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IMAGENS TÉCNICAS.
INTRODUÇÃO
Qualquer um dos textos sobre os quais este trabalho é edificado configura uma
riqueza conceptual impossível de fazer justiça nas poucas páginas que se
seguem. Nelas apenas se procura organizar algumas dessas ideias, evocando
outros contributos que se julgaram necessários para um melhor entendimento
das mesmas.
1 - A “VERDADEIRA IMAGEM”
Como início importa tentar compreender o que é que está em causa quando
empregamos a expressão “verdadeira imagem”, ou seja, em que sentido
podemos afirmar que uma imagem é verdadeira (ou falsa)?
3 Ibid,pág 29
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IMAGENS TÉCNICAS.
4 MAIA, Tomás; Assombra, ensaio sobre a origem da imagem; 2009; Assírio e Alvim editores; pág 30
5 BELTING, Hans; A verdadeira imagem (2011) ; Lisboa, Dafne editora, tradução de Artur Mourão, pag 57
6 Ibid, pag 54
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homem, mas nas quais pudéssemos contactar com a natureza divina deste ente.
As “verdadeiras imagens” da natureza divina de Cristo teriam que ser imagens
formadas pela excepção, na forma como a impressão se processa, uma impressão
que apenas um Deus poderia deixar. Não basta uma pegada na areia, ou uma
sombra, a “verdadeira imagem” de Cristo deve aliar “a característica de index, tal
como possui uma impressão... à semelhança estabelecida por uma imagem” 7 -
esta poderia ser uma definição de fotografia.
2 - O SUDÁRIO
7 Ibid, pag 67
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A partir desta data são iniciados diversos estudos do sudário. Em 1931 é formada
Como pôde uma fotografia ter originado um tão grande e delirante movimento?
11 FRADE, Pedro Miguel; Figuras de espanto; A fotografia antes da sua cultura;1992; Edições ASA; pag - 86
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12 MONDZAIN, Marie-Jose; Image, Icon, Economy, the Byzantine Origins of the Contemporary
Imaginary; Stanford 2005; Stanford University Press; Tradução de Rico Franses; Tradução para
português minha; pag 203
13 Ibid, pag 201
14 MONDZAIN, Marie-Jose; Image, Icon, Economy, the Byzantine Origins of the Contemporary
Imaginary; Stanford 2005; Stanford University Press; Tradução de Rico Franses; Tradução para
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Cristo. O canal de Deus já não é o sacerdote. Deus agora escolheu para seu
operador uma máquina, é através dela que Ele passou a manifestar-se.
Encarnação na imagem, “é assim que a mensagem de libertação cristã pôde e
pode ser sempre convertida numa doutrina de dominação instrumentalizando a
imagem num corpo de identificação...o operador central desta doutrina é a
transubstanciação – mas precisamente se há alguma coisa que a imagem não faz
– não pode fazer – é transubstanciar.”17.
4 – CONCLUSÃO
Um objecto que o bom senso tinha decretado como falso durante séculos, vê-se
agora restituído de poder mágico-religioso, num mundo onde a ciência e a
tecnologia pareciam estar a reduzir o território do sagrado. Este ressurgimento do
irracional e supersticioso dá-se precisamente através da crença na ciência e
tecnologia como formadores de uma ideia de mundo. Será na recusa do gesto
interpretativo das imagens técnicas como sendo o seu único sentido, que reside a
armadilha. Uma fotografia (ou qualquer imagem técnica) não traz consigo o
código necessário para a sua leitura. Conferimos à fotografia o lugar que antes
era divino, mas não foi ultrapassada a necessidade antropológica ancestral de
adoração de imagens. Olhando para o lugar onde antes estaria Deus, facilmente
O voltamos a reconhecer. Desta forma homens manifestamente “modernos”
podem praticar a adoração religiosa, agora contingente do universo científico.
Não há novo homem sem ascendência.
17 MAIA, Tomás; Assombra, ensaio sobre a origem da imagem; 2009; Assírio e Alvim editores; pág 18
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BIBLIOGRAFIA
MAIA, Tomás; Assombra, ensaio sobre a origem da imagem (2009); Lisboa, Assírio
e Alvim
MULVEY, Laura, Death 24x a Second. Stillness and the Moving Image, (2006)
Londres, Reaktion Books