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Todo mundo que convive com crianças e jovens sabe como eles são capazes de
praticar pequenas e grandes perversões. Debocham uns dos outros, criam os apelidos
mais estranhos, reparam nas mínimas "imperfeições" - e não perdoam nada. Na
escola, isso é bastante comum. Implicância, discriminação e agressões verbais e
físicas são muito mais freqüentes do que o desejado. Esse comportamento não é
novo, mas a maneira como pesquisadores, médicos e professores o encaram vem
mudando. Há cerca de 15 anos, essas provocações passaram a ser vistas como uma
forma de violência e ganharam nome: bullying (palavra do inglês que pode ser
traduzida como "intimidar" ou "amedrontar"). Sua principal característica é que a
agressão (física, moral ou material) é sempre intencional e repetida várias vezes sem
uma motivação específica. Mais recentemente, a tecnologia deu nova cara ao
problema. E-mails ameaçadores, mensagens negativas em sites de relacionamento e
torpedos com fotos e textos constrangedores para a vítima foram batizados de
cyberbullying. Aqui, no Brasil, vem aumentando rapidamente o número de casos de
violência desse tipo.
No espaço virtual, os xingamentos e as provocações estão permanentemente
atormentando as vítimas. Antes, o constrangimento ficava restrito aos momentos de
convívio dentro da escola. Agora é o tempo todo. Os jovens utilizam cada vez mais
ferramentas de internet e de troca de mensagens via celular, e muitas vezes se
expõem mais do que devem.
A tecnologia permite que, em alguns casos, seja muito difícil identificar o(s)
agressor(es), o que aumenta a sensação de impotência.
Raissa*, 13 anos, conta que colegas de classe criaram uma comunidade no Orkut
(rede social criada para compartilhar gostos e experiências com outras pessoas) em
que comparam fotos suas com as de mulheres feias. Tudo por causa de seu corte de
cabelo. "Eu me senti horrorosa e rezei para que meu cabelo crescesse depressa."
Esta forma de violência é de difícil identificação por parte dos familiares e da escola, uma vez que a “vítima”
teme denunciar os seus agressores, por medo de sofrer represálias e por vergonha de admitir que está
apanhando ou passando por situações humilhantes na escola ou, ainda, por acreditar que não lhe darão o
devido crédito. Sua denúncia ecoaria como uma confissão de fraqueza ou impotência de defesa.
Os “agressores” se valem da “lei do silêncio” e do terror que impõem às suas “vítimas”, bem como do receio
dos “espectadores”, que temem se transformarem na “próxima vítima”.
Como vimos, as ações agressivas que caracterizam o bullying são sutis e não vistas claramente, como é a
indisciplina. È preciso então, um refinamento do olhar dos pais e professores que estejam atentos a essa
problemática e que possam viabilizar suas ações a partir de um diagnostico preciso da realidade.
É através do dialogo que conseguimos a tomada de consciência do problema. No entanto, o dialogo às
vezes é confundido por pais ou professores com extensos sermões, e não sabem porque no dia seguinte, o
interlocutor está se comportando do mesmo jeito.
Uma relação de confiança, que pressupõe um ambiente também democrático em sala de aula ou na família
leva em consideração a importância dessa dimensão muitas vezes esquecidas pelas
instituições que educam, os sentimentos. É preciso que o cotidiano das relações
estabelecidas entre adultos e crianças, crianças e seus pares possa ser pautado por
momentos em que se reconheçam os sentimentos alheios e próprios (Tognetta,
2003). Reconhecer sentimentos implica a descoberta de que as ações humanas são
movidas por uma energia que nos leva muitas vezes a não agir bem. Significa olhar
para a criança ou o adolescente em situações adversas e lhe transmitir segurança
para que possam manifestar o que sentem, seus anseios, suas raivas....