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Brasília-DF.
Elaboração
Produção
APRESENTAÇÃO................................................................................................................................... 5
INTRODUÇÃO...................................................................................................................................... 8
UNIDADE I
AUDITORIA E CONTROLE HOSPITALAR..................................................................................................... 9
CAPÍTULO 1
CONCEITOS BÁSICOS DE AUDITORIA......................................................................................... 9
CAPÍTULO 2
PAPÉIS DE TRABALHO.............................................................................................................. 12
CAPÍTULO 3
PARECER DE AUDITORIA......................................................................................................... 17
UNIDADE II
CUSTOS HOSPITALARES........................................................................................................................ 19
CAPÍTULO 1
FUNDAMENTOS BÁSICOS DA ANÁLISE DE CUSTOS.................................................................... 19
CAPÍTULO 2
AVALIAÇÃO DE ESTOQUES...................................................................................................... 31
CAPÍTULO 3
ANÁLISE DA FOLHA DE PAGAMENTO....................................................................................... 33
CAPÍTULO 4
APURAÇÃO DOS CUSTOS....................................................................................................... 36
CAPÍTULO 5
CUSTOS NO SETOR HOSPITALAR.............................................................................................. 50
UNIDADE III
FATURAMENTO MÉDICO-HOSPITALAR................................................................................................... 59
CAPÍTULO 1
CONCEITUAÇÃO E HISTÓRICO DA AUDITORIA MÉDICA............................................................ 59
CAPÍTULO 2
AUDITORIA HOSPITALAR.......................................................................................................... 65
CAPÍTULO 3
FATURAMENTO MÉDICO-HOSPITALAR...................................................................................... 77
REFERÊNCIAS................................................................................................................................... 106
Apresentação
Caro aluno
A proposta editorial deste Caderno de Estudos e Pesquisa reúne elementos que se entendem
necessários para o desenvolvimento do estudo com segurança e qualidade. Caracteriza-se pela
atualidade, dinâmica e pertinência de seu conteúdo, bem como pela interatividade e modernidade
de sua estrutura formal, adequadas à metodologia da Educação a Distância – EaD.
Pretende-se, com este material, levá-lo à reflexão e à compreensão da pluralidade dos conhecimentos
a serem oferecidos, possibilitando-lhe ampliar conceitos específicos da área e atuar de forma
competente e conscienciosa, como convém ao profissional que busca a formação continuada para
vencer os desafios que a evolução científico-tecnológica impõe ao mundo contemporâneo.
Elaborou-se a presente publicação com a intenção de torná-la subsídio valioso, de modo a facilitar
sua caminhada na trajetória a ser percorrida tanto na vida pessoal quanto na profissional. Utilize-a
como instrumento para seu sucesso na carreira.
Conselho Editorial
5
Organização do Caderno
de Estudos e Pesquisa
Para facilitar seu estudo, os conteúdos são organizados em unidades, subdivididas em capítulos, de
forma didática, objetiva e coerente. Eles serão abordados por meio de textos básicos, com questões
para reflexão, entre outros recursos editoriais que visam a tornar sua leitura mais agradável. Ao
final, serão indicadas, também, fontes de consulta, para aprofundar os estudos com leituras e
pesquisas complementares.
A seguir, uma breve descrição dos ícones utilizados na organização dos Cadernos de Estudos
e Pesquisa.
Provocação
Textos que buscam instigar o aluno a refletir sobre determinado assunto antes
mesmo de iniciar sua leitura ou após algum trecho pertinente para o autor
conteudista.
Para refletir
Questões inseridas no decorrer do estudo a fim de que o aluno faça uma pausa e reflita
sobre o conteúdo estudado ou temas que o ajudem em seu raciocínio. É importante
que ele verifique seus conhecimentos, suas experiências e seus sentimentos. As
reflexões são o ponto de partida para a construção de suas conclusões.
Praticando
Atenção
6
Saiba mais
Sintetizando
Exercício de fixação
Atividades que buscam reforçar a assimilação e fixação dos períodos que o autor/
conteudista achar mais relevante em relação a aprendizagem de seu módulo (não
há registro de menção).
Avaliação Final
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Introdução
Desde o século passado existe uma grande preocupação com os gastos públicos, especialmente
aqueles advindos da rede hospitalar. Economicamente, esta atividade foi oficializada em 1968, a
partir de decisão do Banco Central do Brasil (BCB). No que tange às questões de saúde, as quais
têm-se decisões governamentais, a auditoria tem ampliado seu campo de atuação para a análise
da assistência, que envolve aspectos quantitativos e qualitativos, ou seja, a avaliação da eficiência
do processo de atenção à saúde e a qualidade da atenção em saúde para seus envolvidos, a saber:
paciente-hospital-operadora de saúde.
Na auditoria, são detectadas ausências de dados fundamentais para o esclarecimento das ações
realizadas, bem como registros inconsistentes lançados de forma indevida. A maioria do pagamento
de materiais, medicamentos, procedimentos e outros serviços está vinculada aos registros
de enfermagem. Devido as inconsistentes, ilegíveis e subjetivas anotações, especialmente de
Enfermagem, a prática de glosar itens do faturamento das contas hospitalares tem sido significativa
para o orçamento das unidades hospitalares.
Este Caderno de Estudos e Pesquisa, portanto, tem o objetivo de proporcionar informações acerca
da Auditoria e Controle Hospitalar, com o compromisso de orientar os profissionais da área de
Auditoria em Saúde, para que possam desempenhar suas atividades com eficiência e eficácia.
Objetivos
»» Identificar os aspectos relevantes sobre auditoria na área de saúde.
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AUDITORIA E
CONTROLE UNIDADE I
HOSPITALAR
CAPÍTULO 1
Conceitos básicos de auditoria
“A informação não pode custar mais do que ela pode valer para a administração
da entidade”.
(PADOVEZE)
Desde o século passado existe uma grande preocupação com os gastos públicos, especialmente
aqueles advindos da rede hospitalar. Economicamente falando, esta atividade foi oficializada em
1968, a partir de decisão do Banco Central do Brasil (BCB). No que tange às questões de saúde,
as quais têm-se decisões governamentais, a auditoria tem ampliado seu campo de atuação para
a análise da assistência, que envolve aspectos quantitativos e qualitativos, ou seja, a avaliação da
eficiência do processo de atenção à saúde e a qualidade da atenção em saúde para seus envolvidos,
a saber: paciente-hospital-operadora de saúde.
Na auditoria, são detectadas ausências de dados fundamentais para o esclarecimento das ações
realizadas, bem como registros inconsistentes lançados de forma indevida. A maioria do pagamento
de materiais, medicamentos, procedimentos e outros serviços está vinculada aos registros
de enfermagem. Devido as inconsistentes, ilegíveis e subjetivas anotações, especialmente de
Enfermagem, a prática de glosar itens do faturamento das contas hospitalares tem sido significativa
para o orçamento das unidades hospitalares.
A percepção daquilo que é certo e errado entre os profissionais da equipe multidisciplinar é uma das
principais contribuições no processo de auditoria hospitalar, tornando mais eficiente a assistência
ao paciente por meio de melhor controle sobre o prontuário. Por ser uma área em que ainda existe a
atuação de poucos profissionais, tem-se a necessidade de melhor orientação aos enfermeiros quanto
à importância de sua contribuição, bem como sobre os benefícios de tal serviço.
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UNIDADE I │ AUDITORIA E CONTROLE HOSPITALAR
Finalidades da auditoria
»» Aferir a preservação dos padrões estabelecidos e proceder ao levantamento de
dados que permitam conhecer a qualidade, a quantidade, os custos e os gastos da
atenção à saúde.
Em todas as organizações, comerciais ou não, as pessoas, de alguma forma, praticam o controle interno,
seja no momento de conferir ou organizar suas próprias contas pessoais, quer no planejamento de
relatórios, no ato de aprovar documentos ou mesmo no monitoramento de resultados entre outras
atividades que exercem.
Já faz parte da cultura das organizações, especialmente as organizações de saúde se utilizam dos
especialistas de controles internos para a detecção de erros e fraudes em suas operações.
Há de se ressaltar, segundo o Conselho Regional de Contabilidade do Rio Grande do Sul, que existe
uma grande diferença entre controle interno e auditoria interna.
A diferença existente entre esses dois conceitos é fundamental para eliminar a resistência oferecida
aos consultores de controles internos e obter melhorias significativas nas operações permanentes
da empresa.
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AUDITORIA E CONTROLE HOSPITALAR │ UNIDADE I
controle interno como ponto de partida de seu exame e formulam sugestões de melhorias para
as deficiências encontradas, ambas modificam a extensão de seu trabalho de acordo com as suas
observações e a eficiência dos sistemas contábeis e de controles internos existentes.
No entanto, os trabalhos executados pelos Auditores Internos e Externos têm suas diferenças básicas
caracterizadas por:
A auditoria independente é uma profissão que exige nível superior e é atribuição exclusiva de
bacharel em Ciências Contábeis com registro no Conselho Regional de Contabilidade (CRC) de
sua região. É exigido que o preposto do auditor, em qualquer nível, seja também contador e esteja
devidamente legalizado no CRC regional. Aos auxiliares, níveis iniciais, devem-se exigir que estejam
cursando faculdade de Ciências Contábeis.
Os auditores que pretenderem auditar entidades de capital aberto e aquelas que operam no mercado
financeiro, sujeita ao controle do Banco Central do Brasil, devem estar registrados na Comissão
de Valores Mobiliários (CVM). Para fins de registro na CVM, o auditor deverá comprovar perante
aquela instituição ser probo, ter capacidade profissional e já estar registrado no CRC e exercendo a
profissão de auditor independente por um período não inferior a 5 anos.
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CAPÍTULO 2
Papéis de trabalho
A Resolução do CFC, transcrita na íntegra a seguir, mostra como foram definidos os papéis de
trabalhos diante das auditorias.
Resolve:
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AUDITORIA E CONTROLE HOSPITALAR │ UNIDADE I
Art. 2º Esta Resolução entra em vigor na data de sua publicação, quando ficará
revogado o item 11.1.3. da NBC T 11 – Normas de Auditoria Independente das
Demonstrações Contábeis, publicada no DOU em 21 de janeiro de 1998, seção
1, páginas 47 a 49.
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UNIDADE I │ AUDITORIA E CONTROLE HOSPITALAR
influir sobre o seu parecer, deve gerar papéis de trabalho que apresentem as
indagações e as conclusões do auditor. Ao avaliar a extensão dos papéis de
trabalho, o auditor deve considerar o que seria necessário para proporcionar a
outro auditor, sem experiência anterior com aquela auditoria, o entendimento
do trabalho executado e a base para as principais decisões tomadas, sem
adentrar os aspectos detalhados da auditoria.
11.3.2.3. A forma e o conteúdo dos papéis de trabalho podem ser afetados por
questões como:
a) natureza do trabalho;
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AUDITORIA E CONTROLE HOSPITALAR │ UNIDADE I
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UNIDADE I │ AUDITORIA E CONTROLE HOSPITALAR
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CAPÍTULO 3
Parecer de auditoria
Segundo o Manual de Auditoria, protocolado pelo Conselho Federal de Contabilidade, o parecer dos
auditores independentes é o documento mediante o qual o auditor expressa sua opinião de forma clara
e objetiva, sobre as demonstrações contábeis quanto ao adequado atendimento, ou não, a todos os
aspectos relevantes.
O parecer emitido pelo auditor independente compõe-se basicamente de três parágrafos, como
se segue:
O auditor deve ter como base e fazer referência aos Princípios Fundamentais de Contabilidade como
definidos e aceitos em nosso país.
Tipos de parecer
O parecer sem ressalva é emitido quando o auditor está convencido sobre todos os aspectos
relevantes dos assuntos tratados no âmbito de auditoria. O parecer do auditor independente deve
expressar essa convicção de forma clara e objetiva.
O parecer com ressalva é emitido quando o auditor conclui que o efeito de qualquer discordância
ou restrição na extensão de um trabalho não é de tal magnitude que requeira parecer adverso ou
abstenção de opinião.
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UNIDADE I │ AUDITORIA E CONTROLE HOSPITALAR
O auditor deve emitir parecer adverso quando verificar que as demonstrações contábeis estão
incorretas ou incompletas, em tal magnitude que impossibilite a emissão do parecer com ressalva.
O parecer com abstenção de opinião é emitido quando houver limitação significativa na extensão de
seus exames que impossibilitem o auditor expressar sua opinião sobre as demonstrações contábeis
por não ter obtido comprovação suficiente para fundamentá-la.
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CUSTOS UNIDADE II
HOSPITALARES
CAPÍTULO 1
Fundamentos básicos da análise de custos
Aspectos introdutórios
Custos, uma única palavra que apresenta inúmeros significados. Quando dizemos “esta motocicleta
custa $15.000,00, para quem compra, fica claro o conceito, custo é igual a preço, mas, para
quem produz, seria tão simples conceituar?
Evidentemente teríamos um grande número de adjetivos, tais como: custos fabris, custos diretos, custos
variáveis, custos indiretos, custos de oportunidade etc., portanto, vamos viajar ao passado para tentar
entender a origem dos custos e poder, então, compreender o significado da palavra custos, saber
distinguir a Contabilidade Financeira da Contabilidade Gerencial e compreender a terminologia
geral dos gastos.
Estoques iniciais
(+) Compras
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UNIDADE I │ AUDITORIA E CONTROLE HOSPITALAR
Naquela época, as empresas possuíam processos produtivos muito artesanais e, como consequência,
os únicos custos produtivos considerados eram o valor das matérias-primas consumidas e da mão
de obra utilizada.
Desta forma, as informações relativas aos custos de produção e/ou comercialização, desde que
corretamente organizadas, resumidas e relatadas, constituem uma ferramenta administrativa
altamente relevante. Assim, as informações de custos transformam-se, gradativamente, em
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AUDITORIA E CONTROLE HOSPITALAR │ UNIDADE I
a. Fornecer dados de custos para a medição dos lucros e avaliação dos estoques.
As diferentes contabilidades
Contabilidade Financeira
A Contabilidade Financeira é obrigatória, sujeita às normas e imposições legais. É altamente
normatizada e padronizada podendo se submeter a posterior auditoria.
Contabilidade Gerencial
A Contabilidade Gerencial tem o seu foco principal na tomada de decisão. Não está sujeita às
restrições e imposições legais, é mais dinâmica e ágil e específica para cada negócio.
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UNIDADE I │ AUDITORIA E CONTROLE HOSPITALAR
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AUDITORIA E CONTROLE HOSPITALAR │ UNIDADE I
É necessário saber quais informações serão tratadas (princípio), como será a operacionalização e
como obter a informação (método), quais os custos – fixos, variáveis, ideais, desperdício (princípio),
cálculo dos custos indiretos (método). Custeio variável, custeio por absorção integral, custeio por
absorção ideal ou custo padrão (princípios), RKW, ABC, UEP etc. (métodos).
Por esse motivo, os valores agregados de gastos, relativos aos fatores produtivos, são acumulados na
forma de estoque, sendo considerados, futuramente, como despesas.
Na prestação de serviços, os custos são transferidos de duas formas: de uma só vez, ao final de sua
execução ou de forma contínua (auditoria, consultoria, serviços de telecomunicação etc.).
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UNIDADE I │ AUDITORIA E CONTROLE HOSPITALAR
Essas despesas podem ser especificamente incorridas para a consecução das receitas que estão
sendo reconhecidas (custo de produção do bem vendido ou a despesa de comissão relativa a sua
venda), ou despesas incorridas para a obtenção de receitas genéricas (despesas de administração,
gastos com propaganda etc.).
Na utilização deste princípio, nos defrontamos com algumas situações não muito lógicas, tal como o
gasto com o salário do chefe da fábrica ser apropriado a um produto estocado e só se tornar despesa
por ocasião da venda, enquanto o salário do chefe de vendas vira, de imediato, despesa.
Em uma economia inflacionária, o uso de valores históricos não faz muito sentido. Quando
somamos todos os custos de produção de determinado item, estocamos e levamos a balanço pelo
valor original, demonstramos um ativo que espelha o quanto custou produzi-lo na época em que foi
elaborado, nada tendo a ver com o valor atual de reposição do estoque, nem com o valor histórico
inflacionado (deflacionado) e muito menos ainda com seu valor de venda.
Os estoques são avaliados em função do custo histórico de sua obtenção, sem correção por inflação
ou por valores de reposição.
Em 1987, surge no Brasil, para as companhias abertas, a Correção Integral, sendo aplicada às
demonstrações complementares as exigidas pela legislação societária e fiscal, surgindo aí uma
contabilidade em moeda constante.
Neste caso, é mantido o Custo Histórico como Base de Valor, mas, em moeda forte. Entretanto,
a partir de 1996, entra em vigor a Lei no 9.249/1995 e a Comissão de Valores Mobiliários cria a
Unidade Monetária Contábil (UMC) exatamente para este fim.
Martins (2008) acredita que, quando se acumulam custos de dois, três ou mais meses para
se produzir um bem ou serviço, tem-se no puro custo histórico um instrumento paupérrimo de
informações. Continuando seu raciocínio, Martins (2008) persevera que o correto, tecnicamente,
seria transformar esses diversos custos, originados em momentos diferentes, em quantidades de
moeda constante, o que é a mesma coisa que se efetuar a correção desses valores.
Ainda muito há de se evoluir nosso ordenamento jurídico com relação às legislações societária e
fiscal para que se tenha um melhor entendimento da realidade empresarial, de tal sorte, hoje, as
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AUDITORIA E CONTROLE HOSPITALAR │ UNIDADE I
empresas se veem obrigadas a trabalhar com sistemas paralelos à contabilidade oficial para manter
suas informações de custos (entre outras) em valores que possam ser utilizados para fins gerenciais.
Outro aspecto muito relevante relacionado a esse princípio é o de que só são admitidos para
registro, na Contabilidade, os fatos relativos a gastos efetivos da entidade, tais como, pagamentos
ou promessas de pagamentos pelos bens e serviços recebidos.
Assim, o Custo de Oportunidade deixa de ser contabilizado e também de ser englobado no custo de
produção, pois os estoques não podem ser avaliados com a inclusão desses itens. Em raras exceções,
são aproveitados por empresas concessionárias de serviço público (cias de eletricidade, telefonia
etc.) que contam com legislação especial.
Consistência ou uniformidade
A empresa, ao se deparar com várias alternativas para o registro contábil de um mesmo evento, sendo
todas válidas dentro dos princípios geralmente aceitos, deve adotar uma delas de forma consistente.
Isto significa que a alternativa adotada deve ser utilizada sempre, não podendo mudar o critério
em cada período. Quando houver interesse ou necessidade dessa mudança de procedimento, deve
a empresa reportar o fato em nota explicativa, demonstrando o reflexo ocorrido no resultado em
relação ao que seria obtido caso não houvesse quebra de consistência.
Materialidade ou relevância
Essa outra regra contábil, também muito importante para custos, desobriga de um tratamento mais
detalhado itens cujo valor monetário seja irrelevante com relação aos gastos totais.
Alguns pequenos materiais de consumo industrial, por exemplo, precisam ser tratados como custo
na proporção de sua efetiva utilização; mas, por consistirem em valores irrisórios, costumeiramente
são englobados e totalmente considerados como custo no período de sua aquisição, simplificando o
procedimento por se evitar seu controle e baixa por diversos períodos.
Classificação de gastos
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UNIDADE I │ AUDITORIA E CONTROLE HOSPITALAR
Além disso, este cálculo do custo por produto irá propiciar o estabelecimento do preço final, o custo
unitário por produto, para se conhecer a rentabilidade unitária; o custo por item que compõe o
produto (matéria-prima, mão de obra...), para se comparar com o orçado etc.
Antes de se iniciar o cálculo dos custos, é necessário separar os custos das despesas. Em uma
indústria, geralmente, os custos mais comuns são: matéria-prima, mão de obra, depreciação das
máquinas da fábrica, aluguel da fábrica, imposto predial da fábrica etc.
Portanto, não entram como custo os gastos de escritório (despesas), tais como: salário do pessoal
de vendas, administrativo e financeiro, aluguel do escritório, depreciação de bens do escritório,
imposto predial do escritório etc.
Custos
Custos “são os gastos, não investimentos, necessários para fabricar os produtos da empresa. São
gastos efetuados pela empresa que farão nascer os seus produtos” (PADOVEZE C. L., 2009).
Na visão de Mota (2002), custo é o “gasto relativo a bem ou serviço utilizado na produção de outros
bens ou serviços”.
Despesas
Calcule o custo
Matéria-prima: $500,00
Podemos entender como custos diretos aqueles que podem ser fisicamente identificados a um
objeto de custo. Desta forma, se o objeto de custo é uma determinada linha de produtos, então, os
materiais e a mão de obra envolvidos em sua fabricação seriam custos diretos.
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AUDITORIA E CONTROLE HOSPITALAR │ UNIDADE I
Entretanto, se o objeto de custo for o produto final, os custos diretos são os gastos industriais que
podem ser alocados direta e objetivamente a tal produto.
Os gastos que não podemos medir objetivamente e, portanto, só podem ser alocados de maneira
estimada e muitas vezes arbitrária (como o aluguel, a supervisão, as chefias etc.) são os custos
indiretos com relação aos produtos.
Conforme podemos deduzir da sua própria definição, os custos indiretos só podem ser apropriados
de forma indireta aos produtos, isto é, mediante estimativas, critérios de rateio, previsão de
comportamento de custos etc. Todas essas formas de distribuição contêm, em menor ou maior grau,
certo subjetivismo; portanto, a arbitrariedade sempre vai existir nessas alocações, sendo que, às
vezes, ela existirá em nível bastante aceitável e, em outras oportunidades, só a aceitamos por não
haver alternativas melhores (há recursos matemáticos e, estatísticos que podem ajudar a resolver
esses problemas, mas nem sempre é possível sua utilização).
A primeira medida a ser tomada é a separação entre custos e despesas, iniciando aí o surgimento
de aspectos subjetivos inerentes aos processos de rateio. Vamos imaginar que a empresa tenha
suas instalações em imóvel alugado, portanto, tendo a necessidade de separar a parte que cabe à
produção (custo) da parte que cabe aos setores administrativos e de vendas (despesa). O critério de
rateio que vai ser primeiramente lembrado será o de área ocupada por cada um.
Nesta linha de raciocínio, podemos, ainda, levantar um segundo problema: suponhamos que
o imóvel esteja situado em uma quadra inteira e que a frente da empresa dê para uma rua de
grande importância, tendo um alto valor de locação, e os fundos para uma rua secundária de valor
comercial inferior. Na frente vão estar posicionados a exposição de vendas, a diretoria etc., e nos
fundos as instalações fabris. Em função dessa disposição, o valor locativo da parte administrativa
e de vendas pode ser várias vezes superior ao valor locativo da parte fabril; se dividirmos o aluguel
inteiro com base em área ocupada, estaremos atribuindo o mesmo montante por metro quadrado
à fábrica e à exposição de vendas. Talvez houvesse necessidade então de se fazer uma ponderação
baseada em um valor estimado de locação de cada setor para se proceder a uma distribuição
“menos injusta”.
Além dos critérios observados, com relação ao aluguel, há inúmeros outros, como exemplo:
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UNIDADE I │ AUDITORIA E CONTROLE HOSPITALAR
Para se determinar o melhor critério, rateio, ou pelo menos minimizar erros, seria necessário uma
análise dos itens que compõem o total dos custos indiretos de fabricação.
a. Os maiores itens dos gastos gerais de fabricação são energia elétrica, depreciações
de máquinas, manutenção e lubrificantes, que respondem por 80% daquele total;
o restante é mão de obra direta (MOD) e outros custos irrelevantes. Logo, já que o
fator mais relevante dos gastos gerais de produção é a existência e a utilização de
máquinas, sem dúvida, poderíamos eleger o rateio com base no número de horas-
máquinas como o mais adequado.
b. Se, por outro lado, verificarmos que o mais importante item é a mão de obra indireta
e seus encargos sociais, pelo fato de haver uma supervisão cara, e esta supervisão
se devesse basicamente ao controle do pessoal direto de produção, não haveria,
também nessa hipótese, dúvida em se fazer a distribuição com base na mão de obra.
c. Imaginando, entretanto, em um caso bastante especial, que o peso maior dos gastos
gerais de fabricação (GGF) fosse devido à existência de uma câmara frigorífica
destinada à manutenção da matéria-prima (MP) em determinada temperatura
até o momento de sua utilização; os GGF seriam basicamente depreciação dessa
câmara frigorífica, energia e manutenção, e mesmo a mão de obra indireta poderia
estar quase totalmente vinculada a ela. Assim, a apropriação com base no volume
de matéria-prima seria uma prática aceitável.
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AUDITORIA E CONTROLE HOSPITALAR │ UNIDADE I
d. O gasto geral de fabricação poderia ter mais de um grande fator de influência e, por
isso, poderiam ser aceitos critérios com base também em mais de uma referência
(matéria-prima mais mão de obra direta, por exemplo).
Deste modo, para haver uma alocação mais adequada dos gastos gerais de fabricação é mister que
se faça uma análise de seus componentes e se verifique quais critérios de rateio melhor relacionam
esses custos com os produtos.
Portanto, é necessário também que o profissional que decide normalmente sobre a forma
de apropriação de custos (contador de custos, controller, diretor financeiro etc.) conheça
detalhadamente o sistema de produção. O desconhecimento da tecnologia de produção pode
provocar aparecimento de impropriedades de vulto na apuração dos custos. Por este motivo, é
altamente recomendável que profissionais da área de produção participem ativamente do processo
de identificação das bases de rateio.
Além de seu agrupamento em diretos e indiretos, os custos podem ser classificados de outras
formas diferentes.
A mais importante de todas as classificações leva em consideração a relação entre o valor total de
um custo e o volume de atividade numa unidade de tempo. Divide basicamente os custos em fixos
e variáveis.
Podemos citar, como exemplo, o valor total consumido dos materiais diretos por mês depende
diretamente do volume de produção. Quanto maior a quantidade produzida, maior seu consumo.
Dentro, portanto, de uma unidade de tempo (mês, nesse exemplo), o valor do custo com tais
materiais varia de acordo com o volume de produção; logo, materiais diretos são custos
variáveis.
A separação em custos fixos e variáveis também tem outro aspecto importante: considerando a
relação entre período e volume de atividade, não se está comparando um período com o outro. Essa
conclusão tem muita importância na prática para não se confundir custo fixo com custo recorrente
(repetitivo). Por exemplo, se a empresa adota um sistema de depreciação com base em quotas
decrescentes e, com isso, atribui para cada período um valor diferente desse custo, continua tendo
na depreciação um custo fixo, mesmo que a cada período ele seja de montante diferente. Isso ocorre
porque a depreciação não depende do volume produzido.
Podemos citar outros exemplos da mesma natureza: a conta de telefone da fábrica – pode ter seu
valor diferente em cada mês, mas não é um custo variável, pois seu montante não está variando em
função do volume de produtos feitos, da mesma forma a mão de obra indireta que pode variar de um
período para o outro, independentemente do volume produzido.
29
UNIDADE I │ AUDITORIA E CONTROLE HOSPITALAR
Martins (2008) alerta para o fato de que os custos fixos não são, mesmo os repetitivos, eternamente
do mesmo valor. Sempre há pelo menos duas causas para sua modificação: mudança em função de
variação de preços, de expansão da empresa ou de mudança de tecnologia. Continuando, Martins
(2008) cita como exemplo o valor da mão de obra indireta que pode subir em determinado mês
em função de um dissídio; o aluguel pode crescer em virtude da adição de mais um imóvel; e a
depreciação pode também aumentar pela substituição de uma máquina velha por outra moderna e
mais cara.
Alguns tipos de custos têm componentes das duas naturezas. A energia elétrica é um exemplo, já
que possui uma parcela que é fixa e outra variável; aquela é independente de volume de produção
e é definida em função do potencial de consumo instalado, e esta depende diretamente do
consumo efetivo.
30
CAPÍTULO 2
Avaliação de estoques
O custo médio
Se a empresa adquire matéria-prima especificamente para uso em uma ordem de produção
ou encomenda, não existirá dúvidas do quanto lhe atribuir – o preço de aquisição. No entanto,
quando se adquire diversos materiais iguais, por preços diferentes, em diferentes datas, e sendo
intercambiáveis entre si, depare-se com algumas alternativas, vejamos:
Quadro 1
»» Custo médio ponderado fixo: esta forma de cálculo é utilizada para avaliar o
custo médio apenas no final do período ou se a empresa decidir apropriar a todos
os produtos fabricados no período um único custo por unidade. Neste caso, seria
necessário primeiro calcular o custo médio global do período e então apropriar o
custo da matéria--prima consumida. No exemplo acima, podemos calcular o Custo
Médio Global $11,10 ($33.300/3.000) e aplicá-lo à quantidade consumida, que
nos resultaria em um custo de $19.980 (1.800 x $11,10), portanto maior do que o
calculado pela média móvel. Por esse motivo, esta forma de cálculo não é aceita pela
legislação fiscal brasileira.
Podemos concluir, portanto, que mesmo com a utilização do custo médio, os valores de materiais
podem variar dependendo da forma utilizada para o cálculo.
31
UNIDADE I │ AUDITORIA E CONTROLE HOSPITALAR
Neste caso, não faz diferença avaliar os estoques durante ou apenas ao final do período. A observação
mais importante que podemos depreender é o efeito fiscal que, por atribuir custos mais antigos aos
produtos, ocasiona, naturalmente pela tendência crescente dos preços de mercado, um lucro maior
e, consequentemente, tributação maior do resultado. Não será nenhuma surpresa afirmar que esse
método é aceito pela legislação fiscal brasileira.
O risco que se corre na utilização desse método é que, observando o exemplo anterior, podemos
verificar que o estoque de materiais está avaliado por preços antigos. Quando houver a utilização
desse estoque, sem que tenha havido compras adicionais, ele será apropriado ao produto, que
estará subavaliado em comparação aos preços recentes, aparecendo neste momento o resultado
não apresentado anteriormente.
32
CAPÍTULO 3
Análise da folha de pagamento
Em decorrência da nossa Legislação Trabalhista, é preciso calcular, para cada empresa ou para cada
departamento, qual o valor a ser atribuído por hora de trabalho, incluindo os repousos semanais
remunerados, as férias, o 13o salário, a contribuição ao INSS, a remuneração dos feriados, as faltas
abonadas por gala, nojo etc., além de vários outros direitos garantidos por acordos ou convenções
coletivas de trabalho das diversas categorias profissionais. Mas quanto monta esse total?
A maneira mais fácil de calcular esse valor é a empresa apurar o gasto que lhe cabe por ano e dividi-lo
pelo número de horas em que o empregado efetivamente se encontra à sua disposição, por exemplo:
Vamos admitir que um operário seja contratado por $10,00/h. – a jornada máxima permitida pela
Constituição brasileira é de 44 horas semanais – (sem considerar horas-extras), em uma semana de
seis dias, sem a compensação do sábado, a jornada máxima diária será de 7,3333 horas (44 ÷ 6) que
equivalem a 7 horas e 20 minutos.
Dessa forma, pode-se estimar o número máximo de horas que um trabalhador pode oferecer
à empresa:
33
UNIDADE I │ AUDITORIA E CONTROLE HOSPITALAR
Total $29.700,33
Salário-Educação 2,50%
INCRA 0,20%
SEBRAE 0,60%
Total 36,80%
S40.630,05 ÷ 2.016,7h =
$20,14
Esses encargos sociais, mínimos, tendo em vista não estarem sendo computados outros gastos, tais
como: aviso-prévio, multa do FGTS (40,00%) na despedida, indenização compensatória, tempo
de dispensa na despedida, faltas abonadas etc., como também foi considerada a jornada máxima
permitida de 44 horas semanais, ocasionam um acréscimo de (20,14 ÷ 10,00) – 1 = 101,4% sobre
o salário contratado. Portanto, o valor a ser atribuído por hora trabalhada será de $20,14 e não os
$10,00 contratuais.
Os valores apresentados neste exemplo são apenas uma indicação de raciocínio, cada empresa deve
elaborar seus próprios cálculos, já que há variações caso a caso, não devendo o leitor admiti-los
como únicos nem aceitá-los sem uma análise com o pessoal especializado da área.
34
AUDITORIA E CONTROLE HOSPITALAR │ UNIDADE I
Nessa linha de raciocínio, poderíamos subclassificar a mão de obra indireta sempre como:
»» aquela que pode, com menor grau de erro e arbitrariedade, ser alocada ao produto,
como a de um operador de grupo de máquinas;
»» aquela que só é apropriada por meio de fatores de rateio, de alto grau de arbitrariedade,
como os das chefias de departamentos etc.
Com a evolução tecnológica, há uma tendência de que se reduza, cada vez mais, a proporção de
mão de obra direta no custo dos produtos. Martins (2008) persevera que “a mecanização e a
robotização reduzem o número global de pessoas, especialmente daquelas que operam diretamente
sobre o produto”.
Cita ainda Martins (2008) alguns exemplos mais comuns de mão de obra direta: torneiro, prensista,
soldador, cortador, pintor etc. e de mão de obra indireta: supervisor, encarregado de setor, carregador.
35
CAPÍTULO 4
Apuração dos custos
3o Passo – Apropriação dos custos indiretos que pertencem, visivelmente, aos departamentos,
agrupando, à parte, os comuns.
4o Passo – Rateio dos custos indiretos comuns e dos da Administração Geral da produção aos
diversos departamentos, quer de produção quer de serviços.
5o Passo – Escolha da sequência de rateio dos custos acumulados nos departamentos de serviços e
sua distribuição aos demais departamentos.
6o Passo – Atribuição dos custos indiretos que agora só estão nos departamentos de produção aos
produtos segundo critérios fixados.
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AUDITORIA E CONTROLE HOSPITALAR │ UNIDADE I
Departamentalização
Conforme nos demonstra o ilustre Professor Dr. Antonio Gustavo da Mota, podemos entender o
seguinte.
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UNIDADE I │ AUDITORIA E CONTROLE HOSPITALAR
Porque departamentalizar?
Para uma racional distribuição dos custos indiretos, pois a simples alocação aos
produtos, em determinadas empresas, não espelha a correta apropriação dos custos
aos produtos.
Sistemas de custeio
Custeio por absorção ideal: todos os custos são identificados com os produtos de acordo com sua
utilização eficiente. Os custos ineficientes (desperdícios) são do período. Tem como objetivos principais
o apoio ao controle e ao processo de melhoria contínua da empresa, como também a quantificação
do desperdício.
Custeio por absorção é o método derivado da aplicação dos Princípios Fundamentais de Contabilidade.
Esse método foi derivado do sistema desenvolvido na Alemanha, no início do século XX, conhecido
por RKW (Reichskuratorium für Wirtschaftlichtkeit).
Consiste na apropriação de todos os custos (diretos e indiretos, fixos e variáveis) causados pelo uso
de recursos da produção aos bens elaborados, e só os de produção, isto dentro do ciclo operacional
interno. Todos os gastos relativos ao esforço de fabricação são distribuídos para todos os
produtos feitos.
É útil em empresas que tem processo de produção pouco flexível e com poucos produtos.
A auditoria externa tem-no como base. Dessa forma, são perfeitamente inventariáveis e tratados
como custos dos produtos acabados e em elaboração. Apesar de não ser totalmente gerencial, é
aceito para fins de avaliação de estoques (para apuração do resultado e para o próprio balanço).
Características
38
AUDITORIA E CONTROLE HOSPITALAR │ UNIDADE I
5. é útil nas empresas que têm processo de produção pouco flexível e poucos produtos;
Vantagens
Desvantagens
A aplicação do custeio por absorção pode ser feita levando-se em conta a departamentalização ou
não. Isto após ser feita uma avaliação criteriosa da composição dos custos, para verificar o volume
dos custo indiretos, conforme a convenção da materialidade. Vejamos os exemplos seguintes.
Uma fábrica produz dois produtos 1 e 2 e tem a composição dos seus custos formada por:
Indiretos
Depreciação 3.000,00
MO Indireta 3.000,00
Manutenção 3.000,00
Total 12.000,00
* a MP foi alocada aos produtos com base no sistema de controle de estoques que a empresa dispõe.
** a MOD foi alocada com base nas apontações das horas trabalhadas para cada produto.
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UNIDADE I │ AUDITORIA E CONTROLE HOSPITALAR
Os custos diretos são transferidos aos produtos por meio do consumo efetivo e pelo tempo de
produção de cada produto, não havendo grandes dificuldades nestes cálculos.
Já os custos indiretos, como o próprio conceitos exprime, não têm uma identificação clara para com
os portadores finais, necessitando de critérios de rateio para sua alocação.
O processo mais simples é alocar tais custos tendo uma única base, como, por exemplo, a proporção
de custos diretos que cada produto consome ou o valor da mão de obra direta, entre outros critérios.
Quando da opção pelo cálculo com base na departamentalização, deve-se seguir alguns passos
básicos. O exemplo abaixo descreve todos os passos partindo do levantamento dos dados até a
contabilização.
O primeiro passo a ser dado para a realização de uma Contabilidade de Custos consiste no
levantamento dos gastos do período.
40
AUDITORIA E CONTROLE HOSPITALAR │ UNIDADE I
O quarto consiste na alocação dos custos indiretos aos departamentos produtivos e auxiliares.
Os centros auxiliares subdividem-se em centros auxiliares comuns, que prestam serviços a outros
centros de custos, de todas as funções, e centros auxiliares da produção, que prestam serviços apenas a
centros produtivos.
Algumas espécies (ou elementos ) de custos identificam-se imediata e diretamente com determinado(s)
setor(es), podendo ser alocados diretamente ao(s) centro(s) respectivo(s). Outras espécies (ou
elementos) de custos se identificam apenas indiretamente com os respectivos setores, necessitando
de uma base de rateio para sua alocação aos centros de custos. Neste caso, ao efetuar-se o rateio
procura-se respeitar o principio causal.
O quinto é o rateio dos custos indiretos auxiliares, comuns e da produção, aos respectivos setores
demandantes de seus serviços, os centros da produção, de acordo com uma chave de rateio e uma
base de rateio lógicas.
A prestação de serviços por parte dos centros auxiliares ocorre para os centros de produção, de
vendas, de distribuição e para próprios centros auxiliares.
Os centros auxiliares prestam serviço típica e quase que exclusivamente de natureza a outros
centros de custos.
Para que seja possível apropriar os custos dos centros auxiliares prestadores de serviços aos centros
usuários, compete a identificação de medidas que expressem uma relação de causa e efeito entre
serviços recebidos e custos a serem atribuídos. Essas medidas são próprias e específicas de cada
centro de custos, podendo ser simples, ou, então, compostas. Sua denominação técnica costuma ser
chave de rateio. A chave de rateio dos custos dos centros auxiliares pode ser a área útil ocupada
(manutenção de prédios), o número ou o valor de requisições (almoxarifado), o tempo gasto na
execução do serviço (oficina mecânica), a potência instalada em cada centro de custos (gerador de
energia) ou ainda o número de empregados lotados em cada centro de custos (assistência médica).
Como cada centro auxiliar presta serviços a centros de produção, distribuição, vendas e administração
e aos demais centros auxiliares, pode haver interdependência de serviços, face o que se recomenda
uma adequada operacionalização dos rateios.
Para evitar que ocorra, no esquema, o chamado RATEIO RETROATIVO (rateio para trás), é
importante ordenar adequadamente a sequência dos centros de custos auxiliares.
Essa ordenação deve ser processada de forma que sempre centros anteriores prestem serviços para
centros posteriores e seja evitado o contrário.
O sexto é o cálculo do CUSTO FINAL dos centros de custos produtivos e o somatório dos CUSTOS
PRIMÁRIOS dos centros de produção com os CUSTOS SECUNDÁRIOS dos centros de custos
auxiliares rateados aos produtivos.
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UNIDADE I │ AUDITORIA E CONTROLE HOSPITALAR
O sétimo consiste na especificação dos COEFICIENTES SELETIVOS, para servir de base de cálculo
do custo unitário de cada centro de custos produtivos bem como dos ÍNDICES DE APROPRIAÇÃO,
para o cálculo de custo unitário dos centros de distribuição, vendas e administração ou dos
respectivos percentuais de sobrecusto.
O oitavo consiste no cálculo dos custos setoriais unitários. Está concluída a etapa de cálculo dos
custos setoriais indiretos, com auxílio do mapa de localização de custos.
A partir daí, inicia o cálculo do custo dos produtos propriamente ditos, onde custos e despesas
indiretos são apropriados aos produtos ou serviços produzidos (no período de referência) com
auxílio de boletins de apropriação de custos aos produtos (individualizados) ou de mapa de
apropriação de custos aos produtos (grupalizados).
O nono consiste na determinação dos insumos físicos por produto, seja quanto aos materiais
básicos (diretos) e mão de obra direta utilizados, seja quanto aos custos setoriais consumidos.
O décimo consiste no cálculo do custo por produto, total e unitariamente, no boletim de apropriação
de custos.
( = ) C.P.V.
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AUDITORIA E CONTROLE HOSPITALAR │ UNIDADE I
Matéria-Prima
O método de custeio direto, ou variável, propõe que os embarques de custos, classificadas por
espécie (natureza) de custos, sejam analisadas e reclassificadas em custos fixos e custos variáveis.
2. atribuir ao custo final dos produtos somente as cargas variáveis, obtendo-se, assim,
um custo final variável dos produtos.
Os usuários do custeio direto ou variável (direct costing) sugerem que, no cálculo dos custos finais
por produto, sejam considerados apenas os custos variáveis e que os custos fixos sejam levados em
sua totalidade ao resultado do período, por não serem considerados como elementos componentes
do custo dos produtos, conseguindo-se, assim, o custo variável final dos produtos.
As cargas de custos fixos não são consideradas custos do período, isto é, contabilmente, despesas
operacionais.
Esta metodologia pode ser justificada pelo conceito de custo do período, isto é, os custos de produção
fixos e as despesas de comercialização, distribuição e administração fixas são custos (contabilmente,
despesas operacionais) do período e não do produto.
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UNIDADE I │ AUDITORIA E CONTROLE HOSPITALAR
A aplicação de um ou de outro método para o cálculo do custo dos produtos incide, de maneira
direta, em duas questões:
No Brasil, o método de custeio direto ou variável não é aceito para fins contábeis e fiscais, de valoração
de estoques e de determinação do resultado do período, por ferir os Princípios Fundamentais de
Contabilidade. Ele somente pode ser utilizado para fins gerenciais, de tomada de decisão, sobretudo
a curto prazo.
Os dois métodos de custeio global (full costing) e o variável (direct costing) são irreconciliáveis
formalmente, isto é, não podem ser aplicados concomitantemente, em uma só vez.
Para finalizar, com base no custeio variável, só são alocados aos produtos os custos variáveis, sendo
os custos fixos separados e considerados como despesas do período, lançados diretamente para o
resultado do exercício; no estoque, só serão considerados, consequentemente, os custos variáveis
(indiretos e/ou diretos), motivo que leva a legislação a não aceitá-lo, ou, ainda, dentro deste método,
os custos variáveis são considerados como atribuíveis aos produtos e, por conseguinte, debitados na
produção e incluídos no custo dos estoques – é o caso de materiais e mão de obra direta. Já os custos
fixos são tratados como despesas do período e, portanto, não são ativados na conta de estoques.
Características
Vantagens
1. enfoque gerencial;
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AUDITORIA E CONTROLE HOSPITALAR │ UNIDADE I
3. permite uma análise da contribuição direta de cada produto para com os resultados,
pela análise da margem de contribuição;
Desvantagens:
3. deve ser avaliado com detalhe em empresas de elevado Ativo Imobilizado, pois não
considera a depreciação, quando esta for calculada pelo método linear ou outro
método que a transforme em um custo fixo;
4. exclusão dos CFs indiretos para a valoração do estoque causa subavaliação. Fere os
princípios contábeis.
Custeio ABC1
O método de custeio ABC tem como objetivo identificar os recursos disponíveis na organização
e associá--los, por meio de geradores de direcionadores de custos (cost-drivers) primários, às
atividades executadas. Em seguida, estas atividades são associadas a outras atividades ou a objetos
de custo mediante geradores de custo secundários. Objetos de custo constituem os produtos, os
clientes, os mercados ou qualquer outra entidade interna ou externa à empresa que consomem
atividades e que geram custos e/ou receitas.
Como exemplo, podemos citar um evento empresarial que demanda recursos multifuncionais e
recursividade de atividades, como é o caso da venda de um produto. Este evento requer a execução das
seguintes atividades principais: identificação e conquista do cliente, contato e contratação da venda,
identificação da disponibilidade de produtos, emissão do pedido de vendas, preparação do produto
e da embalagem, expedição e transporte do produto, emissão da nota fiscal e cobrança do cliente,
recebimento da fatura, assistência técnica ao cliente e garantias do produto. Como podemos notar,
vários departamentos estão envolvidos em um mesmo evento, que no caso são os departamentos de
marketing, vendas, expedição, financeiro, produção, logística e assistência técnica.
Outro complicador diz respeito aos efeitos temporais, pois um evento atual envolve atividades muitas
vezes desenvolvidas hoje, atividades já desenvolvidas em meses anteriores e atividades a serem
desenvolvidas em meses seguintes. Como fazer para analisar se este evento trouxe ou não rentabilidade
para a empresa se o sistema de custo atual é baseado em regime de competência de exercícios e,
portanto, é rígido quanto à temporalidade dos custos? O sistema de custos tradicional nos moldes
1 Disponível em <http://www.webartigos.com/articles/4161/1/a-metodologia-abc-na-estrategia-de-custos/pagina1.html>.
45
UNIDADE I │ AUDITORIA E CONTROLE HOSPITALAR
atual está muito mais orientado à análise funcional de custos e ao acompanhamento orçamentário por
centro de custos do que às análises para tomada de decisões estratégicas e operacionais.
Mas como o ABC pode ajudar? Os principais benefícios do ABC residem na sua linguagem, que
se aproxima das áreas operacionais, da possibilidade de rastreamento dos custos por meio dos
departamentos/atividades, criação de uma sistemática de análise de resultado por evento, o que
independe, do aspecto temporal das atividades complementares a este evento, a criação de objetos
de custos novos, como clientes e mercados (diferentemente do sistema tradicional que visa somente
à apuração de custos do produto), o entendimento de que tudo que se gasta é custo e, portanto,
deve agregar valor ao cliente e, finalmente, pela alocação mais precisa de custos de overhead,
normalmente apropriado ao produto por critérios de rateio pouco racionais.
O objetivo principal do sistema ABC é a alocação racional dos gastos indiretos aos bens e serviços
produzidos, proporcionando um controle mais apurado dos gastos da empresa e melhor suporte nas
decisões gerenciais, além de:
›› frequência de cálculo;
›› custos de preparação;
›› ordens de produção.
O custo por atividades registra o consumo dos recursos na execução de atividades, visto que os
produtos consomem atividades e materiais.
O sistema de custeio por atividades distribui materiais e todas as atividades são rastreáveis aos
produtos com base no consumo de cada uma.
A base do funcionamento do Sistema de Custo ABC pode ser classificada em duas categorias:
O produto de uma atividade deverá estar sempre ligado à satisfação de uma necessidade de um
cliente interno (outro setor da empresa) ou de um cliente externo (consumidor final).
O custo por atividades representa uma grande mudança em relação ao Sistema Tradicional de
Contabilidade de Custos. As diferenças são as seguintes.
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AUDITORIA E CONTROLE HOSPITALAR │ UNIDADE I
O sistema ABC se diferencia dos custos tradicionais no momento em que os custos começam a
ser computados, por exemplo, em um processo industrial, os custos gerados pelo recebimento
da matéria--prima são considerados na formação do custo do produto. Nos custos tradicionais, a
acumulação dos custos dos produtos inicia-se somente com o processamento da matéria-prima.
No ABC, são computadas, também, as despesas que irão decorrer de garantia e atendimento ao
consumidor após o momento da entrega do produto. Nos sistemas tradicionais, não existe este tipo
de preocupação, sendo o custo do produto encerrado no momento da sua passagem ao estoque de
produtos acabados.
A mão de obra direta é debitada à atividade (processo) e não ao produto. Esta abordagem elimina a
necessidade de apropriar a mão de obra ao produto.
A identificação ou o rastreamento direto das atividades aos produtos reduz o valor das despesas
indiretas de fabricação a ser distribuído aos produtos.
O rastreamento direto das atividades aos produtos não distingue os custos diretos dos indiretos.
O custo é atribuído diretamente sempre que pode ser estabelecida uma relação de causa e efeito
entre a atividade e o produto.
Os custos rastreáveis de marketing, vendas, engenharia e outros custos de suporte são também
debitados diretamente aos produtos. Assim, enfocamos o custo total da empresa e não apenas o
custo de produção.
Muitos custos incorridos durante o ciclo de vida do produto, que tradicionalmente são considerados
despesas, serão agora rastreados aos produtos e distribuídos ao longo de sua existência.
O custo do ciclo de vida propicia à administração uma visão da lucratividade em longo prazo,
permite combinar melhor as estratégias de preços ao custo dos produtos nos diferentes estágios
do ciclo de vida e torna possível a quantificação do impacto no custo das alternativas de projeto do
produto e do processo.
O impacto das variações de volume das atividades no custo do produto também pode ser quantificado.
Medidas não financeiras de desempenho são incorporadas para avaliação global do desempenho
do produto.
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UNIDADE I │ AUDITORIA E CONTROLE HOSPITALAR
Podemos inferir que o sistema ABC pode ser adotado nas áreas administrativas e comerciais da
empresa da mesma forma que é empregada na área de produção, iniciando pela análise da estrutura
dos gastos dessas áreas com a determinação dos fatores que deram origem à demanda de acordo
com as funções desempenhadas.
O sistema de custo ABC tenta sanar um problema crônico existente nos sistemas tradicionais, que
é o rateio dos custos indiretos da fabricação, baseado em critério, arbitrariamente selecionados.
O sistema ABC diminui alocações de custos com base em rateios, pois, mediante pesquisas em
processos, procura localizar as origens dos custos, podendo assim alocá-los com mais exatidão aos
bens e serviços produzidos.
Dois fatores são determinantes para o tipo de custeio a ser utilizado, se por ordem ou por processo
(contínuo).
Na produção por ordem, os custos são acumulados numa conta específica para cada ordem ou
encomenda. Essa conta só para de receber custos quando a ordem estiver encerrada.
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AUDITORIA E CONTROLE HOSPITALAR │ UNIDADE I
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CAPÍTULO 5
Custos no setor hospitalar
Conceito
A Contabilidade de Custos apresenta uma série de informações para o controle dos gastos internos.
Para o levantamento dos custos hospitalares, é necessário conhecer os elementos que constituem
tais custos.
Martins (2003, p. 25) define custo como um gasto relativo a um bem ou serviço utilizado na produção
de outros bens e serviços.
O gasto é reconhecido como custo no momento da utilização dos fatores de produção (bens e
serviços) para a fabricação de um produto ou execução de um serviço.
Para Martins (2000), a gestão dos custos hospitalares apresenta os seguintes objetivos:
Finalidade
Auxiliar os gestores no processo decisório.
Segundo Falk (2001), o foco da Contabilidade de Custos Hospitalares é maximizar os custos para
aumentar a receita obtida mediante reembolso baseado em custos.
A elevação dos gastos com saúde levou o governo, as seguradoras e as organizações privadas voltadas
para convênios médicos a conduzirem esforços para conter esses custos, considerando que variavam
por pacientes, dependendo, por exemplo, da severidade da doença e do prazo médio de permanência
no hospital.
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AUDITORIA E CONTROLE HOSPITALAR │ UNIDADE I
Como o produto hospitalar é um produto único, sem similar, a contabilidade de custos hospitalares
necessita de ferramentas próprias e de definições específicas. O produto hospitalar é um produto
diversificado, com múltiplas alternativas, pois os procedimentos, além de numerosos, apresentam
evolução técnica contínua. O produto médico-hospitalar apresenta alto grau de instabilidade e
de imprevisão e as estatísticas em termos de procedimentos revelam variações muito grandes, por
exemplo, no consumo de materiais e medicamentos que dificultam as previsões. A atividade médico-
hospitalar apresenta alto grau de risco quanto ao seu êxito final, o óbito é uma realidade cotidiana.
Finalmente, a Medicina, sendo mais arte que ciência, a subjetividade supera a objetividade, o que
obriga o hospital, para sua avaliação de desempenho, elaborar um programa de Contabilidade de
Custos próprio, que ultrapasse as limitações de uma simples avaliação de custos, necessitando
desenvolver uma técnica que procura evidenciaros resultados.
Teoria e princípios
O custo total da produção das empresas pode ser levantado diretamente pela Contabilidade Geral.
Cada produto da empresa tem os seus custos medidos proporcionalmente a todos os recursos,
51
UNIDADE I │ AUDITORIA E CONTROLE HOSPITALAR
onde a soma dos custos de todos os produtos representa o custo total dos produtos das empresas.
A Contabilidade Geral não alcança o custo de cada atividade, porque diversas atividades utilizam
recursos comuns a outras atividades. Em outras palavras, existem atividades dependentes de outras
de modo não exclusivo.
A Contabilidade de Custos vai definir o custo de cada atividade, considerando os diversos elementos
que compõem os custos de cada atividade, a partir de princípios claramente definidos.
2. Centro de custo: é o setor, seção, ponto de referência que gera despesas. Os centros
de custos produtivos, além de despesas, geram receitas. São chamados também de
centro de custos principais, contrapondo-se aos centros de custos auxiliares que
fornecem a infraestrutura para os centros de custos principais trabalharem.
4. Custos fixos: são os custos que se mantêm iguais mesmo quando existe variação
de volume de atividade, ao contrário dos custos variáveis que oscilam em função
da produção. As noções de custos fixos e custos variáveis são importantes para a
análise do desempenho mais do que para a elaboração da contabilidade de custo,
sendo um conceito de gerenciamento e não técnico.
O sistema tradicional de custo leva em consideração o volume das atividades desenvolvidas, calculando
o custo da produção efetivamente realizada. Na indústria, costuma ser aplicada em unidades produtivas
com alto índice de especialização, onde o leque de produtos é muito limitado com pouca diferenciação
quanto às especificações. O sistema tradicional não leva em consideração o fato da ociosidade da
empresa nem sua eventual superprodução, pois a fixação dos preços é baseada nos custos internos da
empresa sem levar em consideração a sua capacidade de produzir com custos menores.
O sistema ABC (Ativity-Based Costing) focaliza mais as atividades do que os recursos envolvidos,
onde os serviços ou produtos consomem atividades e são as atividades que consomem recursos.
52
AUDITORIA E CONTROLE HOSPITALAR │ UNIDADE I
Nesta perspectiva, a diferença entre os sistemas corre por conta de tratamento diferenciado das
despesas indiretas. A metodologia tradicional distorce os custos unitários, pois supercusteia
produtos e serviços que apresentam alto volume de produção e subcusteia os de pouco volume por
atribuir de modo nivelado a cada grupo os custos indiretos.
Preliminares
1. Primeiro passo: a definição dos diversos centros de custos do hospital é o primeiro
passo para iniciar o trabalho. Antes de tudo, há necessidade de se definir a extensão
de cada centro de custo. Precisa-se agrupar dentro do mesmo centro de custo as
atividades próprias e específicas que permitem desenvolver as atividades do centro
de custo como também fatos que permitem caracterizar o centro de custos como tal.
2. Segundo passo: o hospital inteiro deve ser preparado na base da definição dos
centros de custos para que cada serviço, setor, seção, possa fornecer as informações
necessárias para o perfeito funcionamento da Contabilidade de Custos. As informações
necessárias dizem respeito à Contabilidade Geral e à estatística geral do hospital. Cada
setor deve fornecer informações em função de todos os centros de custos do hospital.
Contabilidade Geral
O plano de contas do hospital deve ser elaborado em função dos centros de custos do hospital, isto
significa que cada conta deve ser subdividida em subcontas em função dos centros de custos, tanto
para as receitas como para as despesas.
Ou seja, a Contabilidade Geral, para ser instrumento funcional da Contabilidade de Custos, tem
necessidade de receber informações de diversos setores em formato de Contabilidade de Custos.
Assim, o faturamento precisa apresentar relatórios contábeis por centro de custo. O faturamento
precisa se adaptar ao sistema de competência de modo rigoroso. Como é a alta do paciente que provoca
o fechamento da conta hospitalar, devem ser computados no relatório mensal de faturamento todas
as contas de pacientes que receberam alta no mês de competência. O faturamento deverá levar em
consideração as transferências internas de pacientes. Para paciente de longa permanência, deverá
ocorrer fechamento parcial de conta.
O controle de materiais deverá fornecer relatórios contábeis de consumo por centro de custos. A
administração fornecerá relatórios de consumo por centro de custos que dê os detalhes do consumo:
especificação de materiais, preço unitário, quantidade consumida, preço total. O gerenciamento dos
custos precisa destes tipos de informações.
53
UNIDADE I │ AUDITORIA E CONTROLE HOSPITALAR
rigoroso quanto à lotação dos funcionários: toda e qualquer modificação de lotação deve ser levada
em consideração para elaboração da folha de pagamento. Isso significa que todas as chefias devem
ser envolvidas no processo de custos para ter consciência da necessidade de aplicar o máximo de
rigor na hora de transmitir informações, inclusive a respeito do seu pessoal.
Estatística geral
Todos os setores do hospital deverão apresentar mapas estatísticos descriminando os dados em
função da Contabilidade de Custos. Os setores produtivos de serviços para outros centros de custos
deverão especificar os beneficiados pelos serviços recebidos. Na Contabilidade de Custos, cada
centro de custo se situa em uma relação de cliente e prestador de serviço com os demais centros de
custos. Esta relação deve ser levada em consideração na hora de aplicar os mapas estatísticos aos
setores do hospital.
3. Terceiro passo: os centros de custos devem ser ordenados dentro de um plano de centros
de custos. A elaboração do plano de centros de custos deve respeitar a ordem seguinte:
começar pelo centro de custo que mais trabalha para outros centros de custo e que menos
recebe dos demais. O último centro de custo do plano deve ser aquele que mais recebe
serviços e menos presta serviço aos outros centros de custo.
Com a finalidade de facilitar a interpretação e a manipulação dos dados, os centros de custos podem
ser classificados em diferentes grupos, como, por exemplo, os seguintes.
Grupo A: centros de custos que trocam serviços entre si e trabalham primordialmente para os
centros dos outros grupos. Neste grupo, encontramos:
»» edificações
»» administração
»» transporte próprio
»» almoxarifado
»» limpeza
»» manutenção
»» caldeiras
»» SND
»» lactário
»» gerência de enfermagem
»» serviço social
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AUDITORIA E CONTROLE HOSPITALAR │ UNIDADE I
»» SPP
»» alojamentos e utilidades
Grupo B: centros de custos usados para apuração do custo da diária por tipo de aposentos:
»» refeições a paciente
»» berçário
Grupo C: centros de custos que isolam os custos dos materiais usados diretamente para o
paciente, como:
»» gasoterapia
Grupo D:
»» os SADTs do hospital
Grupo E: centros produtivos que agregam valores, mas que normalmente dependem de outros
centros de custos para que o valor agregado seja efetivo:
»» centro cirúrgico
»» centro obstétrico
Grupo F: centros de custos que permitem apurar os custos finais assim como a receitas e resultados:
são as unidade de internação, unidades gerais e especializadas, isto é unidades de onde os pacientes
recebem alta.
Os demais grupos de centros de custos reúnem centros de custos que influenciam diretamente os
custos do hospital, como, por exemplo, os seguintes.
»» pronto socorro
»» ambulatório
»» hemodiálise
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UNIDADE I │ AUDITORIA E CONTROLE HOSPITALAR
Grupo H: centros de custos cujos custos não são apropriados de outros centros de custos e que não
afetam o grupo F:
»» honorários médicos
»» lanchonete
»» velório
»» remoção de pacientes
4. Quarto passo: devem ser escolhidas em função do plano de custos, elaborado para o
hospital, as unidades de mensuração de cada centro de custos como também os critérios de
rateios entre centros de custos.
Como exemplo, as unidades de mensuração podem ser as seguintes (chamamos fonte, o elemento
básico que permite realizar a mensuração).
56
AUDITORIA E CONTROLE HOSPITALAR │ UNIDADE I
Quanto mais complexo o hospital, mais necessário será não considerar a administração como um
bloco compacto. Neste caso, para cada departamento, devem ser definidos os critérios próprios
baseados na ideia de que cada setor presta serviço a diversos centros de custos do hospital de
modo variado.
Em um segundo grupo de mapas, cada um por cada grupo de centro de custos, que apresenta
uma estrutura idêntica à do primeiro mapa, os custos indiretos são transferidos na base de
rateio para os centros produtivos, seguindo a estrutura do plano de centros de custos. A título
de exemplo, o custo de centro de custo edificações é transferido para cada centro de custo que
o utiliza e na proporção em que ele é usado. O segundo centro de custo, após integralização dos
seus custos próprios e dos custos por ventura recebidos, tem seu custo total distribuído entre os
demais centros de custo em função dos pesos de cada um. A operação se repete até terminar as
apropriações dos custos aos centros de custos produtivos, passando por cada grupo de centro
de custos.
Pelo segundo grupo de mapas, temos conhecimento do custo global de cada centro de custo. O
terceiro mapa elabora os custos unitários de cada centro de custo, mapa elaborado a cada fechamento
de mapa do grupo anterior. É necessário o fechamento de cada mapa do segundo grupo e o seu
mapa de custo unitário, porque muitas vezes o preço unitário é usado em mapas posteriores, como,
por exemplo, o preço das refeições, o preço de intervenções de manutenção, o preço do km rodado,
o preço do kg de roupa lavada...
57
UNIDADE I │ AUDITORIA E CONTROLE HOSPITALAR
De posse dos mapas, podem ser emitidos relatórios explicativos para análises dos resultados e apoio
gerencial:
A gestão pelos custos, ou melhor, a gestão dos resultados, necessita de análises microscópicas mais
do que de visão de conjunto.
A gestão dos resultados se preocupa em analisar dois fatos e a partir desta análise propõe ações
específicas:
Para redução de custos, ou melhor, para adequar os custos à produção, cada centro de custo deve
ser analisado, a começar pelos que proporcionam o maior défice, aqueles que têm a menor margem
de lucro e aqueles que têm o maior custo. Cada item da composição do custo deve ser analisado de
modo crítico e em conjunto com as chefias envolvidas no sentido de eliminar o desperdício de mão
de obra, materiais e outros itens que compõem a despesa.
Aumentar a receita não significa apenas aumentar produção, deve-se levar em consideração vários
aspectos. O aumento de produção permite diluir os custos fixos. É importante verificar se uma
atividade com resultados financeiros negativos pode se tornar lucrativa com o aumento de produção.
Há necessidade de se fazer um teste teórico de custos baseado em aumento de produção. Aumentar
a produção, além de certo patamar, pode obrigar o hospital a aumentar custos fixos, o que obrigará
a revisar a contabilidade de custos inteira para dispor de novos dados para nova avaliação. O efeito
dominó nem sempre é aquele desejado.
58
FATURAMENTO
MÉDICO- UNIDADE III
HOSPITALAR
CAPÍTULO 1
Conceituação e histórico da
auditoria médica
Conceito de auditoria
O Novo Dicionário da Língua Portuguesa define auditoria como “Exame analítico e pericial que
segue o desenvolvimento das operações contábeis, desde o início até o balanço. Tal definição é
apropriada quando se trata de auditoria externa clássica – aquela feita em algumas empresas, por
imposição legal” (HOLANDA, 1999, p. 64).
O Instituto de Auditoria Interna do Brasil (AUDIBRA) afirma que a auditoria interna é uma função
de avaliação independente, criada dentro da organização para examinar e avaliar suas atividades,
como um serviço para essa mesma organização.
Para o Dr. Lawrence Sawyer (2002), a função do moderno auditor interno é fazer aquilo que a
direção gostaria de fazer se tivesse tempo para fazer se soubesse como fazê-lo. Porém, o AUDIBRA
mostra, de modo claro, que do ponto de vista legal essa função é exclusiva da área contábil. Uma
empresa de auditoria médica que se disponha, no Contrato Social, deixar clara tal atribuição no
objeto da empresa, ver-se-á obrigada a ter sócio-contador e registro no Conselho Regional de
Contabilidade (CRC).
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UNIDADE III │ FATURAMENTO MÉDICO-HOSPITALAR
A auditoria médica consiste em uma análise, à luz das boas práticas de assistência
à saúde e do contrato entre as partes: paciente, médico, hospital e patrocinador
do evento, dos procedimentos executados, aferindo sua execução e conferindo
os valores cobrados para garantir que o pagamento seja justo e correto,
acompanhado de qualidade do atendimento prestado ao paciente (LOVERDOS,
1999, p. 13).
De acordo com Loverdos (1999, p. 13), a auditoria médica pode ser realizada de diversas maneiras:
Inclui-se na auditoria médica operacional a auditoria de contas – classificada como visita hospitalar de
alta – que ocorre após a alta hospitalar do paciente. Porém, ainda no ambiente hospitalar, tal processo
ocorre antes desta conta ser enviada para a fonte pagadora, tendo o auditor a posse do prontuário
médico completo para análise. Neste caso, possíveis irregularidades ou inconformidades podem ser
negociadas antes do envio da conta hospitalar à fonte pagadora, com mútua e formal concordância.
Outra possibilidade é a auditoria de contas ser realizada nas instalações da organização pagadora.
Muitas vezes, a única fonte de informação que os auditores internos (que fazem auditoria nas
dependências da operadora de saúde) possuem é o formulário de coleta de dados, que o auditor
externo preenche e que chega na operadora junto com a fatura hospitalar.
60
FATURAMENTO MÉDICO-HOSPITALAR │ UNIDADE III
O fornecimento de material educativo e a educação continuada são gestos necessários para que haja
uma constante atualização do sistema de contas hospitalar (OGUISSO, 2003), oferecendo, como
aliada, a preparação, a informação e a atualização dos conhecimentos científicos e das habilidades
dos profissionais de Enfermagem, desenvolvendo-se o raciocínio crítico e a criatividade. O processo
educativo é utilizado no trabalho em saúde com o propósito de mudança nas informações, atitudes ou
comportamentos. Neste sentido, é pertinente introduzir alguns conceitos de motivações, dinâmica
de grupos e metodologia didática, procurando, assim, delinear uma estrutura geral e ampla quanto
ao emprego do processo educativo na atividade de saúde.
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UNIDADE III │ FATURAMENTO MÉDICO-HOSPITALAR
Por se tratar de uma atividade que envolve recursos financeiros e interesses conflitantes, fazem-se
necessários por parte da equipe:
a. conhecimento técnico;
A importância do setor de auditoria em saúde pode ser claramente observada na figura a seguir,
onde é possível visualizar o carimbo do profissional responsável pelo paciente; contudo, não
está assinado.
A auditoria interna tem de demonstrar para os demais setores que ela é parte do processo, e não
um mero instrumento de coerção, desenvolvendo treinamento e estando disponível para o auxílio
quando se fizer necessário. Também tem como obrigação os pontos elencados a seguir.
62
FATURAMENTO MÉDICO-HOSPITALAR │ UNIDADE III
Portanto, a função da auditoria não pode ser confundida com atividade policialesca. Arrogância
e prepotência são as marcas do auditor incompetente e inseguro. A atribuição do auditor deve
restringir-se à análise dos prontuários médicos, entrevistas e exame do paciente, quando necessário,
e elaboração de relatório de auditoria. O diretor clínico do hospital deve ser notificado da presença
do médico auditor e de sua identificação, que, por sua vez, comunicará aos colegas do corpo clínico
da instituição. O horário ideal para a atividade da auditoria é o comercial, não sendo de boa prática
técnica e ética auditar durante a noite.
Quanto à Enfermagem, esta tem buscado seu reconhecimento como ciência, fundamentando sua
existência, onde vem desenvolvendo seu processo de reconhecimento do papel que lhe é devido
dentro da assistência humanizada. A partir daí, pode-se destacar o cuidado como uma ciência
inserida ao serviço de saúde.
Segundo Motta (2008), a auditoria de Enfermagem vem tomando novas dimensões ao longo dos
anos e mostrando sua importância dentro das instituições hospitalares e operadoras de planos de
saúde. Assim expressa a autora:
É importante destacar que pode existir variação nos tipos de auditoria executada. Mas não se pode
esquecer que o objetivo de tal ação é assegurar a qualidade no atendimento e a clareza e a lealdade
nas prestações de contas do faturamento auferido pelas organizações hospitalares.
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UNIDADE III │ FATURAMENTO MÉDICO-HOSPITALAR
Desta forma, a atividade da Enfermagem traduz um dos principais pilares de sustentação dos serviços
de saúde que, dada a sua natureza, e como toda atividade relacionada à saúde, deve ter como foco a
atenção na qualidade da assistência de Enfermagem, para estar em consonância com as expectativas
do cliente – que busca respostas para os problemas que o afligem – e, ao mesmo tempo, atender às
necessidades das instituições de saúde, para se manterem no mercado competitivo. Muito embora a
preocupação com a qualidade na prestação dos serviços de saúde advenha de datas remotas (FONSECA
et al., 2005) e os mecanismos para a sua avaliação, caracterizados tanto pela formação de opiniões
como por conselhos cooperativos, sejam tão antigos quanto os serviços de saúde, é somente no decorrer
do século XX (REIS et al., 1990), especialmente em suas últimas décadas, que a auditoria surge como
importante ferramenta de mensuração da qualidade nas instituições de cuidados de saúde, a qual
pode ser conceituada, sobretudo, como um processo educativo, em que não se busca responsáveis por
possíveis falhas, mas, sim, o questionamento acerca de resultados adversos detectados, pois permite
que a equipe de enfermagem, a partir de dados ofertados pela auditoria, possa, com maior veemência,
avaliar os aspectos positivos e negativos da assistência que oferece aos seus clientes (KURCGANT,
2006; SOUZA; MOURA; FLORES, 2002).
64
CAPÍTULO 2
Auditoria hospitalar
Auditoria hospitalar é atividade médica e/ou de enfermagem que analisa, controla e autoriza os
procedimentos médicos para fins de diagnose e condutas terapêuticas, propostas e/ou realizadas,
respeitando-se a autonomia profissional e os preceitos éticos, que ditam as ações e relações humanas
e sociais.
“O hospital deve restringir os gastos no que for possível, sem danos para o paciente
e se constituir com o máximo de economia”.
(ALMEIDA, 1990)
(KURCGANT, 1991)
Objetivos da auditoria:
»» fazer cumprir os preceitos legais ditados pela legislação ou pela ética médica e de
defesa do consumidor;
»» atuar desenvolvendo seu papel nas fases de: pré-auditoria, auditoria operativa,
auditoria analítica e auditoria mista;
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UNIDADE III │ FATURAMENTO MÉDICO-HOSPITALAR
Classificação da auditoria:
Auditoria retrospectiva
Auditoria realizada após a alta do paciente, em que se utiliza prontuário para a avaliacão.
Prontuário médico
Instrumento avaliador de qualidade e resolutividade, na prestação do serviço médico-hospitalar.
»» Prescrições médicas.
»» Descrições cirúrgicas.
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FATURAMENTO MÉDICO-HOSPITALAR │ UNIDADE III
»» Condições de alta.
»» Realização de exames.
»» Taxas.
»» Gases medicinais.
»» Materiais descartáveis.
»» Medicações utilizadas.
»» Procedimentos realizados.
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UNIDADE III │ FATURAMENTO MÉDICO-HOSPITALAR
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FATURAMENTO MÉDICO-HOSPITALAR │ UNIDADE III
Registro de enfermagem
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UNIDADE III │ FATURAMENTO MÉDICO-HOSPITALAR
Termo de internação
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FATURAMENTO MÉDICO-HOSPITALAR │ UNIDADE III
Boletim anestésico
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UNIDADE III │ FATURAMENTO MÉDICO-HOSPITALAR
Folha de gastos
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FATURAMENTO MÉDICO-HOSPITALAR │ UNIDADE III
PEDIDO DE PARECER
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UNIDADE III │ FATURAMENTO MÉDICO-HOSPITALAR
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UNIDADE III │ FATURAMENTO MÉDICO-HOSPITALAR
»» Avaliação feita pelo paciente e sua família, verificando a percepcão destes quanto
à assistência prestada; neste caso, é importante que sejam selecionados familiares
que tenham realmente acompanhado o paciente.
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CAPÍTULO 3
Faturamento médico-hospitalar
Definições
»» Faturar: fazer fatura de…, incluir na fatura ou fazer realizar.
Papel do auditor
»» Contribuir no desenvolvimento de ações pela busca de um cuidado eficaz e eficiente.
Segundo Almeida (1990), “O hospital deve restringir os gastos no que for possível, sem danos para
o paciente e se constituir com o máximo de economia”.
Regulamentações
A Resolução COFEN no 266 dispõe sobre as atividades do enfermeiro auditor:
77
UNIDADE III │ FATURAMENTO MÉDICO-HOSPITALAR
»» conhecer a Instituição;
O enfermeiro auditor pode trabalhar nas instituições de saúde, como auditor interno, realizando
auditoria de materiais e justificativas e recursos de glosas hospitalares, participando da realização
dos contratos de prestação de serviços e da implantação de novos serviços, principalmente no que
diz respeito à questão de custos-benefícios, e elaborando relatórios de auditoria.
Tipos de auditoria
»» Pré-auditoria ou auditoria prospectiva: avaliação dos procedimentos antes de sua
realização.
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FATURAMENTO MÉDICO-HOSPITALAR │ UNIDADE III
Processo de cobrança
O Setor de Faturamento Hospitalar é responsável pelo envio das cobranças aos planos de saúde e
ao SUS.
A cobrança é realizada por meio da conta hospitalar, que é o resultado de todos os gastos do paciente
frente a um atendimento, seja ambulatorial ou internado.
O setor de faturamento do plano de saúde avalia e faz o pagamento aos serviços credenciados, físicos
ou jurídicos, mas também realiza a cobrança para outros convênios no caso de prestação de serviço.
»» Protocolos.
»» Custos hospitalares.
»» Revista Simpro.
»» Revista Brasíndice.
Tabela AMB
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UNIDADE III │ FATURAMENTO MÉDICO-HOSPITALAR
Revista SIMPRO
Publicação trimestral que contém orientações e valores referentes a materiais atuais e tradicionais
utilizados no mercado.
Revista Brasíndice
Publicação quinzenal de orientação farmacêutica, que apresenta em cada edição novos preços
atualizados dos medicamentos.
O Guia Farmacêutico Brasíndice é uma referência de preços, como padrão de cobrança em muitos
contratos das instituições de saúde.
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FATURAMENTO MÉDICO-HOSPITALAR │ UNIDADE III
Exemplo:
»» 40=1.000/3h
»» 120h= 1.000
»» h=8,33
Isto significa que a solução irá demorar 8.33 horas para ser administrada.
Logo, pensando em uma prescrição que possui validade de 24h, então 24/8 = 3, isto significa que,
exceto em intercorrências com justificativas, em 24 horas, levando-se em conta a prescrição do
exemplo, sairão 3 soros de 1.000ml ou 2,88.
.
Observação importante:
»» Habilidade de escutar
»» Ser acessível
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UNIDADE III │ FATURAMENTO MÉDICO-HOSPITALAR
»» Analisar pedidos/datas/autorizações
Processo de faturamento
»» Contrato
»» Prontuário
»» Conta hospitalar
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FATURAMENTO MÉDICO-HOSPITALAR │ UNIDADE III
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UNIDADE III │ FATURAMENTO MÉDICO-HOSPITALAR
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FATURAMENTO MÉDICO-HOSPITALAR │ UNIDADE III
e. Quando ocorrer mais de uma intervenção, por diferentes vias de acesso, serão
adicionados ao preço da intervenção principal 70% do valor referente às demais.
i. Auxiliares de cirurgia:
»» os honorários dos médicos auxiliares dos atos cirúrgicos serão fixados nas
proporções de 30% dos honorários do cirurgião para o 1o auxiliar, de 20%
para o 2o e 3o auxiliares (quando o caso exigir) e deverão ser pagos de forma
independente dos honorários do cirurgião;
»» quando uma equipe, num mesmo ato cirúrgico, realizar mais de um procedimento,
o número de auxiliares será calculada sobre a totalidade dos honorários do
cirurgião;
85
UNIDADE III │ FATURAMENTO MÉDICO-HOSPITALAR
»» NÃO PAGAR VISITA HOSPITALAR nem antes nem após o ATO CIRÚRGICO
(item 10 das instruções gerais THM/AMB).
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FATURAMENTO MÉDICO-HOSPITALAR │ UNIDADE III
Intensivista plantonista Pagar por plantão de 12 horas. 1 vez a tabela; acomodação coletiva.
Avaliação por Pagar em média, até 3 avaliações por especialista. Ver parecer descrito no
1 vez a tabela.
profissional prontuário.
3 vezes a tabela.
especialista UTI NEONATAL
Fisioterapia Pagar em média 2 sessões respiratórias e 1 motora por dia. Conforme patologia 1 vez a tabela.
Somente para UTI NEONATAL.
Fonoaudiologia 1 vez a tabela.
Pagar até 2 sessões por dia.
Somente para médicos com certificado de especialização (nutrólogo).
Não tem qualquer acréscimo no
Não pagar para nutricionista.
Avaliação enteral valor da tabela (não dobra, nem tem
Pagar 1 avaliação por dia até o 15º dia, depois 3 vezes por semana até a alta horário especial).
do paciente.
Somente para médicos com especialização de nutrólogo.
Não tem qualquer acréscimo no
Avaliação nutrição
Não pagar para nutricionista. valor da tabela (não dobra, nem tem
parenteral
horário especial).
Pagar 1 avaliação por dia.
Observações:
»» Avaliação pré-admissional (CTI) – Não cabe a cobrança. Faz parte das atribuições
do plantonista intensivista.
›› entubação orotraqueal;
›› monitorização cardioscópica;
›› assistência ventilatória;
›› cardioversão;
›› desfibrilação;
›› diálise;
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UNIDADE III │ FATURAMENTO MÉDICO-HOSPITALAR
›› implante de marcapasso;
›› traqueostomia;
›› drenagem torácica/pleural/abdominal;
›› colocação de BIA;
›› dissecção venosa.
b. Ginecologia e obstetrícia
c. Oftalmologia
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FATURAMENTO MÉDICO-HOSPITALAR │ UNIDADE III
d. Ortopedia e traumatologia
e. Otorrinolaringologia
f. Pediatria
»» Em caso de parto múltiplo (gêmeo, trigêmeos etc.), o pediatra receberá uma vez
a tabela por cada recém-nato.
»» O acréscimo para horários especiais é devido assim como o acréscimo de 100% para
os casos de acomodação individual.
g. Urologia
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UNIDADE III │ FATURAMENTO MÉDICO-HOSPITALAR
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FATURAMENTO MÉDICO-HOSPITALAR │ UNIDADE III
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UNIDADE III │ FATURAMENTO MÉDICO-HOSPITALAR
EQUIPO
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FATURAMENTO MÉDICO-HOSPITALAR │ UNIDADE III
›› sondas e catéteres;
›› carvão ativado;
›› órteses e próteses;
›› fios cirúrgicos.
Prescrição médica
»» Rasuras.
Diárias
»» Berçário.
»» Horas excedentes.
»» Ambulatório.
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UNIDADE III │ FATURAMENTO MÉDICO-HOSPITALAR
Uma DIÁRIA inclui: roupas; higienização do ambiente; deita do paciente; cuidados da enfermagem:
sondagem, aspiração, inalação, banho no leito. Em UTI: monitor, oximetro, desfibrilador, incubadora,
bomba infusão, berço aquecido etc.
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FATURAMENTO MÉDICO-HOSPITALAR │ UNIDADE III
d. Para o pagamento de diárias deve ser consultada a tabela acordada entre o convênio
e a instituição credenciada.
i. Diárias globalizadas “Per dien” – são negociações que incluem diversas taxas e
aluguéis pertinente à acomodação.
Tipos de acomodação
»» Enfermaria
»» Quarto
»» Apartamento
»» Suíte
»» UTI/CTI
»» USI/UI
»» UC
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UNIDADE III │ FATURAMENTO MÉDICO-HOSPITALAR
»» UTI neonatal
»» Berçário
»» Day Clinic
»» Taxa de repouso
Exames
Os exames solicitados devem estar relacionados à patologia do paciente seja em quantidade seja
em qualidade. Atentar-se para as solicitações de rotina e elas são justificáveis. Exigir os laudos
comprobatórios dos respectivos exames, anexados à conta hospitalar.
2. A cultura par micoplasma, código 28.10.043-3, deverá ser paga 1 vez para M.
Homini e outra para ureplasmaticum.
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FATURAMENTO MÉDICO-HOSPITALAR │ UNIDADE III
Ultrassonografia
»» Ultrassom com doppler – pagar por região. Ex.: carótidas e vertebrais (região
pescoço). Pagar 1 vez, três ou mais vasos.
Endoscopia digestiva
»» 28.10.071-9 = Pesquisa de H. pylori – verificar a técnica utilizada. Se direta, enquadrar
no código 28.10.071-9. Se a técnica for ELISA, pagar o código 28.06.218-3.
Procedimentos cirúrgicos:
associações mais frequentes
A definição da tabela a seguir de “como pagar” teve como base os itens 11, 12 e 15 das instruções gerais
da THM/AMB 92.
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UNIDADE III │ FATURAMENTO MÉDICO-HOSPITALAR
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FATURAMENTO MÉDICO-HOSPITALAR │ UNIDADE III
Postectomia
56.12.016-8
+ NÃO PAGAR
+
Plástica de Freio 56.12.015-0
56.12.015-0
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UNIDADE III │ FATURAMENTO MÉDICO-HOSPITALAR
OBS.:
1. Os procedimentos das especialidades de: dermatologia, oftalmologia e
otorrinolaringologia geralmente são procedimentos realizados em regime de
Day Clinic.
100
FATURAMENTO MÉDICO-HOSPITALAR │ UNIDADE III
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UNIDADE III │ FATURAMENTO MÉDICO-HOSPITALAR
Obrigações do empregador:
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FATURAMENTO MÉDICO-HOSPITALAR │ UNIDADE III
»» Área de conflito.
»» Não existe clareza das atitudes entre serviços de saúde, clientes e as operadoras.
»» Os planos de saúde não podem assumir os custos dos empregadores dos serviços
de saúde.
»» Acomodação.
»» Acompanhante.
»» Consulta.
»» Exames.
»» Home Care.
»» Máscaras.
»» Aventais.
»» Propés.
»» Gorros.
»» Óculos.
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UNIDADE III │ FATURAMENTO MÉDICO-HOSPITALAR
»» Cuidados com o corpo após morte (avental, gorro e luvas de procedimento não
estéreis)
Observação:
Luvas, óculos, máscaras, gorros, propés, quando utilizados para proteção do funcionário,
são considerados EPIs, sendo, portanto, de responsabilidade do empregador, não
devendo ser repassado seu custo para o contratante.
O contratante por sua vez, deve remunerar qualquer material que signifique proteção
para o cliente ou para procedimentos que requeiram técnica asséptica.
104
Para (não) finalizar
Ética na saúde
SPOB – Dr. Heitor A. da Silva e Dra. Ivone Boechat
Para que haja conduta ética, é preciso que exista o agente consciente, isto é, aquele que conhece a
diferença entre bem e mal, certo e errado, permitido e proibido, virtude e vício. A consciência moral
não só conhece tais diferenças, mas também reconhece-se como capaz de julgar o valor dos atos e
das condutas e de agir em conformidade com os valores morais, sendo por isso responsável por suas
ações e seus sentimentos pelas consequências do que faz e sente. Consciência e responsabilidade são
condições indispensáveis da vida ética. A consciência moral manifesta-se, antes de tudo, na capacidade
para deliberar diante de alternativas possíveis, decidindo e escolhendo uma delas antes de lançar-
se na ação. Tem a capacidade para avaliar e pesar as motivações pessoais, as exigências feitas pela
situação, as consequências para si e para os outros, a conformidade entre meios e fins (empregar
meios imorais para alcançar fins morais é impossível), a obrigação de respeitar o estabelecido ou de
transgredi-lo (se o estabelecido for moral ou injusto). A vontade é esse poder deliberativo e decisório
do agente moral. Para que se exerça tal poder sobre o sujeito moral, a vontade deve ser livre, isto é,
não pode estar submetida à vontade de um outro nem pode estar submetida aos instintos e às paixões,
mas, ao contrário, deve ter poder sobre eles e elas. O campo ético é, assim, constituído pelos valores e
pelas obrigações que formam o conteúdo das condutas morais, isto é, as virtudes. Estas são realizadas
pelo sujeito moral, principal constituinte da existência ética.
105
Referências
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MacGraw-Hill Interamericana do Brasil Ltda., 2008.
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GARRISON, RAY H., NOREEN ERIC W. Contabilidade gerencial. Rio de Janeiro: LTC – Livros
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