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PÉRICLES MENDONÇA
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LEGISLAÇÃO PENAL EXTRAVAGANTE
Lei n. 4.898/1965 – Abuso de Autoridade
Prof. Péricles Mendonça
SUMÁRIO
1. Conceitos Iniciais.....................................................................................6
2. Finalidades da Lei....................................................................................6
3. Tríplice Responsabilização.........................................................................7
4. Direito de Representação..........................................................................9
5. Sujeito Passivo...................................................................................... 11
6. Autoridade............................................................................................ 12
7. Das Penas............................................................................................. 15
8. Competência......................................................................................... 16
9. Prescrição............................................................................................. 21
10. Dos crimes.......................................................................................... 21
10.1. Liberdade de Locomoção.................................................................... 21
10.2. Inviolabilidade de Domicílio................................................................ 22
10.3. Sigilo de Correspondência.................................................................. 24
10.4. Liberdade de Consciência e de Crença e Livre Exercício do Culto Religioso.25
10.5. Liberdade de Associação.................................................................... 25
10.6. Exercício do Voto............................................................................... 26
10.7. Incolumidade Física do Indivíduo......................................................... 26
10.8. Exercício Profissional......................................................................... 27
10.9. Ordenar ou Executar Medida Privativa da Liberdade Individual, sem as
Formalidades Legais ou com Abuso de Poder................................................. 27
10.10. Submeter Pessoa sob sua Guarda ou Custódia a Vexame ou a
constrangimento não Autorizado em Lei....................................................... 28
10.11. Deixar de Comunicar Imediatamente ao Juiz Competente a Prisão ou
Detenção de qualquer Pessoa...................................................................... 28
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Eu sei que o nosso edital vem sempre recheado de “pequenas” leis que temos
que estudar e que, na hora da prova, nem é garantia que teremos uma questão
a banca costuma cobrar pelo menos uma questão, já que tem uma certa relação
Outro aspecto que vou chamar a atenção logo no início da aula é sobre a alte-
ração do Código Penal Militar, que possibilitou que o abuso de autoridade praticado
por militar seja julgado pela Justiça Militar. Comentaremos melhor sobre isso du-
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1. Conceitos Iniciais
A Lei n. 4.898/1965 é uma lei bem antiga, porém com uma temática bem atual.
Temos visto constantemente nos noticiários que existem algumas propostas para a
Existem dois projetos de lei, o PLS n. 280/2016 e o PLS n. 85/2017, que buscam
Roberto Requião propôs um substitutivo que inclusive foi aprovado pelo plenário do
2. Finalidades da Lei
representação.
A lei tutela dois bens jurídicos, quais sejam: o regular funcionamento da Admi-
tituição Federal.
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3. Tríplice Responsabilização
de Abuso de Autoridade é uma lei penal especial que trouxe em seu texto a possi-
Essa responsabilização pode ser tanto na esfera penal, quanto cível e funcional,
cesso criminal, requerido em uma ação civil e investigado por uma Processo Admi-
Essa é uma previsão expressa na lei, tanto no artigo 1º como no artigo 6º.
Vejamos:
três esferas. Isso significa um único juiz proferirá todas as sentenças? Negativo,
pectiva esfera.
A lei, nos parágrafos do artigo 6º, traz as possíveis punições em cada esfera
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c) suspensão do cargo, função ou posto por prazo de cinco a cento e oitenta dias, com
perda de vencimentos e vantagens;
d) destituição de função;
e) demissão;
f) demissão, a bem do serviço público.
§ 2º A sanção civil, caso não seja possível fixar o valor do dano, consistirá no paga-
mento de uma indenização de quinhentos a dez mil cruzeiros.
§ 3º A sanção penal será aplicada de acordo com as regras dos artigos 42 a 56 do
Código Penal e consistirá em:
a) multa de cem a cinco mil cruzeiros;
b) detenção por dez dias a seis meses;
c) perda do cargo e a inabilitação para o exercício de qualquer outra função pública por
prazo até três anos.
O parágrafo 4º deste mesmo artigo ainda afirma que o autor poderá ser respon-
Outra informação importante, que devemos levar para a nossa prova, é que a
Art. 7º
§ 3º O processo administrativo não poderá ser sobrestado para o fim de aguardar
a decisão da ação penal ou civil.
uma excludente de ilicitude seja reconhecida no processo criminal, fará coisa julga-
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4. Direito de Representação
mesmo que a representação nos crimes de ação penal pública condicionada a re-
presentação?
autor dos fatos. Isso não quer dizer que uma vítima de abuso de autoridade não
Ministério Público.
Errado.
a lei dispõe sobre uma representação, mas os crimes previstos nesta lei são crimes
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Certo.
Exatamente como vimos: a representação não é condição de procedibilidade, seria
uma notitia criminis.
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único do artigo 2º. A representação deverá conter um resumo dos fatos, a quali-
Art. 2º
Parágrafo único. A representação será feita em duas vias e conterá a exposição do
fato constitutivo do abuso de autoridade, com todas as suas circunstâncias, a
qualificação do acusado e o rol de testemunhas, no máximo de três, se as houver.
5. Sujeito Passivo
A doutrina afirma que nos crimes de abuso de autoridade nós temos uma dupla
Temos uma vítima imediata ou direta, que é a pessoa sobre a qual recai dire-
vítima permanente, que seria o Estado, já que a conduta de abuso sempre macu-
lará o Estado.
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6. Autoridade
toridades são aqueles que exercem cargo, emprego ou função pública de natureza
Art. 5º Considera-se autoridade, para os efeitos desta lei, quem exerce cargo, empre-
go ou função pública, de natureza civil, ou militar, ainda que transitoriamente e sem
remuneração.
E aquelas pessoas que exercem o “múnus público”, são abrangidos por essa lei?
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Errado.
autoridade, certo?
remuneração.
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Certo.
Art. 5º Considera-se autoridade, para os efeitos desta lei, quem exerce cargo, emprego
ou função pública, de natureza civil, ou militar, ainda que transitoriamente e sem
remuneração.
Devemos observar o elemento subjetivo do crime, pois não existe abuso culpo-
so. Os crimes de abuso são punidos somente a título de dolo e o dolo deverá ser
Errado.
Não temos muito o que comentar nessa questão, pois é uma questão bem direta.
então, se a questão afirmar que existe abuso culposo, a questão estará errada.
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7. Das Penas
Antes de analisarmos os crimes previstos na lei, vamos ver quais são as penas
Seja qual for o crime previsto nesta lei, a pena sempre será a mesma.
• multa;
• perda do cargo.
A perda do cargo ainda poderá vir combinada com a inabilitação para o exercício
Uma outra sanção específica que a lei traz é nos casos em que o autor é um po-
licial, civil ou militar. Nesse caso, poderá ainda ser cominada uma pena autônoma
Art. 6º
§ 3º A sanção penal será aplicada de acordo com as regras dos artigos 42 a 56 do Có-
digo Penal e consistirá em:
a) multa de cem a cinco mil cruzeiros;
b) detenção por dez dias a seis meses;
c) perda do cargo e a inabilitação para o exercício de qualquer outra função pública
por prazo até três anos.
§ 5º Quando o abuso for cometido por agente de autoridade policial, civil ou militar, de
qualquer categoria, poderá ser cominada a pena autônoma ou acessória, de não poder o
acusado exercer funções de natureza policial ou militar no município da culpa, por prazo
de um a cinco anos.
a detenção.
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“Então quer dizer, professor, que nem sempre o condenado perderá o cargo?”
8. Competência
“Professor, eu já li a lei toda e não fala nada sobre isso, de onde veio essa infor-
mação?” Meu(minha) querido(a), a Lei n. 4.898/1965 traz um rito especial que não
fala nada sobre Transação Penal, porém, o STJ entendeu que a Lei n. 9.099/1995
Ainda estudaremos a Lei dos Juizados Especiais (Lei n. 9.099/1995), mas posso
adiantar que existem alguns requisitos para que o Ministério Público ofereça a Tran-
sação Penal, entre eles, se o autor não foi condenado anteriormente pela prática
de crime a uma pena privativa de liberdade, e não ter o agente transacionado nos
últimos 5 anos.
Caso não seja o caso de Transação Penal, será aplicado o rito sumaríssimo da
Lei n. 9.099/1995.
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Agora, preste atenção no que eu vou dizer. Esse não é um entendimento com-
pletamente pacificado, sendo que alguns doutrinadores entendem que o rito da Lei
que se refere aos prazos, mas a maioria das bancas já entende pela aplicação da
Eu sempre digo que nas leis extravagantes você deve fazer um estudo da legis-
lação “seca”, já que algumas bancas cobram a literalidade da lei, então, nesse caso,
Certo.
Questão corretíssima, já que, conforme vimos aqui, o STJ entende que a Lei n.
ilícito de entorpecentes.
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abuso de autoridade.
Errado.
previstas na lei que dispõe sobre os juizados especiais cíveis e criminais, desde que
Certo.
tendimento do STJ, no qual devemos aplicar o rito sumaríssimo da Lei dos Juizados
Especiais.
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lito de abuso de autoridade. A regra é que seja julgado na justiça comum estadual,
da União.
Justiça Militar?
O STJ tem esse entendimento sumulado, por meio da Súmula n. 172, que esta-
belece que “compete à Justiça Comum processar e julgar militar por crime de abuso
Então, meu(minha) querido(a), analisando essa lei, que é bem recente, abriu-se
nas situações previstas no art. 9º, II, do CPM, serem julgados pela Justiça Militar.
estudiosos do direito entendem que esses delitos, se praticados nas condições previs-
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E se o crime de abuso for conexo com um crime militar? Deverá ocorrer a sepa-
ração dos processos, sendo que a justiça especializada julgará o crime militar, e o
Súmula n. 90
Compete à Justiça Estadual Militar processar e julgar o policial militar pela prática do
crime militar, e à Comum pela prática do crime comum simultâneo àquele.
Porém, aqui acredito que se enquadra de forma semelhante ao que vimos logo
acima, de acordo com a Lei n. 13.491/2017, não teria motivo para o julgamento
ocorrer em separado.
STJ?”
dimento doutrinário é de que elas deixaram de ter validade, já que agora o julga-
mento se dará pela Justiça Militar nas duas situações que vimos.
A súmula então perde o seu fundamento embasador, cai por terra, devendo ser
Acredito que seja importante você possuir esse conhecimento de como era e
como está agora, para o caso de uma questão discursiva sobre o assunto.
crime doloso contra a vida? Pelo que vimos até agora, deverá ocorrer a separação
Tribunal do Júri será o órgão competente para processar e julgar os dois delitos.
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9. Prescrição
portanto, conforme previsão do artigo 109 do Código Penal, em seu inciso IV, te-
são aqueles que já trazem a figura da tentativa como elemento do tipo. Conforme
diz o professor Gabriel Habib, seria correto, portanto, afirmar que nesses crimes,
Por serem vagos, os tipos penais deste artigo ferem o princípio da taxatividade.
seu artigo 5º, XV, que dispõe que “é livre a locomoção no território nacional em
tempo de paz, podendo qualquer pessoa, nos termos da lei, nele entrar, permane-
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Isso não quer dizer que esse é um direito absoluto, afinal de contas, não existe
artigo 5º, XI, da CF/1988, que dispõe que “a casa é asilo inviolável do indivíduo,
flagrante delito ou desastre, ou para prestar socorro, ou, durante o dia, por deter-
minação judicial”.
damente justificadas a posteriori, que indiquem que dentro da casa ocorre situação
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em andamento sobre aqueles “alvos”, portanto, tinha convicção de que eles eram
a polícia poderia entrar na casa, mas deve enviar a posteriori as fundadas razões
Essas fundadas razões não podem ser um juízo de mera suspeita ou intuição
policial.
acusada de tráfico de drogas por entender que a polícia localizou as drogas violan-
chegou ao STJ que disse que a mera intuição acerca de eventual traficância prati-
cada pelo recorrido, embora pudesse autorizar a abordagem em via pública, para
averiguação, não configura, por si só, justa causa a autorizar o ingresso em seu
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Entendeu o STJ a prova como sendo nula, como decorrência da doutrina dos
Então as duas cortes entendem que o conceito fático anterior à entrada na re-
querido(a), veja que, conforme o Supremo, a polícia deverá, em ato posterior, co-
lização criminal por abuso, já que não agiu com o dolo específico.
Essa é mais uma garantia aos direitos fundamentais, dessa vez ao direito fun-
Como já vimos nesta aula, os direitos não são absolutos, assim, os casos autori-
zados pela lei e pela jurisprudência não ferem esse direito. Por exemplo, o conheci-
pondência escrita e recebida pelo preso, ou até mesmo na busca domiciliar, na qual
quando haja suspeita de que seu conteúdo possa ser útil à elucidação do fato.
Outro ponto que devemos observar é que, para falarmos em sigilo de corres-
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Esses dois incisos são muito parecidos e tutelam os direitos fundamentais pre-
crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na for-
ma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas liturgias” e “ninguém será priva-
ca desses direitos, mas como também não temos direitos absolutos, os cultos não
Outra situação que poderia a autoridade pública intervir seria nos casos dos
cultos em que ocorrem sacrifícios animais ou que atentem contra a ordem pública.
Muito próximo a esse direito temos ainda o direito de reunião, previsto na alínea “h”.
Agora, é lícito que a autoridade impeça a reunião com fins ilícitos, ou mesmo
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Como venho dizendo em todos esses tópicos, não existe um direito absoluto, por-
tico de Direito ou à ordem constitucional, é lícito que uma autoridade atente contra
Esse tipo penal abrange qualquer tipo de violência física. Então pode ir de uma
“vias de fato”, até a morte da vítima. Nesses casos, a autoridade responderá pelos
que tanto o crime previsto nesse inciso, quanto o crime previsto no artigo 322 do
Código Penal, violência arbitrária, coexistem no Brasil, ou seja, essa alínea não
No tipo previsto no Código Penal, o comportamento não era autorizado pelo or-
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“camelôs” de locais não autorizados não configura o tipo penal aqui estudado.
Como eu havia dito anteriormente, os crimes do artigo 3º são tipos penais va-
A nossa Carta Magna garante que ninguém poderá ser preso se não em fla-
competente.
Portanto, não pode a autoridade privar alguém de sua liberdade individual por
mero capricho. Perceba que o legislador resolveu punir tanto quem ordena como
Meu(minha) querido(a), é bem verdade que a Constituição dispõe que não cabe
habeas corpus contra as punições disciplinares militares, porém, esse óbice é so-
mente para a análise do mérito, podendo o Judiciário fazer uma análise da lega-
Por isso que nesse caso a autoridade pública militar pratica o delito que estamos
analisando.
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o ilícito quando sujeita a pessoa a algo contra a sua vontade, acabando com sua
voluntariedade.
refere, por exemplo, à Lei de Execuções Penais, que garante os direitos do preso.
Não, apesar de o CPP trazer essas previsões, a Lei de Abuso não as trouxe, por-
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Esse é um delito que só poderá ser cometido pela autoridade judicial, e não se
O que quero dizer é que o magistrado só incorrerá neste delito se a prisão for
manifestamente ilegal, ou ele souber de algo que torne a prisão ilegal, e, mesmo
A maioria dos crimes são afiançáveis, temos uma minoria em nosso ordena-
polícia poderá arbitrar fiança nos casos de infração penal cuja pena privativa de
Então, se uma dessas autoridades deixa de arbitrar fiança para um delito afian-
incorrerá em abuso.
Obs.:
as alíneas “f” e “g” são inaplicáveis em nosso ordenamento jurídico, já que não
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toridade tem competência para realizar o ato, mas excede o seu limite legal. No des-
vio de poder, a autoridade também tem competência para realizar o ato, mas o exe-
cuta com o desvio de finalidade, ou seja, com um fim diferente do interesse público.
Imagine que uma equipe policial vai cumprir um Mandado de Busca e Apreensão
expedido pela autoridade competente. Ao chegar no local, um dos agentes percebe que
o morador da casa é seu desafeto e ao realizar as buscas causa diversos danos ao pa-
trimônio da pessoa. Nesse caso, o agente incorrerá em abuso conforme este inciso.
Esse é um delito que pode ser cometido por qualquer autoridade no que se re-
A regra trazida pelo Código de Processo Penal, em seu artigo 158, é que nos cri-
mes que deixarem vestígios, será indispensável o exame de corpo de delito, sendo
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Então, regra geral, se uma infração penal deixar vestígios (infrações penais não
Eu disse regra geral porque, por própria previsão do CPP em seu artigo 167, se
não for possível a realização da perícia pelo desaparecimento dos vestígios, a prova
Art. 167. Não sendo possível o exame de corpo de delito, por haverem desaparecido os
vestígios, a prova testemunhal poderá suprir-lhe a falta.
A Lei de Abuso de Autoridade é um pouco diferente, ela prevê que se o fato tiver
Terminamos a nossa aula por aqui. Vamos agora fazer um breve resumo de tudo
Espero que tenha gostado da aula. Coloco-me à disposição para maiores escla-
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RESUMO
Considera-se autoridade, para os efeitos desta lei, quem exerce cargo, empre-
te e sem remuneração.
Os crimes previstos em nossa lei são crimes próprios, ou seja, exigem uma
• tríplice responsabilidade;
• direito de representação;
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• dirigida à autoridade superior que tiver competência legal para aplicar, à au-
• dirigida ao órgão do Ministério Público que tiver competência para iniciar pro-
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notitia criminis.
A ação penal nos casos de abuso de autoridade é Ação Penal Pública Incon-
dicionada.
Compete à Justiça Comum processar e julgar militar por crime de abuso de autorida-
de, ainda que praticado em serviço.
A Lei n. 13.491/2017 alterou o artigo 9º, II, do Código Penal Militar, incluindo a
ticado nas situações descritas naquele inciso, seja tratado como crime militar, ou
seja, seja julgado pela Justiça Militar. A súmula perdeu o seu fundamento em-
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emolumentos ou outras despesas semelhantes que possam ser cobradas pelo carcerei-
ro ou agente policial de carceragem, razão pela qual o tipo penal se torna inaplicável.
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ação privada.
do abuso.
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QUESTÕES DE CONCURSO
para o delito de abuso de autoridade incluem multa e detenção e podem ser apli-
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a) Para os efeitos da referida lei, são considerados autoridade aqueles que exercem
so de pessoas, responderá por outro crime, uma vez que a qualidade de autoridade
é elementar do tipo.
presa a constrangimento não autorizado por lei, e se esse subordinado cumprir a or-
e) Não há crime de abuso de autoridade por conduta omissiva, já que, para tanto,
ção penal de
b) Reclusão.
d) Advertência.
e) Prisão simples.
de autoridade).
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b) As sanções e os tipos penais previstos na referida lei não se aplicam aos milita-
apuração naquela delegacia, tendo sido liberado somente setenta e duas horas de-
policial, com pena cominada pela lei em apreço, configura expressão concreta do
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pessoa jurídica, quando praticado com abuso ou desvio de poder ou sem compe-
trativo deverá ser suspenso pelo prazo máximo de um ano, para que se aguarde a
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apurar a prática de ato de abuso de autoridade deverá ser sobrestado para o fim de
Trouxe também algumas questões de outras bancas para que você pos-
sa continuar praticando.
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d) decretar a prisão temporária pelo prazo de 5 (cinco) dias, e prorrogá-la por igual
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lícia, efetuou uma prisão em flagrante delito, mas deixou de comunicar ao juiz
a) Omissão delituosa
b) Tortura
c) Omissão de socorro
d) Abuso de autoridade
e) Usurpação de poder
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GABARITO
1. E
2. C
3. C
4. E
5. E
6. d
7. c
8. e
9. C
10. E
11. C
12. E
13. E
14. E
15. C
16. C
17. E
18. E
19. E
20. C
21. E
22. E
23. a
24. d
25. b
26. d
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GABARITO COMENTADO
Errado.
Questão bem recente sobre o nosso conteúdo. Conforme preconiza o artigo 7º, §
3º, o processo administrativo não poderá ser sobrestado para aguardar alguma
Certo.
Conforme o artigo 12 da Lei n. 4.898/1965, para o início da ação penal, não é ne-
para o delito de abuso de autoridade incluem multa e detenção e podem ser apli-
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Certo.
As sanções penais estão previstas no parágrafo 3º do artigo 6º, e dentre elas temos
Errado.
O parágrafo segundo do artigo 6º afirma que “a sanção civil, caso não seja possível
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Errado.
Vejamos:
Vai ser muito comum o examinador tentar te confundir com essa questão, afirman-
a) Para os efeitos da referida lei, são considerados autoridade aqueles que exercem
so de pessoas, responderá por outro crime, uma vez que a qualidade de autoridade
é elementar do tipo.
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presa a constrangimento não autorizado por lei, e se esse subordinado cumprir a or-
e) Não há crime de abuso de autoridade por conduta omissiva, já que, para tanto,
Letra d.
a) Errada. Como vimos em nossa aula, as pessoas que exercem um múnus público
b) Errada. Os crimes previstos nessa lei são crimes próprios e não admitem a mo-
dalidade culposa.
d) Certa. Responderão os dois pelo mesmo fato, já que a ordem era manifesta-
e) Errada. Existem fatos omissivos previstos na lei, como, por exemplo, “deixar
de comunicar”.
ção penal de
b) Reclusão.
d) Advertência.
e) Prisão simples.
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Letra c.
Veja que mesmo em uma prova para a magistratura estadual o examinador vem co-
brar do candidato o conhecimento das sanções, nesse caso, as sanções penais. Então
é importante saber quais são as sanções? Só se quiser passar no concurso (rs).
O único item que se molda à nossa lei estudada é a inabilitação para o exercício de qual-
quer função pública por prazo determinado, que a lei traz um prazo de até três anos.
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Letra e.
a) Errada. A alternativa está errada, porque o artigo 6º, § 3º, da lei ainda prevê
como sanção penal a pena de multa.
b) Errada. Os militares também são considerados militares para os efeitos da Lei
n. 4.898/1965. O artigo 5º dispõe que “quem exerce cargo, emprego ou função
pública, de natureza civil ou militar...”.
c) Errada. O sigilo dos dados telefônicos não é protegido por essa lei.
d) Errada. A alternativa trouxe novamente as sanções penais incompletas.
e) Certa. A questão trouxe um conceito que poucas pessoas já leram a respeito.
Segundo o professor Zaffaroni, o sistema penal subterrâneo é exercido pelas agên-
cias executivas de controle (a polícia, por exemplo) à margem da lei e de maneira
violenta e arbitrária, conforme narrado na situação hipotética.
Certo.
As condutas que constituem abuso de autoridade estão previstas nos artigos 3º e 4º.
Constitui delito de abuso de autoridade levar à prisão e nela deter quem quer que
se proponha a prestar fiança, permitida em lei (art. 4º, “e”), exatamente conforme
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Errado.
E aí, meu(minha) querido(a), o que você marcaria nessa questão se ela estivesse
O militar comete sim o crime de abuso, o que alterou foi a competência para julga-
mento, que antes era competência da justiça comum e atualmente é da justiça militar.
Certo.
Questão bem direta com a cobrança da letra da lei. Vejamos o previsto no artigo
6º, § 3º:
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Errado.
A nossa aula não é sobre Direito Penal propriamente dito, porém, essa conduta nos
pessoa jurídica, quando praticado com abuso ou desvio de poder ou sem compe-
Errado.
Mais uma das questões que exige o conhecimento literal da lei. Vejamos:
Art. 4º
h) o ato lesivo da honra ou do patrimônio de pessoa natural ou jurídica, quando prati-
cado com abuso ou desvio de poder ou sem competência legal;
trativo deverá ser suspenso pelo prazo máximo de um ano, para que se aguarde a
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Errado.
Como vimos anteriormente, o processo administrativo não poderá ser sobrestado
para o fim de aguardar a decisão da ação penal ou civil.
Certo.
Como vimos, além dos crimes só serem punidos a título de dolo, esse dolo deverá
ser específico, deve existir o dolo de abusar.
A doutrina chama o dolo específico de “elemento subjetivo do injusto”, é só um
nome a mais para nos confundir, mas esse não será o seu caso.
Certo.
Vamos lá para a previsão do artigo 3º da lei. A alínea “j” traz a previsão de que
constitui abuso de autoridade qualquer atentado “aos direitos e garantias legais
assegurados ao exercício profissional”.
Portanto, o impedimento ao acesso de processo que a lei garanta publicidade cons-
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preso sob sua custódia. Bernardo foi preso ilegalmente, fato esse que é de conhe-
cimento de Marcelo. Nessa situação, é correto afirmar que Marcelo cometeu crime
de abuso de autoridade.
Errado.
Esse pode ser aquele tipo de item que durante a prova marcamos com a maior
meiro momento.
Marcelo, sabendo que a prisão era ilegal, não ordenou o seu relaxamento. “Porque
não é crime, professor?” Porque Marcelo não é juiz, e sim agente penitenciário.
detenção ilegal que lhe seja comunicada”. Então, no caso do agente penitenciário,
traje roupa íntima feminina e “desfile” no pátio durante o horário de visitas. Nessa
Errado.
dade, e, portanto, nesse caso terá cometido o ilícito, conforme o artigo 4º, “b”
autorizado em lei).
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exorbitar do poder que lhe for conferido legalmente, excede-se nas medidas para
Errado.
Os crimes de abuso são punidos somente a título de dolo e o dolo deverá ser es-
Dessa forma, o examinador deixou bem claro que o agente não tinha a intenção,
ilegal de um cidadão. Nesse caso, ambos responderão pelo crime de abuso de au-
Certo.
ação com pleno conhecimento funcional de seu amigo, portanto, responderá pelo
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apurar a prática de ato de abuso de autoridade deverá ser sobrestado para o fim de
Errado.
Nessa pequena lista de exercícios, quantos já resolvemos que tratam sobre esse
Como bem sabemos, o processo administrativo não precisará ficar sobrestado para
Errado.
As condutas que constituem o abuso estão previstas nos artigos 3º e 4º. No artigo
4º, “b”, temos a previsão da conduta do agente que submete pessoa sob sua guarda
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Letra a.
não poderá ser sobrestado para o fim de aguardar a decisão da ação penal ou civil.”
ser exercido por meio de petição dirigida à autoridade superior que tiver compe-
tência legal para aplicar; à autoridade civil ou militar culpada, a respectiva sanção;
e ao Ministério Público.
c) Errada. Temos a previsão no artigo 4º, “d”: deixar o Juiz de ordenar o relaxa-
d) Errada. Temos no artigo 6º, § 1º, quais seriam as sanções administrativas para
e) Errada. O artigo 6º, § 3º, traz a previsão das sanções penais, e dentre elas não
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a) Para os efeitos da Lei, considera-se autoridade quem exerce cargo, emprego ou fun-
d) Nos termos da lei, constitui abuso de autoridade submeter pessoa sob sua guar-
Letra d.
lei, quem exerce cargo, emprego ou função pública, de natureza civil, ou militar,
d) Certa. Conforme previsão do artigo 4º, “b”, constitui abuso de autoridade sub-
autorizado em lei.
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d) decretar a prisão temporária pelo prazo de 5 (cinco) dias, e prorrogá-la por igual
Letra b.
Eu sei que estamos em nossa aula sobre a Lei de Abuso de Autoridade, e não sobre
prisão temporária, que nem é objeto de cobrança em sua prova, porém, não preci-
A Lei n. 4.898/1965, em seu artigo 4º, alínea “i”, traz a seguinte previsão:
Art. 4º
i) prolongar a execução de prisão temporária, de pena ou de medida de segurança, dei-
xando de expedir em tempo oportuno ou de cumprir imediatamente ordem de liberdade.
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lícia, efetuou uma prisão em flagrante delito, mas deixou de comunicar ao juiz
a) Omissão delituosa
b) Tortura
c) Omissão de socorro
d) Abuso de autoridade
e) Usurpação de poder
Letra d.
Art. 4º
c) deixar de comunicar, imediatamente, ao juiz competente a prisão ou detenção de
qualquer pessoa;
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