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br/documento/147543254
ADVOCACIA-GERAL DA UNIÃO
PROCURADORIA-GERAL FEDERAL
PROCURADORIA FEDERAL JUNTO AO INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA
DO AMAZONAS
GABINETE
RUA FERREIRA PENA, Nº 1109, CENTRO, CEP 69.025-010, MANAUS/AM. FONE: (92) 3306-0010
PARECER n. 00185/2018/GAB/PF/IFAM/PGF/AGU
NUP: 23043.000254/2018-64
INTERESSADOS: INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO AMAZONAS -
IFAM
ASSUNTOS: TOMADA DE PREÇOS
Magnífico Reitor
I - Relatório
1. Trata-se de processo que tem por objeto a realização de licitação, na modalidade tomada de preços do tipo
menor preço por valor global, com vistas à contratação de empresa para execução da reforma e ampliação do
estacionamento do Campus Distrito Industrial - CMDI.
2. Para efeito de análise, destaco a disposição dos seguintes documentos que instruem o processo no Sapiens
(1/268267534 ao 2/268267534):
a) Memorando nº. 08/COPE/DG/CMDI/IFAM (p. 03);
b) Documento de Formalização da Demanda (p. 05-08);
c) Projeto básico para obra e seus anexos (p. 11-146);
d) Portaria nº. 17 - GDG/CMDI/IFAM, de 23 de março de 2018, que designou a equipe de planejamento
para a contratação (p. 149-150);
e) estudo preliminares da contratação (p. 152-156);
f) gerenciamento de riscos (p. 158-160);
g) minuta do edital de tomada de preços e seus anexos (p. 166-333);
h) Portaria nº 191 - GDG/CMDI/IFAM, de 08 de maio de 2018, que designou a Comissão Especial de
Licitação (p. 335);
i) Portaria nº 1.299-GR/IFAM, de 11/07/2017, designando a Comissão Geral de Licitação e Pregoeiros
(p. 335);
j) lista de verificação de providências recomendada pela AGU (p. 337-339); e
k) dotação orçamentária, demonstrando o valor disponível de R$ 315.000,00 (p. 342-343); e
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3. É o relatório.
II - Fundamentação
4. Como é conhecido, os bens e serviços de interesse da Administração Pública devem ser por ela
adquiridos ou contratados por meio de licitação, ressalvadas situações específicas previstas em lei, observado o disposto
no inciso XXI do artigo 37 da Constituição e especialmente na Lei nº 8.666/1993.
5. A licitação tem, pois, uma natureza instrumental, destinando-se a viabilizar o provimento de alguma
necessidade da Administração Pública, cuja concretização dos seus fins é capaz de proporcionar a satisfação do interesse
público. Logo, o primeiro aspecto a observar na licitação diz respeito à identificação da necessidade a ser atendida, com
as pertinentes justificativas.
7. Conhecida e justificada a necessidade, havendo ainda sua qualificação e quantificação, com especial
referência ao valor estimado a ser empregado na contratação destinada a satisfazê-la, impõe-se aferir a modalidade
licitatória a ser aplicada.
8. Na Lei nº 8.666/1993 consta que as licitações para obras e serviços de engenharia até R$ 1.500.000,00
devem ser realizadas por meio de tomada de preços, tal como disposto nos artigos 22, I e §2º, e 23, I, b, in verbis:
Art. 23. As modalidades de licitação a que se referem os incisos I a III do artigo anterior serão
determinadas em função dos seguintes limites, tendo em vista o valor estimado da contratação:
I - para obras e serviços de engenharia:
(...)
b) tomada de preços - até R$ 1.500.000,00 (um milhão e quinhentos mil reais);
10. Registro que, não se tratando de bens e serviços comuns, quais sejam, aqueles "cujos padrões de
desempenho e qualidade possam ser objetivamente definidos pelo edital por meio de especificações usuais
no mercado", seria descabido o emprego do pregão previsto na Lei nº 10.520/2002.
11. Por outro lado, dentre os tipos de licitação, que definem o critério de julgamento das propostas, foi
escolhido o tipo de menor preço global, conforme prescrição do artigo 45, § 1º, I, da Lei n 8.666/1993, in verbis:
Art. 45. O julgamento das propostas será objetivo, devendo a Comissão de licitação ou o
responsável pelo convite realizá-lo em conformidade com os tipos de licitação, os critérios
previamente estabelecidos no ato convocatório e de acordo com os fatores exclusivamente nele
referidos, de maneira a possibilitar sua aferição pelos licitantes e pelos órgãos de controle.
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§ 1º Para os efeitos deste artigo, constituem tipos de licitação, exceto na modalidade concurso:
12. Nada obstante, mesmo que previsto o menor preço global, a aceitabilidade dos preços deve ocorrer
pelo preço unitário e global, na forma prevista Súmula 257 do TCU e na Orientação Normativa nº 5 da AGU, a ser
previsto no projeto básico e no edital. Confira-se
13. E o regime de execução indireta por empreitada por preço global, quando se contrata a execução da
obra ou do serviço por preço certo e total, foi escolhido em função do disposto nos artigos 6º, VII, a, e 10, II, a, da Lei nº
8.666/1993, assim redigidos:
Art. 10. As obras e serviços poderão ser executados nas seguintes formas:
(...)
II - execução indireta, nos seguintes regimes:
a) empreitada por preço global;
14. Tal escolha, contudo, demanda justificativa pontual, haja vista a seguinte recomendação do TCU:
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9.1.4. nas situações em que, mesmo diante de objeto com imprecisão intrínseca de quantitativos,
tal qual asseverado no item 9.1.3. supra, se preferir a utilização da empreitada por preço global,
deve ser justificada, no bojo do processo licitatório, a vantagem dessa transferência maior de
riscos para o particular – e, consequentemente, maiores preços ofertados – em termos técnicos,
econômicos ou outro objetivamente motivado, bem assim como os impactos decorrentes desses
riscos na composição do orçamento da obra, em especial a taxa de BDI – Bonificação e Despesas
Indiretas;
15. Logo, sugiro que os elementos acima sejam contemplados na justificativa. A depender da situação, estará
correta ou não a empreitada por preço global.
16. Também aconselho que seja justificado o não parcelamento da obra, observado o disposto no §§ 1º e
2º do artigo 23 da Lei nº 8.666/1993 e na Súmula 247 do TCU, in verbis:
Súmula 247. É obrigatória a admissão da adjudicação por item e não por preço global, nos
editais das licitações para a contratação de obras, serviços, compras e alienações, cujo objeto
seja divisível, desde que não haja prejuízo para o conjunto ou complexo ou perda de economia de
escala, tendo em vista o objetivo de propiciar a ampla participação de licitantes que, embora não
dispondo de capacidade para a execução, fornecimento ou aquisição da totalidade do objeto,
possam fazê-lo com relação a itens ou unidades autônomas, devendo as exigências de habilitação
adequar-se a essa divisibilidade.
17. No tocante à conformação técnica das licitações de obras, afigura-se imprescindível a formulação de um
projeto básico, a ser antecedido preferencialmente por estudos preliminares específicos, consistindo em ponto de partida
para construção das justificativas administrativas da necessidade das contratações, pesquisas de preços e elaboração dos
instrumentos formais das licitações, observado o disposto no artigo 6º, IX da Lei nº 8.666/1993, in verbis:
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sua execução;
e) subsídios para montagem do plano de licitação e gestão da obra, compreendendo a sua
programação, a estratégia de suprimentos, as normas de fiscalização e outros dados necessários
em cada caso;
f) orçamento detalhado do custo global da obra, fundamentado em quantitativos de serviços e
fornecimentos propriamente avaliados;
19. Nesse particular, observo que o caderno que consubstancia o projeto básico está composto de relatório
técnico, emitido em 12/06/2017, seguido de dados do projeto básico de 19/02/2018, planilha orçamentária, cronograma
físico financeiro, especificação técnica/memorial descritivo, elementos que teriam permitido a elaboração do projeto
básico tal como definido no artigo 6º acima transcrito.
9.2.5. as disposições existentes na Instrução Normativa MPOG nº 02/2008, que foi revogada pela
IN-Seges/MPDG 5/2017, são aplicáveis às contratações de serviços pela Administração Pública,
não versando tais atos normativos sobre a contratação de obras públicas;
21. Sobre o projeto básico acima referido, conta com diversos elementos, a saber:
20.2. Declaração SINAPI no sentido de que os custos foram dimensionados em conformidade com o
artigo 115 da Lei nº 11.514/2007 (LDO-2007), que prevê que "os custos unitários de materiais e serviços de obras
executadas com recursos dos orçamentos da União não poderão ser superiores à mediana daqueles constantes do
Sistema Nacional de Pesquisa de Custos e Índices da Construção Civil - SINAPI, mantido pela Caixa Econômica
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Federal, que deverá disponibilizar tais informações na internet". Observo que essa referência legal foi mantida nas leis
de diretrizes orçamentárias dos anos seguintes, até ser eliminada na do ano de 2014, estando atualmente vigente o
Decreto nº 7.983, de 8 de abril de 2013, que deve ser referido em tal declaração;
20.3. Título definitivo, contendo certidão de registro de imóvel que comprova a propriedade do IFAM
sobre o terreno em processo de edificação, obtido por doação da SUFRAMA;
20.4. Relatório técnico que indica a precariedade das condições de pavimentação do estacionamento e
propondo sua reforma;
a) Descrição sintética dos elementos, com referência ao objeto, aos dados cadastrais do IFAM e nome de
seu responsável, descrição do objeto, justificativa, condições de execução e prazo contratual, disposições gerais, custo do
projeto e declaração de que o projeto básico está de acordo com a Lei nº 8.666/1993;
b) Informações do projeto básico, com descrições pormenorizadas do objeto do projeto básico, dos
fundamentos da contratação, com a indicação da modalidade licitatória, dos requisitos a serem atendidos pela futura
contratada, do impacto ambiental, das metas sociais da obra, obrigações da contratada e da contratante, das condições
gerais, com abordagem da formação do preço, com remissão à planilha de formação de preços e à apresentação das
propostas, da possibilidade de aditivos, do cronograma físico-financeiro, do pagamento da administração da obra, da
medição e pagamento dos serviços realizados, da mobilização da empresa, do controle tecnológico, da entrega de projetos
atualizados por ocasião da conclusão da obera ("as built"), da documentação a ser entregue pela empresa;
c) Planilhas orçamentárias, global e sintética, contendo descrição de todos os itens de bens e serviços
envolvidos, com os correspondentes preços estimados;
d) Cronograma físico-financeiro;
f) Composição de custos;
g) BDI e Leis Sociais, com a demonstração da composição dos benefícios e despesas indiretas, além dos
encargos sociais, em conformidade com o Acórdão nº 2.622/2013 do Plenário do TCU;
20.10. Regularidade Ambiental, com relação de atividades não sujeitas ao licenciamento ambiental pelo
IPAAM.
22. Conquanto esses documentos possam ser capazes de atender, em linhas gerais, aos preceitos normativos
acima indicados pelo aspecto formal (o técnico escapa da avaliação da PF-IFAM, por óbvio), considero necessário tecer
algumas considerações.
23. Primeiramente, cabe ponderar que o projeto básico consiste em anexo necessário do edital, conforme
previsão do inciso I do § 2º do artigo 40 da Lei nº 8.666/1993, devendo conter uma parte com as descrições gerais que
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atendam à prescrição do inciso IX do artigo 6º da mesma lei e anexos com o detalhamento e os elementos técnicos
necessários. Confira-se o primeiro dispositivo:
Art. 40 (omissis)
(...)
§ 2º Constituem anexos do edital, dele fazendo parte integrante:
I - o projeto básico e/ou executivo, com todas as suas partes, desenhos, especificações e outros
complementos;
24. E obviamente o projeto básico deve guardar sintonia com o texto do edital. Ocorre que
identifiquei algumas divergências. Por exemplo, no projeto básico consta que a empresa deve possuir máquinas e
equipamentos, contar com profissionais em seus quadros, ter capital social de 10% do valor da obra etc., quando na
minuta de edital consta que a empresa deve apenas declarar que disporá de equipamentos e pessoal necessários à
execução do contrato, havendo omissão quanto ao percentual do capital social.
25. A propósito, tendo em vista o emprego de minuta de edital recomendado pela AGU, aconselho que o
texto principal do projeto básico igualmente siga o modelo apropriado para as obras, documento denominado
"Projeto Basico_Obras_Servicos_Engenharia_Convite_TP_e_Concorrencia_IN05" e disponível no
endereço http://www.agu.gov.br/page/content/detail/id_conteudo/295798, o que faço visando o necessário sincronismo
das regras.
26. Além disso, observo constar no projeto que a obra não importa em nenhuma agressão à natureza, por se
tratar de uma instituição de ensino, razão de não ter sido previsto licenciamento ambiental da obra. Todavia, o que
consta na Lei do Estado do Amazonas de nº 3.785/2012 é que está dispensada de licenciamento ambiental a construção
ou reforma de escolas, dentre outras obras, com áreas de construção de até um hectare, conforme o disposto no
artigo 6º, XVI, assim redigido:
Art. 6º. Ficam dispensados do licenciamento ambiental estadual, desde que sejam considerados
com potencial poluidor/degradador reduzido, assim definido pelo IPAAM, os empreendimentos ou
atividades listados a seguir:
(...)
XVI - construção, reforma ou ampliação de escolas, postos de saúde, quadras de esportes, feiras
cobertas, praças, campos de futebol, camping, hipódromos, centros de eventos, centros de
convivência, igrejas, templos religiosos, creches, centros de inclusão digital e congêneres, com
área de construção de até 1,0 ha; (destaquei)
27. Por certo, qualquer edificação envolve alguma agressão à natureza, entretanto, na norma em apreço são
desprezadas as que estejam associadas a empreendimentos com a dimensão especificada para efeito de licenciamento
ambiental no âmbito da competência do Estado do Amazonas, pelo Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas
- IPAAM.
28. De fato, conforme o artigo 8º, I, da Lei nº 6.938/1981, que dispõe sobre a Política Nacional do Meio
Ambiente, o licenciamento de atividades efetiva ou potencialmente poluidoras tocaria aos Estados, sob supervisão do
Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – IBAMA, consoante disciplina estabelecida
pelo Conselho Nacional do Meio Ambiente – CONAMA.
29. Nada obstante, por força da Lei Complementar nº 140/2011, foram dispostas competências distintas
nos três níveis de governo para o licenciamento ambiental (federal, estadual e municipal), prevista a colaboração entre
eles. Confira-se:
Art. 4º Os entes federativos podem valer-se, entre outros, dos seguintes instrumentos de
cooperação institucional:
(...)
II - convênios, acordos de cooperação técnica e outros instrumentos similares com órgãos e
entidades do Poder Público, respeitado o art. 241 da Constituição Federal;
III - Comissão Tripartite Nacional, Comissões Tripartites Estaduais e Comissão Bipartite do
Distrito Federal;
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(...)
V - delegação de atribuições de um ente federativo a outro, respeitados os requisitos previstos
nesta Lei Complementar;
VI - delegação da execução de ações administrativas de um ente federativo a outro, respeitados
os requisitos previstos nesta Lei Complementar.
§ 1º Os instrumentos mencionados no inciso II do caput podem ser firmados com prazo
indeterminado.
§ 2º A Comissão Tripartite Nacional será formada, paritariamente, por representantes dos
Poderes Executivos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, com o objetivo
de fomentar a gestão ambiental compartilhada e descentralizada entre os entes federativos.
§ 3º As Comissões Tripartites Estaduais serão formadas, paritariamente, por representantes dos
Poderes Executivos da União, dos Estados e dos Municípios, com o objetivo de fomentar a gestão
ambiental compartilhada e descentralizada entre os entes federativos.
§ 4º A Comissão Bipartite do Distrito Federal será formada, paritariamente, por representantes
dos Poderes Executivos da União e do Distrito Federal, com o objetivo de fomentar a gestão
ambiental compartilhada e descentralizada entre esses entes federativos.
§ 5º As Comissões Tripartites e a Comissão Bipartite do Distrito Federal terão sua organização e
funcionamento regidos pelos respectivos regimentos internos.
Art. 5º O ente federativo poderá delegar, mediante convênio, a execução de ações administrativas
a ele atribuídas nesta Lei Complementar, desde que o ente destinatário da delegação disponha de
órgão ambiental capacitado a executar as ações administrativas a serem delegadas e de conselho
de meio ambiente.
Parágrafo único. Considera-se órgão ambiental capacitado, para os efeitos do disposto
no caput, aquele que possui técnicos próprios ou em consórcio, devidamente habilitados e em
número compatível com a demanda das ações administrativas a serem delegadas.
(...)
Art. 8º São ações administrativas dos Estados:
(...)
XIV - promover o licenciamento ambiental de atividades ou empreendimentos utilizadores de
recursos ambientais, efetiva ou potencialmente poluidores ou capazes, sob qualquer forma, de
causar degradação ambiental, ressalvado o disposto nos arts. 7o e 9o;
XV - promover o licenciamento ambiental de atividades ou empreendimentos localizados ou
desenvolvidos em unidades de conservação instituídas pelo Estado, exceto em Áreas de Proteção
Ambiental (APAs);
Art. 9º São ações administrativas dos Municípios:
(...)
XIV - observadas as atribuições dos demais entes federativos previstas nesta Lei Complementar,
promover o licenciamento ambiental das atividades ou empreendimentos:
a) que causem ou possam causar impacto ambiental de âmbito local, conforme tipologia definida
pelos respectivos Conselhos Estaduais de Meio Ambiente, considerados os critérios de porte,
potencial poluidor e natureza da atividade; ou
b) localizados em unidades de conservação instituídas pelo Município, exceto em Áreas de
Proteção Ambiental (APAs);
(...)
Art. 13. Os empreendimentos e atividades são licenciados ou autorizados, ambientalmente, por
um único ente federativo, em conformidade com as atribuições estabelecidas nos termos desta Lei
Complementar.
(...)
Art. 15. Os entes federativos devem atuar em caráter supletivo nas ações administrativas de
licenciamento e na autorização ambiental, nas seguintes hipóteses:
I - inexistindo órgão ambiental capacitado ou conselho de meio ambiente no Estado ou no
Distrito Federal, a União deve desempenhar as ações administrativas estaduais ou distritais até a
sua criação;
II - inexistindo órgão ambiental capacitado ou conselho de meio ambiente no Município, o Estado
deve desempenhar as ações administrativas municipais até a sua criação; e
III - inexistindo órgão ambiental capacitado ou conselho de meio ambiente no Estado e no
Município, a União deve desempenhar as ações administrativas até a sua criação em um
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(...) após a edição da LC nº 140/2011, cada órgão ambiental, seja ele federal, estadual ou
municipal, possui competência licenciatória definida, de acordo com a localização e/ou
características do empreendimento e da abrangência e potencial do impacto ambiental causado.
A divisão de competência, destarte, encontra-se delineada por lei complementar, somente
podendo ser alterada ou revogada por meio de lei da mesma hierarquia.
Especificamente no que tange à divisão de competência ambiental, tem-se que todos os órgãos
integrantes do Sistema Nacional do Meio Ambiente - SISNAMA estão articulados, de forma que
as atribuições de um não são prevalecentes em relação às dos outros. Há, na realidade, uma
cooperação e não superposição ou subordinação entre eles, inexistindo qualquer hierarquia entre
os órgãos federal, estaduais ou municipais.
31. Nesse contexto, cumprindo-se as disposições da Lei Complementar nº 140/2011, foi instituído no Estado
do Amazonas o Programa de Gestão Ambiental Compartilhada por meio da Resolução nº 15/2013 do Conselho Estadual
de Meio Ambiente do Estado do Amazonas – CEMAAM, criada a Comissão Tripartite Estadual e disciplinada a
estruturação dos sistemas municipais de meio ambiente, ficando estabelecido no artigo 10 dessa resolução que:
32. Assim, a previsão de dispensa de licenciamento ambiental estará correta se a área de construção for
inferior a um hectare, pela perspectiva da competência do Estado do Amazonas, regra que se aplica somente na hipótese
de o Município de Manaus não ter implementado os meios necessários ao exercício de sua competência para licenciar
obras de impacto local. No caso de prevalência da legislação municipal, deverão ser seguidas as regras pertinentes. Isso,
certamente, exige uma justificativa mais objetiva, com a abordagem específica de tais aspectos. Claro que, havendo
exigência de licenciamento, isso deverá ser providenciado a tempo e modo.
33. Mas a eventual dispensa de licenciamento ambiental não representa que possam ser ignorados os
critérios de sustentabilidade ambiental previstos para as contratações públicas e dispostos no Decreto nº 7.746/2012
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e na Instrução Normativa nº 01/2010/SLTI/MPDG, que aparentemente não foram empregadas no caso. Cabe, sem dúvida,
manifestação a esse respeito, com a adequação do projeto básico no que for cabível.
34. Recomendo, pois, que após a elaboração de manifestação técnica que aborde todos os pontos
controvertidos acima postos, seja utilizado o modelo de projeto básico recomendado pela AGU. Nesse documento
devem ser inseridas as obrigações e condições específicas de interesse do IFAM.
35. Esse texto deve ser considerado como principal, com os anexos técnicos devidamente numerados e
identificados, havendo de ser subscrito por engenheiros em atividade na Coordenação de Projetos e Serviços de
Engenharia, submetidos à aprovação da Diretoria de Obras e Serviços de Engenharia e do Pró-reitor de
Desenvolvimento Institucional, observado o disposto nos artigos 130, III, 2, e 145 do Regimento Geral do IFAM, e
posteriormente à aprovação Reitor do IFAM ou autoridade que dele receber delegação de competência para esse
fim.
36. No que diz respeito à minuta de edital, embora tenha havido a utilização de modelo sugerido pela AGU,
não foi empregado o mais atualizado, que é o documento "Edital_Concorrencia_Obras_Servicos_Engenharia_IN05",
disponível no endereço http://www.agu.gov.br/page/content/detail/id_conteudo/295798, cujo uso fica recomendado.
37. Mesmo esse modelo mais atualizado deve ser corrigido no que trata da Instrução Normativa SLTI/MPOG
nº 2, de 11 de outubro de 2010, eis que revogada pela Instrução Normativa nº 3, de 26 de abril de 2018, que dispõe
atualmente sobre o SICAF.
38. Relativamente à minuta de contrato, foi empregado modelo adequado, mas com adaptação parcial e sem
eliminação das observações que nele constam apenas a título de orientação. Devem, pois, ser eliminados os quadros de
observações e entre o item 6.1 e 6.2 deve ser eliminada a conjunção "ou", a considerar que as regras são
complementares e não alternativas.
E - Da comissão de licitação
39. Noutro quadrante, consta nos autos a Portaria nº 1.299-GR/IFAM, de 11/07/2017, designando a Comissão
Geral de Licitação e Pregoeiros (p. 335), conforme exigência prevista no inciso III do artigo 38 da Lei nº 8.666/1993.
F - Da dotação orçamentária
40. E no que tange à dotação orçamentária, está demonstrada no documento denominado "Dotação
Orçamentária" (p. 342-343) a disponibilidade de R$ 315.000,00, sendo que o valor da obra está estimado em
R$314.598,94. Isso atende à exigência que decorre do inciso III, do § 2º do artigo 7º, e do caput do artigo 57, da Lei nº
8.666/1993, dentre outros dispositivos legais.
G - Da autorização
41. Finalmente, ressalto que, além da aprovação motivada do projeto básico, a própria licitação precisa ser
autorizada pela autoridade competente, conforme artigo 38 da Lei nº 8.666/1993, decisão que não está presente no
processo e deve ser imediatamente providenciada.
III - Conclusão
d) utilização do modelo de edital recomendado pela AGU e correção da minuta de termo de contrato, com
observância das orientações neles contidas (itens 12, 36 ao 38); e
e) autorização da autoridade competente (item 41).
À Reitoria.
Notas
Documento assinado eletronicamente por BRUNO JUNIOR BISINOTO, de acordo com os normativos legais aplicáveis.
A conferência da autenticidade do documento está disponível com o código 147543254 no endereço eletrônico
http://sapiens.agu.gov.br. Informações adicionais: Signatário (a): BRUNO JUNIOR BISINOTO. Data e Hora: 22-08-2018
17:22. Número de Série: 1718843. Emissor: Autoridade Certificadora SERPRORFBv5.
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