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DIDÁTICA
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Fonte: https://pedagogiaaopedaletra.com/didatica-geral/
ÁGUA BRANCA-PI
2017
2
Diretor Geral
Eloan Coimbra Lima
Diretora Acadêmica
Eloane Coimbra Lima
Secretária Acadêmica
Ginoã das Graças Coimbra Lima
Coordenação do Curso
Cleidinalva Maria Barbosa Oliveira
Coordenação do Nead
Tiago Soares da Silva
Ficha Catalográfica
Bibliografia
08
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CONCEITUANDO DIDÁTICA 13
13
Introdução........................................................................................................09
16
1. As origens da Didática..................................................................................12
ATIVIDADE............................................................................................................
18
FÓRUM.................................................................................................................
18
18
19
19
26
UNIDADE 02
37
38
UNIDADE 03 39
UNIDADE 04
UNIDADE 05
65 ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO ESCOLAR: METODOLOGIA
DE ENSINO, PLANEJAMENTO DAS AULAS E AVALIAÇÃO.
Introdução................................................................................................ 66
5. O planejamento de ensino na perspectiva de uma prática integrada. 70
ATIVIDADE.............................................................................................. 74
FÓRUM.................................................................................................... 75
76 UNIDADE 06
OBJETIVOS, CONTEÚDOS, MÉTODOS E A MEDIAÇÃO DO
PROFESSOR
Introdução.................................................................................................. 77
6. Níveis de Planejamento......................................................................... 78
6.2 Avaliação............................................................................................. 83
6.3 Situações atuais da didática................................................................ 84
ATIVIDADE..................................................................................................87
FÓRUM....................................................................................................... 87
REFERÊNCIAS...........................................................................................88
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UNIDADE 01
Conceituando Didática
Fonte: https://pt.calameo.com/books/003610902ccce7691c361
Didática
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Introdução
Texto 1:
− Ei, você já “pagou” a disciplina de “História Moderna e Contemporânea I”?
− Não, ainda não... Vai ser oferecida este semestre?
− Vai, sim. Por aquele professor do departamento... não lembro o nome!
Acho que é Manoel.
− Ih... Então não vou “pagar” este semestre, não. Dizem que ele é um ótimo
historiador, mas não tem Didática.
Texto 2:
− Estamos fazendo uma pesquisa sobre a qualidade das aulas do Ensino
Médio. Você pode responder a algumas perguntas?
− Claro...
− Quais as matérias de que você mais gosta, e por quê?
− História, Geografia e Ciências. Acho que gosto de ler, saber do passado,
do que aconteceu... Geografia também é legal, a gente aprende sobre os diferentes
lugares, as regiões... Ciências eu gosto porque o professor é legal! Ele ensina bem...
− O que tem que ter um professor pra “ensinar bem”?
− Sei lá... Acho que tem que entender a matéria, ser legal com os alunos, ter
paciência. E tem que ter Didática, né? Tem gente que não tem “jeito” pra dar aula,
não...
Mendes, Iran Abreu. Didática. – Natal (RN) : EDUFRN – Editora da UFRN, 2006.
De acordo com o que pode ser notado no primeiro texto, e que provavelmente
você também tenha observado, a palavra Didática está quase sempre relacionada a
uma técnica de ensino. Dessa maneira, o bom professor acaba sendo reconhecido
pela usa forma de dar aula, pela maneira que desenvolve a sua prática pedagógica.
Por outro lado, existe também a ideia de que Didática está ligada a dom:
enquanto algumas pessoas levam jeito para dar ótimas aulas, outras nem tanto.
Buscar uma definição de Didática, uma conceituação objetiva não é uma
tarefa simples. Afinal, cada um a concebe à sua maneira. Vejamos por exemplo, o
que pensa Masetto a esse respeito:
Certamente que a concepção desses três autores sobre o termo Didática não
representam um conceito formado sobre o termo, no entanto, nos ajudam a construir
o nosso próprio entendimento do quem vem a ser a Didática. Conhecimento esse
que será construído no decorrer desta disciplina.
Didática
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Ainda que não sejam duas definições acabadas sobre o termo Didática, as
citações anteriores deixam bem clara a ligação que há entre a Didática e a
educação, sobretudo com a forma de ensinar.
Ora, se a Didática se relacionada ao “como ensinar” ela também está ligada a
outras ciências além da Pedagogia. Isso porque ensinar implica em aprender e
ambos são processos de certa forma complexos.
Assim, a Didática relaciona-se em parte com a psicologia, com a filosofia, a
sociologia e a própria antropologia como que formando subcategorias relacionadas
especificamente à educação como pode ser visto na Figura 1:
Diante da figura é possível dizer que a Didática acaba sendo uma disciplina
integradora, que relaciona as demais ciências à Educação, ajudando a compô-la sob
os mais diversos aspectos.
No entanto, nem sempre a Didática foi compreendida dessa maneira. E
acreditamos que para melhor compreendê-la seja imprescindível conhecer a
Didática por meio de sua perspectiva histórica, como surgiu e suas transformações
ao longo da história.
Didática
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1. As origens da Didática
No que diz respeito ao surgimento da Didática como o que pode ser chamado
de um campo de estudos, Castro (2011) afirma que:
Didática
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É possível dizer que a busca por uma delimitação do termo Didática nada
mais foi do que uma tentativa de se unir todos os conhecimentos relacionados à
educação, à pedagogia, visando proporcionar a formação de professores e até
mesmo de novas técnicas e métodos de ensino.
Já se mencionou aqui que a Didática como um campo de estudo e
conhecimento passa a ser reconhecida somente no Século XVII. Trata-se de uma
época bastante marcante da história da sociedade, marcada por muitas
transformações nos mais diversos campos: social, político, econômico, filosófico,
religioso entre outros.
O mercantilismo continuava impulsionando a expansão marítima europeia.
Motivados pela busca de novas riquezas e interessados nos lucros obtidos com o
comércio.
No campo político estavam em pleno processo de formação os Estados
Nacionais e a Reforma Protestante e as descobertas da ciência contribuíam ainda
mais para fazer dessa uma época de grandes transformações.
E nesse contexto de mudanças tão significativas a Didática surge pelas mãos
de dois educadores que fizeram história: Ratíquio e Comênio.
João Amós Comenius (1592-1670) escreveu a primeira obra clássica sobre
Didática: a Didática Magna, publicada em 1657. De acordo com Martins e Mendes
(2006):
Comenius era um “homem do século XVII”, sintonizado parcialmente com
os ideais da Modernidade que estavam por surgir. Pastor protestante,
natural da Boêmia (atual República Tcheca), considerava a educação como
um caminho para a salvação, uma formação para a vida eterna. “Ser
homem” era, para ele, conhecer as coisas do mundo, e não apenas uma
pequena área do saber. Disso decorre a importância do processo educativo
tanto para a criação da identidade individual quanto para a socialização do
indivíduo. A educação teria como uma de suas finalidades a transformação
do indivíduo e da sociedade. ( MARTINS e MENDES, 2006, p.9)
Dessa maneira a sua obra Didática Magna reflete muito a maneira de pensar
e agir de Comênio. Nesse livro, que pode se considerar de certa forma pretensiosa,
Didática
14
Comênio tinha a intenção de propor uma série de princípios e regras com as quais
acreditava poder tornar qualquer um apto à “arte de ensinar tudo a todos”.
Comênio é considerado um homem à frente do seu tempo até mesmo por
propor, através dessa tal teoria didática, a universalização do ensino, baseando-se
no principio da igualdade de todos perante a lei, que começava a despertar na
Europa daquela época.
A escola para ele era considerada um local específico e privilegiado para a
educação, uma vez que ali havia o necessário para se efetivar a aprendizagem: um
professor específico e preparado para ensinar. Em virtude disso, Comênio
preocupou-se também com a organização do ensino, propondo o chamado
planejamento do ensino e propondo graus de ensino de acordo com as dificuldades
e desenvolvimento do indivíduo.
Sua Didática Magna trata-se de uma obra bastante rica, pois mostra a
realidade da educação daquela época e nos permite fazer uma série de reflexões
sobre nosso trabalho hoje em dia. Ainda com relação à obra de Comênio (Martins e
Mendes, (2006) colocam ainda que, para ele:
Importante dizer que até mesmo aqui no Brasil a obra de Comenius foi
bastante utilizada como um verdadeiro manual de ensino, ainda no início da
República.
Leia o texto:
Didática - Disponível em:
http://www.infoescola.com/pedagogia/didatica/
Dica de vídeo!
Didática Geral: A Identificação da Didática
Disponível em:
http://www.youtube.com/watch?v=pDMjytkuJJw&fe
ature=relmfu
Didática
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1. Conceitue Didática.
2. Como Libaneo define a Didática?
3. Quem foi Comenius para a Didática?
4. Como se chama a primeira obra clássica escrita por Comenius sobre Didática?
UNIDADE 02
Compreendendo o
objeto de estudo da
Didática
Fonte: https://www.youtube.com/watch?v=lNyhTxnduKM
Didática
20
Introdução
Refletir sobre todas essas questões nos leva a buscar soluções, adequação a
essa realidade que está cada vez mais presente, uma vez que as informações estão
cada vez mais acessíveis às pessoas, sobretudo graças ao avanço das tecnologias
de informação e comunicação.
Adequar-se a essa nova realidade requer primeiramente uma mudança na
forma de pensar e de agir do professor hoje em dia. Paulo Freire foi um dos
educadores mais importantes da história desse país justamente por nos mostrar que
o ensinar é uma forma de intervenção na sociedade.
Assim, de acordo com o saudoso mestre Paulo Freire (1997), o ato de ensinar
vai muito mais além do que a simples transmissão de conteúdos. Vejamos o que ele
disse a esse respeito:
Não posso ser professor se não percebo cada vez melhor que, por não
poder ser neutra, minha pratica exige de mim uma definição. Uma
tomada de decisão. (...) Assim não posso ser professor sem me achar
capacitado para ensinar certo e bem os conteúdos de minha disciplina; não
o posso por outro lado reduzir minha prática docente ao puro ensino
daqueles conteúdos. (FREIRE, 1997, p. 40)
2. Mas e a Didática?
Mas será que todo professor compreende que também é um aprendiz? Que
não existe nenhum conhecimento pronto e acabado e que somos seres em
constante processo de aprendizado?
Vamos refletir sobre um pequeno texto:
Dica de vídeo!
Os sete saberes necessários para a educação
do futuro – Edgar Morin. Disponível em:
http://www.youtube.com/watch?v=ymiRbV2qXv8&
feature=related
Vamos usar fragmentos do texto dos autores Sônia Maria Henrique Fonseca
e João José Saraiva da Fonseca (2007) para compreendermos um pouco mais a
didática.
Quais os níveis de responsabilidade do professor na consecução da sua
proposta didática?
Vamos iniciar o tema propondo uma reflexão sobre a responsabilidade política
do educador e os reflexos dessa responsabilidade na consecução da sua proposta
didática enquanto, a partir do conto:
Fonte: http://educacaoproibida2015.blogspot.com/2015/03/
A história contada por Paulo Freire (1992) poderá contribuir para a sua
resposta:
Uma das estórias que eles me repetiram, rindo, com um gosto quase
de criança, mas críticos da ideologia que a empapava, falava da vida
simples e feliz de uma família de suínos. O casal e os três filhos.
O mais novo, curioso, nada rotineiro, provava tudo e se achava
sempre à procura de algo novo, diferente.
Nunca, porém, era exitoso. Seus irmãos mais velhos seguiam à risca
as determinações estabelecidas e tudo lhes corria bem. Num certo domingo
de outono, de céu aberto e azul, o filhote resolveu escapar do sítio em que
vivia a família para dar vazão à sua curiosidade. Nada deu certo.
Assim que ultrapassou o primeiro espaço proibido, foi atacado por
um cachorro. Mordido, conseguiu salvar-se por um triz. Mais adiante,
curioso novamente, “cutucou o cão com vara curta” e o cão era um enxame
de abelhas. O pobre quase se acaba com as picadas horríveis das abelhas
endiabradas e ferozes. De insucesso a insucesso, volta a casa à noitinha,
cabisbaixo, metido dentro dele mesmo. Coragem nenhuma de sequer
pensar em nova aventura.
Sisudo, mas com ar bondoso de pedagogo manso, o pai o esperava
e, sábio, lhe diz: “Eu sabia que você faria isso um dia”. Era preciso que você
fizesse para aprender que não temos de sair dos trilhos que já encontramos
para caminhar. Qualquer tentativa de mudar nos expõe a riscos e a dores
que nos custam muito, como
deve ter ocorrido a você hoje".
Silencioso, arrependido, cheio de culpa, o porquinho escutava o
discurso “sensato” e bem comportado de seu pai.
(FREIRE, 1992).
Fonte: http://historiadelaeducacion1235.blogspot.com/2016/01/educacion-en-el-siglo-xix.html
Dica de vídeo!
Didática Geral: O ensino e o aprendizado.
Disponível em:
https://www.youtube.com/watch?v=ILy_PZ1e2y4
UNIDADE 03
Os quatro pilares da
educação moderna
Fonte: https://meucerebro.com/neurociencias-e-os-4-pilares-da-educacao-propostos-para-o-
seculo-xxi/
Didática
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Introdução
Fonte: http://19551976.blogspot.com/2013/06/os-quatro-pilares-da-educacao.html
Aprender a Conhecer –
Aprender a conviver –
Aprender a ser –
Na obra “Escola sem sala de aula” (2004) Ricardo Semler, Gilberto Dimestein
e Antônio Carlos Gomes da Costa defendem o fim da escola compartimentada,
transformando-a num amplo espaço de aprendizagem onde todos os seus sujeitos
(professores, alunos, funcionários e comunidade) se integrem numa verdadeira rede
de aprendizagem comum.
Então, diante da percepção de José Manuel Moran (2004), podemos entender
que “os textos”, que os professores ainda estão lendo na sala de aula, se encontram
no contexto do passado, no tempo em que gestão da aula era apenas no espaço
entre as quatro paredes de uma sala.
O cenário atual exige competências para gerenciar várias atividades em
espaços diferentes, numa sala de aula equipada com computador, com acesso à
Internet e projetor multimídia para além de outros recursos, que possibilitam aos
professores e alunos atividades didáticas adequadas ao desejo de aprender do
aluno da geração atual. Este é um campo de possibilidades para novas propostas
didáticas a que você precisa ter acesso urgente sobre pena de sua aula ser apenas
uma caixinha de recordações do passado.
Didática
38
3.1 O que você acha que é preciso para mudar esse atual cenário
da educação e principalmente da sala de aula?
FONSECA, Sonia Maria Henrique P. da & FONSECA, João José Saraiva da. Didática
Geral. Fortaleza, 2007
Aprender a Conhecer
Aprender a Fazer
Aprender a conviver
Aprender a ser
O que você acha que é preciso para mudar esse atual cenário
da educação e principalmente da sala de aula?
Didática
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UNIDADE 04
Saberes Docentes sobre
a organização do Ensino
Aprendizagem
Fonte: https://cardapiopedagogico.blogspot.com/2018_03_20_archive.html
Didática
44
Fonte: https://www.elmundo.es/sapos-y-princesas/2016/11/06/581cbd37e2704e2e5f8b45cd.html
Sendo assim, as relações geradas através das relações dos professores com esses
diversos saberes são, ao mesmo tempo, relações com grupos sociais.
Os estudos desenvolvidos sobre a prática pedagógica docente permitem
compreendê-la como uma prática social entrecruzada, que se desenvolve num
espaço social complexo, entendida numa relação indissociável entre a prática que o
sujeito desenvolve e os contextos nos quais se encontra inscrita.
Esse sentido atribuído à prática pedagógica docente parte do pressuposto de
que o currículo, que se manifesta na prática dos/as professore/as, não parte de uma
única prática, mas do cruzamento de práticas diversas, conforme revela Sacristán
(2000)
O currículo acaba numa prática pedagógica [...]. Sendo a condensação ou
expressão da função social e cultural da instituição escolar, é lógico que,
por sua vez, impregne todo tipo de prática escolar. O currículo é o
cruzamento de práticas diferentes e se converte em configurador, por sua
vez, de tudo o que podemos denominar como prática pedagógica nas aulas
e nas escolas. SACRISTÁN (2000, p. 26)
Usando o artigo produzido pelas autoras Pura Lúcia Oliver Martin e Joana
Paulin Romanowski (2007), vamos entender a didática na formação pedagógica de
professores.
Colocar em discussão a formação de professores, neste início de século,
implica considerar as prioridades estabelecidas para a formação dos professores
nos cursos de licenciaturas diante das novas diretrizes estabelecidas para estes
cursos pelo Conselho Nacional de Educação, no ano de 2002, e o papel da Didática
nesse processo.
Isso porque partimos do pressuposto de que as sistematizações teóricas das
abordagens distintas das práticas de formação de professores são produzidos
socialmente a partir de determinadas circunstâncias históricas. Tais circunstâncias
determinam os tipos de relações sociais que vão forjar as tecnologias utilizadas
através da relação pedagógica. Assim, a realização da formação de professores,
viabilizada por um determinado tipo de organização curricular, está intimamente
vinculada às finalidades deste num contexto social mais amplo e expressa a relação
social básica no interior do modo de produção capitalista. (MARTINS, 1998).
Didática
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para estágios, 400 são distribuídas durante o curso, enquanto as outras 400 horas
são destinadas ao estágio supervisionado. Nas palavras da coordenadora:
Em média, 10% de cada uma das disciplinas devem articular suas disciplinas
com prática. Quando ele aprende morfologia, por exemplo, de que forma essa
aprendizagem é aplicada na prática. (...) Também temos grupos de estudo
interdisciplinar onde nossos alunos são levados à reflexão.
Observamos uma iniciativa de trabalhar a relação teoria e prática ao longo do
curso e no interior de cada disciplina que compõe o currículo. Além disso, o grupo
está buscando uma integração das disciplinas de fundamentos comum a todas as
licenciaturas, já que tais disciplinas eram trabalhadas de forma isolada e em tempos
diferentes de acordo com o colegiado de cada curso.
Com relação à proposta de práticas de ensino e de estágio, percebemos que
a instituição busca manter essa integração, articulando teoria e prática entre as
disciplinas de fundamentos e a ação do aluno na escola. Há uma preocupação de
estabelecer a estreita relação entre as disciplinas teóricas com as didáticas
específicas e metodologias específicas por área de conhecimento. Contudo numa
perspectiva de aplicação prática: “de que forma a aprendizagem de determinado
conteúdo é aplicado na prática...”.
Já o contato direto com a escola – o estágio – mantém o formato usual
dessas práticas, qual seja: a observação, a participação em sala de aula junto ao
professor regente e finalmente a regência. Esses estágios ocorrem em escolas
conveniadas e preferencialmente públicas.
Com efeito, a criação de uma coordenação geral das licenciaturas, forma
encontrada pela instituição A para reorganizar as licenciaturas tendo em vista as
novas exigências do Conselho Nacional de Educação, tem favorecido alguns
avanços na busca da articulação teoria e prática. Os agentes envolvidos tentam
minimizar a dicotomia teoria-prática existentes nessa formação. Contudo, observa-se
que não se altera a lógica da aplicação prática e a valorização do como aplicar esse
conhecimento na prática.
Já na Universidade B criou-se o espaço do Fórum de Licenciaturas para
discutir as novas exigências do CNE, buscando a observância das horas exigidas.
Nesse espaço os professores discutem seus projetos de curso, as disciplinas que
integram o currículo de cada licenciatura e a integração entre elas. Observa-se uma
preocupação de adequar as horas exigidas na nova legislação e também de
Didática
56
viabilizar a inserção do aluno nas escolas onde irão atuar desde o primeiro semestre
do curso. Essa busca de inserção dos alunos desde o início do curso tem sido a
marca dessa instituição. Na fala de um coordenador de curso:
O aluno tem a formação pedagógica desde o primeiro período. Ele sempre vai
ter algo relacionado com a formação pedagógica e a escola. Todo um eixo que
é ministrado pelo pessoal da educação e depois tem outra vertente que é
ministrada pelos próprios professores da área específica com experiência na
área da escola e da licenciatura.
[...] quanto àquele item, a prática como componente curricular, existem mil e
uma interpretações de como fazer aqui (...) toda disciplina nós sabemos que
tem uma dimensão prática, tudo isso é perfeito, tudo bem, tudo certo. Você vai
Didática
57
me convencer que vai criar dentro da disciplina (...) uma ponte com a educação
básica.
Com relação aos estágios, estes acontecem da metade do curso para o final
e, segundo a coordenadora, alguns cursos estão indo muito bem, enquanto outros
têm encontrado muitas dificuldades. Nas palavras dela:
.
Não obstante essa lógica do três mais um, há uma tentativa de distribuir a
prática, que antes era concentrada em dois semestres de estágio no final do curso,
ao longo do curso. Nas palavras do coordenador:
Nós temos 240 horas de estágio de docência e 240 horas de estágio na função
propriamente dita do pedagogo nas dimensões de organizações de trabalhos
pedagógicos de passes escolares e não escolares e temos outras dimensões
que é a questão da pesquisa (...) o pedagogo pesquisador. (...) Além desses
estágios que dá um total de 480 horas, nós temos algumas disciplinas
facilmente ligadas à prática... Não abrimos mão de uma sólida formação
teórica.
2. Estamos diante de uma situação séria. O que fazer? O que você diria se deparasse
com essa situação? Que princípio ela estaria ferindo? Para ser professor precisa
saber o quê?
Aluno Passivo
UNIDADE 05
Organização do Trabalho
Escolar: Metodologia de
Ensino, Planejamento das
Aulas e Avaliação.
Fonte: https://www.faesa.br/cariacica/infraestrutura/
Didática
66
Introdução
ensino, o que possibilita fazer inferências, também, sobre como melhor elaboramos
nossos planejamentos, e nos possibilita, nesse sentido, constituir uma referência de
análise do processo de aprendizagem, do aprender a fazer e do projeto educativo. É
fundamental perceber, no entanto, que:
Planejar é uma atividade antiga e faz parte da história do ser humano. Quem
nunca planejou? Não existe, certamente, quem nunca tivesse feito planos na vida,
ou não tivesse “sonhada” com algo e feita uma previsão para o alcance desse
sonho. O planejamento, portanto, faz parte não só da vida profissional, mas da vida
social das pessoas. O planejamento é fundamental para conseguir determinado
objetivo. Na educação não é diferente, planejar é uma atividade essencial para
atingir as metas a que nos propomos, pois previne surpresas e improvisações. De
acordo com Gandin,(2001):
É impossível enumerar todos os tipos e níveis de planejamento
necessários à atividade humana. Sobretudo porque, sendo a pessoa
humana condenada, por sua racionalidade, a realizar algum tipo de
planejamento, está sempre ensaiando processos de transformar suas
ideias em realidade. Embora não o faça de maneira consciente e
eficaz, a pessoa humana possui uma estrutura básica que a leva a
divisar o futuro, a analisar a realidade, a propor ações e atitudes para
transformá-la. (GANDIN, 2001, p. 83).
Didática
71
Para Padilha (2001, p. 30) o ato de planejar está relacionado com tomadas de
decisão, com ações; ele prevê necessidades tais como meios estratégias e recursos
disponíveis, visando sempre ao alcance de objetivos, em prazos determinados e
etapas definidas, a partir dos resultados das avaliações. O planejamento na escola
se inicia com o projeto político pedagógico, levando em conta, é claro, o
planejamento das políticas educacionais para o estado ou país e suas normativas e
diretrizes.
Cabe ao professor planejar atividades orientadoras de ensino: Chamamos de
atividade orientadora de ensino aquela que se estrutura de modo a permitir que os
sujeitos interajam, mediados por um conteúdo negociando significados, com o
objetivo de solucionar coletivamente uma situação problema. A atividade orientadora
de ensino tem uma necessidade: ensinar; tem ações: define o modo ou os
procedimentos de como colocar os conhecimentos em jogo no espaço educativo; e
elege instrumentos auxiliares de ensino: os recursos metodológicos adequados a
cada objetivo e ação (livro, giz, computador, ábaco etc.). E, por fim, os processos de
análise e síntese, ao longo da atividade, são momentos de avaliação permanente
para quem ensina e aprende. (MOURA, 2001, p. 155).
A realização da prática docente requer consciência sobre a mesma, e isto se
dá pela reflexão sobre o que se faz e sobre as decisões que se toma. A partir das
demandas da prática, considerando-a uma situação concreta, em contextos
educacionais em que ocorre o ensino devem emergir do planejamento.
4. E a questão da avaliação, como está sendo praticada na maioria das escolas? Qual
deve ser a relação entre objetivos, métodos de ensino e avaliação? Qual seu ponto
de vista sobre a progressão continuada?
UNIDADE 06
Objetivos, Conteúdos,
Métodos e a Mediação
do Professor
Fonte: https://educacao.estadao.com.br/blogs/vital-brazil/a-importancia-de-avaliar-o-
processo-de-ensino-e-aprendizagem/
Didática
77
Introdução
1. REFLEXÃO
Tomada de consciência do objetivo da atividade, das razões da atividade de
aprender, compreensão e reconhecimento das condições necessárias para
estudar o conteúdo. O que precisa ser feito e as condições de fazê-lo.
1ª Etapa – Motivação e orientação da atividade (os alunos recebem
Didática
78
2. ANÁLISE
Estudo do conteúdo, partindo de conceitos centrais, princípio geral, da regra
geral para a solução de problemas. O papel da análise é ajudar o aluno a
desenvolver a capacidade de fazer generalizações conceituais. Delineamento
do problema, solução do problema a partir da aquisição de capacidades
cognitivas.
2ª Etapa - Formação de conceitos por meio de operações práticas, concretas
(exercícios, solução de problemas).
3ª Etapa - Formação de conceitos no plano da linguagem (por meio de
conflitos cognitivos, desenvolver ações cognitivas individuais e grupais de
enfrentamento do problema).
6. Níveis de Planejamento
a) Planejamento educacional
c) Planejamento escolar
d) Planejamento de ensino
prazo, está ligado à finalidade desse estudo, o que se quer alcançar com o
desenvolvimento desse estudo. Vale lembrar, aqui, que os objetivos devem estar colocados
em relação à aprendizagem do aluno. O que se quer que ele alcance com o estudo.
Portanto, o objetivo “mostrar ao aluno como funciona um computador ”, por exemplo, não é
um objetivo de aprendizagem, e sim o que o professor precisa fazer para que o aluno
entenda quais os componentes de um computador.
Os objetivos específicos são relativos também ao que o aluno vai aprender, se o geral
apresenta o que o aluno precisa ter de competências ao final desse estudo, os específicos
terão de detalhar quais os conteúdos ou conceitos ele terá de construir para chegar lá, por
exemplo: “identificar as finalidades de um processador e quais as suas capacidades físicas
em relação ao armazenamento”.
Justificativa de desenvolvimento:
Descrever a relevância desta disciplina ou eixo no processo de estudo, no conjunto do
currículo ou diante do ser em formação (a relevância para o aluno e para o conjunto de
estudos que ele vai desenvolver).
Metodologia:
Descrever que tipo de metodologia o professor vai usar para desenvolver o estudo desta
disciplina ou eixo. Quais os recursos e procedimentos e recursos utilizados. O método de
ensino é o caminho que o professor vai utilizar para desenvolver suas atividades de ensino-
aprendizagem. As técnicas referem-se à operacionalização do método, ou seja, que
instrumentos o professor vai utilizar para chegar no “ponto desejado”, as técnicas vão
ajudá-lo. Esses recursos são selecionados para promover a aprendizagem do aluno.
Sistema de avaliação (incluindo critérios)
Descrever sob qual o sistema o aluno está sendo avaliado. Se possível, descrever as
regaras e o que ele terá de cumprir para ser aprovado. (O sistema de avaliação é igual para
todos os alunos, o que difere são os critérios, portanto, incluir também os critérios com
relação a esse estudo). O que será avaliado, o que será observado, o que tem mais ou
menos valor etc.
Referências bibliográficas
Sempre colocar algumas referências para que o aluno possa saber sob quais teóricos o
conhecimento está sendo desenvolvido. Em se tratando dos níveis educacionais, como
educação infantil, também é importante colocar sob quais premissas a professora trabalha.
6.1 Avaliação
Fonte: https://pt.slideshare.net/SebastioGessyFonseca/curso-de-didtica
BARRETO, Vera. Paulo Freire para educadores. São Paulo: Arte & Ciência, 1998.
FONSECA, Sonia Maria Henrique P. da & FONSECA, João José Saraiva da.
Didática Geral. Fortaleza, 2007
Machado, Altamiro. Revista Professor Mestre. Minas Gerais, Ano I , nº2, p.12.
2006.
MARTIN, Pura Lucia Oliver & ROMANOWSKI, Joana Paulin. Didática na formação
pedagógica de professores. (2010). IN: Revista Educação, Porto Alegre, v. 33, n. 3,
p. 205-212, set./dez. 2010. Disponível em:
http://revistaseletronicas.pucrs.br/ojs/index.php/faced/article/viewFile/8077/5724.
Acesso em dez/11.
MARTINS, André Ferrer P. & MENDES, Iran Abreu e. Didática.– Natal (RN) :
EDUFRN – Editora da UFRN, 2006.
MOURA, Roberto. No princípio era a roda: um estudo sobre samba, partido alto e
outros pagodes. RJ: Rocco, 2004.
MOURA, Manoel. A atividade de ensino como ação formadora. In: CASTRO, A. &
CARVALHO, A (orgs). Ensinar a ensinar: didática para a escola. São Paulo: Editora
Pioneira. 2001.
NASCIMENTO, Débora Maria & RIBEIRO, Marcia Maria. Saberes docentes sobre a
organização do ensino aprendizagem. 2008. VI Congresso Português de Sociologia.
25 a 28 de junho de 2008. Lisboa. Portugal. Disponível em:
http://www.aps.pt/vicongresso/pdfs/446.pdf. Acesso em dez/11