Sei sulla pagina 1di 35

PAULO AGUIAR

GEOLOGIA

NOÇÃO DE GEOLOGIA
O UNIVERSO
A TERRA COMO PLANETA
ESTRUTURA INTERNA DA TERRA
SISMOS OU TERRAMOTOS
ÍNDICE

A GEOLOGIA ………………………………………………………………….………………………………..……………. 3
O Universo
Origem do Universo
Galáxias
Via Láctea

A TERRA COMO PLANETA ………………………………….………………………………………………. 6


Formação do sistema solar
Provável origem do Sol e dos planetas
Planetas, asteróides e cometas
A formação da Terra
Forma, tamanho, peso e densidade da terra.
Métodos de investigação da Terra
Métodos directos
Métodos indirectos

ESTRUTURA INTERNA DA GEOSFERA …..…………………………………………………. 21


Modelo segundo a composição
Modelo segundo as propriedades físicas

SISMOLOGIA …………………….………………………………………………………………………….……………… 26
Causas dos Sismos
Efeitos dos Sismos – Ondas Sísmicas
Intensidade Sísmica e Magnitude
Distribuição Geográfica dos Sismos e Tectónica de Placas

2 _________________
Por Paulo Aguiar
A GEOLOGIA

Geologia = É a ciência da terra, de seu arcabouço, de sua composição, de seus


processos internos e externos e de sua evolução.

O campo de actividade da Geologia é, por conseguinte, a porção da terra constituída


de rochas que, por sua vez, são as fontes de informações. Entretanto, a formação das
rochas de um conjunto de factores físicos, químicos, donde os interesses se
entrecruzarem repetidamente.

É objecto da Geologia Geral o estudo dos agentes de formação e transformação das


rochas, da composição e disposição das rochas na crosta terrestre. Dentre as
disciplinas englobadas na Geologia, destacam-se:
• Estratigrafia (estudo da sucessão das rochas, sobretudo sedimentares,
utilizando dados sedimentológicos, paleontológicos, geoquímicos, etc., com
vertentes de índole cronológica e paleogeográfica).

• Mineralogia (estudo dos minerais, sobretudo com base na Cristalografia e na


composição química).
• Petrologia (estudo das rochas e sua composição mineralógica e química).

• Paleontologia (estudo da Vida e sua Evolução em tempos idos, através de


vestígios - os fósseis - conservados nas rochas; Paleobotânica, Paleozoologia,
Micropaleontologia, Paleoecologia são disciplinas nela contidas ou intimamente
relacionadas; tem papel muito importante em Estratigrafia).
• Geologia estrutural (termo quase sinónimo de tectónica; é o estudo da
deformação das rochas, em escala centimétrica (microtectónica), regional
(geologia estrutural) e mundial (tectónica global).

• Geoquímica estudo do comportamento químico dos elementos, tanto nas


rochas como nas águas e na atmosfera).

• Hidrogeologia (trata da circulação das águas no subsolo, da procura de


aquíferos, captações, etc.).

• Geologia Aplicada (designação abrangente, incluindo, entre outros aspectos, a


pesquisa de minérios, petróleo, carvão, etc.).
• Geologia de Engenharia (estudos relacionados, no geral, com a Engenharia
Civil, em conexão com a Mecânica dos Solos e a Mecânica das Rochas,
nomeadamente).

• Geologia Ambiental (estudo das componentes geológicas dos estudos


ambientais nos seus diversos aspectos - preservação de património geológico,
impacte de explorações (rochas, minérios, combustíveis fósseis, etc.) e
recuperação, riscos geológicos, etc.).
• Geomorfologia (estudo do relevo, sua evolução e processos correlativos).

3 _________________
Por Paulo Aguiar
O UNIVERSO

Quando olhamos o céu numa noite sem nuvens, podemos perceber inúmeros pontos
luminosos. Essas "luzíeis" são chamadas astros ou corpos celestes.
celestes

A maior parte dos astros que vemos possui luz e calor próprios. São as estrelas.
strelas

Os astros que não possuem luz própria – os planetas, os satélites, os asteróides e os


cometas – também podem ser vistos, pois reflectem a luz das estrelas.

Todos esses corpos celestes e muitos outros que não podemos ver formam um
universo ou seja o conjunto de toda a matéria e energia existente
imenso conjunto: o universo,
no cosmos.

Origem do Universo

No passado muito distante, há biliões de anos, o Universo estava todo comprimido,


ocupando um espaço muito pequeno, em relação ao espaço que ocupa actualmente.
Ocorreu, então, uma enorme explosão, conhecida por BIG-BANG. Essa explosão deve
ter ocorrido há aproximadamente 15 biliões de anos e causou uma expansão muito
grande do Universo. A matéria, arremessada violentamente ao espaço, foi-se
concentrando em numerosas aglomerações de estrelas e outros corpos celestes, as
GALÁXIAS.

Uma das galáxias é a VIA LÁCTEA, onde está o SISTEMA SOLAR, que tem como
centro o Sol, ao redor do qual giram os planetas e outros corpos celestes. Um desses
planetas é a Terra, planeta onde vivemos e que é habitado também por numerosos
outros seres vivos.

A parte visível do Universo é constituída por mais de 1000 milhões de Galáxias


separadas entre si por grandes distâncias.

GALÁXIAS

Uma galáxia é uma enorme massa de estrelas (tal como nebulosas e matéria
interestelar - hidrogénio atómico, hidrogénio molecular, moléculas compostas de
hidrogénio, nitrogénio, carbono e silício, entre outros elementos, além de raios
cósmicos) todas interagindo gravitacionalmente e orbitando ao redor de um centro
comum. As menores contêm cerca de 100 estrelas, enquanto as maiores contêm 3
triliões delas. Existem três principais tipos de galáxias, classificadas de acordo com a
sua forma:
• Elíptica,
Elíptica que possui uma forma oval com um núcleo brilhante. Elas elípticas têm
urna grande variedade de tamanhos, desde gigantes a anãs;
• Espiral,
Espiral têm a forma de discos achatados;

4 _________________
Por Paulo Aguiar
• e irregulares,
irregular que não possuem nenhuma forma definida.

Espiral Espiral barrada

VIA LÁCTEA

Via láctea é nome da nossa Galáxia.

Ela é um enorme disco


achatado, ou um agregado de
estrelas que incluem o Sol e
seu sistema solar. Tem um
diâmetro de 80.000 anos-luz, e
uma espessura de 6.000 anos-
luz, possuindo uma auréola
envolvente com diâmetro de
100000 anos-luz. Calculado
possuir cerca de 100000
milhões de massas solares.
Este disco roda a uma
velocidade de cerca de 250
km/seg.

Seu nome é derivado de seu aspecto como uma faixa luminosa cujo alongamento
pode ser visto à noite pelo céu (conforme mostra a figura).

A Andromeda,
Andromeda é uma galáxia
espiral semelhante à nossa,
entretanto um pouco maior.
É a Galáxia mais próxima da
Via Láctea. Ambas são os
membros dominantes da
associação de galáxias
denominada Grupo Local
que por sua vez é uma parte
periférica do Agrupamento
de Virgo que inclui milhares
de galáxias.

5 _________________
Por Paulo Aguiar
A TERRA COMO PLANETA

A Terra tem características muito especiais e únicas relativamente aos restantes


planetas do sistema solar, no que se refere à massa que possui e também à distância
a que se encontra do Sol.
Massa da Terra – influencia:
• a energia interna do planeta e, por consequência, a sua actividade geológica,
que se manifesta por sismos e vulcões;
• a força gravítica, que permite conservar uma atmosfera na sua parte externa.
Distância da Terra ao Sol – influencia:
• o estabelecimento de uma temperatura equilibrada;
• a formação e a manutenção da água no estado líquido.

São estas características que têm permitido a existência de uma grande diversidade de
seres vivos.

Formação do sistema solar


O sistema solar é constituído pelo Sol e por todos os corpos que gravitam em torno
dele, isto é, planetas, asteróides e cometas.

O Sol faz parte de uma galáxia denominada Via Láctea,


Láctea que possui centenas de
milhares de milhão de estrelas.

No interior da imensa espiral de estrelas de forma discóide que constitui a Via Láctea,
o Sol, apesar de o seu raio ser próximo dos 700000 km, não passa de uma estrela
muito modesta, pelo seu tamanho e brilho. Ele ocupa uma posição excêntrica num
6 _________________
Por Paulo Aguiar
braço da espiral, sendo a distância ao centro da galáxia cerca de 27 000 anos-luz.

Do sistema solar fazem ainda parte nove planetas principais, cerca de 60 satélites
naturais, centenas de cometas e vários milhares de asteróides.

Provável origem do Sol e dos planetas


planetas
Hoje considera-se que o Sol e os planetas do sistema solar evoluíram pelos mesmos
processos e ao mesmo tempo, há cerca de 4600M.a.

7 _________________
Por Paulo Aguiar
Durante centenas de anos foram elaboradas teorias que procuravam explicar os factos
então conhecidos. A medida que novos factos eram conhecidos as teorias iam sendo
reformuladas.

Nos últimos anos, os astrónomos têm voltado à teoria nebular com certos ajustes.

Teoria nebular reformulada - segundo esta teoria, no enorme espaço que separa as
diferentes estrelas da nossa galáxia havia uma nébula formada por gases e uma
poeira muito difusa que teria sido o ponto de partida para a génese do sistema solar.

8 _________________
Por Paulo Aguiar
A nébula ter-se-ia contraído graças à existência de forças de atracção gravítica
sobre as diferentes partículas que a constituíam; a contracção provocaria o
aumento da sua velocidade de rotação; lentamente a nébula teria começado a
arrefecer e a adquirir a forma de disco muito achatado em torno de uma massa de
gás densa e luminosa em posição central (que deu origem ao Sol); durante o
arrefecimento do disco nebular, verificar-se-ia a condensação dos materiais da
nébula em grãos sólidos (que originaram os planetas).

Planetas, asteróides e cometas

Os corpos celestes que gravitam em torno do Sol podem ser planetas, asteróides e
cometas.

Planetas
Os planetas do sistema solar agrupam-se em duas categorias:
Planetas principais - descrevem as suas órbitas directamente em torno do Sol;
Planetas secundários ou satélites - descrevem translações em torno dos planetas
principais.
Os planetas principais conhecidos pertencentes ao sistema solar são, por ordem
crescente de distância ao Sol: Mercúrio, Vénus, Terra, Marte, Júpiter, Saturno, Urano.
Neptuno e Plutão.

9 _________________
Por Paulo Aguiar
10 _________________
Por Paulo Aguiar
As características físicas dos planetas permitiu classificá-los em dois grandes grupos –
planetas telúricos e planetas longínquos ou gigantes.

Os planetas telúricos são assim chamados devido às semelhanças que apresentam


com a Terra.

Os planetas longínquos situam-se a grande distância do Sol e possuem grandes


dimensões.

PLANETAS EXEMPLOS CARACTERÍSTICAS


• São essencialmente constituídos por materiais sólidos.

• Apresentam-se estruturados em camadas.

• Parece terem um núcleo metálico.

• A densidade é elevada.
Mercúrio
• Têm um diâmetro inferior ou sensivelmente próximo do
Vénus
diâmetro da Terra.
Telúricos
Terra
• Foram modificados por impactos que geraram crateras.
Marte
• As atmosferas, quando existentes, são pouco extensas
relativamente às dimensões dos respectivos planetas.

• Os movimentos de rotação que descrevem são lentos.

• Possuem poucos satélites e, em alguns casos, não


possuem mesmo nenhum.

11 _________________
Por Paulo Aguiar
• Possuem diâmetros bastante superiores aos dos planetas
telúricos.
Júpiter
• Têm baixa densidade.
Saturno
• São essencialmente formados por gases.
Gigantes
Urano
• Possuem um pequeno núcleo.
Neptuno
• Movem-se com maior velocidade.

• Têm, na generalidade, inúmeros satélites.

Plutão está muito distante e apresenta pequenas dimensões, havendo ainda muitas
dúvidas relativamente às suas características. Apesar de ser o planeta do sistema
solar mais longínquo, geologicamente parece ser mais semelhante aos planetas
telúricos.

Sedna

Cientistas da NASA e do Caltech -Instituto de Tecnologia da Califórnia divulgaram,


muito recentemente, a descoberta de um novo planeta na órbita do Sol.

O planeta, chamado de Sedna, é três vezes mais distante da Terra do que Plutão,
tornando-o o mais distante objecto conhecido do Sistema Solar.

Actualmente, Sedna está a 13 biliões de


quilómetros da Terra. Segundo os
pesquisadores, talvez o planetóide possa ter
até uma fina atmosfera.

Outras características de Sedna incluem seu


tamanho e cor avermelhada; é o segundo
objecto mais vermelho do Sistema Solar depois
de Marte. Com um tamanho estimado de 75%
de Plutão.
A distância, durante sua órbita pelo Sol é de
10.500 anos.

A órbita de Sedna é extremamente elíptica

12 _________________
Por Paulo Aguiar
Asteróides

Os asteróides são corpos de pequenas dimensões,


não atingindo, os maiores, 1000 km de diâmetro. Mas
mais de 50 000 dos asteróides observados têm apenas
1 km de diâmetro. Os asteróides de maiores
dimensões são corpos diferenciados em camadas. Os
menores são corpos não diferenciados e alguns têm
dimensões de pequenos grãos de areia.

Os asteróides,
geralmente, movem-se
entre a órbita de Marte
e de Júpiter,
constituindo a chamada cintura de asteróides. Há,
contudo, alguns cujas órbitas são muito excêntricas,
intersectando a órbita de outros planetas e podendo
mesmo atingir a superfície desses planetas.

Grande parte das crateras de impacto da Lua e da


Terra foram, provavelmente, causadas por colisões
com asteróides.

Cometas

Os cometas são corpos com


órbitas geralmente muito
excêntricas relativamente ao
Sol. Pensa-se que, devido à
influência perturbadora dos
planetas, os cometas teriam
sido desviados das suas
órbitas iniciais. Todos eles
são, no entanto, corpos do
sistema solar, podendo ser

13 _________________
Por Paulo Aguiar
considerados os corpos mais primitivos desse sistema.

Um dos cometas mais conhecidos é o cometa Halley, que tem período de 76 anos.

Em 1997 foi visível da Terra, durante alguns meses, o cometa Hale-Bopp, que só
voltará a ser visível daqui acerca de 2500anos. O Hale-Bopp é um dos maiores
cometas jamais observados.

Os cometas apenas se tornam visíveis quando se aproximam do Sol.

Meteoróides

Desde os tempos remotos da Antiguidade que os homens observam a estranha queda


de “pedras” vindas do Espaço que, estriando o céu de vivas cores e luzes, chocam
com o solo, partindo-se em mil bocados e cavando depressões chamadas crateras de
impacto. Estes corpos de dimensões variáveis vindos do Espaço, que se tornam
incandescentes ao atravessarem a atmosfera, têm o nome de meteoróides.

14 _________________
Por Paulo Aguiar
A maioria dos meteoróides são partículas que se vaporizam ao penetrarem na
atmosfera, deixando apenas um rasto luminoso chamado meteoro.meteoro Por vezes os
meteoróides são tão grandes que, ainda que parcialmente vaporizados, conseguem
atingir a superfície da Terra denominando-se então por meteoritos.
meteoritos

Ano-
Ano-luz

O tamanho do Universo é tão grande que a distância entre os corpos celestes é


calculada com a velocidade da luz. Um raio de luz percorre aproximadamente 300.000
quilómetros em um segundo. Em um ano, ele atravessa perto de 10 triliões de
quilómetros.

Esta unidade de comprimento, ou seja, a distância que a luz percorre em um ano,


chama-se ano-
ano-luz. Para você ter uma ideia, se fosse possível viajarmos à velocidade
da luz, demoraríamos quatro anos para alcançar Alfa-Centauro, a estrela mais próxima
do Sol.

Essa distância enorme faz com que, vistas aqui da Terra, as estrelas pareçam fixas no
céu. Na verdade elas possuem movimentos como qualquer astro.

A formação da Terra
Quando se formou, a terra era constituída por um material pastoso devido às altas
temperaturas

Pouco a pouco a terra começou a esfriar e sua superfície endurecia lentamente,


formando blocos de rochas muito finos. Isso durou alguns biliões de anos.

Durante esse processo, muitas vezes essa camada endurecida – a Crosta terrestre –
rompia-se pela pressão do material quente, derretido e em constante movimento,
existente nas regiões mais interiores do planeta. Então gases e vapore, inclusive vapor
de água, eram liberados para o exterior.

A água estava presente desde o princípio. Os gases e os vapores elevavam-se a


grandes alturas, formando imensas nuvens que envolviam e escureciam o planeta.
Assim deve ter sido a Atmosfera primitiva.

15 _________________
Por Paulo Aguiar
Por muito tempo a superfície do planeta era tão quente que, quando uma gota de água
caía, se transformava imediatamente em vapor. Porém essa "chuva" ajudou a baixar o
calor das rochas e apressou o seu resfriamento.

Chegou um momento em que as gotas de água que caíam das nuvens não mais
retornavam sob a de vapor, mas permaneciam na forma de água no estado líquido.
Assim começou o acúmulo de água nas depressões da crosta, que iriam forma os
mares e os oceanos.

Essa hidrosfera primitiva possivelmente tinha uma constituição diferente da actual, o


que deve ter possibilitado o aparecimento da vida em nosso planeta.

A partir do momento em que surgiram os organismos vivos – há mais ou menos 3


milhões de anos –, as condições da Terra começaram a sofrer modificações contínuas
até adquirir o aspecto e a composição actual.

Forma, tamanho, peso e densidade da terra.

A terra é um esferóide achatado nos pólos e dilatados no equador.

Considerando que um circuito tem 360 graus, e cada grau ao longo de seu meridiano
equivale a uma distância de 111 km, conclui-se que a circunferência da terra é de 360
vezes 111 km, ou seja, aproximadamente 40.000 km. km A Terra tem um diâmetro de
aproximadamente 12.700 km, km seu volume corresponde a aproximadamente
aproximadamente 1,08
biliões de Km3, com área equivalente a 150 milhões de Km2.

A massa ou peso é calculada mediante a lei da gravitação de Newton. Com um par de


escalas sensíveis e a balança de Eátvos, os físicos podem comparar a atracção da
terra com a de uma bola de chumbo ou de quartzo de peso equivalente conhecido. O
peso da terra por este método é de aproximadamente 5,6 sextilhões (ou 5,6 x 1021
toneladas).

A densidade é determinada dividindo-se o peso (massa) pelo volume. Assim


chegamos a uma densidade de 5,52,
5,52 ou seja, 5,5 vezes mais pesada que a água. Se
as rochas da superfície têm uma densidade média entre 2,7 e 3,0, o interior da terra
deve ser bem mais denso.

16 _________________
Por Paulo Aguiar
Métodos de investigação da Terra
O conhecimento da Terra implica investigações directas baseadas na observação e no
estudo de materiais acessíveis ao Homem e métodos indirectos que fornecem dados
sobre a constituição e as condições de zonas profundas, inacessíveis directamente.

Métodos directos
Apesar de toda a tecnologia de que o Homem dispõe na actualidade, o conhecimento
directo da Terra está limitado a uma película muito fina. Para esse conhecimento
directo contribuem diversas técnicas:
• Observação e estudo directo da superfície visível – permite o conhecimento
mais ou menos completo da uma película terrestre.
• Exploração de jazigos minerais efectuada em minas e escavações – fornecem
dados directos até maiores profundidade.
• Sondagens – os cientistas pensam que o meio mais eficaz de verificarem os
seus modelos sobre a estrutura terrestre é abrir furos que, envolvendo técnicas
complexas, permitem retirar colunas de rochas relativas a milhões de anos de
história e que contam ao geólogo muitos acontecimentos do passado da Terra.
• Magmas e xenólitos – os vulcões lançam para o exterior materiais oriundos de
profundidades que podem atingir de 100 a 150 km ou mesmo mais.

Estudando as características dos magmas, os cientistas


Inferem das condições do ambiente em que foram
gerados, isto é, as condições de temperatura, de
pressão e de composição do manto.

O magma, na sua ascensão, arranca fragmentos das


rochas encaixantes. Esses fragmentos chamados
xenólitos, são muitas vezes fragmentos do manto
terrestre que fornecem dados para conhecimento directo
dessa zona da Terra.

Apesar das alterações que o magma pode experimentar ao longo do percurso, o seu
estudo fornece informações importantes sobre zonas profundas da Terra, embora se
limitem ainda a uma pequena espessura do Globo.

Métodos indirectos
Sendo o conhecimento directo da Terra possível apenas numa zona restrita, os
geocientistas procuram outras informações, recorrendo a tecnologia diversa que colhe
e analisa dados indirectos sobre as condições e a constituição da Terra inacessível. É
um estudo remoto, feito a distância, que implica uma abordagem interdisciplinar.

17 _________________
Por Paulo Aguiar
Entre as informações indirectas, são de salientar aquelas, que são fornecidas pela
planetologia, pela astrogeologia e pelos métodos geofísicos.

Planetologia
Planetologia e astrogeologia

As técnicas aplicadas no escudo de outros planetas do sistema solar podem ser


usadas no estudo da Terra.

É possível, por exemplo, determinar indirectamente a massa da Terra aplicando leis


físicas. O diâmetro do nosso planeta, calculado metodicamente no passado a partir de
medições cuidadosas, é hoje determinado através de satélites. Conhecido o diâmetro
possível determinar o volume. A partir do volume e da massa pôde determinar-se a
densidade.

A astrogeologia aplica princípios e métodos geológicos a um plano muito vasto, que


inclui o sistema solar no seu conjunto. Tem fornecido muitas informações que põem à
prova os modelos sobre a estrutura do nosso planeta. O estudo dos meteoritos, por
exemplo, tem permitido confrontar a natureza e a composição desses meteoritos com
as diferentes zonas que se admite constituírem o interior do globo terrestre.

Métodos geofísicos

A geofísica é uma ciência que combina os princípios da física e da matemática com o


uso de instrumentos de medição muito precisos para determinar as propriedades
físicas da Terra, nomeadamente do seu interior. Dos métodos geofísicos podem
destacar-se: a gravimetria; determinação de densidade, o geomagnetismo, a
sismologia e o geotermismo.

Gravimetria – qualquer corpo situado à superfície da Terra experimenta uma força (F


F)
de atracção para o centro da Terra, que segundo a lei da atracção universal de
Newton, é dada pela expressão:

Esta força, chamada força gravítica, varia na razão directa das massas e na razão
inversa do quadrado da distância ao centro da Terra. Por exemplo, a força da
gravidade que se exerce sobre um avião no ar é menor do que aquela que se exerce
quando ele está pousado na pista.

18 _________________
Por Paulo Aguiar
A força de gravidade pode ser determinada com aparelhos chamados gravímetros.
gravímetros

Dens
Densidade
nsidade – a densidade global da Terra é de cerca de 5,5. As rochas da superfície
terrestre são muito menos densas, apresentando uma densidade média de 2,8. Uma
ilação a tirar desta constatação é que devem existir materiais de densidade muito
superior ao interior do planeta.

Geomagnetismo – a Terra tem um campo magnético invisível,


mas que faz sentir a sua acção.

A existência do campo magnético terrestre não só apoia o


modelo actualmente aceite sobre a estrutura do núcleo terrestre,
corno também dá informações sobre o passado da Terra.
Certas rochas, como o basalto, são ricas em minerais
ferromagnéticos. Durante o arrefecimento do magma que as
originou formam-se cristais, que crescem nesse magma e que
podem ficar magnetizados instantaneamente quando a
temperatura desce a abaixo de um certo valor, chamado ponto
de Curie.
Curie

Relativamente à importância do geomagnetismo, pode então considerar-se que:


• A existência do campo magnético terrestre apoia o modelo sobre a composição
e as características físicas do núcleo terrestre.
• O paleomagnetismo (memória do campo magnético terrestre no tempo de
formação das rochas) fornece inúmeras informações sobre o passado da Terra,
predominantemente:
− regista inversões da polaridade do campo magnético terrestre;
− apoia a hipótese da deriva continental e da formação dos fundos
oceânicos a partir do rifte;
− permite tirar ilações sobre a posição dos continentes relativamente aos
pólos magnéticos;

19 _________________
Por Paulo Aguiar
− permite determinar a latitude geográfica que a rocha em estudo
ocupava no momento da sua formação.

Sismologia – muito do conhecimento do interior da Terra proveio


do estudo do comportamento das ondas sísmicas que se
propagam através do Globo. A propagação das ondas sísmicas
está para os geocientistas como os raios X estão para os
médicos, permitindo-Ihes fazer o estudo do interior do corpo.

Se a Terra fosse homogéneo, ou seja, se a composição e suas


propriedades físicas dos materiais fossem idênticas em qualquer
ponto do Globo, a velocidade das ondas sísmicas devia manter-se
constante em qualquer direcção e a trajectória dos raios sísmicos
seria rectilíneo.

Na Terra real, a velocidade das ondas sísmicas experimenta


alterações, as ondas são desviadas e algumas ondas deixam de
propagar-se a partir de certa profundidade. Todos estes
acontecimentos fornecem informações sobre a constituição e as
características do globo terrestre.

Geotermismo – a Terra é uma gigantesca máquina térmica. Admite-se que a energia


térmica interna provém de duas fontes fundamentais.

A primeira é a energia inicial do planeta, relacionada com a origem da própria Terra. A


segunda fonte de energia é a desintegração progressiva de elementos radioactivos.

Determinações feitas em minas e em sondagens, até às profundidades possíveis de


atingir, mostram que a temperatura aumenta com a profundidade. Denomina-se por
gradiente geotérmico a taxa de variação da temperatura com a profundidade, ou seja,
o aumento da temperatura por quilómetro de profund1dade.

20 _________________
Por Paulo Aguiar
Para as profundidades em que tem sido possível fazer determinações directas,
verifica-se que, em regra, a temperatura aumenta cerca de 30 ºC por quilómetro, ou
seja, por cada 33 a 34 metros de profundidade a temperatura aumenta 1 ºC. O número
de metros que é necessário aprofundar para que a temperatura aumente 1 ºC deno-
mina-se grau geotérmico.

ESTRUTURA INTERNA DA GEOSFERA


Com base em dados fornecidos pelos estudos geofísicos, em resultados laboratoriais,
em cálculos matemáticos e apoiando-se em dados da astrogeologia, nomeadamente
na composição dos meteoritos, os cientistas têm procurado estabelecer e caracterizar
unidades estruturais no interior da Terra.

21 _________________
Por Paulo Aguiar
Diferentes dados recolhidos através de variadíssimas investigações foram
fundamentais para a construção de modelos relativos à estrutura da Terra.

Pressão – sabe-se que a pressão aumenta com a profundidade e foi possível fazer
cálculos sobre essa variação, conforme o gráfico [94A] evidencia. A taxa da variação
da pressão com a profundidade denomina-se gradiente geobárico. A pressão altera a
estrutura dos minerais tornando-os mais densos, e faz subir o ponto de fusão dos
mesmos.

Temperatura – aumenta, igualmente, com a profundidade, como se observa no gráfico


[94B]. em certas regiões, as condições de pressão e de temperatura devem combinar-
se de tal modo que se torna possível a fusão do material, parcial ou totalmente.

Densidade dos materiais – aumenta também com a profundidade. É possível


determinar a densidade média do planeta, que é, segundo os cálculos, cerca de 5,5.
como os materiais conhecidos na crosta são bem menos densos, então tem de admitir-
se que no interior do Globo devem existir materiais mais densos, que podem atingir
densidades de 13 a 14 no núcleo.

Composição dos meteoritos – admitindo que alguns meteoritos poderão ter sido
originados a partir de corpos diferenciados como a Terra, o se estudo levou a
estabelecer a correspondência entre os diferentes tipos de meteoritos e as zonas
estruturais da Terra. Assim, por exemplo, admite-se que o núcleo tenha uma
composição idêntica à dos sideritos, isto é, essencialmente ferroniquélica. Esta
hipótese é consentânea com os cálculos relativos a densidade e com outras
propriedades do núcleo.

A esfericidade da Terra leva a que as suas propriedades físicas se distribuam de


acordo com uma simetria esférica, traduzida na organização em camadas
concêntricas.

22 _________________
Por Paulo Aguiar
Os modelos sobre a estrutura do globo terrestre dividida em zonas baseiam-se em
dois critérios diferentes, relativos aos materiais constituintes:

• Composição química;
• Propriedades físicas.

Modelo segundo a composição


De acordo com a composição, admite-se que a Terra é constituída basicamente por
três unidades estruturais concêntricas: crosta, mantos e núcleo, separadas por
superfícies de descontinuidade reveladas pela variação acentuada da velocidade de
propagação das ondas sísmicas.

CROSTA – é a zona mais superficial do globo terrestre. Apresenta características


diferentes nas zonas continentais e nas zonas oceânicas.

Crosta continental – tem uma espessura média de 35 a 40 km, podendo atingir os 70


km sob as grandes cadeias montanhosas. A crosta continental é essencialmente
constituída por rochas siliciosas, entre as quais se destacam rochas metamórficas
(gnaisses e micaxistos), granitos e rochas afins, recobertas em algumas zonas por
rochas sedimentares. A densidade média é de 2,7.

A crosta continental tem idade variável entre alguns milhões de anos e 3900 M.a.

Crosta oceânica – é menos espessa, tem cerca de 5 a 10 km e é de natureza basáltica,


tendo densidade 3,0 ou mesmo um pouco superior. Em algumas zonas principalmente
nas regiões mais próximas dos continentes, crosta oceânica está recoberta por uma
película de sedimentos. A crosta oceânica é relativamente jovem, com idade inferior a
200 M.a.

A superfície de descontinuidade que separa a crosta do manto, descontinuidade de


Mohorovicic, foi denunciada pelo comportamento das ondas sísmicas que nela se
refractam.

MANTO – estende-se desde a base da crosta até à profundidade de 2883 km,


correspondendo esta transição à descontinuidade de Gutenberg. Ê formado
essencialmente por rocha sólida, admitindo-se que seja do tipo dos peridotitos.

O manto apresenta cerca de 80% do volume da Terra e 68% da sua massa. A


densidade deve variar entre os 3,3 e os 5,5.

Manto superior – estende-se até a profundidade de 700 km, aproximadamente.

Manto inferior – estende se entre os 700 km e os 2883 km de profundidade.

NÚCLEO – ocupa a parte central da Terra, a partir dos 2883 km. Cálculos sobre a
densidade indicam que o núcleo é constituído por materiais muito densos, variando a
densidade entre 10 e 13 ou 14.
23 _________________
Por Paulo Aguiar
Os dados quer sísmicos quer da densidade, a composição de meteoritos do tipo dos
sideritos e a existência do campo magnético levam a admitir que o núcleo é
essencialmente constituído por ferro (98%) e níquel, associados a alguns sulfuretos.

Núcleo externo – está compreendido entre os 2883 km e os 5140 km. A esta


profundidade existe a descontinuidade de Lehmann.

Núcleo interno – tem um raio de 1231 km. Inicia-se à profundidade de 5140 km e


estende-se até ao centro.

Modelo segundo as propriedades físicas


O comportamento das ondas sísmicas que se propagam através do Globo indicia a
existência de zonas concêntricas com diferentes propriedades físicas, nomeadamente
densidade e rigidez. Assim, de acordo com essas propriedades, os geofísicos
admitem, do exterior para o interior, a existência das seguintes regiões: litosfera,
astenosfera, mesosfera e núcleo (endosfera), dividido em núcleo externo e núcleo
interno.

LITOSFERA – compreende a crosta e a parte mais externa do manto superior,


apresentando uma espessura média de 100 km. Sob os oceanos a litosfera poderá ter
uma espessura de 70 km, mas pode atingir uma espessura de 125 a 250 km ao nível
dos continentes.

Os materiais estão no estado sólido e são rígidos.

ASTENOSFERA – o abaixamento da velocidade das ondas sísmicas a partir da base


da litosfera verifica-se até uma profundidade de cerca de 200 km. Depois a velocidade
começa a aumentar novamente. A zona compreendida entre a base da litosfera e
cerca de 350 km de profundidade é designada por astenosfera. Nesta zona a
temperatura e a pressão conjugam-se de tal modo que as rochas se aproximam do
ponto de fusão.

Se a astenosfera tiver as características referidas, essa zona é muito importante por


duas razões:
• aí serão gerados a partir do material fundido magmas que podem subir através
do manto e da crosta;
• permite os movimentos das placas litosféricas rígidas suprajacentes.

MESOSFERA – estende-se desde a base da astenosfera até à fronteira do manto com


o núcleo. Abaixo da astenosfera a rocha torna-se novamente mais rígida, porque os
efeitos da pressão sobrepõem-se aos efeitos das altas temperaturas.

NÚCLEO (endosfera) – na passagem para o núcleo muda a composição das


propriedades físicas. De acordo com as propriedades físicas, distingue-se o núcleo
externo e o núcleo interno.

24 _________________
Por Paulo Aguiar
Núcleo externo
externo – presume-se que esteja fundido, ou pelo menos que comporta-se
como tal.

Núcleo interno – presume-se que se encontra no estado sólido.

25 _________________
Por Paulo Aguiar
SISMOLOGIA
Um sismo é um movimento vibratório brusco da superfície terrestre, a maior parte das
vezes devido a uma súbita libertação de energia em zonas instáveis do interior da
Terra. O estudo dos fenómenos relacionados com a ocorrência dos sismos constitui a
sismologia.
sismologia

Os sismos que são sentidos pela população designam-se por macrossismos


macrossismos. A
maioria dos sismos, porém, não causa danos significativos ou são mesmo
imperceptíveis, designando-se, neste último caso, por microssismos.
microssismos

CAUSAS DOS SISMOS

Um sismo representa o termo de uma série de fenómenos que têm lugar, na maioria
dos casos, no interior da Terra. Os mecanismos são diversos e ocorrem naturalmente,
salvo em alguns casos, em que são provocados intencionalmente pelo Homem, com
fins científicos.

Os sismos naturais têm designações relacionadas com as causas que os provocam.

• Sismos
Sismos de colapso – são devidos a abatimentos em grutas e cavernas ou ao
desprendimento de massas rochosas nas encostas das montanhas.
• Sismos vulcânicos – são provocados por fortes pressões que um vulcão
experimenta antes de uma erupção e por movimentos de massas magmáticas
relacionados com fenómenos de vulcanismo [46].
• Sismos tectónicos – são devidos a movimentos tectónicos. A maioria dos
sismos, pelo menos os de maior importância, tem esta origem.

Os cientistas sabem que a crosta terrestre está continuamente a ser distorcida por
forças que se geram no interior do Globo. Essas forças podem ser:

26 _________________
Por Paulo Aguiar
• Compressivas (A) – os materiais são comprimidos, tendendo a diminuir a
distância entre as massas rochosas.
• Distensivas (B) – levam ao estriamento e alongamento do material, aumentando
a distância entre duas massas rochosas.
• Cisalhamento (C) – os materiais são submetidos a pressões que provocam
movimentos horizontais, experimentando alongamento na direcção do
movimento e estreitamento na direcção perpendicular ao alongamento.

A teoria que melhor explica a ocorrência de sismos devidos à actuação das referidas
forças é a teoria do ressalto elástico, proposta pelo americano H. F. Reid em 1911.
1911
Segundo esta teoria, as rochas, quando sujeitas a forças contínuas, armazenam
energia durante longos períodos de tempo, deformando-se.

Se as tensões em dado momento ultrapassar o limite de plasticidade do material


rochoso, dá-se a ruptura e a deslocação, com enorme libertação de energia
acumulada, por vezes durante séculos, o que provoca um sismo.

Após o sismo, as rochas retomam a forma original, isto é, deixam de estar deformadas,
recomeçando um novo ciclo. A repetição do deslizamento sísmico pode durar milhares
ou mesmo milhões de anos, provocando grandes deslocações.

27 _________________
Por Paulo Aguiar
EFEITOS DOS SISMOS – ONDAS SÍSMICAS

Normalmente um sismo não é um fenómeno isolado. Frequentemente são precedidos


de pequenos abalos, designados abalos premonitórios ou preliminares, os quais
constituem um alerta para um possível sismo principal. Após o abalo principal seguem-
se também, muitas vezes, abalos de menor intensidade designados por réplicas.

A zona do interior do Globo onde tem origem a ruptura ou simplesmente a deslocação


das rochas denomina-se foco sísmico ou hipocentro. Os sismos podem ser
classificados de acordo com a profundidade do foco, em:
• Superficial Foco com profundidade entre 0 e 100 km
• Intermédio Foco com profundidade entre 100 e 300 km
• Profundo Foco com profundidade entre 300 e 700 km

A libertação súbita de energia, lentamente acumulada no foco sísmico, traduz-se, em


parte, pela vibração das partículas rochosas que transmite segundo superfícies
concêntricas denominadas ondas sísmicas. Durante um sismo, as partículas do terreno
vibram na vertical e na horizontal.

Cada frente de onda separa uma região que experimenta uma perturbação sísmica
particular de uma região que ainda a não experimentou [52]. Qualquer trajectória
perpendicular à frente de onda denomina-se raio sísmico.

Para cada sismo o epicentro é a zona da superfície do Globo onde o sismo é sentido
em primeiro lugar e, em geral, com maior intensidade. O epicentro é o local que fica
mais próximo do hipocentro, em virtude de se encontrar na vertical que por ele passa.

Quando o epicentro de um sismo se localiza no oceano, pode originar-se uma vaga


enorme chamada maremoto ou tsunami, ou também rãs de maré. Essas vagas,
atingindo a costa, varrem o litoral, provocando, algumas vezes, mais destruição e
morte que o próprio sismo.

28 _________________
Por Paulo Aguiar
A velocidade da vaga que constitui um maremoto está relacionada com a profundidade
em cada lugar. O decréscimo da profundidade age como um travão da velocidade da
base da vaga. Contrariamente, a crista da vaga não experimenta directamente esta
diminuição da velocidade, tendendo a elevar-se cada vez mais e a rebentar sobre a
costa com uma força de destruição terrível.
As ondas sísmicas podem propagar-se no interior do Globo, ondas profundas ou de
volume, e, eventualmente, atingir a superfície onde se propagam, ondas superficiais.
Na superfície, as vibrações transmitem-se ás construções e a outras obras humanas,
podendo ultrapassar o grau de plasticidade dos materiais e causar-lhes danos diversos
ou até mesmo a destruição total.

As ondas sísmicas classificam-se de acordo com o modo como as partículas oscilam


em relação à direcção de propagação.

29 _________________
Por Paulo Aguiar
Consideremos as características fundamentais de cada tipo de ondas sísmicas.

Ondas P – estas ondas são caracterizadas pela vibração das partículas paralelamente
à direcção de propagação. A propagação produz-se por uma série de impulsos
alternados de compressão e de distensão através das rochas, havendo, portanto,
variações do volume do material. Estas ondas propagam-se em meios sólidos, líquidos
e gasosos.

30 _________________
Por Paulo Aguiar
Ondas S – as partículas vibram num plano perpendicular à direcção de propagação.
Estas ondas provocam mudança da forma do material, mas não do volume. Apenas se
propagam através de corpos sólidos.

Ondas superficiais – propagam-se ao longo da superfície do Globo e resultam de


interferências de ondas do tipo P e do tipo S. são as responsáveis pela maior parte das
destruições quando ocorre um terramoto. Podem ser de dois tipos:
• Ondas de Love – as partículas vibram horizontalmente, fazendo a direcção de
vibração um ângulo recto com a direcção de propagação.

• Ondas de Rayleigh – as partículas descrevem um movimento elíptico, num


plano perpendicular à direcção de propagação, provocando no solo ondulações
semelhantes as ondas marinhas [56].

Os movimentos do solo provocados pelas ondas sísmicas podem ser registados em


aparelhos especializados, chamados sismógrafos, e o registo obtido denomina-se
sismograma.

31 _________________
Por Paulo Aguiar
INTENSIDADE SÍSMICA E MAGNITUDE

Um sismo pode ser avaliado pela sua intensidade ou pela magnitude.

A intensidade é um parâmetro que tem em conta os efeitos produzido pelo sismo em


pessoas, objectos e estruturas. Uma das escalas mais correntemente utilizadas é a
escala internacional (MMI), que resultou de uma modificação, feita em 1956, da escala
proposta por Mercalli-Sieberg em 1902. Consta de doze graus baseados em
percepções e em acontecimentos qualitativos.

Após a determinação da intensidade de um sismo em vários locais da região onde ele


foi sentido e localizado o epicentro, pode obter-se uma carta de isossistas. Para isso,
traça-se em torno do epicentro linhas curvas, denominadas isossistas, que delimitam
os domínios de igual intensidade sísmica.

A magnitude de um sismo está relacionada com a energia libertada no foco. Só cerca


de 20% a 30% dessa energia é propagada sob a forma de ondas, sendo a restante
dissipada sob a forma de calor.

32 _________________
Por Paulo Aguiar
Os sismos de grandes magnitudes são relativamente raros.

Os sismos com magnitude inferior a 2 geralmente não são sentidos, mas são
registados. Só os sismos com magnitude superior a 5 provocam danos materiais.
Para cada sismo existem muitas intensidades, de acordo com a distância ao epicentro,
mas há apenas uma magnitude.

DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA DOS SISMOS E TECTÓNICA DE PLACAS

Cerca de 95% da energia libertada pelos sismos verifica-se ao longo de um número


relativamente limitado de zonas do Globo. Existem áreas de grandes actividades
sísmicas contrastando com outras mais estáveis. Entre as áreas de grande actividade
destacam-se:

• Cintura circumpacífica – designa-se por “anel de fogo” do Pacífico, é onde se


registam 80% dos sismos terrestres. Este anel é constituído pelas cadeias
montanhosas da parte ocidental do continente americano, do cabo de Horn até
ao Alasca, cruza para a Ásia, estendendo-se para sul através do Japão,
Fillipinas, Nova Guiné e ilhas Filipinas até à Nova Zelândia.
• Cintura mediterrânico-
mediterrânico-asiática – estende-se de Gibraltar até ao Sudoeste
asiático, onde ocorrem cerca de 15% dos sismos.
• Zonas correspondentes às grandes cristas oceânicas – formam uma faixa
contínua que se estende por milhares de quilómetros.

As áreas de grande actividade sísmica coincidem com zonas instáveis da Terra que
ficam geralmente nas fronteiras de placas litosféricas. Cerca de 95% dos sismos do

33 _________________
Por Paulo Aguiar
Globo ocorrem em falhas localizadas junto às fronteiras e são desiganadas por sismos
interplacas
interplacas. Apenas 5% dos sismos têm origem em falhas activas localizadas no
interior das placas, distanciados das fronteiras, constituindo os sismos intraplacas.

Entre as zonas de maior sismicidade podem destacar-se:

• Fronteiras convergentes – as zonas de maior sismicidade, como a cintura


circumpacífica e a cintura mediterrânico-asiática, correspondem a zonas
estreitas e alongadas caracterizadas, por vezes, pela presença de grandes
fossas, onde se dá a subdução de placas litosféricas. Ao longo das referidas
zonas geram-se forças de tensão e forças de compressão que provocam falhas
responsáveis pela grande actividade sísmica.

34 _________________
Por Paulo Aguiar
• Fronteiras divergentes – os sismos que ocorrem ao longo das cristas oceânicas
onde há alastramento do fundo oceânico são sismos de foco pouco profundo
(menos de 70 km) e geralmente de menor magnitude do que os sismos das
fronteiras convergentes. Estes sismos têm o foco ao longo das falhas paralelas
ao rifte.

• Fronteiras conservativas – ao longo das falhas transformantes, as duas placas


movem-se horizontalmente em sentidos contrários [75].

Nas zonas em que as placas deslizam em sentidos opostos geram-se


frequentemente sismos, geralmente de pequena profundidade (não superior a
100 km). As zonas e que os blocos se deslocam no mesmo sentido não são
sismicamente activas.

35 _________________
Por Paulo Aguiar

Potrebbero piacerti anche