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APOSTILA

DE
PRIMEIROS
SOCORROS

Modulares
Prof. Valderci Pereira Nery
APOSTILA DE PRIMEIROS SOCORROS 2

SUMÁRIO
Objetivos.............................................................................................................pág. 03
Conceitos em Primeiros Socorros......................................................................pág. 04
Regras de Responsabilidade e Perfil Psicológico do Socorrista........................pág. 04
O Socorrista e a Lei, O Protocolo e Consentimento no Atendimento ............. pág. 05
AULA 2
Biosegurança .....................................................................................................pág. 06
Análise da Vítima................................................................................................pág. 08
Escala de trauma modificada e Escala de Coma de Glasgow...........................pág. 09
AULA 3
Reanimação cardiopulmonar (RCP)...................................................................pág. 10
Controle de Pulso...............................................................................................pág. 11
Controle da Respiração.....................................................................................................pág. 12
Parada Respiratória e Desobstrução de Vias Aéreas.....................................................pág. 12
AULA 4
Estado de Choque..............................................................................................pág. 15
Desmaio ............................................................................................................pág. 17
AULA 5
Hemorragia.........................................................................................................pág. 18
Sangramento nasal............................................................................................pág. 20
Ferimentos Especiais (tecidos moles)................................................................pág. 21
Queimaduras......................................................................................................pág. 23
Envenenamento.................................................................................................pág. 25
AULA 6
Fraturas..............................................................................................................pág. 26
Transporte e Imobilização..................................................................................pág. 29
Retirada de Capacete ........................................................................................pág. 31
Lesões de Coluna...............................................................................................pág. 32
AULA 7
Afogamento........................................................................................................pág. 33
AULA 8
Infarto do Miocárdio............................................................................................pág. 38
Acidente Vascular Cerebral................................................................................pág. 39
Convulsões e Epilepsia......................................................................................pág. 40
AULA 9
Animais Peçonhentos.........................................................................................pág. 41
Bibliografia..........................................................................................................pág. 49

Profa. Solange / Prof. Nery


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OBJETIVOS

Quando pensamos em ambiente, de imediato lembramos-nos dos mais varia-


das tipos de ambientes os quais estamos expostos durante nossas vidas profissio-
nais ou momentos de lazer: nas ruas, escritórios, lojas, obras, fábricas, indústrias,
plataformas, hotéis, piscinas, rios, praias, campos, trilhas, nossa residência... enfim!
A partir daí haja imaginação para tantas profissões, ambientes de trabalho, e locais
de lazer! Diante desta gama de atividades, no entanto, é mister lembrarmos que po-
dem advir situações-problema que requerem, cada vez mais, dos profissionais de
socorros, conhecimentos na área médica que muito ajudarão no atendimento de a-
cidentes como quedas, afogamentos e mal súbito que podem resultar em lesões
permanentes se não forem atendidos de forma correta.
Esta apostila, sem a pretensão de ser um curso completo de resgate, visa ca-
pacitar o aluno a nortear suas ações e atividades de acordo com o Protocolo de Pri-
meiros Socorros, bem como conhecer os tipos de acidentes, sinais e sintomas, tra-
tamentos e utilização de recursos (materiais) de Primeiros Socorros quando houver
necessidade ou quando se deparar com situações adversas.
É importante lembrar que não devemos estagnar nossos conhecimentos nas
informações aqui contidas, uma vez que a área médica, a exemplo de todas as ou-
tras áreas, está em constante atualização, visto a velocidade com que as pesquisas
em saúde trazem conhecimentos inovadores da prática de atendimento ao indivíduo
doente e, portanto, também em primeiros socorros.
Os conhecimentos aqui obtidos o ajudarão a tomar medidas imediatas e efici-
entes no atendimento à pessoa acidentada ou vítima de mal súbito até a chegada de
uma equipe especializada em resgate ou equipe médica ao local.
É importante que, em todos os momentos e, em especial diante das adversi-
dades, o profissional transmita confiança e tranqüilidade à pessoa acidentada e, pa-
ra isto, é preciso que adquira conhecimento e autoconfiança, pois o bem estar físico
e mental de seus companheiros de trabalho também é de sua responsabilidade.

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CONCEITOS EM PRIMEIROS SOCORROS

Socorrista: Profissional apto a ministrar cuidados de emergências médicas.


Vítima: Pessoa que sofreu um acidente ou mal súbito.
Paciente: vítima que passou a ser atendida pelo socorrista, equipe de resgate
ou equipe médica.

REGRAS DE RESPONSABILIDADE

Em um local de emergência a primeira preocupação é com o paciente.


Toda atividade do socorrista é dirigida no sentido de assegurar ao paciente
cuidados médicos, segurança e conforto.

Em virtude disso, como socorrista você deverá observar as nove principais o-


brigações que são:
1. Estar sempre preparado física e mentalmente para atender uma emergência;
2. Atender rapidamente, mas com segurança;
3. Estar certo de que o local da emergência está seguro, utilizando-se de qualquer
meio de controle para isolar e sinalizar;
4. Garantir acesso ao paciente, utilizando ferramentas especiais quando necessário;
5. Determinar qual é o problema do paciente e providenciar os cuidados de emer-
gência necessários;
6. Liberar, erguer e mover o paciente quando necessário, sem causar lesões adicio-
nais a ele e a você mesmo. Estes procedimentos são iguais em pessoas presas
em locais adversos e no transporte;
7. Planeje e execute com cuidado a movimentação de um paciente, do local onde se
encontra, até a viatura;
8. Transporte o paciente para o centro médico adequado, se possível comunicar o
centro médico sobre o paciente que está sendo removido, bem como sua situa-
ção;
9. Ao chegar ao centro médico, informar o tipo de acidente e os procedimentos de
primeiros socorros realizados no local e durante o transporte.

PERFIL PSICOLÓGICO DE UM SOCORRISTA

O perfil de um socorrista deve ter as seguintes qualidades:

Amável Estabilidade emocional Controle de hábito


Cooperativo Capacidade de liderança Controlar o vocabulário
Improvisação Boa apresentação Ser capaz de ouvir os outros
Iniciativa Discrição

Todos estes requisitos ajudam a desenvolver um estilo calmo e profissional


que muito será útil ao proporcionar cuidados de emergência.

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O SOCORRISTA E A LEI

Ao contrario de muitos países como EUA, CANADA E JAPÃO, entre outros,


no Brasil e especialmente no estado de São Paulo, ainda não temos um conjunto de
leis que defina e regulamente os serviços de atendimento de emergências médicas.

VOCÊ PODERÁ SER PROCESSADO E RESPONSABILIZADO SE:

 Não ministrar cuidados de emergência;


 Prestar cuidados incorretos quando o socorro correto era óbvio para um socorrista
treinado;
 Abusar ou maltratar o paciente;
 Prestar cuidados além daqueles previstos pelo seu nível de treinamento e regula-
dos pelos protocolos do serviço de atendimento a emergência médica;
 Forçar a prestação de primeiros socorros para um paciente adulto consciente que
está recusando os cuidados;
 Não manter sigilo sobre as condições particulares em que o paciente se encontra-
va e/ou procedimentos utilizados;
 Deixar de prestar contas ao paciente ou seus familiares sobre os objetos de per-
tence do paciente; e
 Dirigir perigosamente e irresponsavelmente, ou violando outras regras de trânsito.

O PROTOCOLO

É a padronização de um determinado procedimento de primeiros socorros para


garantir ao paciente um mínimo aceitável de cuidados, tanto em qualidade como em
efetividade:

CONSENTIMENTO NO ATENDIMENTO

Adultos quando conscientes e mentalmente capazes, podem recusar os cuida-


dos de emergência. Uma vez que o acidentado adulto esta apto mental e fisicamente
para entender e discernir o que quer, o socorrista não pode forçar o paciente a rece-
ber cuidados médicos.
Quando um paciente recusa ser atendido, você deverá documentar tal fato,
solicitando que ele assine uma declaração. Caso o paciente se recusar a assinar,
você deverá anotar duas testemunhas que estão comprovando a recusa do paciente.
Atentar para os pacientes especiais como os mentalmente perturbados, femi-
ninas, drogados, tentativas de suicídio, criminais e lembrando-se de que o socorrista
não é habilitado para constatar óbito.

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BIOSSEGURANÇA

Biossegurança é o Conjunto de medidas tomadas para evitar contaminação e


transmissão de infecções.
Com o objetivo de evitar a exposição de profissionais da saúde, dentre eles o
socorrista, foram criados as precauções universais e os procedimentos técnicos de
limpeza de materiais e superfícies, e finalmente o uso dos Equipamentos de Prote-
ção Individuais (EPIs) que se destinam a proteger os profissionais durante os exercí-
cios das atividades, minimizando os riscos por contato com sangue e outros fluídos
corpóreos.
Os EPI utilizados no atendimento às emergências são:
 Luvas: Devem ser de látex, vinil ou outro material sintético e impermeável. Para
utilizá-las, devemos proceder conforme seqüência abaixo.
- Inspecionar as mãos, verificando presença de cortes/lesões;
- Trocar de luvas a cada vítima que atendermos;
- Sempre lavar as mãos depois do atendimento.
 Máscaras ou protetores faciais: As mascaras servem para proteger a boca e na-
riz do socorrista contra sangue ou fluidos expelidos e contra partículas respirató-
rias menores.
- Para sangue ou fluidos expelidos: use máscaras do tipo cirúrgico;
- Para partículas respiratórias menores (tosse e espirro): use máscara com filtro
de alta eficiência, por exemplo a NR 95.
 Proteção ocular (óculos): As membranas mucosas dos olhos podem absorver
fluidos e são um caminho para a infecção. Use óculos de proteção. (devem pro-
teger a frente e as laterais dos olhos).
 Avental: O avental protege as roupas e a pele descoberta, nos casos de feridos
em que artérias jorram sangue, no parto ou em vítimas com múltiplos ferimentos
e sangramento grave.

O quadro abaixo demonstra algumas doenças, seus meios de transmissão e


se há ou não vacinas preventivas.

DOENÇAS MEIO DE TRANSMISSÃO VACINA


AIDS / HIV Picadas de agulhas, contato de membranas muco- Não
sas (olho e boca) com sangue ou contato sangüíneo
com ferimentos.
Vírus da Picadas de agulhas, contato de membranas muco- Sim
Hepatite B sas (olho e boca) com sangue ou contato sangüíneo
(HBV) com ferimentos.
Algum risco durante RCP boca-a-boca.
Tuberculo- Gotículas Aerolisadas das vias aéreas. Sim
se (Tb)
Meningite Secreções respiratórias ou salivas. Sim para o tipo B

As colunas abaixo demonstram outras doenças e seus meios de contamina-


ção.

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Agente Via de transmissão


Hepatite B . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Contato com fluidos
Hepatite C . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Contato com fluidos
HIV . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Contato com fluidos
Tuberculose . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Aerossóis
Varicela . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Contato + Aerossóis
Sarampo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Aerossóis
Caxumba/ Rubéola Contato + gotículas
Infecções Gastrointestinais . . . . . . . .Contato
Herpes simplex . . . . . . . . . . . . . . . . .Contato
Escabiose/Pediculose . . . . . . . . . . . .Contato
Meningite . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Gotícula

Os fluidos que representam risco para transmissão ocupacional são:


 Sangue
 Fluidos, tecidos ou substâncias com sangue visível.
 Líquidos: amniótico, céfalo-raquidiano, peritoneal, pleural, sinovial e pericárdico.
 Exsudatos inflamatórios

Os exemplos abaixo estão demonstrando as medidas dos riscos:


 Vírus da Hepatite B
6 a 30 %: exposição percutânea a sangue
Vítima HBeAg (+): risco mais elevado
Sangue: veículo mais importante
Reservatório ambiental pode ser importante

 Vírus da Hepatite C:
1.8 %: exposição percutânea a sangue.
Mucosa: transmissão rara.
Não há relatos de exposição de pele não íntegra.

 Vírus HIV:
Após contato com sangue:
Acidente pérfuro-cortante: 0,3%
Exposição de Mucosa: 0,09%
Exposição de pele não íntegra: < 0,09%
Profilaxia pós-exposição: antiretrovirais

É muito importante realizar limpeza de superfícies e materiais após sua utili-


zação, pois o tempo de sobrevivência dos microorganismos em matéria orgânica
ressecada a temperatura ambiente é longo, conforme demonstrado nos exemplos
abaixo.
Vírus HIV - até 03 dias.
Vírus Hepatite B - até uma semana.
Poliovírus - 20 a 170 dias.
Mycobacterium tuberculosis - 150 a 180 dias.

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ANÁLISE DA VÍTIMA
Análise Primária - Suporte Básico da Vida -SBV

(D) - Segurança de cena e dos socorristas.

(R) - Nível de consciência – responsividade.

(A) – AIRWAY AND CERVICAL SPINE CONTROL


Estabilizar a coluna cervical manualmente, constatar responsividade e certifi-
car-se da permeabilidade das vias aéreas.

(B) – BREATING
Verificar respiração (ver, ouvir e sentir) se ausente expirar 2 vezes.

(C) – CIRCULATION AND HEMORRHAGE CONTROL


Verificar circulação (artérias carótida ou braquial), se ausente iniciar a massa-
gem cardíaca externa.

(D) – DISABILITY (MINI-NEUROLOGICAL EXAM)


Realizar exame neurológico (Escala de Coma de Glasgow e Avaliação de Pu-
pilas.

(E) – EXPOSE AND EXAMINE


Expor a vítima (prevenção da hipotermia, utilizando manta aluminizada).

Análise Secundária
a) Subjetiva
 Relacionar local com vítima, tentando descobrir a origem do acidente;
 Questionar vítima;
 Questionar testemunhas; e
 Informações médicas: o que gerou o acidente e os meios utilizados para socorro.

b) Objetiva
 Exame da cabeça aos pés: para localizar ferimentos e/ou deformidades ainda
não observadas;
 Sinais vitais: respiração, pulso, pele, pupilas, perfusão capilar, pressão arterial e
nível de consciência;
 Classificação na escala de trauma.

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ESCALA DE TRAUMA MODIFICADA

Destina-se a avaliar alterações no estado geral da vítima traumatizada. Avalia


os sistemas circulatório, respiratório e nervoso.

Freqüência Respi- Pressão Arterial Escala de Coma Pontuação


ratória Sistólica de Glasgow
Entre 10 - 29 Maior ou igual 90 Entre 13 – 15 4

Maior ou igual 30 Entre 76 – 89 Entre 9 – 12 3

Entre 6 - 9 Entre 50 – 75 Entre 6 – 8 2

Entre 1 - 5 Menor que 50 Entre 4 – 5 1

Zero Zero Três 3

+ + =
1. Trauma score menor ou igual a 10 – vítima em estado grave;
2. Trauma score igual a 11 – vítima potencialmente grave; e
3. Trauma score igual a 12 – vítima em estado normal.

Escala de Coma de Glasgow.


Elaborada por Sir Graham Teasdale e William Bryan Jennett:
ABERTURA OCULAR
- Espontânea 4 pontos
- Solicitação Verbal 3 pontos
- Estímulo doloroso 2 pontos
- Nenhuma 1 pontos
MELHOR RESPOSTA VERBAL
- Orientada 5 pontos
- Desorientada / confusa 4 pontos
- Palavras inapropriadas 3 pontos
- Sons / gemidos 2 pontos
- Nenhuma 1 pontos
MELHOR RESPOSTA MOTORA
- Obedece a comandos verbais 6 pontos
- Localiza e tenta remover o estímulo doloroso 5 pontos
- Reage a dor 4 pontos
- Flexão anormal à dor (decorticação) 3 pontos
- Extensão anormal à dor (descerebração) 2 pontos
- Nenhuma 1 pontos

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REANIMAÇÃO CARDIOPULMONAR (RCP)


CICLO (RÍTMOS)

1. Adulto (acima de 8 anos): 30 massagens X 2 sopros X 100 compressões por


minuto;
2. Crianças (1 a 8 anos): 30 massagens X 2 sopros X 100 compressões por mi-
nuto;
3. Bebês recém-nascidos (até 28 dias): 30 massagens X 2 sopros X 120 com-
pressões por minuto.

OBS: Não há diferenças para um ou dois socorristas.


O ciclo não deve exceder a 5 segundos.

PROCEDIMENTO

 Aplicar a Reanimação Cárdio-Pulmonar, onde:


Para abrir vias aéreas:
 Vítima de afogamento e mal súbitos: levar uma mão à testa e dois ou três de-
dos da outra mão para elevar o queixo (mento) do paciente.
 Vítima com suspeita de lesão de coluna: executar a tríplice manobra - estabi-
lizar cabeça, pescoço e abrir a boca da vítima.
Para verificar respiração: ouvir, sentir e observar a passagem do ar e os movimen-
tos respiratórios do tórax, colocando o ouvido próximo à boca do paciente, permitin-
do ouvir e sentir a saída do ar.
Se o paciente não respira: ventilar duas vezes, da seguinte forma:
Respiração boca-a-boca: fechar o nariz do paciente, inspirar profundamente e selar
os lábios do socorrista contra a boca do paciente (ao redor), expirando a seguir. Em
crianças selar os lábios sobre nariz e boca.
Verificar a circulação: através do pulso carotídeo, que é verificado na região do
pescoço, ao lado da traquéia, abaixo da região mentoniana. Em crianças abaixo de
um ano, palpar pulso braquial. Se não houver batimentos...
Iniciar massagem cardíaca externa: através da compressão do tórax: o local das
compressões se faz nos 2/3 inferiores do esterno. Para colocar as mãos, ache o os-
so esterno e siga-o até o final no sentido cabeça-abdome. Coloque o dedo médio no
ponto de união entre o apêndice xifóide e o esterno, e o indicador imediatamente ao
lado. As regiões tenar e hipotenar da outra mão são colocadas sobre o eixo maior do
esterno. A primeira mão vai sobre a outra, mas nunca devem tocar o gradeado cos-
tal. Manter os braços estendidos e os ombros perpendiculares ao tórax do paciente.
Comprimir de maneira rítmica, sendo metade do ciclo compressão e metade des-
compressão. As mãos não devem ser retiradas do tórax para não se perder a posi-
ção correta; porém, se houver apenas um socorrista, ao terminar a ventilação, repetir
o procedimento para achar o lugar correto de compressão no esterno. Em crianças
abaixo de um ano, traçar uma linha imaginária entre os mamilos, colocando o dedo
indicador na linha imaginária. A seguir, posicionar os dedos médio e anelar imedia-
tamente abaixo do indicador. Retirar o dedo indicador do tórax da vítima e mantê-lo
apontado para a linha imaginária e usar os outros dois dedos para realizar a massa-
gem. Outra forma de compressão é envolver o tórax da vítima com as duas mãos e
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posicionar os dois polegares sobre o esterno ( lado a lado ou um sobre o outro) logo
abaixo da linha dos mamilos; os outros dedos fornecem apoio ao dorso da vítima. No
entanto, se a criança for grande ou as mãos do socorrista forem pequenas a massa-
gem não será efetiva.

A cada “dois” minutos, verificar novamente se há respiração e pulso, determinantes


da parada do procedimento de reanimação e início de observação constante a fim
de verificar necessidade de reiniciar o procedimento. A reanimação não deve parar
até que chegue socorro especializado ou ocorra estafa do socorrista.

CONTROLE DE PULSO

O pulso é a contração e expansão alternadas de uma artéria, correspondendo


aos batimentos do coração; fornece informações sobre o coração.
A freqüência cardíaca é o número de pulsações por minuto e varia conforme a
idade e o sexo:
 Nos homens – 60 a 70 pulsações/minuto;
 Nas mulheres – 65 a 80 pulsações/minuto;
 Nas crianças – 120 a 125 pulsações/minuto;
 Nos lactentes – 125 a 140 pulsações/minuto;
O pulso pode ser verificado nas seguintes artérias: radial, carótida, Femu-
ral, pediosa, temporal e braquial.

Procedimento

 Posicionar os dedos indicador e médio sobre a artéria escolhida;


 Contar as pulsações durante um minuto, usando um relógio com ponteiros de
segundos;
 Mensurar preferencialmente o pulso carotídeo em adultos e braquial em be-
bês;
 Observar e anotar pulso: se é rítmico ou arrítmico, e quanto ao volume se é
cheio, fino ou filiforme.

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CONTROLE DE RESPIRAÇÃO

Respiração é o fornecimento de oxigênio e a eliminação de gás carbônico do


organismo. A emoção, o exercício, o banho frio ou quente e algumas doenças modi-
ficam a respiração.
A freqüência respiratória é o número de movimentos respiratórios em um mi-
nuto, que pode variar em bradipnéia (número de batimentos por minuto abaixo do
normal) e taquipnéia (número de batimentos por minuto acima do normal).
O padrão normal de freqüência respiratória é:
 No homem – 16 a 18 movimentos/minuto;
 Na mulher – 18 a 20 movimentos/minuto;
 Na criança – 20 a 25 movimentos/minuto.

Procedimento

 Observar o padrão respiratório do paciente, contando os movimentos respira-


tórios (expansões torácicas) por um minuto.
 Observar se a respiração é profunda, superficial, estertorosa, ofegante, eup-
néia (respiração normal), dispnéica (dificuldade para respirar). Estar atento
quanto à presença de apnéia (parada respiratória), Cheyne-Stokes (respira-
ção com alternância de taquipnéia e apnéia).

PARADA RESPIRATÓRIA E DESOBSTRUÇÃO DE VIAS AÉREAS

Parada Respiratória

 Verifique inconsciência (se estiver);


 Deite a vítima de costas e chame auxílio;
 Libere vias aéreas;
 Verifique respiração (se não respira);
 Efetue 2 (duas) ventilações;
 Verifique pulso na carótida (se existir pulso);
 Continue ventilando a cada:
5 segundos - adulto
3 segundos - criança
2 segundos - bebês.
OBS: Cheque o pulso a cada 1 minuto ou 12 insuflações.

Adulto consciente engasgado

 Pergunte "você pode falar" (se não puder);


 Efetue repetidas compressões abdominais (manobra de HEIMLICH) ou no ester-
no (gestantes e obesos);

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Técnicas de desobstrução - ADULTO - Manobra de Heimlich

Adulto inconsciente engasgado

 Verifique inconsciência (se estiver);


 Deite a vítima de costas e chame auxílio;
 Verificar respiração (se não respirar);
 Tente efetuar ventilação boca a boca (se não consegue);
 Repita a liberação das vias aéreas e ventilação (se ainda não consegue);
 Chame socorro especializado ou transporte para o hospital;
 Efetue de 6 a 10 compressões abdominais ou no externo (gestantes e obesos);
 Tente remover o corpo estranho com seus dedos;
 Observe se a vítima respira (se não respira);
 Repita a seqüência.

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Bebês conscientes engasgados

 Verifique a obstrução;
 Posicione o bebê de bruços em seu braço;
 Efetue 4 pancadas entre os omoplatas;
 Vire o bebê de costas em seu braço;
 Efetue 4 compressões no esterno;
 Repita seqüência; (se não desengasgou).

Bebês inconscientes engasgados

 Verifique inconsciência (se estiver);


 Chame auxílio;
 Libere as vias aéreas;
 Verifique a respiração (se não respira);
 Tente efetuar ventilação "boca a nariz" (se não consegue);
 Repita a liberação das vias aéreas e ventilação;
 Chame socorro especializado ou transporte para o hospital;
 Posicione o bebê de bruços em seu braço;
 Efetue 4 pancadas entre os omoplatas;
 Vire o bebê de costas em seu braço;
 Efetue 4 compressões no esterno;
 Abra a boca e tente visualizar o corpo estranho, caso conseguir, tente removê-lo
com os dedos (se não consegue);
 Repita seqüência; (se não desengasgou).

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ESTADO DE CHOQUE

Definição: Falência hemodinâmica (Sistema Cardiovascular)

Sistema Cardiovascular (Circulatório): É composto por coração, artérias, veias e


capilares.

Função: Levar sangue para todos os tecidos do corpo, ou seja, pela chegada de
nutrientes e oxigênio aos tecidos e remoção de gás carbônico e produtos do meta-
bolismo.

Composição do sangue:
Parte líquida: PLASMA -> NUTRIÇÃO
Parte sólida: CÉLULAS VERMELHAS -> RESPIRAÇÃO (hematose);
CÉLULAS BRANCAS -> DEFESA; e
PLAQUETAS -> COAGULAÇÃO.

Coração: Sua função é de impulsionar o sangue pelo sistema (bomba).

"QUALQUER ALTERAÇÃO NO SISTEMA CIRCULATÓRIO, ACARRETARÁ UMA


DIFICULDADE DE NUTRIÇÃO, OXIGENAÇÃO, DEFESA E COAGULAÇÃO DOS
TECIDOS, PODENDO LEVAR AO SOFRIMENTO CELULAR E MORTE CELULAR".

TIPOS DE CHOQUES:

 HIPOVOLÊMICO: Hemorragias (internas e externas);


Queimaduras graves; e
Diarréias e vômitos.

 CARDIOGÊNICO: Infarto agudo do Miocárdio;


Arritmia cardíaca; e
Insuficiência cardíaca congestiva.

 SÉPTICO: Infecções graves.

 ANAFILÁTICO: Reações de hipersensibilidade a medicações, alimentos, picadas


de animais, etc...

 NEUROGÊNICO: Lesão da medula espinhal; e


Dores intensas.

SINAIS E SINTOMAS

 Pele pálida, úmida e fria;


 Pulso fraco e rápido;
 Pressão arterial abaixo de 90/60 mmHg;
 Pupilas dilatadas e opacas;
 Perfusão capilar lenta ou nula;
 Respiração curta e rápida;
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 Lábios arroxeados;
 Náuseas e vômitos;
 Tremores de frio;
 Tontura e desmaio;
 Sede, temor e agitação (choque volêmico);
 Rosto e peito vermelhos, coçando, queimando e inchaço, dor de cabeça e peito,
lábios e face inchados são sinais e sintomas de choque anafilático.

TRATAMENTO

 Posicionar o paciente deitado, caso esteja utilizando uma maca longa, eleve a
parte das pernas de 20 a 25 cm;
OBS: Atentar para cuidados para o paciente com lesão de coluna;
 Verificar e manter sinais vitais;
 Afrouxar as vestes do paciente;
 Manter o paciente aquecido;
 Ministrar oxigênio, se possível (05 a15 lt/min.); e
 Transportar imediatamente o paciente ao hospital.

OBS: Não dar nada para o paciente beber.

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DESMAIO

Definição: Alteração passageira do estado de consciência.

Principais Fatores:

 Hipoglicemia (baixa taxa de glicose);


 Hipotensão (baixa pressão arterial);
 Anoxia (falta de oxigênio);
 Stress emocional;
 Uso de drogas;
 Desconforto técnico, como posição forçada por muito tempo, acarretando cansaço
excessivo.

SINAIS E SINTOMAS

 Mal estar;
 Escurecimento da visão;
 Sudorese;
 Perda da consciência acompanhada de perda do tônus da musculatura corporal.

TRATAMENTO

 Verificar e manter sinais vitais;


 Afrouxar as vestes do paciente;
 Afastar o paciente do local agressor;
 Se o paciente estiver consciente e não estiver associada a outro distúrbio, coloca-
lo sentado com a cabeça entre as pernas;
 Se o paciente estiver inconsciente, deite-o com a cabeça mais baixa que o restan-
te do corpo;
 Tranqüilizar o paciente; e
 Se o quadro de inconsciência persistir, transportar o paciente ao hospital.

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HEMORRAGIA

Definição: Perda do sangue através do rompimento de vasos sangüíneos ou


por orifícios naturais do corpo.

RECONHECIMENTO:

 Saída de sangue pela ferida ou por orifícios naturais do corpo;


 Presença de hematoma (acúmulo de sangue);
 Queixa principal da vítima: local do corpo onde há dor intensa;
 Natureza do acidente; e
 Sinais e sintomas do estado de choque.

CLASSIFICAÇÃO:

EXTERNA: Sai do vaso sangüíneo ou orifício natural do corpo para o exterior


do corpo, sendo visível na análise primária.
INTERNA: Perda aguda de sangue para o meio interno, isto é, não consegui-
mos ver o sangramento e é somente suspeitado de acordo com as lesões externas
ou quando o paciente apresenta sinais de choque.

TIPOS
 Arterial: sangue esguicha, é ver-
melho claro e brilhoso;

 Venosa: sangue escorre e é ver-


melho escuro; e

 Capilar: rápida coagulação.

SINAIS E SINTOMAS

 Sangramentos;
 Presença de hematomas;
 Queixa principal do paciente;
 Natureza do acidente; e
 Sinais e sintomas de estado de choque.

TRATAMENTO

 Acalmar o paciente;
 Pressão direta no ferimento;
 Elevação do membro afetado;
 Compressão arterial (pressão indireta);
 Tala inflável;

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APOSTILA DE PRIMEIROS SOCORROS 19

 Em último recurso usar o torniquete, marcando o horário do mesmo e avisando a


equipe médica;
 Colocar o paciente na posição de "estado de choque";
 Verificar e manter sinais vitais;
 Transportar o paciente ao hospital.

OBS: Perdas acima de 15% do volume total de sangue já começam a produzir alte-
rações hemodinâmicas.

Locais para compressão indireta

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SANGRAMENTO NASAL

Procedimentos em ferimentos de nariz:

 Controlar Hemorragia;
 Em avulsão colocar o retalho no local;
 Não remover objeto empalado;
 Curativo.

Podemos encontrar, também, sangramento espontâneo do nariz não produzi-


do por contusão. Este sangramento é devido a ruptura de vasos nasais geralmente
produzidos por renites, coagulopatias (doenças de coagulação), hipertensão arterial
e outras situações clinicas.

Nestes casos devemos:

 Acalmar a vítima;
 Colocar o paciente sentado;
 Cabeça ligeiramente inclinada para frente;
 Comprimir com os dedos as narinas;
 O uso de gelo pode auxiliar no estancamento da Hemorragia;
 Caso não cessar levar o paciente ao hospital mais próximo.

ATENÇÃO:

Estes procedimentos não são válidos para as HEMORRAGIAS TRAUMÁTI-


CAS no nariz.

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APOSTILA DE PRIMEIROS SOCORROS 21

FERIMENTOS ESPECIAIS (TECIDOS MOLES)

FERIDA: resultado de uma agressão sofrida pelas partes moles do corpo por
objetos cortantes, contundentes e perfurantes.

TIPOS DE FERIDAS:

A) ABERTAS: apresentam lesões em pele e mucosas, permitindo o contato


com o meio externo. Podem ser abrasivas, incisas, corto-contusas, por
empalamento, transfixantes, lacerantes, perfuro-contundentes (projétil),
perfurantes e mutilantes.
B) FECHADAS: produzidas abaixo da pele, podendo atingir órgãos profundos
como o coração, pulmão e fígado, podendo ser contusa.
As feridas podem ainda ser classificadas em superficiais e profundas.

Ferimentos superficiais abertos:


 Expor a ferida;
 Limpar ao redor do ferimento;
 Se possível aproximar as bordas da lesão;
 Fazer tamponamento com atadura compressiva;
 Manter a vítima em repouso.

Ferimento no olho:
 Retirar corpo estranho somente na conjuntiva e esclerótica;
 Não faça curativo compressivo;
 O curativo deve ser frouxo e nos dois olhos;
 Não retirar objetos transfixados ou recolocar o globo ocular protuso;
 Em queimaduras químicas fazer lavagem do olho com água estéril por 5 a 15
minutos e encaminhar a vítima ao hospital.

Ferimento na cabeça:
 Não aplicar compressão;
 Efetuar tamponamento se não observar fragmentos de ossos, afundamento ou
exposição de tecido cerebral; nestes últimos casos realizar somente cobertura;
 Empregue para o tamponamento a bandagem triangular.

Amputação e avulsão completa:


 Deter hemorragia empregando todas as técnicas descritas;

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 Transportar segmento amputado dentro de saco plástico num local frio para o
hospital (não coloque em contato direto com gelo, água fria ou outra substância);
 Comunique o hospital imediatamente;
 Tratar estado de choque.

Objetos transfixados:
 Não tente remover do local (exceto objetos na bochecha);
 Imobilizar e proteger o objeto de movimentações;
 Tratar o estado de choque;
 Transportar urgente para o hospital.

Evisceração traumática:
 Nunca recolocar as vísceras no interior do abdome;
 Cobrir as vísceras expostas com plástico limpo ou pano limpo e bem úmido;
 Aplicar bandagem não compressiva;
 Tratar estado de choque;
 Transportar urgente para o hospital.

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APOSTILA DE PRIMEIROS SOCORROS 23

QUEIMADURAS

Classificação de Queimadura:

1. Queimadura de 1º GRAU:
 Pele vermelha na área queimada;
 Dor intensa no local;
 Inchaço no local.

2. Queimadura de 2º GRAU:
 Formação de bolhas;
 Dor intensa no local;
 Áreas de tecido exposto (bolhas que se rompem);
 Queimaduras de 1º grau ao redor.

3. Queimadura de 3º GRAU:
 Necrose de tecido com áreas que variam do branco pálido ao marrom escuro;
 Perda da sensibilidade nas áreas necrosadas;
 Exposição de camadas mais profundas do tecido;
 Queimaduras de 1º e 2º GRAU ao redor.

1º GRAU 2º GRAU 3º GRAU

Extensão:
 Membros superiores e cabeça - 9%
 Membros inferiores - 18%
 Tronco completo - 36%
 Pescoço e área genital 1%
 Queimaduras de 2º e 3º grau que atingem mais de 15% do corpo são considera-
das graves, levando a vítima ao estado de choque;
 Queimaduras na face ou genitais são consideradas graves, não importando a
área.

Tratamento:
 Se a vítima está com fogo nas vestes role-a no chão ou envolva um cobertor em
seu corpo, a partir do pescoço em direção aos pés;
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 Retire as partes de sua roupa que não estejam grudadas na área queimada;
 Envolva as regiões queimadas com plástico esterilizado;
 Retire pulseiras, relógios e anéis imediatamente;
 Nas pequenas queimaduras de 1º grau em membros, mergulhe a área afetada
em água fria por alguns minutos até passar a dor;
 Não perfure bolhas em queimaduras de 2º grau;
 Não passe pomadas, mercúrio ou qualquer outro produto em queimaduras de 2º
e 3º grau;
 Se a vítima estiver consciente, dê-lhe bastante líquido para beber (1 litro d'água
com 1 colher de chá de sal);
 Mantenha liberada as vias aéreas e certifique-se de que a vítima respira bem,
principalmente em queimaduras na face;
 Trate imediatamente o estado de choque;
 Transporte urgente para o hospital especializado.

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ENVENENAMENTO

Reconhecimento de Envenenamento:
 Queimadura ao redor da boca;
 Odor incomum;
 Transpiração abundante;
 Pupilas dilatadas ou contraídas;
 Salivação excessiva com formação de espuma na boca;
 Dor nas vias digestivas;
 Deglutição dolorosa;
 Flacidez e distensão abdominal;
 Náuseas e vômitos;
 Diarréia;
 Convulsão;
 Alteração do estado de consciência;
 Alteração de pulso e respiração.

Tratamento de Envenenamento:
 Libere as vias aéreas empregando manobras de reanimação se for o caso;
 Procure identificar o agente do envenenamento;
 Contate com o Centro de Toxicologia, se possível;
 Faça a vítima ingerir um ou dois copos de água com carvão ativado: 01 g/ Kg de
peso, diluídos em 500 ml de soro fisiológico ou água.
 Induza ao vômito exceto em envenenamentos por ácidos, álcalis ou derivados de
petróleo;
 Após o vômito ministre novamente água com carvão ativado;
 Não induza ao vômito nem dê nada para beber nas vítimas que não estejam ple-
namente conscientes ou que tenham convulsões;
 Recolha o vômito num saco plástico e leve ao hospital com a vítima;
 Trate estado de choque;
 Nas vítimas inconscientes ou que estejam vomitando, faça o transporte na "posi-
ção de recuperação" e transporte urgente para o hospital.

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FRATURAS

Definição:
Fratura: É uma ruptura total ou parcial da estrutura óssea. Pode ser classificada
em fechada ou exposta. Nas fraturas fechadas não há rompimento da pele e nas
expostas sim, isto é, o osso fraturado fica em contato com o meio externo (a ruptura
da pele muitas vezes é causada pelo próprio fragmento ósseo). Com esta exposição
ao meio ambiente o osso fica em contato com bactérias, aumentando o risco de in-
fecção.
Como geralmente a fratura de extremidade não causa risco imediato de vida, ela
deve merecer atenção após a avaliação inicial e a correção dos problemas mais
graves.
Luxação: É o deslocamento das extremidades ósseas que formam uma articula-
ção, impossibilitando assim, que as superfícies articulares fiquem em contato ade-
quado.
Entorse: É a ruptura parcial ou estiramento dos ligamentos ao redor de uma ar-
ticulação, dificultando ou impossibilitando os movimentos da articulação.
Contusão: Lesão provocada por impacto a nível de tecido subcutâneo e/ou
muscular.
As vítimas que aparentemente apresentam trauma isolado de extremidade deve-
rão receber a mesma atenção inicial que um politraumatizado, isto é, avaliação ini-
cial global e secundariamente o tratamento específico da fratura.

Reconhecimento de fraturas:

 Dor local;
 Hematoma;
 Deformidade ou inchaço;
 Incapacidade funcional;
 Mobilidade anormal;
 Crepitação óssea (barulho de osso);
 Redução da temperatura do membro fraturado.

Tratamento de fraturas dos membros superiores (braços):

 Cheque pulso radial do lado afetado;


 Cheque sensibilidade;
 Use bandagem triangular para fraturas na clavícula, escápula e cabeça de úme-
ro;
 Nas luxações e fraturas em articulações imobilize na posição em que se encon-
tra. Nunca tente realinhar;
 Nas fraturas anguladas não tente realinhar, imobilize com tala na posição em
que se encontra;
 Após a imobilização continue checando sensibilidade, pulso radial e perfusão
capilar; caso tornarem-se ausentes, transporte urgente para o hospital.

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Tratamento de fraturas dos membros inferiores (pernas):

 Cheque pulso pedial do lado afetado;


 Cheque sensibilidade;
 Nas luxações e fraturas de joelho e tornozelo imobilize com tala na posição em
que se encontra;
 Nas fraturas anguladas não tente realinhar, imobilize com tala na posição em
que se encontra;
 Fratura de coxa alinhada ou luxação de fêmur coloque um cobertor dobrado ou
travesseiro entre as pernas, prendendo-as unidas com faixas. Após, transporte a
vítima em prancha longa ou maca;
 Fratura de coxa angulada não tente realinhar, imobilize na posição que se en-
contra com duas talas até o nível da cintura pélvica, transportando com prancha
ou maca curta se possível;
 Após a imobilização continue checando sensibilidade do pulso pedial e perfusão
capilar. Tornando-se ausente, transporte imediatamente para hospital;
 Previna estado de choque.

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Tratamento de Fratura de Joelho

Tratamento de fraturas expostas:


 Estanque a hemorragia;
 Não recoloque o osso exposto no interior da ferida;
 Não limpe ou passe qualquer produto na ponta de osso exposta;
 Se a fratura for por ação direta, estando os segmentos ósseos no interior da feri-
da e alinhados, aplique a tala.
 Se a fratura for por ação indireta não tente realinhar, devendo imobilizar com tala
na posição em que se encontra;
 Em todos os casos previna a contaminação, utilizando se possível panos limpos
ou gaze para proteger a ferida;
 Trate o estado de choque;
 Transporte urgente para o hospital.

Fratura de Pelve:
Reconhecimento
 Dor intensa na região;
 Perda da mobilidade dos membros inferiores (pernas);
 Pé rodado para a lateral do corpo;
 Associação do acidente com a possibilidade da lesão;
 Sinais e sintomas de lesões em órgãos internos.

Tratamento
 Com a vítima deitada de costas, coloque um cobertor dobrado ou travesseiro
entre as pernas;
 Prenda suas pernas unidas com faixas ou bandagem triangular;
 Transporte em prancha longa ou maca;
 Prevenir o estado de choque;
 Transporte urgente para o hospital.

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TRANSPORTE E IMOBILIZAÇÃO

Retirada rápida

Usar este procedimento para retirar a vítima de um carro ou local peri-


goso, nos seguintes casos:
1. Se for preciso acessar a vítima mais grave;
2. Se houver risco iminente para vítima e/ou socorrista.
Em primeiro lugar, é preciso ter certeza de que a vítima não esteja presa nos
pedais, ferragens ou outro obstáculo. É importante também lembrar-se de que se
houver possibilidade de aguardar socorro especializado, este é preferível.

Como proceder:
 Colocar-se ao lado da vítima e apoiar com a mão direita à região posterior da
cabeça;
 Passar a mão esquerda sob a axila esquerda da vítima, segurando a região do
queixo, inclusive lateralmente, deixando a coluna em posição neutra;
 Apoiar a região posterior da cabeça contra seu corpo e passar a mão direita por
trás do tronco da vítima agarrando o punho esquerdo da mesma;
 Girar a vítima, retirando-a de forma a manter a coluna protegida e conduzindo-a
até um local seguro. Para isto você colocará o corpo da vítima semi-deitado en-
cima do seu tronco;
 Abaixar a vítima ao solo, apoiando inicialmente a pelve (quadris);
 Apoiar a região posterior da cabeça com a mão direita e as costas com seu bra-
ço, afastando seu corpo lateralmente;
 Deitar a vítima ao solo mantendo o alinhamento da coluna.

Aplicação de tala

A aplicação de tala será processada quando houver fraturas ou outras lesões


musculares, para que a vítima seja transportada. Lembre-se de que você só realiza-
rá a imobilização e transporte na impossibilidade total de um socorro especializado
imediato. A aplicação de tala pode ser improvisada com pedaços de madeira e pa-
nos e deve ser feita em duas pessoas:

 A primeira pessoa mantém o membro afetado estabilizado;


 A Segunda pessoa coloca uma tala embaixo e uma de cada lado do membro afe-
tado;
 A primeira pessoa mantém o membro estabilizado enquanto a Segunda pessoa
envolve as talas com panos ou bandagens, no sentido distal para proximal, ou
seja, dos pés para cima;
 Verificar o pulso e perfusão periférica distal do membro afetado.

Colocação de vítima em prancha longa

Havendo a possibilidade de transportar a vítima em uma prancha ou maca


improvisada e na total impossibilidade de socorro especializado, este procedimento
pode ser feito em três pessoas:

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APOSTILA DE PRIMEIROS SOCORROS 30

 A primeira pessoa segura a cabeça da vítima, mantendo-a ereta em relação à


coluna;
 A Segunda pessoa posiciona-se na lateral da vítima, na altura do tronco, colo-
cando uma das mãos no ombro oposto e a outra mão na região pélvica oposta.
 A terceira pessoa posiciona-se na mesma lateral que a segunda, na altura dos
membros inferiores da vítima; coloca uma das mãos na região pélvica, numa po-
sição acima da mão da segunda pessoa e a outra mão na altura do terço médio
da perna.
 A primeira pessoa, após certificar-se que todos estão na posição correta, faz a
contagem combinada pela equipe em voz alta e todos, ao mesmo tempo, efetu-
am o rolamento em monobloco da vítima.
 A Segunda pessoa retira a mão da região pélvica e traz a prancha próxima à ví-
tima e em seguida retorna a mão para a mesma posição.
 A primeira pessoa comanda o rolamento em monobloco da vítima para colocá-la sobre
a prancha longa e mantém a estabilização da coluna cervical, durante todo o pro-
cedimento, sem deixar que a cabeça vire para o lado em relação à coluna.
 As outras duas pessoas ajustam, se necessário, a posição da vítima na prancha,
em movimentos longitudinais, apoiando a região dos quadris e ombros.
 Se possível, imobilizar a vítima com panos ou material semelhante nas seguintes
posições: na altura das axilas e cruzando, sem envolver os membros; na altura
das cristas ilíacas e na altura dos joelhos.

Para a vítima que se encontra em decúbito ventral, ou seja, de bruços:


Este procedimento, conforme descrito anteriormente, só deve ser feito em
caso de necessidade extrema e na falta de socorro especializado. Deve ser feito em
três pessoas:

 A primeira pessoa posiciona-se de joelhos acima da cabeça da vítima, mantendo


sua coluna cervical estável, segurando-a pela mandíbula (queixo e laterais).
 A Segunda pessoa examina o braço do lado ao qual será efetuado o rolamento e
o posiciona ao longo do corpo ou acima da cabeça da vítima, realizando a menor
movimentação possível.
 A terceira pessoa posiciona a prancha longa, ou maca (se houver) ao lado da
vítima mantendo a distância adequada para o rolamento.
 A Segunda pessoa posiciona-se de joelhos na altura do tórax da vítima seguran-
do-a pelo ombro e coxa opostos.
 A terceira pessoa posiciona-se de joelhos na altura da perna da vítima, seguran-
do-a pela região dos quadris e na altura da panturrilha.
 As três pessoas, sob comando de um dos socorristas, efetuam o rolamento em
monobloco até que esteja posicionada lateralmente (90 graus);
 A Segunda e a terceira pessoa ajustam sua posição e completam a manobra de
rolamento posicionando a vítima deitada sobre a prancha.
 A terceira pessoa reposiciona o braço da vítima ao longo do corpo, se necessá-
rio.

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APOSTILA DE PRIMEIROS SOCORROS 31

Retirada do Capacete

A retirada do capacete deve ser feita o mais precocemente possível, porém deve
ser feita por pessoal especializado. Portanto, somente retire o capacete em caso de ne-
cessidade extrema.
Não retirar o capacete se houver objeto transfixando o mesmo.
Não retirar o capacete se a vítima queixar-se de dor em coluna cervical; nesse ca-
so transportá-la com o capacete fixo à prancha ou maca.
A retirada do capacete deve ser feita por duas pessoas:
 A primeira pessoa faz uma leve tração no pescoço da vítima, utilizando as mãos,
uma de cada lado do capacete.
 A Segunda pessoa solta ou corta o tirante do capacete, enquanto a primeira
mantém a tração;
 Após soltar o tirante, coloca o polegar e o indicador de uma das mãos segurando
o queixo e a outra na parte posterior do pescoço, na altura da região occipital, fi-
xando a coluna cervical.
 A primeira pessoa remove o capacete da cabeça da vítima, atentando para os
seguintes itens:
a) capacete oval: é necessário alarga-lo com as próprias mãos, mantendo-o dessa
forma durante todo o processo de retirada, para que ele não traumatize as ore-
lhas da vítima e seja mais fácil a retirada.
b) capacete que cobre toda a face da vítima: remova primeiro o visor e erga a parte
da frente do capacete ao tira-lo, para que não traumatize o nariz.
 A Segunda pessoa mantém a coluna cervical estável, enquanto a primeira remo-
ve o capacete;

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APOSTILA DE PRIMEIROS SOCORROS 32

LESÕES DE COLUNA

Lesões de Coluna: Todas as vítimas de traumas violentos ou politraumatiza-


dos deverão ser consideradas e tratadas como portadores de lesões de coluna até
que se prove o contrário. Esta afirmação é particularmente importante para as víti-
mas que estejam inconscientes.
As lesões de coluna mal conduzidas podem produzir lesões graves e irreversí-
veis de medula provocando comprometimento neurológico permanente na região
atingida, deixando o paciente paraplégico, tetraplégico ou até provocar a morte.
Os traumatismos mais prováveis de causar fraturas ou lesões de coluna são os
acidentes automobilísticos, motociclísticos, acidentes de mergulho, queda de altura
ou soterramento.
A coluna vertebral é dividida em 5 (cinco) partes:
 Cervical - 7
 Torácica - 12
 Lombar - 5
 Sacral -5
 Coccígea - 4

Reconhecimento de Lesões de Coluna:


 Associação do tipo de acidente com a possibilidade de lesão;
 Dor intensa no local;
 Deformidade;
 Perda da sensibilidade e/ou mobilidade nos membros;
 Somente respiração abdominal;
 Perda do controle urinário e intestinal;
 Vítima caída de costas com os braços mantidos estendidos acima da cabeça;
 Priapismo (ereção persistente e sem estímulo sexual do pênis).

Tratamento:
 Vítima inconsciente, de queda, atropelamento, desabamento, desastres e aci-
dentes violentos, considere portador de trauma na coluna;
 Mantenha a vítima calma;
 Mantenha a coluna imóvel;
 Mantenha a coluna alinhada com leve tração;
 Se a vítima estiver sentada e houver perigo iminente, retire-a do local utilizando
a técnica de retirada rápida. Caso contrário, mantenha-a calma até a chegada
de socorro imediato, orientando-a a não movimentar-se bruscamente.
 Se a vítima estiver deitada, coloque-a em prancha longa ou maca antes de re-
mover, em caso de extrema necessidade e utilizando movimentação em bloco.
 O transporte para o hospital deve ser cuidadoso não permitindo qualquer tranco
ou movimento inadequado;
 Após a imobilização continue checando sensibilidade e sinais vitais;
 Transporte urgente para o hospital.

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APOSTILA DE PRIMEIROS SOCORROS 33

AFOGAMENTO

Entende-se por afogamento a asfixia em meio líquido.

A asfixia pode dar-se pela aspiração de água, causando um encharca-


mento dos alvéolos pulmonares, ou pelo espasmo da glote, que pode vir a fechar-se
violentamente obstruindo a passagem do ar pelas vias aéreas.

No caso de asfixia com aspiração de água, ocorre a paralisação da troca


gasosa, devido o liquido postar-se nos alvéolos, não deixando assim que o O 2 (Oxi-
gênio) passe para a corrente sangüínea, e impedindo também que o CO 2 ( Gás Car-
bônico) saia do organismo. Isso originará a Hipóxia (diminuição do teor de O2 no
organismo) a qual desencadeia diversos distúrbios em vários órgãos, em especial
cérebro e coração. Além disso, ocorre a descarga adrenérgica, ou seja, a liberação
de adrenalina na corrente sangüínea, devido à baixa de O 2, o estresse causado pelo
acidente e também pelo esforço físico e pela luta pela vida, causando um sensível
aumento da freqüência cardíaca, podendo gerar Arritmias Cardíacas (batimentos
cardíacos anormais), que podem levar à parada cardíaca. A adrenalina provoca ain-
da uma constrição dos vasos sangüíneos da pele que torna-se fria podendo ficar
azulada; tal coloração é chamada de cianose.

Apenas para conhecimento, em caso de anóxia (ausência de oxigênio nos


tecidos do corpo) as células do coração podem resistir de 5 min até 01 hora, mas os
neurônios, que são as células cerebrais, não resistem mais que 3 ou 5 min.

TIPOS DE ACIDENTES NA ÁGUA:

Existem três diferentes tipos de acidentes na água:

1. Hidrocussão ou Síndrome de imersão:


Conhecida como choque térmico, é provocada por arritmia cardíaca devi-
do a súbita exposição à água fria, podendo levar a uma PCR, ou seja, Parada Car-
diorespiratória.

2. Hipotermia:
Diminuição da temperatura corpórea devido à exposição à água fria, po-
dendo causar arritmia com PCR, perda da consciência e conseqüente afogamento.
Geralmente inicia-se quando a temperatura do corpo cai abaixo de 35ºC.

3. Afogamento:
As fases de um afogamento se iniciam com um medo ou pânico de se a-
fogar e uma luta para manter-se na superfície, seguido de parada da respiração na
hora da submersão, cujo o tempo dependerá da capacidade física de cada indivíduo.
Ocorre, nesta hora, maior ou menor aspiração de líquido que provoca uma irritação
nas vias aéreas, suficiente para promover, em alguns casos, um espasmo da glote
tão forte a ponto de impedir uma nova entrada de água, ou seja, sem água nos pul-
mões, mas com asfixia. Em mais de 90% dos casos não ocorre espasmo da glote,
havendo entrada de água nas vias aéreas, inundando o pulmão.

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APOSTILA DE PRIMEIROS SOCORROS 34

CLASSIFICAÇÃO DO AFOGAMENTO

O afogamento se classifica:
a. Quanto ao tipo de água
b. Quanto a causa do afogamento
c. Quanto a gravidade do afogamento

a. Quanto ao tipo de água:

a.1. AFOGAMENTO EM ÁGUA DOCE:


Na vítima de afogamento em água doce a água tende a ser absorvida i-
mediatamente dos pulmões para a corrente sangüínea causando:

 Hemodiluição (diluição do sangue);


 Hipervolemia (aumento da quantidade de sangue);
 Hemólise (processo de destruição dos glóbulos vermelhos do sangue); e
 Hiponatremia (quantidade baixa de sódio na corrente sangüínea).

a.2. AFOGAMENTO EM ÁGUA SALGADA:


Na vítima de afogamento em água salgada, a água do mar possui uma
concentração salina cerca de duas a três vezes maior que a dos líquidos normais do
organismo. Essa situação tende a retirar água dos tecidos e puxá-la para dentro dos
pulmões causando:
 Edema Pulmonar: (inchaço dos pulmões);
 Hemoconcentração: (aumento da concentração sanguínea);
 Hipovolemia: (diminuição da quantidade de sangue);
 Hipoproteinemia: ( nível protéico sangüíneo abaixo do normal); e
 Hipernatremia: (quantidade exagerada de sódio na corrente sangüínea).

Observação:
No afogamento em água doce ou em água salgada as diferenças peculia-
res deverão ser levadas em conta durante o TRATAMENTO HOSPITALAR.
Para o PROFISSIONAL que vai aplicar os PRIMEIROS SOCORROS a
conduta deverá ser a mesma para os dois casos.

b. Quanto à causa do afogamento:

b.1. AFOGAMENTO PRIMÁRIO:


Quando não existem indícios de uma causa anterior que tenha predispos-
to a vítima ao afogamento. É o afogamento propriamente dito.

b.2. AFOGAMENTO SECUNDÁRIO:


Quando existe alguma causa determinante como drogas, álcool, epilepsi-
a, traumatismos, doenças cardíacas, doenças pulmonares, acidentes de mergulho e
outros.

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APOSTILA DE PRIMEIROS SOCORROS 35

c. Quanto à gravidade do afogamento

Para que haja uma melhora no atendimento às vítimas de afogamento,


bem como uma padronização na maneira de se prestar os primeiros socorros a tais
vítimas, existe a necessidade de se graduar o afogamento, pois cada vítima, depen-
dendo de seu estado, necessita de cuidados médicos diferenciados.
Todos os casos de afogamento podem apresentar hipotermia, náuseas,
vômitos, distensões abdominais, tremores, cefaléia, mal estar, cansaço, dores mus-
culares, dor no tórax, diarréia e outros sintomas inespecíficos.
Partindo-se desse princípio, separamos o afogamento em 06 (seis) graus
diferentes, onde levamos em consideração o batimento cardíaco, a respiração e a
pressão cardíaca.
Para saber a gravidade do afogamento, o socorrista deve avaliar e rela-
cionar os sinais e sintomas que a vítima apresenta conforme segue:

 NÍVEL DE CONSCIÊNCIA: (por estímulo tátil ou sonoro);

 EFICIÊNCIA RESPIRATÓRIA: (ver, ouvir, sentir e pela auscultação pulmonar);

 EFICIÊNCIA CIRCULATÓRIA: (pela verificação do pulso carotídeo)

GRAUS DE AFOGAMENTO

AFOGAMENTO GRAU 1
As vítimas que apresentam esse grau de afogamento aspiraram uma
quantidade mínima de água, suficiente para produzir tosse. Geralmente têm um as-
pecto geral bom, e a ausculta pulmonar normal ou com sibilos ou roncos, sem o apa-
recimento de estertores. O nível de consciência é bom, porém, podem estar agitadas
ou sonolentas.
Tais vítimas sentem frio e têm suas freqüências cardíacas e respiratórias
aumentadas devido ao esforço físico, estresse do afogamento e também pela des-
carga adrenérgica. Não apresentam secreções nasais e bucais e podem ainda estar
cianóticas devido ao frio e não devido à hipóxia.

 TRATAMENTO: Verificação dos sinais vitais;


Fazer a vítima repousar:
Tranqüilizar;
Aquecer;
Conduzir ao hospital caso necessário.

AFOGAMENTO GRAU 2
É apresentado pelas vítimas que aspiram quantidade de água suficiente
para alterar a troca gasosa (O2 – CO2). São vítimas lúcidas, agitadas ou desorienta-
das, e se for constatada cianose nos lábios e dedos, temos o comprometimento do
sistema respiratório. Verifica-se também o aumento da freqüência cardíaca e respi-
ratória, sendo notada também a presença de estertores durante a ausculta pulmonar
de intensidade leve a moderada, em alguns campos do pulmão.

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APOSTILA DE PRIMEIROS SOCORROS 36

 TRATAMENTO: Verificação dos sinais vitais;


Aquecimento corporal;
Apoio psicológico;
Tratar estado de choque; e
Atendimento médico especializado.

AFOGAMENTO GRAU 3
Neste grau de afogamento a vítima aspira uma quantidade importante de
água, apresentando sinais de insuficiência respiratória aguda, com dispnéia intensa
(dificuldade respiratória), cianose de mucosas e extremidades, estertoração intensa,
indicando um edema pulmonar agudo, e também a presença de secreção nasal e
bucal. Deve-se tomar cuidado com as vítimas no que tange à ocorrência de vômitos,
pois pode ser um fator de agravamento caso não sejam tomadas medidas para evi-
tar a aspiração. Para evitar que haja aspiração de vômito, deve-se virar a cabeça da
vítima para o lado.
No grau 3 a vítima apresenta nível de consciência de agitação psicomoto-
ra ou torpor (acorda se estimulado intensamente) e apresenta também taquicardia
(freqüência cardíaca acima de 100 batimentos por minuto), contudo sem hipotensão
arterial (pressão arterial sistólica menor que 90mmHg por 60mmHg).

 TRATAMENTO: Verificação dos sinais vitais;


Aquecimento corporal;
Tratar o estado de choque; e
Atendimento médico especializado.

AFOGAMENTO GRAU 4
Afogamento de grau 4 assemelha-se muito ao de grau 3, no que tange à
quantidade de água aspirada, porém o nível de consciência pode variar de agitação
ao coma sendo que a vítima quando em coma não desperta mesmo com estímulo
doloroso intenso.
A vítima apresenta taquicardia e também um quadro de hipotensão e/ou
choque.
Cabe lembrar que as diferenças entre o grau 3 e o grau 4 só serão impor-
tantes para o atendimento hospitalar, sendo que para o socorrista o procedimento
não difere muito de um caso para o outro.

 TRATAMENTO: Verificar sinais vitais;


Aquecer a vítima;
Tratar o estado de choque; e
Atendimento médico especializado.

AFOGAMENTO GRAU 5
Nos casos de afogamento em grau 5, a vítima apresenta-se em apnéia
(parada respiratória), contudo apresenta pulso arterial, indicando atividade cardíaca.
Apresenta um quadro de coma leve a profundo (inconsciente) com cianose intensa
grande quantidade de secreção oral e nasal.

 TRATAMENTO: Verificação dos sinais vitais;


Efetuar ventilação na vítima (boca a boca);

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APOSTILA DE PRIMEIROS SOCORROS 37

Aquecer a vítima;
Tratar o estado de choque; e
Atendimento médico especializado.

AFOGAMENTO GRAU 6
Trata-se da Parada Cardiorespiratória, representada pela apnéia e pela
ausência de batimentos cardíacos.

 TRATAMENTO: Efetuar Reanimação Cárdio-Pulmonar;


Em se obtendo sucesso na RCP deve-se aquecer a vítima;
Tratar o estado de choque; e
Atendimento médico especializado.

O QUE FAZER NO MOMENTO DO AFOGAMENTO


 Para chegar à vítima dentro da água é preciso ter treinamento específico,
pois a mesma pode agarrar o socorrista, levando-o igualmente ao afogamento;
 Se possível, jogar uma corda, ou um flutuador, ou qualquer objeto no qual a
vítima possa se agarrar até chegar o socorro especializado ou até que o próprio so-
corrista, através da preensão destes objetos, possa tirar a vítima da água.
 Se não houver a possibilidade de tirar a vítima da água, procurar não perdê-
la de vista, a fim de informar seu paradeiro ao profissional que irá socorrê-la.

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APOSTILA DE PRIMEIROS SOCORROS 38

INFARTO DO MIOCÁRDIO

INFARTO DO MIOCÁRDIO: é definido como a lesão da parede do coração


(MIOCÁRDIO) decorrente da desproporção entre a quantidade de sangue que pas-
sa pelas artérias coronárias e o trabalho realizado pelo coração, provocada pela
interrupção do fluxo sangüíneo.

ANGINA: Angina é o conjunto de sintomas decorrentes da baixa oxigenação


do coração sem, no entanto haver lesão do músculo cardíaco.
O coração é nutrido por duas artérias coronárias (direita e esquerda) que vão
se ramificando e nutrindo todo o músculo cardíaco; quando ocorre uma interrupção
do fluxo de sangue nesses vasos, a parte do músculo nutrida por esse vaso será
lesada; dependendo do número ou da localização da interrupção do fluxo vai se
refletir a gravidade do quadro apresentado, podendo haver morte instantânea no
infarto maciço.

Reconhecimento do Infarto do Miocárdio:


 Dor opressiva no centro do peito, podendo se irradiar para ombros, pescoço,
mandíbula, epigástrico e braços (normalmente o lado esquerdo);
 Dificuldade respiratória;
 Pele fria, úmida e pálida;
 Fraqueza e desmaio;
 Ansiedade e nervosismo;
 Náuseas e vômitos;
 A dor tem longa duração (acima de 30 minutos);
 A dor cede somente com o uso de opiáceos;
 Parada cardíaca.

Tratamento do Infarto do Miocárdio:


 Mantenha a vítima em repouso;
 Posicione a vítima de modo a sentir-se confortável, normalmente sentada ou se-
mi-reclinada;
 Afrouxe suas vestes;
 Mantenha-o coberto, porém não superaquecido;
 acalme e encoraje a vítima;
 mantenha constante observação nos sinais vitais;
 se estiver ou vier ficar com parada cardíaca inicie a Reanimação Cárdio-Pulmonar;
 transporte urgente para o hospital.

Reconhecimento da Angina Pectóris:


 Dor semelhante ao infarto;
 Dor de curta duração (entre 3 e 8 minutos);
 Cessando a atividade física a dor diminui;
 Não apresenta outros sinais e sintomas conjugados com a dor;
 A dor pára com o uso de comprimidos dilatadores coronários.

Tratamento da Angina Pectóris:


 Idêntico ao infarto do miocárdio;
 Se a vítima possuir e fizer uso habitualmente, coloque seu comprimido sob a língua.

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ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL

Definição:
O acidente vascular cerebral pode ser definido como lesão cerebral causada
por interrupção do fluxo sangüíneo (obstrução/isquemia) ou por hemorragia causa-
da pelo rompimento de um vaso sangüíneo.

Causa:
 Traumatismo Crânio Encefálica (TCE);
 Trombose (acumulo de gordura ou formação de coágulo na luz de vaso sangüí-
neo que pode causar obstrução);
 Embolia (uma parte do trombo que se desprende e entope o vaso sangüíneo); e
 Aneurisma (dilatação de parte do trajeto do vaso sangüíneo pelo enfraqueci-
mento da parede do mesmo que pode romper causando hemorragia).

Reconhecimento de Acidente Vascular Cerebral (AVC):

 Dor de cabeça;
 Confusão mental e tontura;
 Paralisia de extremidades e/ou face (normalmente de um lado do corpo);
 Perda da expressão facial;
 Dificuldade em articular palavras e ver;
 Pupilas desiguais;
 Convulsões e coma;
 Pulso forte e rápido;
 Dificuldade respiratória;
 Náuseas e vômitos.

Tratamento de Acidente Vascular Cerebral (AVC):

 Mantenha vias aéreas liberadas e fique atento para vômitos;


 Mantenha a vítima em repouso com os ombros e cabeça mais elevados que o
corpo;
 Mantenha a vítima calma;
 Ministre oxigênio;
 Não forneça nada para beber;
 Se estiver inconsciente transporte em decúbito lateral na "posição de coma";
 Transporte urgente para o hospital.

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CONVULSÕES E EPILEPSIAS

Definição:
Podemos definir convulsão como abalos musculares de parte ou de todo o cor-
po decorrente do funcionamento anormal do sistema nervoso central.
Podendo ser dividida em quatro fases: aura, tônica, clônica e estupor.

RECONHECIMENTO
Fase Aura
 Tontura, torpor;
 Alucinações visuais e sonoras;
 Gosto peculiar na boca;
 Dor abdominal;
 Sensação de movimento em alguma parte do corpo.

Fase Tônica
 Contração da musculatura do corpo;
 Dentes cerrados;
 "Grito epilético".

Fase Clônica
 Espasmos sucessivos;
 Convulsões;
 Perda do controle urinário;
 Salivação abundante;
 Pode haver parada respiratória.

Fase Estupor
 Vítima semi-consciente ou inconsciente;
 Estado de prostração e torpor;
 Amnésia e confusão mental.

TRATAMENTO

 Identificar a fase da crise;


 Afastar objetos do redor da vítima;
 Proteger sua cabeça;
 Manter liberadas as vias aéreas;
 Afrouxar as vestes;
 Afastar curiosos;
 Se estiver mordendo a língua ou bochechas coloque algo macio entre seus den-
tes;
 Não tente abrir sua boca com quaisquer objetos;
 Não restrinja seus movimentos;
 Após a crise preste apoio psicológico para a vítima;
 Normalmente uma crise dura em média de 1 a 5 minutos.
 Se a vítima não respira, libere as vias aéreas. Se ainda não respira, efetue a res-
piração artificial de boca a nariz.

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ANIMAIS PEÇONHENTOS

Definição:
Animais que possuem veneno (peçonha) e têm estrutura especializada para
injetá-lo como dentes e ferrões.

SERPENTES

A grande maioria das serpentes do Brasil pode ser identificada pela presença
de um pequeno orifício entre o olho e a narina chamada fosseta loreal (Jararaca,
Urutu, Cascavel, Pico de Jaca, Caiçara e outras), mas existe um grupo de serpentes
- as Corais - que não possuem este orifício e podem ser peçonhentas.

As corais são identificadas pela presença de anéis vermelhos alternados com


anéis claros e escuros sobre o corpo. As verdadeiras (peçonhentas) possuem um
par de dentes inoculadores localizados à frente do "céu da boca". As falsas (não pe-
çonhentas) possuem todos os dentes iguais e um par de dentes mais desenvolvidos
atrás do "céu da boca".

Coral

As serpentes que causam acidentes com maior freqüência são, respectiva-


mente, as jararacas (90%), cascavéis (9%) e as corais verdadeiras (1%), sendo que
o veneno desta está em primeiro lugar.

Jararaca

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Cascavel (Crotalus)

O ambiente natural das serpentes é sob pedras, cupinzeiros, plantações, pro-


ximidades de lagoas, rios, cachoeiras e em diversos tipos de vegetação.
Qualquer envenenamento provocado por serpente peçonhenta dificilmente
será fatal minutos após a picada. Os casos fatais ocorrem um ou dois dias após o
acidente e por não ter sido tratado com o "Soro Específico".

RECONHECIMENTO

 Dor local intensa (principal queixa do paciente);


 Inchaço, hematoma e bolhas no local da picada;
 Queda das pálpebras (ptose palpebral);
 Alteração de cor e volume de urina;
 Distúrbios visuais;
 Dificuldade respiratória;
 Náuseas e vômitos;
 Convulsões;
 Torpor e inconsciência;
 Choque anafilático;
 Dificuldade de deglutir e articular palavras; e
 Sensação de adormecimento do membro.

TRATAMENTO

 Procure acalmar o paciente;


 Procure identificar e capturar o animal agressor se possível (não demore) e leve-
o para o hospital juntamente com a vítima;
 Se não conseguir identificar trate como se fosse peçonhento;
 Procure por marcas causadas pela picada (podem ser pequenas);
 Lave o ferimento com água e sabão; remova anéis, braceletes, pulseiras e outros
objetos que estejam na extremidade afetada;
 Se possível, mantenha a área picada em nível mais baixo que o tórax, porém
pouco elevada para diminuir o edema;
 Trate o estado de choque; e
 Monitore os sinais vitais e esteja preparado para ministrar RCP.

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APOSTILA DE PRIMEIROS SOCORROS 43

ARACNÍDEO (ARANHA)

Os acidentes com aranhas podem ser fatais, principalmente com crianças e


pessoas debilitadas.
A identificação das aranhas é difícil, mas pode ser feita através dos desenhos
encontrados no seu dorso e pela coloração, geralmente parda ou escura.
Phoneutria (Aranha Armadeira):

Possui desenhos semelhantes a pares de folhas no dorso do corpo, respon-


sável pelo número de acidentes, muito agressiva, com hábitos vespertinos e notur-
nos. São encontradas em bananeiras, outras folhagens e residências e não fazem
teia.
Apresenta como sintoma dor intensa no local da picada. Seu veneno têm a-
ção neurotóxica, podendo levar à morte por estado de choque (neurogênico), em
geral precedido de coma.
Loxoceles (Aranha Marron):

Ação Proteolítica

Não têm desenhos característicos, é de pequeno porte e têm as pernas lon-


gas, é considerada a mais venenosa das aranhas. Pouco agressiva com hábitos no-
turnos. São encontradas em pilhas de tijolos, telhas, beiras de barrancos e residên-
cias.
Apresenta como sintoma pequena dor na hora da picada; após 12 a 24 horas
dor local com inchaço, mal estar, náuseas e febre. Pode causar necrose no local.
Seu veneno tem ação proteolítica e hemolítica.

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APOSTILA DE PRIMEIROS SOCORROS 44

A aranha de grama (Aranha Tarântula) tem um desenho semelhante a uma


flecha no dorso, sendo este mais escuro que o resto do corpo. É uma das raras ara-
nhas peçonhentas que faz teia (de forma irregular com formato de um chumaço de
algodão).

Latrodectus (Aranha Viúva-Negra)


Apesar da fama, não representa tanto perigo, é de pequeno porte e pouco a-
gressiva. Os acidentes com a Viuva-Negra são pouco freqüentes. Seu habitat é o
litoral atlântico, faz teia irregular e é encontrada em arbustos e campos cultivados.
Seu veneno tem ação neurotóxica semelhante à do gênero Phoneutria.
Apresenta sintomas como sudorese, náuseas, vômitos, hipotermia e hiperten-
são evoluindo para coma e estado de choque.

Lycosa (Aranha Caranguejeira)


Apesar do tamanho não é considerada perigosa pelo tipo de veneno que a-
presenta. Pouco agressiva e com hábitos diurnos. São encontradas em beiras de
barrancos, bananais, gramados e nas residências. Seu veneno tem ação proteolíti-
ca.
Apresenta sintomas como pequena dor local, podendo evoluir para necrose
local.

Aranha Caranguejeira (lycosa)

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APOSTILA DE PRIMEIROS SOCORROS 45

TRATAMENTO

 Procure acalmar o paciente;


 Procure identificar e capturar o animal agressor se possível (não demore) e leve-
o para o hospital juntamente com a vítima;
 Se não conseguir identificar trate como se fosse peçonhento;
 Procure por marcas causadas pela picada (podem ser pequenas);
 Lave o ferimento com água e sabão; remova anéis, braceletes, pulseiras e outros
objetos que estejam na extremidade afetada;
 Se possível, mantenha a área picada em nível mais baixo que o tórax, porém
pouco elevada para diminuir o edema;
 Trate o estado de choque; e
 Monitore os sinais vitais e esteja preparado para ministrar RCP.

ESCORPIONÍDIO (ESCORPIÕES)

Os tipos mais comuns na região Sudeste são os amarelos (Tityus Serralatus)


e os pretos (Tityus Bahiensis). Apesar de pouco agressivo, causam acidentes com
freqüência. Tem hábitos noturnos e vivem em pilhas de madeiras, cercas, sob pe-
dras, cupinzeiros, adaptam-se bem ao ambiente doméstico.
Seu veneno tem ação neurotóxica. Estudos mostram que o veneno atua so-
bre o sistema nervoso, sendo responsável por distúrbios cardiovasculares (arritmias,
hipertensão e estado de choque) e respiratórios (lesão no bulbo).

Os acidentes com escorpiões podem ser fatais, principalmente com crianças e


pessoas debilitadas, sendo a maioria dos casos graves provocados mais pelo escor-
pião amarelo do que pelo preto.
Os escorpiões quando colocados no centro de um circulo de fogo não se sui-
cidam, morrem desidratados. Seguindo o movimento natural de sua musculatura e
articulações a cauda irá se envergar. Além disso, seu ferrão não é capaz de perfurar
a carapaça de seu corpo para provocar envenenamento.

RECONHECIMENTO

 Dor local intensa (principal queixa do paciente);


 Náuseas e vômitos;
 Dores abdominais;
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 Convulsões;
 Entorpecimento e "formigamento" no membro afetado;
 Espasmo do músculo do maxilar causando dificuldade de abrir a boca;
 Contração e espasmos musculares generalizados;
 Pode ocorrer choque anafilático ou neurogênico;
 Coma.

TRATAMENTO

 Procure acalmar o paciente;


 Procure identificar e capturar o animal agressor, se possível (não demore), e le-
ve-o para o hospital juntamente com a vítima;
 Procure por marcas causadas pela picada (podem ser pequenas);
 Lave o ferimento com água e sabão; remova anéis, braceletes, pulseiras e outros
objetos que estejam na extremidade afetada;
 Se possível, mantenha a área picada em nível mais baixo que o tórax, porém
pouco elevada para diminuir o edema;
 Trate o estado de choque; e
 Monitore os sinais vitais e esteja preparado para ministrar RCP.

QUILÓPODOS (LACRAIAS)

Conhecidos popularmente por centopéias, possuem corpo achatado e dividido


em várias articulações. As lacraias estão distribuídas em toda a região temperada e
tropical. Pouco se conhece sobre o mecanismo de ação de seu veneno, sendo que,
na maioria das vezes, o quadro clínico é apenas envenenamento local sem maiores
conseqüências.

RECONHECIMENTO

 Dor local intensa (principal queixa do paciente);


 Náuseas e vômitos;
 Cefaléia (dor de cabeça);
 Pode ocorrer choque anafilático;
 Tontura;
 Pode evoluir para necrose do local.

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TRATAMENTO

 Procure acalmar o paciente;


 Procure identificar e capturar o animal agressor, se possível (não demore), e le-
ve-o para o hospital juntamente com a vítima;
 Lave o ferimento com água e sabão; remova anéis, braceletes, pulseiras e outros
objetos que estejam na extremidade afetada;
 Trate o estado de choque; e
 Monitore os sinais vitais e esteja preparado para ministrar RCP.

TATURANAS OU LAGARTAS

São insetos pertencentes ao grupo dos Lepidópteros (borboleta e mariposas).


Nos últimos anos foram registrados diversos casos, inclusive de mortes, no
Rio Grande do Sul e Santa Catarina, atribuídos à lagarta Lonomia Obliqua, cujos
espinhos venenosos, em contato com a pele humana, podem causar manchas escu-
ras, além de hemorragias externas e internas (síndrome Hemorrágica) com possí-
veis complicações fatais.
A lagarta ou simplesmente "Taturana" (Tata = semelhante, rana = fogo), tam-
bém conhecida como mandrová, marandova, mandorova e outros nomes utilizados
no Sul do país, é uma das fases do ciclo biológico de uma mariposa de coloração
cinza (fêmea) ou amarelo-alaranjado (macho).
No período de verão seus ovos são colocados geralmente em folhas e troncos
de árvores frutíferas. Tendo um período larval de aproximadamente 3 meses, as ta-
turanas podem alcançar até 8 cm de comprimento. Vivem em grupos e podem ser
vistas durante o dia em troncos das árvores; trocam de pele várias vezes, apresen-
tam uma coloração muito variada (castanho, branco, negro, róseo) que fascinam
pela sua beleza, ocasião em que ocorrem os acidentes com maior freqüência, atra-
indo com muita facilidade o toque, principalmente de crianças.
O acidente é ocasionado pela introdução do líquido urticante na pele através
de espinhos. A gravidade corresponderá ao número de espinhos envolvidos no aci-
dente. Estes espinhos podem estar distribuídos ao longo do corpo da lagarta em al-
gumas espécies, ou ocultos sob pelos longos e sedosos.

RECONHECIMENTO

 Dor local intensa (principal queixa do paciente);


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 A dor irradia do local da queimadura para outras regiões do corpo;


 Náuseas e vômitos;
 Nos casos das lonomias, algumas vezes, aparecem complicações como
sangramento na gengiva e aparecimento de sangue na urina.
 Pode ocorrer choque anafilático;
 Tontura;
 Pode evoluir para necrose do local.

TRATAMENTO

 Procure acalmar o paciente;


 Procure identificar e capturar o animal agressor, se possível (não demore), e le-
ve-o para o hospital juntamente com a vítima;
 Lave o ferimento com água e sabão; remova anéis, braceletes, pulseiras e outros
objetos que estejam na extremidade afetada;
 Se possível, mantenha a área picada em nível mais baixo que o tórax, porém
pouco elevada para diminuir o edema;
 Trate o estado de choque; e
 Monitore os sinais vitais e esteja preparado para ministrar RCP.

ABELHAS, MARIMBONDOS E OUTROS ANIMAIS OU INSETOS

Não oferecem risco à vida humana, a não ser que a pessoa desenvolva rea-
ção alérgica, ou então seja atacada por um enxame.
Em acidentes deste tipo não podemos retirar os ferrões com pinças, pois há o
risco de espremê-los e, com isto, injetar mais veneno aumentando a dor.

RECONHECIMENTO

 Dor local intensa (principal queixa do paciente);


 Edema (inchaço);
 Vermelhidão no local;
 Coceira no local;
 Sensação de queimação.

TRATAMENTO

 Procure acalmar o paciente;


 Procure identificar e capturar o animal agressor, se possível (não demore), e le-
ve-o para o hospital juntamente com a vítima;
 Lave o ferimento com água e sabão; remova anéis, braceletes, pulseiras e outros
objetos que estejam na extremidade afetada;
 Se possível, mantenha a área picada em nível mais baixo que o tórax, porém
pouco elevada para diminuir o edema;
 Trate o estado de choque; e
 Monitore os sinais vitais e esteja preparado para ministrar RCP.

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Bibliografia:

CORPO DE BOMBEIROS DA POLÍCIA MILITAR DO ESTADO DE SÃO PAULO.


Manual de Fundamentos de Bombeiros. Governo do Estado de São Paulo. 1996.

CORPO DE BOMBEIROS DA POLÍCIA MILITAR DO ESTADO DE SÃO PAULO-


GRPAe, SES – SAMU, e Comissão de Revisão: COREN, CRM, Faculdade de Ciên-
cias Médicas da Santa Casa de São Paulo, Faculdade de medicina da USP, Grupa-
mento de Rádio-patrulhamento Aéreo, Serviço de Atendimento Médico de Urgências
de São Paulo e Conselho Nacional de Ressuscitação. Manual de Procedimentos
Operacionais Padrão do Sistema de Resgate a Acidentados. 2006.

CEVAP - Centro de Estudos de Venenos e Animais Peçonhentos - UNESP.

Fotos - Sites sobre ofidismo e animais peçonhentos - Internet.

Apostila elaborada por: 2º Sgt PM Valderci Pereira Nery

Revisada Por: Enfª. Solange Aparecida da Cunha

Profa. Solange/ Prof. Nery

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