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Sistemas
Cardiovascular e
Respiratório
PLANO DE ESTUDOS
Sistema
linfático
Sistema Sistema
circulatório respiratório
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
• Estudar, em relação aos aspectos morfológicos e funcio- • Estudar, em relação aos aspectos morfológicos e funcio-
nais, os principais componentes deste sistema: sangue nais, os principais componentes deste sistema: linfa, capi-
(definição, constituição e importância), coração (caracte- lares, vasos e ductos linfáticos, linfonodos, baço, timo, ton-
rísticas gerais, localização, constituição, câmaras cardíacas, silas, sistema linfático e disseminação do câncer, linfangite,
mecanismo valvular, tipos de circulação, ciclo cardíaco, linfadenite e linfedema, sistema linfático e envelhecimento.
bulhas e sopro cardíaco e inervação do coração), vasos • Estudar: função principal do sistema respiratório; divisões
sanguíneos (caracterização, diferenças entre eles e prin- do sistema respiratório; órgãos do sistema respiratório e
cipais vasos do corpo humano). cavidade torácica e mediastino.
Sistema
Circulatório
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células responsáveis pela coagulação do sangue. controle geral do corpo e que os sentimentos de
Doenças que atrapalhem a adequada produção fato advinham dele (acreditavam na teoria car-
ao funcionamento de tais células podem levar diocêntrica).
o indivíduo a óbito. É o caso, por exemplo, da Aos poucos, esse equívoco foi sendo cor-
anemia, da leucemia, da hemofilia, dentre outras rigido e a função de controle geral do funcio-
(FREITAS, 2004). namento do corpo foi atribuída ao cérebro.
Mesmo assim, ainda hoje poetas, músicos e,
principalmente, os apaixonados associam fun-
ções emocionais ao coração. Não é à toa que
dizemos que amamos “do fundo do coração”
O sangue sempre foi considerado um poderoso ou que não podemos ter o “coração peludo”, ou
símbolo da vida em qualquer civilização. Por isso seja lá o que mais. Acho tudo isso muito engra-
foi chamado de “fluido da vida” e a ele foram çado. Às vezes, até me pergunto se as pessoas
atribuídas as funções de dar e sustentar a vida realmente conhecem a verdadeira estrutura e
sendo, inclusive, capaz de salvá-la. Entretanto, função do coração.
muitos séculos de estudo e pesquisa foram ne- Na verdade, esse órgão tão simbólico ainda é
cessários para que a ciência descobrisse sua real considerado central em relação ao Sistema Cardio-
importância e fizesse adequado uso dele. Neste vascular Sanguíneo (SCVS), sendo objeto de estudo
ínterim, muitos erros e atrocidades foram come- da cardiologia. Ele é ímpar, muscular, oco, com apro-
tidos. Por exemplo, conta-se que na Grécia anti- ximadamente 12 cm de comprimento, 9 de largura
ga os nobres bebiam o sangue dos gladiadores e 6 de espessura. Pesa cerca de 250 gramas nas mu-
mortos na arena a fim de se curarem de diversos lheres e 300 gramas nos homens e ocupa o volume
males (como a epilepsia). Outro fato interessante aproximado de uma mão com os dedos fechados.
ocorreu em 1492 quando o papa Inocêncio VIII foi Ele tem forma de pirâmide com o ápice (uma
convencido a ingerir o sangue de três jovens para extremidade pontiaguda) apontando para baixo, e
se curar de uma grave doença. O interessante é a base (uma parte larga oposta ao ápice) direcio-
que tais jovens morreram anêmicos sem conse- nada para cima e à direita. A base não tem uma
guir restabelecer a saúde do pontífice. localização muito nítida, pois os principais vasos
Fonte: Pró-sangue (on-line)1. sanguíneos do coração, os vasos da base, entram e
saem por ela. Ao contrário, o ápice fica voltado à
esquerda de forma que cerca de 2/3 da massa do
Coração coração está à esquerda da linha mediana do cor-
po. Por isso e pelo fato de que no ápice as bulhas
Generalidades cardíacas são muito audíveis, a maioria das pessoas
acha que o coração fica do lado “esquerdo do peito”,
Ah, o coração! Como as pessoas lhe atribuem fun- mas não fica. Ele fica no centro da cavidade torá-
ções que não são dele! O amor, o ódio, a amar- cica, mas com o ápice apontando para a esquerda.
gura, o bem querer e tantas outras. Na verdade, Assim, o coração fica inclinado, com a base voltada
isso sempre aconteceu, desde a antiguidade. Até medialmente e o ápice voltado lateralmente. Além
mesmo os primeiros estudiosos em anatomia disso, seu maior eixo (que vai da base ao ápice)
achavam que o coração era o responsável pelo forma 40º com o plano horizontal (DI DIO, 2002).
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Câmaras Cardíacas
A cavidade do coração é sub- e ventrículos e é ocupado pelas artérias coronárias e seus ramos, e
dividida em quatro câmaras pelas veias do coração. O sulco interventricular anterior e inter-
cardíacas: dois átrios e dois ventricular posterior marcam a separação entre ventrículos direito
ventrículos. Os átrios são supe- e esquerdo e são ocupados pelos ramos interventriculares das
riores, menores e chamados de artérias coronárias e das veias cardíacas. Por outro lado, o limite
câmaras de recepção. Em con- externo interatrial é pouco nítido.
trapartida, os ventrículos são in- É importante destacar que no septo interatrial existe uma de-
feriores, maiores e chamados de pressão chamada fossa oval. Ela é do tamanho de uma impressão
câmaras de ejeção. Na face an- digital e é contornada por um relevo chamado limbo da fossa oval.
terior de cada átrio existe uma Nela, a parede interatrial é muito delgada e transparente, pois, repre-
estrutura enrugada, a aurícula, senta o resquício do forame oval o qual permitia, no feto quando os
a qual aumenta ligeiramente a pulmões ainda não eram funcionantes, ampla comunicação entre o
capacidade de armazenamento átrio direito e o esquerdo. Normalmente esse forame se fecha logo
de sangue do átrio (DANGELO; após o nascimento.
FATTINI, 2011). Também é interessante salientar que o treinamento físico modi-
A divisão das câmaras car- fica a espessura do miocárdio enquanto doenças podem modificar
díacas é feita por meio de proje- sua estrutura exigindo, inclusive, transplante cardíaco.
ções musculomembranosas do
próprio miocárdio, chamadas
septos cardíacos. O septo atrio-
ventricular tem direção hori-
zontal e divide o coração em
parte superior e inferior. O septo
interatrial é vertical e divide a
porção superior do coração em
átrio direito e átrio esquerdo. O
septo interventricular também é
vertical, mas divide a porção in-
ferior do coração em ventrícu-
lo direito e ventrículo esquerdo
(ele tem uma parte muscular e
outra membranácea).
A face externa do coração
apresenta, além de uma quan-
tidade variável de gordura,
sulcos que marcam o limite
externo entre essas câmaras
cardíacas. O sulco coronário
marca os limites entre os átrios Figura 2 - Câmaras e septos cardíacos
Valva átrioventricular
esquerda
Valva átrioventricular
direita
Cordas tendíneas
Septo interventricular
Músculos papilares
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Durante uma cirurgia para substituir uma ou mais válvulas cardíacas não funcionantes ocorre a
remoção da válvula cardíaca doente e a colocação de uma ou mais válvulas prostéticas ou artificiais
as quais funcionam de maneira semelhante à válvula normal. Tais válvulas podem ser mecânicas ou
de tecido. As mecânicas são feitas de material resistente (como titânio ou carbono) e as de tecido
são obtidas de doadores humanos ou de tecido animal. Normalmente, após a cirurgia o indivíduo
apresenta boa recuperação podendo retomar seu estilo de vida normal.
Fonte: Perin et al. (2009, on-line)2.
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nares pulmonares e aórticas se abram. À medida ser substituídas cirurgicamente por valvas de doa-
que o sangue vai saindo dos ventrículos para as dores humanos, suínos ou próteses mecânicas.
artérias, elas se distendem para acomodar o san-
gue, mas isso aumenta a pressão dentro delas ao
mesmo tempo em que diminui a pressão no ven- Inervação do Coração
trículo. Então, para impedir que o sangue reflua
das artérias para o ventrículo, ocorre o forte fecha- Talvez você já tenha participado de uma aula prá-
mento das valvas semilunares. Esse fechamento tica de ciências onde o professor tenha removido
gera outro som, a segunda bulha cardíaca ou o o coração de um animal (como rato ou rã) e tenha
famoso “tá”. Viu que interessante! De forma bem ficado intrigado com o fato de que o coração, mes-
simplificada pode-se dizer que o “tum-tá” que o mo fora da cavidade torácica, é capaz de se con-
coração faz nada mais é do que os fechamentos trair por um determinado período de tempo (eu
consecutivos de suas valvas. mesma, sempre que posso, mostro isso em aula
Todavia, quando elas não se abrem comple- prática e os alunos gostam muito de ver como isso
tamente tem-se uma estenose (estreitamento) e é possível). No entanto, se você nunca participou
quando não se fecham por completo tem-se uma deste tipo de aula ou nunca tinha ouvido falar
insuficiência. Tais distúrbios podem permitir nisso, pode acreditar porque é verdade.
fluxo retrógrado de sangue o que causa um som Agora é possível que você esteja se pergun-
anormal percebido com o auxílio de um estetos- tando: como isso é possível se aprendemos que o
cópio. Este som é conhecido como sopro cardíaco. sistema nervoso é quem controla todo o funcio-
O sopro também pode ser causado por altera- namento do corpo e quando retiramos o coração
ções congênitas ou pode surgir após febre reumá- do tórax, cortamos sua comunicação com esse sis-
tica, faringite, amigdalite ou contato com estrepto- tema? Para entendermos como isso é possível, em
coco. Essa bactéria, além de desenvolver infecção, primeiro lugar você precisa saber que a inervação
produz uma toxina chamada estreptolisina que é do coração é diferente de outras regiões do cor-
lançada na corrente sanguínea e exerce reações in- po. Isto porque a inervação do músculo cardíaco
flamatórias locais nas articulações, pele e coração. ocorre de duas formas, a extrínseca e a intrínseca.
Então, o sistema imune produz anticorpos anties- A inervação extrínseca é feita pelo Sistema
treptolisina que age sobre o próprio tecido cardíaco Nervoso Autônomo (SNA) por meio de seus com-
causando lesões irreversíveis. O tratamento é anti- ponentes simpáticos (nervos cardíacos simpáti-
bioticoterapia e, por vezes, até cirurgia. cos) e parassimpáticos (nervo vago). Enquanto
É importante mencionar que em crianças de as fibras simpáticas causam taquicardia, as paras-
até quatro anos, o sopro é chamado de inocente simpáticas causam bradicardia. Ambas formam
ou funcional, pois, frequentemente diminui ou o plexo nervoso cardíaco, o qual é útil para as
desaparece. Se for sistólico e de baixa intensida- demandas do dia a dia, pois as constantes modi-
de, não afeta o desempenho cardíaco e muitas ficações do ambiente são prontamente percebidas
vezes só aparece após exercício físico intenso ou pelo SNA fazendo com que o coração se adapte
hipertermia. Também existe o sopro diastólico e capacite o corpo a reagir (WATANABE, 2000).
que ocorre por insuficiência de fechamento das Já a inervação intrínseca, chamada de sistema
valvas semilunares. No entanto, as valvas podem de condução do coração ou complexo estimu-
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Um detalhe interessante é que a atividade elétrica do coração
gera uma corrente elétrica que pode ser detectada na superfície
do corpo e registrada por um exame chamado Eletrocardiogra-
ma (ECG). Alterações no ECG são úteis para diagnosticar e tratar
doenças do coração que também podem ser identificadas ao avaliar
a resposta do coração ao estresse causado pelo exercício físico por
meio de um teste de esforço.
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Outro ponto importante é que as artérias têm Elas se ramificam em artérias de médio cali-
pulsação, pois a força de contração do ventrículo bre, as quais têm diâmetro interno de 2,5 a 7 mm
gera uma onda de grande pressão, conhecida como e são chamadas de distribuidoras ou musculares.
pulso, que se propaga ao longo delas. Normalmen- Estas têm paredes espessas e adaptadas à vaso-
te, a frequência do pulso é a mesma da frequência constrição e vasodilatação. A artéria braquial e a
cardíaca (de 70 a 80 vezes por minuto; no sono cai radial são exemplos deste tipo de artéria. Delas se
para 60; no exercício, febre, distúrbios emocionais, originam as artérias superficiais que se destinam
hipertireoidismo e outras condições específicas, à pele. Posteriormente, artérias de médio calibre
pode ultrapassar 100; no recém-nascido gira em se ramificam em artérias de pequeno calibre cujo
torno de 120 a 140 pulsações por minuto). diâmetro interno é de 0,5 a 2,5 mm das quais sur-
Normalmente, elas são mais profundas do gem as arteríolas, com diâmetro interno menor
que as veias para ficarem protegidas e evitarem do que 0,5 mm e cuja função é levar sangue aos
que uma ruptura cause um fluxo ininterrupto capilares arteriais. Assim, as arteríolas têm papel
de sangue ou uma hemorragia. Também podem chave na regulação do fluxo sanguíneo e, por isso,
ser acompanhadas por uma ou duas veias saté- são conhecidas como vasos de resistência. Altera-
lites, as quais chegam a fazer sulcos nos ossos. ções em seu diâmetro podem causar mudanças
No entanto, mesmo artérias profundas podem na pressão arterial (por nicotina, por exemplo).
desenvolver parte do trajeto superficialmente. É
o caso da artéria radial, por exemplo. Capilares Sanguíneos
Em geral, artérias comunicam-se entre si por
intermédio de anastomoses, fornecendo rotas Os capilares sanguíneos têm paredes muito
alternativas para que o sangue chegue a um de- delgadas, constituídas na maioria das vezes, por
terminado tecido. Todavia, também podem se uma única camada de células endoteliais e uma
ramificar emitindo ramos terminais (quando a membrana basal de tecido conjuntivo (não têm
artéria deixa de existir; a artéria braquial emite camada média e adventícia). Por isso, permitem a
a artéria radial e a ulnar como ramos terminais) passagem de substâncias através de suas paredes,
ou ramos colaterais (quando a artéria continua ou seja, as trocas entre sangue e tecidos por meio
a existir, mas emite um ramo com direção oblí- do líquido intersticial, e vice-versa. Assim, são
qua ou a 90º; quando o ramo forma um ângulo conhecidos como vasos de troca (TORTORA;
obtuso, é chamado de ramo recorrente). DERRICKSON; WERNECK, 2010).
As artérias geralmente começam de grande Os capilares têm diâmetro microscópico e
calibre e vão diminuindo de diâmetro à medi- ligam as arteríolas às vênulas, permitindo a mi-
da que se ramificam. Artérias de grande calibre crocirculação. Na maioria das vezes, surgem das
têm diâmetro interno de cerca de 7 mm e são ramificações das arteríolas, mas em alguns casos
chamadas de elásticas ou condutoras. Suas pare- (como no fígado e na glândula hipófise), origi-
des acomodam o volume de sangue e ajudam a nam-se da ramificação de vênulas. Apresentam
impulsioná-lo enquanto os ventrículos relaxam. vasomotricidade (ou seja, fazem vasodilatação e
A aorta, o tronco pulmonar, a carótida comum, vasoconstrição), a qual é influenciada por subs-
a subclávia, a vertebral, a pulmonar e a ilíaca co- tâncias químicas liberadas pelas células endote-
mum são exemplos desse tipo de artéria. liais (por exemplo, o óxido nítrico).
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cundam o coração como uma
coroa. O endocárdio é nutrido
por microvascularização direta-
mente das câmaras do coração
(WATANABE, 2000).
Geralmente, a artéria coro-
nária esquerda é mais calibrosa
e tem maior área de distribui-
ção. Ela passa inferiormente à
aurícula esquerda, fornece o
ramo interventricular anterior
e o ramo circunflexo. O ramo
interventricular anterior per-
Figura 6 - Diferenças entre artérias e veias
corre o sulco interventricular
anterior, desce até o ápice do
Distribuição do Sangue coração, irriga os ventrículos e
emite ramos interventriculares
A distribuição do sangue pelo corpo não é simétrica entre os órgãos, septais para o septo interven-
e depende da demanda funcional à qual o indivíduo está submetido. tricular. O ramo circunflexo
Assim, a maior parte do volume de sangue em repouso (64%) está fica no sulco coronário, irriga o
nas veias e vênulas sistêmicas. As artérias sistêmicas têm cerda de átrio e o ventrículo esquerdos,
13%, os capilares sanguíneos 7%, os vasos pulmonares 9% e o coração dirige-se, posteriormente, e se
7%. Todavia este estado pode ser totalmente alterado em condições anastomosa com a artéria co-
específicas como exercício físico e estresse (MOORE et al., 2014). ronária direita.
Assim, pode-se dizer que as veias e vênulas sistêmicas atuam A artéria coronária direita
como reservatório de sangue a partir do qual o sangue pode ser dirige-se para a direita do sulco
rapidamente removido se houver necessidade. Esse é o caso, por coronário, emite ramos atriais
exemplo, de um quadro de hemorragia ou atividade muscular e se divide em ramo marginal
intensa onde a venoconstrição poderá ajuda a contrabalancear a (que irriga o ventrículo direito)
queda na pressão arterial. As veias e vênulas do fígado, baço e da e ramo interventricular poste-
pele representam os principais reservatórios de sangue do corpo. rior que percorre o sulco inter-
ventricular posterior e irriga
os dois ventrículos. Também
Vascularização Sistêmica emite ramos interventricula-
res septais.
Vascularização do Coração O coração é drenado, prin-
cipalmente, por pequenas veias
O pericárdio e o miocárdio são irrigados pelas artérias coronárias, cardíacas mínimas e por veias
que são ramos da parte ascendente da artéria aorta. Elas correm que se abrem no seio coronário
no sulco coronário e recebem o nome de coronárias porque cir- (seio coronário é a principal veia
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Diagrama das Principais Artérias da Cabeça
Ramo frontal
Artéria supratroclear
Ramo parietal
Artéria oftálmica
Artéria dorsal
do nariz
Artéria temporal
superficial
Artéria angular
Artéria labial
Artéria occipital suferior
Veia supra-orbital
Veia supratroclear
Veia temporal
superficial Veia angular
Veia profunda
da face
É feita pela parte torácica da artéria aorta, a qual, ilíacas externas (irrigam os membros inferiores)
antes de atravessar o músculo diafragma pelo hia- e ilíacas internas (irrigam bexiga urinária, útero
to aórtico, emite uma série de ramos viscerais e e próstata). A drenagem venosa das vísceras ab-
parietais, como as artérias esofágicas (que irrigam dominais é feita, principalmente, pela veia porta
o esôfago), as pericárdicas (que irrigam o pericár- e pela veia cava inferior.
dio), as mediastinais (que irrigam as estruturas
do mediastino), as brônquiais (que irrigam os Vascularização da Pelve
brônquios), as frênicas superiores (que irrigam o
músculo diafragma), as subcostais e as intercostais Como vimos, a artéria ilíaca comum se bifurca
posteriores (que irrigam os músculos intercostais originando a artéria ilíaca interna e a externa. A
e torácicos). Além da artéria aorta, também par- interna envia ramos para a parede e vísceras da
ticipam da irrigação da parede torácica a artéria pelve; a externa envia ramos para a parede ab-
subclávia e a artéria axilar (MOORE et al., 2014). dominal e continua no membro inferior como
O tórax é drenado por várias veias que drenam artéria femoral (FREITAS, 2004).
para a veia ázigo. Por sua vez, a veia ázigo conduz Dentre as principais artérias da pelve estão a
o sangue venoso até a veia cava superior. umbilical, obturatória, sacral mediana, retal supe-
rior, gonadal (ovárica e testicular), artéria do duc-
Vascularização do Abdome to deferente, ramos prostáticos, vesical superior
e inferior (na mulher, é artéria vaginal) e artéria
É feita pela parte abdominal da artéria aorta, em uterina.
seu trajeto após o hiato aórtico. Ela emite ramos Os plexos venosos pélvicos são formados por
viscerais e parietais. Os principais ramos parietais veias que circundam as vísceras pélvicas (plexo
são a artéria epigástrica superficial, a epigástrica retal, vesical, prostático, uterino e vaginal). Tam-
inferior, a musculofrênica, a 10ª e a 11ª artérias bém são importantes as veias iliolombares, sacral
intercostais, posteriores, a subcostal, a circunflexa mediana e sacrais laterais. Na pelve, a veia ilíaca
ilíaca profunda e a circunflexa ilíaca superficial interna se une à veia ilíaca externa para formar a
(DI DIO, 2002). veia ilíaca comum. As veias ilíacas comuns (direita
Os principais ramos viscerais incluem as e esquerda) se unem para formar a veia cava infe-
artérias frênicas inferiores (irrigam o múscu- rior a qual segue na cavidade abdominal, parale-
lo diafragma), o tronco celíaco (irriga esôfago, lamente à aorta, recebendo várias tributárias. Ela
estômago, baço, pâncreas, fígado e duodeno), a passa pelo forame da veia cava (no músculo dia-
mesentérica superior (irriga intestino delgado, fragma) e desemboca no átrio direito do coração.
ceco, colo ascendente e transverso, e pâncreas), a
mesentérica inferior (irriga colo transverso, des- Vascularização do membro superior
cendente e sigmoide), as suprarrenais médias (ir-
rigam glândulas suprarrenais), as renais (irrigam Os membros superiores são irrigados pelas arté-
rins), as gonadais (as testiculares irrigam testícu- rias subclávias que passam inferiormente à cla-
los e as ováricas irrigam os ovários) e as ilíacas vícula. Na região axilar, passam a ser chamadas
comuns. Essas últimas se ramificam em artérias de artérias axilares e no braço passam a ser ar-
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térias braquiais. Na altura da fossa cubital, elas É importante ressaltar que as veias dos mem-
se ramificam em artéria ulnar e artéria radial bros inferiores drenam o sangue desfavoravel-
as quais irrigam a mão e os dedos (TORTORA; mente em relação à gravidade e, por isso, suas
DERRICKSON; WERNECK, 2010). paredes são ricas em fibras musculares lisas e
A artéria radial é a continuação direta da ar- em fibras colágenas. Além disso, possuem nu-
téria braquial. Ela é superficial na parte distal do merosas valvas que ajudam no direcionamento
antebraço onde pode ser palpada para verificar do sangue (as profundas têm mais). Outros fa-
suas pulsações. As veias profundas do membro tores que ajudam no retorno venoso são a ação
superior têm os mesmos nomes das artérias e se- de “esponja venosa” das plantas dos pés, a ação
guem, em última instância, até a veia subclávia. massageadora dos músculos do membro inferior
As duas principais veias superficiais do membro sobre os vasos, a pulsação das artérias adjacen-
superior são a veia cefálica e a basílica, as quais tes transmitindo o pulso para a parede da veia
desembocam na veia braquial. acompanhante (veia satélite) e o gradiente de
pressão entre a cavidade torácica e a abdominal
Vascularização do Membro Inferior durante a respiração.
Todavia, em pessoas que permanecem em
Recapitulando, a parte abdominal da artéria aorta pé por períodos prolongados, o sangue pode se
bifurca-se em artérias ilíacas comuns (direita e es- acumular no interior das veias dos membros in-
querda) que se bifurcam em artéria ilíaca interna feriores, resultando em elevação da pressão, di-
(que se dirige à pelve) e artéria ilíaca externa. A latação, insuficiência valvular e varizes. Isto gera
externa atravessa o ligamento inguinal e passa a ser um fluxo retrógrado do sangue, estase sanguínea
chamada de artéria femoral. Esta passa, posterior- e migração de líquido para o espaço intersticial
mente, à região do joelho e recebe o nome de arté- causando edema.
ria poplítea. A poplítea se bifurca em artéria tibial
anterior, tibial posterior e fibular (DI DIO, 2002). Curiosidades
As veias profundas do membro inferior
acompanham as artérias, têm os mesmos nomes Como o coração se situa entre duas estruturas
delas e seguem, em última instância, até a veia rígidas (a coluna vertebral e o osso esterno), sua
femoral. As duas principais veias superficiais do compressão pode ser útil para bombear o san-
membro inferior são a safena magna e a safena gue dele para a circulação sistêmica. Assim, se ele
parva. A veia safena parva drena para a veia po- parar subitamente de bater, a ressuscitação car-
plítea e a safena magna drena para a veia femoral. diopulmonar (compressão cardíaca associada à
Outras veias importantes do membro inferior ventilação artificial dos pulmões) é útil para man-
são a safena acessória, a veia cutânea lateral, a ter o sangue oxigenado até que o coração volte a
veia cutânea anterior e as veias perfurantes. bater (FREITAS, 2004).
Veia cefálica
Veia basílica
Veia renal
Veia intermediária
do cotovelo
Veia intermediária Veia cava inferior
do antebraço
Veia ilíaca comum
Veia femoral
Veia poplítea
UNIDADE 2 101
Figura 8(a) - Vascularização do corpo humano - principais veias
Fonte: Colicigno et al. ( 2009, p. 164-165, on-line)5.
Ilustração Esquemática das Principais Artérias
Tronco braquiocefálico
Artéria subclávia Artéria carótida comum
Artéria axilar
Artéria aorta toráxica
Tronco celíaco
Artéria braquial
Artéria renal
Artéria aorta abdominal
Artéria radial
Artéria ilíaca comum
Artéria ulnar
Artéria femoral
Artéria poplitea
Artéria fibular
Artéria tibial posterior
Definição do
Sistema Linfático
UNIDADE 2 103
Funções do Sistema Linfático
A mais notável função do sis- todos os lipídios e vitaminas lipossolúveis absorvidos pelo intestino.
tema linfático é sua habilidade Após esta absorção, o quilo (linfa drenada do intestino delgado com
de drenar o excesso de líquido aparência leitosa) é conduzido pelos vasos linfáticos viscerais para
intersticial para os vasos lin- o ducto torácico e daí para o sistema venoso. Em outros tecidos, a
fáticos mantendo o equilíbrio linfa é um líquido amarelo-claro translúcido.
dos fluidos do corpo. Se ele não
atuasse desta forma, o volume
sanguíneo poderia ser afetado,
já que o sangue é a fonte princi-
pal deste líquido. Além disso, ele
também drena para os vasos lin-
fáticos parte das proteínas que
saem dos vasos sanguíneos. Tal
fato é de extrema importância,
pois evita que ocorra osmose
reversa e, consequentemente,
edema tecidual (DANGELO;
FATTINI, 2011).
No entanto, o sistema linfáti-
co desempenha outras funções
como participar ativamente
da imunidade corpórea. Por
sua ação, bactérias, partículas
estranhas e células anômalas
podem ser destruídas uma vez
que ele está diretamente relacio-
nado à produção e à maturação
de células imunológicas como
macrófagos e linfócitos (tais cé-
lulas participam ativamente da
resposta imunológica específi-
ca produzindo anticorpos para
destruir substâncias invasoras).
Além disso, o sistema linfáti-
co está relacionado à absorção e
ao transporte das gorduras dos
alimentos por meio dos capi-
lares lácteos, os quais recebem Figura 9 - Visão geral do sistema linfático
A linfa, os vasos linfáticos, os tecidos e os órgãos de inatividade física, mas aumenta com o exer-
linfoides estão distribuídos por praticamente todo cício, peristaltismo e com os movimentos res-
o corpo (MIRANDA NETO; CHOPARD, 2014). piratórios. Isso explica o fato de que algumas
Os órgãos linfoides são classificados como pri- pessoas precisam, inclusive, realizar artificial-
mários ou secundários. Os primários são locais mente manobras de drenagem linfática.
nos quais células tronco se dividem e se tornam
aptas a executar a resposta imune (por exemplo,
a medula óssea vermelha e o timo). Capilares, Vasos e Ductos
Já os órgãos linfoides secundários são locais Linfáticos
nos quais a resposta imune ocorre (por exemplo,
os linfonodos, o baço e os folículos linfáticos). En- A linfa intersticial é recolhida pelas capilares linfá-
quanto o baço, o timo e os linfonodos são conside- ticos, os quais são os de menor calibre do sistema
rados órgãos, pois são revestidos por uma cápsula linfático. Tais vasos são importantes porque reco-
de tecido conjuntivo, os nódulos linfáticos não lhem, além da linfa, moléculas diversas do líquido
são, pois não apresentam tal cápsula. intersticial que não retornam aos capilares sanguí-
neos (como moléculas grandes ou proteínas). Tal
habilidade é possível porque os capilares linfáticos
Linfa apresentam diferenças em relação aos capilares
sanguíneos, por exemplo, são mais calibrosos e
A linfa é um líquido incolor presente no espaço têm maior permeabilidade.
intersticial, resultante das trocas entre o sangue A maior permeabilidade deve-se ao maior es-
dos capilares e o tecido. Pode-se dizer que repre- paço que existe entre suas células (são fenestra-
senta o excesso de líquido que saiu do capilar, mas dos), à ausência de membrana basal e à posição
não retornou à circulação sanguínea (TORTORA; das bordas de suas células endoteliais. Estas estão
DERRICKSON; WERNECK, 2010). frouxamente unidas e podem ser empurradas pela
Sua composição é parecida com a do plasma pressão do líquido intersticial de fora para dentro
sanguíneo uma vez que apresenta água, eletrólitos fazendo com que o líquido penetre nos capilares
e proteínas. Todavia, a linfa é mais rica em água, linfáticos e, uma vez dentro, não retorne ao meio
tem menos proteínas do que o plasma, e não tem intersticial devido à pressão que força as bordas
hemácias ou plaquetas. Diferentemente do que das células endoteliais a se juntarem (como uma
ocorre no sistema cardiovascular sanguíneo onde porta vaivém unidirecional). Além disso, existem
o coração bombeia o sangue, no sistema linfático filamentos de ancoragem nos capilares linfáticos
não existe um órgão central bombeador de linfa. que fixam suas células endoteliais aos tecidos ad-
Assim, a circulação da linfa é possibilitada jacentes. Quando ocorre edema, estes filamentos
pelos mesmos mecanismos que auxiliam o re- são tracionados aumentando as aberturas entre as
torno venoso (vistos anteriormente, lembra?). células para que mais líquido flua para o capilar
Por isso, o fluxo da linfa é lento nos períodos linfático (FREITAS, 2004).
UNIDADE 2 105
Adicionalmente, esses pequenos vasos termi- mediastinal direito. Ele desemboca na junção das
nam em fundo cego para permitir fluxo unidire- veias subclávia direita e jugular interna direita.
cional da linfa em direção ao capilar sanguíneo Já o ducto torácico mede aproximadamente 45
e apresentam válvulas que ajudam a conduzir a cm de comprimento. Ele recebe linfa dos troncos
linfa em direção ao coração. Todavia, as válvulas lombares e intestinal, atravessa o músculo dia-
os estreitam dando-lhes aspecto irregular de “ro- fragma junto com a artéria aorta e recebe vasos
sário” ou “colar de conta”. linfáticos que drenam a metade esquerda do tó-
Os capilares linfáticos estão presentes em rax. Posteriormente, recebe o tronco subclávio
quase todos os locais do corpo, sendo abun- esquerdo e jugular esquerdo e desemboca na veia
dantes na pele e nas mucosas, mas ausentes nos subclávia esquerda. Assim, recolhe a linfa de todo
dentes, ossos, medula óssea vermelha, sistema o corpo menos do membro superior direito e da
nervoso central, nos tecidos avasculares (como metade direita da cabeça, pescoço e tórax (esta é
cartilagem, epiderme e córnea do bulbo) e nos recolhida pelo ducto linfático direito).
músculos estriados esqueléticos (embora estejam
presentes no tecido conjuntivo que os envolve).
Os capilares se unem para formar os vasos lin- Linfonodos
fáticos, os quais podem ser superficiais ou profun-
dos. Os superficiais anastomosam-se livremente Os linfonodos são pequenas massas de tecido
e são mais numerosos do que as veias no tecido linfoide dispostas ao longo do trajeto dos vasos
subcutâneo. Eles drenam para os vasos linfáticos linfáticos. Os cerca de 600 linfonodos dispersos
profundos que também recebem a drenagem dos pelo corpo reúnem-se em grupo superficial e pro-
órgãos internos. Assim, os vasos linfáticos tor- fundo e atuam como órgãos filtrantes da linfa
nam-se progressivamente maiores (sendo cha- antes que ela adentre o sistema venoso. Para tanto,
mados de vasos coletores) e atravessam vários eles destroem microrganismos, toxinas, células
linfonodos antes de desembocarem nos troncos anômalas e partículas estranhas, por meio dos
linfáticos e permitirem que a linfa retorne à cor- macrófagos e linfócitos existentes em seu interior
rente sanguínea. (WATANABE, 2000).
Os cinco principais troncos linfáticos são o A linfa penetra a face convexa do linfonodo por
intestinal (que recebe a linfa dos órgãos abdomi- meio de vasos linfáticos aferentes, os quais têm vál-
nais), o lombar (que drena o membro inferior e vulas que se abrem para o centro do linfonodo e não
alguns órgãos pélvicos), o subclávio (que drena permitem que a linfa reflua. Então, ela é lentamente
o membro superior, parte do tórax e do dorso), filtrada por meio de canais irregulares, denomi-
o jugular (que drena cabeça e pescoço) e o bron- nados seios, onde existem macrófagos, linfócitos e
comediastinal (que drenam o tórax). Os troncos plasmócitos. Dos seios, a linfa sai pelos vasos linfá-
linfáticos drenam para o ducto linfático direito ticos eferentes que deixam o linfonodo pela região
ou para o ducto torácico. Posteriormente, a linfa do hilo. Ah...é válido mencionar que existem menos
é direcionada às veias e passam a circular junto vasos linfáticos eferentes do que aferentes a fim de
com o plasma sanguíneo. reduzir a velocidade do fluxo da linfa.
O ducto linfático direito é um pequeno vaso Cada linfonodo é envolto por uma cápsula fi-
(cerca de 1,0 cm de comprimento) formado pela brosa da qual partem projeções de tecido conjun-
união dos troncos subclávio, jugular e bronco- tivo (as trabéculas) para o interior do linfonodo
UNIDADE 2 107
fócitos B, armazena plaquetas, destrói células sanguíneas velhas tra para a circulação periférica
(hemocaterese) e produz células sanguíneas (hemopoiese). Além a fim de suprir as necessidades
disso, atua como reservatório de sangue sendo capaz de liberar cerca dos músculos. Para liberar o san-
de 200 ml para a corrente sanguínea em situações de emergência gue contido nos seios venosos
(como uma hemorragia). Normalmente este sangue fica contido da polpa vermelha, os músculos
nos seios venosos da polpa vermelha e é liberado pela contração lisos de sua cápsula se contraem
das células musculares lisas de sua cápsula. gerando um incômodo percebi-
do no local onde ele se localiza.
Para ele parar de incomodar,
o ideal é prosseguir com o trei-
namento, pois, a continuidade
do exercício gera mudanças na
constituição do próprio sangue
(aumentando, por exemplo,
a quantidade de eritrócitos e
otimizando o transporte de O2
para os músculos). Ou seja, o
jeito é continuar a treinar. Toda-
via, enquanto seu corpo ainda
está sendo condicionado, a me-
lhor opção é respirar mais in-
tensamente e, se a dor for muito
intensa, diminuir a intensidade
do exercício. Sabendo de tudo
isso, bom treino.
Algumas doenças infecciosas podem aumentar seu tamanho, cau- A maioria das pessoas não sabe
sando esplenomegalia. Além disso, trauma abdominal pode rom- onde se localiza o timo, o que ele
pê-lo e causar sangramento intraperitoneal obrigando sua remoção faz e, para piorar, algumas inclu-
cirúrgica (esplenectomia) para evitar morte por hemorragia. Neste sive não sabem nem se têm de
caso, outras estruturas (como fígado, medula óssea vermelha, linfo- fato um timo em seus corpos.
nodos e tonsilas) podem assumir suas funções, embora as funções Falo sempre que o timo é um
imunes possam permanecer debilitadas. órgão injustiçado porque nin-
Agora, você certamente entende porque ele dói quando se faz guém se lembra dele. Contudo,
exercícios mais intensos sem um bom preparo físico. Isso ocorre por que será que isso ocorre?
porque no exercício ele faz várias funções ao mesmo tempo. Assim, Será que suas funções não são
realiza a hemocatérese, a hemopoiese e a liberação de sangue ex- de fato importantes?
UNIDADE 2 109
em várias regiões do corpo, por exemplo, na parte nasal da faringe (tonsila faríngea), próximo ao
óstio faríngeo da tuba auditiva (tonsila tubária), na raiz da língua (tonsila lingual), na fossa tonsilar
(tonsila palatina) e na laringe (tonsila laríngea). O conjunto delas é conhecido como anel linfático
(WATANABE, 2000).
Na infância, é normal que as tonsilas fiquem mais volumosas uma vez que a criança tende a
pôr na boca quase tudo o que manipula. Como normalmente os objetos são contaminados, as
tonsilas são ativadas a fim de produzir anticorpos e ficam hipertrofiadas e dolorosas.
Outro detalhe interessante que merece ser destacado é que a hipertrofia da tonsila tubária e faríngea
recebe o nome de adenoide e pode dificultar o funcionamento da tuba auditiva, da qualidade da voz
e a respiração nasal. Assim, o indivíduo desenvolve respiração bucal e, por isso, os roncos são comuns.
De igual modo, a hipertrofia da tonsila palatina (popularmente chamada de amidalite) também difi-
culta a deglutição.
Tonsila
faríngea
Tonsila
palatina
Tonsila
lingual
Figura 13 - Tonsilas
Cabeça
Incluem os linfonodos occipital (drena a parte occipital do escalpo e a parte superior do pescoço), os
mastoideos (drena a pele da orelha), os pré-auriculares (drena a orelha externa e a região temporal do
escalpo), os parotídeos (drena o nariz, a parte posterior da cavidade nasal e a parte nasal da faringe) e
os da face que incluem os infraorbitais (drena as pálpebras), os mandibulares (drenas as bochechas), os
bucinatórios (drena o ângulo da boca e as bochechas) (MOORE et al., 2014).
Incluem os linfonodos subman- (que drenam esôfago, pericár- ascendente, descendente e sig-
dibulares (drena o mento, ápi- dio, diafragma e face convexa moide; c) os mesentéricos
ce da língua e parte do palato), do fígado) e os traqueobron- inferiores que drenam colo
os submentuais (drena mento, quiais (que drenam traqueia, descendente, sigmoide, reto e
ápice da língua, lábio inferior, esôfago, brônquios e pulmões). canal anal.
assoalho da boca e bochechas),
os cervicais superficiais (drena
orelha e região parotídea), os Abdome e Pelve Membros
cervicais profundos superiores Superiores
(que ficam abaixo do músculo Os linfonodos do abdome e da
esternocleidomastoideo), os cer- pelve também podem ser pa- Os principais linfonodos dos
vicais inferiores (que ficam pró- rietais ou viscerais. Os parietais membros superiores são: a) os
ximos à veia subclávia; drenam incluem os linfonodos: a) ilía- supratrocleares que drenam
parte posterior do escalpo e pes- cos externos que drenam vasos antebraço, palma e dedos me-
coço, região peitoral e parte do linfáticos profundos da parede diais; b) os deltopeitorais que
braço) e os cervicais superiores abdominal inferior até o um- drenam o lado radial do mem-
(drenam parte posterior da cabe- bigo, região adutora da coxa, bro superior; c) os axilares que
ça e do pescoço, orelha, faringe, bexiga urinária, próstata, duc- drenam a maior parte do mem-
esôfago, glândula tireoide, palato to deferente, vesícula seminal, bro superior, glândulas mamá-
e tonsilas) (FREITAS, 2004). parte prostática e membranácea rias, parede torácica e pescoço
da uretra, tubas uterinas, útero (DI DIO, 2002).
e vagina; b) os ilíacos comuns
Tórax que drenam vísceras pélvicas; c)
os ilíacos internos que drenam Membros Inferiores
Os linfonodos do tórax podem vísceras pélvicas, períneo, região
ser parietais ou viscerais. Os glútea e face posterior da coxa; Os principais linfonodos dos
parietais incluem os linfonodos d) os sacrais que drenam reto, membros inferiores são: a) os
paraesternais (que drenam parte próstata e parede posterior da poplíteos que drenam a re-
da parede torácica, glândula ma- pelve; e) os lombares que dre- gião calcanear e o joelho; b)
mária e face diafragmática do nam testículos, ovários, glândula os inguinais superficiais que
fígado), entercostais (que dre- suprarrenal e parede abdominal drenam a parede abdominal, a
nam parte da parede torácica) lateral (FREITAS, 2004). região glútea, os órgãos geni-
e frênicos (que drenam fígado, Os linfonodos viscerais in- tais externos e todos os vasos
diafragma e parede abdominal cluem: a) os celíacos que dre- superficiais do membro infe-
anterior) (MOORE et al., 2014). nam estômago, esôfago, duo- rior; c) os inguinais profun-
Os linfonodos viscerais in- deno, fígado, vesícula biliar, dos que drenam os vasos pro-
cluem os mediastinais anterio- pâncreas e baço; b) os mesen- fundos do membro inferior,
res (que drenam timo e pericár- téricos superiores que drenam pênis e clitóris (DANGELO;
dio), os mediastinais posteriores jejuno, íleo, apêndice, ceco, colo FATTINI, 2011).
UNIDADE 2 111
A disseminação linfática do
câncer é a via mais comum de
Timo Medula ósseo disseminação de carcinomas
vermelha
(tipo mais comum de câncer,
porém, menos maligno). Quan-
Baço do a metástase ocorre por via
linfática, pode-se prever o novo
local de instalação do câncer
analisando a drenagem linfáti-
ca do tumor primário. Essa via
faz com que linfonodos can-
cerosos fiquem aumentados,
mais firmes, insensíveis e fixos
às estruturas subjacentes. Essa
caracterização é importante e
Notar os linfonodos deve ser avaliada de maneira
dispersos em todo comparativa em relação às alte-
o corpo
rações causadas nos linfonodos
em decorrência de quadros in-
fecciosos. Nesse caso, a infecção
faz com que os linfonodos ficam
aumentados, no entanto, moles,
móveis e muito dolorosos.
Figura 14 - Principais linfonodos do corpo Como algumas células can-
cerígenas podem sobreviver e
se multiplicar no interior dos
linfonodos e a partir dele se dis-
seminar pelo corpo, linfonodos
Disseminação do Câncer intumescidos próximos a regiões
cancerosas devem ser removidos
Células cancerígenas podem se disseminar pelo corpo por conti- cirurgicamente. Além disso, a
guidade (por proximidade) ou por metástase. A propagação por técnica de terapia manual deno-
meio de metástase ocorre por disseminação hematogênica (por minada drenagem linfática não
meio do sangue) ou linfática (por meio da circulação linfática) é aconselhável a portadores de
(MOORE et al., 2014). tumores, pois, facilita a dissemi-
A disseminação hematogênica do câncer é a via mais comum nação de células cancerígenas de
de propagação de sarcomas (tumores menos comuns, porém mais um tumor primário para outras
malignos). Um fato interessante é que as veias disseminam mais do regiões do corpo.
que as artérias (pois têm paredes mais finas, oferecem menos resis- Por fim, é importante caracte-
tência e são mais abundantes) e os locais mais comuns de sarcomas rizar o linfoma. Esse é considera-
secundários são o fígado e os pulmões. do o câncer dos órgãos linfoides,
UNIDADE 2 113
Sistema
Respiratório
Definição e Função do
Sistema Respiratório
UNIDADE 2 115
A cavidade nasal pode ser dividida em vestí- Os seios paranasais ou da face são cavidades
bulo, região respiratória e região olfatória. O ves- existentes em alguns ossos do crânio (frontal,
tíbulo é anterior e apresenta pelos chamados de maxila, esfenoide e etmoide) contendo ar e re-
vibrissas. As regiões respiratória e olfatória são cobertas por mucosa respiratória. Tais ossos
posteriores e ficam recobertas, respectivamente, são chamados de pneumáticos e cada um deles
por mucosa respiratória e olfatória. Enquanto a apresenta seu próprio seio (seio frontal, seio
região respiratória é maior e inferior, a região ol- maxilar, seio esfenoidal e seio ou células etmoi-
fatória fica restrita à concha nasal superior e ao dais). Eles tornam a cabeça mais leve, ajudam a
terço superior do septo nasal. aquecer e umidificar o ar, e estão relacionados
O septo nasal divide a cavidade nasal em por- à ampliação da voz.
ções direita e esquerda. Esse septo é constituído Toda esta constituição interna do nariz é mui-
por uma parte cartilagínea (a cartilagem do septo to importante porque permite que o ar inspirado
nasal) e uma parte óssea (lâmina perpendicular seja adequadamente purificado, aquecido e umi-
do osso etmoide e osso vômer). Assim, o termo ca- dificado. Assim, quando o ar percorre a cavidade
vidade nasal pode ser usado para toda a cavidade nasal, ele é turbilhonado contra as saliências e
ou para cada parte (direita e esquerda). reentrâncias de suas paredes (devido às conchas
O osso etmoide, além da lâmina perpendicular, nasais e meatos), o que aumenta o contato do ar
apresenta duas massas laterais constituídas de célu- com a mucosa respiratória a qual contém glân-
las pneumáticas denominadas seios etmoidais, dos dulas nasais (produtoras de secreção serosa) e
quais se projetam duas conchas nasais, a superior células caliciformes (produtoras de muco).
e a média (a concha nasal inferior é um osso se- Essas secreções permitem que partículas de
parado). Além disso, o etmoide também apresen- impurezas e microrganismos fiquem presos e, na
ta a lâmina crivosa que apresenta uma projeção mucosa olfatória, permitem a limpeza dos recep-
chamada crista etmoidal e que é perfurada pelos tores olfativos, habilitando-os a captar estímulos
neurônios bipolares que saem da porção olfatória químicos que causam sensações olfativas. Além
da cavidade nasal, formam o nervo olfatório e se disso, a mucosa respiratória possui células ciliadas
dirigem ao giro reto do encéfalo. que, por meio dos batimentos dos cílios, condu-
As conchas nasais delimitam espaços denomina- zem as impurezas e os microrganismos aprisio-
dos meatos os quais aumentam a superfície mucosa nados até o meio externo.
da cavidade nasal umedecendo e aquecendo o ar Vale lembrar que, em caso de gripe ou resfria-
inspirado. Essa região é muito vascularizada e a rup- do, o excesso de muco prejudica a limpeza dos
tura de vasos nessa região pode causar sangramento receptores olfativos e, juntamente com a inflama-
nasal (epistaxe). Os seios paranasais desembocam ção da mucosa nasal, dificulta a chegada do ar até
nesses meatos. a área olfativa reduzindo o olfato.
Cóanos
Concha nasal
superior
Concha nasal
média
Concha nasal
inferior
Limiar do nariz
Vestíbulo Parte nasal
do nariz da faringe
Parte laríngea
da faringe
Laringe
Laringe
UNIDADE 2 117
Faringe
É uma estrutura músculo-membranácea locali- devido essa comunicação, uma infecção da faringe
zada posteriormente à cavidade nasal, à cavidade pode se propagar à orelha média (isso é muito
oral e à laringe de forma que apresenta três por- comum em criança onde um quadro de tonsilite
ções sem limites precisos entre elas: a porção nasal acaba evoluindo para um quadro de otite). Além
(superior, em comunicação com a cavidade nasal e disso, o óstio também drena muco e perilinfa que
com função respiratória), a oral (em comunicação existem nos canais semicirculares.
com a cavidade oral e com função digestória) e a Nas bordas do óstio faríngeo da tuba auditiva,
laríngea (inferior, em comunicação com a laringe existem aglomerações linfáticas chamadas, em
e com função respiratória). Assim, a faringe está conjunto, de tonsila tubária. Além da tonsila tu-
associada ao sistema respiratório e digestório, pois bária, nesta parte da faringe existe ainda a tonsila
é um canal comum à passagem do ar e alimento faríngea, a qual se aumentada passa a ser chamada
(TORTORA; DERRICKSON;WERNECK, 2010). de adenoide (como já visto no capítulo anterior).
Em relação aos limites e correlações anatô-
micas da faringe, é importante salientar que ela
tem início na base do crânio e término ao nível
da 6ª vértebra cervical, onde continua como o
esôfago e mantém contato com a coluna vertebral.
Ela é constituída por três camadas sobrepostas.
A interna tem constituição mucosa, a externa ou
adventícia é rica em fibras conjuntivas, e a média
é constituída por músculo estriado esquelético.
Esses músculos realizam os movimentos peristál-
ticos da faringe e podem ser externos ou internos.
Os externos são chamados de constritor superior,
médio e inferior da faringe. Os internos incluem
o músculo palatofaríngeo, o estilofaríngeo e o sal-
pingofaríngeo.
Na porção nasal da faringe existe um impor-
tante acidente anatômico chamado óstio faríngeo
da tuba auditiva, o qual é protegido pelo toro tubá-
rio. Esse óstio é uma abertura em forma de fenda
que marca a desembocadura da tuba auditiva, ou
seja, a tuba auditiva comunica a parte nasal da fa-
ringe com a cavidade timpânica da orelha média.
Essa comunicação serve para igualar a pressão do
ar externo à pressão daquele contido na própria
cavidade timpânica (percebemos claramente isso
quando descemos a serra do mar e sentimos a
pressão externa como um incômodo). Todavia, Figura 16 - Faringe
A laringe é um órgão tubular que se localiza no plano mediano e anterior do pescoço, entre a terceira
e a sexta vértebras cervicais. Ela se posiciona anteriormente à faringe e dá continuidade à traqueia.
Assim, serve como via aerífera (pois, permite a passagem do ar da faringe para a traqueia) e como
órgão da fonação (pois, dentro dela estão as pregas vocais) (WATANABE, 2000).
Ela é constituída por um esqueleto cartilagíneo, ligamentos, membranas e músculos estriados
esqueléticos que atuam sobre as pregas vocais ou na movimentação da laringe durante a deglutição.
Seu esqueleto cartilagíneo é formado por nove cartilagens, sendo três ímpares e três pares, como
descritas a seguir:
• As impares são: a cartilagem tireoidea, que é a maior delas. Ela é constituída por duas lâminas
que se unem anteriormente formando a proeminência laríngea (popularmente conhecida como
“gogó” ou “pomo-de-Adão”). Ela se fixa ao osso hioide (superiormente) e à cartilagem cricoide
(inferiormente). A cartilagem cricoidea é espessa e forte, e tem forma de anel. Fica abaixo da
cartilagem tireoidea e acima do primeiro anel de cartilagem da traqueia. A cartilagem epiglótica,
por sua vez, é fina, lembra uma folha e fica em posição mediana.
• As pares são: cartilagem corniculada, a cuneiforme e a aritenoidea; elas ficam na parte posterior
da laringe. A corniculada e a cuneiforme são pequenos nódulos e a aritenoidea é semelhante
a uma pirâmide.
UNIDADE 2 119
Traqueia Brônquios
A traqueia é a continuação direta da laringe. Sua Tem estrutura semelhante à da traqueia, porém,
função é servir como via aerífera conduzindo ar os anéis cartilagíneos são substituídos por placas
da laringe até os brônquios principais. Ela tem irregulares de cartilagem (não em forma de anel
início na região cervical e passa anteriormente ao como é na traqueia). Sua função é atuar como via
esôfago em direção ao tórax. Por isso, apresenta aerífera transportando ar (MOORE et al., 2014).
porção cervical e torácica. Em adultos, ela tem Logo, após sua origem, os brônquios são
aproximadamente 2,5 cm de diâmetro (DANGE- chamados de principais (de primeira ordem ou
LO; FATTINI, 2011). primários). Estes iniciam um processo de ramifi-
Tem estrutura cilíndrica fibrocartilagínea cação, de forma que os brônquios dão origem aos
constituída por 16 a 20 anéis incompletos de carti- brônquios lobares (de segunda ordem ou secun-
lagem em forma de “C” sobrepostos e ligados entre dários), os quais ventilam os lobos pulmonares.
si pelos ligamentos anulares. Sua parede posterior Por sua vez, os brônquios lobares se dividem em
constitui a parede membranácea da traqueia, a brônquios segmentares (de terceira ordem ou
qual é formada por tecido conjuntivo e músculo terciários), os quais vão até os segmentos bronco-
liso chamado músculo traqueal, que completa sua pulmonares, sofrem sucessivas divisões e termi-
estrutura. Suas cartilagens dão rigidez para impe- nam nos alvéolos pulmonares em ramificações
dir o colabamento de suas paredes, mas ao mesmo conhecidas como árvore brônquica.
tempo, por estarem unidas por tecido elástico, Como já visto, o brônquio direito é quase a
a traqueia apresenta mobilidade e flexibilidade continuação da traqueia. Ele é mais vertical, mais
durante a respiração e a deglutição. calibroso e mais curto do que o esquerdo. Por
Apesar de ser uma estrutura mediana, antes de isso, corpos estranhos que passam pela traqueia
dividir-se nos dois brônquios principais (direito em geral obstruem esse brônquio. Ele se divide
e esquerdo), a traqueia sofre um leve desvio à di- em três brônquios lobares e dez brônquios seg-
reita. Assim, o brônquio principal esquerdo tem mentares. Já o brônquio principal esquerdo se
maior comprimento do que o direito. Tal divisão divide em dois brônquios lobares e oito brônquios
é marcada internamente por uma crista chamada segmentares. Os brônquios segmentares conti-
carina, a qual é um importante ponto de referência nuam como bronquíolos terminais, bronquíolos
durante o exame chamado broncoscopia. respiratórios e sacos alveolares (onde aparecem
Internamente, a traqueia é revestida por mucosa pequenas expansões chamadas alvéolos). É im-
e tem células ciliadas que auxiliam na limpeza das portante ressaltar que os alvéolos se desenvolvem,
vias aéreas. É importante ressaltar que o hábito do principalmente, até os oito anos de idade, quando
tabagismo faz com que as glândulas traqueais se existem aproximadamente 300 milhões deles.
tornem hipessecretivas ao mesmo tempo em que
paralisam seus cílios. Isso faz com que o fumante
crônico tenha sempre secreção em abundância,
mas não consiga fazer uma boa higiene traqueo-
brônquica. Assim, parece que ele está sempre car-
regado de secreção. Lateralmente à traqueia estão
as artérias carótidas comuns e a glândula tireoide.
Laringe
Lobo Lobo
superior superior
Lobo
médio
Pulmão direito Pulmão esquerdo
(notar a subdivisão (notar a subdivi-
em 3 lobos) são em 2 lobos)
Lobo inferior
UNIDADE 2 121
Pleuras e cavidade pleural Mecânica
Respiratória
Cada pulmão é envolto por um saco seroso completamente fechado,
chamado pleura, que apresenta dois folhetos: a pleura pulmonar ou O músculo diafragma é o prin-
visceral, e a pleura parietal. A pleura pulmonar reveste a superfície cipal músculo da respiração. Isso
do pulmão penetrando suas fissuras enquanto a pleura parietal, pode ser dito porque, em con-
mais espessa, recobre a face interna do tórax e o músculo diafragma dições de repouso, ele é o úni-
(MOORE et al., 2014). co músculo a se contrair para
Ambas as pleuras são contínuas entre si por meio de um espaço, gerar a respiração. Quando se
chamado cavidade pleural, onde existe um líquido que permite o contrai, ele desce em direção ao
deslizamento entre elas durante os movimentos respiratórios. Toda- abdome comprimindo as vísce-
via, em alguns lugares, a pleura pulmonar se afasta da pleura parietal ras abdominais e aumentando a
formando os recessos pleurais (como o recesso costodiafragmático e pressão nesta cavidade. Em con-
o costomediastinal). Vale salientar que na cavidade pleural a pressão trapartida, a pressão no tórax é
é subatmosférica a fim de favorecer a mecânica respiratória. diminuída fazendo com que o
ar flua, a favor do gradiente de
pressão, de onde está em maior
Traqueia pressão (o meio externo) para
Brônquio principal esquerdo
onde a pressão é menor (a cavi-
Brônquio principal
direito dade torácica). Isso caracteriza
Pleura parietal a inspiração (TORTORA; DER-
RICKSON;WERNECK, 2010).
Pleura visceral
Para que a expiração ocorra
Cavidade pleural
direita Pulmão Pulmão Cavidade pleural não é necessário que nenhum
direito esquerdo esquerda
músculo respiratório se con-
traia, pois, a própria elasticida-
Músculo de do tecido pulmonar faz com
diafragma
que o ar saia dele assim que a
Mediastino
pressão interna e a externa se
igualarem. Todavia se a ins-
piração ou a expiração forem
Parede do tórax
Pleura parietal Pleura visceral
forçadas, outros músculos res-
Cavidade pleural Pulmão piratórios passam a agir (é o que
ocorre, por exemplo, durante o
Figura 20 - Pleuras e cavidade pleural
UNIDADE 2 123
compreensão pode representar
a real possibilidade de preven-
ção e tratamento adequado.
Além disso, o sistema car-
diorrespiratório é imensamen-
te modificado pelo exercício
físico. O coração, por exemplo,
torna-se mais forte em bombear
o sangue, aumentando a quanti-
dade de sangue ejetado por ba-
timento cardíaco. Assim, pode
bater menos vezes por minuto
e bombear a mesma quantidade
de sangue. As câmaras cardía-
cas de um atleta são modifica-
das (tornam-se mais espessas e
com maior capacidade contrá-
til). Ao contrário, sedentários
têm maior frequência cardíaca
Figura 22 - Cavidade torácica e mediastino
para manter o volume de ejeção
É imprescindível para vida o adequado funcionamento do siste- e têm miocárdio menos forte.
ma circulatório sanguíneo e linfático em atuação conjunta com O exercício modifica o funcio-
o sistema respiratório e o nervoso. Isso porque deles depende a namento do sistema vascular
adequada oxigenação e nutrição tecidual, bem como a drenagem linfático (fluxo da linfa é esti-
das células a fim de manter a homeostasia celular e corpórea. mulado pelo movimento).
Doenças podem acometê-los como as doenças cardíacas, vasculares, O sistema respiratório é
linfáticas, respiratórias, traumas, tumores ou acidentes vasculares no melhorado pelo exercício. Isso
sistema nervoso. Por isso, pesquisas científicas têm sido desenvolvidas, pode ser percebido ao analisar
principalmente por profissionais da saúde, a fim de encontrar soluções volumes e capacidades pulmo-
que previnam doenças ou garantam a sobrevida dos portadores. nares (pela espirometria) do
Para que tais pesquisas tenham sucesso e possam mudar prog- atleta em comparação ao seden-
nósticos, o pré-requisito básico é o pleno conhecimento histológico, tário. Além disso, é sabido que o
fisiológico e anatômico desses sistemas. Assim, este estudo é impres- exercício fortalece os músculos
cindível aos estudantes da área da saúde, uma vez que sua adequada respiratórios em geral.
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Está correta a alternativa:
a) I e II.
b) I e IV.
c) II e III.
d) II e V.
e) III e IV.
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V) Os pulmões são revestidos por uma dupla membrana de tecido conjuntivo
chamada pleura. Essa membrana é análoga, em termos funcionais, à fáscia
muscular e ao pericárdio, uma vez que uma de suas funções é proteger os
pulmões assim como as estruturas citadas acima protegem os músculos e o
coração. No entanto, as pleuras desempenham um papel importante na mecâ-
nica respiratória devido à pressão negativa que existe no espaço pleural. Essa
pressão é importante, pois serve para atrair a pleura pulmonar em direção
à parietal de forma que esta força de sucção permita a expansão pulmonar.
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4. Leia as afirmações a seguir e assinale a alternativa que contém proposições
corretas:
I) O pulmão direito é maior do que o esquerdo e apresenta mais lobos e fissuras.
II) Ao contrário do proposto acima, o pulmão esquerdo é maior do que o direito.
O esquerdo apresenta três lobos (superior, médio e inferior) e duas fissuras
(oblíqua e horizontal).
III) As principais estruturas de filtragem da linfa são os linfonodos, pois apresen-
tam muitas células imunológicas (como os linfócitos) as quais são capazes
de destruir microrganismos, células anômalas ou mesmo moléculas grandes
e inúteis.
IV) A drenagem linfática depende, em última instância, do ducto linfático direito
e do ducto torácico. Tais estruturas lançam a linfa nas artérias e, por isso,
pode-se dizer que o sistema linfático é auxiliar do sistema arterial.
V) A linfa localizada no meio intercelular é chamada de linfa intersticial enquanto
a linfa localizada nos capilares linfáticos é chamada de linfa circulante.
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5. Observe a imagem, leia as afirmações a seguir e assinale a alternativa que con-
tém proposições corretas:
a) O número 1 representa a laringe.
b) O número 3 representa a laringe.
c) O número 6 representa o pulmão.
d) O número 3 representa a faringe.
e) O número 4 representa o brônquio.
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FILME
Um ato de coragem
Elenco: Denzel Washington, Robert Duvall, James Woods
Ano: 2002
Sinopse: John Q. Archibald (Denzel Washington) é um homem comum, que traba-
lha em uma fábrica e vive feliz com sua esposa Denise (Kimberly Elise) e seu filho
Michael (Daniel E. Smith). Até que Michael fica gravemente doente, necessitando
com urgência de um transplante de coração para sobreviver. Sem ter condições
de pagar pela operação e com o plano de saúde de sua família não cobrindo tais
gastos, John se vê então numa luta contra o tempo pela sobrevivência de seu
filho. Em uma atitude desesperada, ele então decide tomar como refém todo
o setor de emergência de um hospital, passando a discutir uma solução para o
caso com um negociador da polícia (Robert Duvall) e com um impaciente chefe
de polícia (Ray Liotta), que deseja encerrar o caso o mais rapidamente possível.
Comentário: é um filme emocionante que mostra como a sobrevivência do
ser humano depende totalmente do adequado funcionamento do sistema
circulatório. Muito bom!
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CFTA - COMISSÃO FEDERATIVA DA TERMINOLOGIA ANATÔMICA. Terminologia Anatômica: ter-
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