Reflexão da luz:

Espelhos planos e esféricos

Professora: Ana Paula Perdigão Praxedes
 Introdução
Reflexão é o fenômeno que consiste no fato de a luz voltar a se propagar
no meio de origem após incidir na superfície de separação de um meio
com o outro.

Legenda
RI- Raio incidente
S- Superfície polida e refletora que separa os dois meios, A e B
N- reta normal a superfície S
RR- Raio refletido
i- ângulo de incidência – ângulo entre a normal e o raio de incidência
r- ângulo de reflexão – ângulo entre a normal e o raio refletido.
 Introdução
A luz incidindo sobre uma superfície S que separa dois meios, que
podem ser transparentes, translúcidos ou opacos, podendo sofrer um ou
mais fenômenos:
a) Reflexão regular b) Reflexão difusa
A Luz incidente é totalmente refletida na
superfície.
 Introdução
A reflexão regular é predominante quando o meio 2 é opaco e o 1 é
polido.

Formas dos espelhos: Planos, parabólicos ou esféricos (côncavo e

convexo).
Espelho: Toda superfície (em geral metálica, com prata ou alumínio)
polida que forma imagens por reflexão regular e tem alto poder
refletor.
Espelhos planos
 Leis da reflexão
O raio refletido, a normal e o raio
incidente estão situados no
mesmo plano (coplanares).

O ângulo de reflexão i é igual ao

de incidência r, ou seja: r = i.
 Leis da reflexão
Um raio de luz incide num espelho plano, formando sobre a
superfície um ângulo de 40⁰. Qual é o correspondente ângulo de
reflexão?

Sendo N normal a superfície do espelho, temos:

i+40⁰=90⁰ → i=50⁰
r=i → r=50⁰
 Leis da reflexão
No esquema, o observador deseja visar a imagem da árvore por
meio do espelho plano AB deitado sobre o solo. Qual deve ser o
menor comprimento x do espelho para o observador veja a
imagem completa da árvore, isto é, do topo até o pé?
 Leis da reflexão

Por semelhança de triângulos, temos:

x 6
= → x=3⋅(4−x)
4−x 2
x=12−3x → 4x=12
x=3m
 Formação de imagens – corpo extenso

- Nos espelhos planos, o objeto e a imagem tem sempre naturezas

opostas, um será real e o outro virtual.
- A imagem é sempre simétrica do objeto com relação ao espelho, ou
seja, a imagem e o objeto estão a mesma distância x do espelho.
- O tamanho da imagem é igual ao do objeto, h.
- Quando nos aproximamos do espelho, temos a impressão que o
tamanho do objeto aumenta. Isso ocorre pois o ângulo visual de
observação aumenta.
 Formação de imagens – corpo extenso

Nos espelhos planos o objeto é real e a imagem é direita, virtual e do

mesmo tamanho, simetricamente posicionada ao objeto em relação ao
espelho.
 Formação de imagens – Ponto objeto

Na figura acima vemos o olho de um observador, que enxerga uma imagem A'. Veja
que a imagem está a mesma distância do objeto, mesmo que o observador olhe de
posições distintas no campo de visão. A imagem advém do prolongamento dos raios
refletidos. Além disso, em b) vemos que o ângulo de incidência é igual ao refletido.

Acima vemos os diferentes tipos de imagens possíveis (virtual, real e imprópria). No

espelho plano, a imagem é sempre virtual.
Formação de imagens
- A imagem e o objeto não se superpõem.
Quando a imagem fornecida de um
espelho é contrária ao objeto, dizemos
q u e a i m a g e m é enatiomorfa. Se
colocarmos a mão esquerda em frente ao
espelho, veremos a mão direita.

É exatamente por i sso, que na s

ambulâncias, o nome ambulância é
escrito ao contrário. Quando um motorista
a frente da ambulância olhar no
retrovisor, ele verá o nome escrito da
maneira correta, devido a reflexão.
 Formação de imagens

A tirinha acima mostra um exemplo de enantiomorfismo. Garfield desconhece

esta propriedade do espelho, e espera que sua imagem seja idêntica a ele, mas
ele a enxerga de maneira “contrária”, e assim conclui que o espelho está com
defeito. Se ele soubesse Física, não cometeria este erro.
 Formação de imagens

A tirinha acima mostra um exemplo de uso do periscópio, que é um instrumento

que permite um observador ver objetos que se encontram fora do campo visual.
Ele tem dois espelhos planos paralelos, inclinados a 45o em relação ao eixo de
um tubo opaco com abertura nos extremos.
 Teleprompt

Nos telejornais, os apresentadores usam o teleprompt para ler as informações. Este é uma
lâmina de vidro transparente, plana e retangular parcialmente espelhada em uma das faces e
é colocada em frente à lente de uma câmera. Uma câmera secundária capta o texto e o
transfere para um monitor de TV colocado a 45 0 em relação à lâmina. A luz que sai do
monitor atinge a lâmina sendo refletida para o apresentador, que consegue assim ler o texto.
Como a lâmina é parcialmente transparente, ela ainda permite a passagem de luz difundida
pelo apresentador, que atinge a câmara.
 Leis da reflexão
Sentado na cadeira de uma barbearia, O rapaz olha no espelho a
imagem do barbeiro, em pé atrás dele. As dimensões relevantes
são dadas na figura. A que distância (horizontal) dos olhos do
rapaz fica a imagem do barbeiro?
a) 0,50m.
b) 0,80m.
c) 1,30m.
d) 1,60m.
e) 2,10m
0,8 m

Imagem

2,1m
 Associação de espelhos planos

Quando a luz refletida por um espelho atinge outro, dizemos que os espelhos
estão associados. A associação mais comum é a angular, onde há um ângulo (em
graus) entre os dois espelhos e através deste podemos calcular o número de
imagens N formada.

360
N = α −1
 Associação de espelhos planos
Calcule o número de imagens formadas de um objeto colocado
no plano bissetor de dois espelhos planos angulares que formam
entre si um ângulo de 450.

360 360
N = α −1 N= −1 N =8−1 N =7
45
 Associação de espelhos planos
Numa sala quadrangular, duas parede contíguas estão
espelhadas. Nesse canto da sala, estão sentados numa mesa
três rapazes e uma moça. Uma pessoa entrando nessa sala e
olhando esse canto, verá no total:
a) Quantas mulheres?
b) Quantos homens?
As paredes contíguas formam um ângulo reto de 900.

a) O objeto é uma mulher. Logo se temos uma mulher, ela projetará um número
de imagens de:
360 360
N = α −1 N= −1 N =4−1 N =3
90
Logo, a pessoa verá a mulher e suas 3 imagens projetadas, visualizando um total
de 4 mulheres.

b) Cada homem (objeto), projetará 3 imagens. Logo, teremos 9 imagens

formadas. Assim, a pessoa verá os 3 homens e suas 9 imagens, totalizando 12
homens.
Espelhos Esféricos
 Espelhos esféricos
Espelho esférico é toda superfície refletora com a forma de calota esférica. Se a
a face interna da calota é refletora, dizemos que o espelho é côncavo. Se a face
externa é refletora, dizemos que o espelho é convexo.
 Espelhos esféricos

Em geral, os espelhos esféricos não apresentam imagens nítidas, isto é, a

imagem de um ponto luminoso é uma mancha luminosa e a imagem de um
objeto plano é curva. Para obter a nitidez na imagem, devemos verificar as
condições de nitidez de Gauss:
0
✔ O espelho deve ter ângulo de abertura pequeno (α<10 );

✔ Os raios incidentes devem ser paralelos ou pouco inclinados com relação ao

✔ eixo principal;

✔ Os raios incidentes devem estar próximos ao eixo principal.

 Espelhos esféricos

Nos espelhos côncavos, um raio de luz incidente paralelo ao eixo principal será
refletido e convergirá para o foco. Já no espelho convexo, esse feixe de luz di-
vergirá. Note que o foco está em posições diferentes nos diferentes tipos de es-
pelhos. O foco é real nos espelhos côncavos e virtual nos convexos.
 Forno Solar e pira olímpica
Podemos usar a propriedade de um espelho Côncavo de convergir os raios de
luz que chegam nele em um único ponto em diversas aplicações. Se este recebe
muita luz, haverá muita energia advinda da luz acumulada em um único ponto.
Ao colocarmos um objeto neste ponto, ele se aquecerá. Este é o princípio do
funcionamento do fogão solar.

No acendimento da pira olímpica, a tocha deve ficar no foco do espelho

côncavo, que é o ponto de convergência dos raios refletidos provenientes do Sol.
 Espelhos esféricos

Os espelhos convexos são usados principalmente para aumentar o campo de

visão de um observador, mas diminuem o tamanho da imagem. Já os
espelhos côncavos servem para ampliar a imagem e em determinadas
situações permite uma observação mais detalhada do objeto.
Espelhos esféricos
 Espelhos esféricos: Propriedades
● Um raio que incide paralelamente ao eixo principal reflete-se na
direção do foco principal.

● Um raio que incide na direção do foco principal reflete-se

paralelamente ao eixo principal.
 Espelhos esféricos: Propriedades
● Um raio que incide na direção do centro de curvatura reflete-se sobre
si mesmo.

● Um raio que incide no vértice do espelho reflete-se simetricamente em

relação ao eixo principal.
 Espelhos esféricos: Propriedades

O foco é dado pela metade do valor do raio de curvatura do espelho:

R
f=
2
 Passo a passo na construção da imagem:
1- Desenhe o espelho, escolhendo se é côncavo ou convexo. Marque o
Foco, o centro de curvatura e o vértice, traçando uma reta perpendicular
ao centro do espelho (eixo principal).

2- Escolha um feixe de luz saindo da ponta do objeto paralela ao eixo

principal, refletindo ou que o prolongamento da reflexão passe pelo foco.

3- Trace um feixe de luz saindo da ponta do objeto em direção ao foco e

refletindo paralelamente ao eixo principal.

4- Onde os raios refletidos ou o prolongamento destes se cruzarem, será

formada a imagem.
 Espelhos esféricos: Construção da imagem

Espelhos côncavos
 Espelhos esféricos
Espelhos côncavos

Espelhos convexos
Espelhos esféricos
 Estudo analítico

1 1 1
= +
f p p`
Equação de Gauss

i −p'
A= = Aumento linear transversal
o p
 Estudo analítico
Um objeto real se encontra a 20 cm de um espelho esférico,
conjuga uma imagem real a 30 cm do mesmo. Determine:
a) A distância focal do espelho;
b) A natureza do objeto.

1 1 1
= +
f p p`
1 1 1
= +
f 20 30
1 5 1
= =
f 60 12
f =+12 cm

Como f é positivo, o espelho é côncavo.

 Estudo analítico
Um espelho esférico convexo, de 30cm de distancia focal,
conjuga uma imagem a 5cm do seu vértice. Calcule a distância
do objeto ao espelho.
Como o espelho é convexo, f < 0, e só conjuga imagem virtual, ou seja
p'< 0. Assim, f = - 30cm e p'= -5 cm. Logo:

1 1 1
= +
f p p`
1 1 1
= +
−30 p −5
1 −1 1
= +
p 30 5
1 5 1
= =
p 30 6
p=+6 cm
 Estudo analítico
Um objeto colocado diante de um espelho esférico côncavo, de
distância focal 45cm, tem conjugada uma imagem invertida, sua
altura é o dobro do objeto, Calcule:
a) a distância do objeto ao espelho;
b) a distância da imagem ao espelho.
a) Como o espelho é côncavo, a distância focal é positiva f = 45 cm. Como
a altura é o dobro da objeto, temos que o aumento é 2. Como a imagem
É invertida, esse aumento é negativo A = -2. Logo, da equação do aumen-
to, temos:
−p' −p' p '=2 p
A= −2=
p p
1 1 1 1 1 1 1 2+1 3
= + = + = =
f p p` 45 p 2p 45 2p 2p
2p=135 p=67,5 cm

b) p' = 2p = 135 cm
 Estudo analítico
Um espelho esférico côncavo tem raio de curvatura igual 1m.
Uma lâmpada de 2 cm de tamanho é colocada a 60 cm do
espelho. Determine:
a. O aumento linear transversal da imagem.
b. O tamanho da imagem.
O Raio é R = 1m = 100 cm. Como o foco é metade do raio, f = R/2,
f = 50 cm. A altura do objeto é o = 2cm e a distância do objeto é p = 60cm.

a) 1 1 1 1 1 1 p '=+300cm
= + = +
f p p` 50 60 p '
−p' −300 A=−5
A= A=
p 60
b) Pela equação do aumento linear:
i i i=−10cm
A= −5=
o 2
 Estudo analítico
Um estudante quer projetar, em um anteparo, a imagem de um
objeto colocado diante de um espelho esférico. Sabe-se que o
anteparo e o objeto estão separados 30 cm e que a imagem é
duas vezes e meia maior que o objeto. Determine o tipo do
espelho e sua distancia focal.
Dado: A = - 2,5.
Da imagem vemos que p' – p = 30 cm. Logo:
−p' −p' p '=2,5 p
A= −2,5=
p p
p '− p=30 2,5 p− p=30 1,5 p=30
p=20cm
p '=2,5 p=2,5⋅20 p '=50 cm
1 1 1 1 1 1 f =14,3 cm
= + = +
f p p` f 20 50
 O retrovisor e o campo visual
Ao entrar no carro, é comum que o motorista ajuste os espelhos dos retrovisores
para permitir uma melhor visualização. Ele só consegue enxergar pois os feixes
de luz refletidos por um carro que esteja trás, por exemplo, refletirem no
retrovisor e incidirem sobre seus olhos. A região que se consegue observar com
um espelho é denominada campo visual. Existe um “ponto cego” no retrovisor,
fora do campo visual.

Espelhos convexos, em geral dos passageiros, reduzem os pontos cegos e

apresentam um campo de visão mais amplo, mas distorcem a imagem e os
carros parecem estar mais distantes do que parece. Para evitar isso, os espelhos
do motorista, devem ser planos, mesmo reduzindo o campo de visão.
Resumo regra de sinais
Resumo Reflexão