Documenti di Didattica
Documenti di Professioni
Documenti di Cultura
ANÁLISE
DE
TEMAS SOCIAIS
I.» ecüção junlio de 1962
£.ft eclíçilo, marro de 1954
ADVERTÊNCIA AO LEITOR
bilidade, constituem uma arte (em grego teknê, daí técnica) e têm
um papel prodigioso na producção. São meios de producção. Tais
instrumentos precisam ser construídos, e exigem, por sua vez, tra
balho. Não são eles propriamente seres da natureza; mas sêres aos
quais se dá uma intencionalidade intelectual, como uma pedra, que
serve para romper a casca de um fruto, que se complexiona quando
amarrada a um bastão, para com ela constituir, u'a maça capaz
de romper objectos duros (martelo prim itivo).
que não tem rêde, pescará cinco vezes mais do que faria antes apenas
com urna vara. Pois bem, o proprietário da rede pede-lhe que lhe
dê a quarta parte da pesca pelo uso da rêde. Eis uma expropriação
do trabalho alheio, exclama um socialista. Mas, acaso é só o traba
lho, que é a causa eficiente, o factor único? Não é a causa instru
mental, capaz de aumentar dez, cem, mil, um milhão, um bilhão de
vézes o poder da causa eficiente, tornando-a eficientíssima? E aucrn
realiza essa realidade, quem a inventa, quem a constrói não presta
um beneficio social, nao há um lucro ao consumo, poupando a
crono-renda do trabahador?
"Como não faltam aqueles que, com a mais injuriosa das ca
lúnias, acusam o Sumo Pontífice e a própria Igreja de se terem colo
cado e continuarem ainda do lado dos ricos contra os proletários; e
como entre os católicos há dissençao sobre o verdadeiro e autêntico
sentir de Leão X I 11, pareceu-nos justo vindicar de tais calúnias aque
la doutrina, que é, nesta matéria, católica, e defendê-la de falsas
interpretações.
Primeiramente, pois, tenha-se por coisa certa e averiguada, que
nem Leão X III, nem os teólogos que ensinaram, guiados pelo magis
tério da Igreja, negaram em qualquem tempo ou puseram em dú
vida o duplo carácter da propriedade, chamado individual e social,
segundo a ordena aos indivíduos ou tenda ao bem comum; ao con
trário, sempre unanimemente afirmaram que o direito de proprieda
de privada foi outorgado aos homens pela natureza, ou seja, pelo
próprio Criador, já que, mercê a esta instituição, os bens que o
Criador destinou a toda a família, sirvam na realidade para tal fim ;
tudo o que ds nenhuma maneira pode conseguir-se se não se guarda
urra ordem fixa e determinada.
Para incluir tais casos, seria mister alargar o conceito de classe, além
do meramente econômico. Neste caso, a sua doutrina nada mais
diria que o que todos já sabiam: uma verdade simplesmente trivial.
Êle não estava errado; contudo, não abrangia tôda a realidade.
ter subido sob o apoio do dinheiro dos grandes industriais, mas pre
cisava do irracionalismo nacionalista e racista para chegar até lá,
bem como do ressentimento do povo alemão em face do tratado de
Versalhes. Mas, no poder, burlou-se dos homens de negócio, e im-
pôs-lhes a sua vontade.
lois de tôda sociedade, nada mais são que leis inerentes ao sistema
capitalista. Tais forças corruptivas geram inevitavelmente a revo
lução social, através da qual virá inevitavelmente a sociedade sem
classes, onde surgirá o socialismo em sua plenitude anarquista,
quando o Estado já esteja totalmente aniquilado, e tenha ido para
o museu de antiguidades.
ser dada por nós agora. Mas poderia, sim, ser feita a pergunta aos
marxistas, e êstes só encontrariam subterfúgios e palavras pera res
pondê-la e não "soluções científicas" como seria de mister numa
doutrina que se considera fundamentalmente científica.
Outro ponto importante consiste no seguinte: para os marxistas
só existem duas possibilidades históricas: capitalismo ou marxismo,
o que não demonstraram de modo suficiente, nem podiam fazê-lo,
porque a história humana não revela apenas essas duas possibili
dades. Por outro lado, a tese de Marx do excessivo aumento da ri
queza nas mãos de um número cada vez menor, e da excessiva mi
séria de um número cada vez maior, tem sido desmentido nos países
"capitalistas" de maior progresso, como os Estados Unidos, Ingla
terra, Alemanha, Suíça, Suécia, etc., onde a riqueza é distribuida ao
maior numero e os "milionários" reduzem-se cada vez mais. Pode
ria o marxista, e alguns o fazem em face dessa evidência, dizer que
realmente tal se dá em tais países, mas à custa do aumento da misé
ria dos povos menos desenvolvidos. Mas poderiam objectar-íhe, di
zendo-lhe que tal argumento é improcedente, porque, nos países me
nos desenvolvidos, quando são adotados os métodos dos paisas des
envolvidos, processam-se as mesmas condições que naqueles, aumen
tando a distribuição da riqueza, sem dúvida ao lado de um aumento
dos milionários, mas evidenciando um estágio que se deu, semelhan
temente, nos países desenvolvidos, com tendência a acompanhar o
mesmo processo. E tanto os bolchevistas verificaram o acerto desta
tese e a improcedencia da tese marxista, que lhes preocupa sobretudo
superar o índice de progresso dos países chamados capitalismos, a
fim de mostrar que também o seu "socialismo" é capaz de aumentar
o bem-estar das massas. Se não há aqui uma inversão cias coisas,
não sabemos o que é que há. Se o "socialismo" dos bolchevistas pro
punha-se a dar às rnassss proletárias um bem-estar maior, deveriam
hoje, depois de mais de quarenta anos de experiência “ socialista", os
capitalistas procurarem imitar e tentar alcançar os níveis de pro
gresso da Rússia, e não esta entregar-se ao afã de superar os n'vels
daqueles. Um estudo econômico e estatístico dos factos realizados
nestes quarenta anos, mostram que o capitalismo, em menos tampo,
foi capaz cie melhorar os níveis econômicos dc proletariado, em mui
to mais que o "socialismo" na Rússia. Ninguém pode negar que esta
53 MÁRIO FERREIRA DOS SANTOS
* * *
Contudo, Marx, três anos antes de sua morte, numa carta que
escreveu a Hyndman (8 de dezembro de 1880), admitiria que a revo
lução na Inglaterra não era necessária, mas apenas possível.
3) O Estado capitalista:
CAUSAS
FORM AL M A TE R IA L EFICIENTE F IN A L ESPÉCIE
Perguntam muitos por que surgiu essa questão. Teria ela mo
tivos reais objectivos, ou foi apenas uma especulação subjectiva
que a provocou? O grau de intensidade, que oferece a referida
questão é intrínseca a ela ou é oposta por uma supervalorização,
que o ser humano fêz de problemas que poderiam ter solução fácil,
complicando-o com teorias e disputas, que mais têm servido para
separar e desentender os homens do que favorecer uma aproxima
ção e uma solução? Até certo ponto tais perguntas têm funda
mento, e apontam algo de verdadeiro. Seria ingenuidade indes
culpável pensar que não há a questão social em sentido objectivo.
Mas, também, seria um êrro juígar que as doutrinas sociais, as
disputas e a excessiva demagogia de muitos políticos nüo tenham
contribuído, poderosamente, para agravar o problema e desentender
aquêles que buscam uma solução.
Não se pode negar que a questão social tem sido agravada pela
acção deletéria de tais filosofastros, que pondo idéias falsas, malsãs,
em mentes débeis, têm favorecido mais a confusão que o esclareci
mento. Pode-se acaso negar a influência de uma dezena de idéias
falsas, expostas por socialistas, culpadas de tanta brutalidade, de
tanto sangue derramado, e de tantas perseguições ignominiosas, de
tantas mútuas ofensas e calúnias lançadas sem pejo, uns contra os
outros?
Marx
Frederico Engels/'
RESPOSTA DE PROUDHON
P. J, Proudhon."
Você, que já fêz realmente alguma coisa, deve ter notado, cer
tamente, quão reduzido é o número de jovens literatos aderentes
ao Partido, que se dão ao trabalho de estudar economia, história da
economia e história do comércio, da indústria, da agricultura, das
organizações sociais. Que conhecem êles a respeito de Maurer a
não ser seu nome? É a suficiência do jornalista que deve fazer
tudo; e tudo está, também, na mesma proporção. Dir-se-ia, por ve
zes, que esses senhores acreditam que, para os operários, qualquer
coisa serve. Se esses senhores soubessem que Marx achava que
suas melhores producções não eram ainda suficientemente boas pa
ra os operários e considerava um crime dar aos mesmos alguma
coisa inferior ao que há de melhor!. .
E prossegue:
E prossegue:
Prossegue Lenine:
"A doutrina da luta de classes, aplicada por Marx ao Estado e
rovo!ucão socialista, conduz, fatalmente, a reconhecer a suprema
cia política, a ditadura do proletariado, isto é, um poder proletário,
coercido sem partilha e apoiado directamente na fôrça das massas
em armas/'
E comenta:
"Nesse notável raciocínio, o marxismo realiza um progresso
considerável em relação ao Manifesto Comunista. A questão do
Estado era air.da posta, no Manifesto, de umo forma muito abstrac
ta, nos termos e expressões mais gerais. Aqui, a questão se põe
concretamente e a deducção é inteiramente precisa, bem definida,
praticamente tangível: tôdas as revoluções anteriores nada fizeram
ANALISE DE TEMAS SOCIAIS 145
senão aperfeiçoar a máquina governamental, quando o necessário é
abatê-la, quebrá-la."
* * *
"O Socialismo não pode ser outorgado por dentro. . . por uma
dezena de intelectuais reunidos em tôrno de um pano verde. . .
Algumas dezenas de chefes, de uma energia infatigável e de um
idealismo sem limites, dirigem o govêrno e, entre eles, os que go
vernam de facto são uma dezena de cabeças eminentes, enquanto
que a elite da classe operária é convocada, de tempos em tempos,
para reuniões, com o fim de aplaudir os discursos dos chefes e de
votar unanimemente as resoluções que lhe são apresentadas/'
E êle, nesta época, sabia tão bem como a polícia actúa, que,
à pág. 142, repetia:
DO MARXISMO
E prosseguia:
A D IT A D U R A C A S T R ÍS T A É A C O N T R A - R E V O L U Ç Ã O