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4.

Estruturas de Barras
Exemplos típicos de estruturas formadas por barras são as treliças, as vigas e os
pórticos. Barras que estão tracionadas axialmente são usualmente chamadas de tirantes,
enquanto colunas são barras comprimidas axialmente.

Nas treliças, as barras estão sujeitas apenas a esforços axiais (tração ou compressão). Os
nós das treliças devem ser construídos de tal forma a não transmitirem momentos, ou
seja, os nós devem permitir que as barras girem livremente. Para isso ser possível, os
nós devem possuir um mecanismo para engate das barras, ou simplesmente possuírem
relativa baixa rigidez ao giro.

As vigas são estruturas lineares, com um ou mais apoios, que suportam cargas
transversais em relação ao seu eixo. Assim, estão sujeitas a esforços de tração,
compressão, cisalhamento e flexão. As longarinas de uma asa (vide figura abaixo)
podem ser modeladas como vigas. É comum simplificar-se o cálculo de vigas supondo
que as cargas atuam no eixo de simetria, e que o efeito dos esforços de cisalhamento são
desprezíveis em face ao efeito dos esforços de cisalhamento.

Os pórticos são estruturas formadas por barras sujeitas a quaisquer esforços (tração,
compressão, cisalhamento, flexão e torção). As cavernas de uma aeronave (vide figura a
seguir) podem ser modeladas como pórticos planos.

4.1. Diagrama de Esforços Solicitantes


Sabemos que um corpo está em equilíbrio se forem satisfeitas as equações de equilíbrio
estático em qualquer ponto do corpo. Imaginemos que isolaremos um trecho da
estrutura. A parte retirada tinha alguma interação com a parte remanescente. Esta parte

_________________________________________________________________________________ 4.1
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(a remanescente) só permanecerá em equilíbrio se considerarmos os esforços que a parte
removida fazia sobre a parte remanescente. Ou seja, para existir equilíbrio em cada uma
das partes do sistema original, será absolutamente necessária a presença de forças na
seção do corte.

Isolando-se a estrutura ponto a ponto, é possível calcular-se os esforços em cada ponto.


Este método é chamado de método das seções. Com esta técnica, é possível desenhar-se
o diagrama dos esforços solicitantes de uma estrutura, que nada mais é do que um
gráfico, desenhado sobre a estrutura, que contém em cada ponto a intensidade do
esforço.

Adotaremos a convenção de sinais usual:

DMF: Diagrama de Momentos Fletores

M>0 M<0

DEC: Diagrama de Esforços Cortantes


V>0 V<0

DEN: Diagrama de Esforços Normais


N>0 N<0

DMT: Diagrama de Esforços Torçores

T>0 T<0

Exercício 4.1
Determinar a distribuição dos esforços na viga em balanço:

_________________________________________________________________________________ 4.2
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Solução
Podemos escolher qualquer extremidade para fazermos o corte. Como a extremidade à
direita está livre, começaremos por esta, pois sabemos que aí os esforços são nulos. Um
corte é feito a uma distância x, e no corte são colocados os esforços que a parte cortada
fazia na parte que ficou.
V(x)
M(x) q

N(x)
A
x

Para que haja equilíbrio da seção, impõe-se:

∑F x = 0 ⇒ − N( x ) = 0

∑F y = 0 ⇒ V( x ) − q.x = 0 ⇒ V( x ) = q.x

qx 2
+ ∑ M A = 0 ⇒ M ( x ) + (q.x )( x / 2) = 0 ⇒ M ( x ) = −
2

Assim, com as funções acima, desenham-se os respectivos diagramas:

q.L

DEC +

DMF
-
parábola
-q.L2/2
Nos diagramas de esforços, os esforços indicados nos pontos de apoio são as próprias
reações de apoio. Neste caso:

-q.L2/2

q.L

_________________________________________________________________________________ 4.3
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Exercício 4.2
Determinar a distribuição dos esforços na viga simplesmente apoiada:
P

a b

Solução
Como não há extremidade livre nesta viga, precisamos inicialmente determinar as
reações de apoio para poder começar o método dos cortes. Impondo as equações de
equilíbrio da estática, obtém-se:

Pb/L Pa/L

Como há uma descontinuidade no ponto de aplicação da carga, deve-se dividir a viga


em dois trechos:

x1
x2

Sendo 0 ≤ x1 ≤ a e a ≤ x 2 ≤ L.

Fazendo um corte em cada seção, obtém-se:

DMF +Pab/L

+Pb/L
DEC

-Pa/L
_________________________________________________________________________________ 4.4
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Pode-se verificar que os diagramas contêm corretamente as reações de apoio.

Exercício 4.3
Determinar a distribuição dos esforços no Pórtico Plano:

4 tf

4m

3m

Solução
As reações de apoio, e os trechos a serem considerados em cada corte são:

4 tf x2

4m

x1
x3

4 tf
16/3 tf 16/3 tf

Os eixos escolhidos para cada corte são arbitrários. Os esforços independem disso.
Deve-se escolher eixos que facilitem os cálculos.

_________________________________________________________________________________ 4.5
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+16

+4 +16

-16/3
DMF
DEC (tf.m)
(tf)

+16/3
(tração) - 16/3
(compressão)
DEN
(tf)

Exercício 4.4
Determinar as forças em cada uma das barras da treliça plana:

C E

2m

A D B

2 tf

2m 2m

Solução:
Para calcular os esforços nas barras de uma treliça, é mais conveniente isolar um a um
dos nós da treliça, impondo-se as equações de equilíbrio em cada nó. Vale lembrar que
as barras das treliças só apresentam esforços normais (tração ou compressão).

_________________________________________________________________________________ 4.6
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As reações são:
C E

A D B

1tf 2 tf
1tf

Isolando o nó A (tomando-se como positivas as forças NAC e NAD causadas pela tração
da barra)
NAC
Impondo-se equilíbrio em x e em y:

NAC = -1,12 tf (compressão) A NAD

NAD = +0,50 tf (tração) 1tf

Isolando o nó C

A barra AC (comprimida) “empurra” o nó C,


NCE
conforme figura ao lado. C E
1,12
NCD
Impondo-se equilíbrio em x e em y:

NCE = -1,00 tf (compressão) A D

NCD = +1,12 tf (tração)

Prosseguindo-se com esta metodologia, obtém-se:

Barra N (tf)
AC -1,12
AD +0,50
CD +1,12
CE -1,00
DB +0,50
DE +1,12
BE -1,12

_________________________________________________________________________________ 4.7
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4.2. Flexão de Vigas

4.2.1. Linha Elástica

Estudaremos vigas com as seguintes hipóteses simplificadoras:

• as seções transversais são simétricas;

• a viga está sob Flexão Pura (somente há momento fletor no trecho considerado.
Muitas vezes ignora-se esta hipótese quando os efeitos dos outros esforços são
desprezíveis face aos efeitos do momento fletor);

• a seção transversal é constante ao longo da viga;

• é válida a hipótese de Bernoulli-Navier: “seções planas permanecem planas após


a deformação”;

• o eixo x coincide com eixo neutro (eixo neutro ou linha neutra é a região da viga
que não apresenta deformação, ou seja, está na transição entre a região
tracionada e comprimida);

• são pequenos os deslocamentos e as deformações faces às dimensões da viga.

Com as hipóteses acima, podemos calcular os deslocamentos (também chamados de


flechas) em cada ponto da viga. A expressão que fornece os deslocamentos em
função de x é chamado de linha elástica.

É conhecido o fato do momento ser proporcional à curvatura da viga. Para pequenas


deformações e deslocamentos, considerando-se o sistema de eixos da figura abaixo,
tem-se que:

d2v M(x )
2

dx EI z

v(x) >0
x

z
Momento Mz positivo

_________________________________________________________________________________ 4.8
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onde Iz é o momento de inércia da seção transversal da viga, em relação ao eixo z (a
viga gira em torno do eixo z quando é fletida por Mz), sendo:

Seção transversal . I z = ∫ y 2 dA
y

Como exemplo de momento de inércia, a seção y


retangular de lados b e h, Iz=bh3/12, para eixo z
passando pelo Centro de Gravidade da seção, e
h z
Iz’=bh3/3 para eixo z’ passando pela base da seção.

Propriedades geométricas de outras figuras podem ser z'


encontradas em anexo. b
A linha elástica pode então ser obtida através da integração da equação diferencial
acima, e com as condições de contorno, conforme estudaremos em alguns exercícios.

Exercício 4.5
Obter a linha elástica viga abaixo, de seção transversal retangular:
y

q
h

x
L
b

Solução
A expressão do momento em cada ponto é (método dos cortes):

M(x) = - (q.x)(x/2) = - qx2/2

A equação diferencial de equilíbrio é:

d2y M( x) qx 2
= y ' ' ≅ ⇒ EIy ' ' = − (1)
dx 2 EI z 2

Como EI=cte, integrando-se duas vezes, sem se esquecer das constantes de integração:

_________________________________________________________________________________ 4.9
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qx 3
EIy ' = − +A (2)
6
qx 4
EIy = − + Ax + B (3)
24

Para determinar as constantes A e B, utilizam-se as condições de contorno geométricas


(engastamento em x=L):

y(L)=0

y’(L)=0

Aplicando-se a segunda condição de contorno em (2):

qL3 qL3
EIy ' (L) = 0 = − +A⇒ A =
6 6

Aplicando a primeira condição de contorno em (3):

qL4  qL3  qL4


EIy (L) = 0 = − +   L+B⇒ B= −
24  6  8

Finalmente, a expressão da linha elástica é:

q  1 4 L3 L4  3
y( x ) = −  x − x+  , com I=bh /12
EI  24 6 8

A flecha máxima é dada por:

qL4 Posição deformada da viga


y máx = y(0) = −
8EI
ymáx

Exercício 4.6
Obter a linha elástica viga abaixo, de seção transversal retangular:

y
P
x h t

b
_________________________________________________________________________________4.10
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Solução
A expressão do momento em cada ponto é (método dos cortes):

M(x) = Px-PL forças externas atuantes na viga


y
P P
x
PL

A equação diferencial de equilíbrio é:

d2y M( x)
= y' ' ≅ ⇒ EIy' ' = Px − PL (1)
dx 2
EI z

Como EI=cte, integrando-se duas vezes, sem se esquecer das constantes de integração:

Px 2
EIy ' = − PLx + A (2)
2
Px 3 PLx 2
EIy = − + Ax + B (3)
6 2

Para determinar as constantes A e B, utilizam-se as condições de contorno geométricas


(engastamento em x=0):

y(0)=0

y’(0)=0

Aplicando-se a segunda condição de contorno em (2):

EIy' (L) = 0 ⇒ A = 0

Aplicando a primeira condição de contorno em (3):

EIy (0) = 0 ⇒ B = 0

Finalmente, a expressão da linha elástica é:

1  Px 3 PLx 2 
y=  − 
EI  6 2 

com I=bh3/12- (b-2t)(h-2t)3/12 (subtraiu-se o momento de inércia da seção virtual (b-2t)


x (h-2t) da seção cheia (b)x(h) )

A flecha máxima é dada por:

_________________________________________________________________________________4.11
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PL3 Posição deformada da viga
y máx = y(0) = −
3EI
ymáx

e a rotação da extremidade livre da barra é:

PL2 PL2
y(L)' = − PL (L) = −
2EI 2EI

4.2.2. Equações de Equilíbrio

Vamos analisar quais as relações entre os esforços para que uma viga esteja em
equilíbrio.

Seja o seguinte elemento infinitesimal de uma barra, sujeito a flexão (M), esforço
cortante (S) e um carregamento distribuído q(x):

S S+dS

y
M M+dM

x
dx

Da figura acima, impondo-se as equações de equilíbrio estático, obtém-se:

∑F y =0 ⇒ S − (S + dS) − q.dx = 0 ⇒

dS( x )
= −q ( x ) (I)
dx

dx dx
∑M CG =0 ⇒ M - (M + dM) + S
2
+ (S + dS)
2
=0 ⇒

desprezando-se os infinitésimos de 2a ordem:

dM(x)
S(x) = (II)
dx

_________________________________________________________________________________4.12
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As equações I e II acima relacionam os esforços S(x), M(x) e q(x) de forma a
satisfazerem o equilíbrio. Observe que a partir de II deduz-se imediatamente que o
momento é máximo ou mínimo quando o esforço cortante S(x) é nulo.

Além disso, de I e II:

d 2 M(x)
= -q(x) (III)
dx 2

Assim, num trecho de viga sem cargas pontuais, se o carregamento for uniformemente
distribuído ( q(x)=cte ) , então S(x) é um polinômio do 1o grau e M(x) é um polinômio
do 2o grau.

4.3. Tensões na Flexão

4.3.1. Tensão normal

Já vimos que uma barra sujeita a esforços normais ou momentos fletores fica sujeita a
tensões normais. A figura abaixo ilustra um trecho de barra fletido, apresentando uma
região comprimida e outra tracionada.

y Região Comprimida

Região Tracionada
z Linha neutra

Pode-se assumir que a variação da tensão normal ao longo da altura da seção é linear,
diretamente proporcional ao Momento Fletor atuante na seção e inversamente
proporcional à rigidez, ou seja:

Mz y
σx = −
Iz

Na fórmula acima, y é a altura do ponto em que se está calculando a tensão normal, em


relação à linha neutra. O sinal negativo exprime o seguinte fato: se M>0 , a viga está
fletida como o desenho acima. Neste caso, uma fibra superior (y>0) está comprimida, e
portanto a tensão deve ser negativa.

_________________________________________________________________________________4.13
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A figura abaixo ilustra tridimensionalmente as tensões que surgem com um momento
Mz positivo:

As tensões máximas ocorrem nos extremos inferior e superior da seção, conforme


abaixo ilustrado para uma seção com momento positivo:

Mz >0 compressão
M z y1
y1>0 σ mín = − <0
Iz
Linha
neutra

y2<0
M z y2
σ máx = − >0
tração Iz

Para uma seção com momento negativo, as tensões que surgem tem a seguinte
configuração:

tração
Mz<0 y1 >0 M z y1
σ máx = − >0
Linha Iz
neutra

y2 <0
M z y2
compressão σ mín = − <0
Iz

_________________________________________________________________________________4.14
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Exercício 4.7
Calcule as tensões e deformações extremas na viga bi-apoiada abaixo:

Solução
A viga possui os seguintes diagramas de esforço cortante e momento fletor:

A seção com maiores esforços é a central (x=L/2), pois é a que apresenta maior
momento.

A compressão máxima ocorre no topo da seção (y=+h/2). Assim:

_________________________________________________________________________________4.15
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M z y1 (PL/ 4).(h/ 2) PL
 σx = − =− = −1,5 2
Iz bh /12
3
bh

A deformação no topo da seção considerada (x=L/2) é:

σx PL
εx = = −1,5 
E Ebh 2

De forma análoga, a tração máxima ocorre na parte inferior da seção. Assim, no ponto
(x=L/2; y = -h/2), temos:

M z y2 (PL/ 4).( − h/ 2) PL
σx = − =− = 1,5 2
Iz bh /12
3
bh

σx PL
εx = = 1,5
E Ebh 2

4.3.2. Tensão de Cisalhamento

Mostra-se que a tensão de cisalhamento é dada por:

Vxy Q z
τ xy =
I zz b( y)

onde Vxy é o esforço cortante na seção, b(y) é a largura da seção (varia com y), e Qz é o
momento estático com respeito ao eixo z da área A*, conforme figura abaixo:
y

z A* τxy

b(y)
As tensões de cisalhamento não se distribuem linearmente ao longo da seção. Para uma
seção transversal retangular de lados b e h, demonstra-se que: y

z h

b
_________________________________________________________________________________4.16
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6Vxy  h 2 
τ xy = 3 
 − y 2 
bh  4 

Este resultado mostra que, neste caso, o diagrama de tensões de cisalhamento varia
segundo uma parábola ao longo da altura da seção transversa. O cisalhamento máximo
ocorre em y=0:

3Vxy
τ xy (máx) =
2bh

4.4. Estruturas Hiperestáticas


Vimos que as tensões em um ponto da barra dependem dos esforços que atuam neste
ponto. Em estruturas isostáticas, a determinação dos esforços é imediata, bastando
aplicar as equações da estática para obter as reações dos apoios e, em seguida, proceder
ao método dos cortes.

Em estruturas hiperestáticas, já não é mais possível obter as reações através das


equações de equilíbrio estático, pois teremos mais incógnitas (reações) do que equações
(equilíbrio estático). Novas equações precisam ser adicionadas ao modelo. Para resolver
este problema, há vários métodos, sendo o método dos esforços (também chamado de
método das forças) e o método dos deslocamentos os mais conhecidos.

Método dos Esforços (ou das forças):

O método das forças resume-se em assumir que as incógnitas superabundantes são as


reações hiperestáticas. Assim, podemos adotar os seguintes passos para obter novas
equações:

a) retirar vínculos hiperestáticos, obtendo a Isostática Primária (mantendo-se


cargas externas);

b) substituir vínculos hiperestáticos por forças (incógnitas);

c) assumir válida a superposição de efeitos e impor compatibilidade de


deslocamentos (ou deformações).

Método dos Deslocamentos (ou das deformações)

O método dos deslocamentos assume como incógnitas superabundantes os


deslocamentos. Assim, os passos para se resolver uma estrutura hiperestática seriam:

a) trabalhar com a estrutura hiperestática;

b) calcular forças em função de deslocamentos (incógnitas);

c) impor equação de compatibilidade para eliminar deslocamentos;

d) impor equação de equilíbrio e obter forças.


_________________________________________________________________________________4.17
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Exercício 4.8
Traçar os Diagramas de Esforços Solicitantes para a viga, utilizando Método dos
Esforços (EI=cte):
P

L/2

Solução
A estrutura acima possui um grau de hiperestaticidade (4 reações desconhecidas, e três
equações de equilíbrio estático) . Precisamos então de uma equação de compatibilidade
para somar-se às equações de equilíbrio. Podemos decompor o problema original em
duas estruturas: a) uma isostática primária, e b) em outra estrutura apenas com a reação
hiperestática, conforme figura abaixo:

P ∆C1

∆C0
X
Isostática
primária

A decomposição acima deve levar em conta a condição de compatibilidade de


deslocamentos:

∆ C0 + ∆ C1 = 0

afinal, o apoio da direita não permite que a viga se desloque neste ponto.

Com a ajuda de qualquer método que nos forneça deslocamentos, podemos obter ∆C0
(em função de P) e ∆C1 (em função de X). Podemos aqui utilizar o método da
integração da linha elástica.
_________________________________________________________________________________4.18
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Isostática Primária

1o trecho: y1

PL
M 1 (x ) = − + Px 1 = EIy 1 ' '
2
x1
Com as Condições de Contorno:

y1(0)=0

y1’(0)=0

PLx 2 Px 3
obtém-se: y1 = − +
4EI 6EI

2o trecho:

EIy2’’= M(x) = 0 y2

Condições de contorno:

y 1 (L / 2) = y 2 (0) x2

y 1 ' (L / 2) = y 2 ' (0)

Obtém-se assim:

PL2 PL3
y 2 (x) = − x−
8EI 24EI

Na extremidade da viga, temos:

PL2 PL3 5PL3


y 2 (L / 2) = − (L / 2) − =−
8EI 24EI 48EI

5PL3
Ou seja: ∆ C0 = y 2 (L / 2) = −
48EI

Sistema de apoio:
y

∆C1
x

X
_________________________________________________________________________________4.19
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EIy’’= M(x) =XL – X.x

Condições de Contorno:

EIy(0) = 0
EIy' (0) = 0

LX 2 X 3
Assim: y( x ) = x − x
2EI 6EI

LX 2 X 3 XL3
A flecha na extremidade da viga é: y(L) = L − L = = ∆ C1
2EI 6EI 3EI

Utilizando a equação de compatibilidade:

∆ C0 + ∆ C1 = 0

5PL3 XL3
− + =0
48EI 3EI

Logo, resolvendo para a incógnita X (reação):

5P
X=
16

Com a reação hiperestática calculada, basta calcular as outras reações através das
equações da estática:

P
3/16 PL

5/16 P
11/16 P

Com as reações de apoio calculadas, obtêm-se os seguintes diagramas de esforços


através do método das seções:
-3/16 PL
DMF -
+
5/32 PL

-5/16 P
DEC -
+
11/16 P
_________________________________________________________________________________4.20
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4.5. Estruturas Geometricamente Simétricas
Abaixo, vemos duas estruturas geometricamente simétricas, sendo uma com
carregamento simétrico, e outra com carregamento anti-simétrico.

Numa estrutura elástica e geometricamente simétrica (incluindo simetria nos apoios), a


análise pode ser bastante simplificada sabendo-se que:

• se o carregamento for simétrico, somente haverá efeitos simétricos nas seções


que passam pelo plano de simetria. Os esforços normais e momento fletor
possuem caráter simétrico;

• se o carregamento for anti-simétrico, somente haverá efeitos anti-simétricos nas


seções que passam pelo plano de simetria. Os esforços cortantes e momento
torçor possuem caráter anti-simétrico.

No exemplo do carregamento simétrico do pórtico abaixo, temos 6 reações e 3 graus de


liberdade, portanto, há grau 3 de hiperestaticidade. Entretanto, se fizermos um corte no
eixo de simetria, conforme figura abaixo, teremos apenas momento fletor (M) e esforço
normal (RH) no eixo de simetria. Agora o problema ficou reduzido a 2 incógnitas
(reações) hiperestáticas, cuja solução pode ser obtida pelo método das forças.

.. M
.. RH
.

Por outro lado, no caso de carregamento anti-simétrico da figura abaixo, se fizermos


um corte no eixo de simetria, teremos apenas esforço cortante (RV) no eixo de simetria.
Agora o problema ficou reduzido a apenas 1 incógnita (reação) hiperestática, cuja
solução também pode ser obtida pelo método das forças.

_________________________________________________________________________________4.21
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...
RV

4.6. Exercícios Propostos

4.6.1. Calcular as reações dos apoios e traçar os Diagramas de Esforços Solicitantes


para a viga abaixo, utilizando o Método dos Esforços. Considerar E e I constantes:

2 tf/m

2m

6m
Resposta:

Reações no engastamento: M = -2tf.m (anti-horário) ; R = 3,5 tf (para cima)


Reação no apoio simples: R = 8,5 tf (para cima)

4.6.2. Calcular as reações e traçar os Diagramas de Esforços Solicitantes para a barra,


utilizando Método dos Esforços (EA=cte):

3a

_________________________________________________________________________________4.22
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Resposta:

Reação no apoio inferior: R = P/4 (para cima) ; reação no apoio superior: R = ¾ P

OBS: A região abaixo da carga P está comprimida, e a acima está tracionada.

4.6.3. Calcular as reações e traçar os Diagramas de Esforços Solicitantes para a treliça


abaixo, utilizando o Método dos Esforços (EA=cte):

A B C

L
θ θ

O
P
Resposta:

P cos 2 θ P
Barras AO e CO: N = + (tração) ; Barra BO: N = + (tração)
1 + 2 cos θ
3
1 + 2 cos 3 θ

4.6.4. Determinar os diagramas dos esforços solicitantes do pórtico espacial.


q

y c

x
z
b

_________________________________________________________________________________4.23
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Resposta:

+ qc

- qc

DEN DEC

- qcb - ½ qc2 - ½ qc2

- qcb

DMF DMT

- ½ qc2

4.6.5. Desenhar a viga na posição deformada. Determinar a flecha no ponto de aplicação


da carga. (EI=cte).
P

a b

Resposta:

Pa 2 b 2
Flecha máxima: y(a ) = , para baixo, no ponto de aplicação da carga.
3EIL
y(a)

_________________________________________________________________________________4.24
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4.6.6. Dada a viga com carregamento distribuído linearmente, obter a equação da linha
elástica, a flecha no meio do vão e a rotação da viga no apoio esquerdo. Adotar:
qo=73kN/m, L=6,1 m E=207 GPa. OBS: para seção circular: Iz=1/4πr4.

qo Seção transversal
Raio=14,16mm

Resposta:

Equação da linha elástica: y(x)=(qo/360EIL)(3x5-15Lx4+20L2x3-8L4x)

Flecha no meio do vão: y(L/2)=5q0L4/768EI = 10 mm [para baixo]

Rotação da viga no apoio esquerdo: qoL3/45EI = 5,63.10-3 rad [horário]

4.6.7. Verifique as equações I, II e III (item 4.2.2) nos exercícios resolvidos 4.1 a 4.6.

4.6.8. Determine a máxima tensão e máxima deformação na viga de aço (E=210 GPa).

Resposta:
Iz = 2,164.107 mm4 ; Mz,máx = - 42 kN.m ; σx,máx = 194 MPa
-4
εx,máx = 9,24.10

_________________________________________________________________________________4.25
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4.6.9. Determinar a tensão máxima na viga abaixo:

Resposta:

Iz = 375,6 in4 ; σx,máx = 25,550 psi

_________________________________________________________________________________4.26
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4. Estruturas de Barras ................................................................................................... 4.1
4.1. Diagrama de Esforços Solicitantes ..................................................................... 4.1
4.2. Flexão de Vigas .................................................................................................. 4.8
4.2.1. Linha Elástica .............................................................................................. 4.8
4.2.2. Equações de Equilíbrio .............................................................................. 4.12
4.3. Tensões na Flexão............................................................................................. 4.13
4.3.1. Tensão normal............................................................................................ 4.13
4.3.2. Tensão de Cisalhamento ............................................................................ 4.16
4.4. Estruturas Hiperestáticas................................................................................... 4.17
4.5. Estruturas Geometricamente Simétricas ........................................................... 4.21
4.6. Exercícios Propostos......................................................................................... 4.22

_________________________________________________________________________________4.27
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