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Este capítulo de Paulo Freire (1987) trata a dialogicidade, por meio da palavra,
que para ele está diretamente relacionada à educação, na medida em que traz uma
interação ação-reflexão, uma vez que em Paulo Freire (1987), a palavra é a própria
“práxis” refletida em ação na educação. Isso é dialogicidade. “A práxis se constitui a
razão nova da consciência oprimida e que a revolução, que inaugura o momento histórico
desta razão, não pode encontrar viabilidade fora dos níveis de consciência oprimida”
(FREIRE, 1987, p.53).
Dialogicidade, neste sentido, leva ao diálogo refletido, onde o homem, ao refletir
o mundo, por meio da palavra refletida, adquire consciência, traduzida em liberdade.
Ao vivenciar o diálogo com o outro, pelo outro e para o outro, o homem é
humanizado em suas relações, que desta forma o libertam e ao mesmo tempo dialogam
com a liberdade do outro.
Sendo assim, para Paulo Freire, o diálogo é um ato de libertação do homem, que
na sua práxis, também liberta o outro. Sem o diálogo, necessário para a libertação
humana, não existe liberdade. “A educação é comunicação, é diálogo, na medida em que
não é a transferência de saber, mas um encontro de sujeitos interlocutores que buscam a
significação dos significados.” (FREIRE, 1987, p.69).
Freire (1987) traz para o centro do debate diversos assuntos como cidadania,
desenvolvimento, economia, religiosidade, todas em interface com o diálogo libertador,
com viés de esperança para o ser humano e afirma: “Não sou esperançoso por pura
teimosia, mas por imperativo existencial e histórico” (FREIRE, 1987, p. 10).
Portanto para uma educação ser dialógica, tem que necessariamente ser fundada e
fundamentada no diálogo, ação própria do ser humano. Paulo Freire (1987), em sua obra
distingue o eu antidialógico, que fundamenta a educação bancária, e o eu dialógico que
fundamenta a educação libertadora: “O eu antidialógico, dominador, transforma o tu
dominado, conquistado num mero “isto”. O eu dialógico, pelo contrário, sabe que
exatamente o tu que o constitui. Sabe, também, que, constituído por um tu – um não-eu –
esse tu que o constitui se constitui, por sua vez, como eu, ao ter no seu eu um tu. Desta
forma, o eu e o tu passam a ser, na dialética destas relações constitutivas, dois tu que se
fazem dois eu” (FREIRE, 1987, p. 196).
Para ser libertadora, a educação tem que trazer em si, temas trazidos pelos sujeitos
da educação, quem em suma, por meio dela, se libertam, via dialogicidade na educação,
pautada numa criticidade oriunda de temas geradores, que trarão reflexões sobre temas
oriundos de sua realidade objetiva de vida, que decodificados do cotidiano do sujeito,
dialogará com o homem que deseja se libertar.
Tal libertação só pode ocorrer por meio de uma educação libertadora do sujeito, e
do outro com quem ele se relacione. Relacionar-se com o outro passa também pelo
conceito de moralidade, muito presente em temas do cotidiano sob o codinome ética. Ao
falar em ética, Freire (1987, p.15) afirma que:
É preciso deixar claro que a ética de que falo não é a ética menor,
restrita, do mercado, que se curva obediente aos interesses do lucro [...].
Falo, pelo contrário, da ética universal do ser humano. [...]. A ética de
que falo é a que se sabe traída e negada nos comportamentos
grosseiramente imorais.
REFERÊNCIAS