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CENTRO DE CIÊNCIAS
DEPARTAMENTO DE GEOLOGIA
Campus do Pici, CEP 60455-760
Fortaleza, CE, Brasil
RELATÓRIO DE CAMPO
Janeiro/2013
Barreto Junior, A.M; Miranda, M.P; Cavalcante, R.G. Geologia Estrutural
RESUMO
O presente relatório foi produto dos trabalhos realizados em campo referente à disciplina de
Geologia Estrutural, as atividades se deram entre os dias 10 e 12 de dezembro de 2012 sob a
orientação do Prof. Dr. Wagner da Silva Amaral. Com o percurso Fortaleza-Cariré passando por
Pedra Branca, Independência, Crateús,Tamboril, Santa Quitéria, Forquilha, Sobral.
A área de estudo é formada pelos complexos Cruzeta - Pedra Branca, Ceará, Canindé e
Tamboril - Santa Quitéria. Estão situados no Domínio Ceará Central, na porção setentrional da
província tectônica Borborema, região de terrenos polideformados de diversas litologias
mescladas no Paleoproterozóico e acoplados nos crátons adjacentes (Oeste-Africano,
Amazônico, São Francisco). Essas subdivisões, de valor local, são feitas levando em
considerações ligadas a diferenças nas condições metamórficas, a existência de contatos
tectônicos internos e a incongruências nas direções de transporte tectônico, materializadas por
lineações minerais.
Os complexos esforços tectônicos geraram as mais variadas estruturas geológicas, tais
como, foliações(bandamento gnáissico e xistosidade), juntas, lineações, falhas sintéticas, veios
mineralizados de quartzo e epidoto, dobras e zonas de cisalhamento. Também, há a
caracterização de estruturas primárias ígneas e sedimentares, rochas com estratificação
gradacional de granulometria e dobras convolutas em camadas de argilito. Geração de rochas
com texturas miloníticas e migmatíticas, também foram analisadas nos afloramentos observados
em campo.
02. Localização
Figura 3.1 – O Domínio Ceará Central (Modificado de Cavalcante, 1999, in Arthaud, 2005).
Complexo Cruzeta
O Complexo Cruzeta, amplamente exposto no designado “Maciço de Tróia” (Brito
Neves, 1975), situa-se no Domínio Ceará Central, na porção setentrional da Província
Borborema e, segundo Vasconcelos et al. (1998), é compreendido por três unidades arqueanas
retrabalhadas no Proterozóico: Mombaça, Pedra Branca e Tróia( nesse trabalho abordaremos
apenas a unidade Pedra Branca).
A unidade Pedra Branca apresenta um padrão de foliação de baixo ângulo, com direção
principal NNE/SSW, cuja atitude preferencial é N100/30. Os dados relativos à lineação mineral
mostram que há uma maior concentração das direções no quadrante NE, com atitudes
preferenciais N40/15. Porém observa-se uma dispersão das direções nos quadrantes SE e SW,
mantendo-se ainda assim o caráter sub-horizontal.
As rochas presentes estão reunidas no Complexo Cruzeta (ortognaisses diversos,
metabasaltos, anfibolitos, metaultramáficas e formações ferríferas).
Complexo Canindé
O Complexo Canindé insere-se geotectonicamente no Domínio Meridional da Província
Borborema, integrando o Sistema de Dobramentos Sergipano. Corresponde a um dos seis
Domínios tectono-estratigráficos (Domo/Inlier de Jirau do Ponciano e Domínios Rio Coruripe-
DRC; Pernambuco–Alagoas-DPEAL, Domínio Canindé-DC, Marancó-Poço Redondo-DMPR e
Macururé-DM) identificados no mapeamento geológico da Folha Arapiraca, realizado pela
CPRM- Serviço Geológico do Brasil (1:250.000).
O Domínio Canindé ocorre encaixado entre o domínio Pernambuco-Alagoas, Marancó-
Poço Redondo, Macururé e Rio Coruripe, distribuindo-se como uma faixa de direção NE-SW
infletida para NWSE, na região de Porto da Folha (SE) - Belo Monte (AL), e seguindo em
continuidade para oeste. Na área está constituído pelos Complexos Araticum e Canindé, pela
Suíte Intrusiva Canindé e por granitóides neoproterozóicos.
Complexo Ceará
Constitui-se de basicamente de paragnaisses, xistos e quartzitos, regularmente foliados
com direção predominante NE-SW e mergulhos entre 20 e 40° para NW. É composto na área
estudada pelos litotipos: silimanita quatzito interacamadado com granada xisto e biotita gnaisses,
apresentam-se regularmente foliados segundo a orientação das micas, com direção NE-SE, e
mergulhos de 24° e 40° para NW e atitudes entre 190 a 220Az°; formação ferrífera bandada de
estrutura bandada com dimensões milimétricas, ocorrendo em uma camada descontinua de
orientação NW-SW, constituida de blocos rolados de pequeno tamanho, com dimensões de 30 a
40 cm, intercalados com gnaisses, composta mineralogicamente por níveis ricos em quartzo com
hematita e magnetita; gnaisses calcissilicáticos em bandamento composicional, com alternância
de bandas félsicas e máficas, com direção preferencial NE-SW e caimento NW, constituídos
mineralogicamente por quartzo, plagioclásio, turmalina e hornblenda.
4.1 AFLORAMENTO 01
Figura 4.2.1 – Visão geral do Afloramento 02. Gnaisses com mergulho preferencial para SE.
4.3 AFLORAMENTO 03
Figura 4.3.1 – Visão geral do afloramento 03. Gnaisses alterados com dobras de média amplitude.
4.4 AFLORAMENTO 04
4.5 AFLORAMENTO 05
Figura 4.5.1 –Destaque para Sill granítico (alaranjado) concordante com a foliação da rocha máfica subposta.
4.7 AFLORAMENTO 06
4.8 AFLORAMENTO 07
4.9 AFLORAMENTO 08
4.10 AFLORAMENTO 09
4.11 AFLORAMENTO 10
4.12 AFLORAMENTO 11
Figura 4.12.1 – Aspecto geral dos planos de milonitização, onde verificam-se os indicadores cinemáticos.
4.13 AFLORAMENTO 12
Figura 4.13.2 – Bloco solto desta litologia. Verifica-se granodecrescência e estratificações cruzada e plano-paralela.
4.14 AFLORAMENTO 13
Figura 4.14.1
Figura 4.14.2
Figura 4.14.3
Figura 4.14.4
4.15 AFLORAMENTO 14
Encontra-se na zona rural do município de Cariré, sendo seu acesso através da estrada
carroçável Arárius - Olha d’água. O afloramento é artificial do tipo corte de pedreira de rocha
ornamental. Coordenadas: Zona 24; UTM X: 320274 e Y: 9571726.
O afloramento revela a estratigrafia da Formação Pacujá (Figura 4.15.1): Siltitos e
argilitos em séries deposicionais. Apesar de tratar-se de uma geologia de baixíssimo grau de
deformação, é possível reconhecer tanto estruturas primárias como secundárias, a exemplo:
Falhas, brechas, dobras convolutas, e estratificação cruzada.
Figura 4.15.1
NW SE
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Dique máfico
RELATÓRIO DE GEOLOGIA ESTRUTURAL
+~ Augen-gnaisses Perfil esquemático da região de Cariré
Conclusão
Considerando a litologia dos cenários visitados, fica claro perceber que os níveis
estruturais são na maioria dos casos profundos (zonas de alta T e P e deformações complexas),
caracterizados por rochas/texturas típicas desses ambientes, como gnaisses, migmatitos,
retroeclogitos e milonitos.
Quando o olhar é voltado para as estruturas,é possivel identificar deformações rúpteis e
dúcteis, que estão associadas a origem de algumas feições encontradas em campo ( como no caso
da Bacia {pull apart} do Jaibaras descrita em 4.13 ).
Em muitos casos observados não é tarefa fácil estabelecer diretamente ( a partir da
feições observadas em campo ) a situação em que a região se enquadra , pois sobreposições
deformacionais dificultam sua interpretação, sendo necessário além de estudos estruturais,
observar os aspectos metamórficos, magmáticos, geofísicos e geocronólogicos para uma análise
deformacional e tectônica confiável.
Bibliografia
Tavares Jr. S.S., Lafon J.M., Gorayeb P.S.S. 1991. O Granito Serra da Barriga: características
petrológicas, geoquímicas e geocronologia Rb-Sr. In: SBG, Simpósio de Geologia do Nordeste,
15, Atas, p. 178-181.
Holanda. J.L.R. 2008. Desenvolvimento de um banco de dados georreferenciado (SIG) para informações
geológicas disponíveis do Domínio Ceará Central.