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C122 PORTO, Ana Paula Teixeira

Caderno de Língua Portuguesa Dom Alberto / Ana Paula Teixeira


Porto. – Santa Cruz do Sul: Faculdade Dom Alberto, 2010.

Inclui bibliografia.

1. Administração – Teoria 2. Ciências Contábeis – Teoria 3. Língua


Portuguesa – Teoria I. PORTO, Ana Paula Teixeira II. Faculdade Dom
Alberto III. Coordenação de Administração IV. Coordenação de Ciências
Contábeis V. Título

CDU 658:657(072)

Catalogação na publicação: Roberto Carlos Cardoso – Bibliotecário CRB10 010/10

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Apresentação

O Curso de Administração da Faculdade Dom Alberto iniciou sua


trajetória acadêmica em 2004, após a construção de um projeto pautado na
importância de possibilitar acesso ao ensino superior de qualidade que,
combinado à seriedade na execução de projeto pedagógico, propiciasse uma
formação sólida e relacionada às demandas regionais.
Considerando esses valores, atividades e ações voltadas ao
ensino sólido viabilizaram a qualidade acadêmica e pedagógica das aulas, bem
como o aprendizado efetivo dos alunos, o que permitiu o reconhecimento pelo
MEC do Curso de Administração em 2008.
Passados seis anos, o curso mostra crescimento quantitativo e
qualitativo, fortalecimento de sua proposta e de consolidação de resultados
positivos, como a publicação deste Caderno Dom Alberto, que é o produto do
trabalho intelectual, pedagógico e instrutivo desenvolvido pelos professores
durante esse período. Este material servirá de guia e de apoio para o estudo
atento e sério, para a organização da pesquisa e para o contato inicial de
qualidade com as disciplinas que estruturam o curso.
A todos os professores que com competência fomentaram o
Caderno Dom Alberto, veículo de publicação oficial da produção didático-
pedagógica do corpo docente da Faculdade Dom Alberto, um agradecimento
especial.

Lucas Jost
Diretor Geral

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PREFÁCIO

A arte de ensinar e aprender pressupõe um diálogo entre aqueles que


interagem no processo, como alunos e professores. A eles cabe a tarefa de
formação, de construção de valores, habilidades, competências necessárias à
superação dos desafios. Entre estes se encontra a necessidade de uma
formação profissional sólida, capaz de suprir as demandas de mercado, de
estabelecer elos entre diversas áreas do saber, de atender às exigências legais
de cada área de atuação, etc.

Nesse contexto, um dos fatores mais importantes na formação de um


profissional é saber discutir diversos temas aos quais se aplicam
conhecimentos específicos de cada área, dispondo-se de uma variedade ampla
e desafiadora de questões e problemas proporcionada pelas atuais
conjunturas. Para que isso se torne possível, além da dedicação daqueles
envolvidos no processo de ensino-aprendizagem, é preciso haver suporte
pedagógico que dê subsídios ao aprender e ao ensinar. Um suporte que
supere a tradicional metodologia expositiva e atenda aos objetivos expressos
na proposta pedagógica do curso.

Considerando esses pressupostos, a produção desse Caderno Dom


Alberto é parte da proposta pedagógica do curso da Faculdade Dom Aberto.
Com este veículo, elaborado por docentes da instituição, a faculdade busca
apresentar um instrumento de pesquisa, consulta e aprendizagem teórico-
prática, reunindo materiais cuja diversidade de abordagens é atualizada e
necessária para a formação profissional qualificada dos alunos do curso.
Ser um canal de divulgação do material didático produzido por
professores da instituição é motivação para continuar investindo da formação
qualificada e na produção e disseminação do que se discute, apresenta, reflete,
propõe e analisa nas aulas do curso. Espera-se que os leitores apreciem o
Caderno Dom Alberto com a mesma satisfação que a Faculdade tem em
elaborar esta coletânea.

Elvis Martins
Diretor Acadêmico de Ensino

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Sumário

Apresentação........................................................................................................ 3

Prefácio............................................................................................................... 4

Plano de Ensino ....................................................................................................7

Aula 1
COMUNICAÇÃO, LEITURA E ESCRITA ............................................................ 12

Aula 2
LÍNGUA, LINGUAGEM E SOCIEDADE ............................................................. 18

Aula 3
LINGUAGEM, FUNÇÕES DA LINGUAGEM E LEITURA .................................. 27

Aula 4
TÓPICOS GRAMATICAIS: USOS DOS PORQUÊS .......................................... 39

Aula 5
ESTUDO DO PARÁGRAFO ................................................................................. 52

Aula 6
REDAÇÃO COESA E COERENTE ....................................................................... 65

Aula 7
CONTINUAÇÃO REDAÇÃO COESA E COERENTE ............................................ 70

Aula 8
CONCORDÂNCIA VERBAL .................................................................................. 74

Aula 9
REDAÇÃO OFICIAL ATA ...................................................................................... 87

Aula 10
REGÊNCIA VERBAL E NOMINAL ....................................................................... 97

Aula 11
PONTUAÇÃO ....................................................................................................... 109

Aula 12
OUTROS SINAIS DE PONTUAÇÃO .................................................................... 119

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Centro de Ensino Superior Dom Alberto

Plano de Ensino

Identificação
Curso: Direito Disciplina: Língua Portuguesa
Carga Horária (horas): 60 Créditos: 4 Semestre: 1º

Ementa
Comunicação. Linguagem. Língua oral e língua escrita. Linguagem e Direito. Linguagem forense. Funções
da linguagem. Variação lingüística e adequação da linguagem. Níveis de linguagem. Vocabulário jurídico.
Redação jurídica. Redação Oficial. Tópicos gramaticais.

Objetivos
Geral:
Ampliar a competência comunicativa do profissional da área jurídica, através do exercício da leitura,
interpretação e produção de texto jurídico ou normativo, a fim de maximizar aprendizagens necessárias à
prática da Ciência do Direito na sociedade.

Específicos:
Refletir sobre o uso da Língua Portuguesa nas diversas situações de interação social, promovendo a
ampliação da competência lingüística na leitura, compreensão e elaboração de textos, atos e documentos
jurídicos ou normativos; Conhecer as relações entre Língua Portuguesa e Linguagem Forense a fim de
elaborar textos com a devida terminologia jurídica ou da Ciência do Direito; Exercitar a leitura e a redação
de textos e documentos jurídicos para solidificar a utilização de raciocínio jurídico, argumentação,
persuasão e reflexão crítica; Promover o estudo de tópicos gramaticais para que se redija adequadamente
textos jurídicos, obedecendo às normas gramaticais da língua culta; Estudar a redação oficial e a redação
jurídica, considerando seu uso e linguagem a fim de preparar o discente para o exercício profissional.

Inter-relação da Disciplina
Na medida em que a disciplina visa à competência comunicativa do profissional da área jurídica, através do
exercício da leitura, interpretação e produção de texto jurídico ou normativo, a fim de maximizar
aprendizagens necessárias à prática da Ciência do Direito na sociedade, está inevitavelmente inter-
relacionada com todas as disciplinas do curso.

Competências Gerais
Conhecer os pressupostos teórico-práticos que embasam o processo de leitura, compreensão e elaboração
de textos próprios do âmbito jurídico.

Competências Específicas
Desenvolver a capacidade de ler, interpretar e produzir textos e documentos jurídicos, servindo-se da
linguagem técnico-jurídica e da modalidade padrão da língua; Identificar recursos linguísticos usados na
redação argumentação bem como conhecer a estrutura dos gêneros textuais utilizados na área jurídica e
dominar as regras da língua portuguesa culta; Conhecer as características da linguagem forense e sua
relação com a língua portuguesa.

Habilidades Gerais
Analisar textos, atas e documentos jurídicos ou normativos a fim de propiciar adequada interpretação e
produção de diferentes gêneros textuais.

Habilidades Específicas
Utilizar adequadamente a língua Portuguesa na produção de textos, atos e documentos jurídicos; interpretar
textos, apontando recursos linguísticos e estruturais de sua construção; Utilizar de forma adequada a língua
culta nas diversas situações de interações social.

Conteúdo Programático

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Missão: "Oferecer oportunidades de educação, contribuindo para a formação de profissionais conscientes e competentes,
comprometidos com o comportamento ético e visando ao desenvolvimento regional”.
Programa:

1. Comunicação
1.1 – Comunicação e linguagem
1.2 – Língua oral e língua escrita
1.3 – Linguagem e Direito
1.4 – Linguagem forense
1.5 – Funções da linguagem
1.6 – Variação lingüística
1.7 – Níveis de linguagem

2. Vocabulário Jurídico
2.1 – Conotação e Denotação
2.2 – Sinonímia e paronímia
2.3 – Polissemia e homonímia
2.4 – O verbo jurídico
2.5 – Dificuldades do Vocabulário Jurídico

3. Redação jurídica
3.1 – Parágrafo
3.2 – Narração
3.3 – Descrição
3.4 – Dissertação/Argumentação
3.5 – Coesão e coerência
3.6 – Coesão no discurso jurídico
3.7 – A redação da sentença jurídica
3.8 – A redação das peças processuais

4. Redação Oficial
4.1 – Características e qualidades da redação oficial
4.2 – Tipos de texto
4.3 – Ofício
4.4 – Requerimento

5. Tópicos gramaticais
5.1 – Concordância nominal e verbal
5.2 – Regência verbal e nominal
5.3 – Crase
5.4 – Pontuação

Estratégias de Ensino e Aprendizagem (metodologias de sala de aula)


Aulas expositivo-interativas; atividades em grupo e/ou individuais; atividades de leitura e produção textual.

Avaliação do Processo de Ensino e Aprendizagem


A avaliação do processo de ensino e aprendizagem deve ser realizada de forma contínua, cumulativa e
sistemática com o objetivo de diagnosticar a situação da aprendizagem de cada aluno, em relação à
programação curricular. Funções básicas: informar sobre o domínio da aprendizagem, indicar os efeitos da
metodologia utilizada, revelar conseqüências da atuação docente, informar sobre a adequabilidade de
currículos e programas, realizar feedback dos objetivos e planejamentos elaborados, etc.

Para cada avaliação o professor determinará a(s) formas de avaliação podendo ser de duas formas:

1ª Avaliação – Peso 8,0 (oito): Prova; Peso 2,0 (dois): Trabalho.


2ª Avaliação: Peso 8,0 (oito): Prova; Peso 2,0 (dois): referente ao Sistema de Provas Eletrônicas – SPE

Avaliação Somativa
A aferição do rendimento escolar de cada disciplina é feita através de notas inteiras de zero a dez,
permitindo-se a fração de 5 décimos.
O aproveitamento escolar é avaliado pelo acompanhamento contínuo do aluno e dos resultados por ele
obtidos nas provas, trabalhos, exercícios escolares e outros, e caso necessário, nas provas substitutivas.
Dentre os trabalhos escolares de aplicação, há pelo menos uma avaliação escrita em cada disciplina no
bimestre.

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Missão: "Oferecer oportunidades de educação, contribuindo para a formação de profissionais conscientes e competentes,
comprometidos com o comportamento ético e visando ao desenvolvimento regional”.
O professor pode submeter os alunos a diversas formas de avaliações, tais como: projetos, seminários,
pesquisas bibliográficas e de campo, relatórios, cujos resultados podem culminar com atribuição de uma
nota representativa de cada avaliação bimestral.
Em qualquer disciplina, os alunos que obtiverem média semestral de aprovação igual ou superior a sete
(7,0) e freqüência igual ou superior a setenta e cinco por cento (75%) são considerados aprovados.
Após cada semestre, e nos termos do calendário escolar, o aluno poderá requerer junto à Secretaria-Geral,
no prazo fixado e a título de recuperação, a realização de uma prova substitutiva, por disciplina, a fim de
substituir uma das médias mensais anteriores, ou a que não tenha sido avaliado, e no qual obtiverem como
média final de aprovação igual ou superior a cinco (5,0).

Sistema de Acompanhamento para a Recuperação da Aprendizagem


Serão utilizados como Sistema de Acompanhamento e Nivelamento da turma os Plantões Tira-Dúvidas que
são realizados sempre antes de iniciar a disciplina, das 18h30min às 18h50min, na sala de aula.

Recursos Necessários
Humanos
Professor.
Físicos
Laboratórios, visitas técnicas, etc.
Materiais
Recursos Multimídia.

Bibliografia
Básica

VIEIRA, João Alfredo Medeiros. Português prático e forense. 7. ed. São Paulo: Ledix, 2002.
HENRIQUES, Antônio e DAMIÃO, Regina Toledo. Curso de Português Jurídico. São Paulo: Atlas, 2007.
KASPARY, Adalberto.. Hábeas verba: português para juristas. Porto Alegre: Edita, 1996.

Complementar

KASPARY, Adalberto. O verbo na linguagem jurídica: acepções e regimes. Porto Alegre: Livraria do
Advogado, 1990.
PAIVA, Marcelo. Português jurídico: prática aplicada. São Paulo: Fortium, 2006.

ANDRADE, Maria Margarida de; HENRIQUES, Antonio. Língua portuguesa: noções básicas para cursos
superiores. 6. ed. São Paulo: Atlas, 2004.
AZEREDO, José Carlos. Fundamentos de gramática do português. 2.ed. Rio de Janeiro: Jorge Zahar,
2002.
MARTINS, Dileta Silveira; ZILBERKNOP, Lubia Scliar. Português instrumental: de acordo com as atuais
normas da ABNT. 24. ed. São Paulo: Sagra Luzzatto, 2003.
MEDEIROS, João Bosco. Correspondência: técnicas de comunicação criativa. 17. ed. São Paulo: Atlas,
2004.
FERREIRA, Mauro. Aprender e praticar a gramática. São Paulo: FTD, 2003.

Periódicos
Jornais: Zero Hora, Folha de São Paulo, Gazeta do Sul, entre outros.
Jornais eletrônicos: Clarín (Argentina); El País (Espanha); El País (Uruguai); Le Monde (França); Le Monde
Diplomatique (França).
Sites para Consulta
www.tj.rs.gov.br
www.trf4.gov.br
www.senado.gov.br
www.stf.gov.br
www.stj.gov.br
www.ihj.org.br
www.oab-rs.org.br
Outras Informações
Endereço eletrônico de acesso à página do PHL para consulta ao acervo da biblioteca:
http://192.168.1.201/cgi-bin/wxis.exe?IsisScript=phl.xis&cipar=phl8.cip&lang=por
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Missão: "Oferecer oportunidades de educação, contribuindo para a formação de profissionais conscientes e competentes,
comprometidos com o comportamento ético e visando ao desenvolvimento regional”.
Cronograma de Atividades

Aula Consolidação Avaliação Conteúdo Procedimentos Recursos

10ª

11ª

12ª

13ª

Legenda
Código Descrição Código Descrição Código Descrição
AE Aula expositiva QG Quadro verde e giz LB Laboratório de informática
TG Trabalho em grupo RE Retroprojetor PS Projetor de slides
TI Trabalho individual VI Videocassete AP Apostila
SE Seminário DS Data Show OU Outros
PA Palestra FC Flipchart

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Missão: "Oferecer oportunidades de educação, contribuindo para a formação de profissionais conscientes e competentes,
comprometidos com o comportamento ético e visando ao desenvolvimento regional”.
FACULDADE DOM ALBERTO
Cursos de Administração e Ciências Contábeis
Disciplina de Língua Portuguesa Aplicada
Profa. Ms. Ana Paula Teixeira Porto

AULA 1

1. COMUNICAÇÃO, LEITURA E ESCRITA


O homem, sendo um ser social por excelência, porque vive em grupos e é
dotado da capacidade de refletir, tem usado suas habilidades para manter relações
com seus semelhantes, o que lhe possibilita partilhar pensamentos e emoções. E
esse partilhar, antes da evolução do homem até o estágio homo sapiens, se
estabelecia através de algumas “modalidades de significantes”, listadas por Vicente
de Paulo Saraiva: pintura, escultura, música, dança. Mas a capacidade de pensar
fez o homem criar outra ferramenta de comunicação - a palavra.
A palavra, como um dos recursos mais fecundos da comunicação, é o
instrumento que o homem possui para difundir idéias, expressar emoções e
defender posições. Por isso, seu uso adequado tem sido amplamente defendido não
só por profissionais ligados à área da comunicação, mas também por aqueles que
vêem no domínio da palavra um requisito essencial para obtenção de sucesso no
mercado de trabalho, independentemente do campo de atuação. Nessa linha de
raciocínio, João Bosco Medeiros enfatiza:

“O sucesso empresarial também depende de um sistema de comunicação eficaz,


tanto interna, quanto externamente. A comunicação imprecisa, ambígua e
insuficiente tem gerado a ruína de muitos empresários.” (MEDEIROS, 2005, p. 17)

Diante disso, que estratégias adotar para estabelecer uma comunicação


eficiente? Exercitar a leitura e a escrita e tornar-se um bom leitor.

Quais são as características do bom leitor?

►Um bom leitor cria possibilidades mais amplas de integração e ação social;

►Um bom leitor é aquele que capta o explícito e o implícito, as “entrelinhas”


subjacentes ao texto, as intenções do autor;

►É aquele que constrói uma leitura crítica do mundo;

►É ainda aquele que aprecia a potencialidade da língua concretizada no texto e


avalia o que se diz e como as coisas são ditas;

►Um bom leitor incorpora à leitura os seus conhecimentos prévios e as suas


experiências de vida para atingir o significado do texto.

Assim, em um mesmo texto diferentes possibilidades de leitura podem surgir. Mas é


preciso ressaltar que uma leitura só é válida quando autorizada pelo texto e
fundamentada por indicadores que permitem uma ou mais interpretações.

Que leituras podem ser feitas a partir do seguinte texto?

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ZERO HORA, 28 DE FEVEREIRO DE 2002.

Enfim, o bom leitor é aquele que constrói significado/sentido no texto. E a


atividade de leitura é um exercício que prepara o indivíduo para a vida em
sociedade, devendo, por isso, ser cultivada e aperfeiçoada. Isso porque:

“Não basta, porém, ser alfabetizado para fazer da leitura um ato de ‘crítica’, que
envolve constatação, reflexão e transformação de significados. [...] A leitura é
uma atividade necessária no mundo de hoje e não deve restringir-se às
finalidades de estudo. É preciso ler para se informar, para participar, para
ampliar conhecimentos e alcançar uma compreensão melhor da realidade
atual.” (ANDRADE; HENRIQUES, 1999, p. 49)

O domínio da leitura conduz ao domínio da escrita, prática indispensável


no contexto atual, já que o homem escreve para dar ordens, avisar alguém, receitar,
registrar vivências, pedir, etc. inicio9-10). Para esses autores, “a escrita já nasceu
com mil utilidades” (2003, p. 9-10) e a sua invenção foi um sucesso: “veio para ficar
e se espalhar pelo mundo, e foi uma arma poderosíssima nas mãos dos povos que a
dominavam, de tal forma que, hoje, os povos que não dispõem dela dependem da
escrita dos outros para sobreviverem. E, mesmo dentro de países civilizados, o
cidadão que não sabe escrever também depende dos que sabem para ficar vivo.”
(2003, p. 10).
A dificuldade ou a ausência do culto à escrita pode tornar-se fator gerador de
“exílio”, “colonização” e “dominação” do homem na sociedade, pois, segundo Faraco
e Tezza,

O domínio da escrita é tão importante que, durante séculos, só se permitia


que uma pequeníssima parcela da sociedade aprendesse a ler e a escrever.
Escrever era uma questão de segurança social, política ou religiosa: só
pessoas de determinadas classes ou castas tinham esse direito, exercido
sempre sob estrito controle.” (2003, p. 10) Com o passar do tempo, a
vigilância foi sendo amenizada e a escrita, popularizada de tal modo que é
impensável “um mundo sem palavras escritas(FARACO; TEZZA, 2003, p. 9-
11).

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Para Faraco e Tezza, a escrita é indispensável porque amplifica a


linguagem oral em dois aspectos: a escrita atravessa o tempo e atravessa o
espaço. Por romper a linha temporal, faz história – na dupla acepção do termo. Ao
ultrapassar barreiras geográficas, no envio de uma carta ou de um e-mail, por
exemplo, a escrita possibilita a construção de uma memória de informações a serem
compartilhadas por pessoas de/em diversos lugares. Essas duas peculiaridades da
escrita, as quais são sintetizadas na noção de “permanência”, asseguram que “a
escrita dominou o mundo” (FARACO; TEZZA, 2003, p. 12)
Se a escrita domina o mundo, o homem precisa dominá-la para se revelar
apto a interagir socialmente.
Diante dessa necessidade de aprimoramento da capacidade de expressão
escrita, algumas dicas são fundamentais:

►Ler atentamente bons textos, assumindo uma postura crítica;

►Ler autores da área que pretende seguir;

►Observar a forma de escrever dos autores;

►Corrigir deficiências do aprendizado da Língua Portuguesa;

►Dominar técnicas de redação e recursos lingüísticos básicos;

►Produzir textos.

É importante destacar que produzir bons textos não significa produzir


textos literários. Um texto bem elaborado é aquele que atende a determinados
fins, seja no âmbito artístico, seja no profissional. Por exemplo, se o objetivo do
redator é relatar pormenorizadamente tudo o que aconteceu numa reunião
administrativa de uma empresa, ele precisará escrever uma ata, tipo de texto que se
organiza segundo algumas normas específicas. Agora, se a intenção de um autor é
produzir uma história a partir de acontecimentos do cotidiano e envolver o leitor
numa narrativa literária, deverá escrever uma crônica. Portanto, quando se escreve
um texto, é necessário atender aos objetivos da produção textual, obedecendo a um
sistema de regras ligado não só a normas lingüísticas, mas também à tipologia
textual.
Outro elemento importante na construção de um texto é a atenção ao
contexto comunicativo. Quem será o leitor do texto? Que linguagem adotar para
estabelecer comunicação com determinado leitor e para obedecer à característica do
texto? Ao escrever um e-mail, por exemplo, o nível de linguagem usado quando se
comunica com um amigo não é o mesmo quando o interlocutor é o chefe de
trabalho.

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Disciplina de Língua Portuguesa Aplicada
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A atividade de escrita, então, pressupõe conhecimento do assunto a ser


abordado, clareza das intenções/objetivos da produção textual, adequação à
modalidade da língua e ao tipo de texto e ajuste de estrutura e expressão à
característica do leitor/receptor. Além disso, o processo de escrita é baseado em
noções de apresentação formal do texto, como a estrutura dissertativa - que exige a
divisão do texto em, no mínimo, três parágrafos – e a estrutura da redação técnica –
que possui linguagem e diagramação próprias.
Em síntese:

Organizar adequadamente a produção de um texto significa considerar o


que se escreve, para que se escreve, como se escreve e para quem se
escreve.

ATIVIDADE DE PRODUÇÃO TEXTUAL

1. Imagine a seguinte situação: você é auxiliar administrativo de uma empresa


do setor fumageiro e está trabalhando em sua sala. O telefone toca. É seu pai,
pedindo que você vá depressa para o hospital porque sua mãe sofreu um acidente.
Antes de sair do local de trabalho, você precisa deixar um aviso, informando que
precisou sair mais cedo por motivos pessoais. Como você escreveria um aviso para
o seu chefe, informando o ocorrido?

2. Diante da situação apresentada acima, considere que você ainda precisa


avisar sua esposa. Que torpedo você enviaria a ela, noticiando os fatos?

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LER É UM EXERCÍCIO. UM CONVITE À LEITURA:

Nadando em letras

Estes dias, enquanto conversava com amigos, o assunto “literatura” veio à


tona. Decepcionei-me ao saber que muitos detestavam ler e espantei-me com a
razão: ler seria, na opinião deles, complicado, difícil. Sei lá, isso ficou lá num canto
empoeirado da minha mente, até que reapareceu, e na hora certa; na hora em que
nadava. Curioso, mas os atos de ler e de nadar têm muito mais comum do que
aparentemente se pensa. Ler, assim como nadar, são atividades para as quais
devemos treinar, aprender.
Algo gradual; não se começa nadando em uma piscina de 50 metros, assim
como não se aprende a ler com um livro de Eco, mas com treino chegamos lá.
No princípio, mesmo uma piscina curta é um desafio. A borda oposta parece
tão distante; uma eternidade marcada por lentas braçadas nos separa dela. De
repente a gente vai e volta, as braçadas ficam rápidas e fortes; procuramos uma
piscina grande. Um dia aprendemos que, ao chegar perto da borda, basta dar uma
meia cambalhota, impulsionar com os pés e daí nadar ainda mais rápido. Depois da
velocidade, vem o gosto pela distância, este junto com as temidas cãibras – mais
treino. Dois, três quilômetros são (quase) brincadeira. Próximo desafio: água aberta e
fria, rio, correnteza; desafio! O melhor de tudo é que a qualquer momento podemos
lembrar dos estágios anteriores, isto é, ter consciência de que melhoramos de fato.
Ler é similar. Quando começamos, qualquer textinho é um desafio. O ponto
final não chega nunca, nos perdemos ao mudar de linha; nossa própria leitura mental
não consegue encontrar a entonação certa. Enfim, é um calvário de letrinhas.
Quando os textos ficam curtos, pulamos para livretos e aos poucos desenvolvemos
consciência do conteúdo que expõem, assim como na piscina quando aprendemos
seus truques; em resumo, adquirimos experiência, a qual é vital para ir adiante.
Então pulamos para livros complicados, grandes, clássicos de autores famosos ou
não.
Eles dão um nó na gente e não é raro que tenhamos que ler determinadas
partes duas vezes, ou retornar alguns capítulos para compreender o contexto. São as
“cãibras gramaticais”, digamos assim – mais treino.
O que vem depois: outras línguas, outros autores, mais desafios .... quem
sabe até mesmo escrever? E assim como a natação, o nostálgico “olhar para trás” é
gratificante e neste caso, culturalmente impagável.
Pessoalmente, leio muito. Sou do time do Luís Fernando Veríssimo: se não
tenho nada para ler, corro para a torneira do banheiro para ler “quente/fria”. Talvez
por isso repudie aquela imagem esterotipada que fazem dos leitores, com seus
pesados óculos, pele pálida, característica apatia, chatice e aversão a convívio
pessoal e afins. Ela apenas intimida aqueles que lêem, nutre um preconceito, que
assim como a maioria, é detestável e infundado. E chegou aquela hora de passar a
mensagem final e se tenho uma, ela é: leiam! Ler é mentalmente saudável; nadar (ou
praticar qualquer forma de esporte) é fisicamente saudável e como o ditado latino
prescreve, mens sana incorpore sano, isto é, mente sã em corpo são.
Rafael Accorsi/Universidade de Freiburg, Alemanha
(Gazeta do Sul, 7 ago. 2002)

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1. A exemplo dos amigos do autor do texto, que detestavam ler, apresente


outras razões possíveis para tanta resistência à leitura.

2. Na visão do autor do texto, a leitura também é complicada e difícil? Explique.

3. Considere a seguinte afirmação: “Ler, assim como nadar, são atividades para
as quais devemos treinar, aprender”. Segundo o texto, como se desenvolve o
processo de leitura?

4. Que estratégia lingüística o autor utiliza para explicar como se desencadeiam


os estágios de leitura?

5. A partir da leitura do texto, explique o que são “calvário de letrinhas” e


“cãibras gramaticais”.

6. O autor se opõe a uma visão tradicional de leitor, definida como ”aquela


imagem esterotipada que fazem dos leitores, com seus pesados óculos, pele pálida,
característica apatia, chatice e aversão a convívio pessoal e afins”. Qual a razão
dessa oposição?

7. A referência a Luís Fernando Veríssimo não é casual. Por que Rafael Accorsi
o citou?

8. No final do texto, o autor propõe uma reflexão-síntese construída pela


analogia entre nadar e ler e pela citação de um provérbio latino. Explique, com suas
palavras, essa reflexão.

DOMÍNIO DA LÍNGUA PORTUGUESA E MERCADO DE TRABALHO

A Língua Portuguesa e o Mercado de Trabalho


Vanessa Loureiro Correa*

O programa de televisão "O Aprendiz 3", transmitido pelo canal fechado People
and Arts e retransmitido pela TV Pampa, mostra a luta de doze candidatos por
uma vaga na empresa de Roberto Justus, âncora do programa. Esse emprego é
em Nova York e o salário é em torno de U$ 250.000 anuais, além de todos os
confortos, ou seja, carro, apartamento, alimentação e outras vantagens. Para
serem merecedores da vaga, os candidatos precisam mostrar liderança,
criatividade, conhecimento técnico e, também, domínio da língua materna e de
uma língua estrangeira.

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Vários estudiosos da língua portuguesa escreveram sobre a importância de se


saber mais de um nível de linguagem para a conquista da vaga. Justus não
perdoou os competidores que, em algum momento, usaram termos ou aspectos
gramaticais inadequados. Foi incisivo e falou, por alguns minutos, sobre a
importância das línguas nas empresas. Provou que um excelente executivo não
pode contar somente com o conhecimento da secretária para que a comunicação
ocorra. O próprio Roberto demonstrou, em todos os programas, um alto nível de
domínio das línguas portuguesa e inglesa.

Muitos podem estar pensando que isso só ocorreu no programa porque o


emprego era bom. Porém, revistas especializadas como Você S/A informam que,
atualmente, o domínio lingüístico está sendo usado como fator de seleção, tendo
em vista o bom currículo dos candidatos. Há empresas que pedem a conjugação
de um verbo, outras fazem "ditado" de palavras portuguesas e inglesas, mas a
grande maioria pede mesmo é a elaboração de uma redação. Sem sombra de
dúvida que a escritura de um texto é, de fato, a melhor maneira de se avaliar o
candidato. Além dos aspectos gramaticais, pode-se verificar se ele sabe coesão,
coerência, partes textuais e outros elementos que constituem uma produção
textual.

Sendo assim, torna-se evidente que a inserção no mercado de trabalho não


depende mais de um domínio somente técnico. Aqueles que ainda têm
problemas com a língua materna terão de correr atrás do prejuízo se quiserem
encontrar colocação. Ainda que se possa usar o nível coloquial com os amigos e
em situações informais, tem-se que dominar o culto para apresentar um
diferencial. Não tem escapatória, a mensagem é clara: mãos à obra!

* Mestre em Lingüística Aplicada pela PUCRS, professora do Curso de Letras da ULBRA e tutora de
Língua Portuguesa no ULBRA EAD. Coordenadora das Licenciaturas do ISEE.

Texto disponível em: http://www.ulbra.br/ead/linportuguesa.htm


Acesso em: 16 ago. 2008.

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AULA 02

2. LÍNGUA, LINGUAGEM E SOCIEDADE


2.1. CONCEITOS DE LINGUAGEM, LÍNGUA E FALA

A comunicação em nossa sociedade pode ser realizada de diversas formas:


através da palavra, do corpo, do gesto, da imagem, do som. Essas formas de
comunicação são linguagens que se valem de diversos recursos para produzir
significados. A linguagem é um processo comunicativo pelo qual as pessoas
interagem entre si. Além da linguagem verbal, cuja unidade básica é a palavra
(falada ou escrita), existem também as linguagens não verbais. Há ainda linguagens
mistas, que intercalam a verbal com a não verbal. Veja os exemplos:

Linguagem Verbal Texto opinativo (editorial), poema, ata, ofício, requerimento


Linguagem não Música, dança, pintura, fotografia, escultura
verbal
Linguagem mista Notícia de jornal (texto escrito e imagem, fotografia), sites da
(verbal e não Internet, história em quadrinhos, cinema, teatro, novela
verbal)

Segundo Dileta Martins e Lúbia Zilberknop (2003), no mundo moderno o


homem não vive sem a comunicação, que é uma “força de extraordinária vitalidade
na observação das relações humanas e no comportamento individual [...] Provado
está que a comunicação é um processo social e, sem ela, a sociedade não existiria”
(2003, p. 23). Como processo indispensável à sobrevivência do homem na
sociedade, é preciso ter domínio da comunicação e esta se estabelece através de
diversos recursos, como a palavra, os gestos, os movimentos, os símbolos, o
silêncio, etc. Mas de todos esses recursos, a palavra é o instrumento que tem sido
preferido pelo ser humano para expressar seu pensamento, interagir com o outro e
se fazer compreender.
O uso da palavra como instrumento de comunicação é regido por um código
específico, que é dominado por um grupo de pessoas ou por toda uma comunidade
e que possibilita a troca e a construção de mensagens. Esse código é a língua.
O que é língua?

“Língua é um código que possibilita a comunicação. É um sistema de signos,


combinações e de sons, de caráter abstrato, utilizado na fala.” (MEDEIROS,
2005, p. 28)

A língua portuguesa é o código que A língua portuguesa, assim como


outras línguas neolatinas, originou-
brasileiros usam nas diversas situações de se do latim vulgar. Durante a
comunicação e interação social. Por isso, quanto expansão marítima, no século XV,
maior for o domínio da língua portuguesa, maiores foi levada pelos portugueses a
serão as possibilidades de obter uma outros continentes. Hoje é falada por
comunicação eficiente. Dominar de forma 200 milhões de pessoas. Habitantes
de Portugal, Moçambique, Angola,
competente uma língua não significa somente Cabo Verde, Macau, São Tomé e
conhecer o seu vocabulário; é necessário dominar Príncipe, Guiné-Bissau falam a
língua portuguesa.
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as suas leis combinatórias, isto é, fazer uma


combinação de palavras que propicie sentido.
O falante de língua portuguesa pode conhecer o sentido das palavras, mas se
não respeitar as leis de combinação das palavras, não produzirá significado, sentido.
Como código que possibilita a comunicação na sociedade, a língua assume
um caráter social, pois o indivíduo sempre recorre ao mundo dos signos lingüísticos
para formular suas mensagens. Dino Pretti (1984) sintetiza a relação entre língua e
sociedade:

“Nas grandes civilizações, a língua é o suporte de uma dinâmica social, que


compreende não só as relações diárias entre os membros da comunidade,
como também uma atividade intelectual, que vai desde o fluxo informativo dos
meios de comunicação de massa até a vida cultural, científica e literária.”
(PRETTI, 1984, p. 53)

É preciso destacar que a língua pertence a toda uma comunidade, evolui e


transforma-se historicamente. Quando se fala em língua, deve-se abandonar a
busca da homogeneidade e da instabilidade. A língua é mutável. Como exemplo
dessas mudanças, pode-se observar o vocabulário: algumas palavras perdem ou
ganham fonemas (sons); outras deixam de ser utilizadas; outras palavras são
criadas de acordo com as necessidades das pessoas – é o caso dos neologismos e
dos empréstimos de outras línguas com as quais uma comunidade tem contato.
Como podemos observar a flexibilidade e as mudanças da língua? Vejamos os
textos:

Texto 1:
Em nossa última conversa, dizia-me o grande amigo que não esperava viver
muito tempo, por seu um “cardisplicente”.
_ O quê?
_ Cardisplicente. Aquele que desdenha do próprio coração.
Entre um copo e outro de cerveja, fui ao dicionário.
_ “Cardisplicente” não existe, você inventou - triunfei.
_ Mas se eu inventei, como é que não existe? – espantou-se o meu amigo.
Semanas depois deixou em saudades fundas companheiros, parentes e bem-
amadas. Homens de bom coração não deveriam ser cardisplicentes.

Questão: “Mas se eu inventei, como é que não existe?”


Segundo se deduz da fala espantada do amigo do narrador, a língua, para ele, era
um código aberto,
(a) ao qual se incorporariam palavras fixadas no uso popular.
(b) A ser enriquecido pela criação de gírias.
(c) Pronto para incorporar estrangeirismos.
(d) Que se amplia graças à tradução de termos científicos.
(e) A ser enriquecido com contribuições pessoais.

Texto 2:
Explicação moderna para uma pergunta antiga
_ Pai, como é que eu nasci?
_ Boa pergunta, filhão. Muito bem, tínhamos mesmo que ter essa conversa um
dia. O que aconteceu foi o seguinte: eu e sua mãe nos conhecemos após nos

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encontrarmos num Chat desses da net, que existem para se conversar. O papai
marcou uma interface com a mamãe num cybercafé e acabamos plugados. A seguir,
a mamãe fez uns downloads no joy-stick do papai e quando estava tudo pronto para
a transferência de arquivo, descobrimos que não havia qualquer tipo de firewall
conosco. Como era tarde demais par dar o ESC, papai acabou fazendo o upload de
qualquer jeito com a mamãe e, nove meses depois, você apareceu. Entendeu?
(Gazeta do Sul, Gazeta Mix, 02 mar. 2006, p.6)

De que forma o pai explicou o nascimento do filho?

A língua é um código aceito por convenção. Por isso, um indivíduo,


isoladamente, não consegue modificá-la. As transformações da língua são
ocasionadas por alterações lingüísticas surgidas em comunidades ou grupos sociais.
Além disso, a língua é usada tanto na escrita quanto na fala. A fala,
segundo Medeiros, “é regida pelo uso consensual que os falantes fazem dos
elementos do sistema” (2005, p. 28). Além disso, a fala é um ato intencional e
individual, de vontade e de inteligência. Tanto a fala quanto a escrita são “usos
individuais da língua” (CEREJA; MAGALHÃES, 2005, p. 21), pois os indivíduos não
falam e escrevem da mesma forma.
Como enfatiza Medeiros (2005), a língua escrita e a língua falada
apresentam diferenças de forma, gramaticalidade e recursos expressivos:

Estabelece-se diferença fundamental entre língua falada e língua escrita. A


primeira é livre, desativada de componentes situacionais; a segunda é presa
às regras da gramática e ao padrão considerado culto. Uma é criativa,
espontânea; outra cuidada, elaborada. Ainda que a língua seja a mesma, a
expressão escrita difere muito da oral, podendo-se facilmente comprovar que
ninguém fala como escreve, ou vice-versa. (2005, p. 29).

O autor também ensina que na língua falada há mais contato entre os


falantes, enquanto na escrita há mais distanciamento, pois “o contato entre quem
escreve e quem lê é indireto” (2005, p. 29). Nesse sentido, o autor afirma que a
língua falada é concreta, não apresenta grande preocupação gramatical, tem
vocabulário reduzido e constantemente renovado e pode contar com outros recursos
extralingüísticos, como os gestos, as expressões faciais, a postura. A língua escrita,
ao contrário, é abstrata, conservadora, refletida e exige maior esforço para
elaboração e obediência às regras gramaticais. Seu vocabulário deve ser preciso e
apurado.

DIFERENÇAS ENTRE LÍNGUA FALADA E LÍNGUA ESCRITA


LÍNGUA FALADA LÍNGUA ESCRITA
Vocabulário restrito e repetições de palavras Vocabulário amplo e variado
Emprego de gírias e neologismos Emprego de termos técnicos
Uso de onomatopéias Uso de vocabulários eruditos e abstratos
Emprego restrito de certos tempos verbais Emprego do mais-que-perfeito, subjuntivo,
futuro do pretérito
Ausência de rigor na colocação pronominal Rigor na colocação pronominal
Supressão de pronomes relativos, como cujo Emprego de pronomes relativos
Subjetividade e uso de expressões emotivas Objetividade e ausência de expressões

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emotivas
Frases feitas, clichês, chavões, provérbios Uso criativo de frases
Sintaxe simples Sintaxe elaborada
Frases inacabadas Frases construídas com rigor gramatical
Formas contraídas e omissão de palavras no Clareza na redação, sem omissões e
interior das frases ambigüidades
Predomínio de orações coordenativas Uso de orações coordenadas e subordinadas
Quadro adaptado de Medeiros (2005)

Medeiros ainda observa que tanto a língua falada/oral quanto a língua escrita
apresentam níveis ou registros:

Em situações formais, a expressão se dá coma utilização de uma língua mais


gramatical, com pronúncia cuidada. Em situações menos tensas, como a do
meio familiar, a língua adquire características de informalidade, e as
preocupações com a clareza e a correção tornam-se menos rigorosas.
(MEDEIROS, 2005, p. 29-30).

Exercícios:

1) Coloque V (verdadeiro) e F (falso) nas alternativas a seguir:


( ) A língua, como elemento de comunicação, sofre mudanças, que variam no
tempo e no espaço. Por isso, o modo como falamos e escrevemos hoje não é o
mesmo de épocas anteriores.
( ) Enquanto a língua falada necessita de nexos entre frases, a escrita dispensa
esses elementos, pois sua comunicação dispõe de outros recursos (como a riqueza
vocabular) que auxiliam a comunicação.
( ) A gíria é um elemento de criatividade e expressividade usada na língua e é
admitida na fala.
( ) Na língua falada, é comum o uso de períodos subordinados, que são mais
longos e demonstram mais cuidado na elaboração lingüística.
( ) A língua falada é mais espontânea, usa clichês, frases feitas, que, na língua
escrita, são evitados.

2) Leia o diálogo estabelecido entre dois jovens, Viviane e Juliana, no telefone a


respeito de um trabalho em grupo para a faculdade.

_ Oi, Ju, cê acabou o trabalho?


_ Já detonei, Vi! Só que não deu para passar na facu! O Giba ficou pegando no
meu pé pra arrumar uns lances nuns gráficos.
_ Ah! Falei que ia dar zica. Mas cê tá ligada que tem que escrever uma carta pra
secretaria para entrega fora do prazo, né?
_ Desencana. O Giba disse que ia resolver essa parada...
_ Ah, então beleza! Dá um toque pro Marquinho, falô? Bejão!

a) Que expressões, palavras demonstram a oralidade da língua?


b) Em que contextos comunicativos a língua falada deve se manter mais formal
ou se apresentar de forma espontânea, como acontece no diálogo entre os
universitários do texto acima?

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No uso da língua, o locutor deve ajustar sua fala e/ou escrita ao contexto
comunicativo e especialmente ao interlocutor, já que a língua oferece uma
multiplicidade de possibilidades de uso. Medeiros explica como o locutor/redator
deve proceder ao elaborar seu texto, considerando o interlocutor:

“Assim, o redator empresarial utiliza uma variante mais elaborada da Língua


Portuguesa se o texto que escreve se destina a pessoas de grau elevado de
instrução; se se dirige a um público de grau de escolarização reduzido, deve
fazer uso de uma variante mais adequada a esse nível.” (MEDEIROS, 2005, p.
30)

Outro ponto a destacar é que a língua falada e a língua escrita são formas
diferentes de comunicação. Nenhuma é melhor ou pior do que a outra. Cada uma
delas é apropriada a uma determinada forma de comunicação.
Apesar de reconhecer as diferenças de níveis da língua oral e da língua
escrita, Medeiros é categórico ao afirmar que é imprescindível o domínio da língua
escrita na sociedade atual:

“Note-se que, no entanto, a falta de domínio da língua escrita é estigmatizante e


que no atual momento é crescente a importância da língua escrita como meio
de informação científica e tecnológica.” (MEDEIROS, 2005, p. 30)

2.2. INTENÇÃO COMUNICATIVA E FUNÇÕES DA LINGUAGEM

Toda vez que se estabelece uma interação entre as pessoas ocorre uma
situação comunicativa. Todo o ato de comunicação verbal envolve sempre seis
componentes básicos, descritos nos anos 1960 pelo formalista russo Roman
Jakobson:

# o locutor (aquele que diz algo a alguém)


# o interlocutor (aquele com quem o locutor se comunica)
# a mensagem (o texto, isto é, o que foi transmitido entre os falantes)
# o código (a língua portuguesa)
# o canal (a língua oral, ou seja, o meio físico que conduz a mensagem até o
interlocutor)
# o referente (o assunto da mensagem)

Esses elementos podem ser esquematizados:

Referente
Mensagem
Locutor ....................................................................................Interlocutor
Canal
Código

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Quando as pessoas interagem por meio da linguagem, há sempre uma


intenção, explícita ou implícita, de modificar o pensamento ou o comportamento do
interlocutor. Não existe texto neutro. Não há fala ou escrita vazia de sentido.
Assim, é possível dizer que toda situação comunicativa é pautada em uma intenção
comunicativa. E o sucesso das interações verbais, seja na condição do locutor, seja
na do interlocutor, depende da capacidade de o falante lidar com a intencionalidade,
pois, por meio dela, é possível impressionar, ordenar, ofender, persuadir, informar,
pedir, implorar, solicitar, etc.
Dependendo da intenção comunicativa do falante, ele organizará a linguagem
embora a maioria das pessoas acredite que o uso da linguagem se dá de modo
automático. Segundo Cereja e Magalhães, é por isso que “raramente se percebe
que o modo como se organiza a linguagem está diretamente ligado à função que se
deseja dar a ela, isto é, à intenção do locutor.” (2005, p. 33)
A linguagem desempenha sempre uma função na comunicação de acordo
com a ênfase que o falante queira dar a um dos componentes do ato comunicativo.
Nas palavras de Medeiros, “A linguagem estrutura-se em função do fator de
comunicação (referente, emissor, receptor, canal, mensagem, código) a que se
inclina” (2005, p. 41). Dependendo do objetivo da comunicação, o locutor recorrerá a
determinados elementos da linguagem.

“Função pode ser entendida como serventia. Assim a linguagem serve para
comunicar, para exprimir emoções, para levar o receptor a uma ação, para
agradar, embelezar, para esclarecer algo da própria linguagem ou,
simplesmente, para manter viva a comunicação.” (MEDEIROS, 2005, p. 41)

Assim como são seis os componentes da comunicação, são também seis as


funções da linguagem: emotiva, conativa, referencial, metalingüística, fática e
poética.

“Fundamento de toda comunicação; sua principal


preocupação é estabelecer relação entre a
mensagem e o objeto a que se refere. Por isso,
denota, referencia, informa. É uma função que
Função referencial
procura essencialmente dar à linguagem qualidades
de objetividade, verificabilidade, evitando
ambigüidades e confusões entre a mensagem e a
realidade codificada. [...] é utilizada para produzir
textos impessoais, objetivos”. (MEDEIROS, 2005, p.
41)
“Estabelece relação entre a mensagem e o emissor.
Quando utiliza essa função, o redator, embora
também exponha idéias sobre o referente (função
Função emotiva referencial), tem em vista, principalmente, exteriorizar
emoções, apresentar sua atitude em relação ao
objeto, que poderá ser bom, ruim, belo, feio,
agradável, desagradável. Não há preocupação com o
referente nem com o receptor, mas com as
afirmações do eu.” (MEDEIROS, 2005, p. 41-42)

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“É a função que está centrada no destinatário; tem


como objetivo influenciar-lhe o comportamento;
Função conativa estabelece relação entre a mensagem e o receptor,
uma vez que toda comunicação objetiva obter do
receptor uma reação.” (MEDEIROS, 2005, p. 42)
“Função da linguagem que consiste na atualização
das potencialidades estruturais da língua. Estabelece
relação da mensagem consigo mesma. As
Função poética características físicas do signo (som e visualização)
são valorizadas; o sentido que daí advém não é
previsto em uma mensagem convencional, utilizada
nas relações diárias.” (MEDEIROS, 2005, p. 42)
“O objetivo da função fática é estabelecer
comunicação, controlar sua eficácia, prender a
Função fática atenção do receptor, ou cortar a comunicação. Está
centrada no contato físico ou psicológico. Apenas
aproxima receptor e emissor.” (MEDEIROS, 2005, p.
44)
“Essa função está centrada no código, isto é, seu
objeto é a própria linguagem e seu objetivo é definir o
Função metalingüística sentido dos signos que dificultam a compreensão do
receptor. Serve para dar explicações ou precisar o
código utilizado pelo emissor.” (MEDEIROS, 2005, p.
45)

IMPORTANTE:
As funções da linguagem não existem isoladas em cada texto. Embora uma delas
acabe predominando, elas convivem, mesclam-se, entrecruzam-se o tempo todo,
obtendo-se de suas combinações os mais diferentes efeitos.

EXERCÍCIOS
1) Identifique qual função da linguagem predomina nos fragmentos:
a) “Oh! Que saudades que tenho
Da aurora da minha vida,
Da minha infância querida
Que os anos não trazem mais!” (Casimiro de Abreu)
b) Apesar de todas as oportunidades oferecidas pela organização, o funcionário não
demonstrou crescimento, pois continua desempenhando suas atividades de modo
inadequado, além de desperdiçar tempo, o que dificulta o alcance das metas.
Portanto, senhor, tenho convicção de que, para o sucesso de nossa empresa, é
necessário diminuir a carga horária dele e substituí-lo aos poucos por outro
profissional, cujo perfil se aproxima das nossas expectativas.

c) Pessoal! A OAB acaba de divulgar a lista dos candidatos aprovados no exame.


Consegui! Fui aprovada!

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d) Aos dezesseis dias do mês de março do ano de dois mil e seis, às dezenove
horas, na sala de reuniões da empresa Fontoura SA, situada na Rua Silva Jardim,
82, Porto Alegre, reuniram-se o diretor geral, Adonildo da Silva, o coordenador
administrativo e financeiro, Felipe Ferreira, e a secretária administrativa, Caroline
dos Santos, para discutir as novas metas da organização. O diretor destacou que a
principal meta da empresa para o ano seguinte é o aumento nas vendas de produtos
alimentícios, principal foco da organização.
e) Alô! Como vai? Você está me ouvindo?

f) “Veja
Não diga que a canção está perdida
Tenha fé em Deus, tenha fé na vida
Tente outra vez

Beba
Pois a água viva ainda está na fonte
Você tem dois pés para cruzar a ponte
Nada acabou, não, não” (Raul Seixas)

g) Estrangeirismo é a utilização na língua oral ou na escrita de palavra ou expressão


de língua estrangeira. Shopping center é um exemplo.

2) A maioria dos textos de jornais e revistas especializadas na área de


Administração são construídos seguindo uma função da linguagem. Leia uma
parte de um artigo sobre a história da Administração no Brasil para responder
às questões: Qual função da linguagem é dominante no texto? Por que tal
função predomina nesse tipo de produção textual?
“O início da valorização da ciência da Administração no Brasil está relacionado a
uma necessidade de aprimoramento da Administração Pública Federal para a
adoção de mudanças e reformas sociais que permitissem alavancar o
desenvolvimento do país. Transformações, idealizadas durante a gestão do
presidente Getúlio Vargas, que a burocracia existente até então não era capaz de
processar pelo seu despreparo técnico-profissional. Foi na Era Vargas, nas décadas
de 30 e 40, que a Administração começou a ganhar espaço, importância e status
como atividade profissional e campo de ensino, pesquisa e documentação. A criação
da Lei 4.769, em 1965, que regulamentou a profissão, foi o resultado de um
processo de amadurecimento dos primeiros administradores brasileiros, que
perceberam a incapacidade de evoluir sem a proteção legal de seus direitos e da
definição clara das atividades privativas do Administrador. Até 1930, o ensino da
Administração Pública era sempre agregado aos cursos de Comércio, Direito,
Ciências Sociais ou Engenharia. Mas é nessa época que começam a chegar no país
as idéias de Frederick M. Taylor e Henry Fayol sobre a então chamada
Administração Científica. Com o objetivo de preparar a máquina do Poder Executivo
para as metas e propósitos da Revolução de 30, tornando-as duradouras e
eficientes, o regime de Vargas trouxe consigo o fortalecimento de uma nova área de
estudos que, por conseqüência, terminou resultando em uma nova profissão:
Técnico de Administração. Embora o termo hoje nos remeta a uma qualificação de
nível médio, na época referia-se aos postos máximos do serviço público, aos experts
em Administração.” (Revista Brasileira de Administração, nº 50, set. 2005)

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3. Na internet e nas bibliotecas, há um grande acervo de textos que dão dicas


de como o contabilista deve se comportar para obter sucesso profissional.
Leia um texto, extraído do site
http://www.multiempresa.com.br/_etiqueta001.htm, em 2 de agosto de 2006.

ETIQUETA EMPRESARIAL

Saiba como fazer do marketing pessoal uma estratégia dentro e fora do mundo
dos negócios

Todo mundo quer aparecer na mídia. Andy Warhol já dizia que todos têm os seus 15
minutos de fama; alguns querem mais.

Um bom marketing pessoal faz milagres. Mas deve ser sutil, discreto, inteligente.
Não pense que um armário cheio de marcas de grife fará de você o "bam-bam-bam"
do qual todos querem informações. Roupa não é tudo. Você precisa ter o que falar.
A exposição excessiva aos holofotes da imprensa pode ser desastrosa.

Abaixo, damos algumas dicas para quem quer levar sua imagem até a imprensa:

Marketing de sucesso

- Fale na mídia, de preferência sobre a sua área de atuação profissional;


- Não use chavões;
- Participe de entidades de classe;
- Se for capaz, publique livros e artigos;
- Freqüente cursos de pós-graduação;
- Mantenha a mídia informada sobre os seus projetos empresariais e pessoais
relevantes;
- Procure um caminho original quando seus conhecimentos forem requisitados;
- Conserve amizades dos tempos de colégio e universidade;
- Não se deixe picar pela mosca da vaidade;
- Mantenha a vida pessoal fora das pautas dos jornalistas.

Caso você queira um trabalho mais profissional, contrate uma assessoria de


imprensa. O trabalho do marketing eficiente envolve um conjunto de ações de
comunicação que procura ordenar a aparição do cliente na imprensa em ocasiões
pontuais. E, para isso, nada melhor que um jornalista para mostrar o caminho das
pedras.

a) Qual a intenção do autor ao produzir esse texto?


b) Que função da linguagem predomina no texto? Que marcas lingüísticas
podem justificar sua resposta?
c) De todas as dicas apontadas para obter sucesso na área da Contabilidade,
qual é a mais importante no seu ponto de vista? Por quê?

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AULA 03

LINGUAGEM, FUNÇÕES DA LINGUAGEM E LEITURA

A identificação das funções da linguagem é um exercício para ampliar a


competência de leitura, que depende não só do reconhecimento das inter-relações
das linguagens, mas também da capacidade de apontar a intenção de um texto e de
considerar dos gêneros textuais

EXERCÍCIOS
1. (ENADE-2005)

(Laerte. O condomínio)

(Laerte. O condomínio)
(Disponível em: http://www2.uol.com.br/laerte/tiras/index-condomínio.html)

As duas charges de Laerte são críticas a dois problemas atuais da sociedade


brasileira, que podem ser identificados pela crise
(A) na saúde e na segurança pública.
(B) na assistência social e na habitação.
(C) na educação básica e na comunicação.
(D) na previdência social e pelo desemprego.
(E) nos hospitais e pelas epidemias urbanas.

2. (ENADE-2005) Leia e relacione os textos a seguir.


O Governo Federal deve promover a inclusão digital, pois a falta de acesso às
tecnologias digitais acaba por excluir socialmente o cidadão, em especial a
juventude.
(Projeto Casa Brasil de inclusão digital começa em 2004.
In: MAZZA, Mariana. JB online.)

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Comparando a proposta acima com a charge, pode-se concluir que


(A) o conhecimento da tecnologia digital está democratizado no Brasil.
(B) a preocupação social é preparar quadros para o domínio da informática.
(C) o apelo à inclusão digital atrai os jovens para o universo da computação.
(D) o acesso à tecnologia digital está perdido para as comunidades carentes.
(E) a dificuldade de acesso ao mundo digital torna o cidadão um excluído social.

VARIAÇÕES LINGÜÍSTICAS

Segundo Carlos Alberto Faraco e Cristóvão Tezza (1992), a língua “é um


imenso conjunto de variedades” (1992, p. 11). As diferenças perceptíveis no uso de
uma língua caracterizam as diferenças lingüísticas, que são decorrentes de distintos
fatores. Mauro Ferreira (2003) explica que já na Antigüidade Clássica, Horácio,
grande poeta e intelectual latino, indicava a possibilidade de os usuários de uma
determinada língua usarem-na de forma diferente embora todos tenham
conhecimento das estruturas gerais de funcionamento desse código:

uma grande diferença
se fala um deus ou um herói;
se um velho amadurecido
ou um jovem impetuoso na flor da idade;
se uma matrona autoritária
ou uma ama dedicada;
se um mercador errante
ou um lavrador
de pequeno campo fértil [...]

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(Horácio, Arte poética)


O fragmento de um poema de Horácio explicita a idéia de que, dentro de um
mesmo idioma, a estrutura da língua possa sofrer variação devido a uma série de
fatores, como a idade do falante, o grupo social a que pertence, a relação entre ele e
o ouvinte, etc. Algumas dessas variações são facilmente perceptíveis, outras são
mais sutis. Tais variações são chamadas variações lingüísticas.
As variações lingüísticas são causadas por três fatores principais: o tempo
histórico, o ambiente geográfico e o grupo sociocultural.

VARIAÇÃO HISTÓRICA
Como a língua não é estática nem imutável, com o passar do tempo é natural
ocorrer mudança na forma de falar, na grafia de palavras e no significado dos
vocábulos. Essas transformações surgidas ao longo do tempo recebem o nome de
variações históricas.
Veja como Carlos Drummond de Andrade comenta a variação histórica de
uma língua:
Antigamente
Antigamente, as moças chamavam-se mademoiselles e eram todas mimosas e muito prendadas. Não
faziam anos: completavam primaveras, em geral dezoito. Os janotas, mesmo não sendo rapagões, faziam-
lhes pé-de-alferes, arrastando asas, mas ficavam longos meses debaixo do balaio. E se levavam tábua, o
remédio era tirar o cavalo da chuva e ir pregar em outra freguesia. [...] Os mais jovens, esses iam ao
animatógrafo, e mais tarde ao cinematógrafo, chupando balas de alteia. Ou sonhavam em andar de
aeroplano; os quais, de pouco siso, se metiam em camisa onze varas, e até calças pardas; não admira que
dessem com os burros n’água.
[...] Embora sem saber da missa a metade, os presunçosos queriam ensinar padre-nosso ao vigário, e
com isso punham a mão em cumbuca. Era natural que com eles se perdesse a tramontana. A pessoa cheia
de melindres ficava sentida com a desfeita que lhe faziam quando, por exemplo, insinuavam que seu filho era
artioso. Verdade seja que às vezes os meninos eram mesmo encapetados; chegavam a pitar escondido,
atrás da igreja. As meninas, não: verdadeiros cromos, umas tetéias.
[...] Antigamente, os sobrados tinham assombrações, os meninos lombrigas, asthma os gatos, os
homens portavam ceroulas, botinas e capa-de-goma [...] não havia fotógrafos, mas retratistas, e os cristãos
não morriam: descansavam. Mas tudo isso era antigamente, isto é, outrora.
Carlos Drummond de Andrade

VARIAÇÃO GEOGRÁFICA

Observe os versos:
“E o coração vazio voa vadio “O céu povoado de inquietas
Como uma pipa no ar.” pandorgas. Outros meninos
(Boca Livre, CD Songboca, 1994) erguem-nas, o dia inteiro.”
(Osman Lins)

Conforme explica Ferreira (2003), os termos pipa e pandorga são variações


de nome de um brinquedo, o qual também ser chamado de papagaio, tapioca,
maranhão, arraia ou quadrado, dependendo da região do falante. Nesses casos em
que num determinado lugar o objeto recebe um nome e em outro lugar esse mesmo
objeto é conhecido por outra expressão tem-se um exemplo de variação geográfica
no vocabulário: “o nome do brinquedo muda de lugar para lugar, de região para
região” (2003, p. 77).
Ferreira ainda destaca que “Além de estar presente no vocabulário, a
variação geográfica pode ser constatada também em certas estruturas de frases e
principalmente na pronúncia. A pronúncia característica dos falantes de uma região

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é comumente chamada de sotaque: sotaque nordestino, sotaque mineiro, sotaque


gaúcho, etc.” (2003, p. 77)

VARIAÇÃO SOCIOCULTURAL

A variação sociocultural, segundo Ferreira (2003), não é difícil de ser


constatada. O autor explica essa variação da seguinte forma:
Suponha, por exemplo, que alguém diga a seguinte frase:

• Tá na cara que eles não teve peito de encará os ladrão. [Frase 1]

Que tipo de pessoa comumente fala dessa maneira? Vamos caracterizá-la,


por exemplo, pela profissão: um advogado? um trabalhador braçal da construção
civil? Um médico? Um garimpeiro? Um repórter de televisão?
E quem usaria a frase a seguir?

• Obviamente faltou-Ihes coragem para enfrentar os ladrões. [Frase 2]

Sem dúvida, associamos à frase 1 os falantes de grupos sociais


economicamente mais pobres. Pessoas que, muitas vezes, não freqüentaram a
escola, ou, quando muito, fizeram-no em condições não-adequadas.
Já a frase 2 é mais comum aos falantes que tiveram possibilidades
socioeconômicas melhores e puderam, por isso, ter um contato mais duradouro com
a escola, com a leitura, com pessoas de um nível cultural mais elevado e, dessa
forma, "aperfeiçoaram" seu modo de utilização da língua.
Para Ferreira (2003), “a comparação entre as duas frases permite concluir,
portanto, que as condições sociais influem no modo de falar dos indivíduos,
gerando, assim, certas variações na maneira de usar uma mesma língua” (p. 78).
Essas variações recebem o nome de variações socioculturais. É nesse tipo de
variações que estão incluídos os estrangeirismos e as gírias.

EXERCÍCIOS

1. Leia este relato de um professor português que, em 1960, mudou-se de seu país
e veio morar no Brasil:
“Vim em 1960 e fui dar aula no Colégio Salesiano de Recife. Logo na primeira
semana, fui chamado pela direção: um pai se queixara de que eu ofendera sua filha.
É que eu dissera ‘cale-se, rapariga’, sem saber que, no Nordeste, rapariga significa
prostituta.”
a) Com que significado o professor pretendeu utilizar a palavra rapariga, ao falar
com a aluna?
b) Que tipo de variação lingüística gerou o problema? Justifique.

2. (ENADE)
Samba do Approach Eu tenho savoir-faire
Venha provar meu brunch Meu temperamento é light
Saiba que eu tenho approach Minha casa é hi-tech
Na hora do lunch Toda hora rola um insight
Eu ando de ferryboat Já fui fã do Jethro Tull

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Hoje me amarro no Slash Mas já sou um nouveau riche


Minha vida agora é cool Eu tenho sex-appeal
Meu passado é que foi trash Saca só meu background
Fica ligada no link Veloz como Damon Hill
Que eu vou confessar, my love Tenaz como Fittipaldi
Depois do décimo drink Não dispenso um happy end
Só um bom e velho engov Quero jogar no dream team
Eu tirei o meu green card De dia um macho man
E fui pra Miami Beach E de noite uma drag queen.
Posso não ser pop star (Zeca Baleiro)

I - “(...) Assim, nenhum verbo importado é defectivo ou simplesmente irregular, e


todos são da primeira conjugação e se conjugam como os verbos regulares da
classe.” (POSSENTI, Sírio. Revista Língua. Ano I, n.3, 2006.)

II - “O estrangeirismo lexical é válido quando há incorporação de informação nova,


que não existia em português.” (SECCHIN, Antonio Carlos. Revista Língua, Ano I,
n.3, 2006.)

III - “O problema do empréstimo lingüístico não se resolve com atitudes reacionárias,


com estabelecer barreiras ou cordões de isolamento à entrada de palavras e
expressões de outros idiomas. Resolve-se com o dinamismo cultural, com o gênio
inventivo do povo. Povo que não forja cultura dispensa-se de criar palavras com
energia irradiadora e tem de conformar-se, queiram ou não queiram os seus
gramáticos, à condição de mero usuário de criações alheias.”
(CUNHA, Celso. A língua portuguesa e a realidade brasileira. Rio de Janeiro: Tempo
Brasileiro, 1972.)

IV - “Para cada palavra estrangeira que adotamos, deixa-se de criar ou desaparece


uma já existente.” (PILLA, Éda Heloisa. Os neologismos do português e a face social
da língua. Porto Alegre: AGE, 2002.)

O Samba do Approach, de autoria do maranhense Zeca Baleiro, ironiza a mania


brasileira de ter especial apego a palavras e a modismos estrangeiros. As assertivas
que se confirmam na letra da música são, apenas,
(A) I e II. (D) II e IV.
(B) I e III. (E) III e IV.
(C) II e III.

O “CERTO” E O “ERRADO” NO IDIOMA


Observe novamente as frases:
“Tá na cara que eles não teve peito de encará os ladrão.”
“Obviamente faltou-lhes coragem para enfrentar os ladrões.”
Qual dessas frases é gramaticalmente correta?
Mas, se tanto a frase 2 como a frase 1 dizem a mesma coisa, se qualquer
pessoa que seja falante de nosso idioma pode compreendê-las perfeitamente, por que
considerar uma frase correta e outra errada? Como determinar o que é certo e o que é
errado em um mesmo idioma?

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Ferreira enfatiza que, “de modo geral, os falantes de um idioma são levados a
aceitar como ‘correto’ o modo de falar do segmento social que, em conseqüência de
sua situação econômica e cultural privilegiada, tem maior prestígio na sociedade.
Assim, o modo de falar desse grupo social passa a servir de padrão, enquanto as
demais variedades lingüísticas, faladas por grupos sociais menos prestigiados, passam
a ser consideradas ‘erradas’.” (2003, p. 81)

É importante estar ciente de que, em princípio, não existe uma forma melhor
("mais certa") ou pior ("mais errada") de falar. Trata-se apenas de uma
diferenciação que se estabelece com base em critérios sociais e em situações
de uso efetivo da língua. (FERREIRA, 2003, p. 81)

Nessa mesma linha de raciocínio, Faraco e Tezza defendem a idéia de que há


atribuição de valor diferente entre uma e outra variedade lingüística e que essa
valoração está ligada a condicionamentos históricos e sociais:

as variedades mantêm uma relação de valor umas com as outras. Em bom


português, a verdade é que todas as sociedades humanas estabelecem uma
hierarquia entre suas variedades, atribuindo valores a este ou àquele traço da
fala. Por motivos sociais e históricos, algumas variedades são consideradas
boas (a essas damos o nome técnico de variedades padrões ou língua padrão) e
outras más. (FARACO; TEZZA, 1992, p. 13).

Assim, proferir a frase "Eles não teve peito de encará os ladrão" está
lingüisticamente correto, já que é possível compreender as idéias que expressa, mas
está gramaticalmente incorreto, pois o enunciado não obedece aos padrões definidos
pela gramática normativa.

LÍNGUA CULTA E LÍNGUA COLOQUIAL

As proposições de Ferreira (2003) sinalizam que, convencionalmente, é


considerada "certa" ou "modelar" a variedade lingüística utilizada pelos falantes que
integram o grupo de maior prestígio social. Essa é a chamada língua culta, falada e
escrita em situações mais formais, pelas pessoas de maior instrução e é difundida
principalmente pela ação da escola e dos meios de comunicação.
Já a língua coloquial “é uma variante mais espontânea, utilizada nas relações
informais entre os falantes. É a língua do cotidiano, sem muita preocupação com as
normas. O falante, ao utilizá-la, comete deslizes gramaticais com freqüência
considerável. Outra característica da língua coloquial é o uso constante de expressões
populares, frases feitas, gírias, etc”. (FERREIRA, 2003, p. 81)
Numa comparação entre a língua culta e a língua
IMPORTANTE!
coloquial, é possível constatar que, em certos aspectos, Empregar a língua culta
as diferenças entre as duas são bem evidentes, mas, em não significa,
outros, os limites não são tão claros, ficando difícil, necessariamente, “falar
nesses casos, definir uma "fronteira" entre o que é culto e difícil”, usando palavras e
o que é coloquial. expressões raras. Usar a
As diferenças percebidas com mais facilidade entre língua culta significa falar
a língua coloquial e a língua culta são as mesmas (ou escrever) obedecendo
observáveis entre a língua falada e a língua escrita. às regras da gramática
normativa.

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ADEQUAÇÃO E INADEQUAÇÃO LÍNGÜÍSTICA


Quando uma pessoa se comunica com outra(s), para que esse ato se
realize de forma eficiente, é necessário que ela faça a adequação da linguagem.
Há situações em que a relação entre os interlocutores é mais descontraída, mais
informal ou pessoal, casos em que fica mais adequado o emprego de uma
linguagem informal, mais "solta". Outras vezes, essa relação é mais impessoal,
mais distanciada, o que requer uma linguagem mais formal, “mais cuidada”" .
São vários os fatores que, isoladamente ou combinados, levam o falante a
adequar sua linguagem às circunstâncias do ato de comunicação. Entre esses
fatores, destacam-se:

# o interlocutor (não se fala do mesmo modo com um adulto e com uma


criança);
# o assunto (não se fala sobre a morte de uma pessoa amiga da mesma
maneira que' se fala sobre a derrota do time de futebol);
# o ambiente (não se fala do mesmo jeito em um templo religioso e em um
churrasco com amigos);
# a relação falante-ouvinte (não se fala da mesma maneira com um amigo e
com um estranho; ou em uma relação informal e em uma relação formal).

Em um ato de comunicação, a influência desses e de outros fatores resulta num


maior ou menor grau de formalidade ou informalidade na linguagem. O grau de
formalidade do redator empresarial, por exemplo, deve ser alcançado considerando-se
o “público-alvo” do texto. Se o interlocutor for um sujeito com pouca escolarização, a
variedade lingüística utilizada dever ser menos formal. Agora se o falante for um
indivíduo culto, a língua culta deve ser adotada para a comunicação.
Observando as variantes lingüísticas adotadas no meio empresarial, João Bosco
Medeiros (2005) constata que os profissionais desse ramos têm usado geralmente um
“nível comum tenso”, ou seja, não têm redigido textos em linguagem só compreensível
para doutores, nem escrito textos com uma variedade que agrida o padrão culto da
língua. E essa é uma saída correta para adequar a língua ao contexto de
comunicação?

EXERCÍCIOS
1. Em cada situação a seguir, indique se a linguagem utilizada pelo falante está
adequada ou inadequada.
a) Um advogado, num tribunal de júri, diz: “Tá na cara que a testemunha ta enrolando”.
b) Um advogado, num tribunal de júri, diz: “É evidente que a testemunha está faltando
com a verdade.”
c) Um advogado, batendo um papo com um amigo, diz-lhe, a respeito de um
julgamento: “Tava na cara que a testemunha tava enrolando.”

Leia o texto a seguir para responder às questões 2 a 4.

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2. (MEC) Explorando a função emotiva da linguagem, o poeta expressa o contraste


entre marcas de variação de usos da linguagem em:
a) situações formais e informais
b) diferentes regiões do país
c) escolas literárias distintas
d) textos técnicos e poéticos
e) diferentes épocas

3. (MEC) No poema, a referência à variedade padrão da língua está expressa no


seguinte trecho:
a) “A linguagem / na ponta da língua” (v. 1 e 2)
b) “A linguagem / na superfície estrelada de letras” (v. 5 e 6)
c) “[a língua] em que pedia para ir lá fora” (v. 14)
d) “[a língua] em que levava e dava pontapé” (v. 15)
e) “[a língua] do namoro com a priminha” (v. 17)

4. Analise as assertivas.

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I. Embora o sujeito-lírico afirme que “figuras de gramática, esquipáticas” (v. 11) o


atropelam, ele parece dominar regras do padrão culto da língua, como se percebe no
uso dos pronomes no verso 12.
II. O verso 14 poderia receber o pronome “mim” depois da preposição “para” na
expressão “para ir lá fora” e essa alteração não provocaria inadequação em relação às
regras da língua culta.
III. O uso reiterado de pronomes de primeira pessoa indica um posicionamento pessoal
do sujeito-lírico acerca da língua portuguesa e de suas variações lingüísticas.

Qual(is) da(s) alternativa(s) está(ao) correta(s)?


a) Apenas I.
b) Apenas I e II.
c) Apenas I e III.
d) Apenas II e III.
e) Todas estão corretas

5. (ENADE – 2006)

Jornal do Brasil, 3 ago. 2005.

Tendo em vista a construção da idéia de nação no Brasil, o


argumento da personagem expressa
(A) a afirmação da identidade regional.
(B) a fragilização do multiculturalismo global.
(C) o ressurgimento do fundamentalismo local.
(D) o esfacelamento da unidade do território nacional.
(E) o fortalecimento do separatismo estadual.
6. (ENADE – 2007) Vamos supor que você recebeu de um amigo de infância e seu
colega de escola um pedido, por escrito, vazado nos seguintes termos:
“Venho mui respeitosamente solicitar-lhe o empréstimo do seu livro de Redação para
Concurso, para fins de consulta escolar.”

Essa solicitação em tudo se assemelha à atitude de uma pessoa que


(A) comparece a um evento solene vestindo smoking completo e cartola.
(B) vai a um piquenique engravatado, vestindo terno completo, calçando sapatos de
verniz.
(C) vai a uma cerimônia de posse usando um terno completo e calçando botas.
(D) freqüenta um estádio de futebol usando sandálias de couro e bermudas de
algodão.
(E) veste terno completo e usa gravata para proferir uma conferência internacional.

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TÓPICOS GRAMATICAIS: PARÔNIMOS E HOMÔNIMOS


Algumas palavras confundem tanto no momento de escrever quanto no de falar,
porque, embora sejam diferentes no sentido, apresentam semelhança na escrita e na
pronúncia – as parônimas – ou apresentam diferença na escrita e semelhança na
pronúncia – as homônimas.
As palavras parônimas e homônimas mais comuns são:
Acender: pôr fogo Vou acender meu cigarro.
Ascender: subir Vou ascender profissionalmente quando tiver um
diploma de curso superior.
Atuar: agir Eu vou atuar como administrador em empresa do
ramo fumageiro.
Autuar: processar, lavrar auto de infração O fiscal vai autuar todas as empresas que
estiverem com contabilidade fraudulenta.
Comprimento: extensão O comprimento da mesa é 1m.
Cumprimento: saudação; ato de cumprir Aceite meus cumprimentos pela formatura.
Caçar: perseguir a caça Que tal caçar os pássaros que estão invadindo a
lavoura de arroz?
Cassar: anular, tirar os direitos políticos de Alguns políticos ameaçaram cassar o presidente
Lula.
Censo: recenseamento O último censo realizado no Brasil mostrou
diminuição da desigualdade social.
Senso: juízo claro Nem todo mundo tem bom senso.
Cessão: ato de ceder, doação A cessão de brinquedos para entidades carentes foi
uma excelente atividade promovida pelo Lions.
A seção de esportes da Gazeta do Sul apresenta
Seção ou secção: corte, divisão reportagens especialmente sobre futebol
Iremos amanhã à sessão do filme de Elizabeth
Taylor
Sessão: reunião, assembléia
Concerto: harmonia; composição musical Concerto de música clássica nem sempre atrai
grande público.
Conserto: reparo
O conserto do sapato ficou excelente.
Delatar: denunciar O presidente da câmara vai delatar quatro políticos
envolvidos no mensalão.
Dilatar: estender, retardar; aumentar de
volume Os pulmões contraem-se e dilatam-se.
Descrição: representação; ato ou efeito de Você já fez a descrição da turma de alunos?
descrever
Guardando sigilo, tu agirás com discrição.
Discrição: ato de ser discreto, reserva
Emergir: vir à tona Emergiu o escândalo do mensalão na política
brasileira.
Imergir: mergulhar Preciso imergir na piscina para pegar meu óculos
que caiu enquanto nadava.
Eminente: alto, excelente Aquele é um eminente conferencista.
Iminente: que está prestes a ocorrer O parto de uma mulher com quase nove meses de
gestação está iminente.
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Flagrante: ato de ser surpreendido em O criminoso foi apanhado em flagrante.


alguma situação; evidente; patente
Fragrante: perfumado, aromático Como esse sabonete é fragrante!
Infligir: aplicar (pena ou repreensão) O delegado infligiu-lhe um duro castigo.
Infringir: violar, transgredir, desrespeitar Um guri infringiu a lei ao arrombar uma casa.
Mandado: ordem judicial O mandado de prisão foi levado até o acusado.
Acabam em 2006 os mandatos de deputados.
Mandato: período de missão política
Ratificar: confirmar A palestrante ratificou sua presença no evento.
Preciso retificar o texto do redator da CPI.
Retificar: corrigir
Soar: dar ou produzir som ; ecoar O sino da igreja soa todas as manhãs.
Suar: transpirar Quem corre muito, sua.
Tachar: censurar, notar defeito em Márcio T. Bastos tachou o presidente de mentiroso.
O governo taxou fortemente as bebidas e cigarros.
Taxar: estabelecer preço ou imposto; avaliar,
julgar
Tráfego: trânsito O tráfego de caminhões é proibido nas principais
ruas da cidade.
Tráfico: comércio ilícito O tráfico de drogas é proibido, mas existe.
Vultoso: volumoso Fez um negócio vultoso essa semana.
Vultuoso: atacado de vultuosidade Seu rosto estava vultuoso e irreconhecível.
(congestão da face)

EXERCÍCIOS
1. Qual das alternativas completa adequadamente o período: “O guarda ________ em
________ o motorista que _________ as normas de trânsito.
a) atuou – fragrante – infringiu d) atuou – flagrante – inflingiu
b) autuou – fragrante – infringiu e) autuou – flagrante – infringiu
c) atuou – fragrante – infligiu

2. Preencha os espaços com seção, sessão ou cessão:


a) “Durante a ___________ parlamentar, uma _____________ do partido do
Governo manifestou-se contrária à ____________ de terras a imigrantes do Japão.
b) Na _________ plenária estudou-se a __________ de direitos territoriais a
estrangeiros.

3. Complete as lacunas com uma das opções indicadas entre parênteses:


a) Cidadãos ___________________ antecederam-me neste cargo. (eminente –
iminente)
b) Ao fim das investigações, a verdade ______________ , e tudo ficou bem
esclarecido. (emergiu – imergiu)
c) É inadmissível que se ______________ pessoas por religião, sexo ou cor.
(descriminem – discriminem)
d) Se as leis forem ____________________, as penas terão de ser aplicadas.
(infligidas – infringidas)
e) As despesas com a reforma do prédio serão __________. (vultosas – vultuosas)
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f) Por sua solidariedade, ______________-no de benfeitor da humanidade.


(taxaram – tacharam)
g) Está ________________ a mudança da legislação salarial. (eminente – iminente)
h) O _________________ dos representantes classistas, em todas as instâncias, é
de três anos. (mandado – mandato)
i) Quando, algum tempo depois, ele voltou, trazia as orelhas vermelhas e o rosto
____________. (vultuoso – vultoso)

4. Leia as frases abaixo:


I – Assisti a um _______ de meu computador.
II – Ele fez ao filho a ___________ de uma parte das terras.
III – De tempo em tempo se faz um novo ________ da população.

Escolha a alternativa que oferece as seqüência certa de vocábulos para a


seqüência das lacunas.
a) conserto, sessão, censo d) conserto, cessão, censo
b) concerto, seção, senso e) concerto, cessão, senso
c) conserto, secção, censo

5. Assinale a alternativa em que o significado não corresponde à palavra dada:


a) Expiar: pagar (a culpa), remir d) Ratificar: confirmar
b) Sela: arreio e) Flagrante: perfumado
c) Seção: corte, divisão

6. Escolha, entre as alternativas abaixo, a que propõe a substituição dos termos ou


expressões em destaque, sem que haja alteração no sentido da sentença
apresentada abaixo:

Parecia estar prestes a acontecer a punição do réu, visto que os fatos já


indicavam que ele realmente teria desrespeitado as leis e, nesse sentido toda a
população já está censurando de indevida a atitude do acusado.
a) iminente – porquê – infringido – taxando
b) iminente – porque – infligido – tachando
c) eminente – por que – infringido – tachando
d) eminente – porque – infligido – tachando
e) iminente – porque – infringido - tachando

7. Assinale a alternativa correta:


a) Trouxeram-me um ramalhete de rosas brancas flagrantes.
b) O governo, cada vez mais, procurar controlar o tráfico no trânsito.
c) Os ladrões, apesar das tentativas de fuga, foram pegos em flagrante.
d) As despesas de mudança será vultuosas.
e) Os jogadores espanhóis soaram muito na partida contra o Brasil, pois
fizeram muitos esforços físicos para acompanhar o ritmo dos brasileiros.

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AULA 04

TÓPICOS GRAMATICAIS: USOS DOS PORQUÊS


O domínio no uso da língua, pela sua diversidade, exige atenção a diversos
fatores (quem fala, o que fala, para que se fala, como se fala, em que ambiente se
fala, etc). outra condição básica é saber distinguir a língua culta da língua coloquial,
reconhecendo em que situações elas são adequadas ou não.
Em relação ao uso da língua culta, para evitar inadequações, são necessários
conhecimentos gramaticais. É a gramática normativa que orienta a exploração da
língua culta. Nessa perspectiva, na língua portuguesa, algumas palavras e
expressões, por apresentarem a mesma pronúncia, costumam deixar dúvidas
quanto à forma de escrevê-las. É o caso, por exemplo, dos porquês.

EMPREGO DOS PORQUÊS

USA-SE POR QUE:


a) nas interrogativas diretas e indiretas:

Por que você demorou tanto?


Quero saber por que você demorou tanto.

b) sempre que estiverem expressas ou subentendidas as palavras motivo,


razão:

Não sei por que ele se ofendeu.


Eis por que não lhe escrevi antes.

c) quando a expressão puder ser substituída por para que ou pelo qual, pela
qual, pelos quais, pelas quais:

A estrada por que passei está esburacada.

USA-SE POR QUÊ:


Quando a expressão aparecer em final de frase ou sozinha:

Ria, ria, sem saber por quê.


Brigou de novo? Por quê?

USA-SE PORQUE:
Quando a expressão equivaler a pois, uma vez que:

Não responda, porque ele está com a razão.

USA-SE PORQUÊ:
Quando a expressão for substantivada, situação em que é precedida de artigo
ou pronome:

O diretor negou-se a explicar o porquê de sua decisão.

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A ministra mencionou outro porquê da mudança de horário.

EXERCÍCIOS
1. Complete adequadamente as lacunas com por que, por quê, porque ou porquê:
a) O setor agrícola brasileiro se desenvolve ___________ investe em novas tecnologias.
b) Sua ausência revelou-me o ____________ de tanta saudade.
c) _______________ o homem interfere cada vez mais no meio ambiente?
d) As passagens para Salvador não foram compradas _____________?
e) Indaguei-lhe ___________ aquela viagem lhe faria bem.
f) A apresentação do show ______________ aguardávamos há tempos será neste fim de
semana.
g) A última eleição para prefeito foi anulada ______________ houve fraude.
h) ___________ você não trabalha?
i) Ele não estuda _________________ não quer.
j) Não trabalhas _______________?
l) Não entendo o _____________ de semelhantes atitudes.
m) Gostaria de saber _________________ não vieste à aula.
n) Eis a razão _______________ não gosto de tirar conclusões apressadas.
o) Não temos _____________ desistir.
p) De onde viera, como viera, ___________ viera, poucos o saberiam dizer.

2. Leia os períodos que seguem:


I. Como os homens não aceitam as mudanças, sofrem mais do que as mulheres.
II. Os homens sofrem mais do que as mulheres por qual motivo?
III. Os motivos pelos quais os homens sofrem mais os estudiosos não esclarecem.

Os termos grifados podem ser substituídos sem prejuízo de sentido pelas palavras:
a) porque – por quê – por que c) porque – porquê – por quê
b) por que – por quê – por que d) por que – por quê – por quê

3. A expressão em destaque está corretamente usada em:


a) Porquê estava cansado, o namorado dormiu sem dar atenção à conversa.
b) Não sabemos o porque de sua dúvida.
c) Você me evita não sei por quê.
d) Porque você me evita não sei.
e) Não sei por quê você me evita.

4. Considere o destaque:
“Entrou na fila e começou a chatear o camarada da frente, perguntando por que a
fila era maior”.
Em qual das alternativas caberia a expressão destacada, com exatamente a
mesma função?
a) Ela não veio hoje, _____ estava doente.
b) A rua ____ passei estava alagada.
c) Paula não me disse _____ não pode ir ao baile.
d) Já sei o _____ de todo esse mistério.
e) Você não estudou ______ ?

5. (Unimep) – “Perguntei ..... ele não veio. Ele disse que não veio ...... choveu.”
A alternativa que preenche corretamente as lacunas é:
a) porque - porque
b) por que – porque
c) por que – por que

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d) por quê – porque


e) porquê – por que

6. (Fesp – SP) – Considere as frases:

I – O porquê da evasão escolar parece muito claro.


II – Por que você não veio?
III - você não veio por quê?
IV – O motivo porque ele saiu não interessa.
V – Irei porque em agrada sua companhia.

a) Todas corretas.
b) Todas corretas, menos a IV
c) I, III e IV.
d) II e IV corretas.
e) Todas incorretas.

TÓPICOS GRAMATICAIS: DIFICULDADES


ORTOGRÁFICAS
Na língua portuguesa existem certas palavras e expressões que costumam gerar
dúvidas quanto à escrita, ao uso, ao sentido. Dependendo do contexto em que são
usadas devem ser grafas de uma ou de outra forma, obedecendo às leis de sentido
e de gramática. A seguir são apresentadas algumas dessas palavras:

MAU OU MAL
Na dúvida, adote esta regra prática: mal é oposto de bem; mau é oposto de bom.
Observe a substituição: mal-humorada (bem-humorada), mal-estar (bem-estar,
mau-agouro (bom-agouro).

Mau é adjetivo e, portanto, modifica um substantivo:


Ele é um mau companheiro.
Ela é má-criada.

Mal pode ser:


a) Substantivo: Não há mal que sempre dure. (Não há males que durem
para sempre.)
b) Advérbio: O Jogador comportou-se mal. E dormiu mal.
c) Conjunção (corresponde a quando): Mal cheguei, ele saiu.
d) Prefixo: mal-educado, mal-criado

A FIM DE OU AFIM
A fim de indica finalidade, com objetivo de, com intuito de; corresponde a para:
Cheguei cedo a fim de terminar o meu serviço.

Afim corresponde a semelhante ou parente por afinidade:


A Economia e a Estatística são disciplinas afins.

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HÁ OU A
Emprega-se há:
a) com referência a tempo passado. Equivale a faz: Não o vejo há muito tempo.
b) quando se trata de forma do verbo haver: Há um artigo interessante nesta
revista.
Emprega-se a:
a) com referência a tempo futuro: A dois minutos da peça, o ator ainda retocava a
maquilagem.
b) com referência a distância: Morava a cinco quadras daqui.

MEIO OU MEIA
Meio é advérbio quando equivale a mais ou menos, um pouco:
A janela meio aberta deixava ver o interior da casa.
Hoje eu estou meio cansada, por isso não vou à aula.
Meia é adjetivo quando equivale a metade. Nesse caso é variável:
Comprei meio quilo de carne e meia dúzia de ovos.
Já é meio-dia e meia (hora).

MAS OU MAIS
Mais indica quantidade; é o contrário de menos.
Converse menos e trabalhe mais.

Mas é conjunção; equivale a porém, todavia, contudo, entretanto.


Ele pretendia apoiá-la, mas na última hora desistiu.

IMPORTANTE! Empregue sempre menos para indicar em quantidade menor:


Diga menos mentiras, Ari!
“Menas” é palavra que não existe na língua portuguesa.

AO ENCONTRO DE ou DE ENCONTRO A
A expressão ao encontro de é uma locução prepositiva que significa em busca de,
em favor de.
Sua ação beneficente vai ao encontro de necessidades da população carente.

A expressão de encontro a também é uma locução prepositiva e significa oposto,


contra.
O aumento proposto pelo governo Rigotto ao magistério vai de encontro aos propósitos
da greve dos professores da rede pública.

EXERCÍCIOS
1. A expressão em destaque está incorretamente usada em:

a) Não sabemos por que a venda dos produtos não alcançou o resultado
esperado.
b) Os fiscais de trânsito da Prefeitura Municipal estão autuando todos os
motoristas que estacionam em lugares proibidos.

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c) A maioria dos alunos estão a fim de ampliar o número de disciplinas no


próximo semestre.
d) Ela está meia triste pela reprovação no vestibular.
e) A seção esportiva dos telejornais destaca muitas notícias sobre a Copa.

2. Assinale a alternativa que preenche corretamente as lacunas das frases.


I. Estamos chegando. São Paulo fica ........... apenas 50 Km daqui.
II. O governo federal vai realizar o ....... da população.
III. No início do século, muitos italianos ...... para o Brasil.
IV. João parece muito .....-educado.

a) a – censo – imigraram – mal d) a – senso – emigraram – mal


b) à – censo – emigraram – mau e) à – senso – imigraram – mau
c) há – senso – imigraram – mau

3. Complete as lacunas com uma das palavras indicadas entre parênteses:


a) Preciso _______________ (ratificar – retificar) algumas palavras do meu texto
para apresentá-lo na _______________ (sessão – cessão – seção) que elegerá os
trabalhos científicos que serão publicados.
b) Seco, o procurado nº 1 da polícia gaúcha está atrás das grades. E sua atuação
em roubos de grande porte tem sido motivo de polêmica na Internet através de
comunidades no Orkut. Para algumas pessoas, que o classificam como herói falta
bom __________ (senso – censo), já para outras, que o ____________ (tacham –
taxam) de bandido, o não ____________ (comprimento - cumprimento) de várias leis
é fator suficiente para que ele seja _____________ (delatado – dilatado) por suas
infrações e seja castigado com uma dura pena. (Adaptado de Jornal de Candelária,
20 abr. 2006)
c) A ex-estudante de Direito Suzane von Richthofen retornou à prisão
_____________ (porque – porquê - por que – por quê) a Justiça atendeu a um
pedido do Ministério Público. Suzane, que já permaneceu presa por mais de dois
anos e ________ (meia – meio), estava ________ (a – há) nove meses aguardando
em liberdade o julgamento.
d) Talvez nunca se saiba _____________ (porque – porquê – por que – por quê)
Seco cometeu tantos crimes embora familiares venham tentando sustentar a tese de
que ele age violentamente devido à revoltas em relação ao autoritarismo do pai e às
dificuldades de relacionamento entre os dois.
e) Na _________ (sessão – seção – cessão) da _________ (Câmara – Câmera) de
Vereadores desta segunda-feira, o presidente do Sindicato dos Trabalhadores nas
Indústrias do Fumo e Alimentação de Santa Cruz do Sul, Sérgio Pacheco, vai
apresentar um panorama nada otimista em torno do setor. (Gazeta do Sul, 22 e 23
abr. 2006)
f) Polícia investiga agora o destino de explosivos utilizados em assalto. Os sete
detidos foram presos em ____________ (fragrante – flagrante) por formação de
quadrilha e posse ilegal de armas, de munição e de explosivos.

4. Assinale a alternativa que preenche corretamente as lacunas das frases:


a. Sabia que, se ___ as normas da escola, poderia sofrer punições.
b. Na campanha política, fez ___ oposição aos candidatos de direita.
c. Economistas e políticos aguardam com interesse a divulgação dos
resultados do último ___ .

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a) infringisse – fragrante - senso


b) infringisse – flagrante - censo
c) infringisse – fragrante - censo
d) infligisse – flagrante - senso
e) infligisse – flagrante - censo

ESTUDO DO TEXTO
FATORES DE TEXTUALIDADE

O que é um texto? Como se produz um texto? Quais as qualidades de um


texto? Quais os principais problemas na redação de textos? Essas são perguntas
que devem fazer parte das reflexões de qualquer redator, independentemente da
área de atuação, pois a qualquer sujeito deve interessar uma redação clara, objetiva,
coesa e coerente.
Uma das noções básicas do produtor de texto é o seu entendimento acerca
do conceito de texto.

Texto é uma manifestação lingüística dotada de sentido que se caracteriza pela


coesão, pela coerência e pela interação comunicativa, ou seja, um texto não é um
amontoado de palavras e frases desprovido sentido para o leitor/ouvinte.
A clareza de idéias é obtida com o uso de palavras bem selecionadas e de
construções bem elaboradas, para que o texto se torne conciso, coerente, sem
ambigüidades indevidas ou indesejadas. A maneira como são articuladas as idéias
por meio das palavras e das frases é que determina se há uma unidade de sentido
ou apenas um ajuntamento de frases desconexas. Mas há outros fatores que
determinam a construção de um texto.

A
A tteerrcceeiirraa oonnddaa
Dolores Orosco e Juliana Vilas

01 Mais arrojada, nova geração de mulheres corteja os homens, reclama


02 de sua performance, mas ainda espera o príncipe encantado. Surge uma
03 nova classificação da atitude feminina: são as andróginas.
04 Elas acreditam que o príncipe encantado está a caminho e que um
05 dia serão felizes para sempre. Mas, enquanto isso não acontece, o negócio
06 é viver cada experiência livre e sem culpa. Suas avós eram consideradas
07 mulheres de verdade: cuidavam dos filhos e da casa, tal qual a Amélia da
08 canção de Mario Lago e Ataulfo Alves, de 1942. A geração seguinte
09 exorcizou a Amélia e deu passos largos na luta pela igualdade de direitos
10 entre os sexos, deixando para as filhas um campo menos minado no trajeto
11 para o sucesso profissional. Às herdeiras dessa geração restou a tarefa de
12 resolver a equação carreira + filhos + amor + sexo. Elas não foram criadas
13 para ser donas-de-casa – muitas, inclusive, são chefes de família – e o
14 caminho para o mercado de trabalho foi natural. Mais seguras e
15 independentes financeiramente, sentiram-se à vontade para mudar o
16 modelo de etiqueta sexual. Essa nova mulher corteja os homens, transa

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17 sem compromisso e até flerta com o bissexualismo. No século XXI, surge de


18 forma expressiva a terceira onda do comportamento feminino: a “mulher
19 andrógina”.
20 Essa mulher une características tradicionalmente femininas, como o
21 desejo de ser mãe e de encontrar o homem ideal, e masculinas, como a
2 postura competitiva no mercado de trabalho. Derrubou velhas regras do
23 jogo da conquista: a andrógina toma, sem pudores, o primeiro passo e é
24 atirada em suas atitudes. Para a psicóloga especializada em
25 comportamento feminino Cris Linnares, autora dos livros Divas no divã e
26 Cinderela de saia justa, o desejo da mulher da terceira onda é harmonizar
27 vida pessoal e carreira. “É o momento de tentar o caminho do meio. O
28 movimento feminista injetou a energia masculina nas mulheres. Agora elas
29 procuram unir as energias dos dois sexos, pois entendem que homens e
30 mulheres têm necessidades diferentes”, diz a psicóloga.
31 Ela explica ainda que o termo andrógina vem
32 do mito do andrógino, citado por Platão no
33 clássico O banquete. De acordo com a explicação mitológica, houve um
34 tempo em que não havia homens e mulheres, mas seres superiores aos
35 humanos, os andróginos, dotados de quatro
36 braços, quatro pernas, uma cabeça com duas
37 faces opostas e dois sexos. Providos de força e agilidade sobre-humanas,
38 tornaram-se orgulhosos e, inconseqüentes, empreenderam uma escalada
39 até o céu. Zeus não gostou da ousadia e, zangado, dividiu cada andrógino
40 em dois. Desde então, a humanidade ficou dividida em duas partes que se
41 procuram para voltar ao original.
42 Para a terapeuta sexual Márcia Bittar, da PUC-SP, o movimento
43 andrógino descortina um comportamento que sempre existiu. “O processo
44 de emancipação feminina fez ‘cair o pano’. (...) A anti-Amélia, incentivada
45 desde criança a estudar, trabalhar e “não depender de ninguém”, adquiriu
46 segurança para perseguir seus objetivos e fazer o que tem vontade, sem as
47 preocupações moralistas que tinham suas avós. E, na hora da paquera, não
48 espera o homem fazer a corte. (...)
49 O movimento andrógino é também, de certa
50 forma, um resgate da “Amélia” interior que toda mulher tem, por mais
51 independente e liberada sexualmente. (...) Esse anseio feminino por
52 conciliar sucesso profissional e romance foi traduzido na voz das rappers do
53 Fulerô o Esquema. As letras das músicas das paulistanas Adriana Pires, 32
54 anos, e Paula Preta, 30, satirizam tanto a pose pretensiosa de alguns
55 machões quanto a atitude “Amélia” que algumas mulheres tomam para
56 conquistá-los. “Se eu lavo, passo, cozinho, por que será que eu não tenho
57 namorado?”, diz um dos versos das moças. Adriana, que é casada e mãe
58 de um bebê de nove meses, explica: “Não achamos que existe essa
59 dicotomia entre filhos e sucesso na profissão. Queremos os dois.” Paula,
60 mãe da pequena Esmeralda, nove anos, endossa a opinião da parceira de
61 rap. “Nossa geração briga para ser mãe, trabalhar, estudar e se divertir
62 livremente. Tudo ao mesmo tempo.”
(texto adaptado)
Disponível em: http://www.terra.com.br/istoe/1820/comportamento/1820_terceira_onda.htm.
Acesso em: 18 ago. 2008

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O texto se caracteriza pela textualidade, que faz com que um texto seja
realmente texto e não apenas soma de frases. São esses fatores que devem ser
observados ao se ler um texto, pois as condições de produção de texto estão
relacionadas às de recepção (leitura).

“Estar bem preparado para enfrentar qualquer tipo de texto significa, como
leitor, adaptar-se às condições criadas pelo autor do texto, de tal modo que se
tenha condições, ao final, de formar um juízo sobre o que se leu.” (ABAURRE;
PONTARA, FADEL, 2003, p. 295)

Os principais fatores de textualidade são: contextualização,


intencionalidade, coesão e coerência.

● Contextualização: refere-se à expectativa em relação ao texto e à


antecipação ao leitor do assunto de que o texto vai tratar. Nesse sentido, cabe
observação ao local e à data de publicação de um texto, ao autor do texto, título do
texto, imagens do texto.
Através da observação ao título e ao autor do texto abaixo, você pode prever
o assunto de que tratará o texto?
Correspondência e atos oficiais
Redação oficial é o meio pelo qual se procura estabelecer relações de serviço na
administração pública. Para que tais relações obtenham efetividade, traçam-se normas de
linguagem e padronização no uso de fórmulas e estética para as comunicações escritas.
João Bosco Medeiros, Correspondência. São Paulo, 2004.

● Intencionalidade: refere-se ao objetivo do texto. Nesse sentido, é


importante observar os elementos lingüísticos que sinalizam a intencionalidade no
próprio corpo do texto.
Qual a intenção do seguinte texto?

(Zero Hora, 14 fev. 1998)

● Coesão: refere-se aos elementos lingüísticos que unem ou retomam


palavras, orações, frases, parágrafos, estabelecendo relações de sentido e
articulando entre si as várias partes do texto. As conjunções, preposições, advérbios
e os pronomes são os principais elementos de coesão entre orações e frases.
Observe o texto:

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A chuva salvou o GP do Brasil. Vinte minutos de toró, mais uma brilhante corrida de Ayrton
Senna, transformaram um passeio de Alain Proust num pesadelo molhado. O francês da
Willians foi derrotado pela água. (...) Para ganhar a corrida de Interlagos, o brasileiro contou
com sorte, perícia, uma tática bem traçada e, sobretudo, uma burrada, sem tamanho de
seu adversário, que perdeu o controle do carro, batendo no Minardi de Christian Fittipaldi.
(Adaptado de Folha de São Paulo, 29 mar. 1993.)

Para usar adequadamente os elementos de coesão (ou conetivos), é preciso


observar o sentido que cada termo carrega. A relação entre as idéias num texto deve
ser precisa e realizada por meio de conetivos que ajudem o leitor compreender o
que se pretende dizer.
Por isso, leia o quadro com conetivos e seus valores semânticos:

Conetivo Relação de sentido Exemplo


Porque, pois, como, por Os bancários fizeram greve
isso, já que, visto que, uma Causa porque desejavam aumento de
vez que salário.
Mas, porém, todavia,
contudo, entretanto, Contradição/oposição Apesar de o aluno estar com
embora, ainda que, mesmo febre alta, foi à aula.
que, apesar de
Se, caso, contanto que, Os bancários só receberão
dado que, desde que, a Condição aumento se fizerem greve.
menos que, a não ser que
Além de encontrar uma estrada
E, também, além de, não só, Adição movimentada, o motorista
nem pegou chuva no caminho.
Ontem, hoje, amanhã,
antes, depois, cedo, tarde, Quando alcançarmos as metas
primeiramente, em seguida, Tempo da empresa, seremos
a seguir, finalmente, premiados com viagens para o
quando, sempre, nunca, exterior.
enquanto
Logo, dessa forma, portanto, Sempre estudei muito durante o
assim, então Conclusão curso e fiz vários estágios; por
isso, consegui uma vaga de
trainee.
Dedicar-se integralmente a um
curso de graduação é essencial
para quem quer ascensão
Principalmente, sobretudo Prioridade/relevância social e, principalmente, para
quem quer ingressar em
programas de mestrado.
A geração canguru, isto é, a
geração de filhos que retardam
a saída da casa materna, tem
se mostrado cada vez mais
Por exemplo, ou seja, isto é Esclarecimento resistente à idéia de casamento.
Será por que está muito difícil
abandonar o amor familiar ou
por que a independência
financeira custa a chegar?

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O Curso de Administração está


Segundo, conforme, assim atualmente tão concorrido
como, do que, tanto (ou tão) Comparação/semelhança quanto os cursos de áreas da
quanto saúde, como o de Odontologia.

Se esses elementos coesivos forem empregados de forma equivocada, o


texto provavelmente será uma junção desconexa de frases e apresentará uma
linguagem ambígua e incoerente. Portanto, é preciso ficar atento para a escolha do
conetivo adequado na união e organização das diversas partes que compõem um
texto.
No texto abaixo, observe os elementos de coesão e identifique as relações
de sentido expressas por eles:
A oferta de produtos não acompanha a demanda; os preços vão subir e, com eles,
as taxas de inflação; logo é preciso reprimir a demanda.
EXERCÍCIOS
1. Escolha, nos parênteses, o elemento de coesão adequado para preencher a
lacuna de cada frase.
a) Quase nada conseguimos entender ______ tivéssemos o máximo interesse. (por
conseguinte, uma vez que, quando, embora)
b) ______ afirmaram algumas testemunhas presentes, o problema dele era falta de
dinheiro. (se, segundo, conquanto, desde que)
c) Não teríamos problemas maiores ______ tudo fosse como pensas. (pois, visto
que, apesar de, porquanto, por isso)
d) Somos de paz, ______ deves parar com as provocações. (pois, caso, se, todavia)

2. Assinale a seqüência de elementos de coesão que estabelecem, entre as orações


de cada item, uma correta relação de sentido.
1. Correu demais, caiu.
2. Dormiu mal, os sonhos não o deixaram em paz.
3. A matéria perece, a alma é imortal.
4. Leu o livro, é capaz de descrever as personagens com detalhes.
5. Guarde seus pertences, podem servir mais tarde.

a) porque, todavia, portanto, logo, d) porém, pois, logo, todavia, porque


entretanto e) entretanto, que, porque, pois,
b) por isso, porque, mas, portanto, que portanto
c) logo, porém, mas, portanto, que

3. Você tem a seguir um pequeno parágrafo:


Todo mundo sabia que a inflação era um imposto perverso que impedia as pessoas
de planejar sua vida.
Dê continuidade a esse parágrafo a partir de um desses elementos de coesão: mas,
além disso, dessa forma.

4. Observe os versos de Chico Buarque e aponte a relação de significado


estabelecida entre as duas declarações.
Deixa em paz meu coração,
Que ele é um pote até aqui de mágoa.

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a) causa e conseqüência d) Finalidade


b) Explicação e) Proporcionalidade
c) Condição

● Coerência: refere-se ao estabelecimento de um sentido para o texto e à


relação harmônica entre as idéias apresentadas em um texto. Assim, a coerência
engloba a forma e o conteúdo do texto, remetendo à seqüência ordenada das
opiniões ou fatos expostos de forma coerente, sem contradições ao que se afirma
para os interlocutores.
Observe a coerência do texto abaixo:
Aparência enganosa
A foto de FHC e Mário Covas sorridentes, feita após a conversa de ambos na sexta, não
expressa o clima de encontro. O governador recebeu o presidente de forma protocolar e
gélida.
(Painel - Folha de São Paulo, 30 mar. 1998)

EXERCÍCIOS
1. Sublinhe onde ocorre incoerência no trecho que segue e explique por quê.
O Brasil é o 2º do mundo em desemprego
O Brasil ocupa o segundo lugar no ranking mundial do desemprego,
perdendo apenas para a Índia. A partir dos anos 90, com a globalização, a
desigualdade aumentou. Os países mais desenvolvidos obtiveram melhores
resultados econômicos e sociais, mas registraram aumento na avaliação do
desemprego mundial.
As nações não-desenvolvidas perderam participação no PIB e houve menor
desemprego. Isso prova que a inovação tecnológica traz o desemprego nos países
mais ricos.

2. Os princípios de coesão e coerência não foram violados em:


a) A quaisquer ilações tendenciosas acerca das medidas que possibilitaram a
privatização de muitas empresas estatais deve-se no entanto procurar conhecer as
verdadeiras e fundamentadas razões que, por isso, as determinam.
b) Sempre que possível os impostos dever ter caráter pessoal; devem, portanto, ser
graduados segundo sua capacidade econômica.
c) Foi realmente surpreendente a desclassificação de crime hediondo no caso do
índio Pataxó, pois o judiciário é conivente com o genocídio dos indígenas desde
1500.
d) A proximidade pedestre, a praça, os parques são instrumentos essenciais do
insubstituível papel civilizados da humanidade. As grandes cidades brasileiras,
porém, pautadas pelo paradigma americano, fazem todas as concessões absurdas
ao imperativo do automóvel.

3. Leia o trecho seguinte:


“Isso porque não é necessário que nesse estágio o Planalto não precisa ainda
representar sua defesa”.
Sobre o fragmento acima é correto afirmar que:
a) não apresenta nenhum problema de redação, pois não há repetição de palavras
nem de idéias.
b) há duas expressões de sentido equivalente e uma delas deveria ser eliminada
para tornar o texto mais coeso.

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c) a expressão “sua” retoma “estágio”.


d) o fragmento não necessita de reescrita, já que as idéias estão bem articuladas e
não há erro de redação.
e) o termo “isso” é uma palavra referencial que está antecipando uma idéia que
aparecerá na seqüência do enunciado.

4. Assinale a única alternativa que não pode substituir o termo em destaque e


completar a lacuna no trecho abaixo:
“Um novo relatório da Organização Mundial das Nações Unidas (ONU) indica que
quase metade da população mundial vive em cidades, onde está conectada a uma
rede econômica global em franca expansão. O _________ foi divulgado em vários
países com o objetivo de preparar as cidades para enfrentar essa nova realidade,
pois antes somente 30 por cento da população vivia na zona urbana.
a) documento c) texto e) atestado
b) parecer d) aspecto

5. Leia as frases abaixo e identifique os problemas de construção,


relacionando-os com os itens a seguir.
a) O trânsito apresenta inúmeros acidentes graves. É preciso saber-se suas causas
para descobrirmos as possíveis soluções.
b) Pelé foi o melhor jogador de futebol que o mundo já viu. Maradona também foi o
melhor.
c) Quando fazia chuva nas minhas férias, eu pensava que até é bom para
descansar.
d) O progresso tecnológico avança a cada dia. A internet é o carro-chefe de todo
esse avanço. Hoje, poucas pessoas ainda usam tevê sem controle remoto. As
pessoas estão cada vez mais comodistas.

Com base no texto a seguir, responda às questões seguintes.


Pega na mentira
Enganar e dissimular são atitudes muito mais comuns do que gostamos de
admitir. Sim, a verdade é que mentimos. Saiba por que (e como) esse hábito pode
se tornar uma compulsão capaz de prejudicar a nossa vida.
Basta dar uma espiada no noticiário da televisão para ter aquela incômoda
sensação de que estamos sendo enganados. Como os políticos podem mentir tanto
e com tamanha desfaçatez? Qual deles está contando algo próximo da verdade, o
que acusa o colega de corrupção ou aquele que jura de pés juntos que nunca teve
uma conta bancária num paraíso fiscal? Mas, entre os pontos positivos nesse diz-
que-diz de pura embromação, no teatro das CPIs a peça que está em cartaz diz
muito sobre o comportamento humano e confirma algo que os psicólogos já sabem,
mas não se cansam de estudar: nós todos (e não apenas os políticos) somos
mentirosos por natureza.
"A enganação está em todo lugar porque ela oferece vantagens àqueles que
sabem utilizá-la", acredita o psicólogo David Smith, da Universidade de New
England, nos Estados Unidos, e autor do livro Why We Lie (Por Que Mentimos), que
será lançado no Brasil até o final deste ano. "A mentira pode ser encontrada em
qualquer lugar onde existam conflitos de interesse e seja vantajoso manipular os
outros", diz, com franqueza.
Mentir, portanto, é perfeitamente natural. Parece uma visão cínica do
problema, mas a própria natureza se encarrega de confirmar isso. São inúmeros os

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casos de animais e plantas que dissimulam para conseguir alimento ou se livrar dos
predadores. O exemplo mais conhecido é o do camaleão, cuja pele tem a valiosa
capacidade de se confundir com o ambiente para enganar os seus algozes. Entre os
seres humanos, claro, é tudo mais complexo. É bem verdade que usamos perfume
para disfarçar o odor e as mulheres passam batom para parecer mais desejáveis.
Mas também lançamos mão da linguagem, em palavras ou gestos, para enganar.
"Existem dois motivos principais. Nós mentimos para parecer melhores do que
realmente somos e também para evitar uma punição ou uma crítica", afirma o
psicólogo americano Jerald Jellison, da Universidade do Sul da Califórnia. A maioria
dessas mentiras são coisas pequenas, como abrir aquele sorriso quando vê alguém
de quem, na verdade, nem gosta. Ou mandar dizer que não está em casa quando
toca o telefone. O grande problema é quando a mentira mergulha na má-fé.

No trecho “A enganação está em todo lugar porque ela oferece vantagens...”, as


palavras PORQUE e ELA, são, respectivamente:
a) Um anafórico de explicação e um articulador cujo referente é “vantagens”.
b) Um articulador de conclusão e um anafórico cujo referente é “enganação”.
c) Um articulador de explicação e um anafórico cujo referente é “enganação”.
d) Um anafórico cujo referente é “enganação” e um articulador de explicação.
e) Um articulador de finalidade e um anafórico cujo referente é “vantagens”.

6. O articulador PORTANTO, em “Mentir, portanto, é perfeitamente natural.”, poderia


ser substituído, sem alteração de sentido, por:
a) LOGO ou TAMBÉM
b) ENTÃO ou ENTRETANTO
c) ENTRETANTO ou NO ENTANTO
d) LOGO ou ASSIM
e) Nenhuma das alternativas está correta.

7. As expressões CUJA e MAS TAMBÉM, nos trechos “O exemplo mais conhecido é


o do camaleão, cuja pele tem a valiosa capacidade de se confundir com o
ambiente...” e “É bem verdade que usamos perfume para disfarçar o odor e as
mulheres passam batom para parecer mais desejáveis. Mas também lançamos mão
da linguagem, em palavras ou gestos, para enganar.”, são, respectivamente:

a) Um anafórico cujo referente é “exemplo” e um articulador de adição.


b) Um anafórico cujo referente é “camaleão” e um articulador de concessão.
c) Um articulador de adição e um anafórico cujo referente é “camaleão”.
d) Um articulador de conformidade e um anafórico cujo referente é “exemplo”.
e) Um anafórico cujo referente é “camaleão” e um articulador de adição.

8. Analisando a relação entre os anafóricos e os referentes relacionados abaixo,


verifique qual das alternativas está incorreta:

a) “esse hábito” – referente: “enganar e dissimular”. (primeiro parágrafo)


b) “deles” – referente: “os políticos”. (segundo parágrafo)
c) “mentira” – referente: “enganação”. (terceiro parágrafo)
d) “utilizá-la” – referente: “enganação”. (terceiro parágrafo)
e) “onde” – referente “Universidade de New England”. (terceiro parágrafo)

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AULA 05

ESTUDO DO PARÁGRAFO

Nas diversas situações do nosso cotidiano, convivemos com textos. Estes


podem ser uma conversa entre amigos, uma propaganda, uma história em
quadrinhos, um ata, um resumo, um ofício, uma resenha. Cada um desses textos
tem um modo específico de elaboração com estrutura, linguagem e objetivos
distintos. Um texto pode ser mais narrativo, enquanto outro serve-se especialmente
da descrição ou da argumentação. E é por isso que, no ensino fundamental e médio,
são estudados os modos de organização de um texto: narração, descrição e
dissertação/argumentação.
A escolha por um desses modos de organizar um texto depende da intenção
e das necessidades comunicativas do redator. Nesse sentido, se o objetivo do
locutor é, por exemplo, instruir seu interlocutor, ele produz um texto que se organiza
em torno de argumentos, uma vez que seu objetivo é convencer. Se o objetivo é
contar fatos reais ou fictícios, ele pode optar por produzir um texto que apresente em
sua estrutura os fatos, as pessoas ou personagens envolvidas, o momento e o lugar
em que os fatos ocorreram. Se é transmitir conhecimentos, o locutor deve construir
um texto que exponha os saberes de forma eficiente.
Dependendo da situação de produção de texto, este pode ser extenso ou
curto. O importante é organizar adequadamente as idéias do texto e, para isso,
existe o parágrafo, que é uma unidade de composição, uma microestrutura de uma
totalidade, o texto. Estruturalmente, os parágrafos são blocos ou parcelas de texto
que estabelecem seqüência de informações, mantendo a unidade de sentido. Os
parágrafos, à semelhança das orações que os compõem, mantêm relações de
sentido entre si. Por isso, os parágrafos têm funções importantes em relação à
coerência do texto: eles contribuem para assegurar a unidade e para possibilitar a
progressão das idéias.

Qual a importância do parágrafo no texto?

A divisão do texto em parágrafos é uma estratégia para facilitar a


compreensão do leitor, fazendo com que o receptor acompanhe a linha de raciocínio
do autor. Além disso, segundo Faraco e Tezza (2003), “O parágrafo tem, antes de
tudo, uma importância visual. O texto dividido em parágrafos ‘descansa’ a vista do
leitor, impedindo que o olhar se perca num emaranhado sem fim de linhas” (2003, p.
208)
Um texto dissertativo-argumentativo é formado, geralmente, por um parágrafo
que introduz o tema da redação, outros que o desenvolvem e um último que conclui
o texto. A paragrafação serve para o autor indicar o movimento de um texto.

ESTRUTURA DO PARÁGRAFO-PADRÃO

A estrutura do parágrafo-padrão em um texto dissertativo compreende três


partes: introdução, desenvolvimento e conclusão.

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a) introdução: consiste em um período que expressa, de maneira geral e suscinta,


a idéia-núcleo do parágrafo, ou seja, contém a frase-chave do resto do parágrafo.

b) desenvolvimento: é formado por períodos secundários, que constituem


explicações, detalhes e desenvolvimento da idéia-chave.

c) conclusão: é um período que anuncia o clímax do parágrafo ou sintetiza seu


conteúdo.

Observe um exemplo de parágrafo-padrão e as partes que o compõem.

O futebol da várzea está em extinção. A prática quase centenária do jogo de bola


nos terrenos vazios e nos saudosos “campinhos” é escassa nos dias de hoje. Nos
anos 30 eram comuns as peladas que reuniam jovens de todas as idades, dos 10
aos 50 anos e times que disputavam o poder da pelota. Primeiro veio a especulação
imobiliária e muitos dos terrenos destinados à prática do esporte se foram na
construção de edifícios. Depois vieram os anos de denúncias vazias e a falta de
moradias populares. Conseqüentemente, aumentaram as ocupações de áreas
urbanas não construídas, o que acarretou a diminuição radical dos jogos de
bola nos campinhos.

O parágrafo-padrão apresenta
Introdução Exposição da idéia central do parágrafo. Objetivos: apresentar
a idéia-núcleo e estimular a continuação da leitura.
Desdobramento da idéia núcleo.
Desenvolvimento Objetivo: expor idéias secundárias que explicam ou esclarecem
a idéia central, através de exemplos, comparações, etc.
Conclusão ou fechamento do parágrafo.
Conclusão Objetivo: finalizar o parágrafo, propondo uma retomada das
idéias, um questionamento, uma opinião, etc.

Exercícios
1. Identifique as partes (introdução, desenvolvimento e conclusão) dos
parágrafos a seguir:

a) A realidade brasileira deixa claro que o país é palco de grandes contradições


sociais, culturais e econômicas. A origem disso pode ser procurada e provavelmente
será encontrada na exploração do Brasil pelas grandes potências, que contavam
com o apoio de nossa elite e com a falta de voz ativa dos menos favorecidos. Além
disso, é preciso considerar que o país tem sido governado de maneira irresponsável
por alguns políticos. A atuação de Fernando Collor de Mello é exemplar nesse
sentido, pois permitiu que os “anões do orçamento” desviassem verbas públicas que
poderiam minimizar os problemas sociais da grande maioria da população em vez
de aumentar os cofres de uns poucos privilegiados. Diante dessas contradições e
dessas injustiças, os brasileiros precisam encontrar uma forma de tornar o país
menos contraditório e socialmente e economicamente mais justo.

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b) Hoje não se diz mais “cercou um frango”, diz-se “engoliu um frango”. Há quem
confunda uma coisa com outra e, confundindo-as, chegue a achar que noutros
tempo o torcedor tinha mais graça. A expressão “cercou um frango” era realmente
perfeita. Quando alguém, na arquibancada, pela primeira vez, gritou ”cercou um
frango”, todo mundo viu o frango, o gesto familiar de cercar um frango, o quíper de
braços abertos, acocorado, cerca a bola daqui, cerca a bola dali, a bola aos saltos,
fugindo, como um frango. Não se sente o mesmo no ”engoliu um frango”, embora o
torcedor vá ao ponto de, às vezes, medir ou pesar o frango. Este não foi frango, foi
uma galinha, e das gordas. Ou este foi um peru, e argentino. A verdade é que antes,
muito antes de se dizer “cercou um frango”, o torcedor, em relação ao gol, já
pensava no verbo engolir ou comer, mais em comer do que engolir. A prova está no
apelido de “Guloso” que se deu a um quíper da Mangueira. (Mário Filho, 1994, p.
150)

2. Analise o parágrafo abaixo. As frases de que se compõem constituem o


desenvolvimento de uma idéia anterior. Escolha, entre as alternativas abaixo, a
frase que contém a orientação básica do parágrafo, isto é, a introdução.
.................................................................. Temos criado, nesse país, uma geração-
tartaruga, uma geração medrosa, recolhida para dentro de si. E estamos todos
impregnados por esse espírito de tartaruga. Não temos coragem para contestar
nossos dirigentes, para nos opor às suas idéias e criar soluções alternativas. Agimos
apenas de maneira reativa, negativa, covarde.

a) Precisamos assumir o desafio de educar nossas crianças para desenvolver o


instinto da águia.
b) Com o atual sistema de ensino, estimulamos o espírito do medo e da covardia e
dele nos contaminamos.
c) Procuramos em nossas escolas fazer com que nossas crianças se recolham para
dentro de si e percam a agressividade – o instinto próprio do homem corajoso, capaz
de vencer o perigo que se lhe apresenta.

3. Os dois parágrafos a seguir encontram-se fora da ordem dada pelos autores.


Restitua a ordenação original, numerando, em ordem crescente, os períodos.
a) ( ) O quebra-quebra dominou o centro da cidade, e o governo perdeu o controle
da situação. ( ) No saldo final do protesto, 700 pessoas presas, 65 feridas e 20
mortas. ( ) Era a rebelião popular contra a vacinação antivariólica obrigatória. ( )
Arandelas de gás partidas, postes de iluminação vergados, fragmentos de vidro por
toda parte, paralelepípedos arrancados, bondes virados e incendiados. ( ) Entre 11
e 14 de novembro de 1904, o Rio de Janeiro transformou-se em praça de guerra. (
) A população montou barricadas para enfrentar os vacinadores e os soldados, que
foram agredidos com latas e pedras.

b) ( ) No decorrer desse período, suas faturas conosco chegaram ao montante de


centenas de milhares de cruzados. ( ) A nossa fábrica de cinzeiros Prudentina &
Irmãos, de Presidente Prudente, negocia com a empresa Comercial São José há 15
anos. ( ) Declaramos que as contas foram todas pagas até agora e tão prontamente
quanto as condições comerciais permitem. ( ) A Comercial São José nunca fez

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negócios conosco que não pudesse saldar e dela podemos afirmar que é honesta e
merecedora de crédito.

Nas questões 4 e 5, numere os períodos de modo a constituírem um texto coeso e


coerente e, depois, indique a seqüência numérica correta.

4. ( ) Por isso era desprezado por amplos setores, visto como resquício da era do
capitalismo desalmado.
( ) Durante décadas, Friedman - que hoje tem 85 anos e há muito aposentou-se da
Universidade de Chicago - foi visto como uma espécie de pária brilhante.
( ) Mas isso mudou; o impacto de Friedman foi tão grande que ele já se aproxima do
status de John Maynard Keynes (1883-1945) como o economista mais importante do
século.
( ) Foi apenas nos últimos 10 a 15 anos que Milton Friedman começou a ser visto
como realmente é: o mais influente economista vivo desde a Segunda Guerra
Mundial.
( ) Ele exaltava a ‘liberdade’, louvava os ‘livres mercados’ e criticava o 'excesso de
intervenção governamental.' (Baseado em Robert J. Samuelson, Exame, 1/7/1998)

a) 4, 2, 5, 1, 3
b) 1, 2, 5, 3, 4
c) 3, 1, 5, 2, 4
d) 5, 2, 4, 1, 3
e) 2, 5, 4, 3, 1

5. ( ) Na verdade, significa aquilo que um liberal americano descreveria (sem estar


totalmente correto, porém) como conservadorismo.
( ) Nos Estados Unidos, liberalismo significa a atuação de um governo ativista e
intervencionista, que expande seu envolvimento e as responsabilidades que
assume, estendendo-os à economia e à tomada centralizada de decisões.
( ) A guerra global entre estado e mercado contrapõe ‘liberalismo’ a ‘liberalismo’.
( ) No resto do mundo, liberalismo significa quase o oposto.
( ) Esta última definição contém o sentido tradicional dado ao liberalismo.
( ) Esse tipo de liberalismo defende a redução do papel do Estado, a maximização
da liberdade individual, da liberdade econômica e do papel do mercado. (Exame,
1/7/1998)

a) 1, 5, 3, 4, 2, 6
b) 3, 1, 4, 5, 6, 2
c) 2, 4, 5, 3, 6, 1
d) 4 , 2, 1, 3, 6, 5
e) 1, 3, 2, 6, 5, 4

FORMAS DE ELABORAÇÃO DA INTRODUÇÃO DO PARÁGRAFO

Há várias formas de começar a redação de um parágrafo, de introduzir a idéia


central a ser desenvolvida. Os modos mais comuns de iniciar um parágrafo são:
interrogação, declaração inicial e divisão.

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a) interrogação: o parágrafo começa com uma pergunta, seguindo-se o


desenvolvimento sob forma de resposta ou de esclarecimento.

O que fez do Betinho o Betinho? Sua capacidade de reduzir a vida pública


a um serviço em benefício dos excluídos. Nada mais. Isso pode soar banal, ou
mesmo laudação de necrológico. Desde que foi descoberta a banalidade do mal,
deixou-se de prestar atenção na fome, casa para quem não tinha morada e trabalho
para o desempregado. São coisas que, pela ordem moral das coisas, todo mundo
deveria ter.... (ZH, 11 ago. 1997)

b) declaração inicial: o autor afirma ou nega alguma coisa para, a seguir, justificar
ou fundamentar a asserção. É a forma mais tradicional de formular a introdução.

Em junho deste ano, a luz de Betinho começou a enfraquecer. Sem poder


se alimentar, o sociólogo acabou internado com pneumonia bacteriana, infecção oral
e insuficiência hepática, mas o tratamento não adiantou. Tanto insistiu que retornou
para casa, onde foi montada uma UTI portátil. (...) (ZH, 11 ago. 1997)

c) divisão: consiste em apresentar a idéia-núcleo do parágrafo sob a forma de


discriminação das idéias a serem desenvolvidas.

Duas realizações se destacam do rico legado deixado por Betinho: a


criação do Ibase e a campanha de Ação da Cidadania contra a Miséria e pela
Vida. O Ibase, Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas, é uma das mais
atuantes organizações não-governamentais do país. (...) A campanha contra a fome,
lançada em 1992, foi um obstinado trabalho em favor dos 32 milhões de brasileiros
totalmente desamparados. (...)

Exercício

Identifique o tipo de introdução dos parágrafos a seguir:


a) O caos se instalou no transporte coletivo. Acompanhando um estudante que
embarca no ônibus no centro e se desloca até o Campus, poderemos perceber a
situação. Os ônibus estão sucateados e os estudantes não têm onde sentar porque
todos os bancos já estão ocupados por pessoas que moram em regiões distantes do
centro, nas quais a lotação passa antes. Os estudantes precisam fazer acrobacias
para passar na roleta e manter consigo os materiais diante de batidas e pisões dos
outros passageiros. Ao final do trajeto, o estudante chega ao seu destino, mas está
cansado e atrasado.

b) O que é violência cotidiana? Os exemplos são muitos. É a crescente


concentração de renda em privilégio dos 20% mais ricos, que aumentou não só
entre 1960 e 1970, mas também entre esta data e 1976. É a exploração do trabalho.
Talvez o exemplo mais flagrante daquilo que pode ser chamado de violência
cotidiana pode ser encontrado no tempo de locomoção diária entre a residência e o
trabalho, que em média para quem mora nas zonas periféricas de São Paulo é de 4
horas. A observação a um desses exemplos mostrará claramente a violência por que
passam aqueles que levam adiante as engrenagens produtivas.
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c) Para obter sucesso profissional, duas práticas devem ser seguidas à risca: o
estudo contínuo e seriedade. Um profissional que não mantém uma educação
continuada pode perder espaço no mercado de trabalho por ignorar teorias e ações
recentes sobre determinada função de seu ramo de atuação. Aquele sujeito que não
mantém uma postura correta e brinca durante os exercícios de suas atividades
demonstra aos seus superiores e colegas que não tem a seriedade necessária para
o trabalho. Assim, estudar e manter seriedade são requisitos básicos para quem
quer alcançar êxito profissional.

FORMAS DE ELABORAÇÃO DO DESENVOLVIMENTO DO PARÁGRAFO

O desenvolvimento do parágrafo pode ser feito de várias formas. A principais


maneiras de desenvolver a idéia-chave da introdução são:

a) comparação: consiste em desenvolver a idéia-núcleo através de uma


comparação que pode apontar semelhanças ou diferenças entre as idéias
apresentadas na introdução.

Nos 1.143,017 Km do território sul-africano, é possível encontrar atrações


turísticas tão variadas como as existentes no Brasil, que é oito vezes maior. A
região vinícola da Província do Cabo lembra muito a zona do vinho do Rio
Grande do Sul; as matas e savanas do interior do país correspondem aos
cerrados e florestas da Amazônia e do mato Grosso. Diante de tantas
semelhanças, só um olhar ingênuo ignora que África e América são terras parecidas.

b) exemplificação: consiste na apresentação de casos, fatos, ocorrências que


ilustram o que se está tratando.

Muitos poluidores químicos contribuem para degradar os rios. Os resíduos


industriais são o exemplo mais dramático do prejuízo causado às fontes
naturais de água, pois contêm uma série de elementos químicos altamente
prejudiciais à vida aquática, como o benzeno, o aldeído e várias espécies de
ácidos. Os agrotóxicos são também poluidores que alcançam os rios,
envenenando e matando vários organismos, principalmente os peixes. Além
desses, os esgotos residenciais transportam para os rios diversos tipo de
poluidores químicos, dentre os quais o mercúrio. Assim, com vários agentes
nocivos, o rio tende a desaparecer, pois não há vida que suporte tanto mal.

c) apresentação de causas e/ou efeito: consiste na apresentação de razões,


motivação ou conseqüências relacionadas à idéia central anunciada na introdução.

As florestas tropicais vêm desaparecendo rapidamente. As motivações e as


conseqüências da destruição dessas matas estão sendo denunciadas
constantemente pelos ecologistas, preocupados com o futuro do planeta.
Destrói-se a floresta porque ela é um banco potencial para a fabricação de
medicamentos e uma fonte de matéria-prima para a satisfação de inúmeras
necessidades: alimentação, utensílios, móveis, energia. A destruição das
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matas também resulta da agricultura intensiva, que destrói a vegetação nativa


das áreas cultivadas. A destruição da floresta provoca o desaparecimento de
plantas, animais e da cultura de muitos povos. Diante dessa quadro lamentável,
cabe a nós buscar uma estratégia para impedir que as florestas desapareçam pó
completo e que parte de nossa “memória ambiental” mantenha-se viva para o
conhecimento de gerações posteriores.

d) apelo ao testemunho de autoridade: consiste na recorrência a frases, citações,


relatos proferidos por um especialista ou uma autoridade para conferir ao texto maior
credibilidade.

Quantos diabos há? O número é infinito. Segundo o célebre doutor em


demonologia, Dr. Blook, o cálculo é simples, porque cada homem tem um
diabo que o acompanha sempre como sua própria sombra, devendo, portanto,
o número de diabos ser igual ao número de criaturas de que se compõe a
humanidade e isso sem contar os demônios vadios, que andam pelo ar, pelo
solo, pelas águas, sem ocupação, passando..... Assim, fica fácil perceber que o
número de diabos é igual ao número de homens, vadios ou não, existentes no
mundo.

EXERCÍCIOS
1. Leia os excertos a seguir e identifique como são desenvolvidos os
parágrafos.
a) A prática de redação é muito importante para a formação profissional. Não é
apenas pela necessidade de redigir cartas, relatórios, ofícios que um administrador,
por exemplo, precisa saber escrever. A prática da redação é fundamental porque é
um excelente treinamento para a organização do raciocínio e para o
desenvolvimento da capacidade de expressão. Nesse sentido, todos devem
aperfeiçoar a competência comunicativa.
b) A violência é um dos problemas mais graves no Brasil e pode estar associada ao
desnível social, econômico e cultural da população. Constantemente jovens,
crianças e adultos são expostos a agressões, roubos e morte, por exemplo.
Segundo a professora de Sociologia da Universidade de São Paulo, a violência deve
ser entendida como um fenômeno atrelado à desigualdade social: quanto mais
dificuldades maiores são as chances de se cometer violência.. Nesse sentido, pode-
se concluir que ações violentas são motivadas pro questões sociais, motivadas pelas
pelo altos índices de miséria e injustiça social.
c) As estratégias que a sociedade adota para combater a violência são diversas. Um
exemplo dessas medidas são as baseadas na emoção, na ação impulsionada pelo
sentimento. Outra forma encontrada busca resolver a violência com base no
conhecimento popular, já que o conhecimento científico sobre o tema raramente é
levado em consideração. Como reflexo, o tratamento das pessoas violentas evoluiu
muito pouco no decorrer do século XX. Como se percebe, ainda não existem
soluções definitivas para acabar com a violência.

2. Dê continuidade aos enunciados apresentados a seguir, estabelecendo a relação


lógica indicada entre parênteses e usando elemento de coesão adequado para unir
as informações.
a) A China tem apresentado crescimento sócio-econômico altíssimo. (causa)

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b) A China tem apresentado crescimento sócio-econômico altíssimo.


(exemplificação)
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3. Elabore um desenvolvimento para o parágrafo a seguir:


A realidade brasileira é marcada por contradições sociais, culturais e econômicas.
........................................................................................................................................
........................................................................................................................................
........................................................................................................................................
Diante dessas contradições, os brasileiros precisam se perguntar qual é de fato o
significado do dia 7 de setembro para o nosso país.

4. VAMOS DESENVOLVER A HABILIDADE DE DESENVOLVER PARÁGRAFOS?


(ENADE 2007) Leia os textos a seguir:

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Agora é vero. Deu na imprensa internacional, com base científica e fotos de satélite:
a continuar o ritmo atual da devastação e a incompetência política secular do
Governo e do povo brasileiro em contê-la, a Amazônia desaparecerá em menos de
200 anos. A última grande floresta tropical e refrigerador natural do único mundo
onde vivemos irá virar deserto.

Internacionalização já! Ou não seremos mais nada. Nem brasileiros, nem


terráqueos. Apenas uma lembrança vaga e infeliz de vida breve, vida louca, daqui a
dois séculos.

A quem possa interessar e ouvir, assinam essa declaração: todos os rios, os céus,
as plantas, os animais, e os povos índios, caboclos e universais da Floresta
Amazônica.Dia cinco de junho de 2005. Dia Mundial do Meio Ambiente e Dia
Mundial da Esperança.A última. (CONCOLOR, Felis. Amazônia? Internacionalização
já! In: JB ecológico. Ano 4, no 41, jun. 2005, p. 14, 15. fragmento)

A tese da internacionalização, ainda que circunstancialmente possa até ser


mencionada por pessoas preocupadas com a região, longe está de ser solução para
qualquer dos nossos problemas. Assim, escolher a Amazônia para demonstrar
preocupação com o futuro da humanidade é louvável se assumido também, com
todas as suas conseqüências, que o inaceitável processo de destruição das nossas
florestas é o mesmo que produz e reproduz diariamente a pobreza e a desigualdade
por todo o mundo.

Se assim não for, e a prevalecer mera motivação “da propriedade”, então seria
justificável também propor devaneios como a internacionalização do Museu do
Louvre ou, quem sabe, dos poços de petróleo ou ainda, e neste caso não totalmente
desprovido de razão, do sistema financeiro mundial. (JATENE, Simão. Preconceito e
pretensão. In: JB ecológico. Ano 4, no 42, jul. 2005, p. 46, 47. fragmento)

A partir das idéias presentes nos textos acima, expresse a sua opinião,
fundamentada em dois argumentos sobre a melhor maneira de se preservar a
maior floresta equatorial do planeta.

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FORMA DE ELABORAÇÃO DE CONCLUSÃO DO PARÁGRAFO

A redação da conclusão de um parágrafo pode reorganizar enfaticamente as


principais idéias do desenvolvimento. Isso pode ser feito através da elaboração de
uma frase expressiva, de uma frase que reafirma a tese do parágrafo, de uma frase
interrogativa que deixa questões ao leitor, etc. Por isso, a conclusão pode ser do tipo
síntese, proposta ou pergunta.
Nos parágrafos a seguir, observe as conclusões:
a) Os problemas encontrados no Gol (Grande Ônibus Lotado) não são poucos.
Depois de muitos minutos em uma parada de ônibus, chega o GOL. Logo na
entrada, é aquele empurra-empurra e, como música ao fundo, ouve-se “um passinho
pra frente pessoal”. Todos respiram o mesmo gás carbônico, porque num contexto
como esse o oxigênio já nem existe mais. Chegando ao destino, um alívio:
finalmente a viagem acabou. Após o término das aulas, o sufoco recomeça. E
pode contar, no outro dia, novamente tudo irá se repetir.
b) A vida agitada das grandes cidades aumenta os índices de doenças do
coração. Somente na última década, segundo informações da Secretaria da Saúde
do Estado de São Paulo, o paulista se infartou vinte vezes mais do que no decênio
anterior. O stress causado pela vida intensa acelera os batimentos cardíacos, por
intermédio da injeção exagerada de adrenalina, e apressa o surgimento de doenças
do coração. Assim, nesse contexto, há como não sofrer problemas cardíacos?

Na redação de um parágrafo, devem-se observar algumas características para


que o texto tenha qualidade. E quais são essas qualidades?
• O parágrafo deve ter unidade: as idéias e frases devem ser coerentes. Isto é,
as frases devem estar intimamente inter-relacionadas de tal modo que todas
relacionem-se ao tema.

• As frases podem ser ligadas por elementos de coesão conforme o sentido que
expressam:

Elementos de coesão Idéia que expressam


Mas, porém, todavia, contudo, no entanto, Adversidade
entretanto
Enquanto, ao passo que, à proporção que, à Proporção
medida que
Tanto... quanto, como, assim como, do que Comparação
Embora, ainda que, se bem que, mesmo que Concessão
Porque, visto que, uma vez que, já que Causa
Conseqüentemente, por conseguinte, de modo que Conseqüência
Logo, portanto, desse modo, assim, então Conclusão

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• Evitar a redação de frases muitos longas, como também somente o uso de


frases curtas. A variação no comprimento das frases do parágrafo é um
procedimento para realçar as idéias.

• A simplicidade deve prevalecer sobre a linguagem rebuscada. Não usar


palavras cujo significado não seja familiar. Exemplo: O Senhor Mauro da Costa é um
quiropedista. Pedicuro)

• Evitar repetições de palavras e idéias. Exemplos:


Isto acontece com os velhos já idosos há 20 anos atrás.
O poder aquisitivo de adquirir bens.
O trabalho apresenta um estudo pertinente sobre o perfil do contabilista. Nesse trabalho,
são apresentadas dez competências necessárias ao contabilista no século XXI.

• Evitar ambigüidades.
A especialidade da loja é vender cama para crianças de ferro.
Despediram-se os empregados.
È proibido dirigir um carro ébrio. O funcionário obteve licença por doença de dez dias.

• Evitar chavões, lugares-comuns:


O presente trabalho apresenta....
Desde os tempos mais remotos,....
A cada dia que passa....
Eu não tenho palavras para dizer....
Hoje em dia este é um assunto muito debatido.

• Observar a norma culta da língua portuguesa: cuidar ortografia, concordância,


regência, etc.

• Empregar corretamente a pontuação. A pontuação inadequada pode alterar o


sentido da frase. Exemplo:
Meu amigo saiu, não está aqui.
Meu amigo? Saiu não, está aqui.
Meu amigo saiu? Não está aqui?

• Evitar o uso de abreviaturas.

• Evitar fragmentos de frases: escrever frases sempre com sentido completo.


Exemplo: “Embora não tenhamos vendido muito.” Observe-se que a frase ficou
inacabada; é um fragmento apenas. Estaria completa com a oração principal:
“Embora não tenhamos vendido muito, recebemos elogios do diretor.”

PROPOSTA DE REDAÇÃO ENADE 2006


QUESTÃO 10 – DISCURSIVA
Leia com atenção os textos abaixo.

Duas das feridas do Brasil de hoje, sobretudo nos grandes centros urbanos, são a
banalidade do crime e a violência praticada no trânsito. Ao se clamar por solução,
surge a pergunta: de quem é a responsabilidade?

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Diante de uma tragédia urbana, qualquer reação das


São cerca de 50 mil pessoas diretamente envolvidas é permitida. Podem sofrer,
brasileiros assassinados a revoltar-se, chorar, não fazer nada. Cabe a quem está de
cada ano, número muito fora a atitude. Cabe à sociedade perceber que o drama que
superior ao de civis mortos naquela hora é de três ou cinco famílias é, na verdade, de
em países atravessados por todos nós. E a nós não é reservado o direito da omissão.
guerras. Por que se mata Não podemos seguir vendo a vida dos nossos jovens
tanto? Por que os escorrer pelas mãos. Não podemos achar que evoluir é
governantes não se aceitar crianças de 11 anos consumindo bebidas alcoólicas
sensibilizam e só no e, mais tarde, juntando esse hábito ao de dirigir, sem a
discurso tratam a segurança menor noção de responsabilidade. ( ... ) Queremos diálogo
como prioridade? Por que com nossos meninos. Queremos campanhas que os
recorrer a chavões como alertem. Queremos leis que os protejam. Queremos mantê-
endurecer as leis, quando já Ios no mundo para o qual os trouxemos. Queremos - e
existe legislação contra a precisamos - ficar vivos para que eles fiquem vivos.
impunidade? Por que deixar
(O Dia, Caderno Especial. Rio de
tantos jovens morrerem,
tantas mães chorarem a Janeiro, 10 set. 2006.)
falta dos filhos?
(O Globo. Caderno
Especial. 2 se!.
2006.)

Com base nas idéias contidas nos textos acima, responda à seguinte pergunta,
fundamentando o seu ponto de vista com argumentos.
Como o Brasil pode enfrentar a violência social e a violência no trânsito?

Observações:
• Seu texto deve ser dissertativo-argumentativo (não deve, portanto, ser escrito em
forma de poema ou de narração).
• O seu ponto de vista deve estar apoiado em argumentos.
• Seu texto deve ser redigido na modalidade escrita padrão da Língua Portuguesa.
• O texto deve ter entre 8 e 12 linhas.

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Disciplina de Língua Portuguesa Aplicada
Profa. Ms. Ana Paula Teixeira Porto

AULA 06

REDAÇÃO COESA E COERENTE


Exercícios
1. Leia os excertos seguir sobre tema “Drogas nas escolas”:

"É ali que os jovens aprendem a beijar e têm sua "Já experimentei maconha, ecstasy, LSD e lança
iniciação sexual, mas também pode ser ali o lugar perfume, sempre em festas e na companhia de
onde eles terão o primeiro contato com as drogas", amigos. Na minha escola, entre os mais velhos,
afirma Ronaldo Laranjeira, psiquiatra e difícil é achar quem nunca usou nenhuma dessas
coordenador da Unidade de Pesquisa em Álcool e coisas", diz uma garota de apenas 14 anos, que
Drogas na Faculdade de Medicina da Universidade estuda em um colégio de classe média de São
Federal de São Paulo (Unifesp). Paulo.

Devido à sua ação sobre o sistema nervoso central, A experiência começa com drogas legais, como
o crack gera aceleração dos batimentos cardíacos, álcool, tabaco e cola de sapateiro. Em seguida,
aumento da pressão arterial, dilatação das pupilas, entram as drogas ilícitas e, entre essas, a
suor intenso, tremores, excitação, maior aptidão maconha está em primeiro lugar quando se trata
física e mental. Os efeitos psicológicos são euforia, de ambiente escolar
sensação de poder e aumento da auto-estima.

Considerando os excertos sobre o tema, apresente um desenvolvimento de um parágrafo-padrão,


composto por:

a) Apresentação de conseqüência
DROGAS: O PERIGO RONDA AS ESCOLAS
As drogas cada vez mais estão invadindo os espaços escolares. ____________________
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
b) Exemplificação
DROGAS: O PERIGO RONDA AS ESCOLAS
As drogas cada vez mais estão invadindo os espaços escolares. ____________________
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________

c) Apelo a testemunho de autoridade


DROGAS: O PERIGO RONDA AS ESCOLAS
As drogas cada vez mais estão invadindo os espaços escolares. ____________________
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________

2. Assinale a alternativa que corretamente estabelece coesão do parágrafo a seguir:


Incentivar os alunos a se exercitar não evita somente problemas como a obesidade,
________melhora o desempenho escolar dos estudantes. _________ é a conclusão de um
estudo americano _________ sugere que os alunos em boa forma tendem a apresentar
melhores notas na escola.

a) mas também – Essa – que

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b) todavia – Essa – porque
c) mas – Essa – que
d) porém – Essa – que
e) como também – Esta – que

3. Uma pessoa está sendo acusada de homicídio. Ao ser presa, faz a seguinte declaração:

“Podem acusar-me: estou com a consciência tranqüila”.

Os dois pontos poderiam ser substituídos por uma conjunção, o que foi feito nas frases abaixo.
Selecione aquela que você acha que faz sentido, levando em consideração o contexto em que ela
foi dita e tentando justificar suas escolhas.

a) Podem acusar-me, porque estou com a consciência tranqüila.


b) Podem acusar-me, mas estou com a consciência tranqüila.
c) Podem acusar-me, portanto estou com a consciência tranqüila.
d) Podem acusar-me, e estou com a consciência tranqüila.
e) Podem acusar-me, ou estou com a consciência tranqüila.

4. “...mesmo nesses casos, é visto como pecado e, portanto, inadmissível. No mundo jurídico de
um Estado laico, porém, as coisas não funcionam assim”; os termos que substituem, de forma
adequada, respectivamente, os sublinhados no segmento dado, são:
(A) logo / entretanto;
(B) por isso / pois;
(C) assim / visto que;
(D) então / embora;
(E) logo que / todavia.

(CONCURSO - DELEGADO DE POLÍCIA)


Texto II
1. Os faróis quebrados e os grafites assinalam que ninguém se importa. E, se ninguém se importa,
tudo é permitido.
2. Experiência básica em psicologia social: se abandono um carro num bairro de classe média, ele
será depenado só depois de oito semanas.
3. Outra: num metrô coberto de grafite a criminalidade é muito mais alta do que no mesmo metrô
se ele for lavado e limpado a cada noite. Por quê?
4. A teoria das janelas quebradas, nos anos 90, revolucionou nossas idéias em matéria de
manutenção da ordem social (George Kelling e Catherine Coles, "Fixing Broken Windows",
Arrumando janelas quebradas).
5. Se, antes de abandoná-lo, aplico algumas boas marteladas nos faróis e na lataria, ele será
depenado em três dias.
(CALLIGARIS, C. Folha de São Paulo. Ilustrada. 08/09/2005.)

5. Marque a ordem que devem assumir os trechos para que esse texto seja coerente e coeso.
A) 2, 4, 3, 5, 1
B) 5, 1, 4, 3, 2
C) 4, 3, 1, 2, 5
D) 2, 1, 4, 5, 3
E) 4, 2, 5, 3, 1

(CONCURSO - DELEGADO DE POLÍCIA)


6. Na sentença Outra: num metrô coberto de grafite a criminalidade é muito mais alta do que no
mesmo metrô se ele for lavado e limpado a cada noite., a oração grifada expressa sentido de
A) condição.

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B) concessão.
C) comparação.
D) conseqüência.
E) conclusão.

7. (AUX. ENF) No trecho – ... e já humilhei alguns. Mas sempre aparece alguém para dizer... – a
palavra Mas expressa a idéia de
(A) adição.
(B) alternância.
(C) conclusão.
(D) oposição.
(E) explicação.

8. (AUX. OPE) Na frase – Não executei o trabalho, já que não me pagariam. – a conjunção já que
expressa o sentido de
(A) causa.
(B) conseqüência.
(C) tempo.
(D) condição.
(E) comparação.

9. (AG. ADM) Assinale a alternativa que substitui adequadamente a expressão além disso em:
Além disso, as vassouras foram trocadas pelos jatos de água quente...
(A) Apesar disso.
(B) Ademais.
(C) Contudo.
(D) Em virtude disso.
(E) Ao contrário.

10. (AG. ADM)Assinale a alternativa em que a palavra manteria o mesmo sentido de mas em:
Frescura e motivo de piada para alguns, mas sofrimento legítimo para muitos...
(A) inclusive.
(B) exceto.
(C) pois.
(D) consequentemente.
(E) todavia.

11. (AG. OPE) Na frase – Algumas medidas já foram adotadas para combater essa vergonhosa
realidade – a preposição para expressa a idéia de
(A) causa.
(B) conseqüência.
(C) condição.
(D) tempo.
(E) finalidade.

12. Quando o governo decidiu construir o maior estádio do mundo, para servir de palco principal
da Copa de 1950, seu nome ganhou a honra de batizá-lo: Mário Filho, vulgo Maracanã.

As expressões em destaque, Quando e para, no texto, estabelecem, respectivamente, relação de


(A) causa e conclusão.
(B) explicação e concessão.
(C) tempo e finalidade.
(D) proporção e conseqüência.
(E) comparação e adversidade.

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13. (AG. ADM) Assinale a alternativa que completa, correta e respectivamente, a lacuna das
frases.
I. Entre ________ e os funcionários deste setor, não há pontos discordantes.
II. Para ________ aceitar essa oferta, é preciso haver aumento substancial de salário.
III. As informações referentes aos novos funcionários não chegam até ____________ .
IV. Para __________ , não foi motivo para demissão.
(A) eu ... mim ... mim ... mim
(B) mim ... eu ... eu ... mim
(C) eu ... mim ... eu ... eu
(D) mim ... eu ... mim ... mim
(E) eu ... eu ... mim ... eu

14. (AG. ADM)Leia as frases.


I. A empresa está ___________ atrasada com o pagamento do salário dos funcionários.
II. As notas fiscais estão ___________ ao processo.
III. A entrega das encomendas deve acontecer com ____________ demora.
Assinale a alternativa que completa, correta e respectivamente,
a lacuna das frases.
(A) meia ... anexas ... menos
(B) meio ... em anexas ... menos
(C) meia ... anexo ... menas
(D) meio ... anexas ... menos
(E) meia ... em anexo ... menos

15. Qual é a ordenação coerente e coesa das frases abaixo, retiradas da Veja,com,?
( ) Apesar do insistente discurso pró-educação do governo, a taxa de analfabetismo no
Brasil permaneceu praticamente inalterada em 2008 em relação ao ano anterior.
( ) Segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), divulgada nesta sexta-
feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), havia cerca de 14,2 milhões de
analfabetos com mais de 15 anos de idade no Brasil em 2008, quando a taxa foi estimada em
10%.
( ) Em 2007, a taxa foi de 10,1%.
( ) As disparidades regionais, no que diz respeito ao analfabetismo, não diminuíram no ano
passado, quando a região Nordeste apresentava uma taxa de 19,4%, quase o dobro da nacional.
( ) Porém, segundo destaca o documento de divulgação da Pnad, o Nordeste foi "a única região
a apresentar queda expressiva" na taxa de analfabetismo no ano passado em relação a 2007,
quando chegava a 19,9%.
( ) Já a taxa de analfabetismo funcional, representada pela proporção de pessoas de 15 anos ou
mais de idade com menos de quatro anos de estudos completos, foi estimada em 21% em 2008,
ante 21,8% em 2007.
( ) No ano passado, ainda havia 30 milhões de analfabetos funcionais no Brasil.

COESÃO

PRINCIPAIS PROBLEMAS DE COESÃO

AMBIGÜIDADE
A ambigüidade pode ser usada para obter um efeito de sentido no receptor. Se ela for
produzida de forma involuntária e não tiver essa finalidade como recurso textual, será considerada
indevida e inadequada por dificultar a compreensão do texto pelo interlocutor.
Para obter coesão e coerência é preciso, portanto, evitar essa ambigüidade, causada por
pontuação imprópria, por problemas de construção textual e por emprego de palavras com mais
de um sentido, que podem gerar, de forma não intencional, mais de uma possibilidade de
interpretação. Veja:

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O computador tornou-se um aliado do homem, mas esse nem sempre realiza todas as
suas tarefas.
O sentido da frase ficou ambíguo, porque as palavras esse e suas podem referir-se tanto a
“computador” quanto a “homem”. Tanto este quanto aquele podem não realizar o seu trabalho por
completo.
Para que não ocorra ambigüidade, pode-se escrever essa frase assim:
O computador, apesar de ser um aliado do homem, não consegue realizar todas as tarefas
humanas.
Observe alguns casos freqüentes de ambigüidade, que podem ser problemáticos:

a) problemas com o uso de pronomes possessivos


Raquel preparou a pesquisa com Sílvio e fez sua apresentação.
b) problemas com o uso de pronomes relativos
Visitamos o teatro e o museu cuja qualidade artística é inegável.
c) problemas com o uso de formas nominais
O pai viu o filho chegando em casa bem tarde.
d) colocação inadequada de palavras
O cliente aborrecido recusou o vinho por causa da safra.

EXERCÍCIO
O texto a seguir refere-se às questões 1 e 2.
Crime hediondo
Promotor usa informática para reproduzir homicídio
1. A manchete publicada pelo jornal O Estado de São Paulo apresenta a possibilidade de uma
interpretação absurda.
a) Que interpretação é essa?
b) Qual a expressão que dá margem a essa leitura?

2. Qual é a interpretação adequada da manchete transcrita?

3. No texto a seguir, extraído da revista Veja, em 10 de março de 2004, há uma ambigüidade.


Identifique-a e refaça o trecho, procurando desfazer a ambigüidade.
“Gastou mais de 12 milhões de dólares herdados do pai, cuja família fez fortuna no ramo de
construção de estradas de ferro, com festas, viagens, bebidas e mulheres.”

4. Assinale a alternativa que apresenta ambigüidade:


a) O Sport pega o Náutico sem cinco titulares.
b) Grevistas exigem aumento salarial e mais apoio do governo.
c) Cada aluno desta sala leu dois livros.
d) A homenagem ao governador foi emocionante.
e) A compra dos livros ocorreu durante a feira.

5. Assinale a alternativa que não apresenta ambigüidade:


a) O pai espera que o filho seja sempre como ele é.
b) Brasil chega à vice-liderança após vencer o Chile, em seu estádio.
c) Veja as fotos da capela que fiz para minha avó.
d) A secretária disse ao chefe que a sua viagem estava marcada.
e) Encontrei a caderneta, na qual eu anoto todos os meus gastos.

REDUNDÂNCIA
A redundância pode dificultar o entendimento do texto em virtude do uso de idéias e
palavras repetidas ou desnecessárias, que comprometem a clareza da mensagem. Para evitar
essa repetição, é preciso tirar palavras supérfluas a fim de sintetizar informações e não
comprometer a qualidade do texto.
A repetição pode ser um recurso estilístico quando há uma intenção especial em repetir
palavras ou idéias, como é perceptível em textos humorísticos, publicitários, literários, etc. Mas há

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casos em que se deve evitá-la, para que a linguagem não se torne inadequada. Veja alguns casos
comuns de redundância:
a) palavras próximas e idênticas
O povo exige seus direitos, os direitos do povo devem ser respeitados.
b) repetições exageradas
O ministro apresentou sua proposta de trabalho, mas o ministro não foi claro em várias questões e
as argumentações do ministro não foram aceitas.

EXERCÍCIOS
1. Reescreva estas frases, eliminando a redundância.
a) Atualmente, nos grandes centros urbanos, ocorre uma onda de violência que vem causando um
pânico crescente, nos dias de hoje, entre as pessoas.
b) É preciso coragem! Encare as dificuldades de frente.
c) Este mês ganhei um brinde grátis pela assinatura de uma revista.
d) na volta das férias, tivemos uma surpresa inesperada: o caso das provas desaparecidas
chegara a seu desenlace final.
e) Entre dentro de casa e fique aqui ou saia já para fora. Não quero esse vaivém.
f) há poucos dias atrás seriam aceitas estas evidências tão claras como provas do atentado.

2. Identifique a ambigüidade nas frases e reescreva cada uma, optando por um dos sentidos
possíveis.
a) O médico examinou o cliente preocupado.
b) A diretora contratou a professora. Ela reside próximo à escola.
c) Michele telefonou para Rodrigo e avisou-lhe sua amiga ia chegar naquela semana.
d) Peguei o ônibus correndo.
e) Vi um desfile andando pela cidade.

3. Assinale a ÚNICA frase em que a ordem de colocação das palavras NÃO produz ambigüidade.
a) Rossi pede ao STF processo por calúnia contra Motta.
b) É só colocar as moedas, girar a manivela e ter a escova já com pasta embalada nas mãos.
c) Casal procura filho seqüestrado via Internet.
d) Câmara torna crime porte ilegal de armas.
e) Regressou a Brasília depois de uma cirurgia cardíaca com cerimonial de chefe de Estado.

4. Observe o seguinte texto:


Perigo
Árvore ameaça cair em praça do Jardim Independência
Um perigo iminente ameaça a segurança dos moradores da Rua Lúcia Tonon Martins, no
Jardim Independência. Uma árvore, com cerca de 35 metros de altura, que fica na Praça
Conselheiro da Luz, ameaça cair a qualquer momento. Ela foi atingida, no final de novembro do
ano passado, por um raio e, desde este dia, apodreceu e morreu.
A árvore, de grande porte, é do tipo Cambuí e está muito próxima à rede de iluminação
publica e das residências. “O perigo são as crianças que brincam no local”, diz Sérgio Marcatti,
presidente da Associação de Bairro.
(Jornal Integração, 16 a 31 ago. 1996)
a) O que pretendia afirmar o presidente da Associação?
b) O que ele afirma, literalmente?
c) Na placa abaixo, podemos encontrar o mesmo tipo de ambigüidade que havia na declaração de
Sérgio Marcatti. O que tornaria divertida a leitura da placa?
CUIDADO ESCOLA!
NOTA: Para responder, leve em conta as seguintes acepções do termo “perigo”, constantes do
Novo dicionário de Língua Portuguesa, de Aurélio Buarque de Holanda Ferreira:
Perigo: 1. Circunstância que prenuncia um mal para alguém ou para alguma coisa. 2. Aquilo que
provoca tal circunstância; risco. 3. Estado ou situação que inspira cuidado; gravidade.

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ESTRATÉGIAS PARA ELIMINAR PROBLEMAS DE COESÃO

ELIPSE
É o apagamento da segunda ocorrência do termo, que fica, assim, subentendido no
enunciado.

Tive dois grandes amigos na vida, além de meus filhos. Um deles foi Guilherme da Silveira,
patrono de Bangu. O outro, o professor Flávio Costa. Muitos dizem que fui um grande jogador.
Não tenho motivos para discordar. (Domingos da Guia, ex-jogador de futebol da Seleção
Brasileira)

PALAVRAS REFERENCIAIS
São palavras usadas para retomar expressões ou frases anteriores, evitando a repetição
desnecessária de vocábulos.

Fabiano Gonçalves ouvira falar em juros e prazos. Isto lhe dera uma impressão bastante penosa:
sempre que os homens sabidos lhe diziam palavras difíceis, ele saía logrado.

EXERCÍCIOS

1. Leia o fragmento seguinte, extraído de notícia publicada em jornal sob o título Separatistas do
Quebec mudam estratégia.
Em uma desafiante mudança de estratégia, os separatistas do Quebec anunciaram ontem que
permanecerão no Parlamento federal - apesar de sua recente derrota no referendo sobre a
secessão – a fim de lutar contra as propostas que sejam apresentadas com o objetivo de manter o
Quebec como parte integrante do Canadá. (Gazeta do Povo, 3 nov. 1995)

O pronome possessivo sua, que aparece no fragmento, refere-se ao antecedente:


a) secessão
b) recente derrota
c) separatistas do Quebec
d) Parlamento federal
e) desafiante mudança de estratégia

LEIA O TEXTO A SEGUIR:

As profissões mais bem pagas

01 Desejo de ficar rico pode não ser um critério determinante em testes vocacionais, mas é prudente
saber quais são as perspectivas financeiras de uma profissão antes de investir nela tempo e
dinheiro. Um dos estudos mais completos sobre salários é o da Fundação Getulio Vargas. Com base
nele, foi elaborado o ranking desta reportagem. O critério utilizado para revelar os campeões da
remuneração foi o salário médio de cada profissão em todo o país. Algumas variáveis tendem a
puxar os valores para cima. Entre elas, viver nos estados do Sudeste e em metrópoles. Para ganhar
bem, no entanto, não basta escolher uma das carreiras que encabeçam a lista. "Médicos, advogados
e engenheiros podem ter bons salários na média, mas mesmo eles não vão muito longe sem
vocação, competência e um bom nível de conhecimento profissional", diz Marcelo Ferrari, consultor
sênior da área de capital humano da Mercer, em São Paulo. Ou seja, de nada adianta optar por
direito, sonhando em ser um dia um juiz com ótimo salário inicial, se não se tem gosto pelo estudo
das leis, pelo debate de ideias e pela leitura. Outra regra que vale para todas as profissões:
rendimentos mensais de seis dígitos são privilégio de muito poucos. Guiar-se por eles na escolha da
profissão possivelmente levará a incômodas decepções no futuro. Por mais competente que alguém
seja e por mais que se empenhe na carreira, há sempre no percurso uma infinidade de condições
que ajudam a chegar ao topo - ou atrapalham. Aliar-se com as pessoas certas, ter bons chefes,
deparar com as oportunidades no momento ideal, atuar em um setor de atividade que subitamente
cresce em relevância econômica - enfim, há circunstâncias que, em geral, não podem ser previstas
e quase sempre têm impacto na evolução profissional. "Por isso, o melhor é não ficar enjaulado em

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uma carreira: aprenda outras atividades e tenha sempre um plano B", diz César Souza, presidente
da consultoria Empreenda, de São Paulo.

Há três caminhos que, em geral, levam a bons salários. O primeiro é procurar vagas nas empresas
líderes de cada setor, pois costumam ser as que mais crescem e, portanto, as que oferecem as
melhores oportunidades e pagam melhor. Um analista financeiro júnior que começa ganhando mais
que a média de mercado em uma empresa pequena, por exemplo, pode demorar até sete anos para
ser promovido. Em uma companhia líder, em quatro anos, em média, ele já passa a ocupar o cargo
de analista sênior, com um salário maior. O segundo caminho, válido para profissionais liberais, é
conquistar bons clientes e assumir a propriedade do próprio nariz. Os médicos, arquitetos e
advogados mais bem-sucedidos (leia-se, com os melhores rendimentos) quase sempre atendem em
consultório ou escritório próprio. O terceiro caminho é optar por carreiras do serviço público com
bons salários iniciais, como fiscal da Receita Federal ou juiz.

Para ganhar bem, não se pode parar de estudar nunca. A pesquisa da FGV acrescenta novas
comprovações à já consolidada tese de que o investimento em educação aumenta salários e reduz a
possibilidade de desemprego. A taxa de ocupação entre os brasileiros em idade ativa que nunca
passaram de um ano de estudo é de 60%. Entre os que estudaram dezoito anos ou mais, 91% têm
trabalho. Quanto aos salários, cada ano de estudo adicional representa um aumento médio de 15%
no valor recebido no fim do mês. O ideal, portanto, é não ficar só no diploma universitário. Cursos
de especialização e pós-graduação fazem diferença no contracheque de carreiras em que o
conhecimento técnico é essencial, como medicina e análise de sistemas. "Uma experiência sólida no
exterior, seja acadêmica, seja profissional, também influencia positivamente no nível salarial e no
rumo que a carreira toma", diz Renato Bagnolesi, headhunter da Robert Wong Consultoria
Executiva. Trata-se de um investimento com um alto retorno na vida pessoal. Afinal, um bom salário
costuma ser diretamente proporcional à satisfação no trabalho. (Disponível em:
http://veja.abril.com.br/111109/profissoes-mais-bem-pagas-p-190.shtml. Acesso em 30 mar 2010)

1. “Desejo de ficar rico pode não ser um critério determinante em testes vocacionais, mas é prudente
saber quais são as perspectivas financeiras de uma profissão antes de investir nela tempo e
dinheiro.” O conetivo em destaque poderia ser substituído por todos os exemplos a seguir, exceto:
a) No entanto
b) Visto que
c) Porém
d) Todavia
e) Entretanto

2. “Para ganhar bem, não se pode parar de estudar nunca.” A frase pode ser reescrita, sem alteração
de sentido e mantendo-se os princípios de coesão e coerência por todas as alternativas a seguir,
exceto:
a) Estudar sempre é necessário para quem quer ganhar bem.
b) A fim de obter uma boa remuneração, é necessário estudar sempre.
c) Se o objetivo é ganhar bem, é imprescindível não parar de estudar.
d) Não se pode parar de estudar quando se quer ganhar bem.
e) Mesmo ganhando bem, não se pode parar de estudar.

3. Em “O ideal, portanto, é não ficar só no diploma universitário.”, o elemento de coesão em destaque


pode ser substituído sem alteração de sentido por:
A) Por isso
B) Porque
C) Porém
D) Mas
E) No entanto

4. O segundo parágrafo do texto é um exemplo de parágrafo-padrão. Explique por que, justificando


sua resposta e apontando os conetivos usados pelo autor para estabelecer a coesão entre frases e
idéias.

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5. Qual é a tese do texto e como ela é defendida, ou seja, a que procedimentos de redação
argumentativa o autor recorre? Explique.

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AULA 08
Concordância Verbal
Regra geral: o verbo concorda com seu sujeito em pessoa e número.
Os novos recrutas mostraram muita disposição.
Eu mostrei meu trabalho na Feira do Livro. (você (ou ele) mostrou, nós (eu
e...) mostramos...).
João e Maria assinaram o contrato hoje.
Vossa Senhoria pode ir à reunião no dia de março?
REGRAS ESPECIAIS
1) Nomes próprios de lugar ou títulos de obras:
__ verbo no plural se precedido de artigo;
__ verbo no singular se não houver artigo precedendo-o ou se o artigo estiver
no singular.

Os Estados Unidos concederam ajuda financeira àquele país.


Contos Novos é uma das obras de Mário de Andrade.

Em títulos de obras, com o verbo “ser” e predicativo do singular,


admite-se também o verbo no singular:

Os Sertões é um livro muito interessante.

2) Pronome de tratamento: usa-se o verbo na 3ª pessoa.


Vossa Senhoria está melhor agora?
Você está bem?

3) Em frases com sujeito inexistente, o verbo fica na terceira pessoa do singular. É


o caso de verbos que indicam fenômenos da natureza: sempre na 3 pessoa do
singular.
Choveu ontem.
Ventou muito nessas noite.
Geou em Santa Cruz do Sul.

4) Verbo haver: sempre na 3ª pessoa quando é empregado no sentido de existir ou


de tempo transcorrido.
Haverá descontentes no governo e na oposição.
Havia cinco anos não ia a Brasília.
Faz dez dias que não durmo.
Semana passada fez dois meses que iniciou a apuração das irregularidades.

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5) Verbo + pronome se: Os verbos transitivos diretos ou transitivos diretos e


indiretos, quando apassivados, concordam com o sujeito:
Vendem-se apartamentos funcionais e residências oficiais.
Vendem-se casas e terrenos a prazo.
Para obterem-se resultados são necessários sacrifícios.

6) Verbo + pronome se: Verbo transitivo indireto (isto é, que rege preposição) fica
na terceira pessoa do singular; o se, no caso, não é apassivador pois verbo
transitivo indireto não é apassivável:
Precisa-se de serventes de pedreiro.
Assiste-se a mudanças radicais no País.
Precisa-se de homens corajosos para mudar o País. (E não *Precisam-se
de...)
Trata-se de questões preliminares ao debate. (E não *Tratam-se de...)

1. Indique qual das formas verbais entre parênteses preenche adequadamente


as frases a seguir, de acordo com a variedade padrão.

a) A rádio e a televisão local ________________ (interrompia – interrompiam) a


todo momento a programação para anunciar a tempestade que se aproximava da
cidade.
b) Nem um nem outro comentário ________ (abalou – abalaram) sua decisão.
c) Dentro de alguns minutos _________________ (será divulgada – serão
divulgadas) a nota de avaliação final e a lista dos aprovados) deste ano.
d) O diretor, ela e eu ______________ (participarão – participaremos) do curso de
especialização em Marketing.

2. Assinale a opção em que o verbo haver é impessoal e, portanto, não


deveria estar no plural:
a) Os infratores se haverão com a Justiça.
b) No último final de semana, houveram muitos assassinatos na periferia de São
Paulo.
c) Alguns políticos hão de cumprir suas promessas.

3. Complete as lacunas com uma das opções indicadas:


a) com essas medidas, acredito que não ____ (haverá – haverão) mais problemas
de ordem econômica.
b) Já ___ (faz –fazem) três dias que ele não aparece por aqui.
c) Penso que ___(deve – devem) existir meios para que vocÊ possa atingir seu
objetivo.
d) ____ (há – a) muito tempo, __________( aconteceu - aconteceram) ali alguns
fatos estanhos.
e) O relógio da sala __________ (bateu – bateram) quatro horas. Agora, _______-
(falta - faltam) apenas trinta minutos para ele chegar com as novidades.

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4. Os enunciados a seguir apresentam infração às regras de concordância exigidas


para a escrita. Identifique tais infrações e reescreva os trechos em que eles ocorrem
de acordo com a norma culta.
a) um dos sinais de desespero é a incoerência. Fala-se coisas que antes eram ditas
de outra forma. O governo está com esse sintoma. (Folha de São Paulo, 28 maio
2001)
b) Como se tratam de documentos protegidos pelo sigilo bancário, a comissão
decidiu não divulgar a ata da reunião. (Folha de São Paulo, 24 ago. 2001)

5. Assinale a alternativa em que tanto A quanto B estão adequadas à modalidade


escrita padrão.
1) a. O juiz havia assinado o mandado na véspera.
b. O juiz tinha assinado o mandado na véspera.

2) a. Tem vários pontos de vista diferentes.


b. Trata-se de vários pontos de vista diferentes.

3) a. Havia várias pessoas descontentes com a polícia.


b. Existiam várias pessoas descontentes com a polícia.

4) a. O sorteio foi suspenso porque houveram muitas reclamações no Procon.


b. O sorteio foi suspenso porque ocorreu muitas reclamações no Procon.

6. Observe a concordância estabelecida na construção “verbo + se” em dois


textos da seção “Classificados”.

Vende-se terras 12ha s/ benf. Rincão da Lagoa; 20ha s/ benf.. R$ 7.000,00 por ha.
F. 9785 2165.

Vende-se terreno na Prainha, lugar alto e cercado. 3743-2143.

a) Um dos textos não obedece a regra de concordância. Qual? Por quê?


b) Procure explicar qual seria a razão para o erro de concordância no texto.

7. Complete as lacunas com uma das formas verbais indicadas entre parênteses.
a) Quando cheguei à cidade, _____ (havia – haviam) apenas dois apartamentos
disponíveis para aluguel.
b) ________ (deve haver – devem haver) muitos feridos no acidente da viaduto.
c) ________ (deve existir – devem existir) muitas razões para o divórcio.
d) _______ (vai fazer – vão fazer) cinco anos que não viajo.

8. Marque a frase absolutamente inaceitável, do ponto de vista da concordância


nominal:
a) É necessária paciência.
b) Não é bonito ofendermos aos outros.
c) É bom bebermos cerveja.
d) Não é permitido presença de estranhos.
e) Água de Melissa é ótimo para os nervos.

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9. (CESCEM – SP) – Já ... anos, ... neste local árvores e flores. Hoje, só ... ervas
daninhas.
a) fazem/havia/existe d) faz/havia/existem
b) fazem/havia/existe e) faz/havia/existe
c) fazem/haviam/existem

10. Qual a alternativa em que as formas dos verbos bater, consertar e haver nas
frases abaixo, são usadas na concordância correta?

- As aulas começam quando ... oito horas.


- Nessa loja ... relógios de parede.
- Ontem ... ótimos programas na televisão.

a) batem – consertam-se – houve d) batiam – conserta-se-ão – haverá


b) bate – consertam-se – havia e) batem – consertarei – haviam
c) bateram – conserta-se – houveram

REDAÇÃO TÉCNICA
A redação técnica pode ser definida como qualquer produção textual que usa
uma linguagem objetiva, dando preferência à eficácia e a exatidão da comunicação
e eliminando marcas da subjetividade do autor (opiniões pessoais, crenças,
deduções subjetivas, etc). Conforme destaca Othon Garcia (2002), “Nesses casos, a
redação oficial, a correspondência comercial e bancária, os papéis e documentos
notariais e forenses constituem redação técnica” (p. 394).
A redação técnica pode englobar variados tipos de texto, que combinam
descrição, narração e argumentação, dependendo de quem escreve, para que
escreve, o que escreve. Pertencem, portanto, à redação técnica textos como
manuais de instrução, pareceres, relatórios, atas, bulas, ofícios, etc.
Neste capítulo, serão destacados apenas os textos que fazem parte do
cotidiano do Administrador ou do Contador, priorizando o esclarecimento sobre
aquilo que realmente será utilizado nas atividades práticas dessas profissões. As
correspondências oficiais e comerciais fazem parte da chamada redação técnica e
há vários autores que se dedicam ao estudo de textos administrativos, cartas
comerciais, correspondência oficial, dentre os quais João Bosco Medeiros, Dileta
Martins e Lúbia Scliar Zilberknop.
Conforme Medeiros (2001), as correspondências podem ser de vários tipos:
• Particular, pessoal ou social: trocada entre particulares. Os assuntos são
íntimos, particulares.
• Bancária: enfoca assuntos relacionados à vida bancária;
• Comercial: ocupa-se da transação comercial ou industrial;
• Oficial: tem origem no serviço público, civil ou militar.

Os textos comerciais e oficiais servem para a comunicação empresarial, para o


registro de reuniões, para a solicitação de recursos, documentos, etc. Para cada um
desses objetivos existe um tipo de texto: ofício, mensagem eletrônica, ata,
requerimento.

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No contexto da redação empresarial, ou seja, produção de textos


administrativos, são necessárias algumas observações. Estas variam desde o
cuidado aos objetivos do autor e observação à estrutura de cada tipo de texto até às
qualidades da redação técnico-administrativa.
Para que essa comunicação seja eficiente é necessário ficar atento a algumas
particularidades da redação técnica, as quais seguem os princípios básicos de
qualquer tipo de composição textual. A bibliografia atual sobre o assunto destaca
algumas exigências para se escrever um bom texto:
• Concisão: evitar detalhes e palavras desnecessários como também o uso
de adjetivação excessiva e de muitos advérbios; observar o meio termo:
não ser tão conciso a ponto de a informação não ser suficiente.
• Precisão vocabular: termos com sentido preciso vocabulário amplo.
• Uso de palavras simples e conhecidas: evitar palavras prolixas.
• Uso de frases simples e diretas: evitar frases intercaladas e com sintaxe
complexa; optar por orações coordenadas em vez de subordinadas.
• Uso limitado de verbos no gerúndio e no particípio e de tempos
compostos. Evitar iniciar frases com “sendo...”.
• Uso da língua culta: observar as regras da gramática normativa e não
utilizar gírias, chavões, expressões estereotipadas.
• Ênfase na informação.
• Exatidão: evitar palavras vagas, compridas, difíceis que podem não ser
entendidas pelo receptor. Nesse sentido, evitar o uso de alguns, quase
todos, muitos, poucos, há dias... que são palavras e expressões vagas.
• Coerência de idéias: enfatizar os pontos-chave convenientemente; fazer
uma transição natural entre uma frase e outra; construir frases com
sentido completo.
• Clareza: o texto deve ser tão claro que até um estrangeiro que conheça
um pouquinho a língua portuguesa possa entender a mensagem.
• Cortesia: ser educado, agradável e cortês na redação para suscitar
reações positivas no receptor.
• Atenção ao receptor: um dos elementos mais importantes numa
correspondência é o receptor. Evitar, portanto, excesso de pronomes
pessoais, como eu, nós.
• Simplificação: restringir a redação ao essencial. Veja:
a) Acusamos o recebimento → Recebemos
b) Anteriormente citado → Citado
c) Segue anexo a esta → Anexamos
d) Será prontamente atendido → Será atendido
e) Um cheque nominal no valor de → Um cheque de
f) O corrente mês de julho → Neste mês

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ATENÇÃO!
Na redação dos textos empresariais, deve-se chamar atenção para algumas
expressões que devem ser banidas da redação:
a) Agradecemo-lhe antecipadamente...
b) Venho por meio deste....
c) Ansiosamente aguardamos resposta...
d) Lamentamos informar...
e) Permita-me dizer...
f) O presente ofício...
g) No devido tempo...
h) Cordiais abraços...
i) Cordiais saudações...
j) Manifestando nossas considerações e apreço, despedimo-nos.

Na redação técnica, também é preciso observar a estética: distribuir de


modo harmônico o texto na folha; não encaminhar ofícios ou requerimentos, por
exemplo, em folhas cuja impressão não é de qualidade ou em folhas amassadas.
Além disso, o redator deve dominar a estrutura de cada tipo de texto. Como o
objetivo das relações comerciais é criar, manter e encerrar negociações, a
correspondência comercial, para atingir seus objetivos, submete-se à exigência de
certas normas e orientações quanto à elaboração e circulação de documentos
próprios ao mundo do trabalho.
Vamos conhecer a estrutura de uma ata, de um ofício, de um requerimento e
de uma mensagem eletrônica, que são os textos mais comuns nos contextos
administrativo e contábil.

TÉCNICAS DE REDAÇÃO EMPRESARIAL

Por Paulo Botelho

"O conhecimento é o único recurso econômico que faz sentido".

Peter Drucker, consultor americano.

Tem razão Peter Drucker com esta lúcida afirmação. Na chamada "Era do
Conhecimento", as empresas mais bem sucedidas serão aquelas com a capacidade
de aprender mais rápido que seus concorrentes. Para isso, é fundamental que elas
se comuniquem, mais e melhor - interna e externamente - utilizando-se de
linguagem objetiva, correta e concisa.

Escrever é comunicar-se. Escrevemos para comunicar alguma coisa a alguém. E o


que significa comunicar-se? Pela própria etimologia da palavra, significa tornar
comum uma informação, uma idéia, um projeto. Ora, se redigirmos um e-mail, um
relatório, um memorando ou qualquer tipo de texto, queremos que outras pessoas
compreendam e assimilem nossa mensagem; o que estamos querendo dizer. E
como proceder para que essa meta se concretize? Inicialmente, todo texto precisa
ser claro e objetivo, isto é, a mensagem tem que ser facilmente assimilada pelo

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leitor e deve ir direto ao ponto, sem assuntos periféricos que dificultam a


compreensão.

Ao escrever não precisamos ficar obcecados em demonstrar erudição e cultura


gramatical. Se quisermos escrever bem, de modo eficaz, devemos direcionar a
nossa preocupação para três funções básicas de uma redação: produzir uma
questão ou resposta, tornar o pensamento comum e persuadir, convencer.

Disponível em: http://www.guiarh.com.br/x6.htm

Observe, então, que, para escrever com adequação, é preciso demonstrar


habilidade tanto na escrita quanto na fala e ainda conhecer não só o assunto do
qual irá tratar, mas também a estrutura do texto e não tropeçar na língua, pois o
conhecimento que o redator tem dela pode indicar a sua competência. Observe a
redação do memorando.

MEMORANDO

O memorando é a modalidade de comunicação entre unidades administrativas


de um mesmo órgão, que podem estar hierarquicamente em mesmo nível ou
em níveis diferentes. Trata-se, portanto, de uma forma de comunicação
eminentemente interna.

Outras características
►Pode ter caráter meramente administrativo, ou ser empregado para a exposição
de projetos, idéias, diretrizes, etc. a serem adotados por determinado setor do
serviço público.
►Sua característica principal é a agilidade.
►A tramitação do memorando em qualquer órgão deve pautar-se pela rapidez e
pela simplicidade de procedimentos burocráticos.
►Para evitar desnecessário aumento do número de comunicações, os despachos
ao memorando devem ser dados no próprio documento e, no caso de falta de
espaço, em folha de continuação.

Forma e Estrutura
Quanto a sua forma, o memorando segue o modelo do padrão ofício, com a
diferença de que o seu destinatário deve ser mencionado pelo cargo que ocupa.

Exemplo:

Mem. 118/DJ
Em 12 de abril de 1991.

Ao Sr. Chefe do Departamento de Administração

Assunto: Administração. Instalação de microcomputadores

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1. Nos termos do Plano Geral de informatização, solicito a Vossa Senhoria


verificar a possibilidade de que sejam instalados três microcomputadores neste
Departamento.

2 Sem descer a maiores detalhes técnicos, acrescento, apenas,que o ideal


seria que o equipamento fosse dotado de disco rígido e de monitor padrão EGA.
Quanto a programas, haveria necessidade de dois tipos: um processador de textos,
e outro gerenciador de banco de dados.

3. O treinamento de pessoal para operação dos micros poderia ficar a cargo


da Seção de Treinamento do Departamento de Modernização,cuja chefia já
manifestou seu acordo a respeito.

4. Devo mencionar, por fim, que a informatização dos trabalhos deste


Departamento ensejará racional distribuição de tarefas entre os servidores e,
sobretudo, uma melhoria na qualidade dos serviços prestados.

Atenciosamente,

João Alves
Diretor da Empresa

EXERCÍCIOS

1. O memorando a seguir é um texto redigido por um funcionário de uma


biblioteca que queria informar a professores de uma instituição escolar que
havia livros novos a serem consultados.
DE: Biblioteca Central

PARA: Prof. Santinho Palhano e Prof. Rubem Souza

DATA: 16-12-08

Assunto: Livros

Preciso informar aos senhores o recebimento dos livros novos e


que vocês podem passar a retirar eles na próxima semana, pois,
como não vai dar tempo para mim registrar todos até sexta-feira,
eles só ficarão disponíveis na semana que vem.

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Camilo Franco
Bibliotecário

Considerando as características do memorando e da redação no âmbito


empresarial, aponte:
1. a (in)adequação da linguagem

2. a estrutura desse tipo de texto

3. os problemas de redação

2. Como você deve ter observado, o bibliotecário usou as seguintes


expressões: “não vai dar tempo para mim registrar todos até sexta-feira” e
“vocês podem passar a retirar eles na próxima semana”.
a) O que essas expressões em destaque sugerem?

b) Qual a maneira adequada de estudar a colocação desses pronomes sem


cometer esses pecados da língua?

"Para mim fazer" ou "para eu fazer"?

“Entre mim e ti..." ou “Entre eu e você..."?

"Consigo" ou "com você"?

EXERCÍCIOS
1. Qual das frases apresenta uso inadequado de pronome pessoal?
a) Vamos levar ele para sair conosco?
b) Para mim, sair sozinho à noite é perigoso.
c) Todos os critérios de seleção ao cargo são favoráveis a mim.
d) Para eu sair à noite, preciso de companhia.
e) Existem muitos obstáculos entre mim e ti.

2. (UFV – GO) Das alternativas abaixo, apenas uma preenche de modo correto
as lacunas das frases. Assinale-a.
Quando saíres, avisa-nos que iremos ____.

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Meu pai deu um livro para _____ ler.


Não se ponha entre _____ e ela.
Mandou um recado para você e _____.

a) contigo, eu, eu, eu


b) com você, mim, mim, mim
c) consigo, mim, mim, eu
d) consigo, eu, mim, mim
e) contigo, eu, mim, mim

3. (Unimep – SP) Eu não __ vi na festa do clube ontem. Os diretores não __


convidaram? Não __ disseram que era ontem? Eu __ avisei de que não podia
confiar neles!
a) o, o, o, o
b) o, lhe, lhe, o
c) o, o, lhe, o
d) lhe, lhe, lhe, lhe
e) lhe, lhe, o, o

REQUERIMENTO
Quando alguém deseja solicitar alguma coisa a uma entidade, órgão, setor,
deve escrever um tipo de texto específico: o requerimento, que deve ser claro e
objetivo.

Requerimento é um documento específico de solicitação e, através dele, a pessoa


física ou jurídica requer algo a que tem direito (ou pressupõe tê-lo), concedido por
lei, decreto, ato, decisão, etc.

O requerimento, assim como os demais textos técnicos, possui uma estrutura


particular. São elementos que o compõem:
a) Invocação: os termos devem ser escritos por extenso (coloca-se a função
profissional do receptor, não o nome dele);
b) Texto: inicia-se o pelo nome do requerente, sua qualificação (ou representação
se for pessoa jurídica), exposição do ato legal em que se baseia o requerimento e o
objeto desse requerimento (quando o pedido for amparado por uma lei específica).
c) Fecho: em que entram as expressões
Nesses termos ou Nesses termos
Pede deferimento Aguarda deferimento

Após a expressão, deve ser mencionar a data e apresentar a assinatura do


requerente (ou seu representante legal).

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Senhor Prefeito Municipal de Vacaria /RS,

Prodesa – Indústria e Comércio S.A., com sede na


Avenida Assis Brasil, 2069, em Porto Alegre, por
seu Presidente e Representante Legal, Luís Carlos
Soares, industrial, brasileiro, casado, residente em
Porto Alegre, na Rua Filadélfia, 1260, nos termos
do Decreto nº 45/2000, assinado por V. Exª. em 10
de maio de 2000, em que concede isenção de
impostos sobre serviços de qualquer natureza, por
dez anos, a indústrias que venham a instalar-se
nesse município no ano 2000, vem requerer que
Vossa Excelência outorgue à Prodesa a referida
isenção. Para isso, consta em anexo toda
documentação exigida no decreto citado.

Nesses termos
Pede deferimento

Vacaria, 30 de junho de 2006.

Luís Carlos Soares


Luís Carlos Soares
Presidente

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Senhor Presidente,

Analice da Silva, brasileira, solteira, Secretária Executiva da


Mols & Mols Ltda., residente e domiciliada na Rua Ernesto
Alves, nº 412, em Santa Cruz do sul, tendo em vista que:
a) é funcionária efetiva na empresa desde 1995;
b) participou de todos os cursos de qualificação profissional
oferecidos pela empresa, alcançando ótimo desempenho
conforme avaliação dos instrutores;
c) busca aperfeiçoamento contínuo, através de curso superior,
para ampliar sua formação
vem solicitar a Vossa Senhoria uma bolsa de estudos para que
o curso universitário seja realizado com mais proveito e em um
período mais curto.

Nesses termos
Pede deferimento

Santa Cruz do sul, 24 de setembro de 2006.

Analice da Silva
Analice da Silva
Secretária Executiva

EXERCÍCIOS
1. Assinale a alternativa que apresenta uma informação errada sobre a linguagem da
redação técnica:
a) Simples, evitando-se preocupação com enfeites literários.
b) Atual, isto é, inteligível à época presente.
c) Precisa, a saber, própria, específica, objetiva.
d) Correta, com exata observância das normas gramaticais.
e) Pessoal, com o máximo de subjetividade, pois a carta comercial é lugar adequado
para manifestações subjetivas e sentimentais.
2. Suponha que você é supervisor de uma empresa e deseja fazer um curso de
qualificação, para o qual precisará se afastar das atividades profissionais por
duas semanas. Redija um requerimento ao Diretor da empresa onde você
trabalha, solicitando tal afastamento. Para isso, argumente para que seu
pedido seja deferido.

MENSAGEM ELETRÔNICA

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No contexto atual, a Internet tem se constituído como uma das ferramentas de


trabalho e, considerando essas circunstâncias, as mensagens eletrônicas são
usadas para estabelecer comunicação à distância com maior rapidez, substituindo o
telefone, a carta, o telegrama. Através dessas mensagens (os populares e-mails)
são feitas comunicações, inclusive as empresariais, pois proporcionam rapidez e
eficiência e podem ser enviadas e recebidas a qualquer instante, conforme a
conveniência do destinatário. Nesse sentido, mensagens eletrônicas são formas
atuais de comunicação.
A mensagem eletrônica, criada a partir do uso intenso da Internet, deu origem
a um tipo de texto, que apresenta características de outros tipos de texto, como o
memorando, a carta, o bilhete, a conversa face a face. A predominância de uma
dessas características depende da maneira como e-mail é usado.

Mensagem eletrônica (e-mail) é uma mensagem recebida através de um sistema


de correio eletrônico.

IMPORTANTE!
☻Como o e-mail é utilizado em diversas situações comunicacionais, formais e
informais, a linguagem pode variar.
☻ Em geral, os parágrafos são curtos para dar maior clareza e fluência na leitura do
texto.
☻ A mensagem eletrônica apresenta estrutura-padrão de uma carta. Assim, a
estrutura de uma mensagem eletrônica compreende:
→ Vocativo
→Texto
→ Despedida
→ Assinatura

☻ Não se pode esquecer de colocar o destinatário (link “para”) e preencher o tema


da mensagem (link “assunto”).

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AULA 09
REDAÇÃO OFICIAL
ATA

A ata é um registro em que se relata os acontecimentos de uma reunião, assembléia ou


convenção. As atas podem ser de vários tipos: ata de assembléia geral extraordinária, ata de
assembléia geral ordinária, de condomínio, de posse, de fundação de entidade, etc.
Uma das particularidades da ata é que deve ser assinada pelo presidente ou secretário
sempre e pelos participantes da reunião em alguns casos.

Ata é o resumo escrito dos fatos e decisões de uma assembléia, sessão ou reunião para um
determinado fim.

1. Geralmente, as atas são transcritas à mão pelo secretário, em livro próprio, que deve
conter um termo de abertura e um termo de encerramento, assinados pela autoridade
máxima da entidade ou por quem receber daquela autoridade delegação de poderes para
tanto. A autoridade também deverá numerar e rubricar todas as folhas do livro.

Termo de abertura

Este livro contém 100 (cem) folhas numeradas de 1 (um) a 100 (cem), por mim
rubricadas, e se destina ao registro das Atas das Reuniões da Diretoria da Sociedade
Amigos Fraternos, com sede no município de Ribeirão Preto, na Rua Visconde das Silva,
número vinte e três. A minha rubrica é a seguinte SApp.

Ribeirão Preto, 23 de janeiro de 2004.

Sadi Appel
SADI APPEL
Presidente

Este livro, que contém cinqüenta folhas, todas numeradas, destina-se às anotações,
em forma solene de registro, de todos os atos necessários à fundação, instalação e
desenvolvimento da Sociedade Brasileira de Direito Médico, cuja sigla anotar-se-á como
SODIME. Esta empresa está localizada na Avenida Osvaldo Aranha, 425, Natal. Os atos
iniciados à existência jurídica da SODIME vão por mim anotadas, Joelmir Mendes, brasileiro,
divorciado, médico e advogado inscrito no CREMERN sob o número 2.025, na OAB/RN sob
o número 3.174 e no CPF/MF sob o número 105.477.044-01, RG. 247.707 SSP/RN,
residente e domiciliado em Natal/RN na Rua Rui Barbosa, 1110, Condomínio Milano bloco
"B", apartamento 802, bairro Lagoa Nova. Este livro está contém minha rubrica - JM - em
todas folhas .

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DISCIPLINA DE LÍNGUA PORTUGUESA JURÍDICA
PROFA. MS LUANA TEIXEIRA PORTO

Natal, 23 de agosto de 1998.

Joelmir Mendes
JOELMIR MENDES
Presidente

Termo de encerramento

Este livro contém 100 (cem) folhas numeradas de 1 (um) a 100 (cem), que, rubricadas
pelo Presidente Sadi Appel, destinaram-se ao registro das Atas das Reuniões da Diretoria da
Sociedade Amigos Fraternos, com sede no município de Ribeirão Preto, na Rua Visconde das
Silva, número vinte e três, conforme se lê no Termo de Abertura.

Ribeirão Preto, 29 de outubro de 2005.

Sadi Appel
SADI APPEL
Presidente

Este livro, que contém cinqüenta folhas, todas numeradas, destinou-se às anotações,
em forma solene de registro, de todos os atos necessários à fundação, instalação e
desenvolvimento da Sociedade Brasileira de Direito Médico, cuja sigla é SODIME. A empresa,
localizada na Avenida Osvaldo Aranha, 425, Natal, tem como representante jurídico Joelmir
Mendes, brasileiro, divorciado, médico e advogado inscrito no CREMERN sob o número
2.025, na OAB/RN sob o número 3.174 e no CPF/MF sob o número 105.477.044-01, RG.
247.707 SSP/RN, residente e domiciliado em Natal/RN na Rua Rui Barbosa, 1110,
Condomínio Milano bloco "B", apartamento 802, bairro Lagoa Nova, conforme descrito do
Termo de Abertura deste livro.

Natal, 10 de março de 2000.

Joelmir Mendes
JOELMIR MENDES
Presidente

2. A ata é um documento de valor jurídico. Portanto, deve lavrada de tal forma que nada lhe
poderá ser acrescentado ou modificado.
3. Deve-se sintetizar de maneira clara e precisa as ocorrências verificadas (os fatos e
decisões).
4. O texto deve ser compacto, sem parágrafos e sem espaços para evitarem-se acréscimos.
Pode ser digitado, manuscrito ou datilografado, mas sem rasuras.
5. Se houver engano no momento de escrever e o secretário notar, deve escrever a
expressão “digo”, retificando a idéia mencionada.
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Exemplo: Poderão tomar parte da Sociedade Brasileira de Direito Médico – SODIME, como
sócios, as pessoas jurídicas, digo físicas, cuja atividade profissional de nível superior se
encaixe dentro do âmbito do Direito Médico e da Legislação da Saúde, ou manterem um
concreto interesse por este ramo de Direito.

6. Se o engano for notado no final da ata, escrever-se-á a expressão “Em tempo: onde se
lê....., leia-se.....”.

Exemplo: Ficaram determinadas para o dia vinte e sete deste mês, no local acima referido, a
instalação solene da Sociedade Irmã da Luz, a discussão e a aprovação dos seus Estatutos e
a eleição de sua Diretoria. Nada mais havendo a tratar, deu-se por encerrada esta ata, que
vai assinada pelos seus sócios ou seus representantes por procurações. Em tempo: onde se
lê “aprovação de seus Estatutos”, leia-se “aprovação de seu Regimento”.

7. Nas atas, os números devem ser escritos por extenso, evitando-se também as
abreviações.
8. O tempo verbal preferencialmente utilizado na ata é o pretérito perfeito do indicativo.
9. A ata dever ser assinada. Deverão assiná-la todas as pessoas presentes na reunião ou,
quando deliberado, apenas o presidente e o secretário.
10. É permitida a transcrição da atas em folhas digitadas, desde que sejam convenientemente
arquivadas, impossibilitando a fraude.
11. Em casos muitos especiais (como atos rotineiros), usam-se formulários já impressos, como
os das seções eleitorais.
12. A ata é redigida por um secretário efetivo. No caso de sua ausência, nomeia-se outro
secretário ad hoc designado para essa ocasião. Ad hoc significa para isso, para este caso.
13. A ata deve conter:

• introdução: contextualização (dia, mês, ano e hora da reunião por extenso; local da
reunião e relação dos participantes)
• síntese dos fatos e decisões: exposição da ordem do dia, dos fatos mais importantes,
das pautas discutidas e das decisões tomadas; declarações dos participantes;
• encerramento: apresentação dos encaminhamentos finais da reunião, fechamento do
texto da ata e assinaturas. Os fechos podem ser redigidos de diferentes formas.

Modelos de Fechos
.... Nada mais havendo a tratar, o Senhor Presidente encerrou a sessão e convocou outra
reunião para o dia dez de janeiro, às quatorze horas, quando serão examinados os assuntos em
pauta. E, para constar, lavrei esta ata que subscrevo e vai assinada pelo Senhor Presidente
depois de lida. (assinaturas do Presidente e do Secretário)

.... Nada mais havendo a tratar, Fulano de Tal agradeceu a presença do Sr. Beltrano, do Sr.
Ciclano, das demais autoridades presentes e declarou encerrada a reunião, da qual eu, Janice
Pereira, Secretária em exercício, lavrei esta ata, que vai assinada pelo Sr. Presidente e por mim.
(assinaturas do Presidente e da Secretária)

.... A sessão encerrou-se às quatorze horas. Eu, Angélica Ramos, Secretária, lavrei, transcrevi e
assino esta ata. (assinaturas do Presidente, da Secretária e dos demais presentes)

Exemplos de atas

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ATA DE FUNDAÇÃO DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE DIREITO MÉDICO (SODIME)

Aos vinte e cinco dias do mês de outubro de dois mil, na cidade do Recife, estado de
Pernambuco, durante a realização do Brasil Forense 2000, congresso multidisciplinar, no qual
dar-se-á o I CONGRESSO BRASILEIRO DE DIREITO MÉDICO, nas instalações do Mar Hotel
Recife, foi criada e fundada a Sociedade Brasileira de Direito Médico, que identificar-se-á pela
sigla de SODIME, que consistirá numa sociedade de caráter privado para agrupar quantos
profissionais de nível superior manifestarem interesse concreto na questão relativa ao Direito
Médico e à Legislação Sanitária ou da Saúde. Esta entidade que ora se constitui, desempenhará
suas atividades em todo o território brasileiro, terá uma duração indefinida e sua dissolução tão-
somente realizar-se-á por causas previstas nos seus Estatutos. A Sociedade Brasileira de Direito
Médico – SODIME, tem a finalidade de favorecer, mediante as atividades que realizará, a
promoção e difusão dos estudos relativos ao Direito Médico e à legislação da Saúde, para as
quais desempenhará, entre outras, as seguintes atividades: a) promover os conhecimentos
teórico-prático dos profissionais relacionados ao Direito Médico e a Legislação da Saúde,
proporcionando uma relação médico-paciente adequado às devidas circunstâncias; b) estimular o
interesse do conhecimento do Direito Médico e da Legislação da Saúde; c) promover e defender
a formação e aperfeiçoamento de especialistas nesta área jurídica; d) promover contatos e
intercâmbios científicos inter-disciplinares entre as diversas pessoas e instituições interessadas
em Direito Médico e na Legislação da Saúde; e) organizar, por si só ou em colaboração com
outras organizações ou entidades, Congressos Simpósios e reuniões ou outras atividades
científicas de Direito Médico ou da Legislação da Saúde; f) editar publicações relacionadas com o
Direito Médico e a Legislação da Saúde, assim como manter e promover a formação de estudos
e bibliotecas especializadas sobre esta matéria; g) promover o incentivo da criação da disciplina
"Direito Médico" nas Escolas de Medicina e de Direito. Poderão tomar parte da Sociedade
Brasileira de Direito Médico – SODIME, como sócios, as pessoas físicas cuja atividade
profissional de nível superior se encaixe dentro do âmbito do Direito Médico e da Legislação da
Saúde, ou manterem um concreto interesse por este ramo de Direito. Fica determinado o dia
vinte e sete deste mês, no mesmo local acima referido, a instalação solene da Sociedade, a
discussão e a aprovação dos seus Estatutos e a eleição de sua Diretoria. Nada mais havendo a
tratar, deu-se por encerrada esta ata, que vai assinada pelos seus sócios ou representados por
procurações. (Assinaturas).

ATA DA 52ª SESSÃO ORDINÁRIA DE 1995

Aos quatorze duas do mês de junho do ano de mil novecentos e noventa e cinco, às quatorze horas, na Sala de
Reuniões da Fundação Souza Becker, quinto andar, sala quinhentos e vinte e três, do Edifício do Ministério da
fazenda, na cidade de São Paulo, reuniu-se o Conselho da Fundação Souza Becker, em Sessão Ordinária, presidido
pelo Conselheiro-Presidente, Senhor Adalberto Silva, e com a presença dos Conselheiros Senhores: Antonio Lopes,
Carlos Becker, Giovane Melchior e Adão Morales. Também participou da reunião o Procurador-Presidente da
Fazenda Nacional, Senhor Tomás Pilleti. Iniciados os trabalhos, o Conselheiro-Presidente remeteu aos Conselheiros
um projeto de convênio entre a empresa Max Seguros e a Fundação. Solicitou que todos avaliassem a proposta para
identificar a viabilidade do acordo. A seguir, o Procurador-Presidente da Fazenda Nacional fez uma exposição do
Programa de Ação Social desenvolvido pela Fazenda Nacional, destacando as metas do programa. Após a
explanação e a leitura da pauta da próxima reunião, o Conselheiro-Presidente encerrou a sessão, da qual, para
constar, eu, Alice Ferreira, lavrei esta ata, que segue assinada por mim e pelos presentes. (assinaturas).

OFÍCIO
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PROFA. MS LUANA TEIXEIRA PORTO

O ofício é uma correspondência oficial emitida por órgãos públicos. É proveniente de uma
autoridade e consiste em uma comunicação de qualquer assunto de ordem administrativa ou
estabelecimento de uma ordem. Distingue-se da carta por apresentar caráter público e só poder
ser emitido por órgão da administração pública, como uma secretaria, um ministério, uma
prefeitura e outros. O destinatário pode ser órgão público ou cidadão qualquer.

Ofício é uma correspondência externa usada principalmente pelos órgãos de governo e


autarquias.

Deve ser impresso ou datilografado em papel tamanho ofício. Seu conteúdo é de caráter
oficial.
São partes de um ofício:

Timbre ou cabeçalho: dizeres impressos na folha, símbolo da empresa,


entidade, do órgão que emite o ofício.

Número do ofício: número de ordem do documento. Exemplo: Of. nº 601-99


(= ofício número 601, do ano de 1999).

Local e data: coloca-se ponto após ao ano.

Vocativo: tratamento ou cargo do destinatário, seguido de vírgula. Exemplos:


Senhor Presidente, Senhor Diretor. Exemplos:
Senhora Ministra,
Senhor Chefe de Gabinete,
Excelentíssimo Senhor Presidente da República

Texto: exposição do assunto, devendo apresentar uma introdução (exposição


do assunto: se houver mais de um assunto, cada idéia deve ser abordada em
um parágrafo distinto), um desenvolvimento (detalhamento do assunto) e uma
conclusão (reafirmação do assunto).

Fecho ou cumprimento final: serve para encerrar o texto e saudar o


destinatário. Formas de fecho: Atenciosamente para autoridades de mesma
hierarquia ou de hierarquia inferior; Respeitosamente para autoridades
superiores, inclusive o Presidente da República.

Assinatura: nome do autor da comunicação, cargo ou função. Exemplo:


(espaço para assinatura)
JARBAS PASSARINHO
Ministro da Justiça

Anexos: se for necessário

Endereço: fórmula de tratamento, nome civil do receptor e cargo ou função do


receptor, seguidos da localidade e destino.

É muito comum encontrar ofício com introduções e fechos superados. Portanto observe as
formas adequadas de iniciar e encerrar a redação de um ofício.

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Expressão desgastada Expressão atual


• Vimos, por intermédio do presente, levar • Comunicamos a V. Sa.
Introdução

ao conhecimento de V. Sa. que... que...


• Este ofício tem por finalidade levar ao • Informamos a V. Sa. que..
conhecimento de V. Sa. que.... • Informo Vossa Excelência.
• Tenho a honra de informar que... de que....
• Cumpre-me informar que... • Encaminho a V. Sa....

• Com protestos de estima e apreço... • Atenciosamente,


• Com os protestos de elevada estima e • Respeitosamente,
distinta consideração.
Fecho

• Aproveitamos o ensejo para reafirmar a


V. Sa. nossos protestos de estima e
apreço.
• Aproveitamos o ensejo para reafirmar a
V. Sa. nossos votos de estima e apreço.
• Cordiais saudações.

Na redação de ofícios, são utilizados os pronomes de tratamento. Veja os principais para


fazer a escolha correta na hora de se dirigir ao prefeito, ao Presidente, etc:
Pronomes de Abreviatura Emprego
Tratamento Singular Plural
Senhor Sr. Sres. Trato respeitoso
Senhora Sra. Sras. Trato respeitoso
Senhorita Srta. Srtas. Trato respeitoso (usado só para mulheres
solteiras)
Você, vocês v. - Trato familiar
Vossa Alteza V. A. VV.AA. Príncipes, arquiduques e duques
Vossa Eminência V. Ema. V. Emas. Cardeais
Vossa Excelência V. Exa. V. Exas. Autoridades superiores (presidentes,
ministros, deputados, etc)
Vossa Magnificência V. Maga. V. Reitores
Magas.
Vossa Majestade V.M. VV.MM. Reis e imperadores
Vossa Reverendíssima V.P. VV.PP. Superiores de ordem religiosa
Vossa Paternidade V.P. VV.PP. Superiores de ordem religiosa
Vossa Santidade V.S. - Papa
Vossa Senhoria V.Sa. V.Sas. Pessoas que exercem cargos
importantes (cônsules, oficiais , chefes de
seção, comerciantes, etc)

Exemplo de ofício:

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TIMBRE

Of. nº 97/98

Porto Alegre, 29 de setembro de 1998.

Senhor Secretário,

temos satisfação em comunicar a V. Sa. que este centro comunitário realizará, no


período de 20 de outubro a 20 de novembro do corrente ano, a Campanha de
Prevenção do Câncer.
Solicitamos, pois, a V. Sa. a gentileza de indicar dois médicos dessa
Secretaria para participarem da Campanha, que contará com o assessoramento
técnico –pedagógico da Agência Brasileira da Organização Mundial da Saúde.
Contando com a colaboração, despedimo-nos.

Atenciosamente,

Ana Amélia Torres


Presidente

Ilmo. Sr.
José Tavares Lima
Secretário Municipal de Saúde
Rua Marechal Floriano, 147
Santa Vitória do Palmar / RS

UM EXERCÍCIO DE LEITURA
Para responder às questões de 1 a 8 leia o texto abaixo.
01 O Preço da Ignorância
02 Ao longo dos últimos anos, os melhores cérebros do país têm buscado compreender ___ razões que
03 levaram o Brasil a transformar-se numa espécie de lanterninha na corrida global pela prosperidade. Um grupo de
04 pesquisadores do Banco Mundial acaba de fornecer uma peça-chave para decifrar parte da questão. O banco
05 concluiu um estudo sobre as condições dos principais países emergentes para inserir-se na sociedade do
06 conhecimento, considerada o estágio mais avançado do capitalismo. O resultado não poderia ser mais revelador.
07 O sistema de ensino brasileiro levou uma surra - foi o pior colocado em toda a amostra analisada, que inclui
08 China, Índia, México e Rússia, entre outros. A constatação diz respeito diretamente às chances que o país tem de
09 virar o jogo na competição internacional, na qual vem cedendo espaço sistematicamente. “Há muito tempo, e
10 isso faz parte da história do Brasil, as deficiências do Brasil na educação afetam a distribuição de renda e o
11 crescimento pessoal dos indivíduos”, diz Alberto Rodríguez, especialista em educação do Banco Mundial e
12 coordenador do estudo. “Essas deficiências também provocam a perda de competitividade do país em relação a
13 economias com as quais disputa o mercado global.” Tradução: enquanto a educação brasileira não der um salto
14 qualitativo, o país continuará patinando – e comendo poeira dos rivais. “O baixo crescimento do PIB brasileiro
15 nos últimos anos está intimamente associado à baixa qualidade do ensino”, diz Edward Glaeser, professor de
16 economia da Universidade Harvard e estudioso dos efeitos da educação sobre o desenvolvimento das sociedades.
17 “A educação é um dos motores do crescimento, e no Brasi1 esse motor funciona _____.”
18 O fato, mostrou a pesquisa, é que o brasileiro aprende muito pouco na escola. Carrega por toda a vida uma
19 herança pesada, o despreparo e a ignorância – e essa herança tende a ser repassada para a geração seguinte.
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20 Quando se analisam os dados sobre o desempenho brasileiro no terreno da educação, a primeira deficiência
21 visível é o número de anos passados nas escolas. O brasileiro estuda em média cinco anos, contra onze do
22 coreano, nove do argentino e dez da população da maioria dos países desenvolvidos. Estima-se que, se os
23 brasileiros permanecessem na escola os 12 anos que ficam os americanos, a renda nacional seria mais que o
24 dobro da atual. “A maioria dos brasileiros abandona a escola ainda na infância, especialmente por causa da
25 repetência, que atinge 21 % dos alunos”, diz Rodríguez, do Banco Mundial. Levantamentos mostram que, a cada
26 hora, 31 estudantes brasileiros desistem de estudar. Nos anos 90, foi feito um esforço para manter as crianças na
27 escola e ocorreram avanços, mas em ritmo aquém do necessário. Segundo estudo da Unesco, mantido o passo
28 atual, o Brasil demorará mais de 30 anos para alcançar o nível educacional que as maiores economias têm hoje.
29 É uma realidade assustadora no momento em que o mundo demanda gente cada vez mais capacitada e que
30 economias como a chinesa ou a indiana – concorrentes diretas do Brasil – fazem um esforço hercúleo para
31 educar e preparar sua população para o mercado global. “O emprego do século 21 requer habilidades mentais”,
32 diz Célio da Cunha, representante da Unesco no Brasil para a área de educação. “Exige raciocínio rápido,
33 interpretação e análise da informação. Atributos que só são adquiridos com ensino de qualidade.”
34 Ainda que o país passe a reter os jovens por mais tempo nas salas de aula, teria pela frente um desafio que,
35 à primeira vista, pode parecer elementar: garantir que os alunos efetivamente aprendam e fazer com que esse
36 aprendizado vire riqueza. Atualmente, a maioria das crianças das escolas públicas se transforma em profissionais
37 medíocres. O Sistema Nacional de Avaliação do Ensino Básico mostra que a maioria dos estudantes de 4ª série
38 são praticamente analfabetos e mal sabem calcular e que os de 8ª série têm dificuldades de elaborar textos mais
39 complexos. Como conseqüência, cerca de 75% dos adultos têm alguma deficiência para escrever, ler e fazer
40 contas, o que acarreta um efeito devastador sobre sua capacidade de se expressar. “O que está acontecendo nas
41 nossas escolas é estarrecedor. As crianças ficam oito anos nas salas de aulas e saem tão ignorantes quanto
42 entraram. Como vão disputar um lugar no mercado de trabalho?”, diz Paulo Cunha, presidente do grupo Ultra.
43 Não se pode ignorar a revolução educacional pela qual o Brasil passou nos últimos anos. Até _____
44 poucas décadas, vivíamos num país de analfabetos, no qual educação era luxo. Hoje há mais de 40 milhões de
45 crianças na escola. Cerca de 5 milhões delas entram no sistema todo ano. O feito, porém, é insuficiente para
46 sustentar o crescimento numa economia globalizada, cada vez mais dependente de conhecimento e de inovação e
47 na qual os parâmetros de comparação ignoram fronteiras. No jogo da competitividade mundial – um jogo que
48 define o sucesso das empresas e do próprio país –, a má qualidade do ensino e sua incapacidade de entregar ao
49 mercado os profissionais que ele demanda transformam-se num veneno mortal. Isso fica evidente na dificuldade
50 que empresas de quase todos os setores vivem para recrutar em larga escala seu bem mais precioso – capital
51 humano de boa qualidade. Esse é exatamente um dos grandes desafios das economias que perseguem o
52 crescimento sustentável: garantir o suprimento de massas de pessoas qualificadas.
(texto adaptado de SALOMÃO, Alexa. In: EXAME, 27 set. 2006, p. 21-23).

1. Assinale a alternativa que preenche correta e respectivamente as lacunas das linhas 01, 17, e
43.
a) as – mau – a
b) às – mal – há
c) as – mal – à
d) às – mau – a
e) as – mal – há

2. Tendo em vista as conseqüências, apresentadas no texto, acerca do estado de ignorância do


brasileiro, considere as afirmativas abaixo:

I. O Brasil possui um desempenho insignificante quanto ao seu crescimento econômico e social.


II. O Brasil é um país pouco competitivo no cenário internacional.
III. A probabilidade de o Brasil vir a fazer parte da sociedade do conhecimento é mínima se for
considerado o nível de educacional no Brasil.
IV. Os jovens brasileiros não têm condições de enfrentar a concorrência no mercado de trabalho
porque não têm qualificação.

Está(ão) correta(s):
a) apenas I c) apenas III e IV
b) apenas II d) apenas I, II e IV
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e) I, II, III e IV

3. Considerando as idéias apresentadas no texto como um todo, analise as afirmativas abaixo,


assinalando com V a(s) verdadeira(s) e com F, a(s) falsa(s):
( ) O pouco tempo de escolaridade do brasileiro é o responsável pelo baixo desempenho
econômico do país.
( ) A pequena participação, no mercado de trabalho, de mão-de-obra especializada é resultado
direto da baixa qualidade do ensino.
( ) A baixa qualidade da aprendizagem no Brasil é resultado, exclusivo, do pouco tempo de
escolaridade da população.
( ) A qualidade da educação no Brasil não contribui para desenvolver as habilidades mentais
que o mercado de trabalho exige.
( ) A inserção do Brasil no mercado internacional depende de medidas que valorizem a
educação, com investimento na sua qualidade.
A seqüência correta é:
a) F V F V V d) V F V V V
b) V F F V F e) F V F F F
c) F F V F V
4. Há, no decorrer do texto, citações de opiniões de diferentes especialistas em educação.
Considerando a argumentação geral do texto, é correto afirmar que esses depoimentos
a) apresentam-se redundantes, tendo em vista que todos ressaltam o mesmo ponto de vista
sobre os problemas educacionais brasileiros.
b) reforçam o ponto de vista do autor do texto, uma vez que são argumentos de autoridade.
c) demonstram que o autor do texto sente-se inseguro ao tratar do assunto, motivo pelo qual
recorre a fontes autorizadas.
d) revelam-se meros enfeites retóricos, perfeitamente dispensáveis.
e) descaracterizam a natureza do texto dissertativo-argumentativo.
5. Observe o trecho:
“Nos anos 90, foi feito um esforço para manter as crianças na escola e ocorreram avanços, mas
em ritmo aquém do necessário.” (linhas 26-27).
A palavra destacada poderia ser substituída, sem acarretar mudança de sentido, por:
a) Ainda bem que
b) Com mais razão
c) Porque
d) Por isso
e) Porém

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6. Assinale a opção que apresenta o verbo cuja regência NÂO é a mesma do verbo em destaque
no seguinte trecho: “Não se pode ignorar a revolução educacional” (l. 43).
a) perseguem (l. 51)
b) fornecer (l. 4)
c) acarreta (l. 40)
d) define (l. 48)
e) desistem (l. 26)

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LÍNGUA PORTUGUESA
Administração e Ciências Contábeis
Prof. Ms. Ana Paula Porto

AULA 10

REGÊNCIA VERBAL E NOMINAL

Na língua portuguesa, há vários verbos e nomes que exigem a presença de outros termos
(especialmente preposição) para formar sentido.

Regência verbal
Para saber a regência de um verbo, é indispensável analisar a transitividade verbal
e o significado do verbo. Geralmente a diversidade de regência corresponde a uma
diversidade de significados do verbo.
Ontem assisti a um filme francês.
O médico assiste o doente.

Veja um quadro com alguns verbos cuja regência costuma suscitar dúvidas:
VERBO CLASSIFICAÇAÕ SIGNIFICADO EXEMPLO
aspirar VTD Sorver, respirar Os atletas aspiravam o
ar das montanhas.
VTI Pretender, O vereador recém-eleito
desejar aspirava a um alto cargo
público.
Assistir VTI Presenciar Ontem assisti a um filme
francês.
VTD ou VTI Acompanhar
O médico assiste o
doente.
Chegar e vir VI Exigem a Cheguei ao cinema vinte
preposição minutos atrasado.
quando indicam Vou ao cinema amanhã.
lugar
Morar e VI Exigem adjunto Moro em Santa Cruz do
residir adverbial com a Sul.
preposição EM
Obedecer e VTI Exigem a O bom motorista
desobedecer preposição A obedece às leis do
trânsito.
Preferir VTDI Querer antes, Prefiro o amor à guerra.
escolher entre
duas ou várias
coisas
Simpatizar, VTI Exigem a Simpatizava com a idéia.
antipatizar preposição
COM
Visar VTD Mirar, pôr visto Visou o alvo e atirou.

VTI Pretender Ele visa a um bom


(exige a emprego.

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preposição A)

EXERCÍCIOS
1. Reescreva as frases a seguir, substituindo os verbos destacados pelos verbos
indicados para cada grupo de frases e fazendo as adaptações necessárias:
Assistir
a) Você viu o jogo final do Mundial de Tênis?
b) O rapaz socorreu as vítimas do acidente.

Preferir
c) Gosto mais de carnes do que de verduras.

Querer
d) O rapaz desejava uma moto mais moderna e potente.
e) Sempre o estimei como a um irmão.

2. Há algum tempo, pela televisão, foi veiculada uma campanha publicitária que
incentivava a compra de discos. No texto, havia a seguinte frase:

Disco: o presente que todos gostam

Essa frase utiliza uma estrutura característica da língua coloquial, desviando-se da norma
culta.
a) Reescreva a frase segundo os padrões da norma culta.
b) Procure explicar qual teria sido a intenção do autor da frase ao optar pelo uso da
linguagem coloquial.

3. De acordo com o exemplo, substitua o verbo em destaque pelo indicado entre


parênteses. Se o novo verbo exigir preposição, coloque-a antes do pronome relativo.
Comprei alguns livros que você conhece. (gostar)
Comprei alguns livros de que você gosta.

a) A cidade que visitamos é muito calma. (morar)


b) O cargo que desejo permitirá minha ascensão política. (aspirar)
c) O desenvolvimento que objetivamos será alcançado. (visar)

4. (FGV-SP) Leia com atenção:


"Apesar da insistência dos repórteres, o candidato não respondeu as perguntas."
Nessa frase, uma falha de acentuação gráfica indica erro de:
a) regência nominal
b) concordância nominal
c) concordância verbal
d) silepse de grau
e) regência verbal

5. Assinale a alternativa correta.


a) Os professores visam à formação dos alunos.
b) O fiscal visou os documentos.
c) O atirador visa o alvo.
d) Visamos a um futuro mais feliz.
e) Os desempregados visam melhores condições de vida.

Página 98
6. Assinale a opção em que o verbo chegar apresenta regência censurada pela
gramática.
a) Ele chegou na hora do almoço.
b) Ao chegar a casa, o filho pródigo foi bem recebido.
c) Era muito tarde quando cheguei ao hospital.
d) O noivo chegou atrasado na igreja.

7. No trecho “Ao considerar que a energia é um dos bens mais valiosos que a Nação
dispõe”, o Diário de Pernambuco, de 17 de setembro de 1898, registra um tipo de
regência comum na linguagem coloquial. De acordo com a norma-padrão, a regência
seria:
a) a que a Nação dispõe
b) por que a Nação dispõe
c) de que a Nação dispõe
d) contra que a Nação dispõe
e) em que a Nação dispõe

8. O pronome QUE, devidamente empregado, só não seria regido de preposição na


opção:
a) O cargo _______ aspiro depende de concurso.
b) Eis a razão _______ não comparecemos.
c) Rui é colega _______ mais aprecio.
d) O jovem ________ referiste foi aprovado.
e) Alis está o abrigo _______ necessitamos.

9. Os depoimentos _______ teve acesso comprovaram que a República não cumpriu,


nesses cem anos, as promessas ______ foi portadora.
a) a que – de que
b) aos quais – de cujas
c) pelos quais – às quais
d) os quais – das quais
e) que – que

10. Assinale a alternativa que preenche corretamente as lacunas abaixo.


A enfermeira procede ______ exame do paciente.
O gerente visa ______ cheque do cliente.
A equipe visa ______ primeiro lugar no campeonato.
O conferencista aludiu ______ fato.
Não podendo lutar, preferiu morrer _______ viver.

a) ao, ao, o, ao, do que


b) ao, a, o, o, que
c) o, a, ao, ao, à
d) a, ao, o, ao, que
e) ao, o, ao, ao, a

11. Se você preferir ler ___ sair, não deixe de folhear os livros ___ conteúdo o
professor fez referência.
a) a, a cujo
b) a, cujo
c) do que, cujo o
d) do que, cujo

Página 99
e) do que, de cujo o

12. Identifique a frase em que o a destacado deve receber o acento grave indicador de
crase.
a) Obedeça as regras do trânsito.
b) Encontram-se face a face.
c) Dirijo-me a Vossa Excelência.
d) É uma campanha digna, a cuja disposição me ponho.
e) n.d.a.

13. Qual das alternativas a seguir apresenta regência verbal incorreta em relação à norma
culta da língua?
a) Simpatizamos com os colegas.
b) Preferimos sorvetes a cremes.
c) Ontem,chegamos à fazenda de nossos avós.
d) Juliana visa a uma nova função.
e) Assistimos o espetacular jogo da seleção.

Regência nominal

Ocorre quando um nome (substantivo, adjetivo ou advérbio) exige um termo para


completar seu sentido.
Há, a seguir, um quadro com alguns nomes e as preposições que comumente eles
exigem.
REGÊNCIAS DE ALGUNS NOMES
A Acessível, adequado, alheio, análogo, apto, avesso, benéfico,
cego, conforme, desatento, desfavorável, desleal, equivalente, fiel,
grato, guerra, hostil, idêntico, inacessível, inerente, indiferente,
infiel, insensível, nocivo, obediente, odioso, oposto, peculiar,
perniciosos, próximo (de), superior, visível.
DE Amante, amigo, ansioso, ávido, capaz, cobiçoso, comum,
contemporâneo, curioso, devoto, diferente, digno, dessemelhante,
dotado, duro, estreito, fértil, fraco, incerto, indigno, inocente,
menor, natural, nobre, orgulhoso, pálido, passível, pobre,
temeroso, vazio, vizinho.
COM Afável, amoroso, aparentado, compatível, conforme, cruel,
cuidadoso, descontente, furioso (de), inconseqüente, ingrato,
intolerante, liberal, misericordioso, orgulhoso, parecido(a), rente (a,
de).
CONTRA Desrespeito, manifestação, queixa.
EM Constante, cúmplice, diligente, entendido, erudito, exato, fecundo,
fértil, fraco, forte, hábil, incansável, incerto, inconstante, indeciso,
lento, morador, parco (de), perito, prático, sábio, sito, último (de,
a), único.
ENTRE Convênio, união.
PARA Apto, bom, diligente, disposição, essencial, idôneo, incapaz, inútil,
odioso, pronto (em), próprio (de), útil.
PARA Afável, amoroso, capaz, cruel, intolerante, orgulhoso.
COM
POR Ansioso, querido, responsável, respeito (a, de).
SOBRE Dúvida, influência, triunfo.

Página 100
EXERCÍCIOS
1.Complete as lacunas com a preposição adequada, contraindo-a com os artigos,
quando necessário:
a) Fez um discurso vazio ______ significado.
b) O escritório é sito ______ rua Faria Lima, ______ Largo da Saudade.
c) Ele não se sente capaz ______ assumir a direção da empresa neste momento de
crise.
d) A mãe está ávida _______ notícias do filho.
e) Mariano sempre foi bom _______ todos.
f) Como estava apto _____ dirigir, recebeu a carteira.
g) No jornal, fazia-se alusão _____ vinda do conjunto musical.
h) Demonstrou atenção ______ todos os hóspedes.

2. Assinale a alternativa em que o emprego da preposição está correto.


a) A equipe está constituída em notáveis cientistas.
b) A transação foi benéfica para com o Brasil.
c) Notamos sua antipatia por todos os presentes.
d) Voltou aflito de resolver os problemas pendentes.
e) considerou sua aversão para com ela apenas um disfarce.

3. Assinale a alternativa que apresenta um desvio no domínio da regência nominal.


a) Estava ansiosa para saber se podia gerar filhos.
b) Ela precisava domar os caprichos, dirigir suas forças para se sentir apta àquela
situação conjugal.
c) Bernardo moera com alegria o punhado de milho no salão contíguo à fazenda.
d) Ávido de esperanças, abandonou seu abrigo e lançou-se entre os perseguidores.
e) Com espírito ambicioso com verdades, aplacou a ira daquele momento.

Regência nominal e verbal - Exercícios de concurso público:

01)ACCESS – TRIB. REG. DO TRABALHO – ATENDENTE JUDICIÁRIO


A substituição do termo grifado por um pronome pessoal está INCORRETA em:
a) A empresa recebe os incentivos.
A empresa recebe-os.
b) O governo deu prioridade às questões ecológicas.
O governo deu prioridade a elas.
c) Eles destacaram o problema do desemprego.
Eles destacaram-no.
d) As autoridades do governo não queriam nenhuma discussão.
As autoridades do governo não lhe queriam.
e) O país não quis realizar políticas compensatórias.
O país não quis realizá-las.

02) ACCESS – TRIB. REG. DO TRABALHO – ATENDENTE JUDICIÁRIO


A lacuna da frase “Fui visitar o lugar _____ nasci” só pode ser preenchida,
CORRETAMENTE, por:
a) do qual
b) no qual
c) o qual
d) na qual

Página 101
e) que

03)FESP – TRIB. DE ALÇADA CÍVEL – AUXILIAR JUDICIÁRIO


A alternativa em que se pode condenar a construção que envolve o pronome relativo é:
a) Ligue o rádio para ouvir as canções que gosta.
b) Não são poucas as pessoas que visitastes.
c) O filme a que assistiremos é imperdível.
d) O livro que li está esgotado.

04)ACCESS – TRIB. REG. DO TRABALHO – OFICIAL DE JUSTIÇA AVALIADOR


Os termos sublinhados foram CORRETAMENTE substituídos por um pronome pessoal,
EXCETO na frase da alternativa:
a) Deixaram as chaves no carro.
Deixaram-nas no carro.
b) Comuniquei o fato ao diretor ontem.
Comuniquei o fato a ele ontem.
c) Já pagaram ao empregado o salário?
Já pagaram-no o salário?
d) Ele tem de permitir a saída do carro.
Ele tem de permiti-la.
e) Pusemos o livro na estante.
Pusemo-lo na estante.

05) ACCESS – TRIB. REG. DO TRABALHO – AGENTE DE SEGURANÇA JUDICIÁRIA


Segundo a norma culta, há ERRO de regência com o verbo sublinhado na alternativa:

a) Eu devo obedecer ao meu amigo.


b) Esqueci-me do nome dele.
c) Ao falarem de Imortalidade disse que aspirava a ela.
d) Prefiro ouvir música do que ver televisão.
e) Os deputados acusados já não podiam renunciar a seus mandatos.

06) ACCESS – TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO – AGENTE DE SEGURANÇA


JUDICIÁRIA
A substituição do termo sublinhado por um pronome pessoal só está CORRETA, de acordo
com a norma culta, na seguinte alternativa:
a) O movimento visa encontrar soluções.
O movimento visa encontrar elas.
b) A campanha apresentou vários desdobramentos.
A campanha apresentou-lhes.
c) Esses momentos históricos apresentam facetas negativas.
Esses momentos históricos apresentam-as.
d) Assistimos ao desfile de corruptos.
Assistimo-lo.
e) O movimento busca reverter a deterioração social.
O movimento busca revertê-la.

07)ACCESS – TRIB. REG. DO TRABALHO – AUXILIAR JUDICIÁRIO


A regência nominal está INCORRETA em:
a) Fiquei próximo da entrada do edifício.
b) Esta determinação era contrária das anteriores.
c) Tal tarefa era incompreensível a todos.

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d) Era um romance vazio de emoções.
e) Não estava atento às explicações do mestre.

08) FESP – TRIBUNAL REGIONAL ELEITORAL – TÉCNICO JUDICIÁRIO – ÁREA FIM


De acordo com a norma culta, a regência do verbo sublinhado está incorreta em:
a) O sucesso, quem não o aspira?
b) Ele prefere ser preso a ir para a guerra.
c) Os objetivos a que eles visam são torpes.
d) Você assistiu a todos os jogos do Flamengo?
e) Ninguém tinha coragem de desobedecer a ele.

09) FESP – TRIB. REG. ELEITORAL – TÉCNICO JUDICIÁRIO – ÁREA FIM


Há erro no emprego do pronome sublinhado, de acordo com a regência verbal, em:
a) Os cheques que ele visava eram de outra agência.
b) Os prêmios a que ele aspirava não serão concedidos.
c) São várias as cláusulas do contrato das quais ele desconfia.
d) Os programas a cuja elaboração ele assistira foram elogiados.
e) As propostas que o advogado se refere não explicitam as condições de venda.

10) FESP – TRIB. REG. ELEITORAL – AUXILIAR JUDICIÁRIO


Das alternativas abaixo, a que apresenta o termo sublinhado substituído, incorretamente, por
um pronome pessoal é:
a) Basta seguir o exemplo do Supremo.
Basta seguir-lhe.
b) Lembremos o caso da nomeação de parentes.
Lembremo-lo.
c) Os magistrados solicitaram recursos extras ao Tesouro
Os magistrados solicitaram-nos ao Tesouro.
d) Os juízes tentaram repor as perdas do plano Bresser.
Os juízes tentaram repô-las.
e) O julgamento do mérito da ação talvez acate a acusação do Procurador-Geral.
O julgamento do mérito da ação talvez a acate.

11) FESP – TRIB. REG. ELEITORAL – AUXILIAR JUDICIÁRIO


Há erro no emprego do pronome relativo sublinhado (preposicionado ou não) na seguinte
frase:
a) Desconheço a artista de que falas.
b) Este é o livro de cujo autor ele faz alusão.
c) Os crimes pelos quais ele foi julgado eram antigos.
d) O juiz de cujas sentenças ele recorreu vai entrar de licença.
e) As decisões do STF às quais ele se referia eram todas de grande utilidade.

12) FESP – MAGISTÉRIO – PROFESSOR


Se se levar em conta que “regência verbal é a maneira de um verbo relacionar-se com
seus complementos”, a resposta adequada às exigências da gramática normativa encontram-se
na opção
a) O aluno vai na escola e desaprende a argumentar.
b) O aluno respeita quem lhe ensina a viver.
c) Alunos aspiram a uma escola de melhor qualidade.
d) A escola prefere mais alunos passivos do que contestadores.
e) A turma assistiu o torneio mundial de vôlei.

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13) EMAP – PREFEITURA MUNICIPAL DE NITERÓI – FISCAL DE POSTURA
De acordo com a norma culta contemporânea, a alteração da regência dos verbos das frases
abaixo só é indevida na seguinte alternativa:
a) “O guarda-noturno olha para as casas ...” / O guarda-noturno olha as casas ...
b) “Às dez e meia, o guarda-noturno entra de serviço.” / Às dez e meia, o guarda-noturno entra em
serviço.
c) “ Passo a passo, o guarda-noturno vai subindo a rua.” / Passo a passo, o guarda-noturno vai
subindo pela rua.
d) “O guarda-noturno caminha com delicadeza, para não acordar ninguém.” / O guarda-noturno
caminha com delicadeza, para não acordar a ninguém.
e) “E as pessoas adormecidas sentem, dentro de seus sonhos, que o guarda-noturno está tomando
conta da rua ...” / E as pessoas adormecidas sentem, dentro de seus sonhos, de que o guarda-
noturno está tomando conta da rua.

14) UFRJ – CÂMARA MUNICIPAL DO RIO DE JANEIRO – ASSESSOR TÉCNICO PARLAMENTAR


Considerando-se as normas de regência da língua escrita culta, pode-se afirmar que está
INCORRETA a frase:
a) Não há quem não aspire a um emprego seguro, como bom salário.
b) O fiscal procedeu à leitura da lista de empregados.
c) Daniel tem uma atividade que o distrai, graças à qual faz amigos e esquece um pouco suas
preocupações.
d) A noção de polissemia, à qual está associado o conceito de conotação, é fundamental em teoria
semântica.
e) O fim desta é informar a Vossa Senhoria sobre as novas regras vigentes na instituição.

CRASE

Crase é a fusão escrita e oral de duas vogais idênticas. É a fusão da preposição a com o
artigo a(s). A crase é indicada pelo acento grave [`].

Condições para ocorrência de crase

1) O termo regente deve exigir a preposição a.


2) O termo regido tem que ser uma palavra feminina que admita o artigo a(s).
Exemplo: Ele se dirigiu a + a fazenda. → Ele se dirigiu à fazenda.
↓ ↓
Prep. Art.

Empregos da crase
Dependendo de certos fatores presentes na estrutura da frase, o emprego do sinal
de crase pode ser obrigatório, opcional ou proibido. Veja:

Emprego Casos Exemplos


Em locuções adverbiais femininas de Saí às pressas e cheguei às dez
tempo, modo e lugar horas.
Voltaremos à vila em breve.
Em locuções prepositivas (à+ palavra Ela saiu à procura de ajuda.
feminina + de) e conjuntivas (à + Esfriava à medida que
Crase palavra feminina + que) escurecia.
obrigató À proporção que se aproximava

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ria o dia da entrega do prêmio,
mais ansiosos ficavam os
atores.
Quando estão subentendidas as Refiro-me à UFRJ. (à
expressões à moda de, à maneira de universidade).
ou palavras como faculdade, Ele fez bifes à milanesa.
empresa, companhia, mesmo que
seja diante de palavras masculinas.
Com pronomes possessivos (minha, Ele se dirigiu à minha irmã.
sua, nossa, etc) Ele se dirigiu a minha irmã.
Com nomes de mulher Eu me refiro à Patrícia.
Crase Eu me refiro a Patrícia.
opcional Com a palavra até A estrada vai até à praia.
A estrada vai até a praia.
Antes de palavras masculinas Escreva o texto a lápis.
As vendas a prazo aumentaram.
Antes de verbos Ele começou a gritar.
Passou a acreditar em milagres.
Antes de essa(s), esta (s), cuja(s) Dou valor a essa vitória.
Antes de pronomes pessoais Obedeço a ela, não a V. Sa.
(inclusive os de tratamento)
Crase Quando há preposição no singular Não vamos a festas do clube.
proibida seguida de um substantivo no plural Assistimos a manifestações
públicas em Brasília.
Referia-se a pessoas ricas.
Entre palavras repetidas Estávamos frente a frente.
Antes de nomes de lugar que não O vocalista irá a Curitiba para
admitem artigo ou sem uma apresentação.
especificação. Somente na outra semana
voltará a Diamantina.

Importante! O vocalista irá à


bela Curitiba para uma
apresentação.
Somente na outra semana
voltará à histórica Diamantina.
Antes da palavra casa (se não Chegamos cedo a casa.
houver especificação) Chegamos cedo à bela casa.

Importante! Vamos à casa de


meus amigos.
Antes da palavra terra (no sentido O náufrago chegou a terra.
oposto ao de “água”)
Importante! “Terra” com sentido
de planeta e de terra natal
admitem crase.
A espaçonave voltará à Terra
em um mês.
Sempre sonhou retornar à terra
em que nasceu.

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EXERCÍCIOS
1. Reescreva as frases a seguir, completando-as com a, à ou às:
a) O supermercado vende ___ atacadistas ____ vista e ____ prazo e ainda faz
entrega em domicílio ____ pedido do freguês.
b) Saboreamos um tutu ___ mineira, num restaurante aconchegante ___ pouca
distância do hotel, mas ou menos ___ sete horas.
c) Sentou-se ____ mesa e pôs-se ___ reescrever uma ___ uma ____ páginas do
relatório.
d) Garanto ___ você que compete ____ ela, pelo menos ___ meu ver, tomar ____
providências necessárias para resolver o caso, pois ____ qualquer momento
estará ____ entrada do prédio ____ comissão parlamentar.

2. Considerando que você aprendeu sobre o assunto, tente explicar por que,
nestas frases, não ocorre crase.
a) O ricaço gastava dinheiro a rodo.
b) Rapidamente aprendeu a ler.
c) Não me submeto a uma ordem desse tipo.
d) Ele não conseguiu responder a nenhuma questão de interpretação de
texto.
e) Os dois rivais estavam face a face.

3. Complete as frases com A, AS, À ou ÀS.


a) Voltou ___ fazenda no final de semana para andar ____ cavalo.
b) A reunião será ____ uma hora, na sala da diretoria.
c) Encontrei Maria debruçada ____ janela, esperando ___ hora de viajar.
d) Comunico ____ Vossa Senhoria ____ transferência de acordo para ___ próxima
semana.
e) O gerente foi ____ Inglaterra ____ negócios e não ____ passeio.

4. Indique a frase em que a presença ou ausência do acento grave está


INCORRETA.
a) Fui à casa de meu professor.
b) A transmissão do evento começa às dez horas.
c) Costumava-se vestir à moda italiana.
d) Logo percebi a quem você se referia, naquele momento.
e) Foi à Bruxelas para assistir à uma conferência sobre o aquecimento global.

5. Ele não chegará __ entender a questão, como nunca chegou __ compreensão


dos mais simples problemas que atingem __ todos.

6. (FCL-SP) Identifique a alternativa que completa esta frase: diga __ essa menina
que estou __ fazer o exercício __ risca.
a) a, a, à b) à, a, à c) a, à, a d) a, à, à

7. Assinale a alternativa que completa corretamente as lacunas da frase: Nesta


oportunidade, volto __ referir-me __ problemas já expostos __ V. Sa. __ alguns dias.
a) à – àqueles – a – há
b) a – àqueles – a – há
c) a – aqueles – à – a
d) à – àqueles – a – a

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e) a – aqueles – à – há

8. A frase em que falta acento indicativo de crase é:


a) Aquela jornalista é surpreendida pela repercussão da notícia.
b) Aquele jornalista é atribuída a melhor versão do fato.
c) Aquele jornalista é auxiliado pela comunidade.
d) Aquela jornalista é elogiada por seu trabalho.
e) Aquele jornalista é destacado por sua imparcialidade.

9. (MACK-SP)
I. Em relação a renda familiar, o emprego intensivo de mão-de-obra não é a melhor
solução.
II. Desde a última década, sinistros presságios atormentam-lhe a mente.
III. Os investidores americanos, habituados à lentidão do ritmo inflacionário, conseguem
acumular fortuna.
De acordo com o emprego adequado da crase, deduz-se que:
a) estão corretos os períodos II e III.
b) somente o período III está correto.
c) estão corretos os períodos I e II.
d) nenhum dos três está correto.
e) todos os períodos estão corretos.

10. (ESPM-SP) Identifique o caso em que nunca pode ocorrer a crase:


a) nas expressões adverbiais
b) na indicação de número de horas
c) antes de verbo
d) antes do feminino

11. (TRE-MG) O acento grave, indicador de crase, está empregado incorretamente em:
a) Tal lei se aplica, necessariamente, à mulheres de índole violenta.
b) As novelas, às quais assisti, problematizam a questão da droga.
c) Entregou as chaves da loja àquele senhor que nos desacatou na praça.
d) O delegado disse ao prefeito e aos vereadores que estava à procura dos foragidos.
e) O bom atendimento às pessoas pobres deve ser prioridade da nova administração.

12. (BANESPA) Assinale a alternativa que preenche corretamente as lacunas do texto ao


lado: "Recorreu ....... irmã e ....... ela se apegou como ....... uma tábua de salvação."

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FACULDADE DOM ALBERTO
DISCIPLINA DE LÍNGUA PORTUGUESA JURÍDICA
PROFA. MS ANA PAULA TEIXEIRA PORTO

a) à - à - a
b) à - à - à
c) à - a - à
d) à - a - a
e) a - a - a

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FACULDADE DOM ALBERTO
Cursos de Administração e Ciências Contábeis
Disciplina de Língua Portuguesa Aplicada
Profa. Ms. Ana Paula Porto

AULA 11

PONTUAÇÃO

Quando falamos, precisamos fazer certas pausas mais ou menos prolongadas


entre as partes do nosso discurso. algumas dessas pausas servem para retornarmos o
fôlego; outras, no entanto, devem ser feitas obrigatoriamente, caso contrário, ou não
seremos entendidos, ou nossa mensagem será interpretada de forma diferente.
A língua escrita, não dispondo dos recursos de ritmo e melodia próprios da fala,
serve-se de sinais de pontuação para marcar o sentido dos enunciados. Um texto escrito
sem pontuação não tem sentido preciso. Uma frase adquire sentidos diferentes quando
pontuada de diferentes formas. Os sinais de pontuação servem para marcar a pausa, o
ritmo e a entonação na leitura e também para substituir outros componentes específicos
da língua falada, como os gestos e a expressão facial. A pontuação facilita a leitura e
torna mais claro e preciso o texto.

A pontuação marca, na escrita, as diferenças de entonação, contribuindo para tornar


mais preciso o sentido que se quer dar ao texto.

Veja as frases a seguir e observe o emprego de sinais de pontuação e o conteúdo


de cada mensagem.

É favor não sentar: pintado.


É favor não sentar pintado.
É favor não sentar, Pintado.

Qual é o sentido que se depreende em cada uma das frases?

As pausas e entonações do texto escrito são marcadas por sinais de pontuação:


dois-pontos, vírgula, ponto-e-vírgula, ponto, travessão, ponto de exclamação, ponto de
interrogação, aspas, parênteses, reticências.

Os sinais de pontuação são sinais gráficos usados para indicar as pausas, a entonação
e o ritmo da leitura de um texto.

EMPREGO DA VÍRGULA

Emprega-se a vírgula para:


1. SEPARAR ENUMERAÇÃO
Sua observação foi agressiva, irônica, antipática.

2. SEPARAR APOSTO
Fernanda Montenegro, atriz talentosa, foi homenageada.

3. SEPARAR ORAÇÕES ADJETIVAS EXPLICATIVAS

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Cursos de Administração e Ciências Contábeis
Disciplina de Língua Portuguesa Aplicada
Profa. Ms. Ana Paula Porto

Seus olhos, que eram negros, brilhavam muito.

4. SEPARAR O VOCATIVO
Você ouviu, Maria, que notícia estranha?
Prezado diretor, comunico que a sua empresa será notificada por infringir leis
trabalhistas.

EXERCÍCIOS
1. Pontue as frases abaixo:
a) João Bosco Medeiros autor de livros sobre redação técnica publicou recentemente
mais uma obra sobre correspondências.
b) Ele já morou em Santos em Brasília em Porto Alegre em Recife.
c) Rubem Braga o maior cronista brasileiro nasceu no Espírito Santo.
d) Senhor João da Silva comunico que a palestra foi adiada.
e) Curso de Português Jurídico que é um dos manuais de Língua Portuguesa mais
vendidos já está na sua 30ª edição.

2. Aponte a alternativa que justifica as vírgulas do seguinte período.


Ele é um guri que finta banco, escritório, repartição, fita, balcão, pedido de certidão,
imposto a pagar.
a) separar aposto
b) separar oração adjetiva explicativa
c) separar vocativo
d) separar termos enumerados
e) separar orações coordenadas

OUTRAS REGRAS PARA EMPREGO DA VÍRGULA

5. ISOLAR ADJUNTO ADVERBIAL DESLOCADO OU EXTENSO


À noite, faço um curso de inglês intensivo.
Na manhã do dia 15 de março, ladrões invadiram um supermercado na zona sul da
cidade.

6. ISOLAR EXPRESSÕES EXPLICATIVAS, COMO ISTO É, OU SEJA, A SABER,


POR EXEMPLO, OU MELHOR, ETC
O diretor titubeou, isto é, não concordou de pronto com a decisão.

7. SEPARAR NOMES DE LUGAR, EM DATAS E ENDEREÇOS


Santa Cruz do Sul, 25 de maio de 2006.
Rua do Ouro, 228.

8. INDICAR ELIPSE DO VERBO


Hoje nós preferimos café e ontem, chá.

EXERCÍCIOS

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Disciplina de Língua Portuguesa Aplicada
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1. Coloque vírgulas quando necessário:

a) Meu marido faz aniversário em maio e eu em setembro.


b) Santa Cruz do Sul 22 de junho de 2006.
c) Eu você e todo o pessoal vamos ao churrasco da turma.
d) Santa Cruz do sul que é uma cidade de colonização germânica realizará festa para
homenagear colonizadores.
e) Meu filho saiba que numa situação dessas é necessário acima de tudo muita
discrição.
f) À noite todos os gatos são pardos.

2. Observe os períodos.
I. Com muito cuidado os advogados analisaram o documento.
II. Os advogados analisaram o documento com muito cuidado.
III. Os advogados com muito cuidado analisaram o documento.

Qual ou quais dos períodos precisa receber vírgula? Por quê?

3. (CESCEM-SP) Assinale a alternativa em que o texto abaixo está corretamente


pontuado.
a) Eram frustradas, insatisfeitas; além disso, seus conhecimentos eram duvidosos.
b) Eram frustradas; insatisfeitas, além disso seus conhecimentos eram duvidosos.
c) Eram frustradas, insatisfeitas, além disso seus conhecimentos eram duvidosos.
d) Eram frustradas, insatisfeitas; além disso, seus conhecimentos eram duvidosos.
e) Eram frustradas insatisfeitas; além disso seus conhecimentos eram duvidosos.

OUTRAS REGRAS PARA EMPREGO DA VÍRGULA

9. SEPARAR ORAÇÕES COORDENADAS QUE NÃO SÃO LIGADAS PELO


CONECTOR “E”
Viajou no fim de semana, foi visitar os pais.
Talvez seja engano meu, mas acho que ela está mais serena agora.

OBSERVAÇÃO: separar as orações coordenadas pelo conector “e” quando o sujeito das
orações não for o mesmo:
A criatura desviou-se, e as linhas se moveram.

10. SEPARAR ORAÇÕES SUBORDINADAS ADVERBIAIS ANTEPOSTAS À


ORAÇÃO PRINCIPAL
Embora vivesse no interior, vinha muito à capital.
Quando eu era menino, ouvia muitas histórias macabras.

11. QUANDO APARECER UMA ORAÇÃO INICIADA COM GERÚNDIO, ESTA


ORAÇÃO DEVERÁ SER SEPARADA, OBRIGATORIAMENTE, POR VÍRGULA
Jamais conseguirá o apoio de seus pais, agindo impensadamente.

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12. SEPARAR ORAÇÕES INTERCALADAS


Esses fatos, conforme informou o jornal, são falsos.

Não se emprega vírgula entre o sujeito e o predicado de uma oração nem se usa
vírgula para separar o verbo de seus complementos.

A Mata Atlântica está perdendo um campo de futebol a cada quatro minutos.

EXERCÍCIOS
1. (F. C. Chagas-PR) Aponte a alternativa corretamente acentuada:
a) Como explicar, que as estruturas lógicas se tornam necessárias, num dado nível ?
b) Como explicar, que as estruturas lógicas se tornam necessárias num dado nível ?
c) Como explicar, que as estruturas lógicas, se tornam necessárias num dado nível ?
d) Como explicar que as estruturas lógicas se tornam necessárias num dado nível ?
e) Como explicar que as estruturas lógicas, se tornam necessárias num dado nível ?

2. Nos itens a seguir, as frases originais são reescritas, alterando-se a ordem de


seus termos. Observando essas transformações, coloque as vírgulas que julgar
necessárias:
a) Os hóspedes saíram rapidamente do hotel para apreciar a discussão entre os
dois homens tão educados.
I) Para apreciar a discussão entre os dois homens tão educados os hóspedes saíram
rapidamente do hotel.
II) Os hóspedes para apreciar a discussão entre os dois homens tão educados saíram
rapidamente do hotel.

b) Por que o coração se enche de ardor quando vagamos pela cidade vazia?
(Arnaldo Jabor, Folha de S.Paulo, 18 ago. 1991)
I) Por que quando vagamos pela cidade vazia o coração se enche de ardor?
II) Por que o coração quando vagamos pela cidade vazia se enche de ardor?
III) Quando vagamos pela cidade vazia\por que o coração se enche de ardor?

3. Leia o texto e responda às questões.


Uma vírgula esquecida ou mal usada afeta o sentido da frase. A maldita pode mudar o
sentido ou deixar a frase sem sentido. Observe a importância da vírgula no exemplo a
seguir:
“Os técnicos foram à reunião acompanhados da secretária do diretor e de um
coordenador.”
Se usarmos uma vírgula, mudaremos o sentido da frase.
a) Onde a vírgula deve ser colocada para que o sentido da frase seja alterado?
b) Explique a alteração de sentido produzida com a utilização da vírgula.

4. Observe o texto:
Iguais e diferentes

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Disciplina de Língua Portuguesa Aplicada
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Do lado de fora, somos bastantes diferentes no que se refere à cor da pele e dos cabelos,
à estrutura física, à altura. Internamente, porém, parecemos verdadeiros gêmeos. Se você
pudesse embarcar numa micronave e entrar no corpo humano, como no filme Viagem
insólita, o que você veria? Centenas de ossos, quilômetros de veias e trilhões de cédulas,
trabalhando em conjunto para pôr em funcionamento essa máquina. (O Guia dos
Curiosos)

As vírgulas foram empregadas no texto por razões diversas. Justifique o uso da vírgula
nas seguintes situações:
a) Do lado de fora,
b) à estrutura física, à altura
c) trabalhando em conjunto

5. Observe as frases:
I. Ele foi, logo eu não fui.
II. O menino, disse ele, não vai.
III. Deus, que é Pai, não nos abandona.
IV. Saindo ele e os demais, os meninos ficarão sós.

Identifique a alternativa correta:


a) Em I, há erro de pontuação.
b) Em II e III, as vírgulas podem ser retiradas sem que haja erro.
c) Na I, se se mudar a vírgula de posição, muda-se o sentido da frase.
d) Na II, faltam dois-pontos depois de “disse”.
e) n. d. a.

6. (F. C. Chagas-PR) Assinale a letra que corresponde ao período de pontuação


correta.
a) Pouco depois, quando chegaram, as outras pessoas a reunião ficou mais animada.
b) Pouco depois quando chegaram as outras pessoas a reunião ficou mais animada.
c) Pouco depois quando chegaram as outras pessoas, a reunião ficou mais animada.
d) Pouco depois quando chegaram as outras pessoas a reunião, ficou mais animada.
e) Pouco depois quando chegaram as outras pessoas a reunião, ficou, mais animada.

7. Assinale a alternativa em que o emprego da vírgula segue a mesma orientação do uso


da vírgula em “Por causa de sua profissão, Tereza vive recebendo diversas ameaças de
morte”:
a) Quando sair à noite, tome cuidado especial com a segurança.
b) Devido à forte chuva, dois carros perderam o controle e colidiram na RST 471.
c) Depois de encarar as gravações e Sinhá moça, Bruno Gagliasso já está cotado para
trabalhar na próxima novela das oito.
d) Para dar um susto em Rafa, Bodão empurra o Ogromóvel ladeira abaixo.
e) Juba chega, dá uma pedrada na cabeça do capanga e todos fogem.

8. (FUVEST) Assinale o período que está pontuado corretamente:

a. Solicitamos aos candidatos que respondam às perguntas a seguir, importantes


para efeito de pesquisas relativas aos vestibulares.

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b. Solicitamos aos candidatos, que respondam, às perguntas a seguir importantes


para efeito de pesquisas relativas aos vestibulares.
c. Solicitamos aos candidatos, que respondam às perguntas, a seguir importantes
para efeito de pesquisas relativas aos vestibulares.
d. Solicitamos, aos candidatos que respondam às perguntas a seguir importantes
para efeito de pesquisas relativas aos vestibulares.
e. Solicitamos aos candidatos, que respondam às perguntas, a seguir,
importantes para efeito de pesquisas relativas aos vestibulares.

(CESCEM) Nas questões seguintes, os períodos foram pontuados de cinco formas


diferentes. Leia-os todos e assinale a letra que corresponde ao período de pontuação
correta:

9.

a. Entra a propósito, disse Alves, o seu moleque, conhece pouco os deveres da


hospitalidade.
b. Entra a propósito disse Alves, o seu moleque conhece pouco os deveres da
hospitalidade.
c. Entra a propósito, disse Alves o seu moleque conhece pouco os deveres da
hospitalidade.
d. Entra a propósito, disse Alves, o seu moleque conhece pouco os deveres da
hospitalidade.
e. Entra a propósito, disse Alves, o seu moleque conhece pouco, os deveres da
hospitalidade.

10.

a. Prima faça calar titio suplicou o moço, com um leve sorriso que imediatamente
se lhe apagou.
b. Prima, faça calar titio, suplicou o moço com um leve sorriso que imediatamente
se lhe apagou.
c. Prima faça calar titio, suplicou o moço com um leve sorriso que imediatamente
se lhe apagou.
d. Prima, faça calar titio suplicou o moço com um leve sorriso que imediatamente
se lhe apagou.
e. Prima faça calar titio, suplicou o moço com um leve sorriso que, imediatamente
se lhe apagou.

11.

a. Era um homem de quarenta e cinco anos, baixo, meio gordo, fisionomia


insinuante, destas que mesmo sérias, trazem impresso constante sorriso.
b. Era um homem de quarenta e cinco anos, baixo, meio gordo, fisionomia
insinuante, destas que mesmo sérias trazem, impresso constante sorriso.
c. Era um homem de quarenta e cinco anos, baixo, meio gordo, fisionomia
insinuante, destas que, mesmo sérias, trazem impresso, constante sorriso.
d. Era um homem de quarenta e cinco anos, baixo, meio gordo, fisionomia
insinuante, destas que, mesmo sérias trazem impresso constante sorriso.

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e. Era um homem de quarenta e cinco anos, baixo, meio gordo, fisionomia


insinuante, destas que, mesmo sérias, trazem impresso constante sorriso.

12.

a. Deixo ao leitor calcular quanta paixão a bela viúva, empregou na execução do


canto.
b. Deixo ao leitor calcular quanta paixão a bela viúva empregou na execução do
canto.
c. Deixo ao leitor calcular quanta paixão, a bela viúva, empregou na execução do
canto.
d. Deixo ao leitor calcular, quanta paixão a bela viúva, empregou na execução do
canto.
e. Deixo ao leitor, calcular quanta paixão a bela viúva, empregou na execução do
canto.

13.

a. Bem te dizia eu, que não iriam a bons resultados as tuas paixões simuladas.
b. Bem te dizia eu que, não iriam a bons resultados as tuas paixões simuladas.
c. Bem te dizia eu que não iriam a bons resultados, as tuas paixões simuladas.
d. Bem te dizia eu que não iriam, a bons resultados as tuas paixões simuladas.
e. Bem te dizia eu que não iriam a bons resultados as tuas paixões simuladas.

14.

a. Eram frustradas, insatisfeitas; além disso, seus conhecimentos eram


duvidosos.
b. Eram frustradas, insatisfeitas, além disso seus conhecimentos eram duvidosos.
c. Eram frustradas; insatisfeitas: além disso, seus conhecimentos eram
duvidosos.
d. Eram frustradas, insatisfeitas; além disso, seus conhecimentos eram
duvidosos.
e. Eram frustradas, insatisfeitas, além disso, seus conhecimentos eram
duvidosos.

15.

a. Escancarou-as, finalmente; mas a porta, se assim podemos chamar ao


coração, essa estava trancada e retrancada.
b. Escancarou-as finalmente; mas, a porta se assim podemos chamar ao coração,
essa estava trancada e retrancada.
c. Escancarou-as, finalmente; mas a porta se assim podemos chamar ao coração,
essa estava trancada, retrancada.
d. Escancarou-as finalmente; mas a porta, se assim podemos chamar ao coração,
essa estava trancada e, retrancada.
e. Escancarou-as finalmente, a porta, se assim podemos chamar ao coração,
essa estava trancada e retrancada.

16.

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a. E, tornou a olhar para a rua, inclinando-se, sorrindo enquanto na sala o pai


continuava a guiar o Rubião para a porta, sem violência, mas tenaz.
b. E tornou a olhar para a rua inclinando-se, sorrindo, enquanto na sala, o pai
continuava a guiar o Rubião para a porta, sem violência, mas tenaz.
c. E tornou a olhar para a rua, inclinando-se, sorrindo, enquanto na sala o pai
continuava a guiar o Rubião para a porta, sem violência, mas tenaz.
d. E tornou a olhar para a rua, inclinando-se, sorrindo, enquanto na sala o pai
continuava a guiar o Rubião para a porta, sem violência, mas, tenaz.
e. E tornou a olhar para a rua, inclinando-se, sorrindo, enquanto, na sala o pai
continuava a guiar o Rubião para a porta sem violência, mas tenaz.

17.

a) Esqueceu-me apresentar-lhe, minha mulher, acudiu, Cristiano.


b) Esqueceu-me, apresentar-lhe minha mulher, acudiu Cristiano.
c) Esqueceu-me, apresentar-lhe: minha mulher acudiu Cristiano.
d) Esqueceu-me apresentar-lhe minha mulher, acudiu Cristiano.
e) Esqueceu-me, apresentar-lhe; minha mulher acudiu, Cristiano.

Instrução: As questões 18 a 26 referem-se ao texto abaixo.


1 Se escapar do bombardeio ________ está sendo submetido, um achado
2 divulgado anteontem por pesquisadores do Reino Unido poderá mudar a história da
3 ocupação humana da América. Segundo eles, pegadas de pessoas descobertas no
4 centro do México teriam 40 mil anos - embora os registros mais antigos de presença
5 humana no continente não ultrapassem ______13 mil anos.
6 A equipe, liderada pela geoarqueóloga mexicana Silvia González, achou os
7 rastros na beira de um antigo lago assolado por chuvas de cinza vulcânica. Imagina-se
8 que, depois de um desses episódios, um grupo de pessoas (entre as quais crianças, a
9 julgar pelas dimensões das pegadas) teria caminhado sobre a cinza, deixando sua
10 marca.
11 Usando uma série de métodos diferentes, o grupo britânico datou fósseis de
12 animais no mesmo nível da pegada, assim como sedimentos em volta da própria,
13 chegando à data de por volta de 40 mil anos antes do presente. Hoje, o sítio
14 arqueológico das Américas mais antigo cujas datas são aceitas pelos cientistas é
15 Monte Verde, no extremo sul do Chile, com seus 12,5 mil anos. Poucos pesquisadores
16 põem em dúvida a idéia de que os primeiros americanos cruzaram o estreito de
17 Bering, vindos do extremo nordeste da Ásia, para chegar ao Novo Mundo.
18 "Novas rotas de migração que expliquem a existência desses sítios muito mais
19 antigos precisam ser consideradas. Nossos achados reforçam a teoria de que esses
20 primeiros colonos tenham vindo pela água, usando a rota da costa do Pacífico", disse
21 González em comunicado.
22 "Nunca se deve dar a conhecer um achado tão importante numa entrevista
23 coletiva", critica o antropólogo argentino Rolando González-José, do Centro Nacional
24 Patagônico. O pesquisador já chegou a estudar os antigos mexicanos junto com a
25 arqueóloga, mas teve "divergências inconciliáveis" com ela. "Uma data de 40 mil anos
26 não necessariamente leva _____ modelos alternativos do povoamento, muito menos
27 recorrendo _____ rotas transpacíficas", diz.

Adaptado de: LOPES, Reinaldo José. Folha de S. Paulo, 6 jul. 2005, p. 16.

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18. Assinale a alternativa que preenche correta e respectivamente as lacunas das


linhas 01, 05, 26 e 27.
a) ao qual – os – há – a d) a que – os – a – a
b) que – aos – a – à e) que – aos – a – às
c) no qual – a – à – às

19. Considere as seguintes afirmações.


I – A descoberta de fósseis permitiu a localização de pegadas de um grupo de pessoas
que teria caminhado sobre a cinza proveniente de um episódio de chuvas de cinza
vulcânica.
II – Foram descobertos, no centro do México, fósseis de pessoas cujas pegadas têm
mais de 40 mil anos.
III – A possível datação de 40 mil anos para o achado da equipe de González exige,
segundo a arqueóloga, que se considerem novas rotas de migração dos primeiros
povoadores da América.

Quais estão de acordo com o texto?


a) Apenas I. d) Apenas I e II.
b) Apenas II. e) Apenas II e III.
c) Apenas III.

20. Considere as seguintes afirmações sobre referentes de segmentos do texto.


I – O substantivo bombardeio (linha 01) refere-se às freqüentes chuvas de cinza
vulcânica que atingem o achado.
II – O substantivo marca (linha 10) refere-se essencialmente a pegadas de crianças.
III – A expressão esses primeiros colonos (linhas 19 e 20) refere-se a migrantes que
deixaram suas pegadas no centro do México.

Qual(is) está(ão) correta(s)?


a) Apenas I. d) Apenas I e II.
b) Apenas II. e) Apenas II e III.
c) Apenas III.

21. O uso das vírgulas na linha 06 justifica-se por se tratar de:


a) Vocativo d) Supressão de verbo
b) Termo deslocado e) Oração adjetiva explicativa
c) Aposto

22. Considere as seguintes afirmações sobre expressões indicativas de tempo


usadas no texto.
I – A palavra anteontem (linha 2) remete à antevéspera do dia em que a reportagem foi
escrita.
II – A palavra depois (linha 8) está relacionada a um dos episódios de chuvas de cinza
vulcânica.
III – A expressão antes do presente (linhas 13) significa “antes do momento da
descoberta”.

Qual(is) está(ão) correta(s)?


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a) Apenas I. d) Apenas I e II.


b) Apenas II. e) Apenas II e III.
c) Apenas III.

23. Assinale o nexo (elemento de coesão) que poderia expressar o tipo de relação
semântica que a frase iniciada na linha 15 estabelece com a frase anterior (linhas
13-15).
a) Ainda bem que d) Por isso
b) Com mais razão e) Além disso
c) Isto é

24. Observe o período: “Imagina-se que, depois de um desses episódios, um grupo de


pessoas (...) teria caminhado sobre a cinza, deixando sua marca” (linhas 7-10).
I – As duas primeiras vírgulas do texto são colocadas para indicar uma circunstância.
II – A última vírgula do trecho é motivada pela presença de um verbo no gerúndio.
III – As duas primeiras vírgulas do texto poderiam ser retiradas do fragmento sem
provocar incorreção gramatical.

Qual(is) está(ão) correta(s)?


a) Apenas I. d) Apenas I e II.
b) Apenas II. e) Apenas II e III.
c) Apenas III.

25. Considere o fragmento do texto: “Hoje, o sítio arqueológico das Américas mais
antigo cujas datas são aceitas pelos cientistas é Monte Verde, no extremo sul do Chile,
com seus 12,5 mil anos.“ As expressões em destaque estão separadas por vírgula
por qual motivo?
a) Vocativo d) Supressão de verbo
b) Termo deslocado e) Oração coordenada
c) Aposto

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AULA 12
OUTROS SINAIS DE PONTUAÇÃO
2. PONTO FINAL
Emprega-se no final de frases declarativas:

Os livros foram danificados pelas traças.

3. DOIS-PONTOS
É usado para:

• introduzir uma fala num diálogo escrito:

A aeromoça aproximou-se:
_ Os passageiros devem permanecer sentados até o pouso da aeronave.

• introduzir uma citação:

Pois estava escrito em cima do jornal: em São Paulo, a polícia proibira comícios na rua e
passeatas embora se falasse vagamente em motins na tarde no Largo da Sé.

• introduzir palavras ou orações que servem para enumerar ou esclarecer o que


se afirmou anteriormente:

Lembrei-me do nome e do tipo: era João Francisco Gregório, caboclo robusto, desconfiado.

4. RETICÊNCIAS
Indicam a interrupção da frase, feita com a finalidade de sugerir:

• dúvida, hesitação, surpresa:

Qualquer dia destes, embarco pra .... pra ... pra China.

• suspensão do pensamento ou quebra de seqüência na fala:

_ Vá pra casa, menino! ... aí vem temporal...

• supressão de trecho em textos:

Com os descobrimentos marítimos dos séculos XV e XVI, os portugueses ampliam


enormemente o império de sua língua ...

5. PONTO DE INTERROGAÇÃO
Emprega-se no final de frases interrogativas diretas:

Os homens precisam andar armados?

6. PONTO DE EXCLAMAÇÃO
É usado após uma interjeição ou frase exclamativa para expressar chamamento,
emoções, ordem ou pedido:

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Epa! Alguma coisa está errada no trabalho.
Saia do meu quarto!

7. ASPAS
Empregam-se as aspas para:

• indicar o início e o final de uma citação:

Machado de Assis disse: “Deve ser um vinho enérgico a política.”

• destacar uma palavra ou expressão (como palavra estrangeira, gíria,


neologismo):

Os “anjinhos” já estão prontos? O ônibus escolar chegou.

Você sabe fazer “downloads” de arquivos?

8. PARÊNTESES
Empregam-se os parênteses:

• para intercalar uma idéia acessória ou explicativa na frase:

Depois do jantar (mal servido) ele saiu daquele hotel e não voltou mais.

• nas indicações bibliográficas:

“Mas quando olhar a mancha viva na minha camisa, talvez faça uma careta e me deixe
passar.” (Chico Buarque)

9. TRAVESSÃO
Emprega-se o travessão para:

• indicar a fala ou a mudança de interlocutor nos diálogos escritos:

_ Quer saber de uma coisa? O melhor é nós terminarmos.


_ Terminarmos?
Ele sentiu um frio.
_ Não combinamos mais mesmo.

• enfatizar expressões ou orações nas frases:

Foi poeta – e sonhou – e amou na vida.

10. PONTO-E-VÍRGULA
Emprega-se o ponto-e-vírgula para:

• separar, em um período de certa extensão, as partes que tenham orações já


separadas por vírgulas:
Já tive muitas capas e infinitos guarda-chuvas, mas acabei me cansando de tê-los e
perdê-los; há anos vivo sem nenhum desses abrigos, e também, como toda gente, sem
chapéu.
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• separar os itens em uma enumeração:


A prova constará de: a) um estudo de texto; b) cinco questões gramaticais
contextualizadas; c) uma redação sobre o tema abordado no texto.

EXERCÍCIOS
1. Pontue adequadamente os enunciados a seguir:
a) A vida para uns é bela é alegre só traz felicidade para outros um fardo pesado a carregar.
b) duas coisas pretendo conseguir neste ano um bom emprego e uma vaga numa faculdade.
c) Em entrevista à Veja o candidato tucano à presidência da república disse Lula é um cara-
de-pau. Essa afirmação marcada por uma agressividade e uma linguagem inadequada a um
candidato foi considerada muito ofensiva pelos próprios colegas de Geraldo Alckmin.
d) Beto tinha esse apelido desde criança não gostava de viajar.

2. Identifique a opção em que está corretamente indicada a ordem dos sinais de pontuação
que devem substituir os asteriscos da frase a seguir:

Quando se trata de trabalho científico * duas coisas devem ser consideradas * uma é a
contribuição teórica que o trabalho oferece * a outra é o valor prático que possa ter.
a) dois-pontos, ponto-e-vírgula, ponto-e-vírgula.
b) dois-pontos, vírgula, ponto-e-vírgula.
c) vírgula, dois-pontos, ponto-e-vírgula.
d) ponto-e-vírgula, dois-pontos, ponto-e-vírgula.
e) ponto-e-vírgula, vírgula, vírgula.

3. Identifique a frase que apresenta pontuação correta:


a) O mais velho, dos viajantes, disse subitamente, estou muito cansado, vamos, descer aqui.
b) O mais velho dos viajantes disse subitamente, estou muito, cansado, vamos, descer aqui?
c) O mais velho dos viajantes; disse subitamente _ Estou muito cansado; vamos descer
aqui.
d) O mais velho dos viajantes disse subitamente: _ Estou muito cansado; vamos descer
aqui.
e) O mais velho dos viajantes, disse subitamente: Estou muito cansado vamos, descer aqui?

4. (IBGE) Assinale a opção que apresenta erro de pontuação:


a) Sem reforma, social, as desigualdades entre as cidades brasileiras, crescerão sempre...
b) No Brasil, a diferença social é motivo de constante preocupação.
c) O candidato que chegou atrasado fez um ótimo teste no IBGE.
d) Tenho esperanças, pois a situação econômica não demora a mudar.
e) Ainda não houve tempo, mas, em breve, as providências serão tomadas.

5. (CESGRANRIO) Assinale o texto de pontuação correta:


a) Não sei se disse, que, isto se passava, em casa de uma comadre, minha avó.
b) Eu tinha, o juízo fraco, e em vão tentava emendar-me: provocava risos, muxoxos,
palavrões.
c) A estes, porém, o mais que pode acontecer é que se riam deles os outros, sem que este
riso os impeça de conservar as suas roupas e o seu calçado.
d) Na civilização e na fraqueza ia para onde me impeliam muito dócil muito leve, como os
pedaços da carta de ABC, triturados soltos no ar.
e) Conduziram-me à rua da Conceição, mas só mais tarde notei, que me achava lá, numa
sala pequena.
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6. (TTN) Das redações abaixo, assinale a que não está pontuada corretamente:
a) Os candidatos, em fila, aguardavam ansiosos o resultado do concurso.
b) Em fila, os candidatos, aguardavam, ansiosos, o resultado do concurso.
c) Ansiosos, os candidatos aguardavam, em fila, o resultado do concurso.
d) Os candidatos ansiosos aguardavam o resultado do concurso, em fila.
e) Os candidatos, aguardavam ansiosos, em fila, o resultado do concurso.

(CARLOS CHAGAS-BA) Instruções para as questões de números 7 e 8: Os períodos abaixo


apresentam diferenças de pontuação, assinale a letra que corresponde ao período de
pontuação correta:

7.
a) Pouco depois, quando chegaram, outras pessoas a reunião ficou mais animada.
b) Pouco depois quando chegaram outras pessoas a reunião ficou mais animada.
c) Pouco depois, quando chegaram outras pessoas, a reunião ficou mais animada.
d) Pouco depois quando chegaram outras pessoas a reunião, ficou mais animada.
e) Pouco depois quando chegaram outras pessoas a reunião ficou, mais animada.

8.
a) Precisando de mim procure-me; ou melhor telefone que eu venho.
b) Precisando de mim procure-me, ou, melhor telefone que eu venho.
c) Precisando, de mim, procure-me ou melhor, telefone, que eu venho.
d) Precisando de mim, procure-me; ou melhor, telefone, que eu venho.
e) Precisando, de mim, procure-me ou, melhor telefone que eu venho.

9. (SANTA CASA) Os períodos abaixo apresentam diferenças de pontuação. Assinale a


letra que corresponde ao período de pontuação correta:
a) José dos Santos paulista, 23 anos vive no Rio.
b) José dos Santos paulista 23 anos, vive no Rio.
c) José dos Santos, paulista 23 anos, vive no Rio.
d) José dos Santos, paulista 23 anos vive, no Rio.
e) José dos Santos, paulista, 23 anos, vive no Rio.

10. (FUVEST) Assinale a alternativa em que o texto está pontuado corretamente:

a. Matias, cônego honorário e pregador efetivo, estava compondo um sermão


quando começou o idílio psíquico.
b. Matias cônego honorário, e pregador efetivo estava compondo um sermão
quando começou o idílio psíquico.
c. Matias, cônego honorário e pregador efetivo, estava compondo um sermão,
quando começou o idílio psíquico.
d. Matias cônego honorário e pregador efetivo, estava compondo um sermão,
quando começou, o idílio psíquico.
e. Matias, cônego honorário e, pregador efetivo, estava compondo um sermão
quando começou o idílio psíquico.

11.

a. Em suma poderia haver algumas atenções, mas, não devia um real ninguém.
b. Em suma, poderia dever algumas atenções, mas não devia um real ninguém.
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c. Em suma poderia dever algumas atenções, mas não devia um real a ninguém.
d. Em suma poderia dever, algumas atenções, mas não devia um real a ninguém.
e. Em suma, poderia dever, algumas atenções, mas, não devia um real a ninguém.

12.

a. A velhice ridícula é, porventura, a mais triste e derradeira surpresa da natureza


humana.
b. A velhice ridícula é porventura a mais triste e, derradeira surpresa da natureza
humana.
c. A velhice ridícula é, porventura a mais triste, e derradeira surpresa da natureza
humana.
d. A velhice ridícula é porventura, a mais triste e, derradeira surpresa da natureza
humana.
e. A velhice ridícula é, porventura, a mais triste e, derradeira surpresa da natureza
humana.

13.

a. Um deles muito menor, que todos, apegava-se às calças de outro taludo.


b. Um deles, muito menor que todos, apegava-se às calças de outro, taludo.
c. Um deles, muito menor que todos apegava-se, às calças de outro, taludo.
d. Um deles - muito menor - que todos, apegava-se às calças de outro taludo.
e. Um deles muito menor que todos, apegava-se, às calças de outro taludo.

14.
a) Ensina-o a, converter cada espinho, em flor.
b) Ensina-o, a converter, cada espinho em flor.
c) Ensina-o a converter, cada espinho em flor.
d) Ensina-o, a converter cada espinho, em flor.
e) Ensina-o a converter cada espinho em flor

15. (CARLOS CHAGAS-PR) Assinale o período de pontuação correta:

a. Se alguém vier com perguntas a que você não sabe responder, será mais honesto
dizer que vai estudar o assunto.
b. Se alguém, vier com perguntas a que você não sabe, responder, será mais
honesto dizer que vai estudar o assunto.
c. Se alguém vier, com perguntas a que você não sabe responder será, mais
honesto, dizer que vai estudar o assunto.
d. Se, alguém vier com perguntas, a que você não sabe responder, será, mais
honesto, dizer que vai estudar o assunto.
e. Se alguém vier com perguntas a que, você não sabe responder, será mais
honesto dizer, que vai estudar o assunto.

16. (CARLOS CHAGAS-PR) Aponte a alternativa pontuada corretamente:

a. Como explicar, que as estruturas lógicas se tornam necessárias, num dado nível?
b. Como explicar, que as estruturas lógicas se tornam necessárias num dado nível?
c. Como explicar, que as estruturas lógicas, se tornam necessárias num dado nível?
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d. Como explicar que as estruturas lógicas se tornam necessárias num dado nível?
e. Como explicar que as estruturas lógicas, se tornam necessárias num dado nível?

17. (UF-RS) Assinale o texto de pontuação correta:

a) Eu, posto que creia no bem não sou daqueles que negam o mal.
b) Eu, posto que creia, no bem, não sou daqueles, que negam, o mal.
c) Eu, posto que creia, no bem, não sou daqueles, que negam o mal.
d) Eu, posto que creia no bem, não sou daqueles que negam o mal.
e) Eu, posto que creia no bem, não sou daqueles, que negam o mal.

18. (CARLOS CHAGAS-BA) Assinale o período de pontuação correta:

a. As folhas amarelecidas durante o outono, estão caídas ao pé, da árvore.


b. As folhas amarelecidas durante o outono estão caídas ao pé da árvore.
c. As folhas, amarelecidas durante o outono estão caídas, ao pé da árvore.
d. As folhas amarelecidas durante, o outono estão caídas, ao pé da árvore.
e. As folhas, amarelecidas durante, o outono, estão caídas ao pé da árvore.

19. (AFTN) Indique o trecho que apresenta erro quanto ao emprego dos sinais de
pontuação:

a. "Interferências demagógicas de governos, levaram o Sistema Brasileiro de


Habitação à falência em que hoje se encontra." (Folha de São Paulo, 05/10/89, p.
A-4).
b. "Mas a disputa pelos direitos do livro - a ser editado no Brasil, evidentemente,
pela Marco Zero, da qual Márcio de Souza é diretor - apenas começou." (Leia, agosto
/ 89, p. 14)
c. "O convite veio de Jofre Rodrigues, sócio principal da produtora J. N. Filmes.
Assim que a notícia foi divulgada na Europa, editoras alemãs, francesas e americanas
começaram a assediar o agente literário Thomas Colchio, que responde pelo escritor
brasileiro na França." (Leia, agosto / 94, p. 14).
d. "Ao lado da disputa pelos direitos de filmagem da vida do líder seringueiro Chico
Mendes, arma-se uma outra briga: o alvo, agora, é o argumento do filme, que será
escrito pelo romancista amazonense Márcio de Souza." (Leia, agosto / 94, p. 14).
e. "O bom humor voltou à vida de Arraes depois do encontro com Brizola na semana
passada. Exatamente o que conversaram os dois políticos ninguém sabe." (Folha de
São Paulo, 05/10/89, p. A-4).

20. (FCMSC-SP) Assinale o período de pontuação correta:

a) Embora soubessem quem era não abriram a porta.


b) Embora soubessem quem era, não abriram a porta.
c) Embora, soubessem quem era, não abriram, a porta.
d) Embora soubessem, quem era, não abriram a porta.
e) Embora, soubessem quem era não abriram, a porta.

21. (FCMSC-SP) Os períodos seguintes apresentam diferenças de pontuação. Assinale a


letra que corresponde ao período de pontuação correta:

a. Entreguei àquele rapaz, o filho do farmacêutico, a receita que, devia ser aviada.
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b. Entreguei àquele rapaz, o filho do farmacêutico - a receita, que devia ser, aviada.
c. Entreguei àquele rapaz, o filho do farmacêutico, a receita que devia ser aviada.
d. Entreguei àquele rapaz o filho do farmacêutico, a receita que devia ser aviada.
e. Entreguei àquele rapaz - o filho do farmacêutico, a receita que devia, ser aviada.

UMA PAUSA PARA A LEITURA E A INTERPRETAÇÃO DE TEXTO.

A tirania da experiência

01 Acompanhei as dificuldades de um jovem que, ao terminar sua formação,


02 saiu à procura de um emprego. Ele esbarrou em recusas que só os jovens
03 recebem. Os entrevistadores apreciavam seu diploma, gostavam de sua
04 apresentação e perguntavam: “Você tem experiência?”. Meu jovem amigo sentia-se
05 num círculo vicioso: era rechaçado por falta de uma experiência que nunca poderia
06 adquirir, pois não conseguia emprego justamente porque lhe faltava experiência.
07 Parece um pretexto para condenar os jovens a um salário simbólico. Eternos
08 estagiários, eles seriam obrigados a trocar seu trabalho pelo “privilégio” de
09 aprender o ofício. Mas não é só isso: nossa cultura, em princípio, venera a
10 experiência. Salvo em momentos nostálgicos, duvidamos das sabedorias sagradas
11 ou ancestrais. Preferimos confiar e acreditar nas coisas em que podemos colocar o
12 dedo e o nariz. A autoridade, em suma, abandonou a tradição e veio para a
13 experiência.
14 Se sou um adolescente, como afirmo minha liberdade? Sou obrigado a me
15 aventurar em terrenos completamente novos. Para me esquivar da autoridade dos
16 pais e dos adultos, tento fazer algo que não esteja no campo de experiências dos
17 que me precederam. A novidade, a originalidade tornam-se verdadeiros valores,
18 porque prometem libertar-me da experiência dos outros. Se fizer algo que ninguém
19 nunca fez, quem poderia ditar minha conduta, dizendo-se sábio e experiente?
20 Recomendação aos pais de adolescentes: se, discutindo com seus filhos,
21 você achar bom evocar a sabedoria que vem de sua experiência, seja humilde e
22 modesto. Quanto mais você justificar sua autoridade pela experiência, tanto mais
23 seu rebento estará a fim de aventurar-se por terrenos pouco ou nada mapeados.

(Contardo Calligaris, Folha de S. Paulo, 07/03/2002)

1. De acordo com o texto, para escapar à tirania da experiência um adolescente de hoje


sente-se impelido a
(A) reconhecer a sabedoria antiga e sólida dos nossos ancestrais.
(B)) aventurar-se em situações inteiramente novas e originais.
(C) ratificar os valores culturais que nortearam a geração precedente.
(D) corresponder à expectativa dos entrevistadores das empresas.
(E) repisar os caminhos em que seus pais se sentiram livres.

2. Considere as seguintes afirmações:


I. As empresas se valem da pouca ou nenhuma experiência de um jovem para se
aproveitarem de seu trabalho na precária condição de estagiário.
II. A responsabilidade pelo círculo vicioso a que o texto se refere deveria ser assumida pelos
adolescentes, que não dão valor a nenhum tipo de experiência.
III. As dificuldades enfrentadas por um jovem que esteja buscando trabalho demonstram que
está em baixa o prestígio da experiência.

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Em relação ao texto, está correto o que se afirma em
(A)) I, somente.
(B) II, somente.
(C) I e II, somente.
(D) II e III, somente.
(E) I, II e III.

3. Considerando-se o contexto, traduz-se corretamente o sentido de uma expressão do texto


em:
(A) rechaçado por falta de uma experiência = absorvido pela inexperiência.
(B) eternos estagiários = aprendizes eventuais.
(C))salvo em momentos nostálgicos = à exceção dos instantes de nostalgia.
(D) evocar a sabedoria = protelar o conhecimento.
(E) seu rebento estará a fim de aventurar-se = seu ímpeto o levará a ousadias.

4. Observe o trecho:
“A autoridade, em suma, abandonou a tradição e veio para a experiência.” (linhas 12-13).
As vírgulas no período são usadas por se tratar de:
(A) aposto
(B) vocativo
(C) oração adjetiva explicativa
(D) elipse de verbo
(E) termo deslocado

5. Observe a expressão em destaque: “Se fizer algo que ninguém nunca fez, quem poderia
ditar minha conduta, dizendo-se sábio e experiente?“(l. 18-19) Qual o valor semântico do
vocábulo sublinhado?
(A) conseqüência
(B) adversidade
(C) adição
(D) condição
(E) conclusão

6. Os jovens bem que tentam, mas não se dá aos jovens a oportunidade de um trabalho
que recompense os jovens pelos esforços despendidos.
Evita-se a repetição de palavras da frase acima, substituindo-se os elementos sublinhados,
respectivamente, pelas formas:
(A) a aqueles - recompense eles
(B) eles - recompense-lhes
(C))a eles - os recompense
(D) os dá - os recompense
(E) a eles - recompense eles

7. O verbo indicado entre parênteses adotará obrigatoriamente uma forma do plural ao se


flexionar na seguinte frase:
(A) É irrisório o que nas empresas se (oferecer) aos jovens estagiários.
(B) Os terrenos novos nos quais (dever) se aventurar o jovem de hoje são seu grande
desafio.
(C) Se não (haver) outras razões, a juventude e o entusiasmo deveriam bastar para se
valorizar o jovem.
(D)) Como não se (valorizar), num jovem, as qualidades naturais da mocidade, ele sai
prejudicado.
(E) Quanto aos adolescentes, nenhuma época lhes (parecer) tão injusta quanto a nossa.
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FACULDADE DOM ALBERTO
Cursos de Administração e Ciências Contábeis
Disciplina de Língua Portuguesa Aplicada
Profa. Ms. Luana Teixeira Porto

8. Observe o trecho:
“Eternos estagiários, eles seriam obrigados a trocar seu trabalho pelo “privilégio” de
aprender o ofício..” (linhas 07-09).
A vírgula no período é usada por se tratar de:
(A) vocativo
(B) aposto
(C) oração adjetiva explicativa
(D) elipse de verbo
(E) termo deslocado

9. Está correto o emprego da expressão sublinhada na frase:


(A)) Os bons salários a que os jovens aspiram são cada vez mais improváveis.
(B) É mínimo o salário no qual os empresários julgam retribuir o esforço dos estagiários.
(C) O assunto de cujo se trata no texto diz respeito às exigências que se colocam aos
jovens.
(D) São desafiadores os novos terrenos com que os jovens se prontificam a explorar.
(E) Seria preciso de que se oferecessem oportunidades reais aos jovens pretendentes a
um emprego.

10. Está inteiramente correta a pontuação do seguinte período:


(A)) Garçom, nós queremos conversar; poderia pedir para baixar um pouco o volume do
rádio, por favor?
(B) Se a maré subir, logo, os turistas ficarão ilhados naquelas pedras e, terão que esperar
até amanhã, para voltarem.
(C) Admita, que você nos traiu, ao tomar uma atitude que contrariou inteiramente, nossa
decisão da véspera.
(D) Durante a projeção do filme, que você me recomendou as pessoas iam saindo,
mostrando assim, seu desagrado e desinteresse pelo final.
(E) Você deve ser condescendente, uma vez que, se não renegociar minha dívida,
dificilmente, poderei pagá-la.

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