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HISTÓRIA

NAVAL

RESUMO COMPLETO
OFICIAIS TEMPORÁRIOS | MARINHA DO BRASIL

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ÍNDICE
A História da Navegação .............................................................................................. 4

OS NAVIOS DE MADEIRA ........................................................................................................................................... 4

O DESENVOLVIMENTO DOS NAVIOS PORTUGUESES ......................................................................................... 5

O DESENVOLVIMENTO DA NAVEGAÇÃO OCEÂNICA: OS INSTRUMENTOS E AS CARTAS DE MAREAR 6

A VIDA A BORDO DOS NAVIOS VELEIROS ............................................................................................................ 7

A Expansão Marítima Europeia e o Descobrimento do Brasil............................... 8

FUNDAMENTOS DA ORGANIZAÇÃO DO ESTADO PORTUGUÊS E A EXPANSÃO ULTRAMARINA ........... 8

DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO E SOCIAL DE PORTUGAL .......................................................................... 9

A DESCOBERTA DO BRASIL .................................................................................................................................... 10

O RECONHECIMENTO DA COSTA BRASILEIRA .................................................................................................. 10

A expedição de 1501/1502 ......................................................................................................................................... 10


A expedição de 1502/1503 ......................................................................................................................................... 10
A expedição de 1503/1504 ......................................................................................................................................... 11
As expedições Guarda-Costas .................................................................................................................................... 11
A expedição colonizadora de Martim Afonso de Souza ............................................................................................ 11

Invasões Estrangeiras ao Brasil ................................................................................. 12

CORSÁRIOS FRANCESES NO BRASIL NO SÉCULO XVIII .................................................................................. 12

Rio de Janeiro - França Antártica (1555-1567) .......................................................................................................... 13


Maranhão - França Equinocial (1611-1615) .............................................................................................................. 14
INVASÕES HOLANDESAS NA BAHIA E EM PERNAMBUCO ............................................................................. 14

Holandeses na Bahia .................................................................................................................................................. 14


A ocupação do Nordeste Brasileiro ............................................................................................................................ 15
A insurreição em Pernambuco ................................................................................................................................... 15
A derrota dos holandeses em Recife .......................................................................................................................... 16

Formação da Marinha Imperial Brasileira .............................................................. 17

A VINDA DA FAMÍLIA REAL ................................................................................................................................... 17

1
POLÍTICA EXTERNA DE D. JOÃO E A ATUAÇÃO DA MARINHA: A CONQUISTA DE CAIENA E A
OCUPAÇÃO DA BANDA ORIENTAL ....................................................................................................................... 18

ELEVAÇÃO DO BRASIL A REINO UNIDO .............................................................................................................. 19

O RETORNO DE D. JOÃO VI PARA PORTUGAL .................................................................................................... 19

A INDEPENDÊNCIA .................................................................................................................................................... 19

A FORMAÇÃO DE UMA ESQUADRA BRASILEIRA .............................................................................................. 20

OPERAÇÕES NAVAIS................................................................................................................................................. 20

CONFEDERAÇÃO DO EQUADOR ............................................................................................................................ 21

A Atuação da Marinha nos Conflitos da Regência .................................................. 22

PERÍODO REGENCIAL (1831-1840) .......................................................................................................................... 22

CONFLITOS INTERNOS ............................................................................................................................................. 22

GUERRA DA CISPLATINA (1825-1828).................................................................................................................... 24

GUERRA CONTRA ORIBE E ROSAS ........................................................................................................................ 25

A Atuação da Marinha na Guerra da Tríplice Aliança .......................................... 26

O BLOQUEIO DO RIO PARANÁ E A BATALHA NAVAL DO RIACHUELO ....................................................... 27

NAVIOS ENCOURAÇADOS E A INVASÃO DO PARAGUAI ................................................................................. 28

PASSAGEM DE HUMAITÁ......................................................................................................................................... 29

O AVANÇO ALIADO E A DEZEMBRADA ............................................................................................................... 29

A OCUPAÇÃO DE ASSUNÇÃO E A FASE FINAL DA GUERRA ........................................................................... 29

A Marinha na República ............................................................................................ 30

REAPARELHAMENTO NAVAL DE 1904 ................................................................................................................. 30

PRIMEIRA GUERRA MUNDIAL ................................................................................................................................ 31

PERÍODO ENTRE GUERRAS ..................................................................................................................................... 31

SEGUNDA GUERRA MUNDIAL ................................................................................................................................ 32

GUERRA DA LAGOSTA ............................................................................................................................................. 33

PODER NAVAL ............................................................................................................................................................ 34

2
Legenda:

- Dê uma olhada com atenção, há a possibilidade deste assunto estar na prova!

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3
A História da Navegação

Quais são os meus objetivos?

❖ Identificar os tipos básicos de navios da antiguidade;


❖ Identificar os desenvolvimentos tecnológicos necessários para as grandes navegações.

OS NAVIOS DE MADEIRA

NAVIO: uma embarcação grande, construída há mais de


dois mil anos. Empregava-se a madeira, pois ela foi o
primeiro material que se mostrou mais adequado para a
construção naval.

GALÉS: eram embarcações movidas principalmente por


remos, algumas com muitos remadores, embora pudessem
também ter velas.

4
O DESENVOLVIMENTO DOS NAVIOS PORTUGUESES

CARAVELA: era uma embarcação rápida, de fácil


manobra, de proporções modestas e que, em caso de
necessidade, podia ser movido a remos. Eram navios
de pequeno porte, de três mastros, um único convés.
Foi com uma caravela que Bartolomeu Dias dobrou
o Cabo da Boa Esperança, em 1488. É de salientar
que a caravela é uma invenção portuguesa, em
conjunto com os conhecimentos que haviam
adquirido dos árabes ou muçulmanos.

NAU: denominação genérica dada a navios de grande porte com


capacidade de 200 pessoas, utilizados na Era das Grandes
Navegações em viagens de grande percurso. Destinado ao
transporte de mercadorias e pessoas.

GALEÃO: navio de guerra maior e com mais canhões, para


combater turcos no Oriente, corsários e piratas. Foi a origem do
navio de guerra.

Por que surgiram os navios de guerras?


Os navios de guerra surgiram para proteger os navios mercantes de ataques piratas.
Eram mais estreitos e de fundo chato, visando oferecer pouca resistência à água. A
propulsão principal era o remo, inicialmente manejado pelos próprios guerreiros, depois por escravos.

5
O DESENVOLVIMENTO DA NAVEGAÇÃO OCEÂNICA: OS
INSTRUMENTOS E AS CARTAS DE MAREAR

Vela latina é uma vela triangular que surgiu por volta


de 200 a.C. na região do mar Mediterrâneo e cuja vantagem
consiste no fato de um navio poder navegar contra o vento.
Todavia este tipo de velas veio a ser adaptada e otimizada por
volta de 1420 pelos marinheiros portugueses. As velas
latinas, que geralmente são triangulares, têm uma das suas faces
adjacentes a um mastro.

Desenvolvimentos tecnológicos que somados as questões políticas, permitiram com que


Portugal liderasse as navegações oceânicas a partir do final do século XV:

• Bússola: é composta por uma agulha imantada


que se alinha e aponta para o polo norte
magnético, direção muito próxima ao norte
verdadeiro terrestre.
• Cronômetro (relógios): eram instrumentos muito
imprecisos, devido aos movimentos do navio.

• Astrolábio: instrumento utilizado para medir latitude, através


da medição do ângulo entre o Sol em sua passagem meridiana e a
vertical. Com isso, a latitude não era difícil de se calcular e era através
dela e da estimativa de quanto o navio havia se deslocado, que os
navegadores da época sabiam aproximadamente onde estavam.

Outros instrumentos utilizados mais tarde, como


quadrante e o sextante, mediam a altura do Sol através do
ângulo em relação ao horizonte.

6
As Cartas Náuticas eram muito imprecisas, e somente a partir do século XVI passou-se a utilizar a
Projeção de Mercator, onde os meridianos e paralelos são representados por linhas retas, que se
interceptam formando ângulos de 90 graus, modelo utilizado até hoje.

A VIDA A BORDO DOS NAVIOS VELEIROS

A vida a bordo dos navios veleiros era muito difícil. A


comida, sem a possibilidade de ser refrigerada, era deficiente
em vitaminas. Isto, causava doenças como o beribéri, pela
carência de vitamina B, e o escorbuto, falta de vitamina C.
Doenças estas, que foram responsáveis pelo maior número de
mortes em navios.

7
A Expansão Marítima Europeia e o
Descobrimento do Brasil

Quais são os meus objetivos?

❖ Descrever o emprego do poder marítimo no desenvolvimento de Portugal


❖ Descrever o reconhecimento da costa brasileira
❖ Descrever os principais motivos e resultados das primeiras expedições

FUNDAMENTOS DA ORGANIZAÇÃO DO ESTADO PORTUGUÊS E A


EXPANSÃO ULTRAMARINA

Portugal foi um país pioneiro em várias


medidas entre a Idade Média e a Idade Moderna.
Ainda no século XIII, tornou-se o primeiro Estado
formalizado na Europa, após a expulsão dos
mouros da Península Ibérica, movimento
denominado “Reconquista”, o que lhe favoreceu
em vários aspectos. Com uma unificação política
garantida, a condição de primeiro país incentivou
novos investimentos dentro do panorama que se
tinha no Velho Mundo. Naquela época, o comércio era muito fundamentado nas negociações de
produtos feitas no Mar Mediterrâneo. Entretanto, com a conquista dos turcos nessa rota de navegação,
houve a necessidade de se buscar novos caminhos para se obter as especiarias oriundas do Oriente,
que tanto agradava ao mercado europeu. Portugal reunia condições favoráveis para os negócios que
marcavam o momento, era um país já unificado, dispunha de uma condição geográfica favorável
para se lançar ao mar e contava com um grupo de investidores interessados nos negócios
marítimos.

8
DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO E SOCIAL DE PORTUGAL

Portugal estava em vantagem para liderar as navegações oceânicas a partir do início do


século XV, principalmente, devido a sua estabilidade política e a união de interesses entre a
realeza e a burguesia mercantil.

A expansão marítima
portuguesa caracterizou-se por
duas vertentes. A primeira, de
aspecto imediatista, realizada
ao norte do continente
africano, visava à obtenção de
riquezas acumuladas naquelas
regiões através de prática de
pilhagens. Na segunda
vertente, o objetivo colocava-se
mais a longo prazo, já que se
buscava conquistar pontos estratégicos das rotas comerciais com o Oriente, criando ali
entrepostos (feitorias) controlados pelos comerciantes lusos. Foi o caso da tomada das cidades
asiáticas.
Em 1492, Colombo sob as ordens dos Reis
Católicos de Espanha, alcançou o continente americano.
Então, visando defender seus interesses, enquanto
aumentava seu conhecimento náutico, Portugal negociou
um tratado com a Espanha, em 1494, conhecido como
Tratado de Tordesilhas, para dividir as terras
"descobertas e por descobrir" entre ambas as Coroas fora
da Europa.
O longo processo de desenvolvimento da navegação oceânica português e reconhecimento do
litoral africano culminou com a chegada de Vasco da Gama à Índia, em 1498, após circunavegar a
África.

9
A DESCOBERTA DO BRASIL

A segunda expedição portuguesa para as


Índias, após a bem-sucedida viagem feita por
Vasco da Gama em 1498, tinha o objetivo
principal de chegar às Índias para negociar
tratados comerciais. A esquadra era composta
por experientes navegadores e bastante
numerosa, comandados por Pedro Álvares
Cabral.
Não se confirma ainda se de maneira
intencional ou não, mas Cabral ao afastar-se demais da África para fugir das correntes e ventos
contrários, acabou chegando ao Brasil em 1500.

O RECONHECIMENTO DA COSTA BRASILEIRA

A expedição de 1501/1502

Preocupado em realizar o reconhecimento da


nova terra, D. Manuel enviou, antes mesmo do retorno
de Cabral, uma expedição composta por três caravelas
comandadas por Gonçalo Coelho, tendo a companhia
do florentino Américo Vespúcio. Nessa expedição
seriam nomeados os acidentes geográficos e elaborado
um mapa do litoral brasileiro.

A expedição de 1502/1503

Essa segunda expedição foi resultado do arrendamento da Terra de Santa Cruz (nome inicial
das nossas terras) a um consórcio formado por cristãos-novos (judeus que se converteram ao
cristianismo), encabeçado por Fernando de Noronha, e que tinha a obrigação, conforme contrato, de
mandar todos os anos seis navios às novas terras com a missão de descobrir, a cada ano, 300 léguas
avante e construir uma fortaleza

10
A expedição de 1503/1504

Comandada novamente por Gonçalo


Coelho, decidiram percorrer o litoral em direção
ao sul, onde se detiveram durante cinco meses em
um ponto cujas coordenadas indicam ter sido no
litoral do Rio de Janeiro, onde ergueram uma
fortificação e deixaram 24 homens.

As expedições Guarda-Costas

Os franceses começaram a frequentar nosso litoral comercializando o pau-brasil


clandestinamente com os índios. Portugal procurou, a princípio, usar de mecanismos diplomáticos.
Notando que ainda era grande a presença de contrabandistas franceses no Brasil, D. Manuel resolveu
enviar o fidalgo português Cristóvão Jaques, com a missão de realizar o patrulhamento da costa
brasileira.

A expedição colonizadora de Martim Afonso de Souza

Em 1530, com o propósito de realizar uma


política de colonização efetiva, Dom João III, Rei de
Portugal e Algarves, organizou uma expedição ao
Brasil. A esquadra de cinco embarcações, bem armada
e aparelhada, reunia quatrocentos colonos e tripulantes.
Comandada por Martim Afonso de Sousa, tinha uma
tríplice missão: combater os traficantes franceses,
penetrar nas terras na direção do Rio da Prata para
procurar metais preciosos e, ainda, estabelecer
núcleos de povoamento no litoral. Portanto, iniciar o povoamento das terras brasileiras. Para isto
traziam ferramentas, sementes, mudas de plantas e animais domésticos.

11
Invasões Estrangeiras ao Brasil

Quais são os meus objetivos?

❖ Identificar as consequências da guerra de corso para o Brasil colonial


❖ Descrever as motivações que levaram a França a invadir a colônia de Portugal
❖ Descrever a expulsão dos franceses do território brasileiro
❖ Descrever as motivações que levaram a Holanda a invadir a colônia de Portugal
❖ Descrever a expulsão dos holandeses do território brasileiro

O que é um Corsário?
Um corso, ou corsário era alguém que, por missão ou carta de corso (ou "de marca")
de um governo, era autorizado a saquear navios de outra nação (guerra de corso). Os
corsos eram usados como um meio fácil e barato para enfraquecer o inimigo, por perturbar as suas
rotas marítimas e suas colônias. Com os corsos, os países podiam enfraquecer os seus inimigos sem
ter de arcar com os custos relacionados com a manutenção e construção naval.

CORSÁRIOS FRANCESES NO BRASIL NO SÉCULO XVIII

As descobertas territoriais feitas por portugueses e espanhóis no final do século XV e início do


XVI e os lucros advindo da exploração colonial, deixaram outras nações europeias interessadas neste
empreendimento. Após o Tratado de Tordesilhas, que dividiu as recém-descobertas terras entre
espanhóis e portugueses, aumentou-se muito o descontentamento dos países que ficaram de fora como,
por exemplo, Holanda, França e Inglaterra. Estes países começaram então a investir na invasão das
terras recém-descobertas, entre elas as colônias portuguesas, principalmente o Brasil.

12
A França utilizou a estratégia de
empregar corsários para, através de ações que
visavam ao lucro, causar danos nos mares a seus
inimigos. Eles não eram piratas, pois tinham
uma patente de corso, que lhes davam
autorização real para agir. Tinham, portanto, o
direito de ser tratados como prisioneiros de
guerra, enquanto os piratas podiam ser
enforcados se apanhados.

Rio de Janeiro - França Antártica (1555-1567)

O corsário francês, liderado por


Villegagnon, chegou à Baía de Guanabara em
1555, instalou o núcleo da colônia – que chamou
de França Antártica – na ilha que atualmente tem
seu nome e construiu uma fortificação, dando-lhe
o nome de Forte de Coligny.
Os franceses contavam com a amizade dos
tupinambás. Eles comerciavam com os franceses
por meio de trocas (escambo) – recebiam
machados, facas, e outros objetos. Em troca,
forneciam o pau-brasil, que cortavam na floresta e traziam para a colônia, além de outros produtos da
terra e alimentos.
A reação portuguesa ocorreu quando o Governador Mem de Sá, em 1560, atacou o Forte de
Coligny com uma força naval de soldados e índios que trouxera da Bahia, arrasando-o. Mem de
Sá concluiu que era necessário ocupar definitivamente o Rio de Janeiro para garantir a expulsão
dos invasores. Dessa vez enviou, em 1563, seu sobrinho Estácio de Sá à testa da nova força naval,
com ordens para fundar uma povoação na Baía de Guanabara e derrotar definitivamente os
franceses. Os franceses que se renderam foram enviados de navio para a França.

13
Maranhão - França Equinocial (1611-1615)

Desde o final do século XVI, o Maranhão


passou a ser um local regularmente frequentado por
navios franceses. Em 1612, ocorreu nova tentativa
francesa de apossar-se de terras americanas: a França
Equinocial, com a fundação da cidade de São Luís.
Com isto, as autoridades portuguesas organizaram
várias e poderosas expedições militares para atacar e
expulsar os franceses do Maranhão.
Em 1614, uma força naval comandada por Jerônimo de Albuquerque, nascido no Brasil,
chegou ao Maranhão para combater os franceses. Sendo considerada por muitos a primeira
força naval comandada por um brasileiro.

INVASÕES HOLANDESAS NA BAHIA E EM PERNAMBUCO

Invasões holandesas é o nome normalmente dado, na historiografia brasileira, ao projeto de


ocupação da Região Nordeste do Brasil pela Companhia Holandesa das Índias Ocidentais (W.I.C.)
durante o século XVII. As invasões holandesas foram o maior conflito político-militar da colônia.
Embora concentradas no atual Nordeste, não se resumiram a um episódio regional. Fizeram parte do
quadro de relações internacionais entre os Estados europeus: foi uma luta pelo controle do açúcar,
bem como das fontes de suprimento de escravos.

Holandeses na Bahia

A invasão holandesa de Salvador (BA)


foi planejada pela Companhia das Índias
Ocidentais com o propósito de lucro, a ser
obtido com a exploração da cultura do açúcar.
Em 8 de maio de 1624, chegaram à Baía de
Todos os Santos; no dia seguinte, iniciaram o
ataque a Salvador.

14
A armada luso-espanhola chegou a Salvador em 29 de março de 1625. Era a maior força naval
que até aquela data atravessara o Atlântico. Cerca de 20 navios holandeses se abrigavam sob a proteção
dos fortes e a cidade de Salvador era defendida por tropas holandesas. Iniciou-se o ataque luso-
espanhol e, em 1º de maio, os holandeses renderam-se.

A ocupação do Nordeste Brasileiro

Em 1629, a Companhia das Índias Ocidentais resolveu dirigir seus esforços para Pernambuco
em vez de tentar reconquistar a Bahia. Olinda e Recife (PE) foram conquistadas em 1630.
Entre 1631 e 1640, dentro do período da união de Portugal com a Espanha, foram
enviadas três esquadras luso-espanholas ao Brasil. Os holandeses também enviaram forças
navais, com reforços de tropas, para proteger suas conquistas no Brasil. Ocorreram,
consequentemente, encontros que resultaram em diversos combates navais. Os holandeses, por
sua vez, conseguiram manter o domínio do mar e se aproveitaram dele para bloquear os portos
principais e atacar o litoral do Nordeste do Brasil, expandindo sua conquista.

A insurreição em Pernambuco

Em junho de 1641, assinou-se uma


trégua de dez anos com os holandeses em Haia.
Essa trégua interessava à Companhia das
Índias Ocidentais, que via seus lucros
consumidos pelas ações militares, e aos
portugueses, que estavam em guerra com a
Espanha e precisavam reduzir as frentes de
combate. Às vésperas do armistício, os
holandeses trataram de alargar suas conquistas,
ocupando o Sergipe e o Maranhão, no Brasil, e
Angola e São Tomé, na África. Após a Restauração de Portugal, foi enviado um novo governador-
geral para o Brasil, Antônio Teles da Silva. Embora oficialmente o governo português respeitasse a
trégua, para evitar uma guerra declarada contra a Holanda, sigilosamente aprovava a insurreição no
Brasil.

15
Em 19 de abril de 1648, travou-se a Primeira Batalha dos Guararapes e os holandeses, mais
numerosos e com fama de estarem entre os melhores soldados da Europa de então, foram derrotados
no campo de batalha.

A derrota dos holandeses em Recife

Apesar de ainda manterem o domínio do mar, o


ânimo dos tripulantes estava diminuindo, ocasionando
motins, destituição de comandantes e o regresso de
navios amotinados para a Holanda. Por décadas, o Poder
Marítimo holandês havia preponderado nos oceanos,
mas, em meados do século XVII, reapareceu a
concorrência séria da Grã-Bretanha, que teve como
consequência a Guerra Anglo-Holandesa de 1652.
Tornou-se, portanto, inviável para os holandeses manter
o domínio permanente do mar na costa do Brasil.
Em dezembro de 1653, a quarta frota da Companhia do Brasil portuguesa chegou ao
Brasil. O comandante da frota, Pedro Jaques de Magalhães, decidiu bloquear Recife e apoiar os
revoltosos luso brasileiros. As posições holandesas foram, sucessivamente, sendo conquistadas e a
rendição de Recife finalmente ocorreu no final de janeiro de 1654. O longo êxito dos holandeses no
Brasil foi resultante do esmagador domínio do mar que conseguiram manter durante quase todo o
período da ocupação. Mesmo quando Recife já estava cercado e era inviável vencer em terra, ainda
conseguiram, por longos anos, suprir a cidade por mar.

16
Formação da Marinha
Imperial Brasileira

Quais são os meus objetivos?

❖ Descrever os antecedentes históricos do processo de independência do Brasil


❖ Conhecer os acontecimentos da incorporação da Província Cisplatina e a ocupação da
Guiana Francesa
❖ Descrever o emprego do poder naval no processo de independência do Brasil

A VINDA DA FAMÍLIA REAL

Ao saber da chegada do Exército


invasor de Napoleão, devido a Portugal não
acatar o Bloqueio Continental imposto pela
França à Inglaterra, o Conselho de Estado
com o Príncipe Regente D. João acordaram
na retirada para o Brasil de toda a Família
Real. Em 29 de novembro de 1807, a Família
Real embarca rumo ao Brasil.
Junto com a Família Real, todo o
aparato burocrático e administrativo foi
transferido para o Rio de Janeiro. Dentre as primeiras decisões de D. João, já no dia 11 de março
de 1808, está a instalação do Ministério dos Negócios da Marinha e Ultramar.

17
POLÍTICA EXTERNA DE D. JOÃO E A ATUAÇÃO DA MARINHA: A
CONQUISTA DE CAIENA E A OCUPAÇÃO DA BANDA ORIENTAL

A transferência da sede da monarquia


portuguesa para a sua colônia americana fez com que
a política externa de Portugal passasse a ser decidida
no Brasil, instalando-se no Rio de Janeiro o
Ministério da Guerra e Assuntos Estrangeiros. D.
João declarou guerra ao Napoleão e aos franceses e
considerou nulos os tratados assinados anteriormente
com aquele país. Com o objetivo de ampliar seu
império na América, eliminar a ameaça francesa e, ao
mesmo tempo, vingar-se da invasão napoleônica em
Portugal, D. João resolveu ocupar a Guiana Francesa, incorporando-a aos seus domínios. Para
tanto, enviou uma força militar com o objetivo de restabelecer os limites entre o Brasil e a Guiana.
Recebendo reforço naval da Inglaterra, as forças portuguesas partiram para o ataque e, em janeiro de
1809, tomaram posse da colônia em nome de D. João.
Em 1815, com a derrota de Napoleão, a posse da colônia voltou a ser reivindicada pelo governo
francês. A questão passou a ser discutida pelo Congresso de Viena., e somente em 1817 os portugueses
deixaram Caiena (região da Guiana), com a assinatura de um convênio entre a França e o novo Reino
Unido de Portugal, Brasil e Algarves.
Outro movimento importante de D. João na
política externa, foi a ocupação da Banda Oriental,
atual Uruguai. Visando repelir a anexação da região
pela Argentina, D. João enviou para lá um grupamento
do exército português em 1811. Tendo sido devastada
pelas batalhas e a desordem, uma assembleia formada
por deputados representantes de todas as localidades da
Banda Oriental aprovou por unanimidade a
incorporação da região à Coroa portuguesa, fazendo parte do domínio do Brasil com o nome de
Província Cisplatina, em 1821.

18
ELEVAÇÃO DO BRASIL A REINO UNIDO

Com a queda de Napoleão, os portugueses esperavam que seu rei retornasse para Portugal e
trouxesse a Corte de volta para Lisboa. Entretanto, o monarca permaneceu no Rio de Janeiro e, para
viabilizar esta situação, elevou o Brasil a uma condição equivalente de Portugal com a formação do
Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves. Enquanto os comerciantes e fazendeiros brasileiros
desfrutavam do afrouxamento dos laços coloniais, a sociedade portuguesa via-se deixada em segundo
plano, com o território luso sendo administrado por uma junta sob controle de um militar britânico.

O RETORNO DE D. JOÃO VI PARA PORTUGAL

Estourou então na Cidade do Porto um movimento revolucionário liberal. O estado


revolucionário da antiga metrópole provocou o retorno do Rei em 26 de abril de 1821, deixando seu
filho D. Pedro como Príncipe Regente.

A INDEPENDÊNCIA

Em 7 de setembro de 1822, o
Príncipe D. Pedro declarava a
Independência do Brasil. Porém, só as
províncias do Rio de Janeiro, São Paulo e
Minas Gerais atenderam de imediato à
conclamação emanada das margens do
Ipiranga. As capitais das províncias ao
Norte do País mantiveram sua ligação
com a metrópole, a resistência mais forte estava justamente em Salvador, Bahia, onde essa
guarnição era mais numerosa. No sul, a recém incorporada Província Cisplatina viu as
guarnições militares que lá ainda estavam dividirem-se perante a causa da Independência.

19
A FORMAÇÃO DE UMA ESQUADRA BRASILEIRA

O governo brasileiro, por intermédio de seu


Ministro do Interior e dos Negócios Estrangeiros
José Bonifácio de Andrada e Silva, percebeu que
somente com o domínio do mar conseguiriam
manter a unidade territorial brasileira.
A Esquadra Brasileira foi aparelhada com
subscrição pública, arrecadação proveniente da
população, uma espécie de "vaquinha". Havia poucos navios e muita falta de pessoal, pois a profissão
era proibida aos brasileiros e questionava-se a lealdade dos portugueses que decidiram permanecer no
Brasil. O nascimento da Marinha Imperial, portanto, se deu em regime de urgência, aproveitando os
navios que tinham sido deixados no porto do Rio de Janeiro pelos portugueses, que estavam em mal
estado de conservação, e os oficiais e praças da Marinha Portuguesa que aderiram à Independência.
Este conjunto de navios de guerra, a Esquadra, impediria que chegassem aos portos das cidades
brasileiras ocupadas pelos portugueses os reforços que Portugal enviasse, interceptando e combatendo
os navios que os trouxessem.
A Marinha Brasileira contribuiu para a Independência do Brasil, permitindo que do
território da colônia portuguesa na América emergisse um só país, com um grande território.

OPERAÇÕES NAVAIS

Para liderar a recém-formada Marinha


Brasileira, José Bonifácio convidou o experiente
almirante Lord Cochrane, e outros experientes
comandantes europeus a entrar a serviço do Brasil.
Cochrane colocou Salvador sob bloqueio
naval, capturando os navios que provinham o
abastecimento da cidade, que já se encontrava
sitiada por terra pelas forças brasileiras.
Pressionados pelo desabastecimento, as tropas portuguesas abandonaram a cidade em 2 de
julho. O próximo passo para expulsão dos portugueses do Norte-Nordeste brasileiro foi no Maranhão,

20
onde o contingente da Marinha atuou tanto num sentido
apaziguador, mesmo diplomático, como trazendo a
ordem pela força das armas.
As operações navais na Cisplatina
assemelharam-se às realizadas na Bahia, sendo
empreendido um bloqueio naval conjugado com um
cerco por terra a Montevidéu. O desabastecimento
provocado pelo bloqueio e pelo cerco por terra, somado a desalentadora notícia que Montevidéu
era a última resistência portuguesa na ex-colônia, provocou a evacuação do contingente português da
Cisplatina em novembro de 1823.

CONFEDERAÇÃO DO EQUADOR

Foi uma revolta na Província de


Pernambuco, em 1824, que colocou em
perigo a integridade territorial do
Império, uma vez que a revolta se
espalhou por quase todo o Nordeste. As
forças rebeldes foram derrotadas com a
atuação conjunta da Marinha e do Exército Brasileiro.

21
A Atuação da Marinha nos
Conflitos da Regência

Quais são os meus objetivos?

❖ Reconhecer a influência da Marinha nos conflitos internos


❖ Descrever a importância da Marinha na Guerra Cisplatina
❖ Identificar os feitos da Marinha na Guerra contra Oribe e Rosas

PERÍODO REGENCIAL (1831-1840)

Pressionado pela população, em 7 de abril de 1831,


D. Pedro I abdicou do trono em favor de seu filho, D. Pedro
de Alcântara, que tinha apenas cinco anos de idade. Como
o herdeiro não tinha idade para assumir o trono, instalou-se
no Brasil um governo regencial. No período regencial, o
conturbado ambiente político da Corte refletiu nas
províncias do Império em movimentos armados que
explodiram por todos os principais centros regionais.

CONFLITOS INTERNOS

A Marinha da Independência e da Guerra Cisplatina, constituída por elevado número de navios


de grande porte, foi sendo transformada em uma Marinha de unidades menores, onde revoltas
deflagradas em diversas províncias foram abafadas pelo governo regencial com a utilização da
Marinha e do Exército.

22
A Marinha se fez presente:
• No rápido transporte de tropas do
Exército Imperial da Corte e de outras
províncias até as áreas conflagradas;
• No abastecimento das tropas que
lutavam nas províncias rebeladas,
pois não existiam estradas que ligassem
a Corte às províncias do Norte e do Sul;
• Cumpriu ações de bloqueio nos
portos ocupados pelos rebeldes,
evitando que recebessem qualquer
abastecimento vindo do mar, como
armas e ou compradas no estrangeiro.
• Atuando diversas vezes em
desembarques, lutando com grupos
rebelados, lado a lado com tropas do Exército, da Guarda Nacional e milicianos;

REVOLTA ATUAÇÃO DA MARINHA BRASILEIRA


Bloqueou o porto de Belém, dificultando o seu abastecimento,
Cabanagem (1835 – 1840) bombardeou posições rebeldes, desembarcou tropas do Exército
e embrenhou-se nos rios amazônicos para dar combate aos mais
isolados focos de revolta.
Guerra dos Farrapos Transporte e abastecimento das tropas e apoiando ações em terra
com o fogo dos canhões embarcados. Combateu uma pequena
(1835 – 1840)
flotilha de embarcações armadas dos rebeldes.
Combatida com um bloqueio naval na província e o combate a
Sabinada (1837 – 1838) uma diminuta Força Naval montada pelos rebeldes com navios
apresados.
Teve a participação do Capitão-Tenente Joaquim Marques
Balaiada Lisboa, futuro Marquês de Tamandaré (Patrono da Marinha
do Brasil). A Marinha atuou combatendo os rebeldes
isoladamente ou apoiando forças em terra.
Contingentes de marinheiros e fuzileiros navais desembarcaram
dos navios para reunir-se aos defensores da capital na batalha,
Revolta Praieira
enquanto os canhões da Marinha fustigaram as investidas
dos revoltosos.

23
GUERRA DA CISPLATINA (1825-1828)

O Brasil recém-
independente envolveu-se numa
guerra com as Províncias Unidas do
Rio da Prata, atual Argentina, pela
posse da então Província brasileira
da Cisplatina, atual República
Oriental do Uruguai, anexada ainda
por D. João VI, em 1821.
A Marinha Imperial brasileira
na Guerra Cisplatina lutou com a Força Naval argentina, mas também atuou contra os corsários que,
com Patentes de corso emitidas pelas Províncias Unidas do Rio da Prata e pelo próprio Exército de
Lavalleja, atacavam os navios mercantes brasileiros por toda a nossa costa.
A guerra não envolvia só a disputa pela posse do território da Província Cisplatina, mas
tinha como objetivo o controle do Rio da Prata, área geográfica de suma importância estratégica
desde o início da colonização europeia na América do Sul. No estuário do Rio da Prata desembocavam
dois grandes rios (Uruguai e Paraná), que constituíam o caminho natural para a penetração no
continente sul-americano, representando uma estrada fluvial para a colonização, o acesso aos recursos
naturais e a viabilização das trocas comerciais por todo o interior da América do Sul.
O embate entre a Esquadra brasileira e a Esquadra argentina teve lugar no estuário do Rio da
Prata e nas suas proximidades – região com grande número de bancos de areia que dificultava a
navegação. Os navios argentinos atacavam e, quando repelidos, escapavam da perseguição dos navios
brasileiros pelos estreitos canais que se formavam entre os vários bancos de areia da região, em sua
maioria desconhecidos dos marinheiros brasileiros.
Como primeira ação de guerra, a Força Naval brasileira no Rio da Prata, comandada pelo Vice-
Almirante Rodrigo Lobo, estabeleceu um bloqueio naval no Rio da Prata, pretendendo impedir
qualquer ligação marítima entre as Províncias Unidas e os rebeldes de Lavalleja, e dos dois adversários
com o exterior.
O adversário, apesar de contar com um menor número de navios de guerra, tinha suas ações
facilitadas não só pelo conhecimento da conformação hidrográfica do estuário do Rio da Prata, como
também por permanecer operando próximo ao seu porto base, o ancoradouro de Los Pozos, em Buenos
Aires, onde seus navios eram abastecidos e reparados.

24
A batalha de Monte Santiago eliminou o poder combatente argentino, restando-lhe o
corso. No fim, os altos custos da guerra para ambos os países, somados à intermediação inglesa,
levaram ao reconhecimento da independência do Uruguai.

GUERRA CONTRA ORIBE E ROSAS

Rosas era da liderança da Confederação


Argentina e Oribe era líder do partido de oposição ao
governo uruguaio, ambos queriam anexar o Uruguai às
Províncias Unidas. O Império brasileiro, que se opunha
frontalmente à anexação, apoiava o governo constituído
do Uruguai, exercido pelo Partido Colorado.
A Força Naval brasileira, composta por quatro
navios com propulsão a vapor e três navios a vela, tinha como obstáculo o Passo de Tonelero, onde o
inimigo instalara uma fortificação guarnecida por 16 peças de artilharia e 2.800 homens. Devido à
pouca largura do rio naquele trecho, os navios brasileiros seriam obrigados a passar a menos de 400
metros daquela fortificação, recebendo o peso da artilharia inimiga. A solução encontrada pelo Chefe-
de-Esquadra Grenfell foi o emprego conjunto dos navios a vela e a vapor na operação de transposição
daquele obstáculo.
Os navios a vela, mais artilhados, foram rebocados pelos navios a vapor, mais rápidos e
ágeis nas manobras. Tonelero foi vencida em 17 de dezembro de 1851, com as tropas
desembarcando em Diamante com sucesso.
O Exército de Buenos Aires foi derrotado pelas tropas brasileiras e de seus aliados platinos, em
fevereiro de 1852.

25
A Atuação da Marinha na
Guerra da Tríplice Aliança

Quais são os meus objetivos?

❖ Identificar os motivos que causaram a Guerra da Tríplice


❖ Descrever a importância da participação da Marinha do Brasil na Guerra do Paraguai
❖ Descrever a importância da Batalha Naval do Riachuelo para a Guerra
❖ Descrever como a Batalha Naval do Riachuelo foi vencida
❖ Compreender por que, apesar de decisiva, a Batalha do Riachuelo não deu fim à guerra

A livre navegação nos rios e os limites


entre o Brasil e o norte do Paraguai eram
motivos de discordância entre os dois países.
Para os brasileiros, era muito importante
acessar, sem empecilhos, a Província de Mato
Grosso, navegando pelo Rio Paraguai.
Sabendo disto, os paraguaios mantinham a
questão dos limites, reivindicando a livre
navegação no Rio Paraguai, que dava acesso ao
Oceano Atlântico, facilitando a exportação dos
seus produtos.
Com a morte de Carlos López, então
presidente do país na época, ascendeu ao
governo do Paraguai seu filho, Francisco
Solano López, que ampliou a política externa do País, estabelecendo laços de amizade com o General
Justo José de Urquiza, que liderava a Província argentina de Entre Rios, e com o Partido Blanco
uruguaio. Com a invasão do Uruguai por tropas brasileiras contra o governo do Presidente uruguaio
Manuel Aguirre, do Partido Blanco, Solano López considerou que seu próprio país fora agredido e
declarou guerra ao Brasil. Como foi negada pelos argentinos a permissão para que o exército paraguaio

26
atravessasse seu território para atacar o Rio Grande do Sul, Solano invadiu a Província de Corrientes,
envolvendo a Argentina no conflito.
Os seguintes atos de hostilidade do Paraguai levaram à assinatura do Tratado da Tríplice
Aliança contra o Governo do Paraguai, pelo Brasil, Argentina e Uruguai, em 1º de maio de 1865:

• O apresamento do Vapor brasileiro Marquês de Olinda, que viajava para Mato Grosso
transportando o novo presidente dessa província, em 12 de novembro de 1864, em Assunção;
• A invasão do Sul de Mato Grosso por tropas paraguaias, em 28 de dezembro de 1864;
• A invasão de território da Argentina por tropas paraguaias, em 13 de abril de 1865, ocupando
a Cidade de Corrientes e apresando os vapores argentinos Gualeguay e 25 de Mayo.

Os navios brasileiros, no entanto, mesmo os de propulsão mista, eram adequados para


operar no mar e não nas condições de águas restritas e pouco profundas que o teatro de
operações nos Rios Paraná e Paraguai exigia; a possibilidade de encalhar era um perigo sempre
presente. Além disso, esses navios, com casco de madeira, eram muito vulneráveis à artilharia de
terra, posicionada nas margens.

O BLOQUEIO DO RIO PARANÁ E A BATALHA NAVAL DO RIACHUELO

Foi designado o comandante das Forças Navais Brasileiras em Operação o Almirante


Joaquim Marques Lisboa, Visconde de Tamandaré. A estratégia naval adotada foi a de negar o
acesso ao território paraguaio através do bloqueio. Os rios eram as principais vias de comunicação
da região e Tamandaré resolveu designar seu chefe de estado-maior, o Chefe-de-Divisão Francisco
Manoel Barroso da Silva, para assumir o comando da Força Naval brasileira, que subira o rio
para efetivar o bloqueio no afluente
do Rio Paraguai.
Na Batalha de Riachuelo, o
Almirante Barroso investiu com a
proa da Fragata Amazonas (não
possuía esporão) sobre os navios
inimigos, usando a manobra de
abalroamento.

27
Desta forma, a Esquadra paraguaia
foi praticamente aniquilada, e não teria
mais participação relevante no conflito.
Estava garantido o bloqueio que impediria
que o Paraguai recebesse armamentos e,
até mesmo, os navios encouraçados
encomendados no exterior. Comprometeu,
também, a situação das tropas invasoras e,
pouco tempo depois, a guerra passou para o território paraguaio.
Tudo levava à ilusão de que a Tríplice Aliança venceria a guerra em pouco tempo, mas
isto não ocorreu. Humaitá ainda era uma fortaleza inexpugnável, o Brasil precisava dos navios
encouraçados encomendados para destruir a fortaleza. Navios oceânicos de calado inapropriado
para navegar em rios, de casco de madeira, sem couraça, como os da Força Naval brasileira que
combatera em Riachuelo, não teriam bom êxito. Era evidente que o Brasil necessitava de navios
encouraçados para o prosseguir com as ações de guerra.

NAVIOS ENCOURAÇADOS E A INVASÃO DO PARAGUAI

Os navios encouraçados começaram a chegar à


frente de combate em dezembro de 1865. O Encouraçado
Brasil, foi o primeiro que chegou a Corrientes em
dezembro de 1865. No Arsenal de Marinha da Corte, no
Rio de Janeiro, iniciara-se a construção de outros navios
encouraçados, especificados para lutar naquele teatro de
operações fluviais. Durante a guerra, foram incorporados
à Armada brasileira 17 navios encouraçados.

28
PASSAGEM DE HUMAITÁ

Na madrugada de 19 de fevereiro de 1868,


iniciou-se a Passagem de Humaitá. Essa divisão era
formada por seis navios encouraçados. Após a
passagem, três dos seis navios tiveram que ser
encalhados, para não afundarem devido às avarias
sofridas no percurso. Estava, no entanto, vencida
Humaitá, o que praticamente decidiu a guerra.
Na madrugada de 3 de março de 1868, López se retirou de Humaitá com cerca de 12 mil
homens. Ao final, renderam-se 1.300 paraguaios.

O AVANÇO ALIADO E A DEZEMBRADA

A partir de então, os navios participaram das


operações prestando o apoio determinado por Caxias,
comandante das forças terrestres. Em 4 de dezembro, a
Força Naval apoiou o desembarque das tropas em Santo
Antônio, sobre a retaguarda paraguaia. O ataque de Caxias
para o Sul é conhecido como a Dezembrada. Ao final, as
forças paraguaias estavam derrotadas e López fugiu.

A OCUPAÇÃO DE ASSUNÇÃO E A FASE FINAL DA GUERRA

Como não havia mais obstáculos até Assunção, ela foi ocupada pelos aliados e a Força Naval
fundeou em frente à cidade, em janeiro de 1869. A Guerra foi muito importante para a consolidação
dos Estados Nacionais na região do Rio da Prata. Foi durante o conflito que a unidade da Argentina se
consolidou. Para o Brasil, foi um grande desafio que mobilizou o País e uniu sua população. Foi lá que
os brasileiros das diferentes regiões do País se conheceram melhor, passando a se respeitar e a se
entender.

29
A Marinha na República

Quais são os meus objetivos?

❖ Identificar as características dos programas de Reaparelhamento Naval de 1904;


❖ Descrever a atuação e as consequências da participação da Marinha do Brasil na
Primeira e na Segunda Guerra Mundial;
❖ Descrever as causas e consequências do conflito diplomático conhecido como “Guerra da
Lagosta”.

REAPARELHAMENTO NAVAL DE 1904

Os primeiros anos da República foram


marcados pela progressiva desmobilização da
Esquadra brasileira. A situação interna do País se
refletia nos orçamentos insuficientes que negavam
à Marinha os recursos necessários à modernização
dos meios flutuantes e à criação de uma
infraestrutura de apoio. Essa situação se manteve
por toda a década final do século XIX.
O Deputado Dr. Laurindo Pitta apresentou à Câmara, em julho de 1904, um projeto que
continha o programa naval do Almirante Júlio de Noronha, sendo o projeto finalmente aprovado, quase
que por unanimidade, ele se transformou em um decreto em novembro de 1904. A alteração
contemplou:
• Três novos encouraçados do tipo • Bases secundárias em Belém e Natal;
dreadnought, cruzadores e • Pequeno porto em Santa Catarina;
contratorpedeiros; • Frota de mar ofensiva;
• Criação de um moderno arsenal; • Submarinos F1, F3, F5 e Humaitá;
• Modernização das instalações da Ilha
das Cobras;

30
PRIMEIRA GUERRA MUNDIAL

Em 1917, o Brasil entrou no


conflito quando a campanha
submarina alemã atingiu seus navios
mercantes, afundados em razão do
bloqueio alemão a Grã-Bretanha. O
Brasil enviou então uma Divisão Naval,
comandada pelo jovem Almirante
Pedro Max Fernando de Frontin, para
operar com a Marinha britânica entre
Dakar e Gibraltar em 1918. Uma outra contribuição significativa foi a designação de 13 oficiais
aviadores, sendo 12 da Marinha e um do Exército para se aperfeiçoarem como pilotos de caça da RAF
no teatro europeu.
A Divisão Naval em Operações de Guerra (DNOG) tinha como principal tarefa a ser
cumprida, patrulhar uma área marítima contra os submarinos alemães, compreendida entre
Dakar no Senegal e Gibraltar, na entrada do Mediterrâneo, com subordinação ao Almirantado
inglês.
A vitória dos aliados seria confirmada em Paris, em 28 de junho de 1919, quando se reuniram
os representantes de 32 países e assinaram o Tratado de Versalhes, que foi imposto à Alemanha
derrotada. Em 9 de junho de 1919, depois de parar em Recife por breves dias, os navios da DNOG
entravam na Baía de Guanabara, porto sede da Divisão Naval. Acabara assim, a participação da
Marinha na Primeira Guerra Mundial.

PERÍODO ENTRE GUERRAS

O período entre guerras, que


abarcou os anos de 1918 até 1939,
caracterizou-se pelo abandono a que foi
submetida não só a Marinha de Guerra
como praticamente toda a atividade
nacional relacionada com o mar.

31
SEGUNDA GUERRA MUNDIAL

Após a eclosão da guerra na Europa, o Brasil


adotou um posicionamento americano, isto fez com
que Hitler mandasse atacar navios brasileiros. No
decorrer da guerra, foram perdidos por ação dos
submarinos alemães e italianos 33 navios mercantes
e a morte de 480 tripulantes e 502 passageiros.
Os Estados Unidos apoiavam os países
aliados através da Lei do Empréstimo e
Arrendamento (Lend Lease), concedendo
operações financeiras imediatas, e o
fornecimento de materiais necessários ao esforço
de guerra. O Brasil recebeu navios
contratorpedeiros e navios patrulha para tarefa de
patrulhar a costa. Também ocorreu a vinda de
militares americanos para nos adestrar das novas
táticas antissubmarino. Em contrapartida, o Brasil
era importante aos EUA devido a sua posição geográfica (saliente nordestino) e por possuir matérias-
primas vitais para o esforço de guerra.
Com o auxílio norte-americano, o Brasil criou uma segunda base para a esquadra, com a
finalidade de patrulhar os Oceanos Atlântico e escoltar navios mercantes, conhecida como Força
Naval do Nordeste.
A missão da Marinha do Brasil na Segunda Guerra Mundial foi patrulhar o Atlântico Sul
e proteger os comboios de navios mercantes que trafegavam entre o Mar do Caribe e o nosso
litoral sul contra a ação dos submarinos e navios corsários germânicos e italianos.

Os feitos realizados e os legados deixados pela Segunda Guerra Mundial foram:

• 99% dos navios protegidos por escoltas brasileiras atingiram os seus destinos;
• O Brasil obteve maior capacidade para controlar áreas marítimas e maior poder dissuasório;

32
• Mudança de mentalidade na Marinha, com a assimilação de novas técnicas de combate e a
incorporação de meios modernos para as forças navais;
• Oportunidade de a Marinha participar de ações de guerra e adquirir experiências da refrega,
das adversidades, do medo e da dor com a perda de navios e companheiros;
• A percepção de que a logística ocupa lugar de importância na manutenção de uma força
combatente operando eficientemente. Esse tipo de percepção refletiu-se na construção da Base
Naval de Natal e outros pontos de apoio logístico do nosso litoral;
• A aproximação do país com os norte-americanos. Essa associação alinhou o Brasil diretamente
com doutrinas americanas e com uma exacerbada ênfase na guerra antissubmarino.

GUERRA DA LAGOSTA

Na década de 1960, a França enviou


navios de guerra, em tempo de paz, para
proteger seus barcos de pesca, que
capturavam lagostas na plataforma
continental brasileira. O governo brasileiro
determinou que diversos navios da
Marinha do Brasil se dirigissem para o
local da crise, mostrando que o País estava
disposto a defender seus direitos, se
necessário com o emprego da força. Logo
os navios franceses retornaram e o conflito de
interesses voltou para o campo da diplomacia – de onde nunca deveria ter saído.
A persuasão naval exercida pelo emprego do Poder Naval brasileiro foi de coerção deterrente,
porque inibiu o apoio que intencionalmente os franceses pretendiam dar a seus barcos de pesca.

33
PODER NAVAL

Tipos de persuasão naval:


• Dissuasão: evitar uma ação pelo receio das consequências. É um estado mental
provocado pela existência de uma ameaça credível e de uma retaliação inaceitável.
Ex: Guerra Fria.
• Coerção: pode ser positiva ou compelente, quando a uma ação já iniciada é forçada
uma determinada linha de ação, modificando-a, ou negativa, também chamada de
deterrente, quando inibe uma determinada atitude, impedindo que seja tomada.
Ex: Guerra da Lagosta (Coerção deterrente).

No passado, muitas vezes as


nações detentoras de Poder Naval
utilizaram seus navios de guerra e forças
navais com o propósito de sustentação ou
de dissuasão. A simples existência de um
Poder Naval preparado para a guerra pode
fazer com que aliados se sintam apoiados
em suas decisões políticas, nas relações
internacionais e inimigos sejam dissuadidos de suas intenções agressivas.

Características fundamentais do Poder Naval:


• Mobilidade
• Versatilidade de tarefas
• Flexibilidade tática
• Autonomia
• Capacidade de projeção de poder
• Alcance geográfico

34
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