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Intensivo ENEM

2019
Semana 10
16 a 20 de Set
Biologia

Digestão comparada
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Resumo

A digestão é o processo que quebra compostos grandes em tamanhos menores, para que possa
ocorrer a absorção dos nutrientes.
O sistema digestivo pode ser classificado como completo (apresenta boca e ânus) ou incompleto
(apresenta uma única abertura com dupla função).
Considerando os grupos animais, temos:

• Poríferos: não possuem tubo digestivo e sua digestão é intracelular


• Cnidários e Platelmintos: tubo digestivo incompleto, com digestão extracelular e intracelular
• Nematelmintos, Anelídeos, Moluscos, Artrópodes, Equinodermas e Cordados – tubo digestivo
completo e digestão extracelular
Dentre os vertebrados, podemos destacar algumas variações no trato digestivo:
• Herbívoros: Possui um intestino mais longo permitindo a associação com bactérias que
digerem a celulose
• Carnívoros: Possui um estômago mais desenvolvido para digestão de proteínas

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Biologia

• Aves: As aves possuem algumas especializações em seu trato digestivo: ele se inicia com o
bico, e o alimento segue pelo esôfago, ao papo, onde os alimentos podem ser estocados e
amolecem; o proventrículo é chamado de estômago químico, pois é onde ocorre a digestão por
enzimas, e a moela é o estômago mecânico, com digestão por trituração. A cloaca é um orifício
por onde as fezes são liberadas, que une as terminações do sistema digestório, excretor e
reprodutor.

• Ruminantes: Estômago dividido em quatro cavidades, com diferentes funções; O rúmen, ou


pança, é onde se encontram bactérias que, em mutualismo, digerem a celulose; o barrete, ou
retículo, é a 2a cavidade e de onde irá ocorrer a regurgitação; após uma nova mastigação, o
alimento retorna ao folhoso, ou omaso, onde há absorção de água; por fim, o alimento vai para
o coagulador, ou abomaso, onde ocorre a digestão de proteínas.

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Exercícios

1. “A metade sul do Estado do Rio Grande do Sul é caracterizada pelo bioma dos Campos Sulinos, onde
as principais atividades econômicas são a agricultura e a pecuária. Na pecuária, destaca-se a criação
de gado bovino, o qual alimenta-se de material de origem vegetal rico em celulose. Como estes
herbívoros ruminantes não produzem a celulase, enzima que hidrolisa a celulose, a digestão de seu
alimento ocorre com o auxílio de microorganismos que vivem em seu sistema digestório. As figuras
abaixo mostram parte do aparelho digestório destes ruminantes.”

As câmaras identificadas nas figuras pelas letras A, B, C e D representam, respectivamente,


a) rúmen, retículo, abomaso e omaso.
b) retículo, rúmen, abomaso e omaso.
c) retículo, rúmen, omaso e abomaso.
d) rúmen, retículo, omaso e abomaso.
e) rúmen, omaso, abomaso e retículo.

2. Os cavalos têm um longo apêndice cecal, colonizado por microbiota composta, entre outros
microrganismos, de bactérias produtoras de celulase. Comparativamente aos ruminantes, o cavalo
ingere uma maior quantidade de capim e perde, pelas fezes, uma maior quantidade de nutrientes. Tal
fato se deve
a) à ação desenvolvida pelas bactérias que, ao produzirem celulase, impedem a absorção da glicose.
b) ao baixo aproveitamento do material digerido, pois a digestão ocorre em região terminal do
intestino.
c) à existência, nos cavalos, de um estômago com quatro câmaras, desprovido de microbiota
produtora de celulase.
d) ao hábito dos cavalos não ingerirem parte de suas próprias fezes para recompor a microbiota
intestinal.
e) à competição pelo alimento e à impermeabilização do apêndice cecal exercidas pelas bactérias.

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3. No Egito, muitos artefatos de pedra são vendidos como provenientes dos tempos dos faraós são
falsificados. O processo de fabricação consiste em esculpir pequenas pedras e misturá-las com a
comida oferecida às galinhas. Atravessando todo o tubo digestório da galinha, as pedras adquirem o
aspecto de objetos antigos e desgastados pelo uso. Esse processo de “envelhecimento mecânico”
deve-se à ação:
a) Do bico.
b) Do papo.
c) Do estômago químico.
d) Da moela.
e) Do intestino.

4. Um camundongo foi alimentado com uma ração contendo proteínas marcadas com um isótopo
radioativo. Depois de certo tempo, constatou-se a presença de hemoglobina radioativa no sangue do
animal. Isso aconteceu porque as proteínas do alimento foram
a) absorvidas pelas células sanguíneas.
b) absorvidas pelo plasma sanguíneo.
c) digeridas e os aminoácidos marcados foram utilizados na síntese de carboidratos.
d) digeridas e os aminoácidos marcados foram utilizados na síntese de lipídios.
e) digeridas e os aminoácidos marcados foram utilizados na síntese de proteínas.

5. A nomenclatura enzimática se baseia no nome do substrato, substância química sobre a qual ela atua,
acrescido da terminação ase. Os herbívoros têm a capacidade de digerir importante e abundante
componente da parede celular dos vegetais. Podemos, então, afirmar que os ruminantes abrigam na
sua pança microrganismos que produzem:
a) amilase
b) celulase
c) peptidase
d) lipase
e) tripsina

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6. Os mamíferos ruminantes são animais capazes de digerir a celulose ingerida na alimentação. Isso
ocorre porque:
a) no omaso dos ruminantes é encontrada uma grande quantidade de enzimas que digerem a
celulose.
b) no rúmen e no retículo são encontrados micro-organismos simbióticos que promovem a digestão
da celulose.
c) no omaso e abomaso existem bactérias capazes de realizar a quebra da celulose.
d) a saliva dos ruminantes é rica em enzimas capazes de digerir a celulose.
e) os dentes desses animais são capazes de quebrar as folhas em pedaços muito pequenos,
ajudando, assim, no processo de digestão da celulose.

7. Responda esta questão com base no texto abaixo.


Durante a digestão dos animais ruminantes ocorre a formação do gás metano (constituído pelos
elementos carbono e hidrogênio) que é eliminado pelo arroto do animal. Os ruminantes possuem o
estômago dividido em quatro compartimentos, dois dos quais possuem as bactérias cujo
metabolismo libera o gás metano.
O capim ingerido por um boi primeiramente sofre atuação:
a) Das bactérias, que são em seguida digeridas durante as mastigações.
b) Do suco gástrico, que deixa o capim adequado para as bactérias.
c) De amilases pancreáticas e depois das secreções do duodeno.
d) Do suco gástrico que é posteriormente regurgitado para a atuação das bactérias.
e) Das bactérias que, posteriormente, são digeridas com a ação do suco gástrico.

8. Assinale a afirmação correta a respeito do sistema digestório dos vertebrados.


a) Nas aves, o papo, segmento do esôfago, é responsável pela trituração do alimento.
b) Nos humanos, a digestão da celulose auxilia a eliminação do bolo fecal.
c) Nos humanos, o piloro é a válvula que “separa” o estômago do intestino.
d) Nos ruminantes, o intestino delgado é dividido em quatro compartimentos que otimizam a
absorção de celulose.
e) Nos humanos, o fígado é o órgão responsável pela produção da bile, que atua na digestão de
carboidratos.

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9. Comparando-se o sistema digestório dos mamíferos herbívoros – como, por exemplo, a cabra – com
o sistema digestório dos mamíferos carnívoros, observa-se geralmente:
a) presença de maior número de dentes e de rúmen.
b) presença de dentes mais aplanados e de rúmen.
c) presença de menor número de dentes e ausência de estômago.
d) presença de dentes mais pontiagudos e de estômago.
e) presença de dentes mais escuros e ausência de rúmen.

10. O rúmen ou pança dos ruminantes e o ceco dos roedores são estruturas que se assemelham
funcionalmente porque:
a) ambos possuem a enzima pepsina, que transforma as proteínas em unidades menores.
b) ambos secretam HCl, que, ao longo do tubo digestório, irá ativar as enzimas inativas.
c) ambos possuem microrganismos que secretam enzimas para a digestão de celulose.
d) suas mucosas secretam a enzima celulase, que atua na digestão da celulose.
e) ambos possuem pH ótimo para a ação da tripsina sobre a digestão da celulose.

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Gabarito

1. D
O estômago dos ruminantes é dividido em 4 cavidades, sendo o rúmen ou pança, retículo ou barrete,
omaso ou folhoso e abomaso ou coagulador.

2. B
Diferentemente dos ruminantes, onde a digestão ocorre no estômago, onde o alimente pode percorrer
todo o trato intestinal para a absorção de substâncias, os herbívoros não ruminantes possuem o
apêndice cecal desenvolvido e a absorção de nutrientes ocorre somente na parte final do intestino, assim
são menos efetivos.

3. D
A moela é uma região do trato digestivo em aves responsável pela digestão mecânica dos alimentos..

4. E
Os aminoácidos marcados foram digeridos serviram para constituir a proteína da hemoglobina.

5. B
A celulase é a enzima que irá digerir a celulose, que é abundante nas células vegetais.

6. B
A digestão de celulose nos ruminantes ocorre por conta da presença de micro-organismos que se
localizam no rúmen e no retículo.

7. E
Ao ser ingerido, o capim chega ao rúmen, onde há a digestão de carboidratos pelas bactérias. Após a
regurgitação, quando o alimento retorna ao trato digestivo, ele sofre ação do suco gástrico na última
cavidade, o abomaso

8. C
O piloro é uma constrição musculosa na porção terminal do estômago que regula a passagem do quimo
semi-digerido deste para o duodeno.

9. B
A cabra é um herbívoro ruminante, por conta disso, apresenta o estômago tetracavitário (com rúmen) e
dentes mais achatados/aplanados, pois não precisa perfurar ou cortar o alimento (no caso, a carne,
sendo que os carnívoros possuem dentes mais afiados/pontudos).

10. C
O rúmen é a primeira cavidade do estômago dos ruminantes, e é onde se localizam os microorganismos
que digerem a celulose. O ceco dos herbívoros também possui uma colônia de bact[erias que ajudam na
digestão de celulose.

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Biologia

Engenharia Genética

Resumo

A engenharia genética engloba técnicas de manipulação e recombinação do material genético (DNA) a partir
de conhecimentos científicos como a bioquímica e a biologia molecular. Com isso, criam-se técnicas
capazes de modificar os seres vivos, e até criar novos seres. É usada em vários campos de estudo, como
medicina, agricultura e pecuária.
Para todas essas técnicas serem possíveis de acontecer, a engenharia genética utiliza ezimas, sendo as
principais delas:
• Enzimas de Restrição: responsáveis por cortar o DNA em pontos específicos
• DNA Ligase: unem os fragmentos de DNA

Clonagem
É a produção de indivíduos geneticamente idênticos. Ela pode acontecer de maneira natural, como divisão
binária de bactérias ou brotamento em esponjas, ou com a ação humana pela engenharia genética. Neste
caso, coloca-se o núcleo de uma célula somática de um ser vivo em um óvulo anucleado de um outro ser
vivo.
O primeiro caso de clonagem que se tornou popular na mídia foi o da ovelha Dolly, que foi clonada em 1996
no Reino Unido. No Brasil, o primeiro mamífero clonado foi uma bezerra, chamada de Vitória, nascida em
2001. Estudos como estes são importantes para a clonagem reprodutiva, onde o objetivo é criar um novo ser
idêntico a um já existente. Na agropecuária, este processo é importante para manter animais mais fortes e
eficientes no gado ou haras, sem precisar contar com as incertezas de um cruzamento (que não
necessariamente dará uma prole com as características desejadas).

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Biologia

A clonagem terapêutica é outra aplicação das técnicas de clonagem, e tem como objetivo a formação de
células-tronco para substituição de células doentes ou adicionar novas células a tecidos de diferentes
órgãos, fazendo com que eles voltem a funcionar novamente.

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Biologia

Reação em Cadeia da Polimerase (PCR)


Nesta técnica, ocorre a desnaturação da molécula de DNA ao coloca-la em altas temperaturas. Estas
moléculas de CNA são adicionados junto com primers, moléculas que iniciam a autoduplicação, e com
enzimas chamadas de TAQ Polimerase. Quando a temperatura abaixa, a TAQ Polimerase trabalha em
conjunto com os primers para a formação de novas cadeias de DNA. Estas novas cadeias serão cópias das
moléculas de DNA formados com a quebra do DNA.

Testes de DNA (DNA Fingerprint)


A partir do DNA Fingerprint, é possível reconhecer fragmentos de DNA, sendo utilizada principalmente
quando é necessário fazer o reconhecimento de pessoas, seja em um teste de paternidade ou em uma
análise criminalista. Neste processo, o DNA é cortado em diversos fragmentos por enzimas de restrição e
são colocados para análise em Eletroforese. Na eletroforese, temos uma placa, por onde passa uma corrente
elétrica, e um gel, onde são colocados os fragmentos de DNA. A corrente faz com que os fragmentos se
desloquem, sendo que os fragmentos maiores não se movem tanto, e os menores percorrem uma maior
distância. A partir disto, é possível ver quais fragmentos são iguais nas diferentes amostras.

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Biologia

No caso de uma análise criminalística, o DNA testado e o DNA do culpado apresentação as mesmas faixas
(que podem ser chamadas de bandas) coloridas, indicando que ali há um fragmento de DNA. No caso de
testes de paternidade, o DNA da criança terá obrigatoriamente faixas oriundas do pai ou da mãe.

Transgenia
Os transgênicos são organismos geneticamente modificados (OGM) onde são incluídos genes de uma
determinada espécie no material genético de outra espécie diferente.

O objetivo dos transgênicos é dar novas características aos organismos, visando aumentar a produtividade,
como por exemplo promovendo a resistência em certos alimentos agrícolas, ou otimizar a produção de
determinadas substâncias, como a produção de insulina por bactérias que é utilizada por diabéticos. Mas
nem todo OGM será um transgênico: caso o organismo receba material genético de outra célula dele próprio,
ou de outro indivíduo da mesma espécie, ele será um Transgênico mas não será um OGM. Outros casos de
OGM podem ser organismos que sem seu material genético alterado, sem adição de nenhum outro tipo de
material.

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Biologia

Dentre as vantagens e desvantagens da utilização de transgênicos, podemos citar:

Vantagens
• Podem evitar ou prevenir o risco de pragas e doenças nas plantações;
• Aumento da produtividade e rendimentos das colheitas;
• Podem ser mais resistentes aos agrotóxicos;
• Produção de alimentos enriquecidos com mais proteínas e vitaminas específicas;
• Retirar características que podem ser nocivas para as pessoas (por exemplo: retirar a lactose presente
no leite, para as pessoas que são alérgicas a este componente).

Desvantagens
• Desencadeamento de novos tipos de alergias, devido as diferentes proteínas criadas a partir da
manipulação genética;
• Podem criar efeitos inesperados no produto, ou seja, os efeitos podem ser imprevisíveis;
• Podem ser produzidas substâncias tóxicas, quando há uma perda no controle da manipulação dos
transgênicos;
• As alterações genéticas podem provocar sérios desequilíbrios ecológicos, afetando a cadeia alimentar
de determinado ecossistema;
• Diminuição da biodiversidade.

Células-tronco
Células-tronco são células com capacidade de originar diferentes células do corpo humano e formar
diferentes tecidos. Elas podem ser encontradas em embriões, sendo chamadas de células-tronco
embrionárias, que podem ser totipotentes (totalmente indiferenciadas) ou pluripotentes (com grau de
direrenciação equivalente ao seu folheto embrionário) e em vários outros órgãos e tecidos humanos, como
a medula óssea e a pele (células-tronco adultas, também chamadas de multipotentes). As células-tronco do

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sangue do cordão umbilical do recém-nascido tem hoje o uso clínico comprovado para o transplante de
medula óssea.

Projeto Genoma Humano


É um projeto que determinou a sequência das bases do DNA humano, identificando e mapeando genes dos
23 pares de cromossomos, armazenando essa informação em bancos de dados onde seria possível estudar
e reconhecer padrões de doenças ou outras características hereditárias.

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Biologia

Exercícios

1. O milho transgênico é produzido a partir da manipulação do milho original, com a transferência, para
este, de um gene de interesse retirado de outro organismo de espécie diferente. A característica de
interesse será manifestada em decorrência
a) do incremento do DNA a partir da duplicação do gene transferido.
b) da transcrição do RNA transportador a partir do gene transferido.
c) da expressão de proteínas sintetizadas a partir do DNA não hibridizado.
d) da síntese de carboidratos a partir da ativação do DNA do milho original.
e) da tradução do RNA mensageiro sintetizado a partir do DNA recombinante.

2. Um instituto de pesquisa norte-americano divulgou recentemente ter criado uma “célula sintética”,
uma bactéria chamada de Mycoplasma mycoides. Os pesquisadores montaram uma sequência de
nucleotídeos, que formam o único cromossomo dessa bactéria, o qual foi introduzido em outra espécie
de bactéria, a Mycoplasma capricolum. Após a introdução, o cromossomo da M. capricolum foi
neutralizado e o cromossomo artificial da M. mycoides começou a gerenciar a célula, produzindo suas
proteínas.
GILBSON et al. Creation of a Bacterial Cell Controlled by a Chemically synthesized Genome. Science v. 329, 2010 (adaptado).

A importância dessa inovação tecnológica para a comunidade científica se deve à

a) possibilidade de sequenciar os genomas de bactérias para serem usados como receptoras de


cromossomos artificiais.
b) capacidade de criação, pela ciência, de novas formas de vida, utilizando substâncias como
carboidratos e lipídios.
c) possibilidade de produção em massa da bactéria Mycoplasma capricolum para sua distribuição
em ambientes naturais.
d) possibilidade de programar geneticamente microrganismos ou seres mais complexos para
produzir medicamentos, vacinas e biocombustíveis.
e) capacidade da bactéria Mycoplasma capricolum de expressar suas proteínas na bactéria
sintética e estas serem usadas na indústria.

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Biologia

3. Segundo Jeffrey M. Smith, pesquisador de um laboratório que faz análises de organismos


geneticamente modificados, após a introdução da soja transgênica no Reino Unido, aumentaram em
50% os casos de alergias. “O gene que é colocado na soja cria uma proteína nova que até então não
existia na alimentação humana, a qual poderia ser potencialmente alergênica”, explica o pesquisador.
Correio do Estado/MS. 19 abr. 2004 (adaptado).

Considerando-se as informações do texto, os grãos transgênicos que podem causar alergias aos
indivíduos que irão consumi-los são aqueles que apresentam, em sua composição, proteínas
a) que podem ser reconhecidas como antigênicas pelo sistema imunológico desses consumidores.
b) que não são reconhecidas pelos anticorpos produzidos pelo sistema imunológico desses
consumidores.
c) com estrutura primária idêntica às já encontradas no sistema sanguíneo desses consumidores.
d) com sequência de aminoácidos idêntica às produzidas pelas células brancas do sistema
sanguíneo desses consumidores.
e) com estrutura quaternária idêntica à dos anticorpos produzidos pelo sistema imunológico desses
consumidores.

4. Em um laboratório de genética experimental, observou-se que determinada bactéria continha um gene


que conferia resistência a pragas específicas de plantas. Em vista disso, os pesquisadores
procederam de acordo com a figura.

Do ponto de vista biotecnológico, como a planta representada na figura é classificada?


a) Clone.
b) Híbrida.
c) Mutante.
d) Adaptada.
e) Transgênica.

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Biologia

5. A palavra "biotecnologia" surgiu no século XX, quando o cientista Herbert Boyer introduziu a
informação responsável pela fabricação da insulina humana em uma bactéria, para que ela passasse
a produzir a substância.
Disponível em: www.brasil.gov.br Acesso em 28 jul 2012 (adaptado)

As bactérias modificadas por Herbert Boyer passaram a produzir insulina humana porque receberam

a) a sequência de DNA codificante de insulina humana.


b) a proteína sintetizada por células humanas..
c) um RNA recombinante de insulina humana..
d) o RNA mensageiro de insulina humana.
e) um cromossomo da espécie humana.

6. Atualmente deixou de ser novidade a criação de plantas transgênicas, capazes de produzir


hemoglobina. Para que isso seja possível, essas plantas recebem:
a) o fragmento de DNA, cuja sequência de nucleotídeos determina a sequência de aminoácidos da
hemoglobina;
b) o RNAm que carrega os aminoácidos usados na síntese de hemoglobina;
c) somente os aminoácidos usados nessa proteína;
d) os anticódons que determinam a sequência de aminoácidos nessa proteína;
e) os ribossomos utilizados na produção dessa proteína.

7. A Engenharia Genética consiste numa técnica de manipular genes, que permite, entre outras coisas, a
fabricação de produtos farmacêuticos em bactérias transformadas pela tecnologia do DNA
recombinante. Assim, já é possível introduzir em bactérias o gene humano que codifica insulina, as
quais passam a fabricar sistematicamente essa substância. Isto só é possível por que:
a) o cromossomo bacteriano é totalmente substituído pelo DNA recombinante;
b) as bactérias são seres eucariontes;
c) os ribossomos bacterianos podem incorporar o gene humano que codifica insulina, passando-o
para as futuras linhagens;
d) as bactérias possuem pequenas moléculas de DNA circulares (plasmídeos), nas quais podem ser
incorporados genes estranhos a elas, experimentalmente;
e) as bactérias são seres muito simples, constituídos por um único tipo de ácido nucleico (DNA).

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Biologia

8. A égua, o jumento e a zebra pertencem a espécies biológicas distintas que podem cruzar entre si e
gerar híbridos estéreis. Destes, o mais conhecido é a mula, que resulta do cruzamento entre o jumento
e a égua. Suponha que o seguinte experimento de clonagem foi realizado com sucesso: o núcleo de
uma célula somática de um jumento foi transplantado para um óvulo anucleado da égua e o embrião
foi implantado no útero de uma zebra, onde ocorreu a gestação. O animal (clone) produzido em tal
experimento terá, essencialmente, características genéticas:
a) de égua.
b) de zebra.
c) de mula.
d) de jumento.
e) das três espécies.

9. As principais ferramentas empregadas na tecnologia do DNA recombinante são as enzimas de


restrição, que têm a propriedade de cortar o DNA em pontos específicos. O papel biológico dessas
enzimas bacterianas na natureza é, provavelmente:
a) proteger as bactérias contra os vírus bacteriófagos.
b) reparar o DNA bacteriano que sofreu mutação deletéria.
c) auxiliar no processo de duplicação do DNA.
d) auxiliar no processo de transcrição do mRNA.
e) auxiliar no processo de tradução do DNA.

10. A ovelha Dolly, primeiro clone animal oficialmente declarado, após adulta foi acasalada com um
macho não aparentado. Desse cruzamento resultou o nascimento de um filhote com características
“normais”. Esse filhote:
a) é geneticamente idêntico à sua mão, a ovelha Dolly.
b) é geneticamente igual à sua avó, mãe da ovelha Dolly.
c) não tem nenhum parentesco genético de seu pai.
d) tem todo seu patrimônio genético herdado de seu pai.
e) tem parte do material genético de seu pai e parte de sua mãe.

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Biologia

Gabarito

E
O DNA recombinante irá ser transcrito a RNA mensageiro que, por sua vez, será traduzido em proteínas
de interesse.

D
A inovação é poder expressar as proteínas em outro ser vivo, podendo trazer vantagens e
desenvolvimento em diversas áreas, médicas e econômicas.

A
A alergia ocorre quando substâncias chamadas de alérgenos são reconhecidos pelo organismo como
algo potencialmente agressivo, como um corpo estranho, gerando uma resposta imunológica.

E
Por receber material genético de um ser de outra espécie, a planta é considerada transgênica.

A
Para produzir a proteína desejada continuamente, a bactéria deve receber o DNA que codifica a insulina.

A
As plantas deve receber o fragmento de DNA que codifica a hemoglobina, com a sequência correta de
nucleotídeos que determinarão a sequência correta dos aminoácidos

7. D
As bactérias possuem plasmídeos, DNA circular extracromossomial, que pode ser utilizado para
incorporar informações úteis a partir de técnicas de transgenia, tudo isto sem interferir no metabolismo
próprio desse ser procarionte.

8. D
O núcleo retirado, contendo o DNA, possui as informações que serão expressas. Sendo assim, as
características genéticas originadas serão as de um jumento.

9. A
As enzimas de restrição, naturalmente de bactérias, são utilizadas como mecanismo de defesa contra
ataques de vírus, sendo os vírus que atacam especificamente bactérias chamados de bacteriófagos.

10. E
A partir desse acasalamento, como qualquer outro, o filhote receberá parte do material genético do pai
e outra parte da mãe.

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Biologia

Engenharia Genética

Resumo

A engenharia genética engloba técnicas de manipulação e recombinação do material genético (DNA) a partir
de conhecimentos científicos como a bioquímica e a biologia molecular. Com isso, criam-se técnicas
capazes de modificar os seres vivos, e até criar novos seres. É usada em vários campos de estudo, como
medicina, agricultura e pecuária.
Para todas essas técnicas serem possíveis de acontecer, a engenharia genética utiliza ezimas, sendo as
principais delas:
• Enzimas de Restrição: responsáveis por cortar o DNA em pontos específicos
• DNA Ligase: unem os fragmentos de DNA

Clonagem
É a produção de indivíduos geneticamente idênticos. Ela pode acontecer de maneira natural, como divisão
binária de bactérias ou brotamento em esponjas, ou com a ação humana pela engenharia genética. Neste
caso, coloca-se o núcleo de uma célula somática de um ser vivo em um óvulo anucleado de um outro ser
vivo.
O primeiro caso de clonagem que se tornou popular na mídia foi o da ovelha Dolly, que foi clonada em 1996
no Reino Unido. No Brasil, o primeiro mamífero clonado foi uma bezerra, chamada de Vitória, nascida em
2001. Estudos como estes são importantes para a clonagem reprodutiva, onde o objetivo é criar um novo ser
idêntico a um já existente. Na agropecuária, este processo é importante para manter animais mais fortes e
eficientes no gado ou haras, sem precisar contar com as incertezas de um cruzamento (que não
necessariamente dará uma prole com as características desejadas).

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Biologia

A clonagem terapêutica é outra aplicação das técnicas de clonagem, e tem como objetivo a formação de
células-tronco para substituição de células doentes ou adicionar novas células a tecidos de diferentes
órgãos, fazendo com que eles voltem a funcionar novamente.

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Biologia

Reação em Cadeia da Polimerase (PCR)


Nesta técnica, ocorre a desnaturação da molécula de DNA ao coloca-la em altas temperaturas. Estas
moléculas de CNA são adicionados junto com primers, moléculas que iniciam a autoduplicação, e com
enzimas chamadas de TAQ Polimerase. Quando a temperatura abaixa, a TAQ Polimerase trabalha em
conjunto com os primers para a formação de novas cadeias de DNA. Estas novas cadeias serão cópias das
moléculas de DNA formados com a quebra do DNA.

Testes de DNA (DNA Fingerprint)


A partir do DNA Fingerprint, é possível reconhecer fragmentos de DNA, sendo utilizada principalmente
quando é necessário fazer o reconhecimento de pessoas, seja em um teste de paternidade ou em uma
análise criminalista. Neste processo, o DNA é cortado em diversos fragmentos por enzimas de restrição e
são colocados para análise em Eletroforese. Na eletroforese, temos uma placa, por onde passa uma corrente
elétrica, e um gel, onde são colocados os fragmentos de DNA. A corrente faz com que os fragmentos se
desloquem, sendo que os fragmentos maiores não se movem tanto, e os menores percorrem uma maior
distância. A partir disto, é possível ver quais fragmentos são iguais nas diferentes amostras.

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Biologia

No caso de uma análise criminalística, o DNA testado e o DNA do culpado apresentação as mesmas faixas
(que podem ser chamadas de bandas) coloridas, indicando que ali há um fragmento de DNA. No caso de
testes de paternidade, o DNA da criança terá obrigatoriamente faixas oriundas do pai ou da mãe.

Transgenia
Os transgênicos são organismos geneticamente modificados (OGM) onde são incluídos genes de uma
determinada espécie no material genético de outra espécie diferente.

O objetivo dos transgênicos é dar novas características aos organismos, visando aumentar a produtividade,
como por exemplo promovendo a resistência em certos alimentos agrícolas, ou otimizar a produção de
determinadas substâncias, como a produção de insulina por bactérias que é utilizada por diabéticos. Mas
nem todo OGM será um transgênico: caso o organismo receba material genético de outra célula dele próprio,
ou de outro indivíduo da mesma espécie, ele será um Transgênico mas não será um OGM. Outros casos de
OGM podem ser organismos que sem seu material genético alterado, sem adição de nenhum outro tipo de
material.

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Biologia

Dentre as vantagens e desvantagens da utilização de transgênicos, podemos citar:

Vantagens
• Podem evitar ou prevenir o risco de pragas e doenças nas plantações;
• Aumento da produtividade e rendimentos das colheitas;
• Podem ser mais resistentes aos agrotóxicos;
• Produção de alimentos enriquecidos com mais proteínas e vitaminas específicas;
• Retirar características que podem ser nocivas para as pessoas (por exemplo: retirar a lactose presente
no leite, para as pessoas que são alérgicas a este componente).

Desvantagens
• Desencadeamento de novos tipos de alergias, devido as diferentes proteínas criadas a partir da
manipulação genética;
• Podem criar efeitos inesperados no produto, ou seja, os efeitos podem ser imprevisíveis;
• Podem ser produzidas substâncias tóxicas, quando há uma perda no controle da manipulação dos
transgênicos;
• As alterações genéticas podem provocar sérios desequilíbrios ecológicos, afetando a cadeia alimentar
de determinado ecossistema;
• Diminuição da biodiversidade.

Células-tronco
Células-tronco são células com capacidade de originar diferentes células do corpo humano e formar
diferentes tecidos. Elas podem ser encontradas em embriões, sendo chamadas de células-tronco
embrionárias, que podem ser totipotentes (totalmente indiferenciadas) ou pluripotentes (com grau de
direrenciação equivalente ao seu folheto embrionário) e em vários outros órgãos e tecidos humanos, como
a medula óssea e a pele (células-tronco adultas, também chamadas de multipotentes). As células-tronco do

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Biologia

sangue do cordão umbilical do recém-nascido tem hoje o uso clínico comprovado para o transplante de
medula óssea.

Projeto Genoma Humano


É um projeto que determinou a sequência das bases do DNA humano, identificando e mapeando genes dos
23 pares de cromossomos, armazenando essa informação em bancos de dados onde seria possível estudar
e reconhecer padrões de doenças ou outras características hereditárias.

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Biologia

Exercícios

1. O milho transgênico é produzido a partir da manipulação do milho original, com a transferência, para
este, de um gene de interesse retirado de outro organismo de espécie diferente. A característica de
interesse será manifestada em decorrência
a) do incremento do DNA a partir da duplicação do gene transferido.
b) da transcrição do RNA transportador a partir do gene transferido.
c) da expressão de proteínas sintetizadas a partir do DNA não hibridizado.
d) da síntese de carboidratos a partir da ativação do DNA do milho original.
e) da tradução do RNA mensageiro sintetizado a partir do DNA recombinante.

2. Um instituto de pesquisa norte-americano divulgou recentemente ter criado uma “célula sintética”,
uma bactéria chamada de Mycoplasma mycoides. Os pesquisadores montaram uma sequência de
nucleotídeos, que formam o único cromossomo dessa bactéria, o qual foi introduzido em outra espécie
de bactéria, a Mycoplasma capricolum. Após a introdução, o cromossomo da M. capricolum foi
neutralizado e o cromossomo artificial da M. mycoides começou a gerenciar a célula, produzindo suas
proteínas.
GILBSON et al. Creation of a Bacterial Cell Controlled by a Chemically synthesized Genome. Science v. 329, 2010 (adaptado).

A importância dessa inovação tecnológica para a comunidade científica se deve à

a) possibilidade de sequenciar os genomas de bactérias para serem usados como receptoras de


cromossomos artificiais.
b) capacidade de criação, pela ciência, de novas formas de vida, utilizando substâncias como
carboidratos e lipídios.
c) possibilidade de produção em massa da bactéria Mycoplasma capricolum para sua distribuição
em ambientes naturais.
d) possibilidade de programar geneticamente microrganismos ou seres mais complexos para
produzir medicamentos, vacinas e biocombustíveis.
e) capacidade da bactéria Mycoplasma capricolum de expressar suas proteínas na bactéria
sintética e estas serem usadas na indústria.

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Biologia

3. Segundo Jeffrey M. Smith, pesquisador de um laboratório que faz análises de organismos


geneticamente modificados, após a introdução da soja transgênica no Reino Unido, aumentaram em
50% os casos de alergias. “O gene que é colocado na soja cria uma proteína nova que até então não
existia na alimentação humana, a qual poderia ser potencialmente alergênica”, explica o pesquisador.
Correio do Estado/MS. 19 abr. 2004 (adaptado).

Considerando-se as informações do texto, os grãos transgênicos que podem causar alergias aos
indivíduos que irão consumi-los são aqueles que apresentam, em sua composição, proteínas
a) que podem ser reconhecidas como antigênicas pelo sistema imunológico desses consumidores.
b) que não são reconhecidas pelos anticorpos produzidos pelo sistema imunológico desses
consumidores.
c) com estrutura primária idêntica às já encontradas no sistema sanguíneo desses consumidores.
d) com sequência de aminoácidos idêntica às produzidas pelas células brancas do sistema
sanguíneo desses consumidores.
e) com estrutura quaternária idêntica à dos anticorpos produzidos pelo sistema imunológico desses
consumidores.

4. Em um laboratório de genética experimental, observou-se que determinada bactéria continha um gene


que conferia resistência a pragas específicas de plantas. Em vista disso, os pesquisadores
procederam de acordo com a figura.

Do ponto de vista biotecnológico, como a planta representada na figura é classificada?


a) Clone.
b) Híbrida.
c) Mutante.
d) Adaptada.
e) Transgênica.

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Biologia

5. A palavra "biotecnologia" surgiu no século XX, quando o cientista Herbert Boyer introduziu a
informação responsável pela fabricação da insulina humana em uma bactéria, para que ela passasse
a produzir a substância.
Disponível em: www.brasil.gov.br Acesso em 28 jul 2012 (adaptado)

As bactérias modificadas por Herbert Boyer passaram a produzir insulina humana porque receberam

a) a sequência de DNA codificante de insulina humana.


b) a proteína sintetizada por células humanas..
c) um RNA recombinante de insulina humana..
d) o RNA mensageiro de insulina humana.
e) um cromossomo da espécie humana.

6. Atualmente deixou de ser novidade a criação de plantas transgênicas, capazes de produzir


hemoglobina. Para que isso seja possível, essas plantas recebem:
a) o fragmento de DNA, cuja sequência de nucleotídeos determina a sequência de aminoácidos da
hemoglobina;
b) o RNAm que carrega os aminoácidos usados na síntese de hemoglobina;
c) somente os aminoácidos usados nessa proteína;
d) os anticódons que determinam a sequência de aminoácidos nessa proteína;
e) os ribossomos utilizados na produção dessa proteína.

7. A Engenharia Genética consiste numa técnica de manipular genes, que permite, entre outras coisas, a
fabricação de produtos farmacêuticos em bactérias transformadas pela tecnologia do DNA
recombinante. Assim, já é possível introduzir em bactérias o gene humano que codifica insulina, as
quais passam a fabricar sistematicamente essa substância. Isto só é possível por que:
a) o cromossomo bacteriano é totalmente substituído pelo DNA recombinante;
b) as bactérias são seres eucariontes;
c) os ribossomos bacterianos podem incorporar o gene humano que codifica insulina, passando-o
para as futuras linhagens;
d) as bactérias possuem pequenas moléculas de DNA circulares (plasmídeos), nas quais podem ser
incorporados genes estranhos a elas, experimentalmente;
e) as bactérias são seres muito simples, constituídos por um único tipo de ácido nucleico (DNA).

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Biologia

8. A égua, o jumento e a zebra pertencem a espécies biológicas distintas que podem cruzar entre si e
gerar híbridos estéreis. Destes, o mais conhecido é a mula, que resulta do cruzamento entre o jumento
e a égua. Suponha que o seguinte experimento de clonagem foi realizado com sucesso: o núcleo de
uma célula somática de um jumento foi transplantado para um óvulo anucleado da égua e o embrião
foi implantado no útero de uma zebra, onde ocorreu a gestação. O animal (clone) produzido em tal
experimento terá, essencialmente, características genéticas:
a) de égua.
b) de zebra.
c) de mula.
d) de jumento.
e) das três espécies.

9. As principais ferramentas empregadas na tecnologia do DNA recombinante são as enzimas de


restrição, que têm a propriedade de cortar o DNA em pontos específicos. O papel biológico dessas
enzimas bacterianas na natureza é, provavelmente:
a) proteger as bactérias contra os vírus bacteriófagos.
b) reparar o DNA bacteriano que sofreu mutação deletéria.
c) auxiliar no processo de duplicação do DNA.
d) auxiliar no processo de transcrição do mRNA.
e) auxiliar no processo de tradução do DNA.

10. A ovelha Dolly, primeiro clone animal oficialmente declarado, após adulta foi acasalada com um
macho não aparentado. Desse cruzamento resultou o nascimento de um filhote com características
“normais”. Esse filhote:
a) é geneticamente idêntico à sua mão, a ovelha Dolly.
b) é geneticamente igual à sua avó, mãe da ovelha Dolly.
c) não tem nenhum parentesco genético de seu pai.
d) tem todo seu patrimônio genético herdado de seu pai.
e) tem parte do material genético de seu pai e parte de sua mãe.

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Biologia

Gabarito

E
O DNA recombinante irá ser transcrito a RNA mensageiro que, por sua vez, será traduzido em proteínas
de interesse.

D
A inovação é poder expressar as proteínas em outro ser vivo, podendo trazer vantagens e
desenvolvimento em diversas áreas, médicas e econômicas.

A
A alergia ocorre quando substâncias chamadas de alérgenos são reconhecidos pelo organismo como
algo potencialmente agressivo, como um corpo estranho, gerando uma resposta imunológica.

E
Por receber material genético de um ser de outra espécie, a planta é considerada transgênica.

A
Para produzir a proteína desejada continuamente, a bactéria deve receber o DNA que codifica a insulina.

A
As plantas deve receber o fragmento de DNA que codifica a hemoglobina, com a sequência correta de
nucleotídeos que determinarão a sequência correta dos aminoácidos

7. D
As bactérias possuem plasmídeos, DNA circular extracromossomial, que pode ser utilizado para
incorporar informações úteis a partir de técnicas de transgenia, tudo isto sem interferir no metabolismo
próprio desse ser procarionte.

8. D
O núcleo retirado, contendo o DNA, possui as informações que serão expressas. Sendo assim, as
características genéticas originadas serão as de um jumento.

9. A
As enzimas de restrição, naturalmente de bactérias, são utilizadas como mecanismo de defesa contra
ataques de vírus, sendo os vírus que atacam especificamente bactérias chamados de bacteriófagos.

10. E
A partir desse acasalamento, como qualquer outro, o filhote receberá parte do material genético do pai
e outra parte da mãe.

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Filosofia / Sociologia

Teoria contratualista: Thomas Hobbes

Resumo

Em um período marcado fortes mudanças políticas, especialmente pela formação dos Estados
nacionais e pelos conflitos religiosos surgidos após a Reforma Protestante, alguns importantes filósofos,
conhecidos como contratualistas, tomaram a peito a tarefa de encontrar uma nova resposta para o mais
tradicional problema da filosofia política: afinal, por quê e para quê existe a autoridade do Estado? De fato,
não há filósofo dedicado ao estudo do governo e das leis, desde a Grécia antiga, que não tenha se colocado
diante desta pergunta e buscá-lo respondê-la. Justamente por isso, o que tornou a perspectiva
contratualista interessante e inovadora não foi exatamente a questão que ela levantou, mas sim o modo
como tentou resolvê-la. Criado pelo pensador britânico Thomas Hobbes, este novo de método para a
justificação do poder político foi tão influente que mesmo autores que criticaram duramente as ideias de
Hobbes, como Locke e Rousseau, assumiram o método contratualista.
Curiosamente, o raciocínio que fundamenta a metodologia contratualista é algo bastante simples. Em
primeiro lugar, se o que está em jogo é descobrir qual é a importância da ordem política, o primeiro passo é
imaginar como seria a vida humana sem a política: uma condição chamada por Hobbes de estado de
natureza. Uma vez concebido tal estado inicial pré-político, cabe entender o que levaria as pessoas deste
estado de completa liberdade e ausência de leis a preferirem abandoná-lo e ingressarem no estado civil e
político. Uma vez que no estado de natureza todos os homens seriam totalmente livres, o ingresso no estado
político não poderia ser de modo algum imposto e só pode então ser compreendido como um contrato social,
isto é, um acordo entre os indivíduos, que livremente abririam mão de sua autonomia completa a fim de
constituírem o Estado. Não à toa, é por isso que a corrente iniciada por Hobbes é chamada de contratualismo:
segundo esta visão, o que fundamenta e legitima o exercício do poder pelo Estado é um contrato livremente
assumido pelos cidadãos em um hipotético estado de natureza. É necessário assinalar esse hipotético, pois
os autores contratualistas não necessariamente se comprometem com a ideia de que este acordo foi literal
e histórico. Para muitos, o contrato não passa de uma metáfora.

O contratualismo de Hobbes

Hobbes era um pensador profundamente pessimista a respeito da natureza humana. O autor


compreendia que o homem é acima de tudo um ser egoísta. Assim sendo, segundo Hobbes, em um estado
de natureza, sem leis ou regras que os reprimam, os homens viveriam em um estado de conflito constante e
irresolvível. Uma vez que todos os homens são auto-interessados e que nossos desejos frequentemente se
opõem, pode-se dizer que “o homem é o lobo do homem” e que o estado de natureza seria uma permanente
“guerra de todos contra todos”. Ora, que fazer então? Segundo Hobbes, há uma única saída possível para tal
calamidade: a fim de obter a paz e a ordem, os homens teriam que renunciar à sua liberdade natural e se

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Filosofia / Sociologia

submeter ao Estado, uma instituição que governaria sobre eles, privando-os de sua liberdade e impondo seu
domínio pela lei, mas que, em contrapartida, impediria a guerra e os conflitos entre os homens. Eis o contrato
social hobbesiano.
A consequência mais imediata da filosofia política de Hobbes é a defesa do absolutismo como forma
de governo. De fato, como o papel central do Estado é manter a ordem e conter o egoísmo natural humano,
seu poder, segundo Hobbes, deve ser fortemente concentrado e o governante está autorizado a fazer tudo o
que for necessário a fim de manter a ordem, ainda que pareça imoral. Com efeito, uma vez que se trata de
um contrato, o povo não tem o direito de dar um passo atrás e reclamar sua liberdade de volta, rebelando-
se contra o governo. Isto seria apenas descumprimento de contrato social estabelecido entre governantes e
governados.

O contratualismo de Locke

Tal como Thomas Hobbes, John Locke também acreditava que a única maneira efetivamente
razoável de justificar a existência do poder político seria através da metodologia contratualista. No entanto,
Locke não tinha uma visão tão pessimista da natureza humana. Esta divergência básica, por sua vez, levou
a outras maiores e mais relevantes, fazendo com que Locke defendesse um ideal de governo diretamente
oposto àquele que Hobbes defendeu: enquanto o segundo foi um célebre advogado do absolutismo
monárquico, Locke é considerado o pai do liberalismo político, uma concepção que vê na garantia da
liberdade o papel central do governo.
Antes de tudo, Locke discordava radicalmente da ideia de que o homem é basicamente um ser egoísta.
De fato, ele não negava que somos autointeressados e buscamos a satisfação de nossos desejos, porém
afirmava também que todos nós temos certo senso moral, certas noções elementares de certo e errado que
nos impedem de agir de modo totalmente impulsivo. Com efeito, o estado de natureza é um estado sem lei
política, mas não é um estado absolutamente sem lei: vigora nele a lei moral racional, chamada por ele de lei
da natureza, a qual nos indica o que é certo e errado independentemente da lei estabelecida pelo Estado.
Assim sendo, já no estado de natureza, os homens são capazes de perceber pela razão que são iguais e que,
portanto, devem tratar-se de modo igualitário: é a igualdade essencial de todos os homens que exige um
respeito igual de uns para com os outros. Por sua vez, também segundo Locke, da lei natural se derivam
direitos naturais, isto é, certos bens básicos que todo ser humano merece ter reconhecidos. Tais direitos
(embrião da ideia futura de direitos humanos), segundo Locke, são três: o direito à vida, à liberdade e à
propriedade privada. Sua decorrência da lei natural seria nítida: se todos os homens são iguais, um não tem
direito a tomar a vida do outro nem de se impor sobre a liberdade do outro e tampouco tem direito a tomar
para si aquilo que o outro adquiriu com seu trabalho. Vê-se assim que o trabalho seria o fundamento do
direito à propriedade privada e que todos os três direitos se reduzem à defesa da liberdade do indivíduo
frente aos demais.

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Filosofia / Sociologia

Ora, mas se o estado de natureza não é um conflito generalizado como pensava Hobbes, o que então,
segundo Locke, levaria as pessoas a livremente abandoná-lo e ingressarem no estado político? Mesmo o
estado de natureza não sendo um estado de guerra, não se pode negar que conflitos ocorreriam
eventualmente. Dessa forma, apesar de possuir uma lei moral que o regule, o estado de natureza não possui
uma autoridade para aplicar essa lei. Quando os conflitos surgem no estado de naturez, não há uma
autoridade superior a quem os homens possam apelar e, portanto, todos os homens são juízes da lei natural.
A falta dessa autoridade comum é que levaria os homens a decidirem ingressar no estado político mediante
um contrato social. De fato, sem uma instituição a zelar pela justiça, os homens possuem direitos no estado
de natureza, mas o aproveitamento desses direitos é incerto.
Uma vez que a função do contrato social lockeano não é garantir a paz, mas sim garantir uma mais
eficiente aplicação da justiça da lei da natureza e um mais seguro uso dos direitos naturais, tal contrato não
implica a renúncia completa da liberdade. Como o papel do governo não é tanto manter a ordem, mas sim
garantir os direitos básicos, seu poder não deve ser absoluto, mas limitado. A lei civil deve apenas exprimir
e garantir a perfeita execução da lei natural e dos direitos básicos. Inclusive, para Locke, caso o governo não
cumpra com seu papel e viole a lei moral e os direitos naturais, o povo tem o direito e mesmo o deve de se
rebelar, afinal, um contrato quebrado não tem mais qualquer valor.

O contratualismo de Rousseau

Jean-Jacques Rousseau foi o mais importante filósofo iluminista a se dedicar à filosofia política. Seus
textos sobre a origem e os limites do poder do Estado obtiveram enorme repercussão não apenas nos
debates filosóficos, mas em toda a sociedade européia do século XVIII, tendo grande influência, por exemplo,
na Revolução Francesa. Tal como Locke e Hobbes, Rousseau era um contratualista. Chegou ele, porém, a
conclusões totalmente diferentes dos dois pensadores ingleses. Ao analisar qual seria a condição do homem
no estado de natureza, sem qualquer tipo de laço político, totalmente livre e independente, Rousseau concluiu
que o estado de natureza seria um estado de absoluta paz e tranquilidade, mesmo sem qualquer lei, política
ou racional, que o regulasse. É que, para o filósofo iluminista, o homem é naturalmente bom; a sociedade é
que o corrompe. Segundo Rousseau, sem a intervenção das normas sociais, o homem se comportaria como
um animal, guiando-se não pela sua razão, mas sim por instintos (é a chamada “teoria do bom selvagem”).
Como, para o filósofo, os instintos mais básicos do homem são o amor de si (interesse pelo próprio bem
estar e conservação) e a piedade (repugnância natural pela morte ou sofrimento de qualquer ser sensível,
em especial os semelhantes), então o estado de natureza seria, a princípio, totalmente pacífico, pois os
homens jamais se atacariam gratuitamente. Por que, então, surgiu o Estado político? Bem, os problemas no
estado de natureza se iniciaram quando surgiu a propriedade privada. A princípio somente um modo de cada
um manter sua sobrevivência, a propriedade acabou por introduzir a desigualdade social, opondo ricos e
pobres e gerando uma série de conflitos e lutas por poder. Foi quando surgiu a necessidade de um poder
comum para regular a vida das pessoas e as regras de justiça e moralidade ditadas pela razão se tornaram

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Filosofia / Sociologia

mais importantes que os instintos e sentimentos naturais: surgiu a política. Perceba, porém, que o Estado
não surge aí como um bem, mas sim apenas para impedir um mal maior. Ideal mesmo seria que tudo
permanecesse tal como antes da propriedade privada. Como, porém, isso não é possível, como o homem já
se encontrava irremediavelmente corrompido pela vida em sociedade, então que haja a política. É necessário
lembrar, porém, diz Rousseau, que o contrato social não é um acordo entre senhores e escravos, mas sim
um pacto político entre iguais para instaurar uma vontade geral que deverá se sobrepor a todas as vontades
particulares. Assim, é necessário diferenciar governo e soberania. Se o governo pode ser exercido por um
único indivíduo ou um grupo limitado, a soberania, por sua vez, é e permanece sempre sendo do povo como
um todo. Na medida em que o governo não cumpra a vontade geral, o povo tem todo o direito de substituir
aquele que não está exercendo corretamente sua função. Não à toa, Rousseau era um crítico do absolutismo
considerava a democracia uma forma superior de governo.

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Filosofia / Sociologia

Exercícios

1. (Enem PPL 2016) A importância do argumento de Hobbes está em parte no fato de que ele se ampara
em suposições bastante plausíveis sobre as condições normais da vida humana. Para exemplificar: o
argumento não supõe que todos sejam de fato movidos por orgulho e vaidade para buscar o domínio
sobre os outros; essa seria uma suposição discutível que possibilitaria a conclusão pretendida por
Hobbes, mas de modo fácil demais. O que torna o argumento assustador e lhe atribui importância e
força dramática é que ele acredita que pessoas normais, até mesmo as mais agradáveis, podem ser
inadvertidamente lançadas nesse tipo de situação, que resvalará, então, em um estado de guerra.
RAWLS, J. Conferências sobre a história da filosofia política. São Paulo: WMF, 2012 (adaptado).

O texto apresenta uma concepção de filosofia política conhecida como


a) alienação ideológica.
b) microfísica do poder.
c) estado de natureza.
d) contrato social.
e) vontade geral.

2. (Enem 2015) A natureza fez os homens tão iguais, quanto às faculdades do corpo e do espírito, que,
embora por vezes se encontre um homem manifestamente mais forte de corpo, ou de espírito mais
vivo do que outro, mesmo assim, quando se considera tudo isto em conjunto, a diferença entre um e
outro homem não é suficientemente considerável para que um deles possa com base nela reclamar
algum benefício a que outro não possa igualmente aspirar.
HOBBES, T. Leviatã. São Paulo Martins Fontes, 2003

Para Hobbes, antes da constituição da sociedade civil, quando dois homens desejavam o mesmo
objeto, eles
a) entravam em conflito.
b) recorriam aos clérigos.
c) consultavam os anciãos.
d) apelavam aos governantes.
e) exerciam a solidariedade.

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Filosofia / Sociologia

3. (Uema 2015) Para Thomas Hobbes, os seres humanos são livres em seu estado natural, competindo
e lutando entre si, por terem relativamente a mesma força. Nesse estado, o conflito se perpetua através
de gerações, criando um ambiente de tensão e medo permanente. Para esse filósofo, a criação de uma
sociedade submetida à Lei, na qual os seres humanos vivam em paz e deixem de guerrear entre si,
pressupõe que todos renunciem à sua liberdade original. Nessa sociedade, a liberdade individual é
delegada a um só dos homens que detém o poder inquestionável, o soberano.
Fonte: MALMESBURY, Thomas Hobbes de. Leviatã ou matéria, forma e poder de um estado eclesiástico e civil. Trad. João
Paulo Monteiro; Maria Beatriz Nizza da Silva. São Paulo: Editora NOVA Cultural, 1997.

A teoria política de Thomas Hobbes teve papel fundamental na construção dos sistemas políticos
contemporâneos que consolidou a (o)
a) Monarquia Paritária.
b) Despotismo Soberano.
c) Monarquia Republicana.
d) Monarquia Absolutista.
e) Despotismo Esclarecido.

4. Para bem compreender o poder político e derivá-lo de sua origem, devemos considerar em que estado
todos os homens se acham naturalmente, sendo este um estado de perfeita liberdade para ordenar-
lhes as ações e regular-lhes as posses e as pessoas conforme acharem conveniente, dentro dos
limites da lei de natureza, sem pedir permissão ou depender da vontade de qualquer outro homem.
LOCKE, John. Segundo Tratado sobre o Governo. São Paulo: Abril Cultural, 1978.

A partir da leitura do texto acima e de acordo com o pensamento político do autor, assinale a
alternativa correta.
a) Segundo Locke, o estado de natureza se confunde com o estado de servidão.
b) Para Locke, o direito dos homens a todas as coisas independe da conveniência de cada um.
c) Segundo Locke, a origem do poder político depende do estado de natureza.
d) Segundo Locke, a existência de permissão para agir é compatível com o estado de natureza.
e) Para Locke, o estado de natureza é um estado de guerra.

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Filosofia / Sociologia

5. (Uff 2012) O filósofo inglês John Locke (1632-1704) é um dos fundadores da concepção liberal da
vida política. Em sua defesa da liberdade como um atributo que o homem possui desde que nasce, ele
diz: “Para compreender corretamente o que é o poder político e derivá-lo a partir de sua origem,
devemos considerar qual é a condição em que todos os homens se encontram segundo a natureza. E
esta condição é a de completa liberdade para poder decidir suas ações e dispor de seus bens e
pessoas do modo que quiserem, respeitados os limites das leis naturais, sem precisar solicitar a
permissão ou de depender da vontade de qualquer outro ser humano.”
Assinale o documento histórico que foi diretamente influenciado pelo pensamento de Locke.
a) O livro “O que é a propriedade?”, de Proudhon (1840)
b) O “Manifesto Comunista”, de Karl Marx e Frederico Engels (1848)
c) A “Concordata” estabelecida entre Napoleão e o Vaticano (1801)
d) A declaração da “Doutrina Monroe” (1823)
e) A “Declaração de Independência” dos Estados Unidos (1776)

6. Um dos aspectos mais importantes da filosofia política de John Locke é sua defesa do direito à
propriedade, que ele considerava ser algo inerente à natureza humana, uma vez que o corpo é nossa
primeira propriedade. De acordo com esta perspectiva, o Estado deve
a) permitir aos seus cidadãos ter propriedade ou propriedades.
b) garantir que todos os seus cidadãos, sem exceção, tenham alguma propriedade.
c) garantir aos cidadãos a posse vitalícia de bens.
d) fazer com que a propriedade seja comum a todos os cidadãos.
e) garantir aos cidadãos propriedade em troca de suas liberdades

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Filosofia / Sociologia

7. Atente para o seguinte trecho de um artigo de jornal: “Segundo o coordenador do Setor de Ciências
Naturais e Sociais da Unesco no Brasil, Fabio Eon, os direitos humanos estão sendo alvo de uma onda
conservadora que trata a expressão como algo politizado. — ‘Existe hoje uma tendência a enxergar
direitos humanos como algo ideológico, o que é um equívoco. Os direitos humanos não são algo da
esquerda ou da direita. São de todos, independentemente de onde você nasceu ou da sua classe
social. É importante enfatizar isso para frear essa onda conservadora’ — ressalta Eon, que sugere um
remédio para o problema: — ‘Precisamos promover uma cultura de direitos humanos’”.
Disponível em: O Globo. https://oglobo.globo.com/sociedade/os-direitos-humanosnao- sao-da-esquerda-ou-da-direita-
sao-de-todos-23088573.

A Declaração Universal dos Direitos Humanos foi aprovada pela Assembleia Geral da ONU em 1948.
Já a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão foi aprovada durante a primeira fase da
Revolução Francesa, pela Assembleia Nacional Constituinte.
No que diz respeito à Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, é correto afirmar que
a) apesar de ser um documento revolucionário moderno, tem suas premissas filosóficas no
pensamento político de Aristóteles.
b) é de inspiração hobbesiana, tendo seus primórdios nos inícios do Estado moderno.
c) é de inspiração iluminista e liberal, sob influência de grandes pensadores do século XVIII, tais
como Locke e Rousseau.
d) é de inspiração marxista, no influxo dos grandes movimentos grevistas e reivindicatórios que
aconteceram na França durante o século XIX.
e) é inspirada na organização política do Império Romano.

8. (Enem PPL 2012) O homem natural é tudo para si mesmo; é a unidade numérica, o inteiro absoluto,
que só se relaciona consigo mesmo ou com seu semelhante. O homem civil é apenas uma unidade
fracionária que se liga ao denominador, e cujo valor está em sua relação com o todo, que é o corpo
social. As boas instituições sociais são as que melhor sabem desnaturar o homem, retirar-lhe sua
existência absoluta para dar-lhe uma relativa, e transferir o eu para a unidade comum, de sorte que
cada particular não se julgue mais como tal, e sim como uma parte da unidade, e só seja percebido no
todo.
ROUSSEAU, J. J. Emílio ou da Educação. São Paulo: Martins Fontes, 1999.

A visão de Rousseau em relação à natureza humana, conforme expressa o texto, diz que
a) o homem civil é formado a partir do desvio de sua própria natureza.
b) as instituições sociais formam o homem de acordo com a sua essência natural.
c) o homem civil é um todo no corpo social, pois as instituições sociais dependem dele.
d) o homem é forçado a sair da natureza para se tornar absoluto.
e) as instituições sociais expressam a natureza humana, pois o homem é um ser político.

8
Filosofia / Sociologia

9. (Uel 2009) O princípio de toda ação está na vontade de um ser livre, não poderíamos remontar além
disso. [...] não há verdadeira vontade sem liberdade. O homem, portanto, é livre em suas ações [..]. Se
o homem é ativo e livre, ele age por si mesmo. Tudo o que faz livremente não entra no sistema
ordenado da Providência e não lhe pode ser imputado.
[...]
A consciência é a voz da alma, as paixões são a voz do corpo. [...] [A consciência] é o verdadeiro guia
do homem; ela está para a alma assim como o instinto está para o corpo: quem a segue obedece à
natureza e não tem medo de se perder [...] Existe, pois, no fundo das almas um princípio inato de justiça
e de virtude a partir do qual, apesar de nossas próprias máximas, julgamos nossas ações e as de
outrem como boas ou más, e é a esse princípio que dou o nome de consciência.
(ROUSSEAU, J. J. Emilio ou da Educação. São Paulo. Martins Fontes, 2004. p. 396; 405; 409V)

Com base no texto e nos conhecimentos sobre o pensamento moral de Jean-Jacques Rousseau, é
correto afirmar.
a) Rousseau reafirma que o fundamento objetivo dos juízos morais está em Deus, que ilumina a
consciência humana e nela inspira o “princípio inato de justiça e de virtude”.
b) Herdeiro do pensamento de Platão, Rousseau defende que a prática do bem coincide com a busca
interminável do conhecimento da verdade e da justiça.
c) Rousseau reafirma que, por meio da consciência, o ser humano é movido pela busca da felicidade,
alcançada pela reflexão e pelo desprezo dos desejos e das paixões.
d) Rousseau rejeita que o fundamento da moral seja a conformidade com a lei divina, afirmando a
crença na objetividade de uma lei natural, anterior a qualquer lei positiva.
e) Rousseau recusa aceitar a existência de noções morais anteriores à experiência humana e
defende que o ser humano é naturalmente movido pela busca do prazer.

10. (Pucpr 2009) “O verdadeiro fundador da sociedade civil foi o primeiro que, tendo cercado um terreno,
lembrou-se de dizer isto é meu e encontrou pessoas suficientemente simples para acreditá-lo”.
Levando em conta a principal ideia que Rousseau quer transmitir com essa afirmação, assinale a
alternativa verdadeira:
a) A propriedade privada, já existente antes da sociedade civil, trouxe a possibilidade de melhor
organização entre os indivíduos e, consequentemente, facilitou sua convivência.
b) A propriedade privada é um direito natural fundado no trabalho.
c) A expressão “isto é meu” da frase de Rousseau quer mostrar que naturalmente o homem anseia
por propriedade privada.
d) A sociedade civil tem sua origem na propriedade privada que, junto consigo, trouxe os principais
problemas entre os homens.
e) O fundador da sociedade civil era um pensador grego que tinha grande capacidade de persuasão.

9
Filosofia / Sociologia

Gabarito

1. C
Thomas Hobbes é um dos filósofos contratualistas, exatamente por considerar que toda comunidade
política é fundada em um pacto social. A ausência dessa pacto faz com que os indivíduos estejam em
um estado de natureza, na qual haveria a guerra de todos contra todos.

2. A
Segundo Hobbes, os homens, em seu estado de natureza, permanecem em um constante conflito. É a
constituição da cidade civil que irá pôr fim a esse estado de guerra de todos contra todos.

3. D
Segundo Hobbes uma vez que os homens encontram-se num estado de guerra de “todos contra todos”,
a construção da sociedade somente pode ocorrer quando todos os membros rendem sua liberdade
natural para uma única figura capaz de garantir a paz e a segurança a todos. Esta figura é entendida
pelo autor como um mal necessário (um leviatã) que deve possuir poder inquestionável, não estando
rendido a qualquer atrelamento, seja ele partidário ou republicano. Para que esta figura possa governar
de forma a cuidar dos interesses de todos sem estar ligado a nenhum condicionamento, ela deve possuir
um poder e uma autoridade inquestionável. Embora Hobbes não fosse um defensor árduo do
absolutismo, suas teses serviram de base para justificar a monarquia como forma mais viável de
garantir a todos um estado de paz. Portanto, a monarquia absolutista é o remédio para garantir a
coexistência dos homens em sociedade. O despotismo esclarecido vai no sentido contrário, sendo
inspirado pela filosofia iluminista, cria uma abertura não existente na filosofia de Hobbes, na qual o
monarca não é mais visto como absoluto, mas sim como alguém que ainda exerce o poder, mas sem o
caráter divino e inquestionável dos seus antecessores.

4. C
O objetivo de um governo legítimo é: 1) preservar, o quanto possível, o direito à vida, à liberdade, à saúde
e à propriedade de seus cidadãos; 2) processar e punir aqueles cidadãos que violarem os direitos dos
outros; 3) perseguir o bem público até nos momentos em que isto entrar em conflito com os direitos
individuais. Assim, o governo provê algo não disponível no estado de natureza, a preservação dos
direitos naturais através da intervenção de uma autoridade racional, isto é, um juiz imparcial para
determinar a severidade do crime e definir uma punição proporcional. Esses são os motivos
fundamentais por que a sociedade civil é um avanço sobre o estado de natureza.

5. E
A Declaração de Independência dos Estados Unidos traz consigo muitos elementos do liberalismo
proposto por John Locke, o que se percebe claramente no seu segundo parágrafo. De fato, ainda hoje o
ideal liberal demonstra ser uma característica bastante arraigada no pensamento político norte-
americano.

6. A
Na teoria liberal de John Locke, o direito natural à propriedade privada ganha importância fundamental.
Esse direito deve ser garantido pelo Estado, não significando que este deva dar propriedade a todos os
seus cidadãos, mas somente garantir a possibilidade de tê-las e mantê-las. Segundo essa visão liberal,
é através do trabalho que o homem pode adquirir tais propriedades.

10
Filosofia / Sociologia

7. C
Os direitos estabelecidos como fundamentais para todos os indivíduos foram concebidos por novas
correntes filosóficas surgidas no século XVIII. Estes direitos foram reconhecidos pela Declaração dos
Direitos do Homem e do Cidadão, no contexto da Revolução Francesa de 1789, movimento
revolucionário de base liberal e iluminista. O pensamento iluminista liberal, dos quais Rousseau e Locke
são importantes representantes, defende a garantia constitucional da dignidade humana, a partir da
determinação de direitos invioláveis que evitariam o abuso de poder e as injustiças cometidas contra
os indivíduos.

8. A
[Resposta do ponto de vista da disciplina de Sociologia]
Somente a alternativa [A] está correta. O homem civil, segundo o texto de Rousseau, corresponde àquele
que, desviando de sua própria natureza, se torna um indivíduo relacional à comunidade política.

[Resposta do ponto de vista da disciplina de Filosofia]


Se fizéssemos um exercício de completa abstração e pensássemos unicamente a partir do ponto de
vista do “homem natural”, então poderíamos dizer que a sua “transformação” em homem civil seja um
desvio. Porém, Rousseau não dá a entender que tal passagem para a vida civil seja simplesmente um
artifício, um desvio da rota natural. Segundo um trecho de sua obra, Contrato Social, a passagem é
inevitável para a própria conservação do homem e, portanto, um tanto natural, isto é, ela se cria pelo
movimento da própria natureza do homem.
“Esse estado primitivo não pode mais subsistir, e o gênero humano pereceria se não mudasse sua
maneira de ser. Ora, como é impossível aos homens engendrar novas forças, mas apenas unir e dirigir
as existentes, não lhes resta outro meio para se conservarem senão formar, por agregação, uma soma
de forças que possa vencer a resistência, pô-los em movimento por um único móbil e fazê-los agir em
concerto”. (J-J. Rousseau. Contrato social. In Antologia de textos filosóficos. Curitiba: SEED-PR, 2009,
p. 602).

9. D
Rousseau foi um pensador iluminista. Isso quer dizer que se insere em uma lógica de valorização da
razão e de busca por afastar as determinações religiosas sobre a filosofia. Nesse sentido é que ele
rejeita o fundamento moral relacionado com a lei divina. Assumindo a necessidade da liberdade,
Rousseau também possui uma teoria baseada na ideia de natureza humana. É em consonância com ela
que ele constrói sua teoria política.

10. D
Na afirmação do enunciado, Rousseau apresenta uma visão negativa a respeito da propriedade privada,
sendo ela a origem da desigualdade entre os homens. A única afirmação que está de acordo com esse
argumento é a afirmação [D].

11
Física

Associação de resistores

Resumo

Associação de Resistores
Série

• Resistores percorridos pela mesma corrente;


• A diferença de potencial do circuito (ddp) é a soma das ddp’s individuais de cada resistor.
• A resistência equivalente é a soma das resistências individuais.
• É um circuito com elementos dependentes. Caso um falhe o sistema para de funcionar.

Paralelo

• Resistores submetidos a mesma diferença de potencial;


• A soma das intensidades de corrente que chegam no nó é igual a soma das intensidades de corrente
que saem do nó.
• O inverso da resistência equivalente é a soma dos inversos das resistências individuais.
• É um circuito independente. Mesmo com a falha de um elemento, os outros podem continuar
funcionando.

1
Física

Obs.: Alguns casos são comuns na associação em paralelo.

• Associação com apenas 2 resistores: o resultado do M.M.C fornece a fórmula do produto sobre a
soma (bastante prática).

• Para associação de resistores iguais, deve-se dividir o valor do resistor pelo número de resistores
presentes no circuito.

Um detalhe sobre associações:


• Lâmpadas em paralelo e em série
Lâmpadas em paralelo recebem a mesma ddp.

2
Física

Observe a associação: a lâmpada da esquerda é de 100 W (brilho maior) e a da direita 40 W (brilho menor).
Cada lâmpada está com um brilho que corresponde ao funcionamento normal.

Lâmpadas em série
A colocação de lâmpadas em série acarreta mais problemas do que parece. Quando uma lâmpada apaga,
todas apagam. Este não é o maior problema. A associação em série provoca um aumento na resistência
equivalente que diminui muito a corrente do circuito. Observe:

Observe que a lâmpada de 100W está com menor brilho (filamento incandescente), enquanto que a
lâmpada de 40W consegue um brilho razoável.

1
Física

Exercícios

1. Quatro resistores, todos de mesma resistência elétrica R, são associados entre os pontos A e B de
um circuito elétrico, conforme a condiguração indicada na figura.

A resistência elétrica equivalente entre os pontos A e B é igual a:


a) R/4
b) 3R/4
c) 4R/3
d) 4R
e) 12R

2. Um circuito tem 3 resistores idênticos, dois deles colocados em paralelo entre si, e ligados em série
com o terceiro resistor e com uma fonte de 12 V. A corrente que passa pela fonte é de 5 mA.
Qual é a resitência de cada resistor, em kΩ?
a) 0,60
b) 0,80
c) 1,2
d) 1,6
e) 2,4

2
Física

3. Uma associação de quatro resistores idênticos e que fornece uma resistência equivalente igual a R
está corretamente representa por:

4. Na figura estão representadas duas associações de resistores.

Considere que, aplicando-se uma tensão de 60 V nos seus terminais, a diferença entre as correntes
totais que percorrem seja igual a 9 A. Sendo assim, o valor de R é igual a
a) 2 Ω
b) 5 Ω
c) 8 Ω
d) 10 Ω
e) 12 Ω

3
Física

5. Quatro resistores idênticos, de resistência R, estão ligados a uma bateria de 12 V. Pela bateria, flui
uma corrente I = 12 mA. A resistência R de cada resistor, em k, é

a) 4
b) 1
c) 3 4
d) 5 3
e) 14

6. Um professor de Física elaborou quatro circuitos, utilizando pilhas idênticas e ideais e lâmpadas
idênticas e ideais, conforme a figura.

Considere a tensão de cada pilha V e a resistência de cada lâmpada R. Depois, fez algumas
afirmações sobre os circuitos. Analise-as.
I. A corrente elétrica total que percorre o circuito 1 é de mesma intensidade que a corrente elétrica
total que percorre o circuito 4.
II. A corrente elétrica total que percorre o circuito 3 é de mesma intensidade que a corrente elétrica
total que percorre o circuito 4.
III. A corrente elétrica que atravessa uma das lâmpadas do circuito 3 tem o triplo da intensidade da
corrente elétrica que atravessa uma lâmpada do circuito 2.
IV. A tensão sobre uma das lâmpadas do circuito 1 é maior que a tensão sobre uma das lâmpadas
do circuito 4. Todas as afirmativas estão corretas em:
a) II – III
b) I – II
c) I – II – III
d) II – III – IV
e) I – III

4
Física

7. A diferença de potencial entre os pontos (i) e (ii) do circuito abaixo é V.

Considerando que todos os cinco resistores têm resistência elétrica R, a potência total por eles
dissipada é
a) 2V 2 R.
b) V 2 (2R).
c) V 2 (5R).
d) 4V 2 R2 .
e) V 2 (4R2 ).

8. Arduino é uma plataforma eletrônica de código aberto, baseada em hardware e software, fáceis de
usar. Você pode informar o que deseja fazer, enviando um conjunto de instruções para o
microcontrolador na placa. (...) Ao longo dos anos, tem sido o cérebro de milhares de projetos desde
objetos comuns até instrumentos científicos complexos, que envolvem automação, medição e
controle.
Disponível em: https//www.arduino.cc/en/Guide/Introduction, acessado e adaptado em: 16 de julho de 2017.

A figura ao lado representa a montagem de um circuito Arduino, que faz uma pequena lâmpada
acender. O circuito consiste em uma fonte de tensão contínua, configurada para fornecer 3,0 V entre
as portas 13 e GND do Arduino, uma lâmpada em série com uma configuração de resistores
desconhecida. Sabendo que a lâmpada precisa de uma tensão de 2,0 V e de uma corrente de 0,02 A
entre seus terminais, qual deverá ser a configuração de resistências utilizada para acender a
lâmpada?

a) Um resistor de 20 Ω
b) Dois resistores de 25 Ω em série.
c) Dois resistores de 30 Ω em série.
d) Três resistores de 10, 20 e 30 Ω em paralelo.
e) Três resistores de 30 Ω em paralelo.

5
Física

9. O circuito elétrico representado abaixo é composto por fios e baterias ideais.

Com base nas informações, qual o valor da resistência R indicada?


a) 5Ω
b) 6Ω
c) 7Ω
d) 8Ω
e) 9Ω

10. A figura a seguir representa o esquema das resistências elétricas de um certo aparelho, no qual o
valor de cada resistência está indicado.

Sabendo-se que a corrente elétrica, na resistência R2 = 3 Ω é de i2 = 1 A, pode-se afirmar que a


potência elétrica dissipada no resistor R1, em watts, é de
a) 20
b) 30
c) 40
d) 50
e) 60

6
Física

Gabarito

1. C

2. D

3. D

4. D

7
Física

5. A
Usando a Primeira Lei de Ohm no circuito, com os dados, obtemos o valor do resistor equivalente do
circuito.
U 12 V
U = Req  i  Req =  Req =  Req = 1kΩ
i 12 mA
Observando o circuito, todos os resistores estão associados em paralelo, ou seja, a resistência
equivalente foi dividida por quatro, então cada resistor será de:
R
Req =  R = 4  Req  R = 4 kΩ
4

6. A
No circuito 1, com as lâmpadas em série, a tensão e resistência equivalentes do circuito serão iguais
2V
respectivamente a 2V e 3R. Cada lâmpada estará sujeita a uma tensão de e corrente igual a
3
2V
2V = 3R  i1  i1 =
3 R . Da mesma forma, para os demais circuitos, teremos:
Circuito 2:
Corrente do circuito:
1V
V = 3R  i2  i2 =
3R
Corrente e tensão sobre cada lâmpada:
1V V
3R e 3
Circuito 3:
Corrente do circuito:
R 3V
V =  i3  i3 =
3 R
Corrente e tensão sobre cada lâmpada:
V
R e V
Circuito 4:
Corrente do circuito:
R 3V
V =  i4  i4 =
3 R
Corrente e tensão sobre cada lâmpada:
V
R e V
Dessa forma, as únicas afirmativas corretas são a [II] e a [III].

7. A
Cálculo da resistência equivalente:
1 1 1 1 R
= + +  Req =
Req 2R R 2R 2
2 2 2
Cálculo da potência dissipada: P = V R  P = V R 2  P = 2V R

8
Física

8. B

9. C

10. D

9
Física

Exercícios sobre associação de resistores

Exercícios

1. Atualmente são usados LEDs (Light Emitting Diode) na iluminação doméstica. LEDs são dispositivos
semicondutores que conduzem a corrente elétrica apenas em um sentido. Na figura, há um circuito de
alimentação de um LED (L) de 8 W, que opera com 4 V, sendo alimentado por uma fonte (F) de
6 V.

O valor da resistência do resistor (R), em , necessário para que o LED opere com seus valores
nominais é, aproximadamente,
a) 1,0.
b) 2,0.
c) 3,0.
d) 4,0.
e) 5,0.

2. A imagem abaixo ilustra a associação de resistores em um circuito misto.

Considerando que todos os resistores possuem a mesma resistência elétrica R, a resistência


equivalente da associação é igual a
a) R
b) 4R
c) 3R 5
d) 4R 3
e) 5R/3

1
Física

3. Três lâmpadas idênticas foram ligadas no circuito esquematizado. A bateria apresenta resistência
interna desprezível, e os fios possuem resistência nula. Um técnico fez uma análise do circuito para
prever a corrente elétrica nos pontos: A, B, C, D e E; e rotulou essas correntes de IA , IB , IC , ID e IE ,
respectivamente.

O técnico concluiu que as correntes que apresentam o mesmo valor são


a) IA = IE e IC = ID .
b) IA = IB = IE e IC = ID .
c) IA = IB , apenas.
d) IA = IB = IE , apenas.
e) IC = IB , apenas.

4. Numa instalação elétrica de um escritório, são colocadas 3 lâmpadas idênticas em paralelo


conectadas a uma fonte de tensão.

Se uma das lâmpadas queimar, o que acontecerá com a corrente nas outras lâmpadas?
a) Aumentará por um fator 1,5.
b) Aumentará por um fator 2.
c) Diminuirá por um fator 1,5.
d) Diminuirá por um fator 2.
e) Permanecerá a mesma.

2
Física

5. Um sistema de iluminação foi construído com um circuito de três lâmpadas iguais conectadas a um
gerador (G) de tensão constante. Esse gerador possui uma chave que pode ser ligada nas posições A
ou B.

Considerando o funcionamento do circuito dado, a lâmpada 1 brilhará mais quando a chave estiver na
posição
a) B, pois a corrente será maior nesse caso.
b) B, pois a potência total será maior nesse caso.
c) A, pois a resistência equivalente será menor nesse caso.
d) B, pois o gerador fornecerá uma maior tensão nesse caso.
e) A, pois a potência dissipada pelo gerador será menor nesse caso.

6. Considere um ferro elétrico de passar roupas. De modo simplificado, ele pode ser tratado como um
resistor ligado a uma fonte de tensão. Há também no circuito os condutores que conectam o ferro de
passar à tomada. Como não se trata de cabos feitos de material supercondutor, há também a
resistência do cabo. Do ponto de vista prático, é como se as resistências do ferro e da cabo fossem
ligadas em série à fonte de tensão.
Para geração de calor do ferro com maior eficiência, é recomendável que a resistência do cabo seja:
a) muito maior do que a resistência elétrico do ferro de passar.
b) proporcional à corrente elétrica na rede.
c) proporcional à tensão elétrica na rede.
d) muito menor do que a resistência elétrico do ferro de passar.
e) desprezível.

3
Física

7. Os seguintes circuitos elétricos têm as mesmas resistências valendo cada uma R. Afirma-se que os
circuitos que tem entre os pontos a e b a menor e a maior resistência equivalente são,
respectivamente, os seguintes circuitos:

a) (I) e (II)
b) (III) e (IV)
c) (IV) e (III)
d) (III) e (II)
e) (II) e (IV)

4
Física

8. Por apresentar significativa resistividade elétrica, o grafite pode ser utilizado para simular resistores
elétricos em circuitos desenhados no papel, com o uso de lápis e lapiseiras. Dependendo da espessura
e do comprimento das linhas desenhadas, é possível determinar a resistência elétrica de cada traçado
produzido. No esquema foram utilizados três tipos de lápis diferentes (2H, HB e 6B) para efetuar três
traçados distintos.

Munida dessas informações, um estudante pegou uma folha de papel e fez o desenho de um sorvete
de casquinha utilizando-se desses traçados. Os valores encontrados nesse experimento, para as
resistências elétricas (R), medidas com o auxílio de um ohmímetro ligado nas extremidades das
resistências, são mostrados na figura. Verificou-se que os resistores obedeciam a Lei de Ohm.

Na sequência, conectou o ohmímetro nos terminais A e B do desenho e, em seguida, conectou-o nos


terminais B e C, anotando as leituras R AB e RBC , respectivamente. Ao estabelecer a razão R AB
RBC
qual resultado o estudante obteve?
a) 1
4
b)
7
10
c)
27
14
d)
81
4
e)
81

5
Física

9. No circuito elétrico da figura, os vários elementos têm resistência R1, R2, R3 conforme indicado.
Sabendo que R3 = R1/2, para que a resistência equivalente entre os pontos A e B da associação da
figura seja igual a 2R2 a razão R2/R1 deve ser de:

a) 3/8
b) 8/3
c) 5/8
d) 8/5
e) 1

10. Em uma sala de aula, há seis lâmpadas ligadas a três interruptores. As lâmpadas estão associadas de
forma que, caso alguma delas queime, as outras continuem funcionando normalmente.
Para que cada interruptor acenda e apague duas lâmpadas, a representação abaixo que indica a
maneira correta de ligarem os interruptores e as lâmpadas é

6
Física

Gabarito

1. A

Dados: PL = 8 W; UL = 4 V; E = 6V.
Calculando a corrente de operação do LED:
PL = UL i  8 = 4 i  i = 2A.

A tensão elétrica no resistor é:


UR = E − UL = 6 − 4  UR = 2 V.

Aplicando a 1ª Lei de Ohm:


UR 2
UR = R i  R = =  R = 1 Ω.
i 2

2. C

Quando o circuito está em série utilizamos a fórmula: Req = R1 + R2 + R3 + + Rn


1 1 1 1 1
E quando o circuito está em paralelo usamos a fórmula: = + + + +
Req R1 R2 R3 Rn
R
Quando o circuito está em paralelo e todas as resistências são iguais, usamos essa fórmula: Req = ,
n
onde n é o número de resistores.

7
Física

Figura 2:
R R
Req =  Req =
n 2

Figura 3:
Req = R1 + R2
R
Req = R +
2
3
Req = 1,5 R ou Req = R
2
Figura 4:
1 1 1 1 1 1 3R
= +  = +  Req =
Req R 1,5R Req R 3 2  R 5

3. A
As três lâmpadas estão em paralelo. Como são idênticas, são percorridas pela mesma corrente, i.
A figura mostra a intensidade da corrente elétrica em cada lâmpada e nos pontos destacados.

De acordo com a figura:


IA = 3i; IB = 2i; IC = i; ID = i e IE = 3i.
Portanto:

IA = IE e IC = ID .

4. E
A quantidade de corrente que passa em cada lâmpada permanecerá a mesma, pois em um circuito em
paralelo, com todas as lâmpadas possuindo a mesma resistência, a quantidade de corrente em cada
lâmpada sempre será a mesma. O que acontecerá é que o gerador vai precisar enviar menos corrente
elétrica e, consequentemente, o dono do escritório irá pagar uma conta de luz menor (caso ele não troque
a lâmpada).

8
Física

5. C
O brilho de uma lâmpada depende da sua potência. A lâmpada de maior potência apresenta brilho mais
intenso.
Com a chave na posição A, as lâmpadas 1 e 3 ficam ligadas em paralelo e a lâmpada 2 não acende;
R
sendo R a resistência de cada lâmpada, a resistência equivalente é RA =.
2
A potência dissipada na lâmpada 1 (P1A ) é metade da potência dissipada na associação (PA ). Se a
tensão fornecida pelo gerador é U, temos:
U2 U2 2U 2
PA = =  PA = .
RA R R
2
P U2
P1 A = A  P1 A = .
2 R
Com a chave na posição B, as lâmpadas 1 e 3 continuam em paralelo e em série com a lâmpada 2.

A resistência equivalente (RB ), a corrente total (I), a corrente na lâmpada 1 (i1B ) e a potência dissipada
na lâmpada 1 (P1B ) são:
 R 3R
RB = 2 + R  RB = 2 .

I = U = 2 U .
 3R 3R
 2

i = I = U .
 1B 2 3 R

 U2 U2
P
 1B = R i 2
1 = R 2
 P1B = .
 9 R 9 R
Assim:
RA  RB  P1A  P1B .
Assim, a lâmpada 1 brilhará mais quando a chave estiver em A.

6. D

7. C
Cálculos das resistências equivalentes:
3R  R 3R
[I] 3 resistores em série ligados em paralelo com outro: Req = =
3R + R 4
2R
[II] Ligação em paralelo onde cada ramo tem dois resistores em série: Req = =R
2
R 5R
[III] 2 resistores em paralelo ligados com outros 2 resistores em série: Req = + 2R =
2 2
R
[IV] Todos os resistores ligados em paralelo: Req =
4

9
Física

Portanto, a menor Req é da afirmativa [IV] e a maior é da afirmativa [III].

8. B
Esquematizando a 1ª situação proposta e fazendo as simplificações:

A resistência equivalente nessa situação 1 é:


1 1 1 1 4 + 1+ 1 6 3 10
= + + = = =  RAB = .
RAB 5 20 20 20 20 10 3
Esquematizando a 2ª situação proposta e fazendo as simplificações:

No ramo superior da figura acima a resistência equivalente é:


20  5
RBC1 = + 10 = 4 + 10  RBC1 = 14 .
25
A resistência equivalente na situação 2 é:
14  10 140 35
RBC = =  RBC = .
24 24 6
Fazendo a razão pedida:
10
R AB 3 = 10  6 = 20  R AB 4
= = .
RBC 35 3 35 35 RBC 7
6

10
Física

9. A
Redesenhando, temos que:

Para que Req A, B = 2R2, temos que:


R2 = 3R1/8 → R2/R1 = 3/8

10. C

11
Geografia

Impactos Ambientais

Resumo

É possível entender os impactos ambientais como qualquer impacto produzido pelo homem sobre o
meio externo no qual ele vive. Estes impactos podem ser positivos ou negativos. Com o crescimento
populacional e as formas de desenvolvimetno em vigor na sociedade, os impactos negativos tem se tornado
estruturais, e podem prejudicar o funcionamento dos ecossistemas, assim como seus serviços ambientais
prestados de graça para a humanidade. Por exemplo, é comum que se ouça sobre o desmatamento. Com
menos árvores, o ar tende a se tornar mais sujo, a água tem mais dificuldade de infiltrar, o solo perde coesão
sem as raízes... Ou seja, o estudo de impactos ambientais passa por conseguir analisar diversas situações e
entender como reduzir os impactos asssociados.
Com o desenvolvimento das formas produtivas, o ser humano passou a causar um impacto aos
recursos naturais em diversas escalas. O crescimento das cidades veio atrelado ao valor do consumismo
que movimenta o mercado. Isto, somado com a obsolescência programada aumentou a geração de lixo. Além
disso, a própria produção e extração dos recursos naturais como matérias primas, causa impactos fortes ao
solo, as águas e as populações locais. A própria bandeira da sustentabilidade foi incorporada ao marketing
para continuar alimentando a lógica de consumo. A questão da sustentabilidade visa pensar formas de
produzir que se auto sustentem, ou seja, não se esgotem. Com o passar do tempo conseguimos observar que
existem fenômenos ambientais que foram causados pela presença e interferência do homem sobre os meios
naturais. Alguns impactos ambientais relevantes:

• Arenização - Arenização pode ser entendida como a formação de bancos de areia ou areiais em
determinada área, e pode ocorrer de forma natural ou antrópica. Quando ocorre de forma natural, no
geral temos a presença do arenito, que é uma rocha que ao sofrer intemperismo físico ou erosão pode
gerar a arenização. Além disso, a retidada de cobertura vegetal dos solos arenosos, em função de
atividades como a criação bovina, somada a climas úmidos pode intensificar o fenômeno, já que os
agentes erosivos são capazes de depositar sedimentos arenosos em partes mais baixas do terreno,
comprometendo a fertilidade do solo e podendo impedir novas formações vegetais na área. Um
exemplo brasileiro de arenização ocorrendo de forma natural é o Jalapão, ou locais de campo aberto
ou campo cerrado, que não oferecem grande proteção ao solo. Seguindo essa linha, os pampas por
exemplo, um bioma que já é sucetível a esse fenômeno, pode sofrer ainda mais com a atividade
pecuária que intensifica o processo.

• Desertificação - Já o processo de desertificação no geral se forma em áreas de clima árido, semi


árido ou sub-úmido, nos quais, de maneira geral, predomina a erosão eólica ou intemperismo físico.
É o processo no qual há a transformação de regiões em desertos, ou a esterilização de ambientes
áridos e semiáridos. Também pode ocorrer de forma natural ou pelas atividades humanas. Sobre as
causas naturais, existem algumas regiões deserticas no mundo, no geral influenciadas pela latitude
e temperatura dos oceanos, entre outros. Apesar de comumente imaginarmos o deserto como algo
estático, ele pode estar em expansão, como o deserto do Saara. Sobre a degradação pelo uso

1
Geografia

inadequado do solo, o desmatamento ou as queimadas podem deixar o solo mais sucetível ao


intemperismo e erosão, sendo as atividades agropecuárias um fator que intensificam esse processo
e dificultam uma possível resiliencia do ambiente. Podemos observar como exemplo o semiárido
brasileiro, o nordeste e norte de Minas Gerais que perde solos pela elevação do antropismo associado
com o clima.

• Salinização A salinização do solo é o processo no qual se acumulam em excesso sais minerais,


advindas sobretudo da água da chuva, do oceano, ou da irrigação. O índice de evaporação da água
pode se dar de forma acelerada sobretudo em regiões de clima árido e semiárido, de modo que os
sais presentes na água permanecem no solo, elevando o teor salínico dele. Este fenômeno pode
agravar o processo de infertilidade do solos e a desertificação. A agricultura deve contar com
tecnologia para controlar o índice de salinidade do solo, afim de controlar esse problema.

• Inversão Térmica: A diminuição das temperaturas em locais onde o solo ganha calor durante o
dia e perde durante a noite é natural. Mas esse processo vem se agravando nos últimos tempos
pela ação antrópica. Nas áreas urbanas o ar frio se concentra nas camadas mais baixas da
atmosfera sem conseguir se dispersar. Isso acumula toneladas de poluentes concentrados.

• Aquecimento Global: O aquecimento global também é um fenômeno natural que já ocorreu em


diversas fases ao longo da existência do planeta terra. O efeito estufa é importante para a
manutenção da vida na terra, mas, com alta concentração de poluentes como o CO2, o calor que
chega na terra não consegue se dispersar no espaço como deveria, o que provoca um aumento
nas temperaturas médias. Esse impacto ambiental divide a opinião de especialistas. Alguns
acreditam que a temperatura média do planeta está aumentando por causa do homem enquanto
outros afirmam que não há como comprovar que é o homem que está causando esse impacto.

• Perda de permafrost - Permafrost é um tipo de solo que permanece congelado por pelo menos
dois anos consecutivos e é característico das regiões polares ou de altitudes elevadas. No geral
sua intemperização é lenta, podendo conter sedimentos ou rochas em sua composição. Sua
camada mais próxima a superfície é conhecida como "camada ativa", a qual descongela no
período mais quente do ano é nela que podemos encontrar a vegetação. Com o aquecimento
global, temos tido a redução desse tipo de solo, que possui grande valor ambiental. Esse tipo de
solo consegue, por exemplo, estabilizar encostas de montanhas com a agregação dos
sedimentos congelados, deixando a área mais sucetível a erosão. Dessa forma, deslizamentos e
avalanches podem ser consequencia desse fenômeno prejudicando as áreas do entorno e as
ocupações humanas instaladas próximas dessa ocorrência.

2
Geografia

Exercícios

1.

Tendo em vista a posição da maioria da comunidade científica, a situação retratada nos quadrinhos
contribui diretamente para o agravamento do seguinte problema ambiental:

a) erosão dos solos


b) aquecimento global
c) contaminação lacustre
d) assoreamento dos rios
e) lixiviação

3
Geografia

2.

Considerando as diferenças entre extrativismo vegetal e silvicultura, a variação das curvas do gráfico
foi influenciada pela tendência de
a) conservação do bioma nativo.
b) estagnação do setor primário.
c) utilização de madeira de reflorestamento.
d) redução da produção de móveis.
e) retração da indústria alimentícia.

3. “Segundo a resolução Conama Nº001 de janeiro de 1986, o impacto ambiental é definido como
qualquer alteração das propriedades físicas, químicas e biológicas do meio ambiente, causada por
qualquer forma de matéria ou energia resultante das atividades humanas que, direta ou indiretamente,
afetam a saúde, a segurança e o bem-estar da população; as atividades sociais e econômicas; a biota;
as condições estéticas e sanitárias do meio ambiente; e a qualidade dos recursos ambientais.”
Disponível em: http://mundoeducacao.bol.uol.com.br/impactos-ambientais.htm. Acesso em: 18 de maio de 2016

O crescimento da produção de lixo é um impacto ambiental que tem como uma de suas causas o:
a) Uso de veículos automotivos
b) Aumento da população urbana
c) Uso de agrotóxicos na agricultura
d) Consumo indiscriminado de água
e) Desmatamento

4
Geografia

4. TEXTO I
“Os problemas ambientais são consequência direta da intervenção humana nos diferentes
ecossistemas da Terra, causando desequilíbrios no meio ambiente e comprometendo a qualidade de
vida.”
Disponível em: www.repository.utl.pt. Acesso em: 29 jul. 2012.
TEXTO II

Disponível em: www.netuno.eco.br. Acesso em: 29 jul. 2012.

As imagens representam as geleiras da Groenlândia, que sofreram e sofrem impactos, resultantes


do(a)

a) ilha de calor.
b) chuva ácida.
c) erosão eólica.
d) inversão térmica
e) aquecimento global.

5. “A crescente conscientização sobre os efeitos do modelo intensivo de produção, adotado de forma


geral na agricultura, tem gerado também uma série de reações. De fato, a agricultura está cada vez
mais pressionada pelo conjunto de relações que mantém com a sociedade em geral, sendo emergente
o que comumente se denomina “questão ambiental”. Essas relações, às vezes de dependência, às
vezes de conflito, são as que determinam uma chamada ampla para mudanças orientadas à
sustentabilidade, não só da atividade agrícola em si, senão que afete de maneira geral a todo o entorno
no qual a agricultura está inserida.”
GOMES, J. C. C. Desenvolvimento rural, transição de formatos tecnológicos, elaboração social da qualidade,
interdisciplinaridade e participação. In: PORTO, V. H.; WIZNIEWSKY, C. R. F. ; SIMICH, T. (Org.). Agricultor familiar: sujeito de
um novo método de pesquisa, o participativo. Pelotas: Embrapa, 2004.

No texto, faz-se referência a um tipo de pressão da sociedade contemporânea sobre a agricultura.


Essa pressão objetiva a seguinte transformação na atividade agrícola:
a) Ampliação de políticas de financiamento para a produção de transgênicos.
b) Modernização do modo de produção focado na alta produtividade da terra.
c) Expansão do agronegócio relacionado ao mercado consumidor externo.
d) Promoção de práticas destinadas à conservação de recursos naturais.
e) Inserção de modelos orientados ao uso intensivo de agroquímicos.

5
Geografia

6. “A razão principal que leva o capitalismo como sistema a ser tão terrivelmente destrutivo da biosfera é
que, na maioria dos casos, os produtores que lucram com a destruição não a registram como um custo
de produção, mas sim, precisamente ao contrário, como uma redução no custo. Por exemplo, se um
produtor joga lixo em um rio, poluindo suas águas, esse produtor considera que está economizando o
custo de outros métodos mais seguros, porém mais caros de dispor do lixo.”
WALLERSTEIN, I. Utopística ou as decisões históricas do século vinte e um. Petrópolis: Vozes, 2003.

A pressão dos movimentos socioambientais, na tentativa de reverter a lógica descrita no texto, aponta
para a
a) emergência de um sistema econômico global que secundariza os lucros.
b) redução dos custos de tratamento de resíduos pela isenção fiscal das empresas.
c) flexibilização do trabalho como estratégia positiva de corte de custos empresariais.
d) incorporação de um sistema normativo ambiental no processo de produção industrial.
e) minimização do papel do Estado em detrimento das organizações não governamentais.

7.

BRASIL. Ministério do Meio Ambiente/IBGE. Biomas. 2004 (adaptado).


No mapa estão representados os biomas brasileiros que, em função de suas características físicas e
do modo de ocupação do território, apresentam problemas ambientais distintos. Nesse sentido, o
problema ambiental destacado no mapa indica
a) desertificação das áreas afetadas.
b) poluição dos rios temporários.
c) queimadas dos remanescentes vegetais.
d) desmatamento das matas ciliares.
e) contaminação das águas subterrâneas.

6
Geografia

8. “A questão ambiental, uma das principais pautas contemporâneas, possibilitou o surgimento de


concepções políticas diversas, dentre as quais se destaca a preservação ambiental, que sugere uma
ideia de intocabilidade da natureza e impede o seu aproveitamento econômico sob qualquer
justificativa.”
PORTO-GONÇALVES, C. W. A globalização da natureza e a natureza da globalização. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira,
2006 (adaptado).

Considerando as atuais concepções políticas sobre a questão ambiental, a dinâmica caracterizada no


texto quanto à proteção do meio ambiente está baseada na
a) prática econômica sustentável.
b) contenção de impactos ambientais.
c) utilização progressiva dos recursos naturais.
d) proibição permanente da exploração da natureza.
e) definição de áreas prioritárias para a exploração econômica.

9. “Os dois principais rios que alimentavam o Mar de Aral, Amurdarya e Sydarya, mantiveram o nível e o
volume do mar por muitos séculos. Entretanto, o projeto de estabelecer e expandir a produção de
algodão irrigado aumentou a dependência de várias repúblicas da Ásia Central da irrigação e
monocultura. O aumento da demanda resultou no desvio crescente de água para a irrigação,
acarretando redução drástica do volume de tributários do Mar de Aral. Foi criado na Ásia Central um
novo deserto, com mais de 5 milhões de hectares, como resultado da redução em volume.”
TUNDISI, J. G. Água no século XXI: enfrentando a escassez. São Carlos: Rima, 2003.

A intensa interferência humana na região descrita provocou o surgimento de uma área desértica em
decorrência da
a) erosão.
b) salinização.
c) laterização.
d) compactação.
e) sedimentação.

10. “Antes de o sol começar a esquentar as terras da faixa ao sul do Saara conhecida como Sahel, duas
dezenas de mulheres da aldeia de Widou, no norte do Senegal, regam a horta cujas frutas e verduras
alimentam a população local. É um pequeno terreno que, visto do céu, forma uma mancha verde — um
dos primeiros pedaços da “Grande Muralha Verde”, barreira vegetal que se estenderá por 7 000 km do
Senegal ao Djibuti, e é parte de um plano conjunto de vinte países africanos.”
GIORGI, J. Muralha verde. Folha de S. Paulo, 20 maio 2013 (adaptado).

O projeto ambiental descrito proporciona a seguinte consequência regional imediata:


a) Facilita as trocas comerciais.
b) Soluciona os conflitos fundiários.
c) Restringe a diversidade biológica.
d) Fomenta a atividade de pastoreio.
e) Evita a expansão da desertificação.

7
Geografia

Gabarito

1. B
A emissão de gases está relacionada ao impacto ambiental conhecido como aquecimento global. A
erosão dos solos normalmente está associada a desmatamento, o assoreamento dos rios associado com
a retilinização dos rios ou alterações na margem, enquanto a contaminação lacustre se refere a lagos.

2. C
A questão expõe um gráfico com o aumento da silvicultura (plantio florestal) e a diminuição do
extrativismo. Tanto a silvicultura quanto o extrativismo tem como objetivo a obtenção de madeira. Se há
uma expansão da participação da silvicultura e uma redução do extrativismo para esse fim, isso nos leva
a inferir que a madeira é oriunda de florestas plantadas, ou seja, da prática do reflorestamento. A
silvicultura inclusive é responsável por prática de reflorestamento para abastecimento do mercado, tendo
lucratividade maior do que a prática do extrativismo

3. B
O aumento do lixo é oriundo da dinâmica de produção industrial capitalista, que incentiva o consumismo
e tem como base o extrativismo para perpetuar sua reprodução. O destino desse lixo e os impactos
ambientais que dele derivam devem ser estudados a fundo.

4. E
Com base na análise das imagens de satélite , é possível observar uma diminuição significativa na
camada de gelo da superfície da Groenlândia. Essa diminuição é resultado do aquecimento global.

5. D
Para resolver esta questão o aluno deverá ter em mente a questão da sustentabilidade, equilíbrio entre a
natureza e as atividades humanas, dentre elas a agricultura, visando a ampliação da conscientização dos
efeitos do desequilíbrio desta relação. Neste sentido, o crescente apelo da população para o aumento de
uma consciência sustentável em relação à agricultura tem como objetivo a promoção de práticas
destinadas à conservação de recursos naturais

6. D
A questão mostra como o próprio sistema cria brechas vantajosas para a exploração indevida dos
recursos naturais. O comando da questão pede uma alternativa que traduza a pressão dos movimentos
socioambientais que buscam inverter essa lógica. A incorporação de normas no processo de produção
pode reverter as práticas ditas no texto.

7. A
A Caatinga está entre os biomas mais vulneráveis num cenário de aumento das temperaturas globais,
uma vez que a vulnerabilidade do bioma Caatinga aos efeitos das mudanças climáticas representa um
forte fator de pressão para a desertificação na região. Associadas a este fator, atividades antrópicas de
remoção da vegetação de Caatinga para a produção de carvão vegetal, como por exemplo na chapada do
Araripe (entre Piauí, Ceará e Pernambuco), aumentam a pressão na área de clima semiárido do Nordeste.
Esses dois fatores fazem do Nordeste uma região sujeita a um acelerado processo de desertificação.

8
Geografia

8. D
A proposta do texto não tem um cunho sustentável (uso racional dos recursos), mas sim uma ideia de
natureza intocada, em que a preservação deriva da não utilização de seus recursos.

9. B
O desvio dos dois rios para a irrigação do cultivo de algodão fez com que este deslocamento de grande
volume de água para o uso agrícola intensifica-se o processo de salinização que consiste na
concentração de sais minerais devido à elevada evapotranspiração ou retirada de grandes volumes
d’água, ou seja, com a retirada do solvente, a água, o soluto, os sais minerais, ficam mais concentrados,
acarretando a expansão dos desertos.

10. E
Nesta questão é fundamental atentar para o fato de se tratar de uma região desértica e para a ação das
mulheres da aldeia de Widou que regam a horta. A questão indaga o que esse projeto ambiental gera
como consequência, ou seja, procura uma consequência desta ação para o meio ambiente. Ao
empreender esta ação as mulheres da aldeia impedem que o processo de desertificação seja ampliado,
garantindo assim o sustento alimentar de sua comunidade.

9
História

A Era Vargas – Estado Novo (1937-45)


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Resumo

O Plano Cohen
Em 30 de setembro de 1937, o General Góes Monteiro noticiou no programa de rádio “Hora do Brasil”
que o exército havia descoberto um plano de uma insurreição comunista no Brasil. A leitura da carta virou a
principal manchete dos jornais, que reproduziam trechos do chamado Plano Cohen, que anunciava uma
grande revolta que eliminaria líderes políticos opositores, queimaria casas e prédios, incentivaria protestos,
saques e depredações para garantir a instalação de um Governo Socialista no Brasil. Apesar de descoberta
como uma falsa carta em 1945, escrita por Olímpio Mourão Filho, da Ação Integralista Brasileira, o documento
se tornou fundamental, em 1937, para o aprofundamento do autoritarismo de Vargas. O plano foi o que
fundamentou o golpe que inaugurou o Estado Novo. Apesar de falsa e escrita pela própria AIB, com a intenção
de afastar os socialistas e ganhar espaço no governo varguista, a Ação Integralista Brasileira (AIB) foi posta
na ilegalidade pelo regime, assim como os demais partidos políticos, em 3 de dezembro de 1937.

O DIP
O Departamento de Imprensa e Propaganda foi criado em 1939, durante o Estado Novo, com o objetivo
de construir a imagem do novo Estado brasileiro e de Getúlio Vargas como líder nacional. Para alcançar estes
objetivos, o DIP atuou de forma intensa na censura de eventos culturais, como peças, filmes e músicas, no
controle da informação divulgada na imprensa e também na produção de propagandas do regime, como a
organização de manifestações cívicas, a produção de filmes e conteúdos educativos e a elaboração de jornais
e programas de rádio.

CLT e Sindicalismo
Desde o Governo Provisório, um dos maiores objetivos de Vargas foi a construção de uma estrutura
que desmembrasse as possíveis lutas de classes, unificando a nação em prol do desenvolvimento nacional
e com a valorização do trabalhador urbano. A cristalização desse projeto chegaria apenas com o Estado Novo,
momento que Vargas finalmente consegue por em prática seus planejamentos, governando de forma
autoritária. Logo, a Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT), em 1º de maio de 1943, incorporou diversos
pontos da atual legislação trabalhistas e introduziu novos direitos aos trabalhadores, regulamentando férias
remuneradas, horários de trabalho, condições de segurança, salário mínimo e a relação entre patrões e
empregados.

Outras medidas tomadas no período também se referem a organização sindical no país. A pluralidade
sindical já era proibida desde 1931, com a criação do Ministério do Trabalho e foi reafirmada na Constituição
de 1934 e ainda reforçada no Estado Novo, em 1939. Também foi proibido a possibilidade de alianças entre

1
História

sindicatos, dificultando, assim, a organização independente e autônoma dos trabalhadores e o engajamento


em greves.

A Economia
Após a crise de 1929, as críticas ao modelo liberal e os problemas causados pela dependência
exclusiva do café, Vargas já inicia em 1930 uma mudança na estrutura econômica brasileira. Com o Estado
Novo, há a consolidação do modelo nacional desenvolvimentista, que visava uma maior intervenção do
Estado na economia, a valorização da produção nacional, a criação de órgãos de administração pública e o
desenvolvimento da indústria de base. Dentre algumas das principais indústrias públicas criadas durante o
Estado Novo estiveram a Companhia Siderúrgica Nacional (1941) e Companhia Vale do Rio Doce (1942).

O fim do Estado Novo


Com a entrada do Brasil na 2º Guerra Mundial, mandando a Força Expedicionária Brasileira para o
combate ao lado dos países democráticos, contra os regimes fascistas e autoritários, o governo Vargas
passou a ser questionado. Afinal, o posicionamento do país pela democracia colocava em questão o próprio
modelo autoritário que vigorava no Brasil, sendo enfim questionado por diversos setores, que desgastaram a
imagem de Vargas na imprensa. Foi neste contexto de redefinições que o Estado Novo entrou em crise e caiu
em outubro de 1945.

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2
História

Exercícios

1. No período do Estado Novo, Vargas impulsionou o desenvolvimento da indústria de base no Brasil.


Para tanto, foi necessário:
a) o desmantelamento do setor agroindustrial e a desapropriação dos grandes latifúndios.
b) o enfraquecimento do controle estatal e o direcionamento da atividade industrial para o setor
privado.
c) a criação da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), a Companhia Vale do Rio Doce (CVRD) e a
Companhia Hidrelétrica de São Francisco.
d) a criação de comunas rurais ao longo do sertão brasileiro.
e) a criação de laços econômicos com companhias latino-americanas, visando assim a uma
associação pan-americanista industrial.

2. Vejam só!
A minha vida como está mudada
Não sou mais aquele
que entrava em casa alta madrugada
Faça o que eu fiz
Porque a vida é do trabalhador
Tenho um doce lar
E sou feliz com meu amor
O Estado Novo
Veio para nos orientar
No Brasil não falta nada
Mas precisa trabalhar
Tem café, petróleo e ouro
Ninguém pode duvidar
E quem for pai de quatro filhos
O presidente manda premiar
É negócio casar!
(Citado por SALIBA, Elias Thomé. A dimensão cômica da vida privada na República. In: SEVCENKO, Nicolau (org.).
"História da Vida Privada no Brasil". São Paulo: Companhia das Letras, 1998. v. 3. p. 355.)

Os versos acima são de um samba composto por Ataulfo Alves e Felisberto Martins, em 1941. Nele se
encontra expressa, de forma irreverente, a ideologia do Estado Novo, conhecida como:
a) Trabalhismo.
b) Tenentismo.
c) Queremismo.
d) Paternalismo.
e) Totalitarismo.

3
História

3. "Foi a ascensão das classes sociais urbanas, com a deposição do governo Washington Luís, em 1930,
que criou novas condições sociais e políticas para a conversão do Estado Oligárquico em Estado
Burguês. Esse foi o contexto em que o Governo Getúlio Vargas, nos anos 1930-1945, passou a pôr em
prática novas diretrizes políticas quanto às relações entre assalariados e empregadores".
(Ianni, Octávio - ESTADO E PLANEJAMENTO ECONÔMICO NO BRASIL (1930 - 1970). Rio de Janeiro: Civilização
Brasileira, 1977, p. 34).

Conforme o texto, novas diretrizes políticas passaram a nortear o governo Vargas, especialmente após
1937, quando foi decretado o Estado Novo, que intensificou a regulamentação das relações entre as
classes patronais e os trabalhadores, no processo de industrialização vivido pelo Brasil no período
posterior a 1930. O espírito dessa intervenção estatal se expressa na
a) negação de práticas valorizadas pelo fascismo, como o corporativismo e a máquina de
propaganda.
b) tentativa de aproximar a política trabalhista, cada vez mais, dos integralistas, com vistas a
aliciar Plínio Salgado para a chefia do PTB.
c) busca da harmonia social caracterizada pelo fortalecimento do Estado, que passa a tutelar as
divergências e conflitos baseados em interesses particularistas.
d) valorização exclusiva dos trabalhadores nacionais, objetivando dar-lhes oportunidade de alcançar
o poder e assim fazer prevalecer sua ideologia, conforme legislação que previa expulsão dos
judeus e outros estrangeiros, residentes no Brasil.
e) concessão do direito de greve aos trabalhadores e do de "lockout" aos empresários, com o fim de
dirimir conflitos trabalhistas.

4. A implantação do Estado Novo no Brasil traz, em seu bojo, uma grande contradição que é a de que,
em uma ditadura, foram assegurados diversos direitos sociais aos trabalhadores. Qual das alternativas
abaixo trata de direitos ou benefícios conseguidos pelos trabalhadores urbanos no período entre 1937
e 1945?
a) Estatuto da Terra, Jornada Semanal de 40 horas e Estabelecimento do Salário Mínimo.
b) Consolidação das Leis do Trabalho, Criação do Seguro-Desemprego e Ampliação da Licença
Maternidade de 84 para 120 dias.
c) Criação da Justiça do Trabalho, Estabelecimento do Salário Mínimo e Consolidação das Leis do
Trabalho.
d) Reconhecimento do Direito de Greve, Estatuto da Terra e Jornada Semanal de 44 horas.
e) Ampliação da Licença Maternidade de 84 para 120 dias, Criação da Justiça do Trabalho e
Reconhecimento do Direito de Greve.

4
História

5. No Brasil, o Golpe de Estado de 1937 revelou um importante e poderoso componente no jogo político:
o aperfeiçoamento da propaganda como instrumento de dominação.
Sobre a máquina de propaganda no Estado Novo, assinale a alternativa correta.

a) Atuava na perseguição e punição dos adeptos da ideologia nacionalista, considerados inimigos da


pátria.
b) Com a criação do DIP (Departamento de Imprensa e Propaganda), democratizou-se o acesso aos
meios de comunicação, que passaram a atuar com maior liberdade de expressão.
c) A propaganda do Estado Novo procurou vincular a liderança de Getúlio à imagem do político
generoso e conciliador.
d) O DIP teve como função disseminar a cultura independente e criativa dos músicos, artistas e
literatos nacionais.
e) A ampliação da presença dos meios de comunicação de massa (rádio, televisão, cinema,
imprensa) no cotidiano das pessoas impediu a censura e o ufanismo dos partidários do Golpe de
Estado.

6. Em 21 de dezembro de 1941, Getúlio Vargas recebeu Osvaldo Aranha, seu ministro das Relações
Exteriores, para uma reunião. Leia alguns trechos do diário do presidente:
"À noite, recebi o Osvaldo. Disse-me que o governo americano não nos daria auxílio, porque não
confiava em elementos do meu governo, que eu deveria substituir. Respondi que não tinha motivos
para desconfiar dos meus auxiliares, que as facilidades que estávamos dando aos americanos não
autorizavam essas desconfianças, e que eu não substituiria esses auxiliares por imposições estranhas."
(VARGAS, Getúlio, Diário. São Paulo/Rio de Janeiro, Siciliano/ Fundação Getúlio Vargas, 1995, vol. II, p. 443.)

A respeito desse período, podemos afirmar:

a) As desconfianças norte-americanas eram completamente infundadas porque não havia nenhum


simpatizante do nazi-fascismo entre os integrantes do governo brasileiro.
b) Com sua política pragmática, Vargas negociou vantagens econômicas com o governo americano
e manteve em seu governo simpatizantes dos regimes nazifascistas.
c) Apesar das semelhanças entre o Estado Novo e os regimes fascistas, Vargas não permitiu nenhum
tipo de relacionamento diplomático entre o Brasil e os países do Eixo.
d) No alto escalão do governo Vargas havia uma série de simpatizantes do regime comunista da
União Soviética e de seu líder Joseph Stalin.
e) As pressões do governo norte-americano levaram Vargas a demitir seu ministro da Guerra, o
general Eurico Gaspar Dutra, admirador dos regimes nazifascistas

5
História

7. O terceiro dos veículos de massa era inteiramente novo: rádio. [...] O rádio transformava a vida dos
pobres, e sobretudo das mulheres pobres presas ao lar, como nada fizera antes. Trazia o mundo à sua
sala. Daí em diante, os mais solitários não precisavam mais ficar inteiramente a sós. E toda a gama do
que podia ser dito, cantado, trocado ou de outro modo expresso em som estava agora ao alcance deles.
[...] sua capacidade de falar simultaneamente a incontáveis milhões, cada um deles sentindo-se
abordado como indivíduo, transformava-o numa ferramenta inconcebivelmente poderosa de
informação de massa, como governantes e vendedores logo perceberam...
(Eric Hobsbawn. As artes (1914-1945), in "Era dos extremos. O breve século XX (1914-1991)")

A veiculação de propaganda política através do rádio foi um recurso amplamente usado pelos governos
populistas de Vargas e Perón na América Latina. A transmissão de discursos presidenciais
especialmente direcionados aos ouvintes tinha por objetivo principal
a) ampliar a participação popular nas esferas do poder político do Estado.
b) informar a população da situação econômica do país e das medidas aprovadas pelo Congresso.
c) promover a identificação do cidadão com o líder político, autointitulado protetor dos pobres.
d) assegurar a não realização de greves e reivindicações trabalhistas que prejudicassem a
estabilidade nacional.
e) veicular campanhas sociais contra o analfabetismo, a fome e as mazelas que atingiam a população
humilde.

8. O regime político conhecido como Estado Novo implantado por golpe do próprio Presidente Getúlio
Vargas, em 1937, pode ser associado à(ao):
a) radicalização política do período representada pela Aliança Nacional Libertadora, de orientação
comunista e a Ação Integralista Brasileira, de orientação fascista.
b) modernização econômica do país e seu conflito com as principais potências capitalistas do mundo,
que tentavam lhe barrar o desenvolvimento.
c) ascensão dos militares à direção dos principais órgãos públicos, porque já se delineava o quadro
da Segunda Guerra Mundial.
d) democratização da sociedade brasileira em decorrência da ascensão de novos grupos sociais
como os operários.
e) retorno das oligarquias agrárias ao poder, restaurando-se a Federação nos mesmos moldes da
República Velha.

6
História

9. O Estado Novo, período que se seguiu ao golpe de Getúlio Vargas (10/11/1937 até 29/10/1945)
caracterizou-se:
a) pela centralização político-administrativa, eliminação da autonomia dos estados e extinção dos
partidos políticos;
b) pela proliferação de partidos políticos, revogação da censura, descentralização político-
administrativa;
c) pelo apoio ao comunismo internacional;
d) pelo movimento tenentista, reconhecimento dos partidos de esquerda e estabelecimento das
eleições diretas;
e) pela formação de uma Assembleia Constituinte que votaria a Constituição de 1937, conhecida
como a mais liberal da República.

10. Durante a maior parte do Estado Novo (1937-1945), a política externa brasileira pode ser caracterizada
por uma
a) orientação pragmática frente aos Estados Unidos e à Alemanha nazista.
b) subordinação total aos interesses dos Blocos Soviéticos e Pan-Americano.
c) orientação de dependência relativa com relação à Itália e ao Japão.
d) subordinação integral aos Estados Unidos e à Europa aliada.
e) orientação de alinhamento automático aos países da América Latina.

7
História

Gabarito

1. C
A criação de companhias nacionais que se concentrassem na indústria de base foi um ponto
determinante na política de desenvolvimento econômico de Getúlio Vargas. Áreas como a siderurgia e a
metalurgia tinham o papel de fornecer bens de produção, isto é, peças e maquinário feitos de aço e
outros metais, que gerassem empregos desde o setor de prospecção até o de produção em série de
bens de consumo

2. A
O samba destaca a política trabalhista consolidada durante o Estado Novo, representando o plano do
novo governo de destruir o mito do “malandro das ruas”, e construir a ideia do trabalhador urbano forte e
nacionalista.

3. C
Com um discurso de valorização da nação acima de interesses particulares, o Estado Novo promoveu
uma política de conciliação entre as classes que valorizasse, por fim, a união e o desenvolvimento do
país tutelados pelo Estado.

4. C
A Criação da Justiça do Trabalho, o estabelecimento do Salário Mínimo e a Consolidação das Leis do
Trabalho foram políticas do Estado Novo destinadas aos trabalhadores.

5. C
O DIP foi responsável pela construção e circulação de uma imagem de Getúlio Vargas como um político
carismático, paternalista e conciliador dos diversos interesses particulares. Através da organização de
eventos cívicos, filmes, programas de rádio e materiais educativos, o DIP construiu esse mito de “pai dos
pobres”.

6. B
Uma das principais marcas do Governo Vargas foi a sua complexidade política. Ao mesmo tempo que
se inspirou nos regimes fascistas para a incorporação de leis e políticas semelhantes no Brasil, manteve
relações econômicas e culturais estreitas com os E.U.A, através da política de boa vizinhança. Dentro
de seu governo esse perfil não era diferente, mantendo aliados simpatizantes do fascismo e críticos dos
governos de Hitler e Mussolini.

7. C
O rádio é um importante veículo de propaganda política nesse contexto. Com o seu crescimento nos
lares brasileiros desde a década de 1920, durante o Estado Novo, muitas famílias, desde as mais ricas
até as mais pobres e atingidas pelo analfabetismo, já utilizavam o rádio como o principal meio de
comunicação.

8. A
Com a radicalização dos conflitos entre a ANL e AIB, integrantes da AIB, em uma tentativa de aumentar
sua influência no Governo e afastar os socialistas, escreveram o chamado “Plano Cohen”, um documento
que denunciava o planejamento de uma revolta socialista no Brasil. Apesar de ser uma carta falsa, foi
utilizada por Vargas como justificativa para o golpe de 1937, a instalação do Estado Novo e a proibição
dos partidos políticos, inclusive a AIB.

8
História

9. A
Tais medidas evidenciam o caráter ditatorial do período, com um controle muito maior nas mãos de
Vargas.

10. A
A política externa foi utilizada pelo Estado Novo como um instrumento estratégico de desenvolvimento
econômico e é por isso que pode ser considerada “pragmática”.

9
História

A segunda Revolução Industrial e o imperialismo

Resumo

Segunda Revolução Industrial

Costumamos chamar de Segunda Revolução Industrial os fenômenos industriais que aconteceram a


partir de meados do século XIX. Se compararmos a Primeira com Segunda Revolução, perceberemos que
aquela se deu segunda metade do século XVIII e teve como o grande país de referência a Inglaterra, no setor
têxtil; a Segunda, por sua vez, ocorreu quase cem anos depois e teve como principais países a Alemanha, os
Estados Unidos e o Japão, com ênfase no setor automobilístico.
Para entender o que possibilitou a eclosão da Segunda Revolução Industrial, precisamos atentar para
seus antecedentes: as Revoluções Liberais do século XIX. Questionando as estruturas do Antigo Regime,
essas revoluções fortaleceram a burguesia e a ideologia liberal, possibilitando o desenvolvimento do modelo
capitalista. Além disso, as unificações da Itália e da Alemanha também foram essenciais para impulsionar
esses processos de industrialização.
Esse período foi marcado por inovações, como o surgimento do cinema, do telefone e do principal
símbolo da Segunda Revolução Industrial, o automóvel. Tal fato só foi possível devido ao forte investimento
em pesquisa e tecnologia. Vemos o surgimento de uma nova fase capitalista: o capitalismo financeiro,
marcado pela fusão do capital bancário com o capital industrial. Os vultosos investimentos marcaram o
surgimentos da chamadas “mega empresas” e a ascensão do capitalismo monopolista. Nesse momento,
surgiram alianças/acordos entre empresas visando monopolizar o mercado, como é o caso das holdings,
cartéis e trustes.
Entre as várias invenções realizadas durante a Segunda Revolução Industrial, temos:
● novos processos de fabricação do aço, permitindo sua utilização na construção de pontes,
máquinas, edifícios, trilhos, ferramentas etc;
● desenvolvimento técnico de produção da energia elétrica;
● invenção da lâmpada incandescente;
● surgimento e avanço dos meios de transporte (ampliação das ferrovias seguida das invenções
do automóvel e do avião;
● invenção dos meios de comunicação (telégrafo, telefone, televisão e cinema);
● avanço da química, com a descoberta de novas substâncias; a descoberta do múltiplo
aproveitamento do petróleo e seus derivados como fonte de energia e lubrificantes; o surgimento
dos plásticos; desenvolvimento de armamentos como o canhão e a metralhadora; a descoberta
do poder explosivo da nitroglicerina etc;

1
História

Imperialismo

Durante o século XIX desenvolveu-se um processo de conquistas sobre a África e Ásia e a América,
denominado Neocolonialismo ou Imperialismo. Praticamente todo o continente africano foi conquistado
- com exceção à Etiópia e a Libéria - pelas potências europeias, além de territórios na Ásia e na América.
O Neocolonialismo foi a principal expressão do imperialismo, forma assumida pelo capitalismo a partir
da Segunda Revolução Industrial. O domínio das potências europeias e dos Estados Unidos não foi apenas
econômico, mas também político, militar e social, impondo à força um novo modelo de organização do
trabalho que pudesse garantir principalmente a extração de minérios, para as indústrias da Europa. A
violência militar e a exploração do trabalho, somam-se às imposições sociais, incluindo a disseminação do
cristianismo entre os povos nativos, num processo de aculturação.

Charge: “A Torta Chinesa”, de Henri Meyer, publicada em 16 de janeiro de 1898 no Le Petit Journal, na França.

Na charge acima, por exemplo, estão representadas a Inglaterra, Alemanha, Rússia, França e o Japão
(da esq. para dir.) repartindo a China. Os Estados Unidos, após a Guerra de Secessão (1861-1865), também
partiram para suas conquistas, por meio de intervenções militares na Ásia e na América Central. O
neocolonialismo enriqueceu os cofres das potências econômicas e abriu novos mercados consumidores por
todo o planeta.
Um dos marcos sobre a nova forma de colonização ocorreu na recém-unificada Alemanha, quando a
Conferência de Berlim (1884-1885) determinou as regras de partilha do continente africano entre as
potências europeias. Na Ásia, o território imperialista mais disputado era a China e sua grandeza lhe custou
caro: os europeus controlavam a maior parte dos portos chineses, destacando-se os de Hong-Kong, Xangai
e Porto Arthur. A Oceania também foi agrilhoada no processo.

2
História

Em um contexto de Revolução Industrial, a “corrida” Imperialista foi motivada pela busca por
mercados consumidores (para os produtos industrializados) e a exploração de matéria-prima (para
produção de mercadorias nas indústrias). O domínio da África e da Ásia, exercido pelos países
industrializados, teve duas principais formas: a dominação política e econômica direta (os próprios europeus
governavam); e a dominação política e econômica indireta (as elites nativas governavam). Mas como as
potências imperialistas legitimaram o domínio, a conquista, a submissão e a exploração de dois continentes
inteiros?
A principal hipótese para a legitimação do domínio imperialista europeu sobre a África e a Ásia foi a
utilização ideológica de teorias raciais europeias provenientes do século XIX. As que mais se destacaram
foram o evolucionismo social e o darwinismo social. O domínio colonial, a conquista e a submissão de
continentes inteiros foram legal e moralmente aceitos. Desse modo, os europeus tinham o dever de fazer
tais sociedades evoluírem. O darwinismo social se caracterizou como outra teoria que legitimou o discurso
ideológico europeu para dominar outros continentes. O darwinismo social compactuava com a ideia de que
a teoria da evolução das espécies (Darwin) poderia ser aplicada à sociedade. Tal teoria difundia o propósito
de que na luta pela vida somente as nações e as raças mais fortes e capazes sobreviveriam.
A partir de então, os europeus difundiram a ideia de que o imperialismo, ou neocolonialismo, seria uma
missão civilizatória de uma raça superior branca europeia que levaria a civilização (tecnologia, formas de
governo, religião cristã, ciência) para outros lugares. Segundo o discurso ideológico dessas teorias raciais,
o europeu era o modelo ideal/ padrão de sociedade, no qual as outras sociedades deveriam se espelhar. Para
a África e a Ásia conseguirem evoluir suas sociedades para a etapa civilizatória, seria imprescindível ter o
contato com a civilização europeia.
Hoje sabemos que o evolucionismo social e o darwinismo social não possuem nenhum embasamento
ou legitimidade científica, mas no contexto histórico do século XIX, foram ativamente utilizados para
legitimar o imperialismo, ou seja, a submissão, o domínio e a exploração de continentes inteiros.

3
História

Exercícios

1. Sobre a Segunda Revolução Industrial é INCORRETO afirmar que:


a) implementou nas indústrias as linhas de montagens, esteiras rolantes e o método de
racionalização da produção em massa, chamado de fordismo.
b) possibilitou o desenvolvimento de grandes indústrias e concentrações econômicas, que
culminaram nos “holdings”, trustes e cartéis.
c) a utilização da energia elétrica e do petróleo possibilitaram a intensificação do desenvolvimento
tecnológico, permitindo a sua produção em grande escala.
d) estabeleceu uma nova e acirrada disputa entre as grandes potências industriais que buscavam o
aumento de seus lucros e uma saída para seus excedentes de produção e capitais.
e) caracterizou-se pelos avanços ultra rápidos, que resultaram na obsolescência também veloz
especialmente na microeletrônica, na robótica industrial, na química fina e na biotecnologia.

2. Leia o texto e, a seguir, aponte a alternativa que se adeque à sua interpretação:


“A máquina a vapor, tornando possível o uso da energia em todos os artifícios mecânicos, em
quantidades maiores do que qualquer outra coisa conseguiria realizar no passado, foi a chave para
tudo o que ocorreu em seguida, sob o nome de Revolução Industrial. A face do mundo mudou mais
drasticamente (e mais rapidamente) do que em qualquer outra época desde a invenção da agricultura,
cerca de 10 mil anos antes.”
(ASIMOV, I. Cronologia das Ciências e das Descobertas. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1993, p. 395).

a) O autor acentua o caráter prejudicial da máquina a vapor para a agricultura.


b) Segundo o texto, a máquina a vapor foi decisiva para o advento da Revolução Industrial, já que
este foi o primeiro dispositivo tecnológico que realizou uma transformação profunda no âmbito
da produção.
c) O autor aponta o caráter negativo da mudança drástica e rápida que a Revolução Industrial
provocou no mundo contemporâneo.
d) Segundo o texto, a máquina a vapor era eficiente porque funcionava à base de eletricidade.
e) O texto indica que a agricultura, durante 10.000 anos, impediu que a indústria se desenvolvesse.

4
História

3. Leio o texto a seguir:


“O fato marcante da Revolução Industrial foi o de ela ter iniciado uma era de produção em massa para
atender às necessidades das massas. Os assalariados já não são mais pessoas trabalhando
exaustivamente para proporcionar o bem-estar de outras pessoas; são eles mesmos os maiores
consumidores dos produtos que as fábricas produzem. A grande empresa depende do consumo de
massa. Em um livre mercado, não há uma só grande empresa que não atenda aos desejos das massas.
A própria essência da atividade empresarial capitalista é a de prover para o homem comum. Na
qualidade de consumidor, o homem comum é o soberano que, ao comprar ou ao se abster de comprar,
decide os rumos da atividade empresarial.”
(MISES, L. Von. Fatos e mitos sobre a Revolução Industrial.)

De acordo com o economista austríaco, L. Von Mises, a importância das massas de trabalhadores
assalariados para a consolidação da Revolução Industrial consiste:
a) no fato de terem sido explorados pelos industriais capitalistas que compravam sua força de
trabalho e não pagavam o que era proporcional a essa força.
b) no caráter defensivo dos sindicatos que essas massas de trabalhadores formaram nesta época.
c) no caráter inexpressivo do consumo dos trabalhadores, já que a indústria não precisava, na
Inglaterra do século XIX, de seu mercado consumidor interno.
d) no fato de ser a própria massa de trabalhadores, que também era o contingente populacional dos
grandes centros urbanos, a massa de consumidores que demandavam os produtos
industrializados.
e) no fato de o homem comum, apontado no texto, ter ser tornado soberano e instituído um regime
político anarquista após a Revolução Industrial.

4. Sobre a inovação tecnológica no sistema fabril na Inglaterra do século XVIII, é correto afirmar que ela:
a) foi adotada não somente para promover maior eficácia da produção, como também para realizar
a dominação capitalista, na medida que as máquinas submeteram os trabalhadores a formas
autoritárias de disciplina e a uma determinada hierarquia.
b) ocorreu graças ao investimento em pesquisa tecnológica de ponta, feito pelos industriais que
participaram da Revolução Industrial.
c) nasceu do apoio dado pelo Estado à pesquisa nas universidades.
d) deu-se dentro das fábricas, cujos proprietários estimulavam os operários a desenvolver novas
tecnologias.
e) foi única e exclusivamente o produto da genialidade de algumas gerações de inventores, tendo
sido adotada pelos industriais que estavam interessados em aumentar a produção e, por
conseguinte, os lucros.

5
História

5. Dentre as consequências sociais forjadas pela Revolução Industrial pode-se mencionar:


a) o desenvolvimento de uma camada social de trabalhadores, que destituídos dos meios de
produção, passaram a sobreviver apenas da venda de sua força de trabalho.
b) a melhoria das condições de habitação e sobrevivência para o operariado, proporcionada pelo
surto de desenvolvimento econômico.
c) a ascensão social dos artesãos que reuniram seus capitais e suas ferramentas em oficinas ou
domicílios rurais dispersos, aumentando os núcleos domésticos de produção.
d) a criação do Banco da Inglaterra, com o objetivo de financiar a monarquia e ser também, uma
instituição geradora de empregos.
e) o desenvolvimento de indústrias petroquímicas favorecendo a organização do mercado de
trabalho, de maneira a assegurar emprego a todos os assalariados.

6. A expansão imperialista das potências europeias sobre o continente africano, entre a segunda metade
do século XIX e o início do século XX, alterou as estruturas das várias nações e territórios nos quais
se manifestou. Sobre o imperialismo europeu na África, nesse contexto, é correto afirmar que:
a) justificou sua dominação na ideologia que defendia a ação europeia como uma missão
civilizadora capaz de conduzir os povos do continente a melhores condições de vida sob a tutela
europeia;
b) buscou a integração econômica das áreas dominadas como produtoras de manufaturados e
exportadoras de capitais excedentes que atendessem às demandas de consumo geradas pela
expansão demográfica europeia;
c) Instituiu a dominação política e territorial sobre as áreas litorâneas e as antigas feitorias coloniais,
tendo em vista o desenvolvimento do rico comércio das rotas marítimas da África oriental;
d) promoveu os conflitos culturais no continente, ao privilegiar as culturas tradicionais nas funções
administrativas locais em detrimento das etnias europeizadas;
e) fortaleceu as lideranças tribais e o provincianismo como forma de controle social dos
contingentes demográficos nativos majoritários frente aos europeus.

6
História

7. Não há livro didático, prova de vestibular ou resposta correta do Enem que não atribua a miséria e os
conflitos internos da África a um fator principal: a partilha do continente africano pelos europeus.
Essas fronteiras teriam acotovelado no mesmo território diversas nações e grupos étnicos, fazendo o
caos imperar na África. Porém, guerras entre nações rivais e disputas pela sucessão de tronos
existiam muito antes de os europeus atingirem o interior da África. Graves conflitos étnicos
aconteceram também em países que tiveram suas fronteiras mantidas pelos governos europeus. É
incrível que uma teoria tão frágil e generalista tenha durado tanto – provavelmente isso acontece
porque ela serve para alimentar a condescendência de quem toma os africanos como “bons
selvagens” e tenta isentá-los da responsabilidade por seus problemas.
NARLOCH, Leandro. Guia politicamente incorreto da história do mundo, 2013. Adaptado.

A partir da leitura do texto, é correto afirmar que:

a) as desigualdades sociais e econômicas no mundo atual originam-se exclusivamente das


contradições materiais do capitalismo.
b) o conhecimento histórico que privilegia a “óptica dos vencidos” apresenta um grau superior de
objetividade científica.
c) na relação entre diferentes etnias, o etnocentrismo é um fenômeno antropológico exclusivo dos
países ocidentais modernos.
d) para explicar a existência dos atuais conflitos étnicos na África, é necessário resgatar os
pressupostos da ideologia colonialista.
e) a tese filosófica sobre um “estado de natureza” livre e pacífico é insuficiente para explicar os
conflitos étnicos atuais na África.

8. Em nome do direito de viver da humanidade, a colonização, agente da civilização, deverá tomar a seu
encargo a valorização e a circulação das riquezas que possuidores fracos detenham sem benefício
para eles próprios e para os demais. Age-se, assim, para o bem de todos. (...) [A Europa] está no
comando e no comando deve permanecer.
(Albert Sarrault, Grandeza y servidumbres coloniales Apud Hector Bruit, O imperialismo, 1987, p. 11)

A partir do fragmento, é correto afirmar que


a) a partilha afro-asiática da segunda metade do século XIX, liderada pela Inglaterra e França, fruto
da expansão das relações capitalistas de produção, garantiu o controle de matérias primas
estratégicas para a indústria e a colonização como missão civilizatória da raça branca superior.
b) o velho imperialismo do século XVI foi produto da revolução comercial pela procura de novos
produtos e mercados para Portugal e Espanha que, por meio do exclusivo metropolitano e do
direito de colonização sobre os povos inferiores, validando os super lucros da exploração colonial.
c) o novo imperialismo da primeira metade do século XIX, na África e Oceania, consequência do
capitalismo comercial, impôs o monopólio da produção colonial, em especial, para a Grã- Bretanha
que, de forma pacífica, defendeu o direito de colonização sobre os povos inferiores.
d) o colonialismo do século XVI, na África e Ásia, tornou essas regiões fontes de matérias primas e
mercados para a Europa, em especial, Alemanha e França, que por meio da guerra, submeteram
os povos inferiores e promoveram a industrialização africana.
e) a exploração da África e da Ásia na segunda metade do século XVII, pelas grandes potências
industriais, foi um instrumento eficaz para a missão colonizadora daquelas áreas atrasadas e
ampliou o domínio europeu em nome do progresso na medida em que implantou o monopólio
comercial.

7
História

9. A partilha da África entre os países europeus, no final do século XIX,


a) buscou conciliar os interesses de colonizadores e colonizados, valorizando o diálogo e a
negociação política.
b) respeitou as divisões políticas e as diferenças étnicas então existentes no continente africano.
c) ignorou os laços comerciais, políticos e culturais até então existentes no continente africano.
d) privilegiou, com a atribuição de maiores áreas coloniais, os países que haviam perdido colônias
em outras partes do mundo.
e) afetou apenas as áreas litorâneas, sem interferir no Centro e no Sul do continente africano.

10. Três décadas – de 1884 a 1914 – separam o século XIX – que terminou com a corrida dos países
europeus para a África e com o surgimento dos movimentos de unificação nacional na Europa – do
século XX, que começou com a Primeira Guerra Mundial. É o período do Imperialismo, da quietude
estagnante na Europa e dos acontecimentos empolgantes na Ásia e na África.
ARENDT, H. As origens do totalitarismo. São Paulo Cia. das Letras, 2012.

O processo histórico citado contribuiu para a eclosão da Primeira Grande Guerra na medida em que
a) difundiu as teorias socialistas.
b) acirrou as disputas territoriais.
c) superou as crises econômicas.
d) multiplicou os conflitos religiosos.
e) conteve os sentimentos xenófobos.

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História

Gabarito

1. E
As tecnologias citadas emergem com a terceira revolução industrial, já no século XX.

2. B
A máquina a vapor permitiu o aumento significativo da produção, tornando-a mais eficaz e capaz de
confeccionar mais produtos em um tempo bem menor do que aquele que era gasto no trabalho
manufaturado ou artesanal.

3. D
O economista Von Mises não partilha da teoria da exploração e da mais valia, desenvolvida por Karl Marx,
cujos conceitos estão expressos na alternativa A, sendo assim, esta alternativa está errada. O texto de
Mises não menciona os sindicatos de trabalhadores e seu papel neste contexto (o que elimina a letra B)
e nem sugere que o homem comum era um soberano do ponto de vista político, mas sim do ponto de
vista econômico (invalidando, portanto, as letras C e E). A letra D está correta porque assinala o fato de
ser a própria massa de trabalhadores a mesma massa de consumidores que demandam os produtos
industrializados.

4. A
A inovação tecnológica no ambiente fabril tem uma série de consequências ao trabalho como, por
exemplo, o processo de alienação do mesmo.

5. A
A Revolução industrial marca a emergência de suas classes sociais antagônicas: a burguesia (dona dos
meios de produção) e o proletariado (que vende sua força de trabalho, em troca de um salário, para
sobreviver).

6. A
A missão civilizatória, que defendia uma Europa superior aos demais povos, justificava as reais
pretensões econômicas das potências europeias envolvidas na corrida imperialista.

7. E
É preciso compreender o cenário atual da África levando em consideração não só as consequências do
Imperialismo para o continente, mas também as disputas ali existentes antes da chegada do Europeu.

8. A
A motivação econômica (com a Segunda Revolução Industrial) e a justificativa ideológica (missão
civilizatório do branco europeu) impulsionaram e justificaram o Imperialismo.

9. C
O completo desrespeito e opressão aos traços culturais africanos e asiáticos impacta o continente até
os dias atuais.

9
História

10. B
Tais disputas das potências Europeias por territórios no continente africano e asiático contribuíram para
o cenário de tensão que vai culminar na primeira guerra mundial.

10
Literatura

Semana de Arte Moderna e Modernismo: 1ª fase


Resumo

Antecedentes da “revolução” estética


No início do século XX, apesar de algumas inovações dos pré-modernos, a literatura brasileira ainda
bebia nas fontes da tradição e do purismo das tendências clássicas, na essência e na linguagem,
principalmente com consonância com a linha parnasiana. Novas proposições estéticas eram raras e a arte
brasileira estava atrasada em relação aos movimentos das Vanguardas Europeias.
A mudança urgia, para que a arte do Brasil não ficasse para trás. Intelectuais brasileiros que tiveram
contato com ideias vanguardistas pretendiam realizar uma mudança drástica, mas encontraram grandes
obstáculos entre os tradicionalistas acadêmicos da arte. O jornalista Oswald de Andrade, que regressou da
Europa em 1912, foi um dos pioneiros a divulgar, através da imprensa paulista, os ideais de renovação
artística. “Nós não sabemos o que queremos, mas sabemos o que não queremos”, afirmava Andrade: jovens
escritores se organizaram para agredir o tradicionalismo do qual a Academia Brasileira de Letras era
representante. As ideias de atualização e renovação começaram a circular no ambiente artístico e, em janeiro
de 1921, O Correio Paulistano publicou um texto de Menotti Del Pecchia no qual se expunham as novas
diretrizes do novo grupo de escritores.

A Semana de Arte Moderna


A Semana de Arte moderna foi uma agressiva reação contra a monotonia sufocante das convenções
que regiam as artes — pintura, escultura, literatura, música. Ela serviu para que artistas se unissem em prol
de uma mesma causa, encorajando a cada um a ousar mais, a pensar criativa e independentemente.
Nos dias 13, 15 e 17 de Fevereiro de 1922, realizou-se, no Teatro Municipal de São Paulo, a Semana
de Arte Moderna, organizada por Mário de Andrade, Oswald de Andrade, Paulo Prado, Graça Aranha, Menotti
del Pecchia, Di Cavalcanti, Ronald Carvalho, entre outros escritores, músicos e pintores.
A Semana de Arte Moderna, apesar de ter sofrido duras críticas, obteve êxito e atingiu seus objetivos:
• divulgar os ideais de uma nova geração de artistas que lutava pela renovação da arte brasileira,
rejeitando o tradicionalismo e as convenções antiquadas;
• impulsionar decisivamente a atualização da cultura no Brasil;
• levar o país ao alinhamento com as novas coordenadas culturais, políticas e socioeconômicas da
nova era: o mundo moderno — técnica, mecanização e velocidade.

1
Literatura

Revistas e Manifestos Brasileiros


A propagação dos princípios estéticos e a difusão das propostas de renovação artísticas, que foram
apresentados na Semana de Arte moderna, serviram de alicerce consistente para a incorporação do
modernismo no Brasil. Por meio de revistas e manifestos, grupos de diversos estados brasileiros aderiram
às novas ideias do fazer artístico.

• Revista Klaxon (1922): publicação do grupo paulista da Semana de Arte Moderna, contou com nove
edições contendo artigos críticos, anúncios, gravuras, crônicas, etc. Klaxon é uma palavra de origem
francesa e significa buzina.

• Manifesto da poesia Pau-Brasil (1924): organizada pelo grupo Pau-Brasil (Oswald de Andrade, Tarsila
do Amaral, Alcântara Machado, Raul Blopp e Mário Andrade), defendeu o apego ao que era simples, ao
primitivismo e a crítica ao nacionalismo ufanista. A obra mais famosa dessa corrente foi o livro Pau-
Brasil, de Oswald de Andrade.
• Revista Belo Horizonte (1925): teve apenas três publicações (de julho de 1925 a janeiro de 1926). Seu
objetivo era deixar os mineiros atualizados acerca das novas tendências. Era organizada por Carlos
Drummond de Andrade e colaboradores.
• Grupo Verde-Amarelo (1925): composto por Menotti del Picchia, Plínio Salgado, Guilherme de Almeida,
e Cassiano Ricardo. Fazia oposição ao grupo Pau-Brasil. Acreditavam num nacionalismo primitivo de
tendência ufanista. Em 1929, transformou-se em grupo Anta. a obra mais representativa dessa corrente
é Martim Cererê, livro de Cassiano Ricardo.
• Manifesto Regionalista (1926): organizado pelo grupo de Recife sob o comando de Gilberto Freire. Foi
apresentado no primeiro Congresso Brasileiro de Regionalismo, em Recife.
• Revista Festa (1927): Publicada no Rio de Janeiro e organizada por Tasso da silveira, Murilo Araújo, Gilka
Machado, Cecília Meireles e Murilo Mendes. Rompeu com o radicalismo precursor do Modernismo e
apresentava pensamentos católicos, adaptados às temáticas modernas mais moderadas e com forte
carga espiritualista. Publicações em prosa e verso.
• Manifesta Antropofágico (1928): Foi a proposta mais radical, que propunha devorar, culturalmente, as
ideias e técnicas importadas e reinventá-las com autonomia a fim de que se pensasse em uma arte
tipicamente brasileira: transformar o importado em exportável. Foi lançado por Oswald de Andrade,
Tarsila Do Amaral e Raul Blopp.

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Literatura

As Vanguardas Europeias
• Vanguarda: Conjunto de tendências que se opõem às vigentes.
• Futurismo: Exaltação da vida moderna, culto da máquina e da velocidade; Vida urbana agitada por causa
do trabalho, o elogio da guerra é visto como única higiene possível para o mundo; desprezo pelo passado
e destruição dos meios tradicionais de expressão literária; defesa da autonomia de expressão: palavras
em liberdade, verso totalmente livre; preferência pela síntese e desconstrução da sintaxe tradicional;
desprezo pela arte clássica.
• Expressionismo: abandono do conceito clássico de beleza; Inquietação religiosa e social; deformação
do real em nome da expressividade e aumento da subjetividade; valorização do eu artístico; Excesso de
metáforas, vocabulário sugestivo.
• Cubismo: Começa na França, em 1907, com a pintura de Picasso; objetivava sugerir a coisa retratada a
partir de todos os seus ângulos possíveis; Aspecto fracionado para a representação do real; Destruição
da perspectiva natural para a sua recriação geométrica; na literatura: linguagem seca, recortada, angular,
rápida.
• Dadaísmo: Terrorismo cultural; Deboche, escárnio, humor grosseiro, niilismo (redução de tudo ao nada);
“dadá” não possui significado; destruição do presente, do passado, da sociedade; negação de tudo, pois
nada tem serventia, tentativa de abolir o futuro e a lógica; apologia do absurdo e do incoerente; antiarte;
antiliteratura.
• Espiritonovismo: fidelidade ao dever, à ordem; proposta de uma arte construtiva dentro de um novo
espírito estético; bom-senso herdado dos classicistas; surpresa ao recriar as coisas tradicionais com
uma visão moderna.
• Surrealismo: tentativa de elaborar uma nova cultura; método de escrita automática, sem preocupações
com a ordem, ilógica; liberdade de criação; o onírico é exaltado: no inconsciente, real e irreal, lógico e
ilógico coexistem perfeitamente; humor negro; anticonvencionalismo como forma de reagir contra a
realidade. Principais artistas: Salvador Dali e Frida Kahlo.

Mapa mental

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Literatura

TEXTOS DE APOIO
Os sapos


Enfunando os papos, Urra o sapo-boi:
Saem da penumbra, — “Meu pai foi rei” — “Foi!”
Aos pulos, os sapos. — “Não foi!” — “Foi!” — “Não foi!”
A luz os delumbra. —
— Brada em um assomo
Em ronco que a terra, O sapo-tanoeiro:
Berra o sapo-boi: — “A grande arte é como
— “Meu pai foi à guerra!” Lavor de joalheiro
— “Não foi!” — “Foi!” — “Não foi!” —
— Ou bem de estatutário.
O sapo-tanoeiro Tudo quanto é belo,
Parnasiano aguado, Tudo quanto é vário,
Diz: — ” Meu cancioneiro Canta no martelo.”
É bem martelado. —
— Outros, sapos-pipas
Vede como primo (Um mal em si cabe),
Em comer os hiatos! Falam pelas tripas:
Que arte! E nunca rimo –“Sei!” — “Não sabe!” — “Sabe!”
Os termos cognatos. —
— Longe dessa grita,
O meu verso é bom Lá onde mais densa
Frumento sem joio. A noite infinita
Faço rimas com Verte a sombra imensa;
Consoantes de apoio. —
— Lá, fugido ao mundo,
Vai por cinquenta anos Sem glória, sem fé,
Que lhes dei a norma No perau profundo
Reduzi sem danos E solitário, é
A formas a forma. —
— Que soluças tu,
Clame a saparia Transido de frio,
Em críticas céticas: Sapo-cururu
Não há mais poesia, Da beira do rio…
Mas há artes poéticas…” Manuel Bandeira

4
Literatura

O Modernismo: 1ª Fase
A 1ª fase do Modernismo, ou também chamada de “fase heroica”, é considerada de suma importância
para a literatura e as outras manifestações de arte, principalmente, porque foi impulsionada após a Semana
de Arte Moderna, em 1922. A relevância desse novo momento para a construção da identidade brasileira é
ímpar. Isso se justifica porque, comparando aos movimentos literários anteriores, do século XIX, nota-se
que a forma, a linguagem e a temática ainda estavam muito vinculadas aos modelos europeus e o
Modernismo quer, justamente, negar os valores da sociedade patriarcal e da arte mimética.
Após a influência das vanguardas europeias, que romperam padrões artísticos e desconstruíram a
imagem prototípica do belo, dá-se início à valorização da liberdade de expressão. Influenciados pela criação
artística, autores literários brasileiros sentem a necessidade de desenvolver uma poesia mais criativa e
voltada para a realidade nacional.
Neste sentido, a primeira fase do Modernismo, na poesia, tem o intuito de ajudar a construir de - forma
crítica - a identidade nacional, a partir do início do século XX.

Características do Modernismo
• Adoção de versos livres e brancos;
• Desvio das formas clássicas, como os sonetos;
• Valorização da linguagem coloquial;
• Nacionalismo crítico;
• Pluralidade cultural, fruto da miscigenação;
• Valorização do cotidiano;
• Dessacralização da arte;
• Liberdade artística;
• Poesia sintética;
• Tom prosaico;
• Valorização da originalidade.

Na poesia, os principais autores são Oswald de Andrade (criador do “Manifesto Pau Brasil” e do
“Manifesto Antropofágico”) e Manuel Bandeira. Já na prosa, destacam-se Mário de Andrade (autor de
“Macunaíma”) e Antônio de Alcântara Machado.

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Literatura

TEXTOS DE APOIO
TEXTO 1

Poética
Estou farto do lirismo comedido
Do lirismo bem comportado
Do lirismo funcionário público com livro de ponto expediente
protocolo e manifestações de apreço ao Sr. diretor.
Estou farto do lirismo que pára e vai averiguar no dicionário
o cunho vernáculo de um vocábulo.
Abaixo os puristas
Todas as palavras sobretudo os barbarismos universais
Todas as construções sobretudo as sintaxes de exceção
Todos os ritmos sobretudo os inumeráveis
Estou farto do lirismo namorador
Político
Raquítico
Sifilítico
De todo lirismo que capitula ao que quer que seja
fora de si mesmo
De resto não é lirismo
Será contabilidade tabela de co-senos secretário do amante
exemplar com cem modelos de cartas e as diferentes
maneiras de agradar às mulheres, etc
Quero antes o lirismo dos loucos
O lirismo dos bêbedos
O lirismo difícil e pungente dos bêbedos
O lirismo dos clowns de Shakespeare

- Não quero mais saber do lirismo que não é libertação.


(Manuel Bandeira)

TEXTO 2
3 de maio
Aprendi com meu filho de dez anos
Que a poesia é a descoberta
Das coisas que nunca vi
(Oswald de Andrade)

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Literatura

TEXTO 3
Descobrimento
Abancado à escrivaninha em São Paulo
Na minha casa da rua Lopes Chaves
De supetão senti um friúme por dentro.
Fiquei trêmulo, muito comovido
Com o livro palerma olhando pra mim.

Não vê que me lembrei que lá no Norte, meu Deus!


muito longe de mim
Na escuridão ativa da noite que caiu
Um homem pálido magro de cabelo escorrendo nos olhos,
Depois de fazer uma pele com a borracha do dia,
Faz pouco se deitou, está dormindo.

Esse homem é brasileiro que nem eu.


(Mário de Andrade)

TEXTO 4
O capoeira
- Que apanhá, sordado?
- O que?
- Que apanhá?
Pernas e cabeças na calçada.
(Oswald de Andrade)

7
Literatura

Exercícios

1.

AMARAL, Tarsila do. O mamoeiro. 1925, óleo sobre tela, 65x70, IEB//USP.

O modernismo brasileiro teve forte influência das vanguardas europeias. A partir da Semana de Arte
Moderna, esses conceitos passaram a fazer parte da arte brasileira definitivamente. Tomando como
referência o quadro O mamoeiro, identifica-se que, nas artes plásticas, a
a) imagem passa a valer mais que as formas vanguardistas.
b) forma estética ganha linhas retas e valoriza o cotidiano.
c) natureza passa a ser admirada como um espaço utópico.
d) imagem privilegia uma ação moderna e industrializada.
e) forma apresenta contornos e detalhes humanos.

8
Literatura

2. Sobre a exposição de Anita Malfatti, em 1917, que muito influenciaria a Semana de Arte Moderna,
Monteiro Lobato escreveu, em artigo intitulado Paranóia ou Mistificação:
Há duas espécies de artistas. Uma composta dos que vêem as coisas e em conseqüência fazem arte
pura, guardados os eternos ritmos da vida, e adotados, para a concretização das emoções estéticas,
os processos clássicos dos grandes mestres. (...) A outra espécie é formada dos que vêem
anormalmente a natureza e a interpretam à luz das teorias efêmeras, sob a sugestão estrábica das
escolas rebeldes, surgidas cá e lá como furúnculos da cultura excessiva. (...). Estas considerações são
provocadas pela exposição da sra. Malfatti, onde se notam acentuadíssimas tendências para uma
atitude estética forçada no sentido das extravagâncias de Picasso & cia.
O Diário de São Paulo, dez./1917.

Em qual das obras abaixo identifica-se o estilo de Anita Malfatti criticado por Monteiro Lobato no
artigo?
a) Acesso a Monte Serrat – c) A Santa Ceia e) A Boba
Santos

b) Vaso de flores d) Nossa Senhora Auxiliadora e


Dom Bosco

9
Literatura

3. O trovador
Sentimentos em mim do asperamente
dos homens das primeiras eras…
As primaveras do sarcasmo
intermitentemente no meu coração arlequinal…
Intermitentemente…
Outras vezes é um doente, um frio
na minha alma doente como um longo som redondo…
Cantabona! Cantabona!
Dlorom…
Sou um tupi tangendo um alaúde!
ANDRADE, M. In: MANFIO, D. Z. (Org.) Poesias completas de Mário de Andrade.
Belo Horizonte: Itatiaia, 2005.

Cara ao Modernismo, a questão da identidade nacional é recorrente na prosa e na poesia de Mário de


Andrade. Em O trovador, esse aspecto é
a) abordado subliminarmente, por meio de expressões como “coração arlequinal” que, evocando o
carnaval, remete à brasilidade.
b) verificado já no título, que remete aos repentistas nordestinos, estudados por Mário de Andrade
em suas viagens e pesquisas folclóricas.
c) lamentado pelo eu lírico, tanto no uso de expressões como “Sentimentos em mim do
asperamente” (v. 1), “frio” (v. 6), “alma doente” (v. 7), como pelo som triste do alaúde “Dlorom” (v.
9).
d) problematizado na oposição tupi (selvagem) x alaúde (civilizado), apontando a síntese nacional
que seria proposta no Manifesto Antropófago, de Oswald de Andrade.
e) exaltado pelo eu lírico, que evoca os “sentimentos dos homens das primeiras eras” para mostrar
o orgulho brasileiro por suas raízes indígenas.

4. “O modernismo de 1922 quisera-se atual (aberto ao mundo) e nacional (ficando no solo pátrio), porém,
na prática, levou algum tempo até concretizar-se plenamente esse sonho bicéfalo. O fruto maduro da
semente então plantada foi a Antropofagia oswaldiana, para a formulação da qual a pintura de Tarsila,
sua companheira, contribui em primeiríssima linha, sobretudo a partir de 1924. Para Oswald, o Brasil,
rico de sua própria seiva (…), necessitava assumir a urgência de uma estratégia regeneradora.”
(PONTUAL, Roberto. In.: Modernidade: arte brasileira do século XX. São Paulo: MEC/MAM, 1988. p. 26.)

O texto acima aponta uma estratégia regeneradora para o movimento modernista. Assinale a
alternativa que indica essa estratégia regeneradora proposta por Oswald de Andrade.
a) Absorver as novidades da vanguarda européia, porém expressando a realidade brasileira.
b) Romper com os padrões de pensamento dos modernistas europeus.
c) Valorizar o pensamento racional e o caráter científico na estrutura da pintura.
d) Importar passivamente os modelos surrealista e cubista das vanguardas européias.
e) Apropriar-se da estética naturalista e da concepção positivista da cultura.

10
Literatura

5.

LEIRNER, N. Tronco com cadeira (detalhe), 1964. Disponível em: http://www.itaucultural.org.br. Acesso em: 27 jul. 2010.
(Foto: Reprodução/Enem)

Nessa estranha dignidade e nesse abandono, o objeto foi exaltado de maneira ilimitada e ganhou um
significado que se pode considerar mágico. Daí sua “vida inquietante e absurda”. Tornou-se ídolo e,
ao mesmo tempo, objeto de zombaria. Sua realidade intrínseca foi anulada.
JAFFÉ, A. O simbolismo nas artes plásticas. In : JUNG, C. G. (org.). O homem e os seus símbolos . Rio de Janeiro: Nova
Fronteira, 2008

A relação observada entre a imagem e o texto apresentados permite o entendimento da intenção de


um artista contemporâneo. Neste caso, a obra apresenta características
a) funcionais e de sofisticação decorativa.
b) futuristas e do abstrato geométrico.
c) construtivistas e de estruturas modulares.
d) abstracionistas e de releitura do objeto.
e) figurativas e de representação do cotidiano.

6. Após estudar na Europa, Anita Malfatti retornou ao Brasil com uma mostra que abalou a cultura
nacional do início do século XX. Elogiada por seus mestres na Europa, Anita se considerava pronta
para mostrar seu trabalho no Brasil, mas enfrentou as duras críticas de Monteiro Lobato. Com a
intenção de criar uma arte que valorizasse a cultura brasileira, Anita Malfatti e outros modernistas:
a) buscaram libertar a arte brasileira das normas acadêmicas europeias, valorizando as cores, a
originalidade e os temas nacionais.
b) defenderam a liberdade limitada de uso da cor, até então utilizada de forma irrestrita, afetando a
criação artística nacional.
c) representavam a ideia de que a arte deveria copiar fielmente a natureza, tendo como finalidade a
prática educativa.
d) mantiveram de forma fiel a realidade nas figuras retratadas, defendendo uma liberdade artística
ligada à tradição acadêmica.
e) buscaram a liberdade na composição de suas figuras, respeitando limites de temas abordados.

11
Literatura

7.

MUSEU DA LÍNGUA PORTUGUESA. Oswald de Andrade: o culpado de tudo. 27 set.2011 a 29 jan. 2012. São Paulo: Prof.
Gráfica. 2012. (Foto: Reprodução)

O poema de Oswald de Andrade remonta à ideia de que a brasilidade está relacionada ao futebol.
Quanto à questão da identidade nacional, as anotações em torno dos versos constituem:
a) direcionamentos possíveis para uma leitura crítica de dados histórico-culturais.
b) forma clássica da construção poética brasileira.
c) rejeição à ideia do Brasil como o país do futebol.
d) intervenções de um leitor estrangeiro no exercício de leitura poética.
e) lembretes de palavras tipicamente brasileiras substitutivas das originais.

12
Literatura

8. Vei, a Sol
Ora o pássaro careceu de fazer necessidade, fez e o herói ficou escorrendo sujeira de urubu. Já era de
madrugadinha e o tempo estava inteiramente frio. Macunaíma acordou tremendo, todo lambuzado.
Assim mesmo examinou bem a pedra mirim da ilhota para vê si não havia alguma cova com dinheiro
enterrado. Não havia não. Nem a correntinha encantada de prata que indica pro escolhido, tesouro de
holandês. Havia só as formigas jaquitaguas ruivinhas. Então passou Caiuanogue, a estrela da manhã.
Macunaíma já meio enjoado de tanto viver pediu pra ela que o carregasse pro céu. Caiuanogue foi se
chegando porém o herói fedia muito.

— Vá tomar banho! — ela fez. E foi-se embora.

Assim nasceu a expressão “Vá tomar banho” que os brasileiros empregam se referindo a certos
imigrantes europeus.
ANDRADE, M. Macunaíma: o herói sem nenhum caráter. Rio de Janeiro: Agir, 2008.

O fragmento de texto faz parte do capítulo VII, intitulado “Vei, a Sol”, do livro Macunaíma, de Mário de
Andrade, pertencente à primeira fase do Modernismo brasileiro. Considerando a linguagem
empregada pelo narrador, é possível identificar
a) resquícios do discurso naturalista usado pelos escritores do século XIX.
b) ausência de linearidade no tratamento do tempo, recurso comum ao texto narrativo da primeira
fase modernista.
c) referência à fauna como meio de denunciar o primitivismo e o atraso de algumas regiões do país.
d) descrição preconceituosa dos tipos populares brasileiros, representados por Macunaíma e
Caiuanogue.
e) uso da linguagem coloquial e de temáticas do lendário brasileiro como meio de valorização da
cultura popular nacional.

13
Literatura

9. NAMORADOS
"O rapaz chegou-se para junto da moça e disse:
- Antônia, ainda não me acostumei com o seu
[corpo, com a sua cara.
A moça olhou de lado e esperou.
- Você não sabe quando a gente é criança e de
[repente vê uma lagarta listrada?
A moça se lembrava:
- A gente fica olhando...
A meninice brincou de novo nos olhos dela.
O rapaz prosseguiu com muita doçura:
- Antônia, você parece uma lagarta listrada.
A moça arregalou os olhos, fez exclamações.
O rapaz concluiu:
- Antônia, você é engraçada! Você parece louca."
(Manuel Bandeira. "Poesia completa & prosa". Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1985.)

No poema de Bandeira, importante representante da poesia modernista, destaca-se como


característica da escola literária dessa época
a) a reiteração de palavras como recurso de construção de rimas ricas.
b) a utilização expressiva da linguagem falada em situações do cotidiano.
c) a criativa simetria de versos para reproduzir o ritmo do tema abordado.
d) a escolha do tema do amor romântico, caracterizador do estilo literário dessa época.
e) o recurso ao diálogo, gênero discursivo típico do Realismo.

14
Literatura

10. “Poética”, de Manuel Bandeira, é quase um manifesto do movimento modernista brasileiro de 1922.
No poema, o autor elabora críticas e propostas que representam o pensamento estético predominante
na época.

Poética
Estou farto do lirismo comedido
Do lirismo bem comportado
Do lirismo funcionário público com livro de ponto expediente
protocolo e manifestações de apreço ao Sr. diretor.
Estou farto do lirismo que pára e vai averiguar no dicionário
o cunho vernáculo de um vocábulo.
Abaixo os puristas
[...]
Quero antes o lirismo dos loucos
O lirismo dos bêbedos
O lirismo difícil e pungente dos bêbedos
O lirismo dos clowns de Shakespeare

- Não quero mais saber do lirismo que não é libertação.


(BANDEIRA, Manuel. Poesia completa e prosa. Rio de janeiro: José Aguilar, 1974)

Com base na leitura do poema, podemos afirmar corretamente que o poeta:


a) Critica o lirismo louco do movimento modernista.
b) Critica todo e qualquer lirismo na literatura.
c) Propõe o retorno ao lirismo do movimento clássico.
d) Propõe o retorno do movimento romântico.
e) Propõe a criação de um novo lirismo.

15
Literatura

Gabarito

1. B
Baseando-se na imagem, percebemos que não há uma preocupação com fidelidade de representar de
forma realista as figuras pintadas. Os traços apresentam muitos elementos cubistas, angulosos e
geométricos. A temática é de elementos do cotidiano.

2. E
A única imagem que foge dos padrões estéticos anteriores ao Modernismo é a representada na
alternativa E, por suas formas angulosas e deformadas.

3. D
O Manifesto Antropofágico tinha como objetivo deglutir e aglutinar as características e correntes
europeias para que se tivesse uma arte legítima brasileira, sem imitações.

4. A
A alternativa apresenta as características do Movimento Antropofágico.

5. D
A imagem mostra a intervenção e ressignificação de um objeto do cotidiano, a cadeira. É abstrata na
medida em que se relaciona ao Dadaísmo.

6. A
A proposta do Modernismo era a valorização da brasilidade, contrapondo-se às estéticas que vigoravam
até então e valorizavam elementos europeus.

7. A
A inovação nesse poema de Oswald de Andrade é a presença de “comentários” sobre o que é escrito,
como em uma leitura guiada.

8. E
A alternativa se sustenta por apresentar as características do fragmento, como a utilização de lendas
para justificar o uso coloquial de uma expressão popular.

9. B
A representação da fala foi artigo importante para a expressividade da realidade no modernismo.

10. E
O eu-lírico se diz farto do lirismo “enquadrado” em preocupações dicionarísticas e propõe a criação de
um novo modelo de poesia.

16
Matemática

Equações e Inequações Trigonométricas

Resumo

Equação trigonométrica
As equações trigonométricas são equações contendo uma ou mais funções trigonométricas da variável
trigonométrica. Resolver a equação significa encontrar os valores dos arcos cujas funções trigonométricas
tornam a equação verdadeira.

3
Exemplo: sen( x ) =
2

3
Sabemos que o seno de 60° é justamente , sendo, assim, uma das soluções. Porém o seno de 120°
2
3
também vale . Repare que existem infinitos valores de x que satisfazem a equação, visto que podemos
2
dar infinitas voltas no ciclo trigonométrico. Por isso, que, geralmente, restringimos o intervalo das respostas
em uma única volta, ou seja 0 < x < 2π.

Não existe um método único para resolver todas as equações trigonométricas. No entanto, a maioria delas
pode ser transformada em outras mais simples, porém equivalentes, ou seja, de mesma solução.

Inequação Trigonométrica
Uma inequação trigonométrica é uma desigualdade, em cujas incógnitas aparecem funções trigonométricas.
Exemplo: sen(x) < 1/2
Ao trabalhar com esse tipo de inequação, normalmente é possível reduzi-la a alguma inequação conhecida,
que é chamada de inequação trigonométrica fundamental. Dá uma olhada em 6 inequações fundamentais:

I. sen x > n (sen x ≥ n):


Seja n o seno de um arco y qualquer, tal que 0 ≤ n < 1. Se sen x > n, então todo x entre y e π – y é solução
da inequação, assim como podemos ver na parte destacada de verde na figura a seguir:

A solução dessa inequação pode ser dada, no intervalo de uma só volta, como:
S = { x 𝛜 ℝ | y < x < π – y}. Para estender essa solução para o conjunto dos reais, podemos afirmar que
S = { x 𝛜 ℝ | y + 2kπ < x < π – y + 2kπ, k 𝛜 ℤ } ou S = { x | y + 2kπ < x < (2k + 1)π – y, k 𝛜 ℤ }

1
Matemática

II. sen x < n (sen x ≤ n)


Se sen x < n, então a solução é dada por dois intervalos. A figura a seguir representa essa situação:

Na primeira volta do ciclo, a solução pode ser dada como S = { x 𝛜 ℝ | 0 ≤ x ≤ y ou π – y ≤ x ≤ 2π} . No


conjunto dos reais, podemos afirmar que
S = { x 𝛜 ℝ | 2kπ ≤ x < y + 2kπ ou π – y + 2kπ ≤ x ≤ (k + 1).2π, k 𝛜 ℤ }.

III. cos x > n (cos x ≥ n)


Seja n o cosseno de um arco y, tal que – 1 < n < 1. A solução deve ser dada a partir de dois intervalos:
0 ≤ n < 1 ou – 1 < n ≤ 0.
Veja a figura a seguir:

Para que a solução dessa inequação esteja na primeira volta do ciclo trigonométrico, devemos
apresentar
S = { x 𝛜 ℝ | 0 ≤ x < y ou 2π – y ≤ x < 2π }. Para estender essa solução para o conjunto dos reais, podemos
dizer que S = { x 𝛜 ℝ | 2kπ ≤ x < π + 2kπ ou 2π – y + 2kπ < x < (k + 1).2π, k 𝛜 ℤ }.

IV. cos x < n (cos x ≤ n)


Nesses casos, há apenas um intervalo e uma única solução. Observe a figura a seguir:

2
Matemática

Na primeira volta do ciclo, a solução é S = { x 𝛜 ℝ | y < x < 2π – y}. No conjunto dos reais, a solução é
S = { x 𝛜 ℝ | y + 2kπ < x < 2π – y + 2kπ, k 𝛜 ℤ }.

V. tg x > n (tg x ≥ n)
Seja n a tangente de um arco y qualquer, tal que n > 0. Se tg x > n, há duas soluções como podemos ver
na figura:

A solução dessa inequação pode ser dada no conjunto dos reais como S = { x 𝛜 ℝ | y + 2kπ < x < π/2 +
2kπ ou y + π + 2kπ < x < 3π/2 + 2kπ}. Na primeira volta do ciclo, temos: S = { x 𝛜 ℝ | y < x < π/2 ou y + π < x
< 3π/2, k 𝛜 ℤ }.

VI. tg x < n (tg x ≤ n)


Esse caso é semelhante ao anterior. Se n > 0, temos:

3
Matemática

Na primeira volta do ciclo, temos como solução: S = { x 𝛜 ℝ | 0 ≤ x < y ou π/2 < x < y + π ou 3π/2 < x < 2π}.
No conjunto dos reais a solução é S = { x 𝛜 ℝ | kπ ≤ x < y + kπ ou π/2 + kπ < x < (k + 1).π, k 𝛜 ℤ }.

4
Matemática

Exercícios

1. Se p e q são duas soluções da equação 2sen² x − 2senx + 1 = 0 tais que sen ( p )  sen ( q ) , então o
valor da expressão sen² p − cos ² q é igual a:
a) 0.
b) 0,25.
c) 0,50.
d) 1.

2. Seja x real tal que cos x = tg x. O valor de sen x é:

3 −1
a)
2

1− 3
b)
2

5 −1
c)
2

1− 5
d)
2

3. Quantas soluções a equação cos ( 2 x − 1) = 0 tem no intervalo [0,5]? (Lembre-se que π = 3,14).

a) 1
b) 2
c) 3
d) 4
e) 0

5
Matemática

1
4. Sendo senx + cos x = , determine os possíveis valores de senx .
5
3 4
a) ou
5 5
3 4
b) − ou
5 5
3 4
c) − ou −
5 5
3 4
d) ou −
5 5
3 5
e) − ou
5 4

5. Resolva em a equação
cos sec( x) − cot g ( x) = 2sen( x) .

 2 
a) S = x  / x =  + 2k 
 3 
 2 
b) S =  x  / x =  
 3 
c) S =  x  / x = 2 + 2k 

  
d) S = x  /x= + 2k 
 6 
  
e) S =  x  / x =  + 2k 
 3 

6. O conjunto solução (S) para a inequação 2 cos ² x + cos(2 x)  2 em que 0  x  π é dado por:
  5 
S =  x  (0,  ) | 0  x  ou  x
a)  6 6 

  2 
S =  x  (0,  ) |  x  
b)  3 3 

  2 
S =  x  (0,  ) | 0  x  ou  x
c)  3 3 

  5 
S =  x  (0,  ) |  x  
d)  6 6 

S =  x  (0,  )
e)

6
Matemática

7. O conjunto solução da inequação 2sen² x − cos x −1  0 , no intervalo ]0, 2 ] é

 2 4 
a)  3 , 3 

  5 
b)  3 , 6 

  5 
c)  3 , 3 

  2   4 5 
d)  3 , 3    3 , 3 

  5   7 10 
e)  6 , 6    6 , 6 

8. A inequação sen( x) cos( x)  0 , no intervalo [0, 2 ] e x real, possui conjunto solução

    3 
a)  2 ,     2 , 2 

    3 
b)  0, 2    , 2 

  3   5 7 
c)  4 , 4    4 , 4 

 3 5   7 
d)  4 , 4    4 , 2 

    2 
e)  0, 3    3 ,  

7
Matemática

2sen² x + sen2 x  
9. A solução da inequação 0   1 , para x   0,  , é o conjunto
1 + tgx  2

 
a)  0, 4 

 
b)  0, 
 4
 
c)  0, 2 

 
d)  0, 
 2
  
e)  4 , 2 

10. Sendo x  0, 2  , a interpretação gráfica no ciclo trigonométrico para o conjunto solução da

inequação −8sen 4 x + 10sen² x − 3  0 é dada por

a) c)

b) d)

8
Matemática

Gabarito

1. B
Observe:

2. C
Observe:

3. C
Observe:
- A função tem período π.
- o primeiro zero é em π /4+1/2 = 1,29
Assim:
1,29
1,29+ π /2=2,86
2,86+ π /2=4,43
4,43+ π /2=6
3 soluções.

9
Matemática

4. B
Observe:

5. A
Observe:

6. A
Observe:

10
Matemática

7. C

11
Matemática

8. A

9. B

10. B

12
Matemática

13
Matemática

Permutação simples e com repetição


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Resumo

Permutações
Permutação simples de n objetos distintos
Dado um conjunto com n elementos distintos, chama-se permutação dos n elementos, todo arranjo desses
n elementos tomados n a n.

P = n!

Exemplo: q
Quantos são os anagramas da palavra “GRUPO”?
Como temos 5 letras:

P5 = 5! = 5.4.3.2.1 = 120

Assim, podemos escrever 120 anagramas da palavra GRUPO.

Permutação com elementos repetidos


De modo geral, se temos n elementos dos quais n1 são iguais a1 , n2 são iguais a a2 , n3 são iguais a

a3 , ... , nr são iguais a ar , o número de permutações possíveis é dado por:

( n1 , n2 , n3 ,..., nr )
n!
Pn =
n1 !n2 !n3 !...nr !

Exemplo: Quantos são os anagramas da palavra “MATEMÁTICA”?

Dentre as 10 letras, existem três que se repetem: M (2 vezes), A (3 vezes) e T (2 vezes).

(2,3,2)
10! 10.9.8.7.6.5.4.3! 10.9.8.7.6.5.4 10.9.8.7.6.5.4 604800
P10 = = = = = = 151200
2!3!2! 2!3!2! 2.1.2.1 4 4

Assim, podemos escrever 151 200 anagramas da palavra Matemática.

1
Matemática

Exercícios

1. Para cadastrar-se em um site, uma pessoa precisa escolher uma senha composta por quatro
caracteres, sendo dois algarismos e duas letras (maiúsculas ou minúsculas). As letras e os algarismos
podem estar em qualquer posição. Essa pessoa sabe que o alfabeto é composto por vinte e seis letras
e que uma letra maiúscula difere da minúscula em uma senha.
Disponível em: www.infowester.com. Acesso em: 14 dez. 2012.

O número total de senhas possíveis para o cadastramento nesse site é dado por
a)

b)

c)

d)

e)

2. O setor de recursos humanos de uma empresa vai realizar uma entrevista com 120 candidatos a uma
vaga de contador. Por sorteio, eles pretendem atribuir a cada candidato um número, colocar a lista de
números em ordem numérica crescente e usá-la para convocar os interessados. Acontece que, por
um defeito do computador, foram gerados números com 5 algarismos distintos e, em nenhum deles,
apareceram dígitos pares.
Em razão disso, a ordem de chamada do candidato que tiver recebido o número 75 913 é
a) 24
b) 31
c) 32
d) 88
e) 89

3. Um grupo é formado por oito homens e cinco mulheres. Deseja-se dispor essas oito pessoas em uma
fila, de modo que as cinco mulheres ocupem sempre as posições 1, 2, 3, 4 e 5, e os homens as posições
6, 7 e 8.

Quantas formas possíveis de fila podem ser formadas obedecendo a essas restrições?
a) 56
b) 456
c) 40320
d) 72072
e) 8648640

2
Matemática

4. Uma estudante ainda tem dúvidas quanto aos quatro últimos dígitos do número do celular de seu novo
colega, pois não anotou quando ele lhe informou, apesar de saber quais são não se lembra da ordem
em que eles aparecem. Nessas condições, pode-se afirmar que o número de possibilidades para a
ordem desses quatro dígitos é
a) 240
b) 160
c) 96
d) 24
e) 16

5. Na figura a seguir as linhas horizontais e verticais representam ruas e os quadrados representam


quarteirões. A quantidade de trajetos de comprimento mínimo ligando A a B é:

a) 40.320
b) 6.720
c) 256
d) 120
e) 56

6. Seja n a quantidade de anagramas da palavra FILOSOFIA que possuem todas as vogais juntas. Temos
que n vale:
a) 1.800
b) 3.600
c) 4.800
d) 181.440
e) 362.880

7. A vendedora de roupas está arrumando os cabines da vitrine de uma loja. Ela deve pendurar 5 camisas,
3 bermudas e 2 casacos na vitrine, de modo que cada peça fique uma ao lado da outra sem
sobreposição. Quantas são as disposições possíveis nessa arrumação, de modo que as peças de um
mesmo tipo fiquem sempre juntas, lado a lado na vitrine?
a) 20
b) 120
c) 1440
d) 4320
e) 8640

3
Matemática

8. Quantos anagramas é possível formar com a palavra CARAVELAS, não havendo duas vogais
consecutivas e nem duas consoantes consecutivas?
a) 24
b) 120
c) 480
d) 1920
e) 3840

9. O número de candidatos inscritos para realização do último vestibular de verão, em um determinado


curso, corresponde ao número de anagramas da palavra VESTIBULAR que começam por VE e
terminam por AR. Esse número é igual a:
a) 120
b) 240
c) 360
d) 540
e) 720

10. A figura mostra a planta de um bairro de uma cidade. Uma pessoa quer caminhar do ponto A ao ponto
B por um dos percursos mais curtos. Assim, ela caminhará sempre nos sentidos “de baixo para cima”
ou “da esquerda para a direita”. O número de percursos diferentes que essa pessoa poderá fazer de A
até B é:

a) 95040
b) 40635
c) 924
d) 792
e) 35

4
Matemática

Gabarito

1. E

2. E

3. C

4. D

5. E

5
Matemática

6. A
Considerando todas as vogais como uma única letra, segue que a resposta é dada por
5! 5!
P5(2)  P5(2, 2) =  = 60  30 = 1.800.
2! 2!  2!

7. E

8. C

9. E
Permutando as letras S, T, I, B, U, L, temos, uma permutação simples:
VE _ _ _ _ _ _ AR

P6 =6! = 6.5.4.3.2.1= 720

10. D

6
Matemática

Princípio Fundamental da Contagem


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Resumo

Antes de começarmos a estudar análise combinatória, é fundamental sabermos o que é um fatorial.

Fatorial
O fatorial é uma operação aplicada apenas a números naturais e é definido da seguinte maneira:

𝑚. (𝑚 − 1). (𝑚 − 2). … .3.2.1, 𝑝𝑎𝑟𝑎 𝑚 ≥ 2


𝑚! = { 0! = 1
1! = 1

Ex.:
2! = 2 . 1 = 2
3! = 3. 2. 1 = 6
5! = 5. 4. 3. 2. 1 = 120

Princípio fundamental da contagem


Essa técnica básica de contagem visa calcular o número de possibilidades de ocorrência de um evento E,
composto por uma série de sub-eventos independentes: E1, E2, E3... Na composição do evento E, escolhe-se
apenas umas das possibilidades de cada um de seus sub-eventos.
Representamos os totais de possibilidades pelas quais os eventos podem ocorrer por:
n(E): número de possibilidades do evento E
n(Ei): número de possibilidades do evento Ei
Podemos enunciar que o número de possibilidades de ocorrência do evento E é dado por:

1
Matemática

Exercícios

1. O diretor de uma escola convidou os 280 alunos de terceiro ano a participarem de uma brincadeira.
Suponha que existem 5 objetos e 6 personagens numa casa de 9 cômodos; um dos personagens
esconde um dos objetos em um dos cômodos da casa. O objetivo da brincadeira é adivinhar qual objeto
foi escondido por qual personagem e em qual cômodo da casa o objeto foi escondido.
Todos os alunos decidiram participar. A cada vez um aluno é sorteado e dá a sua resposta. As
respostas devem ser sempre distintas das anteriores, e um mesmo aluno não pode ser sorteado mais
de uma vez. Se a resposta do aluno estiver correta, ele é declarado vencedor e a brincadeira é encerrada.

O diretor sabe que algum aluno acertará a resposta porque há:


a) 10 alunos a mais do que possíveis respostas distintas.
b) 20 alunos a mais do que possíveis respostas distintas.
c) 119 alunos a mais do que possíveis respostas distintas.
d) 260 alunos a mais do que possíveis respostas distintas.
e) 270 alunos a mais do que possíveis respostas distintas.

2. Um procedimento padrão para aumentar a capacidade do número de senhas de banco é acrescentar


mais caracteres a essa senha. Essa prática, além de aumentar as possibilidades de senha, gera um
aumento na segurança. Deseja-se colocar dois novos caracteres na senha de um banco, um no início e
outro no final. Decidiu-se que esses novos caracteres devem ser vogais e o sistema conseguirá
diferenciar maiúsculas de minúsculas.
Com essa prática, o número de senhas possíveis ficará multiplicado por

a) 100.
b) 90.
c) 80.
d) 25.
e) 20.

2
Matemática

3. Um cliente de uma videolocadora tem o hábito de alugar dois filmes por vez. Quando os devolve sempre
pega outros dois filmes e assim sucessivamente. Ele soube que a videolocadora recebeu alguns
lançamentos, sendo 8 filmes de ação, 5 de comédia e 3 de drama e, por isso, estabeleceu uma
estratégia para ver todos esses 16 lançamentos. Inicialmente alugará, em cada vez, um filme de ação
e um de comédia. Quando se esgotarem as possibilidades de comédia, o cliente alugará um filme de
ação e um de drama, até que todos os lançamentos sejam vistos e sem que nenhum filme seja repetido.
De quantas formas distintas a estratégia desse cliente poderá ser posta em prática?

a) 20 . 8! + (3!)²

b) 8! . 5! . 3!

8!.5!.3!
c) 28

8!.5!.3!
d) 2²

16!
8
e) 2

4. Um banco solicitou aos seus clientes a criação de uma senha pessoal de seis dígitos, formada somente
por algarismos de 0 a 9, para acesso à conta corrente pela internet. Entretanto, um especialista em
sistemas de segurança eletrônica recomendou à direção do banco recadastrar seus usuários,
solicitando, para cada um deles, a criação de uma nova senha com seis dígitos, permitindo agora o uso
das 26 letras do alfabeto, além dos algarismos de 0 a 9. Nesse novo sistema, cada letra maiúscula era
considerada distinta de sua versão minúscula. Além disso, era proibido o uso de outros tipos de
caracteres.
Uma forma de avaliar uma alteração no sistema de senhas é a verificação do coeficiente de melhora,
que é a razão do novo número de possibilidades de senhas em relação ao antigo.
O coeficiente de melhora da alteração recomendada é

626
6
a) 10

62!
b) 10!

62!4!
c) 10!56!

d) 62!−10!

e) 626 − 106

3
Matemática

5. Um grupo de amigos, ao planejar suas férias coletivas, listou 12 cidades brasileiras que pretendem
conhecer juntos, sendo que seis ficam no litoral e seis no interior do país. O critério estabelecido foi de
alternar as férias, em cada ano, ora em cidades litorâneas, ora, em interioranas, definindo-se que, nos
próximos 12 anos, será visitada uma cidade diferente por ano. Desse modo, a quantidade de maneiras
possíveis para atender a esse critério é
a) 2.3.11.

b) 2² .3.11.

c) 2.3² .11.

d) 28 .34 .5² .

e) 29 .34 .5² .

6. No Nordeste brasileiro, é comum encontrarmos peças de artesanato constituídas por garrafas


preenchidas com areia de diferentes cores, formando desenhos. Um artesão deseja fazer peças com
areia de cores cinza, azul, verde e amarela, mantendo o mesmo desenho, mas variando as cores da
paisagem (casa, palmeira e fundo), conforme a figura.

O fundo pode ser representado nas cores azul ou cinza; a casa, nas cores azul, verde ou amarela; e a
palmeira, nas cores cinza ou verde. Se o fundo não pode ter a mesma cor nem da casa nem da palmeira,
por uma questão de contraste, então o número de variações que podem ser obtidas para a paisagem é
a) 6.
b) 7.
c) 8.
d) 9.
e) 10.

4
Matemática

7. Na ilustração abaixo, as 52 cartas de um baralho estão agrupadas em linhas com 13 cartas de mesmo
naipe e colunas com 4 cartas de mesmo valor.

Denomina-se quadra a reunião de quatro cartas de mesmo valor. Observe, em um conjunto de cinco
cartas, um exemplo de quadra:

O número total de conjuntos distintos de cinco cartas desse baralho que contêm uma quadra é igual a:
a) 624

b) 676

c) 715

d) 720

5
Matemática

8. O código de barras, contido na maior parte dos produtos industrializados, consiste num conjunto de
várias barras que podem estar preenchidas com cor escura ou não. Quando um leitor óptico passa
sobre essas barras, a leitura de uma barra clara é convertida no número 0 e a de uma barra escura, no
número 1. Observe a seguir um exemplo simplificado de um código em um sistema de código com 20
barras.

Se o leitor óptico for passado da esquerda para a direita irá ler: 01011010111010110001
Se o leitor óptico for passado da direita para a esquerda irá ler: 10001101011101011010

No sistema de código de barras, para se organizar o processo de leitura óptica de cada código, deve-
se levar em consideração que alguns códigos podem ter leitura da esquerda para a direita igual à da
direita para a esquerda, como o código 00000000111100000000, no sistema descrito acima.
Em um sistema de códigos que utilize apenas cinco barras, a quantidade de códigos com leitura da
esquerda para a direita igual à da direita para a esquerda, desconsiderando-se todas as barras claras
ou todas as escuras, é:
a) 14.
b) 12.
c) 8.
d) 6.
e) 4.

9. Uma senhora idosa foi retirar dinheiro em um caixa automático, mas se esqueceu da senha. Lembrava
que não havia o algarismo 0, que o primeiro algarismo era 8, o segundo era par, o terceiro era menor
que 5 e o quarto e último era ímpar. Qual o maior número de tentativas que ela pode fazer, no intuito de
acertar a senha?
a) 13

b) 60

c) 75

d) 78

e) 80

6
Matemática

10. Numa cidade, os números telefônicos não podem começar por zero e têm oito algarismos, dos quais
os quatro primeiros constituem o prefixo. Considere que os quatro últimos dígitos de todas as
farmácias são 0000 e que o prefixo da farmácia Vivavida é formado pelos dígitos 2, 4, 5 e 6, não
repetidos e não necessariamente nesta ordem. O número máximo de tentativas a serem feitas para
identificar o número telefônico completo dessa farmácia equivale a:
a) 6

b) 24

c) 64

d) 168

7
Matemática

Gabarito

1. A
O número total de possibilidades de uma personagem esconder um dos 5 brinquedos em um dos 9
cômodos é 6 . 5 . 9 = 270.
Já que as respostas devem ser sempre diferentes, algum aluno acertou a resposta porque “há 10 alunos
a mais do que possíveis respostas distintas”.

2. A
Temos que a nova senha será no formato:
_****_
No início e no final, usaremos apenas vogais, ou seja, 5 possibilidades. Porém, existe a diferença entre
vogais maiúsculas e minúsculas. Ou seja, agora temos 10 possiblidades: a, e, i, o, u, A, E, I, O e U.
Por fim, teremos 10 possibilidades para o início e 10 para o final:
10****10 = 100 vezes o número das senhas antigas.

3. B
Para esse cliente alugar os 16 filmes lançamentos, vão ser necessários 8 locações, pois podemos alugar
apenas 2 filmes por vez.
O número formas diferentes de alugar esse filme é dada por 8.7.6.5.4.3.2.1 = 8!
O número de formas diferentes para alugar os 5 filmes de comédia, nas 5 primeiras locações é de
5.4.3.2.1 = 5!
O número de formas diferentes para alugar os 3 filmes de drama, nas últimas 3 locações é de 3.2.1 = 3!
Logo, o número de formas distintas é de 8!.5!.3!

4. A
Antigamente, havia 10 possibilidades para cada dígito (algarismos de 0 a 9). Após a recomendação do
especialista além dessas 10 possibilidades, outras 52 seriam possíveis, sendo as 26 letras minúsculas
e as 26 maiúsculas do alfabeto. Sendo a senha composta por seis dígitos podendo ter repetição, pelo
princípio multiplicativo, havia 106 maneiras de se criar a senha, com a nova maneira esse número passa
a ser de 626. Portanto, a razão pedida é 626/106.

5. E
Temos duas sequências possíveis (I = interior e L = litoral).

6. B
Se o fundo for azul, teremos escolhas para a casa e escolhas para a palmeira. Se o fundo for cinza,
teremos escolhas para a casa e escolha para a palmeira.
Portanto, existem variações possíveis.

8
Matemática

7. A
Os conjuntos devem ser formados por 5 cartas, sendo 4 de mesmo valor e uma de outro valor qualquer.
Há 13 escolhas diferentes de quadra (quatro cartas de valor 2, quatro cartas de valor 3, e assim
sucessivamente). Para cada quadra escolhida, restam 52 4 = 48 cartas, dentre as quais 1 poderá
completar o conjunto de 5 cartas. Então, há 13 × 48 = 624 resultados distintos em que se poderá obter
uma quadra, retirando-se cinco cartas desse baralho.

8. D

9. E
1º número é 8 = 1 possibilidade
2º número é par ( pode ser 2, 4, 6, 8 ) = 4 possibilidades
3º número é menor que 6 (pode ser 1, 2, 3, 4) = 4 possibilidades
4º número é ímpar ( pode ser 1, 3, 5, 7, 9 ) = 5 possibilidades

Multiplique as possibilidades

1 . 4 . 4 . 5 = 80

10. B
Temos a seguinte configuração:
_ _ _ _ 0000
Só podemos usar 4 algarismos para o primeiro dígito e não podemos repetir.
Assim: 4.3.2.1 = 24 maneiras.

9
Matemática

Funções Trigonométricas

Resumo

Função Seno

A função seno é f: 𝑅 ⟶ 𝑅 e associa cada número real ao seu seno, ou seja, . Para montar o
seu gráfico, é importante saber que o seno varia de -1 a 1, ou seja sua imagem é o intervalo [-1,1], e os valores
notáveis:

Ângulo (em radianos) Seno

0 0

-1

Dessa forma o gráfico, chamado senoide, é da forma:

A função seno é periódica, cujo período principal é igual a .

A lei de formação geral da função é .

1
Matemática

Função Cosseno
Assim como a função seno, a função cosseno é f: 𝑅 ⟶ 𝑅 e associa cada número real ao seu cosseno, ou

seja, . O cosseno também varia entre -1 e 1, ou seja, sua imagem é o intervalo [-1,1], e seus
valores notáveis são:

Ângulo (em radianos) Cosseno


0 1

-1

Dessa forma o gráfico é uma cossenoide:

Pelo mesmo motivo da função seno, a função cosseno também é periódica e tem período principal .

A lei de formação geral da função é .

2
Matemática

Função Tangente
A função tangente associa cada número real ao seu cosseno, ou seja, f(x)=tgx. A tangente varia de a
, ou seja a imagem é 𝑅. Há restrições para x, pois como a tangente é a razão entre seno e cosseno, logo onde

o cosseno é 0 a tangente não existe, ou seja quando nos ângulos de , e seus arcos côngruos. Logo

seu domínio é

Ângulo (em radianos) Tangente


0 0

Dessa forma o gráfico, chamado tangentoide, fica:

A curva também pode ser estendida para valores menores que 0 e maiores que .A função tangente é
periódica e seu período é .

A lei de formação geral da função é .

3
Matemática

Funções Trigonométricas Compostas

Sabemos que a função tem período . Então, qual seria o período da função

, por exemplo?

O fato de a abscissa estar multiplicada por 2 faz com que seja necessária uma variação duas vezes menor
na variável para que a função complete seu ciclo. Portanto, o período dessa função é:

De maneira geral, o período de uma função trigonométrica composta é calculado dividindo-se o período da
função trigonométrica que a origina pelo módulo da constante que multiplica a variável x. Ou seja:

Com relação à construção do gráfico de uma função trigonométrica composta, devemos entender a
importância de cada constante que compõe a lei de formação dessa função.

a: desloca a função para baixo ou para cima a unidades.


b: altera a amplitude da função; atenção no caso de b ser negativo, pois, além da mudança de amplitude,
haverá, também, uma rotação em torno do eixo x.
c: altera o período da função.

d: desloca a função para a esquerda ou direita unidades.

4
Matemática

Exercícios

1. Raios de luz solar estão atingindo a superfície de um lago formando um ângulo X com a sua superfície,
conforme indica a figura.
Em determinadas condições, pode-se supor que a intensidade luminosa desses raios, na superfície
do lago, seja dada aproximadamente por I(x) = k . sen(x)
sendo k uma constante, e supondo-se que X está entre 0° e 90º.

Quando x = 30º, a intensidade luminosa se reduz a qual percentual de seu valor máximo?
a) 33%
b) 50%
c) 57%
d) 70%
e) 86%

2. Um cientista, em seus estudos para modelar a pressão arterial de uma pessoa, utiliza uma função do
tipo P(t) = A + Bcos(kt) em que A, B e K são constantes reais positivas e t representa a variável tempo,
medida em segundo. Considere que um batimento cardíaco representa o intervalo de tempo entre duas
sucessivas pressões máximas.
Ao analisar um caso específico, o cientista obteve os dados:

A função P(t) obtida, por este cientista, ao analisar o caso específico foi
a) 𝑃(𝑡) = 99 + 21 𝑐𝑜𝑠(3𝜋𝑡)
b) 𝑃(𝑡) = 78 + 42 𝑐𝑜𝑠(3𝜋𝑡)
c) 𝑃(𝑡) = 99 + 21 𝑐𝑜𝑠(2𝜋𝑡)
d) 𝑃(𝑡) = 99 + 21 𝑐𝑜𝑠(𝑡)
e) 𝑃(𝑡) = 78 + 42 𝑐𝑜𝑠(𝑡)

5
Matemática

3. Um satélite de telecomunicações, t minutos após ter atingido sua órbita, está a r quilômetros de
distância do centro da Terra. Quando r assume seus valores máximo e mínimo, diz-se que o satélite
atingiu o apogeu e o perigeu, respectivamente. Suponha que, para esse satélite, o valor de r em função
de t seja dado por:

Um cientista monitora o movimento desse satélite para controlar o seu afastamento do centro da
Terra. Para isso, ele precisa calcular a soma dos valores de r, no apogeu e no perigeu, representada
por S. O cientista deveria concluir que, periodicamente, S atinge o valor de:
a) 12 765 km.
b) 12 000 km.
c) 11 730 km.
d) 10 965 km.
e) 5 865 km.

4. Em situação normal, observa-se que os sucessivos períodos de aspiração e expiração de ar dos


pulmões em um indivíduo são iguais em tempo, bem como na quantidade de ar inalada e expelida. A
velocidade de aspiração e expiração de ar dos pulmões de um indivíduo está representada pela curva
do gráfico, considerando apenas um ciclo do processo.

Sabendo-se que, em uma pessoa em estado de repouso, um ciclo de aspiração e expiração completo
ocorre a cada 5 segundos e que a taxa máxima de inalação e exalação, em módulo, é 0,6 l/s, a
expressão da função cujo gráfico mais se aproxima da curva representada na figura é:

a) V(t)=

b) V(t)=

c) V(t)=

d) V(t)=

e) V(t)=

6
Matemática

5. Em muitas cidades, os poluentes emitidos em excesso pelos veículos causam graves problemas a
toda a população. Durante o inverno, a poluição demora mais para se dissipar na atmosfera,
favorecendo o surgimento de doenças respiratórias. Suponha que a função:

represente o número de pessoas com doenças respiratórias registrado num Centro de Saúde, com
𝑥 = 1 correspondendo ao mês de janeiro, 𝑥 = 2, o mês de fevereiro e assim por diante. A soma do
número de pessoas com doenças respiratórias registrado nos meses de janeiro, março, maio e julho
é igual a:
a) 693.
b) 720.
c) 747.
d) 774.
e) 936.

6. Se f : 𝑅 ⟶ 𝑅 é a função definida por f(x) = , então o produto do maior valor pelo menor valor
que f assume é igual a:
a) 4,5.
b) 3,0.
c) 1,5.
d) 0.

7. Um técnico precisa consertar o termostato do aparelho de ar-condicionado de um escritório, que está


desregulado. A temperatura T, em graus Celsius, no escritório, varia de acordo com a função
𝑇(ℎ) = 𝐴 + 𝐵 𝑠𝑒𝑛(12(ℎ − 12)), sendo h o tempo, medido em horas, a partir da meia-noite e A e B os
parâmetros que o técnico precisa regular. Os funcionários do escritório pediram que a temperatura
máxima fosse 26°C, a mínima 18°C, e que durante a tarde a temperatura fosse menor do que durante
a manhã.
Quais devem ser os valores de A e de B para que o pedido dos funcionários seja atendido?
a) A = 18 e B = 8
b) A = 22 e B = -4
c) A = 22 e B = 4
d) A = 26 e B = -8
e) A = 26 e B = 8

7
Matemática

8. Em 2014 foi inaugurada a maior roda-gigante do mundo, a High Roller, situada em Las Vegas. A
figura representa um esboço dessa roda-gigante, no qual o ponto A representa uma de suas cadeiras:

A partir da posição indicada, em que o segmento OA se encontra paralelo ao plano do solo, rotaciona-
se a High Roller no sentido anti-horário, em torno do ponto O. Sejam t o ângulo determinado pelo
segmento OA em relação à sua posição inicial, e f a função que descreve a altura do ponto A, em
relação ao solo, em função de t. Após duas voltas completas, f tem o seguinte gráfico:

A expressão da função altura é dada por


a) f(t) = 80sen(t) + 88
b) f(t) = 80cos(t) + 88
c) f(t) = 88cos(t) + 168
d) f(t) = 168sen(t) + 88cos(t)
e) f(t) = 88sen(t) + 168cos(t)

8
Matemática

9. Uma pessoa usa um programa de computador que descreve o desenho da onda sonora
correspondente a um som escolhido. A equação da onda é dada, num sistema de coordenadas
cartesianas, por y=a·sen[b(x + c)], em que os parâmetros a, b, c são positivos. O programa permite ao
usuário provocar mudanças no som, ao fazer alterações nos valores desses parâmetros. A pessoa
deseja tornar o som mais agudo e, para isso, deve diminuir o período da onda.
O(s) único(s) parâmetro(s) que necessita(m) ser alterado(s) é(são)
a) a.
b) b.
c) c.
d) a e b.
e) b e c.
f)

10. Seja definida por , então, é verdade que


a) A função é crescente no intervalo (−𝜋, 0], decrescente no intervalo [0, 𝜋) e não possui raízes reais.
b) A função é crescente no intervalo (−𝜋, 0], decrescente no intervalo [0, 𝜋) e possui duas raízes reais.
c) A função é decrescente no intervalo (−𝜋, 0], crescente no intervalo [0, 𝜋) e possui duas raízes reais.
d) A função é decrescente no intervalo (−𝜋, 𝜋) e não possui raízes reais.
e) A função é crescente no intervalo [0, 𝜋) e possui uma raiz real.

9
Matemática

Gabarito

1. B

2. A

3. B

4. D

10
Matemática

5. B

6. A

7. B

8. A

9. B

11
Matemática

10. A

12
Português

Figuras de linguagem

Resumo

Figuras de pensamento

Ironia: Consiste em dizer o oposto do que se pretende falar.


Exemplo: Ela não sabe escrever mesmo… Tirou 1000 na redação!

Gradação: Enumeração gradativa (que aumenta ou diminui pouco a pouco) dentro de uma mesma ideia.
Exemplo: De repente o problema se tornou menos alarmante, ficou menor, um grão, um cisco, um quase nada.

Sinestesia: É caracterizada pela combinação e mistura de diferentes sensações, provenientes de diferentes


sentidos (visão, tato, olfato, paladar e audição).
Exemplo: O cheiro doce e verde do campo lembra a minha infância.

Personificação (prosopopeia): É a atribuição de características de seres animados a seres não humanos.


Exemplo: Hoje, ao abrir a janela, o sol sorriu para mim.

Hipérbole: É um exagero de ideias.


Exemplo: “Eu nasci há 10 mil anos atrás
E não tem nada nesse mundo que eu não saiba de mais”
Raul Seixas

Antítese: É a utilização de termos que se opõem quanto ao seu sentido, ou seja, são palavras de sentidos
opostos.
Exemplo: O calor e o frio vivem em meu peito.

Paradoxo: É a utilização de termos que se opõem contraditoriamente.


Exemplo: “Amor é fogo que arde sem se ver
É ferida que dói e não se sente”
Luís de Camões

Eufemismo: É a suavização de uma ideia, de um fato.


Exemplo: O governo procederá ao reajuste de taxas. (em vez de aumento)

Figuras de construção
Elipse: É a omissão de um termo que o contexto ou a situação permitem facilmente suprimir.
Exemplo: Deste lado da estrada, montanhas e daquele, rios.

Zeugma: Essa figura de construção é uma das formas da elipse. Entretanto, consiste em participar de dois
ou mais enunciados um termo apresentado em apenas um deles.
Exemplo: Fui ao shopping e comprei uma blusa e também um casaco.

Pleonasmo: É a repetição desnecessária de palavras para enunciar uma ideia.


Exemplo: Entre já para dentro!

1
Português

A protagonista principal do filme ‘O sorriso de Monalisa’ é Julia Roberts.

Hipérbato: É a inversão da ordem direta das palavras na oração, ou da ordem das orações no período, com
finalidade expressiva.

● Ordem direta: Você ainda tem muito a aprender.

Polissíndeto: É o emprego repetitivo de conjunções coordenativas, especialmente das aditivas.


Diferentemente do assíndeto, que é um processo de encadeamento de palavras sem conjunções.
Exemplos:
"Falta-lhe o solo aos pés: recua e corre, vacila e grita, luta e ensanguenta, e rola, e tomba, e se espedaça, e
morre." - Polissíndeto.
Olavo Bilac

"Vim, vi, venci." - Assíndeto.


Júlio César

Silepse: É a concordância que se faz não com a forma gramatical das palavras, mas com o seu sentido, ou
seja, com as ideias que elas expressam.

● Gênero: Vossa excelência parece chateado.


● Número: O grupo não gostou da bronca, reagiram imediatamente.
● Pessoa: Os brasileiros somos lutadores.

Anáfora: Ocorre quando uma mesma palavra ou várias, são repetidas sucessivamente, no começo de
orações, períodos, ou em versos.
Exemplo:
“Quando não tinha nada, eu quis
Quando tudo era ausência, esperei
Quando tive frio, tremi
Quando tive coragem, liguei”
(...)
À primeira vista - Daniela Mercury

As figuras de linguagens sonoras combinam elementos sonoros porque estão relacionadas aos aspectos
fonéticos e fonológicos da linguagem. Seus objetivos são o de explorar musicalidades possíveis com as
combinações das palavras e produzir efeitos sinestésicos.
Na língua portuguesa, são elas: aliteração, assonância, paronomásia e onomatopeia.

2
Português

Aliteração
É a repetição de fonemas idênticos ou semelhantes para sugerir acusticamente algum elemento, ato,
fenômeno. Aparece como efeito estilístico em prosas poéticas ou poesias.
Exemplo:
“(...) Rato
Rato que rói a roupa
Que rói a rapa do rei do morro
Que rói a roda do carro
Que rói o carro, que rói o ferro
Que rói o barro, rói o morro
Rato que rói o rato
Ra-rato, ra-rato
Roto que ri do roto
Que rói o farrapo
Do esfarra-rapado
Que mete a ripa, arranca rabo
Rato ruim
Rato que rói a rosa
Rói o riso da moça
E ruma rua arriba
Em sua rota de rato (...)”.
(Chico Buarque)

Assonância
Segue o mesmo princípio que a aliteração, mas nesse caso as repetições sonoras são de fonemas vocálicos
idênticos ou semelhantes.
Exemplo:
“(...) A linha feminina é carimá
Moqueca, pititinga, caruru
Mingau de puba, e vinho de caju
Pisado num pilão de Piraguá.(...)”
(Gregório de Matos)

Paronomásia
É a combinação e/ou o uso de palavras que apresentam semelhança fônica ou mórfica, mas possuem
sentidos diferentes.
Exemplo:
“(...) Berro pelo aterro
Pelo desterro
Berro por seu berro
Pelo seu erro
Quero que você ganhe
Que você me apanhe.
Sou o seu bezerro
Gritando mamãe (...)”.
(Caetano Veloso)

3
Português

Onomatopeia
É uma figura de linguagem que busca reproduzir de forma aproximada palavras que representem um som
natural.
Exemplo:
Passa, tempo, tic-tac
Tic-tac, passa, hora
Chega logo, tic-tac
Tic-tac, e vai-te embora
Passa, tempo
Bem depressa
Não atrasa
Não demora
Que já estou
Muito cansado
Já perdi
Toda a alegria
De fazer
Meu tic-tac
Dia e noite
Noite e dia
Tic-tac
Tic-tac
Dia e noite
Noite e dia.
(Vinicius de Moraes)

Figuras de Palavras são as seguintes:

a) Metáfora: é a alteração do significado próprio de um palavra, advindo de uma comparação mental ou


característica comum entre dois seres ou fatos.

Ex: “ O pavão é um arco-íris de plumas” (Rubem Braga)

“Preste atenção, o mundo é um moinho/ Vai triturar teus sonhos” (Cartola)

b) Comparação: ocorre pelo confronto de pessoas ou coisas, a fim de lhes destacar características,
traços comuns, visando a um efeito expressivo.

“A Via láctea se desenrolava


Como um jorro de lágrimas ardentes”
Olavo Bilac

“De sua formosura


deixai-me que diga:
é tão belo como um sim
numa sala negativa.”
João Cabral de Melo Neto

4
Português

Observação: Não confunda a metáfora com a comparação. Nesta, os dois termos vêm expressos e unidos
por nexos comparativos ( tal, qual, como, assim como, etc.).

Hitler foi cruel como um monstro. (comparação)


Hitler foi um monstro. (metáfora)

c) Metonímia: Consiste na utilização de uma palavra por outra, com a qual mantém relação semântica.
Impende ressaltar que essa troca não se dá por sinonímia, mas porque uma evoca/ alude a outra. Há
metonímia quando se emprega:

I. efeito pela causa


Os aviões semeavam a morte. [= bombas mortíferas (causa)]

II.O autor pela obra:


Adorava seu Picasso e lia Machado de Assis.

III. O continente pelo conteúdo:


O Brasil chorou a morte de Ayrton Senna.

IV. O instrumento pela pessoa que o utiliza:


Ele é um bom garfo. [ = comilão]

V. O sinal pela coisa significada


A solução para o país é a ascensão da Coroa. [ Coroa = governo monárquico]

VI. lugar pelos seus habitantes ou produtos:


A América reagiu negativamente ao novo presidente.

VII. O abstrato pelo concreto:


A juventude acha que é onipotente. [a juventude = os jovens]

VIII. A parte pelo todo:


“O bonde passa cheio de pernas” (Carlos Drummond de andrade)
[ pernas = pessoas]

IX. O singular pelo plural:


O homem é corruptível. [ o homem = os homens]

X. O indivíduo pela espécie ou classe:


O Judas da classe [ = o traidor]
Os mecenas das artes. [ = os protetores]

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Português

Exercícios

1.

Em sua origem grega, o termo “eufemismo” significa “palavra de bom agouro” ou “palavra que deseja
o bem”. Como figura de linguagem, indica um recurso que suaviza alguma ideia ou expressão mais
chocante. Na crônica, o autor enfatiza o aspecto negativo dos eufemismos, que serviriam para
distorcer a realidade.

De acordo com o autor, o eufemismo camufla a desigualdade social no seguinte exemplo:


a) fracasso é crise (l. 8)
b) peste é pandemia (l. 11)
c) magricela é anoréxica (l. 11)
d) rico é corrupto (l. 18)

6
Português

2.

Considerando-se a análise dos pressupostos e subentendidos relacionados com os elementos


verbais e não verbais desse cartum, é correto afirmar que nele está presente um recurso estilístico
denominado:
a) comparação, cotejando os valores e o lugar dos sujeitos em uma sociedade excludente.
b) paradoxo, sugerindo uma incompatibilidade ideológica referente aos que representam a força e a
fraqueza.
c) oxímoro, explicitando, através de conceitos contrários, elementos que se complementam no
contexto público.
d) antítese, denunciando, por meio de figuras e vocábulos antagônicos, a desigualdade, a opressão
e a exploração social.
e) metonímia, substituindo os indivíduos e suas classes sociais por nomes que apresentam entre si
ideias contraditórias.

3.

Os conceitos a vestiram como uma segunda pele,


O vocábulo a é comumente utilizado para substituir termos já enunciados. No texto, entretanto, ele
tem um uso incomum, já que permite subentender um termo não enunciado.

Esse uso indica um recurso assim denominado:


a) elipse
b) catáfora
c) designação
d) modalização

7
Português

4. O meu fim evidente era atar as duas pontas da vida, e restaurar na velhice a adolescência. Pois, senhor,
não consegui recompor o que foi nem o que fui. Em tudo, se o rosto é igual, a fisionomia é diferente.
Se só me faltassem os outros, vá; um homem consola-se mais ou menos das pessoas que perde; mas
falto eu mesmo, e esta lacuna é tudo. O que aqui está é, mal comparando, semelhante à pintura que
se põe na barba e nos cabelos, e que apenas conserva o hábito externo, como se diz nas autópsias; o
interno não aguenta tinta. Uma certidão que me desse vinte anos de idade poderia enganar os
estranhos, como todos os documentos falsos, mas não a mim. Os amigos que me restam são de data
recente; todos os antigos foram estudar a geologia dos campos santos. Quanto às amigas, algumas
datam de quinze anos, outras de menos, e quase todas creem na mocidade. Duas ou três fariam crer
nela aos outros, mas a língua que falam obriga muita vez a consultar os dicionários, e tal frequência é
cansativa.
Entretanto, vida diferente não quer dizer vida pior; é outra coisa. A certos respeitos, aquela vida antiga
aparece-me despida de muitos encantos que lhe achei; mas é também exato que perdeu muito
espinho que a fez molesta, e, de memória, conservo alguma recordação doce e feiticeira. Em verdade,
pouco apareço e menos falo. Distrações raras. O mais do tempo é gasto em hortar, jardinar e ler; como
bem e não durmo mal.
Ora, como tudo cansa, esta monotonia acabou por exaurir-me também. Quis variar, e lembrou-me
escrever um livro. Jurisprudência, filosofia e política acudiram-me, mas não me acudiram as forças
necessárias. Depois, pensei em fazer uma História dos Subúrbios menos seca que as memórias do
padre Luís Gonçalves dos Santos relativas à cidade; era obra modesta, mas exigia documentos e datas
como preliminares, tudo árido e longo. Foi então que os bustos pintados nas paredes entraram a falar-
me e a dizer-me que, uma vez que eles não alcançavam reconstituir-me os tempos idos, pegasse da
pena e contasse alguns. Talvez a narração me desse a ilusão, e as sombras viessem perpassar ligeiras,
como ao poeta, não o do trem, mas o do Fausto: Aí vindes outra vez, inquietas sombras ?...
ASSIS, Machado de. Dom Casmurro. Capítulo II, Rio de Janeiro: José Aguilar, 1971, v. 1,p. 810-11.

Assinale a opção em que os elementos grifados no texto exemplificam a figura de linguagem


apresentada.
a) Paronomásia é o emprego de palavras semelhantes no som, porém de sentido diferente./
“Entretanto, vida diferente não quer dizer vida pior; é outra coisa.”
b) Eufemismo é uma substituição de um termo, pela qual se pode evitar usar expressões mais diretas
ou chocantes, para referir-se a determinados fatos. / “Os amigos que me restam são de data
recente; todos os antigos foram estudar a geologia dos campos santos.”
c) Anáfora é a repetição de uma ou mais palavras no princípio de duas ou mais frases, de membros
da mesma frase, ou de dois ou mais versos. / “Ora, como tudo cansa, esta monotonia acabou por
exaurir-me também. Quis variar, e lembrou-me escrever um livro.”
d) Metonímia é a designação de um objeto por palavra designativa de outro objeto que tem com o
primeiro uma relação. / “O que aqui está é, mal comparando, semelhante à pintura que se põe na
barba e nos cabelos, e que apenas conserva o hábito externo, como se diz nas autópsias; o interno
não aguenta tinta.”
e) Onomatopeia é o emprego de palavra cuja pronúncia imita o som natural da coisa significada. /
“Foi então que os bustos pintados nas paredes entraram a falar-me e a dizer-me que, uma vez
que eles não alcançavam reconstituir-me os tempos idos, pegasse da pena e contasse alguns.”

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Português

5. Oxímoro (ou paradoxo) é uma construção textual que agrupa significados que se excluem
mutuamente. Para Garfield, a frase de saudação de Jon (tirinha abaixo) expressa o maior de todos os
oxímoros.

Folha de S. Paulo. 31 de julho de 2000.

Nas alternativas abaixo, estão transcritos versos retirados do poema “O operário em construção”.
Pode-se afirmar que ocorre um oxímoro em:
a) “Era ele que erguia casas
Onde antes só havia chão.”

b) “… a casa que ele fazia


Sendo a sua liberdade
Era a sua escravidão.”

c) “Naquela casa vazia


Que ele mesmo levantara
Um mundo novo nascia
De que sequer suspeitava.”

d) “… o operário faz a coisa


E a coisa faz o operário.”

e) “Ele, um humilde operário


Um operário que sabia
Exercer a profissão.”
MORAES, Vinícius de. Antologia Poética. São Paulo: Companhia das Letras, 1992.

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Português

6. Na frase: “Faria isso mil vezes novamente, se fosse preciso.”, encontra-se a seguinte figura de
linguagem
a) metáfora.
b) hipérbole.
c) eufemismo.
d) antítese.
e) personificação.

7.

Na produção do humor, traço típico da crônica, o autor combina eufemismos com outros recursos ou
figuras de linguagem.
O exemplo em que o humor é produzido por meio da superposição entre um eufemismo e uma
comparação entre elementos distintos é:
a) despedir sem indenização nem explicação se chama flexibilização laboral (l. 5-6)
b) acumulação privada de riqueza é democracia; (l. 9-10)
c) Ora, poderia dizer que sou seminovo! (l. 14-15)
d) são distorcidas para que a realidade, escamoteada, permaneça como está. (l. 17-18)

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Português

8.

A metáfora é uma figura de linguagem que se caracteriza por conter uma comparação implícita.
O cartum de Sizenando constrói uma metáfora, que pode ser observada na comparação entre:
a) o sentimento de desilusão e a floresta
b) a propaganda dos bancos e os artistas
c) a ironia do cartunista e a fala do personagem
d) o artista desiludido e o personagem cabisbaixo

9.

O texto é todo construído por meio do emprego de uma figura de estilo.


Essa figura é denominada de:
a) Elipse
b) Metáfora
c) Metonímia
d) personificação

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Português

Gabarito

1. D
O autor diz que as palavras são distorcidas para que a realidade permaneça como está e cita o exemplo
da alternativa.

2. D
A antítese acontece entre a imagem e o texto escrito, onde os “fracos” sustentam aqueles chamados de
“fortes”.

3. A
O termo se refere a “ela”, porém a ideia é entendida pelo contexto e não porque o termo foi mencionado.

4. B
A alternativa apresenta a justificativa.

5. B
Nesta questão, você precisa estabelecer uma relação entre a linguagem do quadrinho e a do texto
poético. Observe que John diz “Feliz segunda-feira” e Grafield responde dizendo que essa frase é a mãe
de todos os oximoros. Como sabemos, oximoros são paradoxos, portanto, para Garfield, feliz e segunda-
feira são ideias opostas, paradoxais, como se fosse impossível existir uma segunda-feira feliz. Observe
que a Letra B traz duas ideias, aparentemente opostas, mas com total sentido dentro do contexto. A casa
era ao mesmo tempo liberdade e escravidão, temos aqui duas ideias que não teriam lógica ao serem
associadas em outro contexto, mas que ,no poema, tornam-se expressivas. Você pode ficar na dúvida
com a letra D. Entretanto, observe que o há é uma inversão e não um paradoxo.

6. B
Há uma figura de linguagem chamada HIPÉRBOLE, que consiste no emprego de uma ideia de maneira
exagerada, chegando ao ponto de não condizer com a realidade dos fatos. Nesse caso, “fazer mil vezes”
é onde reside o exagero.

7. C
Frei Betto lembra que a expressão “terceira idade” é um eufemismo para “velho”, atenuando as
conotações negativas da velhice. A seguir ele recorre ao humor, usando um eufemismo geralmente
utilizado para automóveis velhos, o de “seminovo”, para se referir a si mesmo, um homem já de certa
idade (homem velho).

8. A
A imagem concretiza o conceito de metáfora, à proporção que o cartum constrói uma comparação entre
a floresta – que é um conjunto de árvores – e o sentimento de desilusão, expresso pela fala do
personagem. Ele alude, de fato, a todos os artistas que o decepcionaram, vendendo sua arte para o
mercado e para a propaganda de bancos.

9. B
A metáfora é uma comparação subentendida, sem uma estrutura comparativa explícita. O poema
começa a construir uma metáfora no primeiro verso, ao dizer que "os poemas são pássaros", isto é, que

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Português

os poemas são como pássaros. Já no quarto verso, quando se diz que "eles alçam voo", "eles" refere-se
apenas aos pássaros, que, no entanto, encontram-se no lugar dos poemas.

13
Química

Eletroquímica: Eletrólise

Resumo

Eletrólise, em primeira análise, é o processo que decompõe um eletrólito através da eletricidade. O sufixo
“lise” significa “quebra”, “decomposição”, “ruptura”, assim como em hidrólise (decomposição de um
composto químico pela água), em pirólise (decomposição de um composto químico pelo fogo ou altas
temperaturas), em hemólise (quebra ou ruptura da hemácia), etc.

 OPA, eletrólito?

Não se lembra? Aqueles compostos que conduzem eletricidade quando fundidos (no caso dos compostos
iônicos) ou em solução aquosa (no caso de compostos iônicos e de ácidos, que se ionizam em água, mesmo
sendo covalentes), por gerarem íons.
A eletrólise consiste no processo eletroquímico que, ao contrário da pilha, converte energia elétrica em
energia química. Como assim? Simples, usa-se a eletricidade – corrente elétrica – para promover uma
reação de oxirredução, por meio da qual se produzem substâncias químicas a partir de outras. Vejamos suas
principais características:

• Ocorre em sistemas líquidos: eletrólitos fundidos, quando for eletrólise ígnea, ou em solução aquosa,
quando for eletrólise aquosa.

• Ao contrário da pilha novamente, ocorre de maneira não espontânea, ou seja, é necessário um gerador
(pilha) para forçar a reação redox a ocorrer, forçar as espécies envolvidas a reduzirem ou oxidarem. Isso
já nos diz algo muito importante: se a espécie que se reduz não o faz naturalmente, é porque seu
potencial de redução não é superior ao da outra; da mesma maneira, se a espécie que se oxida não o faz
naturalmente, é porque seu potencial de oxidação não é superior ao da outra. Logo, na eletrólise:

ΔE° = E°red + E°oxi Resulta ΔE° < 0 → ddp sempre é negativa.


ΔE° = E°red menor – E°red maior em

Onde:
E°red = potencial de redução de quem reduziu;
E°oxi = potencial de oxidação de quem oxidou;
E°red menor = potencial de redução de quem reduziu, pois, na eletrólise, quem reduz é quem tem menor
potencial de redução;
E°red maior = potencial de redução de quem oxidou, pois, na eletrólise, quem oxida é quem tem maior
potencial de redução.

• Sendo assim, o fluxo de elétrons é inverso na eletrólise, isto é, vai do polo positivo para o polo negativo,
também ao contrário do que ocorre na pilha.

1
Química

• Os eletrodos são inertes, isto é, não reagem, não fazem parte da reação redox, não oxidam nem reduzem.
Estão ali apenas para fazerem a transferência de elétrons do agente redutor para o agente oxidante.
Geralmente as substâncias usadas como eletrodos são platina e grafita (tipo de carvão).

• O cátodo é onde ocorre a redução dos cátions, ou seja, os cátions recebem elétrons e ficam neutros (NOX
= 0); o ânodo é onde ocorre a oxidação dos ânions, ou seja, os ânions perdem elétrons e ficam neutros
(NOX = 0). Sendo assim, vemos que o fluxo de elétrons, também na eletrólise, vai do que oxida para o
que reduz, do ânodo para o cátodo. Então, como vimos que também ocorre do polo positivo para o
negativo, concluímos que o ânodo será o polo positivo (de onde os elétrons partem) e o cátodo será o
polo negativo (para onde os elétrons vão), o que é oposto à pilha. Olha só:

Caminho dos
elétrons

(Ânion (Cátion)
)
(Polo (Polo –)
+)

Disponível em: http://www.profpc.com.br/eletroquímica.htm

Eletrólise ígnea
O esquema exposto acima representa com perfeição uma eletrólise ígnea, em que sempre o ânion do
eletrólito (B–) sofre oxidação e o cátion do eletrólito (A+) sofre redução. Mas por quê? Porque nesse tipo de
eletrólise o eletrólito se encontra fundido e não dissolvido em água; o sistema é um líquido puro. Assim, os
únicos íons possíveis nesse tipo de sistema são os que compõem a molécula do eletrólito.
Exemplo: eletrólise ígnea do cloreto de sódio (NaCl).

• Ao fundir-se o eletrólito, os íons se dissociam, segundo a reação:

NaCl Δ(l) → Na+ (l) + Cl– (l)


• Ao ligarmos um gerador associado ao fio externo que conecta os eletrodos inertes, o fluxo de elétrons
se inicia, do polo positivo ao polo negativo, oxidando o ânion Cl– e reduzindo o cátion Na+, o que produz
as formas neutras de cada um desses íons (Cl2° (g) e Na° (s)), seguindo as equações:

2
Química

• Com isso, vê-se a borbulhação desse sistema nas proximidades do ânodo inerte, porquanto há gás cloro
sendo formado, ao mesmo tempo em que o sódio metálico vai ficando aderido ao cátodo inerte.

Eletrólise aquosa
Aqui, nem sempre os íons do eletrólito sofrem a reação redox, uma vez que ele está dissolvido em água –
solução aquosa –, a qual sofre autoionização, gerando cátions H+ e ânions OH–, lembra? Dessa forma, a
solução conterá os cátions H+ e os do soluto (A+) e os ânions OH– e os do soluto (B–). Então, quem sofre
oxidação e redução?
Experimentos mostraram aos químicos que, na concorrência entre os cátions pela redução, há uma
prioridade de descarga entre eles. Mostraram também que o mesmo ocorre com os ânions, na concorrência
pela oxidação, e mostraram, ainda, que as prioridades são de acordo com a seta:

MAIOR
Cátion PRIORIDADE Ânions
s
crescente de descarga

Demais Demais
ânions
metais
Prioridade

OH-
H+
Oxigenados
Metais alcalinos (IA+), e F-
metais alcalinos terrosos
(IIA2+) e Al3+
MENOR
PRIORIDADE

Exemplo: eletrólise aquosa do cloreto de sódio (NaCl).

• Ao dissolvermos o NaCl em água, ocorrem a dissociação do eletrólito e a autoionização da água,


segundo as reações:

NaCl (aq) → Na+ (aq) + Cl– (aq)


H2O (l) → H+ (aq) + OH– (aq)

• Ao ligarmos o gerador, o fluxo de elétrons se inicia, mais uma vez do polo positivo ao polo negativo,
induzindo a reação redox.

3
Química

• Entre os cátions dissolvidos, é o H+ que ganha a competição pela redução, já que tem prioridade de
descarga sobre o Na+, que pertence à família IA da tabela periódica e, portanto, está “abaixo” na
pirâmide. Sua semirreação de redução ocorre assim:

2 H+ (aq) + 2 e– → H2° (g)

• Entre os ânions dissolvidos, é o Cl– que ganha a competição pela oxidação, já que tem prioridade de
descarga sobre o OH–, pois, por ser não oxigenado, está “acima” na pirâmide. Sua reação de oxidação
já conhecemos, pelos exemplos anteriores.

• Assim, somamos todas as equações químicas para chegarmos à global:

• Com isso, vê-se a borbulhação desse sistema nas proximidades do ânodo inerte, porquanto há gás cloro
sendo formado, e também nas proximidades do cátodo inerte, porquanto há gás oxigênio sendo
formado.

Exemplo 2: eletrólise aquosa do sulfato de cobre (CuSO4).

• Ao dissolvermos o NaCl em água, ocorrem a dissociação do eletrólito e a autoionização da água,


segundo as reações:

CuSO4 (aq) → Cu2+ (aq) + SO42– (aq)


H2O (l) → H+ (aq) + OH– (aq)

• Ao ligarmos o gerador, o fluxo de elétrons se inicia, mais uma vez do polo positivo ao polo negativo,
induzindo a reação redox.

• Entre os cátions dissolvidos, é o Cu+ que ganha a competição pela redução, já que tem prioridade de
descarga sobre o H+, pois, por não pertencer às famílias IA e IIA está “acima” na pirâmide. Sua
semirreação de redução ocorre assim:

Cu2+ (aq) + 2 e– → Cu° (s)

4
Química

• Entre os ânions dissolvidos, é o OH– que ganha a competição pela oxidação, já que tem prioridade de
descarga sobre o SO42–, que, por ser oxigenado, está “abaixo” na pirâmide. Sua semirreação de oxidação
ocorre assim:

2 OH– (aq) → H2O (l) + ½ O2 (g) + 2 e–

• Assim, somamos todas as equações químicas para chegarmos à global:

• Com isso, vê-se a borbulhação desse sistema nas proximidades do ânodo inerte, porquanto há gás
oxigênio sendo formado, ao mesmo tempo em que o cobre metálico vai ficando aderido ao cátodo inerte.

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Química

Exercícios

1. Um dos métodos de obtenção de sódio metálico é a eletrólise ígnea de cloreto de sódio. Nesse
processo, com a fusão do sal, os íons:
a) Cℓ – cedem elétrons aos íons Na+, neutralizando as cargas elétricas.
b) Cℓ – ganham prótons e se liberam como gás cloro.
c) Cℓ – são atraídos para o cátodo e nele ganham elétrons.
d) Na+ são atraídos para o ânodo e nele perdem elétrons.
e) Na+ ganham elétrons e transformam-se em Na°.

2. Metais como sódio e magnésio possuem baixos potenciais de redução. O meio mais econômico de
obtê- los é fundir seus sais e, a seguir, provocar a reação de oxirredução do sal fundido. Nesse
processo, há grande consumo de energia:
a) mecânica e elétrica.
b) térmica e elétrica.
c) solar e mecânica.
d) nuclear e solar.
e) nuclear e térmica

3. Durante grande parte do século passado, o alumínio, devido ao alto custo dos métodos de obtenção,
era considerado um metal precioso. Com a descoberta, em 1886, do método eletrolítico para a
obtenção do alumínio a partir da alumina fundida (Aℓ2O3), a produção mundial de alumínio aumentou,
com consequente redução do preço, popularizando o uso desse material. Sobre a produção de
alumínio, pode-se afirmar que:
a) ocorre oxidação do alumínio no cátodo.
b) ocorre desprendimento de hidrogênio.
c) a formação de alumínio ocorre no ânodo.
d) ocorre redução de alumínio no cátodo.
e) ocorre liberação de O2 no ânodo e H2 no cátodo.

6
Química

4. 3 R’s
A produção industrial e a própria sobrevivência humana na Terra estão baseados no desenvolvimento
da forma academicamente conhecida como os três erres: Redução, Reaproveitamento e Reciclagem.
Redução é a introdução de novas tecnologias na exploração, no transporte e no armazenamento das
matérias primas para reduzir ou, se possível, eliminar o desperdício dos recursos retirados do planeta.
Reaproveitamento é a reintrodução, no processo produtivo, de produtos não mais aproveitáveis para
o consumo, visando a sua recuperação e recolocação no mercado, evitando assim o seu
encaminhamento para o lixo. Reciclagem consiste na reintrodução dos resíduos sólidos, líquidos ou
gasosos já usados para que possam ser reelaborados, gerando um novo produto.
(Banas Ambiental, dezembro de 1999, p.32.)

A produção de alumínio consome uma quantidade enorme de energia elétrica - para produzir 1 kg de
alumínio, consome-se 15 vezes mais energia do que para 1 kg de aço. A solução está na reciclagem
do alumínio. O alumínio é refundido e reaproveitado, com uma economia de cerca de 90% de energia.
Dentre as proposições abaixo, assinale a FALSA:
a) Na eletrólise ígnea do Aℓ2O3, obtemos alumínio no anodo, e oxigênio no catodo.
b) O principal minério de alumínio é a bauxita.
c) O alumínio reage com o ácido sulfúrico produzindo sulfato de alumínio e gás hidrogênio segundo
a reação: 2 Aℓ + 3 H2SO4 → Aℓ2(SO4)3 + 3H2
d) Fios de alumínio são bons condutores de corrente elétrica, e papel alumínio é usado em
embalagens e isolamento térmico.
e) Na prática, o alumínio é menos reativo que o previsto e este fato se deve ao fenômeno denominado
apassivação, isto é, formação de uma película que o isola do ataque de muitos agentes agressivos.

7
Química

5. A eletrólise é um processo não espontâneo de grande importância para a indústria química. Uma de
suas aplicações é a obtenção do gás cloro e do hidróxido de sódio, a partir de uma solução aquosa de
cloreto de sódio. Nesse procedimento, utiliza-se uma célula eletroquímica, como ilustrado.

No processo eletrolítico ilustrado, o produto secundário obtido é o


a) vapor de água.
b) oxigênio molecular.
c) hipoclorito de sódio.
d) hidrogênio molecular.
e) cloreto de hidrogênio.

6. A galvanoplastia é uma técnica que permite dar um revestimento metálico a uma peça, colocando tal
metal como polo negativo de um circuito de eletrólise. Esse processo tem como principal objetivo
proteger a peça metálica contra a corrosão. Vários metais são usados nesse processo, como, por
exemplo, o níquel, o cromo, a prata e o ouro. O ouro, por ser o metal menos reativo, permanece intacto
por muito tempo.
Deseja-se dourar um anel de alumínio e, portanto, os polos são mergulhados em uma solução de
nitrato de ouro III [Au(NO3 )3 ].
Ao final do processo da eletrólise, as substâncias formadas no cátodo e no ânodo são,
respectivamente,

a) H2 e NO3−

b) N2 e Au

c) Au e O
2

d) Au e NO
2
O2 H2
e) e

8
Química

7. Na eletrólise ígnea do CaCℓ2, obtiveram-se cloro no ânodo e cálcio no cátodo. Para representar apenas
o processo de oxidação que ocorreu nessa eletrólise, escreve-se:

8. No cátodo de uma célula de eletrólise sempre ocorre:


a) Deposição de metais.
b) Uma semirreação de redução.
c) Produção de corrente elétrica.
d) Desprendimento de gás hidrogênio.
e) Corrosão química.

9. Um dos modos de se produzirem gás hidrogênio e gás oxigênio em laboratório é promover a eletrólise
(decomposição pela ação da corrente elétrica) da água, na presença de sulfato de sódio ou ácido
sulfúrico. Nesse processo, usando para tal um recipiente fechado, migram para o cátodo (polo
negativo) e ânodo (polo positivo), respectivamente, H2 e O2 . Considerando-se que as quantidades
de ambos os gases são totalmente recolhidas em recipientes adequados, sob mesmas condições de
temperatura e pressão, é correto afirmar que
Dados: massas molares (g  mol−1) H = 1 e O = 16.

a) o volume de H2(g) formado, nesse processo, é maior do que o volume de O2(g) .

b) serão formados 2 mols de gases para cada mol de água decomposto.


c) as massas de ambos os gases formados são iguais no final do processo.
d) o volume de H2(g) formado é o quádruplo do volume de O2(g) formado.

e) a massa de O2(g) formado é o quádruplo da massa de H2(g) formado.

9
Química

10. Os principais fenômenos estudados pela eletroquímica são a produção de corrente elétrica, através
de uma reação química (pilha), e a ocorrência de uma reação química, pela passagem de corrente
elétrica (eletrólise). Com relação a esses fenômenos, analise as proposições abaixo.
I. As pilhas comuns são dispositivos que aproveitam a transferência de elétrons em uma reação de
oxirredução, produzindo uma corrente elétrica, através de um condutor.
II. Em uma pilha a energia elétrica é convertida em energia química.
III. O fenômeno da eletrólise é basicamente contrário ao da pilha, pois enquanto na pilha o processo
químico é espontâneo (ΔE°>0), o da eletrólise é não-espontâneo (ΔE°<0).

Assinale a alternativa correta.


a) Somente a proposição II é verdadeira.
b) Somente as proposições I e II são verdadeiras.
c) Somente as proposições I e III são verdadeiras.
d) Somente a proposição I é verdadeira.
e) Todas as proposições são verdadeiras.

10
Química

Gabarito

1. E

2. B
Na eletrólise ígnea há consumo de energia térmica para fundir o sal e depois há consumo de energia
elétrica para provocar a reação de oxirredução

3. D

4. A

5. D
Eletrólise de uma solução aquosa de NaC :
Ânodo ( + ) : 2C − → C 2 (g) + 2e −
Cátodo ( −) : 2H2O( ) + 2e − → H2 (g) + 2OH− (aq)
2H2O( ) + 2C − ⎯⎯⎯⎯ → H2 (g) + C 2 (g) + 2OH− (aq)
Global

Produto secundário: H2 (g).

6. C
Cátodo (polo negativo): Au+3 e H+ na competição desses cátions o Au+3 irá descarregar 10 , formando
o Au(s) .

Ânodo (polo positivo): NO3− e OH− na competição desses ânions o OH− irá descarregar 10 , formando
o gás O2 .

11
Química

7. D

8. B
No cátodo de uma célula de eletrólise sempre ocorre uma reação de redução do cátion.

9. A
2 H2O( ) → 2H+ (aq) + 2OH− (aq)

2OH− (aq) → 1 H2O( ) + O2 (g) + 2e− (Ânodo ( + ); oxidação)


1
2
2H+ (aq) + 2e− → 1H2 (g) (Cátodo ( −); redução)
Global 1
1 H2O( ) ⎯⎯⎯⎯→ 1 H2 (g) + O (g)
2 2
1 Volume
0,5 Volume

10. C
I. As pilhas comuns são dispositivos que aproveitam a transferência de elétrons em uma reação de
oxirredução, produzindo uma corrente elétrica, através de um condutor. Verdadeiro.
II. Em uma pilha a energia elétrica é convertida em energia química. Falso. Em uma pilha a energia
química é convertida em energia elétrica.
III. O fenômeno da eletrólise é basicamente contrário ao da pilha, pois enquanto na pilha o processo
químico é espontâneo (ΔE°>0), o da eletrólise é não-espontâneo (ΔE°<0) Verdadeiro.

12
Química

Eletroquímica: pilha
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Resumo

A Eletroquímica é a parte da química que estuda a produção de energia elétrica a partir de reações
que ocorrem com transferência de elétrons: as reações de oxirredução, que já conhecemos. Na eletroquímica
estudaremos dois processos, as pilhas e a eletrólise.

Pilha
O primeiro processo eletroquímico – o que estudaremos neste material – é a pilha (esse processo
ocorre tanto nas conhecidas pilhas como nas baterias). Ela se caracteriza pela formação de corrente elétrica
a partir de uma reação espontânea de oxirredução. Nesta reação, uma das espécies químicas utilizadas
sofre redução – isto é, recebe elétrons – e a outra sofre oxidação – isto é, perde elétrons. O que se faz é
forçar esses elétrons transferidos a transitarem por um fio, um circuito externo.

➔ Cada espécie possui um potencial de oxidação (Eoxi), que é a sua tendência em perder elétrons (oxidar)
e um potencial de redução (Ered), que é a sua tendência em ganhar elétrons (reduzir).

➔ O potencial de oxidação de uma espécie tem sempre o mesmo módulo (valor) do seu potencial de redução,
mas com sinal oposto. Sendo assim, se o Eoxi de X é n, seu Ered é –n.

➔ A espécie que possuir maior potencial de redução (ou seja, menor potencial de oxidação) será a que
sofrerá redução. A que possuir menor potencial de redução (ou seja, maior potencial de oxidação)
será a que sofrerá oxidação.

➔ O que força os elétrons a transitarem da espécie redutora (ou seja, a que faz a outra reduzir, portanto,
a que é oxidada) para a espécie oxidante (ou seja, a que faz a outra oxidar, portanto, a que é reduzida)
é a diferença entre o potencial que a primeira tem de oxidar (Eoxi) e o potencial que a última tem de reduzir
(Ered). Essa diferença chamamos de diferença de potencial (ddp ou ΔE) ou força eletromotriz (fem),
porquanto força a movimentação dos elétrons. Sua unidade é volt (V). Se liga só nas duas maneiras com
que podemos calculá-la:

i) ΔE° = E°red + E°oxi


ii) ΔE° = (E°red maior) – (E°red menor)

Onde:
E°red = potencial de redução de quem se reduz;
E°oxi = potencial de oxidação de quem se oxida;
E°red maior = maior potencial de redução, entre as espécies envolvidas;
E°red menor = menor potencial de redução, entre as espécies envolvidas;

1
Química

➔ Como a reação redox na pilha ocorre de maneira espontânea, a ddp ou ΔE° sempre terá valor
positivo.

A pilha mais importante para o estudo da eletroquímica é a Pilha de Daniell, composta por:

➔ Duas placas metálicas, uma de cobre (Cu) e uma de zinco (Zn), as quais chamamos de eletrodos;
➔ Um recipiente com solução de Cu(NO3)2, contendo a placa de cobre;
➔ Um recipiente com solução de Zn(NO3)2, contendo a placa de zinco;
➔ Um fio condutor unindo externamente os eletrodos, no qual um voltímetro era conectado;
➔ Uma ponte salina – conexão entre os dois recipientes – contendo uma solução saturada de KCl.

Disponível em: http://www.aulasdequimica.com.br/infografico-pilha-de-daniell/

O que ocorre:

➔ Analisamos os potenciais de cada espécie para sabermos quem oxida e quem reduz:

Reações de redução Potenciais de


redução
Zn2+ (aq) + 2 e- → Zn° (s) E°red = – 0,76 V
Cu2+ (aq) + 2 e- → Cu° (s) E°red = + 0,34 V

➔ Como o cobre possui maior potencial de redução, é ele quem reduz. O zinco, portanto, oxida, motivo
pelo qual devemos inverter sua reação, na forma como está representada acima. Se invertemos o
E° também, ele deixa de ser de redução e passa a ser de oxidação, por isso, invertemos seu sinal:

Semirreação de oxidação: Zn° (s) → Zn2+ (aq) + 2 e- E°oxi = + 0,76 V

2
Química

Semirreação de redução: Cu2+ (aq) + 2 e- → Cu° (s) E°red = + 0,34 V


----------------------------------------------------------------------
Reação global: Zn° (s) + Cu2+ (aq) → Cu° (s) + Zn2+ (aq) ΔE° = + 0,76 + 0,34 = 1,10 V

Observação: Nunca se multiplica o valor do E° de uma espécie, ainda que multipliquemos sua
semirreação por algum fator a fim de balancear a reação global.

➔ Perceba que cada átomo de zinco transfere 2 elétrons para um átomo de cobre, através do fio externo
que conecta esses eletrodos. Como uma placa metálica contém muitos átomos, o fluxo de elétrons pelo
fio é considerável e, portanto, capaz de fazer funcionar um aparelho eletrônico.

➔ A forma oxidada (iônica) de cada um desses metais é a que fica dissolvida nas soluções. Já a forma
reduzida (neutra) é a que compõe a placa metálica sólida.

➔ Sendo assim, uma vez que o zinco está passando da sua forma reduzida para a sua forma oxidada, a
placa de zinco está sofrendo corrosão, isto é, está perdendo átomos/matéria sólida para a solução
de Zn(NO3)2, a qual, por isso, fica mais concentrada, com o tempo

➔ O cobre, em contrapartida, está passando da sua forma oxidada para a sua forma reduzida, ou seja, a
placa de cobre está ganhando átomos da solução de Cu(NO3)2, a qual, por isso, fica mais diluída,
com o tempo.
➔ Como os elétrons são negativos, eles migram para o polo positivo, que, no caso apresentado aqui, é
o eletrodo de cobre. Logo, é fácil entender que o eletrodo de zinco será o polo negativo, de onde os
elétrons partem.

➔ Então, o eletrodo onde ocorre oxidação é o ânodo (polo negativo) e o eletrodo onde ocorre redução
é o cátodo (polo positivo).

➔ As soluções, tanto de Cu(NO3)2 como de Zn(NO3)2, no início do processo possuem iguais quantidades
de ânions e cátions (já que só possuem os sais dissolvidos). Durante o processo, no entanto, ambas
as soluções tendem a perder sua neutralidade, já que: a solução de Cu2+ vai perdendo cátions para
a placa metálica, o que faz com que a concentração de ânions (carga negativa) supere a de cátions
(carga positiva); a solução de Zn2+ vai ganhando cátions da placa metálica, o que faz com que a
concentração de cátions (carga positiva) supere a de ânions (carga negativa). A ponte salina serve
para compensar esses desequilíbrios de carga, enviando ânions para a solução de Zn 2+ e cátions para
a de Cu2+.

➔ A todo o sistema da pilha, os químicos deram o nome de cela ou célula eletrolítica. John Freferick
Daniell, particularmente, chamou cada lado da célula (um contendo placa de cobre com solução de sal
de cobre e outro contendo placa de zinco com solução de sal de zinco) de semicélula.

3
Química

A IUPAC (União Internacional da Química Pura e Aplicada) estabelece um padrão para


representarmos uma pilha. Vamos vê-lo com o exemplo da Pilha de Daniell:

MACETE:

Corrosão de metais

É evidente que os processos de oxidação de certas espécies, nas reações de oxirredução que
estudamos, são muito importantes para nós. Mas como quase tudo na vida tem seu lado negativo, alguns
desses processos nos prejudicam no dia a dia. Ninguém deseja que seus talheres de ferro sofram corrosão,
por exemplo. No entanto, é muito comum vermos a formação de ferrugem neles, devido à reação do ferro
com a umidade do ar. Vamos entender como isso funciona?

➔ No sistema ferro + ar úmido, ocorrem as seguintes semirreações:

Oxidação do ferro 2 Fe0 → 2 Fe2+ + 4 e–


Redução do oxigênio O2 + 2 H2O + 4 e– → 4 OH–
Global 2 Fe + O2 + 2 H2O → 2 Fe(OH)2

➔ O hidróxido de ferro II é oxidado novamente pelo ar, formando a ferrugem, da seguinte forma:

4 Fe(OH)2 + O2 + 2 H2O → 4 Fe(OH)3

Ferruge
m

4
Química

Proteção dos metais contra a oxidação

Existem basicamente três formas de proteger um metal contra a corrosão. São elas:

➔ Revestimento: consiste em revestir a superfície metálica com tinta, óleos, graxa, entre outros
produtos isolantes, que evitem o contato do metal com o ar atmosférico (que contém oxigênio,
altamente oxidante), com a umidade e outros agentes oxidantes;

➔ Galvanização: é um tipo de revestimento, mas mais específico. Consiste em revestir a superfície


metálica com um outro metal, que, ao sofrer oxidação, não perca massa, mas forme produtos (óxidos)
que continuem a isolar o metal protegido do ambiente externo. Muitos materiais de ferro como pregos,
por exemplo, são recobertos com zinco. Também é muito utilizado o estanho para revestir latas de ferro,
ao que se nomeou “folhas de flandres”;

➔ Metais de sacrifício: consiste em colocar em contato com o metal que se deseja proteger um outro
metal, com maior potencial de oxidação. Esse metal, por ser mais redutor, sempre oxida no lugar
do outro, não permitindo que seja corroído, ou seja, “sacrifica-se” pelo metal protegido. Em muitos
cascos de navios, feitos de ferro, coloca-se magnésio, mais redutor que o ferro, que é oxidado, evitando
a corrosão deste último.

5
Química

Exercícios

1. Células galvânicas (pilhas) são dispositivos nos quais reações espontâneas de oxidorredução geram
uma corrente elétrica. São dispostas pela combinação de espécies químicas com potenciais de redução
diferentes. Existem milhares de células galvânicas possíveis. Considere as semirreações abaixo e seus
respectivos potenciais de redução nas condições padrão (25 C e 1atm).
+
A 3(aq) + 3 e− → A (s) ΔEºred = −1,66 V
3+
Au(aq) + 3 e− → Au(s) ΔEºred = +1,50 V
2+
Cu(aq) + 2 e− → Cu(s) ΔEºred = +0,34 V
Baseado nas possibilidades de combinações de células galvânicas e suas representações
esquemáticas recomendadas pela União Internacional de Química Pura e Aplicada (IUPAC), são feitas
as seguintes afirmativas:
a) diferença de potencial (d.d.p.) da pilha formada pelas espécies químicas alumínio e cobre e
+ 2+
representada esquematicamente por A (s) | A 3(aq) || Cu(aq) | Cu(s) é de +1,52 V (nas condições-
padrão);
b) na pilha formada pelas espécies químicas cobre e ouro e representada esquematicamente por
2+ 3+
Cu(s) | Cu(aq) || Au(aq) | Au(s), a reação global corretamente balanceada é:

3+ 2+
3 Cu(s) + 2 Au(aq) → 3 Cu(aq) + 2 Au(s)

c) na pilha formada pelas espécies químicas cobre e ouro e representada esquematicamente por
2+ 3+
Cu(s) | Cu(aq) || Au(aq) | Au(s), o agente oxidante é o Cu(s) ;

d) a representação IUPAC correta de uma pilha de alumínio e ouro (A − Au) é


3+ +
Au(s) | Au(aq) || A 3(aq) | A (s) .

e) A pilha com maior DDP será a formada entre o cobre e o ouro.

2. De acordo com os conceitos de eletroquímica, é correto afirmar que


a) a ponte salina é a responsável pela condução de elétrons durante o funcionamento de uma pilha.

b) na pilha representada por Zn(s) / Zn2+(aq) // Cu2+(aq) / Cu(s) , o metal zinco representa o cátodo da
pilha.
c) o resultado positivo da ddp de uma pilha, por exemplo, +1,10 V, indica a sua não espontaneidade,
pois essa pilha está absorvendo energia do meio.
d) na eletrólise o ânodo é o polo positivo, onde ocorre o processo de oxidação.
e) a eletrólise ígnea só ocorre quando os compostos iônicos estiverem em meio aquoso.

6
Química

3. Em 1938 o arqueólogo alemão Wilhelm König, diretor do Museu Nacional do Iraque, encontrou um
objeto estranho na coleção da instituição, que poderia ter sido usado como uma pilha, similar às
utilizadas em nossos dias. A suposta pilha, datada de cerca de 200 a.C., é constituída de um pequeno
vaso de barro (argila) no qual foram instalados um tubo de cobre, uma barra de ferro (aparentemente
corroída por ácido) e uma tampa de betume (asfalto), conforme ilustrado. Considere os potenciais-
padrão de redução: Ered (Fe2+ | Fe) = −0,44 V; Ered (H+ | H2 ) = 0,00 V; e

Ered (Cu2+ | Cu) = +0,34 V.

Nessa suposta pilha, qual dos componentes atuaria como cátodo?


a) A tampa de betume.
b) O vestígio de ácido.
c) A barra de ferro.
d) O tubo de cobre.
e) O vaso de barro.

4. Considere que a reação abaixo ocorra em uma pilha.

2 Fe+++ + Cu → Cu++ + 2 Fe++


Assinale a alternativa que indica o valor correto do potencial padrão dessa pilha.
Dados:
Fe++ → Fe+++ + e− E0 = −0,77 V
Cu++ + 2e− → Cu E0 = +0,34 V
+1,20 V
a)
−0,43 V
b)
+1,88 V
c)
−1,20 V
d)
+0,43 V
e)

7
Química

5. Pessoas que apresentam dentes com restaurações metálicas podem sentir um pequeno choque ao
colocarem na boca pedaços de metal, como, por exemplo, o papel alumínio de um chocolate. O
alumínio, com meio ácido da boca, provoca a transferência de elétrons para o metal da restauração,
causando esse choque. Com base no fenômeno descrito, pode-se afirmar que o alumínio
a) sofre redução, funcionando com cátodo.
b) provoca a oxidação do metal da restauração.
c) é o agente oxidante, pois sofre redução.
d) é o agente redutor, pois sofre redução.
e) sofre oxidação, funcionando como ânodo

6. Da mesma forma que trabalhamos com potenciais de oxidação, podemos fazê-lo com os de redução.
Observe que, nas mesmas condições experimentais, os valores absolutos dos dois potenciais são
iguais, mas de sinais contrários. Os valores são tabelados a 25°C, 1 atm e solução 1,0 mol/L.

Das espécies químicas fornecidas, o melhor agente oxidante e o melhor agente redutor são,
respectivamente:
a) Aℓ e Cu
b) Cu e Aℓ
c) Cu e Aℓ 3+
d) Cu2+ e Aℓ 3+
e) Cu2+ e Aℓ

8
Química

7. Considere os potenciais-padrão de redução dos eletrodos abaixo e o esquema da pilha constituída por
esses eletrodos:

Quando se fecha o circuito elétrico durante algum tempo, verifica-se que houve:

a) aumento na concentração de íons Cu2+ .


b) redução de íons Mg2+ .
c) oxidação do cobre metálico.
d) diminuição na concentração de íons NO3 1- .
e) diminuição na massa da lâmina de magnésio.

8. Em uma pilha galvânica, um dos eletrodos é cobre imerso em uma solução de Cu 2+ 1,0 mol/L, e o outro
é chumbo imerso em uma solução 1,0 mol/L de íons Pb2+. Baseando-se nos potenciais de redução
padrão, a afirmativa correta é:

a) O chumbo cede elétrons ao cobre.


b) O eletrodo de chumbo funciona como o cátodo da pilha.
c) O eletrodo de cobre funciona como ânodo da pilha.
d) A representação da reação da pilha é Cu°/Cu2+//Pb2+/Pb°
e) A diferença de potencial da pilha é de +0,21 volt

9
Química

9. Assinale a opção que contém, respectivamente, o ∆E°, ânodo, cátodo e número de elétrons envolvidos
na reação total da pilha galvânica padrão representada abaixo.

a) – 0,02 V; Zn; Cr; 3


b) + 0,02 V; Zn; Cr; 6
c) – 0,7 V; Zn; Cr; 6
d) + 0,7 V; Cr; Zn; 3
e) + 0,02 V; Cr; Zn; 2

10. Marcapasso é um dispositivo de emergência para estimular o coração. A pilha utilizada nesse
dispositivo é constituída por eletrodos de lítio e iodo. A partir dos valores dos potenciais de redução
padrão, afirma-se:

A partir dos valores dos potenciais de redução padrão, afirma-se:


a) O fluxo eletrônico da pilha irá do lítio para o iodo, pois o lítio tem o menor potencial de redução.
b) A semi-reação de oxidação pode ser representada pela equação
c) A diferença de potencial da pilha é de –3,05 V.
d) O iodo, por ter menor potencial de redução que o Li, tende a sofrer redução, formando o polo
positivo da pilha.
e) A diferença de potencial da pilha é de –2,51 V.

10
Química

Gabarito

1. B
[a] Incorreta. A diferença de potencial (d.d.p.) da pilha formada pelas espécies químicas alumínio e cobre
+ 2+
e representada esquematicamente por A (s) | A 3(aq) || Cu(aq) | Cu(s) é de +2,0 V (nas condições-
padrão).
ΔE = Emaior − Emenor
ΔE = +0,34 − ( −1,66) = 2,0 V

[b] Correta. Na pilha formada pelas espécies químicas cobre e ouro e representada esquematicamente
2+ 3+
por Cu(s) | Cu(aq) || Au(aq) | Au(s), a reação global corretamente balanceada é:
3+
Au(aq) + 3 e− → Au(s) ΔEºred = +1,50 V
2+ −
Cu(aq) + 2 e → Cu(s) ΔEºred = +0,34 V
+1,50 V  + 0,34 V
3+
+ 6 e− ⎯⎯⎯⎯⎯
Re dução
2Au(aq) → 2Au(s)
2+
+ 6 e−
Oxidação
3Cu(s) ⎯⎯⎯⎯⎯
→ 3Cu(aq)
3+ Global 2+
2Au(aq) + 3Cu(s) ⎯⎯⎯⎯
→ 2Au(s) + 3Cu(aq)

[c] Incorreto. Na pilha formada pelas espécies químicas cobre e ouro e representada esquematicamente
2+ 3+
por Cu(s) | Cu(aq) || Au(aq) | Au(s), o agente redutor é o Cu(s) .
2+
+ 6 e−
Oxidação
3 Cu(s) ⎯⎯⎯⎯⎯
→ 3Cu(aq)
Re dutor

[d] Incorreta. A representação IUPAC correta de uma pilha de alumínio e ouro (A − Au) é
3+ +
Au(aq) | Au(s) || A (s) | A 3(aq) .
+
A 3(aq) + 3 e− → A (s) ΔEºred = −1,66 V
3+
Au(aq) + 3 e− → Au(s) ΔEºred = +1,50 V
+1,50 V  − 1,66 V
+
+ 3 e−
Oxidação
→ A 3(aq)
A (s) ⎯⎯⎯⎯⎯
3+
+ 3 e− ⎯⎯⎯⎯⎯
Re dução
Au(aq) → Au(s)
3+ +
Au(aq) | Au(s) || A (s) | A 3(aq)

[e] Incorreto. A pilha com maior DDP será a formada entre o aluminio e o ouro.

2. D
[A] Incorreta. A ponte salina é a responsável pela condução de íons durante o funcionamento de uma
pilha.
[B] Incorreta. Na pilha representada por Zn(s) / Zn2+(aq) // Cu2+(aq) / Cu(s) , o metal zinco representa o
ânodo da pilha, pois sofre oxidação, ou seja, seu número de oxidação aumenta.

11
Química

[C] Incorreta. O resultado positivo da ddp de uma pilha, por exemplo, +1,10 V, indica a sua
espontaneidade, pois neste processo a pilha está liberando energia para o meio.
[D] Correta. Na eletrólise o ânodo é o polo positivo, onde ocorre o processo de oxidação e o cátodo é o
polo negativo onde ocorre o processo de redução.
[E] Incorreta. A eletrólise ígnea só ocorre quando os compostos iônicos estiverem fundidos, ou seja, no
estado de agregação líquido.

3. D
O cátodo deve apresentar o maior potencial de redução.
Eºred (Fe2+ | Fe) = −0,44 V  Fe2+ + 2 e− → Fe E = − 0,44 V
red
 
+   + −
Eºred (H | H2 ) = 0,00 V   2 H + 2 e → H2 Ered = 0,00 V
2+   2+
Eºred (Cu | Cu) = +0,34 V  Cu + 2 e− → Cu Ered = +0,34 V
 
+0,34 V  0,00 V  −0,44 V
Como a barra de ferro (menor potencial de redução) foi, aparentemente, corroída pelo ácido (H+ ),
conclui-se que esta atuou como ânodo e que o tubo de cobre atuou como cátodo.

4. E
2 Fe+++ + Cu ⎯⎯⎯⎯
→ Cu++ + 2Fe++
Global

Fe++ ⎯⎯⎯⎯→ Fe+++ + e−


Inverter
E0 = −0,77 V
Cu++ + 2e− ⎯⎯⎯⎯→ Cu
Inverter
E0 = +0,34 V

2 Fe+++ + 2e− ⎯⎯⎯⎯⎯


→ 2 Fe++
Re dução
ERe dução = + 0,77 V

→ Cu++ + 2e−
Oxidação
Cu ⎯⎯⎯⎯⎯ EOxidação = − 0,34 V

2 Fe+++ + Cu ⎯⎯⎯⎯
→ Cu++ + 2 Fe++
Global

ΔE = ERe dução + EOxidação


ΔE = +0,77 V + ( −0,34 V )
ΔE = +0,43 V

5. E
Segundo o texto: O alumínio, com meio ácido da boca, provoca a transferência de elétrons para o metal
da restauração, sendo assim, constitui o ânodo, sofre oxidação (agente redutor) polo negativo

6. E
O melhor agente oxidante (sofre redução) possui maior E°redução: +0,34V → Cu2+
O melhor agente redutor (sofre oxidação) possui menor E°redução: -1,66V → Aℓ

12
Química

7. E
Eletrodo de magnésio (Ered= -2,37 V): menor potencial de redução → ânodo – oxidação (redutor) – polo
negativo
Mg° → Mg2+ + 2e
Eletrodo de cobre (Ered= +0,34 V): maior potencial de redução → cátodo – redução (oxidante) – polo
positivo
Cu2+ + 2e- → Cu°

8. A
Eletrodo de chumbo (Ered= -0,13 V): menor potencial de redução → ânodo – oxidação (redutor) – polo
negativo
Pb° → Pb2+ + 2e
Eletrodo de cobre (Ered= +0,34 V): maior potencial de redução → cátodo – redução (oxidante) – polo
positivo
Cu2+ + 2e- → Cu°
Reação Global: Pb° + Cu2+ → Pb2+ + Cu°
∆E° = Ered maior – Ered menor = (+0,34)-(-0,13) = +0,47V

9. B

10. A
O fluxo de elétrons é de quem oxida para quem reduz.

13
Redação

Eixo temático: comunicação – mídia hoje


Resumo

Dando continuidade ao eixo temático sobre comunicação, neste material, falaremos especificamente sobre
a mídia. É evidente o quanto o papel da mídia na vida da sociedade é importante. Os veículos de comunicação
são os principais formadores de opinião e responsáveis por levar informação aos indivíduos.

Diante disso, discutir algumas questões sobre esse assunto é essencial para formular argumentos do texto
dissertativo. Já pensou se o ENEM cobra um tema sobre a mídia? Ainda que não cobre diretamente, sabendo
da importância que ela tem para todo o mundo, é muito importante levantar reflexões sobre o poder da mídia
dentro da sociedade, principalmente como ela pode atuar, muitas vezes, como forma de intervenção para uma
problemática.

1
Redação

Exercícios

1. Muito se discute, atualmente, sobre o real papel da mídia – principalmente no plano jornalístico - em
nossa sociedade. Por que se pode dizer que a imparcialidade jornalística, na prática, é um mito?

2. Já dizia Raul Seixas em sua música "Metamorfose Ambulante": "Eu prefiro ser essa metamorfose
ambulante, do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo." Relacione o trecho à imparcialidade
ou parcialidade jornalística brasileira.

3. Como é possível verificar, na prática, a manipulação de informações?

4. Banalização da violência. Banalização da sexualidade. Banalização das relações. Ao que tudo indica, a
palavra “banalização” está na “moda”, independentemente do objeto. Explique como é constituído pelos
grandes veículos de comunicação o processo de banalização de uma realidade.

5. Pode-se afirmar que existe uma espécie de oligopólio das informações no mundo atual, já que as
notícias concentram-se nas “mãos” de um número bastante limitado de agências. Comente os
principais efeitos dessa concentração.

6. Nos últimos tempos, no Brasil, estamos assistindo a uma verdadeira avalanche de denúncias contra
políticos representantes das mais diversas "ideologias". Essa situação jamais ocorreria, por exemplo,
durante o período ditatorial. Nesse sentido, responda: por que se pode dizer que a base de uma
verdadeira democracia está sedimentada em uma imprensa livre?

7. Você acredita que a mídia possui papel fundamental na desconstrução de paradigmas como os típicos
estereótipos de beleza, comportamento, sexualidade? Qual é a contribuição das redes sociais nisso?

8. O juiz Sergio Moro é filiado ao PSDB. Gilberto Gil chamou Moro de ‘juizinho fajuto’. Hillary Clinton
participa de seitas satanistas. Presidente do Banco Mundial critica Governo Temer.
O que há em comum entre essas quatro notícias? Todas são mentirosas, partilhadas milhares de vezes,
mas foram divulgadas como verdadeiras dentro do fenômeno das chamadas ‘fake news’, ou 'pós
verdade', expressão esta que ganhou até verbete pela Oxford Dictionaries. A 'pós verdade' foi inclusive
dedicada pela Oxford ao presidente Donald Trump e ao Brexit, pois ambos se beneficiaram dessa
estratégia. As notícias falsas tornaram-se a erva daninha que ganhou terreno fértil na era digital. Imitam
o estilo jornalístico, mas sem o menor compromisso com a realidade. Ao contrário. São criadas a partir
de personagens conhecidos mas com suas falas distorcidas, ou inventadas, para confundir leitores, e
amplificar sentimentos de rejeição ao alvo escolhido. Assim, as fake news têm colaborado para piorar
a qualidade da política e das relações sociais mundo afora.
Disponível em: http://brasil.elpais.com/brasil/2017/04/30/
politica/1493559929_642710.html

A Universidade de Oxford definiu como palavra do ano, em 2016, "pós-verdade", uma expressão
ligada, diretamente, às falsas notícias ("fake news") veiculadas na internet e que, de alguma maneira,
têm o objetivo de distorcer informações, provocando muitos problemas. Levando em consideração
essa noção, cite casos, além dos mencionados no texto acima, em que as "fake news" foram
protagonistas em certos conflitos e as desvantagens desse tipo de notícia.

2
Redação

O compartilhamento de notícias falsas tem sido um dos grandes problemas contemporâneos. Analise uma
redação exemplar sobre esse assunto.

Isso não é uma verdade

Machado de Assis sempre teve como objetivo promover o senso crítico dos leitores, por meio da
escrita, acerca do comportamento humano. Em Dom Casmurro, por exemplo, o autor buscou instigar sobre o
problema de ter a verdade estabelecida de acordo com uma única perspectiva por causa da ausência da voz
de Capitu sobre sua suposta traição. Entretanto, poucas décadas depois dos ensinamentos do bruxo do
Cosme Velho, notícias falsas – as fake news – se espalham cada vez mais na sociedade brasileira.
Cabe destacar a repercussão dessas notícias na internet. Recentemente, após o assassinato da
vereadora Marielle Franco, esse assunto se tornou um dos mais comentados na internet. Além da comoção,
houve também a disseminação de informações falsas com o objetivo de difamar o caráter da parlamentar.
Devido ao discurso de ódio nas mídias, medidas foram tomadas pelo PSOL, como uma seção no site para
desmentir boatos e um local para receber denúncias de notícias falsas com o objetivo de tentar punir os
responsáveis.
Entretanto, não é de hoje que boatos geram efeitos irreversíveis para a sociedade. Uma notícia
compartilhada muitas vezes, mesmo que seja falsa, acaba se tornando uma verdade. Em 2014, uma mulher
morreu após ser espancada por moradores do Guarujá a partir de mentiras contadas em uma rede social,
acusando-a de praticar magia negra com crianças. Dessa forma, fica claro que o leitor tanto de notícias quanto
de mídias sociais como o Facebook, por exemplo, deve assumir uma postura crítica e conferir a veracidade
das informações para evitar tragédias como essa.
Fica evidente, portanto, que medidas devem ser tomadas para coibir a proliferação de informações
que não sejam verdadeiras e prejudiquem a população. É dever do Governo Federal em parceria com as
Secretarias de Segurança de cada estado criar setores nas delegacias para a denúncia de casos de “fake
news” além de criação de disque-denúncia especializado para fornecer meios em que a população possa
erradicar esse problema na sociedade e que possam ser criminaliza-los quando necessário. Dessa forma, os
ensinamentos de Machado de Assis continuarão a estimular a criticidade aos cidadãos e promover o bem.

Questão Contexto

https://posttrutherablog.com/2017/02/27/what-is-post-truth/

3
Redação

Pós-verdade foi eleita a palavra do ano em 2016 pelo Dicionário Oxford. De acordo com o Dicionário Oxford,
pós-verdade é: um adjetivo “que se relaciona ou denota circunstâncias nas quais fatos objetivos têm menos
influência em moldar a opinião pública do que apelos à emoção e crenças pessoais”. Um mundo com a pós-
verdade é uma realidade em que acreditar, ter crença e fé de que algo é verdade é mais importante do que
isso ser um fato realmente.

A explicação da palavra pós-verdade de acordo com o Oxford é de que o composto do prefixo “pós” não se
refere apenas ao tempo seguinte a alguma situação ou evento – como pós-guerra, por exemplo –, mas sim
a “pertencer a um momento em que o conceito específico se tornou irrelevante ou não é mais importante”.
Neste caso, a verdade. Portanto, pós-verdade se refere ao momento em que a verdade já não é mais
importante como já foi.
http://www.politize.com.br/noticias-falsas-pos-verdade/

Depois de ler uma redação exemplar sobre o tema “fake news” e entender a relação desse fenômeno com a
“pós-verdade”, produza uma parágrafo argumentativo sobre o tema “Os efeitos das fake news na
contemporaneidade”.

4
Redação

Gabarito

1. É possível dizer que a imparcialidade jornalística é um mito, pois o jornalismo é feito, principalmente, por
pessoas. Portanto, é difícil que um indivíduo consiga ser 100% imparcial.

2. Podemos entender a música de Raul Seixas como uma forma de admitir que o indivíduo não deve deixar-
se manipular pela mídia e apenas absorver as informações, mas sim ter um pensamento crítico.

3. Buscando mais de uma fonte, buscando discussões reflexivas, etc.

4. Banalizar é o ato de tornar algo comum. O fato de vermos tantas cenas de violência, relações fragilizadas,
mortes, sexo, etc. em novelas, filmes, séries, e, até mesmo, em jornais, faz com que esses temas sejam
banalizados e percam a sua complexidade.

5. Desde muito tempo, algumas empresas são as “detentoras” das informações. Isso significa que existe
uma maior possibilidade de haver manipulação dos fatos e parcialidade. No entanto, a internet e as redes
sociais têm ajudado a diminuir esse poder, ultimamente.

6. Com certeza uma das bases da democracia é a liberdade de expressão e, consequentemente, da


imprensa. Dessa forma, a população pode estar por dentro do que acontece no âmbito político e formar,
livremente, sua opinião sobre quem votar e que ideologia adotar.

7. A mídia e seus veículos são os principais meios de formação de opinião e padrões. Por isso, é cada vez
mais importante que as novelas, filmes, etc. se preocupem com a questão da representatividade e tenham
responsabilidade social.

8. Todos os dias somos bombardeados por notícias falsas em diversos níveis. Desde “correntes” no
facebook, até o âmbito político-social. Recentemente, após o assassinado de Marielle Franco, por
exemplo, a internet foi tomada de notícias falsas sobre a vereadora do Rio de Janeiro.

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Filosofia/Sociolgia

Tipos de democracia

Resumo

O que é democracia?
A palavra democracia tem origem no grego demokratía, que é composta por demos (que significa
povo) e kratos (que significa poder). Neste sistema político, o poder é exercido pelo povo através do sufrágio
universal. É um tipo de governo em que todas as importantes decisões políticas estão nas mãos do povo,
que elegem seus representantes por meio do voto. A democracia é um regime de governo que pode existir
no sistema presidencialista, onde o presidente é o maior representante do povo, ou no sistema
parlamentarista, onde existe a figura do primeiro ministro, que toma as principais decisões políticas.
Uma das principais funções da democracia é a proteção dos direitos humanos fundamentais, como
as liberdades de expressão, de religião, a proteção legal, e as oportunidades de participação na vida política,
econômica, e cultural da sociedade. A Grécia Antiga foi o berço da democracia, onde principalmente em
Atenas o governo era exercido por todos os homens livres. Naquela época, os indivíduos eram eleitos ou
eram feitos sorteios para os diferentes cargos. Na democracia ateniense, existiam assembleias populares,
onde eram apresentadas propostas, sendo que os cidadãos livres podiam votar. Existem dois tipos principais
de democracia, notadamente: Democracia direta ou pura e democracia indireta ou representativa.

Democracia direta
A democracia direta é o sistema político no qual a sociedade toma as suas decisões de maneira
direita, ou seja, sem precisar do intermédio de representantes. Esse era o tipo de democracia que vigorava,
por exemplo, em Atenas na Antiguidade Grega, onde todos os que eram considerados cidadãos tinham o
direito de participar do processo de tomada de decisões. A Ágora era o lugar no qual os debates políticos
eram realizados entre os cidadãos. Vale lembrar, no entanto, que nem todas as pessoas eram consideradas
cidadãs na antiguidade grega. Por exemplo: Mulheres, escravos, estrangeiros, estavam todos excluídos do
processo político.

Democracia indireta ou representativa


Já a democracia indireta ou representativa é o sistema político no qual o povo exprime sua vontade
elegendo representantes, os quais tomam as decisões políticas em nome deles. Neste último tipo de
democracia, portanto, a sociedade não participa diretamente do processo de tomada de decisões, o que fica
a cargo dos representantes eleitos pelo voto popular. No Ocidente, o conceito moderno de democracia
política é justamente o de democracia representativa, no qual uma pessoa ou grupo são eleitos
representantes e são organizados, em geral, em instituições como o Parlamento, Câmara, Congresso, e etc...

Democracia semidireta
A democracia semidireta tem esse nome porque, de um lado, possui um caráter representativo, no
sentido de que as pessoas elegem os seus representantes e, de outro lado, há alguns institutos que
possibilitam uma participação direta dos representados em alguns casos específicos e esporádicos. Esses
institutos são o plebiscito, o referendo, a iniciativa popular, o veto popular, entre outros.
O plebiscito é uma consulta prévia feita ao povo para que ele manifeste sua opinião sobre uma
determinada medida ou lei a ser adotada pelo governo. Já o referendo é um instituto da democracia
semidireta no qual a coletividade pode dar sua opinião sobre uma medida já tomada pelos governantes.
Nesse sentido, o referendo é a ratificação popular de algo que já está feito. A iniciativa popular, por sua vez,

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Filosofia/Sociolgia

é um instrumento utilizado na democracia direta ou semidireta a partir do qual a coletividade pode


apresentar projetos de lei. Dessa maneira, determinados projetos de lei podem tramitar e serem aprovados
na medida em que uma grande quantidade de pessoas os apoie. Por fim, o veto popular é um instrumento
democrático utilizado no sentido de impedir uma determinada medida governamental. No Brasil, por
exemplo, a Constituição de 1988 atribui a tarefa de veto tão somente aos chefes do poder executivo, como,
por exemplo, o presidente da República.

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Filosofia/Sociolgia

Exercícios

1. Como regime social, o fascismo social pode coexistir com a democracia política liberal. Em vez de
sacrificar a democracia às exigências do capitalismo global, trivializa a democracia até o ponto de não
ser necessário sacrificá-la para promover o capitalismo. Trata-se, pois, de um fascismo pluralista e,
por isso, de uma forma de fascismo que nunca existiu. Podemos estar entrando num período em que
as sociedades são politicamente democráticas e socialmente fascistas.
(Adaptado de Boaventura de Sousa Santos, Epistemologias do Sul. São Paulo: Cortez, 2010, p. 47.)

De acordo com o texto e os conhecimentos sobre o assunto, a coexistência entre fascismo e


democracia é
a) facilitada por processos eleitorais que dão continuidade a fascismos que sempre existiram.
b) promovida pela aceitação social que banaliza a democracia em favor do capitalismo global.
c) dificultada por processos eleitorais que renovam a democracia, inviabilizando os fascismos.
d) possibilitada pela aceitação social de sociedades politicamente fascistas e socialmente
democráticas.

2. Um dos teóricos da democracia moderna, Hans Kelsen, considera elemento essencial da democracia
real (não da democracia ideal, que não existe em lugar algum) o método da seleção dos líderes, ou
seja, a eleição. Exemplar, neste sentido, é a afirmação de um juiz da Corte Suprema dos Estados
Unidos, por ocasião de uma eleição de 1902: “A cabine eleitoral é o templo das instituições
americanas, onde cada um de nós é um sacerdote, ao qual é confiada a guarda da arca da aliança e
cada um oficia do seu próprio altar”.
BOBBIO, N. Teoria geral da política. Rio de Janeiro: Elsevier, 2000 (adaptado).

As metáforas utilizadas no texto referem-se a uma concepção de democracia fundamentada no(a)


a) justificação teísta do direito.
b) rigidez da hierarquia de classe.
c) ênfase formalista na administração.
d) protagonismo do Executivo no poder.
e) centralidade do indivíduo na sociedade.

3. Um sistema político democrático contemporâneo é aquele que


a) estabelece o direito ao voto como única forma de participação política.
b) controla e limita a participação política de determinados grupos da sociedade civil.
c) garante apenas aos cidadãos letrados o acesso aos debates no espaço público.
d) permite a elaboração de direitos políticos universalizáveis.

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Filosofia/Sociolgia

4. Plebiscito e referendo são consultas ao povo para decidir sobre matéria de relevância para a nação
em questões de natureza constitucional, legislativa ou administrativa. A principal distinção entre eles
é a de que o plebiscito é convocado previamente à criação do ato legislativo ou administrativo que
trate do assunto em pauta, e o referendo é convocado posteriormente, cabendo ao povo ratificar ou
rejeitar a proposta. Ambos estão previstos no art. 14 da Constituição Federal.
Plebiscitos e referendos. Disponível em: www.tse.jus.br. Acesso em: 29 jan. 2015 (adaptado).

As formas de consulta popular descritas são exemplos de um tipo de prática política baseada em
a) colégio eleitoral.
b) democracia direta.
c) conselho comunitário.
d) sufrágio representativo.
e) autogestão participativa.

5. O processo de justiça é um processo ora de diversificação do diverso, ora de unificação do idêntico. A


igualdade entre todos os seres humanos em relação aos direitos fundamentais é o resultado de um
processo de gradual eliminação de discriminações e, portanto, de unificação daquilo que ia sendo
reconhecido como idêntico: uma natureza comum do homem acima de qualquer diferença de sexo,
raça, religião etc.
BOBBIO, N. Teoria geral da política: a filosofia política e as lições dos clássicos. Rio de Janeiro: Campus, 2000.

De acordo com o texto, a construção de uma sociedade democrática fundamenta-se em:


a) A norma estabelecida pela disciplina social.
b) A pertença dos indivíduos à mesma categoria.
c) A ausência de constrangimentos de ordem pública.
d) A debilitação das esperanças na condição humana.
e) A garantia da segurança das pessoas e valores sociais.

6. Até meados de 1970, mais de dois terços de todas as sociedades do mundo poderiam ser
consideradas autoritárias. Atualmente menos de um terço das sociedades é de natureza autoritária.
A democracia não está mais concentrada nos países ocidentais, ela agora é defendida, ao menos em
princípio, em muitas regiões do mundo.
GIDDENS, Anthony. Sociologia. 4.ed. Porto Alegre: Artmed, 2005.

Um exemplo de situação vivenciada em países democráticos é


a) a disseminação das expressões artísticas, literárias e musicais, para que a população se adeque
às estratificações sociais.
b) a possibilidade de consulta popular, em forma de plebiscito, para que o povo expresse suas
opiniões a respeito de uma questão específica.
c) a redução de oportunidades, para que o cidadão possa intervir em aspectos da vida pública, junto
com o Governo.
d) a concentração de riquezas nas mãos do Estado, para que o governo possa aumentar as
igualdades sociais.
e) o grande número de partidos políticos, para que os políticos usem, de forma ilimitada, o poder.

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Filosofia/Sociolgia

7. A teoria da democracia participativa é construída em torno da afirmação central de que os indivíduos


e suas instituições não podem ser considerados isoladamente. A existência de instituições
representativas em nível nacional não basta para a democracia; pois o máximo de participação de
todas as pessoas, a socialização ou “treinamento social” precisa ocorrer em outras esferas, de modo
que as atitudes e as qualidades psicológicas necessárias possam se desenvolver. Esse
desenvolvimento ocorre por meio do próprio processo de participação. A principal função da
participação na teoria democrática participativa é, portanto, educativa.
PATEMAN, C. Participação e teoria democrática. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1992.

Nessa teoria, a associação entre participação e educação tem como fundamento a


a) ascensão das camadas populares.
b) organização do sistema partidário.
c) eficiência da gestão pública.
d) ampliação da cidadania ativa.
e) legitimidade do processo legislativo.

8. TEXTO 1
Deputado (definição do século XVIII):
Substant. Aquele a quem se deu alguma comissão de jurisdição, ou conhecimento. Mandado da parte
de alguma República, ou soberano. O que tem comissão do ministro próprio.
SILVA, & M. Diccionario da língua portugueza. Lisboa: Officina de Simão Thaddeo Ferreira, 1789 (adaptado).

TEXTO II

Deputado (definição do século XXI):


[...]
4. Aquele que representa os interesses de outrem em reuniões e decisões oficiais.
5. Aquele que é eleito para legislar e representar os interesses dos cidadãos.
6. Aquele que é comissionado para tratar dos negócios alheios.
AULETE, C. Minidicionário contemporâneo da língua portuguesa. São Paulo: Lexikon. 2010 (adaptado).

A mudança mais significativa no sentido da palavra “deputado”, entre o século XVIII e os dias de hoje,
dá-se pelo(a)
a) aumento na importância como representação política dos cidadãos.
b) crescente participação dos funcionários no poder do Estado.
c) incentivo à intermediação dos interesses de particulares.
d) criação de diversas pequenas cidades-repúblicas.
e) diminuição do poder das assembleias.

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Filosofia/Sociolgia

9. No sistema democrático de Schumpeter, os únicos participantes plenos são os membros de elites


políticas em partidos e em instituições públicas. O papel dos cidadãos ordinários é não apenas
altamente limitado, mas frequentemente retratado como uma intrusão indesejada no funcionamento
tranquilo do processo “público” de tomada de decisões.
HELD, D. Modelos de democracia. Belo Horizonte: Paideia, 1987.

O modelo de sistema democrático apresentado pelo texto pressupõe a


a) consolidação da racionalidade comunicativa.
b) adoção dos institutos do plebiscito e do referendo.
c) condução de debates entre cidadãos iguais e o Estado.
d) substituição da dinâmica representativa pela cívico-participativa.
e) deliberação dos líderes políticos com restrição da participação das massas.

Texto para a próxima questão:

Eu moro numa comunidade carente


Lá ninguém liga pra gente
Nós vivemos muito mal
Mas esse ano nós estamos reunidos
Se algum candidato atrevido
For fazer promessas, vai levar um pau

Vai levar um pau pra deixar de caô*


E ser mais solidário
Nós somos carentes, não somos otários
Pra ouvir blá-blá-blá em cada eleição

Nós já preparamos vara de marmelo e arame farpado,


cipó-camarão para dar no safado que for pedir voto na jurisdição
É que a galera já não tem mais saco pra aturar pilantra
Estamos com eles até a garganta
Aguarde pra ver a nossa reação.
Comunidade Carente – Zeca Pagodinho

* Deixar de caô – expressão que significa deixar de conversa mole, de falar mentiras.

10. Tendo como inspiração a música acima, responda:

Qual é o tipo de regime político em que vivemos atualmente no Brasil?


a) Monarquia representativa.
b) Democracia direta.
c) Parlamentarismo democrático.
d) Democracia representativa.
e) Poliarquia direta.

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Filosofia/Sociolgia

Gabarito

1. B
Nos últimos anos, há uma tendência de surgimento de governos conservadores, com tendências
fascistas na relação com o diferente, ou seja, que tendem a criticar e dificultar a existência de minorias.
Esses governos surgem em ambiente democrático, mesmo muitas vezes criticando certos
pressupostos de civilidade democrática.

2. E
A cabine eleitoral é o momento do exercício do voto individual e secreto. Nessa comparação, portanto,
a democracia é vista como o exercício da vontade individual, exatamente como está expresso na
alternativa [E].

3. D
A democracia corresponde ao governo do povo. Na contemporaneidade, ela existe tende em
consideração a sua capacidade de universalizar o acesso à participação no processo decisório. Em
outras palavras, a democracia é o regime em que todos podem exercer seus direitos políticos de forma
plena.

4. B
Tanto o referendo quanto o plebiscito pressupõem a consulta direta ao povo sobre determinada questão
de interesse público. Assim, são exemplos de práticas de democracia direita de nosso sistema político
atual.

5. B
O ato de considerar a existência de uma natureza humana comum abre espaço para que todos os seres
humanos sejam considerados portadores de uma mesma dignidade. É nesse sentido que se pode criar
uma sociedade democrática e que respeite a diversidade cultural.

6. B
A democracia corresponde ao governo do povo. Ele pode participar do processo decisório tanto na
eleição de seus representantes, quanto de forma direta, em referendos ou plebiscitos.

7. D
A participação na democracia está intimamente vinculada ao exercício da cidadania. Nesse sentido é
que a democracia participativa tende a garantir uma cidadania mais ativa do que outras formas de
organização, como a democracia representativa.

8. A
A alternativa [A] é a que melhor explica a mudança apresentada no enunciado da questão. Se no século
XVIII o deputado era um funcionário designado pelo Estado ou pelo governante, em XXI ele é um
representante do povo e, como tal, deve trabalhar de acordo com os interesses de quem o elegeu.

9. E
A alternativa que melhor sintetiza o argumento do texto é a [E]. Segundo o autor, o sistema político
apresentado por Schumpeter é caracterizado pela restrição da participação política dos cidadãos
comuns, sendo os cidadãos plenos somente os membros das elites políticas.

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Filosofia/Sociolgia

10. D
Atualmente, vivemos em uma democracia representativa. Ou seja, o povo, por meio dos seus
representantes, decide quais são as políticas públicas a serem criadas e quais são os princípios que
devem reger o Estado Nacional. Esse regime se sustenta através de eleições. Assim, caso os cidadãos
não se sintam devidamente representados ou atendidos, podem modificar periodicamente seus
representantes.

8
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