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A sociolinguística e o estudo das

variedades linguísticas
ESTE TEMA TRATA ESPECIFICAMENTE DE UMA SUBDISCIPLINA DA LINGUÍSTICA, A SOCIOLINGUÍSTICA.
SÃO ENFATIZADAS AS CHAMADAS VARIEDADES LINGUÍSTICAS, ISTO É, AS INFINITAS POSSIBILIDADES
DE VARIAÇÃO E MUDANÇA QUE UMA LÍNGUA SOFRE. ESSAS VARIEDADES PODEM SE DAR TANTO NUM

NÍVEL REGIONAL OU GEOGRÁFICO (VARIEDADES DIATÓPICAS) QUANTO NUM NÍVEL SOCIOCULTURAL


(VARIEDADES DIASTRÁTICAS) OU ESTILÍSTICO (VARIEDADES DIAFÁSICAS).

Não há uma língua portuguesa, há línguas em português.

A Sociolinguística é uma área que estuda a língua em seu uso real, levando em consideração que a melhor
maneira de se compreender o papel desempenhado pela língua é observar sua atuação na sociedade. Para os

sociolinguistas, a língua é uma instituição social que não pode ser estudada como uma estrutura autônoma,
independente do contexto situacional, da cultura e da história dos falantes que a utilizam como meio de

comunicação. Como se vai observar, essa subdisciplina incorpora alguns pontos que haviam sido excluídos
pelos linguistas estruturalistas (cf. Tema 5 de nosso módulo).

A Sociolinguística parte, portanto, do princípio de que a variação e a mudança são inerentes às línguas. Os

sociolinguistas se interessam por todas as manifestações verbais nas diferentes variedades de uma língua.

Entre seus objetivos, está a compreensão de quais são os principais fatores que motivam a variação
linguística. O estudo das variedades linguísticas é interessante na medida em que procura analisar o
impacto da sociedade sobre a língua ou, em outros termos, as modificações que a língua sofre em seu uso
cotidiano. Tais transformações não se dão propriamente na língua enquanto sistema, nem na fala, mas no

discurso. Isto é, ocorrem a partir da intervenção da combinação língua/fala na realidade, a partir de uma
elocução linguística. Explica-se: sempre que o ser humano combina dois sistemas diferentes, mas
complementares, como língua e fala, está atuando
no sentido de expressar suas ideias e vontades; em outras palavras, está estabelecendo uma relação entre si

próprio e a realidade exterior, na qual está inserido. Essa relação efetiva-se por intermédio do discurso, isto
é, por meio da expressão individual ou coletiva.É a combinação do discurso e da realidade, da expressão e
do cotidiano, que concede uma natureza social à linguagem. Portanto, é no âmbito do discurso que vão

ocorrer as transformações sociais da língua, as variedades linguísticas.


As variedades da linguagem podem ser de três tipos distintos: geográficas (diatópicas), socioculturais
(diastráticas) e estilísticas (diafásicas).
Para entender o conceito/processo de diferentes registros linguisticos, confira o áudio abaixo. Este áudio
faz parte da sequência desta aula e, portanto, é essencial para a aprendizagem.

Legenda:

Legenda:

Legenda:

A primeira espécie de alteração da língua, chamada aqui de variação geográfica, ocorre em um nível

regional, como o próprio nome já sugere: são as modificações que a língua sofre dependendo da região em
que ela é falada. Em termos mais técnicos, estamos querendo nos referir aos dialetos, espécie particular de
alterações geográficas da língua. Nas palavras rigorosas de um estudioso da linguagem, o dialeto pode ser
definido da seguinte maneira:

[...] sistema de sinais desgarrado de uma língua comum (...)


normalmente, com uma concreta delimitação geográfica, mas
sem uma forte diferenciação diante dos outros da mesma origem

(...). Estruturas linguísticas, simultâneas de outras, que não


alcançam a categoria de língua.

Com efeito, uma mesma língua (aqui empregada no sentido de idioma), submetida a condições regionais
particulares, pode sofrer inúmeras modificações: fonológicas, sintáticas e/ou semânticas. E isso ocorre,
inclusive, numa perspectiva histórica: se pensarmos, por exemplo, na evolução das chamadas línguas
neolatinas (das quais o português faz parte), fica fácil perceber que elas são, em última instância, o
resultado de evoluções ocasionadas, entre outras coisas, por diversos componentes de natureza geográfica.
Se fôssemos pensar numa divisão dos dialetos, segundo uma caracterização geográfica deles, poderíamos
simplesmente falar em dialetos locais (que ocorrem dentro de uma mesma região politicamente

determinada, geralmente de proporções reduzidas), regionais (que ocorrem dentro de uma região política
mais ampla) e intercontinentais (que ocorrem dentro de regiões separadas por sua disposição continental).
Legenda: BRASIL E SUAS VARIANTES

Legenda:

No Brasil, particularmente, ou no âmbito da Língua Portuguesa, a discussão dialetal é antiga, encontrando

basicamente duas espécies de teorias: a que defende a existência de componentes dialetais em nosso
idioma e a que rejeita tal ocorrência. Sem querer tomar partido de qualquer dessas posições, convém

lembrar que, já no princípio do século XX, um estudioso da categoria de Virgílio de Lemos chamava nossa

atenção para o fato de que mais vale tentar estudar o fenômeno dialetal com a profundidade que o
problema requer do que discutir questões que parecem ter em sua base interesses meramente particulares,

sobretudo de fundo nacionalista: para o autor, por exemplo, é necessário atentar para as relações de
necessidade da língua, as quais vêm substituir a ultrapassada e arbitrária concepção de regra gramatical.
A segunda espécie de variação linguística é a que podemos chamar de variação sociocultural da linguagem.

Trata-se, em outras palavras, das modificações que a língua sofre dependendo de elementos de natureza

estritamente social. Podem ser divididos, segundo Dino Preti (1987), em basicamente dois tipos: as
variedades ligadas ao falante e as variedades ligadas à situação em que o falante está. Do primeiro tipo,

podemos depreender a ocorrência de dois níveis diferentes de linguagem: a culta e a popular (além de uma
linguagem mediana); do segundo tipo, depreende-se a linguagem formal e a coloquial (também com uma

linguagem mediana). Mas talvez o fenômeno mais interessante que ocorre nessa espécie de variação é o da
emergência das chamadas línguas especiais, pertencentes a grupos sociais bastante definidos: a língua de

categorias profissionais (médicos, advogados, comerciantes etc.), de grupos etários distintos (jovens, idosos

etc.), de conjuntos ideológicos e afins (anarquistas, racistas, pacifistas, ecologistas etc.). Em suma, pode-se
dizer que, no limite, cada grupo social possível de ser assim caracterizado possui uma identidade linguística

própria, fundamentalmente associada ao mesmo: é o que se pode chamar de dialeto social.


A terceira espécie de variação linguística é a denominada variação estilística, que pode ocorrer em diversos

níveis. Por exemplo, é diferente a expressão linguística observada numa linguagem falada (em que entra em
questão o problema da oralidade) e numa linguagem escrita (em que entra em questão um problema

gráfico), cada qual com suas próprias peculiaridades expressivas.


Outro exemplo pode ser ilustrado com as diferenças existentes entre a expressão linguística feminina e a

masculina, nas quais se podem perceber diferenças fonológicas, vocabulares, gramaticais ou interacionais.

De qualquer maneira, é importante salientar que a língua só adquire uma dinâmica efetivamente
condizente com a sua função comunicativa e social quando se manifesta por meio do discurso individual ou

coletivo. É nesse contexto que a palavra adquire todo o poder nela concentrado, poder este que, em uma
perspectiva sociológica, transfere-se imediata e automaticamente para o falante, tornando-o detentor do

poder social que a própria linguagem representa.


Legenda:

Vejamos o quadro a seguir, que apresenta um esquema das principais variedades linguísticas:

Variedades Geográficas Variedades Socioculturais Variedades Estilísticas

locais falante (culta ou popular) fala x escrita

regionais situação (formal ou coloquial) masculina x feminina

intercontinentais   gíria, jargão

A norma culta
Qualquer um desses tipos ou subtipos de variedades linguísticas pode ser estudado com maior ou menor
profundidade. Peguemos um deles para ser analisado mais de perto e verificarmos como se comporta no dia

a dia: vamos tratar da norma culta, um dos aspectos mais interessantes, mas também polêmicos, das
variedades linguísticas.
O conceito de norma, como é sabido, tem sentidos diversos, mas todos eles ligados a alguns sentidos
determinados, associados, por sua vez, à ideia de preceitos, regras, juízos de valor etc. Norma e normativo

diz respeito a tudo aquilo que é instituído como padrão, como regra e, no limite, como modelo a ser
seguido.
Com a linguagem não é diferente: as gramáticas, por exemplo, baseiam-se em

regras que devem ser tomadas como modelos da escrita e da fala corretas, geralmente utilizadas pelas
classes sociais de formação superior, que empregam uma norma culta padrão. Daí advém outro conceito
que, mais adiante, discutiremos e que tem relação direta com a noção de norma: o conceito de erro.
Evidentemente, tomar uma forma específica de escrever e falar como a correta, a padrão e a normativa,

sucinta muita discussão, já que considerar um único registro linguístico como o ideal, o perfeito, o correto,
é, no mínimo, pretensioso, podendo gerar uma série de preconceitos linguísticos, já que considerar uma
única maneira de empregar a língua como correta é desconsiderar todas as outras experiências linguísticas

que fazem parte de nosso cotidiano e de nossas vidas. Afinal de contas, não é apenas quem é "culto" que se
comunica por meio da linguagem, mas todos os seres humanos, independentemente do grau de
escolaridade que possuem, da atividade que exercem, da forma como pensam.
Embora a norma padrão e culta exerça uma forte influência sobre o imaginário das pessoas (por exemplo, é

comum pensar que quem utiliza essa norma tem mais prestígio social), é mais comum o uso da norma
popular, menos prestigiada socialmente, mas em muitos aspectos próxima da culta. Como afirma Sírio
Possenti:

[...] ao contrário das afirmações sem base e muito preconceituosas

do tipo "eles falam tudo errado", revelaria que, em relação a um padrão desejável, há
muita coincidência entre qualquer fala popular e a fala erudita. (1996, p. 231)
No Brasil, particularmente, é preciso levar em consideração, nessa discussão toda, que o reduzido acesso à
escola explica a dificuldade da aquisição da norma culta, uma realidade bastante distante da maioria dos

brasileiros, o que adensa ainda mais os preconceitos.

SAIBA MAIS
Indicação de filme: Língua: Vidas em Português, de Victor Lopes, 2001.

ATIVIDADE FINAL

Há dois tipos de variedades linguísticas: as geográficas (diatópicas) e as


sociais (diastráticas).

A. Correta
B. Incorreta

A variação geográfica é aquela que ocorre num nível regional, isto é,

modificações que a língua sofre dependendo da região em que ela é


falada.

A. Correta
B. Incorreta

A variação social da linguagem é aquela em que a língua é influenciada


por elementos de natureza social, podendo ser dividida em variedades

ligadas ao falante e variedades ligadas à situação em que o falante está.

A. Correta
B. Incorreta

A expressão linguística observada na oposição entre a linguagem falada


e a linguagem escrita é um tipo de variação a que podemos chamar de

social.

A. Correta

B. Incorreta

Em se tratando da noção de erro, para alguns linguistas o critério de

correção deve prevalecer sobre o critério de aceitabilidade social.


A. Correta
B. Incorreta

REFERÊNCIA
COMUNIDADE DOS PAÍSES DE LINGUA PORTUGUES.  Disponível em:www.cplp.org (http://www.cplp.org).
Acesso em: 14 mar 2019.
INSTITUTO CAMOES. Disponível em: http://cvc.instituto-camoes.pt/index.php (http://cvc.instituto-
camoes.pt/index.php). Acesso em: 14 mar 2019.

CARTOGRAFIA LINGUÍSTICA EXTREMATURA. Disponível em:   www.geolectos.com/atlas.htm


(http://www.geolectos.com/atlas.htm). Acesso em: 14 mar 2019.

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