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  • Leroi-Gourhan Nascimento Do Utensílio 2001

    Caricato da

    Renato Izidoro
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    Hipóteses sobre os fundamentos da origem da técnica e seus desdobramentos.

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    di 23
    OS CACADORES DA PRE-HISTORIA ANDRE LEROI-GOURHAN h 70 Capitulo V \ NASCIMENTO DO UTENSILIO ‘Os verdadeiros primitives so os homens antes dos quais a terra era pertenga dos poderiam ter pegado num ramo para apanhar um fruto, mas ‘nunca teriam fal trumentos. O ibalho cria~ |, vivendo num ida que a maior pparte das plantas paisagens eram muito diferentes. Desde essa 6 existe un metro quadrado de terra, nas tegioes ei ‘apenas algumias zonas desertas tentes setentrionais do Tibete podem dar-nos uma ideia do que ‘eram, sob o nosso clima, imensidades férteis entregues a uma natureza livre. mento era assegurado pelas castanhas, pelas ave das faias, inmeros rebentos ras, Notemos que, posteri sas regides, & medida que eram importadas rnovas plantas, © hipopétamo, 0 elefante, 0 rinoceronte constituiam talvez ccaga grossa inacessfvel aos primeiros cagadores. Mi ‘encontravam gamos, veados, cabritos monteses. Os cavalos © 05 6 Javalis abundavam. Os rios © piintanos formes tartarugas. Seria excessivo representar a Franga, seus primeiros habitantes, como uma espéci s feras eram numerosas ¢ havia Invemnos, tal como hoje em ‘ou na Cote d’Azur. Mas a procura de alimentos devia ser relativamente ficil Um dos fsscis humanos que podem ser atribuidos a este riodo TO TEs, wa Alemanha~ 1m peixes & de que ji falarnos. Uni maxilar € pouco Para Teconstituir um homem:; no entanto, € suficiente para nos dar uma ideia acerca da estatura, das proporydes do rosto, Jos misculos da fundo da carae mesmo, até certo ponto, acerea do regime alimentar © ser de Mauer era de estatura humanamente normal, nem ‘sigantesco, nem mindsculo. Era um paleantropiano primitive ‘ouum arqueantropiano desenvolvido, isto é, uma eriatura mais evoluida que os pitecantropos por exemplo, mas menos evoluida, que 0 homem de Neandertal. 0 osso da mandibula é enorme sem queixo, com vestigios de uma museulatura muito poderosa ara misculos de mastigacio, mas pouco acentuada para os Pequenos misculos que animam 0 rosto, Os dentes, em si mesmo muito grandes, parecem pequenos se os compararinos com o maxilar que os sustenta. Os eaninos nao sao presas, No Seu conjunto, so de facto dentes «para todo 0 servigo=, dentes de homem. Nada sabemos do cérebro, Tudo 0 que podemos dizer, portanio, € que 0 ser de Maver era um ser vertical, de aspecto muito rude, com um rosto pesado © pouco expressive, + equivaleria a dar livre curso a imagina de ledes e mesmo de tigres de dentes de sabre. Mas em camadas d datam da mesma época, encontram-s ipalmente em Clac- de Heidelberga e os smos fazer reviver esta mentos de sei ro, jd fo lanizopo foram descober- do Clacto-abbeviliano, talhados sto © mais pri momento em que um cortante ‘Chica clementar dos silices de Abbevil homens, nada mais sabemos. Vejainos Tios. As téenicas primitivas Estamos na margem de um rio. As cheias cavaram as ‘margens; no corte do terreno, descobrimos seixos e bloco: ‘ex, Peguomor nama pola grande, basin yest ee serviri de percwior e escolhamos um bom calhau de silex, de dois ou trés quilos. Com o percutor, batamos verticalmente, ‘com muita forga, sobre uma superficie plana, junto de um dos bordos do calhau. Fazemos saltar um estilhago, E espesso e ouco regular, mas de bordos m ines. Podemos repetir varias vezes a operagao sobre 0 mesmo calhau; de cada vez, o pe fs LE Primero estadio: batendo perpendicularmense sobre o bordo plano de wn eathau, faz-se saltar um fragmento clactoniano que pode servir de faca Fabrico de wm fragmento cortante. obiemos um estthago irregular, mas sempre espesso, com um plano de corte obliguo e um grande bolbo de percussao. Bum fragmento clactoniano — de Clacton-on.sea (Gri-Bretanha) grandes calhaus de! cientes para cortar (0s fragmentos clactonianos e os utens! Utensilios fabricados sobre o micleo. Peguemos agora num calhau plano, de cerca de um quilo. Segundo estdio: fazendo saltar dois ou 1rés fragmentos clactonia nos, © calhaw torna-se unt chopper: Virando-o ¢ batendo na outra face, “Chopper e chopping-toll sao facas muito pr bastante complexa, Surge um chopping fool, espécie de faca de fio muito sinvoso. a Terceiro esd: libertando com algumas pancadas a ponta do um biface>, simultaneamente biculo. 0 pesado ¢ grosseiro. E este biface sos chamavam coup de poing ehelléense) que aietece nate ‘como wtensilio complementar, em rio. Para os fabricar, bastou escolher um calhau ou um seixo de B. Os bifaces mais ana Silex de forma adequada © talhé-lo com alguns golpes. de ercutor aplicados perpendicularmente nas superticies de corte © processo, por muito simples que seja ultrapassa de longe 0 {que um macaco poderia fazer. Desde que seja necessirio virar a Pedra para talhar a outra face, o operirio tem que dar prova de dliscemimento. Para escolher o ponto em que vai bater ¢ para ibertar @ ponta, tem que possuir um sentido real da estruture da imatéria, dosear a forza dos golpes, numa palavra, tem que ——— Ao. igo téenica, até ao dia em que i raga ou de outra, inventari wm © criaré formas novas que, por sua vez, inscrever-se-i0 na fomar- SH Corin dads _Acabamos de ver uma mesmafanita Je ge) dar erigem i eat ar deo TERNS choos chopper_ao_bitace ‘O progresso & posse poruca sre nicl do pts como ese ‘ em geragio. Ea primeira tradicdo técnica conhecida, lA partir Disc que las esapeeer cae ems A pati do -» 7 Capitulo Vi OS PRIMEIROS ARTISTAS. A Gpoca da indistria de Abbeville € de Clacton foi seguida por um duro periodo glacifo-TalVe7o de Mindel” Os hipop- {amos desaparecem definitivamente das nossas regides c, com eles, outros animais demasiado sensiveis ao fri. ‘Que aconteceu entretanto aos homens da

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