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27/8/2014 Caso Celobar — Comissão de Resíduos

Caso Celobar
Entenda o caso da intoxicação por Celobar
Luís Fernando Pereira*
Especial para a Folha de S. Paulo
Junho de 2003. Um erro em uma indústria farmacêutica provoca intoxicação em dezenas de pessoas. Há uma morte confirmada e
outras 15 suspeitas. A causa: um veneno chamado carbonato de bário (BaCO 3 ). O Celobar, medicamento que causou a tragédia,
deveria conter somente sulfato de bário (BaSO 4 ). Mas, na tentativa de transformar o carbonato em sulfato, algum erro fez com que
quase 15% da massa do Celobar comercializado fosse de BaCO 3 .

Pacientes tomam sulfato de bário para que os órgãos de seu sistema digestório fiquem visíveis nas radiografias. É o chamado contraste.
O problema é que os íons Ba2 + são muito tóxicos. Quando absorvidos, causam vômito, cólicas, diarreia, tremores, convulsões e até a
morte. Cerca de 0,5 g é dose fatal. Mas, se a toxicidade é do bário, por que o BaSO 4 não é perigoso e o BaCO 3 sim?

É que o BaSO 4 praticamente não se dissolve na água. Sua solubilidade é de apenas 1,0 x 10-5 mol/L. Isso significa que só há 0,00137
grama de íons Ba2 + dissolvidos em um litro do medicamento. É muito pouco. O que os pacientes ingerem é uma suspensão aquosa
desse sal em que a maior parte dele não está dissolvida.

Sem dissolução, não há, praticamente, dissociação do sal. É por isso que os íons Ba2 + não são liberados para serem absorvidos pelo
organismo. Não há perigo. Ainda assim, só para garantir, essa suspensão costuma ser preparada em uma solução de sulfato de potássio
(K2 SO 4 ), um sal bastante solúvel em água. A função desse sal é aumentar a concentração de íons SO 4 2 -. Desse modo, o equilíbrio da
dissociação do sal é bem deslocado para a esquerda, diminuindo ainda mais a presença de Ba2 + (aq) na suspensão.

Com o BaCO 3 é diferente. Apesar de pouco solúvel em água, ele reage com o ácido clorídrico do nosso estômago (o que não acontece
com o BaSO 4 ) formando um sal solúvel, o cloreto de bário. Ao se dissolver, esse sal se dissocia, liberando íons bário para o organismo.
O corpo absorve esses íons, e a intoxicação acontece. Triste é saber que uma simples gota de HCl, misturada ao Celobar, teria evitado a
tragédia. Como você pode perceber pela reação acima, essa gota produziria bolhas de gás carbônico (CO 2 ), o que evidenciaria a
presença do veneno no medicamento.

*Luís Fernando Pereira é professor do curso Intergraus e coordenador de química do sistema Uno/Moderna
Comissão de Resíduos
Rua Botucatu, 740, 1º andar - Vila Clementino - São Paulo - 04023-900
Telefone: (11) 5576-4988 / VOIP: 1800 ou 1600

http://www.unifesp.br/reitoria/residuos/curiosidades/caso-celobar 1/1

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