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UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ

CENTRO DE CIÊNCIAS
DEPARTAMENTO DE GEOLOGIA
Campus do Pici, CEP 60455-760
Fortaleza, CE, Brasil

GEOLOGIA ESTRUTURAL – CG368

RELATÓRIO DE CAMPO

321358 Aerson Moreira Barreto Junior


324567 Mateus de Paula Miranda
321386 Rodrigo Gomes Cavalcante

Janeiro/2013
Barreto Junior, A.M; Miranda, M.P; Cavalcante, R.G. Geologia Estrutural

RESUMO

O presente relatório foi produto dos trabalhos realizados em campo referente à disciplina de
Geologia Estrutural, as atividades se deram entre os dias 10 e 12 de dezembro de 2012 sob a
orientação do Prof. Dr. Wagner da Silva Amaral. Com o percurso Fortaleza-Cariré passando por
Pedra Branca, Independência, Crateús,Tamboril, Santa Quitéria, Forquilha, Sobral.
A área de estudo é formada pelos complexos Cruzeta - Pedra Branca, Ceará, Canindé e
Tamboril - Santa Quitéria. Estão situados no Domínio Ceará Central, na porção setentrional da
província tectônica Borborema, região de terrenos polideformados de diversas litologias
mescladas no Paleoproterozóico e acoplados nos crátons adjacentes (Oeste-Africano,
Amazônico, São Francisco). Essas subdivisões, de valor local, são feitas levando em
considerações ligadas a diferenças nas condições metamórficas, a existência de contatos
tectônicos internos e a incongruências nas direções de transporte tectônico, materializadas por
lineações minerais.
Os complexos esforços tectônicos geraram as mais variadas estruturas geológicas, tais
como, foliações(bandamento gnáissico e xistosidade), juntas, lineações, falhas sintéticas, veios
mineralizados de quartzo e epidoto, dobras e zonas de cisalhamento. Também, há a
caracterização de estruturas primárias ígneas e sedimentares, rochas com estratificação
gradacional de granulometria e dobras convolutas em camadas de argilito. Geração de rochas
com texturas miloníticas e migmatíticas, também foram analisadas nos afloramentos observados
em campo.

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01. Introdução e Objetivos

A disciplina de Geologia Estrutural, por ser uma disciplina teórico-prática, necessita-se


de um acompanhamento de estudos em campo como complemento desta matéria. As aplicações
práticas dos conceitos teóricos abordados em sala de aula são de suma importância para o
entendimento do conteúdo referente a esta disciplina.
A visualização e caracterização de estruturas tectônicas e atectônicas em afloramentos,
analises de litologias, medição de atitudes e síntese de perfis. Aplicar conhecimentos para a
analise cinemática dos esforços que geraram as estruturas observadas através de marcadores de
lineações e zonas de cisalhamento dúctil, respectivamente, micas(biotita) estiradas e sigmóides
(cristais de k-felsdpato e quartzo rotacionados).
Estipular a era geológica de cada ambiente através a da analise estrutural e litológica dos
terrenos polideformados.

02. Localização

A região estudada, localizada no centro do Estado do Ceará(NE do Brasil), engloba as


cidades de Canindé, Pedra Branca, Independência, Crateús, Forquilha, Santa Quitéria e Sobral.
De Fortaleza, o acesso é feito pela Br-020, que passa pelas cidades de Canindé e Pedra Branca.
No sentido WNW, pela Br-226, passamos por Crateús. Depois, no sentido NNE, nos dirigimos
para a cidade de Santa Quitéria, pela CE-176. Continuando no CE-176, mas no sentido NNW,
vamos para a cidade de Forquilha e depois Sobral, finalizando a aula de campo. Totalizando um
percurso de aproximadamente 570km.

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03. Geologia Regional

A Província Borborema no nordeste do Brasil foi construída durante a orogenia do


Brasiliano/Pan-africano, como resultado da convergência e colisão final dos crátons São Luiz-
Oeste Africa e São Francisco-Congo, no amalgamento do contexto Oeste Gondwana. O presente
quadro estrutural da província data do final da orogenia Brasiliano/Pan-Africano, formando um
mosaico independente de domínios justapostos ao longo da zona de cisalhamento de escala
crustal em uma colagem de escala continental. Devido a complexidade dos eventos cíclicos
geradores da província tectônica Borborema, propiciaram diferentes condições metamórficas,
permitindo subdivisões em diferentes grupos, complexos e domínios. Nesse trabalho serão
abordados os complexos Cruzeta, Tamboril- Santa Quitéria, Ceará e Canindé, todos inseridos no
contexto do Domínio Geotectônico Ceará Central (Figura 3.1).

Figura 3.1 – O Domínio Ceará Central (Modificado de Cavalcante, 1999, in Arthaud, 2005).

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Complexo Cruzeta
O Complexo Cruzeta, amplamente exposto no designado “Maciço de Tróia” (Brito
Neves, 1975), situa-se no Domínio Ceará Central, na porção setentrional da Província
Borborema e, segundo Vasconcelos et al. (1998), é compreendido por três unidades arqueanas
retrabalhadas no Proterozóico: Mombaça, Pedra Branca e Tróia( nesse trabalho abordaremos
apenas a unidade Pedra Branca).
A unidade Pedra Branca apresenta um padrão de foliação de baixo ângulo, com direção
principal NNE/SSW, cuja atitude preferencial é N100/30. Os dados relativos à lineação mineral
mostram que há uma maior concentração das direções no quadrante NE, com atitudes
preferenciais N40/15. Porém observa-se uma dispersão das direções nos quadrantes SE e SW,
mantendo-se ainda assim o caráter sub-horizontal.
As rochas presentes estão reunidas no Complexo Cruzeta (ortognaisses diversos,
metabasaltos, anfibolitos, metaultramáficas e formações ferríferas).

Complexo Canindé
O Complexo Canindé insere-se geotectonicamente no Domínio Meridional da Província
Borborema, integrando o Sistema de Dobramentos Sergipano. Corresponde a um dos seis
Domínios tectono-estratigráficos (Domo/Inlier de Jirau do Ponciano e Domínios Rio Coruripe-
DRC; Pernambuco–Alagoas-DPEAL, Domínio Canindé-DC, Marancó-Poço Redondo-DMPR e
Macururé-DM) identificados no mapeamento geológico da Folha Arapiraca, realizado pela
CPRM- Serviço Geológico do Brasil (1:250.000).
O Domínio Canindé ocorre encaixado entre o domínio Pernambuco-Alagoas, Marancó-
Poço Redondo, Macururé e Rio Coruripe, distribuindo-se como uma faixa de direção NE-SW
infletida para NWSE, na região de Porto da Folha (SE) - Belo Monte (AL), e seguindo em
continuidade para oeste. Na área está constituído pelos Complexos Araticum e Canindé, pela
Suíte Intrusiva Canindé e por granitóides neoproterozóicos.

Complexo Ceará
Constitui-se de basicamente de paragnaisses, xistos e quartzitos, regularmente foliados
com direção predominante NE-SW e mergulhos entre 20 e 40° para NW. É composto na área
estudada pelos litotipos: silimanita quatzito interacamadado com granada xisto e biotita gnaisses,
apresentam-se regularmente foliados segundo a orientação das micas, com direção NE-SE, e
mergulhos de 24° e 40° para NW e atitudes entre 190 a 220Az°; formação ferrífera bandada de
estrutura bandada com dimensões milimétricas, ocorrendo em uma camada descontinua de
orientação NW-SW, constituida de blocos rolados de pequeno tamanho, com dimensões de 30 a
40 cm, intercalados com gnaisses, composta mineralogicamente por níveis ricos em quartzo com
hematita e magnetita; gnaisses calcissilicáticos em bandamento composicional, com alternância
de bandas félsicas e máficas, com direção preferencial NE-SW e caimento NW, constituídos
mineralogicamente por quartzo, plagioclásio, turmalina e hornblenda.

Complexo Tamboril Santa-Quitéria


Nesta unidade observa-se um contato sinuoso por meio de uma zona de cavalgamento
com as rochas do Complexo Ceará. Foram identificados os seguintes litotipos: ortognaisses,
granitóides foliados, anfibolitos e migmatitos( exemplificados abaixo).

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Biotita gnaisse: é o conjunto litológico mais frequente dentre as rochas reconhecidas do


Complexo Tamboril-Santa Quitéria na área. Constitui-se de quartzo, microclínio, plagioclásio,
biotita e honblenda. As rochas normalmente apresentam texturas miloníticas e estruturas
migmatíticas. O bandamento pode variar tanto na espessura quanto na predominância de bandas
félsicas e máficas. Geralmente esses gnaisses são cortados por veios quartzo-feldspáticos com
orientação geral rodeando N-S, tanto concordante quanto discordante com a foliação.
Metamonzogranito: Sua constituição principal é quartzo, microclínio, plagioclásio e
biotita. Este granito está profundamente relacionado aos gnaisses do Complexo Tamboril –
Santa Quitéria, sendo, portanto resultado da fusão parcial desses gnaisses dentro do processo de
migmatização dos mesmos.
Gnaisse Migmatizado: são encontrados como lajedos cujos litotipos estão dispostos em
lentes e camadas com geometria complexa, caracterizando domínios migmatíticos, resultado de
processos de fusão parcial de gnaisses, podendo ser classificados como diatexitos. São
observadas lentes e camadas de granulação grossa quartzo-feldspáticas (leucossoma) e máficas
(biotita e hornblenda) em arranjo irregular. As estruturas presentes nos migmatitos, segundo
Mehnerth (1971) são flebítica, dobrada e estromatítica. São muito frequentes veios e bolsões
pegmatíticos quartzo-feldspáticos, que comumente contêm turmalina, concordantes ou
discordantes da estruturação geral do migmatito. Possui coloração cinza e granulação média a
grossa.
Anfibolito: ocorrem na forma de lentes concordantes à foliação dos gnaisses e em blocos
métricos, dispostos em faixas orientadas com direção N35E. Trata-se de rochas de cor cinza
esverdeado, de granulação fina, bem foliada, composta por anfibólio, plagioclásio e, em menor
proporção, quartzo. Esta unidade ocorre em escala muito reduzida não-mapeável.
Rochas calcissilicáticas: ocorrem associadas a quartzitos e em bolsões; têm cor verde escura com
leitos esbranquiçados, granulação média, raramente bandadas, compostas por quartzo, pigeonita,
escapolita, ortoclásio e granada.

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04. DESCRIÇÃO DOS AFLORAMENTOS

4.1 AFLORAMENTO 01

Está localizado nas adjacências da BR-020, sentido Caridade-Canindé, à jusante da ponte,


mais precisamente no leito do rio Camarão. Possui as seguintes coordenadas: Zona 24; UTM
X:xxxxxx e UTM Y:xxxxxxx.
O afloramento é natural, do tipo lajedo, com baixo intemperismo. Está geologicamente
inserido no contexto migmatítico do Complexo Canindé.
A rocha é heterogênea nos aspectos mineralógicos e de coloração. Tem sua mineralogia
principal composta por minerais félsicos recristalizados como quartzo e feldspatos, e minerais
máficos ferro-magnesianos, representados essencialmente por biotita e anfibólios. Trata-se de um
migmatito (metatexito) de médio a alto grau de fusão com predominância de paleossoma (Figura
4.1.1).
De modo reservado ocorrem porções ígneas de composições distintas, bastante alteradas,
composta a primeira por magmas félsicos, e a segunda magmas máficos sendo possível
identificar restritamente xenólitos (Figura 4.1.2) de mesma composição em outras porções do
migmatito.
Em um segundo ponto do afloramento, ocorrem veios aplíticos e veios mineralizados por
epidoto (Figura 4.1.3), com espessuras limite de 30mm e 5mm, respectivamente.
Ocorrem estruturas redobradas ao longo de todo o afloramento, assim como estruturas
rúpteis e rúptil-dúcteis, a exemplo juntas sistemáticas NW-SE de alto ângulo e planos de
cisalhamento onde podem ser identificados cristais feldspáticos rotacionados como indicador
cinemático (Figura 4.1.4).

Figura 4.1.1 – Visão geral do Afloramento 01.

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Figura 4.1.2 – Xenólito máfico em matriz migmatítica.

Figura 4.1.3 – Veios epidotizados em migmatito.

Figura 4.1.4 – Indicador cinemático representado por cristal rotacionado de feldspato.

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4.2 AFLORAMENTO 02

Situado na BR-226, sentido Pedra Branca-Independência, a 30 km da primeira.


Coordenadas: Zona 24; UTM X:391607 e UTM Y:9399446.
O afloramento é artificial do tipo corte de estrada, sendo a litologia pertencente ao
contexto do Complexo Cruzeta, datado do Neo-Arqueano - 2,5Ga (inf. verbal AMARAL, 2012),
sendo o afloramento representado por gnaisses com intercalação máfica-félsica e máfica-
ultramáfica (Figuras 4.2.1 e 4.2.2).

Figura 4.2.1 – Visão geral do Afloramento 02. Gnaisses com mergulho preferencial para SE.

Figura 4.2.2 – Detalhe em bandamento gnáissico.


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4.3 AFLORAMENTO 03

Localizado na BR-226, sentido Pedra Branca-Independência, a 8 km do


AFLORAMENTO 02. Coordenadas: Zona24; UTM X: 398313 e UTM Y: 9400552.
O afloramento é artifical do tipo corte de estrada, apresentando gnaisses dobrados com
amplitude de dobra de aproximadamente 5 metros (Figura 4.3.1), tendo suas porções máficas
intensamente alteradas por intemperismo. Presença de lentes de injecções félsicas com
espessuras máximas de 40cm e nestas, granadas de dimensões máximas 4mm.

Figura 4.3.1 – Visão geral do afloramento 03. Gnaisses alterados com dobras de média amplitude.

4.4 AFLORAMENTO 04

Encontra-se na BR-226, sentido Pedra Branca-Independência, sob a escola EEFM Miguel


Arcanjo. Coordenadas: Zona 24; UTM X: 400664 e UTM Y: 9400910.
O afloramento é parte natural, em lajedo, como parte artificial, fazendo parte de um corte
para a estrada. São gnaisses intensamente intemperizados com suas porções máficas inteiramente
alteradas (Figura 4.4.1). As camadas e a lineação mineral - do tipo downdip - mergulham
preferencialmente para E, com planos de fratura em baixo ângulo que indicam σ1 neste mesmo
sentido (Figura 4.4.2).

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Figura 4.4.1 – Visão geral do Afloramento 04.

Figura 4.4.2 – Sistemas de fratura e lineação downdip.

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4.5 AFLORAMENTO 05

Encontra-se na BR-226 sentido Pedra Branca-Independência, situado a aproximadamente


20 km de Pedra Branca. Coordenadas: Zona 24; UTM X: 405490 e Y: 9399858.
O afloramento é artificial do tipo corte de estrada, são rochas máfica-ultramáficas de
orientação NW-SE tendo parte de suas porções preservadas, mas em maioria intensamente
alteradas por intemperismo, e concordante ocorre um Sill granítico de espessura aproximada de
1,5 m (Figura 4.5.1). A deformação regional indica individualmente um falhamento inverso com
cavalgamento para NW.

Figura 4.5.1 –Destaque para Sill granítico (alaranjado) concordante com a foliação da rocha máfica subposta.

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4.7 AFLORAMENTO 06

O afloramento é acessível através de uma estrada carroçável ramificada a partir da BR-


226, sentido Independência-Crateús. Coordenadas: Zona 24; UTM X: 340979 e Y: 9407550.
O afloramento é natural do tipo lajedo, correspondendo a gnaisses de granulação fina e
suavemente dobrados em média amplitude (Figura 4.7.1), sendo reconhecível uma ocorrência de
dobra em bainha. Ocorrem raros veios feldspáticos N - S de espessuras milimétricas a 2cm ao
longo do afloramento.
Em um segundo ponto do afloramento, ocorrem granodioritos in situ como em blocos
soltos, podendo-se assim afirmar que o afloramento trata-se de uma zona de contato intrusivo.

Figura 4.7.1 – Gnaisses de granulação fina suavemente dobrados.

4.8 AFLORAMENTO 07

O afloramento se dá na CE-176 a 20km ao N de Santa Quitéria. Coordenadas: Zona 24;


UTM X: 372941 e UTM Y: 9540794.
O afloramento é artificial do tipo corte de estrada, e revela a falha do rio Groaíras, neste
ponto corresponde ao falhamento do granito Pajé, datado de 533Ma (TAVARES et al, 1991),
sendo assim o último registro magmático do Arco magmático Santa Quitéria (inf. verbal
AMARAL, 2012).

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Figura 4.8.1 – Aspecto geral do Afloramento 07.

4.9 AFLORAMENTO 08

O afloramento é natural em lajedo de estruturas bem preservadas, localizado à margem da


CE-176 ainda a N de Santa Quitéria, a 5km da localidade de Iracema. Coordenadas: Zona 24;
UTM X: 379071 e Y: 9555973.
A rocha está inserida no contexto granodiorítico do Arco Magmático Santa-Quitéria.
Trata-se de granodioritos migmatíticos com diques aplíticos preferencialmente concordantes à
foliação da encaixante porém apresentando também outras direções sobrepondo-se à direção
concordante.
Este afloramento destaca-se pela variedade de estruturas metamórficas distintas em
pontos separados do afloramento, tais quais boudins (Figura 4.9.1), falhamentos (Figura 4.9.2) e
cisalhamentos (Figura 4.9.3), dobramento intrafolial, em bengala (Figura 4.9.4) e em bainha
(Figura 4.9.5).

Figura 4.9.1 – Boudins.

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Figura 4.9.2 – Falhamento.

Figura 4.9.3 – Zona de cisalhamento.

Figura 4.9.4 – Dobra em bengala.

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Figura 4.9.5 – Dobra em bainha.

4.10 AFLORAMENTO 09

O afloramento é natural em lajedo, intemperizado de modo que sua aparência assemelhe-


se a blocos. Encontra-se a SW da Serra do Barriga, a 1,5km da localidade de Cachoeira da Moça.
O acesso se dá por meio de uma estrada carroçável ramificada da BR-222. Coordenadas: zona
24; UTM X: 371830 e Y: 9585306.
A rocha é um eclogito de composição máfica (Figura 4.10.1), com sua mineralogia
baseada em piroxênio e anfibólio, granada e feldspato. Esta litologia corresponde à Zona
Eclogítica de Forquilha (AMARAL et al, 2011), um cinturão máfico-ultramáfico de 30km de
comprimento limitado pela Falha do Rio groaíras e o granito da Serra da Barriga.

Figura 9.10.1 – Aspecto geral do afloramento.

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4.11 AFLORAMENTO 10

O afloramento é natural em lajedo, aflorando em pontos espalhados num descampado em


frente ao AFLORAMENTO 09, portanto suas coordenadas são similares.
A rocha é um gnaisse magmatizado em intensidades diferentes de acordo com pontos do
afloramento. Esta litologia que corresponde à Unidade Canindé. Em sua mineralogia destacam-
se granadas envoltas de biotita, indicando reações retrometamórficas do gnaisse, posteriormente
caracterizado como Biotita-granada-gnaisse (Figura 4.11.1).

Figura 4.11.1 – Detalhe na composição mineralógica da Biotita-granada-gnaisse.

4.12 AFLORAMENTO 11

O afloramento é artificial de corte de estrada, localizado na BR-222 por fora do


município de Sobral, a poucos quilômetros da entrada da mesma, na localidade de Sumaré.
Coordenadas: Zona 24; UTM X: 347900 e Y: 9590966.
O corte revela transversalmente a Zona de Cisalhamento Sobral - Pedro II,
correspondente do Lineamento Transbrasiliano no Domínio Ceará Central. Esta apresenta
foliação predominante E - W, com presença de planos de milonitização (Figura 4.12.1) e
indicadores cinemáticos (textura milonítica) em cristais rotacionados de ortoclásio, mostrando
um caráter dextral na cinemática.

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Figura 4.12.1 – Aspecto geral dos planos de milonitização, onde verificam-se os indicadores cinemáticos.

4.13 AFLORAMENTO 12

Está localizado no perímetro rural do município de Sobral, distando aproximados 10 km


para SW do centro da cidade através da rodovia BR-222. Coordenadas: Zona 24; UTM X:
337617 e UTM Y: 9588271.
O afloramento dispõe-se em blocos e matacões desagregado, relativamente
intemperizados. Encontra-se nos domínios da Bacia do Jaibaras e caracteriza-se por
conglomerados granodecrescentes alternados com arenitos. Verifica-se restritamente em seu
arcabouço, blocos de composição basáltica e granítica (Figura 4.13.1).

Figura 4.13.1 – Arcabouço com matacões basálticos em outra localidade do afloramento.

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Figura 4.13.2 – Bloco solto desta litologia. Verifica-se granodecrescência e estratificações cruzada e plano-paralela.

4.14 AFLORAMENTO 13

Está localizado em Jaibaras, no leito do sangradouro do Açude Ayres de Souza, abaixo da


ponte da CE-071. Coordenadas: Zona 24; UTM X: 333870 e Y: 9581888.
O afloramento é natural, pouco intemperizado, de coloração marrom-acinzentada. Trata-
se de um argilo-siltito intensamente dobrado de modo uniforme (Figura 4.14.1), com caimento
de 30º W (4.14.2), e plano axial predominantes para NW - SE. O tensor σ1 gerou posteriormente
sistemas de fraturas de bissetriz NE – SW (Figura 4.14.3), preenchidos por veios quartzosos em
alguns casos.
Mais abaixo no leito, ocorrem falhamentos normais NNW – SSE (4.14.4).

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Figura 4.14.1

Figura 4.14.2

Figura 4.14.3

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Figura 4.14.4

4.15 AFLORAMENTO 14

Encontra-se na zona rural do município de Cariré, sendo seu acesso através da estrada
carroçável Arárius - Olha d’água. O afloramento é artificial do tipo corte de pedreira de rocha
ornamental. Coordenadas: Zona 24; UTM X: 320274 e Y: 9571726.
O afloramento revela a estratigrafia da Formação Pacujá (Figura 4.15.1): Siltitos e
argilitos em séries deposicionais. Apesar de tratar-se de uma geologia de baixíssimo grau de
deformação, é possível reconhecer tanto estruturas primárias como secundárias, a exemplo:
Falhas, brechas, dobras convolutas, e estratificação cruzada.

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Figura 4.15.1

4.16 DESCRIÇÃO DO PERFIL CARIRÉ

NW SE

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Dique máfico
RELATÓRIO DE GEOLOGIA ESTRUTURAL
+~ Augen-gnaisses Perfil esquemático da região de Cariré

+~ Gnaisse milonítico Barreto Junior, A.M; Miranda, M.P; Cavalcante, R.G.

Figura 4.16.1 – Perfil esquemático da região de Cariré. Fora de escala.

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Conclusão

Considerando a litologia dos cenários visitados, fica claro perceber que os níveis
estruturais são na maioria dos casos profundos (zonas de alta T e P e deformações complexas),
caracterizados por rochas/texturas típicas desses ambientes, como gnaisses, migmatitos,
retroeclogitos e milonitos.
Quando o olhar é voltado para as estruturas,é possivel identificar deformações rúpteis e
dúcteis, que estão associadas a origem de algumas feições encontradas em campo ( como no caso
da Bacia {pull apart} do Jaibaras descrita em 4.13 ).
Em muitos casos observados não é tarefa fácil estabelecer diretamente ( a partir da
feições observadas em campo ) a situação em que a região se enquadra , pois sobreposições
deformacionais dificultam sua interpretação, sendo necessário além de estudos estruturais,
observar os aspectos metamórficos, magmáticos, geofísicos e geocronólogicos para uma análise
deformacional e tectônica confiável.

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Bibliografia

Tavares Jr. S.S., Lafon J.M., Gorayeb P.S.S. 1991. O Granito Serra da Barriga: características
petrológicas, geoquímicas e geocronologia Rb-Sr. In: SBG, Simpósio de Geologia do Nordeste,
15, Atas, p. 178-181.

Arthaud, M.H. 2007. Evolução neoproterozoica do grupo ceara(dominio ceara central, NE


Brasil): da sedimentação a colisão continental brasiliana.

Holanda. J.L.R. 2008. Desenvolvimento de um banco de dados georreferenciado (SIG) para informações
geológicas disponíveis do Domínio Ceará Central.

CPRM. Mapa Geológico do Estado do Ceará. Fortaleza, 2003. Escala 1:500.000.

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