Documenti di Didattica
Documenti di Professioni
Documenti di Cultura
1
Referente a pagina do trabalho consultado, que foi extraído: PIERSON, Donald. 1970. Estudos de
organização social – Tomo II: leituras de sociologia e antropologia social. São Paulo: Martins. p. 220-
230.
A vida orgânica é de onde Radcliffe-Brown extraia suas ideias para conceituar
/pensar função. Sua tentativa é elaborar uma teoria cientifica, baseada na ciência que dê
conta de comprovar com ela diz, é por isso que a Biologia já tão avançada enquanto
ciência vai contribuir com o antropólogo no seu entendimento orgânico da função. Ele
mesmo vai afirmar: “a acepção em que se toma aqui a palavra ‘função’, concebe-se a
vida de um organismo como o funcionamento de sua estrutura. É através da
continuidade do funcionamento e por ela que se preserva a continuidade da estrutura”.
(p.2)
Radcliffe-Brown parte da vida orgânica para a vida social do qual ele entende
que também é orgânica. Sua preocupação a priori é pensar o conceito de função a partir
da vida orgânica para ser aplicada a vida social. Seu pensamento pode assustar a
antropologia atual, sobretudo a antropologia brasileira, uma vez que muitos
preconceitos, sobretudo no que se refere aos grupos étnicos que ele insiste chamar de
tribo. A função orgânica de Radcliffe-Brown aplicada ao social que ele amplia para
estrutura orgânica, lembrando que função e estrutura para ele não são as mesmas coisas,
obviamente não, mas são os dois conceitos que ele usa para pensar sociedade. O pano
de fundo tanto da função como da estrutura é a vida orgânica. Vejamos como o autor
elabora isso: “Passando da vida orgânica para a vida social, se examinarmos uma
comunidade tal como uma tribo africana ou australiana, podemos reconhecer a
existência de uma estrutura social. Os seres humanos individuais, as unidades essenciais
nesse caso, ligam-se por uma série definida de relações sociais num todo integrado. A
continuidade da estrutura social, como a da estrutura orgânica, não é destruída pelas
mudanças nas unidades. Os indivíduos podem deixar a sociedade, seja por morte, ou de
outro modo; outros podem entrar nela. A continuidade da estrutura mantém-se pelo
processo da vida social, que consiste nas atividades e interações dos seres humanos
individuais e dos grupos organizados, em que eles se unem. A vida social da
comunidade define-se aqui como o funcionamento da estrutura social. A função de uma
atividade recorrente, como a punição de um crime ou uma cerimônia funérea, é o papel
que ela representa na vida social como um todo e, portanto, a contribuição que faz à
manutenção da continuidade estrutural”. (p3)