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Universidade Estadual do Maranhão

Núcleo de Tecnologias para a Educação – UEMAnet


Curso de Licenciatura em Música à distância

INSTRUMENTO BÁSICO – PIANO


APOSTILA

Daniel Lemos Cerqueira


2018
Cerqueira, Daniel Lemos.
Instrumento Básico – Piano / Daniel Lemos Cerqueira. – São Luís:
UEMAnet - UAB, 2018.

46p.

1. Instrumentos musicais. 2. Piano. 3. Método.

CDU – 780

Sugestão de impressão: papel A4, frente e verso, em preto e branco (total: 23 folhas).
Encadernação em espiral de 9 milímetros (para passar as páginas mais facilmente)
SUMÁRIO

Apresentação................................................................................................ 4

Cronograma de estudos .............................................................................. 5

1. Iniciação com Música Contemporânea ................................................. 7


1.1 Atividades de interpretação ................................................................. 8
1.2 Atividades de criação .......................................................................... 9
1.3 Atividades de apreciação................................................................... 11

2. Escalas Pentatônicas ............................................................................. 12


2.1 Atividades de interpretação ............................................................... 13
2.2 Atividades de criação ........................................................................ 15
2.3 Atividades de apreciação................................................................... 16

3. Pentacorde.............................................................................................. 17
3.1 Atividades de interpretação ............................................................... 18
3.2 Atividades de criação ........................................................................ 23
3.3 Atividades de apreciação................................................................... 25

4. Melodias ................................................................................................. 26
4.1 Atividades de interpretação ............................................................... 26
4.2 Atividades de criação ........................................................................ 33

5. Acompanhamento.................................................................................. 37
5.1 Atividades de interpretação ............................................................... 38

Referências bibliográficas ........................................................................ 47


APRESENTAÇÃO

O objetivo principal dessa breve apostila é permitir aos futuros licenciados em


Música utilizar de maneira auxiliar um instrumento de teclado, podendo tocar breves
melodias acompanhadas. Há também atividades didáticas com base em referenciais de
Pedagogia do Piano, demonstrando estratégias pedagógicas diversas para instrumentos
de teclado. Dessa forma, os futuros licenciados terão ferramentas para atuar em contextos
variados de ensino, seja como futuros professores particulares ou de escolas de música,
atuando em projetos sociais ou na escola regular, à sua escolha.
Procuramos adotar um repertório mais familiar, dando ênfase à música tradicional
do Brasil. São apresentadas algumas melodias de culturas do mundo, sendo essa uma das
missões que acreditamos ser fundamental acerca da inserção da Música como área de
conhecimento na Educação Básica: ampliar e diversificar o repertório que chega aos
ouvidos da população, desenvolvendo um senso crítico sobre o interesse das mídias
comerciais e empresariais em veicular somente uma parte específica de toda a produção
musical existente, raramente com compromisso educativo e/ou cultural.
Mesmo diante das limitações decorrentes da falta de contato presencial com o
professor, esperamos que as orientações sobre como trabalhar a corporalidade nos
instrumentos de teclado possam atenuar esse problema. Precisamos ter a consciência de
que o corpo está envolvido no fazer musical, e ele também precisa ser educado.
Aqui, os conceitos de teoria musical são apresentados conforme a necessidade de
cada atividade, provendo-os de forma contextualizada. Além de ser uma estratégia
didática eficiente, evitamos contemplar muitas informações que, por dependerem de uma
vivência prática para serem plenamente entendidas, podem parecer muito abstratas para
quem está iniciando. Ainda, nos preocupamos em fazer com que todas as atividades
tenham um viés musical, com fraseado, agógica e forma musical clara – diferente da mera
“decodificação” de notas e ritmos presente em métodos tradicionais de teoria musical.
Esperamos que você possa tirar o melhor proveito possível desse material.
Sucesso e bons estudos!

Daniel Lemos
Pianista
CRONOGRAMA DE ESTUDOS

A primeira atividade que iremos fazer, que irá nortear o percurso didático dessa
disciplina, é definir um cronograma semanal de estudos durante dois meses – tempo em
que a disciplina estará aberta no Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA) da
UEMAnet. Sendo assim, preencha a tabela abaixo, procurando ser o mais fiel possível
aos momentos que você mesmo definiu para praticar o instrumento:

PRIMEIRO MÊS
Turno Dom. 2.ª 3.ª 4.ª 5.ª 6.ª Sáb.

Manhã
1.ª Semana

Tarde

Noite

Turno Dom. 2.ª 3.ª 4.ª 5.ª 6.ª Sáb.


2.ª Semana

Manhã

Tarde

Noite

Turno Dom. 2.ª 3.ª 4.ª 5.ª 6.ª Sáb.

Manhã
3.ª Semana

Tarde

Noite

Turno Dom. 2.ª 3.ª 4.ª 5.ª 6.ª Sáb.

Manhã
4.ª Semana

Tarde

Noite

5
SEGUNDO MÊS
Turno Dom. 2.ª 3.ª 4.ª 5.ª 6.ª Sáb.

Manhã
5.ª Semana

Tarde

Noite

Turno Dom. 2.ª 3.ª 4.ª 5.ª 6.ª Sáb.


6.ª Semana

Manhã

Tarde

Noite

Turno Dom. 2.ª 3.ª 4.ª 5.ª 6.ª Sáb.

Manhã
7.ª Semana

Tarde

Noite

Turno Dom. 2.ª 3.ª 4.ª 5.ª 6.ª Sáb.

Manhã
8.ª Semana

Tarde

Noite

Obs.: lembre-se de que músicos não tem folga no fim de semana ou em feriados;
eles precisam estar sempre atentos para as oportunidades que aparecerem.

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1. INICIAÇÃO COM MÚSICA CONTEMPORÂNEA

Do que precisamos aqui?


 Um teclado eletrônico sensitivo, com pelo menos cinco oitavas;
 Um piano digital; ou
 Um piano acústico.

Na música contemporânea, o elemento musical básico de uma composição não é


um motivo, um tema ou uma melodia com acompanhamento: é uma figura sonora –
também chamada de objeto sonoro. Aqui, entendemos a música como sons, ao invés de
notas musicais.
O compositor inglês John Paynter (1931-2010) foi um dos pioneiros a defender o
ensino através da música contemporânea. A experimentação sonora é um recurso que gera
motivação e contextos lúdicos de aprendizagem, sendo interessante sua adoção na
educação infantil e pré-juvenil. Para saber mais sobre a proposta de Paynter,
recomendamos a leitura de Mateiro (2012).
Como forma de escrita do texto musical nesse contexto, é interessante fazer uso
da audiopartitura – também chamada de notação alternativa. Seu objetivo é representar
os sons de maneira mais livre, onde nós criamos as convenções que melhor representam
os sons – ao invés de fazer uso dos símbolos convencionais da partitura tradicional. No
entanto, podemos ir inserindo nas atividades elementos da escrita convencional, no intuito
de preparar os estudantes para os elementos tradicionais da notação musical.
A série Educação Musical através do Teclado (1986) de Maria de Lourdes
Junqueira Gonçalves (1924-2015) e Cacilda Borges Barbosa (1914-2010) introduziu
essas ideias no ensino desses instrumentos, sendo um marco na Pedagogia do Piano
brasileira. Faremos agora algumas atividades baseadas na música contemporânea, no
intuito de oferecer ideias para vocês conduzirem aulas com instrumentos de teclado para
crianças. Começaremos trabalhando com clusters, também explorados por Elvira
Drummond em Caderno Preparatório: Iniciação ao Piano (1988).

Um cluster é um agregado de sons com diferentes alturas. Nos instrumentos de


teclado, uma maneira de fazer clusters é tocar várias teclas ao mesmo tempo
com as mãos, utilizando movimentos de antebraço.

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1.1 Atividades de interpretação

Interprete a audiopartitura a seguir, tocando os clusters indicados:

Você certamente percebeu as hastes junto aos retângulos que representam os


clusters. No livro de Gonçalves e Barbosa (1986), a haste para baixo indica um cluster
atacado com a mão esquerda, e na direção oposta, o ataque é feito com a mão direita.
Caso você não tenha interpretado o trecho dessa maneira, toque-o novamente, ficando
atento ao cruzamento de mãos que acontece a partir do 3.º cluster.

O trecho musical abaixo é mais complexo. Interprete-o ao instrumento:

Apesar de não estarmos trabalhando com durações matematicamente medidas,


tanto a cor dos retângulos quanto o posicionamento das figuras sugerem uma proporção
entre as durações. Essa é uma forma de direcionar a leitura de durações livres para a de
durações absolutas.

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Vamos agora trabalhar com intensidade – dinâmicas. Toque o trecho a seguir:

Depois que começamos a trabalhar com intensidade, as atividades posteriores


sempre trarão essas indicações. Essa é uma importante característica do ensino da música:
os conceitos são cumulativos, ou seja: à medida que trabalhamos e incorporamos um
aspecto da teoria e/ou expressão musical, acrescentamos outros sem deixar de trabalhar
aqueles inseridos anteriormente.
No trecho que possui um crescendo, a distância entre as figuras vai diminuindo
progressivamente, o que sugere um accelerando. Essa é uma maneira de trabalhar a
agógica, cujas variações interpretativas acontecem de maneira não medida.

1.2 Atividades de criação

Fazendo experimentações em seu instrumento, crie uma composição baseada em


clusters, fazendo uso também de dinâmicas e de mudanças na agógica. Em seguida,
escreva/registre sua criação nos espaços da audiopartitura abaixo:

Uma estratégia muito interessante para trabalhar figuras sonoras com crianças é
associá-las a outras linguagens artísticas, como na sonoplastia. Um exemplo comum é

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feito em contação de histórias, onde os sons são criados de acordo com o percurso do
conto.
A seguir, apresentamos uma breve história em quadrinhos para que você possa
criar uma sonoplastia que ilustre seu entendimento da mesma. Anote sua composição no
espaço correspondente à audiopartitura em seguida:

Ao observar esta breve história, você certamente notou ser possível interpretar três
momentos distintos no trajeto do barco da esquerda para a direita: um com céu nublado e
águas calmas; mar agitado com chuva; e mar calmo que se finda com o Sol. É bastante
provável que você ilustrou esses três momentos com uma composição na forma A-B-A,
onde a letra “A” ao final indica um caráter mais próximo com o a primeira seção. No
entanto, pode ser que as repetições não sejam idênticas: nesse caso, podemos indicar a
forma como sendo A-B-A’, onde o apóstrofo indica uma variação nos elementos – mas
que, mesmo assim, mantêm características em comum. Logo, temos aqui um exemplo de
como trabalhar formas musicais na sonoplastia.

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1.3 Atividades de apreciação

Depois que os estudantes vivenciaram os elementos contemplados nas atividades


de interpretação (ou “leitura”) e criação (composição), é interessante trabalhar a audição
para ir desenvolvendo a escuta analítica – tradicionalmente, podemos chama-la de ditado.
Sendo assim, propomos duas atividades em que você precisa ouvir o áudio em anexo para
realiza-la. Vamos a elas:

Áudio 1: Escreva uma possível audiopartitura para o trecho musical apreciado:

Áudio 2: No espaço abaixo, faça um desenho ou mini-história em quadrinhos que


represente sua interpretação do trecho musical ouvido:

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2. ESCALAS PENTATÔNICAS

A topografia do teclado possui uma característica que pode ser utilizada como um
interessante recurso didático: as teclas “pretas” – que são brancas no cravo e instrumentos
de teclado mais antigos. No âmbito de uma oitava, elas podem formar dois tipos
particulares de escalas pentatônicas, sendo elas (Fig. 1):

Fig. 1: Ilustração das escalas pentatônicas no teclado. Fonte: acervo do autor.

As cifras entre parêntesis trazem a proposta de cifragem de Kostka e Payne (2012),


onde os intervalos menores são indicados em cifras minúsculas. Uma peça conhecida por
explorar as teclas pretas é Dr. Fritz & the Black Keys, do compositor e professor de piano
Fritz Emonts (1920-2003). Um exemplo bem simples dessa peça está disponível em
https://youtu.be/eapKKp7Kfpk.
“Palitos chineses” – “chopsticks” em inglês; “palitos chinos” em espanhol – é uma
referência à técnica comumente utilizada para tocar melodias nessas teclas, utilizando
apenas o indicador (dedo 2). O livro didático Palitos Chinos, da pianista e pedagoga
argentina Violeta Hemsy de Gainza (1987), é baseado em peças em escalas pentatônicas
para serem tocadas dessa maneira. Outro método que utiliza esse recurso é Piano Practice
Games Book 1, da série Hal Leonard Student Piano Library (KREADER et al, 1996).
Além de muitas melodias tradicionais norte-americanas utilizarem escalas pentatônicas,
os autores adotam um tipo de leitura mais acessível para iniciantes, ao invés de escrevê-
las por meio da notação tradicional – que implica no uso das armaduras de Sol ♭ maior/
Fá ♯ maior ou suas relativas menores. Além disso, é feita referência ao conceito de
dedilhado lógico, ao invés de atacar todas as teclas com o indicador – o que traz maior
semelhança com a técnica pianística tradicional, evitando assim o deslocamento de mão

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para cada ataque de tecla. Segue adiante uma ilustração desse tipo de notação, utilizando
um teclado vertical – também chamado de piano roll nas interfaces de programas para
edição de áudio (Fig. 2):

Fig. 2: Exemplo de notação tipo piano roll. Fonte: acervo do autor.

Adotaremos esse tipo de escrita em algumas das atividades propostas adiante.

2.1 Atividades de interpretação

A melodia em seguida é baseada em uma cantiga de moqueado da tribo tupi


Tenetehara, que habita o território sul do Maranhão. Sabendo que essa peça se inicia na
nota Lá ♭, interprete-a:

Qual o dedilhado que você utilizou para tocar essa melodia? Você pode anotá-lo?
Experimente outros até encontrar um que lhe pareça mais adequado.

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A melodia adiante, na pentatônica menor, é baseada em Two Feathers, trilha
sonora do jogo Outlaws e baseada em canções indígenas norte-americanas. Apesar de não
haver acidentes (bemóis e sustenidos) indicados, você pode tocar essa melodia nas teclas
pretas, começando pelo Mi ♭. Sendo assim, interprete-a no seu instrumento, observando
a mão utilizada com base na direção das hastes:

Em relação à atividade anterior, a presença do pentagrama aqui dificultou ou


facilitou a leitura da melodia? Que tipo de escrita você utilizaria com possíveis iniciantes?

As ligaduras de fraseado, colocadas na atividade anterior, contribuem tanto para


nos indicar o som legato (“ligar” o som de uma tecla pra outra) quanto tornar mais clara
a estrutura da melodia. Sendo assim, interprete o trecho abaixo de maneira semelhante,
proveniente de uma melodia tradicional norte-americana retirada do jogo Sneak’n’Peek
do console Atari 2600:

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2.2 Atividades de criação

Uma sequência harmônica característica do blues, amplamente disseminada, é a


progressão I7 – IV7 – I7 – V7 – IV7 – I7. Podemos utilizá-la como acompanhamento para
improvisação de melodias na escala pentatônica – ou seja: nas teclas “pretas”. A seguir,
apresentamos um exemplo desse encadeamento na tonalidade de Fá ♯ maior. Solicite para
alguém experimentar melodias diversas nas teclas pretas, estando atento apenas à rítmica
enquanto você toca a base – ou seja, o acompanhamento:

Quando temos um contexto de improvisação onde algum dos elementos da


linguagem musical são definidos de maneira a não permitir erros – neste exemplo,
utilizando somente as teclas pretas não permite haver “notas erradas” – o chamamos de
improvisação controlada. Esse recurso é utilizado no instrumental de percussão
(marimbas e xilofones, entre outros) de Carl Orff (1895-1982), onde é possível remover
e/ou colocar teclas nesses instrumentos de forma a oferecer somente alturas adequadas ao
estilo da improvisação realizada. Aqui, entendemos o “erro” como um acontecimento
musical que não está coerente com o contexto da peça ou obra interpretada.

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2.3 Atividades de apreciação

O trecho musical abaixo é uma representação escrita do Áudio 3. Continue a


notação dessa peça abaixo, com base nos elementos visuais utilizados:

Faça agora a transcrição do Áudio 4, da mesma forma que na atividade anterior:

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3. PENTACORDE

Outro tipo de estrutura musical que explora de maneira interessante a topografia


do teclado é o pentacorde, definido como as cinco alturas iniciais de uma escala –
conceito que também se relaciona às escalas pentatônicas. Temos pentacordes que fazem
uso somente de teclas brancas (exemplos: dó, ré, mi, fá, sol; e lá, si, dó, ré, mi) e aqueles
que utilizam de uma a quatro teclas pretas.
A principal característica do pentacorde na Pedagogia do Piano é permitir a
interpretação de melodias simples sem a necessidade de deslocar a mão e, portanto, alterar
ou verificar constantemente os dedos. Logo, é possível trabalhar o conceito de dedilhado
lógico, ou seja: as indicações de dedilhado ocorrerão somente caso haja necessidade de
mudar a posição da mão. Nos casos em que o dedilhado é omitido, subentendemos que já
há um dedo sobre a tecla correspondente à nota musical indicada. Dessa maneira, fica
mais fácil para o estudante direcionar sua concentração a outros aspectos da prática
pianística como, por exemplo: condução do fraseado, tipo de ataque, ativação muscular,
postura, sonoridade resultante ou outros elementos visuais indicados no texto musical. Na
literatura (repertório) do piano, há várias opções de peças escritas com pentacordes, entre
elas: Melodische Übungstücke Opus 149 de Anton Diabelli (1781-1858), para piano a
quatro mãos; Doze duetos em cinco notas de Arthur Foote (1853-1937); Suíte das 5 Notas
de Lorenzo Fernandez (1897-1948); e 15 little pieces on five-note patterns de Dénes Agay
(1911-2007).
Em seguida, apresentaremos peças adaptadas para pentacorde. Em todas elas,
recomendamos estudar da seguinte maneira:
 Antes de começar a leitura, posicione sua mão no teclado com base nas notas que
serão utilizadas na peça, buscando a menor ativação muscular possível de pulso,
antebraço, braço e ombro;
 Estude cada peça por trechos, procurando entender o sentido musical de cada
trecho/membro sob a linha de fraseado para facilitar a memorização;
 Se você estiver com dificuldades, tente ler mais devagar até conseguir um andamento
em que você seja capaz de tocar respeitando as durações/ritmos de maneira clara;
 Toque a peça toda quando a melodia já estiver fluente e clara para você;
 Após finalizar a leitura com uma mão, estude a mesma peça com a outra mão;
 No fim, toque a peça com as duas mãos simultaneamente.

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3.1 Atividades de interpretação

Vamos à primeira peça:

Observe que essa peça não traz indicação de clave. Portanto, trata-se de leitura
relativa, onde você pode escolher em qual tecla branca deseja começa-la. Dependendo
da mão (direita – M. D. – ou esquerda – M. E.), um dedilhado é indicado. A partir dessa
indicação, você deve posicionar os demais dedos sobre as teclas adjacentes, de maneira
semelhante à imagem seguinte, que tomou como referência para a primeira tecla a nota
Dó (Fig. 3):

Fig. 3: Dedilhado e posição das mãos esquerda e direita. Fonte: acervo do autor.

Agora, temos a segunda peça para estudo, um pouco maior:

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Procure seguir as mesmas recomendações de estudo indicadas para a peça
anterior. Tente também realizar as indicações de dinâmica no seu instrumento.

Segue adiante a terceira peça:

Aqui, temos linhas de dinâmica, indicando um crescendo (na direção < ) e um


diminuendo ou decrescendo (direção > ). Procure realizar essas mudanças de dinâmica
durante o estudo da peça. No mais, procure seguir as recomendações de estudo oferecidas
anteriormente, solidificando assim seus hábitos de prática instrumental.

A partir de agora, daremos início a adaptações de melodias para pentacordes. A


melodia abaixo provém da trilha sonora do jogo Frogger, original para o console Atari
2600:

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A articulação indicada nas semínimas é chamada de non legato, ou seja: ao
contrário das notas sob a ligadura de frase, você não precisa “ligar” o som entre as notas
que trazem essa indicação. Ao mesmo tempo, o toque não é tão curto quanto no staccato
– representado através de um ponto acima ou abaixo da cabeça da nota. Isso facilita o
ataque no caso de notas repetidas, como ocorre no segundo compasso. Experimente esse
tipo de ataque durante o estudo da peça.
Outra questão aqui: essa peça não traz nenhuma indicação de dedilhado. Portanto,
cabe a você decidir qual o melhor dedo para tocar a tecla correspondente à primeira nota
da peça, com base nas notas que aparecerão ao longo da peça. Faça essa análise, anotando
o dedilhado correspondente à sua decisão.

Adiante, temos uma melodia muito conhecida de Luiz Gonzaga, Asa Branca:

A indicação que aparece em algumas das mínimas da peça ( _ ) se chama tenuto,


e significa que temos de sustentar o som da nota durante toda sua duração – semelhante,
portanto, ao legato. As notas que não possuírem nenhuma indicação de ataque, como no
caso das semínimas, não precisam ter som legato.
Note, ainda, que o primeiro compasso possui somente um tempo: esse é o caso em
que a ideia musical começa em um tempo fraco, e não no primeiro tempo. Essa é a
anacruse.

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A peça adiante é baseada em um tema tradicional brasileiro chamado De Marré:

Note que esse arranjo se baseia em um pentacorde que faz uso de uma tecla preta,
baseado na escala de Ré maior. Sendo assim, posicione sua mão com o dedo médio (3)
sobre a referida tecla preta – o Fá ♯. Observe, ainda, o uso do staccato ( . ) em
determinadas notas. Procure fazê-lo bem “seco”, ou seja: desligue o som entre cada ataque
com bastante evidência.

Adiante, temos uma variação sobre Samba Lelê, outra melodia de origem
tradicional:

Mais uma vez, procure a melhor posição para sua mão tocar esse pentacorde. Não
se esqueça de tocar a peça com ambas as mãos, fazendo uma de cada vez e depois
tocando-a com as duas mãos, em oitavas.

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Segue adiante uma melodia da tradição popular brasileira, Bão ba la lão:

Em seguida temos uma versão de Jingle Bells, um conhecido tema natalino de


autoria do norte-americano James Lord Pierpont (1822-1893):

Segue adiante outra variação sobre um conhecido tema tradicional brasileiro, Sapo
Cururu. Antes de começar, observe a armadura e encontre a posição do pentacorde
utilizado no teclado do seu instrumento:

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Agora, temos a canção tradicional brasileira Pastorzinho, também conhecida
como “Dó-Ré-Mi-Fá”:

3.2 Atividades de criação

Para acompanhar nossa improvisação, iremos utilizar uma figuração melódica de


acompanhamento conhecida como Baixo de Alberti. Ele é muito utilizado no repertório
clássico, encontrado especialmente nas peças para instrumentos de teclado de Carl Phillip
Emmanuel Bach (1714-1788), Joseph Haydn (1732-1809) e Wolfgang Amadeus Mozart
(1756-1791). A seguir, temos um exemplo da figuração do Baixo de Alberti para o acorde
de Dó maior, na mão esquerda:

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Os dedilhados entre parêntesis indicam um reforço do dedilhado lógico: o dedo
um já estaria sobre a tecla correspondente à nota Sol, caso a mão fosse sido posicionada
corretamente na nota anterior.
Essa atividade consiste em utilizar o Baixo de Alberti como acompanhamento na
improvisação de melodias em um pentacorde. Sendo assim, antes de começar, estude o
Baixo de Alberti com a mão esquerda, começando mais devagar. Aqui, recomendamos
que você utilize um leve giro do pulso para tocar as notas, ao invés de utilizar somente
os dedos. Isso ajuda a realizar o Baixo de Alberti porque ele possui um movimento cíclico,
esboçado a seguir:

Segue uma ilustração de como realizar o giro do pulso ao tocar as teclas das
extremidades grave e aguda, respectivamente (Fig. 4):

Fig. 4: Ilustração do movimento de giro de pulso. Fonte: acervo do autor.

Agora, experimente estudar somente a mão esquerda, realizando o Baixo de


Alberti no pentacorde de sua escolha, observando e, principalmente, sentindo esse leve
giro de pulso, sem contrair desnecessariamente os dedos, o antebraço, o braço e o ombro.

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Depois de ter estudado detalhadamente o Baixo de Alberti, posicione sua mão
direita na posição do pentacorde equivalente acima – caso você tenha escolhido fazer o
Baixo de Alberti em Sol maior, por exemplo, posicione sua mão direita de forma a
também começar no pentacorde de Sol em alguma das oitavas acima, com o polegar (dedo
1) na tecla Sol. Em seguida, comece a tocar o Baixo de Alberti com a mão esquerda,
procurando improvisar melodias na mão direita. Tente analisar que combinações de notas
– harmonia – funcionam bem, procurando memorizar aquelas que você achar
interessante. Em seguida, escreva ou grave os temas ou melodias que você achou
interessante, para fins de registro.

3.3 Atividades de apreciação

É interessante realizarmos ditados com pentacorde antes de trabalhar com toda a


escala, pois haverá cinco possibilidades de alturas. Trata-se, portanto, de um interessante
recurso pedagógico. Além disso, é possível trabalhar com alturas relativas, ou seja: ao
invés de utilizar as alturas absolutas das notas musicais, podemos simplesmente trabalhar
com I – II – III – IV – V, onde cada numeral corresponderá a uma altura no pentacorde.
Sendo assim, transcreva o Áudio 5 abaixo, utilizando alturas relativas – para isso,
não é necessário utilizar claves; basta utilizar um espaço ou linha para iniciar o ditado.
No entanto, transcreva fielmente a estrutura rítmica, identificando uma métrica – binária
(2 tempos), ternária (3 tempos) ou quaternária (4 tempos):

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4. MELODIAS

Aqui, estudaremos a realização de melodias nos instrumentos de teclado. Um tipo


de habilidade técnica é fundamental aqui: a passagem de polegar. É através dela que
somos capazes de manter o legato necessário à condução do som nas melodias, mudando
a posição das mãos sem interromper o fluxo musical e o controle da sonoridade. Um dos
principais objetivos do estudo de escalas nos instrumentos de teclado – se não o principal
– é justamente aprimorar a passagem do polegar, buscando o movimento mais discreto
possível para manter a igualdade do som resultante.
Temos três tipos de movimentos principais que envolvem o polegar:
1) o giro do polegar por baixo da mão;
2) o giro da mão sobre o polegar; e
3) a abertura do polegar, para atingir teclas mais distantes.
A partir de agora, é fundamental anotar as indicações de dedilhado, pois é a partir
dela que teremos sucesso na realização das melodias. Você irá notar, ainda, que o
dedilhado irá ficar muito diferente de uma mão para outra.

4.1 Atividades de interpretação

Vamos então a nosso primeiro exemplo prático, baseado na conhecida cantiga


Marcha Soldado, para ser interpretada com a mão direita. Ao tocar, procure ligar o som
das notas que estiverem sob uma mesma ligadura de fraseado:

Perceba que a indicação do polegar (dedo 1) no Ré do compasso 2 – o primeiro


não é contado por ser uma anacruse – foi feita no intuito de você poder alcançar o Lá que
virá no compasso posterior. A indicação do dedo anular entre parêntesis – (4) – é para
reforçar que ele já estaria sobre a tecla da nota Sol, caso você tivesse seguido a indicação
anterior.

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No final dessa pequena melodia, você também deve ter percebido que “não há
dedos suficientes” para fazer o movimento descendente de Lá a Dó. Sendo assim, é
necessário utilizar o indicador (dedo 2) para tocar o último Dó, girando ele por cima do
polegar.
Tente agora tocar essa melodia com a mão esquerda. Busque um dedilhado mais
apropriado para realiza-la, anotando-o na partitura:

E então, qual foi a principal dificuldade que você teve ao tocar esse trecho com a
mão esquerda? Chegou a encontrar uma solução de dedilhados? Gostaria de compará-la
com as nossas sugestões?
Apresentamos adiante nossa proposta de dedilhado para a mão esquerda:

Recomendamos apenas o giro da mão sobre o polegar no penúltimo compasso,


para atacar a tecla correspondente à nota Lá. Não é preciso nem tirar o polegar do lugar,
bastando girar o dedo indicador (e a mão) por cima do mesmo.

Em seguida, apresentaremos uma série de melodias para vocês aprofundarem a


prática e, também, ampliar seu conhecimento de repertório. Iremos anotar as sugestões
de dedilhado para a mão direita na parte superior do sistema, e os dedilhados para a mão
esquerda na parte inferior. Para começar, uma adaptação de uma canção da tradição
popular brasileira, Senhora Dona Sancha:

27
A melodia em seguida, também de origem popular, se chama Quantos dias tem o
mês?

Adiante, temos Capelinha de Melão, outro tema tradicional brasileiro. Observe a


indicação ‘2↑’ no penúltimo compasso; ela significa que você deve tocar a tecla com o
dedo 2 girando a mão sobre o polegar, mas sem tirá-lo da posição original – tanto que a
indicação seguinte ‘(1)’ reforça que o polegar estaria sobre essa tecla caso a sugestão de
dedilhado tenha sido observada:

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Temos adiante outra melodia tradicional brasileira, Ainda não comprei. Aqui,
você poderá praticar bastante os conceitos de dedilhado apresentados na peça anterior.
Observe também que algumas indicações são omitidas quando partes da música se
repetem. Isso é bastante comum, pois entendemos que o intérprete/pianista já associou o
dedilhado às estruturas musicais. Faremos isso a partir de agora:

Adiante, temos uma melodia da tradição japonesa: Sakura, bastante conhecida em


outros países e bem característica dos modos utilizados na música tradicional do Japão.
Observe no compasso 7 a indicação ‘2/3’ – ela significa que você pode escolher tanto o
dedo 2 quanto o 3 para tocar a passagem.

Já a indicação ‘rall.’ significa rallentando, ou seja, reduzir o andamento/tempo da


música. Trata-se, portanto, de uma indicação de agógica.

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Agógica é o termo utilizado para se referir às variações no andamento ou tempo
durante a interpretação de uma peça. As indicações mais comuns, feitas em
italiano, são accelerando (accel.), ritardando (rit.) ou rallentando (rall.) e a
tempo – esta última para indicar um retorno ao andamento anterior.

Abaixo, temos uma adaptação de Zo-san, outra canção tradicional do Japão – cujo
título significa “Elefante”:

A seguir, temos Arirang, um tema tradicional da península coreana:

A seguir, uma adaptação de Ai Hai Yo, canção tradicional da China:

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Mudando a região, temos um tema tradicional do Egito muito conhecido, chamado
“As Ruas de Cairo”:

Temos agora uma peça com traços da música tradicional da Romênia, criada pelo
compositor húngaro Béla Bártok (1881-1945) em 1915. Ela faz parte do ciclo “Danças
Folclóricas Romenas” e se chama Dança do Camponês – “Brâul” no título original:

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Adiante, segue Ah Ya Zain, uma canção tradicional do Oriente Médio:

Na Inglaterra, há uma conhecida canção tradicional chamada Greensleves:

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Voltando às canções brasileiras, não poderia faltar Escravos de Jó. Aqui, será
necessário utilizar a abertura do polegar para alcançar teclas mais distantes:

Agora que você já experimentou diversas possibilidades práticas de dedilhado, é


possível passar para a próxima etapa.

4.2 Atividades de criação

Adiante, temos algumas melodias. Toque-as no instrumento, criando soluções de


dedilhado para ambas as mãos. Em seguida, anote-as na partitura da mesma maneira que
fizemos com as peças apresentadas anteriormente:

Cai cai, balão

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Terezinha de Jesus

Ciranda, cirandinha

O cravo brigou com a rosa

O bom barqueiro

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Dorme, neném

Pirulito que bate bate

Se esta rua fosse minha

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Clementina

Frère Jacques

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5. ACOMPANHAMENTO

Depois de praticar diversas melodias em ambas as mãos, podemos trabalhar a


característica mais evidente dos instrumentos de teclado: o acompanhamento. Aqui,
iremos focar no uso de acordes na mão esquerda, primeiramente focando na ferramenta
de acompanhamento digital disponível nos teclados eletrônicos. Destacamos que o
acompanhamento é o principal objetivo para a utilização de instrumentos de teclado como
ferramenta auxiliar em cursos voltados à formação de professores da Educação Básica.
Começaremos fazendo uso de uma abordagem intuitiva e interessante, utilizada
por Mário Mascarenhas em seu método É fácil tocar por cifras! (1989). Mas antes disso,
é fundamental que vocês conheçam a maneira mais adequada de tocar acordes, buscando
um uso mais eficiente do seu corpo.

De maneira mais geral, acordes são grupos de notas atacadas simultaneamente.


Nos sistemas modal e tonal – mais recorrentes nas práticas musicais de nossa sociedade
– eles são uma sobreposição de terças.
A maneira mais adequada de tocar acordes nos instrumentos de teclado é utilizar
o próprio peso gerado pelo antebraço relaxado, deixando a mão na posição “natural” –
sem ativar os dedos e o pulso para que a mesma fique em forma de “concha”. A ilustração
adiante tenta mostrar essa maneira de atacar acordes (Fig. 5):

Fig. 5: Ilustração do movimento que utiliza o peso do braço. Fonte: acervo do autor.

Ao atacar o acorde, sinta que seus dedos e sua mão servem apenas para conduzir
o próprio peso do braço. Esse tipo de movimento é conhecido como técnica peso.

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Agora, vamos à prática. Toque a sequência de acordes abaixo com a mão
esquerda. Iremos escrevê-la de duas maneiras: através da partitura tradicional e de cifras,
oferecendo sugestões adequadas de dedilhados. Ao tocar os acordes, direcione sua
atenção para seu corpo, procurando sentir o braço desativado e direcionando seu peso
para os dedos e a mão. Procure contar os tempos mentalmente:

Perceba nesse exercício que existe mais de uma combinação possível de dedilhado
para um mesmo acorde, que varia em função do contexto anterior ou posterior. Há, ainda,
a possibilidade de atacar duas teclas com o polegar, conforme o exemplo do compasso 3.
Veja uma ilustração dessa técnica, utilizando o mesmo acorde do compasso 3 (Fig. 6):

Fig. 6: Ataque de um acorde com o polegar em duas teclas ao mesmo tempo. Fonte: acervo do autor.

5.1 Atividades de interpretação

Agora, apresentaremos uma série de pequenos estudos para você praticar com o
acompanhamento automático de seu teclado eletrônico – caso seja esse o instrumento de
sua escolha. Se seu instrumento não possuir esse recurso, recomendamos estudar livros

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didáticos voltados à criação de acompanhamentos para piano popular, como Piano e
Teclado Fácil de Antônio Adolfo (2015) e/ou Rítmica e Levadas Brasileiras para Piano
de Turi Collura (2009).

Há quatro questões que você deve observar antes de iniciar esse estudo:

1) É necessário utilizar a função “FINGERED” (dedilhado) em seu teclado eletrônico,


ou seja: aquela que permite gerar acompanhamentos automáticos por meio de acordes
completos. A outra função é “SINGLE FINGER”, onde o acorde do acompanhamento
é gerado apenas por meio de uma ou duas teclas.

2) O que nós chamamos de “compasso” será equivalente a uma repetição do “ritmo” –


“STYLE” ou “ACCOMPANIMENT” – ou seja: gênero musical que você escolheu
para fazer o estudo. Em uma valsa, por exemplo, temos três pulsações para cada
repetição da estrutura musical do acompanhamento. Você deverá reconhecer essas
repetições auditivamente, considerando como um compasso cada repetição do
acompanhamento escolhido.

3) Todo gênero musical terá seu próprio tempo ou andamento – no teclado eletrônico,
pode ser indicado como “SPEED”, “TEMPO” ou “BPM” (abreviatura de batidas por
minuto). Nesse momento, você não precisará se preocupar com esse recurso, a não ser
que o acompanhamento esteja muito lento ou rápido demais. Se for o caso, configure-
o para um andamento mais interessante para você.

4) Não se esqueça de prestar atenção no seu corpo! Durante os exercícios, procure


também sentir se teus braços estão desativados e a mão em posição confortável. Um
de nossos objetivos é desenvolver uma técnica saudável no instrumento, permitindo a
você praticar por horas sem adquirir vícios motores ou sentir dores e dormência no
corpo – se isso acontecer, interrompa imediatamente o estudo!

O primeiro estudo, apresentado adiante, contempla um encadeamento de acordes


muito recorrente na música popular comercial da atualidade. Pratique-o, fazendo uso de
vários “ritmos” (gêneros musicais) escolhidos no teclado eletrônico. Experimente, por

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exemplo, tocar esses acordes com acompanhamento de funk, pop rock, country, samba e
bossa nova. Se for necessário, conte alguns tempos antes de começar cada estudo:

Uma dica: você não precisa ficar “segurando” (sustentando) o acorde durante
todo o compasso; basta tocar ele apenas uma vez no tempo desejado, soltando-
o logo depois. Isso irá reduzir muito a energia gasta para tocá-los, gerando uma
melhora sensível em sua técnica.

Vamos a outro encadeamento. Faça como no estudo anterior, praticando-o com


gêneros variados no acompanhamento:

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No penúltimo compasso do estudo anterior, temos um acorde de Si maior com
sétima (menor – nesse intervalo, a indicação é omitida; só se indica alteração se for outro
tipo de sétima). Nos acordes de sétima, é costume não tocar a quinta do acorde – nesse
caso, a nota Fá ♯.

Segue agora um encadeamento muito conhecido do blues – considerado um clichê


devido a seu uso recorrente. Experimente fazer esse encadeamento também com gêneros
de acompanhamento ligados ao blues, como rock e jazz, por exemplo:

Na repetição, indicada pelo ritornelo, o estudo deve ser finalizado após o primeiro
compasso, onde está a palavra “Fim”. Fique atento a essa indicação!

A sequência de acordes adiante é baseada em Superman, um conhecido reggae de


Tarrus Riley. Experimente tocá-la utilizando um tipo de acompanhamento nesse gênero.

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Dessa vez, vamos omitir o teclado e os dedilhados caso a sugestão já tenha aparecido,
exigindo que você memorize a posição das mãos para cada acorde:

O encadeamento posterior é baseado na toada Se Não Existisse o Sol, criada por


Francisco de Sousa Correa, o Chagas, na época cantador do Bumba-meu-Boi da Maioba.
Como provavelmente seu teclado eletrônico não disporá de um acompanhamento
semelhante ao sotaque da Ilha, experimente fazer essa cadência em outros gêneros como,
por exemplo, o reggae:

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No compasso 8 (segundo sistema), temos dois acordes; trata-se de uma mudança
no ritmo harmônico, a exemplo do que acontece nos compassos 4 e 5, onde um mesmo
acorde é mantido por dois compassos. No último sistema, o ritornelo no início do
compasso 13 indica onde o retorno deve ser feito após chegar ao compasso 16. Fique
atento também à indicação “Fim”, após a repetição!

No próximo estudo consiste em uma melodia na mão direita com acordes na mão
esquerda, fazendo uso do acompanhamento eletrônico. Para tornar esse trabalho mais
acessível nesse momento, indicamos uma melodia baseada no pentacorde, ou seja: você
não irá precisar deslocar a mão direita, podendo direcionar a atenção para a sincronia

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entre as mãos, o acompanhamento rítmico e o resultado sonoro, entre outros aspectos.
Além disso, você já deve ter estudado essa melodia aqui. Para tocá-la, escolha um gênero
de acompanhamento com métrica binária ou quaternária, ou seja: aquele que permita
sentir duas ou quatro pulsações/tempos por compasso. Se necessário, diminua o tempo
ou andamento para facilitar sua aprendizagem. Segue o estudo:

Em seguida, temos uma adaptação de Bão-Ba-la-lão, uma parlenda tradicional


brasileira. Escolha um ou mais gêneros com métrica binária para acompanha-la:

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Agora, temos outro tema tradicional brasileiro: Tutu Marambá. Para acompanha-
lo, procure um gênero com métrica binária ou quaternária:

Por acaso você está tendo dificuldades para coordenar as duas mãos ao mesmo
tempo? Estude de mãos separadas! Pratique primeiro apenas a parte de uma
mão até conseguir desenvolver um bom controle. Depois, estude a outra mão.
No final, tente juntar as duas. Essa é uma estratégias de estudo muito eficiente
nos instrumentos de teclado.

Agora, um desafio: você é capaz de tocar uma variação de Asa Branca com o
acompanhamento eletrônico? Vamos tentar? Primeiramente, pesquise em seu teclado
eletrônico algum gênero de acompanhamento parecido com baião para utilizar:

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No penúltimo sistema, as linhas de repetição acima (1. e 2.) indicam que, na
repetição, você deve pular o compasso marcado com “1” e ir direto para o “2”.

Finalizamos aqui essa breve apostila. Caso você deseje dar continuidade ao estudo
de melodias acompanhadas como o apresentado aqui, recomendamos estudar É fácil tocar
por cifras! de Mário Mascarenhas (1989), Método prático para Teclado volumes 1 e 2
de Jair do Vale (s.d.), e Piano e Teclado Fácil de Antônio Adolfo (2015). Esperamos que
essa experiência tenha sido proveitosa e, acima de tudo, enriquecedora. Sucesso e até a
próxima etapa!

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ADOLFO, A. Piano e Teclado Fácil. São Paulo: Irmãos Vitale, 2015.

COLLURA, T. Rítmica e Levadas Brasileiras para Piano. Vitória: Edição do autor, 2009.

DRUMMOND, E. Caderno Preparatório: Iniciação ao Piano. Rio de Janeiro: Bruno


Quaino Material Musical, 1988.

GAINZA, V. H. Palitos Chinos. Buenos Aires: Barry Editorial, 1987.

GONÇALVES, M. L. J.; BARBOSA, C. B. Educação Musical através do Teclado – 5


volumes. 2 ed. São Paulo: Cultura Musical, 1986.

KOSTKA, S.; PAYNE, D. Harmonia Tonal. 6 ed. Traduzido por Hugo Ribeiro e
Jamary Oliveira. Brasília, 2012. Disponível em http://www.hugoribeiro.com.br. Acesso
em 27 set. 2018.

KREADER, B.; KERN, F.; KERENVEN, P.; REJINO, M. Piano Practice Games Book
1: Theory, Technique, Creativity. Milwaukee: Hal Leonard Corporation, 1996.

MASCARENHAS, M. É fácil tocar por cifras! Método prático de piano popular. São
Paulo: Irmãos Vitale, 1989.

MATEIRO, T. John Paynter: a música criativa nas escolas. In: MATEIRO, T.; ILARI,
B. (org.). Pedagogias em Educação Musical. Curitiba: InterSaberes, 2012. p.243-274.

VALE, J. Método Prático para Teclado. 2 volumes. Belo Horizonte: Edição do autor, s.d.

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