Catalina Wainerman / Ruth Sautu

Compiladoras

La Trastienda
de la Investigación
Tercera edición ampliada

LUMIERE
Errores comunes en la formulación de investigaciones sociales

L a s d i f i c u l t a d e s e n e l c a m i n o de l a formación de Investigadores
socleiles s o n m u c h a s . ¿Cuáles s o n l o s errores más c o m u n e s entre
q u i e n e s se I n i c i a n e n l a investigación? S i n pretensión d e
e x h a u s t i v i d a d , a continuación e n u n c i o a l g u n o s de l o s q u e h e
e n c o n t r a d o c o n m a y o r f r e c u e n c i a . L o s acompaño de ejemplos
t o m a d o s verbatim de p r o p u e s t a s y trabajos p r e s e n t a d o s p o r l o s y
l a s a l u m n a s de diversos c u r s o s de maestrías.

1. Formulación de un objetivo tan amplio que no es susceptible

de ser investigado durante la vida útil de un individuo.
Se t r a t a de u n e r r o r tEin evidente q u e n o creo r e q u i e r a ejemplos.
E s m u y frecuente e n l o s i n i c i o s de l a e x p e r i e n c i a de investigación.
C u a n t o m e n o r l a e x p e r i e n c i a m á s difícil es a c e p t a r q u e n o se p u e d e
e s t u d i a r todo ("el m u n d o y s u s c o n t o m o s " , a c o s t u m b r o a d e c i r e n
m i s p r i m e r a s clases) y q u e h a y q u e acotar; también q u e l a q u e u n o
p l a n e a n o es l a última investigación de l a v i d a , q u e habrá t i e m p o
y ocasión de p e r s e g u i r l a s p r e o c u p a c i o n e s e n i n v e s t i g a c i o n e s
futureis.

2. Error de dejar a cargo de la realidad la especificación del

objetivo que se habrá de investigar en ella.
E s u n error m u y común y reside e n q u e q u i e n c o n d u c e l a
investigación, e n l u g a r de a s u m i r l a r e s p o n s a b i l i d a d p o r definir l a
p r e g u n t a , e s p e r a q u e l a r e a l i d a d le d i g a cuál es. P e r o es él/ella
q u i e n h a de f o r m u l a r l a , q u i e n tiene q u e interrogetr a l a reeilidad y
(hacer que) l a r e a l i d a d le r e s p o n d a .
E s e l c a s o de q u i e n e s d i c e n , p o r ejemplo, q u e s u objetivo
específlco es "indageir cuáles s o n l o s factores q u e i n c i d e n sobre e l
bajo r e n d i m i e n t o e s c o l a r ' . E s t o s p u e d e n s e r m u c h o s y de m u y
 26 Catalina Wainerman
d i v e r s a n a t u r a l e z a : características d e l o s a l u m n o s (psicológicsis,
fisiológicas, socioeconómicas, etc.), de s u contexto familieir o s o c i a l
(nivel de educación de los progenitores, v a l o r q u e l a f a m i l i a c o n c e d e
a l a educación, d i s p o n i b i l i d a d d e m e d i o s p a r a a s e g u r a r l a a s i s t e n -
c i a de l o s niños a l a e s c u e l a , etc.), de l a orientación pedagógica de
l a e s c u e l a , de l a formación y / o de l o s p r e j u i c i o s sociíiles d e l
p e r s o n a l docente, de l a gestión de l a institución escolar, o de todos
j u n t o s . P a r a r e s p o n d e r a l a cuestión el i n v e s t i g a d o r tiene q u e j u g a r
s u p a r t i d o teórico y " a p o s t a r " a a l g u n o s d e esos factores, p e r o l a
a p u e s t a tiene q u e e x i s t i r y s e r h e c h a a n t e s de llegar a InterrogEir
a l a r e a l i d a d p o r q u e , c o m o digo i n c a n s a b l e m e n t e a m i s a l u m n o s ,
" l a r e a l i d a d es ciega, s o r d a y m u d a , a m e n o s q u e se l a i n t e r r o g u e ,
y q u e se lo h a g a a d e c u a d a m e n t e " .
3 . Planteo de objetivos específicos no incluidos en el general, o
que pertenecen a otra investigación.
U n e s t u d i a n t e de u n a maestría e n administración pública
planteó e l s i g u i e n t e objetivo generat d e s c r i b i r qué es y cómo e s u n a
c r i s i s e n e l c o n t e x t o de u n a organización, d e f i n i d a desde l a p e r s -
p e c t i v a d e l actor.
E l objetivo especifico q u e p r o p u s o fue: e l a b o r a r u n m o d e l o de
t o m a d e decisión específico p a r a s i t u a c i o n e s críticas.
D e a c u e r d o a l objetivo g e n e r a l , s e e n t i e n d e q u e el a u t o r tenía
p o c o c o n o c i m i e n t o a c e r c a de cómo v i v e n l o s actores l a s crísis e n
l a s o r g a n i z a c i o n e s y q u e . e n c o n s e c u e n c i a , deberá e m p e z a r p o r
d e s c r i b i r s u s aspectos más relevantes, e n qué c o n d i c i o n e s s u r g e n ,
cómo s e m a n i f i e s t a n , a quiénes i n v o l u c r a n , qué c o n s e c u e n c i c i s
p r o d u c e n e n d i v e r s o s aspectos de l a v i d a orgemizacional, etcétera;
además de d e s c r i b i r cómo l a s v i v e n actores c o n diversas c a r a c t e -
rísticas de e d a d , sexo, antigüedad e n l a organización, cargo o
posición e n l a e s t r u c t u r a jerárquica, etcétera.
E n l u g a r d e ello, e l a u t o r p r o p o n e u n objetivo específico q u e
focaliza, p r i m e r o , e n l a elaboración de u n "modelo", p a r a l o cueil
se p r e s u p o n e q u e ya d i s p o n e de u n a p r o l i j a descripción (que
b u s c a b a e n el genereil); además se refiere a l a " t o m a de d e c i s i o n e s "
e n s i t u a c i o n e s de c r i s i s , lo q u e p o c o tiene q u e ver c o n "qué e s " y
"cómo e s " u n a c r i s i s (que se p l a n t e a b a e n e l general), además d e
que a h o r a omite " l a p e r s p e c t i v a d e l a c t o r " (que estaba presente e n
e l general).
U n e s t u d i a n t e de c i e n c i a s políticas planteó como objetivo
Acerca de la formación de invesügadores en ciencias sociales 27
general e l s i g u i e n t e interesantísimo interrogante: i n d a g a r l a e x i s -
t e n c i a de diferentes f o r m a s d e m i e d o político e n l a s o c i e d a d
a r g e n t i n a a c t u a l . P r o p u s o c o m o objetivo esped^ico d e s c r i b i r y
a n a l i z a r e l d i s c u r s o oficial a c e r c a d e l a participación política e n
relación a d o s tipos de d i s c u r s o : democrático y a u t o r i t a r i o .
S i se e x a m i n a el objetivo g e n e r a l , s e d e s c u b r e q u e l o e s p e r a b l e
es q u e , t r a s u n a definición c o n c e p t u a l de " m i e d o político", s u r g i d a
de a l g u n o s de l o s enfoques teóricos q u e e x i s t e n y q u e e l a u t o r
conoce, el a u t o r se p r o p o n g a i d e n t i f i c a r s i e x i s t e n y , e v e n t u a l m e n t e
c o n qué f r e c u e n c i a están p r e s e n t e s , d i v e r s a s formas d e ese fenó-
m e n o así d e s c r i p t o e n d i v e r s o s sectores de l a sociedad a r g e n t i n a
a c t u a l . P o r q u e s e g u r a m e n t e l a situación n o será i g u a l e n t r e Jóvenes
que n o v i v i e r o n e l proceso (triple A , F a l c o n verdes, s i r e n a s , des-
a p a r i c i o n e s , etcétera) q u e entre q u i e n e s sí lo vivieron, e n t r e qui&nes
p a r t i c l p z i r o n o pcirticlpam e n política q u e entre q u i e n e s n o lo
h i c i e r o n o h a c e n , entre q u i e n e s v i v i e r o n d e c e r c a o e n c a r n e p r o p i a
e x p e r i e n c i a s de desaparición y / o t o r t u r a s q u e entre q u i e n e s n o
t u v i e r o n l a e x p e r i e n c i a . P e r o s i s e e x a m i n a e l objetivo específlco s e
advierte q u e desapeirecló n a d a m e n o s q u e el fenómeno foco d e l
e s t u d i o , e l " m i e d o político". L o q u e q u e d a d e l a "política" es l a
participación; además h u b o un^ d e s p l a z a m i e n t o desde l o s actores
c e n t r a l e s , a q u e l l o s p a s i b l e s d e s e n t i r m i e d o político, a l o s m e n s a j e s
e m i t i d o s p o r l o s o r g a n i s m o s de g o b i e r n o e n d o s regímenes políticos
diferentes —democrático y a u t o r i t a r i o — . S e g u r a m e n t e , el a u t o r
deberá a n a l i z a r l o s m e n s a j e s c o n t e n i d o s e n d i s c u r s o s políticos
p r o n u n c i a d o s d u r a n t e u n o y otro régimen a c e r c a de l a p a r t i c i p a -
ción política p a r a i n d a g a r cuáles, o c o n qué f r e c u e n c i a , o e n qué
c i r c u n s t a n c i a s , c o n t i e n e n a m e n a z a s q u e podrían i n d u c i r e l s e n t i -
m i e n t o de m i e d o e n l a s o c i e d a d , pero esto n o lo llevaría a " i n d a g a r
l a e x i s t e n c i a d e d i v e r s a s f o r m a s d e m i e d o político" p o r q u e p a r a
h a c e r l o debería i n d a g a r quiénes p u e d e n e x p e r i m e n t a r l o .
4. Falta de conciencia de que si no existen datos, o no están
disponibles, o que si las instituciones que los producen no permiten
el acceso para obtenerlos,'' es imposible llevar a cabo la investigación
' Se trate de departamentos de estadística de organismos, empresas u otras
instituciones poseedoras de registros estadísticos; de hospitales, cárceles, escuelas,
oficinas o abrlcas cuyo personal se quiere entrevistar o cuya organización se quiera
observar.
 28 Catalina Wainerman
y que, por ho tanto, Junto con el problema a invest^ar hay que pensar
en emmbmr la reaüdad de los datos.
Investigar cómo y cuánto cambió l a e s t r u c t u r a p o r r u b r o s d e l
p r e s u p u e s t o de l a s f u e r z a s a r m a d a s a r g e n t i n a s entre l o s períodos
1 9 7 6 - 8 3 y 1 9 8 3 - 9 6 es s i n d u d a , c a s i i m p o s i b l e , s a l v o p a r a a l g u n o s
i n v e s t i g a d o r e s extranjeros quienes, e n s u condición de tales, r e s u l -
t a n m e n o s a m e n a z a n t e s p a r a l a población d e l e s t u d i o .
5. Confusión entre producción de conocimierüo sobre la realidad
y elaboración de políticas y/o planes de acción para operar sobre
ella, o entre objetivos de investigación y propósitos de largo plazo.
N o se t r a t a de q u e l a investigación s o c i a l n o d e b a tener u n
p r o ^ s i t o a largo p l a z o q u e s u p o n g a "mejorar", " m o d i f i c a r " , " c a m -
b i a r l a s c o n d i c i o n e s d e v i d a de l a población o l a s o p o r t u n i d a d e s
que b r i n d a l a s o c i e d a d , o q u e s u p o n g a l o g r a r u n a s o c i e d a d más
" J u s t a " . P o r s u p u e s t o , b i d h v e n i d o s e s o s deseos. P e r o se t r a t a d e n o
c o n f u n d i r l o s c o n l a producción de c o n o c i m i e n t o válido sobre algún
sector o p r o b l e m a socicú. Así. p r o p o n e r c o m o objetivo de u n a
investigación c o n t r i b u i r a l m e j o r a m i e n t o d e l a s r e l a c i o n e s entre el
c i u d a d a n o y e l p o d e r legislativo n a c i o n a l e s d i g n o d e l m a y o r elogio
pero, p a r a lograrlo, se n e c e s i t a ccsfocer. p o r ejemplo, c u a n i n s a t i s -
factorias s o n e s a s relaciones, debido a qué c a u s ^ p a r a quiénes,
etcétera. Y e s t o s s o n objetivos de investigación, q u e l l e v a n a
conocer, a d a r información f á c t « a p a r a diseñar políticas o p r o g r a -
m a s q u e r e v i e r t a n l a insatisfacción, s u p u e s t o q u e e s t a exista, más
allá d e l a opinión d e q u i e n propone e s t u d i a r l a .
E l e r r o r está c l a r a m e n t e presente e n u n proyecto de i n v e s t i -
gación e n educación p r e s e n t a d o p o r u n e q u i p o de docentes de u n a
u n i v e r s i d a d pública a n t e l a Secretaría de C i e n c i a y Técnica de l a
m i s m a institución. S u s autores p r o p u s i e r o n c o m o objetivo general
" e l a b o r a r p r o p u e s t a s d e trabajo u n i v e r s i d a d - e s c u e l a e n t o m o de l a
problemática de l a gestión". Se t r a t a de l a elaboración de políticas
de acción, n o d e p r o d u c i r c o n o c i m i e n t o q u e s i r v a de i n s u m o p a r a
e l a b o r a r l a s , lo q u e sí sería pertinente c o m o t e m a d e investigación.
E l c a s o e s m u y s i m i l a r a l de otro e s t u d i o , también e n el área
de l a educación, a c e r c a d e l trabajo i n f a n t i l y l a e s c o l a r i d a d p r i m a -
ria. S u s a u t o r e s p r o p u s i e r o n c o m o t m o de l o s objetivos de s u
estudio: " e l a b o r a r p a u t a s q u e p e r m i t a n e l d i c t a d o de políticas
sociales a d e c u a d a s a l a problemática d e l o s niños d e sectores
p o p u l a r e s e n c o n d i c i o n e s de m a r g l n a l l d a d " . N u e v a m e n t e , se t r a t a
Acerca de la formación de Investigadores en ciencias sociales 29
de u n objetivo d e lEirgo plazo m u y loable, pero u b i c a l a acción e n
l a a r e n a d e l a formulación de políticas y n o e n l a d e l c o n o c i m i e n t o
de l a r e a l i d a d s o b r e l a que se b u s c a p r o p o n e r políticas.
6. Confusión entre afirmaciones fácticas y afirmaciones
valorativas.
P o r m u y l o a b l e q u e s e a p r o m o v e r , e n a r a s de a s e g u r a r l a
i g u a l d a d de o p o r t u n i d a d e s p a r a todos, q u e e n l a s f a m i l i a s e n q u e
a m b o s cónyuges t r a b a j a n y a p o r t a n a l sostentariento económico d e l
hogar, l o s m a r i d o s d e b e n c o m p a r t i r l a s t a r e a s domésticas y d e l
c u i d a d o de l o s h i j o s c o n s u s e s p o s a s , u n a c o s a e s e x p r e s a r el v a l o r
y l a o t r a d e s c r i b i r qué o c u r r e e n l o s h e c h o s e n l a s f a m i U a s de "doble
proveedor".
7. Confusión entre hipótesis como "conjetura" a scmeter a
prueba e hipótesis como "presupuesto" o "punto de partida" que
orienta la investigación.
E s h a r t o común q u e l o s e s t u d i a n t e s c o n f u n d a n el concepto de
" p r e s u p u e s t o " teórico c o n e l de "hipótesis". E l prünero alude a u n
c o n o c i m i e n t o q u e se s u p o n e v e r d a d e r o , a u n q u e se lo h a g a de
meinera p r o v i s o r i a , y desde e l c u a l , q u i e n h a c e l a Investigación m i r a
a l a r e a l i d a d q u e e s t u d i a , c o m o q u i e n se s u b e a u n a a t a l a y a p a r a
ver el m u n d o a l r e d e d o r . E l s e g u n d o , e s u n a c o n j e t u r a a c e r c a de
cómo es l a r e a l i d a d , y c u y a v e r d a d o f a l s e d a d n o se p r e s u m e , es
decir, q u e d e m a n d a s e r s o m e t i d a a p m e b a empírica.
Así. e n l a p r i m e r a versión d e u n a investigación psicológica, l a
a u t o r a decía q u e s u e s t u d i o procuraría " d i l u c i d a r l a s i g u i e n t e
hipótesis: e l e s t u d i o de l a t e r a p i a f a m i l i a r y de l a mediación f a m i l i a r
h a c e n i m p o r t a n t e s c o n t r i b u c i o n e s a l a resolución de conflictos e n
f a m i l i a s c o n h i j o s adolescentes". E s t e e s c l a r a m e n t e u n p r e s u p u e s -
to de l a a u t o r a q u e . c o m o t a l . e l l a asumía c o m o verdadero, quizás
sin saberlo. E s decir, n o era u n a conjetura c u y a verdad o falsedad
l a a u t o r a h u b i e r a q u e r i d o s o m e t e r a p m e b a . E l l a n o tenía d u d a
a l g u n a a c e r c a d e q u e a m b a s técnicas, v e n i d a s l a u n a de l a
psicología clínica y l a o t r a d e l c a m p o d e l d e r e c h o de f a m i l i a ,
c o n t r i b u y e n a r e d u c i r l o s conflictos. S u objetivo v e r d a d e r o e r a llevar
a c a b o u n e s t u d i o bibllográflcor e s decir, sobre d o c u m e n t o s s e c u n -
dcirios, p a r a i n v e s t i g a r l a s semejemzas y d i f e r e n c i a s entre a m b o s
abordajes (a l o l a r g o de l o s t i p o s de p r o c e s o s , de objetivos y d e
I n d i c a c i o n e s p a r a l o s q u e se l o s h a u t i l i z a d o o se p r o p o n e q u e se
30 Catalina Wainerman
los utilice) con vistas a identificar los aportes específicos de uno
y otro, es decir, para qué tipos de conflicto es más eflciente el uno
y el otro. Este objetivo implica una descripción de ambos abordajes
a lo largo de tres líneas de análisis, y no u n a prueba de hipótesis.
8. Dvüorck) esquizofrénico entre el marco teórico, generalmente
una teoría totalizadora, de gran complejidad y abstracción, y el
diseño metodológico.
Este error es harto común, y lo es entre quienes tienen mayor
"sensibilidad" por la teoría y/o por la ideología.
José Carlos Chiaramonte (1995), invesügador de la historía,
originalmente formado en l a Filosofía y hondamente preocupado
por la relación entre teoría e investigación empírica, alude al tema
desde su propia experiencia. Relata cómo "decidido a hacer una
investigación [descubrí] la necesidad de abandonar momentánea-
mente al menos, la pretensión de continuar trabajando intensa-
mente en problemas teórícos, para ceñirme a u n campo concreto
de investigación, [...descubrí que] tenía que abandonar m i preten-
sión de competir con Don Carlos Marx, de reformular la gran teoría
[...] entendí que tenía que hacer una cosa mucho más modesta,
que era ceñirme a u n campo pequeño de investigación y poner a
prueba ahí realmente m i capacidad y las teorías que manejaba"
(pág. 98). Desde esa experiencia personal, relata que le resultaba
"patético ver a chicos, jóvenes, y también colegas, proyectar Inves-
tigaciones con marcos teóricos terriblemente desarrollados y estar
frenados ahí sin saber qué hacer, porque todos esos grandes
marcos teóricos no ayudaban a los problemas concretos que había
que afrontar en la investigación. (...] Uno no puede, por ejemplo,
si está haciendo u n a investigación sobre u n a hacienda o u n obraje
[...] preguntar por el capitalismo porque el capitalismo es u n
sistema global que no se puede discernir en el ámbito de una
unidad de producción. Y esta gente se empecinaba en hacer las
preguntas que no debía hacerle a sus datos provenientes de una
pequeña investigación" (págs. 104-105).
Desde mi experiencia docente viene a cuento recordar una
Investigación sociológica acerca de los trabajadores del sector
informal del Gran Buenos Aires y de su caracterización en términos
de sexo, edad, nivel de educación, origen migratorio, etcétera. E l
autor, tras u n prolijo análisis de los diversos significados que se
le han atribuido al concepto de "sector informal" y de u n cuidadoso
Acerca de la formación de investigadores en ciencias sociales 31
examen de los diversos enfoques vigentes en la literatura —el
estructuralista, el que pone énfasis en la globallzaclón de la
economía y el de raíz neoliberal—, termina utilizando como Indi-
cador empírico, es decir, como traducción operacional de informa-
lidad, sólo el tamaño del establecimiento en términos del personal
ocupado. Así, define a los trabajadores (y no es el único autor que
lo hace) como formales o informales según trabajen en estableci-
mientos, de más o menos, cinco personas ocupadas. Este criterio
es el resultado de u n a observación empírica, que no se deriva, ni
capta la riqueza, de los enfoques teóricos.
9. Planteo de un objetivo de corte explicativo antes de haber
alcanzado una descripción del fenómeno en investigación.
Una graduada en psicología propuso para su tesis de maestría,
como objetivo general indagar las expectativas de adolescentes de
ambos sexos acerca de los efectos positivos o negativos del uso y
abuso del alcohol.
Tal objetivo supone que se desconocen dichas expectativas y
que, por lo t£mto, es necesario comenzgir por realizar u n a descrip-
ción de la prevalencia de las evaluaciones positivas y negativas
respecto de u n a conducta, indagar el contenido de esas evaluacio-
nes de uno y otro signo, su distribución entre jóvenes de uno y
otro sexo, eventualmente de diferente nivel de educación, clase
social, experiencia previa con el alcohol, propia o de familiares y/
o amigos, etcétera. Sin embargo, los objetivos específicos plantean
una explicación. E n efecto la autora propuso:
1. Establecer el grado y tipo de asociación existente entre
estrato social y expectativas positivas o negativas acerca del
uso y abuso del alcohol.
2. Establecer el grado y tipo de relación existente entre expec-
tativas positivas y negativas acerca del uso y abuso del
alcohol y modos de inicio de la ingesta.
3. Analizar posibles relaciones entre los modos de inicio de la
ingesta y expectativas acerca del uso y abuso del alcohol,
según estrato social.
Además de proponer saltar a explicar sin antes hacer la
necesaria descripción, el caso puede verse como ejemplo de obje-
tivos específicos no contenidos en el general, y de confusión entre
"objetivo específico" y "paso" a recorrer (ver error tipo 10. más
adelante).
32 Catalina Wainerman
La misma situación enfrentamos ante una propuesta de u n a
graduada en ciencias de la educación que propuso u n estudio cuyo
objetivo general era conocer las condiciones de trabajo de los
docentes de las instituciones educativas de la provincia de Buenos
Aires y su objetivo especio era indagar cómo las condiciones de
trabajo en las instituciones educativas del nivel inicial de la ciudad
de Tandil, públicas y privadas, influyen en la tarea pedagógica. Otra
vez, se trata de u n salto en el vacío por sobre la descripción a la
explicación. Stn haber tenido conocimiento acerca de cuáles son
las "condiciones de trabajo" (más y menos frecuentes, en qué
escuelas, etcétera), carece de sentido preguntarse de qué manera
esas condiciones influyen sobre la tarea del personal docente.
10. Discrepancia entre objetivos diacrónicos y diseños sincróni-
cos.
U n a graduada en sociología propuso investigeir los cambios en
el desempeño de los roles domésticos y en las relaciones de
autoridad como resultado de la incorporación al mercado de trabajo
de las mujeres casadas, con cargas de familia. Petra llevarlo a la
práctica, propuso realizíir entrevisteis en profundidad con ambos
miembros de la peireja conyugal de dos grupos de hogares, uno con
u n único proveedor (cónyuge varón) y otro con dos proveedores
(ambos cónyuges).
E n este caso, el diseño es adecuado para examinar diferencias
en el desempeño de los roles domésticos y en las relaciones de
autoridad a lo largo de la variable "condición de actividad de la
cónyuge" o "responsabilidad económica compartida o no de la
pareja conyugal", pero no a lo largo del tiempo histórico. Para
cumplir el objetivo propuesto es indispensable estudiéir dos mo-
mentos en el tiempo, y si no se dispone de u n estudio previo sobre
el tema, recurrir a estratagemas que permitan que aunque las
diferencias de tiempo no sean reales se las pueda inferir, por
ejemplo incluyendo en la investigación parejas conyugales perte-
necientes a dos cohortes diferentes, que bien podrían ser mujeres
(o varones) casadas y sus padres y comparar sus desempeños
respectivos.
11. Confusión entre objetivo espetífico y 'paso" a recorrer en el
desarrollo de la investigación.
Este error es tan frecuente que me resulta difícil elegir u n único
Acerca de la formación de investigadores en ciencias sociales 33
ejemplo. E n u n a investigación cuyo objetivo general era estudiar
el proceso de desvinculación del personal de la Empresa Telefónica
de Argentina a través del mecanismo Acta Acuerdo durante el
período comprendido entre mayo del '92 y mayo del '94, la autora
propuso como uno de sus objetivos espedficos analizar los términos
legales del Acta firmada entre ambas partes. Este análisis es u n
paso indispensable para conocer algo, pero-no es el algo que se
busca conoce^.
Otra alumña propuso u n a investigación cuyo objetim general
era dar evidencias en favor del modelo de análisis de dos autores
argentinos aerea de la relación entre Estado y políticas estatales.
Intentaba hacerlo mediante el estudio de los efectos de la legislación
Inmigratoría vigente desde fines del siglo xix hasta 1996 sobre los
organismos de l a administración pública encargados de
implementarla. Para ello, propuso como uno de sus objetivos
específicos identificar la legislación vinculada a la temática de la
Inmigración. Parece evidente (pero no lo fue para la alumna) que
t£il objetivo es u n paso peira identificar una fuente de datos, no el
aspecto o fenómeno de la realidad que se quería conocer. Otra
cuestión sería si el objetivo general hubiera sido rastrear e^ inven-
tariar la legislación sobre inmigración vigente en la Argentina desde
fines del siglo pasado, suponiendo que no estuviera fácilmente
disponible, lo que no es el caso.
No es que quiera decir que cumplir u n "paso" es de poca monta.
E n muchos casos, es u n a tarea que demanda gran esfuerzo de
tiempo, energía y dinero, sobre todo en países como el nuestro con
escasa conciencia de la importancia de registrar l a historia y de
guardar evidencias para poder examinarla y examinarse por lo que
los repositorios de información son muy escasos. Pero esto no debe
confundimos. S i m i objetivo general es indagar el grado de confian-
za que profesa l a población de la ciudad de Mar del Plata a las
instituciones de su ciudad, detectar cuáles son las instituciones
más representativas de Mar del Plata es u n "paso" primero e
indispensable, pero no es u n objetivo especio.
Tampoco lo es "reconstmir la serie de programas y planes de
estudio vigentes desde 1884 (año de la sanción de la Ley 1420)
hasta 1986" si el objetivo general es "Estudiar la constitución del
curriculum en el campo de la educación argentina mediante la
indagación de las tendencias, regularidades y discontinuidades en
34 Catalina Wainerman

la clasificación de los saberes de los programas y planes de estudio

nacionales para la educación primaria argentina".
L a reconstrucción de la serie de programas y planes es u n
"paso" necesario para llevar a cabo la investigación, es la base de
datos. Aunque pueda demandar mucho tiempo, energía y paciencia
construirla, no produce conocimiento sobre ella sino que propor-
ciona la base, la materia, para hacer posible el estudio de la consti-
tución del curriculum.