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Torção de Barras
Uma grande parte das peças estruturais de uma aeronave estão sujeitas à torção. Torção
(ou torque longitudinal) é um carregamento que provoca rotação no corpo. A figura
abaixo ilustra um caso típico de torção de barras.
T T
Deve-se ter em mente que nos casos práticos a torção aparece associada a outros
carregamentos (flexão e tração).
Lγ = ρθ
τ = Gγ
E
G=
2(1 + ν )
Al (1%Mg): G= 26GPa
_________________________________________________________________________________ 5.2
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As tensões de cisalhamento distribuem-se linearmente ao longo da seção transversal da
barra, quer seja vazada ou cheia, conforme figura a seguir.
∫ ρτdA = T
e sabendo-se que, pela linearidade da distribuição de tensões:
ρ
τ= τ máx
c
então:
τ máx
T = ∫ ρτdA = ∫ ρ 2 dA
c
Tr
τ=
J
Para seções vazadas, com raio externo c2 e interno c1, o momento polar é dado por:
J = 1 π(c 24 − c 14 )
2
J = 1 πr 4
2
_________________________________________________________________________________ 5.3
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L
Tdz
θ = ∫ dθ = ∫
A 0
GIp
Para T, G, Ip constantes :
TL
θ=
GIp
Exercício 5.1
Calcular as dimensões e o ângulo de giro das seções transversais circulares:
T2
T1 d2 T3
d1 d3
1 2 3
Solução:
Diagrama de esforço torçor: +200
T (N.m)
-200
-400
TR
Seção circular cheia: τ máx = ≤ τ adm e I p = 1 / 2πR 4
Ip
2T
R≥3 ,
πτ adm
2T
ou d mín = 2R mín = 23
πτadm
_________________________________________________________________________________ 5.4
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No 1o trecho, T= - 200N.m => d1 = 2,94 cm
T1L − 200.0,4
θ1 = = = −0,0136 rad
GI p (80e9)π / 2.(0,0294 / 2) 4
T2 L − 400.0,4
θ2 = θ1 + = −0,0136 + = −0,0244 rad
GI p (80e9)π / 2.(0,0371/ 2) 4
T3 L 200.0,4
θ3 = θ2 + = −0,0244 + = −0,0108 rad
GI p (80e9)π / 2.(0,0294 / 2) 4
Exercício 5.2
Comparar as duas soluções abaixo quanto ao consumo de material, para T=10 kN.m e
τadm= 60 GPa.
d2 = 7/ 8D2
d2
D1 D2
Solução:
Barra cheia:
πD 14 TR 1 TD 1 16T
Ip = ; τ máx = τ adm = = ⇒ D1 = = 0,094m
32 Ip 2I p τ máx π
Barra vazada:
π(D 24 − d 24 ) π(D 24 − (7 / 8D 2 ) 4 )
Ip = = => D2=0,127m (d2=7/8D2=0,111m)
32 32
_________________________________________________________________________________ 5.5
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Consumo de material por metro:
=> V2 = 0,42 V1
A solução deste problema pode ser obtida através da Teoria da Elasticidade. Vejamos a
seguir algumas indicações quanto ao caráter da distribuição das tensões de cisalhamento
na seção:
τn
τ
τt
τ’
τn = τ’ = 0 (superfície livre)
=> τ = τt
_________________________________________________________________________________ 5.6
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τ1 = τ1' = 0 τ τ1
τ2 = τ = 0
'
2 τ2
∴τ = 0
τ’1 τ’2
b) Analogia da Membrana
Apesar de serem de naturezas físicas completamente diferentes, as equações diferenciais
que resolvem o problema da torção de uma barra de seção qualquer são idênticas
àquelas que governam os deslocamentos dos diferentes pontos de uma membrana, com
a mesma forma da seção transversal, submetida a uma pressão uniforme p.
A figura a seguir ilustra a analogia entre uma membrana e uma seção submetida a
torção.
_________________________________________________________________________________ 5.7
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τmáx
θmáx
τ
Membrana seção
Ângulo máximo > > > > > > > tensão máxima
Ângulo nulo > > > > > > > > tensão nula
T
τ máx =
c 1ab 2
TL
θ=
c 2 ab 3 G
para a ≥ b
_________________________________________________________________________________ 5.8
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onde:
a/b c1 C2
1,0 0,208 0,141
1,2 0,219 0,166
1,5 0,231 0,196
2,0 0,246 0,229
2,5 0,258 0,249
3,0 0,267 0,263
4,0 0,282 0,281
5,0 0,291 0,291
10,0 0,312 0,312
100 0,333 0,333
Exercício 5.3
Comparar as duas seções abaixo quanto ao consumo de material e ângulo de giro,
quando ambos forem submetidos a um torque T=20 kN.m (τadm= 50 MPa):
Seção 2
Seção 1
2A
D A
Solução
Seção 1
TR TR 2.20e3
τ máx = = = = τ ADM = 50e6 ⇒ R = 0,0634m ⇒ Área 1 = 00126m 2
J πR 4 πR 3
TL TL 2TL TL
θ1 = = = = 39402
GI p G πR 4 Gπ(0,0634) 4
G
2
Seção 2
T 20e3
τ máx = 2
= 2
= τ ADM = 50e6 ⇒ a = 0,0933m ⇒ Área 2 = 0,0174 m 2
c 1ab 0,246.(2a ).(a )
_________________________________________________________________________________ 5.9
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TL TL TL TL
θ2 = 3
= 3
= 3
= 28814
c 2 ab 0,229(2a )(a ) 0,229(2.0,0933)(0,0933 ) G
θ1 /θ2 = 1,36
Os perfis fechados são também chamados de seções celulares, podendo ser compostos
de uma ou mais células.
Dada sua boa relação entre peso e rigidez, o perfil celular é largamente utilizado na
engenharia aeronáutica. Abaixo, vêem-se dois perfis de asas, compostos por duas e três
células, respectivamente.
_________________________________________________________________________________5.10
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Muitas vezes, são adicionados reforçadores aos perfis, para aumentar a resistência e
rigidez do perfil.
_________________________________________________________________________________5.11
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Fluxo de Cisalhamento
Nos tubos fechados de paredes finas, a analogia da membrana indica que a distribuição
da tensão de cisalhamento τ é praticamente uniforme ao longo da espessura, conforme
figura abaixo (a) e (b). Vale notar que a analogia da membrana indica que o análogo a
um “buraco” na seção é uma chapa rígida. Em (b), vê-se que a membrana se deforma
praticamente linearmente. Como o ângulo é constante, a tensão de cisalhamento é
constante. Para equilibrar a tensão ao longo da espessura, surge uma tensão distribuída
(c). Como a tensão e a espessura são constantes, o produto tensão x espessura é
constante, e possui dimensão de força distribuída (N/m). Assim, o produto:
q = τt = cte
t seção seção
t
T
O esforço cortante corrente surge para equilibrar o torque externo. Este equilíbrio se dá
quando:
T=2qA
T
τ=
2tA
onde A é a área limitada pelo linha média da seção, conforme desenho que se segue.
_________________________________________________________________________________5.12
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Área média ( A )
dθ T
=
dz GJ
sendo:
4A 2
J=
ds
∫t
Supondo que o material segue a Lei de Hooke, então a relação entre tensão e
deformação é dada por:
τ = Gγ
Exercício 5.4
T3
T1
T2
_________________________________________________________________________________5.13
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Resposta:
Barra 1
T T1
τ máx = 2
= = τ adm = 40MPa ⇒ T1 = 532 N.m
c 1ab 0,208(0,04)(0,04) 2
Barra 2
T T2
τ máx = 2
= = τ adm = 40MPa ⇒ T2 = 414 N.m
c 1ab 0,259(0,064)(0,025) 2
Barra 3
Para um tubo de parede fina, com espessura t, a tensão de cisalhamento é dada por:
T
τ= , onde A é a área limitada pela linha média das paredes:
2 tA
A = 0,034.0,034 = 1,156e − 3m 2
T T3
τ= ⇒ 40MPa = ⇒ T3 = 555 N.m
2 tA 2(0,006)(1,156e − 3)
A analogia da membrana para uma seção de perfil aberto, ilustrada a seguir, nos ajuda a
entender melhor as tensões decorrentes da torção.
_________________________________________________________________________________5.14
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Membrana
t
seção
τ
T
resultantes
membrana
A seguir, podem ser visto outros exemplos de seções delgadas sujeitas a torção e as
respectivas analogias da membrana.
Como a inclinação da membrana varia muito pouco com a forma da seção, calculam-se
as tensões a partir do perfil “retificado”. Chamando-se de h (h=a na figura acima) o
comprimento total do contorno da seção, e t (t=b na figura acima) a espessura, então
podemos considerar a seção sendo retangular (vide cap. 5.2), com a / b → ∞ , e assim
c1=c2=1/3.
Tt
τ máx =
J
com
_________________________________________________________________________________5.15
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1 3
J= ht
3
τ = Gγ
dθ T
=
dz GJ
Exercício 5.5.
Dados dois perfis (um aberto e outro fechado) abaixo, calcular as relações entre as
tensões máximas e rotações. Calcular o número de rebites para fechar a seção aberta.
Torque: T=300N.m. O diâmetro da linha média da seção é D=100mm.
Solução 1 Solução 2
D=100mm
D=100mm
t=4mm t=4mm
aberto fechado
T=300N.m
L=1m
_________________________________________________________________________________5.16
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Solução
A resultante da tensão de cisalhamento que surge quando fechamos a seção é dada pela
tensão de cisalhamento multiplicada pela área em que ela atua:
F = τA = τ(L.t )
T T 2T
τ= = =
2At πD 2 πD 2 t
2 t
4
2TL
F = τA = τ(L.t ) =
πD 2 t
2TL
Frebite =
nπD 2 t
Por outro lado, a força de cada rebite não pode ser tal que surja nele uma tensão maior
que a admissível. Assim:
2TL
Frebite = ≤ τ adm .(πφ 2 / 4)
nπD 2 t
Assim:
8TL 8(300)(1)
n≥ = = 3,8
(πφD) τ adm (π.0,008.0,1) 2 (100e6)
2
Para respeitar a tensão admissível dos rebites, utilizando-se o mínimo possível, serão
utilizados 4 rebites.
Exercício 5.6.
Um eixo de seção circular, cheia, com dois diâmetros diferentes, está engastado nas
duas extremidades. Um torque To é aplicado no ponto B. Determinar as reações dos dois
apoios, e o ângulo de torção na seção em que To foi aplicado.
_________________________________________________________________________________5.17
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A O B
TA Ja To Jb TB
a b
Solução
Esta estrutura é hiperestática, pois temos duas incógnitas (TA e TB) e apenas uma
equação de equilíbrio ( TA + TB = To ). Para resolver este problema, utilizaremos um
método chamado Método das Forças.
To
To a
θ B,To =
GJ a
TB
TB a TB b
θ B,Tb = − −
GJ a GJ b
θ B,To + θ B,Tb = 0
Assim, teremos:
To a TB a TB b To
− − = 0 ⇒ TB =
GJ a GJ a GJ b bJ
1+ a
aJ b
_________________________________________________________________________________5.18
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TA + TB = To
bJ a
⇒ TA = TB
aJ b
TA a TB b To ab
θo = = =
GJ A GJ B G (bJ a + aJ b )
Resumo de Torção
dθ T
=
dz GJ
τ = Gγ
γ
E
G= θ
2(1 + ν)
Seção J τ
πr 4 Tr
Circular
2 τmáx =
J
Fina
4A 2
q
ds τmáx = ; T = 2Aq
Fechada
∫ t t
Fina 1 3 Tt
ht τmáx =
Aberta 3 J
_________________________________________________________________________________5.19
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2) Sabe-se que as tensões admissíveis das barras circulares AB e BC são
respectivamente 83MPa e 48MPa. O momento torçor aplicado em A é de 7,5kN.m.
Determinar o diâmetro necessário: a) da barra AB; b)da barra BC.
aço
C B A T
latão
aço
T
57mm
Alumínio
76mm
2.540 mm
Resposta: 3,70o
_________________________________________________________________________________5.20
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6) Determine o maior momento torçor que pode ser aplicado a uma barra de seção
vazada mostrada a seguir, sendo que a tensão não pode exceder a 2,5MPa.
50mm
20mm
50mm
t=1,5mm (cte)
20mm
Resposta: 10,89 N.m
_________________________________________________________________________________5.21
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5. Torção de Barras ........................................................................................................ 5.1
5.1. Eixos Circulares .................................................................................................. 5.1
5.2. Eixos não Circulares ........................................................................................... 5.6
5.3. Tubos de Paredes Finas..................................................................................... 5.10
5.3.1. Perfis Fechados .......................................................................................... 5.10
5.3.2. Perfis Abertos ............................................................................................ 5.14
5.4. Exercícios Propostos......................................................................................... 5.19
_________________________________________________________________________________5.22
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