Ist gelöst.” (Está resolvido) A moça desligou o telefone.
“Erforderlich.” (Obrigada.) Bella respondeu e veio andando em minha direção.
Fiquei sem palavras e sem ações, somente sentia nervosismo e umidade em meus
olhos.
“Oi.” Ela sorriu meiga e eu rompi a distância, percebendo uma mancha roxa do lado
direito do seu rosto e uma tala em sua mão direita.
“Oi, amor.” Murmurei quase sem sons e abracei-a com cuidado. “Não me dá mais um
susto desses.” Beijei todos os cantos do seu rosto, aliviado, fechando os olhos, com o
rosto mergulhado em seu cabelo.
Segundos depois, levantei o seu rosto e lágrimas correram dos seus olhos.
“O que foi? Você está bem?” Procurei por mais machucados, mas aparentemente ela
estava bem.
Ela encostou o rosto em minha camisa, e eu acariciei ansioso o seu rosto.
“Minha mãe...” Ela não concluiu, e me apertou no abraço.
Deixei que ela chorasse, consolando e acariciando a sua nuca.
“E as meninas?” Estava apreensivo quanto à resposta.
“A Jéssica está tomando soro, ela cortou o pulso no vidro e perdeu sangue, e Alice
está com ela... Tinha mais uma pessoa...” Ela enxugou o rosto e respirou fundo.
“E como ela está?”
“Em estado grave... Vamos lá para a sala da Jéssica. Eu só saí por que você estava
falando alto meu nome e eu ouvi.” Um risinho iluminou seu rosto e eu beijei seus
olhos.
“Eu tive tanto medo...” Murmurei em seu ouvido, abraçando, sentindo a mais perfeita
paz.
“Eu te amo. Obrigada por te vindo... Eu precisava de você.” Disse simplesmente,

olhando em meu rosto, com lágrimas descendo novamente dos seus olhos. Meu
coração se encheu e eu beijei seus lábios.
“Não foi de graça.” Descontraí e limpei seus olhos. “Aliás, gastei muito dinheiro no
cartão de crédito. Mês que vem você tem uma conta imensa para pagar, já que todo o
dinheiro que eu ganho vai para suas mãos.” Sorri e ela se aconchegou em meu peito.
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Entramos no quarto da Jéssica e ela estava deitada, recebendo soro na intravenosa.

Alice estava sentada ao seu lado, com a cabeça encostada sobre os braços em uma
mesinha. Sentamos e Bella permaneceu encostada em meu peito.
“Bella, é difícil, mas temos que nos conformar com o que aconteceu.” Jéssica disse
com languidez na voz. “Ela lesionou o pescoço, e se ela sobrevivesse ia ter morte em
vida. Minha mãe não iria sobreviver sem a dança dela.” Suas palavras saíram lentas e
ela parecia estar meio estonteada.
Alice soluçou e Bella voltou a chorar em meu peito.
“O pai de vocês está em estado grave. Ele perfurou o pulmão e é provável que ele não
resista.” Uma enfermeira apareceu na porta e informou.
“Ele não é meu pai. Só é pai desses dois aí.” Jéssica disse em delírio e apontou o dedo
em nossa direção.
“Alguém quer ir visitar ele? É provável que não tenham outra oportunidade.” A
enfermeira perguntou.
“Nós nem o conhecemos.” Bella resmungou baixinho, mostrando desinteresse.
“Vai ver o homem, gente. Ele era o namorado da mãe.” Jéssica disse de novo.
“Vamos lá, Edward.” Bella propôs e eu não me opus, afinal, tínhamos que passar o
tempo.
Entramos na sala e o homem estava cheio de aparelhos. Alice e Bella se aproximaram

e eu fiquei mais afastado.
“Philipe... Consegue ouvir a gente?” Alice perguntou consternada.
“Oi, filha.” Ele respondeu quase sem sons. “Eu vou morrer... Eu queria me confessar
com alguém... Chama o padre para mim.” Disse em um lamurio lento.
“Não precisa... Você vai ficar bem.” Alice disse sem certeza e olhou em direção Bella,
com pena no olhar.
“Vou não... Eu sei que estou mal. Eu tenho tantos pecados... Tantos erros... Tenho
filhos e agora vou morrer sozinho.” Disse em voz desfalecida.
Carlisle chegou à sala e olhou angustiado para a maca, visualizando Alice conversando
com o namorado da Renée.
Fui ao o encontro dele. “Tudo bem, Carlisle? Chegou faz tempo?”
“Tem duas horas. Eu estava movimentando a documentação.” Respondeu em voz

baixa e pesarosa.
“Me perdoa, Deus...” O moço sobre a maca parecia estar delirando. “...Me perdoa,
Rosalie...Me perdoa, filho...”
Carlisle olhou cauteloso para a maca e se aproximou, parando ao lado da Alice.
“Eu fui um covarde... Ela não deixava eu ir ver os meus filhos...” Ele resmungava,
delirando. “Esme, eu não queria ser esse canalha que eu fui...”
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Algo que ele disse fez o ar ser privado em meus pulmões. Olhei para Bella e ela
segurou o olhar, tendo percebido o que eu percebi. Atravessei o quarto, e confuso,
olhei o prontuário dele que estava exposto.
Philipe Hale - foi o que estava escrito.
Dilui devagar, encaixando os fatos e acontecimentos. Carlisle atravessou o quarto e

colocou a mão em meu ombro.
“É isso mesmo.” Ele disse baixo, ainda com a mão em meu ombro.
Instantaneamente, lembrei o que Jéssica disse no outro quarto, apontando em direção

a mim e Bella.
“A Bella... também?!” Senti a pulsação em frenesi com a idéia, e olhei em direção a ela
que me estudava com atenção do outro canto do quarto.
“Não!” Ciciou enérgico.
Imediatamente, olhei confuso para Alice e lembrei-me do dia em que conheci Bella.
“...Minha mãe não mora com a gente, eles se separaram assim que eu nasci. Mas eles
continuaram se vendo porque minha irmã caçula nasceu dois anos depois que eles se
separaram...”
Olhei de volta a Carlisle e ele abaixou o olhar. Aproximei da cama e observei o

exânime agonizante naquela cama, que agora estava calado, mas gemendo baixo. Não
consegui ter nenhum sentimento, a não ser de pena pelo modo como ele terminava
sua vida. Seus olhos estavam abertos e ele tinha os olhos castanhos escuros, da cor
dos olhos da Alice.
Tive certeza e me afastei da cama. Direcionei rumo a Carlisle novamente, que estava
próximo à porta, com os olhos frios e vazios. Olhei para ele e fiz gesto pra que ele me
acompanhasse rumo ao corredor.
“Por que Jéssica sabia?” Sibilei, indo para um canto oposto à sala.
“Ela é muito curiosa. Fica recolhendo DNA’s pela casa e fazendo comparações.” Ele
deu um sorriso forçado. “Ela geralmente sabe de tudo. Aquele jeito voado dela é uma
máscara para esconder sua discrição. Ela disse que sabia do Jasper desde dois anos
atrás quando ela foi para a Califórnia com ele fazer exames. Depois da revelação da
minha paternidade ela veio me questionar por que eu não falava da Alice, pois nessa
altura ela já tinha descoberto que Alice não era sua irmã... Além de tudo, não
contendo a curiosidade, ela tinha cruzado o DNA da Alice com o da Rosalie, então
descobriu que elas eram irmãs, logo quando ela me abordou explicando as
comprovações biológicas que fez, eu tive que contar tudo. Por isso ela sabia do Phil...
Eu disse para ela.” Deliberou pausado, completamente imputado. A culpa
transbordando em seu semblante.
“Você precisa falar para Alice.” Aconselhei, olhando firme em seus olhos.
“Agora não.”
“Ela precisa saber. Não vai significar nada para ela, assim como não significou para
mim.”
1322 de 1595 26/05/2011 20:45

Ele me olhou indeciso por segundos, depois deu alguns passos até elas, que nos
esperavam na porta do quarto.
“Alice, você pode ir lá fora comigo?”
Ela estava na porta com Bella, e assentiu. Então ele a abraçou e andou pelo corredor.
“Quer comer alguma coisa?” Coloquei o braço sobre Bella e caminhamos pelo
corredor.
“Vamos. Tem uma lanchonete lá fora.” Assentiu. “Depois vamos nos hospedar em
algum hotel? Eu preciso dormir.” Pediu com exaustão exposta no rosto.
“Tudo bem.”
Entramos na lanchonete e sentamos em um canto. Ela sentou ao meu lado e nós

pedimos mini pizza e coca.
“Eu já sabia desde ontem antes do acidente que ele era o seu pai... E eu lamento pela
situação.” Disse hesitando, pousando o rosto sob o meu queixo.
Peguei sua mão esquerda e beijei.
“Eu lamento por ele como homem, por ele estar definhando, porém não há
sentimentos. Não tenho imagem dele como pai. A imagem mais próxima que eu tenho
de pai hoje é com o seu pai, que é a pessoa que eu tenho convivência e amizade.”
Disse convicto, beijando o seu cabelo. “Eu queria que você sorrisse pra mim. Eu fiquei
tão aflito que eu mereço seus sorrisos.” Disse colocando pedaços de pizza em sua
boca.
“Eu vou melhorar. Ainda está muito recente.”
“Por que Alice não machucou?” Eu queria inserir um assunto. Forcei a coca para ela,
segurando o canudo até que ela tomasse.
“Ela estava no meio... Foi tão rápido... O carro rodou e depois eu não vi mais nada...”
Ela disse voltando a ter umidade nos olhos.
“Ei, shhh. Eu sei que não está tudo bem, mas, por favor, tente... Eu preciso de você
viva para mim... Você sempre foi tão forte.” Passei a mão em seu rosto e a abracei.
“Mas eu não sou mais forte... Estou quebrada... Eu tenho só perdido esses dias...”
Disse e suspirou. “Mas o que está me magoando mais é estar perdendo você, que é
tudo pra mim...” As lágrimas desceram intensamente e eu escondi o seu rosto no meu
braço, tentando desvendar novamente suas palavras. Ela devia estar confusa e
exausta com todos os acontecimentos, logo seu humor estava alterado.
“Eu estou aqui. Você não está me perdendo. Fica calma, vai. Você quer tomar algum
remédio?” Passava a mão no braço dela, preocupado com as oscilações de seu
temperamento.
Ela balançou a cabeça em negativa.
“Não.” Respirou fundo. “Eu não vou tomar calmante, pois eu quero aproveitar os
mínimos momentos com você. Além disso, não vou mais ficar essa Bella melancólica e
infeliz. Vou voltar a sorrir e te deixar bem. Eu prometo.” Ela limpou os olhos e se
recompôs, bebendo a coca.
1323 de 1595 26/05/2011 20:45

“Hmmm, isso vai ser bom. Primeiro você me convida urgentemente para ir para o
hotel, agora me diz que vai voltar a ser minha Bella feliz, valeu a pensa ter vindo.”
Sorri maliciosamente e pisquei. Ela percebeu o tom insinuante e beijou o meu rosto.
“Adoro esse Edward lutador que está aqui.” Ela encostou o dedo em meu peito. “Você
está sendo um mártir em me agüentar... Eu te amo, sabia?” Disse segurando o meu
rosto e beijando levemente os meus lábios.
“Eu também.” Sorri, esperando a próxima pergunta.
“Você também se ama?” Um brilho contente escapou de seu rosto, o humor

estabilizando, então segurei seu rosto em minhas mãos.
“Não, minha Bella, eu te amo. Sem você eu não tenho vida. Só de ter pensado que
existiria um mundo sem você, eu tive vontade de não existir.” Disse distribuindo beijos
em seus lábios, sentindo paz e sublimidade. “Sabia que você ficou muito sexy falando
alemão?” Mordisquei sua orelha e ela sorriu.
Bella manteve a satisfação no rosto, e ficamos naquela troca de carinho. Assim, ela
esqueceu momentaneamente onde estávamos e os recentes acontecimentos.
“Edward... Queria te fazer uma pergunta...” Ela acariciou o meu rosto e eu agucei o
olhar, em expectativa. “Você já pensou na hipótese de... Deixar a vida na Capital e ter
uma vida simples em Seattle? Tipo como um diretor na empresa do meu pai?”
Perguntou hesitando olhando penetrante em meus olhos.
Continua...
N/B: Ai ai ai, esse anjinho me mata um dia... J Gente. O amor dele ainda precisa
amadurecer, mas esse processo, principalmente o deste capitulo eu adoro! Fico
imaginando ele desesperado qdo chegou no hospital e depois paradão, vendo Bella ali,
ao alcance das mãos... *chora, querendo um anjinho pra mim*... e esse
arrependimento do Phill hein! Homem frouxo mesmo... abandonou os filhos, por causa
da jararaca da Renée... aiaiai. Bjs e até... Kerima
N/A: Obrigada por ler. Faltam sete capítulos para o drama acabar. Dependo da beta
que está viajando. Ela está com o próximo. Vamos esperar que ela curta, mas tenha
alguns minutinhos para nós.
Bjus
Obrigada pelos recadinhos.
Amo vcs.
Passem em Dupla Personalidade.
Notas Finais:
1324 de 1595 26/05/2011 20:45

Oi!!!Obrigada pelo carinho de vcs. Foi dificil escrever esse capitulo,

pois como eu estava viajando tive que driblar a familia para me
isolar e escrever em um caderninho.rsrsrs.Agradeço as pessoas
que estão me indicando, as pessoas que deixam recadinho, que
mandam e-mails carinhosos, isso me deixa muito, muito feliz.
Obrigada mesmo.Falta um capitulo, eu acho.Ah, eu estou lendo
uma fic que estou amando , e acho que o que é bom, devemos
dividir. Eu amo de paixão. Uma estória com muito conteudo e
paixão.É ingLês, usem o google tradutor, vale a pena. Emancipation
proclamationhttp://www.fanfiction.net/s/5180793
/1/Emancipation_ProclamationEntão, mandem recadinhos.
1325 de 1595 26/05/2011 20:45

53- Entre o Amor e o Poder escrita por BIA BRAZ

http://www.4shared.com/file/157735545/316fcd83/01_bad_romance_-
_lady_gaga_-.html?s=1
http://www.4shared.com/file/97060752/9264d19c/17edward_maya_feat_alicia_-
_st.html?s=1
CAPITULO 43-Entre o amor e o Poder- Parte 1
Carlisle POV
Desde o momento em que deixei o estado de Washington, eu sabia que de hoje não
poderia passar. Esse assunto se enraizou em minha vida, tornando-se o meu ponto
vulnerável ao ponto de ter me permitido ser chantageado por longos anos pela Renée.
Ela alegava que se eu não cooperasse com os seus caprichos, levaria a criança
embora de mim. Uma criança que ao nascer eu pensei que fosse minha.
Era uma época de turbulência em minha vida. Eu tinha acabado de me formar em

jornalismo e comecei a trabalhar no jornal recém adquirido por mim, na Califórnia.
Isso tentando conciliar o fato de que tinha três crianças em casa. Esme, a amiga que
me dava um pouco de forças na época, tinha sumido sem deixar rastros. Aliás, o
rastro que ela deixou foi Phil, que tentando a reconciliação, freqüentava regularmente
o apartamento que elas moravam. Hoje eu sei que o motivo que fez Esme se ausentar
naquela época tinha sido a gestação do Jasper e o seu nascimento.
Durante o tempo separado da Renée, eu tive uma pequena queda; fomos para cama
uma vez. Fato que fez com que meses depois ela alegasse a gravidez da Alice,
sugerindo que, se caso eu não quisesse a criança, ela iria tirar. O primeiro impacto foi
choque, porém, eu amei a criança no ventre de sua mãe e não permitiria isso. Amei a
possibilidade de ser pai novamente, mesmo tendo pouco tempo, e mesmo tendo
crianças pequenas em casa. Meses depois Alice nasceu.
Ela era diferente dos meus outros filhos. Todos tinham nascidos lourinhos e com os
olhos claros, mas ela tinha o cabelo escuro e os olhos escuros. Mesmo assim, eu dei o
mesmo amor, ou talvez mais, para a minha pequena caçula. Dois anos se passaram e,
mesmo Renée morando no mesmo estado que nós, ela pouco visitava as crianças. Um
dia, ela se formou e recebeu proposta para uma companhia de dança no Japão. Até
esse momento, ela viajava muito com a companhia de dança da Universidade, porém,
dessa vez, ela ia definitivamente. Foi então que eu recebi a bomba.
“Carlisle, eu vou levar Alice comigo.” Naquele momento meu sangue subiu. Eu não iria
deixar minha filha morar com uma mãe irresponsável que mal tinha tempo de
alimentar a si, muito menos a uma criança de dois anos de idade.
“Não, Renée. Alice não vai.” Disse relaxadamente, sabendo que eu tinha meios de
provar judicialmente que a criança ficaria melhor perto dos irmãos.
“Ela vai sim.” Ela enfrentou-me, em meu escritório.
“Não vai. Você não tem condições de cuidar dela.” Condições financeiras ela tinha, só
não era suficientemente responsável.
1326 de 1595 26/05/2011 20:45

“Eu sou a mãe dela!” Ela endureceu o semblante.
“E eu sou o pai!” Rebati sem alterar o tom.
Ela riu secamente, encarando firme os meus olhos.”Eu tenho direitos sobre ela!”
“Então vamos resolver isso na justiça.” Dei de ombros, e já a deixava na sala

sozinha. Eu não queria brigar.
“Tente.” Ela deu um sorriso sarcástico.
Voltei-me para ela.”Eu entro e tenho certeza de ganhar.” Disse aumentando o tom de
voz” Qual o juiz em sã consciência que irá dar a guarda para uma mãe que não tem
nem residência fixa?” Disse duramente, consciente de que ela estava ficando fora de
si.
“Qual o juiz em sã consciência que deixará de dar a guarda á mãe e ao pai, para dar a
alguém que não tem ligação sanguínea nenhuma com a criança?!” Ela grunhiu e suas
palavras travaram em minha garganta.
Encostei-me a um móvel e digeri suas palavras. Repeti e dei andamento à linha de

raciocínio que se projetava em meu cérebro. Eu tinha suspeita, pois as datas e o
tempo de gestação não se encaixavam. Os olhos da pequena Alice eram escuros, da
cor dos olhos do Phil, e Phil vivia enfurnado dentro do apartamento da Renée.
No momento em que associei as idéias tive pânico. Mas, além disso, tive raiva. Ódio.
Do Phil, da Renée. Repetia-se uma pergunta: como duas pessoas se juntaram para vir
de encalço á minha vida assim por tanto tempo? Já não bastavam as perseguições
antigas, as quais resultaram na distância da mulher que eu amava, agora eles iriam
me separar da minha pequena filha, que eu amava incondicionalmente, igual outro dos
meus filhos!
Virei frente a ela, disposto a dar o que ela desejasse a fim de deixar a pequena aos
meus cuidados.
“O que você quer para deixá-la comigo? Eu sei que você tem um preço. Se você não
tem um preço ou não precisa, ele precisa. Fala quanto você quer?”
Ela sorriu inescrupulosa.
E assim, foram anos agüentando extorsões, com o intuito de esperar que a pequena
alcançasse a maioridade e eu pudesse lhe revelar enfim a sua verdadeira paternidade,
crendo fervorosamente que ela ainda escolheria a mim como pai.
Hoje chegou o dia em que eu preciso revelar tudo para a pequena Alice. Eu ainda
viajava nos meus argumentos, em silêncio absoluto, enquanto Alice mantinha
pequenos soluços.
Sentamos em um sofá, e eu busquei a coragem que eu não tinha, lembrando ter que
fazer uma linha entre a honestidade e a segurança.
“Alice, eu quero te falar um pouquinho a sua história. Mas espero que não mude muito
os seus sentimentos com relação a sua mãe.”
“Tudo bem, pai.” Ela encostou-se ao meu peito e suspirou.
“Bom, sua mãe ficou grávida de você sem ter planejado, e ela não se via com
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condições de dar andamento à gestação. Foi então que eu pedi que ela não
interrompesse.” Acariciei o seu cabelo, fazendo ela se acalmar do choro.”Ela era muito
nova, tinha apenas vinte anos, e já tinha vocês todos, além disso, ela era muito
mimada, conseqüentemente, irresponsável. Ela não tinha a mínima condição de ficar
com você.”
Ela olhou em meus olhos meio perdida.
“Não entendi, pai. Dessa história eu já sabia, por que o senhor está me contando de
novo?”
Segurei o seu olhar, desejando mostrar com os olhos que havia muito mais que isso
por trás do que eu disse.
“Sua mãe tinha um relacionamento com esse rapaz que está no hospital desde que
éramos adolescentes... Inclusive, quando eu me separei dela, ela voltou a vê-lo...”
Suspirei e esperei que ela conseguisse diluir devagar, mas seu rosto se mostrava
confuso com o objetivo da minha explicação.”Quando ela ficou grávida de você, eles
estavam juntos...”
Um lampejo de entendimento se passou pelo seu rosto e ela abriu a boca.
“A-Aquele homem namora com a minha mãe desde que eu... nasci?” Perguntou com o
semblante perturbado.
“Na verdade desde antes.” Respondi e suspirei, esperando pelo seu julgamento.
Ela ficou calada, olhando para o chão. Por vezes ela abriu a boca, para finalmente mais
lágrimas desceram do seu rosto.
“E-Então ele pode ser o m-meu p-pai?” Balbuciou, incrédula. Eu a abracei forte,
sentindo meu coração cortar com a insegurança.
“Ele não pode ser seu pai, pois ele não viu seus primeiros passos, não foi ele quem
você chamou de pai pela primeira vez, não foi ele quem viu você crescer e se
transformar em um bebezão, não foi ele quem te abraçou e te fez dormir quando você
chorava...” Levantei seus olhos para que ela olhasse para mim.”... Não foi ele quem te
amou a vida toda como uma dádiva, um presente dos céus. O melhor e mais valioso
presente que alguém podia receber.”
Ela respirou fundo e ficou calada minutos olhando para a mesa. Foi como se um peso
estivesse sido tirado das minhas costas, porém eu estava com dúvida quanto a sua
aceitação.
“O senhor sempre soube disso?” Ela me encarou.
“Mais ou menos...” Decidi ser o mais sincero possível”Desde que você tinha dois anos
de idade.”
Ela suspirou e olhou para cima.”Então minha mãe mentiu para o senhor.” Não era
uma pergunta, e eu tinha que encontrar um meio termo entre a verdade que
denegriria a imagem de sua mãe e a mentira que a protegeria.”Eu suspeitava, mas não
queria ver. Eu te amei desde a barriga de sua mãe. Eu queria você para mim. Eu não
achava certo uma criança ser interrompida, e também não confiava em sua mãe para
cuidar de uma criança.” Foi tudo que eu podia dizer.
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Ela demorou mais uns minutos calada. Enquanto isso, lhe dei um tempo e encostei
minha cabeça no sofá. Fechei os olhos e senti a exaustão do longo dia. As memórias
dos longos anos em que eu protegia os meus filhos, pairavam em minha mente. Eu
não sabia se sentia lamento pela ruptura de vida da Renée ou alívio, pois sei que
embora meus filhos nunca tenham revelado, eles sofriam com o pouco caso que a
mãe os tratava, chegando a vê-los muitas vezes com intervalo de dois anos, como
ocorreu essa última vez.
“Pai...” Alice me tirou daquele divagar de pensamentos e me olhou firme, pegando em

meu cabelo.”... Você é o único pai que eu tenho... Nada mudou pra mim, exceto por
uma coisa...” Ela sorriu e me abraçou, meigamente.”O Jasper não é meu irmão
sanguíneo!” Disse com alegria na voz. Respirei aliviado e ela acariciou o meu rosto,
como de costume.”Sinceramente lamento por minha mãe ter sido assim...” Ela
abaixou o olhar, mas depois pegou em minha mão e encostou-se mais em meu
peito”Mas se eu tivesse que escolher um pai dez vezes... Eu escolheria você.”
Devolvi o abraço, aliviado e contente pela sua resolução rápida de pensamentos.

Ficamos abraçados um tempo, depois ela me afastou e olhou-me como se tivesse
acabado de ter um insight.
“Ele é pai do Edward, não é?” Ela afirmou, sem conseguir esconder a surpresa da
associação.”Mas por que Edward e Rosalie tem os olhos verdes?"
“Por causa da familia da Esme. A própria Esme tem os olhos verdes.”
Ela sorriu genuinamente.”Hilário, pai. Que mundo pequeno é o nosso e da família

deles. Como esse rolo foi acontecer?”
Eu pude rir com a lembrança.”Simples. Éramos amigos de escola. Rennee e Phil

tinham um rolo, mas sua mãe cismou comigo. Recentemente eu conversei com Esme
sobre o assunto, e nós chegamos a uma conclusão. Tudo mostra que eles armaram
para nos separar, eu e Esme, porém com o passar dos anos eles perceberam que
queriam ficar juntos, afastando-se dos filhos e do país para esconder a sua ligação.”
Expliquei pausadamente.
“É... E estão terminando o fim dos dias juntos.” Refletiu, e eu fiquei em silêncio. Não
queria prejudicar a memória de sua mãe mais do que já tinha feito com essa
revelação.
Levantamos, resolvemos voltar ao hospital e ver Jéssica
“Pai, me empresta o seu telefone para eu ligar para o Jazz?”
Bella POV
“O poder sem amor é imprudente e abusivo”.
Martin Luther King Jr.
A dor pelo acontecimento trágico era acalentada por sua presença tranqüila e
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carinhosa. Estar em seus braços novamente, era como estar em uma nuvem segura.
Desde quando eu acordei do acidente, eu tinha decidido tentar mais uma vez jogar
aberto, lógico que sem expor meu real anseio. Logo a pergunta finalmente feita me
direcionaria qual rumo tomar, e assim eu poderia decidir o que fazer. Se ele decidisse
por mim agora, sem pressão, ele seria capaz de enfrentar tudo comigo em qualquer
circunstância. Por isso, após tomar forças e buscar as palavras exatas, perguntei se
ele abandonaria tudo para ter uma vida simples em Seattle, sendo somente um diretor
da empresa do meu pai, pois esse seria o caminho óbvio caso o escândalo viesse a
público. Com certeza ele não teria mais lugar na política.
Sua primeira atitude foi sorrir desacreditado da minha pergunta. Ao ver sua reação,
torci os lábios em uma careta frustrada e abaixei o olhar, temendo a sua resposta,
afinal essa era a minha última jogada. Não havia mais armas para mim.
Após sorrir, ele olhou em meu rosto atenciosamente e viu que não tinha sinal algum
de brincadeira, logo seu sorriso morreu aos poucos. Longos minutos se passaram, e
minhas mãos começaram a suar, mesmo no frio intenso que estava em Munich. Ele
ficou sério e olhou para cima, respirando fundo, sem tirar a mão do meu rosto. Em
todo o tempo eu mantive o semblante calmo, sem mostrar demasiado interesse em
sua resposta.
“É séria a sua pergunta, não é?” Deslizou os dedos em meu rosto.”Você realmente
quer saber se eu seria capaz disso...” Não era uma percepção feliz de sua parte. Ele
suspirou e passou a mão em meu cabelo novamente, exagerando no tempo de
resposta, chegando a fazer com que por vezes eu respirasse fundo, controlando a
ansiedade. Ele continuou.”Vou expor os meus pontos para você e eu quero que você
me entenda, ok?” Perguntou cauteloso e fez sinal para a garçonete pedindo a conta.
“Tudo bem.” Respondi, percebendo o clima tenso.
Ele levantou, pagou no balcão e nos dirigimos a pé ao prédio que iríamos nos
hospedar. Ele arrastava a sua mala com uma mão e eu me encolhi embaixo do seu
outro braço, me protegendo do frio. Ele me afagou e caminhamos pela calçada.
“Pensa comigo, Bella. Não tem sentido eu fazer isso. Que experiência eu tenho para
ser um diretor na empresa do seu pai? Além disso, por que eu faria isso?” Sua voz foi
calma e paciente.
Eu não respondi. Fiquei pensativa, tendo certeza que ele não cogitaria essa idéia se
não fosse sob pressão. Ele observava o meu silêncio, eu tentava ser uma boa atriz
para dissimular as emoções, mesmo que a derrota fosse presumível e já amargasse
minha alma.
Chegamos ao prédio do hotel, e ele se dirigiu ao balcão, entregando em seguida o seu

cartão de crédito e documentos. Decidida, atravessei em sua frente, dei os nossos
dados e reservei o quarto pelos próximos dois dias. Peguei o cartão dele de volta e
entreguei o do meu pai para o pagamento das diárias. Edward não tinha que pagar.
Ele só estava aqui por minha causa.
Ele mostrou descontentamento, mas sabia que essa ele não iria vencer. Então, após
fazermos a parte burocrática, tomamos o elevador e subimos.
“Você não respondeu por que eu faria isso.” Ele lembrou, logo que entramos no
elevador.
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“Eu dei a resposta na pergunta. Por uma vida simples em Seattle.” Respondi como
óbvio. Não era uma mentira. O que eu anseio realmente é uma vida simples, longe
dessas mentiras e chantagens.
Chegamos ao nosso quarto, entramos e fechamos a porta. Em todo o tempo ele me

olhava cauteloso. Instantes depois, ele me fez sentar na cama e levantou o meu
queixo.
"Amor...” Seus olhos eram suplicantes.”Eu tenho me preparado uma vida para isso...
Não tem sentido a sua pergunta. A cada dia mais eu me convenço de que você implica
com as minhas escolhas e isso está errado. Você sempre me apoiou antes, sempre
quis que eu seguisse em frente. Foi isso que me conquistou mais em você; o seu
apoio e a sua fé em mim. Porém, de uns dias, ou meses para cá, você se mostra
complexa e eu não consigo entender.” Sua voz era um lamento.
Resolvi ser firme. Eu precisava ser.”Eu irei te apoiar no que você escolher, Edward.
Sou sua família.” Ele não sabia, mas essa escolha significava muito. Estava mais do
que certo o caminho que ele tomaria, mesmo sem saber.
“Sabe, Bella, não tem como eu ser o diretor de uma empresa que nada tem a ver com
o social e educação, além disso, nada tem a ver com política.” Ele tentava dar mil
argumentos, e eu resolvi dar um basta em sua súplica.
“Edward, eu não estou te pedindo nada. Isso só foi uma hipótese.” Forcei um sorriso e
resolvi colocar tudo em uma gaveta, trancando imediatamente.”Prepare um banho
para nós... Estou cansada.” Pedi e liguei o aquecedor, dando o assunto por encerrado.
Ele ligou a banheira e, ainda com o semblante preocupado, sentou-se no sofá.
“Minha graduação é em ciências políticas, com ênfase em relações internacionais.

Minha especialização é em Educação Social e meu mestrado é em Socialismo.” Ele
passou as mãos nervosamente pelo cabelo, excessivamente inquieto com o
assunto.”O que eu faria na empresa do seu pai além de me frustrar?”
Imediatamente, levantei da cama e fiquei em pé em frente dele, acariciando o seu

cabelo, enquanto ele encostava o rosto sob o meu queixo.
“Nada... Realmente nada.” Suspirei e beijei sua testa”Esquece isto. Vamos esquecer
esse assunto. Era só uma situação hipotética, uma brincadeira ou coisa assim. Não
precisava ter dado tanta explicação assim.”
Tirei minha roupa, quando o quarto já estava aquecido, e fui para a porta do banheiro,
permanecendo de roupas intimas de algodão.
“Vem?” Chamei com um sorriso
“Tomar banho com você?” Perguntou meio desnorteado, um pouco cético.
Sorri, balançando a cabeça.”Ai, ai, e vai ser a primeira vez?” Perguntei tentando
quebrar o clima tenso. Ele ficou parado pensando, depois de uns segundos entrou,
tirou suas roupas e as dobrou. Coloquei a mão na água para sentir a temperatura,
após me conscientizar que era quente e confortável, entrei.
“O que vai vestir?” Ele perguntou logo que entrou, encostando-se ao outro canto da
imensa banheira.
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“Uma roupa sua. Quando amanhecer, saio para comprar roupas novas, já que as
nossas malas se perderam no acidente.” Respondi e atravessei a banheira para ficar
perto dele.”Por que você não tirou tudo?” Apontei para sua boxer.
“Por que você não tirou tudo?” Devolveu a pergunta sorrindo.
“Por que eu vou lavar durante o banho, já que eu não tenho outra.” Disse com um dar
de ombros.
“Ah, entrei de roupa por que você entrou.” Respondeu tímido.”Pensei que você estava
impondo limites.”
Brincalhona, tirei meu sutiã e joguei fora da banheira. Ele arregalou os olhos, porém a
visão do meu seio estava protegida pela espuma.
“Duas peças por uma peça.” Sorri e tirei a peça de baixo, jogando em seguida para
fora da banheira.
Ele encarou-me uns segundos, moveu-se um pouco e tirou lentamente sua peça de
baixo, jogando depois fora da banheira.
Devagar, encostei ao lado dele e deitei em seu braço.
“Vamos ligar a hidro e conversar?” Ele propôs, apertando seguidamente o botão da

hidro.
“Tudo bem.” Sorri, ao perceber que era uma estratégia para me manter afastada, já
que ele só queria ter intimidades comigo se eu voltasse para ele, mesmo depois da
nossa recaída naquela sexta.”Sorte o Seth não ter vindo.” Introduzi um assunto e
recostei minha cabeça na borda da banheira.
“Com quem ele ficou?” Ele fechou os olhos e se encostou também, deixando que a
força da água massageasse nossas costas.
“Com Mike, na casa da mãe dele. Os avós do bebê não desgrudam dele.” Ele tinha se
afastado um pouco, mas eu encostei novamente perto dele, e ele abriu o braço pra
que eu encostasse a cabeça. Deitei e fechei os olhos, sentindo o relaxamento que a
água e a essência traziam.
“É muito lindo o filho deles.” Ele refletiu com saudade. Aparentemente chateado, pois
o assunto filhos e crianças vinham sendo evitado por nós.
“Também acho.”
Houve um silêncio cheio de paz. Ele parecia estar com os pensamentos distantes, e eu
aproveitei para colocar ordem nos meus.
“Você já tinha passaporte para a Europa?” Quebrei o silêncio depois de um tempo.
“Sim. Como eu faço Ciências Políticas com ênfase em Relações Internacionais, é fato
que uma hora eu precisaria sair do país. Só lamento ter sido nessas circunstâncias.”
“A área de Ciências Políticas é bem ampla, né?” Refleti.
“Sim. Cada pessoa decide em que se especializar. Eu, por exemplo, posso atuar com
educação social em qualquer lugar do mundo.” Disse com entusiasmo.
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Era madrugada, e meus olhos já ardiam pelo cansaço.
“Você gosta do que você faz.” Refleti alto.
“Eu ainda não faço o que eu quero. Por enquanto, estou só fazendo meu caminho.
Conhecendo pessoas, formando bases. Isso é importante na política, ter um pouco de
influência.”
Virei o rosto e encaixei o nariz sob o seu queixo. Fiquei de olhos fechados, só ouvindo
o som da banheira e sentindo o cheiro de sua respiração. Eu tinha tanta vontade de
passar a mão nele, no peito, abdômen. De sentar em seu colo e beijá-lo. Porém não
era justo que eu fizesse mais isso, pois todas as vezes que eu incitava à intimidade, eu
o deixava esperançoso em estarmos reatando. Por isso, pensando nisso, e além de
tudo, pensando em nossa última conversa, resolvi dar espaço a ele.
...
“Bella, você está dormindo?” Ele acariciou o meu rosto, e tudo que eu sentia era o
cansaço.
“Estou acordada. Devo ter ficado fora do ar só uns dois minutos.” Respondi com
moleza.
“Tem um tempão que você está calada. Vamos sair?”
“Sim.” Disse me sentindo sugada, e ele pegou o roupão, colocando-o em minhas

costas. Saímos, ele pegou uma camiseta em sua mala para mim e uma calça de
moletom para ele.
“Você quer uma bermuda?” Perguntou ainda mexendo em sua mala.”Se você quiser
essa calça aqui eu te dou.” Apontou para a calça do seu moletom.
Enxuguei o cabelo e sentei de roupão na cama.”Pode deixar. Eu durmo só de

camiseta.” Informei, peguei a camiseta e vesti. Ele não virou o rosto enquanto eu
vestia, somente engoliu em seco.
“Você vai dormir sem a roupa de baixo?” Perguntou sem conseguir esconder sua
descrença.
Eu sorri.”Não vai ser a primeira vez.” Dei de ombros, indiferente.
Eu sabia que estava torturando, e mais uma vez me adverti que não era justo tentá-lo
assim. Mas eu também o queria, e ninguém sabia o quanto eu o queria. Porém, não
queria que fosse como da última vez, onde eu tive que praticamente forçá-lo a fazer
amor comigo. Ainda que ele estivesse com o desejo vazando pelos poros, ele não me
queria naquela situação - estando terminado.
Sedutoramente, enxuguei a minha perna e deitei, com o lençol enrolado da cintura

para baixo. Ele me olhou inexpressivo por minutos, depois virou as costas e pegou o
celular, discando em seguida algum número.
“Carlisle, já estamos hospedados...........No hotel em frente ao hospital..............Ah,

que bom........ Boa noite, aliás, boa madrugada.”
Ele sorriu, desligou e se virou para mim.”Parece que acharam as malas de vocês.
Uma pessoa virá deixar no hospital.”
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“Menos mal. Vem deitar. Estou morrendo de sono.” Bocejei, aconchegando minha
cabeça no travesseiro.
Ele deitou e me aninhou em seus braços, de frente. Aproveitando o calor do contato,

coloquei minha perna dentro da dele.
“Boa noite.” Murmurou baixinho, e eu me apertei mais a ele, fazendo questão de roçar
nossa parte inferior.”Bella, eu não sou de ferro.” Avisou com a voz rouca.
De novo, eu sabia não estar agindo corretamente brincando com ele, todavia não era
só ele quem tinha necessidades. Meu corpo dá informações de falta dele, muitas vezes
me acordando a noite e me fazendo rolar na cama. E o que eu vejo é somente o seu
lugar vazio.
“Você está de moletom e nem está sentindo minhas pernas.” Murmurei

matreiramente, beijando o seu peito. Ele me abraçou forte contra o seu peito e aspirou
ao meu cabelo. Peguei sua mão que estava em meu cabelo e coloquei em minhas
costas, na altura da minha cintura.”Sinto falta de suas mãos.” Sussurrei
insinuantemente, praticamente implorando seu toque.
“Eu sinto falta de você toda” Disse decididamente, uma cobrança, e mergulhou o rosto
em meu cabelo, fazendo com que seu pescoço ficasse ao alcance da minha boca.
Assim, levada pela tentação da proximidade, eu o beijei, pontinhos molhados no
pescoço.
“Eu estou aqui.” Sussurrei e mordisquei seu pescoço.
“Sim. Está aqui. Hoje.” Frisou a última palavra, referindo-se á minha falta de
comprometimento.
“Toca em mim, por favor.” Implorei e subi a boca para sua orelha, dando mordidas em
seu lóbulo.
Em redenção, senti sua mão subindo lenta pelo meu joelho, eu fechei os olhos e me
apertei mais ao seu pescoço. Suas mãos distribuíam faíscas por onde passava e todo
o meu corpo dava sinal de vida, de efervescência. Eu não conseguia sentir culpa,
muito menos depois de saber que ele decidiu mais uma vez que caminho seguir. Tudo
que eu era neste momento era egoísta em simplesmente por acalmar a sede que meu
corpo tinha dele. Saudade de seu toque, de sua pele.
Sua respiração estava quente em meu ouvido, sua mão chegou em minha cintura e
acariciou demoradamente com o polegar. Ansiosa, eu sentia meu ventre tremer onde
sua mão quente passava.
Minha respiração acelerou, ele me afastou com um sorriso e mudou minha posição,
virando-me de costas para ele. Segundos depois, colocou um lençol em volta da
minha cintura e sorriu em meu ouvindo, envolvendo os braços em volta do meu braço,
num abraço apertado, encaixando-nos de conchinha.
“Amanhã.” Mordeu o meu lóbulo.”Se você ainda estiver disposta, tocarei em você.
Hoje você está sob efeito de remédios para dor e eles costumam intensificar as
sensações...” Inspirou em meu pescoço e beijou carinhosamente.”Você já sabe qual a
minha condição, não sabe?” Sorriu triunfantemente e deu beijos estalados.
Eu queria relutar, queria reclamar, mas me calei. Às vezes é horrível relacionar com
alguém tão decidido. Eu podia sentir sua excitação. Eu sabia que ele me desejava. Mas
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ele preferia manter-se equilibrado.
Eu não estava sob efeito de remédios coisa nenhuma, meus desejos eram reais e eu
temia que nunca cessasse essa atração a flor da pele que eu sempre senti. Ela é maior
até que a minha sanidade e o meu amor próprio. É um amor carnal avassalador. Amor
este que domina os meus sentidos e que me deixa sem reações claras quando estou
perto dele.
“Amanhã temos tempo.” Zumbiu com a voz macia, e afastou meu cabelo, tendo livre
acesso ao meu pescoço.
Após ouvir suas palavras, era impossível não pensar nelas. ‘amanhã e tempo’. Rá,
como se elas andassem juntas para nós! Se teve algo que eu acreditei com veemência
foi que o tempo, amanhã e destino estavam escritos para nós. Hoje acredito somente
em destino. O destino dele está escolhido. Por ele próprio. A vida é responsável por
nos mostrar possibilidades de escolhas futuras, cabe a nós decidir pelo melhor
caminho. Ele escolheu o dele ao dizer que não se encaixaria em uma vida simples em
Seattle comigo. Resta-me aceitar.
“Bella, Phil também é pai da Alice.” Edward informou e afrouxou o abraço, já relaxando
para dormir.
“Eu imaginei com as tensões e seus olhares no quarto.” Murmurei preguiçosa,

beijando sua mão.
Ele sorriu.”Você está sob efeito de droga ou nada abala você?” Perguntou com a voz
divertida.
“Não estou sob efeito de remédio.” Resmunguei, de olhos fechados.”Fazia muitos

anos que eu imaginava que ela não era filha do meu pai, porém, eu tinha medo de
falar e magoá-lo, ou magoar Alice que é tão apegada a ele.” Disse com a voz
arrastada, sentindo o entorpecimento do sono.
Bocejei, aconcheguei-me mais a ele, já deixando o sono me levar.
“Durma bem.” Pressionou o lábio em meu pescoço e relaxou.
“Boa noite.” Fechei os olhos e me entreguei.
Quando disse mais cedo que só tenho perdido ultimamente, não era uma
dramatização. Era a expressão dos pensamentos sórdidos que tem habitado meus
pensamentos. Nunca senti uma sensação de perda como tenho sentido esses dias.
Hoje eu perdi minha mãe, e embora tente esquecer momentaneamente tudo, ainda
dói. Porém dói mais porque só hoje vejo que na verdade nunca tive minha mãe.
Sempre tentei entendê-la sem julgá-la, e hoje, avaliando a nossa situação real de
família, vejo que ela nunca se importou.
Lamento abrir os olhos e enxergar tudo sobre o seu túmulo, enxergar só agora que
ela nunca fez questão de nos ver. Abandonou-nos com o meu pai ainda bebês, tanto
eu como Alice, bebês com menos de dois meses. Crianças desmamadas... Porém, não
quero deixar que a mágoa more em mim, quero perdoá-la inclusive agora, pois
mesmo sem ela, crescemos bem e determinados.
Uma determinação que serviu para encontrar Edward e buscá-lo para mim, quando
tínhamos vários impedimentos. No entanto, tanta determinação de nada serviu
1335 de 1595 26/05/2011 20:45

quando hoje me encontro derrotada em tudo, pois por vontade própria, ele decidiu
ir...
Ir para uma vida onde não me cabe.
Edward POV
Cansado do dia longo e exaustivo, coloquei meu braços sobre ela e tentei me
concentrar somente em diminuir o ritmo da minha respiração, ainda que com ela
suplicando como fez, ficasse minuto após minuto irresistível não tomá-la.
Ela respirava sobre a pele do meu braço, quente, como o seu corpo colado em mim.
E mesmo que ela estivesse enrolado por um lençol, eu só conseguia pensar nela sem
roupas intimas e vulnerável. Estava difícil ter juízo claro com o estado pulsante em que
eu me encontrava.
Como todas as noites que estou com ela, eu tentava sem sucesso convencer o meu
corpo que essa falta seria breve, mandando assim os pensamentos dela nua em minha
frente para longe, bem longe. Pelo menos eu tentava mandar.
Obstinava-me a acreditar que em pouco tempo ela se convenceria que precisa de

mim. Pois, amar, eu sei que ela me ama. Ela disse. Porém, quero que ela volte a me
querer do mesmo jeito que eu a quero - Compromisso.
Compromisso esse que sua falta gera confusão, insegurança e solidão. Pergunto-
me:como uma pessoa pode me desejar tanto e se esquivar de
comprometimento? Não sei. E não me sinto preparado para lhe dizer não.
Por meu cérebro ainda pairava a lembrança de que quase a perdi para sempre,
lembrança essa que me levava à sexta-feira a noite, o dia em que quase sucumbi á
minha solidão enquanto ela passava por um acidente. Eram duas da manhã, e como
eu tinha resolvido ir com a turma do serviço a um bar, ainda estava lá, ébrio pela
quantidade de álcool que tinha ingerido. A motivação de estar lá era a tentativa de
viver em um mundo sem Bella, já que ela tinha me impedido de vê-la na Califórnia.
Eu tentava encontrar caminhos alternativos para a sua falta, pois nunca eu tinha me
dado a oportunidade de ao menos tentar nesses quase vinte e dois anos de idade. Eu
nunca tinha dado abertura para diversões e amizades.
Caso eu não tivesse ido, seria mais uma noite em que eu me encontraria sozinho, pois
até Ryan, o único amigo a quem eu poderia recorrer por companhia, com certeza
estaria em algum programa romântico com a Sô. Portanto, não me restou opções, se
não tentar sair com os colegas de serviço. Contudo, as conversas não conseguiram
preencher a falta dela, por isso, busquei na bebida essa satisfação.
Conseqüentemente, eu não consegui dirigir até o meu quarto na Universidade, fato

este que resultou na Ashley dirigindo para mim, e James nos seguindo em seu carro a
fim de levá-la embora.
“Obrigado, Ashley.” Agradeci, sentado no banco do passageiro, sentindo tontura e

enjôo.”Desculpe ter atrapalhado o seu programa” Pedi sinceramente, ela estacionou.
“Não se preocupe.” Disse com um sorriso amigável”Conheço você há mais tempo que
aquele cara. Além disso, você é importante demais para minha família e para mim,
1336 de 1595 26/05/2011 20:45

para eu deixar você dirigir no estado em que estava.” Ela sorriu e passou a mão em
meu cabelo. Um gesto carinhoso que não me alarmou. Fechei os olhos e senti tudo
muito incoerente em meu cérebro. Eu só conseguia pensar em uma pessoa. Ela, que
em qualquer espaço, invadia o meu cérebro com o seu sorriso confiante.
Suspirei e encostei minha cabeça ao banco, lembrando da última vez que tinha bebido
assim... Foi com ela, quando combinamos três anos atrás de fingirmos estar
embriagados para dormirmos juntos. No momento em que essa lembrança me
invadiu, suspirei novamente de saudade.
“Você está sentindo muito essa separação, né?” Ashley disse com pesar, me tirando
dos delírios. Pelo som de sua voz e calor, parecia que ela estava perto do meu rosto.
Eu não me alarmei.
Na verdade estava me sentindo extremamente fraco por estar me permitindo sofrer

assim.
“Intensamente.” Foi o que respondi, ainda com os olhos fechados e a cabeça no

encosto. Tudo estava em câmera lenta e eu ainda sentia a sua mão em meu cabelo.
Era estranho o fato de não me alarmar.
”Estou preocupada com você.” Ela sussurrou próxima ao meu ouvido.”Não pensei que
você bebia assim.”
“Geralmente eu não bebo... A não ser em família. Mas já fazia um bom tempo que não
acontecia.” Admiti, respirando fundo de saudade.
Eu devia estar saindo de órbita, a onda de relaxamento em mim deixava meus

sentidos inertes. Senti uma mão no botão de minha blusa e, ainda assim, não me
alarmei e não abri os olhos.
“Você quer ir para o meu apartamento?” Propôs passando os dedos no caminho de

três botões. Só aí eu abri os olhos, associei suas palavras e ações, e percebi a
proximidade que ela estava do meu rosto”Eu cuidaria de você e não te cobraria nada
depois.”
Imediatamente, vários sentimentos se debateram conflitante em minha mente:

Saudade, raiva, solidão, carência, tristeza, repulsa.
Ela sorriu ao ver o meu silêncio e pressionou os lábios em meu rosto. Despertei em
um átimo.
“Você pode, por favor, manter distância de mim?” Disse com a voz obscura, fazendo
com que ela arregalasse os olhos e se afastasse imediatamente.
“Er...Desculpe. Vou indo” Ela abriu a porta, desceu, e eu desci minutos depois.
Entrei automaticamente para o banho, deixando as roupas pelo caminho no quarto,

liguei instantaneamente o chuveiro e encostei minha testa na parede.
“Putz, Bella, não era para eu estar acabado assim!” Deixei a água escorrer sobre mim,
permitindo mais uma vez que a dor cortasse o meu coração. A angústia daquele
momento era cortante, eu não conseguia entender a vontade de gritar e socar a
parede. Foi inexplicável a dor tamanha que eu sentia.
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Hoje eu sei que era exatamente a hora em que o acidente estava ocorrendo aqui na
Alemanha.
**
Acordei antes dela. Ela estava completamente descoberta pelo tanto que se
movimentou durante a noite. Sorri, ergui o lençol e enrolei três vezes em volta dela.
Pedi o café da manhã no quarto, uma vez que estava muito frio e sair do quarto não
era a minha intenção, junto com o café da manhã, pedi rosas, para não perder o
costume do inveterado romântico que sou e coloquei-as sobre o criado.
Meu telefone tocou, saí rumo ao banheiro para não acordá-la com o barulho,
reconheci o número e atendi.
“Boa dia, Carlisle.”
“Bom dia, Edward. Eu liguei para informar que estou no segundo andar, quarto nº
2004.”
“Ah, que bom. E as meninas?” Perguntei baixo.
“Elas já estão aqui comigo.”
“Tem previsão de data de volta?”
“Devemos voltar amanhã, ou terça. Depende da documentação das questões

materiais. Ela era filha única e deixou algumas posses herdada de seus pais... Bella já
acordou?”
“Ainda não.” Sibilei.
“A mala dela está aqui. Vou mandar um carregador levar ai para ela.”
“Tudo bem.”
“Como ela está?” Sua voz era preocupada.
“Dormiu bem e ainda não acordou.”
“Que bom.”
Ele deu uma pausa.
“Edward... Obrigado por ter vindo mesmo na condição em que vocês estão.”
Agradeceu pesaroso.
“Eu não a deixaria só, independente da situação.” Afirmei convicto.
“Edward, eu sinto muito pela situação de vocês, meu filho.”
“Não se preocupe. Estamos levando.” Sabia que ele se preocupava com a situação e
eu não queria que ele sofresse com isso. Nós dois resolveremos isso sem preocupar
os nossos familiares.
“Edward... Eu preciso te falar algo para que pense...” Ele hesitou, demorando em
1338 de 1595 26/05/2011 20:45

falar”... Escolha ela... Escolha ela sempre... É isso que ela quer de você.”
Pisquei desentendido de em qual situação que eu devia escolhê-la quando isto sempre
esteve claro. Eu sempre a escolhi. Quem tem que fazer escolhas aqui era ela.
“Eu sempre a escolho.” Disse firmemente.
“Sim.” Ele sorriu relaxado.”Com certeza. Quando você vai embora?”
“Vou esperar por vocês.”
“Então até mais. Se ela resolver sair e conhecer a cidade, interfonem aqui.”
“Ok. Até mais.”
Desliguei e sentei-me á cama observando-a dormir. Minutos depois o carregador

deixou a mala de Bella no nosso quarto, recebi-a e organizei-as no armário.
Cansado de ficar só, abri a nécessaire, peguei o creme, esquentei na mão e sentei na
cama, espalhando-os depois em seus pés, acariciando e massageando. Esse era um
costume nosso que eu insistia em cultivar. Assim ela acordaria relaxada.
Ela bocejou e encolheu os pés, depois se mexeu e cobriu o rosto com a coberta.
“Atacando os meus pés, Edward.” Resmungou com a voz preguiçosa.
“Tenho notícias boas.” Peguei os pés dela novamente e massageei, subindo o creme
pelo tornozelo, e percebendo a tornozeleira que eu dei.
“Quais notícias?” Sua voz sonolenta me dava saudade da cama.
“Você não precisa mais se enrolar em um lençol para dormir. Suas roupas foram
encontradas.” Sorri matreiramente. Ela tirou o cobertor da cabeça, olhou para o lençol
e sorriu desavergonhada. Agora mais acordada.
“Você quis me proteger de você?” Insinuou com um ar de acusação e apontou para o

lençol enrolado três vezes em sua cintura. Desviei o rosto, sem querer dar a ela o que
ela queria: ver-me desconcertado.”Ai, ai, não sei por que.” Ela continuou
gracejando.”Você já viu essa parte do meu corpo mais que minha babá quando eu era
criança. E olha que eu tive a mesma babá durante sete anos.” Ela continuou sorrindo
descaradamente e atacou a bandeja, ainda olhando com o semblante divertido para
mim. Eu sorri desconcertado. Ela conseguiu o que queria.
Depois de experimentar alguns itens com bastante gosto, ela se arrastou na cama,
usando somente minha camiseta ― lógico que eu não ia deixar de ver isso ―, e
sentou-se na beira da cama.
“Às vezes eu acho que você não existe.” Ela mordia o presunto parecendo estar sem
comer há dias, e eu aproximei da mesinha para amanteigar pães para nós.
“Por que diz isso?” Perguntei, em pé, ao lado do carrinho de lanche.
“Por causa do óbvio. Dormimos no mesmo quarto, na mesma cama, e você mantém
rigidamente a compostura.” Ela continuou me olhando insinuante.
Sentei na cama, cruzando as pernas, e entreguei pãezinhos com suco para ela.
1339 de 1595 26/05/2011 20:45

“Você está melhor hoje?” Resolvi desviar o assunto antes que eu admitisse que era
com muito custo. Rá, com certeza com muito custo mesmo que eu mantinha
RIGIDAMENTE a compostura. Nem eu imagino como sou capaz disso quando a desejo
mais do que posso controlar. Todavia é lamentando muito, mas muito mesmo, por
isso estou disposto a esperar. Eu acho. Afinal, somos muito mais que sexo― É o que
eu quero acreditar―. Droga de pensamentos incoerentes! Tudo bem, talvez esteja
meio sem nexo e confuso com ela sem roupas assim tão próxima.
Confuso e doido para ela me tentar de novo.
“Sim. Estou bem.” Sorriu singelamente, mordendo o pão em seguida.”Eu não vou
mais chorar. O que aconteceu, aconteceu. Vou sentir falta da nossa história, e eu
precisava mais tempo, porém nada foi culpa minha.” Ela olhava intensamente para o
pão e pareceu responder automaticamente.
“Do que você está falando?” Sua resposta foi desconexa, parecia não falar da mãe.
Ela sorriu e olhou em meu rosto, voltando a atacar as frutas no carrinho.”Da minha
mãe, é claro.”
“Hum... Quer que eu pegue uma roupa para você?” Apontei para o armário aberto e fiz
menção de me levantar.
“Por que você está tão incomodado? Até parece que algum tecido pode nos separar,
se EU quiser você.” Piscou. Eu tive que sorrir de sua audácia e confiança, ela olhou
astutamente para mim e se arrastou de joelhos na cama até onde eu estava,
depositando um beijo em meu pescoço.
No instante em que eu olhava suas pernas nuas próximas ao meu braço, pulsações
céleres se projetavam em meu corpo. A proximidade era tentadora. Eu engoli em
seco, involuntariamente, com a excitação que me invadia. A vontade de acariciá-la,
deitá-la em meus braços e beijar pedacinho por pedacinho de sua pele era imensa.
“Bella... Torture menos.” Murmurei, mas gemi com sua língua implacável em meu
pescoço, transmitindo correntes de desejo. Tentei fechar meus olhos da visão de suas
pernas convidativas, porém foi pior porque me concentrei nos sonsinhos que ela
estava fazendo ao mordiscar meu pescoço.
“Estamos na Europa. Longe da vida. Longe dos compromissos” Disse em meu ouvido,
em seguida me olhou e tirou a blusa.
Parei os olhos em seus seios firmes e convidativos e passei a língua sobre os lábios
em antecipação, sentindo a memória do gosto. Uma semana sem ela era capaz de me
deixar um dependente em crise.
Ela deitou nua sobre a cama, passou os dedos sobre a barriga e me olhou
insinuante.”Eu quero você”
Alternei os olhos entre seu rosto confiante e o corpo escultural sobre a cama. A
cobiça mandou saliva á minha boca. Hipnotizado, ajoelhei na cama e encostei os
lábios em sua barriga. Ela arqueou com o contato, beijei lentamente de sua cintura á
sua coxa e passei os dedos pela lateral.
“Eu sei que vai soar contraditório, mas eu quero mais que isso, você sabe...”
Murmurei, mordiscando a sua barriga, não contendo o desejo em minha voz. Ela se
contorcia e soltava sons provocantes que me tiravam o raciocínio lógico. Não tinha a
1340 de 1595 26/05/2011 20:45

mínima chance de resistir. Desde ontem eu estava assinalado, um escravo de suas

vontades, submetendo-me com prazer.
Subi com os lábios, rendido, e deliciei-me em seus seios. Arrastei a minha língua,
rememorando o gosto de sua pele, mordiscando, lambendo o mamilo lentamente. Ela
arfou, ansiosa, acariciando o meu cabelo. Alcancei seus lábios, demarcando seu corpo
com as minhas mãos. Ela se abandonava e gemia entregue sob o meu corpo.
Entreabri suas pernas e acariciei-a intimamente, sem deixar seus lábios e pescoço.
Ela arquejava, e movia-se sob minha mão. Soltei seus lábios e desci o olhar para o seu
corpo, presenciando a mais perfeita visão. Ela suspirava e tremia ao meu toque. Eu
suguei os seus seios e permaneci com a carícia, até que seus gemidos e ofegos
aumentaram, unindo-se a um tremor, anunciando que seu êxtase seria breve.
Fui envolvido por um prazer incomensurável simplesmente em observá-la

contorcer-se sob mim, diante do estímulo preciso da minha mão que a conhecia
minimamente, todavia, incapaz de somente assistir, desci minha boca por sua barriga,
alcançando sua pélvis e beijei-a intimamente, lambendo-a, saciando meu desejo por
seu gosto enquanto ela dava gritinhos ao estímulo da minha língua. A saudade era
tamanha e eu sabia que nunca teria dela o suficiente, eu sempre queria mais. Em um
frenesi descontrolado de sucções e lambidas, um ato quase selvagem, aos poucos,
levei-a a convulsão, obrigando-me a controlar a minha respiração que era ofegante e
descontrolada. Ela se debateu e grunhiu, estremecendo sobre a cama, com seu êxtase
explodindo em minha boca.
Após apreciá-la naufragar, exultante em tomar tanto dela, livrei-me da calça e boxer,
jogando-as ao chão, encostei-me a ela, ainda encantado com o seu corpo trêmulo e
beijei os seus lábios. Como imãs atraindo-se, posicionei-me, fechei os olhos, deslizei e
em um instante estávamos ligados e arfando.
Ela entrelaçou a perna em meu quadril e acariciava minhas costas com as mãos, me
estimulando. Sua língua dançava freneticamente em minha boca e ela me apertava,
resfolegando, em uma entrega desmedida. Eu sentia espasmos tão somente com o
contado quente, molhado e prensado de seu corpo.
Projetei-me contra ela em movimentos lentos, observando, ouvindo-a, sufocando

meu próprio gemido para me ensoberbecer de sua entrega. Minha respiração era
ansiosa embora eu tentasse controlar, e me deixava inebriado com o cheiro do seu
corpo.
Eu afastei-a, lambendo os seus lábios, sentindo seus olhos quentes sobre mim. Olhos
que eu tentava desvendar. Que mostravam ser ligados a mim e expressava mistérios
que somente eles conseguiam dizer.
Ela gemia e buscava atrito, se apertando a mim, puxando minhas costas e cabelos.
Depois de um tempo, desci a mão pelo seu quadril e girei nosso corpo, invertendo as
posições. Ela sorriu dominante, mordiscou minha orelha e meneou leve o quadril.
Prendi meus olhos na mulher em minha frente, um débil apaixonado pela imagem de
seus cabelos caindo sobre o seu rosto, transformando-a no sonho erótico de qualquer
homem.
Seus olhos exalavam luxúria e sua boca entre aberta explicitava o nível de seu prazer.
Eu me embriagava de fascinação. Simplesmente, adorava vê-la sobre mim. Seu
semblante e método de movimentos e tortura era extasiante, com um domínio
irrefutável.
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Levantei tronco e mordisquei o seu ombro, segurando em seu quadril e fazendo

movimentos minuciosos, empurrando e puxando. Eu deslizava contente sob o
movimento de seu quadril, fechando os olhos e distraindo minha boca em seu pescoço
e seios, para não deixar o acumulo de desejo imperar, com a ansiedade por me saciar
batendo as portas.
Fizemos amor lento, onde eu degustava e me saciava de sua pele e de seu gosto.
Apaixonado pelas mínimas curvas que ela expunha sem pudor. Eu memorizava cada
poro dela, cada junta, beijando, acariciando sua pele, arrancando gemidos e ofegos
incontáveis. Estar com ela era a perfeição, como se estivéssemos escritos. Não existia
espaço e nem tempo. Só nós dois presos em uma névoa infinita de prazer.
Sua perna tremeu, apertando o meu quadril, e eu fechei os meus olhos controlando o
formigamentos que subiam da pontinha dos meus pés. Pelo meu corpo passavam
choques como se os tremores dela estivessem coligados ao meu. Parei meus
movimentos e mergulhei o rosto em seu cabelo, respirando ofegante. Cerrei minhas
mãos em punhos, e travei o maxilar, tentando controlar o orgasmo iminente.Buscava
prolongar o momento ao máximo, mas era uma gravitação inevitável.
Ela se lançou contra mim novamente, provocando-me com um sorriso dançando no

rosto.”Tempo, Bella.” Disse por entre arfadas.
Ela beijou-me molhado, meneando a língua em minha boca e moveu-se

circularmente, lenta, afogando-me com seu calor. Não tinha como resistir ao seu
comando. O tempo era dela. Um momento em que ela era minha, sem distância, sem
palavras ocultas. Não existiam vocábulos que explicassem a nossa necessidade de
intimidade. Tudo que podíamos fazer era sentir e se entregar.
Sua respiração ficou ofegante e ela se movimentou mais rápido e impaciente.

Gemidos intensos brotaram em seus lábios e eu estava perdendo a razão com o
quente, ardente e apertado me envolvendo com vigor.
Lancei-me mais, sentindo suas contrações em prensa.
Mais... suas pernas tremiam, apertando meu quadril
Mais... sua boca se abriu contra a minha e ela gemeu.
Deixei minhas costas cair na cama e enterrei-me mais fundo. Enfiei meus dedos em
seus cabelos, inclinei-a para o alcance de minha boca em seu pescoço e movimentei
erraticamente seus quadris com a minha mão, já em desespero. Ela arqueou, ofegou,
tremeu e contorceu-se sobre mim, apertando-me. Um grunhido abafado se projetou
em minha garganta, e eu não pude mais controlar a irrupção violenta implodindo em
mim, de dentro para fora.
Gemi, tremi, apertei-a forte, sentindo sua boca arfar em meu pescoço e me projetei
forte uma última vez, estremecendo e derramando-me fundo. Fechei os olhos e
ensoberbeci do êxtase acompanhado por tontura e dormência. Puxei-a para os meus
lábios, ainda ofegante, e beijei-a, passando minha língua em seus lábios. Mergulhei os
dedos em seus cabelos e a prendi até que o beijo foi se tornando lento, assim como a
nossa respiração. Por fim, tornou-se um beijo preguiçoso, cheio de sentimentos.
Respirei fundo e ela colocou o rosto sobre o meu peito. Ela foi minha mais uma vez.
Deitei-a ao meu lado, sobre o meu braço e me virei para ela, a fim de acariciar o seu
rosto. Ela me olhava apaixonada, sorridente. O que só me trazia dúvidas do por que
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dela não querer casar-se comigo.
Abafei meus questionamentos e colei os nossos corpos, abraçando-a.
“Pronta para o banho?” Sussurrei em seu ouvido, acariciando o seu cabelo.
“Vou esperar um pouco.” Disse preguiçosamente e eu tentei afastá-la um pouco, a fim

de ir sozinho. Ela me segurou, impedindo que eu saísse.”Fica aqui. Estou te dando um
tempo... Quero você na banheira também.” Sua voz explicitava divertimento.
Ela depositou beijos molhados e languidos sob o meu queixo.
“Essa é minha Bella: livre, dominadora e impaciente.” Sorri, beijei sua testa e deixei a
cama, indo em seguida encher a banheira.
Bella POV
Após horas na banheira, deitamos sobre a cama, eu nua sobre ele. Não tínhamos a
mínima intenção de deixar o quarto aquecido e enfrentar o frio de Munich. Queríamos
apenas viver o momento, aliás, EU queria viver o momento... Ele queria muito mais
que isso.
Ele passava os dedos sobre a minha costa, calado e olhando para o teto. O silêncio
era confortável — pelo menos para mim—, eu não queria conversar quando isso só
nos machucaria. Eu só queria ficar ali, sobre o meu anjo quente, tomando o que eu
podia dele enquanto havia tempo.
“Por que, Bella?” Murmurou depois de um tempo.”Por que você insiste com a decisão,
se sente tudo isso por mim?” Parecia mais um pensamento alto. E eu não tinha que
resposta dar.
“Eu só estou tentando viver como se o mundo não existisse.” Murmurei tristemente.
Era difícil não saber o que falar.”Por favor, entenda e curta o momento. O que você
quiser de nós, aqui na Europa, você vai ter.”
“Isso significa que ao voltarmos, tudo volta ao que era.” Refletiu e eu senti a dor em
sua voz.
“Isso quer dizer que devemos viver o hoje.” Disse conclusivamente, e ele se calou.
Passamos o dia no quarto, descendo somente à noite para jantar com meu pai e as
meninas. Jéssica estava melhor. Alice estava estável com a notícia de sua paternidade,
normal, ainda extremamente manhosa e carinhosa com o meu pai. Nada mudou para
ela.
Na segunda, após a cremação da minha mãe e do pai de Edward pela manhã,

decidimos visitar alguns pontos turísticos, como: igrejas, praças, lagos. Jéssica e Alice
nos acompanharam, lembrando em todo o tempo que minha mãe nunca nos levou em
pontos turísticos quando a visitávamos. Ela sempre dormia fora quando vínhamos
para cá. Agora sei exatamente o porquê. Ela não queria que conhecêssemos Phil.
Saímos da Alemanha às nove da manhã de terça. O jato alugado pelo meu pai fez
uma escala na Capital para deixar Edward, e horas depois me deixava na Califórnia.
1343 de 1595 26/05/2011 20:45

A volta ao mundo normal me deixou atarefada e, consequentemente, com saudade.

Os dias na Alemanha foram como um sonho distante. Primeiro a tragédia, depois a
presença acalentadora e doce dele, povoando os meus dias e horas com a sua calma,
seu carinho e cuidado.
Eu tinha perdido três dias de aula em fim de semestre, o que resultou em perda de
uma avaliação e perda de prazo de entrega de trabalho. Na quarta, regularizei minha
situação escolar, colocando as matérias em dias, e à noite fiquei só, pois era o dia que
eu não fazia cursos à noite.
Esperei Emmett e Rosalie chegarem do Jiu Jitsu para conversarmos, já que eu no dia
anterior, cheguei cansada e dormi cedo. Enquanto esperava, deixei a saudade me
invadir e fiquei on line, esperançosa em falar com Edward. Isso era uma conseqüência
de passar esses dias com ele, pois meu coração queria mais de sua presença. Ele
estava on line, mas não tinha atendido ainda ao meu convite para conversa com
vídeo. Devia estar no banho.
Desocupada, abri minha caixa de e-mail para passar o tempo, porém toda a minha
alegria se foi instantaneamente com o choque de receber algo que há mais de 15 dias
não recebia.
Mensagem Ashley- Quarta 17h55.
Pensei que as coisas estavam claras entre nós, mas vejo que não.
Eu sei que você perdeu sua mãe, porém não é desculpa para mantê-lo perto de você.
Sabia que estamos nos dando bem?
Só para informação, ele já freqüenta a minha casa, saímos na última sexta-feira.Ele

te falou?
Estamos nos acertando. Se não fosse você usando a sua vantagem, que é a sua
família, eu poderia ter passado o fim se semana cuidando da carência dele.
Mas tudo bem. Você usa sua arma e eu uso a minha. Portanto, este e-mail é só para
lembrá-la: afaste-se dele.
Instantaneamente, senti a frustração e a derrota de volta expulsando toda a alegria

anterior. Nesses dias que eu e Edward passamos juntos, eu tentei esquecer tudo,
deixando de lado essa barreira que nos separava. Agora me encontrava de novo no
mesmo lugar.
No canto da tela piscava o convite aceito e o início de uma conversa chamando a

atenção para que eu ligasse o microfone. Suspirei e liguei o fone. Eu precisava ouvir
sua voz.
Edward POV
Quarta.
Cheguei ao Capitólio em horário normal e cumpri expediente. Expliquei vez ou outra o

que acontecera na Alemanha, lógico que sem falar sobre Phil. Esse era um assunto
irrelevante. Expliquei somente sobre o acidente e perda da mãe de Bella.
1344 de 1595 26/05/2011 20:45

Fui informado que não houve contratempos, mas que Ryan passou as duas tardes
anteriores inteiras analisando documentos e dando telefonemas da minha mesa. Sorri
do fato. Ryan me surpreendia dia após dia.
De volta ao meu quarto na universidade, liguei o computador e fui para o banho. Eu

estava esperançoso que Bella ficaria on line, já que tínhamos passado dias
juntos. Senti saudade de estar em outros ares com ela. Era lamentável termos ido a
Europa em uma situação tão adversa. Porém, mesmo com o lamento da perda, os
dias foram perfeitos, se analisado pelo lado magneto-corporal, é claro. Porque a
sensação de insegurança continuou.
Devo enlouquecer nos próximos dias, isso é fato, já que a lembrança dela nua no
hotel resolveu me perseguir. Ou devo deixar minha mente vagar e suprir sozinho a
ânsia do meu corpo por ela. É o mais sensato, no momento. Agora, mais do que
nunca, tenho certeza dos meus adjetivos louco, obsessivo e apaixonado, podendo
acrescentar: pervertido.
Após a satisfação pessoal no banho, saí e tinha um convite dela na tela. Mais que
imediatamente vesti uma roupa e aceitei a chamada.
“Oi, anjinho” Sussurrou meigamente, deitada de lado sobre sua cama.
“Oi, criança.” Deitei e passei creme nas mãos.
“Como foi o dia no trabalho?” Ela sorriu, mas tinha alguma ansiedade em seu rosto.
“Nada de novidade. Eu te falei que Ryan está indo ao Capitólio quase todos os dias?”
“Não.”
“Ele resolveu ser meu secretário.” Sorri do fato e ela também.”O Ryan é um amigão.
Ele era o padrinho ideal e estava super empolgado com isso.” Disse espontaneamente,
notando só segundos depois que fui precipitado em tocar no assunto.
Seu sorriso sumiu, ela olhou para o nada uns segundos e eu esperei. Era inexplicável
sua atitude. Ela devia estar com distúrbio de personalidade múltipla, ou TPM
constante. Quase igual. Argh, seja o que for, o que posso fazer se sou dependente?
“Eu também adoro Ryan.” Voltou a falar.”E olha que eu tenho mil motivos para isso.”
Ela sorriu novamente. Eu tive certeza: ela está com DPM.
“E como você está? Como Emmett recebeu a notícia?” Mudei logo o rumo da
conversa. Eu me sentia pisando em ovos.
“Ah, Edward, nós tentamos agir como se ela estivesse viajando. Como se ela ainda
estivesse lá na Alemanha.” Abaixou o olhar momentaneamente triste e eu resolvi
mudar de assunto de novo.
“Bella, sexta é formatura do Emmett e na outra semana é a minha. Você vai vir?”
“Você quer que eu vá? Pensei que você não ligava para isso.” Perguntou com a
sobrancelha arqueada, provocando.
“É lógico que eu quero!” Respondi imediatamente.”Eu pensei melhor. Sei que devo
vibrar desde agora com cada degrau transposto. Além disso, você é a pessoa mais
indicada para estar comigo nesta conquista.” Disse bem humorado. Não queria deixar
1345 de 1595 26/05/2011 20:45

nada derrubar minhas expectativas.
Ela deu um sorriso torto, parecia triste.”Eu vou, meu embaixador. Além de sua amiga,
sou sua família.” Disse meigamente, e eu me controlei para não ficar irritado por ela
voltar com essa conversa de família, depois do nosso fim de semana juntos.
“Você sabe que não é só isso.” Torci os lábios em uma careta.”Agora ou daqui a dez
anos, você é o meu alvo fim.” Disse categoricamente.
“Sou seu alvo fim?” Ela ergueu uma sobrancelha, cética.
“Sim. Você é o meu alvo fim.” Olhei sério para ela.
“Eu não acredito.” Ela sorriu, olhando ironicamente para o teto. Eu fiquei irritado por
suas dúvidas quando eu mostro sempre isso á ela.”Prove, anjinho. Eu estou com
sono. Tive um dia cheio. Vou dormir.” Disse bocejando.
“Bella, não tente fugir do assunto. Que negócio é esse de não acreditar?” Eu já tinha
perdido a calma. Odeio quando ela põe em dúvidas meus sentimentos.
“Boa noite.” Ela sorria dissimulada e estava me deixando agitado. Eu esperava tudo,
menos ela dizer que não acreditava que o que eu fazia era por ela. Para um dia ser
alguém e merecê-la.
“Bella, ainda não.” Pedi impaciente.
“Eu te adoro, sabia? Mais que tudo.” Disse brincalhona, desviando o assunto e me
enrolando com o seu jeitinho.”Você pode dizer que ainda me ama, então?” Pediu, e eu
perdi a linha do raciocínio dos questionamentos anteriores.
“Eu te amo.” Disse automaticamente.”Sempre vou amar.”
“Hmmm, então me responde uma coisa...” Arqueou a sobrancelha de novo.”Onde

você estava sexta feira à noite?”
Por uns segundos fiquei pensando em sua pergunta, deliberando mentalmente se

respondia com a verdade ou não.
Bella POV
Tentei em todo o tempo manter o semblante despreocupado, mesmo com a onda de

ciúme que me invadiu quando ela disse que estava com ele. Ao fazer essa pergunta,
embora eu já soubesse a resposta, eu queria ouvir da boca dele. Porém ele pensou
muito tempo e estava hesitando.
“Saí com o pessoal do gabinete.” Respondeu finalmente.
“Foi legal? Você bebeu?” Minhas mãos tremiam em imaginar a resposta. Era dolorido
imaginar que meu anjinho escapava de minhas mãos.
“Foi er mais ou menos.” Gaguejou.”Bebi só um pouco.” Respondeu e abaixou o

olhar. Seu tempo de silêncio me deixou aflita.
1346 de 1595 26/05/2011 20:45

Eu sabia o que devia ser. Ele estava com ela, exatamente como ela disse. Doeu ter
certeza. Eu sabia que isso iria começar acontecer quando eu combinei com Ryan de
aproximá-los. Na ocasião, eu tinha esperança que com isso ela sumisse rápido com as
provas e de alguma maneira eu tivesse uma chance. Mas agora que a aproximação
acontecia, tive medo. Como se além de perder tudo, eu ainda pudesse perder o seu
amor.
Ele voltou a falar, hesitando muito.”Eu não ia conseguir esconder isso de você...”
Sussurrou, mexendo nervosamente no cabelo”...Sei que não fiz nada errado, mas me
sinto culpado.” Ele parou. Senti meu coração acelerar e as mãos suarem, pensando no
que talvez estivesse por vir.”Não aconteceu nada demais, eu juro. Eu sai, fiquei meio
ébrio e Ashley me trouxe aqui, quase confundindo as coisas entre nós.” Explicou como
se estivesse confessando um crime e esperasse o meu veredito.
Eu sorri, suspirando de alívio.”Ai, ai, você é um anjinho mesmo.” Brinquei.”Por que

está confessando assim? Somos livres, esqueceu?” Dissimulei meus sentimentos.
Existia um abismo entre o que eu sentia e o que eu dizia.
“Eu não sou livre, Bella.” Murmurou pesaroso e eu senti meu coração cortar.
Não era necessário que ele sofresse assim, isso tinha que ter um basta. Eu só via um
meio dele olhar para frente, mesmo que isso doesse em mim.
“Ok, meu prisioneiro, vamos dormir que amanhã eu acordo cedo.” Disse forçando
novamente o sorriso. Eu queria que ele ficasse bem”Eu te adoro. Durma bem.”
Ele me olhou desconfiado, mas sorriu.”Você me enlouquece qualquer dia desses,

sabia? Com essas discrepâncias de atitudes e palavras.” Balançou a cabeça em
negativa e suspirou”Dorme bem. Esse negócio de você me adorar me preocupa...
Adorar soa como amigo ou irmão, e eu não sou seu irmão.” Lembrou enfaticamente.
“Amantes e irmãos.” Sorri maliciosamente.
“Ficou melhor um pouco. Mas eu ainda prefiro dizer que te amo.”
“Eu também te amo.” Disse respirando fundo, feliz em ainda poder dizer a mais
absoluta verdade.
Edward pov
Era deprimente estar me conformando com tão pouco quando me sentia em uma
corda bamba. Algo me dizia que ela estava se afastando, se indo, e isso me
preocupava. Minhas esperanças somente diminuíam com a distância.
Depois de muito sofrer com a insegurança, resolvi não me preocupar e desempenhar

o meu trabalho, deixando de lado as intempéries, permitindo-me acreditar que no fim
de semana a distância suavizaria quando nos encontrássemos na formatura de
Emmett.
Na quinta, eu cumpria apressado mais uma tarde no Capitólio, quando encontrei meu
habitual assistente sentado compenetrado á minha mesa.
“Ryan, você conseguiu recuperar as matérias que estava devendo?” Perguntei,

enquanto preparava o material para a reunião que ocorreria com toda a equipe do
1347 de 1595 26/05/2011 20:45

gabinete.
“Não. Vou participar da formatura devendo duas matérias.” Disse e se levantou do

meu computador, indo para a porta.
Ele estava com o semblante preocupado e enigmático. Depois de ficar lá parado como
uma estátua depois cumprimentou James, quando ele entrava no gabinete.
Continuei preparando a pauta em meu notebook, e ele sumiu no corredor.
”Edward, a reunião já vai começar?” Ryan perguntou do corredor, parado entre as

portas da Ashley e do James.
“Sim. Você quer participar?” Perguntei confuso. “Vai ter alguns assuntos interessantes
sobre o dia a dia do próximo ano.” Informei sem tirar os olhos do pc.
Percebi pela minha visão periférica ele cadenciar o olhar entre as duas salas, meio
nervoso. Eu não estava conseguindo entender as atitudes esquisitas do Ryan.
“N-Não. Eu vou ficar por aqui mesmo.” Titubeou e estalou os dedos ansiosamente.
”Você acha que a reunião vai demorar?”
“Ah, Ryan, essa é a última reunião da equipe este ano, então não saímos antes das
sete.”
“Ah, e todos são obrigados a ficarem até o fim?”
Sorri de seu interesse.
“Sim, mas se você quiser assistir só um pouco ninguém vai te obrigar a ficar não.”
Ele voltou do corredor e pegou uns cds em sua bolsa. Ele estava bem agitado.
“Não. Eu não quero entrar. Vou ficar aqui gravando uns cds.” Disse sentando em
minha cadeira de novo, tamborilando os dedos na mesa, impaciente.
“Estou entrando. Acho que só falta eu. Até mais .”
As cadeiras dos oito assessores formavam um círculo em volta da mesa de reuniões.

O Senador sentou-se em uma ponta e eu em outra. O assunto inicial da pauta foi as
eleições no próximo ano. Mesmo que o Senador não precisasse concorrer a esta
eleição, ele iria apoiar o partido e os candidatos a deputados, já que nos EUA ocorrem
eleições de dois em dois anos.
Aproveitei o momento e introduzi uma pergunta de real interesse para a equipe.
“Senador, eu estou com uma dúvida: como vou ser chefe da assessoria, se irei
assumir a subsecretaria de assuntos sociais a partir de fevereiro?”
“Ah, Edward, não seja ingênuo. Lá é só um título. Você só tem que assinar uns papéis
e receber por isso. Você terá pessoas competentes para fazer os serviços para você.”
Disse com um dar de ombros.
Pisquei desacreditado de suas palavras, pois meu objetivo era atuar, fazer algo útil,
não somente receber por uma função sem exercê-la. Ele percebeu o conflito em meu
rosto e se inclinou para mim.
1348 de 1595 26/05/2011 20:45

“Você pode ir lá de vez em quando, caso queira, mas não conseguirá mudar muita
coisa. A máquina andará com o seu desempenho ou sem ele. Como eu disse: é só um
título .” Fez ilações e resolvi passar para o tópico seguinte, já que esse parecia estar
rematado.
...
A reunião chegou ao fim, juntei meus papeis e me preparava para sair.
“Edward, quero que permaneça aqui com a Ashley e James.” O Senador pediu e eu
sentei novamente. Ashley e James não tinham nem movimentando para sair, pareciam
saber que ainda teríamos que permanecer.
“Edward, eu tenho uma nova proposta para você.” Ele se colocou em pé e andou pela
sala com o dedo pressionando a testa. “Sem amarras e sem promessas.”
“Pode falar.” Ajustei meu corpo na cadeira, desconfiado de suas intenções.
“Bom...” Ele parou em minha frente. Ashley estava de cabeça baixa, olhando para a
caneta, e James estava com o semblante encolerizado e duro. “Eu quero te oferecer o
meu nome. Você não precisa assinar nada, somente concorrer com ele ás próximas
eleições.”
Em choque, dilui devagar as suas palavras, dissolvendo e encaixando suas intenções.
“Por que eu?” Perguntei intrigado, embora já soubesse a resposta.
“Por que eu não tenho ninguém com a sua competência para lançar.”
James suspirou com o semblante enfurecido, mas no mesmo instante o Senador lhe
lançou um olhar frio e severo.
“Eu não estou entendendo, Senador.” Disse sentindo uma pequena euforia,
rigidamente controlada, brotar em meu ser. “Como o senhor vai me dar o seu nome
sem termos ligações de parentesco?” Eu queria saber, já que eu deixei claro
anteriormente que não me comprometerei com sua filha.
“Pense Edward, durante a campanha, um candidato pode adotar o nome que quiser,
então você pode se lançar com o meu sobre nome sem tê-lo em registro...Somente
com a sua diplomação, caso você ganhe, que você vai precisar mudar o nome.”
Explicou com o semblante obscuro.
Fiquei calado, analisando a proposta. Eu sabia o que ele queria dizer, todavia fechei
os olhos para não enxergar.
Ele se adiantou. “Bom, caso você aceite, James será seu braço direito e Ashley te
ajudará nas relações publicas.”
Encarei de canto de olho James. “Eu não quero.” Relutei.
“Você não precisa me dar essa resposta agora. Você tem o fim de semana para
pensar” Ignorou minha relutância, concluiu e deu as costas.
Saí rápido da sala, atordoado e ainda dissolvendo tudo.
Ao aparecer em minha sala, encontrei Ryan sentado em cima da minha mesa. “Estou
te esperando para comermos uma pizza.” Avisou amistosamente.
1349 de 1595 26/05/2011 20:45

“Tudo bem. É bom que você me ajuda a pensar.” É sempre bom ouvir a opinião de
alguém de fora, para podermos justificar os nossos erros.
Dirigimo-nos á pizzaria e eu expliquei tudo para ele: sobre a reunião e sobre a

proposta do Senador.
“Ai, Edward, às vezes você é muito thonga!” Ele sorriu zombeteiro e mordeu um
pedaço. “Cara, meu velho é muito esperto. É lógico que ele vai te amarrar. Se você se
lançar como Edward Evans e ganhar, vai ter que ter esse nome. Então, ou você se
casará comigo em Las Vegas para adotar o meu nome...” Ele fez bico, mandando
beijos. Eu não consegui sorrir, estava preso ao raciocínio. “... Ou se casará com a
minha mimada irmã.” Levou mais um pedaço de pizza a boca. “Quem de nós dois faz
mais o seu tipo?” Ele gargalhou descaradamente e eu continuei pensativo.
Ele me olhou por minutos enquanto eu estava em silêncio, depois balançou a cabeça
em negativa.
“Cara, você tá com dúvidas?” Ele levantou da cadeira parecendo chateado. “Brown,
agora eu entendo a Bella!” Ele exasperou, jogando a mão no ar.
“Quê? Por que tá falando da Bella?” Saí do estado estático e levantei os olhos, curioso
ao ouvi-lo falar dela.
“Eu não disse nada. Você tá ouvindo demais.” Ele pegou catchup em outra mesa e
voltou de bom humor. “É sua consciência pensando nela e nessa proposta indecente
do meu pai.” Deu de ombros.
“Tudo bem.” Fiz uma careta frustrada. “É lógico que eu não tenho dúvidas. Mas
somente por que eu não quero amarras com a sua família.” Disse sinceramente.
Ele aguçou o olhar em minha direção, sério novamente. “Você quer tanto essa vida
assim?” Ele mastigava devagar, em expectativa.
“Querer eu quero. Não exatamente essa vida de deputado, mesmo que hoje eu tenha
menos certeza que ontem. As coisas não estão me agradando muito nas Casas.”
Disse enquanto comia devagar, pensando no que o Senador disse com relação à
Secretaria. “Eu estou meio decepcionado com umas coisas, mas não são só as
divergências que estão me chateando...” Pensei melhor no pensava em proferir.
Nunca fui de abrir meu relacionamento para ninguém, mas como ele já sabia de tudo –
Pela boca de Bella-, Não havia por que não conversar. “... Estou passando por maus
bocados aqui, separado de Bella, você sabe .” Torci os lábios em uma careta e ele
sorriu, aparentemente satisfeito pela abertura, inclinando-se depois, interessado no
desenvolvimento.
Bella pov.
Sexta
Passei a tarde no salão com Jéssica, Rosalie e Alice. Elas chegaram cedo de Seattle
para se arrumarem aqui. Já era noite, quando, empolgado, Emmett, passeou pelo
apartamento de terno, de um lado para outro, enquanto fazíamos a maquiagem umas
nas outras. Na verdade, o que ele queria era chamar atenção de Rosalie.
Depois falam que eu que sou o grude!
1350 de 1595 26/05/2011 20:45

Meu telefone tocou em meu bolso, eu abri, era Edward.
“Oi, Bella.”
“Oi.”
“Seria demais se eu te pedisse que me emprestasse seu carro?” Perguntou meio sem
jeito. “Vocês já vão ter saído quando eu chegar.” Explicou carinhosamente.
“É lógico que sim. Não sei por que você pergunta. Ele é nosso.” No mesmo instante
que falei, me arrependi, lembrando do que tinha que falar e fazer a partir de hoje à
noite. Eu teria que partir o seu coração depois do e-mail ultimato que recebi, expondo
a proposta do Senador. Eu não tinha mais chance, tinha que libertá-lo de vez de mim.
“Então obrigada, vida. Até mais tarde.”
Dançávamos na pista em total animação, eu e meus irmãos. Emmett nos serviu um

champagne, abriu e nós pulamos eufóricas enquanto a banda tocava. Rosalie e Alice
se soltaram pouco, dançando somente perto dos meninos, mas eu e Jéssica
dominamos a pista, dançando até o chão, rodando e rebolando ao som de Lady Gaga.
Meu pai e Esme permaneceram nas mesas longe do som, conversando. Sue ficou no
apartamento com a babá, então eles aproveitavam para curtir. Jasper e Alice
dançavam juntinhos, ele em todo o tempo com o sorriso de um canto ao outro, como
em muito tempo eu não via. Emmett parecia um gogoboy, fazendo a Rose sorrir
enquanto ele rebolava fingindo Streep.
Minha família estava feliz, exceto eu, que tentava manter o sorriso no rosto e a
compostura, quando dentro de mim estava em turbulência. Mesmo assim, não parava
de dançar, tentando ao menos curtir a noite. Eu conseguia usar uma capa.
“Por que Mike não veio?” Perguntei no ouvido de Jéssica, por causa do barulho.
“Ficou com o Seth na casa da mãe dele.” Ela deu de ombros e continuou dançando.
“Você estão com problemas, né?” Fiquei ao lado dela, levantando a perna e girando o
corpo em conjunto.
“Ele não desencana do assunto de casar. Ele não vê que é um bebê para mim!?”
“Como diz Jasper: um bebe que faz bebê.” Gargalhei, com o suor descendo na testa,
ofegando com os movimentos, depois continuei.”Ai, Jess, meu amigo adora você e eu
queria vê-lo feliz. Ele é só dois anos mais novo que você, não é tão bebê assim. Além
disso, ele é super responsável. Casa logo com o menino, já que ele quer tanto.” Disse
enquanto descíamos rebolando, de frente uma para outra.
“Não sei... Vou pensar.” Respondeu sorridente e deu um grito seguida por mim
quando trocou a música para bad romance.
http://www.4shared.com/file/157735545/316fcd83/01_bad_romance_-
_lady_gaga_-.html?s=1
Cantamos alto e pulamos.
“Oh-oh-oh-oh-oooh-oh-oh-oh-oooh-oh-oh-oh! Caught in a bad romance” Cantávamos
1351 de 1595 26/05/2011 20:45

as duas e movíamos os quadris animadas com as mãos para cima.
“Rah-rah-ah-ah-ah-ah! Rama-ramama-ah GaGa-ooh-la-la! Want your bad romance.”
Era ótimo dançar com a minha irmã, já que fazia um bom tempo que não nos
divertíamos juntas. Ela lógico que ela se testava, talvez vendo se conseguia ser feliz
longe do Mike. Estava divertido, mas ela veria que o vazio da falta do amor só seria
sentido quando a música acabasse e as luzes do quarto se apagassem.
Eu pulava e rebolava empolgada, mas sentia a pressão no peito pela falta involuntária
a que submetia do meu amor, sem opção de fazer algo contrário. Mesmo assim,
deixava a música me levar, tentando ao menos me divertir nessa situação adversa da
minha vida.
A música trocou de novo e nessa eu gritei alvoroçada. A banda era perfeita e estava
tocando o acordeon de Edward Maya.
http://www.4shared.com/file/97060752/9264d19c/17edward_maya_feat_alicia_-
_st.html?s=1
Talvez fosse a associação ao nome, mas a música era perfeita. Eu coloquei as mãos
juntas acima da cabeça e movia lentamente os quadris, rindo e sacudindo.
Um calor atrás de mim, uma mão em minha cintura e um beijo em meu pescoço fez
com que eu virasse o rosto. “Desacompanhada, Kitten?” (Gatinha)
“Bicher ja.” Sorri insinuantemente e ele ergueu uma sobrancelha desentendido.

Coloquei a mão em seu pescoço, ainda meneando no ritmo da música.
Ele sorriu sem graça e me apertou a ele, com uma mão em minhas costas e outra
segurando um drink de morango. “Eu só aprendi a falar algumas palavras em alemão
de terça para hoje, sexy Kätzchen.” (Gata sexy)
“Eu disse que até agora sim.” Sorri, e ele olhava quente para a minha cintura se
movendo.
“Trinken?” Levantou o copo de drink, arriscando mais uma vez no alemão. Ele sabia
que drink de frutas era uma das poucas bebidas alcoólicas que ainda tomava. São
docinhas.
“Ja. Sie denken immer an alles gedacht?” Levei adiante a brincadeira, olhando nos
olhos dele, sorrindo e bebendo um gole.
Ele aproximou a boca do meu ouvido e mordiscou. “Está extremamente sexy você
falando alemão, mas eu só entendi o sim e o você.”
Estava difícil conter a vontade de beijá-lo com tanta proximidade e com a adrenalina
pulsando forte em minhas veias pela música e dança. Bebi um gole grande de drink e
abri os lábios no queixo dele, dançando mais lenta e sentindo a pressão de seu corpo
em mim.
“Eu perguntei se você sempre pensa em tudo.” Traduzi.
1352 de 1595 26/05/2011 20:45

“Vou falar na língua que eu domino ‘Il mio è tutto voi e come ho sempre pensare a te,
penso sempre di tutto.” Disse sensualmente, fazendo um bico e segurou minha nuca,
levando minha boca ao encontro da dele. (Meu tudo é você, e como eu sempre penso
em você, eu sempre penso em tudo)
Ele me beijou exigente, sugando minha língua com fome, apertando minhas costas a
ele, com a mão espalmada em meu quadril possessivamente. Meu sangue já fervia por
causa do ambiente, e minha vontade era sugar lascivamente até que o ar acabasse em
meus pulmões. Eu não tirei os lábios da boca dele, e continuei provocando, movendo
os quadris lateralmente, roçando nele. Ele me apertava e murmurava meu nome em
minha boca, mordiscando, esquecendo onde estava e as pessoas em volta de nós.
“Eu adoro você dançando, já disse isso, né?” Murmurou em meus lábios e aliviou o
aperto pra que eu me movesse mais. “Essa carinha que você faz inspira prazer... Eu
estava louco e possessivo só de te olhar do bar.” Sussurrou em meu pescoço e um
arrepio se fez em minhas costas, dos pés a cabeça.
“Credo, anjinho.” Tomei mais um gole de drink.”Vamos viver em função disso agora?”
“Se você quiser agora, sim. Dovremmo usare che stai abito corto.” Disse arrastando a
mão em meu quadril lateralmente e apertando. (Devíamos aproveitar que você está de
vestido curto.”
O vestido de cetim vermelho intensificava a proximidade e o toque como se eu

estivesse sem nada. Fechei os olhos me derretendo e arrisquei com a voz fraquinha.
“Por que não está anjinho hoje e ainda está tentando me seduzir em italiano?”
“Por que eu decidi que se é essa parte de mim que você quer, você vai ter. Não vou
mais conter as suas vontades com as minhas pressões por compromisso.”
Caí novamente na realidade com as suas palavras, abatendo-me momentaneamente,

pois nem essa parte dele eu poderia ter mais, porque isso iria deixá-lo sempre preso a
mim, e eu precisava libertá-lo.
“É só eu falar em compromisso você muda o semblante.” Segurou meu rosto em suas

mãos. “Esquece isso, vai. Quero você do mesmo jeito que estava agora a pouco.”
Disse beijando suavemente o meu rosto.
Suspirei, aproveitei que o garçom estava passando e bebi o último gole de drink para
pegar outro e entregar o copo vazio. Resolvi adiar mais um tempo a notícia e curtir o
momento, já que ainda tínhamos o fim de semana para ficar em família na Califórnia.
“Eu não quero dormir no ap do Emmett hoje. Está muito cheio.” Sugeri
insinuatemente, mordisquei seu queixo e coloquei um braço em seu pescoço
novamente.
Ele sorriu triunfante e me virou, dançando encostado a minhas costas.
“E dove la signorina che ti piace dormire?” Sussurrou em meu ouvido, espalmou a

minha barriga e beijou o meu ombro, arrastando sua excitação em mim em um ritmo
lento, longe do ritmo da música que estava tocando. ( E onde a senhorita pretende
dormir)
Se ele queria brincar, eu ia entrar no jogo, mas era lógico que eu não iriaa traduzir
isso.
1353 de 1595 26/05/2011 20:45

"Wo, weiß ich nicht, aber vorzugsweise mit Ihnen in mir ... Im wörtlichen Sinne.”
Disse em alemâo e ele me olhou perdido. Sorri, mostrando que eu não iria traduzir.
Ele me apertou, pressionando-me a falar. Porém, se eu traduzisse isso ele não iria
querer nem esperar o fim do baile, já que as palavras foram extremamente
pervertidas. (Onde, eu não sei, mas de preferência com você dentro de mim... No
sentido literal)
“Por favor, traduz.” Implorou mordiscando minha orelha.
“Vou falar devagar: Wo, weiß ich nicht, aber vorzugsweise mit Ihnen in mir ... Im
wörtlichen Sinne.” Repeti sorrindo e ele me virou de frente para ele.
“Eu só entendi a parte mais importante... Dentro de você?” Ele sorriu malicioso e
jogou a cabeça para trás. “Um dia você ainda me enlouquece, sabia? Vamos ter que
embora urgentemente.” Disse com a voz rouca e carregada de desejo. Ele desceu com
os lábios em meu pescoço e eu me controlei para não entrelaçar as pernas em seu
quadril ali mesmo. Duas doses de drink, doses excessivas de paixão e a euforia do
ambiente, estavam tirando todo o meu juízo e eu estava com tudo à flor da pele.
“Vamos esperar mais um pouco.” Sussurrei. “Estamos parecendo dois adolescentes

desesperados.” Disse fechando os olhos e sentindo sua boca descer avidamente em
meu pescoço.
“'Non sono un adolescente, io sono un uomo disperato per voi, la mia bella...”
Sussurrou e mordiscou minha orelha. Eu estava adorando ele conversando em
italiano, era algo que nunca tínhamos experimentado antes por eu não saber falar, eu
só entendia. Era muito sensual sua voz macia e quente em meu ouvido. (Não sou um
adolescente, sou um homem desesperado por você, minha bela)
Todo o nosso jeito calmo de sedução costumeiro se transformava em apertos e

olhares lascivos. Um jogo em que os dois provocavam. Ficamos um tempo ainda,
testando nossos limites, então quando ele disse que me levaria embora à força, resolvi
avisar para a Jéss que iríamos dormir fora, assim ela avisaria para o restante da
família.
Edward pov
Segunda
Bati a mão na mesa, agitado e sem entender. Por mais que eu tentasse associar tudo,
ainda estava difícil aceitar. Ela passou o fim de semana comigo trancafiados em um
quarto de um hotel, regados a beijos e sexo, entretanto no domingo, meia hora antes
de eu sair para o aeroporto, ela me fez a revelação...
Eu me senti um idiota, usado, possesso de cólera. Não entendia por que ela demorou
tanto em me falar quando isso estava acontecendo devia ter dias. Era inconcebível a
sua falta de honestidade comigo ao obstruir meu tempo e ludibriar meu amor.
Andei pelo quarto, quase furando o chão com os meus passos, pensando em algum
meio de tirar ela da minha cabeça. Tudo era exageradamente pior depois de um fim de
semana como esse em que as imagens ainda se projetam detalhadas e gráficas em
minha mente. As mínimas sensações de seu toque e o cheiro de sua pele ainda
1354 de 1595 26/05/2011 20:45

ficaram impregnadas nos meus cinco sentidos.
Furioso, arrumei-me e resolvi voltar à vida, levando-a adiante.
A primeira pessoa com quem me deparei no corredor do capitólio foiAshley, que logo
que me viu, cumprimentou-me e andou atrás de mim até a minha sala. Eu não estava
para conversa, mas ela sentou-se mesmo assim em minha frente.
“Edward, eu queria pedir desculpa por aquele dia.” Disse olhando para as mãos. “Eu
prometo que não vai mais acontecer.”
“Que dia?” Buscava encontrar alguma coisa que ela tivesse feito e que tivesse me
irritado. Dessa vez eu não encontrei.
“No seu carro... eu confundi as coisas.” Disse constrangida.
“Ah...” Relaxei as mãos atrás da cabeça, pensando no que ela dizia.
Foi o dia que eu estava carente por causa da Bella e fui grosseiro com Ashley
simplesmente por ela me acariciar e por gostar de mim. Justifiquei mentalmente esse
ato rude por fidelidade á Bella, quando ela não é fiel a mim.
Era irracional o que eu ia fazer, mas a raiva em mim pela situação com Bella era tão
grande que me fazia agir impulsivamente. “Não foi nada. Teremos outra oportunidade
de consertar isso.” Disse com os olhos cerrados, o ácido amargo do rancor ardendo
em minha garganta.
Ela arregalou os olhos, incrédula. A única maneira de manter a minha dignidade na

situação toda que estava com Bella era levando a minha vida adiante e me tornando
alguém. Foi inaceitável a sua atitude em me iludir e manter o nosso contato alegando
como desculpa simplesmente indecisão.
Ela não foi honesta ao permanecer com nós dois. No fim, ela tomou sua decisão e
preferiu a ele. O que me magoa é que eu poderia ter perdido menos tempo. Pois sem
saber, eu lutei com todas as forças pra que ela escolhesse a mim.
Mas ela fez sua escolha: O Routh, Brandon Routh. O administrador da empresa do
seu pai. Ideal para ela.
Eu devo esquecê-la, devo traçar meios de riscá-la pertinazmente da minha vida,

mesmo que isso signifique abrir mão dos meus princípios. Agora, mais do que nunca,
resta-me ocupar o tempo e abraçar as oportunidades. Não importa mais. O único
impedimento que eu tinha para não aceitar a proposta do Senador era minha relação
com ela. Lógico que amarrado à proposta devo encarar futuramente uma relação com
sua filha. Porém, para quem não acredita mais no amor, um relacionamento que me
colocará de frente com o meu futuro não me servirá de peso.
“Podemos sair novamente.” Eu disse com um sorriso inescrupuloso. “Afinal, um dia

iremos dividir o mesmo nome.” Preferi que ela inferisse o que eu tinha dito, segundo
depois ela sorriu.
“Com certeza você vai ganhar a eleição.” Disse sugestivamente e saiu, deixando-me
com os meus pensamentos.
Eu conjecturava que arrematando a proposta, tudo que um dia eu sonhei se

estabilizaria e as portas se abririam, ensejando: poder, influência e até mesmo o que
1355 de 1595 26/05/2011 20:45

eu não sonhei, que, contudo, era proporcional á conquista, como: nome e dinheiro.
Direção óbvia.
Lamentavelmente, eu acreditava insanamente que ter o domínio, ter nome e poder,

minoraria a convicção intima de inferior que eu sentia por ter sido trocado por
outro. Por esse motivos fui à sala do Senador e aceitei a proposta, indo depois com ele
ao cartório eleitoral fazer o registro. Após o feito, voltei aos meus afazeres habituais e
entreguei-me a ocupação.
O restante da tarde se passou rápida, e a culpa aos poucos auferia espaço em mim. A
harmonia entre a minha decisão e o que eu sentia era incerta, não existia. Meu ser não
se alegrava. Não tardou para perceber que o futuro afiançado não me trazia
contentamento. Ao que pelo modo como me obstinei a isso, deveria estar em plena
fruição. Todavia, a totalidade dos meus sentimentos se resumia a angústia por ter me
acometido a um conjunto de ações sem reflexão útil.
Ao fim, todas as vezes que a Ashley passava por mim eu me repudiava mentalmente
por estar me permitindo enganar assim. A nós dois. Todavia, o que eu poderia fazer
se eu não tinha opção? Eu realmente não tinha. Em qualquer hipótese de
relacionamento futuro seria frustrado. Portanto restava-me investir no que me levasse
ao que eu escolhi: ao Poder Americano.
Eu poderia ir pelo meio mais difícil na política e crescer gradativamente, como vinha
crescendo, porém demoraria a chegar lá... Ou poderia aceitar a proposta, como
aceitei, e chegar rápido.
Bom, se eu iria continuar sofrendo de frustração em um lado da minha vida em

qualquer uma das alternativas, pelo menos algum lado eu deveria emergir: o
profissional.
“Ryan, aceitei a proposta do seu pai.” Informei após voltar da sala do Senador, já na
hora de irmos embora. Minhas costas pareciam pesar mil quilos.
Ele me olhou incrédulo. “Sério, cara?! Vendeu sua alma para o diabo?” Ele balançou a
cabeça e levantou da cadeira. “Por quê? Você sabe o fim disso!” Ele se referia à sua
irmã.
Ri sem emoção e escorei na porta.
“Não importa. Os fins justificam os meios agora para mim. Eu quero chegar aonde
escolhi e esse é o caminho mais curto.” Conclui amargamente, me sentindo o pior dos
seres humanos.
Ele fez uma careta e pôs a mão no meu ombro. “Eu não sei o que aconteceu, e em
outra ocasião eu adoraria ter você na família, porém, neste caso: eu lamento por
você.” Disse com acidez, contornou a mesa, colocou impaciente uns cds em sua bolsa
e saiu, com o semblante decepcionado.
Eu me perguntava se mais alguém, além de mim, iria se decepcionar comigo por eu

ter tomado uma decisão absurda baseado em uma frustração.
É certo que sim.
Continua...
1356 de 1595 26/05/2011 20:45

Notas Finais:
Eu sei que vcs vão me matar, mas esperem, é um capitulo longo. É
o final e no final dá tudo certo. rsrsrssrMandem recadinhos me
xingando ae... rsrsrssrNão desistam, eu gostei do fim.
1357 de 1595 26/05/2011 20:45

54- Entre o Amor e o Poder- Parte 2 escrita por BIA BRAZ
Oi!!!
Cheguei!!!
Não se adiantem, acho que vale a pena. Até o fim as coisas se acertam. Kkkkkkkkkkk
Todos sabem que a ligação deles é muito sexual, então, é quente o capítulo.
Capítulo Entre o Amor e o Poder (parte 2)
Bella POV
Segunda-feira
Consciente de que era o último momento nosso, aproveitei até o último segundo do
seu amor, afinal, eu sabia que depois do que eu dissesse, tudo que ele teria por mim
dali em diante seria aversão. Meu coração estava congelado, deprimido, mórbido com
a lembrança do semblante decepcionado de Edward ao deixar o carro ontem no
aeroporto. Vi repulsa, ódio e frustração. O que me machucou. Porém, novamente eu
justifico: foi o melhor para ele.
Não ficaram lágrimas em meus olhos, somente certeza de que fiz a coisa certa,
mesmo tardiamente como foi. Não me arrependo de ter tomado essa decisão, pois foi
ela que o colocará frente a frente com o que ele quer. Para me convencer mais a cada
minuto que o que eu fiz foi o certo, li e reli os e-mails, tentando persuadir, antes de
tudo, a mim mesma, que eu nunca tive opção.
Minhas férias escolares iniciaram, todavia como perdi uma avaliação e trabalho, tive
que ficar aqui na Califórnia esta semana, pois os professores me deram prazo.
Deitei após o almoço sentindo um pouco de tontura, o que podia ser porque o stress
dos últimos dias afetou minha alimentação. Fechei os olhos e tentei dormir, torcendo
para me desligar do mundo.
Horas depois, meu telefone tocou alto, me tirando do sono.
“Oi, Ryan.” Atendi com a voz preguiçosa e desanimada. Olhei o relógio e fiquei
admirada por ter dormido mais de cinco horas durante a tarde.
“Bella, tenho uma notícia boa. Invadi o pc do James, fiz uma cópia de todos os
arquivos, consegui o IP do pc da casa dele, entrei lá, estou vendo se consigo a senha
de e-mails dele, e acho que vou conseguir algo para você.” Disse num fôlego só.
“Com relação às gravações eu não sei, mas tem uns documentos muito estranhos que
eu tô lendo e ligando nas fontes para ver se eu consigo algo.” Disse animado.
Sentei na cama, ainda meio mole. “Não estou entendendo. Por que está mexendo nas
coisas do James?” Esfreguei os olhos.
“Por que ele é capacho do meu pai e da minha irmã, então se tem alguma mutreta
oculta, com certeza ele está envolvido.”
1358 de 1595 26/05/2011 20:45

Respirei fundo, desanimada. “Ryan... Eu desisti. Não quero mais ter esperança em
vão.” Sussurrei.
“Nossa, Bella, do jeito que vocês estão desanimados sou eu quem vai desistir de
vocês.” Reclamou. “Eu só não desisti ainda por que minha família está nesse rolo. O
que aconteceu entre vocês esse fim de semana que ele aceitou a proposta do meu
velho?” A indignação estava explícita em sua pergunta, e, sem que eu pudesse
controlar, comecei a sentir meu estômago embrulhar e minha garganta fechar fazendo
com que eu engolisse uma bola.
Eu não imaginei que ele iria aceitar assim tão rápido.
“Talvez seja o que ele sempre quis.” Respondi fria e ele ficou calado.
“É. Não sei pelo que estou perdendo meu tempo se Edward vende a alma fácil e você
acha que não vale à pena.” Disse severamente, longe do seu estado normal.
“Não é isso...” Respirei fundo. “Foi ele quem decidiu isso. Ninguém colocou uma faca
na garganta dele como colocaram na minha.” Murmurei melancólica.
“Você sabe que ele está se aproximando dela, né? É provável que eles se dêem bem.”
Alertou propositalmente.
“Eu sei. Eu sabia disso quando te pedi para aproximá-los. Ela faz parte do pacote de
futuro que ele escolheu.” Concluí e suspirei.
“Ok. Vou investir mais umas noites nessa história. Não é mais por você, por que você
entregou os pontos. Agora é por mim. Eu quero descobrir se minha irmã é essa víbora
que te ataca mesmo.” Resmungou insatisfeito e nos despedimos, sem muito calor.
Levantei da cama, sentindo mais um pouco desperta e abri a porta, dando de cara
com Emmett e Rosalie deitados no sofá, vendo TV.
“Eu fiz bolo de chocolate, Bella.” Rosalie disse, enquanto acariciava o cabelo do
Emmett no seu colo. “Acho que nas férias podemos aproveitar para comer. Apesar
que, eu estava falando com Emmett que mesmo indo ficar as férias em Seattle nós
vamos procurar uma academia lá. Você podia largar essa preguiça e ir.”
“Ai, Rosalie, eu sou uma música. Músico é preguiçoso.” Me arrastei até o balcão e
peguei um pedaço de bolo.
“Ora lá, eu também sou músico e não tenho essa preguiça toda.” Emmett se defendeu
e eu deitei no sofá em frente a eles.
“Mas você não tem que dedicar seu tempo livre a quatro instrumentos, só dois.”
Rebati, me acabando no bolo de chocolate. “Tudo bem. Pode ser que eu comece a ir à
academia com vocês. Mas nada de fazer jiu jitsu. Aquilo não é coisa de mulher.” Fiz
uma careta e Rosalie sorriu.
“O Emmett é super protetor.” Rosalie sorriu, e olhar para aqueles olhos verdes dela
não estava me ajudando. “Ele acha que eu tenho que aprender técnicas de
imobilização para qualquer perigo. Mas eu não sei que perigo eu posso correr. Ele
sempre está comigo!” Eles se agarraram, e eu fiquei com... inveja talvez? Inveja boa,
é claro. Eu queria poder fazer isso também.
“Boa noite, lembrem de fazer isso na cama.” Sorri dos dois e levantei.
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Uma abrupta vertigem me fez colocar o braço no sofá para me equilibrar.
“Que foi, Bella?” Rosalie levantou e estudou o meu rosto.
“Tô comendo mal. Acho que estou anêmica.” Balancei a cabeça, me equilibrei e voltei
para o meu quarto. Rose me seguiu.
“Bella, você trata de comer direito. Você sabe que já temos problemas que
começaram assim na família. Jasper começou com tonturas e com anemia.” Rosalie
chamou a atenção severamente.
“Tá bom, mamãe.” Ironizei e deitei de lado na cama.
“Também tem Edward. Você sabe que está sob nossa responsabilidade. Eu que não
quero agüentar ele enchendo depois. Ele trata você como criança.”
“Não vai mais tratar. Ele nem vai mais olhar daqui pra frente para mim.” Informei
impulsivamente. Sentindo a garganta queimar com a frustração.
Ela deitou na cama e pegou minha mão. “Você vai me falar hoje?”
“Não posso, Rosalie. Desculpe.”
“Como futura psicóloga, eu digo que em pouco tempo você irá falar. Sua resistência
está acabando.” Disse conclusivamente, torcendo os lábios em um sorriso.
“Ai, ai, Rosalie, você está agindo é como uma médium não como psicóloga.”
Gargalhamos as duas e ela deixou o quarto em seguida.
**
Os dias seguintes se arrastaram lentamente. Cada vez que eu olhava para o quarto,
eu sentia falta do seu sorriso, de sua presença. As roupas dele continuavam lá. O
perfume. O chinelo.
Eu precisava me ocupar, pois ninguém sentia isso mais do que eu. As aulas de línguas
à noite estavam em recesso, o que só me restava trancar no estúdio e praticar
música. Sentia sempre a costumeira dor e vazio. Meu mundo estava sem cor, as notas
soavam vazias. Por vezes passava horas olhando nossas fotos, umas que me faziam
rir, outras que apertavam o meu coração... Fotos de uma vida deixada para trás.
Eu daria tudo para ir passar um dia com ele, beijar o seu rosto, passar as mãos em
seus cabelos, passar os dedos em seu rosto, sentir mais doses do vício pelo meu
corpo. Meu desejo era voar imediatamente para lá e desmentir tudo, implorando que
ele me perdoasse e que voltasse para mim. Mas implacavelmente a realidade sempre
combatia o desejo.
O baile de formatura de Edward seria sexta-feira, na Capital. Pensei em não ir, já que
eu não me via no direito depois de tudo que eu disse para ele. Todavia, ao pensar
isso, me sentia derrotada novamente em ter que me privar até de vê-lo subir mais um
degrau em sua vida. Eu queria estar presente nas suas conquistas, mesmo que agora
fosse como simples expectadora e família. Porém, tinha consciência que ela estaria lá
e, além disso, não estava disposta a provocá-la mais. Sabia que minha presença perto
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dele sempre desencadeava em uma série de acontecimentos magnéticos não

evitáveis, como por exemplo, eu voar magneticamente em seu pescoço e o beijar até
cansar. Logo, ainda estava pensando se iria ou não.
Depois da experiência com o jatinho na Alemanha, meu pai viu a real necessidade de
um avião e comprou um jato particular que comporta dezoito pessoas, incluindo o
piloto. Então, quinta-feira, no jato novo do meu pai, entusiasmada como crianças, a
família com duas babás voava rumo à Capital para a colação de grau de Edward.
Hospedamo-nos no hotel perto do aeroporto, o que eu sempre fiquei, Crystal. Eu,

Alice e Jasper ficamos em um apartamento duplo, e o restante em suítes
normais, visto que todos eram casais. Depois que estávamos acomodados e
arrumados meu pai pediu três táxis, pois éramos treze pessoas, contando com as
duas crianças e as duas babás, e nós dirigimos ao campus da universidade.
Meu pai queria fazer uma surpresa para Edward, por isso preferiu não ligar, deixando
que Edward pensasse que só viríamos para o baile, que aconteceria no dia seguinte. O
auditório ainda não estava lotado, quando chegamos, logo deu para escolher um lugar
próximo ao palco onde eles iriam sentar.
Como na formatura do Emmett na semana anterior nós não tínhamos nos preparado
para a comemoração e acabamos sem fazer barulho, na do Edward eu e Rose
preparamos balões, cartazes, buzinas e confetes para levantarmos quando o nome
dele fosse pronunciado.
Sentamos em um canto na primeira fileira e a cerimônia de colação se seguiu.

Começou com homenagens, depois passou um clipe. Assustei quando vi no clipe uma
foto minha com Edward, nós dois sorrindo e abraçados em frente à casa branca
quatro anos atrás, quando eu fugi para vir à Capital. Parecia ser outra realidade devido
ao meu semblante despreocupado e irresponsável. Por uns instantes fiquei pensando
no porquê dele ter colocado aquela foto. Raciocinei rápido, com certeza ele tinha
entregue a foto antes da nossa última conversa. De qualquer maneira, eu fiquei feliz
em nos ver.
Ele foi o orador da turma e não pude deixar de ficar orgulhosa em como ele ficava
lindo e bem em um papel de destaque. Ele falava rouco, macio e pausado com tanta
desenvoltura que me deixava suspirando.
“Baba, Bella!” Jasper brincou e eu sorri, percebendo todos vidrados em mim, que
estava de boca aberta com o meu embaixador em sua ascensão.
“... A Casa Branca é um modelo, um exemplo a ser seguido. Nos EUA melhor que
procuramos construir, não deveria haver mais lugar para o corporativismo pequeno e
pernicioso, alheio ao interesse comum e voltado unicamente para seus próprios
objetivos, muitas vezes em detrimento do futuro do país.............O país avança no
rumo certo, e com o concurso de todos nós seguirá a avançar. Será melhor, mais
justo e mais igualitário o EUA que vocês representarão........... Certamente sabemos
que o diploma e o cruzar da linha de chegada gera convicção de remate e efetivo
bem-estar, entretanto acreditamos que este é apenas o começo de uma longa estrada
a ser percorrida...”
Ele falava, sem ler, com tanto fervor e convicção que despertava mais admiração
ainda pelo homem sonhador que eu via nele. Ele terminou o discurso, e o
cerimonialista começou a chamada dos formandos para receberem os diplomas.
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O nome dele foi chamado, imediatamente nós levantamos de uma vez, e: assoviamos,
ovacionamos, soltamos os balões e levantamos as faixas. Tudo em meio a palmas e
euforia. Ele ficou uns segundos parado, olhando para nós surpreso, segundos depois
sorriu torto. Então ele encontrou os meus olhos, eu ainda assoviando, segurou o olhar
por alguns segundos, desviou rápido e voltou para o seu lugar.
Eu estava feliz e não estava arrependida por ter vindo. Se era isso que nós podíamos
ter: vida familiar, ela não iria tirar.
Ao terminar a cerimônia, ele jogou o chapéu para cima e desceu rápido, vindo
imediatamente em nossa direção. Ele atravessou eufórico por entre as pessoas que se
aglomeravam perto do palco, venceu a distância até que chegou a nós. Ele abraçou e
beijou Esme, depois abraçou o meu pai, em seguida Emmett. Seu rosto estava feliz e
excitado. Emmett o levantou do chão, e eu somente ri e os observei meio deslocada.
Eu estava sentada na última cadeira da fileira que estávamos. Ele passou de um por
um lentamente, com um sorrisão no rosto.
“Parabéns, cara, até que enfim!” Jasper, que estava ao meu lado, levantou e ofereceu
a mão para cumprimentá-lo, mas Edward estava empolgado demais e o puxou para
um abraço forçado. “Sai fora, sua bichona de vestido!” Jasper reclamou e nós riamos
de sua careta.
Finalmente, seus olhos me focaram, e eu, sem jeito, levantei, lutando contra a
covarde que estava em mim, que me mandava ficar quieta ou fugir daquele abraço
que com certeza não era de bom grado para ele. Parei uns segundos olhando para ele.
Ele estava embaraçado. Atrás dele, nossos familiares presenciavam a cena, sem
entender, já que nós tínhamos passado o fim de semana passado juntos. Hesitando,
abri os braços e dei um passo em direção a ele, colocando os braços em seu pescoço.
“Parabéns, embaixador.” Disse, me erguendo para abraçá-lo. “Você merece.” Foi o

que eu disse.
Ele não devolveu o abraço, ficando ereto, e eu tive vontade de chorar pela sua
rejeição, embora tenha sido eu quem tenha provocado.
“Obrigado, Bella.” Respondeu baixo, sem jeito, e eu o soltei.
Ele se virou para os nossos familiares, meio desconcertado. “Eu vou ali cumprimentar
meus colegas e daqui a pouco volto.” Avisou e andou rápido em direção ao Ryan, que
estava com a Sophia, Ashley, James e uma senhora, devia ser a mãe de Ryan.
Não consegui tirar os olhos dele, sentindo náuseas com a frieza que ele me tratou.
“Bella, você acha que ele combinou de sair para algum lugar?” Meu pai perguntou,
fazendo com que eu desviasse os olhos do abraço que Ashley dava nele, e ele estava
devolvendo.
“Depois o senhor pergunta para ele, pai.” Murmurei e sentei, esperando que as
pessoas dispersassem.
“Se ele não tiver combinado com os amigos dele, podemos sair para jantar.”
“Espera ele vir e o senhor fala com ele.” Disse novamente, sem a mínima empolgação.
Minutos depois, ele voltou alegre.
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“Obrigado por terem vindo, gente. Foi uma surpresa e tanto. Foi ótimo ter a família em
peso aqui.” Edward disse, colocando o braço sobre o ombro do Mike, que sorriu
amistoso.
“Já tá com mania de político, hein, maníaco!!” Jasper brincou e lhe deu um murro no
seu braço.
“É o que eu sou.” Edward completou, sorrindo convicto.
Todos sorriram, menos meu pai e eu, que nos encaramos no mesmo instante.
“Vamos sair para jantar, Edward?” Meu pai propôs.
Edward olhou em direção ao Ryan e olhou de volta para meu pai.
“Pode ser...” Disse sem certeza e com a voz inanimada. “Na verdade, Carlisle, a turma
fechou um bar para que pudéssemos ir depois da colação.” Informou sem jeito, com
os lábios torcidos em uma careta.
“Deixe-o ir, pai, jantamos sem ele.” Eu disse calmamente, sem levantar da cadeira do
auditório.
“Se vocês quisessem, vocês podiam ir lá...” Continuou desconcertado e passou a mão
no cabelo nervosamente.
Ele direcionou os olhos aos meus irmãos, esperando uma resposta, mas nunca para
mim. Isso estava me deixando aflita, pois seria assim que viveríamos daqui para
frente. Eu seria alguém que ele evitaria contato e somente ficaria perto de mim por
obrigação familiar. Nada mais que isso.
Eu levantei e me adiantei em tentar resolver, já que estavam calados e indecisos.
“Podemos jantar, depois cada um escolhe seu rumo. Quem quiser ir para o hotel vai, e
quem quiser ir para o bar vai.” Eu disse firmemente, olhando para ele. Nesse
momento seus olhos encontraram os meus. Eu continuei. “Afinal, temos que ter a
nossa comemoração em família.” Disse segurando o olhar.
“Eu acho uma boa idéia, o que vocês acham?” Meu pai concordou e abriu para as
opiniões.
“Eu vou. Vai ter hip hop lá?” Jasper perguntou animado.
“Lógico que não, é um bar com música popular. Na verdade só vou mesmo por que é
o Ryan que está organizando e ele tá me enchendo com isso.” Edward explicou, ainda
sem jeito e passou as mãos no cabelo de novo.
“É sua turma, Edward. Você vai fazer o certo. Vai se dividir entre a sua família e os
amigos.” Esme disse e nós resolvemos sair do auditório.
“Eu vou pedir um táxi.” Papai informou quando caminhamos rumo ao estacionamento.
Eu caminhava atrás, por última, e Edward ao lado da mãe dele e do meu pai na frente.
Ele brincava com Sue no colo de sua mãe.
“Meu carro está aqui, caso alguém queira ir comigo...” Edward informou
sugestivamente.
1363 de 1595 26/05/2011 20:45

“Então Bella, Jasper e Alice vão com você.” Meu pai indicou e eu quase relutei,
temendo o tratamento frio que Edward estava me dispensando. “Você conhece algum
restaurante bom?”
“Conheço, mas lá tinha que ter sido feito reserva.” Edward sugeriu. Certamente era o
mesmo restaurante da nossa primeira noite.
Alice se atravessou e pegou no braço do meu pai. “Vamos comer pizza, pai.” Pediu,
manhosa.
“Tem uma pizzaria boa perto do hotel que vocês estão. É uma casa italiana.” Edward
disse. Ele se referia à pizzaria que íamos muito quando eu vinha aqui, o nome é La
bella Itália, em frente ao Crystal.
“Pode ser então. Podem ir na frente, que vocês já adiantam os pedidos. Peçam
marguerita para mim.” Papai pediu.
“Tudo bem. Vamos?” Edward chamou e saiu na frente.
Peguei no braço livre do Jasper e andamos atrás do Edward, rumo ao carro dele. Ele
tirou o terno, pendurou no braço e afrouxou a gravata.
“Edward, você vai aparecer lá?” Ryan perguntou. Ele estava próximo ao carro do
Edward, no estacionamento dos formandos.
“Sim. Vou passar lá depois.” Assentiu e abriu a porta do carro, jogando suas coisas no
banco de trás.
Aproximei do Ryan e o abracei. “Parabéns, amigo.” Ele devolveu o abraço com

entusiasmo.
“Minha irmã está para botar um ovo desde que te viu.” Ele cochichou disfarçado em
meu ouvido e sorriu.
Eu sorri, infeliz. Queria eu ter o poder de fazer ela explodir de raiva, assim como ela
vinha fazendo comigo.
“Ela não precisa se preocupar comigo.” Cochichei de volta, ainda com o braço dele em
volta do meu ombro.
“Você vai lá?” Perguntou som um sorriso sugestivo e travesso. “Se eu fosse você eu
ia.”
“Vou pensar. Se ele me convidar eu vou.” Foi o que respondi e fui parabenizar Sophia
que estava em frente à porta do passageiro.
Edward já esperava no carro, com a partida ligada. Entrei, apertei o cinto e olhei para
ele. Ele não me olhou de volta e saiu. Encostei minha cabeça no vidro e enquanto as
ruas passavam, eu me distraí olhando-as. Quase não tinha me alimentado o dia todo,
logo a tensão do silêncio no carro e a angústia pela frieza estavam revirando o meu
estômago.
“Edward, tem como passar em uma conveniência. Queria que comprasse um chiclete
para mim, estou meio enjoada.” Pedi e abri o vidro para respirar, já que meu
estômago estava se contorcendo e eu tinha que ranger os dentes para não gritar e
não chorar.
1364 de 1595 26/05/2011 20:45

“O que você tem?” Sua voz saiu preocupada e eu senti sua mão encostando-se a
minha testa, parecia estar vendo minha temperatura.
“Nada. Só mal estar.” Respondi respirando fundo, engolindo em seco para reprimir o
choro.
Segundos depois, ele estacionou e entrou em uma loja. Eu desci para tomar um ar,
encostando de lado no carro. Minutos depois ele voltou com chicletes, chocolate e
estendeu para mim.
“Obrigada.” Disse baixinho, colocando em seguida o chiclete na boca.
Respirei fundo mais uns minutos, depois entrei, já que ele me esperava dentro do
carro.
“Você está... er, com ela?” Perguntei hesitante antes dele dar partida, e ele congelou.
Minutos se passaram e ele permaneceu estático, olhando para o nada com o

semblante frio. Ele não deu partida, porém permaneceu com a mão na chave.
“Se vocês quiserem conversar a gente desce, Bella.” Alice propôs.
“Não precisa.” Edward respondeu imediatamente.
“Sim, Alice, por favor.” Disse com a voz firme. Eu queria ao menos conversar. Sei que
deveria ser mais forte e deixá-lo em paz. Mas eu sou uma fraca. Admito. Não quero
perder uma oportunidade de ficar perto dele.
Alice e Jasper desceram e nós ficamos no carro. Olhei em seu rosto e ele olhava
teimosamente para longe de mim, com o semblante vazio. Seus dedos tamborilavam
impacientes no volante e seu maxilar estava travado.
Suspirei e tomei forças. Eu ainda o queria.
Edward POV
Tentava desviar o foco, mas sentia seus olhos dominadores me queimando. A mágoa
por tudo era tão grande que eu não conseguia olhar de volta em seu rosto. Eu queria
bater em algo, queria me chutar por ser um idiota e por não ter saído quando tive
chance. Eu estava lá, inerte, um débil esperando por mais uma sentença.
Qual seria dessa vez? Vou me casar com ele, Edward, ou melhor, vou casar semana
que vem, no dia que nós casaríamos. Era só ela tentar. Sempre teria um jeito de me
massacrar mais um pouquinho, bastava querer.
A minha paciência estava indo a zero com o seu silêncio. Ela se demorava, estalando
os dedos. Somente inspirando e expirando lentamente. O cheiro dela saturava
violentamente cada partícula de ar dentro do carro, derretendo o meu
juízo. Impaciente, inspirei uma longa lufada de ar e fechei os olhos, encostando-me ao
banco.
“Edward, você me beijaria?” Esse foi o som que eu ouvi distante. Não acreditei. Tive
que conter a minha vontade de rir alto da pergunta inexorável que ela fazia. Ela não é
só cruel, ela quer testar os meus limites.
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Determinado, olhei para fora, sem foco fixo, e controlei a minha ansiedade,
procurando uma distração. “Não, Bella. Eu. não. te. beijaria.” Pontuei secamente,
engolindo o ácido agudo que travava em minha garganta.
Inesperadamente, ela atravessou o joelho no banco e, antes que eu pudesse fazer

algo contra, ela sentou-se em meu colo. Eu congelei.
Putz!
Ela era absurda.
Perversa.
Sem nexo.
Insensível.
Macia.
Desejável.
Quente.
Concentre-se. Ela não pode ter esse poder sobre você – meu cérebro me alertou.
Utilizando todo o meu autocontrole ― se é que eu já tive isso ―, desliguei os sentidos

prazerosos que a diaba pessoal distribuía em mim. Aliás, tentei desligar.
Não é novidade que como resposta ao contato, choques convulsivos passassem pela
minha perna, né? Pois, é. Eles estavam lá, sendo distribuídos por todas as partes do
meu corpo. Eu estava até sentindo falta disso. Não. Não estava. Não sinto falta de
algo que eu não quero. Eu não quero sentir isso, né? Não. Não mesmo.
Talvez meu cérebro torrasse até que ela decidisse sair de cima de mim. Uma parte
idiota de mim pungia contente, outra parte furiosa, mandava expulsá-la de cima.
Lógico que a parte furiosa estava congelada. Por isso eu não reagia.
Insolente, ela colocou a mão em meu cabelo, e dominante, acariciou. Eu não me movi.
90% do meu corpo estava congelado. Talvez 80, ou melhor, 70% estava congelado. A
parte que eu tinha domínio, é claro.
Continuei fitando o nada, controlando a respiração que ridiculamente me

denunciava. Meu lado furioso mandava gritar com ela, empurrá-la, empurrá-la,
empurrá-la, pra frente e pra trás, pra frente e pra trás...
Não! Não é isso!
Empurrá-la do meu colo para o seu banco! Exigindo que ela parasse de me arruinar e
que se colocasse em seu lugar!
Entretanto, o outro lado se perguntava: por que ela tinha que ser assim; tão, tão, tão,
TÃO quente?
Ahhhhh. Que confusão!!
Mexi-me no banco, todavia não olhei para ela.
1366 de 1595 26/05/2011 20:45

Ela me observava, respirava em meu rosto e passava os dedos em meus traços. EU

NÃO CONSEGUI FAZÊ-LA PARAR. Por que eu não conseguia brigar? Por um acaso eu
estava sem língua?
“E se eu te beijasse... Você negaria?” Ela aproximou os lábios dos meus e sussurrou,

próximo a minha boca. Ainda assim eu não desviei o olhar de fora que tinha um
contêiner, um gato, uma lâmpada. Ela lambeu o canto dos meus lábios.
Alerta!
Algum lado estava ganhando espaço em meu cérebro. Exatamente o fraco, viciado e
corrompido ― sem falar no obcecado.
“Bella, n-não.” Sua respiração já entrava em minha corrente, deixando-me tonto com
o gosto.
Ela arrastou os lábios no meu, inspirando quente e segurou meu rosto, forçando-me a
olhar para ela.
“Eu queria co-me-mo-rar o seu di-plo-ma do jeito que me-re-ce-mos.” Disse

molhando os lábios e atraindo meus olhos para sua boca. Fiquei hipnotizado por sua
língua mexendo na boca. Engoli saliva.
Ela enfiava os dedos em meus cabelos e segurava meu rosto de frente a ela. Senti o ar
pesar nos pulmões e fechei os olhos para mudar o foco, tentando assim, me livrar da
imagem de sua boca. Nada que eu fazia estava ajudando, tendo uma louca desconexa
arrastando sutilmente o corpo em mim. Putz, quem inventou esses vestidos folgados
devia ser processado. Ou melhor, exterminado.
Concentre e mande-a sentar lá! Uma vozinha gritou longe, mas looonge mesmo.
“Posso te beijar? Eu só vou fazer algo que você queira.” Ela passou a língua
lascivamente em meus lábios e eu estremeci. De frio, é claro. Ou de calor. Argh, não
sei.
Ela sorriu em meus lábios, atormentando-me, lutando insanamente em me fazer seu

escravo, obrigando-me a aceitá-la com o coração dividido em dois.
Ah! De jeito nenhum!
Eu não quero isso...
Eu não quero...
Eu quero...
Quero...
Eu me sentia um estrume, humilhado por apesar de tudo querer tanto ela assim, ao
ponto de não controlar os espasmos que meu corpo sentia com sua língua passando
em minha boca.
Eu quero.
Suspirei e libertei minhas mãos, pousando-a em sua coxa exposta pelo vestido.
Tentava não dar ouvido ao meu lado furioso, que me censurava e me chamava de
tolo, fraco, obcecado ― TRAÍDO.
1367 de 1595 26/05/2011 20:45

Mas eu a quero!
Ao notar minha vulnerabilidade, ela se sentiu poderosa e me beijou, abrindo espaço

em minha boca inerte com a sua língua inquieta e quente. Será que eu pensei alto? Ela
se projetou para frente, exatamente como a Bella que ela é, e pressionou os seios em
mim, pedindo para ser tocada. Ela esperava reação do ser estático que eu
estava. Insistiu, e tudo que eu sentia era a minha respiração irregular, meu corpo em
ebulição, gritando: eu quero.
Eu quero tudo dela!
Com vontade própria, minha boca se abriu e aconchegou sua língua, acariciando,
chupando. Ela ofegou inquieta em meu colo, transformando meus sentidos lentos em
urgência. Minhas mãos subiram lentas dentro do seu vestido solto, e ela sorriu
triunfante em meus lábios, apertando o meu pescoço.
“Dorme comigo hoje.” Sussurrou e arrastou a boca em meu pescoço, ansiosa,

enquanto as minhas mãos acariciavam a sua barriga. Ela me irritava e me excitava ao
mesmo tempo com sua ousadia e atrevimento.
“Bella, não... Isso está errado... A cada dia as coisas estão mais erradas entre nós.”
Censurei, prendi seu rosto com uma mão, longe da delicadeza, e mordi o seu queixo
libidinosamente. Uma parte de mim queria fazer coisas assustadoras e perigosas com
essa mulher cruel que tinha nela, como: puxar seu cabelo, castigá-la, mordê-la toda.
Porém, o que fiz foi restringir meus dentes ao seu queixo e pescoço, fazendo uma
ponte entre a fúria e o prazer. Ela arqueou e me arrancou um rugido com o atrito do
seu corpo no meu, desabotoou minha blusa e desceu com os lábios pelo meu ombro.
“Parabéns, pela conquista.” Sussurrou e passou a mão em minha barriga.
A parte gentil do meu cérebro voltou a emergir, deixando-me mais fraco e idiota. Ela
voltou para os meus lábios, levando-me ao delírio com sua língua poderosa e ditadora,
e moveu-se novamente, fazendo de mim o que bem queria. Eu coloquei minhas mãos
sobre o seu sutiã meia-taça, louco para tirar, apertando os seios, inquieto pela sua
pele. “Por que está fazendo isso comigo?” Resfoleguei e mordisquei os seus lábios.
“Por que eu amo você e não consigo me afastar.” Disse arqueando quando desabotoei
frontalmente o sutiã, beijava minha boca e gemia, em um abandono sem igual.
Era humilhante a minha situação, contudo era tão escravo que aceitaria qualquer
situação que ela ditasse, logo, frenético, acariciei seus seios, apertando em minhas
mãos, desenhando a forma e salivando de saudade. Nada supria a falta que eu sentia
daquela pele macia, do seu gosto.
Eu poderia viver somente com o meu amor por ela, não poderia? Sim. Desde que ela
se entregasse tão calorosamente a mim, como sempre foi.
Isso era desprezível, todavia eu aceitaria ainda que eu tivesse que dividi-la com outro.
Idiota! ― Meu cérebro gritava.
Eu quero.
É um opróbrio pensar assim, entretanto isto é o miserável que eu sou. Perdido, fraco,
louco, obsessivo, apaixonado.
1368 de 1595 26/05/2011 20:45

“Por que, Bella?” Arfei. Eu queria saber o que deu errado. Queria saber por que
chegamos a isto. Beijava o seu ombro com toda a fúria aplacada, somente a saudade
e paixão reinava em mim. Passei os dedos na lateral de sua peça íntima, regozijando
com a pele macia, salivando em por minha boca.
“O futuro de nós dois ainda depende de você. Você decide.” Disse beijando a minha
orelha. Não. Beijando não, aquilo era tortura, lascívia.
Não tinha como ter coerência em pensar. Mas vamos lá, vou tentar... Hmmm... Ela
propôs exatamente o que eu imaginava. Ela quer os dois.
Ela se afastou e abriu o botão da minha calça, eu suspirei de expectativa, e sua boca
nunca deixou minha orelha. Ela desceu o zíper, acariciou a região e eu estremeci
quando seus dedos deslizaram na ponta.
Droga, como eu posso viver com isso? Saber que a mulher com quem eu ia casar,
apaixonou-se por outro e ainda me propõe que eu decida!
Hmmm...
Não existia mais nada coerente em minha cabeça, somente confusão, névoa e desejo.
Arfava em ansiedade, e sentia minha barriga tremer com sua mão quente se
colocando dentro da boxer. Aliás, me colocando para fora, afagando-me.
Ah... Voltando a pensar... Ela quer que eu decida se podemos ficar juntos mesmo ela
tendo outro. É isso?
Hmmm...
Eu não quero isso!
Eu não quero...
Eu quero...
Quero...
Quer...
Putz! Isso é coerção... Coação... Persuasão... Repressão... Pressão... Pressão...

Pressão. Cadê meu juízo? Não existe mais cérebro aqui?
Ela se afastou e entreabriu a boca, cheia de luxúria nos olhos. Não tinha como não
pensar naquela boca molhada, macia, quente, ardente. Não tinha. Não tinha mesmo.
“PORRA! VOCÊS VÃO SE PEGAR AQUI? OU NÓS VAMOS EMBORA? MEU PAI JÁ LIGOU
DUAS VEZES!” Jasper abriu a porta de trás e gritou, impaciente.
Fingi que ele não estava lá ― atrapalhando o pervertido que eu virei ―, e encostei
minha testa na dela, ainda padecendo em sua mão, no duplo sentindo mesmo.
“Você é muito complexa... Uma incógnita para mim” Murmurei e ouvi a porta bater
forte. “Eu acho que eu não te conheço...” Minha voz vacilava, as palavras saiam
desconexas com sua mão quente em torno de mim. “Você diz que me ama e me
trocou por outro cara.” Rangi os dentes e arqueei, eletrocutado, tentando dominar o
prazer que crescia em espiral.
1369 de 1595 26/05/2011 20:45

“Você diz que me ama e não escolheu a mim.” Ela disse e voltou a beijar meus lábios
sem parar o movimento da mão. Eu não tive tempo de raciocinar em cima de suas
palavras, pois sua língua se abandonava arbitrariamente em minha boca, e eu sentia a
ânsia subindo em meu corpo, meus poros borbulhavam aflição. Puxava o ar pelos
dentes e ela sorria em minha boca, triunfante por se sentir tão minha dona.
Com tanto domínio dela e com tanto desejo que eu sentia, a qualquer momento eu
poderia chegar ao ápice. Porém, não era aconselhável no momento ― eu tenho que
me lembrar de comprar lenços para o carro. Homericamente frustrado, abracei-a
forte, de modo que ela parasse, e mergulhei o rosto em seu cabelo.
“Eu sei que você quer só um momento... Mas não temos tempo aqui, então vamos
comigo para o bar e depois eu vou dormir com você.” Ofeguei, já me sentindo um
idiota por aceitar isso.
Nossa respiração aos poucos se acalmou, e ela demorou um silêncio demasiado em

responder.
“Ok. Mas agiremos discretamente, afinal, você está comprometido e er, eu também.”
Pediu, pressionando o meu pescoço com os lábios.
“Eu não estou comprometido.” Rebati prontamente.
“Está sim!” Disse em um tom sério. “E não é só com ela, é com o futuro que você
escolheu.” Disse incisivamente, e eu não entendi a sua agitação. Supostamente ela
soube que eu aceitei.
Suspirando, olhei para o teto por minutos, pensando no que ela dizia. Estava louco
para conversar, colocar para fora essa angústia que tinha me atormentado a semana
toda.
“Eu não sei se eu estou feliz com tudo...” Murmurei acariciando o seu cabelo, sentindo
um pouco de dor latente. No duplo sentido.
Houve um silêncio atordoante no carro. “Vamos.” Ela quis cortar o assunto e se

afastou do meu colo.
Agora, emocionalmente frustrado, eu me recompus no banco e empurrei o assunto

para uma gaveta. Não interessava. Ela não se importava.
Bella POV
Ao chegarmos à pizzaria, eu entrei na frente, de braços cruzados, e Edward atrás de

mim.
“Demoraram.” Meu pai comentou, erguendo a sobrancelha sugestivamente.
“Eles estavam se comendo no carro!” Jasper disse sorrindo, e eu olhei emburrada para
o fofoqueiro. “Ah, não, desculpa, erro de interpretação. Eles estavam conversando, ela
sentado no colo dele, com a boca na boca dele, e só Deus sabe o que mais!” Ironizou
fazendo gestos obscenos.
Todos riram despreocupados, uma vez que sua delação condizia com nosso histórico.
“Pare, Jasper.” Alice pegou no rosto dele, e fez ele olhar para ela. No momento em
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que ele olhou, sossegou. Ela fazia dele massinha de modelar.
“E aí, Edward, quais os seus planos para o próximo ano?” Meu pai desviou a
brincadeira perguntando, mas ele já sabia das escolhas do Edward, pois eu tinha
falado assim que cheguei a Seattle hoje à tarde. A pizza já estava na mesa, então
Edward cortava uns pedaços.
“Eu vou concorrer às próximas eleições.” Disse seguramente.
Carlisle olhou em minha direção e abaixei o olhar, conformada.
“Bom pra você.” Disse, e levou um vinho à boca.
Edward pegou um pedaço de pizza no garfo e apontou em minha direção, o que

levantou olhares para nós.
“Não precisa cortar pizza para mim.” Sibilei em seu ouvido.
Ele prosseguiu mesmo assim, colocando em minha boca.
“É... o costume.” Sorriu torto.
“Você acha que tem chance de ganhar, Edward?” Papai perguntou novamente.
“Acho que sim. As pessoas não me conhecem, mas vão votar no sobrenome.”
Explicou e olhou desconcertado em minha direção. Eu forcei um sorriso, fingindo não
me importar.
“E qual vai ser o sobrenome?” Mike perguntou completamente por fora do assunto.
“Evans. O mesmo do Senador.” Edward respondeu desconfortável.
Imediatamente, a situação na mesa ficou tensa, todos parecia estar cheios de

perguntas.
“Ele vai se casar com a filha do Senador, como um contrato.” Expliquei dando de
ombros, como se não fosse grande coisa.
Ele ficou sério e puxou meu rosto para olhar para ele. “Eu não tenho certeza ainda.
Tudo depende de você.” Disse baixo, me encarando.
“Você fez sua escolha.” Disse secamente, segurando o olhar.
“Você me induziu a escolher isso quando quis ostentar um Routh.” Continuou

segurando firme.
Alguém na mesa coçou a garganta ao perceber a nossa conversa baixa e hostil. Olhei
em volta da mesa e todos fingiam não prestar atenção, só Jasper que mantinha um
olhar debochado no rosto.
Fitei novamente Edward, encarando-o. “Você escolheu essa vida quando tinha nove
anos de idade.” Disse por entre dentes. “Desfrute dela.” Desviei o olhar e forcei um
sorriso no rosto.
“Ai, ai, aumentem o volume por que eu não quero perder a minha novela mexicana
preferida.” Jasper disse em meio a gargalhadas e vi Alice apertar sua mão.
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“E aí, vamos ou não vamos para o bar?” Emmett perguntou.
“Eu não vou, o Seth quer dormir e o bebê também.” Jéssica informou e beijou Mike
carinhosamente. Olhei em sua mão e ela usava uma aliança, de noiva.
“Também não vou.” Informou o meu pai.
“Então podemos ir em um carro só, no carro do Edward.” Emmett disse, levantando

da cadeira.
**
O bar era uns dez minutos do hotel e estava lotado. Entramos, dando de cara logo na
entrada com a mesa do Ryan. Edward foi na frente, e eu o segui até a mesa deles.
“Sentem conosco.” Ryan propôs, apontando umas cadeiras na mesa deles. Emmett e
Jasper se dispersaram, restando pra mim, somente sentar e fingir que nada estava
acontecendo, quando eu tinha na minha frente a irmã do Ryan.
“Boa noite.” Cumprimentei os que eu não tinha visto, que era James e a Ashley. Eles
responderam sem vontade.
“Pensei que vocês não vinham mais.” Sophia comentou, quebrando o gelo.
“Nossa família foi para uma pizzaria.” Expliquei encarando Ashley.
Edward deixou a mesa e foi conversar com o professor que eu vi entregando os

canudos.
“Vocês terminaram o noivado?” James perguntou e eu o achei muito abusado e

intrometido, porém sorri e respondi.
“Sim. Nós dois estamos em outra.” Disse firmemente.
Ashley ficou me olhando indiscretamente.
“O que você bebe, Bella?” Ryan perguntou, já se levantando para ir ao balcão.
“Drinque de fruta cítrica, e bem fraco.” Respondi e ele saiu para buscar algo.
Eu fiquei calada na mesa, tensa, porém com o nariz empinado. Se tinha uma coisa que
ela não ia ver em mim, era postura vencida.
Ryan voltou com o drinque de kiwi e eu tomei lentamente, apreciando o gosto.

Segundos depois, Ryan saiu para conversar com alguém e eu fui obrigada a ficar,
então concentrei a conversa na Sophia para escapar do olhar estranho da Ashley
sobre mim. Conversei com a Sô sobre as roupas que usaríamos no baile, sobre a
formatura no geral, e ela disse que no dia seguinte teriam que estar cedo para fotos
no salão de eventos.
Em todo o tempo Edward olhava para a nossa mesa, procurando os meus olhos. Eu
tentava insistentemente desviar o olhar, já que Ashley parecia estar me vigiando.
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A presença na mesma mesa que ela estava mexendo comigo. Eu não conseguia olhar
seu rosto cínico. Eu tinha vontade de gritar, ou talvez puxar seu cabelo. Não sei. Eu
queria enforcá-la. Ou talvez só puxar seu cabelo mesmo. Mas o que adiantaria? Foi
Edward quem quis. Eu não podia fazer nada!
Pensando assim, restou-me trancar as emoções, ao ponto de sentir meu estômago

contorcer de ansiedade, e desviar os pensamentos das frustrações.
Quanto mais eu permanecia na mesa, ficava pior. Eu estava com nojo da voz de sino
dela e minhas mãos começaram a suar. Eu não queria deixar aquele sentimento entrar
em mim, afinal, eu sou muito mais. Porém, estar perto dela me dava tanta náusea que
eu rangia os dentes. Eu sentia vontade de chorar.
“Sophia, vou ao banheiro.” Saí da mesa rápido, querendo lavar o rosto. Eu sentia
ânsia e a bile na garganta.
Procurei um banheiro e não achei, logo saí para tomar um ar. Nervosa e angustiada,
encostei-me a um carro de lado, e esperei a vontade de chorar passar.
O ódio me agitava e a dor no estômago intensificou. Encostei o braço no carro

apoiando minha cabeça e senti tudo rodar. As náuseas voltaram e eu tossi três vezes,
sentindo a pizza voltar em minha garganta. Me inclinei rápido, segurei meu cabelo e
vomitei intensamente.
“Bella!” Ouvi a voz do Edward ansiosa, e expeli mais pizza. “O que há?”
“Sai.” Grunhi e fiz gesto com a mão para ele afastar, sentindo a garganta arder e as
lágrimas em meus olhos. “A pizza fez mal.” Disse com a voz fraca e encostei no carro
de novo, olhando para cima e respirando fundo.
Ele saiu e eu fiquei tomando ar, ainda sentindo o gosto ruim em minha boca. Fiquei
chateada por ele ter saído, mesmo tendo sido eu quem pediu. Eu sei que estou
confusa. Mas eu o queria perto de mim.
O mal estar não passava, mesmo colocando lufadas grandes de ar nos pulmões. Ainda
ofegante, sentei no meio fio e coloquei a cabeça entre as pernas, vendo se pelo menos
a ansiedade e a tremedeira passavam. Eu não estava entendendo essa minha
fraqueza, nunca fui mole assim. Eu devia estar debilitada com tudo o que estava
acontecendo. Ou talvez deva ter passado mal por ter ficado muito tempo sem comer
direito, e a noite ter comido coisa pesada como a pizza.
“Eu trouxe uma soda para você.” Levantei os olhos e Edward segurava um refrigerante
de limão, com o semblante preocupado.
“Não precisava se preocupar,” Disse com a voz rouca e mole, mas bebi a soda. “Vá
ficar com os seus amigos. Vou ficar aqui um pouco e daqui a pouco eu vou.” Pedi
educadamente. Eu queria mesmo que ele fosse. Não queria mais problemas.
“O que você está sentindo?” Ele agachou em minha frente e passeou a mão em minha
testa.
“Ainda estou meio enjoada, e agora minha cabeça está com um pouquinho de dor.”
Respondi baixo, sugando a soda no canudinho.
Ele aproximou, beijou minha testa e passeou o dedo em minha nuca.
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“Você quer ir embora?” Perguntou carinhosamente, com os dedos em meus cabelos.
“Não.” Relutei com firmeza. “Acabamos de chegar, foi só um mal estar bobo.” Disse
teimosamente.
“Não é bobo. Eu nunca te vi doente. É de preocupar, você está igual papel.” Ele
acariciava meu cabelo carinhosamente. Manhosa, fechei os olhos e deitei o rosto em
sua mão. Tudo que eu queria era deitar, com sua mão me acariciando.
Edward POV
De maneira nenhuma eu iria perder mais tempo naquele lugar, ainda que fosse
despedida da minha turma. Eu queria mesmo era ficar perto dela e me alimentar das
doses doentias de sua dependência, por isso, deixei-a próxima ao banheiro e fui me
despedir na mesa do Ryan.
“Bom, gente, eu vou indo.” Encostei-me à mesa e peguei na mão do Ryan. “Meus
irmãos estão cansados da viagem e nós já vamos.” Justifiquei.
Percebi os olhos da Ashley sobre mim e, se eu quisesse enxergar melhor, veria

cobrança. Mas eu não queria ver, pelo contrário, era uma situação intragável para
mim, ainda mais com Bella tão próxima assim. Durante essa última semana, depois de
ter aceitado a proposta, meu sentimento negativo por Ashley se amplificou, chegando
a causar repulsa.
“Além disso, Bella está passando mal, vou levá-la para o hotel.” Disse
propositalmente, percebendo Ashley se agitar na mesa. O sorriso do Ryan ficou
escancarado ao ouvir a minha pronúncia. Eu sorri de volta, vendo claramente agora o
quanto meu amigo ficava feliz ao me ver próximo a Bella e longe de sua irmã.
“Vai lá, cuida da sua irmãzinha.” Disse com um sorriso zombeteiro e bateu em meus
ombros.
“Ah, cuido!” Sorri e pisquei.
Deixei a mesa e fui à pista de dança chamar os nossos irmãos. Chamei-os e voltei
rumo ao corredor que deixei Bella. Quando a encontrei, ela estava conversando com
James, então o vi entregar algo. Aproximei-me desconfiado e ele deu dois passos
atrás.
Coloquei os braços sobre o ombro dela e ela enrijeceu, afastando-se um pouco.
“Melhor, amor?” Eu sei que não devia chamá-la de meu amor, mas eu estava
ridiculamente enciumado em vê-lo se aproximar dela, quando desconfio que ele queira
tudo que pertence a mim.
“Sim.” Ela respondeu meio tensa.
Olhei para ele indagativo, esperando que ele falasse o que fazia perto da minha...
Amiga? Ex-namorada? Irmãzinha? Putz, o que ela era minha para eu ter essa
possessão?
Ah! Minha dona, cruel dona. Dona do meu idiota e doentio coração.
“Er... Eu trouxe...” Balbuciou, nervoso.
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“Um recado para você, Edward.” Bella interrompeu. “Vocês têm que chegar amanhã
no ginásio da Universidade duas horas antes para uma sessão de fotos.” Informou
com os olhos desviados. Se eu a conhecia bem, ela tinha dissimulado o olhar, fato que
me deixou confuso.
“Recado dado, James. Até mais.” Apertei o braço em volta dela e nos dirigimos ao
carro.
Bella POV
Durante todo o trajeto Edward ficou calado e desconfiado. Eu sentia minha garganta
fechar e engolia ar regularmente, suprimindo a vontade de gritar. Meu Deus! Será que
eu nunca mais terei sossego? Pelo jeito não. Para cada ação, uma reação. Ou seja,
para cada minuto que eu passo feliz com ele, uma bomba estoura para cima de mim.
Sentia meu corpo tremer ao lembrar o bilhete que James leu.
Você está sendo egoísta. Está pensando somente em você. Seria um ótimo presente
de formatura se na próxima segunda a filmagem e os documentos estivessem em
todos os jornais.
Subimos e entramos em nosso apartamento, que era duplo e era dividido com Jasper
e Alice. Entrei calada em nosso quarto e já tirava a sandália distraidamente,
empurrando com os pés para o canto do quarto.
“O que você falava com James?” Ele me encurralou na parede, colocando as duas
mãos na altura do meu pescoço. Eu lutava contra a vontade de chorar ou me jogar em
um abraço apertado dele, pois estava cansada de mentiras e de omissões, porém me
mantive firme.
“O que eu te falei. O que mais eu conversaria com ele?” Sentia-me mal por ter
mentido, usado a informação que a Sô me deu mais cedo.
Espontâneo, ele tirou algo da carteira e colocou em minha mão, beijando em seguida
minha testa.
“Feliz aniversário!” Disse simplesmente, com um sorrisão no rosto.
“O que é?” Abri devagar a embalagem, percebendo uma jóia em formato de oito,
porém mais achatada um pouco.
Ele desencostou da parede e desabotoou a blusa lentamente, olhando para mim.
“É um símbolo matemático. É o símbolo do infinito.” Disse, colocando a camisa no

cabide.
“Hmmm, mas o que significa?” Alisei a jóia.
“É um símbolo da antiguidade.” Ele sentou na cama e tirou o sapato, colocando

alinhadamente ao lado da cama. Aproximei da cama e encostei de lado, próximo a ele,
analisando os pequenos filetes de diamantes sobrepostos sobre a jóia.
“Explica o que significa.” Insisti. Eu sabia que tinha muito mais que isso. Sempre que
ele me deu algo, ele queria expressar palavras.
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“Você sabe. Além do ouro que eu me comprometi a te dar por seu investimento em
mim, é o símbolo do meu sentimento por você.” Disse pegando em meu queixo e me
olhando penetrante. “Não importa o que eu faça, não importa o futuro ou com quem
eu case...” Ele abaixou o olhar e segurou a minha mão. “Vai ser sempre você, Bella,
independente de como estamos agora. Eu sempre vou amar você. Eu suspeito que por
toda minha existência, se existir vida após a morte, ainda assim, sempre vai ser você.
É infinito o meu amor por você.”
Feliz, abracei-o forte e sentei de lado em seu colo, descansando meu queixo em seu
ombro. Fiquei em silêncio, pois nada que eu dissesse iria mudar nada para nós, ainda
mais quando eu recebi, de novo, outra ameaça.
“Quando você comprou?” Eu quis saber, desconfiada.
“Ontem.” Respondeu torcendo os lábios, meio desconcertado.
Fiquei admirada do fato dele ter comprado isso ontem, mesmo depois de ter aceitado
a proposta do Senador e mesmo depois do que eu disse sobre Brandon.
“E você planejou me dar isso quando?” Ele me deitou em seu braço, como criança, e
eu sorri contente.
Ele sorriu desavergonhado, muito desavergonhado. “Guardei para te dar no baile

amanhã, aliás, hoje à noite.” Inclinou-se e encostou os lábios no meu. “Eu imaginava
que de alguma maneira iria acabar em sua cama.” Sorriu presunçoso.
“Ah, é? E como tinha certeza disso?” Brinquei, passando o dedo em sua sobrancelha.
Ele suspirou e olhou para cima. “Eu não sei explicar... Eu sei que quando te vejo, me
movimento em sua órbita. Então é quase certeza que sempre terminamos o dia
juntos. Como gravidade, magneto, entende?”
Bocejei, assentindo, ele me levantou de seu colo e me deitou na cama.
“Ainda tenho que escovar os dentes.” Resmunguei, sentindo a moleza no corpo. Ele
me virou de lado e senti sua mão desabotoar meu vestido atrás, depois ele tirou,
lentamente, fazendo com que eu me erguesse um pouco.
“Onde está seu nécessaire?” Ele perguntou e beijou o meu ombro.
“No armário.” Informei e ele levantou para ir ao armário. “Pegue a sua escova de
dente também.” Disse preguiçosamente.
Ele foi ao armário, pegou as escovas e cruzou os braços em minha frente.
“Você também sabia que eu iria acabar na sua cama.” Sorriu convencido. “Até meus
chinelos você trouxe!” Ele apontou para os pés dele e eu sorri, rindo de mim mesma
por indiretamente sempre acreditar que vai ter um jeito.
Ele ajoelhou na cama, pegou minha mão e me puxou para o banheiro. Eu me inclinei
na pia, para retirar a maquiagem, sentindo muito esgotamento.
“Se você quiser que eu te dê um banho, eu dou.” Disse sorrindo da porta. “Você está
em câmera lenta. Parece que acabaram as pilhas.”
“Só não vou aceitar a oferta por que estou me sentindo mole até para ficar em pé no
chuveiro, e esse ap. não tem banheira.” Sorri e passei o fio dental, quase sentado em
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cima do sanitário de preguiça. “Eu tenho razão de estar cansada, acordei cedo, andei
quase cinco horas de avião, passei mal, e agora são exatamente duas horas da
manhã.”
“Onde está os seus pijamas super resistentes a mim?” Ele perguntou brincalhão. Eu o
observava do espelho passeando os olhos em meu corpo, já que eu estava de top e
calcinha.
“Na minha mala.” Comecei a escovar, e ele saiu, parando em frente a um armário. “Tê
rôpa shua tabem.” Eu disse com a boca cheia de creme.
Quando ele voltou tinha na mão um pijama de algodão rosa e uma caixinha de
anticoncepcional. Ele levantou e me mostrou.
“Não que seja da minha conta, mas você e ele...” Interrompeu sugestivamente e eu
balancei a cabeça freneticamente. Estava assustada que ele tivesse esse tipo de
pensamento. Eu não consigo nem me imaginar tendo vida sexual com outro.
“Não!! Não é assim.” Murmurei constrangida, peguei a caixinha de anticoncepcional na

mão dele e voltei para o quarto, vestindo o pijama e deitando emburrada na cama.
Ele foi para o banho. Deitei pensando na insinuação, fechei os olhos e fui levada até
aquele dia em Forks.
Flashback - Férias em Forks
“Acho que eu quero ter um filho logo, assim quando meu filho virar adolescente as
pessoas vão falar assim; nossa! Parece irmã!” Imitei com a voz fina e sorri.
Ele deitou no sofá, colocando as almofadas de apoio, então me puxou para deitar em
frente a ele.
“Você pergunta pra mim, mas eu nem sei, não depende de mim. Você acaba fazendo
sempre o que quer. Pra mim quando vier vai ser bem vindo. Até por que se vier
algum, eu vou estar casado com você de qualquer maneira, afinal faltam cinco meses
para o casamento e como uma gravidez dura nove meses...”
“Então vou parar de tomar os remédios.” Brinquei.
“Você quem sabe.” Ele me apertou no abraço, mostrando não se importar.
Despertei em um susto e sentei arfando.
“Que foi, Bella?” Edward estava sentado na beira da cama, enxugando os pés e cerrou
os olhou em minha direção. “Está passando mal de novo?”
“Não. Estou bem.” Sussurrei, minha voz era estrangulada.
Sentei na beira da cama e tentei lembrar o meu ciclo menstrual, uma vez que eu não
tomava remédio desde agosto. Fiz as contas mentalmente, sem sucesso, pois desde
que esse furacão começou em minha vida, eu não lembro mais de nada. No primeiro
mês, eu desregulei completamente quando parei de usar, mas depois vieram normais.
Por que eu não me lembro de ter tido menstruação por esses dias? Ela deveria ter
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vindo no meio do mês, mas eu nem lembro se no mês passado veio!
“O que foi, Bella, teve pesadelo nos cinco ou dez minutos que apagou?” Ele sorria com
diversão, mas eu estava concentrada demais para brincadeiras.
Senti minha pulsação correr e o ar entrou pesado em meus pulmões. Engoli em seco e
involuntariamente coloquei a mão em minha barriga.
Racionando logicamente, essa era a única explicação para o meu estado dos últimos
dias: o sono, a fraqueza, a falta de apetite, a pequena tontura, as náuseas.
Com a percepção, balancei a cabeça atordoada e uma lágrima rolou.
“Bella, o que há? Está com dor no estômago?” Edward perguntou ansioso e limpou
minha lágrima. Parte da minha cabeça estava associando tudo ainda. Eu não podia
estar, aliás, não devia. Não nessa situação. Porém, eu tive certeza.
Mais que certeza.
Grávida.
Eu estava perdida.
Mais que perdida.
As lágrimas desciam como cachoeira e soluços fortes se formaram em meu peito.
“Que foi, amor?” Ele me colocou em seu colo, com um pouco de pânico, e me
movimentou para frente e para trás um pouco rápido, para me acalmar.
O choque pela descoberta me deixava sem controle e as bizarras lágrimas desciam

compulsivamente. Em outra ocasião eu não choraria, pelo contrário, eu planejei, eu
sonhei com um filho nosso. Esperava fazer uma surpresa, já que em pouco tempo
iríamos casar, por isso parei de tomar os remédios. Fui tonta.
Todavia, eu ainda queria o bebê e muito... Mesmo que eu não pudesse lhe falar.
Ele me olhava confuso, com os olhos ansiosos, me balançando e passando os dedos

em meu rosto. Ele tentava inutilmente fazer cessar as lágrimas. Eu sei que prometi
mentalmente que não ia magoá-lo mais com minhas atitudes incertas e com minhas
lágrimas, porém estava difícil impedir. Aos poucos fui percebendo que as lágrimas não
eram necessariamente de tristeza, eram de amor. O selo eterno do nosso amor. O que
restou de nós e que podia continuar.
“Não chore. Você estava tão bem...” Suplicou beijando o meu rosto carinhosamente,
me apertando e ainda balançando.
“Calma, anjinho.” Sussurrei. “Não estou chorando de tristeza - não agora.” Respirei e
limpei os olhos com as costas das mãos.
“Qual o problema com você?” Ele empurrou minha cabeça em seu peito com pesar na
voz. Oh, Deus, tenho pena dele. Ele tenta me entender acima de tudo. Mesmo com o
meu silêncio. Incrível isso.
“Nenhum... Estou cansada.” Acariciei o seu rosto, pensando em como poderá ser lindo
o nosso bebê.
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Ele estava aflito, com os olhos cheios de perguntas, ainda acariciando o meu rosto. Eu
me senti miserável por não poder falar para ele, e a lágrima doeu de novo. “Eu não
mereço o seu amor, Edward.” Lamuriei, levantei do seu colo e arrastei sobre a cama,
enterrando depois minha cabeça no travesseiro.
Ele ficou em silêncio, ajoelhou cuidadosamente na cama e deitou atrás de mim,

passando os braços em minha volta. Seus dedos se moveram em minha barriga ―
como de costume ―, e novamente um soluço se projetou em minha garganta, pois ele
não poderá acariciar minha barriga em sua formação.
Ele percebeu meus novos soluços e acariciou o meu cabelo, apoiou o seu rosto no
braço e eu senti seus olhos em mim, implorando que eu me abrisse. Eu queria falar,
queria fazê-lo feliz com isso. Queria que ele compartilhasse da minha felicidade, mas
não podia. Então minha felicidade era abafada com a dor da omissão.
Ele me virou de frente a ele e fechou os braços sobre mim. Limpei o rosto e respirei
fundo, me acalmando lentamente com o cheiro de seu pescoço.
***
Acordei melhor, com ele acariciando embaixo da tornozeleira no meu pé.
“Parabéns pelos vinte anos!” Sorriu e mostrou um mini bolo com uma vela em cima.
Seu rosto estava contente, com um sorriso glorioso.
“Onde você comprou isso a essa hora da manhã?” Esfreguei o rosto e sentei.
“São onze da manhã. Fui lá embaixo e comprei.” Disse pegando uma faca no carrinho
de café da manhã. “De quem é o primeiro pedaço?” Perguntou matreiramente,
estendendo o mini bobo para eu partir.
Eu cortei metade e sorri.
“É seu. Sempre seu.” Sorri carinhosamente e entreguei em sua mão.
Ele pegou, mordeu e colocou um pedaço em minha boca.
“Eu sei que só tem eu aqui, mas eu vou acabar acreditando.” Sorriu,
“Acredite, desde os meus treze anos o primeiro pedaço de mim é seu.” Ajoelhei na
cama, inclinei e coloquei minha cabeça sobre o seu ombro. Ele enlaçou a minha
cintura. Eu continuei. “Você foi meu primeiro beijo, primeiro amor, primeiro porre,
primeira infração, primeira fuga, primeiro sexo.” Suspirei. ‘E primeiro filho’ pensei.
“Felizmente, a recíproca é verdadeira em tudo, salvo pela fuga.” Ele me jogou na cama
e deitou com a cabeça em minha barriga.
“Suas irmãs avisaram que estão indo para o salão duas horas.” Disse, abraçado ao
meu quadril. Eu acariciava o cabelo dele, feliz, por mesmo sem ele saber, ele estar tão
próximo a sua semente.
“Eu é que não quero nem saber de salão. Já fiz unha e depilação ontem, então hoje
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nada de salão. O máximo que vou fazer é um baby liss com Alice e pronto.”
“Hmmm, fez depilação ontem?” Ele sorriu sem vergonha. “Eu não entendo você.
Todos os meses você diz que não vai voltar lá e acaba voltando.”
“Ah, o resultado vale a pena.” Expliquei com um risinho.
Dei uma pausa silenciosa, ainda acariciando seu cabelo.
“Por que, Edward? Por que você está tão à vontade com essa história toda?” Eu queria
saber. Pensei que depois que ele soubesse do Brandon, ele nunca iria me perdoar ou
aceitar.
Ele ficou calado uns segundos, depois sentou e pegou um toddynho no carrinho. Os
olhos dele se estreitaram em minha direção, então ele respirou profundamente e
balançou a cabeça.
“É uma resposta miserável, mas é a verdade. Mesmo nessa situação, quando estamos
juntos eu me sinto a mais feliz das criaturas. Eu me conformo, embora saiba que é
uma atitude tão humilhante que me torna indigno. Ainda assim, estou tentando agir
como você sempre agiu: aproveitar quando estamos juntos e esquecer do dia de
amanhã. Como se nem existisse o mundo a parte.” Disse simplesmente.
Eu fiquei fascinada com a facilidade que ele teve de se abrir. Com meias palavras ele
admitiu que se conformaria em ser meu amante ou em me ter como amante. A idéia
não era de toda ruim.
Lanchamos entre sorrisos, depois ele vestiu uma bermuda de brim caqui e uma
camiseta preta para sair. – Roupas que eu trouxe.
“Bella, eu tenho que ir buscar meu fraque na Universidade, porque de tarde vou deixar
meu carro com as meninas para elas se locomoverem.”
“Tudo bem. Quando você chegar pedimos comida.” Ele beijou a minha testa e saiu.
Levantei, tomei banho, mas não quis tirar o pijama, já que eu ia somente andar pelo
apartamento até o quarto da Alice. Entrei no quarto deles, e encontrei Jasper jogando
no notebook em uma mesinha e Alice lendo uma revista deitada.
“Alice, eu não vou para o salão com vocês. Você faz um baby liss em mim mais tarde,
que eu prendo o cabelo.” Só informei.
“Tá bom.” Não tirou os olhos da revista, e eu deitei na cama de costas.
“E ae? Tirou o atraso?” Jasper perguntou e eu dei língua para o intrometido. “Que rolo
é esse de vocês, hein? Edward está corneando você, é? Eu hein! Vai entender!” Ele
balançou a cabeça, criticando e rindo.
“Jasper, cuide da sua vida, vai.” Fingi indignação e resolvi brincar. “E vocês dois?
Estão dormindo juntos?” Insinuei.
Eles não deviam, é lógico. Afinal tinha só uma semana e pouquinho que Alice
descobriu que não era sua irmã.
“Ai, ai, eu durmo com Alice quase todos os dias tem mais de um ano.” Jasper disse
sorrindo, e eu abri a boca assustada em como eles dormiam juntos, se ela sabia que
eram irmãos! “Ih! Mente perva! Não é nada disso que você está pensando. Ainda não
1380 de 1595 26/05/2011 20:45

rolou, se é o que você quer saber. Sou uma cara de responsa e estou dando um
tempo. Afinal, o pai da minha namorada é o meu pai. Que rolo, né?!” Ele sorriu e olhou
para cima, fingindo fazer contas. “Minha namorada é minha irmã, meu pai é meu
sogro, minha irmã é casada com o meu irmão, então ela é minha cunhada. Cruzes!
Vou enlouquecer!” Ele olhava para a mão fazendo as associações e sorrindo.
“Então vocês dois não...” Sugeri.
“Não.” Ele interrompeu. “Oxe, Bella, estamos namorando de verdade tem menos de
duas semanas, lembra?” Ele sentou-se encostado na cabeceira da cama, ao lado da
Alice.
“Você não fala nada, Alice?” Perguntei e ela continuava lendo.
Ela deitou a cabeça do Jasper no seu colo, carinhosamente.
“Ele fala por ele e por mim.” Os dois sorriram cúmplices e eu resolvi sair.
Os dois eram fofos juntos. Um desregulado em alguns pontos e a outra controladora.

Suspirei feliz com os dois e resolvi voltar para o meu quarto.
Uma vez estando longe do Edward e das pessoas, eu podia ler de novo o bilhete e
pensar claramente. Pesei o fato de Edward ter aceitado a proposta e de querer chegar
ao poder, associei ao fato de supostamente ― mais que certeza ―, estar grávida.
Acrescentei as ameaças do bilhete e, logo cheguei a uma conclusão: ligar para o meu
pai e falar do bilhete.
Após ligar para o meu pai, meu coração voltou a doer, pois ele me apoiou na decisão e
me aconselhou a seguir em frente com o plano que eu expus. Hoje, mais uma vez eu
teria que magoar a nós dois. Eu e Edward.
Será novamente para defendê-lo, tentei me convencer, portanto o sacrifício vale à

pena.
Edward voltou e, mesmo que eu me sentisse completamente errada, eu curti a tarde

com ele, entre sorrisos e carinhos. Ao fim da tarde, Alice veio arrumar meu cabelo e
Edward ficou vendo TV com Jasper. Quando enfim Alice terminou, já era noite, e
Edward começou a se arrumar, pois ele tinha que chegar cedo para a sessão de fotos.
“Você vai dançar a terceira valsa comigo.” Ele somente informou, com a toalha
amarrada na cintura.
“A terceira valsa deveria ser da sua namorada, ou... da sua futura namorada.” Disse
sugestivamente e virei meus olhos para a TV, comendo biscoito recheado.
“Uma vez que eu não tenho namorada, eu vou dançar com a minha amiga e irmã.” Riu
sarcasticamente e vestiu uma boxer branca.
“Edward... Não é uma boa idéia, ela vai estar lá.” Eu não queria provocá-la e queria
que ele entendesse isso.
“O quê que tem?” Ele cruzou os braços de frente para mim e eu fixei os meus olhos
nele, na barriga dele, com saudade de seu corpo perfeito.
“O quê que tem é que você estabeleceu um compromisso com o pai dela.” Disse como
óbvio. Meus olhos não saíam da região baixa da barriga dele, era involuntário. Aqueles
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pelinhos lourinhos se escondendo na boxer eram um encanto. Continuei devorando

sua barriga com os olhos e mordi lentamente o biscoito recheado.
Ele se aproximou da cama. “Bella... Tô me sentindo um biscoito recheado.” Sorriu

maliciosamente e mordeu o biscoito na minha mão. Só então eu me toquei que estava
secando ele. “Isso que você disse, é só se eu ganhar...” Ele se referiu
despreocupadamente ao compromisso com ela.
“Mas você sabe que é certeza você ganhar. Indiretamente você chegou onde você
queria chegar, você sabe disso.” Deliberei pausado, sem mostrar mágoa ou aversão à
idéia. Ele ficou calado, aparentemente tendo alguma luta interna. “É assim agora,
Edward. Fora desse quarto, você tem seu novo mundo e eu o meu.”
Ele suspirou e fez uma careta, frustrado. Eu contei até dez e me preparei
psicologicamente para o que viria a seguir.
“Ele vem hoje.” Informei, tentado aliviar a culpa que ele sentia por estar ligado a ela.
Eu tive dois motivos que justificavam o convite: o primeiro é que Ashley precisa
acreditar que eu tenho alguém; o segundo é que como eu presumo que estou grávida,
lógico que futuramente essa barriga vai aparecer, e se Edward fizer os cálculos, ele
pode alegar que é dele então desistir de tudo, como da outra vez. E se tem algo que
eu não quero e não aceito, é que ele desista do futuro por pressão. Isso acabaria com
a minha estima. Eu pensaria que sou motivo de frustração.
“O QUÊ?” Aumentou o tom desacreditado.
“Ele vem.” Repeti num fio de voz.
“DROGA, BELLA! É MINHA FORMATURA!” Passou as mãos no cabelo, exasperado,

andando pelo quarto.
“Eu estou com ele agora.” Murmurei baixinho, sem acreditar que estava fazendo isso.
“VOCÊ É UMA SÁDICA CRUEL! CUSTAVA DEIXAR ELE LÁ?! TINHA QUE VIR AQUI
ESFREGAR NA MINHA CARA QUE VOCÊ PREFERE ELE?!” Ele vociferava impaciente e
vestiu a calça apressado.
“Eu não te enganei.” Minha voz era fraca, e eu olhava para as minhas mãos, estalando
os dedos, sentindo angústia e vontade de chorar.
“EU QUERIA ESQUECER ISSO, PELO MENOS ESSES DIAS!!” Jogou as mãos no ar,
indignado.
Ele foi para o banheiro com o spray para cabelo na mão. Seu semblante era carregado
de fúria. Minutos se passaram, e eu só ouvia sua respiração e os movimentos
bruscos. Ele voltou mais calmo, parou em minha frente e pôs o dedo na testa, se
controlando.
“Quem te deu o convite para ele?” Sua voz saiu baixa, mas nervosa.
“Decidi hoje, liguei para Ryan e pedi.” Falava baixo, interessada em não provocá-lo.
Ele deu uma gargalhada sem humor, expondo amargura.
“Rá! Então você resolveu trazer ele hoje, depois de ter me beijado daquele jeito ontem
e depois de ter passado o dia comigo?!” Ele me olhou com ódio e colocou a mão na
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cintura. “Sinceramente não sei quem é o mais trouxa, mais otário e mais digno de
pena nesse triângulo amoroso.” Disse com repulsa.
“Você também vive um triângulo amoroso.” Murmurei calmamente.
“PUTZ!!!! QUANTAS VEZES VOU TER QUE DIZER QUE EU NÃO TENHO NADA COM
ELA?!” Aumentou o tom novamente, abotoando a camisa com pressa.
“VOCÊ TEM SIM!!” Aumentei o tom. “MUITO MAIS DO QUE EU! VOCÊ ASSUMIU UM
FUTURO COM ELA!! VOCÊ, SOMENTE VOCÊ, ESCOLHEU ELA NA SUA VIDA!”
Ele ficou boquiaberto uns minutos e eu tremia. Depois ele se virou, terminou de se
vestir e sentou na cama para calçar o sapato.
Ofegante, respirei fundo, senti uma pontada de tontura e deitei, sentindo o estômago
cortar e um turbilhão de sensações passarem em meu corpo. Eu estava fraca, a beira
de um colapso, arrependida por ter vindo, arrependida por estar nos fazendo sofrer
assim, arrependida de ter entrado na vida dele, arrependida por mil coisas. Eu sentia
minha garganta fechar e um bolo contorcer no meu estômago. Me encolhi e rangi os
dentes, esperando a náusea passar. Tossi e foi fatal, eu tinha que correr para o
banheiro. Pus a mão na boca e atravessei rápido o quarto, ofegando, quase não dando
tempo de chegar ao sanitário.
“Bella!!” Edward se alarmou e veio atrás de mim. Ele ficou na porta, arrumado para
sair, mas com o semblante preocupado. Eu segurava meu cabelo e me contorcia.
Estava mal. Pensei que não ia parar.
Ele ficou parado até que eu terminasse. Depois se aproximou e deu a mão para eu me
levantar. Eu neguei. Fraca e mole, me arrastei até a pia e lavei meu rosto e boca.
“Pode ir, Edward, não foi nada.” Disse com a voz rouca e ele me deixou lá, escovando
os dentes.
Quando saí, ele estava sentado na cama, inclinado, com a cabeça na mão.
“Desculpe.” Murmurei e por pouco não me atirei ao seu pescoço. “Não devemos brigar
assim, somos família, lembra?” Eu sentei ao lado dele, e ele não levantou a cabeça.
“Eu não deveria tê-lo chamado... Na verdade eu não deveria nem ter vindo... Se você
disser que não é para eu ir, eu não vou.”
Ele suspirou, depois olhou para cima, ainda suspirando.
“É isso que nós somos... Família... E eu não quero que a minha família deixe de ir.”
Disse conclusivamente e saiu.
Assim que Edward saiu, fui à farmácia em frente ao hotel. Eu tinha que ter certeza
quanto à gravidez. Comprei o teste, aproveitei e comprei o remédio para enjôo
indicado pelo farmacêutico.
Não foi novidade quando o resultado deu positivo. Era o óbvio. Foi falta de atenção
minha não ter percebido antes. Bom, como não era novidade, não abalou as minhas
certezas.
Vesti um vestido azul de cetim, tomara-que-caia e longuete, justo em cima e abrindo

suave embaixo. Ele tinha renda transparente e pedras na cintura e costas, deixando a
área quase toda exposta. Prendi metade do cabelo com uma presilha ouro,
combinando com meus brincos, colar e sandália e, por fim, Alice fez uma maquiagem
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suave. Eu estava pronta e satisfeita com o resultado.
Brandon chegou às dez horas, já pronto para o baile. Ele veio caminhando do
aeroporto para o hotel. Então, onze horas entramos nas limusines contratadas e nos
dirigimos ao salão de eventos da Universidade.
Em todo o tempo do trajeto, pares de olhos curiosos estavam sobre nós: os olhos da
minha família. Eles deviam estar confusos.
“Bella, tem certeza disso? Sinceramente eu não concordo, ainda preferia que você não
o enganasse.” Brandon disse em meu ouvido.
“Tenho. É necessário.” Respondi firme.
Quando chegamos à Universidade, dei um toque no celular do Ryan, como

combinamos mais cedo, e esperei.
“Oi, Bella.” James apareceu na entrada. “O Ryan mandou para o seu...” Ele olhou
especulativo para Brandon. “Novo namorado.” Disse e entregou o convite que Ryan
mandou.
Bingo!!
Eu fico encantada com a esperteza e eficiência do Ryan. Caiu como uma luva ele ter
mandado James. Como James é uma espécie de lacaio dela, com certeza a notícia
chegará nela. Até por que, o maior motivo de eu ter trago Brandon hoje foi para
simular que eu estou em outra.
Entramos e eu dei de cara logo na entrada com Edward tirando fotos com a nossa
família. Brandon estava desconcertado, mas eu passei meu braço sobre o dele.
“Parabéns, cara, pela formatura.” Brandon cumprimentou Edward, apertando sua

mão.
“Obrigado.” Retribuiu educadamente. Eles ficaram em uma situação desconfortável,

então Edward se virou para mim. “Bella, só falta você para as fotos.” Ele estendeu a
mão para mim de um jeito estranho e eu fui, deixando Brandon perto do meu pai,
conversando.
Posamos para uma foto de lado. Eu com um sorriso amarelo e ele com o humor
renovado. Nem parecia a pessoa estressada de horas atrás.
“Ele vai ter que engolir o fato de você ser minha irmãzinha.” Edward sibilou com um
sorriso cínico e me abraçou de frente, posando novamente com os rostos virados.
“Pensei que você não gostasse de tirar fotos.” Provoquei e ele me apertou mais,
grudando o corpo no meu para a foto.
“Não vou perder a oportunidade.” Sussurrou sarcasticamente. “Já que é um triângulo

mesmo.”
O fotógrafo fez fotos de quatro poses, e Edward fez sinal que ele continuasse.
“Você bebeu, Edward?” Perguntei ao ver sua espontaneidade e apertos. Ele me

abraçou por trás para a nova foto.
“Só algumas doses... de ciúmes.” Sibilou em meu ouvido e mordiscou.
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“Você está fazendo cena.” Disse entre dentes, sentindo o arrepio nas costas. Se eu
tivesse mesmo alguma coisa mesmo com Brandon, isso seria o fim.
Ele me virou frente a ele e pôs meu rosto em suas mãos. Seu semblante ficou sério.
Reprovando a minha tensão. “Ei, relaxa, só eu e você, lembra? Faz isso por mim.
Esquece, por favor, e vamos enfeitar meu álbum.” Ele implorou, repetindo as mesmas
palavras que eu disse quando posamos para as fotos do Perrine. Sorri de sua atitude e
tentei ficar a vontade e mais comprometida. Ele se animou, e um sorriso genuíno
brotou.
Por um instante eu me esqueci de tudo, relaxando e fazendo direito algo que eu

adoro: posar para fotos. Tiramos novamente fotos de lado, costas. Eu sorri. Fiz
biquinho. Ele pegava em meu cabelo, beijava minhas mãos, colávamos a testa, e
conclusão: devemos ter tirado mais umas vinte fotos.
“Obrigado, maninha.” Sorriu descarado ao terminarmos e apertou minha cintura.
Voltei sem jeito para perto do Brandon, mas ele estava atento ao assunto que
conversava com meu pai. Peguei no seu braço e direcionamos a mesa reservada para
nós.
“Desculpe por isso, Brandon.” Pedi, durante o caminho.
“Ai, Bella, eu sinceramente estou esperando muito mais que isso. Espero que ele
tenha alguma reação, assim vou saber que tive alguma utilidade.”
Olhei para ele embasbacada. “Uai, Brandon, eu pensei que...” Interrompi os

pensamentos e sentamos à mesa. Era próxima à mesa do Ryan.
“Pensava que eu iria me aproveitar da ocasião.” Ele sorriu, fechou as mãos sobre a
minha e levou até sua boca para um beijo. “Honestamente, se eu fosse um egoísta,
era um caso a pensar. Mas sinceramente eu estou torcendo por vocês. Essa história
toda mexeu comigo. Não foi justa com você. Eu sei que você gosta demais dele, e é
notório que o cara é louco por você. Estou aqui como seu amigo, além de tudo, a
pedido do seu pai, o poderoso chefão.”
Sorri e o abracei. “Obrigada por isso.” Dei um beijo no rosto dele e me alinhei na
minha cadeira.
Quando olhei para trás, Edward nos olhava inexpressivo, como se fitasse o vazio.
“Bella, daqui a pouco começa a valsa.” Informou.
Eu olhei meio espantada para ele. Pensei que ele não ia querer mais dançar comigo
depois de tudo. Ele percebeu a dúvida em mim, sorriu, e foi em direção a mãe dele.
“A primeira é com a minha mãe, a segunda com a Sophia e a terceira com você.”
Informou, pegou Esme e subiu para as escadarias, onde os formandos desceriam para
a pista com seus pais.
A música se iniciou e eles desceram as escadas, posando para as fotos, em seguida

começaram a dançar. Ele sorria para ela e rodavam. Esme estava explicitamente feliz e
orgulhosa com a formatura do filho.
A segunda música se iniciou, era a dança com a madrinha, então a Sô foi madrinha do
Edward e ele padrinho dela. Os dois firmaram uma amizade verdadeira durante esses
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anos.
No meio da música, eu levantei nervosa da nossa mesa e fui para perto da pista. Em
todo o tempo eu olhava para a mesa da Ashley, me sentindo oprimida pelo olhar que
ela me lançava da cabeça aos pés. Eu tinha vontade de voltar e ir sentar, de medo.
Mas ao mesmo tempo eu tinha vontade de puxar o cabelo dela. Era uma atitude meio
infantil, mas eu não conseguia parar de pensar nisso.
Antes que a covarde em mim desistisse, eu vi o sorriso do Edward para mim, e me

derreti. Como eu prometi que dançaria, eu iria dançar. Logo ergui meu queixo, respirei
fundo e esperei.
Olhei para a minha mesa e notei que Brandon não estava mais lá. Fiquei um pouco
aliviada, pois eu não queria que a festa fosse um peso para ele. Era bom que ele fosse
se divertir um pouco, como era seu costume. O que precisava mesmo eu já fiz, que foi
apresentá-lo para o capacho do James.
A música acabou, senti uma mão possessiva me tirar da distração e me levou para
pista. Ele me abraçou quase quebrando meus ossos e mergulhou o rosto na parte
solta do meu cabelo, cheirando. Iniciou-se a música e ele não me soltou do abraço,
apenas movia-se completamente fora do ritmo da valsa.
“Eu não estou agüentando.” Sussurrou com a voz grave, mordiscando minha orelha.
“O quê?”
“Não vou deixar você para ele.” Ele roçava o nariz no meu pescoço, apertava as
minhas costas e segurava a minha nuca.
“Edward, estamos na pista.” Temerosa, olhei para a mesa da Ashley, mas ela não
estava mais na mesa. Depois olhei em volta e não a vi, então eu relaxei e coloquei os
braços em seu pescoço.
Ele abriu a boca no meu pescoço e arrastou os lábios lentamente até a orelha.
Suspirei, fechei os olhos e escondi meu rosto com o braço. Senti todos, eu digo todos
mesmo, todos os pêlos do meu corpo se eriçar.
Eu me perguntava: é normal alguém ser vulnerável assim? Que não pode encostar os
corpos que se acende toda? Parece que comigo é. Ele mal se encostou a mim e já
tinha fogo entre as minhas pernas!
Edward mordiscou minha orelha e desceu uma mão para o meu quadril, apertando e
acariciando a lateral com os dedos.
“Vou te beijar todinha... hoje.” Sua voz era um sussurro carregado de urgência e
sensualidade. Eu sabia que não tinha chance disso, uma vez que eu não iria dormir
com ele, porém o instinto traidor me fez querer e apertá-lo mais, fazendo eu me sentir
tonta e quente, muito quente.
“Quando terminar a valsa, você vai lá fora comigo.” Ordenou com a voz macia em
meu ouvido, segurando em minha nuca.
“Edward não...” Minha voz era fraca e o meu corpo estava mole. Ele segurou meu
rosto em sua mão, me fazendo olhar para ele.
“Você quem escolhe, eu posso te beijar lá ou aqui. De qualquer maneira eu vou te
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beijar. Só estou querendo poupar o seu amiguinho de ver.” Disse com um sorriso
cínico. A possessividade e o ciúme estavam expostos em seu rosto, o deixando
ousado.
Ele colou as nossas testas e respirou em meu rosto, sua respiração me deixou tonta
de novo. Devia ter alguma droga ali. Ele encostou a boca entreaberta na minha e
passeou a pontinha da língua em meu lábio, sorrindo. Ofeguei e minhas pernas
tremeram. Eu estava sendo torturada com doses pequenas de prazer, louca para voar
em seu pescoço e esquecer as pessoas do salão.
“Ele faz isso com você?” Resfolegou próximo à minha boca e passeou uma mão em
meu braço, percebendo o quão arrepiada eu estava. Eu nem tive vergonha do quão
ridículo meu corpo se comportava perto dele, pois era nítido pela proximidade que ele
estava tendo a mesma reação.
“Edward, por favor...” Aqueles minutos de valsa pareciam horas de tormenta.
“Por favor, o quê? Por favor, satisfaz o meu desejo? É isso? Eu sei que você quer...”
Disse com a voz lasciva e me apertou forte a ele, segurando firme nos dois lados do
quadril. “Eu sei que só eu faço isso com você.” Ele enfiou o rosto em meu cabelo e
lambeu o meu pescoço.
Puxei o ar pelos dentes e ele me apertou mais, arrastando sua ereção em mim. O
vestido era fino, a calça era fina e tudo pulsava. Meu corpo entrava em crise, seu
atrevimento alimentava o meu desejo. Eu sentia prazer e arfava buscando atrito com o
seu corpo. Não tinha beijo na boca, eram somente respirações, apertos e lambidas
sob o cabelo, porém, era extremamente excitante.
A música enfim acabou, ele colocou a mão em minha costa e olhamos para a nossa
mesa. Só estavam lá o meu pai e Esme, nos observando.
“Vem comigo.” Sussurrou em meu ouvido e pegou minha mão, me arrancando da

pista no momento em que soltaram a bomba de prata e as pessoas invadiriam a pista
para o início das músicas agitadas.
http://www.4shared.com/file/54351301/6edcbc76
/Ricky_Martin_Shes_all_i_ever_H.html
Saímos pela porta lateral e ele andou rápido pelo estacionamento, puxando a minha
mão. Atravessamos uns cem metros e eu sentia minha sandália incomodar pela
rapidez que ele andava.
Ele me parou e beijou furiosamente, subindo o meu vestido e chegando a mão à

minha coxa. Ele estava ansioso, com um misto de raiva e pressa. Em resposta eu me
agarrei ao seu pescoço e suguei seus lábios como faminta. Suas mãos me apertavam
possessivas, com perigo de me deixar marcas depois.
“Ai, Bella, eu vou enlouquecer com você.” Ele ofegou em minha boca e arrastou meu
quadril a ele.
“Vamos.” Me soltou de novo e começamos a andar por uma grama, em um lugar

escuro. Meu salto estava afundando, e isso estava me atrapalhando no ritmo.
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“Para onde estamos indo?”
Ele parou em minha frente, agachou e tirou a minha sandália, sem responder, depois
levantou o vestido e beijou o meu joelho, subindo com os lábios até a coxa. Respirei
fundo e peguei em seu cabelo. Ele sorriu e levantou, me puxando novamente para
andar. Eu queria mesmo saber para onde iríamos. Nós poderíamos ter ido para o
estacionamento, para o carro, para trás do salão. Por que tínhamos que caminhar
tanto? Ele parecia uma criança querendo mostrar algo, e sem a sandália eu podia
andar mais rápido. Andamos mais alguns minutos e ele parou perto de uma árvore,
me encostando embaixo. Novamente ele me beijou, sugando ansiosamente minha
língua. Em todo tempo ele permanecia com a mão dentro do meu vestido, espalmando
forte meu quadril, apertando a ele.
Ele desceu o meu vestido e se acabou em meus seios, mordiscando, chupando,

fazendo com que eu quase perdesse os sentidos. Era alucinante, todo o meu corpo
entrava em chamas, e eu já queria implorar que ele me tomasse ali, encostado em
uma árvore, em um lugar escuro. Seria fácil, eu estava de vestido. Mas ele parecia ter
outros planos: me deixar louca.
Ele arrumou meu vestido e me beijou novamente, depois começou a andar de costas,
me beijando ainda.
Ele me soltou do beijo, sorrindo, e voltou a andar rápido. Eu já estava cansada disso,
esquenta, esfria. Eu não sabia o que ele queria, só o acompanhava. O lugar que
atravessávamos era completamente vazio, novamente ele parou, atrás de uma cerca
viva.
Eu ofegava pela rapidez que tínhamos andado.
Sorrindo, ele me encarou e levou a minha mão até a sua boca, descendo com os
dentes lentamente pelo braço, com mordiscadas ora leves e ora fortes. Era excitante,
mas eu tinha a impressão que ele iria me machucar. Ele beijou o meu ombro e
segurou meu cabelo, inclinando-me para trás, a fim de dar espaço para sua boca.
Suas mordiscadas foram acompanhadas por gemidos e eu arqueava, mais uma vez
sentindo o incêndio no meu corpo.
“Não vou deixar você para ninguém.” Disse sério em meu ouvido. Sua voz era grave,
irritada.
Ele se ajoelhou em minha frente e subiu novamente com a boca em meu joelho,
mordiscando e passando a língua. Era bom e estranho, mas eu tentava descobrir o
que ele queria dizer com tudo. Parecia estar demarcando território com o lábio.
Ele beijou lateralmente até chegar a minha coxa. Eu estava um pouco assustada que
ele tivesse fazendo isso quase no meio da rua, mas estava extasiada, era diferente,
então acariciei o cabelo dele e fechei os olhos, quando a minha perna tremeu com sua
boca. Ele sorriu e virou a boca para a lateral da minha coxa, mordiscando e apertando
a sinuosidade do quadril. “Eu te avisei que ia te beijar todinha hoje.” Murmurou
presunçoso.
Sorri com as cócegas na nádega, o que o estimulou a beijar mais. Arqueei quando
seus dedos passeavam dentro da lateral da minha calcinha e ao mesmo tempo seus
lábios chegavam à cintura. Ele lambeu minha barriga lentamente, com lascívia,
olhando em meu rosto. Seus beijos pareciam choques e ele passeava a língua
deliberadamente.
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“Quais suas intenções nesse lugar?” Ofeguei quando ele lambeu o meu umbigo e
desceu lentamente a lateral da calcinha.
“Não vê?” Desceu com a boca para a região baixa da minha barriga, distribuindo
espasmos. “Estou ajoelhado aos seus pés.” Ele desceu a calcinha toda, eu ergui o pé
para ela passar e ele colocar no bolso. Ele beijou minha virilha, abraçando a minha
coxa. “Não vê o que eu estou dizendo pra você, Bella?” Sua voz estava mais macia,
suave.
Arfei quando sua língua ardente subiu, abrindo espaço entre minhas pernas e quase
perdi as forças nos joelhos. Ele apertava a minha coxa, e eu apertava seu ombro,
resfolegando ao me sentir sendo sugada, lambida, adorada, num gesto gentil e meio
selvagem. Esqueci do lugar e tudo que eu sentia era ele me explorando, com
movimentos cadenciados.
Fechei meus olhos, tentando raciocinar o que ele queria dizer, mas meu cérebro era
uma esponja, recebendo raios de prazer do meu ventre. Ele me estimulava, paciente,
com a língua frenética, em movimentos viris e precisos. Aquilo era o céu. O meu céu
particular.
Um dedo me penetrou lentamente e com o espasmo projetado eu soltei um gemido.

Eu contava mentalmente os segundos, concentrada no movimento de sua língua. Não
tardou para sentir minhas pernas tremerem, logo grunhi com os dentes cerrados,
suprimindo o grito que queria escapar da minha garganta, depois ofeguei
compulsivamente. Todos os meus músculos repuxaram, o prazer e lassidão me
entorpeciam com o denso orgasmo que se espalhava.
Ele apertou forte minhas pernas e continuou com as sugadas leves até o meu
relaxamento total, depois levantou com os olhos fervendo e me beijou urgente,
inserindo sua língua em minha boca. Eu a suguei, ansiosamente, completamente
excitada por sentir meu próprio gosto em sua boca. Sua mão continuou me
acariciando intimamente, ele beijou até que eu busquei ar.
“Ai... tão... quente.” Sua voz saiu carregada de desejo, e eu não entendia o que ele
estava esperando que não me tomava logo. Ele parecia querer dizer tanta coisa com
seus beijos, mas eu não conseguia entender.
Ele colocou as mãos em minhas costas e me fez andar de costas, me beijando e

arfando em minha boca. Andamos alguns metros sem nos soltarmos, ele tirou o
blazer, eu olhei em volta e vi que essa parte era mais iluminada. Tinham luzes, jardins,
e ele me puxava para um canto escuro, atrás do jardim.
Ele colocou o blazer no chão, sentou, levantou o meu vestido e me fez ajoelhar com
cada perna de um lado seu, sentada sobre ele.
“O que estamos fazendo aqui?” Ofeguei, sobressaltada. Despreocupado, ele abaixou a

parte de cima do meu vestido e abocanhou meu seio. Meu coração corria, sentia
nervosismo por estar em um lugar mais acessível, afinal, eu me preocupava com sua
reputação caso fôssemos descobertos. Todavia, ele estava calmo e sugava
completamente à vontade meus seios, apertando cada um deles com paixão, logo,
fechei os olhos e curti sua boca, acariciando seu cabelo.
“Depois você pensa...” Ele prendeu o bico nos dentes, olhando para mim, fechei os
olhos e me entreguei às sensações que sua boca faminta distribuía. Ele mordia,
chupava e eu soltava gemidos satisfeitos com o meu corpo queimando.
1389 de 1595 26/05/2011 20:45

Abri os botões de sua blusa e distribuí beijos em seu pescoço, ombros. Ele estava
ansioso, parecia não se agüentar mais, então senti sua mão descer e ele olhou em
meus olhos. Ergui o corpo em expectativa e o senti se encaixando em mim,
entranhando-se seguidamente em uma investida forte, que me fez gemer, enquanto
contrações eram distribuídas em meu corpo.
Ele deitou e me puxou para um beijo, enquanto se lançava contra mim em gestos
ansiosos, mordendo meus lábios. Abri mais os seus botões, desci a boca e lambi o seu
peito até o pescoço, movendo os meus quadris.
Passei minutos movendo circularmente, e ele se projetava com vigor, fome.
“Fala que é minha.” Disse com a voz grave, intensa, apressando meus movimentos e
segurando meu quadril.
“Sou sua.” Cravei meus dentes em seu pescoço, de leve, enquanto minhas mãos
moviam em seus cabelos.
“Só minha.” Ele sugou os meus seios, mordendo o bico, quase causando dor, e
investia forte, viril.
“Sou só sua.” Sorri de seu ar possessivo e resolvi mostrar que eu era sua dona.
Sentei, recolhi minhas pernas e mudei os movimentos, subindo e descendo

lentamente. Ele resfolegou desesperado, sugando o ar pelos dentes. Eu sabia que
esse era o jeito que ele mais gostava, era fatal pra ele. Ele olhava para baixo,
visualizava a cena e virava o rosto, parecendo estar sendo eletrocutado.
“Ai, Bella, assim eu não agüento muito tempo.” Implorou com a voz consumida, mas
eu continuei, torturando. Ele apertou meus seios com as duas mãos, aflito, e eu
continuei, presumida. Tinha um sorriso satisfeito em meu rosto, e ele olhava para
todos os lados, se concentrando em ganhar tempo.
Movi-me mais rápido, me sentindo poderosa.
“Pára!” Ofegou, segurou meu quadril forte e apertou minha coxa, mergulhado de
ansiedade. Eu parei e me inclinei novamente, beijando o seu pescoço lento, enquanto
ele se acalmava. Minha boca parecia pequenos choques sobre o seu ombro, a cada
toque ele se estremecia e eu sorria por fazê-lo assim, por dar a ele o que ele dava
para mim.
Ele me abraçou forte, forçou minhas pernas para vertical e inverteu as posições, me
deitando sobre o blazer dele. Depois me olhou intensamente, acariciando o meu
rosto. Seu semblante parecia mais calmo, era o meu anjinho novamente, com
investidas apaixonadas.
“Amor, você sabe onde você está?” Ele respirou fundo, ainda se acalmando, beijando
os meus olhos, o meu rosto, carinhosamente.
“Não.” Arqueei, com o seu beijo leve em meu pescoço, fechando os olhos e me
sentindo mimada. O clima mudou completamente, não era mais o homem possessivo
de minutos atrás. Era o meu escultor.
“É incrível, mas, eu te amo, sabia?” Disse em meus lábios, roçando.
“Eu sei.” Sorri.
1390 de 1595 26/05/2011 20:45

Trouxe seus lábios para os meus, querendo lhe dizer muito mais que palavras, embora
essas eu não pudesse afirmar. Eu lhe dava meu coração com meus beijos, minha vida,
tudo em mim. Ele gemia em minha boca e por todo o meu corpo se espalhava
vibrações, meu peito ardia de paixão, desespero.
Senti novamente meus nervos se repuxarem e simplesmente me entreguei à onda de

relaxamento que subia novamente. Ele percebeu e gemeu mais forte em minha boca,
sugando minha língua e se projetando mais. Arqueei o corpo e estremeci, ele investiu
mais forte, segurando o meu quadril e eu ouvi o rugido abafado, com ele se
contorcendo, gemendo, depois moveu no fim lento, para então depositar seu êxtase
dentro de mim. Mais uma vez, dentro de mim.
Segundos depois, ele descansou apoiado em um lado de seu corpo e pousou os lábios
molhados em meu pescoço. O silêncio imperou por minutos, enquanto nossas
respirações acalmavam, depois ele tirou um lenço do bolso e limpou cautelosamente
nossos fluídos, antes de arrumar sua calça. Agora, depois do fogo indomável em meu
corpo acalmado, eu começava a pensar no que tínhamos virado, no que estávamos
nos submetendo. Eu não queria fazer isso com ele. Era inaceitável que eu o fizesse
sentir assim: usado, traído.
Tentando amenizar a minha culpa, resolvi descobrir o que ele queria dizer. “Por que
viemos aqui?”
“Você é tão perceptiva, pensa um pouco.” Sugeriu, apoiou a cabeça no antebraço e

acariciou o meu rosto. “Se você olhar bem direitinho, já tiramos fotos aqui antes.”
Disse em um tom divertido.
Eu levantei a cabeça e olhei para trás de uma luz forte, tentando ver o que tinha por
trás. Assustei com a sombra do que vi e abaixei rapidamente.
“Você enlouqueceu?” Sussurrei. “Podemos ser presos!” Exasperei, notando que de

uma distância significante tinham guardas.
Ele sorriu descaradamente e colocou minha cabeça em seu peito, me abraçando forte.
“Logo você se importando com isso?” Continuou sorrindo.
“Você não está vendo que está sendo irresponsável!” Sussurrei nervosa e ele riu mais
ainda.
“Eu não poderia ser mais realizado do que eu fui hoje. Eu poderia até ser preso, mas
todo o meu fetiche com a Casa Branca teria sido realizado.” Ele disse acariciando meu
rosto. “É lógico que seria muito melhor se tivesse sido lá dentro.” Um sorriso sem
vergonha enfeitava o seu rosto e eu não pude deixar de abaixar a guarda com suas
palavras.
“Quer dizer que você não se importaria de ser preso?” Refleti nessas palavras e por
um segundo tive esperança. “Isso resultaria no fim da sua carreira política.” Sugeri,
deixando que ele desenvolvesse o raciocínio. Eu queria encontrar a verdade em suas
palavras.
“Bella, se ficar com você ou se ter momentos de felicidade com você, significar perder
tudo, eu perderia tudo para ficar com você.” Disse categoricamente.
Instantaneamente, arregalei os olhos e deixei que suas palavras se repetissem em
minha mente.
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Após pensar e repensar, sentei e respirei fundo, tentando pensar com clareza, sem
deixar a ilusão ganhar espaço. “Edward, não fale o que você não pensa. Você tem que
garantir o que você conseguiu. Afinal, você já tem tudo garantido. Em um ano você
terá um nome importante, influência, futuro, uma mulher bonita. Você praticamente
alcançou tudo que um dia buscou. Você arriscaria isso?” Eu o incitava. Queria que ele
falasse claramente. “Você tinha que estar feliz e seguro com tudo, sem nem mesmo
cogitar a idéia de erros como o nosso de hoje. Devíamos mesmo era ir embora agora,
aproveitando que ninguém nos pegou. Você não pode trocar a segurança que
conquistou por minutos de prazer. Você tinha que estar satisfeito com as suas
certezas.” Atropelei em palavras, não podia me deixar enganar sem ouvir palavras
exatas de sua boca.
Ele balançou a cabeça e sentou, fechando depois sua blusa.
“Eu sei que praticamente tenho tudo...” Fez uma careta frustrada. “Já sei em qual
apartamento do governo vou morar...” Sua voz era baixa e reflexiva. “Vou ganhar no
próximo ano quase três vezes mais, porque além de assessor, vou chefiar uma
subsecretaria...”
Levantou o rosto e pegou em minhas mãos, com um pouco de tristeza.
“...Mas nessa semana que eu aceitei e que eu tive a sensação de ter isso...” Balançou
a cabeça, como se decepcionasse muito o que ia dizer. “Pense comigo: imagine que
você ganhou na loteria hoje, sexta à noite, e que na segunda a tarde poderá ir ao
banco pegar o prêmio...”
Ele torceu os lábios e olhou para o chão.
“Qualquer pessoa ficaria feliz, né?” Olhou-me esperando a resposta. Eu assenti

balançando a cabeça. Ele continuou. “Mas agora imagine a sensação que eu tive... Foi
como ganhar na loteria e saber que a partir do momento que eu fosse pegar meu
prêmio minha vida iria ser vazia e infeliz, com pessoas em volta de mim por causa do
meu dinheiro, com uma vida turbulenta, com um lar infeliz...” Suspirou infeliz. “E eu
sei que se for em frente e me casar com ela, eu serei infeliz.” Sussurrou com a voz
vazia.
Ele soltou minha mão e encolheu os joelhos, abraçando-os. “Essa semana, o Senador
já me apresentou como genro dele, como candidato a deputado para alguns
parlamentares... E toda vez que ele me apresentava assim, eu sentia repulsa a mim...”
Ele balançou a cabeça frustrado.
“Eu presenciei essa semana tudo que eu teria futuramente, pois desde então as
pessoas já me rodeavam... Depois que eu aceitei, ele me ofereceu dinheiro, bens. Eu
sabia que isso tudo iria vir. Em pouco tempo tudo isso iria chegar, de qualquer
maneira. A loteria iria chegar... Porém, anteontem, após sair de um almoço com
líderes do partido, após ter sido congratulado e bem recebido, eu estava infeliz. Eu
não devia estar assim, pois eu já estava antecipadamente entre a cúpula dos
Republicanos, afinal, aquele que supostamente seria meu futuro sogro é o líder dos
Republicanos...”
Ele fez uma careta de aversão e eu sorri leve. Ele beijou meu rosto, beijinhos
carinhosos e eu fechei os olhos.
“... Sabe, Bella, eu vi que ia ser infeliz. Aquilo não me trouxe paz, alegria. E eu vi que
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não poderia esperar anos, eu não poderia esperar criar raízes lá para tomar uma
atitude.” Disse um pouco agitado. “Eu praticamente tinha alcançado tudo, no entanto
você continuava ocupando o meu coração. Deixando o tudo vazio. Eu estava infeliz...”
Ele segurou o meu rosto com as duas mãos, olhando-me intensamente.
“No começo, minha vontade de chegar ao poder era por querer ser melhor, tempos
depois por vingança contra o seu pai por ele ter me minorado quando te encontrou
fugida na minha casa.” Riu com os olhos perdidos na lembrança. “Mas depois, quando
eu me descobri apaixonado, você virou meu ponto principal. Eu queria ser alguém
para te merecer. Eu queria que um dia você me visse importante e se orgulhasse de
mim.”
Ele soltou o meu rosto e espalmou o chão, apoiando o corpo e olhou para o céu. Uma
pausa de silêncio se fez, ele parecia estar fazendo uma prece aos céus. O silêncio era
apaziguador para mim, pois a cada segundo meu coração se enchia de esperança e
certeza.
“Naquele dia que você me perguntou aquilo na Alemanha, eu achei que fosse devaneio
por causa da situação, pois eu nunca imaginei que você pensaria na hipótese de eu ter
uma vida simples...”
Ele hesitou e olhou de volta para mim, com o semblante vazio.
“... Mas semana passada quando você disse que preferia ele, eu senti uma faca me
cortar. Sua escolha por ele foi exatamente as palavras que você nunca me disse e que
eu precisava ter ouvido de você... Escolhendo ele você estava me dizendo que queria
a vida simples, que eu não precisava ser alguém importante para te merecer. Você
disse com aquela atitude que não se importava com isso. Ali você declarou que quis
um Routh, que largou o futuro político para ser um simples administrador. Só ali eu
entendi o que você queria dizer... No começo da semana, eu fiquei com raiva e
joguei-me mais ainda no mundo político, aceitando a proposta...Todavia esse foi o
meu fim. No decorrer da semana eu pude ver que eu teria tudo que planejei, mas não
poderia ter mais você. Nunca.”
Seu semblante era cauteloso e sua voz tinha nervosismo. Ele respirou fundo,
inclinou-se e encostou a testa na minha.
“Foi aí que, anteontem, eu estava andando sem rumo no shopping e comprei o

pingente. Eu queria te mostrar que meu amor era infinito, mesmo ainda estando
magoado com você. Eu queria ao menos dizer, ou te dar algo que dissesse, já que eu
não poderia te ter.“
Ele sorriu e beijou meus lábios, lentamente.
“Então, ontem, você chegou e me beijou. Eu precisava daquilo. O que você fez
trouxe-me de volta a felicidade de estar perto de você. Depois disso, eu até pensei
que iria me conformar em ficar perto de você como ficamos hoje, entre sorrisos,
conversas e carinhos... Desde que eu tivesse pelo menos isso. Eu pensei que não me
importaria em dividir você... Com cada um no seu mundo. Eu no meu e você no seu."
Seu sorriso se desfez e ele me olhou sério.
“Mas quando você disse que ele vinha, eu senti a felicidade escorrer entre minhas
mãos. Senti ódio, repulsa... Vi que eu não conseguiria conviver com isso e decidi
desistir até disso: de momentos de felicidade. Porém, no salão, a certeza que nada
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vale a pena sem você, voltou. Não adiantava estar me formando sem você, por isso
eu fiz questão de te esperar para as fotos.”
Eu não conseguia falar, estava entorpecida pelas suas palavras.
Ele enrijeceu o semblante e segurou o meu queixo.
“Quando eu vi você beijando o rosto dele no salão, eu não aceitei, por isso eu afirmei
que queria você na minha valsa. Eu queria você de qualquer maneira, como um
obsessivo, mesmo você estando com ele.” Disse repentinamente tenso e agitado.
Ele segurou meu rosto entre suas mãos e respirou fundo.
“Foi quando dançávamos que tive certeza, ao ver você fervendo com a proximidade,
mesmo com ele tão perto. Ali, eu me senti um alucinado e precisava sentir que você
era minha. Eu queria lutar por você, nem que eu tivesse que aproveitar pelo menos o
que você sente por mim ― afinidade sexual. Eu queria transformar novamente isso em
amor, em segurança... Do contrário, sei que se eu ficar longe de você, como fiquei ao
longo de anos, até essa chama sexual que você tem por mim pode acabar, e eu vou
estar perdido.”
Ele olhou para o céu e suspirou, depois acariciou minha bochecha, com olhar
implorativo.
“Então vou repetir de um jeito mais romântico o que eu quis dizer te trazendo aqui...”
Sua expressão ficou com um brilho forte, e eu respirei fundo em expectativa pelo que
ele falaria. Ele olhou em meus olhos, e eu senti uma lágrima escorrer nos meus, de
felicidade.
“O que adiantaria o tudo sem você? Eu não quero a Ashley. Eu não quero a vida que
ele quer me dar. Não sei nem se eu quero essa vida mais.” Disse apontando para a
Casa Branca.
Ele repuxou os lábios e balançou a cabeça em frustração, depois mexeu ansiosamente

no cabelo e sorriu. “Eu sei que se eu ficar aqui e abraçar esse prêmio, eu vou te
perder pra sempre... Eu sinto isso... Talvez eu estude para ser diplomata daqui a três
anos, eu não sei. Talvez eu queira ser o que você escolheu para mim, que é ser
embaixador... Eu sei que eu não consigo fazer e nem pensar em nada sem ter você.”
Ele me puxou para seu colo e me abraçou, ansioso.
“Você é meu ponto de mira, Bella. O meu alvo fim. Sem você minha vida é um abismo.
Eu quero ir para perto de você e te pegar de volta para mim.”
Ele estava tenso, acariciando o meu rosto com gestos suplicantes.
“Eu quero salvar a gente enquanto há tempo... Eu sei que nessa história sua com
Brandon, eu saí como perdedor por causa da distância e da minha falta de tempo..."
Ele me olhou intensamente, e eu não conseguia falar. A onda de emoção me deixava

sem palavras.
“Então eu tomei uma decisão enquanto ainda há tempo para mim, eu decidi. Eu te
trouxe aqui para te dizer isso, pra te dizer o quão importante você é, e pra dizer que
eu vou continuar lutando por você... Se o que você quer é que eu vá para a empresa
1394 de 1595 26/05/2011 20:45

do seu pai, eu vou. Se você quer morar com um caipira no interior do país, eu vou. Eu
só quero ficar perto de você.” Concluiu e ficou olhando para mim, esperando uma
resposta.
Ele passou as mãos no cabelo, suspirou e olhou para o céu. Novamente ele parecia
estar fazendo preces. Minha pulsação corria, e eu me sentia trêmula por dentro de
emoção.
Tinha um turbilhão de pensamentos acontecendo em minha mente, eu não conseguia

raciocinar. As lágrimas ainda desciam lentamente dos meus olhos. Elas não me faziam
soluçar, elas só queriam avisar que eu estava feliz. Tudo que eu conseguia pensar era
que ele dizia que abriria mão de tudo, ou melhor, estava abrindo mão de tudo para
lutar por mim... Que o tudo que ele garantidamente receberia não valia a pena sem
mim... Que Entre o meu Amor e o Poder, ele escolhia a mim...
“Você está triste? Eu estou te deixando infeliz?” Perguntou preocupado ao ver minhas
lágrimas.
Eu o abracei e sorri em seu pescoço. “Edward, está tudo fora do lugar... Tem pessoas
lá nos esperando e temos que colocar as coisas no lugar.” Disse baixo, com o rosto
mergulhado em seu pescoço, sentindo o seu abraço forte em mim.
“Tudo bem.” Ele me olhou meio perdido, mas aceitou. Eu não dei nenhuma resposta,
ele não sabia o que eu queria dizer com isso. Ele ficou em pé, arrumou sua roupa,
passou os dedos no cabelo e colocou o blazer no braço. Voltamos em silêncio rumo
ao salão, de mãos dadas. Eu ainda pensava no que iria fazer daqui para frente.
Ela é Tudo que Já Tive (Rick Martin)
Aqui estou
De asas quebradas
Pensamentos silenciados
Sonhos não revelados
Aqui estou
Sozinho novamente
E eu preciso dela agora
Para segurar minha mão
Ela é tudo, ela é tudo que já tive

Ela é o ar que eu respiro
Tanto tempo
Tanta dor (mas)
Há uma coisa
Que ainda restou (é o)
O jeito que ela cuidou
Do amor que dividimos
E durante esse tempo
Ela sempre esteve ali
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Num mundo tão frio, tão vazio

É como ela me faz sentir

É a única coisa verdadeira
É o jeito que ela me compreende
Ela é minha amante, minha amiga
E quando olho nos olhos dela
É como me sinto por dentro
Como o homem que quero ser
Ela é tudo que sempre vou precisar
De uma coisa eu tive certeza, ele me queria acima de qualquer coisa. Ele enfrentaria
tudo e nós não precisaríamos nos separar. Isso bastava.
Ele parou no estacionamento do salão, atrás de um carro e calçou a sandália em mim,

depois me olhou triste e me abraçou forte por minutos, calado.
“Precisamos entrar. Eu tenho uma coisa muito importante para fazer agora.” Suspirei e
o afastei, determinada a entrar e resolver o que estava fora do lugar.
“Como ver o seu namorado.” Ele murmurou baixinho, e eu senti a tristeza nele.
Eu não queria mais ver isso, não tinha mais por que esperar. “O único namorado que
eu tenho é você... Único. Há exatamente sete anos.” Disse incisivamente. Ele me
encarou com um sorriso pequeno aparecendo nos lábios. Eu continuei. “Você é meu
eterno namorado, meu namoradinho.” Seu sorriso cresceu, mas ele parecia ainda não
entender.
“Fala claro.” Ele pegou meu queixo em antecipação.
“Existe uma certa aliança que pertence a um certo dedo.” Levantei o dedo anelar para
ele. “Eu acho que ela deveria voltar.” Ergui uma sobrancelha sugestivamente e abri um
sorriso para ele. Ele me encarou intensamente, segundos depois atacou meus lábios,
exultante, segurando o meu rosto com as mãos.
Após um tempo, ele me afastou pelos ombros e hesitou, querendo falar algo, mas
indeciso.
“Mas... Er, e Brandon? E o coração partido? E...?”
“Eu não tenho nada com Brandon.” Interrompi com firmeza. “Eu te explico tudo com
tempo mais tarde. Agora vamos entrar que você tem uma festa de formatura.” Segurei
sua mão e o puxei, com o sorriso de um canto ao outro. Contudo, não deixei de notar
que ele não quis voltar a aliança para o meu dedo, mesmo estando em sua carteira.
Ainda assim, estava feliz demais para questionar. Talvez ele ainda apreensivo com
tudo. Depois poderíamos nos acertar com calma.
“Devemos ter ficado mais de duas horas sumidos.” Ele comentou, segurando minha
mão quando entrávamos. “Vamos entrar juntos ou separados?” Perguntou, me dando
a opção.
Pensei por um instante e, resolvida, respondi. “Juntos e abraçados. Depois você me
1396 de 1595 26/05/2011 20:45

deixa só um tempinho.” Sorri com pensamento que se formava em meu cérebro.
Ele balançou a cabeça meio perdido, mas não perguntou nada.
Quando entramos no salão, todos os nossos irmãos estavam em nossa mesa,

Brandon não estava. Edward pôs a mão em minha cintura com um sorriso glorioso no
rosto e beijou minha testa assim que chegamos à mesa.
“Onde vocês estavam? Foram dá uma rapidinha?” Jasper indiscreto perguntou. Ele
estava em pé, em volta da mesa que estavam sentados a Jéssica, Mike, Esme e meu
pai. Emmett estava em pé com Rosalie, também em volta da mesa.
“Estávamos conversando.” Respondi e Edward me abraçou de frente, olhando-me

apaixonadamente, com os dedos enfiados em minha nuca, enquanto sorria cúmplice
do meu conversando.
“Que putaria é essa?” Jasper apontou para nós com uma careta. “Vocês não estão
acompanhados?” Censurou, e Alice virou o rosto dele para ela, chamando sua
atenção. Rolamos os olhos para ele, e Edward virou-se para o meu pai.
“Carlisle, quero conversar com você.”
“Tudo bem.” Papai respondeu sério, somente nos analisando. Ele também devia estar
sem entender as nossas atitudes.
“Vai lá, amor.” Sibilei no ouvido do Edward. “Se você puder falar tudo o que me disse
eu fico feliz.” Pedi com um sorriso.
“Okay. Na verdade, vou pedir um emprego de jornaleiro e um quartinho nos fundos da

casa dele.” Ele piscou descarado e eu dei um tapinha em seu braço. Lógico que ele
não iria ser isso.
Logo que eles saíram, chamei finalmente Rose para conversar. Ela tinha sido super
atenciosa comigo e sempre quis saber o que estava acontecendo, mesmo mantendo
sua curiosidade com discrição. Por isso, chamei-a em um canto e contei tudo o que
estava acontecendo, pedindo que ela fosse comigo conversar com a Ashley quando
isso acontecesse, pois se eu alterasse o meu ânimo, ela estaria comigo. Ela ouviu
atentamente, fazendo caras e bocas de raiva. Ao final ela me abraçou e agradeceu
pela confiança, mesmo que fosse agora.
Aliviada por tudo, chamei as meninas para irmos para a pista de dança, nós quatro,
inclusive Rosalie, e dançamos. Emmett, Jasper e Mike ficaram de braços cruzados em
nossa volta, pareciam seguranças. A música que passava era Rush, rush, Pusycat
Dolls.
Deliramos e gritamos na hora da remixagem da música I Will Survive, do filme Priscila,

rainha do deserto.
N/A:A trilha sonora da fic encontra-se na página inicial da fic.
Levantamos as mãos e giramos quadris, rebolando e arfando com a música. Minha

vida estava novamente no lugar, com nossa família completa e feliz.
1397 de 1595 26/05/2011 20:45

Trocou de música quatro vezes e nós continuávamos eufóricas e elétricas. Os meninos

entraram na pista e dançaram conosco. Dançamos, rodamos, giramos, rebolamos, e
então o inesperado aconteceu. Vi James rindo cínico a metros de distância de nós,
segundos depois se aproximou para dançar próximo a mim.
Respirei fundo, controlando o nervosismo e o encarei. “Companhia? Pelo jeito os seus

namorados preferem a Ashley.” Disse, esticou a mão com um bilhete e eu peguei, não
entendendo o seu comentário.
Bufei de irritação, fingi que ele não era ninguém e deixei-o na pista para ir em direção
ao banheiro. Não li. Eu não precisava me massacrar mais. Não mais. Simplesmente
joguei no lixo. Eu não ia deixá-la me abalar. Ela já tinha me manipulado demais e me
feito sofrer tempo demais. Só em lembrar as lágrimas que chorei, eu já estava furiosa.
Voltei ao salão e Edward conversava com ela, de costas para mim. Parei em frente ao
corredor e senti a pulsação correr. Raiva, mágoa, irritação. Tudo estava me fazendo
arfar de ódio. Em segundos, repassou em minha mente a cena dela tirando a blusa
para ele, dela dando em cima dele, depois ela ergueu-se parecendo querer beijá-lo,
conseqüentemente meu sangue ferveu e a distância entre nós diminuiu com meus
passos.
Tudo aconteceu muito rápido: em um segundo eu estava vendo os dois de longe, com
ela sorrindo cinicamente para mim, e no outro, minha mão se direcionava ao seu belo
rosto em um tapa que eu só percebi quando ouvi o estalo. Instantaneamente, senti
uma dor forte na minha mão e a encolhi em meu peito.
O que eu vi em seguida foi uma loura furiosa e vermelha, vindo em minha direção. Dei
dois passos atrás, ainda sentindo a dor em minha mão, então suas mãos agarraram o
meu cabelo, puxando forte. Gritei e tentei me soltar, mas a pressão e a dor foi tão
forte que quase me derrubou no chão. Consegui me equilibrar, levantei o pé e pisei
com o salto no pé dela, o que a fez soltar meu cabelo.
Furiosa, fechei a mão esquerda e mirei o seu rosto, acertando um soco. “Ai, ai.”
Resmunguei e encolhi a mão, balançando-a com uma leve dor, porém contente em ter
acertado.
Ela passou a mão no rosto, grunhiu e me encarou. Eu não tinha mais que mão usar,
as duas estavam doloridas, logo seus dedos voaram em meu pescoço, impedindo meu
ar de passar.
Esperneei e me inclinei, afrouxando um pouco seu aperto em meu pescoço, porém o

meu rosto ficou a menos de um metro do chão, logo só me restava dar murros em
seu estômago.
Não vi o que aconteceu, mas em segundos ela se afastou ofegante com Rose em seu
pescoço, fechando o braço sobre ela, imobilizando-a.
Esfregando o pescoço, balancei a cabeça atordoada e olhei para os lados. O que vi em

seguida foram vários flashes e celulares ligados em nossa direção. Cerrei os olhos e
encontrei vários rostos familiares a minha volta: três sorrindo, um completamente
perdido e dois me olhando severamente.
Os que sorriam eram Ryan, Jasper e Emmett; o perdido era Brandon; e os rostos
sérios eram o do meu pai e... o do Edward.
1398 de 1595 26/05/2011 20:45

Carlisle POV
Um dia atrás.
Eu estava no hotel, no apartamento das crianças, acessando o meu e-mail no

notebook do Jasper quando o telefone de Bella tocou.
“Bella, telefone.” Avisei e fui em direção ao celular.
“ATENDE AI, EU TÔ NO CHUVEIRO.” Gritou do banho.
Li o visor e atendi.
“Alô!”
“Oi, eu poderia falar com Bella? É Ryan.” Ele falava eufórico.
“Oi, Ryan, é o pai dela. Ela está no banho, você quer deixar recado?”
“Avisa para ela que Ryan ligou com notícias quentes.” Disse animado.
Por segundos, pensei em que notícias seriam essas e me interessei.
“Você pode adiantar, Ryan, eu estou completamente por dentro do assunto. Eu sei
sobre Edward, sua irmã e as fitas.” Olhei para os lados, conferindo se alguma das
crianças estavam no quarto.
“Bom, eu encontrei os arquivos, fiz cópia, coloquei um vírus no pc do responsável e

consegui provas reversas. Assim, com os documentos que eu levantei, Edward vai sair
ileso e algumas pessoas podem cair.” Explicou num fôlego só.
“Ryan, foi bom você ter ligado, mas você faria um favor para mim? Não fale para Bella
ainda. Dê uns dias para os dois, até porque Edward já se comprometeu.”
“O que o senhor está planejando?” Perguntou desconfiado.
“Estou fazendo algo para o bem da Bella. Até mesmo dos dois. Ela precisa de certezas
futuras, não de fugas ou maquiagens do problema.”
“Tudo bem. O senhor quem sabe.”
“Obrigado, rapaz. Até mais.”
Esconder esse fato dos dois só prolongaria o sofrimento de ambos, eu sabia disso,
todavia, eles precisavam superar os problemas e ver que mesmo com adversidades,
se eles se gostassem, permaneceriam juntos sempre.
Edward tinha que decidir o que era prioridade, o que realmente queria. Como ele diz
que ama a minha filha e na primeira oportunidade que teve se vendeu para o Senador?
Lógico que as dúvidas de Bella tinham fundamentos. Ela nunca acreditou, com razão,
que era prioridade. Na cabeça dela tudo que é importante para ele é o sonho que ele
busca. Por isso, ele só conseguiria escolher se achasse que não a tinha mais. Eu,
sinceramente, esperava que ele fizesse as coisas certas.
Sexta.
1399 de 1595 26/05/2011 20:45

Era perceptível para qualquer um ver que os dois se atraíam mutuamente. Notei isso
ontem ao chegarmos do auditório. Porém, aconteceu o previsível e Bella decidiu seguir
com os planos em diante, logo, eu liguei para Brandon.
Chegamos ao baile e tudo saiu como planejado. Brandon foi carinhoso com Bella,
Edward reagiu e sumiu com ela por duas horas. Quando voltaram, ele estava sem
blazer, sem gravata e o com cabelo mais bagunçado que o normal. Ela estava
completamente sem os cachos nos cabelos. Se eu não soubesse que eles irão se
casar, poderia fulminá-lo pelas evidências.
Edward POV
Entrei no salão com Bella radiante de felicidade e aproximei da mesa de nossa família,
abrigando-me a ouvir, satisfeito, as piadinhas do Jasper.
Nem eu acreditava que tudo voltava ao lugar, mesmo que a explicação óbvia por tudo
não tivesse sido exposta ainda. Mesmo assim, eu queria avisar para Carlisle que nós
tínhamos ― inesperadamente ―, voltado e que eu reataria o noivado, ainda que, sem
data definida.
Avisei que precisava conversar com ele e o segui para o bar. Ele estava sério, com um
olhar estranho em nossa direção. Ele também devia estar sem entender as nossas
atitudes.
Eu realmente pretendia, como disse para Bella, deixar tudo para trás. Em março eu
terminarei a minha especialização e no fim do ano o mestrado. Eu poderei dar aula em
cursinhos ou universidade por enquanto, ou poderei, em todo o caso, servir de
alguma utilidade em algum dos jornais. Eu farei qualquer coisa.
Encostamo-nos ao bar, pedi um drinque e observei de longe Bella com Rosalie em um

canto.
“Eu queria mesmo conversar com você, Edward.” Seu rosto estava duro.
“Pode falar.” Estava apreensivo com o que ele diria. Nunca tinha o visto assim.
“Você tem que raciocinar, Edward. O que você acha que Bella espera para voltar para
você?”
Abri a boca para falar e ele levantou a mão, impedindo-me de falar.
“Ela só quer uma coisa, Edward. Ela quer ser escolhida sempre.”
“Carlisle, eu acabei de dizer para ela que estou desistindo de tudo, correndo o risco de
ficar desempregado, com um único bem que é um carro que eu devo sessenta por
cento. Isso não diria tudo?” Argumentei.
Ele me encarou firme por segundos, depois balançou a cabeça e puxou os lábios num
pequeno sorriso.
“Você fez isso?” Ele sorriu desconfiado.
“Fiz.” Respondi um pouco tenso com a minha declaração a seguir. “E se você não se
importar em ter um genro com futuro incerto e sem nome, eu quero pedir sua
permissão novamente para casar com ela.” Pedi hesitante. Essa ainda era a minha
1400 de 1595 26/05/2011 20:45

preocupação.
Ele piscou, surpreso, segundos depois sorriu, agora em pé, seu corpo balançando de
rir, e pôs a mão em meu ombro.
“Edward, eu tive tanta fé em vocês...” Confessou. “Eu sabia que você não ia cometer
o mesmo erro que eu: escolha errada na juventude. Eu esperei por isto: pela escola
certa.” Seu rosto estava cheio de emoção e fervor. “Você tem um futuro certo, sim,
seja qual for o futuro que você escolher. Se você quiser continuar na política, eu te
apoiarei. Se quiser ir para as minhas empresas, seja administrar ou fazer serviços
sociais, eu te apoiarei. Se você quiser somente pescar comigo ou num caso remoto
fazer joguinhos como Jasper, tanto faz.” Deu de ombros. “Você não é só futuro
esposo da minha filha: você é filho da minha mulher, irmão dos meus filhos e,
conseqüentemente, você é meu filho, Edward. E como meu filho, você é um Cullen.
Meu nome será seu, será um prazer te dar ele.” Disse abrindo os braços no ar. “Você
não vê? O filho que era para ser meu volta para os meus braços. Isso, independente
de casar com Bella ou não.” Seu queixo ficou erguido, e a expressão em expectativa.
Balancei a cabeça meio atordoado com a força e vivacidade de suas palavras. Nesse
momento, gratidão, segurança e alegria foram minando meus poros. Ele me aceitava
verbalmente em sua vida, oferecendo-me seu nome, aceitando-me como um filho. O
homem que um dia me odiou por ser filho de outro, e que eu odiei, por ele me odiar,
agora me oferecia sua vida e seu nome, isso além de sua filha!
Eu não poderia ser mais feliz pela aceitação.
Satisfeito, levantei da banqueta, deixei para trás qualquer receio de desonra e o

abracei, sentindo a manifestação de grande contentamento. Naquele momento eu
senti força, apoio e uma satisfação infinita em poder abraçá-lo de verdade, sentir que
ele me queria como filho. E não foi uma exteriorização de vontade em um momento
ébrio como dias atrás, foi em plena faculdade mental que ele me ofereceu sua
paternidade. Eu não poderia exprimir minha gratidão de outra maneira, se não no
abraço sincero.
“Obrigado, Carlisle. Obrigado por me aceitar.” Afastei-o com uma mão em seu ombro.
“E... seria uma honra para mim, ter o seu nome.” Disse cordialmente.
Continua...
N/B: De novo, ai ai ai... ela não consegue ficar sem ele... ele não consegue ficar sem
ela... e a declaração dele gente, dizendo q prefere o pouco, ser o amante a ficar sem
ela... L ai ai ai, é pra chorar né... eu adoro esse capitulo... ele fala um pouco de si. E
a crise de ciúme? E o James canastrão... É lindo qdo Edward entende q deve ser
sempre ela a escolha... e ainda por cima ganha um pai maravilhoso!! Pq
convenhamos né... esse Carl é um pão de mel... J E esse amorzinho feito em frente a
Casa branca agora no final gente? A melhor ... Que venha mais capitulo!!! Até... Bjs
Kerima
N/A: Sinceramente, esse e o capítulo daqui a dois capítulos são os melhores para
mim na fic toda. Rsrsrs. Obrigada por ler, pessoas. Faltam quatro capítulos para
terminar, com muitas emoções, principalmente futuro profissional do Edward. Bjus.
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Bia Braz
Notas Finais:
Não me pressionem...Está escrito o resto, mas só vou começar a
editar na segunda.Eu tô louca por causa dessa fic. Dias dormindo
as quatro. Enfim, chegando ao final. Como rendeu!Só de pensar
que eu já quis ser a maior do site. Ai, ai.se tiver mil erros a culpa é
de vcs. rsrssr.imaginem quanto tempo eu demoro p editar 46
folhas. Cruiz!Obrigada por ler!!!Obrigada pelo carinho.obrigada
pelas indicações.Obrigada por tudo.bjsMandem recadinnhos
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55- Entre o Amor e o Poder- Parte 3 escrita por BIA BRAZ

Entre o amor e o Poder Parte 3
Os homens
pensam que possuem uma mente,
mas é a mente que os possui
Há pessoas que amam o poder,
e outras que tem o poder de amar. - Bob Marley
Edward POV
Eu ainda estava meio atônito com tudo que aconteceu. Foram sucessões inesperadas
que ainda passavam lentas por meus sentidos. Primeiro minha decisão de abandonar
tudo, depois a volta súbita com Bella, e por último recebia o nome Cullen. Tudo ainda
me deixava desorientado.
Não renuncio o fato de ter pensado nessa hipótese antes: a idéia de ser aceito por ele,
com o seu nome, pois é certo que eu já refleti sobre isso. Dois anos e meio atrás,
quando Bella cogitou essa idéia na Califórnia, eu neguei veementemente porque eu
não queria impingir isso ao Cullen, uma vez que eu supunha não ser do seu agrado
outorgar o seu nome ao filho que era para ser de outro. Mas hoje, ao ser benquisto
por ele, uma satisfação enlevou minha estima e resultou em externação de
sentimentos por atos. O abraço.
Ambos sorrimos com aquele que não era só um abraço de sogro, era um abraço
paternal. O abraço que eu nunca tive antes. O abraço o qual eu sempre quis. Aquele
que implantasse em mim segurança, acolhimento, direção. Pois naquele momento ele
não me dava só o seu nome, ele punha sua vida abastada á minha disposição. Não
que fosse a minha intenção usufruir de suas capacidades, mas no estado
indeterminado de futuro no qual me encontrava, suas palavras de abrigo traziam-me
base. O certo era suplantar qualquer sentimento de orgulho que eu poderia ter e
valer-me de seu dispor para recomeçar.
Ambos sentamos satisfeitos com aquele momento, segundos depois resolvi levar a
conversa adiante.
“Obrigado pela segurança que está me passando. Eu tenho certeza que vou precisar
de sua ajuda para seja qual for o lado profissional que eu vá atuar. É bom poder
contar com você.” Disse levando mais um gole de drink aos lábios.
“Tudo bem. Mas vamos deixar o futuro profissional para depois. Eu vou te provar
agora que eu nunca perdi a fé em vocês. Vamos conversar sobre o casamento.” Disse
com um sorriso enigmático brincando no rosto. Agucei meus ouvidos, curioso com o
que estava causando aquele sorriso. Ele explicou detalhadamente o que queria com
entusiasmo e estímulo. Embora eu me inclinasse para a idéia que ele expunha, estava
inseguro quanto ao efeito e resultado. Contudo, estava em estado entusiástico devido
à fé que ele teve em mim, e, sobreposto a isso, grato pelos sentimentos novos que
estavam sendo expressos com a proposta: carinho, investimento, zelo e
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consideração.
“Carlisle, eu não posso resolver isso agora. Tudo está muito sem rumo para mim.”
Nesta situação que eu estava, mesmo que ele estivesse me propondo isso, o certo era
dar um tempo de no mínimo um ano para nos casarmos, até eu me estabilizar.
Ele me olhou com desapontamento subscrito no semblante. “Eu não acredito que você
se preocupa com dinheiro a uma altura dessas depois de tudo o que eu te disse.”
Censurou e balançou a cabeça inconformado. “Bom, eu tenho uma solução prática. Eu
presenteio vocês com a nossa antiga casa da Califórnia. Ela está alugada, mas eu
posso pedi-la.”
“Não, Carlisle. Não é uma boa morar lá. Bella precisa morar perto da Universidade.” O
bem estar dela era minha preocupação quando sabia que a casa em Sacramento era
longe da Universidade e lhe custaria saída de no mínimo duas horas mais cedo de
casa.
”Hum, então vocês moram com Emmett neste último ano de Bella, e com relação a
trabalho, você pode dar umas aparecidas no jornal de lá, isso se você quiser.” Disse
com complacência, quase a insistir. Eu abaixei a cabeça analisando. “Vou fazer
melhor...” Ponderou, com o cenho franzido. “Tenho uma solução viável, boa para você
e boa para mim: escreva artigos políticos, faça críticas, comentários. Eu posso criar
um editorial para você nos quatro jornais.” Insistiu com empolgação. Suas opções
eram plausíveis de aceitação, e eu não tinha um porquê de não aceitar.
O novo e desconhecido estavam deixando-me apreensivo, no entanto eu queria

acreditar que havia uma luz.
“Ok, Carlisle... Para mim, o importante é ficar perto dela... E mais uma vez, obrigado.”
Sorri, ainda um pouco receoso com tudo. Estava demorando a associar todos os
acontecimentos que se projetavam no futuro próximo quando eu imaginava horas
atrás estar caindo em um precipício.
“Então, Edward Cullen, aproveitando o momento...” Ele frisou o nome, e feliz era um
eufemismo de como eu me sentia ao ouvir o nome Edward Cullen sair dos seus lábios,
em oposição a repulsa que eu senti a semana toda ao ouvir o nome Edward Evans ser
pronunciado dezenas de vezes pelo Senador. Era perceptível que ele estava tão
satisfeito quanto eu em me dar o seu nome, então deixei o nome afundar em meu
cérebro e coração. “... Tenho que te contar a história do Edward Evans forjado a
existir esses últimos dias em meio a uma chantagem
Dei-me ao alarme ao ouvir o nome chantagem, arregalei os olhos, meio descrente,

então me inclinei atento, colocando os braços sobre o balcão.
“Tudo bem, sou todo ouvidos.” Pedi outro drink, percebendo certa hesitação no rosto
do Carlisle.
Distraído, olhei para a pista e as meninas dançavam. Tive que me conter para não ir
dançar com elas, tamanha era a minha felicidade e a vontade de curtir minha família.
“Você vai ter a vida toda para ficar com ela.” Carlisle sorriu quando viu que eu estava
concentrado, então eu voltei novamente minha atenção para ele. “Bom, você lembra
das maletas que você buscava?” Eu assenti, interessado. “Todas as suas idas lá foram
filmadas e enviadas para Bella. Além disso, houve documentos assinados por você que
autorizavam desvio de verbas” Explicou tudo que aconteceu minuciosamente, desde
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os e-mails a ameaças. “Enfim, foi devido a essa chantagem que Bella terminou o
noivado com você.” Perplexo, eu balançava a cabeça regularmente. Eu não acreditava
ter sido um autómato, manipulado, cujos atos obedeceram à vontade alheia não
precedidos de reflexão. Um marionete. “Todavia, ontem à noite Ryan ligou para ela, a
fim de avisar ter encontrado provas contrárias, fato que me trouxe alívio, porém, eu
não quis avisar para ela, porque eu queria uma reação sua, como a de hoje, entende?”
Ele ergueu a sobrancelha.
“Mais ou menos.” O cepticismo era gravado em minha voz, que mal saia diante da
sensação de culpa por tudo que impus a Bella.
“Bom, ontem no bar, ela recebeu o último bilhete de ameaça, ficou temerosa com o
seu futuro novamente e me pediu para ligar para Brandon, a fim de proteger você,
mostrando para a garota que ela tinha alguém.”
Eu estava inerte com toda a história, chocado. Agora tudo se encaixava, cada atitude
absurda de Bella, cada choro, cada pergunta quanto ao meu futuro... Tudo que ela
queria era me proteger.
Raiva, remorso, censura, e vários sentimentos de imputação pungiam em minha

mente. Como eu fui tão cego que não pude perceber que tudo que ela queria era que
eu dissesse que não valia à pena? Ou que eu enfrentaria tudo desde que ela estivesse
ao meu lado? Como eu fui tão insensato que não consegui deixar claro nesses anos
que ela era mais importante?
Pior, eu não pude fazer nada para amenizar a sua dúvida, pois só essa semana eu tive
certeza. Eu não tinha adesão absoluta e voluntária a desistir, e ela, perceptiva como é,
era consciente do fato. Seu conhecimento ao meu respeito é hábil. Mais ainda do que
eu.
Direcionei meus olhos a Ashley, e ela estava conversando com Brandon, próxima ás
mesas. A cólera subiu e meus instintos primitivos me enervaram. Minha vontade era
esganar o seu pescoço. Se eu não fosse o homem controlado que sou, garanto que
não mediria esforços.
“Eu vou conversar com ela.” Levantei da banqueta, nervoso.
“Ainda temos que discutir detalhes sobre o casamento.” Carlisle segurou o meu braço.
“Tudo bem. Amanhã terminamos a conversa. Deixa-me resolver isso logo.” Pus o
copo no balcão e deixei o bar.
Andei apressadamente em direção a Ashley, cruzando o salão e parei em frente a ela.
“Brandon, você pode nos dar licença.” Pedi delicadamente. Ele me olhou meio perdido
e não saiu. “Você a conhece, Brandon?” Apontei para Ashley. “Essa é a chantagista
medíocre que ia acabar com a minha vida.” Disse entredentes, controlando a minha
fúria.
“Quê?” Os dois perguntaram ao mesmo tempo
“Não se faça de desentendida, Ashley. Você sabe muito bem do que estou falando.”
“Eu não sei.” Disse firme, me encarando. “Ter me apaixonado por você não faz de
mim uma chantagista medíocre.”
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“Rá! Você além de tudo é cínica!” Alterei o tom.
Brandon se afastou ao perceber que a discussão era pessoal. Após sua saída, tentei
controlar a fúria e falar pausadamente. “Você tem chantageado Bella objetivando
separá-la de mim, assim, eu seria induzido a aceitar a proposta do seu pai.” Acusei.
Ela abriu a boca várias vezes e olhou para a pista. Meus olhos acompanharam seu
olhar, e eles pararam em James. Seu olhar delatava James, mas eu não consegui
associar.
“Edward, não sou eu quem está fazendo isso. Eu não faria isso...” Ela abaixou o olhar,
parecia estar meio apreensiva. “Ele sabe que eu me apaixonei por você e disse que
iria me ajudar. Eu sabia que ele fazia algo errado, mas não quis entrar em detalhes. Eu
só queria você de qualquer maneira.” Deliberou pausado e baixo. Eu não queria ser
traído pela minha credulidade excessiva, mas suas palavras me pareciam sinceras. “A
participação que eu tive e eu me sinto culpada por isso, foi me omitir ao ver tudo
acontecer ao meu redor...” Ela pegou em meu braço, com olhar impetrante. “Eu já
admiti para você os meus sentimentos e, além disso, não tenho culpa de não gostar
dela, pois parece que todas as coisas boas se direcionam a ela.” Ela olhou em direção
ao Brandon, e eu quase torci os lábios em um sorriso. “Eu sei que ela não tem culpa,
mas eu a odeio pelo meu irmão gostar tanto dela, por você preferir a ela e por ele
estar com ela. Eu não entendo o que vocês vêem nessa garota sem sal.” Sua abertura
me comoveu, aliás, me deu pena, embora ela ainda me causasse aversão.
Ela era uma garota bonita, que usava de meios forçados para conseguir alguém, que
não tinha ninguém verdadeiro a sua volta, e que, além de tudo, ainda mantinha em si
o sentimento repulsivo da inveja! Ela realmente era digna de pena.
Notando ser perda de tempo dar ensejo a conversa, olhei para a pista de dança e vi
Bella conversando com James. Assustei-me, pois no instante seguinte ela passou
como um furacão para o banheiro. Temi que ela estivesse passando mal como horas
atrás.
“Depois conversamos, Ashley.” Estava me preparando para sair a fim de saber o que
tinha acontecido.
“Edward, espere.” Sua mão se apertou firme em meu braço. “Por favor, eu ainda
quero conversar com você.” Ela implorou.
Cadenciei o olhar entre ela e o local onde a Bela entrou, depois resolvi dar um tempo.
Eu sabia que de qualquer maneira eu não poderia entrar no banheiro feminino.
“Fale.”
“Você nunca me deu uma chance...” Ela se aproximou mais. “... Contudo, nós dois
podíamos tentar. Você podia pensar pelo lado bom disso tudo. Se você ficar comigo,
você vai ter tudo.” Ela desviou o olhar do meu, olhou para trás de mim e deu um
pequeno sorriso. Após isso, foram segundos para que eu sentisse sua mão em meu
pescoço, forçando meu rosto para baixo, intencionada a me beijar.
Empurrei levemente seus ombros, irritado pelo seu atrevimento. Mas tudo que eu vi
em seguida foi um vulto de uma gatinha furiosa aproximando-se, e sua mão batendo
aberto no rosto da Ashley, fazendo ela se colocar distante de mim.
Perplexo e apavorado, meio embaraçado e meio aflito pela situação, congelei e

arregalei os olhos em espanto ao ver Bella, sempre graciosa e composta, com pose de
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tigre.
Preocupei-me quando no momento seguinte a Ashley puxou seus cabelos,

obrigando-me a dar um passo a frente, interessado em intervir, porém, um braço me
segurou.
“Deixe elas se virarem.” Ryan pediu, com um sorriso zombador no rosto. “Deixe Bella
dar umas palmadas nela.”
Relutante, tive que deixá-las, embora ciente de que seu excesso de raiva estava
direcionada á pessoa errada. Uma multidão se fez em volta. Eu estava constrangido
com a situação. Virei o rosto para não presenciar a cena dos cabelos dela sendo
puxado, mas um grito da Ashley chamou a atenção dos meus olhos, e eu virei.
Algo a fez soltar o cabelo da Bella, então, aliviado, creditei que tinha cessado a briga e
que Bella iria recuar. Mas em oposição ao meu pensamento, o que vi em seguida foi
ela avançar de novo, fechando a mão bruscamente no rosto da Ashley.
Eu estava ansioso, preocupado, e, pasmem, eu estava admirado pela sua coragem.
Nunca imaginei minha Bella descer do salto, saindo da pose centrada que mantinha,
para defender algo.
“Tu tá gostoso, hein!!!” Jasper bateu em meus ombros e eu fiz uma careta,
censurando seu comentário.
Os segundos pareciam minutos eternos. Inconformado em não poder me intrometer

quando aquilo parecia sem fim, voltei a me desestabilizar quando as mãos da Ashley
se fecharam na garganta da Bella.
Dei mais um passo a frente, entretanto foi Carlisle que me parou dessa vez.
“Edward, não! Não se meta. São coisas de garotas.”
Suspirei derrotado, e virei o rosto.
"Não foi ela, Carlisle.” Informei e ele fez uma careta em desaprovação. Mesmo assim,
não quis intervir.
Como o pai dela poderia deixá-la em uma situação assim?
“Quem dá mais?” Jasper e Ryan sorriam com algumas notas de vinte nas mãos. “De
um lado a loura Evans, do outro, Bella Cullen. Quem ficará com o gostosão ali?”
Cerrei os olhos para ele e balancei a cabeça, desacreditado.
Meu Deus! Será que só eu que sou o desesperado?! Os irmãos delas estavam fazendo
apostas!!!
Ouvi um gemido e olhei em direção a elas novamente. Bella tossia, tendo ainda uma
mão firme em seu pescoço, mas ao mesmo tempo dava cotoveladas repetidas no
estômago da Ashley.
Tenso e de mão atadas, suspirei de alívio e arregalei os olhos, surpreso, com a figura
loura e com ar protetor golpeando um mata leão na Ashley.
“Cara, quem era aquela deusa loura?” Emmett bateu nos meus ombros e eu revirei os
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olhos.
Rosalie fez a Ashley soltar o pescoço da Bella e com precisão a arrastou para um
canto.
A música parou, então cochichos e piadinhas se fizeram pelo salão.
“Nossa, pra briga de mulher foi um espetáculo.”
“Vocês viram aquela loura?”
“Só mulher gostosa!”
Umas gargalhadas altas se ouviram, Bella levantou o rosto arfando, esfregou o

pescoço e olhou para mim.
“É agora eu quem tenho que me virar.” Carlisle resmungou. “Vou ter que lidar com
três coisas; jornais, internet e processo judicial.” Comentou insatisfeito e apertou o
indicador na testa.
Preocupado, encurtei a distância e passei o braço no ombro dela. Ela estava

descabelada e me olhando com semblante envergonhado.
“Eu já sei da história toda, e não foi ela.” Sibilei e andamos rumo a nossa mesa. Eu
restringia o sorriso que queria se formar em meus lábios agora, longe da confusão.
“Quê?” Ela me olhou meio perdida.
“Foi James.”
Ela parou no meio do caminho, fitando o chão, sem olhar meus olhos. Parecia estar
desvendando um problema matemático. Segundos depois, observei o lampejo passar
pelo seu rosto e ela me encarou
“Faz sentido... Mas ela não é de todo santa... Na hora em que ela viu que eu estava
olhando, ela sorriu e se pendurou em seu pescoço.” As palavras eram sarcásticas,
quase uma piada.
“Por que não bate nele também?” Provoquei e sufoquei a gargalhada com a lembrança
dela tão furiosa.
“O James não dá em cima de você descaradamente.” Ela deu de ombros, e então eu

ri, não pude evitar. Ela nunca tinha dado uma crise de ciúmes assim tão explícita. E se
sua atitude fosse comparada ao meu ciúmes por ela, sua justificativa era
completamente escusável.
Ela não sorriu junto, estava concentrada demais, ou ainda, irritada demais.
Bella POV
Raciocinei nas hipóteses de não ter sido ela, o que não era algo improvável, e cheguei
a conclusão de que não importava. Ainda que não tenha sido ela a tramar, ela fazia
parte de alguma maneira, principalmente por querer demais alguém que era meu.
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Pensando assim, não estava completamente arrependida da cena.
Não acreditava ainda que tive coragem de agir daquele jeito. A raiva que sufoquei por
ela durante tempos despertou intensamente, me deixando cega, exatamente no
momento em que eu a vi perto tocando nele.
Minha atitude foi pior ainda por ser em público e na situação que eu estou. Fui uma
tola. Tudo poderia ter dado errado. Um simples chute dela, ou uma cotovelada poderia
machucar o meu pequeno sonho. Sorte não ter tido um efeito maior, a não ser pela
vergonha e exposição que passamos.
De agora em diante, tenho que me manter responsável e me controlar para não deixar
atitudes impensadas prevalecerem
Após fugir da confusão, deixamos o salão, e em todo o tempo do trajeto meus irmãos
riam, chacoteavam. Eu estava calada e quieta. Emmett orgulhava-se da Rosalie,
eufórico.
“Cara, você viu como minha Ross parecia uma garota super poderosa dando o golpe
na magrela?” Emmett beijava e abraçava a Rose, orgulhoso, no hall de entrada do
prédio. “Viu como valeu a pena ter ido para o Jiu Jitsu comigo, Ross? Você protegeu a
família.” Ela ria e se pendurava em seu pescoço, devolvendo os beijos.
Eu estava de mau humor, irritada com tudo. Chegamos ao quarto, eu tomei banho e
pedi que Edward passasse gel para dor em minha mão. Ela ainda doía, pois não tinha
duas semanas que eu tive aquela pequena concussão no acidente, então, ela estava
fragilizada.
Edward dava pequenos sorrisos em minha direção, brincalhão, parecia tão surpreso
quanto eu mesma da minha atitude. Mas eu não queria comentar. Eu estava um pouco
decepcionada comigo, pois geralmente me envaideço do extremo equilíbrio e
segurança que carrego. Mesmo que eu tivesse uma justificativa de estar no meu
limite, eu não queria mais falar, já era suficientemente constrangedor ter que carregar
isso comigo a vida toda: O dia que Bella deu na cara de uma loura que dava em cima
do Edward. Rá! Eu mereço!
Deitei de costas, meio emburrada, e ele se aconchegou ao meu lado, com uma perna
sobre mim.
“Por que está brava, kitten?” Ele afastou o meu cabelo e deixou livre o pescoço.
(gatinha)
“Estou com raiva de mim. Fui uma barraqueira.” Resmunguei, colocando um braço em
meu rosto.
“Bom, não vou dizer que na hora eu não fiquei assustado, porque eu fiquei. Mas a
lembrança da sua carinha... Hmmm... ” Ele puxou meu rosto e roçou o nariz no meu.
“... Excitante... Agora mesmo, minha mente está formulando uma maneira de te
deixar daquele jeito de novo. Acho que vou te provocar para você vir com aquela
carinha furiosa em minha direção.” Ele sorriu malicioso e mordiscou meu queixo,
rosnando, imitando um leão.
“Mentira. Você quer é me deixar melhor.” Acusei e cobri o rosto com as mãos.
Ele me apertou e ficou fazendo cócegas com a boca, gracejando.
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“Assim, você podia ter se controlado e evitado estar no youtube amanhã.” Ele
gargalhou e eu quase rosnei. “Mas eu não tiro a sua razão. Quando seu pai me contou
tudo eu tive vontade de torcer pessoalmente o pescoço dela. Porém, a culpa da
chantagem não está sobre ela.”
“Por que você tem certeza?” Virei de frente a ele, e ele acariciou o meu rosto.
“Ela não tem competência suficiente para isso.” Ele torceu os lábios em um sorriso
sugestivo.
“Mas por que você diz que foi James?” Olhei carinhosamente seus olhos, que me
fitavam sobre aqueles grandes cílios. Eu desenhava com os dedos a sua sobrancelha
perfeita, sentindo a textura de sua pele macia, suprimindo toda a saudade que senti da
certeza de sermos um do outro, por dois meses.
“Além de ela ter acusado, eu tenho vários motivos relevantes para deduzir isso. Mas o
maior de todos é por notar nele sentimentos de hostilidade com relação a mim. Penso
que ele fez isso objetivando que algum lado em minha vida se malograsse, já que em
vários aspectos eu desponto, em oposição a ele que precisa ser lacaio para ter algo.”
“Isso não é motivo para ele fazer o que fez. Foi um crime.” Refleti.
“Eu também pensei isso. Suponho também que haja algum dedo do Senador tentando
unir o útil ao agradável, ou seja, ele teria um sucessor e ainda daria um mimo à filha.”
Concluiu calmamente.
“E como você está com isso?” Acariciei os seus lábios com o dedo e me enrosquei na
perna dele.
“Eu já tinha decidido o que queria. Isso só me decepcionou mais um pouquinho.” Ele
beijou minha testa.
“E o que pretende fazer daqui para frente?” Essa pergunta era primordial, uma vez que
ele estaria sem rumo com os ocorridos.
“Bom, seu pai me disse que Ryan descobriu algumas provas, amanhã iremos
conversar sobre isso.”
“Quê?” Cerrei os olhos. “Meu pai não tinha falado sobre Ryan.” Refleti, agradecida
mentalmente a ele por não ter me falado. Se não, não teria sido como foi. Eu levaria
aquela dúvida para sempre.
“Ele teve os motivos dele.” Justificou. “Mas quanto ao Capitólio, vou ficar por aqui
esses dias, confrontar o Senador e James, e depois dar baixa no registro de
candidatura.” Ele descansou o rosto no travesseiro, e eu bocejei. “Depois eu vou
voltar para Seattle.” Informou com a voz baixa.
Eu me virei novamente de costas, em posição de sono e senti sua mão em minha

barriga. Fiquei tentada a falar sobre o bebê, porém, eu ainda queria um momento
especial. Seu rosto mergulhou em meu cabelo, inspirando. Ele estava se preparando
para o sono, já que era madrugada.
“Edward... Você não vai mais casar comigo não?” Murmurei baixinho, lembrando que
ele parecia estar fugindo do assunto.
Ele não respondeu, e eu fiquei confusa. Pensei em me virar e ver se ele tinha dormido,
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mas sua respiração não era calma, ele parecia pensativo.
“Vou. Mas não tenho data. Eu não posso simplesmente casar com você sem ter uma
perspectiva de vida.” Sua voz foi insegura e eu senti meu coração cortar. Eu não
estava feliz em não ter uma data provável de casamento. Eu queria muito me casar,
nem que fosse em um ano, dois. Mas a sua falta de perspectiva e fé estava me
magoando
Eu não queria vê-lo desiludido. Eu o apoiaria no que ele quisesse ser.
Antes eu me opunha sutilmente aos seus planos porque eu queria ter certeza que ele
escolheria a mim mesmo tendo tudo. Hoje não tenho contra o que lutar.
Eu sentei, posição indiana, e olhei intensamente para ele.
“Edward, você pode seguir em frente na política que eu vou aonde você for. Estarei
com você no que você escolher. Todas as certezas que eu busquei, hoje eu tenho.
Então, se você perceber que o Senador não é culpado e ainda quiser ficar com ele,
pode ficar. Se você optar por ficar com o pai da Sô, pode ficar. O importante é que
você esteja feliz.” Eu disse simplesmente.
Ele sorriu e me puxou para um abraço. Forte. Caloroso. Cheio de sentimentos. “Ouvir
isso de você me deixa com mais opções. Mas eu ainda vou pensar.” Disse
conclusivamente e permaneceu abraçado comigo. “Bella, me responde uma coisa... Eu
já imagino o porquê, mas eu queria ouvir de sua boca o motivo de você não ter me
falado sobre a chantagem.” Ele pediu e eu fiquei um tempo calada. Pensando.
Agora eu não precisava mais esconder esse sentimento que eu tinha. Ambos
deveríamos ser abertos daqui para frente.
“Ah, Edward, desde que nós começamos a ficar juntos eu percebia que seu futuro era
tudo para você. Eu não me via como o seu plano principal, eu me via como o plano
alternativo, forçado, entende?” Dei uma pausa e ele assentiu pensativo. “Eu não
queria que você desistisse por falta de opção. Eu queria ser única para você, igual
você sempre foi para mim...Minha vida foi você...Você foi meu primeiro plano...Eu te
coloquei nos meus planos aos treze anos...Aos treze anos eu disse para Alice que ia
me casar com você...Aos treze anos eu decidi que você seria meu primeiro beijo...E
eu nunca vi isso em você... Essa era uma frustração que, embora eu nunca revelasse,
ela estava aqui. Eu queria ser escolhida por você. Assim como eu te escolhi.”
Ele nos afastou um pouco do abraço e me olhou intensamente.
“Desculpe, Bella. Você tem toda razão em ter tido dúvidas. Eu lamento por ter feito
isso. Eu nunca percebi que essa minha obstinação te trazia insegurança.”
“Sabe, Edward, você não nota e eu não gosto de relembrar, mas você sempre
mostrou para mim que eu era segundo plano. Uma maneira de deixar isso bem claro
foi quando você foi embora por causa do Jasper e me deixou.” Lembrei
impulsivamente, arrependendo segundos depois, pois eu sabia que essa lembrança
ainda causava dor nele.
Ele ficou calado e seu semblante desmoronou com a memória, a tristeza apareceu em
seus olhos.
“Perdão, amor. Eu queria te pedir desculpas por tudo. Por ter permitido que essa
situação acontecesse. Por ter sido tão negligente com você. Por não ter aberto os
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olhos e associado suas palavras. Você me deu tanta dica! Mas eu estava cego. Eu só
queria enxergar a mim. Eu queria que você se adaptasse ao que eu escolhi e rematei.
Eu imagino pelo que você passou todos esses anos, tendo que me dividir com esse
sonho. Eu lamento, lamento mesmo por ter deixado você se sentir assim.” Sua voz
era suplicante.
Abracei-o, interessada em tirar aquela culpa dos seus olhos.
“Agora passou. No final deu tudo certo.” Eu estava bem com tudo. Queria deixar para
trás.
“Bella. Você disse ontem que não merecia o meu amor, mas sou eu quem não mereço
o seu.” Ele ainda estava triste e me olhava com olhar de culpa.
Decidida, segurei seu rosto em minhas mãos e o fiz olhar para mim.
“Ei, não deprima. Estamos juntos. Por sinal, eu te amo.”
Dei beijinhos alegres em seu rosto, e ele sorriu, passando a perna sobre mim.
“Eu também te amo, minha beijoqueira. E você é o meu primeiro plano. Sempre”
Abraçamos-nos felizes, com beijinhos carinhosos e nos posicionamos para dormir

novamente. Eu ainda tinha flashes dos acontecimentos da noite, foi um redemoinho
acontecendo em uma noite só. Todavia eu estava feliz. Em seus braços. No meu lugar
de paz.
Terça feira.
Deixamos a Capital domingo à tarde e voltamos à rotina de Seattle. Como nossas

aulas terminaram, a casa em Seattle estava completa. O movimento de entra e sai era
empolgante. Eu particularmente sempre adorei quando ela estava lotada assim. Isso
resultava em: família reunida para as refeições, crianças andando pela casa, carros
chegando e saindo, piadas do Jasper o tempo todo, cumplicidade do meu pai e da
Esme, carinhos expostos dos casais. Assim, a rotina no geral era feliz.
A não ser por um fato: Edward ainda estava na Capital.
Depois que ele conversou com o meu pai e Ryan no domingo de manhã, ele ficou
muito esquisito, sempre calado e pensativo. Eu penso que talvez Ryan tivesse
mostrado provas que o seu pai não era culpado, e agora Edward estava tentado a ficar
na capital, porém, sem coragem de me falar.
Ele não me ligou ontem, até agora não ligou, e eu sinceramente não sei o que está
acontecendo.
Desanimada, deitei no sofá para assistir um filme e marquei com a minha médica para
o dia seguinte. Eu estava planejando falar para Edward na próxima sexta, como
presente de aniversário, então, queria fazer uma ultra-sonografia, e dar a ele como
presente a primeira fotinha do nosso bebê.
Quarta.
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A falta de notícias já estava me preocupando. Não era dor de saudade como senti
antes, era mais preocupação. Não necessariamente falta, sofrimento, aflição. Dá para
entender? Eu também não estou entendendo.
Eu sei que é meio inexplicável, mas a sensação era como se não estivesse mais só.
Talvez por que o bebê me trouxesse abrigo e forças. Ou talvez por que ― vão pensar
que eu sou louca ―, eu amanheço com o cheiro dele no nariz e tenho a sensação de
termos dormido juntos. É isso. Essa ilusão acalenta o meu coração. Por isso não estou
sofrendo.
Hoje foi mais um dia em que meus irmãos tomaram café rápido e saíram, logo,
decidida a não ficar em casa, fui ao parque pela manhã, caminhei em volta do lago,
depois voltei, almocei e me arrumei para sair. No almoço de hoje nenhum dos meus
irmãos apareceram. Muito menos os pais deles. Nossos pais.
Eu poderia ter ligado para a Jéss, chamando-a para ir ao consultório, porém resolvi
não chamar ninguém, pois se alguém tinha que saber primeiro desta revelação, tinha
que ser o pai do bebê, por isso fui só.
Entrei na sala de consulta e após responder algumas perguntas que eu não sabia as
respostas exatas, como: tempo e a datas, a médica me pediu para deitar na cama e
pôs um líquido gelado sobre a minha barriga.
“A gestação está com oito semanas, Bella.” Informou ainda mexendo o aparelhinho.
Fiz as contas mentalmente e conclui que no dia que terminei com ele já tinha um bebê
em minha barriga.
A principio, só observei as manchinhas brancas, depois ela disse algo sobre o

coraçãozinho. Involuntariamente, senti uma lágrima nos olhos e a infelicidade me
abateu por não estar compartilhando isso com Edward. Porém, respirei fundo e me
convenci de que talvez nos próximos ele estivesse junto.
A tristeza diminuiu quando eu lembrei que não era totalmente culpa minha a falta do
pai presente, pois ele não me ligou desde domingo. Além disso, hoje com certeza ele
não poderia estar aqui, já que, pelo jeito, resolveu voltar ao seu mundo político.
Nem sei por que a falta dele resolveu doer agora. Acho que me iludi, pensando que
estaríamos sempre perto daqui para frente, ainda mais em um momento desses. Ou
talvez fosse só a emoção da gravidez que mexia com os meus nervos e me deixava
frágil.
Sorri para o aparelho ao ouvir os sonsinhos e tentei expulsar qualquer pensamento

infeliz. Eu estava feliz. Muito feliz. Sai do consultório fascinada com tudo.
Era felicidade demais para uma pessoa só.
Era inesperado, mas, felicidade demais.
Eu queria tanto que ele estivesse aqui.
Quarta feira á noite.
1413 de 1595 26/05/2011 20:45

Passei o restante do dia ansiosa, tentando ligar para Edward, já ficando impaciente e
cansada com a falta de notícias.
Como Edward poderia estar agindo assim depois de tudo que ele disse? Depois de
tudo o que eu disse. Eu não conseguia ver um porque do seu sumiço. Ele não ficava
on line em horário nenhum, não me ligava. Isso estava estranho demais.
Os milhares de pensamentos estavam atormentando a minha mente. Poderia ele ter se

arrependido após voltar a sua rotina normal e visto que ele ainda queria muito aquilo?
Quem sabe.
Poderia ele após ficar longe de mim ter percebido que tudo era somente atração
sexual e a vida que ele escolheu valia muito mais a pena?
Talvez.
Poderia ele ter se decepcionado comigo por eu ter brigado com a irmã do Ryan e visto
que ela valia mais a pena?
Poderia.
Desde quando eu fui tão insegura assim?
Não lembro.
Esses pensamentos, junto com a distância e a insegurança estavam me

atormentando, logo liguei para ele de novo. Mais uma vez caiu na caixa.
Para piorar, o movimento de entra e sai da minha casa era muito maior hoje. Emmett
e Rosalie passaram quase o dia todo fora, e já saiam de novo. Eu sinceramente queria
saber onde eles se enfiavam.
Acho que eu estava irritada por que estava cheio de casaizinhos pela casa saindo e
entrando e ninguém me chamava para fazer nada. Nem Alice e Jasper queriam a
minha presença.
Meleca, essa Bella carente e melancólica estava enchendo o saco. Eu não devia estar
assim, amanheci tão bem, tive notícias ótimas da gestação, era para estar tão feliz.
Mas o que fazer quando você pensa que sua vida vai virar um mar de rosas e ela não
vira? E o que torna pior, é a capa que eu tento manter. Eu sempre quero me mostrar
mais forte e inabalável do que eu sou, não querendo mostrar para ninguém a minha
fraqueza e a rejeição pelo chá de sumiço.
Estava entediada, assistindo um clip, planejando me ocupar na empresa nos próximos

dias, quando ouvi o som de alguém descendo as escadas, conversando alto ao
telefone.
“É LÓGICO QUE NÃO, EU JÁ TINHA AVISADO PARA VOCÊ!” Levantei os olhos e a voz
do meu pai era irritada “...NÃO, ELA NÃO VAI QUERER FAZER ISSO....EU PAGO O QUE
FOR NECESSÁRIO, SÓ NÃO QUERO A MINHA FILHA EM SITUAÇÃO DELICADA..NAO!!!
.DE JEITO NENHUM...TUDO BEM, PODE FALAR COM ELA...”
“Bella, pra você.” Ele estendeu o telefone em minha direção e eu peguei meio
desorientada.
1414 de 1595 26/05/2011 20:45

“Alô.”
“Oi, docinho! É o Perrine. Como vai?” Sua voz nasalada era de rir no primeiro som.
“Vou bem.” Olhei para o meu pai desconfiada do motivo de sua irritação. El rolou os
olhos.
“Você deve estar perguntando o que quero com você, né?” Ow, ele adivinhou! Meu
humor estava sombrio, mas eu não devia jogar em cima dele.
“Estou.” Forcei um sorriso.
“Na verdade, lindinha.” Ai, ai, agora só falta ele me chamar de florzinha para
completar o trio das meninas super poderosas. “Eu estou ligando para cobrar o desfile
em Washington, lembra? É o único estado que não fizemos a exposição.” Arregalei os
olhos em direção ao meu pai e ele se encolheu, desculpando-se.
Suspirei. “Perrine, eu não vou mais desfilar de noiva. Aliás, não sei nem se eu um dia
ainda vou casar.” Me afundei no sofá, lembrando que eu pedi para Edward colocar a
aliança de volta no meu dedo e ele não quis colocar..
“Amorzinho, você tem um contrato comigo. Tem dias que eu avisei ao seu pai sobre
isso. Você tem que cumprir o contrato.” Ele insistiu.
“Que dia seria? E Onde seria?” Talvez fosse um caso a estudar já que eu não tinha o
que fazer. Eu adorei a diversão durante o ano.
Mas e se fosse em uma época em que a minha barriga já estivesse aparecendo?

Acariciei minha barriga e sorri. Até que se fosse por agora eu não tinha com o que me
preocupar, não tinha sinal de nenhum bebê. “Bom, a produção escolheu uma
cidadezinha do interior. Forks. Conhece?” Disse com desdém.
“Sim. Que dia?”
“Nossa, querida, você não leu nada que eu te mandei nesse mês?” Ele estava irritado
“Será dia oito ás cinco da tarde.”
Uma desesperança e tristeza invadiu o meu rosto.
“Perrine, eu não posso. É o aniversário do meu namorado.” Disse com tristeza.
“Ai, menina, você não era noiva? Que rolo! Você já trocou de namorado? ”
Eu sorri triste da sua dedução. “É o mesmo. Mas nós não estamos mais noivos.”
Suspirei desiludida.
“Ah, e o seu vestido?” Mostrou um interesse excessivo.
“Está guardado.” Outra onda de desilusão me invadiu.
“Então faz assim, já que você não vai mais casar agora, quando você resolver com
certeza será uma coleção diferente, então esse seu vestido inédito poderia ser o do
desfile de sexta.”
“Eu não posso dar certeza. É aniversário do meu namorado e eu devo sair com ele.”
Disse com a certeza em baixa.
1415 de 1595 26/05/2011 20:45

“Faz assim, liga para o seu namorado e me retorna em cinco minutos.”
“Vou tentar, Perrine.”
Desliguei o telefone e desiludida tentei mais uma vez ligar para Edward.
“Bella?” Sua voz atendeu baixa e ansiosa.
“Oi. Preciso falar com você.” Fiquei momentaneamente alegre, mais do que deveria
ficar, já que ele sumiu tantos dias.
“Não posso agora. Depois te ligo.” Sibilou.
Como é isso? Ficou desde domingo sem falar comigo e já queria desligar?!
“Espera, só responde se você vem sexta.” Eu esperava que ele já não tivesse
desligado.
“Não. Estou enrolado. Depois te ligo.” Eu queria saber onde ele estava que tinha tanto
barulho e ele falava baixo. Será que ele tinha saído com os colegas de serviço?
“Edward, você fica on line mais tarde?”
“Acho que não vai dar. Não sei que horas vou ficar livre. Beijo.” E desligou. Eu suspirei
e me joguei no sofá como se tivesse mil quilos. Meu pai me olhava atencioso do sofá
em frente, estudando o meu rosto.
“Ocupado demais.” Resmunguei e disquei o número do Perrine.
No segundo toque ele atendeu. “Perrine, pode contar comigo.” Disse convicta. Eu
precisava ocupar meu tempo.
“Ai, florzinha, vai ser ótimo. Você vai passar o dia todinho comigo no salão e será um
mega evento.” Eu podia jurar que ele estava batendo palminhas do outro lado da
linha.
“Okay.” Concordei desanimada, lembrando que ele tinha me chamado pelo terceiro
nome das meninas super poderosas.
“Lembre ao seu pai de mandar a cobertura jornalística, viu, flor?”
“Tudo bem.”
“Beijos.”
Suspirei, entreguei o telefone do meu pai, e mudei o clip na tv. Meu pai não insistiu na
conversa sobre Edward e foi deitar. Mais uma noite eu estava em casa sozinha. Eu
devia estar acostumada. Tantos anos só!
Eu não ia deixar esse mau humor tomar conta de mim. Eu queria sorrir de verdade e
esquecer momentaneamente tudo. Estava decidido. No dia seguinte eu iria para o
jornal, a noite sairia com o pessoal para algum bar e eu não iria me deixar ficar
deprimida, até Edward resolver o que queria.
Sexta.
1416 de 1595 26/05/2011 20:45

Era estranho, mas eu acordei de novo com o perfume do Edward na minha cama e
nariz. Incrível isso. Isso é que é vício. Obsessão.
Minha primeira reação foi olhar para o meu celular, lembrando que esse deveria ser o
dia em que eu receberia uma mensagem: até que enfim chegou! Porém, tudo que eu
via era um celular silencioso, que há dias não recebia uma ligação do número dele.
Levantei desanimada, tomei banho e desci para fazer o lanche. “Bom dia.”
Cumprimentei Alice quando ela passou por mim apressada.
“Bom dia, Bella. Que horas é o seu desfile?” Ela tomava um suco sem nem respirar de
tanta pressa.
“Cinco horas, eu acho.” Dei de ombros e coloquei umas maças e cereais em uma
bolsa para lanchar no salão. Tinha que cuidar da alimentação.
“Ah, talvez eu dê uma ida lá com o Jazz.” Ela avisou e saiu.
Todos estavam saindo, só eu ia ficar. Então subi, me arrumei e esperei dar dez horas
para ir para o salão.
Edward POV
Segunda
Ryan expôs ontem uma totalidade de argumentos incriminantes que impugnavam

James, e relativas objeções que impugnavam seu pai. Fato óbvio de deduzir-se pela
colocação do James frente ao Senador. As provas levantadas se resumiam a
documentos anteriores aos que eu assinava recentemente.
Inconsciente, eu dei andamento a uma rotina mensal de lavagem e desvio de verbas.

Fato esse que imputava igualmente a mim. No entanto, com as provas argüidas pelo
Ryan, inferia-se que os fatos eram repetidos antes mesmo da minha ocupação no
cargo.
A aceitação pelo que eu enfrentaria me estreitou instantaneamente. Eu sabia dever

defrontar as conseqüências sem dúvidas. Porém, antes mesmo de amadurecer com
reflexão a idéia, fui tomado por surpresa quando Ryan exprimiu um pedido.
Ele cingiu nossas ações de levar a público, tirando toda a chance do Carlisle com sua
veia jornalística expor o escândalo. Ele pôs a vista não querer que a história viesse a
público.
A repercussão proporcionada por ele não era a sua intenção.
Sua recusa foi considerável, uma vez que ele é filho. Ryan tem uma postura ilibada,
um coração bom. Em outro caso, esse fato consistiria na oportunidade ideal para
atingir ao pai. No entanto, ele antepôs não querer ser a fonte provedora do escândalo.
Atitude não susceptível de refutação.
Após sua exposição de intenções, só restou-me buscar pelo menos explicações
1417 de 1595 26/05/2011 20:45

exatas, com motivações óbvias do porque ter sido enquadrado como peça neste circo.
A sensação percebida por mim ao ingressar no Capitólio fora completamente diferente

de todas as minhas habituais rotinas.
Um fim de semana trouxe convicção intima de que eu não pertencia mais a aquele
lugar. Cada sala era vazia de calor e transparência, e em cada espaço percorrido lá
dentro eu me sentia mais indiferente. Alheio.
Entrei na minha sala e sentei, arrumando minha gaveta.
“Boa tarde, Edward. Você pode vir a minha sala?” O Senador apareceu na minha porta
logo que ele chegou. Seu semblante estava carregado de tensão.
Levantei e o acompanhei. Calmo. Eu estava completamente calmo e convicto.
Não fazia parte dos meus objetivos reclamar, destoar, exasperar. Tudo que eu
precisava ouvir era uma explicação inteligível.
Eu sabia não ter recursos para ocasionar declínio a um homem com o grau de poder
que ele exerce. E se conseguisse com a ajuda do Carl, iria magoar o seu filho. Logo,
resignar-me era a solução óbvia.
Além de tudo, o que adiantaria derrubar um político renomado hoje e dentro de alguns
anos o povo aclamá-lo com votos, mesmo sabendo de sua corrupção. De nada
serviria a tentativa. Restava-me somente depreender as suas colocações.
“Edward, o que aconteceu no seu baile?” Seu semblante explicitava exarcebação.
“O senhor não sabe?” Franzi o cenho, incitando a sua reação.
“Não. O que eu sei é que seus familiares agrediram a minha filha.” Ele foi duro e
segurou o olhar.
“Eles tiveram motivos.” Eu mantinha a solidez, mesmo sabendo o estar provocando.
Ele se levantou irritado e andou pela sala. “Ah, então você os defende ao invés de
defender a pessoa que vai te levar ao poder americano?”
Eu ri secamente e balancei a cabeça. “Senador, fique com a sua filha e o poder

americano para o senhor. Ambos não me interessam mais.” Verbalizei minha aversão
em um tom baixo e pausado.
Ele olhou-me agudamente. “Você tem certeza disso, rapaz? A sorte não costuma ser
tão favorável assim para as pessoas duas vezes.” Ele ameaçou e eu entendi do que ele
falava.
“O que? Se eu não me casar com ela o senhor vai me mandar para a cadeia?” Joguei
os papeis sobre a mesa. “Isso não vai funcionar mais, Senador.”
Levantei e andei pela sala, enquanto ele examinava os papéis. Ele me olhou com o
semblante perplexo.
“Pasme você, mas foi o seu incompetente filho, em breve um Feinsteim, quem
descobriu todo o seu jogo sujo para cima de mim.” Eu disse com sarcasmo.
Ele estava branco como papel. Fitando o nada. Eu continuei. “Eu só queria saber o
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porquê? O que eu fiz para merecer esse destaque?” Encarei-o, domando a cólera que
queria afluir.
Ele demorou um tempo olhando para mim, com os olhos desfocados. Acredito que a
revelação que fora seu filho quem procedeu à argüição de provas abalou suas
estruturas. Esperei, controlando a ansiedade. Ele sentou e continuou analisando os
papéis. Suas mãos estavam trêmulas.
“O que você pretende com isso?” Ele ergueu os papéis, apreensivo.
Eu relaxei na cadeira, entrelaçando os dedos atrás da nuca. “Eu só quero saber a

fundamentação lógica para a sua atitude. Nada além disso.” Disse tranquilamente.
Ele respirou fundo. “Bom... Se você quer ouvir, é o mínimo que posso fazer... Tenho
dois motivos.” Disse com a voz baixa, olhando para as mãos. “Primeiro, minha filha
queria você.” Delongou o tempo propositalmente, fitando o vazio. “Segundo, por
minha causa.” Admitiu com o semblante meio vazio.
“Como assim?” Inclinei-me para frente, atento ao argumento.
“Um dia eu disse para você que eu me via em você, lembra?” Seu semblante era
derrotado, e eu assenti. “Você é sonhador, determinado, idealista e além de tudo, tem
um amor verdadeiro, uma garota que te ama.” Seu olhar era distante.
“O que isso tem a ver com essa sujeira?” Perguntei com a voz calma, realmente
interessado.
“Eu queria ver se você cairia no mesmo erro que eu.” Sussurrou. “Eu queria saber se
você consideraria o poder algo tão grande que seria capaz de se vender, trocar o amor
pelo poder, como eu fiz...Eu queria justificar os meus erros, queria dizer para mim
mesmo que outro teria feito a mesma escolha que eu...Além de tudo, eu queria saber
se você se manteria idealista ou se iria se tornar o corrupto que eu me transformei...”
Ele balançou a cabeça frustrado e eu fiquei estupefato com a revelação. “...Eu pensei
que você iria aceitar as propinas, pegar o dinheiro da maleta, se vender ou algo
assim... Talvez saber que você incidiria no mesmo erro que eu, diminuísse a minha
culpa do que eu me transformei.” Ele professou seu sentimento intimo, com o
semblante caindo, mostrando-se desejoso por dividir isso com alguém.
Por um momento eu tive pena dele, fiquei um pouco mortificado. Considerei-o um

miserável mantedor de imagens, pois sua própria vida foi praticamente destruída. Hoje
seu filho rejeita seu nome, casando-se em breve com a filha do seu inimigo. A sua
mulher está divorciando dele. Ele não tem mais nada que eu consideraria de valor. Sua
filha e o poder, foi só o que lhe restou.
Lamentando internamente por ele, levantei sem palavras, disposto a sair.
“E James? Por que ele está nessa?” Olhei novamente para ele.
“O James?” Ele fez uma careta. “Ele foi só um instrumento... Mas ele levou para o
pessoal indo longe demais, por não entender a fixação que eu tinha em você.” Admitiu
constrangido.
“Ok. Espero que o senhor tenha se decepcionado comigo.” Disse caminhando para
porta. “O seu experimento comigo falhou, pois eu estou indo embora.” Senti uma
satisfação incomensurável com a informação proferida. “Vou ser simplesmente um
caipira apaixonado no interior do país...Saiba que EU fiz a escolha certa.” Disse com
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enlevação da alma. Satisfeito por não ter caído.
Sai do gabinete e me dirigi á minha mesa com o intuito de arrumar meus pertences em
uma caixa. Despontavam em mim todas as sensações possíveis resultantes de
contentamento, entre elas: alívio, felicidade, coragem, conquista. Sim! Conquista! Eu
consegui ser quem eu sou. Eu não poderia estar melhor.
Coloquei a caixa sob o braço e despedi-me de cada um dos meus colegas. Não
estavam presentes nem Ashley, nem James. Foi frustrante. Eu queria ver os seus
semblantes.
Devagar, caminhei pelo corredor sorrindo. Seria a última vez que eu estaria ali. Era
como se a máquina humana gelada em mim estivesse sendo desligada. Como se uma
parte vazia fosse ser extinta e minha vida agora fosse ser repleta de calor.
Eu estava feliz. Satisfeito. Completo. Seguro.
“Eu não poderia deixar de vir te ver.” Coloquei a caixa na mesa da Sô e abri meus
braços para um abraço.
“A política está perdendo um grande homem.” Ela me abraçou apertado. “Vá lá,
amigo, tire umas férias. Vocês merecem depois dessa bagunça que fizeram com
vocês. Se em fevereiro você sentir falta dessa vida aqui, pode vir que meu pai vai
estar esperando por você .” Disse com um sorriso amistoso.
“Obrigado, Sô. Mas eu estou convicto do que quero.” Eu realmente estava grato. “De
tudo que eu passei aqui, o fato mais gratificante foi ter contribuído para a sua união
com meu amigo. Acho que essa foi minha missão.” Sorrimos os dois.
“Foi ótimo ter conhecido você e essa sua paixão, Edward. Sou uma fã de vocês dois.”
“Ah, falando nisso vocês vão lá, né?” Entreguei o novo endereço em um envelope.
“Ow! Eu não poderia perder! Você acha que Ryan perderia? Ele adora vocês de graça!”
“Então, até lá.” Despedimo-nos sorridentes.
Deixei o Capitólio sem olhar para trás. Eu não tinha a mínima nostalgia em sair de
lá. Passei no cartório eleitoral e cancelei o meu registro de candidatura, registro esse
que não durou uma semana.
Seria normal que na vida das pessoas tivessem acontecimentos tão inusitados assim?
Por tudo que é sagrado, na minha vida aconteceu! A tormenta acabou.
Era cinco da tarde quando terminei tudo que tinha que fazer, então, apressado e sem
poder esperar mais nenhum minuto: arrumei minhas roupas em caixas, fechei-as e
levei lentamente ao carro, lotando até o teto.
Depois de pronto, voltei para o quarto, olhando para todos os cantos e sentei na
cama. Eram meus últimos instantes ali. Por alguns minutos, as lembranças nostálgicas
povoaram meu cérebro. Memórias como: estar estudando na cama, sozinho, ou as
diversas vezes em que minha única companhia era ela através de um computador,
eram projetadas, mostrando mais uma vez que nós dois vencemos, juntos. Ela foi
minha base, ano após ano.
Mais uma vez decidido, aliviado e realizado, levantei, suspirei e me despedi do quarto.
1420 de 1595 26/05/2011 20:45

Bella merecia que eu compensasse todo o seu tempo investido em mim.
De agora em diante, sempre estarei ao seu lado.
Feitos as minhas últimas responsabilidades na Universidade, liguei o carro, respirei

fundo e saí do campus, guardando na memória meus anos ali. Passei em frente á Casa
Branca e sorri contente, pois a lembrança que me chamava atenção lá, era o seu
jardim, violado com o nosso amor.
Gargalhei e segui rumo ao Estado de Washington. Washington Distrito de Columbia,

ou seja, Washington D.C. Capital dos EUA, só me receberia ainda para as avaliações
do mestrado.
Era segunda, sete horas da noite. Eu não poderia passar mais um segundo ali
perdendo mais minutos dela. Dormiria em algum lugar, se cansasse. O importante era
que em menos de dois dias minha vida se iniciaria diferente.
Bella POV
Sexta, quatro da tarde.
Meus olhos se abriram após minutos fechados recebendo os últimos toques da sombra
sobre meus olhos. Perrine estava nervoso abrindo os braços e conversando
freneticamente.
“Essa gracinha é meus ovos de ouro! A imprensa está em peso lá!” Ele gritou e
balançou as mãos. Eu consegui sorrir diante de suas extravagâncias, mesmo ainda
chateada com o sumiço de Edward. Era aniversário dele e ele não tinha atendido o
meu telefonema.
“Quantas pessoas vão desfilar, Perrine?” Perguntei, enquanto os assistentes

colocavam as jóias.
“Você e mais quatro. Mas a sua entrada será triunfal. Você é o meu trunfo!” Ele bateu
palminhas.
“Vamos, menina, em quinze minutos o helicóptero decolará do teto do hotel. Olhe-se

no espelho e veja como está bela.” Ele me levantou em frente a um espelho vertical e
eu suspirei com o que vi. Eu realmente estava linda. O cabelo tinha cachos, e era
metade preso com vários cachos caindo. A maquiagem suave, perfeita. O vestido...
Era o meu vestido... O vestido no qual eu ia me casar hoje...
“O quê que foi, lindinha? Está insatisfeita?” Perrine perguntou ao ver o meu semblante
entristecido.
Eu suspirei. “Era para eu estar me casando hoje...” Resmunguei frustrada. “... Agora
nem namorado eu sei se tenho mais.”
“Ai, florzinha, nem tudo está perdido.” Bateu em meu ombro. “Pense pelo lado
positivo. Você não tem o noivo, mas tem o vestido, as jóias, a beleza, o glamour e os
flashes.” Ele gargalhou e eu não pude deixar de sorrir com o seu bom humor.
Peguei novamente o telefone, fiz a ligação corriqueira e novamente: caiu na caixa.
1421 de 1595 26/05/2011 20:45

Conformada, direcionei rumo à cobertura do hotel.
Depois de alguns minutos de viagem, do alto avistei um rio, uma grande tenda branca
em frente ao rio, um palco para shows e carros, muitos carros.
“Nossa, que lugar lindo!” Suspirei e o Perrine sorriu, quando o helicóptero já pousava.
Desci com ele, e um carrinho de golfe todo enfeitado nos esperava. Perrine estava
com um rádio de comunicação na mão, conversando ansiosamente com alguém.
“Cadê as outras modelos?” Perguntei logo que entramos no carrinho.
“Já estão entrando. Em cinco minutos é você.” Avisou com nervosismo.
Passamos pelo Jeep do Emmett no estacionamento, e eu senti um pouco de alívio em

saber que alguém da minha família estaria presente, afinal era um dia que eu tinha
todos os motivos para estar infeliz.
O local estava extremamente enfeitado, bem diferente dos outros desfiles. Porém o
palco para desfiles estava lá e os fotógrafos também. Logo me familiarizei.
O carrinho parou, eu desci e os fotógrafos vieram tirar fotos. Pousei, pousei, pousei, e
isso não estava comum aos outros desfiles. Imaginei que deviam ser fotógrafos dos
jornais do meu pai.
“Agora é você. Arrasa!” Perrine disse e eu caminhei, olhando de perto agora para a
tenda.
“Aqui?” Perguntei, olhei em volta e avaliei todo o lugar. Era um campo aberto, um
grande espaço rodeado de árvores, com diversos tipos de flores naturais. A tenda,
extremamente branca, estava enfeitada por rosas vermelhas que fazia arcos nas
entradas e laterais. O sol estava em um ângulo lindo, brilhando no rio, atrás da tenda.
Ela estava fechada por voais, portanto eu não via o espaço para o desfile. Isso me
deixava nervosa.
“Vamos, lindinha?” Perrine pegou no meu braço e me conduziu a entrada.
Saltitante, sorridente e com um bouquet de copos de leite na mão, Alice veio em

minha direção seguida por meu pai. Imediatamente, Perrine puxou o pano na entrada,
uma música ao som de violino e piano se iniciou e as pessoas ficaram em pé.
O momento seguinte foi como se eu estivesse em transe, vendo tudo em câmera

lenta. Meus olhos vagaram pela tenda visualizando um tapete branco, cadeiras
brancas forradas com cetim e rosas vermelhas que formavam bouquets no corredor
central.
Meus olhos avançaram lentamente para frente e meu coração correu. Confusa e
subitamente nervosa, encontrei o fim do corredor. Trêmula, levantei meu olhar, ainda
em câmera lenta e ofeguei com a visão que encheu meus olhos. Um anjo glorioso
vestido de fraque bege captou minha atenção, sorrindo o sorriso mais lindo que eu já
presenciei.
Instantaneamente, uma lágrima brotou dos meus olhos e eu percebi que estava
segurando o ar. Sorri e respirei fundo, passando depois as costas da minha mão no
meu rosto. Não existia mais nada além de alegria infinita me inundando lentamente.
Agora tudo se encaixava. Ele estava preparando o casamento exatamente como eu lhe
descrevi no início do ano.
1422 de 1595 26/05/2011 20:45

Senti uma mão se colocando sobre a minha e virei o rosto.
“Surpresa?” Meu pai sorriu e limpou o meu rosto.
“E como!” Admiti, percebendo todos os olhos direcionados a nós parados na porta.
“E aí? Você quer ir?” Papai deu a opção com a sobrancelha arqueada.
De novo, olhei para frente e encontrei os olhos do Edward de novo, eles eram intensos
e apreensivos. Sorri e ele sorriu de volta, aliviado.
“Vamos.” Afirmei e respirei fundo.
“Assim que mudar a música você vai.” Alice sibilou e caminhou em lentos passos.
Era um absurdo que a minha tristeza de minutos atrás tivesse ido em tão somente
vê-lo. Mas era verdade. Eu estava verdadeiramente feliz.
Ansiosa, ouvi a última nota da entrada de Alice e respirei fundo novamente, sabendo
que a próxima a atravessar o tapete seria eu.
Edward POV
Era irracional que eu estivesse tão nervoso assim. Parecia uma noiva em dia de
casamento! Eu tenho razão de estar inseguro, não tenho? E se ela estivesse muito
encolerizada comigo?
Desde o início toda essa armação gerou muito receio em mim. A idéia foi do Carlisle,
exposta no dia da formatura. Ele alegou que ― por fé em nós ―, não lançou uma nota
de cancelamento do evento quando soube que terminamos, além disso, manteve a
data.
Opus-me inicialmente, temendo o risco. Porém, ao ver sua empolgação, concordei,

impondo como única objeção escolher tudo que Bella expôs no Caribe. Ou seja: casar
em Forks, ao fim da tarde e a com decoração de rosas vermelhas.
Alice e Carlisle passaram a semana correndo para organizar. Emmett passou os três
últimos dias comigo trancado no flat do Carl, tentando aperfeiçoar uma música.
Carlisle pediu que eu não atendesse aos telefonemas, pois ele queria que a surpresa
fosse completa. Ele sabia que se ela me pressionasse, eu não conseguiria esconder.
Por momentos eu senti angústia, tristeza por fazê-la se sentir abandonada, contudo eu
contei que as minhas idas à noite, escondido, durante o seu sono, aliviasse a sua
saudade de mim, assim como estava aliviando a minha saudade dela.
Hoje, logo que ouvi o som do helicóptero no horário marcado, o nervosismo

aumentou. O cerimonial foi deveras eficiente, restava-se saber como ela reagiria.
Meu sangue correu e minha respiração acelerou quando ela apareceu exageradamente
perdida na porta. Isso não é uma hipérbole, ela realmente estava perdida. E eu:
desesperado.
Por um momento eu tive medo. Vários pensamentos me perturbavam. Teria ela
1423 de 1595 26/05/2011 20:45

desistido de mim por eu ter sumido essa semana? Balancei a cabeça expulsando a
complexidade e levantei meus olhos. Quando seus olhos encontraram os meus, eu
ofeguei e sorri, pedindo que ela me aceitasse com os olhos. O que vi em seguida
encheu-me de dúvida. Ela chorou. Definitivamente chorou. Mas por que ela chorou?
Seria por rejeição? Céus, eu não podia ter esse medo todo. Tinha que ser mais
seguro.
Seu pai tocou o seu braço e ela sorriu, ainda com lágrimas. Novamente, ela olhou em
meus olhos e eu queria perguntar se ela iria me aceitar, queria explicar que a culpa
não era minha, queria dizer que fui vê-la à noite, que dormi algumas horas com ela...
Então ela sorriu. Ela sorriu me aceitando, o que fez meu coração inflar de alegria.
Uma súbita vontade de diminuir a distância e ir buscá-la me inundou, todavia Alice

entrou, logo em poucos minutos ela estaria em meus braços. Minha, pra sempre
minha.
A marcha de Mendelssohn finalmente se iniciou e Bella entrou em lentos passos, com

um brilho magistral no rosto. O vestido a deixava com uma solenidade exultante e
tudo que eu via era luz irradiar dos seus olhos. Era mágico aquele instante em que ela
caminhava em minha direção, a cada passo ela iluminava tudo. Uma luz forte, uma
recompensa buscada, sonhada e alcançada. Minhas mãos suavam e a emoção era tão
intensa que me fazia ofegar.
Seu pai sorriu e me abraçou, entregando-me ela em seguida
Minha, pra sempre minha. ― O presunçoso e possessivo que habitava em mim gritou.
Seus olhos encontraram os meus, agora de perto, queimando os meus, tamanha era a
intensidade de emoções que nos envolvia. Ainda que eu lutasse contra, umidade
invadiu os meus olhos e desceram lentamente em conjunto com as suas.
“Conseguimos.” Eu disse exultante e ela sorriu.
Beijei sua testa e nos viramos para o reverendo. O sermão seguiu-se rápido. Vez ou
outra ela apertava a minha mão e eu olhava em seus olhos, sabendo que existiam mil
perguntas em sua cabeça, mas continha-a com o meu sorriso e voltava a atenção ao
reverendo, lembrando ter uma vida para explicar.
“Bella Cullen, você aceita Edward Cullen como seu legitimo esposo prometendo
amá-lo, respeitá-lo...” No momento em que o reverendo invocou o juramento, uma
nova onda de emoção subiu o meu corpo, trazendo ansiedade e alegria, fazendo que
meu olhos se conectassem ao dela, como se eu estivesse vendo sua alma. “... na
alegria ou na dor, até que a morte os separe?”
Ela olhou intensamente em meus olhos.
“Eu aceito.” Disse majestosamente. Minha, pra sempre minha.
“Edward Cullen...” Ela arregalou os olhos, atentando agora para o nome o qual fui
chamado, e eu sorri. “Você aceita Bella Cullen como sua legitima esposa, prometendo
cuidar, amar, respeitar... na alegria ou na dor, até que a morte os separe?”
“Eu aceito.” Jurei, transbordando júbilo e aproximei do ouvido dela. “Por essa e por
quantas vidas se seguirem, de preferência a Eternidade.”
Minha, pra sempre minha
1424 de 1595 26/05/2011 20:45

Agora eu não era só presunçoso, eu era vitorioso. Nós conseguimos quando tudo
apostava contra nós. Ela sorriu. Ela não poderia compreender como eu cria nisso
veementemente. Eu sabia que o meu amor por ela era tão poderoso que excedia uma
vida. Durante a eternidade eu a amarei. Além dos Céus e da Terra eu a amarei.
“Eu vos declaro marido e mulher.” Sorrimos juntos e nos viramos. “Pode beijar sua
esposa.”
Levantei o seu queixo e encostei os meus lábios o mais leve possível, receoso com os
expectadores. Porém, porque ela era Bella ― ansiosa, impaciente e determinada ―,
ela atacou os meus lábios e se abandonou, esquecendo as pessoas e os flashs. Ela
prendeu o meu cabelo e, em um beijo fervoroso, sugou os meus lábios com
veneração, paixão, a paixão que eu amo nela. Logo, o beijo que era para ser uma
cerimônia, se transformou em correntes e pulsações.
Abracei-a, esquecendo onde estávamos, motivos e razões, e entreguei-me ao prazer

enorme de tê-la minha, eletrocutando o meu coração em um inflar a quase explodir.
Depois de uns segundos, ouvimos palmas e, em um átimo, fui trazido de volta à

realidade. Ofegante e desajeitado, finalizei o beijo com dois selinhos, sorri em seus
lábios e nos viramos para a multidão. Tudo que se repetia em minha mente, era que
ela era minha, pra sempre minha.
Bella POV
Feliz para sempre, foi o que pensei no momento em que o reverendo nos deu a
benção. Conseguimos. Nós conseguimos. No dia em que o conheci, sete anos atrás,
eu disse que iria casar com ele, e aqui estávamos, pra sempre juntos.
A multidão se atravessava para nos cumprimentar e os vários rostos familiares ficaram

próximos. Os colegas do jornal, os amigos de Edward de Forks, amigos do meu pai.
Os rostos eram tantos que eu não conseguia contar.
“Parabéns, vocês merecem.” Ryan disse, e ele a Sophia nos abraçaram.
“Qual a sensação de casar de surpresa, Bella?” Sophia perguntou.
Virei para Edward e pendurei em seu pescoço.
“Fora a raiva que eu passei pelo namorado sumido, foi perfeito. Fui uma noiva livre da
tensão pré casamento.” Sorrimos e eles nos deixaram para os próximos
cumprimentos.
De mãos dadas com Edward, cumprimentávamos os convidados. Em alguns

momentos meu pai nos conduzia e apresentava para os seus amigos, pousando
conosco para algumas fotos.
O sol se punha sobre o rio e a imagem era tão perfeita que parecia arquitetada.
Direcionamos á parte externa da tenda, onde presenciei vários garçons vestidos de
branco e usando luvas, servindo a multidão que já se encontrava sentada em volta de
um largo piso flutuante, montado sobre a grama, no lugar onde inicialmente eu pensei
que seria o desfile.
1425 de 1595 26/05/2011 20:45

“Por que você escolheu este lugar?” Sibilei quando direcionávamos à mesa do bolo.
“Eu vinha muito aqui quando criança.” Explicou. “Eu gostava de estudar aqui. Gostava
de ver o sol se por no rio. Eu considerava a minha clareira.”
“Obrigada por isso.” Pendurei em seu pescoço e beijei os seus lábios, tentando
demonstrar todos os sentimentos que eu podia reunir, toda gratidão que eu pudesse
expressar. Ele me apertou, quase quebrando os meus ossos, aprofundando o beijo,
sugando meus lábios com paixão.
“Puta que pariu! Vocês dois não agüentam esperar a lua de mel não?” Jasper gritou
brincalhão e nós sorrimos, sem desgrudar do abraço, olhando intensamente um para
o outro. “Desgruda. Eu quero abraçar a minha irmã, maníaco, posso?” Ele se
atravessou entre nós, empurrando Edward. Sorri e abri os braços para ele, que
segurava na mão da Alice. “Parabéns, Bella perva. Até que enfim minha novela
mexicana tem um final feliz, ou melhor, um início feliz .” Ele me abraçou forte, me
erguendo do chão e balançando comigo para o lado.
“Obrigada, irmão. Você sabe que teve uma participação muito grande nisso aqui, né?”
Disse sorrindo e ele fez uma careta.
“Com certeza. Se dependesse só do banana do meu irmão, vocês não teriam

desenrolado nunca .” Sorrimos e ele se direcionou ao Edward.
“Seja feliz, irmão. Você merece.” Sem hesitar, Jasper deu um abraço no Edward.
Todos sorrimos de sua atitude incomum.
“Ain, Bella, Você nem sabe como eu tô feliz da minha irmã casar com o meu irmão.
Isso é um rolo!!” Alice me abraçou e gargalhamos. “Agora está na hora de cortar o
bolo, afinal tem uma banda maravilhosa que contratamos, né irmão?” Sorriu cúmplice
para Edward sorriu, depois ela voou em seu pescoço. “Como disse Jasper, vocês
merecem ser felizes. Já disse que amo vocês?” Ela abraçou nós dois. “Eu amo vocês.”
Nos colocamos atrás da mesa e os flashs continuavam disparados em nossa direção.

Assim, pousamos para as fotos tradicionais cortando o bolo, trocando champagne...
...E eu sabia ser chegada a hora.
“Feliz aniversário, anjinho.” Disse segurando um pedaço de bolo para ele, olhando
intensamente em seus olhos.” Eu tenho dois presentes para você. “Disse não me
importando com os flashs e os olhares.
“Você é meu presente.” Ele enlaçou a minha cintura e colou as nossas testas.
“Não... Você me deu um presente significando amor infinito, eu tenho dois que será
uma ligação eterna. Eu e você fundidos em duas pessoas.” Eu disse acariciando o seu
rosto. “Com os seus olhos, ou os meus, sua boca ou a minha, mas o importante é que
cada célula deles terá nós dois.” Pequenas lágrimas felizes brilhavam em meus olhos,
eu estava feliz demais para ser verdade.
Ele secou minhas lágrimas com o semblante inexpressível, ainda olhando em meus
olhos.
“Bella?” Surpresa era nítida em seus olhos. Ele ainda estava desentendido.
“Você vai ser papai, Edward! De gêmeos!” Disse contente e enlacei os dedos em seu
1426 de 1595 26/05/2011 20:45

pescoço. “O nome de um eu já escolhi, se for homem. Você tem o direito de escolher

o outro.” Sorri, mas ele permaneceu quieto.
Depois de uns segundos, ele abriu a boca e ficou com o rosto vazio, congelado por
minutos, depois balançou a cabeça e me afastou, estudando o meu rosto.
“Edward?” Perguntei insegura.
Ele levantou uma mão pedindo para eu esperar. Limpei o rosto, ansiosa, olhando-o
com os olhos cerrados. Eu queria saber o que se passava na cabeça dele.
“Bella, você está grávida há quantos dias?” Ele perguntou roboticamente, com o
semblante congelado. Não parecia estar falando comigo.
“Dois meses.” Eu não estava entendendo a sua falta de entusiasmo.
Ele alternou o olhar entre minha barriga e meu rosto, com o semblante sem emoção.
“Eu não acredito.” Sussurrou. “Eu não acredito que você teve coragem.” Stress
invadiu o seu rosto, me deixando confusa. Será que ele não estava feliz?
“O que há, Edward?” Eu estava ficando insegura, triste.
Ele balançava a cabeça ansioso, respirando irregularmente, com os olhos

compenetrado em direção à minha barriga.
“Bella, você entrou em uma briga esperando um filho meu!” Ele inclinou, pegou em
minha barriga com ar protetor, e eu devia ter imaginado que sua neura era excesso de
cuidado, já que ele é obsessivo. “Você foi inconseqüente. Você já sabia?!” Atropelou
em palavras e eu segurei seu rosto com as duas mãos.
“Ei, calma, eu tô bem. Nossos bebes estão bem.” Beijei o seu rosto, tentando dissipar
seu nervosismo. “Passou. Eu os vi essa semana. Estão saudáveis e perfeitos.”
Instantaneamente, eu vi vida lampejar em seus olhos novamente e um sorriso

iluminou os seus lábios.
“GÊMEOS, BELLA?!” Ele sorriu grande e me ergueu do chão em um abraço.

Rapidamente, ele se assustou e me colocou de novo no chão. “Você tem que tomar
muito cuidado.” Disse freneticamente. “Tem que comer direito, não pode fazer
esforço, nem beber drinques, não pode dormir tarde, nada de andar de patins...” O
obsessivo atropelou em palavras de novo.
“PÁRA!” Calei-o, sorrindo. “Eu não estou doente. Só grávida.” Olhei para baixo e
coloquei a mão na barriga. “Muito grávida, pra ser sincera, mas tô normal. Não pense
que você vai me regular. Vou continuar dançando, fazendo amor, tudo normal. Não
venha me tratar como algo quebrável.” Exigi e beijei o seu rosto.
Ele sorriu brilhantemente, agora plenamente consciente de com quem ele lidava,
depois me abraçou, colocando minha cabeça em seu peito e a mão em minha nuca.
“Obrigado. Obrigado pelo presente. Obrigado por eles. Você não podia me dar algo
melhor, além de você, é claro. Já disse que eu te amo hoje?” Eu pendurei em seu
pescoço, contente, e os flashs dispararam.
Ele me afastou e segurou meu rosto com uma mão, me olhando intensamente.
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“Eu te amo.” Ele beijou minha boca, beijo de adoração, depois ajoelhou. “Eu te amo”
Ele beijou minha barriga. Flashs dispararam. “E eu te amo.” Beijou o outro lado da
barriga, voltou para os meus lábios e eu sorri em vê-lo tão a vontade sabendo que
estava rodeado de olhos e de flashs. “Três vezes eu te amo.” Ele deu vários beijinhos
carinhosos por todo o meu rosto e me abraçou.
“Hora do Bouquet.” A cerimonialista avisou, interrompendo o nosso momento familiar

tão intimo.
Andei em direção ao espaço livre próximo ao piso flutuante e a mulherada gritava

entusiasmada. Com precisão, fiquei de costas para elas e joguei o bouquet para o
alto, virando em seguida para vê-lo cair nas mão da Jéssica. Ela sorriu cúmplice pra
mim e saiu pulando em direção ao Mike. Sorri e me direcionei ao palco, pois, alguém
precisava abrir a pista de dança, afinal, como disse Alice, tinha uma banda para tocar!
Atrás do piso flutuante se encontrava um grande palco, o que eu tive certeza que seria
para a banda de música. Ao chegarmos ao centro do piso, vários refletores foram
ligados, iluminando o ambiente em antecipação, e uma valsa se iniciou.
“Concede-me a dança, senhora Cullen?” Foi extasiante ouvi-lo falar o nosso

sobrenome com tanta graça. Isso era algo que eu sempre sonhei: que ele aceitasse o
meu nome, ao invés do dela. Ai, Bella, ela é passado. Ela não existe para vocês.
sorri.
Levantei minha mão, pousei em seu ombro e movemos os pés, girando, sorrindo
bobos. Ele me olhava com tanta veneração que eu me sentia deslumbrada. Suas mãos
me seguravam com – excessivo - cuidado, como seu eu fosse um cristal, e assim, a
música terminou, aparecendo depois ao meu lado o meu pai e Esme para a próxima
música.
“Esta feliz, filha?” Papai me rodou, cheio de aptidão com a dança.
“Muito, pai. Obrigada por tudo.”
“Ele é admirável, Bella. Ele me surpreendeu. Ele ama você de verdade.”
“Eu sei.” Sorri e giramos.
Meus irmãos se posicionaram, esperando a próxima dança. Primeiro dancei com

Emmett, depois com Jasper, então com Mike. Eu já estava cansada, doida para
terminar as valsas e começar uma música agitada. Mas Ryan se posicionou após Mike,
eu dancei sorrindo muito, e por fim, vi alguém que eu não tinha visto ainda. Brandon.
“Parabéns, mocinha.” Ele me abraçou e me tirou para a dança.
“Obrigada. Brandon, eu nem conversei com você depois daquele dia.” Murmurei
constrangida. Mesmo encontrando com ele no jornal, não tivemos tempo de
conversar.
“Estou feliz por você. Quando seu pai mandou alternar o local do casamento no jornal,
eu tive certeza que deu tudo certo.” Ele estava à vontade. Realmente feliz conosco.
“E o que você fez naquele dia? Você sumiu...”
“Dormi com uma amiga sua.” Ele torceu os lábios em um sorriso sem graça.
1428 de 1595 26/05/2011 20:45

“Quê?” Eu não estava acreditando.
“Uma amiga sua machucada com uma direita e uma esquerda que você deu nela.” Ele
sorriu maior.
“Não!” Afastei para olhar no seu rosto.
“Sim.” Ele gargalhou.
“Sério?”
“Sim.”
“Explica isso.”
“Eu a conheci lá fora e não sabia que era ela a pessoa responsável por tudo, então
conversamos e demos uns amassos antes da briga. Mais tarde Edward falou e depois
do desentendimento entre vocês eu fui ouvi-la. Eu acreditei nela. Inclusive a convidei
para vir. Ela relutou, mas veio. Ela lamenta por tudo e quer pedir desculpa.” Olhei
embasbacada em direção as pessoas e ela estava lá, acuada, encolhida em uma
cadeira.
“Fala que está tudo bem. Mas eu não a quero perto da gente.”
“Tudo bem.”
A música acabou e ele me soltou.
“Boa noite a todos.” Ouvi uma voz rouca e me virei para o palco. Era Edward. “Acho
que já me conhecem, eu sou o noivo.” Ele riu e todos riram. “Bom, estou aqui para
fazer um anuncio.” Ele estava descontraído e espontâneo. “Carlisle, sua filha está
grávida. Eu vou ser pai!!” Ele apontou o dedo para o meu pai e sorriu. “E não me olhe
assim porque eu só fiquei sabendo hoje.” Todos gargalharam. “Mike, seu filho é o
mais velho, mas eu consegui fazer DOIS! Não é qualquer um que consegue!!” Eu já
colocava a mão na barriga de tanto rir. “Paizão, em breve aquela casa vai ter menino
saindo pelas janelas.” Ele não tinha bebido, estava simplesmente alegre e se sentindo
a vontade. Podia ser que sua experiência com público o estivesse ajudando. Toda a
sua timidez não tinha nem sinal ali. Ele olhou em minha direção. “Amor, obrigado.
Acho que eu sou o homem mais feliz da Terra. Nada poderia melhorar em meu
mundo. Você é meu tudo.”
Ele sorria e olhava intensamente em minha direção.
“Você teve uma surpresa para mim, e eu tenho uma para você.” Ele sentou em um
banquinho e Emmett colocou um violão na mão dele. “Durante muito tempo eu pensei
em uma forma de entrar em seu mundo, de me aproximar mais de você, e assim, eu
tentei a música.” Emmett colocou um microfone sem fio auricular nele e se afastou. “É
meu assistente de palco.” Ele apontou para Emmett e arrancou um sorriso do público.
“Bom, vocês pensam que eu não estou nervoso, mas na verdade eu estou MUITO
nervoso e tremendo, tentando ser engraçado.” Todos riram mais uma vez. “Então,
amor, hora da revelação. Eu aprendi a tocar violão sozinho, depois Emmett me ajudou
a aperfeiçoar nos dias em que nós nos escondíamos no estúdio, e assim, essa semana
passamos três dias ensaiando para que eu pudesse hoje trazer a música para você. Te
presentear. Me aproximar mais ainda da pessoa sensacional, deslumbrante e viva que
você é.”
1429 de 1595 26/05/2011 20:45

Ele dedilhou e eu estava desacreditada em como ele conseguiu esconder isso de mim
tanto tempo.
Ele não ia só tocar ou só cantar, ele ia fazer os dois. Para um recém criado músico
isso era extremamente difícil. Ele estava sendo excessivamente corajoso.
Encantada, olhei para ele de frente ao palco e dei o meu melhor sorriso, o
encorajando. Eu não esperava muito, mas só dele estar lá, eu estava orgulhosa dele.
http://www.4shared.com/file/50913220/2072ed6b
/_2__Lionel_Richie_And_Diana_Ro.html
(n/a; A música é linda. Temos que imaginar aquela voz rouca e sexy).
Meu amor,
Há somente você na minha vida
A única coisa que é certa
Meu primeiro amor,
Você é”tudo que respiro"
Você é cada passo que dou
Sua voz era rouca e macia, e a cada pronuncia das palavras em sua boca, eu me
arrepiava. Era como se ele falasse ao meu ouvido, distribuindo sensações quentes
pelo meu corpo.
E eu,
Eu quero dividir, todo o meu amor com você
Ninguém mais o fará
E seus olhos,
Eles me dizem o quanto você se importa
Oh sim, você sempre será:
Meu amor sem fim
Ele fechou os olhos e cantou com tanta paixão, que não parecia ser a primeira vez que
ele cantava em público. Ele tinha desenvoltura, encanto, ardência. Meu anjinho tinha
diversas facetas e a cada dia ele se descobria mais.
Dois corações, Dois corações que batem como um só

Nossas vidas apenas começaram
Para sempre
Eu te segurarei apertado em meus braços
Eu não consigo resistir aos seus encantos
Porque você, Você significa o mundo para mim

Oh, Eu sei, Eu encontrei em você
Meu amor sem fim
1430 de 1595 26/05/2011 20:45

Eu sei que estava sendo uma boba, mas as lágrimas brotaram felizes dos meus olhos
em vê-lo lá em cima. Ele era o meu anjo, o meu namorado, meu eterno namorado, pai
dos meus filhos, meu irmão, marido, companheiro. Ele era meu tudo. Enquanto ele
cantava, eu podia ouvir a promessa em seus lábios. Ele prometia o seu eterno amor e
tudo que eu podia era ser grata. Grata por termos chegado até aqui. Grata por tê-lo
alcançado, por ter superado, por termos vencido.
A música cresceu completamente e ele pôs mais voz, mais força, mais fé ardente,
direto para o meu coração.
E amor,
Eu serei aquele bobo, por você, tenho certeza,
Você sabe que não ligo
E Sim, você será a única,
Pois ninguém pode negar
Este amor que tenho aqui dentro
Eu o darei todo para você, meu amor
Meu amor sem fim...
Era tanta emoção no ar que após o término da música ainda ouve silêncio. Então eu
enxuguei as lágrimas, andei até em frente ao palco e sorri, batendo palmas, o que
desencadeou sorrisos, assovios e palmas.
“LINDO!!!” Gritei, e ele, com um sorriso radiante de vitória, PULOU no palco em minha
direção.
Ofegando de emoção, ele enlaçou forte a minha cintura e me beijou, lento, mas com
ímpeto ardente que me fazia arrepiar. Novamente ouvimos gritos, mas esses foram
abafados com o som de uma música. Em nenhum momento ele soltou os meus lábios,
e eu já calculava o peso do vestido para jogar minhas pernas em cima dele.
Novamente meu sangue corria e conforme nossas bocas se buscava eu me

perguntava se algum dia eu iria superar ao efeito devastador que ele tinha sobre mim
e que causava em meu corpo.
Eu espero que não.
Ele sorriu em meus lábios e me olhou, aquele olhar de quem alcançou algo sonhado,
como dádiva. Olhei de volta, querendo que ele soubesse tudo que havia em mim,
querendo que ele enxergasse a tamanha gratidão que eu tinha por tê-lo alcançado.
Nessa vida e na eternidade.
“Minha esposa.” Declarou com grande ardor.
As pessoas já dançavam em nossa volta, a banda tinha começado a tocar túnel do

tempo. Rock dos anos 60. Nada melhor para começar festa de casamento. Eu queria
dançar, mas olhei para o meu vestido e o senti pesado.
“Bom, esse seria o horário para a nossa deixa, você sabe disso né?” Ele afastou o meu
1431 de 1595 26/05/2011 20:45

rosto e segurou em suas mãos. Eu assenti, sem concordar. Ele viu o meu olhar e
sorriu. “Mas como eu te conheço, não creio que precisemos nos apressar, afinal, você
não vai querer deixar sua festa de casamento, né?” Eu assenti sorrindo satisfeita e ele
sorriu maior. “Nem eu. Então temos que tomar algumas atitudes antes de dançar.
Afinal, a senhora tem que comer.”
“Ok.” concordei sorrindo. Ele não ia deixar de ser protetor.
Satisfeita em poder curtir nossa festa, descemos do piso e atravessamos a grama,

indo direto para uma tenda pequena, um quarto improvisado. Entrei, sentei em um
sofá e ele conversou com alguém do cerimonial na porta.
“Pronto, alguém está chamando Alice e o garçom vai trazer algo para você comer
aqui. Primeiro a obrigação, depois a diversão.” Ele me levantou do sofá pela mão e
beijou o meu ombro. “Eu vou adiantar o serviço da Alice.” Ele abaixou zíper do meu
vestido e fez com que o vestido deslizasse para as minhas pernas, me deixando com o
conjunto meia taça branco e a cinta liga.
Beijando o meu ombro e pescoço, ele deslizou a mão lentamente pelo corpo,
demorando na cintura, desenhando a curva com os dedos. Seus lábios subiram em
meu pescoço, ele enfiou os dedos na minha nuca e procurou os meus lábios. Ofeguei
e me apertei a ele, calculando que eu estava só de roupas intimas e tudo seria mais
fácil. Ele sorriu em meus lábios e acariciou os meus seios, descendo com os lábios.
“Aproveita, que em breve não serão mais essas formas.” Arfei, sentindo o sangue
correr, o fogo arder com os seus lábios. Ele sorriu e se ajoelhou. Eu fiquei sem
entender. Não queria que ele parasse.
Suas mãos abraçaram meu quadril, e ele beijou minha barriga.
“Eu estava doido para vir aqui ver como que estava sua barriga sem roupa.” Ele
continuou beijando.
Eu gargalhei. “Ai, Edward, eles só têm dois meses. São muito pequenos. O único
efeito que eles fazem no corpo é o enjôo e a moleza. Só isso. Mas eu já tô tomando
remédio.”
Ele continuou beijando. “Mas eles estão aqui.” Era uma afirmação convicta.
“Sim.” Revirei os olhos, ele parecia um menino bobo com um presente, ainda beijando
e fazendo cócegas na minha barriga.
“Nossa!!! Quê isso? Não vão esperar nem sair daqui?” Alice entrou com um vestido na
mão e pegou Edward ajoelhado, eu, só de lingerie e ele de joelhos me beijando. Do
ângulo que ela estava, era cena constrangedora de se pegar. Sorrimos e ela entrou
mesmo assim. “Como diz Jasper, vocês são uns pervertidos.” Ela ignorou Edward
ajoelhado e levantou o vestido para mim. “Fui eu quem escolhi. É um vestido perfeito
para dançar. Além disso, você tem que aproveitar as suas formas.”
Ela deslizou o vestido sobre mim. Era um vestido branco, justo, curto, tomara que
caia e com pedrarias. Praticamente um vestido de noiva, porém justo.
“Esse é o da festa. O da lua de mel é outro.”
O Garçom chamou na entrada da tenda e Edward buscou um prato com folheados,

canapés, cremes e suco. Sentei, e nós dois comemos enquanto Alice explicava como
1432 de 1595 26/05/2011 20:45

conseguiu a banda. O som das músicas estava me chamando, então eu comi

apressada, ansiosa por voltar para a pista. Terminamos, passei na mesa para pegar
uns chocolates e nos direcionamos a pista.
“Nossa, é incrível como Alice pensou em tudo.” Ele comentou admirado, quando
passávamos pelas mesas enfeitadas com grandes bouquets de rosas vermelhas e
brancas.
“Como assim?”
“Esse lugar é só uma clareira, Bella. Eu pensei que ia ser uma coisa simples para
amigos, e ela me faz um mega evento desses em uma semana. Eu até assustei
quando vi a precisão.”
“Os contatos ajudam, e todos lá em casa adoram festa.” Eu disse conclusivamente,

como se tivesse sido algo fácil.
“Eu também.” Ele me pegou no colo, ainda caminhando para a pista de dança. Flashs
dispararam
“Eu também?” Duvidei pressionando um beijo em seu pescoço.
“Eu também. Não tem por que não gostar. Se minha mulher adora, eu também adoro.
Eu adoro qualquer coisa que nos deixe mais felizes. Inclusive festas. ” Ele me beijou
ainda em seu colo, e quando abri meus olhos já estávamos no centro da pista, com
várias pessoas dançando em nossa volta.
http://www.4shared.com/file/132273296/cf6ba7e/1978_-_village_people_-
_macho_.html?s=1
Logo nós fomos separados e os meninos o pegaram para dançar. Passava rock dos
anos oitenta, macho man de village people. Eles arrancaram o blazer e gravata do
Edward, rindo e jogando em minha direção, depois o colocaram na roda, fazendo com
que ele rebolasse e cantasse macho man.
O que vi em seguida me matou de rir. Os homens: Jasper, Emmett e Ryan rebolavam,

mostravam os músculos e passavam a mão no Edward. Eu ria e ofegava, com o tanto
que era engraçado. Edward gargalhava, olhava para mim e dançava, exibindo os
músculos. Boas doses de felicidade.
http://www.4shared.com/file/98539062/af6bb57a/rick_martin_-
_living_la_vida_l.html?s=1
A música seguinte foi do Rick Martim, LIVIN' LA VIDA LOCA vivendo um vida louca.
Foi explosão geral. A pista ferveu de gente. As mulheres puderam pegar os seus
homens, já que eles pararam o exibicionismo de macho man, e o som contagiou o
local. Ao olhar em volta, não tinha uma cadeira ocupada. Todas as pessoas estavam
em pé.
1433 de 1595 26/05/2011 20:45

Edward me pegou completamente agitado, me rodando pela mão, cantando, girando.

Dançávamos de costas um no outro, jogávamos a mão para cima. Balançávamos e
ríamos, riamos muito.
A banda percebeu o sucesso e esticou a música, então nossos irmãos iniciaram um

trenzinho, nos colocando na frente, depois fizeram uma rodinha de exibicionismo,
onde todos tiveram sua vez. Empolgados, jogaram nós dois para cima, eu com
excesso de cuidado, e assim, a festa continuava.
A música trocou mais uma vez e meu anjinho pode grudar em mim de novo, me
abraçando, girando, colando em mim. Ele era só sorriso, suor e agitação. Eu estava
feliz. Não poderia ter escolhido melhor. Ele era perfeito para mim. Disposto a me fazer
feliz.
Olhei em minha volta e pude ver tudo em seu perfeito lugar. Meu pai girando Esme, o
amor de sua vida. Jasper saudável e grudado no seu chicletinho. A Jess dançando com
o seu bebê, Mike, já que o seu bebezinho devia estar no colo da avó em algum lugar.
Emmett e Rosalie estavam tendo aqueles momentos íntimos em público. Eles se
beijavam e se adoravam com os olhos, ela era a única mulher no mundo para ele.
E eu...
A música ficou lenta, pendurei minhas mãos em seu pescoço, suada, ainda eufórica e
olhei para o céu. Mais uma vez agradecida a Deus por termos chegado aqui.
Senti a calma da música e refleti na letra, como se tivesse sido escrita para nós.
http://www.4shared.com/file/62970231/ca8ba038/shanaia_twain-
_youre_still_the.html?s=1
You're Still The One - Você ainda é o único
Quando eu te vi pela primeira vez, eu vi o amor.

E na primeira vez que você me tocou, eu senti o amor
E depois desse tempo todo, você ainda é quem eu amo.
Parece que nós conseguimos

Olhe o quanto nós chegamos longe meu querido
Nós devemos ter seguido o caminho longo
Nós sabíamos que chegaríamos lá algum dia
“E para onde nós vamos?” Ergui a sobrancelha, e ele fez uma careta.
“Você vai me torturar para descobrir?” Ele deu um sorriso malicioso. “Estou contando
com essa tortura.” Ele mordiscou a minha orelha e apertou minha cintura.
“Não. Não vou te obrigar se você não quiser falar.” Enlacei os cabelos dele com os
dedos, carinhosamente.
Ele fez um rostinho de decepção.
1434 de 1595 26/05/2011 20:45

“Poxa, pensei que você ia usar seu poder de persuasão e iria tirar peça por peça me
coagindo a falar.” Disse com um sorriso torto e passou o dedo do meu pescoço ao vão
do meu seio. “Assim eu não vou poder me defender quando Alice vier me encher por
ter falado.” Ele me deu beijinhos de luz, segurando a minha nuca.
Não existe nada melhor

Nós derrotamos o improvável juntos
Eu estou feliz por não termos desistido de nós
Olhe o que nós poderíamos estar perdendo
Eles diziam,”Eu aposto que eles nunca conseguirão"

Mas somente olhe para nós aqui
Nós ainda estamos juntos e forte
Maliciosa, apertei-me a ele e mordi o seu queixo.
“Se você me falar, eu faço uma coisa com você dentro do avião.” Insinuei, e ele sorriu
ao perceber que eu entrei na brincadeira.
“Isso não é uma proposta muito tentadora, se analisarmos que no avião só vai ter nós
dois e o piloto.” Ele deu uma piscadela maliciosa.
Assustei. Eu não estava acreditando no que ele estava dizendo. O Anjinho em estado
normal queria ação, perigo, adrenalina!? Eu nunca imaginei que ele ficaria assim.
Nunca
Nunca
Sempre
Sempre
Sempre soube.
Gargalhei internamente.
“Que tal atrás do palco?” Disse que a voz sedutora e mordisquei a sua orelha,
sentindo que ele se animava.
Você é aquele para quem eu corro

Aquele a quem eu pertenço
Você é aquele que eu quero na vida
“Só se for agora.” Ele sorriu e me beijou nos lábios, mordiscando, porém, depois
ficou cauteloso, com beijinhos leves. “Amor...” Sussurrou em minha boca. “... Eu não
sei como me comportar... Você estando grávida.” Disse receoso.
“Nas semanas passadas eu já estava grávida e você se comportou muito bem. Eu

quero que continue do mesmo jeito.” Disse me apertando mais a ele. “Atrás do
palco?” Murmurei em seu ouvido e mordisquei. Ele pegou minha mão indiscretamente
e me puxou para trás do palco.
...
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“Assim tá bom?” Ele estava um pouco tenso, mesmo assim estava bom.
Eu já estava com as pernas enroscadas em sua cintura, encostada atrás das caixas de
som.
“Pára de conversar! Vamos deitar no chão ali embaixo. Você está muito tenso. Vou te
lembrar de como eu gosto.” Apontei para baixo do palco que era escuro e tinha panos
pretos tapando. Ele não precisava se preocupar com a gravidez.
“Mas e a roupa?”
“É grama. Depois lava.” Eu não estava acreditando que ele estava com o pé frio depois
de ter me chamado para vir.
Ele tirou o blazer, forrou o chão embaixo do palco e deitou. Levantei o vestido, sentei
em cima dele e ataquei seus lábios. Não demorou pra que ele me penetrasse
novamente, então, eu cumpriria meus objetivos: mostraria que nada me incomoda,
por isso sentei e me movimentei do jeito tortura.
Ai, quanta perversão, Bella.- Meu cérebro dizia.
Mas é. Essa posição devia chamar castigo, pois ele sofre com os movimentos e quem
manda sou eu.
Ele olhava em meu rosto com um misto de aflição, desejo e adrenalina. “Você nunca
vai deixar de ser louca?” Ele resfolegou e olhou em volta. Mas ele não tinha com o que
se preocupar. Estávamos seguros. Eu podia até tirar o vestido todo se eu quisesse.
“Foi você quem insinuou.” Acusei e me movi mais rápido, subindo e descendo,
relembrando a ele como gostava de vigor.
“Está bom para você?” Murmurou com a voz rouca, depois fechou os olhos para não
visualizar a cena, e balançou a cabeça, puxando o ar com os dentes.
Eu gemia com as correntes distribuídas. “Muito." Ofeguei, sentindo vibrações subindo

pelo meu ventre. “Eu tenho uma informação para tirar de você e essa tortura é muito
prazerosa.” Arquejei e descansei um pouco o corpo em seu peito.
“Não precisa torturar muito. Eu me rendo. Você venceu.” Ele sorriu descarado e se
projetou, depois me beijou intensamente e moveu os quadris com segurança. Eu
demonstrei que ele não precisava se preocupar, então a cada minuto seu beijo se
tornou mais urgente e suas investidas e mão, mais precisas. Ele me apertava com
força, ansioso, acariciando minha região intima.
“Seu... pai está... negociando... uma ilha no... Brasil... e nós dois... vamos fazer... o
teste...” murmurou entrecortado, beijando a minha orelha e apertando a minha coxa.
“Brasil?!” Ofeguei e sentei novamente, movimentando tortura de novo.
“Sim!!!” Ele apertou minha coxa e revirou os olhos, ofegando.
Ele sentou e arfando me puxou para os seus lábios. “Você é uma senhora agora. Devia
se comportar melhor ao invés de ficar fazendo sexo com o seu bem disposto marido
embaixo de um palco.” Ele sorriu, abriu um pouco o zíper e abaixou o meu vestido,
sugando e lambendo meus seios. “Não tem como te resistir...Você é muito
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Deliciaquentegostosa.” Ele divertia-se e apertou, mordeu, chupou, fazendo eu arquear

e me movimentar com mais ansiedade.
“Sou?” Fechei os olhos, sentindo o prazer crescendo em ondas, queimando. Ofeguei e

ele sentiu, se movendo mais rápido.
“Delícia” Ele apertou meu quadril e se lançou. Prendi o ar e senti minhas pernas
tremerem. Nossa respiração se misturava, nossos desejos se saciavam, eu era dele e
ele era meu. Em um só corpo, uma só alma, unidas, juntas. “Quente.” Sua boca era
pura aflição, se dividindo entre mordiscadas em meus seios e lambidas em meu
pescoço. Ele movia soltando gemidos e murmurando palavras de posse. Todo o meu
ser se unia a ele. Eu serpenteava e gemia juntando meu ritmo ao dele. Nada explicaria
aquela áurea única, perfeita em que nos encaixávamos, selávamos a nossa união.
“Minha.” O meu coração afirmava que eu era dele e que enfrentaria tudo novamente,
quantas vezes fosse necessário, se ao final, permanecêssemos juntos. “Gostosa.”
Disse com os olhos quentes, com luxúria, e eu não poderia me sentir mais realizada,
mais sua do que naquele momento.
Casados. Pra sempre juntos.
Um tremor subiu em minha coluna e o torpor atingiu meu cérebro. Um gritinho

escapou em minha garganta e eu apertei as unhas em seus braços, estimulando ele a
se projetar mais uma vez e depositar a sua vida dentro de mim. Ele ofegou e olhou em
meus olhos, com lágrimas, satisfação plena, a mais bela e completa declaração de
amor, preenchendo a minha razão de existir, que é amar e ser amada da forma plena.
Deitei em seu peito pelos minutos seguintes. Ele tirou lenços descartáveis do bolso e
limpou os excessos.
“Pra que lenços umedecidos?”
“Cansei de ser pego desprevenido. Com você, eu tenho que estar sempre no ponto.”
Ele deu uma piscada maliciosa.
“Mas você imaginou que íamos fugir no dia do nosso casamento?” Sorri em seu peito.
“Com você? Rá, eu sempre tenho que pensar nas coisas mais impossíveis.”
“Arrependido?” Beijei o seu pescoço.
“Não. Nunca. Que histórias teríamos para contar para os nossos netos?” Ele gargalhou
e me abraçou forte.
Um tempo depois, passamos os dois juntos no quarto improvisado e em seguida

voltamos para a pista de dança. A pista ainda estava bombando, pareciam não ter
sentido a nossa falta. Porém, ao voltarmos para o centro nos deparamos com Jasper e
Alice.
"Onde vocês estavam? Eu procurei vocês." Alice perguntou.
"Com tanto mato aqui você ainda pergunta onde os coelhinhos foram?” Jasper
zombou, fazendo gestos com a mão.
"Por que coelhinhos?” Perguntei desentendida.
"Coelhinho dá uma rapidinha, né Bella. Dááá"
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Eu sorri. Eu só podia sorrir do atentado.
"Estávamos dando uma volta.” Expliquei. “O que você queria , Alice?"
"Tá na hora de ir. Vocês têm que ter uma saída triunfal."
"Nós vamos dançar só mais uma música e vamos.” Avisei para Alice e ela saiu, nos
deixando dançando na pista.
Você é aquele que eu amo

Aquele com quem eu sonho
Você é aquele que eu sempre vou dar um beijo de boa noite
“Brasil, é?” Comentei com um sorriso. “Você não sabe o quanto eu tive vontade de te
levar lá quando fui com minha família três anos e meio atrás. O mar de lá é lindo!”
Disse uns dez decibéis acima do normal, tamanha era a minha empolgação.
“Nunca mais você estará sozinha em lugar nenhum. Onde você estiver, eu estarei.”
Ele prometeu.
“Sempre?” Olhei seus olhos, intensamente.
“Sempre.” Ele me abraçou.
“Já disse que te amo hoje?” Perguntei, encantada com a sublimidade daquele
momento em que dançávamos sob luzes piscantes e coloridas, em uma noite que
selávamos com fé a nossa união, com promessas eternas e como testemunhas as
pessoas que nos amam.
Ele segurou o meu rosto, em expectativa.
“Não. Estou esperando você dizer.” Exigiu, com um sorriso dançando no rosto.
“Eu. Te. Amo.” Disse devagar, expressando força e fé em cada pequena letra
proferida.
“Eu também.” Ele tirou os olhos de mim e sorriu.
“Você também se ama?” Brinquei, como de costume.
“Não, minha Bella, minha dona, minha esposa e minha eterna namorada: Eu. Te.
Amo. Sempre vou amar.”
“Pra sempre?” Sorri em seus lábios.
“Sempre e sempre.”
Ser felizes para sempre é estar do lado de quem sempre te dá forças pra lutar. Aquele
que quando você estiver triste com algumas palavra vai te confortar.
Porque a paixão é passageira, mas o verdadeiro amor é para toda a eternidade
1438 de 1595 26/05/2011 20:45

(Internet- Desconhecido)
Notas Finais:
Bom, são tantas emoções.Já estou sofrendo em largar a terra do
nunca.AINDA BEM QUE TEM PARTES COM AS RESOLUÇÕES
FAMILIARES E PROFISSIONAIS DO EDWARD E DA BELLA.MAS EU
ESTOU SEM TEMPO.PRECISO DE DUAS SEMANAS.OBRIGADA
PELOS RECADINHOS, PELO CARINHO, PELAS MENSAGENS, PELO
APOIO, PELAS INDICAÇÕES, PELAS SUGESTÕES, OBRIGADA POR
TUDO.SINTO UMA FELICIDADE ENORME DE TER CHEGADO ATÉ
AQUI. eU PENSEI QUE NÃO CHEGARIA A VINTE CAPITULOS, E,
AQUI ESTOU.OBRIGADA, GENTE, POR COMPARTILHAR.BEIJOS E
MANDEM UM RECADINHO.
1439 de 1595 26/05/2011 20:45

56- Um dia depois de amanhã - Parte-1 escrita por BIA BRAZ

Oi, gente!!!
Importante!!!
Bom, vai ter muita coisa fictícia, mas muita coisa real. Eu não quis envelhecer eles
demais. Eu coloquei uma data para ficar mais fácil visualizar e se localizar. Vamos
começar a trabalhar com o futuro.
Muitos beijos e espero que divirtam-se.
Lembrem-se: Nada de fortes emoções.
Ah, mais uma coisa...Tem uma lemon mais pesada. Eu passei a fic toda regulando
nomes e posições, mas não dá mais, meus personas estão casados agora. Por favor,
curtam, abram as pernas. ( não no sentido literal) No sentido de
relaxem...kkkkkkkkkkkkk
56- Um dia depois de amanhã- parte 1
Bella POV
Novembro de 2014- Quase cinco anos após o casamento.
De olhos fechados, senti que o avião sobrevoava baixo uma cidade, isso era notório
pelo barulho do motor e movimento. Abri os olhos e olhei pela janela, o que vi não me
assustou completamente, eu esperava algo pior.
A cidade parecia um campo de construções coberto por uma cor acinzentada, com
poucas árvores. Não chegava nem perto da bela vista da nossa península de Olympic.
Forks. A cidade que eu aprendi a amar. O lugar onde eu fui mais feliz em nossa vida.
Eu ainda não tinha entendido o porquê de ter vindo no avião do exército americano, se
meu pai tinha o próprio avião. Mas se Edward fez questão disso, devia ter seus
motivos.
Meu pai explicou que era por que o avião do exército tinha radar anti-bomba, mísseis e
um monte de armamento para guerra. Mas qual era o motivo mesmo de tanta
preocupação se o país está em tempo de paz? Edward continua extremamente
protetor.
O Avião pousou na base do exército americano e nós descemos.
“Nossa, aqui é muito quente!” Alice colocou um chapéu em sua cabeça e um boné dos
Bulls na cabeça de seu afilhado.” Está lindo, Carl.” Ela pegou em uma mão dele e
Jasper na outra.
Caminhamos em direção aos carros oficiais. Eram seis Mercedes pretas com
bandeiras dos EUA, e uns motoqueiros vestidos com roupas de gala do exército. De
novo, não entendi o porquê do exagero. Eu não estava entendendo nada.
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“Edward disse que a noite o clima é bom. Além disso, as salas de lá são climatizadas,
vocês não vamos sofrer muito.” Expliquei e amarrei o meu lenço para segurar o
chapéu.
“Bella, você viu o chapéu rosa da Carlie?” Rosalie perguntou. “Esse branquinho não
está destacando os laços do vestido.” Rosalie disse e foi entrando em um carro com
Carlie no colo.
“Eu a vi colocando na mala. Tá difícil de pegar agora, depois você pega.” Avisei e
entrei depois delas.”
“Aqui nesse carro vai só mulher, é?” Jasper encostou-se na porta, reclamando por não
caber ele no nosso carro.
“Sai do pé, Jasper. Depois fala que Alice que é chiclete!” Eu disse séria, tirei os óculos
de sol e encostei minha cabeça no banco.
“Nada a ver seu comentário.” Fez uma careta. “Eu vou levar Carl lá para o carro dos
machos.” Ele pegou Carl do colo de Alice e o colocou no chão, arrumando o seu boné.
“Você tá brabinha só por que Edward não veio, é?” Ele me provocou sorrindo e eu
revirei os olhos.
“Ele é um homem ocupado. Tem os motivos dele de não ter vindo.” Somente informei,
tentando não expor tanto assim minha frustração por isso.
“A Sue quer ir aqui, ainda cabe ela?” Esme perguntou. Eu sorri e afirmei com a cabeça.
Sue não desgrudava da Carlie, por isso o pedido de sua mãe. As duas se pareciam
muito, ambas ruivas, porém, aSue tem os olhos da cor dos olhos do meu pai, e Carlie
tem os olhos da cor dos olhos do seu pai dela. Lindos, verdes e com grandes cílios,
como o do pai.
Em um impulso peguei Carlie do colo da Rosalie e dei vários beijos em seu pescoço,
cheirando aquele perfume de bebê que só me lembrava o seu pai. Ele não poderia ter
me dado um presente melhor que os nossos bebês.
“Ai, mamãe! Vai bagunçar o meu cabelo.” Ela reclamou, quando eu cheirava o seu
pescoço.
Revirei os olhos e Rosalie sorriu orgulhosa de sua vaidade.
“Mamãe só queria dar um cheiro, bebê.” Apertei-a mais, e ela me abraçou forte.
O motorista seguiu em frente.
“Mãe, que horas veremos o papai?” Carlie perguntou, acariciando o meu rosto.
Eu não pude deixar de observar o caminho no qual passávamos. O sinal de pobreza

era evidente, com crianças maltrapilhas nas ruas, queimadas pelo sol, marcadas de
sofrimento.
Agradecida por minha vida abastada, fechei os olhos e abracei minha filha.
“Daqui a pouco o papai vai nos ver, bebê.” Tirei o chapeuzinho dela e ela deitou em
meu braço, sonolenta. Acariciei o seu cabelo até que ela dormiu.
O restante do caminho proporcionava uma visão melhor. As pessoas nas ruas
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estavam mais bem vestidas, as casas tinham construções melhores. Mesmo assim,
ainda tinha sinal de sofrimento naquele povo. Um povo marcado pela guerra.
Cerca de uma hora depois, entramos em um lugar que parecia uma fortaleza. Os
muros eram altos e grossos. Os portões eram de um material grosso e lá ficavam
vários homens armados até os dentes. Entramos no estacionamento e não parecíamos
estar na mesma cidade. Dentro dos muros havia árvores, cascatas, tinha uma
construção imponente branca e lá estava a bandeira dos EUA.
Descemos e uma mulher veio nos receber.
“Boa tarde.” Ela era loura e bonita. Cumprimentou-nos sem olhar em nosso rosto.
Parecia uma pedra dura e fria. Ela deveria fazer parte da missão.
“Boa tarde.” Tomei frente e respondi, aproximando para pegar em sua mão. Ela me
olhou da cabeça aos pés e estendeu a mão.
“Sou Denalli. Você é a senhora Cullen?”
“Sim.”
Ela deu as costas. “Vou lhes mostrar os aposentos.” Saiu na frente e seguimos atrás.
Durante o caminho Carl não desgrudou da mão de Jasper. Era impossível não adorar
aquele tio. Ele sempre apronta muito com meu bebê. Joga-o para cima, corre, ensina
os joguinhos em rede, joga futebol. Por isso o menino o adora.
Passávamos por uma escadaria que tinha vários quadros de antigos representantes e
as molduras pareciam ser feitas de ouro.
“Uau! Nem parece que estamos neste país!” Jasper disse, colocando Carl em seu
pescoço.
“Eu também quero subir!” Carlie reclamou ao ver o irmão em cima.
Emmett se atravessou na frente e pegou Carlie. “Então vem aqui, princesa.” Ele
colocou-a em seu pescoço.
A moça chegou a um corredor cheio de portas e mostrou o meu quarto.
“Eu vou ficar com ele, Bella .” Alice informou.
“Não. Daqui a pouco o pai dele deve vir vê-los.” Neguei.
“Não, Bella. Deixe-o com a gente.” Jasper insistiu, colocando Carl atrás dele.
“Não. Eu vou dar banho neles e mais tarde você o pega.” Avisei, chamei as babás e
entramos no meu quarto. Era imenso, com dois quartos conjugados e uma sala os
separando.
Sentei e começamos a tirar as roupas dos bebês, preparando–os para o banho.
“Mamãe, que horas o papai vem nos ver?” Dessa vez foi Carl quem perguntou. Eu
também queria saber, já que eu estava morrendo de saudade dele.
“Depois que estivermos limpos e cheirosos.” Respondi com um sorriso.
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A babá da Carlie a levou para um banheiro, e a do Carl o levou para o outro. Desfiz as
malas dos dois, preparei a roupinha que eles iam usar e coloquei sobre a cama.
“Cheirosos!” Abracei os dois em cima da cama. Eles estavam banhados e secos.
Repentinamente, a porta se abriu e, com o susto, meus olhos foram atraídos.

Involuntariamente, suspirei, como em anos acontecia, e parei os olhos nele.
Ele estava com o cabelo penteado, um terno preto e um sorriso largo no rosto, além
dos olhos verdes brilhantes e lindos. Meu deus particular.
“Oi, meus amores!!!” Disse abrindo os braços.
“Papai!!” Os gêmeos se soltaram de meus braços e correram em direção a ele. Ele

levantou os dois no colo.
“Meu Deus! Como estão pesados!” Ofegou sorrindo. “Daqui uns dias o papai não
consegue mais levantar os dois.” Ele sorriu e os beijou, andando com os dois em
minha direção. “E vocês, senhoras, como estão?” Ele me cumprimentou formalmente,
junto com as babás, que seguravam as roupas dos gêmeos nas mãos para vesti-los.
Elas o cumprimentaram e foram para o outro quarto. Ele sentou na beira da cama, ao
meu lado, e colocou os bebês no chão.
“E você, mocinha, por que não correu para os meus braços quando eu cheguei, hein?”
Ele sorriu e me puxou para sentar em seu colo. “Saudade de você.” Sibilou em meu
ouvido e eu enlacei o seu pescoço.
“Eu senti muito a sua falta.” Beijei sorrindo seu pescoço e pousei o rosto embaixo de
seu queixo.
Eu não entendia por que eu me sentia assim perto dele. Eram tantas emoções que me
rodeavam. Tinha vontade de chorar, de abraçá-lo. Era como se não tivesse passado
anos de casados. Eu ainda o amava do mesmo jeito de quando o conheci. Ele
continuava sendo tudo para mim.
“Pensei que nós íamos ficar sozinhos agora a tarde.” Ele sorriu insinuante em meu
ouvido e me deitou na cama, abraçando e rolando comigo.
“Está com pressa, marido?” Gargalhei e as crianças subiram na cama, achando que
nós estávamos brincando.
Ele parou de rolar, ficando em cima de mim. “Você não sabe o que é um homem
casado ficar longe da mulher tanto tempo.” Disse matreiramente. Acariciei o seu rosto
e sua nuca.
“Não sei.” Fechei os olhos e ele beijou minhas pálpebras, bochechas, queixo, para
enfim beijar leve meus lábios.
“Eu também quero beijo.” Carlie abraçou o pescoço dele e ele teve que sair de cima
de mim, deitou ao meu lado e colocou Carlie em sua barriga.
“Como estão os dois na escola?”
“Estão bem. É Jasper quem leva e busca. Acredita que ele espalha por lá que os filhos
são dele?!” Sorri e Carl abraçou meu pescoço.
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“Ai, ai. Ele quer roubar meus filhos, é?” Ele fingiu chateação. “Ninguém tem
competência para fazer filhos bonitos assim, não.” Ele apertou Carlie no abraço, se
virou para mim e acariciou o meu rosto. “Com a mãe linda que eles tem, tinham que
ser perfeitos.”
Ele me olhou, percebi seus olhos intensos em minha boca e coloquei Carl no chão.
“Vai lá para o quarto para a tia te arrumar, vai.” Dei um tapinha no bumbum dele e ele
foi em direção ao quarto. “O Jazz diz que Carl é o clone dele. Só por que o bebê tem
o cabelo louro e os olhos cor de mel. Você acredita que ele ensinou ele a chamar
mulher de gostosa!?” Disse sorrindo e deitei de lado sobre a cama, de frente para ele.
“Eu não acredito!” Ele ficou boquiaberto, enrolando os dedos no cabelo da Carlie.
“Verdade!” Afirmei e nós dois sorrimos. “É desse jeito, os pais educam e os padrinhos
estragam.”
Com o meu último comentário, repentinamente, o sorriso do seu rosto se desfez e ele
sentou na beira da cama, colocando Carlie no chão. Percebi sua mudança de humor e
pedi que Carlie fosse se vestir no quarto com a babá. Um pouco triste, ele deitou ao
meu lado e começou a acariciar o meu rosto.
“Você quis dizer a mãe educa.” Comentou meio desgostoso.
Antes que o clima de felicidade se acabasse, resolvi mudar de assunto. Eu tinha o

dever de lhe trazer conforto sempre.
“Que horas é o evento?” Perguntei e coloquei minhas pernas entre as pernas dele,
aproximando mais nós dois.
“Nove horas.” Ele continuou acariciando o meu rosto e me olhando com os olhos
tristes.
“O que há, embaixador?”
Forcei seu corpo a deitar de costas e pus minha perna sobre as dele, acariciando
depois o seu cabelo.
“Estou sentindo muito a sua falta.”Murmurou melancólico. Deitei em seu peito e

ficamos em silêncio, ouvindo somente as crianças rindo no quarto ao lado. “Mas ainda
bem que não vou precisar sentir mais.” Ele completou, e eu respirei fundo.
Meu coração cortou em pensar que talvez as coisas não fossem como ele pensava que
seria. Quando casei, cinco anos atrás, não sabia que ainda passaríamos por
problemas. Eu sabia que casais normais tem problemas, mas os nossos nunca foi por
incompatibilidade de gênios. O nosso sempre foi outro... Amar um ao outro demais.
Talvez muitas pessoas não vjam isso como problema, mas no nosso caso é. Não
conseguimos ficar longe um do outro. Para nós, é como que estivéssemos mortos
quando precisamos por algum motivo nos distanciar.
Eu pensei que após o casamento, seria simplesmente: felizes para sempre. Mas não
foi.
Cinco anos atrás...Futura Ilha Esme- Brasil
1444 de 1595 26/05/2011 20:45

A casa de praia que meu pai estava negociando era em um arquipélago no sudeste do
Brasil. Uma linda casa de vidro em uma praia particular. Ela era toda mobiliada e sua
frente estava dentro do mar, que era protegido de ondas por um braço.
Em frente a casa ficava uma lancha e dois Jet skis. Era bom ter dois jets, porém, já
estávamos na ilha há dois dias e Edward insistia em não me deixar fazer nada. Até
mesmo para entrar nas águas mornas da ilha, ele queria estar de mão dada comigo,
com medo de eu escorregar. Era hilário e por vezes eu me pegava revirando os olhos
diante do excesso de cuidado dele.
Todos os dias a tarde um nativo vinha para organizar a casa e fazer o jantar. Sempre
deixando pronto o almoço do dia seguinte. Assim, os dias se passavam entre carinhos
e cuidados. Eu me sentia a mulher mais feliz do mundo, com um anjo da guarda
sempre a minha disposição.
No terceiro dia, acordamos cedo e fui pegar sol. Estiquei a esteira no chão, deitei e
ofereci o protetor pra que ele me passasse.
“Você sabia que aqui era assim?” Perguntei de olhos fechados, sentindo a mão do dele
distribuir protetor em minha barriga.
“Seu pai me mostrou as fotos do lugar. Ele estava bem empolgado. Quase ele vinha
junto, só não veio por que Alice ficou reclamando.” Sorrimos e eu me contorci ao
sentir seus beijos na região baixa da minha barriga. Faziam cócegas.
“Canta para eles. Assim eles vão saber distinguir a voz do pai.”
Ele ficou parado e eu abri os olhos para vê-lo.
“Hmmm, cantar? Eu só sei duas músicas.” Respondeu incerto. “Aquela que cantei e
uma de quando a professora me obrigou a cantar no natal quando eu tinha oito anos.”
Ele torceu os lábios em um sorriso sem graça.
“Canta qualquer uma.” Eu disse e fechei os olhos novamente.
Ele começou a cantarolar, meio sem jeito e eu tentei não ligar. Ele beijava e solfejava,
passando os dedos em meu quadril. Eu sentia um misto entre cócegas e desejo. Cada
vez que a boca dele me tocava, eu me contorcia e minha vontade era pedir para ele
descer mais a boca. Porém, ele cantarolava e continuava beijando carinhoso.
Ouvir a sua voz macia e rouca, junto com o barulho do mar, o balançar dos coqueiros
e o cantar de alguns pássaros, era a mais doce sensação de paz e felicidade.
“Anjinho, tem como descer com a boca um pouquinho.” Sorri descarada e ele levantou
para me olhar.
“Que mãe mais egoísta. Não está vendo que eu estou dando atenção para os meus
filhos agora?” Ele fingiu bronca e desamarrou os nós do meu biquíni, mordiscando em
seguida a região baixa da barriga, bem baixa. Eu sorri alto e me contorci com o misto
de cócegas e prazer.
“Os bebês não estão nessa parte aí.” Ele desceu mais e eu me ergui, batendo os pés
agora. “Pára de fazer cócegas. Eu quero BEIJOS.” Continuei sorrindo.
Ele parou e me olhou.
1445 de 1595 26/05/2011 20:45

“Aqui? No ar livre? Com todos esses pássaros como testemunhas?” Ele fingiu censura.
Depois sorriu e me livrou do biquíni.
**
Os dias se passaram rápido e naquela aura de felicidade nem os vimos passar.

Quando menos esperávamos, era natal e tínhamos que voltar para casa. Uma nova
vida nos esperava.
Novembro - 2014
Já estávamos a algum tempo abraçados sobre a cama. Ambos em silêncio, quando

havia milhares de assuntos para resolvermos.
“Amor, quem te trouxe para esse quarto?” Ele perguntou, comigo ainda deitada em
seu peito.
“A moça que nos recepcionou.”
Ele me levantou de cima dele e tirou o terno, colocando-o no canto da cama. Depois
deitou novamente e tirou os sapatos.
“Ela sabia que minha esposa deveria ir para o meu quarto no outro andar.” Ele deitou
de lado, segurando a cabeça na mão, apoiado no antebraço.
“Vai ver ela achou que nosso casamento é por conveniência e que dormimos
separados por morarmos em países diferentes.” Sorri com ironia.
“Ela não ousaria pensar isso. É perceptível que não somos casados por conveniência.
Eu vivo suspirando por aqui de saudade de você. Minha sala é cheia de fotos de vocês
pela mesa. Como ela não ia saber que você é a mulher mais importante do mundo
para mim?” Ele mostrou certa irritação e eu fiquei feliz em lembrar o quanto ele
costuma encher os seus escritórios de fotos nossas.
“Sem problema. Depois a gente sobe as nossas malas.”
Ele inclinou e mordiscou o meu queixo.
“Na na ni na não. Nada de nós. As crianças vão dormir com as babás. Você tem um
encontro com seu marido hoje.” Avisou, beijou o meu pescoço e me puxou para perto
dele, enlaçando a minha cintura.
“Tá bom, embaixador” Assenti desconfiada e me apertei mais a ele, sentindo a falta
que ele fez ao meu corpo. Pressionei os lábios em seu pescoço e acariciei seu cabelo.
O turbilhão de sensações já entrava em ebulição, era como se nosso organismo
soubesse que estávamos próximos. Ele deslizou os lábios em meu rosto e enfim
beijou meus lábios.
“As crianças.” Murmurei baixinho, sentindo sua mão apertar meu quadril e minha
respiração acelerar, com sua língua aconchegando-se em minha boca.
“Estão no quarto... Eu já não estava agüentando a falta de você.” Sussurrou rouco em

minha boca e grunhiu quando o acariciei, com sua língua presa entre meus dentes.
Eu sugava e acariciava seu cabelo, suprindo a falta de seus lábios por esses meses. A
1446 de 1595 26/05/2011 20:45

cada minuto ele me apertava mais e nós dois respirávamos ficávamos mais ávidos.
Abri os botões de sua blusa e passei a mão em seu peito, morrendo de saudade. Ele
gemeu baixinho e me apertou mais.
Repentinamente, a porta do quarto se abriu e nós nos soltamos do beijo

desconcertados. As crianças saíram e suas duas babás também. Elas ficaram sem
jeito ao perceber que fomos pegos de sobressalto.
“Desculpe, dona Bella.” Murmurou Mavis. “As crianças estavam querendo ficar perto
do pai .” Abaixou o olhar envergonhada.
Olhei um pouco frustrada para Edward que fechava sem jeito a camisa, arrumei meu
cabelo e respirei fundo.
“Tudo bem, mas nada de dona Bella.” Sorri e ajudei os gêmeos a subirem na cama.
Elas voltaram para o quarto e fecharam a porta. Edward arrumou os gêmeos,

sentando eles entre nós dois, olhou no relógio de seu braço e fez uma careta.
“Amor, tenho que me arrumar. Se você quiser posso levar as SUAS malas lá para cima
agora.” Disse apertando o meu queixo.
Ele sentou e calçou os sapatos, vestindo em seguida o seu terno.
“Mais tarde levamos. Eu vou me arrumar aqui, porque vou pedir para as meninas me
maquiar e passar baby less no meu cabelo.” Eu me levantei e fui levá-lo até a porta.
“Hmmm, espero que você vá pronta para o que eu vou fazer com você.” Ele
mordiscou minha orelha e me abraçou. “Tem certeza que não quer ir tomar um banho
comigo?” Ele me apertou novamente, sorrindo malicioso.
“Vou ficar mais um pouquinho com os gêmeos. Bom que eles não sentem a minha
falta depois.”
“Então até mais tarde. Vou falar com nossos pais e irmãos.” Ele me desapertou e
jogou beijo para as crianças, que estavam em cima da cama.
“Até mais, embaixador.” Sussurrei.
Ele já abria a maçaneta, então se virou e ergueu uma sobrancelha.
“O que aconteceu com o anjinho?” Ele acariciou o meu rosto, parando o polegar em
minha boca.
Sorri. “Com essa roupa e aqui, você é o embaixador. Em casa, com os cabelos
bagunçados, de camiseta e de bermuda, você é o anjinho.” Baguncei os cabelos dele
que estavam arrumados e ele segurou minha mão.
“Agora, supostamente, aqui é a nossa casa.” Disse com um brilho enigmático nos
olhos.Tentei por todas as forças não mudar o semblante. Eu não queria magoá-lo em
um dia importante como hoje para ele. Afinal, era por minha causa que ele estava aqui
hoje.
“Mas você está de terno. E de terno você é o embaixador.” Disse descontraindo.
Ele assentiu desconfiado, beijou minha testa e saiu andando de costas pelo corredor.
Fechei a porta e arrastei o corpo até a cama, deitando com meus filhos já arrumados.
1447 de 1595 26/05/2011 20:45

Maio 2010. Sete meses de gravidez.
Embora eu fosse uma grávida de sete meses, não deixava a moleza me pegar. Até que
eu queria poder ficar em casa e dormir, mas eu não podia ser tão irresponsável assim.
Resolvemos continuar morando na casa do Emmett. Rose enfim começou a dirigir a
sua Ferrari e ganhar independência, então, íamos juntas para a Universidade, já que
Emmett ia para o jornal com Edward.
Minha rotina era a seguinte: Aulas de oito as cinco na universidade, e todos os dias a
partir das sete horas eu tinha aula de yoga ou hidroginástica. Edward fazia as duas
atividades comigo, aliás, ele ia comigo e ficava de corpo mole nas aulas de yoga. Eu
nunca imaginei que ele seria um pai tão atencioso.
A sua rotina estava meio turbulenta. Eu não conseguia imaginar como uma pessoa
conseguia agir como ele. Todos os dias que eu acordava ele já estava acordado
mergulhado nas notícias políticas dos EUA e do mundo. Tudo bem que ele trabalhava
na área política do jornal, mesmo assim, ele não precisava se dedicar tanto. Para isso
existiam repórteres subordinados a ele. Mesmo assim, ele não confiava em ninguém.
Ele sempre fazia as pesquisas políticas cedo, antes de ir para o jornal.
Com o passar dos dias comecei a suspeitar que não era só por causa do editorial. Ele
parecia meio nostálgico com o fato de não fazer mais parte do poder americano.
Pensar isso me entristecia, no entanto, quando eu perguntava se ele sentia falta, tudo
que ele respondia era que não. Porém, eu não acreditava.
Era mais um dia em que voltamos do yoga. Eu morria de orgulho em estar em uma
sala com outras grávidas e o pai dos meus filhos estar presente. Era engraçado, e ao
mesmo tempo causava olhares especulativos das outras grávidas. Eu estava cansada
pelo dia longo, pela sessão de relaxamento e pelos meses de gestação, então
tomamos banho juntos e deitamos.
Eu só vesti calcinha para deitar por ser mais confortável. Sonolenta, relaxei, enquanto
ele massageava o óleo em minha barriga. “Como está lá no jornal?”Eu queria manter
diálogo antes que o sono me pegasse.
“Ah, eles nos tratam como Cullen.” Ele deu de ombros, indiferente. “Deve ser super
difícil para os funcionários ter que conviver conosco pousando de chefes. Às vezes eu
fico meio sem jeito. “Ele sorriu e passou óleo em minhas coxas, massageando.
“Mas você gosta de lá?” Eu queria mesmo saber.
“Sim.” Ele desceu as mãos e chegou ao meu tornozelo, pegando em seguida na

tornozeleira. “Está perto de você tirar.” Passou os dedos em cima da corrente. Eu não
deixei de perceber que ele mudou de assunto.
“Eu pensei que poderíamos tirar quando nos casássemos.” Bocejei e ele continuou
massageando, agora os meus pés.
“Não. Vamos tirar quando os bebês nascerem.”
1448 de 1595 26/05/2011 20:45

Eu ainda não queria dormir, precisava dar atenção ao meu marido, não ia deixar essa
moleza me pegar.
“Você esqueceu-se de passar o óleo em um lugar.” Sugeri preguiçosa e apontei para

os meus seios. Ele pegou o óleo e subiu o corpo na cama, ficando de lado, ao meu
lado.
“Foi de propósito.” Ele mordeu os lábios e colocou o óleo em uma mão. “Eu sei como
que eu fico ao pegar neles, ainda mais com a nova forma.” Ele passou levemente a
mão em meu seio e eu fechei os olhos, amando a carícia.
Ele ultimamente estava com uma certa fixação em meu seio. Parecia gostar do
tamanho. Era bom, mas estranho que ele ainda me desejasse tanto.
“Ai, ai, não sei como você ainda gosta de mim com essas formas.” Resmunguei, com
um sorriso no rosto.
“Está linda para mim. Você não sabe o quanto eu te acho perfeita assim. Gravidez é
uma fase linda.” Ele continuava passando óleo e massageando o meu seio. Tinha um
sorrisinho desavergonhado em seu rosto.
“Tudo bem, deve ser bom de olhar, saber que alguém carrega um filho seu, mas
desejo...”
“Ei...” Ele pegou em meu rosto e me fez olhar para ele. “Para de ser boba. Desejo não
é algo só corpóreo. É poros, sensibilidade. Eu te desejo em todo momento. Nada
mudou.”
“Eu sei.” Sorri e ele me beijou, ainda massageando o meu seio.
...
Acordei com um barulho, tateei a cama e novamente ele não estava. Acendi o abajur e
ele estava em um canto. Deveria estar lendo algo no notebook.
“Quantas horas?” Resmunguei sonolenta.
“Cinco e meia.” Respondeu e veio para a cama.
Sentei e esfreguei os olhos, vesti o hobby que estava pendurado e me levantei para ir
ao banheiro. Ao mudar o pé no chão, uma dorzinha ardeu no cox e eu segurei na
cabeceira. Edward percebeu que eu fiz careta de dor e fez menção de se levantar.
“Quer ajuda?”
Ergui a mão pra que ele parasse.
“Não. Eu não estou doente.” Neguei ríspida e firmei o pé.
Eu não tinha motivos para ficar de mau humor, só, é claro, o fato de acordar de
domingo a domingo com meu marido sentado em frente a um computador.
“O que foi, Bella?” Perguntou meio perdido com a minha atitude.
“Nada.” Fui ao banheiro e voltei.
Ele deitou na cama, me olhando, avaliando minhas reações. Eu não gostava de ser
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grossa com ele, mesmo com mau humor e início de dor. Logo, arrependida, sentei na
cama e acariciei o seu cabelo.
“Desculpe, anjinho. Estou com um pouquinho de dor, mas estou bem. É o peso nas
costas.”
“Você quer ir ao médico?”
“Não! É só um dorzinha. Vou faltar aula hoje e ficar deitada um pouco. Estou me
sentindo cansada.”
Ele arrumou umas almofadas na cama e eu deitei de costas. Ele ainda me olhava
desconfiado, então decidi falar. Eu não podia deixar isso me corroendo como estava.
“Sabe, Edward eu não entendo porque você acorda tão cedo. Eu queria que você
amanhecesse na cama comigo. Quando namorávamos, sempre acordávamos juntos.
Por que não posso mais acordar com meu marido me abraçando?” Perguntei
docemente, acariciando o seu cabelo.
“Eu tenho responsabilidades, amor.” Explicou com uma careta. “Você sabe que nem
precisa trabalhar tanto. Pela tarde você tem tempo para essas pesquisas.” Apontei
emburrada para o computador.
“À tarde as notícias estão velhas.”
Forcei o queixo dele a levantar, e ele a olhar para mim.
“Fala para mim: você sente falta de lá? Está arrependido?” Era mais uma vez que
conversávamos sobre isso.
“Não, Bella. Eu estou feliz aqui. Muito mais do que eu já fui lá.” Disse convicto. Eu
sorri fraco, um pouco aliviada com sua certeza.
“Então faz uma acordo comigo. Eu quero você amanhecendo na minha cama. Quero
abraçar você assim que amanhecer. A semana tem sete dias. Quatro você amanhece
comigo e três você pode levantar mais cedo.” Olhei suplicante, implorando
internamente que ele valorizasse coisas simples, ele sorriu e me beijou na testa.
“Tudo bem.” Respondeu, levantou e começou a se arrumar. Por vezes ele passava
por mim com olhar apreensivo, creio que tentado a ficar em casa. Mas eu mantive o
semblante composto. Não queria preocupá-lo.
De terno e bem alinhado, ele parou em pé, na beira da cama, com os olhos meio
caídos. Eu me adiantei. “Pode ficar despreocupado. Eu vou ficar bem. É só uma
preguicinha.” Expliquei manhosa. Eu queria deixá-lo calmo, mesmo que eu estivesse
bem indisposta.
“Tudo bem. Meu horário é até duas. O mais rápido possível venho ficar com você.” Ele
sentou e acariciou minha barriga. “Se cuida e cuida dos meus tesouros. Você quer que
eu traga seu lanche agora?” Eu já estava sonolenta novamente.
“Não. Quando eu acordar de novo eu vou lá fora lanchar, ou então eu peço algo para
a funcionária.”
Ele beijou minha testa e saiu, deixando o rastro de seu perfume. Em segundos,
enterrei minha cabeça no travesseiro e me entreguei à sonolência.
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Acordei com o barulho estridente do telefone, estiquei meu braço e o peguei na

cabeceira da cama.
“Oi.” Nem mesmo abri os olhos para ver quem chamava do outro lado da linha.
“Oi, Bella. É a Sophia. Tenho novas.”
“Oi, Sô. Pode falar.” Continuei deitada de lado, com os olhos pesados.
“Você disse que quando eu tivesse as respostas era para te avisar. A proposta da
Cullens ganhou a concorrência.”
“Sério?” Sentei na cama e esfreguei os olhos. “Então agora tenho que conversar com
meu pai. Acho que Edward não vai aceitar do jeito que meu pai fez.”
“Ah, Bella, mas é presente. Edward às vezes é muito turrão.”
“É. Eu sei.” Sorrimos
“Bom, em cinco dias sai no Diário Oficial. É bom que vocês já tenham decidido como
vão fazer e que já tenham o dinheiro em mãos.”
“Eu vou conversar com o meu pai. Obrigada por tudo, por ter me falado sobre as
armações do meu pai.” Sorrimos cúmplices.
“Disponha. E como Edward está?”
“Ah, continua obcecado por notícias do país e do mundo.” Respondi revirando os

olhos.
“Talvez seja por que ele escreve sobre isso agora.” Tentou amenizar.
“Eu quero crer que é.” Resmunguei. “Mas e como está a sua candidatura?” Sophia era
candidata pelo partido dos Democratas.
“Está bem. O tal James se lançou também.”
“Espero que você ganhe.”
“Obrigada, Bella. Manda um beijo para Edward e passa a mão nos bebês ai por mim.
“Ok. Um beijo”
Despedimo-nos, e eu levantei da cama. Novamente queria ir ao banheiro. Edward

deixou as cortinas fechadas, a fim de me deixar descansar o máximo, logo o quarto
estava escuro. Caminhei em direção ao banheiro e quando saía de dentro descalça,
senti meu pé escorregando. Equilibrei devagar e senti uma pequena cólica.
Despreocupada, voltei logo para a cama, deitei e me fechei os olhos novamente, sem
me importar com as horas.
“Bella...” Ouvi uma voz distante e uma claridade se projetou em meus olhos. “Bella...”
Uma mão se passou em meu cabelo e eu bocejei.
“Hum.” Murmurei sem abrir os olhos.
“Amor, comeu alguma coisa?” Ele passava a mão em meu cabelo, tentando me
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acordar.
“Não. Não estou com fome.” Resmunguei.
“Mas você tinha que comer. A funcionária não veio aqui não?”
“Não. Ela nem sabe que eu estou aqui.” Abri os olhos e o vi olhando fixo para a cama.
Seus olhos estavam congelados.
“O que é isso?” Sua voz tinha pânico e eu abaixei o olhar, procurando o que ele via.
Tinha uma manchinha de sangue no lençol, que fez minha pulsação correr e meu
coração vir na boca.
Respirei fundo ao ver que ele ainda estava em estado de inércia.
“Liga para a médica e vamos para o hospital.” Levantei devagar, sentindo mais um
pouco de cólica. Ele ficou parado, olhando para a cama.
“Edward, liga para a médica.” Andei devagar e peguei uma toalha para ir ao banheiro.
Ele não respondeu.
“Edward, estou precisando de você!!” Falei em uns tons acima do normal “Liga para
médica e vem me ajudar a tomar banho.” Só aí ele despertou e veio em minha direção
sem palavras, segurando em seguida o meu rosto em suas mãos. Ele queria
respostas.
Percebi seus olhos úmidos e apreensivos.
“Fique calmo. Estamos bem.” Tentei passar firmeza e ele pegou o telefone para ligar
para a médica.
Novembro de 2014.
Após dar lanche para as crianças fui ao quarto das meninas arrumar o cabelo. Depois
que ela arrumasse meu cabelo, eu tomaria um banho e desceria para o evento.
A primeira coisa que vi sobre a mesinha do quarto da Rosalie foram os diversos filmes
infantis de Disney. Eram a Bela e a Fera, Encantada, branca de neve, high school
music. A desculpa dela foi por causa da Carlie, mas todos sabiam que ela adorava
esses filmes docinhos com finais felizes.
Sentei e esperei Alice chegar. Rosalie foi ao DVD e colocou A encantada. Ela pôs
exatamente no fim e começou a cantar com Carlie. As duas subiram no sofá e usaram
os controles fingindo ser microfones.
“Para todo o sempre...Contos de fadas bem reais podem ser, temos somente que
acreditar e querer. Nós sabemos de cor, o final é o melhor da história, todos podemos
esse final viver...” As duas cantavam e fechavam os olhos. Alice mal entrou no quarto,
também colocou a escova frente a boca, fingindo ser o microfone.
Eu sorria da súbita animação das tias corujas.
“VEM MAMÂE!” Carlie gritou empolgada.
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Eu levantei e sorri, procurando algo para fingir ser o microfone. Carl se encolheu em
um canto e pôs as mãos no ouvido. Sorri e cantei o coro com elas bem alto.
“PARA TODO SEMPRE, PARA TODO O SEMPRE.” Levantávamos as mãos e fazíamos

igual a atriz do dvd, rodando e colocando as mãos para cima.
“INVENTE UMA MODA, MOSTRE O SEU CORAÇÃO. SONHOS SE REALIZAM, INSISTA

ENTÃO! SEM TER MEDO OU PUDOR DESCOBRIR O VALOR DE SORRIR
SUA VERDADE VAI AFINAL REFLETIR PARA TODO SEMPRE (SER FELIZ)”
Brincalhona, Alice desceu do sofá e correu atrás do Carl, que estava se escondendo
para não cantar.
“Pára, dinda! Essa música é de florzinha!” Ele correu e ela o pegou, rodando depois
com ele e cantando.
“SE O SEU CORAÇÃO ESTÁ VOANDO, A CABEÇA GIRANDO, NOVA HISTÓRIA ESTÁ
COMEÇANDO,DEIXE O ENCANTAMENTO REINAR EM VOCÊ, PARA TODO SEMPRE!!”
Quando a música terminou, estávamos ofegantes e sorridentes. Ouvimos risadas e

nos viramos para a porta.
“Vem aqui, vem, Carl.” Jasper o chamou. “Não vou deixar mais você andar com elas.
Daqui a pouco elas vão querer passar maquiagem em você.” Resmungou protetor e
estendeu o braço, Carl andou rápido em direção a ele, abraçando sua perna.
Edward estava de braço cruzado com um sorriso sonhador no rosto. Andei em direção
a ele e abracei o seu pescoço.
“Nossa, que saudade que eu estava da minha família!” Comentou. “Eu estava
descendo as escadas, ouvi um barulho se destacando da rotina e lembrei que vocês
estavam aqui.” Sorriu e me abraçou. “Coloca a música de novo e cantem. Estava
lindo.” Ele pediu e Sue apareceu na porta com Jéssica.
“Eu também vim fazer a maquiagem.” Ela informou e entrou segurando na mão da
Sue.
“Cadê o Seth?” Perguntei.
“Está lá no parquinho com o pai dele. Mike está tentando enrolar ele. O Seth está
doido para descer para o evento mais tarde.” Ela revirou os olhos e sentou no sofá.
“Então põe de novo, dinda, para o meu papai ver a gente cantar.” Carlie pediu para
Rosalie e Rosalie com cara de boba voltou o DVD na música.
“Você também, amor.” Edward me empurrou e eu andei em direção ao centro da sala,

sorrindo para ele.
Novamente começamos a cantar e Jasper revirava os olhos, protegendo Carl da Alice

que queria pegá-lo para dançar. Edward ficou encostado na parede com um sorriso no
rosto.
Edward POV
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Que homem é o homem que não trabalha por um mundo melhor? (Cruzada)
Por meses, o vazio voltou a imperar em minha vida. Era como se novamente eu
tivesse sido privado de calor. Foi um martírio submeter-me à distância da minha
família. Muito mais quando a felicidade perto deles é tão palpável. Olhava-as dançar e
mais uma vez confirmava que Bella é o sol da minha vida. Sua alegria é tão
exorbitante que irradia sobre os nossos filhos, tornando o nosso lar harmônico.
Elas dançavam realmente empolgadas, lançando sorrisos para mim. No mesmo

instante que eu estava feliz, pensava: era preferível que eles não tivessem se
submetido a essa distância, e nem que eu tivesse imposto esse tipo de futuro a eles.
Junho de 2011
Estávamos com um ano e meio de casados, e como os bebês nasceram de sete

meses, eles completaram um ano, em maio. Nem tudo era fácil naquele nosso
segundo ano de casados. Resolvemos morar na casa do Carlisle de Sacramento, já
que os bebês estavam começando a andar e precisavam de espaço para
locomover-se.
Morar lá, era confortável, pois além de espaçosa, era próxima ao jornal. Bella já tinha
terminado de estudar, então ela queria passar um tempo no jornal, pondo em prática
o que aprendeu em seu curso.
Minha rotina na maioria da semana começava às cinco da manhã, que era quando eu
acessava a internet e buscava notícias políticas do mundo. Examinava jornais da
Europa e América, assim, teria embasamento para análises cautelosas.
Concentrava-me nas negociações políticas do Afeganistão, uma vez que os olhos do
mundo estavam para lá direcionados.
Era um despropósito repugnante a situação que sobrevinha naquela nação. Pesos

desmedidos os bombardeios, quando se qualificava ser um país pobre, vulnerável e
com inúmeras crianças.
Resignado, eu sabia não poder fazer muito para mudar a consciência dos leitores dos
quatro jornais, então me restringia a dar informações sucintas, com críticas
circunspectas.
Nós três, eu, Emmett e Bella atuávamos em setores diferentes do jornal, assim, cada
um trabalhava em um andar. Meu posto era no editorial político, Emmett na
informática e Bella na sessão de negócios.
Em nenhum momento tive intuito de ser chefe, mas Carlisle fez questão de externar a
sua vontade ao me apresentar no jornal, logo, eu tive que assumir. Eu ainda estava
tendo problemas com a adaptação de um antigo chefe do setor, isso me colocava em
desconforto em algumas situações.
Sophia tinha ganhado as eleições como deputada federal pelo estado da Califórnia, e
não era por que ela era minha amiga, mas eu estava evitando que fofocas e críticas
sobre ela se espargissem. Entretanto, o antigo chefe insistia em buscar notícias sobre
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os Feinsteins, mas eu fazia questão de não publicá-las. Eu conhecia pessoalmente a

Sô e não deixaria que fofocas advindas do jornal maculassem a sua imagem.
“Isso aqui é um jornal. Temos que divulgar notícias!” Alec relutava em publicar fotos
do Ryan.
“Sim. É um jornal sério e eu não uma revista de fofoca. A vida pessoal de políticos não
importa.” Em minha mesa tinha fotos do Ryan dançando em uma boate, rodeado de
pessoas. Não era nada gritante, simplesmente ele não estava com Sophia.
Se eu os conheço bem, ela devia estar sentada em algum lugar e ele estava dançando.
Sophia é meio tímida e não é sempre que ela gosta de dançar, já Ryan é muito agitado
e não para de dançar um minuto. O que se notava era que alguém com maldade fez
fotos dele e Alec queria publicar, anexado a uma frase assim: enquanto a Feinsteim
trabalha, o Evans se diverte. Era uma sátira para atingir os Senadores, uma vez que é
sabido pelo público que há intrigas entre seus pais.
Eu não ia deixar isso minar o relacionamento dos meus amigos.
“Quando se refere a esses Senadores ou a família deles você não deixa publicar nada!”
Alec bateu na mesa e me encarou. “Você não é profissional, não entende nada de
jornalismo. Só está aqui por que deu o golp...” Ele se interrompeu em um átimo e
arregalou os olhos.
Furioso, eu me levantei da cadeira e contei até dez. Segurei o olhar nele, buscando o
controle. Estava impaciente com a situação que se imprimia desde que ele perdeu a
chefia para mim, porém, não estava disposto, como ele, a levar para o lado pessoal.
“Preste atenção, Alec, você só vai publicar o que eu autorizar. Ponha uma coisa em
sua mente: você não é mais o chefe aqui.” Apontei o dedo para minha mesa.
“Independente de como eu tenha chegado aqui, eu sou o chefe. Logo, manda quem
pode, obedece quem tem juízo.” Disse entre dentes. Ele assustou-se diante do meu
olhar duro, quando há mais de um ano eu vinha me esquivando e relevando, depois
pegou as fotos sobre a mesa, resmungou algo inaudível e caminhou rumo à porta.
Bella estava, surpreendentemente, parada lá, com um olhar furioso para ele. Ele me
deu um boa tarde com escusa, cumprimentou-a e passou por ela. Ela o olhou
desafiadora da cabeça aos pés, e ele abaixou o olhar.
Sentei e exalei profundamente, sentindo-me mal. O que ele quase falou, devia ser o
que todos falavam: que eu dei o golpe do baú.
Ela fechou a porta e andou devagar em minha direção. “Adorei!” Ela sorriu e sentou de
lado em meu colo.
“Amor, aqui é o jornal.” Olhei pelos vidros e alguns funcionários olhavam em direção
a minha sala, notando visivelmente ela sentada em meu colo.
Ela inclinou e beijou leve o meu pescoço.
“Não deixe o que ele disse te atingir.” Abriu a boca e mordiscou. “Eu amei o que você
fez... Você tem que se impor...” Murmurou, eu tentei pará-la, mas ela continuou me
beijando teimosamente. “Eu pensei que você nunca ia dar um chega pra lá nesse cara.
Ele é muito abusado. Caso você queira, amanhã falo com meu pai sobre ele”
“Não precisa falar com o seu pai.” Escondi o rosto em seu cabelo. “Você tem que
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entender que ele era o chefe aqui quando eu cheguei.” Fechei os olhos e deixei a
frustração me atingir. Não era uma situação admissível ser designado chefe só por ser
marido de uma das herdeiras. Essa situação massacrava-me, atirava-se contra a
minha estima.
“Sim, Edward, mas as coisas mudaram. Você não é só chefe. Você é dono.” Ela disse
e beijou meu rosto, eu a abracei.
“Eu não sou o dono.” Ainda estava meio contrito pela situação.
“Ah, não? Qual o nome desse grupo?” Ela ergueu a sobrancelha, fingindo pensar.
“Cullens.” Respondi rápido.
“E qual o seu sobre nome? Qual o nome da SUA família?” Ela colocou o indicador em
meu peito.
“Cullen.” Disse segurando o sorriso, encantado em como ela tinha o poder de me

enrolar em seu dedinho.
Ela aproximou do meu ouvido, constrangendo-me diante do tanto de olhares, e

mordiscou a orelha, distribuindo correntes elétricas em meu corpo.
“Isso aqui é seu, chefinho. Se eu sou sua, tudo que é meu é seu. É um pacote,
portanto, você pode mandar e desmandar nisso aqui. Se você quiser ser o diretor
geral do prédio, você pode... E...” Lambeu minha orelha. “Eu adorei a sua cara,
chefinho. Acho que quando chegarmos em casa vamos brincar de chefe e funcionária.”
Ela abandonou a língua em minha orelha. “Que tal? Ou você quer uma secretária de
saias curtas?” Ela passeava com sua língua incendiária e eu já não me sentia mais
dono das minhas vontades.
Como uma mulher não respeitava nem o local de trabalho!? Minha mulher, só podia
ser. Já disse que casei com uma louca? Ela não é normal. Para completar a sua
insanidade só restava ela virar de frente e beijar minha boca. Aí sim, podiam mandar
nos internar. Lógico que eu ia junto. Adoro as suas extravagâncias.
“Amor, estamos no trabalho.” Murmurei rendido, ainda preocupado com os olhares

furtivos.
“Você está perdendo tempo. Já devia ter fechado as persianas no controle.” Ela se
esfregava em mim e passou a beijar novamente meu pescoço de um jeito muito
persuasivo.
“Vai ficar muito na cara.” Murmurei e apertei o controle, esperando que as persianas
fechassem. Ela ia me pagar por me excitar em pleno horário de trabalho. Ela subiu a
saia, sentou-se de frente e desabotoou a blusa. Não disse que ela era louca? Ela usava
um sutiã de pedras preto, uma exuberância de sensualismo.
Rendido, beijei a sinuosidade de seus seios e ela sorriu.
“Você planejou isso em casa, não foi? Vir seduzir seu marido na sala dele.” Acusei e
afastei sua blusa, beijando o seu ombro.
Ela sorriu maior, criou atrito entre nós e invadiu meus lábios com sua língua,
acariciando e bagunçando o meu cabelo.
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“Edward, Rosalie chamou...” Era a voz do Emmett e, assustado, afastei o rosto do

beijo. “Nossa! Vocês têm que trancar a porta para fazer isso!” Emmett censurou e
passava as mãos no cabelo sem jeito. Pelo seu olhar, ele formava idéias da efetivação
do ato. Se ele chegasse minutos depois, até que poderia.
Sorrindo, Bella levantou e arrumou a saia. “Fala, Emmett, o que você estava falando?”
Bella sentou-se de lado em meu colo e sorriu despreocupada do meu estado
desconfortável. Nos dois sentidos.
“Rosalie pediu para vocês irem jantar lá em casa hoje. Ela está morrendo de saudade
da Carlie.” Ele disse sem olhar diretamente para nós.
“Ih, acho que não vai dar. Edward não pode ir.” Ela disse, puxando os lábios em uma
careta.
Alegando inutilidade, ela vendeu o meu carro, que eu comprei dela, obrigando-me a
locomover em seu volvo preto. Admito que seus motivos foram outros. A Mercedes já
tinha mais de sete anos de uso e não era do seu interesse que eu a usasse. Deixei. Ela
sempre faz o que quer. Porém, ter só um carro tem um dano, resulta em
impossibilidade de deslocamento separados.
“Eu te pego lá.” Emmett se adiantou e sentou em uma cadeira em nossa frente.
“É, Bella. Vai com ele que eu só vou dar aula nos primeiros horários hoje. Depois das
nove eu passo lá e janto com vocês.” Eu disse afastando-a um pouco do incômodo.
“Tudo bem.”
Após acertarmos horários, os dois saíram da minha sala, restando-me a obrigação de

abrir novamente as persianas. Notei sorrisinhos e cochichos em direção a minha sala.
Não liguei. Casando com a mulher que eu me casei, deveria me acostumar com seus
adoráveis disparates.
O restante do expediente se passou rápido, então, era chegada um das horas mais
adoradas do meu dia: a hora que estávamos todos em casa. Graças ao nosso horário
no jornal, no mais tardar às duas e meia estávamos em casa.
Pegamos as crianças e nos direcionamos á área sombreada do quintal. Era parte de

nossa rotina procurar sempre proporcionar atividades de diversões para as crianças,
levando em conta que eram gêmeos, assim, nós dois precisávamos estar juntos.
“A Carlie é mais apegada a você.” Bella comentou e pôs Carl no chão, segurando nos
bracinhos dele pra que ele andasse. Repeti o ato com Liss, andando lado a lado com
Bella pelo jardim. Os bebês queriam apressar os próprios passos, fazendo forças para
andar.
“Anjinho, você está feliz?” Ela levantou Carl em seu colo e beijou a barriguinha dele,
fazendo com que ele risse e puxasse os cabelos dela.
“Por que você sempre está me perguntando isso?” Deitei na grama e coloquei Liss em
minha barriga, levantando e abaixando ela.
Bella continuou em pé, calada, então virei o rosto para olhar. Ela continuou. “Eu já
disse uma vez... Eu penso que você sente falta de lá... Além disso, teve aquele
comentário do Alec e eu vi como você ficou...” Disse com a voz baixa e o semblante
pensativo.
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Brincalhão, puxei sua perna dela, forçando pra que ela sentasse, ela sentou de lado e
colocou Carl em seu colo.
“Você acha que eu poderia estar mais feliz do que eu estou aqui hoje?” Estiquei minha
mão e acariciei sua perna. “Eu estou feliz, amor. Trabalho no mesmo local que a
minha mulher, estou ensinando nossos filhos a andar. Eu poderia querer algo melhor
que isso?”
Ela sorriu, se ajoelhou, colocou Carl sobre minha barriga e se inclinou para beijar meu
rosto.
“Onde você for, eu estarei com você.” Ela prometeu e beijou os meus lábios. “Saiba
disso.”
Após brincarmos com as crianças no quintal, entramos, tomamos banho, ela arrumou
as crianças e nós quatro deitamos na super king, para colocarmos eles para dormir.
Eram cinco horas, logo eu ainda tinha um tempinho antes de sair para a aula.
“Se você mexer no cabelo dela, ela dorme mais rápido.” Avisei para Bella, já que ela
colocava Liss para dormir e eu colocava Carl.
“Se ele pegar na sua orelha, ele dorme mais rápido.” Ela avisou sorrindo e eu deixei
Carl pegar minha orelha.
Não tardou pra que a insensibilidade de sentidos me atingisse, e a vontade de dormir

me contaminasse ao ter três respirações calmas e compassadas em minha volta.
Entreguei-me a languidez por algum tempo, porém, eu não tinha tempo para sono. Eu
precisava preparar a minha aula, então, com pesar, deixei-os na cama e sai rumo ao
meu escritório.
Como findei o mestrado no fim do ano anterior, esse ano dei início a regência em uma
faculdade particular e em dois cursinhos. O nome foi algo que contribuiu para a
facilidade da vaga. Não era algo que eu tinha planejado antes, mas como eu tinha
inclinação por expor meus conhecimentos, um dia Bella me mostrou percepção
intelectual disso, levando-me a pensar no fato e a decidir por pôr a vista os meus
conhecimentos. Assim, hoje, além de atuar como chefe do editorial político, dou aulas
em uma Universidade de Socialismo e Educação, e em cursinhos de: Atualidades,
Administração Pública, Ética e Política Internacional.
Embora as matérias fossem ligadas, sempre tomavam um tempo razoável em sua

preparação. Por isso, passei o restante do meu tempo organizando a aula.
Meses depois
Os dias transcorriam rápidos com a rotina estabelecida. Os meses se iam com

celeridade sem que eu notasse. Mesmo assim, eu buscava desempenhar com precisão
o papel de pai, objetivando proporcionar tempos de qualidade para a minha família, de
chefe no jornal e de docente.
Era essencial eu não me individualizar em minha rotina, e no incurso dos dias instados
primar a convivência. Porém, minha busca incessante por desenvolver qualidades que
me proporcionasse o superlativo, imperava e me exigia excessiva dedicação, muitas
vezes tomando o tempo familiar.
O projeto que criei e entreguei para o pai da Sophia dois anos atrás, saiu do papel,
portanto, a Universidade com personalidade de empresa pública teve ações
1458 de 1595 26/05/2011 20:45

disponíveis a público. Surpreendentemente, Carlisle arrematou a proposta no ano

passado. Assim ele construía uma Universidade na rodovia de cruzamento entre
Forks, Seattle e Port Angeles. Ela ficará distante vinte minutos de Forks, quarenta
minutos de Port Angeles e uma hora e meia de Seattle. Sua posição ficou
completamente estratégica, pois estava a cinco minutos da entrada da reserva
indígena, portanto, seus benefícios se estenderiam aquele povoado. Com efeito, seu
público poderia abranger uma grande extensão.
Desde que ele começou a construção, repetidas vezes pediu que eu viajasse para
opinar e o favorecer de alguma forma. No início, eu participava ativamente, mas
lamentavelmente, até as habituais idas ao estado de Washington estavam sendo
evitadas estes dias. Era uma falta involuntária ocasionada pela minha escassez de
tempo. Nos fins de semana que poderiam ser os dias que eu iria para a Seattle,
divido-me entre família, preparação de aulas e avaliações. Assim, tenho ido lá no
máximo de mês em mês. Com excessivo esforço.
Após a aula, mais um dia eu chegava em casa e, pelo silêncio e horário, todos deviam
estar dormindo. Subi as escadas devagar e abri a porta do meu quarto, notando o
abajur aceso.
“Ainda acordada, amor?” Perguntei baixo, tirei minha camisa e calça, dobrei-as e
coloquei-as no cesto.
“Estava te esperando.” Murmurou sonolenta. Ela estava deitada de bruços, abraçando

um travesseiro.
Saudoso, ajoelhei na cama e beijei atrás do seu joelho. Ela resmungou sorridente e
encolheu as pernas.
“Eu vou para o banho. Você me espera?” Perguntei e abracei-a de costas, cheirando o
seu cabelo.
Ela virou e abraçou a minha cabeça em seu seio, colocando sua perna sobre mim.
“Uhum .” Murmurou em resposta.
“Como estão os bebês?” Mordisquei seu seio por cima da camisola.
“Estão bem. Coloquei-os para dormir e a babá está com eles.”
Ela desceu o corpo e alinhou frente a mim.
“Sinto sua falta à noite.” Ela acariciou meu rosto, passando os dedos. “Você ainda me
quer do mesmo jeito que antes?”
Sorri e coloquei minhas mãos em seu quadril, por dentro da camisola, puxando ela
para mim.
“Muito mais do que antes.” Beijei o seu colo, inspirando o perfume de seu pescoço e
acariciei sua nuca. “Cada dia mais.” Murmurei.
Ela desceu a mão por minha barriga, colocou os dedos em minha boxer e forçou os
lados para descer. Notando sua intenção, restringi sua mão de continuar.
“Deixa eu ir para o banho primeiro, cheguei da rua.. .” Murmurei e ela beijou meu
1459 de 1595 26/05/2011 20:45

peito, subindo com os lábios lentos para o meu pescoço. Ela olhou-me docemente e
sentou-se posição indiana na cama.
Instantaneamente, vi que não poderia perder um minuto dela, ajoelhei e subi minhas
mãos pela sua coxa, pegando na barra da camisola e tirando-a por cima. Eu iria
levá-la para o banho comigo.
Ela não mostrou a mínima vontade de levantar da cama, passou a língua em meu
ombro e mordiscou. Eu não tinha chance de me afastar, portanto mergulhei os dedos
em seus cabelos e abri espaço para mergulhar minha boca em sua orelha, descendo
depois os lábios lentos pelo pescoço.
Ela fechou os olhos e gemeu baixinho, deitando o pescoço para me dar mais acesso.
Espalmei minha mão em seu seio e me perguntei se alguém era mais agraciado do que
eu em ter uma mulher tão cheia de paixão e com essa doce entrega. Sorri e a trouxe
para sentar em meu colo, consciente de que se existia felicidade maior, talvez eu não
fosse digno de ter.
Ela subiu com os lábios para minha orelha e passeou vagarosa a sua língua,
suspirando em meu ouvido e arrastando o corpo em mim.
“Eu quero ir embora para o estado de Washington.” Ela mordiscou o meu lóbulo e
desceu com os dedos em minhas costas. Raciocinava no que ela dizia, enquanto isso
descia lento com os lábios em seus seios, mordiscando devagar o mamilo.
“Por quê? Não está feliz?” Perguntei, deitei-a de bruços na cama e levantei seu cabelo,
distribuindo beijos em sua nuca e ombros. Ela suspirou e se demorou em responder.
“Eu não quero mais morar aqui.” Gemeu baixinho. “Se você quer dar aula... Eu quero
que você vá para a Universidade de lá quando ela inaugurar...” Informou com a voz
baixa e lenta. Completamente relaxada.
Continuei com beijos e mordiscadas por suas costas, descendo pela cintura e quadril.
Ela arqueava e respirava descompassado.
Ela era uma estrategista nata, pensei, principiava assuntos temerários sempre que me
tinha prostrado diante dela. Eu poderia argumentar que estávamos bem aqui, que
profissionalmente estava estabilizado, que na Califórnia tinha muito mais mercado e
liberdade, que gostava da minha rotina...Mas de que importaria tudo isso se ela não
estivesse satisfeita?
Mordisquei sua coxa, quadril e ela gemeu mais. Desci lentamente sua peça íntima e a
virei, subindo depois lentamente com os lábios por sua perna, mordiscando da coxa a
cintura. Ansiosa, ela parou-me e olhou-me indagativa, esperando por uma resposta.
Ainda pensativo, subi com os lábios para os seus e a beijei vagarosamente.
“Dê-me um pouco de tempo, Bella.” Disse, deixando os pensamentos para depois e

aprofundei o beijo, inserindo minha língua em sua boca.
Novembro de 2014.
1460 de 1595 26/05/2011 20:45

O evento se iniciaria às nove horas, portanto, após deixar o quarto da Rosalie, desci, a
fim conferir se tudo estava em ordem.
Tempos atrás, a ONU decidira que o EUA era o grande responsável pela reconstrução
daquele país, pois fora ele o causador de sua ruína, á revelia da ONU. Motivo esse que
trazia os olhos do mundo para aquele evento. Ele seria uma mostra de que os EUA
cumpria o seu papel em reestruturar aquele país.
O local de eventos era dividido em: salão com mesas para o serviço de buffet, espaço
para comitivas dotado de cadeiras e palanque para entrevistas em um espaço
lateral.Enquanto o evento não se iniciava, uma série de colaboradores serviam
alimentos típicos do país.
O chefe de estado nomeado pelos EUA, Hamid Karsai, chegara ao evento, trajado com
seu turbante festivo. Ao avistá-lo dirigi-me a sua recepção, consciente de que o
anfitrião deveria deferir urbanidade às personalidades instadas. Uma diversidade de
representantes de ONGs no mundo e grande quantidade de repórteres chegavam,
sentando-se nos locais lhes designados.
Neste espaço de tempo, eu fazia a ponte entre a autoridade local e os representantes

dos diversos países, uma vez que eu atuava como seu tradutor. Os quase dois anos
que passei neste país serviram pra que eu aprendesse a língua local, logo,
isentava-me de qualquer dificuldade em dialogar, traduzindo precisamente a língua.
Estabeleci amizade genuína com o representante do país, Karsai, notável situação

atribuída á missão de parceria. Estávamos parados, respondendo ás perguntas de
repórteres franceses, então os olhos do Karsai se voltaram á escadaria e eu os
acompanhei.
Deslumbrante, descia a mais perfeita mulher que meus olhos poderiam encontrar. Seu
ar gracioso e exuberante encantavam os meus olhos. Era mágica a luz que dela
irradiava. Meus olhos a amava como se fosse a pela primeira vez que a via.
Percebendo meus olhos em sua direção ela sorriu presunçosa e desceu devagar,
expondo minuciosamente as formas de seu corpo. Eu podia penetrar o pano com o
olhar e, com a saudade não aplacada, meu corpo mostrava reações inquietas em
simplesmente ver o roçar do pano em sua pele.
Era um vestido cinza, com brilhos pretos, o tamanho era na altura do joelho e era de
alças. O decote expunha uma mostra perfeita de suas novas formas mamárias.
Extremamente convidativo. Alguém entenderia se eu dissesse que salivei? Pois, é. Por
um segundo senti o gosto da pele em meus lábios, resultando em engolir em seco.
Ela desceu o último degrau e sorriu confiante, vindo em minha direção. Respirei fundo
e olhei para os lados, notando que não era o único homem vidrado em suas formas.
Ela pôs a mão em meu ombro e aproximou-se de meu ouvido. “Eu me senti nua.”
Sibilou e eu limpei a garganta, dando boas vindas as alterações que a presença dela
causavam em meus sentidos.
Ela parou ao meu lado e eu me virei para o Karsai, observando seu olhar de espreita
sobre ela. Ele olhava-a como algo comestível. Comparei-o a mim segundos atrás e
sorri do efeito que ela causava.
“Esta é minha esposa Bella.” Apresentei-a no dialeto local e ele arregalou os olhos,
com um olhar malicioso. Bella prendia um sorriso nos lábios, e eu desejei dissimular a
1461 de 1595 26/05/2011 20:45

situação para não nutrir a sua graça ao ver o homem suspenso.
“Todas as suas esposas são formosas assim?” Perguntou-me com fascínio, ainda
olhando-a da cabeça aos pés. Fui mentalmente grato por ela não entender a língua
local. Dificultaria a minha situação se ela soubesse que o país era complacente a
bigamia. Aliás, não só era complacente, como incitava.
Sorri e não traduzi a pergunta para Bella.
“Só tenho uma.” Respondi, pus o braço sobre o ombro dela e beijei sua testa. Ele
ergueu a sobrancelha surpreso. Eu completei. “É minha dona.”
Ele olhou-a minuciosamente, um pouco descrente da minha resposta. “No seu país as
mulheres comprar os homens?”
Eu quase sorri, porém, ele estava atônito demais para ser alvo de divertimento. Preferi
explicar. “Não. Não é isso. Digo que ela é minha dona porque não tenho olhos e nem
tempo para outra. Ela vale por sete.” Apertei sua cintura e ela continuava
completamente aquém ao assunto, todavia mantinha sua compostura.
Um brilho de compreensão brotou no semblante do Karsai e ele fez uma nova

avaliação de cima abaixo em Bella.
“Você é preso a ela. Ela tem a sua vida e coração.” Anuiu coçando a barba.
Eu assenti balançando a cabeça. “É um homem dominado. Homem de uma mulher

só.” Resmungou e fez uma careta, agora fixando os olhos em seus seios.
Percebendo o seu olhar, ela apertou o meu dorso e eu esfreguei o seu braço,
passando tranqüilidade. E por que ela é Bella, ela manteve o rosto levantado
firmemente, deixando-se ser estudada.
Forcei uma tosse para tirá-lo da distração e, finalmente, ele se expressou, após a
apreciação.
“Mil mulheres não substituem a que tem o nosso coração. Nem mulheres, nem
riquezas, nem poder.” Recitou sorrindo e se inclinou, pegando a mão dela para beijar.
Ela sorriu gentilmente, e, após beijá-la, ele fez uma mesura e virou-se para nos
deixar.
“Vai com ele, embaixador. A noite é sua. Não se reocupe comigo.” Bella acariciou
minha nuca ternamente, eu assenti com dissabor em deixá-la, mesmo assim, ela se
afastou, percorrendo o caminho ao encontro da nossa família.
Ela movia-se apraz aos meus olhos, então me permiti novamente extravasar a fixação
por ela, compenetrado no seu mover. Balancei em seguida a cabeça, tencionado a
expurgar os pensamentos obscenos que sobressaiam, assim, eu me concentraria nas
obrigações.
Era um martírio estar perto e ter que estar longe. Cada minuto longe dela, sentia como
se minhas células vitalícias estivessem morrendo. O seu toque e presença traziam
calor e, como por meses fui privado, estes momentos afastados privavam- me de
vida, de completude.
Por onde ela passava levantava olhos admirados, fazendo com que o ser primitivo e
possessivo que em mim habita quisesse expô-la como minha. Porém o dever era
1462 de 1595 26/05/2011 20:45

maior, o prazer deveria esperar.
Bella POV
Sentei-me à mesa da minha família, percebi os semblantes entediados e tentei inserir

algum assunto. Embora tivesse boa comida e ambiente interessante, evento político
era algo bem sem graça para nós. Sinceramente, eu e meus irmãos gostamos mesmo
é de agitação.
“Bella, você tem certeza que virá para esse país?” Meu pai enrugou o semblante com
desaprovação.
“Eu tenho que conversar com Edward.” Eu queria fugir do assunto antes que meu pai
viesse novamente com suas preocupações e advertências.
Depois de um tempo sentada, levantei e procurei Edward entre alguns repórteres e

representantes de países. Aproximei-me e segurei em seu braço. Ele sorriu, enlaçou o
braço em minha volta e pousou sua mão em minha cintura, me apresentando em
seguida aos repórteres.
Não que eu fizesse questão, mas era bom ver seu semblante de triunfo ao me
apresentar.
“Quero você.” Sussurrou disfarçadamente em meu ouvido, movendo os dedos em

minha cintura e polegar no decote das costas.
Afastei-me um pouco e levantei o olhar, encontrando o seu. Ele me olhava intenso,

sem ao menos disfarçar das pessoas em volta. Não precisava mais proximidade para
sentir grande quantidade de correntes elétricas em minhas veias, mandando calor para
meu pescoço. Estava tudo á flor da pele. Porém, eu sabia que o evento era importante
e que ele precisava manter a compostura, portanto, resolvi parar de distraí-lo e
circular.
“Vou falar com Ryan.” Sibilei, fazendo com que sua mão se desgrudasse das minhas
costas. Ele assentiu, de novo, com o semblante descontente.
Ryan e Sophia tinham acabado de entrar, em companhia do pai dela e da comissão

americana. Afastei-me do Edward, passei por algumas pessoas, para enfim chegar até
eles.
“Oi!” Abracei a Sô e ela devolveu o abraço com carinho.
Conversamos um pouco sobre nós, sobre casamento, então ela entrou no assunto da
universidade.
“E aí, quem está tomando conta de lá?” Desde que ela se pôs nas negociações
políticas das ações da Universidade, ficamos muito próximas.
“Ah, tem um reitor amigo do Edward.” Dei de ombros com o assunto e Ryan pôs o
braço em meu pescoço, dividindo-se entre nós duas enquanto caminhávamos rumo à
mesa deles.
“E Ryan, como ele está se saindo como assessor da deputada Feinsteim?” Perguntei
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com um risinho. Sophia apertou o queixo do seu marido.
“Ah, você sabe, ele gosta mesmo é de montar seus robozinhos? Além disso, adora
festas.” Ela revirou os olhos e ele a beijou. Os dois eram completamente opostos. Ela
séria e responsável, ele brincalhão e playboy. Apaixonados e equilibrados.
Todos sorrimos e, pelo calor em minhas costas, eu tinha certeza que meu marido
estava a centímetros de mim. Virei o rosto e ele estava atrás de nós, tirando a mão do
Ryan do meu ombro.
“Pode largar que a mulher é minha.” Edward falou baixo para Ryan, que brincalhão, se
soltou em um pulo de nós duas e ergueu a mão em punho para bater no punho do
Edward.
“Estava cuidando para você, excelência.” Ryan sorriu debochado e os dois bateram os
punhos, depois Ryan puxou Edward para um abraço. “E ae, cara, que lugarzin feio que
tu foi morar, hein!” Ryan apalpou o traseiro do Edward, e Edward deu um pulo para
trás.
“Está doido, Ryan! Já viu o tanto que as câmeras vivem em cima de você?! Se você
ficar me apalpando assim em público vão dizer que temos um caso!” Edward sorriu e
se escondeu atrás de mim.
“Ah, fala sério, bofe. Vai dizer que tu não tem saudade de dormir no mesmo quarto
que eu?” Ryan arrastou a voz fingindo ser homossexual, Sophia lhe beliscou, e nós
caímos na gargalhada.
O pai dela estava perto e olhava sério em nossa direção. Edward cumprimentou o
Senador Feinsteim, conversou por um tempo, depois voltou a conversar com Ryan e a
Sô.
Disfarçadamente, ele cochichou em meu ouvido. “Nem acredito que vou ter que
esperar terminar o evento para desfrutar da minha mulher.” Seu sussurro tinha tanta
urgência que fez descer um arrepio na nuca aos pés.
Segurando minhas costas, ele arrastou meu quadril de lado em seu corpo, buscando
alguma fricção. Olhei pasmada para ele, e ele sorriu, colocando depois uma mão no
bolso para disfarçar o volume.
“Estou assim desde que você desceu as escadas e que eu percebi o que você tem
embaixo deste vestido.” Disse com um sorriso desavergonhado. Eu sorri disfarçando,
permaneci conversando com a Sô, e eu via que ele estava completamente alheio a
conversa, passando em todo tempo as mãos em minhas costas e cheirando o meu
pescoço. Seus gestos estavam ansiosos e quentes, depois de uns minutos fazendo
isso, olhou para a entrada principal e sussurrou. “Estou padecendo de saudade de
você, porém ainda tenho muita coisa para fazer.” Disse com a voz rouca e escondeu a
boca com o braço, mordendo em seguida o meu ombro. Enrijeci sentindo o calor e ele
sorriu em minha pele.
Resolvi provocar. “Hmmm... O embaixadorzinho tem três minutos para mim?” Sorri
em seu ouvido e ele arregalou os olhos surpreso com minha insinuação, ainda assim,
continuava mantendo a conversa em grupo.
Ele pressionou mais a mão em minha cintura e respirou em meu cabelo. Sua excitação
era gritante, fazendo com que eu ficasse quase sem graça, tendo que manter a
postura em frente aos nossos amigos.
1464 de 1595 26/05/2011 20:45

“São cerca de quantos soldados envolvidos na missão?” Sophia perguntou.
“Somente cem. A presença de soldados deixa a população receosa, porém, eles nos
proporcionam segurança.” Edward respondeu, ainda concentrado em minhas costas.
Ele afastou meu cabelo, acariciando o meu rosto, então sussurrou em meu ouvido.
“Espere-me naquele escritório em dez minutos.” Apontou para o fim de um corredor.
Inicialmente, fiquei chocada com sua coragem, depois me senti quente novamente,
quase derretendo com seu tom. Assenti, quase implorando que fôssemos agora,
tamanha era a minha vulnerabilidade. O que eu mais tinha certeza nesta noite era que
eu precisava como nunca do meu marido.
Ele se afastou um pouco do contato, entrou na conversa novamente, conversou mais

uns minutos, depois saiu, dando antes um tapinha discreto no meu bumbum.
Notas Finais:
PULEM MAS DEIXEM UM OI AQUI...vCS ESTÃO CONSEGUINDO
ENTENDER ONDE ELES ESTÃO EM 2014??
BJS
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57- Um dia depois de amanhã- Parte 2 escrita por BIA BRAZ
Junho de 2012-Dois anos e meio após o casamento.
Aquele estava sendo o ano mais feliz e completo desde que nós nos casamos. Os
bebês davam menos trabalho e já estavam com dois anos de idade, sendo crianças
espertas e carinhosas. Mudamo-nos para casa de Forks. A casa além de moderna, era
espaçosa e cheia de tecnologia, fazendo com que tivéssemos prazer em mobiliá-la.
Nossa rotina mudou completamente da que tínhamos na Califórnia. A única rotina que
não mudou foram as buscas matinais por notícias de política mundial que Edward fazia
todos os dias. Para amenizar as minhas cobranças quanto a acordar sozinha, ele
acordava cedo, mas quando via que eu ia acordar, voltava para a cama. Era uma
espécie de vício ou obsessão que ele tinha por notícias. Eu fingia não ligar mais.
Ele continuava escrevendo artigos políticos para o jornal, entretanto não tinha mais
responsabilidade com chefia. Seu papel era só escrever. Mesmo assim, ele levava isso
a sério, buscando embasamentos para os seus comentários e críticas. Semanalmente,
ele passava horas conversando com a Sophia sobre o governo, sobre negociações
internacionais e sobre a ONU. Isso me dava mais certeza dos meus pensamentos
sobre ele...
Ele aceitou o convite do meu pai de dirigir a Universidade Forks, porém, isso não era
suficiente para ele. Ele gostava de dar aula, então, além de reitor da Universidade, ele
dava aulas em alguns cursos.
No fim do ano passado ele iniciou um doutorado em questões sociais, então, sempre
ele se mantinha estudando. Em qualquer momento livre.
Já eu, precisava dividir bem o meu tempo, uma vez que eu não queria deixar de ser
profissional, mulher, mãe e ainda praticar um hobby... O hobby era um sonho que eu
estava realizando: ensinar voluntariamente música para crianças.
Três dias por semana eu ia para o jornal em Seattle, assumindo lentamente os

investimentos de ações da empresa. Meu trabalho era de análise e gestão. E embora
essa tarefa não parecesse importante, era essencial, pois desde que meu pai deixou a
administração total nas mãos do Brandon, aos poucos papai deixava as empresas,
viajando sempre com Esme. Logo, eu precisei assumir a parte de investimentos.
Os outros dois dias restantes da semana eu dava aulas de violão, piano e violino pelas
manhãs, em uma sala cedida pela universidade. Por ser perto da reserva, as minhas
aulas eram lotadas. A maioria dos violinos foram o meu pai quem doou e as crianças
podiam levar para casa. Já para dar aula de piano eu tinha em sala dois pianos
grandes e cinco teclados. Violão, maioria das crianças tinham, e os que não tinham,
eu sempre dava um jeito.
Nesta manha era aula de violino, uma das aulas mais empolgantes.
“Ok. Vamos Juntos. Quando eu chegar ao três. ”Avisei, peguei meu violino e
posicionei-o sobre o meu ombro. Sempre depois das aulas teóricas nós tocávamos um
pouco. Mesmo que em cinco meses de aula as crianças não tivessem aprendido muito
1466 de 1595 26/05/2011 20:45

a prática, era extasiante a empolgação e o modo como eles friccionavam as cerdas

com o arco. “Atenção, um, dois, TRÉS!” Começamos juntos e eu sorri alto, deixando
que eles tocassem sozinhos. Seus olhinhos brilhavam trazendo uma satisfação infinita.
Porém, o som era horripilante e me fazia contorcer de rir.
Edward POV
Eu podia ouvir os sons dos violinos ao caminhar pelos corredores. A sala de música
devia estar aberta, pois o som não transpassaria as paredes com isolamento acústico.
Direcionei a sala, passando antes por alguns alunos nos corredores, e ela realmente
estava aberta. As crianças tocavam alto e desafinado. Encostei-me à porta e o que me
chamou atenção era Bella tocando e rindo extasiada. Parei meus olhos nela, sentindo
admiração por seu jeito solto e mais uma vez me apaixonando. Ela tinha tudo para ser
uma esnobe perdulária, com motivo, pois seu pai é dono de um império. Mas ela não
é. Ela dispõe de seu tempo e conforto para fazer algo pelo bem comum. O orgulho que
sinto dela é exorbitante, funde-se com o meu amor ao ponto de não suportar tanto
sentimento em meu peito.
Admirando-a, aproximei-me com as mãos cruzadas no peito e parei ao seu lado.
“Parabéns, professora.” Sussurrei e enlacei a sua cintura. Ela assustou-se e virou

frente a mim, então deu um risinho satisfeito e colocou o rosto sob o meu queixo.
“Obrigada. Depois preciso falar com o senhor, magnífico reitor.” Disse fingindo
formalidade.
Apertei a sua bochecha e sorri, por um instante perguntando-me mentalmente o que

me faltava. Eu deveria estar completo. Por que parece que me falta algo quando
deveria ser afortunado com a vida que tenho? É excêntrico e incompreensível esse
meu individualismo.
“Tenho horário em meia hora.” Impus maliciosamente e apertei-a em um abraço.
“A conversa é séria, Edward.” Disse beijando leve o meu pescoço, e eu a restringi

quando vi os olhinhos das crianças curiosos em nossa direção.
“Com licença, professora. Boa aula, crianças.” Deixei rápido a sala e fechei a porta.
Atravessei o corredor e voltei para a minha sala. Eu precisava organizar a pauta de

uma reunião futura com autoridades locais, e em seguida preparar a minha aula. A
vida em Forks não estava nem perto do que eu imaginei que seria quando estava na
Califórnia. A infinidade de questões que cogitei existir quando chegássemos aqui, não
existiu. Eu temia o desconhecido, no entanto enfrentá-lo tem me tornado forte e hoje,
com vinte e quatro anos, sinto-me experiente e com notável saber.
A convivência com a comunidade em Forks involuntariamente propaga aspectos

políticos. Política não é só despontar como representante, é fazer algo pela
comunidade. A Universidade fez parcerias envolvendo incentivos sociais. Uma vez que
ela recebe incentivos do governo federal, isso obriga-nos a provar que ela atua para o
bem comum, ainda que obtenha lucros. Por conseguinte, planejei incentivos para
pequenos produtores locais, com cursos e suporte. Entre esses produtores estavam:
1467 de 1595 26/05/2011 20:45

pescadores, agricultores e manufatureiros da reserva. Esse trabalho exigia

planejamento e atuação, tomando grande parte do meu tempo.
Após terminar as pautas da reunião, comecei a preparar a minha aula. Estava

compenetrado na metodologia da aula, quando Bella entrou. Ela vestia uma saia justa
verde musgo e uma blusa branca, o cabelo estava preso.
“Oi, magnífico reitor.” Ela encostou a porta, sorrindo ao ver-me olhando para a saia,
depois rompeu o espaço e sentou-se sobre minha mesa, de pernas cruzadas. Por que
ela nunca se sentava na cadeira? Era incrível que eu perdesse a linha do raciocínio
toda vez que a minha mulher estava no mesmo ambiente que eu. Comportava-me
como um infantil. Perdia-me em seus olhos dominantes, sorriso confiante e corpo
perfeito.
“Pois, não, professora?” Ergui a sobrancelha e pousei as mãos em seus joelhos,

passeando-as languidamente até suas coxas.
“Quero falar com você.” Disse colocando os dedos em minhas sobrancelhas.
Fechei os olhos avaliando a carícia e me inclinei na cadeira, deixando que meus lábios
acompanhassem minhas mãos por suas pernas.
“Hmmm, como marido?” Beijei os seus joelhos e ela apoiou as mãos na mesa, quase
deitando o corpo.
Ela olhou para a porta e passou a língua sobre os lábios, olhando-me com diversão.
“Não. Como reitor.” Disse entreabrindo minimamente as pernas
“Você está tendo uma conduta inadequada. Não devia estar sentada em minha mesa.
Isso é assédio.” Disse mordiscando sua coxa e forcei sua saia a subir um pouco.
“Não é assedio. Eu sou sua subordinada. Você é o reitor.”
“Negativo. Eu sou seu subordinado. O seu pai é o dono aqui.” Sorri em suas coxas, já
sentindo o incomodo em minhas calças.
“O senhor devia trancar a porta para a nossa conversa.” Disse abrindo dois botões da
blusa, seus olhos eram insinuantes. Era apelativa a sua exposição.
Levantei, tranquei a porta, depois coloquei o telefone da sala no mudo.
“Aqui está calor, senhor reitor. Posso ficar mais a vontade?” Ela deitou na mesa e
desabotoou toda a blusa, olhando-me fingindo inocência. “O senhor me ajuda a tirar a
saia?” Seu semblante era pura diversão, sorri em resposta abri lento sua saia,
deparando-me com roupas intimas. Após livrá-la da saia, inclinei-me sobre a mesa e
beijei sua barriga.
“Eu vim aqui para conversar.” Informou e arqueou quando passeava com a boca na
cintura.
“Por que tinha tem que ser sem roupas?” Questionei e continuei beijando.
“Estou com calor.”
“Eu amenizo o seu calor.” Forcei minha mão em suas costas, para tirar seu sutiã. Mas
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ela apertou as costas na mesa, impedindo minhas mãos de se movimentar.
“Anjinho, eu quero conversar.” Disse com a voz manhosa, respirei fundo e ergui o
rosto para olhá-la.
“Conversamos em casa. Agora eu quero você.” Ditei e afastei a alça, mordendo o seu
pescoço.
Sem que eu pudesse entender o porquê, ela esticou uma mão ao lado, pegou um
catálogo telefônico na mesa, cruzou as pernas no ar e fingiu que estava lendo. Olhei
abismado para o seu rosto dissimulado e sentei, estudando sua atitude, analisando o
quanto ela fazia o que queria.
“Fala, o que veio conversar?” Disse frustrado, ajustando minha calça.
Ela colocou o catálogo na mesa e deitou de lado, em frente a mim, apoiando o rosto
na mão.
“Preciso que você contrate um professor de música com formação superior.” Ela
acariciava a própria perna, deslizando os dedos de lado. Distraí-me com os
movimentos de sua mão.
“Por quê?” Limpei a garganta, não prestando atenção na conversa.
“Eu não sou formada. E eu quero que em alguns anos as crianças possam ser
profissionais. Se só eu ensiná-los, eles saberão tocar, mas não terão diploma.” Ela
sorriu docemente, desejando me persuadir.
“Hum... Tenho que falar com Carlisle.” Voltei a beijar seus joelhos.
“Por quê?” Perguntou insatisfeita e eu subi mais, ficando com o rosto a centímetros do
seu seio.
Levantei a mão para tocá-la e ela a segurou, levando minha mão para seu rosto.
“Por que a universidade é dele. Respondi como óbvio e curvei mais minha cabeça, não
resistindo e beijando a parte exposta de seus seios.
Ela se afastou um pouco e deitou de bruços sobre a mesa, desviando dos meus
beijos. Cerrei os olhos e respirei fundo, impaciente com o seu jogo. “Ah, Bella, por que
isso?!” Joguei os braços no ar pela recusa e ela gargalhou.
Ao ver seu sorriso, sentei e encostei minhas costas na cadeira, frustrado.
“A conversa ainda não terminou, reitor.” Disse de um jeito insolente, voltando a deitar
de lado.
Cruzei os braços, ensejando dar a resposta final. “Eu não posso te responder agora.
Não sou eu quem decido.” Disse, fazendo uma nota mental de conversar com Carlisle
logo que ele chegasse do Caribe.
“E se você fosse o dono das ações da Universidade, você contrataria?” Ela ergueu a
sobrancelha e desfez do fecho do sutiã, deixando que a alça deslizasse devagar sobre
o seu ombro. Distraí-me com o movimento do tecido, ela pegou minha mão e subiu da
barriga ao seio.
“Sim. Eu faria o que você quisesse.” Murmurei. Eu me perguntava por que estava tão
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vulnerável assim, quando eu a tinha todos os dias. É absolutamente desgovernado o

modo como meu corpo age e reage. É como imã que me atrai e me deixa louco tão
somente em vê-la.
Inclinei minha cabeça para frente e, seduzido, arrastei os dentes sobre sua barriga. Ela
sorriu.
“Então pode contratar. Você é o dono.” Ela disse, e eu sorri, acariciando com os dedos
a cintura, ainda deslizando a boca em sua pele.
“Ah, é? Assim como sou dono da casa que moramos, do nosso carro, das minhas
roupas.” Disse com um sorriso céptico, sem alterar as carícias.
Instantaneamente, ela enrijeceu o corpo e ficou séria. Franzi o cenho e tentei buscar
algo que eu tivesse falado que pudesse magoá-la. Não encontrei.
“Que foi, Bella?” Arrumei-me minha postura, meio perdido.
“Você não está feliz.” Ela afirmou baixo, mais para si, e fechou o sutiã, olhando-me
sem o humor anterior. “Eu te perguntei várias vezes se você estava feliz e você disse
que estava.” Disse com a voz obscura. Seu semblante estava entristecido e eu não
estava entendendo o motivo da tempestade.
“Eu estou feliz, sim.” Afirmei ainda desentendido.
“Putz, Edward, não mente pra mim!” Falou num tom mais alto, desceu da mesa e
pegou sua blusa para vestir. “Pelas suas palavras nota-se que você não está feliz.”
Encarou-me sombria, enquanto abotoava a blusa.”Eu tenho feito de tudo para deixar
você feliz. Mas eu sei que você continua com a mesma frustração.” Ela pôs o dedo na
fronte e lágrimas desceram. Eu não conseguia falar nada. Não neguei, nem afirmei.
Ouve um silêncio interminável, só seus soluços o rompiam. Desorientado, passei a
mão agitadamente no cabelo, tenso, andando pela sala. Agitava-me não saber o que
falar para amenizar seu surto.
“Não dá pra competir com isso, Edward. Eu vou passar a vida toda pensando que você
quer estar lá na droga do poder americano!”
“Bella, eu estou feliz.” Diminui a distância e a abracei ao meu peito, tentando conter
suas lágrimas.
“Não. Não está! Você está só conformado! Você acabou de dizer que nada disso é seu!
Você continua dizendo que nada que é meu é seu! Você não mudou!” Disse por entre
soluços.
Atordoado, segurei seu rosto em minhas mãos e a fiz olhar para mim. “Pára, amor.
Você está fazendo tempestade num copo d’água.” Disse brandamente.
Ela suspirou e passou as costas das mãos no rosto. “São dois anos e meio vendo você
centrado lá, Edward. Eu fiz de tudo para te proporcionar um lar, uma vida calma, feliz.
Mas você insiste em perder o nosso tempo familiar com essa sua obsessão de
trabalhar, de ter SEUS próprios bens, não valorizando o que meu pai nos dá, que é
uma vida abastada e calma. Tem horas que eu queria mesmo que você precisasse
trabalhar tanto!”
Cada minuto mais eu me sentia pior. Eu queria negar, mas não encontrava forças. Não
bastava para ela saber que eu sou feliz? Eu sou feliz, afirmo. Pode ser que falte algo,
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mas eu consigo viver com isso. A nossa vida me basta. Eu acho.
“Você é tão abstrato que não sabe nem mesmo quanto ganha ou em que o seu
dinheiro é investido! Você trabalha esses dois anos sem pegar no seu dinheiro, com
uma obsessão em pagar a droga desse outro carro que você comprou de mim,
quando ele já era nosso. Eu comprei para nós dois!” Ela respirou fundo e passou as
mãos no rosto, tentando inutilmente limpar as lágrimas. “Mas o pior é quando você
vem me dizer com meias palavras que esse mundo não é seu... Isso é bem pior.”
Concluiu vencida. As lágrimas ainda desciam dos seus olhos e eu estava me sentindo
cortar, pois eu não conseguia negar a sua verdade.
“Eu não sei mais o que fazer...” Ela olhou para as mãos, suspirando, procurando
desviar dos meus olhos. “Talvez um dia você sinta falta do tempo que você poderia
estar acordando comigo na cama, ou das noites que você poderia estar conosco, mas
está dando aula, buscando sempre PROVAR ― para quem eu não sei ―, que você
trabalha e que pode me sustentar.” Disse impaciente.
Ela inalou profundamente, exalando devagar em meu braço, depois se afastou,

pegando a saia para vestir. “Pode escrever: eu vou fazer o que for preciso para você
voltar para lá. Porém, um dia você vai sentir muita falta da vida calma que poderíamos
ter.” Disse convictamente, olhando em meus olhos, depois vestiu sua saia, destrancou
a porta e saiu. Eu fiquei parado como estava, sentindo-me tenso e nervoso. As
palavras ainda ecoavam em minha mente, porém eu estava completamente inerte.
Bella POV
Minutos depois de ter deixado a sala dele, eu já estava mais calma. Sou boa em lidar
com situações adversas. Arrumava a minha sala, organizando os instrumentos e
limpando as marcas dos dedinhos, enquanto isso, tomava algumas decisões.
Este ano Edward completará vinte e cinco anos, e eu tenho que colocá-lo de volta a
vida que ele planejou. Ainda que ele nunca admita diretamente, eu percebo que ele
quer ir. Irei acompanhar o Diário Oficial e quando sair o processo seletivo para
diplomatas, vou inscrevê-lo. Ele tem muita chance de passar, pois fala três línguas
estrangeiras fluentemente, e por dar aulas, está bem interado em política
internacional. Portanto, essa será minha nova missão: fazer com que de alguma
maneira ele integre o Poder Americano.
Após resolver mentalmente isso, limpei o último violino e o coloquei no armário,

chateada por ter ido finalmente dar a notícia para Edward e praticamente receber um
balde d’água fria.
Suspirei e fechei o armário, depois coloquei o pano na mesa e me virei para o suporte
de pastas.
“Carona para casa, professora?” Edward estava encostado na porta, me olhando.
Surpresa, olhei para ele e abaixei o olhar. Ainda precisava organizar as partituras nas
pastas, já que estavam espalhadas na mesa. “Vai embora mais cedo hoje, reitor?”
Perguntei com irônia.
“Sim. Quero chegar cedo para o almoço.” Respondeu baixo, balançando a chave.
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“Hmmm, vai almoçar com sua família hoje?” Abri a parta e coloquei as partituras.
“Pensei que ia CUMPRIR seu horário na universidade.” A acidez na minha voz foi
incontrolável.
Imediatamente, ele fechou a porta, atravessou a sala e enlaçou a minha cintura,

virando-me forçada de frente para ele.
“Ei, pára com isso.” Segurou meu queixo. “Não está vendo que eu estou tentando
amenizar a situação?”
“Ah, para alguns almoçar em casa com a família seria um prazer, para você é
amenizar a situação.” Critiquei com frieza, segurando o olhar. Eu tentava ser fria, mas
sentia a lágrima querendo doer em tocar nesse assunto de novo.
Ele não tinha que ficar na Universidade até três da tarde. Ele poderia almoçar conosco
todos os dias, se quisesse. Mas não, ele impôs seu próprio horário, sacrificando mais
uma vez o tempo que poderia ficar conosco. O grande problema não era só o fato dele
ficar na Universidade meia tarde, o problema é que ele ainda voltava a noite para dar
aula em alguns horários. Isso era deprimente. Não que eu fosse uma mulher pegajosa
ou coisa assim, mas nós realmente não precisamos disso. Ele não precisa trabalhar
tanto para se auto - afirmar.
“Pode ficar.” Eu disse, tentando me soltar. “Eu vou com Jasper e Alice. Não precisa
mudar a sua rotina.”
Ele me prendeu, levantou meu rosto e cobriu minha boca com a sua, passando os
dedos em minha checha.
“Pára com isso, amor.” Sussurrou quando não correspondi ao beijo. “Desculpe se eu
disse alguma tolice. Eu não queria te deixar infeliz.” Disse brandamente e direcionou
os lábios para minha bochecha.
Incapaz de levar a controvérsia adiante, ou mesmo agir friamente com ele, pousei
meu rosto embaixo do seu pescoço e pressionei meus lábios nele.
“Você não me deixou infeliz. Eu sou feliz e nada muda isso. Eu só queria ter certeza
que você também é. Parece que você nunca está conformado com nada. Parece que
sempre você está focado em outro lugar. Deus! Eu não imaginei que fosse tão difícil
assim ter um marido...”
“Pobre? Indigente?” Sussurrou me interrompendo e eu o encarei desacreditada, vendo

a complexidade em seu rosto. Esse foi um assunto sempre evitado por mim, mas eu
não ia mais deixar passar. Determinada, o afastei e respirei fundo e estalei os dedos
ansiosamente.
“Ah, e você liga para dinheiro? Você sabe pelo menos quanto você tem em sua conta,
ou o que está sendo feito com o seu dinheiro que aplicamos quando estávamos
noivos?” Ele deu de ombros e eu bufei de raiva. “Edward, o seu problema não é
dinheiro.” Eu controlava ao máximo para não alterar o tom, embora o pouco caso dele
me destruísse. “O seu problema é vaidade, títulos, reconhecimento. O seu problema é
sempre querer ser o melhor. É sempre isto: ego, enlevação, destaque. Você quer ser
o melhor comentarista do país, o melhor professor da Universidade e, de preferência,
que a Universidade que você trabalha seja a melhor do mundo.” Joguei as mãos no ar
e andei pela sala.
Ele ficou calado, encostado na mesa, somente me escutando. “Até que as suas
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aspirações não me magoariam tanto se eu não tivesse sempre que estar te assistindo,
sendo espectadora. Se você se abrisse comigo, se abrisse as suas intenções, tudo
seria mais fácil.”
Com o olhar enigmático, ele levantou uma mão, chamando pra que eu fosse para
perto dele, e desentendida, dei dois passos a frente. Ele me puxou de súbito para
perto dele.
“Acabou?” Disse com um risinho torto.
“Nem perto.”
“Posso tirar sua blusa enquanto você continua?” Ergueu a sobrancelha cinicamente,
ainda segurando um sorriso no rosto.
“Edward, eu não estou brincando.” Avisei séria, ele já gargalhava e beijou o meu
pescoço.
“Não importa. Você está muito tensa e eu vou te fazer relaxar.” Disse, desabotoou a
minha blusa e beijou meu pescoço persuasivamente. Eu estava perdendo o fio da
meada, estava esquecendo por que eu estava com raiva e já colocava, sem querer, a
mão em seu cabelo.
“Eu estou com raiva.” Murmurei e suspirei quando sua mão desfez seguramente o
fecho do sutiã e ele espalmou meu seio, ainda beijando meu pescoço.
“Eu sei.” Ele apertou os dedos em volta do bico e com o espasmo causado, me apertei
a ele. “Só não sei o motivo da neura.”
“Você é o motivo.” Disse incisivamente, mas já estava desfalecendo com seus dedos
subindo a minha saia.
Ele me levantou pela cintura e me pôs sentada sobre a mesa, depois se inclinou e
beijou minha barriga.
“Eu amo você, mulher, e estou com você. Isso já é o bastante para eu ser feliz.” Ele
passou a mão em minhas coxas e me acariciou por cima da calcinha.
Ofeguei e, rendida, o puxei para os meus lábios urgentemente, enquanto uma mão
sua apertava o meu seio e a outra permaneceu me acariciando intimamente. Era
inacreditável que continuássemos assim, tão quentes. O tempo passou e continuamos
pólvora e fogo, bastávamos ficar perto para estourar um desejo louco em nós.
“Eu te conheço mais que você, Edward.” Disse em seus lábios, enquanto tinha
consciência.
Seus beijos, seu toque e sua paixão gritante me faziam sentir realmente amada e
adorada. Ele me atormentava, provocando, arrastando os lábios em mim e me
mordiscando. Não era um beijo, era uma provocação.
Ele não enfiava a língua em minha boca, ficava passando em meus lábios e quando eu
ia buscá-la ele sorria e mordiscava a minha. Isso fez com que eu puxasse seus
cabelos e enroscasse minhas pernas em sua cintura, buscando e sugando com
vontade a sua língua. Eu estava derretendo, mais que pronta, mas ele se divertia e
somente friccionava os dedos em minha calcinha molhada.
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“Eu também te conheço mais que você, kitten.” Provocou, afastou a calcinha e
acariciou o acesso, ofegante. “Posso jurar que em menos de um minuto você entra em
crise por não me ter dentro de você.” Gemi, quando ele inseriu o dedo e abocanhou
meu seio.
Joguei minha cabeça para trás e deixei as correntes de desejo me queimar, arfando
com o seu polegar me estimulando em movidas precisas.
“Vem aqui.” Ele afastou meu quadril mais para frente, com os olhos flamejando, me
deitou na mesa, se inclinou sobre mim e substituiu o dedo por sua boca em minha
pele sensível. Segurei o grito ao sentir a sua língua pegando fogo e se movendo
inflexível em meu clitóris. Apoiei-me nos braços e fiquei mais excitada com o modo
como ele lambia sensual, com um olhar de prazer, e olhava em meu rosto
cinicamente.
“E-Eu ain-da e-estou com Raí-va...” Sussurrei ofegante.
“Perdonarla il marito sciocco.” Disse olhando lascivamente para o meu rosto,

mergulhado de luxúria. Eu não cogitava a idéia de não perdoar. Não com tanta
persuasão. (perdoe seu marido tolo)
Ele acariciou com o dedo, o que trouxe uma sensação indescritível de mais ansiedade,
me fazendo pulsar frenética. Fechei os olhos e não tardou pra que o êxtase se
espalhasse no meu ventre, meu corpo agitasse, eu grunhisse e meu cérebro se
espremesse, jogando torpor e dormência para os poros.
Descansei meu corpo na mesa, ainda trêmula de prazer e ele continuava sugando
leve. “Delicia.” Sua voz saiu cheia de urgência e eu sentei na beira da mesa, trazendo
depois ele de volta para os meus lábios, beijando-o molhado.
Imediatamente, minhas mãos desceram para a sua calça e eu abaixei o zíper, sem
desgrudar de seus lábios. Suas duas mãos apertavam meus seios e ele ofegava
ansioso em minha boca, enquanto eu o trazia para fora da calça.
“Bella, você vai com a gente?” A porta se abriu repentinamente e nós dois, no susto,
tentamos nos recompor. Eu fechando a blusa e ele se colocando na calça. Olhamos
para a porta e Alice e Jasper nos olhavam congelados.
Sem graça, abaixei minha saia e terminei de fechar o último botão, ainda de costas
para a porta. Edward passava uma mão no cabelo e a outra limpava a boca,
desconcertado.
“Cara, vocês são casados. Vocês têm cama para fazer isso. Nossa, vocês são pais de
família. Já deviam ter tomado um jeito. Puta merda, como podem ser assim!?”
Jasper bronqueava sorrindo e eu desci da mesa, encarando ele com um sorriso cínico
no rosto.
“Você devia bater na porta antes de entrar.”
“É de lascar, viu! Eu não sabia que a professora estava transando com o reitor.” Ele
colocou a mão na boca e fingiu espanto.
“O reitor é o meu marido e, quer saber? Vai cuidar da sua vida, vai.”
Edward me abraçou por trás, escondendo o seu estado ainda estimulado e sorriu para
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eles.
“Eu estou indo com eles, tá anjinho.” Sibilei em seu ouvido e ele me apertou.
“Eu disse que vou com você.”
“Não. Você não vai. Você já amenizou a situação.” Disse com ironia e enlacei os
braços em seu pescoço, rindo mentalmente de como eu mudava rápido seu humor.
“Eu tinha certeza que o seu problema era...stress .” Ele sorriu convencido em meus
lábios, apertou meu corpo a ele e me beijou . Apertei os braços em seu pescoço,
aprofundando o beijo e ouvi alguém limpando a garganta.
“Ow, ainda estamos aqui.” Jasper reclamou e eu levantei a mão fechada para ele,
mandando ele se danar, sem soltar os lábios do Edward.
Ele que reclamasse, não existia nada que me desse mais prazer que os lábios gentis
do meu marido. Ofegante e apaixonada, afastei sorrindo de Edward e peguei minha
bolsa no armário.
“Podem ir. Ela vai comigo.” Edward avisou convicto, mas eu virei para ele balançando
a cabeça em negativa.
“Não precisa ir. Não quero que se desfaça da sua rotina por pressão minha. Podem ir.
Esperem-me no carro.” Os dois saíram e nós dois fomos andando atrás, de mão
dadas pelo corredor.
“Eu não estou me desfazendo. Só estou indo almoçar hoje em casa, posso?” Tentou
se justificar.
“Você só está indo por que eu briguei. Eu não quero te obrigar a nada. Sinceramente
você vai se você quiser.” Disse docemente e abracei sua cintura. “Porém, é verdade
que sentimos sua falta. Tem três meses que você não almoça em casa na semana .”
Pressionei um beijo em seu pescoço e chegamos ao estacionamento.
“Bella, eu tenho tanta coisa para fazer nessa Universidade.” Lamentou pesaroso,
pegando em meu cabelo preso em rabo.
“Arrume sua agenda.” Paramos, acariciei o seu rosto e ele abriu a minha porta no
carro.
“Não é justo que você coma mal no restaurante aqui da Universidade com apenas uma
hora de almoço e já volte para aquela sua sala. Eu queria que você almoçasse
conosco, queria poder dormir à tarde com você, queria que você relaxasse.” Expliquei
suplicando mentalmente que ele aprendesse a valorizar isso. “Marque todos os
atendimentos para o horário da manhã. Se precisar de mais tempo, marque para um
horário livre seu a noite, ou então contrate alguém, mas eu quero meu marido... Eu
preciso de você.”
Com um sorriso de entendimento, ele segurou meu rosto em suas mãos e beijou
minha testa.
“Tudo bem. Eu vou tentar melhorar... Porém, eu quero sempre que você fale essas
coisas para mim. Não quero que você guarde para soltar tudo de uma vez, como fez
hoje. Tem três meses que eu estou fazendo isso e só agora que você me disse que
não está satisfeita. Eu quero saber sempre. Sua felicidade é o primeiro lugar em minha
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vida.” Disse mergulhado de amor, entramos no carro e nos dirigimos trocando carinho
para nossa casa.
O decorrer do dias, após o pequeno contratempo, foi perfeito. Edward tentou melhorar
a sua agenda, eu esqueci minhas observações, por um tempo, e curti ao máximo o
tempo que ele disponibilizava para nós.
Jasper e Alice moravam conosco, já que os dois estudavam na universidade Forks.

Alice fazia arquitetura e Jasper engenharia de computação.
Rosalie e Emmett se mudaram da Califórnia para Seattle. Rosalie abriu um consultório

no centro da cidade e Emmett trabalhava assiduamente na informática do jornal.
Meu pai e Esme, como sempre, viajavam muito, deixando a Sue quase em todo o
tempo sob a responsabilidade da Jéssica. Ah, eu só queria lembrar que depois que
Jess teve filho e se casou ― sim, ela se casou em Las Vegas com o seu bebezinho ―,
Ela se tornou extremamente responsável, tomando conta, agora, com Mike, do seu
grande laboratório em Seattle. Mike se formou ano passado em bioquímica. Os dois
são parceiros de laboratório.
O fim de semana em Forks era completo, uma vez que nossa família enchia a minha
casa. Meu pai comprou um iate e ancorou praticamente no quintal da minha casa, já
que o rio passa a poucos metros do nosso quintal. Isso fazia com que a turma sempre
ficasse empolgada em pegar o caminho para o mar adentro. O iate era um verdadeiro
palácio, cheio de luxo e conforto. Eu não gostava muito de ir, a não ser que os bebês
ficassem em casa. Ainda que ele tivesse muita segurança, eu tinha medo de crianças
com menos de três anos andando em alto mar.
A cada ano que passou meu pai aprendeu a curtir mais as condições que tinha. Ele
demorou a perceber que podia. Aliás, acho que ele só começou a ter prazer em gastar
o seu dinheiro quando se uniu de vez com Esme, mesmo que não tenha sido no papel.
Era um sábado de manhã e estávamos reunidos em frente á nossa casa, em volta da

piscina. Tudo muito normal e rotineiro. Alice brincava com as crianças no parquinho
junto com suas respectivas babás. Meu pai lia jornal fora da piscina. Jéssica, Esme e
Rosalie tomavam sol. Emmett tocava violão e Mike e Jasper brincavam de pular na
piscina, jogando água em mim e no Edward que estávamos com os braços na borda,
observando as crianças brincarem.
“ALICE, NÃO DEIXA ELE SUBIR NA CASA DA ÁRVORE NÃO!!!” Gritei ao ver Carl
subindo a escada. Edward tampou o ouvido do grito e fez uma careta.
“Amor, é lógico que ela não vai deixar. Você tem que confiar nas pessoas.” Ele apertou
a minha cintura e levou meu rosto até a boca dele. “Está estressada?” Mordiscou
minha orelha e eu o empurrei, sabendo ao que a brincadeira dele se referia.
“Alice deixa sim. Ela deixa ele aprontar o que quer.” Reclamei , virei e enlacei as
pernas em sua cintura.
“Bella, ele é homem.” Ele sorriu. “Sabia que Jasper era exatamente assim. Eu faltava
ficar doido quando ele era pequeno com tanto que ele aprontava e caía.” Ele roçou seu
nariz no meu, com um humor ótimo. “Você tem que relaxar. Quer uma ajudinha?”
Vendo, de novo, a malícia em seu tom, apertei o braço em seu pescoço e beijei leve
seu queixo, mordiscando devagar a mandíbula. Não demorou pra que os pêlos do
rosto dele se arrepiassem e um sorriso descarado brotasse nos meus lábios. Nossas
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partes intimas se roçavam e eu sentia ele se animar segundo após segundo que eu
espalhava beijos até sua orelha.
“Eu estou relaxada.” Sorri e ele me imprensou na borda da piscina, completamente

rígido. “Você acho que não.”
Ele sorriu. “Não que eu esteja reclamando, mas será que vou completar cem anos
fazendo papel de bobo quando me encosto a você?” Ele deu um sorriso
desavergonhado e se arrastou em mim.
Apertei mais minha perna em sua cintura. “Eu realmente espero, anjinho.” Sorri e
encostei minha testa na dele, dando selinhos em seus lábios.
Ouvimos risinhos de fora da piscina e desviamos o olhar. Era Rosalie e Esme que
sorriam de nós.
“Rá, vocês não sabem a coisa sinistra que eu peguei esses dias essas pessoas fazendo
na Universidade...” Jasper disse com ar de conspiração.
“O que foi?” Papai perguntou curioso e abaixou o jornal.
“Não dá idéia não, pai.” Resmunguei e deitei a cabeça no ombro do Edward.
“O reitor traçando a professora de música em pleno horário de almoço. Literalmente

almoçando.” Ele cruzou os braços no peito, nos censurando, mesmo que prendesse
um sorriso.
“Mentira.” Resmunguei e sorri no pescoço do Edward, que balançava de rir, com o

rosto em meu cabelo.
“Ah, não, então ele estava tocando o seu violino com a vara dele?” Jasper cerrou os
olhos, com a mão na cintura.
“Jasper, pára de ser sem vergonha. Respeita o meu pai.”
“Ah, meu pai sabe que vocês são uns devassos, perdidos.” Ele deu de ombros.
Olhei para o papi e ele estava lendo jornal de novo, mostrando não prestar atenção.
“Não sei se você não se tocou ainda, mas ele é meu marido.” Provoquei, entrando na
brincadeira.
“Edward, você leu as notícias de hoje?” Meu pai cortou o assunto e abaixou o jornal.
Edward me desceu de sua cintura e se virou para ele. Escorei novamente na borda e
coloquei os braços para fora.
“Ainda não. Acordei tarde hoje.” Assim que respondeu ele abaixou para falar em meu
ouvido. “Sábado estou de castigo. Não posso acessar notícias.” Ele sorriu.
“O Senador Evans foi preso.” Papai deu a notícia e nós dois ficamos surpresos.
“Sério?” Edward duvidou.
“Sim. Prisão preventiva por ele estar atrapalhando nas investigações.” Ele deu um
sorrisinho sarcástico. “Até que enfim alguma justiça nesse país.”
“Eu estou abismado.” Edward comentou aparentemente em estado de choque, com
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os olhos arregalados de surpresa. “Eu não pensei que a traição do James fosse dar em
alguma coisa.”
“Política é assim, Edward. As pessoas são aliadas, mas estão sempre juntando provas
contra as outras.”
“Mas o que o Senador fez que atrapalhou as investigações?”
“Estava coagindo vítimas e apagando provas.”
“Nossa, eu vou ligar para Ryan. Ele deve estar mal.” Eu disse e Edward concordou.
“Ah, Carlisle, no fundo eu sinto pena do Senador.” Edward fez uma careta. “Com
certeza ele vai ser expulso do partido, vão bloquear os bens dele e ele não vai poder
se eleger nas próximas eleições. Conseqüentemente vai precisar dos filhos ou da ex
mulher.”
“Ainda bem que você não está lá, anjinho.” Eu disse, acariciando o seu braço.
“PAPÁI, VÔ PULÁ.” Ouvimos uma voz, assustei, quando olhei para o lado só ouvi o
tibum na água. Rápido, Edward mergulhou e levantou Carl, que ofegante sorriu e
abraçou o pai. Meu coração estava a mil, em oposição a minha postura congelada.
Olhei devagar para trás e Alice vinha com Carlie no colo, assustada por não ter
segurado Carl e ele ter entrado de roupa e tênis na piscina. “Di lovo, papái, di lovo!”
Carl pulava ofegante e Edward sorriu.
“Não pode fazer isso, bebê. Tem que esperar o papai.” Edward disse enquanto o
abraçava e ele se movia inquieto, querendo ir para a borda pular de novo.
Todos sorriam. “Carl, pula igual o titio!” Jasper se armou para pular.
“Carlisle Neto, Não pule!” Briguei séria, apontando o indicador para ele.
Jasper se aproximou dele e se inclinou. “Fala assim, meu brown: se eu quiser eu pulo,
mamis.” Jasper deseducava Carl, rindo cínico para mim. Eu bufei de raiva enquanto
todos riam do Carl repetindo as palavras do Jasper. Jasper correu e deu cambalhota
no ar, enquanto isso Carl ficou pulando extasiado.
Vencida, revirei os olhos e relaxei na piscina. Estava completamente desarmada de

qualquer bronca com ele ou com Alice, na verdade, eu já estava sorrindo ao ver Carl
querendo pular como Jasper.
“Alice, você não dá conta do seu afilhado, não?” Perguntei, mas não estava chateada.
“Ele saiu correndo, Bells.” Ela se justificou e colocou Carlie no chão, que foi direto para
Rosalie.
“Dida, passi mi.” Carlie apontou o protetor labial para Rosalie e Rosalie a abraçou.
“Edward, eu tava pensando.” Jasper iniciou e encostou-se à borda, ao lado do

Edward, e eu sai para enxugar Carl. “Tipo assim, eu não preciso ir para a
universidade. Aqueles professores são tudo meia boca. Duvido se algum daqueles
manes tem oito jogos patenteados na net, ou se algum deles ganha trinta pilas mensal
como eu.”
“Você se acha, né. Se você sabe tanto por que não está lá dando aula?” Edward
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ironizou e revirou os olhos.
“Na real, eu tenho as manhas de dar aula lá. Boto maior fé que minha aula vai ser
muito mais maneira do que a daqueles almofadinhas.”
“E o seu diploma?” Edward dava idéia e meu pai balançava a cabeça em negativa,
sorrindo.
“Isso é o de menos, eu fabrico um. Eu fabrico o que você quiser. Pode ser diploma,
histórico, notas. Se você quiser, eu fabrico até o seu diploma do doutorado! E eu
garanto: meus contatos são quentes.” Jasper sorriu cínico e Edward mergulhou a
cabeça dele na piscina. Jasper se soltou gargalhando, tentando afogar Edward. Assim,
começou a brincadeira; os dois começaram a afogar um ao outro na piscina.
Meses depois – Agosto 2012
Aquele ano se passava calmo e fácil. Eu posso dizer que sou uma pessoa apegada á
rotina, então, amava a nossa nova vida em Forks. Amava a semana, os fins de
semana. Amava tudo. Porém, o que eu esperava aconteceu...
O processo seletivo saiu e, como eu sabia que de alguma maneira Edward ainda se
sentia nostálgico, eu fiz a inscrição dele. Ele teria provas de três línguas estrangeiras,
atualidades, direito internacional, política internacional, tratados e socialismo, entre
outras.
A maioria ele dominava com exatidão. As que ele não sabia, ele ainda dispunha de
tempo para estudar. Eu tinha certeza que ele iria passar, e isso estava me deixando
apreensiva. Porém, eu tinha que deixá-lo seguir. Não podia tirar dele a chance de fazer
algo que provavelmente ele quisesse.
Faltavam quatro meses para o aniversário dele de vinte e cinco, e três meses para as
provas, então ele teria que ganhar tempo para estudar.
Estávamos deitados, e ele parecia ter dormido. Eu não conseguia dormir, pois estava
há dois dias ansiosa por contar que eu tinha feito sua inscrição. Eu demorei a falar
porque ainda não tinha certeza se queria trocar a nossa vida doce e fácil, por uma
outra vida que supostamente viéssemos a ter. Já disse que não gosto de mudanças
bruscas? Pois é. Não gosto.
Ele estava abraçado em minha cintura, completamente quieto, e eu, buscando

palavras para entrar no assunto.
“Anjinho...”
“Hmmm”
“Está acordado?”
“Hum - hum.” Negou com um gemido, mergulhou mais em meu cabelo e me apertou.
Sorri, virando-me para ele, alisei o seu cabelo e joguei minhas pernas em cima dele.
“Preciso falar com você.”
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“Uhum...Manhã.”
“Hoje.”
“Manhã- horário- secretária.” Disse sonolento e virou de bruços, colocando o

travesseiro na cabeça.
“Acorda, anjinho.” Sorri e sentei em suas costas, dando beijinhos alegres em sua
nuca.
“Cansado.” Resmungou de novo
Brincando, eu mordisquei seus braços, dorso. Ele se contorceu com as cócegas, mas
não quis acordar. Continuei tentando até que ele se virou e eu caí de suas costas na
cama.
Continuei sorrindo e ele ajoelhou, olhando-se com olhos cerrados.
“Você não dorme, não, menina?” Ele rosnou, brincando, com o cabelo todo
bagunçado. Brincalhão, segurou minha perna e desceu com os dentes para morder
minha coxa.
Sorri, encolhi as pernas e comecei a espernear com suas pequenas mordidas. Mas ele
era forte e conseguia me prender.
“Agora você vai me pagar por me acordar.”
Ele me mordia e fazia cócegas. Eu gritei, esperneei, empurrei, até que cansei e parei
de lutar.
Satisfeito por ter me vencido, ele deitou e me abraçou.
“Espero que tenha uma recompensa muito grande por ter me acordado.” Disse
deitando de lado e mergulhou a mão em minha blusa, parando-a em minha barriga. “O
que você queria falar?”
“Er...” Hesitei e não olhei para ele. Talvez minha coragem se fosse ao vê-lo tão
simples em minha cama e em meu mundo, completamente dominado pelas minhas
vontades.
Ele esticou a mão, acendeu o abajur e apoiou a cabeça na mão para olhar para mim.
Subitamente nervosa e brigando mentalmente comigo mesma para não fazer isso,
continuei: “Você lembra a nossa conversa em frente à Casa Branca quase três anos
atrás?”
Ele assentiu, balançando a cabeça, e eu estalei os dedos, ansiosa. “Você lembra o que
falou que ia fazer quando completasse vinte e cinco anos?”
“Lembro.”
“Você fez a inscrição?” Arqueei a sobrancelha. “Ela terminou anteontem.”
Ele não respondeu, distraiu-se com algo e parou os olhos por segundos em mim.
Nesse instante, eu tive certeza de suas dúvidas. Ele deitou de costas e colocou as
mãos atrás da nuca, pensativo, parecia refletir sobre o assunto. Uma onda de
insegurança estava minando minha sensação de conforto. Estava arrependida de ter
iniciado o assunto, minha vontade era que a vida ficasse como estava.
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Depois de um longo momento em silêncio, eu finalmente olhei para ele, esperando

uma resposta. Ele suspirou. “Eu cheguei a fazer a inscrição, mas não paguei a taxa.”
Murmurou baixinho, como se estivesse a confessar um crime.
Ao ouvir isso, ignorei meus sentimentos egoístas e resolvi seguir adiante. Eu precisava
ouvi-lo. Se ele fez a inscrição é por que minhas suspeitas tinham fundamentos. Ele
tinha vontade de ir.
“Por que não pagou?”
“Eu não tinha certeza.” Ele suspirou.
“Por quê?”
Ele virou de frente a mim e acariciou meu cabelo, olhando-me cautelosamente. “Fiquei
com medo de magoar você... Você sabe que...”
“Que você se prepara todos esses anos exatamente para isso?” Completei, sentindo
algo me cortar. Eu sempre soube. E ele sempre me escondeu.
“Não. Você sabe que a nossa vida iria mudar. Com certeza eu teria que mudar para
outro país...” Fez uma careta. “Porém, teria uma parte boa: a remuneração.” Disse
um pouco mais animado.
Respirei fundo, indignada... Mais uma vez o assunto dinheiro!
“De quanto seria a remuneração?” Perguntei tentando manter compostura.
“Dizem que quando o embaixador está fora do país ele ganha vinte e cinco mil
mensais.”
“E você sabe quanto ganha na Universidade?” Perguntei um pouco cética.
“Não.” Deu de ombros, sem interesse. Sempre quem manuseou seu dinheiro fui eu.
Ele nunca se importou.
Tomando uma grande lufada de ar, sentei na cama, encolhi as pernas e encostei meu
queixo no joelho. Era um absurdo que ele estivesse falando de dinheiro quando esse
não era seu real interesse.
“Você nunca se importou.” Sussurrei, sentindo vontade de chorar por ele. “Não é por
causa do dinheiro que você iria.” Acusei calmamente.
Ele ficou calado, somente inspirando e exalando lentamente.
“Se abre, por favor.” Implorei.
“Eu não sei explicar...” Disse com a voz meio sufocada. “É como se eu tivesse que
cumprir algo... Uma missão... Eu não sei...” Ele me olhou suplicante. “Eu ainda queria
mudar algo no mundo.” Disse por fim, ainda parecendo em confissão.
“Você já está fazendo isso aqui em Forks?” Argumentei, mas sabia que o assunto
estava terminado para mim.
“Não sou eu.” Fez uma careta. “É a Universidade.”
“A Universidade é você, Edward.” Eu queria que ele soubesse disso.
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“Não. Não é.”
“Ela é um projeto seu.” Insisti. “É você quem está lá.”
Ele respirou fundo, ansioso, e pegou uma mecha de cabelo no meu rosto, colocando-a
depois atrás da orelha.
“Tudo bem... Vamos encerrar a discussão... Eu tenho que me conformar que meu
mundo é aqui... Eu não paguei a inscrição.” Disse de um modo definitivo.
“Conformar, Edward?” Olhei-o séria. Era absolutamente triste saber que ele estava se
‘conformando’ com a nossa vida. Nessa hora eu tive mais que certeza do que fiz.
“Edward... Eu fiz e paguei a sua inscrição.” Avisei de uma vez, tentando manter o tom
tranqüilo, depois deitei de costas para ele. “Agora estude.” Disse secamente, sentindo
instantaneamente a onda de tristeza me inundar.
De repente, os braços dele estavam ao meu redor e sua mão acariciou meu rosto. Ele
não disse nada. No fundo eu ainda esperava que ele negasse e que tentasse me
convencer de que não queria ir, todavia ele nada disse, somente inspirava
silenciosamente em meu rosto.
“Por que fez isso?” Perguntou depois de um tempo.
Rá! Ele queria mesmo saber por quê!? Por causa dele, é lógico. Tudo em minha vida é
por causa dele.
“Eu quero que você siga em frente.” Respondi firmemente. “Eu sei que você quer
representar de alguma maneira o poder americano.”
Desconfiado, ele pressionou os lábios em meu pescoço e acariciou o meu braço. “Eu
pensei que você não queria... mudanças.” Sussurrou.
Às vezes eu acho que Edward não vê as coisas muito claras. Eu realmente não gosto
de mudanças, no entanto eu faria tudo que o deixasse bem. Mesmo que isso implique
em mudanças.
“Eu já disse uma vez: eu te amo e eu quero que você se sinta realizado.” Finalizei o
assunto e beijei ternamente sua mão, que me abraçava.
Continua...
Notas Finais:
>Não sabem como essa fic é importante p mim, e eu vou guardar
vcs, essa fase, tudo, em meu arquivo pessoal...Minha memória.bjs
link comu http://www.orkut.com.br

/Main#Community?cmm=98954049
1482 de 1595 26/05/2011 20:45

FALA SÉRIO, EXISTE UMA PESSOA TÃO MALUCA COMO EU?

Maior do site.
ESTÁ DIFICIL ME DESPEDIR...*CHORA*

BJUS
1483 de 1595 26/05/2011 20:45

58- Um dia depois de amanhã-Parte 3 escrita por BIA BRAZ

Capitulo 48-Um dia depois de amanhã-parte 2
Cinco meses após o casamento de Bella,
Jasper pov
Estávamos em nosso quarto, eu em meu pc e ela se arrumando para dormir. É,eu

durmo há mais de um ano no quarto da Alice. É meio escondido do meu pai, afinal eu
não tenho as manhas de contar para ele. Mas hoje pude vir cedo, ele está viajando.
Alice deitou com um conjuntinho vermelho de renda e ficou me olhando com olhar de
caçadora. Já tinha dias que eu vinha evitando essa conversa que ela estava me
intimando.
É lógico que eu não sou nenhum virgenzinho, longe de mim, muito menos inseguro.
Eu já até inaugurei uma virgem, mas foi em uma aposta. A questão é que eu nunca fiz
isso por amor, então isso está queimando meus neurônios. Não, não é que eu seja
gay, mas é que com ela tudo é novo.
Seria fácil, se estivéssemos seguindo o curso naturalmente como antes dela ter
descoberto que era minha irmã. Já tinha rolado altos amassos, eu já tinha pegado em
seus peitinhos, já tinha passado a mão nela toda. Mas quando ela descobriu que ela
minha irmã o negócio desandou e ela botou regras, não deixando nem mesmo minha
mão ir para sua bunda.
Na época, eu ficava brocado, achava ela bizarra por ter mudado de um dia para o
outro. Só depois que eu descobri que era filho do Carl que a ficha foi cair, ai sim, eu
percebi a merda que eu tava.
Tinha maior fissura em pegar minha própria irmã! Só eu mesmo.
Depois, quando descobrimos o gato que era a nossa vida e que ela não era filha do
Carl, as coisas facilitaram um pouco. Pelo menos ela não era minha irmã. Porém, de lá
para cá, parece que estou sendo castigado. Toda vez que fico animado, no ponto,
com a ereção me deixando orgulhoso, eu me lembro da época que achava que ela era
minha irmã e brocho.
É uma puta de uma vergonha, mas essa é a verdade.
Na real, acho que estou sendo castigado.
Comecei minha vida pervertida com onze anos. Tudo bem que no começo era só
frescura, só ralação, mas depois eu aprendi o jeito e com treze anos eu já poderia ser
pai. Era incrível como todas as minhas vizinhas queriam dar pra mim. Mas agora
fudeu, desde os dezesseis anos não dou uma. Tenho que me conformar em fazer
justiça com as mãos.
Isso aconteceu desde que fui enfeitiçado por ela. Minha chicletinho.
Antes, mesmo estando doente, eu dava as minhas enterradas. Agora estou aqui,
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recebendo esse olhar mercenário, com uma puta fissura, mas sem saber como agir,
com medo de passar vergonha e dar para trás de novo.
“Jazz, hoje vamos conversar.”
De uns dias para cá ela vinha forçando e eu não sabia realmente o que estava
esperando. Uns dois meses atrás ela tirou a calcinha e faltou implorar para que eu
traçasse ela. Eu ainda cheguei a morder seus belos peitinhos, mas a porra da ereção
falhou quando eu pensei no meu pai, no seu pai, nesse rolo todo.
Até que esses dias eu relaxei de novo e passei a língua nela toda, porém quando
lembrei que tava quase comendo minha quase irmã e na casa do meu pai, o covarde
do meu pau desistiu.
Ela tentou várias vezes, mesmo com toda timidez de garota virgem. Ela começou a
deitar sempre de calcinhas sexy, me tentando. Mas eu, covardão, finji que não via Era
pra ficar loucão comigo mesmo. Por pouco não saí sai gritando na rua SOU UM
GAYSÂO!
Ela passava a noite todinha com sua bundinha empinada em minha direção. E sabe o
que eu fazia? Faltava amarrar meu boy para trás. A coisa ficou tão feia que nem beijo
de língua dei mais nela na cama. Não é medo, não me entenda mal, é que não estou
seguro de passar por esse vexa de novo. Sabe o que é pior? Daqui uns dias Alice
chega aos trinta anos e eu não vou ter coragem.
Ela apontou para a cama, eu deixei o pc de lado e ajoelhei na cama até deitar do seu
lado. Ela deitou de costas para mim, e eu a abracei igual aqueles casados há anos, a
porra da conchinha. Isso definitivamente era flor. Muito gay.
“Jazz, me fala.”
Okay, por que não consigo me abrir com a minha garota? Eu devo admitir que virei
uma brocha?
Ela se virou para mim. “Hoje eu conversei com Jéssica sobre nós dois. Eu disse que
nós nos amamos, mas que começamos a nos tratar como irmãos. Ela me ensinou
algumas coisas.” Alice pegou em minha mão e eu engoli em seco.
“E o que foi?” Na mesma hora arrependi de ter feito a pergunta, pois eu sabia que as
coisas iriam complicar para minha vida.
Ela pegou minha mão e colocou por dentro do top, passeando com meus dedos em
seu mamilo. Senti bad boy dar sinal de vida.
“Eu tenho uma proposta para você, Jazz.” Alice disse e pegou uma caixa próxima á
cama. “Vamos jogar o jogo do amor.” Ela mostrou um dado e um joguinho tipo de
corrida.
Rá! Parecia banco imobiliário do sexo. Tinha fotos de posição meia nove, figuras de
boquetes. Credo! Onde minha namoradairmã arrumou isso? Olhei boquiaberto para
aquelas cenas. Ela olhava como se as figuras fossem carros e casas.
Ah, Bandida!
“Você gira a roleta e se seu bonequinho cair aqui nessa casa vermelha, você escolhe o
que você quer que o outro faça” Ela apontou com o dedo. “Se cair na amarela, você
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tem direito a um veto de pedido e na casa rosa, você joga o dado que você quiser. O
dado pode ser o de posições sexuais ou de preliminares.”
A cada minuto eu ficava mais admirado com aquela tarada, e ao mesmo meu amigão
se remexia dentro das minhas calças.
“Eu começo”
“Melhor não, Alice.” Porra, meus olhos pararam na figura do boquete e eu só imaginei
meu cabeçudo se perdendo em sua boca de veludo. “Sei não, Alice.” Era o gaysão que
estava desconfiado das idéias que ela tinha.
“Vou girar a roleta e começar. Eu sou essa bonequinha de cabelo preto.” Ela estava
séria, como se o jogo fosse uma coisa séria. Ela esticou a mão e girou a roleta.
Caiu na casa rosa, então ela tinha que jogar o dado. Suspirei e ela escolheu o dado de
preliminares. “Um beijo na boca.” Ela disse contente e eu suspirei, aliviado.
Podia ser que meu anjo bom estivesse me ajudando. Ela sorriu inocente, ficando
vermelha. Resolvi deixar rolar, já que estava cedo e não tínhamos mais nada para
fazer. Grudei os lábios em sua boca, abandonei meu badalo e ela mordeu, com um
misto de travessura e inocência.
Inocente uma ova, ela é muito é caçadora. Quer tirar minha virtude.
Era minha vez. Girei a roleta e caiu na casa amarela. Eu tinha um poder de veto
futuro. Foi a vez dela de novo. Caiu na casa vermelha. Ela podia me pedir o que
quisesse.
“Quero que você tire o meu top e me acaricie com a boca quinze minutos.”
Suspirei e desabotoei devagar o top, sem pensar no que estava fazendo. Depois beijei
a sua boca, testando se eu não ia dar para trás. Tentava convencer meu amigão
inquieto que tudo que eu ia fazer era pela minha garota. Era para ele ficar bem
quietinho que ele não ia ter vez. Ela acariciou meu cabelo e eu salivei, descendo a
boca e mordendo seus biquinhos. Chupei forte e ela se jogava em cima de mim. Facin,
facin. Ela abriu a perna e ficava se esfregando. Safada. Porra, minha namorada tava
doida para me dá e eu ainda estava indeciso!
Ela levantou o corpo com um gemido que me deixou doidão. Não demorou pra que eu
perdesse o controle e apertasse meu pau nela. Eu tava loucão e ela ainda desceu a
mão para dentro da minha bermuda me apertando com a sua mãozinha quente.
Continuei chupando e resolvi fazer a mesma coisa que ela fazia, deslizando minha mão
em sua calcinha. Ela estava molhada então senti o tesão correr em meu corpo e voltei
para sua boca.
Ela sorriu e parou envergonhada. Provoca e depois num güenta!
Quase sem ar, afastei e sentei novamente, com meu bad doendo nas calças de tanta
fissura.
“Você, agora.” Ela disse e eu girei a roleta, vendo seus olhos úmidos e sua posição de
intimação. Ela não vestiu novamente o top.
Eu me perguntava o que eu ia fazer se no dado de preliminares caísse um meia nove?
1486 de 1595 26/05/2011 20:45

Será que eu ia negar? Eita imaginação fértil!
A minha roleta parou na rosa de novo. Peguei o dado das preliminares e girei. A figura
que saiu me assustou. Era uma lingüeta. Ela sorriu com vergonha, mas tirou
lentamente a calcinha, jogando no chão. Porra, de novo meu pau se contorceu nas
minhas calças, doido para ser enterrado ali dentro.
Ela deitou na cama e se apoiou no travesseiro. Ajoelhei, olhando para ela e, sem
pensar muito, beijei sua barriga. Eu não ia ser tão direto assim, já que minha
namorada queria isso, pelo menos eu ia fazer direito.
De novo, sem dar idéia para o que eu tinha entre as pernas, caí de boca, pagando
uma lingüete. Ela se contorceu, gemeu e me fez eu sentir orgulho da minha língua
experiente. Pelo menos para isso as vagabas das minhas vizinhas me serviram.
Aprendi a fazer um favor com qualidade.
Ela começou a apertar a mão no travesseiro, gemendo baixinho, um pouco presa.

Caprichei nos movimentos e em poucos minutos ela estava gemendo alto, um som
que ia direto para o meu pau duro como pedra. Cheio de tesão, coloquei um dedo,
deslizando gostoso.
Ela se ergueu e sussurrou: “Jazz, eu quero você agora.”
Indeciso, arrumei meu bad nas calças, pegando nele, testando se ele ia me
envergonhar.
“Pode doer.” Dois dedos estavam dentro dela, e ela se jogava neles, querendo muito.
Mordi suas coxas e me livrei rápido da bermuda, antes que eu desistisse.
“Tem certeza que você quer hoje?” Abaixei minha boxer e acariciei a cabeça,
espalhando o pré gozo.
“Tenho.” Ela olhava ansiosa, com os olhinhos arregalados.
Sorri, vendo se ela ia desistir e deitei entre as suas pernas, beijando seus peitinhos,
ainda confirmando se a ereção não iria falhar. Ela suspirava e parecia estar com medo.
Beijei sua boca e coloquei a cabeça na entrada, deslizando devagar com o líquido dela.
“Respira, Alice.” Ela se estremeceu, gostando do contato. Então, beijando a sua boca
e enfiei mais um pouquinho, sentindo a porra da fissura crescer só de estar com a
cabeça enfiada ali.
A seca estava me deixando um adolescente hormonal sem controle. Se eu soubesse

tinha batido uma antes. Fechei os olhos e tentei trazer pra trás a vontade de explodir.
Só depois de um tempo consegui entrar mais na sua entrada infernal.
“Ai, tá muito apertada.” Gemi e entrei mais um pouco, agora mordendo seus mamilos.
Ela respirava ofegante, mas não reclamou, embora eu soubesse que para ela não
estava gostoso ainda.
“Continuo?” Perguntei e alisei o seu rosto que estava quieto e suado. “É por você,
baixinha. Se você não estiver gostando a gente para e esquece essa porra.” Disse
sentindo meu bad se contorcer, querendo entrar mais, reclamando por eu estar dando
essa opção.
1487 de 1595 26/05/2011 20:45

“Eu quero, Jazz. Eu amo você.”
Segurei seu rosto em minha mão, derretido por aquele rostinho lindo.
“Desde que eu te vi quando você tinha treze anos, já sabia que você um dia iria
rebolar para mim.” Disse e entrei mais, vendo um sorriso em sua boca.
Véi, como uma mulher estava sendo arrombada e estava rindo?
“Do que está rindo, Alice?” Desci com a boca para o seu bico, mordendo e me
enfiando mais.
“Fala uma coisa romântica, Jazz. Eu estou me entregando para você.” Ela pediu e
enfiou os dedos em meu cabelo.
Beijei seus lábios novamente, pensando no quanto sou louco por ela, no quanto tenho
tristeza em ficar longe dela, no quanto parece que a vida não tem sentido sem ela. Eu
ia ter coragem de falar essas baboseiras?
Conforme eu ia entrando, ela se contorcia, mas não reclamava. Olhei para baixo,
vendo que faltava pouco. Sabia que tinha que varar o cabaço, então segurei sua mão,
beijei sua boca e entrei com força. Ela gritou, e eu assustei. Sabia que era um grito de
dor. Parei e fiquei mal em fazê-la sentir dor.
Arriado por ela, lembrei tudo que eu queria falar e beijei seu pescoço, esperando ela
relaxar.
“Alie, eu queria te falar tanta coisa...” Mexi meu quadril e ela relaxou devagar.
Porra, estava me apertando e fazendo o tesão subir de novo. “Sou fissurado em

você...Eu não consigo ficar duas horas longe você.” Bombei devagar, girando o
quadril.
Sua mão desceu para minhas costas, parando em minha bunda. Ela apertou e eu
enfiei minha língua em sua boca, deslizando.
“Eu não consigo me imaginar sem você. Sou amarradão em você todinha.” Ela sorriu.
“Seria uma doença terrível ter que ficar sem você.” Ela abriu mais a perna, agora
dando gemidinhos baixos.
Mordi seu ombro, braços e fiz movimentos de entra e sai, devagar. Ela começou a se
mexer embaixo de mim, me fazendo quase sorrir em ver que eu estava me saindo
bem e já conseguia fazer minha garota se soltar.
“Fala como você quer que eu faça.” Disse enfiando minha língua em sua orelha e
mexendo a cintura devagar. Ela rebolou na cama, acompanhando meu ritmo.
“Quero mais forte e mais rápido” Disse com os olhos fechados e abriu a perna,
colocando em minha cintura.
Ainda não, garota. O fodão aqui é experiente. Já que eu consegui, vou te fazer gritar.
Quase dava pulos de alegria em saber que ela continuava a fim. Naquela posição era
bem capaz de entrar até sua garganta.
Venci o egoísta hormonal que já queria gozar e rebolei, ouvindo seus sonsinhos de
entrega. Resfoleguei, sentindo além de fissura, meu peito inchado de sentimentos.
Segurei sua mão, escorregando dentro dela e beijei sua testa, igual um derretido
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idiota.
“Alie, não sou um porra de um romântico, mas você é a ocupante do meu coração.”
Ela abriu os olhos e me olhou seria. “Diz que me ama logo, porra!” Ouvir esse nome
sujo saindo da sua boca me assustou, e ao mesmo tempo aumentou meu tesão. Ela
apertou minha bunda, me fazendo entrar fundo, mostrando o que ela queria, então
rebolei mais, louco de confusão e sentimentos por ela.
“Só digo quando ouvir você gritar meu nome.” Entrei e sai, agora bombando mais
rápido. Ela estava molhada e quente, mostrando que gostava de ser traçada por mim.
Ela sorriu e eu desci com minha mão para crescer os incentivos. Enquanto eu entrava
e saia, sentia meu ar faltar, girando meus dedos no seu sininho. Ela se contorceu e
gemeu mais alto, o que me deu mais fome e vontade de me enfiar. Conforme ela se
contorcia eu sabia que em pouco tempo ela ia chegar. Continuei girando o dedo, até
que ela gritou meu nome, gemendo desesperada. Senti ela me encharcar, aumentei
meus movimentos, estocando forte e caí em suas tetas, chupando, entrando, saindo,
rebolando.
Senti o orgasmo vir e apertei a cintura dela. Estava adorando aquela porra de posição
romântica papai e mamãe. O anjo mau estava puto. Ele queria comer ela de quatro.
Enfiei mais, até que senti o gozo na cabeça, derramando. Urrei, tremendo como
nunca, enquanto me esvaziava e derramava até a última gota. Deitei em cima dela,
orgulhoso do meu pau, que foi herói, indo até o fim. “Você é muito gostosa, anã.”
Deitei ao seu lado e agi como os idiotas românticos, abraçando ela em meu peito.
“Alie, foi a primeira vez que eu fiz sem borracha. Você está se prevenindo?” Alisei suas
costas, beijando o seu cabelo.
“Sim. Desde que eu completei dezesseis anos. Tem quase dois anos que eu esperei
por isso.”
Levantei seu rosto e beijei seu nariz, sentindo a sensação mais diferente que senti em
toda a minha vida. Foi a primeira vez que eu fiz amor. Agora eu sabia a diferença.
Tinha uma satisfação em meu peito, não era só em meu corpo.
“Eu te amo, Alice. Valeu por ter se entregado a mim.” Ela sorriu, fechou os olhos e
deitou em meu peito.
30 de novembro 2012- Quase três anos de casados
Edward POV
Saímos hoje de Forks, intencionados a pescar em alto mar. As mulheres foram

dissuadidas a ficar, assim, além de pescar, teríamos a noite toda para tocar. Era noite,
meio fria, ainda assim, a lua cheia proporcionava uma pescaria com êxito.
Deitei no banco do bote e fechei os olhos, sentindo falta de casa. Se estivesse lá

dormiríamos com as persianas abertas, pois nosso quarto tem a frente e lateral de
vidro, assim, veríamos juntos a lua de vários ângulos. É meio romântico, eu sei, mas
1489 de 1595 26/05/2011 20:45

ela me ensina a visualizar pequenas coisas que dignificam a nossa relação.
Saudoso, suspirei nostálgico, pensando no futuro...
O mar portava-se calmo, com uma brisa suave, trazendo a sensação de paz, no
entanto, simultaneamente, infligia breve ansiedade. Tudo me levava a desejar que ela
tivesse vindo para que eu não perdesse momentos dela, uma vez que nosso futuro
está irresoluto, depois de tudo.
Porém, era necessário vir sem ela.
Tranquilamente, conferi minha carretilha, puxando um pouco a linha e deitei

novamente. Pescar em época de lua cheia era imprescindível, pois além da lua
propiciar uma noite clara, trazia os peixes para a superfície. Eu, Carlisle e Jasper
estávamos em um bote. Emmett, Mike e Seth, estavam em outro.
Por um segundo, olhei para Seth no outro bote e desejei poder trazer meu filho em
breve, porém, no mesmo instante lembrei: Bella nunca deixaria Carl vir pescar comigo
com menos de dez anos, aliás, temo que ela nunca o deixe vir enquanto ele não for
adulto. Tudo bem. E daí que ela manda e desmanda lá? Sorri mentalmente.
Cada um de nós optou por um canto no bote, todos deitados, ambos com as varas
esticadas, em silêncio total, ouvindo somente o barulho das ondas no casco do iate.
Porém, Jasper estava lá.
“Pai, tenho uma pergunta para te fazer.” Rompeu o sossego. Ele estava com os olhos
fechados e o boné sobre o rosto, segurando sua vara de pesca.
“Se você começar a conversar você vai para o outro bote, ou então vai ficar lá no
iate.” Eu disse sério, virando para ele.
Todas as vezes que ele vem, extravasa em conversas e, com barulho, os peixes não
vem. Pior, se ele começar, não quer mais parar.
“Deixe-o, Edward. Nós temos a noite toda.” Carlisle interferiu complacente.
É por isso que o menino é assim, aliás, menino não, ele tem vinte e um. Mesmo
assim, por isso ele não cresceu. Sempre fazem o que ele quer desde criança.”
Resmunguei e pus meu boné no rosto, esperando pelo assunto que viria.
“Inclusive você.” Jasper sorriu, eu revirei os olhos. Ele começou. “Se eu casar com
Alice, como vai ser? Eu sou seu filho e ela também. Vamos ter como casar?” Ele falava
sério, isso era algo inusitado.
“Tenho que entrar com um processo antes. Vai ser uma espécie de batalha judicial.
Mas iremos ganhar, vocês não tem ligação sanguínea. Você está pretendendo casar?”
Carlisle indagou sorrindo.
“Não sei... Ainda tenho uma dúvida, mas isso eu vou perguntar para Edward. Só ele
pode me responder. Edward...”
“Fala.” Eu já estava sonolento.
“Eu não perguntei para o meu pai porque eu sei que mesmo ele gostando da minha
mãe, teve outras mulheres. Agora você é meu exemplo e pode responder.”
“Desenrola.”
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“Tipo assim, eu amo Alice, mas às vezes eu olho para outras mulheres... Isso é
normal?”
Abri os olhos confuso, e Carlisle estava com o olhar em minha direção. Ele explicitava
interesse.
“Por que eu tenho que responder isso? Seu pai deveria responder. Ele é mais
experiente que eu.” Argumentei, desinteressado em deliberar esse tipo de assunto.
“Você é o ideal para responder por que você gosta da Bella desde que virou homem.
Tu sabe, né, que antes tu era bicha.” Jasper sorriu e eu revirei os olhos, buscando
paciência. “Depois que você falar meu pai dá a opinião dele.”
Vencido, sentei e olhei para a linha do horizonte, buscando em meu cérebro como
explicar isso sem ser julgado obsessivo demais. Fiz careta com o sorriso interessado
de Jasper e direcionei meus olhos as pequenas ondas que batiam no bote, balançando
de um lado para o outro.
Permaneci quieto, organizando as idéias, depois comecei a responder: “Bom, mulher é

um ser admirável, agradável aos olhos. Acho normal que você as ache bonitas.”
“Então você acha outras mulheres bonitas?” Ele sentou na borda do bote e mostrou
uma atenção demasiada no assunto.
Revirei os olhos e arrumei o boné, sentei direito banco e olhei para ele. “É lógico que
acho.” Disse sinceramente.
“Então mata uma curiosidade minha, você achava aquela gostosa da noiva do Brandon
bonita?” Ele fez uns gestos insinuantes com a mão.
“Sim. É aí que está a diferença. Eu a achava bonita, mas era como se ela fosse uma
boneca inflável. Ela era vazia para mim. Já para Brandon...” Dei de ombros, torcendo
os lábios em uma careta de descaso. “Amar é muito mais que beleza e afinidade. Não
importa se a garota é a mais bonita do mundo, lógico que Bella é linda para mim,
porém, só isso não importa. Um dia iremos envelhecer e a beleza se vai. O que vai
ficar é o que construímos juntos, que é o amor, carinho, companheirismo, família. Diz
para mim: quando você fecha os olhos e pensa em futuro, em qual mulher você
pensa? Com qual mulher você pensa em passar o resto dos seus dias?”
Ele sorriu aparentemente satisfeito com a resposta e respondeu. “Alice, claro.
No segundo seguinte, senti algo morder a isca. Enrijeci o corpo e apertei a vara de
pesca, dando um pouco de corda.
“Véi, eu adorei conversar com você. Tu é o cara!”
Fiquei em pé, fazendo força para puxar e o bote balançou com o movimento. Dei
corda novamente e puxei, porém percebi que o peixe era muito grande e, caso eu
fizesse mais força, o bote de borracha poderia virar.
“Carlisle, me dá o alicate para cortar a linha. Esse peixe está muito grande.” Ele
levantou e pegou o alicate em sua caixa de ferramentas, vindo em seguida cortar a
linha. Ele cortou a linha, eu sentei e comecei a amarrar outra isca viva.
“PEGOU ALGUMA COISA AE?” Emmett gritou do outro bote.
1491 de 1595 26/05/2011 20:45

A noite clara propiciava uma visão nítida mesmo ele estando um pouco longe do nosso
bote.
“PEGUEI, MAS TIVE QUE CORTAR A LINHA. ESTAVA MUITO GRANDE.”
Ele remou um pouco, ficando ao nosso lado.
“Pai, vamos subir? O Seth está com sono e nós ainda vamos tocar um pouco.”
Emmett ficou em pé no bote, para falar com seu pai, que agora estava deitado de
novo, com o boné no rosto e a vara de pesca na mão.
“Subam vocês. Eu vou ficar aqui.” Ele sentou e franziu o cenho “Apesar de que, se
vocês começarem com o barulho lá em cima vai espantar os peixes.” Resmungou,
recolhendo a isca. “Tá, vamos subir. Mas espero que abaixem aqueles instrumentos. E
Mike...” Ele se virou para Mike.
“Fala.”
“Menos barulho naquela bateria. Não tem ouvidos que agüentem.”
“Ih, velho, não azucrina. Você parece que está perdendo a juventude.” Jasper ironizou
e Carlisle abaixou as escadas do iate no controle remoto, enquanto remávamos até o
suporte de botes.
Já dentro da embarcação, na área externa, estavam todos em frente aos seus

instrumentos. Mike na bateria, Jasper no baixo, Emmett no teclado e eu no violão
base. A música que cantaríamos precisava de teclado, então Emmett pegou escondido
o teclado da Bella.
Sentei e introduzimos a música. Não sei por que Emmett achava que eu devia cantar
solo, mesmo assim, me sinto realizado quando realmente entro na música. Assim,
somente para curtir, como em todas as vezes que seguimos para alto mar, tocamos e
cantamos. Era só passa tempo e hobby, porém, ao lado da minha família, eu não
imaginava o que me faltava para estar feliz.
N/A:O pov da Rose é importante...Leiam...
Dia seguinte, 01 de dezembro de 2012
Rosalie pov
Estávamos em um fim de semana em Forks, todas as mulheres deitadas no sofá,

assistindo um clip. Os homens resolveram descer o rio mar adentro, no iate do
Carlisle. Eu sinceramente não ligava que Emmett fosse, pois sabia que eles gostavam
de pescar e de ter o momento deles. Fala sério, que graça tinha ficar segurando em
uma vara por horas?
Bella também não ligaria, a não ser pelo fato de ser aniversário dela e o marido dela
está em alto mar. Se eu sou uma boa observadora e a conheço bem, ela estava para
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baixo, mesmo que dançasse o clip e fingisse não estar.
“Fazemos assim, vamos todas as mulheres comemorar o aniversário da Bella em um

barzinho na rodovia. O pessoal da universidade diz que lá é ótimo.” Alice disse,
arrumando o cabelo da Carlie.
“Eu não vou sair. Podem ir que eu fico com as crianças.” Minha mãe disse, colocando
os pés no sofá, com um pote de pipoca na mão.
“Não, Esme. É meu aniversário e as babás estão aqui. Colocamos as crianças para
dormir e depois saímos.” Bella disse, sentando-se animada.
“Tudo bem.”
Assim, quando deu nove horas, estávamos arrumadas para o passeio. Eu ainda me
perguntava que diversão poderíamos ter longe deles, porém, se eles conseguiam se
divertir sem a gente, tínhamos que arrumar um meio de nos divertirmos também.
Talvez fosse legal, afinal aqui é a cidade a qual eu cresci, então podia ser que eu
encontrasse amigos antigos por lá.
Fomos no carro do Emmett, Bella dirigindo. Eu e minha mãe estávamos de calça

jeans, sobretudos e botas. Bella estava de macacão jeans justo e Jéssica estava de
vestidos de botões. Alice de saia curta, bota e mini blusa, além de um sobretudo de
couro vermelho. A baixinha é escandalosa.
Entramos e arrancamos olhares em nossa direção. Cinco mulheres desacompanhadas

e bem vestidas era algo chamativo. Já estava começando a me arrepender de ter ido.
Estava preocupada com problemas com flertes.
Procuramos uma mesa longe do bar e longe do palco, assim, poderíamos rir e
conversar a vontade. Alice foi buscar drinks de frutas no bar e nós sentamos, notando
ainda os vários olhares sobre nós.
“Não liga, Rosalie. A maioria são alunos da Universidade. Devem estar achando
interessante a mulher do reitor em um bar sem o reitor.” Bella disse e sorrimos.
Alice colocou a bandeja de drinks na mesa e sorriu animada. “Quem é o amigo da

vez?” Ela ergueu um copo e bebeu um gole do seu drink.
“Eu não sou.” Bella disse. “Eu sou a aniversariante e quero beber todas.” Informou e
sorriu, tomando todo o drink em um só gole.
“Podem beber, meninas. Eu tenho que ser a responsável por aqui.” Mamãe disse,
afastando o drink que Alice tinha colocado perto dela.
“Pede um refri para você, Esme.” Jéssica disse, levantando o dedo para um garçom
que passava.
Ele aproximou e se inclinou para ela, segurando o bloquinho de pedidos.
“Trás duas porções de batatas e refri, e não deixe faltar drinks de morango e de kiwi
nesta mesa.” Jéssica pediu, o garçom sorriu, anotou e saiu.
Depois de um tempo, comecei a ver presente os velhos amigos, um deles parou em

frente a nossa mesa quando nos viu. “Oi!” Era o Jacob, amigo do Edward que se
inclinou e deu um beijo na testa da minha mãe. “Como vai, tia. Tem tempos que não
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nos vemos.” Ele olhou para todas nós, segurando na mão de uma moça morena, de
cabelos curtos. “Oi, meninas! Oi, Bella. Onde está Edward?”
“Oi, Jake.” Bella o cumprimentou, depois de um sorriso educado a moça que estava
com Jake. Depois a moça saiu com Alice. Achei estranho que Alice a conhecesse.
“O clube do bolinha foi pescar.” Bella sorriu, pegando depois o drink que era da Esme
e bebendo um gole. “Por que você sumiu? Nem no nosso casamento veio...Senta com
a gente.” Ela apontou para a cadeira.
Ele puxou a cadeira e sentou. “Eu estava no Canadá fazendo mestrado.”
“Ah, legal. Está noivo?” Bella perguntou, apontando para o dedo do Jake.
“Sim. Vocês a conhecem de onde?”
“Ela é amiga da Alice. Estudávamos na mesma escola.” Bella bebeu mais um gole de
bebida.
“Estou querendo ver Edward. Fiquei sabendo que vocês moram aqui.”
“Depois passa lá em casa. Ele vai gostar de te receber.”
“Pode deixar.”
Ela colocou os cotovelos na mesa e se inclinou. “Jake, fala para mim, de onde você
conhece Edward?” Perguntou aparentemente alterada pelo álcool. “Tipo, você morava
na reserva, ele aqui...Como viraram amigos, se ele quase não fazia amigos?”
Jacob sorriu e minha mãe também. “Eu era o único garoto da reserva que estudava
aqui. Um professor daqui viu eu jogando baseball quando eu tinha sete anos, então
ele me chamou para integrar o time aqui da escola. As outras crianças não se
enturmavam muito comigo, mas ae Edward, que também jogava no time, virou meu
amigo.”
Minha mãe interrompeu. “E eu tive que agüentar Jake na minha casa de domingo a
domingo, chamando Edward para jogar.” Todos sorrimos.
“Humm, Edward já me disse algo sobre baseball.” Bella disse pensativa, colocando o
dedo na testa. As fritas chegaram, e todos atacamos. Era fim de semana e podíamos
aproveitar para fugir das dietas semanais.
Mamãe continuou. “Jake era o único amigo que conseguia tirar Edward de casa.” Disse
abrindo o seu refri.
“Pois é. No início éramos amigos de time, mas aí ele teve que abandonar o time,
quando ele estava com quase dez anos.”
“Ele parou por que naquela época minha mãe tinha ido embora para Phoenix e ele se
sentia na obrigação de cuidar do Jasper e da Rosalie.” Esme justificou, com o rosto
pesaroso.
“Foi aí que ele se fechou completamente para o mundo, Bella.” Eu disse, bebendo um
pouco do meu drink de kiwi. “Ele se afundava dia e noite nos livros.”
Bella ouvia tudo com extrema atenção. Bella era fácil de ler. Se conhecia bem minha
cunhada, ela estava tendo algum plano mirabolante.
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Jake continuou, agora bebendo uma Heineken no bico .
“Mesmo assim permanecemos amigos. Eu vinha muito na casa dele. Às vezes

fazíamos trilha juntos, mas ele estava cada vez mais calado. Era incrível, íamos para
as trilhas e ele sempre levava um livro para ler quando acampássemos.”
“E meninas?” Bella perguntou e eu sorri do interrogatório. Jake não ia falar nada que
ela já não soubesse.
“Ele era engraçado.” Jake disse, se ajustando na cadeira e sorrindo. “Falávamos

qualquer assunto: baseball, estudos, carros, futuro, mas ele não falava sobre
meninas. A primeira vez que o vi perto de uma menina, foi com grosserias. Você
lembra?” Os dois sorriram e Bella assentiu. “Foi naquele dia, na praia, o dia que te
conheci. Eu percebi que ele estava a fim de você e comecei a provocar, vendo se ele
tinha alguma reação.”
“Bom que teve.” Bella disse, sorrindo e bebendo seu drink.
“Mãe, vou lá no carro buscar um absorvente.” Cochichei no ouvido da Esme e levantei,

atravessando por entre as mesas e indo em direção a saída.
Andei pelo estacionamento, até avistar o jipe. Estava meio escuro o local que Bella
tinha deixado o carro, mesmo assim, deu para notar uma pessoa encostada atrás do
carro. Desacelerei os passos, mas estava perto demais para voltar, então continuei
andando, enquanto desativava o alarme e via se a pessoa encostada iria sair.
Ele não desencostou.
Abri a porta e notei uns gemidos ao lado do carro. O carro era alto, portanto não tinha
dado para ver á distância quem era a pessoa encostada e nem que tinha um homem
em cima de uma garota deitada no chão. Os dois estavam fazendo sexo.
Envergonhada pela situação, abri o porta luvas, peguei o absorvente e me preparei

para sair. Foram milésimos de segundos para perceber uma pessoa com a mão em
minha cintura.
“Companhia, gatinha?” Ele tinha cheiro de bebida. Virei o rosto e, automaticamente,

senti o pânico em meu estômago.
“Tira a mão de mim.” Disse entre dentes e cerrei o punho, preparando para acertar o
seu rosto.
“Não acredito! Rosalie Hale! A mulher que povoou os meus sonhos eróticos por anos.”
Disse apertando mais a minha cintura.
Fiquei estática, sentindo o meu estômago revirar de medo. Estudava algum meio de
imobilizá-lo, mas o medo não me deixava agir. Parecia que Emmett sempre soube que
um dia eu iria precisar usar os golpes que eu aprendi, sempre soube que eu precisaria
de proteção.
Ele trincou os dentes, tirou a mão da minha cintura e puxou o meu cabelo. “Me solta!”
Gritei e ele puxou mais, fazendo com que eu me inclinasse.
Procurei novamente um ângulo para defesa, virei um pouco e acertei joelho entre as
suas pernas, fazendo com que a sua dor o fizesse afrouxar o aperto no meu cabelo e
ele se inclinasse.
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“Vadia!” Ele rosnou e eu acertei o joelho no nariz dele, já que ele estava inclinado,
segurando o membro machucado.
Ele me olhou furioso e, segura, me coloquei ao seu lado e voei em seu pescoço,
ajustando o ângulo para o golpe mata leão.
“Me solta, sua louca!” Apertei mais sua garganta, fazendo ele ofegar e ficar sem
forças.
Contei mentalmente os segundo e em instantes ele foi perdendo os sentidos,

desmaiando. O homem que estava deitado no chão percebeu o movimento e se virou
para mim. Quando vi seus olhos meu pânico aumentou.
Lembranças de anos atrás invadiram minha mente, deixando-a turva. Era o mesmo
badboy que tirou a minha roupa e que me deixou por anos pensando ter sido
violentada. Olhei para o chão atrás dele e tinha uma moça deitada no chão, com a
boca tampada com esparadrapo.
Ofeguei e comecei a tremer, com o pânico crescendo em meu estômago. Os olhos

dele estavam vermelhos e sua calça estava aberta.
“Rosalie Hale, que saudade que eu senti de você.” Ele veio em minha direção. Eu
estava sem ação. “Veio terminar o serviço hoje? Aquele serviço que eu não fiz por que
você desmaiou?” Ele estava a menos de um metro de mim, aproximando devagar.
“Você agora virou a mulher maravilha, por acaso?” Ele olhou para seu amigo
desmaiado no chão, tirou uma faca da cintura e encostou-a em minha garganta. Eu
sentia a lâmina gelada, mas analisava um meio de escapar.
Minha adrenalina estava a mil. Sem calcular o perigo do que fazia, olhei para a mão
dele e torci para baixo, dando o golpe ‘mão de vaca’. Eu não ia me entregar tão fácil. A
faca caiu e eu dei uma joelhada entre as pernas dele também, chutando em seguida a
faca para mais longe.
“CORRE E CHAMA ALGUÉM.” Gritei para a moça que estava no chão. Ela levantou,
andando devagar. Tinha sangue em seu braço e a blusa estava rasgada.
Ele ainda estava inclinado, então me afastei devagar, olhando para ele. Ele se levantou
rápido, veio como um louco em minha direção e me agarrou por trás, me enforcando
e puxando meu cabelo.
Ofeguei, já sentindo tudo rodar, ciente de que se ele não me soltasse o ar faltaria no
meu cérebro e eu poderia vir a falecer.
“Solta ela!” Meus sentidos estavam lentos, mas eu reconheci a voz. Senti alívio, mas
em um milésimo de segundo tudo apagou.
Bella POV
Estava adorando a conversa com Jake. Era interessante saber o que ele tinha
significado na vida do Edward. Até então, eu só sabia que eram amigos de infância,
mas não sabia que jogavam juntos.
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Alice tinha ido para a pista com a Leah e Jéssica foi atrás. Rosalie tinha saído há algum
tempo, e Esme estava com o semblante preocupado, principalmente depois que
ouvimos a sirene de polícia.
“Você pretende ficar aqui no estado de Washington?” Perguntei e Jake direcionou os

olhos para a pista, notando sua noiva dançando com as meninas. Eu já sentia o pouco
efeito do álcool e estava doida para ir dançar.
“Não sei ainda. Aqui não tem muito mercado de trabalho.”
Rosalie chegou com o rosto vermelho e com os cabelos meio alvoroçados. Ela sentou
encolhida e calada.
“Que foi, Rosalie?’ Esme perguntou.
“Nada. Estou com cólica.” Resmungou.
Estudei seu rosto um pouco, mas voltei a atenção para a pista de dança, onde as
meninas estavam.
“Vamos dançar?” Levantei da cadeira e ele levantou em seguida.
“Vamos. Tenho que ficar perto da Leah, se não ela me dá as contas.” Ele sorriu e nós
caminhamos juntos para a pista.
Enquanto me posicionava ao lado da Jéssica para dançar, Jake se posicionou na frente

da Leah. A música era uma country da Shanaya Twain. Notei que Alice não estava e
imaginei que ela tivesse ido conversar com seus colegas de curso. Fiquei dançando
country próxima a Jéssica e, logo que a música mudou, ouvi uma voz no microfone,
virei o rosto e uma cortina se abriu.
Edward POV
O episódio externo só serviu para nutrir minha tensão. Preveni antes a Emmett não ser
aconselhável que elas fossem sozinhas a um bar, porém, ele insistiu que elas sabiam
se defender. Resignado, tive que aceitar. Sorte nossa termos chegado a tempo,
Era minha intenção cumprir meus planos para o aniversário de Bella, por isso
passamos a noite anterior em alto mar. Há tempos não era mais receoso com público,
porém, a adrenalina estava a mil em saber que eu iria enfrentar o não habitual.
“Relaxe, vei. Alice disse que está tudo ok.” Jasper disse, testando a altura do seu
baixo.
Sentei em uma banqueta, coloquei o violão na perna e testei a altura do pedestal.
Quem diria que um dia eu iria estar em cima de um palco justo para cantar!
Sinceramente eu não sei por que Emmett insiste que eu devo ser o vocalista, quando
ele também sabe cantar. Aliás, como dia Jasper: meu cunhado é muito safo em
música. Ele sabe tudo.
Após testar todos os instrumentos, Emmett, ainda abalado pelo nervosismo da briga,
deu sinal para que abrissem as cortinas e começou a introdução no teclado.
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A música era tocada em si bemol, uma seqüência complicada para quem iria cantar,
mesmo assim, após ouvir a introdução, respirei fundo e abaixei a cabeça, encaixando
minha nota e me preparando para cantar.
Tomando nota que estava seguro, levantei o olhar, encarando a multidão a minha
frente e cumprimentei o público.
“Boa noite. Essa música é uma homenagem para a minha mulher, a mulher da minha
vida.” Ela estava a poucos metros do palco e pareceu congelar. Sorri para ela. “Hoje é
seu aniversário, mas sou eu quem ganho o presente...Meu presente será sempre
você. Obrigado por existir e por me amar.” Emmett continuou tocando e eu segurei os
olhos nela.“Feliz aniversário.” Movi os lábios e ela sorriu.
Voltei minha concentração para a música, que eu perdi a entrada e Mike precisava
fazer uma virada novamente. Minhas mãos suavam, aproximei a boca do microfone e
iniciei a música.
Bom Jovi Thank your for Love me.
http://www.youtube.com/watch?v=ICRVuxnn2sg
. [...]
Obrigado por você me amar
Por ser meus olhos
Quando eu não podia ver
Por abrir meus lábios
Quando eu não podia respirar
Obrigado por você me amar
Era uma música romântica, então, alguns casais, provavelmente pensando que
éramos a banda oficial, começaram a dançar em volta do palco. Bella se aproximou,
com o semblante perplexo, e me jogou beijo. Sorri e continuei cantando. Sentia uma
alegria infinita com a música fluindo em meus lábios. A letra era soletrada com paixão,
expressando meu agradecimento por tê-la.
Eu Nunca soube que tinha um sonho, até aquele sonho ser você. Quando olho dentro
de seus olhos o céu fica num azul diferente e eu não visto disfarces. Se eu tentasse,
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você faria de conta que acredita em minhas mentiras.
Você me ergue quando eu caio, você marca presença antes de eu ser posto de lado.
Se eu estivesse me afogando, você abriria o mar e arriscaria sua própria vida para me
resgatar.
Era muito mais que uma música, eram declarações. Eu estava derramando minha
alma e a revelando para um público desconhecido. Bella sabia quão grande era o meu
sacrifício em estar ali, expondo a minha imensa gratidão é o meu amor. Com aquele
gesto eu dizia o quanto tentava me encaixar no seu mundo. O mundo da música.
Em um instante, Emmett introduziu sua voz, acompanhando-me. O som do dueto saiu

com nímia perfeição. Olhei para ele e pisquei agradecido, satisfeito por ter um amigo
que é mais que irmão. Ele impetra-se proporcionar que a nossa família seja mais forte
e unida. Uns ajudando aos outros, com um companheirismo inigualável.
Quando eu não podia voar
Oh, você me deu asas
Você abriu meus lábios
Quando eu não podia respirar
Obrigado por você me ama
Oh,por me amar
Fitei-a novamente, e ela me olhava doce, mostrando ser meu abrigo e paz. Passando
forças, até que chegamos aos acordes finais, encerrei a música lentamente e Emmett
suavizou com um acorde lento.
Extasiado e contente por ter conseguido, convicto de que posso ser mais livre e feliz,
encostei o violão no suporte e pulei do palco, indo em sua direção. Abracei-a,
erguendo ela minimamente do chão
“Parabéns! Não achou que eu ia ficar longe de você no seu aniversário, né?” Beijei leve
seus lábios e ouvimos palmas.
Olhei em volta e uma diversidade de rostos conhecidos de estudantes e professores

nos dirigia a vista. Sorri agradecido pelas palmas e voltei meus olhos para ela,
passando o polegar em seu lábio. Outra música romântica se iniciou, era eletrônica.
Era o espaço temporal para os meninos descerem e a outra banda aprontasse para
tocar.
“Como vocês fizeram isso? Quem armou?” Inquiriu. Sorri e ela enlaçou meu pescoço,
acariciando a minha nuca.
“Seu pai conhece o dono daqui. Então ele deu andamento ao meu plano.” Disse
apertando o seu nariz. “Alice também está dentro. Ela ficou de te convidar”
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“Obrigada, anjinho.” Disse ternamente, sem desgrudar os dedos do meu pescoço.
“Não por isso.” Invadi sua boca com um beijo, não me importando com os presentes.
Ela, mais que ansiosa, deslizou os dedos em meu cabelo, costas, sugando em frenesi
a minha língua. Eu, mais que satisfeito com a sua entrega desmedida, apertei seu
quadril e nuca, ditando o ritmo, movendo sua cabeça.
Esquecemos do mundo, como sempre, e fechamo-nos naquela aura de felicidade.

Estava satisfeito em ter lhe oferecido algo. Principalmente algo sentimental, já que seu
dinheiro pode comprar tudo. Ela apertou-se mais, ofegando, ao mesmo tempo
mordendo e passando a língua libidinosamente em meu lábio. Não demorou para
excitação ganhar vida, ficando evidente a cada segundo. Ela prendeu meu cabelo em
seus dedos e mostrou comandar, deslizando inquietamente sua língua em minha boca.
Eu a amava assim. Sempre querendo ser dona da situação. Degustei de seu domínio,
uma vez que eu era o privilegiado e apertava seu quadril. Ela, vendo meu estado,
provocava-me, resvalando, atiçando-me.
Afastei-a sorrindo, apertando os dedos em sua cintura.
“Nossa.” Ironizou, apertando-me. Aproximei a boca de seu ouvido e mordisquei.
“Por que veio com tanta roupa?” Sibilei ofegante.
Eram apreciáveis as curvas de seu corpo expostas com o macacão, porém, estava
insatisfeito com o tanto que ela estava inacessível às minhas mãos.
Ela sorriu. “Eu não tinha certeza se você apareceria hoje, então, quis vestir uma roupa
diferente, já que você não gosta de roupas assim.” Ela passou a mão pelo macacão,
que prendia no pescoço e tinha um decote extenso, pondo a vista quase toda a
sinuosidade dos seios.
“Não é que eu não goste.” Desci com as costas das mãos, acariciando a parte exposta
dos seios. “Você está linda. E esse é o problema...Esse tipo de roupa é mais difícil de
tirar.” Sorri, fascinado com o movimento provocativo de sua língua umedecendo os
lábios.
“Você que pensa.” Disse sensualmente, criando atrito entre nós, roçando em mim.
“Melhor sentarmos.” Esquivei-me um pouco, observando os outros casais dançando

próximo.
“Os dois? Ou eu em cima de você?” Sussurrou lascivamente e mordeu meu queixo.

Vê-la sedutora assim me deixava à flor da pele, louco para matar a saudade de uma
noite fora.
“Vamos pegar um taxi e ir para casa?” Propus. “Vim de carona com eles.” Mordisquei
sua orelha, escondendo o rosto em seu cabelo solto.
“Onde está meu pai que eu não o vi?” Ela se distraiu, virando o rosto para procurá-lo.
Coloquei minha mão em seu ombro e nos direcionamos às mesas, acariciando suas
costas expostas, enquanto caminhávamos.
“Ele foi á delegacia. Parece que tinha um rapaz violentando uma moça no
estacionamento e esse rapaz tentou atacar a Rose. Emmett chegou a tempo e quase
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quebrou o rapaz todo.” Agora eu pude rir com a cena. “Ele descontrolou-se depois que
a Rose falou que ele era o mesmo que a atacou anos atrás.”
“A Rose?!” Ela arregalou os olhos e parou no meio do caminho. “Eu não sabia disso.”
“Nem eu. Emmett me contou por alto, enquanto a polícia chegava.”
“Por isso ela demorou tanto e voltou estranha...” Refletiu boquiaberta.
“Mas passou. Agora vamos comemorar seu aniversário. O que quer fazer? Beber,
dançar ou ir logo para casa?” Disse em seus lábios, beijando leve, acariciando os seus
braços.
“Beber e dançar, mas em outro lugar... No iate.” Sorriu traquina. “Vamos curtir a lua
cheia em alto mar.” Ela abriu os lábios nos meus e enlaçou meus cabelos. Mordisquei
a ponta de sua língua e ela sorria em meus lábios, pendurando em meu pescoço.
“Obrigada pela surpresa. Sabe que eu adoro quando você canta, né?” Murmurou.
Apertei suas costas e fitei seus olhos, que irradiavam alegria.
“Obrigado você por existir.” Acariciei seu cabelo, colocando-o atrás da orelha.
Ela beijou o meu queixo e eu fechei os olhos, aspirando uma mecha do seu cabelo,
suprindo a falta que ela fez, que ela sempre faz ao viciado que eu sou.
“Eu acho que não vou mais pescar com o seu pai. Não vale a pena. Eu fico muito
tenso e sinto muito a sua falta.” Deslizei o nariz para a sua orelha.
A mão que estava em suas costas, desceu para o seu quadril, apertando ela a mim, a
outra entrelaçou em seus cabelos, acariciando. Ela pegou meu rosto em suas mãos,
fazendo com que eu abrisse os olhos.
“Eu gosto que você tenha momentos com a nossa família. Eu gosto que você fique
com o meu pai e com meus irmãos. É bom para você.”
Mordi meus lábios e olhei em volta, notando estar em uma bolha, no meio transitório
de pessoas. Afastei do caminho e encostamo-nos de lado em uma parede, próxima a
mesa da minha mãe.
Continuamos a conversa. “Eu também gosto de estar perto deles. Eu amo a nossa
família. Não imagino uma pessoa mais agraciada do que eu em ter eles. O problema é
que quando estou longe de você, sinto muito sua falta.” Disse beijando a sua testa,
rolando o polegar em sua bochecha.
“Eu também sinto a sua, mas como eu disse, eu gosto que saia com eles.” Disse de
modo definitivo e beijou estalado minha boca.
“Só se você for também. Não quero ficar longe de você.” Impus sorrindo. “Fique no
iate enquanto pescamos. Se seu medo é as crianças, deixe-as todo o tempo com
colete salva vidas. O Seth ficou com o colete em todo o tempo.” Apertei-a mais a mim,
fazendo com que ela curvasse as costas para trás. “Por favor, eu não quero ficar longe
de você.” Supliquei carente. Ela me fitou com olhos intensos e acariciou minhas
sobrancelhas com os dedos.
“Você passou no concurso, embaixador. Pode ser que fiquemos longe algum tempo.
Você tem que acostumar com isso.” Disse com a voz baixa, um pouco reflexiva.
1501 de 1595 26/05/2011 20:45

“Você prometeu algo que eu não esqueci.” Lembrei-a, distribuindo beijos em seu
pescoço.
“Eu também não esqueci.” Disse séria. “Sempre estarei ao seu lado, e onde você for
eu vou.” Expressou convicção, ainda acariciando minha sobrancelha.
“Então não temos com o que nos preocupar. Vamos estar sempre juntos,
independente de para onde eu vá como diplomata.” Prometi.
“Oi, Edward!” Era Jake que estava acompanhado de uma moça e levantava a mão para
me cumprimentar.
Afrouxei o abraço de Bella, mantendo uma mão em sua cintura e estendi minha outra
mão.
“Oi, Jake. Até que enfim apareceu.”
Novembro de 2014
Bella POV
De longe, eu o observava seguro recebendo na entrada os mais poderosos homens

americanos. Ele estava com o presidente local e fazia a tradução do dialeto para os
recém-chegados. Mesmo que houvesse tradutores próximos, parecia-me que o
presidente tinha estima e preferência por ele, pois estavam sempre rindo e
conversando.
Eu me lembrava que ele tinha pedido para eu ir ao escritório, mas não sabia se ele
ainda estava disposto, afinal, antes ele não sabia que os poderosos tinham chegado.
Podia ser que ele tivesse desistido.
Procurei seus olhos a fim de confirmar, olhando em todo tempo em sua direção. O vi
olhando no relógio, então seus olhos encontraram os meus. Ele parou o olhar em mim
por uns instantes e moveu a cabeça para um lado, piscando e sinalizando, com um
sorriso torto no rosto, em direção ao escritório.
Nervosa e com um pouco de adrenalina, caminhei lento até o fim do corredor.
Edward POV
Deixei Bella conversando com Ryan e fui receber o restante da comitiva proveniente
dos EUA. Entre eles estava o chefe de estado Obama, a secretária de estado Clinton e
o chefe das forças armadas Mullen.
Este era um evento que atraia atenção de vários países do mundo, interessados na
paz mundial. Além da congratulação pelo prêmio Nobel recebido por um americano ―
conquistado com o projeto de paz e ressocialização no Afeganistão ―, o novo
1502 de 1595 26/05/2011 20:45

representante dos EUA ia ser empossado, em conjunto com o presidente indicado

para a transição.
Olhei no relógio e lembrei que tinha marcado com Bella em alguns minutos, logo não
devia delongar propositalmente. Encontrei seus olhos em mim, e ela parecia indecisa.
Rá, se tinha uma coisa nessa noite tempestiva que eu tinha certeza era que eu
precisava da minha mulher. Disso eu não tinha dúvidas.
Acenei para ela e, com um sorriso, ela, absolutamente fascinante, se foi pelo
corredor. Acompanhei-a em transe até que ela entrasse. Eu era um faminto e
obcecado, ansiando por seu gosto. Bella não devia ter vindo propositalmente intentada
a me tirar o juízo. Com um vestido assim, não tinha como não desejá-la gravemente.
Aliás, o que deixava tudo grave era o fato de ter percebido que ela estava sem roupas
íntimas. Por mais que eu tentasse distrair-me, meus pensamentos vagavam para o
meio de suas pernas.
É notório que com o passar dos anos meu desejo se intensificou. Muito mais quando
incorporado a saudade involuntariamente nos submetida nos últimos meses obrigados
a ficarmos distantes um do outro. Não tem autocontrole que obstrua tanta falta!
Balancei a cabeça e vi que estava distraído tempo demais pensando em suas coxas,
voltei-me aos representantes, fiz a conexão metódica das devidas interações, depois
pedi a Kate que os levasse para os seus preparados lugares. Avisei-a que em vinte
minutos ela poderia iniciar a cerimônia e pedi que ela avisasse a imprensa para
preparar-se. Feitas minhas breves obrigações, olhei no relógio e direcionei-me ao
escritório.
Entrei e Bella estava sentada em cima da mesa, sorrindo como se fizesse algo
errôneo. “Você deixou o presidente dos EUA lá fora só para vir aqui?” Sorriu maliciosa
e cruzou as pernas lentamente.
A imagem dela em minha mesa, era a que me trouxe devaneios por meses,
principalmente nos últimos três, nos quais quase perdi as faculdades mentais claras
pela saudade.
Lambi os lábios em antecipação e sentei na cadeira a sua frente, fitando a pele de suas
pernas.
“Ele não é importante como você” Disse sorrindo e beijei seu joelho, subindo a mão
em seu tornozelo.
“Temos quantos minutos?” Ela desceu lentamente da mesa, ficando em pé em minha

frente. Meus dedos logo se abrigaram em suas coxas, internamente, sentindo o calor
da pele.
Olhei no relógio. “Dezesseis” Sorr. “Para começar o evento.” Completei.
Ela se inclinou, apoiou as duas mãos em minhas pernas e me beijou de lábios,

inserindo levemente sua língua em minha boca. Todo o meu corpo respondeu,
invadido pela saudade. Mais que imediatamente uma mão voou para o seu seio e a
outra subiu a barra do seu vestido, desejoso por despi-la, no mesmo instante em que
acariciava suas pernas.
A cada segundo que eu ouvia o tique-taque distante do relógio, era tomado por
ansiedade. Era notório pelos seus suspiros ao meu toque e pelo calor entre suas
pernas que ela sentia minha falta tanto quanto eu dela e, sinceramente, sempre foi
1503 de 1595 26/05/2011 20:45

minha prioridade que fosse tão bom para ela quanto para mim. Logo, eu queria fazer
bem feito. Porém, saber que tínhamos pouco tempo me frustrava, trazia aflição e
urgência.
Ela abriu o botão da minha calça, descendo depois com o zíper. Em resposta, subi a
mão por entre sua coxa e acariciei com os dedos sua região íntima, úmida, desnuda,
macia e quente. Ela estremeceu com a carícia, mas fui surpreendido por sua mão em
meu pulso, restringindo-me.
“O que foi, Bella?” Murmurei em seus lábios, ela ajoelhou no chão e fez menção de
descer minha calça, pegando no cós.
Ergui uma sobrancelha sem entender suas intenções. Aliás, eu tinha idéia e gostava da
idéia, mas, eu não queria ser tão egoísta assim. Não mesmo.
“É só você, embaixador.” Ela forçou novamente a calça e eu ergui um pouco para

deslizar a calça e a boxer até o joelho.
Beijando minha perna, ela se livrou das calças e sapatos. Eu ainda estava meio
indeciso quanto ao egoísmo. Eu queria o corpo dela, estava com saudade. Porém,
estava tentado a permanecer ali, a mercê de sua vontade, com ela em posição de
domínio e ao mesmo tempo de subjugada.
Livrei-me do terno, tirei a gravata e ela abriu lentamente a minha blusa, de baixo para
cima. Sua boca e língua acompanharam o trabalho, movendo-se em barriga,
lambendo próximo ao meu umbigo. Ela parecia não ter pressa e estava maravilhosa,
com seus cabelos emoldurando seu rosto e caindo em minha perna. Segurei sei cabelo
e estremeci quando ela moveu a boca para a cintura, beijando. Depois voltou lenta á
região baixa da barriga, seguindo o caminho dos pelos.
Ela moveu-se para perto, bem perto e instintivamente movi meu quadril clamando por
atenção. Entretanto, contrariando-me completamente, ela ignorou meu estado rijo
batendo em sua clavícula e deu beijos molhados ao lado, bem ao lado.
Ela queria me matar. Lentamente me matar.
Será que ela não sabia o que quê era um homem meses sem mulher não?
Ela arrastou os lábios pela lateral para a coxa, mordiscando, novamente me fazendo
contorcer e quase implorar por atenção. Gemi de ansiedade e prazer, e cerrei minhas
mãos na cadeira, prendendo-me para não me permitir uma insanidade. Eu não iria
deixar ela me descontrolar com suas torturas.
Ela lambia minha coxa e continuou ignorando meu membro exposto e estimulado,
contudo, a cada milésimo de segundo eu ficava mais excitado, choques eram
distribuídos e um tremor de prazer me percorria. Era singular o que ela fazia comigo.
Sentia-me um sequioso, privado de água, agora ansiando por me fartar.
Eu não queria estar tão vulnerável e implorativo por atenção, mas com ela tão
dominante, não tinha como não suplicar. “Bella...” Acariciei o seu cabelo, pedindo
atenção novamente.
Como se o objetivo fosse só me massacrar, ela começou a beijar minha perna

internamente, arrastando a língua, vindo perto, perto, perto, encostando a língua
quente na base, acariciando um pouco e, para minha frustração, voltando. Eu me
arrepiava cheio de ânsia e os ofegos estavam descontrolados. Era até embaraçoso o
1504 de 1595 26/05/2011 20:45

modo que meu corpo estava se comportando diante daquela mulher. A MINHA
MULHER. Eu me estremecia todo, sentindo meu membro latejar.
Com misericórdia, ela finalmente pôs a mão em torno dele, acariciando. Suspirei,
tomando de sofreguidão. Aquilo sim era castigo, sua boca quente e ardente sendo
monopolizada por minha perna, enquanto minha parte pulsante implorava por
atenção. Eu estava em descontrole, então com uma necessidade mordaz, levei minhas
mãos ao seu cabelo e conduzi-a pra que ela me tomasse em sua boca. Era desespero
e até urgência. Naquele grau de luxúria, eu queria era sua língua deslizando em
reverência e ao mesmo tempo em domínio sobre o seu embaixadorzinho.
Com olhar travesso, ela sorriu e desviou a boca, continuando a passear a língua com
beijos grandes e molhados perto da virilha. Agora ela já lambia atenciosamente a
base, distribuindo espasmos por onde sua boca passava. Eu já disse que adoro sua
boca? Eu devia mesmo era lhe beatificar, prostrar-me, adorá-la. Devia abrir um templo
de adoração à sua boquinha nada inocente.
Alerta! A insensatez pelo excesso de excitação já estava me alcançando. Agora os

pensamentos começaram a ficar incoerentes.
Eu já estava impaciente. Não. Impaciente não. Estava ficando irritado. Muito irritado.
Todo o meu corpo pulsava de excitação, e eu já queria agir como um homem vil,
obrigando-a a me tomar por completo em sua boca.
Percebendo a minha irritação, ela começou a lamber da base acima, ainda sorrindo,
chegava à ponta e rodeava a língua no topo, lambendo os prenúncios. Putz, era
delicioso. Eu queria mais...
Fechei os olhos, joguei a cabeça para trás e relaxei na cadeira.
“De olhos abertos e me olhando.” Ditou em tom imponente, e eu quase sorri. Alias, eu
não consegui sorrir. Era muita tortura, tensão, sofrimento, irritação. Muita irritação.
Ela continuou subindo e descendo com a língua, depois rodeou novamente a língua na
ponta, aconchegando seguidamente em sua boca, eu tremi em antecipação. Ela fingiu
que ia descer e sorriu, voltando a descer com a língua por fora.
A essa altura eu já estava furioso. Muito furioso. E seu sorriso traquino e perverso me
irritava muito mais. Por isso, peguei seu cabelo mais forte e direcionei sua cabeça
novamente com a mão. Contrariando minha vontade, ela parou e ergueu a
sobrancelha com olhar de desafio. Frustrado, reduzi o viço ao ver seu olhar de
ameaça. Ela mostrou que faria o que quisesse, ela estava no comando, logo,
fitando-me satírica, voltou a lamber a base.
Castigo.
Olhei-a passando a língua nos lábios e aquilo me fez salivar de vontade de beijá-la.
“Sente aqui, Bella.” Impaciente com seu jogo, torneei meu membro com a mão e
ordenei com a voz grave, não contendo o desejo em minha voz.
Ela olhou-me séria e fingiu que eu não tinha falado nada, continuando com o doce
castigo da língua restrita á base escrotal. Respirei fundo, tomei nota que eu não
mandava em nada ali e voltei minha mão para o seu cabelo, acariciando, com a
postura entregue.
Com piedade, ela voltou a lamber meu membro todo, beijando molhado e grande.
1505 de 1595 26/05/2011 20:45

Gemi e fiquei grato, muito grato. Esperava que meus gemidos mostrassem o quanto
eu estava agradecido pela sua compaixão. Ela deslizou a mão, estimulando,
pressionando, acariciando a ponta com a língua, mordiscando, ao mesmo tempo me
massageando. O ar passava pesado em meu peito, era difícil ver aquela língua lasciva
me lambendo, aqueles olhos me estudando.
Ela mantinha um ritmo lento e torturante, fazendo a liberação subir em espiral. Eu

estava à beira de uma explosão, porém, quando ofeguei, ela parou, regulando-me,
restringindo-me de enlevar ao prazer. Ditadora, ela manteve sua boca quente na
ponta, girando sua língua vagarosa na parte sensível. Era o céu. Era ela quem
mandava. Gemidos recalcitrantes saiam da minha boca, ainda que eu tentasse os
obstruir. Estava possuído de desejo de sumir em sua boca, sentindo antecipadamente
o deleite que queria extravasar.
“Por favor.” Sussurrei sem forças e peguei forte em seu cabelo de novo, mostrando
querer ser sugado todo. Mas ela, como sempre, só faz o que quer, então, punindo-me
pela pressão, cessou os incentivos naquela área e voltou a beijar minha coxa
internamente.
Castigo.
Dominado, relaxei cativo na cadeira e deixei meu membro a mercê de sua vontade.
Logo, indulgente, ela voltou novamente com a boca e começou a rodear-me com a
língua. Espasmos violentos me invadiam, fazendo-me respirar entrecortado e
instintivamente tremer o quadril em buscar de pressão. Ela voltou com o estímulo
prensado das mãos e tudo crescia exageradamente delicioso. Cada delineada de sua
língua, cada beijo, cada movida de sua mão.
Ao ver-me rendido, ela encarou-me e fechou a boca na ponta com sucções, lambidas,
língua rodeando. Arfei e ela, lentamente, sem tirar os olhos de mim, deslizou sua boca
quente, envolvendo-me todo, digo, quase todo, em uma sugada forte. Gemi irrequieto
e quando ela subia, ela sorria, e eu respirava fundo, tentando agüentar o prazer de me
ver perder em sua boca novamente.
Ela desceu uma, duas, três, dezenas de vezes, nunca deixando de estimular com os
dedos. Devia estar adorando ver-me prostrado, suas sugadas faziam os pensamentos
fugir da minha mente, e gemidos abafados escapavam pelos meus dentes rangidos.
Putz, eu pedi, mas não iria agüentar ver por muito tempo. Era extasiante seus dentes
roçando, sua língua deslizando e sua boca deliberadamente me chupando.
Eu disse chupando?
Ela me consumia, explorava, sugava, lambia, roçava. Era tudo ao mesmo tempo.
Eu não podia ver.
Era adorável ver.
A cada descida de boca e delineada de sua língua, eu me contorcia na cadeira e sentia

tremor por todo o meu corpo. Aquilo me fazia grunhir, ofegar e tremer, sentindo a
tensão crescente.
Era uma tormenta.
Uma delícia.
1506 de 1595 26/05/2011 20:45

Era o inferno
O paraíso.
Descontrolado, fechei os olhos e encostei minha cabeça na cadeira. “Olhando pra

mim.” Ela ordenou novamente e eu abri os olhos, acariciando o seu cabelo. Ela
mordiscou entre a minha coxa e deslizou a língua devagar, novamente subindo da
base até a ponta, abocanhando lascivamente no processo. Mais um tremor passou, e
eu gemi, enfiando meus dedos em seu cabelo, forçando-a a absorver mais. Ela sorriu
e encontrou meus olhos. Seu semblante explicitava diversão com aquele ato
dominador.
Já disse que é extremamente excitante ver minha mulher rir pervertida quando me
tem em sua boca? É assombrosamente excitante sentir as vibrações de seu riso.
Tenho vontade de rir, de chorar, de gritar, de me projetar. Mais, mais, mais. Tá. Eu
sei que fico desconexo quando estou à beira do colapso sexual, muito mais com sua
boca se apossando. Mas não tem, não tem mesmo nada mais excitante. Ah, sim, tem
algo mais excitante sim. Mais excitante que ela rir com meu membro em sua boca é
quando ela sorri pura e ao mesmo tempo devassa ao ter-me enterrando todinho
dentro dela.
Droga, Edward, isso é que é falta! Seus pensamentos estão todos incoerentes! Ela é a
mulher que você ama e você só pensa nisso! – A voz do meu cérebro repressor
gritava looonge. Bem loooonge.
Lógico que faz muito tempo que eu não o ouço. Agora que não vou ouvir!
Ela é MINHA mulher. Sou dela. De papel passado TODINHO dela. Deliberadamente
TODINHO dela. Absurdamente TODINHO na boca dela. De preferência TODINHO
dentro dela. Com ela quente, ardente, fervente, molhada, excitada, apertada...
Ok, parei. Existe cérebro aqui?
Eu tentava, mas não tinha como me concentrar. Não quando todo o meu mundo era
ela. Sua boca. Ora me cobrindo, me sugando, me lambendo, me chupando. E os
sons?...Eram enlouquecedores!
Eu sei, eu sei... Meu juízo claro se foi.
“Encosta aqui.” Ela disse com ar de tirana e apontou para a mesa. Eu não ia negar.
Não mesmo.
Obediente, muito obediente, fiquei em pé e encostei-me à mesa. Novamente ela

escorregou sua boca em mim, agora com mais acesso. Era o meu céu. Minha
recompensa. Era meu paraíso aconchegante. Minha ventura por boa ação.
Eu tive que ranger meus dentes de novo para cerrar os gemidos que queriam brotar.
Ela era deliciosa, quente, quente, quente. Eu me projetei, prevalecendo em mim um
lascivo, egoísta, torpe, possessivo, que adorava aquela felação. Adorava ser o dono
daquela boca, daquela mulher de joelhos, submissa.
Não sonha, Edward. É ela que é sua dona. – Meu cérebro riu de mim.
Dane-se. Ela pode ser o que quiser.
Involuntariamente meu quadril se movia e minha mão deslizava em seu cabelo
1507 de 1595 26/05/2011 20:45

pedindo por mais, penetrando mais fundo. Ela pressionava e succionava com vigor,
fazendo-me quase perder em sua boca – eu disse quase. Se bem que com as minhas
projetadas era bem capaz dela deglutir totalmente. Goela abaixo.
Edward!!
Ok, ok, não tenho cérebro,
Seus dedos acariciavam a base, e ela me olhava de um modo tão ávido que me fazia
arrepiar. Ela lambia os lábios e me lambia, olhando em meu rosto com ar de poderosa.
Sim, ela tinha todo o PODER sobre mim. Eu NUNCA ia negar.
Com esforço, eu tentava prolongar a sensação. Mas ao ouvir os sons de sua boca e ao
ver-me entrando e saindo, era demasiadamente difícil segurar. Ela apertou suas mãos
em meu quadril, e suas unhas aumentavam meu prazer quando arranhavam como
uma gatinha as minhas coxas. Impaciente, incidia-me ao encontro de sua boca,
dominado pela parte mais promiscua do meu cérebro. Quanto mais ansioso eu ficava,
mais ela me sugava, passando leve os dentes, gemendo, fazendo-me contorcer por
liberação, excitado e violentamente rígido.
Errático, movia o quadril e segurava seu cabelo, buscando por mais angulação para
dentro e para fora de sua boca, de um modo torturante, enquanto seus olhos lascivos
pairavam em mim. Eu estava literalmente deliciando, consumindo sua boca, aliás, pela
seu rostinho de satisfação, ela que estava literalmente consumindo o membro. Ah,
quer saber? Não tem como raciocinar tendo toda a minha concentração em um só ato,
ainda mais com o volume de vibração no corpo e com o ar entrando pesado em meus
pulmões. Esquece o assunto.
Afastei sua cabeça, só para ver-me enfiar de novo e vê-la me sugar. Ela deslizou
devagar, olhando-me febril, depois voltou sugando forte, muito forte, definitivamente
forte, abrigando-me em seu calor. Empurrei-me mais em sua garganta e um tremor
subiu, fechei os olhos e me lancei mais, sentindo o formigamento dos pés até sua
boca. Gemi, já sabendo que não duraria muito, esse era um prenúncio de que meu
tempo findaria.
“Pára.” Murmurei e cerrei meus movimentos de entra e sai, levantando depois minha
mão para continuar com a massagem quando sua boca me deixasse. Em oposição ao
meu pedido, ela apertou a minha coxa e continuou com as sugadas violentas, o que
foi uma surpresa. Ofegante, deixei o instinto me projetar rumo àquela boca mais uma
vez, o que a fez praticamente ela me engolir. Eu estremeci e gemi alto, porém, mesmo
amando a sensação, eu sabia que não tinha mais controle e segurei seu cabelo pra
que ela parasse.
Eu queria que ela parasse.
Eu NÃO queria que ela parasse.
“Pára” Sussurrei mais uma vez e ela me engoliu mais, fazendo-me contorcer e pulsar
no fundo se sua garganta. Oh, céus! Isso foi demais! Ela apertou as duas mãos em
meu quadril e se resvalou, me atacando com sugadas possantes. Meu membro
latejava e eu não conseguia mais processar o que ela estava fazendo. Sem conseguir
me conter, o tremor se fez novamente e o orgasmo subiu como um raio,
espalhando-se em meus sentidos.
Grunhidos severos escaparam do meu peito, logo fiquei estático e atingi o clímax,
1508 de 1595 26/05/2011 20:45

ainda sendo chupado todo, umas, duas, várias vezes intensas. Estava aprisionado
pelo calor ardente e ditador de sua boca. Perdido com um orgasmo violento.
Ofeguei e tremi, esvaziando-me completo, permanecendo ainda com os choques

convulsivos por ainda ter incentivo. Perplexo, olhei com os olhos nublados para Bella e
ela continuava me...chupando, deliberadamente me chupando.
A sensação de sua língua me lambendo após o fruído era a mais ambígua sensação
que eu já tinha experimentado. Era obscena, pervertida, mas extremamente excitante.
Era algo torpe, promíscuo, mas na sua boca doce era casto. Era algo censurável,
condenável, mas sendo ela, era demasiadamente puro, erótico e imaculado.
Estudei-a ainda lambendo, meus pensamentos completamente desconexos.
Minha mulher engoliu?!
Eu estava desacreditado.
Eu odiei aquilo!
Na verdade eu amei.
Amei muito!
Eu ainda estava em estado de êxtase, e vê-la ainda chupando e me olhando com lasso
alimentava os choques convulsivos em meu corpo. Ela ainda lambia a ponta com gula,
enfiando-me em sua boca com gosto, não me dando nem mesmo chances para
relaxar. A ânsia não cogitou diminuir, aliás, não teve chance. Fechei os olhos para
pensar, sentir, refletir. Mas sua língua me lambendo e ela me olhando e me sugando
como se eu fosse um pirulito e meus fluidos fossem doces não me permitiam pensar
com clareza. Não tinha como ter pudor, malicia ou julgamento. Era minha límpida
mulher.
A fisiologia concluída não aplacou a minha fome e fúria por ela, meu membro ainda
estava rígido, muito estimulado, então, descontrolado, levantei-a bruscamente e
invadi sua boca com o beijo mais lascivo que eu consigo lembrar. Minha língua
deslizava na sua, provocando, com um selvagerismo doentio. Ela se tremia ao meu
toque, mostrando sua necessidade de satisfação, e eu NUNCA, NUNCA poderia deixar
a minha mulher a desejar.
Ainda mais a MINHA mulher que me suga e engole.
O desejo nem mesmo teve chance de esfriar e eu a queria de novo. De várias

maneiras. Eu queria mordê-la, lambê-la, chupá-la, morrer de seu gosto, cometer
orgias intermináveis. Eu queria essa louca mais que qualquer coisa em mim. Só em
lembrar-me da sua boca eu me sentia latejante, então, sem me importar com horas
ou compromissos, levantei seu vestido, joguei rápido ao chão, livrei-me da camisa
completamente e a virei de costas para mim, beijando sua nuca, enquanto minha mão
deslizava por sua barriga.
Entreabri suas pernas com a minha e acariciei seus seios fartos, deslizando minha
língua em seu ouvido. Ela deitou a cabeça, dando acesso, gemeu sôfrega e eu deitei
seu tronco sobre a mesa. Altura ideal.
Deslizei minha boca em suas costas, acariciando possessivamente suas curvas.

“Gostosa.” Ela sorriu e eu dei duas mordidas em seu ombro, sentindo-a se contorcer.
1509 de 1595 26/05/2011 20:45

Era hilário o modo como ela adorava que eu a chamasse assim.
A posição era linda. Ela adora se por a mostra. Muito mais sabendo que eu a venero.
Desci com a língua nas costas, lentamente, desfrutando do gosto, das formas do seu
corpo.
“Você sabe que linda, né? Por isso essa presunção toda.” Disse sorrindo, mordisquei
sua cintura e apertei a mão no quadril. Ela suspirava entregue, ora arqueando, ora
pousando as mãos relaxadas na mesa.
Com seu tronco ainda amparado pela mesa, desci mais cintura abaixo, beijando,
mordiscando, lambendo-a até parar atrás de seus joelhos. Suas pernas estremeciam e
ela gemia, completamente absorta á minha boca.
Forcei mais as suas pernas a abrirem e, desejando devolver a tortura, subi lentamente
os lábios em suas coxas torneadas, girando a língua. Senti-a quase sacudir, gemer
entregue e se empinar mais quando passei a língua próxima a sua região intima. Sorri,
agora eu quem tinha o poder.
Sabendo que ela ansiava por aquilo, delineei a entrada com a língua, saboreando o
gosto, matando a saudade. Ela se estremeceu, grunhindo e eu firmei as mãos em suas
coxas, apoiando-a no salto. Continuei desfrutando da pele lisa, fervente, e migrei
minha língua para região clitoral, movendo lento, usufruindo do meu domínio em lhe
torturar.
Era notório que pela falta por meses, ela beirava o êxtase com meu estímulo, porém,
eu acariciava, provocando, retardando, sorrindo mentalmente por lhe martirizar.
Estava embevecido de seus lamuries de protestos por atritos. Agora eu que me
divertia e a dominava, sempre parando quando seus ofegos aumentavam o ritmo.
“Edward...” Protestou quando migrei minha boca para a coxa, internamente, somente
passando a língua perto do centro.
“O que você quer, kitten?” Sorri e passeei a língua na entrada, leve. Ela revolveu-se
ansiosa, buscando o aprofundamento.
Eu estava contente pela vingança não tardia, e, provocando, enfiei a língua forte,
deslizando em toda a área, depois suguei a carne e apertei sua coxa. Ela gemeu alto e
se pôs a pino, dando-me mais acesso.
“Por favor.” Lamuriou e eu me afastei do centro, mordendo a coxa novamente.
“Verbaliza...” Passeei a língua na excrescência erétil, por cima, leve, fazendo-a

estremecer.
“Mais forte, mais rápido...” Sua voz era um murmúrio suplicante e eu sorri, agora
assoprando, doido para irritá-la.
“Implora.” Disse dando beijo suaves e provocativos, ela já respirava impaciente.
“Por favor...” Fiz uma pressão lenta com a língua e acariciei o acesso com o dedo
“Não me convenceu.” Escorreguei a língua mais forte, porém circulando devagar,

somente atiçando.
Eu me acabava em seu gosto, lambendo devagar como se ela fosse a mais doce
1510 de 1595 26/05/2011 20:45

guloseima. Por suas respostas, eu sabia que seu ápice era iminente, ela duraria
segundos quando eu a incitasse continuo.
“Ah, por favor, por favor, por favor...” Ela choramingou, e não resistindo ao meu
próprio desejo em satisfazê-la, busquei mais acesso. Com as mãos, expus seu clitóris
á minha língua e acariciei movendo a língua em oito. Obedeci um movimento sutil e
ritmado, ouvindo soberbo os seus gemidos. Dediquei-me pacientemente, aumentando
progressivamente a pressão e a cadência. Suas pernas tremeram, e eu invadi-a com
um dedo, crescendo os incentivos. Não tardou pra que ela tremesse o corpo todo e
começasse a grunhir.
Progredi sucessivamente, minha língua desfrutando, excitando, tomando. Ela chegou

ao ápice e se contorceu, gemeu, ofegou. Lambi-a em todas as partes, em espiral, na
entrada, lábios, terminações nervosas, saciando-me de seu gosto picante enquanto
ela ainda se tremia.
Alucinado, subi a boca na nádega, mordendo toda a sinuosidade, prestando culto, ela
ainda entregue. Mordisquei sua cintura, costelas, braços, ombros, apertando meu
membro intumescido em suas costas.
“As horas...” Ela lembrou ofegante, mas gritou quando mordisquei seu pescoço e em
uma investida só penetrei-a, deslizando lentamente em sua úmida e cálida entrada. Ela
gemeu maravilhosamente entregue e se pôs a pino de encontro a mim.
Escorreguei minha língua sobre suas costas, saboreando o gosto, e minhas mãos
moveram-se para o seu quadril, acariciando. Direcionei meus olhos para baixo e tive
uma imagem perfeita de invasão. Ajustei com as mãos uma aderência viril,
deslumbrado em como éramos perfeitos juntos. Encaixávamos-nos sob medida.
“Você vai sofrer em minhas mãos hoje.” Sussurrei e empurrei-me mais, ansioso por
lhe proporcionar mais prazer. Meus dedos instalaram-se em sua intimidade,
movendo-se circularmente. Fiz com que ela gemesse e se projetasse contra mim,
pedindo por mais, o que me incentivou a morder seu ombro e atirar-me profundo.
Era um sexo tão quente, afável, intimo. Nada pagava os nossos momentos de
intimidade. Nadinha. Nada era mais importante que a minha mulher satisfeita de mim.
Exatamente nada. Não importava se a cúpula americana me esperava. - Eles que
esperassem meus planos.
Eu não estava com pressa, poderia passar longas horas introduzindo-me nela sem
nunca me saciar. Ela era a vida que me alimentava. Sem ela eu não tinha vida. Ergui-a
um pouco e invadi o seu ouvido com a língua, apertando os seus seios convidativos,
ouvindo-a gemer baixinho.
“Gostosa.” Sai de dentro dela, inclinei-a de novo e olhei para baixo, só para ver-me
enterrar novamente nela.
“Não pára, por favor.” Ela ofegou e eu projetei-me forte, preenchendo-a

completamente, fazendo-a gemer mais alto e repentinamente seus músculos me
apertarem.
“Só tem você aqui pra mim, amor. A noite é sua.”
Segurei possante seus quadris e ela soltou gemidos guturais, seu corpo tremia, e eu
me mantinha estimulando todos os sentidos possíveis. Eu observava seus tremores,
sua respiração.
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“É com você... Se mexe, vai...” Ela sorriu cheia de luxúria e me fez tremer com o
movimento dos quadris, meneando circular, rápido, devagar, para todos os lados. Eu
já me sentia contorcer de excitação. Tentava dominar o meu cérebro para não ouvir
meu próprio desejo de liberação. Seus gemidos me enlouqueciam, sua desenvoltura
segura e dominante deixavam-me incoerente.
Olhava para baixo e deslumbrava-me com aquela posição extremamente sensual,

lúbrica, intima, crua. Meu coração ia a mil. O suor descia lento, descompondo-me por
completo.
Dane-se a compostura.
É justificável com minha obsessão por essa mulher. Minha mulher.
“Sentiu minha falta dentro de você?” A incoerência já atingia meus sentidos

novamente, alimentada pelo grau de excitação.
“Todos os dias.” Sussurrou, ditando um novo ritmo, com idas e vindas vagarosas,
acompanhadas por seus grunhidos.
Eu ficava dotado de fascínio, sabendo não conseguir mais viver um dia longe dela.
Seus arquejos e apertos denunciaram mais um ápice, fazendo-a perder a consistência
lentamente. Ela ofegou e eu ergui-a da mesa, colocando-a de pé, abraçando seu corpo
forte, beijando sua nuca, esperando sua onda de vibrações passar.
“Fica de costas para a mesa.” Sussurrei, invadindo seu ouvido com a língua.
“As horas...” Murmurou sem sons, fraca e entontecida.
“Deite, Bella.”
Languida, ela virou-se e ajudei-a a deitar-se de costas na ponta da mesa, encolhendo

suas pernas e apoiando seu salto alto.
Sorri da minha marcada vida. Mais uma vez desfrutava, possuía, consumia minha
mulher em minha mesa de trabalho. Era hilária essa inclinação que tínhamos por
mesas de trabalho. Exatamente na sala que por mais de um ano desejei
incessantemente tomá-la, conformando-me por diversas vezes em possuí-a
virtualmente. Agora lá estava o meu festim. Meu prato predileto. Minha festa
particular. Deliciosamente quente e a minha espera.
“Eu quero ouvir seus gritinhos.” Sussurrei, segurei sua cintura e direcionei minha boca
aos seus seios, empurrando-me centímetro por centímetro do comprimento dentro
dela, ouvindo seus gemidos, até estar por completo em seu corpo.
Eu estava faminto, deslizando minha língua em seus seios avidamente, matando a

saudade. Eu queria me saciar, deixar o prazer transbordar em mim, o que vinha
naturalmente, acompanhado de seus sussurros apaixonados, de seu olhar
deslumbrante. Eu lambia e passava os dentes fartando-me das novas formas dos seus
seios, apaixonado. Saciava-me do gosto, do calor, enquanto suas mãos acariciavam
freneticamente meu cabelo.
Desfrutava exageradamente do seu corpo, de seu cheiro inebriante. “Eu fico pensando
como consegui ficar esses últimos meses longe de você. Só um insano mesmo.” Eu
não era só um corpo necessitado. Era um marido apaixonado que foi
involuntariamente privado da razão de sua vida. Suas mãos se perdiam em minha
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nuca e ela olhava com paixão, ternura, desejo.
Adquiri tudo em uma só mulher. Satisfação, riquezas, felicidade, luxúria, loucuras.

Todas as conquistas transbordantes em uma só mulher que me ama. Ela sentou e
suas pernas enlaçaram minha cintura, fazendo-me gemer e mergulhar mais fundo.
Seus músculos me prensavam, seu calor me circundava e nosso prazer crescia. Voltei
a friccioná-la com o polegar e esmaguei sua boca com um beijo lúbrico, gemendo,
lançando-me dentro dela e fora dela, em um ritmo que só aumentava. Ela ofegava e
me apertava mais, fazendo-me resfolegar.
“Eu senti tanto a sua falta.” Eu ofeguei, minha língua se abandonou em sua boca e ela
chupou. Não tinha como não associar aquele ato por muito tempo. Não tinha mesmo.
Agora eu só pensava em sua boca me chupando.
Cadenciei os movimentos de todo o corpo: forte, devagar, circular, entrar, sair,

deslizar. Minha boca: lambia, mordia e succionava, seus seios, pescoço, boca. Eu era
definitivamente o louco, obsessivo, apaixonado, agora frenético e insaciável.
Ela começou a tremer e buscar ar em minha boca. Eu já sentia vibrações no meu

corpo com a exploração dos movimentos calculados. O estremecimento crescia em
meus poros, junto com minha pulsação e respiração. Olhei-a controlando-me, e ela
estava absurdamente linda. Suada, quente, vermelha, ofegante.
Ela arquejou, gritou e eu forcei sua cabeça com minha mão, tapando seus gritinhos
com minha boca. Ela abraçou meu pescoço, respirando com dificuldade e suas
paredes me apertaram. Ver seu ápice de novo me desestabilizou, muito mais no alto
nível de excitação que eu estava. A íngreme volúpia me invadiu, deixando-me absorto
em sua umidade. Não suportando mais, segurei seu quadril e ergui-a da mesa para o
meu colo.
Em pé, com ela agarrada ao meu pescoço, movimentei-a em frenesi, afastando e

puxando forte, no mesmo instante em que eu me projetava pra frente e pra trás. Os
urros de deleite se descontrolaram em minha garganta e um grande tremor passou
pelo meu corpo. Minhas investidas se descoordenaram, fazendo-me parar em seu
âmago, estremecer e em últimas e lentas estocadas explodir em dormência, ofegos e
fruição.
Abracei-a rendida em meu colo e lentamente beijei seu ombro. Minhas pernas estavam
fracas e eu ainda sentia a sensação indescritível de êxtase.
“Você não é mais um anjinho.” Ela acusou baixinho, volátil, mole, deitada em meu
ombro.
“Você engoliu.” Sorri e procurei sua boca para um beijo apaixonado.
Deslizei minha língua em sua boca, sendo recebido e acariciado com a sua. De olhos
fechados, falava sem palavras todos os meus sentimentos. Era um beijo de
veneração, mostrando minha real satisfação em tê-la nesta vida. A felicidade era
tamanha em meu peito por estarmos caminhando juntos, enfrentando as
tempestividades e situações adversas, semeando nosso amor para que ele seja tão
poderoso que mereçamos nas próximas vidas permanecermos juntos.
Segurava a sua nuca com minha mão, gemendo em sua boca, sabendo que eu nunca
me sentiria satisfeito daquela mulher. Minha mulher. Ela era minha droga. Meu
remédio. Minha fonte de vida. Eu sabia que nunca me cansaria dela, era um homem
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completamente satisfeito.
“Quer me matar?” Sussurrou em meus lábios, sem soltar o beijo, agora mordiscando
meus lábios.
“Eu disse que vou descontar os três meses distantes. Eu não estou nem um pouco
satisfeito.” Murmurei, enquanto beijava seu pescoço.
“Estou com medo de você.” Ela voltou para os meus lábios, inserindo sua língua,
dominando, do jeito que lhe agradava. Minhas mãos apertavam suas costas,
obedecendo ao comando do meu cérebro que dizia que queria mais, fazendo com que
meu corpo não tivesse a chance de descansar e ficasse na ativa com seus beijos
quentes.
Há exatos dez anos, ela me beijou a primeira vez. Foi a mais doce sensação por mim
experimentada, ao mesmo tempo era a mais quente chama que incendiava o meu
corpo, transformando-me em um eterno cativo, escravo do seu corpo. Viciado. Agora
intoxicado. O seu beijo mudou meu ciclo de vida. Foi a maior dádiva me dada nesta
vida. Meu primeiro e único beijo permutado. Minha primeira e única mulher. Minha
satisfação. O melhor néctar que pude ser agraciado. Minha ninfa. Minha feiticeira.
Minha diaba. Minha deusa. Minha dona.
Permaneci beijando-a daquele modo vários minutos, até sentir nossa respiração
gradualmente se regular.
“Edward...”
“Hum...” Sentei na cadeira, ela ainda abraçada a mim.
“Uma hora e vinte minutos... Mais tarde continuamos.” Informou baixo.
“Uhum... Eu já vou.”
Ela desceu do meu colo e me olhou apaixonada, então fez menção de se afastar e eu
puxei-a pela mão.
“Obrigado por aquilo.” Ela sabia ao que eu me referia. Eu adorei saber que ela me teria
em seu organismo pelas horas seguintes. Isso era meio primal, eu sei. Mas eu era
possessivo demais para me censurar pelo pensamento.
Ela sorriu docemente, puxou minha mão e nós dois direcionamos ao banheiro, levando
as nossas roupas que estavam no chão.
...
“Encontramo-nos lá fora, amor.” Avisei-a, fechando minha gravata, enquanto ela

tentava arrumar o meu cabelo.
“Tudo bem.”
Beijei-a novamente, um beijo casto. Acariciei a sua nuca, sugando lentamente seus
lábios, amando-a, decorando seu gosto na minha mente pra sempre apaixonada. Ela
enlaçou meu pescoço e me apertou forte.
Eu sentia uma forte emoção nela que não estava conseguindo ler. Ela encerrou o beijo
e me olhou com os olhos úmidos. Por algum motivo meu estômago se contorceu de
ansiedade ao ver o seu olhar. “Até já.” Beijei sua testa e saí andando de costas,
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estudando o seu rosto até alcançar a porta.
Abri-a e saí, sentindo um aviso de falta de paz, balancei a cabeça expurgando as idéias
contrárias e assustei-me.
“Puta que pariu, maníaco, como vocês demoraram!” Era Jasper que estava parado na
parede em frente ao corredor, e veio em minha direção. “Véi, eu avisei para Alice que
era para pegar as crianças pra vocês dá uma à tarde. Falei que vocês tinham que tirar
o atraso, matar a seca ou sei lá o que os ninfomaníacos como vocês chamam. Caso
contrário, eu sabia que isso ia acontecer. Eu sabia que vocês são que nem gato no cio,
não podem se ver que ficam se esfregando.” Ele falava como se eu não estivesse lá.
“Quando eu vi você no salão perto dela eu avisei para Alice: ‘agora deu merda’. Porra,
cara, esse é seu evento e você fica sumido mais de uma hora. Você não pensa com
essa cabeça de cima não!?” Ele falava disparado, indignado.
Revirei os olhos, despreocupado. “Tá, Jasper, o que você está fazendo aqui?”
Ele pôs a mão na cintura. “Que quê eu tô fazendo aqui?” Perguntou como se eu já
soubesse a resposta. “Vim te chamar. Ou melhor, vim garantir que ninguém saberia
que você estava pegando sua mulher no escritório. Poxa, véi, vocês já fizeram isso
mais rápido! Eu tive que ficar aqui uma hora velando a foda de vocês! Não se fazem
mais coelhinhos como antigamente.”
“Pára de falar asneira, Jasper. Fale coisas que tenham algum fundamento.” Disse
impaciente.
Ele endureceu o semblante, exasperado. “Ah, é assim que você me trata? Você é
bizarro! Eu minto para aqueles políticos que você foi resolver um problema familiar e
você me trata assim?” Ele cruzou os braços e foi saindo.
Contrito, analisei sua resposta e dei um passo atrás dele. “Jasper, espere.” Ele parou
de costas.
Passei os dedos no cabelo, respirei fundo e encurtei a distância. Ele devia realmente
ter se preocupado conosco para ter ficado nos esperando. “Desculpe. É que eu não
consigo acostumar com alguém falando assim da nossa vida íntima.” Disse puxando
os lábios em uma careta. Ele descruzou os braços e olhou-me. Um sorriso infantil
estava brotando em seu rosto. Continuei. “Er... O que aconteceu lá fora? E onde você
disse que eu estava?”
Ele deu um sorriso de triunfo. “Disse que você foi resolver um problema de família
urgente, alguém estava doente.” Seu sorriso era cínico. “Eu não menti. Dizem que
ninfomania é doença. No fundo eu queria saber como um casal, pais de família com
quase cinco anos de casados ainda mantém esse fogo todo.” Ele riu e colocou o dedo
na testa, fingindo pensar.
“Prossiga, Jasper.” Pedi impaciente.
“Tá, tá. O evento atrasou meia hora, presidente da França fez um discurso lá, cheio de
pompa. A língua francesa é uma língua muito bicha, o modo como eles enrolam a
língua é muito aviadado...”
“Continua, Jasper.” Interrompi suas distrações.
“Então... A pessoa que está falando agora é o chefe das forças armadas americana. Eu
acho que sua demoradinha não prejudicou muito o evento.”
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“Então vamos para lá. E. Obrigado de novo.”
Deixei o corredor e andamos em direção à concentração de pessoas. Percebi o olhar

da minha mãe em mim, seus olhos não eram felizes. Perguntei-me o que a estaria a
preocupando, anotando mentalmente ter que perguntá-la depois.
Passei rápido pelas pessoas e estabeleci-me um pouco abaixo do púlpito, do lado

oposto aos chefes de estado. O certo seria eu estar no local apropriado para mim,
mas eu não queria estar lá. Sinceramente eu não precisava estar lá.
Estabeleci-me próximo aos outros diplomatas. Ao lado da Kate. “Edward, aconteceu

alguma coisa?” Ela perguntou com semblante desnecessariamente aflito.
“Sim.” Sorri mentalmente, mas não deixei a diversão atingir o meu semblante austero.
“Tive uma emergência familiar.” Adotei uma postura falsearia, objetivando mostrar
desânimo. Era complicado explicitar desânimo quando eu estava demasiadamente
animado interiormente. Percebi vários rostos olhando preocupados em minha direção
e acenei gentilmente, mostrando estar tudo bem.
“Resolveu?”
“Por enquanto sim.” Disse sério, prendendo o sorriso de felicidade que queria se
projetar em meus lábios.
O chefe das forças armadas fez o seu discurso e agora a imprensa lhe fazia perguntas.
Notei que Bella chegara à mesa da nossa família, busquei seus olhos e encontrei-a
olhando-me apreensiva. Talvez ela estivesse preocupada com a situação ou com o
horário. Chamei-a para estar ao meu lado com um gesto. Graciosa, ela atravessou o
salão e se pôs ao meu lado, pegando em minha mão. Não me passou despercebido
que antes de chegar a mim, ela olhou minuciosamente para Kate ao meu lado, o que
me fez sorrir em lembrar o quanto ela é perceptiva.
Segurei em suas costas e acariciei a sua cintura, deslizando os dedos pelo tecido do
vestido.
“Por que você estava sem roupas intimas?” Sibilei em seu ouvido.
“Por que nesse vestido fica marcando.”
“Não é verdade. Você queria tirar a minha concentração. Você sabia que eu não
resistiria.” Sussurrei e ela me olhou sorrindo. Lindamente sorrindo. Olhei sua boca
com gloss e na mesma hora tive a lembrança de sua boca minutos atrás. “Seu lábio
com esse brilho está muito tentador.” Ela sorriu e olhou para a frente, na mesma hora
rocei meu corpo insaciável de lado nela. “Hoje vamos extrapolar pelas noites
distantes.” Nossa linguagem corporal denunciaria para qualquer um ver a aura de
intimidade que pairava.
Ela sorriu lindamente de novo, e qualquer um que olhasse para aquele ser puro, com
sorriso de criança, nunca imaginaria que ela é tão dominadora e ainda... Engole.
Eu estava traumatizado.
Eu estava deslumbrado.
“Distraia-me, Bella, se não vamos ter que voltar.”
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“Você tem que ficar aqui. Daqui a pouco é sua homenagem.” Ela prendia um sorriso.
Tirei a mão de sua cintura e descansei-a em seu ombro, evitando assim que ela
descesse automaticamente para o seu quadril.
“Falando em minha homenagem, você tomou a decisão de quando vem

definitivamente?”
Ela retesou com minhas palavras e respirou fundo, olhando para as mãos, depois
exalou lentamente. Prendi o sorriso ao ver seu semblante inanimado, então ela
olhou-me e o sorriso sumiu de seu rosto. Com alegria, senti que minhas precauções
para hoje teriam fins imprescindíveis. Elas subsistiriam anseios e planos.
Continua...
Notas Finais:
Mandem reviews!!
ainda não acabou...Pirei de vez.
Mandem reviews
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59- Um dia depois de amanhã-parte 4 escrita por BIA BRAZ
59- Um dia depois de amanhã- parte 3
Bella POV
Maio de 2013- Três anos e meio de casados
Ainda que meu pai dissesse ser melhor eu me mudar para a casa dele, com o intuito
de povoar sua casa de crianças, eu não quis me mudar para lá. Gostava de morar na
casa em Forks. O quintal, os móveis, os quartos, a rua, o rio, tudo trazia lembranças
de um ano extremamente feliz, ou de épocas felizes. De um ano em que minha família
era completa regularmente...
Edward passou em segundo lugar das dez vagas, sendo chamado no início deste ano
para compor a primeira turma do corpo diplomático em missão no Afeganistão. O país
estava em fim de guerra, dominado por tropas americanas, o que incitava grupos de
rebeldes. Por esse motivo, eu não ia visitá-lo lá.
Mesmo sentindo muito a falta dele, eu não deixava me abater, afinal, eu estava
consciente de que isso iria acontecer. Minha rotina não mudou muito, dois dias eu
passava o dia inteiro em Seattle, no jornal, onde trabalhava assiduamente com ações,
e três dias eu ia de manhã para a Universidade.
Eu tentava ao máximo ocupar meu tempo, principalmente nos horários que as

crianças tinham atividades nos horários contrários ao escolar. Eu não queria me sentir
só. Os dias que elas teriam natação, balé, ou esportes, eram exatamente os dias em
que eu ia para o jornal em Seattle.
As crianças estavam com quase três anos e tínhamos decidido que elas iriam começar
a freqüentar a escolinha, já que Carl era muito inquieto e precisava canalizar suas
artes. Eles se adaptaram bem a tudo, e antes de Alice e Jasper irem para a
Universidade, deixavam as crianças na escola, isso nos dias que eu não podia deixar.
Eu tinha que me contentar com Edward vindo em casa de duas em duas semanas ou
com nossas conversas via web. Nos três primeiros meses foi pior, sofri muito, pois ele
vinha de mês em mês, mas após a sua adaptação, as coisas ficaram menos difíceis,
porque ele começou a vir quinzenalmente.
Sempre soube ser muito mais difícil para ele do que para mim, afinal, aqui eu estava
na minha rotina normal, com meus filhos, meus familiares, meu trabalho, e lá ele
estava completamente só. Em um mundo hostil.
Às vezes eu tinha pena, ficava preocupada, lembrava de sua solidão nos tempos em
que ele vivia naquele quarto de universidade sozinho, mas no mesmo instante que eu
tinha pena, lembrava que ele precisava disso. Ele precisava se encontrar. E como sua
esposa e base, eu deveria lhe proporcionar que isso acontecesse.
Mandamos instalar câmeras por toda a casa, assim, se ele estivesse acordado em um
horário que nós estivéssemos dormindo, ele podia, por exemplo, olhar todos os
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quartos e ouvir os nossos resmungos de sono. Ou, nos fins de semana, quando ele
sentisse saudade de nós, ele podia nos ver brincando no quintal, na piscina. Não sei.
O importante é que eu queria um jeito de mantê-lo em casa. Eu sabia que, embora
voluntário, ele sofria muito estando longe do seu lar.
Era um pouco de tortura, eu sei, que ele nos visse aqui enquanto estivesse lá, mas
ele precisava registrar no cérebro dele o quanto nós somos felizes em nosso lar, e que
nada, nada substitui a felicidade da nossa família. Eu era paciente e tinha certeza que
um dia, mais cedo do que eu esperava, ele iria reconhecer o quanto precisava de nós.
Restava-me esperar. Aliás, eu não iria precisar esperar muito...
Por estar em missão diplomática em outro país, os vencimentos dele chegavam a

vinte e cinco mil, e como ele não tinha gastos, quase todo o valor era depositado em
minha conta e eu investia tudo em ações.
Já tinha um ano e meio que eu tinha resgatado o outro dinheiro investido de quando
ainda éramos noivos. Edward nunca se interessou em saber o que eu realmente fiz.
Até que eu quis contar o ano passado, no dia em que fui ao seu escritório com pedir
que ele contratasse um professor, mas naquela ocasião, eu sabia que não
adiantaria. Nada mudaria.
Eu queria falar que o dinheiro foi investido em um plano dele, em um projeto dele. Um
projeto que meu pai o incitou a criar, facilitou pra que ele fosse construído, e ainda
queria nos presentear com ele. Porém, não foi preciso nos presentear, graças ao
resgate do dinheiro do Edward investido, eu pude pagar ao meu pai. O dinheiro tinha
rendido seis vezes ao longo de dois anos, então, juntando com o meu, consegui pagar
ao meu pai pelo investimento. Portanto, éramos donos absolutos...
Contratei um novo reitor para a Universidade, assim, ele ficou responsável por dar
andamento a todos os projetos sociais que Edward iniciou. Ele não era experiente na
área, mas por ser amigo do Edward, os dois mantinham contato, assim, Edward
sempre o orientava. Era como se Edward estivesse tomando conta mesmo de onde
estava. Eu sei, eu também me pergunto como ele dá conta, mas ele diz que dorme
pouco e trabalha muito, por isso dá conta de: escrever artigos sobre o andamento das
negociações, não só para os jornais do meu pai, mas para outros jornais; planejar
estratégias de reestruturação daquele país; apoiar ao atual embaixador e ainda dá
suporte à universidade. Meu marido é dez ao mesmo tempo.
Assim, a vida se seguia.
Os gêmeos estavam fazendo três anos, e era um fim de semana em que Edward
estava em casa. Estávamos eufóricos, observando o Buffet terminar de enfeitar com
balões e organizar dois ambientes de festa na área externa. Um lado era decoração
dos Bulls, com futebol de sabão,e do outro era da Puka, com a banda cover do high
school music. Ambas as decorações eram pretas, vermelhas e branca.
“Vai ter que usar a camiseta dos Bulls, sim!” Levantei a camiseta e Edward revirou os
olhos. A festa do Carl era de times, e eu tinha combinado com Edward que ele teria
que vestir a camiseta dos Bulls. Carl gostava desse time, assim como eu e meus
irmãos.
“Bella, você que induziu Carl a gostar desse time ruim. Essa camiseta é feia. Ela tem
chifres!” Ele fez careta e eu ri alto. “Ele tinha que gostar do New York.” Reclamou
apontando insatisfeito para o símbolo dos Bulls. Um touro.
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Eu sorri e, determinada, comecei a descer a camiseta em seu pescoço, por cima da

outra que ele estava.
“Se você analisar que eu passo mais tempo com ele, é fácil saber como eu consegui.”
Arrumei a blusa ainda sorrindo e ele ficou sério, o humor fugindo do seu rosto.
Lembrei o que eu tinha falado e quase me arrependi.
Subitamente triste, ele fechou o corpo sobre mim, me abraçando e encostou-se a

pilaste, próxima ao jardim. “Eu sinto tanto a falta de vocês.” Ele murmurou,
abraçando-me forte, alisando o meu braço.
As crianças passaram correndo por nós. Carl correndo na frente e Carlie correndo
atrás. O mais hilário era Alice correndo atrás da Carlie com o baby less na mão,
fazendo, ou tentando fazer cachinhos nela, que já estava vestida de Puka.
Sorrimos das duas e eu segurei o queixo do Edward, voltando seu rosto para
mim.“Você está realizado? Está gostando do que está fazendo?” Beijei seu queixo,
selinhos.
“Ah, eu gosto de estar mudando algo no mundo.” Disse com um pouco de desânimo.
Carlie passou correndo de novo, fugindo da Alice e Edward me soltou e a pegou no
colo.
“O que você é: princesa ou fadinha do papai?”
“Eu so a pincesa Puka.”
“Você é mais bonita que a Puka, é mais cheirosa, é mais fofa.” Ele falava e distribuía
cheiros em seu pescoço, fazendo cócegas. Ela abraçava sua cabeça sorrindo. Ele
desceu-a e a entregou para Alice que já a olhava impaciente. Rosalie chegou à entrada
com Emmett, e Carlie esperneou e se soltou da Alice, indo eufórica em direção
Rosalie.
“É toda sua, Rosalie.” Alice entregou o aparelho na mão da Rosalie, que já estava com
Carlie no colo, e voltou aliviada para dentro.
“Você deixa a dinda arrumar seu cabelo?” Rosalie perguntou e beijou Carlie.
“Voxê dexa a Calie arrumá xeu cabelo tabem?” Rosalie e Emmett sorriram alto.
“Sim, bebê. Eu deixo.” Rosalie nos cumprimentou e entrou.
“E aí, cara, como está lá?” Emmett pegou na mão do Edward.
“É um pouco difícil, mas dá para levar.” Edward não estava conseguindo esconder seu
estado oscilante de humor.
Emmett saiu, e eu fui caminhar pelo quintal com ele, andando de mãos dadas a
caminho do rio.
“São tantas crianças que morrem por inanição.” Edward disse, com os pensamentos
longe. “Eu sempre fico pensando nos nossos gêmeos, que tem tudo aqui: conforto,
saúde, família, amor, paz.” Ele parecia sofrer com isso.
Eu fiquei calada. Eu não sabia como lidar com essa nova fase dele. Eu não sabia o que
dizer. Minha vontade era dizer-lhe para virar as costas, tentar não sofrer com o
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sofrimento dos outros. Minha vontade ia mais longe ainda: eu queria pedi-lo para
voltar para casa.Porém, eu sabia que não devia fazer isso. Não agora. Restava-me
somente ouvi-lo e ser seu porto.
“Eu queria fazer algo para mudar. Mas com a ocupação do exército ficamos de mãos
atadas. As pessoas não confiam nos americanos. Principalmente pelo fato de ser o
exército que destruiu a cidade.” Tinha pesar e frustração em sua voz.
“Um dia você vai fazer.” Parei de andar e o abracei, tentado passar conforto. Ele
levantou meu rosto e beijou leve meus lábios. Seu rosto era entristecido por completo.
“Meu mundo fica tão vazio sem você.” Ele beijava-me com saudade, gentil.
Correspondi ternamente, desejando tirar dele toda a dor, por qualquer que fosse o
motivo que o tivesse assolando. Eu não tinha dúvidas do seu amor por mim, aliás,
creio que o fato de ter certeza do seu amor, era o que me mantinha firme e me dava
forças para ajudá-lo a prosseguir. Principalmente quando eu sentia que ele estava se
perdendo. Era certeza. Ele sofria muito mais.
Ele me abraçou e ficamos calados. Ambos curtindo o silêncio e a paz que a área verde
proporcionava. “Eu posso ir para lá.” Eu disse após um tempo. Eu queria deixá-lo mais
feliz.
“Não! Lá não é lugar para as crianças.” Negou energicamente, segurando meu rosto
em suas mãos
“Edward, onde você estiver, ali será o meu lugar.” Eu disse, ele beijou minha testa e
ficou pensativo, com o olhar distante. Descansei meu rosto em seu ombro e passamos
mais um tempo ali, abraçados, matando a saudade que sentíamos de estar perto do
outro. Ainda que estivéssemos calados, nosso momento era único.
Os carros começaram a chegar para a festa, então, deixamos nosso momento de paz
e entramos para receber os convidados.
...
Novembro de 2014
O chefe das forças armadas americana terminou de responder as perguntas sobre as

retiradas das tropas e a secretária de estado Clinton assumiu o microfone.
“A diplomacia estabelecida no Afeganistão tem um corpo eficiente, e nessa fase desse

país, é muito importante a união dos países aqui representados. Graças ao projeto de
um dos integrantes desse corpo de diplomatas, o país vem emergindo, sendo
reconstruída tanto a dignidade da pessoa humana como a economia do pais...” Ela
falava e seu rosto se direcionava aos diplomatas, parando no Edward.
Mais uma vez eu sentia orgulho dele em saber que nada que ele fez foi em vão. Ele
tinha conseguido. Ele se tornou alguém importante no mundo. Ele representava o país
mais importante do mundo em uma missão de reconstrução de uma nação. E os olhos
do mundo estavam direcionados para ele.
Ele parecia não se importar com o que a secretária discursava, sua mão estava
interessada em pousar descaradamente no meu quadril, arrastando o dedo nas
1521 de 1595 26/05/2011 20:45

nádegas.
“Quando vocês vêm, amor?” Ele repetiu a pergunta que eu estava evitando responder.
“Você não disse que era perigoso para os gêmeos?” Hesitei, sem olhar o seu rosto.
Meu estômago se contorceu e de repente eu me senti em pânico ao lembrar-me das
ruas que eu tinha passado mais cedo, em lembrar os rostos que eu vi na rua, da
cidade sem calor humano, sem verde.
“Mas você disse que onde eu estivesse era o seu lugar.” Ele sorriu despreocupado em
meu ouvido. “Lembra que combinamos de educar os gêmeos na embaixada para eles
não correrem perigo?” Lembrou com um sorriso estranho. Eu não entendia por que ele
sorria se com meias palavras eu mostrava indecisão quanto á resposta. Ele parecia se
divertir com a minha indecisão.
Disposta a não ficar para baixo, olhei distraída para a moça ao lado dele. Ela me
encarava com excessivo interesse. Suspirei e expulsei os pensamentos inseguros.
Edward POV
Setembro de 2013
Em poucos meses em missão diplomática no Afeganistão, usei da observação direta

ao estado do país e de minha experiência em elaborar projetos e redigi um plano de
reestruturação envolvendo as áreas prioritárias como: educação, desenvolvimento do
setor agrícola e reconstrução das ligações rodoviárias e de telecomunicações, pois o
país era praticamente privado de telecomunicação.
Ao elaborar o projeto, enviei à Sophia, que entregou diretamente ao seu pai. O

Senador Feinstein, ao notar a precisão e a grandiosidade do projeto, usou de sua
influência e, com autorização do chefe de estado, Obama, levou pessoalmente o
projeto ao prédio da ONU, em New York.
Devido ao fato dos EUA ter começado a guerra no Afeganistão, os EUA estava
incumbido de reestruturar aquele país. Então, ao aceitarem aquele projeto na ONU,
eu, o diplomata americano Edward, tornei-me seu principal condutor, sendo
empossado concomitantemente embaixador dos EUA naquele país.
Estávamos comprometidos, enfrentando empiricamente as resistências, mostrando o

outro lado do Estado Americano, buscando com isso reestruturar e adquirir confiança
daquele povo.
“Excelência, ainda tem mais de cinqüenta pessoas só para hoje à tarde.” Kate Denali,
a diplomata que passou em primeiro lugar no processo seletivo, disse impaciente ao
meu lado.
Fazia parte do projeto que os soldados americanos reconstruíssem casas, em

conjunto com voluntários Afeganistãos. Para que os cidadãos fossem contemplados
com essa benfeitoria, era preciso um cadastramento junto á embaixada e uma
entrevista comigo, o embaixador. Devido à grande quantidade de solicitações, minha
capacidade de atendimento era restrita. Portanto, eu estava sufocado.
1522 de 1595 26/05/2011 20:45

Levantei da mesa de atendimento e chamei os outros quatro diplomatas para o meu

escritório, atravessando o corredor. Entramos e ficamos todos em pé, pois eu não iria
delongar.
“Bom, como vêem, eu não tenho condições de atender aquelas pessoas sozinho.
Temos cinco diplomatas aqui, portanto, com o tanto de entrevistas e pesquisas a
fazer, a partir de amanhã iremos atender essas pessoas fora daqui, assim, mais
quantidades serão deferidas.” Eu disse e eles ficaram pensativos, mas foi a Kate que,
insatisfeita, se pronunciou.
“É perigoso. Fora dos muros da embaixada corremos perigo.”
“Aqui dentro vai demorar décadas para chegarmos a algum ponto.” Sentei-me a minha
mesa, notando que o monitor de vinte e cinco polegadas estava projetando imagens
da minha casa, com Bella passeando de toalha pelo quarto.
Fixei meus olhos lá e, possuído de saudade, puxei o zoom.
A toalha deslizou e meus olhos foram hipnotizados, presenciando-a com a roupa

intima inferior e os cabelos úmidos escorrendo em suas costas. Ouvi um pigarro,
tomei nota que a visão deveria ser interrompida e desliguei a transmissão, voltando
minha atenção para as quatro pessoas que estavam a minha frente.
Prossegui: “Teremos que montar atendimentos itinerantes, para assim ganhar a

confiança desse povo. Podemos pedir para o exército nos dar cobertura de uma
distância segura.” Disse conclusivamente e assentiram.
Eles saíram da sala e eu liguei novamente o monitor, desejando suprir as minhas

doses de continência. Bella já estava vestida e se preparando para sair, então escrevi
um e-mail. Logo que ela ficasse on line, apareceria em sua tela.
Oi, minha Bella.
Você faz de propósito, não é?
Gosta de me torturar.
Está disposta a tirar meu juízo em horário de trabalho, não é mesmo?
Da próxima vez, esteja sem roupas intimas. (Risos)
Hoje estou fraco. Sinto muito a sua falta.
Ainda que eu tente me manter uma máquina, ocupando todo o tempo de ócio, meus
sentidos lembram o quão humano sou e o quanto preciso de você.
Hoje mesmo, queria estar indo trabalhar com você...
Não pensei que sentiria tanta falta da nossa rotina.
Sonho em amanhecer deitado com você e levar nossos filhos á escola...
1523 de 1595 26/05/2011 20:45

Pergunto-me: Será que um dia isso vai acontecer?
Temo que por enquanto não.
Espero o mais rápido que sim.
Tenha um bom dia, vida.
Lembre: Três da tarde aí, fique on line.
Não quero dormir hoje sem te ver.
Te amo.
Mil beijos distribuídos em todas as partes do seu corpo.
Seu: Embaixador.
Suspirei e dava os últimos ajustes, sorrindo para a tela, quando fui interrompido por
uma imagem em minha visão periférica.
“Por que entrou nessa, embaixador?” Surpreso, levantei os olhos do monitor e notei a
Kate, que não saiu com os outros e estava parada ao meu lado. “Por que abandonou
sua família para vir para este país?” Ela olhava para a tela, notavelmente lendo o que
eu escrevia.
Enviei e fechei a tela. “Você não entenderia.” Só uma pessoa me entendia e, embora
ela sentisse muito, apoiava-me.
“Você não gosta dela.” Afirmou em tom insolente e se encostou à mesa, ao meu lado.
Levantei, arrastando a cadeira e fiquei encolerizado, endurecendo o semblante. Quem

era ela para julgar o sentimento de alguém?
“Não vejo como isso ser da sua conta.” Disse rispidamente, sem conseguir esconder o
descontentamento.
Nenhum segundo se passou até que eu sentisse as mãos dela em meu pescoço, com
ela me apertando na mesa. “Eu posso fazer algo por você.”
Cerrei os olhos, olhei com repulsa para o seu braço e segurei em seus punhos, em
seguida tirei-os rudemente. “Nunca. mais. ponha. as. suas. mãos. em. cima. de. mim.
Fui claro?” Disse entredentes, afastando-me por completo.
Ela assentiu e acariciou os próprios punhos, massageando o vermelho.
Atravessei a sala para sair e ela continuava parada próxima a mesa, com o semblante
temeroso.
“Venha, Denali, eu vou fingir que isso nunca aconteceu.”
1524 de 1595 26/05/2011 20:45

Nos primeiros dias após a conversa com os diplomatas houve resistência tanto de
cidadãos, com medo de ataques de rebeldes, como da nossa equipe. Porém, com o
passar do tempo ganhamos espaço e assim, lentamente, o país voltava a emergir.
Bella POV
Início de 2014.
Ele já estava há um ano nesta rotina de vir em casa de quinzenalmente. Era meio
difícil, mas com o passar dos tempos, a aceitação veio. Eu tive que me acostumar á
sua falta. Resignada, só restava-me conformar que me casei com um grande homem,
ou melhor, um homem com a alma grande, interessado no bem comum.
Muitas vezes eu ficava fraca, quando a saudade apertava, mas no mesmo instante eu
me obrigava a ficar forte, pois se eu queria um dia um marido completo, eu sabia ter
que passar por isso. Era como se eu soubesse que no final tudo desse certo.
As crianças sentiam muito a sua falta, e eu tentava driblar isso, logo, sempre eu
procurava dispor de um tempo em família conectados a ele.
“Que horas são aí?” Perguntei sem me virar para a tela. Estávamos na brinquedoteca,
eu e as crianças. Eu as ajudava com as tarefas de casa enquanto Edward nos
observava tanto via web como pelas câmeras instaladas.
“Vinte e duas.”
Eu fazia várias coisas ao mesmo tempo, ajudava Carl a pintar, recortava revistas com
Carlie. Edward lia um jornal local no escritório dele, enquanto conversávamos. Não
importava se estávamos ocupados, o importante era estarmos próximos de algum
jeito, compartilhando rotinas.
“Como está a Universidade?” Ele perguntou.
“Ah, ela está indo de vento em polpa. Fico tão feliz por ela ser um projeto seu que deu
certo.” Parei de recortar as flores na revista e suspirei de saudade de quando nós dois
tínhamos uma rotina juntos. “Eu vejo você em tudo lá.” Eu disse, meu coração cortou
de nostalgia e eu olhei para o pc.
Ele ficou com os olhos distantes e parados após meu comentário, então procurei
desviar o assunto para dissipar qualquer tristeza que ele viesse a ter. “Mas Jake é
competente como reitor. Ele está super empolgado pela equipe de baseball ir competir
no estadual esse semestre.”
“Eu sempre soube que ele daria o sangue.” Respondeu meio sem emoção.
Ultimamente ele estava sempre para baixo, sempre tinha tristeza em sua voz. Aos
fins de semana quando ele vinha, sempre estava melancólico, me abraçando muito,
quase nem dormia para ficar me acariciando. Eu queria melhorar seu humor.
“Ah, a pequena banda da escola vai tocar em um concerto de verão na praça. Eles
estão tocando lindo!” Voltei a expor um verdadeiro sorriso. Eu não iria deixar minha
saudade o magoar.
1525 de 1595 26/05/2011 20:45

Meu novo assunto não melhorou seu humor, seus olhos continuavam caídos.
“Sabe que ultimamente eu estou sentindo falta até dos fedelhos trabalhosos da
Universidade...” Comentou pesaroso. “Eu sinto falta de tudo aí.” Ele deitou sobre os
braços na mesa e continuou com o semblante triste. Tentei fingir que não estava
percebendo, para não alimentar a sua melancolia. Se eu começasse a ouvi-lo ia acabar
dizendo que existem dias que eu não agüento e que tenho vontade de chorar por não
saber o futuro que nos espera. Ele continuou. “Sinto falta de você.” Murmurou
nostálgico e eu estava me sentindo cortada com o seu semblante.
Procurei mais figuras para cortar, engolindo a vontade de chorar, tentando desviar
meus olhos de vê-lo.
“Olha para mim.” Pediu. “São seus olhos que me dão vida.” Murmurou. Respirei fundo,
fechei os olhos e cocei a testa. Meu estômago se contorceu. “Eu preciso de você. Eu
nunca conseguirei sem você... Não sei como te perdi tantos dias, quando você
acordava e eu não estava na cama... Parece que agora estou pagando por isso.”
Olhei para cima e a lágrima teimosa caiu. Suspirei novamente, disfarcei e limpei a
lágrima. Peguei o pc na mesa e fui até a outra sala, onde a babá estava arrumando os
brinquedos.
“Mávis, termina as tarefas com as crianças que eu vou para o meu quarto.” Nem
esperei a sua resposta e subi as escadas para o meu quarto, trancando a porta.
Deitei na cama de roupa e sapato e coloquei o pc na mesinha ao lado. Respirei fundo

e busquei controlar a tristeza em minha voz.
“Edward, existe um porquê de termos que ficar longe. Você está fazendo um bem para
o mundo.” Eu precisava repetir isso para convencer a mim mesma.
“Mas eu não estou conseguindo. Minha vida é completamente vazia sem você.”
Eu queria que ele parasse. Não era um bom dia para abrir sentimentos. Eu estava
vulnerável, me sentindo só, e se eu começasse a dizer o quanto sinto a falta dele,
talvez fosse o machucar mais.
“Sabe, Bella, eu não sei como você tem tanta paciência comigo. Não sei como você
teve tanta paciência comigo. Foram tantos erros... E agora estou cometendo mais um
erro...” Ele continuava deitado, vencido, com o queixo na mesa.
“Você está cometendo um erro? Qual?” Interrompi erguendo uma sobrancelha. Eu

queria mesmo saber.
Ele ergueu o corpo e apoiou a cabeça nas mãos em punho, cotovelos sobre a mesa.
“Eu descumpri uma promessa...” Disse melancólico. “No dia que nos casamos eu
prometi que nunca mais ficaria longe de você e aqui estou, milhas de distância de
você. Separados agora não só com estradas, mas por um oceano.” Ele olhava para
baixo, expondo amargura.
Eu não agüentava vê-lo assim longe de casa. Longe dos meus braços.
“Edward, estamos ligados por algo muito mais poderoso que a distância, o nosso
amor.”
1526 de 1595 26/05/2011 20:45

Ele sorriu triste e eu vi umidade em seus olhos. Meu coração se dilacerou e eu queria
abraçá-lo, expulsar a dor, vê-lo feliz.
“Bella... Eu amo você. Isso é o que me redime de todos os passos errados que já dei.”
Confessou triste.
“Ei, pára. Eu amo você. Isso que nos mantém juntos independente da distância. Meu
coração está com você.”
Ele sorriu melancólico, fazendo uma careta. “Obrigado por me amar. Mas eu estou
cansado de você longe. Quero você perto dos meus olhos.” Disse e esticou na
cadeira, enlaçando os dedos atrás da nuca.
Eu sabia o que ele estava dizendo, o que ele estava pedindo... Abaixei a cabeça e
pensei por um tempo na minha vida em Forks... Era uma vida calma, fácil. A não ser
pela saudade e falta dele.
Eu me perguntava: Eu sacrificaria a minha vida tranqüila por ele?
A resposta veio rápida.
Sim, eu sacrificaria.
Sempre.
“Eu vou morar ai.” Disse incisivamente e ele ergueu a sobrancelha, descrente.
“Não acho uma boa idéia. É egoísmo meu trazer você para cá.” Sua voz ainda estava
derrotada.
“Você disse que a cidade está melhorando, que está tendo contato com o povo e que
o projeto já está mudando o país. Então não vejo como não ser um bom lugar para
nós.”
“Sim. O nosso trabalho está reestruturando uma parte do país, mas não todo. Aqui é
uma realidade diferente da sua. A cidade não é tão arrumada e confortável como as
que você viveu. Existe pobreza nas ruas, sujeira. Eu temo que não seja um bom lugar
para vocês.”
“Eu já disse, vou ficar ao seu lado sempre. Eu quero ir. Eu quero ficar perto do meu
marido.” Afirmei.
“E os bebês? E educação escolar?”
“Contratamos alguém para lecionar para eles na embaixada.”
Ele abaixou o olhar, tamborilando os dedos na mesa, depois foi melhorando o

semblante.
“Você faria isso por mim? Morar em um país hostil, estranho, para ficar perto de
mim?”
“Você quer mesmo saber a resposta? Eu sou sua esposa. Um dia eu prometi estar
onde você estivesse.”
“Mas eu também fiz uma promessa e não...”
1527 de 1595 26/05/2011 20:45

“Edward, eu vou.” Interrompi. “Eu me organizarei e vou.” Disse definitivamente e ele

cruzou os braços, pensativo. Depois sorriu, mas seu sorriso não alcançou seus olhos.
“Não faça isso só por mim. Eu já disse, estarei sendo um egoísta se deixar você vir
por mim.” Mas que idéia! Tudo na minha vida é por causa dele.
“É por mim. Eu não agüento mais ficar longe de você. Para o seu próprio bem, eu te
amo demais e não agüento mais ficar longe de você.”
Ele sorriu e dessa vez foi um sorriso verdadeiro. “Tudo bem. Então, enquanto a
senhora não vem, tem como aplacar minha saudade tirando a roupa para mim?”
Eu sorri travessa e o olhei insinuante. “Meu embaixador quer com música ou sem
música?” Levantei na cama, elétrica, e ele deu um sorriso torto e desavergonhado.
“Eu quero tudo que tenho direito. Streep, olhar libidinoso, música.”
“E fantasia? Eu comprei uma nova.” Dei um sorrisinho cínico e direcionei rumo ao

armário, voltando rápido com uma sacola.
“Você sabe que vai ter que tirar depois.” Ele divertia-se e afrouxou a gravata,
livrando-a do seu pescoço.
Soltei o meu cabelo que estava em um rabo e deixei-o cair. Desabotoei minha blusa,
lenta, sorrindo para ele.
“Não vai colocar Bellalicius não, Bellaliciosa?” Ele gracejava com a música que gosto
de dançar para ele da Fergie. Fergielicius.
“Vou.” Liguei o som do notebook e passei os dedos em minha barriga, ao mesmo

tempo que abria botão por botão, movendo o quadril bem devagar.
Eu estava satisfeita com o resultado das reparações que tinha feito. Fazia seis meses
que tinha passado por pequenos reparos no corpo. Quando estava grávida, percebia
que Edward tinha uma certa fixação, ou melhor, uma ‘tara’ pelos meus seios maiores.
Então, ano passado, aproveitando que ele estava longe, coloquei algumas gramas de
silicone nos seios. Eu, Alice e Jéssica colocamos na mesma época. Rosalie não
precisou. Ela já veio de fábrica com seios fartos. Já Esme, embalada na onda de
mulheres siliconadas, também colocou silicone e fez reparos dois meses atrás.
Agora sim, posso dizer que estou realmente Bellaliciosa. Turbinada. Sem nenhuma
gordura lateral e com as coxas malhadas.
Eu já era vaidosa, e para fazer jus aos reparos que eu fiz, resolvi cultuar um pouco o
corpo, além de cuidar mais da saúde. Para isso, montei uma academia no terceiro piso
e todos os dias à noite malho com Alice. Larguei a preguiça. Mulher não pode se dar o
luxo de ser sedentária.
Ele assoviou quando joguei a blusa no chão, ficando só de sutiã. Vi um sorriso

desejoso em seus lábios e ele os molhou com a língua, olhando fixo. Se dependesse
dele, ele passaria horas me olhando.
Sorri presunçosa em vê-lo cheio de cobiça e virei de costas. Desci a saia lentamente,
movendo os quadris devagar, e sorri com o rosto virado de lado, olhando para ele. Ele
tirou o terno e colocou sobre a mesa, enquanto a saia descia até meus pés e eu me
livrava dela.
1528 de 1595 26/05/2011 20:45

“Tire a camisa, embaixador. Ver você me excita também.” Disse com a voz cheia de
malícia. Ele desabotoou a blusa devagar, com o rosto estimulado. “Eu quero te ver
todo. Não é justo só você me ver.”
Ele ergueu a sobrancelha, incrédulo. “Bella, vou ficar sem roupas no meu escritório?”
“O que nós vamos fazer no seu escritório talvez seja pior do que você ficar sem
roupas.”
“Nós vamos fazer?” Ele perguntou com semblante de criança contente e começou a
desafivelar o cinto.
“Sim. Vou estar deitada na sua mesa. Completamente nua.” Disse sedutoramente,
ouvi um gemidinho dele e sorri com o meu poder em atiçá-lo.
“Um minuto.” Aproveitei que a música tinha terminado e corri para o banheiro,
vestindo lá a fantasia que eu tinha comprado. Olhei rápido no espelho, prendi o
cabelo, passei um batom e voltei.
Como sempre ele faz sempre que visto minhas fantasias, ele arregalou os olhos e
sentou direito na cadeira. A minha roupa era um top de amarrar no pescoço, que mal
cobria o bico dos seios, com estampas do exército. A barriga ficava toda de fora. A
saia era curtíssima, mal cobria o bumbum. Eu usava uma boina, como cabelo preso
dentro.
“Ao seu dispor, embaixador.” Disse forçando a voz a ficar mais grave e fiquei ereta,
com as duas mãos para trás.
Ele sorriu do meu tom. “Está com roupas demais.”
“Estou aqui a trabalho, senhor.” Era uma brincadeira, na verdade uma estratégia de
expulsar a tristeza do rosto dele e distraí-lo.
“Qual a sua missão aqui?” Ele pôs a mão no queixo, fingindo estar sério, entrando na
brincadeira.
“Servir nosso país. Servir a América.” Mordi os lábios e inclinei um pouco para frente,
para os meus seios ficar mais a mostra.
“Como você vai servir o nosso país?” Ele parou os olhos nos meus seios e lambeu os
lábios.
“Depende do que o meu embaixador propor. O que devo fazer para o cumprimento
dos seus projetos.” Disse sensual. E ele sorriu.
“Eu preciso de muito envolvimento. Se entrar nesse projeto tem que se dedicar ao
extremo.”
“Sim, senhor.”
Desamarrei minha blusa no pescoço e costas, fiquei de costas para ele e me livrei da
pequena peça que me cobria o seio. Exibida, virei de frente, meus seios expostos,
eriçando-se ao ficarem expostos.
Ele lambeu novamente os lábios, com os olhos brilhando de luxúria.
“Ai, amor que saudade de você.” Ele murmurou rendido.
1529 de 1595 26/05/2011 20:45

“Amor?” Coloquei um semblante sério, reprovando, e ele sorriu. “Estou ao seu dispor,
embaixador. Agora, por favor, dê-me as instruções: Quais suas estratégias para salvar
esse país?”Acariciei minha barriga, com as mãos espalmadas.
“Estímulo. Direcionamento. Visão.”
Ele desceu lentamente sua boxer, lento, expondo seu vivo e estimulado
embaixadorzinho que praticamente pulou para fora.
“A visão é importante?” Eu sorri e passei os dedos insinuantemente pelo meu seio,

apertando o bico.
Ele gemeu. “Totalmente.” Disse com a voz rouca.“Você precisa se posicionar melhor
na minha mesa para uma explicação precisa da minha visão de como melhorar o
mundo.” Sua voz estava carregada de luxúria.
“Você acha que deitada seria interessante?” Deitei o tronco na cama, com o as pernas
para fora, expondo o que a saia não cobria.
“A angulação é ótima.”
Ele ficou com o olhar concentrado em minha perna. Eu ficava admirada como um
homem mostrava tanto fascínio assim.
“No que o senhor está pensando?”
“Tire a saia.” Disse com a voz grave. Sorri, deslizei a saia e junto com ela a calcinha.
“Se toque, Bella.” Disse com voz de comando, completamente rouca.
Subi uma mão para o seio, lentamente, e a outra desci para barriga, acariciando com
os dedos, para acostumar.
“Isso é para o bem do país?” Fechei os olhos, ainda querendo brincar.
“Para o bem da minha sanidade. Eu preciso ver você satisfeita. Eu preciso saber que
mesmo eu estando aqui, é em mim que você pensa, é para mim que seu corpo se
entrega.” Tinha urgência em sua voz. Ele não parecia querer mais brincar.
“Eu preciso tanto de você, amor.” Murmurou. “Ultimamente até meu sono está
perturbado. Sonho com você todos os dias em minha cama.”
Fechei os olhos, me concentrando, ao mesmo tempo passando a mão em minha

barriga, tentando relaxar e me deixar levar. Não é costume meu me tocar. Mesmo
sentindo falta de sexo, tento não precisar chegar a esse ponto. Mas quando ele me
pede, faço esforço. Não tem como dizer não. Ele parece necessitar disso.
“Tente se permitir sentir, precisamos desses momentos. Se solta pra mim, vai. Sou
seu marido. Eu preciso que você faça isso por mim.”
Ele pediu carente, o que mostrava que sempre estava preocupado com a minha
satisfação. Eu, por outro lado, nunca me preocupei. Minha fome sexual só é intensa
quando estamos pele a pele. Mesmo assim, para entrar na fantasia, tentei me
esforçar, arranhando minhas coxas, subindo e descendo lentamente as unhas da
barriga às pernas. Isso me fez arquear e soltar pequenos suspiros.
“Sonho com seus gemidos.” Sua voz estava macia, gentil, um murmúrio abafado.
“Fico horas pensando em ter você nessa mesa.”
1530 de 1595 26/05/2011 20:45

Enquanto ele falava, minhas mãos deslizavam em mim. Mas eu ainda estava presa.
Eu o preferia. Era difícil me enganar.
"O que faria se eu estivesse aí?" Perguntei num murmúrio.
"Agora minha boca estaria na sua e minhas mão estaria se apossando de todos os
cantos que são meus: apertando os seios, adorando as curvas, deslizando nas coxas."
Fechei os olhos, dando asas a imaginação. Deslizei a mão onde ele dizia e senti minha
respiração acelerar. “Eu te deitaria na mesa e minha boca estaria degustando cantinho
por cantinho de você, descendo a língua pelo pescoço, lambendo até seus seios,
lentamente, os abocanhando com toda avidez de um homem viciado. Deus, como eu
amo o seus seios! Como consigo ficar longe do meu vício assim? Eu delinearia o bico
com a língua, sentindo o gosto que me inebriou por anos e que eu nunca vou me
saciar. Enquanto isso, minha mão iria entreabrir sua perna, e hum, estaria
molhada...Eu olharia seu rosto e te acariciaria intimamente com os dedos, mas,
hmmm, já estaria doido para entrar. A excitação estaria na borda. Mas ainda queria
matar a saudade dos seu gosto antes, então minha boca deslizaria pela sua barriga,
até que eu estivesse entre suas pernas e você estivesse completamente vulnerável a
mim."
"Hmmm, Edward, continua..." Gemi, com meus dedos acariciando meu sexo.
"Eu apoiaria minhas mãos em sua cintura e, suas pernas estariam apoiadas aqui na
ponta da mesa, e céus, como você seria perfeita de salto sobre minha mesa, com as
pernas prendendo meu rosto. Eu seria implacável, te sugaria sem piedade, até
que você estivesse se contorcendo em minha boca." Gemi e arqueei o corpo,
deslizando freneticamente o dedo em minha intimidade. “Você é sempre perfeita.
Deliciosa."
“Edward, estou sentindo você. É para você que meu corpo se entrega.” Disse com a
voz baixa, a respiração entrecortada.
Eu sentia pequenas vibrações se espalhar naquela região ao estar com os olhos

fechados, apertando meus mamilos e tocando minha intimidade.
“Isso, vem pra mim. Não sabe o quanto te desejo.”
“Você está se tocando?"
"Não posso evitar com você assim."
"Finja que eu que estou fazendo... Agora iríamos deitar no chão e a carícia seria
trocada. Eu estaria deslizando minha boca sobre você.” Sussurrei, sentindo o prazer
crescente em meu ventre, já soltando gemidos mais longos e movendo mais forte.
“Está bom..." Gemeu “Sua boca é deliciosa... Hmmm... Você vai chegar?” Resfolegou.
Era normal que ele quisesse saber. Continuei movendo o dedo, deixando meu cérebro
se ludibriar com o fogo que crescia. Estava testando se eu concluiria.
“Vem pra mim, eu te quero contorcendo e gemendo em minha boca. Sinto falta de
seus sons.” Murmurou com a voz entrecortada e grossa.
Como se para dar certeza que eu concluiria, estremeci ao friccionar contínuo meu
ponto crucial, já bem estimulado, e um gemido libertário escapou da minha garganta.
“Sim...” Assenti, garantindo que chegaria, pois o calor em meu ventre crescia, e
1531 de 1595 26/05/2011 20:45

minhas pernas ficavam inconsistentes.
Ouvi um gemido dele de satisfação com a resposta e friccionei mais erraticamente,

obedecendo um comando invisível de ansiedade. Eu já arfava, cada vez mais ávida por
alcançar. Não era só por ele, agora era por mim. Estava brotando necessidade, então
usei as duas mãos, tentando manter o ritmo nos estímulos.
“Isso, estremece na minha boca" Murmurou, respirando descompassado. Assim, não

demorou para que vibrações fortes brotassem em meu ventre, espalhando calor pelas
minhas pernas, levando-me a ofegar e gemer.
O alívio chegou, trazendo tremor, fazendo minhas pernas contorcerem e um grito

despercebido escapulir da minha boca. Era extasiante, algo que eu só tinha sentido na
primeira vez que eu tentei, quando ainda namorávamos. No mesmo instante ouvi,
seus grunhidos abafados e olhei ofegante para tela. Ele estava ao lado de sua mesa,
finalizando uma massagem, com o rosto torturado e extasiado.
Relaxada, deitei de lado e encolhi as pernas. O vi pegando lenços na gaveta, depois

sentar. Ele me olhava com o rosto satisfeito, um sorriso torto estampado, um pouco
tímido e ao mesmo tempo sem vergonha, então ele se inclinou, limpando sua mão e
excessos.
Sorri, sentindo felicidade, e ele sorriu de volta, com o semblante completamente

apaixonado. Eu ainda me pergunto se algum dia ele vai deixar de me olhar assim.
Espero realmente que não.
“Foi bom para você?”
“Que pergunta? Você sabe que eu não sou de fingir.” Brinquei e ele pegou sua blusa
para vestir.
Edward POV
Vesti minha calça e abotoava minha camisa, notando ela ainda lânguida sobre a cama,
creio que perdendo os sentidos para o sono. Eu a observava absorto. Apaixonado. O
que ainda ameniza a minha saudade de casa são os momentos em que eu passo os
observando. Algo que eu busco fazer no mínimo espaço de tempo que eu tenho.
Tempo este que me leva sempre a pensar sobre as escolhas da minha vida.
Observando-a sobre a cama de olhos fechados, eu me perguntava: por que minha

mulher não desistiu de mim nesses últimos anos? Eu sempre tive medo que isso
acontecesse.
O seu amor e compreensão são tão intenso que mesmo à distancia me trazem
conforto e segurança, mostrando que ela nunca desistirá de mim. Pelo contrário, ela
estará comigo onde eu estiver. É isso que eu amo nela. Sua entrega de vida, corpo e
alma para esse amor que lhe trouxe tantos prejuízos.
A certeza sobre a vinda deles para esse país não fora implantada em mim. Eu ainda
tenciono pensar sobre isso. Nunca conjecturei a idéia de meus filhos nesse país, nem
minha mulher. Mas que outra solução teria? É demasiado o sofrimento a que nos
submetemos. Exatamente para quê? Para aumentar meus títulos? Para ser
1532 de 1595 26/05/2011 20:45

reconhecido internacionalmente? Para fazer parte do poder americano de alguma

maneira? Para mudar o mundo? São tantas perguntas que nem eu mesmo sei
responder!
Quando eu me lembro do meu lar, da minha casa, eu só tenho uma resposta para
minhas perguntas: eu quero muito minha família perto de mim. Entretanto, em
oposição a essa vontade, existe um sentimento muito intenso e até repulsivo, que só
hoje eu o sondo com minúcia... Orgulho.
Eu não quero ser para sempre uma pessoa favorecida e dependente do Carlisle. Eu
não queria morar na casa dele. Embora eu o considere e o ame como meu pai, existe
uma parte de mim que não aceita essa situação. Isso me aflige, pois me envergonho
de expor abertamente esse sentimento opressor. É o meu segredo. Talvez não seja
tão segredo assim... Temo que ela já tenha percebido, por isso tem sido tão
benevolente.
Foi por esse motivo que nunca deixei de estudar, de lutar. Por isso quando passei no
processo seletivo, optei pela missão fora do país. Por independência financeira.
Hoje finalmente aceitei... Não era só por realização pessoal, ou só por querer fazer
algo pelo mundo. Talvez tenha sido puro egoísmo, pois fazendo isso, sacrifiquei minha
família. No fundo, eu esperava futuramente voltar para nosso país, para o serviço
interno, quando eu terminasse a missão no Afeganistão. Até lá, eu já teria condições
financeiras de comprar a nossa própria casa, preferencialmente a que moramos. Era
esse meu pensamento quando fiz essa escolha.
Ainda divagando em pensamentos, percebi que ela despertou da sonolência e

olhou-me confusa.
“Eu dormi?” Perguntou tirando a boina que ainda estava em sua cabeça.
“Cochilou.” Sorri.
“Tenho que descer para ver as crianças.” Disse espreguiçando-se. “Hoje estou sendo
tão irresponsável. Eu devia estar no jornal, mas como as atividades das crianças a
tarde foram canceladas, eu voltei mais cedo. Queria ficar com eles.” Ela sorriu,
deitando de lado. “Tenho uma quente para te contar. Hoje eu presenciei uma
cena..."Deu um sorriso conspirador. “ Foi com a noiva do Brandon. Rá, quero saber
quanto tempo ela vai continuar sendo noiva dele. Acho que eles não casam. Ela é
muito ciumenta.”
“Ah, é?”
“Acredita que hoje eu estava almoçando com a turma do jornal, e ela chegou fazendo
cena?! Sabe o que ele fez?” Disse com semblante arteiro.
“Não.” Inclinei sobre a mesa, mostrando interesse.
“Colocou ela sentadinha, sem dar a mínima, até que ela foi embora.”
“Sério?” Sorri.
“Ela come na mão dele. Acho é bom.” Ela sorriu e levantou. “Agora tenho que ir,
anjinho.”
“Obrigado por ter ficado comigo.” Agradeci sinceramente.
1533 de 1595 26/05/2011 20:45

“Eu te amo. É um prazer fazer companhia para o meu marido.” Disse pegando uma
toalha no armário.
“Saber que você me ama me deixa bem. Me dá forças.” Admiti impulsivamente, não
querendo mais preocupá-la com minha melancolia.
Ela se enrolou na toalha e olhou firme em minha direção.
“Um dia eu te disse que te apoiaria no que você escolhesse para você.”
“Nós vamos voltar para o mesmo lugar... Um dia eu também te disse que nunca mais
ia ficar longe de você.” Lembrei desgostoso.
“Eu já disse que não estamos longe.” Disse conclusivamente e séria. “Você está aqui,
Edward, junto conosco. Em nossas vidas, em nossos corações.”
Suspirei, sentindo mais uma pouco de paz. Ela é uma luz que dissipa a minha
escuridão. Com ela, eu consigo me manter de cabeça erguida.
“Eu te amo.” Eu disse, não conseguindo conter a saudade.
“Eu também te amo. Você é meu tudo.” Disse e piscou, sorridente. Sorri bobo, mais
uma vez apaixonado e cheio de saudade. “Mas deixa eu me aprontar que eu não
pertenço só a você. Seus filhos também precisam de mim.” Ela disse
presunçosamente.
“Então até amanhã. Vou deixar você com as crianças. Dá um cheiro neles por mim.”
“Boa noite.” Ela jogou um beijo de onde estava.
“Boa tarde.” Respondi.
Ela sentou na cama, com um sorriso alegre no rosto. “Hum, vai ser boa mesmo.
Depois que Jasper chegar com Alice da Universidade iremos para aquela praça que um
dia você me levou, lembra?” Assenti. “O Carl fez um monte de amiguinhos lá e quer ir
todos os dias a tarde agora.” Ela balançou a cabeça em negativa e revirou os olhos.
“Que bom.” Senti certa tristeza por ser Jasper e não eu a ir com meus filhos para o
parque. O que não deixou de ser transparecido em meu semblante, pois os olhos de
Bella se fixaram em meu rosto.
“O que foi, anjinho?”
“Sono, Bella.” Menti. “Divirta-se com as crianças.” Fiquei em pé, colocando depois
meu terno sobre o meu ombro.
“Eu te conheço mais que você, Edward. Fique bem. Nós amamos você. Você vai
continuar sendo pai e marido, seja onde você estiver. Somos sua família e vamos te
apoiar sempre.” Disse convicta, com uma determinação que às vezes me surpreende.
Ela sempre foi altruísta, sacrifica-se para o meu bem, ainda tenta cuidar da minha
felicidade mesmo a distância. Eu preciso recompensá-la por ser assim. Minha fiel
esposa, minha base e coluna. Sem ela eu não teria vida.
“Obrigado, Bella.”
Ela se inclinou, assoprou um beijo, espontânea, e eu sorri.
1534 de 1595 26/05/2011 20:45

“Tchau, amor da minha vida.” Sussurrou. Desconectei e direcionei à porta, não

suportando a dor em meu peito. Como há anos eu não fazia, deixei a aflição da
distância me sufocar e lágrimas reprimidas brotaram dos meus olhos.
Setembro de 2014
O meu projeto necessitava do envolvimento do corpo diplomático de vários países. O

objetivo principal era: negociação para reconstrução da cidade, estar lado a lado do
povo, mudar a visão conturbada que a guerra deixou em relação ao EUA e conquistar
a confiança do mundo.
A presença do exército ainda perturbava os cidadãos, mas ao notarem que o próprio

exército se empenhava na reconstrução de casas, distribuição de alimentos e nas
plantações, o povo estava cada dia mais confiante.
Após ter convencido o corpo diplomático de ter contato direto com aquele povo a fim
de obter confiança, com um ano e três meses de empenho do corpo, o Afeganistão
despontava da pobreza, miséria e fome. As pessoas ganhavam auto-estima ao serem
incentivadas para os trabalhos primários e secundários, incentivados pelas verbas
investidas de vários países.
Além de incentivarmos os trabalhos, fazíamos a ponte de desenvolvimento do país.

Em conjunto com o presidente estipulado pelo EUA, negociávamos produtos,
lançávamos no mercado, procurávamos empresas para se estabelecerem no país.
Tentávamos assim, gerar empregos e novos investimentos, a fim de que um dia
aquele país voltasse a andar com as próprias pernas.
Eu mantinha amizade com o presidente local, o que facilitou todas as negociações

internacionais que intermediei, pois ele me dava total liberdade. Assim, aos poucos o
país ia emergindo. Ainda existiam lugares não atingidos pelas melhorias, mas nós,
diplomatas e envolvidos na causa, acreditávamos que ao dar andamento ao projeto, o
país um dia voltaria a ser uma nação. Um lugar onde as pessoas se sentiriam dignas
novamente.
Com toda realização vindo à tona, eu precisava dar respostas à Bella sobre sua vinda
definitiva. Ela poderia vir, pois o país não era mais tão hostil. Porém, ao pensar em
sua vinda, ainda me perguntava: Por que ela viria? Eu não tinha essa resposta.
Como ultimamente fazia, quando estava desorientado, liguei para Carlisle.
“Oi, Edward, está melhor hoje?”
“Oi, Carlisle... Mais ou menos... Eu queria que me ajudasse a tomar uma decisão.”
“Pode falar.”
“Eu quero que responda como pai, sogro, avô e amigo.”
“Tudo bem. Vou até sentar direito, pois imagino que é sério.” Ele brincou e eu sentei
em minha mesa, conectando as câmeras da minha casa.
Bella estava no quintal, ajudando Liss a subir na casa da árvore. Suspirei e deixei a
1535 de 1595 26/05/2011 20:45

saudade me corroer.
“Carlisle, Bella disse que viria morar aqui, caso eu quisesse. O que você acha disso?”
Houve uma pausa de silêncio.
“Bom, Edward, como pai e avô da parte de cá, eu não queria que ela fosse, pois não
quero ficar longe da minha filha e nem quero que meus netos sejam criados em um
país como esse aí... Mas como seu pai e seu amigo, eu o aconselho a ficar perto da
sua esposa. Casais precisam estar juntos. Não são só vocês dois agora. Vocês tem
filhos, e filhos precisam da figura do pai.” Disse pausado e cautelosamente.
Suspirei, obrigando-me a decidir.
“Você faria um favor para mim?”
“Com certeza.”
“Eu vou ficar sem ir em casa alguns meses. Preciso me organizar para estar perto
deles...Então, como já tem feito nesse um ano e meio, cuide deles, por favor, até que
tudo se resolva.”
“Tudo bem. Faça o que tiver que fazer, filho.”
“Obrigada, Carlisle. Manda um beijo para minha mãe e para turma aí.”
Desliguei. Continuei vendo Bella em nosso quintal pelas câmeras, sendo atormentado
por angústia. Era infinitamente triste estar longe de casa, naquele país. Ainda que eu
estivesse mais uma vez despontando, meu coração estava em minha casa.
Desliguei a transmissão e levantei para sair, sentindo meu coração cortado em

pedaços. Encostei minha mão na parede e apoiei minha testa. Mais uma vez permiti
que as lágrimas caíssem. Eu estava infeliz.
Por vários minutos eu imergi naquela tristeza, deixando que as lágrimas

escorressem. Eu não suportava mais essa situação. Estava convicto que quando
saísse daquela sala, eu tinha que ter uma solução para a nossa vida.
Novembro de 2014
Bella POV
Ele estava com um brilho enigmático no rosto. E eu queria que a nossa conversa fosse
adiada para mais tarde, pois não queria magoá-lo em uma noite em que ele ia ser
homenageado pelo mundo por seus méritos.
A secretária terminou seu discurso e o próximo seria o Chefe de Estado Americano,

presidente dos EUA.
“Bella, responde. Por que está demorando a responder?” Ele levantou meu queixo, e
eu tive a impressão que ele iria me beijar ali, com vários flashs direcionados em nossa
direção.
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Abaixei o olhar ,e ele me fez novamente olhar para ele, olhando minuciosamente em
meus olhos, procurando alguma resposta em minha linguagem corporal. Eu estava
com medo dele encontrar. Ele parecia querer ler minha alma. Aquilo estava fazendo
meu estômago contorcer de ansiedade.
“Responda: quando vocês vêm?” Inquiriu, não deixando outra opção a não ser
responder.
“Nós não vamos vir.” Disse baixinho, desviando os olhos do seu. “Eu não vou trazer
nossos filhos para este país.” Disse olhando para as minhas mãos,estalando-as
freneticamente.
Ele acariciou meu rosto, com uma emoção indecifrável. Eu queria saber o que ele
pensava. Queria saber o quanto eu o magoei lhe enganando dizendo que vinha, me
acovardando depois ao ver a cidade.
“A reconstrução desse pais, que ainda está em progresso, teve como articulador o
representante do nosso país: Embaixador Edward Cullen. Em nome dos EUA, eu vim
pessoalmente a esse evento expressar o meu orgulho por um rapaz tão jovem ter
entrado com o corpo e a alma, abraçando este país, esta missão, recebendo o
reconhecimento do mundo. Um homem comprometido e leal, que ama o que faz,
merecendo as nossas congratulações...” O presidente falava e Edward estava
completamente distraído, ainda acariciando o meu rosto.
“Quando você desistiu?” Perguntou por fim.
“Ao chegar aqui... É pelos nossos filhos...” Quase supliquei e coloquei o rosto sob o
seu queixo. “Não quero criá-los presos entre muros. Não quero que eles sejam as
únicas crianças diferentes de um país. Não quero sair nas ruas escoltada por tanques
e por soldados. Se fosse só eu, eu viria.” Expliquei aflita. “Você acha mesmo que eu
poderia trazer nossos bebês?” Perguntei cautelosamente, sentindo-me covarde.
Naquele instante, esquecemos do mundo, mesmo que o mundo estivesse direcionado

a nós. Ele permanecia com os dedos em meus cabelos, me confortando.
“Seja clara, você não quer vir?” Insistiu. Hesitei, mesmo já tendo deixado a resposta
clara. Eu não sabia mais o que ele queria ouvir.
“Não e- exatamente...” Balbuciei.
“Fale com sinceridade, Bella. Você algum dia quis vir?” Ele levantou teimosamente
meu queixo, me fazendo olhar para ele. Eu não devia mentir, o certo seria jogar
aberto.
“Eu nunca viria por livre e espontânea vontade... Eu só viria por você.” Disse baixinho
procurando algum pontinho em seu queixo.
“... Ontem tive o prazer de estar na Europa com esse nobre homem, Edward Cullen.
Ele foi homenageado pelo conselho Europeu, recebendo o prêmio Nobel da paz do
ano, por seus esforços e fundamental contribuição para promover o desenvolvimento
econômico e social deste país em recuperação, o Afeganistão. Então, peço que
aplaudam esse representante do nosso país, que é um orgulho para a nossa nação,
para seus familiares, amigos e para os representantes dos países envolvidos. A
palavra agora é sua, embaixador Edward Cullen.” As pessoas aplaudiram, os flashes
direcionaram a nós e o Presidente fez um gesto para que Edward assumisse o
microfone.
1537 de 1595 26/05/2011 20:45

Antes de ir, Edward me abraçou forte. “Eu te amo sabia?” Disse em meu ouvido com
alguma diversão na voz. Fiquei surpresa com o seu humor e feliz pela notícia não ter
tirado sua alegria. “Até que enfim você tomou uma decisão por você.” Sussurrou. “Eu
pensei que você nunca ia fazer nada por você na vida.” Ele encostou o indicador em
mim, enquanto falava. “Pensei que você ia viver a vida toda em função das minhas
escolhas, Bella.” Segurou meu rosto em suas mãos e me fez olhar para ele. Eu ainda
ouvia os aplausos ao fundo, mas estava envolvida demais no que ele dizia para
desviar a atenção. Ele continuou: “Fico feliz que este dia tenha chegado. Eu amo você.
Amo vocês. Sem vocês eu não tenho nada e não sou ninguém. Você não sabe como
eu estou feliz com isto.” Disse e se afastou sorrindo.
Eu estava tentando entender o que ele tinha dito. Ele parecia feliz pela minha
decisão. Ele chegou ao púlpito, respirou fundo e se inclinou, para falar mais próximo
ao microfone.
Ver ele lá, seria uma imagem de me causar orgulho, se não me machucasse tanto ter
que ficar longe. Atrás dele estava a bandeira dos Estados Unidos. Á sua direita estava
o Presidente e a Secretária de Estado, e a sua frente ficavam vários repórteres.
Ele era importante. Ele tinha reconhecimento e poder. Tinha se tornado o homem
importante que ele sonhou.
N/A: PELAMORDEDEUS, LEIAM ATENTAMENTE O DISCURSO DO EDWARD.

AQUI ESTÁ A ESSÊNCIA DELE. A ESSÊNCIA DO FIM.
“Boa noite. Obrigado a todos que estão reunidos aqui. Sinto-me honrado pelas
homenagens e pela compartilhada congratulação. Quero dizer que em um mundo
como o nosso, amplamente globalizado e focado no individualismo, contribuir para a
reconstrução desse país não foi algo que merecesse mérito da minha parte. Foi um
conjunto, uma obrigação unida.
O mérito individual faz difundir-se a idéia de que a competição é a melhor forma de se

destacar e conseguir espaço.
Por menor que seja a recompensa, todos querem um brilho à luz do sol. Todos
querem ser reconhecido.
Mas nesse panorama, constantemente somos atingidos pelo complexo do superlativo.

Deparando-nos sempre com a busca por mais e mais reconhecimento.
Sempre se discute sobre o político que mais se destaca, o homem mais poderoso, o
mais inteligente, o melhor articulador, o mais perspicaz, e assim por diante, numa
sucessão de superlativos que acabam por se tornar a meta de todos que querem ter o
seu espaço.
Valoriza-se no mundo uma característica e coloca-se que, através da competição,

abrir-se-á espaço a todos aqueles que querem se destacar.”
Ele fez uma careta, falando com uma eloqüência admirável. Sem nada ler.
“Muitas vezes, grande energia é despendida e, ao se obter o resultado daquela

disputa, percebe-se que não era o desejado... No entanto, a vida continua, e o
sistema atual se repete, lógico que vestido de novas roupagens, todavia o mesmo
princípio de competição se repete. Como em um ciclo vicioso, igualmente o clima de
1538 de 1595 26/05/2011 20:45

insatisfação aumenta no ser humano. Por quê? Por que a constante disputa por um
espaço ao sol não é capaz de dar ao ser humano a satisfação desejada?
É sabido que a vida é instável, da mesma forma que o movimento o é. A instabilidade

é que dá a oportunidade de mudança de estado, por abrir nova oportunidade de
manifestação, nova forma de visão, novo ângulo de entendimento.
A disputa, da mesma forma, abre essa oportunidade. Só que ocorre algo diferente na
disputa: competição.
No mundo atual, disputa-se apenas e, tão-somente pela disputa em si. Disputa-se

por poder, por dinheiro, por reconhecimento, por destaque, por prêmios.”
Ele ergueu o prêmio em uma mão. “Em princípio, para muitos, não existe, pelo menos
conscientemente, razão para a sua luta. Por isso o ser humano torna-se infeliz, por
não saber, durante toda sua jornada e sua vida, a razão de estar em esforço contínuo
e, em última análise, a razão da lida e, conseqüentemente, se pergunta o que tornará
feliz.
E nesse quadro, torna-se estéril qualquer tipo de disputa, por não haver razão que
mostre a importância do conflito.”
Tudo que ele falava tinha duplo sentido. Ele parecia mandar um recado para a Nação
Americana, mas ao mesmo tempo fazia um discurso sobre a vida. As pessoas estavam
em silêncio absoluto. Nem cochichos havia entre os presentes. Eu estava boquiaberta,
apaixonada e quase babando de orgulho por ele.
“Pois bem, percebe-se que a grandeza do homem não é limitada por esses fatores,
pois essa grandeza está sim, centrada naquele homem que descobre sua importância,
seu papel, sua razão de vida e se torna instrumento para manifestar aquilo que
acredita. Quanto maior for essa razão de vida, maior será sua grandeza.
E ao mesmo tempo torna-se desnecessária a disputa, pois não haverá mais a

competição para aquele que não quer seu espaço tirando de outro. Ele tem seu
próprio espaço.”
Ele olhou para mim e sorriu. “Quando descobrimos essa razão, percebemos que
através da união com nossos iguais, pessoas estas, que defendem o mesmo princípio,
o resultado será maior, pois será a união de grandes seres humanos que passaram a
lutar por um único objetivo. O objetivo que devia nortear a vida de cada um: o bem
comum e a paz.
A competição, ao contrário da união, coloca um indivíduo contra o outro, não

deixando espaço para que juntos, somem suas potencialidades e alcancem seus
objetivos. Lamentavelmente, é nesse quadro que o mundo vem se firmando. Ainda
propagando a disputa.
Ao difundirmos a idéia do superlativo, fechamos as portas à somatória de forças e

perdemos a oportunidade de crescermos ainda mais como seres humanos, por não
darmos valor a todos tais como são.
Observando a situação supracitada, não seria a união de homens de boa vontade o

melhor caminho para se construir um mundo melhor?”
Ele ergueu o titulo do Nobel e olhou para o lado onde estavam os outros diplomatas e
os representantes de outros países.
1539 de 1595 26/05/2011 20:45

“Bom, reprimindo a idéia de individualismo, dedico esse prêmio aos homens de boa
vontade que nesses dois anos atrelaram forças, objetivando o bem comum desse país
e desse povo que nem mesmo conhecíamos, e que aprendemos a respeitar e a lutar
ao seu lado por dignidade.”
Ele ergueu novamente e olhou para Sophia e seu pai.
“Dedico aos meus amigos, que sempre acreditaram nos meus projetos e que são
igualmente donos do mérito por essa conquista.”
Ele se virou para a mesa dos nossos pais.
“Dedico aos meus pais e meus irmãos, por durante minha permanência nessa missão
terem zelado meu bem mais precioso, munindo minha ausência... Se vocês não
existissem, eu não teria forças de ter seguido.”
Ele deu um sorriso cúmplice para o meu pai.
“Por fim, e mais importante...” Ele girou o corpo e olhou em minha direção. Ele parou
de falar e vários olhos se direcionaram a mim. “Dedico à minha esposa, que tem sido
minha base. Que me apoiou dia após dia, sustentando-me, dando forças. Ela acreditou
em mim, mesmo que seu apoiou resultasse em um sacrifício pessoal.” Ele deu uma
pausa. “Hoje posso comprovar um ditado: por trás de um grande homem, existe uma
grande mulher.”
Ele suspirou e colocou o prêmio sobre a mesa.
“Recebi esse prêmio por ser utópico em relação a um mundo melhor. Ele é um mérito
por sonhar em rematar as injustiças do mundo. Porém, hoje apercebo ser sem
fundamento a luta por mudar injustiças do mundo quando tenho que dirigir a vista
minuciosamente a mim e examinar minhas próprias injustiças. Antes de querermos
mudar o mundo, temos que mudar a nós mesmos.”
Eu estava perdida no fim do seu discurso. Não consegui entender exatamente o que
ele queria falar. Ele olhou penetrante em minha direção e sorriu, conectando seus
olhos em mim, mais uma vez, como se quisesse ler minha alma.
“Se cada pessoa mudasse seu modo de pensar, de agir e fizesse algo pelo seu espaço,
investindo em sua família, em seus amigos, em sua comunidade... Se cada pessoa
investisse na paz, na união e em um espaço melhor, esses sentimentos se espargiriam
da sua comunidade para o mundo. Assim, não seriam necessários homens, como nós,
reconstruindo países assolados pela falta de paz.”
Ele suspirou e olhou para cima.
“Eu não posso sonhar mudar o mundo e abandonar o meu...” Disse, olhou novamente
para mim e uma lágrima brotou em meus olhos ao deduzir o que ele dizia.
Ele tirou um envelope do bolso, olhou em direção ao presidente e o presidente

balançou a cabeça em afirmativa, segurado o queixo enquanto assentia.
“Senhor presidente, minha decisão será mantida.” Avisou, o presidente sorriu e ele lhe
entregou o envelope. “Senhores, ensejo tornar proveitoso o momento e denotar
formalmente minha exoneração. Sou grato pela oportunidade, mas hoje estou
regressando ao meu país, ao meu lar. Nele sim, sou essencial e não desejo ser
substituído.” Ele sorriu em minha direção e eu sorri de volta, sentindo meus poros
1540 de 1595 26/05/2011 20:45

sendo invadido lentamente por felicidade. Meu coração se enchia de alegria e lágrimas
involuntárias desciam do meu rosto.
Um burburinho se fez entre os repórteres, eles começaram a levantar a mão e

Edward apontou para quem poderia perguntar.
“O senhor está deixando a diplomacia americana?”
“Sim. Este é meu pedido de exoneração .” Ele levantou a carta.
“Essa decisão foi tomada há dias?”
“Sim. Há meses. Mas eu objetivava antes direcionar o projeto pra que ele funcionasse
sem a minha presença.” Ele respondeu e apontou para outro repórter.
“Quem assumirá o projeto?”
“Uma das integrantes do corpo diplomático. A Senhora Kate Denali. Ela está interagida
com a comunidade e com os representantes dos outros países.”
“Você ainda fará parte do Poder Americano?”
“Não diretamente.” Ele sorriu para a Sophia e apontou o dedo em direção de outro
repórter.
“O que você pretende fazer?”
Ele olhou para mim e sorriu, antes de responder. “Lecionar, escrever, levar meus
filhos à escola.” Ele deu de ombros e arrancou um sorriso dos presentes. “Obrigado a
todos.” Ele desceu e foi parado por várias pessoas para perguntas e cumprimentos.
Surpresa, eu estava em estado ausente, transe, desacreditada. Encostei-me à parede

e olhei para o meu pai. Ele sorriu e me chamou com o dedo. Seu sorriso era satisfeito
e conivente. Pisquei desacreditada que ele soubesse, e ele sorriu maior. Uma
gargalhada. Ansiosa, atravessei a multidão e cheguei à mesa dele. “Pai, o senhor
sabia?” Eu ainda estava atônica.
“Sim.” Ele continuou sorrindo e eu olhei para os restantes na mesa. Todos balançaram
a cabeça em negativa. Estavam abismados também.
Esme se adiantou. “Todos os segredinhos do Edward agora, ele só divide com seu pai,
Bella.” Reclamou torcendo os lábios, e meu pai sorriu.
“Nossa, vocês não sabem como isso me alivia.” Jasper comentou. “Eu estava puto em
saber que meu clone ia vir morar nessa terra de cão. Quente como o inferno.” Disse e
limpou o suor da testa.
“Bella, faz favor.” Papai chamou para que eu me inclinasse até ele. “Quando vai falar
sobre a casa? Ele me falou que pretende comprar uma.”
“Quando chegarmos lá eu falo.” Disse e peguei um salgado frio na mesa.
Instantes depois, senti um calor em minhas costas e uma mão em minha cintura. Era
um absurdo que meu corpo reconhecesse a presença dele sem nem mesmo ele ter
encostado em mim. Ele beijou o meu cabelo, e eu me virei, colocando depois as mãos
em seu pescoço.
1541 de 1595 26/05/2011 20:45

“Você planejou isso?” Sorri, com olhar desconfiado.
“Sim. Não fui te buscar no aeroporto porque estava tomando providências para a
minha saída.” Ele me abraçou forte e escondeu o rosto em meu cabelo, beijando
minha orelha, depois sussurrou. “Não temos mais nada para fazer aqui embaixo.
Vamos fazer um turismo no quarto do embaixador?” Propôs. “Amanhã não terei mais
esse título.” Disse insinuante em meu ouvido e, novamente, meu corpo deu sinal de
resposta.
“Podemos arrumar outro nome para ele então...” Pisquei sugestivamente. “Pode ser
Senador ou... presidente.”
Ele me afastou rápido, arregalou os olhos e balançou a cabeça em negativa,

reprovando a idéia.
“Nem inventa essa idéia! Sei muito bem o que você está insinuando. Quero passar
longe desses títulos.” Disse sério. Eu sorri de sua convicção e me pendurei mais em
seu pescoço. “Você pode chamá-lo de mestre.” Sussurrou em meu ouvido, sorrindo
torto em seguida.
Eu gargalhei descarada. “É mais fácil chamá-lo de meu súdito, escravo do meu bel
prazer.”
“Ai, Bella, você só entende como você quer. Eu disse mestre por que esse é meu
futuro, já que eu perdi meu cargo de reitor na Universidade.”
Com uma inexplicável felicidade, encarei-o e segurei seu rosto. Essa era a hora mais
perfeita para falar.
Estávamos abraçados despreocupados com nossa família atrás de nós e vários

curiosos passando perto. “Por que você vai ser reitor, se você é dono?”
Ele me afastou desconfiado e pegou meu rosto. Eu observei a reação dele

cautelosamente, esperando pela sua incredulidade. “Eu não sou dono. O dono é o seu
pai.”
“Não, Edward. O dono é você.” Eu disse incisivamente.
“Não inventa, Bella. Não quero começar esse tipo de discussão.”
“A universidade é sua, Edward.” Afirmei novamente, com o semblante sério.
“Como ela é minha?” Segurou meu rosto em suas mãos.
Eu suspirei. Teria que explicar com tempo. “Vamos subir que eu te explico.”
Despedimos da nossa família, e eles subiram para seus quartos, pois o avião deixaria
o país cedo. Deixamos o salão lotado de pessoas, com vários representantes ainda
presentes, no instante em que davam posse à embaixadora.
Durante a subida das escadarias, ele não disse nada, só segurava a minha cintura. Eu
sabia que devia ter falado sobre universidade há mais tempo, todavia eu só queria
falar quando isso tivesse a chance de ser realmente importante. Hoje ele irá valorizar
essa informação muito mais que anos atrás.
Entramos no imenso quarto, e ele começou a tirar a roupa.
1542 de 1595 26/05/2011 20:45

“Por que a Kate me olha tanto?” Perguntei tentando mostrar casualidade e direcionei
ao armário dele, procurando lá uma camiseta dele para eu vestir.
“Se eu falar você vai dar crise de ciúme e vai dar uns tapas nela?” Ele sorriu malicioso
e eu olhei para ele desacreditada da insinuação.
Se tinha uma coisa que me tirava do sério era quando alguém brincava com relação
àquela briga com a Ashley, ainda mais sabendo que meu pai não conseguiu tirar todos
os vídeos da internet e que até alguns alunos já assistiram.
“Ela dá em cima de você?” Perguntei incrédula.
“Mais ou menos.” Respondeu, deu uma risadinha me avaliando, e eu tentei esconder a

irritação.
“Como assim mais ou menos?”
Ele me empurrou na cama e deitou em cima de mim, apoiado sobre os braços e

pernas.
“Bobinha. Ela dava em cima de mim no começo, mas depois ela parou. Ela virou
profissional. O que a deixa mais intrigada é saber que eu abandono o que eu adquiri
para ir para casa. Penso que ela não ache que você vale à pena.” Ele fez uma careta e
eu sorri, pegando no cabelo dele.
“E eu valho a pena?” Levantei a sobrancelha presunçosa, e ele acariciou o meu rosto.
“Sim!!!” Ele deu beijinhos de luz em minhas pálpebras, nariz, queixo. Sorri e rolamos
na cama. “Você não se deu conta de que é minha vida não?”
“Sim.” Disse convicta. Agora mais do que nunca. “Mas voltando ao assunto anterior,
onde eu disse que você era dono...”
“Ah, isso?” Ele interrompeu e saiu de cima de mim, deitando sobre o seu braço.
“Isso. Você é o dono.”
“Quando eu a comprei?” Perguntou com um sorriso irônico.
“No dia em que você elaborou um projeto e entregou para o pai da Sophia.” Afirmei
incisiva, estudando sua expressão cética.
“Não é por que eu elaborei o projeto que eu sou dono da Universidade. Poupe-me, né,
Bella.” Balançou a cabeça, ainda sem acreditar.
“Vou falar devagar e você preste atenção.” Eu sentei indiana e estalei os dedos,
ansiosa. Eu não precisava mais enrolar. “Quando as ações vieram a público, Sophia
ligou para o meu pai e o colocou em prioridade. Ele foi á capital, arrematou as
propostas e pagou.”
“Então, como eu disse, o dono é o seu pai.” Ele interrompeu, dando de ombros.
“Não, Edward. Eu não terminei. Ele queria pagar e nos dar de presente. Esse era o
interesse dele desde o início. Mas eu não aceitei. Eu quis pagar.”
Ele sorriu. “Ah, tá. Você quis pagar com o próprio dinheiro do seu pai.” Ironizou. “O
dinheiro que ele te dá mensalmente.” Seu sorriso era cético e eu contei até dez para
1543 de 1595 26/05/2011 20:45

ter paciência.
“Não, Edward. Eu paguei com o seu dinheiro. Dinheiro esse que você juntou por anos
e que estava investido em ações, lembra?” Ele assentiu, agora refletindo. Eu continuei.
“Pois é, meu pai somente nos emprestou o dinheiro, mas eu já o paguei um ano e
meio depois. Hoje a Universidade é completamente nossa.” Disse por fim, avaliando
sua reação.
Ele inalou profundamente, me olhando desconfiado. Enquanto isso ele mexia em uma
mecha de cabelo meu.Depois de uns minutos, ele sorriu.
“Eu sentia pelas ações do seu pai que ele tratava a Universidade como se fosse minha,
mas eu não sabia se era ou não. Mas... Por que você não me disse antes?” Ele
olhou-me docemente. “Eu poderia ter ficado lá, tomando conta dela.”
“Você realmente queria isso?” Desafiei-o.
Ele me encarou uns segundos, depois abaixou o olhar, pesaroso. “Você não existe,
Bella. Você me conhece mais do que eu mesmo.”
Dias depois em Forks.
Espreguiçando, abri as cortinas blackout no controle e deixei a claridade invadir o

quarto. O calor causado pelo aquecedor, fazia com que os vidros ficassem
embaçados. O nosso quarto era completamente de vidro na frente e na lateral, então,
ainda deitada na cama, eu podia apreciar a imagem da rua e da nossa propriedade. A
neve cobria a grama, a piscina, deixava os brinquedos no parquinho submergidos. A
rua estava vazia, deserta, com neve mais de dois palmos do asfalto.
Preguiçosa, me enrolei mais no edredom branco e rolei na cama, encostando meu

corpo a um corpo quente. Fiquei uns minutos sentindo o cheiro de sua nuca, depois
levantei, sonolenta, fiz minha higiene matinal e deitei novamente, olhando para ele,
encantada e feliz. Ele era meu deus particular, meu sonho, meu anjo perfeito.
Passei a mão em seu peito e deslizei até o abdômen, ouvindo seus gemidos
preguiçosos. Deslizei os dedos até o caminho da minha felicidade, aqueles pêlinhos
encantadores acima da boxer branca. Era linda aquela cor pálida, maravilhosa. Tudo
dava a ele o título de escultura perfeita, meu anjo talhado. Suspirei e beijei seu peito,
ele ainda perdido em sono, por trás de seus grandes cílios. Seus cabelos estavam
desgrenhados e ele completamente descoberto. Cobri-o com o edredom e o abracei.
“Anjinho, acorde. Hora de levantarmos.”
Ele resmungou e fechou o corpo sobre mim, me abraçando forte, enroscando suas
pernas em mim. Fiquei presa embaixo dele, passando levemente as mãos em suas
costas.
“Tô dormindo.” Murmurou preguiçoso.
“Hora de acordar.” Ele se apertou mais, mergulhando o rosto em meu cabelo.
Sorri de sua moleza, adorando estar debaixo daquele calor, porém precisávamos
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levantar. Eu tinha um jeito de acordá-lo rápido, por isso, brincando, forcei minha mão
entre o nosso corpo e enfiei-a dentro de sua boxer, acariciando-o com os dedos.
“Acorda, vai.” Gargalhei, ele levou um susto e apertou minha mão, forçando mais o
abraço.
“Ai!” Resmunguei e tirei minha mão.
“Ai, você vai dizer daqui a pouco se começar a mexer com quem está quieto.”
Divertiu-se e me beijou no ombro, ainda preguiçoso.
“Edward, temos compromisso.”
“Não vamos não. Tá frio.” Resmungou matreiro e me abraçou mais, me deixando

sufocada.
“Mas o deveres não podem esperar.” Disse o empurrando um pouco, tentando

respirar, já que o peso estava me atrapalhando.
Ele saiu de cima de mim e deitou de lado, as pernas sobre mim e o rosto mergulhado
no travesseiro. Voltei com a mão novamente para a sua boxer. Ele se contorceu e
rolou na cama, indo para a ponta.
Alguns segundos se passaram, ele ficou quieto um pouco, depois ergueu o tronco
preguiçosamente.
“Você vai ver, mulher, o que eu vou fazer com você. Tire o pijama e me espere.” Disse
com a voz grossa, sem olhar para mim, e eu sorri.
Ele colocou os pés no chão, calçou as chinelas e se direcionou ao banheiro. Fiquei

deitada na cama, encostada em vários travesseiros brancos, esperando ele voltar.
Depois de uns minutos, ele parou na porta, me olhou com os olhos de criança
planejando arte e caminhou de volta a cama, com olhar ameaçador. “É melhor você
fechar as cortinas para não assustar os vizinhos.” Disse andando devagar, com o
cabelo levemente molhado.
“Diga-me, marido, o que vai fazer?” Perguntei farceiramente. Ele ajoelhou na cama e
subiu devagar. Continuava um mistério que ele fosse tão insuportavelmente lindo. Era
impossível que uma pessoa acordasse linda e quanto mais o tempo passasse, mais
sua beleza tenha despontado. Seus olhos verdes deixaram de ser inocentes e sempre
gentis, agora mesmo, eles me olhavam como se eu fosse comível e ele estivesse
disposto a degustar.
“O que você ainda está fazendo de roupa?” Ergueu uma sobrancelha, puxando os
lábios num sorriso ameaçador, depois pegou meus pés e começou a mordiscar,
fazendo cócegas. Sorri e me contorci, o que lhe deu mais poder. Ele direcionou com
os dentes para a minha coxa, depois nádega, mordendo em seguida a barriga, cintura,
ao mesmo tempo fazendo cócegas com as mãos.
“Ai, ai, seu monstro mau!” Eu gritava e esperneava. Suas mãos apertavam possante
minha cintura, me impedindo de escapar.
“Ah, não sou um anjinho mais, não?” Grunhiu, imitando um leão. Eu sorria, gritava,
rolava.
“É um anjo mau, muito mau.” Puxei seu cabelo, tentando, sem sucesso, escapar. Ele
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era mais forte e me manipulava como uma boneca. Eu ofegava e ria alto com gritos e
esperneio.
Cansados e eufóricos, ele me abraçou depois de uns minutos de brincadeira, e me

deitou em seu peito, com a perna enroscada em mim.
“Ficou linda a decoração.” Comentou e olhou para o teto. “Quando você fez?” Apontou
para a moldura luxuosa em volta do espelho que eu mandei colocar em cima da nossa
cama.
O nosso quarto era dotado de luxo, praticidade e bom gosto., decorado de branco
com alguns detalhes vermelhos. Todos os comandos foram instalados para serem
manipulados no controle remoto embutido na cabeceira da cama. Desde som
ambiente, controle das câmeras pela casa, abertura de cortinas, aquecimento, ar
condicionado.
“Tem dois meses. Quando você disse que ia ficar uns meses sem vim, eu mandei
personalizar.”
Era um quarto moderno e confortável, a nossa cara. O nosso motel particular.
“Você gosta dessa casa?” Sussurrei ao ver o seu olhar vagando pelo quarto.
“Adoro.”
“Você sabe que é sua?” Arqueei a sobrancelha, brincalhona.
“Sei.” Afirmou e sorriu.
Eu levantei espantada e olhei desconfiada para ele. Ele sorriu torto.
“Como você sabe?”
“O Carlisle me contou uma semana atrás, quando voltávamos da Ásia.” Disse sem
rodeios, acariciando meu rosto.
“Sério?! Por que não me perguntou?”
“Eu estava esperando você me falar.” Ele deu de ombros.
“Não quer saber como eu comprei?” Deitei de novo em seu peito, aliviada.
“Se você quiser falar.” Não havia desconfiança em sua voz.
“Não tem um centavo meu.” Expliquei na defensiva. “E ela não custou um dólar abaixo
do mercado. A casa foi comprada com um dinheiro totalmente seu.”
Ele não comentou nada. Eu continuei. “Eu investi todo o valor que você me enviava
do Afeganistão. Foi em algumas ações que eu podia resgatar em menor prazo, porém,
elas também rendiam menos, mesmo assim, deu para render bastante.” Expliquei
orgulhosa.
Tranqüilo, sua mão acariciava meu cabelo e ele permaneceu calado.
“O dinheiro da sua Mercedes que eu vendi, estava depositado e rendendo, então,

juntando com o valor que você enviava, eu consegui comprar essa casa e comprei o
terreno ao lado.” Falei num fôlego só. “Além disso, ontem comprei outra coisa para
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você... Com o seu dinheiro.” Frisei bem isso.
“Ah, é... O quê?” Ele me afastou, com um pouco de curiosidade.
“Ah, não tem graça dizer... Temos que ir buscar mais tarde...”
Ele parecia interessado, e me olhou suplicante.
“Conta, vai.” Pediu carente.
“Não posso dizer.” Olhei para cima, assoviei dissimulada, depois sorri. “Só sei que é
prata reluzente, Volvo e conversível.” Suprimi o riso. Eu não agüentava mais esconder
surpresas dele.
Ele sentou surpreso e prendeu meu rosto em suas mãos. “Sério? Você comprou um
volvo conversível?” Ele não conseguiu esconder sua euforia.
“SIIIIIMMM” Gritei, joguei as almofadas ao lado e apertei os braços em seu pescoço.
Ele me abraçou de volta, manifestando contentamento. Agora sim, eu sabia que meu
marido estava realizado. Só o compreendendo muito para saber o quanto era
importante e trazia dignidade para ele ter suas próprias coisas, compradas com seu
próprio dinheiro. Por anos eu aprendi a conhecer meu Edward anjinho. Ele é cheio de
princípios morais, que embora eu considere irrelevantes, para ele sempre foi de suma
importância.
O nosso amor me deu forças para lutar e ajudá-lo a ser quem ele queria ser. Meu
marido, pai dos meus filhos, meu provedor. São coisas que para muitas pessoas não
tem importância, mas para uma pessoa como ele, com a essência dele, criada no
interior do país, com princípios morais naturais implantados por ele mesmo, eram
essenciais.
Fico feliz que eu tenha tido paciência, sabedoria e o maior de tudo: amor, muito
amor. Pois ele sim, tudo sofre, tudo crê, tudo perdoa.
Edward POV
“Você está feliz?” Ela perguntou após um tempo de abraço apertado.
Afastei-a para passar a maior convicção que eu pudesse. “Bom, bens trazem
realização.” Disse com um sorriso. “Não é qualquer rapaz com vinte e seis anos que
tem uma Universidade em parceria com o governo, uma casa de meio milhão de
dólares e um carro como esse.” Peguei seu rosto e a beijei leve nos lábios. “Mas...De
tudo isso, meu maior bem é vocês. Eu não teria tudo isso se eu não tivesse você. A
única coisa que eu fiz foi estudar e ganhar dinheiro, mas eu não saberia como fazê-lo
render. Você é minha eficaz gestora. Gestora da minha vida. Gestora do meu lar. Você
nem existe. Me belisca para ver se eu não tô sonhando e que vou acordar com quinze
anos de novo, no dia que te conheci.” Gracejei e a levantei da cama em meu colo.
“Então isso te basta? A vida fácil te basta?” Perguntou uns decibéis acima. Era
perceptível que ela ainda tinha dúvidas quanto as minhas escolhas com relação ao
poder.
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“Bella, por que eu iria querer ser um embaixador, se como seu súdito sou tratado
como o presidente?” Acariciei o seu rosto e ela sorriu.
Coloquei-a na porta do banheiro e ela pegou a escova de cabelo, olhando-me pelo

espelho. Peguei a escova de sua mão e passei lentamente em seus cabelos.
“Tem certeza disso? Você nunca deve deixar de me falar o que você sente?” Inclinou a
cabeça para que eu escovasse. Um momento de intimidade e carinho.
“Vou te dar razões para acreditar em mim... Sou casado com uma bela e sexy mulher,
sou amado incondicionalmente por ela, acordo todos os dias com a mulher mais
divertida e descarada do mundo, que me ataca logo cedo.” Sorri maliciosamente e
mordiquei sua orelha, ainda escovando uma mecha.
“Ah, eu sempre soube que você gostava dos meus ataques.” Interrompeu com um
sorriso radiante.
“Não me interrompa. Vou te dar mais motivos: eu tenho filhos lindos lá embaixo,
tenho um lar, família grande e unida, tenho completude, paz. O que mais eu iria
querer para ser realizado?”
“Continuar a ajudar mudar o mundo.” Disse despreocupada, enquanto se inclinava

para passar batom.
“Eu vou fazer isso.” Disse convicto. “A partir daqui.” Concluí e coloquei a escova no
mármore.
Ela virou-se para mim e enlaçou os braços em meu pescoço. “Eu te amo. Foi isso que
eu sempre sonhei. Uma vida despreocupada, feliz e fácil.”
“Eu também te amo, minha Bella. Não só em plano material, mas com minha alma.
Você é a razão pra que eu acorde todos os dias e sorria. Você é minha alma gêmea. A
sua alegria reflete em mim como um espelho, expulsando o traço de qualquer
angústia. Você enobrece meus sentimentos. Entre o nosso amor, não existe
quotidiano, regras, tempo. Há uma harmonia de pensamentos.” Beijei seus olhos,
acariciando seu rosto com os dedos e continuei. “Mesmo quando eu estava longe,
cumprindo minha missão de vida, você me deu base. Ainda que eu me sentisse caindo
lentamente, perdendo a razão de existir, você me confortava, compartilhando os meus
planos e anseios. Nós somos além de palavras. Fomos escritos, planejados,
predestinados, e eu precisava de você para completar a minha missão. Somos almas
afins que se entrelaçam e se buscam desde que nasceram. Marcados. Eu presumo que
todos os encontros da nossa família estavam escritos, desde nossos avós, para que
um dia nós dois nos encontrássemos e vivêssemos juntos a plenitude desse nosso
amor.” Eu disse com fervor. Esperava que a convicção de minhas palavras fizesse-a
acreditar na minha real fé. “Creio que hoje estamos maduros e prontos para consumar
nosso amor. Sabe, Bella, quando encontramos a nossa alma gêmea nessa vida, nos
completamos, por isso eu não tenho mais necessidade de nada e nem de ninguém.
Você é o que me completa por toda a eternidade, até envelhecermos estaremos
juntos.”
Ela me olhou com um misto de surpresa e divertimento. “Quando é que eu tenho que
levantar as mãos e aceitar?” Disse fingindo espanto, com a mão na boca.
Sorri.
“Como você mudou, anjinho. Você agora virou um tagarela e adora um discurso”
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Gargalhou. “Parece até que seu amor é uma religião. Vou fazer que nem Jasper. EU
ACEITO! SIM. SIM. SIIIIIIMMMM!!!” Ela levantou as mãos e riu descontrolada.
Segurei seu queixo e suguei seu lábio, degustando da mais doce sensação que fui
presenteado.
“Não é uma religião, bobinha. É o amor que eu acredito. O nosso amor vai além de
religião. É ele que me redime e nos direciona. Você acha que você foi tão paciente
comigo simplesmente por algum tipo de amor corporal, o amor erus, que é o amor
físico, carnal, com paixão intensa, irracional, um amor provido de ciúmes e
desconfiança em demasia? Não. Lógico que não. O seu amor por mim é quase uma
divindade. É o amor ágape. Embasado no altruísmo, na generosidade e na
compreensão. Você se entregou totalmente e não se importou de abrir mão de suas
próprias vontades. Seu amor me cobre. Com ele eu me sinto completo e amparado.
Um amor sublime, supremo, único e incondicional.”
Ela me olhou cética, agora com os olhos arregalados. Eu sorri grande, com alegria
intensa.
“O que foi, Bella?” Segurei seu rosto, enlaçando os dedos em sua nuca.
“Credo, Edward. Você é tão espirituoso. Daqui uns dias vai abrir um templo e me
adorar.” Ela gracejou, fazendo uma careta fingida.
“Ok, minha ninfa. Se é isso que você quer.” Ajoelhei-me e beijei os seus pés, num ato
de diversão.
Ela sorria e forçava meu ombro a se levantar. “Para! Levanta!” Quanto mais ela
negava, mais eu beijava.
“MAMÃE, CARL FOI BRINCAR NA NEVE COM O TIO JASPER. EU POSSO IR?” Era Liss
que falava na secretária eletrônica. Bella se direcionou rápido ao comunicador,
sentando na beira da cama. Levantei e fui ao closet, pegando lá roupas quentes.
“Carlie, espera que a mamão vai junto. Você está agasalhada?”
“SIM, MAMÂE.”
“Então espera que a mamãe vai descer.”
Ela tirou rápido o pijama, jogando-o na cama e depois foi em direção ao closet.
Peguei seu pijama em cima da cama, dobrei e o coloquei no cesto.
“Bella, não vamos mais a Seattle, não?” Terminava de vestir a blusa de lã e já vestia a
jaqueta.
“Eu não estava de plano de ir agora não. Só queria te acordar. Além disso, não
sabemos se vai ter outro dia de neve assim. Vamos tirar o dia para brincar com as
crianças.” Ela disse já vestida e calçando botas. “Edward, diminui a temperatura do
aquecedor se não vamos torrar antes de sair de casa.”
Direcionei aos botões na cabeceira da cama, diminuí a temperatura do quarto,

aproveitei e diminuí do restante da casa. Ouvimos uma buzina e andei até o vidro que
dava visão para frente da casa. Chegaram dois carros. A nova caminhonete da minha
mãe e o Jipe do Emmett.
1549 de 1595 26/05/2011 20:45

“Nossa família acabou de chegar.” Avisei surpreso. Ela não pareceu estar tão surpresa
assim. “As pessoas dessa família não trabalham mais não?” Sorri notando que Emmett
puxava um reboque. Devia ser parafernálias náuticas do Carlisle. “Plena sexta feira e
todos aqui! Quem será que ficou no laboratório da Jéssica?”
Espontânea, Bella pegou em minha mão e saímos do quarto. Ela estava tão
agasalhada que parecia um esquimó. Fazia anos que eu não passava um dia de neve
em Forks.
“Está em fim de ano, Edward. Várias empresas operam em baixa. É quase férias
coletivas.” Respondeu quando já atravessávamos o corredor e descíamos.
“SURPRESA!!!” Mal tínhamos alcançado o último degrau e minha família gritou, com
um bolo na mão. Olhei desentendido para Bella e ela sorriu, voando direto para o meu
pescoço.
“É seu aniversário, anjinho. Vinte e sete anos. Esqueceu?”
Pisquei desacreditado e passei a mão no cabelo. Estava perplexo em como o tempo

tinha passado. Olhei para a mulher a minha frente, sorrindo como criança, e não
conseguia acreditar que tanto tempo passou... Dias atrás eu tinha dezessete.
Era incrível como ela não tinha mudado nada. Era a mesma menina que me atacou
em seu aniversário de quinze anos, com o mesmo semblante arteiro, com as mesma
atitudes espontâneas.
Feliz, aceitei o abraço, envolvendo sua cintura e apertando forte.
“Foi uma surpresa mesmo.” Sorri desconcertado, beijando seu cabelo.
Afastei-a e direcionei a cada um dos meus familiares, abraçando-os, enquanto recebia

as felicitações. Ali eu sentia o aconchego familiar. Eu queria guardar em minha
memória aquele momento em que eles estavam reunidos, sorridentes, expondo
sentimentos. Um homem não poderia querer algo mais do que eu já tinha. Eu era
completo.
“Agora vamos aos presentes.” Emmett ergueu uma caixa vertical e me entregou. “É
sua.”
Desconcertado, recebi a caixa e inclinei-me para desembrulhar. Abria devagar, então,

surpreso, tirei o último papel, encontrando uma guitarra. Era uma Fender com cores
rajadas de vermelha e laranja, a mais suntuosa e ousada em preço. Arregalei os olhos
admirado e coloquei a guitarra sobre o sofá, abraçando em seguida ao meu cunhado.
“Obrigado! Eu estava mesmo pensando em uma, mas não essa.” Agradeci um pouco
sem jeito. “Puxa, estou até sem palavras” Disse com satisfação e Jasper se aproximou
segurando algo.
“Vamos parar de gayzisse aí por que agora o meu.” Jasper me entregou um pacote e
eu o abri lentamente, um pouco desconfiado. Vindo dele, eu não podia confiar muito.
Eu nem tinha terminado de abrir, e ele e Alice já se contorciam de rir. Ao abrir

completamente, assustei-me com os conteúdos e olhei embaraçado para eles.
“É para te ajudar com a sua mulher ninfom...” Ele gargalhou, Bella se aproximou e
olhou curiosa, sorrindo em seguida.
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Tinha coleira, chicote, correntes, algemas, cueca de couro, máscara e, para

completar...Um argh, vibrador. Eu não sorri, mas eles sorriam excessivamente. Estava
me controlando para não devolver. Principalmente o vibrador. Onde que eu iria deixar
minha mulher ao menos olhar para aquilo? Onde? MINHA mulher? Nunca!
“É só uma brincadeira, maníaco.” Jasper disse rindo, Bella tomou a caixa da minha
mão, fechou e guardou debaixo do braço, ainda com um sorriso traquina no rosto. Rá,
ela jurava que ia usar aquilo. Ela que sonhasse!
Ainda sem jeito, desviei os olhos para Mike, que segurava outra caixa nas mãos.
“O meu eu comprei para acompanhar o presente de Emmett.” Ele me entregou uma

caixa e eu a abri. Eram pedais de efeito sonoro. “A guitarra já tem vários recursos,
mas você ia precisar de uns pedais.” Ele me olhou com um sorriso amistoso e eu
agradeci com um cumprimento de punho.
“Agora o meu.” Carlisle me entregou uma caixa. Abri e tinha quatro coletes.
Sorri desentendido, mas agradeci. “Obrigado.”
“O presente não é esse, Edward. O seu presente está lá fora.” Disse e andou até a
porta da frente, chamando-me até a garagem.
Nossa família nos acompanhou. Ao chegar lá, ele e Emmett descobriram o reboque
atrás do Jipe, então expuseram dois Jet skis. Eles eram brancos com raios vermelhos,
com o nome Cullens e o símbolo da família desenhado. Um leão.
Fiquei sem ação, parado na garagem. Completamente pasmo
“Um é seu e outro é da Bella. Já que eu não dei o presente dela semana passada.”
Bella se atravessou e deu um abraço no seu pai.
“Obrigada, pai!!” Ela sorria como criança deslumbrada e olhava em minha direção,
com olhar de cobrança.
Sai da inércia e lhe dei um abraço agradecido. “Obrigada, Carlisle. Agora nossa vida
náutica está completa, iate e jets.” Sorri e Bella me olhou perplexa.
Até recentemente, eu tratava os bens dele como somente dele. Mesmo tendo o seu
iate ancorado quase no quintal da minha casa, eu nunca o usei sem que Carlisle
autorizasse. No entanto, agora chamei tudo de nosso. Ela mostrou contentamento e a
realização crescia gradativamente em mim ao aceitar a nossa vida. A vida abastada
que podemos ter.
“Agora eu, papai.” Era Liss quem trazia um presente. Olhei para Bella e ela balançou a
cabeça, dizendo não tinha nada a ver com isso.
Liss me entregou desenhos com a bandeira dos Estados Unidos e um homem com o
cabelo arrepiado.
“É você papai. A mamãe um dia disse que você viajava porque você era importante
para o nosso país.”
Peguei-a no colo e dei um beijo em sua testa.
“Papai é importante para você?” Afastei-a um pouco.
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“Muito!” Ela pôs as mãozinhas em meu rosto.
“Então só isso me basta. Eu não preciso mais viajar.”
“Pai. Agora o meu.” Carl encostou-se à minha perna com um embrulho pequeno.
Desci Carlie, ele me entregou e Bella começou a rir divertidamente. Abri desconfiado
o presente.
No embrulho tinham vários itens do Chicago Bulls: bonés, chaveiro, boton. Olhei
desacreditado para ela, e ela gargalhou. Inclinei-me e agradeci Carl. Tentei abraçá-lo,
mas ele arreliou.
“Abraça o papai.” Eu disse, ainda inclinado, com os braços estendidos.
Jasper gargalhou.
“Não, meu tio disse que homem que é homem não fica abraçando homem.”
Revirei os olhos, ergui-o do chão e o abracei forte. Torcia mentalmente que Jasper e
Alice tivessem seus próprios filhos para que outras pessoas deseducassem e
colocassem manias.
“O papai você pode. Obrigado pelo presente.” Ele devolveu o abraço, depois o
coloquei no chão.
Virei de encontro aos meus familiares, satisfeito em estar de volta ao meu lar, com
minha família, minha mulher. “Então vamos ao desjejum?” Eu disse quando avistei
uma mesa farta para desjejum e nos direcionamos à ela.
Bella POV
Após o lanche matinal, as crianças correram para a área externa a fim de brincar na
neve. Em um ano teríamos mais um criança pela casa, uma vez que Rosalie esperava
um bebê. Eu sentei em um balanço com Esme e Rosalie, e os homens foram fazer
bonecos de neve.
“SETH.” Seth virou e Jasper lhe atirou uma bola de neve, que se espalhou em sua
roupa e caiu ao chão.
“Ah, seu mané!” Seth empertigou, encheu as mãos de neve e correu atrás do Jasper.
Carl se animou e foi atrás, iniciando uma guerra de bolas. Sorriamos ao ver que
Jasper nunca ia crescer e que seus sobrinhos nunca iam o respeitar.
Edward olhou em nossa direção, deixou Carlie com a Sue e meu pai construindo
bonecos, e veio ao nosso encontro, caminhando devagar.
“Quem diria, mãe...” Ele se agachou em minha frente, com as mãos em meu joelho e
falou com Esme. “Quem diria que a vida iria ser o que é hoje.” Disse com o semblante
sonhador.
Ele estava com as bochechas pálidas de frio e a ponta do nariz vermelha.
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“Tinha que ser.” Esme disse. “Não adianta tentar driblar o tempo ou o destino. O que
tem que ser, é.” Ela afirmou simplesmente.
“Falando em destino, você já decidiu onde vai ser a cerimônia, Esme?” Ajustei a touca
do Edward cobrindo sua orelha e me inclinei para beijá-lo no nariz.
“Estou pensando em fazer uma cerimônia simples lá na ilha. A Sue está reclamando
que está muito grande, já tem sete anos, e que daqui uns dias não pode mais ser
dama de honra...” Disse e sorriu.
“Ah, mãe, eu acho que a senhora tinha que fazer o casamento como ele gosta. Cheio
de pompa, imprensa e divulgação. Carlisle está esperando por isso há muitos anos.”
Edward saiu em defesa do meu pai.
“Eu fico meio sem jeito. Não tenho mais idade para essa exposição toda.”
“Ai ai, quarenta e três anos? Muitas garotas iriam querer ser como você: jovem, bonita
e turbinada.” Sorri e ela também, um pouco embaraçada. “Mas se for na ilha, quando
será?”
“Em dois meses.”
“Bom, pense direitinho, Esme. Meu pai com certeza iria querer ostentar esse
casamento para todos os amigos dele de Forks, Seattle, Califórnia, Texas. Seria o
casamento do século.”
Ela sorriu, quase convencida. Eu continuei, empolgada. “Se eu fosse você, casava
aqui em Forks. Poderia ser aqui em casa. Na casa em que vocês namoraram, lugar em
que você criou seus filhos. Poderíamos montar tendas lá embaixo, perto do rio.”
Sugeri animadamente.
“Ai, Bella, eu tô para descobrir algo que você não consegue.” Ela balançou a cabeça e
fez uma careta, mas era lógico que ia aceitar.
“Dois meses??” Pressionei com um sorriso cínico.
Ela jogou as mãos no ar. “Tem como negar?” Ela perguntou prendendo um sorriso.
“Não, mãe. Sinto muito, mas não tem como negar.” Edward sorriu, me levantou do
balanço e,contente, fechou os braços em minha volta.
Meus filhos e sobrinhos corriam e se atiravam bolas de neve. Meu marido me

abraçava contente. Minha família era realizada. Era a mais perfeita concretização de
todos os meus planos.
Uma vida calma e fácil como respirar.
Tempos depois
Estava penteando o cabelo apressada, preparando para irmos à Universidade. Edward

estava pronto, lendo jornal em uma mesinha próxima a cama, só observando meus
passos apressados. Ele teria uma reunião com o prefeito na Universidade, e eu iria dar
aula de piano, por isso eu estava com pressa, uma vez que estávamos atrasados e eu
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ainda tinha que levar as crianças à escola.
“Alice, leva as crianças na escola que eu acordei tarde.” Pedi quando ela passou em
frente à porta dos meu quarto, pronta para descer as escadas.
“Tudo bem. Tchau.” Ela jogou um beijo e desceu, de mão dadas com seu marido
crianção.
Frenética, sentei na cama para calçar uma sandália, Edward levantou da mesinha e
inclinou-se rápido, pegando seguidamente em meu pé para fechar a sandália.
“Por que está apressada?” Perguntou com voz de veludo, enquanto acariciava sem
pressa o meu pé.
“Por que tenho aula as oito e só faltam quinze minutos.” Disse como óbvio.
Repentinamente, ele empurrou meu tronco na cama e ajoelhou, com cada perna de
um lado do meu corpo.
“Acho que nós não vamos mais.” Sussurrou. “Você está muito estressada.” Disse
abrindo o botão da minha blusa e puxou-a no instante seguinte de dentro da saia. Ele
estava deslumbrante, de terno, alinhado, cheiroso, e embora fosse tentadora a idéia
de fazer amor logo de manhã, eu precisava resistir, pois tinha compromisso.
“Edward...” Protestei e ele abriu mais botões, agora se inclinando e beijando

calmamente o vão dos meus seios.
“Acho que combinamos de nunca estressa” Disse com a voz macia, mordiscando
minha barriga. “Ligue para o professor que contratamos e diga que você não vai.”
Fechei os olhos e, ainda que eu negasse, eu queria muito continuar. Ele era tentador
e extremamente irresistível.
“Você tem reunião...” Protestei, mas acariciei o seu cabelo quando ele beijava meu
pescoço lentamente.
“Vou ligar para Jake e pedir que atenda o prefeito.” Disse procurando o botão traseiro
da minha saia. “Foi você quem me pediu para nunca estressar. Somos donos agora. A
Universidade corre livremente sem nós dois lá dentro, então vamos ficar aqui.” Disse
conclusivamente e me fez erguer para me livrar da blusa. Fiquei somente olhando para
o seu rosto. Realmente fui eu quem disse que teríamos uma vida sem preocupações e
que eu não deixaria nossa vida ficar corrida.
“Vem aqui, reitor.” Puxei-o para os meus lábios, ele deu uns selinhos e sorriu.
“Vem aqui, nada. Vista um biquíni que vamos passar o dia em alto mar.” Ele levantou
e tirou o terno, desabotoou rapidamente a sua blusa e se pôs em frente ao armário.
“Certeza que quer ir para o mar?” Abracei suas costas, beijando a nuca e acariciei
peito e abdômen. Ele respirou fundo e jogou a cabeça para trás, permitindo que minha
língua deslizasse para a sua orelha. “Podemos ficar aqui...Ninguém vai nos
incomodar.” Sussurrei e deslizei os dedos lentamente em sua barriga, trabalhando em
sua calça. Persuasiva, mordi seu ombro, percebendo seus pelos se arrepiarem em
resposta. Sorri e ele segurou minha mão, virando para mim.
“Cadê a mulher que gosta de coisas diferentes?” Disse sorrindo em meus lábios,
1554 de 1595 26/05/2011 20:45

apertando seu animadinho em minha barriga.
“Eu estou aqui...” Olhei para baixo. “Só uma dúvida, você vive excitado agora?”
Acariciei-o por cima da boxer.
Ele sorriu descarado. “Tá insatisfeita? Quer devolver?” Ele beijou o meu colo, enquanto
abria o fecho do meu sutiã.
“Hmmm... Nunca... Mas pensando bem... Quero fazer isso no mar.” Eu disse e me
afastei, recebendo um tapinha de protesto no bumbum.
Preparei uma bolsa com acessórios, coloquei a carta dentro, vesti um biquíni e saída,
desci para a cozinha e arrumei um lanche.
“Não nos espere para o almoço.” Avisei a funcionária enquanto fechava a bolsa
térmica com lanches.
Em todo o tempo ele me olhava, sempre dando tapinhas ou apertando minha cintura
quando eu passava.
“Pronta?” Perguntou da porta dos fundos, arrumando o boné dos Bulls. Ele daquele
jeito era exatamente o meu anjinho. De bermuda, camiseta, sandália e boné.
Pendurei em seu pescoço e beijei o seu queixo. “Sim. Resolveu usar o boné dos
Bulls?” Gracejei em seus lábios, dando selinhos.
Ele me fez andar de costas, segurando minha cintura, já andando pelo quintal. Era
cerca de trezentos metros da nossa casa até o rio onde estava ancorado o iate, então
ele segurou em minhas costas e descemos devagar.
“Eu sou minoria. Aqui só ouço e obedeço.”
“Isso ae. Você devia dar cursos para os homens de como ser feliz.” Continuava
pendurada em seu pescoço, mordiscando o seu queixo.
“É né. Devia subir no palanque e falar assim: entreguem suas vidas as suas
mulheres.” Ele engrossou a voz, fingindo estar em discurso e sorriu. “Menos, né,
Bella. Deixa isso só para mim. Eu não ligo para o seu poder imperioso. E daí que você
manda e desmanda em mim? E daí que eu lambo o chão que você pisa? E daí se eu
sou pau mandado, como diz Jasper.” Ele sorriu, ainda me fazendo caminhar de costas.
“O importante é que eu sou o homem mais feliz do mundo.”
Admitiu, e, ao chegarmos ao cais, ele me ergueu do chão em seu colo, e eu apertei

minhas pernas em sua cintura. Ele me colocou dentro do iate, depois ligou o motor,
saindo lentamente do rio rumo ao mar.
http://www.4shared.com/file/17499418/a3b7c227/BryanAdams_-
_Heaven.html
Sentei na cadeira de sol e fiquei o observando pilotar. Era uma sensação incrível estar
em plena quarta tirando um dia de folga. O sol das oito e meia estava tímido e o vento
bagunçava meus cabelos mesmo com o chapéu. Levantei descalça e o abracei por
trás, colocando minhas mãos em seu peito.
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“Vamos tirar sua blusa?” Murmurei. Ele sorriu, segurando no comando, e eu ergui sua
blusa. Em seguida, deslizei os dedos e abri o botão da bermuda de brim. Abaixei o
zíper e ouvi um risinho dele, quando eu quis deslizar sua sunga com a bermuda.
“Depois, Bella. Espera estarmos em alto mar.” Somente a bermuda deslizou, e eu

mordi seu dorso, braços.
“Tire a saída.” Ele pediu, quando eu o acariciava suas coxas com os dedos.
“Para quê? Você está pilotando.” Deslizei com a boca beijando as costas e passei por
baixo do seu braço, até chegar a boca ao seu peito.
“Vem aqui que eu vou te pilotar agora.” Ele me ergueu e me colocou em cima do
painel. Não era confortável, pois tinha botões imprensando meu bumbum, mesmo
assim, apertei minha perna em sua cintura e o beijei no queixo.
A embarcação estava em alta velocidade, agora já enfrentando as ondas do mar.
“Tire tudo, não posso tirar minhas mãos completamente daqui agora.” Pediu. Encostei
mais no painel, ainda com a perna em sua cintura e desabotoei a parte superior do
biquíni. Depois desfiz os laços da parte debaixo e deixei que ele caísse.
“Prontinho, capitão.”
“Você quer pilotar?” Ele beijou meus lábios, mas ficava olhando para frente, devido à
velocidade que o iate estava. Eu sabia qual posição ele queria que eu ficasse, porém,
quem ficaria desatenta seria eu em ter que observar o caminho.
“Não. Quero VOCE me pilotando. Adoro quando você fica com essa sensação de que
está fazendo uma coisa errada.”
Com uma mão ele segurava o comando e a outra apoiava as minhas costas, assim,
ele invadiu minha boca, beijando, mas ainda prestando atenção no caminho.
Depois de um tempo, forcei sua mão a me soltar e desci, ficando em pé em sua

frente. Beijei seu pescoço, depois movi a língua no seu peito, ouvindo um gemido de
entrega, então desci com a boca pelo abdômen, sentindo-o instantaneamente
estremecer quando lambi umbigo abaixo, até que ajoelhei e apoiei minhas mãos em
suas pernas, ainda beijando a área baixa da barriga, junto com aqueles pelinhos
lourinhos encantadores.
Desci a frente de sua sunga e libertei meu... E agora? Qual o nome carinhoso
mesmo? Ah, Edward escolheu mestre, mas sinceramente acho que ele é... hmmm.
Isso lá é hora de pensar no nome, Bella? Ah, sei lá.
“Vai ficar só olhando?” Edward sorriu, e eu beijei sua coxa, mordiscando. “Não
começa com as brincadeiras. Põe logo na boca.” Ele disse com um sorriso cínico.
“Quem manda aqui?” Passei a língua nele todo, rodeando. Ele gemeu e se projetou
rumo a minha boca.
“Por enquanto você.”
Mordi sua coxa de novo, segurando seu...aiai...Que nome eu vou dar?
“Bella, minha vingança será maligna.” Ameaçou e puxou meu cabelo, me olhando com
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lascívia. “Ajoelhou, faça." Sorri e coloquei a ponta na boca, deslizando a língua em

volta. Ele se jogou, fazendo meus dentes roçarem.
“Está perdendo a prática?” Desafiou, diminuindo a velocidade do iate. Mesmo assim

ainda dava para sentir os movimentos do barco cortando ondas.
Dei mais espaço em minha boca, relaxando e segurei seu quadril, fazendo com que ele
deslizasse em minha boca. Ele projetou e eu sugava forte, cada vez dando mais
acesso.
Ele começou a acariciar meu cabelo, segurando as mechas em sua mão. “Adoro ver.”
Disse com a voz macia.
Eu o olhava, ele com o rosto cheio de desejo, e tinha vontade de rir do tanto que ele
estava falador e desavergonhado. Brincando, arranhei a sua coxa e ele gemeu, me
chamando de delicia, então, com as minhas sugadas fortes, ficou mais ansioso, se
enfiando mais e fechando os olhos.
“Se fechar os olhos eu paro.” Ameacei e diminui os incentivos.
“Diabinha. Você sabe que ver é uma tortura para mim.” Ele voltou a olhar, e eu fazia
esforço para caber todo. Movimentei rápido as mãos em seu quadril, coordenando as
entradas e saídas da minha boca. Ele gemeu mais alto e parou, olhando com os olhos
desfocados para o horizonte.
“O que foi?” Comecei a lamber a base, deslizando a língua.
“Não quero terminar assim.”
“Não gosta?” Suguei forte a ponta, passando os dentes.
“Lógico que eu gosto.” Ofegou e eu chupei forte nele todo. “Putz, Bella, o problema é
esse. Gosto demais. Vivo sonhando com você aí, chupando meu pau.” Disse com a
voz grossa, entrecortada e sofrida, enquanto eu fazia movimentos de sucção.
Instantaneamente, arregalei os olhos com a sua sinceridade e com o nome ridículo

que ele chamou seu...pau?
Argh! Horroroso. Muito feio esse nome. Quem ensinou esse nome para ele? Só pode
ter sido Jasper.
“Então termina. Eu gosto.” Continuei com os incentivos, lembrando da sensação da

última vez que ele se terminou em minha boca. O gosto em si não foi bom, mas eu
lembro de ter ficado excitada como nunca.
“Você cada dia me corrompe mais.” Disse voltando com os movimentos erráticos em
minha boca. Eu sentia seu membro pulsar, se contorcer e ele continuava se
projetando, agora gemendo mais alto.
Entretanto, abruptamente ele parou. “De pé.” Ele jurava que mandava.
Dei uma última sugada, ele grunhiu, levantei e ele me olhou com os olhos fervendo,
um verde intenso na luz do sol. Ele invadiu minha boca com a língua e no mesmo
instante me ergueu no colo, arrancando um gemido alto quando me penetrou com
força.
Arfei e joguei minha cabeça para trás, deixando ele comandar os movimentos.
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“Droga, Bella, o que você tem que me deixa sem pensamentos coerentes?” Disse com
a voz rude, beijando minha boca, ainda com os movimentos de entra e sai. “Queria
que você imaginasse o que acontece com o meu cérebro quando você me deixa
assim.” Ele me desceu e me virou de costas para ele, fazendo eu me inclinar para me
preencher novamente. “Meu cérebro frita.” Disse mordendo o meu ombro e se
projetando forte, rápido, puxando minha cintura.
Ele mexeu em algum botão e o barco voltou à alta velocidade novamente. O vento
batia forte em nosso rosto, o iate cortava o mar em movimentos rasante, e ele
continuava mordendo meu ombro, pescoço, apertando meus seios.
“Gosta de adrenalina, Bella?”
Levantei minha mão para o seu cabelo, virei meu rosto e beijei sua boca, recebendo a
sua língua frenética, assim como suas movidas. Ele inseriu sua mão na minha
intimidade, girando os dedos, ao mesmo tempo que gemia. Empinei mais, facilitando o
movimento e ele me apertou num abraço forte. “Gostosa demais.” Sussurrou quase
sem sons.
Notei a velocidade do barco diminuir novamente, ele me virou frente a ele e acariciou
meu rosto, depois me ergueu novamente em seu colo e mais uma vez nos encaixou.
Sua boca desceu para os meus seios, com fome. Meu corpo vibrava, regozijando de
prazer crescente. Sentia a mais singela felicidade e completude.
Ele voltou para os meus lábios e me invadia duplamente, com movimentos

sincronizados de língua em minha boca e membro em minha intimidade. Uma
luxúria. Ele me satisfazia de todas as formas possíveis, tendo total acesso ao meu
âmago, que o recebia por completo.
Minhas costas começaram a bater em algum lugar, mas eu não me importei de abrir
os olhos para ver. Eu só queria que ele se projetasse mais, apertasse mais minhas
costas, se abandonasse em meu corpo.
Seus ofegos aumentaram a intensidade, suas investidas tornaram-se rudes e

descompassadas. Eu gemi, sentindo minhas paredes se fecharem e finalmente gritei,
sentindo o orgasmo invadindo meus poros, arfando e arranhando suas costas. Nos
segundos seguintes, ele se projetou forte, uma última vez e gemeu alto em minha
boca, de derramando dentro de mim.
Depois de satisfeito, ele acariciou minha espinha, descendo com os dedos, causando
calafrios. Seu amor me fazia sentir idolatrada, desejada, adorada. Deitei a cabeça em
seu ombro e esperei o torpor e a moleza passar. Era um prazer vê-lo satisfeito de
mim.
Minutos depois abri os olhos e percebi que estávamos encostados na escada do iate,
longe do comando. Assustei, notando que o iate ainda andava.
“Calma.” Ele me abraçou. “Está no automático. Em alto mar é seguro.” Disse,

descendo as escadas completamente para o compartimento interno, depois deitou
comigo no sofá.
“Eu programei para quando estivesse cem milhas de terra ou embarcação, ele diminuir
e parar, ou...” Ele olhou no relógio. “Daqui a quinze minutos ele parar por completo.”
Disse acariciando meu cabelo.
“Gostei da experiência. Gosto daqui.” Eu disse esticando minha mão do sofá e peguei
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minha bolsa.
“Ele é confortável e luxuoso.” Respondeu com preguiça
Acariciei seu rosto calmo, deslizando os dedos na sobrancelha. Ele estava de olhos
fechados, os cabelos desgrenhados, os lábios inchados. Sorri, feliz, mas lembrei que
eu deveria lhe entregar a correspondência.
“Sabe, eu te amo muito. Você vai ser meu anjinho pra sempre – um anjinho que só
tem o rosto de anjo agora, nada mais.” Brinquei acariciando seu cabelo, e ele beijou
minha bochecha.
Respirei fundo, me obrigando imediatamente a falar da carta. “Edward, eu tenho algo

para te falar...” Deixei morrer no fim.
“Pode falar.”
Eu fiquei meio nervosa, de novo, apreensiva e egoísta. Eu queria que ele aceitasse a
proposta, se isso fizesse bem para ele, mas estava com medo da nossa vida fácil
mudar toda de novo.
Ele percebeu minha apreensão e me apertou mais a ele, beijando minha testa. “Fala,
menina.”
“É que... Ontem chegou uma correspondência...” Sentei, abri a bolsa e retirei o

envelope. Ele era timbrado com o brasão das armas e o selo da bandeira
americana. Apreensiva, entreguei ao ele. Ele sentou, olhou o envelope e retirou a
carta.
“Abrir correspondências é um crime federal, sabia?” Disse com um sorriso forçado. Ele
tentava amenizar minha tensão.
“Processe-me, marido.” Sorri, sentei ao seu lado e fiquei o observando ler a carta.
Era um convite da Casa Branca para que ele integrasse o Conselho da Republica. Eu
não sabia muito o que significava, mas estava temerosa.
Ele fechou o envelope, jogou sobre a mesinha e olhou inquisitoriamente para mim.
“Qual o motivo da tensão?” Perguntou com a sobrancelha arqueada, e eu me
surpreendi com a pergunta. Será que ele não sabia o motivo? Lógico que sim. Ele
sabia que eu tinha medo de mudanças.
“Não estou tensa.” Menti. “O que é Conselho da Republica? E por que eles convidaram
você?”
“É o órgão superior de consulta do presidente.” Explicou com um dar de ombros. “É

representado por doze pessoas, entre eles: um ministro, o Presidente da Câmara,
Presidente do senado, e também alguns cidadãos comuns dotados de conhecimento e
conduta ilibada. No caso, dois cidadãos são indicados pelo presidente e tem uma sala
exclusiva na Casa Branca. Eu fui um.” Concluiu com certo descaso.
“Ah...” Murmurei. Imediatamente, seu semblante ficou distraído. “Você vai?” Perguntei
num fio de voz.
Ele olhou para mim com os olhos cerrados e fez uma careta de decepção. “Você não
me ouve, né, Bella.” Disse sério, balançando a cabeça.”O que conversamos horas
1559 de 1595 26/05/2011 20:45

atrás?” Amassou a carta e jogou na lixeira.
“Que não vamos nunca complicar a nossa vida fácil, mas até então...” Ele levantou
uma mão no ar pra que eu parasse de falar.
“Eu não vou.” Disse conclusivamente e se levantou, pegando depois uma toalha no
armário.
“Certeza?” Eu queria mesmo saber.
“Por favor, Bella. Quando VOCÊ vai ter certeza de que eu sou feliz e que minha vida
me basta?” Apontou o dedo para mim, impaciente.
Eu abaixei o olhar. “E se eu disser que quero que você vá?” Era um teste.
Ele se aproximou, forçou meu ombro até encostar-me ao sofá por completo e
segurou meu queixo, olhando-me terno. “Se você disser que quer que eu vá, eu não
vou.” Disse firme e beijou minha testa.“Meu amor, entenda, você é o meu tudo. Eu
não preciso mais de nada. Não preciso mais de títulos, de destaque. Eu sou abastado
pela nossa felicidade. Eu não quero complicar a vida. Eu só quero viver um dia de cada
vez. Você entende isso?”
Sorri aliviada e o abracei forte, colocando minhas pernas sobre as dele no sofá.
“Eu entendo. E. Obrigada.” Disse sinceramente, cheirando o seu pescoço
Passamos o restante da manhã lá, em alto mar, entre carinhos e sorrisos. Mais tarde
voltamos para o aconchego da nossa casa, para o amor dos nossos filhos.
Nos dias seguintes, nosso lar se firmou feliz. E ainda que as adversidades um dia
viessem, eu estaria lá, ao seu lado, como sua fiel esposa, sua amiga e sua eterna
namorada.
A paz brilhou em nossa vida, envoltos de uma felicidade que fazia a alma transbordar.
Amanhecíamos juntos dia após dia, onde sorriamos, brincávamos, vivíamos sempre
semeando dias felizes.
Não se pode ter pressa de ser feliz, por que felicidade é construída. Ser feliz, não
depende de dinheiro, status, poder. Não é fruto de ostentação, nem luxo. Ser feliz e
ser desprendido e não ter ambição, porque o que é nosso vem.
Ele hoje sabe o que é ser feliz. Ser feliz é a pessoa que sabe, acima de qualquer
coisa, amar incondicionalmente. Assim, vivemos felizes. Eu era dele. Ele era meu.
Seriamos um do outro.
Sempre e sempre.
By: Bia Braz
Notas Finais:
ACABOU
1560 de 1595 26/05/2011 20:45

Mandem um oi...Nem que seja só para me dar um tchau. Bjs.
add minha comu: http://www.orkut.com.br

/Main#Community?cmm=98954049
fui...
Me indiquem, por favor
1561 de 1595 26/05/2011 20:45

Nova Fic Flor de Lótus escrita por BIA BRAZ
Notas do Autor:
Oi, Gente, vou colocar aqui o prólogo e novo capítulo da minha
nova fic: Flor de lótus para que vcs conheçam.
Edward, um agente da narcóticos obcecado por seu trabalho, vê
em Bella a oportunidade chave para o fechamento de um caso. Mas
para isso, precisa deixá-la entrar em seu mundo, antes que ela o
permita entrar no seu.
O que acontecerá quando ele perceber que a vida cheia de flores e
cor de rosa que ela lhe mostra é muito mais atrativa do a sede por
Justiça que sua alma tanto clama? Ele fechará os olhos para a
Justiça?
Prólogo.
A depressão tomou totalmente Edward depois dos últimos
acontecimentos. Sentia-se zonzo, sua têmpora latejava
insistentemente devido à noite mal dormida e ao excesso de álcool
que colocou em seu organismo na noite passada. Segurando um
copo dágua, pôs um analgésico na boca, engoliu e caminhou
descalço até sua sala, vestido somente com uma calça de moletom.
Sentia-se estranho em sua própria casa. Era como se a presença
dela estivesse impregnada em todos os cantos. Sentou-se no sofá,
olhou por segundos intermináveis o quadro que ela pintou,
lembrando-se automaticamente do momento em que aconteceu,
em seguida avistou sobre a mesinha de centro o jornal que
comprou no dia anterior. Inevitavelmente, a notícia na página
principal foi o que primeiro lhe chamou a atenção.
Sucessivos acontecimentos deixam a Divisão de Narcóticos de Los

Angeles em completo caos. Crimes como facilitação de
contrabando, extorsão, abuso de autoridade e corrupção, foram
denunciados pelo Ministério Público no fim da semana passada.
Para o Juiz Carlisle Cullen, pai do tenente Edward, Agente Especial

envolvido diretamente nas acusações, será difícil encontrar provas
cabais contra seu filho, pois o flagrante tratou-se de prova forjada,
logo não poderá ser anexada à denúncia. Ressaltou que a única
acusação incapaz de refutação em todo esse escândalo é a de
corrupção de menor, mas uma vez que o fato é totalmente
desvinculado de sua atividade policial, e como, além disso, ele
assume a culpa e pretende reparar o erro, o caso não deverá ser
levado à Corte Criminal Especial, sendo no caso desclassificado
para a Justiça Comum.
É sabido que, como pai, o juiz Cullen tem nulidade absoluta para
analisar o caso, por isso ele deixa claro que quem revisará a
denuncia será seu colega. Ao fim, pondera que colabora com esta
entrevista como familiar, não como juiz, e deixa claro que sua
colocação deverá ser desvinculada dos autos, ainda que tenha
1562 de 1595 26/05/2011 20:45

convicção de não haver indícios a não ser provas ilícitas, que liguem
seu filho aos fatos.
Históricos mostram que este tipo de escândalo requer uma

intervenção federal, portanto, todos os agentes, por precaução,
foram afastados de seus cargos. Há, no entanto, expedientes que
não podem ser obstruídos, por isso, agentes de San Diego chegam
hoje para dar andamento à rotina sem prejudicar o contingente
atendido pela DEA de Los Angeles.
Após ler, olhou mais uma vez para o celular, apertou send uma vez
e a foto de Bella apareceu. Debateu-se, em completo conflito, se
ligava ou não, algo que ele fazia há semanas por não ter coragem
suficiente de enfrentar a garota voluntariosa. Por fim, com um
suspiro, juntou toda a força de ânimo que tinha e apertou outra vez
a tecla verde. Foram suficientes só dois toques para que ela
atendesse.
Capítulo 01- Investigações
Quando sua realidade muda, seus sonhos não precisam mudar.
A sala de reuniões do Departamento Antidrogas do Governo Americano — DEA, em

Las Vegas, mantinha um clima tenso na reunião pós-operação. O chefe da divisão
andava de um lado ao outro com um pacote na mão, descontente pela inaptidão do
último trabalho. Depois de longos e exaustivos dias de investigação que envolvia a
quebra do narcotráfico, com o flagrante iminente, inexplicavelmente os planos não
lograram êxito. Os preparativos foram seguidos à risca, representantes de todas as
equipes convocadas. Uma operação tática com ações pontuais e cirúrgicas, onde as
pistas recebidas por informantes foram juntadas e decodificadas, direcionando-os a
ocupar pontos estratégicos no local onde ocorreria a negociação e distribuição de um
grande carregamento de cocaína. Entretanto, a operação foi um fiasco. Tudo que
encontraram ao tentar flagrar a organização criminosa foram bolos. Bolos de laranja.
Isso era frustrante.
Todos os subordinados, agentes da Inteligência e agentes Especiais, encontravam-se

encolhidos na cadeira, temerosos, pois quando se tratava daquele caso específico o
chefe ficava irreconhecível. O normal e imparcial Edward transformava-se
desproporcionalmente. A ansiedade e frustração eram claras em seu semblante.
“Não é possível que esses longos meses de investigação acabaram em bolos.”

Esfregou a testa, inconformado. “Os senhores sabem muito bem o que esse caso
significa.” Suspirou, internamente deparando-se com o cunho pessoal que o caso
implicava. No entanto, não era sensato deixar que seus colegas suspeitassem seus
motivos. “Significa acertar a ponta da pirâmide distribuidora, tirar as drogas das ruas,
livrar adolescentes de vícios, diminuir a violência.” Disse meramente retórico,
enquanto gesticulava com as mãos no ar.
1563 de 1595 26/05/2011 20:45

Do outro lado da sala, três integrantes da equipe Alfa, já cansados de duas noites mal
dormidas pelo apoio dado à central de comunicação, cochichavam entre si, um deles
pondo em questionamento os motivos do chefe.
“Os dois devem ter um caso mal resolvido.” Michael comentou baixinho com Stephan,
recebendo de Erick uma cotovelada de censura na costela. Michael continuou
divertido. “Penso que tiveram um caso passional e o tenente foi traído. O tenente não
tem jeito que gosta de mulher. Ninguém nunca o vê com nenhuma.” Ironizou Michael.
“Posso saber o assunto que as moças tricotam?” O chefe perguntou austero, com os
braços cruzados no peito, exalando sua insatisfação e mau humor.
Erick se adiantou, tentando desviar o foco. “Chefe, o senhor teria um tempo só com a
minha equipe?” Pediu baixinho, o chefe estudou-o um tempo e logo imaginou que
podia se tratar de informação obtida ilegalmente pela equipe de inteligência, portanto
o restante das equipes não deveria estar presente.
“Os senhores estão dispensados. Só a equipe Alfa comigo.” Avisou, os agentes

despediram-se e deixaram a sala. Em seguida o chefe olhou ansioso para o oriental,
esperando-o desenvolver.
Erick começou. “Eu consegui pegar algo em uma gravação que devia ser
considerado.” Explicou um pouco inseguro com o modo como a informação seria
recepcionada. O chefe costumava ser caxias quando se tratava de informações obtidas
ilicitamente. “É um telefonema de uma das meninas de Emmett lhe pedindo alguns
itens.” Pegou a gravação em sua mochila e entregou-a ao chefe. Edward recebeu o
chip curioso e deu um meio sorriso para Erick, o novinho mais perspicaz da equipe
Alfa, e seu amigo.
“Vejamos.” Sentou-se em frente a um computador e ligou as caixas de som da sala de

reunião. O som da conversa eclodiu no ambiente.
“... Florzinha, eu já disse para não ligar para mim desse telefone.”
Edward fechou a mão em punho ao ouvir a voz de Emmett. Imediatamente

lembrou-se de como ele gostava de chamar as pessoas em volta de nomes de flores.
Inclusive, chamava Rosalie de Rosa, sua mãe, Elizabeth, de Líria, sempre com ar
galanteador que conquistava todos à volta.
“Eu precisava de alguns itens. Mas se você quiser, eu mesma posso ir a um

mercado no centro.” Uma voz sussurrada se pronunciou. Era uma mistura de voz
infantil, manhosa e terna. “Perto da casa do Daniel tem um mercado grande. Ele
pode ir comigo.” Propôs animadamente.
“Não. Você sabe que eu não quero que vá para aqueles lados. O que você
precisa?”
“Açúcar, farinha de trigo especial. Acho que uns cinco quilos de cada.
Também preciso de maçãs, embalagens.”
No mesmo instante que Edward ouviu isso encarou Erick e cerrou os olhos. Todos na
sala conseguiram ler o que Edward pensava, pois açúcar e farinha de trigo é uma gíria
no submundo que se refere à cocaína. Com ânimo no rosto, inclinou e continuou
ouvindo atentamente. “Também quero um pouco de fermento.”
Excitado, Edward fechou os olhos e deu um murro no ar, certo de que dessa vez
1564 de 1595 26/05/2011 20:45

estavam no caminho certo. Se alguém de dentro da casa do bioquímico ligou pedindo

o que parecia ser solvente, é porque a droga era modificada dentro de sua própria
propriedade.
“Só isso?” A voz de Emmett foi brincalhona.
“Não.” Ela sorriu em resposta. “Por isso eu queria ir. Tem muita coisa para
comprar. Mas vou fazer a lista e te mandar por mensagem.”
“Tudo bem. Mais alguma coisa?”
“Lice manda um beijo.” Disse mais baixo. “Ela tá com saudade.”
“Fala para ela não fazer esse drama. Eu estive o dia todo aí.” Retrucou
brincalhão.
“Mas você não entrou em casa. Foi como se não estivesse aqui.” Reclamou,
carinhosamente.
“Vou tentar passar aí quando vocês estiverem acordadas.”
“Emm...”
“Hmmm.”
“Eu também estou com saudade de passar um tempo com você.” A voz saiu
num fio. Emmett suspirou audivelmente.
“Eu também sinto, mas eu preciso trabalhar. Prometo que nesse fim de
semana levo vocês em uma matinê para dançar.” Disse parecendo apressado em
encerrar a conversa.
“Emm, não queremos ir a uma matinê.” Negou manhosa. “Queremos dançar em

lugar de gente grande.”
“Quando vocês forem gente grande pode ser que eu leve. Em primeiro lugar,
vocês nem podem entrar em uma casa de festa.”
“Na boite que você é sócio, a gente pode.” Sugeriu matreiramente,

completamente ardilosa.
“Flor...” Emmett censurou sua tentativa de manobra, impaciente.
“Tá, Emm.” Deu um muxoxo. “Eu já cresci. É injusto. Para um monte de coisa
eu tenho que ser adulta e para sair para dançar não posso.” Reclamou.
Os homens da sala ouviam atentos à conversa. Eles já investigavam há alguns dias a

movimentação externa da casa de Emmett e sempre viam saindo de lá, vez ou outra,
um Porshe amarelo, ou um Lótus Lilás. Dentro deles saíam duas meninas, mas os
vidros espelhados e óculos de sol os impediam ver seus rostos. Elas paravam sempre
no High School Beverly Hills e Beverly Hills Junior. Os agentes imaginavam que elas
tinham entre quatorze e dezessete anos. O que os boatos diziam era que essas eram
as meninas de Emmett. Edward não tinha dúvidas de que, além de todas as suspeitas,
Emmett também fosse um pedófilo. Lembrava que quando Emmett começou a ficar
com Rosalie ela não tinha quatorze anos completos.
“Tudo bem. Quinta-feira eu vou pedir que Rilley leve você e Alice. Mas vocês
1565 de 1595 26/05/2011 20:45

só ficarão até uma da manhã.” Condicionou aparentemente insatisfeito.
“Obrigada Emm!!” Podia-se ouvir sons de palmas e de pulos do outro lado da linha.
“Mas e o Peter?” Emmett lembrou preocupado.
“Eu o deixo com Esme. Ele não vai sentir minha falta. Coloco-o para dormir
antes.” Disse com a voz implorativa.
“Como ele está?” Perguntou notoriamente contrito.
“Também sente sua falta... Hoje ele disse mamã. Fiquei tão feliz.” Ela disse
maravilhada.
“Dá um beijo nele por mim. E quanto às coisas que pediu, mandarei comprar
e entregar aí.”
“Ok. Te amo.” Ela disse naturalmente.
Ele pareceu embaraçado, pois pausou um tempo antes de responder. “Eu também te
amo.”
E desligaram.
“Uh, que romântico.” O chefe ironizou com um ofego sufocado, querendo com o ato
quebrar o clima. Foi como se visse Emmett anos atrás conversando com Rosalie.
“Os Brutus também amam.” Michael recitou uma frase conhecida, despertando
automaticamente sorrisos.
“Bom, Erick, ótimo trabalho ter guardado essa gravação. Tudo indica que as garotas
sabem do esquema. Pelo jeito, além de companhias do Emmett, elas ajudam a
manipular e embalar as drogas.” Disse enquanto andava pela sala, tentando parecer
despreocupado. “Agora tínhamos que ter um jeito de investigar lá dentro.” Sugeriu um
pouco desanimado. Sabia que isso era algo irrealizável por meios convencionais.
Emmett tinha as costas largas demais.
“Não conseguiremos autorização na Justiça.” Erick lembrou. “Até essas fitas foram
gravadas sem autorização.” Disse referindo-se a todas as dificuldades que tinham ao
investigar esse caso específico. Todas as provas obtidas com a operação eram
recheadas de labirintos. Nada provava a participação de Emmett, que aparecia e sumia
de cenas incriminadoras isentando-se sempre de qualquer acusação. “No entanto,
poderíamos nos infiltrar no mundo delas para ganhar confiança.” Instilou
distraidamente, enquanto estudava suas anotações, deixando por um instante que o
chefe digerisse o que ele sugeria.
“Como?” Edward finalmente perguntou e virou-se para seu amigo, instigando-o com o
olhar a falar.
“Algum de nós poderia virar amigo delas.” Complementou um pouco inseguro. Sugerir
era fácil, mas não sabia como materializar sua idéia.
Edward olhou de esguelha para Michael e para o próprio Erick, imediatamente

conjecturando a possibilidade deles se passarem por garotos mais novos. Seria fácil.
Michael era recém formado. Tinha pouco mais de vinte e dois anos. Já Erick, tinha
vinte e três, no entanto, por vestir-se com roupas desprendidas e tênis All Star,
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aparentava ter menos.
“Ok. Michael e Erick amanhã na Sky.” Edward ordenou firmemente. “Eu e o restante
da equipe daremos cobertura. Estaremos por perto.”
“Mas chefe...” Erick retorquiu, exasperado. Ele não costumava fazer serviço de rua, no
entanto, era a melhor opção naquele instante. Os antigões da equipe não poderiam se
infiltrar no mundo delas sem levantar suspeitas.
“Sem mas.” Levantou a mão no ar, interrompendo-o de se contrapor. “A idéia foi sua.”
Disse definitivamente, depois se sentou sobre a mesa, com olhar obscuro. “Bom, a
abordagem não será nada chocante. Quero somente aproximação e conversa casual.”
Disse e olhou sério para Erick. Ele era seu mais recente e talvez único amigo, filho da
ex-namorada de seu pai, o juiz Cullen, da Suprema Corte da Califórnia. Confiava nele.
Sabia que ele se aplicaria ao máximo. Erick tinha funções específicas de especialista
em suporte logístico, além de ter altas habilidades em desvendar intrincadas
linguagens de comunicação. No entanto, como agente da Narcóticos, seu trabalho
mais importante foi ficar atrás de um computador ou em salas de varreduras de
escutas. E um agente deveria estar preparado para todas as tarefas. Agora o chefe lhe
dava uma oportunidade de operacionalidade, entrar num caso diretamente. Isso era o
que qualquer agente novinho aspirava.
“Só de pensar nessas ninfetas já estou excitado. Daria tudo para cheirar as calcinhas
delas.” Michael comentou baixinho com Stephan, que o censurou com o olhar depois
balbuciou: pervertido tarado.
“Então descansem hoje.” O tenente completou sem ter ouvido o comentário obsceno
de Michael. “Amanhã venham prontos para virarmos a noite.” O chefe deu por
encerrado o assunto e saiu da sala, deixando lá os cinco integrantes da equipe Alfa.
Sexta-feira, nove da manhã, todos os agentes encontravam-se em suas salas,

entretidos em discussões com suas equipes, debatendo entre si métodos de
transporte, áreas de risco, pesquisas sobre cultivo de drogas, protagonistas de
distribuições de entorpecentes. Já o chefe da Divisão, traçava planos metodicamente
sobre a disposição de suas equipes nas diversas investigações que levariam o fim de
semana inteiro, enquanto isso ouvia pela quarta vez a gravação com a conversa de
Emmett, tentando nesse tempo decifrar prováveis mensagens subliminares que ele
exageradamente supunha que tinha. Todavia, seu sossego foi interrompido pela
presença da psicóloga Rachel, que adentrou a sala e caminhou em direção à mesa em
que ele se inclinava.
“Edward, preciso falar com você.” Avisou e encostou-se ao seu lado.
“Assim que eu tiver um tempo marcarei uma consulta.” Disse distraído, sem tirar os
olhos do papel.
“Não estou falando como sua psicóloga, você sabe. Além disso, depois que saímos
você nunca mais compareceu às consultas.” Cobrou sem jeito. “Não acho que o que
temos para conversar possa ser no consultório.”
Ele finalmente levantou o olhar e olhou-a. Tão bonita. Ruiva, de cabelos cacheados e
corpo exuberante. Todavia, nunca daria certo.
“Acho que a resposta que você precisa sempre esteve clara.” Suspirou cansado,
depois voltou a rabiscar o seu papel. Não queria magoá-la, só queria tirar-lhe as
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esperanças.
“Eu quero cuidar de você.” Inclinou-se e pôs as duas mãos na mesa. “Quero cuidar de
seu sono todos os dias.” Disse carinhosamente. Ele tirou os olhos do papel e
encarou-a cético por ela tocar nesse assunto tão delicado, principalmente por ela só
saber disso por ele ter revelado como paciente seus problemas com sono. Ela
continuou, ignorando seu olhar de censura. “O que há de errado comigo?”
“A questão não é você.” Explicou embaraçado. Já não se envolvia com ninguém

justamente para não ter esse tipo de conversa.
Ela tocou o seu rosto e o acariciou. “Só precisamos de uma chance. Eu amo você,
você sabe disso. Mas não posso ser só sua amiga ou sua psicóloga quando eu
gostaria de ter você na minha cama todos os dias.”
Ele buscou paciência onde não tinha, reclamando internamento por sempre que algo
se tornava rotineiro e cômodo em sua vida viesse as exigências. Antes, ele imaginava
que por Rachel ser uma mulher mais velha que ele pelo menos sete anos e,
supostamente, madura, não houvesse cobranças. No entanto, estava no mesmo ciclo
vicioso. Depois de um ou dois meses com algumas saídas casuais, elas sempre
cobravam.
“Eu não irei mais aparecer.” Revelou, chateado por fazer isso mais uma vez ao longo
de anos. Rachel era uma boa mulher. Sentia-se um crápula por fazer isso. Pensou que
podia protelar até que ela percebesse seu desinteresse, ou talvez que pudesse esperar
o fim de semana cheio de trabalhos passar, para então no domingo almoçar com ela
calmamente e revelar que não estava pronto, como nunca esteve. No entanto, achou
melhor aproveitar o ensejo. Não gostava de vê-la sofrer expectativas. Ela foi sua
amiga, ouviu muito dele, mas no momento em que ela o seduziu, transou com ela
uma vez por vulnerabilidade, desde então passou a ser por obrigação, por não saber
como sair, embora não soubesse como levar isso adiante. “Eu não consigo, você
sabe.” Explicou gentilmente, tentando em seguida impedir sua mão de acariciar seu
rosto.
Com um suspiro, ela levou a mão dele à sua boca e beijou-a, conformada. Ela já sabia
que essa era sua posição. Conhecia-o demais. Ele não podia ser um homem completo.
Não com tanta amargura que carregava. “Estou aqui para você, Edward.” Disse e se
levantou. “Se precisar de algo, estarei aqui.” Deu as costas e saiu.
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Bella vestia uma saia de pregas preta com detalhes rosa, uma blusa branca de botões
e uma bota rosa. Alice vestia um vestido curto vermelho, tomara-que-caia e uma bota
da mesma cor. Ambas usavam cabelos artificiais com o intuito de dissimular ou
esconder suas identidades. Bella sentia-se bonita com a cabeleira loura e cheia de
cachos que escolheu. Já Alice, em todo o tempo olhava no espelho e retocava o batom
vermelho, falando a qualquer instante sobre garotos, enquanto admirava seu cabelo
artificial ruivo. Estavam excitadas por finalmente conseguir sair como adolescentes
normais e, quanto mais o motorista se aproximava da rua Spring, mais davam
pulinhos no banco.
“Rilley, você vai nos dar um tempinho para paquerarmos, não vai?” Foi Alice que
perguntou. Ele não respondeu, mas olhou-a pelo retrovisor de um modo que ela já
sabia a resposta sem que proferisse. Ele era baba-ovo demais, certinho demais, isso
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era irritante. Bella sorriu, sabendo que agora começaria uma briga. “Merda.” Alice
resmungou de braços cruzados.
“Alice! Meninas não falam esse nome.” Bella reclamou com um belisco brincalhão em
sua cintura. Fez isso porque sabia que a pequena temperamental já estava irritada.
Alice pôs no rosto uma máscara provocadora e mordeu os lábios, encarando Rilley
pelo espelho. “Você até poderia ser o prato do meu dia, se fosse legal.” Disse
ironicamente.
“Quem disse que eu quero ser o prato do seu dia?” Rilley retrucou com escárnio.
“Você não me deixou completar.” Disse e deu uma umedecida no lábio superior,
sedutoramente. “Poderia ser o prato do dia, mas é velho demais para mim. Qual a sua
idade? 30? 35?” Zombou, fingindo calcular. “O único homem mais velho que eu tenho
as caras de degustar é Emmett, só porque ele tem a idade que tem, mas a alma é
jovem. Já você, é um homem velho com alma de idoso. E quem gosta de velho é
museu.” Provocou sorrindo para o retrovisor.
Ele encarou-a. “Você é uma fedelha que mal saiu das fraldas!”
“Você é um velho.” Repetiu teimosamente, cruzou os braços e olhou para a rua pela
janela. Bella sorria disfarçadamente ao seu lado.
“Alice, você sabe muito bem que eu tenho 27 anos.”
“É um velho. Vecchio. Idoso. Cheira a mofo!” Provocou. Rilley girou o volante, puxou
o freio de mão e freou bruscamente, já em frente a Disco Club. Ela assustou com o
drifting, mas não desistiu de implicar. “Tão velho que nenhuma gatinha como nós
olharia para você.” Rematou cheia de birra e ele encarou-a.
“Alice e Bella, desçam porque às 00h53 eu as pego exatamente aqui.” Disse

impaciente, sem ao menos descer para abrir a portas para elas. “Eu estou pouco me
lixando para o que vocês vão fazer ou não. Estejam aqui esse horário e ponto.”
Alice desceu empolgada com o resultado da provocação. Já Bella, desceu preocupada

com o que aconteceria a seguir. Ela sempre tinha que ser o lado mais sensato.
“E Emmett, Rilley?” Inclinou-se sobre a porta. “Se ele souber que nos deixou aqui vai
te esfolar.”
“Vocês não falam. Eu não falo. Tô cansado de ser certinho e só agüentar encheção de
saco dessa pirralha.”
“Ok.” Bella sorriu. “Até mais tarde.” E caminharam de mãos dadas até a porta lateral
da casa, entregando logo que chegaram os convites Vips. Sem que percebessem,
eram seguidas por três homens que ao notar a placa do carro, deduziram serem elas
as meninas de Emmett.
O barulho no local era ensurdecedor. Encantadas com o lugar, elas pularam quando o
DJ tocou Kate Perry, jogaram as mãos para cima, gritaram e dançaram, sendo
observadas à distância por dois dos rapazes que as seguiram desde que entraram no
recinto.
Após um tempo perscrutando o local, os rapazes receberam um aceno do terceiro

homem, o chefe, e sentiram-se permitidos a aproximar-se. Do segundo andar, com a
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gravata afrouxada e uma coca na mão, o tenente analisava minuciosamente todos os

lados, além de dar cobertura visual para seus agentes.
O chefe era um homem atraente. Muito mais quando se vestia despojado como
estava, longe da austeridade do seu dia a dia, somente com a blusa branca dobrada
em três quartos e dois botões abertos, isso além de seu cabelo liso, penteado de lado.
Sua presença nunca passaria despercebida. Ele exalava seriedade e mistério. Não foi
nem uma nem duas rejeições gentis que teve que dar no tempo que estava ali.
Embora seu objetivo fosse vistoriar a efetividade da operação, gostava de mulheres

requintadas. Era exigente com o nível intelectual de suas companhias, por isso não era
promissor desenvolver algum tipo de relacionamento ali, local que ao seu olhar clínico
só tinha mulheres fúteis.
A presença dos seus homens próxima às meninas no andar de baixo chamou-lhe a

atenção. Rapidamente observou que elas mais pareciam crianças. Pequenas, com
corpinho miúdo, obviamente perceptível a quem quisesse ver a idade que tinham, já
que eram bem diferentes das demais mulheres.
Uma das garotas sorriu para os rapazes, a outra, ao olhar um segundo para o
mezanino, preferiu ignorá-los e continuar dançando. Algum tempo depois, viu a de
cabelos ruivos puxar o braço da de cabelos louros e reclamar algo. A de cabelos louros
balançou em negativa a cabeça e saiu. Não seria fácil, pensou o chefe. Elas amam
Emmett, isso ficou claro na escuta telefônica. Não deixarão estranhos aproximar-se
delas.
Bella seguiu para o banheiro irritada com Alice. Não gostava dessas situações que ela
permitia, até porque tinha medo do que isso acarretaria. Certamente, Emmett não lhes
permitiria mais sair sozinha se soubesse que estavam aprontando. Não gostava que
armassem nada para ela, como por exemplo, Alice querer ficar com o japinha e pedir
que ela desse atenção para o lourinho. Era sensata, amava Emmett e não iria trair sua
confiança. Se ele pediu que se comportassem e que não confiassem em ninguém, era
isso que iria fazer, por isso girou sobre seus pés, deixou Alice só e dirigiu-se
apressada ao banheiro.
Edward observou-a, notando que um de seus agentes a seguiu. Preocupado, desceu

as escadas rápido atrás de Michael rumo ao corredor do banheiro feminino.
Encontrou-o parado, sem nenhuma cerimônia, em frente à porta onde dezenas de
garotas transitavam.
“O que diabos está fazendo aqui?” Perguntou logo que se pôs ao lado dele.
“Estou esperando a ninfeta.” Explicou como óbvio. “Erick já está passando a lábia na
outra.” Disse com um risinho zombador.
“Eu vi um homem as observando. Devem ter lacaios dele por todos os lados.” Edward
disse e tocou o seu braço para tirá-lo de lá, no entanto sua atitude foi interrompida
pela voz que soou próxima.
“Oi... Você veio atrás de mim.” Soou mais como acusação. Michael ficou inicialmente
sem palavras por ela ter dito isso tão naturalmente. Imediatamente Edward notou que
era a mesma voz sussurrada que ouviu várias vezes no dia anterior e nessa manhã.
Automaticamente, ele afrouxou o aperto e disfarçou, olhando a seguir para um quadro
na parede. “Não gosto de me sentir perseguida.” A garota disse e deu um meio sorriso
brincalhão.
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Ela não notou Edward, mas fitou Michael em expectativa, que começou a se explicar
embaraçado diante do olhar da garota e da proximidade do chefe.
“Er, espero que não tenha ficado irritada. Eu queria dar um espaço para meu colega e
sua amiga, e como você veio para esse lado eu pensei que podia te ver por aqui.”
Disse meio sem jeito. Edward gostou da saída do seu subordinado e continuou
observando o quadro como se nem estivesse ali. “Eu queria muito te conhecer. Você é
muito bonita.” Completou, agora mais seguro. O chefe rolou os olhos ao ouvir a
cantada clichê.
“A primeira coisa que precisa saber é que só vamos conversar.” A garota disse
voluntariosa. “Depois, precisa saber que não bebo nada que me dão em festas, não
fumo e não vou sair daqui com você para lugar algum. Além disso, saiba que eu tenho
16 anos. Se não tiver interessado em conversar com uma adolescente, sai fora logo.”
Disse disparado, o que fez Edward torcer os lábios, quase sorrindo. Michael ficou em
choque e sem palavras. Ela continuou. “Qual sua idade?” Perguntou e o olhou da
cabeça aos pés, mudando imediatamente o tom de voz.
“Dezoito.” Michael mentiu rapidamente. O chefe gostou de seu desempenho.
“Ah, legal. Você já se formou no colegial?” Arqueou as sobrancelhas e bateu o

pezinho.
“Sim.” Respondeu de imediato.
“Onde você estudou?” Continuou com as perguntas. Edward ouvia o interrogatório

estupefato com a garota. Ela era intimidadora. Michael parecia estar em uma
inquisição.
“Estudei em Nevada.”
“Vem muito a essas festas?” Quis saber, ainda batendo os pés na frente, agora
analisando detalhadamente os olhos do rapaz. Tinha algo nele que não que inspirava
confiança.
“Er, sim.” Respondeu sentindo-se desconfortável por ter o chefe tão próximo
avaliando sua performance, afinal, era a primeira vez que entrava em uma
investigação. Edward, de costas para Bella, fez um gesto com a mão para que Michael
desenvolvesse, que continuasse ganhando a confiança dela, que conversasse. Ele
atendeu. “E você? Seus pais deixam você vir, mesmo sendo tão nova?”
Ela sorriu e relaxou um pouco. “Essa é a primeira vez que eu venho. Um amigo da
família nos trouxe sob seus cuidados.” Gracejou e rolou os olhos. “Ele falou que ia nos
deixar à vontade, mas quando estava lá na pista o vi nos observando de longe. Ele é
certinho demais para nos deixar só.” Explicou como se conhecesse Michael há tempos.
“Você está no segundo ano da escola secundária, não?” Michael inferiu, ao calcular
sua idade e associar ao ano escolar. Imaginava que esse era o tipo de assunto que
adolescentes conversavam: idade, escola, onde moram e, por último, se tinham
namorados. Essa era a conversa bem típica de adolescente que se lembrava.
Ela abaixou a cabeça, pela primeira vez na noite relutante em responder.
“Não. Estou atrasada dois anos. Ainda estou no 8th Grade*, último ano do Junior.”
Explicou baixo.
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*Aqui no Brasil eu considero como a 7ª série, já que lá a escola secundária são 4

anos.
Edward olhou-a de canto e notou que ela parecia chateada com a informação.
Instantaneamente, deduziu que Emmett além de escravizar sexualmente suas garotas,
atrasava seus estudos, proibia-as de conversar com desconhecidos, isso além de
impedi-las de sair. Como ele podia descer seu nível de marginalidade a tanto? Isso era
corrupção de menor e restrição de direitos, pontuou.
Observando-a de esguelha, notou seus grandes olhos verdes enfeitados por longos
cílios escuros, em uma maquiagem sutil e delicada. Viu que seus cabelos eram longos
e cheios de cachos e, entrementes, associou-os aos cabelos de Rosalie. Também
percebeu que dela exalava um perfume adolescente. Porém o que era bizarro e o
deixou confuso é que era a mesma fragrância que Rosalie usava; uma mistura de
chicletes tutti-frutti com flores. Transtornado com as lembranças, cerrou os olhos e
pensou: será que Emmett faz com que ela use o mesmo perfume de Rosalie? Isso é
doentio!
Ainda avaliando-a abertamente, lembrou-se de quem se tratava: uma criança com sua
inocência usurpada. Ela não parecia tão miúda como quando a olhou do andar de
cima. Não tinha o corpo tão infantil, mesmo assim, ainda era uma menina.
“Por que atrasou dois anos?” Michael perguntou, interrompendo sua distração.
“Reprovou?”
“Não completamente. Um ano eu reprovei por falta, o outro eu parei no início do ano.
Mas mudando de assunto, onde você mora?”
“Aqui em Los Angeles mesmo. Em um apartamento.”
“Ah, então você não faz parte desses riquinhos mimados de Beverly Hills.” Comentou
e balançou a cabeça, lembrando-se automaticamente que não deveria generalizar.
Michael riu do comentário. Ela nem cogitou consertar o teor pejorativo. “Gostei de
conversar com você.” Disse e apertou brincalhona a bochecha dele. “Agora que você
me conheceu vou voltar a dançar.” Disse naturalmente e, no instante seguinte, deu as
costas. O chefe imediatamente fez um gesto para que Michael a seguisse.
“Não vai nem pegar meu telefone?” Perguntou e segurou o ombro dela
amistosamente. Antes de responder, ela viu a figura de Rilley os observando a alguns
metros de distância, encarou Michael com olhar impugnativo, depois abaixou o olhar
para seu braço, alertando-o com o gesto que ele avançou limites.
“Não. Eu não vou te ligar.” Disse seguramente, um pouco temerosa por Michael.
Nesse instante, Edward tirou os olhos do quadro, moveu um pouco o rosto e olhou-a
de frente, notando ao olhá-la que ela mudou completamente o humor. Seus olhos se
encontraram, ela segurou o olhar curiosamente nele, depois, com um ato brusco, tirou
a mão de Michael do seu ombro e fitou novamente o fim do corredor.
“Eu fiz algo errado?” Michael perguntou ao notar o gesto hostil. Edward acompanhou
de viés o olhar dela, notou o que ela via, depois disfarçou, fez um gesto com a mão
para Michael, e caminhou em direção contrária a Rilley.
“Não. Er, a gente se vê por aí.” Torceu os lábios, chateada, depois caminhou
rapidamente para o lugar onde Alice estava.
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Alice dançava e conversava com Erick espontaneamente. Bella ficou próxima a ela e
dançou, ainda notando Rilley à distância. O chefe a observou curiosamente todo o
tempo que dançava, conjecturando nesse tempo todas as hipóteses possíveis de
ligação que elas poderiam ter com Emmett, idéias essas que lhe causavam asco. Para
ele, a relação deles era cheia de lacunas. Além de ser uma das meninas dele, ela o
temia muito, pois ao ver seu capanga próximo no corredor esquivou-se
completamente.
Na hora combinada, Bella chamou Alice e saíram para encontrar Rilley. Após vê-las
sair, Erick seguiu animado para o estacionamento pago e lá encontrou o chefe e o
resto da equipe.
“Ela ficou com o meu telefone, chefe.” Avisou com um sorriso de um canto ao outro.
“A garota é chapa quente.”
O chefe rolou os olhos e lhe deu um sorriso satisfeito. “Isso é trabalho, Erick. Não se
anime.” Lembrou também cheio de expectativas.
“Eu sei. Um trabalho melhor que ficar ouvindo escutas.” Completou com uma piscada.
Michael, do outro lado, olhou Erick de canto de olho, com ciúme e inveja inundando
sua racionalidade, e fez uma careta de desdém. Enquanto ele não conseguiu nada, a
não ser uma conversa atenciosa, Erick conseguiu dançar, sorrir, até mesmo o
telefone, isso além de um sorriso incentivador do chefe. Tudo devia estar contra ele,
pensou. Erick não passava de um puxa-saco de merda, resmungou mentalmente,
depois deu as costas e caminhou rumo a Stephan, que tinha ficado de apoio à
distância.
Capítulo 02. Sonhos
Três dias se passaram desde que Erick deixou seu telefone com Alice. Em nenhum
momento ela ligou. O que trouxe certa ansiedade para os envolvidos diretamente,
embora para Michael o sentimento fosse outro: agouro.
Devido ao excesso de outros casos, alguns prioritários para agência, o chefe ficou
completamente envolvido, esquecendo assim a atenção especial que dava a esse caso
específico. Os dias correram normais. Sua vida seria facilmente arquitetada se não
fosse os traumas passados que ainda arruinavam o seu sono diariamente.
Mais uma noite rolava na cama, suando frio, com as mãos fechadas em punho e
lençóis presos em seus dedos. Em seu sonho via um espelho d’água com várias flores
à mercê enfeitando em diversas cores a superfície. Via-se ajoelhado na borda,
procurando na água seu próprio reflexo no intervalo entre uma flor e outra. Mas com
um ofego, percebeu algo emergir lentamente na água, algo que sempre emergia em
seus sonhos. Seu corpo começou a tremer na cama, ele se debatia ao tentar se
libertar do sonho, mas a lembrança trazida de volta era mais forte. Ela o prendia, o
atormentava, fazendo seu coração saltar freneticamente no peito. O suor descia frio
por seu corpo, ele queria gritar por ajuda, para que a tirassem de lá, mas tudo que ele
conseguia sentir era o ar lhe sufocando. Em debate entre o sonho e a realidade, o
grito saiu mais forte e o som de seu próprio horror lhe acordou. O choro estava em
sua garganta. Levantou, agarrou os cabelos e sentiu as lágrimas inundar sua face.
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Sem conseguir dormir novamente, o dia amanheceu, tomou um banho demorado e

vestiu seu alinhado terno. Hoje sua agenda estava cheia. Ele teria que acompanhar a
investigação das equipes que atuavam nas docas, ouvir o relatório da equipe que
trabalha na fronteira, a qual monitora o cartel de Tijuana, depois conversar um tempo
com Erick sobre as últimas escutas.
Por diversas horas no dia quis sucumbir à depressão ao lembrar-se do sonho, pois
havia um tempo em que não os tinha tão graficamente, aliás, há tempos não dormia
tempo suficiente para sonhar. Pensou, por um instante, em finalmente contar a Rachel
o que tanto o atormentava que mudava completamente seu humor, ou que o impedia
de dormir, no sentido literal, com alguém. No entanto, suspirou, lembrou da última
conversa que teve com sua colega e instantaneamente desistiu. Conformou-se que
depois de seis anos de sonhos repetidos aprendeu a viver com isso, ou pelo menos
deveria aprender.
Ao fim da tarde, exausto, passou duas horas ouvindo com Erick algumas gravações.
Não havia nada novo no que para ele era seu caso principal. Tudo que ele ouviu nas
conversas foram palavras de carinho entre Emmett e suas meninas, portanto a
frustração logo o atingiu.
Mais dias se passaram, exatamente uma semana, e com os dias, seguiram-se rotinas
estressantes. Quarta-feira, para aumentar a turbulência da semana de Edward, uma
denúncia anônima informou iminência de uma negociação alta de êxtase em uma
boate em Beverly hills, o que gerou expectativa na equipe. No entanto, a informação
não chegou com uma data exata, por isso, o chefe ao lembrar que essa boca era
muito próxima à boate de Emmett, cabeceou ele mesmo a equipe que investigaria o
caso.
Por duas noites seguidas não dormiu, usando suas cápsulas de guaraná e bastante
cafeína para manter-se energizado e sem sono. De dia cumpria sua rotina na agencia
e à noite vestia roupas simples e ia para as redondezas da Disc Club, onde ao fim da
noite muitos jovens drogavam-se expostamente nas calçadas. A equipe Alfa e Delta
estavam a postos com ele, disfarçadas.
Na sexta-feira, o chefe encontrava-se cansado das 48 horas sem dormir, mas

mantinha-se em pé, dando exemplo para a equipe, ainda que todas suas células
clamassem por descanso. Por volta de três da manhã daquela noite, um movimento
suspeito lhe chamou a atenção. Emmett saía da casa de festas acompanhado por
quatro homens rumo ao estacionamento VIP. Eles conversavam em russo, o que
impossibilitou o chefe de distinguir o que diziam. No entanto, a hostilidade das
palavras era facilmente lida. Eles pararam, um homem foi jogado ao chão e dois
apontaram a arma. Inconscientemente, Edward ofegou e pôs a mão em sua Glock na
cintura, todavia preferiu esperar.
“QTS, tango.” (Aguardando as ordens, tenente.) Erick, que estava a 45°, perguntou
em linguagem Q de comunicação via rádio, já com sua arma a postos também.
“QRU.” (Nenhuma, por enquanto) Respondeu e continuou sentado atrás da lixeira,

fingindo curtir uma nóia, igualmente os diversos drogados próximos. Aquela era uma
rua lotada de casa de festas, portanto aquele horário o movimento de bêbados e
drogados era contínuo. Notou, em sua visão periférica, Emmett de braços cruzados
enquanto outros dois homens davam chutes no que estava no chão, vociferando o
que parecia ser palavrões em russo, depois o deixaram lá e entraram. O homem que
estava no chão levantou-se, olhou para trás e caminhou rápido em direção contrária à
casa de festas, tirando nesse tempo a poeira que sujou sua calça.
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“Sigam.” O chefe comandou, seus homens se posicionaram e seguiram o rapaz, até

chegar a um beco para finalmente o abordarem. Segundos depois, o chefe virou a
esquina e lhes encontrou. O rapaz abordado encontrava-se encostado na parede com
o nariz sangrando.
“Quem quebrou o nariz dele?” Questionou o chefe, indignado, olhando diretamente

para Erick, que abaixou o olhar, sem querer delatar Michael. O chefe suspirou, ignorou
por um instante o ocorrido e inclinou-se em direção ao suspeito imobilizado por dois
homens.
“Por que aqueles caras te bateram?” Perguntou firmemente, com a mão apontada em
direção à casa de festas. O jovem abaixou o olhar temeroso, sabendo que de qualquer
maneira estava perdido. Todavia, preferiu dissimular, respondendo em uma língua que
ninguém sabia definir qual era. Provavelmente era russo.
O chefe percebeu sua tentativa, fechou as mãos em punho irritado e deu as costas.
Mesmo que a idéia de força na persuasão fosse de encontro à política habitual dele,
não hesitaria em usar medidas escalonadas.
Edward se pronunciou: “Senhor, somos da DEA, Narcóticos, e devo lhe informar

nossos procedimentos...” Disse ainda de costas, enquanto Michael esfregava os
punhos e olhava ameaçador o suspeito. “Podemos ser cordiais, se o senhor colaborar
voluntariamente. No entanto, em situação contrária, usaremos medidas gradativas de
força.” Explicou com os braços cruzados no peito, depois olhou para Michael, que
esperava ansiosamente autorização para desferir um golpe.
O rapaz, com medo, e já machucado, fez careta e assentiu, falando a seguir em nítido
e claro inglês. “Eu ouvi...” Disse baixo. “Ouvi algo sobre a madrugada de sábado para
domingo...” Explicou ofegante.
“Onde?” Edward arregalou os olhos, ansioso.
“Aqui mesmo. Não é grande coisa. É um carregamento de êxtase.” Explicou hesitante.
“Qual o seu nome? E por que te jogaram na rua?”
“Meu nome é David. Eu sou garçom na Sky e passava distraidamente no local quando
ouvi a conversa em russo que me chamou atenção. Er, eu entendo um pouco a
língua.”
Depois de ouvir as explicações, o chefe pediu que Erick pegasse seus dados, anotasse
seu número de telefone, depois o dispensou, avisando antes que a equipe Delta
poderia futuramente entrar em contato.
Após ver o inquirido virar a esquina, olhou pausadamente o rosto de seus

subordinados e viu o reflexo de seu próprio cansaço em seus semblantes, por isso,
depois de conscientizar-se disso, dispensou-os e seguiu para sua casa.
Seus pesadelos tinham voltado com toda força e vinha agora no mínimo espaço de
inconsciência, por isso, nesse fim de madrugava protelaria ao máximo render-se ao
sono. Arrastando os pés pela exaustão, jogou a roupa no cesto, seguiu para o banho,
tomou uma ducha gelada e, ao sair, suspirou esgotado, também tomado pela solidão.
Pôs na boca mais algumas cápsulas de composto de cafeína e guaraná, seguiu para a
sala de TV e assistiu alguns documentários, com um copo fumegante de café com
chocolate na mão, vendo nesse tempo, segundo por segundo daquele fim de
madrugada passar, até que o sol finalmente surgiu no céu.
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Era sábado, e ele costumava caminhar quando necessitava arejar o cérebro e tirar a
ansiedade pré-operação, portanto, desceu pelo elevador, ajustou no rosto os óculos e
o boné, mas antes de sair do prédio, seu telefone tocou.
“Bom dia, Edward.” Era o seu pai, que o cumprimentou dotado de vida.
“Bom dia, pai.”
“Que voz inanimada é essa?”
“Estou exausto.” Confessou. “Não tenho boas noites de sono.” Disse e começou a
caminhar pelo calçadão.
“Então acho que meu telefonema será de bom proveito. Estava pensando em voar
para Nevada. Vamos comigo?” Propôs. “Podemos ver se seu irmão larga um pouco
Maria e vai conosco a Las Vegas.” Disse cheio de empolgação.
O rapaz suspirou e balançou a cabeça. “Eu estou em uma investigação.” Revelou sem
ânimo. “Não posso sair da cidade.” Avistou um banco e sentou-se, já sabendo que a
conversa renderia.
“E essa investigação seria sobre Emmett?” Questionou o pai, preocupado.
“Sim.” Admitiu, olhando nesse tempo para o movimento das ruas. Ouviu um suspiro
audível e longo do outro lado da linha.
“Filho, eu já disse para deixá-lo em paz.” Advertiu austeramente.
“Carlisle, eu nunca conseguirei ser um agente completo se esse caso específico não
for solucionado, você sabe disso.”
“Você não precisa ter essa profissão para ser completo. Se quer fazer justiça, faça
como seu irmão, volte para faculdade e vá para os tribunais acusar. Mas se não, se
prefere julgar, siga a minha carreira. Você não precisa perseguir ninguém para
contribuir para a Justiça no país.” Aconselhou cansado.
“Você acha que eu só faço isso por falta de opção, não?” Retrucou magoado. “Não é,
pai. Eu me realizo com o que faço.”
“Não se realiza.” Rebateu. “Se fosse realizado, estaria levando sua vida adiante como
uma pessoa normal. Diga-me, filho, qual a mulher ou pessoa que conseguiu entrar em
sua vida?”
“Minha vida é meu trabalho. Eu não tenho outra vida.” Resmungou, encostou as
costas no banco e suspirou, sentindo a dor de suas palavras.
“Você pode ter. Saia, abuse da herança que sua mãe deixou, viaje, viva a juventude
que você não viveu.” Aconselhou enérgico, infeliz em ver seu caçula definhar como se
já tivesse cem anos nas costas, como se o próximo passo de sua vida fosse a morte.
Edward suspirou com suas palavras. Queria poder viver sem o sentimento que
comprimia seu peito. “Depois que eu terminar esse caso, vou tentar me desprender
mais. Pode ser que eu viaje com o senhor.”
“Vou acreditar.” Comentou descrente. “Jasper ficará noivo em um mês. Poderíamos ir

juntos, se não nos encontrarmos antes.” Sugeriu, aguardando uma pausa longa de
silêncio pela resposta.
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“Pode ser. Por hoje, deseje-me boa sorte.”
“Se cuida.”
“Até mais, pai.”
Desligou, levantou e seguiu seu trajeto pela praia, sentindo a brisa da manhã em seu
rosto. Mais tarde, pediu comida chinesa, assistiu um documentário sobre Al Capone,
passou a tarde lutando contra o sono, mudando nesse tempo de um canal ao outro,
então a tão esperada hora chegou. Nove horas ele tomou o terceiro banho gelado do
dia para despertar, passou em frente ao espelho e notou que sua aparência estava um
caos. Sua barba não era feita há quatro dias, em volta dos seus olhos tinham olheiras
e seu cabelo já estava sem corte, caindo no olho.
Vestiu uma Calvin jeans escura, ajustou sua arma no coldre do calcanhar direito,
passou um perfume másculo, depois vestiu uma camiseta manga longa preta. Antes
de deixar sua casa, pôs outra arma no bolso interno da jaqueta, recheou os bolsos
com balas de hortelã e cápsulas de guaraná, e enfim seguiu para o local combinado
com sua equipe.
Às 23h00, cada um dos nove integrantes das duas equipes, encontrava-se em seus
postos, usando os suspensórios táticos, jaquetas equipadas, rádios de comunicação e
lanche, onde esperariam a madrugada chegar, observando em todo o tempo o
movimento da rua. Do alto de dois prédios, dois atiradores de elites se posicionavam
para operação, enquanto isso, eram carros importados de um lado ao outro, limusines
luxuosas transportando patricinhas embriagadas, até que depois das três da manhã a
agitação nas ruas diminuiu e um movimento suspeito lhes chamou a atenção: uma
pick-up com logomarca de energéticos encostou-se à área de carga e descarga da
boate de Emmett. No mesmo instante o chefe suspirou, nervoso, lutando bravamente
contra o sono e os reflexos lentos ocasionados pelas 72 horas sem dormir, esfregou
os olhos e acessou o comunicador.
“Echo e Mike.” Chamou Erick e Michael na linguagem policial. Queria testá-los àquela
noite.
“Na escuta.”
“QRV?” Perguntou se estavam preparados. Era a primeira operação direta que Erick
participava. Ele estava nervoso.
“Sim.” Foi Michael quem respondeu.
“QTV?” Perguntou qual a sua localização com relação aos alvos.
“5m direita.”
“Façam busca no QTH, somente busca.” Ordenou e respirou fundo.
Observou os novinhos aproximarem com as mãos nos bolsos, e no mesmo instante

desceram dois homens negros fortes, abriram a lateral da pick-up e pegaram duas
caixas. Sem que o chefe autorizasse, a fim de dar o flagrante, Michael tomou frente e,
com o seu complexo de novinho super-homem, os abordou, imaturamente
atrapalhando o esquema de flagrante antes que a porta lateral da casa de festas fosse
aberta.
O chefe fechou os olhos transtornado com sua ação, principalmente porque ao
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apontarem as armas, o carregador num movimento rápido, golpeou certeiramente

Erick e o imobilizou, tomando sua arma e apontando para sua cabeça, não sem antes
lhe dar uma coronhada que o fez perder os sentidos. No mesmo instante, cinco
agentes envolvidos na operação se manifestaram e cercaram os carregadores com as
9mm empunhadas, fazendo com que ambos levantassem as mãos, rendendo-se.
Preocupado, o chefe inclinou-se em direção a Erick e notou que a coronhada havia

tirado sangue, acima de sua orelha. Imediatamente mudou a freqüência do seu rádio e
conectou a central, pedindo no mesmo instante uma ambulância descaracterizada. Em
seguida olhou enfurecido para os carregadores que permaneciam com as mãos
levantadas no ar.
“Por que golpearam ele?” Perguntou com a voz severa, agora com os carregadores já
sendo algemados.
“Pensamos que era um assalto. Quase sempre sofremos assalto nas madrugadas.”
Explicou o mais gordo deles. O chefe aproximou-se e pegou a 357 de Erick no chão,
analisando-a silenciosamente, enquanto domava sua preocupação. Michael se
intrometeu ao ver o silêncio do chefe.
“Eu vou te queimar agora, seu filho da puta, por se meter com um de nós.” Disse, já
com a arma apontada para a cabeça do atirador. Os antigões que assistiam a cena
cutucaram um ao outro, prendendo o sorriso cético.
“Pode matar!” O moreno o desafiou.
Michael foi pego de surpresa, olhou para os lados e seus colegas o observavam,
curiosos. Aquele não era o método da equipe trabalhar, não era o que aprenderam na
academia, por isso, só observavam, estupefatos, o novinho afobado.
“Cadê a droga?!” Perguntou entre dentes.
“Que droga?” O carregador questionou com a sobrancelha arqueada. Michael

destravou a arma em um som audível e encostou-a na fronte dele, que arregalou os
olhos e engoliu em seco.
“A droga que você veio entregar.” Michael rosnou. Edward só assistia a cena, já
pensando em todas as maneiras de punir o novinho no decorrer da semana. Ele ficaria
longe das ruas pelos próximos milhões de anos.
“Eu não sei de droga, senhor. Os energéticos que eu vim entregar estão no chão e no
carro.” Apontou para baixo.
“O que tem nas caixas?” Inclinou-se e rasgou uma delas, abrindo-as lentamente. Para
surpresa e decepção da equipe, eram realmente energéticos. Michael abriu a outra
caixa, jogou umas garrafas no chão, depois levantou nervoso.
“Eu vou te matar!” Disse irritado e empurrou o carregador.
“Chega!” Edward finalmente se impôs. “Não vai, não!” Encarou-o e, em um

movimento rápido, tomou a arma de Michael, que parecia fora de si. “Você é a Justiça
aqui, Michael. Existe para combater a violência, não para gerá-la.” Citou a frase
comum entre eles, depois suspirou e deu as costas, analisando novamente Erick, que
sangrava. “Laurent e Stephan façam busca na pick-up.” Pediu, agachou-se e olhou
silenciosamente para a porta de carga e descarga da Sky, enquanto isso os agentes
fizeram uma vistoria no carro, não encontrando nada além de energéticos. A
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ambulância chegou, fez o atendimento a Erick, depois o levou de lá.
“Michael, solte as algemas deles, pegue seu carro e vá para casa descansar.” O chefe
ordenou imparcialmente.
“Eu não!” Michael retrucou igual criança. “Eu quero ficar aqui para operação.”
“Michael!” Alertou-o com o olhar. O novinho olhou fulminantemente os carregadores,

bufou, então saiu batendo os pés. A seguir, o chefe olhou educadamente para os
carregadores e lhes dirigiu a palavra. “Senhores, houve uma série de equívocos aqui.
Vocês erraram, nossa equipe errou.” Disse lutando para expulsar o som da frustração
na voz. “Façam o serviço de vocês, depois deixem esse local o mais rápido que
puderem para que continuemos o nosso.” Pediu e fez sinal com a mão para que sua
equipe se espalhasse.
“Tudo certo, seu polícia.” O mais forte deles assentiu, organizou os energéticos que
Michael espalhou, depois bateu na porta amarela e entregaram as dez caixas de
energéticos, enquanto isso o chefe os observava a certa distância.
No instante seguinte, assistiu com os braços cruzados no peito o carro distanciar-se

após a entrega, comunicou-se via rádio com a equipe em seus postos, agora com
sete, contando com os atiradores, e novamente seguiu para o seu posto em um beco
que separava as duas maiores casas de festas da rua. Nos decorrer dos minutos, viu
segundo por segundo daquela madrugada passar, tomou três cápsulas que julgava ser
de guaraná, mas que eram de Somnatrol― o sonífero natural que lhe foi indicado
meses atrás para amenizar sua insônia―, e encostou-se em uma parede.
Conforme as horas passavam, aos poucos sentiu o desapontamento esmagador

alargar em seus sentidos. Vários fatores contribuíram para que a ação não lograsse
êxito. Havia risco dos carregadores ter alertado alguém lá dentro, ou da ação anterior
ter sido observada, ou, em um caso mais provável, que a informação do dia anterior
fosse falsa.
Cansado, sentou no chão, encostou sua cabeça na parede e a falta de vigor pelo sono
acumulou-se cada vez mais intensa.
“Tango, QTZ?” Laurent, o moreno antigão rompeu o silêncio da madrugada e

perguntou se ainda iam seguir com a operação. Nesse instante o chefe percebeu que
houve um lapso temporal em que ele se perdeu entre uma piscada e outra, pois no
seu relógio já marcava 05h40.
“QRT.” Disse que encerrou. “Dispensados.” Suspirou, coçou a testa, encolheu as

pernas e abraçou o joelho. Em cinco minutos eu vou também. Completou só para si.
“QSL. QTX, QRV.” Laurent despediu-se e disse que estaria a disposição.
Em alguns pontos distantes mais colegas acenaram avisando que estavam puxando o
carro. O chefe moveu a cabeça brevemente correspondendo aos gestos, depois
encostou novamente a cabeça na parede e fechou os olhos. Lembrou-se novamente
do motivo que o inspirava a estar ali. Instantaneamente mergulhou na opressão
angustiosa que rodeava sua vida e flashes de instantes passados foram repetidos a
cada instante.
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“Bom dia!!” Bella abraçou Peter, que dormia ao seu lado e acariciou seu cabelo louro.
Ele resmungou, abraçou-se ao travesseiro, mas ela pôs a boca em sua cintura e
plantou beijos alternando com mordidinhas. “Vamos acordar, garotão. Quero ficar um
pouco com você.” Brincou, o garoto, preguiçoso, não abriu os olhos. “Vamos, meu
amor. Quero tomar café com você porque devo passar muito tempo fora hoje.” Avisou
e bagunçou seus cabelos. Ele abriu os olhos azuis e resmungou baixinho, mas ao ver
o sorriso de Bella, rendeu-se e abriu um sorriso largo, cheio de amor. “Mamã!”
Cumprimentou-a sorridente. Era a única palavra que ele falava aos cinco anos de
idade.
Ela sorriu orgulhosa, abriu os braços, ele ficou de joelhos sobre a cama e lhe abraçou.
“Bom dia, bebezão.” Correspondeu ao abraço amorosamente, depois procurou sua

chinelinha ao lado da cama e levou-o ao banheiro para que fizesse sua higiene matinal.
Após estarem prontos, desceram, sentaram-se à mesa e o lanche foi servido.
“Esme, como você sabe, vou sair. Devo voltar somente à tarde.” Avisou enquanto
experimentava um mini bolo de laranja que ela mesma fez no dia anterior.
“Emmett sabe?” Esme perguntou enquanto enchia o copo de Peter com suco.
“Ele sabe que eu faço isso todos os domingos.” Deu de ombros e mordeu mais uma
vez o bolo. “Vou à Santa Lourdes primeiro, depois vou distribuir o que eu preparei
ontem.”
Peter, ao observar Bella, fez linguagem de sinais para que ela o levasse. “Não posso,
bebê. Você vai ficar cansado.” Explicou docemente e apertou sua bochecha. “Prometo
que no próximo domingo eu te levo cedo para a missa das crianças. Tudo bem?”
Ele acenou que sim. Ela levantou da mesa, subiu para o seu quarto, tomou um banho
rápido, vestiu uma calça branca, uma blusa de botão branca com bolero rosa choque,
combinando com a sandália e bolsa rosa, depois desceu. Já na garagem, arrumou
tudo que precisava no carro de Esme, pois o seu Lótus chamava muito atenção,
enquanto isso, Alice lhe observava da porta dos fundos, vendo-a organizar todos os
itens.
“Eu não sei por que você faz isso, Bella.” Comentou sonolenta.
“É bom para mim. Eu li que tudo que você faz de bom para os outros, volta para
você.” Disse e fechou a caixa de frutas. “E eu estou muito feliz. Peter falou. E
justamente palavras se referindo a mim. Portanto, tudo que eu faço tem retornado em
coisas em boas.” Explicou com um sorriso contente, pegou a última caixa no chão e
colocou no porta-malas, fechando-o em seguida. “Estou indo. Até mais tarde.” Acenou
com a mão no ar e entrou no carro, dando imediatamente partida.
O sol das 10h00 já aquecia a rua Spring, ainda que ela fosse protegida por muros das
casas de festas e afunilada em becos. Vários tipos de indivíduos provenientes do
divertimento noturno ainda ocupavam as ruas àquela hora. Eram jovens, ainda
bêbados, conversando alto pela bebida. Alguns tóxico-dependentes alucinados ou
entorpecidos. E entre eles, o chefe encontrava-se dormindo um sono perturbado.
Rendendo-se ao cansaço, no fim da madrugada deixou seu corpo finalmente

descansar ao chão, quando o torpor e a frustração já tinham assaltado seus sentidos.
E agora, mesmo com o sol alcançando sua perna, a previsibilidade de que ele
acordasse era improvável, ainda que estivesse mergulhado num sono transtornado.
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Seus dentes estavam trincados, o suor escorria em sua testa e os flashes das
recordações que sua memória produzia ficavam cada vez mais intensos. Novamente a
cena do lago se repetia em suas lembranças. Via-se ajoelhado em frente a ele olhando
curiosamente o movimento da água, vendo se lá teria algum sinal do que procurava.
Como em todos os sonhos, aproximou seu rosto da água, procurando o intervalo
entre uma flor lilás e outra, quando finalmente o que ele esperava começou a emergir.
O pânico o tomou, seu corpo todo formigava e ele se debatia, tentando se libertar da
imagem. Queria gritar, queria chorar, mas, de novo, estava sufocado, quando seu
sonho finalmente foi interrompido por um tapinha em seu rosto.
“Hei.” Uma voz soou longe, ele rolou os olhos na órbita, queria acordar, mas ainda se
encontrava perdido entre e o sonho e a realidade. “Hei.” Mais dois tapinhas. “Você
está bem?”
Edward sentia o corpo todo tremer, seus tendões encontravam-se rígidos, abriu os
olhos ofegando, mas tudo que via era as imagens distorcidas da água e flores.
“Olhe para mim. Consegue me ver?” A voz se materializou mais próxima, aos poucos
a cor prateada da água transformava-se em um borrado branco, cabelos louros e uma
pele clara. Tentou concentrar o foco, apertou os olhos, mas ainda encontrava-se
torporizado.
“Alucinações.” A garota inferiu, ele não encontrava a própria voz. “Você deve ter
usado muito tóxico.” Disse e deu mais dois tapinhas em seu rosto. Ele queria
responder, mas o remédio que tomou, por engano, adicionado ao sono acumulado, o
prendia no estado tórpido.
“Nunca te vi por aqui.” Ela disse num tom leve e pegou uma garrafa de água em sua
bolsinha. “Nunca te disseram para nunca curtir a lombra sozinho não?” Disse
retoricamente, certa de que ele nem ao menos entendia o que falava, abriu a tampa da
garrafa e encostou-a na boca dele. “Tente beber um pouco. Se você tomou êxtase seu
corpo deve estar necessitado de água.” Ditou, ajoelhou-se mais próxima e tentou
segurar sua cabeça para que ele bebesse a água. Ele não tomou. “É a sua primeira
vez?” Perguntou curiosa, enquanto ele a olhava com os olhos arregalados, buscando
foco. Ele não podia responder. Estava um pouco mortificado, um pouco em choque,
depois levou a mão ao ar e tentou tocar no rosto da garota. Será que aquelas pétalas
que via realmente estavam em volta de seu cabelo, pensou atordoado. Será que tinha
acordado ou o seu pesadelo transformou-se radicalmente, já que ainda via tudo
distorcido?
A garota sentou-se ao seu lado, segurou seu queixo firmemente, e o obrigou, a força,
tomar a água, igual costumava fazer com seu garoto quando queria que ele tomasse
remédio. Ele tomou um pouco, forçou o braço no chão e tentou levantar-se. Após
estar sentado, apoiou a cabeça na parede e sentiu tudo rodar, com o foco novamente
sendo perdido, os olhos ainda tentando forçadamente acostumar com a claridade. A
garota olhou seu rosto atordoado, fez uma careta e mais dois tapinhas lhe foi dado.
“Uh, tudo bem.” Ele resmungou baixo, arrancando instantaneamente um sorriso da

garota, que forçou a garrafa de água ao encontro de sua boca.
“Você tem um semblante familiar.” Ela comentou e cerrou os olhos, analisando o rosto
cansado do homem, cheio de olheiras, com a barba por fazer. “Não sei...” Segurou a
pálpebra dele e abriu forçadamente seus olhos que continuavam fechando-se pela
sonolência. Depois bufou irritada, chateada pela falta de êxito na assimilação. “Talvez
pela sua idade você seja amigo do...” Comentou mais para si, ainda olhando o rosto
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dele. “Não sei... Esses cílios longos, esses olhos azuis...” Continuou distraída, depois
olhou para sua direita e percebeu os outros jovens da pastoral dando assistência a
outros.
Imediatamente lembrou-se de voltar ao seu trabalho, puxou a manga da camiseta do

homem e analisou as veias do braço. No mesmo instante concluiu que ele devia ser
principiante, pois não tinha picadas e nem resto de pó em seu nariz, portanto
provavelmente suas alucinações fossem por excesso de êxtase, já que ele não
cheirava a bebida, nem tinha cara de quem compraria drogas baratas como crack.
Por uns segundos, pensou nas possibilidades que podiam ter levado uma pessoa tão
bem vestida e com cheiro bom a entrar em algo assim. Muitas pessoas procuram
drogas por causa do vazio em suas vidas, ou por frustrações, ou mesmo por tentar
ostentar uma personalidade a qual não tem, como: tentar ser desinibido, ter alto
astral, ser engraçado. Ela queria muito saber qual teria sido o motivo dele, afinal, essa
era uma pergunta que ela sempre fazia a quem ajudava. Cautelosamente, olhou seu
rosto e inferiu que com cuidado e atenção, podia ser que ele se recuperasse e não
voltasse a procurar tóxicos futuramente, assim como alguns amigos dela da pastoral.
Portanto, decidiu após muito pensar que iria fazer algo por esse rapaz: ajudá-lo-ia.
“Tem um telefone de alguém que eu possa ligar para vir te buscar?” Perguntou e abriu
sua outra pálpebra, já disposta a dar mais tapinhas em seu rosto. Ele balançou a
cabeça em negativa, insensível, incapaz de discernir realidade e sonho. Estava tão
confuso. “Espera um pouco.” Ela disse com uma idéia brilhando, pôs a mão
despreocupada no bolso da calça dele e encontrou ali seu celular. “Venha, levante-se.”
Forçou-o pela mão, como uma criança puxando um gigante, ele olhou-a com olhos
miúdos, como se quisesse decifrar a assombração, forçou suas costas na parede e
tentou levantar, sendo ajudado por ela até apoiar-se nas pernas, ainda encostado a
parede. “Apóie-se em mim.” Ofereceu seu ombro, ele apoiou o braço e escondeu o
rosto do sol em seu cabelo, ou melhor, na divisa do seu pescoço, apoiado com todo
peso nela. “Poxa, você tem que ajudar. É muito pesado!” Reclamou, enquanto
caminhavam até o carro dela.
“Você o conhece, flor?” Daniel, que estava perto, perguntou preocupado.
“Sim. Ele é amigo da família.” Mentiu num impulso, pois sabia o quanto Daniel se
sentia possessivo com ela. O rapaz a ajudou abrindo a porta do passageiro e o chefe
sentou, encostando imediatamente a cabeça no encosto. “Pega a jaqueta dele lá para
mim.” Ela pediu, o rapaz seguiu até o muro e inclinou-se para pegar a jaqueta que
serviu de almofada para a cabeça do chefe. Todavia, quando a tirou do chão,
encontrou o rádio de comunicação desligado, depois caiu do bolso dois cartuchos do
que aparentemente era de pistola. Por um segundo, ele arregalou os olhos, no
entanto, instantaneamente lembrou que ela disse que se tratava de um amigo da
família, por isso, deduziu que ela sabia de quem se tratava, mesmo que fosse alguém
de alta periculosidade. Um pouco preocupado, mas sem querer se meter, colocou os
itens no bolso e entregou a jaqueta para ela.
“Tira o restante das caixas do porta-malas.” Ela pediu a Daniel. “Domingo que vem
nos encontramos de novo.” Deu uma piscada para o garoto, entrou no carro e olhou
para o celular do homem ao seu lado, que voltou a dormir pesadamente.
Determinada, olhou as últimas ligações que o homem recebeu, encontrou, animada, o

nome ‘pai’ e ponderou por uns segundos se apertava send ou não. Com uma careta
resolveu que não, afinal o que ela falaria para o pai? Que encontrou seu filho caído na
rua? Não. Não mesmo. Depois de tomar essa decisão, olhou na agenda e procurou
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por mais nomes, notando ser uma agenda muito limitada. Só tinha mais um nome,
Jasper. Olhou novamente as ligações e procurou ver se encontrava ligações repetidas
desse Jasper, ou de mulheres. No entanto, percebeu frustrada que ele só recebia
ligações do pai. Por fim, resolveu ligar para ele mesmo.
“Edward?” O pai do tenente perguntou surpreso por receber uma ligação do filho. Mais
ainda por ser em pleno domingo de manhã.
“Oi...” A garota cumprimentou sem jeito, agora argumentando onde em sua brilhante
idéia tinha planejado qual desculpa dar.
“Quem fala?”
“Er... Bella.” Sussurrou insegura, deu partida no carro e ligou o ar condicionado, ainda
sem mover o carro de lugar, pois não sabia que rumo tomar.
“Está tudo bem? Edward está aí?” Perguntou preocupado.
“Então...” Ela mordeu os lábios e olhou para o homem indolente ao seu lado. “Er, eu
sou uma conhecida do seu filho, ele bebeu um pouco além da conta e eu gostaria de
levá-lo em casa.” Balbuciou. “Só que eu não sei o endereço dele. O senhor poderia me
informar?”
Carlisle pausou um tempo calado do outro lado da linha, analisando o que a voz
feminina disse. Sabia que seu filho não bebia, pior ainda para ficar em situação ébria,
logo sua preocupação alcançou o pico.
“Anota o endereço, por favor.” Disse em um sussurro, já olhando no relógio e

calculando em quanto tempo chegaria ao apartamento do filho.
Bella achou uma caderneta de anotações no porta luvas, anotou o telefone, sempre
adicionando todas as informações possíveis para chegar, depois partiu da rua Spring,
ainda com o juiz ao telefone.
“Filha, o que você disse que era dele mesmo?” Perguntou antes de se despedir.
“Nada. Er, eu o conheci por aqui.” Explicou. “Só que não queria deixá-lo onde estava.”
Disse amistosamente, aos poucos se sentindo mais a vontade com o pai do rapaz.
“Então obrigado, moça. Meu nome é Carlisle. Se você estiver na casa dele quando eu
chegar, a gente se vê.”
“Ah, sim senhor. Até mais.”
Disse e seguiu para os prédios próximos a praia de Malibu. As ruas eram

desconhecidas, ela ia muito pouco lá. Mesmo assim, como o pai do rapaz tinha lhe
informado os meios fáceis de chegar, rapidamente encontrou o prédio beira-mar
luxuoso que ele morava.
“Hei, chegamos.” Informou, inclinou-se no banco e deu mais tapinhas delicados em

seu rosto, sentindo novamente o perfume másculo que exalava dele.
“Para de me bater, porra.” Resmungou, de olhos fechados.
Ela encostou os dedos nos olhos dele e tentou abrir novamente, achando tudo
divertido. “Olha para mim.” Mudou a posição no banco, ficando sobre o joelho, quase
em cima dele. “Você acha que eu consigo te levar lá para cima?” Perguntou como se
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falasse com Peter. “Vamos! Larga de moleza!” Mais dois tapinhas, ele fez careta, mas
não abriu os olhos.
Frustrada, viu que ele continuava letárgico, desceu do carro e rodeou até a porta do
passageiro. “Moço.” Chamou o porteiro que estava próximo. “Você pode me ajudar?”
Disse apontando para o homem no banco. O porteiro logo o reconheceu,
aproximou-se e olhou a garota de cima abaixo.
“O que ele é seu?” Perguntou curioso, analisando nesse tempo o rosto adolescente da
garota.
“Meu, er, parente.” Respondeu imediatamente, sem saber que outra desculpa dar
naquela situação.
“Seu tio?” O porteiro sugeriu e deu um olhar malicioso.
“Er... sim, tio.” Concordou balançando a cabeça. “O senhor me ajuda a levar ele lá
para cima?” Adiantou-se, ao perceber o modo fantasioso como o homem a olhava.
“Sim.” O moço se inclinou e fez força para levantar Edward.
“Ajuda ae, tio.” Ela gracejou com um tapinha em Edward e ajudou o homem, pegou a
jaqueta no banco e se pôs do outro lado, apoiando o braço de Edward em seu ombro
para que andassem.
Pegaram o elevador, chegaram ao andar indicado pelo pai, ela viu um chaveiro
pendurado na calça de Edward, pegou-o e girou uma chave na porta. Em seguida a
porta se abriu.
“Vamos colocá-lo aqui no sofá mesmo.” Avisou, dirigiram-se até o sofá e acomodaram
o homem deitado. “Obrigada.” Agradeceu.
“Não há de que.” Respondeu, olhou-a uma última vez, deu as costas e saiu do
apartamento.
Ela fechou a porta, perguntando-se o que fazia ali, tirou as sandálias que já
machucavam o seu pé, depois se sentou no tapete.
“Seu apartamento é legal.” Disse e olhou em volta, analisando a decoração de cor

cinza em toda sala. “Para um apartamento de um homem, é bastante arrumado.”
Comentou e levantou. “Faltam fotos e quadros espalhados pela casa, talvez um vaso
de flores.” Caminhou até a cozinha. “Será que você já usou essa cozinha alguma vez?”
Perguntou ciente de que ele não podia responder, pois seu estado sonolento já o tinha
tomado. Seguiu para o corredor e avistou os quartos, deduzindo imediatamente qual
era o dele. “Nossa, o AP todo é cinza!” Ofegou e sentou-se na cama, levantando e
sentando algumas vezes para testar a densidade da super king. “Legal sua cama.
Sabia que as cores que enfeitam o local que vivemos dizem tudo sobre como está
dentro de nós?” Comentou, levantou e caminhou até o banheiro do quarto. “Vamos
descobrir quem é você...” Disse e olhou para o balcão, inclinou-se e pegou um frasco
de perfume. “Perfume cítrico.” Borrifou um pouco no braço e inalou longamente.
“Bom. Tem o mesmo cheiro que você. Humph, lógico né, Bella, é dele!” Revirou os
olhos para si e sorriu, depois analisou os itens para barba. “Você devia usar isso aqui
de vez em quando, viu tio.” Disse com um risinho, apontando a loção em direção a
sala. Segundos depois se criticou pelo comentário bobo e abriu a gaveta,
surpreendendo-se instantaneamente com o que viu. Tinha frascos e mais frascos de
remédios, o que ela deduziu que fossem antidepressivos e drogas para insônia, pelo
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rótulo. Queria gritar ao ver aquilo. Se seu novo paciente fosse um viciado em
antidepressivos, seu trabalho com ele estava fadado ao fracasso, pensou. No entanto,
imediatamente lembrou-se de seu amigo Daniel. Se ele era um viciado em crack e
houve recuperação, por que para esse riquinho aqui não teria? Tudo bem que Daniel
era um adolescente que quis se recuperar, mas e se esse homem aqui fosse um
abandonado pela namorada, frustrado, que não tivesse atrás de recuperação? Seu
trabalho seria em vão, suspirou derrotada.
Sem deixar-se abater pelo raciocínio totalmente fundamentado, abriu os frascos,

levantou, determinada, a tampa do sanitário e despejou ali todo conteúdo. Ela faria
um trabalho completo de desintoxicação e domínio da mente no rapaz. Não deixaria
espaços para recaídas com tentações tão próximas.
Ouviu resmungos, alguém se debatendo, caminhou de volta para sala e o rapaz se

encontrava do mesmo modo como ela o tinha encontrado pela manhã, com os punhos
fechados, o suor escorrendo na testa e o semblante meio contorcido. Imaginou que
aquilo fosse resultado das alucinações, sintoma de mistura de drogas, ou talvez
fossem espasmos lançados pelo cérebro com abstinência, já pedindo a próxima dose.
No fundo ela sabia mesmo. Estava até confusa com que tipo de droga ele tinha usado,
afinal, até onde ela sabia êxtase tirava o sono, não o contrário. Todavia imaginou que
ele realmente tivesse misturado drogas, já que encontrou tantos remédios em sua
gaveta.
Preocupada, ajoelhou-se no tapete e pôs a mão em sua testa. “Hei, está tudo bem.
Vai passar.” Sussurrou, compadecida por seu semblante, mergulhou os dedos em seu
cabelo e tentou acalmá-lo. “Shiu, acalme-se.” Tirou seu bolero rosa e secou o suor
que descia na testa do homem. “Acorda, vai. Um banho frio lhe faria bem... Ou uma
fruta.” Disse carinhosamente. “Devo lhe dizer que quando encontrei o Daniel ele
estava muito pior que você. Hoje ele nos ajuda na pastoral. Então tem chance para
você.” Disse sussurrado, com uma crescente pena ganhando espaço em seu
complacente coração. Ela ainda se perguntava como um homem que aparentemente
tinha tudo podia ter entrado nesse mundo de ilusões. “Daqui a pouco seu pai deve
chegar para cuidar de você.” Explicou mais para si e olhou no relógio, conferindo ser
meio-dia.
Aos poucos a respiração do homem em sua frente normalizou conforme ela mexia em
seu cabelo. Em seu sonho, Edward se via em frente ao lago, ajoelhado, mas um cheiro
forte de flores e chiclete tirava sua concentração no reflexo que ele procurava entre as
flores que se encontravam à mercê. Ele queria respirar mais profundo para saber de
onde vinha o cheiro. Parecia o cheiro de Rosalie, misturado com os jardins de sua
mãe. Fechou os olhos, desviou o foco da água, esquecendo por um instante o que
procurava nela, deitou de costas na beira do lago e inspirou profundamente,
entregando-se àquele perfume.
Bella olhou no relógio depois de um longo tempo sentada no tapete com a cabeça
apoiada no braço, levantou, caminhou até a cozinha e abriu a geladeira. “Argh,
conservados!” Fez careta ao ver o conteúdo, abriu o congelador e deparou-se com
snacks e lasanhas congeladas. “Cadê as frutas e produtos naturais dessa casa?”
Bronqueou, brincalhona. “Desisto.” Fechou a geladeira, olhou para um balcão de
mármore e tinha cereais.“Pelo menos isso. Eu estou com fome.” Sentou-se à mesa e
derramou os cereais em um prato.
“Sabe, o Daniel é pobre. Eu posso dizer que ele tinha motivos de ter entrado nessa,
afinal, nem comida tinha na casa dele, mas você parece ser tão bem de vida.”
Comentou sozinha, olhando para todos os móveis da cozinha. Tudo em inox,
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impecável. Terminou de comer, voltou para sala e o rapaz dormia tranquilamente,

agora de lado, com o rosto escondido nas almofadas. “É, acho que eu já vou.” Disse a
avistou o celular dele no chão próximo ao sofá. Caminhou até ele, sorriu com a idéia
que teve e levantou o celular em sua frente, fazendo uma pose com um biquinho, uma
piscada e dois dedinhos em v. Tirou três fotos, escolheu a melhor, gravou, depois
adicionou seu próprio número, colocando em seguida o nome Bella, que tocaria ao
som da música que ela baixava. Após isso, fez uma ligação, que tocou em seu bolso,
atendeu, tirou várias fotos do homem dormindo de costas e adicionou o nome tio,
rindo automaticamente do apelido que deu para seu novo cuidando.
“Agora já vou. Acho que você vai ficar bem.” Disse e deu mais uma olhada na sala.
“Eu sei que devia esperar seu pai, mas já são quase duas horas e eu devo ir para
casa.” Explicou com uma careta. “Vou fazer assim, para facilitar, deixarei a porta
semi-aberta, tudo bem?” Levantou o polegar no ar, o homem que dormia de costas
para ela não podia nunca dar a resposta que ela esperava. Ela sabia disso, deu uns
passos para trás, e abriu a porta. “Até mais.” E saiu, fechando a porta atrás de si.
Ao entrar no elevador, deparou-se com um homem louro, olhos azuis e sorriso

simpático. “Boa tarde, senhor.” Cumprimentou antes de entrar, abrindo antes o
caminho para que ele descesse naquele andar.
“Boa tarde, mocinha.” Sorriu educadamente e desceu. Ela observou o homem meia
idade, vestindo uma gola pólo branca, bermuda creme e tênis branco ir direto para a
porta do apartamento que ela tinha acabado de sair. Analisou-o da cabeça aos pés,
desacreditada que aquele fosse o pai do rapaz, afinal, o pai tinha a aparência muito
melhor, sem roxo em volta dos olhos, pele barbeada, sorriso simpático. A porta do
elevador fechou, ela preferiu não falar nada com aquele que provavelmente seria o pai
e desceu, assim se livraria de explicar para o pai que o filho era um viciado.
Segunda-feira, os agentes da Divisão de Narcóticos em L.A. encontravam-se

apreensivos na sala de reuniões aguardando as ordens do dia de missão especial,
enquanto esperavam um chefe mal humorado e, certamente, frustrado pela
eventualidade da operação de sábado, principalmente por ele ter participado de forma
tão estreita da operação e, mesmo assim, ela ter tido mau êxito. Entretanto, para total
surpresa da equipe, ao entrar na sessão com seu terno preto impecavelmente
alinhado, o cabelo fixado por um spray e sua barba bem feita, o chefe deu um bom dia
agradável, sentou-se na ponta da mesa oval e colocou uma embalagem de Donuts
sobre a mesa.
“Pelo jeito algo de bom aconteceu no seu fim de semana.” Erick comentou e abriu a
embalagem, pegando a seguir uma rosquinha de chocolate.
“O puxa-saco começou.” Michael resmungou com Stephan, estendeu o braço e

alcançou uma rosquinha.
“Nada demais.” O chefe comentou sorrindo, ainda lembrando o sono tranqüilo que
teve, olhou por um segundo para Erick e sentiu-se aliviado pelo rapaz estar bem,
mesmo que tivesse com um curativo acima da orelha. “Bom, agentes, equipe Bravo
para San Diego; equipe Charlie verificar denúncia de plantação de Cannabis; equipe
Echo para as proximidades das docas; equipe Alfa e Delta, ficaremos de plantão no
administrativo enquanto fazemos uma varredura nas escutas.” Estipulou enquanto
conferia uns papéis em sua mesa.
“Ai, que merda, eu não queria ficar preso aqui.” Michael resmungou no ouvido de
Stephan, ao seu lado. “Eu quero sair dessa equipe. Só tem CDF de merda. Eu resolvi
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vir para cá foi para ir para as ruas, não para ficar preso na Divisão.”
“Ah, Michael...?” Voltou-se para o novinho. “Vou ligar na academia na Virginia para
que você passe duas semanas lá tendo aula teórica para iniciantes sobre hierarquia,
urbanidade e procedimentos éticos na abordagem.” Disse com um risinho, depois
continuou. “No mais, estão dispensados. Façam seus horários. Tenham uma boa
semana. Nos encontramos na quinta à tarde para o relatório.” Avisou e se levantou,
tendo instantaneamente sua atenção tirada para uma mensagem que vibrou em seu
celular. Curioso, distraiu-se, abriu a tela e parte de um rosto desconhecido apareceu
na tela mandando beijo, com uma piscada. Fez uma careta atônico uns segundos,
mas ao notar que as atenções estavam voltadas para ele, abriu logo a tela e leu a
mensagem.
Bom dia. Espero que tenha acordado bem. Beba bastante água e coma frutas.
Para alegrar o seu dia, segue uma mensagem de um pensador importante:
Embora ninguém possa voltar atrás e fazer um novo começo, qualquer um
pode começar agora e fazer um novo fim. C.X.
Após ler, ficou em choque uns segundos, tentando nesse tempo decifrar o motivo da
mensagem. Só podia ser uma brincadeira de seus colegas, anuiu, por isso levantou os
olhos e estudou seus subordinados. Todavia, o semblante desentendido da equipe
mostrou-lhe que não sabiam do que se travava. Novamente, abriu a tela, acessou a
foto da pessoa que lhe enviou, e um flash de lembrança passou pela sua mente.
Cabelo louro, olhos verdes, pele creme...
“Mantenham os telefones funcionais ligados para emergência.” Voltou-se novamente

para a equipe, depois se virou para Erick. “Yorkie, acompanhe-me à minha sala.”
Chamou, deu as costas para a equipe e entrou em sua sala, sendo seguido por seu
amigo com alta capacidade em decifrar lógica de linhas de comunicação. Sentou-se à
sua mesa, abriu novamente a tela e leu novamente.
“Qual o problema, chefe?” Erick perguntou e sentou-se na cadeira à frente dele.
“Espere um pouco.” Edward pediu com a palma da mão no ar, discou o número que
lhe enviou a mensagem e esperou dois toques.
“Bom dia, tio!” A voz feminina atendeu-o entusiasmada.
Ele cerrou os olhos e olhou novamente para a tela, completamente confuso com o
cumprimento. “Quem é você?” Perguntou perplexo.
“Bella.” Disse com um sorriso. “Mundialmente, internacionalmente conhecida como

Flor. Agora sua cuidadora.” Disse simplesmente, completamente graciosa. “Sou a
pessoa que vai te trazer para luz.” Ela mesma riu do seu comentário, o qual provocou
um sorriso incrédulo em Edward, ao mesmo tempo em que balançava a cabeça e
olhava Erick, desconfiado.
“Essa foi boa, menina, mas não tem graça. Foi minha equipe, não foi, quem te
contratou para me passar um trote?” Inquiriu, certo pelo timbre de voz que ela era
uma adolescente.
“Um trote?” Questionou a garota, confusa. “Não. Eles não falaram comigo sobre o
trote. Poxa, mas que belos amigos você tem. Fizeram um trote depois te largaram no
meio da rua!” Censurou indignada. “Sorte sua que eu te encontrei e te levei para casa.
Se não, você ficaria naquele sol quente o dia inteiro. Noiado como você estava, eu
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acho difícil que você conseguisse ir sozinho.” Disse séria. Edward tapou o fone,
conectou o celular dele ao cabo USB e fez sinal que Erick rastreasse.
“Como você me levou para casa?” Perguntou só para estender a conversa.
“Eu liguei para o seu pai e ele deu o endereço. Quem mais poderia dar? Achei tão
estranho. Você não tem amigos, não? Na sua agenda só tinha dois contatos. Sabia
que na minha agenda tenho mais de quinhentos contatos?” Tagarelou
incansavelmente. “Mas também, são meus amigos e os amigos da Lice. Acredita que
às vezes converso com pessoas que eu nem sei quem é? Mas e você, por que você só
tem dois contatos em sua agenda?”
Abismado com a espontaneidade da garota que conversava como se fossem amigos

de longas datas, olhou para Erick, e este fez sinal que ele prosseguisse por mais
alguns segundos. “Não são meus únicos contatos. Você deve ter mexido no meu
telefone particular.” Explicou desatento, olhando para a tela do computador que
começava a projetar um mapa.
“Ainda bem que seu pai foi bem legal. Ele me deu o endereço e o porteiro do seu
prédio me ajudou a subir com você. Quer saber? Eu não queria ter amigos como os
seus. Você estava muito mal. Podia pegar uma insolação, sabia?”
“Pronto.” Erick avisou, o chefe tapou novamente a entrada e questionou todos os

dados. Erick respondeu. “O número do telefone tem o nome do dono bloqueado. Ela
está em uma escola Junior. Ou é uma professora ou tem no máximo quatorze anos.”
Respondeu rápido, olhando ainda para a tela do notebook.
O chefe abriu e fechou a boca várias vezes, sem palavras, ciente de que ela não era
uma professora pelo timbre de voz, portanto seria a opção número dois. Curioso em
saber qual era a dela, recomeçou o diálogo. “Como eu estava quando você me...
encontrou?”
“Eu já disse: malzão. Estava tremendo muito, suado. Achei que você estivesse tendo
uma convulsão.”
Ele fechou os olhos, esfregou a fronte e encostou a cabeça na cadeira, aos poucos se
permitindo acreditar no que a garota dizia. “Que horas você me encontrou?”
Perguntou, lembrando-se automaticamente de ter dormido na rua e acordado em
casa.
Podia lembrar-se do modo como acordou na madrugada de hoje. Sentia-se suspenso

entre o plano material e o sono. Queria acordar, mas não conseguia. Era como se
ainda estivesse deitado na beira do rio, sentindo a brisa, em um espaço temporal
inexplicável. O cheiro estava impregnado em seu nariz. Movia-se, tentava focalizar,
mas ainda estava entorpecido. Alongou um pouco, esticou os braços e sentiu uma dor
latente no pescoço e costas. Instantaneamente fez uma careta para a dor, abriu os
olhos, bocejou e notou que não estava no local onde lembrava estar. Tudo estava
escuro ao redor, mas absurdamente familiar. Ainda espreguiçando, sentou, notou
estar em casa, olhou para o sofá e avistou um pano rosa, estranhando
automaticamente aquela peça. Recolheu-a, seguiu para o seu quarto, jogou-a em uma
gaveta, depois olhou as horas na parede. 05h30 da manhã. Confuso, perguntou-se
quem o trouxe da missão para casa, no entanto, sem respostas, seguiu para o banho,
demorou um tempo distendendo os músculos com água morna, meia hora depois
saiu. Foi simplesmente entrar na cozinha, percebeu que outra pessoa tinha passado
por lá. O pacote de cereais encontrava-se um pouco afastado do local habitual, tinha
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dois farelos no chão e, por fim, tinha um prato e colher sujos no balcão. Era certeza
que alguém tinha passado por sua casa. Após tomar nota disso, a primeira atitude que
teve foi ir à sala conferir a porta. Ela encontrava-se trancada e tinha um bilhete de seu
pai que dizia: estive aqui. Segunda, conversaremos sobre hoje. Confuso, fez a barba,
vestiu o terno e foi buscar seu carro que deduziu estar na rua Spring, já que
imaginava que um de seus colegas veio lhe trazer em casa.
“Tio, porque está tão calado?” A garota chamou sua atenção, gracejando. “Ainda não
acredita em mim?” Questionou aparentemente insatisfeita pela desconfiança. “Espera
ae que eu vou mandar umas fotos suas tiradas no seu apartamento.” Avisou e
desligou sem despedir-se. No instante a seguir, chegou três fotos dele abraçado ao
travesseiro em sono profundo, o bolero rosa em seu rosto e a boca aberta.
“O que foi, chefe?” Erick perguntou curioso ao ver o semblante chocado do chefe.
“Deixe-me ver.” Pediu, já com a mão estendida para ver as fotos.
“Não!” Puxou o celular bruscamente, buscou o número da garota e pensou, por um

instante, em tudo que aconteceu, só então analisando a hipótese de ter sido realmente
afetado por um sintoma decorrente de ter passado alguns dias sem dormir, que
ocasionou em alterações da fisiologia do seu sono. Ao obter certeza, suspirou, apertou
send e ligou mais uma vez para a garota.
“Er... Bella?” Perguntou hesitante, lembrando ser esse o nome que ela colocou na tela
do blackberry.
“Pois não?” Respondeu com arzinho maquiavélico, certa de que dessa vez ele
acreditou nela.
“Como eu posso lhe agradecer?”
“Hmmm, deixe-me pensar...” Riu triunfante, internamente satisfeita, e deu uma

pausa, pensativa. “Em primeiro lugar, eu quero minha blusa de volta.”
“Sua blusa?” Cerrou os olhos.
“Sim, essa que você dormia agarradinho.” Brincou traquinamente.
“Tá, só isso?”
“Lógico que não. Você é muito pesado, sabia? Além disso, quase que eu passei fome
na sua casa. Portanto, sua dívida comigo é grande.” Sorriu divertida.
“E como eu pagaria? Quer um passaporte para Disneylândia?” Ironizou.
“Bem que eu queria ir lá. Faz alguns meses que não vou.” Respondeu distraidamente,
sem perceber a ironia em sua voz. “Mas isso não é sobre mim, é sobre você, portanto
quero que você entre em um programa de recuperação para viciados como
pagamento de sua dívida comigo.” Disse em um fôlego só, em um tom mais baixo,
sentindo-se um pouco receosa com sua aceitação. Sabia que podia ser que ele não
quisesse mudar. E se realmente ele não quisesse, não poderia fazer nada.
“Mas eu não sou um viciado!” Retrucou na defensiva.
“O primeiro passo para recuperação é assumir, sabia?” Censurou, séria. “Mas eu te

entendo. Já lidei com muitos do seu tipo. Vamos combinar assim: será um programa
de troca mútua. Eu te insiro no programa e você me dá sua recuperação.”
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“Mas eu não preciso me recuperar de nada.” Relutou impaciente, balançando a cabeça

em todo o tempo.
“Shiu, sem mas!” Interrompeu-o astuciosamente. “Vou te mandar todos os dias

mensagens de otimismo para que você volte a acreditar em você. Então nos
encontramos sábado e eu vou te ensinar a buscar a paz interior para que você não
tenha necessidade de buscar a paz nos tóxicos, tudo bem?”
“Eu não sou viciado.” Tentou mais uma vez, agora em um fio de voz, completamente
desacreditado da situação.
“Ah, não? E aquele tanto de drogas que tinha no seu banheiro?” Provocou, ele abriu a
boca chocado com sua petulância, mas antes que ele falasse algo, ela continuou.
“Admita, tio, que precisa de uma ajuda. E não compre mais aquele tipo de remédio!”
Ditou, ambos ficaram calados, em seguida o chefe ofegou.
“Mais alguma coisa, mestra?” Ironizou, ainda chocado com o modo atrevido da
garota.
“Não. Por hoje não. Só quero que coma frutas. Elas inibem os efeitos colaterais.”
Explicou inocentemente, sem perceber de novo que na verdade o chefe gracejava com
sua cara. “Dê preferência às vermelhas.”
Ele não pode evitar rir. Era hilária aquela situação. Queria somente agradecer, e aquela
garota impunha um monte de regras! Isso não podia estar acontecendo.
“Ok, mais alguma coisa?” Queria ver até a garota absurda iria.
“Você faz atividade física?”
“Sim. Bicicleta, caminhada e musculação.” Respondeu distraído, recebendo nesse

instante o olhar atencioso de Erick ao ver sua passividade.
“Então em breve iremos incluir em suas atividades diárias outro exercício. O exercício
da mente. Mas antes disso eu tenho que passar algum tempinho com você para te
ensinar a fazer isso. Até mais. Tenho que desligar. Estou na Educação Física.” E
desligou.
O chefe ainda ficou abismado um tempo, com Erick observando-o, depois sentou e
ligou para o seu pai, que confirmou a história, deixando-o mais preocupado com o que
aconteceu. Ele tinha que se cuidar mais. Não iria permitir que um lapso desses
acontecesse novamente em uma missão.
A semana se passou de modo normal para Edward, a não ser pelo fato de todos os
dias em horários aleatórios receber mensagens de otimismo. No segundo dia que
recebeu, reagiu indiferente, acreditando que com o passar dos dias a garota iria
desistir e parar de mandar. No entanto, não aconteceu. Quarta-feira ele não recebeu
só uma mensagem, mas duas. Maçado com a insistência, perguntava-se: de onde
essa garota tirou a idéia de que ele precisava de motivação?
Os pesadelos continuavam em suas noites de sono, ou melhor, quando conseguia

dormir. Alguns flashes eram mais tensos, alguns mais brandos, e a insônia sempre o
atormentava. Sempre antes de dormir tinha que passar pelo processo de distância da
cafeína, distância de coca-cola e de preferência que deitasse antes de uma da manhã,
assim, talvez ele conseguisse pelo menos descansar algumas horas. Mas como em um
filme, quando estava no sono da madrugada, os reflexos de água e das flores se
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repetiam em sua mente.
Quinta-feira, surpreendentemente, até às cinco da tarde não tinha chegado nenhuma

mensagem, o que ele estranhou, mas ao mesmo tempo se sentiu aliviado. Imaginou
que a garota finalmente tivesse desistido de atormentá-lo.
Estava na reunião semanal onde todos os lideres de equipe expunham os resultados

da semana, com flagrantes de distribuição de maconha em bocas, estouro de
pequenos laboratórios clandestinos, para finalmente chegar ao assunto que muito
interessava ao chefe.
“Eu tenho uma nova sobre Emmett MacCarty.” Começou Laurent, despertando
automaticamente um olhar atencioso do chefe. Ele continuou. “De acordo com um de
meus informantes, MacCarty trabalha em uma nova droga.”
Erick interrompeu. “Ele é Engenheiro bioquímico. Tem licença para manipular e

pesquisar novas drogas.” Disse com um dar de ombros e olhou de canto para o chefe,
recebendo dele um olhar questionador. “O quê? Você sabe que inclusive ele assina
duas patentes.”
Edward fez uma careta e retrucou: “Patentes essas que suspeitamos que ele
conseguiu por meios ilegais.”
Erick ignorou o estado carrancudo do chefe e prosseguiu. “Não temos provas.”

Lembrou, alertando-o com o olhar que suas visões pessoais não deveriam ser
difundidas, pois se todos já achavam ter certa perseguição pessoal do chefe com
Emmett, com suas opiniões sem provas pioraria tudo.
O chefe fez sinal para que Laurent prosseguisse, mas a reunião foi interrompida por
um toque estridente de celular com uma música da Britney Spears. Break in the ice.
“Vamos desligar os telefones nas reuniões, senhores.” Censurou com uma careta e
tamborilou os dedos na mesa. Os presentes bateram as mãos nos bolsos, olharam
uns para os outros uns segundos, depois olharam de volta ao chefe que permaneceu
de semblante fechado, com um punho apoiando o queixo, entediado. Enquanto isso a
música tocava. ‘Deixe-me quebrar o gelo, permita-me te entender, assim que você se
aquecer para mim, baby, eu posso fazer você se sentir quente, quente, quente,
quente.’
Instantaneamente, pares de olhos sala se arregalaram chocados ao perceberem de

onde era o foco do som. No instante a seguir, alguns sorrisos se projetaram nos
rostos.
“Chefe, é o seu.” Erick apontou para ele com um risinho de canto. Edward cerrou os
olhos confuso, tirou o black berry do bolso da calça e olhou para a tela,
instantaneamente bufando irritado ao ver quem era. Ignorou e desligou, voltando a
seguir para a reunião. O telefone ainda tocou insistentemente mais umas três vezes no
silencioso, para então uma mensagem tocar. Ele abriu irritado, enquanto o líder da
equipe Echo relatava sua semana.
‘Você está é dívida comigo, sabia? Devia atender ao telefone... Eu poderia ter
te deixado na rua aquele dia. Você é tão, tão pesado!’
Imediatamente saiu da tela, sentindo-se volúvel, facilmente manipulado pela

chantagem da traquina garota, levantou perturbado de sua cadeira e olhou para Erick,
que sorriu, imaginando o que se tratava, já que lhe explicou toda a história segunda-
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feira.
“Com licença, senhores. Só um minuto.” Seguiu para o canto da janela e atendeu

aborrecido o número que novamente chamava. “O que exatamente a senhorita quer?”
“Sabia que dia de quinta-feira temos os maiores índices de pessoas em busca de

entorpecentes e desinibidores?” Respondeu com outra pergunta.
“O quê?” Ofegou desentendido, completamente embaraçado por sua equipe visualizar

sua quebra de postura em atender celular em reunião.
“Isso mesmo que você escutou. Por isso eu tenho um programa para hoje à noite com
você.”
“Eu trabalho hoje à noite. Não...”
“Sem chance de negar.” Interrompeu-o, de ímpeto. “Não é um convite. É um

pagamento de uma dívida.” Disse incisivamente. Ele, sem palavras, somente balançou
a cabeça.
“E seria o quê? E onde?” Perguntou ainda irritado, pensando que se fizesse logo o que
ela queria talvez ela desencanasse de vez.
“Bom, vou te mostrar que para se divertir ou ficar desinibido não precisamos de
drogas. O nosso próprio corpo, que é algo perfeito, estudei isso em Biologia hoje...”
Sorriu ao lembrar da aula e continuou. “... Libera uma substância que nos dá alegria
e...”
“Ah, por favor.” Interrompeu-a com um sussurro. “Dessa lição eu já passei há anos.
Fale logo que horas. Em meia hora eu estou livre para te levar para tomar um
sorvete.” Disse com ironia, mas ela não perceberia seu tom de voz.
“Não. Não quero tomar sorvete. A lição é sobre você, não sobre mim, já disse antes.
Não tente me persuadir. Portanto, te encontro onze horas na Sky Disco Club.” Impôs
convicta, sem lhe dar chance de refutar, deixando-o em completo choque. Ele ia
argumentar, mas uma luz brilhou no seu cérebro quando lembrou que essa era a casa
de festas de Emmett, logo ele tinha uma chance de observar o movimento enquanto
estivesse por lá.
“Ok. Eu vou, mas devo ficar pouco tempo.”
“Vou estar de vestido rosa choque e uma flor do mesmo pano no cabelo.” Avisou
animada. “E você? Não sei se ainda me lembro de você. Você vai estar de olhos
azuis?” Brincou divertida.
Ele pensou um pouco, pego de surpresa com seu ar brincalhão, para então responder
sem pensar. “Preta, camiseta preta.”
“Então até lá.” E desligou.
Ele voltou a sentar-se à mesa, sentindo-se um pouco estranho por estar nessa
situação e reiniciou a reunião, deixando por um tempo que o restante dos agentes
explanasse os casos da semana. Meia hora depois, seguiu para seu escritório, todavia
chamou Erick antes para acompanhá-lo.
“Vamos comigo hoje à Rua Spring?” Chamou-o, tentando focar a visão em uns papéis
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em sua mesa, entretanto estava inquieto demais para trabalhar.
“Outra investigação?” Seu amigo quis saber.
“Também. Mas é sobre aquela menina de segunda...” Respondeu indiferente, depois

ficou até sete da noite da noite conversando sobre as mensagens bizarras e sobre o
último telefonema, arrancando automaticamente algumas risadas do oriental quando
este lia finalmente as mensagens que tanto irritavam o chefe.
Mais tarde, vestindo uma calça jeans escura, uma camiseta preta e os cabelos lisos de
lado, Edward deixou seu AP e dirigiu-se em seu Volvo preto rumo ao local combinado.
Às 23h00 encontravam-se, os dois, no mezanino da casa de festas analisando cada
garota que entrava, enquanto tomavam coca-cola. Erick tinha esperança de arrumar
alguma companhia para a noite, nesse meio tempo, conversavam amenidades,
quando por fim uma garota loura de rosa choque apareceu acompanhada por outra de
cabelos longos e ruivos, posicionaram-se na pista e começaram a dançar
animadamente.
“Eu acho que é a sua nova amiga ali.” Erick apontou brincalhão em direção às meninas
que dançavam de costas para eles.
Edward olhou-a de cima abaixo. “Argh, eu ainda tinha esperança de ser uma adulta
com voz de adolescente, mas realmente é uma criança. Olha o vestido e aquela flor no
cabelo! Por Deus, a última vez que eu aproximei de uma menina vestida assim eu
tinha quatorze anos!” Comentou desgostoso quando conseguiu ver o perfil da loura, e
só então Erick atentou para os rostos das garotas que lá estavam, abrindo
automaticamente a boca.
“Hei, são elas!” Erick disse alguns decibéis acima e apontou novamente para as duas.
“Sim, você já falou.” Fez uma careta sem dar atenção para o estado alarmado do
rapaz.
“Não, cara, são as garotas do Emmett.” Erick ofegou chocado, em um fio de voz, só
então o chefe olhou em câmera lenta para as meninas e lembrou-se da investigação
de três semanas atrás, a qual ele as viu a primeira vez. Instantaneamente ficou sem
ação, olhando-as tão chocado quanto Erick.
“Caramba, Edward, sem querer você acabou exatamente onde queria.” Erick
finalmente saiu do transe, arfante. “Tem o telefone particular de uma das meninas do
Emmett, além de tê-la na sua cola todos os dias!”
Edward olhou-a novamente e, sem que pudesse entender o porquê, suas mãos
começaram a tremer e suar. “Eu não posso me aproximar dela, você sabe.” Alegou
frustrado, já pensando em sair imediatamente de lá. Precisava pensar um pouco.
“Por que você não pode?” Erick quis saber. “Vem esperando dia após dia uma
oportunidade de descobrir algo sobre Emmett, agora que as portas estão abertas vai
deixar passar?”
“Emmett sabe quem eu sou.” Disse em um sussurro. “Os homens dele devem estar
por aqui. Não tem como eu passar despercebido.” Explicou relutante, com o coração
batendo a mil pela expectativa de provocar o inimigo no seu terreno, ainda mais com
uma de suas meninas.
“Fazemos assim: eu vou lá distrair Alice, que por sinal me deu um perdido, sem me
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ligar. Então você manda uma mensagem para a garota vir te encontrar aqui em cima,
que é mais isolado, e vocês podem conversar.” Propôs, Edward ponderou por uns
segundos a proposta, tentado a desafiar seu ex-amigo aproximando-se de algo que
aparentemente era importante para ele, olhou para uma mesa isolada no canto, ainda
incerto se era ético se envolver tanto; depois de um suspiro nervoso, finalmente
resolveu passar uma mensagem.
‘Olá, Bella. Eu já te vi... Tem como você subir e conversarmos no segundo piso?
Estou na última mesa à direita da escada?’
Continua...
Galera, se vcs me odeiam por ter parado ae, imaginem o quanto me odeio. Rsrsrs
Estou doida para conseguir adiantar mais. Rsrsrs. Por isso não gosto de começar. Fico
muito ansiosa para dar andamento.
Notas Finais:
Passem lá.
Notas.
A estória não será longa. Pelo menos, é o que eu pretendo.
Vocês devem ter se perguntado por que um nome tão docinho em

uma estória que terá como realidade o mundo policial... As
respostas serão dadas conforme vocês forem lendo.
Pretendo postar com o espaço de 15 a 20 dias. Eu já expliquei o

porquê. É que além de escrever, eu tb leio e preciso desse tempo
para me situar
Meus capítulos não serão grande. Eu pretendo que não seja.
E por último. Não pulem as partes policiais. Elas são importantes na

estória.
Bjus
Espero que a gente se divirta por aqui.
1594 de 1595 26/05/2011 20:45

A quem interessar:
Sobre a lei Californiana quanto a sexo com menores.
Caso um maior de 21 anos tenha relações sexuais, ainda que,

consentidas com um menor, ele terá que pagar uma multa de 25
mil dólares e cumprir uma pena de até 4 anos. Funcionários
públicos da educação, agentes de policia e do Judiciário pode ter a
pena aumentada. (Lembrando que professores não podem se
envolver com alunos, porque a primeira sanção é perder o emprego
e sua ficha suja.)
As histórias são propriedade de seus respectivos autores.

Não nos responsabilizamos pelo material aqui contido.
Nyah!® Fanfiction
História arquivada em http://www.fanfiction.com.br

/viewstory.php?sid=41777
1595 de 1595 26/05/2011 20:45

Entre O Amor E O Poder

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Edward e Bella- Entre O Amor E O Poder escrita por BIA BRAZ http://www.fanfiction.com.br/viewstory.php?action=printabl...

Edward e Bella- Entre O Amor E O Poder escrita por

Bella quer conhecê-lo, mesmo que tenha que tomar todas as

ENTRE O AMOR E O PODER é uma estória sobre pessoas com

1. Capítulo 1- Um pouco sobre nós escrita por BIA BRAZ

2. Capítulo 2- primeiro encontro-Um anjinho escrita por BIA BRAZ

3. Capítulo 3-Reencontro infeliz escrita por BIA BRAZ

4. Capítulo 4- Primeiro beijo escrita por BIA BRAZ

5. Capítulo 5-Fim da festa escrita por BIA BRAZ

6. Capítulo 6- O tratamento escrita por BIA BRAZ

7. Capítulo 7- A primeira despedida escrita por BIA BRAZ

8. Capítulo 8- Um ato irresponsável escrita por BIA BRAZ

9. Capítulo 9- Não custa tentar escrita por BIA BRAZ

12. Capítulo 12- um mal entendido escrita por BIA BRAZ

13. Capítulo 13- Atração escrita por BIA BRAZ

1 de 1595 26/05/2011 20:45

15. Capítulo 15- Telefonemas escrita por BIA BRAZ

17. Capítulo 17-finja que me quer escrita por BIA BRAZ

19. Capítulo 19- um acidente escrita por BIA BRAZ

20. Capítulo 20- Terapia 1 escrita por BIA BRAZ

21. Capítulo 21- Terapia 2 escrita por BIA BRAZ

22. Capítulo 22-desgaste escrita por BIA BRAZ

23. Capítulo 23- Decisões escrita por BIA BRAZ

24. Capítulo 24- Edward Festa escrita por BIA BRAZ

25. Capítulo 25-A Bolha escrita por BIA BRAZ

26. Capítulo 26- Compromisso escrita por BIA BRAZ

27. Capítulo 27- Destino escrita por BIA BRAZ

28. Capítulo 28- SEGUINDO OS PLANOS escrita por BIA BRAZ

29. Capítulo 29- EM FAMILIA escrita por BIA BRAZ

32. Capítulo 32- Essência escrita por BIA BRAZ

33. Capítulo 33-- Festa escrita por BIA BRAZ

34. Capítulo 34- Limpando a mente escrita por BIA BRAZ

35. Capítulo 35-Sem reservas escrita por BIA BRAZ

37. Capítulo 37- Caminhos se abrem escrita por BIA BRAZ

38. Capítulo 38- Turbilhao de pensamentos escrita por BIA BRAZ

39. Capítulo 39- Dignidade escrita por BIA BRAZ

41. Capítulo 41-Uma força ao futuro escrita por BIA BRAZ

42. Capítulo 42-Conceitos formados escrita por BIA BRAZ

43. Capítulo 43- Conceitos formados -2 escrita por BIA BRAZ

2 de 1595 26/05/2011 20:45

44. Capítulo 44- Convivência escrita por BIA BRAZ

45. Capítulo 45- Ninho de amor escrita por BIA BRAZ

46. Capítulo 46-NOIVOS-1 escrita por BIA BRAZ

47. Capítulo 47- Noivos 2 escrita por BIA BRAZ

48. Capítulo 48-Poder Americano escrita por BIA BRAZ

50. Capítulo 50-Possibilidade escrita por BIA BRAZ

51. Capítulo 51- ESCOLHAS escrita por BIA BRAZ

52. Capítulo 52- Escolhas 2 escrita por BIA BRAZ

53. 53- Entre o Amor e o Poder escrita por BIA BRAZ

58. 58- Um dia depois de amanhã-Parte 3 escrita por BIA BRAZ

59. 59- Um dia depois de amanhã-parte 4 escrita por BIA BRAZ

60. Nova Fic Flor de Lótus escrita por BIA BRAZ

3 de 1595 26/05/2011 20:45

Capítulo 1- Um pouco sobre nós escrita por BIA BRAZ

Estávamos no escritório do jornal do meu pai em Forks, eu e Emmett, a pedido do

Fiquei congelada como estava, somente observando as suas atitudes.

Sua frieza e tratamento era resultado de sermos quem somos.

A música fez e faz parte da minha vida.

4 de 1595 26/05/2011 20:45

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5 de 1595 26/05/2011 20:45

Capítulo 2- primeiro encontro-Um anjinho escrita por BIA BRAZ

Capítulo 2- Anjinho by bia braz

Capitulo 02- Anjinho