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Casa Senhor do Bonfim

Caderno de
Santo

Nº 01

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Casa Senhor do Bonfim

“Não basta saber, é preciso acreditar... Não basta estar junto, é preciso participar.... Cada um de nós, procuremos fazer a
nossa parte, e que os Bakuros cubram por muito tempo a continuidade da vida na Terra...”
Que esta obra possa ser útil àqueles que com amor dedicam sua vida ao Santo. Asè!

Conhecendo o Culto:

A LENDA DA CRIAÇÃO DO MUNDO

Uma vez tendo N’Zambi se expandido ao máximo e criado a sua corte imediata, bem como as
demais essências e espíritos e por fim, já tendo criado também a Terra, decidiu convocar para uma
reunião em seu Palácio, Aluvaiá e também a sua parte feminina, Mujilo, nomeando-os como seus
emissários diretos, determinando-lhes que o mantivesse informado das boas novas do novo planeta. Com
efeito, N’Zambi dotou-os da capacidade de transporem com fabulosa destreza as barreiras entre os
mundos, de modo a lhe trazerem com a maior rapidez, as informações e notícias de tudo o que se passava.

Certa ocasião, ao serem convidados a se pronunciarem, não se fizeram de rogados e contaram à


N’Zambi que era necessário proporcionar aos espíritos que na terra vagavam, alguma forma de expiação
para os seus débitos, e que para tal, era preciso dar-lhes forma por meio da matéria, uma vez que estes
existiam apenas como simples espirais de fumaça, e que, por não possuírem forma, não se conheciam e
ainda ignoravam a real natureza de suas ações, assim como as suas possíveis conseqüências e sequer
pudessem cumprir as punições que N’Zambi porventura lhes determinasse, em virtude das eventuais
falhas que praticassem. Inteligentemente, propuseram à N’Zambi que lhes dotasse do poder de manipular
a energia, para poderem dar forma material àqueles seres, ao que N’Zambi concordou. Assim, os
emissários retornaram para executarem a nova tarefa, a de modelar aquelas espirais, propiciando sobre
elas a energia que dava-lhes a forma material- a vida.

Nesta mesma ocasião sugeriram ainda, que cada um dos Espíritos da Natureza, isto é, os demais
Bakuro, que neste tempo já haviam também sido criados por N’Zambi, mas os quais sabemos, são
estacionários em seus planos divinos, tivessem um pouco mais de paciência para finalmente descerem à
terra e dominarem cada um, o reino da natureza que lhes fosse de direito, deixando portanto, por conta de
Aluvaiá e Mujilo a responsabilidade de arrebanharem espíritos de outros planetas, trazendo-os à terra,
afim de se juntarem aos outros e passassem pela expiação de suas ações. Após muita delonga, resolveu
N’Zambi, aceitar a sugestão.

Assim, partiram Aluvaiá e Mujilo em busca de novas camadas de espíritos em outros planetas e lá
chegando, como lhes é peculiar, enganaram a todos com promessas de rápidos resgates de débito
espiritual, anunciando que a terra era o lugar ideal para todos, um verdadeiro paraíso, e que eles podiam
lhes acompanhar, pois não se arrependeriam. Iludidos com aquela argumentação matreira e acreditando
ser a terra realmente um paraíso, rumaram todos imediatamente ao seu destino.

Quanta decepção e desilusão, quanta lágrima derramada, pois aqui chegando, deu-se o fenômeno
da materialização. Ao adquirirem formas humanas, foi permitido aqueles espíritos errantes, enxergar,
ouvir e sentir, mas agora já na própria carne, todo tipo de dores e necessidades, participando de
espetáculos deprimentes, como crimes de todas as espécies, além de outras negatividades.

E assim estava instaurado o caos. Neste tempo, os seres não conheciam um outro senhor no
Universo, ainda assim, Aluvaiá e Mujilo temendo perderem o seu poder, ignoram o acordado entre
N’Zambi e os Bakulu sobre sua vinda à terra e passaram a nutrir os seres por eles transportados e criados,
com sangue, provocando um enfraquecimento em si mesmos devido a crescente demanda.

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Diante do problema, Aluvaiá e Mujilo decidiram alimentarem-se do sangue que destinavam as
demais criaturas, tornando-se cada vez mais constituídos da mesma substância que os humanos, cada vez
mais a sua semelhança.

Novamente convocados a prestarem contas a N’Zambi, mentiram, ao afirmarem que do outro lado
haviam seres bonitos, felizes, flores, etc. Ousados, acrescentaram ainda, que se ficassem mais tempo se
enfraqueceriam muito, por isso precisavam conhecer o segredo da perpetuação, que só N’Zambi podia
lhes revelar. N’Zambi, percebendo as intenções maléficas, pela energia que deles emanava, disse:
“Aluvaiá e Mujilo, vocês me enganaram. Usaram seus poderes sem me consultar e beberam da
substância que não lhes era destinada. Por isso, mandarei vocês de volta, e como castigo terão que
prosseguir mantendo-se com a própria essência da vida que criaram e sorveram: o sangue”, ordenando-
lhes por fim que voltassem a terra.

De tempos em tempos, N’Zambi pedia a um dos Bakuro para descer à Terra, e trazer-lhe
informações, ao que atendiam de pronto. Certa vez ao retornarem, informaram à N’Zambi que Aluvaiá e
Mujilo faziam um bom trabalho.

N’Zambi novamente chamou a ambos à sua presença para que falassem de suas obras. Após terem
conferenciado, N’Zambi determinou que os demais Bakuro regressassem aos mundos habitados e diante
da grande obra realizada por Aluvaiá e Mujiloa, passassem cada qual a exercer de fato o domínio sobre as
matas, os mares, o ar, o fogo, a terra, e demais reinos e elementos da natureza, como há muito esperavam.
N’Zambi escolheu e escalou o Bakuro Tempo (Kitembu), encarregando-o da missão de transportar os
bons e os maus espíritos e após classificá-los, alojá-los nos planos de vida correspondentes. Assim, os
maus relutam até hoje em moldarem-se a seu plano, ao passo que os bons devem ir se aperfeiçoando a
cada dia.

Aluvaiá e Mujilo vendo o seu império comprometido, zangaram-se com os Bakuro, mas estes de
posse de seus domínios passaram a capacitar os seres para realização de diversas proezas. Com isso,
ambos atestaram que perdiam poder e resolveram voltar à N’Zambi, alegando que haviam sido expulsos
de seus domínios pelos Bakulu, tentando intrigar N’Zambi contra as demais Divindades. Entretanto,
N’Zambi dessa vez não lhes deu ouvidos e em sua infinita bondade deixou a encargo de ambos a missão
de seguirem transitando entre os dois mundos, agora como os mensageiros dos Bakuro. Com o passar dos
tempos, os seres, sentindo necessidade do desempenho de ambos como os agentes mágicos universais, e
faziam-lhe sacrifícios para chamá-los, convocando-os e recebendo-os com honrarias, já que haviam
ficado dependentes do sangue por eles criado, de sua presteza ao circularem entre os mundos, de
propiciarem os acontecimentos e de levarem e trazerem as mensagens dos Bakuro. Como pena, Aluvaiá e
Bombo-Njila passaram a ter a responsabilidade de manter a vida material através do que lhes é também
vital- o sangue. Por outro lado são sempre os primeiros a serem alimentados e homenageados, já que
foram os primeiros a serem criados por N’Zambi e a reinarem sobre a matéria humana, sendo por isso,
Aluvaiá e Mujilo, até hoje, os intermediários legítimos entre os homens e as demais Divindades.

Introdução

Segundo nosso entendimento, o Omoloko começou a existir como uma das variantes de
religião afro-brasileira que passou a ser praticada no Brasil a partir de algum tempo no passado, depois da
chegada dos escravos negros. Provavelmente de maneira precária no início, pela falta de liberdade dos
escravos para qualquer tipo de organização, mas, com o decorrer do tempo e com as leis que foram aos
poucos mudando as condições de vida dessas pessoas, de maneira mais organizada e completa – e o
Omoloko, nesse particular, em nada difere das outras variantes religiosas afro-brasileiras. O que o torna
particular é que ele se estruturou inteiramente no Brasil, tendo influência de diversos rituais religiosos
africanos, principalmente os dos povos que vieram de regiões que hoje são o Congo, Angola,
Moçambique, Nigéria, Benin, Camarões – e, portanto, diferente dos Candomblés, por exemplo os de

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origem Yoruba, que ainda hoje guardam forte predominância de influência de sua região de origem, e aqui
se organizaram obedecendo a um padrão religioso e cultural já preestabelecido nessas origens.

O Omoloko fazia parte do que se chamava, nos fins do século XIX e início do século XX, de
Makumba, no Rio de Janeiro; segundo os estudiosos, também a Makumba se originou de diversas
procedências, conforme a influência de suas regiões de origem na África; assim, existia a Makumba Mina,
a Rebolo, a Cabinda, a Congo, etc.

O Omoloko organizou-se majoritariamente na Zona da Mata em Minas Gerais, no estado do


Rio de Janeiro, no nordeste do estado de São Paulo e em parte do Espírito Santo; o nome é Yoruba e
existem várias opiniões a respeito de seu significado. Uns dizem que significa "filhos do tempo", porque
no início, devido à falta de recursos, seus adeptos praticavam-no ao ar livre, ou debaixo das árvores, ou
debaixo das árvores chamadas Iroko. Outros atribuem à palavra sentido mais literal e abrangente, como
"filhos da fazenda", ou mesmo "filhos da roça", designando os negros vindo do meio rural e que
professavam tal religião, haja vista serem muitas dessas organizações estabelecidas mesmo nas roças, ou
em áreas afastadas das cidades.

O Omoloko praticado por nós foi instituído por um escravo, nascido na África, que no nosso
meio ficou conhecido como Chico Rei.

O que é Omolokô

Omolokô é um nome de origem yorubá ou nagô. Pela maneira como é pronunciada a palavra
com som aberto nas vogais iniciais e fechado nas últimas vogais, significa vertendo o vocábulo para a
língua portuguesa o seguinte: Omo = Filho e Oko = Fazenda, logo filho da fazenda.

Filhos da fazenda porque o culto era realizado fora das cidades por causa da repressão policial
existente na época que forçavam aos cultores da religião africana realizarem seus rituais dentro das matas
fechadas ou lugares inóspitos dentro das fazendas dos senhores feudais.

Por serem rituais rituais realizados fora dos limites da zona urbana da cidade, talvez por esta
razão tenha surgido o nome terreiro, roça que é delimitação onde professam nas casas as seções
espirituais. Até os centros que mais se assemelham ao culto Omolokô, saem acasionalmente de suas sedes
e oferecem obrigações no interior de matas fechadas.

Este culto tem todos os seus orixás com os nomes pertencentes a cultura nagô, até os seus
oriki, rezas dos santos, seus orunko trazido através do jogo de búzios ou Ifá ou Erin_dinlogum do zelador
de otá, seus assentamentos parecem-se com os feitos nos candomblés nagô, em prateleiras. Os exús
também são feitos a semelhança de uma pessoa , em barro vermelho.

Assim sendo, parece-nos uma nação pelo nome e pelos motivos acima expostos que mantém
profundas raízes nagôs.

O significado da palavra Omolokô também pode ser, filhos do orixá Okô, que pertence ao
conjunto de orixás Odé, caçadores.

Okô é a deusa da agricultura , portanto, um orixá feminino que é adorada nas noites de lua
nova, especialmente pelas mulheres agricultoras de inhame. Este orixá já foi muito devotado nas
macumbas. É assentado junto com Oxossi, o que viria dar maior consistência a origem do Omolokô, uma
vez que este culto mantém uma forte predominância de orixá Oxossi que foi que permaneceu com sua
cultura intacta dentro do contexto religioso dos negros africanos.

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Até mesmo para reforçar a tese defendida pelo Tata Ti Inkice Tancredo da Silva Pinto de que o
Omolokô era um culto proveniente da África, onde os sacerdotes se reuniam em noite de lua cheia sob a
copa de frondosa árvore carregada de frutos parecidos com maçã.

Logo há uma lógica no nosso conceito se compararmos os candomblés da Bahia, com forte
predominância dos negos da cultura Ketu, sudaneses, com as macumbas do sudeste (RJ/MG) de origem
de negros de cultura bantus, o orixá que preside estas culturas é o mesmo Oxossi, a quem todos os
participantes rendem homenagem arriando suas cabeças ao chão em sinal de respeito e submissão ao
chefe da tribo.

Caso queira estabelecer uma comparação, é só verificar numa macumba com forte
predominância bantu e num candomblé de forte influência sudanesa se os cânticos ritualísticos não se
assemelham.

Entretanto, nos cânticos que nos conhecemos através de assimilação de fonemas por meio de
som musical, parece-nos haver uma certa mistura de português, nagô e bantu, por exemplo:

“Zambariri, zambariri ta nangome

Zambariri Tata de Umbanda

Zambariri ta nangome”

“Cinda gueto mundero vangulero

Mamãe cinda olha vanguero (bis)”

Este conhecimento e a repressão enérgica fizeram com que os negros buscassem formas de
expressão cultural mais amena, pois sua religiosidade era considerada selvagem. Muitas coisas cultuadas
pelos negos está mistificada, deturpada ou proibida.

História de Batayọ

Maria Batayọ nasceu por volta de 1.797 na África. Veio com vinte anos como escrava para o
Brasil, para trabalhar numa fazendo do estado do Rio de Janeiro. Foi embarcada no Forte da Mina e tinha
procedência Mina Je San, segundo uma das versões; outra versão conta que Batayọ era uma negra Bini,
que são os habitantes da região da cidade de Benin na Nigéria, povo que reivindica para si descendência
dos Yoruba de Ife. Seus contemporâneos de culto afro-brasileiro no Brasil diziam dela que era Nago,
quando queriam compará-la com outros praticantes do Omoloko. Já veio feita da África, era de Nanan e
foi feita por Sanguerabu, um africano que nunca pisou o solo brasileiro e que era das terras de Egun
(também conhecido como Popo ou Je), povo de língua da família Ewe, nas cercanias de Porto Novo, na
Baía de Benin, no litoral do antigo Daomé, atual Benin.

Seu nome, de fato, parece ter sido Tayọ. Era chamada assim na fazenda em que trabalhou.
"Ba" talvez tenha sido agregado mais tarde, talvez nos meios religiosos afro-brasileiros que freqüentou, e
"Maria" foi o nome adotado em terras brasileiras.

Batayọ era escrava doméstica e trabalhava na cozinha; teve impaludismo (malária) e curou-se
tomando chá de fedegoso. Enquanto esteve doente e convalescendo, uma prima sua, não escrava, muito
boa cozinheira, foi ajudá-la nos serviços. Batayọ aprendeu muito com essa prima e se revelou com ótimas
qualidades, acabando por se transformar numa cozinheira tão boa quanto a outra.
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A pedido da filha da fazendeira, Sinhazinha, Batayọ foi transferida para outros serviços
domésticos, dentro da casa grande. Nesse tempo, Sinhazinha namorava um rapaz de uma fazenda vizinha
e, passeando com ele a cavalo, caiu e machucou a cabeça. Ficou muito mal e foi salva por Batayọ, mas
esteve pelo resto da vida sujeita a crises nervosas e, por isso, passou a ser cuidada pessoalmente por
Batayọ, a quem se apegou ainda mais.

Sinhazinha casou-se com esse namorado, do qual teve alguns filhos, entre mulheres e homens.
Um desses homens tornou-se major do Exército, e mais tarde foi feito no santo por Batayọ, na futura Roça
dela, no morro de São Carlos, na cidade do Rio de Janeiro.

O marido de Sinhazinha, um dia, castigou demais um escravo, mandando chicoteá-lo no tronco


até quase à morte. O negro sobreviveu e depois de recuperado matou o fazendeiro a facadas. Sinhazinha,
prejudicada pelo seu estado nervoso, ao saber do ocorrido, teve um colapso e morreu. Só que, antes disso,
já havia alforriado Batayọ, como recompensa pelo cuidado que sempre tivera com ela, e depois com seus
filhos, ajudando-a a criá-los; além disso, ainda lhe comprara o terreno do morro de São Carlos, para que
um dia Batayọ tivesse onde morar, datando daí a posse desse terreno.

Quando Sinhazinha morreu, por volta de 1.867, Batayọ tinha cerca de setenta anos. Muito
velha para viver na fazenda, veio para a cidade e ocupou sua terra no morro de São Carlos, fundando a
Roça e iniciando sua vida de mãe-de-santo.

Batayọ casou-se no Brasil, teve vários filhos naturais e fez vários filhos-de-santo em sua Roça.
Apesar de ter vindo feita da África, aprendeu com africanos ex-escravos muito sobre os fundamentos das
religiões africanas praticadas aqui no Brasil naquela época, especialmente o Omoloko, tanto durante o
período em que viveu na fazenda quanto em seu primeiro ano na Roça do morro de São Carlos.

Batayọ teve vários filhos-de-santo:

1. Leocádia, de Oşoọsi Arranca Toco, iyalorişa.

2. Mané Bertolino, babalorişa que fez Severino, de Şango, por sua vez babalorişa que fez Chico
Diabo, ogan; Leba Jui, babalorişa e Manezinho, de Ogun, babalorişa. Manezinho fez Sizenando,
de Yemọja, babalorişa.

3. Tuti, de Şango, babalorişa.

4. Heitor, de Şango, babalorişa que fez Saul, de Ogun, babalorişa.

5. Joana de Yemọja, iyalorişa que fez Délia, de Ọya, iyalorişa, e Maria-Faz-Força, de Iyasan,
iyalorişa, que fez Bibi, de Oşoọsi, iyalorişa, que fez Antoninho, babalorişa, de Oşoọsi Folha Seca.

6. Tomate, de Ogun, pejigan e filho natural mais novo de Batayọ, a quem ela ameaçava punir com
uma "coça" quando achava que ele não se comportava de maneira correta. Isso foi presenciado por
Fujẹko que, quando contava, ria, visto que Tomate, por essa época, já havia passado dos 80 anos
de idade – segundo ele, mais de 84 anos.

7. Guiomar de Mungongo, de Oşoọsi, iyalorişa, que fez Miguelão, de Şango, ogan.

8. Mano Otávio, de Şango, babalorişa.

9. Roxinha, de Ọşun e Oşoọsi, iyalorişa, também filha natural de Batayọ, que junto com Henriqueta
completou as obrigações de Fujẹko.

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10. Henriqueta, de Nanan, iyalorişa que junto com Roxinha completou as obrigações de Fujẹko, de
Şango Agodo, e lhe deu o deka, confirmando-o babalorişa.

11. Edgar Canivete, de Şango Alafin, babalorişa.

12. Guiomar de Şango de Ouro, de Şango, iyalorişa.

13. Tio Mina.

14. Jerônimo, de Şango.

15. Hildebrando, ogan.

16. O major, filho da Sinhazinha.

17. Maria.

18. Fujẹko de Şango Agodo (Gérson Gentil de Azevedo).

Batayọ morreu aos 129 anos, por volta de 1926, na Roça do morro de São Carlos, onde, além
de ter sua Casa-de-Santo, também morava. Anunciou sua própria morte algum tempo antes. Nove pessoas
presenciaram sua passagem: Samuel, "Seu" Chaves, Ricardina, Henriqueta, Mistura, Tuti, Tẹko, Edgar
Canivete e Fujẹko, que tinha então 13 anos de idade. Para este último, ela disse que, quando ele tivesse
entre 36 e 39 anos de idade, alguém, que não estava ali, iria cobrir sua casa de flores e pétalas no chão,
para receber o Santo dele, no momento em que ficasse pronto. De fato isso aconteceu, quando Lili, que
não era filha de Batayọ, nem de sua descendência nem ascendência e que sequer chegou a conhecer
Batayọ, ficou encarregada disso na casa onde Fujẹko mais tarde residiria, depois de concluídas suas
obrigações com Roxinha e Henriqueta.

Roxinha, sua filha natural e filha-de-santo, fez o aşeşe de Batayọ, tirou a mão-de-vumi dos
filhos de Batayọ e deu saída ao ẹbọ de seus Santos. Depois disso, a Roça do morro de São Carlos esteve
fechada por seis meses, ficando Roxinha como sua sucessora.

Vinte anos após morreu Roxinha, por volta de 1.946. Henriqueta ainda ficou na roça, mas os
netos de Batayọ tomaram posse da propriedade e o Terreiro acabou. Henriqueta fundou então um Terreiro
em Bento Ribeiro, na cidade do Rio de Janeiro, e morreu quatro anos após Roxinha, por volta de 1.950.

Os contemporâneos de Batayọ e seus respectivos descendentes que praticavam o Omoloko no


Rio de Janeiro eram:

1. Dona Jeje, de Şango, iyalorişa; viveu perto de 100 anos.


2. Chica Boi, de Iyasan e Oşoọsi, iyalorişa; viveu perto de 70 anos. Fez: Orlandino da Cobra
Coral, de Oşoọsi, babalorişa, que fez Orlando do Pó, de Omolu, babalorişa, Virgílio Cipozeiro, de
Oşoọsi, babalorişa, e Mistura, de Ogun, alabe.
3. Mosinha, de Ọşun, iyalorişa, viveu perto de 100 anos; era filha-de-santo de Tia Chica de
Vavá, de Yemọja com Şango, que era negra nagô, viveu perto de 90 anos e morreu em Abolição,
Rio de Janeiro. Mosinha teve os seguintes filhos-de-santo: Cai n'Água, de Oşoọsi e Ọşun,
babalorişa; Ricardirna, de Oşala, iyalorişa, que fez Ana Cachorro, de Iyasan, runsol e Alexandre de
Ọbaluaiye, babalorişa; Zé Spingéli, nome provável José Gomes da Costa, de Şango, babalorişa,
que fez Cecília, iyalorişa e Cacheado, de Iyasan, babalorişa, que fez Lili do Coqueiro, de Oşoọsi,
iyalorişa, que fez Lourdes, iyalorişa, que abandonou o Omoloko e passou para o Candomblé
Angola, tornando-se filha de Néris. Antes, Lourdes havia feito Ildérica, de Ọbaluaiye e Yemọja,

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que no ínicio da década de 1.970 tinha uma casa de Omoloko em Sobradinho, cidade satélite de
Brasília.
4. Deawe, de Oşoọsi, babalorişa, filho natural de Batayọ, viveu perto de 100 anos. Fez
Custódio Caravana, de Oşoọsi Arranca Toco, babalorişa que viveu 72 anos.
5. Sarah, viveu perto de 100 anos. Fez os seguintes filhos-de-santo: "Seu" Chaves, de Ogun
Meje, babalorişa; Samuel, de Şango, oşogun; Mano Elói, nome provável Elói Antero Dias, de
Şango, babalorişa; Benedito Perna Seca ou Benedito Espírito Mau, de Iyasan, babalorişa.
6. Tião, de Şango, viveu 60 anos.
7. Dona Mariquinha, de Ọşun, iyalorişa. Fez: Tiana, de Ogun, iyalorişa; Porfírio, de Şango,
oşogun; Tia Cláudia, de Iyasan Garuana, iyalorişa; Maria Capoeira, de Oşoọsi e Iyasan; Guaraná,
de Şango, babalorişa, que fez Dona Chica, de Ọşun, iyalorişa, que fez Tia Josefa, iyalorişa, que fez
Maria Augusta, de Omolu, iyalorişa, que fez Sinhô, de Oşoọsi, babalorişa, e Djama de Alalu, de
Oşoọsi e Iyasan, que abandonou o Omoloko, passando para o Candomblé Ketu, filho de Fumotin,
por quem acabou sendo feito para Eşu Lalu.
8. Chica Velha (tronco vindo da Zona da Mata de Minas Gerais, conhecida nessa época por
"África Mineira"), iyalorişa, que fez Lili, de Şango e Ọşun, iyalorişa.
9. Eleotério, viveu perto de 110 anos, de Omolu, babalorişa, fez: Soféria do Soferão, de
Osanyin, iyalorişa, que fez Sinhô de Sete Pedras, de Iroko, babalorişa.
10. Chico Velho, de Oşumare, babalorişa. Fez Neném do Bambual, de Ọşun, iyalorişa, que fez
Ercília de Arruda, de Ogun e Ọşun, iyalorişa.
11. Maria de Nanan Buruke, de Nanan, viveu 80 anos, iyalorişa, que fez "Seu" Domingos, de
Şango, babalorişa; Militão, babalorişa, que fez Paulo Demandista, de Oşoọsi, babalorişa.
12. Tio Chico, de Ogun, babalorişa, irmão natural de Batayọ.
13. Bakayọdẹ, morreu com 105 anos; era babalorişa de Şango e tinha um irmão-de-santo, La
Grossa, de Bẹsẹn, babalorişa.
14. Inhá, de Iyasan, iyalorişa, que fez: Ezinho, de Ọşun, ogan; Raul, de Oşoọsi, alabe; Farrel, de
Oşoọsi, alabe; Geraldo, de Ogun, ogan; Cláudio, de Şango das Almas, babalorişa.
15. Tia Fé, nome provável Fé Benedita de Oliveira.

Nota sobre a origem de Maria Batayọ

Para tentar descobrir a origem de Batayọ, ou Tayọ, partiremos do princípio muito provável que
o nome dessa yalorişa seja Yoruba e que Sanguerabu seja um nome pertencente a uma língua da família
Ewe. Essa afirmação baseia-se também na história contada acima e no fato óbvio de que Batayọ teria que
ter convivido com Sanguerabu. Os dados conhecidos, aparentemente inconciliáveis, dão a ela diversas
origens, ou seja, Nago, Mina Je San, Bini e de procedência do Porto da Mina. Há ainda o fato de ela ter
nome Yoruba e ser filha-de-santo de um babalorişa de origem Egun, povo também conhecido como Popo
ou Je.

Pensamos que, sendo Batayọ Bini, ou descendente de Bini, seria ela também Yoruba.
Conforme já vimos, o povo Bini se considerava descendente dos Yoruba de Ife, e muito provavelmente,
então, ela teria convivido com Sanguerabu, ou em terras Yoruba, ou em terras dos Egun (ou Popo ou Je),
ou em terras de fronteira ou de vizinhança desses dois povos. No primeiro caso, sendo Bini, poderia ter
nascido e se criado numa região de fronteira, o que era uma possibilidade concreta, pois havia povos,
entre eles os Egun (ou Popo ou Je), todos de língua da família Ewe, que ocupavam a região litorânea da
Baía de Benin, indo desde o Gana, no sentido oeste-leste, até Badagri, onde se encontravam com os Bini,
que habitavam a parte litorânea dessa região e que vinham desde a Cidade de Benin, no sentido oposto,
leste-oeste. Já os Yoruba localizavam-se no interior desse litoral.

Sendo ela de descendência Bini, teriam seus antepassados migrado para uma região que fizesse
fronteira com Egun (ou Popo ou Je), mas que fossem terras Yoruba e não terras Bini. Essa região poderia
ser a antiga Província de Colônia, que circundava Lagos, ou até mesmo essa cidade da Nigéria. Hipótese
também possível, visto que, nessa cidade, no século XV, foi estabelecida uma dinastia Bini, tendo Lagos

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pago tributos a Benin até 1830. Além disso, houve um intenso comércio de negociantes escravagistas
portugueses entre essas duas cidades.

Maria Batayọ poderia ter nascido também em um distrito chamado Egun-Awori, na região de
Badagri, no antigo Protetorado Britânico, perto de Lagos, onde a população era constituída de pessoas de
Egun e de Awori. Awori é um povo que se estabeleceu em Lagos na época da dominação Bini sobre essa
cidade; neste caso, por exclusão, não sendo Awori, pois isto não foi mencionado como sendo uma de suas
origens, ela seria Je, como conta sua história – Je (ou Egun ou Popo), ou de origem Yoruba e nascimento
Je.

Outra origem provavel seria nas terras dos Anago, ou Nago, região no interior do antigo
Daomé, que fazia fronteira com o reino de Ketu, com as terras dos Egbado e as dos Awori no interior e
com os Egun (ou Popo ou Je), no litoral. Ali existiam comunidades Egbado, de população
majoritariamente constituída de uma mistura de Anago (ou Nago), e Egun (ou Popo ou Je), o que nos
levaria a supor que ela poderia ser Anago (ou Nago). Essa hipótese confirma mais uma vez sua condição
Yoruba, sendo ou não de descendência Bini, visto que, para os daomeanos, todos os Yoruba do Daomé
eram considerados Nago (ou Anago).

Existia também um povo denominado Ahori, que talvez não tenha origem Yoruba mas que
adotou língua e cultura Yoruba e habitava as terras dos Anago, já na fronteira com os Ketu. Esse povo se
auto denominava Dje. Os Egun (ou Popo ou Je) os conheciam, tanto que os chamavam de Holi. Os Ahori
não habitavam terras que fizessem fronteira com aquelas ocupadas pelos Egun (Popo ou Je), mas
poderiam se relacionar com eles. Isso é possível pelo fato de que tanto os Egun (ou Popo ou Je) das
comunidades Egbado quanto os Ahori (ou Holi ou Dje) habitarem as terras dos Nago (ou Anago). Se
Batayọ tivesse nascido aí, seria uma Dje, mas talvez fosse considerada também Yoruba pelos Egun (Popo
ou Je), pelo fato de ser Bini. Nesse caso também seria considerada Nago (ou Anago) por eles, por ser
Yoruba do Daomé. Assim Batayọ tanto seria Dje, Je, Nago, Yoruba descendente de Bini ou Bini.

No Rio de Janeiro, no século XIX, período em que Batayọ chegou ao Brasil, os Yoruba que
desembarcavam na cidade procedendo de qualquer região da África ou do Brasil eram chamados de Nago.
Analisando por esse ângulo, Batayọ poderia ser considerada Nago pelos seus contemporâneos no Brasil
por ser mesmo Nago, sendo Yoruba do Daomé, ou por ser realmente Yoruba de outra região africana. O
fato de também ser considerada Mina pode ser explicado por ela ter embarcado para o Brasil no Forte da
Mina, que fica na região conhecida igualmente como Costa da Mina, que abrange o Forte de São Jorge da
Mina, em Gana, e a Baía de Benin. Nesse caso ela seria conhecida como Mina-Nago, como eram
denominados os Yoruba embarcados na Costa da Mina levados para o Rio de Janeiro no século XIX.

Porém Batayọ era Mina Je San. Ela poderia ser Je (Popo ou Egun), conforme já vimos. Além
disso, Dewae, um de seus filhos naturais, tem nome de origem provável Je. Ora, já sabemos por que ela
poderia ser Mina. Mas para ser Je, aparentemente não poderia ser Yoruba, mas seu nome é Yoruba.
Poderia ainda ser considerada Yoruba mesmo se tivesse nascido em terras Je, caso fosse descendente de
Bini, de acordo com o já visto. Nesse caso ela poderia ser tida como Nago no Brasil, sem nenhuma
contradição em ser Mina Je.

O que concluímos é que não podemos ainda precisar o local exato do nascimento de Maria
Batayọ, talvez porque falte desvendar o que seja San na palavra Jesan ou na frase Je San. Talvez, mesmo
se descobrirmos, não possamos decifrar a questão. No entanto, se não apresentamos nenhuma novidade
para muitos leitores, pelo menos afirmamos alguns pontos que consideramos como certos: Batayọ ou era
das terras dos Nago do antigo Daomé, atual Benin, ou era da região de Lagos/Badagri na Nigéria – e, com
certeza, era Yoruba no sentido mais amplo da palavra.

OMOLOKO

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Casa Senhor do Bonfim
Nem tudo nas religiões é mitologia. Todos os povos africanos têm cultos idênticos, mas para o
Omolokô, Angola, Congo e Nigéria são os fundamentos, aos quais se vieram juntar certos valores cristãos
e ameríndios brasileiros. Os escravos do Congo e Angola foram trazidos para o Brasil, trazendo consigo a
sua religião. A religião dos negros se destacaram dos negros de outras etnias pela forma como tratavam os
doentes, quer em casos espirituais, os seus rituais forma facilmente assimilados, unindo-se assim todos
num novo culto inicialmente denominado "Congo de Ouro", ficando conhecido na Bahia como
"Candomblé de Caboclo" e no Rio de Janeiro como "Makumba", mais tarde " Omolokô".

É uma realidade que a Makumba é geralmente tida como uma prática de feitiçaria. Na verdade,
engloba simplesmente todos os mistérios e rituais africanos com alguma influência cristã. Há um milagre
que vem das Divindades que se representam pelas respectivas Forças da Natureza. A religião do negro é
uma religião onde a alegria impera num ritual mágico do ingresso ao divino onde a ligação entre a
Natureza e o Sobrenatural não foi quebrada.

OMOLOKO - significa " Os Filhos da Natureza" que cultuam a Natureza Pura (Inkice)
fazendo paralelamente o Culto da Almas Ancestrais.

Aos Deuses do Congo-Angola dá-se o nome de Inkice, enquanto que aos Deuses Nagô dá-se o
nome de Orixá. No culto Omoloko, os Deuses são a personificação da Natureza e manifestam-se através
de vibrações, uma vez que são os espíritos da Natureza Elementar cuja densidade repousa no infinito.
Paralelamente, cultuamos os espíritos dos antepassados, almas ancestrais das quais descendemos, heróis
da nossa nação. Estes espíritos, pertencentes a falange-pedra-de-vibração da natureza pura de um Deus,
incorporam no seu eleito para transmitir conselhos e a vontade do Deus.

O Culto Omolokô é uma herança de Moisés. A hóstia é o corpo de Cristo para o Omolokô.

O pai do Omolokô no Brasil foi o Tata ti Nkisi Tancredo da Silva Pinto, o primeiro Cumbabizame
(batizado em nome de Oxalá) do estado do Rio de Janeiro. Introduziu abandeira da nação Lunda Kioko e
o nome do culto Omolokô, segundo anagrama cabalístico em que se consorciam os elementos
constitutivos do Universo(já conhecidos pelas civilizações greco-romanas, egípcia e mesopotâmica) –
água , ar, terra, fogo e ar – as iniciais das nações Males, Mussurumins e Lunda Kioko das quais se
originou, segundo pode-se observar a seguir:

O M O L O K O
água Males terra Lunda fogo Kioko ar

Nações Lunda Kioko Omolokô – Lunda Kioko

A Cabala é a resultante da união do homem Cabula com a mulher do povo de Moisés.


Esta união trouxe o conhecimento da Cabala para o Omolokô. Deste casamento surgiu um Rei
Nagô que levou o conhecimento de Cabala para o Omolokô, os africanos. Daí o respeito pela hóstia.
A iniciação dentro do Clero do Catolicismo é igual a nossa, porém, sem matança, preceitos, etc.
Houve na verdade, uma soma de conhecimentos.

Numerologia: estudo dos números e sua influência em nossas vidas.


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Casa Senhor do Bonfim

Numerologia Cabalas Povo de Cabulas Junção c/ Povo de


Moisés

Cabala do Nome:
Exemplo:

Reinaldinho 09/02/1981 = 3 Kangira

Mês de Quianda-Aioká (Yemanjá)= é a mãe e adjunta de Quimboto (Omolu). Força da água de


procriação
Ano de Madé (Oxossi) = Ano governado pela terra: força de mediunidade/cura

Força de terra e 2 vezes da água governando o elemento dele. A cabala do nome não associa a data de
nascimento:

1 2 3 4 5 6 7 8 9
A B C D E F G H I
J K L M N O P Q R
S T U V W X Y Z

A cabala da vogal significa personalidade. A cabala da consoante significa as coisas colocadas por
Deus na terra. Define-se necessidade de caridade e desenvolvimento espiritual.

Significado da Cabala:

1 – Princípio: Quere-Querê e Aluvaiá


2 – Equilíbrio: Quimbotô
3 – Livre arbítrio: Kangira
4 – Universo: Jambangurim. Possibilidades amplas. Ar, terra, fogo, água.
5 – Corpo Físico: Madé. Pai da mediunidade. Significa os extremos, mediunidade de incorporação. Usar o
corpo físico para atrair, transmutar e liberar a energia, o que provoca a incorporação.
6 – O mestre: Ferimã. Sabedoria, elevação espiritual, discernimento, humildade.
7 – Força espiritual mística: Quianda-Aioká. Elemi aberto, compreenção. Yemanjá representa a força
mística do mundo. O mar é o maior espelho astral no mundo pois reflete todo o céu. É dele que vem os
búzios e uma série de conhecimentos que nós temos.
8 – Céu e terra: Kambalassinda e a maioria das santas Lundas. Equilíbrio céu/terra. Espiritualidade reflete
nos seus atos na terra e vice-versa.
9 – Humanidade/Almas: Mediunidade forte. Sai de toda influência do Santo e representa nossa vida na
terra. Maior força.

Qualidades indispensáveis aos médiuns

Ser médium, não é apenas servir-se de intermediário, nas comunicações entre o mundo invisível e
visível.
Ser médium de Umbanda, na verdade implica uma série de exigências. Numa série de requisitos a
ser constatado na criatura que se diz médium. Além da faculdade inata de mediunidade, que todos nós
temos, é preciso que a pessoa tenha virtudes especiais. Que possua qualidades que sejam cultivadas, para
que se crie afinidades com o plano superior espiritual.
Deve praticar a caridade sem alardes. Precisa e tem o dever de agir corretamente com seus
semelhantes.

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Casa Senhor do Bonfim
O médium, deve procurar sempre aprender sobre os profundos conhecimentos da umbanda. Na
verdade ele nunca saberá tudo, estará sempre aprendendo coisa novas e se aprofundando na doutrina.
Quando se entra para um Terreiro, deve-se procurar observar para aprender, e acima de tudo
manter a concentração para o bom andamento dos trabalhos, e principalmente lembrar que um “terreiro,
não é apenas um ponto de encontro para por as fofocas em dia”, e sim um lugar de absoluto respeito, onde
se deve procurar ajudar os outros, independente de sua classe social, ou outros detalhes.
É preciso manter a boa ordem e a harmonia entre os médiuns e esse possível com os assistentes.

Os mandamentos do Cassueto

1. não fumar na presença da Mãe ou Pai de Santo


2. não fazer ajeum sem pedir a benção do Pai ou Mãe de Santo, quando estiver presente
3. em respeito a Oxalá, só usar roupas branca às sextas-feiras
4. nunca interromper uma conversa, sem pedir bandagira. Quando a Mãe ou Pai de Santo demorar,
fazer ajoko e esperar a resposta
5. nunca responder o Pai ou Mãe de Santo
6. nunca falar mais alto que o Pai ou Mãe de Santo
7. quando precisar de um conselho ou opinião fazer ajoko e pedir com humildade, nunca com
imposição
8. nunca o Yaô poderá fazer comentários na ausência da Mãe ou Pai de Santo
9. a verdade sempre por mais que nos custe
10. saber respeitar os Yaôs, desde os mais velhos até os mais novos
11. acatar as opiniões ou ordens com amor, mesmo que estas lhe firam, porque cabe ao Santo e ao Exu
a cobrança das faltas
12. HUMILDADE, HUMILDADE, HUMILDADE, só assim chegaremos ao verdadeiro caminho
13. cuidar de seu Santo, com carinho nos dias certos
14. não culpar o Santo pelos problemas materiais e por não nos atender, temos que ver se somos
merecedores daquilo que precisamos
15. esperar sempre com paciência, mais dia menos dia, tudo virá, o Santo nos experimenta para nos
conhecer
16. olhar sempre para cima para enxergar as coisa divinas, desprendimento também é virtude
17. não censurar o nosso semelhante, as vezes ele é mais virtuoso do que nós, dentro da sua
ignorância
18. todo Yaô tem por obrigação comparecer às obrigações do Santo, não precisa ser chamado, o dever
está acima de tudo. Cumpra-o e estará em paz com o Santo
19. o Iaô deverá procurar seu Pai ou Mãe de Santo para as obrigações e nunca esperar que este as lhe
ofereça
20. o tempo de seu Pai ou Mãe de Santo tem valor, não menospreze ao contribuir com sua salva e nem
julgue que o está comprando, as coisas sagradas não tem valor
21. todo Yaô deverá saber manter os seu erós, e não fazer uso dos segredos do Santo, por menos que
seja para nós. No Santo é valioso, porque a riqueza maior é a maior virtude de ver, ouvir e calar e
sempre aprender.
22. não soprar fogo ou coisas quentes
23. não comer em prato fundo
24. não permitir que pessoas não iniciadas coloque a mão em sua cabeça
25. não entrar no roncó(quarto de Santo) com corpo sujo de sexo, bebida alcoólica, calçado de rua;
deve tomar banho de santo e colocar roupa de santo
26. não cortar o cabelo antes de 7 meses depois da camarinha, e não colocar produtos químicos
27. comparecer às seções do Ilê e reuniões de instruções
28. tomar banho de abô e banho de santo, após manter relação sexual
29. não comparecer a enterros

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Casa Senhor do Bonfim
30. não tomar nenhuma bebida no bico da garrafa
31. não tomar marafo em nenhuma ocasião
32. fazer no mínimo uma vez por ano limpeza de quizila, dando obrigação para o Eledá e para o Exu.
33. evitar o uso de roupas pretas
34. não tomar bebidas em frente ao bakuro
35. manter atitude dignas, dentro e fora do Abaçá
36. ter paciência com todos, manter a calma e estimulação à união sincera com os irmãos, respeitar e
auxiliar o próximo
37. todo iniciado tem por dever comungar, no período de 21 dias de decisa.

O respeito pelo ajeum

 não se come despido ou sem camisa, é ofensa ao Anjo da Guarda


 comer com chapéu ou sem ojá é comer acompanhado do diabo
 não se come com prato na palma da mão, prato fundo, com faca. A miséria fareja, faca e garfo são
armas de Exu
 quando se come no Abacá, lava-se o copo, prato e colher. Devolve-los sujos complica a vida
 não se come as pontas e os miúdos dos animais. São axés pertencentes ao Exu e ao Santo
 não deixar dinheiro sobre a mesa da refeição, é desrespeito e provoca miséria
 não se alimenta com alimentos que caíram no chão, é das almas
 sempre receber e passar pratos, copos e colheres com a mão direita
 não se joga pão fora, é alimento Santo
 não se mexe em alimentos que são cozidos no sentido da mão esquerda (demanda ou encrenca)
 não se mexe comida do Santo com a mão esquerda
 não se mexe comida do Exu com a mão direita
 antes de começar a cozinhar para o Santo, faz-se o sinal da cruz e saúda-se o Santo da respectiva
comida
 antes de começar a cozinhar para o Exu, saúda-se-o na terra
 não bater tampas de panela, afugenta a proteção
 sempre de branco, saiote, blusa e ojá brancos
 virar um copo com água sobre um pires com uma vela branca acesa sempre que for cozinhar para
as almas e Santo
 não servir treze pessoas do mesmo sexo, ao mesmo tempo, sempre um homem e uma mulher
 não se cortar para o Santo aves ou bichos de quatro pés a não ser nas juntas. O Santo recusa
antes de cortar qualquer animal no Exu ou Santo, deve-se fazer o océ, sem isso, o Exu ou o Santo não
aceitam.

Rezas:

 Para entrar no roncó:


“Olorum modupé, ojorê no ylê, meu cambé!”

 Pai Nosso em Nagô:


“Ote Padre Nosso cum Ave Maria securo câmera
Quitangananzambe aiô, aiô quitangananzambe aiô
E a calunga qui ton assema, e a calunga qui ton Azambe aiô, Amim”

 Nquece Nquece Cantada:


“Ce quece de quando dandalunda
Bis
Ce quece de quando eu anda
Ukassange a kolossange a muquenguê
In dun kaia lacaia do amuquelé
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Casa Senhor do Bonfim
Azutenda ê, in dun kaia lacaia do amuquelum
Angoloméia congo assamba Angola
Azuelê catu de Amalá
Azuelê, catu de dandalunda, azuelê, catu de Amalá”

 Para apanhar folhas:


“Ago Ossãe, axé na içaba me cura”

 Para preparar banhos:


Axé amim na içaba
De alafiá vodunsium
Meu tateto (Nome do Bakuro do Filho - Masculino).........
Minha mameto (Nome do Bakuro do Filho - Feminino)...........
Eu quino a mina Ossãe
Axé na mironga içaba me cura

 Para fazer ageum:


“Ageum Omã Babá meu cambé”

 Para entrar no Creche:


“Boa noite pra quem é de boa noite, bom dia pra quem é de bom dia”
“Mojubá Exu Laruyé”

Hierarquia Sacerdotal:

Tata Delogum ou Zambura: responsável maior pelo jogo de búzios/Babalaô


Tata ti Inkisi: responsável por iniciar os Yaôs no Santo
Tata ti Ingorossi: responsável pelos orôs do Santè(rezas rituais)
Tata Nê: mestre de cerimônias
Ogã de Creche: responsável pelo Exu
Alabê: responsável pelos atabaques
Kalofé: responsável pelas obrigações na Sala
Okála: administra cerimônias
Atoxogum: sacrificador de bicho de dois pés
Tata-Kivonda: sacrificador de bichos de dois e quatro pés
Onã Ofã: responsável pela colheita de ervas
Makota: responsável pelo Ronkó
Yabá: responsável pela culinária ritual
Pejigã: mesma função da Makota
Cotas: auxiliares nas obrigações do Ronkó
Samba: Ekedi resposavel por dançar com os Bakuros

Saudações dentro da Casa de Santo:

Todos os médiuns ao entrarem no Abassá devem primeiro saudar a tronqueira (Laroiê Mojubá
Exu!), saudar as almas no cruzambê (Adorei as Almas!), saudar o Tempo (Tempo iô!), e saudar Ossãe
(Ewe assa!). Faz-se a saudação a Exu na porta do Creche. Já dentro do barracão deve ser saudado o pilão
(Epa Babá Oxalá!) em reverência, saudar o Peji do Ogun/Atabaques com 3 paós (esquerda, direita e
centro), e por último a porta do Ronkó, levando a mão direita ao chão e saudando à todos os Orixás, em
especial o seu, o da Casa, e o do seu Zelador.
Os membros da hierarquia que deverão ser tomados bênçãos são: os Tatas/Ginjas, o Babá/Yá
kekerê, as Makotas, os Alabês, os Pejigãs e às Yabás. Em ajokô, somente os Zeladores de Santo e aos
Alabês. Segurança do Exu não dá ajoko, somente, atabaques e pilão.
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Casa Senhor do Bonfim
Ao entrar no Ronkó dá-se três paós ao Bakuro da Casa e mais 7 de reverência aos demais
Bakuros.
Ao entrar no Creche, pede-se ago ao Exu da Casa, saúda-se todos os Exus na mesa central (intoto)
dizendo: Laroiê Exu Mojubá Axé!

Cerimônias do Culto:

Aba baxé de ory: feitura de Santo


Sirum (Axexê): cerimônia fúnebre
Vumbi: despachar a alma do morto da cabeça do Yaô
Deká: cerimônia realizada na 7ª obrigação onde o Yaô recebe os seus direitos sacerdotais
Océ: toda e qualquer tipo de limpeza
Bori: esfriamento da cabeça. Dar de comer a cabeça
Amanci: lavagem de cabeça

Cumprimentos dentro do Santo:

Bakunfun Resp.: Olorum Bakunfun


Kalofé Resp.: Kalofé Olorum Jeje
Kutendá Emi Resp.: Kutendá Axé
Mucuiú Resp.: Mucuiú mo Zambi Omolokô
Motumbá Resp.: Motumbá’xé Ketu

Os Bakuros:

Quimbotô/Obaluaiê:

Lembá

Mundo

O mundo da vida e da morte comandado por Quimbotô a pedido de Lembá. Energia de cura,
transmutação. Positivo x Negativo= Vida e Morte.

Festejado: 16/08
Dia: segunda-feira
Divindade: vida e morte
Sincretismo: São Lázaro e São Roque
Exus: Macuenda/Dake/Baru
Cabala: 2 – equilíbrio
Saudação: Atotô!
Planeta: Saturno
Fios: branco, preto (Omolu) ou, branco, vermelho e preto (Obaluaiê) ou amarelo e preto
Dança Cabalística: Opanijé (imita o movimento de pessoa ferida, encurvada para baixo e para frente)
Arma: Xaxará, foice e cutelo
Adorno: Azé
Metal: Chumbo
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Casa Senhor do Bonfim
Bebida: Acaraé (dendê e água)
Comida: Pipoca, feijão preto e bife de porco
Frutas: araticum, cajamanga, jaboticaba, conde, ata, jatobá, jaca, laranja da ilha
Cereal: milho alho(pipoca)
Perfume: extrato de jaca
Pedra preciosa: Ônix
Otá: Tapiocanga, pedra furada
Içabás: gameleira preta, manjericão roxo, canela de velho
Flor: cravo de defunto
Local oferenda: ao pé da gameleira preta
Animal: frango carijó, porco piau(preto e branco)
Paó: cinco acima, cinco abaixo, três no centro, sete de reverência
Dizeres: Omolu, guzu, guzu cofane!

Kangira/Ogum:

céu
defesa

Terra/caminhos

Bakuro da luta e defesa. Vence adversidades, senhor dos caminhos, designado por
Gangarumbanda.

Festejado: 23/04
Dia: terça-feira
Divindade: das lutas, da guerra.
Sincretismo: São Jorge
Exus: Tiriri
Cabala: 3 – livre arbítrio
Saudação: Ogunhê Patacury!
Planeta: Marte
Fios: verde e vermelho
Dança Cabalística: Bravun, fazendo movimentos de lutas com espada
Arma: espada, escudo
Adorno: akorô(capacete) de palha da costa, espada
Metal: aço, ferro, cromium, cobalto
Bebida: cerveja branca
Comida: feijoada, feijão tropeiro, churrasco, cará
Frutas: manga espada, abacaxi, sapoti
Cereal: feijão preto
Perfume: extrato de cravo
Pedra preciosa: rubi
Otá: minério de ferro
Içabás: alecrim do campo e horta, folha de manga espada, majerona, peregun macho
Flor: cravo vermelho
Local oferenda: estrada, trilho
Animal: frango avermelhado, cabrito vermelho mocho
Paó: 7 batidas à esquerda, 7 à direita, uma na frente, uma atrás, 3 na frente e sete de reverência
Dizeres: Ogunhê Patacury que Jasse Jasse!

Jambangurim/Xangô:
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Casa Senhor do Bonfim

Livro da justiça

Eixo/ elo de ligação entre céu e terra

Simbolizado pelo oxê (machado alado), mostra que nada está oculto à justiça divina, através de
Jambangurim. Igualdade dos seres sem distinção para todos. Bakuro da justiça, da sabedoria, do poder e
da força das pedras preciosas, das pedreiras, senhor do som.

Festejado: 30/09
Dia: quarta-feira
Divindade: deus do raio e do sol
Sincretismo: São Pedro
Exus: Barabô e Beri
Cabala: 4 - universo
Saudação: Kawô Kabiecile!
Planeta: Mercúrio
Fios: vermelho e branco
Dança Cabalística: Adarrum ou alujá, como se lançasse pedras ou lutasse com seu machado
Arma: machado alado
Adorno: oxê
Metal: ouro e platina
Bebida: cerveja preta
Comida: amalá, rabada
Frutas: maçã, melancia, caqui
Cereal: lentilha
Perfume: sândalo
Pedra preciosa: rubi e diamante champanhe
Otá: pedra raio
Içabás: jaborandi, cipó São João, negamina
Flor: cravo vermelho
Local oferenda: pedreiras, cachoeiras
Animal: frango vermelho, carneiro branco
Paó: 3 batidas horizontais da esquerda para direita, repetir 2 vezes, seguidas de 1 acima e 1 abaixo, 3 de
reverência
Dizeres: Ure, ure degre!

Madé/Oxóssi:

Santíssima trindade/força do livre arbítrio

Eixo de ligação/céu e terra


Equilíbrio entre os homens

Senhor da mediunidade, das virtudes, da semeadura e da colheita. Chefe dos caboclos, caçador,
senhor das matas, da agricultura, do sustento, da bonança, pecuária, fauna e flora.

Festejado: 20/01
Dia: quinta-feira
Divindade: caça e fartura/matas
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Casa Senhor do Bonfim
Sincretismo: São Sebastião
Exus: Tranca-Gira/Padê Ekoritá/Tranca-Ruas
Cabala: 5 - homem
Saudação: Okê Ode qui Bambi o klima! Ode koquêmayo, okê Aro! Arolê!
Planeta: Júpiter
Fios: verde e branco
Dança Cabalística: adarrum, simulado lançar suas flechas, caçada
Arma: ofá (arco e flecha)
Adorno: penacho, animais, chifres, erukere
Metal: prata e estanho
Bebida: aluá(rapadura e gengibre), vinho moscatel
Comida: axoxô
Frutas: carambola e todas as outras
Cereal: milho amarelo, amendoim
Perfume: flor do campo
Pedra preciosa: jade/esmeralda
Otá: pedra do cascalho limosa esverdeada
Içabás: guiné, tira teima, maminha de porca
Flor: flores silvestres
Local oferenda: ingás, eucaliptos, junca, pitanga
Animal: frango índio, bode vermelho mocho
Paó: 3 batidas espaçadas, levando-se em cada vez as mãos fechadas para adiante e para cima lentamente,
7 lentas na frente e 7 de reverência
Dizeres: Okê ode qui bambi o klima!

Ferimã/Lembá/Oxalá:
fogo água
equilíbrio
eixo céu/terra
terra ar

Equilíbrio céu/terra. O bem que traz quatro elementos favorecendo livre arbítrio. Orixá da paz, da
evolução espiritual, luz divina, senhor do universo céu/terra.

Festejado: 24/12
Dia: sexta-feira
Divindade: paz, amor, harmonia
Sincretismo: Jesus Cristo
Exus: Alalu/Lalu
Cabala: 6 – o mestre
Saudação: Epa Babá, exeu ê Babá! Pembelê Lembá!(Oxaguiã)
Planeta: Plutão
Fios: branco leitoso
Dança Cabalística: Ijexá, lento e curvado como se andasse com um cajado p/ Oxalufã e rápido, esguio e
como se lutasse p/ Oxaguiã
Arma: mão de pilão, opaxorô, caoriz(espada e escudo prateado)
Adorno: adê (coroa) com búzios
Metal: ouro
Bebida: vinho branco
Comida: cuscuz de arroz, canjica branca, acaçá, mungunzá
Frutas: pêra, uva branca

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Casa Senhor do Bonfim
Cereal: canjica branca, trigo
Perfume: extrato de maçã
Pedra preciosa: diamante puro e branco
Otá: cristal da rocha
Içabás: gameleira branca, manjericão branco, patchouli
Flor: copo de leite
Local oferenda: no cume dos montes
Animal: pombo branco, igbin(caramujo), carneiro branco, frango caipira branco
Paó: 4 batidas em cruz de cima para baixo, à esquerda e a direita, mais 3 na frente e 7 de reverência
Dizeres: Epa Babá, Axé no ori!

Quianda-Aioká/Yemanjá:

Mundo(universo)

águas

Domínio do mundo, da água e presença feminina no universo(espelho do universo). Senhora da


água salgada em movimento(ondas, marés), procriação, beleza, purificação de energias.

Festejado:02/02
Dia: sábado
Divindade: das ondas marinhas (Olokum é a Orixá Rei do mar)
Sincretismo: N. S. da Glória
Exus: Bombo Gira Amará
Cabala: 7 – o espírito
Saudação: Odô Iyá! Yemanjá!
Planeta: Vênus
Fios: Azul Escuro/Branco, ou cristal
Dança Cabalística: aguerê lento ou adarrum simulando o movimento das ondas
Arma: abebê(espelho) de alumínio
Adorno: adê e filá(chorão cobrindo o rosto)
Metal: ouro e prata
Bebida: champanhe
Comida: peixe, manjar. Acaçá, ebô Iyá
Frutas: melancia, mamão, uva brancas
Cereal: arroz
Perfume: alfazema
Pedra preciosa: água marinha
Otá: pedra marinha, vulcânica
Içabás: Apolônia, água do mar
Flor: hortência
Local oferenda: banco de areia das praias, beira de rio
Animal: pata branca, cabra branca mocha
Paó: 7 batidas com as mãos imitando o movimento das ondas, mais 3 na frente e mais 7 de reverência
Dizeres: Odô fiabá!

Querequerê/Nanã:
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Casa Senhor do Bonfim

morte
domínio sobre a morte e as Mujilos

Força de Orimã(crianças). Sete pontas – Sete Bakuros maiores criados por Querequerê. Arcos nas
pontas das estrelas. Foice. Bakuro da limpeza e a purificação da atmosfera para a vida dos homens. Dona
das chuvas e governa juntamente com Ibeji.

Festejado: 26/07
Dia: domingo
Divindade: chuvas e purificação do ar
Sincretismo: N. S. Sant’Ana
Exus: Bombo Gira Curie/Gira Nabê
Cabala: 1 - princípio
Saudação: Saluba’!
Astro: sol, estrela da 5ª magnitude
Fios: Lilás fosco/Branco
Dança Cabalística: adarrum, como se embalasse um bebê no colo
Arma: ibiri
Adorno: adê e filá
Metal: cobre
Bebida: guaraná
Comida: camarão, anderé, sarapatel, xinxim de galinha
Frutas: melão roxo, uva roxa, figo
Cereal: feijão roxinho
Perfume: jasmim
Pedra preciosa: ametista e cristal roxo
Otá: seixo de cachoeira redondo
Içabás: manacá, palma de Santa Rita
Flor: adália, palma de Santa Rita
Local oferenda: ruínas, tapera, mangue
Animal: franga cinza, cabra fumaça mocha
Paó: 7 batidas lentas na frente da esquerda para a direita, mais 3 rápidas e 7 de reverência
Dizeres: Saluba Nanã!

Kambalassinda/Oxum:

Brandura, afetos, equilíbrio emocional,


domínio sobre os sentimentos

Senhora da afetividade, da candura, do amor, da beleza, vaidade e da bondade.

Festejado: 08/12
Dia: sábado
Divindade: águas doces
Sincretismo: N. S. Aparecida
Exus: Bombo Gira Iyá Omim/ Gira Mungongo

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Casa Senhor do Bonfim
Cabala: 8 – céu e terra
Saudação: Ora ie ieo, ofideri oman!
Planeta: plutão
Fios: Amarelo ouro ou Azul Claro e Branco
Dança Cabalística: ijexá, como se banhasse em uma cachoeira, ilá de lamento
Arma: abebê, espada(Opará)
Adorno: adê e filá
Metal: ouro e prata velha amarelada
Bebida: champanhe, sidra
Comida: omolocum, quindim
Frutas: banana ouro, melão, pêssego, mamão e banana
Cereal: feijão fradinho
Perfume: erva doce
Pedra preciosa: topázio
Otá: seixo de cachoeira liso e arredondado
Içabás: brilhantina e ariri
Flor: lírios brancos, crisântemo
Local oferenda: cachoeira, beira de rio
Animal: franga amarelada, cabra branca mocha
Paó: com os joelhos flexionados, 1 batida lenta e 3 rápidas à esquerda, o mesmo à direita, 3 rápidas no
centro, 7 de reverência
Dizeres: Ora ie ie ô!

Kaculo/Kabaça(Erê):

Força do amor que fecunda e gira. Frutificam as plantas, dão prosperidade, semeiam paz e
equilíbrio.

Festejado: 12/10
Dia: domingo
Divindade: protetores da polícia e das crianças
Sincretismo: Cosme e Damião
Exus: Mirim
Saudação: Ori Beijada! Erêmi! Erê dois dois!
Astros: sol e lua
Fios: Azul e rosa ou colorido ou alaranjado e branco
Adorno: adê
Metal: prata
Bebida: refrigerante
Comida: caruru e doces
Frutas: todas
Perfume: jasmim
Otá: bonecos de tabatinga assentados na areia com cabaças em volta
Içabás: folha de amora, funcho, hortelã
Flor: margaridinhas
Local oferenda: praças floridas, jardins
Animal: pombo

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Casa Senhor do Bonfim
Inhapopó/Yansã-Oyá:

Movimento, agilidade, turbulência, tempestades

Força dos raios, ventanias, domínio sobre os elementos ar e fogo. Traduz movimento e agilidade.
Senhora dos Eguns, deusa dos ventos, tempestades, raios, tufões e fogo.

Festejado: 04/12
Dia: Segunda-feira
Divindade: ventos de Obacyon com tempestades
Sincretismo: Santa Bárbara
Exus: Bombo Gira-Balefum
Cabala: 9 – grande mediunidade
Saudação: Epahei Oyá mês’orum!
Planeta: mercúrio
Fios: verde e amarelo, rosa ou só vermelho dependendo da qualidade
Dança Cabalística: adarrum como se espantasse eguns com o movimento das mãos
Arma: adaga(espada) e eruxim
Adorno: adê com filá
Metal: latão e cobre
Bebida: água tônica
Comida: acarajé, farofa de dendê
Frutas: romã, pitanga, caqui
Cereal: feijão fradinho
Perfume: patchouli
Pedra preciosa: rubi
Otá: meteorito, coral, seixo de rio ovalado
Içabás: folha de romã, Sta Bárbara, peregun fêmea
Flor: rosas vermelhas
Local oferenda: bambuzal
Animal: franga vermelha, cabra vermelha mocha
Paó: 3 batidas à direita, 3 à esquerda, 3 no centro e 7 de reverência
Dizeres: Epahei Oyá no Axé!

Angorô/Oxumarê:

feminino

Ligação, céu/terra

masculino

Serpente de duas cabeças, equilíbrio entre o masculino e o feminino, Bakuro da artes , da


longevidade, da dualidade.

Dia: Quarta-feira
Divindade: conflito natural
Sincretismo: São Bartolomeu
Exus: Nesbirros/Omi Orun
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Casa Senhor do Bonfim
Saudação: Arrumbobô o Dã! Arrumboboi!
Fios: amarelo e preto, brajá
Dança Cabalística: ijexá,se contorcendo como serpente
Arma: duas serpentes de metal entrelaçadas
Adorno: brajás, guizos
Bebida: champanhe
Comida: farofa de ovos, banana da terra, batata doce
Frutas: banana da terra
Cereal: lentilha
Otá: um masculino pontiagudo e um feminino arredondado, ambos seixos de rio
Içabás: as mesmas de Oxum
Local oferenda: beira de rios
Animal: etu(galinha da angola)
Paó: o mesmo de Oxum
Dizeres: Arrumboboi!

Katendê/Ossãe:

Divindade masculina, a força das sementes, das ervas(içabas), da aura, dono das folhagens,
ervas, fartura, bonança e da cura medicinal.

Festejo: 20/01
Dia: Terça-feira
Divindade: Orixá das folhas
Sincretismo: Santa Luzia
Saudação: Eu eu Ossãe missae! Eu assa! Eu assa sanhe!
Fios: verde claro
Dança Cabalística: movimentos de apanhar folhas
Arma: vara de metal arrematada com sete flechas sendo que na ponta do meio cravado um pássaro
Adorno: cabaça com os segredos das folhas
Metal: estanho
Bebida: vinho moscatel licoroso
Comida: milho de galinha com mel e fumo em pedaços
Frutas: todas
Cereal: todos
Otá: pedra sem limo
Içabás: todas
Local oferenda: na entrada das matas, no meio dos galhos
Animal: etu
Paó: o mesmo de Madé
Dizeres: Eu assa!

Karamocé/Obá:

A terceira esposa de Xangô, dona das água revoltas, das nascentes, dos fracassos amorosos.

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Casa Senhor do Bonfim
Dia: quarta-feira
Divindade: das lutas materiais
Saudação: Oba Xirê!
Fios: marrom tijolo
Dança Cabalística: aguerê, como se cobrisse a orelha cortada
Arma: espada, escudo
Adorno: adê sem filá
Metal: bronze
Bebida: champanhe
Comida: abará
Frutas: vermelhas
Pedra preciosa: rubi e ametista
Otá: seixo de rio arredondado
Içabás: manjericão
Flor: rosa vermelha
Local oferenda: nascentes
Animal: franga vermelha
Paó: o mesmo de Yansã
Dizeres: Obá, Obá, xirê axé!

Tempo – Iroko:

Grelha trançada com ferro em cima

Grelha simples

O poder do Tempo que tudo transforma mantendo a ligação do homem com o único(astral), com o
positivo que o Tempo exerce sobre as pessoas. Responsável por girar todas as energias e transformá-las,
mudanças, tolerância e expectativas.

Divindade: Bakuro da Gameleira Branca ou do pé de Iroko


Saudação: Tempo iô!
Fios: contas marrom escura
Dança Cabalística: como se indicasse a instabilidade do tempo
Arma: forquilha tirada da gameleira branca
Bebida: aluá
Comida: farofa de mel com pepino, frutas diversas
Frutas: todas
Cereal: todos
Içabas; banho de abô, maionga
Otá: sua ferramenta com otá de pedra limosa
Local oferenda: pé de Iroko, ou gameleira branca
Animal: etu
Bakuros
Aluvaiá/Exu/Mujilo:

equilíbrio

24
Casa Senhor do Bonfim

eixo de ligação
Corte de domínio sobre as más atividades, antes de
chegar aos Bakuros
Mundo
feminilidade

Mujilo – O mesmo que Exu, porém com a força da sexualidade feminina. Criada das Santas Yabás
Aluvaiá – Responsável pelos caminhos, coisas materiais, eixo que liga a humanidade aos Bakuros,
traz equilíbrio aos homens. Sexualidade masculina, mensageiro, esfera.
Festejado: 13/06
Dia: segunda-feira
Divindade: tronqueiras, caminhos, ruas, encruzilhadas(caminhos de luz)
Sincretismo: Santo Antônio de Pemba
Cabala: 1 - princípio
Saudação: Laroiê Mojubá Exu!
Fios: vermelho e preto(3 em 3 macho e 1 em 1 fêmea)
Arma: ogó(forma fálica), tridente
Metal: todos
Bebida: otim(pinga), otim+oim(pinga e mel p/ Bombo-Gira)
Comida: farofa de dendê e farofa de mel
Frutas: tomate, cana caiana, limão
Pedra preciosa: todas
Otá: vulto esculpido na tabatinga preta
Içabás: mamona, arruda, vassourinha de Exu
Local oferenda: encruzilhadas, trilhos, caminhos, estradas
Animal: frangos pretos, bodes e cabras pretas
Paó: 3 palmas lentas e 7 palmas de reverência

Simbologia do Creche/Pontos Imaginários/Campos de Energia:

25
Casa Senhor do Bonfim
C o r re s p o n d ê n c ia
E x u s C a b a la C u riê M a c u e n d a Tiriri Tra n c a - R u a s A la lu N e s b irro
B a ra b ô

Le g e n d a :
A s s e n t a m e n t o s ( e n e rg ia ) E s p ira l( E x u c o m o m e n s a g e iro )

V e la s ( c a m in h o ) Trilh o (re t id ã o )
M e s a C e n tra l
P a n e la rit u a lís tic a (p a g a )
S ín t e s e
L in h a Im a g in á ria
Pa d ê s

O caminho de velas formado no Creche para a realização de obrigações:

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Casa Senhor do Bonfim
Exus do Culto Omolokô:
Bombo-Gira Curie Nanã
Bombo-Gira Amará Yemanjá
Bombo-Gira Iya-Omi Oxum
Bombo-Gira Gira-Balefum Yansã
Exu Nesbirros/Omi-Aiye Oxumarê
Exu Macuenda/Dakê Omolu
Exu Tiriri Ogum
Exu Barabô/Baru Xangô
Exu Ikoritá/Tranca-Gira Oxóssi
Exu Lalu/Alalu Oxalá
Exu Mirim Ibeji

Almas:

Escala do Cruzambê:

B e n d ita s
s a n ta s
liv ra m e n to
d e s te rro
c a tiv e iro
e n fo rc a d o s
a flito s
a fo g a d o s
penadas

Observações:
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Casa Senhor do Bonfim

Nome:....................................................................................................
Pai:.............................................. Mãe:..................................................
Nasc.: ......./........./........RG.:............................CPF:..............................
End.:......................................................................................................
Bairro:................................ Fone:............................
Eledá:......................... Odu:.............................. Oduns:........................
1º Orixá:..................... 2º Orixá:.................... 3º Orixá:.........................
Oyê:.......................................................... Data: ........../........../............
Mão de Cura:....../...../...... Mão de Obé: ...../......../.......
Mão de Ifá:...../....../....... Orixá:................... Padrinho.:........................
Bori
Bori:..../...../..... Jogo do Obi:................ Amanci:..........Içabas:.............
Padrinho:................................................................ Madrinha:...............................................................

Iniciação:
1º Orixá:.......... Digina:....................2ºOrixá:.......Digina:..................... 3º Orixá:..........
Digina:........................ Erê:..........................................
Adjuntós:.............................................................
Toques: .....................................................................
Recolhimento:........./........../............ Ebós:...........................................................................................
Maionga:........./........./.......... Corte no Exu:......../........./........... Corte no Santo: ........../........../...........
Içabas:.................................................................. Amanci:....................................................................
Feitura: ........./........../.......... Jogo de Obi........./........./...........Quebra do Quelê: ........../........../...........
Mameto/Tateto:.................................................... Ajibonã:...................................................................
Pejigã:...................................... Kalofé: ................................................
Alabê:................................................................... Yabá(s):...............................................................
Girebó:......................................... Ekedi: .............................................
Atoxogun:.....................................................
Colaboradores:.......................................................................................

Obrigações Anuais:
2ºObi:....../....../...... Jogo do Obi:......................
3ºObi:....../....../...... Jogo do Obi:......................
4ºObi:....../....../...... Jogo do Obi:......................
5ºObi:....../....../...... Jogo do Obi:......................
6ºObi:....../....../...... Jogo do Obi:......................
7ºObi:....../....../...... Jogo do Obi:......................
8ºObi:....../....../...... Jogo do Obi:......................
9ºObi:....../....../...... Jogo do Obi:......................
10ºObi:...../...../...... Jogo do Obi:......................
11ºObi:...../...../...... Jogo do Obi:......................
12ºObi:...../...../...... Jogo do Obi:......................
13ºObi:...../...../...... Jogo do Obi:......................
14ºObi:...../...../...... Jogo do Obi:......................
15ºObi:...../...../...... Jogo do Obi:......................
16ºObi:..../....../...... Jogo do Obi:......................
17ºObi:...../...../...... Jogo do Obi:......................
18ºObi:...../...../...... Jogo do Obi:......................
19ºObi:..../..../........ Jogo do Obi:......................
20ºObi:...../...../...... Jogo do Obi:......................
28
Casa Senhor do Bonfim
21ºObi:...../...../...... Jogo do Obi:......................

Deká:
Corte no Exu:......../........./......... Corte no Santo: ........../........../......... Jogo de Obi........./........./.........
Mameto/Tateto:................................... Ekedi: ......................................
Pejigã:....................................... Kalofé: ...............................................
Alabê:................................................................... Yabá(s):....................................................................
Girebó:................................................ Colaboradores:..........................................................................

Juramento

Eu ___________________________________________, juro perante meu


Bakuro ____________ e o Bakuro da Casa Ferimã, que:

- Cumprirei com respeito todas as ordens e preceitos da casa,


- Cumprirei todos os preceitos determinados por meu Orixá e por meu
Zelador,
- Irei tratar com respeito meus Irmãos e Superiores,
- Zelarei pelo bom nome, moral e costumes da casa e de meus Irmãos de fé,
- Não revelarei os fundamentos e segredos da casa para pessoas de outro
Axé, e pessoas não iniciada.
- Honrarei sempre minha Nação,
- Irei contribuir sempre que possível, para que a casa possa crescer,
- Agirei de forma digna e honesta para com a sociedade,
- Vou promover sempre a união, solidariedade e companheirismo dentro e
fora da Casa,

Contagem/MG _____, de __________de ______.

_________________________
Assinatura

29
Casa Senhor do Bonfim

José Geraldo Boiadeiro

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