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Conteúdo
Módulo III – Curso Auxiliar Veterinário

AULA 1
Contenção ............................................................................................................................. 25
Equipamentos de contenção e segurança ............................................................................ 25
Equipamentos de contenção para cães ................................................................................ 27
Biossegurança ....................................................................................................................... 32
Riscos químicos, físicos e biológicos ..................................................................................... 32
Princípios básicos de limpeza, desinfecção e esterilização ................................................... 33
Instrumental e equipamentos ............................................................................................... 35

AULA 2
Rotinas Clínicas ..................................................................................................................... 48
Vias de administração de medicamentos ............................................................................ 49
Subcutânea ............................................................................................................................ 51
Intramuscular (Glúteos) ........................................................................................................ 51
Endovenosa (veia jugular, cefálica, safena lateral, femoral) ............................................... 51
Vias tópicas ........................................................................................................................... 51
Via dérmica............................................................................................................................ 52
Via Epidural ........................................................................................................................... 52
Mucosa anal .......................................................................................................................... 52
Inalatória ............................................................................................................................... 52
Via oral .................................................................................................................................. 53
Coleta de material para exames laboratoriais ...................................................................... 60

AULA 3
Rotina Cirúrgica ..................................................................................................................... 69
Equipamentos e materiais cirúrgicos .................................................................................... 70
Equipamentos da sala de cirurgia ......................................................................................... 78
Desinfecção e esterilização de equipamentos e ambiente ................................................... 83
Instrumental cirúrgico ........................................................................................................... 85

AULA 4
Auxilio do Parto ..................................................................................................................... 92
Manejo pós-parto.................................................................................................................. 95

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Vacinação e Vermifugação .................................................................................................... 97
Primeiros Socorros ................................................................................................................ 99

AULA 5
Apresentação TCC

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Aula 1
Contenção
Equipamentos de contenção e segurança
A contenção tem como finalidade limitar, o máximo possível, a atividade física do
animal, com o objetivo de realizar a avaliação do paciente e/ou a execução de outros
procedimentos (curativos, administração de medicamentos). É um momento delicado
pois, existe certa oposição, por parte dos proprietários, no momento da imobilização
desses animais para exame. Por mais tranquilo que seja ou pareça ser o animal, a
simples palpação, por exemplo, de uma determinada estrutura que possua um
aumento de sensibilidade fará com que ele se defenda à manipulação não habitual,
com mordeduras, coices, chifradas e/ou unhadas. Assim sendo, não se deve manipular
um animal, mesmo que para a execução de procedimentos simples, sem que ele esteja
adequadamente contido, o que resultará em maior segurança para o examinador, para
o auxiliar e para o próprio animal, além de propiciar um exame satisfatório e tranquilo.
Finalidades da contenção:
Proteger o examinador, o auxiliar e o animal.
Facilitar o exame físico.
Evitar fugas e acidentes como fraturas.
Permitir procedimentos diversos (medicação injetável, curativos, cateterização,
exames radiográficos, colheita de sangue, etc).
As manipulações devem ser realizadas com calma, evitando-se movimentos bruscos
c/ou violentos, com a finalidade de não alterar de maneira significativa os parâmetros
vitais em virtude do estresse promovido, principalmente em animais mais arredios. É
importante a socialização com o paciente no momento da aproximação do mesmo, já
que uma abordagem inadequada pode, muitas vezes, ser fatal (tétano, dispneia
acentuada por estenose de vias aéreas, insuficiência cardíaca grave, etc.) ou
desencadear um comportamento não cooperativo por parte do animal, prejudicando,
dessa forma, o estabelecimento do diagnóstico.
Algumas técnicas podem ser utilizadas para minimizar o estresse provocado pela
contenção: aproximação pronunciando o nome do cão ou dizendo um "oi", estalando
os dedos, assobiando e fazendo carinhos e agrados (se o animal permitir). É essencial
dar oportunidade ao paciente para conhece-lo. Frequentemente, isso é possível
durante a realização da anamnese quando se tem contato visual. Boas condições
ambientais de exame (ambiente calmo, bem iluminado, sem muita interrupção por
pessoas ou chamadas telefónicas) melhoram consideravelmente os dados obtidos pelo
exame físico. A observação a essas regras facilitará a manipulação e propiciará um
melhor relacionamento com o paciente.

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O local para a contenção, deverá ser escolhido de acordo com o comportamento do
animal: chão mesa, se será com aparelhos especiais (fixos ou móveis), lembrando
sempre que os pavimentos duros e escorregadios sujeitam os animais a acidentes
sérios e, por vezes, irreparáveis (fraturas de membros, coluna vertebral, trauma
crânio-encefálico, etc).
Recomendações gerais para a contenção física:
Evitar movimentos bruscos e precipitados. Seja tranquilo, firme e confiante!
Tentar ganhar a confiança do paciente: converse, chame o animal pelo nome,
acaricie-o, brinque, ofereça guloseimas e/ou alimentos apetitosos, caso os
tenha.
Iniciar com a contenção padrão mais simples para a espécie (em cães, por
exemplo, usar mordaça) e, quando necessário, evoluir para métodos mais
enérgicos e radicais (focinheiras).

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Equipamentos de contenção para cães

Focinheira

Bolsa de contenção para cães de pequeno porte

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Equipamentos de contenção para gatos
Bolsas para exames físicos – Indicada para vários tipos de procedimentos: exame,
vacinação, administração de medicamentos, punção de veias. Pode ser utilizado
também para cães de pequeno porte.

Máscara para gatos

Contenção em cães
Colocar mordaça:
Utilizar um cordão de algodão ou tira de gaze resistente com aproximadamente
125cm de comprimento.
Dar uma laçada de duplo nó com o dobro do diâmetro do focinho do animal
antes de sua aproximação.
Colocar a laçada ao redor do focinho, posicionando o nó duplo acima deste.
Aperte o nó e cruze as extremidades sob o queixo do cão.
Deslocar as pontas da mordaça para que elas permaneçam atrás das orelhas e
amarrar com firmeza; caso contrário, o animal conseguirá tirá-la com as patas
dos membros anteriores.
Cuidado: Verificar se há dificuldade respiratória após a colocação da mordaça. Em caso
afirmativo, ela deve ser prontamente retirada.

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Como derrubar pequenos e médios animais
Posicione os dois braços sobre o dorso do animal.
Leve-os em direção às regiões ventrais dos membros anterior e posterior (tarso
e carpo), localizados próximos ao corpo de quem executa o derrubamento.
Puxe o animal de encontro ao corpo do executor e retire, ao mesmo tempo, o
apoio dos membros que estavam presos com as duas mãos. Durante a queda, o
animal deve ser amparado pelo corpo da pessoa executora, sob o risco de
acidentes indesejáveis (fratura de costelas, queda da mesa de exame, etc.).
Com o animal posicionado em decúbito lateral, prenda os membros anteriores
e posteriores com as mãos, colocando os dedos indicado res entre os
respectivos membros.
Prenda a cabeça do animal com o antebraço mais próximo a ela, mantendo os
membros posteriores estendidos.

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Contenção de gatos
Os felinos oferecem riscos com os dentes e as unhas, e deve-se lembrar que possuem
a pele elástica, de tal forma que podem dar um giro com o corpo de até 180º, quando
mal contidos. Assim sendo, a contenção de gatos é bem mais difícil do que cães
devido:
Serem mais ágeis e se desvencilharem muito facilmente, principalmente
quando a contenção for realizada por pessoa inabilitada;
Serem animais relativamente pequenos, tornando a sua imobilização mais
trabalhosa, o que pode ocasionar acidentes quando se utiliza força excessiva;
Se defenderem com as unhas e os dentes;
Por possuírem características territoriais, são mais sujeitos ao estresse causado
pela mudança de ambiente.
Devem permanecer com o proprietário (dentro de caixas de contenção ou de
transporte) e retirados somente no momento da sua avaliação, já que um
conhecimento prévio e demorado do local do exame pode deixá-los irritados ou
mesmo agressivos, em virtude dos odores deixados no ambiente por outros animais,
principalmente por cães.
A interação não é tão fácil como a observada na grande maioria dos cães, mas pode-se
tentar uma aproximação do animal, como, por exemplo, coçando a sua cabeça, antes
mesmo de realizar a contenção.
Passos para contenção:
Fechar as janelas e portas do local de exame para se evitar evasão ou
acidentes.
O exame deve ser inicialmente tentado com o mínimo de imobilização,
bastando, para tanto, a colocação de botinhas de esparadrapo após a
colocação do animal na mesa.
As unhas devem ser aparadas caso haja necessidade de um procedimento de
maior duração.
Se o animal estiver mantido dentro de caixas de papelão, madeira ou mesmo
sacolas de pano, a retirada do animal deve ser feita por seu proprietário.
Os gatos devem ser examinados, de preferência, sobre uma mesa.
Gatos mudam rapidamente de comportamento e, muitas vezes, a cooperação inicial é
substituída por inquietação ou hostilidade. Nesses casos, a contenção manual do gato
é recomendada, mantendo-se presa a cabeça do animal dentro da palma da mão do
ajudante, os membros posteriores contidos e esticados. Após a colocação do animal
em decúbito lateral, pode-se passar uma toalha de mão dobrada em volta do pescoço
do gato, mantendo dois dedos entre a toalha e a pele do animal para se adequar a
pressão exercida e evitar asfixia. Gatos muito agressivos ou assustados podem ser
segurados pela pele que reveste a porção superior da região cervical, logo atrás das
orelhas, o que o impedirá de virar a cabeça e morder a pessoa que realiza a contenção.
Uma outra opção seria a junção de ambos os pavilhões auriculares, com os dedos

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polegar e indicador de uma das mãos. Essa manobra deixa-os imóveis, em virtude da
grande sensibilidade que essas estruturas apresentam quando são fortemente
comprimidas.

Imobilização com toalha

Imobilização com corda de algodão

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Biossegurança
De acordo com Pedro Teixeira e Silvio Valle (2010): "a biossegurança é o conjunto de
ações voltadas para a prevenção, minimização ou eliminação de riscos inerentes às
atividades de pesquisa, produção, ensino, desenvolvimento tecnológico e prestação de
serviços, visando à saúde do homem, dos animais, a preservação do meio ambiente e a
qualidade dos resultados".
A questão fundamental, portanto, é garantir que qualquer procedimento científico
seja seguro. Ele precisa ser seguro para os profissionais que o realizam, para os
pacientes a quem são destinados (quando houver) e para o ambiente e, ao mesmo
tempo, ser capaz de gerar resultados de qualidade.
As responsabilidades do Médico Veterinário e do Auxiliar de Veterinário são iguais as
de qualquer profissional de saúde. A responsabilidade do profissional nesses
estabelecimentos está baseada na Lei 5517/68. e os médicos veterinários responsáveis
técnicos participam no planejamento, implementação e monitorização de protocolos
de saúde e biossegurança. Existem implicações legais, sociais, éticas e morais, que a
cada dia estimulam o interesse da classe, e o trabalho conjunto com o médico do
trabalho, o coordenador de biossegurança e o diretor executivo da instituição, levando
ao desenvolvimento de programas de saúde ocupacional.
É imprescindível a equipe de um estabelecimento veterinário (Médico Veterinário,
Auxiliar Veterinário) o conhecimento e a aplicação das normas de biossegurança
criando assim um ambiente seguro para os profissionais, animais e proprietários.

Riscos químicos, físicos e biológicos


Riscos Químicos
As vias de contato mais importantes em relação aos agentes químicos são a oral,
através da contaminação das mãos (a comer, fumar, beber), bem como a cutânea e a
via inalatória.
Uma das classes farmacológicas mais utilizadas por Médicos Veterinários e seus
auxiliares é a dos anestésicos, quer locais, quer sistémicos. Quanto aos anestésicos
inalatórios utilizados durante as cirurgias, existe a possibilidade de ter no
compartimento um dispositivo que facilita a sua captação mas, sobretudo nos países
menos desenvolvidos, isso não é frequente. Mesmo quando este está disponível, nem
sempre é utilizado, porque os profissionais banalizam o risco, dado as salas serem
menos isoladas que as usadas na cirurgia humana e pela menor percentagem de
tempo dedicado à cirúrgica. Contudo, mesmo no recobro, os animais libertam
quantidades apreciáveis dos anestésicos utilizados. Enquanto alguns autores
defendem ser controversa a associação destes agentes com teratogenicidade, outros
consideram como provada a sua existência.

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Riscos Biológicos
São considerados riscos biológicos, aqueles provocados por seres biológicos (vivos):
vírus, bactérias, fungos, protozoários, bacilos e outras infinidades de seres.
Transmissão e contágio
Via respiratória - pelo simples fato de estar em um ambiente que oferece risco
químico, o trabalho já pode se contaminar através da respiração
Via digestiva - uma das maneiras mais comuns de contaminações é através das
infecções digestivas, que ocorre quando comemos algo que contenha algum ser vivo
que oferece o risco biológico. Os mais comuns são bactérias e comidas com fungos.
Via cutânea - alguns seres, como vírus, tem um poder de infiltração tão grande, que
apenas o contato com a pele já pode ser o suficiente para que ocorra o contágio.
Feridas e cortes - todos os seres vivos que oferecem o risco do tipo biológico, se
entrarem em contato diretamente com a corrente sanguínea do trabalhador, irão
provocar sérios problemas de saúde. Este contato direto pode acontecer, por exemplo,
através de arranhões, feridas e cortes no corpo do trabalhador.
A maneira mais efetiva e importante contra o risco biológico é, sem dúvida, através da
higiene. Não é à toa que existe um ramo profissional e científico denominado Higiene
Industrial ou Higiene do Trabalho, que visa fornecer e garantir locais de ambiente que
estejam em perfeitas condições de higiene.
Algumas medidas que podem evitar o problema dos riscos biológicos são:
Manter o ambiente sempre limpo
Higiene pessoal dos trabalhadores
Higiene dos materiais de trabalho, roupas, EPIs (Equipamentos de Proteção
Individual), EPCs (Equipamentos de Proteção Coletiva) e de ferramentas de uso
comum
Uso de luvas, máscaras e medidas para evitar contaminação
Uso, manuseio e transporte correto de seres vivos (como em hospitais e
laboratórios)
Trabalhadores doentes devem passar por avaliação médica antes de retornar
as suas atividades de trabalho

Princípios básicos de limpeza, desinfecção e esterilização


É essencial a preparação do ambiente antes de iniciar o atendimento. Determinadas
superfícies, especialmente as de toque frequente (negatoscópio, recipientes de gaze,
algodão, maçanetas, etc.) podem servir como reservatório de agentes infectantes, uma
vez que daí, os micro-organismos podem ser transferidos para nariz, boca, olhos ou
outra parte do corpo muito facilmente. A infecção acidental de clientes ou pacientes
ocorre principalmente através do contato com as mãos enluvadas do profissional. A

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limpeza e desinfecção de instrumentos e ambientes de uma forma em geral
constituem etapas importantes na minimização do risco. Estes procedimentos
reduzem significativamente, a contaminação e infecção cruzadas.

Classificação dos Ambientes


Áreas não críticas - aquelas não ocupadas no atendimento dos clientes ou as quais
estes não têm acesso. Essas áreas exigem limpeza constante com água e sabão com
poder desinfetante.
Áreas semi-críticas - aquelas vedadas às pessoas estranhas às atividades
desenvolvidas. Ex: lavanderia, laboratórios, biotério, salas de raio-X. Estas, devido ao
seu nível crítico, exigem limpeza e desinfecção um pouco mais eficiente que as áreas
anteriores.
Áreas críticas - aquelas destinadas à assistência direta ao paciente, exigindo rigorosa
desinfecção. Ex: clínica de pequenos e grandes animais domésticos ou silvestres (antes
de cada atendimento), setor de esterilização e salas de cirurgia.

Classificação das superfícies


Superfície de contato clínico: alto potencial de contaminação/infecção direta a partir
de artigos contaminados seja por aerossóis gerados durante o procedimento ou pelo
contato das mãos enluvadas do profissional. Essas superfícies podem, mais tarde,
facilitar a contaminação de outros instrumentos, equipamentos, luvas e até mesmo
infectar mãos.
Superfícies domésticas: estas não entram em contato com clientes, pacientes,
instrumentos ou equipamentos usados durante os procedimentos clínicos. Portanto,
essas superfícies têm um risco limitado de transmissão de infecções. Como é o caso de
paredes, pisos e pias.
Para desinfecção de bancadas, móveis e equipamentos com superfícies metálicas é
adequado a fricção com álcool etílico a 70% com tempo de exposição de 10 minutos,
conforme descrito na norma Processamento de Artigos e Superfícies em
Estabelecimentos de Saúde MS/94. A operação deve ser repetida até completar o
tempo de ação. Friccionar, deixar secar e repetir três vezes a aplicação, até completar
o tempo de ação de 10 minutos. Para as superfícies de contato clínico que não possam
ser descontaminadas facilmente, indica-se o revestimento com materiais descartáveis.
Todas as superfícies que são passíveis de contaminação e, ao mesmo tempo, de difícil
descontaminação devem ser cobertas. Incluem-se: - puxadores de portas e gavetas de
armários; - tubo, alça e disparador do raio-X; - filme radiográfico; - interruptores de
equipamentos laboratoriais de uma forma em geral; - interruptores de negatoscópio; -
hastes e dispositivos de apoio em equipamentos laboratoriais.
A cobertura deve ser feita com material impermeável (folhas de alumínio, capas
plásticas, etc.) a qual se descarta após o atendimento de cada paciente. As coberturas

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de alumínio, por serem passíveis de esterilização, devem ser utilizadas nos
procedimentos cirúrgicos.
O uso adequado das coberturas depende dos passos descritos abaixo:
A colocação da cobertura limpa deve ser realizada preferencialmente com luvas
de procedimento.
Após o uso, a remoção da cobertura utilizada, deve ser realizada com luvas
grossas de borracha.
A limpeza de paredes e pisos é recomendável o uso de água e sabão. Usar hipoclorito
de sódio a 1%, em todas as superfícies domésticas não metálicas. Pisos e bancadas
devem ser limpos diariamente antes e ao final das atividades e as demais superfícies,
gavetas, mobiliários, entre outros, devem ser limpos uma vez por semana ou em uma
periodicidade menor se for o caso.
IMPORTANTE
- Superfícies contaminadas por qualquer tipo de material biológico devem ser
submetidas ao processo de descontaminação imediatamente utilizando produtos
desinfetantes. A primeira etapa da descontaminação é a limpeza, pois a maioria dos
desinfetantes não atua na presença de matéria orgânica.
- Existindo aparelhos condicionadores de ar, estes não devem ser usados
ininterruptamente. O ambiente necessita de ventilação natural. Os filtros devem ser
substituídos por outros limpos ou lavados semanalmente.
- As roupas, tecidos e correlatos que estejam contaminados com material biológico
devem ser manipulados com a mínima agitação possível e acondicionados em sacos
plásticos para serem enviados para lavagem.
- O material descartável utilizado (gaze, algodão, esparadrapo, luvas e outros) deve ser
desprezado em sacos de lixo branco leitoso com o símbolo de resíduo infectante.
- Os coletores específicos para descarte de material perfurocortante não devem ser
preenchidos acima do limite de 2/3 de sua capacidade total e devem ser colocados
sempre próximos do local onde são realizados os procedimentos.
- Para os resíduos de serviços de saúde a Resolução RDC nº 306 de 07 de Dezembro de
2004 publicado no DOU de 10/12/2004 – ANVISA/MS deve ser rigorosamente seguida,
de acordo com o programa de gerenciamento de resíduos sólidos de saúde, será
descrito posteriormente.

Instrumental e equipamentos
Limpeza dos instrumentos
Qualquer que seja o processo de esterilização ou descontaminação a ser submetido
um determinado artigo, a primeira etapa a qual inclusive garantirá a eficácia do
processo, é a limpeza.

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Limpeza constitui-se como sendo a remoção de qualquer sujidade de artigos e/ou
superfícies, devendo ser realizada imediatamente antes da esterilização ou
descontaminação, pois permite o contato adequado entre os artigos e os agentes
químicos e físicos. Falhas nesse processo facilitam o crescimento de microorganismos.
Durante a limpeza dos instrumentos, é obrigatório o uso de equipamento de proteção
individual (EPI): avental impermeável, luvas de limpeza, óculos de proteção, máscaras
e botas.
Imersão
É a remoção da sujidade e resíduos orgânicos utilizando detergentes enzimáticos.
Atualmente, os detergentes enzimáticos têm se destacado na limpeza dos
instrumentos cirúrgicos. Esse tipo de detergente identifica, dissolve e digere sujeiras
específicas. A enzima amilase tem atividade sobre os carboidratos, a lipase sobre as
gorduras, e a protease sobre as proteínas. Existem produtos que podem ter uma ou
mais enzimas combinadas para alcançar esses objetivos. Após a diluição, deve-se
deixar o instrumental totalmente imerso na solução por 03 minutos, depois enxaguar
com água, dispensando a limpeza mecânica.
Enxágue
O enxágue pode ser realizado de diferentes maneiras conforme a etapa da
descontaminação, o tipo de tratamento do material e seu destino.
1. Para o enxágue após a limpeza, a água deve ser potável e corrente.
2. Para o enxágue após esterilização a frio com solução química, a água deve ser
esterilizada.
3. Para o enxágue após descontaminação:
a) A água deve ser potável e corrente se a desinfecção for com o objetivo de
manuseio e uso seguro de material não crítico.
b) A água deve ser esterilizada, se o material for de uso crítico.
IMPORTANTE: Nunca esquecer de fazer a inspeção visual para verificar a eficácia do
processo de limpeza. Caso seja necessário, proceder novamente com a limpeza ou
substituição do artigo.
Secagem
Visa evitar a interferência da umidade nos processos de empacotamento e
posteriormente a formação de condensado de vapor que surge com a esterilização. A
secagem pode ser feita em estufa de secagem regulada conforme o tipo de material;
ao ar ambiente, em bandeja coberta e com a superfície forrada com pano estéril; e por
um pano limpo e seco.

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Empacotamento
Após limpeza e secagem do instrumental, este deve ser acondicionado para posterior
esterilização. O empacotamento deve observar o método de esterilização a ser
empregado:
Papel de celulose alvejado e plástico de polipropileno. Apresenta-se como folha
de papel ou envelope com diversas medidas. Deve ser isento de furos, rasgos
ou orifícios e livre de manchas. Possui características gerais como porosidade:
65s (mínima) a 105s (máxima); gramatura: 60g/m2 para o papel e 54g/m2 para
o filme plástico. A embalagem deve ser de uso único.
Fibra de celulose, fibra de polipropileno em camadas triplas ou a combinação
das duas. Apresenta-se em folhas de diversas cores e tamanhos. Os pacotes
feitos com esse tipo de embalagem devem ser duplos. A barreira externa
apenas mantém a esterilidade do pacote interno. A gramatura deve ser em
torno de 60g/m². As caixas metálicas devem pesar no máximo 7,5Kg e conter
toalha absorvente no seu interior para evitar a formação do condensado de
vapor. A embalagem não deve conter ruptura em sua integridade física e deve
ser de uso único.
Papel crepado (celulose quimicamente tratada). Apresenta-se em bobinas ou
folhas. É isento de furos, rasgos ou orifícios e é livre de manchas. A embalagem
não dever conter ruptura em sua integridade física e deve ser de uso único. O
empacotamento deve ser realizado com folha dupla.
IMPORTANTE: O tecido de algodão apesar de ser aceito como pacote para uso em
autoclave deve ser lavado e hidratado para esterilização e re-esterilização e não deve
ser utilizado quando estiver com desgaste, furos, cerzidos ou remendos.
Em líquidos esterilizantes
Recipientes de plástico com tampa.
IMPORTANTE: Usar luvas grossas de borracha durante todos os procedimentos de
descontaminação.
Gerenciamento de resíduos sólidos
Resíduo de Serviço de Saúde (RSS) é o produto residual, não utilizável, resultante das
atividades exercidas por estabelecimentos prestadores de serviços de saúde, que, por
suas características, necessita de processos diferenciados em seu manejo, exigindo ou
não tratamento prévio à sua disposição final. A RDC/ANVISA nº 306, de 07 de
dezembro de 2004, estabelece que todo gerador é responsável desde a geração até o
destino final dos resíduos. O gestor deve implantar um Plano de Gerenciamento de
Resíduos de Serviços de Saúde, que descreva as ações relativas ao manejo dos resíduos
sólidos, contemplando os aspectos referentes à geração, segregação,
acondicionamento, coleta, armazenamento, transporte, tratamento e disposição final,
bem como as ações de proteção à saúde pública e ao meio ambiente.

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A cópia do PGRSS da Instituição deverá estar disponível para consulta das autoridades
sanitárias ou ambientais, dos funcionários, dos pacientes e do público em geral.
Classificação dos resíduos gerados na instituição
Os RSS são classificados pela ANVISA na Resolução RDC nº 306, de 07 de dezembro de
2004.
Classificação dos resíduos
Grupo A - Resíduos com a possível presença de agentes
biológicos que, por suas características, podem apresentar
risco de infecção.
Grupo B - Resíduos contendo substâncias químicas que
podem apresentar risco à saúde pública ou ao meio
ambiente, dependendo de suas características de
inflamabilidade, corrosividade, reatividade e toxicidade.

Grupo D - Resíduos que não apresentem risco biológico,


químico ou radiológico à saúde ou ao meio ambiente,
podendo ser equiparados aos resíduos domiciliares.
Grupo E - Materiais perfurocortantes ou escarificantes.

O tipo de resíduo gerado, depende do tipo de


estabelecimento veterinário.

Acondicionamento e tratamento
GRUPO A
Os resíduos do Grupo A, ou de risco biológico são embalados em sacos para
autoclavação ou, se não necessitarem de tratamento prévio, em sacos plásticos, de cor
branca, apresentando o símbolo internacional de risco biológico. Utilizar até 2/3 da
capacidade máxima do saco, para poder oferecer mais espaço para o fechamento
adequado e, assim, maior segurança. Fechar bem os sacos, de forma a não permitir o
derramamento de seu conteúdo. Uma vez fechados, precisam ser mantidos íntegros
até o processamento ou destinação final do resíduo. Não se admite abertura ou
rompimento de saco contendo resíduo com risco biológico sem prévio tratamento.

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Todos os contentores (lixeiras) para resíduos devem possuir tampas e serem lavados
pelo menos uma vez por semana ou sempre que houver vazamento do saco contendo
resíduos.
GRUPO B
Alguns resíduos não precisam ser segregados e acondicionados, pois, podem ser
descartados sem oferecer perigo ao meio ambiente. Os resíduos ácidos ou básicos,
após serem neutralizados para valores de pH entre 6 e 8 devem ser diluídos, podendo
ser descartados na pia, exceto os que contém fluoreto e metais pesados. Papel de
filtro contendo resíduos químicos, borra de metais pesados, papel indicador, etc.,
devem ser colocados em recipientes compatíveis de plástico.
Para coleta e armazenamento de resíduos químicos produzidos em laboratórios é
necessário dispor de recipientes de tipos e tamanhos adequados. Os recipientes
coletores devem ser de material estável e com tampas que permitam boa vedação.
Tais recipientes além de apresentarem rótulos com caracterização detalhada de seu
conteúdo (MERCK, 1996), devem ser classificados.
GRUPO D
Devem ser acondicionados de acordo com as orientações dos serviços locais de
limpeza urbana, utilizando-se sacos impermeáveis, contidos em recipientes
identificados.
Para os resíduos do Grupo D, destinados à reciclagem ou reutilização, foi adotada a
seguinte identificação: I - verde – resíduos recicláveis; II - marrom – resíduos não
recicláveis.
GRUPO E
Os materiais perfurocortantes devem ser descartados separadamente, no local de sua
geração, imediatamente após o uso ou necessidade de descarte, em recipientes
rígidos, resistentes à punctura, ruptura e vazamento, com tampa, identificados com
símbolo internacional de risco biológico, acrescido da inscrição de
“PERFUROCORTANTE”, sendo expressamente proibido o esvaziamento desses
recipientes para o seu reaproveitamento. As agulhas descartáveis devem ser
desprezadas juntamente com as seringas, quando descartáveis, sendo proibido
reencapá-las, se necessária a sua retirada manualmente utilizar uma pinça.
Os recipientes devem ser descartados quando o preenchimento atingir 2/3 de sua
capacidade ou o nível de preenchimento ficar a 5 cm de distância da boca do
recipiente.
Assepsia pessoal
Assepsia são procedimentos utilizados para evitar a entrada de germes patogênicos
em determinado organismo, ambiente e objetos.
A lavagem das mãos é a ação mais importante para a prevenção do risco de
transmissão de micro-organismos para clientes, pacientes e profissionais de saúde.

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De acordo com o procedimento a ser realizado, existe um método adequado para
lavagem das mãos.
Situações nas quais as mãos deverão ser lavadas:
Antes e após atividades que eventualmente possam contaminá-las;
Ao início e término do turno de trabalho entre o atendimento a cada paciente;
Antes de calçar luvas e após a remoção das mesmas;
Quando as mãos forem contaminadas (manipulação de material biológico e/ou
químico) em caso de acidente.
ATENÇÃO:
O uso de luvas não exclui a lavagem das mãos;
Mantenha as unhas tão curtas quanto possível e remova todos os adornos
antes da lavagem das mãos;
Utilize técnicas que tratem todas as partes da mão igualmente;
Realize o procedimento de lavagem de mãos a cada atividade;
Lave as mãos em uma pia distinta daquela usada para a lavagem do
instrumental.
Caso as luvas sejam rasgadas ou puncionadas durante o procedimento, elas deverão
ser removidas imediatamente e as mãos rigorosamente lavadas, e novamente
enluvadas, antes de completar o procedimento. Profissionais com lesões nas mãos ou
dermatites devem abster-se, até o desaparecimento das lesões, de cuidar de clientes e
de manipular instrumentos e aparelhos potencialmente contaminados. Contudo, em
casos especiais estes devem ser cobertos com curativos antes do calçamento das
luvas.
Procedimento de lavagem das mãos
1. Abrir a torneira e molhar as mãos evitando encostar na pia.
2. Aplicar na mão a quantidade suficiente de sabão liquido para cobrir toda a superfície
das mãos
3. Ensaboar as palmas das mãos friccionando-as entre si
4. Entrelaçar os dedos e friccionar os espaços interdigitais
5. Esfregar a palma da mão direita contra o dorso da mão esquerda entrelaçando os
dedos e vice versa
6. Esfregar o dorso dos dedos de uma mão com a palma da mão oposta, segurando os
dedos, com movimento de vai e vem e vice e versa
7. Esfregar o polegar esquerdo, com o auxílio da palma da mão direita, utilizando-se
movimento circular e vice versa
8. Friccionar as polpas digitais e unhas da mão direita e palma da mão esquerda,
fechada em conchas, fazendo movimento circular e vice e versa

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9. Esfregar o punho esquerdo, com auxílio da palma da mão direita, utilizando
movimento circular e vice versa
10. Enxague as mãos tomando cuidado para não deixar resíduos de sabão e evitando
contato com a pia.
11. Segure o papel toalha descartável com as mãos iniciando pelos dedos, caminhando
até os punhos. Na ausência de pia com água e sabão, utilizar álcool etílico a 70%.

Equipamentos de Proteção Individual (EPI)

20
Como o próprio nome diz, são elementos de uso individual utilizados para proteger o
profissional do contato com agentes biológicos, químicos e físicos no ambiente de
trabalho. Servem, também, para evitar a contaminação do material em experimento
ou em produção. Assim sendo, a utilização do EPI torna-se obrigatório durante todo
atendimento/procedimento. Os equipamentos de proteção individuais e coletivos são
considerados elementos de contenção primária ou barreiras primárias, portanto
podem reduzir ou eliminar a exposição da equipe, de outras pessoas e do meio
ambiente aos agentes potencialmente perigosos.
Luvas
Devem ser utilizadas para prevenir a contaminação da pele, das mãos e antebraços
com material biológico, durante a prestação de cuidados e na manipulação de
instrumentos e superfícies. Deve ser usado um par de luvas exclusivo por usuário,
descartando-o após o uso. O uso das luvas não elimina a necessidade de lavar as mãos.
A higienização das mãos deve ser realizada antes e depois do uso das luvas, uma vez
que estas podem apresentar pequenos defeitos, não aparentes ou serem rasgadas
durante o uso, provocando contaminação das mãos durante a sua remoção. Além
disso, os micro-organismos multiplicam-se rapidamente em ambientes úmidos.
Tipos de luvas e indicação de uso
1. Luvas de látex – contato com membranas
mucosas, lesões e outros procedimentos que não
requeiram luvas estéreis.

2. Luvas de látex estéreis – utilizadas em


procedimentos cirúrgicos.

3. Luvas de vinil – são transparentes e sem amido


portanto antialérgicas. Mesmo uso das luvas de
látex.

21
4. Luvas de borracha – utilizadas para serviços gerais,
tais como: processos de limpeza de instrumentos e
descontaminação.
Essas luvas podem ser descontaminadas por imersão
em solução de hipoclorito a 0,1% por 12h, após lavar,
enxaguar e secar para a reutilização. Devem ser
descartadas quando apresentam qualquer evidência
de deterioração.

5. Luvas de borracha nitrílicas - São mais resistentes


que as luvas de borrachas. Devem ser utilizadas para
o manuseio de ácidos minerais (HCl, HNO3, H2SO4),
produtos caústicos (NaOH), e solventes orgânicos
(tolueno, benzeno, hexano).

6. Luvas de raspa de couro cano longo - Para


manipulação de animais que ofereçam risco de
perfuração por garras, unhas ou bico.

IMPORTANTE:
Sempre verificar a integridade física das luvas antes de calçá-las;
Não lavar ou desinfetar luvas de procedimento ou cirúrgicas para reutilização.
O processo de lavagem pode ocasionar dilatação dos poros e aumentar a
permeabilidade da luva, além disso, agentes desinfetantes podem causar
deterioração;
As luvas não devem ser utilizadas fora do local de trabalho (clínicas,
consultórios, laboratórios e blocos cirúrgicos) a não ser para o transporte de
materiais biológicos, químicos, estéreis ou de resíduos;
Nunca tocar objetos de uso comum ou que estão fora do campo de trabalho
(caneta, fichas dos usuários, maçanetas, telefones) quando estiver de luvas e

22
manuseando material biológico potencialmente contaminado ou substâncias
químicas.
Retire as luvas imediatamente após o término do procedimento;
Não toque na parte externa das luvas ao removê-las;
As luvas não protegem de perfurações de agulhas, mas está comprovado que
elas podem diminuir a penetração de sangue em até 50% de seu volume;
Atenção especial deve ser dada à possibilidade de desenvolvimento de reação
de hipersensibilidade às luvas de látex. Neste caso, devem ser utilizadas as
luvas de vinil.
Máscaras
Indicado para a proteção das vias respiratórias e mucosa oral durante a realização de
procedimentos com produtos químicos e em que haja possibilidade de respingos ou
aspiração de agentes patógenos eventualmente presentes no sangue e outros fluidos
corpóreos. A máscara deve ser escolhida de modo a permitir proteção adequada.
Tipos de máscaras:
Máscaras de TNT (Tecido Não Tecido) - Composta
por grânulos de resina de polipropileno unidos por
processo térmico. É um material inerte e que
funciona como barreira contra passagem de micro-
organismos. A eficiência de Retenção Bacteriana
(EFB) é de 99,8%. Devem ser descartadas após o
uso.
IMPORTANTE:
1. Nunca deixar a máscara pendurada no pescoço
ou ouvido;
2. Descartar em recipiente apropriado, após o uso e sempre que estiver visivelmente
contaminada ou úmida;
3. Não guardar em bolsos ou gavetas;
4. Evitar tocá-la após a sua colocação.
Óculos de segurança
Usados em atividades que possam produzir respingos e/ou aerossóis, projeção de
estilhaços pela quebra de materiais, bem como em procedimentos que utilizem fontes
luminosas intensas e eletromagnéticas, que envolvam risco químico, físico ou
biológico.
Após utilização, lavar com água e sabão. No caso de trabalho com agentes biológicos,
utilizar solução desinfetante - hipoclorito a 0,1%. O uso de solução alcoólica pode
danificar os óculos.

23
Tipo de óculos e indicação de uso
Óculos Nitro de segurança - Para
proteção dos olhos contra impactos de
partículas volantes, luminosidade intensa,
radiação ultra-violeta, radiação infra-
vermelha, e contra respingos de produtos
químicos.

IMPORTANTE:
1. Óculos comuns não oferecem proteção adequada;
2. Os protetores oculares devem ser fornecidos também aos clientes, pois alguns
procedimentos constituem riscos de contaminação.
Jaleco
Tipos e indicação de uso
1. Jaleco de algodão ou material sintético - Protetor
da roupa e da pele que deve ser utilizado
exclusivamente em ambiente trabalho, para prevenir a
contaminação por exposição a agentes biológicos e
químicos. O jaleco deve ter colarinho alto e mangas
longas, podendo ser de algodão ou de material
sintético. Deve ser transportado em sacos
impermeáveis e lavado separadamente das roupas de
uso pessoal.

2. Jaleco de TNT - Oferece proteção ao criando uma barreira


contra contaminação cruzada, poluição ambiente e fluidos
corpóreos, além de higienização em locais que necessitem de
cuidados especiais. Descartável após cada uso.

24
IMPORTANTE:
1. A roupa branca não substitui o uso do jaleco;
2. A troca deste EPI deve ser diária e sempre que for contaminado por fluidos
corpóreos;
3. Não circule nas dependências externas à clínica com o jaleco;
4. Remova-o ao sair da clínica, laboratório ou consultório.
Avental plástico
Utilizado para lavagem de material e no atendimento de
animais de grande porte. Deve ser lavado com água e sabão e
descontaminado através de fricção com solução de hipoclorito
a 0,1% ou álcool etílico a 70%; são descartados quando
apresentam qualquer evidência de deterioração.

Gorro descartável sanfonado


Utilizado no ambiente de trabalho.
Proporciona uma barreira efetiva para o profissional e usuário.
Protege contra respingos e aerossóis. Confeccionado em TNT.
Os cabelos devem estar presos e o gorro cobrindo todo o cabelo
e as orelhas. Para retirá-lo, puxe pela parte superior central,
descartando-a em recipiente apropriado.

Calçados fechados
Sapato fechado tipo tênis - utilizados para
proteção dos pés no ambiente de trabalho
durante suas atividades. É obrigatória a
sua utilização.

25
Pró pé em TNT - compostos por material
permeável, usados com sandálias e sapatos
abertos não permitem proteção adequada e são
proibidos nos laboratórios e clínicas, sendo
permitido seu uso apenas em ambientes
cirúrgicos e no Centro de Material Esterilizado
(CME).

Imunização
As imunizações reduzem o risco de infecção
e, por conseguinte, protegem, não apenas a
saúde dos componentes da equipe, mas
também a de seus clientes.
O Médico Veterinário, Auxiliar de
Veterinário e toda equipe que trabalha em
estabelecimentos veterinários tem que
estar imunizado no mínimo contra raiva e
tétano.
Tratamento profilático pré-exposição - raiva
O tratamento profilático pré-exposição, realizado com vacinas, é indicado para grupos
de alto risco de exposição ao vírus da raiva, dentre os quais ressaltamos: veterinários,
vacinadores, laçadores e treinadores de cães; profissionais de laboratório que
trabalham com o vírus da raiva; professores e alunos que trabalham com animais
potencialmente infectados com o vírus da raiva; espeleólogos; tratadores de animais
domésticos de interesse econômico (eqüídeos, bovídeos, caprinos, ovinos e suínos)
potencialmente infectados com o vírus da raiva.
Esquema com vacinas produzidas em cultura celular ou em embrião de pato
a) Esquema com 3 doses pela via intramuscular (IM)
Aplicar nos dias 0, 7 e 28
Via de administração: intramuscular, na região deltóide.
Dose: 0,5 ou 1 ml, dependendo do fabricante. A dose indicada pelo fabricante
independe da idade e do peso do paciente.
Avaliação sorológica para monitoramento do esquema de vacinação pré-exposição
A avaliação sorológica é obrigatória para todas as pessoas submetidas ao tratamento
profilático pré-exposição. Deve ser realizada a partir do 10º dia da administração da

26
última dose da vacina. Somente títulos iguais ou acima de 0,5 UI/ml de anticorpos
neutralizantes são satisfatórios.
A avaliação sorológica deve ser repetida semestralmente ou anualmente, de acordo
com a intensidade e/ou gravidade de risco ao qual está exposto o profissional. Pessoas
com exposição continuada, como pesquisadores, profissionais de laboratórios que
manipulam o vírus e veterinários que atuam em áreas de epizootia, devem ser
avaliadas semestralmente. Profissionais com menor risco de exposição, como os que
só trabalham nas campanhas anuais de vacinação contra a raiva, devem ser avaliados
anualmente. Uma dose de reforço deve ser aplicada, caso o título seja inferior a 0,5
UI/ml, repetindo-se a avaliação sorológica. Ninguém deve ser exposto
conscientemente a riscos, sem a confirmação sorológica de títulos iguais ou superiores
a 0,5 UI/ml.
Vacina contra difteria e tétano (Dupla adulto - dT)
Vacina fabricada com produtos de bactérias (toxinas). Proteção contra tétano e
difteria.
A difteria é causada por um bacilo, produtor de uma toxina (substância tóxica) que
atinge as amídalas, a faringe, o nariz e a pele, onde provoca placas branco-
acinzentadas.
É transmitida, por meio de tosse ou espirro, de uma pessoa contaminada para outra.
O tétano é uma infecção, causada por uma toxina (substância tóxica) produzida pelo
bacilo tetânico, que entra no organismo por meio de ferimentos ou lesões na pele
(tétano acidental) ou pelo coto do cordão umbilical (tétano neonatal ou mal dos sete
dias) e atinge o sistema nervoso central. Caracteriza-se por contrações e espasmos,
dificuldade em engolir e rigidez no pescoço.
Quem recebeu uma dose de dupla adulto aos dez ou onze anos precisa receber apenas
um reforço a cada dez anos. Quem tomou a última dose há mais de dez anos precisa
tomar uma dose de reforço e não esquecer que, para fazer efeito por toda a vida, são
necessárias doses de reforço da vacina a cada dez anos.

Aula 2
Rotinas Clínicas
As rotinas clínicas em um estabelecimento veterinário tem início com as medidas de
proteção pessoal: utilização de gorro, máscara, óculos de proteção, luvas descartáveis,
cirúrgicas ou de procedimento, sapatos fechados e avental (além do uniforme branco
total) para o atendimento e/ou orientação de procedimentos clínicos.
OBS: É terminantemente proibido o uso de máscara, luvas e avental fora das clínicas e
laboratórios.
As rotinas para procedimentos clínicos são descritas abaixo.

27
1. Procedimentos realizados no início do atendimento:
Lavar as mãos;
Colocar gorro, máscara, óculos de proteção (quando houver necessidade),
avental e luvas de procedimento ou cirúrgicas conforme o tipo de
procedimento;
Envolver as superfícies de toque frequente com coberturas descartáveis (usar
luvas de procedimento);
Remover as luvas de procedimento;
Instrumentos esterilizados devem ser mantidos na embalagem ou em caixas
fechadas até o momento do uso;
Colocar instrumentos estéreis na bandeja esterilizada (sem entrar em contato
manual);
Atender ao paciente.
2. Procedimentos entre pacientes
Retirar e descartar as luvas;
Lavar as mãos;
Colocar luva de procedimentos ou cirúrgica conforme o tipo de trabalho;
Remover os instrumentos cortantes e colocar no recipiente de paredes
resistentes;
Desinfetar as superfícies;
Colocar o instrumental contaminado em recipientes contendo solução
descontaminante por 10 minutos;
Na área de expurgo lavar, secar e embalar os instrumentos usando luva grossa
de borracha;
Atender o novo paciente.
3. Procedimentos no final do dia
Retirar as luvas;
Repetir os procedimentos da etapa “entre pacientes”
Retirar o avental e colocá-lo em um saco plástico impermeável para transportá-
lo;
Lavar as mãos.
IMPORTANTE:
Quando do atendimento de animais de companhia (caninos e felinos domésticos), é
obrigatório o uso de equipamentos de proteção individual e de contenção especiais,
tais como: Focinheira e luvas de raspa de couro cano longo, etc.
Vias de administração de medicamentos
Via de administração de medicamentos é o caminho pelo qual o fármaco é levado para
o organismo para exercer o seu efeito. O processo de absorção é regulado pela
solubilidade da forma farmacêutica, via de administração e determinadas
propriedades físico-químicas da substancia medicamentosa.

28
A administração de um medicamento pode ser feita através de várias vias mas, o
sucesso de seu emprego depende da seleção cuidadosa da via de administração.
Principais vias de administração
Parenterais – administração por meio de injeções
Intradérmica subcutânea (SC)
Intramuscular (IM)
Endovenosa (EV)
Intra-articular
Menos comum: intra-arterial, intracardíaca, intra-peritoneal
Enteral – Aplicação do medicamento se dá no trato digestivo
Via oral (VO), sublingual e via retal.
Via oral (VO)
Vantagens – segura e econômica; via mais conveniente em animais dóceis; baixo
custo; não precisam ser estéreis; indolor; baixa incidência de reação adversa
Desvantagens –
Via parenteral

29
Subcutânea
Vantagens: pouco dolorosa e permite aplicação de grandes quantidades em um só
local
Desvantagens: absorção lenta
EX: vacinas, heparina, insulina

Intramuscular (Glúteos)
Vantagens: absorção rápida (entre 10 a 30 minutos), sendo adequada para
administração de volumes moderados, de veículos aquosos, oleosos, suspensão ou
preparação de depósitos.
Desvantagens: pouco volume administrado; pode haver lesão muscular; dor e o
aparecimento de lesões musculares
EX: antibióticos, antiinflamatórios, relaxantes musculares
Endovenosa (veia jugular, cefálica, safena lateral, femoral)
Vantagens: efeito imediato, possibilidade de injetar substancias que são necrosantes
por via SC e IM, administração de grandes volumes (em infusão lenta).
Desvantagens: chega rapidamente ao sistema nervoso e coração, reações anafiláticas
são mais rápidas, mais intensas e mais complicadas de serem revertidas. Riscos de
embolia, infecções por contaminação, sendo imprópria para substancias oleosas ou
insolúveis.
EX: analgésicos, antibióticos
Vias tópicas
Aplicação se dá sobre a pele ou mucosas. E a deposição do princípio ativo, sobre a pele
ou mucosas a fim de absorção direta. Os produtos para este fim apresentam-se em gel,
pomadas, sprays ou colírios.

30
Via Dérmica

Vantagens: ação no próprio local


Desvantagens: animais podem retirar o medicamento, existe a possibilidade de
absorção digestiva
EX: pomadas, sabonetes, cremes, ectoparasitas
Via Epidural
Injeção ou infusão de medicamento no espaço epidural (espaço localizado no meio da
coluna vertebral).
EX: Analgesias e anestesias
Mucosa anal
Administração de medicamentos através do reto, para que sejam absorvidas pelo
plexo hemorroidal.
EX: Supositório
Inalatória
A via inalatória pode ser utilizada normalmente quando o agente terapêutico é um gás,
tendo, em medicina veterinária, utilização restrita à anestesia inalatória.
EX: anestesias
Via tópica
Medicando os ouvidos
Geralmente, o medicamento para o ouvido é em líquido ou pomada. O animal deve ser
posicionado com a cabeça ereta na posição horizontal, erguer a orelha (nos cães com
orelhas caídas) e colocar a ponteira dentro do ouvido na posição vertical, apertando o
tubo levemente para que preencha o conduto. Depois disso massageamos
delicadamente a base da orelha para que o medicamento se distribua por todo o
conduto.

31
Medicando os olhos de seu animal
Incline a cabeça de seu animal de forma que ele fique olhando para o teto.
Cuidadosamente, puxe para baixo a pálpebra inferior do olho afetado e pingue ou
coloque várias gotas do medicamento na bolsa que se formou. Em seguida, solte a
pálpebra e deixe que seu animal pisque várias vezes. Isso fará com que o remédio se
espalhe naturalmente por toda superfície do olho.

Via oral – Administração do medicamento através da cavidade bucal. Sua principal


finalidade é conduzir o medicamento ao estômago e intestino onde será absorvido e
conduzido através da circulação sanguínea aos tecidos susceptíveis.
Na forma líquida, podem ser utilizados em administração direta, na boca, ou através
de seringas, na forma pura ou misturados a uma pequena quantidade de água ou
outro líquido. Não se indica a adição à água de bebida do animal, pois não se consegue
precisar a quantidade ingerida.
Os comprimidos ou drágeas podem ser colocados diretamente no fundo da cavidade
oral ou inseridos em alimentos sólidos como pedaços de pão ou "bolinhos" de carne,
impedindo que o animal perceba a presença do medicamento. A grande limitação
desta via de aplicação é o tempo de latência longo, entre l e 2 horas, com o efeito
bastante variável entre os pacientes. Por outro lado, a principal vantagem
baseiasanasmaneira não-invasiva de tratar o animal, diminuindo, portanto, o estresse
da contenção física prévia.
Como dar medicamentos por via oral
Comprimidos e cápsulas
1) Deslize o dedo indicador e o polegar para o espaço atrás dos dentes caninos e
pressione as bochechas de ambos lados para cima no céu da boca. Como a boca
começa a se abrir, pressione o maxilar inferior com o polegar oposto. Comprima
ambos os lábios de cima em direção aos dentes e assim ele não fecha a boca, pois
pode doer.

32
2) Coloque o comprimido sobre a língua no meio da boca. Se você colocar o
comprimido muito para a frente ou para o lado da língua, o cão vai cuspi-lo.
3) Feche a boca do cão e massageie ou esfregue a garganta até que ele a engula. Se o
cão lamber o nariz, o comprimido foi ingerido. Soprando brevemente no nariz do cão
também pode levá-lo a engolir rapidamente o comprimido.

Alguns comprimidos podem ser administrados junto de alimentos. Isso pode ser feito,
fazendo-se pequenas “almôndegas” de comida de cachorro, com o “polenguinho” ou
outro produto que tenha um forte odor para disfarçar o cheiro do comprimido.
Há também guloseimas comerciais disponíveis feitas especificamente para
administração de medicamentos que são pegajosas o suficiente para dificultar que o
cão separe o comprimido, enquanto come o petisco. Existem também os “Pockets”
que permitem colocar os comprimidos dentro.

A mesma técnica funciona com muitos gatos, mas, se não funcionar, pegue a pele solta
no pescoço e puxe sua cabeça para trás até que seu nariz aponte para o teto. Sua boca
automaticamente se abrirá- basta puxar o maxilar com um dedo e jogar o comprimido
em sua boca, no fundo de sua língua.

Medicamentos líquidos ou diluídos


Podem ser administrados na bochecha entre os molares ou sobre a língua. Uma
seringa de plástico, sem a agulha pode ser usada para oferecer esse medicamento
líquido.

33
Para colocar sobre a língua, da mesma forma que os comprimidos, aperte os lábios do
cão junto aos dentes, afastando o maxilar da mandíbula, abrindo levemente a boca.
Insira a ponta da seringa na abertura inclinando levemente o queixo para cima
ajudando-o a deglutir. O cão vai engolir automaticamente. Procure dar sempre uma
pequena quantidade de líquido ou diluir as gotas em uma quantidade pequena de
água.

Curativos e bandagens
As bandagens são utilizadas rotineiramente no pós-operatório de cirurgias musculares
e debridamento de feridas. São usadas para prevenir contaminação, seromas e
automutilação da ferida. Sua utilidade na prevenção de contaminação é de curta
duração, raramente excedendo de 24 a 36 horas. Sob condições assépticas, as feridas
cicatrizam satisfatoriamente sem bandagem. Porém, tal curativo é sempre
recomendado tanto no pós-operatório como na presença de outro trauma. As
bandagens são geralmente trocadas diariamente, dependendo da ocasião podem ser
retiradas em três a quatro dias.
Atualmente existem uma variedade grande de bandagens para utilização em cães. Os
materiais essenciais estão sempre disponíveis com abundância, várias formas
melhoradas têm tornado a aplicação das bandagens e curativos consideravelmente
mais fácil para o clínico veterinário.
As compressas são tecidos porosos fabricados em
vários tamanhos, geralmente de algodão, porém
também podem ser encontradas revestidas por
celulose. As compressas usadas para enfaixamento
devem ser estéreis.

34
A gaze é um tecido fabricado e embalado com
comprimento e largura variáveis. Tem servido
como material básico para enfaixamento na
medicina por muitos anos. Ela pode ser estéril ou
autoclavada, assim como nas compressas deve
ser usada estéril

Existe também gazes elásticas sendo que algumas possuem um material expansível
denominado Lycra, que as tornam flexíveis a ponto de suportarem pressão. A
elasticidade é benéfica, mas em excesso pode causar constrição do membro. As gazes
elásticas e materiais de bandagem tendem a se aderir em si próprios, portanto, a
mínima fixação externa com fitas adesivas é necessária para manter firmemente o
material no lugar. Devido à propriedade delas não aderirem à pele e pelos, não há
desconforto na remoção das mesmas.
A maioria das fitas adesivas disponíveis são
porosas, o que permite o acesso de ar à gaze e
livra a ferida dos efeitos deletérios da umidade.

As fitas adesivas elásticas como a Elastikon estão


disponíveis para permitir a aplicação de um grau
moderado de pressão enquanto conserva as outras
qualidades dos materiais adesivos.

Os stockinettes são malhas tubulares de tecido


disponíveis em 100 por cento de algodão ou mistura
de algodão e poliéster.

35
Podem ser aplicados previamente a aplicação de gesso ou dobrados e usados de forma
estéril como coberturas para a pele no pós-operatório de intervenções cirúrgicas
ortopédicas. Também podem ser utilizados no enfaixamento do corpo, cabeça e
pescoço em situações diversas de pós-operatório.
O algodão absorvente pode ser obtido em vários graus, com o de melhor qualidade
sendo recomendado para curativos em geral. Nos graus inferiores os segmentos de
algodão tendem a se separar e causar engrossamento sob a bandagem. O custo
relativamente elevado torna seu uso inviável.
Muitas cirurgias de fraturas em pequenos animais exigem no pós-operatório imediato
uma imobilização, com o objetivo de manter em repouso o membro afetado.

A imobilização apropriada pode ser


conseguida pela fixação externa sob a forma
de talas, tipoias, bandagem de Robert Jones
ou aparelho de Schroeder-Thomas.

Os cuidados posteriores são importantes para o sucesso da imobilização com a tala. O


proprietário do animal deve sempre observar se os elementos da tala permanecem
secos, limpos e se não estão gastando-se excessivamente. O exame diário pelo
proprietário e a medicação adequada das áreas da pele que estão em contato com as
extremidades da tala são essenciais. Os pés e coxins geralmente podem ser palpados
pelo esparadrapo ou observados nas áreas expostas da imobilização com tala.
Qualquer indicação de edema ou dor à palpação é um sinal determinante para um
exame clínico. Deve ser orientado ao cliente, como cuidar das talas e moldes em casa.
A bandagem de Robert Jones é o melhor enfaixamento no pós-operatório de fraturas
de pequenos animais. Embora seja volumosa, ela tanto reduz como previne edema. Ela
é indicada para todas as fraturas dos membros na porção distal à metade do úmero e
fêmur.
Talas de tração e coaptação podem ser aplicadas para proteção do membro após
cirurgias ortopédicas. A escolha do material da tala depende da disponibilidade, do
tamanho do animal e preferência pessoal. Dentre os materiais disponíveis para as talas
estão os abaixadores de língua, as talas de metal, fibra de plástico, madeira simples ou
compensada, etc.
Os abaixadores de língua podem ser cortados em comprimento e largura para
pequenos cães. Eles devem ser acolchoados e colocados na superfície caudal do

36
membro. As talas com abaixador de língua são úteis para fixação de fraturas das
falanges, ossos metacarpianos e metatarsianos.
O material plástico para talas pode
ser moldado e facilmente cortado
quando aquecido, mantendo a
configuração desejada com o
resfriamento.

A tala deve cobrir uma área limitada do membro, de forma que seja possível a
evaporação da umidade. A retenção excessiva de umidade dentro da bandagem e da
tala de plástico pode resultar em escoriações acentuadas na pele de alguns pacientes.
As talas de madeira não podem ser encurvadas ou facilmente quebráveis. Elas são
usadas principalmente como imobilização temporária. A madeira compensada ou
prancha fibrosa é abundantemente disponível em lojas especializadas em artefatos de
madeira. A madeira deve ter uma espessura de 1/8 a 1/4 de polegada e pode ser
marcada e cortada com uma serra, de acordo com o formato do membro do animal. As
talas de madeira exigem acolchoamento abundante do membro e são eficientes
principalmente para fraturas de tíbia. As talas de metal estão disponíveis no comércio
em casas especializadas em material cirúrgico. Trata-se de uma tala de alumínio
tubular, encontrada em diversos tamanhos, úteis para fraturas distais de rádio e ulna,
deslocamentos de fraturas no carpo e fraturas dos ossos metacarpianos e
metatarsianos.

A tipoia de Ehmer é destinada a criar a flexão do membro posterior com rotação da


cabeça do fêmur no acetábulo.

37
Ela é útil na fixação pós-cirúrgica da luxação coxo-femural em cães e gatos. Quando
apropriadamente aplicada, ela pode ser deixada no lugar por cinco a sete dias. A tipoia
deve ser aplicada com pressão uniforme em todo membro. O flanco e os coxins devem
ser examinados regularmente quanto à presença de inflamação na pele e edema.
A tipoia para escápula é similar à tipoia para membro posterior, cujo principal objetivo
é manter uma imobilização temporária em procedimentos pós-cirúrgicos. A tipóia deve
ser aplicada com um mínimo de tensão, mas deve ser mantida firme à pele ou pêlo
para evitar rotação e perda de estabilidade.

O aparelho de Schroeder-Thomas é uma tala


para locomoção desenhado com um anel
circundado a inserção do membro (inguinal
ou peitoral) e hastes se projetando para a
porção ventral do mesmo.

Esses aparelhos podem ser usados para manter o repouso do membro no pós-
operatório de quaisquer ossos a partir do úmero e fêmur até os metacarpianos e
metatarsianos. Embora o aparelho de Schroeder-Thomas consista de um anel elíptico
acolchoado e hastes anguladas que se unem distalmente, a forma exata do aparelho
dependerá do osso fraturado. O anel elíptico deve se aproximar com exatidão ao
tamanho do membro ao nível de inserção deste no corpo. Um anel excessivamente
grande permitirá o deslizamento e acúmulo de sujidades, em contrapartida, um anel
muito pequeno resultará em edema do membro. Uma haste de alumínio em forma de
U é aplicada na extremidade distal do aparelho. Essa é acolchoada, esparadrapada e
por fim uma malha tubular é colocada temporariamente por cima do aparelho.
Bons cuidados são essenciais em todas as formas de imobilizações no pós-operatório
dos cães e gatos. As imobilizações devem se manter limpas e secas, sempre que
possível observar presença de edema e dor do animal e reexaminar os membros
aproximadamente em sete a dez dias de pós-operatório e a partir daí periodicamente.
A educação e orientação do proprietário e a oportunidade de retorno do animal a
qualquer momento, são essenciais para um bom manejo das imobilizações.
Como fazer um curativo
Antes de iniciar a limpeza e desinfecção
do local da ferida é importante realizar
a raspagem dos pelos, seja através de
um gilete, máquina de tosa ou tesoura.
A retirada de pelos, promove uma área
de mais fácil limpeza e evita e/ou reduz

38
o acúmulo de sujidades, em especial sangue e secreções que são meio de proliferação
de bactérias.
Após a retirada dos pelos (tricotomia), inicia-se o curativo realizando a lavagem da
ferida com solução fisiológica, sendo que para melhor limpeza, é indicado utilizar uma
seringa com ou sem agulha ou furar a bisnaga de soro e jogar o líquido sobre a área
sob pressão. Fazendo isso, é possível eliminar com maior facilidade as sujidades, terras
e outros materiais que possam contaminar a ferida. Seguida da lavagem, dependendo
do tipo de lesão, esta pode ser lavada com clorexidina, sabonete neutro ou outro
dergemante, sendo necessário secar a ferida com gaze ou pano limpo, retirando todo
o excesso de produto utilizado na lavagem juntamente com o soro.
Para finalizar, realize a aplicação de pomada antibiótica para evitar a instalação de
uma infecção secundária, assim aplique uma grande quantidade e cubra com gaze o
ferimento, e enfaixe, e fixe com esparadrapo ou micropore. Este curativo faz com que
o local lesionado permaneça protegido. Entretanto, o tipo de curativo varia de acordo
com a área lesionada, ou seja, a fixação de faixas e outros materiais é diferente para
região de membro em relação ao abdômen.
O protocolo de tratamento de lesões varia de acordo com cada médico veterinário, e
ainda de acordo com o tipo de ferida.
É necessário utilizar colar de contenção para evitar que o animal retire o curativo e
piore a lesão.

Coleta de material para exames laboratoriais


As análises laboratoriais tornaram-se um aliado do(a) Médico(a) Veterinário(a),
principalmente daquele(a) que exerce atividade clínica. Atualmente, além de uma
necessidade técnica, esses exames constituem uma ferramenta importante como meio
comprobatório dos procedimentos adotados pelo profissional, tanto para o
diagnóstico, quanto para o prognóstico e acompanhamento terapêutico. A obtenção
de amostras biológicas de boa qualidade e a adequada interpretação dos exames são
procedimentos determinantes para a confirmação do diagnóstico das diversas
enfermidades e patologias dos animais.
Para que não ocorram erros de diagnóstico, deve-se ter em mente as principais
variáveis que podem interferir nos resultados:
Coleta inadequada
Idade do animal, raça, sexo e gestação
Tempo de armazenamento da amostra prolongado
Stress do animal durante a coleta
Volume inadequado da amostra
Conservantes inadequados
Proporção sangue/anticoagulante
Medicação que o animal recebeu
Contaminação da amostra

39
Alimentação do animal antes da colheita, provocando lipemia
Garroteamento prolongado
Temperatura inadequada de armazenamento da amostra
Exercício físico extenuante
Jejum prolongado ou diminuído
Uso do tubo para transporte de material biológico incorreto
Hemólise
Temperatura de armazenamento e transporte da amostra
Preparo do material de coleta
Verificar o tipo de frasco a ser utilizado e tipo de anticoagulante, se necessário.
O ideal é o animal estar em jejum por 12 horas, para evitar que estas amostras
apresentem lipemia. A lipemia pode causar hemólise e alterar os resultados
dos exames.
Informar o uso de medicamentos.
Homogeneizar de forma correta e não agitar excessivamente a amostra
Não deixar o material em temperatura ambiente por muito tempo ou em altas
temperaturas ou congelar.
Identificação do Material
Informações fundamentais para a realização do exame:
Nome do animal
Espécie
Raça do animal
Idade do animal
Sexo do animal
Suspeita clínica
Medicação, se utilizado
Exames solicitados
Nome e CRMV do Médico Veterinário
E-mail e telefone do Médico Veterinário
A requisição deve estar protegida por plástico do restante do material, para evitar
borrões ou desaparecimento da escrita por possíveis vazamentos de amostra
biológica.
Acondicionamento e envio de material biológico:
Uma outra etapa que influencia o resultado do exame é o acondicionamento da
amostra. Acondicionamento inadequado pode resultar em deterioração do material
biológico (impedindo a realização do exame), resultado alterado quebra ou vazamento
do material, rótulos molhados e ilegíveis, requisições ilegíveis e molhadas (quando
enviadas junto com o material).
Torna-se imprescindível saber que a temperatura ideal de acondicionamento sob
refrigeração é entre 2 e 8ºC. Para alguns exames como o de bilirrubina e dosagem de

40
vitaminas, é necessário que o material biológico seja protegido da luz (frasco âmbar,
papel alumínio ou carbono).
Existem materiais biológicos que não podem ser armazenados e consequentemente o
seu envio tem que ser imediato e outros que possuem prazo curto de conservação.

Principais procedimentos diagnósticos realizados em cães e gatos


Raio X
É um exame que permite uma visão panorâmica e avaliação das estruturas torácicas,
abdominais, ósseas e articulares. O exame radiológico é baseado na emissão de
radiação ionizante e por suas características se torna muito importante no estudo do
sistema ósseo e da cavidade torácica. O posicionamento adequado do paciente para o
diagnóstico correto é fundamental e por isso pode se fazer necessária a sedação do
animal em alguns casos específicos.
Indicações
Fraturas e luxações ósseas;
Artroses;
Doenças do processo de crescimento ou alterações da postura do animal;
Tumores ósseos;
Doenças pulmonares, bem como neoplasias pulmonares;
Alterações da silhueta cardíaca.
Vantagens
Não invasivo e indolor
RX contrastado
Possibilita a visão de órgãos e estruturas específicas que não possam ser enxergadas
nos exames tradicionais de radiologia, o raio-X contrastado em cães e gatos faz o uso
de substâncias especiais (chamadas de ‘contrastes’) para tornar tais áreas visíveis no
exame de imagem; permitindo que médicos e profissionais veterinários possam definir
diagnósticos de diferentes patologias com muito mais facilidade e certeza.
Preparo
O bário e o iodo são duas das substâncias mais usadas para promover este contraste e
permitir a visualização dos órgãos na hora dos exames de imagem, podendo tanto ser
ingeridos como injetados no corpo do animal; dependendo do tipo de exame a ser
realizado.
Indicações

Uretrocistografia
É indicada para a investigação da porção final do trato urinário dos animais, incluindo a
bexiga e a uretra. Permite encontrar algumas alterações na região, como o divertículo
vesical e, principalmente, a integridade dessas estruturas após um trauma. Este exame

41
é de execução relativamente simples, e faz o uso de sondas para que a substância de
contraste possa ser injetada na uretra do pet até preencher a bexiga.
Contraste: solução iodada

Urografia excretora
Caiu em desuso devido aparecimento da tomografia
Trânsito intestinal
Utilizada para detectar a presença de alguns corpos estranhos, processos obstrutivos
ou alterações da motilidade intestinal.
Preparo: jejum alimentar de 24 horas – água pode ser ingerida à vontade; enema para
eliminação das fezes.
Contraste: sulfato de bário, administrado por via oral e permite a visualização de seu
trajeto do estômago até a porção final do intestino grosso.

Esofagograma
Antes de ser realizado, deverá ser realizado um exame de raio-X tradicional antes do
contrastado. Por meio do exame, é possível analisar o trajeto esofágico, áreas de
dilatação ou estenose, bem como a presença de corpos estranhos.
Preparo: jejum alimentar por 8 horas – pode beber água
Contraste: soluções de sulfato de bário (em exames de rotina) ou iodadas (quando há
suspeitas de possíveis rupturas da região).

Ultrassom
É um exame de excelência para se observar e visualizar qualquer alteração em órgãos
localizados no abdome e às vezes até no tórax. Através da ultrassonografia, é possível
investigar com clareza patologias da bexiga, rins, aparelho reprodutor, baço,
estômago, fígado, pâncreas, alças intestinais, glândulas adrenais, entre outros. É
fundamental que o profissional que realiza o exame esteja devidamente preparado e
capacitado para fazer a sua interpretação, levando sempre em consideração as
variações anatômicas e estruturais relacionadas a raças e espécies diferentes.
Indicações
Anorexia;
Aumento de volume abdominal;
Dor abdominal;
Emagrecimento progressivo;
Febre de origem desconhecida;
Histórico de vômito persistente;
Suspeita de tumores;
Pesquisa de corpo estranho;

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Acompanhamento de pacientes renais;
Distúrbios hormonais;
Diagnóstico e acompanhamento gestacional e avaliação fetal (batimento
cardíaco e idade gestacional aproximada dos bebes).
Seu uso, deve ser incluído na rotina de animais a partir de meia idade (acima de 7
anos) para um check-up de rotina. Mas pode ser solicitado nas situações descritas
acima e em situações emergenciais como em todo tipo de trauma, atropelamento
também é solicitado; pode ajudar a guiar coleta de líquidos corporais ou amostras de
tecidos alterados (biópsias) para posterior analise citológica/histológica.
Vantagens
Não invasivo e indolor
Preparo
Tricotomia na área a ser realizado o exame. Se o animal a ser examinado estiver
sentindo dor, torna-se necessário a utilização de sedativos leves. Em situações em que
o animal apresenta-se agitado, o uso da focinheira é recomendado para que a equipe
auxiliar, consiga controlar o animal ansioso sem o uso de qualquer tipo de medicação.
O animal deve estar em jejum (8 horas), porque sem a presença de alimentos a
visualização é melhor. Tomar um adstringente como o luftal, por exemplo, ajuda a
diminuir os gases e tentar evitar que momentos antes do exame ele urine ajuda
bastante. É muito importante que a bexiga esteja cheia

Eletrocardiograma
O eletrocardiograma é um exame complementar que auxilia o veterinário no
diagnóstico de cardiopatias que causam alterações dos músculos e nervos do coração
de cães e gatos.
Esse tipo de exame não necessita de nenhuma preparação, podendo ser realizado a
qualquer momento. A única condição é que o animal esteja calmo, sem nenhuma
agitação, pois isso pode interferir o resultado do exame.
O paciente é devidamente acomodado em uma mesa com isolamento elétrico, em
decúbito lateral direito (ou seja, de lado na mesa), em seguida, eletrodos responsáveis
pela aferição da atividade elétrica do coração são colocados em pontos específicos da
pele do animal. Não há necessidade de sedação, nem de tricotomia.

Indicações
Diagnóstico exato e precoce de arritmias cardíacas e fibrilações ventriculares,
bradicardia e taquicardia sinusal, foco migratório atrial, doença miocárdica e
pericárdica, isquemia, extrassístoles;
Identificação de dilatação e hipertrofia das câmaras cardíacas;
Alterações de eletrólitos (especialmente cálcio e potássio);

43
Dispneia aguda (dificuldade respiratória);
Histórico de síncopes, fraqueza ou convulsões;
Cianose (pele e/ou mucosas com coloração azul-arroxeada);
Acompanhamento de tratamentos e terapias cardíacas;
Exame pré-operatório de procedimentos que necessitem de sedação ou
anestesia geral, especialmente em cães mais idosos;
Monitoramento durante a anestesia inalatória;
Check-up de rotina em animais adultos e idosos
Vantagens
É um exame de fácil execução e relativamente rápido;
Proporciona um diagnóstico mais completo e preciso da condição cardíaca do
paciente animal;
A interpretação dos resultados é bastante rápida;
Custo de execução do eletrocardiograma é baixo;
Essencial no período pré-operatório. Utilizado na preparação cirúrgica do
animal, diminuindo qualquer condição de riscos durante a anestesia geral;
Não exige nenhum tipo de preparação prévia (como ocorre com os exames de
raio x e ultrassom), com o exame podendo ser feito a qualquer momento.
Não é necessário realizar a tricotomia (raspagem do pelo) nas áreas da pele
onde os eletrodos seriam conectados, mas com o avanço da tecnologia
equipamentos mais modernos eliminaram essa necessidade, conectando no
animal eletrodos mais confortáveis;
Não é invasivo e é totalmente indolor.

Limitações
Não é possível avaliar anatomia e a função cardíaca do animal, que são
melhores avaliados através de um exame de raio x e de ecocardiograma.
Não é possível identificar sopro.

Ecocardiograma
É um exame complementar cuja finalidade é mostrar ao médico veterinário imagens
estáticas e em movimento do músculo e das valvulas do coração, diferentemente do
eletrocardiograma que mostra gráficos que ao serem comparados com gráficos
padrão, mostram a situação do músculo cardíaco do paciente.
É um exame ultrassonográfico padrão, cujo objetivo é avaliar a saúde do coração. O
dispositivo ecocardiográfico capta ondas sonoras que são emitidas por todas as partes
do coração do paciente animal. Esses ecos são transformados em imagem que são
exibidas em um monitor, permitindo ao médico veterinário analisar todas as
características estruturais do coração do paciente.

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Indicações
Avaliação de pacientes com suspeita de alguma cardiopatia;
Identificação da causa de uma cardiomegalia (aumento do coração) detectada
pelo eletrocardiograma ou radiografia;
Avaliação de pacientes com sons questionáveis à auscultação;
Identificação da progressão de enfermidades cardíacas e suas terapias;
Avaliação da função ventricular esquerda quantitativamente com mensurações
recorrentes;
Identificação de efusões (derrames de líquido) pericárdicas, pleurais, massas
pericárdicas e tumores cardíacos, e corpos estranhos perfurantes;
Observação do pulmão, massas mediastinais e hérnias diafragmáticas.
Vantagens
Não é invasivo, não necessitando de nenhuma espécie de corte;
É indolor e não gera nenhum estresse, com o procedimento ecocardiográfico
funcionando como uma massagem para cães e gatos;
Não necessita de nenhum tipo de sedação, com o exame sendo feito com o
animal acordado;
Nenhum preparo prévio por parte do tutor é necessário. A tricotomia da área
do tórax algumas vezes é necessária, mas é realizada pela equipe responsável
pelo exame;
Mais eficiente que um exame de raio x tradicional, com resultados mais
detalhados;
Não emite nenhum tipo de radiação, sendo um exame totalmente seguro para
animais, tutores e equipe;
Limitações
Não há
Preparo do paciente
Tricotomia de uma pequena parte do pelo do animal para que o exame seja mais
eficiente.
Semelhante ao ultrassom abdominal e consiste em deixar o cão ou gato deitado de
lado em uma mesa.
Com o auxílio de um gel, o profissional veterinário procede com o exame, observando
toda a estrutura cardíaca do pet que será reproduzida na tela do monitor acoplado ao
equipamento ecocardiográfico.
IMPORTANTE:
Durante o período do exame, o cão ou o gato deverão ficar deitados de lado,
permanecendo nesta posição até o final do exame. Isso pode piorar a falta de ar em
alguns animais que já apresentem problemas cardíacos. Dessa forma, caso o animal
não permita a contenção e fique muito dispneico (apresentando dificuldade para

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respirar), o procedimento deverá ser paralisado, remarcando o exame após
estabilização do pet.

Endoscopia
Considerado como melhor método de avaliação do trato gastrointestinal na Medicina
Veterinária. É muito útil na clínica de pequenos animais, pois possibilita ao Veterinário,
através de um método minimamente invasivo, examinar o trato gastrointestinal, vias
aéreas altas e baixas, trato urinário, cavidade abdominal e torácica e articulações.
Indicações
Diagnóstico e seguimento de tratamento de tumor de bexiga e uretra
Avaliação da anatomia uretral, prostática e vesical
Diagnóstico de patologias vesicais, podendo ser realizada biópsia endoscópica
Diagnóstico e avaliação de distúrbios do trato urinário
Auxílio na determinação da causa de dor ao urinar
Diagnóstico de infecções recorrentes da bexiga
Preparo: Jejum alimentar e líquido de 4 horas. Necessário sedação do animal.

Tomografia
A tomografia computadorizada está sendo utilizada cada vez com mais frequência, nos
diagnósticos de pets de pequeno porte, fornecendo informações e resultados de alta
qualidade e utilidade.
Assim como nos exames de raio-x, a tomografia computadorizada em cães e gatos
também pode fazer o uso de contrastes diversos para aumentar a visibilidade de
determinadas estruturas que necessitem de uma investigação mais profunda, bem
como praticar o seu estudo de forma dinâmica – ampliando a possibilidade de
reconhecer disfunções de forma precoce e, com isso, tomar medidas que facilitem os
processos de tratamento, principalmente o planejamento cirúrgico.
Indicações
Pesquisa de metástases, principalmente pulmonares;
Determinar a origem de grandes massas tumorais abdominais e torácicas, bem
como sua extensão e envolvimento de órgãos;
Planejamento cirúrgico de fraturas mais complexas;
Avaliação precisa de estruturas ósseas.
Preparo
Por precisar que o animal fique imóvel durante o procedimento, a tomografia
computadorizada veterinária é realizada com a ajuda de sedativos ou anestesias. Assim
sendo, este processo deve ser precedido de exames laboratoriais que viabilizem uma
análise primária do estado de saúde do animal e da possibilidade de acidentes em
função de medicamentos anestésicos, entre outros.

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Cabe ao profissional veterinário responsável pelo animal se certificar de requisitar tais
exames (que incluem hemograma e perfil bioquímico completo) – além de
ecocardiograma e eletrocardiograma, para investigar alguma patologia cardíaca.
Além de tais averiguações primárias, para que o exame de TC seja realizado é
necessário que o animal faça jejum completo – de comida e água – por pelo menos 8
horas antes do procedimento, sendo que o número de horas necessárias de jejum é
equivalente ao peso do animal. Enquanto para cães e gatos até 10 quilos esse período
é de 8 horas, os cães com até 40 quilos devem jejuar por 10 horas, e os que pesam
mais de 40 quilos devem ficar 12 horas sem comer ou ingerir líquidos.
Cuidados após o exame
Animais com exames laboratoriais normais e que não tiveram intercorrências durante
o exame, ficarão em observação até a liberação pelo anestesista. Orienta-se
alimentação leve e repouso.
Pacientes com alterações significativas nos exames laboratoriais e ou estejam em
condição clinica grave e ou tenham tido intercorrências durante o exame, recomenda-
se internação para observação e terapia de suporte. A internação tem que ser
autorizada pelo proprietário do animal e veterinário responsável.

Aula 3
Rotina Cirúrgica
Centro cirúrgico – É um setor do hospital ou clínica veterinária onde são realizadas as
intervenções cirúrgicas, realizadas por meio de uma equipe. Para garantir a segurança
do animal, são realizadas técnicas estéreis contribuindo assim para o controle de
infecções. Por ser um local restrito, o acesso ao público é limitado, ficando restrito a
circulação dos profissionais que lá atuam.

O auxiliar de veterinário é responsável pela montagem da sala cirúrgica, atividades


durante o ato cirúrgico e após.

Montagem da sala cirúrgica

Ler com atenção a marcação de cirurgia, observando a solicitação de materiais,


medicamentos, equipamentos e outros itens essenciais ao ato cirúrgico;
Checar o nome do paciente, sua idade, horário de agendamento da cirurgia,
equipe cirúrgica e anestesista responsável;
Verificar a limpeza dos pisos e paredes;
Prover a sala dos equipamentos solicitados;
Efetuar a limpeza e a desinfecção dos equipamentos e mobiliário necessários
ao ato cirúrgico, conforme rotina estabelecida;
Testar o funcionamento de todos os equipamentos elétricos, assim como dos
pontos de gás e dos aspiradores;

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Verificar se o lavabo está em ordem e lavar as mãos;
Equipar a sala com todo o material necessário para o procedimento cirúrgico
(material estéril, de pronto uso e não-estéril);
Providenciar as medicações necessárias para o procedimento anestésico-
cirúrgico, assim como o material para a anestesia;
Verificar se os impressos a serem utilizados no decorrer da cirurgia estão em
ordem e são suficientes;
Colocar o pacote de campos e aventais, as luvas e as caixas de instrumentais
necessárias ao ato cirúrgico em local acessível;
Conferir os envelopes de fios de sutura necessários ao ato cirúrgico.

Atendimento durante cirurgia

Levar o paciente na sala cirúrgica, conferindo seus dados pessoais e sua


identificação, e ficar ao lado dele enquanto estiver consciente;
Verificar se a mesa de cirurgia está em condições de manter o paciente em
posição apropriada para realização da cirurgia;
Verificar se o campo operatório está preparado e, caso não esteja adequado,
refazer seu preparo;
Auxiliar o anestesista no que for necessário.
Auxiliar a equipe cirúrgica a se paramentar (vestir o avental, amarrar os
cadarços e apresentar as luvas cirúrgicas);
Abrir o pacote de campo de mesa cirúrgica para oferecê-lo ao instrumentador;
abrir a caixa de instrumental;
Ligar o foco central e focalizar o campo cirúrgico, caso o foco não possua
canoplas adaptáveis estéreis;
Descobrir a área operatória e oferecer o material para antissepsia;
Zelar pela manutenção e ordem da sala cirúrgica, efetuando a desinfecção
imediata todas as vezes em que houver extravasamento de sangue e fluidos
corpóreos no piso ou nas paredes da sala cirúrgica, utilizando o desinfetante
padronizado pelo setor;
Ficar atento à contagem das compressas cirúrgicas, informando à equipe
cirúrgica qualquer diferença antes do fechamento da incisão;
Fazer anotações pertinentes, de acordo com as rotinas do Centro Cirúrgico,
referentes aos materiais, medicamentos e equipamentos utilizados;
Anotar no relatório de enfermagem as intercorrências porventura ocorridas
durante o ato anestésico-cirúrgico;
Auxiliar o médico no curativo da incisão cirúrgica, ao término da cirurgia,
oferecendo as soluções anti-sépticas e os adesivos necessários.

Equipamentos e materiais cirúrgicos

Assepsia Pessoal

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Procedimentos na paramentação para a cirurgia

A paramentação da equipe cirúrgica exige a realização de procedimentos específicos,


executados em passos padronizados e com observação rigorosas dos princípios
científicos. Estes procedimentos são: lavagem das mãos, vestir avental e roupas
esterilizados e calçar luvas esterilizadas.

Lavagem das mãos

É o simples ato de lavar as mãos com água e sabão, visando a remoção de bactérias
transitórias e algumas residentes, suor, oleosidade e sujidade da pele. O objetivo da
lavagem de mãos é reduzir a transmissão de microrganismos pelas mãos, prevenindo
infecções. Antes de qualquer procedimento cirúrgico, o profissional deve remover
todas as jóias, inclusive alianças. As unhas devem ser aparadas, não devem conter
esmalte nem ser postiças, a fim de evitar o aumento de carga de bactérias nas mãos,
em especial as gram-positivas.

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Técnica:

Sem tocar na pia: abra a torneira, de preferência com a mão dominante ou com
uso de papel;
Mantenha se possível, a água em temperatura agradável, já que a água quente
ou muito fria resseca a pele;
Use, de preferência 2ml de sabão líquido e ensaboe as mãos por
aproximadamente 15 segundos, em todas as suas faces, espaços interdigitais,
articulações, unhas e extremidades dos dedos);
Enxágüe as mãos, retirando totalmente a espuma e resíduos de sabão;
Enxugue-as com papel-toalha;
Feche a torneira utilizando o papel-toalha descartável, sem encostar na pia ou
na torneira.

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Paramentação cirúrgica

É troca das vestes rotineiras por vestimentas adequadas antes do ato cirúrgico.

Indicação: todas as pessoas envolvidas no trabalho do centro cirúrgico, principalmente


dentro das salas de operação, devem usar roupas apropriadas.

A importância da paramentação é proteger a área a ser operada da flora liberada pela


equipe cirúrgica e esta da exposição às secreções dos pacientes.

A troca de roupa (pelo pijama cirúrgico, gorro e propés) deverá ser feita no vestiário,
que corresponde à zona de proteção do Centro Cirúrgico, sendo seguida da colocação
do avental e das luvas estéreis após a escovação das mãos e entrada na sala cirúrgica,
propriamente dita.

As roupas estéreis são utilizadas para prevenir a contaminação do campo operatório


mediante contato direto do corpo do cirurgião com o do paciente. Todas as pessoas
que entram em campo operatório devem usar aventais e luvas estéreis.

O avental recomendado é o tipo circular. Esse tipo de avental envolve o corpo do


cirurgião, mantendo-o estéril anterior e posteriormente, e é atado pelo próprio
usuário ou com a ajuda do auxiliar já paramentado.

51
Paramentação

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As luvas cirúrgicas, são a únicas adequadas para os procedimentos cirúrgicos, devendo
obrigatoriamente ser estéreis, idealmente devem cobrir mãos e dedos, estendendo-se
por sobre os punhos dos aventais, onde ficam aderidas devido à pressão elástica do
punho da própria luva.
Calçar luva Cirúrgica – passo a passo
1.Lavar as mãos

2. Abra o pacote de luvas sobre uma superfície limpa, à altura confortável para sua
manipulação.

53
3. Segure nas abas abra os dois lados que revestem as luvas, conforme a figura abaixo.

4.Com sua mão não dominante, segure a luva pela face interna da luva (que vem
dobrada propositalmente).

5.Introduza os dedos da mão dominante, calmamente, procurando ajustar os dedos


internamente. Realize esta etapa da melhor maneira possível, mas não se preocupe se
os dedos ficarem mal posicionados dentro da luva. Continue o procedimento mesmo
com os dedos posicionados de forma errada (é muito arriscado tentar arrumar a
posição dos dedos, você pode contaminá-la).

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6. Após esta etapa, introduza até que sua mão entre completamente na luva, sempre a
segurando pela face interna.

7. Com a mão dominante (enluvada), segure a outra luva pela face externa (ou seja,
por dentro da dobra existente). Esta dobra existente no punho da luva servirá de apoio
para segurar a luva, sem que ocorra o risco de contaminar a luva, mesmo que
imperceptivelmente.

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8. Sempre segurando pela dobra do punho da luva, introduza calmamente sua mão
esquerda (não-dominante) na luva, semelhante ao realizado na primeira, mas agora,
com a cautela de não tocar com a luva na pele da mão esquerda ou em locais não-
estéreis.

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9. Siga esta etapa, até introduzir toda a mão esquerda na luva

Gorros, máscaras, aventais, calças, jalecos e propés devem ser retirados


imediatamente quando molhados ou sujos. Os aventais, os propés e as luvas cirúrgicas
devem ser tirados ainda na sala cirúrgica.

Equipamentos da sala de cirurgia

De acordo com a Resolução nº 1015 de 2012, o CFMV determina as seguintes


obrigatoriedades à estrutura das clínicas veterinárias:
1. Mesa cirúrgica impermeável, com bordas e dispositivo de drenagem e de fácil
higienização;
2. Equipamentos para anestesia inalatória, com ventiladores mecânicos;
3. Equipamentos para monitorização anestésica;
4. Sistema de iluminação emergencial própria;
5. Desfibrilador;
6. Foco cirúrgico;
7. Instrumental para cirurgia em qualidade e quantidade adequadas à rotina;
8. Bombas de infusão;
9. Aspirador cirúrgico;
10. Mesas auxiliares.

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Mesa cirúrgica – utilizada para acomodar o animal durante o procedimento cirúrgico.

Equipamentos para anestesia inalatória, com ventiladores mecânicos – destinado a


suprir uma mistura de gases anestésicos e promover a sustentação da vida do paciente
anestesiado.

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Equipamentos para monitorização anestésica - instrumento destinado à observação
e/ou registro de funções vitais.

Desfibrilador - é um gerador de energia elétrica de tensão regulável, capaz de


estimular o coração com dificuldades de contração.

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Foco cirúrgico – destinado a iluminar o campo cirúrgico

Instrumental para cirurgia em qualidade e quantidade adequadas à rotina.

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Bombas de infusão - é um aparelho que visa obter precisão nas infusões contínuas
intravenosas, diminuindo os problemas das infusões por gravidade, otimizando o
tempo da equipe médica e de enfermagem, as resposta à droga e a eficácia das
terapias. Tem como função controlar rigorosamente o gotejamento.

Aspirador cirúrgico - são usados durante e após cirurgias para remover fluidos
cirúrgicos, tecidos (incluindo ossos), gases ou fluidos corporais do paciente.

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Mesas auxiliares – Local onde são dispostos os materiais cirúrgicos.

Desinfecção e esterilização de equipamentos e ambiente

Definições
Esterilização refere-se à destruição de todos os microrganismos (bactérias, vírus,
esporos) sobre alguma coisa. Refere-se, geralmente, a objetos que entram em contato
com tecidos estéreis, ou entram no sistema vascular (ex: instrumentos, campos
estéreis, cateteres, agulhas).
Desinfecção refere-se à destruição da maior parte de microrganismos patogênicos
presentes em objetos inanimados (não vivos).
Anti-sepsia corresponde à destruição da maioria dos microrganismos patogênicos em
objetos animados (vivos). Usam-se anti-sépticos para matar microrganismos presentes
na pele do paciente, mas a pele não fica esterilizada.

Desinfecção

Realizada através de agentes químicos como desinfetantes e anti-sépticos.


Desinfetantes: são agentes químicos que destroem microrganismos; - são escolhidos
de acordo com a sua finalidade; - geralmente são germicidas (exterminam
microrganismos patogênicos); - alguns desinfetantes são eficazes na destruição de um
número limitado de microrganismos; outros, na destruição de todos os
microrganismos, incluindo esporos; - os desinfetantes são usados em objetos,
materiais e instalações. EX: álcool isopropílico (50-70%) e etílico (70%); Hipoclorito de
sódio (Água sanitária)
Anti-sépticos: são agentes químicos que inibem ou impedem o crescimento de
germes. Geralmente são bacteriostáticos e preparados para uso em tecidos vivos. EX:
álcool etílico 70%; iodopovidina; água oxigenada, etc
Os desinfetantes e os anti-sépticos devem apresentar algumas propriedades para
serem efetivos: - boa ação antimicrobiana ou germicida; - umectantes; - boa
capacidade de penetrar nos tecidos; - boa atividade na presença de pus, sangue ou

62
tecidos necrosados; - não interferir no processo normal de cicatrização; - coloridos
(assinalar a área aplicada); - não corrosivos (aos metais) e não cáusticos; - econômicos
e de fácil aquisição.
Antes de proceder à desinfecção é importante que se faça uma limpeza prévia do local
ou material a ser desinfetado, pois além da maioria dos desinfetantes, diminuírem a
sua ação em presença de matéria orgânica, este procedimento elimina
mecanicamente grande quantidade de microrganismos presentes no local. A limpeza
permite uma ação direta e mais eficiente do desinfetante sobre os microrganismos
presentes na superfície a ser desinfetada. A limpeza pode ser realizada por varredura,
lavagem com água e sabão ou detergente, removendo-se fezes, restos de alimentos,
gordura, entre outras sujidades. Os resíduos contaminados não devem ser deixados ao
ar livre, pelo risco de contaminação imediata do local, ou pela dispersão dos
contaminante, pelo vento ou água pluvial.
Em um programa de desinfecção devem ser ainda considerados alguns aspectos para
se garantir o êxito da mesma. Não se deve misturar, ou combinar desinfetantes, pois
este procedimento pode causar efeitos negativos, como a neutralização do poder
desinfetante, reação química produzindo subprodutos tóxicos; e ainda por poder
incrementar a resistência de determinados microrganismos. Deve-se ainda evitar o uso
de desinfetantes tóxicos, irritantes e/ou com odores penetrantes, na presença de
animais, reduzir o uso de desinfetantes corrosivos, e empregar os produtos
desinfetantes com amplo espectro germicida, garantindo-se assim êxito no processo
de desinfecção.
Esterilização é o processo que promove a eliminação ou destruição da maioria das
formas de micro-organismos presentes, incluindo esporos bacterianos resistentes.
Pode ser feita por processo físico ou químico. O processo de esterilização é indicado
para todos os artigos médico-hospitalares que entrem em contato direto com fluidos
biológicos, com tecidos estéreis, ou com membranas mucosas. O processo de
esterilização de artigos é um dos métodos mais eficientes de controle de infecção e o
seu uso deve ser recomendado na rotina médico veterinária.
A esterilização por métodos físicos deve ser a de escolha em medicina veterinária,
preferencialmente pelo uso de vapor saturado (autoclaves). Esse processo possui fases
de remoção do ar, penetração do vapor e secagem. A remoção do ar diferencia os
tipos de autoclaves. Os ciclos de esterilização são orientados de acordo com as
especificações do fabricante.

Classificações dos artigos

Artigos críticos - aqueles que penetram nos tecidos sub-epiteliais e mucosa, sistema
vascular ou outros órgãos isentos de microbiota própria. Ex: instrumentos de corte ou
ponta; outros artigos cirúrgicos (pinças, afastadores, fios de sutura, catéteres, drenos
etc.); soluções injetáveis.
Processo: esterilização.

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Artigos semi-críticos - são aqueles que entram em contato com a mucosa íntegra e/ou
pele não íntegra. Ex: material para exame clínico (pinça, sonda, abre-boca, lâminas de
depilação, tricótomos, termômetro, etc.).
Processo: preferencialmente esterilização ou desinfecção de alto nível.
Artigos não críticos - são aqueles que entram em contato com a pele íntegra ou não
entram em contato direto com o cliente. Ex.: estetoscópio, superfície de armários e
bancadas, aparelho de raios-X, etc..
Processo: desinfecção de nível intermediário.
Limpeza – primeiro passo para o processamento de artigos, e está intimamente ligado
a qualidade final do processo. Quanto mais limpo estiver o artigo, menores serão as
chances de ter falha na esterilização.
Limpeza manual – procedimento realizado manualmente, onde a sujidade é removida
por meio da ação física com auxílio de detergente, água e escovas.
É imprescindível o uso de EPI – avental de impermeável, luvas antiderrapantes de
cano longo, óculos de proteção e máscaras. A secagem do material é necessária antes
de se fazer a esterilização.
Após a limpeza e secagem do material, os mesmos serão embalados e colocados na
autoclave para esterilização.

Instrumental cirúrgico

1. Exérese
Bisturi
Os cabos de bisturi são encontrados nos tamanhos : nº3 e nº4. O primeiro recebe
lâminas em menores e destinadas a atos cirúrgicos delicados, enquanto o segundo tem
um encaixe maior para lâmina, para atos cirúrgicos gerais As lâminas de bisturi estão
determinadas pelo formato e a aplicabilidade.
O Cabo nº 3 - Utiliza lâminas menores (nº
10, 1, 12, 15), destinados a incisões mais
críticas, delicadas.
Cabo nº 4 - Utiliza lâminas maiores, (nº 20,
21, 2, 23, 24, 25), são mais usados em
procedimentos de cortes maiores
Geralmente o bisturi é utilizado com a
empunhadura de lápis.

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Tesouras
As tesouras, são instrumentos de corte, podem ser curvas ou retas, fortes ou delicadas
e em diversos tamanhos. Podem apresentar lâmina simples ou serrilhada e pontas
rombas ou ponteagudas ou uma combinação das duas. Assim podemos ter tesouras
Romba-Romba, Romba-Ponta, Ponta-Ponta. Enquanto a tesoura reta é mais utilizada
pelo auxiliar para o corte de fios, as curvas são mais utilizadas pelo cirurgião.
Esses instrumentos de diérese separam os tecidos por esmagamento, entre as duas
lâminas que os compõem. Quanto mais crítico for o contato entre as duas bordas,
menor será o trauma. As tesouras podem ser usadas para diérese incruenta, ou seja, a
divulsão dos tecidos, quando introduzidas fechadas nos tecidos e em logo serão
retiradas aberta.

As tesouras METZENBAUM são indicadas para a diérese mais delicada de tecidos,


podem ser utilizadas em cavidades, introduzindo-as a fundo. É indicada para adiérese
de tecidos orgânicos por ser considerada menos traumática, pois apresentar sua
porção cortante mais curta que a não-cortante.
As tesouras de MAYO, são muito empregadas na rotina cirúrgica, principalmente na
versão R, para tecidos mais grosseiros, em superfícies ou em cavidades, e corte de fios.
É considerada mais traumática que a de Metzenbaum, por apresentar a porção
cortante proporcional à não-cortante.
As tesouras são empunhadas pelas falanges distais dos dedos anular e polegar nas
argolas. O dedo indicador proporciona precisão ao movimento e o dedo médio dá
estabilidade à mão.

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Hemostasia
Hemostasia é um conjunto de manobras manuais ou instrumentais para deter ou
prevenir uma hemorragia ou impedir a circulação de sangue em determinado local em
um período de tempo.
As hemorragias podem ser de origem arterial, venosa, capilar ou mista. Podem trazer
ameaça à vida do paciente ou a sua pronta recuperação; retardam a cicatrização;
favorecem a infecção e podem dificultar a visualização das estruturas durante a
cirurgia.
Os instrumentais utilizados são as pinças hemostáticas de vários modelos e tamanhos.
Apresentam formato semelhante ao da tesoura, diferindo-se delas pela presença da
cremalheira entre as duas argolas, que permite o fechamento do instrumental de
forma auto-estática com diferentes níveis de pressão de fechamento.
As pinças Kelly e Crile apresentam ranhuras transversais na face interna de suas
pontas, que podem ser retas ou curvas. As pinças retas, ou pinças de reparo, são
utilizadas para pinçamento de material cirúrgico como fios e drenos. As pinças curvas
são utilizadas para pinçamento de vasos e tecidos delicados.
As pinças de Crile apresentam ranhuras em todas face interna, enquanto as Kelly
apresentam ranhuras apenas até a metade de sua face interna. Por esse motivo, a
escolha do tipo de pinça determina a segurança da hemostasia a ser realizada.

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Síntese
Síntese é o conjunto de manobras manuais e instrumentais destinadas a restituir a
continuidade anatômica e funcional dos tecidos que foram separados na cirurgia ou
por traumatismo.

Especiais
As pinças de campo têm por finalidade fixar os campo, fenestrados ou não, à derme do
paciente, impedindo que a sua posição seja alterada durante o ato cirúrgico. Sua
extremidade é aguda, curva para a preensão do campo e da pele do paciente. As mais
comuns são as pinças de Backhaus.
No grupo dos afastadores encontram-se variados tipos de afastadores, tais como
“Gosset”, “Finochietto”, “Farabeuf”, e outros.. Os afastadores estáticos são aqueles
que utilizamos para a visibilidade no campo cirúrgico. O afastador de “Gosset” é
utilizado a fim de manter exposta a cavidade abdominal, e o “Finochietto”, para a
cavidade torácica. Quando queremos facilitar o ato cirúrgico, o auxiliar deve lançar
mão dos afastadores dinâmicos tais como o “Farabeauf”, utilizado para a parede
abdominal.
O instrumental destinado à preensão estão todos direcionados a função de prender e
segurar vísceras e órgãos, estão nestes grupos: as pinças “Babcock”, “Allis”, “Collin”,
“Duval”, e outros. As pinças Allis são geralmente utilizadas para a fixação da
musculatura e não devem ser utilizadas na pele.

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As pinças de Foester são úteis para a etapa de anti-sepsia do paciente.

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Montagem da mesa cirúrgica
A organização da mesa cirúrgica é muito importante, ela é padronizada para facilitar o
procedimento e diminuir o tempo. Ela é dividida em quadrantes.

1º Quadrante

É chamado de Exérese e é composto por materiais de corte e divulsão (separação). É


posicionado na mesa do mais grotesco do lado de fora para o mais delicado.

Cabo de bisturi: tem o cabo 4 que vem primeiro na mesa e é utilizado para lâminas 21
ou 24 e depois vem o cabo de número 3, que é utilizado para lâminas mais delicadas,
15 ou 11.

Lâminas de bisturi: as lâminas 11 ou 15 são utilizadas para tecidos mais delicados


como conjuntiva, vagina, cavidade oral.

Tesoura de Mayo (curva e reta): ela é mais robusta, maior. Utilizada para tecidos não
delicados como aponeurose e fio.

Tesoura de Metzembaum (curva e reta): é menor, usada para tecidos delicados e para
cortar vasos. A curvatura deve sempre ficar voltada para baixo para evitar que o

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material enrosque em algo e caia. Quando for fazer a incisão, fazer um corte só, não
retalhar a pele pois aumenta a reação inflamatória.

Para incisão reta, utiliza a tesoura reta. A curva é utilizada para, por exemplo, se
estiver operando no abdome e precisar cortar o fio, é mais seguro utilizá-la.

As tesouras pontiagudas são chamadas de afiladas, pois tem a ponta cortante. Não
podem colocar em divulsão de tecidos. Quando a ponta não é cortante é chamada de
ponta romba e ela é arredondada. A mais robusta é a tesoura de Mayo ponta afilada
afilada e a mais delicada é a tesoura de Metzembaum de ponta romba romba.

2º Quadrante

É chamado de Hemostasia. É composto por tudo que é utilizado para fazer hemostasia,
pinçamento de vasos.

Pinça de Halsted (curva e reta): são as principais, mais delicadas, conhecidas como
mosquitinho. A parte do centro da pinça é cheia de ranhaduras na vertical.

Pinça de Kelly (curva e reta): é a central, fica entre a Halsted e a Rochester. Ela é um
pouco maior que a Halsted, as ranhaduras verticais vão somente da parte proximal até
o centro.

Pinça de Rochester (curva e reta): a ponta tem ranhaduras verticais e horizontais, 1/4
do comprimento, o restante tem ranhaduras longitudinais. Ela é robusta. Cremaleira,
dá os três estalos.

Pinça de Crile: é mais robusta que a Rochester e as ranhaduras são idênticas as da


Halsted. A Halsted usa para fechar vasos.

Em castração usa pinça para vaso de maior diâmetro como a Kelly. A de Crile e
Rochester são usadas para animais maiores.

As pontas das pinças ficam sempre voltadas para o instrumentador, pois ele entrega ao
cirurgião segurando pelas pontas.

3º Quadrante

É chamado de Síntese. Seus componentes são utilizados para fechar tecidos.

Pinça dente-de-rato: usada para tecido grosseiro como aponeurose (membrana


fibrosa que reveste os músculos e o crânio por baixo do couro cabeludo).

Porta-agulhas com anéis voltados para baixo.

4º Quadrante

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É chamado de Especiais. Seus componentes são utilizados para fixar os campo,
fenestrados ou não, à derme do paciente; dar maior visibilidade no campo cirúrgico.

Aula 4
Auxilio ao Parto e cuidados com neonato
O atendimento obstétrico a cadelas para diagnóstico de gestação, gestantes ou em
distocia é bastante freqüente por parte do clínico veterinário de animais de
companhia. Desta forma, faz-se necessário o conhecimento sobre gestação e parto
nesta espécie.

Para que ocorra a gestação, é necessário que haja cópula ou inseminação artificial (IA),
fecundação dos ovócitos, implantação e desenvolvimento embrionário.

IMPORTANTE:

- O início da vida reprodutiva da cadela ocorre em média em torno dos 06 (seis) meses
de idade.

- Dependendo da idade que a cadela entra no cio, o primeiro cruzamento poderá ser
realizado a partir do segundo ou terceiro cio. Esse procedimento irá evitar problemas
de gestação e no parto.

- Os cuidados com a fêmea tem início antes do cio, com a atualização da vermifugação
e vacinação. A escolha do macho deve seguir critérios: boa saúde geral, tamanho
compatível com a fêmea, ausência de parentesco entre eles e não ser portador de
nenhuma doença /anomalia hereditária, para garantir filhotes sadios e bem formados.

Pré-natal

O pré-natal em cadelas é muito importante, pois através dele podemos calcular a data
do parto, saber o número de filhotes, se o tamanho deles permite um parto natural ou
se uma cesariana pré programada será necessária.

Assim que ocorre a cópula, deve-se confirmar a gestação. Dentre os métodos para o
diagnóstico da gestação inclui-se a palpação abdominal, os exames radiográfico e
ultra-sonográfico e a dosagem plasmática de relaxina.

Palpação abdominal – realizada por volta do 25º dias de gestação - com a cadela em
estação (posição quadrupedal) ou em decúbito lateral, pode-se sentir individualmente
as vesículas embrionárias, com aproximadamente 1cm de diâmetro. Entre os dias 35 e
45, as vesículas embrionárias alongam-se e pode ser difícil a individualização. O
diagnóstico de gestação pode ser difícil em cadelas grandes, em cadelas com abdômen
tenso ou quando há apenas um ou poucos fetos e, principalmente, se localizados na
região cranial do útero. O diagnóstico de gestação por palpação abdominal está

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sempre indicado, por ser um método precoce, seguro e não oneroso, porém requer
habilidade do profissional.

RX - A partir de aproximadamente 45 dias, já é possível o diagnóstico radiográfico da


gestação, pois a calcificação óssea fetal ocorre no período de 44 a 47 dias após o pico
de LH em cadelas ou 42 a 52 dias após a primeira cópula. Entretanto, é sempre
necessário considerar a exposição fetal à radiação X. Assim, sugere-se evitar a
realização de radiografias desnecessárias em fêmeas gestantes.

Ultrasom - Vesículas embrionárias podem ser detectadas ao exame ultra-sonográfico


entre os dias 17 a 19 da gestação, e batimentos cardíacos fetais são detectados entre
os dias 24 e 25. A ultra-sonografia deve sempre ser considerada no diagnóstico de
gestação, por ser mais precoce que o exame radiográfico, e por não ser prejudicial aos
fetos.

Testes de dosagem plasmática de relaxina - podem detectar gestação tão cedo


quanto 21 dias após a cópula em cadelas, por ser a relaxina um hormônio sintetizado
pela placenta. O aumento de sua concentração inicia-se entre os dias 20 e 30 da
gestação, com o pico ocorrendo entre os dias 40 e 50.

Cuidados no parto

O parto tem que ser acompanhado por alguns cuidados que são essenciais.
Alguns dias antes do parto poderá haver diminuição do apetite, podendo até não
comer nada nas últimas 24 horas que antecedem o parto. A parturiente irá procurar
lugares para fazer o seu ninho. A mãezinha deve estar em um lugar seguro, longe de
correntes de ar, limpo, sem a interferência de outros cães, crianças e pessoas
estranhas, forre o local com jornal ou lençóis limpos.
Quando se inicia o nascimento, a
fêmea começa a ter contrações
abdominais, o filhote começa a ser
expulso e a primeira parte a ser vista
é a bolsa amniótica (bolsa de água),
com um pouco de líquido. Em
seguida, a cadela inicia a retirada da
placenta, que recobre o filhote e
começa a lambê-lo; este ato promove
a estimulação deste, além de secá-lo.
O primeiro filhote geralmente nasce
entre 20 e 30 minutos após o início das contrações e os nascimentos subseqüentes
podem variar de até duas a três horas, podendo chegar até a seis horas nos últimos
filhotes.
Geralmente em cadelas de raças grandes a expulsão do filhote acontece com
facilidade, já em cadelas de raças pequenas pode ser necessário a sua ajuda.

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Normalmente a mãe lambe e rompe a bolsa em que o filhote está envolvido e corta o
cordão umbilical. A mãe irá comer a placenta e todos os anexos que acompanham, isto
é importante para fortalece-la além de ajudar nas contrações dos próximos filhotes e
descida do leite. Se isso não acontecer, coloque-os para ingerir o colostro.
Principais complicações que podem ocorrer no parto
Distocia - É quando os filhotes não conseguem sair sem ajuda pelo canal do parto
devido à sua posição ou algum tipo de obstrução. Trata-se de distocia primária quando
é o próprio filhote que está virado e mal posicionado para poder ser expulso
corretamente. Em contrapartida, falamos de distocia secundária quando o
impedimento é provocado por outra coisa que não o filhote, por exemplo uma
obstrução intestinal que reduz muito o espaço do conduto do parto.
O filhote fica preso - Pode acontecer devido à posição do cachorro que está nascendo
no momento do parto ou porque o tamanho da sua cabeça é demasiado grande para o
canal do parto da cadela. O filhote fique preso e não consegue sair sem a ajuda dos
donos ou do veterinário. É importante que não tente tirar o filhote puxando-o com
força pois isso, apenas provocará uma grande dor à cadela e a morte do filhote.
Raças braquicéfalas - Estas raças como os Buldogues, têm muitos problemas
respiratórios e cardíacos. Por isso, é muito comum que as cadelas não possam levar a
cabo o parto sozinhas. Podem não conseguir realizar o esforço de forma normal devido
às insuficiências que sofrem. Nessa raça, pode acontecer do filhote ficar preso no canal
do parto devido ao tamanho da cabeça. Para evitar qualquer complicação, é muito
recomendável que em raças assim, seja planejada parto cesáreo.
Problemas para tirar o filhote da bolsa amniótica e cortar o cordão umbilical - É
possível que se a cadela que está dando a luz é inexperiente ou está extremamente
esgotada ou doente, tenha dificuldade para acabar de extrair os filhotes da sua bolsa e
para cortar o cordão. Neste caso deverá fazê-lo você ou o veterinário, pois deve ser
algo rápido, uma vez que o pequeno esteja fora da sua mãe.
Um filhote não começa a respirar - Neste caso devemos agir com calma e eficazmente.
Devemos reanimar o filhote recém nascido para o ajudar a respirar pela primeira vez.
Síndrome de reperfusão - Ocorre quando um filhote acaba de sair e a mãe tem uma
hemorragia excessiva. Não é uma das complicações mais comuns, mas se ocorrer é
altamente perigoso para a cadela, uma vez que perde muito sangue no momento.
Ruptura do útero - Não é o mais comum, mas se ocorrer coloca em risco a vida da
cadela e a dos filhotes. Pode acontecer que o peso dos filhotes seja excessivo para a
mãe. Se for o caso, apesar de não haver ruptura do útero, também poderia haver
complicações uma vez que a mãe não poderia expulsar bem os filhotes por serem
demasiado grandes.
Problemas na cesárea e pós-operatório - Como em qualquer cirurgia com anestesia,
existem riscos para a saúde do paciente. Não é habitual mas podem haver infecções,
complicações com a anestesia e hemorragias. Após a cesárea pode haver algum

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problema com a recuperação, mas se a cadela estava bem de saúde antes do parto e
não houve complicações durante a cesárea, a recuperação não tende a ser complicada.
Doenças anteriores ao parto - Se a cadela já estiver doente antes do parto,
provavelmente estará fraca e fica difícil parir sozinha. Além disso, podem ocorrer
complicações durante o parto se a mãe já está doente há um tempo. Se este for o
caso, o melhor é que o parto ocorra na clínica veterinário com tudo muito bem
controlado.
Manejo pós-parto

Exame Físico - Dentro de 48 horas após o parto, a mãe e os filhotes devem ser
examinados por um veterinário.
Dieta - Geralmente uma suplementação especial não é necessária, mas a mãe
precisará aproximadamente de duas vezes mais alimento do que o normal. É indicado
ração de filhote a partir do final da gestação até o final da amamentação.
Líquidos - Fornecer água limpa e fresca a todo momento.
Atividade - Normalmente a mãe irá passar a maior parte das três primeiras semanas
com seus filhotes. Permitir o quanto de exercício ela desejar.
Movimentos intestinais - Devido ao consumo de alimentos aumentado e o útero
dilatado, a cadela pode ter que fazer suas necessidades mais frequentemente. As fezes
podem ser pastosas nos primeiros dias. Se ocorrer diarreia ou esforço ao defecar,
procurar o veterinário.
Cuidados com a glândula mamária - Verificar os mamilos diariamente e limpar com
água morna se houver acúmulo de leite seco. Informar ao veterinário sobre qualquer
descoloração da pele, inchaço, sensibilidade ou ferida. Providenciar o corte das unhas
dos filhotes se eles começarem a arranhar as glândulas mamárias.
Secreção vaginal - Uma secreção vaginal avermelhada a esverdeada com coágulo de
sangue é normal nos primeiros dias. Isso pode ocorrer intermitentemente por várias
semanas, diminuindo em volume e a coloração, tornando-se gradativamente
transparente.

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Comportamento - Se a cadela, no período de amamentação, parecer nervosa, inquieta
ou desconfortável, recusar a amamentar os filhotes ou se alimentar, procurar
veterinário.
Efeitos gerais - Normalmente a mãe sofre grande perda de pelo durante o período de
amamentação. Escove-a regularmente e procurar o veterinário se qualquer área sem
pelo aparecer. Uma pequena perda de peso é normal, se a mãe parecer
exageradamente magra, consultar um veterinário
Estro (cio) - A prenhez não deve ter nenhum efeito sobre o próximo cio. Este período
pode ocorrer dentro de 4 a 6 meses após o nascimento dos filhotes.
Castração (ovariohisterectomia) - Se desejar a esterilização cirúrgica para o animal,
uma consulta deve ser marcada após os filhotes desmamados e a produção de leite
cessada, mas antes do próximo cio.
Alimentação do neonato

Após o nascimento, durante as primeiras 24 ou, no máximo, 36 horas, tanto o cão


como o gato recém-nascidos necessitam ingerir o colostro.
O colostro é um tipo especial de leite produzido pela mãe logo após o parto, que, além
de nutrir e hidratar, proporciona imunidade e resistência contra doenças aos filhotes
recém- nascidos. A mãe deve incentivar os filhotes a mamar assim que nascem; se isso
não ocorrer, uma pessoa deve fazer esse papel e colocar cada filhote próximo às
mamas, encorajando-os a mamar. De qualquer forma, é muito importante monitorar o
consumo de colostro pois filhotes que não o ingerem têm poucas chances de vida.
O colostro produzido vai, gradativamente, mudando sua composição, até transformar-
se em leite. O leite da mãe possui proteínas, gorduras, carboidratos, vitaminas e
minerais suficientes para nutrir o neonato. Se, por algum motivo, a mãe não puder
amamentar ou tiver pouco leite, ou, ainda, no caso de órfãos, é necessário fornecer
aos filhotes um substituto comercial do leite, até começarem a ingerir alimentos
sólidos ou semi-sólidos.
Não se deve dar somente leite de vaca aos neonatos, pois a composição do leite varia
conforme a espécie animal e essa dieta pode gerar deficiências nutricionais graves. Os
leites de cadela e gata possuem mais que o dobro de proteínas, gorduras e energia que
o leite de vaca. Oferecer amido, açúcar ou mel aos filhotes resulta em diarréia e não
aproveitamento dos nutrientes, pois os neonatos são incapazes de digerir esse tipo de
alimento, já que não possuem enzimas para isto.
O leite substituto deve estar em temperatura morna e ser fornecido através de uma
pequena mamadeira. Durante o aleitamento artificial, os filhotes precisam ser
mantidos em uma posição vertical, com a barriga para baixo e a cabeça ligeiramente
inclinada para frente e para cima, com cuidado ao fornecer o alimento para não
ocorrer ingestão de ar. Quando o filhote já estiver rejeitando o leite fornecido, significa
que seu estomago já está cheio e não se deve forçar sua ingestão. Os neonatos devem
receber, no mínimo, seis refeições diárias.

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Receita caseira de leite materno para filhote – cão

- 4 gemas de ovo
- 600 ml de leite integral
- 3 colheres de sopa de creme de leite
- 100 ml de água
- 40 ml de glicopan

Receitas de Leite caseiro para filhote de


gato sem mamãe:
- 1 copo de leite integral
- 1 copo de água fervida, filtrada ou mineral
- 2 colheres de sopa de creme de leite
- 1 gema de ovo cozida e amassada com o garfo,
sem a clara porque clara faz mal para o bebê
gatinho.
-1 colher de chá de mel
Outra opção para cães e gatos
- 3 medidas de leite Nan para uma xícara de
cafezinho com água mineral;
- Um pouco de leite condensado para adoçar
(Deve ser bem consistente).
Vacinação e Vermifugação

Vacinação
A vacinação é de suma importância para o desenvolvimento de células de defesa do
organismo contra agentes patogênicos; é uma prevenção e não um tratamento.
Acompanhe abaixo o protocolo vacinal de cães e gatos.
Vacinação em cães

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*protege o animal contra parvovirose, cinomose, hepatite, 4 tipos de leptospirose,
coronavirose, parainfluenza e laringotraqueíte
Vacinação em gatos
As vacinas para gatos são algo de extrema necessidade para que a saúde e o bem-estar
dos bichanos possam ser constantes, e quem deseja ter um felino como parte da
família, deve estar ciente da importância que essa imunização tem na vida dos
animais. Levando em conta que o sistema imunológico dos gatos filhotes ainda não é
completamente desenvolvido, esse cuidado se torna ainda mais preciso na primeira
fase da vida dos bichanos, que podem garantir sua proteção contra problemas graves
na saúde dos felinos.
Imunizando os gatos de doenças como Panleucopenia, Rinotraqueíte, Calicivirose, e
Clamidiose, a vacina quádrupla – conhecida como V4 – é, na maioria das vezes, a
escolha de quem busca a proteção de seus novos gatinhos. Entretanto, o mercado
conta, ainda, com a versão V3 para as vacinas para gatos, sendo que a diferença entre
elas está na quantidade de antígenos presentes na sua formulação.

*rinotraqueite, calicivirose, panleucopenia e leucemia felina, clamidiose

Vermifugação em cães e gatos

Muitos parasitas que acometem os animais são zoonóticos, ou seja, causam


enfermidadades nos seres humanos, por isso devemos sempre vermifugar nossos
animais, para que mantenhamos a saúde dos nossos cães e a nossa também.
Cães filhotes: 1ª dose aos 15 dias de vida, com reforço após 15 dias. Após este
esquema, a vermifugação é mensal, até o sexto mês de vida. Em animais adultos, a
vermifugação deve ocorrer de 4 em 4 meses.

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Cadelas prenhes: devem ser vermifugadas antes da cobertura, depois a partir de 45
dias de gestação. Posteriormente deve ser tratata simultaneamente com os filhotes,
no 14º a 15º dia pós-parto.
IMPORTANTE: Durante a formação do feto até os 45 dias, não é aconselhável
administrar vermífugo para a cadela, pois pode atrapalhar na formação do feto.

Primeiros Socorros

Muitas vezes existem situações em que se faz necessário o socorro imediato do animal
até que seja realizado o atendimento veterinário.
Seja qual for o caso, manter a calma é essencial.
As ocorrências graves em animais dividem-se em dois grupos:

Emergência
Requer medidas imediatas. EX: hemorragia, parada
cardíaca e ou respiratória, atropelamentos,
envenenamentos, afogamentos, choques elétricos, etc.

Urgência
Ocorrência de menor gravidade mas, que precisa de
socorro a tempo para que o animal não tenha
complicações mais graves. EX: vômito ou diarreia
intensos, piometra (infecção uterina), ausência de urina
por mais de 24 horas, convulsões, etc.
Caso você se depare com um caso de emergência, é essencial que avalie o estado geral
do cão e ou gato para focar no problema que é mais evidente.
Cães acidentados é imprescindível utilizar focinheira ou improvisar uma mordaça. No
caso de gatos, eles podem ficar extremamente ariscos assim sendo, para diminuir o
estresse utilize focinheira para gatos ou uma toalha.
Serão descritos abaixo o passo a passo de como agir em casos de intervenção rápida.
1º) Utilize luvas no caso de sangramento
2º) Observe se o animal está respirando ou se há batimentos cardíacos. Na ausência
inicie a massagem cardíaca ou respiração artificial.

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3º) Verifique a cor das gengivas e mucosa ocular. Se estiverem com coloração
arroxeada é sinal que os pulmões não estão com bom funcionamento. Mucosa pálida
significa que o animal pode estar com hemorragia interna.
4º) Verifique o estado de hidratação.
5º) Observe a boca: - note se há presença de sangue. - puxe a língua do animal (use um
pedaço de gaze para não escorregar). Verifique se existe algum objeto obstruindo a
garganta, como: brinquedo, pedaço de osso e outros. - observe se todos os dentes
estão firmes e inteiros.
6º) Analise os olhos do animal para saber se há lesão nas pálpebras ou perfurações no
globo ocular. Se tiver uma pequena lanterna, note se as pupilas dele reagem à luz
contraindo-se (reflexo pupilar). Toque nos cílios para verificar se há reação de piscar
(reflexo palpebral). Se este último estiver ausente, o animal pode estar morto.
7º) Avalie o focinho, observando se há líquidos, espuma ou sangue.
8º) Apalpe o abdômen para verificar se ele está flácido, contraído demais e se há dor à
palpação.
9º) Verifique o restante do corpo para constatar possíveis ferimentos, cortes, fraturas
ou inchaços.
Após o exame geral, inicie o socorro pelo problema que comprometa a vida do animal:
parada cardíaca, parada respiratória e hemorragias são os principais.

Caixa de primeiros socorros

Material básico:
- Compressas de gaze (2 a 4 embalagens) -proteção e
limpeza do ferimento.
- Rolos de atadura/faixa crepe (2 rolos de tamanho
médio): para fixar curativos e talas. Pode ser usada
para amordaçar o cão.
- Esparadrapo micropore (1 rolo médio): para fixar a
faixa crepe em curativos ou imobilizar as patas de
gatos que arranham.
- Tesoura pequena com ponta arredondada: para cortar pelos e faixa crepe.
- Antisséptico (Líquido de Dakin, Água oxigenada 10 vol. ou Iodo Povidine): para
desinfetar ferimentos, cortes e outras lesões da pele.
- Soro fisiológico: para limpar ferimentos e queimaduras.
- Pomada antibiótica: para evitar infecções em cortes e feridas.
- Luvas (1 par): para proteger as mãos de quem irá socorrer o cão.

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- Seringa de 10 ml: para irrigar ferimentos com antissépticos e aspirar secreções.
- Termômetro: para avaliar a temperatura retal.
- Pinça: para remover espinhos e larvas da pele ou objetos estranhos da garganta.
- Álcool antisséptico (1 frasco pequeno): para desinfetar as mãos de quem irá socorrer
o animal e materiais metálicos (pinça e tesoura).
- Focinheira de nylon (opcional): para evitar mordidas.
- Lanterna pequena (opcional): para observar cavidades e avaliar o reflexo da pupila.

Estado de choque

Significa um deficiente suprimento de sangue para os órgãos vitais, uma condição que
pode ser fatal.
Sintomas:
- temperatura do corpo baixa, principalmente nas extremidades (patas e orelhas) -
batimentos cardíacos acelerados - respiração acelerada - pode ou não haver perda da
consciência - gengivas muito pálidas - pupilas dilatadas.
O animal pode entrar em estado de choque em casos de hemorragia grave,
atropelamento, envenenamento, choque elétrico intenso, desidratação severa,
queimaduras graves e outras situações de emergência.
Essa é uma condição muito grave e requer atendimento imediato. É importante
realizar algumas manobras para minimizar as consequências do choque, a principal
delas, a falta de suprimento sanguíneo no cérebro. Isso pode deixar sequelas
neurológicas no animal.
Por esse motivo, o animal em estado de choque deve ser encaminhado a uma clínica
veterinária o mais depressa possível, para que receba o tratamento necessário.
Você vai precisar de: Cobertor, gaze, termômetro e bolsa térmica aquecida.
O que fazer:
- Mantenha o animal deitado de lado.
- Posicione a cabeça e região do tronco mais baixos do que a parte traseira do corpo.
Isso garantirá que o sangue chegue ao cérebro e coração.
- Aqueça o animal: enrole-o em um cobertor e coloque uma bolsa térmica ou garrafa
com água quente próxima a ele, se for possível. Controle a temperatura com o
termômetro.
- Usando um pedaço de gaze, coloque a língua do cão para fora, de um dos lados da
boca, para garantir que a respiração não seja obstruída.
- Estanque qualquer hemorragia.

80
-Transporte ou movimente o animal delicadamente para evitar traumatismos maiores
e dores. Se possível, improvise uma maca com um cobertor ou toalha grande.
- Procure auxílio veterinário o mais rápido possível. Para isso, tenha sempre à mão o
telefone e endereço do hospital veterinário 24hs mais próximo de sua localidade, ou
clínica veterinária bem equipada para atender emergências.

Parada Cardíaca

Durante a parada cardíaca, o coração cessa de bombear sangue para o restante do


organismo. Ela pode ocorrer isoladamente ou acompanhada de parada respiratória.
Quando ocorre: Em animais que receberam forte choque ao morder fios elétricos,
após atropelamentos, quedas, afogamentos ou traumatismos graves. Cães e gatos
cardíacos submetidos a estresse ou exercícios intensos podem sofrer parada cardíaca.
Sinais: Colocando a mão sobre o lado esquerdo do peito do animal, não há evidência
de batimentos cardíacos. O coração é o órgão responsável pela circulação do sangue
que irá nutrir as células e promover a oxigenação dos tecidos. Quando ele para de
exercer essa função, as consequências são graves. O local mais rapidamente afetado é
o cérebro. Se o tecido cerebral permanecer mais do que dois minutos sem oxigênio,
lesões irreversíveis nas células nervosas poderão ocorrer. A reanimação cardíaca deve
ser feita imediatamente, assim que se for detectada a ausência dos batimentos do
coração.
Você vai precisar de: Nenhum equipamento.
O que fazer:
- mantenha o animal deitado do lado direto.
- inicie a massagem no coração o mais depressa possível.

Massagem cardíaca

- Coloque as duas mãos sobre o coração do


animal.
- Faça pressão firme e rápida sobre a região e
solte, como se estivesse bombeando. Você deve
pressionar rápido e soltar, uma vez por segundo.
- No caso de cães muito pequenos ou gatos, use as
pontas dos dedos para pressionar o coração.
- Massageie por 30 segundos (30 pressões) e observe se os batimentos cardíacos
voltam.
- Continue realizando esse procedimento a caminho do veterinário se o coração não
voltar a bater.

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- Se você já realizou a massagem cardíaca por mais de 30 minutos, mas sem sucesso,
dificilmente o animal sobreviverá.

Parada respiratória

Durante a parada respiratória, o pulmão deixa de realizar trocas gasosas. Não há


inspiração nem expiração. Ela pode ocorrer isoladamente ou acompanhada de parada
cardíaca.
Você vai precisar de: Lenço ou qualquer pedaço de tecido fino.
O que fazer:
- Mantenha o animal deitado do lado direto. - observe se há alguma obstrução na
garganta, causada por sangue ou objetos. No caso de líquidos, tente aspirar com uma
seringa. Não tente tirar objetos da garganta. Pressione fortemente as costelas do
animal para que o objeto seja expulso. - inicie a respiração artificial imediatamente.
Respiração artificial:
- Feche a boca do cão/gato e a mantenha
fechada.
- Cubra o focinho com um lenço ou pedaço de
pano para evitar o contato direto com as
narinas do animal.
- Eleve a cabeça do cão/gato e encoste sua
boca no focinho dele. Sopre para dentro das
narinas até sentir que o peito do animal se
eleva.
- Em seguida, deite a cabeça dele e pressione
as costelas delicadamente para que o ar saia.
- Em 1 minuto, repita o procedimento de 8 a 10 vezes. Verifique se o animal volta a
respirar.
- Continue a respiração artificial, caso ele ainda não esteja respirando sozinho.

Hemorragias

É toda perda de sangue que o organismo pode sofrer, seja ela rápida (aguda) ou de
forma lenta e gradativa (crônica), grave ou não.
Dependendo da quantidade de sangue perdido poderá ocorrer anemia. O animal
anêmico apresenta letargia, falta de disposição, diminuição ou perda de apetite,
respiração acelerada e mucosas muito pálidas (gengivas e parte interna das pálpebras).

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No caso de perda de grande volume de sangue em pouco tempo, existe o risco de
parada cardíaca. Isso acontece porque não há sangue sufi ciente dentro das câmaras
do coração para esse órgão “bombear”.
- Hemorragia externa: são fáceis de detectar, pois você visualiza a perda de sangue.
Ela é provocada por cortes profundos, perfurações ou brigas entre animais.
Hemorragias superficiais ocorrem quando pequenos vasos que irrigam a pele são
rompidos e a perda de sangue é considerável, mas nunca fatal. Um exemplo é o
sangramento causado por escoriação, pequeno corte ou outro ferimento na pele. Se
um vaso sanguíneo for rompido (veia ou artéria), a hemorragia pode ser grave e deve
ser estancada imediatamente. Os vasos atingidos mais facilmente localizam-se nas
patas, cauda, orelhas e pescoço.
Você vai precisar de: Compressas de gaze, faixa crepe, esparadrapo, antisséptico e
pomada antibiótica.
O que fazer:
- Aplique um pano limpo ou compressas de gaze
sobre o local e pressione por alguns minutos.
Mantenha a pressão até o sangramento parar.
- Coloque compressas de gaze sobre o ferimento e
proteja com a faixa crepe, se o local permitir. Fixe
com esparadrapo. Nunca deixe a lesão aberta para
evitar o acesso de moscas ao ferimento.
- Leve o animal ao veterinário para desinfecção e
sutura do corte. Se isso não for possível
imediatamente, limpe o ferimento com água oxigenada, líquido de Dakin ou iodo
povidine. Aplique pomada antibiótica.
- Se um vaso sanguíneo for atingido, o sangramento não irá parar facilmente.
Mantenha a pressão sobre a região até chegar ao veterinário.
- Nas patas e cauda, você pode aplicar um torniquete se o sangramento for severo.
Com um pedaço de faixa crepe ou cadarço de sapato, amarre o membro um pouco
acima da região do sangramento. Afrouxe a cada 5 minutos e depois volte a apertar.
A hemorragia grave pode ser fatal, por isso, ela precisa ser interrompida o mais
depressa possível e o volume de líquido perdido pelo organismo, reposto.

Hemorragia interna

Esse tipo de hemorragia é difícil de detectar,


porque não podemos visualizar o sangue,
nem ter certeza se há sangramento interno.
Após a queda de um lugar muito alto,
pancada no abdômen ou tórax,

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atropelamento ou outro acidente, o animal poderá perder sangue resultado do
rompimento de um órgão ou vaso sanguíneo.
Sinais: queda de temperatura, palidez nas mucosas (gengivas e parte interna das
pálpebras) e fraqueza. Pode haver perda de consciência e dor abdominal.
A temperatura dos cães e gatos varia de 38ºC a 39ºC. No caso de hipotermia
(temperatura baixa), os valores serão inferiores a 37ºC.
O aparecimento de sangue na urina, fezes ou vômito, não significa hemorragia interna.
Quando ele aparece em pequenas quantidades ou com aspecto de rajadas, a causa da
perda de sangue precisa ser investigada, mas não deve causar desespero.
Grandes quantidades de sangue eliminadas pelas fezes e vômito podem ter como
causa envenenamento por “chumbinho” (veneno para ratos) ou ingestão de iscas com
vidro triturado, ambos usados criminosamente para matar animais.
Você vai precisar de: Cobertor, termômetro e bolsa térmica aquecida.
O que fazer:
- Caso haja um acidente, atropelamento ou queda, meça a temperatura retal do
animal com o termômetro. Repita a cada 30 minutos e observe se ela está caindo.
- Se o animal estiver agressivo, coloque a focinheira ou faça uma mordaça com um
pedaço de faixa crepe ou cadarço de sapato antes de qualquer procedimento.
- Manipule o cão/gato com cuidado, evitando movimentos bruscos.
- Se a temperatura estiver baixa (inferior a 37,5º C) ou começar a diminuir, enrole o
animal num cobertor e coloque uma fonte de calor próxima a ele. Use bolsa térmica
aquecida ou improvise enchendo uma garrafa com água quente.
Mantenha o animal aquecido e encaminhe-o para o veterinário imediatamente.
- Transporte-o na posição deitada, sempre com a cabeça mais baixa em relação ao
corpo.

Ferimentos e cortes profundos

Podem ser causados por brigas, cacos de


vidro, cercas de arame farpado e outros
objetos cortantes.
A pele é irrigada por pequenos vasos
sanguíneos e as lesões causam
sangramento considerável. Não se apavore
com o sangue, ele pode ser controlado
facilmente.
Os cortes devem ser suturados em até seis
horas após a lesão. Quando suturamos um

84
corte exposto por muito tempo, é grande a chance de ocorrer infecção local. Por esse
motivo, leve o animal ao veterinário assim que possível.
Caso não seja viável chegar ao veterinário a tempo de fechar o ferimento com pontos,
mantenha-o limpo e protegido.
Moscas podem depositar ovos em feridas abertas e suas larvas irão se desenvolver
dentro da pele.
Se você estiver no campo (sítio ou fazenda) ou mesmo na cidade, e perceber insetos
pousando no ferimento, use repelente de uso veterinário ao redor da ferida, duas
vezes ao dia.
Os cortes não suturados e ferimentos cujos pontos se romperam irão cicatrizar,
porém, lentamente. A desvantagem da cicatrização sem pontos é que a cicatriz será
maior e há risco considerável de miíase (larvas de moscas) no local.
Os curativos deverão ser diários e a lesão protegida de moscas e sujeira.
Você vai precisar de: Compressas de gaze, faixa crepe, esparadrapo, antisséptico,
pomada antibiótica e tesoura.
O que fazer:
- Se houver hemorragia estanque-a pressionando o local com compressas de gaze ou
pano limpo. Orelhas e patas costumam sangrar bastante e por longo tempo.
- Certifique-se que nenhum vaso tenha sido atingido. Se houver muito sangramento e
você não conseguir estancá-lo facilmente, alguma veia ou artéria foi lesada.
- Após controlar o sangue, corte os pelos em volta do ferimento, se a pelagem for
longa e o animal permitir.
- Limpe bem o local com soro fisiológico. Em seguida, aplique antisséptico nas bordas e
dentro do corte ou ferida. Seque o ferimento com gaze e aplique pomada antibiótica.
- Proteja o corte das moscas cobrindo a lesão com gaze ou pano limpo. Esparadrapo
direto na pele não é bem suportado pelos animais. Use faixa crepe para fixar a gaze.

Queimaduras

As queimaduras são classificadas de acordo


com a gravidade da lesão. São causadas por
agentes térmicos (água ou superfícies quentes
e fogo), químicos (ácidos e substâncias
cáusticas) ou elétricos (corrente elétrica).
Queimadura de 1o. grau: lesão superficial que
cicatriza, em média, após 10 dias.
Queimadura 2o. grau: lesão mais profunda
que a anterior. Há perda dos pelos e formação

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de vesículas (bolhas). A pele cicatriza em 15 dias.
Queimadura 3o. grau: lesão grave na qual toda a espessura da pele é destruída. É um
processo muito doloroso e de cicatrização lenta.
Casos comuns de queimaduras: - Animais que comem comida caseira muito quente
podem ter queimaduras de grau leve na boca e lábios. - Acidentes envolvendo água
fervendo derramada sobre os animais resultam em queimaduras de 3º. grau. - Animais
que lambem ou ingerem substâncias cáusticas presentes em produtos de limpeza
podem queimar a boca e esôfago. - Choques elétricos podem resultar em queimaduras
na boca e língua. - Queimaduras de sol podem ocorrer em animais de pele e focinho
despigmentados (róseos).
Você vai precisar de: Soro fisiológico frio e pomada antibiótica.
O que fazer:
- Queimaduras de 1o. e 2. graus devem ser tratadas com pomada antibiótica.
- Não use produtos como creme dental sobre a área lesada.
- Lave o local com soro fisiológico frio (ou água mineral) por alguns minutos e aplique
uma camada espessa de pomada antibiótica. Reaplique o medicamento diariamente.
- Não faça curativo fechado. Se for preciso, aplique uma compressa de gaze sobre a
pomada para proteger a lesão.
- Use colar de contenção para que o animal não lamba e remova a pomada da pele.
- Se a queimadura for de 3o. grau, todo o procedimento deve ser feito com o animal
sedado. Aplique soro fisiológico gelado sobre a pele queimada e leve a vítima ao
veterinário. A dor é muito intensa nesses casos.
- Animais com queimaduras extensas podem entrar em estado de choque. Se mais de
50% do corpo for atingido, há risco de morte.
- Caso ocorra queimadura solar, evite que o animal se exponha ao sol e proteja o local
com filtro solar.

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