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Para além da Depressão: contribuições da Logoterapia

Por Prof. Dr. Marcos Tulio Caldas, Psiquiatra, associado da ABLAE.


A depressão caracteriza-se por uma sintomatologia extremamente limitante: insônia ou
sonolência excessiva, fadiga ou perda de energia, sentimento de inferioridade, inutilidade ou culpa
excessiva, além da principal característica: humor depressivo durante a maior parte do dia, geralmente
mais acentuado pela manhã (DSM-5, 2014). É importante diferenciar entre tristeza e depressão, muitas
vezes confundidos. Tristeza é um afeto que, embora desagradável, não traz os mesmos prejuízos
psicológicos, familiares e / ou ocupacionais que a depressão. Acredita-se que na depressão haja
importantes alterações bioquímicas, com distúrbios no funcionamento de neurotransmissores,
principalmente serotonina, noradrenalina e dopamina (Sadock, Sadock e Ruiz, 2017). É importante
ressaltar a associação entre depressão e risco de suicídio, a maior entre todos os transtornos
psiquiátricos.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) tem chamado a atenção para esse importante
problema de saúde pública. Acredita-se que nas próximas décadas estará entre as três primeiras
causas de afastamento do trabalho, a primeira por transtorno mental.

A notícia positiva é que a depressão tem tratamento, na maior parte dos casos com recuperação
quase completa. É consenso entre os especialistas que a associação entre psicofármacos e
psicoterapia potencializa enormemente o sucesso do tratamento. Particularmente acredito que a
logoterapia, como modalidade terapêutica, tem muito a contribuir no processo de tratamento da
depressão.

Entre as queixas da clientela são frequentes as referências a sentimento de vazio, culpa


insuportável, existência “jogada fora” e/ou sofrimento inútil. Tais queixas remetem-nos muito
rapidamente ao que Frankl (2010) descreveu como tríade trágica — caracterizada como sofrimento,
culpa e morte.

A logoterapia auxilia-nos nesse combate, já que em nossa própria condição humana reside a
nossa capacidade de apelar à dimensão noética. Tal apelo conduzirá ao que temos de mais humano:
os valores e o sentido. Os que experimentaram esse movimento frequentemente comentam que se
sentem, inclusive, melhores do que eram antes — isso é resultado dos valores de atitude que nos levam
a pensar: diante do sofrimento inevitável nos cabe mudar a nós mesmos. É importante, igualmente,
ressaltar a condição de homem incondicionado: que mesmo diante de uma história de vida sofrida, com
muitas perdas ou, dito de outro modo, com muitas razões para sentir-se deprimido, a liberdade e a
responsabilidade para sua própria existência falarão mais alto.

Acredito inclusive que uma psicoeducação voltada para a prevenção da depressão, encontraria
na logoterapia importantes contribuições. Sabendo que vivemos em um mundo em frequente
transformação, a tal ponto que Bauman (2008) diz vivermos uma profunda “liquefação”, fortemente
desnorteadora. A Logoterapia e análise da existência nos coloca de tal forma dimensão noética, valores
e sentido que a consciência — como “órgão do sentido” — nos dá força e intensidade capazes de
enriquecer as nossas experiências de vida, dando estabilidade e coesão. Compreender isso seria o
melhor remédio contra um mundo inquieto e aparentemente sem rumo.
Frankl (2016) comenta que a melancolia — uma tensão sobre o ser e o dever ser — pode, em
função do sentimento de insuficiência, transformar-se em um gigantesco abismo. E mesmo nessa
dramática condição, a logoterapia afirma, o ser humano é capaz de encontrar — em sua dimensão
noética, intacta diante da doença — a dignidade humana e a força desafiadora de seu espírito.

Referências:

American Psychiatric Association. (2014) Manual Diagnótico e Estatísticos dos Transtornos Mentais
(DSM-5) (5ª ed.), Porto Alegre, RS: Artmed.

Bauman, Z. (2008). Medo líquido, Rio de Janeiro, RJ: Zahar.

Frankl, V. E. (2010). Psicoterapia e sentido da vida. (5ª ed.), São Paulo, SP: Quadrante.
__________(2016). Teoria e terapia das neuroses. São Paulo, SP: É Realizações.

Sadock, B. J,; Sadock, V. A. e Ruiz, P. (2017) Compêndio de psiquiatria (11ª ed.), Porto Alegre, RS:
Artmed.

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