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Maçonaria Brazüeira.
PUBLICAÇÃO MENSAL,

Redactor era Chefe, o Gr.\ Secret/. Ger.'. da Ord.'.

N.° 2. —2.° ANNO.

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Or.*. do Rio de Janeiro.


TYPOGRAPHIA DO GE/. OR/. DO BRAZIL.
Vallc do Lavradio 53 K.
1873 (E.\ V.:)

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Boletim
DO

GRANDE ORIENTE DO BRAZIL


AO VALLE DO LAVRADIO.

Jornal Offieid áa Maç/. BraiiMpa.

Mm. 2 Itmmo 1873 2.° Mm

Secção Dogmática.

A liberdade.
Life is real, life is earnest,

L.ONGFELLOW.

Temos de um lado a gente séria e grave a pensar.


Temos de outro lado as grandes crianças, de Pascal, a lo-
quejar.
E a sociedade humana, que é um grande hospício para todas
as faculdades sãs e adoentadas, vem-nos trazendo de eras pas-
sadas todas as nevroses de cérebro, assim como todas as exci-
tabiliclades do systema nervoso em geral, hereditariamente em
suas individualidades, e apresenta-as á investigação desprevenida
e calma daquelles que silenciosamente contemplão e lastimão
desvios humanos.
E o homem, que traz ainda o cunho cias épocas de Nemrod,
o homem que junta á razão os instinctos todos de sua organisa-
ç3o, sente-se forçado, no meio das sociedades cultas, a curvar a
cerviz ante o bom senso e a lei.

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Grande Oriente do Brazil
AO VALLE DO LAVRADIO.

O Jornal Official da Maç/. Brazileira, publicado por ordem


do Grande Oriente, conterá artigos originaes dogmáticos, trechos
escolhidos de revistas maçoniças estrangeiras, a matéria legisla-
tiva decretada, os extractos das sessões do Gr/. Oriente e dos
Corpos Superiores, um noticiário do que de mais importante oceorrer
nas diversas Potências maçoniças, a correspondência do Circulo;
bem como um resumo em francez dás noticias de cada numero,
para intelligencia dos Maçons estrangeiros.
As paginas do /^.aletlm são franqueíidas a todos os Ilr/.
que desejarem inserir artigefe úteis e interessantes á Ordem,
devendo ser sujeitos ao-juizo da Com/, de Redacçâo.
Um exemplar do J&aLetLm será enviado gratuitamente ás
GGr.\ DDig.*. da Ord.-., a cada Loj.-. do Circulo, ás Potências
Maçoniças aluadas e aos Redactores dos jornaes.
A assignatura é obrigatória por um anno, de Dezembro de
1872 a Dezembro de 1873, paga em uma só prestação adiantada.
Corte e Nictherohy.
Anno (12 números). . 6#000

, Províncias (Registrado).
Anno (12 números). ....... . 7ÍJ000
Numero avulso ........... ljjOOO
Para os paizes estrangeiros a assignatura varia conforme a
importância dos portes do correio. "
Toda a. correspondência de redacçâo e remessa do importe das
assignaturás serão dirigidas ao lledactor em Chefe, Gr.-. Secret.-.
Geiv. da Ordem, á

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do Zarradio 'N. 58 K.
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— 98-

Desprovido de pellos que o abriguem, nascido inerme e indo-


lente, organisado para a família, necessitado do auxilio de seus
semelhantes, obrigado á benevolência e maximamcnte sujeito ás
sabias leis do seu Deus exaradas nos Sanctos Evangelhos, com-
prehende a sua liberdade de uma maneira restricta, porque
comprehende também e respeita a liberdade alheia.
Confundir-se a voluntariedade com a liberdade, é desconhecer
a pureza da consciência, os princípios de justiça, a rectidão, o
amor ao próximo, a piedade, e todas as sublimes qualidades que
eleve possuir um homem culto e christão.
Os espiritos vulgares, levados pelo fantástico da poesia dos
declamadores, os que têm nos versos á farta e á larga alimento
e oecupação, deixando o lado serio da vida, inclinão-se para as
solicitações dos sentidos, e as paixões lhes dão aquillo que o
pensamento grave lhes recusa — distracção e gozo material.
A ociosidade, fonte de todos os vicios, é o mundo ambicionado
de todos esses bemaventurados da terra. É nessa officina que
os crimes são representados com cores luxuriosas e deslumbran-
tes, e oncle a folha de vinha do pudor esculptural cahe por
terra e deixa violar aquillo que a arte decente deixara occulto.
Não bastava formas arredondadas caprichosamente voluptuosas,
não bastava seios sonhados na gemma do alabastro; convinha
que a liberdade dos sentidos gozasse, como entendesse, dos en-
cantos desnudados da natureza.
Com estes livres predicados, sacudindo os decentes preconcei-
tos da arte antiga, chegou-se ao vicio moderno, oncle se apre-
gôa a liberdade, tantas vezes licenciosamente.
Apagou-se o sentimento do bello, e o culto do pudor e da in-
violável castidade d'alma é apenas só um mytho, uma anomalia
social.
É virtude a hypocrisia.
A mentira tornou-se um caprichoso e útil instrumento.
A cortezia ficou sendo um laço.
A polidez ficara sendo um meio licito de fugir á verdade, en-
ganando incautos, e matando na consciência a idéa do dever e
da gratidão.
O discurso, a palavra, usa-se diariamente como uma permittida
^
forma de mentir, de aceusar, de calumniar e de destruir.
Jamais nos velhos foraes de passados séculos se sentio jugo

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— 99 -
tão pesado, tão abominável feudo, do que esta couraça
que se
impõe a cada homem social, desvergonhando-o, adulterando-o,
transformando-o e obrigando-o a exclamar nessa escravidão ab-
jecta dos sentidos — eu sou livre!*
Passe-se d'aqui, destas cousas da alma manchada e decrépita,
para as cousas do corpo, e teremos o mais burlesco espectaculo
humano. Traja-se caprichosamente, rigorosamente, exactamente
á moda.
E a esta faculdade presta o século actual, na sua comedia
diária, toda a sua minuciosa attenção. Homens e mulheres de
hoje, crianças e velhos de certas e determinadas famílias, de
um certo gênero de educação, convivas regulares no convez dos
vapores transatlânticos, onde a passagem é uma obrigação de
gosto moderno, um tributo pago ao tom e á distineção.
O homem deixa-se embrulhar era roupas fantásticas, as mu-
lheres da moda cobrem-se de cabellos incultos como os dos ve-
lhos teutons, as pás e as helices dos vapores as fazem mover
nos mares, e o dinheiro as recommenda e distingue.
Ter a qualidade de poder pagar uma passagem de primeira
classe é uma superioridade.
Usar de brilhantes nos dedos e nas camisas, e um certo perfume
de jockey-club no lenço, é qualidade invejável da gente actual.
Possuir o dom de ter o seu nome nos jornaes, passar nelles
por homem de gosto e por chefe de uma cousa qualquer ou por
originalíssima excepção da humanidade, é cousa digna de inveja.
Os incríveis do século passado da revolução franceza, gregos
mettidos em casacas de golla alta, e ajaezados de correntes e
sinetes cie ouro que fariao inveja na costa da Mina, derão o
mundo deste século, na sua meia língua, onde os rrr erao engo-
lidos, a mais ridícula idáa da comedia que jogavão.
Porque tartufos houve-os em todas as épocas; e hoje, mais
que nunca, são elles cio palaclar do século. Tartufos de salão,
do passeio, da ante-camara, cio theatro, cia tribuna, do templo,
do fórum, conheceu e conhece o mundo, sem ousar dizer alto o
baixo conceito que devem merecer.
Por que?
Porque lá está a consideração mesquinha que agrilhôa a cons-
ciência, que obriga ao silencio, que faz jus ao honorário ou á
gratificação.
— 100 —

Porque lá está, esse fantasma — a posição social, — abutre que


se nutre de entranhas, de escrúpulos, de sacrifícios, de honesti-
dade, para guardar um que, envernisado e brilhante, uma appa-
rencia de convenção, que, se mais nada der, dá pelo menos du-
zias de Cliquot—fiambres de Westphalia—caviar do Mar Negro
—marraschino de Zara — talheres de prata — porcellanas custo-
sas —tapetes e crystaes de preço — o tempo dos artistas —a
paciência dos fornecedores e a honra das mulheres.
E o povo, o povo que é a grande humanidade que trabalha c
que geme, e que dá filhos ás lettras, ás artes, á industria e ás
sciencias?
O povo? Mas essa gente toda de blusa, que é o burel do
suor, e a marca da honra e do bom senso, esse atura Victor
Hugo a declamar em seu nome9 a republica a fingir-se de bar-
rete vermelho e a montanha a fumegar de emanações de pe-
troleo.
A coroa que os reis não íizerão, mas que a humanidade cin-
zelou para os reis, quer agora essa humanidade despedaçar;
quer arrancar o diadema que deu com sangue de gerações, e
em seu lugar, decapitando privilégios, ajaezar de barrete phry-
gio as celeberrimas deidades, que, depois de nutrirem-se nos
paços reaes entre a criadagem insolente, querem copiar aquelles
ares magestaticos, aquellas posições plásticas da realeza enthro-
nisada pela própria humanidade.
O mundo que pensa não indaga dos que têm razão, contem-
pia a revolta e pasma ante o absurdo da revolta no meio de
um mercantilismo, que suffoca aspirações generosas e rasga as
paginas da historia da humanidade.
É um repto que a blusa ou a. casaca insolente lança ao manto
real cheio de arminhos e pergaminhos que a humanidade outor-
gou de sua vontade e cheia de enthusiasmo.
É o absurdo do ambicioso jogador á cara da lei
que os sccu-
los sanccionárão.
É a revolta social feita por alguns sonhadores malaventurados
sentmdo-se pobres e deslocados, com o único fim
de acharem
um emprego que renda capitães fáceis.
E a razão deste movimento, a causa desta revolução
: das idéas
e porque a liberdade é. apregoada por homens; e
a realeza tam-
bem o e por homens.

PfewfeíléíEMSW
— 101 —

E ninguém se lembra que o impossível de estabelecer nas


sociedades humanas é a liberdade livre para todos.
Não vale" a pena chamar a attenção dos cegos sociaes
para
as cousas praticas das republicas actuáes.
Para elles é tudo um paraíso, comtanto que no festim
publico
dos empregos e das prebendas haja probabilidade de lucro.
Quer-se o rei de casaca, esse rei prepotente, arrogante, que
tem outro nome no congresso; mas o que se não
quer é o ho-
mem que a lei torna responsável, e a educação apropriada desde
a infância lhe ha dado a fina consciência dos deveres do chefe
christão e civilisado.
O que se dá para com a nação, dá-se para com a família:
Se hoje os filhos de 14 a 18 annos estabelecessem a revolta
contra o chefe de família—que é seu pai—e clamassem contra
os seus direitos, contra a sua philosophia autorisada, e disses-
sem: Queremos mais liberdade; somos homens do futuro; direitos
iguaes; nosso pai é nosso déspota; os homens são iguaes entre si; e
portanto convém que elle eommungue comnosco, que desça de sua
autoridade patemal} e venha ser-nos companheiro nas loucuras e no
exercido de nossas faculdades!
E lá está a Lei do Estado e a Lei de Deus^ que clamão con-
tra esses nivelamentos absurdos.
Os séculos passados vendo apparecer e desapparecer sociecla-
des humanas assás nos dizem a respeito da forma de governar gente.
Quer-se liberdade.
Quer-se nivelamento de condições sociaes.
E comtuclo, erga-se ahi um vilão enriquecido na índia ou. na
America, espalhe ouro e caprichos, e todos se sentem curvados
e pequenos ante a autocracia do millionario.
E essa corte que admirou o rico homem, que o saudou ao
apparecer, que lhe levantou vivas nas opiparas refeições, vai no
dia seguinte á imprensa e dá-nos as impressões da liberdade social.
Estes pequenos e grandes segredos da mentira e da incohe-
rencia o povo ignora.
É hoje uma occupação como outra qualquer —o pregar a li-
berdade aos outros.
Aceita-se esse encargo como se aceitaria a agencia de vapores
transatlânticos.


— 103 —
Eis como pensa o mundo desvairado e inconseqüente.
A' maconaria do Brazil corresponde o sagrado encargo de di-
zer a verdade generosa e leal, como Deus a concebeu e tal
como ella passou para a consciência do homem.
Aquella faculdade do homem que o põe em contacto com a
grandeza do coração e que lhe dá a comprehender todos os
seus sanctissimos deveres para com Deus, com os outros
homens e para comsigo mesmo é o para
que constitue a verdadeira
liberdade do Iwmem.
Porque, diz Longfellow: A vida è séria, a vida é real.
A liberdade do pensamento tornando o homem apto
se; a liberdade da consciência tornando o homem a julgar-
apto a julgar
os seus semelhantes, a aprecial-os, a respeital-os e
amal-os tanto
quanto deve, fazem da liberdade um instrumento divino nas
mãos da humanidade.
E este instrumento, útil e sagrado, manejado
um homem
de bem, torna-o digno e clelle faz um verdadeiro por
maçon.

0 espirito de cabala.
O emperramento, a teima em que
mco persiste uin partido maço-
abrigado^ nos Benedictinos, declarando-se unido
e único, é
jogo que esta destruído no espirito dos homens sensatos,
hoje, msü-mdos da verdade da revolta, mais cautelosamente que
ul-
]Tm"S' caPita»el"I°s P« homens nem sin-
celT™T"rS
ceios, nem de ícleas livres.
t0nia"Se altamente elo<luente e clara> «Pando
numdo" Zdí6 o
deste anno do reappareado boletim do
Tudo quanto a caprichosa invenção grande oriente unido.
da cabala sóe estamnar
para enganar, desprevenidos ahi está dado
desta vez ajaezado isso de nm humorísmo profnslente a
que Z iL de
SCU J'°Ven «*"Sí
oSTotalente1SCret°;
'dl0'™ i° "*"*" "***
ooTeTso
ceicao, nonos diz cousas que se **** e «•*• 1-
mm a jaedade dos ene assistem parecem prudentes e oue só
a esta nLa luteda verdade
— 103 —

consummada abrigada na lei, contra a caprichosa e errada dissi-


déncia de uns homens que julgarão a maçonaria, como muitas
outras instituições, ponte de embarque de idéas políticas.
Mas não contarão com os defensores da verdade e das sanetas
doutrinas da Ordem. Medirão relações pessoaes, mas não ava-
liarão a independência de caracter e a pureza da consciência dos *
fiscaes severos e graves da Lei e da Architectura luminosa do
Templo de Salomão.
Recuarão pasmados e confusos ante a severidade que os ex-
pellia do Templo, e como todos os que não têm razão, rangerão
dentes e disserão entre si:
Havemos de vencer apezar de tudo.
A justiça porém, que tem uma mão de ferro para conter os
assaltos da injustiça, pôz a bom recato no seu escuro oriente
esses poucos d'entre nós, que acintosamente nos guerreavão a
Instituição com o fim de a fazer servir no seu festim pro-
fano.
Quem ha abi no mundo que os não haja julgado sufficiente-
mente ?
Qual a província cio Brazil, na sua parte sã e razoável, que
não saiba distinguir o nosso verdadeiro Oriente de seu falso
Oriente?
E se algumas officinas, poucas, ainda se não pronunciarão em
nosso favor, em breve as temos com certeza abrigadas em nosso
autorisado seio.
As províncias de S. Paulo e Pernambuco é a mais amarga
decepção que preparamos aos nossos contrários.
Não que para isso contribuamos, mas porque, nessas localida-
des, onde não ha uma rua cio Ouvidor que oífusca a razão,
pensa-se bem e opta-se melhor no caminho da verdade.
A nossa correspondência para toda a parte é só dirigida pela
Grande Secretaria; não aclmittimos pedidos particulares, nem
imposições de ctedores, e menos ainda de influencias de com-
padres. E isto tudo porque rejeitamos o espirito de cabala, por
o termos por anti-maçonico. V
Sim, nós rejeitamos estas armas mesquinhas e não permitticlas,
tanto quanto não aclmittimos discussão pela imprensa profana,
que é freqüentemente praça publica cie cloestos e prostíbulo de
licenciosiclades do máo humor, e tanto quanto rejeitamos a con-
2
— 104 -—

versa odiosa cababalistica nas ante-camaras, nos hotéis e nas


esquinas de ruas.
Quando neste boletim official dissecamos aquelles nossos con-
trarios, e que lhes expomos vísceras e tecidos á luz da discus-
são, um rigoroso acto de justiça, porque, guardas
*unicos praticamos
da Maçonaria do Brazil, não queremos e não devemos
que se manchem seus sagrados attributos. Aqui nesta discussão,
dura ás vezes, rigorosíssima sempre, não ha Dom Fulano nenhum
nem tão pouco Doutor Fulano algum; é a polemica autorisada e
séria, que quer e deve levar a convicção a espíritos desvairados
em nome da Maçonaria e em nome da civilisação deste Império,
que felizmente não está situado na Cafraria.
Sejamos coherentes e justos: façamos guerra ao espirito de
cabala que invade e congrega os dissidentes da verdadeira ma-
çonaria do Brazil.
Nenhum espirito serio e discreto poderá desconhecer nos actos
de nossos contrários uma precipitação ousada e uma odienta ma-
neira de expor os factos que tendem a defender as suas aspira-
ções maçonicas.
Ahi ha a mania dos meetings a propósito de qualquer occur-
rencia, em que baste a prudência e o critério para vencer os
ataques á nossa Instituição.
Ahi reina a moderna mania do annuncio, da imposição indivi-
dual e de tudo que a gazeta é capaz de fornecer em publicidade
e celebrisação.
Esta arte de proceder, estes caprichos resultantes de hábitos
inveterados na vida profana, são a norma do actual humorismo do
boletim do oriente unido. Começou arremessando raios e co-
riscos na arena do jornalismo, amparamos-lhe os furores e a
cegueira, e agora toma um tom mais humano, quiçá mais engra-
çado.
Quem sabe. até que ponto aquella teima em citar trechos nos-
sos não facilita o complemento da matéria desse* boletim ?
Agradecendo a transcripção do que é nosso, nisso vemos
pro-
posito de emenda e correcção, o que é de certo digno de lou-
vor, lastimando apenas um pequeno ar chocarreiro
que produz
péssimo effeito na gente séria que porventura o lêr.
Estas considerações juntas a outras muitas
que a conducta
benedictína nos ha suggerido, levárão-nos a
pensar maduramente
— 105 -
no espirito de cabala que caracterisa aquella sociedade
que se
intitula maçonica.
Se ella se não denominasse pomposamente ordem maçonica, a
deixaríamos ein paz na revolta intestina de suas incoherencias,
mas convém arredar do caminho de nossa existência maçonica
autorisada essas anomalias, apresentando-a tal qual é,
para des-
ventura da Ordem Maçonica do Brazil, um cháos no qual a luz
nunca será feita.

A Maçonaria e o "Apóstolo.,,
Com o titulo de Apóstolo publica-se nesta corte uma gazeta,
que se diz consagrada aos interesses da religião, sob os auspi-
cios do bispo diocesano.
Não coinprehendendo o espirito christao, que inspira nos ho-
mens o amor universal, a gazeta episcopal se ha convertido em
órgão da intolerância, que gera o fanatismo.
Dominado pelos preconceitos da seita ultramontana, o Apóstolo
presume discutir, quando apenas maneja a injuria, o apodo e a
virulência de linguagem.
O raciocínio é plácido e calmo; convence, e não irrita.
No ultimo Boletim escrevemos um artigo sobre a Maçonaria e
o nosso episcopado; procurámos esclarecer e acertar, e só neste
intuito discutimos.
O Apóstolo, animado do rancor, que se inspira na desconfiança
das causas más, não tenta a persuasão; investe com a injuria.
Assim as mimosas expressões:—papel triste e ridiculo9 indigesto
artigo, dislates, despropósitos e hydra do Lavradio, são os conclu-
dentes argumentos, com que nos refuta o gracioso escriptor do
Apóstolo.
A elle deixamos o não disputado triumpho nesse campo: In
injuriis vincere turpe est.
WÊL Nas paginas do Apóstolo nem os mortos são poupados. Se
se trata de um príncipe ou de um frade, embora já cobertos do
venerando pó do jazigo dos finados, nem por isso varia o tom da
resposta: aquelle é lascivo e sensual, este é orgulhoso e (lepra-
vado.

I
— 106 —

Deixemos a personalidade e o impropério, e discutamos o as-


sumpto da nossa polemica.
Examinando o artigo do Apóstolo, vemos que o seu autor la-
bora em erro de facto e em erro de direito.
Elle mostrou desconhecer o modo por que as sociedades ma-
çonicas constituem-se entre nós, e não comprehender a disposi-
ção da lei civil.
O ponto que agora cumpre-nos ventilar é o seguinte:
A Maçonaria no Brazil é associação legal, reconhecida pela
legislação do paiz?
A gazeta episcopal considerou a Maçonaria brazileira como
associação illegal e sem entidade jurídica, segundo a sua própria
phraseologia.
Desse erro deduzio inadmissíveis conseqüências: d'ahi provém
a insistência em reputar a nossa soberana corporação como su-
jeita á excommunhão pontifícia: d'ahi procede a doutrina censu-
ravel, que considera o maçon fora da lei.
O funesto erro do Apóstolo levou-o a formular esta proposi-
" Estando o maçou incurso em crime
ção: previsto no art. 282
do Código Criminal, não pôde prevalecer-se dos direitos, que as-
segura a Constituição. „
Isto é, o cidadão brasileiro ou estrangeiro, que faz parte de
uma sociedade secreta, incorre em excommunhão e perde toda a
protecçâo das leis: constitue-se ludibrio de toda a injuria e de
toda a violência: é o reprobo que succumbe cá indignação de um
povo inteiro no mais completo abandono.
Se o roubarem, a autoridade lhe não restituirá a propriedade;
se o ameaçarem, o poder publico o não protegerá; se o ferirem,
a sociedade o não desaggravará.
; Eis^ o que é o maçon, segundo a doutrina dos bispos do Bra-
zil: eis a exótica doutrina, que decididamente combateremos.
Aquelle a quem a lei criminal do nosso paiz apenas impõe
o castigo de 5 a 15 dias de prisão por celebrar sessões em
sociedade secreta, o padre ultramontano exautora de todos os
direitos legaes, e não duvidará impelül-o ao tormento do fogo e
ao motejo do sambenito.
Tal é o furor do fanatismo!
Para clareza na deducção das idéas, mostremos:
1.° Que a Maçonaria do Brazil é uma associação legal.
— 107 —
1

2.» Que essa associação não está sujeita á sancçSo das bullas
de excommunhão contra as sociedades secretas.
3.» Que as referidas bullas não são exeqüíveis no Império.
Firmados estes pontos, só por espirito de intolerância
prose-
guirá o Apóstolo na sua animadversão contra os maçons, com-
munidade de homens sinceros, regida pelos mais severos
precei-
tos da moral.

A Maçonaria é sociedade legal

A legislação brazileira considera como illicita e criminosa a


reunião de 10 ou mais pessoas em casa, e dias certos e detenni-
nados, quando for para fim de que se exige segredo dos asso-
ciados, e quando neste ultimo caso não se communicar cá autori-
dáde do districto onde se fizer a reunião. (Cod. Crim., art. 282.)
Ora, a Maçonaria no Brazil é uma associação de homens li-
vres, independentes e observadores da lei: ella ao constituir-se
preenche as formalidades estabelecidas pelo legislador (Cod. Crim.,
art. 283), communicando á autoridade local o fim geral de sua
reunião, com declaração do lugar, tempo e nome dos seus direc-
tores, e com protesto de se nao oppôr á ordem social.
Logo as sociedades maçonicas entre nós são associações liei-
tas, e como taes reconhecidas pela lei.
Recusar-lhes este caracter é querer perseverar em erro vo-
luntario, e commetter peccado, que brada aos céos, negando a
verdade conhecida por tal.
As sociedades maçonicas no Brazil constituem associações le-
gaes; e pode affirmar-se, que ellas não são secretas.
A lei define como taes aquellas que têm por fim objecto sobre
o qual se exige segredo cios associados.
Basta porém ler a nossa constituição maconica para reconhe-
cer-se, que os maçons não têm fim secreto: elle é ostensivo e
patente.
A nossa lei orgânica diz expressamente no art. 2.° "O fim
da Maçonaria é o exercício pleno da beneficência e caridade, a
illustração e moralidade da espécie humana, e a pratica das vir-
tudes sociaes e domesticas. „
— 108 -

Se este ê o fim da Maçonaria, fim expresso e declarado na sua


lei fundamental, como reputar secretas as sociedades maçonicas
no Brazil?
Não podemos por isso crer, que o chefe visível da Igreja cie
Jesus Christo queira proscrever congregações de homens justos,
que esforção-se pelo melhoramento da humanidade: e assim em-
bora reconheça o santo padre, que ellas dirigem-se a um escopo
humanitário, julgue-as todavia merecedoras de repulsa tão só-
mente por inscreverem-se com um nome determinado, o nome de
Maçonaria.
Não é licito occultar, que os estatutos maçonicos exigem se-
gredo para os mysterios da Ordem e para os negócios decididos »

dentro de suas officinas. i

Mas o que importa isto, se é patente e conhecido o fim so-


ciai ?
Desde que o fim é notório e divulgado, não ha sociedade
secreta.
O segredo aliás exigido para esses dous objectos é mais uma
fórmula do que uma realidade.
Os mysterios ou symbolos maçonicos são hoje conhecidos ge-
ralmente. A imprensa de todos os paizes os tem divulgado, e
as obras sohre a nossa liturgia andão nas mãos de todos.
Os actos da Maçonaria, ella os divulga nos seus próprios
jornaes.
Quem não lê nesta corte e em todo o Império os nossos bo-
letins, contendo a noticia de todos os nossos actos?
Quando porém alguma reserva haja no procedimento econo-
mico das lojas, não é cousa digna de reparo e censura.
A Igreja admoesta, corrige e castiga em. segredo: os bispos
procedem ex informata conscientia, guardando inviolável sigillo; e
diremos por isso que a congregação dos fieis catholicos é uma
sociedade secreta e perigosa?
Ninguém o affirmará; porque tudo isso encaminha-se ao bom
regimen e ao fim ultimo e santo da Igreja.
Logo não devemos reputar secreta e odiosa a Maçonaria só
porque reserva da publicidade alguns actos da sua vida intima,
quando essa reserva apenas tende a melhor consecução dos fins
maçonicos, aliás patentes.
Errão pois aquelles que acreditão e pregão, que a Maçonaria
— 109 —
i

no Brazil é uma sociedade illegitima, sem entidade jurídica e


merecedora de abominaçao.
Mostrou-se hospede na matéria o escriptor do Apóstolo,
quando
alludio á responsabilidade dos thezoureiros, guardas dos metaes
niaçonicos.
Elle confundio a capacidade civil com a própria existência da
sociedade ou com a faculdade de livre reunião.
Não ter personalidade ante os tribunaes civis é cousa bem cli-
versa de não ter o direito de associar-se para um fim commum.
A respeito do direito de associação como faculdade política
entendem as leis criminaes; emquaíito á representação jurídica
«ante os tribunaes providencião as leis civis ou commerciaes, con-
forme a natureza dos interesses que as sociedades representão.
Pode pois existir uma sociedade política ou humanitária, por-
que a lei a permitte, e pode essa mesma sociedade não ter per-
sonalidade civil.
O que d'ahi se deduz em desfavor da Maçonaria? Nada, ab-
solutamente nada.
Pelo contrario se alguma cousa se devesse inferir seria em
abono da nossa instituição. |
A esses thezoureiros confião-se valiosas quantias sem outra
segurança além da probidade individual; e essas quantias não
dèsvião-se do seu fim.
Tanta é a força da virtude entre os maçons!

§
A Maçonaria não se inclue na excommunhào das bullas.

Desde 1738 até 1867, isto é, desde que a sciencia começou a


despertar o espirito investigador da sociedade em bem dos seus
direitos, cinco pontífices romanos hão promulgado bullas contra
as sociedades secretas.
Todos esses actos pontifícios, expraiando-se em infindas e repe-
tidas considerações, na forma cio uzual estylo da cúria, concen-
trão-se em um ponto bem definido, e vem a ser a excommunhão
das sociedades secretas, " essas seitas odiosas e detestáveis, que se
propõem a destruir a igreja; que descaradamente publicão que
não existe Deos; que buseão derríbar a Santa Sé apostólica. ,,
— 110 —

Ora, por este intuito formal dos papas, tão claramente enun-
ciado ao vibrar os raios do Vaticano, vê-se, que não pode com-
prehender-se na censura papal uma sociedade como a Maçonaria
.brazileira, a qual só pretende exercer a beneficência e caridade,
promover a illustração cia espécie humana, e praticar as virtu-
des sociaes e domesticas.
Insistir no contrario é sustentar, que o papado é infenso á
caridade, á civilisação e á moral.
Excommungar a beneficência, a cultura da razão, e as virtudes
moraes é por certo incomprehensivel pretenção: é inadmissível
aberração do poder.
O espirito, porém, que profliga a Maçonaria brazileira com a
pena de excommunhão, só pôde ser aquelle que ensina, que
Jezus Christo ama a aristocracia, e quiz nascer nobre.
Este Jezus Christo, fautor da nobreza e jactancioso fidalgo, é
o filho de Maria, que o Evangelho nos exhibe? É aquelle que
os prophetas declararão, que chamar-se-hia Nazareno, isto é, sim-
pies cidadão?
Não por certo. As sagradas letras dizem-nos, que aquelle que
em Maria se gerou foi obra do Espirito-Santo.
O divino Paraclito, porém, não gerou nobre, nem peão: formou
o Deos humanado, que veio ensinar-nos a amar-nos uns aos
outros, por sermos irmãos, filhos do mesmo pai
Se o clero proclama, que os governos representativos fundão-
se no roubo e no latrocínio, porque baseão-se na vontade geral,
cumprindo-se assim o vox populi, vox Dei, esse clero despreza
o preceito dos prophetas, repetido por S. Paulo: " Não dirás
mal do príncipe do teu povo. „
E afastando-se assim da palavra sagrada, levanta contra si a
indignação daquelle que disse: " Vós sois o sal da terra: e
se o sal perder a sua força, com que outra cousa se ha de
salgar? Para nenhuma cousa fica servindo senão para se lançar
fora e ser pisado dos homens. „
Padres, á quem tão árdua missão Jezus Christo confiou, e
contra quem proferio tão severa condemmação, pregai a palavra
do Evangelho e deixai as pretenções da cúria de Roma.
Seguindo a cúria romana, e não a igreja de Deos, vós fazeis
como os publicanos: só amais aos que vos amão,
- 111 -

Seguindo a cúria romana, e não a igreja de Deos, vós fazeis


como os gentios: só saudais aos que vos saúdão.
Mas o pai celestial condemnou essa doutrina, e vos recom-
mendou que fosseis perfeitos.
Sede perfeitos, ministros do altar, e não odieis a vossos irmãos,
só porque são maçons.
Sede perfeitos, pastores christãos, e não levanteis a sizania
entre as vossas ovelhas, só porque os maçons não auxilião os
intentos mundanos da Roma dos ultramontanos.
Não podeis servir a Deos e ás riquezas: eis o que vos disse o
martyr do Golgotha. Mas vós quereis o reino dos céos e a posse
da terra.
Se a Maçonaria turba-vos nessa posse, e por isso nos odiaes,
soffremos pela doutrina do Divino Mestre, cuja ira não será con-
tra nós.

As bullas de excommunhão não são exeqüíveis no Brazil.


É preceito formal do nosso direito publico, que nenhuma bulla,
breve, ou rescripto pontifício tenha execução no Império sem o
beneplácito imperial.
D'entre as cinco bullas de excominunhão contra as sociedades
secretas, três forão expedidas nos tempos em que fazíamos parte
da monarchia portugueza, sendo as duas ultimas publicadas de-
pois da nossa independência política.
Nem aquellas tiverão o plaeet do governo portuguez, como
cumpria, nem estas o receberão do governo brazileiro.
Para que as bullas, a que nos referimos, se executassem no
Brazil, forçoso era o beneplácito do Imperador, como expressa-
mente o exige o art. 102 § 14 da nossa Constituição Política.
Esse beneplácito não foi outorgado.
Logo as bullas não têm vigor no Império; e assim não podem
os nossos bispos por via dellas fulminar excommunhoes.
Se o fazem, violão as leis do paiz, e dão mais um testemu-
nho da necessidade de premunir-nos contra as invasões cio poder
clerical.
Nessa violação das leis pátrias por parte dos prelados brazi-
leiros, já se annuncia usurpação manifesta.
3
- 112 -

Julgão-se superiores ás potestades temporaes, c contra a regra


do Divino Mestre recusão a Cezar o que é de Cezar.
Ninguém mais do que Elle prezou a obediência a essas potes-
tades. Foi para dar exemplo delia, que Jezus Christo mandou
Pedro ao lago apanhar o peixe, e tirar-lhe da boca o estater,
com que pagasse o imposto das duas drachinas.
As referidas bullas não podem merecer a aceitação do governo
do Brazil.
Admittidas ellas, corre imminente perigo um dos mais
precio-
sos direitos do cidadão brazileiro, qual é o direito de livre asso-
ciação, garantido pelas leis do Estado.
Se hoje recae a excommunhão sobre as sociedades
políticas
e humanitárias, amanhã o raio da excommunhão fulminará as
sociedades industriaes sob pretexto de applicarem-se a objectos
profanos, e castigará as sociedades mercantis sob pretexto de
especularem em cousas reprovadas.
Assim não teremos no paiz, mas fora delle, o poder magesta-
tico: o soberano real e effectivo será o pontífice romano.
Os papas já tentarão o domínio universal: as armas
tamanho commettimento deu-âs a excommunhão. para
Esse raio porém cahio inerte ante a civilisação do mundo, e
apenas hoje recorda o plano gigantesco da ambição theocratica
e a illimitada fraqueza do homem ignorante. -
Se tão somente pela ignorância do mundo
pôde a ambição
romana prevalecer, cumpre reconhecer quão meritoria é a
acção
da Maçonaria, que esforça-se pela cultura do entendimento
hu-
mano.
Proclamou o nosso Redemptor: '< Amai-vos, e aperfeiçoai-vos
para serdes livres e felizes. „
Mas o ultramontanismo bradou: " Odiai aos nos não ser-
vem e mantenhamos a ignorância, que
porque seremos fortes e tere-
mos o dominio mundano. „
O divino preceito constitue a máxima suprema
da Maçonaria •
o rouco bramido de Satan é o thema da
cúria, que não é por
certo a igreja. l
h Quem vencerá, a lei do ódio, ou a lei do amor?
T. A.
^SAá^-
113

Instrucção Maçonica.

Et facta est lux.

Os humildes e os honrados, os justos e os bons jazião no


olvido, a Hespanha assemelhava-se a um cemitério quando do
Sinai da predestinação rebentou a tempestade que purificou os
mephiticos ambientes, que ha cinco annos contaminavão a aspira-
çao na alma e o amor no coração da nossa querida pátria.
Ao rumor do cataclysma do mundo profano as portas de nos-
sos templos rodarão sobre seus enferrujados gonzos, e cVentre
allegorias e mysterios brotou a luz que não se extinguira mais
em nossos altares.
A arte da real edificação, firme na sanctissima triologia cie
sua manifestação symbolica, apoiada na liberdade, fraternidade e
igualdade declarou crua guerra a ignorância, ao fanatismo, á in-
tolerância e á superstição multiplicando suas officinas; e ren-
dendo culto á justiça, protegeu o fraco, intimidou o forte, conso-
lou o triste e soccorreu o desgraçado.
A Maçou/., livre da candente arena da política, realisou o
bem, esperando que converta-se em factos, isto é, em presenti-
mentos de amor e esperança, de abnegação e carinho, cujos
protestos echoárão outr'ora em Memphis, Athenas, Roma, Cons-
tantinopla e Chandernagor.
Morta a escravidão d'alma, restava a escravidão do corpo,
essa lepra feroz e tremenda que nossos OObr/. têm anathema-
tisado, tanto no labyrintho de Creta como nos occultos mares
de bronze, nos pagodes da índia como nas estâncias de Pharaó,
no Nilo como nas plagas ardentes.
Afugentada a ignorância, que era a calaginosa nuvem da in-
telligencia, só faltava acabar com a ultima degradação da raça
humana.
A Hespanha ostentava em seu nítido manto a mancha de um
crime imperdoável.
— 114 -

Emquanto que a Inglaterra remia os homens de cor, os Estados


Unidos abolião a exportação do racional pelo racional e o Brazil
imitava esses grandes povos; a Hespanha, a pobre Hespanha
açoutada por Rojas, consumida por Torquemada, despovoada por
Carlos II a Hespanha, a pobre Hespanha, só e miserrima, suppor-
tava com resignação amarga a affronta da escravidão que corroía
seu coração.
Soou porém a hora da universal alegria e o presentimento
dos justos precisou as ephemerides da realisação.
O Gr/. Arch.'. do U.\ encheu a alma de Cavour da uncção
bemdita, do amor immenso da humanidade até ao sacrifício.
As prédicas de nossos templos, as aspirações de nossas Ofíi-
cinas, as manifestações de nossos II.'., tudo se condensou em
um esforço enérgico e poderoso afim de que a luz fosse feita e
os alvores do immortal dia illuminasse a face dos escravos de
Puerto-Rico.
Graças á Maç/., a energia de seus OObr/., ao Parlamento,
á imprensa e ao governo, 31,000 negros valem e são o mesmo
que 31,000 brancos.
O africano com a fronte alta, erguido o collo, com a noção de
seu direito e a gratidão por sua manumissão deixará de odiar
o europeu.
A America e a África levantão ao céo as mãos tremulas de
emoção e confundidas n'um evangélico amplexo esquecem em um
osculo de paz a longa vida de martyrios e amarguras, as horas
infindas de soffrimento e dor.
Resóem os malh.\ em nossos templ.*., grupem-se em redor tio
altar os filhos da esquadria para receberem a boa noticia do M.\
que sabe.
Correntes mysteriosas e cheias de inebriante amor voem de
Puerto-Rico á Europa, da Europa á África, de suas ardentes
plagas ao mundo inteiro.
O nivel e a perpendicular pousarão sobre a fronte de ebano
dos que gemião em grilhões.
A voz da justiça sublevou os corações.
O grito da caridade commoveu infinitas almas.
Approxima-se o tempo das grandes redempções, a liberdade
do negro dá o primeiro passo da redempção.
Não ha mais pariás nem tão pouco escravos.
— 115 —

O Jordão da liberdade purificou nossos II.-. que ainda ha


pouco gemião na escuridão da negação do direito.
Vista-se pois de galas a Maç.-., abracem-se em agapes frater-
naes todos os OObr/. diante da perspectiva de amor e justiça
que Deus nos ha deparado na triste peregrinação que temos
de cumprir. *
Gloria immensa á Cavour9 gloria ao nosso Gr/. M.\ pela fé e
enthusiasmo com que abraçou a causa cios que sendo creaturas
racionaes, deixarão para sempre de serem cousas.
Gloria, e pela tripl/. bat/. saudemos os legisladores da pátria,
os ânimos, os campeões da causa do progresso.
Dissiparão as trevas em Puerto-Rico.
A luz do amor, uma vez feita, illumine em breve as risonhas
plagas de Cuba.
Paz e justiça ao negro em nome de Deus.
Alegria e satisfação no branco em nome da caridade, que opera
milagres.
E a luz foi feita. Et facta est hx.
Nunca extinga-se nos horizontes deste nosso mundo.
* O tempo realisou o que sempre a Maç/. desejou.
Honra ao povo que liberta os escravos.
Enthusiasmo para com os Templ/. onde germinão as grandes
idéas.
Amor á Hespanha.
Dedicação e carinho á santa Maç/. cuja lei é o amor. Seus
symbolos de esperança, suas aspirações de fraternidade, seu
constante afan, são a liberdade bemdita e ridente dos povos, a
liberdade que nobilita e honra o homem.
(Boletim Oficial dei Oriente de Espana.)

Nosce te ipsum.
Esta máxima, que a philosophia grega recommendava e que o
viandante podia ler no frontispicio do templo de Delphos, é uma
das mais verdadeiras e profundas que tem sido submettida á
imaginação humana,
Nada ha de mais desconhecido em torno do homem, cio que
o próprio homem. Por elle não conhecer-se é que está sujeito
ife

110
0

á lei de suas paixões as quaes não pode» evitar. Ignorando a


força que em si reside, julga impossível lutar contra o vicio, e
habituando assim seu espirito á uma cumplicidade, consente
que
a matéria e as necessidades delia predominem sem combate sobre
todas as suas faculdades intcllectuaes.
Para debellar a matéria e por conseguinte as más
paixões,
é mister que o homem aprenda a conhecer-se, a sondar seu
coração, a descobrir as ulceras que o corroem, e corajosamente
cauterisal-as e pela cauterisação cural-as. O nosce te ipsum do
philosopho antigo, é pois uma das maiores verdades que tem sido
ensinada, é a meu ver a base de toda a verdadeira sciencia, e
talvez nunca ella foi mais digna de meditação do
que na época
actual. Realmente esta sentença tantas vezes
proferida, encontra
nos factos contemporâneos uma espantosa consagração. Actual-
mente todas as sciencias progridem; o vasto campo das indaga-
ções permittidas cá nossa intelligencia é por toda a parte arden-
temente sulcado, só a sciencia do coração humano, a educação
da alma permanecem na infância. Parece
que as sociedades 1Í10-
dernas, febrilmente occupadas do aperfeiçoamento da industria
dos progressos materiaes, jazem profundamente no olvido
de seus
interesses moraes. Só alguns espíritos transcendentes
buscão
elucidar os grandes problemas da vida intellectual;
as massas, ellas só experimentão tédio e desgosto quanto porém
para tudo o
que não é o reino da terra.
Se pois quizer-se conceder ao pensamento o império
que lhe
deve pertencer, é mister tentar desviar a humanidade
das preoc-
cupaçoes exclusivamente materiaes
que a dominão
Para isso é necessário regenerar, melhorar o indivíduo,
melhoral-o e mister que elle conheça-se. * e para
Tal é a nobre missão dos que se têm encarregado m
de buscar
o bem, pratical-o e dar aos homens o exemplo
honrada e fecunda em actos louváveis e úteis de uma vida
Concluo pois, IIr.%, dizendo para todos
que a máxima gravada nofrontis-
tantes meditações. Aprendamos a conhecer-nos
afim de nos re-
generarmos, e então a luz de nossos templos brilhará
humanidade e a esclarecerá. sobre a
(La Verité, Journal maç.: de Ia Suisse Romande n.°
24 bis.)
— 117

Secção Official.

Muito Pod.'. Supr.*. Conselho.


ASSEMBLÉA DE 1 DE FEVEREIRO DE 1873.
Presidência do Pod.\ Ir.-. 33 Antônio Alvares Pereira Coruja, Rcpr.-.
Part.-. do Sob.-. Gr.-. M.-. Gr.-. Com.-.
Achando-se presentes 10 Membros effectivos e 5 honorários, foi
aberta a sessão, sendo lida e approvada a acta da antecedente.
Forão juramentados no Subi.-. Gr.-. 33.-. os PPod.\ Ilr.-. Des-
embargador Tristão de Alencar Araripe, A. Cardoso de Almeida,
J. A. Souza Braga e J. D. Passos.
Foi aprovado o parecer da 11].-. Com.-. esp.\ acerca do rc-
conhecimento do Supr.-. Cons.-. do Paraguay, sendo adoptadas
as seguintes conclusões:
l.o Que seja considerada legal e liturgicamente feita a ins-
tallação do Supiv. Cons.-. do Paraguay.
2.° Que sejão trocados os respectivos GGiv. RRepres.-.
3.° Que nenhum outro Corpo Maç.-. seja por nós reconhecido
no Paraguay senão o Sup.-. Cons.-. de que é Gr.-. Com.-, o 111.-.
Ir.-. 33 Dr. João Adrião Chaves, ex-Obr.-. da Loj.-. da nossa ju-
risdicção Confratemidaâe Maçonica, e que o citado Gr/. Corpo
só reconheça, entretenha relações, e corresponda-se com o Gr.-.
Or/. e Sup/. Cons/. do Brazil, ao Valle do Lavradio.
4.° Que seja considerado como Membro honorário do nosso
Supr.-. Cons.-. o Gr.1. Com.-, e Gr.-. Secret,-. Geiv. do Sup.-.
Cons/. do Paraguay.
5.° Que seja apresentado e recommendado ás Potências Ma-
çonicas nossas alliadas, como digno de seu reconhecimento e
amizade, o Supr/. Cons/. do Paraguay.
Forão approvados Membros honorários do Supr/. Cons/. os
PPod.-. Ilr.-. Desembargador T. A. Araripe e F. G. de Araújo
Guimarães.
Forão elevados ao Gr/. 13 do Rito Adonhiiv. diversos Ilr/.
do Gr/, 12 Obreiros da Augv. Loj/. Redempção,
118

Grande Loja Central.


SESSÃO N. 215 DE 14 DE JANEIRO DE 1873.

Presidência do Pod.\ e Ill.\ Ir.\ 33.\ Antônio Alvares Pereira


Coruja, Ven.9. de Honra.

Àchando-se presentes 76 membros, foi aberta a sessão, lida e


approvada a acta da sessão antecedente.
Approvárão-se as eleições geraes para o presente anno maçon/.
5873 da Aug/. Loj/. Concórdia Segunda e as parciaes para o
dito anno 5873 da Aug/. Loj/. Fraternidade, ao Or/. de Santos.
Sanccionárão-se as elevações ao gr/. 18, conferidas a diversos
de seus OObr/. pelos SSubl/. CCap/. Virtude e Bondade, Es-
trella cio Norte, Estrella do Rio e Commercio.
Sanccionárão-se as filiações livres, conferidas pela Aug. Loj/.
Grêmio Philantropico aos RResp/. IIr.\, seus OObr/., Francisco
José cia Rocha, Luiz Carlos Freire de Souza e José cie Almeida
Barreto.
Recebeu-se com especial agracio a communicação feita pela Aug/.
Loj.-. Industria e Caridade, ao Or.-. de Friburgo, de adherir ao
nosso Gr.-. Corpo, como o único legal e legitimo no Império do
Brazil; bem como a communicação feita pelo Resp/. e 111/. Ir/.
32.-. José Antônio Fajardo, de que as AAug.\ LLoj.\ Honra c
Humanidade, ao Or.-. de Pelotas, e Amor á Virtude, ao Or.-. da
Franca, conservão-se firmes em seu juramento de adhesão.
Ficou-se inteirado de ter-se filiado na Aug.-. Loj.-. Confrat.-.
Maçon.-. o R.\ e 111.-. Ir.-. Luiz Ferreira da Silva Cabral, Obr.\
da Aug.-. Loj.*. Esperança de Nictheroy.
Tomárão-se as devidas providencias em referencia á Loj.-.
irreg/. Tolerância.
Enviou-se á 111/. 1." secção a prancha da Aug.-. Loj.-. Acácia
Rio-Grandense em referencia á expulsão de dous de seus OObr.-.
Forão juramentados e tomarão assento na Gr.-. Loj.-. vários
RR.-. IIiv. encartados no gráo de Gr.-. El.-. Kad.\ Subi'.-, e o
R,\ Ir.-. Antônio Alvares Pereira Coruja Júnior na
qualidade de
Dep.-. da Aug.-. Loj.-. Concórdia do Uruguay.
119

SESSÃO N. 216 DE 14 DE FEVEREIRO


DE 1873.
Presidência do Pod.\ e III • /v • qq . am*^ • ,, ^
Coruja, Yen.-, de Honra.

Achando-se presentes 77 membros, foi aberta a


sessão, lida e
approvada a acta da sessão antecedente
Encerrão-se, logo depois, os trabalhos em signal
de dó pelo
; fallecimento de S. M. I. a Snra; D. Amélia, viuva do nosso ex-
Gr.-. M/. Gr/. Com • , o Snr. D. Pedro I, de conformidade
o requerimento do 111.-. Ir.-. Gr.-. Orador. com

SESSÃO EXTRAORDINÁRIA N. 217 DE 19


DE FEVEREIRO
DE 1873, E.\ V.-.
Presidência do Pod.: e III,. Ir,. 33,. Antônio
Alvares Pereira Coruja,
Ven.\ de Honra.

Achando-se presentes 139 membros, foi aberta a sessão


lida
e approvada a acta da sessão antecedente. '
Approvou-se as eleições geraes
para o futuro anno maçon •
5873 das AAug.\ LLoj.-. Esperança, Alydéa, -Dezoito
de Julho
Amor ao Trabalho, Santa Fé, Phenix Dous de Dezembro,
Es-
trella do Rio, Estrella do Norte, Amparo da Virtude,
Pedro II
Reunião Beneficente, Acácia, União Democrata, Conciliação
Luz
e Ordem, Artista e Amor á Virtude, e dos SSubl.\
CCap.'. Es-
trella do Rio, Conciliação, Luz e Ordem e Acácia
Rio-Grandense
Approvou-se as installações, filiações e regularisações
LLoj/. Prov.-. Esperança e Porvir, ao Or/. de Manáos, das
na pro-
vincia do Amazonas; Perseverança
(Loj/. de Adop/.), ao Or •
do Ouro Preto, na província de Minas Geraes;
e do Cap •
Prov/. Alydéa, ao Vai/, do Gr/. Pod/. Centr/.
Approvou-se o sello e timbre da Aug/. Loj/. União
Fraternal,
banccionou-se as elevações aos
gr/. 18/., conferidas a diver-
sos de seus OObr/.
pelos SSubl/. CCap/. Concórdia Segunda,
Unfraternidade Maçonica, Commercio, Santa Fé, Dezoito
hio, Reunião Beneficente, Dous de Dezembro, de Ju-
Esperança, Es-
trella do Norte, Silencio, União Escosseza, Estrella
do Rio Amor
ao Trabalho, Pedro II, Acácia, Artista, e Luz e
Ordem.
— 120 —

Sanccionou-se as filiações livres, conferidas pelas AAug.1.


LLoj.-. Esperança ao seu Obr.\ o R.\ Ir.-. Antônio Alvares Pc-
rcira Coruja Júnior, Estrella do Norte aos seus OObr.'. os RR.1.
Ilr.-. Luiz Berutti c João Baptista Ricaldoni.
Forão elevados a vários gráos capitulares diversos OObr.*. das
AAug.'. LLoj.'. SSymb.'. Alydéa, Amor á Humanidade, Philantro-
pia Guarapuavana, União Fraternal, Amor á Virtude c Concórdia
do Uruguay.
Concedeu-se á Aug.'. Loj.-. Fidelidade e Firmeza, ao Or.-. de
Porto-Alegre, o dar força e vigor aos seus trabalhos.
Ficou-se inteirado:
1.° De terem as AAug.'. LLoj.*. União Fraternal c Amor á
Humanidade sido regularisadas, esta em 29 de Dezembro do
anno findo e aquella em 9 de Janeiro do corrente anno;
2-.° De ter a Aug.'. Loj.'. União Fraternal nomeado como seu
Rep.-. e Dep.-. os RR.-. Ilr.*. Marcellino José da Silva, gr.-. 30.".;
e Domingos José de Freitas Castelloes, gr/. 18.-.;
3.° De terem-se filiado na Aug/. Loj.'. Pedro II o R,\ Ir,'.
João Antônio Pinto, na Aug.'. Loj/. Alydéa o IV. Ir.'. Dr. Luiz
Alvares dos Santos, e na Aug.'. Loj.\ Phenix Dons de Dezembro
os RR/. Ilr;. Manoel Diego dos Santos, José Ricardo Rodri-
gues de Carvalho, Albino José de Souza Lima e José Duranti;
4.° De ter o Cap/. Concórdia Segunda empossado seus DDigv.
e OOff.'.
Adiou-se o parecer da 111.'. l.a secçao em referencia á expulsão
de dous OObr.'. cie uma de nossas LLoj.'.
Recebeu-se com muito especial agrado a communicaçao da Aug.\
Loj.'. Estrella do Occidente protestando sua firme adhesão ao
Gr.'. Or.'. do Brazil, ao Vai.', do Lavradio.
Forão juramentados e tomarão assento na Gr/. Loj/. o Resp/.
e 111/. Ir/. Tenente-Coronel João Maria Pires Camargo na qua-
lidade de seu 1.° Gr/. Vig/., e vários outros Ilr/. como RRcp/.,
DDep/. e encartados no gr/, cie Gr/. El/. Kad/. Subi/.

f»W«W,^WP<^r^K'P»AtKÍW«í'lK>»
— 121

Gr.\ Cap.\ Ger.*. dos Ritos Azues.


SESSÃO N. 204 DE 21 DE JANEIRO DE 1873.

Presidência do Ill.\ Ir.\ Antônio Alvares Pereira Coruja, Repres.\


Partr. do Gr.\ M.\ e Ven.'. de Honra do Gr.'. Cap.\ Ger.'. dos
Ritos Azues.

Estando presentes 42 membros, foi aberta a sessão, lida c


approvada a acta da sessão antecedente.
Approvou-se as eleições geraes para o futuro anno maçon.-.
5873 da Aug.-. Loj.-. Perfeita Amizade Alagoana, ao Or.-. de
Maceió, com excepção da de Repres.-., visto o Ir.-, eleito não
pertencer ao Piito da nomeante.
Sanccionou-se as elevações ao gr.'. 7.°, conferidas pelos
SSubl.-. CCap.-. Caridade, Esperança de Nictheroy, Amizade
Fraternal, Cominercio e Artes; e as elevações ao gr.-. 12, con-
feridas pelo Subi.-. Cap.\ Redempção a vários OObiv. das AAug.\
LLoj/. suas bases.
Piecebeu-se com especial agrado a conimunicação da Aug/.
Loj/. Confrat/. Peneclense, ao Or/. do Penedo, protestando sua
firme adhesão ao nosso Gr/. Corpo.
Resoluções: Solicitar ao Mto. Pod/. Sup/. Cons/. o gráo 13
para vários OObr/. do gráo 12 da Aug/. Loj/. Redempção.

SESSÃO N. 205 DE 21 DE FEVEREIRO DE 1873.


Presidência do Ill.\ Ir.'. Antônio Alvares Pereira Coruja, Repres.'.
Partr. do Gr.\ M.\ e Ven.'. de Honra do Gr.\ Cap.\ Ger.-. dos
Ritos Azues.

Estando presentes 34 membros, foi aberta a sessão, lida e


approvada a acta da sessão antecedente.
Forão approvadas as eleições geraes para o futuro anno ma-
çon/. 5873 das A Aug/. LLoj/. Imparcialidade, Asylo da Pru-
dencia, Igualdade e Beneficência, Francs-Hiramites, Redempção,
Alliança e Vigilância.
— 122 —

Sanccionou-se as elevações ao gr/. 7.°, conferidas a vários de


seus OObr/. pelos SSubl.\ CCap/. Imparcialidade, Caridade, Ca-
ridade e União, Igualdade e Beneficência, Amor da Ordem, Es-
perança de Nictheroy, Commercio e Artes, Luz Brazileira e
Vigilância.
Sanccionou-se as elevações ao gr/. 12/. (Rit.\ Adonh/.), con-
feridas pelos SSubl/. CCap/. Redempção e Asylo da Prudência
a differentes OObr.'. seus.
Sanccionou-se o acto de filiação livre, conferido pela Aug/. Loj/.
Redempção ao seu Obr.\, o R/. e 111/. Ir/. Antônio Joaquim
Pereira Barboza, Cav/. Noach/.
Enviou-se ao Sap.'. Gr.-. Or.-. do Brazil a representação da Aug.-.
Loj/. Imparcialidade.
Ficou-se inteirado de ausentar-se temporariamente para a Europa
o 111.-. Ir.- Paulo de Araújo Dias, Gr.'. Cobrid.-. do Gr.-. Cap.\
Resoluções:—Reputar irrita e nulla a reprovação do Prof/. ',
i

G. C. V., proposto na Aug.*. Loj.-. Asylo da Prudência.


Nomear Gr.'. Cobrid.-. int.\ do Gr.'. Cap.\ o R.\ e 111.-. Ir.-.
Antônio Cardozo de Almeida.
Forão juramentados vários KR.\ e II11.\ Ilr.-. Alh.\ e DDep.-.
— 123

Secção Histórica.

Os homens dos Benedictinos.


(Continuação.)

Depois cie havermos traçado de um modo breve,


porém exacto,
a historia do pseudo Or.-. desde sua fundação até nossos dias-
passaremos a occuparmo-nos de novo de alguns de seus pontos
capitães, para estudal-os detalhadamente; não daquelles
que pro-
priamente se referem ao Or.-. dos Benedictinos, mas dos que
derão lugar a monstruosa creação do Or.\ Unido.
O facto mais digno, por todos os lados, de ser estudado, é o
processo eleitoral; não só porque é elle de summa importância
nçssa questão de dissidência, como porque é principalmente sobre
elle que os nossos adversários têm construído o sophistico cas-
tello hespanhol, com que têm procurado abrir brecha na
justiça
que nos assiste; fazendo partir delle os mais disparatados tiros,
que possão ser dirigidos ao bom senso universal: taes argumen-
tações apenas podem ser tomadas ao serio por quem, desconhe-
cendo a verdade dos factos, aceita as falsas apreciações que
delles se fazem, ou pelos que, cegos pela paixão, já se declárão
persuadidos, antes mesmo de que os procurem convencer.
Vamos pois estudar o processo eleitoral, e ver se é possível
poder elle servir para dar razão aos do Or.: Un:., ou se antes
é elle a prova mais evidente da política dos nossos adversários,
da falta de sua lealdade, e de que fomos dotados até a ultima
de uma paciência evangélica.
A primeira eleição a que se procedeu deu tão pequena diífe-
rença entre os dous candidatos ao gran-mestrado, que esta pode
ser considerada nulla; mas não obtendo nenhum delles a maioria
absoluta exigida por lei, foi forçoso consideral-a como de nenhum
efeito e marcar novo dia para uma outra, na qual não se po-
deria votar senão em qualquer dos nomes; o que, é claro, não
obrigava entretanto a que por força tivessem ambos votação;

ypíí
— 124 —

fazemos este observação desde já, pois mais tarde teremos nc-
cessidade de lançar mão delia.
Abramos aqui um parenthesis.
A não existência da maioria absoluta de votos foi declarada
quando o altar, que era occupado por um membro dos Benedic-
tinos, ia proclamar " que á viste do resultado da eleição era o
Conselheiro Saldanha Marinho eleito Grão-Mestre da Ordem Ma-
çonica no Brazil „ sendo nessa occasião interrompido pelo abaixo
assignado que com insistência pedia a palavra pela ordem, e que
com difficuldade a obteve; declarando então que não havia maio-
ria absoluta. É crivei que o Presidente cio acto eleitoral não
tivesse desde logo visto que tal maioria não existia? é natural
a precipitação em proclamar o Grão-Mestre?
Continuemos.
Accaso, ou propósito, a igualdade da primeira votação podia
significar — igualdade de sympathia — para com os dous candi-
datos; posto que, digamos de passagem, podia ser apenas uma
caprichosa extravagância aliás sem a menor significação: fosse
como fosse, grande parte dos membros do Lavradio acreditou
na primeira maneira de interpretar o facto, e outros dos Benc-
dictinos parecerão ser da mesma opinião.
A encarar-se o facto dessa maneira, claro estava que nenhum
dos candidatos convinha para o supremo malhete; porquanto não
só podia repetir-se o mesmo resultado muitas vezes, como por-
que porventura dous ou três votos que um delles pudesse obter
mais em uma segunda eleição, de modo a poder attingir a maio-
ria absoluta, deixaria dous partidos em face um cio outro, ambos
de igual força, o que constituiria uma difficuldade séria, senão
uma impossibilidade, para aquelle que tivesse de governar, em
uma época de fusão, quando interesses particulares a cada Or/.
hião ser discutidos, e em que a opposição em cada votação seria
igual ao partido do Or/. cujo chefe tivesse sido eleito. Em vista
destas considerações, julgou-se que o melhor partido a seguir
era a escolha de um terceiro, ao menos até que o Or.-. fundido
entrasse em uma época de calma, e estivesse constituído de di-
reito e de facto.
Foi mesmo nesse sentido que aquelle que ora escreve estas
linhas inserio no dia immediato em uma folha profana um artigo,
apreciando assim a eleição, e concluindo por mostrar a conve-
- 125 -

niencia, senão a necessidade, da adopção da candidatura de um


terceiro. Aquelles que assim pensavão, esbarravão comtudo com
o artigo de lei que prohibia que a votação cahisse em terceiro
candidato; e pois, para chegar ao desideratum, era mister que se
declarasse em sessão do Or/. —que nenhum dos candidatos acei-
taria o cargo se eleito fosse.
O partido lavraãista (como o chama o Dr. Amaral) reunio-se
e depois de concordar em renunciar ao seu candidato, se porven-
tura o partido Bcnedictino renunciasse ao seu; combinou que ai-
guns dos seus membros se dirigissem aos que parecião, ou pelo
menos se dizião, chefes deste, e fazendo-lhes ver o que pensa-
vão a respeito desta questão, no sentido em que vai exposto,
propuzessein a escolha de um terceiro, perguntando-lhes se para
isto estavão dispostos a renunciar a candidatura do Conselheiro
Saldanha Marinho: note-se que havia tanto cavalheirismo da
parte dos lavradistas, que justamente o nome do terceiro que
indicavão era o do Conselheiro Eelix Martins, um dos mais in-
fluentes e poderosos Ilr/. do Or:. Bcnedictino.
Os membros dos Benedictinos, a quem se dirigirão os do La-
vradio, responderão " que não podião responder de prompto,
visto estar ausente o Conselheiro Saldanha, mas que hião escre-
ver ou telegraphar, e, conforme a resposta, darião a decisão. „
Apreciemos desde já esta resposta, juntamente com o modo
de proceder dos dous partidos; pois isto põe perfeitamente em
*e
relevo fielmente pinta o caracter de cada um delles.
O partido lavraãista só olha o bem da Ordem Maçonica e o
interesse que da união de seus membros pode resultar para a
humanidade; e pois elle está prompto a renunciar ao seu candi-
dato, e está certo de que seu candidato não ficará despeitado,
porque lhe conhece o caracter nobre e dedicado a Arte Real;
mas, mesmo que certo do contrario estivessem, o partido lavra-
dista não hesitaria em proceder do mesmo modo, pois não sacri-
ficaria o bem da Ordem ao capricho de um de seus membros,
ainda mesmo que este fosse o seu prestimoso Gr.-. Mestre: a
é apresentava-se prompto a renunciar ao desejo de
prova que
vêl-o empunhar o malhete, e que dava este passo sem previa-
mente consultal-o.
O partido beneãictino, porém, responde que precisa consultar
seu chefe! a opinião deste será a sua! seus desejos, seus caprichos,
- 126 -
serão religiosamente satisfeitos!! O que importa que a Ordem
maçonica seja sacrificada? importa pouco os interesses da hu-
manidade! nada vale a autonomia do partido benedictino!! o au-
tocrata dirá e o que disser far-se-ha!!!....

Entretanto lede os boletins e manifestos do pretendido Or.*.


Un.\ Os lavradistas são bajuladores, curvão-se ao Visconde,
Presidente do Conselho de Ministros, votão em chapa carimbada'
são remunerados com commendas, são.... Mas
para que con-
tinuar ?
Agora digão os maçons, e o Dr. Amaral, quem é
"a dedicação que traduz
por baixeza, a independência por despeito, a nobreza
d'alma por servilismo, a abnegação por calculo, e até a honesti-
dade por malversação? „ E diga ainda o Dr. Amaral onde
também é que, á vista disso, se traduzirá: a baixeza dedi-
cação, o despeito por independência, o servilismo por
por nobreza
d'alma, o calculo por abnegação e até a malversação lio-
nestidade? por
Ah! Dr. Amaral! Dr. Amaral! tomai cuidado! lede Lafontaine,
e para outra vez não façais, como tendes feito; como os
ros de uma de suas fábulas, que fornecem as passa-
pennas que fazem
voar as settas que os vão ferir.
O conselheiro Saldanha Marinho respondeu, segundo nos
dito, que «os seus amigos fizessem o foi
que entendessem „; ao
menos a resposta alguns assim a receberão;
pode
ser que outra reservada tivesse vindo; convindo entretanto porém bem
so notar,
que em vésperas da nova eleição nôl-a derão, sem comtudo
dizer-nos o que farião.
Raiou o dia aprazado, chegou a noite da eleição,
lavradistas não tinhão conhecimento do e ainda os
que entendião fazer os
Ar»? em virtade do s„pp„zerão que elles uão desis-
ffl que
tiao de seu candidato, e pois dispuzerão-se
a votar no seu; isto
e, no Visconde do Rio-Branco.
l!mdicthos>.h°J'e> W* aiguns dos nossos
Pll^Tw8 sabião que
que nhlgv,em mostre
M „to «?'!, Tabdam mm effeit0 dous outo tres«*• *—
«^
Z£ JZ Ü, Tm°0mma; esses ^, ou três, nada disserão
aos outros, Te que houvessem dito? certamente
aostutt
que passando-se

rto**ii.»*È* ¥*"-•»:¦.¦
— 127 —

as cousas assim em mero dizer, e sem caracter de compromisso


serio, nao podião merecer importância alguma.
Reunidos os Ilr.-. no Or.-. para proceder-se á eleição, propu-
zerão os benedictinos que o Or:. votasse em como aceitava a desis-
tenda da candidatura do Conselheiro Saldanha Marinho!!!
Ha porventura cousa mais extravagante do que esta';! ha nada
mais monstruoso, lógica, social c legalmente fallando?!
Certamente que nao.
O que poderia c deveria ter feito o partido benedictino, se
com eífeito queria renunciar ao seu candidato, era declarar que
este de antemão protestava não aceitar tal ou qual cargo vara que
fosse eleito.
Se as cousas assim se tivessem passado temo os lavradistas
acto continuo feito igual declaração, em relação ao Sr. do Rio-
Branco, e a eleição recaheria unanime sobre o terceiro indigitado,
que era, como já dissemos, o Conselheiro Felix Martins.
Mas, propor a um corpo ofticialmente constituido que aceite a
desistência de um cargo que ainda se não possue; propor a uma
mesa eleitoral e aos eleitores que votem em como aceitão a de-
sistencia de uma candidatura, é tão soberano disparate, que nao
pôde ser tomado ao serio senão como um meio diplomático; e
era-o com effeito, como vamos demonstrar.
Apezar de tudo, o altar entendeu dever pôr a votos a dispa-
ratada proposta que foi rejeitada por grande maioria.
Então os benedictinos disserão que protestavão e retirárao-se
abandonando a urna eleitoral.
A proposta fora pois uma simples moção de confiança, ou antes
uma trica eleitoral, como vamos ver.
O partido benedictino, antes de empenhar-se na eleição, dese-
java medir forças com o lavradista, afim de saber se estava ou
não em maioria.
A apresentação de tal proposta revelaria a força dos partidos,
e por isso foi apresentada, e por isso foi posta a votos pelo
altar que era benedictino.
A proposta cahio, signal de que os lavradistas estavão em
maioria. A' vista disto, os benedictinos abandonarão o campo,
procurando protelar a eleição com a ameaça de um protesto.
Se a proposta passasse, o que indicaria a maioria do partido
benedictino, este teria já algum de seus membros prompto para
5
- 128 -

fazer vêr que o Or.-. não devia votar tal disparate, que pois a
aceitação da desistência era nulla, etc, etc, c depois de algu-
mas explicações ad rem, dcclararião que cada uni votasse no
seu candidato, etc.,' etc.
Sahiria eleito o Conselheiro Saldanha e f/cava salva a morali-
dade da Ordem! Risum teneatis?
Abandonado o Or.-. pelo partido benedictino, pergunta-se, podia
ou não o outro fazer a eleição, desde que o seu numero era.
superior ao que exige a lei para que possa funecionar o Or,-.?
Onde e quando se pregou maçonica, ou profanamente, que o
facto de abandonar um partido a urna impede o outro de exer-
cer seus direitos, e annulla h eleição?!
Depois da primeira eleição, a lei maçonica exigia, é verdade,
que só pudessem ser votados os dous; mas isto não significa
ambos por força, mas sim ambos, ou qualquer dellcs; ainda
mesmo que a lei exigisse que ambos tivessem votação, não teve
o candidato benedictino alguns votos que lhe deu meia dúzia de
pessoas sisudas que julgarão dever ficar e votar apezar de ter
o seu partido abandonado a urna?
E entretanto foi sobre taes bases que se resolveu protestar!
e que se annullou uma eleição!!!
Mesmo se tal principio existisse, se o facto do abandono íor-
nasse nulla a eleição, como consentio então o altar que cila se
fizesse? como proclamou o Visconde do Rio-Branco como Grão-
Mestre eleito? como mais tarde disse que o protesto só serviria
para ser mencionado em acta, mas que elle não alterava a elei-
ção, e que nem seria discutido nem votado?
Dicant Paduani.
O partido benedictino faz ainda cavallo de batalha
por ter o
candidato lavradista sido eleito na segunda eleição com menos
votos do que na primeira, e qualifica isto como uma desmorali-
sação.
Desmoralisação é antes a daquelles que
pretendem por tal
modo illudir o juizo dos que, não conhecendo o modo de
der da -família fluminense em casos análogos, proce-
podem acreditar
que tal é a interpretação que. esse facto merece; mas vejamos.
E' costume entre nós, mesmo nas eleições
profanas mais re-
nhidas, pouco caso fazer da eleição, quando o adversário aban-
dona o campo; ainda em 1868 quando os liberaes, depois do
- 129 —

primeiro dia, abandonarão o campo eleitoral, cm muitas paro-


chias vio-se diminuir bastantemente o numero de votantes
con-
scrvadores.
Este semi-abandono do partido que fica só, ás vezes mesmo
o
de muitos dos seus chefes, explica-se pelo raciocínio
que elles
fazem, e que e o seguinte:
— Desde que não ha adversários, tanto sabem
eleitos os nos-
sos candidatos por 100 como por 1,000, e pois vamos tratar dos
nossos negócios.
Desde logo o medico vai vêr seus doentes, o advogado tratar
de suas causas, etc, e o numero dos que ficão
para votar é
extremamente pequeno.
, Apezar disto, ainda ninguém se lembrou de dizer que. v. r>-
o Juiz de Paz conservador eleito por 100 votos, em uma
paro-
chia onde o numero de membros de sou partido sobe a 500
fica por isto desmoralisaclo; nem que isto indica fraqueza' do
partido vencedor.
Foi entretanto o que aconteceu na eleição maçonica.
Desde que os lavradistas virão os benedictinos abandonar o
campo, comprehendêrão que a eleição estava ganha;
que tanto
faria ganhar por 100 como por 200; e cada um dos que tinhão
affazeres um pouco sérios retirou-se sem votar.
Se elles adivinhassem que a moralidade dos candidatos e dos
partidos dependia de uma questão de mais ou menos votos, não
se terião certamente retirado.
W até onde pode-se chegar!!!
Mas continuemos.
Depois desta segunda eleição, grande parte dos lavradistas
ficou convencida de que a fusão era impossível; o resto quasi
concordava com isto, mas ainda assim queria levar as cousas
até o fim, para ver se era possivel chegar-se a um accôrclo.
Os primeiros afastárão-se desde logo, ficando de observação, e
o grupo militante lavradista achou-se
por isso bastante enfra-
quecido.
A' vista do protesto benedictino, resolverão os lavradistas con-
tra-protestar, e tudo foi
presente em sessão do Or/., na qual,
compreliendeTse, os lavradistas carecião do grupo que ficara na
espectativa, o que os collocava em minoria.
Foi então que, contra tudo quanto o altar assegurara, forão
— 130 -

postos em discussão e votados o protesto c o contra-protestò,


vencendo o primeiro em prejuízo do segundo.
Ainda um disparate! ainda uma monstruosidade!!
Admittindo que se devesse tomar em consideração o protesto,
e portanto o contra-protesto, ainda que bases com effeito hou-
vesse que pudessem dar lugar á nullidade da eleição, nem assim
deixaria de existir o disparate e a monstruosidade.
Como?! pois o Or.*., que protesta e ao mesmo tempo contra-
protesta, é que depois julga e decide desse mesmo protesto e
contra-protesto?! Não é isto ser juiz em causa própria?! Não
é um disparate e uma monstruosidade, perante os princípios
mais comesinhos de justiça, de honestidade, de direito c de bom
senso?!
Mas, dirão, não havia poder superior ao Or/.
Neste caso appellassem para a assemblea geral do povo ma-
çonico, ou, o que seria mais razoável e imparcial, nomeassem um
Or/. estranho para arbitro da questão.
Mas qual!! a maioria naquelle dia era benedictina; queria ven-
cer, e sabia que tomando um arbitro perderia; e pois constituio-
se juiz de si mesmo, julgou e annullou a segunda eleição!!!
Será preciso cemmentar ainda mais este acto?!
Não! não! e não!
O que vimos de dizer basta para ficar mathematicamente pro-
vado que é nullo o acto que annullou a segunda eleição, e que
pois é o Visconde do Rio-Branco o único verdadeiro Grão-Mestre
eleito pela maçonaria brazileira.
Depois disto, o grupo militante lavradista devia perder as es-
peranças e romper de uma vez as negociações com os benedicti-
nos; mas foi tal a sua paciência que ainda quiz continuar a tra-
tar com elles, talvez também, quem sabe? para melhor poder
demonstrar ao mundo maçonico de que lado estava a razão e a
justiça, e qual delles mais se inspirava nos sagrados e fraternaes
sentimentos dos verdadeiros filhos da viuva.
Seja como fôr, terceira eleição teve lugar, e o Conselheiro
Saldanha Marinho obteve maioria absoluta, e mesmo uma maioria
relativa satisfactoria.
Pôde porém essa eleição ser tomada como a expressão dos sen-
timentos do Or/. quando se haviâo dado os factos narrados e quan-
do o grupo expectante do Lavradio não compareceu á eleição?

.;<»^.^..\.i^.^i.^iviv/;U'i;'.-. ¦ -.; -,,.,.(..;.; ¦ .>..,^-.,¦„..¦„..,.»„ ,.


— 131 —

Se todos comparecessem de lado a lado, apczar de tudo, ou-


tro seria o resultado da ultima eleição.
Entretanto, diremos ainda, trataremos delia unicamente de
pas-
sagem e só para podermos estudar os factos que nclla se derão
finalmente; nem dc outro modo poderíamos falhar de uma eleição
que só teve lugar em virtude dos actos nullos que annullárãoa
segunda.
Havia terminado o acto eleitoral, quando um dos II17. do La-
vradio ergueu-se para fazer algumas considerações, sendo im-
mediatamente interrompido por um dos adversários, que deu um
aparte, no qual o epithetò de canalha applicado aos lavraãistas
foi perfeitamente ouvido, c logo alguns IIiv. deste Or.-. virão-se
physicameiite aggredidos.
Aquella faísca brutal c violentamente lançada 110 meio daquella
assembléa, cuja grande parte se achava extenuada em sua
pa-
ciência, podia dispertar o fogo abafado de tantas paixões contra-
rias, e dar lugar a mais violenta e terrível explosão; felizmente,
graças ainda uma vez á paciência, ao bom senso e aos senti-
mentos de ordem e fraternidade que sempre demonstrarão os
membros do Lavradio, o pequeno conflicto que então teve lugar
não merece a importância que se lhe tem querido dar, debaixo
do ponto de vista do mal physico causado; e já que nelle toca-
mos seja-nos licito apontar ainda uma das incoherencias beneâic-
tinas.
Os benedictinos gritão que houve grande conflicto, que se es-
bordoou, esfaqueou, etc, etc, entretanto nenhum se confessa
offendido; logo a conclusão é forçosamente esta: houve conflicto,
mas os offendidos forão só do Lavradio e pois os oífensores fo-
rão benedictinos. Isto e incontestável.
Aqui paramos por emquanto, mas antes da conclusão deste
vamos responder aos tópicos dos artigos do Dr. Amaral, tópicos
que nos são endereçados e que se achão insertos no Boletim
n. 1 do 2.° anno —do intitulado Grande Oriente Unido.
A irregularisação do Conselheiro Liberato Barroso em uma
officina unida não destroe o que havíamos dito, quando assegu-
ramos que dos MMemb/. do Muito Poderoso Supremo Conselho
do Lavradio apenas se bandeára o Dr. Amaral; porisso que tal
facto é posterior ao nosso artigo.
Não nos procuraremos defender da aceusação de vituperio que
— 132 —

espirituosamente nos lança o Dr. Amaral, confessamos um pcccado


que praticamos de propósito e com consciência, fundados entre-
tanto no direito que tem qualquer homem de elevar-se á altura
cio orgulho que lhe inspira sua própria dignidade e a certeza do
que vale, para repellir qualquer ataque com que se tente de-
primil-o ou menoscabal-o.
Se o Dr. Amaral não deseja a polemica pessoal, bem sabe
que também nosso desejo não é esse; recebemos o bote, apa-
ramol-o e respondemos: se quizer ficaremos aqui, na certeza de
que a ordem pouco ganha com questões individuaes, e sentiria-
nios muito que a polemica em tal terreno pudesse por fim aze-
dar-se de modo a que viéssemos a romper as relações profanas
como já rompemos as maçonicas.
Acreditamos " que foi com immenso pezar, etc, etc, que na
qualidade de Ven/. int.\ da Aug/. e Resp/. Loj/. Cap/. Amparo
da Virtude ao Or/. do Lavradio vos vistes forçados, in illo tem-
pore, a eliminar-nos do quadro de seus membros, visto estarmos
então trabalhando nos Benedictinos „ (e não por nos termos ban-
deado9 como por distracção haveis escripto). Como porém muitos
poderáo tomar isto não só por uma ironia vossa, como por uma
aceusação grave, vamos narrar os factos como elles se passarão.
No tempo a que se refere o Dr. Amaral éramos o Orad/. da
Aug/. e Resp/. Loj/. Cap/. supradita quando recebemos denun-
cias documentadas de diversos crimes praticados por um dos
membros do quadro, e pois como guarda da lei e como promo-
tor nato da Oíf/. tivemos de instaurar o processo ex-officio, de
apresentar o competente libello e de sustental-o. Sendo o roo
condemnado em Loj/. appellou para a Gr/. Off/. do Rito a qual
confirmou a sentença, appellando então o réo para o Muito Po-
deroso Supremo Conselho. Mais tarde vendo que tal appellação,
longe de lhe ser profícua, poderia ao contrario aggravar-lhe a
pena, tentou retirar a appellação, e não só a Gr/. Secretaria
como a Gr/. Oíf/. por uma serie de irregularidades e de irre-
ílexões consentirão na retirada da appellação; sendo mesmo o
réo perdoado pelo poder moderador exercido pelo Grão-Mestre
transacto.
Desgostosos de tudo isto, tanto mais que apenas procedera-
mos ex-ofíicio e só defendendo a dignidade e os direitos da Off.-.
de que éramos órgão, manifestamos durante algumas horas em
— 133 -

sessão da Gr.\ Off.\ o nosso modo de pensar a respeito dos


factos que se havião dado.
Não contentes com isto prancheamos a todas as Off.\ do Gire ¦
declarando-Ihes que nos afastávamos délle visto as irregularida-
dos e arbitrariedades que se havião dado em suas altas Off-
Essas pranchas forão depositadas na Gr.\ Secretaria, e tal era
o direito que nos assistia o a justiça de nossa causa,
que ella
mesmo mandou-as aos seus destinos.
A principio tencionamos recolhornio-nos á vida
privada, mas
rcHectindo que um maçon não deve conservar-se em ocio/emi-
gramos para o Oirc.\ dos Benedictinos. Nessa oceasião oCircw
dos Benedictinos era um Or.-. illegal, mas já não era irregular;
illegal porque estava cm rebellião para com o poder legal no
Brazil; regular porém porque já corpos maçonicos perfeitamente
regalares o havião reconhecido: é um simiU do
que se dá nas
lutas c guerras profanas; antes do reconhecimento os rebeldes
estão fora da lei, depois que são reconhecidos, por uma ou mais
nações, passão a ser considerados como bclligerantes; no
pri-
meiro caso os indivíduos apanhados são tratados como rebeldes
ou piratas, c no segundo como prisioneiros de
guerra.
Demais, havia como que uma trégua e o Or/. do Lavradio
tolerava o dos Benedictinos particularmente,
posto que official-
mente se lhe mostrasse adverso.
Em tacs circurnstancias o Obiv. que emigrasse era, como bem
diz o Dr. Amaral, simplesmente eliminado, era desmatrimlado;
deixava de pertencer ao Circ.\ mas
já não erá rigorosamente
Cob.\ e nem havia dezar na passagem: ora se isto acontecia
com outro qualquer, quanto mais comnosco
que tínhamos tantas
e tão sérias razões para assim proceder?
Tanto isto ó verdade que apezar#de nos acharmos entre os
benedictinos, muitas vezes tomos á Gr/. Seciv. do Lavradio con-
versar, mesmo depois
quando era secretario o Dr. Amaral.
Era pois bastante natural que nós,
que sempre particularmente
visitamos o Lavradio, fossemos os
primeiros a visital-o official-
mente depois do indulto de 21 de Junho de 1870; indulto
se fomos agora os que
primeiros a pedir se revogasse, foi no sen-
tido de evitar que do encontro dos adversários
pudesse resultar
qualquer circumstancia desagradável: antes do que ter
de castigar. prevenir
— 134 —

Tendo passado o Or.'. do Lavradio a ser dirigido por nova


administração, tencionamos desde logo voltar á Loj.'. mãi e ces-
sar nossa emigração voluntária; o que fizemos logo que isto
nos foi possível, e antes da infeliz questão que deu lugar ao
projecto de união, bem como a não união.
Julgamos ter satisfatoriamente explicado esse incidente de
nossa vida maçonica, e pois deporemos a penna ate o seguinte
numero.
Dr. Joaquim Pedro da Silva, 33.\

Maçonaria unida do Brazil.

Antes de encetarmos o presente artigo, abramos um paren-


thesis.
O critério e lealdade com que escrevemos o nosso ultimo ar-
tigo, expondo os factos vergonhosos que se praticarão por ocea-
sião de organisar-se o pseudo Oriente Unido, motivarão um
protesto na imprensa profana {Jornal do Commercio) assignado
pelo Ir/. Dr. Epiphanio Pitanga.
Entendeu esse respeitável Ir/, que os acontecimentos narrados
no referido artigo constituião falsidades asquerosas, juizo este em
que foi acompanhado nimine discrepante pelos Ilr/. cx-Gr/. Seciv.
Geral e Dr. Gabizo.
Pudera não.
Pois os dous mais decididos protogonistas desse ominoso
drama, e que, segundo a* própria asseveração do Ir/. Dr. Pi-
tanga, se achavão na Escola Central no dia da designação dos
eleitos posteriormente, o havião de deixar ficar mal?
Um tal procedimento não seria certamente de prezado amigo
e menos de irmão leal.
Como quer que seja, ficará descle já assentado, para não per-
dermos tempo, que o protesto do Ir/. Dr. Pitanga não nos
arrastará ao terreno das injurias e diatribes em que ordina-
riamente terminão na imprensa jornalística as questões desse
gênero.
— 135 -

Se com certeza não se poderá conseguir semelhante resultado,


menos ainda se obterá fazer-nos recuar do propósito em que
estamos de expor com toda a franqueza e lealdade as diversas
peripécias que se derão e que motivarão a nossa separação.
Os livres pensadores, os homens de critério e de dignidade,
querem insultar, injuriar, infamar e calumniar á seu talante, sem
que sejão contrariados nesse intento.
Exigem para si liberdade absoluta, porque não conhecem outro
limite para as suas acções, que não seja a sua soberana vontade.
A' nós outros, considerados fora da communhão maçonica pelo
famoso decreto do Soberano Grão-Mestre Grande Commendador
do pseudo Or/. Un/., nem ao menos concedem permissão para
escrever a historia como a historia é!
Diga pois e escreva o Ir/. Dr/. Pitanga o que bem lhe pare-
cer, que pouco se nos dá.
O que declaramos, porém, ao Resp/. Ir/, é que o critério e a
dignidade não existem só para S. S., e menos constituirão pri-
vilegio deste ou daquelle mais aventurado, cedido assim á ma-
neira de gráos.
Isto dito, fechemos o parenthesis e entremos em matéria.
A constituição provisória do pseudo Or/. Un/., filha predi-
lecta de seu Gr/. Mestre, tratando da Ordem Maçonica do
Brazil, diz em seu capitulo 1.°, § 4.°, que a sua divisa é: u Li-
herdade, Igualdade e Fraternidade. „
Que palavras mais doces e cheias de magia encontraria o
archüecto da referida constituição, que fossem capazes de fasci-
nar o espirito do seu maior desaffecto?
Onde acharia elle phrases mais eloqüentes e apropriadas para
estimular a indiffercnça dos que vivem descrentes?
Assim, poderia elle ter realisado os seus tenebrosos planos,
tanta era a boa fé que reinava em um grande numero de ma-
çons do Lavradio.
A ambição porém que o cegava e a desforra que a todo
transe desejava tirar do nobre Visconde do Rio-Branco, não per-
mittirão que guardasse por mais tempo em incubação os senti-
mentos generosos que nutria pela nova ordem de cousas, por elle
próprio preparada.
E' por essa forma que se explica a retirada de sua parte
das exigências feitas na antiga proposta apresentada pela com-
6
- 136 -

missão benedictina e no celebre ultimahm dirigido ao Or/. do


Lavradio.
Por isso tivemos sobeja razão para escrevermos: " o que a
astucia e a estudada cortezia de mãos dadas não pudessem roa-
lisar, fez o cnthusiasmo que de momento o Ir/. Saldanha con-
seguio acender no coração de maçons, que sinceramente se de-
dicão á causa da humanidade. „
A consciência da própria dignidade desappareceu e cedeu o
seu lugar á idéa de vingança, que se disfarçando através de
deslumbrantes roupagens, conseguio fascinar a um crescido nu-
mero de maçons que, levados de boa fé, satisfazião-se en con-
templar as formas em vez de estudar o fundo.
O Chefe benedictino não podia pois encontrar expressões que
mais se prestassem á realisação de seus fins, que essas que
'servem
de base ao pseudo Or.-. Unido.
Vejamos agora se houve sinceridade da parte do nosso con-
trario (segundo a phrase do seu Gr.-. Secret,-.), quando escreveu
a referida constituição.
O que constitue a essência da liberdade é que os direitos in-
dividuaes sejão reconhecidos e que tenhão ao mesmo tempo se-
gura garantia.
Desde que esses direitos são sacrificados ao poder da socie-
dade, deixa de existir a verdadeira liberdade.
Da mesma forma deixa de haver verdadeira liberdade, se esses
direitos são por sua vez sacrificados á tyrannia de um
povo ou
á tyrannia de um só homem.
A liberdade almejada pelos homens que
pretendem os foros
de civilisados, não é por certo essa que gozarão os republicanos
antigos, e nem a que tanto endeosárão os Athenienses e Eo-
manos.
Entretanto foi exactamente a liberdade considerada debaixo
deste -ultimo ponto de vista, a que nos
quiz outorgar o Chefe
benedictino para honra e gloria da maçonaria unida do
Brazil'
Se não tivéssemos inteira convicção de
que estamos em pleno
século XIX, nos julgaríamos volvidos aos antigos tempos
em que
os direitos individuaes erão sacrificados ao despotismo
de um só
homem.
A prova exuberante do que acabamos de dizer
se verifica do
seguinte trecho da supracitada constituição:
— 137 —

São attribuições especiaes do Gr.-. Mcst.-. Gr.-. Com.-., art. 20,


"Suspender
§4.»: provisoriamente as Ofíicinas e Maçons que
infringirem leis ou regulamentos da Ordem, ou que desobedece-
rem formalmente ás ordens legaes cia autoridade maçonica com-
petente. „
Devemos confessar uma vez por todas que não passou de
uma ridícula e miserável farça tudo quanto se fez no Lavradio
por parte do Chefe benedictino e seus apaniguados.
Qual será o homem serio e de critério que, reflectindo, não
descubra em tudo (pie havemos narrado cavillação e má fé?
Pois quem, poucos dias antes, tanto gritava contra o Bispo
desta diocese por ter suspendido o Padre Almeida Martins, ex
informata conscienlia, é" crivei que escrevendo uma constituição
para elle próprio governar, se arrogasse a faculdade de suspen-
der também, cx informata consci&ntia, a Ofíicinas inteiras e a
qualquer maçouV
A boa razão, a prudência, a dignidade da Instituição, a tole-
rancia tão apregoada pelo Chefe benedictino, e, mais que tudo,
a lealdade e boa vontade com que havíamos adherido á fusão,
impunhão a esse chefe o indeclinável dever de proceder com
sinceridade.
Se o maçou infringio qualquer artigo de lei, seja admoestado
ou immediatamente processado e julgado na fôrma ordenada pela
própria lei, devendo o mesmo dar-se com as Ofíicinas.
Mas arrogar-se o Chefe benedictino a faculdade de suspender
ex informata conscientia a qualquer maçon, sem ouvil-o, privan-
do-o pelo tempo que bem lhe parecesse de seus direitos, além
de ridículo, é escarnecer da própria Instituição.
O intento porém do Chefe benedictino era demais calvo, para
illudir a perspicácia dos que o acompanhavão de perto.
Elle desejava ter um poder absoluto, descripeionario, para, á
semelhança de Júpiter, arrémeçar seus raios sobre todos os que
se não dobrassem diante de sua immensa magestade!
Com semelhante faculdade pretendia elle peremptoriamente
conseguir o que não tinha podido obter da commissão do Lavra-
dio, por oceasião de discutir-se a proposta para a juneção, e
nem do mesmo Oriente, quando apresentou o seu memorável ul-
timatum.
Dessa forma no seio do Gr/, Or/. Un.\, por parte de seu
— 138 -

Gr.\ Mest/. (que nunca foi regularmente elevado ao gráo 33),


se levantava uma guilhotina, a cuja sorte serião lançados todos
aquelles que não se tornassem seu instrumento, prestando-lhe
uma obediência servil.
E nessas circumstancias, pode-se assegurar que a almejada
liberdade, essa que insinuão querer ver realisada entre nós os
puros democratas, existisse de facto, servindo de base ao Gr/.
Or.*. Unido?
Se não existio nunca e. nem mesmo existe hoje, porque só
sentimentos profanos e de mero interesse particular levarão o
Chefe benedictino a realisar a fusão dos dous Orientes, conti-
nuaremos a sustentar que a palavra — Liberdade — foi escripta
com o fim unicamente de explorar os espíritos em seu favor.
" Igualdade „ foi o seguudo movei de
que se servio o Chefe
benedictino para chamar a si as boas graças dos que punhão
em duvida a sua lealdade.
Segundo, porém, o seu modo de vêr, a igualdade é tão im-
possivel no mundo profano, como no interior de nossos templos.
A despeito de se proclamar perpetuo defensor da mais pura
e diaphana democracia, elle pensa com os que entendem que o
mundo social exige a desigualdade de condições.
Partindo desse principio, uns devem ser príncipes e outros
vassalos; uns livres e outros escravos.
Ao passo que protesta altamente contra a autocracia que pre-
tende exercer a classe sacerdotal e contra o systema monarchico,
" que não
pode fazer a felicidade dos povos „ elle procura
constituir-se na Maçonaria um príncipe absoluto, senhor das nos-
sas vontades e até da própria honra.
Triste aberração do espirito humano !
No mundo profano se é homem do povo, porque se precisa
especular com a credulidade do povo para subir: no interior de
nossos templos, um outro czar, a quem devemos todos render
preito e homenagem.
E quando se acha investido de poderes taes uma alta autori-
dade e só resta a nós outros uma submissão absoluta,
póde-se
dizer que existe igualdade ?
Concedendo mesmo (por hypothese) que ella pudesse existir,
debaixo de taes apparencias, no Gr.-. Or.-. Un.-., devemos con-
fessar que seria uma igualdade que degrada; porque se ella não

*$*.
— 139 —
,5*.V

legitima o despotimo, apresenta exclusivamente a resignação


como único remédio para oppôr á tyramiia.
Não bastavão pois os dous elementos, de que nos temos occu-
pado, para segura base do edifício que se pretendeu levantar.
Foi preciso que ao lado da —Liberdade e Igualdade— viesse
figurar a " Fraternidade „, principio que logicamente parece de-
correr do dogma da unidade da creação.
É inquestionável que o sentimento de unidade não existio
na antigüidade, senão em embryao.
Entre os próprios Judeus, que acreditavão cm um Deus único
e na unidade da raça humana, os prejuízos da época consegui-
rao supplantar essa crença.
Coube ao christianismo a gloria de acabar com as distineções
entre Gregos e Judêos, nobres e plebêos, ricos e pobres, porque
descendendo todos de uma só origem, formão também uma só
família.
A Maçonaria, que podemos definir, — a pnilosophia do chris-
tianismo —; a Maçonaria que não discute princípios religiosos e
políticos; a Maçonaria que acceita todas as crenças e respeita
todas as convicções; a Maçonaria que, seguindo o preceito do
Evangelho, vê em todos os homens a obra mais perfeita do
Creador, compondo sobre a terra uma só família; a Maçonaria,
dizemos nós, não podia jamais prescindir de escrever em seu
código, como elemento indispensável ao seu progresso e bem-
estar, a palavra —Fraternidade.
Mas essa fraternidade que sentimos todos nós, sinceros maçons,
não é sem a menor duvida a mesma que escreveu em sua cons-
tituição o chefe benedictiuo.
Nao é também essa que apregoao nutrir os nossos bispos,
que longe de nos mostrarem que o caminho que seguimos nao
é o verdadeiro, considerao-nos oriundos de uma outra fonte, fu-
gindo do nosso contacto e lançando sobre nossas cabeças a pena
da excommunhão.
Em todo o caso o procedimento dos delegados do Papa é
mais franco e digno.
Declarárao-nos guerra e levantarão a viseira: medem as suas
armas, embora affrontando o bom senso deste povo.
Mas o chefe benedictiuo, que clama diariamente na imprensa
contra o procedimento irregular dos bispos do Brazil, pela insup-
140

portavel intolerância religiosa no século em que vivemos, que-


rendo também coarctar a nossa liberdade e usurpar os nossos
direitos adquiridos por lei com a continua ameaça da suspensão
" ex informata conscientia „ procede de fôrma tal que o bom senso
não pode qualificar.
Nestas circumstancias, o homem que é livre e que só enxerga
na Maçonaria uma eschola pratica das virtudes sociaes, não po-
deria ter outro recurso senão rebellar-se contra semelhante pre-
potência, que só deve aproveitar aos iniciados nos planos do
chefe benedictino.
Um edifício levantado, pois, sobre bases taes não podia per-
durar, por lhe faltar a necessária solidez.
C. B.
Fevereiro de 1873.

y&fr

|:<ris
- u\

Secção de Correspondência.

Ad Univcrsi Tcrraruni Orbis Summi Arcliitecti Gloriam.


ORDO AB CHÃO.
#

Sges mea in Dco cs(. Spes mca in Dco est.


In nos solum modo honor cst.

El Gr.-. Consist.-. dei Gr.-. 32, y Gr.-. Cám.-. de Ritos.


Al Gr.\ Secrct.\ Gcn.'. dcl Or.\ dei Brasil, Dr. Luiz Corrêa do
Azevedo, gr.\ 33.-.
S.\ S.\ s.-.
Muy distinguido y querido H.-. — He recibido com sumo
placer
vuestra notable y carinosa carta y he de permitirme en los nu-
meros de mi Bolètin publicar algo de Io que en cila estampais
de elevados pensamientos referentes ai bien dcl Ord.-. y de los
hh.\ todos de Ia universal família.1
Recibo vuestro Bolctin y os doy gracias porque os dignais
mandarmclo, ei me proporcionará ia satisfascion de ocuparme de
ese pais por cl que abrigo grandes simpatias.
Vuestro deseo de rcconocimicnto procurará sea satisfecho,
y
ai efecto en Ia primera teu.-, de Sup.\ Cons.-. elevará un ba-
laust.-. con tal objeto, prometiendome alcanzar ei bueno resul-
tado que ambos desçamos y que os comunicare oportunamente.
Recibid mientras tanto muy Caro c Pod.\ H.-. ei abrazo fra-
ternal con que os estrecha y saliida ofreciendose á sus ordenes
vuestro af.\ amigo y II.-. que demanda ai G.\ A.-. D.-. U,\ os
mantenga en su guarda, Madrid, 13 de Decicmbro de 1872.
(Assignado) Bernardo Calderon, (Lúcio gr.-. 32.-.) El Gr.1. Secret.\
dei Consist.-. y Cám.-. de Ritos.
- 142

. Do Pod.\ e 111/. Ir.*. 33/. Hubert,


Redactor do jornal maçonico La Chame d1 Union.

(traducçao.)

Car/. e 111/. Ir/. 33/. Dr. L. C. de Azevedo. — Vossa prezada


carta sob n. 425 de 27 de Novembro do anno findo veio dar-me
força e coragem.
Commovêrão-me profundamente os nobres, generosos e sym-
pathicos sentimentos que me prodigalisais. Maçons de posição
social e intelligentes como os do Lavradio, não podião deixar de
compenetrar-se da necessidade palpitante e da obrigação moral
que havia para todo o centro maçonico de conservar a publica-
ção de um jornal como La Chame â! Union de Paris, jornal da
Maçonaria universal. La Chaine d! Union é um dos jornaes que
se publicão, que melhor tem comprehendido, expresso, generali-
sado, diffundido, apresentado e defendido os sentimentos, as ne-
cessidades, as aspirações, as tendências, as doutrinas, os princi-
pios e os actos da Maçonaria universal. La Chaine d' Union é
pois a obra de todos e para todos.
A' vista pois do vosso tão formal quão reiterado prometti-
mento, não trepidei mais e acceitei o oíferecimento de meu im-
pressor, que adiantou-me por quatro ou cinco mezes, mediante o
juro de cinco por cento, o que faltava-me para a caução exigida.
Depositei pois os 18,000 francos, e até o fim do mez publicarei
os números dos mezes de Janeiro e Fevereiro, continuando de-
pois sem interrupção minhas publicações.
Agora a vós cumpre, meu muito 111.*.Ir/., e á toda a Maçonaria
brazileira o enviar-me a somma necessária para satisfazer meu
impressor e assim collocar-me em estado de não encontrar mais
obstáculo algum. Assim fazendo, praticareis uma acção que pro-
duzirá os melhores resultados em prol de toda a Maçonaria e
de todos os maçons.
Confiando em Deus e em vós, assevero-vos que sou vosso
aífectuoso Ir.-. (Assignado) Hubert, 33.-. Paris, 1.° de Fevereiro
de 1873, E.\ V.-.

'-¦'*-^**!a**&ft*^^^ v_
_. ¦ . . ^.^g^s&fe
143

Do Pod.\ c 111/. Ir.-. Mm Hervey,


Gr.\ Secret:. da Gr.\ Loj/. de Inglaterra.

(traducçao.)

111.-. Ir.-. 33.-. Dr. L. C. de Azevedo, Gr.-. Secret.-. do Gr.-.


Or/. do Brazil ao Vai/, do Lavradio.
Caro Snr. e 111/. Ir/. — Sinto que a fusão dos dous corpos
maçonicos do vosso Império se mallograsse, em vista do que a
mutua troca de representantes entre o vosso Gr/. Corpo e a
Gr/. Loj/. de Inglaterra não pôde effectuar-sc.
Na carta que dirigi ao Ir/. Dr. Alexandrino Freire do Ama-
ral, em 10 de Maio ultimo, especifiquei os motivos pelos quaes
a Gr/. Loj/. de Inglaterra assim procede de harmonia com as
demais GGr/. LLoj.'., lamentando porém que isso me obrigue a
não entreter com o vosso Gr/. Corpo uma activa correspon-
dencia.
Li com toda a attenção e com summo interesse as cartas que
tendes tido a bondade de me dirigir; não posso, porém, deixar
de sentir que a projectada fusão se mallograsse; perdoai-me
assim expender minha opinião a tal respeito.
Parte para essa cidade o nosso bom amigo e Ir/ o
qual vai encarregado de expressar-vos os meus cordiaes respei-
tos e tributar-vos minha fraternal estima. Espero que, quando
elle regressar á Inglaterra me fornecerá minuciosos esclareci-
mentos acerca do estado das questões maçoniças cio Rio cie Ja-
neiro. Aproveitando o ensejo, concedei-me a distineta honra de
assignar-me, vosso muito fiel amigo e Ir/. (Assignado) John
Éerveyr-- I?rêemason's Hall, London. W. C, 19 de Dezembro de
1872.

üo Ir/. Georgc Keiming,


Rcdactor do Frecmasons.

(traducçao.)
Caro Snr. e 111.-. Ir.-. Dr. L. C. de Azevedo. — Em resposta
á vossa attenciosa carta, cumpro o grato dever de communicar-

EBBC ,^„^,- ¦ ¦¦•.. .v, ....... ..¦¦av.. .:¦¦ ..-


- 144 -

vos que terei summo prazer em inserir alguns artigos do vosso


Boletim nas columnas do Freemasons.
Tenho recebido com toda a regularidade vossas publicações, c
se nada tenho inserido no Freemasons é porque para isso ser-
me-hia necessário tudo traduzir para depois extrahir o
que tivesse
a publicar.
Tendes pleno conhecimento da língua ingleza, pelo que eu vos
peço que me envieis em inglez os artigos que desejares que
sejão publicados, certo de que vossos desejos serão cumpridos.
Tenho a honra de ser vosso affectuoso Ir/, c amigo. Londres,
4 de Janeiro de 1873. (Assignado) George Kenning.

Do Pod.1. c Ill.\ Ir.-. 33.\ Albcrt G. Goodall,


Gr.\ Represr,

(traducção.)

M.\ 111/. e Pod.-. Ir/. Dr. L. C. de Azevedo. — Recebi vossas


cartas de 20 de Setembro e 23 de Novembro do anno findo;
igualmente recebi vossas circulares, boletins c manifestos.
Vossas communicações e documentos impressos relativos á se-
paração, submetti-os á consideração do nosso Sob/. Gr/. Com/.
• . • .

Asseguro-vos que envidarei todos os meus esforços cm advogar


a legalidade e legitimidade do Lavradio perante o nosso Sup/.
Cone/, e as GGr/. LL.\, continuando a fazer
pelo Lavradio o
que sempre fiz; certificai pois aos nossos 1111/. Ilr/. que com
tempo e trabalho tudo alcançarei.
Desejando a continuação da prosperidade e reconhecimento do
Lavradio, sou vosso affectuoso Ir/.
(Assignado) Albcrt Q. Goodall,
33/. Gr/. Repres/. New-York, 22 de Janeiro de 1873,
E/ V •
— 145

Bulletin pour PÉtranger.

Ce bel empire est en proie des vautours ultramontains


L'acte d'irréflexion de 1'évêque de Rio de
Janeiro gardait en-
core sa grossiere empreinte quand un autre acte
encore nous montre 1'évêque de Pernambuco en plus sauvage
lutte contre le
peuple trop catholique de cette ville-là.
Ce seigneur romain méconnaissant les lois du
1 honneur national, en rage contre notre Institution, pays, infidèle à
osa mettre
mam dans les confrérics de Ia ville, ordonnant Ven rayer
tom
les maçons, sous peine de fermer leurs églises et
de défendre
leurs réunions. II allait plus loin, il ordonna
qu'aux maçons
recalcitrants fut interdit 1'entérrement dans les lieiuv sacrés.
Les confrérics et le peuple se soulevòrent, ifacceptant
une pareille imposition et réclamèrent en pas
grand nombre du gou-
vernement imperial aide et protection contre 1'affreux attentat
à
leurs permises libertes de conscience.
Ceei ne fut pas un acte dlrréflexion; non, ce fut un acte
medite, un coup ordonné de Rome, ou Ia pré-
1 echec avec les nations sous son domaine depolitique papale joue
conscience.
Ce si reproché pouvoir temporel, cchappé des mains du
_ politi-
cien-prôtre, est Ia source de tous les attentats
qui nous étonnent
dans ce moment-ci.
Mais Ia justice será faite et rigoureusement;
puisque le gou-
vernement a reçu ce coup en
pleine figure.
Contre Ia loi civile et contre toutes les idées acceptées, ce
coup será un mot de réveil
pour ceux qui s'endorment devant
1'invasion sauvage de 1'Église dans les afiaires de 1'État.
Comme il est naturel de prévoir, Pernambuco, dans ce mo-
ment-ci, ne pense à autre chose
qu'à venger ses droits civils.
La presse de cette ville se leva comme un seul homme et
accepta le combat, Ia tête haute,
pleine de ses droits sacrés de
revolte contre 1'injustice et 1'ignorance.
_ Chassés de toutes parts, enfouis dans leurs trous de conspira-
tion, les jésuites, aujourd'hui divises et subdivisés en ultramon-
— 146 —

tains, lazaristes et papistes, ils ont cru se trouver cncore au


XVIm0 siècle, ou le sauvage et le colon étaient faciles à manicr.
Cest à nous maintenant de les recevoir; c'cst à nous de les
détruire avec cette facilite qui produit Ia grande volonté et Ia
liberte de Ia pensée.
Gardons le silence pour un moment, laissons les venir pleins
d'espoir et de courage, notre peuple est prét à leur donner le
coup de jarret. La race de cet empire est encore Ia meme de
ceux qui décrétèrent de main ferme leur expulsion de Portugal.
Nous n'avons pas besoin d'une volonté à Ia Bismarck pour
les chasser ou les anéantir, un pouvoir plus fort qu'un homme
de génie—le pouvoir du peuple souverain — leur portera le coup
mortel.
Parce que ce peuple américain, qui est pret à toutes les ac-
tions de générosité et cie piété, est aussi ferme et cohérent dans
les luttes qu'il établit contre resclavage.
Fort dans son droit, libre dans sa vie sociale, il ne será pas
dit qu'un évêque quelconque, moine ou non, traitre à son pays,
ose détruire le libre choix chez riiomme et presente au monde
civilisé Ia victoire stupide emportée par Ia pression et le fatia-
tisme.
Le frère Vital, tel est le nom du libre pensem (qu'il est libre
on le voit) évêque de Pernambuco, general en chef de Ia guerre
de TÉglise contre Tliumanité brésilienne, est un capucin, barbu,
beau jeune homme, au teint brun, apparence vaniteuse, seigncur
de sa personne, et passionné davoir sa photographie reproduite
chez tous les photographistes de Rio de Janeiro. Partout ou on
voit des mouches, en plein soleil, on voit clans les vitrines le
portrait du joli évêque de Pernambuco. Cest son caprice.
Mais cet excellent joli homme en veut à Ia franc-maçonnerie.
On n'en sait pas Ia raison; mais il doit en avoir une. Le fait
est que le beau berger porta coup de vilain aux franc-maçons
pernambucanos. La première impression du peuple fut de lui
arracher Ia belle barbe noire; et encore nous ne savons pas ce
qu'il en deviendra.
II a faliu un esprit comme le sien, pour avoir le courage de
commencer Ia guerre sous une forme insensée.
Celui-ci et beaucòup d'autres nous annoncent que 1'Ordre de
Loyola ne peut plus s'enorgueillir des génies qu'elle possède.
— 147 —

Ce sont des tristes sins qui perdent leur latiu ã cliaque


dans le pas
qu'ils font siccle.
- Cest pour nous toujours un triste devoir,
annonçant au
monde les irregularités des benedictinos.
Les preniiers à nous attaquer affreüse et indignement,
jouaut
1'hisulte et 1'offense d'une manière capricieusc, les journaux
pro-
fanes et leurs soi-disant boletins nous aceusaient avec haine.
On comprend que de notre part Ia repouse ne se fit at-
pis
tendre. Nous fumes sérieux en défendant notre dignité et Ia
dignité de notre Ordre; et peu nous important des opínions de
ceux qui sont optimistes ou indolents, n'étant pas de tempera-
ment lympliatique, nous avons mis toute Ia verve de notre race
latine à leur disposition.
Qu'ils sachent qu'il n'y a pas de privilòges de famille ou de na-
tionalité; que 1'intelligence peut se nicher dans le cerveau d'un
ouvrier modesto, tout aussi bien que dans Ia tête d'un président
de province.
Parceque malgré les idées de grande liberte politique qu'ils
expriment, il y a chez eux un orgueil qui les pique et surtout
quelque chose iVintolérant qui froisse les nationalités con-
traires.
:¦ Ils ont des pariás, ces messieurs, dans leur organisation so-
ciale. Paria est tout individu qui n'á les qualités de bien servir
leur petite police et leurs grandes ambitions.
Le monde qui nous lit, qui sait que nous nous défendons, ne
trouve pas 1'insulte lã ou n'existe que Ia rigueur de phrase. Si
un mot a quelquefois une pointe d'acier un peu plus dure, c'est
Ia faute ou Ia qualité de Salingen; mênie, gantés en blanc, nous
égratiguons nos contraires dans notre jeu d'escrime. Cest le
sort du combat.
tf

Quand on ne se trouve pas assez fort ou assez honnête pour


le combat entre gens de bien, on se retire et on fait amende
honorable.
Pour notre part nous ne faisons qulionorer et défendre cette
sublime Franc-maçonnerie qui nous a cté lêgiiée par nos pores,
et légalisée par Ia volonté souveraine de notre Cercle.
Ce langage franc et loyal, autorisé par nos profondes cpnvic-
^
tions, qu'il soit accepté ou non
par les Puissances du Monde
peu nous importe dans le present; Pavenir portera Ia conviction
— 148 —
¦,'".'#

lumineuse au monde qui s'etonne devant notre dissidencc, ne se


souvenant pas de tontos les dissidences que partout on voit.
Légalisés et autoriscs, reconnus par les principaux Orients du
monde civilisé, nous ne nous arretons pas devant les pctits dou-
tes à notre égard. Nous nous sommes expliques, franelie et
loyalement; c'est écrit; c'est répandu; nous avons fait notre de-
voir de conscience.
Le temps, ce temps qui tant éclaircit, dirá bientôt qui a rai-
son clans Ia franc-maçonnerie brésilienne.
— Notre Institution marche régulièrement dans toutes les
pro-
vinces du Brésil. De toute part nous viennent des adhésions à
notre Cercle; et partout on installe des nouvelles Loges.
La vie maçonnique ne peut pas avoir plus de mouvemcnt.
On sent que 1'esprit de notre Institution repand sa lumière
partout.
II faut que les éveques prennent bien note de ce mouvement
parce qu'il est, certes, une réponse eloqüente à leurs frénétiques
impositions.
Nous n'avons pas, proprement parlant, des rationalistes outros
dans le pays, mais il y règne un grand bon sens en matière de
religion.
Ce bon sens, comme tout ce qui est inhérent au caractère,
será dimcilement attaqué ou vaincu. On est bon et hospitalier;
on rit tout en donnant un gite aux lazaristes; on les tolere,
mais ils sont généralement un objet d'hilarité et de douto; on
ne les croit pas, malgré leur air de vieille reliure en vieux mar-
roquin.
On leur donne de 1'argent quand ils le veulent bien; mais
on n'accepte pas leurs doctrines en tant qu'elles vont au-delà de
1'éducation religieuse qu'on possède à assez haut degré.
Le peuple brésilien a ceei de digne de riiomnie, il est súr de
son indépendance, de Ia richesse de son pays»et des dons de
son intelligence. II comprend sa liberte, et se moque de ceux
qui prétendent Ia supprimer. Cest, sans doute, le peuple le
plus libre de toute 1'Amérique, parce qu'ici on ne connait pas
même 1'aristocratie à paletot. On peut y être duc, vicomte, ba-
ron,^ mais avant tout et surtout on porte ces titres comme celui
de {ilustríssimo senhor.
Cest bien de notre compétence de dire ces choses au monde

'
¦wa^iõwVataV. ~^im>mmH*yímémi>Um\«t*w&*mM
— 149 —

qui nous lit, sans doute, mal informe par les nouvellistes voya-
geurs qui en 24 heures savent plus du pays que nous en 24 ans
qui voyent des curiosités inconnues dans le pays, et qui, sans
comprendre Ia langue, devinent ce qui se passe dans Ia'com-
munication des idées chez nous.
La franc-maçonncric de tous les pays, dans toutes les époques
a servi à en dire Ia vérité aux gcns de toute Ia tcrrc interesses
à savoir ce qui se passe dans le monde civilisé de ce côté-ci de
FAtlantique.
Ccst son devoir, et, de plus, sa tache utilc et lumineuse.
Cest ainsi que nous arrivcrons à nous fairc coimaitrc de
ceux qui, à cause d'une dissidence malheureuse, nous
jugent
mal, si mal qu'ils en sont injustos.
Ce qui est fait est fait; Ia vérité se fera jour et annoncera ce
que nous pensons et ce que nous voulons.
Jusquc là nous nous contenterons d'observer les dissidences
profondes qui règnent dans tous les corps franc-maçomúqucs de
tous les pays. L'Angleterre, Ia France, les États-Unis nous en
fournissent des exemples palpitants.
Errare humanum est, mais aussi perseverare diabolicum.
Nous reviendrons toujours dans nos números suivants à cet
objet, qui a toujours constitué notre surprise devant quelques
rigüeurs franc-maçoimiques de Ia part de quelques GGrand/.
LLog/. qui se trouvent dans des circonstances analogues aux
nôtres; parce que, en face de Ia justice et de Ia grande vérité,
le Brésil ne doit pas constituer une exception dans les mouve-
ments liumains des sociétes.

0^§i
- 150

Secção Noticiosa.

Revista Estrangeira.
França.—O Gr.-. Or.-. de França é, depois da Inglaterra,
o poder maçonico europeu que conta maior numero de officinas.
Tem sob sua jurisdicção 323 OOíf.-. em actividade de traba-
lhos. Estas officinas dividem-se em 2G7 LLoj.-., 42 CCap.-., 13
CCons.-. e 1 Consist.-.
Depois de 1870 adormecerão 70 officinas, isto é, 47 LLoj.-.
e 23 OOff/. superiores.
Além destas officinas, deixarão de pertencer ao Gr.*. Or/. 7
LLoj.-. Húngaras, que regularmente desligárão-sc da Maçonaria
franceza para constituir o Gr.-. Or.'. da Hungria. Estas LLoj.-.
são as seguintes:
Fraternitas ao Or/. d'Arad.
Haladas „ de Kana.
Kosmos „ (1'Oravieza.
Zur Arbell „ de Pesth.
Humboldt J?
Mathias Corvinus )J »
Hunyadi „ - de Tcmcswar.
A Maçonaria franceza perdeu ainda sete LLoj.-. na Alsacc-
Lorraine, as quaes não querendo sujeitarem-se á intimação da
autoridade prussiana afim de interromperem suas relações com o
Gr.-. Or.-. de França, dissolvêrão-se.
Estas LLoj.*. são as seguintes:
Fidélité ao Or.-. de Colmar.
Esperance „ cle Mulhouse
Parfaite Harmonie c seu Cap.\ „
Les Frères Réunis „ de Strasbourg.
Les Amis de la Vérité „ de Metz.
Les Vrais Amis - cje Sarreguemines.
A perda das LLoj.-. da Hungria e das officinas da Alsace-
Lorraine tem sido compensada pela installação cie outras officinas.
— 151 —

Em o 1.° de Dezembro installárão-se oito LLoj/. Em 14


« de
Maio installou-se a Loj/. Sincère Union „ ao Or/. do Avignon
cm 24 de Junho a Loj.-. « Les Amis de Ia Nature et de l'Hu-
manité „ ao Or/. de Gij.m (Hespanha), cm 14 de .Julho a Loj •
« Paix et Travail „ ao Or/. de Thoiry
'< (Seine-et-Oisc), em 18 de
Agosto a Loj/. I/Espérancc „ aoOr/. de Terrasson, cm
25 do
mesmo mez a Loj/. " Le Reveil Maçonniquc „ ao Or/. de Mon-
télimar, cm 7 de Setembro a Loj/. «Alsace-Lorrainc
"I/Aurore „, cm 29
do dito mez a Loj/. Naissante „ ao Or/. de Ville-
real, o a 13 de Outubro a Loj/. •• La Sincérité de 1'Eure
„ ao
Or/. crÉvreux,
Em breve rostallar-se-ha cm Cuisery a Loj/. " LTIonneur et
Progrès. „
— A Loj/. " La Clemente Amitié
„ celebrou no dia 2S de
Novembro de 1872 uma sessão fúnebre em commemoração do
Ir/. Ch. Bataille e de outros Ilr/. que tinhão fallecido ha'annos.
A Loj/. " Alsace-Lorrainc „, ao Or/. de Paris, foi solemnemen-
te inaugurada no dia 14 de Novembro do anno findo na presen-
ça de cerca de sciscentos visitantes. A universal sympathia que
tem inspirado esta officina desde seu principio, em vez de de-
crescer mais augmenta, e em todas as oceasiões se manifesta.
Sirva isto de poderoso incentivo a seus fundadores c novos
membros, afim de perseverarem na obra fraterna que emprelien-
derao.
A Loj/. « Maternité „ do Rit/. Esc/. Ant/. e Acc.\, presidida
pelo Ir/. BagnaiLv, ha mezes que discute em suas sessões a se-
guinte matéria. " A Maçou/, e a utilidade de seus trabalhos. „
Na sessão de 11 de Novembro do anno findo o Ir/. Wyrouboff,
Oracl/. da Loj/. depois de relatar os trabalhos do anno, demons-
troü a utilidade de nossa instituição nos tempos modernos.

Inglaterra. — Os Maçons de Liverpool, uni dos


principais
centros da Maçou/. Ingleza, collocárão a pedra fundamental de
um novo Templo.
O Gr/. M.\ da Gr/. Loj/. da Escossia collocou no dia 4 de
Outubro do anno findo a primeira pedra
para o Instituto de
Watt e Escola de Artes em Edimburgo. Assistirão a esta ceie-
monia mais de 1,100 Maçons.

8
— 152 -

Allemanfia. — A Loj.-. "Humanitas,,, ao Or.-. de Vicnna,


abrio uma subscripção afim de soccorrer a MT Lang, sobrinha
do immortal Mozart, nosso Ir.-. Esta senhora, velha e enferma,
vive na maior indigeucia. A mesma Loj.'. appella para todas as
suas co-irmãs nacionaes e estrangeiras. Os donativos podem
ser dirigidos ao Ir.-. li. I. Schneeòerger, Ven.-. da dita Loj.-.,
Vienna, IV. Schleimühlgasse 20.

Itália. La Revista delia Massoneria Italiana, no seu n. 1


anno), principia a publicar o nosso manifesto dirigido ao
(4.°
mundo maçonico.
Agradecendo cá illustre reclacção o importante favor que presta
ao nosso Grande Oriente com essa publicação, só nos resta
aguardar a decisão dos Corpos Maçonicos estrangeiros á quem
enviámos o mencionado manifesto.
Questão religiosa.—A Maçonaria italiana, que tão importantes
serviços tem feito á causa da unidade italiana, oecupa-se actual-
mente com esta magna questão. Todas as Lojas celebrão ses-
soes especiaes para discutir o assumpto, e diversas mensagens
têm sido dirigidas ao Gr.-. Or.-. da Itália com referencia á
mesma questão, etc.

Hespanha.—Y (A nomeado Gr/. M.\ Adj/. do Gr/. Or/. de


Hespanha o 111/. Ir/. D. M. L. P., conhecido no mundo maço-
nico com o nome de Juan Bravo. Vastos conhecimentos maço-
nicos e profanos, muita virtude e civismo fazem esperar que a
Maç/. hespanhola ganhe muito com essa eleição.
O 111/. Ir/. Lúcio, director do Boletin de Espaiia, foi nomeado
Gr/. Repres/. do Gr/. Or/. e Sup/. Cons/. de Costa Rica junto
ao Gr/. Or/. cie Hespanha.
— Falleceu em Madrid, no dia 9 de Novembro, o R.\ e 111/.
Ir/. D. Emilio de la Vega, Ven/. da Loj/. "Luz ,,, ao Or/. de
Burgos. Uma commissão de Ilr/. desse Or/. conduzio o cada-
ver á estação do caminho de ferro do Norte, sendo acompanhado
pelo Gr/. M,\ Adj/. e outros Maçons de altos gráos.
- 153

em Lausana o templo da Loj/. "Li-


Suissa.—Inaugurou-se
berdade „ com toda a solemnidade e grande enthusiasmo. Pro-
nunciárão-se brilhantes discursos, sobresahindo entre clles os dos
Ilr/. Guillemine (Orad/.), e Ruchonnet (Ven/.) Assistirão a esta
ceremonia muitos visitantes.

JZslaãos-Unidos. — O Sup.-. Cons.-. de Boston reconheceu


o Sup/. Cons.*. do Rit.\ Esc.-. Ant,\ c Acc.\, ao Or.-. de Tu-
rim, como a única autoridade maçou.-, do dito Kit.', no reino da
Itália. E' Sob.'. Gr.-. Com.-, do referido Sup.-. Cons.-. o 111.'.
Ir.-. 33.'. Alessandro Y de Milbitz, e Gr.'. Secret.'. o 111.'. Ir.-.
33.-. Maurício Zaccaria.
Canadá.— A Gr.'. Loj.-. de Quebec reunio-sc ultimamente
sob a presidência do seu Gr.-. M.\ o Ir.-. Graham. Esta Gr.-.
Loj.-. tem entabolado fraternaes relações com vários Gr.'. Corpos
nacionaes e estrangeiros. Tem sob sua jurisdicção mais de 40
LLoj.-. com perto de 2,000 membros.
Indiana.-Existem na Indiana mais de 451 LLoj.-.; o numero
de seus membros é de 24,324. Foi eleito Gr.-. M.\ da Gr.'.
Loj.-. do dito o Ir.-. Christiano Feita, e Gr.'. Secret.'. o
paiz
Ir/. Branrwell.
Kansas.— k Gr.-. Loj.'. de Kansas em sua ultima reunião foi
112 Maç.\ Deputados de 57 Officinas de sua
representada por
jurisdicção.
OMo.— A Gr.'. Loj.-. de Ohio, reunida no dia 16 de Outubro,
elegeu os seus DDignit.'., cujos nomes são os seguintes:
Gr.*. M.\, A. H. Battin.
Gr.-. M.\ Adj.-., Ch. Woochvard.
1.» Gr.'. Vig.'., S. Wardle.
2.° Vig.'., F. Culberton.
Gr.'. Thes.'., F. S. Philips.
Gr/. Secret,1., John Caktwell.
de Missòuri reunio-se no dia 15 de
Mmwi.-k Gr.'. Loj.-.
Outubro sob a presidência do seu Gr.-. M.*. o R.'. Ir.', lhos.
E. Garret.
iltir'*^™-1"-

— 154 —

No dia 17 do mesmo mez empossárão-se os OOff/. eleitos.


E' seu Gr.-. M.\ o R.'. Ir.*. Samuel II. Oren e Gr.-. Secret.-. o
R.\ Ir/. Franck Gouley. O Gr.-. Cap.-. de Missouri reunio-se
no dia 10 de Outubro para proceder á eleição de seus Digni-
tarios.
Estiverão presentes os DDep/. dos 50 CCap/. de sua júris-
dicção. Foi presidido pelo 111.-. Ir.-. J. M. Fox. Foi eleito Gr.-.
Secret/. o 111/. Ir/. James E. Carter.
No dia 11 reunio-se o Gr/. Cons/. de Missouri sob a presi-
dencia do 111/. Ir/. Allen Mc. Dowel, seu Gr/. M.\ eleito.
A Gr/. Comm/. dos Cav/. do Templo reunio-se no dia S sob
a presidência do 111/. Ir/. Francis Tufís. Forão representadas
16 CComm/. O Gr/. Com/, eleito é o 111/. Ir/. Oren Root.
Califórnia.— A Gr/. Loj/. da Califórnia, ao Or/. de S. Fran-
cisco, empossou o seu Gr/. M.\ eleito.

G7*ande Oriente da Republica Argeiilina. —Este Gr/.


Corpo conta sob sua jurisdicção 27 LLoj/. em actividade de
trabalho.

Cuba. — As LLoj/. de Havana têm dado força e vigor a seus


trabalhos, que achavão-se suspensos por causa do estado anor-
mal daquelle paiz.

México.—O Gr/. Or/. Mexicano nomeou seu Repres/. junto


ao Gr/. Or/. de Hespanha o eminente orador Gr/. Insp/. Ger/.
33.-. Emilio Castellar. Ô Repres.-. do Gr.-. Or.-. de Hespanha
no México é o 111.-. Ir.-. C.\ R.\ %.-. Ramon Brú y Lasus.
— 15! .)

Martyrologio Maçonico na Hespanha.

Em 1819 uma Loj.-., ao Or.-. de Murça, foi, em


maçonicos, invadida, plenos tra-
balhos sendo presos todos os seus OObr •
entre os quaes contarão-se pessoas de clistincção. todos
Quási
perecerão pelos tornientos que lhes infligio a inquisição, afim de
obter delles revelações absurdas. O único que resistio a tão
grande barbaridade foi o Ir.-. Ven.-. Homero Alpuente, illustre
advogado, sendo solto em 1820 pelos Uberaes quando
proclama-
rão a Constituição.
Em 1823 uma perseguição horrível foi feita a todos os MMaç-
Era tal o furor dos perseguidores, que o Ir.-. Sarãá, só
por se'
lhe encontrar, um diploma maçonicO, foi fuzilado pelo feroz
Trapita. guér-
rillieiro
Em 1828 forão enforcados o Marquez áe Labrittana e o Ca-
¦pitão Alvarcz de Soiomayor,
por serem maçons e como taes não
se terem denunciado.
Em 1829 o infame delator Ilerrero foi causa de ser uma
Loj.-., ao Or.-. de Barcelona, invadida pela policia, sendo seus
membros sepultados em -immundos calabouços. Seu Ven.-., o
Tenente-Coronel Qahez, foi enforcado, e os mais Ilr.-., uns con-
clemnados a prisão perpetua e outros a prisão temporária, tendo
alguns a felicidade de se evadirem para paizes estrangeiros.

(Boletin Oficial dei Oriente de Espana, w. 41, ano 3>)

Grande Oriente Lusitano Unido


E SUPREMO CONSELHO DA MAÇQN.-. PORTUGUEZA.
*

Dignitarios da Grande Loja.


Or.-. M.\, Conde de Paraty, 33.-.
Giv. Conserv.-., José Joaquim de Abreu Vianna, 33.-.
tír.-. Vice-Conserv.-., Conselheiro A. S. de Castro Guedes, 33.-.
**r.\ Orad/., Innocencio Francisco da Silva, 33/., e Joaquim
«a Cunha, 33.-.
- 156 —
30.-.
Gr.*. Secret/., Henrique J. de Carvalho Prostcs,
Gr/. Chanc.*., José Heliodoro dos Reis c Souza, 33.'.
Gr.-. Thes.'., Pedro Ângelo Calleia.

Dignitarios do Supremo Conselho.

Sob.*. Gr/. Com.*., Conde de Paraty, 33.'.


Gr:. Lug.\ Ten.\, José Joaquim de Abreu Vianna, 33.'.
Sob.*.
33.'.
Gr.'.'Secret.'., Dr. Antônio Manoel da Cunha Belém,
Gr/. Min.', de Est.*., Joaquim da Cunha, 33.'.
Gr.*. Thes.'., Pedro Ângelo Calleia, 33/.
Chanc/., João Eusébio de Oliveira (ausente), 33.-. Du-
Gr.'.
sua ausência é este Ir.', substituído pelo Ir.'. Luiz Thomé
rante
Gonzaga Júnior, 33/.
Official do Gr.: Or.-. Lusit.-. Unido, Dezembro 1872.)
(Boletim

pjpJjjM ¦;_~)?í* »:'"'.:"¦;. ¦'^"¦;« ¦•-- -¦¦-;¦'


157

Noticiário Interno.

LOJA DEZOITO DE JULHO.—Em sua sessão magna do dia


20 de Fevereiro, na qual forão iniciados alguns irmãos de notável
merecimento, recitou um dos visitantes, nosso Ir/, de uma das
Províncias do Norte, a seguinte poesia, cuja original simplicidade
reclama de nós a publicação:
Tom o ostro inda o mais rudo
Jovial sublimidadc,
Quando, em honra da virtude,
So oseuta a voz da verdade !
Quando cm prol da Caridade
So ergue o vato mesquinho,
Não encontra um só espinho
Que lhe fira o som da lyra !
Sento o peito ampla alegria,
Tem a voz doce harmonia,
A alma inteira suspira !

Fui profano, o mais não quero


Os perfumes d^ndo vim;
Só a virtude venero
Nas flores deste jardim !
Só aqui ! oh aqui sim !
A virtude aqui se abriga !
Dá-se esmola á quem mendiga;
Só aqui sorriem os Cóos !
Quem não ama a Caridade,
Não aspira a Eternidade,
Não quer a filha de Deus !

E feliz quem chega a ser


Da virtude um livre obreiro;
Quem á fonte vem bebei»
Doce necíar verdadeiro.
Quo futuro lisongeiro
Não prevê cá neste mundo ?!
Que prazer torno o fecundo
Lho enche o peito sagrado,
Ondo se fôrma um asylo
Immonso, franco e tranquillo,
A' Caridade votado ?!

—*•"-- - ¦ • - ¦
.-„*
¦-;'«W-,".-,-'.V' _..... . mr-^ás i»
:' T" n* ¦ i .-¦*¦.- -•..<¦ ..?•¦¦
— 158 -

Sempre, sempre, meus irmãos,


Recolher os peitos nobres,
P'ra augmentarmos as mãos
Que o pranto seccão dos pobres !
E tu, Senhor, que descobres
Os vormes na terra oceultos,
Lança a vista em nossos cultos,
Bomdiz a nossa intenção;
Accresco nossa grandeza
Dá-nos mais força c belloza,
Nos guia sempre a razão!

Era aqui que a humanidade


Devia toda habitar!
E aqui que a magestade
Só do Deus encontra altar.
O pobre, do rico a par ;
O plebeu, junto do nobre;
E que um manto só nos cobre,
Só ha um Céo e não mais!
E que a mão da Natureza,
Esmerando-sc em grandeza,
A todos fez-nos iguaes !

Quem de nós, obreiros qu'ridos,


Na praça, no meio da rua,
Não dá mesm'os seus vestidos
A' orphã que passa nua ?
Quem é que o passo recua
Para não matar-lhe a forno ?
Se acaso sedo a consome,
Quem lhe não dá de beber?

r
Que saia pois deste templo ;
A tyrannos não contemplo,
Nem devo os olhos volver!

Se por acaso em uma scena,


Que o infortúnio formou,
Aqui, um — ai! uma pena,
Ali, um outro chorou,
Mais além, áquem ficou
Do corpo sangue * a correr,
Alguns homens vêm-se a ver
A um por um pôl-os bons;
Perguntão uns: — que são elles,
'.:Í ¦
Que zelão tanto d'aquelles?
Respondem outros.*g Maçons! !
- 159 —

É quo o Cóo quiz dar piedade


Aos Maçons, o dar amor,
Para obrarem a Caridade,
Terna filha do Senhor!
Deu-lhes coragem, valor,
Para arrostarem perigos,
Fôl-os irmãos o amigos,
Fadou-os —Anjos— na torra; .
Isentou-os dos tyrannos,
Dos vicios, torpes enganos,
Quo o mundo profano encerra !

Deixemos quo esses peitos,


Ondo só brilha a maldade,
A' injuria sempre aíToitos
Noguo a nossa probidade!
No correr da tempestade,
Quo nosso templo ameaça,
Não busquemos outra praça,
Eis a trincheira mais forte!
Desse torpe fanatismo
Não nos assusta o heroismo,
O Maçon nem temo a morto!

Lembrai-vos do juramento
Quo se presta ante o Senhor!
Haja só um pensamento :
— União, paz e amor!
Coragem, brio o valor!
Quem passou por tantas eras
Não recua ante chi meras
Dessa crua odiosidade !
Que do atroz jezuitismo
Ha de vencer-lhe o heroismo,
A virtude o a Caridade!!

Guilherme Lopes.
20 de Fevereiro de 1873.

-
BOLETIM DO INTITULADO GBANDE OEIENTE UNIDO.
Depois de prolongada ausência, appareceu este eterno libello,
onde a injustiça e o capricho acharão campo commodo e vasto
(Bequemes und toeites Felá.) Como elle ama as citações inúteis
em línguas estranhas, ahi vai essa para lhe fazer prazer.

^K^àasímms^^^SêÊè.
— 160

A alta temperatura que favorece a atrabilis desfigurou em


suas paginas a verdade.
1
Com um pouco de calma mais esperaremos ver o nosso con-
trario na altura de sua desventurada missão.

PROVÍNCIA DE S. PAULO.—Quando em numero antecedente


noticiámos o enthusiasmo com que nessa culta província a ma-
çonaria era aceita e progredia, apenas punhamos patente o amor
á verdade e á justiça que c característico na gente daquella
Provincia.
Graças ao alto empenho e á luminosíssima direcção que o
nosso Resp/. e 111/. Ir/. Dr. Balthazar da Silva Carneiro tem
dado á elevação da Arte Real naquella provincia, contamos hoje
com a adhesão da Resp/. Loj/. Amizade, nada menos do que o
núcleo veneravel do que aquella provincia conta de rllustre e
digno.
O seu quadro conta 700 Obreiros dispostos a inaugurar uma
nova éra nos fastos maçonicos deste Império, tornando-os uma
realidade pratica e altamente aceitável.
Em boa hora erga-se essa Off/. á altura que seu merecimento
lhe conferio, porque ella é um sacrario onde as nobres tradições
paulistas são archivadas.
Delia partirá o exemplo e a doutrina em uma época cm que
a humanidade anda esquecida do que deve a Deus, á pátria e á
família.
Caiba aqui, nesta pagina humilde de gratidão, um voto de
louvor ao nosso Ir/. Jorge Avelino, que se não é ainda um
Mestre na Arte Real, nem por isso deixa de ser- um dedicadissimo
Obreiro, prompto sempre para tudo que tende a engrandecer o
nosso Circulo. Veja elle nestas linhas e os aceite o osculo e o
abraço fraternaes que de coração lhe enviamos.
Ao caro Ir/. Dr. Balthazar da Silva Carneiro, caracter ele-
vado, feito a molde de Salvador Bueno, nada dizemos,
porque
para certas acções a grandeza do reconhecimento consiste só
em supplicar ao Supr/. Arch/. do Univ.-., de seus soberanos
dons, conceder paternalmente venturas e saúde áquelle
que sabe
tão bem comprehender sua missão de homem e de maçon.
— 138 -

Gr.\ Mest/. (que nunca foi regularmente elevado ao gráo 33),


se levantava uma guilhotina, a cuja sorte serião lançados todos
aquelles que não se tornassem seu instrumento, prestando-lhe
uma obediência servil.
E nessas circumstancias, pode-se assegurar que a almejada
liberdade, essa que insinuão querer ver realisada entre nós os
puros democratas, existisse de facto, servindo de base ao Gr/.
Or.*. Unido?
Se não existio nunca e. nem mesmo existe hoje, porque só
sentimentos profanos e de mero interesse particular levarão o
Chefe benedictino a realisar a fusão dos dous Orientes, conti-
nuaremos a sustentar que a palavra — Liberdade — foi escripta
com o fim unicamente de explorar os espíritos em seu favor.
" Igualdade „ foi o seguudo movei de
que se servio o Chefe
benedictino para chamar a si as boas graças dos que punhão
em duvida a sua lealdade.
Segundo, porém, o seu modo de vêr, a igualdade é tão im-
possivel no mundo profano, como no interior de nossos templos.
A despeito de se proclamar perpetuo defensor da mais pura
e diaphana democracia, elle pensa com os que entendem que o
mundo social exige a desigualdade de condições.
Partindo desse principio, uns devem ser príncipes e outros
vassalos; uns livres e outros escravos.
Ao passo que protesta altamente contra a autocracia que pre-
tende exercer a classe sacerdotal e contra o systema monarchico,
" que não
pode fazer a felicidade dos povos „ elle procura
constituir-se na Maçonaria um príncipe absoluto, senhor das nos-
sas vontades e até da própria honra.
Triste aberração do espirito humano !
No mundo profano se é homem do povo, porque se precisa
especular com a credulidade do povo para subir: no interior de
nossos templos, um outro czar, a quem devemos todos render
preito e homenagem.
E quando se acha investido de poderes taes uma alta autori-
dade e só resta a nós outros uma submissão absoluta,
póde-se
dizer que existe igualdade ?
Concedendo mesmo (por hypothese) que ella pudesse existir,
debaixo de taes apparencias, no Gr.-. Or.-. Un.-., devemos con-
fessar que seria uma igualdade que degrada; porque se ella não

*$*.
— 162 -

Custa a crer que a respeitável cathegoria de um diocesano


possa ser invadida pela mais hedionda parcialidade e pela mais
revoltante injustiça.
É indifferente áquelle membro da família brazileira profanar
Deus e pátria com acintosas prohibiçoes.
Elle entra ousado nas attribuições civis, empunha a vergasta
dos phariseus e torna-se a negação do bom senso e do critério.
Melhor fora ao prelado altivo despir as insignias e lançar-se
em solitária cela de claustro, onde aprenda a ser justo se é
christão, e a ser cortez se é brazileiro culto.
Os discursadores que lhe sustentão os erros, são apenas só
mentecaptos, que, um dia, por engano, tiverão carta para sentar-
se no meio de gente séria que deve argumentar em bem da
pátria.
Se porém, todos esses erros, toda essa prepotência que lasti-
mamos e nos irrita, são apenas só o resultado da mais pro-
funda ignorância, resta a esta terra grande e magnânima um
recurso potente — arrede do caminho da civilisação aquelle que
ousa de fronte erguida arvorar entre nós o pendão do fanatismo
estúpido, fazendo-o voltar ao nada de onde sahio.
Se o não fizerem os que podem, a nossa sublime Instituição
,!¦¦

de séculos fará o seu dever; ella saberá com pertinácia e crês-


cente firmeza vingar os foros da liberdade humana, esclareceu-
do-a, protegendo-a, soletrando-lhe a cada pagina do Evangelho o
Sanctissimo nome de um Deus de Piedade e Sabedoria.

LOJA FIDELIDADE E FIRMEZA, em Porto-Alegre.—De ha


¦55»
'¦laT-lB muito adormecida esta officina, desperta hoje ao som do malhete
diligente que chama os obreiros ao trabalho; desperta hoje ao
som da verdade, e surge por entre suas co-irmãs
como uma
brilhante promessa do futuro.
O fanatismo que ousa pisar este Império deve estremecer
rante o vulto imponente de nossos núcleos de trabalho pe-
philoso-
phico que promettem em liberdades e crenças generosas á civi-
hsação do Brazil tanto quanto é digno de sua
grandeza.
r 163

LOJA PIRATENINGA (S. Paulo). - Graças aos esforços do


nosso prestimoso e ill/. am.\ e Ir/. Conselheiro Joaquim ígnacio
Ramalho, esta officina, também adormecida ha muito, toma nova
vida e actividade na communhão de nossas idéas.
E mais do que nunca carecemos do esforço c concurso de
officinas dedicadas, quando o fanatismo intenta avassallar este
bello Império, terra de tantas liberdades e generosidades.
E se por acaso a potência incontestada dos sábios legisladores
não bastar ou não se prestar a debellar o mal que nos ameaça;
se Roma, que perde uni throno na verdade da humildade evan-
gelica, pretende alçar outro no espirito deste povo-rei da Ame-
rica do Sul, venha a nossa Instituição, como sempre, de facho
em punho ilhunine os antros ultramontanos c fortifique o que a
ignorância ousada enfraquece por toda a parte.

LOJA FIDELIDADE (de Campinas). —Esta Aug/. Off/. acaba


de ser solemnemcnte regularisada; é tora de toda a duvida
que
se tornará um dos brilhantes fachos da civilisação e da concor-
dia na Província de S. Paulo, onde irregularidades e irreflexões
de alguns dissidentes pretendião dar á Arte Real triste e la-
mentávél interpretação. Nesta Aug/. Off/., como seu nome o
indica, só tem abrigo as doutrinas maçonicas e a mais perfeita
fidelidade ás tradições gloriosas de nossos antepassados.
A's suas paginas luminosas andará sempre junto o nome dis-
tineto e illustre do seu intelligente e incansável Ven/.

CREAÇÃO DA GR/. OFF/. PROV/. DE S. PAULO.-Será


em breve uma realidade competentemente autorisada por nossa
lei a creação da Gr/. Off/. Prov/. nesta parte importante do
Brazil.
Merecendo aos Paulistas a Maç/. particular interesse e vene-
ração, congregando-se elles em jtao grande numero de homens
distinetos e activos, convinha possuírem em seu seio uma Gr/.
Off.-.
O nosso Circulo, solicito sempre em promover a grandeza e
proficuidade da Instituição maçonica, entendeu que uma tal con-
— 1G4 —

cessão seria um grande passo para a felicidade da Província de


S Paulo, onde as idéas grandes e generosas forão sempre par- $

tilha de seus filhos.


Esta Gr.*. Oíf.*., garantia da maçonaria, tal como a compre-
hendemos e aceitamos, inspirará a maiores esforços no sentido
da verdade, contribuindo a autorisar apóstolos para expurgar os
erros que a dissidência intencionalmente introduz na nossa Ins-
tituição. »
AÍli ninguém vestirá a libre demagógica, porque a licenciosi-
dade e a autocracia bane-os a liberdade de um povo que com-
os discursa-
prehenda os Fiescos da actualidade, e para o qual
dores mal intencionados são apenas só entidades sem significação,
ou ao menos com uma só—a do despeito odiento.

*>-.

LOJA PERSEVERANÇA (em Ouro Preto). — Também as nos-


sas mulheres, as amigas e companheiras de nossa vida, nossas
esposas e nossas irmãs, sacudindo o jugo de um afastamento
reprovável, reunirão as forças de seu coração e de seu cérebro
e congregárão-se em Ouro Preto, installando uma Loj.'. de
Adopção, onde a Arte Real achará dedicadas Obreiras do futuro
social de seus filhos.
Ahi com mais propriedade se poderia denominar um núcleo
de Irmãs da Caridade, pois para a Luz e para a Caridade
se congregão.
Que harmonias suaves não partirão do seio daquella Oflicina
ao Supr/. Arch/. do Univ.*. por havêl-as tornado aptas a sus-
tentar o malhete e a esquadria para a architectura de todos os
bens da humanidade!
Grande exemplo o destas boas senhoras a todo o sexo femi-
nino de sua Província, neste momento, algemado no lazarismo de
alguns especuladores de sotaina, que ouvirão dizer na Europa
que — no Brazil se ganha dinheiro facilmente; e então vierão,
simplesmente — ganhal-o; e nada mais.
A Officina de Adopção será para ellas uma escola de todas
as sanctas doutrinas que tornão a mulher digna e útil á huma-
nidade.
Ahi, erguendo-se acima dos estúpidos preconceitos e cia vul-

aijKea»-»-.-«>j^-^-^^,Mi,_^^„n^. ,. .^ZS::.^-^""""';1;.-.
140

portavel intolerância religiosa no século em que vivemos, que-


rendo também coarctar a nossa liberdade e usurpar os nossos
direitos adquiridos por lei com a continua ameaça da suspensão
" ex informata conscientia „ procede de fôrma tal que o bom senso
não pode qualificar.
Nestas circumstancias, o homem que é livre e que só enxerga
na Maçonaria uma eschola pratica das virtudes sociaes, não po-
deria ter outro recurso senão rebellar-se contra semelhante pre-
potência, que só deve aproveitar aos iniciados nos planos do
chefe benedictino.
Um edifício levantado, pois, sobre bases taes não podia per-
durar, por lhe faltar a necessária solidez.
C. B.
Fevereiro de 1873.

y&fr

|:<ris
166

Administrações de LLoj/. e CCap.-. para o futuro


anno maçon/. 5873.

LOJ/. CONCÓRDIA SEGUNDA, ao Or/. do Gr.-. Pod.-.


Cent.'. — Ven.-., Antônio Pinto Soares Júnior, 30.'.
l.° Vig/., Paulo de Souza Alves, 30/.
2.° Vig/., Clementino Procopio Ribeiro, 18/.
Orad/., Manoel Marianno Ribeiro,* 3/.
Secret/., Joaquim Machado cie Lima, 14/.
Thez/., João Baptista Garcia, 30/.

LOJ/. REUNIÃO BENEFICENTE, ao Or.-. do Gr/. Pod.-.


Cent/. — Ven.'., Antônio Joaquim Pinto de Oliveira, 31.'.
l.° Vig.'., José Joaquim de Souza Valença, C.\ R.\ ^/.
2.° Vig.'., Antônio de Oliveira Alves, 30/.
Orad.'., Francisco de Paula Santos Gouvêa, C.\ R.\ ^/.
Secret.'., José Joaquim Pires cia Silva, 3/.
Thez/., Antônio Corrêa Coutinho, 3/.

LOJ/. REDEMPÇAO, ao Or/. do Gr.-. Pod.-. Cent/. — Ven.-.,


José Antônio de Sampaio, 13.*.
l.° Vig.'., Manoel Joaquim de Oliveira, 13/.
2.° Vig.'., Narcizo Fernandes da Silva Neves, 13/.
Orad/., Dr. Joaquim Pedro da Silva, 13/.
Secret/., Carlos Adolpho Borges Corrêa cie Sá, 13/.
íf*t.,
Thez/., José Antônio da Silva Pinto, 12/.

LOJ.-. ALLIANÇA, ao Or.-. de Nictheroy. - Ven.-., João An-


tonio dos Santos Lima, 12/.
1.° Vig.-., Antônio José de Oliveira Stock, 3.-.
2.° Vig.-., Francisco José de Oliveira, 3/.
Orad.'., Belarmino Ferreira cia Silva, 12/.
Secret.-., Antônio de Meirelles Coelho, 3.-.
Thez.-., Antônio Leite da Silva Bastos, 12-

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— 167 —

LOJ/. VIGILÂNCIA, ao Or:. de Nictheroy. —Ven:., Quirino


Francisco do Espiritq-Sarito.
1.° Vig/., Carlos Corrêa da Silva Lage.
2.° Vig.'., Antônio João de Almeida.
Orad.*., Dr. Antônio de .Mello Muniz Maia.
Secret/., José Maria da Silva Cruz.
Thez/., José Manoel de Souza e Silva,

LOJ:. IMPARCIALIDADE, ao Or:. do Gr:. Pod:. Cent:. -


Ven/., Dr. José Marques de Gouvea, C.\ R.\ ^:.
1/ Vig/., José da Cunha Ribeiro Vianna, C/. R.\ ^.*.
2.° Vig/., Manoel José Teixeira Lixa, 0/. R.\ ^/.
Orad/., Francisco Guedes de Araújo Guimarães, C/. R.\ ^/.
Secret/., Manoel Ferreira Louzada, 3/.
Thez/., Antônio José Baptista Lemos, 3/.

LOJ/. FRANCS-IIIRAMITES, ao Or:. do Gr:. Pod:. Cent:.


-Ven:., Clement (J. P. A.), C.\ R:. <f.\
l.o Vig/., Cazeaux (Jean), C/. E/. ^/.
2,o Vig/., Labourdenne (Julien Pierre), 3/.
Orad/., Badout (Louis), C/. R.\ *jjv.
Secret/., Spríngaux (Jean Claude), C/. R/. ^/.
Thez:., Barbelannc (Louis), C:. R:. ?$•/.

LOJ/. IGUALDADE E BENEFICÊNCIA, ao Or/. do Gr:.


Pod:. Cent:. — Ven.-., José Augusto da Silva Freitas, C:. R.\ f:.
l.° Vig:., Manoel Joaquim de Oliveira, C.\ R/. >f:.
2.° Vig/., Antônio Gomes da Costa Figueiredo, C/. R:. >£*:.
Orad:., José Marcai de Carvalho, C.\ R.\ f<:.
Secret/., Manoel Antônio da Costa Braga, C/. R.\ ^/.
Thez/., Antônio Teixeira de Mattos Carvalho, C/. R/. f.'.

LOJ/. ASYLO DA TRUDENCIA, ao Or/. do Gr/. Pod/. Cent:.


-Ven:., João do Araújo Souza Braga, 13:.
10

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— 168 —

1.° Vig.'., Francisco Ângelo Agostinho D'All'Orto, 13.-.


2.° Vig/., Justino de Lima Vianna, 12/.
Orad/., José Rabello, 12/.
Secret/., José de Paiva Legey, 12/.
Thez/., Francisco Pereira Carneiro, 13/.

LOJ.'. PEDRO II, ao Or.'. do Gr.'. Pod.-. Cent.\- Ven.-.,


Dr. João Baptista dos Santos, C.\ R.\ >gv.
1.° Vig.'., Antônio Ignacio de Mesquita Neves, C.'. R.\ >$«.•.
2.° Vig/., Cândido Joaquim da Silva, C.\ R.\ ^/.
Orad.-., Francisco Guedes de Araújo Guimarães, 33.-.
Secret/., Ignacio Doellinger, 3/.
Thez/., João Francisco Ferreira Júnior, C.\ R.\ ^/.

LOJ.-. ESTRELLA DO RIO ao Or.-. do Gr.-. Pod.-. Ccnt.\


—Ven.-., Hermenegildo Nunes Cardozo, 33.-.
l.°Vig.\, Carlos Adolpho Borges Corrêa de Sá, 32.-.
2.° Vig.'., José Ribeiro de Freitas, 17.-.
Orad.*., José Joaquim Bastos Jorge, C.\ R.\ $.-.
Secret.'., Pedro Fernandes Vianna da Silva, 30.'.
Thez.-., Antônio Pereira de Souza e Silva, 30.-.

LOJ;. PHENIX 2 DE DEZEMBRO, ao Or.-. do Gr.-. Pod.-.


Cent.'.—Ven.'., Dr. Pedro Isidoro de Moraes, 33.-.
l.° Vig.'., Antônio Pinheiro da Fonseca Santos, C.\ R.\ Ç.\
2.» Vig.*., Victorino José de Carvalho, 14.'.
Orad.'., Antônio José Gonçalves, C.\ R.\ «£.'.
Secret.'., José Joaquim da Silva, C.\ R.\ ft.-.
Thez.'., Antônio Alves Pereira da Rocha, C.\ R.\ ft.\

LOJ.-. SANTA FÉ, ao Or.-. do Gr.-. Pod.'. Cent.-.,-


Ven •
Manoel Thomaz José dos Santos, 33.-.
l.° Vig/., Manoel José Teixeira Lixa, C.\ R.\
$.-.
2.° Vig/., Manoel Pinto de Almeida, C.\ R.\ $.-.''

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- 1G9 —

Orad.'., José de Almeida Saldanha, 30.-.


Secret/., Manoel Ribas, C/. R.\ ft.\
Tlicz.'., Joaquim dos Santos Leal de Almeida, 30/.

LOJ/. AMOR AO TRABALHO, ao Or.-. do Gr/. Pod/. Cent •


-Veii/., Francisco de Paiva Loureiro, 31/.
1." Vig/., Antônio Rodrigues Duarte Mesquita, 30.'.
2." Vig/., Domingos Fernandes da Cunha, C.\ R/.'ft.\
Orad/., Antônio Pereira Bispo, C/. R/. ç.r.
Secret/., Francisco Barrozo da Silva Guimarães, ' C.\ R.\ ft-
Thez.'., Joaquim Antônio Martins, C.'. R.\ $/.

LOJ.'. ESPERANÇA, ao Or.-. do Gr.-. Pod.-. Cent/. —Ven.-.,


Antônio Alvares Pereira Coruja, 33/.
1/ Vig/., Antônio Alvares Pereira Coruja Júnior, 30.-.
2.» Vig.-., Antônio dos Santos Magalhães, 30/.
Orad/., Antônio da Terra Pereira, 17/.
Secret/., Albino Ferreira da Silva Sabroza, 30.-.
Thez/., Antônio Alves de Abreu, 30.-.

LOJ/. AMPARO DA VIRTUDE, ao Or.-. do Gr/. Pod.-. Cent.-.


-Ven/., Thomaz Deschamps de Montmorency, 33.-.
l.° Vig/., Miguel Calmou Menezes de Macedo, 32.'.
2.o Vig.-., Manoel Martins Ferreira C.\ R.\ ®.\
Orad.-., Antônio Caetano da Silva Kelly, C.\ R.\ %:
Secret.-., Francisco Antônio de Souza Campos, C.\ R.\ í.\
Thez.-., José dos Santos da Costa Braga, C.\ R.-. §/.

LOJ.-. ESTRELLA DO NORTE, ao Or.-. do Gr/. Pod.-. Cent,-.


—Ven.-., Dr. José Maria da Silva Paranhos, C.\ R.-. ®/.
1.° Vig.-., Luiz Berutti, 30/.
2.° Vig.-., Manoel José Ferreira de Rezende, 30/.
Orad/., Francisco Bazilio da Motta, 3/.
Secret.-., João Bento de Souza Lima, C.\ R.\ í.\
Thez/., João Baptista Ricaldoni, 31/.
— 170 -

LOJ/. ALIDÉA, ao Or/. do Gr/.Pod/.Cent/. — Ven/., Benja-


mim Cincinato Utinguassú, 32/.
l.° Vig/., Ângelo Nicolâo Firmento, C/. R/. 5.*.
2.o Vig/., Antônio Silveira de Avellar, 3/.
Orad/., Manoel Antônio de Menezes, 9/.
Secret/., Manoel Antônio de Souza e Silva, 3/.
Thez/., Francisco José Pinto Carneiro, 3/.

LOJ/. DEZOITO DE JULHO, ao Or/. do Gr/. Pod/. Cent/.


•Ven/., Dr. Manoel Alves da Costa Brancante, 33/.
l.« Vig/., José Pinto Bessa, C.\ R.\ S.\
2.o Vig/., Francisco Pinheiro Bastos, 31/.
Orad/., Dr. Luiz Corrêa de Azevedo, 33/.
Secret/., Manoel Antônio da Costa Braga, 30/.
Thez/., Frederico Carlos Theodoro Lohrs, 33/.

LOJ/. ACÁCIA, ao Or/. de Nictheroy. — Ven/., Pedro Auto-


nio Gomes, 33/.
1.° Vig/., Manoel Gonçalves de Amorim, 31/.
2.° Vig/., Antônio João de Almeida, 32/.
Orad/., João Antônio dos Santos Lima, 9/.
Secret/., Antônio Luiz da Cruz Franco, 3/.
Thez/., José Duarte Galvão, 14/.

LOJ/. LUZ E ORDEM, ao Or/. de Porto-Alegre.—Ven/.,


Luiz Terragno, 30/.
1'0 Vig/., João Pereira Maciel, C.\ R/. ft.\
2.° Vig/., Estacio José Monteiro, 17/.
Orad/., Eudoro Berlmk, 3/.
Secret/., Wencesláo Rodrigues da Costa, 17/.
Thez/., Antônio Gonçalves Padilha, 14/.

LOJ/. CONCILIAÇÃO, ao Or/. do Recife.-Ven/., Brigadeiro


Francisco Joaquim Pereira Lobo, 33/.
1.» Vig.-., Antônio da Fonseca e Silva, 17/.
— 171 —

2.» Vig.'., Francisco José dos Passos Guimarães, C.\ R.- $


Orad/., Dr. Miguel Bernardo Vieira de Ainorhn, 3.-. /
Secret.-., Antônio da Costa Rego Lima, 9.-.
Thez.-., Joaquim Manoel Ferreira de Souza, 30.-.

LOJ/. PERFEITA AMIZADE ALAGOANA, ao Or.-. de Ma-


ceio. —Ven.'., Major Manoel Claudino de Arroxella Jaime, 33/
l.° Vig.-., Dr. João Sabino Vieira, 3.-.
2/ Vig.-., Antônio Simões de Souza Júnior, 12.-.
Orad.'., Antônio Scipião da Silva Jucá, 3/.
Secret.'., Antônio Monteiro de Mello, 3/.
Thez/., Joaquim Monteiro de Roza Lima, 3.-.

LOJ.-. UNIÃO DEMOCRATA, ao Or/. de Ouro-Pccto. —Ven.\


Coronel Francisco Teixeira do Amaral, 30/.
1.° Vig.-., Coronel Raymundo Nonato da Silva Athayde, 30.-.
2.° Vig.-., Capitão Antônio Luiz Maria Soares de Albergaria, 0/
R.-. í.\
Orad/., Capitão Antônio de Assis Martins, C.\ R.\ $.-.
Secret/., Antônio Hermogenes Pereira Roza, C/. R.\ ft.\
Thez/., Victorino Gomes de Sá, 30/.

LOJ.-. ARTISTA, ao Or.-. de Pelotas. —Ven.-., Francisco Gomes


de Araújo Góes, O/. R.\ $.\
1.° Vig/., Antônio Rodrigues Ribeiro da Fonseca, 9/.
2.° Vig.-., Manoel Alves Baptista, C.\ R.-. ft.\
Orad/., Antônio Joaquim Dias, C.\ R.\ í/.
Secret/., João Pinto de Miranda, 9/.
Thez/., José Garcia Montanha, 14/.

LOJ.-. AMOR A' VIRTUDE, ao Or.-. da Franca. - Ven.-., Fran-


cisco Barboza Lima, 30.-.
1.° Vig/., Francisco Garcia Duarte, 3/.
2.° Vig.*., Francisco Lucas Brigasão, 3.'.
— 172 —

Oracl/., Dr. Joaquim Galdino Gomes da Silva, 3/.


Secret/., Antônio de Andrade Lobo Bastos, 3/.
Thez/., Ignacio Barboza Lima, C.\ R.\ $¦/.

CAP.\ ESTRELLA DO RIO, ao Valle da Corte. - Arth.-.,


Arnaldo Monteiro da Silva, 32/.
l.° Vig/., Carlos Adolpho Borges Corrêa de Sá, 32/.
2.° Vig.-., José Maria Maciel Pinto, 30/.
Orad/., Hermenegildo Nunes Cardozo, 33/.
Secret/., Pedro Fernandes Vianna da Silva, 30/.
Thez/., Antônio Pereira de Souza e Silva, 30/.

CAP.'. LUZ E ORDEM, ao Valle de Porto-Alegrc.-^-Arth/.,


Luiz Terragno, 30/.
l.o Vig/., Pedro Miranda Lucy, C.\ R/. $/.
2.° Vig/., João Ferreira Pinto, O/. R.\ Ç.\
Orad/., José Martins Soares, 30/.
Secret/., João Pereira Maciel, C.\ R/. ft/.
Thez/., Pedro Lopes Ribeiro, 30/.

CAP.*. ACÁCIA RIO-GRANDENSE, ao Valle do Rio-Grande


do Sul.—Arth.-., William A. Preller, 30.*.
l.° Vig.'., Mayer Lambert, C.-. R.-. $.*.
2.° Vig/., Hermenegildo F. Nunes, C.\ R.\ ft.\
ytfc,.
Orad/., Frederico José da Silva Povoas, C.\ R/. $/.
Secret.-., Domingos José Rodrigues Dias, C*. R.*. §.*.
Thez.*., Victor Rabin, C.\ R.-. ft.*.

CAP.-. CONCILIAÇÃO, ao Valle do Recife.—Arth.*., Caeta-


no Pinto de Veras, 33/.
l.o Vig.-., José Antônio Fernandes Fradique, G.\ R.-. <£/.
2.° Vig.-., Manoel José da Silva Oliveira, 31.-.
Orad.-., Dr. Pedro Athayde Lobo Moscozo, 30/.

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— 173 —

Secret/., Francisco José de Passos Guimarães, C.\ R.\ $¦/


Thez/., Antônio José Ferreira Monteiro, 30/.

CAP.'. UNIÃO DEMOCRATA, ao Vallc de Ouro-Preto


Arth/., João Antônio da Silva, 32/.
l.o Vig/., Manoel Rodrigues Fernandes, 30/.
o,.° Vig.'., Francisco Teixeira do Amaral, 30/.
Orad.'., José Euphrosino Ferreira de Brito, C.\ R/. $/.
Secret/., Frederico Luiz José, 30/.
Thez.-., Albino de Almeida Porto, C.\ R.\ &.*.

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174

EXPEDIENTE
-*¦

A Grande Secretaria Geral da Ordem, ao Valle do Lavradio


n. 53 K, acha-se aberta diariamente, das 9 ás 2 horas.

O Sob/. Gr/. M.'. Gr.'. Com.*, da Ordem despacha todos os


dias, devendo as petições ou requerimentos serem entregues na
Gr.*. Secret/. Ger/.
O Gr/. Secret/. Ger/. da Ordem attende a todos os Maçons
que o procurarem na Gr/. Secret/. Ger/., á 1 hora da tarde de
todos os dias úteis.
Todas as noticias ou informações que tenhão de ser publica-
das no Boletim Official devem ser dirigidas ao Redactor em
chefe, rua do Lavradio n. 53 K.

Recebemos e agradecemos os seguintes jornaes e revistas:


Proceedings of the Supreme Council of the Northern Masonic Júris-
diction of the United States of America, — Setembro de 1872.
O Pelicano (Pará), n. 51 a 64.
O Santo Officio (Pará), n. 58 a 61 (2.° anuo) e 1 a 4 (2.o anno.)
A Verdade (Pernambuco), n. 4 (2.° anno.)
O Conciliador (S. Catharina), ns. 45 e 46 (1.° anno.)
Revista delta Massoneria italiana, ns. 22 e 23 (3.° anno), 1.° 4.°
La Vèritè (Suissa), ns. 24, 24 bis (3.° anno) n. 1 (4.° anno.)
Tlie freemason, n, 196 a 202.
Boletim Official do Grande Oriente Lusitano Unido, n. 9 (2.a serie.)
Boletim Oficial dei Oriente de Espana, n. 42 (3.° anno.)
Revista Masonica Americana (Buenos-Ayres), n. 1 a 4.
Le Monde Maçonnique, ns. 7 e 8
(14 anno.)

lirl01ls tous lcs rédacteurs auxquels nous envoyons notre


M0US
UuUelin de vouloir liicn nous rcmctlrc on échange régulièremcnt leurs
journaux.
Adrcssc du Secretarial: - Rua do Lavradio n. 53 K.
Rio de Janeiro. — Brésil.

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-yp. do Grande Oriente, ao Valle do Lavradio 53 K,

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