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Associativismo e Cooperativismo

Luciano Mendes

02 de abril de 2016
Agenda
✤ Contextualização;

✤ Associações versus Cooperativas;

✤ Histórico sobre o cooperativismo;

✤ História do cooperativismo no Brasil;

✤ Funcionamento e Legalidade nas ações cooperativas;

✤ Cooperativismo e Gestão; e

✤ Considerações finais.
Contextualização
✤ Formas de associação e os limites do sistema capitalista;

✤ Associações informais (ex. mutirão) e formais (ex. Cooperativa);

✤ Associação e formas de participação:

✤ Colaboração;

✤ Desenvolvimento da comunidade;

✤ Organização; e

✤ Empowering (empowerment).  aquisição de poder.


Contextualização

✤ Graus e níveis de participação:


Associações versus Cooperativas
Associações versus Cooperativas
CARACTERÍSTICA ASSOCIAÇÃO COOPERATIVA

DEFINIÇÃO LEGAL Sociedade civil sem fins Sociedade civil e comercial,


lucrativos. sem fins lucrativos (LTDA).
OBJETIVOS Prestar serviços de interesse Prestar serviços de interesse
econômico, técnico, legal, econômico e social aos
cultural e político de seus cooperados, viabilizando e
associados. desenvolvendo sua atividade
produtiva.
AMPARO LEGAL Constituição Federal (Artigo 5º).- Constituição Federal (Artigo 5º).-
Código Civil. Código Civil.- Lei 5.764/71.
MÍNIMO DE PESSOAS PARA 02 (duas) pessoas físicas. 20 (vinte pessoas) físicas,
CONSTITUIÇÃO exclusivamente.
ÁREA DE AÇÃO Limitada pelos seus objetivos. Limitada pelos seus objetivos.

ATIVIDADES MERCANTIS Pode ou não comercializar. Pratica qualquer ato


comercial.
Associações versus Cooperativas
CARACTERÍSTICA ASSOCIAÇÃO COOPERATIVA

ROTEIRO SIMPLIFICADO 1. Definição do grupo de interessados. 1. Constituição, com eleição dos


PARA CONSTITUIÇÃO 2. Definição dos objetivos concretos Dirigentes.
do grupo. 2. Subscrição e integralização
3. Elaboração conjunta do Estatuto das cotas de capital pelos
Social. associados.
4. Realização da Assembleia de 3. Encaminhamento dos
Constituição, com eleição dos documentos para análise e
Dirigentes. registro na Junta Comercial.
5. Registrar o Estatuto Social, os 4. CNPJ na Receita Federal.
Livros obrigatórios e a Ata de 5. Inscrição na Receita Estadual.
Constituição (Lei 9.042/95 Nova 6. Inscrição no INSS.
redação do Artigo 121 da Lei 7. Alvará de Licença e
6015/73). Funcionamento na Prefeitura
6. CNPJ na Receita Federal. Municipal.
7. Registros na Prefeitura, INSS e 8. Registro na OCB.
Ministério do Trabalho. 9. Outros registros para cada
8. Elaboração do primeiro plano de atividade econômica.
trabalho. 10. Abertura de conta bancária.
Associações versus Cooperativas
CARACTERÍSTICA ASSOCIAÇÃO COOPERATIVA

PONTOS 1. Nome da Associação. 1. Nome, tipo de entidade, sede e foro. 2. Área de


ESSENCIAIS NOS 2. Sede e Comarca.- atuação. 3. Duração do exercício social. 4.
ESTATUTOS Finalidades/objetivos Objetivos sociais, econômicos e técnicos. 5.
SOCIAIS concretos. Forma e critérios de entrada e saída de
3. Se os associados associados. 6. Responsabilidade limitada ou
respondem pelas ilimitada dos associados. 7. Formação, distribuição
obrigações da entidade. e devolução do capital social. 8. Órgãos de
4. Tempo de duração. direção, com responsabilidade de cada cargo. 9.
5. Cargos e funções dos Processo de eleição e prazo dos mandatos dos
Dirigentes e Dirigentes e Conselheiros. 10. Convocação e
Conselheiros. funcionamento da Assembleia Geral. 11. Forma de
6. Como são distribuição das sobras e rateio dos prejuízos. 12.
modificados os Casos e formas de dissolução. 13. Processo de
Estatutos Sociais. liquidação. 14. Modo e processo de alienação ou
7. Como é dissolvida a oneração de bens imóveis. 15. Reforma dos
entidade e destino do Estatutos. 16. Destino do patrimônio na
patrimônio. dissolução ou liquidação.
Associações versus Cooperativas
CARACTERÍSTICA ASSOCIAÇÃO COOPERATIVA

REPRESENTAÇÃO Representa, se autorizado pelo Representa, se autorizado pelo Estatuto


LEGAL Estatuto Social, os associados em Social, os cooperados em ações
ações coletivas e prestação de coletivas e prestação de serviços comuns
serviços comuns de interesse de interesse econômico, social, técnico,
econômico, social, técnico, legal e legal e político dos mesmos.
político dos mesmos.
RESPONSABILIDAD Os administradores podem ser A responsabilidade dos cooperados está
ES DOS SÓCIOS responsabilizados por seus atos que limitada ao montante de suas respectivas
comprometem a vida da entidade.- Os cotas partes, a não ser que o Estatuto
sócios não respondem pelas Social determine diferentemente. Quando
obrigações assumidas pela entidade. os Estatutos determinam responsabilidade
ilimitada, os sócios podem responder com
seu patrimônio pessoal.

REMUNERAÇÃO Não são remunerados pelo São remunerados, através de retiradas


DOS DIRIGENTES desempenho de suas funções. mensais "pró labore", definidas pela
Podem receber reembolso das Assembleia. Não possuem vínculo
despesas realizadas para desempenho empregatício.
Associações versus Cooperativas
CARACTERÍSTICA ASSOCIAÇÃO COOPERATIVA

DESTINO DO Não há rateio de sobras Há rateio das sobras obtidas no exercício


RESULTADO das operações financeiras financeiro, devendo antes a assembleia destinar
FINANCEIRO entre os sócios. Qualquer partes ao Fundo de Reserva (mínimo de 10%) e
superávit financeiro deve ser FATES Fundo de Assistência Técnica, Educacional
aplicado em suas e Social (mínimo de 5%). As demais sobras podem
finalidades. ser destinadas a outros fundos de capitalização ou
diretamente aos associados de acordo com a
quantidade de operações que cada um deles teve
com a cooperativa.

ESCRITURAÇÃO simplificada e objetiva. É específica e completa. Deve existir controle de


CONTÁBIL cada conta capital dos cooperados, e registrar em
separado as operações com não cooperados.
OBRIGAÇÕES FISCAIS E Não paga Imposto de Não paga Imposto de renda nas operações com
TRIBUTÁRIAS renda. Deve, porém, os cooperados. No entanto, deve recolher sempre
declarar a isenção todo ano. que couber Imposto de Renda na fonte e o
- Não está imune, podendo Imposto de renda nas operações com terceiros.-
ser isentada dos demais Paga todas as demais taxas e impostos.
impostos e taxas.
Associações versus Cooperativas
CARACTERÍSTICA ASSOCIAÇÃO COOPERATIVA

ESTRUTURAS DE Pode constituir órgãos de É representada pelo Sistema OCB - Organização


REPRESENTAÇÃO representação e defesa, não havendo, das Cooperativas Brasileiras, sediada em Brasília e
atualmente, nenhuma estrutura que pela OCEES - Sindicato e Organização das
faça isso em nível nacional. Cooperativas do Estado do Espirito Santo. - Alguns
tipos de cooperativa possuem também
representação de interesses econômicos e
estratégicos através de centrais ou Federações
(Cooperativas de 2º grau) e Confederações
(cooperativas de 3º grau)
DISSOLUÇÃO E A dissolução é definida pela A dissolução é definida pela Assembleia. Geral.-
LIQUIDAÇÃO Assembleia Geral.- A liquidação pode pode ocorrer a liquidação por processo judicial.
ocorrer mediante intervenção judicial Neste caso, o Juiz nomeia uma pessoa como
realizada por representante do liquidante.
Ministério Público.
DESTINO DO Os bens remanescentes na Os bens remanescentes, depois de cobertas as
PATRIMÔNIO CASO dissolução ou liquidação deverão dívidas trabalhistas e com o Estado, depois com
HAJA O FIM DA ser destinados, por decisão da fornecedores, deverão ser destinados a
ENTIDADE Assembleia Geral para entidades entidades afins.- Em caso de liquidação, os
afins. associados são responsáveis, limitada ou
ilimitadamente (conforme os Estatutos) pelas
Histórico sobre o cooperativismo
Histórico sobre o cooperativismo
✤ A cooperação é algo essencial na vida humana e em
comunidade. Sempre foi constatada na história
humana!

✤ A cooperação foi evidente, por exemplo, na história


dos babilônios, através da utilização de terras para
plantio em comum;

✤ Mas o termo COOPERATIVA data do início do século


XIX.
Histórico sobre o cooperativismo
✤ O movimento cooperativista foi influenciado pelos sociólogos
Defende a reorganização da sociedade com base no princípio de
Robert Owen
justiça e fraternidade; e
(1771 - 1858)
Considerado o criador o ter cooperação no sentido econômico.

Acreditava na divisão da sociedade em colônias comunitárias


François Marie
nomeadas de Falanstério, ou seja, Comunidades Cooperativas onde
Charles Fourier
seriam desenvolvidas atividades agrícolas, industriais e serviços.
(1772 - 1837)
Foi considerado precursor do cooperativismo.
Philipe Joseph Considerado um dos grandes pensadores e realizadores da
Benjamin Buchez Cooperação Moderna.
(1796 – 1865) Defendeu a associação de trabalhadores livres.
Acreditava que a solução dos problemas sociais encontrava-se na
Louis Blanc (1812
Organização do Trabalho, por meio de associações e/ou
– 1882)
cooperativas de produção.
Histórico sobre o cooperativismo

✤ A utopia dos sociólogos inviabilizou a constituição de


comunidades cooperativas:

✤ Owen (industrial britânico) chegou a criar uma aldeia


cooperativa (Repúblicas ideais) formando comunidades de
trabalhadores que produziam e comercializam tudo em uma
sociedade fechada;

✤ O que houve? A produção era baixa, havia a necessidade de


financiamento de sociólogos britânicos, o que levou à
extinção da aldeia.
Histórico sobre o cooperativismo

✤ Ainda, os Falanstérios de Fourier foram inviabilizados.

✤ A ideia dos Falanstérios era de uma comunidade


pudesse viver sem a obrigatoriedade do trabalho.
Além disso, recebiam uma renda mínima.

✤ O que houve? Nenhum mecenas quis financiar o


empreendimento, que foi extinto tempos depois.
Histórico sobre o cooperativismo

✤ Por que esses empreendimentos cooperativos


fracassaram? Por que eram organizações anti-capitalista e
não partiam da mobilização dos próprios trabalhadores
(Paul Singer);

✤ Mas a situação de desemprego na Inglaterra influenciou a


surgimento de organizações cooperativas (cooperativas
operárias) que, com apoio dos sindicatos, acabavam
gerando algum tipo de produção.
Histórico sobre o cooperativismo

✤ Não foi uma história fácil para as cooperativas operárias, pois as


associações patronais realizaram uma série de retaliações, na
tentativa de eliminar esses empreendimentos;

✤ Neste contexto que surgiu formalmente a primeira cooperativa,


em 1844, conhecida como “Cooperativa dos Pioneiros de
Rochdale".

✤ Rochdale é uma cidade da Inglaterra que na época


congregava as principais indústrias têxteis.
Histórico sobre o cooperativismo

✤ A Cooperativa de Rochdale foi criada por 28 integrantes. Foi


uma cooperativa de consumo, mas tinha um projeto de
criação de armazéns, construção de habitações para os
cooperados, produção de manufatura para empregar sócio
desempregado, arrendamento de terras para o trabalho
comum e a criação de um hotel.

✤ Com a intenção de distinguir das empresas capitalistas, os


pioneiros de Rochdale comprometeram-se com a adoção
de princípios básicos:
Histórico sobre o cooperativismo

✤ Princípios básicos da cooperativa de Rochdale:

✤ 1) Governo democrático, onde cada sócio tenha direito a 1 voto;

✤ 2) Sociedade aberta, onde cada indivíduo pudesse se associar, apenas com a exigência de integrar uma
quota-capital;

✤ 3) Compromisso de investir para o excedente, remunerado a uma taxa de juros mínima;

✤ 4) Distribuição dos excedentes proporcional à aquisição, pelos sócios, de produtos da cooperativa;

✤ 5) venda à vista;

✤ 6) venda de produtos puros e de boa qualidade;

✤ 7) desenvolvimento de educação baseados em princípios cooperativos; e

✤ 8) Neutralidade política e religiosa.


Histórico sobre o cooperativismo

✤ O crescimento da cooperativa de Rochdale foi rápido:

✤ Houve um crescimento exponencial no número de cooperados;

✤ Houve uma rápida diversificação das atividades;

✤ Em 1850 já contava com uma industria têxtil;

✤ Em 1852 implantou a industria de fabricação de calçados;

✤ Logo em seguida criou uma Cooperativa de distribuição dos produtos;

✤ Em 1853 integrou à estrutura uma cooperativa de créditos.


Histórico sobre o cooperativismo

✤ Da mesma forma em que houve rápida expansão das


atividades, a partir de 1855 a cooperativa passou por
sucessivas crises de abastecimento do algodão;

✤ Isso fez com que os sócios retirassem os benefícios dos


trabalhadores da indústria, deixando a cooperativa de ter
um controle igualitária e democrático;

✤ Mesmo com a crise, o empreendimento continuou em


expansão até 1906.
Histórico sobre o cooperativismo

✤ O sucesso de Rochdale produziu a necessidade de


disseminar esses princípios mundo a fora;

✤ Foi a partir daí que houve a criação, em 1895, da Aliança


Cooperativa Internacional (órgão que existe até hoje! Com
sede em Bruxelas, Bélgica - www.ica.coop);

✤ A intenção na criação da ACI foi de articular melhor a


necessidade de disseminar a criação de cooperativas
pelo mundo.
História do cooperativismo no Brasil
História do cooperativismo no Brasil

✤ O cooperativismo por aqui surge no final do século XIX, sendo estimulado por uma
oligarquia agrária (muito diferente do movimento nos países europeus);

✤ 1887 - Cooperativa de Consumo dos Empregados da Companhia Paulista, em


Campinas-SP;

✤ 1891 - Associação Cooperativa dos Empregados da Companhia Telefônica, em


Limeira-SP;

✤ 1902 - as primeiras “Caixas Rurais” no Rio Grande do Sul; e

✤ 1907 - as primeira Cooperativas Agropecuárias em Minas Gerais.;

✤ As primeiras cooperativas de consumo foram criadas por grandes produtores rurais e


as cooperativas agropecuárias criadas pelo Ministério da Agricultura.
História do cooperativismo no Brasil

✤ Até 1930 o cooperativismo no Brasil caminhou lento;

✤ Com a grande depressão dos anos 30 e a política de substituição de


importações, o governo brasileiro passou a estimular o surgimento de
cooperativas;

✤ O governo do Estado Novo (1937-1949) incluiu o cooperativismo na


pauta das políticas agrícolas, com a intenção de conduzir a um
desenvolvimento rural.

✤ Em 1932, o Decreto no. 22.239, definia as cooperativa como


sociedade de pessoas e não de capital.
História do cooperativismo no Brasil

Ano Cooperativas Cooperados

✤ Devido ao estímulo para 1935 105 6.872


a existências de
cooperativas na área 1940 964 80.170
rural, houve um 1945 2.101 253.870
crescimento exponencial
no número de 1950 2.789 492.934
cooperativas de 1935 até 1955 2.964 554.146
1960:
1960 4.627 1.859.079
História do cooperativismo no Brasil

✤ A partir de 1966 o Estado intensificou a intervenção junto às cooperativas;

✤ No regime militar as cooperativas foram deixadas à cargo dos tecnoburocratas;

✤ 1969 - criada a Organização das Cooperativas do Brasil;

✤ 1971 - promulgada a Lei 5.764, que define a política nacional do cooperativismo no


Brasil;

✤ Apesar dessa promulgação, o governo mantinha um controle (de cima para baixo)
do funcionamento das cooperativas, concedendo autorizações ou não para seu
funcionamento. 1972 houve uma redução abrupta no número de cooperativas que
podiam funcionar (apenas 2.637!).
História do cooperativismo no Brasil

✤ Os créditos oficiais passaram a ser obtidos apenas


pelas grandes cooperativas, o que obrigada os
pequenos produtores a integrarem e a seguirem as
políticas dessas cooperativas para obterem créditos
de produção;

✤ Esse controle do governo estimulou o fortalecimento


da cooperativas empresarias e enfraqueceu as
cooperativas autenticas (Laura Duarte).
História do cooperativismo no Brasil

✤ Somente com a promulgação da Constituição Federal,


em 1988, é que as cooperativas voltaram a ter certa
autonomia em suas constituições (pelo menos
passaram a não depender mais de promulgação
oficial do governo);

✤ Com isso, as cooperativas tiveram maior autonomia


na sua gestão, colocando as cooperativas no
mercado concorrencial com as empresas em geral.
Cooperativismo e Gestão
Cooperativismo e Gestão

✤ Apesar de toda lógica de cooperação, o sustentáculo


das cooperativas está ligado à sua manutenção no
mercado;

✤ Oferecendo produtos e serviços semelhantes às


empresas capitalistas, as ações de autogestão e
democracia no processo de tomada de decisão ficam
limitadas;

✤ Mas como GERENCIAR uma Cooperativa?


Funcionamento e Legalidade

✤ Estrutura básica da Cooperados

cooperativa:

Assembléia Geral

Conselho Fiscal

Conselho Administrativo

✤ Diante dessa estrutura, como Diretorias

GERENCIAR uma cooperativa?


Funcionamento e Legalidade

✤ Princípios do Cooperativismo na Atualidade! (OCB, 2016).

✤ Adesão livre e voluntária;

✤ Gestão democráticas;

✤ Participação econômica dos membros;

✤ Autonomia e independência;

✤ Educação, formação e informação;

✤ Intercooperação; e

✤ Interesse pela comunidade.

✤ Diante de tais princípios, como GERENCIAR uma Cooperativa?


Funcionamento e Legalidade

✤ Os diversos papéis dos cooperados:

✤ 1) Dono/Proprietário;

✤ 2) Fornecedor/Prestador de serviços;

✤ 3) Consumidor/Cliente;

✤ 4) Gestor; e

✤ 5) Vendedor/Comerciante.

✤ Diante dos diversos papéis, como GERENCIAR uma cooperativa?


Funcionamento e Legalidade
✤ As cooperativas são regidas pela: LEI Nº 5.764,
DE 16 DE DEZEMBRO DE 1971.
Capítulos Principais Aspectos

Capítulo I - Da Política Nacional de Estímulo às iniciativas ligadas ao sistema cooperativo e


Cooperativismo seus reconhecidos interesses coletivos.
Capítulo II - Das Sociedades Cooperativas 1. Exercício de atividade econômica sem objetivo de
lucro;
2. Organização civil de interesse coletivo;
3. Características da cooperativa: a) adesão voluntário
com número ilimitado de associados; b) variação do capital
social por quotas-parte; c) inacessibilidade de quota-parte
a terceiros; d) singularidade de voto; e) quórum para o
funcionamento de deliberação da assembleia; f) retorno
das sobras líquidas de exercício; g) indivisibilidade dos
fundos de reserva e assistência técnica; h) neutralidade
política e de discriminação; i) prestação de assistência ao
associado; e j) área de admissão de associado limitada à
Funcionamento e Legalidade
Capítulos Principais Aspectos

Capítulo III - Do 1. poderão adotar por objeto qualquer gênero de serviço, operação ou
Objetivo e Classificação atividade;
das Sociedades 2. As cooperativas são consideradas:
Cooperativas • singulares, as constituídas pelo número mínimo de 20 (vinte)
pessoas físicas
• cooperativas centrais ou federações de cooperativas, as
constituídas de, no mínimo, 3 (três) singulares;
• confederações de cooperativas, as constituídas, pelo menos, de 3
(três) federações de cooperativas ou cooperativas centrais;
3. Exercício da atividade:
• As cooperativas singulares se caracterizam pela prestação direta
de serviços aos associados;
• As cooperativas centrais e federações de cooperativas objetivam
organizar os serviços econômicos e assistenciais;
• As confederações de cooperativas têm por objetivo orientar e
coordenar as atividades das filiadas.
Funcionamento e Legalidade
Capítulos Principais Aspectos

Capítulo IV - Da O ato constitutivo, sob pena de nulidade, deverá declarar:


Constituição das • a denominação da entidade, sede e objeto de funcionamento;
Sociedades Cooperativas • o nome, nacionalidade, idade, estado civil, profissão e
residência dos associados, fundadores que o assinaram, bem
como o valor e número da quota-parte de cada um;
• aprovação do estatuto da sociedade;
• o nome, nacionalidade, estado civil, profissão e residência
dos associados eleitos para os órgãos de administração,
fiscalização e outros.
Capítulo V - Dos Livros A sociedade cooperativa deverá possuir os seguintes livros:
• de Matrícula;
• de Atas das Assembleias Gerais;
• de Atas dos Órgãos de Administração;
• de Atas do Conselho Fiscal;
• de presença dos Associados nas Assembleias Gerais;
• outros, fiscais e contábeis, obrigatórios.
Funcionamento e Legalidade
Capítulos Principais Aspectos

Capítulo VI - Do Capital Social 1. O capital social será subdividido em quotas-partes, cujo valor
unitário não poderá ser superior ao maior salário mínimo vigente no
País.
2. Nenhum associado poderá subscrever mais de 1/3 (um terço) do total
das quotas-partes
Capítulo VII – Dos fundos 1. Fundo de Reserva destinado a reparar perdas e atender ao
desenvolvimento de suas atividades, constituído com 10% (dez por
cento), pelo menos, das sobras líquidas do exercício;
2. Fundo de Assistência Técnica, Educacional e Social, destinado a
prestação de assistência aos associados, seus familiares e, quando
previsto nos estatutos, aos empregados da cooperativa, constituído de
5% (cinco por cento), pelo menos, das sobras líquidas apuradas no
exercício.

Capítulo VIII - Dos Associados 1. O ingresso nas cooperativas é livre a todos que desejarem utilizar
os serviços prestados pela sociedade, desde que adiram aos propósitos
sociais e preencham as condições estabelecidas no estatuto.
Funcionamento e Legalidade
Capítulos Principais Aspectos

Capítulo IX - Dos Órgãos Das Assembleias Gerais:


Sociais 1. A Assembleia Geral dos associados é o órgão supremo da
sociedade, dentro dos limites legais e estatutários, tendo poderes
para decidir os negócios relativos ao objeto da sociedade;
2. As Assembleias Gerais serão convocadas com
antecedência mínima de 10 (dez) dias;
3. A convocação será feita pelo Presidente, ou por qualquer dos
órgãos de administração, pelo Conselho Fiscal;
4. As deliberações nas Assembleias Gerais serão tomadas por
maioria de votos dos associados presentes com direito de
votar.
Capítulo X – Fusão, 1. Pela fusão, duas ou mais cooperativas formam nova sociedade;
Incorporação e 2. Pela incorporação, uma sociedade cooperativa absorve o
Desmembramento patrimônio, recebe os associados, assume as obrigações;
3. As sociedades cooperativas poderão desmembrar-se em tantas
quantas forem necessárias para atender aos interesses dos seus
Funcionamento e Legalidade

✤ Aspectos legais de funcionamento de uma cooperativa:

✤ Assembleia Geral Ordinária:

✤ Deve ser realizada nos 3 primeiros meses após o termino do exercício e deverão
constar na ordem do dia: 1) Prestação de contas com parecer do Conselho
Fiscal; 2) Relatório do Gestão; 3) Balanço; 4) Demonstrativo das sobras ou
perdas; 5) Destino das sobras ou rateio das perdas; 6) Eleição dos componentes
dos órgãos de administração, etc.

✤ Assembleia Geral Extraordinária:

✤ Compete: 1) reforma do estatuto; 2) fusão, incorporação ou desmembramento; 3)


mudança o objetivo da sociedade; 4) dissolução da sociedade e nomeação de
liquidante; e 5) contas do liquidante.
Cooperativismo e Gestão

✤ Houve uma série de projetos de Lei com a intenção de modificar os elementos


constituintes de Lei 5.764, mas sem sucesso;

✤ O intuito central nos vários projetos foi de permitir maior autonomia às cooperativas,
para que elas tenham uma gestão mais decentralizada;

✤ Com a abertura econômica em 1990 e as diversas dificuldades no contexto rural, muitas


cooperativas optaram por uma gestão mais racionalizada (semelhante à gestão das
empresas privadas);

✤ Isso gerou uma série de questionamentos sobre se eram cooperativas ou empresas;

✤ Por parte das empresas, a denuncia de que as grandes cooperativas exerciam uma
concorrência desleal, por se apropriarem de benefícios concedidos às cooperativas.
Cooperativismo e Gestão

✤ As grandes cooperativas entram em processos de fusão, incorporação


e aquisição de outras cooperativas, ampliando em muito sua estrutura
de atuação;

✤ Deixam de trabalhar na lógica de “producer oriented” para atuarem na


gestão “market oriented”;

✤ Essa mudança na lógica de gestão tornou predominante os critérios


de produtividade, lucratividade e eficiência econômica;

✤ Mas mesmo assim, as cooperativas passaram, entre 1980 e 1990, por


dificuldades na capitação de recursos financeiros.
Cooperativismo e Gestão

✤ A limitação nos ganhos da cooperativa impedia com que o cooperado a visse como
possibilidade de ganhos individuais de investimento (limitação legal de juros,
12%aa, sobre o capital integralizado);

✤ O direito de propriedade na cooperativa é limitado legalmente, pois não permite, por


exemplo, a alienação de bens;

✤ Na cooperativa ficam comprometidos os investimentos de longo prazo (criação de


marca, diferenciação de produtos, etc.) dando lugar a investimentos de curto prazo
e retornos rápidos;

✤ Ainda, um agravante é o comportamento oportunista do cooperado, que usufrui dos


benefícios estruturais da cooperativa, mas repassa sua produção para outras
empresas do mercado.
Cooperativismo e Gestão

✤ As discussões na década de 1990 era de uma Nova Geração de Cooperativas,


semelhante às praticadas no EUA e no Canadá, onde:

✤ Os cooperados são responsáveis pela capitalização;

✤ As quotas-partes são proporcionais à quantidade de transações;

✤ Os direitos de propriedade são passíveis de alienação;

✤ A cooperativa deixaria de ser apenas prestadora dos serviços e passaria a


adotar uma postura de valorização de capital;

✤ Também, haveria um estímulo para abertura de capital da cooperativa (S/A)


ou a criação de empresas coligadas de capital aberto.
Cooperativismo e Gestão

✤ 1998 - criação do Programa de Revitalização das Cooperativas de Produção Agropecuária


(RECOOP), que tinha a intenção de desenvolver as cooperativas. Para participar as cooperativas
deveriam ter:

✤ Plano de reestruturação (mostrando viabilidade técnica e econômica);

✤ Fechamento de linhas de produção deficitárias;

✤ Estímulos a processos de aquisição e fusão;

✤ Projeto de capitalização;

✤ Projeto de profissionalização da gestão da cooperativa;

✤ Projeto de organização e profissionalização dos cooperados; e

✤ Projeto de monitoramento do plano de desenvolvimento da cooperativa.


Cooperativismo e Gestão

✤ O RECOOP permitiu redefinir a gestão das cooperativas agropecuárias, com


maior profissionalização nas áreas de atuação, levando a:

✤ 1) Agilidade na tomada de decisões pontuais das atividades;

✤ 2) maior simetria das informações entre associados e cooperativas;

✤ 3) maior sintonia entre produção e sinalização de mercado;

✤ 4) maior propensão à centralização ou fusão com outras cooperativas;

✤ 5) redução de possíveis favorecimentos de grupos de cooperados ligados


aos conselhos.
Cooperativismo e Gestão

✤ Essa modificação não altera a estrutura de


funcionamento da cooperativa (Assembleia Geral,
Conselhos e Diretorias), mas integra uma gerencia
profissional nas diversas áreas de atuação da
cooperativa, estando essa estrutura abaixo das
diretorias;
Cooperativismo e Gestão

✤ Estudo de caso na Cocamar (Bialoskorsky):

✤ A cooperativa passou por mudanças no sistema administrativo em 1989, tendo como


prioridade:

✤ Redução dos níveis hierárquicos com maior flexibilidade da administração;

✤ Redução dos quadros associativos, classificação e exclusão dos cooperados que


geram altos custos;

✤ Mercerização de serviços;

✤ Resultado: 1989 a 1992, decresceu o quadro associativo de 19.890 para 9.972 (mais
de 50% de redução);
Cooperativismo e Gestão

✤ A restruturação da Cocamar na década de 1990 foi no


combate a:

✤ 1) estrutura organizacional pesada;

✤ 2) aumento dos níveis de endividamento;

✤ 3) excesso de associados inoperantes; e

✤ 4) excesso de atividades de apoio.


Cooperativismo e Gestão

✤ A crise na Cocamar em 1995 e a continuidade nas


iniciativas de reestruturação:
Antes da crise (1995) Depois da crise (1995)
Mercado interno, com intensificação das
Basicamente mercado interno
vendas no varejo
Diversificação das opções ao Redução da diversificação, com ampliação
produtor das linhas de produtos existentes
Moderada redução de custos
administrativos
Intensivas reduções de custos gerais

Grandes investimentos Moderação nos investimentos


Foco no social Foco na empresa cooperativa
Cooperativismo e Gestão

✤ Resultados das ações de reestruturação na Cocamar:

✤ Venda de produtos no varejo saltou de R$ 53 em


1998 para R$ 205 milhões em 2006;

✤ Mais redução no número de cooperados que, em


2006, era pouco mais de 6.700; e

✤ Remuneração das quotas-partes com juros mensal


de cerca de 1%.
Cooperativismo e Gestão

✤ Evolução do faturamento do grupo Cocamar de 1998


até 2007:

Chiarello (2006).
Cooperativismo e Gestão

✤ Estrutura organizacional da Cocamar:

Chiarello (2006).
Cooperativismo e Gestão
Relação
Ano Cooperados Funcionários Funcionários/Cooperado
s
1994 7879 2880 36,60%
1995 6598 2470 37,40%
✤ Relação 1996 6119 2400 39,20%
Cooperados/ 1997 5771 2062 35,70%
1998 5544 1800 32,50%
Funcionários 1999 5420 2400 44,10%
de 1994 a 2000 4078 2530 62,00%
2001 5460 2600 47,60%
2006 na 2002 5500 2700 49,00%
Cocamar. 2003 5485 2580 47,00%
2004 6083 2620 43,10%
2005 6280 2410 38,40%
2006 6631 2220 33,50%
Cooperativismo e Gestão

✤ Vídeo institucional da Cocamar:


Considerações finais

✤ Grandes Cooperativas como a Cocamar são empresas ou


cooperativas? O que, na prática, as distiguem das
empresas?

✤ Pequenas cooperativas são associações ou cooperativas?


O que, na prática, as distinguem das associações?

✤ Cooperativas e Associações: quando e em quais


circunstâncias constituí-las?

✤ Como criar um fortalecimento para o cooperativismo


agrícola?

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