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Direito Processual Civil III

Prof.: Fabiano A. Babilon


E-mail: fabianobabilon@gmail.com

05_Teoria Geral dos Recursos


Efeitos dos recursos

1 EFEITOS DOS RECURSOS


Como qualquer ato jurídico, os recursos são aptos a produzirem efeitos no processo.
MARCELO ABELHA RODRIGUES ensina que a palavra efeito “designa aquilo que é
produzido por uma causa, enfim, a consequência de algo”1. No caso dos recursos seus
efeitos decorrem de sua interposição (efeitos de interposição) ou de seu julgamento
(efeitos de julgamento).

1.1 DEVOLUTIVO
O efeito devolutivo está ligado ao ato de recorrer (voluntariedade) e a manifestação
das razões do recurso (dialeticidade). O efeito devolutivo é expressão do princípio geral do
processo civil que é o princípio dispositivo ou princípio da demanda.
O recurso interposto devolve ao órgão ad quem o conhecimento da matéria
impugnada (tantum devolutum quantum appellatum). Isto quer dizer que o juízo
destinatário do recurso só poderá julgar o que o recorrente tiver requerido nas suas
razões de recurso.
JOSÉ MIGUEL GARCIA MEDINA diz que “usa-se a expressão “efeito devolutivo” para
designar esse efeito do recurso, consistente em submeter ao órgão que o julgará o
conhecimento da matéria impugnada”2.
Conforme JOSÉ MIGUEL GARCIA MEDINA, o efeito devolutivo “pode ocorrer quando
o recurso é julgado por órgão jurisdicional hierarquicamente superior (efeito de
transferência) e também quando pelo mesmo órgão que proferiu a decisão recorrida
(efeito regressivo)”3.
Em sentido contrário, ALEXANDRE FREITAS CÂMARA entende que “só há devolução,
na linguagem jurídica, quando há transferência da competência para conhecer da matéria
para órgão jurisdicional distinto daquele que prolatou a decisão recorrida, chamado juízo
ad quem.”4
O efeito devolutivo desdobra-se em dois sentidos: extensão do efeito e
profundidade.
Conforme BARBOSA MOREIRA5 “delimitar a extensão do efeito devolutivo é precisar
o que se submete, por força do recurso, ao julgamento do órgão ad quem; medir-lhe a
profundidade é determinar com que material há de trabalhar o órgão ad quem para julgar”.
MARCELO ABELHA RODRIGUES diz que a extensão do efeito devolutivo “diz
respeito à amplitude do que poderá ser transferido ao órgão ad quem, podendo ser igual
(recurso total) ou menor (recurso parcial) do que a da decisão recorrida”6.

1
RODRIGUES, Marcelo Abelha. Manual de Direito Processual Civil. 4 ed., São Paulo: Revista dos Tribunais, 2008, p.
523.
2
MEDINA, José Miguel Garcia, Direito Processual Civil Moderno. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2015, p. 1200.
3
MEDINA, José Miguel Garcia, Direito Processual Civil Moderno. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2015, p. 1202.
4
CÂMARA, Alexandre Freitas. O Novo Processo Civil Brasileiro. São Paulo: Atlas, 2015, p. 503.
5
MOREIRA, José Carlos Barbosa, Comentários ao Código de Processo Civil. Vol. 05, 11 ed., Rio de Janeiro: Forense,
2003, p. 429.
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FREDIE DIDIER JUNIOR e LEONARDO JOSE CARNEIRO DA CUNHA dizem o seguinte


sobre a extensão do efeito devolutivo:
Quanto à extensão, o grau de devolutividade é definido pelo recorrente, nas
razões de seu recurso. Significa dizer que, ao deduzir o pedido de nova decisão, o
recorrente fixa a extensão da devolutividade, a fim de que o tribunal possa julgar
o recurso. Trata-se da aplicação do aforismo tantum delolutum quantum
appellatum, valendo dizer que, nesse caso, a matéria a ser apreciada pelo tribunal
“é delimitada por o que é submetido ao órgão ad quem a partir da amplitude das
razões apresentadas no recurso. O objeto do julgamento pelo órgão ad quem
pode ser igual ou menos extenso comparativamente ao julgamento do órgão a
quo, mas nunca mais extenso”.7
No caso da profundidade do efeito suspensivo MARCELHO ABELHA RODRIGUES diz
que “transferem-se integralmente os fundamentos, os argumentos e os questionamentos,
bem como todo o material probatório para o juízo ad quem.”8
LUIZ GUILHERME MARINONI, SÉRGIO CRUZ ARENHART e DANIEL MITIDIERO
dizem que se por um lado “o tribunal fica vinculado ao pedido de nova decisão formulado
pelo recorrente, de outro, quanto aos fundamentos desse pedido, é livre para examinar a
todos, ainda que não hajam sido expressamente referidos nas razões do recurso
interposto (efeito devolutivo vertical ou em profundidade)”.9
A possibilidade de o tribunal analisar todos os fundamentos da demanda, mesmo
que o recorrente não tenha alegado, não viola o princípio da demanda, desde que o
tribunal fique adstrito ao pedido formulado no recurso.

1.2 TRANSLATIVO
O efeito translativo opera-se ainda que não haja expressa manifestação de vontade
do recorrente, em virtude da aplicação do princípio inquisitório
É a possibilidade do juízo destinatário do recurso examinar questões de ordem
pública, ainda não decididas pelo juízo a quo.

1.3 SUSPENSIVO
É uma qualidade do recurso que adia a produção dos efeitos da decisão impugnada.
LUIZ GUILHERME MARINONI, SÉRGIO CRUZ ARENHART e DANIEL MITIDIERO ensinam
que “quando se afirma que determinado recuso possui efeito suspensivo, quer dizer que a
decisão impugnada não poderá produzir efeitos senão depois de escoado o prazo
recursal.”10
O efeito suspensivo pode ser ope iudicis, quando fica a cargo do juiz a concessão ou
não do efeito suspensivo aos recursos; e pode ser ex lege, quando o efeito suspensivo
decorre da própria lei.
A regra geral, é que os recursos não têm efeito suspensivo, conforme o art. 995,
caput, CPC. Mas, há recursos que possuem, automaticamente, efeito suspensivo ex lege
6
RODRIGUES, Marcelo Abelha. Manual de Direito Processual Civil. 4 ed., São Paulo: Revista dos Tribunais, 2008, p.
524-525.
7
DIDIER JR., Fredie; CUNHA, Leonardo José Carneiro da. Curso de Direito Processual Civil. Vol. 03, 5 ed., Bahia:
JusPodivm, 2008, p. 103
8
RODRIGUES, Marcelo Abelha. Manual de Direito Processual Civil. 4 ed., São Paulo: Revista dos Tribunais, 2008, p.
525
9
MARINONI, Luiz Guilherme; ARENHART, Sérgio Cruz; MITIDIERO, Daniel. Curso de Direito Processual Civil. Vol.2.,
São Paulo: RT, 2015, p. 523.
10
MARINONI, Luiz Guilherme; ARENHART, Sérgio Cruz; MITIDIERO, Daniel. Curso de Direito Processual Civil. Vol.2.,
São Paulo: RT, 2015, p. 525.
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(por determinação legal), como nos casos do recurso de apelação (Art. 1012) e dos
recursos especial e extraordinário interpostos contra decisão proferida no julgamento do
incidente de resolução de demandas repetitivas (Art. 987, § 1º, CPC). Quando não for caso
de efeito suspensivo automático, será possível a sua produção mediante uma decisão
judicial (Art. 995).

1.4 EXPANSIVO OU EXTENSIVO


O efeito expansivo envolve a ideia de o julgamento do recurso abranger mais do que
o reexame da matéria impugnada, que o mérito do recurso. Em outros termos, ocorre o
efeito expansivo quando a decisão de julgamento do recurso atingir outras pessoas além
do recorrente ou atingir outros atos processuais que não foram objeto do recurso.
Assim, o efeito expansivo pode ser subjetivo ou objetivo.
Nos dizeres de LUIZ GUILHERME MARINONI, SÉRGIO CRUZ ARENHART e DANIEL
MITIDIERO, o efeito expansivo subjetivo “ocorre quando a decisão do recurso alcança
pessoa diversa da pessoa do recorrente”, como, exemplo o caso do art. 1005, CPC. Já o
efeito expansivo objetivo “acontece quando, em face da reforma ou anulação de
determinada decisão, outros atos processuais são igualmente atingidos”.11
JOSÉ MIGUEL GARCIA MEDINA diz que ocorre o efeito expansivo subjetivo “quando
o recurso interposto por apenas uma dos litisconsortes é provido e, no caso, aplica-se o
regime da unitariedade, ainda que apenas em relação a uma determinada questão ou
fundamento”12. Já sob o aspecto objetivo “reputam-se sem efeito os atos ou decisões - ou
capítulos da decisão – dependentes da decisão recorrida, naquilo em que forem
incompatíveis com o julgamento do recurso”13.
Ainda, JOSÉ MIGUEL GARCIA MEDINA entende que o efeito expansivo objetivo pode
ser externo ou interno:
Quando o julgamento do recurso afeta atos ou decisões diferentes da decisão
recorrida, afirma-se que se está diante do efeito expansivo externo; se, no
entanto, recorre-se apenas contra um dos capítulos da decisão, que aborda
questão subordinante (questão prévia, preliminar ou prejudicial), e o
acolhimento do recurso venha a repercutir em capítulo dedicado ao exame de
questão subordinada, diz-se que se está diante do efeito expansivo interno14.

1.5 SUBSTITUTIVO
Conforme o art. 1008, CPC, “o julgamento proferido pelo tribunal substituirá a
decisão impugnada no que tiver sido objeto de recuso”. LUIZ GUILHERME MARINONI,
SÉRGIO CRUZ ARENHART e DANIEL MITIDIERO ensinam que “ainda que a decisão do
tribunal confirme a decisão recorrida sem nada alterar em sua essência, por esse efeito,
uma vez conhecido e julgado o recurso, não mais existirá a decisão recorrida, mas apenas a
do tribunal”15. Não há efeito substitutivo quando o recurso não é conhecido.

11
MARINONI, Luiz Guilherme; ARENHART, Sérgio Cruz; MITIDIERO, Daniel. Curso de Direito Processual Civil. Vol.2.,
São Paulo: RT, 2015, p.526.
12
MEDINA, José Miguel Garcia, Direito Processual Civil Moderno. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2015, p. 1206.
13
MEDINA, José Miguel Garcia, Direito Processual Civil Moderno. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2015, p. 1206.
14
MEDINA, José Miguel Garcia, Direito Processual Civil Moderno. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2015, p. 1206-
1207.
15
MARINONI, Luiz Guilherme; ARENHART, Sérgio Cruz; MITIDIERO, Daniel. Curso de Direito Processual Civil. Vol.2.,
São Paulo: RT, 2015, p.526.
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1.6 REGRESSIVO
Quando por via do recurso a causa volta ao conhecimento do juízo prolator da
decisão recorrida.

1.7 DIFERIDO
Quando o conhecimento do um recurso depende de outro recurso a ser interposto
contra decisão.

1.8 OBSTATIVO OU IMPEDITIVO


A interposição de um recurso admissível (que preencha todos os requisitos de
admissibilidade) obsta a preclusão e o trânsito em julgada da decisão recorrida, por
conseguinte, a formação da coisa julgada. Conforme ALEXANDRE FREITAS CÂMARA é “que
a interposição de recurso admissível produz, como consequência, um impedimento à
preclusão da decisão recorrida eu ao seu trânsito em julgado”16.

16
CÂMARA, Alexandre Freitas. O Novo Processo Civil Brasileiro. São Paulo: Atlas, 2015, p. 503.

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