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Excelência de Cristo
Evidentemente, existiram muitas pessoas que viram a Jesus mas não viram a glória de Deus.
Viram um glutão e bebedor de vinhos (Mt 11.19). Viram a Belzebu, o príncipe dos demônios
(Mt 10.25; 12.24) e um impostor (Mt 27.63). “Vendo, não vêem; e, ouvindo, não ouvem” (Mt
13.13). A glória de Deus, na vida e ministério de Jesus, não era a glória ofuscante que veremos
quando Jesus vier, pela segunda vez, com “seu rosto” brilhante “como o sol na sua força” (Ap
1.16; Lc 9.29). A glória de Jesus, em sua primeira vinda, era um conjunto incomparavelmente
extraordinário de perfeições espirituais, morais, intelectuais, verbais e práticas que se
manifestavam em um tipo de ensino humilde, realizador de milagres e incontestável, bem
como em atitudes humildes que separavam Jesus de todos os homens.
O que estou procurando expressar é que a glória de Cristo, conforme se manifestou entre nós,
consistia não apenas de um ou outro atributo, de uma ou outra ação, mas naquilo que
Jonathan Edwards chamou de “uma admirável conjunção de excelências diversas”. Em um
sermão intitulado “A Excelência de Cristo”, Edwards usou como texto Apocalipse 5.5-6, onde
Cristo é comparado tanto a um leão como a um cordeiro. O principal argumento de Edwards
era que a glória singular de Cristo era tal, que excelências diversas (leão e cordeiro) se uniam
nEle. Estas excelências são tão diversas, que “nos teriam parecido completamente
incompatíveis no mesmo assunto”.
Em outras palavras:
– Admiramos a Cristo por sua glória, porém O admiramos muito mais por sua glória estar
mesclada com humildade;
– Admiramos a Cristo por sua transcendência, mas O admiramos muito mais porque sua
transcendência está acompanhada por condescendência;
– Admiramos a Cristo por sua justiça inflexível, contudo O admiramos muito mais porque sua
justiça é temperada com humildade;
– Admiramos a Cristo por sua majestade, porém O admiramos muito mais porque é uma
majestade vestida com humildade;
– Admiramos a Cristo por sua igualdade com Deus; todavia, O admiramos muito mais porque,
mesmo sendo igual a Deus, Ele tem uma profunda reverência a Deus;
– Admiramos a Cristo porque Ele era digno de todo o bem, mas O admiramos muito mais
porque isto era acompanhado por uma estupenda paciência em sofrer o mal;
– Admiramos a Cristo por seu domínio soberano sobre o mundo, contudo, O admiramos muito
mais porque este domínio está vestido de um espírito de obediência e submissão;
– Admiramos a Cristo porque, com sua sabedoria, deixou perplexos os orgulhosos escribas,
porém O amamos muito mais porque Ele se mostrou simples o bastante para gostar das
crianças e gastar tempo com elas;
– Admiramos a Cristo porque Ele usou seu poder para acalmar a tempestade, todavia, O
admiramos muito mais porque se recusou a usar tal poder para ferir os samaritanos (Lc 9.54-
55), com fogo do céu, e se recusou a usar seu poder para livrar a Si mesmo, descendo da cruz.
A lista poderia continuar. No entanto, esta é suficiente para ilustrar que a beleza de Cristo não
é simples, é complexa. É a união, na mesma Pessoa, de um perfeito equilíbrio e proporção de
qualidades extremamente diversas. Isso é o que torna Jesus Cristo singularmente glorioso,
excelente e admirável. O coração humano foi criado para permanecer em temor ante essa
excelência. Fomos criados para admirar Jesus Cristo, o Filho de Deus.– John Piper
O texto prossegue, e diz: “… e tu os preservas a todos com vida, e o exército dos céus
te adora” (Ne 9.6b). Deus não apenas criou todas as coisas, mas também as sustenta.
Deus não apenas deu vida a todas as criaturas, mas também as preserva com vida. Só
Deus tem vida em si mesmo. Todas as criaturas dependem de Deus e não têm vida à
parte dele. O Deus criador é também o Deus da providência. Os dei ́stas afirmam que
Deus criou todas as coisas, mas está longe delas. Imaginam que Deus é como um
relojoeiro que depois de fabricar o reló gio deu cordas nele e o deixou trabalhando
sozinho. Esse pensamento está equivocado. Embora Deus seja transcendente, é
também imanente. Embora tenha criado o universo com leis que o regem, intervém na
criação providencialmente. Deus não apenas está além do universo e é independe
dele, mas também está presente nele e o governa.
Em terceiro lugar, Deus é exaltado pela eleição e redenção do seu povo
Neemias continua, e diz: “Tu és o Senhor, o Deus que elegeste Abrão, e o tiraste de Ur
dos caldeus, e lhe puseste por nome Abraão” (Ne 9.7). Não há Deus além do Senhor.
Antes dele nunca houve nem depois dele jamais haverá outro semelhante. Os deuses
dos povos são i ́dolos vãos, criados pela arte e pela imaginação humana. Ele é Senhor,
Criador e Redentor. Ele não apenas criou todos os seres no céu, na terra e no mar, mas
também a todos preserva com vida. Além disso, Deus escolheu um povo e o resgatou
para ser sua propriedade exclusiva. O Deus que elege é também o Deus que chama e o
mesmo Deus que chama é também o Deus que resgata. Deus nos escolheu antes da
fundação do mundo e chamou-nos com santa vocação. Resgatou-nos com o sangue do
seu Filho e selou-nos com o seu Santo Espi ́rito. Fomos separados de entre todas as
nações para sermos uma nação santa. Fomos resgatados de entre todos os povos para
sermos um povo totalmente seu, zeloso e de boas obras. Somos o povo de Deus, a
fami ́lia de Deus, a habitação de Deus. Temos nele todo o nosso deleite e a ele
rendemos toda a nossa adoração!
A Visão de Isaias
Esboço de Isaías 6:
6.1 – 4: A visão de Isaías
6.5 – 7: Isaías é purificado
6.8 – 13: A vocação de Isaías
Em Isaías 6, o profeta vê a majestosa glória de Deus. Pelo que
parece, ela se manifesta na sala do trono, ou seja, em uma
atmosfera espiritual e não terrena.
Os serafins, do hebraico saraph (seres abrasadores), possuem
seis asas e servem diante do trono de Deus. Eles continuamente
reverenciam ao Senhor Deus, dizendo: “Santo, santo, santo é o
Senhor dos Exércitos, a terra inteira está cheia da sua glória”.
Ao contemplar a glória de Deus, Isaías é profundamente
constrangido por uma consciência de pecado. E ele os confessa
diante de Deus.
Isaías reconhece que é um homem impuro de lábios, embora já
fosse um profeta. Não se sabe ao certo a que pecado se referia.
Contudo, historicamente falando sabe-se que fofocas e mentiras
eram muitos comuns no reinado de Uzias.
É exatamente assim que devemos nos comportar diante de
Deus. Reconhecer nossos pecados, ser sincero, sem reservas. A
santidade de Deus deve nos constranger a santificação.
A confissão de Isaías tem uma consequência muito positiva: ele é
purificado. Um dos serafins, voa até ele com uma brasa viva. Ele
toca os lábios de Isaías e o declara: limpo!
Humildade e arrependimento, geram santificação. Diante do
Senhor devemos orar sinceramente, reconhecendo nossas
limitações e suplicando misericórdia.
Logo após ser purificado, o profeta ouve a voz do Senhor Deus
chamando: “Quem enviarei? Quem irá por nós?”.
O Senhor Deus está sempre a procura de servos que desejem
fazer sua obra. Temos muitas ocupações e precisamos de muitas
coisas. Contudo, o Senhor Jesus Cristo disse: “Mas buscai
primeiro o Reino de Deus, e a sua justiça, e todas essas coisas vos
serão acrescentadas” (Mateus 6.33)
Isaías, agora purificado responde imediatamente ao chamado: “E
eu respondi: Eis-me aqui. Envia-me!”
O Senhor Deus conta com seu povo para proclamação da Sua
Palavra. Devemos ser comprometidos com esta mensagem,
porque ela é a única capaz de promover salvação eterna.
Isaías 6
6.1 — Morreu o rei Uzias em 740 a.C., assinalando o fim de uma
era. Esse bom rei (2 Cr 26.1-15) foi substituído pelo mau rei Acaz
(Is 7.1), e a relativa prosperidade da primeira metade do século
13 a.C. Deu lugar à guerra siro-efraimita e às campanhas assírias
contra Israel. O rei Uzias foi um dos melhores reis de Judá, mas
sucumbiu ao orgulho (2 Cr 26.1-5) e foi castigado com lepra.
Quando ele se tornou orgulhoso, Deus teve de discipliná-lo.
6.2 — Os serafins usam duas de suas seis asas para cobrir seus
rostos, a fim de que não sejam consumidos ao fitar a glória do
Senhor. Com duas de suas asas cobrem os seus pés, um ato de
humilhação, e com duas eles voam para cumprir as ordens do
Senhor. O comportamento dos serafins é conflitante com o
orgulho de Uzias (2 Cr 26.16). O orgulho humano é ridicularizado
pelo comportamento desses anjos. Eles sabem que, na presença
de Deus, não há espaço para pompa nem razão para orgulho.