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A Substituta - Lidih

Edward Cullen está de volta a Chicago, sozinho. Ninguém sabe o que


aconteceu durante o tempo em que ele passou fora da cidade, o que se
sobressai é que ele está solteiro, procurando uma nova noiva para ocupar o
lugar que Tanya deixara ao morrer.Isabella Swan é treinada desde que
aprendera a falar para ser a Senhora Edward Cullen, e agora que tinha o
caminho livre e era a primeira da lista, devia ignorar o que sentia sobre toda
a situação e ser a melhor substituta de Tanya que pudesse. Existe
perfeição? Quantos segredos alguém pode esconder? Quanto sofrimento as
paredes de uma casa podem aguentar? Há, de fato, uma luz no fim do
túnel, uma missão, um destino a cada um de nós? As aparências,
realmente, enganam?

Capítulos: 25 (53.670 palavras) | Terminada: Sim


Publicada: 24/04/2011 às 21:41 | Atualizada: 26/05/2012 às 15:07

Notas da história
- Haverá cenas de sexo no decorrer da história;
- Nada de seres sobrenaturais;
- A história se passa agora, não é uma história de época;
- A Lista e a vida de Bella serão explicados durante a história.

Índice
(Cap. 1) Capítulo 1;

(Cap. 2) Capítulo 2;

(Cap. 3) Capítulo 3;

(Cap. 4) Capítulo 4;
(Cap. 5) Capítulo 5;

(Cap. 6) Capítulo 6;

(Cap. 7) Capítulo 7;

(Cap. 8) Capítulo 8;

(Cap. 9) Capítulo 9;

(Cap. 10) Capítulo 10;

(Cap. 11) Capítulo 11;

(Cap. 12) Capítulo 12;

(Cap. 13) Capítulo 13;

(Cap. 14) Capítulo 14;

(Cap. 15) Capítulo 15;

(Cap. 16) Capítulo 16;

(Cap. 17) Capítulo 17;

(Cap. 18) Capítulo 18;

(Cap. 19) Capítulo 19;

(Cap. 20) Capítulo 20;

(Cap. 21) Capítulo 21;

(Cap. 22) Capítulo 22;

(Cap. 23) Capítulo 23;

(Cap. 24) Capítulo 24;

(Cap. 25) EPÍLOGO


(Cap. 1) Capítulo 1;

CAPÍTULO 1;

– Não é uma notícia maravilhosa? – Reneé perguntou


retoricamente, balançando-se de um lado ao outro na cadeira a
minha frente. – Estávamos esperando esta confirmação há semanas,
e agora é certo!

Eu tentei manter meu rosto o mais alegre possível diante da


noticias, mas por dentro minhas entranhas reviravam. Era uma
oportunidade de sair daqui, mas também era uma nova prisão, onde
eu seria a noiva substituta de Edward Cullen.

Tanya Denali e ele haviam sido o casal modelo de perfeição a


seguir. Saiam nos jornais ao menos uma vez por semana, seja em
um passeio romântico ou em um jantar de gala, até que ela ficou
doente e eles desapareceram. Edward só voltou a cidade há seis
meses depois de três anos sem, praticamente, ser visto, e sozinho.

É claro que as “candidatas” ao seu coração tinham,


novamente, esperanças de enlaçar o bonitão. Todas elas, inclusive as
que não estavam na lista, saiam mais penteadas e maquiadas de
casa contando com a oportunidade de vê-lo, infelizmente para elas,
eu era a próxima da lista, a segunda colocada dentre quinze garotas
selecionadas; em minhas palavras: a substituta.

Jonh Cullen, avô de Edward, vem criando a lista de candidatas


a esposa perfeita desde que o neto deu os primeiros passos. Meus
pais quando souberam da tão falada lista, começaram a me preparar
para ser a esposa perfeita: línguas, costura, dança, moda,
administração, eventos sociais, estética, ópera, teatro, cinema,
pedagogia, culinária, entre outras coisas que eu esqueci com o
tempo.

Não havia candidata melhor do que eu, como mamãe ressaltou


a Jonh quando ele veio me conhecer, mas Tanya conhecia os Cullen a
vida toda e isso lhe conferiu mais pontos na disputa. Mas agora
Tanya estava morta, segundo Jonh, e eu era a substituta. Ele
marcara uma entrevista com Edward para hoje à tarde, o que fez
com que Reneé ficasse alvoroçada e resolvida a me fazer ver, mais
uma vez, a pasta com os detalhes sobre a família.

– Jonh Cullen você já conhece. – ela disse, colocando a foto do


senhor enrugado, com cabelos cinza de lado. – Aqui, quem é esse?

– Carlisle Cullen. – respondi olhando para o homem loiro de


olhos verdes na foto. – Patriarca da família.
A próxima foto foi de Esme. Uma mulher de aparência jovem,
rosto em formato de coração, olhos de um castanho claríssimo, quase
ouro líquido e um sorriso gentil.

Emmett foi o próximo que tive de identificar. Não era fácil


esquecê-lo, corpulento, cabelos pretos ralos e com os olhos da mãe.
Era casado com Rosalie, que estava com ele na foto, uma loira de
corpo e rosto perfeitos e olhos azuis. Fora uma das melhores modelos
do mundo, mas há um ano e meio atrás abandonara a carreira por
razões desconhecidas e montara uma agência. Ninguém sabia onde
ou como fora o casamento dela e Emmett, apenas se sabia que os
dois eram casados.

Eu quase sorri quando a foto de Alice apareceu a minha frente.


De feições pequenas e baixa estatura, ela parecia uma fada, tinha,
como Emmett, os olhos da mãe e os cabelos pretos repicados.
Possuía somente 18 anos, ainda estava no high school, mas já era
dona de um ateliê muito requisitado. Mamãe tinha muitas esperanças
de que ela fizesse meu vestido de casamento.

Todos os Cullen moravam juntos, e há alguns meses atrás,


logo após o retorno de Edward, o irmão gêmeo de Rosalie veio para
Chicago trabalhar na Cullen’s. Era, como a irmã, loiro de olhos azuis,
mas possuía, pelo menos na foto, uma expressão muito enigmática.

– Guardou todas as informações meu bem?

Reneé me olhava com aquela expressão que não admitia uma


resposta negativa, até porque eu sabia muito bem o que me
aguardava se me atrevesse a ser negativa nessa altura da situação.

– Sim. Está tudo bem memorizado.

A família Cullen era bem eclética e bem família, o que me fazia


ficar desconfiada ante toda a perfeição e harmonia. Ninguém era
perfeito, todos tinham defeitos e segredos que a maioria das pessoas
jamais acreditaria.

– Muito bem então. Vá se preparar. Fique deslumbrante para


Edward.

Eu reprimi a vontade de gritar como uma louca e fui para o


meu quarto.

O prédio brilhante e imaculadamente limpo da Cullen’s parecia


zombar de mim e do meu terninho azul marinho escolhido a dedo por
Reneé para a ocasião.
As pessoas andavam apressadas, falando ao celular ou
conferindo papéis e não pareciam me notar, ou notar o quanto eu
estava perdida. A garota da recepção falava irritada ao telefone,
segurando um bebê de cabelos acobreados lisinhos, bochechas cheias
e olhos verdes. Ele parecia alegre e muito interessado em todo o
movimento a sua volta e quando seus olhos pousaram em mim, ele
sorriu. Tinha quase todos os dentinhos, o que junto ao seu tamanho,
me fazia acreditar que ele deveria ter uns dois aninhos.

A garota da recepção, loira e de rosto estressado arregalou os


olhos quando me viu, balbuciou algo no telefone e o desligou.

– Senhorita Swan. Muito bem. O Senhor Cullen está lhe


esperando. Pode pegar o elevador da esquerda que você chegará
direto ao último andar, e, por favor, leve Luca com você.

O telefone voltou a tocar quando ela me passou o bebê que


agora parecia fascinado com meu cabelo. Tentei parecer o menos
atordoada possível e parti para o elevador da esquerda.

– Olá mocinho. Como vai você?

Luca sorriu pra mim, as mãozinhas apalpando meus cabelos.


Ele parecia estranhamente familiar, mas eu não conseguia lembrar
por que. Me pareceu também muito estranho o fato de ele não ter
dito uma só palavra até aquele momento, nem balbuciado nada, e eu
entendia e gostava muito de crianças para saber que algo estava
errado.

– Muito bem, vamos lá. – cantei alegremente quando o


elevador chegou. – Quem você veio visitar? Papai? Ou talvez a
mamãe?

Ele fez alguns barulhos engraçados e deitou em meu peito, me


apertando. Parecia temeroso, e quando o elevador deu o solavanco
final, Luca escondeu o rostinho em meu pescoço.

– Oh, tudo bem Luca. Já chegamos, está tudo bem.

O ambiente do último andar era menos corrido e movimentado


do que a entrada. Havia duas mesas logo à frente e ao lado direito
grandes portas duplas marrons. Porém só uma das mesas estava
ocupada, embora um zunido baixo me dissesse que o computador da
mesa vazia também estava ligado. A moça com cabelos parecidos
com palha olhou em minha direção com visível desagrado, eu só não
soube se a careta era pra mim ou para Luca que não parecia feliz de
vê-la.
– Olá, eu sou Isabella Swan. Edward Cullen está me
esperando, e também pediram para...

– Sinto muito, mas não há nenhuma Isabella Swan com hora


marcada hoje.

– Isso é porque ela não é assunto seu, Laureen. E também


não acho que seu chefe vai ficar satisfeito em saber que você
destratou a noiva dela.

A garota que repreendia Laureen tinha acabado de sair das


portas duplas, os cabelos negros esvoaçavam conforme ela se mexia
e seus olhos eram calorosos, porém se arregalaram ao ver Luca em
meus braços.

Laureen parecia à pronta para brigar depois de recuperar-se


do choque que as palavras da garota morena lhe causaram, mas
calou-se quando viu a colega voltar as portas duplas, abrindo-as
rapidamente.

– Edward. Luca está aqui! De novo! Você enlouqueceu?

Eu não ouvi a resposta, mas ela parecia ter sido dada, porque
a garota fechou as portas, olhando pra mim.

– Pediram pra você trazê-lo?

– Sim. Tem algum problema? Eu só não sei como ele chegou


até aqui.

– Isso é coisa da minha irmã Isabella, mas está tudo bem,


você pode me passar o garotão.

Edward Cullen estava parado a minha frente com toda sua


beleza. Os cabelos acobreados pareciam estar organizadamente
desorganizados, a pele, tão branquinha quanto a minha, parecia
seda, o queixo era firme e os olhos verdes astutos, mas um tanto
frios.

Ele era lindo. Mais do que nas fotos, mais do que eu esperava.

Luca, depois de me dar um beijo estalado na bochecha,


esticou os braços para Edward e então eu me dei conta do porque ele
me parecia tão familiar.

Edward Cullen tinha um filho fora do casamento.


Era a confirmação do meu lema. Quantos segredos alguém
podia ter?

(Cap. 2) Capítulo 2;

CAPÍTULO 2;

Eu procurei não parece chocada com o que acabara de


descobrir e gentilmente passei Luca para Edward. Ele beijou o filho,
que riu alegremente e bateu palmas.

– Alice ainda vai estragar o menino.

Edward parecia resmungar consigo mesmo, por isso fiz de


conta que não o ouvi, pensando porque a irmã de Edward tinha trago
o menino pra cá e o abandonado na recepção. Era até meio
irresponsável da parte dela.

Então Edward beijou meu rosto, me deixando corada, tudo que


eu tinha pedido para não acontecer.

– Como está Isabella?

Além de Jonh, meus pais e nós dois, ninguém sabia que essa
era a primeira vez que nos víamos, tínhamos que parecer
apaixonados e em harmonia, por isso fiz o melhor que pude para
parecer alegre em vê-lo.

– Muito bem querido. Você marcou comigo, podemos falar


agora?

Edward pareceu impressionado e fascinado por alguns


segundos e então sua expressão fria e fazia estava de volta.

– É claro. Ângela, você pode distrair Luca por alguns minutos?


Talvez dar um suco a ele?

Ângela, a garota morena, assentiu, dando um sorriso


simpático pra mim.

– Ela sabe?

Foi a primeira coisa que eu perguntei quando Edward fechou


as portas duplas agora atrás de mim. O escritório era amplo, claro,
mas frio como Edward.
– Sim. Ela é minha assistente pessoal, não tinha como
esconder isso dela. Ângela também sabe sobre Luca.

Assenti, pronta pra perguntar sobre o menino agora que a


vergonha por a assistente pessoal de Edward saber sobre nós parecia
menor.

– Eu não sabia que você tinha um filho.

Ele suspirou, apertando o nariz entre os dedos, acenando com


a cabeça para que eu sentasse, ocupando por sua vez a cadeira alta
atrás da mesa de vidro.

– Ninguém além da minha família e Ângela, sabe. Bom, agora


você sabe também.

Eu sentei na poltrona de couro, assentindo, enquanto me


lembrava do sorriso de Luca.

– Ele é lindo.

Edward franziu a testa me olhando atentamente.

– Está dizendo isso porque acha realmente ou porque quer me


agradar?

Minha expressão endureceu automaticamente.

– Você jamais vai me ver usando crianças para algo. Não elas.

Ele piscou, parecendo atordoado e confuso.

– Por quê?

Eu fechei os olhos, tentando me manter calma e não desabar


em lágrimas, respirei fundo, e então os abri novamente.

– Meu sonho profissional é construir uma escolhinha para


crianças, de preferência, para aquelas que ainda são bebês.

– Como Luca?

– Como Luca.

– Essa é a razão para você estar aqui.

Ele estava afirmando, e embora fosse verdade, era uma


verdade incompleta.
– É uma das razões para estar aqui.

Edward estava visivelmente surpreso e impressionado.

– Muito bem. Quais são as outras razões?

Eu franzi a testa.

– Elas são minhas. Não conheço nem confio em você pra lhe
dizer.

– Nós vamos precisar fingir e é melhor que eu...

– Não, não é. – o interrompi, alterada. – Fingir que nos


conhecemos e somos apaixonados um pelo outro é uma coisa. Você
querer saber de mim é outra totalmente diferente. Isso é um acordo
de negócios, embora não seja tão comum, então não me peça mais
do que eu posso dar, não me peça pra descrever minha vida pra você
como se fossem fatos técnicos sem emoções. Tenho minhas razões
para estar aqui, me submetendo a isso, a ser a substituta de alguém,
mas tudo tem limite.

– Sinto muito, não quis ofender você.

Eu levantei, me dirigindo ao pequeno frigobar que ficava ao


lado do bar, no canto da sala, a procura de água, sem nem ao menos
pedir.

– Tudo bem. É só que a situação em si já é humilhante o


suficiente e eu preferia não estar nela, mas não tenho alternativa.

– Olha Isabella, se você não quer...

– Não, eu não quero. Não assim. Mas estou aqui, fui treinada a
vida toda pra ser sua esposa e não vou deixar aquele garotinho sem
uma mãe. Vou cumprir o meu papel, a única coisa que eu preciso é
de um pouco de tempo e espaço no que diz respeito a nós dois.

Por mais que o tramite todo parecesse um acordo de negócios,


o casamento era real, esse nós fazia parte do acordo e eu seria uma
mulher, ironicamente, de sorte se Edward aceitasse me dar o que eu
pedia.

– Luca é uma das suas razões?

– Se tornou no momento em que eu concluí que ele é seu filho


com Tanya e que com ela ausente, ele tem não tem mãe. Além disso,
não sei se você percebeu, mas Luca tem alguns traumas. Ele não
falou, nada, enquanto estive com ele.

Edward suspirou, apertando novamente o nariz entre os


dedos.

– Já o levamos em mais psicólogos e médicos que você possa


imaginar.

– Isso sempre ajuda, mas não é o fator principal. Ele precisa


de carinho, amor, pessoas em quem confiar e se espelhar Edward.
Ele precisa ser instigado a perder os medos, não acobertado cada vez
que algo acontece.

Depois que as palavras saíram da minha boca eu percebi o


quanto estava sendo intrometida e indelicada, mas Edward não
pareceu ficar bravo, pelo contrário, seu rosto assumiu uma expressão
culpada, revelando que eu tinha razão.

– Como você soube?

– Além do fato de Luca não falar, ele praticamente se agarrou


em mim quando entramos no elevador. Não é como se eu não
pudesse identificar o que isso quer dizer.

Edward assentiu, parecendo cansado e esgotado.

– Eu gostei de você, tem caráter, parece ter pulso firme e é


objetiva, têm jeito com Luca e é inegavelmente linda. – eu corei, o
que o fez sorrir. – Eu estou dentro se você estiver, e sim, você terá
seu tempo.

– Tudo bem. Como vamos agir agora? – perguntei, incerta


sobre o próximo passo.

– Pensei em um jantar. Por mim estamos acertados, mas


quero que minha família conheça você. Eles não sabem que estamos
nos conhecendo só hoje, mas sabem julgar uma pessoa. Seus pais
também estão convidados é claro.

– Certo, não há problemas por mim. Quando?

– Amanhã à noite. Sete horas, minha casa. Tudo bem pra


você?

– Tudo bem.
Minha voz saiu fraca e eu tinha certeza que estava mais
branca que o normal. Esse, porém, de saber a opinião da família não
agradaria Charlie e Reneé, que provavelmente colocariam a culpa em
mim, por não ser boa o suficiente pra segurar Edward de uma vez. E
eu sabia o que acontecia quando eles não ficavam satisfeitos.

– Você está bem Isabella?

Eu assenti e tentei sorrir. Não sei se funcionou, mas Edward


abriu as portas duplas pra mim. Luca estava sentado na cadeira de
Ângela, bebendo um suco que parecia ser de morango. Eu o beijei,
ganhando sorrisos e outro beijo estalado na bochecha em troca.

– Até amanhã Isabella.

Dessa vez quando Edward me beijou no rosto eu estava mais


preparada.

– Até amanhã Edward.

Na rua o sol começava a se preparar para ir embora, e eu


comecei a me preparar para o meu castigo.

Quantos segredos mais eu poderia guardar?

(Cap. 3) Capítulo 3;

CAPÍTULO 3;

– Você está deslumbrante querida! – Reneé elogiou, alisando


seu vestido verde enquanto nos preparávamos para entrar na
mansão Cullen. – Vai conquistar a todos!

– Obrigada. – ela me olhou como se esperasse mais então


tratei de me corrigir. – Obrigada mamãe.

A noite estava agradável, como qualquer uma na primavera,


mas eu sentia que poderia suar até a morte a qualquer momento. O
que seria de mim se a família de Edward dissesse “não, ela não é pra
você querido” ?

Respirei fundo quando Charlie tocou a campainha da casa


branca de quatro andares. Uma mulher com o rosto em formato de
coração abriu a porta e eu reconheci Esme, mão de Edward, de
imediato.

Por dentro a casa era tão clean e luxuosa quanto por fora.

– Você deve ser Isabella! – Esme exclamou, me olhando


discretamente de cima a baixo. – Encantadora! Edward tem muito
bom gosto.

– É claro querida. – Carlisle apareceu atrás da mulher,


sorrindo. – Ele tem o meu bom gosto.

– Você tem que perder essa mania de me elogiar sempre que


pode querido, fico embaraçada.

Nós avançamos para a sala onde o resto da família estava, em


meio a elogios. Edward veio ao meu encontro, sorrindo e beijou
minha testa.

– Você está linda Isabella.

– Obrigada.

O vestido longo, tomara que caia azul, era realmente bonito.


Havia algumas pedras no busto que deveriam ser preciosas. Reneé
queria muito prender meus cabelos para deixar minhas costas
inteiramente nuas, mas eu ressaltei que isso provavelmente deixaria
minha aparência muito vulgar. Ela concordou então em deixar meu
cabelo castanho solto, ao natural. Eu não queria, de maneira
nenhuma, mostrar minhas costas, e culpei a excitação de Reneé por
fazê-la esquecer momentaneamente de porque eu não devia mostrar
as costas.

– Bom, vamos às apresentações.

Edward estava nervoso, o que me surpreendeu um pouco. Ele


parecia seguir um protocolo, já que depois que as apresentações
foram feitas, nós sentamos para beber algo. Talvez ele estivesse
somente desejoso que a família me aprovasse, para que ele então
pudesse parar de buscar uma noiva, ou então estivesse querendo
acabar com todo aquele fingimento mais depressa.

Todos me pareceram muito simpáticos, menos Rosalie, ela não


fora mal educada, apenas distante e triste. Alice, por outro lado,
parecia elétrica, me abraçou de forma esfuziante quando fomos
apresentadas e bateu palmas diante do meu vestido. Dava pra
entender porque Edward reclamara dela por ensinar Luca a bater
palminhas e quando me perguntei novamente, porque ela tinha
levado o menino até a empresa e depois desaparecido, a vislumbrei
jogando uns olhares para Jasper. Apesar de Alice ter usado Luca para
ir à empresa, eu tinha de reconhecer que ela corria atrás do que
queria.

– Onde está Luca?

O lado direito das minhas costas latejava desde que Alice me


abraçara, apertando o local. Edward percebeu que algo estava
errado, até porque Alice não tinha tanta força assim para me causar
dor e a partir daí não seria difícil afirmar que alguma coisa não estava
bem, por isso dei o meu melhor para parecer normal, porém minha
voz saiu como um sussurro.

– Oh querido, é verdade, onde ele está? – Reneé perguntou,


olhando para os lados em uma falsa procura. – Quando Bella nos
contou sobre o garotinho fiquei louca para conhecê-lo.

Não havia como esconder dos meus pais e com o casamento


quase certo, o menino logo seria motivo de notícias se aparecesse na
rua com qualquer um de nós. A bomba estouraria a qualquer
momento, e pensando talvez dessa mesma maneira, Edward não se
importou por eu ter contado.

– Vocês vão adorá-lo. Está jantando agora, não conseguiu


esperar por nós. – ele olhou pra mim, sorrindo. – Quer ir buscá-lo?
Ele está na cozinha.

Eu levantei depois de assentir em concordância e parti na


direção que Edward me indicara. Não foi difícil achar o lugar, que era
clean como toda a casa. Luca estava sentado na cadeira de bebê e
bateu a colher nela quando me viu.

– Oh, Senhorita Swan. Eu sou Susan, a governanta, muito


prazer.

Susan devia ter uns quarenta anos e era muito simpática. Não
me estendeu a mão, parecia até temerosa, mas eu ofereci a minha e
ela que, sorrindo largamente, a apertou.

– Muito prazer Susan. Vim buscar o nosso pequeno Luca.

– Oh, é claro.

Eu mesma limpei a boquinha do garoto, embora Susan tivesse


protestado por causa disso, retirei o babador que estava respingado
de papinha e acenei em despedida para Susan depois de pegar Luca
no colo.
– Olá de novo mocinho. – eu ri quando ele apalpou meus
cabelos como no dia anterior na empresa. – Você gostou deles não é?
Os seus também são lindos, como os do papai.

Ele sorriu, beijando meu rosto no exato momento em que


entramos na sala. Luca, porém, não quis sair do meu colo, recebeu
os mimos e apertos dos meus pais, parecendo entediado, mas não
me largou.

Eu deixei as conversas em segundo plano, observando e


brincando com o bebê. Em um dado momento, Luca estendeu a mão
e tocou meu rosto, temeroso, alisou minha bochecha concentrado na
tarefa e então relaxou depois de alguns minutos, sorriu pra mim e
tornou a me acariciar.

– Carinho. – sussurrei pra ele. – Isso é carinho. É bom não é?

Luca arregalou os olhos quando eu estendi minha mão para


seu rosto, mas relaxou depois que viu que eu só queria fazer carinho.
Ele parecia esperar por outra coisa, talvez por um tapa, e essa
possibilidade me fez virar para Edward com lágrimas nos olhos.

– O aconteceu com ele?

Edward apertou o nariz entre os dedos. Dava pra perceber que


ele fazia aquilo sempre que estava cansado, estressado ou temeroso.

– É uma longa história Isabella.

Voltei a olhar para Luca, que ainda acarinhava meu rosto.


Beijei sua cabeçinha, apertando-o contra mim.

– Já passou bebê, já passou.

O jantar em si foi muito calmo e gostoso. Charlie e Reneé


estavam encantados de fazer parte do círculo social dos Cullen, mas
cabiam em si de tanta excitação. Luca adormeceu quase
instantaneamente depois que voltamos para a sala, a mãozinha em
meu rosto.

Edward não tirava os olhos de nós, mas tinha o cenho franzido


quase todo o tempo, como se estivesse desconfiando ou
confabulando algo consigo mesmo. Eu não me lembrava de ter dado
sinais de que estava nervosa ou dolorida, então podia concluir que
sua confusão não era comigo, seria com Luca?

– Você quer colocá-lo na cama?


Eu mordi o lábio ante a proposta de Edward. Eu queria muito
colocar Luca na cama, conhecer seu quartinho, mas não queria ser
intrometida. Por fim, decidi me arriscar.

– Quero. Você me mostra onde é?

Ninguém pareceu muito surpreso quando Edward informou o


que iríamos fazer, mas Reneé me olhou demoradamente pra mim
como se dissesse: comporte-se!

O quartinho de Luca, bem como o de Edward e a biblioteca


ficavam no segundo andar, segundo as decorações das portas. Eu
coloquei Luca delicadamente no berço depois de tirar seus sapatinhos
e olhei ao redor. O lugar era bonito e simples: as paredes azuis, as
prateleiras repletas de brinquedos e um aviãozinho pendia do teto.

Edward pegou minha mão quando saímos do quarto de Luca


depois de desligar o abajur e ligar a babá eletrônica, mas fez com
que eu entrasse em outro cômodo ao invés de descer as escadas.

Eu percebi que era seu quarto só pelos tons frios.

– O que estamos...

– Vire-se.

Levemente surpresa com seu tom autoritário que eu não tinha


escutado antes, fui incapaz de fazer o que ele mandou, o que fez o
próprio Edward me virar, colocar meus cabelos para o lado e descer o
zíper do meu vestido.

Luca fora só um motivo para subirmos, o que Edward


realmente queria era saber o que tinha de errado comigo. Eu não fora
eficaz o suficiente em esconder meu desconforto.

Edward ficou em silêncio, provavelmente olhando para a


grande queimadura no lado direito das minhas costas.

– Meu Deus! – ele exclamou, tocando ao redor do machucado.


– O que aconteceu Isabella? Isso é uma das suas razões, não é?

Mas eu não podia dizer nada, as lágrimas não deixavam.

Estava acabado, Edward me devolveria aos meus pais, e eu


seria, provavelmente, morta por isso.
(Cap. 4) Capítulo 4;

CAPÍTULO 4;

Eu sentia meu peito arder, como se tivessem mil cortes ali,


que sagravam sem parar. Levei minha mão ao local, como se o
apertando, pudesse fazer com que parasse de doer. Meu coração
batia tão rápido e tão descompassado ao mesmo tempo, que por um
momento tive dúvidas se Edward não podia ouvir.

Mesmo sem me permitir isso, conscientemente, eu tinha me


enchido de esperanças nessa noite. Os Cullen não eram perfeitos,
ninguém era, mas pelo menos pareciam corretos e justos, o que era
melhor do que viver com Charlie e Reneé e suas loucuras.

E agora tudo evaporava, sumia no ar como fumaça.

– Quem foi? – rugiu Edward, com as mãos ainda em minhas


costas. – Um ex-namorado? Pretendente? Talvez não tivessem
aceitado muito bem que você vai casar comigo e te machucaram.
Algum admirador? Empregado? Quem foi Isabella? Porque você não
disse nada pra ninguém? Como seus pais não...

Edward silenciou-se enquanto eu apertava meu peito com


mais força. A raiva de Charlie e Reneé provavelmente me deixaria
sem me mexer por uma semana. Pelo menos.

– Foram eles não é? – sua voz era um sussurro incrédulo. –


Oh Meu Deus, tem mais!

É claro que tinha. Minhas costas era um dos lugares preferidos


de Charlie e Reneé para me castigar, pois aparecia muito pouco.
Mesmo assim eu não me sentia segura em mostrá-la por aí, o
principal motivo de eu não querer usar um vestido que deixava
minhas costas amostra. Mas mesmo assim, eu tinha leves cicatrizes
nas pernas, uma na barriga e uma no seio direito.

As mãos de Edward desenharam as formas irregulares em


minhas costas carinhosamente, como se ele estivesse inspecionando.
Havia carinho em seu toque, mas eu me sentia como um pedaço de
carne ruim.

– Tire o vestido.

O tom autoritário tinha voltado a sua voz e não deixava


dúvidas de que devia ser obedecido, mas eu não conseguia, as
lágrimas nublavam minha visão, os soluços me rasgavam e eu não
conseguia tirar a mão do meu peito, o apertando sem parar. Mas
Edward não repetiu a ordem, ele mesmo puxou meu vestido pra
baixo, me deixando apenas de calcinha. Eu o senti se abaixar,
examinando minhas pernas enquanto a humilhação me inundava.

Edward se ergueu, me rodeando, as mãos examinando minha


barriga descoberta. Ele traçou a cicatriz quase imperceptível perto do
umbigo, subindo o olhar para meus seios. Um deles estava coberto
por meus cabelos que Edward jogava por sobre meu ombro, mas o
outro, que continha uma cicatriz de queimadura estava descoberto.

Abaixando meu braço, ele examinou a área com os olhos,


procurando, e por fim seu olhar se concentrou em meu seio marcado.
Edward abaixou a cabeça e deu um singelo beijo em cima da marca.
Eu solucei alto, me sentindo tão humilhada, talvez mais do que
quando Charlie e Reneé me castigavam. Era como se Edward
estivesse contando quantos defeitos eu tinha em minha pele para
pedir reembolso por um produto danificado.

E então, inesperadamente, ele me abraçou, me apertando


contra o seu peito.

– Desculpe, não queria constranger você.

– Você não precisava fazer isso! – gritei, lançando meus


punhos em seu peito. – Era só dizer que não haveria mais
casamento! Não tinha que me examinar pra saber o quão danificada
eu sou!

– Não examinei você pra isso. – sua voz estava dura e ele me
segurava firmemente, recebendo os socos em seu peito sem
pestanejar. – Quando vi a queimadura, enlouqueci, me perguntando
o quanto mais você foi machucada. Não examinei você pra reclamar e
sim pra saber o quanto eles vão ter que sofrer por isso.

Eu levei alguns segundos para entender suas palavras e o que


elas significavam.

– O que?

Mas Edward apenas beijou minha cabeça, me erguendo para


que meus pés ficassem livres do vestido amontoado no chão, e então
me conduziu pela mão até o banheiro. Eu fiquei imóvel, de costas
para Edward, enquanto ele cuidava do meu machucado, fazendo um
curativo logo em seguida.

– Fique aqui.
Minutos depois ele estava de volta trazendo uma camisa de
botões azul, que, provavelmente era sua. Me ajudou a vesti-la
fechando os botões calmamente, ignorando minha quase total nudez.

– Dói?

– Sim. – a queimadura latejava e eu não conseguiria dormir


daquele jeito. – Vou tomar um comprimido quando chegar em casa.

Parecia que o jantar fora há muito tempo atrás. Mas todos


ainda estavam na sala, provavelmente se perguntando por que
estávamos demorando tanto. Não entendia porque Edward perdera
tempo me vestindo com uma das suas camisas se eu tinha que voltar
para a sala o mais rápido possível.

Porém ele ignorou meu plano, abrindo uma das gavetas do


balcão e me entregando um comprimido.

– Tem água no quarto.

Eu o segui, engolindo o comprimido e bebendo a água que ele


me serviu. Ainda me sentia um pouco humilhada pelo momento
anterior, e não compreendia direito o que suas palavras significavam.

Porque ele insistia em ter alguém como eu? Cheia de defeitos


e cicatrizes?

– Acho que pelo menos os vestidos de Alice servirão em você.


Isso resolve o problema das roupas, nem que seja por amanhã. –
Edward sentou na cama, passando as mãos no cabelo. – Segunda
você e Alice podem ir fazer compras. Também teremos que passar na
sua casa para pegar o que você quiser trazer. Se importa de
dividirmos a cama? Por mais tradicionais que meus pais aparentem
ser, não acreditam mais naquela coisa de dormir junto só depois do
casamento, então vão estranhar se dormirmos separados.

– Eu tenho que voltar para casa. Meus pais...

– Você não vai. Acha que vou deixar que volte para lá? Pra
que? Pra te machucarem mais? Nós vamos casar daqui no máximo
um mês, não tem porque você voltar para lá Isabella.

– Porque você está fazendo isso? – eu não sabia o que dizer e


não entendia porque ele tinha decidido me ter apesar de tudo. – Por
quê?

Edward levantou, ergueu a mão e acariciou minha bochecha


manchada pelas lágrimas.
– Você pode achar isso machista ou ridículo, mas eu já
considero você minha. E eu costumo cuidar do que é meu. Estou só
cuidando de você Isabella.

E então ele não estava mais no quarto. Procurei não me


preocupar com a desculpa que Edward daria para que eu ficasse aqui
desde hoje. Andei pelo quarto, memorizando o lugar das coisas e
fazendo planos do que poderia ser feito para tornar o ambiente mais
alegre. Havia apenas uma foto no quarto, de Edward e Luca na praia,
rindo alegres.

Lavei meu rosto e escovei os dentes com uma das escovas


lacradas guardadas no balcão do banheiro e procurei ficar
apresentável outra vez dentro do possível.

– Isabella?

Saí do banheiro, dando de cara com Alice, pegando a outra


extensão da babá eletrônica.

– Hei! Vim pegar a babá. Da família eu sou a que mais tem o


sono leve, então monitoro Luca durante a noite.

Eu absorvi a informação, apreciando o cuidado que todos


tinham com Luca.

– Alice, você não precisa mais. Tenho o sono leve também,


posso fazer.

Alice pareceu muito feliz, mas logo disfarçou, fazendo uma


expressão de dúvida.

– Tem certeza? Você não se importa?

– É claro que não! – respondi sorrindo. – Além do mais o


quarto de Luca fica nesse andar e eu posso jogar Edward pra fora da
cama e dividir a tarefa com ele se Luca acordar.

Alice gargalhou, me entregando a babá.

– Fotografe! Ele é tão engraçado quando acorda.

– Se eu lembrar, vou fazer isso.

Ela ficou em silêncio por alguns minutos, analisando minha


camisa/camisola.
– Edward disse que talvez você precise fazer compras. – ela
mordeu o lábio, como se não estivesse interessada, mas o brilho nos
seus olhos dizia que estava sim. – Talvez eu possa ajudar.

– Ainda não sei se vou precisar fazer compras, tenho bastante


coisa, mas se eu for, vou chamar você pra me guiar.

Surpreendentemente, Alice não sorriu ou bateu palmas,


apenas sentou-se na cama, parecendo muito triste.

– Quantos anos você tem Isabella?

– 21, por quê?

Ela suspirou, olhando para o teto.

– Eu queria ter 21. Ser mais velha.

– Qual é o problema Alice? – mesmo conhecendo-a a pouco


tempo, eu podia dizer que aquela expressão de tristeza não
combinava com ela.

– Jasper. Ele gosta de mim, consigo ver isso nos olhos dele,
mas me evita porque sou nova demais. Não é como se eu fosse uma
criança! Já tentei mudar o cabelo, ler o jornal, usar as cores favoritas
dele, mas nada adianta.

Eu sentei ao seu lado e olhei para o teto também.

– E o que você já fez por você mesma? Quero dizer, você


gostou do cabelo? Aproveitou alguma coisa do jornal? As cores que
ele gosta são as que você quer usar?

– Como assim?

– Se você acha ou sente que tem que mudar Alice, que seja
por você. Jasper pode ser um incentivo, mas a mudanças tem que
fazer bem a você, você tem que senti-las. Jasper tem que gostar de
você do jeito que você é. Se ele não gosta ou evita o sentimento é
porque ele não merece você.

Ela me olhou com lágrimas escorrendo pelas bochechas.


Mantive seu olhar, segurando a sua mão, dando apoio a ela diante de
uma verdade tão dura, mas que aparentemente, ela tinha que
escutar.
– Você tem tanto tempo pela frente Alice. Aproveite sua vida e
fique de bem com você mesma. Uma hora, se Jasper gostar mesmo
de você, vai ver o que está perdendo.

Alice encostou a testa em meu ombro, apertando minha mão.


Eu me via no lugar dela, tentando não impressionar um garoto, mas
sim meus pais, e eu nunca consegui. Não valia a pena mudar para ter
ou impressionar alguém se aquilo não era o que você queria.

– Obrigada Isabella.

Edward entrou no quarto logo depois que Alice saiu. Eu


coloquei a babá no criado mudo, ao lado da foto de Edward e Luca.

– Obrigado pelo que disse a Alice. Ninguém tinha conseguido


achar as palavras pra dizer a ela.

– Tudo bem. Eu já gosto muito dela Edward. – ele sorriu, me


fazendo corar, o que me levou a mudar de assunto. – Eu disse que
ficaria com a babá eletrônica, tudo bem pra você?

– Sono leve?

– Não consigo não ficar alerta, então acordo fácil. – de repente


uma questão me pegou. – Como você sabia do que eu disse a Alice?

Ele sorriu, as bochechas levemente coradas de vergonha.

– Escutei uma parte da conversa.

Eu tentei me fazer de ofendida, mas acabei sorrindo também.


Ele foi para o banheiro enquanto eu olhava para a enorme cama em
minha frente. Em que lado Edward dormia? Eu decidi por fim me
deitar do lado em que estava a babá. Edward retornou quando me
deitei, puxando o edredom.

– Posso ficar com esse lado?

Para minha surpresa ele riu, deitando-se também.

– Qualquer lado. Eu não ligo pra isso.

Edward desligou o abajur e me olhou. Nós não nos abraçamos


ou qualquer outra coisa romântica que teria acontecido nos livros que
gostava de ler, mas o último vislumbre que tive antes de dormir, foi
dos olhos verdes de Edward que pareciam mais quentes.
(Cap. 5) Capítulo 5;

CAPÍTULO 5;

Luca acordou às seis da manhã. Seu riso alegre me despertou


do sono mais tranqüilo e bem vindo que eu já tivera desde muito
tempo, mas eu não me incomodei com isso. Havia um conjunto de
aviõezinhos em seu berço, miniaturas do avião que pendia no teto,
eles pairavam acima de Luca, que tinha descoberto como fazê-los se
mexer. Não do movo convencional é claro, mas cada vez que ele
chutava a cama com as perninhas, os aviõezinhos se mexiam como
se estivessem voando, o que o fazia rir.

Edward estava do mesmo jeito que eu o deixei ao sair do


quarto: de boca aberta, respirando solenemente, atirado aos
travesseiros. Luca o abraçou quando o coloquei na cama, o
despertando. Ele abriu os olhos, os pousou em mim por um
momento, sentada na cama, e então olhou para o filho que tinha o
braço em seu pescoço e sorria.

Não houve sorrisos da parte de Edward, mas ele apertou Luca


contra si, ganhando uma gargalhada em troca. Ele era realmente
engraçado ao acordar, como Alice comentara, até meio rabugento,
mas eu não peguei o celular que estava ao lado da babá eletrônica
para fotografá-lo por causa disso, e sim porque, mesmo daquela
maneira, ele soube dar atenção ao filho que continuava perto dele.

A foto ficou linda e, para a minha grande surpresa, Edward


não disse nada sobre meu impulso, pelo contrário, estendeu a mão
para que eu entregasse o telefone a ele. Seus olhos brilharam ao
olhar a foto e então ele apertou alguns botões e quando me devolveu
o aparelho, pude perceber que a foto estava como papel de parede.

Luca ergueu-se, sentando nesse momento. Edward arregalou


os olhos, acompanhando o movimento do menino que, virando-se
espalmou as mãozinhas na cabeceira da cama, ficando de pé. Edward
sentou, maravilhado. Foi aí que eu percebi que nunca tinha visto Luca
sentar ou sequer tentar andar por si próprio. O que, infernos, tinha
acontecido com essa criança?

Luca permaneceu de pé por alguns minutos e então saiu


engatinhando pela cama, quase caindo dela.

– Onde é que você vai mocinho?

Ele riu quando o peguei no colo, colocando-o de pé em minhas


pernas. Ele voltou a apalpar meus cabelos, como nas outras vezes,
admirado.
– Como é a rotina dele Edward? – perguntei, sorrindo para o
bebê.

Luca era uma das minhas responsabilidades dentro daquela


casa, e, como eu não queria ficar parada, pensando em como as
coisas poderiam arruinar dentro de um segundo, tinha que começar a
fazer alguma coisa. Luca era um bom começo.

Meu companheiro de cama olhava para minhas pernas, o que


me deixou encabulada quando percebi e então procurei me tapar,
mas Edward, que cada vez mais se provava mais estranho pra mim,
desviou o olhar, fixando-o em meu rosto corado.

– Café-da-manhã, alguns desenho na TV e então escolhinha.


Ele fica lá o tempo que determinarmos. Luca não tem uma babá, o
que nos leva a revezar pra cuidar dele.

Eu assenti, mas franzi a testa.

– Porque não há uma babá? – não conseguia imaginar porque


não havia ninguém para cuidar do garoto, já que dinheiro não era
problema.

Edward suspirou, apertando o nariz.

– Houve seis tentativas, simplesmente desisti.

– Por quê? O que.. oh!

Não era difícil adivinhar. Uma vaga de trabalho dentro da


mansão Cullen, convivendo com Edward. Talvez as candidatas nem
soubessem que Luca era seu filho, e talvez tivessem continuado a
não saber, mas o chamarisco de se estar dentro da mansão já era
suficiente.

Edward levantou, corado, meio sem jeito.

– Eu tenho alguém. – comentei, antes de perder a coragem.

Ele pareceu interessadíssimo e isso me deixou feliz, não só por


causa da oportunidade que minha indicação teria, mas por ele ter
parado para prestar atenção em mim sem hesitar. Como se soubesse
que podia confiar em mim. Isso era relaxante.

– Sue Clearwater. Ela tem 40 anos, perdeu o marido


recentemente. Trabalhava na minha casa, porém Reneé a pegou
cuidando de um dos meus ferimentos e a demitiu. Seth, seu filho,
está na universidade, ela é sozinha, nem sei o que está fazendo
agora, mas é maravilhosa e...

– Está contratada.

Eu fechei os olhos, muito feliz.

– Muito obrigada Edward. Só mais uma coisa, meus pais...

– Eles não vão saber que você a indicou, não se preocupe.


Além do mais, não é como se eu fosse deixar que eles transitem por
aqui a todo instante. Traga Sue aqui hoje à noite. Agora tenho que ir
me arrumar para o trabalho.

– Tudo bem, hãn.. Edward? – ele já ia em direção ao banheiro,


apressado. – Hoje é domingo, você não trabalha.

– Graças a Deus. – ele murmurou, enquanto voltava a se


deitar. – Semana passada eu cheguei a ir a empresa antes de me dar
conta.

Eu ri, o que fez com que Luca risse também. Eu o coloquei no


chão e ele saiu engatinhando pelo quarto, tão rápido quanto uma
formiga. Edward sentou na cama, observando o filho. Não era de se
estranhar que ele quisesse casar o mais rápido possível, já que não
conseguia nem saber mais em que dia da semana estava. Isso me fez
lembrar sobre um ponto muito importante.

– O que você disse a Charlie e Reneé?

Sua expressão endureceu e ele fechou os olhos por um


momento.

– Que não havia necessidade de você ir, que era mais fácil já
estar aqui agora. Sua mãe ficou desconfiadíssima. Queria vir falar
com você, mas eu não deixei, alegando que você estava cansada. Ela
disse que passaria aqui essa semana.

Fiz uma careta, pensando comigo mesma que tinha que


arranjar mais argumentos quando ela me interrogasse.

Luca continuava engatinhando pelo quarto. Às vezes se


segurava em algum lugar e ficava de pé por alguns momentos. Ele
devia ser o xodó da família, disputado com unhas e dentes, e por
mais estranho que fosse, ele parecia ter um pouco de cada membro
da família em seu jeito.

E foi aí que eu me dei conta de uma coisa.


– Se avô. – eu disse a Edward. – Ele não estava no jantar.

A expressão de Edward fechou mais ainda do que quando


perguntei dos meus pais.

– Ele está no Caribe com a namorada da vez. Parece que


esqueceu que tem um sobrenome público e está agindo como um
garotão pegando todas. Foi por isso que ele ligou para seus pais e
não apareceu lá.

As explicações de Edward pareciam um desabafo e eu decidi


então não comentar nada sobre o rancor que ele parecia ter do avô e
assenti somente.

– Será que podemos ir a sua casa hoje? – a pergunta me fez


olhar pra ele, assustada. – Pensei em levarmos Alice conosco assim
você não ficará sozinha com Reneé enquanto arruma suas coisas,
porque com certeza seu pai vai me prender na sala com algum drink
e uma conversa sobre negócios.

– Edward, você tem certeza que...

– Você não vai voltar pra lá Isabella. – seu tom era autoritário
e possessivo, e por mais estranho que parecesse, me fez sentir
segura. – A não ser que você queira, mas então nosso acordo será
cancelado.

Eu fechei os olhos horrorizada. Um bolo pareceu crescer em


minha garganta e foi com a voz embargada que eu respondi.

– Eu não quero voltar.

No segundo seguinte Edward estava me abraçando. Seus


braços me apertaram contra seu corpo e eu o senti beijando minha
cabeça.

Um barulho de uma gaveta fechando nos sobressaltou e então


Luca apareceu enrolado em papel higiênico. Ele tentava se
desvencilhar do papel, mas cada vez que engatinhava, mais o rolo se
desenrolava.

Edward, as gargalhadas, foi ajudá-lo. Nós descemos em


seguida para a cozinha onde Edward se apressou em dar o café da
manhã para Luca. Ninguém acordava cedo na mansão no domingo e
nesse dia Edward tinha que dar uma de chef já que ele não achava
justo incomodar os empregados quando ninguém mais o fazia.
Enquanto isso eu liguei para Sue.
Minha antiga babá chorou de felicidade com a notícia do
emprego, mas eu estava furiosa quando desliguei o telefone.

– O que houve?

– Ela sujou o currículo de Sue. – gritei, enfurecida. – Ligou


para agências e para as amigas falando mal dela. Sue jamais
conseguiria um emprego Edward!

Até Luca ficou assustado com meu estresse, o que fez com
que eu me virasse, envergonhada.

– Ela sempre soube?

– Sim. Desde a primeira vez. – respondi, lembrando de como


ela sempre cuidava dos meus machucados e dizia que tudo ia ficar
bem. – Mas nunca conseguiu contar a ninguém. Tinha medo de
perder o emprego ou ainda que ninguém acreditasse e me fizessem
mais mal ainda. Quando passei a entender melhor o que acontecia a
proibi de contar. Porém no fim ela sofreu as conseqüências do mesmo
jeito.

Eu senti as mãos quentes de Edward em minha cintura ao


mesmo tempo em que senti seu cheiro almiscarado.

– Acabou Isabella. Acabou. Você está segura agora.

Se hálito quente soprou em meus cabelos e eu me arrepiei.


Mas era um arrepio bom. Fechei os olhos, encostando minha cabeça
em seu peito.

Eu estava segura agora.

(Cap. 6) Capítulo 6;

CAPÍTULO 6;

Nenhum Cullen pareceu estranho ou agiu de maneira diferente


por minha presença naquele dia. Pude observar e conhecer mais a
família de Edward e o próprio Edward, e ambos, a cada minuto,
pareciam mais estranhos e perfeitos.

A atitude de Jonh parecia ser desaprovada por toda a família.


Ninguém dizia uma palavra sobre ele e eu não vi o mais velho dos
Cullen em nenhuma das fotos que praticamente cobriam a parede
onde ficava a escada. E isso era muito estranho, já que mesmo
visivelmente desaprovado por suas escolhas amorosas, Jonh ainda
conseguira fazer Edward seguir suas vontades e casar com a próxima
garota da lista que ele tinha feito, sem consultar o neto. E isso era
muito estranho.

Alice pareceu ter levado meus conselhos bem a sério e,


ignorando o olhar de espanto da mãe e o de reprovação Rosalie,
passou o dia de pijama e nem olhou muito para Jasper. E isso, a
simples atitude de ela ser ela mesma, pareceu chamar muito a
atenção do loiro de ar misterioso, já que Jasper não tirou os olhos de
Alice durante o tempo em que permaneceu na sala junto aos outros.

Infelizmente a hora de irmos a minha casa chegou. Edward


estava sério, mas isso não diminuiu a animação de Alice em nos
acompanhar para empacotar minhas coisas.

Edward cumprimentou Charlie e Reneé, que estavam


visivelmente surpresos com nossa aparição, com um sorriso no rosto.
Um sorriso que parecia verdadeiro e simpático, mas sua mão
apertava fortemente a minha, indicando que ele estava se esforçando
para não explodir. Eu sabia como ele se sentia, porque vinha
tentando não explodir a muitos anos.

Depois da surpresa, Reneé pareceu muito desconfiada,


enquanto Charlie mal se continha de tão animado e foi nos
convidando para entrar e logo ofereceu um drink a Edward.

– Como você está querida? – Reneé perguntou, parando em


frente a mim e Edward.

Ela claramente queria me abraçar, mas Edward soltou minha


mão e enlaçou minha cintura, sem parar de sorrir.

– Muito bem mamãe. Nós viemos buscar minhas coisas.

Ela piscou, incrédula e então olhou o vestido simples, verde,


de Alice, como se só agora tivesse se dado conta de que aquela roupa
não era minha.

– Mas querida, ainda falta um certo tempo para o casamento


e...

– Bobagem. – Edward desdenhou, interrompendo Reneé. –


Minha família já adora Bella, Luca também, eles não vão se importar
em ter Bella conosco desde já.

Alice, sorrindo, assentiu em concordância.


– Quanto ao tempo; – disse ela. – Nós temos muitas coisas do
casamento para organizar, vai passar num piscar de olhos. É até
prático que Bella já esteja na mansão.

Eu fiz minha melhor cara de inocente, o que não era difícil, já


que a ideia realmente não fora minha, e isso pareceu deixar Reneé
menos desconfiada.

– Oh, muito bem querida. Vamos arrumar suas coisas então.


Estou tão feliz que você já conquistou o coração da família de
Edward...

Alice nos acompanhou até meu quarto enquanto Edward


permaneceu na sala, o copo de Uísque intacto em suas mãos.

Eu rumei para o banheiro, decidindo que era melhor pegar as


coisas dali eu mesma do que deixar essa deixa para Reneé, já que
era muito capaz de ela sugerir que Alice fizesse para que pudéssemos
conversar por uns minutos a sós. Eu queria distância de minutos a
sós enquanto pudesse evitar.

As malas já estavam em cima da cama quando voltei ao


quarto e Alice arrumava pilhas de roupas dentro delas, com a ajuda
de Reneé, e eu não consegui não rir diante da sua reprovação.

– Ah Bella! Suas roupas são tão... simples! Você será uma


Cullen, precisa de glamour, brilho e saltos!

– Eu sempre disse isso a ela. – Reneé argumentou, me


olhando com reprovação. – Mas quando ela me ouviu? Sempre
preferiu essas roupas sem graça.

Não era a questão da simplicidade, mas sim do conforto,


porém eu não levantaria essa discussão agora, até porque Alice tinha
planos e contava para minha mãe enquanto terminávamos de colocar
tudo nas malas.

– Não se preocupe Sra, Swan, quando formos arrumar as


coisas de Bella, farei uma seleção do que vai e do que fica. Podemos
doar as coisas que ela não irá usar mais para a caridade. Mamãe
sempre fica feliz quando faço isso.

– É claro querida, vai ser adorável.

Ignorando-as, peguei um porta-retrato e livros e fechei as


malas, então fui até a escada e gritei pelos homens.
– Estamos prontas! Será que os cavalheiros poderiam nos
ajudar com as malas?

Edward apareceu um segundo depois, ansioso por irmos


embora, certamente. Pegou duas das seis malas e desceu, sendo
seguido por Charlie, Reneé e Alice. Eu olhei para o quarto braço que
até aquele momento fora meu refúgio e meu inferno.

Não. Não sentiria saudade nenhuma dele. De nada dessa casa.

Foi muito difícil controlar Alice enquanto arrumávamos minhas


coisas no closet. Luca perambulava pelo quarto, e às vezes arrastava
alguma roupa enquanto engatinhava. Rosalie se juntou a nós assim
que entramos no quarto, me surpreendendo. Ela era muito fechada,
um tanto triste, então por isso fiquei feliz pelo simples fato dela estar
ali, mesmo que não ajudasse nem desse palpites.

Por fim consegui fazer Alice gostar um pouquinho mais das


minhas roupas, mas mesmo assim muitas delas foram separadas
para caridade e devido a essa “perda”, Alice fez uma enorme lista de
tudo o que eu supostamente precisaria para “não ficar sem roupas”.

Quando tudo parecia estar já no lugar, coloquei o porta-retrato


que pegara em casa no bidê livre, ganhando atenção de Rosalie.

– Quem é?

– Minha avó. Marie. Meu segundo nome é em homenagem a


ela.

– Ela parece ser cativante Bella. – Alice comentou, sorrindo


para a foto.

– Ela era. Morreu quando eu era criança.

Nós ficamos em silêncio, olhando para a foto onde eu estava


em um balanço e vovó Marie me embalava alegre.

– Bella?! – questionou Rosalie, o cenho franzido. – Você


prefere que te chamem de Bella?

– Oh! Na verdade Alice foi a primeira a me chamar assim.

Reneé não gostava de apelidos, por isso nunca tive um, nem
fizera questão de espernear por um.

– Bom, e então, o que você prefere?


– Você pode me chamar como quiser Rosalie. Eu gosto de
ambos os jeitos.

Ela pensou por alguns segundos e então levantou.

– Eu não sei seus pontos fracos. Não somos grandes amigas,


nem colegas de trabalho, nem nada do tipo. Você está entrando pra
família é claro, mas ainda não nos conhecemos, então acho que
prefiro chamar você de Isabella. Bella é... gentil, como se realmente
conhecêssemos uma a outra. Isabella me parece mais forte,
destemido.

Eu e Alice ficamos em silêncio, enquanto Rosalie alisava uma


ruga inexistente em sua roupa. Não sabia o que dizer. Ninguém
jamais tinha falado sobre algo tão banal quanto nomes e dado uma
opinião tão enigmática e profunda sobre o assunto.

Isso me fez ver como as coisas estavam indo rápido. Depois


de ser apresentada para a família, eu já estava morando na casa,
todos pareciam gostar de mim, Alice me tratava como se fossemos
amigas de infância. Era bom olhar pra Rosalie e saber quanto chão eu
ainda tinha que percorrer pra ter meu futuro seguro e possivelmente
feliz, era bom recorrer a alguém pé no chão quando tudo parece
dançar e os minutos parecem ser horas.

– É uma boa dedução Rosalie. – assentiu Alice, piscando. –


Mas nós podemos falar sobre o casamento agora?

Rosalie revirou os olhos e apontou um dedo para a cunhada. A


unha bem feita, pintada de vermelho e os cabelos loiros esvoaçantes
eram capazes de intimidar qualquer um. Menos Alice, que batia o pé,
impaciente.

– Você acha que Esme já não está rodeada de revistas e


blocos de anotações na biblioteca?! Se quer falar sobre o casamento,
refreie sua mãe, porque ela já começou a planejar o casamento!

– Meu casamento? – perguntei, assombrada, para ninguém


em especial.

Alice arregalou os olhos e suas mãos se fecharam em punho.


Eu fiquei feliz por ela me defender e se sentir mal por ser deixada
para trás, como parecia que tinha acontecido comigo, mas quando
falou, tudo que eu pude fazer foi rir.

– Aquela tratante! Disse que nós íamos começar juntas!


Alice saiu correndo do quarto, gritando impropérios nada
adequados a uma moça de classe alta. Enquanto eu fiquei ali, parada,
ainda digerindo o fato de que aparentemente ninguém ia me
consultar pra nada sobre meu próprio casamento, Rosalie pegou Luca
no colo com certa reverência. O garoto fez carinho no rosto dela, mas
logo esperneou para ir para o chão.

– Ele gosta muito de você. – as palavras de Rosalie não eram


ofensivas, mas incrédulas.

– Eu gosto muito dele também. – dei de ombros, sem saber o


que dizer. – Acho que ele se sentiu seguro comigo, como se sente
com vocês.

Rosalie assentiu, alisando mais uma ruga inexistente em sua


roupa.

– Alice vai me levar pra fazer compras amanhã. – comentei


subitamente. – Gostaria de ir?

Ela pareceu surpresa com o convite, mas assentiu. Nós


ficamos em silêncio novamente, sem saber o que dizer, e então
quando Rosalie abriu a boca pra dizer algo, Edward irrompeu pela
porta.

– Olá garotas. – ele estava claramente leve de mais, o que me


levou a crer que talvez tivesse bebido alguma coisa. Alguma coisa
forte. – Rosalie, seu marido está perdendo algum dinheiro para papai
no pôquer. Acho que você deveria ir e vê-lo. Sabe como ele fica
sensível quando perde.

Rosalie assentiu, virando-se pra mim.

– Não sei se ele contou pra você, mas às vezes, nos domingos,
eles jogam um pouco pra descontrair.

Eu sorri.

– Edward não comentou, mas parece divertido. – olhei pra ele,


que sorria e se balançava no lugar. – Você ganhou?

Os olhos de Edward ficaram quase escondidos pelas dobrinhas


do seu rosto diante do sorrisão que ele deu ao responder.

– Alguns milhões.

– E bebeu pra comemorar.


Ele riu e fez um sinal pequeno com a mão.

– Só um pouquinho.

Rosalie rolou os olhos diante das explicações, já que pra ela


essa situação era familiar, pegou Luca no colo e saiu.

Edward indignou-se.

– Hei! Aonde você vai com meu filho?

Eu ri, puxando-o levemente pelo braço em direção a cama.


Edward caiu de costas no colchão macio, me levando consigo. A
sensação de estar deitada sobre o peito dele era indescritível. Edward
era quente, macio e duro ao mesmo tempo e incrivelmente cheiroso.
Mas pelo visto eu devia cheirar bem também, já que ele enfiou o
rosto em meus cabelos, respirando fundo.

– Você cheira a mel e flores. Acho que a morango também.

Eu ri, porque, era uma combinação muito estranha.

– Obrigada.

Edward nos virou, me deixando de lado, deitando a cabeça em


meu colo, o nariz roçando no decote do vestido. Foi impossível não
corar diante da posição tão intima, mas incrivelmente eu não me
senti horrorizada ou apavorada, me senti apenas bem, segura, como
se estivesse em casa.

– Sua queimadura dói assim?

– Não, está tudo bem.

Edward adormeceu alguns segundos depois e eu deixei que ele


dormisse por algum tempo. Acariciei seus cabelos e zelei seu sono,
deslumbrada com a beleza daquele homem. Ele parecia esculpido,
feito sob medida, pois havia perfeição em cada traço dele.

Foi aí que me dei conta de que não precisaria de muito tempo


pra conseguir ser a mulher dele de fato, porque, além de esplêndido,
Edward era justo, carinhoso e atencioso. Eu teria que tomar muito
cuidado, porque se não, me apaixonaria por ele em um piscar de
olhos.

Foi difícil fazer Edward acordar, algumas horas depois, mas


Sue estava chegando e tínhamos que recebê-la. Como Edward disse,
ela estava contratada. Bastou algumas palavras com Sue para que
ele percebesse que ela era realmente uma boa pessoa, e eu fiquei
muito feliz de poder tê-la comigo novamente. Ela começaria no dia
seguinte e moraria com os outros empregados na casa que ficava nos
fundos da mansão, uma casa que na realidade, podia ser uma
mansão para algumas pessoas. Dava pra perceber que os Cullen
cuidavam dos seus, mesmo se eles fossem seus empregados.

Luca adormeceu cedo, exausto e Edward também quis se


recolher, o que era estranho, já que ele tinha tirado um cochilo pela
tarde e era realmente cedo. Porém, quando chegamos ao quarto,
entendi sua pressa.

– Precisamos combinar nossas histórias.

– Histórias?

– É.

Edward me puxou para deitar com ele e eu me aconcheguei ao


seu corpo quente.

– Como nos conhecemos? – ele alisava minhas costas e era


um tanto difícil pensar desse jeito, mas procurei disfarçar e dar o
meu melhor.

– Cinema? Eu gosto de cinema.

– Certo. Eu realmente fui ao cinema alguns meses atrás para


supervisionar o negócio. A Cullen’s comprou a extensão do shopping
do centro.

– Ok. Então nos conhecemos lá. Nas outras vezes saímos pra
jantar e dançar, que tal?

– Parece bom, mas eu não saia muito à noite.

– Almoços então? Podemos dizer que você não queria dar


falsas esperanças aos seus pais se não desse certo, e nos
encontramos as escondidas um pouco.

– Muito bom. Eles estranharam muito que cheguei em casa um


dia com uma noiva sendo que nem tinha a apresentado como
namorada antes.

– Foi assim com Tanya também?

A pergunta escapou antes que eu pudesse filtrar e Edward foi


sucinto ao responder.
– Não. Nós já nos conhecíamos então... – sua mão apertou
minha cintura por um segundo e então ele mudou de assunto. –
Viajei para Alemanha mês passado. Você poderia ter ido junto?

Eu ri diante do seu pedido sem fundamento, mas tão educado.

– Sim. Eu poderia sim.

– Ok. Vou pedir a Angela uma lista dos filmes que passaram
há alguns meses e também bons restaurantes. Podemos realmente ir
a esses lugares para dar veracidade aos fatos sem falar que...

– Que?

– Seria bom pra nos conhecermos realmente. – ele pareceu


encabulado e tudo o que pude fazer foi continuar olhando pra ele. –
Eu realmente quero que dê certo Bella. E eu gosto de você.

Eu o abracei apertado, emocionada que alguém tão bom


pudesse gostar, nem que fosse um pouco, de mim.

– Vai dar certo. Eu sei que vai.

Permanecemos alguns minutos assim, em silêncio, até que


Edward questionou:

– Você vai fazer compras com Alice amanhã?

– Não acredito que tenha muita opção em ir ou não, então


sim, eu vou. – nós rimos enquanto ele agora alisava meu braço. –
Rosalie vai também.

Ele pareceu surpreso, mas disfarçou.

– O que acha de eu aparecer com Luca à tira colo para o


almoço?

– Parece muito bom.

Não era o plano, mas nos adormecemos daquele jeito,


agarrados um ao outro. E antes da consciência me levar para o
mundo dos sonhos, eu pude sentir Edward alisar minha bochecha
com uma delicadeza da qual eu nunca vi igual.
(Cap. 7) Capítulo 7;

CAPÍTULO 7;

– Alice! Minhas pernas doem. E se meu estomago roncar mais


uma vez, vou cogitar a hipótese de comer você!

Ela riu, ignorando o olhar incrédulo de Rosalie, que, pude


perceber desde que a conheci, se comportava como uma Lady
sempre. Meus modos estavam um pouco longe de serem
considerados de uma Lady, no momento, mas isso sempre acontecia
quando estava cansada ou com fome. Eram meus pontos fracos, e no
momento, eu estava cansada e com fome.

– Tudo bem, tudo bem. Edward está ali. – ela apontou para a
praça de alimentação a nossa esquerda.

Edward e Luca estavam ali, sendo observados por todos ao


redor, mas eles sequer pareciam ligar pra isso. Luca brincava com um
carrinho vermelho, uma Ferrari em miniatura, e Edward o observava
sorrindo.

Nós nos aproximamos carregando mais sacolas do que eu


esperava, já que nem o segurança escapou de carregar algumas, e
sentamos nos lugares disponíveis. Luca sorriu quando me viu,
balançando o carrinho na minha frente.

– É lindo querido. – eu o peguei, recebendo um beijo na testa


de Edward. – Você vai ter um desses quando crescer não é?! Não
esqueça de me levar pra dar uma volta.

Ele riu, agitando o brinquedo no ar e fazendo um barulho com


a boca como se fosse um motor.

– Olá garotas. – Edward saudou, alegre. – Eu realmente


espero que Isabella tenha concordado em comprar tudo isso, o que,
eu tenho quase certeza, não ocorreu, não é Alice?

Ela riu, piscando para o irmão.

– É claro que ela concordou!

Eu revirei os olhos, mais interessada em arranjar algo pra


comer, urgentemente.

– Porque eu não tenho tanta certeza disso? – Edward


repreendeu Alice, franzindo a testa.
Eu o olhei, quase desesperada.

– Nós podemos, por favor, comer?

Ele riu, assentindo. Nós fizemos os pedidos e logo estávamos


comendo. Alice e Rose discutiam sobre algum sapato, mas eu preferi
apenas olhar Edward e Luca. O garoto olhava sério para o pai, que
agitava uma batatinha e explicava sobre frituras.

– Você só vai comer algumas ok? E isso é só de vez em


quando. Frituras não são muito saudáveis, são gordurosas e podem
fazer mal a saúde...

Luca dirigiu seu olhar para a batata a sua frente com os olhos
brilhando, então ele agitou as mãozinhas roubando a batata de
Edward e interrompendo seu discurso.

Eu ri, enquanto Luca mastigava feliz.

– Você devia me apoiar nisso.

– Tudo bem Sr Saudável. Mas é só hoje Edward. Pare de


implicar!

Ele fez uma cara falsamente brava e então se inclinou pra


mim. Seu rosto pairou a centímetros do meu.

– Janta comigo hoje. – seu pedido não passava de um


sussurro e naquele momento, era como se só estivéssemos os dois
ali.

– Hoje é segunda.

– Eu sei. – um sorriso se desenhou em seus lábios. – O que


significa pouquíssimo movimento em qualquer restaurante. Janta
comigo.

Eu assenti, incapaz de fazer qualquer outra coisa. Estava


dominada por aquele olhar verde, intenso e penetrante.

Edward sorriu de novo e por um segundo achei que ele me


beijaria. Só por um segundo, porque Alice nos interrompeu,
sugerindo que fossemos embora, trazendo consigo tudo ao nosso
redor, tudo que por momentos, parecia ter sumido.

Edward cuspiu o uísque quando me viu no alto da escada


naquela noite.
Eu me senti sexy e poderosa, uma mulher de verdade, algo
que nunca tinha acontecido antes. Alice tinha me ajudado, palpitando
sobre o que eu devia usar, mas a decisão de usar o vestido de um
ombro só, lilás, curto e justo fora minha. O salto do sapato prata
fazia barulho enquanto eu descia os degraus, corada de mais pra
olhar pra Edward.

Rosalie, enquanto questionava com muita delicadeza como eu


e Edward tínhamos nos conhecido, ajeitava meu cabelo em um coque
frouxo. Não fora difícil passar a ela, e a Alice que tinha,
imediatamente, ficado atenta para ouvir, a história que eu e Edward
combinamos. Eu já tinha ido, inclusive, em alguns dos restaurantes
que escolhemos com Charlie e Reneé, então não fora difícil
incrementar algum detalhe pra parecer verdadeiro.

Hoje seria a primeira vez que iríamos jantar, algo que a família
parecia apreciar muito e dar a importância de um evento, porque
Edward estava sozinho na sala. Quando me encorajei para olhá-lo,
percebi que ele tinha se recomposto e colocara o copo em cima de
um móvel próximo. Se aproximou de mim, boquiaberto.

– A diferença é tão grande assim? – perguntei, constrangida.

– Não! É claro que não! – ele respondeu, incrédulo. – Você é


linda Isabella. É só que eu acho que nunca vou me acostumar. Você
nunca para de me surpreender.

– Porque está surpreso?

– Porque você está feliz. Seus olhos estão brilhando. Não é só


a roupa, ou a maquiagem e o cabelo, você está feliz e isso te deixa
mais linda do que nunca.

Edward pegou minha mão, a beijando levemente.

– Não tenho motivos pra não estar feliz. – admiti, corando um


pouco mais.

– Eu fico feliz em ouvir isso.

Não demorou muito pra chegarmos ao restaurante e como


Edward previu, o local estava praticamente vazio. Nós fizemos os
pedidos, conversando amenidades e então quando a bebida chegou,
ficamos em silêncio.

– Estou indo rápido de mais?


Eu soube imediatamente que ele estava falando da parte física
do nosso recente relacionamento. Nós não tínhamos falado sobre os
abraços e a facilidade recém descoberta de tocar um ao outro.

– Não. Se estivesse eu teria dito.

– Talvez eu não tivesse ouvido. Estava meio alegre.

Edward corou, algo que parecia raro e fofo, ao se lembrar do


ocorrido de ontem.

– Eu teria dito mesmo assim. – sorri, meio encabulada. – Eu


realmente teria dito Edward. Já não vejo você como uma ameaça,
acho que na verdade nunca vi.

Ele assentiu, um pouco sério e bebericou seu vinho.

– Espero que você não tenha se assustado com aquilo. Nós


jogamos pôquer de vez em quando entre os homens da família.
Acabamos sempre bebendo pra comemorar, quer dizer, eu e papai.
Emm nunca aprendeu a blefar, então não consegue comemorar
muito.

– Ele parece intimidante e grande de mais pra precisar blefar.


– opinei, lembrando da estatura e musculosidade de Emmett, algo
que sempre me deixara meio amedrontada.

Pra minha surpresa, Edward riu.

– Isso é porque você não o conhece. Emm é uma criança


grande. Não bate em uma mosca. Ele e Rose combinam muito já que
ela é toda séria.

– Deve ser de família. Jasper é muito sério também. Aliás,


quantos anos ele e Rosalie têm?

– Vinte e Quatro. Novos de mais pra ser assim não é?! – ele
franziu a testa enquanto olhava para o vinho. – Mas a vida os ensinou
a ser assim. Não é minha história, então não posso contar pra você,
mas...

– Eu entendo. – eu entendia realmente. Além do mais sempre


desconfiara que algo tivesse acontecido para que Rosalie fosse aquele
poço de tristeza, e Jasper aquele poço de maturidade, que não
considerava sequer chegar perto de uma garota de dezoito anos. –
Você é o mais velho então?
– Tenho vinte e seis, não sou tão velho assim. E você só tem
vinte um. – ele respondeu rapidamente.

Eu ri, porque ele ficara realmente apavorado com o ideia de


ser velho.

– É claro que não. Sua família tem uma resistência e tanto


contra a velhice. Não dá pra dizer que seus pais já tiveram três filhos
e tem um neto. Vocês são como aquelas famílias de comercial de
margarina!

Edward gargalhou e segurou minha mão, acariciando meus


dedos levemente.

– Você é incrível Isabella.

Eu corei, o que provavelmente fez seu sorriso aumentar. Fui


salva do meu embaraço pelo garçom que trazia nossa comida.
Jantamos falando sobre os gostos um do outro, nossas preferências,
que combinavam de uma maneira estranha e fofa. Falar sobre nossos
eus nos deixou mais a vontade um com o outro. Não houve um
momento de silêncio, um de nós sempre tinha uma nova pergunta
pra fazer. Só paramos de trocar informações quando chegamos ao
quarto e eu bocejei.

– Muito bem mocinha. Cama!

– Só vou checar Luca antes.

Ele assentiu, sorrindo e saiu em direção ao banheiro, enquanto


eu ia ao quarto de Luca. Ele dormia tranquilamente, esparramado em
seu berço.

Quando voltei, encontrei Jasper subindo as escadas. Ele


parecia abatido e olhava para o chão.

– Jasper? Tudo bem?

Ele pareceu assustado por um momento ao me ver, mas logo


sorriu da melhor maneira que pode.

– Sim, tudo bem. É só que Maria e eu tivemos nossa primeira


discussão de namorados. Depois de apenas três horas namorando.
Foi cansativo.

– Maria? – eu estava incrédula. – Você arrumou uma


namorada?
Não pude ter certeza, mas Jasper pareceu ter corado.

– É. Ela é muito legal, e, bom, tenho certeza que vai se dar


bem com todos.

– Não com todos e você sabe disso! Você enlouqueceu? Sei


que sou nova aqui, Jasper, e que estou sendo bastante intrometida,
mas se você não quer nada com Alice, diga isso a ela e explique suas
razões. Só não arrume alguém e traga essa pessoa pra dentro de
casa pra esfregá-la na cara dela! Ela não merece isso Jasper! E não é
como se você não gostasse dela!

Quando me calei, percebi que estava praticamente gritando e


isso deve ter chamado a atenção de Edward, que estava parado ao
meu lado.

– Isabella? O que está acontecendo?

– Se você trouxer essa mulher aqui Jasper, não espere, nem


por um momento, que eu seja simpática com ela. Nem com você.

Estava com tanta raiva da infantilidade de Jasper, que se


julgava muito maduro, que nem falei com Edward. Simplesmente saí
a passos largos para o quarto. Alguns minutos depois ele retornou, o
semblante fechado.

– Por mais ridículo que isso tudo seja, eu não posso impedir
Jasper de trazer a tal de Maria aqui.

– Alice vai ficar arrasada!

Edward suspirou, me puxando pra sentar com ele na cama.

– Já parou pra pensar que talvez ele goste mesmo dessa


mulher?

– Uma das coisas que eu provavelmente esqueci de contar


hoje Edward, é que eu sou muito observadora. Uma boa observadora.
Jasper gosta de Alice, ele só não quer gostar.

– Você não precisaria, em momento algum me dizer isso. Sei


que você é uma boa observadora. Também sempre desconfiei dos
sentimentos de Jasper, mas não podemos interferir. Nos resta apenas
estar lá para Alice. Ok?

Eu assenti, ainda muito chateada.


– Às vezes você me lembra muito o meu Tio Alistair. – eu o
olhei, confusa. – Ele morreu há muitos anos atrás, mas as
semelhanças são bem grandes. Os mesmo olhos, cabelos, o mesmo
jeito indignado e protetor. E às vezes você fica parada, olhando para
o nada, e parece a versão feminina dele.

– Era irmão do seu pai? Eu nunca ouvi falar dele.

– Ele era meio recluso. Ele e papai nunca se deram muito bem
e quando mamãe decidiu que adotaria, ele foi o primeiro a apoiar.

– Adotar? – eu arregalei os olhos, tonta com tanta informação.


– Você é adotado?

Ele assentiu, sorrindo.

– Papai foi muito contra no começo, mas ele diz que se


apaixonou por mim quando mamãe me trouxe para um fim de
semana. Eu tinha só seis meses.

– Como ninguém nunca soube de nada?

– Foi tudo muito bem camuflado. Jonh não queria que algo
assim vazasse. Imagina, o primeiro neto, adotado. – Edward deu de
ombros. – Ele se acostumou depois e hoje é como se eu tivesse seu
sangue.

– Você se sente diferente Edward? Alguma vez já recebeu um


tratamento diferente?

– Nunca. Tenho mais responsabilidades que os outros, mas


isso é por ser o mais velho, você sabe, o que vai substituir o chefe da
família mais tarde. Mas fora isso, nunca.

Não soube o que dizer a ele naquele momento. Acho que


talvez não houvesse nada pra se dizer. Ser adotado não mudava
nada na vida de Edward. Ele crescera no meio dos Cullen, fora
educado como um Cullen, seria o chefe da família da aqui há algum
tempo. Sangue, ao que parecia, era a única coisa que ele não tinha
dos Cullen. E isso não era nada.

– Obrigado por me contar. Significa muito que você confie em


mim sobre isso.

– Não tem como não confiar. Você é muito diferente de Tanya.


Ele não disse mais nada, simplesmente me deu boa noite e se
deitou. Eu fiz o mesmo alguns minutos depois, mas não consegui
dormir.

O que será que ele quisera dizer com aquilo?

(Cap. 8) Capítulo 8;

CAPÍTULO 8;

A semana passou tão rápida quanto um piscar de olhos.

E eu me sentia perdida.

Todos tinham uma rotina e eu tive que me adaptar a ela,


como era o caso das refeições, do chá que Esme e Rosalie gostavam
de tomar à tarde, como a boa inglesa que Esme era. Eu fiquei muito
surpresa por descobrir sua nacionalidade. Ela não tinha um pingo de
sotaque e não me parecia provável que Carlisle tivesse ido tão longe
para achar uma esposa. Mas em uma das sessões de chá, ela me
contou que eles se conheceram em Nova Iorque e foi amor a primeira
vista, casaram, adotaram Edward e então Esme, como um milagre,
ficou grávida duas vezes. Não fazia o mínimo sentido que Edward
aceitasse um casamento de conveniência quando o matrimonio dos
próprios pais era baseado no mais puro amor.

Os homens passavam o dia no trabalho, aparecendo somente


no jantar. Edward pediu desculpas por isso na quinta feira.

– A empresa está comprando uma rede de cafeterias, está


tudo uma loucura, sinto muito por não poder passar mais tempo com
você.

– Tudo bem, eu entendo.

Eu entendia realmente. E isso de certa forma era bom, porque,


eram tantas informações, tanto pra guardar e isso estava me
deixando loca.

E, inevitavelmente, Edward descobriu. Na sexta, quando


deitamos pra dormir, ele me disse que tinha ficado no trabalho até
mais tarde aquele dia, pra poder dormir um pouco mais no sábado,
sendo que teríamos a festa de aniversário dos trinta anos de
casamento de Esme e Carlisle. Eu congelei, estupefata. Naquele
segundo ele soube que eu não sabia da festa, naquele segundo ele se
deu conta de que eu não estava participando dos preparativos do
casamento. O que era verdade.

Eu me senti excluída de certa forma. Deixada de lado.

E Edward ficou furioso. Ele gritou com a mãe, com Alice, com
o pai, com Rosalie acordando até os empregados. Tudo que eu pude
fazer foi ficar quieta, ali, atrás dele, sem saber o que fazer. Todos
ficaram apavorados então Esme tomou a palavra.

– Eu sinto muito querida. Mas, achamos que você sabia da


festa, todo mundo só fala disso aqui em casa. E sobre seu
casamento, você não mostrou muito interesse, e como Edward exigiu
que tudo estivesse pronto para daqui a um mês, eu tomei a frente.

– Eu moro aqui só há uma semana. – sussurrei, incrédula. –


Ninguém me fala sobre nada, como se eu já fizesse parte da família,
mas eu não faço. Fui criada de um modo conservador, muito
conservador. Não vou deixar de ser tímida de um dia para o outro e
sair especulando com os empregados o que está acontecendo nem
vou sair organizando um casamento se eu nunca fiz isso antes. Vocês
aparentemente já, mas nem se deram ao trabalho de perguntar o
que eu achava sobre nada.

No mesmo instante que me calei, coloquei a mão sobre minha


boca, mal acreditando que eu tinha, de fato, dito tudo aquilo. Era a
primeira vez, em toda a minha vida, que eu explodia. De um modo
cadenciado e até gracioso, já que não gritei, mas ainda sim, uma
explosão.

Então eu sorri e olhei para Edward. Ele tentava disfarçar, mas


sorria também, e seus olhos brilhavam, um brilho especial, de
apreciação, orgulho. Edward estava orgulhoso de mim. E eu me senti
orgulhosa de mim mesma naquele momento. Pela primeira vez na
vida.

Esme teceu milhares de desculpas, Alice chorou como uma


criança, Rosalie corou e Carlisle se balançou para frente e para trás
em seus pés, visivelmente constrangido.

Mas bastou. Eles estavam arrependidos e tudo o que faltou foi


diálogo. E então, cinco minutos depois de explodir pela primeira vez,
eu percebi era possível sim, resolver as diferenças e os erros através
de palavras e não de punições.

Naquela noite eu dormi como um bebê.


No sábado pela manhã, uma Alice disposta a tudo para ter
meu perdão, me levou para conhecer seu ateliê. Era simples, até
pequeno, mas bastante sofisticado e luxuoso. Nos sábados pela
manhã, como ela me explicou, o ateliê abria apenas para aqueles
com hora marcada, e nesse sábado Alice só tinha duas entregas. Eu
conheci duas filhas de homens do cenário político de Chicago. Fui
simpática, recebendo o mesmo em troca, e nem por um minuto me
senti incomodada com seus olhares incrédulos quando Alice disse que
eu e Edward casaríamos em breve. E então em menos de doze horas,
eu tive outra libertação: a de não me depreciar. Edward podia ter
escolhido qualquer outra da lista. Ou fora dela. Ele deixou isso claro
no dia em que nos conhecemos, mas ele escolheu a mim. Não só por
minha aparência, mas pelo que eu era por dentro.

Quando achei que iríamos embora, Alice me levou para a área


de costura mais ao fundo. As paredes eram brancas, mas os tecidos e
apetrechos eram tão coloridos e vivos que a sala parecia ter aquelas
cores. E então Alice estava na minha frente balançando um vestido,
alegríssima.

– Eu fiz pra você. – ela disse, me olhando com sinceridade. –


Pra você usar hoje à noite. Eu ia te dar só na hora, mas...

– É lindo Alice!

E nunca tinha visto um vestido tão puro e ingênuo, o que


ironicamente, era a minha cara.

Em um primeiro olhar, achei que fosse branco, mas depois


percebi que era gelo. Não era longo, terminava acima dos meus
joelhos, e, acima dos seios, transpassando meu peito em diagonal,
dando a impressão que segurava o vestido em meu corpo, havia um
trançado em prata, com pedras que eu tinha certeza, eram preciosas.
O frio do metal me confortava diante de todo aquele calor que vinha
aumentando através dos dias.

Eu me senti uma rainha.

– Santo Deus, eu sei fazer um vestido.

Eu ri com Alice, diante da sua falta de modéstia e poucos


minutos depois estávamos voltando pra casa.

Poucos momentos antes de descermos, Edward me fez sentar


na cama e então deslizou em meu dedo o anel que eu nem dera
falta: de noivado. Havia uma safira, brilhante e linda, no centro e
então vários pequenos diamantes a rodeavam.
– Gosto de como o azul fica em você.

Não houve nada mais do que isso, mas não era necessário. Ele
fez um momento que era pra ser embaraçoso, se tornar lindo e
especial, simplesmente por se lembrar de mim enquanto adquiria o
anel.

Eu acariciei sua bochecha, emocionada.

– É lindo Edward. Obrigada.

Eu e ele não nos soltamos naquela noite. Charlie e Reneé


estavam ali, é claro, mas em momento nenhum eles conseguiram
ficar a sós comigo. Alice também pairou ao nosso redor durante
praticamente o tempo todo. Maria, a namorada de Jasper estava na
festa, e isso a destruiu, mesmo que sua mascara de alegria fosse
muito bem feita. Sue estava com Luca, zelando pelo seu sono que
provavelmente seria perturbado pelo barulho, mas eu sabia que ele
estava em boas mãos.

Conheci muitas pessoas naquela noite, amigos, primos, tios,


etc. Jonh não veio à festa, o que parecia ter passado educadamente
despercebido por todos. Carlisle e Esme dançaram uma valsa, ambos
sorriam e o brilho em seus olhos era visível de longe. Isso me fez
derramar lágrimas silenciosas. Será que um dia eu teria tudo aquilo?
Será que Edward era aquele, apesar de todas as circunstâncias?

– Hei, o que houve? – os dedos de Edward secaram


delicadamente minhas lágrimas. – Você está bem?

– Sim. – eu olhei mais uma vez o casal feliz rodeado por seus
entes queridos. – É lindo.

Edward sorriu, me abraçando, nem um pouco preocupado em


estar de costas para os pais em sua dança.

– Nós vamos ter isso um dia. Quando você menos imaginar.

– Como você tem tanta certeza? Não deu certo com Tanya.

Seu sorriso desapareceu, mas o brilho dos seus olhos não.

– Tanya não era você Isabella. Ela nunca poderia ser.

Eu me aconcheguei em seu abraço, encostando minha


bochecha em seu peito. Nos balançamos quase imperceptivelmente
ao som da valsa que ainda ecoava. E só por isso eu fui capaz de vê-
la.
Era um pouco bronzeada, os cabelos em estilo chanel, bem
pretos. Os olhos pareciam castanhos, mas eram estranhos, quase
artificiais. Ela passou a poucos metros de mim e Edward. Olhou uma
vez em nossa direção e então desviou sua atenção para as escadas.
Eu não podia explicar a sensação, mas no momento seguinte eu
estava a seguindo, observando seu andar decidido e suas mãos em
punhos. Aquele rosto era familiar.

E o que ela queria subindo as escadas quando todos estavam


prestando atenção a dança do casal? Havia três banheiros no salão
da mansão. E eu só conseguia pensar em um motivo para ela subir:
Luca.

– Hei! Hei você!

Ela parou na metade do corredor, mas não se virou.

– Sinto muito senhorita, mas você não pode subir aqui. A festa
é lá em baixo.

A mulher se virou, seu vestido preto esvoaçando.

– Estou procurando um banheiro.

– Há três lá em baixo, e qualquer empregado pode guiar você.

Suas mãos nunca relaxaram. Seu corpo pareceu se preparar


para um confronto, não que eu me importasse com isso, mas então
sua expressão de tornou de pânico quando ouvimos a voz de Edward
pelo corredor, me chamando.

– Isabella?!

Eu cheguei mais perto dela, o cenho franzido, tentando me


lembrar de onde eu conhecia aquele rosto. Era angular, quase
perfeito, a pele delicada, mas parecia faltar peças, como se aquele
rosto não combinasse com o cabelo, ou com os olhos.

Quando Edward nos encontrou, ele fez as mesmas perguntas e


alertas que eu fiz, mas sua expressão era de pura raiva. Ele conhecia
aquela mulher. Ela desceu as escadas de forma apressada e logo um
segurança a escoltou pra fora. Edward sumiu por alguns minutos e
logo após ele estava de volta com Alice, ambos um tanto
desconfortáveis.

– O que aconteceu? – perguntei assim que seus braços


deslizaram pela minha cintura, em um abraço apertado. Ele beijou
meus cabelos, parecendo quase desesperado. – Edward, por Deus, o
que houve? Quem era aquela mulher?

– Uma penetra. Não a conhecíamos. Tudo indica que seja da


mídia atrás de algo pra vender revistas.

– Luca?

– Talvez. Não há fotos dele, assim, sabe, de perto, nem


oficiais. E essa semana eles flagraram você com ele na volta da
escolhinha.

– Isso era inevitável.

– Eu sei. Mas a agora a curiosidade vai aumentar. Só me deixa


um pouco preocupado nada de mais.

Ele não parecia mais inclinado a falar qualquer outra


informação adicional, então eu não insisti. Circulamos mais um pouco
entre os convidados, que nunca cansavam de elogiar meu vestido.
Edward quando ouvia os comentários, sorria como um menino no
Natal, porém quando os comentários vinham de solteiros, ele não era
tão receptivo.

– Felizmente eu já a pedi em casamento não é?!

Eu tinha que avistar sempre alguém em prol de distraí-lo


depois desses momentos, mas eles eram incrivelmente fofos e
especiais. Dessa vez minha atenção se fixou em uma mulher bebendo
perto da janela. Ela olhava para o pátio, ou ao menos era aquilo que
ela devia ver, porém parecia perdida em pensamentos.

– Quem é? – perguntei a Edward, andando na direção da


mulher. – Ela parece distante daqui.

– É Tia Carmem. A esposa de Tio Alistair. Eu lhe falei sobre ele


lembra?

– Sim. – ainda me parecia meio fantasioso que alguém


pudesse ser tão parecido comigo, sem que fossemos parentes. – Eles
não tiveram filhos?

– Não. Ela é um pouco amargurada por isso. Mamãe acha que


ela é estéril, apesar disso nunca ter se confirmado. – nós nos
aproximamos mais e então Edward colocou a mão livre no ombro de
Carmem. – Tia Carmem! Que bom te ver! Eu ainda não te apresentei
Isabella, minha noiva.
A bela mulher sorriu para Edward e o abraçou com carinho,
mas sua expressão caiu quando seus olhos pousaram em mim, como
se ela estivesse vendo um fantasma.

(Cap. 9) Capítulo 9;

CAPÍTULO 9;

Seus olhos me percorreram analiticamente, de uma forma que


me deixou muito constrangida. Não era desejo nem nada do tipo, era
como se eu não valesse nada, como se não merecesse estar ali.

– Muito prazer. – balbuciei, tentando ser educada apesar da


sua clara negação para comigo. – Edward me contou sobre seu
marido, sinto muito. Parecia ser uma pessoa especial.

– Algo que você jamais vai ser. – sua voz era fria, cortante. –
Não importa o quanto você lembre...

Ela calou-se, entregando o copo para Edward. Me olhou mais


uma vez, a raiva agora dominando seus olhos e então saiu.

– Deus! Fiz alguma coisa que não devia?

– Claro que não Isabella! Acho que ela ficou infeliz, porque
como eu já disse, você é muito parecida com meu falecido Tio.

– Isso não é motivo para ela colocar todo esse ódio em cima
de mim! Eu nem o conhecia!

– Deixa pra lá. Quero dançar mais um pouco com você.

Nós dançamos muito em toda a noite, não que eu dançasse


muito bem, mas Edward era um dançarino exímio e me conduziu com
perfeição. Tinha sido uma noite mágica, eu não podia negar isso,
porém tinha a impressão de que aqueles dois acontecimentos ainda
dariam o que falar.

Quase no final da festa, quando poucas pessoas ainda


dançavam, eu me dirigi a cozinha a fim de pegar alguns doces para
comer com Edward e encontrei Alice sentada na mesa, as pernas
balançando no ritmo da música.

– Hei cunhada. Dançando muito?


Eu corei, alegre e distribuiu alguns doces em um prato.

– Um pouco. Você está bem? Parece meio perdida.

Seu olhar estava fixo na geladeira branca e parecia meio


apagado, sem o brilho de sempre.

– Estou bem sim. – ela riu, um som de escárnio. – Conheci


oficialmente a namorada de Jasper há alguns minutos. Simpática.

Eu suspirei, desviando minha atenção dos doces.

– Em algum momento você vai precisar explodir Alice. É muito


bom explodir de vez em quando sabia?! Jasper está sendo infantil,
porque ele claramente tem sentimentos por você, só que não está
pronto para aceitá-los.

– Não vou ficar esperando que ele caia em si e descubra que


existe mais na vida do que ser super responsável. Não é culpa dele
que o pai tenha morrido cedo inferno! Quando ele vai descobrir isso?!
Daqui a cinco dias? Meses? Anos?! – lágrimas caiam espessas pelo
rosto de Alice, mas seu rosto jamais se contraiu por soluços ou
alguma expressão de dor e tristeza, havia ali simplesmente uma
frieza e determinação que eu jamais vi igual. – Simplesmente não
posso ficar sentada, vendo a vida passar, esperando que ele caia em
si. Eu mereço mais.

E então ela saiu, correndo em direção as escadas. Minutos


depois eu me sentei ao lado de Edward na varanda, vendo uma
pequena garoa cair. Ele sorriu pra mim, passando seu braço por meu
ombro e beliscando os doces.

– Alice acabou de tomar alguma decisão. E não acredito que


seja alguma coisa muito boa.

Ele franziu a testa e suspirou quando lhe contei sobre o


acontecido na cozinha.

– O pai de Jasper morreu quando ele e Rose tinham dezesseis.


Ela nunca teve nenhuma vocação para assumir o que quer que fosse
da família e então Jasper tomou tudo pra ele. Simplesmente, em
plena adolescência, ele virou um adulto. A mãe morreu anos depois e
então ele teve que cuidar de Rose também. Ela já namorava Emmett
na época, então teve grande apoio da nossa família, mas Jasper
sempre foi mais fechado, mais difícil.

Eu assimilei a história, concluindo que esses fatos eram os


causadores do jeito de Jasper, mas não de Rosalie, afinal ela não
tivera qualquer envolvimento nas responsabilidades familiares, pelo
contrário, se tornou quando a mãe morreu, mais uma
responsabilidade.

– Mas então porque Jasper trabalha com vocês?! O que


aconteceu com os negócios da família dele?

– Se fundiu aos nossos. Papai achou que era um grande


negócio e então com o casamento de Rose e Emm, unimos as
empresas. A companhia da família Hale tratava de importações e
como estávamos comprando empresas também fora do país... como
eu ouvi Sue dizer, foi como juntar a fome com a vontade de comer.

Eu sorri, me deliciando com um docinho de chocolate, Edward


sorriu também e logo continuou a me contar a história de Jasper.

– Porém Jasper não relaxou com a fusão. Continuou


responsável pela maioria das coisas, viajando a todo momento para
todos os lugares, supervisionando ele mesmo as compras e
reconstruções fora do país. Até que Rose ligou pra ele, pedindo pra
que ficasse em casa. – Edward desviou o olhar, meio sério, como se
tivesse falado de mais. – Ele não tinha como recusar o convite.

Me pareceu que tinha mais por trás da ligação de Rosalie, mas


não questionei, eram muitas informações e por hora eu já tinha
material de mais pra processar.

Na quarta feira seguinte eu e Luca aproveitamos a piscina. Ele


estava cada vez mais solto, cada vez mais desinibido e confiante. Já
caminhava se segurando nas coisas e vivia balbuciando. Eu procurava
sempre incentivá-lo a dar alguns passos sozinhos e vivia lhe
ensinando palavras. Ele sempre prestava atenção, como se
processasse o novo diante dele, mas ainda não tinha dito nenhuma
palavra concreta, por mais que Edward lhe explicasse como se dizia
papai, e ainda não tinha caminhado sozinho.

– Quando é que você vai falar hein?! – ele agitou os bracinhos


na água, por mais que as bóias atrapalhassem. – Isabella! Viu?! Não
é difícil... Isa-be-lla!

– Você devia incentivá-lo a dizer mamãe.

Eu me assustei com a aparição de Rosalie, mas me assustei


mais com seus olhos vermelhos, um claro sinal de que tinha chorado,
sem falar da sua expressão triste, desolada.

– O que aconteceu Rosalie?! Você está bem?!


Rapidamente tirei Luca da piscina, colocando-o em cima da
toalha, perto da espreguiçadeira onde antes eu tinha tomado um
pouco de sol. Ele ficou quietinho, olhando para a Tia, como se
soubesse que tinha que se comportar naquele momento.

Em segundos, as lágrimas de Rosalie voltaram, lavando seu


rosto bonito.

– Não é um dia muito feliz, só isso.

Não era, claramente, só isso, mas não retruquei, a sentei na


espreguiçadeira branca, abraçando-a. Luca engatinhou até sua perna,
encostando o rostinho branquinho ali, oferecendo seu apoio.

– Porque você está fazendo isso? – a loira perguntou, tentando


conter um soluço. – Porque está me confortando? Você nem sabe...

– Não preciso saber. – respondi, emocionada. – Só faço o que


gostaria que tivessem feito comigo toda vez em que chorei sozinha,
sem ninguém nem pra me abraçar, ou dizer que tudo ia ficar bem.

– Porque você chorava?

– Não é uma história para hoje. Mas vou contar pra você
algum dia.

Ela assentiu, apertando minha mão.

– Obrigada. Realmente é muito melhor ter alguém nesse


momento.

Ela levantou, enxugando as lágrimas rapidamente.

– Tenho que ver Emmett. Obrigado Isabella.

Então ela não estava mais ali. Eu fique sem entender o porquê
de seus agradecimentos, como se eu tivesse feito mais do que
apenas confortá-la em um momento difícil.

Luca então balbuciou, parecendo perdido também. Eu me


levantei, andando até a borda da piscina. O chamei, incentivando que
ele viesse até mim, ele veio, mas engatinhando.

– Tudo bem mocinho, vamos voltar para as palavras.

Na sexta à noite, enquanto terminava de me arrumar para sair


com Edward, Emmett apareceu no quarto.
– Isabella? Tem um minuto?

– É claro! Entre!

Eu não tivera muito contato com Emmett em todo o tempo


que me mudei para a mansão. Até porque nossos horários nunca
combinavam, ainda mais agora que eu estava sendo requisitada até
para escolher as cores dos guardanapos do casamento.

– Tudo bem com você Emmett?

– Tudo sim, eu... – ele respirou fundo, parecendo muito


constrangido. – Só queria agradecer por ter confortado Rose naquele
dia. Você não tem noção do bem que fez pra ela Isabella. Foi... um
marco! Eu...

– Tudo bem Emmett. É como eu disse a ela. Só fiz o que


gostaria que fizessem comigo. Não vale a pena sofrer sozinho por
algo que talvez não tenhamos controle. Eu não sei o que aconteceu,
mas em momento algum pensei que ela pudesse ter culpa ou algo
assim.

– Ela não tem, Deus, ela não tem, ninguém tem. Mas Rose
nunca acreditou nisso. Ela está tão bem que vamos com você e
Edward dançar!

Ele estava tão feliz e isso era algo engraçado de se ver. Uma
pessoa do tamanho de Emmett quase pulando de felicidade.

Foi uma noite divertidíssima. Minhas bochechas doíam de


tanto rir e pela primeira vez bebi um pouco além da conta,
acompanhada pela loira. E a partir daquela noite, éramos Rose e
Bella uma para a outra, mesmo sem nos conhecermos tão a fundo.

Quando chegamos em casa, eu não conseguia parar de rir,


apesar de nem lembrar mais do que eu ria. Edward claramente se
divertia com meu estado, já que seus olhos brilhavam de
divertimento e sua boca se apertava, tentando controlar as risadas.

– Eu já disse que você é lindo?! – ele me olhou, balançando a


cabeça, enquanto me ajudava a tirar os sapatos. – É sério Edward.
Eu tive muita sorte! Nossos filhos vão ser tão bonitos! Quero que
todos se pareçam com você, mas que tenham meu nariz. Ele é muito
delicado não é?! Pelo menos é o que Sue diz. Reneé sempre o achou
feio, uma vez queria até me submeter a uma cirurgia. Ganhei aquela
cicatriz no meu seio quando me recusei.
Em um momento eu estava rindo e no outro chorando como
um bebê.

– Doeu tanto! Ficou em carne viva por semanas. Eu só tinha


dezesseis.

Edward me abraçou, fazendo com que eu deitasse em seu


peito. Não se importou que minhas lágrimas manchassem sua bonita
camisa preta.

– Acabou. Ninguém nunca mais vai machucar você Bella.


Nunca mais.

Eu assenti, cheirando seu pescoço.

– Eu gosto de Bella.

– Combina com você querida. E eu acho seu nariz o mais


bonito do mundo.

– Sério? – eu parecia uma bobinha diante do primeiro elogio,


mas não me importei. – Obrigada.

Ele beijou minha testa e minhas pálpebras, alisando meu rosto


com carinho.

– Porque você nunca fala de Tanya?

Edward não se afastou como eu achei que faria, apenas


suspirou, continuando com as caricias.

– Não há nada nela que valha a pena comentar.

– Mas vocês estiveram juntos por tanto tempo... e ela era mãe
de Luca.

– Luca foi a única coisa boa que ela já fez Bella. E por diversas
vezes eu quis cancelar o noivado, procurar outra pessoa.

– Mas Jonh não deixou.

– Não. – ele se afastou um pouco, me olhando com carinho. –


Eu não queria decepcioná-lo. Não queria faltar com meus deveres,
pra que ele pudesse culpar o fato de eu ser adotado. Não queria esse
desgosto para meus pais. Por isso fui tudo o que ele me mandou ser.
Mas não me arrependo. Eu cresci, passei a ver as coisas de outro
modo, ganhei Luca, ganhei você. Valeu à pena.
– Você realmente me tem em alta não é?

– Mais do que você possa imaginar. Eu gostei de você no


primeiro momento. Lembra? Quando você apareceu com Luca na
empresa? – eu assenti, deslumbrada. – Eu tive certeza sobre você ali.

Naquele momento eu não conseguia pensar em outra coisa a


não ser em beijá-lo. E eu teria feito, mesmo sem saber o que fazer,
se Rose não tivesse entrado no quarto a toda, o rosto branco.

– Alice sumiu.

(Cap. 10) Capítulo 10;

CAPÍTULO 10;

– O que você quer dizer com sumiu? – perguntou Edward,


imóvel feito uma estátua.

– Ela não está em lugar nenhum e o closet está limpo.

– Oh Meu Deus! Eu sabia que ela ia fazer uma besteira. –


resmunguei, me levantando. Fiquei um pouco tonta, mas consegui
chegar ao quarto de Alice, de fato, estava tudo como Rose dissera:
vazio. – Ela foi embora.

Edward se juntou a mim segundos depois, o rosto se


contorcendo em raiva.

– Vou matar Jasper!

– Hei, calminha aí! – segurei seu braço, tentando pará-lo. –


Seus pais não sabem dos dois. Vamos manter assim. Tanto Alice
quanto Jasper têm suas razões e por mais que eu odeie essa
situação, nós não podemos interferir Edward. Foi você que me fez ver
isso, lembra? Vamos simplesmente tentar ligar pra ela. Eu posso
falar.

Ele assentiu, um pouco mais calmo e sentou na cama. Analisei


o ambiente procurando o telefone e o achei em cima do criado mudo,
com um bilhete de Alice que ninguém tinha visto.

– Olha. – entreguei a Edward o papel que continha apenas


algumas linhas. – É de Alice.
Eu estou bem, juro. A escola me liberou para fazer as provas
finais em Londres. O pessoal do ateliê já sabe e eu vou continuar
desenhando. Ainda não sei aonde vou ficar, mas ligo para avisar.

Amo vocês.

Alice C.

– Pelo menos agora sabemos onde ela está. E que está bem.

– Ainda quero ligar pra ela.

O telefone de Alice estava fora de área então Edward deixou


um recado. Não foi muito fácil acalmar Esme que só perguntava por
que a filha viajou sem se despedir, Jasper ficou calado e encabulado
a maioria do tempo, chegou a conversar com Edward sobre se
mudar, mas meu noivo foi contra isso, ainda mais agora que Alice já
tinha partido.

Depois que todos voltaram a dormir Edward me entupiu de


café e chocolate.

– Eu estou enjoada. – reclamei, encostando a cabeça na mesa


da cozinha. – Isso tudo me deixou tonta.

Ele riu, alisando meus cabelos e então me pegou no colo.

– O que te deixou assim foram os drinks fraquinhos que você


bebeu.

– Rose disse que podia. - tinha certeza de que eu estava


fazendo um biquinho, mas não me importei. – E eles eram docinhos.

Edward riu de novo, balançando a cabeça.

– Ai Bella, você ainda me mata.

Eu franzi a testa. Aquilo era tipo um elogio não era?

– Isso é algo bom certo? Tipo um elogio?

Ele riu outra vez, beijando minha bochecha vermelha.

– Sim, é algo bom.

– Ok.
Antes mesmo que entrássemos no quarto, eu já estava
dormindo.

– Ela esteve aqui! Você consegue compreender isso?! Aqui! A


dois metros de Luca!

Edward estava irritado. Algo que definitivamente não


combinava com ele, e além disso, parecia ser muito cedo.

Minha cabeça rodava e eu tive que piscar os olhos para


conseguir focar as coisas a minha frente. Edward estava sentado na
cama, de costas pra mim, falando ao celular. Ele estava sem camisa,
mas mesmo que estivesse vestindo uma, daria pra notar a tensão
dos seus músculos.

– Não me interessa que você esteve ocupado, inferno. Eu


achei que esse assunto estava resolvido! Se ela fizer mais alguma
coisa, considere a polícia envolvida! Não vou ficar sentado vendo
aquela infeliz arruinar a minha vida de novo só porque você não quer
um escândalo, como se ligasse pra isso quando está andando com
mulheres vinte anos mais novas do que você!

Eu arregalei os olhos, chocada com suas palavras. Ao que tudo


indicava, ele estava falando com Jonh, ou melhor, reclamando com
Jonh, e de Jonh. Eu sabia que tinha mais do que ele me dissera por
trás daquela mulher da festa, já que tudo indicava que ele estava
reclamando dela, mas jamais imaginei que fosse algo em que a
polícia precisasse ser envolvida.

– Não quero saber. Só liguei pra avisar você.

Ele desligou o celular, respirou fundo, passando a mão nos


cabelos e foi em direção ao banheiro.

Levou alguns minutos para meu coração voltar a bater de uma


forma normal, já que estava acelerado desde que eu acordara. Ouvi o
barulho da ducha no banheiro e então sabendo que Edward iria
demorar um pouco mais, sentei na cama. Imediatamente fiquei
tonta, nada muito preocupante, mas que me fez puxar o ar com força
para que tudo parasse de rodar.

Eu nunca mais beberia.

– Hei você. Como está se sentindo? – foi inevitável corar


quando percebi que Edward vestia somente uma sunga preta. – No
criado mudo tem duas aspirinas e água. Tome, vai te fazer bem.

Eu obedeci, grata por ter alguma distração.


– Está acordado há muito tempo?

– Não. – respondeu calmamente, sentando ao meu lado. – Só


o tempo de tomar uma ducha.

Eu assenti, tomando mais um golinho de água. Não podia


acusá-lo de não confiar em mim, já que nos conhecíamos há tão
pouco tempo e o assunto parecia ser misterioso e delicado, mas
fiquei um pouco magoada com a situação, já que eu podia afirmar
que confiava nele de olhos fechados. Só me restava esperar que um
dia ele pudesse confiar em mim o suficiente pra me contar, talvez em
um dia onde a situação toda já estivesse resolvida.

Os dias foram passando de forma muito agradável, mais


agradável até do que eu esperava. Luca estava avançando muito em
seus aprendizados e eu me enchia de orgulho cada vez que o via
tentando andar ou ainda balbuciando uma sílaba nova. Edward e eu
estávamos muito mais íntimos e apesar de um clima diferente já ter
acontecido muitas vezes, nós ainda não tínhamos nos beijado ou
qualquer coisa do tipo, e eu fiquei muito feliz quando Edward decidiu
falar comigo sobre o assunto.

– Não quero pressionar você. Quando jantamos pela primeira


vez eu falei sério sobre querer que você me diga se estivermos indo
rápido de mais. Você me atrai Bella, muito, é inevitável querer tocar
você.

Eu estava corada desde a primeira palavra dita, mas não me


importei.

– Não estou me sentindo pressionada. Eu gosto de como está


sendo Edward. – minha voz se tornou um sussurro e eu resisti à
vontade de fechar os olhos. – Eu só não sei muito sobre isso.

– Eu sei vida, eu sei que você não sabe e não me importo com
isso, pelo contrário, é excitante.

Eu o olhei, incrédula.

– Como...?

– Eu vou ser o primeiro. O único. Você é minha. – ele deu um


sorriso torto que me deixou com falta de ar. – Eu sou possessivo
Bella.

Eu não pude dizer nada, mas acho que ele viu em meus olhos
que os pingos estavam nos is.
Reneé foi a única coisa desagradável daqueles dias. Esme
tivera a brilhante ideia de incluí-la nos preparativos do casamento e
agora eu passava mais tempo com ela do que gostaria, mas nunca
ficávamos sozinhas, eu cuidava muito pra que isso não acontecesse e
muitas vezes Edward ajudou alegando que gostaria da minha
companhia.

Alice estava em Londres, praticamente formada no ensino


médio e já fazia planos de se mudar para Paris onde ela tinha
intenção de cursar moda. Jasper nunca perguntou por ela, nem ela
por ele, mas eu sempre fazia questão de manter os dois atualizados
sobre eles mesmos. Maria tinha desaparecido, não sabia dizer se eles
ainda namoravam, mas ela não aparecera mais na mansão.

Rose era minha companhia constante. Por várias vezes ela


tentara me contar o que aconteceu em seu passado, mas as palavras
pareciam simplesmente não sair. Eu a entendia, já que não conseguia
contar sobre as agressões que sofrera em casa.

No sábado seguinte eu e Rose fomos ao cinema com Luca.


Edward e Emmett estavam envolvidos em um grande negocio e
ficariam o dia todo presos na empresa. O filme era até bem
bonitinho, mas Luca dormiu ainda na primeira parte, cansado das
atividades na piscina pela manhã, e continuou dormindo por um bom
pedaço da tarde. Eu não me importei, era muito bom tê-lo comigo,
juntinho de mim. Ele era tão pequenininho, era como se precisasse
de proteção vinte quatro horas por dia.

– Então, como se sente a uma semana do casamento?

Rose estava escolhendo algumas roupinhas para Luca, embora


ele realmente não precisasse delas.

– Ah, bem, acho que nervosa.

– Acha?

– Tem tanta coisa acontecendo Rose. Não tenho tempo pra


pensar nisso, mas acredite, no dia eu vou estar uma pilha de nervos.
Alice vai chegar em cima da hora, o que é uma coisa boa, porque
acho que ele me deixaria ainda mais nervosa, então, será seu
trabalho me acalmar.

Ela descartou uma calça preta e olhou pra mim.

– Você não precisa ficar nervosa. Acho que se a cerimônia


atrasar cinco minutos, Edward vai buscar você.
– Você acha?

Ela ficou séria, analisando minha pergunta.

– Às vezes é como se você não conhecesse Edward Bella.

Rose não era idiota. Alias não precisava de muito pra perceber
que tinha algo errado no meu relacionamento com Edward, por isso
optei por uma meia verdade.

– Às vezes eu me sinto assim. Não sou muito boa com


palavras, nem iniciativas, e ele não é muito bom com palavras
também, então, me sinto insegura.

– Não fique. Edward é louco por você. Eu conheço aquele


olhar. Emmett olha pra mim assim.

Naquele momento, mesmo que eu não quisesse, meu coração


se encheu de esperanças e imagens de toda uma vida feliz com
Edward surgiram em minha mente. Será mesmo que eu poderia ser
feliz, mesmo com todas aquelas circunstâncias? Nós dois tínhamos
segredos, problemas, traumas, mas estávamos apoiando um ao
outro, ajudando um ao outro desde o segundo em que nos
conhecemos. Não era amor a primeira vista, aquela paixão
fulminante, não; Edward e eu estávamos prestes a descobrir o amor
que floresce a cada dia, a cada momento junto, a cada segundo. E a
tendência era crescer ainda mais.

Na quarta feira eu já estava nervosa. O casamento era a


noticia da vez e isso me incomodava muito, e ao que tudo indicava,
só a mim, já que os outros pouco se importavam ou então adoravam
os holofotes. Edward estava trabalhando só meio turno nessa semana
para poder ficar por dentro de todos os detalhes e também me
acalmar. Tínhamos combinado de almoçar com Luca hoje e Edward
sugeriu que eu fosse encontrá-lo na empresa já que o restaurante
escolhido era bem próximo dali.

– Hei Isabella! Luca! Tudo bem?

Ângela sempre era um amor, já Laureen me olhava com uma


cara nada contente, porém isso nem me incomodava mais.

– Tudo bem Ângela. Edward já está livre?

– Só está assinando alguns papéis, coisa de minutos.

– Ok, obrigada.
Me sentei no sofá, colocando Luca de pé em minhas pernas.
Ele estava muito animado e quase nunca parava quieto, sem falar
que de vez em quando batia palmas, principalmente quando via algo
que gostasse. E naquele instante, olhando pra mim, ele batia
palminhas animado, sorrindo.

Eu sorri também, salpicando beijos por todo seu rosto.

– Coisa linda. – murmurei, alisando seu narizinho com o meu.


– Lindão.

Ele riu de novo, um som que pareceu retumbar por todo meu
coração, e então fez aquilo que eu não esperava nem em um milhão
de anos.

– Mamãe!

Meus olhos encheram-se de lágrimas e eu sorri em meio a


elas, porém não consegui dizer nada. Ele ainda sorria e me olhava
com tanto carinho, com tanta segurança que ali eu jurei pra mim
mesma que ninguém, jamais iria machucá-lo, muito menos, tirá-lo de
mim.

– Mamãe!

– Oh bebê...

Trouxe seu corpinho pequeno pra perto de mim num abraço


apertado, beijando seus cabelos revoltos. Foi aí que vi Edward. Ele
estava encostado na porta da sua sala e olhava pra nós com um
sorriso sincero no rosto.

– Isso foi lindo, mas tenho que confessar que estou com
ciúmes.

Eu ri, caminhando até ele com Luca ainda espremido contra


meu peito. Seus braços envolveram minha cintura assim que estava
próxima o suficiente dele; Luca recebeu beijos na testa e continuou
rindo.

– Mamãe!

– Tudo bem campeão, eu entendi que você prefere a mamãe,


mas papai também merece um reconhecimento certo?! Vamos lá...
papai.

– Mamãe! – exclamou ele batendo palmas novamente.


Eu gargalhei sendo acompanhada por Ângela, enquanto
Edward fazia uma falsa cara de magoado.

Era um momento perfeito, lindo, único. Mas que fora


interrompido minutos depois quando Emmett praticamente chegou
correndo até nós.

– Ela está seguindo Bella. Com uma arma.

– O que? – Edward resmungou, subitamente sério de mais


enquanto eu me apavorei. Uma arma?

– Quase entrou na empresa Edward. Não dá mais. Você


entende isso. Ela podia ter matado Bella hoje, há cinco minutos. Foi
interrompida por Jéssica que deixou cair uns papéis sem querer.

– Edward... – não podia ser quem eu estava pensando,


simplesmente não podia. – Jonh disse que ela estava morta.

– Jonh disse. O que ele diz vale muito pouco. – ele encostou
sua testa na minha enquanto Emmett entrava no escritório com
Ângela em seu encalço. – Eu sinto tanto. Não queria envolver você
nisso. Mas prometo que ela não vai te fazer mal ok?

– O que ela quer?

– Ficar comigo e Luca. Ela está louca Bella. Na verdade Tanya


sempre teve problemas.

Era tão mais real quando ele dizia o nome. Não dava pra
acreditar que aquilo estava acontecendo. Simplesmente não dava.

(Cap. 11) Capítulo 11;

CAPÍTULO 11;

Eu estava em choque. Nenhuma outra definição explicaria tão


bem o torpor em que eu me encontrava durante todo o trajeto de
volta pra casa. Sue se encarregou de cuidar de Luca quando
chegamos, e eu pedi a ela, em um sussurro, que o alimenta-se, visto
que não tínhamos ido almoçar.

Todos perceberam que algo estava errado. Rose veio para


meu lado e olhou para Edward de forma interrogativa.
– Tanya.

Foi o que bastou para que as expressões de todos se


transformassem em pesar. Todo mundo parecia saber sobre ela ainda
estar viva, eu era a única que não sabia de nada, mas eu entendia,
eles eram uma família, moravam todos juntos e, tirando a base do
meu relacionamento com Edward, eles não pareciam ter segredos.

Carlisle levantou, olhou pra mim com mil desculpas


estampadas nos olhos e então pegou o telefone enquanto avisava:

– Vou ligar pra policia.

– Não! – nem eu no segundo seguinte acreditei que tinha dito


mesmo aquilo, mas eu não queria policia nem nada do tipo dias antes
do meu casamento. – Por favor, vamos lidar com isso depois do
casamento. Podemos dobrar a segurança. Não vou nem mais sair de
casa, não me importo, mas não quero esse estresse no meu
casamento.

Não percebi que estava chorando até Edward me abraçar,


pedindo que eu me acalmasse. Porém eu não podia suportar a ideia
de que meu casamento de conto de fadas estava a um fio de virar um
caso de FBI. As aparências podiam enganar, Edward e eu podíamos
ainda não amar um ao outro de fato, mas era o casamento que eu
ajudei a planejar, o casamento que eu cuidei de cada detalhe, o
casamento que era meu, meu com o homem que estava me
mostrando o mundo, com o homem que estava me mostrando que eu
era muito mais do que uma mulher preparada pra ser uma esposa.

– Ela está certa, querido. – Esme se pronunciou, visivelmente


emocionada. – É o momento deles meu amor. Além disso, faltam três
dias. Podemos com certeza redobrar a segurança e contratar alguns
agentes especiais para que tudo possa ser mais seguro. Eles não vão
viajar agora, então podemos prestar queixas logo na segunda feira.

Edward e eu tínhamos decidido não viajar em lua-de-mel por


enquanto. A empresa estava realizando grandes compras, Luca ainda
precisava de atenção e, além disso, não havia muito quefazer na lua-
de-mel. Ainda.

Carlisle suspirou, devolvendo o telefone a base e então olhou


para Edward.

– Tem certeza?

Ele assentiu, beijando meus cabelos e então me pegou no


colo, ignorando o resto da família e me levou para o quarto.
Enquanto eu permaneci sentada na cama, onde Edward me colocara,
ele desapareceu dentro do closet voltando minutos depois vestindo
apenas uma calça de moletom preta. Não era um momento para
aquilo, mas meus olhos nunca se cansavam de olhá-lo, ele era tão
lindo, e eu me sentia a mais sortuda das mulheres nesses momentos,
porque me lembrava de que ele era meu, ou pelo menos seria.

Quando sentou-se ao meu lado, Edward suspirou.

– Não queria ter que contar tudo isso pra você agora, a dias
do casamento. Na verdade não queria contar isso pra você até
que isso não fosse um problema.

Suas palavras eram reconfortantes e eu fiquei feliz de saber


que minha teoria do contar depois estava certa, porque era muito
bom saber que ele tinha intenções de contar, mesmo que nada
pudesse ser feito, mesmo que nada daquilo tivesse a ver comigo.

– Vocês eram o casal perfeito Edward! Eu me lembro das fotos


oficiais de noivado. Os olhos dela brilhavam e você estava radiante
também! Eu ganhei minha cicatriz na barriga aquele dia!

– Eu me sinto responsável sabia? – eu não respondi, porque


não sabia sobre o que ele falava. – Suas cicatrizes. Me sinto
responsável por cada uma delas.

– Mas você não é. Ninguém tem culpa por meus pais serem
obcecados pela sociedade Edward. Eles não conseguiram entrar e
transferiram esse desejo pra mim. A culpa é só deles. Você não é o
único por aí que decidiu casar por conveniência, Reneé poderia ter
escolhido qualquer outro, mas ela escolheu você. Algo que eu nunca
entendi na verdade. – dei de ombros. – Ela nunca disse o porquê.

Algo cruzou os olhos de Edward naquele momento, mas foi


muito rápido e eu não soube dizer o que era.

– Nós parecíamos o casal perfeito Bella. – ele desviou o olhar,


pousando-o no chão. - Eu sempre soube que um dia teria que
assumir a família, mas naquela época, recém formado na faculdade
com honras e tudo que o status pode comprar, eu não pensava nisso.
Eu era pior do que Emmett que com vinte um já namorava sério com
Rosalie, já pensava em sua carreira. Nós só temos dois anos de
diferença, mas naquela época parecia muito mais já que eu não me
importava com nada. Então semanas depois do meu aniversário, Jonh
me procurou, com um ar até festivo e vários papéis na mão. Eu
soube naquele momento que minha boa vida tinha terminado.
Ele aguardou, talvez para que eu absorvesse os fatos, mas
uma dúvida, que vinha me incomodando desde que botara os pés na
mansão, passou por minha mente e não me contive antes de
verbalizá-la.

– Porque você aceitou? – ele olhou pra mim, visivelmente


confuso. – Esse casamento arranjado. Porque você aceitou?!

Edward suspirou, voltando a olhar para o chão.

– Eu sou adotado. – deu de ombros, quase com desdém. –


Sempre pensei que não conseguiria ser um Cullen de verdade. Ele me
disse o que eu deveria ser e fazer, eu simplesmente segui suas
vontades. Papai e mamãe nem sonham com isso.

– Você queria deixá-lo orgulhoso. – eu o entendia, já que por


vezes me esforcei para realmente gostar de tudo que era obrigada a
fazer, para que meus pais se orgulhassem de mim, gostassem de
mim, ou pelo menos demonstrassem isso. – Você queria que ele te
visse como um Cullen, um verdadeiro Cullen.

– Sim. Só que quando percebi que não tinha que fazer isso,
que eu não precisava fazer isso, me vi noivo de Tanya, saindo em
mais colunas sociais do que eu achava possível e com uma data de
casamento marcada! – ele me olhou novamente, uma ponta de
sorriso em seus lábios. – Eu preferi você. Não havia fotos na lista de
Jonh, ele dizia que nenhuma candidata da sua lista poderia ser feia,
beleza era o primeiro requisito. Mas o que eu quero dizer é que eu
sempre preferi seu perfil ao invés do de Tanya.

– Mas vocês já se conheciam, as famílias eram amigas. Era


mais fácil. – concluí, olhando para seu rosto transtornado. – Você não
teve escolha naquele momento não é?

– Não. – sua voz aqui era um sussurro sofrido. – Na verdade


não sei por que ele se deu ao trabalho de mostrar aquela lista pra
mim. Ele já tinha escolhido Tanya.

Desde que eu conhecera Edward, há um mês, eu não o tinha


visto tão pra baixo, tão arrependido, tão perdido. Tinha quase certeza
de que as cenas da sua vida passavam novamente diante dos seus
olhos e ele nada podia fazer pra mudá-las.

– Eu tentei. No começo não foi difícil, sabe, Tanya estava feliz.


Começou a planejar o casamento, foi bem acolhida pela minha
família, se mostrou receptiva a um envolvimento físico... – ele
desviou o olhar, um pouco envergonhado. – Mas depois de um mês
as coisas começaram a mudar. Ataques de ciúmes constantes, surtos
onde ela exigia que nos mudássemos para um lugar só nosso, gastos
e mais gastos e então...

– Ela engravidou.

Edward assentiu, voltando a olhar pra mim.

– Eu era o homem mais feliz do mundo no momento em que


soube. Nenhum erro dela importava mais. Jonh ficou furioso, é claro,
e arrumou tudo para que fossemos para a fazenda da família. O plano
era ficarmos afastados da sociedade e da mídia, casarmos logo
depois do nascimento do bebê e então voltar a aparecer aos poucos,
como se nada tivesse mudado. Mas Tanya enlouqueceu. Por várias
vezes eu achei que Luca não nasceria, ou nasceria com seqüelas.

– Ela tentou...

– Sim. Tivemos que vigiá-la por vinte e quatro horas. Em


algumas noites foi preciso amarrá-la na cama. Ela dizia que aquele
bebê só estragaria a harmonia perfeita que nós dois tínhamos. – ele
balançou a cabeça, tomado de lembranças. Seus olhos estavam
marejados, mas as lágrimas não caiam, diferente de mim que estava
quase soluçando ao saber tudo que Edward e meu bebê tiveram que
enfrentar. – Depois do parto ela melhorou, ou achávamos que tinha
melhorado. Na verdade ela não fazia nada, não dizia nada. E então,
um mês depois do primeiro aninho de Luca, ela o seqüestrou.

Minhas mãos agarraram o edredom da cama com força ao


imaginar o desespero que meu bebê, tão pequeno, tinha passado.

– O que ela fez?

– Nós demoramos três dias para encontrá-lo. Tanya se


refugiou em um prédio abandonado na cidade mais próxima a
fazenda, mas os elevadores ainda funcionavam. Não sei dizer ao
certo, porque não estava lá, mas imagino que ela tenha feito ele
subir e descer várias vezes. Ele estava machucado e a perícia
concluiu que Tanya bateu nele. – ele fez uma pausa abrupta,
parecendo envergonhado, o que era um cúmulo, já que ele não tinha
culpa de nada. – Você deve entender agora porque ele é tão
traumatizado.

Eu levantei, me sentindo atordoada. Era horrível imaginar Luca


passando por todas aquelas atrocidades. É claro que ele tinha que ser
traumatizado! Quem no mundo não seria se tivesse uma mãe
daquelas, que ainda por cima era louca?
– Nó a pegamos, mas é claro que Jonh não permitiu que
prestássemos queixas de fato. Tanya foi internada em uma clínica, os
pais não quiseram saber mais dela, então ele decidiu que ela estava
morta. – ele balançou a cabeça, claramente discordando da decisão
do avô. – Fiquei muito surpreso quando soube que Luca estava vivo.
Do jeito que ela parecia estar, era provável que fosse matá-lo. Ela
disse, quando a internamos, que queria que ele não fosse mais
perfeito, porque assim eu o deixaria de lado e nós passaríamos a ser
o casal perfeito que éramos antes. Ela não foi capaz de matá-lo, mas
acho que não vai hesitar agora. Nem com ele e nem com você.

Eu não soube o que dizer. Ainda estava atordoada com todas


aquelas informações, ainda imaginava o que Luca devia ter sofrido
nas mãos da mãe biológica totalmente louca, mas agora também
imaginava como devia ter sido para Edward, todo o sofrimento, toda
a dor, toda a culpa. Ele se culpava, por tudo, eu podia ver isso em
seu rosto. Estava estampado ali pra quem quisesse ver, e por fim,
aquilo foi o que me veio à mente naquele momento.

– Não é sua culpa. – me aproximei, segurando seu rosto com


ambas as mãos. – Edward não é sua culpa. Não havia como prever,
imaginar, não havia sequer como fantasiar com isso. Você fez seu
melhor diante da situação, e está agora batendo de frente com seu
avô, exigindo os seus direitos de cidadão, pouco se importando se
isso vai trazer um escândalo pra sua família. Eu sinto orgulho de você
por isso.

– Eu me sinto culpado Bella. Por Deus, ela está tentando


machucar você, porque você está comigo! Se eu tivesse parado de
me importar com o que Jonh pensa antes, você não estaria em
perigo, você...

– Eu não estaria aqui. – era tão doloroso imaginar estar em


qualquer outro lugar. Eu já me sentia parte daquele quarto, daquela
casa, daquela família. Eu já me sentia de Edward. – Nós não teríamos
nos conhecido, porque minha mãe já estava pesquisando outros
possíveis pretendentes. Eu ainda estaria sendo machucada. Luca não
faria parte da minha vida, sua família não faria parte da minha vida.
Eu não teria você. Então não posso deixar de me sentir feliz por você
ter demorado um pouquinho mais pra se rebelar contra seu avô.

– Não tinha pensado por esse lado. – suas mãos pousaram


sobre as minhas, apertando-as de leve, me passando conforto,
quando na verdade era eu quem tentava confortá-lo. – Fiquei muito
feliz por Luca ter te escolhido como mãe. Ele ama você.

– Eu o amo também. Ele é meu bebê.


Edward me encarou, me prendendo em seu olhar quente,
quase palpável, de um verde mais escuro. Eu sabia o que ele sentia
quando me olhava daquele jeito, sabia que Edward me desejava, e
naquele momento eu não queria nada mais do que senti-lo perto de
mim.

– Me beije. – ele arregalou os olhos, chegando a abrir a boca,


provavelmente para retrucar, mas eu não queria palavras, não
naquele minuto. – Me beije Edward.

E então com uma profunda respiração de rendição, seus lábios


estavam nos meus.

(Cap. 12) Capítulo 12;

CAPÍTULO 12;

Todas as famosas sensações que eu lia nos romances que


retirava escondida na biblioteca da escola me assaltaram de forma
tremenda. Eu ouvi até os sinos.

Não sabia muito bem o que fazer, mas Edward fora, como
sempre, um cavalheiro e agiu de maneira lenta de forma que eu
pudesse compreender seus movimentos e copiá-los. No inicio foi só
um roçar de lábios, algum movimento suave, porém quando Edward
me girou, fazendo com que caíssemos na cama, sua língua penetrou
minha boca. Não demorou muito para que eu estivesse
completamente à vontade, entregue ao beijo arrebatador. Minhas
mãos voaram para seus cabelos, sentindo a maciez das mechas.

Uma das mãos de Edward circundou minha cintura, me


apertando contra o seu corpo quente.

– Deus... – ele sussurrou, acredito que mais pra si mesmo. –


Me sinto um adolescente.

– Isso é bom?

Ele riu entre arquejos, controlando a respiração logo em


seguida. Seu rosto se alojou em meu pescoço e eu podia senti-lo me
cheirando. Aquilo era mais erótico do que aparentava.

– Eu amo seu cheiro.


– E eu amo seus cabelos. – ele riu, me olhando incrédulo logo
em seguida quando percebeu que eu falava sério. – O que? São
lindos, eu quero que nossos filhos tenham seus cabelos. Luca, graças
a Deus, tem.

Ele sorriu, e aquele brilho estava lá novamente. Ou na verdade


não tinha sumido? Eu não sabia dizer. Quando estávamos quase nos
beijando novamente, alguém pigarreou.

Rose estava na porta, extremamente sem graça.

– Sinto muito, a porta estava aberta... Carlisle quer falar com


você Edward.

Ele assentiu, voltando a olhar pra mim. Seus lábios colaram-se


aos meus por alguns segundo e então ele não estava mais ali.

Aqueles dias que antecederam o grande dia foram estranhos.


Edward continuou trabalhando pelas manhãs e eu supervisionei os
últimos detalhes do casamento com a ajuda de Rose e Esme. À tarde
nós passávamos com Luca, lhe ensinando novas palavras e ajudando-
o a dar mais passos. Ele disse “papai” na sexta-feira, o que fez
Edward chorar muito. À noite nós nos recolhíamos cedo e trocávamos
beijos até dormir. Parecia uma rotina simples, mas as emoções eram
tão distintas. Durante o dia todos tentavam disfarçar a tensão que se
instalara na mansão desde a ameaça silenciosa de Tanya, e a noite
então todos pareciam demonstrar essa tensão. Principalmente
Edward. Seus beijos eram quase sofridos, angustiados, e eu o
entendia. Não me sentia da mesma forma, mas o entendia.

Tanya não tinha tentado nenhuma outra aproximação. Eu


acreditava que ela não conseguiria passar pela rigorosa segurança no
dia do casamento, visto que haveria uma foto de cada convidado para
que não houvesse erros e mais seguranças do que eu podia contar.
Eu me sentia segura. Na verdade, parecia que Tanya não existia.

No sábado pela manhã, ao acordarmos, Edward sorriu pra


mim.

–Preparada?

Eu respirei fundo, ouvindo o movimento dos preparativos no


andar de baixo.

– Não realmente.
Ele riu, seu rosto seguindo para o meu pescoço. Isso era algo
que ele fazia constantemente: me cheirar. Edward dizia que meu
cheiro era quase encantado.

– Estar nervosa no casamento é normal Bella. Até eu estou


nervoso. Você tem algumas horas ainda pra mudar de ideia. Isso é
apavorante.

– Não vou mudar de ideia. Porque você pensa assim?

Ele olhou pra mim, parecendo torturado.

– Cada vez que fecho os olhos, visualizo você indo embora,


apavorada de mais pra ficar. Dizendo que a culpa de Tanya estar te
perseguindo é minha. É horrível.

– Edward! Por Deus, eu não vou embora! E já disse milhares


de vezes pra você que a culpa não é sua! Na verdade me parece
muito mais de Jonh. Ele virá ao casamento?

– Sim. Papai está com uma carranca desde que ficou sabendo.

– Não me peça pra ser simpática.

– Nem eu vou conseguir ser. Ainda mais que ele está furioso
por termos tomado a decisão de chamar a policia na segunda.

– Como ele soube?

– Eu liguei pra avisá-lo. Ele já estava sabendo que isso


aconteceria, acho que na verdade ele não esperava que eu fosse de
fato, envolver as autoridades. Mas chega desse assunto. Nós vamos
casar hoje! Sorria!

Eu ri, acariciando seu rosto, aproveitando os últimos


minutinhos com ele antes da maratona de beleza das mulheres
começar. E não demorou muito. Minutos depois Rose estava ali,
enxotando Edward do quarto.

Nós passaríamos o dia em um SPA, curtindo massagens,


tirando qualquer poeira imaginária do rosto, arrumando os cabelos e
mais uma infinidade de coisas.

Eu me sentia uma princesa, dessas dos contos de fadas, onde


tudo era mágico, infinito e único. Mesmo sabendo que a realidade não
era essa, não havia como não me sentir assim. Esme, Rose e Alice,
que estava muito animada do que eu jamais esperei, me faziam
sentir realmente da família, contando histórias engraçadas sobre
reuniões familiares e sobre a infância de Edward. Meu animo caiu um
pouco quando Renée chegou depois do meio dia. Ela tinha se
oferecido para passar a manhã na mansão, supervisionando a
montagem do casamento no jardim, mas eu tinha certeza de que a
ideia fora, sutilmente, dada por Edward, para que ela passasse o
máximo de tempo longe de mim.

Em algum momento entre a manicure e a cabeleira eu tirei um


cochilo. O dia passava de uma forma até agradável, mas eu estava
ficando cada vez mais ansiosa. Queria que tudo passasse de uma
vez, para que nada pudesse atrapalhar o casamento, mas ao mesmo
tempo queria curtir tudo, porque afinal de contas, era o meu
casamento.

Por volta das quatro horas nós voltamos para a mansão. Meu
cabelo fora cacheado e uma parte fora presa para, segundo Alice,
realçar meu rosto. O modelo de vestido desenhado por Alice não
tinha véu, então um simples arranjo prateado fora colocado em
minha cabeça. A maquiagem era simples e sem muito brilho, o que
me agradava muito, já que eu preferia ficar o mais natural possível.

Nós fomos para meu quarto e de Edward, onde todos os


vestidos foram colocados. Esme e Renée foram as primeiras a ficar
prontas e então saíram para verificar se tudo estava no lugar e
começar, junto com os respectivos maridos, a receber os convidados.

A tradição era escolher apenas uma dama de honra, mas eu


não pude. Rose e Alice tinham se tornado grandes amigas minhas,
mesmo que de diferentes modos, e não havia como escolher somente
uma delas. Eu não tinha amigos, não tinha sequer muitos parentes
para convidar para o casamento, e quando comentei sobre isso com
Edward, ele deu a sugestão de que eu convidasse as duas, que ele
convidaria Emmett e Jasper.

Eu fique feliz com nosso acordo e recebi muitos abraços


quando fiz o convite as duas, por nisso nesses minutos antes da
cerimônia, elas estavam ali comigo, me ajudando a vestir o primeiro
modelo de vestido de casamento desenhado por Alice.

Era branco. Alice fez questão disso, alardeando que muitos


modelos estavam fugindo da cor tradicional, mas que ela não queria
isso pra mim. O modelo inicial era tomara que caia, justo até a
cintura e então se abria, não era muito volumoso, muitas saias não
eram confortáveis, mas era digno de uma princesa. Eu tinha gostado
muito do desenho, não havia muitos detalhes, era simples, sóbrio e
chique, mas deixava muita pele de fora. Rose riu quando eu disse
isso, mas a ideia de colocar renda no colo e nos braços fora dela. Os
olhos de Alice brilharam com a ideia e então meu vestido estava
pronto.

Vê-lo agora em mim era inacreditável. Tinha caído como uma


luva, combinado comigo de uma maneira que eu achei que não seria
possível.

– Você está linda Bella! – exclamou Alice, seu vestido azul


agitando-se conforme ela batia palmas. – Vou dar uma espiada lá em
baixo pra sabermos mais ou menos quanto tempo vai levar até a sua
hora.

– Como se sente?

– Como se tivesse comido algo estragado.

Rosalie gargalhou, me fazendo sentar com cuidado na cama.

– Se sentir nervosa é normal Bella. Mas você sabe que não


precisa.

– Deve ser coisa de noiva.

– E é. Eu fiquei assim antes de casar com Emmett. Sabia que


ele estaria esperando por mim, que tudo seria um sonho, mas ainda
assim me senti nervosa.

– Como você soube que tinha certeza? Sabe, de que ele era o
homem certo.

Ela sorriu, talvez lembrando-se de algum momento especial.


Seus olhos brilhavam de uma forma sábia.

– Quando eu não conseguia mais imaginar um dia da minha


vida em que Emmett estivesse comigo. Quando eu não conseguia
imaginar um mundo sem Emm nele, mesmo que eu não estivesse
incluída na soma. Você se sente assim?

Não havia toda aquela intensidade que escorria da voz de


Rose, mas eu me sentia daquela maneira.

– Sim.

– Então nada mais importa.

Algum tempo depois Charlie entrava pela porta do quarto,


emocionado. Eu nunca o tinha visto ficar sequer com os olhos
marejados, então não sabia se aquilo era fingimento ou era real.
Talvez fosse apenas a emoção de ver seu sonho de fazer parte da
seleta elite social de Chicago se tornando realidade. Através de mim.

– Você está divina Isabella.

– Obrigada.

Irônico que, para que eu finalmente fosse a esposa de Edward,


Charlie tivesse que me levar até ele.

Eu desci as escadas com cuidado, me encaminhando para a


porta que dava para o jardim. O sol estava quase se pondo, por isso
as luzes já estavam acesas, mas mesmo assim o efeito colorido do
sol se escondendo não perdia sua beleza.

O jardim da mansão era por si só uma decoração e tanto. Bem


no centro do grande gramado foram colocadas cadeiras brancas e um
arco de flores fora construído. Na frente dele estavam o pastor,
Emmett, Jasper e Edward.

Alice e Rose iniciaram minha entrada, caminhando em direção


ao altar, então Charlie me ofereceu o braço e foi nossa vez de
caminhar.

Tudo ficou meio desfocado nesse momento. Eu tinha noção


dos sorrisos, dos comentários sobre meu vestido, meu cabelo, dos
acenos, mas tudo que eu podia ver era Edward. Ele sorria pra mim, e
algo parecia irradiar dos seus olhos. Não prestei atenção na
despedida de Charlie, me foquei apenas em sentir aquele
formigamento bom quando Edward pegou minha mão e nos virou
para o pastor.

Meus votos foram feitos com fervor. Os de Edward com uma


emoção contida, embora eu pudesse quase ver a admiração em suas
palavras.

– Eu voz declaro marido e mulher. Pode beijar a noiva.

O sorriso que parecia grudado em nosso rosto quase


atrapalhou o beijo, porém quando eu senti os lábios de Edward nos
meus, me entreguei às sensações, despertando apensas quando as
palmas e alguns gritinhos contidos chegaram aos meus ouvidos.

Os primeiros a nos parabenizar foram os Cullen, Esme, que


segurava Luca no colo, estava emocionadíssima. Charlie e Renée
vieram logo em seguida e assim uma fila se formou. A maioria dos
presentes estava na festa de aniversário de casamento de Carlisle e
Esme, então já eram conhecidos. Havia um ou outro desconhecido, e
alguns poucos convidados na minha parte, ou melhor, da parte de
Renée e Charlie, mas a simpatia dominava todos naquele fim de
tarde. Os únicos que não nos cumprimentaram fora Jonh, que eu
ainda não tinha visto, e Carmem, que se manteve a distância.

O jantar fora servido logo em seguida. Edward e eu posamos


para milhares de fotos, conversamos com centenas de pessoas,
ficamos um pouco com Luca e cortamos o bolo sob uma chuva de
aplausos.

Alice e Jasper pareciam se comportar como duas pessoas


civilizadas, embora me parecesse que ele estava mais nervoso do que
ela. Maria não fora ao casamento, ao que parecia eles tinham
terminado. Eu tinha esperanças de que Jasper tomasse coragem e
convidasse Alice pra dançar essa noite, embora não soubesse dizer se
ela ia aceitar ou não. A baixinha parecia quase outra pessoa. Estava
mais focada em seu trabalho, já tinha conquistado vários clientes
importantes em Londres, inclusive havia desenhos encomendados
pela própria princesa, mas toda a magia desaparecia quando o
assunto era Jasper. Parecia que ela tinha decidido não esperar por
ele, e isso incluía não dar a mínima pra ele.

Edward e eu estávamos encenando nossos papeis com


perfeição, embora eu achasse que o fato de estarmos realmente nos
envolvendo ajudasse muito. Ele nunca tirava as mãos de mim e
sempre que tinha oportunidade colava seus lábios nos meus.

Nossa primeira dança de casados ficaria pra sempre na minha


memória. A música era calma, envolvente e nós nos movíamos com
sincronia.

– Obrigado Bella.

– Pelo quê? Eu que deveria estar agradecendo Edward.

– Não vida. Você não tem que agradecer por nada. Eu é que..

– Nenhum de nós tem que agradecer. Estamos ajudando um


ao outro. É mútuo.

– Ok. Mútuo. – ele sorriu, colando sua testa na minha. – Você


está feliz?

– Mais do que eu imaginei que seria. Nunca me passou pela


cabeça que no final de tudo seria você. E eu não acreditava que
pudéssemos dar certo, que eu pudesse gostar de você e você de
mim. Eu não imaginava um final feliz Edward.
– Nós vamos ter um. – seu tom de voz era firme, aquilo era
uma promessa. – Quando você menos esperar.

Eu ia tomar a iniciativa de beijá-lo, mas nesse momento Jonh


entrou em meu campo de visão, exatamente atrás de Edward.

– Será que posso dançar com a noiva?

Ele não tinha se mostrado pra nós durante todo o casamento,


mas agora aparecia pra me fazer esperar mais um pouco pelo meu
final feliz.

(Cap. 13) Capítulo 13;

CAPÍTULO 13;

Edward, muito relutante, deixou que Jonh dançasse comigo e


se dirigiu para um canto um pouco afastado, mas que lhe permitia
ficar de olho em mim.

– Radiante, Isabella?

– Porque eu não estaria?

Ele nunca tirava o sorriso do rosto, mas seus olhos eram muito
frios, mais frios do que os de Edward quando nos conhecemos, até
porque Edward tentava ser frio, era uma defesa quase inconsciente,
mas Jonh não. Ele sabia que era frio, e não fazia questão nenhuma
de mudar isso.

– É claro. Porque você não estaria? Se preparou a vida inteira


para ser a esposa de Edward, conseguiu sair das garras abusivas dos
pais, está vivendo como uma rainha, nem vai precisar engravidar
cedo já que aquele pequeno bastardo serve para o papel de filho por
enquanto, sem falar das novas portas sociais que se abriram pra
você. Realmente, porque você não estaria feliz?!

Suas palavras não me afetaram com achei que fariam. Apenas


confirmaram a suspeita que corroia dentro de mim: ele queria algo.

– O que você quer?

– Garota direta. Eu aprecio isso.


Eu não disse nada, esperando que ele prosseguisse. Nossos
passos eram mais lentos do que a música, mas eu não me importava.
Tinha consciência de que Edward estava nos observando, talvez
tentando entender o que Jonh queria, mas minha expressão não
entregava o que eu estava prestes a fazer: dizer não.

– Quero que você converse com Edward e o convença a não


chamar a policia.

– Não.

Ele ficou mais chocado do que eu achei que ficaria. Sua


expressão seria até cômica, se a situação não fosse um pouco mais
séria.

– O que?

– Não. Edward tem todo o direito de querer a polícia envolvida


quando alguém me ameaça ou ameaça Luca. Ele é um cidadão Jonh.
Não sei se você sabe disso. Têm direitos.

– Eu coloquei você aqui. Posso tirar você daqui.

– Não, Jonh. Você não pode.

– Quer pagar pra ver?

– E como você faria? Me ameaçando? Ameaçando Edward? –


balancei minha cabeça, com pena dele. – Não vai funcionar. Edward
sabe tudo que há pra saber sobre mim, nós estamos nos envolvendo.
Você não vai estragar isso.

Nesse momento nós não dançávamos mais. Não tinha porque


disfarçar, e Edward, percebendo a situação se encaminhou para nós,
franzindo a testa diante da expressão chocada de Jonh.

Nós ainda ficamos por um momento ali, os três, olhando um


para o outro, até que Jonh saiu, caminhando firmemente em direção
a mansão. Quando não estava mais em nosso campo de visão, eu
soltei o ar que nem tinha percebido que estava segurando.

– O que ele queria?

– Eu disse não. – Edward não entendeu minhas palavras,


muito menos o meu sorriso. – Ele queria que eu convencesse você a
não dar queixa de Tanya a polícia e eu disse que não. Ele até me
ameaçou, dizendo que podia me tirar daqui, e eu ainda disse não!
Talvez Edward não tivesse noção do quanto minhas vontades
sempre foram só minhas vontades, algo banal. Poder dizer não para
algo era quase um sonho. Quantas vezes eu quis dizer não aos meus
pais? Aos meus professores? A mim mesma? E agora eu dizia não a
Jonh, isso era algo quase surreal.

– Ele ameaçou você?

Não fiquei surpresa por Edward se apegar a essa parte da


história, mas logo ele pareceu entender o quanto a situação era
importante pra mim e sorriu.

– Tudo bem. Parabéns pra você que disse não.

Eu ri, colando mais meu corpo ao seu enquanto dançávamos.


Edward beijou meus cabelos, cantando baixinho a letra da música,
que falava sobre amor a primeira vista.

Nenhum outro momento me pareceu mais perfeito. Talvez


esse agora perdesse apenas para o nosso primeiro beijo, mas ainda
assim era muito especial. Eu me sentia amada, querida, protegida,
segura. Me sentia parte de algo, de alguém, o que nunca tinha
acontecido antes.

Agora eu era uma Cullen. E nunca esse sobrenome me


pareceu tão bonito.

– Eu realmente achei que Edward iria esperar pela segunda-


feira. – comentou Rose, enquanto acompanhava com os olhos o
movimento dos policiais dentro de casa. – Vocês casaram ontem!

Eu sorri levemente, olhando para Edward, que conversava com


um dos policiais, que parecia ser aquele em comando.

– Jonh tentou impedi-lo ontem. Ele está certo em não esperar.

Ao fim da festa, Edward e eu seguimos para um dos melhores


hotéis de Chicago.

Nossa noite de núpcias tinha sido um pouco inusitada já que


nada mais aconteceu do que alguns beijos. Edward tinha estado
muito excitado, mas eu ainda não estava pronta. Esperava que
pudéssemos passar por todas as fases antes do ato em si, e me
parecia que estamos caminhando pra isso, já que Edward, e eu,
estávamos muito mais afoitos e querendo apertar um ao outro a todo
o momento.
Quando acordamos, Edward me confidenciou sua vontade de
não esperar pela segunda-feira para fazer a denúncia. Eu o apoiei.
Sabia que Jonh não ia parar de tentar impedir esse escândalo, e só
Deus sabe que armas ele usaria pra isso.

Todos nós tivemos que dar nossos depoimentos sobre Tanya.


Os telefones foram grampeados e a segurança de todos reforçada.
Não me agradava em nada ter alguém atrás de mim o tempo todo,
mas eu sabia que era necessário.

Algumas horas depois, todos os policiais foram embora. Alice


iria voltar pra Londres ainda hoje, o que a deixou atarefada com as
malas e alguns tecidos que ela queria levar, e isso acabou com
qualquer tempo que tivéssemos pra conversar. Esme e Carlisle foram
levá-la ao aeroporto logo depois dos policiais deixarem a mansão.
Emm e Rose se ocuparam de Luca, aparentemente achando que
Edward e eu ainda estávamos em ritmo de lua-de-mel.

– Como está sua queimadura? – assim que entramos no


quarto Edward se apressou em levantar minha blusa e analisar meu
ferimento. – Parece melhor.

Eu ri, sentindo o carinho gostoso que ele fazia ao redor da


grande mancha.

– Não dói tanto, mas acho que vai demorar mais um pouco
ainda pra cicatrizar bem. Dr. Edward Cullen.

Ele riu, baixando a blusa e me envolvendo em seus braços.

– Eu marquei de correr hoje com papai e Emm, tudo bem pra


você?

– É claro. Já percebi que vocês gostam de fazer isso juntos. –


comentei, lembrando das várias outras vezes em que os três saíram
para se exercitar juntos. Era quase como o chá das cinco dos garotos.
– Além do mais eu combinei com a sua mãe de olharmos os
presentes e escrever os cartões de agradecimento.

Edward não disse nada, apenas beijou meus cabelos,


balançando nossos corpos lentamente, apesar de não haver nenhuma
música.

– O que os policiais disseram pra você?

Eu vinha me corroendo de curiosidade desde que eles


deixaram a mansão, mas nenhum momento até agora me pareceu
intimo pra questionar.
Edward suspirou, parando de balançar nossos corpos. Dava
pra sentir que esse assunto não era seu preferido.

– Ela vai ser acusada de tudo, até de seqüestrar Luca, embora


isso tenha acontecido já há algum tempo. Não sabemos se ela
realmente vai cumprir pena por tudo, já que tem o julgamento no
meio, mas vamos fazer nosso melhor pra provar que ela é culpada.
Por enquanto, temos que encontrá-la e o Oficial Lopes acha que ela
está por perto.

Eu me virei, visivelmente confusa.

– Todas as mídias vão falar sobre ela, o rosto de Tanya vai


estar em todos os lugares, como, por Deus, esse Oficial acha que ela
vai ficar por perto? Ela seria pega num piscar de olhos com todos
esses seguranças!

– Bella. Às vezes, a mente de uma pessoa obsessiva não


funciona de forma tão racional quanto a nossa. Tanya não vai pensar!
Ela não fez isso quando seqüestrou Luca, foi um momento de sorte
pra ela e o impulso que ela sentia naquele momento. Ela queria
matar você dentro da empresa. Ser pega não a preocupa.

– Então você acha que ela vai tentar outra vez? Me machucar,
ou machucar Luca?

Ele apenas assentiu, sério.

– Ele está pensando em me usar como isca não é?!

– Se tivermos provas de que ela está rondando, uma operação


pode ser montada. Ele sugeriu isso, mas eu não concordo.

– Eu quero. Se isso significa proteger Luca e se essa é a nossa


melhor chance de pegá-la, eu quero.

– Bella...

– Não Edward! Se eu posso fazer algo pra impedir que nossas


vidas virem um inferno, eu vou fazer! É minha decisão. Além do
mais, não vamos dar oportunidade a Jonh de encontrá-la antes e
tentar persuadi-la de sumir de vez.

– Você é mais teimosa do que uma mula.

Eu sorri, ainda que nervosamente.

– É uma das minhas melhores qualidades.


– É linda Esme!

Edward e eu tínhamos ganhado vários presentes, um mais


bonito que os outros. Em nossa lista não teve nada de moveis,
Edward queria reformar o quarto, para que pudéssemos balancear
nossos estilos, mas isso era algo que nós mesmos faríamos, assim,
nossas sugestões de presentes foram, em sua maioria, objetos de
decoração. Alguns convidados nos presentearam com roupas recém-
lançadas, louças, e ações.

Meu presente favorito, a luminária que eu analisava, era


realmente linda. Toda dourada com desenhos incrustados.

– Realmente querida. Esse presente veio de Carmem.

Era irônico que o objeto que eu mais gostara viesse de uma


mulher que não gostava nada de mim.

– Uma pena que ela tenha ido embora da festa tão cedo. Nem
quis ficar por uns dias.

Secretamente eu achava que isso era minha culpa, embora


não soubesse o que eu tinha feito para que ela quisesse toda essa
distância.

– Uma pena realmente. Mas acho que esse é o estilo dela não?
Ser sozinha.

– Talvez querida. – ela balançou a cabeça, enquanto olhava


para a luminária. – Mas algo me diz que uma coisa realmente ruim
aconteceu pra que ela seja assim. Mas vamos parar de falar de coisas
tristes. Me conte como está se sentindo.

– Muito feliz. – eu tinha quase certeza que meu sorriso


cortaria meu rosto a qualquer momento. – Não sinto nada a ser
felicidade.

– Oh, eu entendo. Venho sentindo a mesma coisa desde que vi


Carlisle pela primeira vez. – meu sorriso desmanchou enquanto eu
lembrava do que senti quando vi Edward pela primeira vez. – O que
houve querida?

– Eu tive medo. – olhei pra ela, quase implorando com os


olhos para que ela me compreendesse. – Eu senti medo quando vi
Edward pela primeira vez. Era como se ele ocupasse todo o espaço ao
meu redor, como se ele tivesse o poder pra decidir se eu seria feliz
ou não, foi sufocante.
– Bella! – Esme segurou minhas mãos, quase chocada diante
das minhas palavras e das lágrimas que começaram a cair sem
permissão. – Porque querida?

– Eu não sei. Edward é lindo. É algo que não dá pra deixar de


notar, mas seus olhos eram tão frios e então quando ele falou
comigo, eu senti como se todos os meus sonhos fossem por água a
baixo, mas quando escutei o que ele tinha pra dizer, tudo valeu à
pena. É confuso não é?

Esme sorriu, daquele jeito maternal e apertou minhas mãos


carinhosamente.

– É compreensível querida. Edward se tornou muito frio depois


de tudo o que aconteceu com Tanya. Custou muito pra que ele
aceitasse a ideia de voltar a namorar, de que Luca iria,
eventualmente, precisar de uma mãe. Mas quando ele chegou em
casa, anunciando que traia sua noiva pra jantar, os olhos dele
brilhavam de esperança Bella, de um jeito que nem Tanya conseguiu.
Você aqueceu os olhos de Edward novamente querida. E eu tenho
que agradecer você por isso.

Eu tinha a intenção de retrucar, dizendo que ela não tinha que


me agradecer por nada, quando um pigarro chamou nossa atenção.
Edward estava ali, a pouco metros, meio suado da corrida, com a
expressão de quem tinha ouvido atrás da porta, mas que não estava
nem um pouco arrependido. Não queria que ele tivesse ouvido sobre
meus sentimentos quando nos conhecemos, porém agora que isso
não podia ser desfeito, eu só esperava que ele entendesse, e que
compartilhasse comigo o que ele sentiu ao me ver pela primeira vez.

Esme discretamente saiu, levando consigo as anotações para


os cartões de agradecimento. Edward avançou pra mim, lentamente,
como se contasse cada passo.

– Porque você nunca disse nada disso pra mim? – sua voz
estava meio rouca, emocionada. – Eu não fazia ideia disso Bella.

Eu levantei, passando a mão pelo rosto para secar as


lágrimas.

– Achei que você ficaria chateado. E minha opinião mudou


depois, tudo mudou depois. Eu estava sendo pressionada Edward, de
todas as formas, e você realmente tinha o poder de mudar ou piorar
tudo. Acho que não havia mais o que sentir, além disso.

Num piscar de olhos ele me abraçou apertado, distribuindo


beijos em meu cabelo.
– Eu sinto tanto que você tenha que ter passado por tudo isso.
Sinto tanto que nada pode ser diferente. Eu queria que tudo fosse
diferente Bella. Queria que tivéssemos sido um casal normal...

– Eu sei. Eu sei Edward, mas nada disso é sua culpa.

Ele se afastou alguns centímetros, pairando seu rosto sobre o


meu. Delicadamente uma das suas mãos acarinhou minha bochecha,
me fazendo arrepiar.

– Eu sei, mas nada do que você, ou qualquer um diga, faz com


que a culpa desapareça.

– Você me salvou Edward.

Ele balançou a cabeça, negando.

– Você fez, quando aceitou entrar na minha vida, me fazendo


ter esperança de novo Bella. Foi isso que eu senti quando vi você
naquele dia com Luca. Esperança de uma vida melhor, mais feliz, que
valesse a pena.

– E está valendo?

– Cada segundo.

Apesar de todo medo inicial, Edward era tudo o que eu queria


e que continuaria a querer. Nada, nem Jonh, nem Tanya com suas
loucuras, iriam tirar de mim minha chance de ser feliz.

(Cap. 14) Capítulo 14;

CAPÍTULO 14;

Eu me sentia o mais feliz dos seres na face da Terra. A rotina


tinha voltado a se estabilizar nesses últimos dias e tudo parecia estar
em ordem. Jonh tinha voltado para suas namoradas, de cara amarra
e prometendo vingança com os olhos, mas nada que me abalasse. Eu
já não era o garotinho que ansiava por agradá-lo. Esme e Carlisle
saíram em um cruzeiro pelas Ilhas Gregas que duraria pelo menos
um mês. Esme estava com o coração na mão em sair de casa nesse
momento, mas jamais poderíamos pedir pra eles adiarem a viagem
que fora planejada meses antes, sem falar que por mais que várias
coisas estivessem acontecendo, nada mudaria por agora.
Alice estava à milhas de distância, focadíssima em seu
trabalho, pouco lhe sobrava tempo para falar conosco, e
aparentemente ela estava tentando esquecer Jasper, já que quando
ele esteve lá, há alguns dias atrás por conta de uma transação da
empresa, ela não teve tempo pra se encontrar com ele, porque
estava saindo com alguém. Jasper voltou arrasado. Bella achava que
ele estava se arrependendo de ter ignorado seus sentimentos com
relação a minha irmã, e eu concordava com ela. Ele andava com uma
expressão triste, cabisbaixa e quase não sorria, desde que voltara de
Londres.

Emmett e Rose passavam mais tempo no quarto do que eu


achei ser possível. Estavam sempre corados e rindo sozinhos, do
nada, com uma expressão apaixonada no rosto. Era obvio que
andavam as mil maravilhas e eu achava que estavam tentando
engravidar. Confidenciei isso a Bella ontem à noite, mas ela só sorriu,
ficando feliz por eles, mas sem entender a real proporção disso. Era a
história de Rosalie, afinal, eu não poderia simplesmente sair
espalhando, nem que fosse pra minha esposa.

Esposa. Eu mal podia acreditar que finalmente estava casado.


E casado com alguém que valia muito a pena. Alguém que estava se
infiltrando em meu coração mais rápido do que eu achei ser possível.
Bella e Luca eram os pontos altos do meu dia. Os dois quase nunca
se desgrudavam, andavam pra cima e pra baixo juntos. Luca só ia a
escolhinha pela manhã simplesmente porque Bella dissera que era
importante ele interagir com outras crianças.

Era incrível o quanto ela entendia disso. O quanto ela tinha


nascido pra isso. Pra zelar por crianças, educá-las, amá-las. Bella
tinha nascido pra ser mãe. E era mais incrível ainda que ela
permanecesse desse jeito mesmo depois de todo o martírio que tinha
vivido com os pais. Pais, aliás, que não paravam de ligar querendo
saber dos encontros sociais a vista.

Bella os despistava da melhor maneira que podia, mas eles


não poderiam ser feitos de trouxa a vida inteira, de fato, eu diria que
eles estavam se fazendo de trouxas, mas que aprontariam a qualquer
momento.

Eu esperava poder viajar por pelo menos quinze dias na


próxima semana. Seria meio atrasada, mas teríamos nossa lua-de-
mel, que, eu esperava ansiosamente, fosse de verdade.

A casa estava silenciosa quando cheguei do trabalho, apenas


Rose estava sentada na sala, observando Luca brincar com alguns
jogos comprados por Bella.
– Hei Rose. Como esse garotão vai indo?

– Muito bem. Os jogos que Bella sugeriu são muito bons.


Funcionam, mas ele gosta mesmo é das cores.

Luca brincava fascinado com os blocos, separando-os por


cores. Vez ou outra ele agitava alguma peça no ar.

– Li no jornal hoje sobre Tanya.

– Sim. A policia me ligou ontem a noite, eu acabei esquecendo


de contar. Pelo menos agora nós temos provas contra ela.

Rose assentiu, um tanto séria.

– Mas isso me preocupa Edward. A ideia era que ela não iria
pensar, construir um dossiê sobre Bella e Luca demonstra que ela
está pensando. Muito.

Por meio de uma ligação anônima, a polícia tinha encontrado o


lugar em que Tanya estava vivendo. Havia algumas roupas, moveis e
seu passaporte no pequeno apartamento, mas o que deu uma
reviravolta no caso foi uma das paredes do lugar estar coberta de
informações sobre Bella e Luca. Desde recortes de jornais a
anotações de suas rotinas.

Isso tinha me deixado apavorado por alguns momentos. Saber


que mesmo estando rodeados de seguranças, Bella e Luca ainda
podiam ser observados. Porém parecia que tudo que Tanya tinha
estava no lugar, e como ele estava sendo vigiado vinte quatro horas
por dia, impossibilitava que ela voltasse lá sem ser presa, e isso
significava que ela não tinha mais as informações a disposição para
montar plano algum.

Rose ponderou sobre isso quando eu lhe disse.

– Olhando por esse lado...

Ficamos em silencio por alguns minutos, apenas observando


Luca. Rose olhava vez ou outra para o telefone e eu imaginei que ela
estivesse esperando uma ligação de Emmett. Ele tinha viajado há
três dias para resolver um problema simples em uma das nossas
aquisições.

– Quando você vai começar a fazer testes? – perguntei,


andando em direção ao bar para preparar um drink. – Me admira que
você ainda não tenha começado.
Ela abriu a boca em sinal de espanto, mas logo a fechou,
fingindo alisar uma ruga inexistente em sua saia de cetim.

– Estou esperando pelo menos um mês. Sabe, vão ser mais


tentativas.

– Tenho certeza de que tudo vai sair conforme o planejado. –


ela me olhou, visivelmente sem graça. – Estou muito feliz por vocês
Rose.

– Obrigada. Você contou a...

– Não. Vocês são tão amigas, você deve contar, além disso,
não é a minha história.

– Obrigada por isso. Vou contar tudo a Bella logo. Acho que
estou esperando que ela pergunte algo. Não sei como começar o
assunto.

Eu sorri. Pelo bem que eu conhecia minha mulher, ela


morderia a língua antes de perguntar algo.

– Pois então ache um jeito Rosinha. Bella não vai perguntar


nada. Nem mesmo se a curiosidade estiver a corroendo. – franzi a
testa, notando que até aquele momento, Bella não tinha dado sinais
de estar em casa, algo não usual, já que ela sempre estava em casa
pra me esperar voltar do trabalho. Por vezes ela tinha ido me buscar
com Luca. – Bella está tomando banho? Ou saiu? Ela não costuma
sair nesse horário.

Rose piscou, afastando qualquer pensamento que estivesse


tendo e se apressou em me responder.

– Bella esteve fora toda à tarde. Ela disse que ia sair por
apenas alguns minutos, pra comprar algumas frutas, porém não
voltou mais. Até que a mãe dela ligou há uma meia hora atrás. Disse
que ela e Bella se encontraram e que ela ia dormir lá hoje, pediu pra
avisar você.

Eu pisquei, atordoado.

– Você ouviu Bella ao fundo? Tentou falar com ela no celular?

– Ela deixou em casa. Bella saiu apenas com alguns trocados


Edward. Os seguranças ainda estão com ela então não há o que se
preocupar.

Rose estava tão errada.


Não perdi tempo tentando ligar para o celular de Bella já que
ela não o tinha levado, e sim disquei o número de um dos
seguranças, que se apressou em dizer que estava tudo bem, Bella
estava na casa dos pais e não tinha saído à tarde inteira. Mas aquilo
não era o bastante. Tinha algo de muito estranho na história, já que
os pais de Bella não moravam em nossa vizinhança, então não havia
como eles terem se encontrado tão ao acaso.

– Cuide de Luca Rosinha.

– Edward, o que está acontecendo? – ignorei Rose, saindo


porta fora e sendo seguido pela minha cota de seguranças. – Edward!

Dirigi feito um louco, enquanto discava para a casa dos Swan.

– Residência dos Swan.

– Olá, eu gostaria de falar com Bella Cullen, por favor.

– A Sra. Cullen está descansando. Quem gostaria?

– É o marido dela. –respirei fundo, tentando me acalmar. –


Bella está ferida? Diga só sim ou não.

– S-sim.

– Oh Meu Deus! Os pais dela estão por perto? Estão ouvindo


você?

– Sim Sr. Vou passar o seu recado.

E então a linha estava muda.

Acelerei o quanto foi possível, ultrapassando alguns carros que


mais do que depressa buzinaram pra mim. Alguns minutos depois
estacionei de qualquer jeito na frente da casa dos Swan. Os
seguranças de Bella arregalaram os olhos ao ver meu estado.

– Permaneçam junto com os outros. – ordenei, batendo


fortemente na porta. – Se eles tentarem me impedir de pegar Bella,
os segurem. Batam neles se precisar, não me importo.

Uma moça jovem atendeu a porta e eu tinha quase certeza de


que fora ela quem atendera o telefone também, mas não me apeguei
a detalhes, passei por ela, gritando o nome de Bella, logo Reneé
apareceu, tentando me conter.
– Edward querido! Bella está descansando, como Alicia lhe
disse ao telefone. Não há razões para estardalhaços, ela está segura.

Eu a olhei com todo o ódio que consegui reunir naquele


momento, que era muito. Charlie logo apareceu, e pelo seu olhar
arregalado, ele sabia que eu sabia. E quando Reneé parou de tentar
explicar, ela também percebeu que eu sabia.

Tinha vontade de ameaçá-los, mas isso não iria adiantar, por


que tinha certeza de que Bella já tinha sido machucada. Subi os
degraus de dois em dois, ignorando os gritos no andar de baixo.
Ninguém me seguiu, o que me fez concluir que meus seguranças
tinham entrado em ação, aproveitando, abri cada cômodo
rapidamente, procurando por Bella.

A encontrei em seu antigo quarto, no chão, com as costas pra


cima. Havia um cinto preto jogado em um canto, que eu julguei ser
responsável pelos machucados espalhados por suas costas. A
queimadura que estivera cicatrizando tão bem estava dez vezes pior
do que antes.

– Bella?

Ela só choramingou, sem se mexer. Algo que talvez ela não


pudesse fazer. Seu rosto estava de lado no chão e lágrimas corriam
de seus olhos. Ela tentou falar, mas eu a impedi.

– Shiu. Tudo bem, você vai ficar bem.

Liguei para a emergência e alguns minutos depois a sirene da


ambulância já podia ser ouvida. Fiquei o tempo todo ao lado de Bella,
deitado com ela no chão, segurando sua mão. Meus olhos ardiam,
mas eu não chorei. Ela precisava de mim naquele momento e não
podia ser fraco. Beijei seus lábios levemente quando ouvi passos na
escada e então o quarto estava tomado de paramédicos.

Pedi aos seguranças que me encontrassem no hospital,


ignorando os gritos de Reneé e Charlie. Não tinha forças nem pra
olhá-los, quanto mais pra chamar a polícia, mas sabia que eles
estavam encrencados, pois o hospital tem a obrigação de informar as
autoridades se eles desconfiarem de violência domestica. O que era
obvio que ia acontecer.

Fui na ambulância com Bella, embora não pudesse tocá-la, já


que os paramédicos continuavam trabalhando em seus machucados.
Quando chegamos ao hospital, tive que sentar pra preencher uma
ficha quilométrica, mas que me distraiu por algum tempo.
Até que eu me rendi às lágrimas.

Era muito difícil pensar. Muito difícil reviver o momento em


que a encontrei. E foi mais difícil ainda admitir que eu não podia
ajudá-la naquele momento, não podia fazer sua dor passar, não
podia colocar um sorriso em seu rosto. Tudo o que eu tinha
conseguido fazer fora ligar pra emergência, implorando que eles a
ajudassem.

E ninguém tiraria da minha cabeça que aquilo era minha culpa.

Não podia ter me focado só em Tanya, deixando os pais de


Bella a margem, sem punição, quando eu tinha afirmado, prometido,
pra ela que eles iam pagar. Em vez disso eu tinha deixado que eles a
machucassem novamente.

Assim que me acalmei, telefonei para Jasper. Pude ouvir as


perguntas gritadas por Rosalie, mas simplesmente pedi que ele
viesse ao hospital e que pedisse a irmã pra continuar cuidando de
Luca. Sue estava em casa, mas não queria ninguém a mais sabendo
disso, era algo que Bella tinha que contar. Era seu segredo.

Vinte minutos depois, Jasper estava incrédulo. E obviamente


ignorando minha cara de quem tinha chorado.

– É muito difícil digerir isso Edward. Desde quando você sabe?

Eu pisquei, tentando criar uma resposta plausível.

– Há um mês e pouco. Foi por isso que insisti pra que ela
morasse conosco logo depois do noivado. Foi difícil, Bella disfarçava
muito bem, mas não tinha como não ver as cicatrizes.

Ele assentiu, dando a entender que tinha acreditado.

– Presumo que ninguém mais sabe.

– Não. Quero que Bella decida se quer contar ou não. Contei


pra você porque quero que me indique um advogado. Sei que há
montes deles na empresa, mas quero alguém imbatível Jasper,
alguém amplo. E discreto.

Ele assentiu, pegando seu celular. Jasper tinha uma infinidade


de contatos em diversos lugares e em diversas áreas, conquistadas
principalmente por suas viagens.

– Nora Kreve. Sempre digo pras pessoas terem cuidado


porque ela lê pensamentos.
Eu salvei o número em meu próprio telefone, preferindo ligar
depois que visse Bella e falasse com os médicos.

– Posso perguntar pra quê?

– Você não acha estranho Jasper, que justo quando a cara de


Tanya está em todos os lugares, justo quando ela perde o acesso as
informações que vem juntando, justo quando ela some por um bom
tempo, Reneé tenha encontrado Bella por acaso em um lugar que ela
vai quase todos os dias pra comprar frutas frescas pra Luca? Não lhe
parece estranho já que Charlie e Reneé não moram perto de nós?

– Você acha que... – ele parecia não encontrar palavras. – Meu


Deus! Os próprios pais!

– A policia está fazendo tudo o que pode, mas cansei de me


limitar somente a eles. Quero saber o que posso fazer, de que jeito
posso prejudicar os Swan. Eles vão pagar Jasper, por cada uma
daquelas cicatrizes.

Como eu tinha prometido a Bella. Antes tarde do nunca.

(Cap. 15) Capítulo 15;

CAPÍTULO 15;

Deitar de lado não é uma das minhas posições preferidas, mas


no momento, era o que impedia minhas costas de latejar ainda mais.
Eu tinha acordado há alguns minutos, já que algumas feridas eram
tão profundas que precisei ser sedada. Era irônico que uma simples
fivela de cinto pudesse fazer tanto estrago. Acho que a esse ponto
dos acontecimentos, eu já deveria ter me acostumado que quaisquer
coisas simples nas mãos dos meus pais poderiam fazer estragos.
Grandes estragos.

Pouco antes de Edward me achar, cheguei a pensar que


apodreceria ali, sem qualquer tipo de cuidado, provavelmente
desmaiando logo em seguida de tanta dor.

A enfermeira simpática que havia me explicado sobre os


procedimentos que haviam sido feitos terminou de conferir meu soro
e saiu, provavelmente indo chamar Edward, e o pior era que eu não
sabia se estava pronta pra enfrentá-lo.
Não tive muito tempo pra me preparar pra vê-lo, entretanto,
já que no minuto seguinte ele estava entrando no quarto, os olhos
verdes arregalados, me olhando com preocupação. Seu rosto
contorceu de dor quando ele correu os olhos por meu corpo, notando
os arranhões aqui e ali.

– Deus, Bella.

Edward praticamente desabou na cadeira ao lado da minha


cama, segurando minha mão logo em seguida. Ele distribuiu beijos
nos nós dos meus dedos, os olhos marejados.

– Você está bem?

Eu apenas balancei a cabeça, me sentindo ainda incapaz de


falar. Edward ficou um minuto em silêncio, o olhar perdido.

– O hospital, em vários casos, é obrigado a chamar a policia.


Você sabe que seu caso é desses não é? – eu assenti novamente,
olhando para nossas mãos juntas. – Daqui a uma meia hora eles vão
estar aqui pra pegar o seu depoimento. O que você vai dizer Bella?

– Tudo. – minha voz saiu tão baixa e tremida que achei que
ele não tivesse ouvido, então pigarreei, respondendo outra vez. –
Tudo.

– Bom. Fico orgulhoso de você. – ele fez uma pausa, voltando


seu olhar pra mim. – Acha que precisa de um advogado presente?

– Não. Mas gostaria que você ficasse.

Ele balançou a cabeça rapidamente, parecendo muito feliz com


minha decisão. Um segundo depois o telefone de Edward apitou e ele
franziu a testa, suspirando quando viu o identificador de chamadas.

– Rose. – ele suspirou de novo, parecendo constrangido. – Não


contei nada a ela. De fato, Rose não sabe onde eu estou agora.
Recebi algumas ameaças de morte.

Eu ri levemente, apertando sua mão na minha.

– Chame ela. Já que vou ter que falar sobre isso, que seja de
uma vez.

Edward tentou retrucar, mas eu preferia assim. Era doloroso


demais falar sobre o abuso que sofri a vida inteira, mas as pessoas
que se importavam comigo mereciam saber, eu queria que elas
soubessem, e por uma questão até de praticidade, falaria sobre isso
de uma vez só.

– Jasper sabe. – segredou Edward, logo depois de falar com


Rose ao telefone. – Precisei contar a ele.

– Por quê? – não estava ofendida com o acontecido, mas


Edward parecia comedido demais, e algo me dizia que ele estava
escondendo algo de mim. Seus olhos flamejaram quando ele falou de
Jasper e talvez eu obtivesse minha resposta se seguisse esse
caminho. – O que ele disse?

– Jasper pouco se impressiona Bella. Adulto desde sempre,


lembra? – eu assenti, olhando fixamente para o seu rosto. Edward
suspirou, percebendo que não escaparia da pergunta. – Precisava de
alguns conselhos quanto a uma situação e de o nome de um
advogado.

Ignorei a parte do advogado, me focando nos conselhos.


Edward raramente precisava de conselhos.

– Que situação?

– Não é um bom momento para essa conversa Bella. – suspirei


frustrada, sabendo que não conseguiria nada dele nesse momento.
Então, do nada, sua testa estava colada na minha e ele parecia
desesperado. – Achei que ia perder você.

Ele distribuiu beijos em meu rosto pálido, murmurando coisas


incompreensíveis, até que seus lábios pousaram nos meus,
firmemente, como se ele quisesse nos grudar.

– Sinto muito.

– Não é sua culpa Bella. Você não fez nada de errado.

Sacudi minha cabeça, sentindo a verdade desabar sobre mim.

– Eu não corri. Eu nunca corri, nunca contei a ninguém, nunca


gritei. Posso ser a vitima do abuso, mas aceitei ele Edward. Nada
vem sem luta. Nós nunca daríamos certo se não lutássemos, você
sabe disso. Eu podia estar livre dos meus pais se tivesse
simplesmente gritado antes.

Edward nada disse, apenas voltou a colar seus lábios nos


meus, suspirando logo em seguida.
– Não fique pensando nisso. Não adianta chorar ou se
recriminar pelo que já foi. Vamos pensar no agora. Você está bem,
nós estamos bem e seus pais serão presos.

Eu assenti, envolvendo seu pescoço com meus braços,


apreciando seu cheiro.

– Só um instante. – interrompeu Rosalie, novamente, fazendo


o policial que pegava meu depoimento revirar os olhos, novamente. –
Seus pais investiram em você, pra que através de um casamento
arranjado você pudesse inseri-los na sociedade, e quando você
falhava nos aprendizados ou quando eles achavam que algo era sua
culpa, castigavam você?

Edward, eu e o policial assentimos, esperando pela reação de


Rosalie.

– Que século nós estamos?

A pergunta parecia muito séria, já que ela não sorria ou


aparentava raiva, apenas esperava pela resposta. Edward coçou a
cabeça, parecendo sem graça.

– Vinte um (XXI)?

Eu estava a ponto de gargalhar, já que Rose parecia


atordoada, provavelmente achando que tudo isso se tratava de uma
grande pegadinha.

– E você aceitou as chantagens emocionais de Jonh e ficou


noivo de forma forçada? Duas vezes? O que é que você tem na
cabeça Edward?

Eu suspirei, olhando seriamente para Rosalie.

– Não querida, você não está em uma pegadinha, nem


testando a força de um novo roteiro de Hollywood, eu passei por tudo
isso, tenho cicatrizes pra comprovar, e sim, Edward foi noivo duas
vezes de forma forçada, casou uma, não de forma forçada porque
começamos a nos envolver antes disso. Estamos bem Rosinha. Está
tudo bem, eu só gostaria que você soubesse e mantivesse a sua boca
fechada.

– Não posso contar nem pra Emmett?

Edward e eu nos entreolhamos e eu dei de ombros.


– Conte. Emmett é pior que mamãe. Semana que vem todos
vão saber sobre tudo.

Eu dei de ombros outra vez.

– Provavelmente eu contaria depois.

E então Rose estava me abraçando enquanto chorava


descontroladamente.

– Não acredito que você passou por isso! Que monstros. Que
horrível Bella!

O policial tossiu para disfarçar o riso e saiu acompanhado por


Edward, que ria abertamente.

Rose me apertava muito, doía, mas era bom ter uma amiga se
preocupando por mim pela primeira vez.

– Mamãe!

Eu devia saber que Edward traria Luca para me buscar. Ele


agitava os braços no colo do pai, esticado na minha direção.

– Até que um dia vou poder voltar pra casa! – peguei Luca no
colo, espalhando beijos por seu rosto enquanto ele ria. – Não agüento
mais esse quarto.

– Foram só duas semanas Bella. Não é tanto tempo assim.

– Se elas tivessem sido necessárias, eu concordaria.

– Mas foram necessárias.

– Edward. Você pegou o dobro do que devia pra eu pudesse


ficar de repouso aqui. O médico me liberou depois de dois dias.

Ele balançou a cabeça, parecendo quase ofendido.

– Você precisava de descanso! Todos queriam tirar férias pra


ajudá-la a se recuperar se você fosse pra casa, e não acho que isso
teria sido bom.

Cheguei pertinho dele, beijando seu pescoço, me sentido


muito adorada quando ele circundou minha cintura.

– Eu sei. Você tem razão, mas não consigo deixar de reclamar.


Ele riu, fazendo Luca rir com ele.

– Mamãe!

– Mamãe vai pra casa. – comentou Edward, alisando os


cabelinhos ralos de Luca. – Nada mais de hospital.

– Hopital não. – concordou ele, balançando a cabeça. –


Casa xim.

Eu ri, maravilhada com o crescimento do seu vocabulário.


Ainda havia muito pra percorrer, mas estávamos no caminho.

Os seguranças entraram, carregando minha pequena mala pra


fora do quarto. Edward pegou minha mão, e juntos caminhamos para
fora do hospital.

No carro, não pude deixar de notar, seguíamos para uma


direção diferente.

– Onde estamos indo?

– Almoçar fora. – ele sorriu, parecendo muito feliz com a ideia.


– Todos queriam vir também, mas queria que isso fosse um momento
só nosso.

– Eu gosto assim.

Edward segurou minha mão, apertando-a firmemente.

– Alice fez um escândalo quando Rose contou sua história


ontem. Ela, inclusive, queria pegar o primeiro avião pra cá, mas
consegui dissuadi-la.

– Rose espalhou a noticia. – não estava triste ou ofendida por


isso. Era muito bom saber que todos sabiam sem eu precisar contar
tudo novamente. – Como os outros reagiram?

– Alice fez esse escândalo. Jasper, você sabe e Emmett ficou


imóvel por alguns minutos antes de se fechar no escritório e trabalhar
em cima do processo contra os seus pais.

– Eu achei que ele quebraria alguma coisa. – Emmett era


muito querido e engraçado, mas todos sabiam que quando ficava com
raiva, algum estrago era feito. – Isso não aconteceu em nenhum
momento?
Edward balançou a cabeça, enquanto checava Luca no banco
de trás.

– Fazer direito o ajudou muito. Ele canaliza sua raiva para o


trabalho e geralmente a usa muito bem. O problema é quando não há
nada jurídico a ser feito.

– Essa sua insinuação tem a haver com a história de Rose?

Edward sorriu, apertando minha mão novamente.

– Você não perde uma. Sim. Tem haver com a história. Rose,
aliás, está mais do que pronta pra te contar.

–Fico feliz em saber. – franzi a testa me lembrando de um


ponto. – Rose contou também sobre Jonh?

Edward balançou a cabeça de modo afirmativo.

– Eles ficaram sem fala, mas os convenci a não contar nada


pra papai e mamãe. Nem quando eles voltarem.

– Me parece justo. Acho que seus pais morreriam de desgosto


e de raiva de Jonh.

Edward assentiu, mas não disse mais nada.

Alguns minutos mais tarde entrávamos em um restaurante


italiano aconchegante, levemente lotado. Edward deu seu nome na
recepção, segurando Luca que parecia meio sonolento. A
recepcionista nos conduziu para uma mesa no canto, um pouco mais
afastada, onde uma cadeirinha alta já estava preparada para Luca.

Eu senti, franzindo a testa levemente, uma dor incomoda nas


costas, fato que não passou despercebido por Edward.

– Porque você não me disse que estava com dores Bella?

– Não é nada de mais. É só um pouco incomodo.


Principalmente por causa da queimadura.

Edward travou o maxilar, tentando, atrapalhado, colocar Luca


na cadeirinha.

– Você está pelo menos tomando remédios?

– Sim, o médico os receitou. Está tudo bem, de verdade.


Ele suspirou, parecendo mais calmo, mas ainda sem conseguir
colocar Luca na cadeirinha já que ele se debatia e choramingava.

– Mamãe.

Estiquei meus braços, esperando Edward coloca-lo em meu


colo.

– Você vai mimá-lo de mais Bella.

– Não vou nada. – reclamei, enquanto aconchegava Luca em


meu colo, observando seus olhinhos pesados. – Ele só está com
soninho.

– Soninho. – repetiu ele, enfiando o rostinho em meu peito,


sua mãozinha apertando minha blusa. – Soninho mamãe.

– Eu sei querido. Durma.

Beijei sua testa, observando-o cair no sono.

Quando ergui meus olhos, fiquei meio embaraçada diante do


olhar de Edward.

– O que?

– É por essas e outras coisas, que eu acho que você não deve
e não precisa esperar.

– Esperar pelo que?

Ao invés de responder, Edward tirou um maço de papeis da


sua pasta, empurrando-os para mim através da mesa.

Era muitos e como estava com Luca nos braços, ficava difícil
folheá-los, mas não foi difícil pegar a essência da situação.

Edward estava me dando uma das minhas razões. Edward


estava me dando minha escolhinha.

– Edward...

– O lugar é fantástico, mas precisa de alguns reparos. Você


também tem que decora-lo e comprar tudo o que precisa. Tenho
certeza que estará funcionando em setembro, se contratarmos as
pessoas certas.
Eu ainda não conseguia falar. Era indescritível ver um dos seus
maiores sonhos se tornando realidade. Eu tinha chegado a pensar
que jamais conseguiria alcança-lo, mas aqui estava eu, diante do
meu marido arranjado, segurando meu filho emprestado, olhando
para o meu sonho. Era muito mais do que eu jamais sonhei, era
muito mais que perfeito.

– Eu não sei o que dizer.

– Só diga obrigado. Vou ficar feliz com isso.

– Obrigado.

– Não há de que, vida. – ele franziu a testa, corando


levemente. – Rose me ajudou a escolher o lugar. Luca, do seu jeito,
também opinou, mas o que eu quero dizer é que Rose ficou muito
interessada em participar do projeto. De fato, mamãe também.

– É fantástico! Vou precisar de toda ajuda possível. Tenho


certeza de que tudo vai dar certo.

Ele sorriu, parecendo muito animado e orgulhoso de si mesmo.

– Obrigada Edward. Muito obrigada.

– Tudo por você.

Por mais simples e clichê que fosse, eu sabia que ele estava
sendo verdadeiro em sua declaração. Edward faria tudo por mim. E
naquele momento, com meu coração galopando no peito, eu sabia
que também faria qualquer coisa por ele.

(Cap. 16) Capítulo 16;

CAPÍTULO 16;

Estiquei meus braços, facilitando para Edward tirar minha


camisola. Ele deu alguns puxões, apressado, talvez rasgando alguma
parte do tecido no processo. Era uma linda camisola, mas não me
importava muito com isso no momento.

Ele grunhiu antes de espalhar beijos por meu pescoço, uma


das suas mãos em minha cintura, enquanto a outra brincava com a
alça do sutiã. Minhas mãos também estavam ocupadas, apertando
suas costas, sentindo seus músculos durinhos e perfeitos.

Era a primeira vez que nos beijamos sem algumas peças de


roupas. Todos os outros “amassos” foram fantásticos, mas era
diferente agora, muito mais quente, sentir sua pele contra a minha
era incrível. E eu queria mais.

Levei a mão de Edward ao fecho frontal da peça de renda


preta, sem olhá-lo, esperando que ele seguisse em frente, mas
infelizmente ele hesitou.

– Bella..

– Faça. Eu quero.

Ele suspirou, o hálito quente batendo em minha pele nua, me


deixando mais arrepiada do que já estava. Lentamente, como se
desembrulhasse um presente especial, Edward abriu o fecho e eu me
ergui, facilitando a retirada da peça. O quarto estava na penumbra,
iluminado apenas pela luz do abajur, mas mesmo na semi-escuridão,
eu conseguia ver o brilho nos olhos de Edward enquanto ele me
admirava em silêncio.

Minhas bochechas coraram e eu suspirei longamente quando


seus dedos, muito lentamente, me acariciaram.

– Tão linda. Você é tão linda Bella.

O primeiro lugar em que seus lábios pousaram, e vindo de


Edward não era surpresa nenhuma, foi em minha marca de
queimadura. Seus lábios permaneceram ali por um momento, e então
se arrastaram ao longo da minha pele sensível, me provando.

Era notável que ele tinha um pouco de experiência na área,


mas eu me perguntei se ele sentia tudo o que eu sentia, toda a
queimação, o desejo, a ansiedade. Era normal sentir tudo isso de
uma vez? Era possível sentir tudo isso de uma vez?

Eu gemi quando sua língua se alastrou por meu mamilo, e


arqueei minhas costas, desesperada. Tive a impressão de que Edward
rira, mas foi impossível ter certeza. Meu seio esquerdo não foi
negligenciado, Edward o provou com o mesmo fervor inicial, quase
me fazendo rasgar os lençóis, e então desceu, distribuindo beijos por
minha barriga, apertando minhas coxas.

Quando ele, muito delicadamente, puxou minha calcinha pelas


pernas, a incerteza me paralisou. Vínhamos avançando em nosso
relacionamento. Mais rápido do que eu achei que fosse possível. No
momento eu estava nua, sentindo minha pele queimar com o olhar
luxuriante de Edward, mas ainda não me sentia pronta para o gran
finale. Eu queria. Muito. Mas estava morrendo de medo.

Edward parecia ignorar minha apreensão. Seus olhos ainda


passeavam por meu corpo e seus dedos me acariciavam lentamente,
quase como um toque de pluma. E então ele estava beijando as
terras proibidas. Eu gritei, perdida entre ultraje e prazer, agarrando
novamente os lençóis enquanto tudo o que eu podia ver eram os
cabelos de Edwad entre minhas pernas. Eu queria brigar, dizer que
aquilo era muito impróprio, mas nada saía da minha boca a não ser
os gemidos altos e as lamurias quando ele desacelerava seus
carinhos. Podia ser um tanto impróprio para uma dama, mas era
bom.Muito bom.

Algo me puxava na direção de um caminho desconhecido.


Como a boa medrosa que era, eu não queria ir. Queria apenas sentir
o que Edward me fazia sentir, queria apenas andar por caminhos
conhecidos, seguros. Mas quando Edward se ergueu, distribuindo
beijos por meu rosto, enquanto seus dedos continuavam a me
acariciar, e sussurrou palavras doces em meu ouvido, eu
simplesmente me permiti ir.

Demorou algum tempo para que eu finalmente voltasse a


mim. O quarto continuava na semi-escuridão, os lençóis estavam um
pouco embolados, eu ainda estava nua e Edward me tinha sobre seu
peito, acariciando levemente minhas costas.

– Você parece uma deusa quando goza.

Eu ruborizei, escondendo o rosto em seu pescoço, o abraçando


como se minha vida dependesse disso. Edward riu, um som
melodioso e muito feliz.

– Não precisa ter vergonha, vida. Essas coisas são naturais.

E então naquele momento eu me lembrei dele.

– Você... sabe...

Ele riu mais um pouco, me apertando contra si.

– Está querendo saber se eu cheguei lá? – apenas balancei


minha cabeça, envergonhada de mais pra olhar pra ele. – Quase. Mas
hoje era sobre você. Meus dias virão.
Ergui a cabeça um pouco, encontrando seus olhos brilhantes e
risonhos.

– Não é justo. – respirei fundo, procurando me acalmar diante


da súbita decisão que tinha tomado. – Eu quero fazer. Nós podemos
fazer.

– Bella, amor. – eu ruborizei mais um pouco, fazendo com que


ele sorrisse. – Você não está pronta. Hoje avançamos muito, mas eu
sei que você ainda tem medo. E está tudo bem. Eu sou paciente.

O apertei um pouco mais contra mim, beijando seu queixo.

– Você é perfeito.

– Como está Londres? A descarga ainda gira ao contrário aí?

Alice riu, fungando segundos depois.

– Eu sinto tanto a sua falta Bella! Sei que quase não tivemos
tempo pra nos conhecer, mas você é o mais perto de uma melhor
amiga que eu já tive.

Eu sorri tristemente, esticando minhas pernas na cama.

– O sentimento é recíproco Alice. Mas nada de choradeira!


Como andam as coisas por aí?

Alice fungou novamente, tornando a falar, porém sua voz


estava entrecortada.

– Não está dando certo. Pensei que pudesse focar em meu


trabalho, aprender coisas novas, conhecer pessoas novas, mas cada
vez que fecho os olhos, eu vejo ele! É um inferno.

– Oh, Alice. – eu tinha, desde o inicio, uma leve impressão de


que isso não funcionaria. Alice precisava tentar, mas tentar não
significava conseguir. – Se serve de consolo, ele está do mesmo jeito.

– É sério? Edward vive me dizendo que ele está triste desde


que voltou daqui, mas eu não acreditei. Ele não pareceu desapontado
ou infeliz quando eu disse que não queria sair com ele.

– Adulto cedo lembra? Jasper nunca parece sentir nada Alice,


em nossa frente ele parece o mesmo de sempre. Só que quando o
observamos quando ele acha que não tem ninguém observando, é de
dar dó a tristeza nele Alice. – ela fungou novamente, e eu decidi
tentar dar uma de cupido. – Ligue pra ele. Diga que ele só terá essa
chance de ser sincero, o pressione se precisar, mas essa situação não
pode continuar querida.

– Eu sei. – ela soluçou, assuando o nariz em seguida. – Vou


fazer isso. Obrigada pelos conselhos Bella. Mas me fale de você.

– Está tudo bem comigo. Ontem eu e Edward avançamos


muito em nosso relacionamento.

– Quer dizer que você não é mais virgem? – havia uma leve
incredulidade em sua voz e eu cheguei a ficar ofendida. – Sério?

– Não. Não tão depressa mocinha. Nós fizemos... ahh, ele


fez...hum

– Edward fez sexo oral com você.

Eu ruborizei, quase pulando da cama quando a porta do quarto


foi aberta e Edward entrou, arqueando a sobrancelha quando me viu
corada.

– Sim.

– OMG! Você retribuiu? Bella safadinha!

– Não! Ainda não, eu... não me sinto preparada pra isso ainda.
Na verdade antes de ser bom pensei que era muito impróprio.

Alice riu escandalosamente, enquanto e ruborizava ainda mais.


Edward sentou ao meu lado na cama, me envolvendo com seus
braços.

– Bella! É muito simples, você tem que...

– Nós podemos falar disso outra hora, Alice, Edward está aqui.
– pedi desesperada, o escutando rir. – E acho que está ouvindo você.

– Olá irmão! – ele riu novamente, beijando meu pescoço de


uma maneira muito sensual. – Ok então. Me conte o resto das
novidades.

– Bom, Charlie e Reneé estão encrencados. Seus advogados


conseguiram um habeas corpus, então eles vão responder ao
processo em liberdade.

– Isso é ridículo.
– Eu sei, mas não há nada que possamos fazer. Conseguimos
uma ordem de restrição, então me sinto mais segura. Temos que
esperar, realmente não podemos fazer mais nada. Você tem que vir
para a inauguração da escolinha! Nós vamos esperar Esme e Carlisle
estarem de volta, mas acho que a festa será daqui no máximo vinte
dias. Está ficando tão lindo Alice!

– Oh Bella! Fico tão feliz por você! Isso é maravilhoso! Quero


ser voluntária em alguma coisa. Que tal pequenas oficinas de moda
uma vez por mês?

Eu ri, sendo acompanhada por Edward, que balançava a


cabeça em descrença.

– Alice, não acho que os bebês que freqüentarão a escolinha


vão conseguir costurar.

– Eu costurava desde pequena, qual é o problema?!

Edward tornou a rir, e eu tossi, tentando disfarçar.

– Problema nenhum querida. Tenho certeza de que vamos


achar algo pra você contribuir.

– Eu espero, mas agora me deixe fazer uma pergunta que


vem me corroendo por dentro. Como, no inferno, você foi de livre e
espontânea vontade com seus pais Bella?

Edward enrijeceu e afastou seus lábios da minha pele, talvez


também esperando a resposta da pergunta que ele não ousara fazer.
Ele sabia que eu tivera minhas razões, ou então que fora forçada a ir
já que eles poderiam muito bem ter apontado uma arma pra mim.

– Eles estavam loucos por não serem convidados para nada


Alice. Você sabe que o objetivo de me forçar a casar com Edward era
pra que eles ingressassem na sociedade, e isso não aconteceu.

– Você não respondeu a minha pergunta Isabella.

Eu suspirei, com receio de dizer, já que eles me achariam uma


boba.

– Eles ameaçaram Luca. Eu não hesitei antes de ir.

Alice soltou alguns impropérios, muito mais elegantes dos que


os ditos por Edward, me passou um sermão e então desligou.
Edward ficou alguns minutos em silêncio e então trouxe meu
rosto pra junto do seu e me beijou de forma lenta e amorosa.

– Bom dia Sra. Cullen.

Eu sorri, o apertando mais contra mim. Ainda era estranho ser


chamada assim, mas a sensação era maravilhosa. Ele não perguntou
sobre a minha resposta, e de certa forma não havia nada pra
perguntar. Ele teria feito a mesma coisa.

– Onde está Luca?

– Sue está terminando de lhe dar café. Ele estava impaciente


e chamando por você. Não gostou de ser trocado por Alice, eu acho.
E isso me deixou puto, porque, qual é o problema ser acordado por
mim? Eu também tenho direitos sobre essa criança!

Eu ri, imaginando a birra que o menino devia ter feito. Eu o


tinha acostumado mal, era um fato, ao acordá-lo todos os dias,
escolher sua roupinha e lhe dar o café da manhã. Era até normal que
ele estranhasse quando outra pessoa, de repente, tomasse meu
lugar.

– Eu só não fico bravo por que você me deixa toca-la, porque


se não, nós estaríamos com problemas...

– Edward!

– O que?

Era incrível como Edward estava mais solto, mais leve, menos
preocupado, apenas aproveitando e curtindo sua vida da melhor
maneira possível. Não se podia considerar isso como uma mudança,
visto que esse espírito sempre esteve nele, estava apenas
enclausurado pela pressão de ser perfeito o tempo todo. E eu estava
amando vê-lo desabrochar.

– Você sabe que fico embaraçada.

– Não precisa ficar. Você é minha esposa sexy. – houve uma


leve batida na porta, e alguns resmungos infantis puderam ser
ouvidos. – Mas, ao que parece, tenho que dividi-la com nosso filho.
Entre.

Sue apareceu com Luca em seu colo, inquieto.


– Pensei que o trabalho de mimá-lo fosse dos avôs. – ela
disse, um quê de divertimento por trás da reprovação. – Mas já que
eles não estão aqui, acho que você resolveu assumir o posto.

Eu peguei meu bebê, sentindo seus bracinhos rodearem meu


pescoço.

– Mamãe.

– Bom dia querido.

– Bom diaaaaa.

Distribui beijos por seu rosto, acenando para Sue enquanto ela
saia do quarto. Luca espalmou sua mão em minha bochecha, sorrindo
pra mim.

– Bonita.

– Eu sou bonita?

Ele assentiu de forma enfática, desviando o olhar para Edward


por um momento.

– Papai disse.

– Papai disse que eu sou bonita?

Ele assentiu de novo, enquanto se remexia para que eu o


solta-se. Ele engatinhou para Edward, esticando o braço, a palma da
mão aberta.

– Pesente.

Edward pareceu desolado.

– Era pra você cobrar sua parte no acordo mais tarde


campeão. Não na frente da mamãe.

– Deculpe. – porém, ele balançou o braço. – Pesente.

Eu gargalhei, apontando um dedo para Edward.

– Depois a culpa é minha por ele ser mimado não é? Ora


Edward Cullen! Chantageando o filho para que ele diga elogios pra
mim?!
– O que eu posso fazer? – ele deu de ombros, descontraído, e
então colocou Luca em suas costas, saindo da cama. – Um homem
tem que ter as suas armas. Nem que seja uma que usa frauda e fala.

Eu ri, enquanto observava Edward fazer do filho um avião


humano, balançando-o de um lado para o outro. Entendi então,
vendo Luca gargalhar, que aquele era o pesente.

Edward brincou mais um pouco com o menino, ante de se


jogar na cama, com Luca sobre seu corpo, ainda gargalhando.

– Jesus, estou ficando velho.

Eu ri, colando meus lábios nos seus por um momento.

– Um velho lindão.

– Hei! Essa era a parte onde você devia dizer que eu não sou
velho! Mas se você me beijar mais um pouquinho, posso te perdoar.

E eu fiz, mas antes que línguas pudessem ser envolvidas, Luca


gritou sua nova descoberta.

– Beijo! – Edward sorriu, os olhos marejados, como os meus,


diante de mais uma palavra para o vocabulário de Luca. – Beijo!
Beijo!

Ele esticou os braços em nossa direção e quando dei um beijo


estalado em seu rosto, ele sorriu de forma linda. Edward também
teve que beija-lo, assim como todos na casa, enquanto Edward
caminhava com ele em suas costas, sorrindo ao vê-lo gritar beijo
para todo mundo. Alguns momentos depois, ele voltou, sem Luca, e
me abraçou quando percebeu que eu estava chorando.

– Bella...

– É bobo eu sei, mas ele está crescendo e aprendendo tanto...

– Não é bobo. É lindo. É coisa de ser mãe.

Nós ficamos mais alguns minutos abraçados, sentindo o calor


um do outro.

– Que tal um passeio no parque de diversões?

– Parece maravilhoso.
– Fique gostosa. – eu lhe mandei um olhar reprovador, mas
Edward apenas me beijou de uma forma que devia ser proibida pra
menores de quarenta anos. – Vou vestir Luca.

Ainda levei um momento pra conseguir ficar firme em minhas


pernas, mas quando levantei, tudo que pude fazer foi rir. Eu tinha
uma família maravilhosa. Era minha. Não desapareceria em um passe
de mágica. Finalmente eu tinha estabilidade, segurança, amor. Era
hora de parar de ter medo.

(Cap. 17) Capítulo 17;

CAPÍTULO 17;

– Gande.

Luca abria os braços, tentando demonstrar o quanto à roda


gigante era grande. Estávamos a algum tempo no parque e já
tínhamos visitado alguns brinquedos. Luca parecia maravilhado e não
perdia um detalhe sequer de nada. Apesar de seus olhos brilharem
ele não pediu pra descer do colo de Edward nem se agitou.

– É grande não é meu amor? – concordei com ele, admirando


o brinquedo. – E alto também.

Edward riu, circundando minha cintura com o braço


sobressalente.

– Você é uma medrosa!

– Hei! Tenho medo de altura sim Vou ser presa por isso?

Ele riu outra vez, me rebocando até a fila do brinquedo. Tudo


bem que eu tinha decidido parar de ter medo, mas meu medo de
altura não podia entrar nessa decisão, não é? E se eu desmaiasse?

– Oh Deus... Edward, acho que não é uma boa ideia...

– Divetido mamãe!

Era tão injusto! Como dizer não para qualquer um deles?

Com relutância entrei na cabine, olhando ao redor pra ter


certeza de que realmente era seguro. Luca esticou os bracinhos pra
mim, me abraçando forte quando o peguei. Fechei meus olhos por
alguns segundos quando um solavanco indicou que estávamos
girando, mas apenas por alguns segundos, já que Edward segurou
minha mão, apertando-a, me dizendo que ele estava ali, e que estava
tudo bem. E então eu aproveitei.

A paisagem lá de cima era linda. Luca ficou quietinho, olhando


ao redor com admiração, parecia até que ele realmente via e
entendia a beleza da paisagem, mas sempre ria quando estávamos
descendo e dizia que tinha coisinhas na barriga.

Mais cedo do que eu gostaria de admitir, estávamos


procurando outro brinquedo pra ir. Edward tinha um ar divertido e
parecia pronto para iniciar um discurso sobre como a roda gigante
tinha sido legal, mas após alguns minutos de espera eu vi que ele
não diria nada. O assunto ficou pra trás quando ele avistou uma
barraquinha de tiro ao alvo. Até pensei em discursar sobre os indícios
de violência que a atividade oferecida, mas decidi ficar quieta.
Precisava injetar coragem em minhas ações e atividades, cada uma
delas.

– Usinho.

– Papai vai ganhar um pra mamãe, você quer ver?

Luca assentiu, animado, remexendo-se em meus braços.

– Vou querer o maior. – avisei, arrebitando o nariz. – O quão


bom você é nisso?

Edward sorriu malicioso e eu corei, desviando o olhar, me


sentindo quente de repente.

– Jonh tinha uma qualidade vida. – voltei a olhá-lo, curiosa. –


Gostava de caçar. Adivinha quem ia junto?

Poucos minutos depois eu segurava um urso grande, branco,


que segurava um coração. Foi um tanto difícil explicar pra Luca que
ele, nem ninguém, tinha um coração daquele tamanho, pelo menos
fisicamente.

Algumas horas depois estávamos voltando pra casa. Luca


tinha aprendido muitas palavras novas e estava cada vez menos
tímido. Em um certo momento, ele até andou alguns passinhos com a
ajuda de Edward, que parecia desnorteado com o surto de melhora
do filho. Mas eu sabia que ainda não era suficiente.

– Edward?
– Sim vida.

Ele segurava minha mão, acariciando minha palma, enquanto


dirigia concentrado.

– Em um dos muitos cursos que eu fiz, conheci Ângela Weber.


– Edward me olhou por um momento, parecendo realmente
interessado. – Ela é psicóloga e se especializou na área infantil. Eu
queria conversar com você sobre a possibilidade de Luca se tratar
com ela.

– Nós o levamos a vários especialistas Bella. Ele começou a


melhorar somente agora, com você.

– Eu sei. Ele precisa do que estamos fazendo, mas também


precisa de um profissional. Nós precisamos de um profissional,
precisamos de um guia. O que eu quero dizer é que as duas coisas
têm que andar em conjunto. Talvez se, quando ele foi levado a outros
especialistas, ele também tivesse o que está tendo agora, iria
funcionar.

Ele ficou um momento em silêncio e o aperto da sua mão na


minha afrouxou.

– Você está dizendo que eu não dava amor ao meu filho


naquela época?

– Não. Estou dizendo que você estava mais preocupado em


curá-lo do que entendê-lo. E isso é normal.

Edward parou o carro no estacionamento e jogou a cabeça


para trás, respirando fundo.

– Eu estava apavorado de mais pra..

– Eu sei. – tirei meu cinto, desconectando o de Edward


também e sentei em seu colo. – Eu sei. Eu imagino como deve ter
sido difícil pra você ver Luca daquele jeito. E tenho certeza de que em
um determinando momento você descobriria o que fazer.

Ele me abraçou apertado, enfiando seu rosto em meu pescoço.


Nós ficamos assim por um momento, escutando somente o ruído do
trafico no lado de fora, e o ritmo compassado de nossas respirações,
inclusive a de Luca, que dormia exausto.

– Me prometa uma coisa.

– O que você quiser.


– É sério Bella.

– O que você quiser.

– Não me deixe. Nunca.

Eu sorri, acariciando seus cabelos, me sentindo a mulher mais


poderosa do mundo.

– Nunca. Eu prometo. Se você prometer que não vai me deixar


também.

– Jamais.

–----

Do lado de fora da mansão podíamos ouvir o rugido da


gargalhada estrondosa de Emmett. Edward me olhou curioso e eu dei
de ombros, indicando que não fazia a mínima ideia do que estava
acontecendo. Sue apareceu logo que entramos, pegando Luca dos
braços de Edward, murmurando que ia colocá-lo na cama.

A cena na sala chegava a ser cômica. Emmett ainda ria, da


mesma forma estrondosa, mas falava ao celular e com o telefone fixo
ao mesmo tempo, um em cada orelha. Parecia muito alegre,
realizado. Mas o que não parecia correto em toda a situação era o
estado de Rosalie. Ela estava sentada no sofá, segurando alguns
papeis e chorando. A pobrezinha chegava a soluçar!

– Rose.. o que aconteceu?

Ela olhou pra mim, parecendo perceber que eu tinha chegado


só agora e então se atirou em mim, me abraçando com fervor.
Edward arqueou a sobrancelha perfeita, olhando do feliz irmão para
a, aparentemente, triste cunhada. Mas tudo fez sentindo quando
Rose gritou.

– Eu estou grávida!

Eu sorri, abraçando-a de volta, realmente feliz por minha


amiga. Edward foi abraçar o irmão, que se despediu das pessoas no
telefone e sorriu alegre para nós.

– Com quem você estava falando? – Edward perguntou, anda


sorrindo.
– Nossos pais e Alice. – ele deu de ombros, o sorrisão ainda
rasgando seu rosto. – Não consegui escolher alguém pra ligar
primeiro.

Edward gargalhou, abraçando novamente o irmão. Rose me


soltou,ainda chorando, e então Emmett me fez voar pela sala.

– Obrigada cunhadinha. Você pode não entender ainda, mas


tem um dedo seu nessa história.

– De nada. – respondi, sem graça, quando ele me colocou de


volta no chão.

Rose, torcendo as mãos, se aproximou de mim novamente,


agora livre das lágrimas.

– Nós podemos conversar?

Eu assenti, sabendo que na realidade ela estava pronta pra me


contar. Nós subimos para o meu quarto e nos esparramamos na
cama.

– Não sei por onde começar. – confidenciou Rose, encabulada.

– Por onde você quiser.

–---

– Não foi sua culpa Rose.

– Todos me dizem isso, mas eu sinto como se fosse.

Rose não tivera uma vida fácil. Perdera os pais talvez no


momento em que mais precisaria deles, passou a se sentir um fardo
para o irmão super responsável que, muito novo, teve que assumir a
família. Em um dos encontros sociais aos quais tinha que ir, já que
decidiu fazer o social, como forma de ajudar Jasper, ela conheceu
Emmett. Foi amor a primeira vista. Jonh a adorou, muito mais por
sua posição social e beleza do que por sua pessoa, mas eles tiveram
apoio total da família no namoro. Alguns trabalhos como modelo
surgiram ao longo de sua vida e mais cedo do que ela pensava Rose
era uma grande modelo fotográfica. Mas essa parte da sua vida
perdeu a cor quando ela ficou grávida.

Foi um acidente. Rose tomava pílulas regularmente, mas


durante certo período, em que passara em Paris em algumas
divulgações, ela simplesmente esqueceu do medicamento. Emmett
lhe fez uma visita nessa época. Eles casaram logo em seguida, em
uma cerimônia simples e linda no Havaí e viveram um sonho por
algum tempo, planejando seus futuros. Apesar de ser considerado um
empecilho para Jonh, o bebê viria ao mundo. Amado, cuidado e
zelado. Se Rose não tivesse tido um aborto espontâneo. Não foi
realmente culpa de ninguém.

– Abortos são comuns nos primeiros meses de gravidez.

– Eu sei, mas me senti como se não fosse boa o suficiente


nem pra manter um bebê dentro de mim. Eu nunca me senti boa o
suficiente para nada, então me senti um nada quando perdi o bebê.
Demorou um bocado para que eu simplesmente comesse e dormisse
como uma pessoa normal.

E então Rose tinha se fechado em seu próprio casulo, tentando


ser perfeita quando na verdade ela já era. Emmett se manteve
distante, talvez até sofrendo a sua maneira, mas respeitou o espaço,
que às vezes aos gritos, Rose requeria. Isso, no entanto não era
verdade.

– Quando você me abraçou aquele dia na piscina, eu senti que


na realidade nunca quis estar sozinha em meu luto. Eu simplesmente
achava que tinha que passar por tudo sozinha, já que eu era a
culpada. Por isso, muito obrigada Bella. Tenho certeza que Emmett já
lhe disse que devemos muito do meu avanço a você.

– Não foi nada. – eu estava encabulada. Sempre tinha em


considerado uma pessoa simples de mais, comum. Saber que todos
estavam me colocando em um pedestal me deixava sem ação.

Depois de um minuto de silêncio, Rose voltou a falar.

– Eu sei que estou melhor, mas sinto que vou pirar agora que
estou grávida. Estou pensando em me consultar com um especialista
sabe..

– Isso é bom Rose. Vai te ajudar a superar tudo. Nós vamos


levar Luca em um também.

– Porque você nunca se rebelou? – ela perguntou, do nada,


depois de olhar atentamente pra mim. – Por Deus, poderia ter
conhecido Edward em circunstâncias diferentes, tenho certeza de que
ele lutaria por você, poderiam ter sido felizes, ter tido Luca,
poderiam..

– Rose..
– Não. Não é como se você não pudesse Bella. Sue com
certeza acolheria você. A polícia protegeria você! Estamos no futuro!

– Era cômodo. – admiti, em um fio de voz. – Pode não


parecer, mas eu morria de medo do que estava lá fora. O
desconhecido. Eu sofria? Sim. Era humilhada, torturada? Sim. Mas eu
conhecia aquela realidade. Sabia o que devia ou não fazer. E sabia do
que eles eram capazes também. Renée principalmente. Eu nunca fui
aventureira Rose, nunca fui rebelde e despeitada. Por Deus eu tenho
problemas em ser desinibida na cama!

Contra todo o esperado ela riu.

– Alice comentou algumas coisas comigo. Você precisa de


dicas?

Eu a abracei, porque aquele era seu jeito de me dizer que ela


entendia. Não concordava, mas entendia.

–---

– Hei, vida. Está tudo bem, acabou.

Depois da conversa com Rosalie eu decidi que estava na hora


de dizer tudo em voz alta. Realmente tudo. Mesmo que Edward já
tivesse visto, ouvido e adivinhado muitas partes da história, eu contei
a ele sobre a obsessão de Renée e Charlie em fazer parte da grande
sociedade de Chicago, de como eles me torturaram quando eu não
atingia as metas esperadas para ser a esposa perfeita ou
simplesmente quando eles queriam descontar suas frustrações em
alguém, de como eu sofria calada com medo do desconhecido, já que
tinha sido criada como um bicho enclausurado. Ele me confortou, me
segurou em seus braços o tempo todo e disse que entendia, que
estava tudo bem agora.

Realmente estava, mas eu queria que ficasse melhor.

– Edward?

Ele se ergueu, pairando sobre mim, meio ansioso.

– O que?

Eu olhei em seus olhos, quase me perdendo no misto de


emoções que por ali passavam. Tinha tanto carinho, zelo,
preocupação ali, e mais um item que com certeza estava em meus
olhos também: amor.
– Eu amo você.

Por um momento ele não apresentou reação nenhuma. Seus


olhos encheram-se de lágrimas, mas ele continuou parado, olhando
pra mim como se eu fosse feita de ouro. Mas então seus lábios
estavam nos meus, suas mãos em volta de mim, me mantendo
contra ele. Foi um beijo feroz, necessitado e apaixonado.

– Você não sabe o quanto eu esperei por isso. – Edward não


parou de me beijar. Seus lábios faziam trilhas em meu pescoço, mas
então seus olhos estavam nos meus. – Eu queria tanto dizer Bella,
mas fiquei apavorado com a possibilidade de você não estar pronta,
ou não me amar de volta, então eu esperei. E valeu a pena, porque
ver, ouvir você dizer, ainda por cima primeiro, me fez o homem mais
feliz do mundo.

Eu sorri fraquinho, acariciando seus cabelos.

– Eu te amo vida. Mais do que qualquer coisa. Eu te amo tanto


Bella. Acho que desde quando li a sua ficha.

– Não tinha nem uma foto minha. – brinquei, rindo com ele.

– Não precisava de foto. Eu sabia que você era mais que


perfeita.

Os risinhos e os barulhos dos beijos que vieram a seguir talvez


pudessem ser ouvidos no corredor, e então qualquer um sabia que
deveria nos dar privacidade.

Mas não Jasper.

Edward e eu pulamos em nosso lugar quando a porta do


quarto foi aberta com um estrondo e Jasper entrou, parecendo
transtornado. Seus olhos estavam vermelhos e ainda úmidos das
prováveis lágrimas que ele derramara, seus cabelos estavam em um
tamanho desalinho, de uma maneira que eu nunca vi.

– O que eu faço pra Alice voltar pra casa?


(Cap. 18) Capítulo 18;

CAPÍTULO 18;

– Promete que não vai mais deixar a idade entre nós?


– Prometo. – Jasper respondeu, aguentando com dignidade as
pancadas que Alice lhe dava com o ramo de rosas que ele tinha
escolhido minutos antes pra lhe presentear.
– Promete que não vai mais me chamar de criança?
– Prometo.
Eu, como qualquer mulher romântica, assistia a cena emocionada,
mas Edward ria o mais discretamente que conseguia, o que não era
muito.
– Eu amo você seu boboca.
– Também amo você Alice.
Ela sorriu bobamente, olhando em seguida para as rosas vermelhas
praticamente destruídas.
– São tão bonitas, obrigada.
– De nada meu amor.
Se Jasper tinha achado o fato de o buquê estar despedaçado e várias
pétalas estarem no chão, mais precisamente ao redor dele, ele
preferiu manter pra si.
Em seguida uma sessão de beijos começou, então eu e Edward
começamos a caminhar na direção do carro alugado que tinha ficado
há algumas quadras de onde estávamos. Jasper tinha seguido meu
conselho e pegado o primeiro avião para Londres, pra tentar
reconquistar Alice. Eu lhe sugeri que fosse sincero e dissesse seus
verdadeiros motivos por não querer estar com ela. Ele fez e tinha
sido premiado com o perdão da baixinha e com a promessa de dias
maravilhosos pela frente.
– Parece que agora tudo está em seu lugar. – Edward comentou, me
empurrando até que estivesse encostada no carro. – Embora nós
ainda não estejamos nos beijando.
Eu ri, balançando a cabeça.
– É o momento da sua irmã. Componha-se.
– Ninguém mandou Jasper interromper meu momento. Tenho direito
de me intrometer no dele também.
Eu apenas ri novamente e o puxei pra mim, colando seus lábios nos
meus.
Minha ideia era de que apenas Jasper viesse, mas ele parecia quase
petrificado e afirmava que não conseguiria fazer sozinho. Edward
achou a ideia de vir também muito boa, embora eu não fizesse ideia
do por que.
Nós entramos no carro logo em seguida, deixando o mais recente
casal pra trás. Algo me dizia que eles precisavam de privacidade. Meu
celular vibrou no momento em que Edward abriu a boca, disposto a
me dizer algo, mas eu o ignorei, porque tinha certeza de que a
mensagem que chegara era de Sue para me atualizar sobre Luca.
Edward bufou e sorriu ao mesmo tempo.
– Me deixe adivinhar? Ele está bem, provavelmente dormindo agora.
– Não me culpe Edward. Eu fico preocupada. É a primeira vez que o
deixo assim, pra ir pra tão longe. Aliás, que horas vamos voltar?
Um sorriso malicioso surgiu em seus lábios e por um momento eu
tive medo.
– Nós não vamos.
Eu pisquei algumas vezes, tentando absorver a ideia.
– O que?
– Bella, meu amor, nós estamos em lua de mel.

–---

O hotel em que nos hospedaríamos era mais magnífico do que eu


podia imaginar. E enorme. Edward riu da minha careta e me
empurrou levemente pra dentro.
– Fique tranqüila. Estaremos no segundo andar.
– Graças a Deus.
– Acho bom você perder esse medo de alturas, porque eu pretendo te
levar lá hoje.
– Edward! – eu desconfiava que uma senhora que passava ao nosso
lado naquele exato momento tinha escutado a declaração nada
descente de Edward. – Comporte-se.
Ele apenas riu, animado, e beijou minhas bochechas coradas,
virando-se logo em seguida para falar com a recepcionista.
Era obvio que quando tivéssemos uma lua de mel, ela seria de
verdade, porém eu não podia deixar de me sentir apreensiva,
acredito que como toda garota virgem, sobre as questões que
envolviam sexo, mas minha maior preocupação era sobre ser capaz
de agradar a Edward, do mesmo jeito que ele me agradava.
– Vida.. você está bem?
Eu pisquei algumas vezes e olhei para seu lindo rosto.
– Sim, eu estou bem.
Enquanto subíamos as escadas, me lembrei de algo muito
importante.
– Edward! Nós não temos malas!
Ele riu, me pegando no colo e rodopiando comigo em pleno corredor
do fino hotel.
– Quem precisa de malas? Compramos o que precisarmos e, além
disso, tenho a impressão de que não vamos precisar de muitas coisas
já que não vamos sair muito do quarto.
Mesmo corada eu não pude deixar de rir da sua animação. Alisei seus
cabelos enquanto ele fazia marabalismos para inserir o cartão na
porta. O quarto, como todo o hotel era luxuoso e confortável. A cama
resplandecia no centro do aposento, imponente.
Edward me colocou no chão, subitamente sério.
– Não quero pressionar você ok? Não precisamos fazer nada, eu..
Eu o beijei, ouvindo seu suspiro de alivio logo em seguida.
– Eu estou pronta.
– Tem certeza? – era quase como se ele não quisesse fazer a
pergunta. Eu sorri, assentindo. – Bom Deus, nem sei o que fazer.
– Edward! – eu ri, tirando meu casaco e o jogando longe. – A
inexperiente aqui sou eu!
Ele tirou seu casaco também, sorrindo levemente.
– Eu me sinto como um adolescente virgem. Não, eu não estava
excitado dessa maneira na minha primeira vez, mas me sinto mais
nervoso do que nunca.
– Eu me sinto nervosa também, mas segura, porque você está
comigo.
– Vem cá.
Comigo em seu colo, Edward seguiu para a cama. Nós nos enrolamos
um no outro, suspirando.
– Eu te amo sabia?
– Sabia. – eu sorri, beijando de leve seu pescoço. – E sabia que eu te
amo também?
Ele sorriu e então seus lábios estavam nos meus.
Talvez fosse devido ao fato de saber que faríamos mais, que eu
comecei a querer mais. Os lábios de Edward, embora famintos e
apaixonantes já não eram o bastante. E havia o calor. Muito calor.
Minhas mãos trabalharam em sua camisa, jogando-a em qualquer
canto do quarto, Edward foi mais ágil ao tirar meu vestido, enquanto
eu impacientemente tentava abrir seu jeans.
– Deus, eu preciso de um manual?
Edward sorriu sensualmente e abriu o botão, puxando o zíper e
jogando a peça longe. Ele colou seu corpo ao meu e meu coração
perdeu uma batida. Era tão bom senti-lo assim, pertinho de mim,
pele contra pele, seus beijos me fazendo a mulher mais feliz do
mundo.
Edward adorou cada parte do meu corpo enquanto descia, dando
atenção especial a as cicatrizes em minhas pernas e finalizando com
beijos em meus pés.
– Você é magnífica sabia? Mas ainda está vestida demais.
Com gosto, ele jogou meu sutiã longe e rasgou a calcinha de renda
preta.
– Eu gostava dessa.
– Eu compro outra pra você. Outras. Várias delas, com a condição de
que você vista só pra mim, é claro.
– Pra quem mais eu vestiria?
Ele sorriu, trazendo seus lábios de volta para os meus.
Era tão natural. O nervosismo de minutos atrás não existia mais.
Aliás, nada mais existia. Apenas Edward e eu, duas pessoas que se
amavam muito, que tinham aprendido a conviver um com outro, com
seus defeitos e manias, que tinham aprendido a confiar um no outro
e se sentir seguro um com o outro. O amor é sobre isso, sobre poder
contar, para tudo e qualquer coisa, com a pessoa amada.
O primeiro lugar que Edward beijou ao deixar meus lábios foi,
novamente, a cicatriz em meu seio. Seus beijos eram gentis, um leve
roçar, mas que me faziam formigar e arquear as costas por mais.
Não houve um lugar que ele, novamente, não beijou. Eu me sentia
como uma deusa, sendo adorada e amada de forma única e especial.
E seria sempre assim, eu tinha certeza, mas Edward também merecia
o mesmo.
– O que você está fazendo? – ele questionou, quase irritado, quando
nos virei, pairando sobre ele. – Eu estava me divertindo.
– Eu sei. – acariciei seu peito, beijando seus mamilos levemente, me
sentindo poderosa quando ele gemeu longamente. – Mas eu também
quero.
– O quer o que? – ele engoliu em seco quando tirei sua cueca, dando
um longo olhar para o seu membro.
Era muito diferente do que eu imaginava, mas ainda bonito.
– Me divertir.
Qualquer parte que envolvesse sexo pra mim era um tabu, mas sexo
oral, especialmente, era algo que nunca pensei em fazer. Ainda
lembro quando ouvi algumas garotas no banheiro da escola se
gabando por terem feito sexo oral. Aquilo pra mim era muito
impróprio e nojento, e jamais me passou pela cabeça que um dia eu
estivesse preparada para fazer, ou menos ainda, querendo fazer.
Tinha certeza de que meus motivos não eram os mesmos que os
daquelas garotas, muito pelo contrário, enquanto que para elas era
diversão, quase uma vantagem, pra mim era sobre dar prazer a
Edward, sentir prazer por ele ter prazer. Era especial.
– Bella, você não precisa fazer isso... Deus!
Eu não sabia muito bem o que fazer, por isso dei vazão ao meu
instinto, o que pareceu ser o certo pela reação de Edward. Seu
membro não cabia todo em minha boca, mas nenhuma parte deixou
de ter atenção, eu lambi e chupei cada pedacinho como se fosse um
picolé. Em um certo momento Edward se contorceu mais e me puxou,
nos virando e deitando sob mim. Eu estava confusa, mas não pude
perguntar nada porque logo percebi que ele estava se acariciando,
seu rosto estava contorcido em agonia e prazer, e então ele tinha
chegado lá.
Arfando, Edward deixou sua cabeça cair sobre meus seios, e me
apertou contra ele.
– Deus Bella...
– Você gostou? – perguntei, tímida e corada. – Foi bom?
Quando Edward se ergueu, pude ver o brilho em seus olhos e me
senti muito orgulhosa.
– Foi... perfeito.
– Porque você me puxou?
– Não queria gozar na sua boca.
– Por quê?
– Não achei que você fosse gostar ou..
– Da próxima vez me deixe decidir ok?
– Haverá uma próxima vez?
– É claro que sim.
– Eu devo ser um cara de muita sorte.
– Tenho certeza de que você é. Mas agora venha aqui e me beije.
E ele fez, com sofreguidão. Não levou muito tempo para que eu o
sentisse novamente, até porque Edward não foi nada discreto sobre
sua excitação, pelo contrário, ele se encaixou em minhas pernas, se
esfregando contra meu centro. E então eu queria mais. Eu precisava
de mais.
– Edward...
– Eu sei. – ele respirou fundo, acariciando meu rosto. – Vai me pedir
pra parar se doer?
– Vou.
Ele assentiu, começando a se encaixar em mim, devagarzinho. Foi
um pouco desconfortável no inicio, mas quando relaxei, procurando
apenas senti-lo dentro de mim, tudo foi apenas prazer.
A expressão no rosto de Edward era de êxtase e eu tinha certeza de
que a minha estava muito parecida. Nossos corpos se moviam de
forma sincronizada, nosso suor se misturava e a cada minuto, nosso
ritmo aumentava.
– Tão apertada... – Edward lamuriou, estocando fundo em meu
interior. – Tão bom..
Eu até gostaria de poder dizer algo concreto, mas naquele momento
apenas gemidos e arfadas saiam da minha boca.
Não demorou muito pra chegarmos ao paraíso, juntos dessa vez. E
naquele momento, com tudo em seu lugar e Edward dentro de mim,
eu tive certeza de que era completa.

(Cap. 19) Capítulo 19;

CAPÍTULO 19;

– Suas... costas... estão doendo?


Era incrível que, mesmo que estivéssemos fazendo amor, no
banheiro, Edward ainda conseguia se preocupar com minhas costas.
– Não sei... – ele remexeu-se dentro de mim de uma forma que devia
ser estudada. – Não.
Edward riu, lambendo meu pescoço e grunhindo logo em seguida.
Era o que? A quinquagésima vez que estávamos fazendo amor? Eu
tinha parado de contar depois da décima, mas tinha que admitir que
cada vez ficava melhor.
Joguei a cabeça pra trás, de encontro à parede, arranhando as costas
de Edward. Faltava muito pouco.
– Eu te amo.
Ele riu, arfando.
– Eu sei vida.
Então estávamos no paraíso.
Precisei de uns bons minutos pra sair dele.
– É como eu sempre digo. Você parece uma Deusa quando goza.
E corei, mas não retruquei, apenas me espreguicei sobre ele, notando
que Edward tinha me trazido pra cama.
– O que acha de pintarmos uma parede do nosso quarto de
vermelho? Deve ser uma visão, você, nua, contra aquela cor quente.
Hãn?!
Fui obrigada a rir.
– Você só pensa nisso?
– Qual é Bella! Estamos nus, com você em cima de mim... o que quer
que eu pense?
Eu o olhei, compreendendo seu ponto, era difícil pensar em outra
coisa, inclusive pra mim.
– Talvez uma das paredes do banheiro? Parece bom?
Ele abriu um sorrisão malicioso, me beijando levemente logo em
seguida.
– É por isso que eu amo você.
Tínhamos voltado da nossa lua de mel de uma semana a poucos dias.
Visitamos vários lugares, fizemos compras, mas como Edward previu,
passamos a maior parte do tempo dentro do quarto. Então, quando
voltamos pra casa, Edward e eu decidimos que estava mais do que
na hora de reformarmos nosso quarto, pra realmente parecer nosso.
Os móveis tinham sido retirados durante o dia, nossas ciosas
encaixotadas e estávamos ocupando um dos quartos de hospedes
enquanto isso.
Os móveis novos já estavam escolhidos, bem como seus lugares, e as
fotografias que seriam dispostas pelo ambiente já estavam
selecionadas. A luminária que a Tia de Edward tinha nos presenteado
no casamento seria o principal objeto de decoração do closet, e,
apesar de Carmem não parecer gostar de mim, por razões que eu
não fazia ideia, seu presente era um dos meus favoritos.
– Mas acho que o resto do quarto devia ser branco. Ou talvez creme.
– Parece bonito. Desde que a parede vermelha esteja em algum
lugar, o resto você escolhe.

–-

– Vamos ver o papai?


– Papai tabando.
– Sim. Mas vamos almoçar juntos e depois você vai visitar a Drª.
Ângela de novo. Que tal?
– Sim! Binquedos legais.
Luca teve dificuldades de entender que a Drª. Ângela não era a
Ângela que sempre lhe dava sucos e o deixava brincar com o
computador quando ele vinha à empresa visitar o pai, embora
também fosse morena. Precisamos de algumas sessões pra ele parar
de pedir sucos e começar a interagir com a Drª. Mas depois que isso
aconteceu seu progresso foi notório. Luca inclusive andou sozinho há
alguns dias. Edward, emocionado, gravou tudo, embora o que mais
se sobressaísse no vídeo fosse sua voz, que incentivava Luca, aos
gritos, a dar mais passos.
Nosso quarto tinha ficado pronto no fim de semana anterior, e a
família, muito prestativa, foi passar um fim de semana na casa de
campo que Carlisle tinha dado de presente a Esme três meses antes,
pelo aniversário de casamento. Luca choramingou porque Edward e
eu não iríamos, mas se divertiu andando a cavalo e correndo pelos
campos.
Edward fora bem criativo nas ideias para estrear nosso quarto.
Algumas manchas em minha pele o faziam se sentir culpado. Não que
eu estivesse ligando pra isso.
Infelizmente não tínhamos estreado a parede vermelha ainda. Vinha
desconfiando que Edward estava esperando uma data especial,
embora eu não soubesse qual.
Ângela, a secretária, nos recebeu com um sorriso. Passou algumas
instruções a Jéssica, que fora promovida a segunda secretária de
Edward algumas semanas atrás, e então veio abraçar Luca.
– Olá Sra Cullen.
– Por Deus, Ângela, é só Bella. – ela assentiu, embora eu tivesse
certeza de que ela ainda não me chamaria pelo nome. – Edward está
ocupado?
– Não. Está apenas assinando alguns papéis. Cinco minutos e então
ele está liberado.
Luca perambulava por ali, tocando nas coisas, embora não tirasse
nada do lugar.
– Como Jéssica está indo?
– Maravilhosamente bem. Tem sido mais eficiente do que Lauren
jamais foi. Embora Lauren não esteja tão feliz no almoxarifado.
Fora difícil achar um lugar onde ela pouco teria que lidar com
pessoas. Lauren tinha um rei na barriga e se achava muito melhor do
que os outros, porém, pra sua sorte, Edward era uma boa pessoa e
não conseguiu demiti-la.
– Fico feliz por Jéssica e por Lauren. Acha que lá ela não vai poder
insultar ninguém. Pelo menos ninguém que não a conheça.
Ângela tossiu, tentando esconder uma risada. Luca veio em nossa
direção, esticando os bracinhos.
– Coinho.
Eu o peguei, me deliciando com o seu corpinho junto ao meu.
– Oh! Eu já ia esquecendo! – exclamou Ângela, parecendo animada.
– Minha irmã gostaria de fazer uma visita a Raio de Sol na semana
que vem. Vocês já vão estar abertos não é?
Minha escolinha, Raio de Sol, já era um tanto famosa, mesmo sem
estar aberta ainda. Esme e Rose cuidariam de toda a parte
administrativa e da comunicação, me deixando livre para ser
responsável por uma das turmas, provavelmente aquela
correspondente às crianças de dois a três anos. Alice daria oficinas de
arte uma vez por mês e estava muito empolgada por poder trabalhar
com as crianças. Ela e Jasper estavam indo as mil maravilhas, muito
melhor do que qualquer um imaginou.
– Vamos estar sim Ângela. É só aparecer. A inauguração será na
segunda, vocês são mais do que bem vindas.
– Vou avisá-la então. Pámela está animada pra fazer novos amigos e
minha irmã finalmente resolveu deixá-la ter um pouco mais de
liberdade e voltar a trabalhar.
– Ela faz bem. É sempre importante interagir com outras crianças.
– Papai.
Edward estava encostado na porta do escritório, olhando pra mim e
Luca como se fossemos uma miragem. Ângela sorriu, afastando-se
discretamente, enquanto Edward vinha até nós.
– Oi.
– Olá.
Ele beijou meus lábios delicadamente antes de pegar Luca no colo.
Antes que ele pudesse dar um beijo no filho, o pequeno choramingou,
fazendo um beicinho digno de Oscar.
– Quero papá.
Eu ri, puxando Edward pela mão.

–-

– Fico aliviado que Luca está indo tão bem. – comentou Edward, ao
nos deitarmos naquela noite. – Você acha que ele será capaz de
acompanhar as crianças na sua turma?
– Tenho certeza que sim Edward. Luca só tem mais algumas lacunas
pra preencher e não pense que as crianças da idade dele falam
extramente correto e andam como se desfilassem. Todas estão em
fase de aprendizado querido.
– Eu sei. – ele me abraçou apertado, cheirando meus cabelos. – São
só preocupações de pai.
– Pelo menos você é moderado. Hoje presenciei Emmett descendo as
escadas com Rose nos braços. Aparentemente andar é muito
perigoso.
Edward riu, afastando-se um pouco pra poder me olhar.
– Eu até o entendo. Emm está aterrorizado com a possibilidade de
Rose perder o bebê e que algo aconteça com ela nesse processo.
– Eu também o entendo. Mas ele está enlouquecendo Rose também.
Ela já não se acha muito capaz de manter o bebê, imagine como ela
se sente com toda essa atenção de Emmett.
Edward me olhou, seus olhos percorrendo meu rosto em busca de
algo.
– Você falou com ele, não falou?
Eu corei, escondendo o rosto em seu peito.
– Não me culpe. Você sabe que desde que aprendi a explodir
dificilmente fico calada.
Ele riu, beijando meus cabelos e alisando minhas costas.
– Eu sei. Aliás, todos aqui já tiveram a oportunidade de serem seus
alvos.
Eu ri também, meio envergonhada, mas feliz por ser tão útil.
– Está tudo tão perfeito não é? Às vezes sinto como se tudo fosse
desmoronar a qualquer momento. – suspirei, me agarrando mais a
Edward. – Seus pais às vezes me olham como se soubessem de algo.
– Eles não sabem sobre nada disso Bella. Nem sequer desconfiam de
tudo o que aconteceu enquanto estiveram viajando. Pra eles tudo
está no lugar. O único assunto que é do conhecimento deles é Tanya,
e ainda sim de uma forma distorcida.
– Tem razão. Acho que me preocupo de mais não é?
– Só um pouquinho, mas eu amo isso em você.
Nós ficamos em silêncio por um minuto até que eu lembrei de um
tópico muito importante.
– Alice conversou comigo ontem sobre gravidez. Ela e Jasper não
estavam se prevenindo no início e ela realmente achou que pudesse
estar esperando um bebê também.
– Cristo! Você não precisa dizer em voz alta que minha irmã já é
sexualmente ativa! Eu tinha esperanças de que ela ainda fosse
virgem.
Eu ri, beijando seu rosto com carinho.
– Se isso serve de consolo, Jasper foi o primeiro.
– Não serve.
– Deixe de ser bobo Edward! Mas o resultado do exame ficou pronto
hoje pela manhã e não, não teremos bebês deste lado ainda. Embora
eu deva dizer que se Alice não tivesse começado com os
anticoncepcionais, o bebê não iria demorar a vir.
Talvez ele tenha percebido a insinuação desde o começo da conversa,
ou tenha sentindo algo apenas no final, mas Edward ergueu-se,
levantando minha camisola e olhando para minha barriga.
– Você acha...
– Não sei. Nós nunca nos prevenimos Edward. Aliás, nunca
conversamos sobre isso!
– Eu sei, eu devia ter...
– Hei, está tudo bem. Eu posso ter sido criada em uma prisão, mas
fui à escola. Eu sempre soube dos riscos. Acho que concordamos
sobre isso, mesmo que em silêncio.
– Eu sempre achei que seria cedo demais, mas nós nos envolvemos,
nos apaixonamos e eu me deixei levar pelo momento. Só percebi que
não tinha usado camisinha em quando voltamos pra casa. E então eu
pensei em você grávida. Não pude me controlar.
– Eu entendo. Não se culpe, nós vamos passar por isso juntos ok?
Ele assentiu, distribuindo beijos em meu ventre plano.
– Você acha que devemos ir ao médico?
– Sim. Não conseguirei ficar calma sem saber se estou ou não
grávida. Já marquei uma consulta pra amanhã, depois da nossa visita
a Nora Kreve.
Edward suspirou.
– Não acho que seja bom você se envolver com essas coisas podendo
estar grávida...
Eu arquei a sobrancelha, meio descrente.
– Desculpe. Acho que realmente entendo Emmett. É meio difícil de
controlar.
– Bobão.
– Hei! Eu sou seu marido. Me respeite!
– Oh, vai dizer agora que tem direitos sobre mim também?!
– Mas é claro! Você, aliás, tem que me satisfazer.
– Oh Meu Deus! O que você andou lendo? Meus romances de época?
– Passei os olhos por alguns. Renderam algumas histórias bem
elaboradas pra Luca.
Eu ri, erguendo o quadril pra que ele pudesse tirar minha calcinha.
– Só você mesmo..
– Sim. Só eu vida, só eu.
E então a conversa ficou pra trás.

(Cap. 20) Capítulo 20;

CAPÍTULO 20;

– Tenho grandes novidades. Entrem, por favor. – convidou


Nora, ao passarmos pela porta do seu escritório. – Não sei o que
resultou isso, mas finalmente Charlie começou a falar ontem. Reneé
não faz ideia de que seu jogo acabou.

Eu sempre soube que ela era o elo mais forte, mas me parecia
irracional achar que seriam soltos em algum momento. Os dois
estavam presos desde o dia fatídico na mansão Swan e o pobre
advogado não ficara nem um pouco surpreso ao ter seu pedido a um
habeas corpus negado. Ele agora vinha trabalhando na tática falar =
redução de pena. Ao que parecia tinha funcionado para Charlie.

– Sua interpretação estava certa Sra. Cullen. Em busca de um


sonho louco, seus pais trabalhavam arduamente para entrar na elite
da sociedade de Chicago e pretendiam usar você pra isso. Charlie
confirmou a história toda e ainda segundo ele, a ideia inicial foi de
Reneé. Ela sempre foi obcecada pela A Lista.

Edward remexeu-se, desconfortável. Eu apertei sua mão,


gesto que não passou despercebido pela perspicaz advogada.
– Vou precisar saber tudo sobre isso. Por mais embaraçoso
que seja.

Então Edward se lançou a explicar todos os detalhes para


Nora, que parecia não se surpreender com nada.

– Bom, tudo se encaixa um pouco melhor agora. Mas ainda há


algo em torno disso e de Reneé que é desconhecido. Porém, vamos
nos ater as novidades que tenho pra vocês. Charlie contou à história
que vocês já sabem e revelou os planos referentes aos últimos
acontecimentos.

– Acontecimentos envolvendo Tanya? – perguntei, um pouco


incrédula. – Então isso é verdade? Não faz sentido.

Tanya me queria morta, meus pais pouco poderiam me usar


se eu estivesse morta.

– Charlie não sabe como Reneé achou Tanya, ele apenas


desconfia que a esposa possa ter encontrado a mulher antes da
policia e a convencido de que estavam do mesmo lado.

– Ainda não faz sentido. – Edward comentou, balançando a


cabeça. – Eles pretendiam o que? Matá-la?

Nora arqueou as sobrancelhas, quase desafiante.

– Eles iam matá-la?

– O plano era esse Sr Cullen. Matá-la ou entregá-la para o


policia depois que ela ajudasse a pegar Isabella. É claro que para
Tanya, eles não usaram essa versão dos fatos, eles a fizeram pensar
que Isabella não estava cumprindo o propósito e que ela seria um
melhor meio para que eles fossem inseridos na sociedade. Charlie
disse que ela aceitou sem piscar, que parecia fora de si.

– Eu não duvido disso. Mas como eles pretendiam obrigar Bella


a ajudá-los em sua causa?

– Dizendo que se tinha sido fácil pega-la, eles não teriam


dificuldade nenhuma em pegar o menino.

Levei a mão a boca, subitamente enjoada. Tive que fazer um


esforço supremo pra não vomitar.

– Bella... você está bem?


Apenas assenti, incapacitada de fazer algo mais. Nora me
ofereceu água, o que foi muito útil.

– Eu sinto muito. –disse Nora. – Sou mãe, eu entendo.

– Eles não vão sair da cadeia não é?

– Não se preocupe quanto a isso. Reneé não está cooperando,


Charlie, mesmo com a ajuda que ofereceu, vai pegar muitos anos de
prisão. Nós temos provas irrefutáveis e muitas acusações Isabella.
Isso já não é mais só sobre violência doméstica. Eles foram muito
além, jamais contando que seriam pegos. A empregada da casa,
inclusive, nos ajudou muito também revelando a policia uns
documentos que ficavam escondidos em um quadro. Lavagem de
dinheiro. É uma ficha muito extensa pra poder pensar em ver a luz o
sol novamente.

Eu assenti, feliz, mesmo que isso significasse a desgraça de


duas pessoas, seres humanos. Mas não podia deixar de me sentir
assim.

– Quanto a essa parte, tudo o que temos que fazer é aguardar


o julgamento. Dei entrada nos papeis hoje, já que não acho que
Reneé tenha intenção de falar. Vocês sabem como essas coisas
demoram um pouco, mesmo com a pressão que vou colocar em cima,
então acho que só veremos isso realmente terminado daqui a alguns
meses. Qualquer informação antes do julgamento pode ser útil,
sendo assim, se descobrirem mais alguma coisa, me avisem. Vou
conversar novamente com Charlie a respeito dessa Lista, pode ser
que, agora com um pouco mais de informação, eu consiga mais
alguma coisa. De preferência essa peça que está faltando.

–-

– Melhor?

– Sim. – respondi, o abraçando com mais força. – Me sinto


mais tranqüila também.

Edward achou que podíamos tomar um pouco de ar antes de ir


ao médico. Estávamos adiantados e eu ainda tremia um pouco
quando saímos do escritório de Nora, então optamos por andar por
uma praça próxima e acabamos sentados, abraçados, em um banco.

– Eu sei. Me sinto assim também. Mas esqueça... esse assunto


é praticamente uma página virada na nossa vida meu amor. Não se
martirize por ficar feliz ao saber que eles estão pagando pelos erros
que cometeram... eles procuraram por isso, desde o inicio.
– Eu sei. Você tem razão. Vamos nos concentrar em viver
nossas vidas.

– Exatamente. Nesse momento podemos nos concentrar em


descobri se há um bebezinho aqui ou não.

Eu sorri quando Edward tocou minha barriga, quase com


devoção.

– Sim. Vamos lá.

–-

O doutor, beirando os quarenta, alto e magrinho, parecia estar


se divertindo.

– Vocês estavam achando o que? Mantendo relações sexuais


sem nenhuma proteção, a mocinha aqui sem tomar comprimidos, era
meio obvio que isso ia acontecer.

– Nem todo mundo engravida assim tão fácil. – retruquei,


corada, olhando pra Edward que parecia em estado de choque.

– Não, isso é verdade. Mas quando não se engravida, não se


tem os sintomas que você tem. Sintomas que vão se acentuar, devo
acrescentar. Você tem apenas quatro semanas então se prepare para
muitos enjôos, oscilações de humor, essas coisas.

– Mas isso não acontece com todo mundo...

– É verdade minha cara, mas tenho a impressão de que você


vai ter. Já está tendo não é? – apenas assenti, ainda corada. – Então.
Porém quero pedir um exame de sangue, fica pronto da aqui a
algumas horas. É apenas pra termos 100% de certeza.

Assenti, levantando e arrastando Edward pela mão.

Ele continuou imóvel, a boca meio aberta, durante o exame de


sangue e só conseguiu balbuciar alguma coisa quando sentamos em
um café ali perto, pra esperar o resultado.

– Santo Deus.

– Edward...

– Eu vou ser pai. De novo.

– Edward...
– Deus...

– Edward...

– Isso é incrível vida. Um bebê nosso.

– Edward...

– Quero que tenha seus olhos. Seu cabelo também. – ele


franziu a testa e segurou minha mão. – Na verdade quero que ele
seja todo você.

Eu ri, acariciando seu rosto.

– Edward. Se acalme.

Ele respirou fundo, ainda sorrindo como um bocó. Tive medo


que ele se inspirasse muito e começasse a gritar pra todo mundo que
iríamos ser pais. Eu tinha certeza que o brilho dos seus olhos era
igual ao dos meus, mas queria um pouco de privacidade naquele
momento.

– Eu estou tão feliz.

– Eu sei Edward. Eu também estou. Só...

Ele demorou meio minuto pra entender o que estava errado.

– Você jamais vai ser como eles. – seus braços me apertaram


de encontro ao seu corpo, enquanto eu acomodava meu rosto em seu
peito. – Jamais. Você é tão boa com Luca, vai ser uma professora
incrível.

– Mas e se...

– Não há um mas. Muito menos um e se. Você vai se sair


maravilhosamente bem eu tenho certeza. E sabe por quê? Porque
você sobreviveu, você lutou, você buscou ser feliz, mostrou felicidade
pra toda a minha família, nas coisas mais simples. Você não é como
eles vida, jamais poderia ser.

Eu o olhei através das minhas lágrimas, sentindo meu peito


arder de tanto amor.

– Eu te amo.

– Eu também vida. Muito.


–-

– Santo Deus! Carlisle, você ouviu isso? Mais um neto! Temos


tanto a fazer...

Carlisle riu, abraçando Esme e obrigando-a a se sentar.

– É maravilhoso querida, mas se acalme.

Ela revirou os olhos, mas não levantou, apesar de suas pernas


estarem balançando de um lado para o outro. Dava pra entender de
onde Alice tinha saído.

Rose secou uma lágrima e me abraçou apertado.

– Estou tão feliz por vocês. Vamos poder fazer tudo juntos! –
ela arregalou os olhos, afastando-se um pouquinho. – Imagina se
eles nascem juntos? Ou melhor ainda... imagina se no futuro eles se
casam?!

Jasper e Alice já tinham nos abraçado e estavam sentados no


outro sofá, tossindo pra disfarçar o riso. Emmett colocou as mãos nos
ombros da esposa, risonho.

– Temos que esperar pra saber o sexo primeiro meu amor.


Imagina se eles têm um menino e nós também? Ou uma menina?

– E desde quando você tem preconceito com essas coisas


Emmett?!

Jasper e Alice tossiram mais um pouco, agora acompanhados


por Edward. Eu balancei a cabeça ao ver Rosalie subir as escadas,
resmungando, com Emmett em seu encalço.

– Se eu ficar assim, não esqueça que amo muito você ok?

Edward assentiu, alegre, apalpando minha barriga inexistente.


O doutor tinha apenas rolar os olhos para o resultado do exame, me
receitado algumas vitaminas, agendado outros exames e outra
consulta. Mas tudo estava bem.

Eu tinha vida crescendo dentro de mim.

–-

– Hum... depois da movimentação desse dia... isso chega a ser


um sonho.
Edward riu, mas não tirou os olhos dos meus pés enquanto me
dava uma massagem. Minha escolinha finalmente tinha sido
inaugurada e era um sucesso. O prédio era grande e esperávamos
poder ampliar o número de crianças com o tempo, mas ao que
parecia, isso tinha que ser feito para ontem, já que várias crianças
ficaram na lista de espera. Esme e Rose contratariam as novas
professoras e alguns outros funcionários, para que no máximo na
semana que vem, tudo estivesse funcionando.

Tinha sido maravilhoso... e cansativo. As crianças estavam


muito animadas e acompanhá-las me levou a exaustão. Mas era tão
gratificante! Até emocionante. Acompanhar seu desenvolvimento, as
descobertas...

Luca era o aluno mais calmo da minha classe. Ajudou vários


colegas com seus trabalhos, ofereceu uma rosa para uma garotinha
que tinha ralado o joelho... mas quando um outro colega perguntou
se ele tinha um irmão, Luca se transformou em um eufórico menino,
contando pra quem quisesse ouvir que em breve ele teria um
irmãozinho ou irmãzinha.

Edward riu quando eu comentei com ele.

– Ele é meu filho, não é?!

Eu assenti, sorrindo e fechando os olhos logo em seguida.


Edward tinha umas mãos...

O telefone celular de Edward tocou, nos assustando.

– É Nora. – disse ele, franzindo a testa. – É meio tarde, deve


ser importante. Alô.

Edward escutou por alguns minutos, arregalando os olhos logo


em seguida.

– Vamos passar aí amanhã então pra vermos isso. Eu tenho


algumas pistas. Mas isso não vai mudar nada no caso, só esclarecer
algumas coisas Nora.

Ele desligou o celular logo em seguida, e então me olhou.

– Edward...

– Sua mãe pediu, finalmente, pra usar a ligação que ela tem
direito. Queria ligar pra Alistar Cullen.

– Edward...
– Eu tenho desconfianças de que meu tio... era seu pai.

(Cap. 21) Capítulo 21;

CAPÍTULO 21;

Não sei dizer quanto tempo eu e Edward ficamos em silêncio


com sua última frase ecoando pelo quarto.

Aquilo simplesmente não fazia sentido. Se eu fosse filha de um


Cullen, mesmo que um Cullen morto, Renné nunca precisaria fazer
tudo o que fez pra estar na elite de Chicago. Ela simplesmente teria
que gritar ao vento que era mãe de uma Cullen. Pronto. Ela estaria
aonde sempre sonhara.

– Eu sei que é muito pra absorver e que talvez não faça


sentido... mas, Deus Bella! Você é a cara dele! Eu nunca mostrei
nenhuma foto antes porque você perceberia e eu não queria dizer
nada sem ter certeza.

– Você acha que ele era meu... pai... só por causa das
semelhanças?

Ele suspirou, tocando meu rosto com carinho.

– Foi minha primeira dica. Talvez se eu não tivesse percebido,


ou se você tivesse puxado a sua mãe eu não teria começado a cavar.
Mas eu cavei. Minha segunda dica foi o gaguejar de papai. Eu
perguntei a ele, alguns dias depois que nos conhecemos, se Tio
Alistar teve algum caso extraconjugal, ou uma namorada na escola...
– ele balançou a cabeça, parecendo debochar de si mesmo. – Papai
simplesmente disse que não, com muita veemência, e gaguejou ao
dizer que o irmão tinha sido um mulherengo antes de se casar com
Tia Carmem.

– Você acha que ele sabe de algo? Será que é por isso que ele
me olha de um jeito estranho?

Edward assentiu.

– Eu desconfio que sim. Mas eu esqueci o assunto, por um


tempo. Pensei e cheguei a conclusão de que era impossível. Mas
quando Tia Carmem te viu... eu tive certeza de que havia algo. Ela
jamais foi mal educada com alguém.
Eu levantei, caminhando de um lado para o outro no quarto. O
desconforto nos pés esquecido.

– Deus! Minha vida inteira... eu...

– Eu achei uma fotografia.

Minha caminhada sem sentido parou, absorvendo a novo


informação. Era uma prova física.

– Eu a encontrei no escritório. Em uma das gavetas que nunca


são abertas. – ele foi até o closet e voltou segurando uma fotografia
de tamanho normal, meio amassada. – Eu sei que é meu tio aqui,
mas nunca pude dizer com certeza se era sua mãe.

Alistar – quase uma versão masculina minha, um detalhe que


deixei pra analisar depois – posava ao lado de uma Renné jovem e
sorridente. O amassado da foto realmente não permitia ver todos os
detalhes, mas era sim minha mãe ali.

– É ela.

Edward me olhou desolado, parecendo não saber o que fazer.


Não havia nada realmente pra fazer naquele momento. As perguntas
infinitas teriam que esperar até o dia seguinte.

– Vamos dormir.

– Bella...

– Não há nada que possamos fazer agora Edward. Foi um


longo dia, precisamos descansar. Tudo vai estar aqui amanhã.

Porém o sono nunca veio. Acredito que tenha conseguido


cochilar por alguns minutos, mas isso foi tudo.

As crianças conseguiram me distrair, me ocupando, não


deixando nenhum espaço pra pensar mais sobre o assunto que
pairava no ar.

Edward tinha combinado de almoçarmos com Nora pra


explicarmos sobre nossa desconfiança e pra escutar, com mais
detalhes sobre o pedido de Reneé. De certa forma, a notícia que ela
trouxe me deixou surpresa, mas fez com que soubéssemos, mesmo
que indiretamente, que Alistar era sim, meu pai.

– Reneé precisou ser sedada quando descobriu que Alistar


tinha morrido. O especialista da prisão disse que ela possivelmente já
sabia sobre a morte, mas que bloqueou o fato. Conversei com Charlie
antes de vir encontrar vocês e ele me disse que uns cinco anos
depois de casados ela teve um surto muito semelhante a esse. Ele
nunca soube por que, ela voltou ao normal dias depois. Não sabemos
como ela vai reagir, ainda está sob o efeito dos medicamentos.
Possivelmente poderemos falar com ela a noite.

Quando eu não me mexi, nem sequer agradeci Nora pelas


novidades, Edward percebeu que eu não estava bem. Não sei como,
nem quanto tempo se passou, mas quando consegui reagir estava em
casa, em nossa cama.

– Eu estava pronto pra te internar Bella. Juro.

Ele me abraçou apertado e então eu me senti mal por tê-lo


deixado preocupado.

– Desculpe. Eu... é muito pra assimilar. E ainda falta tanto pra


assimilar.

– Eu sei. Não se desculpe. Eu não consigo imaginar como está


sendo pra você Bella. Só... se mova. Fale comigo.

Eu assenti, me apertando contra ele, me sentindo amada.

– Mamãe e papai querem falar com você.

Mais uma parte das coisas pra assimilar ia acontecer.

–-

– Nós nunca imaginamos que ela tinha engravidado querida. –


desculpou-se Esme, fungando. – Nunca imaginamos que algo assim
pudesse acontecer.

Ao contrário do que sempre pensamos, Carlisle e Esme sabiam


sobre A Lista. Pelo menos sabiam de uma parte da história que nós
não sabíamos. Alistar tinha sido a primeira cobaia de Jonh no assunto
casamento arranjado.

Nunca imaginamos algo assim já que Edward sempre


pressupôs ser o primeiro. Carlisle tinha conhecido Esme antes que
Jonh tivesse a chance de introduzi-lo nesse assunto e as conexões
que vieram com a família inglesa de Esme foram muito bem vindas. E
então teve Edward.

Mas o ponto era que minha mãe aparentemente estava na


lista. Como segunda colocada. Carlisle e Alistar eram , além de
irmãos, bons amigos. Na noite da despedida de solteiro de Alistar, ele
e Carlisle compraram pizzas e cervejas e simplesmente ficaram
colocando conversa fora. Foi aí que Alistar chutou o balde e contou
sobre o casamento arranjado ao irmão. Explicou como Jonh montou
uma lista de candidatas, embora desde o começo tivesse decidido por
Carmem. Mas o destino agiu quando ele conheceu Renné em uma
cafeteira. Eles conversaram brevemente e quando ela se apresentou,
ele ligou seu nome à segunda candidata da lista.

O romance não demorou muito pra decolar e Alistar por


algumas semanas achou que estava no paraíso: poderia ter o amor e
poder.

Doce ilusão. Jonh, talvez vendo o caminho que o filho tomava,


anunciou a família de Carmem que Alistar proporia casamento. Quem
se atreveria a ir contra uma decisão dessas, manchando o bom nome
dos Cullen? Não Alistar, embora tenha confessado naquela conversa a
Carlisle, o quanto se arrependia por isso.

Ele mostrou a fotografia a Carlisle, dizendo que nunca ia


esquecê-la. Alguns anos depois Esme achou a fotografia no lixo do
escritório e então Carlisle contou a ela a história.

Os anos se passaram, Edward chegou à família, e então


Carmem e Alistar entram em crise por causa de filhos. Ela queria,
mas Alistar não. Vivia dizendo que ele estava preso aquele
casamento, mas que não queria filhos presos a aquele inferno
também.

Ao contrário do que todos sabiam, Alistar não tinha morrido


em um acidente, e sim de um ataque cardíaco, quando, na frente de
Carlisle e Esme, Carmem praguejou em alto e bom som que se ela
não pudesse ter filhos, ele também jamais saberia onde estava o seu.

Carlisle tinha tentando encontrar Renné, logo depois que


Carmem, mais só do que nunca, se isolou no campo. Mas não teve
sucesso. Ele não tinha nada além de uma foto amassada e um
primeiro nome. Era um beco sem saída.

E então eu apareci. Uma versão feminina de Alistar.

Esme e Carlisle também tiveram sua confirmação quando


Carmem me conheceu. Porém, devido às turbulências que tivemos
com Tanya, ele acharam melhor não dizer nada.

– Ninguém poderia prever algo assim Esme. Não é culpa de


ninguém. Alistar não sabia sobre mim. O pobre coitado morreu
quando soube. Se há alguém pra culpar, esse alguém deve ser
Reneé. E talvez Carmem que foi muito egoísta.

Ela assentiu, saindo do quarto, acompanhada por Carlisle.

Infelizmente não tinha acabado ainda. Tínhamos a versão de


Reneé pra ouvir.

–-

– Quanto você já sabe?

Não era como se eu esperasse um “oi” ou algo do tipo, então


não me surpreendi com jeito direto.

– Quase tudo.

Ela assentiu, olhando para o teto do seu quarto no hospital,


parecendo perdida. Não pude deixar de notar a algema que a prendia
a cama, mas não comentei sobre isso. Edward ficou na porta e se
manteve ali. Acho que ele não conseguiria se conter se chegasse
muito perto. Eu o entendia. Não estava sendo fácil pra mim

– Eu fui a segunda colocada na lista pra casar com Alistar. Nos


conhecemos, nos envolvemos e eu engravidei. Ele nunca ficou
sabendo, porque não apareceu ao último encontro que tínhamos
combinado. Carmem apareceu. Eu não escutei nada do que ela disse,
eu sabia que tudo o que aquela vaca queria era me derrubar. Mas eu
tinha um trunfo.

– Estava grávida.

– Eu pensava que isso era um trunfo. Jonh apareceu lá


minutos depois, gritando pra que eu ficasse afastada. Ele tinha
escolhido Carmem e era o fim da linha pra mim a não ser que eu
quisesse entrar na concorrência pra Carlisle. Eu disse que estava
grávida e ele simplesmente me ignorou, indo embora e arrastando
aquela coisinha com ele.

Renéé parecia muito lúcida. Seus olhos estavam frios e


praticamente imóveis, ela provavelmente estava vendo tudo de novo,
revivendo cada detalhe.

– É obvio que não pude chegar perto de Alistar. Tive que ser
racional, afinal minha barriga começaria a crescer em breve, eu não
poderia procurá-lo e cuidar de um bebê ao mesmo tempo. Eu nem
tinha dinheiro pra isso! Mas no fim você não foi de todo inútil.
Eu escutei Edward rosnar. Reneé provavelmente também
tinha, mas não se importou. Me arriscaria a dizer que ela não estava
se importando com nada naquele momento. Tinha finalmente aberto
os olhos para vida real. Para um mundo onde ela não seria salva.
Para um mundo onde ela era um monstro.

– Eu casei com Charlie e ele aceitou você por não poder ter
filhos. Quando soube que esperava uma menina, pude começar a
traçar os passos pra transformar você na esposa perfeita. Não foi
uma tarefa difícil já que você conhecia apenas a realidade em que
vivia. Confesso que a escola a deixou um pouco mais lúcida, mas
ainda assim não foi um empecilho.

– Você nunca pensou que eu estaria me relacionando com


alguém do meu próprio sangue? Sei que muitos primos se
envolvem.... mas eles sabem do seu parentesco. Conhecem sua
família!

– Isso não tinha a mínima importância pra mim. Eu queria


fazer parte dos Cullen e iria nem que fosse apenas através de você. –
ela me olhou, lúcida, mas ao mesmo tempo ensandecida. – Nunca foi
apenas participar da elite de Chicago, de estar no topo. Não! Era
sobre ser o boa o bastante pra estar entre eles! Pra ser uma deles!
Acha que eu estava procurando um novo marido pra você nos últimos
meses?! Não! Eu estava procurando Tanya, iria matá-la e então você
a substituiria e finalmente poderíamos estar no meio deles! Porém
Tanya saiu da jogada e finalmente você teve a sua chance! Aquele
filho da mãe do Jonh nem me reconheceu quando pesquisou sobre
nós! O que umas plásticas e um sobrenome diferente não fazem!

Ela gargalhou, seus olhos tingindo-se de um brilho diferente,


semelhante ao que ela sempre teve.

– E então quando você estivesse no seio da família, eu


revelaria sua verdadeira origem! Imagina o choque pra família, o
escândalo que seria! Eu tinha tudo planejado, arquitetado nos
mínimos detalhes, mas você tinha que estragar tudo como sempre
faz! Merecia ser castigada por isso e vai... assim que eu sair daqui.
Você vai voltar aos trilhos Isabella!

– Você é doente.

Quando o discurso de Renné passou de exclamações para os


gritos, as enfermeiras chegaram e Edward me puxou pra fora do
quarto. Permanecemos calados por todo o caminho de volta. Paramos
pra ver Luca quando chegamos em casa e então, olhando para o meu
filhote e alisando minha barriga inexistente eu desabei.
Não imaginei que haveria tantas lágrimas para derramar, não
imaginei que iria doer tanto.

Não tive certeza, mas Edward pareceu chorar comigo por


algum tempo. Ele beijava meus cabelos e me apertava contra seu
corpo. Não nos preocupamos em tirar a roupa pra deitar. Não
importava. Tudo o que eu queria era estar nos braços dele,
exatamente como eu estava e me sentir segura exatamente como eu
me sentia.

Nem mesmo para Tanya eu desejaria tudo que aconteceu


comigo. Nem para o pior ser na face da Terra. E certamente eu não
queria que meus filhos passassem por isso.

– Prometa...

– Prometer o que minha vida?

– Prometa que nossos filhos jamais vão passar por isso? Que
vamos apoiá-los, não importa com quem eles decidirem ficar...
prometa.

– Eu prometo. – ele me beijou brevemente, os olhos


marejados. – Prometo que nossa família jamais vai passar por isso.
Esse capítulo fica pra trás Bella, tudo isso vai ficar no passado e nada
além de amor vai determinar qualquer tipo de relação que
construirmos.

– Obrigada.

– Não. Obrigada você vida, por me amar de volta, mesmo me


conhecendo como me conheceu.

– Não importa mais. E eu te amaria de qualquer jeito.

(Cap. 22) Capítulo 22;

CAPÍTULO 22;

– Papai ama você. Mamãe também. E seu irmãozinho


também. Ele está dormindo agora, porque se não estaria aqui,
participando dessa conversa. – eu tive que rir, porque a conversa era
um tanto unilateral. – Mas não se preocupe, amanhã vocês podem
colocar o papo em dia.
E era verdade. Luca adorava falar com o bebê, mesmo que as
palavras saíssem meio enroladas. O que era perfeitamente normal
para uma criança da sua idade. As visitas a Dra Ângela tinham se
reduzido a uma vez ao mês. Edward está explodindo de orgulho do
filho e eu não poderia me sentir de maneira diferente.

– Mas que tal fazermos um trato? Sua mãe anda tendo muitos
enjôos, bebê. E você não quer deixar sua mamãe triste não é? – ele
fez uma pausa e acenou, como se tivesse recebido uma resposta. –
Então. Não seja um bebê mau.

– Edward. O bebê não pode controlar meus enjôos.

Ele fez um biquinho, chateado.

– Eu posso ao menos tentar não é? Você está vomitando


muito.

Nosso doutor talvez tivesse uma bola de cristal escondida em


sua gaveta, porque ele tinha acertado tudo. Meu humor andava uma
bagunça e parecia que a qualquer momento eu vomitaria meus
órgãos.

– Eu amo você mais um pouquinho só por tentar.

Edward sorriu, orgulhoso de si mesmo.

– Você tomou suas vitaminas?

Tínhamos ido ao médico no inicio da semana. Meus exames


estavam bons e eu tinha apenas que tomar algumas vitaminas e
melhorar minha alimentação. Edward achava que eu podia esquecer
das vitaminas. Mesmo com ele me lembrando sempre disso.

– Sim Edward. Eu tomei.

Ele sorriu, nem um pouco envergonhado da sua desconfiança e


deu um último beijo em minha barriga levemente saltada antes de
me aconchegar em seus braços pra que pudéssemos finalmente
dormir.

–-

– Eu estou grávida Alice. Você não pode fazer essas coisas


comigo!

Meu choro era quase patético. Alice e Jasper estavam de


mudança para a França. Ninguém sabia de nada, os dois manteram
sigilo absoluto sobre essa decisão até que tudo estivesse pronto. Alice
iria transferir seu ateliê para lá e Jasper cuidaria das empresas que a
Cullen’s tinha pela Europa.

Podia ser um tanto egoísta, mas eu não queria que ela fosse.
Queria que Alice continuasse aqui, me apoiando e fazendo com que
eu me sentisse bem vinda. Ela era minha irmã.

Na realidade éramos primas, mas eu procurava não pensar


muito nisso.

– Eu vou estar de volta quando bebê nascer! – ela disse,


fungando. – É meu sobrinho!

– Eu sei.

Rose também estava fazendo um fiasco. Esme mantinha a


compostura, mas apertava a mão de Carlisle fortemente, deixando
transparecer sua dor de ver a filha criar asas.

Alice e Jasper seriam os padrinhos do bebê de Emmett, e a


época em que o batizado aconteceria, condizia com a época em que
meu bebê iria nascer. Eles iriam estar aqui. Isso me confortava, nem
que fosse um pouquinho.

– Vou trazer perfumes franceses pra todo mundo quando eu


voltar! – comunicou Alice, saltitando no lugar. – E roupas também.

Edward revirou os olhos, rindo.

– Faça boa viagem Alice.

Eles estavam partindo, pra construir sua própria vida,


trilhando seus próprios sonhos, mas sempre estariam conosco em
nossos corações, e a apenas um botão de distância na discagem
rápida.

–-

– Bella querida! – Sue me chamou, quando passei pela cozinha


mais tarde naquele dia.

Edward, Emmett e Carlisle tinham levado Luca para ver algum


jogo e Rose tinha praticamente desmaiado depois de todas aquelas
emoções. Esme estava trabalhando no projeto dos quartos dos bebês
e não tinha saído do escritório. Eu desconfiava que tudo era apenas
uma distração para não pensar muito no fato de que sua filha mais
nova tinha saído de casa pra morar fora do país. Mas todas essas
atividades me deixaram sozinha. Não que eu não tivesse planos,
pretendia deitar e pensar no fato de que eu era uma Cullen de
sangue, algo que eu vinha evitando como uma praga nas últimas
semanas.

Infelizmente a cara de Sue me dizia que minha reflexão teria


de esperar.

– Hei... algum problema?

Ela balançou a cabeça, negando.

– Eu só gostaria de conversar com você por um minutinho.

– É claro.

Nós nos sentamos no sofá, uma ao lado da outra.

– O que houve?

Ela pigarreou, parecendo um tanto sem graça, mas o brilho


em seus olhos me dizia que eram boas noticias.

– No início do ano Seth me confidenciou que estava


apaixonado. Alguns meses depois eles decidiram morar juntos e meu
menino conseguiu um emprego realmente bom. Na semana passada
ele me ligou pra contar que Sofia, sua namorada, tinha engravidado.

– Sue! Você vai ser avó! Isso é um máximo!

Eu a abracei realmente feliz por sua novidade.

– Sim. Realmente. Ando tão ansiosa que até dormir está difícil.
– nós rimos, enquanto ela pegava minha mão. – Sofia também
trabalha e como o bebê não foi realmente planejado, ela não pode se
dar ao luxo de sair do emprego. Bom, o que eu quero dizer com tudo
isso é que eles precisam de mim. Precisam de alguém a mais lá, pra
ajudar no que for preciso e cuidar do bebê depois que a licença
maternidade dela terminar.

– Está querendo dizer que você vai se mudar? Pra viver com
Seth e Sofia?

– Sim. Mas eu sei que é complicado achar uma babá assim,


em cima da hora, por isso vou ficar até você arranjar alguém.

– Não é preciso Sue. Luca está se saindo tão bem na


escolinha. E Esme e Rose estão lá também. Não vai faltar alguém pra
ficar com ele. Eu vejo que você está louca para ir, começar sua nova
vida e paparicar seu netinho.

Ela sorriu, apertando minha mão.

Sue era um balsamo naquela casa, já que ela não só cuidava


de Luca, mas também mantinha todos os empregados na linha e
conferia se tudo estava sempre no lugar. Precisaríamos de alguém
pra continuar a fazer isso, mas nunca seria o mesmo. Porém Sue
tinha agora outras metas e outras prioridades.

– Obrigada Bella. De coração. Por tudo minha menina. Você


me ajudou muito.

– Só retribui o favor. Você sempre esteve lá pra mim...


quando eu vivia naquele inferno.

Ela me abraçou fortemente, fungando.

– Se eu conheço bem você querida, no fundo, no fundo, você


está pensando em tirar satisfações com aquela mulher, Carmen. – eu
enrijeci, mas logo desabei, chorando em seu ombro. Isso tinha me
atormentado a semana inteira. – Se você acha que isso vai fazer com
que se sinta melhor, ouvir dela porque desencadeou esses terríveis
acontecimentos quando escondeu que você existia, faça. Mas
prometa que não vai fazer isso sozinha. Edward está muito
preocupado com você, dá pra ver no rosto dele minha filha. Deixe
que ele esteja lá pra você.

Eu a abracei mais apertado, assentindo levemente.

– Eu prometo.

–-

Aqueles dias estavam sendo difíceis. Primeiro toda aquela


descoberta sobre minhas verdadeiras origens, depois a partida de
Alice e Jasper e então pra completar, Sue tinha ido morar com seu
filho, sua nora e o netinho que estava por vir. Parecia um final de
história onde tudo é revelado e todos encontram seu caminho. Mas
isso não era verdade, afinal aqueles que se foram estavam
começando uma nova vida e estaria aqui por mim quando eu
precisasse.

Além do mais, minha história só teria um final, e um final feliz,


quando Tanya fosse pega. Eu sabia que não havia novidades sobre
seu paradeiro, apesar de Edward tentar me esconder ao máximo
qualquer coisa que ele achasse que podia me estressar.
Não tinha sido uma introdução muito animada para o meu
aniversário, mas todas as atividades do dia me deixaram
imensamente felizes. Todos me telefonaram. Alice até falou em
francês comigo! Eu tinha sido forçada a tirar o dia de folga. Luca e
Edward me trouxeram o café na cama e então toda a família se
reuniu ao meio dia para celebrar.

Mas a noite tinha sido a melhor parte. Edward me levara pra


jantar, no mesmo restaurante onde jantamos pela primeira vez.
Tinha sido fantástico, mas pelo seu olhar, ainda não tinha acabado.

– O que você está aprontando?

– Nós temos uma pendência Senhora Cullen. – cantarolou ele,


assim que entramos no quarto, depois e checar Luca. Um hábito que
eu desconfiava, que nunca morreria. – Não sei se você lembra de
uma parede. Uma parede que deve estar se sentindo muito
negligenciada.

Eu fui obrigada a rir, mas Edward não me deu tempo para


dizer nada. Ele estava tão afoito e eu sabia que não era tudo apenas
puro desejo carnal. Ele precisava me sentir, precisava de mim, o mais
próximo dele possível. Eu me sentia exatamente do mesmo jeito.

Tínhamos passado por tantas coisas nas últimas semanas,


tantas provações, tantas situações difíceis, mas necessárias, e quase
não tínhamos tido tempo para sermos apenas nós dois, loucos um
pelo outro.

Tinha certeza de que Edward pretendia ser gentil, mas aquilo


não cabia no momento. Foi rápido, intenso e forte, exatamente como
a cor que presenciava nosso enlace.

Mais tarde, quando estávamos deitados, enrolados um no


outro, ignorando o suor que ainda escorria de nossos corpos, eu
contei a Edward sobre minha decisão.

Ele obviamente, foi contra.

– Não acho que isso seja necessário. Parece que apenas vai
trazer mais tristeza.

– Vai responder minhas perguntas. E eu preciso ouvir Edward.


Preciso saber por que ela escondeu que eu existia, porque deixou que
todas aquelas coisas horríveis acontecessem comigo e porque ainda
me odeia. Eu preciso ouvir, mesmo que eu já saiba a maioria das
repostas.
Ele suspirou, beijando meus cabelos.

– Eu não concordo, mas se é o que você quer, tudo bem. Só


me deixe está lá.

– Não faria isso sem você.

Ele sorriu, arrastando seu nariz por minha bochecha.

– Na verdade você faria. – eu ri, sendo acompanhada por ele.


– Mas eu não deixaria.

– Bom. Temos um trato então?

– Temos. No sábado?

– No sábado. Mas apenas se seus pais puderem olhar Luca.

– Eu já sugeri esse dia por que vi os dois fazendo planos de


levar o neto no parque de diversões. Algodão doce e cachorro quente
estavam na equação.

Eu grunhi levemente, mas tive que rir depois. Isso era tão
coisa de avós!

– É só de vez em quando meu amor.

– Eu sei. O problema é convencer Luca disso.

– É só você olhar pra ele com essa cara de amor, com esses
olhos brilhando. Ele vai cair como um patinho. Funciona pra mim
vida, e ele é meu filho.

Se ele dizia.

–-

– Preparada?

– Não. – Edward arqueou a sobrancelha pra mim, curioso. –


Mas não posso mais adiar isso.

Não tinha sido difícil passar pelos portões. Os seguranças


reconheceram Edward e como ele era da família, tinha passe livre.
Acho que Carmen não imaginava que eu pudesse querer ir até ali,
mas era mais forte que eu.
Edward tocou a companhia, segurando minha mão, mostrando
que estava comigo.

Para o que quer que fosse que acontecesse.

(Cap. 23) Capítulo 23;

CAPÍTULO 23;

Carmem ficou mais surpresa em nos ver ali do que eu


esperava. Arregalou os olhos, incrédula e seu rosto se contorceu em
raiva por um momento. Apenas por um momento, já que logo depois
ela disse que podíamos entrar.

A casa era aconchegante e dava pra perceber que Carmem


tinha bom gosto, mas faltava algo mais familiar. Não havia uma única
foto até onde meus olhos podiam alcançar.

Depois que nos sentamos, ela nos olhou com falsa confusão.

– Não posso imaginar porque estão aqui. Com certeza não é


uma visita social, já que é costume avisar antes.

Edward rolou os olhos, aconchegando-se melhor em seu


assento.

– Acho que sabe por que estamos aqui Tia Carmem.

– O que vocês sabem? – perguntou, visivelmente contrariada.

– Sabemos de tudo. – respondi, perdendo a paciência e a


compostura de repente. – Sabemos de toda a história. Nada que nos
contar será novo Carmem, de fato, não vim aqui pra isso. Vim pra
poder olhar pra você e perguntar apenas: por quê?

Ela levantou, e por um momento pensei que pudesse lançar


labaredas com os olhos.

– Como você se atreve a vir aqui pra perguntar por quê! Se


alguém tem que perguntar por que esse alguém sou eu! Porque você
apareceu? Porque simplesmente não morreu levando aquela infeliz da
sua mãe junto!? Porque isso aconteceu comigo!?

Edward levantou também, mas eu permaneci sentada, olhando


Carmem, agora com outros olhos.
– Eu tinha toda uma vida planejada! Imaginei um casamento
feliz, digno, com filhos perfeitos! E o que eu tive? Uma vida
miserável, ridícula, e não tive nenhum filho pra dar continuidade ao
meu sangue. Acha que eu contaria ao seu pai sobre você? Não! Nem
se sua mãe tivesse apenas sido mais uma e não a mulher da vida
dele! Não aceitaria uma bastarda jamais!

Por um momento permanecemos em silêncio, enquanto a


constatação da realidade de Carmem pairava sobre mim.

– Você preferiu ver sua vida ruir a ganhar alguma admiração


da parte do meu pai contando sobre mim. É uma pessoa tradicional,
fria, que se importa com as aparências mais do que com os próprios
sentimentos. Ser assim deveria te levar a algum lugar, e, no entanto
você está aqui. – apontei ao redor enquanto levantava. – Em um
lugar isolado, sozinha, guardando rancor e nunca seguindo em frente.
Valeu a pena Carmem?

Ela não respondeu, embora estivesse visivelmente abalada


com o que eu acabara de dizer.

– Agora olhe pra mim. Vivi em um inferno por mais tempo que
qualquer um suportaria. Fui praticamente vendida como uma
mercadoria pra substituir outra mercadoria. E eu encontrei a
felicidade, a vida perfeita. Quem diria que esses fatores me
conduziriam a vida que eu sempre desejei? Talvez se você tivesse
dito sobre mim para meu pai eu tivesse conhecido Edward desse
modo também e estivesse com ele, ou talvez não, talvez não desse
certo. Mas não foi assim. E parece que tenho que lhe agradecer. Se
minha vida não tivesse sido exatamente como foi, quem garante que
eu seria feliz agora?

Peguei minha bolsa e segurei a mão de Edward, que parecia


transtornado.

– Tudo que eu sinto por você, ao contrário do que eu imaginei,


é pena. Tomara que tenha valido a pena, embora eu não ache que
tenha.

Nós seguimos nosso caminho, calados. Talvez Edward


estivesse, como eu estava, repassando cada palavra dita,
perguntando-se como uma pessoa podia ser tão amarga ao ponto de
preferir a própria infelicidade a dar o braço a torcer?

Infelizmente pessoas com sentimentos ruins existem. Estão


entre nós, sempre procurando uma forma de magoar ao próximo, já
que não conseguem alcançar a felicidade por elas mesmas.
– Você está bem?

Já estávamos quase chegando em casa e Edward parecia um


pouco preocupado. Pensando, possivelmente, que eu desabaria a
qualquer momento apesar da coragem que tive ao enfrentar
Carmem.

– Sim. Está tudo bem, meu amor.

Ele suspirou, segurando minha mão.

– Jamais imaginei que ela fosse tão ruim. Sabia que ela era
sozinha, amargurada, infeliz, mas não que preferisse ser assim.
Deus, quem escolhe essa alternativa?

– Não importa. Tudo que importa é que nós escolhemos a


outra alternativa.

Ele riu, apertando minha mão levemente.

– Tem razão vida. Vamos deixar esse capítulo da nossa


história pra trás.

Eu concordei, embora soubesse que havia mais um capítulo


para deixar pra trás.

–-

– Por quê? Faz semanas que ela não dá um sinal! Ao menos


nada que a polícia tenha conseguido rastrear! Por quanto tempo
vamos ter que andar com esse monte de seguranças ao nosso redor?

– Bella, nós somos conhecidos, você sabe, os seguranças não


são só por causa de...

– É claro que são! A gravidez não afeta meu cérebro Edward!


Eu sei que a Cullen’s é mundialmente conhecida e que a segurança é
um detalhe necessário, mas consigo reconhecer quando há algo mais
do que a necessidade.

– É necessário nos protegermos contra Tanya.

– Eu sei que é. Mas porque não podemos atacar também!?


Você sabe que ela avançaria pra cima de mim no momento em que
eu aparentasse estar insegura! Eu posso fazer isso Edward.

– Nós não vamos discutir isso novamente.


Edward saiu do quarto, batendo a porta com força.

Tinha sido assim na última semana. Nora tinha ligado para nos
informar que Charlie e Renée tinham pegado mais tempo de prisão
do que qualquer um imaginou, mas que infelizmente não havia
qualquer pista do paradeiro de Tanya. Mais do que depressa eu
sugeri que tentássemos enganá-la quanto a minha segurança, para
atraí-la e então colocá-la de uma vez por todas atrás das grades.

É claro que Edward fez um escândalo.

Sua preocupação era notável até mesmo antes do telefonema


de Nora. A falta de pistas, conhecida por ele, tinha o deixado mais
paranóico do que o normal, a ponto de contratar cinco seguranças a
mais para andar comigo e Luca. Ele fazia questão de negar, mas eu
sabia que esse exagero era por causa de Tanya, algo compreensível.
Mas não podia concordar em ficar parada, simplesmente esperando
pelo bote.

Isso tinha nos levado a discussões quase diárias.

Nora não tinha opinado quanto a essa questão. Concordou


com quanto ao fato de que Tanya agiria assim que se sentisse
segura, mas também concordou que era perigoso e que deveríamos
pensar bem sobre essa decisão.

Eu não queria pensar, não mais, queria apenas agir.

Mais dias se passaram, seguindo a mesma rotina. Edward


começou, inclusive, a trabalhar mais. Ele dizia que estava ocupado
com uma grande compra, mas eu sabia que ele queria apenas me
evitar, não realmente me evitar, mas evitar discutir comigo.

Hoje eu tinha esperado por ele. Mesmo cansada, um pouco


enjoada e com muita vontade de dormir, eu tinha esperado por ele. E
tínhamos discutido mais uma vez.

Suspirando, levantei e desci as escadas com cuidado,


procurando por Edward. Não o encontrei, mas ouvi sua voz e a de
Esme vindas do escritório.

– Ela está grávida filho! Você não pode fugir dela desse jeito.
Só Deus sabe o que ela pode estar imaginando. Os hormônios de
Bella estarão sempre uma confusão durante esses meses.

– Eu sei. Mas meus argumentos para mantê-la segura e longe


de qualquer armação pra pegar Tanya estão se esgotando. Ela não
entende que tudo o que eu quero é mantê-la segura.
– Eu sei querido, mas acha que ela se sente segura, mesmo
com aquele bando de seguranças a seguindo, quando sabe que Tanya
está lá fora, pronta pra fazer sabe-se lá Deus o que?! É a família dela
Edward. Eu faria mesma coisa pela minha.

Eles ficaram em silêncio por um momento e quando Edward


falou, minhas convicções quebraram.

– Não posso perdê-la mãe. – sua voz estava embargada e eu


segurei a vontade chorar. – Eu não aguentaria.

– Eu sei meu filho, eu sei. Não fique assim, vocês vão se


acertar.

–-

– Ansiosa?

– Um pouco.

Edward tinha ido pra cama tarde na noite anterior. A conversa


com Esme continuara, mas eu tinha subido de volta para o quarto,
pensando, talvez pela primeira vez, no lado de Edward quanto a essa
situação com Tanya. Era difícil pra ele também. Ele tinha medo
também, e tudo o que eu fiz foi pressioná-lo ainda mais. Infelizmente
estava cansada de mais pra conseguir pensar um pouco mais ou
esperá-lo para fazermos as pazes, sem falar que no dia seguinte, na
primeira hora da manhã, iríamos fazer o exame pra saber o sexo do
bebê.

Não tínhamos trocado mais do que algumas palavras e achei


melhor deixar pra conversarmos quando voltássemos pra casa.

– E você?

– Meu coração vai sair pela boca a qualquer momento.

Eu sorri. Edward, por vezes, parecia ser aquele carregando o


bebê.

– Seja o que for vai ser muito amado.

O exame não demorou muito. O doutor até tentou fazer um


suspense, mas Edward, que tinha lido tudo acerca de gestações,
conseguiu identificar o sexo do nosso bebê. Ele estava visivelmente
emocionado e me olhava com devoção, como se eu estivesse em um
altar.
– É uma menina.

O doutor apenas assentiu, confirmando as palavras de Edward


e se retirou, com certeza notando que precisávamos de um momento
a sós.

– Obrigado vida. Obrigado.

– Não precisa me agradecer... não dava pra fazer sem você.

Ele riu, me beijando logo em seguida .

– Vamos limpar essa barriguinha e ir pra casa.

A volta foi igualmente silenciosa, mas não conseguíamos parar


de sorrir. Edward me pegou no colo assim que passamos pela porta,
e subiu as escadas com uma rapidez impressionante.

Não foi preciso dizer nada.

Em um acordo mútuo, nos despimos com pressa, e logo


estávamos apertando um ao outro, com uma necessidade
avassaladora. Não houve tempo pra chegar à cama, fui prensada na
parede ao lado da porta e logo Edward estava em mim,
movimentando-se vagarosamente, lambendo meu pescoço.

– Eu amo você... tanto... tanto Bella.

– Eu sei. Também... te amo.

–-

Horas depois estávamos esparramados na cama. Edward


alisava minha barriga, murmurando palavras doces a nossa menina.

– Como vamos chamá-la?

– Não faço à mínima ideia vida. Alguma sugestão.

– Eu gosto de Anne. O que acha?

Ele pensou por um momento, sussurrando o nome algumas


vezes.

– É bonito. Simples. Eu gosto.

– Então será Anne. – respirei fundo, olhando para Edward. –


Sinto muito por ontem.
– Bella..

– Eu não pensei em como você se sentiria com tudo isso. Se


fosse ao contrário eu piraria também Edward... é só que... – suspirei,
cansada da situação. – Não aguento mais isso.

– Eu sei vida. Eu entendo. E você está certa. Isso já atingiu


todos os limites possíveis. Sinto muito por ter tentado evitar nossas
discussões. Deveríamos ter conversado mais sobre isso.

– Vamos fazer isso agora. O que acha que...

O toque do celular de Edward me interrompeu.

– É a Nora. Olá. O que aconteceu?

Edward estava, no mínimo, surpreso, diante da noticia que


Nora tinha lhe dado. Eles não conversaram muito e quando a ligação
foi encerrada, meu marido permaneceu em silêncio.

– O que aconteceu?

– Ela está morta.

– Ela quem? Edward! Você está me assustando!

– Tanya está morta.

(Cap. 24) Capítulo 24;

CAPÍTULO 24;

– O que você está fazendo aqui?

– Depois que você e Tanya se separam, meu nome passou a


ser seu contato de emergência. Vim reconhecer o corpo.

Tinha acabado de chegar à delegacia. Depois da ligação de


Nora, Bella e eu ficamos em absoluto silêncio. Não tinha nada que
pudéssemos dizer naquele momento. Ela não retrucou quando disse
que viria a delegacia e que gostaria que ela permanecesse em casa.
Só não esperava encontrar Jonh.

– E então?
– É ela. – respondeu Jonh, suspirando. – Foi violentada e
torturada. Está quase irreconhecível, mas sua marca de nascença no
braço não deixa dúvidas.

– Sabe quem foi o responsável por isso?

– Aparentemente, machucar você e sua família requeria


dinheiro. Tem um corte em forma de estrela na coxa dela.

Essa marca era famosa por toda a Chicago, ficou conhecida


principalmente depois que grandes figurões da nossa sociedade
apareceram mortos com aquele símbolo em algum lugar do corpo.
Tratava-se de um grupo de agiotas que não perdoava atrasos nos
pagamentos, muito menos tolerava a falta de pagamentos. Tinha
certeza que esta última opção era o caso de Tanya.

– Foi recentemente?

– Sim. – respondeu Jonh, suspirando novamente. – Foi nessa


madrugada ao que parece. Eles vão investigar o caso, é claro, mas
todos sabem que nada vai ser encontrado e que nos fim das contas, o
caso de Tanya fará companhia aos outros que ainda estão
arquivados. Ninguém consegue pegar essa gangue. Estão pensando
em transferir o caso para o FBI, mas não acredito que vá fazer
alguma diferença.

Nós ficamos em silêncio, olhando para as paredes da


delegacia. Eu nem chegara a entrar afinal. E estava agradecido por
isso. Por mais que Tanya tenha sido uma filha da mãe, não gostaria
que minha última lembrança dela fosse à imagem do seu corpo
mutilado. Tanya era um inimigo declarado, mas nem para o meu pior
inimigo, eu desejaria algo parecido com o que aconteceu.

– Edward, eu...

– Nem comece. Por Deus, nem comece. Nada do que você


dizer vai fazer qualquer diferença. Até papai já desistiu de você. Seu
próprio filho! Isso não te faz sentir nada?

– Tudo que eu queria era que vocês encontrassem a mulher


perfeita. Eu não tive essa oportunidade. A mãe de Carlisle e Alistar
era uma vadia. Me traiu com metade de Chicago. Eu tinha dúvidas
até se meus filhos eram mesmo meus filhos. Não dormi enquanto não
realizei um DNA pra ter certeza. Ela morreu em um acidente de carro
enquanto fugia com um dos seus amantes. Tudo que eu queria era
que nenhum outro Cullen tivesse que passar por isso.
– E olhe onde nós chegamos! Você arruinou a felicidade de Tio
Alistar! Fez de Carmem uma mulher infeliz ao dar esperanças de que
ela viveria a vida que planejou. Me forçou a ficar com uma mulher
que eu não amava! Até a culpa de tudo que Bella passou é sua!

– Eu errei tentando acertar!

– Você errou uma, duas, três, quatros vezes! Só não


desgraçou a vida de papai e Emmett porque eles tiveram a felicidade
de encontrar a mulher perfeita antes que você agisse. E
convenientemente a mulher perfeita vinha de um berço de ouro! Acha
que isso faz alguma diferença? Tanya era de uma família com muito
prestigio. E onde eles estão? Se mudaram pra Portugal no minuto em
que souberam que a filha tinha enlouquecido e que tinha perdido o
marido rico!

– Eu não podia imaginar que isso ia...

– É claro que não! Você nunca pesou os prós ou contras de


nada! Tudo que importasse era que fossemos a família perfeita,
mesmo que fosse apenas aos olhos dos outros! E você nunca vai
mudar Jonh! Sempre vai querer palpitar, nos persuadindo a fazer o
que você quer. E isso não vai acontecer, porque eu não vou permitir!
Eu prometi a minha esposa, a mulher que eu amo, a mãe dos meus
filhos que eu não ia permitir que isso acontecesse de novo. Nossa
família é perfeita. Está feliz. Sem você.

– Mesmo quando decidi que ia tentar pedir desculpas, eu já


tinha me programado pra me afastar da família de vez. Sei que vocês
estão melhores sem mim e que finalmente possuem o que eu sempre
sonhei pra cada um de vocês. Mas talvez devessem pensar que se as
coisas não tivessem acontecido dessa maneira, não iriam estar do
jeito que estão hoje.

– É por isso que eu digo que você nunca vai mudar. O perdão
é algo divino Jonh. Acalenta a alma e o coração. Mas não adianta
prover o perdão a alguém que não o merece. E você não merece. –
suspirei, pegando a chave do carro pra voltar pra casa. – Espero que
seja feliz na sua nova vida. E não volte. Por mais que o sangue Cullen
corra nas suas veias, você não é um de nós.

Jonh ainda estava parado no mesmo lugar quando dobrei a


esquina, acelerando.

–-

– Hei... shiii... não se martirize Edward!


Nossa família tinha ficado espantada ao saber da noticia. Alice,
sendo Alice, quase soltou fogos de artifício. Era mais um capítulo da
nossa história que era finalizado. Infelizmente Tanya e Jonh não
tiveram um final feliz, mas como diz o velho ditado, todo mundo
colhe o que planta. E os dois estavam colhendo os frutos das
sementes podres que plantaram ao longo da vida.

Não entrei em detalhes com ninguém mais da família, além de


Bella, acerca da minha conversa com Jonh. E mesmo quando eu sabia
que tinha tomado a decisão certa em dizer tudo o que tinha dito a ele
e exigir que ficasse longe de nós, ainda doía.

– Eu só queria que ele tivesse sido um avô normal. Mesmo


depois de tudo eu ainda tinha esperanças...

– Eu sei.... estive lá com Renné e Charlie. Acontece que


algumas pessoas não mudam meu amor. E não vale a pena chorar
por elas, sentir dor por elas se elas não sentem isso por si próprias.

Eu assenti, abraçando-a apertado. Logo amanheceria e não


tínhamos nem jantado ainda.

– Vamos comer alguma coisa.

Bella assentiu, pulando da cama.

– Anne está com vontade de comer tomate seco.

– Sempre achei que você teria desejos estranhos.

– Você nem esperou eu terminar. – ela sorriu, pulando no


mesmo lugar. – Tomate seco com requeijão!

Eu ri, pegando-a no colo.

– Então vamos arrumar essa iguaria pra você.

–-

A notícia da morte de Tanya apareceu em todos os jornais e


programas de televisão de Chicago. Nossa família manteve-se calada
e isso desencorajou paparazzis e jornalistas que tinham tentado
arduamente nos fazer dar uma declaração.

Felizmente, conforme o tempo passava, a notícia deixou de ser


novidade e tudo voltou ao normal. Ao menos quase tudo. Bella esteve
um pouco estranha durante esse período e mesmo sabendo que
gravidez afeta o humor das mulheres, eu sabia que esse não era o
problema.

– Até quando você acha que vai ficar me enrolando?

Tínhamos acabado de colocar Luca pra dormir, depois de um


desenho animado assistido em família.

– Sobre o que você está falando?

Eu arqueei a sobrancelha pra ela.

Bella sentou-se na cama, as mãos sobre a proeminente


barriga de seis meses.

– Eu fiquei feliz.

– Fico feliz que você tenha ficado feliz, mas qual é o problema
nisso?

– Fiquei feliz quando soube que Tanya tinha morrido e que


Jonh não seria mais um problema pra temer.

Sentei ao seu lado, passando o braço por seus ombros e


trazendo-a mais pra perto.

– E está tudo bem com isso. Não tem problema em se sentir


assim, vida. Tenho certeza de que você não está feliz acerca de como
foi a morte de Tanya, nem pelo fato de que ela morreu, muito menos
acerca do fato de que Jonh perdeu sua família. Você apenas está feliz
que tudo terminou. Que não precisamos olhar sob nossos ombros,
imaginando se Tanya está nos seguindo, ou ficar apavorado cada vez
que Jonh surge no horizonte. Acabou. Eu fiquei feliz por isso também.
Todos nós ficamos.

– Sério? Não sou uma má pessoa por me sentir assim?

– É claro que não. Você é apenas humana. Uma humana


maravilhosa.

Bella corou, escondendo o rosto eu meu pescoço.

– Eu te amo.

– Também te amo vida. Muito.

–-
Meses depois...

– Respire Bella... um, dois, três, respire. Oh Meu Deus.. Acho


que vou ter um ataque cardíaco.

Sabia que estava fazendo um papelão e que Emmett não


estava perdendo nenhum minuto da minha performance, gravando
tudo. Ele tinha deixado Rose em casa com mamãe o pequeno Rafael
e tomado o posto da filmagem pra si. Rafa era a cara de Emmett e eu
tinha lá minhas desconfianças de que talvez no futuro tivesse que
olhar para o garoto como meu genro. Principalmente porque Bella e
Rose já planejavam o casamento dos dois.

Alice tinha casado há um mês. Uma cerimônia linda no Havaí,


algo que ninguém imaginou, principalmente pra ela. Porém mesmo
sendo em uma praia, o casório foi digno de uma princesa. O batizado
de Rafa seria no mês que vem, mas Bella não conseguiu esperar mais
uns dias pra conciliar os eventos... ou melhor Anne estava impaciente
pra vir ao mundo.

Mamãe tinha ligado para Alice e Jasper e os dois estavam


voando pra cá neste momento. Papai estava achando tudo muito
divertido e ria sem parar, segurando a mão de Luca, enquanto
atravessávamos o hospital na direção do centro cirúrgico.

E eu ainda fazia um papelão.

– Edward. Se acalme meu bem. Está tudo bem.

– Você está com dor.

– Eu sei. – ela respirou fundo, provavelmente sentindo uma


contração. – Mas é inevitável.

Eu choraminguei, apavorado. Estava pressentindo que algo


não estava certo. E isso se confirmou enquanto eu me preparava
para entrar na sala de operações. Nosso médico entrou, os olhos
arregalados.

– Edward...

– O que é? Bella está bem não é?

– Isabella está com a pressão um pouco alta. Não tem


dilatação o suficiente. Não temos alternativa a não ser fazer uma
cesárea.

– Mas...
– Não temos tempo. Você precisa assinar a autorização.

Desnorteado eu assinei o documento, implorei ao médico que


salvasse a minha mulher e me juntei aos outros na sala de espera.

– Mamãe vai ficar bem? – Luca perguntou, enquanto se


aninhava em meu colo. – E Anne?

– Elas vão ficar bem campeão... você vai ver.

–-

– Nunca mais faça isso comigo! Mantenha sua pressão onde


ela deve estar Isabella!

Bella riu, enquanto recebia, feliz, os beijos que eu distribuía


em seu rosto.

– Está tudo bem. O doutor disse que minha pressão se


normalizou antes de Anne nascer.

– Não interessa! Eu quase tive um infarto!

Todos estavam no berçário, babando em Anne. Eu já tinha


estado lá e observado minha linda garotinha. Anne tinha nascido
saudável, linda, com dez dedinhos nas mãos e nós pé e tudo mais
que tinha direito. As enfermeiras, inclusive, comentaram que seus
pulmões eram de qualidade também pelo tanto que ela chorou ao
nascer.

Bella riu, feliz. Mesmo com olheiras e inchada, ela ainda


estava magnífica.

– Como ela é?

– Linda. Tem seus cabelos. E seu nariz.

– E os olhos? Ela tem os seus não é?

– Ela ainda não os abriu vida. E lembre-se que o doutor disse


que a cor pode mudar.

Bella fez um bico, contrariada, mas sua réplica se perdeu


quando todos entraram no quarto com flores, balões e chocolates.

Foi quase uma festa, que terminou alguns minutos depois


quando uma enfermeira muito engraçada, mandou todo mundo pra
casa. Luca foi também, contrariado, mas ficou feliz ao saber que
poderia ver a irmãzinha pela manhã.

Alguma horas depois trouxeram Anne. Os olhos de Bella


encheram-se de lágrimas e eu a acompanhei, observando as duas
interagir como se já se conhecessem a vida inteira. Anne presenteou
Bella ao abrir os olhos. O verde de seus olhos era mais brilhante que
o meu, mas minha representação estava ali.

– Você vai ver. A cor não vai mudar.

Eu sorri, alisando a testa da minha garotinha e beijando a


cabeça de Bella.

– Obrigado vida. Eu te amo. Mais que tudo.

– Também te amo. Muito.

(Cap. 25) EPÍLOGO

EPÍLOGO

– A cor não mudou.

– Papai!

– O que? É minha representação. Tenho que me gabar.

Anne riu enquanto me abraçava, cuidando para não amassar o


vestido de noiva. Seus lindos olhos tinham continuado verdes e isso
enchia meu peito de orgulho, afinal ela era toda Bella.

– Tem certeza que não quer desistir? Ainda dá tempo... eu


mesmo posso descer e dizer aos convidados que...

– Edward Cullen! – Isabella grunhiu, em frente ao espelho,


enquanto terminava de se maquiar. – Peço, encarecidamente, que
você se mantenha calado.

Eu choraminguei, abraçando Anne novamente. Suas


madrinhas apareceram neste momento e ajudaram Anne a conferir se
tudo estava realmente pronto. Eu abracei Isabella por trás, beijando
seu pescoço divino.

– É minha garotinha.
– Ela já é uma mulher Edward. E você não fez esse escândalo
quando Luca se casou ano passado.

– É diferente.

Luca tinha conhecido Isabelle na faculdade de direito e se


apaixonado a primeira vista. Eram mais felizes do que eu podia
querer e já planejavam filhos para o próximo ano.

– Deixe de ser machista meu amor.

Eu corei, fazendo com que Isabella risse e se virasse pra me


beijar. Eu a apertei contra mim, sentindo seu corpo se moldar ao
meu. Isabella era minha metade. Nunca tinha acreditado muito
nessas coisas, mas não podia classificar de outra maneira. Era algo
mágico e me alegrava muito que meus filhos fossem tão felizes
quanto eu. Mesmo que a profecia tenha se realizado e eu agora
olhava para meu sobrinho, Rafael, como meu genro.

O romance dos dois foi um pouco conturbado devido ao fato


de que eram primos. Eles manteram o romance escondido e isso
gerou muitas brigas, mas eu entendia, eles tinham medo de que
fossemos contra o relacionamento dos dois e ficaram muito surpresos
quando aceitamos e demos nossa benção. Só não imaginava que eles
iam casar tão depressa. Era doloroso ver meu bibelô se tornando
esposa e talvez em breve, mãe.

– Obrigada.

– Pelo que vida?

– Por manter sua promessa.

– Me deixa triste vê-los criar asas tão cedo, mas eles são tão
felizes. – beijei sua testa com carinho, alisando suas costas. – Jamais
impediria que eles fossem felizes vida, mesmo que não tivesse
prometido pra você.

Isabella sabia que, mesmo sem ter realmente a genética de


Jonh, eu tinha medo de me tornar como ele. Felizmente isso não
tinha acontecido e meu desempenho como pai tinha sido, modéstia a
parte, muito bom. Bella, se possível, tinha desabrochado ainda mais,
se tornando uma esposa e mãe mais perfeita do que eu podia
imaginar. Nosso passado tinha ficado para trás, e tudo que importava
era construir um futuro bonito e seguro. E nós tínhamos conseguido.

– E pensar que tudo isso começou comigo sendo uma


substituta.
– Você nunca foi substituta vida. Na realidade, tudo que veio
antes, estava substituindo você.

Ela riu, os olhos brilhando.

– Nós não nos conhecíamos Edward...

– Não importa. Eu sabia que ia conhecer você.

– Eu te amo. Mais do que tudo.

– Eu também te amo vida. Obrigado por ter me feito um


homem melhor e completo.

Ela piscou, divertida.

– Não foi tão difícil...

Nós rimos, enquanto eu a abraçava contra mim, pouco me


importando com seu vestido e com seu cabelo. Não que Bella
estivesse ligando.

– Ok. Não adianta enrolar. Você tem que levar sua filha ao
altar.

Respirei fundo, me concentrando na missão.

– Ok. Eu posso fazer isso. Eu sei que posso.

Anne estava divina. Caminhou com segurança ao meu lado,


sorrindo o tempo todo. Rafael a esperava ansioso no altar montado
no jardim da mansão. Ele sorriu pra mim quando lhe entreguei Anne
e não esperou que eu dissesse nada.

– Vou deixar você me bater muito feliz se eu machucá-la.

– Bom. – grunhi, indo me sentar ao lado de Bella. Luca estava


no altar, ao lado de Rafa e ria divertido. Naquele momento, a
verdade desabou sobre mim. – Oh Deus, ela vai mesmo casar!

Bella riu, acompanhada por Rose e Emm que estavam ao seu


lado.

– Sim querido ela vai, mas nunca vai deixar de ser a sua
garotinha ok? Eles ainda são nossos filhos... só vão voar um
pouquinho longe de nós agora.
Alice fungou alto no banco de trás, acariciando a barriga de
oito meses. Eles esperavam o segundo filho, que ninguém tinha ideia
de que ainda viria, já que ela não tinha conseguido engravidar
novamente depois de ter Susan, a melhor amiga de Anne.

– O que foi? – latiu ela, ainda fungando. – Estou sensível ok?

Eu sorri pra ela e Jasper, compadecido. Eu sabia bem como


era.

A festa correu as mil maravilhas. Carlisle e Esme eram as


pessoas mais felizes do mundo e ainda se olhavam como se fossem
adolescentes, mesmo depois de verem os netos casar. Mas era lindo.
De verdade, e eu queria chegar lá com Bella.

– O que foi? – estávamos dançando uma música lenta,


agarradinhos. – Porque está olhando para seus pais desse jeito?

– Estou imaginando como será quando for nós ali, casando os


netos, velhinhos, mas ainda apaixonados. Sem falar que não acredito
que nosso fogo vá apagar algum dia...

Bella corou, escondendo o rosto em meu pescoço. Era incrível


o fato dela ruborizar ainda, depois de tanto tempo.

– Tenho certeza de que você será um coroa bonitão.

Nós rimos e continuamos pintando nosso futuro.

– O que mais posso pedir da vida?

Bella sorriu, maliciosa.

– Talvez você devesse pedir para levar sua linda esposa para o
quarto...

Ninguém pareceu se importar com o fato de que estávamos


escapando. Anne e Rafa já tinham partido para a lua-de-mel e tudo
parecia sob o controle.

Depois de nos despirmos, beijei Bella com vontade, extasiado


por tê-la em meus braços.

– Sei que já disse isso hoje, mas eu te amo vida. Mais que
tudo.

Ela sorriu, parecendo uma deusa.


– Nunca vou cansar de ouvir. Também te amo. Muito.

E aquele era nosso futuro. Amar e pertencer um ao outro para


sempre.

FIM

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