Sei sulla pagina 1di 146

WILLIAM FREIRE

RISCOS JURÍDICOS
NA MINERAÇÃO
WILLIAM FREIRE é advogado
formado pela UFMG. Autor de
diversos livros de Direito Minerário
e Direito Ambiental. Professor de
Direito Minerário em vários cursos
de pós-graduação. Fundador do
Instituto Brasileiro do Direito da
Mineração — IBDM. Árbitro da
Câmara de Mediação e Arbitragem
Empresarial Brasil – CAMARB.
Diretor do Departamento do Direito
da Mineração do Instituto dos
Advogados de Minas Gerais.
RISCOS JURÍDICOS
NA MINERAÇÃO
WILLIAM FREIRE

RISCOS JURÍDICOS
NA MINERAÇÃO

BELO HORIZONTE
2019
Copyright © William Freire
Copyright © Editora Jurídica
Todos os direitos reservados

Capa: Ludmila Andrade Rennó

2019

Todos os direitos reservados


Editora Jurídica
Rua Paraíba, 476, sala 402
CEP: 30130-141, Belo Horizonte, MG
SUMÁRIO
PREFÁCIO....................................................................................................................9

PESQUISA...................................................................................................................13

FASE DE PESQUISA MINERAL............................................................................15


PESQUISA EM ÁREA DEGRADADA................................................................................................ 15
RESISTÊNCIA DO PROPRIETÁRIO OU POSSUIDOR DO IMÓVEL................................... 15
PROCEDIMENTO JUDICIAL PARA AVALIAÇÃO DE RENDAS E DANOS.......................17
NECESSIDADE DE OCUPAR IMÓVEL VIZINHO PARA A PESQUISA...............................17
NECESSIDADE DE ADICIONAR OU ALTERAR SUBSTÂNCIA............................................18
TAXA ANUAL POR HECTARE (TAH)..............................................................................................18
PRORROGAÇÃO DO PRAZO DO ALVARÁ DE PESQUISA...................................................19
CONTINUIDADE DOS TRABALHOS DE PESQUISA
APÓS A ENTREGA DO RFP................................................................................................................20
ANÁLISE DO RELATÓRIO FINAL DE PESQUISA...................................................................... 21
MUDANÇA DE REGIME....................................................................................................................... 22
GUIA DE UTILIZAÇÃO — GU...............................................................................23
INFOGRÁFICO I....................................................................................................24
RISCOS NA FASE DE PESQUISA..........................................................................24

LAVRA........................................................................................................................ 27

FASE DE REQUERIMENTO DE LAVRA..............................................................29


PRORROGAÇÃO DO PRAZO PARA REQUERER A LAVRA.................................................29
CUMPRIMENTO DE EXIGÊNCIAS..................................................................................................29
INTERAÇÃO DO PROCESSO ADMINISTRATIVO MINERÁRIO E AMBIENTAL.........30
INÉRCIA DOS ÓRGÃOS AMBIENTAIS........................................................................................... 31
ATUALIZAÇÃO DO PAE ANTES DA OUTORGA DA CONCESSÃO DE LAVRA........... 31
SERVIDÃO MINERAL APÓS APRESENTAÇÃO
DO REQUERIMENTO DE LAVRA.................................................................................................... 32
SERVIDÃO MINERAL ANTES DA CONCESSÃO DE LAVRA............................................... 33
DESAPROPRIAÇÃO DE IMÓVEL EM FAVOR DO
EMPREENDIMENTO MINERAL....................................................................................................... 33
FASE DE LAVRA..................................................................................................34
PRORROGAÇÃO DO PRAZO PARA INICIAR A LAVRA......................................................... 34
CUMPRIMENTO DO PLANO DE APROVEITAMENTO ECONÔMICO (PAE).............. 34
SUSPENSÃO DA LAVRA...................................................................................................................... 35
CUMPRIMENTO DAS NORMAS REGULADORAS DE MINERAÇÃO – NRM...............36
NECESSIDADE DE ÁREA DE SERVIDÃO MINERAL APÓS O INÍCIO DA LAVRA......36
RISCOS NA RELAÇÃO COM O SUPERFICIÁRIO.......................................................................37
APROVEITAMENTO DE ESTÉREIS E REJEITOS......................................................................38
REQUERIMENTO DE TERCEIRO SOBRE PILHAS
DE ESTÉRIL E BARRAGENS DE REJEITO DO MINERADOR..............................................38
CONTRATO DE ARRENDAMENTO...............................................................................................39
RISCOS COMO ARRENDANTE........................................................................................................39
RISCOS COMO ARRENDATÁRIO................................................................................................... 40
INFOGRÁFICO II....................................................................................................41
RISCOS NA FASE DE LAVRA.................................................................................41

REGIME DE LICENCIAMENTO MINERAL................................................................45

CONTRATO COM O PROPRIETÁRIO DO IMÓVEL.................................................................46


PRORROGAÇÃO DO TÍTULO...........................................................................................................46
RISCOS RELACIONADOS À EXTRAÇÃO..................................................................................... 47
ALTERAÇÃO DE REGIME.................................................................................................................... 47
INFOGRÁFICO III..................................................................................................48
RISCOS NO LICENCIAMENTO MINERAL............................................................48

RISCOS COMUNS.......................................................................................................51
RISCOS COMUNS AOS DIVERSOS REGIMES
DE EXPLORAÇÃO MINERAL.............................................................................. 53
SIGILO DOS PROCESSOS MINERÁRIOS..................................................................................... 53
INÉRCIA DA AGÊNCIA NACIONAL DA MINERAÇÃO – ANM............................................. 54
DISPUTA POR PRIORIDADE.............................................................................................................. 54
INVASÃO DE ÁREAS DE DIREITOS MINERÁRIOS.................................................................. 55
BARRAGENS DE REJEITOS...............................................................................................................56
INTERFERÊNCIA COM UNIDADE DE CONSERVAÇÃO........................................................57
INTERFERÊNCIA COM TERRAS INDÍGENAS............................................................................57
CONFLITOS COM OUTROS EMPREENDIMENTOS DE INTERESSE PÚBLICO........58
PRAZOS NA LEGISLAÇÃO MINERAL...........................................................................................58
GESTÃO FUNDIÁRIA............................................................................................................................ 59
DISPONIBILIDADE................................................................................................................................ 60
RELATÓRIO ANUAL DE LAVRA — RAL....................................................................................... 60
CADASTRO DE TITULARES DE DIREITOS MINERÁRIOS – CTDM.................................. 61
DISPENSA DE TÍTULO MINERÁRIO............................................................................................... 61
DIREITO MINERÁRIO EM FAIXA DE FRONTEIRA..................................................................62
RESPONSABILIDADE DO MINERADOR EM MATÉRIA DE
TRANSPORTE DE CARGAS EM RODOVIAS..............................................................................63
AUSÊNCIA DE GESTÃO ESTRATÉGICA DO PATRIMÔNIO MINERAL...........................63

TRIBUTÁRIO..............................................................................................................65

OPORTUNIDADES EM RELAÇÃO À TRIBUTAÇÃO...........................................67

PENAL...................................................................................................................... 69

RISCOS EM MATÉRIA PENAL.............................................................................71


CRIME DE USURPAÇÃO....................................................................................................................... 71
CRIMES AMBIENTAIS............................................................................................................................ 71

POSFÁCIO.................................................................................................................. 73
ANEXOS..................................................................................................................... 77

CÓDIGO DE MINERAÇÃO...................................................................................79
REGULAMENTO DO CÓDIGO DE MINERAÇÃO...............................................114
PREFÁCIO
A atuação no setor mineral é, sem dúvida, grande desafio. A legislação
mineral, desatualizada e, em grande medida, desorganizada, é fonte de
parte dos problemas.

As dificuldades aumentam sempre que novas normas surgem.


Recentemente, entraram em vigor a Lei 13.540/2017, que alterou a
Compensação Financeira pela Exploração de Recursos Minerais – CFEM,
e a Lei 13.575/2017, que criou a Agência Nacional de Mineração — ANM.

Foi publicado o Decreto nº 9.587/2018, que instalou a ANM e, como


consequência, iniciou a vigência do novo Regulamento do Código de
Mineração — Decreto nº 9.406/2018. A ANM vem publicando suas
Resoluções, atualizando as normas do Departamento Nacional de
Produção Mineral – DNPM, o qual substituiu.

Além das mudanças normativas, que por si só causam necessidade de


adaptações nas empresas, a mineração está sujeita a riscos específicos da
atividade.

Embora os problemas sejam inúmeros e muitas vezes bem específicos,


os mais de 25 anos de atuação na área do Direito da Mineração nos
permitiram compreender as situações vividas pelos mineradores.

A partir dessa experiência, preparamos este livro com a relação dos riscos
(e algumas oportunidades) mais comuns para as empresas de mineração
e sua cadeia produtiva. O texto está acompanhado, ao final, de esquemas
ilustrativos (infográficos), com indicação de riscos nas fases do processo
administrativo minerário.

Embora o conteúdo seja fruto da visão de advogados, pode ser lido e


compreendido pelos diversos profissionais da mineração.

11
Não é o objetivo do livro apresentar as soluções para todos os casos, uma
vez que as situações precisam ser analisadas em sua singularidade. Apesar
disso, entendemos que ele poderá contribuir com o primeiro passo
necessário para evitar qualquer problema: a identificação do risco.

William Freire

Belo Horizonte, janeiro de 2019.

12
PESQUISA
FASE DE PESQUISA MINERAL
PESQUISA EM ÁREA DEGRADADA

Ao se decidir realizar a pesquisa mineral, o minerador poderá se deparar


com uma área sem indícios de atividades anteriores ou poderá encontrar
a área já degradada (por atividade mineral ou não).

Nesse segundo cenário, é importante que o minerador adote medidas


preventivas para evitar que a responsabilidade pelos danos recaia sobre
ele.

O registro prévio dessa situação, de forma profissional, e a tomada de


providências imediatas evitam futura responsabilização.

RESISTÊNCIA DO PROPRIETÁRIO OU POSSUIDOR DO IMÓVEL

A Constituição brasileira estabelece a divisão da propriedade do imóvel


e dos recursos minerais e confere à União a propriedade sobre esses
recursos.

A União dá ao minerador o consentimento para realizar pesquisa ou lavra


nos vários regimes, sendo que, em regra1, não precisará da anuência do
superficiário (proprietário ou possuidor do imóvel) para executá-la.

Muitas vezes o superficiário opõe resistência contra a mineração,


impedindo o acesso à área ou, em alguns casos, até constituindo unidade

1
Como será tratado adiante, no regime de Licenciamento Mineral, a legislação exige que o titular
seja proprietário do imóvel ou tenha autorização expressa do proprietário.

15
de conservação ambiental ou reserva legal sobre seu imóvel. Nesses casos
em que é oferecido algum tipo de resistência, há alternativas legais para
superá-la. Em boa parte das vezes, a melhor opção é realizar acordos com
os superficiários, que precisam ser bem formulados, para não se tornarem
fontes de problemas futuros.

O Novo Regulamento do Código de Mineração acrescentou ainda mais


importância para esses acordos. Antes da sua vigência, salvo raríssimas
exceções, o minerador estava autorizado somente a realizar atividades
de pesquisa durante o prazo do Alvará de Pesquisa ou após a publicação
da Portaria de Lavra. Então, era comum que a vigência dos acordos fosse
estabelecida com base no prazo do Alvará.

O Regulamento admite a continuidade das pesquisas em determinadas


situações (fora do período originalmente estabelecido no Alvará de
Pesquisa), como nas hipóteses de pedido de prorrogação tempestivamente
formulado e após a entrega tempestiva do Relatório Final de Pesquisa.

É importante, portanto, que sejam bem definidos os direitos e as obrigações


das partes nesses períodos. Com isso em vista, a abrangência do objeto do
acordo com os superficiários, entre outras coisas, pode envolver:

• Acordo para pesquisa simples;


• Acordo com previsão de atividades após o Relatório Final de Pesquisa;
• Acordo com previsão de Guia de Utilização;
• Acordo com previsão de prorrogação da Autorização de Pesquisa;
• Acordo com previsão de Servidão Mineral.

A melhor opção deve ser definida com base nas particularidades do caso
concreto.

16
PROCEDIMENTO JUDICIAL PARA AVALIAÇÃO DE RENDAS E
DANOS

A principal forma de vencer a resistência do superficiário na fase de


pesquisa é o processo judicial de avaliação de rendas e danos, em que
se busca decisão judicial de imissão de posse do minerador na área a ser
pesquisada e, também, a quantificação do valor a ser pago ao superficiário.

O Código de Mineração estabelece que, na ausência de acordo com


os proprietários ou posseiros do imóvel, a ANM enviará ofício ao Juiz
da Comarca onde está situada a jazida para iniciar o procedimento de
avaliação de rendas e danos.

Entretanto, o minerador pode, voluntariamente, iniciar esse procedimento.


Assim, estrategicamente, levando em conta os riscos e oportunidades
de uma outra alternativa, deve decidir se inicia o procedimento por sua
própria conta ou se aguarda o envio do ofício pela ANM.

De aparência simples, o procedimento de avaliação judicial de rendas e


danos contém especificidades que, se forem ignoradas, podem levar ao
insucesso do processo judicial.

A consequência de um procedimento judicial malconduzido é o atraso no


ingresso no imóvel, o que gera a necessidade de requerer a prorrogação
do prazo do Alvará de Pesquisa e, em casos críticos, pode colocar o direito
minerário em risco.

NECESSIDADE DE OCUPAR IMÓVEL VIZINHO PARA A PESQUISA

De maneira geral, os trabalhos de pesquisa são realizados dentro do


polígono da Autorização de Pesquisa. Entretanto, em caso de necessidade,

17
é possível ocupar, também, imóveis vizinhos. Nessa hipótese, é necessário
verificar a melhor forma, se por acordo com os superficiários ou se por
procedimento judicial.

É preciso avaliar eventual risco de conduzir um procedimento judicial para


acessar essas áreas e aguardá-lo para iniciar as pesquisas. Isso porque há o
risco da ANM não considerar a demora desse procedimento fundamento
suficiente para a prorrogação do Alvará de Pesquisa, o que pode gerar a
perda do direito minerário.

NECESSIDADE DE ADICIONAR OU ALTERAR SUBSTÂNCIA

Embora o requerimento de pesquisa tenha a indicação da substância a ser


pesquisada, o minerador não está vinculado a ela, podendo adicionar ou
alterar a substância do seu processo minerário.

Entretanto, é necessário que isso seja feito observando as exigências


legais, com a comunicação à ANM. O descumprimento dessa exigência é
fundamento para a aplicação de multas pela ANM.

TAXA ANUAL POR HECTARE (TAH)

O titular do Alvará de Pesquisa é obrigado a pagar a Taxa Anual por Hectare


(TAH) por cada ano em que estiver vigente o seu Alvará. O pagamento
atrasado da TAH acarreta multa e o seu não pagamento após a imposição
da multa é hipótese de perda da Autorização de Pesquisa.

No caso de renúncia da Autorização de Pesquisa, o titular ficará


desobrigado de pagar a TAH dos anos seguintes. Entretanto, é preciso
que a renúncia seja protocolizada na ANM antes que o Alvará complete
um ano de vigência. Exemplo: Se o Alvará tem validade de 05/05/2018

18
a 05/05/2021, para não pagar a TAH referente aos dois últimos anos, o
titular deve protocolizar a renúncia, no máximo, até 04/05/2019. É preciso
que o minerador fique atento a esses prazos, para que não tenha despesa
adicional desnecessária.

Possibilidades que devem ser avaliadas pelo minerador a fim de


reduzir as despesas com pagamento de TAH são a desistência parcial
do requerimento de pesquisa e a renúncia parcial da Autorização de
Pesquisa. Nos casos em que o minerador consegue perceber, antes ou
depois de obter o Alvará de Pesquisa, que somente parte da poligonal
tem relevância, pode apresentar desistência parcial (se estiver na fase de
requerimento) ou renúncia parcial (se estiver na fase de Autorização de
Pesquisa) de modo a pagar apenas a TAH referente à área de interesse.

PRORROGAÇÃO DO PRAZO DO ALVARÁ DE PESQUISA

O requerimento de prorrogação do prazo do Alvará de Pesquisa deve ser


realizado em até 60 dias antes do fim do prazo e deve ser fundamentado
em alguma das hipóteses legais.

O novo Regulamento do Código de Mineração dispõe que é possível


apenas uma prorrogação com base na avaliação do desenvolvimento dos
trabalhos de pesquisa.

Admite-se mais de uma prorrogação somente nas hipóteses de


impedimento de acesso à área ou falta de assentimento ou licença do
órgão ambiental, desde que o minerador demonstre comportamento
diligente e ausência de culpa na demora do processo judicial de avaliação
de rendas e danos ou do processo ambiental.

19
Essa limitação aumenta a necessidade de boa gestão na realização da
pesquisa mineral e acrescenta o risco de perda do direito para os processos
minerários com primeira prorrogação já concedida.

Outro foco de risco relacionado ao pedido de prorrogação do Alvará de


Pesquisa é o Relatório Parcial de Pesquisa (RPP).

O Código de Mineração determina que o pedido de prorrogação deve


ser instruído com esse relatório. Especialmente nas situações em que o
minerador não conseguiu iniciar as pesquisas ou obteve acesso tardio à
área, existem questões importantes a serem avaliadas, com o objetivo
de minimizar o risco de indeferimento do requerimento de prorrogação:
(I) a quantidade de trabalho a ser demonstrada (II) se, considerando a
impossibilidade fática da realização da pesquisa (pela impossibilidade de
acesso ou por ausência de licença ambiental), seria possível requerer a
prorrogação do prazo da autorização de pesquisa sem apresentar o RPP
(apesar da disposição do Código de Mineração); e (III) as alternativas para
os casos em que não há tempo para preparar o RPP.

CONTINUIDADE DOS TRABALHOS DE PESQUISA APÓS A


ENTREGA DO RFP

É comum o minerador precisar realizar trabalhos adicionais de pesquisa


mesmo após a entrega do Relatório Final de Pesquisa.

O novo Regulamento do Código de Mineração trouxe modificações muito


relevantes nesse aspecto. De acordo com a norma, é possível realizar a
pesquisa após a entrega do RFP, mediante simples comunicação à ANM,
desde que o objetivo seja o melhor detalhamento da jazida e a conversão
de recursos em reservas para a instrução do Plano de Aproveitamento
Econômico ou para o planejamento adequado do empreendimento.

20
Ainda não está claro, porém, quais atividades estão autorizadas e se o
novo sistema conviverá com a antiga Autorização Especial de Pesquisa

Essa indefinição gera risco considerável. Isso porque é possível que, após
a realização da pesquisa, entenda-se que os trabalhos foram realizados
sem autorização legal, o que poderia gerar, inclusive, responsabilização
criminal.

É importante entender bem a aplicação dessa regra, para maior celeridade


do processo minerário e redução dos custos do projeto.

ANÁLISE DO RELATÓRIO FINAL DE PESQUISA

A ANM, ao analisar o Relatório Final de Pesquisa (RFP), pode proferir


quatro tipos de decisões, a depender do relatório:

a) aprovação (quando o RFP, bem elaborado, concluir pela existência de


jazida);
b) não aprovação (quando entender que os trabalhos realizados foram
insuficientes ou que o relatório possui deficiência técnica);
c) arquivamento (quando o RFP, bem elaborado, concluir pela inexistência
de jazida); e
d) sobrestamento da decisão (quando ficar caracterizada a impossibilidade
temporária da exequibilidade técnico-econômica da lavra).

Antes de tomar a decisão, se for o caso, poderá formular exigências para


melhor instrução do RFP. Essas exigências podem ser fonte de risco, por
exemplo, por ausência de prazo hábil ou impossibilidade de cumprimento
(exigência indevida).

21
Além disso, a decisão de não aprovação do RFP costuma gerar muitos
problemas. Isso porque não há parâmetro claro e objetivo para definir a
suficiência/insuficiência dos trabalhos ou a qualidade/deficiência técnica
do relatório, havendo situações em que o julgamento realizado pelo
técnico responsável pela análise do RFP pode ser questionado. Nesses
casos, não é raro que, dentro da própria ANM, haja divergência de
entendimento sobre o julgamento adequado.

Para evitar que tenha o seu RFP não aprovado (e, consequentemente,
perca a área), além de cuidar para que a pesquisa seja bem realizada e
os dados adequadamente apresentados à ANM, é importante que o
minerador avalie os fundamentos da decisão proferida, a fim de adotar as
medidas na forma e prazo adequados.

MUDANÇA DE REGIME

As normas minerárias admitem a mudança de regime mineral de


Autorização de Pesquisa para Licenciamento (Registro de Licença) ou
Permissão de Lavra Garimpeira (PLG) ou vice-versa.

Considerando que os regimes de Licenciamento e PLG possibilitam o início


da lavra de forma mais célere, nos casos em que o minerador cumpre os
requisitos para a mudança de regime e tenha bem avaliado as questões
relacionadas à segurança jurídica do regime para o qual pretende migrar, a
mudança de regime pode representar uma oportunidade.

22
GUIA DE UTILIZAÇÃO — GU
A Guia de Utilização (GU) é o instrumento pelo qual a ANM dá ao minerador
o consentimento para realizar extração de substâncias minerais antes da
outorga da Concessão de Lavra.

Vários são os pontos de risco relacionados à GU, como os períodos de


validade em caso de prorrogações sucessivas (é comum que o minerador
desconsidere eventual lacuna e tenha a lavra considerada irregular no
período); a contagem do volume lavrado em caso de prorrogação; o
licenciamento ambiental; a dificuldade para ingressar em imóvel de terceiro
para realizar a lavra; a necessidade de vender o estoque do minério após
o vencimento da GU; a relação contratual com o superficiário; a eventual
necessidade de servidão mineral, entre outros.

O novo Regulamento adicionou novas situações de risco, uma vez que


trouxe grandes restrições à outorga da GU, se comparado com o regime
anterior. As novas regras estabelecem que as GU serão emitidas apenas
uma vez, pelo prazo de 1 a 3 anos, admitida apenas uma prorrogação.

A principal questão, ainda sem resposta, é como serão aplicadas essas


novas regras aos processos em curso. Na hipótese da ANM entender
que deve aplicar as novas regras imediatamente para todos os casos, é
possível, por exemplo, que empreendimentos planejados totalmente
com base na possibilidade de obtenção da GU e respectivas prorrogações
sejam inviabilizados.

23
INFOGRÁFICO I

Clique na imagem para ampliar e visualizar na web.

RISCOS NA FASE DE PESQUISA

›› Requerimento

1 ê Demora para publicar a autorização de pesquisa

2 ê Disputa por prioridade com terceiros

3 ê Requerimento em área com proteção ambiental

4 ê Exigências

24
5 ê Indeferimento do requerimento de pesquisa

6 ê Conflito com outros empreendimentos de utilidade pública

›› Autorização de pesquisa

7 ê Sigilo do processo administrativo

8 ê Pesquisa em área degradada

9 ê Resistência do proprrietário ou possuidor

10 ê Resistência da comunidade

11 ê Resistência do prefeito e pressões políticas

12 ê Necessidade de ocupar imóvel vizinho da autorização na fase


de pesquisa

13 ê Procedimento judicial de avaliação de rendas e danos

14 ê Necessidade de adicionar ou alterar a substância

15 ê Necessidade de guia de utilização

16 ê Licença ambiental para Guia de Utilização - GU

17 ê Demora da ANM em analisar e publicar a GU

›› Guia de utilização

18 ê Dúvida no pagamento da CFEM na GU

25
19 ê Participação do proprietário no resultado da lavra na GU

20 ê Necessidade de prorrogar Guia de Utilização

21 ê Necessidade de prorrogar a autorização de pesquisa

›› Requerimento de prorrogação do prazo da autorização de pesquisa

22 ê Demora da ANM em analisar o pedido de prorrogação da


autorização de pesquisa

›› Prorrogação da autorização de pesquisa

›› Protocolo do relatório final de pesquisa

23 ê Necessidade de continuar os trabalhos de pesquisa após o


relatório final

24 ê Necessidade de autorização especial de pesquisa

25 ê Alteração de regime

26 ê Suspensão da análise do relatório final de pesquisa em razão


de fatores técnicos ou econômicos

27 ê Exigências no relatório final de pesquisa.Exigências descabidas

28 ê Indeferimento do relatório final de pesquisa. Necessidade de


recursos

›› Aprovação do relatório final de pesquisa

26
LAVRA
FASE DE REQUERIMENTO DE
LAVRA
PRORROGAÇÃO DO PRAZO PARA REQUERER A LAVRA

O prazo para requerer a lavra é de um ano, a contar da aprovação do


Relatório Final de Pesquisa. Antes do fim do prazo, o minerador pode
requerer sua prorrogação por igual período.

O pedido de prorrogação deverá ser muito bem fundamentado, sob


pena de caducidade do direito de requerer a lavra. A necessidade de
prorrogar o prazo, portanto, pode colocar o direito minerário em risco.
Por isso, é necessário definir a melhor forma de apresentar os dados e os
fundamentos que justificam a prorrogação.

CUMPRIMENTO DE EXIGÊNCIAS

Exigências podem ser feitas em várias fases do processo administrativo


minerário: para melhor instrução do requerimento (de pesquisa,
licenciamento, permissão de lavra garimpeira), para correção de deficiência
no Relatório Final de Pesquisa, para melhor instrução do Requerimento de
Lavra etc.

No que se refere especificamente às exigências para a melhor instrução do


Requerimento de Lavra, o Novo Regulamento traz regras importantes. De
acordo com a norma, o requerente terá o prazo de 60 dias para cumprir
eventuais exigências formuladas, podendo o prazo ser prorrogado, em
regra, apenas uma vez, por igual período.

29
Quando intimado, o minerador terá 6 meses para provar que iniciou
o processo de licenciamento ambiental e deverá demonstrar à ANM,
espontaneamente, a cada 6 meses, o andamento do licenciamento
ambiental, até que a licença seja apresentada.

O não cumprimento das exigências ou a não comprovação do início e


desenvolvimento do licenciamento ambiental ocasiona o indeferimento
do requerimento de lavra e o encaminhamento da área para procedimento
de disponibilidade. Portanto, deve ser objeto de bastante atenção.

Algumas situações são especialmente críticas, como nos casos de


exigências indevidas e de prazo insuficiente (ainda que considerada
a prorrogação admitida). Caso a caso, devem ser objeto de prévia e
minuciosa avaliação de riscos.

INTERAÇÃO DO PROCESSO ADMINISTRATIVO MINERÁRIO E


AMBIENTAL

Para que possa dar início ao empreendimento mineiro, o minerador


necessita de consentimentos dos órgãos regulatórios (ANM e MME) e dos
órgãos ambientais. Os processos para obtenção desses consentimentos,
entretanto, tramitam de forma separada.

É preciso que o minerador conduza ambos os processos de forma


diligente e integrada, cumprindo todos os prazos e realizando as devidas
comunicações dos eventos do processo ambiental à ANM. Ponto relevante
de atenção é o fato de que a outorga da Concessão de Lavra está vinculada
à obtenção da Licença Ambiental de Instalação pelo minerador.

30
O Regulamento do Código de Mineração determina que, enquanto não
obtém a referida licença, o minerador deve comunicar à ANM, de seis em
seis meses, o andamento do processo ambiental.

O minerador deve ter atenção para que, enquanto cuida do licenciamento


ambiental, não se descuide do processo minerário, uma vez que isso pode
gerar o indeferimento do requerimento de lavra (portanto, a perda do
direito minerário).

INÉRCIA DOS ÓRGÃOS AMBIENTAIS

A demora na análise dos processos administrativos ambientais é um dos


grandes fatores de prejuízo para o minerador.

Os órgãos ambientais têm prazo legal curto para analisar os processos


administrativos. Em alguns casos, pode ser aconselhável adotar medidas
judiciais para provocar a análise dos processos.

ATUALIZAÇÃO DO PAE ANTES DA OUTORGA DA CONCESSÃO DE


LAVRA

O processo minerário está estruturado, inicialmente, para que o


minerador apresente o Plano de Aproveitamento Econômico, obtenha
a sua aprovação, consiga a Licença Ambiental e, enfim, seja outorgada a
Concessão de Lavra.

Não é raro que, em virtude da enorme demora da ANM em analisar o


Plano de Aproveitamento Econômico (PAE) e por razões técnicas ou
econômicas, o minerador tenha a necessidade de alterá-lo antes de ser
publicada a Portaria de Lavra. Essa alteração, antes ou depois da análise
e aprovação do PAE, é possível, mas deve ser feita de maneira adequada,

31
sob pena de grande atraso no processo minerário e comprometimento
do projeto.

Na hipótese do novo PAE ser apresentado enquanto pendente a obrigação


de comprovação (a cada seis meses) de andamento do processo de
licenciamento ambiental, é preciso que o minerador avalie se mantém
a comunicação a respeito do licenciamento ou se deixa de cumprir essa
obrigação, em virtude da sua incompatibilidade com a pretensão de
aprovação do novo PAE.

SERVIDÃO MINERAL APÓS APRESENTAÇÃO DO


REQUERIMENTO DE LAVRA

A servidão mineral é o instrumento jurídico que possibilita ao minerador ter


acesso à área de terceiro, para a execução de empreendimento minerário.
A constituição da servidão é possível tanto no polígono do direito minerário
como nas áreas externas que forem necessárias ao empreendimento.

O procedimento de servidão possui duas fases: uma administrativa e outra


judicial. Ao final da fase administrativa, a ANM emite o Laudo de Servidão,
reconhecendo a necessidade e adequação do tamanho da área requerida.
Posteriormente, esse laudo instruirá processo judicial para que ocorra a
constituição da servidão sobre o imóvel.

O requerimento administrativo de servidão pode ser realizado a partir


da apresentação do PAE até o fim do empreendimento. A forma e o
momento de requerer a servidão mineral demandam decisão estratégica,
devendo, entre outras coisas, serem analisados o melhor momento para o
requerimento, a real necessidade, os custos envolvidos e a celeridade de
cada alternativa.

32
SERVIDÃO MINERAL ANTES DA CONCESSÃO DE LAVRA

É comum situação em que o órgão ambiental exige o consentimento do


proprietário do imóvel para emitir a Licença Ambiental de Instalação, o
que é essencial para que o minerador obtenha a Concessão de Lavra.

Nesse caso, é possível ocorrer um grande entrave: o minerador não


consegue a LI porque não possui o consentimento do superficiário. Sem
a LI não consegue a Concessão de Lavra e sem a Concessão de Lavra,
pelo procedimento tradicional, não consegue a servidão mineral. Nessa
situação, pode-se buscar a antecipação da servidão mineral pela ANM.

DESAPROPRIAÇÃO DE IMÓVEL EM FAVOR DO


EMPREENDIMENTO MINERAL

A lei que criou a ANM (Lei nº 13.575/2017) e o Novo Regulamento do


Código de Mineração estabeleceram a possibilidade de a Agência declarar
imóvel de terceiro como de utilidade pública para fins de desapropriação.
Ainda há diversas dúvidas sobre a utilização do instituto, mas, com certeza,
trata-se de oportunidade que poderá ser aproveitada pelos mineradores

33
FASE DE LAVRA
PRORROGAÇÃO DO PRAZO PARA INICIAR A LAVRA

O Código de Mineração estabelece prazo de 6 meses para o minerador


iniciar os trabalhos de lavra após a publicação da Portaria de Lavra. Esse
prazo, porém, pode ser prorrogado.

O requerimento de prorrogação do início da lavra deve ser bem justificado,


sob pena de ser indeferido e, como consequência, o minerador ser
obrigado a iniciar a lavra em momento inoportuno ou colocar o direito
minerário em risco (já que o descumprimento dos prazos de início da lavra
é hipótese de perda da Concessão).

CUMPRIMENTO DO PLANO DE APROVEITAMENTO ECONÔMICO


(PAE)

O Plano de Aproveitamento Econômico (PAE) é o guia do empreendimento


minerário. O seu descumprimento sujeita o minerador a variados riscos.

A lavra exercida em desconformidade com o PAE pode ser considerada


ambiciosa, hipótese de multa e de caducidade (perda) da Concessão de
Lavra.

É comum que alguns mineradores lavrem em quantidades bem inferiores


ao previsto no PAE, quando, por razões técnicas e/ou econômicas, a
lavra está inviável, mas não querem requerer a suspensão da lavra. Essa
lavra é considerada simbólica e também sujeita o minerador a multa por
descumprimento do PAE e, em situações extremas, à perda do direito
minerário.
Outra situação de risco relacionada ao PAE está na hipótese contrária: a
realização de lavra acima do limite estabelecido. Essa situação, em alguns
casos, pode gerar responsabilização administrativa, civil e criminal.

Para minimizar esses riscos, é importante que o minerador esteja sempre


atento à necessidade de alterar o seu PAE. Deverá, para tanto, levar
em consideração o grande tempo que a ANM costuma demorar para
aprovar as alterações no plano, requerendo as alterações com a máxima
antecedência possível.

São muito relevantes as alterações promovidas pela Portaria DNPM


nº 70.507/2018, que admite que determinadas modificações no
empreendimento sejam realizadas sem prévia aprovação da ANM,
mediante apresentação de Projeto Executivo.

Dessa forma, o minerador deverá sempre ter em mente quais alterações


no plano de lavra demandam a elaboração e a aprovação de um novo PAE
e quando é possível a simples apresentação de um Projeto Executivo para
implementar as modificações.

SUSPENSÃO DA LAVRA

O exercício da lavra, além de um direito decorrente da Concessão de Lavra,


também é um dever de seu titular. Portanto, o minerador somente poderá
suspender a lavra nas hipóteses legalmente estabelecidas.

O Código de Mineração exige requerimento fundamentado e instruído


com relatório contendo: a) os trabalhos efetuados; b) o estado da mina e
suas possibilidades futuras. O novo Regulamento do Código de Mineração
trouxe a novidade de autorizar a suspensão da lavra enquanto o minerador
aguarda a decisão do requerimento de suspensão pela ANM.

35
A suspensão da lavra sem a formalização do requerimento é passível,
inicialmente, de multa e, posteriormente, pode gerar a caducidade do
direito minerário.

Além dos cuidados prévios para a suspensão, é importante que o


minerador também se atente para as normas a respeito da retomada da
lavra, a fim de que sua atividade não seja considerada irregular.

CUMPRIMENTO DAS NORMAS REGULADORAS DE MINERAÇÃO


– NRM

A atividade de mineração é regida, entre outras normas, pelas chamadas


Normas Reguladoras de Mineração – NRM, que estabelecem várias regras
para a lavra, beneficiamento, disposição de estéreis e rejeitos, suspensão e
retomada da lavra, proteção ao trabalhador, fechamento de mina e outras.

O descumprimento de qualquer dessas regras pode gerar a aplicação de


multa pela ANM. Em alguns casos, servidores da Agência têm sustentado
a aplicação de várias multas, com base no descumprimento de diversos
dispositivos das NRM decorrentes da prática de apenas um ato, fazendo
com que o valor total das multas torne-se bastante considerável.

NECESSIDADE DE ÁREA DE SERVIDÃO MINERAL APÓS O INÍCIO


DA LAVRA

Muitas vezes o minerador obtém a Concessão de Lavra sem a necessidade


de constituir servidão mineral mas, com o desenvolvimento do projeto,
passa a ter necessidade de expandir as áreas de servidão que possuía.

A forma e o momento de requerer a servidão mineral demandam decisão


estratégica, devendo, entre outras coisas, serem analisados o melhor

36
momento para o requerimento, a real necessidade, os custos envolvidos e
a celeridade de cada alternativa.

RISCOS NA RELAÇÃO COM O SUPERFICIÁRIO

O minerador que não é proprietário do(s) imóvel(is) necessário(s) ao seu


empreendimento possui algumas alternativas para executar o seu projeto.
Uma delas é a constituição judicial de servidão mineral. Entretanto, muitas
vezes a melhor solução é celebrar contrato(s) com o(s) superficiário(s).

Esses contratos costumam ser fontes de problemas. Vários são os modelos


de contratos possíveis e o minerador deve estar atento às possibilidades
para que celebre o contrato adequado às suas necessidades e inclua
cláusulas que minimize os riscos.

Alguns exemplos de situações que costumam gerar problemas:

• Imóvel em inventário ou com mais de um proprietário;


• Imóvel invadido;
• Área de utilização do imóvel mal dimensionada;
• Valores estabelecidos com base em cenário econômico favorável que,
posteriormente, tornam-se muito onerosos para o minerador;
• Pagamento incorreto de CFEM e, como consequência, da Participação
do Proprietário no Resultado da Lavra – PPRL, que pode gerar crédito
(se a CFEM foi paga a maior) ou débito (se a CFEM foi paga a menor)
para o minerador em relação ao superficiário.

É preciso atenção para as áreas que são utilizadas sem acordo com
o superficiário, uma vez que existe a possibilidade do minerador ser
futuramente executado pelo superficiário.

37
APROVEITAMENTO DE ESTÉREIS E REJEITOS

É comum em alguns empreendimentos que, por razões técnicas ou


econômicas, aquilo que era considerado estéril ou rejeito passe a ter valor
econômico e o minerador deseje realizar o seu aproveitamento.

O aproveitamento realizado sem a observância das normas minerárias


é passível de grave responsabilização nas esferas administrativa, cível e
criminal.

O Novo Regulamento indica que o procedimento para o aproveitamento


de estéreis e rejeitos de mineração será simplificado em futura Resolução
da ANM.

Atualmente, porém, o procedimento é bastante demorado, uma vez que


exige elaboração e aprovação de relatório de reavaliação de reservas e de
novo PAE.

REQUERIMENTO DE TERCEIRO SOBRE PILHAS DE ESTÉRIL E


BARRAGENS DE REJEITO DO MINERADOR

As pilhas de estéril e as barragens de rejeito, especialmente quando


localizadas fora do polígono do direito minerário, costumam ser visadas
por terceiros, que requerem direito minerário sobre essas áreas, muitas
vezes com fins especulativos.

A ANM entende que o aproveitamento do rejeito e do estéril, enquanto


perdurar a atividade de lavra, ainda que suspensa, é direito do titular do
direito minerário, mesmo que esses materiais estejam alocados fora de
sua poligonal. Portanto, rejeito e estéril não podem ser aproveitados por
terceiros.

38
Apesar disso, há risco de outorga de direito minerário sobre essas áreas, já
que em grande parte das vezes a ANM não terá e não buscará a informação
a respeito da existência de estéril ou rejeito sobre a área requerida.

Assim, é importante fazer boa gestão sobre essas áreas, para evitar que
algum processo de terceiro avance e tenha direito minerário outorgado
sobre elas.

CONTRATO DE ARRENDAMENTO

O arrendamento é o instrumento por meio do qual o titular do direito


minerário transfere temporariamente a terceiro o direito de exploração da
jazida, sem que haja a transferência do título minerário.

O arrendamento pode ser realizado total ou parcialmente. É cabível apenas


nos títulos de Concessão de Lavra e de Manifesto de Mina, e demanda
anuência e averbação do contrato na ANM. Há riscos relacionados
ao contrato de arrendamento tanto para o arrendante como para o
arrendatário.

RISCOS COMO ARRENDANTE

Apesar de não exercer diretamente a exploração da jazida mineral, a


ANM entende que o arrendante (titular do direito minerário) responde
solidariamente com o arrendatário (aquele que recebe o direito de
explorar a jazida durante o prazo do contrato) por todas as obrigações.

Em razão disso, o arrendante deverá gerir de forma atenta o contrato


de arrendamento, assim como acompanhar o desenvolvimento dos
processos administrativos minerário e ambiental, com o intuito de inibir
comportamentos do arrendatário que possam gerar sanções cíveis,

39
penais e administrativos, bem como aqueles que possam gerar a perda do
direito minerário.

Deve também acompanhar o cumprimento das obrigações relacionadas


à CFEM e à relação com os superficiários, já que o pagamento incorreto,
nessas situações, pode gerar débito ao arrendante.

RISCOS COMO ARRENDATÁRIO

O arrendatário responde solidariamente com o arrendante por todas as


obrigações minerárias. Além disso, só poderá iniciar as atividades de lavra
após a averbação do contrato de arrendamento.

É comum que os contratos de arrendamento prevejam sanções adicionais


aos arrendatários pelo descumprimento de obrigações legais e eventual
responsabilização do arrendante, o que aumenta a necessidade de boa
gestão da operação e da condução do processo minerário.

Na gestão do contrato, algumas situações devem ser analisadas pelo


arrendatário, como a eventual alteração na relação negocial entre as partes
(o que pode demandar a celebração de termo aditivo) e a manutenção do
equilíbrio econômico-financeiro do contrato, que pode ser impactado, por
exemplo, por alterações no cenário econômico.

40
INFOGRÁFICO II

Clique na imagem para ampliar e visualizar na web.

RISCOS NA FASE DE LAVRA

1 ê Sigilo do processo administrativo

2 ê Necessidade de prorrogar prazo para requerer a lavra

3 ê Conflito com outro empreendimento de utilidade pública

›› Requerimento de lavra

4 ê Demora da ANM em analisar o Plano de Aproveitamento


Econômico (PAE)

41
5 ê Necessidade de alterar o PAE antes de sua análise

6 ê Dificuldade de acordo com o proprietário do imóvel

7 ê Atraso na licença ambiental

8 ê Cumprimento de exigências

9 ê Requerimento de servidão mineral antes ou após aprovação


do PAE

10 ê Necessidade de alterar o PAE já aprovado antes da concessão


de lavra

›› Concessão de lavra

11 ê Antecipação da publicação da servidão mineral antes da


concessão de lavra

12 ê Necessidade de Prorrogar o prazo para iniciar a lavra

13 ê Resistência do proprietário do imóvel

14 ê Dúvida no pagamento da CFEM

15 ê Pagamento da participação do proprietário no resultado da


lavra - PPRL

16 ê Necessidade de servidão mineral sobre imóvel de terceiro

17 ê Necessidade de servidão mineral sobre direito minerário de


terceiro

18 ê Desapropriação de imóvel em favor da lavra

42
19 ê Conflito com empreendimentos imobiliários

20 ê Aproximação de núcleos urbanos

21 ê Criação de restrição ambiental sobre o direito minerário

22 ê Interferências políticas sobre a mineração

23 ê Cumprimento das obrigações relacionadas às barragens

24 ê Renovação da licença ambiental

25 ê Aproveitamento de estéreis e rejeitos

26 ê Requerimento de terceiro sobre pilha de estéril e barragem de


rejeitos do minerador

27 ê Riscos dos contratos de cessão total ou parcial

28 ê Demora da ANM em averbar o contrato de cessão

29 ê Riscos em contratos de arrendamento total ou parcial

30 ê Demora da ANM em averbar o contrato de arrendamento

31 ê Contrato de arrendamento extremamente oneroso que


necessita revisão

32 ê Problemas com arrendatário

›› Renovação das licenças ambientais

33 ê Necessidade de suspender atividades

43
34 ê Descumprimento do PAE e riscos para o direito minerário

35 ê Necessidade de alterar o método de lavra

36 ê Lavra abaixo ou acima do limite do PAE

37 ê Aditamento de substância

38 ê Demora da anm em analisar o aditamento da substância

39 ê Ampliação do empreendimento

40 ê Demora da anm em analisar o novo pae da ampliação

41 ê Necessidade de alterar ou ampliar servidão

42 ê Risco de terceiro requerer servidão mineral sobre direito


minerário da empresa

43 ê Necessidade de revisão do contrato de servidão

44 ê Lavra fora dos limites da concessão de lavra

45 ê Risco de crime de usurpação

46 ê Risco de crime ambiental

›› Exaustão da jazida

47 ê Cuidados com o descomissionamento da mina

48 ê Necessidade de monitoramento pós-fechamento da mina

›› Extinção do processo administrativo

›› Baixa no licenciamento ambiental

44
REGIME DE
LICENCIAMENTO
MINERAL
O regime de Licenciamento Mineral (ou Registro de Licença) possui muitas
particularidades. A sua outorga está condicionada à obtenção de Licença
Municipal (pela autoridade competente do Município onde está localizada
a jazida) e à autorização do proprietário do imóvel.

Essas particularidades geram riscos relevantes para os direitos minerários


nesse regime, além de vários daqueles mencionados acima, referentes à
fase de lavra.

CONTRATO COM O PROPRIETÁRIO DO IMÓVEL

Considerando que a autorização do proprietário do imóvel é requisito


para a validade do direito minerário, algumas situações geram riscos
específicos, tais como: contratos por prazo indeterminado; contratos
com possibilidade de retomada mediante simples notificação; contratos
celebrados apenas com parte dos proprietários; contratos não averbados
no cartório imobiliário; contratos sem cláusula de que o novo adquirente
deve respeitar o contrato com o minerador.

PRORROGAÇÃO DO TÍTULO

O prazo do Registro de Licença está vinculado ao menor prazo entre aquele


previsto na Licença Municipal e aquele do contrato com o proprietário
do imóvel. A ANM exige, antes do vencimento de qualquer desses
documentos, que o minerador apresente requerimento de prorrogação e
junte novo documento com prazo vigente.

Dessa forma, eventual dificuldade para obter a renovação da Licença


Municipal ou da autorização do proprietário do imóvel pode resultar na
perda do direito minerário. Por isso, é importante que o minerador busque
a renovação com antecedência razoável, para que possa, no caso de

46
dificuldades, adotar as medidas necessárias para a preservação do seu
direito de prioridade.

Em caso de negativa injustificada da autoridade municipal à renovação da


licença, é possível adotar medidas judiciais.

RISCOS RELACIONADOS À EXTRAÇÃO

O Regime de Licenciamento está restrito ao aproveitamento das


substâncias minerais elencadas na Lei nº 6.567/1978. A lavra de
substância não incluída no referido rol gera risco de responsabilização civil,
administrativa e criminal. Também gera risco de responsabilização a venda
do minério extraído sob esse regime para fins industriais.

ALTERAÇÃO DE REGIME

A mudança do Regime de Licenciamento para o Regime de Autorização


de Pesquisa é admitida. Essa mudança, porém, pode ter alguns riscos
para o minerador, especialmente considerando a relação existente entre
o titular do direito e o proprietário do imóvel no regime de licenciamento.

O titular do licenciamento, se continuar cumprindo os requisitos legais


desse regime, poderá manter a lavra até obter a Concessão de Lavra,
possibilitando que a mudança do regime ocorra sem que as atividades
sejam suspensas.

Entretanto, se a pesquisa for conduzida sem acordo com o proprietário do


imóvel, há grande risco de suspensão. Na hipótese de contrato com prazo
determinado, por exemplo, o superficiário poderá se negar a prorrogar o
contrato.

47
Além disso, é possível que o proprietário do imóvel intervenha no
processo administrativo minerário visando à manutenção do regime de
licenciamento, que lhe pode ser mais favorável.

INFOGRÁFICO III

Clique na imagem para ampliar e visualizar na web.

RISCOS NO LICENCIAMENTO MINERAL

1 ê Recusa do município em outorgar a licença mineral

2 ê Especificidades do contrato com o proprietário do imóvel

3 ê Contrato por prazo indeterminado e risco de retomada

48
›› Requerimento de licenciamento na ANM

4 ê Disputa por prioridade

5 ê Demora da anm em analisar o requerimento de licenciamento


mineral

6 ê Dificuldade para obter a licença ambiental

›› Registro da licença pela ANM

7 ê Sigilo do processo administrativo

8 ê Morte do proprietário. vários herdeiros. condomínio.

9 ê Dúvida no pagamento da cfem

10 ê Pagamento da participação do proprietário nos resultados da


lavra?

›› Alteração de regime

11 ê Relação com o proprietário após alteração de regime

12 ê Substância extraída como de emprego imediato na


construção civil, mas vendida como minério industrial

13 ê Extração muito abaixo da possibilidade da mina e demanda de


mercado

14 ê Lavra paralisada

15 ê Conflito com outro empreendimento de utilidade pública

16 ê Conflito com empreendimento imobiliário

49
17 ê Aproximação de núcleos urbanos

18 ê Interferências políticas sobre a mineração

19 ê Criação de restrições ambientais

20 ê Dúvida no pagamento da CFEM

›› Prorrogação do licenciemento

21 ê Dúvida no pagamento de tributos

22 ê Indeferimento da prorrogação

23 ê Necessidade de utilizar imóvel vizinho (do mesmo ou de outro


proprietário)

24 ê Descumprimento do título minerário e riscos perante a ANM

25 ê Descumprimento do título minerário e riscos ambientais

26 ê Necessidade de revisão do contrato com o proprietário

27 ê Descumprimento do título minerário e riscos penais

28 ê Vencimento do prazo contratual

29 ê Caducidade do licenciamento mineral

›› Exaustão de jazida

30 ê Descomissionamento da mina

31 ê Necessidade de monitoramentos

›› Baixa no processo administrativo

›› Baixa no licenciamento ambiental

50
RISCOS
COMUNS
RISCOS COMUNS AOS
DIVERSOS REGIMES DE
EXPLORAÇÃO MINERAL
SIGILO DOS PROCESSOS MINERÁRIOS

Até janeiro de 2019, o acesso ao processo administrativo perante a Agência


Nacional de Mineração — considerado sigiloso — era permitido somente a
quem tinha procuração do titular ou comprovasse a condição de terceiro
interessado (o que ocorria em casos muito específicos).

Entretanto, a ANM publicou, em 31/01/2019, a Resolução 01/2019, que


trata do fim do sigilo dos processos administrativos minerários. A partir de
então, qualquer pessoa poderá examinar os processos minerários sem ser
titular ou comprovar a condição de terceiro interessado.

A Resolução dispõe sobre o sigilo de alguns documentos, tais como o


Relatório de Pesquisa, o Relatório de Reavaliação de Reservas, o Plano de
Aproveitamento Econômico e o Relatório Anual de Lavra. Essa disposição
é insuficiente para proteger o minerador porque: (i) não está claro na
norma que o sigilo sobre esses documentos básicos será automático; e (ii)
no processo administrativo há muitas outras informações que não devem
ser vistas por concorrentes e especuladores.

A Norma dispõe que é possível requerer sigilo de outros documentos e


relatórios, mediante requerimento fundamentado.

53
Essa disposição abre oportunidade para a empresa colocar sob sigilo
outros documentos e informações. Cada processo é diferente e cada
documento é distinto do outro. Em razão disso, cada processo deverá ser
examinado individualmente, sob pena de a ANM indeferir o requerimento
de sigilo feito de forma padronizada.

INÉRCIA DA AGÊNCIA NACIONAL DA MINERAÇÃO – ANM

Um dos problemas mais graves do processo administrativo minerário é a


demora no andamento dos processos na ANM, em razão de sua estrutura
deficitária atual. O atraso na análise dos processos administrativos é um
dos fatores que mais geram riscos e prejuízos para os mineradores.

Os exemplos de possibilidade de prejuízo para o minerador são diversos:


demora para outorgar direitos minerários, averbar cessões, analisar
documentos etc. Essas situações, muitas vezes, geram risco de perda de
oportunidade econômica.

A ANM tem prazo legal curto para analisar os processos administrativos.


Nesses casos de demora, o Poder Judiciário tem respondido com razoável
eficiência, obrigando a ANM a dar solução para o processo em trinta
dias. Não há notícia de retaliação por parte da Agência, que tem agido de
maneira correta e profissional.

DISPUTA POR PRIORIDADE

O direito de prioridade é a garantia ao minerador que primeiro apresentar


requerimento, sobre área livre, instruído com a documentação exigida, de
obtenção do título minerário.

54
A verificação do requerimento prioritário pode ter várias discussões,
envolvendo, por exemplo, o momento em que a área ficou livre,
o cumprimento dos requisitos por outro requerente, a retirada de
interferências com as áreas oneradas etc.

Essas questões podem fazer com que a ANM defina a prioridade de forma
indevida. Portanto, deve ser foco de atenção, seja para o titular de novo
requerimento ou para o titular de requerimento ou direito minerário
anterior. No caso de incorreção da definição da prioridade, poderão ser
adotadas medidas administrativas e/ou judiciais.

INVASÃO DE ÁREAS DE DIREITOS MINERÁRIOS

É bastante comum o minerador, ao examinar a área para a qual tem


requerimento ou direito minerário de qualquer regime, deparar-se com
invasão. Para qualquer tipo de invasão, há possibilidade de desocupar o
imóvel, seja por ação dos órgãos administrativos, seja por determinação
judicial.

Em casos de constatação de invasão, é recomendável tomar providências


imediatamente, o que evita que a culpa pela invasão recaia sobre o
minerador.

Quanto mais demorarem as providências do minerador, maior a chance


de o número de invasores aumentar, mais consolidada se torna a situação
dos invasores, mais difícil a obtenção de decisão liminar para retomada da
posse e maiores os danos ambientais gerados pelos invasores.

55
BARRAGENS DE REJEITOS

Há várias normas que regulam as barragens de mineração. São muitas as


situações que comportam riscos relevantes. Citamos alguns exemplos
que devem ser verificados pelos mineradores que possuem barragens:

• Barragens com algum grau de insegurança ou instabilidade.


• Não preenchimento/atualização do Sistema Integrado de Gestão
de Barragens de Mineração – SIGBM ou prestação de informações
incorretas.
• Não elaboração do Plano de Segurança de Barragens – PSB, o Projeto
“como construído” – “as built” ou o Projeto “como está” – e “as is”, nos
prazos estabelecidos pela Portaria ANM nº 70.389/2017.
• Não elaboração do Mapa de Inundação para auxílio na classificação
referente ao dano potencial associado no prazo estabelecido.
• Não implementação do Sistema de Monitoramento de Segurança de
Barragem no prazo estabelecido.
• Não realização de revisões e inspeções observando a periodicidade
mínima determinada pela legislação.
• Não preenchimento e/ou não apresentação da documentação
necessária após cada vistoria.
• Não cumprimento das determinações e/ou recomendações contidas
nos Relatórios de Inspeção e Revisão Periódica de Segurança.
• Não elaboração do PAEBM nos casos determinados.
• Não cumprimento das obrigações estabelecidas para as barragens que
possuem PAEBM.

56
INTERFERÊNCIA COM UNIDADE DE CONSERVAÇÃO

As Unidades de Conservação são espaços territoriais protegidos pelo


Poder Público, em decorrência de características ambientais relevantes,
em que se define um regime especial de administração e proteção.

Nas Unidades de Conservação de Proteção Integral e nas Reservas


Extrativistas e Reservas Particulares do Patrimônio Natural (RPPN), é
completamente vedada a atividade de mineração, enquanto nas demais
Unidades de Conservação, de Uso Sustentável, é, em regra, permitida,
desde que atendidas às restrições e condicionantes.

A ANM possui entendimento de que os requerimentos que interferem


com as unidades em que a mineração é proibida devem ser indeferidos e os
direitos minerários vigentes devem passar por processo de “decaimento”
(extinção do direito).

Portanto, sempre que é criada nova UC sobre áreas oneradas, há o risco de


perda dos direitos minerários interferentes. É importante que o minerador
fique atento à criação dessas unidades, para que possa adotar as medidas
necessárias, seja para manter o seu direito, seja para requerer a devida
indenização. A criação de unidades de conservação pelos Municípios
demanda atenção ainda maior, uma vez que não é possível identificar a
existência dessas unidades na base de dados da ANM.

INTERFERÊNCIA COM TERRAS INDÍGENAS

Atualmente, a mineração é proibida em terras indígenas, por ausência de


regulação da atividade pelo Congresso Nacional.

57
De modo semelhante ao que ocorre com as Unidades de Conservação
(tratado no tópico anterior), a ANM entende que os requerimentos que
interferem com terras indígenas devem ser indeferidos e que os direitos
minerários vigentes devem passar por processo de “decaimento” (extinção
do direito). Portanto, também é preciso atenção a eventual interferência
com essas áreas.

CONFLITOS COM OUTROS EMPREENDIMENTOS DE INTERESSE


PÚBLICO

Há a possibilidade, em determinadas áreas, de conflito da mineração


com outra atividade de interesse público, como empreendimentos para
geração e transmissão de energia elétrica.

Nessa hipótese, a ANM, caso constate a inviabilidade de coexistência,


deverá ponderar qual atividade melhor atende ao interesse público.
Se considerar que o interesse público na outra atividade é superior ao
da mineração, no caso analisado, poderá bloquear a área do processo
minerário.

Portanto, é preciso que o minerador atente-se à existência de outros


empreendimentos de interesse público, que poderão atingir seu direito
minerário e de eventual requerimento de bloqueio sobre a área, para que
possa defender o seu direito e/ou requerer a devida indenização.

PRAZOS NA LEGISLAÇÃO MINERAL

A legislação mineral estabelece diversos prazos para as manifestações


nos processos minerários. As normas, no entanto, não são completas,
deixando, em determinadas situações, de prever o prazo e a forma de
contagem.

58
Em razão dessas peculiaridades, para o cumprimento tempestivo de suas
obrigações, é necessário que o minerador atente-se ao prazo específico
de cada manifestação ou evento de seu processo minerário.

Na hipótese de perda de prazo, deve observar também se todas as


questões formais foram observadas, especialmente relacionadas à
regularidade da intimação, uma vez que eventual nulidade pode ser
fundamento para o questionamento de sanção e para a manutenção do
direito minerário.

GESTÃO FUNDIÁRIA

Em muitos casos, o minerador adota várias medidas para a condução dos


processos administrativos minerários e ambientais, mas não se preocupa
com a situação dos imóveis próprios ou de terceiros que serão utilizados
pelo empreendimento.

A falta de boa gestão dessas áreas, ainda antes do ingresso nos imóveis,
gera o risco de atraso na implantação do projeto. Algumas medidas que
devem ser adotadas:

• Regularização da documentação do imóvel para que não haja


empecilho para o licenciamento ambiental ou a lavra.
• Análise da documentação do imóvel rural e dos atos constitutivos do
empreendedor para confirmar eventual empecilho à aquisição, no
caso de empresas brasileiras equiparadas às estrangeiras, examinando
as alternativas existentes.
• Prevenção contra invasões e adoção de medidas para desocupação
dos imóveis invadidos.

59
• Prevenção contra aproximação de núcleos urbanos, o que causará
problemas para a mineração a curto e longo prazos.

DISPONIBILIDADE

O novo Regulamento do Código de Mineração modificou o critério de


julgamento dos procedimentos de disponibilidade. Antes, o vencedor era
definido com base na melhor proposta técnica apresentada. Agora, será
realizado leilão eletrônico, vencendo aquele que apresentar o maior valor.

Ainda há dúvida a respeito do andamento dos procedimentos de


disponibilidade iniciados antes da vigência da nova regra. É preciso atenção
para que eventual aplicação das novas regras não atinja direitos adquiridos
e atos jurídicos consolidados.

Algumas questões devem ser verificadas nos procedimentos de


disponibilidade, a fim de vencê-los ou evitar que algum concorrente vença
de forma indevida: cumprimento dos requisitos exigidos para a habilitação,
valoração das propostas (para os procedimentos antigos), cumprimento
da proposta técnica (para os procedimentos antigos) ou o pagamento do
valor ofertado (para os procedimentos novos).

RELATÓRIO ANUAL DE LAVRA — RAL

O Relatório Anual de Lavra (RAL) é obrigatório para todos os titulares


ou arrendatários de títulos de lavra e, também, para os que têm Guia de
Utilização, e deve ser apresentado anualmente à ANM, com base nas
atividades desenvolvidas no ano anterior.

A não apresentação do RAL ou sua apresentação intempestiva, assim


como o seu preenchimento com ausência ou manipulação de informações

60
ou dados exigidos por lei ou por Resolução da ANM, sujeitam o minerador
a multa.

Situações comuns, que podem gerar responsabilização administrativa e


criminal, são o preenchimento do RAL com informações incorretas e o
lançamento de produção de um direito minerário em outro.

CADASTRO DE TITULARES DE DIREITOS MINERÁRIOS – CTDM

Os requerentes ou titulares de direito minerário na ANM são obrigados


a possuir e manter atualizado cadastro eletrônico (denominado Cadastro
de Titulares de Direitos Minerários – CTDM) na ANM, que tem registradas
as suas informações básicas, como nome, razão social, endereço e
representação.

Embora o cumprimento dessa obrigação seja relativamente simples,


deve ser objeto de muita atenção. Isso porque, além do descumprimento
acarretar multa, é possível, por exemplo, que o minerador não seja
intimado para cumprir determinada exigência no processo minerário, por
estar com o endereço desatualizado no cadastro e, como consequência,
sofra alguma sanção ou perca o direito minerário.

DISPENSA DE TÍTULO MINERÁRIO

O Código de Mineração estabelece, como hipótese que não depende da


obtenção de título minerário, a realização dos trabalhos de movimentação
de terras e de desmonte de materiais in natura, necessários à abertura de
vias de transporte, obras gerais de terraplanagem e de edificações, desde
que o material seja utilizado na própria obra e que não haja comercialização.

61
A ANM possui entendimento restritivo em relação a aplicação dessa
hipótese, considerando, por exemplo, que se houver oferta de material no
mercado regional, não é possível a dispensa de título. Portanto, mesmo
nos casos de movimentação de areia, cascalho ou argila, por exemplo, há
risco de responsabilização, nas esferas civil, administrativa e criminal, se o
responsável não tiver título minerário para a referida substância.

Essa hipótese de dispensa de título possui outro risco relacionado:


a possibilidade de incidir sobre áreas oneradas. É importante que o
minerador atente-se para a atividade de terceiros em sua área com base
nessa hipótese, seja para impedir a atividade ou delimitar a sua extensão.

DIREITO MINERÁRIO EM FAIXA DE FRONTEIRA

A faixa de fronteira é a faixa interna paralela à linha divisória do território


nacional com extensão de 150 quilômetros de largura. O exercício da
mineração nessa área, devido à importância que assume para a segurança
nacional, encontra restrições.

É preciso o minerador obtenha o assentimento prévio do Conselho


de Defesa Nacional (CDN), para o qual deverá demonstrar que possui
a) ao menos 51% do capital social pertencente a brasileiros; b) 2/3 de
trabalhadores brasileiros; e c) gerência e administração conduzida por
maioria de brasileiros, com poderes predominantes.

Esses requisitos devem ser observados também nas operações de cessão


e arrendamento do título minerário, já que o cessionário e o arrendatário
devem atender a essas condições.

62
É importante, portanto, que os interessados em requerer ou adquirir título
minerário cuja poligonal interfira com a faixa de fronteira verifiquem se
essas restrições podem atingi-los.

RESPONSABILIDADE DO MINERADOR EM MATÉRIA DE


TRANSPORTE DE CARGAS EM RODOVIAS

Há inúmeras ações judiciais que objetivam responsabilizar o minerador


pelo transporte de cargas com excesso de peso nas rodovias do país.
Nessas ações, o Ministério Público costuma pleitear o pagamento de altos
valores de indenização por danos materiais e morais.

O risco de responsabilização nesses casos pode e deve ser evitado com


a defesa adequada dos interesses das empresas de mineração nessas
ações.

AUSÊNCIA DE GESTÃO ESTRATÉGICA DO PATRIMÔNIO MINERAL

A gestão estratégica do patrimônio mineral é o sistema de análise,


planejamento e condução da atividade mineral, considerando os múltiplos
riscos, imediatos ou futuros.

Muitas vezes o minerador trata suas áreas isoladamente, sem qualquer


estratégia de curto, médio e longo prazos. Decisões em cima da hora,
sempre urgentes, oneram a atividade, geram estresse, comprometem a
qualidade da análise e colocam em risco o direito minerário.

Quanto mais tarde a gestão estratégica for iniciada, mais riscos o minerador
terá corrido desnecessariamente.

63
A gestão estratégica evita muitos riscos e economiza tempo e dinheiro.
Além das várias medidas já indicadas nesse material, são recomendações
para uma boa gestão estratégica:

• Requerer o sigilo dos documentos e informações estratégicas da


empresa presentes nos processos minerários.
• Verificar sobreposição de outros direitos minerários.
• A
nalisar a razão pela qual um terceiro teria protocolizado um
requerimento sobre a poligonal do seu direito minerário.
• V
erificar a existência de lacunas entre as poligonais dos direitos
minerários.
• C
onduzir os procedimentos para constituição das servidões minerais,
com a antecedência necessária.
• A
nalisar eventuais requerimentos de servidão mineral sobre seu direito
minerário por terceiros.
• Analisar conveniência de bloqueio de direito minerário de terceiro.
• R
ealizar due diligence periódica nos direitos minerários, tanto no
processo administrativo quanto no processo de licenciamento
ambiental.

64
TRIBUTÁRIO
OPORTUNIDADES EM
RELAÇÃO À TRIBUTAÇÃO
A tributação de empresas de mineração é repleta de detalhes e
peculiaridades. Seguem alguns entendimentos jurídicos que podem gerar
oportunidades econômicas para os mineradores:

i. Inconstitucionalidade da incidência da CFEM sobre frete e seguro.


ii. Inexigibilidade do Imposto Territorial Rural — ITR sobre área com
direito minerário.
iii. Existência de direito a crédito de Compensação Financeira pela
Exploração de Recursos Minerais — CFEM decorrente de reajuste
retroativo do preço de commodities.
iv. Não incidência de PIS/COFINS e IRPJ/CSLL sobre benefícios fiscais
(subvenção para investimento e custeio).
v. Possibilidade de dedução das despesas com capatazia no imposto
de importação.
vi. Invalidade da alíquota de 10% sobre FGTS.
vii. Inconstitucionalidade e ilegalidade do Decreto 6.957/2009, na
parte que majorou as alíquotas da contribuição ao RAT.
viii. Ilegalidade da cobrança da alíquota adicional do RAT, por exposição
do segurado a ruído.
ix. Inconstitucionalidade da redução do REINTEGRA de 3% para 2%,
em 2018.

67
68
PENAL
RISCOS EM MATÉRIA PENAL
CRIME DE USURPAÇÃO

O crime de usurpação pode ocorrer de várias maneiras. Os exemplos mais


comuns são a extração de bens minerais sem título minerário e acima do
limite do título outorgado, inclusive acima dos limites da Guia de Utilização.

Frequentemente ocorrem, no dia a dia da mineração, avanço da lavra fora


dos limites da poligonal de forma não intencional e outras situações que
colocam as pessoas físicas envolvidas em risco. Prevenir e remediar
o mais rapidamente possível, caso ocorra uma falha na operação, são
providências de extrema relevância.

CRIMES AMBIENTAIS

A Lei de Crimes Ambientais traz extenso rol de tipificações que podem


ser classificadas como crimes ambientais. No ramo da mineração, duas
chamam a atenção:

Art. 55. Executar a pesquisa, lavra ou extração de recursos minerais sem


título minerário ou em desacordo com ele.

Art. 60. Construir, reformar, ampliar, instalar ou fazer funcionar


estabelecimentos, obras ou serviços potencialmente poluidores, sem
licença ambiental ou contrariando as normas legais ou regulamentares.

Os tipos são bem abertos e o menor descuido pode causar problemas


na esfera criminal à empresa, e aos diretores e gerentes. Devem ser
adotadas medidas de prevenção e, quando identificado caso que possa
se enquadrar em algum dos tipos penais, devem ser adotadas medidas
imediatas para a defesa.

71
POSFÁCIO
Os riscos que envolvem a mineração são imensos e podem gerar sérios
prejuízos para o minerador, se não houver gerenciamento estratégico
deles.

A experiência na atuação diária com a mineração revela que grande parte


dos problemas decorrem da ausência de conhecimento e prevenção.

Em muitos casos, projetos enormes são comprometidos pela falta de


adoção de medidas simples na gestão dos processos minerários.

O desenvolvimento da mineração depende daqueles que, apesar de todas


as dificuldades, perseveram. O objetivo é auxiliar os mineradores a superar
as dificuldades desse árduo caminho.

75
76
ANEXOS
CÓDIGO DE MINERAÇÃO

DECRETO-LEI Nº 227, DE 28 DE FEVEREIRO DE 1967

Dá nova redação ao Decreto-lei nº 1.985, de 29 de janeiro


de 1940. (Código de Minas)

O Presidente da República  no uso da atribuição que lhe confere o artigo 9º, § 2º, do Ato
Institucional nº 4, de 7 de dezembro de 1966 e (Redação dada pelo Decreto-lei nº 318, de
1967)

CONSIDERANDO, que da experiência de vinte e sete anos de aplicação do atual Código de


Minas foram colhidos ensinamentos qual impende aproveitar; (Redação dada pelo Decreto-lei
nº 318, de 1967)

CONSIDERANDO que a notória evolução da ciência e da tecnologia, nos anos após a 2ª Guerra
Mundial, introduziram alterações profundas na utilização das substâncias minerais; (Redação
dada pelo Decreto-lei nº 318, de 1967)

CONSIDERANDO que cumpre atualizar as disposições legais salvaguarda dos superiores


interesses nacionais, que evoluem com o tempo; (Redação dada pelo Decreto-lei nº 318, de
1967)

CONSIDERANDO que ao Estado incumbe adaptar as normas que regulam atividades


especializadas à evolução da técnica, a fim de proteger a capacidade competitiva do País nos
mercados internacionais; (Redação dada pelo Decreto-lei nº 318, de 1967)

CONSIDERANDO que, na colimação desses objetivos, é oportuno adaptar o direito de


mineração à conjuntura; (Redação dada pelo Decreto-lei nº 318, de 1967)

79
CONSIDERANDO, mais, quanto consta da Exposição de Motivos número 6-67-GB, de 20 de
fevereiro de 1967, dos Senhores Ministros das Minas e Energia, Fazenda e Planejamento e
Coordenação Econômica, (Redação dada pelo Decreto-lei nº 318, de 1967)

DECRETA:

CÓDIGO DE MINERAÇÃO

CAPÍTULO I
Das Disposições Preliminares

Art. 1º Compete à União administrar os recursos minerais, a indústria de produção mineral


e a distribuição, o comércio e o consumo de produtos minerais.

Art. 2º Os regimes de aproveitamento das substâncias minerais, para efeito deste Código,
são: (Redação dada pela Lei nº 9.314, de 1996)

I - regime de concessão, quando depender de portaria de concessão do Ministro


de Estado de Minas e Energia; (Redação dada pela Lei nº 9.314, de 1996)
II - regime de autorização, quando depender de expedição de alvará de
autorização do Diretor-Geral do Departamento Nacional de Produção Mineral
- DNPM; (Redação dada pela Lei nº 9.314, de 1996)
III - regime de licenciamento, quando depender de licença expedida em
obediência a regulamentos administrativos locais e de registro da licença no
Departamento Nacional de Produção Mineral - DNPM; (Redação dada pela
Lei nº 9.314, de 1996)
IV - regime de permissão de lavra garimpeira, quando depender de portaria de
permissão do Diretor-Geral do Departamento Nacional de Produção Mineral
- DNPM; (Redação dada pela Lei nº 9.314, de 1996)
V - regime de monopolização, quando, em virtude de lei especial, depender de
execução direta ou indireta do Governo Federal. (Incluído pela Lei nº 9.314, de
1996)

Parágrafo único. O disposto neste artigo não se aplica aos órgãos da administração
direta e autárquica da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios,
sendo-lhes permitida a extração de substâncias minerais de emprego imediato

80
na construção civil, definidas em Portaria do Ministério de Minas e Energia, para
uso exclusivo em obras públicas por eles executadas diretamente, respeitados
os direitos minerários em vigor nas áreas onde devam ser executadas as obras e
vedada a comercialização.(Redação dada pela Lei nº 9.827, de 1999)

Art. 3º Este Código regula:

I - os direitos sobre as massas individualizadas de substâncias minerais ou


fósseis, encontradas na superfície ou no interior da terra formando os
recursos minerais do País;
II - o regime de seu aproveitamento, e
III - a fiscalização pelo Governo Federal, da pesquisa, da lavra e de outros aspectos
da indústria mineral.
§1º Não estão sujeitos aos preceitos deste Código os trabalhos de movimentação
de terras e de desmonte de materiais in natura, que se fizerem necessários
à abertura de vias de transporte, obras gerais de terraplenagem e de
edificações, desde que não haja comercialização das terras e dos materiais
resultantes dos referidos trabalhos e ficando o seu aproveitamento restrito à
utilização na própria obra. (Incluído pela Lei nº 9.314, de 1996)
§2º Compete ao Departamento Nacional de Produção Mineral - DNPM a
execução deste Código e dos diplomas legais complementares. (Renumerado
do Parágrafo único para § 2º  pela Lei nº 9.314, de 1996)

Art. 4º Considera-se jazida toda massa individualizada de substância mineral ou fóssil,


aflorando à superfície ou existente no interior da terra, e que tenha valor econômico;
e mina, a jazida em lavra, ainda que suspensa.

Art. 6º Classificam-se as minas, segundo a forma representativa do direito de lavra, em


duas categorias: (Redação dada pela Lei nº 9.314, de 1996)

I - mina manifestada, a em lavra, ainda que transitoriamente suspensa a 16 de


julho de 1934 e que tenha sido manifestada na conformidade do art. 10 do
Decreto nº 24.642, de 10 de julho de 1934, e da Lei nº 94, de 10 de dezembro
de 1935;(Incluído pela Lei nº 9.314, de 1996)
II - mina concedida, quando o direito de lavra é outorgado pelo Ministro de
Estado de Minas e Energia. (Incluído pela Lei nº 9.314, de 1996)

Parágrafo único. Consideram-se partes integrantes da mina:

81
a) edifícios, construções, máquinas, aparelhos e instrumentos destinados à
mineração e ao beneficiamento do produto da lavra, desde que este seja
realizado na área de concessão da mina;
b) servidões indispensáveis ao exercício da lavra;
c) animais e veículos empregados no serviço;
d) materiais necessários aos trabalhos da lavra, quando dentro da área concedida;
e,
e) provisões necessárias aos trabalhos da lavra, para um período de 120 (cento e
vinte) dias.

Art. 7º O aproveitamento das jazidas depende de alvará de autorização de pesquisa, do


Diretor-Geral do DNPM, e de concessão de lavra, outorgada pelo Ministro de Estado
de Minas e Energia. (Redação dada pela Lei nº 9.314, de 1996)

Parágrafo único. Independe de concessão do Governo Federal o aproveitamento


de minas manifestadas e registradas, as quais, no entanto, são sujeitas às condições
que este Código estabelece para a lavra, tributação e fiscalização das minas
concedidas.(Redação dada pela Lei nº 9.314, de 1996)

Art. 9º Far-se-á pelo regime de matrícula o aproveitamento definido e caracterizado como


garimpagem, faiscação ou cata.

Art. 10 Reger-se-ão por Leis especiais:

I - as jazidas de substâncias minerais que constituem monopólio estatal;


II - as substâncias minerais ou fósseis de interesse arqueológico;
III - os espécimes minerais ou fósseis, destinados a Museus, Estabelecimentos de
Ensino e outros fins científicos;
IV - as águas minerais em fase de lavra; e
V - as jazidas de águas subterrâneas.

Art. 11 Serão respeitados na aplicação dos regimes de Autorização, Licenciamento e


Concessão:(Redação dada pela Lei nº 6.403, de 1976)
a) o direito de prioridade à obtenção da autorização de pesquisa ou de registro
de licença, atribuído ao interessado cujo requerimento tenha por objeto área
considerada livre, para a finalidade pretendida, à data da protocolização do
pedido no Departamento Nacional da Produção Mineral (D.N.P.M), atendidos
os demais requisitos cabíveis, estabelecidos neste Código; e (Redação dada
pela Lei nº 6.403, de 1976)

82
b) o direito à participação do proprietário do solo nos resultados da
lavra. (Redação dada pela Lei nº 8.901, de 1994)
§1º A participação de que trata a alínea b do caput deste artigo será de cinquenta
por cento do valor total devido aos Estados, Distrito Federal, Municípios e
órgãos da administração direta da União, a título de compensação financeira
pela exploração de recursos minerais, conforme previsto no caput do art. 6º
da Lei nº 7.990, de 29/12/89 e no art. 2º da Lei nº 8.001, de 13/03/90. (Incluído
pela Lei nº 8.901, de 1994)
§2º O pagamento da participação do proprietário do solo nos resultados da lavra
de recursos minerais será efetuado mensalmente, até o último dia útil do mês
subsequente ao do fato gerador, devidamente corrigido pela taxa de juros de
referência, ou outro parâmetro que venha a substituí-la. (Incluído pela Lei nº
8.901, de 1994)
§3º O não cumprimento do prazo estabelecido no parágrafo anterior implicará
correção do débito pela variação diária da taxa de juros de referência, ou outro
parâmetro que venha a substituí-la, juros de mora de um por cento ao mês e
multa de dez por cento aplicada sobre o montante apurado. (Incluído pela Lei
nº 8.901, de 1994)

Art. 12 O direito de participação de que trata o artigo anterior não poderá ser objeto de
transferência ou caução separadamente do imóvel a que corresponder, mas o
proprietário deste poderá:

I- transferir ou caucionar o direito ao recebimento de determinadas prestações


futuras;
II - renunciar ao direito.

Parágrafo único Os atos enumerados neste artigo somente valerão contra terceiros
a partir da sua inscrição no Registro de Imóveis.

Art. 13 As pessoas naturais ou jurídicas que exerçam atividades de pesquisa, lavra,


beneficiamento, distribuição, consumo ou industrialização de reservas minerais, são
obrigadas a facilitar aos agentes do Departamento Nacional da Produção Mineral
a inspeção de instalações, equipamentos e trabalhos, bem como a fornecer-lhes
informações sobre:

I- volume da produção e características qualitativas dos produtos;


II - condições técnicas e econômicas da execução dos serviços ou da exploração
das atividades mencionadas no “caput” deste artigo;
III - mercados e preços de venda;

83
IV - quantidade e condições técnicas e econômicas do consumo de produtos
minerais.

CAPÍTULO II
Da Pesquisa Mineral

Art. 14 Entende-se por pesquisa mineral a execução dos trabalhos necessários à definição
da jazida, sua avaliação e a determinação da exequibilidade do seu aproveitamento
econômico.

§1º A pesquisa mineral compreende, entre outros, os seguintes trabalhos


de campo e de laboratório: levantamentos geológicos pormenorizados
da área a pesquisar, em escala conveniente, estudos dos afloramentos
e suas correlações, levantamentos geofísicos e geoquímicos; aberturas
de escavações visitáveis e execução de sondagens no corpo mineral;
amostragens sistemáticas; análises físicas e químicas das amostras e dos
testemunhos de sondagens; e ensaios de beneficiamento dos minérios ou
das substâncias minerais úteis, para obtenção de concentrados de acordo
com as especificações do mercado ou aproveitamento industrial.
§2º A definição da jazida resultará da coordenação, correlação e interpretação
dos dados colhidos nos trabalhos executados, e conduzirá a uma medida das
reservas e dos teores.
§3º A exequibilidade do aproveitamento econômico resultará da análise preliminar
dos custos da produção, dos fretes e do mercado.

Art. 15 A autorização de pesquisa será outorgada pelo DNPM a brasileiros, pessoa natural,
firma individual ou empresas legalmente habilitadas, mediante requerimento do
interessado.  (Redação dada pela Lei nº 9.314, de 1996)

Parágrafo único. Os trabalhos necessários à pesquisa serão executados sob a


responsabilidade profissional de engenheiro de minas, ou de geólogo, habilitado ao
exercício da profissão. (Redação dada pela Lei nº 9.314, de 1996)

Art. 16 A autorização de pesquisa será pleiteada em requerimento dirigido ao Diretor-


Geral do DNPM, entregue mediante recibo no protocolo do DNPM, onde será
mecanicamente numerado e registrado, devendo ser apresentado em duas vias
e conter os seguintes elementos de instrução: (Redação dada pela Lei nº 9.314, de
1996)

84
I- nome, indicação da nacionalidade, do estado civil, da profissão, do domicílio
e do número de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas do Ministério da
Fazenda, do requerente, pessoa natural. Em se tratando de pessoa jurídica,
razão social, número do registro de seus atos constitutivos no Órgão de
Registro de Comércio competente, endereço e número de inscrição no
Cadastro Geral dos Contribuintes do Ministério da Fazenda;  (Redação dada
pela Lei nº 9.314, de 1996)
II - prova de recolhimento dos respectivos emolumentos;  (Redação dada pela
Lei nº 9.314, de 1996)
III - designação das substâncias a pesquisar; (Redação dada pela Lei nº 9.314, de
1996)
IV - indicação da extensão superficial da área objetivada, em hectares, e do
Município e Estado em que se situa; (Redação dada pela Lei nº 9.314, de 1996)
V - memorial descritivo da área pretendida, nos termos a serem definidos em
portaria do Diretor-Geral do DNPM; (Incluído pela Lei nº 9.314, de 1996)
VI - planta de situação, cuja configuração e elementos de informação serão
estabelecidos em portaria do Diretor-Geral do DNPM;  (Incluído pela Lei nº
9.314, de 1996)
VII - plano dos trabalhos de pesquisa, acompanhado do orçamento e cronograma
previstos para sua execução. (Incluído pela Lei nº 9.314, de 1996)
§1º O requerente e o profissional responsável poderão ser interpelados pelo
DNPM para justificarem o plano de pesquisa e o orçamento correspondente
referidos no inciso VII deste artigo, bem como a disponibilidade de
recursos. (Incluído pela Lei nº 9.314, de 1996)
§2º Os trabalhos descritos no plano de pesquisa servirão de base para a
avaliação judicial da renda pela ocupação do solo e da indenização devida
ao proprietário ou posseiro do solo, não guardando nenhuma relação com
o valor do orçamento apresentado pelo interessado no referido plano de
pesquisa. (Incluído pela Lei nº 9.314, de 1996)
§3º Os documentos a que se referem os incisos V, VI e VII deste artigo deverão
ser elaborados sob a responsabilidade técnica de profissional legalmente
habilitado.(Incluído pela Lei nº 9.314, de 1996)

85
Art. 17 Será indeferido de plano pelo Diretor-Geral do DNPM o requerimento
desacompanhado de qualquer dos elementos de instrução referidos nos incisos I
a VII do artigo anterior. (Redação dada pela Lei nº 9.314, de 1996)

§1º Será de sessenta dias, a contar da data da publicação da respectiva intimação


no Diário Oficial da União, o prazo para cumprimento de exigências formuladas
pelo DNPM sobre dados complementares ou elementos necessários à
melhor instrução do processo.  (Redação dada pela Lei nº 9.314, de 1996)
§2º Esgotado o prazo de que trata o parágrafo anterior, sem que haja o requerente
cumprido a exigência, o requerimento será indeferido pelo Diretor-Geral do
DNPM. (Redação dada pela Lei nº 9.314, de 1996)

Art. 18 A área objetivada em requerimento de autorização e pesquisa ou de registro


de licença será considerada livre, desde que não se enquadre em quaisquer das
seguintes hipóteses: (Redação dada pela Lei nº 6.403, de 1976)

I - se a área estiver vinculada a autorização de pesquisa, registro de licença,


concessão da lavra, manifesto de mina ou permissão de reconhecimento
geológico; (Redação dada pela Lei nº 6.403, de 1976)
II - se a área for objeto de pedido anterior de autorização de pesquisa, salvo se
este estiver sujeito a indeferimento, aos seguintes casos: (Redação dada pela
Lei nº 6.403, de 1976)
a) por enquadramento na situação prevista no caput do artigo anterior, e no §
1º deste artigo; e (Incluído pela Lei nº 6.403, de 1976)
b) por ocorrência, na data da protocolização do pedido, de impedimento à
obtenção do título pleiteado, decorrente das restrições impostas no parágrafo
único do Art. 23 e no Art. 26 deste Código; (Incluído pela Lei nº 6.403, de 1976)
III - se a área for objeto de requerimento anterior de registro de licença, ou estiver
vinculada a licença, cujo registro venha a ser requerido dentro do prazo de 30
(trinta) dias de sua expedição; (Incluído pela Lei nº 6.403, de 1976)
IV - se a área estiver vinculada a requerimento de renovação de autorização de
pesquisa, tempestivamente apresentado, e pendente de decisão;  (Incluído
pela Lei nº 6.403, de 1976)
V - se a área estiver vinculada a autorização de pesquisa, com relatório dos
respectivos trabalhos tempestivamente apresentado, e pendente de
decisão; (Incluído pela Lei nº 6.403, de 1976)

86
VI - se a área estiver vinculada a autorização de pesquisa, com relatório dos
respectivos trabalhos aprovado, e na vigência do direito de requerer a
concessão da lavra, atribuído nos termos do Art. 31 deste Código.  (Incluído
pela Lei nº 6.403, de 1976)
§1º Não estando livre a área pretendida, o requerimento será indeferido por
despacho do Diretor-Geral do Departamento Nacional da Produção Mineral
(D.N.P.M.), assegurada ao interessado a restituição de uma das vias das peças
apresentadas em duplicata, bem como dos documentos públicos, integrantes
da respectiva instrução. (Renumerado do Parágrafo único para  § 1º com nova
redação dada pela Lei nº 6.403, de 1976)
§2º Ocorrendo interferência parcial da área objetivada no requerimento, como
área onerada nas circunstâncias referidas nos itens I a VI deste artigo, e
desde que a realização da pesquisa, ou a execução do aproveitamento
mineral por licenciamento, na parte remanescente, seja considerada técnica
e economicamente viável, a juízo do Departamento Nacional da Produção
Mineral - D.N.P.M. - será facultada ao requerente a modificação do pedido
para retificação da área originalmente definida, procedendo-se, neste caso, de
conformidade com o disposto nos §§ 1º e 2º do artigo anterior. (Incluído pela
Lei nº 6.403, de 1976)

Art. 19 Do despacho que indeferir o pedido de autorização de pesquisa ou de sua


renovação, caberá pedido de reconsideração, no prazo de 60 (sessenta) dias,
contados da publicação do despacho no Diário Oficial da União. (Redação dada pela
Lei nº 6.403, de 1976)

§1º Do despacho que indeferir o pedido de reconsideração, caberá recurso ao


Ministério das Minas e Energia, no prazo de 30 (trinta) dias, contados da
publicação do despacho no Diário Oficial da União. (Incluído pela Lei nº 6.403,
de 1976)
§2º A interposição do pedido de reconsideração sustará a tramitação de
requerimento de autorização de pesquisa que, objetivando área abrangida
pelo requerimento concernente ao despacho recorrido, haja sido
protocolizado após o indeferimento em causa, até que seja decidido o pedido
de reconsideração ou o eventual recurso. (Incluído pela Lei nº 6.403, de 1976)

87
§3º Provido o pedido de reconsideração ou o recurso, caberá o indeferimento
do requerimento de autorização de pesquisa superveniente, de que trata o
parágrafo anterior. (Incluído pela Lei nº 6.403, de 1976)

Art. 20 A autorização de pesquisa importa nos seguintes pagamentos: (Redação dada pela


Lei nº 9.314, de 1996)

I - pelo interessado, quando do requerimento de autorização de pesquisa,


de emolumentos em quantia equivalente a duzentas e setenta vezes a
expressão monetária UFIR, instituída pelo  art. 1º da Lei nº 8.383, de 30 de
dezembro de 1991; (Redação dada pela Lei nº 9.314, de 1996)
II - pelo titular de autorização de pesquisa, até a entrega do relatório final
dos trabalhos ao DNPM, de taxa anual, por hectare, admitida a fixação em
valores progressivos em função da substância mineral objetivada, extensão e
localização da área e de outras condições, respeitado o valor máximo de duas
vezes a expressão monetária UFIR, instituída pelo art. 1º da Lei nº 8.383, de 30
de dezembro de 1991. (Redação dada pela Lei nº 9.314, de 1996)
§1º O Ministro de Estado de Minas e Energia, relativamente à taxa de que
trata o inciso II do  caput  deste artigo, estabelecerá, mediante portaria,
os valores, os prazos de recolhimento e demais critérios e condições de
pagamento. (Redação dada pela Lei nº 9.314, de 1996)
§2º Os emolumentos e a taxa referidos, respectivamente, nos incisos I e II
do caput deste artigo, serão recolhidos ao Banco do Brasil S.A. e destinados
ao DNPM, nos termos do inciso III do caput do art. 5º da Lei nº 8.876, de 2 de
maio de 1994. (Redação dada pela Lei nº 9.314, de 1996)
§3º O não pagamento dos emolumentos e da taxa de que tratam, respectivamente,
os incisos I e II do caput deste artigo, ensejará, nas condições que vierem a
ser estabelecidas em portaria do Ministro de Estado de Minas e Energia, a
aplicação das seguintes sanções: (Redação dada pela Lei nº 9.314, de 1996)
I - tratando-se de emolumentos, indeferimento de plano e consequente
arquivamento do requerimento de autorização de pesquisa; (Incluído pela Lei
nº 9.314, de 1996)
II - tratando-se de taxa: (Incluído pela Lei nº 9.314, de 1996)
a) multa, no valor máximo previsto no art. 64;  (Incluído pela Lei nº 9.314, de
1996)

88
b) nulidade exofficio do alvará de autorização de pesquisa, após imposição de
multa.(Incluído pela Lei nº 9.314, de 1996)

Art. 22 A autorização de pesquisa será conferida nas seguintes condições, além das demais
constantes deste Código: (Redação dada pela Lei nº 9.314, de 1996)

I- o título poderá ser objeto de cessão ou transferência, desde que o cessionário


satisfaça os requisitos legais exigidos. Os atos de cessão e transferência só
terão validade depois de devidamente averbados no DNPM; (Redação dada
pela Lei nº 9.314, de 1996)
II - é admitida a renúncia à autorização, sem prejuízo do cumprimento, pelo
titular, das obrigações decorrentes deste Código, observado o disposto no
inciso V deste artigo, parte final, tornando-se operante o efeito da extinção do
título autorizativo na data da protocolização do instrumento de renúncia, com
a desoneração da área, na forma do art. 26 deste Código; (Redação dada pela
Lei nº 9.314, de 1996)
III - o prazo de validade da autorização não será inferior a um ano, nem superior
a três anos, a critério do DNPM, consideradas as características especiais da
situação da área e da pesquisa mineral objetivada, admitida a sua prorrogação,
sob as seguintes condições: (Redação dada pela Lei nº 9.314, de 1996)

a) a prorrogação poderá ser concedida, tendo por base a avaliação do


desenvolvimento dos trabalhos, conforme critérios estabelecidos em
portaria do Diretor-Geral do DNPM; (Incluído pela Lei nº 9.314, de 1996)
b) a prorrogação deverá ser requerida até sessenta dias antes de expirar-se
o prazo da autorização vigente, devendo o competente requerimento
ser instruído com um relatório dos trabalhos efetuados e justificativa do
prosseguimento da pesquisa; (Incluído pela Lei nº 9.314, de 1996)
c) a prorrogação independe da expedição de novo alvará, contando-se o
respectivo prazo a partir da data da publicação, no Diário Oficial da União,
do despacho que a deferir; (Incluído pela Lei nº 9.314, de 1996)

IV - o titular da autorização responde, com exclusividade, pelos danos


causados a terceiros, direta ou indiretamente decorrentes dos trabalhos de
pesquisa; (Redação dada pela Lei nº 9.314, de 1996)
V - o titular da autorização fica obrigado a realizar os respectivos trabalhos
de pesquisa, devendo submeter à aprovação do DNPM, dentro do prazo

89
de vigência do alvará, ou de sua renovação, relatório circunstanciado dos
trabalhos, contendo os estudos geológicos e tecnológicos quantificativos
da jazida e demonstrativos da exequibilidade técnico-econômica da lavra,
elaborado sob a responsabilidade técnica de profissional legalmente
habilitado. Excepcionalmente, poderá ser dispensada a apresentação do
relatório, na hipótese de renúncia à autorização de que trata o inciso II deste
artigo, conforme critérios fixados em portaria do Diretor-Geral do DNPM, caso
em que não se aplicará o disposto no § 1º deste artigo. (Redação dada pela Lei
nº 9.314, de 1996)
§1º A não apresentação do relatório referido no inciso V deste artigo sujeita o
titular à sanção de multa, calculada à razão de uma UFIR por hectare da área
outorgada para pesquisa. (Redação dada pela Lei nº 9.314, de 1996)
§2º É admitida, em caráter excepcional, a extração de substâncias minerais
em área titulada, antes da outorga da concessão de lavra, mediante prévia
autorização do DNPM, observada a legislação ambiental pertinente. (Redação
dada pela Lei nº 9.314, de 1996)

Art. 23 Os estudos referidos no inciso V do art. 22 concluirão pela: (Redação dada pela Lei
nº 9.314, de 1996)

I - exequibilidade técnico-econômica da lavra;  (Incluído pela Lei nº 9.314, de


1996)
II - inexistência de jazida; (Incluído pela Lei nº 9.314, de 1996)
III - inexequibilidade técnico-econômica da lavra em face da presença de fatores
conjunturais adversos, tais como: (Incluído pela Lei nº 9.314, de 1996)

a) inexistência de tecnologia adequada ao aproveitamento econômico da


substância mineral; (Incluído pela Lei nº 9.314, de 1996)
b) inexistência de mercado interno ou externo para a substância
mineral. (Incluído pela Lei nº 9.314, de 1996)

Art. 24 A retificação de alvará de pesquisa, a ser efetivada mediante despacho publicado no


Diário Oficial da União, não acarreta modificação no prazo original, salvo se, a juízo
do DNPM, houver alteração significativa no polígono delimitador da área. (Redação
dada pela Lei nº 9.314, de 1996)

Parágrafo único. Na hipótese de que trata a parte final do caput deste artigo, será
expedido alvará retificador, contando-se o prazo de validade da autorização a partir

90
da data da publicação, no Diário Oficial da União, do novo título.(Incluído pela Lei nº
9.314, de 1996)

Art. 25 As autorizações de pesquisa ficam adstritas às áreas máximas que forem fixadas em
portaria do Diretor-Geral do DNPM. (Redação dada pela Lei nº 9.314, de 1996)

Art. 26 A área desonerada por publicação de despacho no Diário Oficial da União ficará
disponível pelo prazo de sessenta dias, para fins de pesquisa ou lavra, conforme
dispuser portaria do Ministro de Estado de Minas e Energia. (Redação dada pela Lei
nº 9.314, de 1996)

§1º Salvo quando dispuser diversamente o despacho respectivo, a área


desonerada na forma deste artigo ficará disponível para pesquisa. (Redação
dada pela Lei nº 9.314, de 1996)
§2º O Diretor-Geral do DNPM poderá estabelecer critérios e condições específicos
a serem atendidos pelos interessados no processo de habilitação às áreas
disponíveis nos termos deste artigo. (Redação dada pela Lei nº 9.314, de 1996)
§3º Decorrido o prazo fixado neste artigo, sem que tenha havido pretendentes, a
área estará livre para fins de aplicação do direito de prioridade de que trata a
alínea a do art. 11. (Redação dada pela Lei nº 9.314, de 1996)
§4º As vistorias realizadas pelo DNPM, no exercício da fiscalização dos trabalhos de
pesquisa e lavra de que trata este Código, serão custeadas pelos respectivos
interessados, na forma do que dispuser portaria do Diretor-Geral da referida
autarquia. (Redação dada pela Lei nº 9.314, de 1996) (Vide Medida Provisória
nº 791, de 2017     Vigência)

Art. 27 O titular de autorização de pesquisa poderá realizar os trabalhos respectivos,


e também as obras e serviços auxiliares necessários, em terrenos de domínio
público ou particular, abrangidos pelas áreas a pesquisar, desde que pague aos
respectivos proprietários ou posseiros uma renda pela ocupação dos terrenos e
uma indenização pelos danos e prejuízos que possam ser causados pelos trabalhos
de pesquisa, observadas as seguintes regras:

I- A renda não poderá exceder ao montante do rendimento líquido máximo da


propriedade na extensão da área a ser realmente ocupada;
II - A indenização por danos causados não poderá exceder o valor venal da
propriedade na extensão da área efetivamente ocupada pelos trabalhos de
pesquisa, salvo no caso previsto no inciso seguinte;

91
III - Quando os danos forem de molde a inutilizar para fins agrícolas e pastoris
toda a propriedade em que estiver encravada a área necessária aos trabalhos
de pesquisa, a indenização correspondente a tais danos poderá atingir o valor
venal máximo de toda a propriedade;
IV - Os valores venais a que se referem os incisos II e III serão obtidos por
comparação com valores venais de propriedade da mesma espécie, na
mesma região;
V - No caso de terrenos públicos, é dispensado o pagamento da renda, ficando o
titular da pesquisa sujeito apenas ao pagamento relativo a danos e prejuízos;
VI - Se o titular do Alvará de Pesquisa, até a data da transcrição do título de
autorização, não juntar ao respectivo processo prova de acordo com os
proprietários ou posseiros do solo acerca da renda e indenização de que trata
este artigo, o Diretor-Geral do D. N. P. M., dentro de 3 (três) dias dessa data,
enviará ao Juiz de Direito da Comarca onde estiver situada a jazida, cópia do
referido título;
VII - Dentro de 15 (quinze) dias, a partir da data do recebimento dessa comunicação,
o Juiz mandará proceder à avaliação da renda e dos danos e prejuízos a que se
refere este artigo, na forma prescrita no Código de Processo Civil;
VIII - O Promotor de Justiça da Comarca será citado para os termos da ação, como
representante da União;
IX - A avaliação será julgada pelo Juiz no prazo máximo de 30 (trinta) dias,
contados da data do despacho a que se refere o inciso VII, não tendo efeito
suspensivo os recursos que forem apresentados;
X - As despesas judiciais com o processo de avaliação serão pagas pelo titular da
autorização de pesquisa;
XI - Julgada a avaliação, o Juiz, dentro de 8 (oito) dias, intimará o titular a depositar
quantia correspondente ao valor da renda de 2 (dois) anos e a caução para
pagamento da indenização;
XII - Feitos esses depósitos, o Juiz, dentro de 8 (oito) dias, intimará os proprietários
ou posseiros do solo a permitirem os trabalhos de pesquisa, e comunicará seu
despacho ao Diretor-Geral do D. N. P. M. e, mediante requerimento do titular
da pesquisa, às autoridades policiais locais, para garantirem a execução dos
trabalhos;

92
XIII - Se o prazo da pesquisa for prorrogado, o Diretor-Geral do D. N. P. M. o
comunicará ao Juiz, no prazo e condições indicadas no inciso VI deste artigo;
XIV - Dentro de 8 (oito) dias do recebimento da comunicação a que se refere o
inciso anterior, o Juiz intimará o titular da pesquisa a depositar nova quantia
correspondente ao valor da renda relativa ao prazo de prorrogação
XV - Feito esse depósito, o Juiz intimará os proprietários ou posseiros do solo,
dentro de 8 (oito) dias, a permitirem a continuação dos trabalhos de pesquisa
no prazo da prorrogação, e comunicará seu despacho ao Diretor-Geral do D.
N. P. M. e às autoridades locais;
XVI - Concluídos os trabalhos de pesquisa, o titular da respectiva autorização e o
Diretor-Geral do D.N.P.M. Comunicarão o fato ao Juiz, a fim de ser encerrada a
ação judicial referente ao pagamento das indenizações e da renda.

Art. 28 Antes de encerrada a ação prevista no artigo anterior, as partes que se julgarem
lesadas poderão requerer ao Juiz que se lhes faça justiça.

Art. 29 O titular da autorização de pesquisa é obrigado, sob pena de sanções:

I- A iniciar os trabalhos de pesquisa:

a) dentro de 60 (sessenta) dias da publicação do Alvará de Pesquisa


no Diário Oficial da União, se o titular for o proprietário do sol ou tiver
ajustado com este o valor e a forma de pagamento das indenizações a
que se refere o Artigo 27 deste Código; ou,
b) dentro de 60 (sessenta) dias do ingresso judicial na área de pesquisa,
quando a avaliação da indenização pela ocupação e danos causados
processar-se em juízo.

III - A não interromper os trabalhos, sem justificativa, depois de iniciados, por


mais de 3, (três) meses consecutivos, ou por 120 dias acumulados e não
consecutivos. (Redação dada pelo Decreto-lei nº 318, de 1967)

Parágrafo único. O início ou reinício, bem como as interrupções de trabalho, deverão


ser prontamente comunicados ao D. N. P. M., bem como a ocorrência de outra
substância mineral útil, não constante do Alvará de Autorização.

Art. 30 Realizada a pesquisa e apresentado o relatório exigido nos termos do inciso V do


art. 22, o DNPM verificará sua exatidão e, à vista de parecer conclusivo, proferirá
despacho de: (Redação dada pela Lei nº 9.314, de 1996)

93
I - aprovação do relatório, quando ficar demonstrada a existência de
jazida; (Redação dada pela Lei nº 9.314, de 1996)
II - não aprovação do relatório, quando ficar constatada insuficiência dos
trabalhos de pesquisa ou deficiência técnica na sua elaboração;  (Redação
dada pela Lei nº 9.314, de 1996)
III - arquivamento do relatório, quando ficar demonstrada a inexistência de
jazida, passando a área a ser livre para futuro requerimento, inclusive com
acesso do interessado ao relatório que concluiu pela referida inexistência de
jazida; (Redação dada pela Lei nº 9.314, de 1996)
IV - sobrestamento da decisão sobre o relatório, quando ficar caracterizada a
impossibilidade temporária da exequibilidade técnico-econômica da lavra,
conforme previsto no inciso III do art. 23. (Incluído dada pela Lei nº 9.314, de
1996)
§1° Na hipótese prevista no inciso IV deste artigo, o DNPM fixará prazo para o
interessado apresentar novo estudo da exequibilidade técnico-econômica da
lavra, sob pena de arquivamento do relatório. (Incluído dada pela Lei nº 9.314,
de 1996)
§2° Se, no novo estudo apresentado, não ficar demonstrada a exequibilidade
técnico-econômica da lavra, o DNPM poderá conceder ao interessado,
sucessivamente, novos prazos, ou colocar a área em disponibilidade, na forma
do art. 32, se entender que terceiro poderá viabilizar a eventual lavra. (Incluído
dada pela Lei nº 9.314, de 1996)
§3° Comprovada a exequibilidade técnico-econômica da lavra, o DNPM proferirá,
ex officio ou mediante provocação do interessado, despacho de aprovação
do relatório. (Incluído dada pela Lei nº 9.314, de 1996)

Art. 31 O titular, uma vez aprovado o Relatório, terá 1 (hum) ano para requerer a concessão
de lavra, e, dentro deste prazo, poderá negociar seu direito a essa concessão, na
forma deste Código.

Parágrafo único. O DNPM poderá prorrogar o prazo referido no caput, por igual
período, mediante solicitação justificada do titular, manifestada antes de findar-se o
prazo inicial ou a prorrogação em curso. (Incluído dada pela Lei nº 9.314, de 1996)

Art. 32 Findo o prazo do artigo anterior, sem que o titular, ou seu sucessor, haja requerido
concessão de lavra, caducará seu direito, cabendo ao Diretor-Geral do Departamento
Nacional da Produção Mineral - D. N. P. M. - mediante Edital publicado no Diário Oficial

94
da União, declarar a disponibilidade da jazida pesquisada, para fins de requerimento
da concessão de lavra. (Redação dada pela Lei nº 6.403, de 1976)

§1º O Edital estabelecerá os requisitos especiais a serem atendidos pelos


requerentes da concessão de lavra, consoante as peculiaridades de cada
caso. (Incluído pela Lei nº 6.403, de 1976)
§2º Para determinação da prioridade à outorga da concessão de lavra, serão,
conjuntamente, apreciados os requerimentos protocolizados dentro do
prazo que for convenientemente fixado no Edital, definindo-se, dentre estes,
como prioritário, o pretendente que a juízo do Departamento Nacional da
Produção Mineral - D. N. P. M. - melhor atender aos interesses específicos do
setor minerário. (Incluído pela Lei nº 6.403, de 1976)

Art. 33 Para um conjunto de autorizações de pesquisa da mesma substância mineral


em áreas contíguas, ou próximas, o titular ou titulares das autorizações, poderão,
a critério do D.N.P.M., apresentar um plano único de pesquisa e também um só
Relatório dos trabalhos executados, abrangendo todo o conjunto.

Art. 34 Sempre que o Governo cooperar com o titular da autorização nos trabalhos de
pesquisa, será reembolsado das despesas, de acordo com as condições estipuladas
no ajuste de cooperação técnica celebrado entre o D.N.P.M. e o titular.

Art. 35 A importância correspondente às despesas reembolsadas a que se refere o artigo


anterior será recolhida ao Banco do Brasil S/A, pelo titular, à conta do “Fundo
Nacional de Mineração - Parte Disponível.

CAPÍTULO III
Da Lavra

Art. 36 Entende-se por lavra o conjunto de operações coordenadas objetivando o


aproveitamento industrial da jazida, desde a extração das substâncias minerais úteis
que contiver, até o beneficiamento das mesmas.

Art. 37 Na outorga da lavra, serão observadas as seguintes condições:

I - a jazida deverá estar pesquisada, com o Relatório aprovado pelo D.N.P.M.;


II - a área de lavra será a adequada à condução técnico-econômica dos trabalhos
de extração e beneficiamento, respeitados os limites da área de pesquisa.

95
Parágrafo único. Não haverá restrições quanto ao número de concessões
outorgadas a uma mesma empresa. (Redação dada pela Lei nº 9.314, de 1996)
Art. 38 O requerimento de autorização de lavra será dirigido ao Ministro das Minas e Energia,
pelo titular da autorização de pesquisa, ou seu sucessor, e deverá ser instruído com
os seguintes elementos de informação e prova:

I- certidão de registro, no Departamento Nacional de Registro do Comércio, da


entidade constituída; (Redação dada pela Lei nº 9.314, de 1996)
II - designação das substâncias minerais a lavrar, com indicação do Alvará de
Pesquisa outorgado, e de aprovação do respectivo Relatório;
III - denominação e descrição da localização do campo pretendido para a lavra,
relacionando-o, com precisão e clareza, aos vales dos rios ou córregos,
constantes de mapas ou plantas de notória autenticidade e precisão, e estradas
de ferro e rodovias, ou , ainda, a marcos naturais ou acidentes topográficos
de inconfundível determinação; suas confrontações com autorização de
pesquisa e concessões de lavra vizinhas, se as houver, e indicação do Distrito,
Município, Comarca e Estado, e, ainda, nome e residência dos proprietários do
solo ou posseiros;
IV - definição gráfica da área pretendida, delimitada por figura geométrica formada,
obrigatoriamente, por segmentos de retas com orientação Norte-Sul e Leste-
Oeste verdadeiros, com 2 (dois) de seus vértices, ou excepcionalmente 1
(um), amarrados a ponto fixo e inconfundível do terreno, sendo os vetores
de amarração definidos por seus comprimentos e rumos verdadeiros, e
configuradas, ainda, as propriedades territoriais por ela interessadas, com os
nomes dos respectivos superficiários, além de planta de situação;
V - servidões de que deverá gozar a mina;
VI - plano de aproveitamento econômico da jazida, com descrição das instalações
de beneficiamento;
VII - prova de disponibilidade de fundos ou da existência de compromissos de
financiamento, necessários para execução do plano de aproveitamento
econômico e operação da mina.

Parágrafo único. Quando tiver por objeto área situada na faixa de fronteira, a
concessão de lavra fica ainda sujeita aos critérios e condições estabelecidas em
lei. (Redação dada pela Lei nº 9.314, de 1996)

96
 Art. 39 O plano de aproveitamento econômico da jazida será apresentado em duas vias e
constará de:

I - Memorial explicativo;
II - Projetos ou anteprojetos referentes;

a) ao método de mineração a ser adotado, fazendo referência à escala de


produção prevista inicialmente e à sua projeção;
b) à iluminação, ventilação, transporte, sinalização e segurança do trabalho,
quando se tratar de lavra subterrânea;
c) ao transporte na superfície e ao beneficiamento e aglomeração do
minério;
d) às instalações de energia, de abastecimento de água e condicionamento
de ar;
e) à higiene da mina e dos respectivos trabalhos;
f) às moradias e suas condições de habitabilidade para todos os que
residem no local da mineração;
g) às instalações de captação e proteção das fontes, adução, distribuição e
utilização da água, para as jazidas da Classe VIII.

Art.40 O dimensionamento das instalações e equipamentos previstos no plano de


aproveitamento econômico da jazida, deverá ser condizente com a produção
justificada no Memorial Explicativo, e apresentar previsão das ampliações futuras.

Art. 41 O requerimento será numerado e registrado cronologicamente, no D.N.P.M.,


por processo mecânico, sendo juntado ao processo que autorizou a respectiva
pesquisa.

§1º Ao interessado será fornecido recibo com as indicações do protocolo e


menção dos documentos apresentados.
§2º Quando necessário cumprimento de exigência para menor instrução do
processo, terá o requerente o prazo de 60 (sessenta) dias para satisfazê-las.
§3° Poderá esse prazo ser prorrogado, até igual período, a juízo do Diretor-Geral do
D.N.P.M., desde que requerido dentro do prazo concedido para cumprimento
das exigências. (Redação dada pela Lei nº 9.314, de 1996)
§4° Se o requerente deixar de atender, no prazo próprio, as exigências formuladas
para melhor instrução do processo, o pedido será indeferido, devendo o
D.N.P.M. declarar a disponibilidade da área, para fins de requerimento de

97
concessão de lavra, na forma do art. 32. (Incluído dada pela Lei nº 9.314, de
1996)

Art. 42 A autorização será recusada, se a lavra for considerada prejudicial ao bem público ou
comprometer interesses que superem a utilidade da exploração industrial, a juízo
do Governo. Neste último caso, o pesquisador terá direito de receber do Governo
a indenização das despesas feitas com os trabalhos de pesquisa, uma vez que haja
sido aprovado o Relatório.

Art. 43 A concessão de lavra terá por título uma portaria assinada pelo Ministro de Estado
de Minas e Energia. (Redação dada pela Lei nº 9.314, de 1996)

Art. 44 O titular da concessão de lavra requererá ao D.N.P.M., a Posse da Jazida, dentro de


90 (noventa) dias a contar da data da publicação do respectivo Decreto no Diário
Oficial da União.

§1º O titular pagará uma taxa de emolumentos correspondente a 5 (cinco)


máximos salários mínimos, a qual será recolhida ao Banco do Brasil S. A., à
conta «Fundo Nacional de Mineração - Parte Disponível».
§2º A data da Imissão de Posse da jazida será fixada pelo D.N.P.M., depois de
recebido o requerimento, dela tomando conhecimento o interessado por
ofício e por publicação de edital no Diário Oficial da União.
§3º O interessado fica obrigado a preparar o terreno e tudo quanto for necessário
para que o ato de Imissão de Posse se realize na data fixada.

Art. 44 O titular da concessão de lavra requererá ao DNPM a Posse da Jazida, dentro de


noventa dias a contar da data da publicação da respectiva portaria no Diário Oficial
da União. (Redação dada pela Lei nº 9.314, de 1996)

Parágrafo único. O titular pagará uma taxa de emolumentos correspondente a


quinhentas UFIR. (Incluído pela Lei nº 9.314, de 1996)

Art. 45 A imissão de Posse processar-se-á do modo seguinte:

I - serão intimados, por meio de ofício ou telegrama, os concessionários das


minas limítrofes se as houver. Com 8 (oito) dias de antecedência, para que,
por si ou seus representantes possam presenciar o ato, e, em especial, assistir
à demarcação; e,
II - no dia e hora determinados, serão fixados, definitivamente, os marcos dos
limites da jazida que o concessionário terá para esse fim preparado, colocados

98
precisamente nos pontos indicados no Decreto de Concessão, dando-se, em
seguida, ao concessionário, a Posse da jazida.
§1º Do que ocorrer, o representante do D.N.P.M lavrará termo, que assinará com o
titular da lavra, testemunhas e concessionários das minas limítrofes, presentes
ao ato.
§2º Os marcos deverão ser conservados bem visíveis e só poderão ser mudados
com autorização expressa do D.N.P.M.

Art. 46 Caberá recurso ao Ministro das Minas e Energia contra a Imissão de Posse, dentro
de 15 (quinze) dias, contados da data do ato de imissão.

Parágrafo único. O recurso, se provido, anulará a Imissão de Posse.

Art. 47 Ficará obrigado o titular da concessão, além das condições gerais que constam
deste Código, ainda, às seguintes, sob pena de sanções previstas no Capítulo V:

I - iniciar os trabalhos previstos no plano de lavra, dentro do prazo de 6 (seis)


meses, contados da data da publicação do Decreto de Concessão no Diário
Oficial da União, salvo motivo de força maior, a juízo do D.N.P.M.;
II - Lavrar a jazida de acordo com o plano de lavra aprovado pelo D.N.P.M., e cuja
segunda via, devidamente autenticada, deverá ser mantida no local da mina;
III - Extrair somente as substâncias minerais indicadas no Decreto de Concessão;
IV - Comunicar imediatamente ao D.N.P.M. o descobrimento de qualquer outra
substância mineral não incluída no Decreto de Concessão;
V - Executar os trabalhos de mineração com observância das normas
regulamentares;
VI - Confiar, obrigatoriamente, a direção dos trabalhos de lavra a técnico
legalmente habilitado ao exercício da profissão;
VII - Não dificultar ou impossibilitar, por lavra ambiciosa, o aproveitamento ulterior
da jazida;
VIII - Responder pelos danos e prejuízos a terceiros, que resultarem, direta ou
indiretamente, da lavra;
IX - Promover a segurança e a salubridade das habitações existentes no local;
X - Evitar o extravio das águas e drenar as que possam ocasionar danos e
prejuízos aos vizinhos;
XI - Evitar poluição do Art., ou da água, que possa resultar dos trabalhos de
mineração;

99
XII - Proteger e conservar as Fontes, bem como utilizar as águas segundo os
preceitos técnicos quando se tratar de lavra de jazida da Classe VIII;
XIII - Tomar as providências indicadas pela Fiscalização dos órgãos Federais;
XIV - Não suspender os trabalhos de lavra, sem prévia comunicação ao D.N.P.M.;
XV - Manter a mina em bom estado, no caso de suspensão temporária dos
trabalhos de lavra, de modo a permitir a retomada das operações;
XVI - Apresentar ao Departamento Nacional da Produção Mineral - D.N.P.M. - até
o dia 15 (quinze) de março de cada ano, relatório das atividades realizadas no
ano anterior. (Redação dada pela Lei nº 6.403, de 1976)

Parágrafo único. Para o aproveitamento, pelo concessionário de lavra, de substâncias


referidas no item IV, deste artigo, será necessário aditamento ao seu título de lavra.

Art. 48 Considera-se ambiciosa, a lavra conduzida sem observância do plano


preestabelecido, ou efetuada de modo a impossibilitar o ulterior aproveitamento
econômico da jazida.

Art. 49 Os trabalhos de lavra, uma vez iniciados, não poderão ser interrompidos por mais de
6 (seis) meses consecutivos, salvo motivo comprovado de força maior.

Art. 50 O Relatório Anual das atividades realizadas no ano anterior deverá conter, entre
outros, dados sobre os seguintes tópicos:

I - Método de lavra, transporte e distribuição no mercado consumidor, das


substâncias minerais extraídas;
II - Modificações verificadas nas reservas, características das substâncias
minerais produzidas, inclusive o teor mínimo economicamente compensador
e a relação observada entre a substância útil e o estéril;
III - Quadro mensal, em que figurem, pelo menos, os elementos de: produção,
estoque, preço médio de venda, destino do produto bruto e do beneficiado,
recolhimento do Imposto Único e o pagamento do Dízimo do proprietário;
IV - Número de trabalhadores da mina e do beneficiamento;
V - Investimentos feitos na mina e nos trabalhos de pesquisa;
VI - Balanço anual da Empresa.

Art. 51 Quando o melhor conhecimento da jazida obtido durante os trabalhos de lavra


justificar mudanças no plano de aproveitamento econômico, ou as condições do
mercado exigirem modificações na escala de produção, deverá o concessionário

100
propor as necessárias alterações ao D.N.P.M., para exame e eventual aprovação do
novo plano.

Art. 52 A lavra, praticada em desacordo com o plano aprovado pelo D.N.P.M., sujeita
o concessionário a sanções que podem ir gradativamente da advertência à
caducidade.

Art. 53 A critério do D.N.P.M., várias concessões de lavra de um mesmo titular e da mesma


substância mineral, em áreas de um mesmo jazimento ou zona mineralizada,
poderão ser reunidas em uma só unidade de mineração, sob a denominação de
Grupamento Mineiro.

Parágrafo único. O concessionário de um Grupamento Mineiro, a juízo do D.N.P.M.,


poderá concentrar as atividades da lavra em uma ou algumas das concessões
agrupadas contanto que a intensidade da lavra seja compatível com a importância
da reserva total das jazidas agrupadas.

Art. 54 Em zona que tenha sido declarada Reserva Nacional de determinada substância
mineral, o Governo poderá autorizar a pesquisa ou lavra de outra substância mineral,
sempre que os trabalhos relativos à autorização solicitada forem compatíveis e
independentes dos referentes à substância da Reserva e mediante condições
especiais, de conformidade com os interesses da União e da economia nacional.

Parágrafo único. As disposições deste artigo aplicam-se também a áreas específicas


que estiverem sendo objeto de pesquisa ou de lavra sob regime de monopólio.

Art. 55 Subsistirá a Concessão, quanto aos direitos, obrigações, limitações e efeitos dela
decorrentes, quando o concessionário a alienar ou gravar, na forma da lei.

§1º Os atos de alienação ou oneração só terão validade depois de averbados no


DNPM. (Redação dada pela Lei nº 9.314, de 1996)
§2º A concessão de lavra somente é transmissível a quem for capaz de exercê-la
de acordo com as disposições deste Código. (Redação dada pela Lei nº 7.085,
de 1982)
§3º As dívidas e gravames constituídos sobre a concessão resolvem-se com
extinção desta, ressalvada a ação pessoal contra o devedor. (Incluído pela Lei
nº 7.085, de 1982)

101
§4º Os credores não têm ação alguma contra o novo titular da concessão
extinta, salvo se esta, por qualquer motivo, voltar ao domínio do primitivo
concessionário devedor. (Incluído pela Lei nº 7.085, de 1982)

Art. 56 A concessão de lavra poderá ser desmembrada em duas ou mais concessões


distintas, a juízo do Departamento Nacional da Produção Mineral - DNPM, se o
fracionamento não comprometer o racional aproveitamento da jazida e desde que
evidenciadas a viabilidade técnica, a economicidade do aproveitamento autônomo
das unidades mineiras resultantes e o incremento da produção da jazida. (Redação
dada pela Lei nº 7.085, de 1982)

Parágrafo único. O desmembramento será pleiteado pelo concessionário,


conjuntamente com os pretendentes às novas concessões, se for o caso, em
requerimento dirigido ao Ministro das Minas e Energia, entregue mediante recibo no
Protocolo do DNPM, onde será mecanicamente numerado e registrado, devendo
conter, além de memorial justificativo, os elementos de instrução referidos no artigo
38 deste Código, relativamente a cada uma das concessões propostas. (Redação
dada pela Lei nº 7.085, de 1982)

Art. 57 No curso de qualquer medida judicial não poderá haver embargo ou sequestro que
resulte em interrupção dos trabalhos de lavra.

Art. 58 Poderá o titular da portaria de concessão de lavra, mediante requerimento


justificado ao Ministro de Estado de Minas e Energia, obter a suspensão temporária
da lavra, ou comunicar a renúncia ao seu título. (Redação dada pela Lei nº 9.314, de
1996)

§ 1º Em ambos os casos, o requerimento será acompanhado de um relatório dos


trabalhos efetuados e do estado da mina, e suas possibilidades futuras.
§ 2º Somente após verificação «in loco» por um de seus técnicos, emitirá o D.N.P.M.
parecer conclusivo para decisão do Ministro das Minas e Energia.
§ 3º Não aceitas as razões da suspensão dos trabalhos, ou efetivada a renúncia,
caberá ao D.N.P.M. sugerir ao Ministro das Minas e Energia medidas que se
fizerem necessárias à continuação dos trabalhos e a aplicação de sanções, se
for o caso.

102
CAPÍTULO IV
Das Servidões

Art. 59 Ficam sujeitas a servidões de solo e subsolo, para os fins de pesquisa ou lavra, não
só a propriedade onde se localiza a jazida, como as limítrofes. (Renumerado do Art.
60 para Art. 59 pelo Decreto-lei nº 318, de 1967)

Parágrafo único. Instituem-se Servidões para:


a) construção de oficinas, instalações, obras acessórias e moradias;
b) abertura de vias de transporte e linhas de comunicações;
c) captação e adução de água necessária aos serviços de mineração e ao
pessoal;
d) transmissão de energia elétrica;
e) escoamento das águas da mina e do engenho de beneficiamento;
f) abertura de passagem de pessoal e material, de conduto de ventilação e de
energia elétrica;
g) utilização das aguadas sem prejuízo das atividades pré-existentes; e,
h) bota-fora do material desmontado e dos refugos do engenho.

Art. 60 Instituem-se as Servidões mediante indenização prévia do valor do terreno


ocupado e dos prejuízos resultantes dessa ocupação. (Renumerado do Art. 61 para
Art. 60 pelo Decreto-lei nº 318, de 1967)

§1º Não havendo acordo entre as partes, o pagamento será feito mediante
depósito judicial da importância fixada para indenização, através de vistoria
ou perícia com arbitramento, inclusive da renda pela ocupação, seguindo-se o
competente mandado de imissão de posse na área, se necessário.
§2º O cálculo da indenização e dos danos a serem pagos pelo titular da autorização
de pesquisas ou concessão de lavra, ao proprietário do solo ou ao dono das
benfeitorias, obedecerá às prescrições contidas no Artigo 27 deste Código, e
seguirá o rito estabelecido em Decreto do Governo Federal.

Art. 61 Se, por qualquer motivo independente da vontade do indenizado, a indenização


tardar em lhe ser entregue, sofrerá, a mesma, a necessária correção monetária,
cabendo ao titular da autorização de pesquisa ou concessão de lavra, a obrigação
de completar a quantia arbitrada. (Renumerado do Art. 62 para Art. 61 pelo Decreto-
lei nº 318, de 1967)

103
Art. 62 Não poderão ser iniciados os trabalhos de pesquisa ou lavra, antes de
paga a importância à indenização e de fixada a renda pela ocupação do
terreno. (Renumerado do Art. 63 para Art. 62 pelo Decreto-lei nº 318, de 1967)

CAPÍTULO V
Das Sanções e das Nulidades

Art. 63 O não cumprimento das obrigações decorrentes das autorizações de pesquisa, das
permissões de lavra garimpeira, das concessões de lavra e do licenciamento implica,
dependendo da infração, em: (Redação dada pela Lei nº 9.314, de 1996)

I- advertência;  (Redação dada pela Lei nº 9.314, de 1996)


II - multa; e (Redação dada pela Lei nº 9.314, de 1996)
III - caducidade do título. (Redação dada pela Lei nº 9.314, de 1996)
§1º As penalidades de advertência, multa e de caducidade de autorização de
pesquisa serão de competência do DNPM. (Redação dada pela Lei nº 9.314,
de 1996)
§2º A caducidade da concessão de lavra será objeto de portaria do Ministro de
Estado de Minas e Energia. (Redação dada pela Lei nº 9.314, de 1996)
§3º A caducidade da concessão de lavra, será objeto de Decreto do Governo
Federal.

Art. 64 A multa inicial variará de 100 (cem) a 1.000 (um mil) UFIR, segundo a gravidade das
infrações. (Redação dada pela Lei nº 9.314, de 1996)

Art. 64 A multa inicial variará de 100 (cem) a 1.000 (um mil) UFIR, segundo a gravidade das
infrações.(Redação dada pela Lei nº 9.314, de 1996)

§1º Em caso de reincidência, a multa será cobrada em dobro;


§2º O regulamento deste Código definirá o critério de imposição de multas,
segundo a gravidade das infrações.
§3º O valor das multas será recolhido ao Banco do Brasil S. A., em guia própria, à
conta do Fundo Nacional de Mineração - Parte Disponível.

Art. 65 Será declarada a caducidade da autorização de pesquisa, ou da concessão de lavra,


desde que verificada quaisquer das seguintes infrações: (Renumerado do Art. 66
para Art. 65 pelo Decreto-lei nº 318, de 1967)

104
a) caracterização formal do abandono da jazida ou mina;
b) não cumprimento dos prazos de início ou reinício dos trabalhos de pesquisa
ou lavra, apesar de advertência e multa;
c) prática deliberada dos trabalhos de pesquisa em desacordo com as condições
constantes do título de autorização, apesar de advertência ou multa;
d) prosseguimento de lavra ambiciosa ou de extração de substância não
compreendida no Decreto de Lavra, apesar de advertência e multa; e,
e) não atendimento de repetidas observações da fiscalização, caracterizado pela
terceira reincidência, no intervalo de 1 (hum) ano, de infrações com multas.
§1º Extinta a concessão de lavra, caberá ao Diretor-Geral do Departamento
Nacional da Produção Mineral - D.N.P.M. - mediante Edital publicado no Diário
Oficial da União, declarar a disponibilidade da respectiva área, para fins de
requerimento de autorização de pesquisa ou de concessão de lavra. (Incluído
pela Lei nº 6.403, de 1976)
§2º O Edital estabelecerá os requisitos especiais a serem atendidos pelo
requerente, consoante as peculiaridades de cada caso. (Incluído pela Lei nº
6.403, de 1976)
§3º Para determinação da prioridade à outorga da autorização de pesquisa, ou da
concessão de lavra, conforme o caso, serão, conjuntamente, apreciados os
requerimentos protocolizados, dentro do prazo que for conveniente fixado
no Edital, definindo-se, dentre estes, como prioritário, o pretendente que,
a juízo do Departamento Nacional da Produção Mineral - D.N.P.M. - melhor
atender aos interesses específicos do setor minerário. (Incluído pela Lei nº
6.403, de 1976)

Art. 66 São anuláveis os Alvarás de Pesquisa ou Decretos de Lavra quando outorgados


com infringência de dispositivos deste Código. (Renumerado do Art. 67 para Art. 66
pelo Decreto-lei nº 318, de 1967)

§ 1º A anulação será promovia «ex-officio” nos casos de:

a) imprecisão intencional da definição das áreas de pesquisa ou lavra; e,


b) inobservância do disposto no item I do Art. 22.

§ 2º Nos demais casos, e sempre que possível, o D.N.P.M. procurara sanar a


deficiência por via de atos de retificação.

105
§ 3º A nulidade poderá ser pleiteada judicialmente em ação proposta por qualquer
interessado, no prazo de 1 (hum) ano, a contar da publicação do Decreto de
Lavra no Diário Oficial da União.

Art. 67 Verificada a causa de nulidade ou caducidade da autorização ou da concessão, salvo


os casos de abandono, o titular não perde a propriedade dos bens que possam ser
retirados sem prejudicar o conjunto da mina. (Renumerado do Art. 68 para Art. 67
pelo Decreto-lei nº 318, de 1967)

Art. 68 O Processo Administrativo pela declaração de nulidade ou de caducidade, será


instaurado “ex-officio” ou mediante denúncia comprovada. (Renumerado do Art. 69
para Art. 68 pelo Decreto-lei nº 318, de 1967)

§1º O Diretor-Geral do D.N.P.M. promoverá a intimação do titular, mediante


ofício e por edital, quando se encontrar em lugar incerto e ignorado, para
apresentação de defesa, dentro de 60 (sessenta) dias contra os motivos
arguidos na denuncia ou que deram margem à instauração do processo
administrativo.
§2º Findo o prazo, com a juntada da defesa ou informação sobre a sua não
apresentação pelo notificado, o processo será submetido à decisão do
Ministro das Minas e Energia.
§3º Do despacho ministerial declaratório de nulidade ou caducidade da
autorização de pesquisa, caberá:

a) pedido de reconsideração, no prazo de 15 (quinze) dias; ou


b) recurso voluntário ao Presidente da República, no prazo de 30
(trintas) dias, desde que o titular da autorização não tenha solicitado
reconsideração do despacho, no prazo previsto na alínea anterior.

§4º O pedido de reconsideração não atendido, será encaminhado em grau de


recurso, «ex-officio”, ao presidente da República, no prazo de 30 (trinta) dias, a
contar de seu recebimento, dando-se ciência antecipada ao interessado, que
poderá aduzir novos elementos de defesa, inclusive prova documental, as
quais, se apresentadas no prazo legal, serão recebidas em caráter de recurso.
§5º O titular de autorização declarada Nula ou Caduca, que se valer da faculdade
conferida pela alínea a do § 3º, deste artigo, não poderá interpor recurso ao
Presidente da República enquanto aguarda solução Ministerial para o seu
pedida de reconsideração.

106
§6º Somente será admitido 1 (hum) pedido de reconsideração e 1 (hum) recurso.
§7º Esgotada a instância administrativa, a execução das medidas determinadas
em decisões superiores não será prejudicada por recursos extemporâneos
pedidos de revisão e outros expedientes protelatórios.

Art. 69 O processo administrativo para aplicação das sanções de anulação ou caducidade da


concessão de lavra, obedecerá ao disposto no § 1º do artigo anterior. (Renumerado
do Art. 70 para Art. 69 pelo Decreto-lei nº 318, de 1967)

§1º Concluídas todas as diligências necessárias à regular instrução do processo,


inclusive juntada de defesa ou informação de não haver a mesma sido
apresentada, cópia do expediente de notificação e prova da sua entrega
à parte interessada, o Diretor-Geral do D.N.P.M. encaminhará os autos ao
Ministro das Minas e Energia.
§2º Examinadas as peças dos autos, especialmente as razões de defesa oferecidas
pela Empresa, o Ministro encaminhará o processo com relatório e parecer
conclusivo, ao Presidente da República.
§3º Da decisão da autoridade superior, poderá a interessada solicitar
reconsideração, no prazo improrrogável de 10 (dez) dias, a contar da sua
publicação no Diário Oficial da União, desde que seja instruído com elementos
novos que justifiquem reexame da matéria.

CAPÍTULO VI
Da Garimpagem, Faiscação e Cata

Art. 70 Considera-se: (Renumerado do Art. 71 para Art. 70 pelo Decreto-lei nº 318, de 1967)

I - garimpagem, o trabalho individual de quem utilize instrumentos rudimentares,


aparelhos manuais ou máquinas simples e portáveis, na extração de pedras
preciosas, semi-preciosas e minerais metálicos ou não metálicos, valiosos, em
depósitos de eluvião ou aluvião, nos álveos de cursos d’água ou nas margens
reservadas, bem como nos depósitos secundários ou chapadas (grupiaras),
vertentes e altos de morros; depósitos esses genericamente denominados
garimpos.
II - faiscação, o trabalho individual de quem utilize instrumentos rudimentares,
aparelhos manuais ou máquinas simples e portáteis, na extração de metais

107
nobres nativos em depósitos de eluvião ou aluvião, fluviais ou marinhos,
depósitos esses genericamente denominados faisqueiras; e,
III - cata, o trabalho individual de quem faça, por processos equiparáveis aos
de garimpagem e faiscação, na parte decomposta dos afloramentos dos
filões e veeiros, a extração de substâncias minerais úteis, sem o emprego de
explosivos, e as apure por processos rudimentares.

Art. 71 Ao trabalhador que extrai substâncias minerais úteis, por processo rudimentar
e individual de mineração, garimpagem, faiscação ou cata, denomina-se
genericamente, garimpeiro. (Renumerado do Art. 72 para Art. 71 pelo Decreto-lei nº
318, de 1967)

Art. 72 Caracteriza-se a garimpagem, a faiscação e a cata: (Renumerado do Art. 73 para Art.


72 pelo Decreto-lei nº 318, de 1967)

I - pela forma rudimentar de mineração;


II - pela natureza dos depósitos trabalhados; e,
III - pelo caráter individual do trabalho, sempre por conta própria.

Art. 73 Dependem de permissão do Governo Federal, a garimpagem, a faiscação ou a


cata, não cabendo outro ônus ao garimpeiro, senão o pagamento da menor taxa
remuneratória cobrada pelas Coletorias Federais a todo aquele que pretender
executar esses trabalhos. (Renumerado do Art. 74 para Art. 73 pelo Decreto-lei nº
318, de 1967) (Vide Lei nº 7.805, de 1989)

§1º Essa permissão constará de matrícula do garimpeiro, renovada anualmente


nas Coletorias Federais dos Municípios onde forem realizados esses trabalhos,
e será válida somente para a região jurisdicionada pela respectiva exatoria que
a concedeu.
§2º A matrícula, que é pessoal, será feita a requerimento verbal do interessado e
registrada em livro próprio da Coletoria Federal, mediante a apresentação do
comprovante de quitação do imposto sindical e o pagamento da mesma taxa
remuneratória cobrada pela Coletoria. (Redação dada pelo Decreto-lei nº 318,
de 1967)
§3º Ao garimpeiro matriculado será fornecido um Certificado de Matrícula, do qual
constará seu retrato, nome, nacionalidade, endereço, e será o documento
oficial para o exercício da atividade dentro da zona nele especificada.

108
§4º Será apreendido o material de garimpagem, faiscação ou cata quando
o garimpeiro não possuir o necessário Certificado de Matrícula, sendo o
produto vendido em hasta pública e recolhido ao Banco do Brasil S/A, à conta
do «Fundo Nacional de Mineração - Parte Disponível».

Art. 74 Dependem de consentimento prévio do proprietário do solo as permissões para


garimpagem, faiscação ou cata, em terras ou águas de domínio privado. (Renumerado
do Art. 75 para Art. 74 pelo Decreto-lei nº 318, de 1967)

Parágrafo único. A contribuição do garimpeiro ajustada com o proprietário do solo


para fazer garimpagem, faiscação, ou cata não poderá exceder o dízimo do valor
do imposto único que for arrecadado pela Coletoria Federal da Jurisdição local,
referente à substância encontrada.

Art. 75 É vedada a realização de trabalhos de garimpagem, faiscação ou cata, em área


objeto de autorização de pesquisa ou concessão de lavra. (Redação dada pela Lei
nº 6.403, de 1976)

Art. 76 Atendendo aos interesses do setor minerário, poderão, a qualquer tempo, ser
delimitadas determinadas áreas nas quais o aproveitamento de substâncias minerais
far-se-á exclusivamente por trabalhos de garimpagem, faiscação ou cata, consoante
for estabelecido em Portaria do Ministro das Minas e Energia, mediante proposta do
Diretor-Geral do Departamento Nacional da Produção Mineral. (Redação dada pela
Lei nº 6.403, de 1976)

Art. 77 O imposto único referente às substâncias minerais oriundas de atividades de


garimpagem, faiscação ou cata, será pago pelos compradores ou beneficiadores
autorizados por Decreto do Governo Federal, de acordo com os dispositivos da lei
específica. (Renumerado do Art. 78 para Art. 77 pelo Decreto-lei nº 318, de 1967)

Art. 78 Por motivo de ordem pública, ou em se verificando malbaratamento de


determinada riqueza mineral, poderá o Ministro das Minas e Energia, por proposta
do Diretor-Geral do D.N.P.M., determinar o fechamento de certas áreas às atividades
de garimpagem, faiscação ou cata, ou excluir destas a extração de determinados
minerais. (Renumerado do Art. 79 para Art. 78 pelo Decreto-lei nº 318, de 1967)

CAPÍTULO VII
Das disposições Finais

109
(Renumerado do Capítulo VIII para Capítulo VII,
com nova redação pela Lei nº 9.314, de 14.11.1996)

Art. 81 As empresas que pleitearem autorização para pesquisa ou lavra, ou que forem
titulares de direitos minerários de pesquisa ou lavra, ficam obrigadas a arquivar
no DNPM, mediante protocolo, os estatutos ou contratos sociais e acordos de
acionistas em vigor, bem como as futuras alterações contratuais ou estatutárias,
dispondo neste caso do prazo máximo de trinta dias após registro no Departamento
Nacional de Registro de Comércio. (Redação dada pela Lei nº 9.314, de 1996)

Parágrafo único. O não cumprimento do prazo estabelecido neste artigo ensejará as


seguintes sanções: (Redação dada pela Lei nº 9.314, de 1996)

I- advertência; (Incluído pela Lei nº 9.314, de 1996)


II - multa, a qual será aplicada em dobro no caso de não atendimento das
exigências objeto deste artigo, no prazo de trinta dias da imposição da multa
inicial, e assim sucessivamente, a cada trinta dias subsequentes. (Incluído pela
Lei nº 9.314, de 1996)

Art. 83 Aplica-se à propriedade mineral o direito comum, salvo as restrições impostas neste
Código. (Renumerado do Art. 84 para Art. 83 pelo Decreto-lei nº 318, de 1967)

Art. 84 A Jazida é bem imóvel, distinto do solo onde se encontra, não abrangendo a
propriedade deste o minério ou a substância mineral útil que a constitui. (Renumerado
do Art. 85 para Art. 84 pelo Decreto-lei nº 318, de 1967)

Art. 85 O limite subterrâneo da jazida ou mina é o plano vertical coincidente com o


perímetro definidor da área titulada, admitida, em caráter excepcional, a fixação de
limites em profundidade por superfície horizontal. (Redação dada pela Lei nº 9.314,
de 1996)

§1º A iniciativa de propor a fixação de limites no plano horizontal da concessão


poderá ser do titular dos direitos minerários preexistentes ou do DNPM, ex
officio, cabendo sempre ao titular a apresentação do plano dos trabalhos
de pesquisa, no prazo de noventa dias, contado da data de publicação da
intimação no Diário Oficial da União, para fins de prioridade na obtenção do
novo título. (Incluído pela Lei nº 9.314, de 1996)
§2º Em caso de inobservância pelo titular de direitos minerários preexistentes
no prazo a que se refere o parágrafo anterior, o DNPM poderá colocar em

110
disponibilidade o título representativo do direito minerário decorrente do
desmembramento. (Incluído pela Lei nº 9.314, de 1996)
§3º Em caráter excepcional, ex officio ou por requerimento de parte interessada,
poderá o DNPM, no interesse do setor mineral, efetuar a limitação de jazida
por superfície horizontal, inclusive em áreas já tituladas. (Incluído pela Lei nº
9.314, de 1996)
§4º O DNPM estabelecerá, em portaria, as condições mediantes as quais os
depósitos especificados no  caput  poderão ser aproveitados, bem como
os procedimentos inerentes à outorga da respectiva titulação, respeitados
os direitos preexistentes e as demais condições estabelecidas neste
artigo. (Incluído pela Lei nº 9.314, de 1996)

Art. 86 Os titulares de concessões e minas próximas ou vizinhas, abertas situadas sobre o


mesmo jazimento ou zona mineralizada, poderão obter permissão para a formação
de um Consórcio de Mineração, mediante Decreto do Governo Federal, objetivando
incrementar a produtividade da extração ou a sua capacidade. (Renumerado do Art.
87 para Art. 86 pelo Decreto-lei nº 318, de 1967)

§1º Do requerimento pedindo a constituição do Consórcio de Mineração, deverá


constar:

I - Memorial justificativo dos benefícios resultantes da formação do


Consórcio, com indicação dos recursos econômicos e financeiros de que
disporá a nova entidade;
II - Minuta dos Estatutos do Consórcio, plano de trabalhos a realizar,
enumeração das providências e favores que esperam merecer do Poder
Público.

§ 2º A nova entidade, Consórcio de Mineração, ficará sujeita a condições fixadas


em Caderno de Encargos, anexado ao ato institutivo da concessão e que será
elaborado por Comissão especificamente nomeada.

Art. 87 Não se impedirá por ação judicial de quem quer que seja, o prosseguimento da
pesquisa ou lavra. (Renumerado do Art. 88 para Art. 87 pelo Decreto-lei nº 318, de
1967)

Parágrafo único. Após a decretação do litígio, será procedida a necessária vistoria “ad
perpetuam rei memoriam” a fim de evitar-se solução de continuidade dos trabalhos.

111
Art. 88 Ficam sujeitas à fiscalização direta do D.N.P.M. todas as atividades concernentes à
mineração, comércio e à industrialização de matérias-primas minerais, nos limites
estabelecidos em Lei. (Renumerado do Art. 89 para Art. 88 pelo Decreto-lei nº 318,
de 1967)

Parágrafo único. Exercer-se-á fiscalização para o cumprimento integral das


disposições legais, regulamentares ou contratuais.

Art. 90 Quando se verificar em jazida em lavra a concorrência de minerais radioativos ou


apropriados ao aproveitamento dos misteres da produção de energia nuclear, a
concessão, só será mantida caso o valor econômico da substância mineral, objeto do
decreto de lavra, seja superior ao dos minerais nucleares que contiver. (Renumerado
do Art. 91 para Art. 90 pelo Decreto-lei nº 318, de 1967)

§2º Quando a inesperada ocorrência de minerais radioativos e nucleares


associados suscetíveis de aproveitamento econômico predominar sobre
a substância mineral constante do título de lavra, a mina poderá ser
desapropriada.
§3º Os titulares de autorizações de pesquisa, ou de concessões de lavra,
são obrigados a comunicar, ao Ministério das Minas e Energia, qualquer
descoberta que tenham feito de minerais radioativos ou nucleares associados
à substância mineral mencionada respectivo título, sob pena de sanções.

Art. 91 A Empresa de Mineração que, comprovadamente, dispuser do recurso dos métodos


de prospecção aérea, poderá pleitear permissão para realizar Reconhecimento
Geológico por estes métodos, visando obter informações preliminares regionais
necessárias à formulação de requerimento de autorização de pesquisa, na forma
do que dispuser o Regulamento deste Código. (Renumerado do Art. 92 para Art. 91
pelo Decreto-lei nº 318, de 1967)

§1º As regiões assim permissionárias não se subordinam aos previstas no Art. 25


deste Código.
§2º A permissão será dada por autorização expressa do Diretor-Geral do D.N.P.M.,
com prévio assentimento do Conselho de Segurança Nacional.
§3º A permissão do Reconhecimento Geológico será outorgada pelo prazo
máximo e improrrogável de 90 (noventa) dias, a contar da data da publicação
no Diário Oficial.

112
§4º A permissão do Reconhecimento Geológico terá caráter precário, e atribui
à Empresa tão somente o direito de prioridade para obter a autorização de
pesquisa dentro da região permissionária, desde que requerida no prazo
estipulado no parágrafo anterior, obedecidos os limites de áreas previstas no
Art. 25.
§5º A Empresa de Mineração fica obrigada a apresentar ao D.N.P.M. os resultados
do Reconhecimento procedido, sob pena de sanções.

Art. 92 O DNPM manterá registros próprios dos títulos minerários. (Redação dada pela Lei
nº 9.314, de 1996)

Art. 93 Serão publicados no Diário Oficial da União os alvarás de pesquisa, as portarias de


lavra e os demais atos administrativos deles decorrentes. (Redação dada pela Lei nº
9.314, de 1996)

Parágrafo Único - A publicação de editais em jornais particulares, é também feita


à custa dos requerentes e por eles próprios promovidos, devendo ser enviado
prontamente um exemplar ao D.N.P.M. para anexação ao respectivo processo.

Art. 94 Será sempre ouvido o D.N.P.M. quando o Governo Federal tratar de qualquer
assunto referente à matéria-prima mineral ou ao seu produto. (Renumerado do Art.
95 para Art. 94 pelo Decreto-lei nº 318, de 1967)

Art. 95 Continuam em vigor as autorizações de pesquisa e concessões de lavra outorgadas


na vigência da legislação anterior, ficando, no entanto, sua execução sujeita a
observância deste Código. (Renumerado do Art. 96 para Art. 95 pelo Decreto-lei nº
318, de 1967)

Art. 96 A lavra de jazida ser organizada e conduzida na forma da Constituição.  (Incluído pelo


Decreto-lei nº 318, de 1967)

Art. 97 O Governo Federal expedirá os Regulamentos necessários à execução deste


Código, inclusive fixando os prazos de tramitação dos processos.

Art. 98 Esta Lei entrará em vigor no dia 15 de março de 1967, revogadas as disposições em
contrário.

Brasília, 28 de fevereiro de 1967; 146º da Independência e 79º da República.

H. CASTELLO BRANCO
Octavio Bulhões | Mauro Thibau | Edmar de Souza

113
REGULAMENTO DO CÓDIGO
DE MINERAÇÃO

DECRETO Nº 9.406, DE 12 DE JUNHO DE 2018

DOU DE 13 DE JUNHO DE 2018

Regulamenta o Decreto-Lei nº 227, de 28 de fevereiro de


1967, a Lei nº 6.567, de 24 de setembro de 1978, a Lei nº
7.805, de 18 de julho de 1989, e a Lei nº 13.575, de 26 de
dezembro de 2017.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso da atribuição que lhe confere o art. 84, caput, inciso
IV, da Constituição, e tendo em vista o disposto no Decreto-Lei nº 227, de 28 de fevereiro de
1967,

DECRETA:

Art. 1º Este Decreto regulamenta o Decreto-Lei nº 227, de 28 de fevereiro de 1967 -Código de


Mineração, a Lei nº 6.567, de 24 de setembro de 1978, a Lei nº 7.805, de 18 de julho de 1989, e
parte da Lei nº 13.575, de 26 de dezembro de 2017.

CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES PRELIMINARES

Art. 2º São fundamentos para o desenvolvimento da mineração:

I - o interesse nacional; e

114
II - a utilidade pública.
Parágrafo único. As jazidas minerais são caracterizadas:
I - por sua rigidez locacional;
II - por serem finitas; e
III - por possuírem valor econômico.

Seção I
Da competência da União e da Agência Nacional de Mineração

Art. 3º Compete à União organizar a administração dos recursos minerais, a indústria de


produção mineral e a distribuição, o comércio e o consumo de produtos minerais.

Parágrafo único. A organização a que se refere o caput inclui, entre outros aspectos,


a formulação de políticas públicas para a pesquisa, a lavra, o beneficiamento, a
comercialização e o uso dos recursos minerais.

Art. 4º Compete à Agência Nacional de Mineração - ANM observar e implementar as


orientações, as diretrizes e as políticas estabelecidas pelo Ministério de Minas e
Energia e executar o disposto no Decreto-Lei nº 227, de 1967 - Código de Mineração,
e nas normas complementares.

Seção II
Da atividade de mineração, da jazida e da mina

Art. 5º A atividade de mineração abrange a pesquisa, a lavra, o desenvolvimento da mina,


o beneficiamento, a comercialização dos minérios, o aproveitamento de rejeitos e
estéreis e o fechamento da mina.

§1º Independe de concessão o aproveitamento de minas manifestadas e


registradas, as quais são sujeitas às condições que o Decreto-Lei nº 227, de
1967 - Código de Mineração, este Decreto e a legislação correlata estabelecem
para a lavra, a tributação e a fiscalização das minas concedidas.
§2º O exercício da atividade de mineração implica a responsabilidade do
minerador pela recuperação ambiental das áreas degradadas.
§3º O fechamento da mina pode incluir, entre outros aspectos, os seguintes:

I - a recuperação ambiental da área degradada;


II - a desmobilização das instalações e dos equipamentos que componham
a infraestrutura do empreendimento;

115
III - a aptidão e o propósito para o uso futuro da área; e
IV - o monitoramento e o acompanhamento dos sistemas de disposição de
rejeitos e estéreis, da estabilidade geotécnica das áreas mineradas e das
áreas de servidão, do comportamento do aquífero e da drenagem das
águas.

Art. 6º Para fins do disposto neste Decreto, considera-se:

I - jazida - toda massa individualizada de substância mineral ou fóssil, que aflore à


superfície ou que já exista no solo, no subsolo, no leito ou no subsolo do mar
territorial, da zona econômica exclusiva ou da plataforma continental e que
tenha valor econômico; e
II - mina - a jazida em lavra, ainda que suspensa.
§1º A jazida é bem imóvel, distinto do solo onde se encontra, e não abrange a
propriedade deste o minério ou a substância mineral útil que a constitui.
§2º O limite subterrâneo da jazida ou da mina é o plano vertical coincidente com
o perímetro definidor da área titulada, admitida, em caráter excepcional,
a fixação de limites em profundidade por superfície horizontal, a ser
implementada na forma prevista no art. 85 do Decreto-Lei nº 227, de 1967 -
Código de Mineração, e em Resolução da ANM.

Seção III
Do direito de prioridade e da área livre

Art. 7º Ao interessado cujo requerimento de direito minerário tenha por objeto área
considerada livre para a finalidade pretendida na data da protocolização do
requerimento na ANM é assegurado o direito de prioridade para a obtenção do
título minerário, atendidos os demais requisitos estabelecidos no Decreto-Lei nº
227, de 1967 - Código de Mineração, neste Decreto e na legislação correlata.

Art. 8º Será considerada livre a área que não se enquadre em quaisquer das seguintes
hipóteses:

I - área vinculada a autorização de pesquisa, registro de licença, concessão


da lavra, manifesto de mina, permissão de lavra garimpeira, permissão de
reconhecimento geológico ou registro de extração a que se refere o art. 13,
parágrafo único, inciso I;

116
II - área objeto de requerimento anterior de autorização de pesquisa, exceto se
este for indeferido de plano, sem oneração de área;
III - área objeto de requerimento anterior de concessão de lavra ou de permissão
de lavra garimpeira;
IV - área objeto de requerimento anterior de registro de licença, ou vinculada a
licença, cujo registro seja requerido no prazo de trinta dias, contado da data
de sua expedição;
V - área objeto de requerimento anterior de registro de extração, exceto se
houver anuência do órgão ou da entidade da administração pública que
apresentou o requerimento anterior;
VI - área vinculada a requerimento anterior de prorrogação de autorização de
pesquisa, permissão de lavra garimpeira ou de registro de licença, apresentado
tempestivamente, pendente de decisão;
VII - área vinculada a autorização de pesquisa nas seguintes condições:

a) sem relatório final de pesquisa tempestivamente apresentado;


b) com relatório final de pesquisa apresentado tempestivamente, mas
pendente de decisão;
c) com sobrestamento da decisão sobre o relatório final de pesquisa
apresentado tempestivamente, nos termos do disposto no art.
30,  caput, inciso IV, do Decreto-Lei nº 227, de 1967 - Código de
Mineração; ou
d) com relatório final de pesquisa apresentado tempestivamente, mas não
aprovado nos termos do disposto no art. 30, caput, inciso II, do Decreto-
Lei nº 227, de 1967 - Código de Mineração;

VIII - área vinculada a autorização de pesquisa, com relatório final de pesquisa


aprovado, ou na vigência do direito de requerer a concessão da lavra, atribuído
nos termos do disposto do art. 31 do Decreto-Lei nº 227, de 1967 - Código de
Mineração; e
IX - área que aguarda declaração de disponibilidade ou declarada em
disponibilidade nos termos do disposto no art. 45.
§1º O requerimento será indeferido pela ANM se a área pretendida não for
considerada livre.
§2º Na hipótese de interferência parcial da área objeto do requerimento com área
onerada nas circunstâncias referidas nos incisos I a VIII do caput, o requerente

117
será notificado para manifestar interesse pela área remanescente, conforme
disposto em Resolução da ANM.

Seção IV
Dos conceitos de pesquisa, lavra, lavra garimpeira e licenciamento

Art. 9º Para fins do disposto neste Decreto, considera-se pesquisa mineral a execução dos
trabalhos necessários à definição da jazida, à sua avaliação e à determinação da
exequibilidade de seu aproveitamento econômico.

§1º A pesquisa mineral compreende, entre outros, os seguintes trabalhos de


campo e de laboratório:

I - levantamentos geológicos pormenorizados da área a ser pesquisada,


em escala conveniente;
II - estudos dos afloramentos e suas correlações;
III - levantamentos geofísicos e geoquímicos;
IV - aberturas de escavações visitáveis e execução de sondagens no corpo
mineral;
V - amostragens sistemáticas;
VI - análises físicas e químicas das amostras e dos testemunhos de
sondagens; e
VII - ensaios de beneficiamento dos minérios ou das substâncias minerais
úteis, para obtenção de concentrados de acordo com as especificações
do mercado ou para aproveitamento industrial.

§2º A definição da jazida resultará da coordenação, da correlação e da


interpretação dos dados colhidos nos trabalhos executados e conduzirá a
uma medida das reservas e dos teores dos minerais encontrados.
§3º Considera-se reserva mineral a porção de depósito mineral a partir da qual um
ou mais bens minerais podem ser técnica e economicamente aproveitados.
§4º A reserva mineral se classifica em recursos inferido, indicado e medido e em
reservas provável e provada, conforme definidos em Resolução da ANM,
necessariamente com base em padrões internacionalmente aceitos de
declaração de resultados.
§5º A ANM estabelecerá em Resolução o padrão de declaração de resultados
para substâncias que não se enquadrem no disposto no § 4º.

118
§6º A exequibilidade do aproveitamento econômico, objeto do relatório final de
pesquisa a que se refere o art. 25, decorrerá do estudo econômico preliminar
do empreendimento mineiro baseado nos custos da produção, dos fretes
e do mercado, nos recursos medidos e indicados, no plano conceitual da
mina e nos fatores modificadores disponíveis ou considerados à época da
elaboração do relatório, com base no fluxo de caixa simplificado do futuro
empreendimento conforme definido e disciplinado por Resolução da ANM.
§7º Encerrado o prazo da autorização de pesquisa e apresentado o relatório de
pesquisa, o titular, ou o seu sucessor, poderá dar continuidade aos trabalhos,
inclusive em campo, com vistas ao melhor detalhamento da jazida e à
conversão dos recursos medido ou indicado em reservas provada e provável,
a ser futuramente considerada no plano de aproveitamento econômico e
para o planejamento adequado do empreendimento.
§8º Os trabalhos a que se refere o § 7º não incluem a extração de recursos
minerais, exceto mediante autorização prévia da ANM, observada a legislação
ambiental pertinente, nos termos do disposto no art. 24.
§9º Os dados obtidos em razão dos trabalhos a que se refere o § 7º não poderão
ser utilizados para retificação ou complementação das informações contidas
no relatório final de pesquisa.

Art. 10 Considera-se lavra o conjunto de operações coordenadas com o objetivo de


aproveitamento da jazida, desde a extração das substâncias minerais úteis que
contiver até o beneficiamento destas.

§1º As operações coordenadas a que se refere o  caput  incluem, entre outras,


o planejamento e o desenvolvimento da mina, a remoção de estéril, o
desmonte de rochas, a extração mineral, o transporte do minério dentro
da mina, o beneficiamento e a concentração do minério, a deposição e o
aproveitamento econômico do rejeito, do estéril e dos resíduos da mineração
e a armazenagem do produto mineral.
§2º O Ministério de Minas e Energia e a ANM estimularão os empreendimentos
destinados a aproveitar rejeito, estéril e resíduos da mineração, inclusive
mediante aditamento ao título por meio de procedimento simplificado.
§3º A ANM disciplinará em Resolução o aproveitamento do rejeito, do estéril e dos
resíduos da mineração.

119
Art. 11 Considera-se lavra garimpeira o aproveitamento imediato de substância mineral
garimpável, compreendido o material inconsolidado, exclusivamente nas formas
aluvionar, eluvionar e coluvial, que, por sua natureza, seu limite espacial, sua
localização e sua utilização econômica, possa ser lavrado, independentemente de
trabalhos prévios de pesquisa, segundo os critérios estabelecidos pela ANM.

Art. 12 Considera-se licenciamento o aproveitamento das substâncias minerais a que se


refere o art. 1º da Lei nº 6.567, de 1978, que, por sua natureza, seu limite espacial
e sua utilização econômica, possa ser lavrado, independentemente de trabalhos
prévios de pesquisa.

CAPÍTULO II
DOS REGIMES DE APROVEITAMENTO DE RECURSOS MINERAIS

Seção I
Disposições gerais

Art. 13 Os regimes de aproveitamento de recursos minerais são:

I - regime de concessão, quando depender de Portaria do Ministro de Estado


de Minas e Energia ou quando outorgada pela ANM, se tiver por objeto as
substâncias minerais de que trata o art. 1º da Lei nº 6.567, de 1978;
II - regime de autorização, quando depender de expedição de alvará pela ANM;
III - regime de licenciamento, quando depender de licença expedida em
obediência a regulamentos administrativos locais e de registro da licença na
ANM;
IV - regime de permissão de lavra garimpeira, quando depender de permissão
expedida pela ANM; e
V - regime de monopolização, quando, em decorrência de lei especial, depender
de execução direta ou indireta do Poder Executivo federal.

Parágrafo único. O disposto neste artigo não se aplica aos:

I - órgãos da administração direta e autárquica da União, dos Estados, do Distrito


Federal e dos Municípios, sendo-lhes permitida, por meio de registro de
extração, a ser disciplinado em Resolução da ANM, a extração de substâncias
minerais de emprego imediato na construção civil, definidas em Portaria do

120
Ministro de Estado de Minas e Energia, para uso exclusivo em obras públicas
por eles executadas diretamente, respeitados os direitos minerários em vigor
nas áreas onde devam ser executadas as obras e vedada a comercialização; e
II - trabalhos de movimentação de terras e de desmonte de materiais  in
natura que se fizerem necessários à abertura de vias de transporte e a obras
gerais de terraplenagem e de edificações, desde que não haja comercialização
das terras e dos materiais resultantes dos referidos trabalhos e ficando o seu
aproveitamento restrito à utilização na própria obra.

Art. 14 O requerimento de autorização de pesquisa, de permissão de lavra garimpeira ou


de registro de licença terá por objeto apenas um polígono, que deverá ficar adstrito
à área máxima estabelecida em Resolução da ANM, sob pena de indeferimento
sem oneração de área.

Art. 15 O título minerário será recusado ou revogado se a atividade minerária for


considerada prejudicial ao bem público ou comprometer interesses que superem
a utilidade da exploração industrial do recurso mineral, a critério do Ministério de
Minas e Energia ou da ANM, conforme o caso.

Seção II
Do regime de autorização

Subseção I
Do requerimento de autorização de pesquisa

Art. 16 A autorização de pesquisa será outorgada a brasileiro, sociedade empresária


constituída sob as leis brasileiras e com sede e administração no País ou a
cooperativa, mediante requerimento à ANM, que deverá conter os elementos
de instrução constantes do art. 16 do Decreto-Lei nº 227, de 1967 - Código de
Mineração, e atender aos requisitos estabelecidos em Resolução da ANM.

Parágrafo único. É admitida a desistência total ou parcial do requerimento de


autorização de pesquisa, conforme dispuser Resolução da ANM.

Art. 17 Será indeferido de plano pela ANM, sem oneração de área, o requerimento de
autorização de pesquisa desacompanhado de quaisquer dos elementos de
instrução referidos no do art. 16 do Decreto-Lei nº 227, de 1967 - Código de
Mineração.

121
Art. 18 A ANM poderá formular exigência sobre dados complementares ou elementos
necessários à melhor instrução do processo, observado o disposto no art. 17.

§1º Caberá ao requerente cumprir a exigência de que trata o caput no prazo de


sessenta dias, contado da data de publicação da intimação no Diário Oficial
da União, admitida a prorrogação do prazo, a critério da ANM, mediante
requerimento justificado e apresentado anteriormente ao término do prazo.
§2º Encerrado o prazo de que trata o § 1º sem que o requerente tenha cumprido
a exigência ou o requerimento de prorrogação de prazo para o cumprimento
tenha sido negado, o requerimento será indeferido pela ANM e a área será
declarada disponível para pesquisa, na forma prevista no art. 26 do Decreto-
Lei nº 227, de 1967 - Código de Mineração.

Art. 19 Da decisão que indeferir o requerimento de autorização de pesquisa caberá pedido


de reconsideração no prazo de sessenta dias, contado da data de publicação do
despacho no Diário Oficial da União.

§1º Contra a decisão que indeferir o pedido de reconsideração, caberá recurso


ao Ministério das Minas e Energia no prazo de trinta dias, contado da data de
publicação do despacho no Diário Oficial da União.
§2º A apresentação de pedido de reconsideração ou de recurso sustará, até que
seja obtida decisão administrativa definitiva, a tramitação de requerimentos
supervenientes de títulos minerários que tenham por objeto toda ou parte da
área.

Subseção II
Da autorização de pesquisa

Art. 20 A autorização de pesquisa terá como título alvará, cujo extrato será publicado no
Diário Oficial da União e teor transcrito em registro da ANM.

Art. 21 O prazo de validade da autorização de pesquisa não será inferior a um ano, nem
superior a três anos, a critério da ANM, consideradas as características especiais da
situação da área e da pesquisa mineral objetivada, admitida prorrogação única, nas
seguintes condições:

I - a prorrogação poderá ser concedida por até igual período, com base na
avaliação do desenvolvimento dos trabalhos; e

122
II - a prorrogação deverá ser requerida até sessenta dias antes de o prazo da
autorização vigente expirar e o requerimento deverá ser instruído com
relatório dos trabalhos efetuados e justificativa do prosseguimento da
pesquisa.
§1º A prorrogação independerá da expedição de novo alvará e o seu prazo será
contado da data de publicação da decisão que a deferir no Diário Oficial da
União.
§2º É admitida mais de uma prorrogação do prazo da autorização de pesquisa
exclusivamente nas hipóteses de impedimento de acesso à área de pesquisa
ou de falta de assentimento ou de licença do órgão ambiental competente,
desde que o titular demonstre, por meio de documentos comprobatórios,
que:

I - atendeu às diligências e às notificações promovidas no curso do


processo de avaliação judicial ou determinadas pelo órgão ambiental
competente, conforme a hipótese; e
II - não contribuiu, por ação ou omissão, para a falta de ingresso na área ou
de expedição do assentimento ou da licença ambiental.

§3º Até que haja decisão do requerimento de prorrogação do prazo apresentado


tempestivamente, a autorização de pesquisa permanecerá válida.

Art. 22 Sem prejuízo do cumprimento, pelo titular, das obrigações decorrentes do disposto
no Decreto-Lei nº 227, de 1967 - Código de Mineração, é admitida a renúncia total
ou parcial à autorização de pesquisa, que se tornará eficaz na data do protocolo do
instrumento de renúncia, com a desoneração da área renunciada, na forma prevista
no art. 26 do Decreto-Lei nº 227, de 1967 - Código de Mineração, conforme dispuser
Resolução da ANM.

Parágrafo único. Excepcionalmente, poderá ser dispensada a apresentação do


relatório a que se refere o art. 25, na hipótese de renúncia total à autorização,
conforme critérios estabelecidos em Resolução da ANM.

Art. 23 A retificação de alvará de pesquisa, a ser efetivada por meio de despacho publicado
no Diário Oficial da União, não acarretará modificação no prazo original, exceto se
houver alteração significativa no polígono delimitador da área, hipótese em que será
expedido alvará retificador, situação em que o prazo de validade da autorização de

123
pesquisa será contado a partir da data de publicação, no Diário Oficial da União, do
novo título.

§1º A retificação do alvará de pesquisa que resultar em redução, sem


deslocamento, da área autorizada não alterará o prazo original do alvará.
§2º Na hipótese de aumento ou de deslocamento da área, a ANM estabelecerá
em Resolução, os critérios para fins de concessão de prazo adicional.

Art. 24 É admitida, em caráter excepcional, a extração de substâncias minerais em área


titulada anteriormente à outorga da concessão de lavra, por meio de autorização
prévia da ANM, observada a legislação ambiental pertinente.

Parágrafo único. A autorização a que se refere o caput será emitida uma vez, pelo
prazo de um a três anos, admitida uma prorrogação por até igual período, conforme
as particularidades da substância mineral, nos termos de Resolução da ANM.

Subseção III
Do relatório final de pesquisa

Art. 25 Ao concluir os trabalhos, o titular apresentará à ANM relatório final dos trabalhos de
pesquisa realizados, conforme o disposto em Resolução da ANM.

§1º O titular da autorização fica obrigado a apresentar, no prazo de sua vigência,


o relatório final dos trabalhos realizados independentemente do resultado da
pesquisa.
§2º O conteúdo mínimo e as orientações quanto à elaboração do relatório final
serão definidos em Resolução da ANM, de acordo com as melhores práticas
internacionais.
§3º Se, encerrado o prazo de vigência da autorização ou de sua prorrogação,
o titular deixar de apresentar o relatório a que se refere este artigo, será
dada baixa na transcrição do título de autorização de pesquisa e a área será
declarada disponível para pesquisa, na forma prevista no art. 26 do Decreto-
Lei nº 227, de 1967 - Código de Mineração, sem prejuízo do disposto no art. 55
deste Decreto.

Art. 26 Realizada a pesquisa e apresentado o relatório final a que se refere o art. 25, a ANM
verificará a sua exatidão e, à vista de parecer conclusivo, proferirá despacho de:

124
I - aprovação do relatório, quando ficar demonstrada a existência de jazida
aproveitável técnica e economicamente;
II - não aprovação do relatório, quando ficar constatada a insuficiência dos
trabalhos de pesquisa ou a deficiência técnica na sua elaboração, que
impossibilitem a avaliação da jazida;
III - arquivamento do relatório, quando ficar provada a inexistência de jazida
aproveitável técnica e economicamente, passando a área a ser livre para
futuro requerimento, inclusive com acesso do interessado ao relatório que
concluiu pela referida inexistência de jazida; ou
IV - sobrestamento da decisão sobre o relatório, quando ficar caracterizada a
impossibilidade temporária da exequibilidade técnico-econômica da lavra,
conforme o disposto no art. 23,  caput, inciso III, do Decreto-Lei nº 227, de
1967 - Código de Mineração.
§1º A ANM estabelecerá em Resolução os critérios e os procedimentos para a
verificação da exatidão do relatório final de pesquisa, inclusive quanto às
hipóteses em que a realização de vistoria in loco ficará dispensada.
§2º Na hipótese prevista no inciso II do caput, constatada a deficiência técnica
na elaboração do relatório, a ANM poderá formular exigência a ser cumprida
pelo titular do direito minerário no prazo de sessenta dias, prorrogável por
igual período, a critério da ANM, desde que o requerimento de prorrogação
seja justificado e apresentado no prazo concedido para cumprimento da
exigência.
§3º Encerrado o prazo sem que o requerente tenha cumprido a exigência a que
se refere o § 2º, a ANM deverá negar aprovação ao relatório final e declarar a
área disponível, na forma prevista no art. 26 do Decreto-Lei nº 227, de 1967 -
Código de Mineração.
§4º Na hipótese prevista no inciso IV do  caput, a ANM estabelecerá, no ato
de sobrestamento, prazo para o interessado apresentar novo estudo da
exequibilidade técnico-econômica da lavra, sob pena de arquivamento do
relatório.
§5º Se o novo estudo a que se refere o § 4º comprovar a exequibilidade técnico-
econômica da lavra, a ANM proferirá despacho de aprovação do relatório.

Art. 27 Para um conjunto de autorizações de pesquisa da mesma substância mineral em


áreas contíguas ou próximas, o titular ou os titulares das autorizações poderão

125
apresentar plano único de pesquisa e também relatório único dos trabalhos
executados que abranjam todo o conjunto, conforme o disposto em Resolução da
ANM.

Seção III
Do regime de concessão

Subseção I
Requerimento de concessão de lavra

Art. 28 Aprovado o relatório final de pesquisa, o titular terá um ano para requerer a
concessão de lavra e, neste prazo, poderá negociar o seu direito minerário.

§1º A ANM poderá prorrogar o prazo referido no  caput, por igual período, por
meio de requerimento justificado do titular, apresentado anteriormente ao
prazo inicial ou à prorrogação em curso terminar.
§2º Até que haja decisão a respeito do requerimento de prorrogação de prazo, se
apresentado tempestivamente, o direito minerário permanecerá válido e será
mantida a prerrogativa de que trata o art. 9º, § 7º.

Art. 29 Encerrado o prazo a que se refere o art. 26 sem que o titular ou o seu sucessor
tenha requerido concessão de lavra, caducará o seu direito e caberá à ANM declarar,
por meio de edital, a disponibilidade da jazida pesquisada, para fins de requerimento
de concessão de lavra.

Parágrafo único. A ANM definirá em Resolução as hipóteses de sucessão para fins


do disposto no caput.

Art. 30 O requerimento de concessão de lavra, a ser formulado por empresário individual,


sociedade empresária constituída sob as leis brasileiras e com sede e administração
no País ou cooperativa, será dirigido ao Ministro de Estado de Minas e Energia ou à
ANM, conforme o disposto no art. 33, e deverá ser instruído com os elementos de
informação e prova referidos no art. 38 do Decreto-Lei nº 227, de 1967 - Código de
Mineração.

Art. 31 O requerente terá o prazo de sessenta dias para o cumprimento de exigências com
vistas à melhor instrução do requerimento de concessão de lavra e para comprovar
o ingresso, no órgão competente, da solicitação com vistas ao licenciamento
ambiental.

126
§1º O prazo de que trata o caput poderá ser prorrogado uma vez por até igual
período.
§2º Excepcionalmente, o prazo de que trata o  caput  poderá ser prorrogado
mais de uma vez se o não cumprimento da exigência decorrer de causa de
responsabilidade do Poder Público, a juízo da ANM, e desde que efetuado por
meio de requerimento justificado apresentado no prazo prorrogado.
§3º Encerrado o prazo sem que o requerente tenha cumprido a exigência, o
requerimento será indeferido e a área declarada disponível para lavra, na forma
prevista no art. 32 do Decreto-Lei nº 227, de 1967 - Código de Mineração.
§4º O requerente deverá demonstrar à ANM, a cada seis meses, contados da data
de comprovação do ingresso, no órgão competente, da solicitação com vistas
ao licenciamento ambiental e, até que a licença ambiental seja apresentada
à ANM, demonstrar que o procedimento de licenciamento ambiental está
em curso e que o requerente tem adotado as medidas necessárias para a
obtenção da licença ambiental, sob pena de indeferimento do requerimento
de lavra.

Art. 32. O plano de aproveitamento econômico, firmado por profissional legalmente


habilitado, é documento obrigatório do requerimento de concessão de lavra e
deverá conter, além dos documentos e das informações exigidas pelo art. 39 do
Decreto-Lei nº 227, de 1967 - Código de Mineração, descrição das instalações
de beneficiamento, indicadores relativos às reservas e produção e plano de
fechamento da mina, nos termos estabelecidos em Resolução da ANM.

Subseção II
Da concessão de lavra

Art. 33 A concessão de lavra terá título cujo extrato simplificado será publicado no Diário
Oficial da União e teor transcrito em registro da ANM, outorgado por Portaria do
Ministro de Estado de Minas e Energia.

Parágrafo único. Para as substâncias minerais de que trata o art. 1º da Lei nº 6.567,
de 1978, a concessão de lavra terá título outorgado em Resolução da ANM.

127
Obrigações do titular

Art. 34 Além das condições gerais que constam do Decreto-Lei nº 227, de 1967 - Código
de Mineração e deste Decreto, o titular da concessão fica obrigado, sob pena das
sanções previstas em lei, a:

I - iniciar os trabalhos previstos no plano de aproveitamento econômico no


prazo de seis meses, contado da data de publicação da concessão de lavra no
Diário Oficial da União, exceto por motivo de força maior, a juízo da ANM;
II - lavrar a jazida de acordo com o plano de aproveitamento econômico
aprovado pela ANM;
III - extrair somente as substâncias minerais indicadas na concessão de lavra;
IV - comunicar à ANM o descobrimento de qualquer outra substância mineral
não incluída na concessão de lavra;
V - executar os trabalhos de mineração com observância às normas
regulamentares;
VI - confiar, obrigatoriamente, a responsabilidade dos trabalhos de lavra a técnico
legalmente habilitado ao exercício da profissão;
VII - não dificultar ou impossibilitar, por lavra ambiciosa, o aproveitamento posterior
da jazida;
VIII - responder pelos danos e pelos prejuízos a terceiros que resultarem, direta ou
indiretamente, da lavra;
IX - promover a segurança e a salubridade das habitações existentes no local;
X - evitar o extravio das águas e drenar aquelas que possam ocasionar danos e
prejuízos aos vizinhos;
XI - evitar poluição do ar ou da água que possa resultar dos trabalhos de
mineração;
XII - proteger e conservar as fontes e utilizar as águas de acordo com os preceitos
técnicos, quando se tratar de lavra de águas minerais;
XIII - tomar as providências indicadas pela fiscalização da ANM e de outros órgãos
e entidades da administração pública;
XIV - não suspender os trabalhos de lavra sem comunicação prévia à ANM;
XV - não interromper os trabalhos de lavra já iniciados, por mais de seis meses
consecutivos, exceto por motivo de força maior comprovado;
XVI - manter a mina em bom estado, na hipótese de suspensão temporária dos
trabalhos de lavra, de modo a permitir a retomada das operações;

128
XVII - apresentar à ANM, até o dia 15 de março de cada ano, relatório anual das
atividades realizadas no ano anterior, de forma a consolidar as informações
prestadas periodicamente, conforme o disposto em Resolução da ANM;
XVIII executar e concluir adequadamente, após o término das operações e antes
da extinção do título, o plano de fechamento de mina; e
XIX - observar o disposto na Política Nacional de Segurança de Barragens,
estabelecida pela Lei nº 12.334, de 20 de setembro de 2010.
§1º Para o aproveitamento, pelo titular, das substâncias referidas no inciso IV
do caput, será necessário o aditamento à concessão de lavra pelo Ministro de
Estado de Minas e Energia ou, para as substâncias minerais de que trata o art.
1º da Lei nº 6.567, de 1978, pela ANM.
§2º Para fins do disposto neste Decreto, considera-se lavra ambiciosa aquela
conduzida sem observância ao plano preestabelecido, nos termos do disposto
em Resolução da ANM, ou de modo a impossibilitar o aproveitamento
econômico posterior da jazida.

Revisão do plano de aproveitamento econômico

Art. 35 Na hipótese de conhecimento da jazida obtido durante os trabalhos de lavra


justificar mudanças no plano de aproveitamento econômico ou as condições do
mercado exigirem modificações na escala de produção, o titular deverá propor à
ANM as alterações necessárias, para exame do novo plano, conforme critérios
estabelecidos em Resolução da ANM.

Relatório anual de lavra

Art. 36 O relatório anual das atividades realizadas no ano anterior deverá ser apresentado
na forma estabelecida pela ANM, observado o disposto no art. 50 do Decreto-Lei
nº 227, de 1967 - Código de Mineração.

Grupamento mineiro

Art. 37 O titular poderá requerer a reunião, em uma só unidade de mineração denominada


grupamento mineiro, de duas ou mais de suas concessões de lavra da mesma
substância mineral, em áreas de um mesmo jazimento ou zona mineralizada,
conforme procedimentos e requisitos estabelecidos em Resolução da ANM.

129
Desmembramento

Art. 38 A concessão de lavra poderá ser desmembrada em duas ou mais concessões


distintas, a juízo da ANM, se o fracionamento não comprometer o aproveitamento
racional da jazida e desde que evidenciados a viabilidade técnica, a economicidade
do aproveitamento autônomo das unidades mineiras resultantes e o incremento
da produção da jazida, conforme critérios estabelecidos em Resolução da ANM.

Parágrafo único. O desmembramento será pleiteado pelo titular e pelos os


pretendentes às novas concessões, conjuntamente.

Seção IV
Do regime de licenciamento

Art. 39 O aproveitamento de recursos minerais sob o regime de licenciamento obedecerá


ao disposto na Lei nº 6.567, de 1978, e em Resolução da ANM.

Parágrafo único. O licenciamento será outorgado pela ANM em conformidade com


os procedimentos e os requisitos estabelecidos em Resolução.

Seção V
Do regime de permissão de lavra garimpeira

Art. 40 O aproveitamento de recursos minerais sob o regime de permissão de lavra


garimpeira obedecerá ao disposto na Lei nº 7.805, de 1989, e em Resolução da
ANM.

Parágrafo único. A permissão de lavra garimpeira será outorgada pela ANM em


conformidade com os procedimentos e os requisitos estabelecidos em Resolução.

Seção VI
Disposições comuns a todos os regimes

Subseção I
Da servidão mineral e da desapropriação

Art. 41 O titular poderá requerer à ANM que emita declaração de utilidade pública para fins
de instituição de servidão mineral ou de desapropriação de imóvel.

130
Subseção II
Da cessão, da transferência e da oneração de direitos minerários

Art. 42 O alvará de autorização de pesquisa, a concessão de lavra, o licenciamento e a


permissão de lavra garimpeira poderão ser objeto de cessão ou de transferência,
total ou parcial, desde que o cessionário satisfaça os requisitos constitucionais, legais
e normativos aplicáveis.

Parágrafo único. É admitida a cessão total ou parcial do direito minerário após a


vigência da autorização de pesquisa e antes da outorga da concessão de lavra.

Art. 43 A concessão da lavra poderá ser oferecida em garantia para fins de financiamento.

Art. 44 A ANM estabelecerá em Resolução as hipóteses de oneração de direitos minerários


e os requisitos e os procedimentos para a averbação de cessões, transferências e
onerações de direitos minerários.

Subseção III
Da disponibilidade de área

Art. 45 A área desonerada e aquela decorrente de qualquer forma de extinção do direito


minerário será disponibilizada a interessados, por meio de critérios objetivos de
seleção e julgamento, definidos por meio de Resolução da ANM, observado o
disposto no art. 26 do Decreto-Lei nº 227, de 1967 - Código de Mineração.

Parágrafo único. O não cumprimento das obrigações relacionadas com o processo


seletivo, no prazo estabelecido, sujeitará o proponente vencedor à perda imediata
do direito de prioridade sobre a área e às sanções previstas na Lei nº 8.666, de 21 de
junho de 1993, conforme dispuser o edital ou a Resolução da ANM.

Art. 46 Com vistas a avaliar o potencial de atratividade da área desonerada para leilão
eletrônico, a ANM poderá, a seu critério, submetê-la a oferta pública prévia,
conforme estabelecido em Resolução da ANM.

§1º A manifestação de interesse pela área ofertada deverá ocorrer de forma


eletrônica e será protegida de sigilo, de modo a resguardar a quantidade e a
identidade dos interessados.
§2º Encerrado o prazo para manifestação de interesse pela área ofertada:

131
I - na hipótese de nenhuma manifestação de interesse ter sido apresentada,
a área será considerada livre a partir do dia útil subsequente àquele do
término do prazo, dispensada a realização do leilão eletrônico;
II - na hipótese de apenas uma manifestação de interesse ter sido
apresentada, o interessado será notificado para protocolizar o seu
requerimento de título minerário no prazo de trinta dias, contado da
data de recebimento da notificação, dispensada a realização do leilão
eletrônico; e
III - na hipótese de mais de uma manifestação de interesse ter sido
apresentada, a ANM disponibilizará a área nos termos do disposto no art.
45.

Subseção IV
Dos encargos financeiros

Art. 47 Sem prejuízo de outros encargos financeiros previstos em lei, são devidos à ANM:

I - taxa anual, por hectare; e


II - valor relativo ao custeio de vistorias da ANM.

Taxa anual por hectare

Art. 48 Durante a vigência da autorização de pesquisa, incluída a sua prorrogação, até a


entrega do relatório final de pesquisa, o titular de autorização de pesquisa pagará à
ANM taxa anual, por hectare, admitida a fixação em valores progressivos em função
da substância mineral objetivada, da extensão e da localização da área e de outras
condições, respeitado o valor máximo estabelecido no art. 20, caput, inciso II, do
Decreto-Lei nº 227, de 1967 - Código de Mineração.

Custeio de vistorias da Agência Nacional de Mineração

Art. 49 As vistorias realizadas pela ANM, no exercício da fiscalização dos trabalhos de


pesquisa e lavra, serão custeadas pelos interessados.

132
Seção VII
Disposições comuns aos regimes de concessão de lavra e de registro de licença

Suspensão temporária da lavra

Art. 50 O requerimento de suspensão temporária da lavra deverá estar justificado e


instruído com relatório dos trabalhos efetuados e do estado da mina e de suas
possibilidades futuras, conforme dispuser Resolução da ANM.

§1º O titular fica autorizado a interromper as atividades enquanto o requerimento


de suspensão temporária de lavra estiver pendente de decisão da ANM, sem
prejuízo da observância à obrigação estabelecida no art. 34, caput, inciso XVI.
§2º A decisão da ANM sobre o requerimento de suspensão temporária de lavra
deverá ser precedida de vistoria in loco.
§3º Não aceitas as razões da suspensão dos trabalhos, a ANM adotará as medidas
necessárias à continuação dos trabalhos, estabelecerá prazo para o reinício
das operações e determinará a aplicação das sanções cabíveis.

Renúncia

Art. 51 A comunicação da renúncia total ou parcial da concessão de lavra, do licenciamento


ou da permissão de lavra garimpeira deverá ser instruída com relatório dos
trabalhos efetuados e do estado da mina e de suas possibilidades futuras, conforme
Resolução da ANM.

§1º A renúncia será efetivada no momento de sua comunicação.


§2º A extinção do título dependerá da homologação da renúncia e ficará
condicionada à conclusão do plano de fechamento de mina, previamente
aprovado pela ANM.
§3º Efetivada a renúncia, a ANM adotará as medidas necessárias com vistas a
assegurar a execução adequada do plano de fechamento de mina, inclusive
por meio da aplicação das sanções cabíveis.
§4º Na hipótese de haver mais de uma unidade mineira inserida em um
mesmo título minerário, poderá ser homologada a renúncia parcial do título
e desonerada a área de cuja a unidade mineira tenha o relatório final de
execução do seu plano de fechamento aprovado.

133
§5º Homologada a renúncia e reduzido ou extinto o título minerário, a ANM
poderá declarar a área disponível, na forma prevista no art. 26 do Decreto-Lei
nº 227, de 1967 - Código de Mineração, ou mantê-la bloqueada, se assim for
tecnicamente justificável.
§6º O disposto neste artigo aplica-se, no que couber, à renúncia de direito
minerário em área objeto de lavra mineral realizada por meio da autorização a
que se refere o art. 24.

CAPÍTULO III
DAS INFRAÇÕES E DAS SANÇÕES ADMINISTRATIVAS

Seção I
Disposições gerais

Art. 52 O não cumprimento das obrigações decorrentes da autorização de pesquisa, da


concessão de lavra, do licenciamento e da permissão de lavra garimpeira implicará,
a depender da infração:

I - advertência;
II - multa; e
III - caducidade do título.
§1º Compete à ANM a aplicação das sanções de advertência, de multa e de
caducidade, exceto de caducidade de concessão de lavra de substância
mineral que não se enquadre no disposto no art. 1º da Lei nº 6.567, de 1978,
que será aplicada em ato do Ministro de Estado de Minas e Energia.
§2º A aplicação das sanções previstas neste artigo deverá ser precedida de
notificação do titular, de modo a assegurar os princípios do contraditório e
da ampla defesa, conforme estabelecido em Resolução da ANM e, para a
caducidade de concessão de lavra de substância mineral que não se enquadre
no disposto no art. 1º da Lei nº 6.567, de 1978, conforme estabelecido em ato
do Ministro de Estado de Minas e Energia.

Art. 53 A multa variará entre R$ 329,39 (trezentos e vinte e nove reais e trinta e nove
centavos) e R$ 3.293,90 (três mil, duzentos e noventa e três reais e noventa
centavos), de acordo com a gravidade das infrações.

134
§1º A ANM estabelecerá em Resolução os critérios detalhados a serem
observados na imposição das multas e na fixação dos seus valores, para as
infrações administrativas previstas neste Decreto.
§2º Na hipótese de reincidência específica no prazo de até cinco anos, a multa
será cobrada em dobro.

Seção II
Das infrações administrativas

Art. 54 Realizar trabalhos de pesquisa ou extração mineral sem título autorizativo ou em


desacordo com o título obtido:

Sanção: multa de R$ 3.293,90 (três mil, duzentos e noventa e três reais e noventa
centavos) e advertência.

Parágrafo único. Na hipótese de reincidência de trabalhos de lavra de substância


não constante do título autorizativo, aplica-se a multa em dobro e declara-se a
caducidade do direito minerário.

Art. 55 Praticar lavra ambiciosa:

Sanção: multa de R$ 3.293,90 (três mil, duzentos e noventa e três reais e noventa
centavos) e advertência.

Parágrafo único. Na hipótese de reincidência, aplica-se a multa em dobro e declara-


se a caducidade do direito minerário.

Art. 56 Deixar de pagar ou pagar fora do prazo a taxa anual a que se refere o art. 48:

Sanção: multa de R$ 3.293,90 (três mil, duzentos e noventa e três reais e noventa
centavos).

Parágrafo único. Se não for efetuado o pagamento da taxa anual no prazo de trinta
dias, contado da data da imposição da multa, será declarada a nulidade ex officio do
alvará de autorização de pesquisa.

Art. 57 Deixar de apresentar ou apresentar intempestivamente o relatório a que se refere


o art. 25:

Sanção: multa de R$ 3,29 (três reais e vinte e nove centavos) por hectare.

Art. 58 Não obedecer aos prazos de início ou de reinício dos trabalhos de pesquisa ou de
lavra:

135
Sanção: na hipótese de pesquisa, multa de R$ 809,82 (oitocentos e nove reais e
oitenta e dois centavos) e advertência, e, na hipótese de lavra, multa de R$ 3.293,90
(três mil, duzentos e noventa e três reais e noventa centavos) e advertência.

Parágrafo único. Aplicada a multa, o titular terá o prazo de seis meses para dar início
ou reinício à pesquisa ou à lavra, sob pena de imposição de multa em dobro e de
declaração de caducidade do direito minerário.

Art. 59 Deixar de comunicar prontamente o início ou reinício ou as interrupções dos


trabalhos de pesquisa:

Sanção: multa de R$ 809,82 (oitocentos e nove reais e oitenta e dois centavos).

Art. 60 Deixar de comunicar prontamente a ocorrência de outra substância mineral útil,


não constante do alvará de autorização de pesquisa:

Sanção: multa de R$ 1.619,63 (um mil, seiscentos e dezenove reais e sessenta e três
centavos).

Art. 61 Não confiar a responsabilidade dos trabalhos de lavra a técnico legalmente


habilitado ao exercício da profissão (art. 34, caput, inciso VI):

Sanção: multa de R$ 3.293,90 (três mil, duzentos e noventa e três reais e noventa
centavos).

Art. 62 Deixar de propor à ANM, para exame, as alterações necessárias no plano de


aproveitamento econômico (art. 35):

Sanção: multa de R$ 3.293,90 (três mil, duzentos e noventa e três reais e noventa
centavos).

Art. 63 Suspender os trabalhos de lavra sem prévia comunicação à ANM (art. 34, caput,
inciso XIV):

Sanção: multa de R$ 3.293,90 (três mil, duzentos e noventa e três reais e noventa
centavos).

Art. 64 Interromper os trabalhos de lavra já iniciados, por mais de seis meses consecutivos,
exceto por motivo de força maior comprovado:

Sanção: multa de R$ 3.293,90 (três mil, duzentos e noventa e três reais e noventa
centavos).

136
Art. 65 Deixar de prestar, no relatório anual de lavra, informação ou dado exigido por lei ou
por Resolução da ANM ou prestar informação ou dado falso.

Sanção: multa de R$ 3.293,90 (três mil, duzentos e noventa e três reais e noventa
centavos).

Art. 66 Deixar de comunicar à ANM a descoberta de outra substância mineral, não incluída
na concessão de lavra, no regime de licenciamento e na permissão de lavra
garimpeira:

Sanção: multa de R$ 3.293,90 (três mil, duzentos e noventa e três reais e noventa
centavos).

Art. 67 Realizar deliberadamente trabalhos de lavra em desacordo com o plano de


aproveitamento econômico:

Sanção: multa de R$ 3.293,90 (três mil, duzentos e noventa e três reais e noventa
centavos).

Art. 68 Abandonar a mina ou a jazida, assim formalmente caracterizada conforme disposto


em Resolução da ANM:

Sanção: multa de R$ 3.293,90 (três mil, duzentos e noventa e três reais e noventa
centavos) e caducidade do título.

Art. 69 Deixar de apresentar ou apresentar intempestivamente os estatutos ou os


contratos sociais e os acordos de acionistas em vigor e as alterações contratuais ou
estatutárias que venham a ocorrer (art. 76):

Sanção: multa de R$ 809,82 (oitocentos e nove reais e oitenta e dois centavos).

Parágrafo único. A multa será aplicada em dobro na hipótese de não atendimento às


exigências objeto deste artigo no prazo de trinta dias, contado da data da imposição
da multa inicial, e assim sucessivamente, a cada trinta dias subsequentes.

Art. 70 O descumprimento às obrigações previstas no art. 34,caput, incisos V, IX, X, XI, XII,
XIII, XVI, XVIII e XIX implicará multa de R$ 1.619,63 (um mil, seiscentos e dezenove
reais e sessenta e três centavos) a R$ 3.239,26 (três mil, duzentos e trinta e nove
reais e vinte e seis centavos), conforme estabelecido em Resolução da ANM.

137
CAPÍTULO IV
DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS

Art. 71 Os titulares de concessões e minas próximas ou vizinhas, abertas ou situadas sobre o


mesmo jazimento ou zona mineralizada, poderão obter permissão para a formação
de consórcio de mineração, com o objetivo de incrementar a produtividade da
extração ou a sua capacidade, nos termos do disposto no art. 86 do Decreto-Lei nº
227, de 1967 - Código de Mineração, e de Resolução da ANM.

Art. 72 Em zona declarada reserva nacional de determinada substância mineral ou em


áreas específicas objeto de pesquisa ou lavra sob o regime de monopólio, o Poder
Executivo federal poderá, mediante condições especiais condizentes com os
interesses da União e da economia nacional, outorgar autorização de pesquisa
ou concessão de lavra de outra substância mineral, quando os trabalhos relativos
à autorização ou à concessão forem compatíveis e independentes dos relativos à
substância da reserva nacional ou do monopólio.

§1º Nas reservas nacionais, a pesquisa ou lavra de outra substância mineral


somente será autorizada ou concedida nas condições especiais estabelecidas
em ato do Ministro de Estado de Minas e Energia, ouvidos, previamente, os
órgãos governamentais interessados.
§2º Nas áreas sob regime de monopólio, a pesquisa ou a lavra de outra substância
mineral somente será autorizada ou concedida nas condições especiais
estabelecidas em ato do Ministro de Estado de Minas e Energia, ouvido,
previamente, o órgão executor do monopólio.
§3º Verificada, a qualquer tempo, a incompatibilidade ou a dependência dos
trabalhos, a autorização de pesquisa ou concessão de lavra será revogada.
§4º O direito de prioridade não se aplica às hipóteses previstas neste artigo e cabe
ao Poder Executivo federal outorgar a autorização ou a concessão tendo em
vista os interesses da União e da economia nacional.

Art. 73 Cabe ao profissional legalmente habilitado que constar como responsável


técnico pela execução de atividades ou pela elaboração de planos e relatórios
técnicos de que trata este Decreto, e ao titular do direito minerário, assegurar a
veracidade das informações e dos dados fornecidos ao Poder Público, sob pena de
responsabilização criminal e administrativa.

138
Parágrafo único. A aprovação ou a aceitação de planos e relatórios técnicos não
ensejarão qualquer responsabilidade do Poder Público na hipótese de imprecisão
ou falsidade de dados ou informações neles contidos.

Art. 74 O exercício da fiscalização da atividade minerária observará os critérios de definição


de prioridades e abrangerá a fiscalização das áreas tituladas por amostragem.

Art. 75 As pessoas naturais ou jurídicas que exerçam atividades de pesquisa, lavra,


beneficiamento, distribuição, comercialização, consumo ou industrialização de
recursos minerais ficam obrigadas a facilitar aos agentes da ANM a inspeção de
instalações, equipamentos e trabalhos e a lhes fornecer informações sobre:

I - o volume da produção e as características qualitativas dos produtos;


II - as condições técnicas e econômicas da execução dos serviços ou da
exploração das atividades mencionadas no caput, as análises químicas e os
laudos técnicos;
III - os mercados e os preços de venda; e
IV - a quantidade e as condições técnicas e econômicas do consumo de produtos
minerais.

Art. 76 As sociedades empresariais que requererem ou forem titulares de direitos


minerários ficam obrigadas a apresentar à ANM os estatutos ou os contratos sociais
e os acordos de acionistas em vigor e as alterações contratuais ou estatutárias que
venham a ocorrer, no prazo de trinta dias, contado da data de registro na junta
comercial.

Art. 77 O comércio no mercado interno ou externo de pedras preciosas, de metais nobres


e de outros minerais especificados fica sujeito a registro especial, nos termos de ato
do Poder Executivo federal.

Art. 78 O disposto neste Decreto aplica-se, no que couber, aos requerimentos de direitos
minerários e de registro de extração pendentes de decisão e aos direitos minerários
e registros de extração ativos na sua data de entrada em vigor.

Art. 79 Naquilo em que não contrariarem este Decreto, os atos normativos do extinto
Departamento Nacional de Produção Mineral - DNPM permanecem aplicáveis, no
que couberem, até que sejam substituídos por Resoluções da ANM.

139
Art. 80 Os valores expressos neste Decreto e as multas e os encargos devidos à ANM serão
reajustados anualmente em Resolução da ANM, respeitada a variação do Índice
Nacional de Preços ao Consumidor Amplo - IPCA no exercício anterior.

Parágrafo único. Os valores corrigidos serão divulgados pela ANM até o dia 31 de
janeiro e passarão a ser exigidos a partir de 1º de março daquele mesmo ano.

Art. 81 A ANM definirá os prazos para tramitação dos processos minerários em Resolução,
a ser editada no prazo de cento e oitenta dias, contado da data de entrada em vigor
do Decreto de instalação da ANM.

Parágrafo único. A ANM publicará as Resoluções a que se referem o art. 40,


parágrafo único, e o art. 13, parágrafo único, inciso I, no prazo de cento e oitenta dias,
contado da data de entrada em vigor deste Decreto.

Art. 82 O Ministério de Minas e Energia será ouvido previamente sobre os assuntos


referentes às atividades de mineração ou que criem restrições ao desenvolvimento
dessas atividades.

Art. 83 Ficam revogados:

I - o Decreto nº 62.934, de 2 de julho de 1968;


II - o Decreto nº 98.812, de 9 de janeiro de 1990; e
III - o Decreto nº 3.358, de 2 de fevereiro de 2000.

Art. 84 Este Decreto entra em vigor:

I - quanto aos incisos II e III do caput do art. 83, em cento e oitenta dias, contados
da data de sua publicação; e
II - quanto aos demais dispositivos, na data de instalação da ANM, nos termos do
disposto no art. 36 da Lei nº 13.575, de 26 de dezembro de 2017.

Brasília, 12 de junho de 2018; 197º da Independência e 130º da República.

MICHEL TEMER
W. Moreira Franco

140
Essa edição eletrônica foi composta pela Jurídica Editora.
Abril de 2019
LIVROS PUBLICADOS

Comentários ao Código de Mineração (1995)

Revista de Direito Minerário, volume I


(coordenador, 1997)

Direito Ambiental Brasileiro (1998)

Revista de Direito Minerário, volume II


(coordenador, 2000)

Recurso Especial e Extraordinário


(coautor, 2002)

Os Recursos Cíveis e seu Processamento nos Tribunais


(coautor, 2003)

Direito Ambiental Aplicado à Mineração (2005)

Natureza Jurídica do Consentimento para Pesquisa


Mineral, do Consentimento para Lavra e do Manifesto de
Mina no Direito Brasileiro (2005)

Dicionário de Direito Minerário.


Inglês – Português (coautor, 2008)

Gestão de Crises e Negociações Ambientais (2009)

Dicionário de Direito Ambiental e Vocabulário Técnico de


Meio Ambiente (cocoordenador, 2009)

Mineração, Energia e Ambiente


(cocoordenador, 2010)

Fundamentals of Mining Law (2010)

Aspectos controvertidos do Direito Minerário e


Ambiental (cocoordenador, 2013)

The Mining Law Review


(6ª edição. Participação. Capítulo Brasil, 2017)

Direito da Mineração: questões minerárias, ambientais e


tributárias (cocoordenador, 2017)

Direito da Mineração: relações jurídicas do minerador


com o proprietário e possuidor do imóvel (2019)
RUA PARAÍBA, 476, 4º ANDAR, EDIFÍCIO MONTHÉLIE
BELO HORIZONTE/MG - CEP 30130-141
TELEFONE: (31) 3261-7747

SCN-Q2, BLOCO A, 5º ANDAR, CORPORATE FINANCIAL CENTER


BRASÍLIA/DF - CEP 70712-900

Potrebbero piacerti anche