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EXPOENTE
MATEMÁTICA A
10
BKJBNKNKLNKNÇKKJKLHJG
,JBKJ,NLKCMNBLKFNLKGFNM,GMN,GFMNÇLKF
Apresentação
Apresentamos aqui os documentos Metas Curriculares de Matemática A, no que respeita ao 10.° ano de
escolaridade, e uma reformatação do Caderno de Apoio à implementação das Metas Curriculares, também
referente ao 10.° ano. Ambos os documentos são da autoria de António Bívar, Carlos Grosso, Filipe Oliveira,
Luísa Loura e Maria Clementina Timóteo.
Índice
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P$();45()´85.5 ................................................................................................................................................................. 23
3
Metas Curriculares
Metas Curriculares
para o 10.° ano – Matemática A
O presente documento descreve o conjunto das Metas Curriculares da disciplina de Matemática A que
os alunos devem atingir durante o 10.° ano. Os objetivos gerais, completados por descritores mais precisos,
encontram-se organizados por domínios e subdomínios, segundo a seguinte estrutura:
DOMÍNIO
Subdomínio
1. Objetivo geral
1. Descritor
2. Descritor
……....……
Os diferentes descritores estão redigidos de forma objetiva, numa linguagem rigorosa destinada ao pro-
fessor, devendo este selecionar uma estratégia de ensino adequada à respetiva concretização, incluindo uma
adaptação da linguagem, sempre que seja necessária. O significado preciso de certos verbos com que se
iniciam alguns descritores ("identificar", "designar", "referir", "representar", "reconhecer", "saber", "provar",
"demonstrar", "justificar") encontra-se definido no parágrafo intitulado "Leitura das Metas Curriculares".
A prática letiva obriga, naturalmente, a frequentes revisões de objetivos gerais e descritores corres-
pondentes a anos de escolaridade anteriores. Estes pré-requisitos não se encontram explicitados no texto,
devendo o professor identificá-los consoante a necessidade, a pertinência e as características próprias de
cada grupo de alunos.
Optou-se por formar uma sequência de objetivos gerais e de descritores, dentro de cada subdomínio, que
corresponde a uma progressão de ensino adequada, podendo no entanto optar-se por alternativas coerentes
que cumpram os mesmos objetivos e respetivos descritores. De um modo mais geral, as Metas Curriculares
não devem ser entendidas como um sumário sequencial dos conteúdos a lecionar, podendo em particular
ser proveitoso o tratamento em simultâneo de descritores pertencentes a objetivos gerais ou mesmo a
domínios distintos. Existem mesmo circunstâncias em que se torna necessário um tal procedimento; com
efeito, a arrumação dos tópicos por domínios temáticos, e simultaneamente respeitando dentro de cada do-
mínio uma determinada progressão, a isso pode levar, dada a própria natureza e interligação dos conteúdos
e capacidades matemáticas.
É também disponibilizado aos professores um Caderno de Apoio às presentes metas curriculares con-
tendo, em alguns casos, suportes teóricos aos objetivos e descritores, bem como exemplos de concretização
de alguns deles. Nesses documentos, os níveis de desempenho esperados foram objeto de especificação.
Por outro lado, certos grupos de descritores de um mesmo objetivo geral, relativos a conjuntos de de-
monstrações muito semelhantes entre si, encontram-se assinalados com o símbolo "#", ficando ao critério
do professor quais devem ser tratadas como exemplo.
13. Identificar, dada uma condição p(x) e um conjunto U, o conjunto {x: x U p(x)} como "conjunto defi-
nido por p(x) em U" (ou "conjunto-solução de p(x) em U") e representá-lo também por "{x U: p(x)}".
14. Identificar, dados conjuntos A e B, o "conjunto união (ou reunião) de A e B" e o "conjunto interseção de
A e B" respetivamente como A B = {x: x A x B} e A B = {x: x A x B}.
15. Identificar, dados conjuntos A e B, A como estando "contido em B" ("A B") quando x, x A ¡ x B
e, nesse caso, designar A por "subconjunto de B" ou por "uma parte de B".
16. Designar, dados conjuntos A e B, por "diferença entre A e B" o conjunto {x A:x B} e representá-lo
por A\B ou simplesmente por Bժ quando B A e esta notação não for ambígua, designando-o então
por "complementar de B em A".
17. Justificar, dadas condições p(x) e q(x), que a proposição x, p(x) q(x) é equivalente à proposição
x, (p(x) ¡ q(x)) (q(x) ¡ p(x)) e designar uma demonstração da segunda proposição por "demons-
tração por dupla implicação" da primeira.
3. Resolver problemas
1. +Resolver problemas envolvendo operações lógicas sobre proposições.
2. +Resolver problemas envolvendo operações sobre condições e sobre conjuntos.
ÁLGEBRA ALG10
Radicais
1. Definir e efetuar operações com radicais
1. +Reconhecer, dados dois números reais a e b e um número n b ímpar, que se a < b então an < bn.
2. +Reconhecer, dados dois números reais a e b e um número n b par, que se 0 ≤a < b então 0 ≤an < bn
e se a <b ≤ 0 então an > bn ≥ 0.
3. Saber, dado um número real a e um número n b ímpar, que existe um número real b
tal que bn = a, provar que é único, designá-lo por "raiz índice n de a" e representá-lo por " n a ".
4. +Saber, dado um número real positivo a e um número n b par, que existe um número real positivo b
tal que bn = a, provar que (–b)n = a e que não existe, para além de b e de –b , qualquer outra solução da
equação xn = a, designar b por "raiz índice n de a" e representá-lo por " n a ".
5. Justificar, dado um número natural n, que 0 é o único número real cuja potência de expoente n é igual
a 0 e, por esta razão, representá-lo também por " n 0 " ("raiz índice n de 0").
n
6. #Provar, dados números reais não negativos a e b e um número n b par, que a w nb = n
awb e
m
reconhecer que, para m b , (n a ) =
n
am .
n
7. #Provar, dados números reais a e b e um número n b ímpar, que a w nb = n
a w b e reconhecer
m
que, para m b , (n a ) =
n
am .
8. #Provar, dados números reais a e b (respetivamente números reais a e b não negativos), b ≠ 0, e um
n
a a
número n b ímpar (respetivamente um número n b par), que = n e justificar que para
n b
−m b
m b , ( n b ) = n b− m .
9. #Provar, dados números naturais n e m (respetivamente números naturais ímpares n e m) e um número
nm nm
real não negativo a (respetivamente um número real a), que a= a.
10. Designar também por "fração" a representação " a " do quociente entre números reais a e b (com
b
b ≠ 0), a e b, neste contexto, respetivamente por "numerador" e "denominador" e identificar duas
frações como "equivalentes" quando representam o mesmo número.
11. +Racionalizar denominadores da forma a n b , ou a b c d (a e c números inteiros, b, d, n números
naturais, n > 1).
3. Identificar, dado um número real positivo a e um número racional positivo q, a "potência de base a e de
–q 1
expoente –q", a , como , reconhecendo que esta definição é a única possível por forma a estender
aq
a propriedade ab w a c = ab + c a expoentes racionais.
4. +Reconhecer que as propriedades algébricas previamente estudadas das potências de expoente inteiro
(relativas ao produto e quociente de potências com a mesma base, produto e quociente de potências
com o mesmo expoente e potência de potência) podem ser estendidas às potências de expoente ra-
cional.
5. +Simplificar expressões envolvendo radicais e potências.
3. Resolver problemas
1. +Resolver problemas envolvendo operações com radicais e com potências.
( ) ( x – x ) …( x – x )
n1 n2 nk
P(x) = x – x1 2 k
Q( x ) , tendo-se n1 + n2 + # + nk = n se e somente se Q(x) tiver grau
zero.
12. Reconhecer, dado um polinómio P(x) de coeficientes inteiros, que o respetivo termo de grau zero é
múltiplo inteiro de qualquer raiz inteira desse polinómio.
5. Resolver problemas
1. +Resolver problemas envolvendo a divisão inteira de polinómios e o Teorema do resto.
2. +Resolver problemas envolvendo a fatorização de polinómios de que se conhecem algumas raízes.
3. +Resolver problemas envolvendo a determinação dos zeros e do sinal de funções polinomiais de grau
superior a dois.
2. +Reconhecer, fixada uma unidade de comprimento, dado um plano munido de um referencial ortonor-
mado e pontos A(a , a ) e B(b , b ) pertencentes a esse plano, que a medida da distância entre A e B é
1 2 1 2
©a b a b ©
são ª 1 1
, 2 2ª
.
ª 2 2 ª
« «
5. Designar, dado um plano munido de um referencial ortonormado, por "equação cartesiana" (respetiva-
mente por "inequação cartesiana") de um conjunto C uma equação (respetivamente inequação) cujas
soluções são as coordenadas dos pontos de C.
6. Determinar, dado um plano munido de um referencial ortonormado e dois pontos A(a , a ) e B(b , b ) 1 2 1 2
desse plano, uma equação cartesiana da mediatriz do segmento de reta [AB] na forma y = mx + b
(equação reduzida da reta) ou na forma x = c.
7. Justificar, fixada uma unidade de comprimento, dado um plano munido de um referencial ortonormado,
( ) ( )
2 2
um ponto A(a , a ) pertencente a esse plano e um número r > 0, que a equação x – a1 + y – a2 = r 2
1 2
é uma equação cartesiana da circunferência de centro A e de raio r, e designá-la por "equação (carte-
siana) reduzida da circunferência".
8. Designar, fixada uma unidade de comprimento e um plano, dados dois pontos A e B pertencentes a
1
esse plano e um número a > AB, por "elipse" o conjunto de pontos P do plano tais que d(P, A) +
2
+ d(P, B) = 2a, por "focos da elipse" os pontos A e B, por "centro da elipse" o ponto médio do segmento
de reta [AB], e por "eixo maior da elipse" o número 2a (e a por "semieixo maior da elipse"), interpretan-
do-o geometricamente.
9. +Demonstrar, dada uma elipse de focos A e B e de eixo maior 2a, que a mediatriz de [AB] interseta
1
a elipse em dois pontos C e D equidistantes do centro da elipse e que tomando b = CD se tem
2
1
b= a2 – c2 , onde c = AB, designando 2b por "eixo menor da elipse" (e b por "semieixo menor da
2
elipse").
10. +Reconhecer, fixada uma unidade de comprimento, dado um plano munido de um referencial ortonor-
x2 y2
mado e 0 < b < a que a equação = 1 é uma equação cartesiana da elipse de semieixo maior a e
a2 b2
semieixo menor b que tem focos A(–c, 0 ) e B(c, 0 ), onde c = a2 – b2 , e designá-la por "equação
(cartesiana) reduzida da elipse".
11. +Reconhecer, dado um plano munido de um referencial ortonormado e uma reta r do plano de equa-
ção reduzida y = ax + b ( a, b ∈ ! ), que os dois semiplanos abertos (respetivamente fechados) deter-
minados por r têm por inequações cartesianas y > ax + b e y < ax + b (respetivamente y ≥ ax + b e y ≤ ax
+ b) e designá-los respetivamente por "semiplano superior" e "semiplano inferior" em relação à reta r.
12. Reconhecer, dado um plano munido de um referencial ortonormado e uma reta r do plano de equação
cartesiana x = c ( c ! ), que os dois semiplanos abertos (respetivamente fechados) determinados
por r têm por inequações cartesianas x > c e x < c (respetivamente x ≥ c e x ≤ c) e designá-los respe-
tivamente por "semiplano à direita" e "semiplano à esquerda" da reta r.
13. Justificar, fixada uma unidade de comprimento, dado um plano munido de um referencial ortonor-
( ) ( )
mado, que a inequação x – a + y – b ≤ r 2 ( a, b ∈!, r > 0) é uma inequação do círculo de centro
2 2
C(a, b) e de raio r.
2. Resolver problemas
1. +Resolver problemas envolvendo a noção de distância entre pontos do plano, e equações e inequações
cartesianas de subconjuntos do plano.
1. Identificar, fixada uma unidade de comprimento e dado um vetor v, a "norma do vetor v" como a medida
I
do comprimento de um segmento orientado representante de v e representá-la por " v ".
2. Identificar, dado um vetor v e um número real (também designado por "escalar") Ȝ, o "produto de v por
I
Ȝ" ("ȜY") como o vetor de norma Q v (fixada uma mesma unidade de comprimento para o cálculo das
normas), com a direção e sentido de v se v ≠ 0 e Ȝ> 0 e com a direção de v e sentido contrário ao de v
se v ≠ 0 e Ȝ< 0, justificar que ȜY não depende da unidade de comprimento fixada e que (–1)v = –v, vetor
simétrico de v.
3. Justificar, dado um vetor v não nulo, que um vetor u é colinear a v se e apenas existir um número real
Ȝtal que u = ȜY, e que, nesse caso, Ȝé único.
4. Justificar, dados vetores u e v, que existe um e somente um vetor w tal que w + v = u, provando que
w = u + (–v), designar w por "diferença entre u e v" e representá-lo por "u – v".
5. +Reconhecer, dado um vetor v e números reais Ȝe μ, que (Ȝ+ μ)v = ȜY + μv.
6. +Reconhecer, dados vetores u e v e números reais Ȝe μ que Ȝ(u + v) = ȜX + ȜY e Ȝ(μu) = (Ȝ)u.
4. Justificar, fixado um plano munido de um referencial ortonormado e dados pontos A(a1, a2) e B(b1, b2)
que o vetor AB tem coordenadas (b1 – a1, b2 – a2), começando por justificar que AB = OB – OA , identificar,
a "diferença entre os pontos B e A" como o vetor AB, representá-la por "B – A" e justificar que, para todo
o vetor v e para quaisquer pontos A e B do plano, B – A = v B = A + v.
5. Justificar, fixado um plano munido de um referencial ortonormado e dado um ponto A(a1, a2) e um vetor
v(v1, v2) desse plano, que o ponto A + v tem coordenadas (a1 + v1, a2 + v2).
6. Justificar, fixada uma unidade de comprimento e um plano munido de um referencial ortonormado que
I
para qualquer vetor v(v1, v2), v = v1 2 v2 2 .
6. Resolver problemas
1. +Resolver problemas envolvendo a determinação das coordenadas de vetores do plano.
2. +Resolver problemas envolvendo a colinearidade de vetores do plano.
3. +Resolver problemas envolvendo equações vetoriais, paramétricas e cartesianas de retas do plano.
4. Designar por "planos coordenados" os três planos determinados por dois dos eixos coordenados, re-
presentá-los por "xOy", "xOz" e "yOz" consoante os eixos coordenados que contêm, e reconhecer que
são perpendiculares dois a dois.
5. +Reconhecer, dado um referencial ortonormado e um terno ordenado de números reais (x, y, z), que
existe um e apenas um ponto P com essas coordenadas e representá-lo por "P(x, y, z)".
6. +Reconhecer, dado um referencial ortonormado e um ponto P(a, b, c) de projeção ortogonal P' no plano
xOy que, nesse plano, munido do referencial constituído pelos eixos Ox e Oy, P' tem coordenadas (a, b)
e enunciar resultados análogos para os planos xOz e yOz.
(b ) + (b ) + (b )
2 2 2
A(a1, a2, a3) e B(b1, b2, b3), que a medida da distância entre A e B é igual a 1
– a1 2
– a2 3
– a3
e representá-la por "d(A, B)".
4. Determinar, dado um referencial ortonormado do espaço e as coordenadas de dois pontos A e B do
espaço, uma equação do plano mediador do segmento de reta [AB] na forma ax + by + cz + d = 0,
a, b, c, d !.
5. Justificar, fixada uma unidade de comprimento e dados um referencial ortonormado do espaço, um
( ) ( ) ( )
2 2 2
ponto A(a1, a2, a3) e um número r > 0, que x – a1 + y – a2 + z – a3 = r é uma equação carte-
2
siana da superfície esférica de centro A e de raio r, e designá-la por "equação (cartesiana) reduzida da
superfície esférica".
6. Justificar, fixada uma unidade de comprimento e dados um referencial ortonormado do espaço, um
( ) ( ) ( )
2 2 2
ponto A(a1, a2, a3) e um número r > 0, que x – a1 + y – a2 + z – a3 ≤ r 2 é uma inequação carte-
siana da esfera de centro A e de raio r, e designá-la por "inequação (cartesiana) reduzida da esfera".
2. Estender do plano ao espaço a definição do vetor posição de um ponto e a identificação das respetivas
coordenadas, as fórmulas para o cálculo das coordenadas da soma e da diferença de vetores, do pro-
duto de um vetor por um escalar, do simétrico de um vetor, da diferença de dois pontos, da soma de
um ponto com um vetor e da norma de um vetor, e o critério de colinearidade de vetores através das
respetivas coordenadas.
3. Estender do plano ao espaço a definição e propriedades das equações vetoriais e sistemas de equações
paramétricas de retas.
1. Identificar, dados conjuntos A e B, o "produto cartesiano de A por B" como o conjunto {(a, b) : a A
b B} dos pares ordenados (a, b) tais que a e b pertencem, respetivamente a A e a B e representá-lo
por "A × B".
2. Reconhecer que um conjunto G A × B é o gráfico de uma função de A em B quando e apenas quando
para todo o a A existir um e somente um elemento b B tal que (a, b) G.
3. Identificar, dados conjuntos A e B, uma função f: A → B um conjunto C, a "restrição de f a C" como a
função f|c: C A → B tal que, x C A, f|c(x) = f(x).
4. Identificar, dados conjuntos A e B, uma função f : A → B e C A, o "conjunto imagem de C por f" como o
conjunto f(C) = {y B: x C: y = f(x)} das imagens por f dos elementos de C, representá-lo também
por "{f(x): x C}".
5. Identificar, dados conjuntos A e B, uma função f : A → B como "injetiva" se para todos os x1 e x2 perten-
centes a A, x1 ≠ x2 ¡f(x1) ≠ f(x2) (ou, de modo equivalente, f(x1) = f(x2) ¡x1 = x2) e designar também uma
tal função por "injeção de A em B".
6. Identificar, dados conjuntos A e B, uma função f : A → B como "sobrejetiva" se para todo o y pertencente
a B, existir um elemento x pertencente a A tal que y = f(x) e reconhecer que uma função é sobrejetiva
se e somente se coincidirem os respetivos contradomínio e conjunto de chegada e designar também
uma tal função por "sobrejeção de A em B" ou por "função de A sobre B".
7. Identificar, dados conjuntos A e B, uma função f: A → B como "bijetiva" se for simultaneamente injetiva
e sobrejetiva e designar também uma tal função por "bijeção de A em B".
8. Identificar, dadas funções f: Df → A e g: Dg → B, a "função composta de g com f" como a função g o f :
Dg o f → B, tal que Dg o f = {x Df : f(x) Dg} e x Dg o f, g o f(x) = g(f(x)) e designá-la também por
"g composta com f", "g após f" ou "f seguida de g".
9. Designar, dado um conjunto A, por "função identidade em A" a função IdA: A → A tal que x A,
IdA(x) = x e justificar que se trata de uma função bijetiva.
10. Justificar, dados conjuntos A e B e uma função f: A → B bijetiva, que para todo o y pertencente a B
existe um e apenas um elemento x pertencente a A tal que f(x) = y e, representando-o por xy, designar
por "função inversa de f" a função f –1: B → A tal que y B, f –1(y) = xy.
11. +Reconhecer, dada uma função f : A → B bijetiva, que f –1 é bijetiva e que (f –1)–1 = f e designar também
f –1 por "bijeção recíproca de f".
12. Reconhecer, dada uma função f : A → B, que f é bijetiva se e somente se existir uma função g: B → A,
tal que (x, y) A × B, y = f(x) x = g(y).
13. Justificar que uma função f : A → B é bijetiva se e somente se existir uma função g: B → A tal que
g o f = IdA e f o g = IdB e que, nesse caso, g = f –1.
2. Relacionar propriedades geométricas dos gráficos com propriedades das respetivas funções
1. Designar por "função real de variável real" uma função cujo domínio e conjunto de chegada estão
contidos em !.
2. Saber, dada uma expressão f(x), que se convenciona, quando nada for indicado em contrário, que essa
expressão representa a função f com conjunto de chegada igual a ! e domínio constituído por todos os
números reais a para os quais fica representado um número real pela expressão que se obtém subs-
tituindo todas as ocorrências de x em f(x) por um símbolo representando o número a, designar, nesse
caso, a expressão f(x) por "expressão analítica de f" e este processo de caracterizar f por "definição
(analítica) de f pela expressão f(x)".
3. Identificar uma função real de variável real f como "par" se, para todo o x Df , –x Df e f(–x) = f(x).
4. Identificar uma função real de variável real f como "ímpar" se, para todo o x Df , –x Df e f(–x) = –f(x).
5. Justificar, dada uma função real de variável real ímpar f, que, se 0 Df, então f(0) = 0.
6. +Reconhecer, dado um plano munido de um referencial ortogonal, que uma dada função é par se e
somente se o eixo das ordenadas for eixo de simetria do respetivo gráfico cartesiano.
7. +Reconhecer, dado um plano munido de um referencial cartesiano, que uma dada função é ímpar se
e somente se o respetivo gráfico cartesiano for "simétrico relativamente à origem O do referencial",
isto é, se e somente se a imagem do gráfico pela reflexão central de centro O coincidir com o próprio
gráfico.
8. +Reconhecer, dada uma função real de variável real bijetiva f e um plano munido de um referencial
monométrico, que os gráficos cartesianos das funções f e f –1 são a imagem um do outro pela reflexão
axial de eixo de equação y = x.
9. Reconhecer, dados uma função real de variável real f, um número real c e um plano munido de um
referencial cartesiano, que o gráfico cartesiano de uma função g definida em Dg = Df por g(x) = f(x) + c
é a imagem do gráfico cartesiano de f pela translação de vetor u(0, c).
10. +Reconhecer, dados uma função real de variável real f, um número real c e um plano munido de um
referencial cartesiano, que o gráfico cartesiano de uma função g definida por g(x) = f(x – c) no conjunto
Dg = {x + c: x Df} é a imagem do gráfico cartesiano de f pela translação de vetor u(c, 0).
11. Designar, dado um plano munido de um referencial ortogonal e um número 0 < a < 1
(respetivamente a > 1) , por "contração vertical (respetivamente dilatação vertical) de coeficiente a" a
transformação do plano que ao ponto P(x, y) associa o ponto (P) de coordenadas (x, ay).
12. Reconhecer, dados uma função real de variável real f, um número 0 < a < 1 (respetivamente a > 1) e
um plano munido de um referencial ortogonal, que o gráfico cartesiano de uma função g definida em
Df por g(x) = af(x) é a imagem do gráfico cartesiano de f pela contração vertical (respetivamente pela
dilatação vertical) de coeficiente a.
13. Designar, dado um plano munido de um referencial ortogonal e um número 0 < a < 1
(respetivamente a > 1), por "contração horizontal (respetivamente dilatação horizontal) de coeficiente
a" a transformação do plano que ao ponto P(x, y) associa o ponto (P) de coordenadas (ax, y).
14. Reconhecer, dados uma função real de variável real f, um número 0 < a < 1 (respeti-
vamente a > 1) e um plano munido de um referencial ortogonal, que o gráfico carte-
⎪⎧ ⎪⎫
siano de uma função g definida em Dg = ⎨ x : x ∈ D ⎬ por g(x) = f(ax) é a imagem do gráfico car-
⎩⎪ a f
⎭⎪
1
tesiano de f pela dilatação horizontal (respetivamente pela contração horizontal) de coeficiente .
a
15. Reconhecer, dada uma função real de variável real f e um plano munido de um referencial ortogonal,
que o gráfico cartesiano de uma função g definida em Dg = Df por g(x) = –f(x) é a imagem do gráfico
cartesiano de f pela reflexão de eixo Ox.
16. Reconhecer, dada uma função real de variável real f e um plano munido de um referencial ortogonal,
que o gráfico cartesiano de uma função g definida em Dg = {–x: x Df} por g(x) = f(–x) é a imagem do
gráfico cartesiano de f pela reflexão de eixo Oy.
1. Identificar, dada uma função real de variável real f e A Df, f como "(estritamente) crescente em A"
(ou simplesmente "(estritamente) crescente" se A = Df) se para quaisquer dois elementos x1 e x2 de A,
se x1 < x2 então f(x1) < f(x2).
2. Identificar, dada uma função real de variável real f e A Df, f como "(estritamente) decrescente em A"
(ou simplesmente "(estritamente) decrescente" se A = Df) se para quaisquer dois elementos x1 e x2 de
A, se x1 < x2 então f(x1) > f(x2).
3. Identificar, dada uma função real de variável real f e A Df, f como "crescente, em sentido lato, em A"
(ou simplesmente "crescente, em sentido lato" se A = Df) se para quaisquer dois elementos x1 e x2 de
A, se x1 < x2 então f(x1) ≤ f(x2).
4. Identificar, dada uma função real de variável real f e A Df, f como "decrescente, em sentido lato, em
A" (ou simplesmente "decrescente, em sentido lato" se A = Df) se para quaisquer dois elementos x1 e
x2 de A, se x1 < x2 então f(x1) ≥ f(x2).
5. Identificar, dada uma função real de variável real f e A Df, f como "(estritamente) monótona em A" (ou
simplesmente "(estritamente) monótona" se A = Df) se for (estritamente) crescente ou (estritamente)
decrescente em A e f como "monótona, em sentido lato, em A" (ou simplesmente "monótona, em sen-
tido lato" se A = Df) se for crescente ou decrescente, em sentido lato, em A.
6. Identificar, dada uma função real de variável real f, um "intervalo de (estrita) monotonia de f" como um
intervalo I Df tal que f|I é (estritamente) monótona.
7. Identificar, dada uma função real de variável real e A Df, f como "constante em A" se para quaisquer
elementos x1 e x2 de A, f(x1) = f(x2).
8. Demonstrar que uma função afim definida por f(x) = ax + b é estritamente crescente (respetivamente
decrescente) em ! se e somente se a > 0 (respetivamente a < 0).
9. Demonstrar que, dada uma função quadrática da forma f(x) = ax 2, se a > 0 então f é decrescente em
]– h, 0] e crescente em [0, +h[ e que, se a < 0, então f é crescente em ]– h, 0] e decrescente em [0, +h[.
7. Saber que uma função real de variável real tem a concavidade (estritamente) voltada para cima (res-
petivamente para baixo) num dado intervalo I Df se e somente se dados quaisquer dois pontos P e Q
do gráfico, de abcissas em I, a parte do gráfico de f de abcissas estritamente situadas entre as abcissas
de P e Q ficar “abaixo” (respetivamente “acima”) do segmento de reta [PQ].
8. +Reconhecer, dado um número real não nulo a, que o gráfico da função f definida pela expressão
f(x) = ax 2 tem, em ]–h, +h[, a concavidade voltada para cima se a > 0 e voltada para baixo se a < 0.
1. Esboçar o gráfico de funções quadráticas, começando por representá-las por expressões da forma
a(x – b)2 + c e identificando os intervalos de monotonia, o extremo absoluto, as eventuais raízes e o
sentido da concavidade dos respetivos gráficos.
2. Identificar uma função f : Df → ! para a qual são dados um número natural n > 1, uma partição
A1, A2, …, An de Df e n expressões fj(x) (1 ≤ j ≤ n) tais que para todo o j e para todo o x Aj, f(x) = fj(x)
como "estando definida por ramos pelas expressões fj(x), respetivamente nos conjuntos Aj (1 ≤ j ≤ n)".
3. Esboçar o gráfico de funções definidas por f(x) = a|x – b| + c (a, b, c !, a ≠ 0) interpretando geometri-
camente os valores a, b e c.
4. Justificar que a função f : !+0 → !+0 definida por f(x) = x 2 é bijetiva e que para todo o x !+0, f –1(x) = x .
5. Justificar que a função f : ! → ! definida por f(x) = x 3 é bijetiva e que para todo o
x !, f –1(x) = 3 x .
6. Determinar o domínio e esboçar o gráfico de funções definidas analiticamente por f(x) = a n x b + c
(a, b, c !, n {2,3}, a ≠ 0).
7. Identificar "função polinomial" como uma função que pode ser definida analiticamente por um polinó-
mio com uma só variável.
8. Esboçar o gráfico de funções definidas por ramos envolvendo funções polinomiais até ao 3.º grau,
módulos e radicais quadrados e cúbicos.
9. Identificar, dadas funções f : Df → !, g: Dg → !, um número real F e um número racional r, as funções
f
f + g: Df Dg → ! ("soma de f com g"), fg: Df Dg → !, ("produto de f por g"), : D f → ! ("quo-
g g
ciente de f por g", onde D f = Df {x Dg : g(x) ≠ 0}), Ff: Df → ! ("produto de f pelo escalar F") e f r:
g
Df r → ! ("potência de expoente r de f ", onde Df r é o conjunto dos números reais x para os quais está
definido f(x)r), como as funções com os domínios e conjunto de chegada indicados, definidas, para
cada elemento x do respetivo domínio, respetivamente por (f + g)(x) = f(x) + g(x), (fg)(x) = f(x)g(x),
f f(x)
(x) = , (Ff)(x) = Ff (x) e f r(x) = f(x)r, podendo utilizar-se, para representar as potências de expoente
g g(x)
racional, as notações envolvendo raízes.
6. Resolver problemas
ESTATÍSTICA EST10
Características amostrais
1. Designar, dado p b e uma sequência de números reais (x1, x2, …, xp), a soma x1 + x2 + … + xp por "so-
matório de 1 a p dos xi" (ou por "soma dos p termos da sequência", quando esta designação não for
p
ambígua), representá-la por "¨ i =1 xi", designar o símbolo "¨" por "sinal de somatório" e, para 1 < m ≤ p,
p
representar também por "¨ i = m xi" a soma xm + xm+1 + … + xp ("somatório de m a p dos xi").
2. Reconhecer, dados p b, Q ! e uma sequência de números reais (x1, x2, …, xp), que a igualdade
p
( ) p
∑ i = 1 λ xi = λ ∑ i = 1 xi representa, no formalismo dos somatórios, a propriedade distributiva da multi-
plicação relativamente à adição aplicada ao produto de Q pela soma das p parcelas x1, x2, …, xp.
3. Reconhecer, dados p b, uma sequência de números reais (x1, x2, …, xp) e um número natural n tal que
p n p
n < p, que a igualdade ∑ i = 1 xi = ∑ i = 1 xi + ∑ i = n+1 xi representa, no formalismo dos somatórios, uma
aplicação da propriedade associativa da adição à soma das p parcelas x1, x2, …, xp.
4. Reconhecer, dado p b e sequências de números reais (xi) e (yi) , que a igualdade
1 ≤i ≤ p 1 ≤i ≤ p
p
( p
) p
∑ i = 1 xi + yi = ∑ i = 1 xi + ∑ i = 1 yi representa, no formalismo dos somatórios, uma aplicação das pro-
priedades associativa e comutativa da adição à soma das p parcelas x1 + y1, x2 + y2, …, xp + yp.
1. Interpretar uma dada variável estatística quantitativa em determinada população como uma função
numérica definida na população, cujo valor em cada unidade estatística é o valor que mede a caracte-
rística em estudo nesse elemento da população.
2. Representar, dada uma variável estatística quantitativa x em determinada população e uma amostra
A de dimensão n b dessa população cujos elementos estão numerados de 1 a n, por "xi" o valor da
variável x no elemento de A com o número i, por "x֓ " a sequência (x1, x2, …, xn), designá-la por "amos-
tra da variável estatística x" ou simplesmente por "amostra" e por "valores da amostra" os valores
xi, 1 ≤ i ≤ n, sempre que estes abusos de linguagem não forem ambíguos.
3. Representar, dado n b e uma amostra x֓ = (x1, x2, …, xn) de uma variável estatística, por "x̄ " a média
n
¨ i = 1 xi
, designando-a igualmente por "média da amostra x֓ " sempre que este abuso de linguagem não
n
for ambíguo.
4. Representar, dado n b e uma amostra x֓ = (x1, x2, …, xn) com m valores (1 ≤ m ≤ n), por "x̃" o conjunto dos valo-
res da amostra, por x̃ 1, x̃ 2, …, x̃ m os elementos de x̃, por "nj" (1 ≤ j ≤ m) o cardinal do conjunto {i {1, …, n} :
xi = x̃ j}, designar nj por "frequência absoluta do valor x̃ j", e justificar que ∑ mj = 1 n j = n e que
m
¨ j = 1 x j n j
x̄ = , designando esta última igualdade por "fórmula da média para dados agrupados".
n
5. Representar, dado n b , uma amostra x֓ = (x1, x2, …, xn) e números reais h e a, por "ax ~
+ h" a amostra
y֓ = (ax1 + h, ax2 + h, …, axn + h) e justificar que ȳ = ax̄ + h.
6. Interpretar, dado n b e uma amostra x֓ = (x1, x2, …, xn), a média de x֓ como a abcissa do centro de gra-
vidade de um segmento de reta no qual se colocou, para cada valor x̃ j da amostra, um ponto material
no ponto de abcissa x̃ j de massa igual à respetiva frequência absoluta nj.
7. Reconhecer que o valor da média de uma amostra x֓ = (x1, x2, …, xn) nunca se mantém quando, para um
dado i {1, …, n}, se altera o valor xi, e referir, por essa razão, que a média é uma característica amostral
"com pouca resistência".
1. Designar, dado n b , uma amostra [֓ = (x1, x2, …, xn) e i {1, …, n}, por "desvio de xi em relação à média"
a quantidade xi – x̄ , representá-la por "di" e provar que ∑ in= 1 di = 0.
( )
2
2. +Representar dado n b e uma amostra [֓ = (x1, x2, …, xn), por "SSx" a soma ∑ in= 1 xi − x dos quadrados
dos desvios dos xi em relação à média e reconhecer que SSx = ∑ in= 1 xi 2 − nx 2.
3. +Reconhecer, dado n b e uma amostra x֓ = (x1, x2, …, xn), que é possível calcular dn em função de d1,
d2, …, dn – 1 mas que dn só fica determinado se for conhecida a totalidade desses n – 1 desvios, e referir,
por esta razão, que "SSx tem n – 1 graus de liberdade".
4. Justificar, dado n b e uma amostra x֓ = (x1, x2, …, xn), que SSx = 0 se e somente se x1 = x2 = … = xn.
5. Justificar, dado n b , uma amostra x֓ = (x1, x2, …, xn) e números reais h e Į, que se y֓ = x֓ + h (respetiva-
mente y֓ = Įx֓ ) então SSy = SSx (respetivamente SSy = Į2SSx).
( )
2
6. Justificar, dado n b e uma amostra x֓ = (x1, x2, …, xn), que SSx = ∑ mj = 1 x j − x n j , onde x̃ 1, x̃ 2, …, x̃ m
representam os m valores da amostra x֓ e nj a frequência absoluta de x̃ j.
ss x
7. Designar, dado n b (n > 1) e uma amostra x֓ = (x1, x2, …, xn), s x 2 = por "variância da amostra x֓ " e
n−1
ss x
sx = por "desvio-padrão da amostra x֓ ".
n−1
8. Justificar, dado n b (n > 1) e uma amostra x֓ = (x1, x2, …, xn), que sx = 0 se e somente se x1 = x2 = … = xn.
9. Justificar, dados n b (n > 1), uma amostra x֓ = (x1, x2, …, xn) e números reais h e Į, que se y֓ = x֓ + h
(respetivamente y֓ = Įx֓ ) então sy = sx (respetivamente sy = |Į|sx).
10. Reconhecer, dada uma variável estatística quantitativa x em determinada população, uma amostra A
de dimensão n > 1 dessa população e sendo x֓ = (x1, x2, …, xn) uma amostra correspondente da variável
estatística x, que para todo o k > 0 a percentagem dos elementos da amostra A nos quais os valores
1
da variável estatística têm desvios em relação à média superiores a k desvios-padrão é inferior a 2
k
e interpretar este resultado como tradução quantitativa da afirmação segundo a qual o par (x̄ , sx)
reflete a distribuição dos valores da amostra x֓ em termos de “localização” e de “dispersão”.
11. Reconhecer que para comparar a “dispersão” dos valores dos elementos de duas ou mais amostras
em torno da média, faz sentido comparar as respetivas variâncias (ou os respetivos desvios-padrão),
sempre que a característica quantitativa em análise seja a mesma nas diversas amostras e que a
respetiva medida esteja calculada na mesma unidade.
12. Saber, dada uma população, que existem critérios que conduzem à recolha de amostras cujas médias
e desvios-padrão são consideradas boas estimativas da média e do desvio-padrão da população.
1. Designar, dado n b e uma amostra [֓ = (x1, x2, …, xn), por "amostra [֓ ordenada" a sequência (x(1), x(2), …,
x(n)) tal que x(1) ≤ x(2) ≤ … ≤ x(n), com os mesmos valores que a amostra [,֓ cada um deles figurando na
sequência um número de vezes igual à respetiva frequência absoluta enquanto valor da amostra [.֓
2. Designar, dado n b , uma amostra [֓ = (x1, x2, …, xn) e um número natural k do intervalo ]0, 100], por
kn
"percentil de ordem k" o valor máximo da amostra se k = 100, a média dos elementos de ordem e
100
kn kn
+ 1 na amostra ordenada se k ≠ 100 e for inteiro, e nos restantes casos, o elemento de ordem
100 100
kn
+ 1 na amostra ordenada, (onde, para x !, "[x]" designa a "parte inteira de x", ou seja, o maior
100
número natural inferior ou igual a x) e representá-lo por "Pk".
3. Reconhecer, dado n b e uma amostra [֓ = (x1, x2, …, xn), que P50 é igual à mediana de x֓ e saber que tam-
bém é usual definir o primeiro e o terceiro quartil de modo a coincidirem, respetivamente, com P25 e P75.
4. Designar, dados números naturais n e k, k ≤ 100, uma sequência crescente de números reais
(a1, a2, …, am) e um conjunto de dados quantitativos organizados nos intervalos de classe [ai, ai + 1[, que
se supõem de igual amplitude h > 0, por "percentil de ordem k", o número x tal que
( ) ( )
∑ iL=–11 ai+1 − ai ni + x − aL nL =
kn m
( ) ( )
∑ i = 1 ai+1 − ai ni , ou seja, tal que h ∑ iL=–11 ni + x − aL nL =
100
khn
100
onde ni é a frequência absoluta do intervalo de classe [ai, ai + 1[ e L é o maior número natural tal que
kn
∑ iL=–11 ni ≤ .
100
5. Resolver problemas
1. +Resolver problemas envolvendo a média e o desvio-padrão de uma amostra.
2. +Resolver problemas envolvendo os percentis de uma amostra.
Caderno de Apoio
Introdução
Este Caderno de Apoio constitui um complemento ao documento Metas Curriculares de Matemática do
Ensino Secundário – Matemática A. Na elaboração das Metas Curriculares utilizou-se um formato preciso
e sucinto, não tendo sido incluídos exemplos ilustrativos dos descritores. Neste documento apresentam-se
várias sugestões de exercícios e de problemas, comentários relativos a algumas opções tomadas no docu-
mento principal e informações complementares para os professores.
Procurou-se realçar os descritores que se relacionam com conteúdos e capacidades atualmente menos
trabalhados no Ensino Secundário embora se tenham incluído também outros de modo a dar uma coerência
global às abordagens propostas. Estas escolhas não significam, porém, que se considerem menos relevantes
os descritores não contemplados. Longe de se tratar de uma lista de tarefas a cumprir, as atividades propos-
tas têm um caráter indicativo, podendo os professores optar por alternativas que conduzam igualmente ao
cumprimento dos objetivos específicos estabelecidos nas metas. Aos exemplos apresentados estão associa-
dos três níveis de desempenho. Os que não se encontram assinalados com asteriscos correspondem a um
nível de desempenho regular, identificando-se com um ou dois asteriscos os exemplos que correspondem a
níveis de desempenho progressivamente mais avançados.
Para além das sugestões de exercícios e problemas a propor aos alunos entendeu-se incluir também tex-
tos de apoio para os professores. Destinam-se a esclarecer questões de índole científica que fundamentam
os conteúdos do Programa e que poderão ajudar à seleção das metodologias mais adequadas à lecionação.
Níveis de Desempenho
LÓGICA E TEORIA DE CONJUNTOS LTC10
1.3 Comentário
1.4
Nos descritores 1.3 e 1.8 introduzem-se a equivalência e a implicação como “operações
1.5 binárias”, cada uma delas transformando um par de proposições numa nova proposição, a
1.6 exemplo do que noutros descritores (1.6 e 1.7) sucede com a conjunção e a disjunção e, de
1.7 modo análogo, com a negação (cf. 1.4), neste caso aplicada apenas a uma proposição (“ope-
ração unária”). Todas essas operações são definidas de tal modo que é sempre possível
1.8
determinar o valor lógico do resultado conhecendo o valor lógico dos operandos; em parti-
cular, não considerando agora o caso mais trivial da negação, a caracterização de cada uma
delas permite sempre construir uma tabela de dupla entrada (caso particular de "tabela de
verdade"), com duas linhas e duas colunas, na qual se pode ler o valor lógico do resultado
de aplicar a operação a um par de proposições em que o primeiro elemento tem o valor
lógico indicado na linha e o segundo o valor lógico indicado na coluna.
Utilizando propriedades simples das diversas operações (cf., por exemplo, os descritores 1.5,
1.10, 1.11 e 1.13) conclui-se que qualquer delas pode ser substituída, sem que se altere o
valor lógico do resultado, por aplicação sucessiva de operações de negação e de disjunção,
ou, em alternativa, de negação e de conjunção, ou ainda de negação e de implicação; ou seja,
no que respeita aos valores lógicos dos resultados, poderíamos restringir as operações ape-
nas à negação e a uma das três operações de conjunção, disjunção ou implicação. Por exem-
plo, em função da negação e da conjunção, dadas proposições p e q:
Pp › q é equivalente a ~(~p ‹ ~q);
Pp fi q é equivalente a ~(p ‹ ~q);
Pp § q é equivalente a ~(p ‹ ~q) ‹ (q ‹ ~p).
Fica assim patente que, do ponto de vista estritamente lógico, não haveria razão para distin-
guir as operações de equivalência e implicação das restantes, no que diz respeito ao uso dos
respetivos símbolos na linguagem matemática corrente. No entanto, começando pela equi-
valência, é de notar que a caracterização desta operação é particularmente simples, resu-
mindo-se a estabelecer que o resultado é uma proposição verdadeira ou falsa consoante as
proposições operandas tenham ou não o mesmo valor lógico; assim, afirmar a veracidade
de uma equivalência é outro modo de exprimir a identidade dos valores lógicos das proposições
operandas. Como uma afirmação deste tipo ocorre frequentemente em Matemática, torna-se
particularmente útil abreviar a respetiva escrita; por esse motivo convenciona-se que a afirma-
ção de que determinada equivalência é verdadeira pode ser expressa escrevendo muito simples-
mente essa equivalência, quando fique claro, do modo como a frase está redigida, que não
No caso da implicação, a caracterização é uma vez mais muito simples, pois uma implicação
só é falsa se o antecedente for verdadeiro e o consequente falso. Assim, a veracidade de
uma implicação significa que a situação anterior não tem lugar, ou seja, que não se tem
simultaneamente o antecedente verdadeiro e o consequente falso. Na prática, a implicação
é muitas vezes utilizada em situações em que se desconhecem à partida os valores lógicos
do antecedente e do consequente; nesses casos, a informação de que a implicação é verda-
deira permite prever que, se estabelecermos a veracidade do antecedente, ficaremos auto-
maticamente com a certeza da veracidade do consequente, mas a veracidade da implicação
em conjunto com a afirmação da falsidade do antecedente, só por si, nada permite dizer
acerca do valor lógico do consequente, já que uma implicação de antecedente falso tanto é
verdadeira se o consequente for verdadeiro como se for falso. Esta descrição do papel da
implicação revela que esta operação lógica traduz o que em linguagem corrente também se
pode exprimir na forma "se…, então…", nos referidos casos em que não se pressupõe o
conhecimento dos valores lógicos do antecedente e do consequente. Afirmações deste tipo
também têm um papel crucial em Matemática, o que evidencia a utilidade de se usar a pró-
pria implicação, sem mais, para, integrada em determinado discurso, indicar a respetiva
veracidade. Trata-se, de novo, de um abuso de linguagem no sentido já referido, utilizado por
exemplo no descritor 1.8.
1.10 Comentário
1.11 Os resultados expressos neste conjunto de descritores podem ser demonstrados recorren-
1.12 do a técnicas muito semelhantes, elaborando, por exemplo, tabelas de verdade, embora
1.13 também se possam utilizar argumentos que envolvam apenas diretamente as caracteriza-
ções apresentadas das operações, ou ainda, em certos casos, recorrendo a propriedades já
1.14
verificadas previamente. Não será pois necessário trabalhar exaustivamente as provas asso-
1.15
ciadas a cada um destes descritores, devendo-se no entanto garantir que os alunos conhe-
cem estes resultados bem como as técnicas base que levam à respetiva justificação. As
tabelas de verdade a utilizar em situações envolvendo mais do que duas proposições pode-
rão consistir em quadros com uma coluna para cada proposição e, em seguida, uma coluna
para cada uma das operações sucessivamente a efetuar com as proposições, até se chegar
à expressão final que pretendemos testar ou até ser possível, por inspeção, concluir a equi-
valência, em todos os casos, de determinadas proposições; tais tabelas deverão ter tantas
linhas quantas as necessárias para contemplar todas as possibilidades de sequências de
valores lógicos para as proposições operandas (portanto 2n linhas, sendo n o número de
proposições operandas). Por exemplo, para estabelecer a propriedade distributiva da con-
junção relativamente à disjunção podemos utilizar a seguinte tabela:
1.16 1. Considere proposições p e q tais que p é falsa e p › q é verdadeira. Indique o valor lógico
de cada uma das seguintes proposições.
1.1. q
1.2. p ‹ q
1.3. ~p › q
1.4. ~(p › q)
1.5. ~(~p ‹ q)
1.6. p fi ~q
1.7. ~p § q
2.2 Comentário
2.4 Como notações alternativas para os quantificadores, utilizam-se também, por exemplo, as
seguintes:
"x p(x) e $x p(x)
("x) p(x) e ($x) p(x)
"x p(x) e $x p(x)
Uma variante também por vezes utilizada desta última notação consiste em colocar o x
diretamente abaixo do símbolo de quantificador, em vez de o colocar em índice. Quando se
utilizam as duas primeiras notações é também usual colocar entre parêntesis a expressão
que se pretende quantificar, como por exemplo em "x (x å A fi x å B), ou seja, não se con-
sidera a prioridade das operações lógicas relativamente aos quantificadores que está implí-
cita na notação utilizada nos descritores deste objetivo geral.
2.3 1. Considere as condições "x = x", "x ≠ x", "x å b", "x ∫ ^", "x å Ø" e "x ∫ Ø".
2.5 1.1. Indique as que são universais, as que são possíveis e as que são impossíveis.
1.2. *Tendo em conta a alínea anterior, para cada uma das seguintes condições, indique
se é possível, impossível ou universal.
1.2.1. x ≠ x ‹ x å b
1.2.2. x = x › x å Ø
1.2.3. x å b › x å Ø
1.2.4. x ∫ Ø › x å b
1.2.5. x å b › x ∫ ^
2. *Mostre que a disjunção de qualquer condição com uma condição universal é uma condi-
ção universal, que a disjunção de qualquer condição com uma condição possível é uma
condição possível e que a conjunção de qualquer condição com uma condição impossível
é uma condição impossível.
2.6 Comentário
Neste descritor indica-se, sem à partida se exigir qualquer justificação, como se relacionam
os quantificadores universal e existencial através da negação. No entanto estas relações
traduzem propriedades intuitivas que podem ser motivadas pela análise de exemplos con-
cretos de utilização dos quantificadores na linguagem corrente (cf. exemplos no Texto de
apoio ao descritor 2.9). Qualquer destas equivalências pode também informalmente justifi-
car-se interpretando a proposição que resulta de aplicar o quantificador universal (respeti-
vamente existencial) a uma condição p(x) como o resultado de se unir por conjunções (res-
petivamente disjunções) todas as proposições p(a) (a um objeto arbitrário), notando que pela
comutatividade e associatividade da conjunção (respetivamente da disjunção), podemos
intuitivamente atribuir significado a estas “operações generalizadas” sobre proposições.
Deste modo as referidas equivalências podem ser interpretadas como extensões das primei-
ras Leis de De Morgan a estas “conjunções e disjunções generalizadas”.
Embora tal não seja requerido, é fácil concluir que uma das propriedades pode ser deduzida
da outra, ou seja, admitindo, por exemplo, que, dada uma condição p(x), ~("x, p(x)) §
($x: ~p(x)) podemos provar que, dada uma condição p(x), ~($x: p(x)) § ("x, ~p(x)), e, recipro-
camente, admitindo esta propriedade podemos provar a primeira. Para provar que é verda-
deira a segunda equivalência, dada uma condição p(x), basta aplicar a primeira equivalência
à condição ~p(x) e em seguida o facto de uma equivalência entre duas proposições ser ver-
dadeira quando e apenas quando as proposições têm o mesmo valor lógico, para além de se
utilizar o princípio da dupla negação. Obtemos assim sucessivamente: ~("x, ~p(x)) §
($x: ~(~p(x))), que é equivalente a ("x, ~p(x)) § ~($x: ~(~p(x))) e portanto a ("x, ~p(x)) §
~($x: p(x)), também equivalente, obviamente, a ~($x: p(x)) § ("x, ~p(x)), como pretendía-
mos. A recíproca pode ser provada de modo idêntico.
Uma formalização plena do tratamento dos quantificadores fica fora do âmbito deste estudo
introdutório da Lógica, mas a aceitação sem demonstração de uma das equivalências
expressas neste descritor corresponde a tomá-la como axioma.
2.7 Comentário
2.8 O quantificador universal é frequentemente utilizado em Matemática em conjunto com as
operações de implicação e de equivalência, por exemplo a propósito da resolução de equações
e inequações. Muitas vezes pretende-se estabelecer uma cadeia de implicações ou de equiva-
lências entre condições provando-se que cada uma dessas implicações ou equivalências é
uma condição universal em determinado conjunto, partindo-se da condição que exprime a
equação ou inequação a resolver até se chegar a uma que se considera como suficientemente
simples para a partir dela se poderem tirar conclusões acerca das soluções da inicial. Por
exemplo, no conjunto U = ^, cada uma das seguintes equivalências é uma condição universal:
x2 > 4 § x2 – 4 > 0 § (x – 2)(x + 2) > 0
§ (x – 2 > 0 ‹ x + 2 > 0) › (x – 2 < 0 ‹ x + 2 < 0)
§ (x > 2 ‹ x > –2) › (x < 2 ‹ x < –2)
§ x > 2 › x < –2
pretendendo-se, com esta apresentação, indicar a conjunção de todas as equivalências
representadas. Pode utilizar-se a mesma convenção com conjunções de implicações ou
mesmo de equivalências e implicações.
Em primeiro lugar há que notar que se se tratar de uma cadeia de implicações apenas pode-
remos concluir que as soluções da equação ou inequação inicial são soluções também da
última, ou seja o conjunto-solução da primeira está contido no conjunto-solução da última
(cf. o descritor 2.15). Este processo apenas circunscreve o conjunto no qual deveremos ain-
da procurar as soluções pretendidas, testando-se, para o efeito, por algum processo (uma a
uma, por exemplo, se se tratar de um conjunto finito), quais são efetivamente soluções da
equação ou inequação inicial (é o caso de algumas equações com radicais). Se se tratar de
uma cadeia de equivalências, já poderemos garantir que os conjuntos-solução da primeira
e última condições são iguais (cf. o descritor 2.11) e a última condição é então o que muitas
vezes se designa por “solução” da equação ou inequação inicial, de acordo com o que é
requerido para cada tipo de problema.
Por vezes comete-se o abuso de linguagem que consiste em omitir o quantificador universal
quando se pretende exprimir que uma implicação ou equivalência entre duas condições é
universal em determinado conjunto, o que é admissível se não houver perigo de ambiguida-
de com este procedimento. Ou seja, estando entendido, por exemplo, que estamos a consi-
derar como número real, escreve-se por vezes apenas:
x2 > 4 § x > 2 › x < – 2
com o significado de:
"x å ^, x2 > 4 § x > 2 › x < – 2
É de salientar a importância do uso correto da implicação e da equivalência, em conjunto
com o quantificador universal, no contexto da resolução de equações e inequações. Apre-
senta-se em seguida um exemplo que pode ser utilizado como ilustração.
Comentário
As propriedades das operações de conjunção e disjunção relativas a condições universais,
possíveis e impossíveis referidas nos descritores 2.3, 2.5 e 2.6 estendem-se, mutatis mutan-
dis, ao caso de condições universais, possíveis e impossíveis num dado conjunto U (cf. Texto
de apoio ao descritor 2.9, exemplos 4 e 5). Apresenta-se, em seguida, um exemplo de apli-
cação dessas propriedades.
2. Para cada uma das condições "x2 = –2", "x2 > –2" e "x2 ≥ 4" indique se é universal, possível
ou impossível em ^ e o que daí pode concluir, a esse mesmo respeito, acerca das condições:
2.1. x2 = –2 ‹ x2 ≥ 4
2.2. x2 = –2 › x2 ≥ 4
2.3. x2 = –2 ‹ x2 > –2
2.4. x2 ≥ –2
dos símbolos de igualdade ("=") e de pertença ("å"), que representam as duas relações
básicas da Matemática; deste modo, a notação {x: p(x)} introduzida em 2.10 fica associada a
um conjunto A bem determinado, no sentido em que se existir um conjunto A tal que "x,
x å A § p(x) então qualquer conjunto A' tal que "x, x å A' § p(x) será igual a A. A relação
A = A' traduz a ideia intuitiva de que os símbolos "A" e "A' " representam o mesmo objeto, e
é nesse sentido que podemos dizer que A fica “bem determinado” pela condição (em A)
"x, x å A § p(x). Resulta deste princípio que a igualdade de dois conjuntos A e B definidos
em compreensão respetivamente pelas condições p(x) e q(x) significa que é universal a con-
dição p(x) § q(x).
No enunciado do descritor 2.10 não se pressupõe que, fixada uma condição p(x), exista sem-
pre um conjunto A com a propriedade nele referida. Com efeito, embora não se pretenda
aqui desenvolver aspetos mais delicados dos fundamentos da Teoria do Conjuntos, há que
ter em conta que, em formalizações habituais desta teoria surgem condições p(x) para as
quais não existe nenhum conjunto A tal que "x, x å A § p(x), ou seja, nesses casos não
existe o conjunto {x: p(x)}: diz-se nesta situação que a condição p(x) "não é coletivizante". Um
exemplo famoso é a condição x ∫ x, que dá origem ao chamado "Paradoxo de Russel", enun-
ciado por Bertrand Russel no início do século XX e que pôs em causa os fundamentos apre-
sentados por Gottlob Frege para a Teoria dos Conjuntos; com efeito, se existisse um conjun-
to A = {x: ~(x å x)} teríamos "x, x å A § ~(x å x), pelo que teria de ser verdadeira, em
particular, a proposição que resulta de substituir x por A em x å A § ~(x å x), ou seja, teria
de ser verdadeira a proposição A å A § ~(A å A), o que não é possível, pois uma proposição
e a respetiva negação não podem ter o mesmo valor lógico. No entanto, em tudo o que se
segue, sempre que for definido um conjunto através de uma condição, pressupor-se-á, eviden-
temente, que tal conjunto existe, no sentido em que, numa formalização adequada da Teoria
dos Conjuntos, essa existência poderia ser provada (ou, em particular, seria um axioma).
2.12 Comentário
Neste descritor fixa-se a nomenclatura habitual ("a é um elemento do conjunto A") para refe-
rir um objeto quando se pretende indicar que se verifica a relação a å A e introduz-se a nota-
ção corrente ({a1, …, ak}) para representar "em extensão" um conjunto A cujos elementos
sejam exatamente determinados objetos a1, …, ak, ou seja, quando A pode ser definido pela
condição x = a1 › x = a2 › … › x = ak. É importante notar que desta definição resulta imedia-
tamente que o conjunto {a1, …, ak}, ao contrário da sequência (a1, …, ak), não depende da
ordem pela qual os respetivos elementos são indicados nem do número de vezes que um
dado elemento do conjunto aparece nesta notação; assim por exemplo temos:
que é uma condição universal, o que pode ser traduzido indicando que determinada condição
é suficiente para uma outra ou que esta é condição necessária para a primeira; noutros casos
trata-se de verificar que uma implicação é “falsa” ou, mais propriamente, que não é uma
condição universal. Nestes descritores apresentam-se determinadas equivalências envol-
vendo implicações quantificadas e exploram-se os processos de demonstração de certos
teoremas que delas resultam, introduzindo-se designações adequadas para esses proces-
sos. Muitas vezes designa-se por "demonstração por absurdo" uma dada demonstração por
contrarrecíproco, pois podemos verificar que "x, ~q(x) ± ~p(x) provando que, para um x
genérico, é falsa a proposição p(x) ‹ ~q(x) (equivalente à negação da implicação inicial) e por
vezes esta conclusão resulta de se poder deduzir a negação de algum teorema já conhecido
supondo que é verdadeira uma das proposições p(a) ‹ ~q(a), o que se traduz dizendo-se que
“se chegou a um absurdo”. Ou seja, pressupondo que certo a satisfaz a condição p(x) (hipó-
tese do teorema) e a negação da condição q(x) (tese do teorema), o que é equivalente à
negação da proposição que se pretende demonstrar, “chega-se a um absurdo”, porque des-
se pressuposto se deduz uma proposição que sabemos ser falsa. No entanto, em certo
sentido, este processo de "demonstração por absurdo" é formalmente distinto do método
dito de "contrarrecíproco", pois, de facto, consiste em considerar a Teoria que se obtém
acrescentando a negação da proposição a demonstrar aos axiomas da Teoria em que se
insere e mostrando que essa nova teoria é contraditória, deduzindo da nova axiomática um
determinado teorema e a respetiva negação.
π 2 π 4
2.3. < › < .
4 3 4 5
2.4. 17 é um número primo e par.
9
2.5. é um número irracional maior que 1.
4
3. Considere as proposições:
a: V√7 é um número irracional
b: V√7 > 3
c: 1 – V√7 < –2
3.1. Indique o valor lógico de cada uma delas.
3.2. Traduza em linguagem corrente, sem utilizar a palavra "não", as seguintes proposi-
ções e indique o respetivo valor lógico.
3.2.1. a ‹ ~b
3.2.2. ~a › b
3.2.3. ~b fi ~c
5. ** Considere as proposições:
a: "Está a chover"
b: "O Carlos sai de casa"
c: "O Carlos tem aulas"
Utilizando operações lógicas entre a, b e c, escreva a seguinte proposição em linguagem
simbólica:
"O Carlos não sai de casa quando está a chover, a menos que tenha aulas".
6. ** Considere uma operação º, dita "ou exclusivo" ou "disjunção exclusiva", tal que, dadas
proposições p e q, p º q é verdadeira quando e apenas quando p e q têm valores lógicos
distintos e resolva as seguintes questões.
6.1. Dadas proposições p e q, construa uma proposição equivalente a p º q partindo de p
e q e utilizando apenas as operações ‹, › e ~.
6.2. Indique, justificando, se, dadas proposições p e q, algumas das seguintes proposições
é sempre verdadeira.
a. ~(p º q) § p ‹ q
b. ~(p º q) § p › q
c. ~(p º q) § (p fi q)
d. ~(p º q) § (p § q)
4. Indique se, para qualquer concretização das variáveis no conjunto U, se obtêm, das seguin-
tes condições, implicações verdadeiras, e escreva as respetivas contrarrecíprocas.
4.1. x < 2 fi x < 5 (U = ^).
4.2. x é múltiplo de 6 fi x é par (U = b).
4.3. x > 1 fi x > 5 (U = ^).
4.4. Se um triângulo é retângulo então não é equilátero (U é o conjunto dos triângulos de
um dado plano).
4.5. Se um triângulo é isósceles então não tem ângulos internos retos (U é o conjunto dos
triângulos de um dado plano).
4.6. Se um losango tem as diagonais iguais então é um quadrado (U é o conjunto dos
losangos de um dado plano).
4.7. Um triângulo tem um ângulo externo agudo quando é obtusângulo (U é o conjunto
dos triângulos de um dado plano).
4.8. x = –1 fi x2 = 1 (U = ^).
4.9. x2 = 1 fi x = 1 (U = ^).
5. Demonstre, por contrarrecíproco, que se um número natural n não é divisível por 3, então
não é divisível por 15.
ÁLGEBRA ALG10
2. *Sabe-se que dados números x e y reais tais que 0 ≤ x < y e um número natural n, se tem
xn < yn. Mostre que se a < b < 0, an < bn se n for ímpar e an > bn se n for par.
[Sugestão: Considere os números positivos –a e –b.]
1.4 1. Seja n um número natural par e a e b números reais positivos tais que bn = a.
1.1. Prove que (–b)n = a.
1.2. *Mostre que, para além de –b e de b, não existem outras soluções da equação xn = a.
[Sugestão: Comece por observar que qualquer solução c terá o mesmo sinal que uma
das duas soluções já conhecidas, seja ela s, e, nesse caso, justifique que c não pode
ser menor nem maior do que s.]
1.6 Comentário
1.7 Os reconhecimentos pedidos na parte final dos descritores, uma vez que ainda não se dispõe
do método de indução, podem consistir na observação de que a propriedade a × b = a × b,
n n n
quando a = b, dá origem a ( a )
2
2
n
= n
a e que, multiplicando ambos os membros desta
( ) ( )
3 4
n 3 n 4
equação repetidas vezes por a , vamos obtendo sucessivamente a = a , a = a ,
n n n
etc. Estas observações, não consistindo propriamente numa demonstração formal, prepa-
ram a utilização do método de indução matemática que será introduzido no 11.° ano. A exem-
plo do que foi sugerido no Texto de apoio aos descritores 1.1 e 1.2 pode elaborar-se um
exercício em que se peça aos alunos que demonstrem que a propriedade que se pretende
provar é hereditária.
1.11 Comentário
Embora o processo a que se refere este decritor se designe habitualmente por “racionaliza-
ção de denominadores” o que se pretende, mais propriamente, dada uma fração (no sentido
geral de representação do quociente de dois números reais), é transformá-la numa equiva-
lente com denominador natural e numerador dado pelo produto do numerador original por
uma soma em que cada parcela ou é inteira ou é dada pelo produto de um número inteiro
por um produto de raízes de números inteiros. Ou seja, pretende exprimir-se a divisão origi-
nal (pelo número representado no denominador) de uma forma que, para além da divisão
por um número natural, se reduza a multiplicar o numerador original por uma expressão
envolvendo apenas somas cujas parcelas são raízes de números inteiros multiplicadas por
números inteiros. Esta “racionalização de denominadores” facilita em muitos casos obter
mentalmente valores aproximados adequados de determinados números reais, conduzindo
portanto a uma forma mais útil de os representar, e pode ter interesse teórico em situações
em que se pretende efetuar determinado tipo de estimativas.
Para além dos casos mais usuais de racionalização de denominadores (considerados neste
descritor), é possível considerar, mais geralmente, frações com denominadores da forma
j
a k b c d (a, c å _, b, d, k, j å b, k > 1 e j > 1). Podem reduzir-se facilmente, utilizando as
k k
propriedades algébricas das potências e raízes, ao caso a t b . Esses casos podem ser
tratados, utilizando uma identidade algébrica que é só por si interessante (cf. Texto de apoio
ao descritor FRVR11-7.11, onde se apresenta outra aplicação deste resultado):
An – Bn = (A – B)(An – 1 + An – 2 B + An – 3 B2 + … + ABn – 2 + Bn – 1)
Esta fórmula generaliza um dos chamados “casos notáveis da multiplicação” (caso n = 2) e pode
começar por ser verificada para n = 3 e n = 4, o que permite facilmente conjeturar o resultado
geral, que poderia ser demonstrado por indução e pode ser justificado analisando as parcelas
que resultam da aplicação da propriedade distributiva no segundo membro da igualdade.
A título de ilustração, apresenta-se o seguinte exemplo de aplicação:
( 3) + 3 2 + ( 2)
2 2
3 3 3 3
1
= = 3 9 + 3 6 + 3 4,
( 3) – ( 2)
3 3 3 3
3– 2 3 3
que é, à partida, pouco evidente. Este cálculo, como é sugerido no exercício seguinte, cor-
responde naturalmente a um nível de desempenho muito elevado, não estando contempla-
do no descritor 1.11, embora possa ser proposto a alunos particularmente motivados.
Quando o índice da raiz é uma potência de 2 (como na alínea 1.7 abaixo), o processo pode
simplificar-se, bastando utilizar sucessivas vezes o acima referido caso notável da multipli-
cação (dito “diferença de quadrados”).
2.1 Comentário
Reconhecer esta propriedade é crucial, para que, no descritor seguinte, se possa definir
m
adequadamente a potência de expoente racional q " . De facto, a definição, para a > 0,
n m'
aq " n am só faz sentido se se souber a priori que para uma outra representação q " , se
n'
n' m'
tem a " a .
n m
2.2 1. Considere um número não negativo a. Pretende-se dar uma definição de potência de base
a e expoente racional positivo por forma a estender o conceito de potência de base a e
c
expoente natural e que permaneça válida a propriedade (ab) = abc para b e c racionais
positivos. Admitindo que tal definição pode ser dada de modo coerente, ou seja, de modo
que o valor obtido seja independente da fração que representa o número racional no
expoente, resolva as seguintes questões.
1
1.1. Qual deve ser necessariamente o valor de x " 83 ?
[Sugestão: Calcule x3 utilizando a propriedade acima referida.]
1.2. Qual deve ser, mais geralmente, o valor de:
1
1.2.1. a 3 ?
(
1.2.2. x , para n å b e n ≥ 2?
[Sugestão: No caso em que n é par verifique também que x tem de ser um(
valor não negativo, observando que a propriedade (ab)c = abc garante que x (
pode sempre ser escrito como o quadrado de um número.]
2
1.3. Qual deve ser necessariamente o valor de x " 8 3 ?
1
[Sugestão: Utilize 1.2 e a propriedade acima referida com a = 8, b = 2 e c = .]
3
1.4. Qual deve ser, mais geralmente, o valor de:
2
1.4.1. a 3 ?
m
1.4.2. a n , para m, n å b e n ≥ 2?
2. **Justifique que, dado um número real a ≥ 0 e um número racional não negativo q(q ≠ 0
se a = 0), aq pode ser definido de modo coerente como n am onde m e n são quaisquer
m
números inteiros tais que m ≥ 0, n ≥ 2 e q = , sendo a definição também coerente com
n
a já conhecida no caso em que q é 0 ou um número natural, e que esta é a única extensão
possível a expoentes racionais positivos da definição de potência de expoente natural e
base não negativa, que permite obter, para quaisquer a, q nas condições acima aq de tal
modo que continue a valer, para expoentes racionais positivos, a propriedade (ap)r = apr.
2.3 m
1. Seja q " (m, n números naturais) e a um número real positivo. Já vimos que aq se encon-
n
n m
tra definido de modo coerente como sendo igual a a .
Qual deve ser a definição de a–q se se pretender que a propriedade apaq = ap + q tenha lugar
para todos os racionais p e q?
[Sugestão: Considere p = –q na igualdade anterior.]
2.4 1. Sejam a e b números reais positivos. Mostre, utilizando as propriedades estudadas das
operações com radicais e a definição de potência de expoente racional, que:
4 3 7
1.1. a 5 × a 5 = a 5
4 1 13
1.2. a 5 × a 2 = a 10
m k mp + nk
1.3. *a n × a p = a np
, k, m, n e p números naturais
2
1.4. a ( ) 4 3
5
= a 15
8
3 3 3
1.5. a 4 × b 4 = ( ab ) 4
21,3
1.6. 1,3
" 0, 41,3
5
2
1
a3
1.7. 1
" a2
a6
1.4. 5 3 54 – 3 250 3 16
1.5. 5 2 4 80
6
3
1.6.
6
6w 2w 32–
2
( )( )
3
4× 2
1.7. – 2– 5 2+ 5
6
2
(a )
4
3 1 1
a ×a2 3 6
1.8. + , onde a å ^+
5
6
a–2
a
( )
2
1.9. * 3 2 3 × 3 × 3 3 – 3
2 –1
3.1. 29 12 5 3.2. 11 – 6 2
3
5. Escreva na forma de potência de base 2 a seguinte expressão 2.
3.1 Apresentam-se alguns problemas relacionando radicais com conteúdos geométricos estu-
dados no ensino básico. O professor poderá utilizar alguns destes exemplos como ilustração
das propriedades dos radicais estudadas neste domínio de conteúdos.
4. Considere um prisma quadrangular regular reto em que a área da base mede b cm2 e a
altura é igual ao quádruplo da medida do comprimento da aresta da base.
4.1. Exprima a medida do volume do prisma na forma nbq, onde n é um número natural e
q um número racional.
4.2. Determine o valor de b sabendo que o volume do prisma é igual a 32 cm3.
6. **Um cubo está inscrito numa superfície esférica de volume V. Exprima, em função de V,
a medida da aresta do cubo.
7. *Num trapézio isósceles [ABCD] a base menor é igual aos lados não paralelos e mede V√2 cm.
Um dos lados não paralelos forma com a base maior um ângulo de 60° de amplitude.
3 3
Prove que o perímetro do trapézio é igual a 5V√2 cm e a área igual a cm2.
2
8. Verifique que os números:
8.1. x1 = 1 – V√3 e x2 = 1 + V√3 são raízes da equação x2 – 2x – 2 = 0;
5
8.2. x1 " 6 5 e x2 " – 6 são soluções da equação 2 x 6 – 5 x 3 – 5 " 0.
4
2 x3 y
9. *Considere, dado um número natural n ≥ 2 e para x > 0, y > 0, a expressão A " .
n
xy2
3
Determine para que valor de n se tem que A " 2 x , independentemente dos valores de x
e de y.
1.1. Determine, na forma reduzida, o polinómio A(x) ¥ B(x), indicando o respetivo grau.
1.2. Qual o grau do polinómio A(x) ¥ B(x), se se tiver agora A(x) = xn + 3x2 – 2 e B(x) = 4xm –
– x + 1, onde n > 2 e m > 1? Qual a relação entre o grau de A(x), o grau de B(x) e o grau
de A(x) ¥ B(x)?
2. *Dados números inteiros não negativos n e m, considere os polinómios A(x) = anxn + an – 1xn – 1 +
+ … + a1x1 + a0 e B(x) = bmxm + bm – 1xm – 1 + … + b1x1 + b0, com ai å ^ (i å b0, i ≤ n) e bj å ^
(j å b0, j ≤ m), an ≠ 0 e bm ≠ 0.
Ao efetuar o produto de polinómios A(x) ¥ B(x), quantas parcelas da forma aixi ¥ bjxj irão
aparecer formalmente após uma primeira aplicação da propriedade distributiva? Qual
destes monómios tem maior grau? Justifique que o grau de A(x) ¥ B(x) é igual à soma dos
graus de A(x) e de B(x).
Verifique que os polinómios obtidos aplicando a regra de Ruffini a estes polinómios são de
facto o quociente e o resto da divisão inteira de A(x) por B(x).
4.11 1. Considere o polinómio A(x) = x6 – x5 – 6x4 + 12x3 – 13x2 – 13x – 6. Sabendo que o polinómio
A(x) admite as raízes –3, 1 e 2, eventualmente com diferentes ordens de multiplicidade,
determine o polinómio B(x) sem zeros tal que A(x) = (x – 1)m(x – 2)n(x + 3)pB(x), identifican-
do os valores de m, n e p.
2. *Considere que os números reais x1, x2 e x3, distintos entre si, são as únicas raízes de um
polinómio de sétimo grau A(x). Sabe-se ainda que x1 tem multiplicidade 2 e x2 tem multi-
plicidade 3.
2.1. Justifique que x3 não pode ter multiplicidade superior a 2.
2.2. Indique, justificando, qual a multiplicidade de x3.
2. Utilizando a regra de Ruffini determine o quociente e o resto da divisão de A(x) = 2x3 – 4x2 – 3
por cada um dos seguintes polinómios.
2.1. B(x) = x + 2 2.2. B(x) = x
2.3. B(x) = 3x – 6 2.4. B(x) = 2x + 1
2
2.5. **B(x) = x – 1
1
4. Determine o polinómio P(x) de quarto grau que admite os zeros simples –4, –1, e 3 e cujo
2
resto da divisão por x + 2 é igual a 1.
5. Sabe-se que P(x) = 2x3 – 13x2 + 25x – 14 é divisível por 2x – 7. Determine as raízes de P(x)
e escreva-o na forma P(x) = a(x – b)(x – c)(x – d).
6. *Determine para que valores reais de a e b o polinómio P(x) = 2x3 + ax2 + bx – 1 é divisível
por x – 1 e o resto da divisão por x + 1 é igual a –10.
4. *Sabe-se que B(x) é um polinómio de terceiro grau tal que "x å ^, B(x) > 0 § x å ]2, +∞[.
Resolva cada uma das seguintes condições.
4.1. (3x – 7)B(x) ≤ 0
4.2. (–x2 – 1)B(x) > 0
4.3. (x2 – 5x + 6)B(x) < 0
1.2 1. Considere, num referencial ortonormado do plano, os pontos A(3, –2) e B(–1, 1).
1.1. Represente os pontos A e B e trace as retas paralelas aos eixos coordenados que
contêm A ou B, por forma a construir um retângulo do qual [AB] é uma diagonal.
1.2. Determine a distância entre os pontos A e B utilizando o teorema de Pitágoras.
(b ) + (b )
2 2
igual a
1
– a1 2
– a2 .
3. **Demonstre, dado um plano munido de um referencial ortonormado e pontos A(a1, a2) e
B(b1, b2) pertencentes a esse plano, que a medida da distância entre A e B, d(A, B), é igual
(b ) + (b )
2 2
a 1
– a1 2
– a2 , tomando por unidade de comprimento a unidade comum dos
eixos coordenados.
1.3 ab
1. Considere, na reta numérica, os pontos A, B e M de abcissas, respetivamente, a, b e .
2
Prove que √AM = √MB.
Nota: Este segundo exercício foi identificado como tendo um nível de desempenho superior
uma vez que não pressupõe, contrariamente ao que é indicado no descritor, o conhe-
cimento prévio da expressão da abcissa do ponto médio de [AB].
1.2. Considere a reta paralela ao eixo das ordenadas que passa pelo ponto D e a respetiva
interseção M com o segmento de reta [AB]. Justifique, utilizando o Teorema de Tales,
que M é o ponto médio de [AB] e indique a abcissa de M.
1.10 1. Considere, num plano munido de um referencial ortonormado, os pontos F1(–4, 0) e F2(4, 0).
1.1. Qual o valor que deve tomar o número real d por forma que um ponto P(x, y) pertença
à elipse de focos F1 e F2 e semieixo maior a, (a > 4) quando e apenas quando
d= ( x + 4)2 + y2 + ( x – 4)2 + y2 ?
1.2. *Considere que a = 5.
Mostre que um ponto P(x, y) pertence à elipse referida na alínea anterior quando e
x 2 y2
apenas quando + = 1.
25 9
1.3. Tendo em conta a alínea 1.2, calcule as coordenadas dos pontos A1 e A2 em que a
elipse interseta o eixo das abcissas, as coordenadas dos pontos B1 e B2 em que a
elipse interseta o eixo das ordenadas e o eixo menor b = √B1B2.
1
1.4. Verifique, neste exemplo, que b " a2 – c 2 , onde c " F1F2 é a semidistância focal.
2
2. **Considere num plano munido de um referencial ortonormado, dois números reais a e c
(a > c > 0) e os pontos F1(–c, 0) e F2(c, 0).
Provemos então, nesta situação, que QRR, ou seja, que r não interseta [QR]; por definição
de R, [PQ] e [PR] intersetam ambas r, já que, por hipótese, Q e R não são equivalentes a P;
a única situação que merece ser analisada é aquela em que P, Q e R não são colineares, já
que a outra é trivial (um ponto não pode estar simultaneamente estritamente situado entre
quaisquer dois de três pontos colineares, pelo que r não pode também intersetar [QR]).
Nesse caso r interseta dois dos lados do triângulo [PQR], não intersetando os respetivos
vértices, pelo que não pode intersetar o terceiro (propriedade cuja demonstração também
envolve o axioma de Pasch), o que significa que não interseta [QR], ou seja QRR, como pre-
tendíamos provar.
A existência de pelo menos dois pontos não R-equivalentes e portanto exatamente de dois
semiplanos abertos de fronteira r resulta simplesmente do facto de que dado um ponto P
de ʌ\r (que existe sempre, já que o plano não se reduz a uma reta) e um ponto A de r existe
sempre um ponto Q distinto de A tal que A fica situado no segmento de reta [PQ] (“o seg-
mento [PA] pode prolongar-se em qualquer dos sentidos”). Esta propriedade resulta de
qualquer axiomática da Geometria euclidiana e garante portanto a existência de um ponto
Q de ʌ\r não R-equivalente a P, ou seja, fora do semiplano de fronteira r contendo P.
Como acima foi referido, o reconhecimento que é pedido neste descritor e no seguinte pode
ser feito, a nível elementar, apenas recorrendo à intuição geométrica, mas, correspondendo
a um nível de desempenho elevado, poderia ser levado a cabo com base na definição de
semiplano acima indicada. Para o efeito há que dispor também de um critério claro para
identificar analiticamente os pontos de um segmento de reta [PQ], dados P(a1, a2), Q(b1, b2)
distintos num plano munido de um referencial ortonormado. Sendo já conhecida a equação
da reta PQ, resta identificar o domínio de variação para as abcissas (ou para as ordenadas,
no caso de uma reta vertical) que corresponde aos pontos do segmento [PQ]. Ora não é
difícil concluir que as abcissas dos pontos de [PQ] variam entre a1 e b1 e as ordenadas entre
a2 e b2; para o efeito basta notar que as retas paralelas aos eixos que intersetam o segmen-
to [PQ] intersetam os eixos a que não são paralelas em pontos dos segmentos de extremos
respetivamente de abcissas (no eixo respetivo) a1, b1 e a2, b2. Este facto resulta da seguinte
propriedade geométrica: "dadas duas retas paralelas e dois segmentos de reta, cada um
deles com uma extremidade em cada uma das duas retas, então se uma terceira reta é para-
lela às outras duas e interseta um dos segmentos de reta tem de intersetar também o outro";
a demonstração deste resultado pode ser obtida muito simplesmente aplicando uma ou duas
vezes o axioma de Pasch (consoante os segmentos partilhem ou não uma das extremidades).
I
Seja r a reta de equação y = 2x + 1 num dado plano munido de um referencial ortonormado.
Considere os conjuntos:
A = {X(x, y) : y > 2x + 1} e B = {X(x, y) : y < 2x + 1}
a. Seja P(1, 7) e Q(2, 6). Verifique que P å A e que Q å A. Calcule as coordenadas do
ponto de interseção das retas r e PQ e conclua que o segmento de reta [PQ] não
interseta r.
b. Seja R(3, 1). Verifique que R å B e que o segmento de reta [PR] interseta r.
c. Considere dois pontos P1(a, y1) e P2(a, y2); mostre que se pertencerem ambos a A ou
ambos a B então o segmento de reta [P1P2] não interseta r mas que se um deles per-
tencer a A e o outro a B então o segmento de reta [P1P2] interseta r e determine as
coordenadas do ponto de interseção.
d. Considere dois pontos P1(x1, y1) e P2(x2, y2) tais que x1 ≠ x2 e seja P(x, y) um ponto do
segmento de reta [P1P2]:
d1. Utilizando a equação da reta P1P2 ou, diretamente, o teorema de Tales, mostre que
x = x1 + s(x2 – x1) e y = y1 + s(y2 – y1) para determinado s å [0, 1].
d2. Deduza da alínea anterior que x = (1 – t)x1 + tx2 e y = (1 – t)y1 + ty2 para determinado
t å [0, 1] e conclua que se P1 e P2 pertencerem ambos a A (respetivamente a B)
então P å A (respetivamente P å B) e portanto o segmento de reta [P1P2] está
contido em A (respetivamente em B), logo não interseta r.
d3. Utilizando 1.4.1. conclua que se P1 å A e P2 å B então o segmento de reta [P1P2]
interseta r, determinando o valor de s correspondente ao ponto de interseção.
e. Conclua das alíneas anteriores que A e B são exatamente os semiplanos abertos de
fronteira r do plano dado.
II
Seja c å ^ e r a reta de equação x = c. Considere os conjuntos:
A = {X(x, y) : x > c} e B = {X(x, y) : x < c}
a. Dados dois pontos P e Q de A (ou de B), justifique que o segmento de reta [PQ] não
interseta a reta r.
b. Dados dois pontos R å A e S å B, mostre que o segmento de reta [RS] interseta r.
c. Conclua que A e B são os dois semiplanos definidos pela reta r.
3.6. *Pontos que distam igualmente da origem do referencial e do ponto G(–3, –3) e que
pertencem à circunferência centrada em G e tangente aos eixos coordenados.
3.7. Pontos médios dos segmentos de reta cujos extremos são:
3.7.1. o ponto O(0, 0) e cada um dos pontos da circunferência centrada em O e de raio 2.
3.7.2. **o ponto H(1, 3) e cada um dos pontos da reta x + y = 5.
5. Sabe-se que o ponto P(3, y) é equidistante dos pontos A(–3, 1) e B(1, 2). Determine o valor
de y.
Por outro lado, também se associou um vetor a uma translação, entendida como aplicação
de um plano em si próprio. Entendendo um vetor como classe de equivalência é possível
comparar os dois objetos, ou seja, um vetor »v e a translação T»v por ele definida. Das defi-
nições conclui-se que o gráfico de T»v não é mais do que o conjunto dos pares ordenados
(A, B) tais que »v=»AB ou seja, tais que o segmento orientado [A, B] está na classe de
equivalência que constitui o vetor »
v. Note-se que no Ensino Básico também não foi dada
uma definição formal de segmento orientado, noção introduzida no 6.° ano, dizendo-se
apenas que o segmento orientado [A, B] fica definido quando no segmento de reta [AB] se
fixa um dos extremos para origem e o outro para extremidade, ou seja, no fundo, quando
se ordenam os extremos; essa noção foi alargada no 8.° ano ao caso em que A e B coinci-
dem. Como é fácil perceber, uma possível definição formal de segmento orientado pode
consistir muito simplesmente em identificar [A, B] com o par ordenado (A, B), uma vez que
os pontos A e B determinam o segmento de reta que os tem por extremos, e, reciproca-
mente, um segmento de reta determina os respetivos extremos, e podemos fixar a origem
e a extremidade escolhendo o primeiro elemento do par para origem e o segundo para
extremidade. Com esta definição conclui-se então que » v e o gráfico de T»v são exatamente
o mesmo objeto matemático; se identificarmos a translação com o respetivo gráfico, o que
é natural para uma aplicação com domínio e conjunto de chegada coincidentes com o
plano todo, podemos então também dizer mais simplesmente que os vetores são exata-
mente as translações.
No 8.° ano (GM8-3.10 a 3.17) introduziu-se a soma de vetores num plano e as respetivas
propriedades básicas, geométricas e algébricas, que é conveniente agora recordar. Come-
çou-se por definir o que é a soma P + »
v de um ponto P com um vetor »
v: trata-se muito sim-
»
plesmente do único ponto Q do plano tal que v = PQ. No caso em que »
» v≠» 0, este ponto Q
pode ser construído a partir do ponto P e de qualquer segmento orientado [A, B] represen-
tante de » v=»
v (ou seja, tal que » AB), utilizando, por exemplo, o critério do paralelogramo para
a equipolência de segmentos, ou seja, construindo o vértice Q desconhecido do paralelogra-
mo [ABQP]; note-se que se pode sempre supor, sem perda de generalidade, que o ponto P
não está na reta AB, construindo em primeiro lugar, se necessário, pelo mesmo processo,
um segmento orientado equipolente a [A, B] com outra reta suporte.
Definiu-se em seguida a translação T»v como a aplicação do plano em si próprio que associa
a cada ponto P do plano o ponto T»v(P) = P + »
v.
Finalmente, definiu-se a soma de vetores » ue» » tal que T»v ° T»u = Tw», ou seja,
v como o vetor w
tal que (P + »
u) + » » para qualquer ponto P do plano, mostrando-se que w
v = P + w, » pode ser
obtido a partir de »
ue» v através da “regra do triângulo” ou, no caso de se tratar de vetores
não colineares, através da regra do paralelogramo; em particular tem-se, para quaisquer
pontos A, B e C do plano,
»
AB + »
BC = »
AC,
Como tem sido referido, a propósito de outros conteúdos, para uma revisão destes conceitos
e propriedades pode consultar-se, para além dos acima referidos descritores das Metas
Curriculares do 8.° ano, o Caderno de Apoio do 3.° Ciclo, GM8-3.10 a 3.18 e o Texto Comple-
mentar de Geometria, 8.° ano, 3.10 a 3.16. Limitemo-nos aqui a recordar como fica estabe-
lecida a coerência da definição de soma de vetores, através da verificação de que a compo-
sição de translações é uma translação. Da própria definição de translação e de composição
de aplicações resulta que, se T»v ° T»u for uma translação, terá de ser determinada por um
» que pode ser obtido de »
vetor w ue» v pela regra do triângulo; com efeito, fixado um ponto A
do plano, e sendo C = T»v ° T»u(A) = T»v(T»u(A)) = (A + »
u) + »
v, se T»v ° T»u for uma translação de
» » » »
certo vetor w, terá de ser C = A + w, ou seja, w = AC.
B
Resta então apenas provar que, para qualquer ponto P do
» o que pode ser justificado utili-
plano, T»v ° T»u(P) = P + w, u" v"
zando a construção geométrica ao lado (ilustra-se o caso
em que os vetores » ue» v não são colineares e o ponto P A "
C
w
não está na reta AB, onde B = A + » u, nem na reta AC,
podendo os restantes casos ser tratados de modo análo- Q
"
go). Pelo critério do paralelogramo para a equipolência u v"
de segmentos orientados sabemos que [ABQP] e [BCRQ]
são paralelogramos e pretendemos provar que » PR = »
AC P R
» ou seja, que [ACRP] também é um paralelogramo.
= w,
Ora, o facto de [ABQP] e [BCRQ] serem paralelogramos tem também como consequência
que »
PA = »QB e »
QB = »
RC, pelo que »
PA = »
RC e portanto [PACR] é um paralelogramo, tratando-se
do mesmo quadrilátero que [ACRP], que é, portanto, de facto, um paralelogramo e assim,
como pretendíamos provar, » PR = » »
AC = w.
Outro conceito básico introduzido no 8.° ano (GM8-3.9) foi o de vetor simétrico de um dado
vetor; o simétrico –»
v de um vetor »
v é o vetor que tem o mesmo comprimento e direção que
v mas sentido oposto (em particular, para quaisquer pontos A e B do plano, – »
» AB = »
BA) e,
para além das propriedades comutativa e associativa da adição de vetores, também se veri-
ficou que » v)=»
v + (–» 0, consequência imediata de » AB + (– »
AB) = »AB + »BA = »AA = »
0, para
quaisquer pontos A e B do plano.
v = Q»
Outro modo de justificar a coerência da definição de produto Q» AB de um vetor »v=» AB
não nulo por um escalar Q, é começar por notar que o vetor produto pode ser “materiali-
.
zado” (através de um dos seus representantes) na reta numérica AB, tomando AB para
semirreta dos números não negativos e » AB para unidade de comprimento; sendo P o
ponto dessa reta numérica de abcissa Q, é imediato, a partir da definição de Q»
v (para esta
unidade de medida de comprimento) que este vetor deve identificar-se com » AP. Fixada
qualquer outra unidade de comprimento e sendo m a medida do comprimento do segmen-
to [AB] nessa nova unidade, uma vez que o quociente das medidas de comprimento de dois
dados segmentos é independente da unidade de medida comum (cf. mais uma vez GM7-
7.2) sabemos que o comprimento de [AP] na nova unidade será igual a |Q|m, ou seja, a
norma de Q» v será dada por |Q|||»
v||, qualquer que seja a unidade de comprimento fixada
para o cálculo das normas. Assim, o vetor Q»v não depende, de facto, da escolha da unida-
de de comprimento.
A definição de produto de um vetor por um escalar, no caso de se tratar do escalar –1, con-
duz, obviamente, ao simétrico do vetor, já que, por definição de produto por um escalar, é o
vetor com a mesma norma e direção mas sentido contrário ao vetor dado, o que é também
a definição de vetor simétrico.
A propriedade expressa no descritor 3.3 pode ser facilmente justificada. Por um lado, é ime-
diato, a partir da definição do produto de um vetor por um escalar, que Q» v é colinear a »
v.
Reciprocamente, considerando um vetor » u colinear a »
v, se existir um número real Qtal que
||»
u||
»
u = Q »
v, temos ||»u|| = |Q||»
v|| § |Q| = , pelo que, considerando o único número real
||»
v||
||»
u||
de módulo (valor independente da unidade de comprimento fixada para o cálculo das
||»
v||
normas, como acima ficou estabelecido) que é positivo se os vetores » ue»
v tiverem o mesmo
sentido, negativo se tiverem sentidos opostos e nulo se » u for nulo, tem-se, por definição de
produto de vetor por escalar, » u = Q»
v e este Qé o único escalar para o qual tem lugar esta
igualdade, já que, quando não é nulo, tem módulo e sinal bem determinados.
O escalar Qpode ainda ser materializado utilizando segmentos orientados com extremos
numa mesma reta numérica e origens coincidentes com a origem dessa reta numérica e que
representem os dois vetores colineares dados. Com efeito, se » ue» v forem colineares (»v ≠ 0),
fixemos um ponto arbitrário O para origem da reta numérica e o ponto A = O + » v, para ponto
de abcissa 1; então, sendo P = O + » u, P é um ponto da reta OA, já que » ue»v têm a mesma
direção (e portanto as retas OA e OP, não podendo ser retas paralelas distintas, têm de
coincidir). Então, como atrás se concluiu a propósito da coerência da definição de produto
de um vetor por um escalar, sendo Qa abcissa de P, teremos » u = Q»v. Quanto à subtração, a
definição do vetor diferença » u –»
v de determinados vetores » u e»
v reproduz a definição habitual
de diferença quando em dado conjunto está definida uma operação de adição comutativa.
Dados vetores » u e»
v, é fácil, neste caso, justificar a existência de um e apenas um vetor w » tal
»+»
que w v =»
u, pois, a existir um tal vetor, adicionando –» v a ambos os membros desta igual-
dade obtemos:
»
u + (– » »+»
v) = (w v) + (– » » + (»
v) = w v + (– » »+»
v)) = w »
0 =w
Para além desta justificação algébrica, poderá aproveitar-se a ocasião para rever os
conceitos acima referidos, construindo geometricamente a diferença de vetores em
casos concretos ou num caso geral e comparando com a construção da soma de um
vetor com o simétrico de outro. Apresentam-se abaixo dois possíveis exercícios com
esses objetivos.
2. **Dados vetores »ue»v, prove, recorrendo a uma construção geométrica e utilizando dire-
tamente as definições de diferença e de soma de vetores, bem como a de simétrico de um
vetor, que »
u–»
v=» u + (– »
v).
3.5 Esta propriedade é trivial se »v = 0 e pode ser facilmente justificada se »v ≠ 0, por exemplo,
recorrendo mais uma vez a uma reta numérica de origem O qualquer e o ponto de abcissa
1 coincidente com O + » v. Sabemos então (cf. Texto de apoio ao descritor 5.2) que O + Q» v,
O + R»v e O + (Q + R)»
v são respetivamente os pontos dessa reta numérica de abcissas Q, R e
Q + R e, efetuando a adição dos vetores Q» v e R»
v, aplicando a “regra do triângulo” a partir do
ponto O, o ponto P que se obtém para extremidade do segmento orientado de origem O que
representa o vetor soma é exatamente o que tem abcissa Q + R, pela definição geométrica
conhecida de adição de números representados numa reta numérica (cf. Metas Curriculares
do Ensino Básico, NO6-3.3 e NO8-2.7).
2. **Utilizando uma construção idêntica à do exercício anterior, prove que, dados dois vetores
»
ue»v não colineares e Q < 0, Q(»
u+»v) = Q»
u + Q»
v.
6.2 1. Num plano munido de um referencial cartesiano, sabe-se que os pontos A(–3, –2),
B(–1, 2) e C(4, 1) são vértices de um paralelogramo. Determine as possíveis coordenadas
do quarto vértice do paralelogramo.
4. Num plano munido de um referencial ortonormado, os pontos A(2, 1), B(6, 4) e C(8, 7) são
vértices de um trapézio, cujas bases são os segmentos de reta[AB] e [CD].
4.1. *Determine todas as coordenadas possíveis do vértice D sabendo que √CD = 2√AB.
4.2. *Considere D(0, 1). Prove que o quadrilátero definido pelos pontos médios dos lados
do trapézio [ABCD] é um paralelogramo.
7.3 Comentário
Ao abordar-se a Geometria Analítica plana no Ensino Básico definiram-se referenciais car-
tesianos gerais, ou seja, não necessariamente ortogonais nem monométricos (cf. Metas
Curriculares para o Ensino Básico, OTD5-1.1); nesse contexto, cada coordenada de um dado
ponto é obtida através da interseção com um dos eixos da reta paralela ao outro eixo que
passa pelo ponto (cf. ibid. OTD5-1.2). Verifica-se facilmente que, no caso em que o referen-
cial é ortogonal (e apenas neste caso), o mesmo resultado pode ser obtido considerando as
projeções ortogonais do ponto em cada um dos eixos coordenados. Na generalização que
aqui é feita ao espaço da noção de referencial cartesiano, uma vez que apenas se conside-
ram referenciais ortogonais, é esta caracterização que se adota para estender ao espaço a
noção de coordenadas de um ponto relativamente a um referencial dessa natureza; com
efeito, essa opção permite simplificar o estudo destes referenciais, por facultar uma utiliza-
ção mais direta das propriedades geométricas conhecidas da noção de perpendicularidade.
8.3 1. Considere um paralelepípedo retângulo como o que está representado na figura e tal que
numa dada unidade, √AB = a, √BC = b e √CG = c.
G
1.1. Determine, utilizando o teorema de Pitágoras, c
uma expressão para a medida de √AC, em função C
de a e de b. b
A B
a
1.2. Justifique que GC é perpendicular a AC e prove
que √AG = a2 b2 c 2 .
1.3. *Definiu-se um referencial ortonormado do espaço, tal que o eixo Ox é paralelo BC, o
eixo Oy é paralelo a AB e o eixo Oz é paralelo a CG. Tem-se ainda A(a1, a2, a3) e G(g1,
g2, g3), tal como representa a figura junta.
que os pontos A e E são obviamente pontos da interseção dos planos ACE e ABE, o ponto B
está na interseção do plano BDF com o plano ABE e o ponto F, por um lado está obviamente
no plano BDF e por outro também tem de estar no plano ABE, já que pertence à única para-
lela à reta AB que passa pelo ponto E.
Definida esta relação de equivalência entre segmentos orientados do espaço, é agora fácil
estender ao espaço a noção de vetor, simplesmente identificando os vetores do espaço com
as classes de equivalência para a relação de equipolência, o que, como acima foi referido,
fica expresso de modo informal no descritor 9.2.
Também é fácil agora estender do plano ao espaço a definição de norma de um vetor (fixada
uma unidade de comprimento), de adição de um ponto com um vetor, de translação de um
dado vetor e as operações de subtração de dois pontos, de adição e subtração de vetores, de
multiplicação de um vetor por um escalar e as respetivas propriedades geométricas e algé-
bricas.
B
Por exemplo, a coerência da definição de
"
soma de dois vetores pode ser justificada exa- u v"
tamente com os mesmos argumentos utiliza- A " C
dos, para o caso de vetores de um plano, no w
comentário acima aos descritores 3.1 a 3.4, Q
utilizando a mesma figura (reproduzida ao "
u v"
lado), onde agora os segmentos orientados
[A, B], [B, C], [P, Q] e [Q, R] não são necessa- P
R
riamente complanares.
1.3. *Conclua da alínea anterior que existe um e somente um terno ordenado de números
reais (v1, v2, v3) tal que »
v = v 1»
e1 + v2»
e2 + v3»
e3, designando este terno por "coordenadas
do vetor » v".
11.1 1. Fixado um referencial ortonormado do espaço, os pontos A(2, 0, 0), B(2, 2, 0) e C(0, 2, 0)
são três dos vértices de uma das bases de um prisma quadrangular regular [ABCDEFGH]
de altura 6.
1.1. Indique as coordenadas do ponto D, quarto vértice da base.
1.2. Defina analiticamente:
1.2.1. o plano que contém a base [EFGH] do prisma;
1.2.2. o plano mediador da aresta [BC];
1.2.3. a reta EA sabendo que o vértice E tem a mesma abcissa e ordenada de A;
1.2.4. o plano mediador de [EA];
1.2.5. a aresta [EF] sabendo que B é a projeção ortogonal do vértice F no plano xOy;
1.2.6. o conjunto dos pontos do espaço cuja distância ao ponto B é igual a 2.
1.3. Determine o volume do prisma.
2. Considere, fixado um referencial cartesiano do espaço, a superfície esférica de equação
x2 + y2 + z2 – 4x + 2y – 8z + 12 = 0.
2.1. Indique o centro C e o raio da superfície esférica.
2.2. Determine expressões analíticas que definam a interseção da superfície esférica com
cada um dos seguintes conjuntos de pontos.
2.2.1. O eixo Ox.
2.2.2. O plano de equação z = 4.
2.2.3. O plano de equação y = –4.
2.3. Prove que o ponto A(0, 0, 2) pertence à superfície esférica e determine a inequação
reduzida da esfera de centro A e raio √AC.
3. Considere, fixado um referencial cartesiano do espaço, os pontos A(–5, 1, 2) e B(2, 0, –1).
Determine:
3.1. as coordenadas do ponto C(x, y, z) tal que B é o ponto médio de [AC];
3.2. a inequação reduzida da esfera de diâmetro [AB].
4. Considere, fixado um referencial cartesiano do espaço, a superfície esférica S de equação
(x + 3)2 + (y – 2)2 + (z + 1)2 = 5.
4.1. Determine uma expressão analítica para a interseção da superfície esférica S com o
plano y = 3.
4.2. Determine analiticamente para que valores reais de a o plano de equação z = a tem
interseção não vazia com a superfície esférica S.
4.3. *Determine para que valores reais de b a interseção de S com o plano x = b é uma
circunferência de raio V√5.
5. *Fixado um referencial ortonormado do espaço considere os pontos A(2, –3, 4), B(2, 3, 4)
e C(–2, –3, 4). Identifique analiticamente o conjunto dos pontos do espaço equidistantes
de A, B e C.
1.5. um vetor »
v colinear a »
u e de norma 2.
1
x sabendo que »
1.6. » AB = »x+ » u.
2
2. Considere, fixado um referencial cartesiano do espaço, um prisma quadrangular regular
[ABCDEFGH] tal que os vértices A(2, 0, 0), B(0, 2, 0) e C(–2, 0, 0) pertencem a uma das
bases e o vértice F(0, 2, 4) pertence à outra base, como ilustra a figura junta.
2.1. Seja M o ponto médio da aresta [BF]. Determine as coordenadas do vetor »
DM.
2.2. *Determine os números reais a, b e c tais que »
DM = a»
BC + b»
BA + c»
BF.
2.3. Determine as coordenadas do vetor »
EC + »
GB.
2.4. Escreva as equações paramétricas da reta que passa em F e é paralela ao eixo Oy.
1.1 Comentário
1.2 No Ensino Básico introduz-se a noção de função de um dado conjunto A em um dado conjunto
B sem se explicitar de que objeto matemático, de facto, se trata, mas impondo-se que uma
função f fica bem determinada quando, para além dos conjuntos A e B se indica, para cada
elemento x de A qual o elemento (único) de B que lhe fica associado, o qual se representa por
f(x). Introduziram-se algumas noções básicas relativas a este conceito, em particular a de par
ordenado e a de gráfico. É pois de toda a conveniência efetuar a revisão destes conceitos a
propósito deste objetivo geral (cf. Metas Curriculares do Ensino Básico, FSS7-1.1 a 1.7).
Resulta da caracterização dada no ensino básico de função e de gráfico que uma função
f: A q B fica determinada pelos conjuntos A e B e pelo respetivo gráfico e que um conjunto
de pares ordenados (x, y) com x å A e y Œ B (ou seja, como agora podemos escrever, (x, y) å
A ¥ B) é gráfico de uma função de A em B se e somente se para todo o a å A existir um e
somente um elemento b å B tal que (a, b) å G. Assim, embora tal não seja requerido, pode-
ríamos identificar uma função f: A q B de gráfico Gf como o terno ordenado (A, B, Gf) o que
estaria de acordo com as propriedades impostas no Ensino Básico à noção de função.
3. *Sejam f: A q B e g: B q A funções.
3.1. Suponha que "(x, y) å A ¥ B, y = f(x) § x = g(y). Prove que:
3.1.1. f é bijetiva e g = f–1;
3.1.2. g ° f = IdA e f ° g = IdB.
3.2. Suponha que g ° f = IdA e f ° g = IdB. Prove que:
3.2.1. "(x, y) å A ¥ B, y = f(x) § x = g(y);
3.2.2. f é bijetiva e g = f–1.
2.6 Comentário
Convém recordar a convenção introduzida no Ensino Básico (Metas curriculares de Mate-
mática para o Ensino Básico, FSS7-1.9) de acordo com a qual se designa também apenas
por "gráfico de f", quando esta designação não for ambígua, um gráfico cartesiano de uma
função real f de variável real, ou seja, o conjunto dos pontos de um plano munido de um
referencial cartesiano, cujas coordenadas são exatamente os pares ordenados elementos
do gráfico de f propriamente dito, ou seja, os pares (x, f(x)) com x em Df.
1.2. Prove que o ponto médio de [PQ] pertence ao eixo das ordenadas.
1.3. Justifique que o eixo das ordenadas é perpendicular ao segmento de reta [PQ].
1.4. Conclua que o eixo das ordenadas é eixo de simetria do gráfico de f.
3. *Considere uma função de variável real f: Df q ^cujo gráfico, num plano munido de um
referencial ortogonal, é simétrico relativamente ao eixo das ordenadas. Mostre que f é
par.
2.7 1. Considere a função definida, em ^, por f(x) = x3 – x e o respetivo gráfico representado num
plano munido de um referencial cartesiano.
1.1. Mostre que f é uma função ímpar.
1.2. Mostre que os pontos do gráfico de f de abcissas respetivamente iguais a 2 e a –2 são
simétricos relativamente à origem do referencial.
1.3. *Mostre que o gráfico de f é simétrico relativamente à origem do referencial.
2. *Considere uma função f ímpar definida em df ƒ ^e o respetivo gráfico representado num
referencial ortogonal.
2.1. Seja a å Df e P(a, f(a)) um ponto do gráfico de f. Indique as coordenadas do ponto Q
do gráfico de f de abcissa – a.
2.2. Prove que o ponto médio de [PQ] é o ponto O, origem do referencial.
2.3. Conclua que a imagem do gráfico de f pela reflexão central de centro O coincide com
o próprio gráfico.
3. *Considere uma função de variável real f: Df q ^cujo gráfico G, num plano munido de um
referencial cartesiano, é simétrico relativamente à origem O, isto é, a imagem de G pela
reflexão central de centro O coincide com G.
Mostre que f é ímpar.
1.1. Justifique que f é uma função bijetiva e determine uma expressão analítica para
f–1(x), x å ^. Represente, num plano munido de um referencial ortonormado, os grá-
ficos das funções f e f–1.
1.3. *Mostre que a imagem do gráfico de f pela reflexão de eixo de equação y = x é o grá-
fico de f–1.
2.9 Comentário
Esta questão foi abordada no ensino básico (cf. Metas Curriculares de Matemática para o
Ensino Básico, FSS8-1.2), pelo que pode consultar-se, a este propósito, o texto no Caderno
de Apoio ao 3.° Ciclo relativo ao referido descritor.
2.11 Comentário
1. Seja Gf = {(–2, 4), (–1, 2), (0, 2), (1, 3), (4, 2)} o gráfico de uma dada função f.
1.1. Represente Gf num referencial ortogonal.
1.2. Represente as imagens dos pontos do gráfico cartesiano de f pela transformação Ø
que ao ponto P(x, y) do plano associa o ponto P'(x, 2y).
1.3. Considere a função g, de domínio {–2, –1, 0, 1, 4} definida por g(x) = 2f(x). Relacione
o gráfico cartesiano de g com a transformação Ø e com o gráfico cartesiano de f.
1.4. Represente de novo o gráfico cartesiano de f e as imagens dos respetivos pontos
⎛ 1 ⎞
pela transformação ^ que ao ponto P(x, y) do plano associa o ponto P' ⎜ x, y⎟ .
⎝ 2 ⎠
1.5. Obtenha uma expressão analítica para a função h cujo gráfico cartesiano é a ima-
gem do gráfico cartesiano de f pela transformação ^.
2.13 1. Seja Gf = {(–3, 4), (0, 2), (1, 3), (3, 1), (6, 2)} o gráfico de uma dada função f.
1.4. Represente de novo o gráfico cartesiano de f e as imagens dos respetivos pontos pela
transformação ^ que ao ponto P(x, y) do plano associa o ponto P'(3x, y).
1.5. Obtenha o domínio e uma expressão analítica para a função h cujo gráfico cartesiano
é a imagem do gráfico cartesiano de f pela transformação ^.
P (
⎧⎪ x = x + t x – x
Q' R )
P
, t å [0,, 1]
⎨
( )
⎪⎩ yQ ' = yP + t yR – yP
4.6 x – xP
Mas xP + t(xR – xP) = xQ' = xQ, pelo que t " Q , tendo-se, de facto, t å [0, 1], atendendo à
xR – xP
hipótese xP < xQ < xR. Então:
xQ – x P
( )
yQ ' = yP + t yR – yP = yP +
xR – xP
(y
R
– yP )
portanto a desigualdade yQ < yQ' é equivalente a:
yQ – yP yR – yP
! ,
xQ – x P xR – xP
yQ – yP yR – yQ
! ,
xQ – x P x R – xQ
ou seja:
dPQ < dQR.
Provemos então que, para quaisquer pontos P, Q e R nas condições inicialmente estabelecidas,
yR – yP yQ – yP yR – yQ
dPR " pode ser escrito como uma “média pesada” de dPQ " e dQR " ,
xR – xP xQ – x P x R – xQ
ou, dito de outra forma, no triângulo [PQR] o declive de PR é uma média pesada dos declives
de PQ e QR. Para isso basta notar que:
yR – yP yR – yQ + yQ – yP yR – yQ yQ – yP yR – yQ xR – xQ yQ – yP xQ – xP
= = + = + ,
xR – xP xR – xP xR – xP xR – xP x R – xQ x R – x P xQ – x P x R – x P
x R – xQ xQ – x P x R – xQ xQ – x P
Onde , å ]0, 1[ , atendendo a que xP < xQ < xR, e + = 1.
xR – xP xR – xP xR – xP xR – xP
Para se obter o resultado relativo aos gráficos de funções f quanto à propriedade de terem
a concavidade voltada para baixo, basta aplicar o resultado anterior às funções –f.
2. Para cada valor real de a ≠ 0 e de k, a expressão f(x) = a(x – 3)2 + k define uma função quadrática.
2.1. Considere a = –1 e k = –2 e determine o contradomínio de f.
2.2. *Para que valores reais de a e de k o contradomínio da função g definida por
g(x) = |f(x)| é diferente de [0, +∞[?
3. Para cada valor real de c a expressão f(x) = –3x2 + 4x + c define uma função f.
3.1. *Indique, justificando, o valor lógico de cada uma das seguintes proposições.
⎛ 2⎞
(I) f(2) < f ⎜ ⎟ ;
⎝ 3⎠
(II) Se c = 1, o contradomínio de f é ]–∞, 2];
2 ⎛ 2⎞
(III) Se x ! então f( x ) < f ⎜ ⎟ .
3 ⎝ 3⎠
3.2. Determine para que valores reais de c a equação f(x) = 0 é impossível em ^.
4. *Existe uma única reta paralela à reta de equação y = 2x que interseta a parábola de
equação y = x2 – 4x num único ponto. Determine as coordenadas desse ponto.
6.2 1. Resolva as seguintes equações, simplificando tanto quanto possível as expressões que
representam as respetivas soluções.
1.1. x–2 " 4
1.2. 2x + 1 = x
1.3. x–2 " x –4
1.4. x–5 + x = x –6
3
1.5. x+1 =2
6.3 1. Averigue se as funções definidas no maior domínio possível pelas seguintes expressões
são pares ou ímpares.
1.1. |2x| – 1
1.2. 2x3 – 3x
1.3. x|5x|
3
1.4. 5 x
1.5. 5x2 – 3x4
1.6. 1 16 – x 2
6.4
1. Considere as funções f e g definidas por f(x) = 5x – 1 e g( x ) " 2 x – 1.
1.1. Defina as funções f ° g e g ° f, indicando os respetivos domínios e uma expressão
analítica tanto quanto possível simplificada para cada uma das funções.
1.2. Tendo em conta a alínea anterior, o que pode afirmar acerca da comutatividade da
composição de funções?
3. *Considere a função afim f que, para dados valores reais m ≠ 0 e b, é definida por f(x) = mx + b.
Determine a expressão analítica da função inversa de f e indique em que condições se tem
f = f–1. Interprete geometricamente esta igualdade.
5. Um cone reto tem altura igual ao triplo do raio da base e volume V cm3.
5.1. Designando por r o raio da base, exprima r em função de V.
5.2. Determine para que valor de V, a área da base é igual a 2ʌ cm2.
⎧⎪–2 x 3 – 2 se x < 0
f( x ) = ⎨ 2
⎩⎪ x – 3 se x ≥ 0
7.1. Calcule f – 3 2 + f 5 2 . ( ) ( )
3
8. Um projétil é lançado verticalmente e a respetiva altura (em metros acima do solo) é dada,
em função de t, (em segundos após o instante inicial t = 0) por a(t) = –4,9t2 + 39,2t + 1,6.
8.1. Qual a altura do projétil no instante em que foi lançado?
8.2. Qual a altura máxima atingida pelo projétil?
8.3. Quanto tempo esteve o projétil a uma altura superior a 35,9 metros?
8.4. Ao fim de quanto tempo o projétil atingiu o solo? Indique o resultado em segundos
arredondados às décimas.
10.2. Mostre que o volume da esfera de raio R(x) pode ser definido pela expressão
x x
V( x ) = .
6 π
10.3. Determine para que valor de x o volume da esfera é igual a metade da área da
respetiva superfície esférica.
y
11. Na figura junta está representada, num
plano munido de um referencial ortonor-
mado, parte do gráfico da função f defini- P
da por f(x) = –x2 + 4x e o ponto A de coor- f(x)
denadas (1, 0).
Considere a função g que associa a cada x
a distância entre A e o ponto do gráfico de
f de abcissa x.
B
11.1. Prove que para todo x, x
O A x
4 3 2
g( x ) = x – 8 x + 17 x – 2 x + 1.
11.2. Sabendo que existem exatamente dois pontos do gráfico de f que distam uma
unidade de A, indique o valor exato da abcissa de um deles e utilize a calculadora
gráfica para obter um valor aproximado às décimas da abcissa do outro, explican-
do o procedimento utilizado.
11.3. Existe um ponto em que os gráficos de f e de g se intersetam. Determine-o por
métodos analíticos e interprete geometricamente o resultado obtido.
2 f 2
g
1 1
0 0
0 2 4 x 0 2 4 6 x
ESTATÍSTICA EST10
1.1 Comentário
1.2 A inclusão destes descritores como preâmbulo ao bloco de estatística do 10.° ano tem como
1.3 objetivo, nomeadamente, dar agilidade aos alunos na manipulação de somatórios para que
lhes venha a ser mais fácil demonstrar as principais propriedades da média e do desvio-
1.4
-padrão de uma amostra.
1. Proponha uma expressão analítica para o termo geral da sequência (6, 9, 12, 15, 18, 21,
24) e, utilizando o símbolo de somatório, represente a soma dos respetivos termos.
∑ (3x )
n n
2. Sabendo que ∑x i
= A, exprima em função de A e de n o valor de i
–5 .
i = 1 i = 1
2.1 Comentário
Após nove anos de contacto com o tópico de organização e tratamento de dados, a classifi-
cação de uma variável estatística como sendo de tipo quantitativo ou qualitativo é, no 10.°
ano, um conhecimento que se considera como adquirido. As variáveis de tipo quantitativo
(de contagem, de medição, financeiras, ou outras) são as que permitem um mais elevado
nível de complexidade na modelação e análise estatística e, por isso, se dedica, no programa
de 10.° ano, uma especial atenção a este tipo de variáveis.
2.2 Comentário
2.3 Comentário
2.4 Os descritores 2.3 e 2.4 têm por objetivo a fixação de notação no que se refere à fórmula de
cálculo da média. No caso de dados organizados em tabelas de frequência (dados agrupa-
dos) situação comum quando se está perante dados de contagem, o conjunto dos valores
que surgem na amostra é representado por ~ x. Note-se que no conjunto dos valores da amos-
tra não surgem elementos repetidos. Por exemplo, o conjunto dos valores da amostra
(5, 7, 7, 5, 9, 5) é {5, 7, 9}. Os elementos de ~ x são denotados por ~ x1, ~
x2, …, ~
xm, onde m é o total
~
de valores da amostra, e a frequência absoluta de xi é denotada por ni. No exemplo dado
poderemos escrever ~ x1 = 5, ~
x2 = 7, ~
x3 = 9, e n1 = 3, n2 = 2, n3 = 1.
2.5 Comentário
2.6 O descritor 2.6 tem por objetivo ilustrar de forma rápida quão pouco resistente é a média
como estatística de localização. A interpretação física da média como o centro de gravidade
de um objeto simbólico constituído por um segmento da reta real com pesos nas localiza-
ções de cada um dos valores distintos da amostra, sendo a massa desses pesos igual à
frequência de cada um desses valores, permite criar uma imagem visual da localização da
média e dar exemplos de como um único valor muito maior (menor) que todos os restantes
consegue “arrastar” a média de modo a que a esta seja superior (inferior) a todos os valores
da amostra menos um.
0 10 20 30 40 50
1. *Considere a amostra x = (x1, x2, …, xn) e seja x(1) = min {x1, x2, …, xn} e x(n) = max {x1, x2, …, xn}.
~
n n n n
1.1. Justifique que ∑ xi ≥ ∑ x(1) = nx(1) e que ∑ xi ≤ ∑x (n)
= nx( n ) .
i = 1 i = 1 i = 1 i = 1
3.1 Comentário
O desvio de cada valor da amostra relativamente à média é elemento nuclear na definição
do mais importante indicador estatístico de dispersão dos valores da amostra, o desvio-pa-
drão. A demonstração de que é nula a soma desses desvios recorre unicamente a uma
manipulação simples dos somatórios e pode por isso considerar-se como exercício.
3.2 Comentário
Nas ciências experimentais das áreas da biologia e da saúde, uma das mais utilizadas meto-
dologias estatísticas de comparação de resultados de experiências, realizadas em condições
de aplicação diferentes, é a chamada Análise de Variância ou simplesmente ANOVA. Esta
metodologia foi formalmente apresentada pela primeira vez por Sir Ronald Fisher em 1918
mas só ficou mais largamente conhecida depois da publicação, em 1925, do seu livro “Sta-
tistical Methods for Research Workers”. Ora, a Análise de Variância recorre fundamental-
mente a propriedades das somas dos quadrados dos desvios em relação à média pelo que,
dado que muitos alunos irão certamente utilizá-la ao prosseguirem estudos no ensino supe-
rior e uma vez que é a partir dessas somas de quadrados que se define a variância, incluiu-se
este descritor onde se fixa notação e se estabelece uma fórmula de cálculo equivalente e
de mais fácil manipulação.
3.3 Comentário
Este descritor tem por objetivo dar a conhecer uma importante propriedade de SSx que se
traduz, essencialmente, em dizer que somente n – 1 das suas parcelas são independentes
pois a parcela restante fica determinada pelo facto de ser nula a soma dos desvios em rela-
ção à média (ver descritor 3.1). Note-se que, além disso, menos do que n – 1 parcelas de SSx
não determinam o valor das restantes.
1. Para uma certa amostra x = (x1, x2, …, x6) conhecem-se os desvios di = xi – –x para
~
i = 1, 2, …, 5 : d1 = 3, d2 = –2, d3 = 5, d4 = –1, d5 = 2.
1.1. Determine o valor de d6.
1.2. Calcule a soma dos quadrados dos desvios, SSx.
1.3. Sabendo que x1 = 10, identifique a amostra x e calcule o valor da respetiva média.
~
2. Justifique as sucessivas passagens na seguinte sequência de igualdades:
∑ (x – x )
2
∑ ∑ xi x + ∑ i = 1 x 2 = ∑ ∑
n n n n n n
SSx = i = 1 i
= i = 1
xi2 – 2 i = 1 i = 1
xi2 – 2 x i = 1
xi + nx 2 =
= ∑ x – nx
n 2 2
i = 1 i
2. *Dado um número real a, considere as amostras x = (x1, x2, …, xn) e y = (ax1, ax2, …, axn).
~ ~
Utilizando a fórmula de cálculo de SSy e propriedades dos somatórios, mostre que
SSy = a2SSx.
3. Uma certa balança tem um desvio positivo sistemático de 5 g. Pesaram-se nessa balança
4 laranjas, uma de cada vez e registou-se o seu peso em gramas. Obteve-se a amostra
x = (210, 182, 205, 198). Seja y a amostra dos verdadeiros pesos de cada uma das 4 laran-
~ ~
jas. Calcule SSx e SSy e mostre que SSx = SSy.
Comentário
Dado que a soma dos quadrados dos desvios em relação à média é tanto menor quanto
mais próximos da média estiverem os valores da amostra, a soma dos quadrados dos
desvios em relação à média fornece, por isso, uma medida da dispersão ou variabilidade
da amostra.
Como propriedades da soma dos quadrados dos desvios em relação à média, destaca-se o
facto de só ser nula se todos os valores da amostra forem iguais entre si, não se alterar
perante translações e alterar-se perante uma mudança de escala ou de unidade de medida.
1.2. Organize os dados numa tabela de frequências e verifique que, sendo nj as frequências
5
∑ ( x )
2
de cada um dos valores da amostra, SSx = j
– x nj .
j =1
2. Considere uma amostra x = (x1, x2, …, xn) de dimensão n e ~x1, ~x2, …, ~xm os m valores da
~
amostra x.
~
∑ (x ) ∑ ( x )
n m
2 2
Justifique que i
–x = j
– x mj .
i = 1 j = 1
3.9 Comentário
Como já foi referido, a soma dos quadrados dos desvios em relação à média fornece uma
medida da dispersão da amostra mas, por ir aumentando à medida que se incluem novos
elementos, não é um bom indicador da variabilidade existente nos valores da variável esta-
tística de interesse na população de onde se recolheu a amostra.
3.11 Comentário
Independentemente da dimensão da amostra x, o par (–x, sx) dá uma informação relevante
~
acerca da distribuição da amostra. Mais precisamente, fornece-nos uma estimativa (por
excesso) da percentagem de unidades estatísticas que têm valores da variável de interesse x
fora de intervalos fechados centrados na média da amostra.
Exemplo:
De uma certa população recolheu-se a amostra A de unidades estatísticas e registou-se os
valores da variável x de interesse. Obteve-se como média da correspondente amostra x o
~
valor ~
x = 10 e como desvio-padrão s = 2,5. Fazendo k = 2 no resultado apresentado neste
descritor, estas duas características amostrais permitem-nos dizer que não há mais de 25%
das unidades estatísticas de A com valores fora do intervalo [5, 15]. Assim, 25% é uma esti-
mativa, por excesso, da percentagem de unidades estatísticas que têm valores fora do inter-
valo [5, 15]. Podemos também dizer que é igual a 75% uma estimativa, por defeito, da per-
centagem de unidades estatísticas de A cujos valores pertencem ao intervalo [5, 15].
Dk
n > 75%
x– – 2s x– x– + 2s
∑ ( x – x ) > 4rs .
r 2
2
1.2. Conclua da alínea anterior que i = 1 i
1.3. Justifique que também se tem ∑ ( x – x ) > 4rs , onde n é a dimensão da amostra.
r 2
2
i = 1 i
1.4. Tendo em conta a fórmula de cálculo da variância, conclua que a desigualdade ante-
rior é equivalente a (n – 1)sx2 > 4rs2, pelo que também se tem ns2 > 4rs2, ou seja,
r < 0,25 n desde que s não seja nulo.
1.5. Considere agora o intervalo na forma geral [–x – ks, –x + ks] e deduza que, nesse caso,
1
a última desigualdade passa a ter a forma r ! 2 n .
k
4.1 Comentário
No Ensino Básico os alunos já tiveram de recorrer à ordenação de conjuntos de dados,
nomeadamente para calcular as respetivas mediana e quartis. Este descritor fixa a notação
para os termos de uma amostra ordenada. Por exemplo, dada a amostra x = (15, 12, 10, 15,
~
8, 10, 15) a amostra ordenada é (8, 10, 10, 12, 15, 15, 15) onde, por exemplo, x(2) = x(3) = 10 e
x(5) = x(6) = x(7) = 15.
4.2 Comentário
4.3 Tome-se, a título de exemplo, a amostra x = (110, 150, 180, 200, 150) referente aos pesos,
~
em gramas, de 5 maçãs. Como foi anteriormente referido, a ordem por que surgem os valo-
res na sequência pressupõe que de alguma forma foi escolhida uma primeira maçã para ser
pesada e registado o respetivo peso, em seguida ter-se-á escolhido uma segunda maçã que,
mais uma vez, foi pesada e registado o seu peso e, assim sucessivamente, até estarem
pesadas todas as maçãs e registados todos os pesos.
Ordenando as maçãs pelo peso respetivo, obtém-se a amostra de maçãs (unidades estatís-
ticas) ordenada de acordo com os valores da variável de interesse (o peso).
Por sua vez, no que respeita à variável peso, a amostra ordenada é (110, 150, 150, 180, 200).
De modo a clarificar a noção de percentil, considere-se o caso concreto do percentil 30.
5 × 30
De acordo com a definição, uma vez que = 1, 5 , o percentil 30 é o valor de ordem
100
[1, 5 ] + 1 da amostra ordenada, ou seja, P30 = x(2) = 150 (gramas). Já o percentil 80, por exemplo,
5 × 80 x( 4) + x(5) 180 + 200
uma vez que = 4 (inteiro), é dado por P80 = = = 190 gramas.
100 2 2
Note-se que o percentil não tem, obrigatoriamente, de ser um dos valores da amostra. É, no
entanto, um valor que verifica o seguinte:
"Dada uma amostra A de uma certa população e uma variável estatística x de interesse, a
percentagem de unidades estatísticas de A que têm valores inferiores ou iguais a Pk é, pelo
4.4 A definição de percentil para dados organizados em classes pode ter como suporte visual o
histograma. Recorde-se que o histograma é um diagrama de áreas para o qual há uma rela-
ção de proporcionalidade direta entre a área de cada retângulo e a frequência (absoluta ou
relativa) da respetiva classe. Quando uma amostra de dimensão n está organizada em classes
de igual amplitude h > 0 consegue-se esse objetivo tomando para altura do retângulo, ou a
n
frequência absoluta nj, ou a frequência relativa j . Quando as classes têm diferentes ampli-
n
tudes, a altura de cada retângulo tem de ser “corrigida” adequadamente dividindo a frequên-
cia (absoluta ou relativa) pela amplitude da respetiva base.
O descritor 4.4 apresenta uma forma de se obter o percentil de ordem k para dados organi-
zados em classes que corresponde a determinar o ponto do eixo das abcissas para o qual a
área acumulada é igual a k% da área total. Admite-se apenas o caso de organização em
classes de igual amplitude mas a abordagem é facilmente generalizável a casos em que as
classes tenham amplitudes diferentes.
Observe-se que, no caso em que as classes têm igual amplitude e em que se toma como
altura de classe a frequência absoluta, a área total do histograma é nh. Pretende-se então
encontrar o ponto x tal que a área do histograma, desde o limite inferior do primeiro intervalo
knh
de classe até esse ponto x, seja igual a .
100
A figura seguinte ilustra a localização do percentil 70. De facto, tendo em conta que as classes
têm igual amplitude e que a área de cada
retângulo é a assinalada nas etiquetas 8
respetivas, podemos concluir que a área 7
total é igual a 40, pelo que a área corres- 6
pondente ao percentil 70 é 28. Acumulan- 5
do sucessivamente as áreas dos retângu- 4 14
los a partir do primeiro, verifica-se que a 3 12
soma das áreas dos dois primeiros retân- 2 8
6
gulos é estritamente inferior a 28 mas que 1
ao adicionar a área do terceiro retângulo 0
0 2 4 6 P70 8 10 12
esse valor é excedido.
Assim, o percentil 70 localiza-se no intervalo [6, 8[, mais precisamente, de modo a verificar-se
10 + 42
a igualdade (P70 – 6) ¥ 7 = 28 – (6 + 12). Resolvendo esta equação obtém-se P70 = ,
7
ou seja, P70 = 7,43.
5.1 1. Contou-se o número de folhas em cada uma de 150 plantas do tabaco (Havano). Os resul-
tados estão registados na tabela a seguir apresentada.
Número de folhas Número de plantas
17 3
18 22
19 44
20 42
21 22
22 10
23 6
24 1
Calcule a média, a soma dos quadrados dos desvios em relação à média, a variância e o
desvio-padrão do número de folhas destas plantas.
2. Num estudo sobre a resistência individual ao esforço físico, submeteram-se dois grupos
de indivíduos a dois aparelhos diferentes (bicicleta-ergómetro e passadeira rolante),
medindo-se o tempo (em minutos) até ao consumo máximo de oxigénio. Os resultados
foram os seguintes:
Bicicleta : amostra x = (7,5; 8,7; 9,2; 9,8; 10,9; 11,1; 11,2; 12,8; 13,5)
~
Passadeira: amostra y = (8,7; 13,2; 13,8; 14,7; 15,5; 16,2; 16,2; 17,8)
~
– –
2.1. Calcule x e y e, com base nestes valores e na dimensão das duas amostras, calcule
a média da amostra conjunta z.
~
2.2. Calcule SSx, SSy e SSz, indique os respetivos graus de liberdade e verifique que
SSz = SSx + SSy + (–x – –z)2 + (–y – –z)2.
2.3. Para qual dos aparelhos foi observada uma maior variabilidade nos tempos até ao
consumo máximo de oxigénio?
3. *Considere uma amostra x ordenada, (x(1), x(2), …, x(n)), e admita que se substitui o máximo
~
da amostra por um valor com y = x(n) + h, com h > 0. Determine o menor valor de h que faz
com que a média da nova amostra fique superior a x(n – 1). Considera que neste caso a
média traduz bem a localização central da amostra? Justifique.
4. De acordo com dados históricos, a amostra das temperaturas mínimas diárias em Lisboa
durante os meses de janeiro dos anos 2000 a 2010 tem uma média igual a 10° e um des-
vio-padrão igual a 3°. Indique um limite superior para a percentagem de dias em que a
temperatura mínima foi inferior a 0°.
Comentário
As seguintes atividades permitem ilustrar junto dos alunos, de uma forma heurística, duas
importantes propriedades da média enquanto estimativa do correspondente parâmetro da
população. Quando se está interessado em conhecer a média dos valores que uma certa
Para ilustrar que a média amostral converge, em certo sentido, para a média populacional à
medida que aumenta a dimensão da amostra, basta recorrer a uma lista de números pseudo-
-aleatórios e a uma regra de correspondência entre cada um destes números e cada uma das
unidades estatísticas da População. Desta forma será possível conduzir a seguinte experiência:
– Selecionam-se ao acaso m amostras de dimensão n1, calcula-se a média de cada uma
delas e representa-se graficamente num diagrama de pontos.
– Repete-se o procedimento, considerando agora uma dimensão n2 > n1 para qualquer das
m amostras, calculam-se as médias e representam-se no mesmo gráfico em que se repre-
sentou as médias do passo anterior. As médias do grupo de amostras de maior dimensão
irão localizar-se tendencialmente mais perto umas das outras e também mais perto da
média populacional, o que significa que a média ganha precisão à medida que a dimensão
da amostra aumenta.
6.1. Registe estes dados numa folha de cálculo e atribua-lhes um número de ordem.
6.3. Utilizando os números de ordem atribuídos em 6.1, selecione uma amostra aleatória
de dados, determine a média amostral e o desvio-padrão amostral e compare-os com
a média e desvio-padrão da população.
(A folha de cálculo Excel tem uma função “= ALEATORIOENTRE (a; b)” que permite
gerar aleatoriamente números compreendidos entre dois números dados a e b (a = 1
e b = 10). Se arrastar a célula onde obteve o primeiro número, para outras linhas ou
colunas, obtém mais valores.)
6.4. Selecione agora aleatoriamente uma amostra de dados, determine a média amostral
e o desvio-padrão amostral e compare estes valores com os obtidos na alínea ante-
rior e com os relativos à população.
2. Na seguinte tabela estão representados dados relativos ao peso (kg) de 60 crianças do sexo
masculino com 20 meses de idade e acompanhadas num determinado centro de saúde.