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Após o tempo dos apóstolos a igreja continuou sendo perseguida, o que foi benéfico
para manter a simplicidade e santidade da igreja do Senhor. Porém logo mudanças
começaram a surgir tais como, padronização e estruturação para organizarem os
trabalhos, o que foi aos poucos diminuindo a liberdade dos cristãos e a ação do
Espírito Santo tão característicos da igreja primitiva.
Embora fosse uma boa liturgia aos poucos foi substituindo a livre direção dos cultos
dada pelo Espírito Santo, tranformando as reuniões em cultos formais, repetitivos, e
portanto frios e sem vida.
Um outro documento do ano 150 de Justino, o Mártir relata que o culto era no
domingo, reuniam-se todos os cristãos de uma cidade num mesmo lugar, liam os
escritos dos apóstolos ainda não canonizados, o presidente comentava e exortava
que todos seguissem o que foi lido, faziam orações, realizavam a Ceia do Senhor e
os que tinham recursos faziam suas ofertas.
Séculos II e III
Os séculos II e III são um período conhecido como “A Era dos Mártires”. Os cristãos
eram rejeitados e perseguidos pelos judeus que não aceitavam a Jesus, mas
também eram perseguidos pelos pagãos, pois o cristianismo era contrário aos seus
rituais religiosos aos seus muitos deuses. Ainda, ao contrário dos pagãos, os
cristãos não tinham templo, altar, sacrifícios, sacerdotes e nem imagens e esculturas
de seu Deus, e mesmo assim pregavam a superioridade do cristianismo em relação
ao paganismo.
Séculos IV e V
Depois de muitos cristãos morrerem por sua fé, o imperador Constantino em 313
concede liberdade total à igreja, o que levou a muitos serem cristãos, pois agora tal
posição era honrosa.
A partir dessa data as reuniões passam a ter um caráter imponente e suntuoso. Os
cristãos saíram das catacumbas e adentraram as basílicas para suas celebrações. E
a liturgia sofre forte influência da cultura romana. A Bíblia continua sendo a principal
fonte de inspiração, porém elementos do culto pagão foram introduzidos no
cristianismo tais como a prática de construir o templo voltado para o oriente para o
nascer do sol. A festa do natal entrou no lugar da festa do nascimento do deus sol
da religião pagã. Com o imperador Teodósio I em 380 d.C. o cristianismo se
converteu em religião oficial do Império Romano, e no fim do século IV os cristãos já
eram a maioria.
Descontentes com a liderança papal, com os rumos que a igreja havia tomado os
patriarcas se opuseram a autoridade do papa gerando atritos que levaram a
separação.
Em 1054 houve a ruptura e surgiram duas igrejas: A Igreja Grega e seu chefe era o
patriarca de Constantinopla, e a Igreja do Ocidente que era a Romana, cujo chefe
era o papa.
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Os papas da igreja romana Gregório VII e Inocêncio III realizaram reformas, mas a
liturgia ainda continuava distante do povo e cada vez mais clerical. E um exemplo
era a Ceia que tornou-se a adoração da hóstia, que era vista de longe pelos fiéis;
para isto os padres adotaram o ato de elevar a hóstia e o cálice, e por ser o
momento mais importante dentro da missa, foi adotado um sino que era tocado
antes deste momento para que chamasse atenção para os elementos da ceia. A
adoração da eucaristia substituiu o verdadeiro sentido da Ceia do Senhor realizada
na igreja primitiva, e tirou o foco do verdadeiro sentido das reuniões do povo de
Deus.
Muitos outros artifícios foram incorporados a liturgia romana como o uso de velas,
vestes especiais para os sacerdotes, adoração aos santos, o culto aos mortos, o dia
de Corpus Cristi que se tornou mais importante até do que a própria Páscoa, e ao
longo dos anos outros itens foram acrescentados à prática litúrgica daquela que se
dizia igreja, e que a tornava muito diferente da que foi criada pelo Senhor Jesus.
Para isto muitos padres foram ordenados exclusivamente para rezar missas onde
aprendiam a liturgia conveniente a cada evento bem como toda a dramatização dos
gestos tais como sinal da cruz, genuflexões, e o andar sobre o altar. A liturgia
tornou-se um teatro religioso medieval e perdurou por muito tempo.
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A Reforma
Com o passar dos anos surgiram homens que se levantaram contra estas práticas,
que enfrentaram a liderança papal por entenderem que a Bíblia deveria ser ensinada
ao povo. Alguns que se destacaram foram Roberto Grosseteste (1168-1253), John
Wycliffe (1320-1384) e John Huss (1369-1415). E quanto a isso podemos afirmar
como diz Samuel Fratelli: “em primeiro lugar a reforma protestante foi um movimento
de retorno às Escrituras. Sendo assim, a mudança na liturgia era essencialmente
necessária”. Estes homens foram precursores da Reforma de Martinho Lutero que
viveu entre 1483 e 1546 e fixou suas 95 teses na porta da igreja de Wittenberg.
Porém Lutero por ser músico, teve atitude diferente e aprovava a música durante as
missas. Inclusive compôs hinos que foram usados em sua época e alguns perduram
até hoje, como o hino Castelo Forte de número 323 do hinário Cantor Cristão.
Samuel Fratelli menciona o seguinte sobre Lutero: “Ele é lembrado como aquele que
deu a Bíblia e o hinário ao povo alemão, na sua própria língua.”
Também deve ser lembrado João Calvino que fez parte da segunda geração de
reformadores, e seguiu o modelo de Zuinglio.
Porém Calvino estava insatisfeito com o modelo frio dos cultos sem cânticos, e
quando foi a Estrasburgo e pastoreou ali uma igreja, viu que eles cantavam salmos
na sua própria língua.
Assim, ele metrificou vários salmos em francês e usou melodias de Mattheus Greider
e Wolfgang Dachstein para cantá-los. Os salmos eram cantados pela congregação
em uníssono e sem acompanhamento
Com a Reforma foram estabelecidos slogans que tinham suas bases nos pontos
centrais da Reforma e que se tornaram referência para a fé evangélica.
Eram 5 pontos chamados 5 solas e que eram:
a ) Sola Scritura: somente a escritura, ou seja as canções deveriam ser a Palavra
de Deus cantada.
b ) Sola Fide: só a fé, era a questão de que a justificação era somente pela fé.
c ) Sola Gratia: somente pela graça, a salvação é totalmente de graça.
d ) Solus Christus: somente Cristo; o culto era Cristocêntrico
e ) Soli Deo Glória: somente à Deus a glória. A vida do cristão é para a glória de
Deus, como bem recomenda Paulo em I Co 10:31 Portanto, quer comais, quer
bebais ou façais outra coisa qualquer, fazei tudo para a glória de Deus. E ainda em
Rm 11:36 “Porque todas as coisas são Dele, por Ele e para Ele. A Ele seja a glória
eternamente! Amém.”
Johann Sebastian Bach (1685-1750) que viveu neste período, era luterano e
dedicou-se a música e inclusive a música sacra, colocava no final de cada uma de
suas partituras a sigla S.D.G. ( Soli Deo Glória ) pois entendia que todo seu trabalho,
seja para utilização nos cultos ou na corte, primeiramente era para a glória de Deus.
Também é desta época George Friederic Handel que, após se trancar num quarto
por 23 dias escreveu um oratório de 260 páginas, e pôs o nome de O Messias, o
qual contém a obra tão cantada até hoje que é o Aleluia de Handel.
Sobre este período Earle E. Cairns em seu livro O Cristianismo Através dos Séculos
comenta o seguinte:
“A Reforma marcou o fim do controle de uma igreja universal. A Igreja Católica
Romana foi substituída por uma série de igrejas oficiais protestantes nacionais nas
regiões onde o protestantismo venceu. Os luteranos na Alemanha e na
Escandinávia. O calvinismo na Suíça, Escócia, Holanda, França Boêmia e Hungria.
Os ingleses estabeleceram a Igreja Anglicana oficial. Os radicais da reforma, os
anabatistas, não haviam estabelecido igrejas oficiais, mas eram fortes em países
como a Holanda, o norte da Alemanha, e a Suíça; somente eles se opuseram à
união de Igreja e Estado e igualmente ao domínio papal.”