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PROCESSO Nº TST-RR-358-48.2014.5.12.

0055

A C Ó R D Ã O
6ª Turma
KA/pmf/ta  

RECURSO   DE   REVISTA   INTERPOSTO   NA


VIGÊNCIA DA LEI N°  13.015/2014 E DA
INSTRUÇÃO   NORMATIVA   N°   40   DO   TST.
ANTERIOR À LEI Nº 13.467/2017.
RECLAMADO.   DIREITO   DE   IMAGEM.
NATUREZA SALARIAL.
1 - Foram preenchidas as exigências
do art. 896, § 1°-A, da CLT.
2   ­   No   caso   dos   autos,   conforme
consignou   o   TRT,   a   parcela   recebida
pelo reclamante a título de "direito
de imagem", na realidade, tratava­se
de   salário   mascarado,   em   razão   da
habitualidade   com   que   era   paga   a
referida parcela.
3 ­ A jurisprudência do TST não tem
acatado o pagamento de remuneração ao
atleta profissional sob a denominação
de   exploração   do   direito   à   imagem
quando   evidenciado   que   o   pagamento
tem   como   objetivo,   na   realidade,
desvirtuar a aplicação da legislação
trabalhista. (JULGADOS)
4 – Recurso de revista de que não se
conhece.

Vistos,   relatados   e   discutidos   estes   autos   de


Recurso   de   Revista   n°  TST­RR­358­48.2014.5.12.0055,   em   que   é
Recorrente CRICIÚMA ESPORTE CLUBE e Recorrido TIAGO DA SILVA DUTRA.

O TRT, no acórdão referente ao recurso ordinário,
negou provimento ao recurso ordinário do reclamado, e deu provimento
ao recurso do reclamante para majorar a condenação e determinar que
o réu deverá pagar o importe de R$ 235.000,00 (duzentos e trinta e
cinco mil reais) de cláusula compensatória, deduzidos os valores já
adimplidos.

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PROCESSO Nº TST-RR-358-48.2014.5.12.0055

A   parte   interpôs   recurso   de   revista   com   base   no


art. 896  da CLT, o qual foi recebido parcialmente, quanto ao tema
"direito de imagem – natureza salarial".
Na  vigência  da  Instrução  Normativa  nº  40  do  TST,
examina­se o recurso de revista somente quanto ao tema admitido pelo
juízo   primeiro   de   admissibilidade   ou   provido   no   agravo   de
instrumento.
Foram   apresentadas   contrarrazões   ao   recurso   de
revista.
Os autos não foram remetidos ao Ministério Público
do Trabalho (art. 83, II, do Regimento Interno do TST).
É o relatório.

V O T O

1. CONHECIMENTO

1.1 DIREITO DE IMAGEM – NATUREZA SALARIAL
Em relação à matéria, a partir dos trechos
transcritos do acórdão recorrido pela parte, em razões de recurso de
revista, assim decidiu o TRT:
No caso dos autos, o autor tinha registrado em sua CTPS o salário de
R$ 5.000,00 em razão do contrato com o clube réu.
Em contrapartida, mediante contrato de natureza civil firmado com a
empresa em que o autor era sócio, recebia R$ 20.000,00 mensais a titulo de
direito de imagem.
Num contexto em que a entidade esportista aufere vantagens
pecuniárias de contratos com terceiros mediante a prestação de serviços do
atleta em seu favor, os valores que transfere ao profissional têm natureza
contraprestativa.
Aliás, a característica da habitualidade evidencia sua natureza
como sendo salarial, na forma do art. 457 da CLT e não poderia ser
outra a ilação, por força do art. 9° da CLT, independentemente do
rótulo jurídico que se pretendeu conferir à parcela.

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Em verdade, não há como deixar de considerar que o direito de


imagem está intrinsecamente atrelado ao contrato de trabalho, inclusive,
apenas existindo em razão dele.
( • • • ) Assim o autor se desincumbiu a contento do ônus de
comprovar que a parcela recebia da título de "direito de imagem", na
realidade, tratava-se de salário.
Ante o exposto, mantenho integralmente o julgado e nego provimento
ao recurso no particular.

Em   suas   razões   de   recurso   de   revista,   a   parte


sustenta   que   a   "alteração   promovida   a   partir   de   2011,   consoante
redação do art. 87­A da Lei Pele, deixa expressa a natureza civil
dos contratos de cessão de imagem do atleta profissional de futebol.
Dessa forma, não há como pesar dúvidas que os valores recebidos a
titulo de direitos de imagem não possuem natureza salarial".
Explica   que   o   contrato   de   trabalho   do   reclamante
perdurou de 16.01.2012 a 23.04.2014.
Alega "ser ônus do Reclamante (art. 818 da CLT) a
produção   de   robusta   prova   capaz   de   configurar   com   segurança   a
ocorrência de referido vício volitivo ou da confecção fraudulenta do
contrato civil, ônus este do qual não se desincumbiu no decorrer da
instrução".
Ressalta   que   "na   época   do   contrato   de   trabalho
firmado   entre   as   partes   não   havia   qualquer   limitação   estabelecida
entre a relação salário/direitos de imagem", como a que adveio com a
inclusão do parágrafo único do artigo 87­A, pela lei n° 13.155/15.
Explica que o teto de 40% para a cessão de direitos ao uso de imagem
foi regulamentado pela referida lei. 
Aponta   violação   dos   artigos   87   e   87­A   da   Lei   n°
9.615/98 e divergência jurisprudencial.
À análise.
O   TST   vem   firmando   o   entendimento   de   que   a
contratação   e   o   pagamento   do   chamado   "direito   de   imagem"   possui
nítida   natureza   civil,   não   podendo,   assim,   ser   considerada   como
salário.
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Exceção   se   faz   para   as   hipóteses   em   que   ficar


comprovado nos autos que a contratação se deu de modo fraudulento,
apenas   com   o   fito   de   mascarar   efetiva   remuneração   pelos   serviços
prestados.
Nesse sentido, os seguintes precedentes:

"RECURSO DE REVISTA (...). ATLETA PROFISSIONAL.


DIREITO DE IMAGEM. NATUREZA JURÍDICA SALARIAL.
INTEGRAÇÃO À REMUNERAÇÃO. O direito contratualmente
assegurado à entidade desportiva de explorar comercialmente a imagem do
atleta profissional não se revestiria, em princípio, de natureza
remuneratória, não fosse a prática - que se disseminou sobretudo no meio
futebolístico - de usar-se a parcela para disfarçar-se salário. É lamentável
constatar que o contumaz desvirtuamento do direito esteja vigorosamente a
desnaturá-lo, conforme se extrai de cediça jurisprudência segundo a qual a
verba paga pela entidade desportiva ao atleta a título de cessão do uso do
direito de imagem não pode ser excluída da definição de salário. Ademais,
também tem enfatizado a jurisprudência que a parcela auferida pelo atleta
profissional pelo uso comercial de sua imagem pelo clube que o emprega
decorre diretamente do trabalho desenvolvido pelo empregado. Há
precedentes. Recurso de revista conhecido e provido. (...)" (ARR - 392-
60.2013.5.02.0047, Relator Ministro Augusto César Leite de Carvalho, 6ª
Turma, DEJT 7/10/2016, Grifou-se)

"RECURSO DE REVISTA (...) ATLETA PROFISSIONAL.


DIREITO DE ARENA. REDUÇÃO DO PERCENTUAL POR NORMA
COLETIVA - NATUREZA JURÍDICA DO DIREITO DE ARENA E DO
DIREITO DE IMAGEM. A jurisprudência do TST tem se firmado no
sentido de que não é possível a redução do percentual do direito de arena
previsto no artigo 42, § 1º, da Lei nº 9.615/1998 por acordo judicial, nem
por negociação coletiva, pois para os contratos realizados na vigência desta
lei, o percentual mínimo assegurado é de 20%. Precedente da SbDI-1 do
TST. No que se refere à natureza jurídica do "direito de arena", a decisão
encontra-se em consonância com o entendimento desta Corte no sentido de
que, por ser uma verba vinculada ao contrato de trabalho e à prestação de
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PROCESSO Nº TST-RR-358-48.2014.5.12.0055

serviços dos jogadores profissionais aos clubes, o direito de arena tem


natureza jurídica salarial. Precedentes. Quanto ao "direito de imagem", o
TST tem adotado o entendimento de que a verba paga ao atleta profissional
a título de cessão do uso do direito de imagem possui natureza
remuneratória quando comprovado o intuito fraudulento do contrato de
natureza civil, porque decorre diretamente do desempenho de suas
atividades na entidade desportiva. Precedentes. Recurso de revista não
conhecido." (RR - 437-08.2010.5.09.0651, Relator Ministro Márcio Eurico
Vitral Amaro, 8ª Turma, DEJT 1º/7/2016, Grifou-se)

"RECURSO DE REVISTA INTERPOSTO ANTES DA LEI Nº


13.015/2014. ATLETA PROFISSIONAL. DIREITO DE IMAGEM.
NATUREZA JURÍDICA. INEXISTÊNCIA DE FRAUDE. O Tribunal
Regional, com base nas provas dos autos, consignou que "os valores pagos
a título de direito de imagem correspondiam à contraprestação financeira
pelo ajuste contratual firmado por conta das características do autor como
atleta e sua exposição na mídia, conforme prevê a legislação específica
aplicável, não havendo falar em fraude à lei trabalhista". Registrou ainda
que "os documentos juntados comprovam que a imagem do autor foi
efetivamente utilizada pelo réu para diversas campanhas publicitárias, o que
evidencia que os valores pagos a este título tinham efetivamente o intuito
de remunerar o uso de sua imagem". Esta Corte firmou o entendimento de
que a parcela a título de direito de imagem paga ao atleta profissional
possui natureza remuneratória quando comprovado o intuito fraudulento do
contrato de natureza civil. Neste caso, comprovada a fraude, o contrato é
nulo de pleno direito, devendo-se atribuir caráter salarial à parcela recebida
fraudulentamente a título de direito de imagem e sua consequente
integração na remuneração para todos os efeitos. No caso em apreço,
entretanto, verifica-se que o direito de imagem foi pactuado em contrato
civil, no qual restou estipulado que a cessão de direitos está diretamente
vinculada à imagem do atleta junto ao clube e o público em geral,
totalmente alheio ao contrato de trabalho. Há o registro, ainda, que o
jogador participou efetivamente das campanhas publicitárias do clube, o
que evidencia que o direito foi pago em razão da exposição da imagem do
atleta, não havendo comprovação de fraude ao contrato civil. Destarte,
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tendo as instâncias ordinárias e soberanas na análise da prova decidido que


não houve burla à legislação, inviável o processamento do apelo, pois para
se concluir de forma distinta, seria imprescindível a reapreciação da prova
coligida nos autos, procedimento vedado em sede de recurso de revista, nos
termos da Súmula nº 126 do TST. Precedentes. Recurso de revista não
conhecido." (RR - 2958-19.2012.5.12.0053, Relatora Ministra Maria
Helena Mallmann, 2ª Turma, DEJT 28/10/2016, Grifou-se)

"RECURSO DE REVISTA (...) 2 - DIREITO DE IMAGEM.


NATUREZA JURÍDICA. No que se refere ao direito de imagem, o Tribunal
Regional ressaltou que referida parcela era paga com habitualidade,
independentemente se houvesse ou não qualquer veiculação da imagem do
atleta por parte da reclamada. Esta conduta revela, em verdade, o intuito de
burlar os direitos trabalhistas do reclamante. A jurisprudência desta Corte é
no sentido de que verificada a fraude, deve-se declarar o contrato nulo de
pleno direito, nos termos do art. 9.º da CLT, atribuindo-se caráter salarial à
parcela recebida fraudulentamente a título de direito de imagem e
consequente sua integração na remuneração do atleta para todos os efeitos.
Precedentes. Recurso de revista não conhecido. (...)" (RR - 195300-
71.2008.5.15.0002, Relatora Ministra Delaíde Miranda Arantes, 2ª Turma,
DEJT 20/11/2015, Grifou-se)

"RECURSO DE REVISTA. (...) DIREITO DE IMAGEM.


NATUREZA JURÍDICA SALARIAL. VERBA DECORRENTE DO
CONTRATO DE TRABALHO. FRAUDE. A jurisprudência não tem
acatado o pagamento de remuneração ao atleta profissional sob a
denominação de exploração do direito à imagem quando evidenciado que o
pagamento tem como objetivo, na realidade, desvirtuar a aplicação da
legislação trabalhista. Isso porque ocorria como praxe o pagamento do
valor por meio de constituição de pessoa jurídica. Deve ser reconhecida a
natureza salarial da parcela, diante da delimitação fática contida no v.
acórdão regional, de que se tratava de contraprestação ao trabalho paga pela
reclamada. Recurso de revista não conhecido." (RR - 610-
95.2011.5.04.0017, Relator Ministro Aloysio Corrêa da Veiga, 6ª Turma,
DEJT 26/9/2014)
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No   caso   dos   autos,   conforme   consignou   o   TRT,   a


parcela recebida pelo reclamante a título de "direito de imagem", na
realidade,   tratava­se   de   salário   mascarado,   em   razão   da
habitualidade com que era paga a referida parcela.
A   jurisprudência   não   tem   acatado   o   pagamento   de
remuneração ao atleta profissional sob a denominação de exploração
do   direito   à   imagem   quando   evidenciado   que   o   pagamento   tem   como
objetivo,   na   realidade,   desvirtuar   a   aplicação   da   legislação
trabalhista.
Em   razão   desse   quadro   fático,   não   se   cogita   de
violação dos artigos 87 e 87­A da Lei n° 9.615/98.
Em   relação   aos   arestos   indicados,   em   razões   de
recurso, não está atendida a exigência do artigo 896, § 8°, da CLT,
uma   vez   que   neles   não   são   mencionadas   as   circunstâncias   que
assemelham ou identificam os casos confrontados.
Não conheço.

ISTO POSTO

ACORDAM  os   Ministros   da   Sexta   Turma   do   Tribunal


Superior   do   Trabalho,   por   unanimidade,   não   conhecer   do   recurso   de
revista.
Brasília, 29 de novembro de 2017.

Firmado por assinatura digital (MP 2.200-2/2001)


KÁTIA MAGALHÃES ARRUDA
Ministra Relatora

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