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Preceito s da Alvorada 4
Prefácio 8
Prólogo 10
Preliminares 15
Exaltação a Nuit 22
Conclusão 223
Comparando 226
Anexo 240
Figura: ANATOMIÆ OCCULTII
Assim,
reverenciar com em
a Deus essequalquer
conhecimento,
Temploestarei emeharmonia
e lugar com aspecto
sob qualquer tudo e poderei
que O
encontrar. Amém.
I-Em-Hotep.
O Livro da Lei para o Povo Suplicante
Nossa homenagem:
A
Macarios Ptócos (Frater R+C.)
Cuja iniciativa foi fundamental para incentivar-me na
realização deste humilde trabalho.
Agradecimentos:
A
Dulce Oiticica
Panyatara.
O Livro da Lei para o Povo Suplicante
.
O Livro da Lei para o Povo Suplicante
PREFÁCIO
Faze o que tu queres há de ser tudo da Lei
Este trabalho surgiu de uma solicitação feita por algumas irmãs, com
alguns anos de freqüência em estudos esotéricos, que desejavam ardentemente
possa ser esta a sua função, naturalmente só será alcançada quando for
devidamente compreendido, o que deverá acontecer quando a humanidade estiver
perfeitamente Iniciada nos Mistérios da Magia Sagrada.
Como dissemos acima, este trabalho não tem a pretensão de ser algo
definitivo; provavelmente contém apreciações a serem reformuladas por aqueles que
estão à frente na compreensão das verdades eternas e, também, muitos erros para
1
Muitos afirmam ter sido por intermédio de sua esposa, na época, Rose Crowley.
10
O LIVRO DA LEI PARA O POVO SUPLICANTE
quem procurar, no mesmo, somente o que se ajuste ao seu atual nível mental. Por
considerar válido tudo aquilo feito com boas intenções, tomamos a coragem de
apresentá-lo agora, ainda um produto inacabado, mas que já poderá auxiliar aqueles
que estão procurando sinceramente.
Alerto àqueles que vêem na obra de A. Crowley somente o lado libertário,
mágico e anarquista, a necessidade de reconhecerem também o enfoque
apresentado neste estudo, pois:
2
Para entender a assunção deste epíteto, ler o Capítulo deste livro sobre “O Mistério do Baphomet”.
11
O LIVRO DA LEI PARA O POVO SUPLICANTE
à Verdade e a realeza interna, da mesma forma como ele aspirou. Não precisamos
nem devemos repeti-lo em suas extravagâncias pessoais, mas devemos “aproveitá-
lo” em sua realização espiritual. Desconhecê-lo por preconceito é jogar fora um
patrimônio inestimável, apenas por intolerância. Quem aprendeu a não julgar, para
não ser julgado e a perdoar para poder ser perdoado, compreenderá do que
estamos falando.
O nome que escolheu para identificar-se no início de sua carreira, deixa
entrever isto: PERDURABO ou seja “Perdurarei até o fim”.
Foi denodado em atingir seus objetivos pessoais de iluminação e
ultrapassou todos os limites da prudência para obter o sucesso no que
pessoalmente considerou importante. Hoje é reconhecido por aqueles que, longe de
torcerem o nariz para os aspectos exteriores de sua vida, procuram, em sua
experiência, uma verdade sempre negada àqueles que apenas ficam esperando.
Muito se escreveu e se tem escrito sobre sua personalidade controvertida,
excêntrica e fora dos padrões de moralidade aconselháveis, mas pouco sobre sua
interioridade, cheia de amor e luz, que procurou oferecer aos que possuem valor
para Saber, Querer, Ousar e Calar.
Se seu gosto pela magia levou-o a experimentações não recomendáveis,
isto não quer dizer que toda a sua obra esteja assentada somente sobre este
aspecto. Há muita coisa boa, aproveitável e importante para ser estudada e
praticada pelos estudantes da Nova Era.
O enfoque libertino que muitos vêem em sua obra é ditado apenas pela
apreciação canhestra dos que não conseguem compreender que suas ações
objetivavam apenas deixar claro a importância das energias sexuais no processo
iluminativo da entidade humana. Suas experiências pessoais não podem ser
compreendidas pelos que ainda estão presos a dogmas, onde o conceito de pecado
é aceito como o limite da ação humana. Da mesma forma, os seus julgadores
esquecem que em seu coração brilhava intensamente a luz de um Cristo que, por
sua vitória sobre a ignorância do mundo, naturalmente precisava ser crucificado no
altar erguido pelos preconceitos humanos.
Esquecem que o mesmo enfoque existe em todas as religiões do mundo,
inclusive no cristianismo, depois mascarado pela Igreja com pudores não encontrado
nos quatro Evangelhos e que permitiu, às autoridades eclesiásticas, destruir o
membro viril de todas as estátuas expostas no Museu da Capela Sistina, como se
12
O LIVRO DA LEI PARA O POVO SUPLICANTE
estes representassem pecado para aqueles que ali vão à busca da arte em todo o
seu esplendor e beleza, sempre encontrada na perfeita construção da forma
humana.
As energias sexuais representam o que há de mais sagrado no ser
humano, razão suficiente para que o lugar onde residem, seja conhecido como
região sacra ou sagrada.
Da mesma forma, o enfoque do Liber Legis a que se permitem alguns
seguidores de Crowley, apenas sob o ângulo grosseiro de que a Magia Sexual basta
para resolver todos os problemas da iluminação do ser humano é uma forma
ingênua da busca da verdade, realizada pelos aprendizes de feiticeiro que ainda
deveriam estar varrendo o chão do “laboratório” de seus Mestres; vêem a fumaça,
mas jamais encontrarão o fogo.
Esquecem o acervo de sabedoria sobre o assunto existente em todas as
religiões do mundo. O coração necessita ser preparado para tornar-se a morada de
Hadit (O Cristo Interno) e de Nuit, sua noiva imortal (A Divina Mãe Kundalinî). Esta,
em sua pureza srcinal, jamais habitará lugares conspurcados pela ignorância do ser
humano. Ao sair de seu habitat atual, quando é “importunada” em sua manifestação
estabilizada (embora pareça incrível, atualmente ela é “protegida” de nossa
insensatez pelo Guardião do Umbral), procurará uma nova morada e, dependendo
das vibrações a que estiver sujeita, tanto seguirá o caminho para cima como para
baixo; tudo estará sujeito a qualidade das vibrações existentes dentro de nós;
portanto, os aventureiros devem cuidar-se, porque os pântanos do caminho estão
dentro de nós mesmos.
Querer é Poder. A condição de Thelemita 3 advém de uma Vontade
poderosa e que só existe no Aspirante quando sustentada pelo amor de Hadit (o
Segundo Logos ou a Divina Presença EU SOU no homem encarnado). Esta só se
manifesta num coração bem formado; quando isto não acontece, primeiramente
vemos o orgulho e a vaidade, logo seguidos da insensatez e, finalmente, o desejo
emocional alicerçado na ilusão de que desejo é poder. Cresçamos; identifiquemo-
nos com nossa eternidade; pratiquemos a ciência da Paz, ou seja, a paciência; esta
é a primeira qualidade necessária Estejamos certos de que quando o Discípulo está
pronto, o Mestre sempre aparece.
3
Thelemita é o denominativo dos adeptos do axioma máximo do Liber Legis: Faze o que tu queres há de ser o
todo da Lei.
13
O LIVRO DA LEI PARA O POVO SUPLICANTE
A grande verdade é que o Liber Legis não foi ditado somente para os
Magos ou alguns privilegiados. Suas lições devem estar ao alcance de todos. Daí
considerarmos a interpretação filosófico-religiosa do livro (no bom sentido), bastante
providencial, exatamente quando ele completa 93 anos de existência. Nosso
propósito é atender ao Povo Suplicante, os humildes, porém sinceros, aspirantes da
Verdade, que bradam pelo conhecimento real em seus anseios de libertação da
canga da ignorância em favor de seus direitos espirituais. Todos passamos por esta
fase e sempre necessitamos dos que estão à frente, no caminho, para a ajuda
necessária.
Com este trabalho, pretendemos apenas servir aos mais humildes e não
aqueles que acreditam desfrutar dos graus superiores da Verdade.
O Líber Legis é mais do que um livro de acesso à magia experimental.
Encerra, dentro de si, todos os ensinamentos relacionados às energias que
preponderarão nos próximos dois mil anos, ou seja, as energias do 7 o. Raio ou Raio
do Cerimonial e da Magia, expressão, em grau inferior, da energia do Primeiro Raio,
o Raio do Poder e da Vontade. Esclarece e ressalta a importância da compreensão
da energia do Quarto Raio de Harmonia e Beleza, que começará a fluir sobre o
Planeta já no ano 2025, ajudando a humanidade a trilhar o caminho do coração, a
morada de Hadit, a Luz Radiante, quando Este deverá influir decididamente, a fim de
que o homem só use a Magia e o Cerimonial de forma benéfica e progressista,
sempre para seu desenvolvimento superior, evitando o que já aconteceu nas duas
vezes em que as energias do Sétimo Raio estiveram atuando sobre a humanidade:
o afundamento da Lemúria e da Atlântida. Este é o aspecto que quero ressaltar
neste livro: Magia e Cerimonial sempre com amor e amor (nunca emoção), sob
vontade.
Onde existe muita luz, as trevas decorrentes são intensas. Que o Povo
Suplicante se acautele, mas persista, buscando, “pois todo o que pede recebe; o
que busca encontra e a quem bate, abrir-se-lhe-á. 4
4
Lucas, Cap. 11, versículo 10.
14
PRELIMINARES
“DO wHAT THOU wILT SHALL BE THE wHOLE Of THE LAw”
“Faze o que tu queres há de ser tudo da Lei”
cabalísticos e do sentido real e místico daquilo que o constitui, não pudemos deixar
de dar nossa colaboração sobre o assunto, a fim de que suas lições possam
repercutir favoravelmente sobre os buscadores da verdade, em vez de assustá-los.
Antes de iniciar a análise dos Textos referidos, é importante sabermos
que a totalidade do Livro da Lei está calcada em metáforas, muitas vezes ocultando
ensinamentos relacionados à Cabala, o que torna imprescindível nos inteirarmos de
alguns elementos algébricos, derivados de operações cabalísticas, para podermos
entender, mesmo superficialmente, seu conteúdo aparentemente truncado. A
reprodução da Árvore da Vida ajudará neste sentido.
Ainda com a finalidade de facilitar o entendimento do que será exposto
neste livro, relembramos aos leitores o seguinte:
15
O LIVRO DA LEI PARA O POVO SUPLICANTE
c) A CABALA envolve o estudo das palavras, das letras e dos seus valores
numéricos, sempre estudados em três grandes subdivisões conhecidas como
Gematria (ocupa-se com o valor das palavras), Temurah (consiste na
combinação das letras de uma palavra com outras, alterando o seu valor e
significado) e Notarikon, que se envolve com a arte dos signos (pela letra inicial
de uma frase ou de uma palavra podemos saber o número chave da palavra).
“Todas as coisas foram feitas por intermédio d’Ele, e sem Ele nada do que
foi feito se fez” (Jo.1.3).
4) Tornar as coisas ocultas reveladas aos que realmente procuram de forma
intimorata a verdade, porém, testando o valor daqueles que dizem ”Abre-te
Sésamo”, para que ao depararem com os tesouros ocultos dentro de suas
cavernas pessoais, saibam separar o ouro das escórias e tornarem
luminosas todas as coisas.
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O LIVRO DA LEI PARA O POVO SUPLICANTE
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O LIVRO DA LEI PARA O POVO SUPLICANTE
A Árvore da Vida
Com as dez Sephi rot h e os 22 caminho s
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O LIVRO DA LEI PARA O POVO SUPLICANTE
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O LIVRO DA LEI PARA O POVO SUPLICANTE
Khaf = 500 mem = 600 nun = 700 phe= 800 tsade = 900
20
C OMENTÁRIOS SOBRE O TEXTO DA CAPA DO
LIBER LEGIS
CCXX (220)
(é o número de versículos que tem o Liber Legis.)
As Delivered by
(significa: como (foi) transmitido (ditado) por)
TO
(para)
DCLXVI
(666, é o número da Besta (o Baphomet), assumido por Aleister Crowley)(3)
somatório é igual a 100, que expressa a unidade na forma de manifestação completa pelo simbolismo
do número puro, “conforme era ensinado aos Iniciados do Santuário da Gnosis da O.T.O.. O número
100 indica misteriosamente a fórmula Mágica do universo como um motor refletindo a luz
indefinidamente. Curiosamente, 93 anos passados da recepção do Liber Legis, o Autor teve a idéia
de fazer este livro.
(3) Ver, neste livro, o Capítulo sobre o Mistério do Baphomet.
21
Exaltação A NUIT
(Extraída do Livro “KUNDALINΔ ou A Serpente
Ígnea de Nossos Poderes Mágicos Internos” de
autoria de OM. Cherenzi-Lind)
Eterna e Universal
Natureza: és o numefonte de amor,
glorioso de sabedoria
da vida, e felicidade!
o livro grandioso em que
está escrita a história do universo com caracteres de Forma e Consciência.
Quem não esteja instruído em tua escola não pode compreender–te. Por
isto nos fixamos em Ti, pois em Ti se ativa e desenvolve a inteligência
criadora. Em Ti se move e se eterniza a essência da Realidade Vital 5, da
qual nossa vida é apenas lampejo fugaz.
Tu, Natureza, és a mãe e irmã virginal que nos alenta na vida e
determinas nossos caminhos. O universo é tua realização; tudo quanto
existe é modalidade de Teu incomensurável amor, manifestado como luz
de vida e fogo benfeitor e perfectivo que tudo glorifica.
Tudo o que se venera como supremo no universo é Teu corpo,
Tua forma, que manifesta a Consciência que nos inspira.
Nósem
eternizamos; somos viageirosapoio
Ti encontra do oinfinito; em Ti nos
fraco, sustento encontramos
o virtuoso, ajuda oe
modesto, justificação o sincero, alento o esforçado e força o digno
Cavaleiro do Universo.
És tudo e estás em todas as partes, mas o melhor de Ti fixa–se
por meio de laços morais nos Santuários Secretos do coração de Teus
eleitos.
Ó Mãe Natureza: vive plenamente em nós e assiste-nos em
nossos esforços para depurar–nos de todo o egoísmo, de todos os
preconceitos e de todas as vaidades, de modo que, superando-nos, sejamos
mais dignos de Teu hálito!
5
A Essência da Realidade Vital é Had e Hadit a sua manifestação.
22
ESCLARECENDO SOBRE OS MANTRAS
HADIT E NUIT
23
O LIVRO DA LEI PARA O POVO SUPLICANTE
perfeito, mais o 1, como o princípio de uma nova espiral em direção aos planos
menos sutis), representando A Divina Presença oculta no homem. Portanto, neste
trabalho, Hadit é o núcleo gerador em todos os planos de vida, seja como EU SOU,
6
HAD significa a essência primordial; é o germe (gameta masculino) que fecunda todo o Caos (o útero)
Universal, transformando-o em Cosmo. O sufixo “it” é a partícula que imprime caráter propulsor à ideia contida no
radical.
7
Como dissemos anteriormente, todo nome de divindade é um mantra que objetiva o desenvolvimento de
determinados chacras, quando pronunciados corretamente. Em Hadit, temos as vogais “ A“ , relacionada ao peito
(morada de Hórus ou o EU SOU) e “ I” , relacionada a cabeça (a Casa do Pai).
24
O LIVRO DA LEI PARA O POVO SUPLICANTE
25
O LIVRO DA LEI PARA O POVO SUPLICANTE
Astral, cuja ess ência precisaria ser mais bem estudada pelos que busc am a
Realidade Última. Esta é a razão de nossa atual percepção da verdade ser
considerada, pelos hinduístas, apenas como Maya ou i lusão.
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O LIVRO DA LEI PARA O POVO SUPLICANTE
Recortes de Jornais com artigos sobre a matéria negra que envolve e permeia todo o universo conhecido e que intriga nossos
cientistas atuais. Os antigos sacerdotes egípcios já a conheciam e a simbolizaram com a Virgem Negra, adorada nos altares
cristãos, num sincretismo religioso bastante significativo.
9
Ver página 42 do livro “Mistérios Iniciáticos”, de Henri Durville.
27
O LIVRO DA LEI PARA O POVO SUPLICANTE
10
Jiva, segundo H.P.Blavatski, é o Espírito vital ou vida, no sentido do Absoluto; significa também a Mônada
Divina ou o Aspecto Crístico no homem (“EU SOU O CAMINHO, A VERDADE E A Vida).
11
Cada Ser Humano é a manifestação de um Universo perfeito e neste universo individual não existe outro Deus
que o EU SOU, ou seja, Jiva, Cristo Interno, Mônada Divina, etc.
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O LIVRO DA LEI PARA O POVO SUPLICANTE
Imagem de N. S. de Montserrat
Uma das muitas Virgens Negras adoradas nas grandes Catedrais européias,
incorporando os predicados de Nuit/Isis para a Cristandade.
12
O Ser humano vive no externo, em Nuit/Isis (a matéria) e sua consciência ainda não penetrou Hadit, o núcleo e
a essência das coisas. Hadit é a infinita concentração na cruz humana e também o próprio núcleo e a essência
da vida escondida na matéria e na forma (Nuit/Isis).
29
LIBER LEGIS
13
Tanto no homem como na mulher, Hadit é a Radiante Vida Eterna que ilumina e sustenta todos os átomos do
corpo humano, seja qual for o estado evolutivo em que se encontre.
14
A denominação “companheiros celestes” não deve confundir o estudante em relação aos Deuses Gêmeos
Heru-Nech-Hra-Tef e Heru-Quent-Anmaate, da cosmogonia egípcia, relacionados aos Átomos Elementais
Animal e Humano (Castor e Pólux) no Universo cosmogônico humano. Sobre o assunto, ler o livro “Os Deuses
Atômicos”, que pode ser “baixado” gratuitamente do Blog: http://revelandoosmisteriosdooculto.blogspot.com/
30
O LIVRO DA LEI PARA O POVO SUPLICANTE
(Leão) (Sagitário)
Continuando, vamos desenhar outro triângulo eqüilátero, agora com a
linha base na parte superior, onde vamos consagrar o vértice da esquerda ao signo
de Gêmeos (3o. signo), o da direita ao signo de Aquário (11 o. signo) e o vértice
inferior ao signo de Libra (7 o. signo), formando, desta vez uma figura somente com
signos de Ar, como está abaixo:
(Gêmeos (Aquário)
(Libra)
Numa terceira etapa, vamos projetar outro triângulo eqüilátero, com
signos do elemento terra, agora com um vértice voltado para a direita, onde
colocaremos o signo de Capricórnio (10o. Signo), no vértice superior, o signo de
Touro (2o. Signo) e, no inferior, o signo de Virgem (6o. Signo), como vemos abaixo:
(Touro)
(Capricórnio)
(Virgem)
Finalmente, projetemos mais um triângulo eqüilátero, agora com um
vértice voltado para a esquerda, ao qual destinaremos aos signos de água,
colocando o signo de Câncer (4o. Signo) no vértice esquerdo, o signo Peixes (12o.
Signo) no vértice superior e o de Escorpião (8 o. Signo), no vértice inferior, tendo
desta forma, a seguinte figura:
(Peixes)
(Câncer)
(Escorpião)
31
PRIMEIRO CAPÍTULO DO LIVRO DA LEI COMENTADO
32
O LIVRO DA LEI PARA O POVO SUPLICANTE
33
PRIMEIRO CAPÍTULO DO LIVRO DA LEI COMENTADO
15
A adoração ao Cristo pregado na cruz é uma criação promovida pela Igreja Católica Apostólica
Romana, com a finalidade de explorar a emocionalidade de seus seguidores, em consonância com o aspecto
inferior do 6o. Raio, que preponderou durante os últimos 2.000 anos, em vez de ensinar o verdadeiro sentido do
símbolo do Ser Divino na Cruz humana. Isto provocou o esquecimento do aspecto superior do 6 o. Raio, o
Idealismo, ensinado pelo Cristo, incompreendido e negligenciado pelos religiosos ocidentais da Era de Peixes,
embora existam meritórias exceções como foram Ghandi, Leibiniz, Newton, Anwar Sadat, Albert Einstein,
Madre Teresa de Calcutá e muitos outros que, em suas áreas específicas, tudo fizeram em prol de uma
humanidade melhor, objetivo máximo do Cristianismo.
16
Númeno (Nóumeno) - A verdadeira natureza essencial do ser, não perceptível pelos sentidos. A essência ou
substância das coisas, que é por si mesma, existente atrás dos fenômenos. Exemplo: O Raio é um fenômeno da
eletricidade.
34
O LIVRO DA LEI PARA O POVO SUPLICANTE
Desta forma, todo número é infinito e não há diferença entre eles, pois a unidade é a
única realidade entre os números, que nada mais são do que somatórios do UM.
17
Aiwass chegou a ser considerado por Crowley como sendo o seu Santo Anjo Guardião (Guia), mas este, pela
exortação contida neste versículo, parece deixar claro sua existência como individualidade (embora em outro
plano de consciência), ainda dependente da Realidade Máxima que se manifestava nele: A Mônada Divina ou
Divina Presença existente em cada Ser.
35
PRIMEIRO CAPÍTULO DO LIVRO DA LEI COMENTADO
“Homenagem a ti, ó deus Par, poderoso, Senhor da coroa Ureret, que governas
com o chicote; és o senhor do falo, cresces à medida que brilhas com raios de luz
e o teu brilhar chega as partes mais extremas (da terra e do céu e, neste caso, do
corpo humano). És o senhor das transformações e tens múltiplas peles
19
(reencarnações) que escondes
nomes entre os deuses, no Utchat
o poderoso corredorquando nasce. consideráveis;
de passadas És o poderosoésdos
o
deus, o poderoso que chega e livra o necessitado e o aflito de quem o oprime”.
18
Coroa de Ureret é o disco Solar que encimava a cabeça de Hórus, de Ra e de todos os Iniciados que tinham
conquistado sua emancipação espiritual.
19
UTCHAT é a imagem do olho de Hórus ou de Ra, atacado por Set, significando “percepção em muitas vidas e,
também, em todos os planos de consciência”.
36
O LIVRO DA LEI PARA O POVO SUPLICANTE
K = 20
H =+ 5
A =+ 1
B =+ 2
S =+ 60 =
88 = 16 = 7
O número sete é o número da casa do ser real (Hadit, a Mônada ou
Divina Presença) em sua manifestação no Plano físico, compreendida com
facilidade por todos aqueles que já estudaram alguma coisa sobre os 7 chacras ou
centros de força e os 7 planos de consciência. Khabs é O Triângulo eqüilátero
sobre o quadrado ou a pirâmide triangular sobre o cubo. Como Hadit é o cerne
e o centro de todas as coisas, por analogia é fácil depreender que, sendo o chacra
cardíaco aquele que corresponde exatamente ao meio algébrico entre os chacras
superiores (Sahasrara, Ajna e Vishudda) e os inferiores (Manipura, Swadhisthana e
Muladhara) é na parte espiritual do coração onde Hadit mora, ou seja, o Coração
humano é a Khabs.
KHABS é sempre veículo, corpo ou morada, seja o coração do corpo
físico ou do espiritual. Nas iniciações egípcias, também era o corpo físico ou os mais
sutis (denominado Ka ou Kha), quando se tratava do duplo do iniciado ao se
desprender em busca das experiências fora do corpo grosseiro. É o veículo
manifestado da consciência, qualquer que seja o grau desta. 20
20
Observação:
a) Analogamente, o Sol físico é o coração do Logos do nosso sistema planetário, pulsando a cada 2h40’
a uma velocidade de cerca de 4 mph, alterando sua superfície em contrações e expansões de
aproximadamente 10 quilômetros de altura.
b) Um eminente filólogo brasileiro, cuja inteligência, sinceridade com a Ciência Sagrada e
conhecimentos esotéricos o Autor reverencia pela sua estatura de “Mestre no coração”, dá outra
interpretação na análise deste item, também respeitável, mas diferente da aqui exposta, principalmente
quando diz que
compreendia estaHadit é o “átomo
passagem material”.
sob outra Provavelmente
ótica, também referia-se mas
muito respeitável, ao átomo semente
que não físico-etérico
conseguimos alcançare
em sua plenitude. No trecho em que diz que o coração é a própria morada de Khabs (?), acreditamos ter
havido algum erro de datilografia, pois o Líber Legis diz claramente que “Khabs é o nome de minha casa”, ou
seja, sendo Khabs morada ou casa de Hadit e considerando que Hadit expressa-se como EU SOU no
ventrículo esquerdo do coração, seria incongruente pensar que Khabs (a casa de Hadit) pudesse morar em si
mesma, ou seja, no coração. Entretanto, é importante ressaltar sua alta percepção espiritual e seu valor
como bandeirante do pensamento humano, porquanto consideramos muito próxima sua concepção de Khabs
(20+5+1+2+60 = 88 = 16 = 7), embora a tenha traduzido como “Kaukab”, uma palavra árabe que quer dizer
estrela, quando, se usarmos as operações cabalísticas denominadas Gematria e Themurah, ela parece ser
apenas a palavra egípcia “khat (100+5+1+9 = 115 = 7), usada no “Livro Egípcio dos Mortos” de E. A. Wallis
Budge - Editora Pensamento (pág. 34), significando corpo físico, que, como morada de Hadit, é o coração,
que aparece como “ab”, na página 35 do mesmo livro. (Na “Estela da Revelação”, “n khab” é traduzida como
“ao corpo, ao homem e “sombra”).
37
PRIMEIRO CAPÍTULO DO LIVRO DA LEI COMENTADO
21
Na contraparte etérica do corpo físico, na câmara superior do ventrículo esquerdo do coração humano, está
presente a manifestação da Divina Presença ou Hadit, conhecida como “Eu Sou”, “Rei Artur” Átomo Nous, Cristo
Interno, Moisés, Krishna, etc., etc.
38
O LIVRO DA LEI PARA O POVO SUPLICANTE
10. Que meus servid ores sejam pouc os e secretos: ele s regerão a maiori a e
os conhecidos.
Comentário: Em primeiro lugar, quem são os servidores de Nuit?
Encontramo-los entre os servidores da Humanidade, os protetores da vida animal,
da vida vegetal, os ecologistas e todos aqueles que já compreenderam a
necessidade da preservação da vida no Planeta, em todas as suas formas de
expressão. São poucos em relação aos destruidores inconseqüentes e geralmente
trabalham de forma solitária, enfrentando as maiores dificuldades em seus afãs,
tendo como único propósito servir à vida. Vemo-los entre os componentes do
“Greenpeace”, nos cientistas que trabalham nas mais remotas e adversas regiões do
planeta e todos aqueles que estão sempre procurando salvar vidas, preservar a
natureza e recuperar sua expressão anterior para as gerações futuras. Recusam
sistematicamente o convívio com a maioria da sociedade e o conluio com as
autoridades reconhecidas, por tripudiarem sobre os valores de suas funções e
fazerem prevalecer os interesses subalternos e imediatos em detrimento do bem
geral, insurgindo-se, muitas vezes, contra os Servidores de Nuit, tachando-os de
loucos e “desligados”.
No âmbito esotérico. os Servidores de Nuit são aqueles que se preparam
devidamente para a subida de Kundalinî, preparando o Khabs para servir como nova
morada para a Divina Mãe. Nesta atividade, encontraremos aqueles que
compreenderam a necessidade de se manterem em paz, em silêncio e recusam os
valores perseguidos pela maioria da humanidade e as pretensas “autoridades” em
assuntos esotéricos; sabem que o processo é estritamente particular e depende
única e exclusivamente do esforço de cada um; a experiência de alguns não é válida
para todos. Sabem, também, que o verdadeiro Iniciador está dentro de nós mesmos.
Regerão os muitos e os conhecidos porque se tornarão sábios e dominarão tanto no
mundo externo como no interno.
11. Estes são tol os que os homens adoram; ambos, seus deuses e seus
homens são ingênuos.
39
PRIMEIRO CAPÍTULO DO LIVRO DA LEI COMENTADO
superiores contidas em cada signo. Dessa forma, este versículo pode ser entendido
como a necessidade do Iniciado (o que começa) reencarnar novamente em cada
signo zodiacal, agora incorporando e aprendendo a comandar essas energias, com
a finalidade consciente de servir a sua própria evolução e ao Plano de evolução da
Divindade.
13. Eu Sou sobr e vós e em vós. Me u êxtase está no vosso. Minha felic idade é
ver vos sa alegri a.
Comentário: Para compreender este versículo é imprescindível
aceitarmos Nuit como Akasha, de quem tudo nasce, tudo se mantém e para a qual
tudo volta. É o Terceiro Aspecto da Divindade, pressentido por Paulo em seu
23
discurso em Atenas quando diz: “pois nele vivemos, nos movemos e existimos
porque dele também somos geração”, testificando a imanência e transcendência da
presença divina no homem, conforme o item nos deixa perceber. Realmente Nuit, a
matéria-vida do Universo está sobre nós e em nós. Tudo o que se passa conosco é
vivenciado por este maravilhoso Aspecto da Consciência Divina que nos ama e
22
Mateus, capítulo l8, versículo 3.
23
Atos dos Apóstolos, capítulo 17, versículo 28.
40
O LIVRO DA LEI PARA O POVO SUPLICANTE
14. Aci ma, o azul cintil ante é o esplendor desnudo de Nuit; E la cur va-se em
êxtase para beijar os ardores secretos de Hadit. O Globo alado, o azul
estrelado. São meus, Ó Ank-af-na Khonsu ! 24
Comentário: É clássica a figura de Nuit encurvada, tendo em seu bojo
toda a criação manifestada e, em suas espaldas, o azul do firmamento estrelado.
Este versículo é a representação poética deste símbolo, deixando perceber o
24
Ver explicações sobre este personagem no capítulo 4 deste livro, A ESTELA DA REVELAÇÃO.
a) Ank-af-na Khonsu, é o que matou a si mesmo (superou a personalidade), ou seja, o vencedor da morte
ou Iniciado Real.
b) Aleister Crowley acreditava ou aceitava a possibilidade de ter uma “certa identidade” ou ser uma
“continuidade” de Ank-f-n-khonsu, Alto Sacerdote no Egito Antigo, que teria empreendido, sem êxito, a
restauração dos mistérios solares em sua época; foi sábio, praticante da Teurgia e adquiriu renome por
ter conquistado sua iniciação maior com sucesso, sendo considerado um “vencedor da morte”. A Estela
da Revelação, catalogada pelo Museu Boulaq, no Cairo, Egito, sob o n°. 666 (coincidência?) pertence a
um monumento funerário dedicado a este sacerdote, que teria vivido nos idos de 725 a.C. “The Holy
Book of Thelema” de A. Crowley, publicado por Samuel Weiser, Inc. (York Beach, Maine, USA) aborda
com detalhes e comentários esclarecedores, os estudos feitos sobre esta Estela.
41
PRIMEIRO CAPÍTULO DO LIVRO DA LEI COMENTADO
Reprodução de uma gravura egípcia onde Nuit, encurvada, envolve em seu bojo toda a
criação, tendo, as suas costas, o firmamento azul estrelado.
42
O LIVRO DA LEI PARA O POVO SUPLICANTE
atualmente sobre todas as formas de vida, entretanto, sua união com a Mente
Superior, objetiva receber todas as Almas em evolução e destiná-las à glória
das estrelas, através da ilu min ação do coração dos homens.
Poderíamos substituir, no versículo, o Príncipe-Sacerdote por Hadit,
Hórus, Cristo Interno, etc. e a Mulher Escarlate por Nuit, que seu sentido
25
Besta ( = 8+500+100+8+50=666). Veja o comentário do versículo na página seguinte.
26
Ver Apocalipse, capítulo 14, versículo 8.
43
PRIMEIRO CAPÍTULO DO LIVRO DA LEI COMENTADO
16. Pois ele é sempr e um sol e ela uma lua. Porém para ele a alada chama
secreta e para ela a incli nada luz estelar.
20. A chave dos rit uais está na palavra se creta que lhe de i.
44
O LIVRO DA LEI PARA O POVO SUPLICANTE
21. Com o Deus e o Ado rador eu nada sou : eles não me vêem. E stão co mo q ue
sobre a terra; Eu sou o Firmamento e não existe outro Deus que eu e meu
Senhor Hadit .
dentro e fora de si mesmo. Para estes, o imaginador e seu Deus imaginado, Nuit
nada é, pois estão impossibilitados de percebê-la como a real Divindade,
expressando-se em seu aspecto tangível, nas múltiplas formas da Natureza. Estes
estão como que sobre a Terra, ou melhor, materializados, e o imaginador não
percebe que apenas está utilizando as formas materiais que lhe foram concedidas
para aprender a se manifestar nos diversos mundos de consciência criados pela
Divina Mãe, o Terceiro Aspecto da Divindade, real e tangível. Não percebe que a
27
pátria de sua srcem é o mundo espiritual; identifica-se com as aparências da
forma, sem procurar sua essência, onde, além de descobrir o real objeto da
adoração, ou seja, Hadit e sua Divina Mãe, atentaria que é nele mesmo onde
deveria construir o Altar dessa adoração.
No período seguinte, Nuit revela-se para o Estudante como o universo
manifestado; reconhece-se como a única Divindade perceptível, existente,
ressalvando, porém a Divindade de seu filho e, ao mesmo tempo, seu Senhor: Hadit,
o fruto de seu Amor, a razão de sua substância e de sua existência.
O alerta existente neste versículo é para que o Estudante procure o real
nas aparências e abandone sua posição de “mendigo dos favores das divindades de
sua criação”, reconhecendo, em si mesmo, a presença de Hadit e Nuit como os
únicos provedores de todas as suas reais necessidades. 28
Para isto, o Estudante deve sempre ser objetivo, aprender tudo sobre a
natureza (o estudo dos Tattwas é imprescindível) pois Nuit é Deus acessível ao
27
O homem real vive e sempre viveu em Briah, o Plano Mental, de onde projeta sua consciência nos mundos
inferiores, para conformá-lo à sua expressão plena, de acordo com objetivos que fogem a consciência ilusória da
personalidade. A ilusão da encarnação e do aprisionamento da consciência na matéria são provocados pela
identificação da personalidade com o corpo físico e com a matéria grosseira de que é constituído e, também, por
não perceber que esta faz parte da consciência de Nuit, o Terceira Aspecto da Divindade.
28
Reais em termos espirituais e não supérfluas, como as ditadas pelas suas ilusões materiais.
45
PRIMEIRO CAPÍTULO DO LIVRO DA LEI COMENTADO
22. Agora, portanto, Eu so u conhecida por vós pelo meu nome Nuit e, por
ele, através de um nome secreto que lhe darei quando, por fim, me
conhecer. Posto que EU SOU o Espaço Infinito e a imensidade de
estrelas nele existente, procedei vós também assim. Nada ligueis! Que
não haja diferença feita em vosso meio entre uma coisa e qualquer outra
coi sa; pois daí vem a dor.
29
Expressão tattwica (Apas) se refere a energia sutil que precedeu o atual estado universal. Nele, o elemento
mais denso foi uma espécie de “umidade aquosa”. No atual, o elemento preponderante é a energia sutil que
denominamos Prithivi, que contém todas as outras energias sutis em si. O próximo Universo estará constituído
novamente do elemento sutil denominado Apas, porém numa oitava vibratória superior.
46
O LIVRO DA LEI PARA O POVO SUPLICANTE
23. Porém, quem quer que se aproveite dist o, que ele seja o chefe de tudo !
Comentário: Aquele que tira proveito da sabedoria real é o eterno
servidor. Cresce, não para mandar, mas para servir; sabe que todos são iguais, de
que não há diferença entre os seres, embora as várias escalas de vida e
compreensão da realidade, permite-lhe estar na chefia de tudo, para o bem de
todos.
47
PRIMEIRO CAPÍTULO DO LIVRO DA LEI COMENTADO
26. Então disse o Profeta e escravo da Beleza una: Quem Sou e qual será o
sinal? E ela lhe respondeu, inclinando-se, numa delicada chama azul,
tudo tocante, toda penetrante, suas amáveis mãos sobre a terra negra e
seu flexível co rpo arqu eado para amar; seus su aves pés não magoam as
florezinhas. Tu sabes! O sinal será meu êxtase, a consciência da
cont inui dade da existênci a, a onipresença de meu corp o.
48
O LIVRO DA LEI PARA O POVO SUPLICANTE
29. Pois estou di vidi da por amor ao a mor , pela oport unid ade da união.
49
PRIMEIRO CAPÍTULO DO LIVRO DA LEI COMENTADO
30
O estudo da Cosmogênese sob a ótica dos Tattwas e da Árvore Sephirotal é imprescindível tanto para o
entendimento do Líber Legis como de qualquer operação Mágica nele contida.
50
O LIVRO DA LEI PARA O POVO SUPLICANTE
localizada no lótus (chacra) de oito pétalas, que nasce na parte superior do “Salão
da Senhora dos Bosques”, relacionado à bolsa seminal do homem. A este, sim,
devemos segui-lo confiantemente, aceitando todas as provas (ordálios) do caminho,
pois estas representam as instruções de Nuit. O conselho para procurar somente
Nuit, implica na meditação profunda em Kundalinî, que não admitirá desvios de
atenção em sua ascese. Isto conquistado, então, novas capacidades surgirão na
consciência iluminada do Estudante, redimindo-o de toda a necessidade de
sofrimento, pois, então, passa a ser senhor de si mesmo e não está mais ao sabor
das ondas descontroladas dos pensamentos da maioria; sua meta passa ser a
subida ao monte 31 e penetrar o “Altar dos Perfumes” 32; só o conseguirá mantendo-
se firme em seu propósito espiritual.
O juramento de Nuit é o penhor de um estado de consciência
insuspeitado pelo Estudante, porquanto implica em venturas a que jamais poderia
aspirar, por suas implicações divinas.
34. Porém ela respond eu: os ord álios não poss o escrever: os rit uais serão
metade conhecido s e metade velados: a Lei é para todos.
Comentário: Ela lhe contesta dizendo que os ordálios não podem ser
escritos, por ser impossível, pois cada Estudante terá aqueles de que,
particularmente, vier necessitar; que os rituais serão metade conhecidos, pois
estarão escritos, mas seu sentido real e oculto, permanecerá velado, implicando no
esforço a ser empreendido por ele para compreendê-lo macro e microcosmicamente;
31
Chacra cardíaco.
32
Vivência de prática cabalística realizada na Sephirah Tiphereth (o coração espiritual do homem).
51
PRIMEIRO CAPÍTULO DO LIVRO DA LEI COMENTADO
sem esse entendimento não poderá realizá-los com aproveitamento total; quanto à
Lei, porém, esta estará para todos, como deve ser.
33
O vocábulo inglês “threefold” significa triplo, tríplice, tresdobrado, porém a preferência dada a este último termo
se justifica por melhor expressar a forma como foi instituído o Líber Legis.
34
Ver principalmente os versículos 21 a 34 e seus comentários, do terceiro capítulo.
35
A. Crowley acreditava ter sido, também, reencarnação de Eliphas Levy, com o qual, durante sua vida, teve
várias provas de identificação, inclusive interesses mentais, aliados a particularidades acontecidas em sua vida
social.
52
O LIVRO DA LEI PARA O POVO SUPLICANTE
está, em seu sentido oculto, tentarão adaptá-lo aos seus entendimentos pessoais ou
modificar seu texto a fim de que se ajuste aos seus interesses religiosos. 36
37
37. Também os mantras e os conj uros ; o obeah e a wanga, o trabalho do
cetro (caduceu) e o da espada; ele os aprenderá e ensinará.
36
Existe um livro, sob o título “The Law is for All”- The Authorized Popular Commentary to The Book of the Law”,
editado por Luis Wilskinson and Hymenaeus Beta, onde Crowley comenta os três capítulos do Líber Legis,
naturalmente sob sua ótica pessoal, que naturalmente prescindiria nosso esforço. Entretanto, com todo o
respeito a A. Crowley, decorridos 93 anos da recepção dos ditados (será coincidência o número 93 dentro do
processo total que envolve o livro recebido por Crowley?), se os que estudam nada pudessem acrescentar, em
termos de entendimento, àqueles ditados, o Autor acredita que perderiam, de certa forma, sua utilidade e
continuariam sendo apenas “o patrimônio de uns poucos privilegiados”, o que não se ajusta aos princípios
energéticos da Era de Aquário, quando tudo será desvelado e nada pode permanecer oculto. Acresce que os
membros da O.T.O. são proibidos taxativamente de escrever qualquer comentário sobre o Livro da Lei - somente
Crowley
um após teria condições
ele, de onde Eu de
nãofazê-lo - (apesar
digo, que de que
descobrirá no versículo
a Chave 47 isto”).
para tudo do Terceiro
Como Capítulo
a Direçãoconsta que no
da O.T.O. “mas virá
Brasil,
até a presente data, não saiu com qualquer trabalho neste sentido, nasceu “O Livro da Lei para o Povo
Suplicante”, pois a humanidade vive um grande momento: o da Liberdade e da Fraternidade Universal. Nossa
atitude implica num grande esforço daqueles que mais possuem em favor dos que muito necessitam. O
isolamento e o silêncio do sábio só é permissível no que tange a sua realidade interna. Dentro da sociedade em
que vive, suas responsabilidades são muito grandes e necessitadas do verdadeiro valor, pois precisa lutar contra
o entenebrecimento cultural e religioso a que foram relegados “os mais tarde nascidos”; este entenebrecimento
é escória (matéria Qlipphótica) e não pode permanecer no novo Éon que a humanidade viverá.
37
Nos Extratos do “novo comentário do livro da lei” Crowley, diz que Obeah é a magia da Luz Secreta,
relacionada à ação do Mago e Wanga é a sua correspondência verbal ou mental, ou seja, Obeah são os atos e o
Wanga as palavras próprias da Magia. Tudo muito bem, porém existem outros significados para as palavras
acima e, sendo assim, o Mago deve saber onde se manifestam os efeitos de suas palavras e onde e quais os
efeitos que provocam seus atos.
53
PRIMEIRO CAPÍTULO DO LIVRO DA LEI COMENTADO
38
Epopta era o Iniciado nos Mistérios de Eleusis, possuidor da faculdade de clarividência e, geralmente, por ter
passado por seu último grau iniciático, era o encarregado das novas iniciações. S.Paulo aplicou a si mesmo este
grau conforme podemos ver em 1 Coríntios, cap. 3, versículo. 10.
39
Ler a obra “Tratado sobre os 7 Raios”, do Mestre Djwal Khul através de A. Bailey, publicação da Fundação
Cultural Avatar, no Brasil e da Editorial Kier, na República Argentina.
54
O LIVRO DA LEI PARA O POVO SUPLICANTE
55
PRIMEIRO CAPÍTULO DO LIVRO DA LEI COMENTADO
40. Quem nos chama Thelemitas não errará, quando se adentra no sentido
mais estrito (oculto, secreto) da palavra. Pois ali há Três Graus, o de
Eremita, o de Amante e o de Homem da Terra. Faze o que tu queres há
de ser tudo da Lei.
41. A palavra de Pecado é Restrição. Ó homem! Não rec use tua esposa, se
ela quiser! Ó amante, se queres, vai! Nã o exist e vínculo q ue possa uni r o
dividido senão o amor: tudo, além disso, é uma blasfêmia. Maldito!
Maldi to seja isto para sempre! Inferno.
56
O LIVRO DA LEI PARA O POVO SUPLICANTE
57
PRIMEIRO CAPÍTULO DO LIVRO DA LEI COMENTADO
40
Sobre isto, ver Gênesis 2, 24 e Efésios 5, 31/33: “Por isso deixa o homem (de ser) pai e mãe (andrógino
ovíparo) e se une a sua mulher, tornando(-se) os dois uma só carne (para poder gerar; tornam-se vivíparos).
“Grande é esse mistério, mas eu me refiro a Cristo e à Igreja. Não obstante vós, cada um de per si (sozinho,
isoladamente) ame a sua própria esposa (sua contraparte feminina) como a si mesmo.
58
O LIVRO DA LEI PARA O POVO SUPLICANTE
42. Deixai-os manter esse estado de mul tip lic idade lim itada e repugnante.
As sim c om teu todo; só tens d ireito d e fazer a tua vontad e.
44. Pela Vontade pura, isenta de propósito, liberta de desejo intenso por
resultado, é o único caminho perfeito.
Comentário: Este versículo confirma o comentário do versículo 42 quando
informamos que o axioma Faz a tua vontade... refere-se exclusivamente à Vontade
do Ser Interno, único senhor e agente capaz de manipular a energia do 1o. Raio. A
41
Envoltura Argentada do Mago Branco, formada por Átomos Transformadores do Plano mental superior; é o
refulgente Augoeides ou Corpo causal dos teosofistas.
59
PRIMEIRO CAPÍTULO DO LIVRO DA LEI COMENTADO
vontade pura, isenta de propósitos e liberta do desejo por resultados, é a Lei para a
Nova Era; só será conquistada por aqueles que abandonarem seus propósitos
pessoais e procurarem, no interno, a comunhão com sua contraparte divina; este é o
único caminho perfeito. 42 O resto são aventuras, válidas apenas como experiência
necessária à evolução das almas.
45. O Perfeit o e o Perfeito são um Perfeito e não doi s; ou melhor , são nada!
46. Nada é uma chave secreta desta Lei. Os Judeus chamam-na sessenta e
um; c hamo-a oit o, oitenta, quatrocentos e dez oit o.
42
Naturalmente, esta afirmação provocará a contrariedade dos estudantes com conceitos de iluminação
diferentes dos esposados pelo Autor e do que está contido no versículo. Somente podemos acrescentar para
estes que a Sabedoria não nasce da contradição, mas da integração. O Autor sempre estará à disposição para
conversar com seus discordantes, pois sempre respeitará o mundo mental de cada um, pois aprendeu o que é
melhor para seus semelhantes.
43
Essa experiência individual é semelhante a do Pralaya universal, quando todo o Universo é recolhido ao
Absoluto, Dele nada permanecendo manifesto.
60
O LIVRO DA LEI PARA O POVO SUPLICANTE
44
representada pelo Selo de Salomão com um ponto no meio e, na Cabala, se
refere a Sephirah Netzach (A vitória), estando relacionada às polaridades, cuja
finalidade é estabelecer a harmonia do Superior com o Inferior, do Macrocosmo com
a Microcosmo, que leva ao Absoluto, à Eternidade ou Nada.
Em seguida, vem a afirmação: “Chamo-a oito, oitenta e quatrocentos e
dezoito” e isto nos leva novamente a um símbolo duplo, desta vez representado
47. Mas eles têm a metade: une por tua arte de maneira que tudo
desapareça.
44
Também conhecido como Estrela de Davi. Na Índia, é chamado de “Sinal de Vichnú” e usado nas casas de
todas as aldeias como um talismã contra o mal.
45
“Curso de Filosofia Oculta” de Éliphas Lévi, página 180, da Editora Pensamento.
46
“Magia - en teoria y práctica”, de Aleister Crowley, página 190, da Editora Luis Cárcamo, Editor.
47
A Palavra “hermafrodita” nasce da conjunção de Hermes com Afrodite, símbolo do casal perfeito.
61
PRIMEIRO CAPÍTULO DO LIVRO DA LEI COMENTADO
48. Meu profeta é um tolo com seu um, um, um; não são eles o Boi e
nenhum pelo Livro?
49. Ab-rogados estão todos os ritu ais , to dos os ordálios, to das as palavras
e sinais. Ra-Hoor-Khuit tomou seu assento no Oriente (Leste) ao
Equinócio dos Deuses; e que Asar seja com Isa, os quais também são
um. Mas ele s não são de mi m. Que Asar seja o adorador. Isa o sofr edor;
Hoor, em seu se creto no me e esplendor, é o Se nhor inic iando.
48
Ver o comentário do versículo 21 do Segundo Capítulo do Líber Legis, neste livro. Embora tenhamos
encontrado outras explicações para Ra-Hoor-Khuit, depois de analisá-las com o devido respeito e reverência às
mentes que as adotaram, preferimos permanecer com a que nos foi intuída.
62
O LIVRO DA LEI PARA O POVO SUPLICANTE
50. Há uma palavra para ser dita em relação à tarefa Hierofântica. Atentai!
Existem três ordálios em um e isto deve ser dado em três caminhos. O
grosseiro deve pa ssar pelo fogo; que o suti l seja testa do no intelecto e o
sublime separado no mais elevado. Desta forma, existem estrela e
estrela, sistema e sist ema; que um não conheça bem o outr o!
49
Este nome também aparece associado a Osiris, seguido de Un-nefer, ou seja, “o que perdura para sempre”.
50
Esta “senha” pode ser uma exaltação, um hino, uma palavra-chave, etc., dependendo do Plano e da esfera
(Sephirah) onde pretendemos entrar.
63
PRIMEIRO CAPÍTULO DO LIVRO DA LEI COMENTADO
51. Existem quatro por tas para um palácio; o chão desse palácio é de prata e
our o; a lazulita e o ja spe estão a li; e tod as as fragr âncias raras: jasmim e
rosa e os emblemas da morte. Que entre alternativamente ou ao mesmo
tempo pelas quatro portas; mantenha-se em pé sobre o chão do palácio.
Não afundará? Amn. Ó Guerreiro! se teu servidor afundar? Porém há
meios e meios. 51 Seja admirável, contudo: vesti-vos com as mais finas
roupagens; comei manjares excelentes e bebei vinhos doces e
espumantes! Também, saciai-vos de amor ao máximo, quando, onde e
com q uem vós qu ereis! Mas sempre para mim.
51
Deve-se entender “métodos e métodos”.
52
Para os que desejarem maiores detalhes sobre estas experiências, recomendamos a leitura do livro “A
Santíssima Trinosofia”, atribuído ao Conde de Saint Germain e editado pela Editora Mercúrio. Todo o processo
ali narrado representa os diversos caminhos internos da iniciação humana.
64
O LIVRO DA LEI PARA O POVO SUPLICANTE
propósito. Cada caminho e cada Sephirah tem o seu ritual, que deve ser seguido por
amor à Divina Mãe. Práticas temerárias com as escórias energéticas ou confusas
(Qliphóticas), levarão o Estudante a um julgamento terrível.
53. Isto regenerará o mundo, o pequeno mundo minha irmã, meu coração e
min ha língua, para quem mando este beijo. Também, ó escriba e pro feta,
embora sejas dos príncipes, isto não te suavizará nem te absolverá.
Porém que o êxtase seja teu e a alegria da terra: sempre para mim! A
mim!
criadora da Natureza, que, então, poderá fazer-se plena. O beijo enviado tanto pode
implicar num ato de carinho dessa expressão criadora, para a humanidade, como
também para o Líber Legis, com seus ensinamentos para a Nova Era.
No final, adverte Crowley, deixando claro que seu trabalho pela difusão do
livro, não lhe trará benefícios extras pelo serviço prestado, porém que a sua
conquista pessoal dos estados superiores de consciência se realizem e possa ser
65
PRIMEIRO CAPÍTULO DO LIVRO DA LEI COMENTADO
54. Não mudes sequer o esti lo de uma letra; poi s obs ervai! Tu, ó profeta não
verá s todos estes mist érios ali escondidos.
53
As interpretações dos versículos do Líber Legis, pelo Autor deste livro, não pretende complementar o trabalho
de Crowley no livro citado e, muito menos têm a pretensão de cotejar os conceitos emitidos pelo mesmo. É
preciso que os “seguidores” de Crowley compreendam que o presente livro é para aqueles que se interessam
por sua obra, realmente muito valiosa, porém, querem gozar do direito de concluir, diferentemente do mesmo,
sobre os ensinamentos recebidos. É o que o Autor fez, sem temer os anatematizadores e intolerantes da
liberdade de pensamento, tão defendida pelo próprio Crowley. Nisto não vai a recusa da obra, mas sua
percepção sob uma ótica cheia de ensinamentos, também cheia da magia da beleza e do amor.
66
O LIVRO DA LEI PARA O POVO SUPLICANTE
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PRIMEIRO CAPÍTULO DO LIVRO DA LEI COMENTADO
54
Ingênuos ou tolos (“fools”, em inglês). É a carta 22 do Tarot egípcio (Regresso, O Retorno).
68
O LIVRO DA LEI PARA O POVO SUPLICANTE
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PRIMEIRO CAPÍTULO DO LIVRO DA LEI COMENTADO
55
O Reino dos céus é arrebatado (pela) a força –(Mt. 11,12). A força é Kundalinî.
56
Aparentemente, apesar de ter enaltecido de todas as formas o Amor (dentro de sua compreensão), Crowley não chegou a
perceber ou não quis dar ênfase ao aspecto superior da mensagem do Líber Legis: aquele que revela Hadit também como o
EU SOU,
trino a realidade divina
da manifestação divina no homem,
como como umabem
Ra-Hoor-Khuit, das caracterizada
partes mais importantes do livro.do
nos três capítulos Deixou
Livro. também de enfatizar o aspecto
Ateve-se, quase que exclusivamente, ao aspecto mágico das revelações (aliás, de forma brilhante), parecendo
(aos que não chegaram a compreendê-lo totalmente), não ter pressentido que existia outro caminho para obter os efeitos que
buscava. Esse caminho estava contido exatamente na visão de Hadit como “a chama que arde em todo coração humano e no
âmago de cada estrela”, ou seja, mais uma, e definitivamente a última, revelação do EU SOU para a humanidade que, com as
energias que atuarão nos próximos dois mil anos sobre o Planeta (principalmente as do 4 o. Raio - Harmonia e Beleza, a se
iniciar no ano 2025), trarão amplas condições para que ela, a humanidade, definitivamente se reconheça como filha de Deus e
realize, através de toda a Magia nascida no coração, a tremenda renovação do mundo, coerentemente com os primeiros
Manifestos Rosa-cruzes. Os estudantes sinceros e não fanáticos devem meditar muito sobre o Líber Legis; procurar a sua real
mensagem, vivenciar o seu conteúdo por dentro dos caminhos da Cabala e, aí então, praticar a Magia em toda a sua beleza,
esplendor e poder: aquela que nasce no coração, a magia que liberta o homem imediatamente de seu carma, passado,
presente e futuro, pois o identifica com a própria Divindade. Então compreenderá, como apóstolo da Verdade que: “O amor
cobre multidão de pecados” (1Pedro 4, 8) e que a mensagem do Líber Legis para a Nova Era é o coração, onde
encontraremos Hadit (Tiphareth), nascido pela ação do amor de Nuit (Binah em sua união com Chokmah), elevando-nos a Ra
(Kether) para o conluio da Eternidade (Ain Soph).
70
O LIVRO DA LEI PARA O POVO SUPLICANTE
57
Ver o comentário do versículo 7 do Capítulo 2, para maiores esclarecimentos.
71
PRIMEIRO CAPÍTULO DO LIVRO DA LEI COMENTADO
no céu, o “Eu Sou o que Sou” do Gênesis) podemos afirmar, com certeza, que é, no
caminho do coração onde podemos atingir a Primeira Glória do Homem como ser
Divino. O Amor libera o homem de seu carma; o Amor é, nele, o produto mais
sublime da manifestação divina; é mais facilmente atingível do que a conquista da
iluminação obtida pelo êxtase sexual; o Amor-Sabedoria é a expressão viva da
58
Mistérios Revelados da Cabala - W illiam Whats - Edição da FEEU.
59
Idem, ibidem.
72
O LIVRO DA LEI PARA O POVO SUPLICANTE
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PRIMEIRO CAPÍTULO DO LIVRO DA LEI COMENTADO
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O LIVRO DA LEI PARA O POVO SUPLICANTE
60
Para compreender observe atentamente as figuras existentes dentro da ilustração do chacra Swadhisthana na
Gravura “Anatomiæ Occultii” e os esclarecimentos sobre o assunto contido Na página 98 do livro “OS DEUSES
ATÔMICOS”.
75
PRIMEIRO CAPÍTULO DO LIVRO DA LEI COMENTADO
58. Concedo inimagináveis alegrias sobre a Terra: certeza, não fé, enquanto
em vida, sobre a morte; paz indescritível, repouso, êxtase; tampouco
exijo alguma coisa em sacrifício.
61Além do físico grosseiro, existem 4 estados de matéria sutil no universo, denominadas pelos hindus como:
a) Prâna, a matéria vital de quem o Sol é o centro difusor.
b) Manas, a matéria mental, que tem por centro o Manú.
c) Vijñâna, a matéria psíquica, que tem por centro Brahma e,
d) Ananda, a matéria espiritual, que tem Parabrahman como substrato infinito.
A Cabala também apresenta o universo com 4 estados de matéria que são:
a) Assiah - plano físico - sistema solar visível.
b) Yetzirah - o astral ou emocional.
c) Briah - o plano mental ou das idéias e arquétipos.
d) Atziluth - o plano divino, sede dos 10 Sephiroth.
O homem, enquanto encarnado, mantém, sem nenhuma interrupção, sua expressão de vida em todos estes
planos, muitas vezes acessando-os através do sono ou, então, conscientemente, através das práticas
cabalísticas.
76
O LIVRO DA LEI PARA O POVO SUPLICANTE
59. Meu inc enso é de goma e madeiras resinos as; e não existe sangue ali
dentro , por causa de meu cabelo, a s árvor es da Eternidade.
Comentário: Temos a continuidade da fala de Nuit, em prosseguimento ao
versículo 58. No caminho que está sendo percorrido, chega o momento de acender
o incenso, que deve ser adequado ao nível de consciência vivenciado e não possuir
resíduos industriais nem matéria cujo perfume possa criar vibrações nocivas, daí a
admoestação para que a oferenda não possua sangue, como acontece em algumas
operações mágicas. 62 A oração seguinte justifica a razão para que não sejam
usados elementos grosseiros, afim de que não seja criada desarmonia nessa região
de perfeição, beleza e perenidade. 63
Chamamos a atenção dos praticantes de Magia para a sentença “ por
causa dos meus cabelos, as árvores da Eternidade”. Para o autor, os cabelos de
Nuit (as árvores da Eternidade) estão relacionados exclusivamente as energias
tattwicas e já faziam parte das operações mágicas entre os antigos egípcios. O
trabalho mágico, através do domínio dos Tattwas, é feito de acordo com as leis que
governam os elementos e prescinde totalmente de qualquer forma grosseira de
magia cerimonial, em que são empregados recursos deletérios na invocação de
elementais. As várias referências aos “cabelos de Nuit” nos Livros dos Mortos e, de
alguma forma, nos rituais que eram celebrados durante as iniciações, nos levam a
62
Sobre a utilização de sangue em práticas mágicas, aconselhamos ao Estudante a ler a Terceira parte, Capítulo
12, do Livro Magia, en teoria y práctica, onde Crowley aborda o assunto, inclusive com sua vivência pessoal,
repudiando toda e qualquer forma de tortura de animais até a morte e esclarecendo suficientemente o assunto.
63
No livro The Law is for All, Crowley oferece sua interpretação pessoal sobre a visão que teve sobre “because
of my hair the trees of Eternity”, que traduzi como “por causa de meu cabelo, as árvores da Eternidade”.
Naturalmente, nesses reinos mágicos internos, as experiências sempre estão condicionadas ao estado de
desenvolvimento de cada um e Crowley teve a sua, particular.
77
PRIMEIRO CAPÍTULO DO LIVRO DA LEI COMENTADO
64
supor a manipulação de energias para sagrar a cabeça do iniciado,
proporcionando-lhe forças adequadas às viagens que deveria empreender na “Barca
Solar”.
60. Meu número é 11, tal como os números daqueles que são nossos. A
Estrela de cinco Pontas, com um Circulo no Meio e o circulo é Vermelho.
Minha cor é negra para os cegos, mas o azul e ouro são vistos da visão.
Também tenho uma glór ia secreta para a queles que me amam.
64
A iniciação no candomblé mantém esta prática.
78
O LIVRO DA LEI PARA O POVO SUPLICANTE
61. Porém, amar-me é melhor do que todas a s coisas: se sob o noturno céu
65
estrelado, no deserto, presentemente queimas meu incenso ante mim,
invocando-me com um coração puro e dentro dele a chama da Serpente,
virás por algum tempo em meu peito deitar. Por um só beijo então
desejarás dar tudo; mas aquele que neste momento der uma partícula de
pó, perderá tudo nesta hora. Reunireis bens, provisão de mulheres e
65
É bom lembrar que toda iniciação passa pela visita que temos de fazer a região do “deserto” existente dentro
de nós mesmos. Foi lá que Jesus enfrentou Satanás, vencendo-o (mas não destruindo-o) e onde também
deveremos comparecer, em nossa busca interior. Sob a ótica cabalista, o aspirante vai de Malkuth a Yesod
(Caminho 32 do Tarô) e lá chegando será tentado em sua maior fraqueza e se não tiver controle absoluto sobre
suas energias sexuais falhará com certeza.
79
PRIMEIRO CAPÍTULO DO LIVRO DA LEI COMENTADO
seja, onde existe. E é essa harmonia com as forças que envolvem sua consciência
interna e externamente, que permite ao Estudante realmente amar verdadeiramente
a Nuit, daí Ela afirmar que: amá-la é melhor do que todas as coisas, pois seu amor
confere realeza, poder, sabedoria e desfrute em sua mais alta expressão ao Iniciado
(em seus Mistérios), tornando-o verdadeiramente um Mago, Soberano acima dos
Reis Elementais, aos quais respeita com seu amor e divina compreensão. 66
Após a advertência de que “amar-me é melhor que todas as coisas”, o
que deduzimos como uma senha de proteção, segue-se uma clara descrição do
caminho 31 (Malkuth a Yesod) onde “no deserto, sob o noturno céu estrelado,
queimas meu incenso ante mim, etc. etc.”, representando o trabalho e a orientação
mágica para o Estudante proceder o ritual necessário a fim de estabelecer o contato
com Kundalinî (a Serpente), que lhe trará prazeres inimagináveis.
A seguinte afirmação: “Por um só beijo então desejarás dar tudo...”
significa que, apenas pelo leve envolvimento, o Estudante terá a tendência de
entregar-se totalmente ao êxtase a que é levado, seguindo-se a dura advertência de
que, se “neste momento der uma partícula de pó, tudo para ele estará perdido".
Para o melhor entendimento da advertência, esclarecemos que o êxtase
experimentado pode levar o Estudante ao orgasmo (o que deve ser evitado
definitivamente), com emissão externa de esperma (= pó), cujo substrato é
imprescindível para a iluminação; se este for desperdiçado, anulará o êxito da
operação e todo o processo estará perdido.
Na oração seguinte fica claro que se ele vencer, recolherá bens,
fragrâncias e provisão 67 de mulheres; ostentará jóias preciosas e ultrapassará todos
os povos da terra e, esplendor e altivez, mas que tudo seja por amor a Ela, Nuit; se
assim for, participará de sua santa alegria ou o êxtase contínuo em que vivem os
conquistadores de sua própria ignorância.
Segue-se a exortação para que o Estudante compareça ante Nuit em seu
corpo espiritual, numa túnica inconsútil, 68 que nada mais é do sua armadura
argentada ou aura do corpo mental superior e coberto com um adorno na cabeça,
66
O Autor acredita ter deixado claro que a matança de animais nunca é realizada pelo verdadeiro Mago, que
possui recursos naturais para realizar sua vontade, sempre em harmonia com as leis da Natureza.
67
Provisão de Mulheres não deve ser entendido como uma grande quantidade de mulheres que será dada ao
Estudante, mas “abundância” de energias femininas , necessárias à harmonização de sua constituição
corporal-espiritual, a fim de que se torne um Andrógino Perfeito.
68
Túnica inconsútil, ou sem costura é, em linguagem esotérica, a aura do corpo humano.
80
O LIVRO DA LEI PARA O POVO SUPLICANTE
que deve ser entendido como as irradiações dos chacras frontal e coronário (Ajna e
Sahasrara), agora ativados pelos albores da energia de Kundalinî).
Posteriormente, segue-se o convite à divina integração do Estudante com
sua natureza feminina, a ser liberta, para fazer parte de seu ser; convida-o, em
troca, a fazer parte dela e experimentar todos os prazeres do êxtase espiritual,
representado pelo desfrute de sua consciência nos planos mais elevados da vida.
Isto posto, ordena que se prepare e desperte Kundalinî (o Poder Serpentino) dentro
dele e participe de seu Amor, o Amor da Divina Mãe.
81
LÍBER LEGIS
2. Vinde! todo s vós! Aprendei o segredo que ainda não foi revelado. Eu,
Hadit, sou o complemento de NU, minha noiva! Eu não tenho extensão e
Khabs é o nome de min ha Casa.
3. Na esfera (EU) SOU em tod as as part es o cent ro , enqu anto ela (Nuit), a
cir cunf erência, nã o se encon tra em parte a lgum a.
Comentário: Hadit está em todas as partes porque é a essência de todas
as coisas manifestadas; Nuit, por sua vez, na condição de 3o. Logos é a totalidade
82
O LIVRO DA LEI PARA O POVO SUPLICANTE
5. Observai! Os rit uais de outr ora (dos tempos antigo s) são negros. Que os
maus sejam rejeitados; os bons sejam purificados pelo (pela ação do)
prof eta! Então, este Conhecimento seguirá de form a correta.
Comentário: Os trechos entre parênteses deste e de outros versículos
visam apenas facilitar o entendimento do leitor. Aqui temos uma séria admoestação
contra os rituais praticados pelos Magos Negros da Atlântida, muito difundidos no
período que antecedeu à destruição deste Continente, srcem da sabedoria das
civilizações Egípcia e pré-colombiana.
Alguns destes rituais, inclusive a Missa Negra, continuaram sendo
praticados pelos Irmãos da Face Sinistra que, através da percepção mediúnica de
83
SEGUNDO CAPÍTULO DO LIVRO DA LEI COMENTADO
6. EU Sou a chama que arde em todo cor ação humano e no âmago (núcleo)
de toda estr ela. Eu Sou a Vida e o dis pensador d a Vida e , sem embargo,
por is to o c onhecime nto de mim é o conhecimento da morte.
69
João, capítulo 1, versículo 29.
84
O LIVRO DA LEI PARA O POVO SUPLICANTE
Emocional (Mundo dos Desejos) e o Plano Físico. 70 A figura que representaria este
cubo é o “tesseract”, ou seja, o cubo visto na quarta dimensão.
Acima destes Planos de consciência, está o Plano Átmico (Mundo do
Espírito Divino) donde Hadit, não mais como EU SOU, mas como o Íntimo, ou seja, a
própria manifestação da Realidade Divina, em seu esconderijo em Nuit, diz: “Vinde a
”mim” é uma expressão descabida, pois o EU SOU é quem vai ao ser humano, para
redimí-lo e exaltá-lo.
Isto significa que Ele, Hadit, é o verdadeiro motor de todas as ações e
energias; sem a sua vontade superior, o homem nada pode e o progresso da
personalidade humana é apenas o resultado da ação divina no homem, que nada
pode por si mesmo. Quer queiramos ou não, assim é.
Cabalisticamente observado, Tiphereth é o cubo, o centro da roda solar
ligando o que está em cima ao que está em baixo, à esquerda à direita, tudo
enlaçando no fogo divino da harmonia principal. Tiphereth (Coração-Beleza), é
reflexo da Sephirah Kether (e, esta, é de Ain), reunindo e manifestando todas as
possibilidades divinas em tantos Arquétipos quantas são as Sephiroth e suas
antinomias.
85
SEGUNDO CAPÍTULO DO LIVRO DA LEI COMENTADO
71
Ler o Capítulo “O Mistério do Baphomet”, nas páginas 215 a 223 deste livro.
86
O LIVRO DA LEI PARA O POVO SUPLICANTE
11. A ti, vejo abom in ando a mão e a caneta, não obs tant e EU SOU mais
forte.
Comentário dos itens 10, 11 e 12: Estes três versículos podem estar
relacionados à uma possível atitude de má vontade mediúnica de Aleister Crowley
(ou de sua mulher Rose) em relação ao ditado que recebia de Aiwass como
também, sob uma ótica exclusivamente esotérica, ao diálogo entre o Átomo Nous
(Hadit no homem) e o Átomo Mestre, referindo-se ao cuidado, deste, em não revelar,
precipitadamente, ou indevidamente, o segredo da iniciação, contido no Líber Legis.
Entretanto, o Átomo Mestre é, apenas, a manifestação da consciência de Hadit (a
essência de todas as coisas) no “Salão da Senhora dos Bosques” e não pode nem
deve se interpor a vontade e aos objetivos deste, que, agora revela sua presença
(Por causa de mim em ti, que não conhecias) e o seu poder como, da mesma forma,
A. Crowley não se podia interpor à vontade de Aiwass, mais treinada do que a dele.
Observação : Para os que possam considerar esta interpretação
quimérica, é necessário lembrar apenas que o que ocorre em cima ocorre também
em baixo. As figuras deste livro são muito mais do que à primeira vista se pode
perceber. Porém o pensamento é livre; cada um fisgará o peixe de acordo com o
tipo de isca e anzol que possui.
14. Agor a permanece um véu sobr e este sacrário; que a luz devore os
homens e os cons uma com a ce gueira.
87
SEGUNDO CAPÍTULO DO LIVRO DA LEI COMENTADO
15. Pois EU SOU Perfeito . Não sendo; e meu número é nove pa ra os tolos ;
contudo, para o justo sou oito e um em oito: O que é vital, pois Eu Sou
Nenhum.
posterior. A Imperatriz e o Rei não estão em mim; pois há um segredo
a 212)
Prosseguindo com esta explicação, esclarecemos que “para o justo (EU)
Sou oito (o número do Cristo), ou seja, a Eternidade (∞) e UM em OITO, que é o Pai
em Cristo, ou, ainda, o Pai no Filho. É vital a compreensão deste fato porque,
posteriormente, compreenderemos que não existe “personalidade” a ser
considerada, daí a Imperatriz e o Rei (cartas 3 e 4 do Tarô) não estão em Hadit,
88
O LIVRO DA LEI PARA O POVO SUPLICANTE
72
Ver páginas 37 a 38.
89
SEGUNDO CAPÍTULO DO LIVRO DA LEI COMENTADO
19. Deve um Deus viver num cão? Não! Porém os supr emos são de nós.
Eles se regozijaram, nossos escolhidos: quem se lamenta não são de
nós.
90
O LIVRO DA LEI PARA O POVO SUPLICANTE
21. Nada temos em comum com o rejeitado e o inapto ; que mor ram em sua
miséria. Pois eles não sentem. A compaixão é o vício dos reis: pisa os
infelizes e os fracos: esta é a lei do forte: esta é a nossa lei e a alegria
do mundo.
em verdadeNão
nãopenses,
deve s moó rei, sobre
rrer, masaquela
vi ver. mentira: Queseja
Que a gora deves morrer; se
entendido:
o corpo do rei se dissolve, ele permanecerá sempre em puro êxtase.
Nuit! Hadit! Ra-Hoor-Khuit! O Sol, Força e Visão, Luz; estes estão nos
servid ores da Estrela e da Se rpente.
91
SEGUNDO CAPÍTULO DO LIVRO DA LEI COMENTADO
92
O LIVRO DA LEI PARA O POVO SUPLICANTE
a força e visão, Luz, fazem parte do universo interno de cada Ser, pois tudo que
existe externamente, existe internamente; este é um dos Arcanos do Ocultismo.
93
SEGUNDO CAPÍTULO DO LIVRO DA LEI COMENTADO
“Quem não é por mim é contra mim” (Mt. 12,30) que, parece, não poderiam provir do
Mestre que ensinou a mansuetude, o amor e o respeito aos pais; o perdão não sete
vezes, mas setenta vezes sete vezes. Entretanto, lá estão. Será que devemos
entendê-las ao pé da letra ou buscar um sentido mais profundo em suas palavras?
Assim nos devemos comportar na leitura dos versículos do Livro da
Lei, tão mal compreendido pelos aprendizes de feiticeiro que buscam o poder, sem
saber usá-lo e enveredam pelo caminho do Tantra sem estarem devidamente
preparados para isto. Embora não existam provas sobre o assunto, dizem que o
destino final de Aleister Crowley foi bastante sugestivo e traz importantes
indagações e lições. Por que não considerá-lo?
22. EU SOU a serp ente que dá Conhec im ento, Deleite e Glór ia Radiante e
agita com ebriedade os corações humanos. *Para adorar-me, tomai
vinho e drogas estranhas a respeito das quais falarei ao meu Profeta, e
disso ficai ébrios. Elas não vos prejudicarão de forma alguma. É uma
mentira esta ofensa contra si mesmo. A exibição de inocência é uma
mentira. Sê forte, ó homem! Desfruta, goza todas as coisas dos
sentidos e do arrebatamento: não temas que algum Deus te negará por
isto.
94
O LIVRO DA LEI PARA O POVO SUPLICANTE
95
SEGUNDO CAPÍTULO DO LIVRO DA LEI COMENTADO
24. Observai! Estes são mis térios sol enes; pois também existem de meus
sim patizantes que são eremit as. Presentemente, não penseis e ncon trá-
los na floresta ou na montanha; senão em leitos de púrpura,
acariciados por magníficas bestas de naturezas femininas, com
membros vigorosos, fogo e luz nos olhos envolvidos por madeixas de
cabelo flamejante; lá os encontrareis. Vós os vereis na lei, em hostes
triunfantes, em máxima alegria; haverá neles um júbilo um milhão de
vezes maior que este. Acautelai-vos para que nenhum force o outro,
Rei contra Rei! Amai-vos uns aos outros com corações ardentes;
pisoteai a os homens inf eriores no feroz a rdor de vosso orgul ho, no dia
de vossa ir a.
Comentário: Este item é outro dos belos arcanos do Livro da Lei que,
devidamente compreendido e realizado por aquele que sabe ousar permite que
entre na posse de poderes que poderíamos classificar como divinos, impossíveis de
serem explicados em palavras mundanas. Toda a orientação está em metáforas que
devem ser respeitadas em seus objetivos, a fim de que o véu seja levantado
somente por aquele que busca ardente, incansável e diligentemente a verdadeira
sabedoria. As barreiras são a presunção, a vaidade, a incompreensão do plano do
Logos e a “agitação” no poder, comuns no aspirante despreparado.
96
O LIVRO DA LEI PARA O POVO SUPLICANTE
97
SEGUNDO CAPÍTULO DO LIVRO DA LEI COMENTADO
27. Existe grande perigo em mim ; quem não entende estas runas cometerá
um gr ande erro (não atingi rá o alvo). C airá dentro do fo sso denom inado
Porque e lá perecerá como os cães da Razão.
Comentário: O perigo realmente é muito maior do que o insensato pode
supor. Entender Hadit está além da escravizante mente lógica que induz os seres
humanos aos prazeres da matéria em detrimento do gozo espiritual. A dúvida e a
Razão são os dois flagelos que atormentam aqueles envolvidos pelas forças da
matéria, onde a dúvida lança a alma no atroz dilema de não acreditar em nada que a
mente não possa compreender e, como sabemos que a mente do esbanjador de sua
natureza é sempre incapaz de “ver” nos planos mais sutis da vida, ele permanece
aprisionado no cárcere escuro da Razão lógica; esta o leva a julgar seus
semelhantes e a agir dentro de seu pobre universo de compreensão, sendo, nestes
75
casos, capaz de, exclusivamente porque tem razão, de tripudiar sobre todos os
ensinamentos filosóficos coerentes, matando, destruindo, tiranizando e impondo
conceitos quase sempre distanciados dos propósitos de seu coração.
A Razão cria cães raivosos que são nossos pensamentos divorciados da
verdade, provoca guerras, arma a mão do assassino, cria irrealidades, destrói
famílias, alimenta sentenças de cunho puramente pessoal e é amiga das injustiças;
entretanto, como é amada pelo homem pouco evoluído!
75
Nestes casos, geralmente a razão provém de uma mente inculta, iludida, distorcida e incapaz de perceber a
verdade em planos superiores àqueles ditados pela percepção psíquico-emocional.
98
O LIVRO DA LEI PARA O POVO SUPLICANTE
30. Se a Vontad e se detém e grita Por Que, inv oc ando Porq ue, então a
Vont ade pára e não faz.
99
SEGUNDO CAPÍTULO DO LIVRO DA LEI COMENTADO
33. Basta de Por que! Seja ele cond enado como um cão.
35. Que os rit uais sejam realiza dos cor retamente com alegria (júbil o) e
beleza!
100
O LIVRO DA LEI PARA O POVO SUPLICANTE
37. Uma festa para a pri meira noit e do Profeta e sua Noiva!
38. Uma festa para os três dias da escrit a (escri tur a) do Liv ro da Lei.
Comentário: Aparentemente, a explicação destes versículos seria
desnecessária para os estudantes das obras de Aleister Crowley, considerando que
todos têm conhecimento de que o Líber Legis foi ditado para o mesmo por Aiwass,
(através de Rose Crowley?), durante os dias 8, 9 e 10 de abril, durante o período de
uma hora por dia, no horário de 12 às 13 horas. Resumindo tudo, o Líber Legis foi
recebido em 3 horas, durante os dias já mencionados, ou seja, 3 dias, isto no ano de
1904, portanto há 93 anos atrás. (Este livro foi escrito em 1997)
Isto considerado, perguntamos: por que não durante 3 horas num mesmo
dia ou em dois dias? Respondendo, ressaltamos que as condições determinadas
para o fato tinham implicações muito maiores do que, à primeira vista, poderia ser
deduzido. E acrescentamos: era necessário que fosse em 3 dias, a fim de ficar
bastante claro o verdadeiro conteúdo da mensagem dos últimos 4 versículos para
aqueles que atinassem com a verdade. De outra forma, para que serviria a
referência, no próprio livro, aos 3 dias do trabalho realizado? Por que a festa para
algo que poderia ser apenas uma banalidade dentro da riqueza em simbolismos
deste livro?
Que cada um entenda como quiser: esta é a lei, porém defendemos a
compreensão de que o objetivo maior da mensagem destes últimos quatro
versículos está alicerçada sobre a concepção dos três dias cósmicos (Manvantaras)
sempre terminados em noites cósmicas ou Pralayas) em que se desenvolveu o
Esquema Evolutivo do qual participa o Planeta Terra, sendo a 1 a. Cadeia formada
pelo Tattwa Vâyu (elemento gaseifico), a 2 a. Cadeia pelo Tattwa Tejas (elemento
calórico ou ígneo) e a 3a. Cadeia pelo Tattwa Apas, quando a matéria mais densa foi
o elemento aquoso e a humanidade atual estava mergulhada na consciência
instintiva-animal.
76
Consultar na página 240 do livro a gravura “Anatomiæ Occultii”, editada pela SOL NASCENTE.
101
SEGUNDO CAPÍTULO DO LIVRO DA LEI COMENTADO
Nestes três dias cósmicos, foi escrita a lei que regula nossa evolução até o estágio
atual. Atualmente, (4a. Cadeia ou Terrestre, relacionada ao Tattwa Prithivî,
correspondendo ao quarto dia da criação), 77 estamos escrevendo mais um capítulo
desse Livro Cósmico, através do ritual da manifestação do universo no elemento
terra.78
No versículo 41, abaixo, corroborando nossa tese, há o comando de uma
festa para os elementos (ar, fogo, água e terra, ou seja, Vâyu, Tejas, Apas e
Prithivî). Por que seria isso necessário, se o versículo estivesse circunscrito apenas
ao fato do ditado do livro? Voltamos a dizer: o Líber Legis precisa ser estudado
amplamente, sob uma visão cósmica e a de todas as correntes filosóficas, com
ampla liberdade de interpretação. Não pode ficar restrito à apenas um enfoque
sectário e ideológico, mesmo que este fosse o preconizado por Crowley, que
repudiou, enquanto viveu, a posição de novo Messias, como muitos desejavam que
fosse ao abdicarem do discernimento pessoal, para assimilarem somente os
conceitos emitidos por Crowley. Precisamos parar com isto. O papismo que está
sendo imposto por alguns dirigentes de organizações esotéricas ligadas à obra de
Crowley é inadmissível em relação ao pensamento libertário defendido pelo mesmo.
São decorridos 93 anos da recepção do Líber Legis: será que a sua finalidade é ficar
restrito a algumas mentes “privilegiadas” que estão apenas dispostas a
anatematizarem os “suplicantes”? Provavelmente este livro também será
anatematizado. Para o Autor o que importa é: “Faz o que quiseres, é o todo (o
espírito) da Lei”. Isto, naturalmente, contrariará alguns “Thelemitas” que não
compreenderam a base filosófica da obra de Crowley; estão, porém, dentro da Lei e
compreendemos que assim seja.
77
Ver os primeiros versículos do Gênese.
78
É interessante observar que, obedecendo aos mesmos critérios de todos os livros reveladores que vieram para
ficar, o Líber Legis adapta-se perfeitamente às interpretações mágicas, mundanas e cósmicas, sempre de
acordo com o estágio evolutivo do leitor. Portanto, impedir ou tentar impedir sua interpretação dentro de ângulos
de percepção que não a dos “donos” da obra de A. Crowley implicaria no estrangulamento do real objetivo do
Líber Legis, de acordo com o espírito do livro e do propósito do próprio Crowley, quando escreveu o livro
intitulado “The Law is for All”.
102
O LIVRO DA LEI PARA O POVO SUPLICANTE
39. Uma festa para Tahuti e a cri ança do Profeta: segredo, ó Profeta!
Comentário: Tahuti, Teuti, Toth são alguns dos nomes da divindade
egípcia cuja função principal consistia em pesar o coração dos “mortos”, ou seja, dos
verdadeiros aspirantes à iniciação, “aquele que morreu para o mundo”, a fim de
lançar sua sentença decisória sobre as verdadeiras possibilidades do candidato.
Toth era o mais misterioso e menos compreendido dos deuses do Panteão
egípcio. Possuía características que o tornavam inteiramente distinto de todas as
demais divindades antigas. Assim como as permutações cabalísticas dos nomes de
Osíris, Isis, Hórus e outros deuses são tão inumeráveis que suas individualidades
ficam quase perdidas, Toth permanece imutável. É o deus de sabedoria e autoridade
sobre todos os demais deuses. É o registrador e o juiz. Sua cabeça de Íbis, a pena e
a lousa de escrevente celestial, onde anota e pesa na balança os pensamentos,
palavras e ações dos homens, assemelha-o aos Senhores do Carma da doutrina
teosófica.
Seu nome é um dos que primeiro aparecem nos monumentos egípcios
mais antigos. É o deus lunar das primeiras dinastias, mestre de Cinocéfalo, o
macaco com cabeça de cachorro, que o Egito possuía como símbolo e recordação
viva da Terceira Raça-Mãe (Doutrina Secreta, II, págs. 184/85). É o “Senhor de
Hermópolis”, Janus, Hermes e Mercúrio combinados. Está coroado com um “atef” e
o disco lunar, levando na mão o “Olho de Hórus”, o terceiro olho.
É também o Hermes grego, o deus de Sabedoria e Hermes Trimegistus, o
“Hermes Três vezes grande”, o patrono das ciências físicas e a verdadeira alma e,
também patrono, do conhecimento oculto ou ciência esotérica. Um dos membros da
Real Sociedade Geográfica da Inglaterra, Mr. J. Bonwick, assim se expressa sobre
Toth: “Toth... exerce um poderoso efeito sobre a imaginação do pesquisador desta
intricada e ao mesmo tempo formosa fantasmagoria do pensamento e sentimento
moral daquele afastado passado.
Em vão nos perguntamos: como, na suposta infância da humanidade, no
meio da rudez de uma civilização que nos pareceria ainda incipiente, em relação a
atual, pôde o ser humano sonhar com um ser celeste de tal envergadura como
Toth? Tão delicadamente e intimamente traçadas as linhas e com tão bom gosto
estão entretecidas, que nos parece estar contemplando um quadro desenhado pelo
gênio de um Milton e executado com o talento de um Rafael.
103
SEGUNDO CAPÍTULO DO LIVRO DA LEI COMENTADO
TEUTI = 9+5+6+9+10 = 39 = 12 = 3
TOTH = 9+70+9+5 = 93 = 12 = 3.
Isto esclarecido e comparado com o item referente à NUIT, vemos que
Toth é outra forma ou aspecto de NUIT, ou seja, os REGISTROS AKÁSHICOS,
onde toda a história do planeta e tudo que nele existe está registrado e, também,
onde podemos adquirir o Entendimento (Binah). Ele é o princípio material de todas
as coisas. O nome de Toth como registrador e juiz (Akasha) se justifica dessa forma,
104
O LIVRO DA LEI PARA O POVO SUPLICANTE
40. Uma festa para o mais Alto Ritu al (o Ritual Supremo) e uma festa para o
Equinócio dos deuse s.
Comentário: O Ritual Supremo para a humanidade é a iluminação
conquistada com o nascimento de Hadit (a corporificação da Energia Crística no
coração humano) proporcionada pela ação de Kundalinî nos corpos sutis.
Uma das condições básicas é a alegria, tônica de nosso universo,
característica do Tattwa Prithivî, daí a necessidade da festa, principalmente para o
Equinócio dos Deuses, ou seja, a Primavera e o Outono, a primeira quando se deve
começar o processo do casamento alquímico (as energias vivificantes do Planeta
encontram-se no apogeu!) e o segundo quando o processo deverá estar
definitivamente concluído, depois do clímax que o Verão tende a proporcionar.
41. Uma festa para o fogo e uma festa para a água; uma festa para a vid a e
uma festa ainda maior para a mort e!
Comentário: Além do que já foi explicado anteriormente, esclarecemos
que o fogo e a água são os elementos iniciadores do processo alquímico interno, daí
serem exaltados. A festa para a vida é festa do espírito e a festa para a morte é
porque ela representa um novo nascimento.
105
SEGUNDO CAPÍTULO DO LIVRO DA LEI COMENTADO
44. Sim! Festejai! Regozijai! Não há mais temor no futu ro. Há a dis sol ução
e um eterno êxtase nos beijo s de Nu.
106
O LIVRO DA LEI PARA O POVO SUPLICANTE
48. Nenhum a piedade para os decaídos! Jamais os conh eci. Não estou
para elesolador.
e o cons (ou: Não sou como eles). Não consolo: Eu odeio o consolado
107
SEGUNDO CAPÍTULO DO LIVRO DA LEI COMENTADO
49. Eu sou únic o e conq uist ador. Não sou dos escravos (miseráveis) que
perecem. Sejam eles condenados e mortos! Amem. (Isto é do 4; há um
quin to que é invisível e, ali, Sou com o uma crianci nha num ovo ).
de um óvulo, pois é o lugar do início, tanto para a experiência física como para a
vida espiritual. Tudo também poderia estar relacionado à carta 4 do Tarot, ou seja o
Imperador, sentado numa figura cúbica, cujo arcano significa poder, proteção e
sempre um grande personagem; de certa forma combina com a primeira afirmação
do versículo. A afirmação de que “há um quinto, invisível e aí Sou como
108
O LIVRO DA LEI PARA O POVO SUPLICANTE
50. Azul e our o Eu Sou na luz de min ha noiv a: mas o ful gor (clarão, raio,
vislumbre) vermelho está em meus olhos; minhas lantejoulas são
púrp ura e verde.
79
O Estudante precisa compreender que nestes versículos existe como que uma constante preocupação de
Hadit revelar-se em todo o seu esplendor.
109
SEGUNDO CAPÍTULO DO LIVRO DA LEI COMENTADO
110
O LIVRO DA LEI PARA O POVO SUPLICANTE
51. Púrpur a além da púrp ura: é a luz mais elevada que a vis ão.
Comentário: Para entender púrpura além da púrpura é preciso lembrar
que o nosso atual universo é essencialmente a forma e a expressão da Mente Divina
(Mahat-tattwa = a primeira das sete criações); Mahat é o produtor do Manas ou
principio pensador e é o nome que se dá, por antonomásia, a Mahâbuddhi, a Alma
inteligente do universo. Poderíamos ainda acrescentar as expressões “A mente é
fogo” ou “porque nosso Deus é um fogo consumidor” 80 e que todas estas são
expressões relacionadas ao mundo mental do Planeta Terra, cuja matéria mental
assemelha-se ao fogo vermelho. Do antedito, infere-se que “púrpura além da
púrpura é a Mente Divina, ou seja, a Sephirah Kether, a luz mais elevada que a
visão, ou, ainda, a luz que está além dos fenômenos provocados pelos efeitos de
Tejas, o Tattwa da visão.
Mesmo considerando que púrpura além da púrpura se refere a Kether,
salientamos, também, que Púrpura profunda é a cor apresentada por Chesed no
mundo de Yetzirah (plano dos anjos) que corresponde ao “kama-rupa” dos
teosofistas. Já a Sephirah Hod apresenta a cor violeta púrpura no mundo de Briah.
Aos que desejarem maiores informações sobre este assunto, remetemos seu
interesse ao estudo mais profundo da Cabala, onde encontrarão novas chaves para
a interpretação destes versículos do Livro da Lei.
52. Há um véu; esse véu é negro. É o véu da mul her modesta, o véu da
tristeza (pode ser também o véu da dor) e a mortalha da morte: isto de
modo algum está e m mim . Arranquem e ste falso espe ctro dos séculos:
não oculteis vossos vícios sob palavras virtuosas: estes vícios estão
ao meu serviço; realizai-o de forma correta e vos recompensarei aqui e
daqui por diante.
Comentário: Para compreender bem este versículo é preciso a
conscientização de que o véu negro ainda é Akasha, mas, agora, não está sendo
focalizado o Akasha universal (Nuit), mas o Akasha que envolve nosso Planeta,
percebido como ausência total da luz solar (negritude) pelos astronautas quando se
encontram fora da órbita terrestre. Este Akasha é uma modificação do Akasha
universal realizada primeiramente pelo próprio Sol e, posteriormente, pelo Planeta
Terra. É o véu de Isis e da viúva da tribo de Naftali (1-Reis. 7.13), que representam
aquelas que sofrem as dores da perda de seus entes amados
80
Carta aos Hebreus 12:29.
111
SEGUNDO CAPÍTULO DO LIVRO DA LEI COMENTADO
112
O LIVRO DA LEI PARA O POVO SUPLICANTE
53. Não receies, ó prof eta, quando estas palavras for em dit as, não te
causarão pesar. És enfaticamente meu escolhido; benditos são os
olhos que te encararem com alegria. Porém Eu te esconderei numa
máscara de tristeza: os que te virem temerão que sejas o decaído (o
dis solu to), mas E u te exalto.
113
SEGUNDO CAPÍTULO DO LIVRO DA LEI COMENTADO
54. Nem aqueles que esbravejam alto sua louc ura de que nada sign ifi cas
aproveitarão; tu o r evelará s: és o mais alto benefício: eles são escravos
do Porque. Não são de mim. Os pontos como quiseres; as letras (o
sentid o lit eral?) nã o as mudes nem e m estilo n em no valor.
114
O LIVRO DA LEI PARA O POVO SUPLICANTE
55. Hás de obter a ord em e o valor do Alf abeto ing lês; encontr arás novo s
símbolos para imputar-lhe.
Comentário: O alfabeto inglês tem 26 letras; o cabalístico 22. Como o
conhecimento do idioma inglês do autor deste trabalho resume-se em tentativas de
compreensão daquilo que foi escrito; qualquer possibilidade de explicação sobre o
significado deste versículo seria uma aventura insensata. Que os Mestres no idioma
inglês e outros irmãos mais capacitados realizem este trabalho!
56. Fora! vós escarnece dor es; ainda quando rid es em minh a honr a, não
rireis durante muito tempo; então, quando estiverdes melancólicos,
entendereis que vos desamparei.
sorrindo dão graças a Deus, pela vida que levam. Entretanto, como o motivo da vida
não é o prazer emocional, ao chegarem às experiências dolorosas, entendem,
então, que entraram em provação e se sentem desamparadas.
57. O homem que é jus to permanecerá just o; o tor pe cont inuará tor pe.
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SEGUNDO CAPÍTULO DO LIVRO DA LEI COMENTADO
58. Sim! Não penseis mudar; sereis como sois e nunc a dif erentes. Por
essa razão os reis da terra serão Reis para sempre: os escravos
servirão. Ninguém será deprimido ou exaltado; tudo é como sempre foi.
Contudo, ainda existem servidores meus que se mascaram: talvez
aquele mendigo seja um R ei. Um Rei pode e scol her suas ve stes de
acordo com sua vontade: não há uma prova determinada (segura);
porém um mendigo não pode ocu ltar sua pobreza .
82
A tradução da palavra inglesa “low” foi feita como advérbio (= baixinho, humildemente, etc.).
116
O LIVRO DA LEI PARA O POVO SUPLICANTE
61. Há uma luz diante dos teus olho s, ó Profeta, uma luz indesejada, mui to
desejada.
63. Estás extenuado na plenit ude volu ptuo sa da ins pir ação; a expiração é
mais suave do que a morte, mais rápida e risível do que uma carícia do
própri o verme do inferno.
83
Este é um dos “caminhos” considerados diretos e vai de Malkuth até Yesod (do plano físico ao plano astral ou
emocional).
117
SEGUNDO CAPÍTULO DO LIVRO DA LEI COMENTADO
64. Ó! estás sobr epujado: estamos sobr e ti; noss o deleite te envolve
totalmente. Salve! Salve! Profeta de Nu! Profeta de Had! Profeta de Ra-
Hoor-Khu! Agor a te regozija! Agora partici pa (entr a, penetra) de noss o
esplendor e êxtase! Participa de nossa arrebatada paz e escreve
delicadas palavras para os Reis!
84
Relembramos que “Reis” são as almas mais evoluídas; já aspirando a unificação com Hadit, no coração.
85
Aqui é importante esclarecer que os assistentes (todo aquele que a assistir) não são pessoas físicas, mas os
átomos Iniciados de nosso mundo interno.
118
O LIVRO DA LEI PARA O POVO SUPLICANTE
68. Mais for te! Sustenta-te! Levanta a tua cabeça! Não respir es tão
profundamente - morre!
69. Ah! Ah! O que eu sin to? A palavra (voz) está exausta?
86
Estado de arrebatamento extático completo; esta palavra deriva de samâdha, que significa “posse de si
mesmo”, ou seja, aquele que possui a capacidade de exercer um absoluto domínio sobre todas as suas
faculdades, tanto físicas como mentais.
Observação : Naturalmente, tudo isto também pode ser considerado como relacionado às experiências de
“samadhi” de Crowley. Pessoalmente, não pensamos que seja assim; é um processo de escolha. Faze o que
quiseres, ou seja, interpreta de acordo com a tua compreensão, é toda a lei.
119
SEGUNDO CAPÍTULO DO LIVRO DA LEI COMENTADO
da humanidade estarão prontos para ajudar; mas seja qual for o caminho escolhido,
o Iniciado não deve agir como um animal, portando-se de forma abjeta e deixando-
se levar pela luxúria e o fanatismo reprovável, chegando, em alguns casos, até
mesmo à prática da magia negra para atingir a conquista de seus objetivos.
O encontro com Hadit será sempre pela via da sutileza e do refinamento;
se a escola adotada preconiza beber o “soma” (seja em forma de bebida,
estupefacientes ou qualquer outro produto de srcem vegetal (nunca ácidos
provenientes de elaboração ou que contenham substâncias químico-industriais),
este deve ser ingerido (em homenagem, em louvor) pelas oito e noventa regras da
Arte. As oito regras que conhecemos são:
120
O LIVRO DA LEI PARA O POVO SUPLICANTE
6a.) CONCENTRAÇÃO
Sustentação da mente num ponto único, de forma prolongada e com
objetivo determinado.
7a.) MEDITAÇÃO, ou seja, a contínua e prolongada corrente de pensamento
dirigida para um determinado objeto, até identificar-se e absorver-se no
mesmo.
121
SEGUNDO CAPÍTULO DO LIVRO DA LEI COMENTADO
72. Esforç a-te para obter sempre mais! Se sois ve rdadeiramente meu - e
não o duvi des, se for es sempre alegre! a extinç ão (a mor te, a
cessação) será o gala rdão de tu do.
continuar o esforço para obter sempre mais e não se perder nos louros (tremendo
perigo da vaidade, do orgulho, da prepotência e outras formas degradantes que
poderão surgir em sua personalidade, quando não integrada em Hadit), pois o
primeiro estágio ainda não significa a vitória final: Isis tem sete véus! Nesta fase,
Hadit alerta: “se sois verdadeiramente meu (e não o duvides, no caso de
permaneceres sempre alegre!) a extinção da personalidade mortal será o galardão
de tudo; porém, ainda o Iniciado poderá colocar tudo a perder se esquecer de que o
verdadeiro conquistador é Hadit; isto é importante, pois o perigo de utilizar a
conquista realizada em benefício da personalidade é muito presente.
73. Ah! Ah! A mor te! A mor te! Ansi arás ardentemente a mor te. A mort e
para ti estará veda da, ó hom em.
74. O tamanho da tua aspiração será a energi a de tua glór ia. O que viv e por
mui to tempo e deseja muito a mor te será sempre o Re i entre os Reis.
122
O LIVRO DA LEI PARA O POVO SUPLICANTE
76. 4 6 3 8 A B K 2 4 A L G M O R 3 Y X 24 89 R P S T O V A L. O que
significa isto, ó Profeta? Tu não sabes; nem jamais deverás saber. Lá
vem alguém para acompanhar-te: ele o explicará. Mas lembra-te, ó
únic o Eleito, de se r para mim; de seguir o amor de Nu no céu estrelado;
olhar, de ora em diante, pelos homens e dizer-lhes esta alegre palavra.
87
A Sephirah Daath, o Abismo da Cabala.
123
SEGUNDO CAPÍTULO DO LIVRO DA LEI COMENTADO
88
Para entender estas regiões, consulte a figura Anatomie Occultii na página 240 deste livro.
124
O LIVRO DA LEI PARA O POVO SUPLICANTE
que é o nome de tua casa, ou seja, ABRAHADABRA, onde HAD, a essência de tudo
o que existe, se abriga, ou seja, fica oculta no meio dos dois mantras ABRA (Abra-
had -abra).
O mantra Abrahadabra é considerado a palavra mágica que o Mago
necessita proferir para saturar-se de poder e, então, executar a sua vontade.
Contudo, para compreendermos melhor a força do mantra ABRAHADABRA,
necessitamos conhecer melhor seu componente ABRA que, por sua vez, tem
também um significado especial para a meditação do Aspirante à Ciência Real, o
que nos leva as seguintes operações:
AB = 1+2 = 3
RA = 200+1= 3.
125
O LIVRO DA LEI PARA O POVO SUPLICANTE
(espiritual).
O número 1 = é o número místico, maravilhoso, a própria Unidade.
O número 4 = é o quadrado (), representando os 4 elementos, base
constitutiva do ser humano e de todas as coisas.
126
O LIVRO DA LEI PARA O POVO SUPLICANTE
89
Ver a figura do Baphomet na página 217 deste livro.
127
LÍBER LEGIS
90
Para os egípcios, AB era o Coração, intimamente associado a Alma. ABTU, ou seja, AB+TU, expressava a
idéia de universo, os mundos superiores, o céu.
91
Vide “Magia en teoría y prática”, de A. Crowley, páginas 183/5, editado por Luís Cárcamo, Editor.
128
O LIVRO DA LEI PARA O POVO SUPLICANTE
ABRAHADABRA
ABRAHADABR
ABRAHADAB
ABRAHADA
ABRAHAD
ABRAHA
ABRAH
ABRA
ABR
AB
A
Esta formula foi utilizada durante a Idade Média como talismã para
conjurar doenças e curar febres.
129
TERCEIRO CAPÍTULO DO LIVRO DA LEI COMENTADO
onde ocorre a divisão entre sua existência terrena e o vislumbre de “um novo céu e
uma nova Terra”.
Ao se defrontar com o “seu dirigente” para este mundo consciencial, o
Aspirante necessitará de uma palavra de passe que ainda não lhe foi dado
conhecer. Esta é expressa em idioma já extinto e há a orientação de que nem tudo
que lhe será fornecido compõem-se de cifras. É necessário que ele se mantenha
vigilante e paciente, realizando, também o conjuro de Ra-Hoor-Khuit (Consultar a
obra literária de A. Crowley, constante da Bibliografia, no final deste livro), a fim de
se fortalecer e proteger contra as investidas das inteligências que estão sob as
ordens de Set (Shaitan, Choronzon), ou sejam, as energias Qliphóthicas, que agora
precisam ser combatidas.
3. Agor a seja pri meiro entendido que (Eu) Sou um deus de Guerra e de
Vingança. Batalharei duramente co m eles.
92
Hórus e Set, neste versículo, são muito bem representados pela Carta 10 do Tarô, sendo Hórus o que
ascende (com cabeça de falcão) e Set a fera com cabeça de crocodilo.
130
O LIVRO DA LEI PARA O POVO SUPLICANTE
5. Fortificai-a!
Comentário: A recomendação implica no fortalecimento dos valores morais
do Aspirante e no conhecimento da Lei. As qualidades dos dois pilares (Misericórdia
e Rigor) devem estar bem equilibradas em sua consciência, pois as imundícies (seus
erros e crimes do passado) se erguerão de forma violenta contra suas aspirações.
131
TERCEIRO CAPÍTULO DO LIVRO DA LEI COMENTADO
que toda construção mental que realiza tem por base suas energias sexuais. Elas
constituem o material de que seus pensamentos se servem para criar no mundo
mental, dar vida (movimento) no emocional e materializar no físico. Enquanto
encadear seus pensamentos aos valores da vida mundana, mantendo objetivos e
conquistas vinculados ao efêmero, estará malbaratando sua maior riqueza em
coisas que não possui eternidade. Porém, se aprende a dirigir seus pensamentos
para o superior, estará se harmonizando com as forças construtivas da natureza e
poderá assumir o domínio de si mesmo.
93
A tradução do vocábulo inglês “war-engine” (engenho, máquina, mecanismo, ferramenta, instrumento, etc., de
guerra) foi feita como instrumento de guerra por ajustar-se melhor ao espírito da mensagem.
132
O LIVRO DA LEI PARA O POVO SUPLICANTE
Reprodução de fotografia
tirada no int erior de uma igreja
católica, onde a mão esquerda
do Mestre Jesus está
claramente sobre a região dos
órgãos
aponta genitais e a direita
para cima, numa
alusão de que para atingir o
Reino de Deus o homem deve
realizar a transubstanciação
de suas energias criadoras.
Deixamos de mencionar o
nome da Igreja para que a
imagem seja preservada em
tod a a sua belez a esotéric a.
133
TERCEIRO CAPÍTULO DO LIVRO DA LEI COMENTADO
96
8. Com ela gol peareis os serviçais e nenhum permanecerá e m pé di ante
vós.
Comentário: Quando o Aspirante a Sabedoria deixa de alimentar, com
seus princípios criadores (a energia sexual), as vidas inferiores que fazem parte de
seu cosmo particular, estas tendem a desaparecer de sua constituição física e são
substituídas pela expressão de luz provinda do EU SOU (Hórus).
Para que isto ocorra de forma definitiva, necessitará dirigir esta energia
para alimentar suas construções superiores, deixando à míngua tudo o que é
deletério e irreal, no que concerne a sua realidade espiritual. Quando isto acontece,
imediatamente os átomos a serviço de Set (Saitan, o mesmo que o Inimigo Secreto)
se rebelam e começam uma luta de vida e morte contra os átomos a serviço da Luz
94
Em aramaico, dialeto hebraico falado por Jesus e seus discípulos, “Pedro” e “pedra” são a mesma palavra:
“kepha ”. Isto significa que, o fundamento da Igreja cristã também está calcado na sublimação da energia sexual.
95
Editora Pensamento – S. Paulo
96
O substantivo plural do idioma inglês “peoples” (povo, comunidade, nação, raça, homens, súditos,
paroquianos, acompanhantes, empregados, etc.) foi traduzido como “serviçais” por melhor se coadunar com o
sentido da mensagem.
134
O LIVRO DA LEI PARA O POVO SUPLICANTE
recomendação de fazer “meu culto em volta de minha casa secreta” e isto implicaria
em identificação com os valores das Sephiroth Chesed, Geburah, Netzach, Hod e
Yesod, que estão em volta de Tiphareth. 97
97
A expressão “firme sobre a rocha”, bem como a recomendação evangélica de “construir sua casa sobre a
rocha” estão relacionadas à necessidade do controle das energias sexuais, base de toda vida mágica do
Aspirante. Recomendamos ao estudante interessado no assunto às 31 citações da palavra “rocha” da Bíblia,
donde destacamos:
a) “Eis a Rocha! Suas obras são perfeitas... (Deut. 32.4)
b) Olvidaste a Rocha que te gerou; e (Deut. 32.18
c) A rocha deles não é como a nossa Rocha. (Deut. 32.31, etc. etc.
135
TERCEIRO CAPÍTULO DO LIVRO DA LEI COMENTADO
com o objetivo de torná-la sua “Kiblah” para sempre, Crowley precisaria se apropriar
da mesma, furtiva ou magicamente, o que se acredita impensável para o mesmo.
Então perguntar-se-ia: será que a Inteligência comunicante do Líber Legis
desconhecia esse fato? Naturalmente que não, porque tudo isso se relaciona ao
interno e é no microcosmo interno do homem onde todos estes ensinamentos, se
devem concretizar. Daí podermos conceber a orientação do versículo da seguinte
forma:
a) a primeira recomendação: obtenha-se a Estela da Revelação, ou seja
os ensinamentos nela contidos;
b) que estes sejam entesourados em seu coração, ou seja, o secreto de
cada ser humano.
c) Para isto, entretanto, este templo já deve estar devidamente ornado
com as qualidades superiores que o verdadeiro mago sabe
necessárias aos enfrentamentos que necessita fazer no caminho de
sua realização máxima, pois, do contrário, torna-se vítima de seu
98
A Estela da Revelação e os comentários sobre a mesma estão presentes no Capítulo “Paráfrase das
Inscrições Gravadas no Anverso da Estela da Revelação, neste livro.
136
O LIVRO DA LEI PARA O POVO SUPLICANTE
próprio conhecimento.
99
d) “que os ensinamentos da Estela sejam o “kiblah ” do Aspirante para
sempre”, ou seja, a direção que deveria tomar para conduzi-lo em suas
aspirações superiores.
e) “Ela não desbotará, porém miraculosa cor voltará a ela dia após dia ”
significa que os ensinamentos entesourados não perderão seu valor e
serão redimensionados a cada dia com nova compreensão, adquirida
pelo próprio Aspirante. Se atentarmos que cor é vibração luminosa,
este significado aumenta de oportunidade pela compreensão de que a
cada dia o Aspirante adquirirá mais luz espiritual.
f) A última recomendação é para que o Aspirante proteja devidamente o
que conquistou, a fim de que seu avanço repercuta como penhor e
prova da validade desses ensinamentos para o bem da humanidade.
11. Esta será tua únic a prov a. Eu pro íbo dis cuss ão. Conquis tar! Isto basta.
Tornarei para fácil ti a abstrusão da casa mal-ordenada na Cidade
Vitoriosa. Tu mesmo a conduzirás com veneração, ó Profeta, embora
isto não te agrade. Experimentarás perigo e tribulação. Ra-Hoor-Khuit
está
com lcontigo. Adora-me
anças. Que comseja
a mulher fogo e sangue;
cingi da comadora-me comdiante
uma espada espadas e
de mim;
que sangue flua em meu nome. Espezinha os Pagãos; sê sobre eles, ó
guerreir o, dar-te- ei de sua carne para comer!
Comentário: “Lembra filho da Terra, que deves consultar tuas forças, não
para recrear-te nem retroceder diante de tuas obras (carma), porém para destruir os
obstáculos, como a água que caindo gota a gota fura a mais dura pedra”. 100
A prova apresentada está relacionada com a Sephirah Netzach, onde
está a parte mais elevada da personalidade humana e seus caminhos de
aproximação. A proibição de discussão está relacionada ao discernimento que o
Aspirante deve conquistar na avaliação do perfeito relacionamento humano,
101
inofensividade e silêncio mágico, sendo que este não significa ficar calado durante
anos a fio, como é preconizado por alguns instrutores, porém falar somente
99
A palavra “kiblah” (árabe) significa a direção que deve ser assumida por um muçulmano quando reza durante a
salah (prática do culto formal no Islã). Ele se coloca na direção da Kaaba, em Meca. A maioria
das mesquitas inclui uma parede de nicho, conhecido como mihrab, que indica o Qiblah. No Líber Legis Kiblah
deve ser o roteiro ou um ponto de referência para o Aspirante durante a jornada em busca de sua própria
realidade mágica, ou seja, seu “Norte” espiritual, daí a importância dos ensinamentos contidos na Estela.
100
Extraído do livro “El poder ocultos de los números” de J.E. Bucheli - Editorial Kier - B. Aires
101
Os egípcios simbolizavam este degrau de ascensão espiritual com a figura de Heru-pa-Krat, sentado numa
plataforma na proa da barca solar, com o dedo índice da mão direita sobre a boca, em atitude de silêncio. É o
mesmo Hórus-infante (o Iniciado) ou o Harpócrates grego.
137
TERCEIRO CAPÍTULO DO LIVRO DA LEI COMENTADO
o necessário, saber o que fala, evitar a mentira e dedicar-se somente ao que é real e
produtivo. Tudo isto implica em: retificação do comportamento diário, atenta atitude
de observação do que ocorre externamente, aspirações e desejos puros, mente
aberta e desejosa de aprender e, nunca esquecer, o serviço prestado à humanidade.
Se isto for conquistado, o Aspirante terá estabelecido uma personalidade integrada.
A promessa de “ tornar fácil a abstrusão da casa mal-ordenada na Cidade
Vitoriosa” é uma metáfora que necessita análise correta.
Primeiramente, analisemos a palavra “abstrusão” (abstruction) que tanto
confundiu e desagradou A. Crowley. Ela significa “dificuldade de compreensão”,
“confusão” e “obscuridade” e está relacionada à Sephirah Netzach (Vitória), cujo
chacra mundano é Vênus e aparece no versículo como “casa mal-ordenada” da
Cidade Vitoriosa.
Também queremos chamar a atenção do leitor para a tradução de “ill-
ordered” como “mal-ordenada”. Mal ordenada, neste caso não quer dizer
desordenada (em inglês disordered) e, sim, ordenada imperfeitamente, ou, como
está traduzido, mal-ordenada.
Faz-se necessário compreender tudo isto porque Netzach é a Balança
(Libra) de nossa expressão individual, representada pelos rins e as supra-renais
(chacra Swadhisthana), importantíssima no que se refere ao equilíbrio de nossas
ações físicas, emocionais e mentais, cuja finalidade é estabelecer correto
relacionamento interno e externo da entidade humana. Quando o homem vive em
condições desarmônicas, sempre desenvolverá o lado negativo do seu ser, ou seja,
o egoísmo em contradição ao desapego, a covardia no lugar de coragem, valor e
assim por diante; o importante é manter o equilíbrio nessas polaridades.
Quando devidamente preparado é importante a ajuda que o Aspirante
recebe para percorrer os caminhos de acesso à Sephirah Netzach (a Cidade
Vitoriosa), pois visa desenvolver sua temperança e equilíbrio perfeito entre suas
polaridades, principalmente com as energias da Sephirah Hod, de quem recebe as
energias mercuriais, necessárias ao amplo discernimento do Aspirante na utilização
de suas energias sexuais. Torna-se imprescindível manter tudo bem ordenado a fim
de que os valores da mente e do coração se mantenham como penhores na
manutenção dos ensinamentos da Estela da Revelação, agora entronizados
138
O LIVRO DA LEI PARA O POVO SUPLICANTE
na consciência do Aspirante.
Continuando, fica explícito que é o próprio Aspirante o penhor desses
ensinamentos, embora isto muitas vezes não lhe agrade 102 em virtude,
principalmente, das influências negativas de Vênus nos mundos inferiores à Atziluth
(em Briah = êxito ilusório; em Yetzirah, esforço inútil e, em Assiah, fracasso), que
sempre o atormentarão em sua jornada pelos mundos internos, daí que sempre
estará experimentando perigo e atribulação.
É preciso que a consciência do Aspirante sempre esteja ancorada em seu
Deus Interno. A confiança na presença de Ra-Hoor-Khuit (a plenitude divina em
cada ser humano) em cada atitude, pensamento e sentimento o ampararão
principalmente nos momentos difíceis das escolhas que tenderá a fazer e que
devem ser meditadas para não deixar de atingir seu pleno objetivo: a temperança
(carta 14 do Tarô) e, por conseguinte, o discernimento correto.
Sua divindade interna pede que se concentre nela (adorai-me) com fogo
103
(Kundalinî) e sangue (espírito). Reitera a exortação, agora pedindo que seja
104
adorado com espadas e com lanças. A espada é um símbolo mágico e está
relacionado externamente com o falo e internamente com as energias sexuais
formadoras do corpo mental, que protegem o Iniciado dos ataques das entidades
astrais. Quanto mais energia sexual, mais forte é a vontade e o poder mágico do
Iniciado.
A lança é a espinha dorsal. Algumas vezes também é representada como
um cajado, onde o Iniciado se apóia. Representa o caminho, as conquistas e o
tesouro espiritual do Iniciado, que precisa “trilhar” o caminho das 33 vértebras da
coluna vertebral, representados pelos 33 Caminhos (incluindo o do Abismo, a
Sephirah Daath) da Cabala, ao final do qual realiza a idade de Cristo (33 anos) e
passa a ser Conquistador e salvador do Mundo. A Doutrina Secreta está repleta de
símbolos chamando a atenção do Buscador em relação a essas
102
Naturalmente Crowley também “particularizou” este versículo para si, e não podia deixar de fazê-lo,
considerando que as circunstâncias do momento indicavam ser ele a figura principal dos ensinamentos do Líber
Legis, o que não deixa de ser verdade, embora os mesmos também se aplicam e objetivam a todos os seres
humanos, em sua expressão como microcosmos.
103
O sangue é o veículo da própria divindade no homem. A palavra sangue quase sempre representa o
pensamento concentrado (vontade) do Mago, pois onde colocamos o pensamento em nosso corpo, o sangue ali
aflui.
104
Muitas vezes a espada é substituída pelo cetro, como símbolo do poder mágico-espiritual.
139
TERCEIRO CAPÍTULO DO LIVRO DA LEI COMENTADO
140
O LIVRO DA LEI PARA O POVO SUPLICANTE
12. Sacri fiq ue gado, grande e pequeno: depois uma cri ança.
105
Vide os Capítulos 2 e 3 do livro “OS DEUSES ATÔMICOS” também está postado neste Blog
(http://revelandoosmisteriosdooculto.blogspost.com.br), onde pode ser lido ou “baixado” para impressão.
141
TERCEIRO CAPÍTULO DO LIVRO DA LEI COMENTADO
ama esta parte de sua expressão mundana). A esse respeito, chamamos a atenção
do Leitor para a Introdução do Papiro de Nu (Museu Britânico n 10477, folha 22 e °
106
Seb, o esposo de Nuit; é o mesmo Saturno (Cronos) do Panteão grego.
107
Ver o comentário do Versículo 12 do Primeiro Capítulo. Observe-se que o versículo que está sendo analisado
é o 12 do Terceiro Capítulo.
108
Ver o versículo 36 do 1 o. Capitulo.
142
O LIVRO DA LEI PARA O POVO SUPLICANTE
14. Verás aquela hor a, ó Best a abençoada, e tu , a Conc ubi na Escarl ate do
desejo dele!
ν= 50
666 = A Besta, do Apocalipse e a Concubina Escarlate é sua
natureza física.
143
O LIVRO DA LEI PARA O POVO SUPLICANTE
109
A iniciação nos planos internos leva o Aspirante a trilhar as regiões inferiores de seu cosmo (caminhos, 32,
31, 29, 28, etc.), onde poderá obter experiências com a visão de suas próprias criações, capazes de assustar os
mais intimoratos se não estiver devidamente preparado, possuir uma moral forte, uma vontade determinada,
valor e a devida proteção do seu Cristo Interno, Eu Superior, Anjo Guardião, etc., de acordo com seu
aprendizado. É preciso um especial cuidado principalmente com os seres elementares que se interpõem no
caminho do Aspirante com pedidos de auxílio e caridade e que visam apenas desviar sua atenção de seus
propósitos mais elevados e prendê-lo nas regiões inferiores, estimulando a natural revolta que ainda pode
abrigar contra a dor e o sofrimento, o que pode fazer com que abrigue pensamentos incorretos sobre a
misericórdia divina. Nestas “viagens”, o que ele vai encontrar são suas próprias criações e o que ele abrigou
durante suas existências vividas anteriormente e que deve ser extirpado de sua consciência, por não
pertencerem à consciência daquele com quem ele deseja se integrar: O EU SOU, O Morador do coração, a
Divina Criança que deve nascer radiante dentro de si, sua mais alta Realidade.
144
O LIVRO DA LEI PARA O POVO SUPLICANTE
o EU SOU (o Cristo Interno) é a luz que ilumina seus caminhos e A Divina Presença,
aqui representada por Ra-Hoor-Khuit, a expressão perfeita da Divindade é a
potência, força e vigor de sua manifestação.
110
18. Que a mis ericór dia seja abandonada: reprovai o que se lastime.
Matai e tortur ai; não poupeis; s ê sobr e eles!
110
“Damn” palavra inglesa = condenar, praguejar, amaldiçoar, censurar, reprovar, etc. Preferi reprovar, por se
ajustar mais ao espírito da frase. Todo excesso, seja onde for, sempre gera desequilíbrio e, em consequência,
erro. Parece que outros tradutores preferem os termos mais pesados, o que é respeitável; porém consideramos
que alguns acabam transfigurando o sentido real da mensagem, embora saibamos que estamos muito aquém do
conhecimento mágico que possuem.
145
TERCEIRO CAPÍTULO DO LIVRO DA LEI COMENTADO
1o. Impedir, aos que não estão preparados e aos afoitos, o acesso aos reinos
internos da vida, a fim de não sucumbirem a uma realidade que ainda não
podem compreender.
2o. Preparar, para aquele que já aspira e ostenta em sua alma as condições
necessárias, uma nova forma de enfocar a verdade, retirando as muletas
em que se apoiava e mostrando-lhe um novo caminho, dentro de uma
realidade com conceitos totalmente diferentes daqueles que concebeu
como definitivos.
Nos três casos, nada se refere ao mundo externo, tudo está relacionado
ao cosmo interno do Aspirante. Os parentes de Arjuna são seus defeitos
psicológicos e morais, aos quais está afeiçoado, mas que necessita eliminar para
realmente manter o domínio de seu reino (sua entidade, seu corpo), pois há perigo
de que “os seus parentes”, (os átomos que trabalham sob as ordens do Inimigo
Secreto no homem), tomem seu reino e o escravizem, como a maioria
146
O LIVRO DA LEI PARA O POVO SUPLICANTE
111
O Autor considera imprescindível o estudo e a prática dos ensinamentos da Cabala para o entendimento
perfeito do Líber Legis. Como o propósito deste livro não é entrar em seus meandros, mas apenas esclarecer
sobre certas chaves envolvendo o estudo da mesma deixamos, para o Aspirante sincero, a necessidade de
consultar, para maiores esclarecimentos, a rica bibliografia sobre esta ciência espiritual.
147
TERCEIRO CAPÍTULO DO LIVRO DA LEI COMENTADO
“sê sobre eles” indica que deve estar sempre a serviço do bem e do morador do
coração, jamais descendo às imundícies do seu baixo ventre.
3o) Considerando as duas premissas anteriores, o que para o Autor é o mais
correto.
19. Esta Estela eles denomin arão a Abom inação da Desolação; cont ai bem
seu nom e e será para vós c omo 718.
148
O LIVRO DA LEI PARA O POVO SUPLICANTE
Tudo se refere à luta final travada pelo Aspirante com as forças inferiores
que ainda permanecem nele, quando do processo de sua Iniciação Real.
Ocorre, também, em menor escala, sempre que o ser humano comum
desperta para a espiritualidade: parece que, ao assumir sua divindade, todas as
coisas ruins e nefastas passam a acontecer em sua vida, com uma freqüência antes
nunca vivenciada por ele, fazendo muitos retornarem à vala comum, onde não são
incomodados. Sobre isso é bom ressaltar as palavras do apóstolo Paulo quando diz:
“não faço o bem que prefiro, mas o mal que não quero” (Carta aos Romanos 7.19).
O fato da Inteligência comunicante do Líber Legis (Aiwass) dizer que a
Estela da Revelação “será conhecida como a Abominação da Desolação“
provavelmente objetiva deixar implícito que o entendimento da mesma tem a
finalidade de provocar a destruição das estruturas religiosas do passado. Sua
mensagem fala da exaltação de Deus no homem que mata a si mesmo (Ank-f-n-
khonsu), ou seja, aquele que realiza o supremo desapego do que é mundano, em
prol do espiritual; renasce como Deus-Luz, burilando, dentro de si mesmo, o
arquétipo que a sabedoria esotérica lhe apresentou; não necessita de outro auxílio
114
Jerusalém é a “visão de paz, justiça e de união para todas as “tribos de Israel” e estas representam,
simbolicamente, os átomos que servem ao EU SOU ou Santo Anjo Guardião.
149
TERCEIRO CAPÍTULO DO LIVRO DA LEI COMENTADO
115
Isto não existe; o Deus interno de cada homem é puro amor e perdoa sempre os erros da aprendizagem, que
funcionam como o cinzel na pedra bruta, que “a fere” para transformá-la numa obra de arte, que é sempre
beleza).
150
O LIVRO DA LEI PARA O POVO SUPLICANTE
20. Por quê? Por causa da queda de Porque, que ele novamente não esteja
ali.
116
Set, Saturno, Satã, etc.
117
Na atual Ronda evolutiva, na 3 a. Raça-Mãe (Lemúria), o homem deixou de ser “sem-mente” e desenvolveu a
mente instintiva ou mente animal; na 4 a. Raça-Mãe, (Atlântida), desenvolveu a mente-memorativa; na atual 5 a.
Raça-Mãe, está desenvolvendo a mente-lógica e os tipos mais avançados da raça já experimentam os albores
da mente-intuitiva, apanágio da 6a. Raça-Mãe, quando a humanidade atingirá níveis de vivência espiritual
impossíveis de serem imaginados no atual estágio em que se movimenta.
151
TERCEIRO CAPÍTULO DO LIVRO DA LEI COMENTADO
21. Coloca min ha imagem no Oriente: comp rarás para ti uma imagem que
indi carei, e special, não dif erente daquela que con heces. R ealizar is to t e
será inesperadamente fácil.
Comentário: Ninguém, normalmente, pode deixar de relacionar este
versículo com um comando pessoal para Crowley, no sentido de que prepare um
altar, no qual seria colocada uma imagem no Oriente, ou Este, do mesmo, e ainda, a
ordem para comprar, com facilidade, uma imagem com características especiais,
que lhe seria indicada de forma inesperada.
Porém, como vimos seguindo uma linha de comentários onde sempre
procuramos buscar o sentido interno das mensagens, temos consciência que o
trabalho mágico externo deve, preferencialmente, ajudar a materializar o interno.
Tudo o que ocorre no mundo dos efeitos, ou seja, o mundo físico, onde situamos
118
Antes de desenvolver a mente em todos os estágios que hoje conhecemos o Ser humano vivia num degrau
de evolução onde não havia (para ele) a dicotomia do bem e do mal, daí a estória de que foi expulso do Paraíso.
152
O LIVRO DA LEI PARA O POVO SUPLICANTE
atualmente nossa consciência, tem sua srcem no mundo das causas, ou seja, o
universo consciencial do ser humano.
Dessa forma, também não podemos deixar de, conscientemente,
colaborar para que as “causas” encontrem alicerce no plano físico onde produzimos,
de forma inconsciente, “causas” negativas no mundo interno: o carma. Só que, para
uma melhor compreensão do assunto, vamos incluí-lo em nosso arrazoado
analisando este versículo com o pensamento que compõem os versículos seguintes.
22. Agru pa as outr as imagens a minh a vol ta para me apoiarem: que todas
sejam adoradas, pois elas reunir-se-ão para exaltar-me. EU SOU o
objeto visível da adoração; as outras são secretas; para a Besta e sua
Noiva são eles: e para os vencedores do Ordálio x. O que é isto? Tu
saberás.
Comentário: Até o versículo 21, seria inegável a conotação particular dos
versículos com Crowley, mas, a partir daí temos de começar a meditar não
aceitando somente a inclusividade pessoal e nos permitindo perguntar, onde
caberiam as seguintes: Quem está falando? Quais são as outras imagens? Qual a
necessidade de juntá-las para que algumas adorem aquilo que seria a imagem
119
principal?
Procedendo assim, teríamos uma infinidade de perguntas e, no plano
físico, uma série de respostas bastante coerentes para elas, interessando a todos os
estudantes sinceros, pois ajudam na conquista do espiritual, se utilizadas
devidamente como símbolos para a realização interna.
Naturalmente estamos de acordo que a possibilidade da orientação que
vem sendo dada, tenha um caráter mais amplo e não somente pessoal.
E isto pode ser constatado pelo sentido das palavras: “elas reunir-se-ão
para exaltar-me”, que nos leva a Tiphareth, onde se encontra o “Altar dos Perfumes”.
Ali vemos que o que parece uma orientação para fazer um Altar no plano físico,
também está envolvendo o mundo interno do Aspirante.
“Minha imagem ” (o EU SOU, o Sol espiritual que aquece a vida do ser
humano), é o próprio Oriente, ou seja, onde nasce e sempre está a luz que ilumina.
119
No que se refere ao externo ou mundo físico, a partir do versículo 21 temos instruções para o processo
preparatório de construção do Altar, no plano físico, para as operações que repercutirão no plano espiritual, com
a finalidade de realizar o contato com a Divina Presença EU SOU ou o Santo Anjo Guardião, como Crowley o
chamava. As instruções contidas no Líber Legis são muito semelhantes às contidas no “Livro da Magia Sagrada
de Abramelin, o Mago” do qual existe uma tradução em espanhol feita pela Editorial Humanitas, de Barcelona,
Espanha, com adaptação e Notas de S.L. MacGregor Mathers.
153
TERCEIRO CAPÍTULO DO LIVRO DA LEI COMENTADO
23. Para perfum e mis ture farin ha gr ossa e mel e borra (mosto?) de vinho
121
tinto: então óleo de Abramelin e azeite de oliva e, posteriormente,
amoleça e amacie com r ico s angue fresco.
120
Sugerimos também a leitura do comentário deste versículo feito por A. Crowley, contida na página 163 do
livro “The Law is for all”, de sua autoria e editado por Louis Wilkinson and Hymenaeus Beta.
121
O Óleo Sagrado de Abramelin é preparado da seguinte forma: uma parte de mirra em gotas; duas partes de
canela fina; meia parte de galangal (ou galanca, é uma raiz hindu, empregada com fins medicinais) e a metade
do peso total de todos estes ingredientes, do melhor azeite de oliva. Crowley orienta na preparação desse azeite
mágico e diz que estes ingredientes não devem ser preparados crus, pois o único resultado seria uma espécie
de pasta marrom, que não se misturará com o azeite, aconselhando “refinar” estas substâncias (trabalho
alquímico) até conseguir de cada uma um óleo puro, antes de proceder à combinação final. Ver também a
descrição da Unção dos Santos óleos e perfumes em Êxodo XXX.
154
O LIVRO DA LEI PARA O POVO SUPLICANTE
122
Nos rituais internos da O.T.O. (Missa gnóstica) se trabalha com outros materiais que não serão comentados e
o objetivo é fazer “bolos de Luz” que servem como as hóstias mencionadas no versículo 24.
155
TERCEIRO CAPÍTULO DO LIVRO DA LEI COMENTADO
24. O melhor sangue 123 é da lua, uma vez por mês 124: em seguida o sangue
fresco de uma criança 125, ou chuva (gotejamento) de hóstia do céu:
depois de inimigos: então do sacerdote ou dos adoradores: por último
de alguma besta, nã o imp ort a qual.
156
O LIVRO DA LEI PARA O POVO SUPLICANTE
25. Isto queimai: dist o fazei bolo s e com ei para mim . Isto tem também
outro uso; que isto seja depositado ante mim, e conservado
impregnado com perfumes de vossas orações: encher-se-á como se
foss e de escaravelhos e coi sas rastejantes sagradas para mim.
127
Os signos zodiacais antigamente eram representados por 12 animais ou Bestas.
157
TERCEIRO CAPÍTULO DO LIVRO DA LEI COMENTADO
do resultado, sejam preparadas hóstias que devem ser ingeridas 128 pelo Aspirante,
como se estivesse comungando. “Isto também tem outro uso” é uma referência à
Eucaristia. Segue-se a recomendação de que a obra material seja depositada no
Altar e consagrada à Divindade Interna; deve ser conservada pela impregnação, em
sua estrutura, dos eflúvios das orações do Sacerdote (o Aspirante). Para
compreender a afirmação: “isto parecerá como se estivesse cheio de escaravelhos ,
é preciso compreender o seu simbolismo em toda a sua extensão, pois significa o
que poderíamos considerar a recompensa de Ra-Hoor-Khuit pelo que foi realizado
pelo Aspirante-Sacerdote. O escaravelho, no Egito, era considerado o símbolo da
ressurreição e do renascimento. As hóstias (o bolo como se estivesse cheias de
escaravelhos) digeridas (comidas) pelo Aspirante representam o alimento saturado
do espiritual que provocará sua ressurreição (o despertar para a luz, para uma nova
vida) no mundo espiritual e, ao mesmo tempo, seu renascimento, não mais como
uma personalidade atada à matéria e à ignorância, mas como personalidade
espiritual, consciente e integrada no plano da vida maior em seu coração.
“As coisas rastejantes sagradas para mim”, metaforicamente, se referem
aos crocodilos, considerados sagrados no Antigo Egito, porém representavam as
energias Qliphóticas a serviço de Set, o demônio ou o Inimigo Secreto daquele que
era iniciado nos Mistérios Maiores.
Resta, neste versículo, apenas ressaltar a importância das palavras
sagradas para mim, pois têm conotação com as energias vivas da região sacra do
corpo humano, tão importantes para a compreensão do Aspirante na busca de sua
emancipação espiritual129.
26. Estes matai, nomeando vos sos in imi gos; eles cairão diante de vós.
128
É preciso notar que os ingredientes da oferenda a serem colocados no Altar dos Perfumes preparado no
plano material, ou seja, externamente, são todos palatáveis e naturais (desde que o Aspirante não siga as
instruções do versículo “ao pé da letra”) e enriquecidos de consciências atômicas, altamente desenvolvidas, que
acorrem ao trabalho do “sacerdote”, trazidas, que são pela qualidade de seus pensamentos dirigidos à Divina
Presença EU SOU, em seu coração.
129
Para compreender melhor o assunto, ler o Capítulo sobre O Mistério do Baphomet.
158
O LIVRO DA LEI PARA O POVO SUPLICANTE
Vinheta onde se vê 4 crocodilos atacando o Iniciado (de Lepsius, Todtenbucg, BII 16/17 131
27. Também estes engendrarão lux úri a e poder de lux úri a em vós na
cons umiç ão (deva stação) deles.
Malkuth a Yesod, que precisa ser dominada para que possa chegar, no futuro, a
Tiphareth.
130
O Livro dos Mortos, por E. A. Wallis Budge, editado pela Editora Pensamento – SP.
131
Idem, ibidem.
159
TERCEIRO CAPÍTULO DO LIVRO DA LEI COMENTADO
29. Além diss o, sejam eles por long o tempo cons ervados, é melhor; pois
crescerão com mi nha forç a. Tudo diante de mim .
160
O LIVRO DA LEI PARA O POVO SUPLICANTE
30. Meu altar é de visível trabalho (lavor) em bron ze 132: queimai sobre ele
em prata ou ouro!
132
Traduzimos “open brass work” como visível trabalho em bronze porque, internamente, a imagem se relaciona
com
suas opráticas
que está explicado
externas, abaixo,
cobre, nometal,
latão, item 2.etc.
Ostrabalhado.
magistas podem e devemque
A mensagem continuar
queremostraduzindo,
deixar é para
que oefeitos de
“Altar em
bronze” está de acordo com o trabalho interno e não podíamos mudar, apenas para agradar. O “Mar de bronze”
fica abaixo de Tiphareth e é dali que sai o material a ser usado.
133
O som que ecoa, que retine, onde é dita a palavra sagrada. Hiram Abiff é o mesmo Osíris, assassinado por
Set e que teve seu corpo esquartejado em 14 pedaços, que Isis posteriormente conseguiu repor, com exceção
do falo, substituído por um de madeira. Da mesma forma, Hiram Abiff teve seu corpo despedaçado. Estes mitos
estão relacionados ao nosso sistema solar e sua divisão em 13 ou 14 pedaços referem-se, respectivamente, ao
Sol e os 12 signos zodiacais (no caso de Hiram Abiff e os 12 ajudantes e Jesus e os 12 Apóstolos) e, no caso de
Osíris, os 14 corpos planetários que fazem parte do Sistema Solar (Sol, Vulcano, Mercúrio, Vênus, Terra, Lua,
Marte, Viela (ou a zona de asteróides, anteriormente ocupada por este planeta que explodiu (suicidou-se, da
mesma forma como Judas Iscariotes procedeu em relação ao Sol-Jesus), Saturno, Júpiter, Urano, Netuno,
Plutão e Vesta, o verdadeiro regente do signo de Libra, o planeta do Amor puro, a ser descoberto dentro dos
próximos anos, quando a humanidade estiver em condições de “metabolizar” suas energias superiores.
161
TERCEIRO CAPÍTULO DO LIVRO DA LEI COMENTADO
A metáfora existente em
“queimai sobre ele em prata ou
ouro” está totalmente relacionada
ao processo alquímico de
transformação interna, envolvendo
conotação feminina (Chesed, a lua
= em prata) ou masculina (Geburah,
o sol = em ouro). Para maior
entendimento cabalístico do
assunto, o estudante deve inteirar-
se sobre as Sephiroth Metálicas e
seus relacionamentos dentro do
Castelo do Rei Salomão (o corpo
humano). Muito poderá ser
aprendido pelo estudo do capítulo
“Asch Mezareph” (págs. 339 à 356)
e o “Complemento dos oito capí-
tulos do Asch Mezareph”(págs. 358
a 372) do livro “A CHAVE DOS
GRANDES MISTÉRIOS”, de
Eliphas Levi (Editora Pensamento).
O homem metálico. Símbolo da
metamorfose dos elementos físicos em sutis.
É a mesma instrução da Carta 14 do Tarô.
31. Vem um homem ric o do Ocidente que verterá seu ouro sobr e vós.
Comentário: Como estamos lidando com metáforas, que ninguém fique
aguardando este homem para resolver os problemas financeiros do que e de quem
quer que seja. O homem rico em linguagem esotérica é um homem sábio, ou seja,
um iluminado pela verdadeira sabedoria (o ouro que nenhuma ferrugem corrói), que
verterá seus conhecimentos sobre a humanidade. Será por intermédio da literatura
Thelêmica que obriga aqueles que a consultam, uma postura mental diferente da
que possuíam? Saberemos brevemente, pois já entramos na nova Era. Este
“homem rico que vem do Ocidente” pode também referir-se ao Mestre que aparece
quando o discípulo está pronto, estando relacionado com a Inteligência Atômica
162
O LIVRO DA LEI PARA O POVO SUPLICANTE
134
Região que não se situa no céu nem na terra, habitada pelos mortos e percorrida pelo sol durante a noite.
135
Um dos nomes do mundo inferior.
136
Traduzimos “fire and sword” como sendo a expressão idiomática “ferro e fogo”. Outros tradutores, mais sábios
e conhecedores da Magia Thelêmica, ensinada por A. Crowley preferem “ferro e espada” que é a tradução
correta do inglês para o português e significaria falo e libido, porém aqui temos uma metáfora e naturalmente o
texto envolve também sentido iniciático que ultrapassa a compreensão comum.
137
138 Hrumachis,
No Harmachis
texto srcinal, ou Harpócrates
em inglês, são alguns dos
consta “ double-wanded nomes
one”, de Hórus,
traduzido pelosodiscípulos
Sol que está oculto
de A. pelo Sol.
Crowley.
como “o da baqueta”, por ser o nome um instrumento utilizado nos trabalhos mágicos. No idioma português
baquetas são as varinhas delgadas e curtas com que se toca tambor ou varetas de guarda chuva, o que, para os
não iniciados, não faz muito sentido. Preferimos a traduzir como “o do duplo bastão” por ser mais consentâneo
com o texto e estar de acordo com a palavra “wand” que significa, em inglês, vara de condão, bastão
(especificamente como insígnia de autoridade, poder), vara mágica, cetro, caduceu e certamente diz respeito ao
sistema nervoso simpático que em linguagem teosófica toma o nome de Idâ e Pingalâ. É preciso não confundir: o
texto do Líber Legis se refere principalmente ao interno do homem e a parte externa da magia extraída do livro
constitui apenas representações do que ocorre internamente.
139
Da mesma forma, “globèd priest” foi traduzido como “sacerdote globado” que também não faz sentido para os
não iniciados, em virtude de globado enquadrar-se como um neologismo de difícil compreensão. Preferimos a
compreensão de sacerdote integral, total, perfeito (all included, global), em defesa de nosso entendimento do
texto completo.
163
TERCEIRO CAPÍTULO DO LIVRO DA LEI COMENTADO
140
No caso, estamos tratando de um Aspirante, que procura preservar seus órgãos com um grau de pureza
adequado aos seus propósitos. No caso do homem de hábitos pouco educados, que cultiva a gula e o uso de
drogas (alcoolismo,
ver Êxodo, 14, 21 aestupefacientes,
29), o grande etc), o fígado
depurador das(o toxinas
Mar Vermelho do traga
internasque corpooshumano,
asseclasdeixa
de “Faraó” ou Set –a
de funcionar
contento e as escórias Qliphóticas chegam até o átrio e o ventrículo direito do coração, criando, para o ser
humano, sérios problemas cármicos.
141
Hrumachis é, também, o Hórus de cabeça dupla, uma das quais sustenta a justiça e a verdade (o bem) e, a
outra, a iniquidade (o mal). (ver pág. 192 do Livro dos Mortos - Editora Pensamento).
142
Febre.
143
Este acontecimento é semelhante ao que veremos na Estela da Revelação, relacionado à Ankh-af-na-
Khonsu, aquele que matou a si mesmo e tornou-se um novo Profeta.
144
Confunde-se, identifica-se, torna-se um, se integra.
145
Esta passagem consta do “Credo Católico” com as seguintes palavras:...desceu aos infernos e no terceiro
dias ressuscitou dos mortos, tendo depois subido aos céus, onde está sentado à direita de Deus Pai
Todo Poderoso, de onde há de vir para julgar os vivos e os mortos ”. Tudo isto, em verdade se referia a
Iniciação realizada pelos egípcios, posteriormente como Credo Cristão.
164
O LIVRO DA LEI PARA O POVO SUPLICANTE
domínio das forças caóticas que deverá enfrentar. Durante esse período outro rei
(Set ou Satã) reinará e o amparo (a benção) superior deixará de ser vertida por
Deus, o Todo Poderoso, representado pelo místico Senhor de Cabeça de Falcão,
que é Rá-Harmachis, significando Aquele cuja vida sustenta silenciosamente o Sol.
165
TERCEIRO CAPÍTULO DO LIVRO DA LEI COMENTADO
146
As palavras, mantras e o comentário dos versículos 37, 38 e 39 encontram-se no Capítulo “Paráfrase da Estela da
Revelação”, neste livro.
147
A palavra inglesa “Ways” desta oração foi traduzida como avanços, progressos e “run through” (= ler ou examinar
rapidamente,
sentir ou notar passar os olhos epor;
em, dominar passaratravessar
também por, atravessar; experimentar;
com uma espada) desperdiçar,
foi traduzida malbaratar; estar presente
como se fazem sentir porem; fazer-se
melhor se
adaptarem ao sentido da oração.” Esta posição do Autor está relacionada à compreensão do hieróglifo “Khabs”, (casa, veículo,
corpo, etc.) já comentado no versículo 8 do 1 o. Capítulo, deste livro.
148
A expressão inglesa “Let it fill me!” também poderia ser traduzida como: Que isto me baste! que isto me satisfaça!, Que isto
me colme, que isto e envolva etc.
149
Ainda é Ankh-af-na-Khonsu, ou seja, o Iniciado, que fala, deixando claro sua iluminação interna os poderes conquistados.
Chamamos a atenção, apenas, para o ênfase dado para demonstrar que a porta secreta para instaurar a passagem de Ra-
Hoor-Khuit na totalidade de sua consciência (em todos os quadrantes) sejam os Rituais (estas são as adorações como
escrevestes) contidos no Líber Legis. Estes, realmente, abrem passagem para os diversos planos conscienciais que o
Aspirante necessita.
150
A frase em inglês “Bid me within thine House to dwell” significa a solicitação de Ankh-af-na-Khonsu, o conquistador da
morte, para que Hadit, o Morador do Coração, o convide para habitar em seu plano de vida, considerado como a Pátria da Luz
pelos antigos egípcios. Esta solicitação era feita em forma de ritual, onde “Aquele que vive na Verdade” (neste caso Ankh-af-
na-Khonsu), apelava por seu direito de não mais reencarnar nos mundos inferiores, como é o caso do nascimento no planeta
Terra.
166
O LIVRO DA LEI PARA O POVO SUPLICANTE
39. Tudo ist o e um liv ro para dizer como fize ste para chegar aqui e uma
reprodução disto em tinta e papel para sempre — pois nisto está a
palavra secreta e não somente em inglês — e teu comentário sobre
este Livro da Lei será primorosamente impresso em tinta vermelho e
preta, sobre belo papel feito à mão; e a cada homem e mulher que
encontrares, seja apenas para jantar ou com eles beber, esta é a Lei a
dar. Então, talvez, eles decidirão permanecer ou não nesta felicidade;
ist o não impo rta. Faze isto rapidamente!
comente o livro e que seu trabalho seja posteriormente impresso em papel feito a
mão (papiro?) com tinta vermelha e preta. No final, deixa claro a urgência das
providências que devem ser tomadas por Crowley para que tudo se cumpra
rapidamente.
Disto tudo resultou a tradução do Líber Legis em vários idiomas, inclusive
em português e o Livro intitulado “The Law is for All” (“A lei é para Todos”, ainda não
traduzido para o nosso idioma), onde estão claros os ideais de Crowley no
167
TERCEIRO CAPÍTULO DO LIVRO DA LEI COMENTADO
sentido de que o Líber Legis jamais se torne uma obra de privilegiados; que o maior
número de pessoas se inteirem de seu conteúdo, principalmente pela importância
das lições para a Nova Era, quando os rituais deverão ressurgir em toda a sua
grandeza esplendor, integrando o homem em sua realidade maior.
Esta promessa está contida no versículo anterior. Cabe aos que
compreenderam, os primeiros passos para que assim seja.
151
41. Estabele ce em tua Kaaba uma sacris tia: tudo deve ser bem feito e
com curso nor mal 152.
Diz a lenda que, quando foi descida do céu, essa pedra era branca como
a neve, porém tornou-se negra por causa dos pecados do mundo.
151
Traduzimos clerk-house como sacristia (vestry) por falta de um melhor termo na língua portuguesa, pois está
mais para “local onde se abriga o sacerdote, clérigo” do que escritório (office). Isto fica ainda mais claro quando,
depois de consultado o manuscrito do Líber Legis vemos que, inicialmente, Crowley escreveu clerkship
(profissão de escriturário, copista, etc) e depois riscou ship e substituiu por –house, ficando clerk-house.
152
Traduzimos a expressão “Way business” como “curso normal”, ou seja, dentro de um desenvolvimento
natural. Outras traduções para esta expressão inglesa são também respeitáveis.
168
O LIVRO DA LEI PARA O POVO SUPLICANTE
154
42. Tu mesmo supervisionarás os ordálios; poupa apenas os cegos .
Não recuses ninguém, porém conhecerás e destruirás os traidores. EU
SOU Ra-Hoor-Khuit; e EU SOU poderoso para proteger meu servidor.
Sucesso é tua prova; não argumentes; não convertas; não fales
demasiado!
sem piedade Aqueles que buscam
ou trégua; enganar-te,
destrói-os destruir-te,
totalmente. Célere esses
comoataca
uma
serpente pisada, vira e dá o bote! Sê tu ainda mais mortífero que ele!
Arras ta para baixo suas almas 155 a fim de sofrerem tormentos
horríveis: ri do medo deles; cospe sobre ele s!
153
A pedra é, também, o símbolo perfeito da Divindade. Maomé, que conquistou sua iluminação interna e,
portanto a sabedoria de seu coração conhecia o valor simbólico da Kaaba (sua cor Negra representa Akasha,
Nuit, etc, a Divina Mãe, que tem em seu seio a Divina Criança, o fogo elétrico que sempre se materializa pela
colisão de dois pedaços de pedra (chispa) e representa o espermatozóide luminoso que dá existência a matéria
física (Eu Sou a Vida e o doador da vida (AL cap. 2 vers. 6).
154
Em inglês “Blind” = o que não tem luz, cego, ignorante, etc.
155
Estas frases caracterizam a punição dos anjos rebeldes, muito sugestiva na narração da página 402 do livro
“A CHAVE DOS GRANDES MISTÉRIOS”, de Eliphas Levi – Editora Pensamento.
169
TERCEIRO CAPÍTULO DO LIVRO DA LEI COMENTADO
156
no futuro, poderão transformar-se em trabalhadores da luz. É advertido para não
recusar nenhuma dessas inteligências, porém aquelas que não aderirem aos seus
propósitos, devem ser totalmente destruídas.
Em seguida, Ra-Hoor-Khuit testifica sua Presença e seu poder de
proteção.
Deixa claro que o sucesso, ou seja, a aquisição dos poderes divinos
(http://revelandoosmisteriosdooculto.blogspot.com.br).
157
Esta passagem é conhecida como a Tentação de Cristo (Mt. 4, 1 a 11, Marcos 1, 12 e 13 e Lucas 4, 1 a 13).
É interessante observar em Marcos as palavras: ...estava com as feras, mas os anjos o serviam. O deserto é a
região do baixo ventre, onde se encontram as imundícies humanas.
158
A ponte fica na região do deserto, na ligação do único chacra do corpo sutil do homem que, num único talo,
tem dois lotos: um com 6 pétalas, reino de Set e o outro com 8 pétalas, onde reina o Iniciador do Aspirante que
está devidamente preparado. Não nos podemos alongar sobre o assunto, mas os pesquisadores sinceros
poderão visualizar na gravura ANATOMIE OCULTTI, na região que corresponde a Yesod, na Antecâmara e
Casa de Poder, duas figuras: uma negra, com os braços apontando para baixo e outra branca, com os braços
apontando para cima. O chacra que corresponde a essa região é um só, porém por fora tem 6 pétalas e, por
dentro, 8 pétalas. O número de pétalas de cada um está de acordo com tudo o que o Líber Legis e nossos
comentários dizem.
Por analogia, podemos deduzir que, na garganta (Daath = o Abismo), semelhantemente, ocorre o mesmo fato,
relacionado aos chacras da tireóides (de poder ) e da paratireóides (vital ).
170
O LIVRO DA LEI PARA O POVO SUPLICANTE
159
Alienarei, no sentido de destruir.
160
Para compreender este versículo é imprescindível a leitura do Apocalipse sob seu ângulo real, ou seja,
cabalístico, entendendo que todo o processo iniciático ali contido está relacionado ao cosmo interno do homem e
não como o leigo costuma ler, julgando tratar-se da profecia do fim dos tempos. No Capítulo 17 (A descrição da
grande meretriz), nos versículos 4 e 5 está claramente escrito: “... Achava-se a mulher vestida de púrpura e
escarlate, adornada de ouro, de pedras preciosas e de pérolas, tendo na mão um cálice de ouro transbordante
de abominações e com as imundícias da prostituição. Na sua fronte achava-se escrito um nome, mistério:
Babilônia (Babalon), a grande mãe das meretrizes e das abominações da Terra”.
171
TERCEIRO CAPÍTULO DO LIVRO DA LEI COMENTADO
44. Mas que ela se erga em digni dade 161! Que ela me siga em meu
caminh o!Que ela labore a obra da mald ade! Que ela mate seu coração!
Que ela seja barulhenta e adúltera! Que ela seja coberta com jóias e
ricos vestuários e que seja desavergonhada diante de todos os
homens.
161
A tradução de “Pride” foi feita dentro do pensamento contido no versículo 43. “Pride” pode ser orgulho,
soberba, vaidade, insolência, mas encerra também o sentido de altivez, brio, dignidade, ufania, etc.. A análise
dos versículos do Líber Legis jamais se exaurirá, porquanto a riqueza de suas metáforas pode nos levar ao
infinito em termos de compreensão das palavras e pensamentos nele contidos.
162
“Vigiai e orai, para que não entreis em tentação; o espírito, na verdade, está pronto, mas a carne é fraca”.
(Mt., 26.41)
163
O corpo material do ser humano é formado de um universo de consciências animais (átomos, moléculas,
células e órgãos), nos mais variados estágios de evolução, procurando a vida independentemente da
consciência egóica superior do homem. Enquanto a vida para este é mental e espiritual, para aquelas o que
importa, na maioria dos casos, é o grosseiro e aquilo que proporcione o sentido de vida: o tátil, as sensações e o
que preserve suas vidas é o que tende a prevalecer, daí a razão dos vícios do álcool, cigarro, etc. que, de certo
forma, conflitam com a Vontade do verdadeiro homem.
172
O LIVRO DA LEI PARA O POVO SUPLICANTE
que seja engendrada em seu seio a Divina Criança (Hórus), mais poderosa do que
todos os reis da terra.
Quando isto acontecer, ou seja, a parte material do corpo físico do
Iniciado (sua natureza carnal), dá nascimento à Divina Criança ficando saturada da
alegria de Ra-Hoor-Khuit (a matéria vibra em outra dimensão) e, neste novo estado
vibratório, fortalecida pelo poder superior, a matéria passa a rechaçar as vibrações
mais deletérias, provenientes do atendimento que fazia das requisições de sua parte
inferior (a adoração que se faz da matéria (NU).
Daí em diante, passa a lutar contra o que é inferior e se torna vitoriosa.
Então, identifica-se com os propósitos da Criança em seu coração e alcança sua
integração espiritual: transubstancia-se!
173
TERCEIRO CAPÍTULO DO LIVRO DA LEI COMENTADO
inclui o “outro lado”, o reino da manifestação Qliphótica com todas as suas formas
de manifestação caótica, a plena manifestação das trevas.
Em seguida, Ra-Hoor-Khuit reafirma-se presente como o condutor do
Iniciado à vitória (Netzach) e para a alegria (Tiphareth). Afirma ser a força dos
braços do Aspirante na batalha que estará travando (suas armas) e que ele se deve
deleitar em destruir toda a criação caótica Elemental que tentar impedir seu deleite
(alegria).
A prova do Iniciado é sucesso, ou seja, o fato dele ter chegado onde
atualmente se encontra, exterminando todas as escórias de sua manifestação é a
prova de seu sucesso, de que é um vencedor, em suas andanças pelos caminhos
de aprimoramento moral, necessários ao verdadeiro Aspirante.
A vontade firme nascida de valores morais inabaláveis é a armadura
(Aura prateada formada de Átomos do plano mental superior) na qual se protege. É
incitado a avançar sempre, apoiado nas forcas de seu coração; agindo assim, nunca
recuará, seja qual for a empreitada a que se submeta.
47. Este liv ro será traduzido para todas as línguas: mas sempre com o
srcinal
posiçõesna com
escrita da Besta;
relação uma pois na forma
às outras: ao acaso
nestas dasmistérios
existem letras e suas
que
nenhuma Besta adivinhará. Que não procure tentar, mas virá um após
ele, de onde EU não digo que descobrirá a Chave para tudo isto. Então
esta linha traçada é uma chave: então este círculo enquadrado em sua
falha é uma chave também. E Abrahadabra. Será sua criança e isso
estranhamente. Que não busque depois disto; pois assim sozinho pode
esmorecer disto.
174
O LIVRO DA LEI PARA O POVO SUPLICANTE
filho, Mestre Achad (um Iniciado, portanto uma criança), que teria
chegado à conclusão sobre o mantra AL (1+30=31), que significa Deus e,
multiplicado por 3, daria 93, o número de Thelema em grego. AL Designa
o Todo Poderoso, o Desenvolvimento da Unidade, do Princípio, sua
difusão no espaço e no tempo.
Três formas enquadradas do nome da divindade inscrita no círculo: ALLH, INRI e IEVE.
é dito “então esta linha traçada é uma chave: então este círculo enquadrado em sua
falha é também uma chave”, pois a linha traçada são as próprias palavras utilizadas
e o círculo enquadrado é exatamente o Nome Divino, colocado no círculo de sua
manifestação, sempre formado por quatro letras (ALLH, IEVE, AGLA, ADNI, ZEUS,
etc.). Como nome da Divindade, acrescenta, também, o de Abrahadabra, que já
comentamos anteriormente.
Finalizando, é interessante observar que nos versículos 34, 35 e 36
também existem recomendações sobre medidas a serem tomadas sobre o livro e há
como uma constante repetição sobre as recomendações de algumas chaves dadas
e que são repetidas nos três capítulos do Livro. Provavelmente, trazem mais
informações além das que pudemos perceber, daí considerarmos imprescindível que
este trabalho de exegese continue sem interrupção.
48. Agor
para oa lugar
este mais
mis tério das letras está conc luído e EU quero prosseguir
santo.
Comentário: Depreende-se que tudo aquilo que estava envolto através do
Notarikon, da Gematria e da Temurah ficou dito; Ra-Hoor-Khuit retira-se para o
Lugar mais Santo que corresponde à Câmara do Rei ou chacra Ajna. Este versículo
revela Ra-Hoor-Khuit como o próprio Rei Salomão, o Pai que está nos céus da
175
TERCEIRO CAPÍTULO DO LIVRO DA LEI COMENTADO
176
O LIVRO DA LEI PARA O POVO SUPLICANTE
50. Maldi tos sejam! Maldi tos sejam! Maldi tos sejam!
Comentário: As imprecações acima são para os deuses dos homens,
criados por suas mentes iludidas, distantes de toda a verdade e que os mantêm
afastados do Verdadeiro Deus Interno, existente em cada ser humano, presente em
seu alento, em seu sangue, em sua vida, mas quase nunca em seus pensamentos.
177
TERCEIRO CAPÍTULO DO LIVRO DA LEI COMENTADO
da Biblioteca de Nag Hammadi (Alto Egito) não fazem referência ao nome de Jesus
e datam exatamente da época dos acontecimentos narrados no Evangelho
ignorando a realidade de sua existência carnal.
Por outro lado, os Docetas e os Ebionitas, se acreditavam em Jesus, não
aceitavam seu nascimento de uma virgem. Este fato era reconhecido pelas Escolas
Iniciáticas da época como a descida do Espírito (a parte divina do homem) na
matéria (cruz representada pelo corpo humano).
Procurando compreender melhor a razão do surgimento da doutrina
cristã, os estudiosos dos referidos manuscritos, tanto judeus como cristãos, admitem
que Jesus poderia ter sido, na verdade, o personagem denominado como o Mestre
da Retidão, líder de uma seita de Essênios, com história muito semelhante àquela
imputada a Jesus, porém sem o acontecimento do Gólgota, 164 que para os gnósticos
representava a subida do Cristo para o Céu, da mesma forma como está contido no
versículo 48 deste capítulo do Líber Legis e explicado no comentário que fizemos.
A doutrina deste Mestre da Retidão era um pouco diferente daquela dos
Evangelhos, estes surgidos muitos anos depois daqueles acontecimentos, com a
finalidade de substituir a enxurrada de escritos existentes, defendendo postulados
que, muitas vezes, colidiam com a imagem que começava a ser costurada daquele
que hoje aparece como o Mestre Jesus, necessária para se opor aos deuses solares
cultuados por outros povos, mas que aparecia, entretanto, naturalmente como um
dissidente da fé judaica.
Hoje sabemos que tanto o Evangelho como os livros do Antigo
Testamento estão vinculados entre si e narram, verdadeiramente, as vivências
internas dos iniciados de todas as épocas, lutando contra as forças antagônicas
existentes dentro de si mesmos.165
A fim de preservar estes ensinamentos, tanto os patriarcas judeus como
os sacerdotes gnósticos submeteram-nos ao véu de uma história religiosa, possível
de ser compreendida pelos profanos, atendendo às aspirações destes de um deus
palpável, capaz de ser adorado dentro das necessidades de cada um e, ao mesmo
tempo, educador e integro, como se fazia necessário, para elevar a humanidade
164
Gólgota significa Caveira, a Cabeça humana que, em sentido esotérico, é também, o céu e a Terra da
Promissão.
165
Várias passagens do Evangelho são muito semelhantes aos “Testamentos dos Doze Patriarcas”, inclusive as
promessas do Sermão da Montanha, ali também prefiguradas.
178
O LIVRO DA LEI PARA O POVO SUPLICANTE
a níveis de consciência superior. Isto foi feito através da figura de Moisés,166 entre os
judeus e a de Jesus, entre os cristãos.167
A história da vida de Jesus, nascendo da virgem numa gruta, levado
depois por seus “pais”, ainda criança, para o Egito com a finalidade de fugir de seus
“inimigos”, sua preparação para o messionato até tornar-se forte e viril, seus três
anos de pregação e sua morte e ascensão no terceiro dia representam,
verdadeiramente, o mito solar da passagem de nosso sol pelos signos zodiacais,
durante os 365 dias do ano, podendo ser compreendido da seguinte forma:
166
Ver o comentário do versículo
167
Idem, ibidem.
168
A “missa do Galo” realizada pela Igreja Católica as 00,00 hora do dia 25 de dezembro é ministrada para
anunciar que o Cristo (o Sol) ressuscitou, da mesma forma como o galo faz, instintivamente, quando o sol nasce
durante a madrugada
169
O frio é o símbolo da morte no hemisfério norte, a ponto de que o inferno dos povos escandinavos não era de
fogo, mas de gelo. No Evangelho, este inimigo é representado por Herodes, o assassino de crianças.
170
Faraó, dentro do mito judaico, representa Set, Satã, o Inimigo Secreto, pois era o Senhor do Reino da dor e
do sofrimento. Estar sob o jugo de Faraó era a mesma coisa, para o judeu iniciado que estar sob o jugo das
forças negras.
171
Existe um axioma que afirma: “Os frutos do outono, são os mais saborosos”. Foi durante 3 anos que Jesus
teria pregado o Evangelho (os 3 meses do outono). Seus ensinamentos que permanecem doces até hoje para
quem sabe ler.
179
TERCEIRO CAPÍTULO DO LIVRO DA LEI COMENTADO
172
A caverna, no homem, é o ventrículo esquerdo do coração e, para o Cristo Solar são os três meses em que
Sol
173 permanece
Esta oculto (Inverno),
é a diferença para ocriada
entre a história hemisfério
pelosnorte.
antigos gnósticos, detentores do conhecimento dos Mistérios
Iniciáticos, praticados sempre considerando os solstícios e os equinócios e que ensinavam a RESSURREIÇÃO
de Cristo e aquela trazida ao nosso conhecimento pela Igreja, que se aproveitou dos acontecimentos ocorridos
na vida daquele que foi o Mestre de Retidão, modificou-os como achou necessário e materializou o que era
transubstancial e divino, com a única justificativa de que “se o povo quer sangue, por que privá-lo do mesmo”.
Daí para uma CRUCIFICAÇÃO do Cristo na cruz de madeira e deturparem toda a beleza de um simbolismo que
ainda hoje é redentor para os que sabem compreendê-lo, foi um passo que até hoje não terminou de ser dado,
pois a mentira não tem substância e os dogmas, contrariando a evolução do pensamento humano precisam ser
eternamente defendidos. A manutenção dos mesmos é a blasfêmia da igreja contra a cristandade, ao pretender
mantê-la envolta nas trevas da ignorância.
174
Quando o homem reaprender que, na primavera suas energias internas são também renovadas e que, no
verão, atinge o ápice de seu esplendor, levará isto em conta para realizar suas práticas mais sublimes e
secretas. Poderíamos agora parodiar o trecho evangélico que diz: “Quem tem ouvidos para ouvir que ouça”.
180
O LIVRO DA LEI PARA O POVO SUPLICANTE
= I = 10
=E= 8
= O = 70
= S = 200
= U = 400
= S = 200
888
175
a) Deus está no meio dela. Jamais será abalada. (Salmo 46.5)
b) Grande é o Santo de Israel no meio de Ti. (Isaías, 12.6).
c) porque EU SOU Deus e não homem, o Santo no meio de ti. (Oséias, 11.9)
d) Sabereis que eu estou no meio de Israel e que EU SOU o Senhor vosso Deus. (Joel 2,27).
e).o Rei de Israel, o Senhor, está no meio de ti; tu já não verás mal algum. (Sofonias, 3.15)
f) onde estiverem dois ou três reunidos em meu nome, ali estou no meio deles (Mt. 19.20)
g) Jesus (o Cristo) apareceu no meio deles (Lucas, 14.28)
h) Jesus (o Cristo) pôs-se no meio e disse-lhes...
i) Amados, não estranheis o fogo ardente (Kundalinî) no meio de vós.. (1Pedro, 4.12)
176
No idioma grego ichthys significa Peixe, porém também é um acrônimo oriundo das iniciais de "ΙΗΣΟΥΣ
ΧΡΙΣΤΟΣ ΘΕΟΥ ΥΙΟΣ ΣΩΤΗΡ" (Iēsoûs Christós Theoû hYiós Sōtér), que significa "Jesus Cristo, Filho de Deus,
Salvador".
Ichthus: I = Iesous (Jesus);
Ch = Christos (Cristo);
Th = Theou (Dios);
U = Uios (Hijo);
S = Soter (Salvador).
181
TERCEIRO CAPÍTULO DO LIVRO DA LEI COMENTADO
177
a)entoado
Alguns estudiosos afirmam que
com a I repercutindo JeoshuaaéEum
na cabeça, na mantra (IEOUA),
garganta, a O no como todo nome
plexo solar, a U nodeplexo
divindade, para ser
sacro (deve-se
contrair o ânus na ocasião) e a A no peito (pulmões). As discordâncias sobre a localização das vogais
devem ser sanadas pela vivência da prática e nunca pela opinião alheia.
b) Jeoshua (IEOUA) cabalisticamente tem os seguintes valores:
I = 10
E= 5
O = 70
U= 6
A= 1
92 = 11, que é o mesmo valor para Hadit, ou seja, o 2 º
Logos, a Divina Presença, etc., ou o Cristo no homem. A introdução da Sh (Schin) para a formação de Jeoshua
(10+5+70+300+6+1) totaliza 392 = 14 = 5, que é o pentagrama ou o número do homem, a mesma coisa que o
Cristo encarnado.
182
O LIVRO DA LEI PARA O POVO SUPLICANTE
178
Para maiores esclarecimentos, ler a pág. 195 do Livro dos Mortos.
183
TERCEIRO CAPÍTULO DO LIVRO DA LEI COMENTADO
184
O LIVRO DA LEI PARA O POVO SUPLICANTE
197) tomou forma. Podemos acrescentar ainda que entre os vários povos da África,
até hoje, o cuspir age como sinal de cura e benção e os Masaís (povo do Quênia e
da Tanzânia) costumam cuspir quando se encontram e quando se despedem, pois o
cuspir expressa, entre eles, a maior das boas vontades e os melhores votos de
bênçãos divinas.
Valioso para o entendimento do ato de cuspir é o fato de que no
Evangelho de João 179 também existe a passagem em que Jesus cura um cego de
nascença cuspindo no chão e, depois de fazer uma massa da terra com o cuspo,
passa nos olhos do cego que depois de lavar os olhos no tanque de Siloé, começa a
ver. Para todos os efeitos, as doutrinas mencionadas pelo versículo estariam
abençoadas pelo cuspo de Jeoshua/Hórus, que sempre traz a luz para os olhos do
Iniciado sem pecado ou para a doutrina sobre a qual é lançado.
179
Ver Evangelho de João, Cap. 9, versículos de 1 a 7.
185
TERCEIRO CAPÍTULO DO LIVRO DA LEI COMENTADO
55. Que Maria invi olada seja despedaça da sobr e rodas: por amor dela que
todas as mulheres castas sejam completamente desprezadas entre
vós!
Comentário: Que esta unção seja sempre realizada por amor à beleza e
amor por amor.
Por causa de seu caráter mágico-cerimonial e, portanto criativo e criador,
a conjunção carnal, no reino humano, deveria ser realizada exclusivamente por amor
à beleza e amor por amor. Entretanto, esta prática, em raríssimas ocasiões obedece
a estas características e mencioná-la sob este ângulo passa a ser uma das
verdades mais abomináveis para o homem, em todas as épocas.
Normalmente o ato sexual humano não prescinde da luxúria; atende
quase exclusivamente aos apetites animais que ainda permanecem no casal e o
dispêndio inútil da energia só faz alimentar a natureza inferior de ambos, permitindo,
somente em raríssimas ocasiões, que ela chegue ao nível do coração (Tiphareth).
Poderíamos acrescentar, ainda, que esta situação concorre para a morte antecipada
186
O LIVRO DA LEI PARA O POVO SUPLICANTE
do ser humano.
O Sábio conhece este fato; está ciente de que a região sacra (sagrada) é
o grande laboratório alquímico onde poderá trabalhar os metais necessários para
transformar o chumbo pesado que o prende as regiões infernais, no ouro necessário
para formar o cálice capaz de receber o sangue de Cristo. Dessa forma, trabalha
sempre com profundo respeito e veneração sua natureza feminina, até conseguir a
mágica pedra filosofal que lhe garante o poder sobre todas as coisas.
Apesar do que dissemos ser de extrema importância para aquele que
busca a Sabedoria, reiteramos que a prática sexual nunca é reprovável nem deve
ser vista como pecado, como muitos querem, pois “faze o que quiseres é o todo da
lei” é melhor do que a consciência punitiva existente em alguns religiosos e
moralistas, que mantém a castidade material, porém são avassalados por perigosas
fantasias sexuais que, consciente ou inconscientemente criam no mundo astral.
A chave é fazer amor para a beleza e amor por amor. A energia precisa
subir de Yesod para Tiphareth.
57. Despr ezai também todo s os cov ardes; sol dados prof iss ionais que não
ousam lutar, porém brincam; todos os tolos despre zai!
Comentário: Este versículo deve ser considerado tanto sob o ponto de
vista externo como interno. Externamente é o conselho para aqueles que buscam
sinceramente, não perderem tempo com os que ainda não conseguiram desenvolver
dentro de si a aspiração ao superior, embora tenham todo o poder dentro de si
(soldados prof issionais que não ousam lutar ).
Brincam como se a vida, posteriormente, não viesse reclamar o galardão
que busca, ao embalá-los com sua força. São os que enganam a si mesmos,
fazendo vista grossa às suas próprias aspirações.
Embora devam ser tratados com tolerância, compreensão, bondade e
amor, o Aspirante sincero não deve dispensar-lhes atenção, senão naquilo que
realmente pode ajudá-los no caminho espiritual; qualquer outra atitude só viria
colaborar para que permaneçam enclausurados no tenebroso templo das ilusões
alimentadas com a ignorância e insensatez.
Como dissemos anteriormente, o tolo é representado pela carta 22 do
Tarô, sendo que este deve ser “lido”, pelo estudante da carta 22 para a 1, o
verdadeiro caminho do Iniciado; a carta 1, o Mago, é o ápice da obra
187
TERCEIRO CAPÍTULO DO LIVRO DA LEI COMENTADO
que precisa ser realizada , ou seja, a daquele que já viveu todas as experiências
necessárias para a conquista da verdadeira sabedoria.
Internamente, lidamos com aquelas consciências atômicas que, por não
se disporem à libertação de um jugo cruel e contrário a sua essência divina, exercido
pelas consciências Qliphóticas, entregam-se submissas à prepotência e à preguiça,
que nada realiza. Estes tipos de consciências atômicas estão bem representados
pelo povo judeu recalcitrante que, por diversas vezes, ameaçou abandonar a
liderança de Moisés (o EU SOU), e retornar à adoração do Bezerro de Ouro
submetendo-se novamente ao jugo de Faraó, onde ao menos, alegavam, tinham o
pão material que tanto reclamavam como sua aspiração maior.
Qualquer ser humano, inclusive os mais adiantados na Senda espiritual,
estão saturados deste tipo de consciência atômica, para as quais é necessário uma
tomada de atitude idêntica àquela preconizada para o mundo externo, ou seja,
tolerância, porém com firmeza, a fim de que o próprio Aspirante não venha sentir
pena de si mesmo, na luta que necessariamente terá de travar com suas próprias
inferioridades. Esta é a razão da admoestação contida neste versículo e não deve
ser esquecida pelo Aspirante.
180
Em inglês: “Royal ”= real, régio, etc.
181
Em inglês: “lofty ”= elevado, altaneiro, soberbo, sublime, etc.
182
Com a finalidade de o Aspirante alicerçar sua consciência num conhecimento mais esclarecido de seu mundo
interno e facilitar a vivência das práticas cabalísticas imprescindíveis à obtenção do estado de vigília nos mundos
mais sutis aconselhamos a leitura do Livro “OS DEUSES ATÔMICOS” postado no Blog do Autor
(http://revelandoosmisteriosdooculto.blogspot.com.br)
188
O LIVRO DA LEI PARA O POVO SUPLICANTE
189
TERCEIRO CAPÍTULO DO LIVRO DA LEI COMENTADO
“ pode continuar du rante longo tempo sendo engana do e adulado pe las formas
astrais que ele mesmo cria e modela: a natural servidão destas formas para
com ele, o compraz. Pobre mono!".
“Elas pretenderão mostrar-lhe maravilhosos mistérios,
manifestações de beleza e maravilhas de indizível esplendor; inclinar-se-á a
aceitá-las como autênticas, pela única razão de que são imagens de sua
190
O LIVRO DA LEI PARA O POVO SUPLICANTE
espírito crítico até julgar que tem o céu sob os seus pés. Mesmo assim, tudo
isto nada será, exceto sua idiota aparência de Narciso afetado, caindo no lago
em que se afogou ”183.
Consoante tudo o que está exposto acima, não podemos deixar de
concluir que a lei de FAZE O QUE TU QUERES não está dirigida ao homem comum
por duas razões flagrantes:
1ª - Ele ainda não possui, dentro de si, esta energia que denominamos
Vontade, pois, do contrário diria a um monte: “ergue-te e lança-te ao mar”, e, se
não duvidar em seu coração, mas crer que se fará como diz, assim será com
ele” (Marcos, cap. 11, vers. 23).
2º - Da mesma forma, não possui a energia denominada Amor
oniabarcante no que respeita ao sentimento de integração com a natureza,
principalmente por faltar-lhe o aspecto a que chamamos Sabedoria.
Apoiados neste raciocínio acreditamos que quando enunciou a Lei do
Novo Æon, Ra-Hoor-Khuit referia-se única e exclusivamente ao homem interno, o
Divino Sol Radiante do coração humano, que possui, tanto o poder da Vontade
como o Amor-Sabedoria para fazer cumprir a Lei “Faze o que tu queres” em
consonância com todas as leis do Universo.
É identificando-nos com o homem interno que realmente podemos fazer a
nossa Vontade. A vontade pessoal é desejo; somente unido ao ser interno, fonte de
todo poder, a essência de tudo quanto existe, é que podemos exercitar nosso poder
criador. Quando enunciarmos a lei, pensemos em nosso coração, conforme
aconselha o Evangelho de Marcos, antes citado; FAZE O QUE TU QUERES deve
sempre ser entendido que TU é ELE, o Radiante, e que EU SOU ELE e ELE É EU.
Quando tivermos esta compreensão realizada dentro de nós, FAZE O QUE TU
QUERES também será o QUERER da personalidade.
183
Tudo o que está em negrito, em itálico e entre aspas (“ “), são palavras de Aleister Crowley tiradas do livro
“Magia, en teoría y práctica”, já várias vezes referenciado em nosso trabalho.
191
TERCEIRO CAPÍTULO DO LIVRO DA LEI COMENTADO
61. A Mim, reverenciai! A mim vin de através da tri bulação de ordáli o, que é
deleite.
Comentário: ...e pede que os homens se voltem para Ele, através das
provações impostas pela vida (ordálios) que, posteriormente, serão reconhecidas
como o próprio deleite (a alegria dos conquistadores) da Alma.
64. Que ele venha através do primeiro ordálio e será para ele como prata.
184
Há um fim, uma finalidade, etc..
185
Alguns tradutores preferiram traduzir a segunda oração do versículo (“ lighten ing the girde rs of the soul” )
como: tornando leves as vigas, os g rilhões, da alma , o que está perfeitamente correto; porém achamos que
“girders ” se ajusta melhor ao texto como escarnecedores , o que também não deixa de ser correto.
192
O LIVRO DA LEI PARA O POVO SUPLICANTE
186
Recomendamos a leitura do livro “Estados Mágicos de Conciencia” de Melita Denning & Osborne Phillips,
editado por Luis Cárcamo, Madrid, Espanha.
193
TERCEIRO CAPÍTULO DO LIVRO DA LEI COMENTADO
eternidade.
Esta prova será para o Aspirante como "supremas centelhas de fogo
íntimo", porque, no fim do caminho, está Tiphareth, onde experimenta a visão do seu
Eu Perfeito (O Eu Superior ou Santo Anjo Guardião) e compreende todo o mistério
da vida, seus erros e seus acertos, inclusive sua natureza ígnea.
68. Não obst ante a todo s parecerá belo. Seus ini mig os que não dizem
assim são meros mentirosos.
194
O LIVRO DA LEI PARA O POVO SUPLICANTE
71. Salve! Vós guerreir os gêmeos em vol ta dos pil ares do mund o! Pois
vossa hora está próxima.
187
Nêmeses, filha de Érebo e da Noite era a Deusa grega da vingança e da justiça implacável e punitiva, porém
consoladora dos humildes e dos amantes desprezados.
195
TERCEIRO CAPÍTULO DO LIVRO DA LEI COMENTADO
Os Guerreiros Gêmeos 188, por sua vez, poderiam ser Hórus e Set, pois
Pingalâ é “refulgente como um grande círculo de fogo (o Sol, Hórus ) e Idâ é o
canal das energias lunares, cujo peso específico mantém o ser humano preso a
terra; é a nossa gravidade (que naturalmente, pode ser anulada).
Osíris também era freqüentemente representado sob a forma de um pilar,
chamado djed e, abaixo dele, elevava-se algo como quatro vértebras, encimadas
pela Lua crescente de Haator e por dois uræus . Também o Deus Shu, primogênito
de Ra, apoiava-se em quatro colunas e podemos verificar, em todas as
cosmogonias religiosas, a existência de um simbolismo relacionado a pilares ou
colunas.
Na Árvore Cabalística vemos os pilares da Misericórdia e do Rigor
(Jachim e Boaz), representados nas lojas maçônicas encimados pelo que se
assemelha a uma vértebra. Os gregos, por seu lado tinham a fábula dos Titãs
gêmeos Atlas e Axis, a última e penúltima vértebrasda espinha dorsal, sendo que o
titã Atlas recebeu, como castigo por sua rebelião contra os deuses do Olimpo, a
obrigação de sustentar o mundo (o Globo terrestre ou, esotericamente ,a cabeça)
para que ele não caísse no Abismo (o pescoço).
Para o Autor, os Gêmeos, neste caso, são representações do Elemental
Animal (João Batista, Castor, etc.) e do Elemental humano (o Átomo Nous, Jesus,
Pólux, etc.), que lutam para elevar o ser humano de sua condição atual, para um
estado espiritual mais consentâneo com sua realidade divina. São representações
reais das duas inteligências atômicas congregadoras de toda a vida superior já
conquistada pela entidade humana e que lutam incansavelmente contra as forças
caóticas existentes dentro de nosso templo-corpo.
A frase “pois a vossa hora está próxima ” é muito significativa e, de certa
forma, representa a reconciliação dos Gêmeos Bíblicos (Gen. 32, 3) que, em termos
de fisiologia oculta, representam a união de Idâ e Pingalâ, o que se realiza
exatamente no ponto onde termina a raiz do pênis.
188
São muitos os gêmeos dentro do misticismo religioso: Esaú, o primogênito de Isaque nasceu coberto de pelos
logo seguido por seu irmão Jacob (que lhe segurava o calcanhar), representam, na verdade, o homem-animal
que existe em nós e Jacob, seu gêmeo de pele glabra, o homem-espiritual (Gênesis, capítulo 25, versículos 19
em diante). No Catolicismo os dois aparecem como João Batista (cobria-se com a pele de animais) e Jesus (o
homem espiritual) e também são duas alegorias daqueles Gêmeos, astrologicamente relacionados às estrelas
Castor e Pólux. Dentro do Panteão egípcio, são considerados Deuses Gêmeos Shu e Tefnut , filhos de Temu e
Heru-netch-hra-tef-f (Hórus, o vingador de seu pai, Osíris) e Heru-quenti-na-Maati (o Hórus cego, ou o que vive
na escuridão). Estes não se ajustam ao comentário porque o versículo se refere à “Guerreiros Gêmeos ”.
196
O LIVRO DA LEI PARA O POVO SUPLICANTE
Este acontecimento faz com que estas duas energias abandonem seus
canais costumeiros e subam juntas por Suchumnâ, anulando a dicotomia antes
existente em suas diferentes ações, passando, as duas, (agora juntas) a fluir pelo
novo canal, permitindo também a Kundalinî (A Serpente que está no (pilar do meio)
do Jardim do Éden), libertar-se da bolsa onde estava aprisionada 189 e seguir Hadit e
sua Noiva Imortal, Nuit, a contraparte feminina do ser humano.
Esta é a razão por que Ra-Hoor-Khuit diz que a hora está próxima; assim
é porque, fundidos numa só energia, tornam-se perfeitos e sobem aos Céus (a
Cabeça).
caráter cósmico de alguns versículos do Líber Legis, pois aqui temos o que
189
Kundalinî representa a Serpente ou Dragão da Verdadeira Sabedoria. Uma vez liberta, torna o homem como
Deus.
190
Não traduzimos a palavra inglesa Wand por baqueta pelas seguintes razões:
a) Wand aqui está mais para símbolo de poder do que para vara de condão:
b) Baqueta (no caso da similaridade com vara de condão), não se ajustaria ao significado do versículo,
conforme o leitor pode avaliar.
191
COPH NIA é AIN SOPH com a S trocada pela C e com a leitura de NIA de trás para diante.
192
Ain Soph é o mesmo Parabrahman do Hinduismo. Na Árvore da Vida aparece AIN) que representa o
Existente em estado negativo, ou seja, a Divindade em repouso e absolutamente passiva e AIN SOPH AUR, a
Luz Infinita que se concentra na primeira e suprema Sephirah, Kether, a Coroa.
197
TERCEIRO CAPÍTULO DO LIVRO DA LEI COMENTADO
73. Cole as fol has da direit a para a esquerda e de cima para baixo: e ntão
contemple!
Comentário: Provavelmente a recomendação deste versículo está
relacionada aos manuscritos resultantes do ditado feito por Aiwass e devem referir-
se à pilha de folhas que se foram acumulando, umas sobre as outras (de cima para
baixo) e a formação do que se tornaria um livro normal, com colagem (ou costura),
sempre feita à direita.
193
a) Na Epístola aos Hebreus, Paulo deixa claro seu conhecimento sobre estes fatos porque, logo no Capítulo
1, versículo 2, diz: “...nestes últimos dias nos falou pelo Filho a quem constituiu herdeiro de todas as
coisas, pelo qual também fez o Universo”. Mais adiante, no versículo 10 a 12, repete : “No princípio,
Senhor, lançaste os fundamentos d a terra e os céus são obras das tu as mãos; eles perece rão; tu, porém,
permanecerás; sim, todos eles envelhecerão qual vestido, também, qual manto, os enrolarás como vestidos
serão igualmente mudados. Tu, porém, é s o mesmo ”. Ou seja, a doutrina dos Manvantaras e Pralayas.
b) o Bhagavad Gitâ, com tradução e notas de Huberto Rohden, editado pela Fundação Alvorada, é leitura
obrigatória para uma compreensão ainda melhor do que encerra este versículo.
198
O LIVRO DA LEI PARA O POVO SUPLICANTE
haja uma reverberação do som, devidamente pensado e sentido, nos corpos físico,
astral e mental.
Com esta exposição, queremos deixar claro que realmente este nome
oculto e glorioso deve provocar um esplendor fantástico e maravilhoso naqueles que
consigam aprender a pronunciá-lo, o que acreditamos não ser possível no atual
estágio evolutivo da Raça humana.
Somente a título de estudo, não poderíamos deixar de citar a concepção
de alguns sábios que entendiam o nome da Divindade como sendo tetraquadrado
(novamente o mágico número quatro em evidência) e o Tetragrammaton, ou seja, o
nome de Deus em grego era composto pelos cabalistas, tanto judeus como gregos,
pelas quatro letras I H V E, estando a “I” associada com Chokmah, a “H” com Binah,
a “V” com Tiphereth e a “H” final com Malkuth. Era pronunciado IAVÉ, Jahveh e,
entre os cristãos, JEhOVAH.
A Tétrada (Tetraktys), o “Quatro Sagrado”, sobre o qual os pitagóricos
faziam seus juramentos, era considerada sempre sob um profundo sentido místico e
abrangente e, quando acontecia ser pronunciada pelo Iniciado, este devia concebê-
la com a mesma idéia representada pelo mantra Tetragrammaton .
O versículo em estudo é, em si mesmo, muito enigmático. Entre os
egípcios, o Sol da Meia Noite era conhecido como Temu 194, o sol do poente,
enquanto Rá o era do nascente.
Preferimos, neste caso, considerar cabalisticamente o versículo e
imaginar que o nome oculto seria AIN, pois se refere ao “existente em estado
negativo” e AIN SOPH, como o Sol de Meia Noite, o que precede o raiar da Luz, ou
seja, o Manvantara, Ain Soph considerado sempre como o Filho. Isto confirmaria
inclusive o entendimento sobre o mantra AIN SOPH, como a Causa primária de tudo
o que existe, conforme explicamos na página 198, no comentário do versículo 72.
Estas duas palavras encerram muito mais do que podemos imaginar ou saber, no
estágio de Aspirantes, que todos somos.
194
Temu também tem quatro letras.
199
TERCEIRO CAPÍTULO DO LIVRO DA LEI COMENTADO
E Encoberto.
AUM. HÁ 195 (1).
195
O mantra HÁ equivale a suástica dextrógira, ou seja, com o direcionamento solar de seu movimento.
200
A
ESTELA DA
REVELAÇÃO
OU
A ESTELA DE ANK-F-N-KHONSU
201
PARÁFRASE DAS
ESTELA DA REVELAÇÃO
Em cima,
Ela o az ul(curva-se)
inclina-se ci ntilante éem
o resplendor desnudo
êxtase para beijar osdeardores
Nuit; secretos de
Hadit.
A esfera (o globo) alada e o azul estrelado são meus, ó Ankh-f-n -khonsu
(Eu) Sou o Senhor de Tebas e o inspirado predicador de Mentu;
Ante m im desvela-se o céu oculto .
O matador de si mesmo Ankh -f-n-khons u,
Cujas palavras são v erdade.
Invoc a, Saúda Tua Presença, ó Ra -Hoor-Khui t!
Unidade e videnciada a o i nfinit o!
(Eu) Adoro o poder de Teu Alento,
Deus Sup remo e Terrível,
Que fazes tr emer diante de Ti os Deuses e a mor te:
Eu, Eu Te venero!
Apareça no trono de Ra!
Abre o s c ami nhos da Khu!
Ilumi na a senda da Ka!
Prevaleçam os pro gressos d a Khabs
Para exci tar-me ou apaziguar-me!
AUM! Que i st o me sacie!
A Luz m e pertence; seus raios m e absorvem:
Eu abri uma por ta secreta
Para dentro da Casa de Ra e Tum,
De Khephra e Ahathoor.
Eu Sou o t eu Tebano, ó Mentu ,
O Profeta Ank-f-n- khonsu !
Por Bes-na-Maut meu peito eu golpeio;
Pelo sábio Ta-Nech Eu teço meu encantamento (feitiço).
Mostra teu Resplendor estelar, Ó Nuith!
Acolhe-me em Tua Casa para morar,
Ó Serpent e Alada de luz, Ha dit h!
Habita comig o, Ra-Hoor-Khuit!
202
O LIVRO DA LEI PARA O POVO SUPLICANTE
203
ESTELA DA REVELAÇÃO
204
O LIVRO DA LEI PARA O POVO SUPLICANTE
inferior, mas nem por isso Tum é um deus inerte. Em verdade, é o precursor
do Sol Nascente; por isso é também considerado o Deus Primordial e criador,
que desliga os laços feitos por Set - o não ente, adversário do criador.
j) KHEPHRA é também uma forma do Sol Nascente. Era o Deus que presidia
os renascimentos. É representado por um escaravelho sagrado, o símbolo da
ressurreição.
k) AHATHOOR (Hator) - era outra personificação do céu e, sobretudo, da
parte do céu que era a “casa de Hórus”, daí o seu nome Ahath-oor. O seu
símbolo nos primeiros tempos era uma vaca e representava a mãe do mundo
e os poderes femininos da natureza, que perpetuamente concebe, cria, pare,
cultiva e mantém todas as coisas. Os gregos identificavam- na com Afrodite,
representando o autêntico, o bom e tudo o que há de melhor na esposa, na
mãe e na filha.
205
ESTELA DA REVELAÇÃO
206
ESTELA DA REVELAÇÃO
207
ESTELA DA REVELAÇÃO
Faz ecoar a Palavra Sagrada que tudo possibilita para que ela o sature
com sua graça; em seguida passa a revelar o que lhe sucede, dizendo que a Luz é
sua própria essência e que seus raios o absorvem, tornando-se um com ela. Conta
que abriu uma porta secreta para dentro da Casa de Ra e Tum, Khephra e Ahathoor
(chacras coronários, frontal, laríngeo e cardíaco - neste último, Kundalinî agora tem
assento). Afirma sua natureza superior (Eu Sou o teu Tebano) para Mentu, ou seja,
208
Verso da Estela da Re vol ução, catalog ada no
Museu Boulaq
pod emos (C airo
ver, em - Egito)
fo rma sob aoDneusa
de arco, 666,Nuit
Ondee,
sob o seu corp o, o Disco Alado do Sol com s eu
nom e de Hou-dit , o Grande D eus, Senhordo Céu
209
Anverso da Estela da Revelação ou Estela de Ankh-f-n-Khonsu.
210
Baphomet. Quando ouvimos esta palavra é comum vê-la antecedida da palavra
mistério, algo vedado ou proibido, execrável e terrível, perigoso e nefasto, maléfico,
demoníaco, satânico, trazendo, ao mesmo tempo, medo e repulsa.
Sua imagem terrível, com cabeça encimada por dois cornos e fácies de um bode
preto, aparece de forma desagradável à nossa visão, principalmente porque encima um
corpo de certa forma grotesco, coberto de escamas, com seios exuberantes e um abdome
circular, onde duas serpentes entrecruzam-se, beijando algo semelhante a um prepúcio
arredondado, ápice de um falo partindo da região genital.
De sinistro ainda, duas asas negras e a terminação das coxas e pernas, também
cruzadas, em dois cascos de bode. Está sentado numa pedra cúbica sobre uma semi-
esfera; seus braços masculinos tatuados, o direito com a palavra “Solve” e o esquerdo
“Coagula”, apontam, aquele para uma lua crescente (deveria ser o Sol pleno) e, este, para
uma minguante.
De positivo apenas os olhos com profunda expressão de, ao mesmo tempo,
sofrimento e doçura.
De intrigante, na testa uma estrela de cinco pontas e no alto da cabeça, o grosso
talo de um loto, donde emanam como que chispas de um fogo divino e luminoso.
Sua figura grotesca nos lembra algo que deve ser esconjurado imediatamente, a
fim de que nossa integridade espiritual não sofra qualquer agressão, pois fomos ensinados
que, até mesmo o simples ato de nela pensar, nos pode levar para as profundezas do
inferno.
Para as Igrejas Católica Apostólica Romana e Evangélicas em geral esta
imagem representa o Diabo, Satã, o opositor de Deus, que tudo faz para roubar nossas
almas e mantê-las em cativeiro e grande sofrimento no reino inferior (inferno).
Mas, por que uma imagem com estas características podia existir entre os
Templários, conhecidos na Idade Média por sua alta cultura e devotamento à causa do
Cristo? O que representava para eles? Era somente um ordálio a ser vencido pelos
aspirantes à verdade? Tentando responder a tudo isto, primeiramente transcreveremos
integralmente o texto de uma página muito elucidativa que encontramos no livroLúcifer e
Logos de Huberto Rohden:
211
LÚCIFER E LOGOS196
“Como é possível traçar um paralelo entre dois conceitos tão antagônicos:
Lúcifer e Logos?
Pedimos ao leitor que, por ora esqueça de tudo que sabe, ou julga saber,
sobre Lúcifer, e tome a palavra simplesmente em seu sentido etimológico como luci-
fer, porta-luz.
212
O LIVRO DA LEI PARA O POVO SUPLICANTE
O mais possível que o homem se pode fazer é cristificar-se; o menos que ele se
pode fazer é anticristificar-se, ou satanizar-se.
Desde que o homem emergiu das trevas noturnas da inconsciência do
Éden e entrou na penumbra matutina da semiconsciência da Serpente, comendo do
“fruto da árvore do bem e do mal”, tem ele suficiente liberdade para decidir-se pró ou
contra a Luz do mundo; desde esse remoto estágio evolutivo pode o Lúcifer da
inteligência humana amar a luz e pode, também, hostilizar a Luz do Logos.
O Verbo do nosso Eu pré-telúrico se fez carne, aqui na Terra, na forma do
nosso ego, que aqui vive alguns decênios no envoltório da personalidade humana -
para que? Para decidir a sua atitude pró-Luz ou contra-Luz.
Nos livros sacros, o Cristo cósmico, o Logos ou Verbo, é descrito como a
primeira e mais perfeita emanação da Divindade, o “unigênito do Pai” (João), o
“primogênito de todas as criaturas” (Paulo de Tarso). Esta emanação se deu “no
princípio”, isto é, anteriormente à criação do Universo físico 198.
O Cristo-Logos, mais tarde, se revestiu da natureza humana e apareceu
visivelmente no planeta Terra na pessoa de Jesus de Nazaré, e a tal ponto cristificou
198
O posicionamento contrário da Igreja em desfavor de Lúcifer aproveitou-se, entre outras coisas, do próprio
símbolo de Vênus alegando que “Lúcifer, ou Satã. pisa a Cruz”, enquanto, na verdade ele significa um
planeta redimido (como é o caso de Vênus) pela cruz, já que a humanidade desse Planeta encontra-se num
estágio evolutivo muito além do experimentado pelo planeta Terra, incompreensível para a maioria dos
humanos, ainda semi-animais em sua jornada para a Luz. Vênus, na verdade, é o mais oculto, potente e
amisterioso
srcem dodeReitodos os planetas; sua relação com a atual humanidade terrena é fantástica e bastaria apontar
do Mundo.
Ainda sobre Vênus, podemos acrescentar que:
a) A cruz ansata é também o símbolo astrológico-planetário de Vênus, “significando a existência da
energia parturiente, no sentido sexual, sendo este um dos atributos de Ísis, a Mãe de Hórus, e de
Eva, Hauvah, ou a Mãe Terra”.
b) Pitágoras a chamava o “Sol alter” (o outro Sol).
c) Na Cabala, “Dos 7 palácios do Sol”, o de Lúcifer-Vênus é o 3 °, e o Zohar faz dele a mansão de
Samael, ou seja, aquele que, sob o disfarce de uma serpente, seduziu Eva. Entretanto, a
verdadeira Ciência Espiritual coloca Vênus como protótipo da Terra e existe uma afirmação
mantida de acordo com a Igreja latina longe dos profanos, que diz “Todo pecado que se comete na
Terra é sentido pelo Regente Planetário de Vênus”. Enquanto Mercúrio é o “Observador”, Lúcifer-
Vênus é o Espírito Guardião da Terra e dos homens. (Todas as modificações que ocorrem em
Vênus são sentidas e refletidas espiritualmente na Terra).
213
O MISTÉRIO DO BAPHOMET
Assim terminam as “Preliminares” do citado livro, cujas opiniões
respeitamos, principalmente pela coragem dos conceitos enunciados sobre Lúcifer,
que ajudam a lançar um pouco mais de luz sobre este tema tão mal compreendido
pela comunidade cristã.
Entretanto, como estamos vivendo um momento transcendente nos
destinos do Planeta, onde os véus dos mistérios mais temidos e resguardados vêm
sendo rasgados sem a menor cerimônia e, considerando a necessidade de lançar
cada vez mais luz nas trevas da ignorância humana, tão explorada pelas formas
inferiores de vida (Qliphoth) e religiões que procuram escravizar o homem,
transcrevemos, também, a adaptação que fizemos do título abaixo, compilado do
capítulo XV do livro “33 GRAVADOS DE ALQUIMIA DESVELADOS”, de Oscar
Uzcátegui, publicado pela Editorial Sol Nascente, de S. Paulo, cuja leitura
recomendamos a todos aqueles que desejam saber um pouco mais, tanto pela
riqueza das gravuras como pelo enfoque dado pelo autor, a cada uma:
214
TIfON-BAPHOMET
“Eis aqui, de novo, o Senhor que é o ministro do Altíssimo. Lúcifer, o fogo
que se converte em escada para descer ou para subir. Com a força luciférica, os seres
humanos sobem para os céus ou descem para os infernos mediante os processos
involutivos da natureza.
Seus seios femininos, um braço masculino e outro feminino, nos indicam
certamente que a força fohática199 é neutra. Com esta força podemos cristalizar partes
divinas e sublimes em nossa natureza interior ou cristalizar os inimigos do eterno em
cada um de nós.
Devemos retirar de Lúcifer a fealdade que está estampada em seu rosto,
produto de nossas abominações vida após vida e devolver-lhe a beleza infantil que
outrora possuía, no amanhecer da vida, quando a raça humana ainda não se havia
degenerado.
Em suas partes sexuais resplandece o caduceu de Mercúrio, convidando-nos
a trabalhá-lo, a manejá-lo, para ascender para a luz, como assinala com sua mão
direita.
Seus cornos nos trarão a sabedoria ou experiência do bem e do mal tão logo
transcendamos o estado animal em que vivemos e nos projetemos além do próprio bem
e do que nos parece mal. É um trabalho difícil, mas não impossível.
Nos antigos mistérios, entre os iluminados gnósticos Rosa-cruzes, havia uma
cerimônia de iniciação em que o neófito era conduzido a certo lugar, com os olhos
vendados. Quando lhe tiravam a venda, encontrava-se em frente de uma enorme
estátua do que parecia ser um bode, em cuja fronte, entre os chifres, brilhava uma
Estrela de 5 Pontas (a pentalfa). Recebia então instruções para beijar o traseiro do
animal; ao volteá-lo, então, deparava-se com uma formosa dama, representando Isis, a
Mãe Divina, que o abraçava e o beijava na fronte, dando-lhe as boas-vindas, e
199
A força ativa (masculina) da deusa Shakti, que é a energia dinâmica passiva da Ideação cósmica.
215
216
O LIVRO DA LEI PARA O POVO SUPLICANTE
200
A essência da eletricidade cósmica; a luz primordial.
201
Templo: o Corpo Crístico.
217
O MISTÉRIO DO BAPHOMET
218
O LIVRO DA LEI PARA O POVO SUPLICANTE
humano (as 4 vértebras soldadas, onde, exatamente em seu final, nasce o centro
denominado raiz ou básico (Muladhara), reduto da energia libertadora ou
escravizadora do homem (Kundalinî).
CÓCCIX
poderes que essa energia confere ao homem (tanto para o bem como para o mal)
tudo faziam para esse segredo não caísse em mãos indevidas, principalmente dos
inexperientes e “aprendizes de feiticeiro”, que pensam poder manipular esta energia
como se fosse uma vara de condão e resolver todo o processo de iluminação do ser
humano apenas com práticas sexuais. Estes, sem conhecer seu valor e seu poder,
219
O MISTÉRIO DO BAPHOMET
220
O LIVRO DA LEI PARA O POVO SUPLICANTE
202
Raio do Ritual e da Magia, que exigirá mentes de alto desenvolvimento e vontade superior, capazes de
vivenciar a consciência do EU SOU. Esta será a característica da nova humanidade.
221
O MISTÉRIO DO BAPHOMET
(Mt. 10, 26) e “ninguém, depois de acender uma candeia, a põe em lugar
escondido, nem debaixo do alqueire, mas no velador a fim de que os que
entram vejam a luz” (Lc. 11, 33). Estamos na época em que o Espírito da Verdade,
o Consolador prometido, chega para nos dizer as coisas que antes não estávamos
preparados para ouvir nem entender.
O MISTÉRIO DO BAPHOMET FICA AGORA REVELADO. Sempre fez
parte de nossa natureza humana e nele se assenta nossa própria divindade!
Precisamos revelá-lo, daqui por diante, em sua beleza de outrora, quando Lúcifer, a
Estrela Dalva, em toda a sua radiosa beleza, veio, por amor, santificar nossa
animalidade, trazendo-nos o fruto da árvore do bem e do mal. Cabe ao homem,
agora, redimir Lúcifer, fazendo que sua energia suba do cóccix à cabeça, ou seja,
tirando-o de sua prisão material e elevando-o à sua morada celestial; não podemos
mais culpá-lo, senão louvá-lo, por nos ter tornado semelhantes aos Anjos, ou
melhor, nos tornado Deuses.
Lúcifer203 é o Anjo da Divina Estrela. Que esta brilhe em nossas frontes
por toda a Eternidade.
203
Abaixo transcrevemos a explicação do verbete “Lúcifer” do Glosario Teosófico (Editorial Kier, B.Aires), de
autoria de H. P .Blavatsky:
“Lúcifer – O planeta Vênus era considerado como a brilhante “Estrela matutina”. Antes de Milton,
nunca Lúcifer foi um nome do Diabo. Ao contrário, foi considerado (ver Apocalipse, 22, 16) como o Salvador
Cristão, quando diz: EU SOU... a resplandecente estrela da manhã”, ou Lúcifer. Um dos primeiros Papas
romanos fazia-se chamar
Lúcifer vem por este nomeportador
de Lucíferus, e existiu,denoluz,
século
o queIVilumina
uma seita cristã denominada
e corresponde Os Luciferinos.
exatamente a palavra grega
Phosphoros. Atualmente a Igreja dá, ao Diabo, o nome de “trevas, enquanto que no Livro de Job ele é
denominado “Filho de Deus”, a brilhante Estrela matutina, Lúcifer. Há toda uma filosofia de artifício dogmático na
razão do por que o primeiro Arcanjo, que surgiu das profundezas do Caos, foi chamado Lux (Lúcifer), o luminoso
“Filho da Manhã” ou Aurora manvantárica. A Igreja o transformou em Lúcifer ou Satã porque é anterior ou
superior a Jehovah e precisava ser sacrificado ao novo dogma. Lúcifer é o portador da luz de nossa Terra, tanto
no sentido físico como no místico. Na Antigüidade e em realidade, Lúcifer, ou Lucíferos, é o nome da Entidade
Angélica que preside à Luz da Verdade e, identicamente, a luz do dia. Lúcifer é Luz Divina e Terrestre, o
“Espírito Santo” e Satã ao mesmo tempo. Está em nós; é nossa Mente, nosso Tentador e Redentor, o que nos
livra e salva do puro animalismo. Sem este princípio (emanação da essência do puro e divino princípio Mahat, a
Inteligência Universal, que irradia de um modo direto a partir da Mente Divina), com toda segurança não
seríamos superiores aos animais hoje existentes. Finalizando, podemos dizer que Lúcifer e o Verbo são um só,
em seu aspecto dual.
222
CONCLUSÃO
Todo livro de estudo, como é o caso do que estamos encerrando com
estas palavras, leva o leitor forçosamente a tirar conclusões sobre o que leu e o
valor daquilo que foi escrito.
Não temos a pretensão de atingir um grande público principalmente pelo
fato de que seu conteúdo é de difícil entendimento (apesar de nosso esforço em
torná-lo o mais acessível possível) e, por isso mesmo, ainda não está ao alcance de
todos, mesmo considerando o mundo de informações em que atualmente vivemos
mergulhados.
Nosso objetivo, ao escrevê-lo, é atingir, principalmente, o grande número
de jovens que se estão aproximando dos escritos de Crowley, fascinados pela magia
fácil e tornada possível por este polêmico adversário dos segredos que não mais se
justificam como tais, na Era de Aquário.
Também queremos levar nosso aprendizado àqueles que pretendem
“suspender” Kundalini apenas com práticas sexuais que os acorrentam cada vez
mais nas regiões inferiores de nossa manifestação divina. É preciso que antes
compreendam que onde está nosso pensamento, aí estaremos construindo;
desenvolver os valores superiores da vida ensinados pelas doutrinas religiosas
obriga Kundalini a procurar nosso coração porque deixa de ser alimentada nas
regiões inferiores de nossa manifestação e passa a empregar sua energia naquilo
que pensamos, pois o ser humano pensa utilizando energia sexual. Enquanto
estivermos pensando no sexo, ela ali permanecerá e jamais subirá até o coração,
onde reside nossa Realidade Maior.
Sobre Crowley podemos inferir que foi realmente um grande mago tendo
restaurado a magia em suas várias expressões Chegou mesmo a se enfadar com os
fenômenos que podia provocar, porém deixou claro, com o final de sua vida que não
chegou ao ápice da busca de sua Alma sempre sequiosa de algo mais. Morreu
castigado pelo vício da cocaína e na penúria de recursos materiais
Entretanto, deixou severas advertências sobre a necessidade de a magia
ser vivenciada sob austeridade moral e dentro de princípios sempre de acordo com
as leis da Natureza. Parece ter experimentado os dois lados dessa maravilhosa
223
CONCLUSÃO
ciência e foi sincero quando tripudiou sobre os desavisados e apressados que ainda
buscam a quebra de certas leis sem esperarem a cobrança indefectível.
Apesar disso, pudemos constatar que a maioria de seus leitores pretende
burlar as leis da Natureza exatamente através da Magia Sexual, sem conhecimento
de causa e efeito, apenas seguindo o que ouviram falar, por interpretações dúbias
dos muitos livros que hoje abordam o assunto.
Não temos a pretensão da última palavra sobre o assunto, porém, apenas
como irmão e companheiro da jornada humana deixamos uma pequena, mas talvez
oportuna informação: A grande parceira que o homem necess ita para sua
sublimação espiritual está dentro dele mesmo (ler o comentário do versículo 45
º
do 3 Capítulo do Líber Legis). O equilíbrio de suas energias e a sublimação de seu
poder criador naturalmente o levará ao êxtase duradouro de sua consciência,
repousada no regaço do Morador do Coração e sua Divina Mãe e esposa.
O que importa é vivermos na consciência de Hadit, Jesus, Krishna, Hórus,
Santo Anjo Guardião, qualquer seja o nome que nos agrade dar. Faze a tua
vontade não está relacionado à personalidade, mas exclusivamente ao morador do
Coração; somente ele tem poder e a sabedoria para fazer o que quer; só não a
realiza totalmente por causa do grande amor que nos dedica e permite que
“brinquemos” com seus próprios brinquedos, representados pelas energias em que
nos expressamos. Porém é bom que não os danifiquemos, pois seremos cobrados
sempre por nossa insensatez e ignorância.
A Magia fenomênica, embora fascinante no princípio, cansa e acaba
enfadando o mago que, a maioria das vezes, sofre o vilipêndio da atenção desusada
dos vampiros das personalidades conquistadoras.
Crowley foi uma “necessidade” da Nova Era da mesma forma como foram
os ”beatniks”, “hippies” e outros surgidos muito depois, como contra-cultura e
“demolidores” do que era falso em nosso sistema social, religioso e político, embora,
se meditamos sobre os mesmos, concluiremos que alguns nada trouxeram de novo
para os campos onde atuaram.
Crowley, entretanto, escapa desta última conclusão, pois “restaurou” o
que tinha sido perdido da magia cerimonial, delineando caminhos que precisam ser
abertos definitivamente para que a humanidade volte a vivenciar sua consciência
numa oitava superior àquela em que viveu durante seus dias na Antiga Arcádia,
224
O LIVRO DA LEI PARA O POVO SUPLICANTE
Panyatara.
204
Religiosa porque pretende religar a consciência humana às verdades divinas contidas no Líber Legis, sem as
quais o estudante pode perder-se num magismo fenomênico e improdutivo, se este não possuir, como ponto
focal, sua união com o Morador de seu coração, ou seja, Hadit.
225
Nos últimos 6.000 anos foi feito um grande esforço para que a
humanidade aprendesse sobre sua descendência divina. Em todas as civilizações
apareceram instrutores, geralmente considerados como de srcem divina, pugnando
para que os homens reconhecessem sua própria Divindade e assumissem a
condução de seus destinos, desenvolvendo um processo criativo de
responsabilidade e convivência com as leis que regem os mundos.
Estas leis sempre falavam da necessidade da tolerância e compreensão
entre as criaturas, amor à criação, respeito e serviço dedicado ao próximo e a
certeza de que acima da sua, existe uma inteligência que sempre regraria os
desequilíbrios dos recalcitrantes, através da limitação de suas próprias naturezas
Divinas.
Os resultados deste gigantesco trabalho não podem ser avaliados por
mentes finitas como as nossas, porém um detalhe importante ressalta de todo este
processo: Estas instruções, apesar de todos os esforços que têm sido feito para
226
O LIVRO DA LEI PARA O POVO SUPLICANTE
Krishna :
Pois bem! Eu te descreverei os meus principais atributos — os principais
somente, porque sem limites é a minha plenitude; ser algum me pode conhecer
totalmente.
EU SOU a Essência Espiritual que habita nas profundezas da alma e no
íntimo de cada criatura; o princípio, o meio e o fim de todas as coisas; a sua srcem,
a sua existência, o seu termo final. Nada existe mais alto do que EU, ó Príncipe,
nem há outro senhor ou criador.
Todos os mundos estão enfiados em mim, assim como as pérolas unidas
por um fio. EU SOU o sabor da água que bebes; EU SOU O fulgor da Lua e do Sol;
EU SOU O AUM dos Cânticos Sagrados dos Vedas; EU SOU a harmonia dos
espaços; EU SOU a força procriadora dos homens.
205
Bhagavad Gîtâ – Tradução e notas de Huberto Rohden – Fundação Alvorada.
227
COMPARANDO
206
Meru: O píncaro desse monte é o símbolo da visão espiritual e da experiência cósmica.
228
O LIVRO DA LEI PARA O POVO SUPLICANTE
207
Mantra de evocação e invocação.
229
COMPARANDO
Onde quer que haja algo glorioso ou belo, bom ou poderoso, no Universo
da criação, sabe, Ó Príncipe, que é um reflexo da minha glória.
Mas, Arjuna, por que prosseguir nessa enumeração? Basta saber que em
todas as coisas está o meu divino EU. Do meu Ser emanou o Universo todo, como
manifestação da minha divina Essência.
EU SOU a srcem de tudo; do meu espírito cósmico derivam todas as
coisas — o sábio que conhece o meu Poder cultua-me com amorosa compreensão.
Ele vive na minha vida e eu vivo na vida dele; glorifica-me e eu o glorifico
— e assim vive ele, isento de ilusão e repleto da luz de alta sapiência e sem nenhum
apego.
Quem me consagra amor sem reserva e, em verdade e reverência me
cultua, a esse me comprazo em comunicar-lhe a força da minha sabedoria e minha
graça o conduz a mim.
Habitando em seu coração, EU SOU a Luz da Verdade, cuja força dissipa
as trevas.
Muitos dos que me reconhecem como o Uno, o Indivisível, o Imanente e
230
O LIVRO DA LEI PARA O POVO SUPLICANTE
208
2. Colóqui o travado no Monte Horeb (o Altar dos Perfu mes
entre O Deus de Moisés (A mente Superior, Cristo Interno, EU
SOU, Santo Anjo Guardião, etc) e Moisés (a Mente Inferior, a
Personalidade, o Baphomet, etc), extraído do Antigo
Testamento.
Disse Moisés a Deus: Eis que quando eu vier aos filhos de Israel e lhes
disser: O Deus de vossos pais me enviou a vós outros, e eles me perguntarem: Qual
é o seu nome? Que lhes direi?
Disse Deus a Moisés: EU SOU o que SOU . Disse mais: Assim dirás aos
filhos de Israel: EU SOU me enviou a vós outros.
15 - Disse Deus ainda mais a Moisés: Assim dirás aos filhos de Israel: O
Senhor, o Deus de vossos pais, o Deus de Abraão, o Deus de Isaque e o Deus de
Jacó me enviou a vós outros; este é o meu nome eternamente e assim serei
lembrado de geração em geração.
3. Afir mações col oqui ais mantidas por Jesus (A mente Superior,
Cristo Interno, EU SOU, Santo Anjo Guardião, etc), proferidas
para seus apóstolos e a humanidade em geral (a Mente
Inferior, a Personalidade, o Baphomet, etc.) extraídas do
Evangelho de João.
-... Eu sei, respondeu a mulher, que há de vir o Messias, chamado Cristo;
quando ele vier nos anunciará todas as coisas. Disse-lhe Jesus: EU (o) SOU, EU
que falo contigo.
- Declarou-lhes, pois Jesus: EU SOU o pão da vida; o que vem a mim,
jamais terá fome; e o que crê em mim, jamais terá sede.
- Em verdade, em verdade vos digo: Quem crê, tem a vida eterna. EU
SOU o pão da vida.
208
O Monte Horeb - (Moisés), o Monte Meru - (Krishna) e o Monte que Jesus subia para pregar, representam a
“plataforma” (a parte mais alta) do ventrículo esquerdo do coração; ali é onde está situado o “Altar dos
Perfumes”, na Sephirah Tiphareth, de acordo com a nomenclatura cabalista.
231
COMPARANDO
- EU SOU o pão vivo que desceu do céu; se alguém dele comer, viverá
eternamente.
- De novo lhes falava Jesus: EU SOU a luz do mundo, quem me segue
não andará nas trevas, pelo contrário terá a luz da vida.
- E prosseguiu: Vós sois cada de baixo, EU SOU lá de cima; vós sois
deste mundo, EU deste mundo não Sou.
- Por isso vos disse que morrereis nos vossos pecados, porque se não
crerdes que EU SOU, morrereis nos vossos pecados.
- Disse-lhes, pois Jesus: Quando levantares o Filho do Homem, então
sabereis que EU SOU e que nada faço por mim mesmo; mas falo como o Pai me
ensinou.
- Respondeu-lhes Jesus: Em verdade, em verdade eu vos digo: Antes que
Abraão existisse, EU SOU.
- Enquanto estou no mundo, EU SOU a luz do mundo.
- Jesus, pois, lhes afirmou de novo: Em verdade, em verdade vos digo:
EU SOU a porta das ovelhas.
- EU SOU a porta. Se alguém entrar por mim, será salvo, entrará e sairá e
achará pastagem.
- EU SOU o bom pastor. O bom pastor dá a vida pelas ovelhas.
- EU SOU o bom pastor; conheço minhas ovelhas e elas me conhecem a
mim.
- Disse-lhe Jesus: EU SOU a ressurreição e a vida. Quem crê em mim,
ainda que morra, viverá; e todo o que vive e crê em mim, não morrerá, eternamente.
Crês isto?
- Vós me chamais o Mestre e o Senhor e dizeis bem; porque EU (o) SOU.
- Desde já vos digo, antes que aconteça, para que quando acontecer
creiais que EU SOU.
- Respondeu-lhes Jesus: EU SOU o caminho, a verdade e a vida;
ninguém vem ao Pai senão por mim.
- EU SOU a videira verdadeira e meu Pai é o Agricultor.
232
O LIVRO DA LEI PARA O POVO SUPLICANTE
- Sabendo, pois, Jesus todas as coisas que sobre ele haviam de vir,
adiantou-se e perguntou-lhes: A quem buscais?
- Responderam-lhes: a Jesus, o Nazareno. Então Jesus lhes disse: EU
SOU. Ora, Judas, o traidor, estava também com eles.
- Quando, pois, Jesus lhes disse: EU SOU, recuaram e caíram por terra.
- Jesus de novo lhes perguntou: A quem buscais? Responderam: A
Jesus, o Nazareno.
- Então lhes disse Jesus: Já vos declarei que EU SOU; se é a mim, pois,
que buscais, deixai ir estes;
- para se cumprir a palavra que dissera: Não perdi nenhum dos que me
deste.
- Então lhe disse Pilatos: Logo tu és rei? Respondeu Jesus: Tu dizes que
EU SOU rei. Eu para isso nasci e para isso vim ao mundo, a fim de dar testemunho
1
º
CAPíTULO
233
COMPARANDO
2
º
CAPíTULO
Vinde todos! Aprendei o segredo que ainda não foi revelado. EU, Hadit,
SOU o complemento de NU, minha noiva! Eu não tenho extensão e Khabs é o nome
de minha casa.
Na esfera EU SOU o centro em todas as partes, enquanto ela (Nuit), a
234
O LIVRO DA LEI PARA O POVO SUPLICANTE
3
º
CAPíTULO
235
SIGNIfICADO DE ALGUMAS PALAVRAS EGíPCIAS
(ExTRAíDO DO LIVRO EGíPCIO DOS MORTOS)
Benu Fênix.
236
O LIVRO DA LEI PARA O POVO SUPLICANTE
Khou O Luminoso.
237
SIGNIFICADO DE ALGUMAS PALAVRAS EGÍPCIAS
238
O LIVRO DA LEI PARA O POVO SUPLICANTE
Ren Nome
Saou Exorcismos.
Seb Deus da Terra.
Tem Força.
239
240
Bibliografia
Internet - http://www5.crl.com/~thelema
La Sabiduria Magica - de Melita Denning & Osbone Phillips - Luis Cárcamo Editor
241
O objetivo deste livro é atingir principalmente o grande número de jovens
que se estão aproximando dos escritos de Crowley, fascinados pela magia fácil e
tornada possível por este polêmico adversário dos segredos que não mais se
justificam como tais, na Era de Aquário.
Crowley foi realmente um grande mago e praticou a magia em suas mais
variadas
fenômenosexpressões, chegando
que podia provocar, poismesmo a se enfadar
não chegaram com oosápice
a representar maravilhosos
da busca
de sua Alma, sempre sequiosa de algo mais.
Da mesma forma que os “beatniks”, “hippies” e outros surgidos muito
depois, como “demolidores” do que era falso em nosso sistema social, religioso e
político, a personalidade incomum de Crowley inseriu-se como uma “necessidade”
da Nova Era, embora aqueles nada conseguiram deixar de novo para os campos
onde atuaram.
Crowley, entretanto, escapou dessa conclusão final, pois “restaurou” o
que tinha sido perdido da magia cerimonial, delineando caminhos que precisam ser
abertos definitivamente, a fim de que a humanidade volte a vivenciar sua
consciência numa oitava superior àquela em que viveu durante seus dias na Antiga
Arcádia, quando homens e deuses viviam em perfeita comunhão.
Entretanto, deixou severas advertências sobre a necessidade da magia
ser leis
as vivenciada sob austeridade
da Natureza. Parece termoral e dentro de os
experimentado princípios sempre
dois lados de maravilhosa
dessa acordo com
ciência e foi sincero quando tripudiou sobre os desavisados e apressados que ainda
buscam a quebra de certas leis sem esperarem a cobrança indefectível.
O final de sua vida é um alerta àqueles que pretendem “ suspender”
Kundalini e adquirir poderes apenas com práticas sexuais que acaba acorrentando-
os cada vez mais nas regiões inferiores de nossa manifestação divina. É preciso que
antes compreendam que onde está nosso pensamento, aí estaremos construindo.
Desenvolver os valores superiores da vida ensinados pelas doutrinas religiosas
obriga naturalmente Kundalini a procurar nosso coração porque deixa de ser
alimentada nas regiões inferiores de nossa manifestação e passa a empregar sua
energia naquilo que pensamos, pois o ser humano pensa utilizando energia sexual.
Enquanto estivermos pensando no sexo, ela ali permanecerá e jamais subirá até o
coração, onde reside nossa Realidade Maior.
Este livro pretende um novo enfoque da obra em estudo e deixa claro a
evidência
Santo AnjodaGuardião,
importância da Magia
além do amor
de enfatizar quepara entrar em
a grande contatoque
parceira como ohomem
nosso
necessita para sua sublimação espiritual está dentro dele mesmo. O equilíbrio de
suas energias e a sublimação de seu poder criador, naturalmente o levarão ao
êxtase duradouro de sua consciência, repousada no regaço do Morador do Coração
e sua Divina Mãe e esposa.”
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