Sei sulla pagina 1di 33

REVISTA ON-LINE QUADRIMESTRAL DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE EUBIOSE

ANO II – Nº 6 - OUTUBRO DE 2013 A JANEIRO DE 2014

Em homenagem ao centenário de nascimento de Anton Walter Smetak


EDITORIAL

A Sabedoria Iniciática das Idades, que é São questões-chave da existência humana


transmitida de geração em geração por Escolas cujas respostas devem ser singulares. Cada um
de Mistério que operam dentro da Lei Justa e deve refletir muito bem sobre sua vida, suas
Perfeita, procura tornar vivos os conhecimentos, particularidades inatas ou adquiridas, conhecer-se
atitudes, práticas esotéricas legadas por dezenas com profundidade para que as respostas balizem o
de Avataras ao longo dos séculos. caminho da sua atual vida.
Esta Sabedoria Iniciática das Idades foi As antigas tradições religiosas costumavam
durante várias eras veiculada de forma esotérica, dar aos seus seguidores respostas sobre estes
de boca a ouvido, constituindo-se em várias assuntos que remetiam a um mundo simbólico
tradições como os Mistérios Maiores, destinados a e coletivo. Havia então um padrão de santidade
uns poucos que tinham um estado de consciência que deveria ser seguido, com regras claras para
compatível para assimilar a essência de verdades serem obedecidas. Este tipo de iniciação, de
eternas, envoltas sempre em lendas e parábolas religiosidade, também conhecida como simbólica,
destinadas ao grande público. conseguia levar o estado de consciência do
iniciado de um padrão afetivo-emocional até um
Esses milhares de saberes organizados de
mais acima, que é o da razão, do mental concreto.
forma pedagógica e iniciática visavam e visam
até hoje à transformação do homem comum O processo iniciático da Sociedade Brasileira
em discípulo da Boa Lei, que a tudo e a todos de Eubiose vai mais além. Partindo do mental
rege. Este sistema ancestral de transmissão concreto, ou comparativo, procura levar seus
de conhecimentos age como indutor para que integrantes, através do Amor-Sabedoria, até o
o discípulo possa se transformar num centro que denominamos de mental abstrato, que pode
irradiador de sabedoria. ser definido, dentre dezenas de maneiras, como a
percepção integral do uno através de uma parte,
O caminho iniciático é cheio de alegria,
ou a compreensão das diversas partes a partir da
felicidade, afeto e reconhecimento e, ao mesmo
dedução do uno.
tempo, de sofrimento. Este último causado pela
resistência interna que todos nós geramos ao Uno aqui entendido como a Divindade e a
tentar abandonar as formas ilusórias da vida, parte como a expressão singular do indivíduo, do
pensares e emoções ultrapassadas que teimam em ser humano.
grudar no nosso ser e que funcionam como carma
É na relação enriquecedora e fecunda entre
individual.
Divindade e Ser Humano que se descortina para
Ao longo da caminhada, defrontamo-nos com o discípulo o plano geral da evolução e, com isso,
as três clássicas perguntas das Escolas Iniciáticas: ele pode ser um participante ativo e consciente
deste processo. E estará então apto a transpor um
Quem sou?
novo portal ao responder, para si mesmo e para a
De onde vim? Divindade, a grande questão da novíssima Era de
Maitreia:
Para onde vou?
O QUE QUERO?

outubro - 2013 a janeiro - 2014 2


SUMÁRIO

4 7
DHÂRANÂ SMETAK - EUBIOSE E A
Henrique José de Souza ALQUIMIA DO SOM
Mario Chagas e Claudia
Grande é o erro daqueles que Storino
confundem, o Espírito ou In-
teligência (Nous) com a Alma Em comemoração ao cente-
(Psyké). Não menos os que nário de nascimento de Anton
confundem a Alma com o cor- Walter Smetak - dedicado dis-
po (Soma). Da união do Espí- cípulo da Ciência Iniciática das
rito com a Alma nasce a Razão; da união da Alma com o Idades, artista criador de futuros, alquimista do som e
Corpo nasce a Paixão. transformador de realidades – elaboramos o singelo texto,
dividido em cinco movimentos.

13 21
A EUBIOSE NA MÚSICA O PROFESSOR SMETAK
Anton Walter Smetak - UM DEPOIMENTO
Carlos Carvalho
A música clássica requer grande
palco, orquestras sinfônicas, Em 1968-69 estudava oboé
cantores, requisitos cênicos, nos Seminários Livres de Mú-
iluminação etc. Ela nos conduz sica da UFBa em Salvador,
a representações cósmicas”. onde conheci o Prof. Smetak,
que lecionava violoncelo, to-
cava na Orquestra e desenvolvia uma pesquisa com ins-
trumentos musicais.

22 29
SMETAK: VONTADE, OU- A PARTE OCULTA DA
SADIA E SABEDORIA HISTÓRIA DO BRASIL
José Luiz Conrado Vieira Francisco Feitosa

“Não sou mais arara. Sou ho- Apesar da história de des-


mem. casos, subtrações e falta de
Mas não sou homem público. consciência de seu povo, o
Sou um ser enigmático”. Brasil, por força da LEI divi-
na, tem uma missão muito
importante no contexto mundial e no processo evolucio-
nal da humanidade.

outubro - 2013 a janeiro - 2014 3


DHÂRANÂ
♪ Henrique José de Souza

“Grande é o erro daqueles que confundem, o Espírito ou Inteligência (Nous) com a Alma (Psyké). Não
menos os que confundem a Alma com o corpo (Soma). Da união do Espírito com a Alma nasce a Razão; da
união da Alma com o Corpo nasce a Paixão.
Desses três elementos, a Terra deu o corpo; a Lua, a alma, e o Sol, o Espírito. Por isso que todo Homem
justo, consciente de todas essas verdades, é, ao mesmo tempo, durante a sua vida física, um habitante da
Terra, da Lua e do Sol”. – Plutarco (De Ísis e Osíris).

Y OGA, dizem os clássicos do Ocultismo, “é


uma filosofia ou sistema que tem por fim
dar àquele que a prática, o poder de se abster de
diz Paulo, em Efesus, III, 16/17: “Todo ser bom
pode falar ao Cristo em seu Homem Interno”: Cristo
ou Consciência Universal, tanto vale.
comer e de respirar durante considerável tempo, e Das inúmeras espécies de Yoga que se
processo, ainda, de se tornar insensível a todas as conhecem, sobressaem as que se conjugam
impressões exteriores”. com os três corpos de que o homem se compõe,
Para nós, aquele que pratica Yoga visando tais aparte opiniões até hoje divulgadas, por serem
poderes é apenas um Faquir e não um Yogi. completamente errôneas. Referimo-nos à Hatha-
Tal maneira de definir o termo Yoga Yoga, “como ciência do bem-estar físico”, desde
tem provocado tantas perturbações entre os que tal corpo é o sustentáculo da alma e do espírito.
pretendentes à Vereda da Iniciação, como o próprio Mens sana in corpore sano. A seguir, Gnana-Yoga
termo “Deus”, através de lutas religiosas entre e não Raja, como querem outros, porquanto o
os que se extasiam diante de definições, que não mesmo termo Gnana ou Jnana, tem por étimo Jim
podem, de modo algum, expressar, com precisão e ou Jina, que de ser um habitante do Astral, ipso
clareza, tudo quanto pertence ao mundo subjetivo. facto, relaciona-se com a Alma ou Psiké. Donde
o termo: poderes psíquicos. O mesmo termo
Ademais, no que diz respeito à Yoga, logo Espiritismo, usualmente empregado, é errôneo por
se manifesta o desejo egoísta de sobrepujar os suas práticas envolverem única e exclusivamente
demais, de ser, enfim, um homem completamente o mundo astral. Nesse caso, ANIMISMO OU
diferente dos outros, sem falar nos perigos que de PSIQUISMO. Finalmente, Raja-Yoga (União
tal prática procedem, quase sempre em detrimento real, régia ciência etc.) ou do Mental, como sede
do próximo. Nesse caso, Magia Negra e não do Espírito, desde que acima dele se acham as
Magia Branca ou Aquela que praticam os Seres consciências Búdica e Átmica que, a bem dizer,
Superiores, como Guias ou Instrutores dessa pobre são Portas abertas ao Tabernáculo Divino. No
Humanidade acorrentada nas férreas cadeias da corpo humano, a hipófise tem que ver com a Alma,
Ignorância, qual Prometeu ‘amarguradamente enquanto a epífise (“sobrenatural”) com o Espírito.
infeliz”, como diria Junqueiro, na sua mítica
montanha, que é o Cáucaso, que tanto vale pelo Por tudo isso, dizer-se que “tal união com o
“cárcere carnal” ou “pote de argila” bíblico. Todo (pela prática da verdadeira Yoga) é feita por
três caminhos”, que a mesma Vedanta denomina
Yoga, querendo dizer “união”, nada mais é do de: Karma ou ação para o físico; Bhakti ou
que a adoção deste ou daquele sistema por parte de “devoção” (a mística da Fraternidade Humana,
quem, de fato, só tenha a preocupação de se UNIR, como o maior de todos os Ideais) e Jnana ou do
ao seu Eu ou Consciência Imortal, na razão do que

outubro - 2013 a janeiro - 2014 4


conhecimento, visão espiritual, sabedoria, Gnose dos sentidos”. Em síntese: o sumo controle do
etc. pensamento;
Todo e qualquer processo de livrar o Ego das 7º - DHYANA: Meditação, contemplação
ilusões do mundo terreno com o fim de uni-lo à abstrata ou afastamento do mundo dos sentidos,
Consciência Universal, é uma YOGA. melhor dito, estado de “isolamento completo”.
Na de Patanjali, como a mais importante de Constitui uma das “seis Paramitas” budistas. E a
todas, existem oito graus ou estados: prova é que, em um dos mantras (hinos) do começo
de nossa Obra – o mesmo que nos foi enviado do
1º - YAMA: restrição, controle de si mesmo; Oriente – figuram estas palavras: “Dhyâna, tuas
2º - NI-YAMA: observações religiosas, ou portas de oiro nos livram da deusa Mayá (“ilusão
antes, alicerçamento do caráter; dos sentidos”);
3º - ASANA: posição especial para a 8º - SAMADHI (ou Samyâma): estado de
meditação, embora que esteja incluída nos meditação obtido pela concentração, no qual o
bailados iniciáticos, tanto do velho Egito como Adepto se torna consciente de seu Mental Superior,
da Índia, e posteriormente, na Grécia (“mistérios o que tanto vale por se tornar Um com o Todo, a
eleusinos etc.”) e hoje, de modo velado, na arte Consciência Universal etc. A mesma “posição do
coreográfica, em geral. Tais “asanas” ou posições, Buda” não significa outra coisa. Por isso, traz os
sempre debaixo de um certo ritmo, traduziam, olhos cerrados (visão para dentro ou espiritual),
muitas vezes, toda a história de um deus do orelhas enormes, que muitos criticam sem saber
Panteon do País, quando não, mensagens desses que é apenas um símbolo; na razão daquele que
mesmos deuses ao Templo onde eram praticados além de CLARIVIDENTE é CLARIAUDIENTE.
semelhantes rituais. Haja vista, os bailados exigidos As pernas cruzadas ou na posição já apontada
no começo de nossa Obra, todos eles expressando como de Padmasana, sendo as mãos unidas e os
mensagens e divulgações de remoto passado, em dedos curvos, formando a última letra do alfabeto
referência aos fundadores da mesma Obra; sânscrito, ou Aquele que alcançou o Fim de sua
evolução terrena: o Nirvana etc. E quanto ao ponto
4º - PRANAYAMA: retenção do hálito para
ou sinal que traz na fronte (“olho de Shiva”, como
controle de todas as funções orgânicas (a mesma
se chama na Índia, “ureus mágico”, no Egito, como
medicina atual já aconselha essa prática nas crises
prova a “serpente que se vê na fronte dos faraós”),
“simpaticotônicas” etc. em relação com o lado
em relação à mesma visão espiritual. E assim por
solar, do mesmo modo que as vagotônicas, com
diante.
o lunar. E a prova é que as duas narinas estão
classificadas nas antigas escrituras orientais, como: ____________
Ida ou lunar (a esquerda) e Píngala ou solar (a Por todas essas razões e outras mais ainda, a
direita). Quando a respiração flui por ambas as nossa Escola Iniciática ter sido fundada, com nome
narinas, recebe o nome de Sushumna (respiração DHÂRANÂ, e seu órgão oficial o conservar até hoje
andrógina, dizemos nós, ou equilibrante etc.). Este como uma homenagem àquela época.
é o momento mais apropriado para semelhante
YOGA, principalmente se levada a efeito em DHÂRANÂ serviu, pois, de “sumo controle
PADMASANA (Padma, loto e Asana, posição. do Pensamento”, para que, Dhyâna abrisse suas
Nesse caso, “posição do loto”, ou seja: de pernas “Portas de Oiro” a Samadhi, além do mais, através
cruzadas, como se vê nas imagens do Buda etc.) de desconcertantes fenômenos psíquicos, que o
vulgo denomina erroneamente de “milagres”.
5º - PRATY AHARA: o poder de afastar o E logo chegando o domínio do Mental (Dhyâna
mental das sensações físicas; ligada a Samadhi, ou antes, Budhi a Atmã, como
6º - DHÂRANÂ: “a intensa e perfeita 6º e 7º princípios teosóficos, para a formação
concentração da mente em determinado objeto da Tríade Superior), a própria Lei lhe exigir o de
interno, com abstração completa do mundo SOCIEDADE TEOSÓFICA BRASILEIRA, além de

outubro - 2013 a janeiro - 2014 5


excelso e significativo lema, que é: SPES MESSIS sob pena de não poder compreender o que, por
IN SEMINE, ou “a esperança da colheita está na “baixo da letra que mata”, refulge, como um Novo
SEMENTE”. E isso porque, todos quantos forem Sol, a iluminar-lhe a Consciência, o “Espírito que
atraídos para as suas fileiras, desde já representam vivifica”.
os arautos dessa civilização de elite que fará seu Vitam impendere Vero!
surto nesta parte do Globo, e para a qual foi a
mesma S. T. B. criada.
Assim, o mesmo leitor; ao manusear as REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:
iniciáticas páginas de seu órgão oficial, embora que Dhâranâ, ano XIX – janeiro a dezembro de 1944,
não o saiba, pratica um rápido estado de Dhâranâ, números 119 a 122.
por ter de abandonar o “mundo dos sentidos”,

*Henrique José de Souza


(Salvador, 15 de setembro de 1883 — São Paulo, 9 de
setembro de 1963)
Foi um eubiota, estudioso do ocultismo, fundador
da Sociedade Brasileira de Eubiose e reconhecido como
patrono de diversas lojas maçônicas e instituições de cunho
cultural-espiritualista, além de ter realizado diversos estudos
iniciáticos acerca da espiritualidade e da identidade cultu-
ral brasileira. Precursor do movimento eubiótico, manteve
ainda, ao longo de sua vida, relações com experiências de
iniciação do budismo esotérico e da teosofia.

Obras
Publicou centenas de artigos na revista Dhâranâ, di-
vulgada a partir da Sociedade Brasileira de Eubiose e ainda
quatro livros: “O Tibete e a Teosofia” (1928-32), em parceria
com seu amigo e também ocultista Mario Roso de Luna; “O
Verdadeiro Caminho da Iniciação” (1940); “Ocultismo e Teo-
sofia” (1949), sob pseudônimo de Laurentus; e “Os Mistérios
do Sexo” (1ª edição em 1965).

Para a formação dos discípulos da Sociedade Brasileira


de Eubiose, verteu do inglês e do francês parte da obra de
Helena Petrovna Blavatsky, da mesma forma que, do espa-
nhol, a de Roso de Luna, comentando-as e atualizando-as.
Ainda de Roso de Luna - com quem manteve intensa cor-
respondência desde 1928 até a morte do amigo, em 1931 - traduziu do francês a obra Evolucion Solaire et Séries Astrochimiques
(1909), que adianta a possibilidade teórica de estudar a composição química do Sol e outros astros pela análise do seu espectro
eletromagnético, hoje fato consumado. Também de autoria do teósofo espanhol, traduziu os 21 capítulos iniciais de O Tibete e a
Teosofia, completando-o com outros tantos de sua lavra.

Mas a grande obra literária de Henrique José de Souza são suas Cartas de Revelação, escritas de 1924 até 1963, contendo
as linhas-mestras do movimento eubiótico e as instruções diretivas da Sociedade Brasileira de Eubiose, projetadas até o século
XXI. Essa imensa pregação epistolar foi revista e resumida, sob sua orientação, na década de 1940, descartando-se os originais do
período precedente. Pela desatenção de colaboradores, perdeu-se uma parte, mas restam ainda, organizadas cronologicamen-
te e classificadas por assunto, através de exaustivo índice remissivo, cerca de 4 mil páginas datilografadas, que se mantém em
bibliotecas reservadas para consulta de membros efetivos da Sociedade Brasileira de Eubiose.

Além de literato, foi músico e poeta, sendo de sua autoria a extensa coletânea de músicas (e letras) que enriquecem o cená-
rio das ritualísticas da Eubiose.
Referência: Wikipédia

outubro - 2013 a janeiro - 2014 6


SMETAK – EUBIOSE E A ALQUIMIA DO SOM
♪ Mario Chagas e Claudia Storino

E m comemoração ao centenário
de nascimento de Anton Wal-
ter Smetak¹ - dedicado discípulo da Ciên-
cia Iniciática das Idades, artista criador
de futuros, alquimista do som e transfor-
mador de realidades – elaboramos o sin-
gelo texto que se segue, dividido em cinco
movimentos. No primeiro, apresentamos
o percurso do artista do oriente para o
ocidente, seguindo o Itinerário da deusa
IO; no segundo, descrevemos num alegro
de chori sol e lua² o seu contato com os
Gêmeos Espirituais e o seu vínculo ins-
titucional com a Sociedade Brasileira de
Eubiose; em seguida, abordamos o seu
trabalho de criação de instrumentos e
sons; no quarto movimento destacamos o
seu papel de mestre e inspirador de uma
nova geração de artistas; por fim, tam-
bém num alegro de chori sol e lua, bus-
camos explicitar um pouco mais, sem ne-
nhuma intenção conclusiva, as relações
de Smetak com a Eubiose.

¹ O presente texto adotou como referência as pesquisas e os textos elaborados para a exposição comemorativa do centenário de
nascimento de Walter Smetak, apresentada em março de 2013, em São Lourenço (MG), durante o 4º Encontro Nacional da Ordem do
Ararat, com a supervisão de Jefferson Henrique de Souza e Felícia Clélia Forlenza de Souza.
²Chori é um instrumento de cordas criado por Smetak com utilização de cabaças e outros materiais, para ser tocado com arco. Chori
indica, nas palavras de seu criador, algo que “não chora nem ri”; nada impede, no entanto, que possamos compreendê-lo como um
instrumento que chora e ri, ao mesmo tempo. Chori Sol e Lua utiliza-se de duas cabaças e, de algum modo, remete-nos aos Gêmeos
Espirituais, Henrique e Helena, Pai e Mãe cósmicos.

outubro - 2013 a janeiro - 2014 7


I. KAMINHANDO3 PARA O OCIDENTE Eubiose. O violinista Carlos Meireles Osório foi
quem levou Smetak à presença do seu Mestre.
“Falar sobre música é uma besteira,
mas executá-la é uma loucura”. Na fonte da Eubiose – a Ciência Iniciática das
Smetak. Idades, a Ciência da Vida e a Vida do Eu em ação
– Walter Smetak encontrou energia e inspiração
para a sua arte espiritual e passou a conviver
Filho de uma cigana e de um músico checos,
cotidianamente com o mistério dos sons, das cores,
Anton Walter Smetak nasceu em 1913, em Zurich,
dos números e das formas.
na Suíça, e trouxe consigo desde menino genes e
tendências para a criatividade, a espiritualidade, Para Smetak, Eubiose é Alquimia, é
a música, a técnica, a inquietude, o movimento e a transformação do presente e construção de
intuição. futuro e ele próprio, assim como seu Mestre, são
Alquimistas do Som. É importante registrar que
Seu pai, um virtuoso na cítara, foi seu primeiro
JHS é, em termos espirituais, o Bijam dos Avataras,
professor. Estudou no Mozarteum de Salzburgo
a encarnação do Verbo Criador, o Senhor do Som
e em 1934, junto a Pablo Casals, tornou-se
e da Palavra Perdida; além disso, JHS, em termos
concertista de violoncelo no Conservatório de
práticos e operacionais, produziu textos sobre uma
Viena, na Áustria.
teoria musical eubiótica e criou músicas de caráter
Como quem segue o Itinerário Solar, aos espiritual, onde se destaca a sua Grande Ode ao
24 anos, dois anos antes do início da 2ª Guerra Som.
Mundial, Smetak mudou-se para o Brasil.
Em 1955, Smetak publicou na revista Dhâranâ,
Inicialmente residiu em Porto Alegre (RS), deu
nº 7–8, artigo denominado A Eubiose na Música,
aulas de violoncelo no Instituto de Belas Artes do
no qual reconheceu o valor espiritual da música e
Rio Grande do Sul e tocou na Rádio Farroupilha.
indicou que “(...) só na 5ª e 6ª raças-mãe poderá
Nos anos de 1940 passou a viver no Rio de Janeiro,
ainda haver música; na 7ª, como estado de
trabalhou na Orquestra Sinfônica Brasileira e
consciência átmica, haverá um só entendimento, e
nas rádios Nacional, Tupi, Guanabara, no famoso
então a música terá cumprido a sua função, porque
Cassino da Urca e no Teatro Municipal. Em 1952
tudo se terá tornado luz e som”.
partiu para São Paulo, onde trabalhou no Teatro
Municipal e nas rádios Record, Bandeirantes e
Sumaré. III. SMETAK E A SIMBOLOGIA DOS
INSTRUMENTOS:
O LUTHIER DO NOVO MUNDO
II. OS MESTRES E SMETAK
“Na ciência dos sons, das cores e dos “Instruir + Mentes = Instrumentos”
números, está contido todo o mistério
Smetak
do universo”.
JHS
Instrumento “Chori Sol e Lua”
Em 1949, Smetak conheceu seus Mestres,
os Gêmeos Espirituais - Henrique José de Souza
(JHS) e Helena Jefferson de Souza -, e filiou-se
à Sociedade Teosófica Brasileira que, em 1969,
passaria a denominar-se Sociedade Brasileira de

³ O professor Henrique José de Souza indica que o “K” pode ser lido como um ideograma de quem “Kaminha”. Nesse sentido, o “K” de Smetak
pode sugerir a sua tendência de “Kaminhante”.

outubro - 2013 a janeiro - 2014 8


Em 1957, a convite do maestro Hans Instrumento “Ronda”
Joachim Koellreuter, Walter Smetak mudou-
se para Salvador (BA) e assumiu as funções de
pesquisador e professor no Seminário de Música
da Universidade Federal da Bahia (UFBa). Como
professor quebrou preconceitos, atraiu a atenção de
jovens artistas, investiu em aulas de improvisação,
som e acústica e contribuiu para a renovação do
panorama artístico e musical de Salvador; como
pesquisador desenvolveu consistente programa
de investigação sonora, construiu uma oficina Instrumento “Colóquio”
onde criou cerca de 150 instrumentos musicais,
denominados de “plásticas sonoras”, nos quais
utilizava cabaças, cascas de coco, bambu, arames,
cordas, folhas de flandres, pedras, madeiras, tubos
de PVC, isopor e inúmeros outros materiais.
Além de músico, luthier e professor, Smetak foi
escritor, escultor, filósofo e dramaturgo. Escreveu
mais de 30 livros, mais de 300 poemas e pelo menos
três peças teatrais.
Em 1967, participou da I Bienal de Artes
Plásticas de Salvador, ao lado de artistas como
Lygia Clark e Franz Krajberg, e recebeu o
Prêmio Especial de Pesquisa. Seus instrumentos
extrapolam a função musical, são esculturas
marcadas e iluminadas por sua forma eubiótica de
ver e ser no mundo.
Em 1968 – 32 anos depois de sua chegada
ao Brasil, incluindo o ano de 1937 – Smetak
naturalizou-se brasileiro. No entanto, a sua
natureza de brasileiro e baiano já era reconhecida Instrumento “Amém”
há bastante tempo4.

4
Ver SILVA, Adriana Pucci Penteado de Faria e. A arquitetônica das plásticas sonoras de Smetak. Revista Intercâmbio, vol. XX: 1-24, 2009. São
Paulo: LAEL/PUC-SP.

outubro - 2013 a janeiro - 2014 9


IV. SMETAK: TAK - TAK
“Eu costumava chamá-lo de Tak, Tak.
Não só pelo expediente afetivo de abran-
dar, com um apelido, a suposta/imposta
seriedade da relação mestre/discípulo
que entre nós se estabelecera, como pela
lembrança que a sua condição de suíço
trazia de relógios. (...) Eu, jamais serei
impune ao fato de ter sido seu discípulo,
seu amigo, seu irmão”.
Gilberto Gil

A excentricidade e o experimentalismo de
Smetak atrairam a atenção de artistas visuais e
músicos eruditos e populares. A partir de 1969, a
oficina do Mago do Som passou a ser frequentada
por Gilberto Gil, Rogério Duarte e Tuzé de Abreu;
além deles também foram seus discípulos Tom
Zé, Gereba, Carlos Carvalho, Ernst Widmer,
Rufo Herrera, Milton Gomes, Lindembergue
Cardoso, Marcos Roriz, Lucemar A. Ferreira,
Djalma Correia, Jamary Oliveira e Marco Antônio
Guimarães, criador do grupo Uakti. Hélio Oiticica,
em texto de 1967 denominado Esquema Geral
da Nova Objetividade, ao referir-se à vanguarda
artística brasileira, inclui o “baiano Walter Smetak
com seus instrumentos de cor (musicais)”.
Para “tirar som” dos seus instrumentos Smetak
criou, com os amigos e discípulos do Seminário
de Música da UFBa, o «Grupo dos Mendigos»
que realizou apresentações na Bahia e em São
Paulo. Em 1975, com produção de Caetano Veloso
e Roberto Santana e montagem de Gil e Caê,
gravou o disco Smetak e em 1980, com o conjunto Instrumento “Caossonância”
Microtons, foi a vez do Interregno, seu segundo e
último disco.
O autor se foi, mas a obra ficou. Além das
filhas Barbara Smetak e Jorgea Smetak e dos
filhos Tercio Henrique Smetak, Honorato Smetak O “Descompositor Contemporâneo” faleceu
e Uibitu Smetak5, nascidos do ventre de Julieta, no dia 30 de maio de 1984, em Salvador, mas antes
o “Louco do Porão” deixou muitos “herdeiros”, indicou aos mais próximos que voltaria em 2005
amigos, discípulos e uma grande obra que continua para cuidar de sua obra.
reverberando.
5
A Ciência Iniciática das Idades ou Eubiose esteve presente na vida de Walter Smetak de modo tão intenso que, além de manifestar-se em sua vida
profissional e em sua atividade artística, revela-se em sua vida íntima e pessoal, como pode ser percebido pelos nomes que escolheu para os seus
filhos.

outubro - 2013 a janeiro - 2014 10


V. SMETAK E EUBIOSE: O
CENTENÁRIO DE UM DISCÍPULO
“Tudo de Smetak trata da eubiose…
Ele detestava que o chamassem de
músico ou o que fazia de música”.
Tuzé de Abreu

Anton Walter Smetak era filho de ciganos;


tinha em sua genética a musicalidade e a Instrumento “Três Sóis”
espiritualidade. Os ciganos, como indica em
inúmeros textos o professor Henrique José de
Souza, sempre estiveram próximos da construção
da Instituição e da Obra (IO) no presente ciclo ou
na presente ronda de evolução.
Smetak chegou ao Brasil em 1937 e em 1949,
ano que marca o nascimento de Maitreia Buda (o
Avatara de Aquarius e das Três Mayas, Buda que
é ao mesmo tempo Senhor dos Três Mundos: o
de cima, o de baixo e o do meio) conheceu JHS.
O contato com o Mestre foi radical, no sentido
de ter sido levado à raiz. Smetak reconheceu JHS
como o Senhor do Som e, por isso mesmo, dedicou
toda a sua vida à Eubiose. Ele encarnou a Eubiose
como Vida do Eu em ação, como imaginação
criadora e utilizou o som e a sua habilidade com os
instrumentos a favor da construção de um futuro
em sintonia com os princípios eubióticos que
indicam a necessidade do ser humano libertar-se do
aprisionamento da mente, da alma e do corpo.
Instrumento “Imprevisto”
Os instrumentos criados por Smetak partem de
uma equação (instruir + mentes = instrumentos)
e indicam que arte, ciência e técnica andam
juntas na vida e no cotidiano. Os títulos dos seus
instrumentos são expressivos e estão vinculados
às suas experiências espirituais e ao seu processo
de iniciação na Eubiose. A plena compreensão
dos seus instrumentos exige uma combinação de
conhecimento espiritual, sensibilidade artística
e interesse no mundo contemporâneo em
movimento. Seus instrumentos recebem nomes
que dão pistas espirituais importantes, a saber: Três
Sóis, Metástase, Ronda, Amém, São Jorge Tibetano,
Colóquio, Máquina do Silêncio, I E A O U, Disco,
Andrógino, Ak-Ela, Imprevistos, M-2005 e outros.

outubro - 2013 a janeiro - 2014 11


Instrumento “Máquina do Silêncio”
Quando ele denomina um instrumento
de Metástase está dialogando com o processo
de avatarização6, com a mudança de lugar
da consciência e não apenas com um termo
relacionado à oncologia ou às células cancerígenas;
quando ele denomina um instrumento de
Ronda está conversando com a cosmogênese
na perspectiva eubiótica e não apenas com uma
máquina de rodar; quando ele denomina um
instrumento de Colóquio, está claramente referindo-
se ao que ficou conhecido na tradição eubiótica
como o Colóquio Amoroso entre os dois irmãos
(Akbel e Arabel); quando ele faz referência ao São
Jorge Tibetano, está citando Ak-dorge, muitas vezes
confundido com Maitreia-Buda que, por sua vez,
na obra de Smetak, está citado como M-2005. E
aqui Smetak é claríssimo e com delicadeza paga o
seu tributo ao mestre JHS. Maitreia (Henrique e
Lorenzo) é o avatara do ciclo de Aquarius, nascido Instrumento de sopro para ser tocado por 28 pessoas
em 1949 (ano de contato de Smetak com o seu
Mestre) e cuja epifania foi profetizada para 2005.
Isso explica também a profecia do próprio Smetak
de que ele retornaria em 2005 para cuidar de suas
obras.
Hoje, oito anos depois de 2005, em sã
consciência, sabendo que não sabemos, não
podemos nos manifestar acerca da vinda de
Maitreia-Buda, nem mesmo acerca da volta de
Walter Smetak, a vida segue seu curso e nem
tudo se oferta aos olhos. A obra de JHS continua
a nos inspirar, assim como a obra de seu discípulo
Smetak: Tak-Tak.

6
O processo de avatarização corresponde em linguagem junguiana
ao processo de individualização

outubro - 2013 a janeiro - 2014 12


A EUBIOSE NA MÚSICA
♪ Walter Smetak

“A música clássica requer grande palco, orquestras sinfônicas, cantores, requisitos cênicos,
iluminação etc. Ela nos conduz a representações cósmicas”.
Smetak

É necessário distinguir duas espécies de pendurado do lado esquerdo um violão, figuras


músicas, uma que destrói e outra que constrói; que nos levam a identificar o símbolo do som e
aquela, que leva aos sonhos do astral inferior, das do infinito. 1º e 11º Arcanos Maiores, ou seja,
formas anfíbias do fundo do mar da Atlântida, a unidade da qual emana a música, em sua
por assim dizer, uma música de caráter formal, diversidade.
da espécie das emoções sensuais, sons que A outra música é a clássica dos grandes
causam muitas vezes o saxofone, junto com autores, ou, pelo menos, a chamada vulgarmente
o pistão, na música do “jazz”, a qual atinge o clássica. O autor único é sempre o Logos do 2º
quaternário do umbigo para baixo, ou melhor Trono, o Cristo Universal.
dito, aqueles centros de força de Kundalini, que
não encontraram seu circuito no Fohat celeste da Serviu, assim, a música popular e folclórica
mente. de julgamento para um povo integral. A música
clássica requer grande palco, orquestras
Pertence esta música mais à qualidade dos sinfônicas, cantores, requisitos cênicos,
ruídos ou da contemplação demoníaco-anímica, iluminação etc. Ela nos conduz a representações
sem tônica vitalizante das paixões, em todas as cósmicas. Como todas as composições,
formas, que provêm do reino animal, por parte representam um aspecto da Luz Astral de uma
animal, vegetal ou homino-animal de evoluções época, ou de Mente Abstrata que se faz entender
pré-atlântidas. Inclui este gênero toda a música como voz do Logos, dentro da mente concreta de
de diversão, dançante, de guerra etc., para fazer um Gênio ou Jina, que vive sempre em todas as
dormir e despertar sentimentos outros desse idades dentro do deserto humano, reconhecido,
gênero. desconhecido, ou conhecido, tanto faz, o Gênio ou
A literatura musical deste gênero predomina Jina cumpre, assim, a sua missão, apelando para o
hoje entre as massas do povo, sendo riquíssima Juiz – Lei dos respectivos Tronos.
sua quantidade, servindo de ilustração para Toda obra causa um certo impulso
todas as atividades da vida comercial comum. evolucional. A crítica é feita pelo próprio público,
Trata-se, aqui, da música antieubiótica, que pelo autor e pelo próprio Logos. A apreensão ou
deve desaparecer, tendo ela, talvez, o único valor não da música pelo público revela o seu grau de
preparatório para aquele grau que é conhecido evolução. Em qualquer caso, tanto o autor, como o
como música – as canções folclóricas. Mostra, Logos julgam-na como eficiente no momento, ou
como dizia Confúcio, a medida de um povo. A de efeitos remotos, ela sempre, porém, servindo de
música folclórica típica baseia-se em lendas móvel para a evolução.
antigas, que ressuscitam em lindas canções
do caráter dos trovadores e menestréis, tão Somos obrigados a aceitar sempre os
comuns na Idade Média, canções dos viajantes, mesmos elementos, modulando-os eternamente
reconhecidos como astros errantes, tendo nos ciclos que se desenrolam desde a Atlântida.

outubro - 2013 a janeiro - 2014 13


Esses elementos é que deram origem à soma DE
APRESENTAÇÕES PÚBLICAS NAS ARTES, NOS
PALCOS TEATRAIS E NO MUNDO MESMO DE
TODAS AS ATIVIDADES HUMANAS, MUSICAIS
OU NÃO MUSICAIS. São fielmente representadas
as mesmas dores, tragédias, crucificações,
angústias, alegrias, tristezas e palhaçadas,
originando-se de um desequilíbrio e naufrágio de
povos que ficaram humanos.
É muito lógico, numa época de Satya
Yuga, não poder haver esta rápida mudança do
Música clássica
www.papodehomem.com.br termômetro humano, e não há nada de dramático
que se deseja transmitir. A contemplação é uma
só, por causa própria, correndo como um rio
sagrado e eterno dentro da juventude e da velhice,
que se reúnem em uma Idade: Eterno Presente.
«É necessário distinguir duas espécies
Existe unicamente a música das vibrações sutis e
de músicas, uma que destrói e outra que
também físicas dentro dos hábitos sacerdotais dos
constrói”
Templos. Mas aquilo não é mais música profana;
não há mais nada profano, é só conhecimento
puro, branco, não derivado, ou seja, isso que
nós conhecemos novamente em cada ciclo como
palavra saída da boca de Devavani, o Anjo da
Palavra.
Redução é tanto como fazer vibrar a
quinta essência. Um concerto sinfônico acaba,
uma estrela apaga-se, a luz ainda vem vindo,
existe como fotografia saindo do Akasha e
permanecendo por idades na luz astral e no éter
luminoso ou auditivo. Exemplo estupendo, como
logaritmo, mostrando bem certo quanto tempo o
homem necessita para receber através das diversas
Música folclórica hierarquias as mensagens celestes, percebendo-
www.brasilcultura.com.br
as no fim da escala das vibrações auditivas,
necessitando novamente transpor em linguagem
humana a causa cósmica em Arte: Música,
Lirismo, Pintura, Escultura e Arquitetura.
Sendo assim, provada a função da música
eubiótica, ela é novamente separada em duas
partes: as vibrações da Satya Yuga e a música
artificial, seja para glorificação do artista humano
ou da Divindade em ausência visual, criada da
vibração unitária do Logos como escala setenária
diversa, ouvida com sequência sem ou com
quintessência, que seria sua oitava. Conduz a este
Música popular mistério, que foi chamado a “Voz do Silêncio”,
www.vilamundo.org.br
como excelsa vibração do som inaudível ouvido
na garganta, lugar de separação de morte e vida
ou vida e morte. Para o verdadeiro teósofo só

outubro - 2013 a janeiro - 2014 14


... Bach, Mozart, Beethoven, Mendelssohn, Wagner e, por último, Debussy, Ravel,
Stravinsky e Hindemith, que podemos considerar como uma alma-grupo.

tem valor como meio, e não como conclusão e de Dürer daquela época, já demonstrando a
sublime verdade, sendo ela apenas um condutor deficiência de um cristianismo dogmático, estas
para maior mistério. Meio para alcançar, meio representações já não eram mais representantes
como Mayâ, e grande passo de Om para Tat, dali de alguma coisa tulkuística. Isso é que foi visível
para SAT, SATOM, tornando-se o valor de SAT em todos os aspectos, e nada mais, determinando
OM equivalente à quarta He do lod-HE-Vau-he, a luz astral do céu azul, lugar de reconhecimento
formando a base fundamental de um novo ciclo, devacânico, que outrora era a Divina Mãe ou
síntese deste e perfeito equilíbrio de todos os Akasha, em forma de um Ramakrisna.
acontecimentos provindos ainda da Atlântida Veio depois AMA-DEUS, aquele que amou
– TAT LÂNDIA ou seja hoje o novo sistema Deus, Mozart, cujas músicas nos contam do
geográfico predominando como SAT LÂNDIA. segundo Trono humano e Divino, fazendo sentir a
Necessário se faz falar dos máximos marcos onipotência divina na Natureza. Não emocional,
componentes de alguns autores do período, ao e como tom moderníssimo na sua facilidade e
alcance da nossa memória. Seja firmado isso com felicidade de conversação e doçura.
os nomes de Palestina, Bach, Mozart, Beethoven, E vem Beethoven, o libertador das
Mendelssohn, Wagner e, por último, Debussy, formas tradicionais, baseando-se ainda em
Ravel, Stravinsky e Hindemith, que podemos Mozart, transformando esses elementos em
considerar como uma alma-grupo. grandiosa rebeldia assúrica, super-humana, e
A época de Palestina significa a música sublimando-se, ele mesmo, nessas três etapas –
religiosa mais pura da Cantata cantada, de um Transformação, Superação e Metástase. Serve ele
Cristianismo já sectário, alcançando em Bach o de exemplo da palavra renúncia. A metástase de
seu apogeu. Música de efeito grandioso na sua Beethoven é comprovada pela sua Ressurreição.
mística gótica, contemplativa, elevando o homem Uma das características de Beethoven são as
pelos céus, em vez de para dentro da terra, a olhar pancadas como sforzatto, causando verdadeiros
extrospectivamente em vez de introspectivamente, turbilhões de sílfides, dando a impressão como
música verdadeiramente exotérica em vez de se um gigante estivesse batendo no portal de
esotérica, adorando uma divindade como se ela uma montanha, pedindo entrada no mistério ali
fosse de forma humana, lembrando os quadros existente, como se gritasse “Abre-te Sésamo da

outubro - 2013 a janeiro - 2014 15


Terra”. O grande poder da intuição de Beethoven Assim chegamos ao fim do ciclo de Piscis,
revela-se na Quinta Sinfonia, chamada a Sinfonia não falando de muitos outros que ficam como
do Destino, dando motivos de meditação sobre intermediários nesta corrente de pérolas musicais.
essas pancadas, querendo apontar justamente Remanescente da Atlântida, Lemúria,
a contradição dos conceitos profanos. É a sua Debussy, o cantor do Mar Fatalista, descreve os
música dizendo: Não há Destino! Por outra vez jogos da água e das gotas d’água, que voltam,
aquelas pancadas da Quinta, quatro em conjunto, fundindo-se no grande oceano aquático (não
repetindo-se continuamente no primeiro tempo akáshico), dando a impressão certa de que são
dessa sinfonia com o ritmo seguinte: ... O ... O sempre as mesmas chuvas que molham a face da
(tá tá tá táaaaa... tá tá táaaaa...) não são nada terra desde a Atlântida até hoje. E a música dos
mais do que a causa do despertar de kundalini do reflexos impressionistas também produzindo
Muladara, ou se algum Pai Divino dava aquelas perfumes.
pancadas em seu filho desobediente na Quarta
Ronda ou Quinta Raça-Mãe, querendo dizer Se Debussy foi o artista do expressionismo
assim: despertai, acordai, e do impressionismo, usando tintas
meu povo; chegou a hora do leves como pastel e aquarela, criando
Cristo vivo. ... O ... O (tá tá tá táaaaa... tá uma escola à Ia gourmand, francês,
tá táaaaa...) não são nada mais revivendo pinturas faunísticas,
Querendo dar ainda impressões que ele foi buscar no
outro ponto de referência do que a causa do despertar
astral bastante voluptuoso, continua a
importante, aponta-se o de kundalini do Muladara,
música ibérica nessa tradição por ele
grande cântico do último ou se algum Pai Divino dava
iniciada, levando todas essas criaturas
tempo da Nona, que aquelas pancadas em seu filho
recriadas pelo expressionismo num
se baseia nos versos de desobediente na Quarta Ronda
solo mais ardente, apaixonado
Schiller, titulando o ou Quinta Raça-Mãe, querendo e sanguíneo. Usando Ravel
Jivatmã Universal, dizer assim: despertai, acordai, principalmente elementos folclóricos
que jaz no peito de meu povo; chegou a hora do dos mouros árabes (a-rabinos, que
todos os homens como Cristo vivo. ainda hoje pretendem destruir a terra
faísca divina. E aparece de Israel) e do figurismo oriental do
como nova estação na Oriente Médio, deve-se chamá-lo ao
evolução da Mônada, no palco do mundo, o mesmo tempo pintor e músico das noites escuras
elegante, primaveril Mendelssohn, já com tintas e negras. O panorama de cores é o vermelho,
ilustrativas, musicando o Hamlet de Shakespeare, prata, cinza e preto. A hora dos acontecimentos
como a música Uma noite de Verão, com timbres é depois da meia-noite, hora zero, ou como fosse
decorativos. Se Beethoven anunciou a música do a hora do eclipse máximo noturno. Contrastes,
programa, Mendelssohn já está nesta medida. dualidades, doçura e temor, os extremos, gestos
Surge Wagner, o grande Jina sem escola, da grande fidalguia caindo no plebeu, revivendo a
sem tradição profana de Conservatórios, destas grande Atlântida. Música de caráter dançante com
escolas anteriores, autodidata, por assim dizer, enorme vivacidade apenas física, jogos de espadas
autor de obras cíclicas de durações longas como os que só poderão fazer honra a um mago negro.
Niebelungen, espetáculos de duração de algumas Por outro modo, cenas de abandono, solidão em
noites, revelando as lendas antigas mitológicas desertos petrificados, secos, sem vegetação como
germânicas, permitindo até hoje na massa profana os únicos visitantes urubus e ventos. Música que
e não iniciada as mais múltiplas interpretações, pode-se chamar psíquica, fala ela bem alto de
mas para os poucos que entendem, apontando grandes festas populares, onde é sacrificado o
para o Ciclo de Aquarius, Richard Wagner, touro, animal, cujo aspecto feminino em outro
mitólogo e ocultista, como o chamava Mario Roso país, na Índia, é sagrado (Arcano VI).
de Luna, realizou com seu gênio a grande alquimia Insiste a música ibérica, na sua tradição, não
de todos os elementos componentes de um permitindo diferença alguma de outras escolas,
espetáculo grandioso da cosmogênese das idades. dando padrão à música itálica não evolutiva,

outubro - 2013 a janeiro - 2014 16


seja por razões religiosas, ou por querer manter Volta este aos sons da maneira gótica e ao
tradições antigas e já passadas. Vamos falar modo mui profundo de um Bach, moderníssimo,
agora de um autor que vem de uma outra terra, um Cristo de letras bíblicas em suas interpretações
cuja civilização, por lei cármica, se baseia em mortas, ao pé da letra, trágico de dores e de
instituições políticas e filosóficas de cobaia de guerras, de uma época que abrange o milênio que
outros: a Rússia. não chegou a entender a sua finalidade, na sua
Chegamos a Stravinsky, fugido do oriente psíquica sensibilidade, chocada com a palavra
negro da Rússia para o ocidente dos Estados vivificadora: morte, vida, ressurreição. A máxima
Unidos. Na sua música, baseando-se em todos obra a que se refere esta observação (não crítica)
os anteriores, às vezes ridiculariza todas as é a belíssima obra – Matias, o pintor. Ela fecha o
formas e caracteres já usados, dissolvendo- ciclo.
se em humorismo internacional de judaísmo Resta ainda levar mais uma vez em
conflagrado. Músico este que nos traz a ideia de consideração o retrato fiel de um milênio só,
conceitos, que o autor julga novos e modernos, como resultado da evolução, ou seja, o tempo
de espécie realística, com um tom de dissolução que nos toca, a transformação de Bante Yaul em
e revolução musical. Alcançamos o último destas Munindras, através da música ou arte artificial,
considerações: Hindemith. originando-se em uma outra, sublimando as dores
em artes ou passando os estágios.

ESCOLA, TEATRO E TEMPLO


Surge enfim uma pergunta: – onde fica
o acento? A música na Eubiose ou a Eubiose
na música? Música eubiótica claramente,
definidamente, não existe, se considerarmos
as várias composições musicais já no domínio
público. Temos, entretanto, no compositor
brasileiro Villa-Lobos uma característica
preocupação em reproduzir a voz da natureza,
o calor do Agni, fazendo vibrar os mistérios
do Roncador em sua obra musical. Não existe
a música eubiótica, ou seja numa escala, nos
acordes da harmonia escolástica comum, nas
cadências das leis que ligam a harmonia a uma
nota da escala do setenário com uma outra
seguinte, e desejada como combinação (cadeias).
Vale também, como queremos nos expressar, seja
admitindo uma escala escolástica, sem alteração
de sustenidos ou com alteração de sustenidos,
praticando uma qualidade de maré musical.
Parece à vista, ou melhor dito, ao ouvido, as
escalas orientais e ocidentais, permitindo as
duas qualidades de composição – sequências
todas diferentes. Uma imitando quadros de
sons e qualidade mística e em outro caso,
mundano. O ponto de transição será sempre a
nota FÁ, respectivamente o FÁ sustenido, se a
escala continua em notas inteiras, ou em outra
variante, por exemplo, as tonalidades chamadas

outubro - 2013 a janeiro - 2014 17


ciganas, cujos intervalos variam de FÁ para o
SOL sustenido, alterada a quarta nota, tendo esta
escala o caráter de modulante para LÁ menor, ou
seja, a escala menor paralela de DÓ maior relativo.
As melodias ciganas possuem ainda a
tendência natural de se moverem em sextas, não
alcançando a sétima como ponta da oitava.
Servem ainda de exemplo as escalas
chamadas gregas, que se assemelham muito às
orientais ainda em uso. Temos outros exemplos
de evoluções de efeitos mântricos de povos
antigos, usando escalas de uma divisão métrica,
completamente diferente da nossa. EscaIas
surgem, abrangendo nem sempre o setenário
completo, que contêm três, quatro, cinco
intervalos, mostrando, assim, um desejo de não
querer acabar a evolução completa, caindo em
selvageria ou ritmo de povos que comem carne
humana..., desqualificando, no fim, a melodia
como ritmo.
Qual é o elemento que faz a música eubiótica?
Por enquanto só estado de consciência que atingiu
Budhi e Manas, reconhecendo os três elementos
em que ela se baseia: Harmonia, Melodia e Ritmo.
A música futura, eubiótica, deverá caracterizar-
se pela fusão da música mística oriental com a
mundana ocidental, formando uma base que
receberá um novo hálito, traduzindo, então, a
nova civilização. Dominando um desses elementos
– Harmonia, Melodia e Ritmo – acha-se o seu
partidário. Distribuindo os três iguais, desaparece
o domínio. Escolhendo uma tonalidade, outra
tônica estará vibrando, por que, de cada vez,
um chacra ou um planetário é mais atingido de Smetak e seu instrumento “Amém”
vibrações que os outros. Mas isso ainda não é
eubiótico, é só preliminar. Unicamente como
conhecimento dos outros elementos, a música
se torna eubiótica, de conhecimento pleno e
absoluto, fazendo vibrar as respectivas cores,
números e símbolos. A Ioga Universal nos revelará expressando o passado, o presente e o futuro num
todos esses mistérios. Neste ponto as partituras tempo só.
tornam-se universais, parecerão assim a abóbada
celeste como um disco de long play, de estrelas Isto nos lembra, como confirmação de tudo o
fazendo soar um aspecto exterior com música que foi dito, a necessidade de uma verdadeira nova
interna, entoando a música universal das esferas. música para o novo ciclo de Aquarius, tal como
Esta música se percebe em apenas um instante, nos fala Davi no seu Psalmo 150, onde ele se refere
como fosse o princípio no fim, o fim no meio, ao novo cântico.

outubro - 2013 a janeiro - 2014 18


A EUBIOSE É A GRANDE ARTE VIRTUOSA, E A MÚSICA O SEU
INSTRUMENTO

Mas, isso já é mais finalidade que, 12 – Arcano 12, ou seja, o sacrificado ou as notas
propriamente, caminho. Já é fora da Eubiose. É musicais que se sacrificaram para uma finalidade.
Aquilo, é a Lei. A música tornou-se Transformando o 5, dará o valor de 8). Resulta
matemática ou o próprio SAT vibrando em tudo. uma única tonalidade, que é o DÓ maior ou
escala de Atmã consciente, que não pode ser mais
Tornando-se este conhecimento libertador destruída.
da grande Mayâ, dando a possibilidade gratuita a
novos dirigentes de espetáculos interpretarem o Novos instrumentos surgirão cada vez mais
poder da música eubiótica. Toda interpretação fica desenvolvidos no Akasha, junto com os tocadores
bem clara e definida, mostrando sempre Aquilo ou artistas, também o sistema de notação, em
vibrando em tudo, fazendo-se a Música a Yoga das vez de 5, será o
massas humanas. Observa-se consequentemente o de 7 linhas, para
entrar em mais ... só na 5ª e 6ª raças-mãe
fenômeno na crítica que surge sobre os concertos, poderá ainda haver música;
a preferência que alguns dão a um compositor, a dimensões de
expressão. Serão na 7ª como estado de
um dirigente ou a um gênero de música. Temos o
usados com caráter consciência átmica, haverá
desejo, por uma parte, de achar aquele fulano o
de órgão-xilofone, um só entendimento, e então
maior de todos, levando as massas muitas vezes à
árvores de a música terá cumprido a sua
essa crítica, àquele que alcançou maior sucesso.
Mas, quase todos se esquecem de que foi o estado florestas inteiras, função, porque tudo se terá
de consciência que interpretou uma música, a produzindo som tornado luz e som
quem, por lei de atração, um público, um povo, pelos ventos,
se inclinou. Sabendo também que a diferença de causando
opiniões forma o contraste, que é a força da grande vibrações mais vivas que os nossos instrumentos
alavanca, ou em nosso caso, a crítica que surge dos de madeira velha e morta, misturando-se com
diversos partidários de estados de consciência, são estranhos acordes de campainhas. O som
duais, hoje na política “esta-dual” cria os grandes será cada vez mais livre do atrito, esse grande
movimentos e produções. No entanto, só na 5ª e obstáculo desaparecerá com a evolução dos
6ª raças-mãe poderá ainda haver música; na 7ª indivíduos. A individualidade da sociedade causa
como estado de consciência átmica, haverá um só o atrito, a união dessa sociedade o elimina, o qual
entendimento, e então a música terá cumprido a em toda produção desejada, produz uma série
sua função, porque tudo se terá tornado luz e som. de elementos fenomênicos não desejados, como
na técnica, o calor, o desgaste, as impurezas,
Outro exemplo interessante é a música na sua identificando-se até com falsificações, criando
forma de instrumentação: a música de câmara, uma outra lei, cuja atração magnética influi sobre
que de fato é a música das câmaras de iniciações o quaternário, quer dizer, esta matéria criada,
(Música de Câmara – últimos quartetos – de condenando-a em muitas encarnações seguintes,
Beethoven). E, neste gênero temos o solo, a em nosso caso, a composição de sempre novas
música uníssona de um instrumento, depois peças ou combinações de notas musicais, até que
o duo, terceto, quarteto, quinteto, sexteto; as 7 notas se unam à sua oitava. Como tudo em
septeto e octeto, que não são nada mais que matemática, representam as escalas com bemóis,
a Divindade em diversidade, fazendo vibrar a os mundos divinos, os sustenidos, os mundos
unidade respectiva, ou mostrando a luta entre a humanos e sobre-humanos. Se o Cristo carregou
magia branca e a negra, 5 x 7 das notas brancas uma cruz só, há outros cristos que carregam até
e pretas (alternadas) para conseguir tal cousa e, 6 cruzes,ou seja a escala de fá sustenido maior, a
então, temos aqui a música como caminho: Ka- qual se faz Idêntica ao Mundo Divino de Sol bemol
Tao-Bey. (7 brancas, 5 pretas, dando a soma de maior, ou a trocada, mudança harmônica, ou das

outubro - 2013 a janeiro - 2014 19


suas contrapartes, RÉ sustenido menor ou Mi
bemol menor respectivamente: Fohat e Kundalini
soprando em todas as escalas, procurando o seu
equilíbrio em Sushumna, que ficam no meio das
escalas maior e menor, por vez, ou seja como a
escala real dessas passagens de efeito real de uma
escala em FÁ maior ou contraparte de RÉ bemol
menor, estado de tonalidade que nos toca, a nota
Mi, ou mercúrio... E com isto está dito tudo. E se
doenças ainda houver, a música, que já também
é matemática, será também medicina nas mãos
de um taumaturgo, sendo tudo uma ciência só,
materializando-se como verdadeiramente física na
face da terra.
Toda manifestação saiu da perfeita união, e
militares – imitando de longe sacerdotes, sábios e
para a união tem que voltar, para se manifestar
guerreiros, querendo ser assim os senhores deste
de novo em outro ciclo. O meio é o SOM. Na
mundo.
Natureza naturante seja esse mistério a linguagem
rutilante da fala de Senzar, tradução deste são os Tirando a conclusão sintética, necessário
mantras. se faz escrever ou mandar escrever músicas por
seres que passaram pelos processos de Iniciação,
Reduzindo e aceitando os mantras como
porque só neles vibra a grande verdade do futuro.
efeitos de uma causa, é ali que nós podemos ouvir
O resto pertence ao passado e às cinzas da
a linguagem universal, que não foi criada para
destruição. Fabricar Mayas, obras maravilhosas,
uma música eubiótica, mas para elevar a criação
elas são o único meio que, por muitos milênios,
do plano físico, na face da terra, do 3º Logos na
ainda podem atingir a Humanidade. São essas
sua plenitude.
Mayas que foram banhadas nas próprias lágrimas
Concluindo, tivemos, assim, em primeiro, a do Akasha da Divina Mãe, ressuscitando os seres
palavra como linguagem ou fala, transformando- vivos da terra, que é Ela mesma.
se essa fala em música eubiótica, ou música
E, terminando este despretensioso trabalho,
consciente – música-ciência - transformando-se
só resta dizer e apontar, mais uma vez, reconhecer
esta, na sua última maturação, em palavras de
na música o grande valor educativo, preparativo
poder criador, Kryashakti.
para estes que ainda podem entrar em um colégio
Seria isso a disciplina da Nova Ordem, a Nova iniciático, para lá ouvir a verdadeira música, seja
Civilização, depois do Caos do Tombovacuum nos sons, nos mantras, na ioga, como vibração
deste fim de ciclo, entrando esta música em interna da palavra do Mestre, nas músicas por ele
todas as atividades humanas, supra-humanas, e divulgadas, e que já têm caráter eubiótico, ainda
também nos reinos menores da natureza, que são que reservadas a uso interno, ou seja, também no
o verdadeiro animal dos animais sagrados, dos campo, na natureza verdejante, ouvindo a nota
vegetais dourados e dos minerais despetrificados, FÁ em transição, ou no Templo, cuja cúpula se faz
tal como a vibração da fala do Rei do Mundo de boca, reproduzindo na hora da PAX, a voz da
descrita por Ossendowsky. Divina Mãe.
Dirigir, em vez de ser dirigido, como está São Paulo, 14 de fevereiro de 1955.
sendo hoje, laborando tanto na política, como
na economia, eliminando, inutilizando os falsos
defensores da única Lei que rege a todos, da qual Revista Dhâranâ nºs 7 – 8 – março/junho de
julgam-se representantes – clero, cientistas e 1955 – Ano XXX
Ateliê

outubro - 2013 a janeiro - 2014 20


O
PROFESSOR
SMETAK. UM
DEPOIMENTO

♪ Carlos Carvalho

Flauta coletiva criada por Smetak

E m 1968-69 estudava oboé nos


Seminários Livres de Música da UFBa
em Salvador, onde conheci o Prof. Smetak, que
Secreta e ler (claro que não entendi nada).
 Em outra oportunidade estava conversando
com ele no seu ateliê e comentava sobre a visita
lecionava violoncelo, tocava na Orquestra e da V. Helena Jefferson de Souza em Salvador.
desenvolvia uma pesquisa com instrumentos Imediatamente falei que gostaria de conhecê-la e
musicais.Seu Ateliê ficava no subsolo da Escola. ele disse: calma não é bem assim.Nesse momento
Aliás um local bem amplo, onde ele passava chega um funcionário e diz: Professor, o senhor tem
talvez a maior parte do seu tempo. visita.
Não sei por que passei a visitá-lo Era a V. Helena e os Vs. Jefferson e Felícia (não
constantemente. Fazia inúmeras perguntas e me lembro se o V. Osório também estava presente).
ele falava muito sobre assuntos completamente Em resumo, o Smetak tinha duas
estranhos para mim na época. Em determinado características marcantes: a franqueza e a pureza. A
momento me convidou para participar de um grupo grande importância do seu trabalho foi desenvolver
de estudos no qual estava Gilberto Gil. Isso era na vários temas deixados pelo Mestre JHS, usando
Piedade (bairro de Salvador) depois na sua casa principalmente a linguagem do som que era a sua
(rua dos Artistas, se não me engano nº 37). Essa tônica. Com isso projetava a filosofia do Mestre
rua fica no bairro Garcia, perto do Colégio Antonio especialmente no mundo artístico. Com muita
Vieira (se não me engano onde o Prof. Henrique razão o Mestre da OA, V. Jefferson Henrique de
José de Souza estudou). Souza, outorgou-lhe o título de “Cavaleiro Portador
Na época, apesar de ter acompanhado bastante do Saber Artístico”.
o trabalho do Prof. Smetak, me interessei mais
pela parte filosófica que era justamente Teosofia Ateliê
e Eubiose. Ao contrário do Marco António
Guimarães (colega da época), cujo trabalho no
Uakti foi bastante inspirado nele (Smetak).
Ressalto dois episódios marcantes: talvez
por aparentar muita ignorância nos assuntos e
contestar bastante, um belo dia ele falou: vá ler a
Doutrina Secreta de Blavatsky e depois de uns dez
anos nós voltamos a conversar. Na verdade me senti
ofendido e desafiado.
Fui para Alemanha em 1970 e ao voltar a
primeira coisa que fiz foi comprar a Doutrina

outubro - 2013 a janeiro - 2014 21


SMETAK: VONTADE, OUSADIA E SABEDORIA1
♪ José Luiz Conrado Vieira2

Não sou mais arara. Sou homem.


Mas não sou homem público. Sou um ser enigmático.
(A. W. Stemak)

D esnecessário dizer da carga simbólica


que emana do texto constante da epígrafe
deste artigo (v. De Paoli, 2009, p. 13), sobretudo
quando analisado à luz do imaginário de todos
aqueles que tenham tido contato com o pensamento
eubiótico e, dentro dele, com o significado da arara
e dos arats, que remetem à ideia de ararat.
Aliás, outra frase densa sob o prisma da
semiótica, cunhada por Smetak, e que costuma
aguçar, igualmente, os espíritos mais argutos, é
a que diz: “O fim da fala ainda não é o início do
silêncio”.
Mas quem foi, afinal, Smetak?
Uma matéria publicada pelo portal eletrônico
do jornal O Estado de São Paulo, em 19.1.2013,
intitulada O futuro sonhado por Smetak (Medeiros,
2013a), foi aberta com uma chamada que parece ter
sintetizado, substancialmente bem, a sua dimensão
artística: “Em suas mãos, a música ganhava imagem
e as esculturas viravam som. Walter Smetak foi mais
do que um alquimista”.
Gilberto Gil, seu amigo e discípulo, reconhece
a dificuldade em analisar Smetak ao dizer, em seu
blog na Internet, que “Smetak era muita coisa a um
só tempo e fica muito difícil separar e analisar as
partes de que foi composta sua vida, sua figura e
seu papel, na sua existência brasileira que cobriu os
seus últimos 30 anos” (Gil, sem data).
Assim, presente a impossibilidade de se
fazer, nos limites estreitos de um artigo como
este, uma abordagem abrangente de uma figura
dessa magnitude, o objetivo aqui é, apenas, o de
traçar algumas linhas, de natureza introdutória, a
respeito da vida e obra de Walter Smetak, que, se
vivo, teria festejado o seu centenário de nascimento

1
Este artigo, ressalvados alguns poucos ajustes aqui efetuados, foi originalmente publicado na edição nº 158 (março/2013), ano 13, do boletim
informativo Integre-se... para caminharmos juntos!, do Departamento de São Paulo - Lacerda Franco da Sociedade Brasileira de Eubiose (SBE),
na coluna intitulada “Querer, Saber, Ousar, Calar”.
2
Membro da Série Interna do Departamento de São Paulo - Lacerda Franco da SBE

outubro - 2013 a janeiro - 2014 22


em 12.2.2013. Esse, aliás, é nesse campo do conhecimento
um dos motivos pelos quais com intensidade tal que marcaria,
Smetak vem sendo lembrado, profundamente, sua vida e sua
aqui e acolá, com homenagens obra.
vindas especialmente Foi, também, escultor, escritor
daqueles que, crescentemente, e dramaturgo, tendo produzido,
reconhecem o seu valor no sobretudo nas décadas de 1970 e
campo da cultura e, ao fazê-lo, 1980, dezenas de trabalhos entre
invariavelmente associam- livros e peças teatrais. Segundo
no à corrente filosófica que o contido em Sombarato (2008),
abraçou: a Eubiose. seus livros e artigos expressavam
Com esse caráter de “ideias cósmico-musicais em textos
introdução a um estudo mais num português aproximativo,
amplo (que se recomenda, entre poético e místico” e seus
desde já, a todos os que manuscritos estão “povoados de
pretendam conhecer um símbolos alquímicos e musicais,
pouco mais sobre tão ... foi, também, escultor, escritor com textos cheios de neologismos”,
e dramaturgo, tendo produzido,
intrigante e enigmática, sobretudo nas décadas de 1970 e sugerindo que, “para ele, as
quanto carismática e 1980, dezenas de trabalhos entre artes, a música, a literatura são
instigante figura), cumpre livros e peças teatrais. intermediários para estados de
esclarecer que este texto ...Foi na música, entretanto, consciência superior”.
está baseado nas análises, que Smetak se notabilizou,
apresentando uma contribuição Foi na música, entretanto,
estudos e comentários de inestimável, sobretudo, no campo que Smetak se notabilizou,
Jessica Smetak Paoli, Jotabê experimental. apresentando uma contribuição
Medeiros, Julia Lima, Marco inestimável, sobretudo, no campo
Antonio Farias Scarassatti experimental. Mesmo antes de sua
e Paula Silveira De Paoli, fase mais fecunda, vivida na Bahia, diz Julia Lima
além do blog “Sombarato” (todos citados na (2005) que “até a primeira metade da década de 50,
Bibliografia), que deixam clara a importância desse já reunia 13 peças para piano e três para violoncelo
eubiota no campo das artes, em geral, e da música, de cordas, que viriam a ser executadas nas rádios
em particular. de Zurique”, destacando-se, dentre elas, a obra O
Pois bem, Anton Walter Smetak ou, malandro assobiando, para violoncelo e orquestra.
simplesmente, Smetak, conhecido como Na fase experimentalista, sua obra foi amplamente
“alquimista dos sons”, foi um dos maiores nomes reconhecida, nacional e internacionalmente, tendo
da música experimental e de vanguarda no século recebido, inclusive, o Prêmio Personalidade Global
XX, tendo sido mestre e/ou inspirador de inúmeros do ano de 1974, na área de música, conferido pela
artistas, com destaque para Caetano Veloso, Rede Globo de Televisão.
Gilberto Gil, Tom Zé, Djalma Correia, Gereba, Assim, eubiota, suíço de nascimento, mas
Marco Antônio Guimarães, Rogério Duarte e brasileiro e baiano por opção, atuou de forma
Tuzé de Abreu, além de grupos musicais como Os ampla no âmbito da cultura, mantendo contato
Mutantes e o Uakti, dentre tantos outros que, de com inúmeros expoentes de seu tempo, pelos quais
uma forma ou de outra, atuaram ou atuam na área era tratado, no plano intelectual, com respeito
experimentalista. e admiração, tendo recebido, ao que consta, a
Suíço, nascido em Zurique em 1913, transferiu- seguinte definição por parte de Jorge Amado (v.
se para o Brasil em 1937 e radicou-se na Bahia em Sombarato, 2008): “Um homem chegado de
1957, naturalizando-se brasileiro, posteriormente, terras longínquas, aqui plantou raízes, a compor, a
em 1968. Foi na “Bahia de Todos os Santos”, tocar, a inventar instrumentos, misto de músico e
a Bahia do Prof. Henrique José de Souza, que escultor, de filósofo e profeta, uma das figuras mais
aprofundou o seu contato com o pensamento extraordinárias da arte brasileira”.
eubiótico, iniciado antes, em 1949, mergulhando

outubro - 2013 a janeiro - 2014 23


Vale ressaltar que Instrumento “Anjo Soprador” ao qual se dedicou após um
quando Smetak chegou acidente com a mão direita
à Bahia a cultura vivia, impedir que continuasse seus
especialmente na capital, estudos de piano, que escolhera
um clima de efervescência. em função, sobretudo, de
Conforme Jotabê Medeiros seu particular interesse pelas
(2013b), “a ida de Walter músicas de Bach e Beethoven.
Smetak a Salvador deu- Filho de pai músico (Anton
se num momento de rara Smetak, virtuose do zhiter,
ousadia nas políticas um instrumento da família
de cultura brasileiras”, da cítara) e de mãe cigana
quando, sob o comando (Frederica Smetak), ambos
do reitor Edgard Santos, tchecos, aprofundou-se,
“a universidade federal inicialmente, na música
da capital baiana tornou- erudita, tendo-se formado pelo
se, nos anos 1950, polo Mozarteum de Salzburg e se
de vanguarda cultural, tornado concertista, em 1934,
abraçando as contribuições no Conservatório de Viena,
do português Agostinho atuando, então, em conjuntos
da Silva no Centro de musicais, orquestras sinfônicas
Estudos Afro-Orientais; e na Orquestra de Câmara de
de Eros Martim Gonçalves Zurique, participando como
na Escola de Teatro; de solista em vários concertos.
Hans Joachim Koellreuter, Com isso, disse De Paoli
Smetak e Ernest Widmer Aliás, Jessica Smetak Paoli diz em seu
blog (2010) que Smetak se referia ao (2009, p. 4), Smetak ganhou
no Seminário Livre notoriedade na profissão, tendo
Brasil como “terra das impossibilidades
de Música; e de Yanka possíveis”, ressaltando que ele “se encaixou decidido, todavia, transferir-se
Rudzka e Rolf Gelewsky, perfeitamente no universo de revolução e
para o Brasil em 1937, de um
na Escola de Dança”. criação, com a conjunção de escultura e
instrumentos: as plásticas sonoras, veículos lado em função da ascensão
Além destes, completa, “o para alcançar novas dimensões ocultas da do nazismo e dos rumores de
esforço de avant-garde se consciência e do espírito” guerra na Europa e, de outro,
consolidaria com nomes atendendo a um convite de um
como os da arquiteta antigo professor para atuar na
italiana Lina Bo Bardi, o etnólogo francês Pierre Orquestra Internacional da Rádio Farroupilha, em
Verger, o artista plástico argentino Carybé, entre Porto Alegre - RS, cidade onde residiria nos dois
outros”. anos seguintes.
Foi esse o riquíssimo contexto histórico- Lembra De Paoli (2009, p. 4), citando
-cultural em que se inseriu Smetak após a Scarassatti (2001, p. 14), uma crítica publicada no
sua ida para a Bahia. O próprio maestro e jornal Deutsches Volksblatt, comentando a estreia
compositor alemão Koellreuter, que o convidara, de Smetak como solista no Rio Grande do Sul,
era extremamente respeitado e de renome segundo a qual tratava-se de “um jovem e magnífico
internacional, detentor de vasta bagagem musical artista”, um extraordinário conhecedor de seu
e cultural, responsável pela introdução de grandes instrumento, “tendo a isso aliado uma sensibilidade
inovações no ensino da Escola de Música da e concepção magnífica”, completando por dizer:
Universidade Federal da Bahia (UFBA), como o “O escritor destas linhas, como também todos os
dodecafonismo, o serialismo, além das obras de presentes, tanto quanto puderam acompanhar,
John Cage, Schoenberg, Pierre Boulez e outros tinham a impressão de estar na presença de Bach”.
vanguardistas da época.
Já no Brasil, além de atuar como músico,
Quanto à sua formação musical, Smetak era lecionou violoncelo no Instituto de Belas Artes
considerado exímio violoncelista, instrumento do Rio Grande do Sul e trabalhou, ainda, como

outubro - 2013 a janeiro - 2014 24


luthier, construindo, de construção de um
Instrumento coletivo “Pindorama”
artesanalmente, novo mundo que ele lhes
instrumentos e conferia”.
consertando violinos, Foi nessa fase,
violões etc. (v. pois, que ele construiu
Sombarato, 2008; e na UFBA uma oficina
Lima, 2005). Depois de onde criou cerca de 150
passar por experiências instrumentos musicais
como músico também chamados, a certa altura,
em São Paulo e no de “plásticas sonoras”,
Rio de Janeiro, onde empregando objetos
trabalhou na Orquestra e materiais os mais
Sinfônica Brasileira, em diversos, como tubos de
diversas rádios e chegou PVC, madeira, plásticos,
a acompanhar artistas “(...) me interessa muito mais o mistério dos sons
que o da música. Tenho procurado diferenciar isopor, mangueiras,
populares como Carmem latas, cabaças etc. Para
claramente o fazer som, um meio de despertar
Miranda, mudou-se novas faculdades da percepção mental, e o Julia Lima (2005), foi
para Salvador, em 1957, fazer música, apenas um acalento para velhas das árvores baianas que
atendendo a convite do faculdades da consciência”.
ele “descobriu a cabaça,
maestro Koellreuter fruto que seria utilizado
para que assumisse a em boa parte dos seus
cadeira de Som e Acústica da Escola de Música da instrumentos”. Sua forma ovalada, diz aquela
UFBA, na condição de pesquisador e professor. autora, “simbolizava para ele o mundo, a Terra, o
É aí que começa a realizar pesquisas sonoras e a OVO de onde surgiu a vida”.
desenvolver e ensinar novos conceitos musicais,
além de ministrar aulas tanto de violoncelo, como Além de suas referências europeias de origem,
de técnicas de improvisação. Vale ressaltar que diz ainda Julia Lima (2005), Smetak descobriu,
o improviso, fundamental na sua obra musical, a posteriori, “o quanto seus instrumentos se
era por ele considerado um elemento criativo assemelhavam aos da antiga cultura hindu, africana
caracteristicamente brasileiro. e indígena brasileira. Em todos eles, percebeu que
o simbolismo da forma é quase tão importante
Aliás, Jessica Smetak Paoli diz em seu blog quanto o som. As formas dos seus instrumentos,
(2010) que Smetak se referia ao Brasil como “terra até então, não possuíam cores; tempos depois, a
das impossibilidades possíveis”, ressaltando que descoberta das tintas, a partir de mentalizações
ele “se encaixou perfeitamente no universo de visuais eubióticas, daria um novo colorido à sua
revolução e criação, com a conjunção de escultura arte. Surgiriam plásticas como Vir a Ser, IEAOU,
e instrumentos: as plásticas sonoras, veículos para Amém e Imprevisto, cujas cores, formas e sons
alcançar novas dimensões ocultas da consciência e encontravam uma simbiose perfeita”.
do espírito”.
Interessante, também, a observação (v.
Quanto ao seu vínculo com o pensamento Sombarato, 2008) segundo o qual teria Smetak
eubiótico, diz De Paoli (2009, p. 4) que no final dito: “(...) me interessa muito mais o mistério dos
dos anos 1940 “Smetak conheceu o violinista sons que o da música. Tenho procurado diferenciar
Carlos Meirelles Osório, que participava das claramente o fazer som, um meio de despertar
reuniões da Sociedade Teosófica Brasileira, cujo novas faculdades da percepção mental, e o fazer
diretor, Henrique José de Souza, fundaria mais música, apenas um acalento para velhas faculdades
tarde a Sociedade Brasileira de Eubiose, com o da consciência”. A partir desses novos conceitos
objetivo de estudar a ciência da vida, baseando-se de matéria e espaço, prossegue o texto, “nasceram
nos ensinamentos secretos das escolas iniciáticas as Plásticas Sonoras”, que refletem uma tendência
orientais. A experiência com a Eubiose marcou de “integrar a música às artes plásticas utilizando
profundamente a obra de Smetak na fase baiana, também outros recursos, como a linguagem
orientando seus experimentos musicais e o sentido das cores; o amarelo, o azul e o vermelho,

outubro - 2013 a janeiro - 2014 25


representando, respectivamente, segundo ele, Pai da humanidade, a
planos de uma mente cósmica, sabedoria, atividade Índia, como sua Mãe”. E
e produção”. completa, então, dizendo
Enfim, foi no início dos anos 1960 que se deu, que Américas e Brasil
de modo definitivo, essa “virada” de Smetak para “são o Filho ou Espírito
a música experimental, lastreada numa pesquisa Santo”, e que “aqui
por ele chamada de “Iniciação pelo Som”, baseada se prepara uma nova
“nos estudos realizados na Eubiose, corrente civilização”.
teosófica dedicada à ciência da vida - na qual se Enfim, falar
matriculou em 1949 -, focada na evolução humana” adequadamente de
(Sombarato, 2008). Ainda nesse texto consta: Smetak requereria
“Nascia uma ‘nova escola’. Uma investigação sobre tempo e pesquisa
silêncio, som e as suas relações com o homem”. exaustiva, a qual está,
Smetak atuou também como violoncelista ao menos em parte,
da Orquestra Sinfônica da UFBA, tendo ainda estampada nos textos
participado, como artista plástico e escultor, de citados neste breve
mostras de arte como a I Bienal de Artes Plásticas, artigo (v. Bibliografia),
em 1966 (realizada em Salvador, com a presença que se mostram de
de Lygia Clark e outros renomados artistas), na leitura obrigatória
qual recebeu o Prêmio Especial de Pesquisa, e a por todos aqueles que
exposição Nova Objetividade Brasileira, em 1967. queiram conhecer um Instrumento: “Violão eólico”
Foi nessa Bienal que teria surgido a expressão pouco mais acerca dessa
“plásticas sonoras”, cunhada pelo seu curador, figura, como já dito, tão
Smetak começou, nos anos
Juarez Paraíso, aluno de Smetak, nome esse intrigante e enigmática, 1970, a pesquisar e trabalhar,
que, na visão de Julia Lima (2005), “não poderia quanto carismática e também, com microtons,
instigante. partindo, segundo De Paoli
ser melhor aplicado, visto que entre as obras (2009, p. 5), de uma experiência
expostas, constavam algumas que nem de longe Assim, como com o “violão eólico (tocado
eram instrumentos musicais, e sim esculturas conclusão, vale destacar pelo vento)”. Smetak, diz ela,
designa esse período como
- formas de ver e perceber o som. Era o caso de alguns trechos dos microtonal...
Andrógino, figura de barro cozido que simbolizava resumos dos trabalhos
a ambiguidade entre homem e mulher (...)”. de Scarassatti e De Paoli,
Cabe destacar, ademais, o fato de Smetak ter que, extremamente
começado, nos anos 1970, a pesquisar e trabalhar, expressivos, merecem ser aqui transcritos. Com
também, com microtons, partindo, segundo efeito, Scarassatti (2001), depois de falar da
De Paoli (2009, p. 5), de uma experiência com importância de Smetak dentro do novo universo
o “violão eólico (tocado pelo vento)”. Smetak, artístico de busca do ideal da Arte Total, diz que a
diz ela, designa esse período como microtonal, pesquisa para a sua dissertação objetivou discutir
“referindo-se às sonoridades da música indiana, o seu pensamento e a sua obra e, da mesma
baseadas na subdivisão do espaço musical em maneira, “reunir subsídios para a análise de seu
intervalos menores do que um tom”, tendo processo criativo, apontando a interação entre
afirmado que a “hibridação com outras culturas” meios e linguagens, na busca de uma arte inter,
era “uma das principais tendências da música trans e multidisciplinar”, interação esta, completa,
erudita de vanguarda”. A propósito, vale destacar “tão bem representada na obra deste verdadeiro
um trecho extraído por De Paoli (2009, p. 10) do alquimista de sons (Moraes, 1985: 5), profeta
livro Simbologia dos Instrumentos, de Smetak, onde visionário da multimídia unplugged”.
ele diz: “O Oriente deixou o total de sua herança De Paoli (2009, p. 2), por sua vez, após se
espiritual para o Ocidente. Isto significa que nós referir a Smetak como “um dos personagens mais
começamos onde outros terminaram. A sabedoria instigantes da cena cultural baiana nas décadas
do oriente é trazida em semente e a nova árvore está de 1960-70”, e de descrever, sinteticamente,
plantada em terra vermelha. O Egito denominado sua trajetória de vida, diz: “A ideia de que

outubro - 2013 a janeiro - 2014 26


‘um mundo novo requer uma música nova, e Ademais, ainda em linha com a sua formação
para isso, instrumentos musicais diferentes’, eubiótica, parece claro que exerceu, de fato, os
permite colocar suas experiências no âmago do três “atributos” consubstanciados na teurgia
Movimento Moderno. Para Smetak, a busca de (entendida como busca de uma maior compreensão
novas sonoridades, que caracteriza a música de acerca do divino, seja nos planos epistemológico
vanguarda, seria a porta para um novo mundo, a e ontológico, tentando “decodificá-lo”, seja em
ser construído através da educação das mentes para termos teleológicos, envolvendo a esfera do que
uma nova estética”. se poderia denominar de “condições de acesso”),
Vale, por derradeiro, destacar mais um trecho, na prática da instrução, como professor, e na ação
altamente expressivo, do que disse Gilberto Gil em efetiva no mundo, esta última, aliás, bem à moda
seu blog (sem data): “Não creio que Smetak tenha do “cavaleiro andante”, haja vista suas andanças
tido sua função ligada ao mundo leigo. Ele era um até chegar à Bahia e suas atividades depois que
iniciado e tratava com signos iniciáticos para os lá chegou. Foi, ademais, uma figura sintonizada
que miravam o Início. De uma Nova Era. De uma com o futuro, numa perspectiva, de certo modo,
Nova Espécie, velha espécie de homens divididos ararateana, o que justifica plenamente, diga-se de
entre a Morte e a Eternidade, por uma remota e passagem, as homenagens que lhe foram conferidas
difícil promessa de Redenção que só se encontra ao no 4º Encontro Nacional da Ordem do Ararat,
alcance da arte radical ou da busca obstinada; só ao realizado em março/2013, em São Lourenço - MG.
alcance dos que resolvem escolher um dos oceanos Resta claro, portanto, que ainda há muito
da Dúvida e nele mergulhar”. E completa: “Smetak a se pesquisar e conhecer acerca da vida e da
é isso, um mergulhador de excelente performance obra de Anton Walter Smetak, assim como de
e vários records de profundidade no oceano da suas prováveis influências sobre outros artistas
Dúvida. Eu, jamais serei impune ao fato de ter sido além daqueles aqui mencionados, inclusive os de
seu discípulo, seu amigo, seu irmão”. gerações mais recentes.
Enfim, apesar disso tudo, da riqueza do
acervo que deixou e de sua importância para a
música experimental e de vanguarda no Brasil e no
mundo, lembrou o escritor Augusto de Campos, REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
denunciando a falta de memória e de atenção DE PAOLI, Paula Silveira - Entre música e artes plásticas:
que se dá à arte brasileira, que Smetak veio a ter as experiências de Walter Smetak na Bahia de Todos os
seu primeiro disco gravado somente em 1974 Santos. Artigo in “50 anos de Lina Bo Bardi na Encruzilhada
da Bahia e do Nordeste”, disponível em http://www.
(graças, note-se, ao empenho de Roberto Santana,
docomomobahia.org/linabobardi_50/18.pdf (acessado em
Caetano Veloso, Gilberto Gil e Rogério Duarte). 7.3.2013). Salvador: 2009.
Depois disso, veio o disco Interregno, em 1980,
patrocinado pela Fundação Cultural do Estado da GIL, Gilberto - Smetak, tak, tak. Texto de homenagem a
Bahia. Smetak constante da página de site http://www.gilbertogil.
com.br/sec_texto.php?id=13&language_id=1&id_type=3
Finalizando, e levando em conta os verbos (acessada em 7.3.2013). Salvador: sem data.
querer, saber, ousar e calar, extremamente
LIMA, Julia - Velho Bruxo Smetak. Artigo publicado no
expressivos à luz do processo que se pode jornal Correio da Bahia em 10.4.2005, disponível em http://
denominar de iniciação eubiótica, em que poetizarte.blogspot.com.br/2009/11/velho-bruxo-smetak.
mergulhou Smetak, resta claro que vontade e html (acessado em 7.3.2013). Salvador: Correio da Bahia,
disposição para enfrentar desafios (“querer”), 2005.
conhecimento de sua área objetivando estabelecer MEDEIROS, Jotabê - O futuro sonhado por Smetak. Artigo
os meios de ação no mundo (“saber”), e muita, publicado no Estadao.com.br em 19.1.2013, disponível em
realmente muita ousadia (“ousar”), foram http://www.estadao.com.br/noticias/arteelazer,o-futuro-
elementos presentes, inequivocamente, em sua sonhado-por-smetak,986029,0.htm (acessado em 7.3.2013).
vida. E, pelo visto, ele soube, também, tratar São Paulo: 2013a.
de modo magistral o “silêncio” (subsumido no _________O Louco do Porão. Artigo publicado no Estadao.
“calar”), a que devotou boa parte de suas pesquisas com.br em 19.1.2013, disponível em http://www.estadao.
com o som. com.br/noticias/arteelazer,o-louco-do-porao,986022,0.htm

outubro - 2013 a janeiro - 2014 27


(acessado em 7.3.2013). São Paulo: 2013b. apresentada no Programa de Pós-Graduação em Multimeios
do Instituto de Artes da Universidade Estadual de Campinas
PAOLI, Jessica Smetak – Texto do tópico Obra intitulado (Unicamp). Orientador: Julio Plaza Gonzalez. Campinas:
Livro-reportagem-biográfico “Smetak, som e espírito”, Unicamp, 2001.
constante do blog http://jessicasmetakpaoli.blogspot.com.
br/p/videos.html (acessado em 7.3.2013). Salvador: 2010. SOMBARATO - Walter Smetak - discografia. Texto datado
de 8.12.2008, disponível em http://sombarato.net/node/371
SCARASSATTI, Marco Antonio Farias - Retorno ao Futuro: (acessado em 7.3.2013). 2008.
Smetak e suas plásticas sonoras. Dissertação de Mestrado

Instrumento “São Jorge Tibetano”

outubro - 2013 a janeiro - 2014 28


Fotografia de Serge Saint - Flickr
A PARTE OCULTA DA HISTÓRIA DO BRASIL*
♪ Francisco Feitosa

E ste ano, no dia 22 de abril, comemoramos


513 anos do descobrimento de nosso Brasil.
Uma jovem nação em relação aos países do velho
região situada nas margens do Mediterrâneo e
adjacências, não passando, nenhum navegador das
chamadas Colunas de Hércules, que conhecemos,
mundo. Promissora e reconhecida por todos como o hoje, como o Estreito de Gibraltar. Entretanto,
país do futuro, celeiro do mundo. Apesar da história havia um povo, os Fenícios, que, por terem técnicas
de descasos, subtrações e falta de consciência de seu avançadas de navegação para a época, dedicaram-
povo, o Brasil, por força da LEI divina, tem uma se a comercializar produtos encontrados em terras
missão muito importante no contexto mundial e no de além-mar, conhecendo, dessa maneira e muito
processo evolucional da humanidade. bem, as Américas, onde tentavam fundar uma
Denominado pelos europeus como o Eldorado, colônia.
e seu povo como a raça dourada, vemos, época A capital da Fenícia, Tiro, naquela época, era
após época, a confirmação de tal afirmativa. O governada pelo Rei Badezir. Conta a história oculta
povo brasileiro é um caldeamento cultural e racial que o rei tinha oito filhos, cujo primogênito se
que não se encontra em qualquer outra parte do chamava Yetbaal (o Deus branco). Seus irmãos,
mundo. É a raça dourada portadora dos valores da devido ao rei dedicar especial atenção a ele, pelos
Era de Aquarius. Haja vista as intuídas palavras do seus dotes espirituais e por sua alta inteligência,
etnólogo mexicano José de Vasconcelos: “é dentre por inveja, tramaram contra o Rei e conseguiram
as bacias do Amazonas e do Prata que sairá a raça destroná-lo, expulsando-o junto com dois de seus
cósmica, realizando a concórdia universal, porque irmãos diletos, Yetbaal e Yetbaal-bey.
será filha das dores e das esperanças de toda a Com essa revolta, insuflada por elementos
humanidade”. das castas militar e religiosa, o país passou de
A Divindade, quando se propõe a um Império a República. A flotilha, armada para trazer
trabalho, o faz dentro de um planejamento. Pelas o rei, os príncipes, escravos, sacerdotes e alguns
informações, que temos através da história, elementos do povo, fiéis à realeza, era composta
notamos que há um caminhar da evolução da por seis navios: no primeiro, vinham Badezir, os
humanidade no sentido Leste para Oeste. Por volta 2 filhos, 8 sacerdotes, sendo o primeiro o sumo
do ano 850 a.C., o mundo conhecido era só aquela sacerdote, com o nome de Baal-Zim (o Deus da Luz

outubro - 2013 a janeiro - 2014 29


Busto do Rei fenício Badezir

Imagens retiradas do site:


http://www.riodejaneiroaqui.com/
portugues/pedra-da-gavea-codigo.
...O governo espiritual html
estabeleceu-se na região que
os índios chamavam Nish-Tao-
Ram (Nictheroy), ou Caminho
Iluminado pelo Sol, hoje, Rio de
Janeiro, e a Pedra da Gávea foi
transformada em templo. Quis a
má sorte que seus filhos (parelha
manúsica) soçobrassem em uma
barquinha, quando atravessavam
a Baía da Guanabara com um
dos escravos núbios. Badezir
ordenou a mumificação dos
corpos, inclusive do escravo, e
mandou que fossem colocados
na Pedra da Gávea, que se
transformou em templo-túmulo,
encerrando, de maneira trágica,
mais uma página da história de
um Avatara...

ou do Fogo), os escravos núbios e a marinhagem, Assim, as duas cortes ficaram constituídas: a


acompanhada de soldados, que deveriam voltar temporal, pelo rei Badezir, pelos sacerdotes da sua
depois ao Império Fenício; nos outros, além de antiga corte, alguns militares etc., ocupando toda
gente do povo, vinham 49 militares, também, a região, que vem do Amazonas até Salvador, na
expulsos do país, por terem ficado ao lado de Bahia. Daí até onde é, hoje, o Rio Grande do Sul,
Badezir e seus dois filhos mais velhos, e mais 222 ficava a corte espiritual, dirigida por Yetbaal, na sua
seres, a bem dizer, a elite do povo fenício. Todos forma dual, acompanhada pelos escravos núbios,
tinham como destino o Brasil e, aqui, plantaram pelos 222 elementos da elite fenícia e algumas
as sementes transformadoras do Brasil Fenício em outras pessoas, que não vem ao caso apontar.
Brasil Ibero-Ameríndio, um cadinho, originando o O governo espiritual estabeleceu-se na
maior caldeamento de raças de que se tem notícia região que os índios chamavam Nish-Tao-Ram
em toda a história universal. (Nictheroy), ou Caminho Iluminado pelo Sol, hoje,

outubro - 2013 a janeiro - 2014 30


Rio de Janeiro, e a Badezir se compõe de Bad+Zir, sendo da Lei, até que, por volta dos
Pedra da Gávea foi o prefixo Bad uma variação de Baal, séculos XV e XVI, começou
que quer dizer o Deus Principal, e Zir
transformada em significa Senhor. Então, Badezir significa
a grande arrancada para o
templo. Quis a má o Deus Maior; trocando-se Bad por Baal, ocidente, enfrentando-se
sorte que seus filhos temos Baalzir, que passou a Baalzil e, os “mares nunca de antes
(parelha manúsica) finalmente, Brasil. navegados”.
soçobrassem em uma Em Portugal, havia um
barquinha, quando rei, D. João I, o Mestre de
atravessavam a Avis, cujos filhos, por obras
Baía da Guanabara valorosas sublimaram a
com um dos Dinastia Avis. O mais novo,
escravos núbios. com o nome de Henrique,
Badezir ordenou a na onda de acontecimentos
mumificação dos novos, que se estavam
corpos, inclusive do desenrolando na época,
escravo, e mandou que fossem colocados na Pedra fundou, num promontório ao sul de seu país,
da Gávea, que se transformou em templo-túmulo, um centro náutico conhecido como Escola de
encerrando, de maneira trágica, mais uma página Sagres; por isso ele passou para a história com
da história de um Avatara. Badezir, não resistindo o nome de Infante Henrique de Sagres (J.H.S).
ao sofrimento, veio a falecer pouco tempo depois, Nessa Escola, que era, ocultamente, um colégio
e pedindo que fosse colocado ao lado dos filhos. iniciático, desenvolviam-se as mais altas técnicas de
Ali permaneceu sete anos, findo os quais, foi navegação, cujo assunto não vamos detalhar por ser
transferido para um santuário na região amazônica, sobejamente conhecido e ensinado desde a escola
até hoje, não encontrado. primária. Por isso, passemos a estudar sua parte
Mas o trabalho não foi infrutífero, pois oculta.
conseguiram plantar a semente de algo para o Quando o Infante Henrique de Sagres
futuro. Até o nome da região foi tirado do monarca, atravessou as fronteiras de Oráculos (Gibraltar),
pois Badezir se compõe de Bad+Zir, sendo o prefixo teve um grande sobressalto, ao descobrir, ao longe,
Bad uma variação de Baal, que quer dizer o Deus a estátua de um Cavalheiro, apontando para o
Principal, e Zir significa Senhor. Então, Badezir “OCIDENTE”. Nós, hoje, podemos dizer a razão
significa o Deus Maior; trocando-se Bad por Baal, de semelhante “sobressalto”: aquela estátua não
temos Baalzir, que passou a Baalzil e, finalmente, era mais do que um MARCO definidor do papel,
Brasil. que ia ter, em breve, o Ocidente, em substituição
A prova de que houve uma civilização fenícia ao Oriente, na evolução humana. Assim o “EX
em terras brasileiras está na inscrição da Pedra da ORIENTE LUX”, de Emmanuel Swedenborg,
Gávea, que o nosso Champolion, Bernardo da Silva foi trocado pelo “EX OCCIDENTE LUX”, de
Ramos, decifrou como sendo “Tiro Fenícia Badezir Henrique José de Souza.
Yet-Baal”, e o insigne Mestre, o Prof. Henrique Entretanto, Henrique de Sagres não chegou a
José de Souza, fundador da Sociedade Brasileira ver o ciclo das grandes navegações, mas a semente
de Eubiose, completou-a, pois estava estragada plantada deu frutos e uma boa colheita. De todos
pelo tempo, como “TIRO FENÍCIA YET-BAAL os envolvidos nas grandes descobertas do mundo
PRIMOGÊNITO DE BADEZIR”. Além dessa, há ocidental, aqueles que mais se ligam ao caminhar
uma infinidade de inscrições fenícias em pedras e da mônada em direção ao Sul são Colombo e
cavernas do Nordeste, das quais os historiadores Cabral. O primeiro descobriu a América como um
não querem dar conta, pois teriam que modificar todo, e o segundo particularizou a região do Brasil,
muito os seus conceitos. como a dizer que, aqui, seria uma terra especial, o
O tempo foi passando e as civilizações se berço da futura civilização.
sucedendo em terras do Norte, seguindo o traçado O verdadeiro nome de Colombo era Salvador

outubro - 2013 a janeiro - 2014 31


nas costas africanas. Em verdade, ele fazia parte
de um movimento ligado à Grande Fraternidade
Branca e saiu de Portugal com a missão de
encontrar terras a oeste, seguindo o caminho
mostrado pelo gigante de pedra, que se encontra em
uma das Ilhas Canárias.
Portanto, Colombo e Cabral formavam uma
polaridade: Aquele, com a finalidade de tocar em
terras do Norte da América, haste lunar, berço da
sexta Sub-Raça; Este, com a finalidade de tocar
em terras do Sul da América, como a mostrar a
manifestação da sétima Sub-Raça, completando
a haste solar. A Lei chamaria de Missão “Y” a tais
manifestações.
Longe da “estória” oficial, que nos contam nos
bancos escolares, a verdadeira História do Brasil é
parte de um movimento oculto, como preparação
Cabral, que quer dizer cabra, para o surgimento da raça dourada e para o
possuía por emblema uma Advento do Cristo Universal, o Avatara Maitreia da
árvore, com três cabritos: um, em Era de Aquarius.
cima, e dois laterais, embaixo. A
Nas palavras do Excelso Mestre JHS, o Brasil
árvore representa a genealogia
dos Kumaras, termo, que vem de:
é o “Santuário da iniciação do gênero humano a
KUMA (sânscrito), cume elevado; caminho da sociedade futura”.
MARA (sânscrito), energia, a que O Império americano, como todo Império, já
vem de cima. mostra sinais de falência. Os tempos são chegados,
e, lamentavelmente, muitos, ainda, cobertos pelas
vendas do materialismo, não percebem e nem
Gonçalves Zarco; era genovês. Adotou o nome de perceberão tais mudanças. Mais tarde, com outro
Cristóvão Colombo (AVIS RARIS IN TERRIS), estado de consciência, no silêncio de meditações,
ou, antes, Cristopherens Columbus, “Aquele que ecoará em suas mentes, a frase tantas vezes repetida
carrega o Cristo e é, ao mesmo tempo, a Ave, a pelos Mestres de Sabedoria:
Pomba do Espírito Santo (Columba)”, que ele
mesmo saudava na sua sigla. Colombo procurou “Estive entre vós e vós não Me reconhecestes!”
diversos governos para realizar sua empreitada, e Salve o Brasil, pátria do Avatara da Era de
conta a história que foram os reis de Espanha, com Aquarius!
Isabel, a católica, que lhe deram tal auxílio. Existe,
entretanto, uma frase dita por alguém, quando
a rainha se dispôs ao evento: “Majestade, a essa *Compilação baseada nos ensinamentos do
altura, Colombo já está em alto mar”. Mestre JHS e nas apostilas dos cursos ministrados
na SBE.
Cabral, que quer dizer cabra, possuía por
emblema uma árvore, com três cabritos: um, em
cima, e dois laterais, embaixo. A árvore representa
a genealogia dos Kumaras, termo, que vem
de: KUMA (sânscrito), cume elevado; MARA
(sânscrito), energia, a que vem de cima.
Conta-nos a história profana que Cabral tinha
por missão descobrir um caminho para a Índia, fora
das calmarias, que se encontravam com frequência

outubro - 2013 a janeiro - 2014 32


SOCIEDADE BRASILEIRA DE EUBIOSE

www.eubiose.org.br
Fundador: Henrique José de Souza

Presidente: Hélio Jefferson de Souza

1º Vice-Presidente: Jefferson Henrique de Souza

2º Vice-Presidente: Selene Jefferson de Souza

DHÂRANÂ ON-LINE

divulgação@eubiose.org.br
Diretor de Divulgação: Laudelino Santos Neto

Editora Geral: Ana Maria Muniz de Vasconcellos Corrêa

Editor de Texto: Laudelino Santos Neto

Revisores: Celso Martins e Marilene Melão Martins

Conselho Editorial: Alberto Vieira da Silva, Ana Maria Muniz de Vasconcellos Corrêa,
Angelina Debesys, Celina Tomida, Dirceu Moreira, Eurênio de Oliveira Jr., Francisco Feitosa
da Fonseca, Laudelino Santos Neto (Presidente) e Silvio Piantino.
Logo da Dhâranâ On-line: Marcio Pitel

Dhâranâ On-line - Revista de Ciência, Filosofia, Arte e Religiões Comparadas. É uma publicação
quadrimestral,
Órgão oficial da Sociedade Brasileira de Eubiose - SBE.

Editada pelo Conselho de Estudos e Publicações - Setor Editorial.


Ano II – edição 6 – outubro de 2013 a janeiro de 2013

O conteúdo dos artigos assinados é de total responsabilidade de seus autores. Não é permitida a reprodução
parcial ou total do conteúdo desta publicação, em qualquer meio, sem a prévia autorização da SBE. Os
trabalhos para publicação deverão ser enviados para o e-mail: divulgação@eubiose.org.br

Potrebbero piacerti anche