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Universidade Federal de Minas Gerais

Instituto de Ciências Exatas


Departamento de Química

Segurança de Laboratório
Medidas de Primeiros Socorros

Alice Luiza S. Dias


Thayane Silva

Química Orgânica Experimental, turma PF2, professora Amanda Silva

Belo Horizonte, 22 de março de 2019


1. Introdução

Segundo MANCINI, 2002 “Primeiros Socorros são a atenção imediata dada a uma pessoa,
cujo estado físico coloca em perigo sua vida.” A necessidade da prestação de primeiros
socorros se dá pela ocorrência de um acidente, ou agravo à saúde advindo de um risco
iminente. Uma situação de risco como conceituado por VIEIRA 2008 pode ser considerada
como uma condição ou conjunto de circunstâncias com potencial de causar efeitos adversos
lesões, doenças, óbito, danos à saúde, à propriedade ou ao meio ambiente.

O laboratório é assim um ambiente de atividades em que se apresentam vários riscos, bem


como queimaduras, cortes e intoxicação que podem ser causados por incêndios,
curtos-circuitos, derramamento de produtos químicos, manuseio incorreto de equipamentos,
dentres outros. Portanto ter noção de primeiros socorros é essencial para que medidas de
acordo com cada situação sejam tomadas a tempo de evitar danos maiores.

2. Situações de risco e acidentes dentro do laboratório

2.1 Incêndio

É comum em um laboratório realizar tarefas que envolvam diferentes temperaturas e é


preciso estar atento quando se trabalha com chama para que as condições do ambiente sejam
favoráveis e que a segurança dos indivíduos presentes não seja posta em risco. Não somente o
manuseio de fogo é uma situação onde pode-se ocorrer um foco de incêndio. A utilização
incorreta de equipamentos elétricos pode causar um curto-circuito e iniciar também um
incêndio.

Em casos de incêndio, o ideal é tentar manter a calma, se afastar o mais rápido possível do
foco para evitar intoxicação pela fumaça e queimaduras na pele e, comunicar o responsável
pelo laboratório. Caso algum dos presentes saiba manusear um extintor de incêndios e o foco
seja facilmente controlável, este pode utilizar o extintor apropriado para extinguir as chamas.
Caso contrário, acione o alarme do prédio e entre em contato com o serviço do Corpo de
Bombeiro imediatamente para que seja feito o trabalho de controle das chamas.

2.2 Manuseio de vidrarias e outros objetos cortantes

Outra situação muito corriqueira dentro de um laboratório é o uso de vidrarias. Elas são
indispensáveis para a realização de experimentos e necessitam de muito cuidado para que se
garanta a qualidade dos resultados e a própria segurança de quem manuseia.

Por se tratar de um equipamento frágil, as vidrarias estão suscetíveis a quebra e, portanto,


podem criar uma situação onde o indivíduo está exposto a um material cortante. Outra
situação que pode levar a um acidente é o manuseio de objetos afiados, como lâminas. Nesses
dois casos, é recomendável ter conhecimento prévio da finalidade e modo de utilização de
cada equipamento, além de muita atenção durante a realização do procedimento em questão.

Em casos onde ocorram a quebra de alguma vidraria, é dado o reporte ao responsável pelo
laboratório e é feito o descarte em local apropriado a fim de evitar que algum desavisado se
acidente. Assim como o armazenamento correto dos equipamentos em perfeito estado
também evita a ocorrência de acidentes.

2.3 Manuseio de produtos químicos

Normalmente, os experimentos realizados em um laboratório envolvem a utilização de


produtos químicos e conhecer suas propriedades é essencial para a garantir a eficácia do
procedimento e a segurança dos indivíduos presentes. Em alguns casos, produtos nocivos são
utilizados e manuseio destes deve ser acompanhado de perto para evitar derramamento em
superfícies ou sobre a pele.

Quando há derramamento de produto numa superfície, o ideal é isolar a área, comunicar


todos os presentes, abrir as janelas para aumentar a circulação de ar e remover fontes de
ignição (calor e eletricidade). Para a limpeza do local é necessário conhecer a natureza do
produto para que as medidas necessárias para que não haja risco de contaminação sejam
tomadas. Em derramamento de ácidos por exemplo, é necessário neutralizar a substância para
que não haja risco de queimaduras. Em casos onde não se sabe a natureza do composto ou o
composto seja muito nocivo, é recomendado o uso de absorventes químicos.

Já em casos onde há derramamento sobre a pele, o indicado é lavar a área afetada com água
fria, podendo ser utilizado o chuveiro do laboratório em casos onde a área atingida é muito
grande.

3. Primeiros socorros para lesões e intoxicações

3.1 Queimaduras

As queimaduras podem ser térmicas ou químicas e em ambos os casos os cuidados devem ser
imediatos para tentar conter a intensidade do ferimento.

Para as queimaduras térmicas e químicas, o aconselhado é lavar o local com água corrente em
temperatura ambiente até que a vítima sinta alívio. É muito importante ressaltar que no caso
das queimaduras químicas, a tentativa de neutralizar a substância pode agravar o quadro,
então somente água deve ser utilizada.
Como existem três graus de queimadura, é importante tentar identificar o tipo e extensão da
lesão, e em casos de queimaduras de 2º e 3º graus, cobrir a queimadura com gaze ou
curativos limpos, que podem ser encontrados no kit de primeiros socorros, e encaminhar a
vítima para uma Unidade de Pronto Atendimento mais próximo para receber o atendimento
indicado para aquele tipo de lesão. Em casos muito graves e de áreas extensas, é fundamental
entrar em contato com o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência para que o atendimento
seja feito por profissionais treinados.

3.2 Lesões causadas por cortes

Em casos onde há lesões superficiais causadas por objetos cortantes, o indicado é lavar o
local com água corrente e sabão, e conter o sangramento com uma gaze ou curativo limpos
que podem ser encontrados no kit de primeiros socorros. Quando o corte é muito grave e há
muita perda de sangue, o recomendado é fazer pressão direta com as mãos limpas sobre a
área afetada e contatar imediatamente o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência para que
o atendimento seja feito por profissionais treinados.

3.3 Intoxicação por inalação

Em casos de inalação de fumaça ou substâncias químicas, o indicado é se dirigir a um


local fresco e bem ventilado, e respirar com calma até que a respiração se normalize.
Em casos muito graves onde a vítima está inconsciente, entre em contato
imediatamente com o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência para que o
atendimento seja feito por profissionais treinados.

4. Equipamentos de Proteção Individual

Segundo as normas regulamentadoras (NR) de segurança e medicina do trabalho às quais


empresas privadas, públicas e órgãos públicos de administração direta e indireta que tenham
empregados regidos pela Consolidação das Leis do Trabalho - CLT devem seguir tem-se o
conceito de Equipamentos de Proteção individual (EPI), na NR 6 como: “Todo dispositivo ou
produto, de uso individual utilizado pelo trabalhador, destinado à proteção de riscos
suscetíveis de ameaçar a segurança e a saúde no trabalho.” A função do EPI é atuar como
barreira a um possível agente causador de agravo, como substâncias tóxicas, alérgicas ou
agressivas, riscos de origem térmica ou mecânica em quem o usa e dessa forma poder evitar
ou minimizar a gravidade de acidentes.

No contexto do laboratório químico faz-se de importância o uso destes devido a exposição a


produtos químicos, objetos cortantes, equipamentos que utilizam de recursos como altas
temperaturas, mudanças de pressão, movimentos mecânicos repetitivos entre outras situações
que podem acarretar situações de risco.

Utiliza-se como proteção referente às partes do corpo:


● da região dos olhos o uso dos óculos de proteção adequados a fim de barrar a projeção
de algum líquido, sólido ou pó que venha a ser manuseado durante a atividade;
● da região do rosto e vias aéreas: são necessárias máscaras anti gases e irradiação
térmicas na realização de atividades onde fica-se exposto a vapores tóxicos e irritantes
as vias aéreas ou temperaturas muito elevadas;
● dos membros superiores manusear produtos químicos que ameacem riscos a saúde,
objetos cortantes ou utilizar equipamentos com temperaturas muito baixas ou altas
com luvas adequadas para estes fins.
● dos membros inferiores: a bota de segurança é necessária para barrar qualquer tipo de
agente químico, protegendo também de objetos cortantes e minimizando os danos
com equipamentos pesados que venha a ser derrubado ou cair sob os pés de quem o
utiliza.

No laboratório de ensino é essencial do jaleco para proteção do tronco que deve idealmente
ser longo, de mangas compridas e material não sintético. Contudo o jaleco tem o fim de
segurança mas não é um item classificado como EPI devido a não possuir o número do
Certificado de Aprovação (CA) um documento expedido pelo ministério do trabalho. Assim
como não é obrigatório o uso da bota específica sendo sapatos fechados que não deixam
partes do pé e tornozelos expostos como tênis aceitáveis como item de proteção mesmo não
contendo o CA.

5. Equipamentos de Proteção Coletiva

Equipamentos de Proteção Coletiva (EPC) são aqueles que tem como objetivo a proteção do
grupo de pessoas expostas a determinados riscos. Voltado para o laboratório como um todo
são exemplos extintores de incêndio, capelas, chuveiros de emergência e lava-olhos.

A NR 32 explicita que locais que dispõem de alta atividade com produtos químicos devem
conter chuveiro de emergência e lava-olhos, os quais deverão ser acionados e higienizados
semanalmente.

Os chuveiros de emergência têm uma alavanca para acionamento rápido e são responsáveis
pela retirada por lavagem de substâncias que venham a cair em grande quantidade sob um
indivíduo.
O lava-olhos é um equipamento utilizado para acidentes na mucosa ocular. Formados por
duas pequenas fontes com jatos de água que devem ter pressão apropriada e serem dirigidos
a esta região acoplados a uma bacia de aço inoxidável. Quando necessário seu uso para
remoção da substância a permanência indicada de 15 minutos no mínimo (ZOCHIO,2009).

A capela de exaustão deve estar presente em todos os laboratórios que tenham manipulações
de produtos químicos, tóxicos, partículas, vapores agressivos ou líquidos em quantidades e
concentrações perigosas, prejudiciais para a saúde pois sua função é exaurir os enumerados
evitando assim que estes entrem em contato com os utilizadores.

6. Telefones Úteis

Diante de situações de grave risco é de suma importância ter acesso e ciência de meios de
comunicação com especialistas habilitados a salvamentos e processos de primeiros socorros.
O contato com a brigada de incêndio do local onde o laboratório se encontra é um dos
exemplos.

São telefones úteis a estes fins:


Corpo de Bombeiros (193);
Serviço de Atendimento Móvel de Urgência - SAMU (192);
Polícia Militar (190).

7. Conclusão

Identificar os riscos e saber controlar os danos de possíveis acidentes que podem ocorrer
dentro de um laboratório químico é de extrema importância para que se aja de acordo com
cada situação e que danos maiores sejam evitados. Também é indispensável o uso de
equipamentos de proteção individual e coletiva para que a segurança de todos os indivíduos
sejam preservadas e se garanta o sucesso do procedimento realizado.

É importante reforçar que em casos de acidentes onde não é possível conter os danos somente
utilizando as noções de primeiros socorros, o serviço de socorro adequado deve ser contatado
imediatamente. Segurança em primeiro lugar.

Em caso de dúvidas, buscar informação é a melhor opção para se evitar situações arriscadas.
8. Referências

ATLAS. Segurança e Medicina do Trabalho. 60a. ed. São Paulo: Equipe Atlas (Ed.). Editora
Atlas S.A., 2018, p, 127 e 724.

MANCINI, H. B., ROSENBAUM, J. L., & FERRO, M. A. C. (2002). Organização de um


serviço de primeiros socorros em uma empresa. Campo Grande-MS.

VIEIRA, R., B. SANTOS, E C. MARTINS. RISCOS FÍSICOS E QUÍMICOS EM


LABORATÓRIO DE ANÁLISES CLÍNICAS DE UMA UNIVERSIDADE. Medicina
(Ribeirão Preto. Online), Vol. 41, nº 4, Dec. 2008, p. 508-15.

MÜLLER, I. C.; MASTROENI, M. F. Tendência de acidentes em laboratórios de pesquisa.


Biotecnolog Ci Desenv, v. 33, p. 101-8, 2004.

PELLOSO, E.; ZANDONADI, F.. Causas da resistência ao uso de equipamentos de proteção


individual EPI. Cuiabá: Janeiro, 2012.

MARTINS MEIRELES, N. & DE OLIVEIRA PINTO, F. (2017). A Conscientização do


Trabalhador Quanto à Importância do Uso do Epi na Aerosoldas em Macaé.
Linkscienceplace. 3. 46-62. 10.17115/2358-8411/v3n1a4.

ZOCHIO, Larissa Barbosa. Biossegurança em laboratórios de análises clínicas. Academia de


Ciência e Tecnologia. São José do Rio Preto, 2009.

Manual de Primeiros Socorros. Núcleo de Biossegurança da Fundação Oswaldo Cruz. Rio de


Janeiro, 2003. Disponível em: ​https://bit.ly/1ytQrwk​ ​Acesso em: 20/03/2019.

Noções de Primeiros Socorros em Ambientes de Saúde. Departamento de Atenção à Saúde


do Trabalhador da Universidade Federal de Minas Gerais. Minas Gerais. Disponível em:
https://bit.ly/2ukXKsJ​ Acesso em: 20/03/2019.

Situações de Emergência em Laboratórios Químicos. Fundação Oswaldo Cruz. Disponível


em: ​https://bit.ly/2FrDoV2​ ​Acesso em: 20/03/2019.

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