Documenti di Didattica
Documenti di Professioni
Documenti di Cultura
ACESSE: http://ebooks.pucrs.br/edipucrs/ame/amor-x-odio-na-educacao
O Amor na Educação.
Os fundamentos são opcionais. Se não sentir O acesso às aulas ocorre dentro do ambiente
necessidade de vê-los, avance para os outros Os exercícios simulam a
EAD para garantir que o conteúdo seja
conteúdos. prova online da disciplina.
exclusivo a você.
O amor segundo a filosofia
AULA 1, FUNDAMENTO 1
Sob a ótica da filosofia ocidental, costumam-se elencar três definições independentes de amor: Eros, Filos e Ágape.
Eros
Definido por Platão como um amor ligado à ideia do desejo. Amar alguém, portanto, significa
desejar fortemente aquela pessoa. A partir do momento que o desejo é concretizado ele deixa de
existir e, desta forma, o amor também deixa de existir. É o amor que nasce entre duas pessoas,
amor carnal, que aproxima aqueles que possuem sede de se conquistar. É o amor apaixonado, com
desejo e atração sexual.
Ágape
Representa a afinidade de ideais espirituais, ligado ao amor divino, isento de conotações sexuais,
segundas intenções, malícias e interesses pessoais. Ágape é a transliteração do termo grego agape
ou agapao, sendo este termo o mais utilizado para se referir ao amor na Bíblia Cristã. Esse termo
em algumas traduções pode aparecer como “caridade”.
Imagem: www.flaticon.com
Theodor Adorno: a educação para o pensar autônomo
AULA 1, FUNDAMENTO 2
Trajetória acadêmica e biografia Theodor Adorno e a Indústria Cultural A educação como emancipação
Theodor Adorno (1903-1969) foi um Para entender o pensamento de Adorno O autor defende um processo educacional
filósofo, sociólogo e musicólogo alemão, em relação à educação, deve-se capaz de criar e manter uma sociedade
um destacado representante da chamada compreender as críticas à indústria baseada na dignidade e no respeito às
“Teoria Crítica da Sociedade” desenvolvida cultural, vista como a responsável por diferenças.
no Instituto de Pesquisas Sociais (Escola prejudicar a capacidade humana de agir
de Frankfurt). com autonomia. Mesmo quando a educação considerada
ideal estiver limitada e condicionada a uma
Theodor Ludwig Wiesengrund-Adorno O ensino deve ser uma arma de realidade nada promissora, Adorno prega
(1903-1969), conhecido como Theodor resistência à indústria cultural na medida um projeto pedagógico que consiga libertar
Adorno, nasceu em Frankfurt, Alemanha, em que contribui para a formação da da opressão e da massificação.
no dia 11 de setembro de 1903. consciência crítica e permite que o
indivíduo desvende as contradições da
coletividade. Imagem: www.flaticon.com
Destaques
Veja nessa página as principais ideias expressas pela professora.
“Em uma época de tanto ódio, é importante que a gente se aproxime do amor.”
“Estudar o amor é importante pois ele tem uma funcionalidade teórica fundamental na construção do pensamento.”
“O amor é sempre uma imagem.”
“A imagem é sempre uma mediação para se entender o amor.”
“A relação que se estabelece entre o amor (eros) e a alma (psiquê) deveria se manter para além das aparências do mundo.”
“A narrativa sobre o amor envolve sempre uma certa idealização.”
“O amor é uma promessa de segurança que traz felicidade ao sujeito.”
“O amor, mesmo no seu sentido mais pragmático, já tem algo de metodológico.”
“O amor (eros) é também uma forma de conhecimento de si.”
“Eros é o encontro com a própria subjetividade.”
“A grande tarefa da educação é responder à pergunta ‘quem eu sou?’.”
“Eros é o amor humano porque é ligado à ideia de conhecimento.”
“Em princípio, o que nos toca é a imagem da beleza, mas ela nos leva além disso.”
“Eros é um movimento do desejo de conhecer.”
“Conhecimento é a viagem que se faz ao outro.”
“Quando a abertura ao outro não está previamente dada, a presença dessa diferença pode ser constituída dentro da sala de aula.”
“Às mulheres sobrou a pior parte da história.”
“O amor é uma forma de organizar a conduta das pessoas em relação às mulheres.”
“Há teóricos que defendem que o amor romântico foi puramente misógino, mas há teóricos que defendem que o amor romântico era contra a tradição, a família e a
propriedade.”
“A grande obra do amor seria a filosofia como obra da verdade.”
“Há camadas seculares de construção da ambiguidade sobre as mulheres: o amor misturado com o ódio.”
"A idealização é um processo cruel pois retira da pessoa a sua dimensão humana.“
"Está em jogo pensar o poder que atravessa as nossas relações.“
“A questão é: 'para que serve o outro na história da minha própria vida, no meu processo de subjetivação?’.”
"A educação é o campo que problematiza a formação do sujeito.“
"Imaginem o poder da educação que fosse construída para a emancipação das pessoas contra a lógica autoritária.“
"O autoritarismo não suporta a reflexão filosófica porque ela é feita na base do sujeito.“
"Um país que não tem um projeto de educação para todos os seus cidadãos é um país que não tem futuro."
Mapa da aula
Veja nessa página as principais ideias e ensinamentos vistos ao longo da aula. Os tempos marcam os principais momentos das videoaulas onde os assuntos são abordados.
Parte 1 Parte 2
13:46 19:33 25:37 32:00 00:40 14:48
Amor como Eros e psiquê Orfeu e Eurídice Eco e Narciso Outras narrativas Amor em Platão
• Psiquê: jovem, • Amor louco e sem final • O amor a si • Texto indicado: “O Banquete”, também
imagem feliz.
sobre o amor
• representação da mesmo. conhecido como “Simpósio”, de Platão.
O amor é sempre
• Eurídice vai ao inferno • Priamus e Thisbe
uma imagem, em alma. • Narciso era uma • Discursos sobre a natureza e as qualidades
e Orfeu (filho de Apolo) (ambos morrem).
• Eros: deus, das criaturas mais do amor.
todos os contextos.
vai buscá-la. A • Moema (personagem
• A imagem é representação do lindas já • Amor como sistema inteiro de pensamento,
condição para o homônima do poema
sempre uma amor, filho de Afrodite existentes e serve para interpretar a realidade vivida.
retorno dos mortos é Caramuru, de Santa Rita
mediação para se (deusa da beleza). apaixonou-se por • Mito do Andrógino ---> busca pela outra
de não olhar para trás, Durão).
• Interpretação possível: seu reflexo no rio, metade.
entender o amor.
o que transforma • Mito da invenção da
• Representação a relação que se desprezando Eco, • Poros e Pênia ---> Poros (riqueza) e Pênia
Eurídice em uma pintura, surgida em
clássica: Eros - estabelece entre o a ninfeta que era (pobreza) são pais de Eros.
estátua de sal. função do amor da filha
querubim (criança amor (eros) e a alma apaixonada por • Diotima de Mantinea ---> Sacerdotisa que
• Amor como confiança e do Butades de Sición a
com asas, flecha (psiquê) deveria se ele. iniciou Platão nas ideias do amor. É a única
construção de elo um jovem que ia para a
para atingir o alvo). manter para além das personagem feminina “autorizada” a
infinito com o outro. guerra.
aparências do mundo. discutir o amor.
Parte 3 Parte 4
10:48 33:42 00:30 05:20 34:00
O amor medieval Amor em A mulher como Amor em O contexto da
• Idade Média: do século V ao Stendhal objeto de uma Sacher-Masoch
século XV.
educação
• Amor paixão; coleção • O termo masoquismo deriva • Diálogo com o semelhante
• Pré-amor romântico (amor cortês:
• Amor prazer; • O mito do Don Juan. de seu nome graças ao seu e com o diferente, dentro
idealização da pessoa amada,
• Amor físico; • Giacomo Casanova . romance A Vênus de Peles das instituições.
elevando-a a um plano etéreo,
• Amor vaidade; • Soren Kiekegaard (1870) em que um dos • Repensar a educação
quase divino).
• Cristalização: a personagens atinge o gozo como instituição, como
• Discurso de ódio misógino (amor idealizado).
pessoa apaixonada após ser surrado pelo escola, como cultura e
mistura-se com o discurso de
vê o objeto de seu amante da sua esposa. como valor democrático.
amor. Essa ambiguidade é
amor de maneira • Mulher-carrasco. • Redesenhar a educação
importante para o entendimento do
diferente, mais • Livro “Sacher-Masoch: o em termos éticos e
século XX.
encantadora, como frio e o cruel”, de Gilles políticos.
• Contraponto: Christine de Pisan.
se ele estivesse Deleuze.
recoberto de cristais.
Aula 1
Acesse o ambiente EAD e selecione a aula correspondente.
Exercícios
AULA 1 – Responda conforme as informações vistas em aula.
A B C D
O amor aparece sob a ótica do amor Segundo o mito de Poros e Pênia, a Segundo o Mito do Andrógino, Poros Diotima de Mantinea é a única
romântico, desenvolvido mais tarde no busca pela outra metade guia a vida de (riqueza) e Pênia (pobreza) são pais de personagem feminina “autorizada” a
século XV. cada ser humano. Eros. discutir o amor.
A B C D
Trata-se do pré-amor clássico. Caracteriza-se pelo amor cortês, com a Mescla um discurso de ódio misógino Encontra sua defesa em Christine de
retirada da idealização da pessoa com o discurso de amor. Pisan.
amada.
Resposta: B, D.
Exercícios
AULA 1
A B C D
Aparecimento de cristais em uma Transformação da pessoa amada em Criticar a pessoa amada sem que ela Concretização da relação física, com o
solução saturada, por resfriamento ou algo mais encantador, sem defeitos, possa se defender. amor transformando-se em cristal.
evaporação do solvente. como se ela estivesse recoberta de
cristais.
A B C D
O diálogo com o semelhante e com o Repensar a educação como Redesenhar a educação em termos Expandir o autoritarismo nas
diferente, dentro das instituições. instituição, como escola, como cultura éticos e políticos. instituições como forma de ampliar o
e como valor democrático. respeito na relação professor-aluno.
AULA 2
Nas próximas páginas, você terá os conteúdos da 2ª aula dessa disciplina.
O Ódio na Educação.
Os fundamentos são opcionais. Se não sentir O acesso às aulas ocorre dentro do ambiente
Os exercícios simulam a
necessidade de vê-los, avance para os outros EAD para garantir que o conteúdo seja
prova online da disciplina.
conteúdos. exclusivo a você.
O Fascismo segundo Theodor Adorno
AULA 2, FUNDAMENTO 1
Theodor Adorno diagnosticou que na atual Aqueles que possuem o potencial fascista
sociedade administrada os controles são seres incapazes de lutar por sua
tecnológicos dissolveram o indivíduo autonomia, são seres conformados, que
autônomo. A ampla oferta de mercadorias acreditam no poder e na força do universal
contribui para isso, da mesma forma que a para a resolução de todos os problemas da
indústria cultural. humanidade.
Imagens: www.flaticon.com
Destaques
Veja nessa página as principais ideias expressas pela professora.
“Auschwitz se tornou uma metáfora do mal, do caos, do fim do mundo.”
“O antissemitismo é um racismo.”
“O fascismo é caracterizado por uma exposição radical do ódio.”
“Nenhum afeto é natural; todos os afetos são construídos.”
“Hoje, através dos meios de comunicação de massa, existe uma manipulação do ódio entre nós.”
“Burrice é a prepotência de se achar que sempre se está certo.”
“A prepotência é sempre autoritária e violenta.”
“O processo do Capitalismo é um processo de devoração do outro.”
“Autonomia é a capacidade de pensar por conta própria.”
“A cultura deste tempo do Capitalismo apagou a morte.”
“Nenhum professor ou educador pode ser conivente com a violência perpetuada através das práticas de trote.”
“A cultura da violência deveria ser combatida por meio da educação.”
“As pessoas aprenderam a amar mais as tecnologias e as coisas do que as próprias pessoas.”
“O discurso de ódio tem um fim performático de destruição do outro.”
“A gente se identifica com aquilo que a gente pode entender.”
“Os alunos gostam daquilo que eles entendem.”
“Nós nos tornamos seres humanos porque entramos em contato com a nossa própria dor.”
“O discurso homofóbico no Brasil hoje é mais forte do que era na Alemanha Nazista.”
“O nosso fascismo é homofóbico, sobretudo.”
“A gratidão faz um sujeito criativo.”
“O ódio produz alienação. O amor produz conscientização.”
“Todos nós precisamos lutar pelo direito à educação.”
“Quem é trabalhador da educação não pode se privar da militância pelo direito à educação.”
“O fascismo implica uma autorização à barbárie.”
Mapa da aula
Veja nessa página as principais ideias e ensinamentos vistos ao longo da aula. Os tempos marcam os principais momentos das videoaulas onde os assuntos são abordados.
Parte 1 Parte 2
13:00 26:50 03:08 08:30 13:53
Educação após Auschwitz Banalidade do Mal A Raiva contra Tendências de O inconsciente como
• Texto de Theodor Adorno sobre o • Expressão criada no livro “Eichmann a Civilização desagregação questão social
ódio na educação. em Jerusalém”, de Hannah Arendt. • Livro "O Mal-estar Segundo Adorno, a pressão do • O inconsciente deve ser
• Auschwitz representa a barbárie, e • O livro relata o julgamento do nazista na Civilização" de geral dominante sobre tudo que é estudado como processo
todas as ações da humanidade Adolf Eichmann, acusado por crimes Sigmund Freud particular tem uma tendência a social, não psicológico
deveriam ser no sentido de não de genocídio contra os judeus, • Efeito do princípio destroçar o individual e seu individual.
repeti-la. durante o Holocausto. de desempenho potencial de resistência. Assim, • O esclarecimento racional
• Os elementos que levaram à • Eichmann agiu segundo o que contra o princípio do as pessoas também perdem suas fortalece instâncias de
barbárie se encontram na sociedade acreditava ser o seu dever, prazer. qualidades. É uma sociedade resistência, criando um clima
e devem ser combatidos. cumprindo ordens sem questioná-las, que se desorganiza e cai na desfavorável ao extremismo.
• A educação emancipatória é capaz sem refletir sobre o bem ou o mal irracionalidade.
de evitar Auschwitz. que pudessem causar.
Parte 3 Parte 4
21:13 01:10 12:50 14:48 14:24
O insucesso da O caráter manipulador Escala F Os nove traços da Dissociação da consciência
• Pessoas que se enquadram • Escala F é um teste personalidade • Semiformação = “educação meia-boca”.
desbarbarização Semiculto não é a pessoa quase formada
cegamente em coletivos psicológico criado em 1947
• Tarefa da cultura e da autoritária
convertem a si próprios em algo por Theodor W. Adorno, ou mal formada, mas um indivíduo que
educação no processo 1. Convencionalismo;
como um material, dissolvendo- Else Frenkel-Brunswik, apresenta consciência dissociada.
civilizatório de uma nação. 2. Submissão à autoridade;
se como seres Daniel Levinson e Nevitt • Consciência dissociada é a incapacidade de
• Movimentos de ódio 3. Agressividade autoritária;
autodeterminados. Sanford. estabelecer nexo entre a cultura aprendida
encontram eco em • 4. Destruição e cinismo;
• Isto combina com a disposição O F se refere ao Fascismo. e as questões humanas. É uma rachadura
camadas menos de tratar outros como sendo • O teste tem como objetivo 5. Valorização do poder e da não apenas cognitiva entre aquilo que se
escolarizadas da uma massa amorfa. mensurar a personalidade dureza; aprende e aquilo que se pensa e faz.
população. • Caracterizado por fúria autoritária do indivíduo 6. Superstição e estereotipia; • A questão está nos meios de formação, nas
• A televisão deveria ter organizativa, incapacidade de comum. 7. Exteriorização; mediações culturais inconscientes que
contribuído para o levar a cabo experiências • A Escala F mensura as 8. Projeção de impulsos; pesam sobre nós.
processo de humanas diretas, ausência de respostas a vários 9. Preocupação exagerada • A educação deve atuar no sentido de tratar
desbarbarização, o que emoções e realismo exagerado. diferentes componentes do com sexo. esse problema, trazendo para a sala de aula
não aconteceu. autoritarismo. o diálogo honesto e sincero.
Aula 2
Acesse o ambiente EAD e selecione a aula correspondente.
Exercícios
AULA 2
A B C D
Auschwitz representa a barbárie, a perda As ações da humanidade deveriam ser Os elementos que levaram à barbárie de A educação emancipatória não é capaz
de todos os limites contra a violência. para repetir Auschwitz, que é Auschwitz não são encontrados na de evitar Auschwitz.
simplesmente o campo de concentração sociedade atual.
nazista.
2. Para Adorno, a pressão do geral dominante sobre tudo que é particular tem uma tendência a destroçar o individual e seu
potencial de resistência. Assim, as pessoas também perdem suas qualidades. Ele chama esse fenômeno de:
A B C D
Banalidade do Mal. Tendência de desagregação. Insucesso da desbarbarização. Dissociação da consciência.
A B C D
O esclarecimento racional dissolve Deve ser estudado como processo O esclarecimento racional fortalece O inconsciente cria um clima favorável
diretamente os mecanismos social, não psicológico individual. instâncias de resistência. ao extremismo.
inconscientes.
Resposta: D, C.
Exercícios
AULA 2
A B C D
As pessoas que se enquadram É caracterizado por fúria organizativa, Esta característica combina-se com a Todas as alternativas.
cegamente em coletivos dissolvem-se incapacidade de levar a cabo disposição de tratar outros como sendo
como seres autodeterminados. experiências humanas diretas, uma massa amorfa.
ausência de emoções e realismo
exagerado.
5. A professora Marcia Tiburi classifica a dissociação da consciência como resultado da "educação meia-boca". Isso
significa que:
A B C D
Semiculto é a pessoa quase ou mal A pessoa que teve uma educação A educação deve atuar no sentido de A escola não tem influência sobre a
formada. "meia-boca" apresenta coerência entre tratar esse problema, trazendo para a questão da semiformação.
aquilo que aprende e aquilo que pensa sala de aula o diálogo honesto e sincero.
e faz.
AULA 3
Nas próximas páginas, você terá os conteúdos da 3ª aula dessa disciplina.
Os fundamentos são opcionais. Se não sentir O acesso às aulas ocorre dentro do ambiente
Os exercícios simulam a
necessidade de vê-los, avance para os outros EAD para garantir que o conteúdo seja
prova online da disciplina.
conteúdos. exclusivo a você.
O Mito da Caverna
AULA 3, FUNDAMENTO 1
O Mito
Paideia é um termo do grego antigo que Em meio à sociedade ateniense, "paideia" passa
sintetiza a noção de educação na sociedade a se referir a um processo de educação no qual
grega clássica. Os gregos serão os primeiros a os estudantes eram submetidos a uma programa
colocar a educação como problema: na literatura que procurava atender a todos os aspectos da
grega surgem sinais do conceito. Os Sofistas e vida do homem. Entre as matérias abordadas
depois Sócrates, Platão, Isócrates e Aristóteles estavam a geografia, história natural, gramática,
elevaram o debate ao estatuto de uma matemática, retórica, filosofia, música e
importante questão filosófica. ginástica.
Imagens: www.flaticon.com
O imperativo categórico de Immanuel Kant
AULA 3, FUNDAMENTO 3
A razão pode ter dois vetores, que Variante: "Age como se a máxima da tua
são chamados de imperativos ação fosse para ser transformada, através da
hipotético e categórico. O primeiro tua vontade, em uma lei universal da
caracteriza-se pelo uso da razão natureza."
instrumental, e o segundo imperativo
é o ato incondicionado. Fim em si mesmo
"Age de tal forma que uses a humanidade,
O foco de uma ação moral então deve ser o imperativo categórico,
tanto na tua pessoa, como na pessoa de
uma vez que apenas nesses casos poderemos ter uma moralidade
qualquer outro, sempre e ao mesmo tempo
atrelada. Isso porque agimos livremente, de forma autônoma,
como fim e nunca simplesmente como meio."
escolhendo seguir um dever moral, independente de qualquer
sentimento de prazer que possa trazer ao ser.
Legislador Universal (ou da Autonomia):
"Age de tal maneira que tua vontade possa
Por isso qualquer conjectura hipotética que fundamente os motivos
encarar a si mesma, ao mesmo tempo, como
do ser na escolha de suas ações, o afasta do imperativo categórico,
um legislador universal através de suas
uma vez que age com foco nas consequências.
máximas."
Portanto, agir moralmente é agir em função de um dever, esse em
Variante: "Age como se fosses, através de
consonância com a lei moral, verdadeiro imperativo categórico que
suas máximas, sempre um membro legislador
visa tratar as pessoas como fins em si mesmas.
no reino universal dos fins."
Imagens: www.todamateria.com.br e www.flaticon.com
Destaques
Veja nessa página as principais ideias expressas pelo professor.
“Não podemos falar sobre amor e ódio na educação sem recorrermos a elementos da filosofia e da antropologia.”
“A tradição ocidental passou por fases que deixaram marcas na nossa forma de viver e pensar. São elas: o pensamento grego, a concepção
judaico-cristã e a mentalidade técnica-científica.”
“A nossa comunicação é uma forma tanto de amor como de ódio.”
“Há uma espécie de ambiguidade no ser humano: é um ser que ama e um ser que odeia.”
“A questão de amor e ódio está muito ligada à nossa família, porque lá é onde experienciamos, ou não, amor e ódio.”
“As relações familiares, que são aparentemente tão afetivas, também são elementos fortes de juridicidade.”
“O ser humano é um ser ambíguo.”
“Ambos os sentimentos [amor e ódio] precisam estar integrados na pessoa e precisam de limites.”
"A questão do amor e do ódio está ligado à questão da interação e da sociabilidade humana.”
“Tornar-se sujeito no processo de educação é assumir a tarefa de construir por si mesmo o processo de conhecimento.”
“Em Hobbes, o amor é uma relação de interação autointeressada.”
“O primeiro lugar para se exercer a auto-restrição é a família, depois a escola.”
“A convivência é perpassada pelo risco porque está relacionada à interação entre pessoas falíveis.”
“A falibilidade é construtiva.”
“O conflito é constitutivo, não precisamos ter medo dele.”
“O conflito surge do fato de se estar convivendo entre pessoas com histórias peculiares, com procedências peculiares, com visões de mundo
distintas.”
“Nós nos tornamos o que somos apenas na convivência.”
Mapa da aula
Veja nessa página as principais ideias e ensinamentos vistos ao longo da aula. Os tempos marcam os principais momentos das videoaulas onde os assuntos são abordados.
Parte 1 Parte 2
02:25 06:20 08:30 00:10 18:34
O amor e o ódio A história do A filosofia antiga A ambiguidade A questão da ordem
na filosofia grega pensamento • Amor e ódio estão fortemente do ser humano no pensamento
• presentes no pensamento grego.
Ágape = afinidade de ideais ocidental • Hannah Arendt A Banalidade do judaico-cristão
espirituais, ligado ao amor divino. • O ser humano é um ser inserido
Mal (conceito também abordado pela • Ordem manifestada na
1. Momento do objeto: em uma ordem maior.
Também traduzido como “caridade”. professora Marcia Tiburi na segunda
• Eros = amor que nasce entre duas
pensamento antigo e • Tragédia grega: ordem inicial, criação.
aula desta disciplina). • O ser humano em relação a
medieval; perturbação da ordem,
pessoas, carnal, que aproxima • O ser humano é um ser ambíguo, Deus é filho; em relação a
2. Momento do sujeito: reestabelecimento da ordem.
quem possui sede de se conquistar. capaz de atos nobres mas também de
• Filia = amor de amizade, sem
pensamento • Pensamento grego é um outros seres humanos é irmão
atos repugnantes. e em relação à natureza é
moderno; pensamento da ordem, da
nenhuma espécie de monopólio, • Para Blaise Pascal, o ser humano é senhor.
3. Momento inter- harmonia.
sem dependências. composto por razão e coração
subjetivo: • A missão do ser humano é achar • Perturbação da ordem:
• Miseo = “odiar, aborrecer”, usado (emoção).
pensamento o seu lugar no mundo. desobediência de Eva
especialmente acerca de • Tendência para sociabilidade (amor) x
sentimentos maldosos para com os
contemporâneo; • Platão: Mito da Caverna. concretizada ao comer a
tendência para conflito (ódio).
4. Desaparecimento do • Aristóteles: ser humano é um ser maçã, o fruto do bem e do
outros. • Immanuel Kant A Insociável mal.
sujeito. racional e político (sociabilidade).
Sociabilidade Humana. • Na concepção judaico-cristã,
Deus é amor.
Parte 3 Parte 3
01:15 26:03 33:40 01:00 11:07
O pensamento moderno Direitos Abalos à Apoteose do Freud O pensamento
• A partir do séc. XVI. • Punções: Eros x Tânatos.
•
(emoção) e Humano contemporâneo
Apoteose do humano: o homem • Id: fonte da energia • Momento intersubjetivo.
deveres (razão): A Apoteose do Humano do
colocado no lugar de Deus. psíquica, formado por
pensamento moderno teve três • Valorização do sujeito aliada à
• Descoberta da subjetividade • O sujeito não pode ser desejos inconscientes.
contrapontos: descoberta da alteridade.
(concentração no sujeito orientado apenas • Superego: assimila
• Friedrich Nietzsche Não é tanto • Valoriza a ordem pré-dada mas
autônomo). pelas suas emoções, ordens e proibições.
a racionalidade que orienta o ser também o processo de auto-
• O ser humano é criador da ordem. mas por sua razão • Ego: mediador dos
humano, mas sua sede de poder. construção, que passa pela interação
• Thomas Hobbes Contrato Social auto-restrição. impulsos do id e das
• “Viver é se auto- • Sigmund Freud O que move o humana.
(a sociabilidade é um mal exigências do superego.
sujeito é o inconsciente. • Escola é lugar de conflitos, e o
necessário). restringir.”
• Karl Marx O que interessa são professor deve acolhê-los de forma
• Immanuel Kant Ética racional
as relações materiais (de positiva, pois o conflito é construtivo.
(imperativo categórico).
produção) por trás do fenômeno. • Reposição positiva de conflitos.
Aula 3
Acesse o ambiente EAD e selecione a aula correspondente.
Exercícios
AULA 3
1. Acerca dos grandes momentos da história do pensamento ocidental, é correto afirmar que:
A B C D
Houve uma evolução do pensamento O pensamento moderno era O pensamento contemporâneo encontra Todos os pensadores concordam que
antigo para o medieval, que valorizam caracterizado pela ênfase no raízes na inter-subjetividade. houve apenas três grandes momentos.
tópicos diferentes. reconhecimento da ordem pré-dada.
A B C D
Que amor e ódio estão fortemente Que o pensamento grego é um Que o ser humano nasce já conhecendo Que o que interessa são as relações
presente no pensamento grego, que pensamento da desordem, da seu lugar no mundo e seu destino materiais por trás do fenômeno
prega que o ser humano é ser inserido desarmonia. inalterável. apresentado.
em uma ordem maior.
3. A partir do estudo das obras de Thomas Hobbes e de Immanuel Kant, pode-se afirmar que:
A B C D
O pensamento moderno foi A descoberta da subjetividade, baseada Não há relação entre as ideias de Nietzsche, Freud e Marx concordavam
caracterizado pela Apoteose do humano: na concentração no sujeito autônomo Hobbes e as de Kant. com a racionalidade humana e serviram
Deus colocado no lugar do homem. sugere que o ser humano é criador da de base para os autores modernos.
ordem.
Resposta: C, B.
Exercícios
AULA 3
A B C D
A valorização do indivíduo deve estar Existe uma ordem pré-dada mas A escola deve acolher e ressignificar de Nenhuma das alternativas.
sobreposta à descoberta do outro. também o processo de auto- forma construtiva os conflitos.
construção, que não tem relação com
a interação humana.
A B C D
Hannah Arendt a descreve sob o termo O professor Draiton Gonzaga afirma Blaise Pascal define o ser humano como Immanuel Kant utiliza o termo
"A Banalidade do Mal", no livro que o ser humano é um ser racional e um ser composto por razão e coração. "Insociável Sociabilidade Humana"
"Eichmann em Jerusalém". incapaz de qualquer ambiguidade. para referir-se a essa condição.
CONCLUSÃO
Teste da Disciplina
Já está disponível no ambiente EAD o teste online
dessa disciplina. O prazo para sua realização é 16 de
julho.