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HISTÓRIA
RESUMO
Neste artigo, o objetivo é analisar a abordagem da ditadura militar nos livros didáticos
de História, concluindo-se que se iniciaram as transformações de abordagens nos
livros, procurando inserir a temática da ditadura militar, de forma a fornecer ao aluno,
uma análise crítica de todo o processo.
INTRODUÇÃO
O livro didático foi, durante muito tempo, o mais importante e, na maioria das vezes,
o único recurso, além do quadro e giz, que o professor dispunha para dar suas aulas.
Assim, os conteúdos administrados eram norteados, principalmente, por este
instrumento, o que já traduz a grande responsabilidade de seus autores, com os
conhecimentos inseridos nele.
Mas, muitas vezes essa responsabilidade recaía sobre a preocupação com textos que
reproduzissem a ideologia dominante de uma época, como aconteceu no período da
Ditadura Militar, em que os livros didáticos eram reprodutores daquilo que fosse do
interesse da ordem vigente.
Quando o assunto remete ao livro didático de História, percebe-se, ainda mais, essa
concepção manipuladora dos textos, aclamando o ufanismo, os grandes feitos, em
uma história que não condizia com a realidade dos fatos. Esses livros eram utilizados
apenas para que o aluno fosse inserido naquilo que interessava ao poder, sem a
oportunidade de aguçar seu senso crítico, sem que a escola pudesse lhe dar acesse,
a partir dos conteúdos, do que estava realmente acontecendo no país e o que
significou, de fato, o Golpe Militar e todas as suas consequências. Ressaltando que
os livros sequer utilizavam essa denominação de Golpe, nome geralmente substituído
por Revolução.
O objetivo do estudo é analisar a abordagem da ditadura militar nos livros didáticos
de História.
Durante o regime militar, o ensino que era ofertado caracterizava-se pela passividade
à ideologia do golpe militar. Esta ideologia que permeava, principalmente, o ensino de
História, sujeitava os alunos à forma de controle por meio da repressão e dos
mecanismos pedagógicos, visando fortalecer os sentimentos de pátria, os objetivos
do governo, os objetivos de segurança e o dever e obediência cega.
Como apresenta Ghiraldelli Júnior (1991), o ensino de História estava no centro das
preocupações do regime ditatorial. Isso porque esta disciplina tem, entre suas
características, a análise crítica dos conteúdos e a formação crítica das pessoas e
nada disso interessava aos militares. De acordo, ainda, com o autor, esta
preocupação dos militares ficou bem clara, quando substituíra o ensino de História,
nas séries iniciais, pela Disciplina de Estudos Sociais, englobando conhecimentos de
História e Geografia. “Já nas séries do Ensino Fundamental e Secundário pela
Educação Moral e Cívica e Organização Social e Política do Brasil – OSPB”
(GHIRALDELLI JÚNIOR, 1991, p.128).
Buscava-se, então, adequar o indivíduo à ordem vigente e a saída de usar a educação
sistemática como caminho era estratégica. Ao mesmo tempo em que se procurava
minimizar a importância de disciplinas como História e Geografia, investiam em outras,
como a Educação Moral e Cívica e Estudos Sociais, que respondia positivamente aos
anseios dos militares, pelo seu teor limitado, restrito à ideologia dominante e, pelo
menos em pretensão, doutrinador de mentes para que aceitassem passivamente, o
regime militar e sua ordem repressiva.
Em relação ao conteúdo, as escolas trabalhavam conhecimentos também ligados aos
interesses do regime. Desta forma, o currículo passa ser, por um lado, como explica
Cerezer (2009, p. 08) “utilizado para a produção, implantação e consumo de recursos
políticos, culturais e ideológicos, e por outro lado, à produção, distribuição e consumo
de componentes simbólicos que pudessem garantir a aceitação dos ideais
dominantes”.
Foi assim que, durante o regime militar, conseguiram entre uma significativa parcela
da população, a formação e manutenção de ideias e concepções alinhadas à ideologia
de atuação política, fortalecendo a defesa e exaltação do poder do Estado,
combatendo que contestações pudessem atrapalhar aquele sistema de ordem e
progresso (CEREZER, 2009).
Análises sobre livros didáticos costumam ser duras, principalmente, quando se reflete
acerca de seu uso como difusor de ideologias, mesmo nos dias atuais em que, de
acordo com Faria (1994), ele continua, muitas vezes, atuando como difusor de
preconceitos, através das ideologias que carregam seus discursos.
Por esta razão, é importante enfatizar que o uso de livros didáticos como instrumento
ideológico é algo que sempre existiu, embora tenha análises acerca desse uso mais
intensas no período da ditadura
Assim, a partir do golpe, acontecia somente uma continuação de uma prática já
existente. Os militares, a partir do golpe, precisariam de um instrumento que
retransmitisse a noção de autoritarismo que eles estavam implantando na sociedade,
e nada mais adequado do que escolher a educação como este instrumento, utilizando
todas as áreas de conhecimento inseridas nela, em especial, a História, cuja utilização
direta vinha por meio dos textos presentes nos livros didáticos.
Estes textos vinham com abordagens que mostravam todo o tradicionalismo presente
na disciplina História, conforme a concepção que recebia durante o regime limitar.
Assim, três concepções marcavam bem esses textos: veneração dos heróis nacionais,
patriotismo e civismo. Estas não eram, ao contrário de hoje, meras diretrizes ou
norteamentos oficiais para a educação. O que se tinha era a imposição na qual existia
um lado que mandava, ou seja, os militares e outro que obedecia, a sociedade. Isso
sem contestação, questionamentos ou rebeldias, evitando consequências drásticas e
traumáticas. Tem-se o exemplo de como o ensino de história era desenvolvido neste
período:
CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS